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Saúde Coletiva e Hospitalar

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Revisão de Projeto de Pesquisa sobre Mortalidade Materna

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Revisão de Projeto de Pesquisa sobre Mortalidade Materna

Saúde Coletiva e Hospitalar

EBMSP

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Mortalidade Materna Pergunta norteadora De que maneira os determinantes sociais e estruturais influenciam a mortalidade materna nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil considerando fatores raçacor Objetivo Geral Investigar os fatores determinantes que influenciam a mortalidade materna nas Regiões Norte e Nordeste Objetivos Específicos Analisar os dados da mortalidade materna por raçacor e faixa etária das Regiões Norte e Nordeste comparando com as demais regiões do país 3 PROBLEMA DE PESQUISA Quais os principais fatores associados à mortalidade materna no Brasil entre os anos de 2019 e 2023 Coleta dados secundários Introdução Método Fundamentação Teórica Método vancouver INTRODUÇÃO A mortalidade materna se refere ao falecimento de uma mulher no período da gravidez ou até 42 dias após o fechamento da gravidez independentemente da duração ou do local da gravidez em consequência de complicações que ocorreram esta condição ou que surgiram da gestão de intervenções no entanto não inclui causas acidentais ou incidentais Silva et al 2022 Esse indicador é amplamente utilizado como um indicador de saúde pública refletindo no estado das condições da assistência obstétrica e a qualidade dos serviços de saúde disponível para as mulheres em idade fértil Barros et al 2023 A prevalência da mortalidade materna é composta por muitas causas sendo a hemorragia pósparto uma das mais perigosas respondendo pela maioria desses óbitos no mundo Barros et al 2022 Matos et al 2024 Castro et al 2023 A importância do tema da mortalidade materna se torna inegável para a saúde pública pois este é um indicador relevante do nível de desenvolvimento de um país especialmente nos países em desenvolvimento e a mortalidade materna está intimamente relacionada aos aspectos de eqüidade e acesso aos serviços de saúde Barros et al 2023 O fortalecimento da assistência prénatal e do planejamento familiar é vital para a diminuição das taxas de mortalidade essa que está reforçada mundialmente por iniciativas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS sendo o ODS 31 o que diz que até 2030 a mortalidade materna mundial não deve ultrapassar 70 óbitos para cada 100000 nascidos vivos Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 Sobre os dados a magnitude do problema da mortalidade materna é chocante tanto no contexto global quanto nacional Globalmente a razão de mortalidade materna é de aproximadamente 210 mortes para cada 100000 nascidos vivos mostrando como a segurança das mulheres no momento do parto é uma preocupação enorme Barros et al 2022 No Brasil os índices demonstram uma situação crítica com altas taxas registradas especialmente nos estados Bahia Maranhão e Piauí sendo que os fatores socioeconômicos e a dificuldade de acesso aos serviços adequados em saúde contribui para complicações graves incluindo o aborto inseguro Assis et al 2024 Rodrigues et al 2021 Esses dados denotam profundas disparidades regionais que desencadeiam um impacto negativo na saúde materna As lacunas regionais no Brasil proporcionam uma janela de desigualdade no que diz respeito ao acesso e qualidade dos cuidados que atingem mais severamente as mulheres As mulheres de classes socioeconômicas baixas e aquelas que habitam em regiões bairristas correm um risco muito maior de morte materna Rodrigues et al 2021 Costa et al 2024 Falta de acesso à informação a adequação do serviço de saúde e a presença de condições desfavoráveis são fatores centrais que fundamentam essa discrepância Castro et al 2023 O engajamento com a meta de redução da mortalidade materna até 2030 segundo os ODS requer ações múltiplas e integradas que envolvam melhorias no sistema de saúde educação em saúde reprodutiva e políticas para endereçar desigualdades sociais existentes Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 As vulnerabilidades sociais nas regiões Norte e Nordeste são caracterizadas por altos índices de pobreza e desigualdade social portanto apresenta baixos índices na qualidade do prénatal e da infraestrutura hospitalar de saúde disponível locais Para Motta e Moreira 2021 a estagnação das taxas de mortalidade materna está relacionada a condições sociais desfavoráveis e a inexistência do sistema para atender à assistência a essas populações São gritantes as desigualdades quanto ao acesso a cuidados de saúde de qualidade com dados demonstrando que a cobertura nesta área de saúde é sensivelmente mais baixa nesta região Silva et al 2024 Além disso a informalidade do trabalho e o alto percentual de analfabetismo entre as mulheres influenciam na falta de informação sobre saúde e no acompanhamento adequado da saúde das mulheres durante a gestação Carvalho e Meirinho 2020 Sob outro aspecto a taxa de mortalidade materna é caracterizada pelo nível de renda das mulheres Um estudo realizado por Silva et al 2024 esclarece que a mortalidade materna é acentuada em comunidades onde a acessibilidade a recursos financeiros é restrita Isso significa que em regiões mais pobres como o Nordeste mulheres são frequentemente aquelas que mais sofrem pela inacessibilidade de assistência ao parto e à gestação O trabalho informal e a falta de políticas de proteção financeira à maternidade tornam a situação ainda mais crítica em tempos de crise como demonstrado por Pamplona et al 2023 As vulnerabilidades estruturais também têm um papel importante a desempenhar A escassez de centros de saúde equipados e infraestrutura básica para a assistência à saúde representa um grande problema especialmente nas áreas rurais dessas regiões Santos et al 2021 As discrepâncias entre as Regiões são em grande parte responsáveis por essas dificuldades no acesso aos atendimentos de saúde necessários incluindo o prénatal que é apontado como um ótimo fator na redução da mortalidade materna Silva et al 2024 Souza et al 2022 A pesquisa de Ferreira et al 2023 ressalta que a desarticulação entre os serviços de saúde e a população resulta em uma alta mortalidade materna sugerindo que deve haver um cuidadoso planejamento e influência das políticas públicas para abordar estas questões Estudos mostram que a faixa etária é um fator básico cujos resultados indicam que as adolescentes de 15 e 19 anos têm indicadores de mortalidade materna que são altos comumente associados a complicações hipertensivas e ao parto Albert et al 2023 Uma análise epidemiológica realizada em Pernambuco indicou que 418 dos óbitos maternos ocorreram nesta faixa etária o que representa uma tendência negativa que pode explicar as deficiências na atenção à saúde Frutuoso et al 2019 Por outro lado algumas regiões do Brasil relataram taxas de mortalidade para mulheres de 30 a 39 anos confronto de dados em relação ao esperado visto que deveria ser uma faixa etária com menores riscos Frutuoso et al 2019 A raçacor comprovouse um dos fatores essenciais das desigualdades da mortalidade maternal Evidências na literatura têm mostrado que a mortalidade materna é muito mais alta em mulheres negras e do que em mulheres brancas representando desigualdades raciais nas políticas de saúde e nos cuidados obstétricos Howell e Zeitlin 2017 Saluja e Bryant 2021 MacDorman et al 2021 Nas disparidades raciais na mortalidade materna são crônicas nos Estados Unidos por exemplo as taxas de mortalidade materna em negras têm em média 25 a 4 vezes mais que nas mulheres brancas MacDorman et al 2021Essas desigualdades estão frequentemente ligadas a fatores sistêmicos como preconceitos implícitos na prestação de cuidados e diferenças na qualidade do atendimento hospitalar Saluja e Bryant 2021 Toluhi et al 2023 Além disso uma revisão de estudos mostrou que a maior parte das mortes associadas à gravidez podem ser preveníveis com intervenções adequadas e com a melhoria da qualidade dos serviços de saúde Howell e Zeitlin 2017 Petersen et al 2019 A falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade principalmente nas comunidades marginalizadas leva a uma mortalidade materna desproporcionalmente alta Estudos mostram que na maioria das vezes as mortes podem ser prevenidas e estão relacionadas com um sistema de saúde que não é capaz de atender adequadamente as populações mais vulneráveis Petersen et al 2019 Singh e Lee 2020 A análise da mortalidade materna aponta uma necessidade de previsões na literatura e na atuação de políticas públicas mostrando a importância de pesquisas mais aprofundadas Estudos indicam que a mortalidade materna não caiu na mesma proporção em todas as regiões e entre todos os grupos sociais demonstrando as desigualdades sociais profundas que afetam o estado de saúde das mulheres Por exemplo a falta de acesso aos contraceptivos é um importante fator de risco para a mortalidade materna uma vez que o uso de métodos contraceptivos resulta em uma significativa redução na mortalidade materna Yego et al 2014 Ademais a implementação de políticas monetárias destinadas a amenizar as barreiras econômicas demonstraram seu impacto positivo especialmente em comunidades mais vulneráveis a exemplo de Burkina Faso onde a mortalidade materna caiu após a eliminação destas barreiras Ouédraogo et al 2016 Compreender os determinantes sociais da saúde pode ser uma chave para o problema acima Muitas pesquisas indicam que a educação feminina o status econômico e o acesso à saúde entre outros fatores são preditores robustos em relação à mortalidade materna Cameron et al 2019 Em situações de desigualdade algumas intervenções não têm sido capazes de atingir os desconfortos mais tratados ao contrário elas têm permanecido a disparidade existente Para exemplificar constatouse que o aumento da cobertura das intervenções não basta para reduzir mortalidade materna enquanto os determinantes sociais e culturais que impactam nas intervenções não forem levadas em consideração Chola et al 2015 A intersecção educação empoderamento feminino e desigualdades regionais evidencia que as mães da área urbana tendem a ter resultados de saúde melhores em relação às mães da zona rural onde o acesso a cuidados médicos e informações é frequentemente restringido Shao et al 2022 Além disso a necessidade de uma abordagem holística que leve em consideração não apenas os fatores clínicos mas também os sociais é amplamente reconhecida Vários estudos evidenciam que entre as comunidades de mulheres negras dos Estados Unidos a discriminação institucional e a exclusão social contribuem para agravar os riscos à saúde materna sendo que a dificuldade de acesso ao cuidado de saúde leva ao seu turno a taxas mais altas de mortalidade Craft Blacksheare e Kahn 2022 Também observouse que a violência contra a mulher e outros fatores interligados têm um impacto direto sobre a saúde materna provocando uma situação onde intervenções multifacetadas são necessárias Hill et al 2016 OBJETIVO Descrever a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 REFERENCIAL TEÓRICA Conceito de mortalidade materna Para a Organização Mundial da Saúde OMS mortalidade materna é a morte de uma mulher durante a gestação durante o parto ou até 42 dias após o fim da gravidez em razão de causas relacionadas ou agravadas pela gravidez mas não devido a causas externas Barros et al 2023 Deus et al 2022 Tratase de um fenômeno grave de saúde pública que expressa a qualidade do sistema de saúde de um país bem como a equidade de acesso a cuidados médicos apropriados durante a gestação e o parto Pamplona et al 2023 Domingues et al 2024 Diversos fatores estão implicados na mortalidade materna entre os quais se podem ressaltar as doenças hipertensivas hemorragias e complicações no trabalho de parto Albert et al 2023 Estudo demonstram que as doenças hipertensivas como préeclampsia e eclampsia estão entre as causas diretas mais relevantes para mortes maternas especialmente em países em desenvolvimento tal como se verifica no Brasil onde por exemplo essas são as causas diretas mais prevalentes em regiões como o Nordeste Figueira et al 2023 Cunha et al 2023 Pesquisas enfatizam que ainda persiste uma elevada taxa de mortalidade materna muitas vezes relacionada a desigualdades sociais e à dificuldade de acesso a cuidados de saúde de qualidade Silva et al 2016 Souza 2015 Ademais a idade materna é um fator que influencia o nível de mortalidade materna com as mulheres acima de 35 anos apresentando taxas elevadas Silva et al 2024 O acesso ao cuidado prénatal é fundamental uma vez que a ausência de acompanhamento pode ocasionar complicações não detectadas e que pioram durante o parto ou no puerpério Deus et al 2022 Souza 2015 A literatura aponta para a relevância da educação em saúde e a importância dos determinantes sociais como condições de vida e econômicas para que sejam reduzidos os índices de mortalidade materna Couto et al 2022 Ferreira et al 2023 Causas da mortalidade materna A mortalidade materna é um dos mais graves problemas de saúde pública do Brasil provocada por diferentes causas as quais podem ser diretas ou indiretas de acordo com a definição da Classificação Internacional de Doenças CID As causas diretas são aquelas complicações obstétricas que ocorrem durante a gestação o parto ou no puerpério e as causas indiretas se referem a alguma condição preexistente que se exacerba durante a gestação A hipertensão arterial e a hemorragia têm sido algumas das causas mais prevalentes entre as mortalidades maternas com a hipertensão correspondente a 225 dos óbitos de acordo com o Comitê de Mortalidade Materna de São Paulo Vega 2018 Estudos têm mostrado que a dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade e a assistência deficitária são fatores determinantes na alta taxa de mortalidade materna A qualidade da assistência no prénatal assim como o acesso oportuno à assistência obstétrica de emergência são essenciais Cerca de 90 das causas de mortes maternas são consideradas evitáveis uma vez que a assistência médica pode evitar a maioria das mortes Benigna et al 2004 A análise de Gama et al Gama et al 2024 mostrou que as características demográficas das mulheres como idade cor da pele e escolaridade influenciam nas taxas de mortalidade revelando a necessidade de uma assistência à saúde mais integrada Além disso a frequente realização de cesarianas sem indicação clínica tem sido uma contribuição importante para o aumento do risco de mortalidade materna Para Dias et al 2016 o excesso de realização deste procedimento cesárea em populações sem indício médico geralmente impõe aumento de 20 no risco de mortalidade materna Portanto a ausência de protocolos claros e a necessidade de serviços de saúde compatíveis com as condições locais são necessárias para enfrentar a mortalidade materna Pesquisas recentes também merecem destaque quanto ao papel das condições socioeconômicas uma vez que esses elementos têm sido um dos determinantes que têm representado as desigualdades na mortalidade materna Taxas significativamente mais elevadas de mortalidade são observadas em mulheres de baixa renda e em mulheres que não têm acesso a serviços de saúde de qualidade conforme demonstrado por Martins 2016 e Barreto et al 2018 que afirmam ainda que políticas de saúde efetivas devem considerar as condições sociais das mulheres Panorama da mortalidade materna no Brasil A mortalidade materna no Brasil constitui um significativo problema de saúde pública refletindo não só a qualidade dos serviços de saúde como também as desigualdades sociais e econômicas que existem no país A taxa de mortalidade materna no Brasil não apresenta uma trajetória de redução satisfatória ao longo dos anos permanecendo relativamente inalterada em torno de 600 por 100000 nascidos vivos no intervalo entre 2010 e 2018 um valor bem acima da meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM de alcançarem uma razão de mortalidade materna 360 por 100000 nascidos vivos até 2015 Motta e Moreira 2021 Leal et al 2022 Desde 2020 a situação se agravou com a chegada da pandemia de COVID 19 que intensificou os riscos relacionados à gravidez e ao parto Estudos têm demonstrado que as mortes maternas no Brasil durante a pandemia foram 34 vezes mais altas que a média mundial atingindo uma proporção de mortalidade materna de 127 associada ao COVID19 Pazos et al 2023 Monteiro et al 2021 A pandemia intensificou desigualdades já existentes e afetou de forma desproporcional as mulheres negras e a população com maior dificuldade no acesso aos cuidados de saúde adequados Guimarães et al 2023Martins 2006 A mortalidade desproporcionalmente alta entre as mulheres negras evidencia a interseccionalidade dos fatores sociais que afetam a saúde maternoinfantil no Brasil Guimarães et al 2023 Além disso as causas diretas complicações obstétricas são uma das principais causas das mortes maternas entre elas hemorragias hipertensão e infecções Rudge et al 2011 Morse et al 2011 Entretanto existe um componente considerável de causas indiretas sendo elas parte crescente das mortalidades que são causadas por condições subjacentes bem como o acesso desigual aos serviços de saúde Cirelli et al 2018 CarvalhoSauer et al 2021 O aprimoramento da qualidade do atendimento obstétrico e do acesso a práticas de saúde adequadas ex acompanhamento prénatal e educacional são interdependentes e essenciais para a redução da mortalidade Silva et al 2016 Souza et al 2010 Ademais o aborto inseguro ainda representa uma preocupação utilizada como relevante responsável por cerca de 5 das mortes maternas cujo contexto de sua ilegalidade no Brasil agrava os riscos para as mulheres que buscam a interrupção da gravidez em condições inadequadas Martins et al 2017 Domingos e Merighi 2010 Especificidades da Região Nordeste A mortalidade materna na região do Nordeste do Brasil é um fenômeno complexo e com múltiplas determinações retratando desigualdades sociais econômicas e no acesso aos serviços de saúde Historicamente a região Nordeste sempre apresentou índices de mortalidade materna elevados principalmente em função de variáveis como baixa escolaridade condições socioeconômicas adversas e escasso acesso aos cuidados em saúde adequados Lins et al 2024 Oliveira et al 2023 As pesquisas indicam que a hemorragia pósparto HPP é um dos principais componentes da mortalidade materna no Brasil sendo o impacto ainda mais evidente na região Nordeste Com efeito essa região mesmo tendo uma média superior em internação apresenta altos índices de mortalidade em decorrência da HPP o que evidencia a necessidade de melhorias na qualidade do cuidado prénatal e no manejo obstétrico Penha et al 2023 Costa et al 2023 A pandemia da COVID19 impactou tais condições de maneira negativa puffando a razão de mortalidade materna que reflete as vulnerabilidades enfrentadas pelas mulheres ao longo da gestação Galiza et al 2023 Carvalho et al 2024 As condições de saúde bucal o acesso a serviços de saúde e a presença de comorbidades como doenças crônicas são fatores significativos na mortalidade materna Em especial as mulheres com hipertensão diabetes e com baixo nível de escolaridade apresentam um maior risco de complicações na gestação Santos et al 2024 Silva et al 2019 Análises de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM demonstram que uma quantidade considerável de óbitos maternos poderia ser evitada com intervenções adequadas e que atendessem rapidamente às complicações Costa et al 2023 Costa et al 2024 Além disso a mortalidade materna entre adolescentes tem se tornado uma preocupação crescente devido às altas taxas da região apontando a falta de acesso aos cuidados de saúde adequados incluindo o prénatal Carvalho et al 2025 Os fatores socioeconômicos como a pobreza e a presença do racismo estrutural acentuam ainda mais o quadro de desigualdade Um estudo no estado do Piauí comparando dados da última década demonstrou a manutenção do elevado índice de mortalidade materna que requer intervenções específicas para a população jovem Santos et al 2023 Barros et al 2024 Avanços e retrocessos entre 2014 e 2023 Uma das iniciativas mais significativas foi o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher PAISM cuja finalidade desde o seu início foi promover a integração entre os cuidados prénatais e pósnatais aperfeiçoando o acompanhamento das gestantes sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade social O programa Rede Cegonha é um exemplo dessa continuidade e procura assegurar para a mulher um atendimento que atenda os princípios do atendimento humanizado e acolhedor em todo o ciclo gravídicopuerperal Teles 2023 Contudo mesmo com essa continuidade a mortalidade materna ainda permanece elevada exercendo suas maiores taxas no Nordeste onde características demográficas da mulher ex escolaridade e situação conjugal ainda antagonizam índices favoráveis Santos et al 2021 A identificação e o monitoramento das mortes maternas dependem fundamentalmente de dados consistentes e bem registrados robustos Estudos demonstram que a subnotificação e a falta de informação sobre esses registros dificultam a compreensão da real magnitude do problema Dias et al 2016 Sampaio et al 2022 Os comitês de mortalidade materna conforme proposto pela OMS são necessários para uma nova análise das causas e contextos que envolvem a morte materna reunião dos dados permitindo com que essas análises possam direcionar intervenções para que essa mortalidade algum dia possa ser reduzida Dias et al 2016 Figueira et al 2023 Ainda mais a relação entre a mortalidade materna e indicadores de desenvolvimento humano como a renda e a educação tem sido discutida de maneira abrangente Evidências mostram que a melhora nos indicadores socioeconômicos está relacionada ao decréscimo da mortalidade materna e assim observase que ações intersetoriais são necessárias além do setor saúde Barros et al 2023 Jesus et al 2023 Políticas como o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal atendem as necessidades de saúde das mulheres na medida em que vão além deste setor e tratam dos determinantes sociais de forma ampla Teles 2023 Motta e Moreira 2021 Porém a qualidade do atendimento no prénatal parto e pósparto ainda é uma prioridade no debate Estudos enfatizam a importância de um sistema de saúde que além de fornecer acesso forneça qualidade no atendimento através da capacitação de profissionais de saúde e do fomento da participação comunitária Sampaio et al 2022 Andrade et al 2022 A atenção multiprofissional é também reconhecida como um importante fator na melhoria dos resultados na mortalidade materna especialmente nas áreas com maior dificuldade em saúde pública Figueira et al 2023 Barreto et al 2018 Consequências da pandemia de COVID19 sobre os indicadores de mortalidade materna A pandemia de COVID19 exerceu um impacto pesado na mortalidade materna em várias áreas do Brasil tornando mais precária essa já preocupante condição do ponto de vista da saúde pública O exame dos indicadores de mortalidade materna ao longo deste tempo permite concluir que os fatores da pandemia incluindo a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e as complicações com o vírus foram os principais responsáveis pelo aumento das taxas de mortes de mulheres com gestações terminadas em óbitos Um estudo de caso investigou a mortalidade materna na Região Norte do Brasil entre 2012 e 2021 evidenciando aumento no nº de mortes no horizonte da pandemia com variações acentuadas entre os estados Pazos et al 2023 Estudo análogo focando o estado do Paraná diagnosticou que as gestantes eram mais vulneráveis a complicações por COVID19 e as existências de mortes aumentaram consideravelmente Hammoud et al 2023 Também a pandemia causou um incremento de 133 nos óbitos maternos obstétricos indiretos em 2020 em comparação com 2019 atribuídos a fatores como o medo da infecção a deterioração do atendimento médico hospitalar e dificuldade de acesso ao método contraceptivo Moura et al 2023 A vacinação ainda que tenha sido reconhecida como uma forma segura de proteger as gestantes ainda teve resistência e obstáculos à adesão o que teve um efeito prejudicial na saúde das mães durante a pandemia Pazos et al 2023 Em um estudo que revisou os relatos de mortalidade materna durante a pandemia 1319 das mortes foram atribuídas diretamente ao COVID19 o que mostra o impacto drástico do curso da doença nas estatísticas da mortalidade materna Alves et al 2022 Esse efeito foi ainda mais forte entre as populações em situação de vulnerabilidade onde as condições sociais e econômicas já adversas foram pioradas pela pandemia levando a uma maior taxa de complicações e mortalidade materna CastañedaOrjuela et al 2023 Um relato específico de Recife Pernambuco apontou que a infecção por coronavírus se tornou a primeira causa básica do óbito materno com taxas de mortalidade acumuladas significativas durante os primeiros semestres do ano 2020 Oliveira et al 2023 Essa tendência foi atribuída às mudanças nas causas de mortalidade materna devido à infecção direta do coronavírus e também indiretamente em decorrência da interrupção dos serviços de saúde essenciais Oliveira et al 2023 Além dos aumentos diretos na mortalidade a pandemia também trouxe implicações indiretas como o aumento da ansiedade e da depressão entre gestantes devido ao isolamento social e à incerteza Souza e Amorim 2021 Gomes et al 2024 Isso destaca a importância de políticas de saúde pública que considerem não apenas a prevenção da infecção mas também a saúde mental das mulheres em período de gestação CRONOGRAMA O plano para o desenvolvimento do trabalho acerca da mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 tem início em maio de 2025 com a etapa de planejamento e levantamento do referencial teórico Neste mês serão realizadas as atividades refinamento da pergunta de pesquisa e dos objetivos levantamento e revisão da literatura científica artigos teses e relatórios definição do recorte geotemporal com base nos dados disponíveis e identificação e seleção das principais bases de dados como SIM SINASC DATASUS e IBGE Em junho de 2025 ocorrerá a etapa de coleta de dados com o acesso às plataformas oficiais citadas download dos dados brutos referente à mortalidade materna entre 2014 e 2023 na Região Nordeste organização dos dados em planilhas Excel SPSS ou R além da limpeza e padronização pra se maior qualidade da base de dados O mês de julho de 2025 será dedicado à análise de dados com cálculos de indicadores da mortalidade materna por estado e por ano análises estatísticas descritivas médias proporções e tendências cruzamentos dos dados com variáveis como idade corraça escolaridade e local de residência e recortes mais específicos como faixa etária nível socioeconômico e zonas urbanas e rurais Em agosto de 2025 começarseá a discussão dos resultados e a redação em parte do trabalho Serão redigidos os resultados com a ajuda de gráficos e tabelas e discussão dos dados deste achado com base na literatura previamente revisada também será objeto de destaque a identificação padrões regionais tendências e os fatores determinantes assim como serão apresentadas as hipóteses explicativas a partir das análises efetuadas Durante setembro de 2025 será dada continuidade com foco na conclusão e revisão do texto Serão redigidas a introdução conclusão e considerações finais e verificada a coesão e coerência revisão das citações e referências do modelo exigido como ABNT ou outro solicitado parecer de colegas e caso necessário do orientadora e realizados os ajustes a partir do feedback recebido A etapa de finalização e entrega do trabalho ocorre em outubro de 2025 Nela será feita a diagramação final e a organização dos elementos prétextuais como capa sumário e resumo será verificado se as normas institucionais para entrega foram respeitadas o trabalho deve ser entregue dentro do prazo regulamentar e a apresentação pode ser requisitada para defesa ou exposição do projeto se necessário ORÇAMENTO Para a condução do trabalho acadêmico abordando a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 a 2023 apresentase um valor total estimado em torno de R 71000 que inclui materiais serviços e ferramentas necessárias para a inteira realização do projeto Inicialmente prevêse um gasto em torno de R 8000 com materiais de apoio tais como cadernos canetas marcatexto postits e pastas organizadoras Além disso ao considerar o uso intensivo de internet e energia elétrica nos meses de pesquisa análise e redação estimouse um custo proporcional de R 18000 ao longo de seis meses No que concerne as ferramentas de trabalho pode ser que se necessitem softwares específicos como Excel SPSS Zotero ou ainda ferramentas visuais como o Canva Pro o que poderá gerar uma despesa de aproximadamente R 12000 em licenças temporárias ou assinaturas Para a finalização do trabalho que inclui as impressões das cópias físicas e encadernação calculase um custo de R 6000 de acordo com os padrões exigidos para instituições acadêmicas Adicionalmente ressaltase que é recomendável a contratação de um serviço de revisão da gramática e da formatação de acordo com as normas exigidas como ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado de R 15000 Ainda sugerese que seja contratado serviço de revisão gramatical e de formatação conforme as normas exigidas como por exemplo ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado em R 15000 Movimentações eventuais a bibliotecas reuniões com orientadores ou visitas a instituições de apoio podem constituir custos suplementares de R 9000 com transporte Por fim está previsto investimento em backup e no armazenamento de arquivos por exemplo pela compra de pendrive ou assinatura de serviços em nuvem com maior capacidade estimandose o custo em R 3000 REFERÊNCIAS Albert S Martinelli K Zandonade E Neto E 2023 Mortalidade de mulheres em idade fértil no brasil de 2006 a 2019 causas e tendências Revista Brasileira De Estudos De População 40 116 Alves R Souza V Costa A Cardoso T Freitas V Nascimento D 2022 Mortalidade materna em tempos de pandemia de covid19 uma revisão integrativa Research Society and Development 114 e28711426942 httpsdoiorg1033448rsdv11i426942 Alves T Nunes R Sena L Alves F Souza A Salviano A Dias J 2021 Gestação de alto risco epidemiologia e cuidados uma revisão de literatura high risk pregnancy epidemiology and care a literature review Brazilian Journal of Health Review 44 1486014872 httpsdoiorg1034119bjhrv4n4040 Andrade M Bonifácio L Sanchez J OliveiraCiabati L Zaratini F Franzon A Vieira E 2022 Fatores associados à morbidade materna grave em ribeirão preto são paulo brasil estudo de corte transversal Cadernos De Saúde Pública 381 httpsdoiorg1015900102311x00021821 Assis B Santos C Barros S Lages D 2024 Padrões espaciais da mortalidade materna por abortamento no brasil 20142023 Revista Con016 2017 American Journal of Public Health 1119 16731681 httpsdoiorg102105ajph2021306375 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 BARROS A Silva I Câmara F Oliveira J Mineiro A Silva A Nogueira L 2024 Perfil socioepidemiológico da mortalidade materna no piauí em comparação com a região nordeste do brasil na última década associado ao impacto da pandemia da covid19 Revista Eletrônica Acervo Saúde 248 e16189 httpsdoiorg1025248rease161892024 Barros C Moraes A Souza L Barros I Rodrigues N Rodrigues N Saraty S 2022 Mortalidade materna por hemorragia pós parto revisão integrativa da literatura Research Society and Development 113 e31811325123 httpsdoiorg1033448rsdv11i325123 Barros S Lima A Cavalcante J Silva A Rodrigues D 2023 Análise comparada da mortalidade materna e seus determinantes distais no brasil e no méxico Saúde E Desenvolvimento Humano 112 httpsdoiorg1018316sdhv11i29507 Benigna M Nascimento W Martins J 2004 Prénatal no programa saúde da família psf com a palavra os enfermeiros Cogitare Enfermagem 92 httpsdoiorg105380cev9i21713 Bressan A Epaminondas D Queiroz R 2025 Mortalidade materna uma revisão integrativa sobre fatores de risco e estratégias de prevenção Revista Caderno Pedagógico 224 e14341 httpsdoiorg1054033cadpedv22n4220 Cameron L Suárez D Cornwell K 2019 Understanding the determinants of maternal mortality an observational study using the indonesian population census Plos One 146 e0217386 httpsdoiorg101371journalpone0217386 Carvalho A Bicalho F Fieni D Durão L Frigini G Ramos J Belizário M 2025 Estratégias para redução da mortalidade materna em partos de alto risco Revista Contemporânea 53 e7801 httpsdoiorg1056083rcv5n3107 Carvalho D and Meirinho D 2020 O quesito corraça desafios dos indicadores raciais de mortalidade materna como subsídio ao planejamento de políticas públicas em saúde Reciis 143 httpsdoiorg1029397reciisv14i31905 Carvalho I Mascarenhas M Rodrigues M Andrade J Nascimento F Penha J 2024 Impacto da pandemia da covid19 na razão de mortalidade materna brasileira tendência e distribuição espacial Revista Gaúcha De Enfermagem 45 httpsdoiorg10159019831447202420230299pt CastañedaOrjuela C Gaitan L DíazJiménez D Cotes Cantillo K Garfield R 2023 Maternal mortality in colombia during the covid19 pandemic time series and social inequities BMJ Open 134 e064960 httpsdoiorg101136bmjopen2022064960 Castro E Petzhold C Ferrari G Castro K Silva M Smolarek K Mozel T 2023 Perfil epidemiológico dos óbitos maternos por hemorraegia pósparto no estado do paraná no período de 2012 a 2021 Research Society and Development 1214 e85121444538 httpsdoiorg1033448rsdv12i1444538 Chola L Pillay Y Barron P Tugendhaft A Kerber K Hofman K 2015 Cost and impact of scaling up interventions to save lives of mothers and children taking south africa closer to mdgs 4 and 5 Global Health Action 81 27265 httpsdoiorg103402ghav827265 Costa I Campos P Santos S Morais J Carlos P Teixeira E Santos R 2024 Prevalência e fatores de risco para a préeclâmpsia em gestantes Studies in Health Sciences 53 e5966 httpsdoiorg1054022shsv5n3007 Costa L Rosa S Souto W Júnior H 2024 Cuidados de enfermagem voltados para a saúde materna de mulheres negras Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 104 16801694 httpsdoiorg1051891reasev10i413685 Costa R Lima T Moreira G Rollemberg C Ferreira I Prado C Leite R 2023 Hemorragia pósparto e a mortalidade materna perfil epidemiológico Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 910 6820 6833 httpsdoiorg1051891reasev9i1012132 Couto P França L Dib R Matos M Pereira S Silva G 2022 Perfil condições clínicas e ginecológicas de gestantes e mortalidade materna por eclâmpsia na região do alto sertão produtivo bahia Conjecturas 2215 11801200 httpsdoiorg1053660conj20032r64a Craft Blacksheare M and Kahn P 2022 Midwives and other perinatal health workers perceptions of the black maternal mortality crisis in the united states Journal of Midwifery Women S Health 681 6270 httpsdoiorg101111jmwh13433 Cunha G Pereira I Barbosa E Dantas A 2023 Perfil epidemiológico da mortalidade materna no estado do rio grande do norte no período de 2016 a 2020 Brazilian Journal of Health Review 62 66976716 httpsdoiorg1034119bjhrv6n2179 Deus F Limeira J Eduardo C Silva M Cunha A Vianna T Vieira N 2022 A importância da atuação do enfermeiro nas unidades básicas de saúde e seu impacto na redução da mortalidade materna Research Society and Development 1113 e365111335504 httpsdoiorg1033448rsdv11i1335504 Dias J Cury G Júnior A 2016 Mortality study of mother in high region jequitinhonha minas gerais Revista Médica De Minas Gerais 261 httpsdoiorg1059352238318220160078 Domingues R Rodrigues A Dias M Saraceni V Francisco R Pinheiro R Coeli C 2024 Painel de vigilância da saúde materna uma ferramenta para ampliação da vigilância epidemiológica da saúde das mulheres e seus determinantes Revista Brasileira De Epidemiologia 27 httpsdoiorg10159019805497202400092 FERREIRA L Roos M FERREIRA C Backes D MARTELLI G Costenaro R 2023 Prevenção da mortalidade materna fetal e infantil oficina de instrumentalização profissional httpsdoiorg1048195fnmdpe202326789 Figueira S Almeida V Rêgo N Souza P Costa A Cardoso F Freitas J 2023 Mortalidade materna no estado do pará principais causas no período de 2017 a 2020 Revista Eletrônica Acervo Saúde 238 e13392 httpsdoiorg1025248rease133922023 Frutuoso L Barros C Silva É Sette G Lima A 2019 Mortalidade materna em pernambuco delineando o perfil epidemiológico 20092013 Enfermagem Brasil 184 510517 httpsdoiorg1033233ebv18i42574 Galiza K Soares A Silva I Moura C Silva F 2023 Panorama da mortalidade materna na região nordeste do brasil principais causas mortis 191198 httpsdoiorg10293275206859221 Gama S Bittencourt S Filha M Takemoto M Lansky S Frias P Leal M 2024 Mortalidade materna protocolo de um estudo integrado à pesquisa nascer no brasil ii Cadernos De Saúde Pública 404 httpsdoiorg1015900102311xpt107723 Gomes L Júnior C Sousa L Carvalho L Carvalho J Amorim V Santos A 2024 Efeitos da pandemia de covid19 na saúde mental da população uma revisão integrativa Brazilian Journal of Health Review 72 e68650 httpsdoiorg1034119bjhrv7n2284 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hill A Pallitto C McCleary Sills J Garcia Moreno C 2016 A systematic review and meta analysis of intimate partner violence during pregnancy and selected birth outcomes International Journal of Gynecology Obstetrics 1333 269 276 httpsdoiorg101016jijgo201510023 Howell E and Zeitlin J 2017 Improving hospital quality to reduce disparities in severe maternal morbidity and mortality Seminars in Perinatology 415 266272 httpsdoiorg101053jsemperi201704002 Jesus L Teixeira L Neto K Thompson V 2023 A mortalidade materna um levantamento de dados a nível municipal e estadual no período de 2009 a 2019 13 httpsdoiorg1029327124447416116 Lins G Filho M Rocha V Amaral M Afonso S Nobre M Fachin L 2024 Mortalidade materna no nordeste do brasil uma análise de 20202022 Brazilian Journal of Health Review 72 e68845 httpsdoiorg1034119bjhrv7n2351 MacDorman M Thoma M Declcerq E Howell E 2021 Racial and ethnic disparities in maternal mortality in the united states using enhanced vital records 2016 2017 American Journal of Public Health 1119 16731681 httpsdoiorg102105ajph2021306375 Martins A 2016 Near miss e mulheres negras Saúde E Sociedade 253 573 588 httpsdoiorg101590s0104129020162621 Matos D Amorim H Zattar A Pelegrini J Anese D Cabral K Migliorin L 2024 Panorama epidemiológico da hemorragia pósparto no brasil tendências desafios e intervenções Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences 63 302311 httpsdoiorg1036557267481692024v6n3p302311 Medeiros L Souza M Lopes G 2023 Características clínicas e fatores de risco para a mortalidade materna uma revisão integrativa Revista Contemporânea 312 2952729544 httpsdoiorg1056083rcv3n12240 Motta C and Moreira M 2021 O brasil cumprirá o ods 31 da agenda 2030 uma análise sobre a mortalidade materna de 1996 a 2018 Ciência Saúde Coletiva 2610 43974409 httpsdoiorg101590141381232021261010752021 MOURA E Santos R DESIR E Souza J Sales J Teixeira N Franco S 2023 Índices de mortalidade materna entre os anos de 2016 a 2020 a partir da pandemia por covid19 na região norte do brasil Research Society and Development 1214 e107121444482 httpsdoiorg1033448rsdv12i1444482 Oliveira H Oliveira C Silva V Canuto I Costa H Lira M Bonfim C 2023 Mortalidade materna e a pandemia da covid19 no recife pernambuco brasil Cadernos De Estudos Sociais 371 httpsdoiorg1033148cesv37n120222117 Oliveira I Maranhão T Sousa G Silva T Rocha M Frota M Pereira M 2023 Mortalidade materna no nordeste do brasil 20092019 distribuição espacial tendência e fatores associados Epidemiologia E Serviços De Saúde 323 httpsdoiorg101590s223796222023000300009pt Ouédraogo A Ouédraogo H Baguiya A Millogo T Somé A Kouanda S 2016 A casecontrol study of risk factors for maternal mortality in burkina faso in 2014 International Journal of Gynecology Obstetrics 135S1 httpsdoiorg101016jijgo201608015 Pamplona M Damasceno R Cattaneo S Holanda J Coelho N Alonso T Rezende M 2023 Perfil da mortalidade materna no sudeste brasileiro Brazilian Journal of Health Review 63 94399448 httpsdoiorg1034119bjhrv6n3083 Pazos J Castro J Moysés R Lopes F Ferreira B 2023 A evolução da mortalidade materna e o impacto da covid19 na região norte do brasil uma análise de 2012 a 2021 Saúde E Pesquisa 162 118 httpsdoiorg10177652176 92062023v16n2e11707 Penha J Silva F Alencar A Ventura A Albuquerque M Santos T Barros Z 2023 Razão de mortalidade materna no nordeste brasileiro de 2010 a 2019 212221 httpsdoiorg10293275206859223 Petersen E Davis N Goodman D Cox S Syverson C Seed K Barfield W 2019 Racialethnic disparities in pregnancyrelated deaths united states 20072016 MMWR Morbidity and Mortality Weekly Report 6835 762765 httpsdoiorg1015585mmwrmm6835a3 Rodrigues M Vieira F VasconcellosSilva P 2021 Análise das recomendações das comissões regionais de mortalidade materna para os casos de óbitos por aborto provocado no município do rio de janeiro brasil Cadernos De Saúde Pública 376 httpsdoiorg1015900102311x00215020 Saluja B and Bryant Z 2021 How implicit bias contributes to racial disparities in maternal morbidity and mortality in the united states Journal of Women S Health 302 270273 httpsdoiorg101089jwh20208874 Sampaio M Queiroz L Santos M Lemos T Freire G Rodrigues R Tette L 2022 Mortalidade materna no estado de minas gerais entre os anos de 2017 e 2019 uma análise de dados Studies in Health Sciences 33 15541574 httpsdoiorg1054022shsv3n3022 Santos B Carvalho G Bueno T Farnese G Pires K Santos B Brito P 2023 Mortalidade materna entre adolescentes no brasil um problema de saúde pública Revista Eletrônica Acervo Saúde 235 e12257 httpsdoiorg1025248rease122572023 Santos E Caetano L Silva A Metzker I Silva D Santos E Damasceno A 2024 Fatores de risco associados à mortalidade de gestantes e puérperas com sarscov2 durante a pandemia da covid19 Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences 611 22732290 httpsdoiorg10365572674 81692024v6n11p22732290 Santos L Nascimento V Rocha F Silva E 2021 Estudo da mortalidade materna no nordeste brasileiro de 2009 a 2018 Revista Eletrônica Acervo Saúde 132 e5858 httpsdoiorg1025248rease58582021 Shao M Fan J Huang Z Chen M 2022 The impact of information and communication technologies icts on health outcomes a mediating effect analysis based on cross national panel data Journal of Environmental and Public Health 20221 httpsdoiorg10115520222225723 Silva B Lima N Silva S Antúnez S Seerig L RestrepoMéndez M Wehrmeister F 2016 Mortalidade materna no brasil no período de 2001 a 2012 tendência temporal e diferenças regionais Revista Brasileira De Epidemiologia 193 484493 httpsdoiorg10159019805497201600030002 Silva H Pereira A Andrade S 2019 Mortalidade materna por causas obstétricas no estado da paraíba Revista De Ciências Da Saúde Nova Esperança 172 2633 httpsdoiorg1017695revnevol17n2p2633 Silva M Pereira F Dantas A Souza A Quental O Moreira J 2024 A importância do prénatal na saúde da gestante e do bebê Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 1011 78947905 httpsdoiorg1051891reasev10i1117106 Silva M Silva A Santos P Diniz M 2024 A mortalidade materna no maranhão no contexto da pandemia de covid19 rsc 71 13211332 httpsdoiorg1061411rsc202429817 Silva T Brandão P Caetano O 2022 Mortalidade materna no estado do rio de janeiro um perfil epidemiológico Revista De Saúde 132 6671 httpsdoiorg1021727rsv13i22900 Singh G and Lee H 2020 Trends and racialethnic socioeconomic and geographic disparities in maternal mortality from indirect obstetric causes in the united states 19992017 International Journal of Maternal and Child Health and Aids Ijma 10 4354 httpsdoiorg1021106ijma448 Souza A and Amorim M 2021 Maternal mortality by covid19 in brazil Revista Brasileira De Saúde Materno Infantil 21suppl 1 253256 httpsdoiorg10159018069304202100s100014 Souza D Silva S Duarte I Fernandes Á Barreto F Andrade F 2022 Associação da adesão das regiões do brasil à rede cegonha com a mortalidade materna e outros indicadores de saúde Revista Ciência Plural 82 116 httpsdoiorg1021680244672862022v8n2id26632 Souza J 2013 Mortalidade materna e desenvolvimento a transição obstétrica no brasil Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3512 533535 httpsdoiorg101590s010072032013001200001 Souza J 2015 A mortalidade materna e os novos objetivos de desenvolvimento sustentável 20162030 Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3712 549551 httpsdoiorg101590so100 720320150005526 Teles I 2023 Características e impactos das políticas públicas de atenção à saúde materna no brasil nos últimos 20 anos Îandé Ciências E Humanidades 71 6473 httpsdoiorg1036942iandev7i1693 Toluhi A Richardson M Julian Z Sinkey R Knight C Budhwani H Turan J 2023 Contribution of health care practitioner and maternity services factors to racial disparities in alabama Obstetrics and Gynecology 1424 873 885 httpsdoiorg101097aog0000000000005326 Vega C 2018 Desafios na redução da mortalidade materna no município de são paulo Revista De Medicina 972 235 httpsdoiorg1011606issn1679 9836v97i2p235243 Yego F DEste C Byles J Williams J Nyongesa P 2014 Risk factors for maternal mortality in a tertiary hospital in kenya a case control study BMC Pregnancy and Childbirth 141 httpsdoiorg101186147123931438 INTRODUÇÃO A mortalidade materna se refere ao falecimento de uma mulher no período da gravidez ou até 42 dias após o fechamento da gravidez independentemente da duração ou do local da gravidez em consequência de complicações que ocorreram esta condição ou que surgiram da gestão de intervenções no entanto não inclui causas acidentais ou incidentais Silva et al 2022 Esse indicador é amplamente utilizado como um indicador de saúde pública refletindo no estado das condições da assistência obstétrica e a qualidade dos serviços de saúde disponível para as mulheres em idade fértil Barros et al 2023 A prevalência da mortalidade materna é composta por muitas causas sendo a hemorragia pósparto uma das mais perigosas respondendo pela maioria desses óbitos no mundo Barros et al 2022 Matos et al 2024 Castro et al 2023 A importância do tema da mortalidade materna se torna inegável para a saúde pública pois este é um indicador relevante do nível de desenvolvimento de um país especialmente nos países em desenvolvimento e a mortalidade materna está intimamente relacionada aos aspectos de eqüidade e acesso aos serviços de saúde Barros et al 2023 O fortalecimento da assistência prénatal e do planejamento familiar é vital para a diminuição das taxas de mortalidade essa que está reforçada mundialmente por iniciativas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS sendo o ODS 31 o que diz que até 2030 a mortalidade materna mundial não deve ultrapassar 70 óbitos para cada 100000 nascidos vivos Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 Sobre os dados a magnitude do problema da mortalidade materna é chocante tanto no contexto global quanto nacional Globalmente a razão de mortalidade materna é de aproximadamente 210 mortes para cada 100000 nascidos vivos mostrando como a segurança das mulheres no momento do parto é uma preocupação enorme Barros et al 2022 No Brasil os índices demonstram uma situação crítica com altas taxas registradas especialmente nos estados Bahia Maranhão e Piauí sendo que os fatores socioeconômicos e a dificuldade de acesso aos serviços adequados em saúde contribui para complicações graves incluindo o aborto inseguro Assis et al 2024 Rodrigues et al 2021 Esses dados denotam profundas disparidades regionais que desencadeiam um impacto negativo na saúde materna As lacunas regionais no Brasil proporcionam uma janela de desigualdade no que diz respeito ao acesso e qualidade dos cuidados que atingem mais severamente as mulheres As mulheres de classes socioeconômicas baixas e aquelas que habitam em regiões bairristas correm um risco muito maior de morte materna Rodrigues et al 2021 Costa et al 2024 Falta de acesso à informação a adequação do serviço de saúde e a presença de condições desfavoráveis são fatores centrais que fundamentam essa discrepância Castro et al 2023 O engajamento com a meta de redução da mortalidade materna até 2030 segundo os ODS requer ações múltiplas e integradas que envolvam melhorias no sistema de saúde educação em saúde reprodutiva e políticas para endereçar desigualdades sociais existentes Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 As vulnerabilidades sociais nas regiões Norte e Nordeste são caracterizadas por altos índices de pobreza e desigualdade social portanto apresenta baixos índices na qualidade do prénatal e da infraestrutura hospitalar de saúde disponível locais Para Motta e Moreira 2021 a estagnação das taxas de mortalidade materna está relacionada a condições sociais desfavoráveis e a inexistência do sistema para atender à assistência a essas populações São gritantes as desigualdades quanto ao acesso a cuidados de saúde de qualidade com dados demonstrando que a cobertura nesta área de saúde é sensivelmente mais baixa nesta região Silva et al 2024 Além disso a informalidade do trabalho e o alto percentual de analfabetismo entre as mulheres influenciam na falta de informação sobre saúde e no acompanhamento adequado da saúde das mulheres durante a gestação Carvalho e Meirinho 2020 Sob outro aspecto a taxa de mortalidade materna é caracterizada pelo nível de renda das mulheres Um estudo realizado por Silva et al 2024 esclarece que a mortalidade materna é acentuada em comunidades onde a acessibilidade a recursos financeiros é restrita Isso significa que em regiões mais pobres como o Nordeste mulheres são frequentemente aquelas que mais sofrem pela inacessibilidade de assistência ao parto e à gestação O trabalho informal e a falta de políticas de proteção financeira à maternidade tornam a situação ainda mais crítica em tempos de crise como demonstrado por Pamplona et al 2023 As vulnerabilidades estruturais também têm um papel importante a desempenhar A escassez de centros de saúde equipados e infraestrutura básica para a assistência à saúde representa um grande problema especialmente nas áreas rurais dessas regiões Santos et al 2021 As discrepâncias entre as Regiões são em grande parte responsáveis por essas dificuldades no acesso aos atendimentos de saúde necessários incluindo o prénatal que é apontado como um ótimo fator na redução da mortalidade materna Silva et al 2024 Souza et al 2022 A pesquisa de Ferreira et al 2023 ressalta que a desarticulação entre os serviços de saúde e a população resulta em uma alta mortalidade materna sugerindo que deve haver um cuidadoso planejamento e influência das políticas públicas para abordar estas questões Estudos mostram que a faixa etária é um fator básico cujos resultados indicam que as adolescentes de 15 e 19 anos têm indicadores de mortalidade materna que são altos comumente associados a complicações hipertensivas e ao parto Albert et al 2023 Uma análise epidemiológica realizada em Pernambuco indicou que 418 dos óbitos maternos ocorreram nesta faixa etária o que representa uma tendência negativa que pode explicar as deficiências na atenção à saúde Frutuoso et al 2019 Por outro lado algumas regiões do Brasil relataram taxas de mortalidade para mulheres de 30 a 39 anos confronto de dados em relação ao esperado visto que deveria ser uma faixa etária com menores riscos Frutuoso et al 2019 A raçacor comprovouse um dos fatores essenciais das desigualdades da mortalidade maternal Evidências na literatura têm mostrado que a mortalidade materna é muito mais alta em mulheres negras e do que em mulheres brancas representando desigualdades raciais nas políticas de saúde e nos cuidados obstétricos Howell e Zeitlin 2017 Saluja e Bryant 2021 MacDorman et al 2021 Nas disparidades raciais na mortalidade materna são crônicas nos Estados Unidos por exemplo as taxas de mortalidade materna em negras têm em média 25 a 4 vezes mais que nas mulheres brancas MacDorman et al 2021Essas desigualdades estão frequentemente ligadas a fatores sistêmicos como preconceitos implícitos na prestação de cuidados e diferenças na qualidade do atendimento hospitalar Saluja e Bryant 2021 Toluhi et al 2023 Além disso uma revisão de estudos mostrou que a maior parte das mortes associadas à gravidez podem ser preveníveis com intervenções adequadas e com a melhoria da qualidade dos serviços de saúde Howell e Zeitlin 2017 Petersen et al 2019 A falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade principalmente nas comunidades marginalizadas leva a uma mortalidade materna desproporcionalmente alta Estudos mostram que na maioria das vezes as mortes podem ser prevenidas e estão relacionadas com um sistema de saúde que não é capaz de atender adequadamente as populações mais vulneráveis Petersen et al 2019 Singh e Lee 2020 A análise da mortalidade materna aponta uma necessidade de previsões na literatura e na atuação de políticas públicas mostrando a importância de pesquisas mais aprofundadas Estudos indicam que a mortalidade materna não caiu na mesma proporção em todas as regiões e entre todos os grupos sociais demonstrando as desigualdades sociais profundas que afetam o estado de saúde das mulheres Por exemplo a falta de acesso aos contraceptivos é um importante fator de risco para a mortalidade materna uma vez que o uso de métodos contraceptivos resulta em uma significativa redução na mortalidade materna Yego et al 2014 Ademais a implementação de políticas monetárias destinadas a amenizar as barreiras econômicas demonstraram seu impacto positivo especialmente em comunidades mais vulneráveis a exemplo de Burkina Faso onde a mortalidade materna caiu após a eliminação destas barreiras Ouédraogo et al 2016 Compreender os determinantes sociais da saúde pode ser uma chave para o problema acima Muitas pesquisas indicam que a educação feminina o status econômico e o acesso à saúde entre outros fatores são preditores robustos em relação à mortalidade materna Cameron et al 2019 Em situações de desigualdade algumas intervenções não têm sido capazes de atingir os desconfortos mais tratados ao contrário elas têm permanecido a disparidade existente Para exemplificar constatouse que o aumento da cobertura das intervenções não basta para reduzir mortalidade materna enquanto os determinantes sociais e culturais que impactam nas intervenções não forem levadas em consideração Chola et al 2015 A intersecção educação empoderamento feminino e desigualdades regionais evidencia que as mães da área urbana tendem a ter resultados de saúde melhores em relação às mães da zona rural onde o acesso a cuidados médicos e informações é frequentemente restringido Shao et al 2022 Além disso a necessidade de uma abordagem holística que leve em consideração não apenas os fatores clínicos mas também os sociais é amplamente reconhecida Vários estudos evidenciam que entre as comunidades de mulheres negras dos Estados Unidos a discriminação institucional e a exclusão social contribuem para agravar os riscos à saúde materna sendo que a dificuldade de acesso ao cuidado de saúde leva ao seu turno a taxas mais altas de mortalidade CraftBlacksheare e Kahn 2022 Também observouse que a violência contra a mulher e outros fatores interligados têm um impacto direto sobre a saúde materna provocando uma situação onde intervenções multifacetadas são necessárias Hill et al 2016 OBJETIVO Descrever a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 REFERENCIAL TEÓRICA Conceito de mortalidade materna Para a Organização Mundial da Saúde OMS mortalidade materna é a morte de uma mulher durante a gestação durante o parto ou até 42 dias após o fim da gravidez em razão de causas relacionadas ou agravadas pela gravidez mas não devido a causas externas Barros et al 2023 Deus et al 2022 Tratase de um fenômeno grave de saúde pública que expressa a qualidade do sistema de saúde de um país bem como a equidade de acesso a cuidados médicos apropriados durante a gestação e o parto Pamplona et al 2023 Domingues et al 2024 Diversos fatores estão implicados na mortalidade materna entre os quais se podem ressaltar as doenças hipertensivas hemorragias e complicações no trabalho de parto Albert et al 2023 Estudo demonstram que as doenças hipertensivas como préeclampsia e eclampsia estão entre as causas diretas mais relevantes para mortes maternas especialmente em países em desenvolvimento tal como se verifica no Brasil onde por exemplo essas são as causas diretas mais prevalentes em regiões como o Nordeste Figueira et al 2023 Cunha et al 2023 Pesquisas enfatizam que ainda persiste uma elevada taxa de mortalidade materna muitas vezes relacionada a desigualdades sociais e à dificuldade de acesso a cuidados de saúde de qualidade Silva et al 2016 Souza 2015 Ademais a idade materna é um fator que influencia o nível de mortalidade materna com as mulheres acima de 35 anos apresentando taxas elevadas Silva et al 2024 O acesso ao cuidado prénatal é fundamental uma vez que a ausência de acompanhamento pode ocasionar complicações não detectadas e que pioram durante o parto ou no puerpério Deus et al 2022 Souza 2015 A literatura aponta para a relevância da educação em saúde e a importância dos determinantes sociais como condições de vida e econômicas para que sejam reduzidos os índices de mortalidade materna Couto et al 2022 Ferreira et al 2023 Causas da mortalidade materna A mortalidade materna é um dos mais graves problemas de saúde pública do Brasil provocada por diferentes causas as quais podem ser diretas ou indiretas de acordo com a definição da Classificação Internacional de Doenças CID As causas diretas são aquelas complicações obstétricas que ocorrem durante a gestação o parto ou no puerpério e as causas indiretas se referem a alguma condição preexistente que se exacerba durante a gestação A hipertensão arterial e a hemorragia têm sido algumas das causas mais prevalentes entre as mortalidades maternas com a hipertensão correspondente a 225 dos óbitos de acordo com o Comitê de Mortalidade Materna de São Paulo Vega 2018 Estudos têm mostrado que a dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade e a assistência deficitária são fatores determinantes na alta taxa de mortalidade materna A qualidade da assistência no prénatal assim como o acesso oportuno à assistência obstétrica de emergência são essenciais Cerca de 90 das causas de mortes maternas são consideradas evitáveis uma vez que a assistência médica pode evitar a maioria das mortes Benigna et al 2004 A análise de Gama et al Gama et al 2024 mostrou que as características demográficas das mulheres como idade cor da pele e escolaridade influenciam nas taxas de mortalidade revelando a necessidade de uma assistência à saúde mais integrada Além disso a frequente realização de cesarianas sem indicação clínica tem sido uma contribuição importante para o aumento do risco de mortalidade materna Para Dias et al 2016 o excesso de realização deste procedimento cesárea em populações sem indício médico geralmente impõe aumento de 20 no risco de mortalidade materna Portanto a ausência de protocolos claros e a necessidade de serviços de saúde compatíveis com as condições locais são necessárias para enfrentar a mortalidade materna Pesquisas recentes também merecem destaque quanto ao papel das condições socioeconômicas uma vez que esses elementos têm sido um dos determinantes que têm representado as desigualdades na mortalidade materna Taxas significativamente mais elevadas de mortalidade são observadas em mulheres de baixa renda e em mulheres que não têm acesso a serviços de saúde de qualidade conforme demonstrado por Martins 2016 e Barreto et al 2018 que afirmam ainda que políticas de saúde efetivas devem considerar as condições sociais das mulheres Panorama da mortalidade materna no Brasil A mortalidade materna no Brasil constitui um significativo problema de saúde pública refletindo não só a qualidade dos serviços de saúde como também as desigualdades sociais e econômicas que existem no país A taxa de mortalidade materna no Brasil não apresenta uma trajetória de redução satisfatória ao longo dos anos permanecendo relativamente inalterada em torno de 600 por 100000 nascidos vivos no intervalo entre 2010 e 2018 um valor bem acima da meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM de alcançarem uma razão de mortalidade materna 360 por 100000 nascidos vivos até 2015 Motta e Moreira 2021 Leal et al 2022 Desde 2020 a situação se agravou com a chegada da pandemia de COVID19 que intensificou os riscos relacionados à gravidez e ao parto Estudos têm demonstrado que as mortes maternas no Brasil durante a pandemia foram 34 vezes mais altas que a média mundial atingindo uma proporção de mortalidade materna de 127 associada ao COVID19 Pazos et al 2023 Monteiro et al 2021 A pandemia intensificou desigualdades já existentes e afetou de forma desproporcional as mulheres negras e a população com maior dificuldade no acesso aos cuidados de saúde adequados Guimarães et al 2023Martins 2006 A mortalidade desproporcionalmente alta entre as mulheres negras evidencia a interseccionalidade dos fatores sociais que afetam a saúde maternoinfantil no Brasil Guimarães et al 2023 Além disso as causas diretas complicações obstétricas são uma das principais causas das mortes maternas entre elas hemorragias hipertensão e infecções Rudge et al 2011 Morse et al 2011 Entretanto existe um componente considerável de causas indiretas sendo elas parte crescente das mortalidades que são causadas por condições subjacentes bem como o acesso desigual aos serviços de saúde Cirelli et al 2018 CarvalhoSauer et al 2021 O aprimoramento da qualidade do atendimento obstétrico e do acesso a práticas de saúde adequadas ex acompanhamento prénatal e educacional são interdependentes e essenciais para a redução da mortalidade Silva et al 2016 Souza et al 2010 Ademais o aborto inseguro ainda representa uma preocupação utilizada como relevante responsável por cerca de 5 das mortes maternas cujo contexto de sua ilegalidade no Brasil agrava os riscos para as mulheres que buscam a interrupção da gravidez em condições inadequadas Martins et al 2017 Domingos e Merighi 2010 Especificidades da Região Nordeste A mortalidade materna na região do Nordeste do Brasil é um fenômeno complexo e com múltiplas determinações retratando desigualdades sociais econômicas e no acesso aos serviços de saúde Historicamente a região Nordeste sempre apresentou índices de mortalidade materna elevados principalmente em função de variáveis como baixa escolaridade condições socioeconômicas adversas e escasso acesso aos cuidados em saúde adequados Lins et al 2024 Oliveira et al 2023 As pesquisas indicam que a hemorragia pósparto HPP é um dos principais componentes da mortalidade materna no Brasil sendo o impacto ainda mais evidente na região Nordeste Com efeito essa região mesmo tendo uma média superior em internação apresenta altos índices de mortalidade em decorrência da HPP o que evidencia a necessidade de melhorias na qualidade do cuidado prénatal e no manejo obstétrico Penha et al 2023 Costa et al 2023 A pandemia da COVID19 impactou tais condições de maneira negativa puffando a razão de mortalidade materna que reflete as vulnerabilidades enfrentadas pelas mulheres ao longo da gestação Galiza et al 2023 Carvalho et al 2024 As condições de saúde bucal o acesso a serviços de saúde e a presença de comorbidades como doenças crônicas são fatores significativos na mortalidade materna Em especial as mulheres com hipertensão diabetes e com baixo nível de escolaridade apresentam um maior risco de complicações na gestação Santos et al 2024 Silva et al 2019 Análises de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM demonstram que uma quantidade considerável de óbitos maternos poderia ser evitada com intervenções adequadas e que atendessem rapidamente às complicações Costa et al 2023 Costa et al 2024 Além disso a mortalidade materna entre adolescentes tem se tornado uma preocupação crescente devido às altas taxas da região apontando a falta de acesso aos cuidados de saúde adequados incluindo o prénatal Carvalho et al 2025 Os fatores socioeconômicos como a pobreza e a presença do racismo estrutural acentuam ainda mais o quadro de desigualdade Um estudo no estado do Piauí comparando dados da última década demonstrou a manutenção do elevado índice de mortalidade materna que requer intervenções específicas para a população jovem Santos et al 2023 Barros et al 2024 Avanços e retrocessos entre 2014 e 2023 Uma das iniciativas mais significativas foi o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher PAISM cuja finalidade desde o seu início foi promover a integração entre os cuidados prénatais e pósnatais aperfeiçoando o acompanhamento das gestantes sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade social O programa Rede Cegonha é um exemplo dessa continuidade e procura assegurar para a mulher um atendimento que atenda os princípios do atendimento humanizado e acolhedor em todo o ciclo gravídicopuerperal Teles 2023 Contudo mesmo com essa continuidade a mortalidade materna ainda permanece elevada exercendo suas maiores taxas no Nordeste onde características demográficas da mulher ex escolaridade e situação conjugal ainda antagonizam índices favoráveis Santos et al 2021 A identificação e o monitoramento das mortes maternas dependem fundamentalmente de dados consistentes e bem registrados robustos Estudos demonstram que a subnotificação e a falta de informação sobre esses registros dificultam a compreensão da real magnitude do problema Dias et al 2016 Sampaio et al 2022 Os comitês de mortalidade materna conforme proposto pela OMS são necessários para uma nova análise das causas e contextos que envolvem a morte materna reunião dos dados permitindo com que essas análises possam direcionar intervenções para que essa mortalidade algum dia possa ser reduzida Dias et al 2016 Figueira et al 2023 Ainda mais a relação entre a mortalidade materna e indicadores de desenvolvimento humano como a renda e a educação tem sido discutida de maneira abrangente Evidências mostram que a melhora nos indicadores socioeconômicos está relacionada ao decréscimo da mortalidade materna e assim observase que ações intersetoriais são necessárias além do setor saúde Barros et al 2023 Jesus et al 2023 Políticas como o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal atendem as necessidades de saúde das mulheres na medida em que vão além deste setor e tratam dos determinantes sociais de forma ampla Teles 2023 Motta e Moreira 2021 Porém a qualidade do atendimento no prénatal parto e pósparto ainda é uma prioridade no debate Estudos enfatizam a importância de um sistema de saúde que além de fornecer acesso forneça qualidade no atendimento através da capacitação de profissionais de saúde e do fomento da participação comunitária Sampaio et al 2022 Andrade et al 2022 A atenção multiprofissional é também reconhecida como um importante fator na melhoria dos resultados na mortalidade materna especialmente nas áreas com maior dificuldade em saúde pública Figueira et al 2023 Barreto et al 2018 Consequências da pandemia de COVID19 sobre os indicadores de mortalidade materna A pandemia de COVID19 exerceu um impacto pesado na mortalidade materna em várias áreas do Brasil tornando mais precária essa já preocupante condição do ponto de vista da saúde pública O exame dos indicadores de mortalidade materna ao longo deste tempo permite concluir que os fatores da pandemia incluindo a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e as complicações com o vírus foram os principais responsáveis pelo aumento das taxas de mortes de mulheres com gestações terminadas em óbitos Um estudo de caso investigou a mortalidade materna na Região Norte do Brasil entre 2012 e 2021 evidenciando aumento no nº de mortes no horizonte da pandemia com variações acentuadas entre os estados Pazos et al 2023 Estudo análogo focando o estado do Paraná diagnosticou que as gestantes eram mais vulneráveis a complicações por COVID19 e as existências de mortes aumentaram consideravelmente Hammoud et al 2023 Também a pandemia causou um incremento de 133 nos óbitos maternos obstétricos indiretos em 2020 em comparação com 2019 atribuídos a fatores como o medo da infecção a deterioração do atendimento médico hospitalar e dificuldade de acesso ao método contraceptivo Moura et al 2023 A vacinação ainda que tenha sido reconhecida como uma forma segura de proteger as gestantes ainda teve resistência e obstáculos à adesão o que teve um efeito prejudicial na saúde das mães durante a pandemia Pazos et al 2023 Em um estudo que revisou os relatos de mortalidade materna durante a pandemia 1319 das mortes foram atribuídas diretamente ao COVID19 o que mostra o impacto drástico do curso da doença nas estatísticas da mortalidade materna Alves et al 2022 Esse efeito foi ainda mais forte entre as populações em situação de vulnerabilidade onde as condições sociais e econômicas já adversas foram pioradas pela pandemia levando a uma maior taxa de complicações e mortalidade materna CastañedaOrjuela et al 2023 Um relato específico de Recife Pernambuco apontou que a infecção por coronavírus se tornou a primeira causa básica do óbito materno com taxas de mortalidade acumuladas significativas durante os primeiros semestres do ano 2020 Oliveira et al 2023 Essa tendência foi atribuída às mudanças nas causas de mortalidade materna devido à infecção direta do coronavírus e também indiretamente em decorrência da interrupção dos serviços de saúde essenciais Oliveira et al 2023 Além dos aumentos diretos na mortalidade a pandemia também trouxe implicações indiretas como o aumento da ansiedade e da depressão entre gestantes devido ao isolamento social e à incerteza Souza e Amorim 2021 Gomes et al 2024 Isso destaca a importância de políticas de saúde pública que considerem não apenas a prevenção da infecção mas também a saúde mental das mulheres em período de gestação CRONOGRAMA O plano para o desenvolvimento do trabalho acerca da mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 tem início em maio de 2025 com a etapa de planejamento e levantamento do referencial teórico Neste mês serão realizadas as atividades refinamento da pergunta de pesquisa e dos objetivos levantamento e revisão da literatura científica artigos teses e relatórios definição do recorte geotemporal com base nos dados disponíveis e identificação e seleção das principais bases de dados como SIM SINASC DATASUS e IBGE Em junho de 2025 ocorrerá a etapa de coleta de dados com o acesso às plataformas oficiais citadas download dos dados brutos referente à mortalidade materna entre 2014 e 2023 na Região Nordeste organização dos dados em planilhas Excel SPSS ou R além da limpeza e padronização pra se maior qualidade da base de dados O mês de julho de 2025 será dedicado à análise de dados com cálculos de indicadores da mortalidade materna por estado e por ano análises estatísticas descritivas médias proporções e tendências cruzamentos dos dados com variáveis como idade corraça escolaridade e local de residência e recortes mais específicos como faixa etária nível socioeconômico e zonas urbanas e rurais Em agosto de 2025 começarseá a discussão dos resultados e a redação em parte do trabalho Serão redigidos os resultados com a ajuda de gráficos e tabelas e discussão dos dados deste achado com base na literatura previamente revisada também será objeto de destaque a identificação padrões regionais tendências e os fatores determinantes assim como serão apresentadas as hipóteses explicativas a partir das análises efetuadas Durante setembro de 2025 será dada continuidade com foco na conclusão e revisão do texto Serão redigidas a introdução conclusão e considerações finais e verificada a coesão e coerência revisão das citações e referências do modelo exigido como ABNT ou outro solicitado parecer de colegas e caso necessário do orientadora e realizados os ajustes a partir do feedback recebido A etapa de finalização e entrega do trabalho ocorre em outubro de 2025 Nela será feita a diagramação final e a organização dos elementos prétextuais como capa sumário e resumo será verificado se as normas institucionais para entrega foram respeitadas o trabalho deve ser entregue dentro do prazo regulamentar e a apresentação pode ser requisitada para defesa ou exposição do projeto se necessário ORÇAMENTO Para a condução do trabalho acadêmico abordando a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 a 2023 apresentase um valor total estimado em torno de R 71000 que inclui materiais serviços e ferramentas necessárias para a inteira realização do projeto Inicialmente prevêse um gasto em torno de R 8000 com materiais de apoio tais como cadernos canetas marcatexto postits e pastas organizadoras Além disso ao considerar o uso intensivo de internet e energia elétrica nos meses de pesquisa análise e redação estimouse um custo proporcional de R 18000 ao longo de seis meses No que concerne as ferramentas de trabalho pode ser que se necessitem softwares específicos como Excel SPSS Zotero ou ainda ferramentas visuais como o Canva Pro o que poderá gerar uma despesa de aproximadamente R 12000 em licenças temporárias ou assinaturas Para a finalização do trabalho que inclui as impressões das cópias físicas e encadernação calculase um custo de R 6000 de acordo com os padrões exigidos para instituições acadêmicas Adicionalmente ressaltase que é recomendável a contratação de um serviço de revisão da gramática e da formatação de acordo com as normas exigidas como ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado de R 15000 Ainda sugerese que seja contratado serviço de revisão gramatical e de formatação conforme as normas exigidas como por exemplo ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado em R 15000 Movimentações eventuais a bibliotecas reuniões com orientadores ou visitas a instituições de apoio podem constituir custos suplementares de R 9000 com transporte Por fim está previsto investimento em backup e no armazenamento de arquivos por exemplo pela compra de pendrive ou assinatura de serviços em nuvem com maior capacidade estimandose o custo em R 3000 REFERÊNCIAS Albert S Martinelli K Zandonade E Neto E 2023 Mortalidade de mulheres em idade fértil no brasil de 2006 a 2019 causas e tendências Revista Brasileira De Estudos De População 40 116 Alves R Souza V Costa A Cardoso T Freitas V Nascimento D 2022 Mortalidade materna em tempos de pandemia de covid19 uma revisão integrativa Research Society and Development 114 e28711426942 httpsdoiorg1033448rsdv11i426942 Alves T Nunes R Sena L Alves F Souza A Salviano A Dias J 2021 Gestação de alto risco epidemiologia e cuidados uma revisão de literatura high risk pregnancy epidemiology and care a literature review Brazilian Journal of Health Review 44 1486014872 httpsdoiorg1034119bjhrv4n4040 Andrade M Bonifácio L Sanchez J OliveiraCiabati L Zaratini F Franzon A Vieira E 2022 Fatores associados à morbidade materna grave em ribeirão preto são paulo brasil estudo de corte transversal Cadernos De Saúde Pública 381 httpsdoiorg1015900102311x00021821 Assis B Santos C Barros S Lages D 2024 Padrões espaciais da mortalidade materna por abortamento no brasil 20142023 Revista Con0162017 American Journal of Public Health 1119 16731681 httpsdoiorg102105ajph2021306375 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 BARROS A Silva I Câmara F Oliveira J Mineiro A Silva A Nogueira L 2024 Perfil socioepidemiológico da mortalidade materna no piauí em comparação com a região nordeste do brasil na última década associado ao impacto da pandemia da covid19 Revista Eletrônica Acervo Saúde 248 e16189 httpsdoiorg1025248rease161892024 Barros C Moraes A Souza L Barros I Rodrigues N Rodrigues N Saraty S 2022 Mortalidade materna por hemorragia pós parto revisão integrativa da literatura Research Society and Development 113 e31811325123 httpsdoiorg1033448rsdv11i325123 Barros S Lima A Cavalcante J Silva A Rodrigues D 2023 Análise comparada da mortalidade materna e seus determinantes distais no brasil e no méxico Saúde E Desenvolvimento Humano 112 httpsdoiorg1018316sdhv11i29507 Benigna M Nascimento W Martins J 2004 Prénatal no programa saúde da família psf com a palavra os enfermeiros Cogitare Enfermagem 92 httpsdoiorg105380cev9i21713 Bressan A Epaminondas D Queiroz R 2025 Mortalidade materna uma revisão integrativa sobre fatores de risco e estratégias de prevenção Revista Caderno Pedagógico 224 e14341 httpsdoiorg1054033cadpedv22n4220 Cameron L Suárez D Cornwell K 2019 Understanding the determinants of maternal mortality an observational study using the indonesian population census Plos One 146 e0217386 httpsdoiorg101371journalpone0217386 Carvalho A Bicalho F Fieni D Durão L Frigini G Ramos J Belizário M 2025 Estratégias para redução da mortalidade materna em partos de alto risco Revista Contemporânea 53 e7801 httpsdoiorg1056083rcv5n3107 Carvalho D and Meirinho D 2020 O quesito corraça desafios dos indicadores raciais de mortalidade materna como subsídio ao planejamento de políticas públicas em saúde Reciis 143 httpsdoiorg1029397reciisv14i31905 Carvalho I Mascarenhas M Rodrigues M Andrade J Nascimento F Penha J 2024 Impacto da pandemia da covid19 na razão de mortalidade materna brasileira tendência e distribuição espacial Revista Gaúcha De Enfermagem 45 httpsdoiorg10159019831447202420230299pt CastañedaOrjuela C Gaitan L DíazJiménez D CotesCantillo K Garfield R 2023 Maternal mortality in colombia during the covid19 pandemic time series and social inequities BMJ Open 134 e064960 httpsdoiorg101136bmjopen2022064960 Castro E Petzhold C Ferrari G Castro K Silva M Smolarek K Mozel T 2023 Perfil epidemiológico dos óbitos maternos por hemorraegia pósparto no estado do paraná no período de 2012 a 2021 Research Society and Development 1214 e85121444538 httpsdoiorg1033448rsdv12i1444538 Chola L Pillay Y Barron P Tugendhaft A Kerber K Hofman K 2015 Cost and impact of scaling up interventions to save lives of mothers and children taking south africa closer to mdgs 4 and 5 Global Health Action 81 27265 httpsdoiorg103402ghav827265 Costa I Campos P Santos S Morais J Carlos P Teixeira E Santos R 2024 Prevalência e fatores de risco para a préeclâmpsia em gestantes Studies in Health Sciences 53 e5966 httpsdoiorg1054022shsv5n3007 Costa L Rosa S Souto W Júnior H 2024 Cuidados de enfermagem voltados para a saúde materna de mulheres negras Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 104 16801694 httpsdoiorg1051891reasev10i413685 Costa R Lima T Moreira G Rollemberg C Ferreira I Prado C Leite R 2023 Hemorragia pósparto e a mortalidade materna perfil epidemiológico Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 910 68206833 httpsdoiorg1051891reasev9i1012132 Couto P França L Dib R Matos M Pereira S Silva G 2022 Perfil condições clínicas e ginecológicas de gestantes e mortalidade materna por eclâmpsia na região do alto sertão produtivo bahia Conjecturas 2215 11801200 httpsdoiorg1053660conj20032r64a CraftBlacksheare M and Kahn P 2022 Midwives and other perinatal health workers perceptions of the black maternal mortality crisis in the united states Journal of Midwifery Women S Health 681 6270 httpsdoiorg101111jmwh13433 Cunha G Pereira I Barbosa E Dantas A 2023 Perfil epidemiológico da mortalidade materna no estado do rio grande do norte no período de 2016 a 2020 Brazilian Journal of Health Review 62 66976716 httpsdoiorg1034119bjhrv6n2179 Deus F Limeira J Eduardo C Silva M Cunha A Vianna T Vieira N 2022 A importância da atuação do enfermeiro nas unidades básicas de saúde e seu impacto na redução da mortalidade materna Research Society and Development 1113 e365111335504 httpsdoiorg1033448rsdv11i1335504 Dias J Cury G Júnior A 2016 Mortality study of mother in high region jequitinhonha minas gerais Revista Médica De Minas Gerais 261 httpsdoiorg1059352238318220160078 Domingues R Rodrigues A Dias M Saraceni V Francisco R Pinheiro R Coeli C 2024 Painel de vigilância da saúde materna uma ferramenta para ampliação da vigilância epidemiológica da saúde das mulheres e seus determinantes Revista Brasileira De Epidemiologia 27 httpsdoiorg10159019805497202400092 FERREIRA L Roos M FERREIRA C Backes D MARTELLI G Costenaro R 2023 Prevenção da mortalidade materna fetal e infantil oficina de instrumentalização profissional httpsdoiorg1048195fnmdpe202326789 Figueira S Almeida V Rêgo N Souza P Costa A Cardoso F Freitas J 2023 Mortalidade materna no estado do pará principais causas no período de 2017 a 2020 Revista Eletrônica Acervo Saúde 238 e13392 httpsdoiorg1025248rease133922023 Frutuoso L Barros C Silva É Sette G Lima A 2019 Mortalidade materna em pernambuco delineando o perfil epidemiológico 20092013 Enfermagem Brasil 184 510517 httpsdoiorg1033233ebv18i42574 Galiza K Soares A Silva I Moura C Silva F 2023 Panorama da mortalidade materna na região nordeste do brasil principais causas mortis 191198 httpsdoiorg10293275206859221 Gama S Bittencourt S Filha M Takemoto M Lansky S Frias P Leal M 2024 Mortalidade materna protocolo de um estudo integrado à pesquisa nascer no brasil ii Cadernos De Saúde Pública 404 httpsdoiorg1015900102311xpt107723 Gomes L Júnior C Sousa L Carvalho L Carvalho J Amorim V Santos A 2024 Efeitos da pandemia de covid19 na saúde mental da população uma revisão integrativa Brazilian Journal of Health Review 72 e68650 httpsdoiorg1034119bjhrv7n2284 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hill A Pallitto C McClearySills J GarciaMoreno C 2016 A systematic review and metaanalysis of intimate partner violence during pregnancy and selected birth outcomes International Journal of Gynecology Obstetrics 1333 269276 httpsdoiorg101016jijgo201510023 Howell E and Zeitlin J 2017 Improving hospital quality to reduce disparities in severe maternal morbidity and mortality Seminars in Perinatology 415 266272 httpsdoiorg101053jsemperi201704002 Jesus L Teixeira L Neto K Thompson V 2023 A mortalidade materna um levantamento de dados a nível municipal e estadual no período de 2009 a 2019 13 httpsdoiorg1029327124447416116 Lins G Filho M Rocha V Amaral M Afonso S Nobre M Fachin L 2024 Mortalidade materna no nordeste do brasil uma análise de 20202022 Brazilian Journal of Health Review 72 e68845 httpsdoiorg1034119bjhrv7n2351 MacDorman M Thoma M Declcerq E Howell E 2021 Racial and ethnic disparities in maternal mortality in the united states using enhanced vital records 20162017 American Journal of Public Health 1119 16731681 httpsdoiorg102105ajph2021306375 Martins A 2016 Near miss e mulheres negras Saúde E Sociedade 253 573588 httpsdoiorg101590s0104129020162621 Matos D Amorim H Zattar A Pelegrini J Anese D Cabral K Migliorin L 2024 Panorama epidemiológico da hemorragia pósparto no brasil tendências desafios e intervenções Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences 63 302311 httpsdoiorg1036557267481692024v6n3p302311 Medeiros L Souza M Lopes G 2023 Características clínicas e fatores de risco para a mortalidade materna uma revisão integrativa Revista Contemporânea 312 2952729544 httpsdoiorg1056083rcv3n12240 Motta C and Moreira M 2021 O brasil cumprirá o ods 31 da agenda 2030 uma análise sobre a mortalidade materna de 1996 a 2018 Ciência Saúde Coletiva 2610 43974409 httpsdoiorg101590141381232021261010752021 MOURA E Santos R DESIR E Souza J Sales J Teixeira N Franco S 2023 Índices de mortalidade materna entre os anos de 2016 a 2020 a partir da pandemia por covid19 na região norte do brasil Research 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R Lopes F Ferreira B 2023 A evolução da mortalidade materna e o impacto da covid19 na região norte do brasil uma análise de 2012 a 2021 Saúde E Pesquisa 162 118 httpsdoiorg1017765217692062023v16n2e11707 Penha J Silva F Alencar A Ventura A Albuquerque M Santos T Barros Z 2023 Razão de mortalidade materna no nordeste brasileiro de 2010 a 2019 212221 httpsdoiorg10293275206859223 Petersen E Davis N Goodman D Cox S Syverson C Seed K Barfield W 2019 Racialethnic disparities in pregnancyrelated deaths united states 20072016 MMWR Morbidity and Mortality Weekly Report 6835 762765 httpsdoiorg1015585mmwrmm6835a3 Rodrigues M Vieira F VasconcellosSilva P 2021 Análise das recomendações das comissões regionais de mortalidade materna para os casos de óbitos por aborto provocado no município do rio de janeiro brasil Cadernos De Saúde Pública 376 httpsdoiorg1015900102311x00215020 Saluja B and Bryant Z 2021 How implicit bias contributes to racial disparities in maternal morbidity and mortality in the united states Journal of Women S Health 302 270273 httpsdoiorg101089jwh20208874 Sampaio M Queiroz L Santos M Lemos T Freire G Rodrigues R Tette L 2022 Mortalidade materna no estado de minas gerais entre os anos de 2017 e 2019 uma análise de dados Studies in Health Sciences 33 15541574 httpsdoiorg1054022shsv3n3022 Santos B Carvalho G Bueno T Farnese G Pires K Santos B Brito P 2023 Mortalidade materna entre adolescentes no brasil um problema de saúde pública Revista Eletrônica Acervo Saúde 235 e12257 httpsdoiorg1025248rease122572023 Santos E Caetano L Silva A Metzker I Silva D Santos E Damasceno A 2024 Fatores de risco associados à mortalidade de gestantes e puérperas com sarscov2 durante a pandemia da covid19 Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences 611 22732290 httpsdoiorg1036557267481692024v6n11p22732290 Santos L Nascimento V Rocha F Silva E 2021 Estudo da mortalidade materna no nordeste brasileiro de 2009 a 2018 Revista Eletrônica Acervo Saúde 132 e5858 httpsdoiorg1025248rease58582021 Shao M Fan J Huang Z Chen M 2022 The impact of information and communication technologies icts on health outcomes a mediating effect analysis based on crossnational panel data Journal of Environmental and Public Health 20221 httpsdoiorg10115520222225723 Silva B Lima N Silva S Antúnez S Seerig L RestrepoMéndez M Wehrmeister F 2016 Mortalidade materna no brasil no período de 2001 a 2012 tendência temporal e diferenças regionais Revista Brasileira De Epidemiologia 193 484493 httpsdoiorg10159019805497201600030002 Silva H Pereira A Andrade S 2019 Mortalidade materna por causas obstétricas no estado da paraíba Revista De Ciências Da Saúde Nova Esperança 172 2633 httpsdoiorg1017695revnevol17n2p2633 Silva M Pereira F Dantas A Souza A Quental O Moreira J 2024 A importância do prénatal na saúde da gestante e do bebê Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 1011 78947905 httpsdoiorg1051891reasev10i1117106 Silva M Silva A Santos P Diniz M 2024 A mortalidade materna no maranhão no contexto da pandemia de covid19 rsc 71 13211332 httpsdoiorg1061411rsc202429817 Silva T Brandão P Caetano O 2022 Mortalidade materna no estado do rio de janeiro um perfil epidemiológico Revista De Saúde 132 6671 httpsdoiorg1021727rsv13i22900 Singh G and Lee H 2020 Trends and racialethnic socioeconomic and geographic disparities in maternal mortality from indirect obstetric causes in the united states 19992017 International Journal of Maternal and Child Health and Aids Ijma 10 4354 httpsdoiorg1021106ijma448 Souza A and Amorim M 2021 Maternal mortality by covid19 in brazil Revista Brasileira De Saúde Materno Infantil 21suppl 1 253256 httpsdoiorg10159018069304202100s100014 Souza D Silva S Duarte I Fernandes Á Barreto F Andrade F 2022 Associação da adesão das regiões do brasil à rede cegonha com a mortalidade materna e outros indicadores de saúde Revista Ciência Plural 82 116 httpsdoiorg1021680244672862022v8n2id26632 Souza J 2013 Mortalidade materna e desenvolvimento a transição obstétrica no brasil Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3512 533535 httpsdoiorg101590s010072032013001200001 Souza J 2015 A mortalidade materna e os novos objetivos de desenvolvimento sustentável 20162030 Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3712 549551 httpsdoiorg101590so100720320150005526 Teles I 2023 Características e impactos das políticas públicas de atenção à saúde materna no brasil nos últimos 20 anos Îandé Ciências E Humanidades 71 6473 httpsdoiorg1036942iandev7i1693 Toluhi A Richardson M Julian Z Sinkey R Knight C Budhwani H Turan J 2023 Contribution of health care practitioner and maternity services factors to racial disparities in alabama Obstetrics and Gynecology 1424 873885 httpsdoiorg101097aog0000000000005326 Vega C 2018 Desafios na redução da mortalidade materna no município de são paulo Revista De Medicina 972 235 httpsdoiorg1011606issn16799836v97i2p235243 Yego F DEste C Byles J Williams J Nyongesa P 2014 Risk factors for maternal mortality in a tertiary hospital in kenya a case control study BMC Pregnancy and Childbirth 141 httpsdoiorg101186147123931438

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Mortalidade Materna Pergunta norteadora De que maneira os determinantes sociais e estruturais influenciam a mortalidade materna nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil considerando fatores raçacor Objetivo Geral Investigar os fatores determinantes que influenciam a mortalidade materna nas Regiões Norte e Nordeste Objetivos Específicos Analisar os dados da mortalidade materna por raçacor e faixa etária das Regiões Norte e Nordeste comparando com as demais regiões do país 3 PROBLEMA DE PESQUISA Quais os principais fatores associados à mortalidade materna no Brasil entre os anos de 2019 e 2023 Coleta dados secundários Introdução Método Fundamentação Teórica Método vancouver INTRODUÇÃO A mortalidade materna se refere ao falecimento de uma mulher no período da gravidez ou até 42 dias após o fechamento da gravidez independentemente da duração ou do local da gravidez em consequência de complicações que ocorreram esta condição ou que surgiram da gestão de intervenções no entanto não inclui causas acidentais ou incidentais Silva et al 2022 Esse indicador é amplamente utilizado como um indicador de saúde pública refletindo no estado das condições da assistência obstétrica e a qualidade dos serviços de saúde disponível para as mulheres em idade fértil Barros et al 2023 A prevalência da mortalidade materna é composta por muitas causas sendo a hemorragia pósparto uma das mais perigosas respondendo pela maioria desses óbitos no mundo Barros et al 2022 Matos et al 2024 Castro et al 2023 A importância do tema da mortalidade materna se torna inegável para a saúde pública pois este é um indicador relevante do nível de desenvolvimento de um país especialmente nos países em desenvolvimento e a mortalidade materna está intimamente relacionada aos aspectos de eqüidade e acesso aos serviços de saúde Barros et al 2023 O fortalecimento da assistência prénatal e do planejamento familiar é vital para a diminuição das taxas de mortalidade essa que está reforçada mundialmente por iniciativas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS sendo o ODS 31 o que diz que até 2030 a mortalidade materna mundial não deve ultrapassar 70 óbitos para cada 100000 nascidos vivos Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 Sobre os dados a magnitude do problema da mortalidade materna é chocante tanto no contexto global quanto nacional Globalmente a razão de mortalidade materna é de aproximadamente 210 mortes para cada 100000 nascidos vivos mostrando como a segurança das mulheres no momento do parto é uma preocupação enorme Barros et al 2022 No Brasil os índices demonstram uma situação crítica com altas taxas registradas especialmente nos estados Bahia Maranhão e Piauí sendo que os fatores socioeconômicos e a dificuldade de acesso aos serviços adequados em saúde contribui para complicações graves incluindo o aborto inseguro Assis et al 2024 Rodrigues et al 2021 Esses dados denotam profundas disparidades regionais que desencadeiam um impacto negativo na saúde materna As lacunas regionais no Brasil proporcionam uma janela de desigualdade no que diz respeito ao acesso e qualidade dos cuidados que atingem mais severamente as mulheres As mulheres de classes socioeconômicas baixas e aquelas que habitam em regiões bairristas correm um risco muito maior de morte materna Rodrigues et al 2021 Costa et al 2024 Falta de acesso à informação a adequação do serviço de saúde e a presença de condições desfavoráveis são fatores centrais que fundamentam essa discrepância Castro et al 2023 O engajamento com a meta de redução da mortalidade materna até 2030 segundo os ODS requer ações múltiplas e integradas que envolvam melhorias no sistema de saúde educação em saúde reprodutiva e políticas para endereçar desigualdades sociais existentes Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 As vulnerabilidades sociais nas regiões Norte e Nordeste são caracterizadas por altos índices de pobreza e desigualdade social portanto apresenta baixos índices na qualidade do prénatal e da infraestrutura hospitalar de saúde disponível locais Para Motta e Moreira 2021 a estagnação das taxas de mortalidade materna está relacionada a condições sociais desfavoráveis e a inexistência do sistema para atender à assistência a essas populações São gritantes as desigualdades quanto ao acesso a cuidados de saúde de qualidade com dados demonstrando que a cobertura nesta área de saúde é sensivelmente mais baixa nesta região Silva et al 2024 Além disso a informalidade do trabalho e o alto percentual de analfabetismo entre as mulheres influenciam na falta de informação sobre saúde e no acompanhamento adequado da saúde das mulheres durante a gestação Carvalho e Meirinho 2020 Sob outro aspecto a taxa de mortalidade materna é caracterizada pelo nível de renda das mulheres Um estudo realizado por Silva et al 2024 esclarece que a mortalidade materna é acentuada em comunidades onde a acessibilidade a recursos financeiros é restrita Isso significa que em regiões mais pobres como o Nordeste mulheres são frequentemente aquelas que mais sofrem pela inacessibilidade de assistência ao parto e à gestação O trabalho informal e a falta de políticas de proteção financeira à maternidade tornam a situação ainda mais crítica em tempos de crise como demonstrado por Pamplona et al 2023 As vulnerabilidades estruturais também têm um papel importante a desempenhar A escassez de centros de saúde equipados e infraestrutura básica para a assistência à saúde representa um grande problema especialmente nas áreas rurais dessas regiões Santos et al 2021 As discrepâncias entre as Regiões são em grande parte responsáveis por essas dificuldades no acesso aos atendimentos de saúde necessários incluindo o prénatal que é apontado como um ótimo fator na redução da mortalidade materna Silva et al 2024 Souza et al 2022 A pesquisa de Ferreira et al 2023 ressalta que a desarticulação entre os serviços de saúde e a população resulta em uma alta mortalidade materna sugerindo que deve haver um cuidadoso planejamento e influência das políticas públicas para abordar estas questões Estudos mostram que a faixa etária é um fator básico cujos resultados indicam que as adolescentes de 15 e 19 anos têm indicadores de mortalidade materna que são altos comumente associados a complicações hipertensivas e ao parto Albert et al 2023 Uma análise epidemiológica realizada em Pernambuco indicou que 418 dos óbitos maternos ocorreram nesta faixa etária o que representa uma tendência negativa que pode explicar as deficiências na atenção à saúde Frutuoso et al 2019 Por outro lado algumas regiões do Brasil relataram taxas de mortalidade para mulheres de 30 a 39 anos confronto de dados em relação ao esperado visto que deveria ser uma faixa etária com menores riscos Frutuoso et al 2019 A raçacor comprovouse um dos fatores essenciais das desigualdades da mortalidade maternal Evidências na literatura têm mostrado que a mortalidade materna é muito mais alta em mulheres negras e do que em mulheres brancas representando desigualdades raciais nas políticas de saúde e nos cuidados obstétricos Howell e Zeitlin 2017 Saluja e Bryant 2021 MacDorman et al 2021 Nas disparidades raciais na mortalidade materna são crônicas nos Estados Unidos por exemplo as taxas de mortalidade materna em negras têm em média 25 a 4 vezes mais que nas mulheres brancas MacDorman et al 2021Essas desigualdades estão frequentemente ligadas a fatores sistêmicos como preconceitos implícitos na prestação de cuidados e diferenças na qualidade do atendimento hospitalar Saluja e Bryant 2021 Toluhi et al 2023 Além disso uma revisão de estudos mostrou que a maior parte das mortes associadas à gravidez podem ser preveníveis com intervenções adequadas e com a melhoria da qualidade dos serviços de saúde Howell e Zeitlin 2017 Petersen et al 2019 A falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade principalmente nas comunidades marginalizadas leva a uma mortalidade materna desproporcionalmente alta Estudos mostram que na maioria das vezes as mortes podem ser prevenidas e estão relacionadas com um sistema de saúde que não é capaz de atender adequadamente as populações mais vulneráveis Petersen et al 2019 Singh e Lee 2020 A análise da mortalidade materna aponta uma necessidade de previsões na literatura e na atuação de políticas públicas mostrando a importância de pesquisas mais aprofundadas Estudos indicam que a mortalidade materna não caiu na mesma proporção em todas as regiões e entre todos os grupos sociais demonstrando as desigualdades sociais profundas que afetam o estado de saúde das mulheres Por exemplo a falta de acesso aos contraceptivos é um importante fator de risco para a mortalidade materna uma vez que o uso de métodos contraceptivos resulta em uma significativa redução na mortalidade materna Yego et al 2014 Ademais a implementação de políticas monetárias destinadas a amenizar as barreiras econômicas demonstraram seu impacto positivo especialmente em comunidades mais vulneráveis a exemplo de Burkina Faso onde a mortalidade materna caiu após a eliminação destas barreiras Ouédraogo et al 2016 Compreender os determinantes sociais da saúde pode ser uma chave para o problema acima Muitas pesquisas indicam que a educação feminina o status econômico e o acesso à saúde entre outros fatores são preditores robustos em relação à mortalidade materna Cameron et al 2019 Em situações de desigualdade algumas intervenções não têm sido capazes de atingir os desconfortos mais tratados ao contrário elas têm permanecido a disparidade existente Para exemplificar constatouse que o aumento da cobertura das intervenções não basta para reduzir mortalidade materna enquanto os determinantes sociais e culturais que impactam nas intervenções não forem levadas em consideração Chola et al 2015 A intersecção educação empoderamento feminino e desigualdades regionais evidencia que as mães da área urbana tendem a ter resultados de saúde melhores em relação às mães da zona rural onde o acesso a cuidados médicos e informações é frequentemente restringido Shao et al 2022 Além disso a necessidade de uma abordagem holística que leve em consideração não apenas os fatores clínicos mas também os sociais é amplamente reconhecida Vários estudos evidenciam que entre as comunidades de mulheres negras dos Estados Unidos a discriminação institucional e a exclusão social contribuem para agravar os riscos à saúde materna sendo que a dificuldade de acesso ao cuidado de saúde leva ao seu turno a taxas mais altas de mortalidade Craft Blacksheare e Kahn 2022 Também observouse que a violência contra a mulher e outros fatores interligados têm um impacto direto sobre a saúde materna provocando uma situação onde intervenções multifacetadas são necessárias Hill et al 2016 OBJETIVO Descrever a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 REFERENCIAL TEÓRICA Conceito de mortalidade materna Para a Organização Mundial da Saúde OMS mortalidade materna é a morte de uma mulher durante a gestação durante o parto ou até 42 dias após o fim da gravidez em razão de causas relacionadas ou agravadas pela gravidez mas não devido a causas externas Barros et al 2023 Deus et al 2022 Tratase de um fenômeno grave de saúde pública que expressa a qualidade do sistema de saúde de um país bem como a equidade de acesso a cuidados médicos apropriados durante a gestação e o parto Pamplona et al 2023 Domingues et al 2024 Diversos fatores estão implicados na mortalidade materna entre os quais se podem ressaltar as doenças hipertensivas hemorragias e complicações no trabalho de parto Albert et al 2023 Estudo demonstram que as doenças hipertensivas como préeclampsia e eclampsia estão entre as causas diretas mais relevantes para mortes maternas especialmente em países em desenvolvimento tal como se verifica no Brasil onde por exemplo essas são as causas diretas mais prevalentes em regiões como o Nordeste Figueira et al 2023 Cunha et al 2023 Pesquisas enfatizam que ainda persiste uma elevada taxa de mortalidade materna muitas vezes relacionada a desigualdades sociais e à dificuldade de acesso a cuidados de saúde de qualidade Silva et al 2016 Souza 2015 Ademais a idade materna é um fator que influencia o nível de mortalidade materna com as mulheres acima de 35 anos apresentando taxas elevadas Silva et al 2024 O acesso ao cuidado prénatal é fundamental uma vez que a ausência de acompanhamento pode ocasionar complicações não detectadas e que pioram durante o parto ou no puerpério Deus et al 2022 Souza 2015 A literatura aponta para a relevância da educação em saúde e a importância dos determinantes sociais como condições de vida e econômicas para que sejam reduzidos os índices de mortalidade materna Couto et al 2022 Ferreira et al 2023 Causas da mortalidade materna A mortalidade materna é um dos mais graves problemas de saúde pública do Brasil provocada por diferentes causas as quais podem ser diretas ou indiretas de acordo com a definição da Classificação Internacional de Doenças CID As causas diretas são aquelas complicações obstétricas que ocorrem durante a gestação o parto ou no puerpério e as causas indiretas se referem a alguma condição preexistente que se exacerba durante a gestação A hipertensão arterial e a hemorragia têm sido algumas das causas mais prevalentes entre as mortalidades maternas com a hipertensão correspondente a 225 dos óbitos de acordo com o Comitê de Mortalidade Materna de São Paulo Vega 2018 Estudos têm mostrado que a dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade e a assistência deficitária são fatores determinantes na alta taxa de mortalidade materna A qualidade da assistência no prénatal assim como o acesso oportuno à assistência obstétrica de emergência são essenciais Cerca de 90 das causas de mortes maternas são consideradas evitáveis uma vez que a assistência médica pode evitar a maioria das mortes Benigna et al 2004 A análise de Gama et al Gama et al 2024 mostrou que as características demográficas das mulheres como idade cor da pele e escolaridade influenciam nas taxas de mortalidade revelando a necessidade de uma assistência à saúde mais integrada Além disso a frequente realização de cesarianas sem indicação clínica tem sido uma contribuição importante para o aumento do risco de mortalidade materna Para Dias et al 2016 o excesso de realização deste procedimento cesárea em populações sem indício médico geralmente impõe aumento de 20 no risco de mortalidade materna Portanto a ausência de protocolos claros e a necessidade de serviços de saúde compatíveis com as condições locais são necessárias para enfrentar a mortalidade materna Pesquisas recentes também merecem destaque quanto ao papel das condições socioeconômicas uma vez que esses elementos têm sido um dos determinantes que têm representado as desigualdades na mortalidade materna Taxas significativamente mais elevadas de mortalidade são observadas em mulheres de baixa renda e em mulheres que não têm acesso a serviços de saúde de qualidade conforme demonstrado por Martins 2016 e Barreto et al 2018 que afirmam ainda que políticas de saúde efetivas devem considerar as condições sociais das mulheres Panorama da mortalidade materna no Brasil A mortalidade materna no Brasil constitui um significativo problema de saúde pública refletindo não só a qualidade dos serviços de saúde como também as desigualdades sociais e econômicas que existem no país A taxa de mortalidade materna no Brasil não apresenta uma trajetória de redução satisfatória ao longo dos anos permanecendo relativamente inalterada em torno de 600 por 100000 nascidos vivos no intervalo entre 2010 e 2018 um valor bem acima da meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM de alcançarem uma razão de mortalidade materna 360 por 100000 nascidos vivos até 2015 Motta e Moreira 2021 Leal et al 2022 Desde 2020 a situação se agravou com a chegada da pandemia de COVID 19 que intensificou os riscos relacionados à gravidez e ao parto Estudos têm demonstrado que as mortes maternas no Brasil durante a pandemia foram 34 vezes mais altas que a média mundial atingindo uma proporção de mortalidade materna de 127 associada ao COVID19 Pazos et al 2023 Monteiro et al 2021 A pandemia intensificou desigualdades já existentes e afetou de forma desproporcional as mulheres negras e a população com maior dificuldade no acesso aos cuidados de saúde adequados Guimarães et al 2023Martins 2006 A mortalidade desproporcionalmente alta entre as mulheres negras evidencia a interseccionalidade dos fatores sociais que afetam a saúde maternoinfantil no Brasil Guimarães et al 2023 Além disso as causas diretas complicações obstétricas são uma das principais causas das mortes maternas entre elas hemorragias hipertensão e infecções Rudge et al 2011 Morse et al 2011 Entretanto existe um componente considerável de causas indiretas sendo elas parte crescente das mortalidades que são causadas por condições subjacentes bem como o acesso desigual aos serviços de saúde Cirelli et al 2018 CarvalhoSauer et al 2021 O aprimoramento da qualidade do atendimento obstétrico e do acesso a práticas de saúde adequadas ex acompanhamento prénatal e educacional são interdependentes e essenciais para a redução da mortalidade Silva et al 2016 Souza et al 2010 Ademais o aborto inseguro ainda representa uma preocupação utilizada como relevante responsável por cerca de 5 das mortes maternas cujo contexto de sua ilegalidade no Brasil agrava os riscos para as mulheres que buscam a interrupção da gravidez em condições inadequadas Martins et al 2017 Domingos e Merighi 2010 Especificidades da Região Nordeste A mortalidade materna na região do Nordeste do Brasil é um fenômeno complexo e com múltiplas determinações retratando desigualdades sociais econômicas e no acesso aos serviços de saúde Historicamente a região Nordeste sempre apresentou índices de mortalidade materna elevados principalmente em função de variáveis como baixa escolaridade condições socioeconômicas adversas e escasso acesso aos cuidados em saúde adequados Lins et al 2024 Oliveira et al 2023 As pesquisas indicam que a hemorragia pósparto HPP é um dos principais componentes da mortalidade materna no Brasil sendo o impacto ainda mais evidente na região Nordeste Com efeito essa região mesmo tendo uma média superior em internação apresenta altos índices de mortalidade em decorrência da HPP o que evidencia a necessidade de melhorias na qualidade do cuidado prénatal e no manejo obstétrico Penha et al 2023 Costa et al 2023 A pandemia da COVID19 impactou tais condições de maneira negativa puffando a razão de mortalidade materna que reflete as vulnerabilidades enfrentadas pelas mulheres ao longo da gestação Galiza et al 2023 Carvalho et al 2024 As condições de saúde bucal o acesso a serviços de saúde e a presença de comorbidades como doenças crônicas são fatores significativos na mortalidade materna Em especial as mulheres com hipertensão diabetes e com baixo nível de escolaridade apresentam um maior risco de complicações na gestação Santos et al 2024 Silva et al 2019 Análises de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM demonstram que uma quantidade considerável de óbitos maternos poderia ser evitada com intervenções adequadas e que atendessem rapidamente às complicações Costa et al 2023 Costa et al 2024 Além disso a mortalidade materna entre adolescentes tem se tornado uma preocupação crescente devido às altas taxas da região apontando a falta de acesso aos cuidados de saúde adequados incluindo o prénatal Carvalho et al 2025 Os fatores socioeconômicos como a pobreza e a presença do racismo estrutural acentuam ainda mais o quadro de desigualdade Um estudo no estado do Piauí comparando dados da última década demonstrou a manutenção do elevado índice de mortalidade materna que requer intervenções específicas para a população jovem Santos et al 2023 Barros et al 2024 Avanços e retrocessos entre 2014 e 2023 Uma das iniciativas mais significativas foi o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher PAISM cuja finalidade desde o seu início foi promover a integração entre os cuidados prénatais e pósnatais aperfeiçoando o acompanhamento das gestantes sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade social O programa Rede Cegonha é um exemplo dessa continuidade e procura assegurar para a mulher um atendimento que atenda os princípios do atendimento humanizado e acolhedor em todo o ciclo gravídicopuerperal Teles 2023 Contudo mesmo com essa continuidade a mortalidade materna ainda permanece elevada exercendo suas maiores taxas no Nordeste onde características demográficas da mulher ex escolaridade e situação conjugal ainda antagonizam índices favoráveis Santos et al 2021 A identificação e o monitoramento das mortes maternas dependem fundamentalmente de dados consistentes e bem registrados robustos Estudos demonstram que a subnotificação e a falta de informação sobre esses registros dificultam a compreensão da real magnitude do problema Dias et al 2016 Sampaio et al 2022 Os comitês de mortalidade materna conforme proposto pela OMS são necessários para uma nova análise das causas e contextos que envolvem a morte materna reunião dos dados permitindo com que essas análises possam direcionar intervenções para que essa mortalidade algum dia possa ser reduzida Dias et al 2016 Figueira et al 2023 Ainda mais a relação entre a mortalidade materna e indicadores de desenvolvimento humano como a renda e a educação tem sido discutida de maneira abrangente Evidências mostram que a melhora nos indicadores socioeconômicos está relacionada ao decréscimo da mortalidade materna e assim observase que ações intersetoriais são necessárias além do setor saúde Barros et al 2023 Jesus et al 2023 Políticas como o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal atendem as necessidades de saúde das mulheres na medida em que vão além deste setor e tratam dos determinantes sociais de forma ampla Teles 2023 Motta e Moreira 2021 Porém a qualidade do atendimento no prénatal parto e pósparto ainda é uma prioridade no debate Estudos enfatizam a importância de um sistema de saúde que além de fornecer acesso forneça qualidade no atendimento através da capacitação de profissionais de saúde e do fomento da participação comunitária Sampaio et al 2022 Andrade et al 2022 A atenção multiprofissional é também reconhecida como um importante fator na melhoria dos resultados na mortalidade materna especialmente nas áreas com maior dificuldade em saúde pública Figueira et al 2023 Barreto et al 2018 Consequências da pandemia de COVID19 sobre os indicadores de mortalidade materna A pandemia de COVID19 exerceu um impacto pesado na mortalidade materna em várias áreas do Brasil tornando mais precária essa já preocupante condição do ponto de vista da saúde pública O exame dos indicadores de mortalidade materna ao longo deste tempo permite concluir que os fatores da pandemia incluindo a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e as complicações com o vírus foram os principais responsáveis pelo aumento das taxas de mortes de mulheres com gestações terminadas em óbitos Um estudo de caso investigou a mortalidade materna na Região Norte do Brasil entre 2012 e 2021 evidenciando aumento no nº de mortes no horizonte da pandemia com variações acentuadas entre os estados Pazos et al 2023 Estudo análogo focando o estado do Paraná diagnosticou que as gestantes eram mais vulneráveis a complicações por COVID19 e as existências de mortes aumentaram consideravelmente Hammoud et al 2023 Também a pandemia causou um incremento de 133 nos óbitos maternos obstétricos indiretos em 2020 em comparação com 2019 atribuídos a fatores como o medo da infecção a deterioração do atendimento médico hospitalar e dificuldade de acesso ao método contraceptivo Moura et al 2023 A vacinação ainda que tenha sido reconhecida como uma forma segura de proteger as gestantes ainda teve resistência e obstáculos à adesão o que teve um efeito prejudicial na saúde das mães durante a pandemia Pazos et al 2023 Em um estudo que revisou os relatos de mortalidade materna durante a pandemia 1319 das mortes foram atribuídas diretamente ao COVID19 o que mostra o impacto drástico do curso da doença nas estatísticas da mortalidade materna Alves et al 2022 Esse efeito foi ainda mais forte entre as populações em situação de vulnerabilidade onde as condições sociais e econômicas já adversas foram pioradas pela pandemia levando a uma maior taxa de complicações e mortalidade materna CastañedaOrjuela et al 2023 Um relato específico de Recife Pernambuco apontou que a infecção por coronavírus se tornou a primeira causa básica do óbito materno com taxas de mortalidade acumuladas significativas durante os primeiros semestres do ano 2020 Oliveira et al 2023 Essa tendência foi atribuída às mudanças nas causas de mortalidade materna devido à infecção direta do coronavírus e também indiretamente em decorrência da interrupção dos serviços de saúde essenciais Oliveira et al 2023 Além dos aumentos diretos na mortalidade a pandemia também trouxe implicações indiretas como o aumento da ansiedade e da depressão entre gestantes devido ao isolamento social e à incerteza Souza e Amorim 2021 Gomes et al 2024 Isso destaca a importância de políticas de saúde pública que considerem não apenas a prevenção da infecção mas também a saúde mental das mulheres em período de gestação CRONOGRAMA O plano para o desenvolvimento do trabalho acerca da mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 tem início em maio de 2025 com a etapa de planejamento e levantamento do referencial teórico Neste mês serão realizadas as atividades refinamento da pergunta de pesquisa e dos objetivos levantamento e revisão da literatura científica artigos teses e relatórios definição do recorte geotemporal com base nos dados disponíveis e identificação e seleção das principais bases de dados como SIM SINASC DATASUS e IBGE Em junho de 2025 ocorrerá a etapa de coleta de dados com o acesso às plataformas oficiais citadas download dos dados brutos referente à mortalidade materna entre 2014 e 2023 na Região Nordeste organização dos dados em planilhas Excel SPSS ou R além da limpeza e padronização pra se maior qualidade da base de dados O mês de julho de 2025 será dedicado à análise de dados com cálculos de indicadores da mortalidade materna por estado e por ano análises estatísticas descritivas médias proporções e tendências cruzamentos dos dados com variáveis como idade corraça escolaridade e local de residência e recortes mais específicos como faixa etária nível socioeconômico e zonas urbanas e rurais Em agosto de 2025 começarseá a discussão dos resultados e a redação em parte do trabalho Serão redigidos os resultados com a ajuda de gráficos e tabelas e discussão dos dados deste achado com base na literatura previamente revisada também será objeto de destaque a identificação padrões regionais tendências e os fatores determinantes assim como serão apresentadas as hipóteses explicativas a partir das análises efetuadas Durante setembro de 2025 será dada continuidade com foco na conclusão e revisão do texto Serão redigidas a introdução conclusão e considerações finais e verificada a coesão e coerência revisão das citações e referências do modelo exigido como ABNT ou outro solicitado parecer de colegas e caso necessário do orientadora e realizados os ajustes a partir do feedback recebido A etapa de finalização e entrega do trabalho ocorre em outubro de 2025 Nela será feita a diagramação final e a organização dos elementos prétextuais como capa sumário e resumo será verificado se as normas institucionais para entrega foram respeitadas o trabalho deve ser entregue dentro do prazo regulamentar e a apresentação pode ser requisitada para defesa ou exposição do projeto se necessário ORÇAMENTO Para a condução do trabalho acadêmico abordando a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 a 2023 apresentase um valor total estimado em torno de R 71000 que inclui materiais serviços e ferramentas necessárias para a inteira realização do projeto Inicialmente prevêse um gasto em torno de R 8000 com materiais de apoio tais como cadernos canetas marcatexto postits e pastas organizadoras Além disso ao considerar o uso intensivo de internet e energia elétrica nos meses de pesquisa análise e redação estimouse um custo proporcional de R 18000 ao longo de seis meses No que concerne as ferramentas de trabalho pode ser que se necessitem softwares específicos como Excel SPSS Zotero ou ainda ferramentas visuais como o Canva Pro o que poderá gerar uma despesa de aproximadamente R 12000 em licenças temporárias ou assinaturas Para a finalização do trabalho que inclui as impressões das cópias físicas e encadernação calculase um custo de R 6000 de acordo com os padrões exigidos para instituições acadêmicas Adicionalmente ressaltase que é recomendável a contratação de um serviço de revisão da gramática e da formatação de acordo com as normas exigidas como ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado de R 15000 Ainda sugerese que seja contratado serviço de revisão gramatical e de formatação conforme as normas exigidas como por exemplo ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado em R 15000 Movimentações eventuais a bibliotecas reuniões com orientadores ou visitas a instituições de apoio podem constituir custos suplementares de R 9000 com transporte Por fim está previsto investimento em backup e no armazenamento de arquivos por exemplo pela compra de pendrive ou assinatura de serviços em nuvem com maior capacidade estimandose o custo em R 3000 REFERÊNCIAS Albert S Martinelli K Zandonade E Neto E 2023 Mortalidade de mulheres em idade fértil no brasil de 2006 a 2019 causas e tendências Revista Brasileira De Estudos De População 40 116 Alves R Souza V Costa A Cardoso T Freitas V Nascimento D 2022 Mortalidade materna em tempos de pandemia de covid19 uma revisão integrativa Research Society and Development 114 e28711426942 httpsdoiorg1033448rsdv11i426942 Alves T Nunes R Sena L Alves F Souza A Salviano A Dias J 2021 Gestação de alto risco epidemiologia e cuidados uma revisão de literatura high risk pregnancy epidemiology and care a literature review Brazilian Journal of Health Review 44 1486014872 httpsdoiorg1034119bjhrv4n4040 Andrade M Bonifácio L Sanchez J OliveiraCiabati L Zaratini F Franzon A Vieira E 2022 Fatores associados à morbidade materna grave em ribeirão preto são paulo brasil estudo de corte transversal Cadernos De Saúde Pública 381 httpsdoiorg1015900102311x00021821 Assis B Santos C Barros S Lages D 2024 Padrões espaciais da mortalidade materna por abortamento no brasil 20142023 Revista Con016 2017 American Journal of Public Health 1119 16731681 httpsdoiorg102105ajph2021306375 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 BARROS A Silva I Câmara F Oliveira J Mineiro A Silva A Nogueira L 2024 Perfil socioepidemiológico da mortalidade materna no piauí em comparação com a região nordeste do brasil na última década associado ao impacto da pandemia da covid19 Revista Eletrônica Acervo Saúde 248 e16189 httpsdoiorg1025248rease161892024 Barros C Moraes A Souza L Barros I Rodrigues N Rodrigues N Saraty S 2022 Mortalidade materna por hemorragia pós parto revisão integrativa da literatura Research Society and Development 113 e31811325123 httpsdoiorg1033448rsdv11i325123 Barros S Lima A Cavalcante J Silva A Rodrigues D 2023 Análise comparada da mortalidade materna e seus determinantes distais no brasil e no méxico Saúde E Desenvolvimento Humano 112 httpsdoiorg1018316sdhv11i29507 Benigna M Nascimento W Martins J 2004 Prénatal no programa saúde da família psf com a palavra os enfermeiros Cogitare Enfermagem 92 httpsdoiorg105380cev9i21713 Bressan A Epaminondas D Queiroz R 2025 Mortalidade materna uma revisão integrativa sobre fatores de risco e estratégias de prevenção Revista Caderno Pedagógico 224 e14341 httpsdoiorg1054033cadpedv22n4220 Cameron L Suárez D Cornwell K 2019 Understanding the determinants of maternal mortality an observational study using the indonesian population census Plos One 146 e0217386 httpsdoiorg101371journalpone0217386 Carvalho A Bicalho F Fieni D Durão L Frigini G Ramos J Belizário M 2025 Estratégias para redução da mortalidade materna em partos de alto risco Revista Contemporânea 53 e7801 httpsdoiorg1056083rcv5n3107 Carvalho D and Meirinho D 2020 O quesito corraça desafios dos indicadores raciais de mortalidade materna como subsídio ao planejamento de políticas públicas em saúde Reciis 143 httpsdoiorg1029397reciisv14i31905 Carvalho I Mascarenhas M Rodrigues M Andrade J Nascimento F Penha J 2024 Impacto da pandemia da covid19 na razão de mortalidade materna brasileira tendência e distribuição espacial Revista Gaúcha De Enfermagem 45 httpsdoiorg10159019831447202420230299pt CastañedaOrjuela C Gaitan L DíazJiménez D Cotes Cantillo K Garfield R 2023 Maternal mortality in colombia during the covid19 pandemic time series and social inequities BMJ Open 134 e064960 httpsdoiorg101136bmjopen2022064960 Castro E Petzhold C Ferrari G Castro K Silva M Smolarek K Mozel T 2023 Perfil epidemiológico dos óbitos maternos por hemorraegia pósparto no estado do paraná no período de 2012 a 2021 Research Society and Development 1214 e85121444538 httpsdoiorg1033448rsdv12i1444538 Chola L Pillay Y Barron P Tugendhaft A Kerber K Hofman K 2015 Cost and impact of scaling up interventions to save lives of mothers and children taking south africa closer to mdgs 4 and 5 Global Health Action 81 27265 httpsdoiorg103402ghav827265 Costa I Campos P Santos S Morais J Carlos P Teixeira E Santos R 2024 Prevalência e fatores de risco para a préeclâmpsia em gestantes Studies in Health Sciences 53 e5966 httpsdoiorg1054022shsv5n3007 Costa L Rosa S Souto W Júnior H 2024 Cuidados de enfermagem voltados para a saúde materna de mulheres negras Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 104 16801694 httpsdoiorg1051891reasev10i413685 Costa R Lima T Moreira G Rollemberg C Ferreira I Prado C Leite R 2023 Hemorragia pósparto e a mortalidade materna perfil epidemiológico Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 910 6820 6833 httpsdoiorg1051891reasev9i1012132 Couto P França L Dib R Matos M Pereira S Silva G 2022 Perfil condições clínicas e ginecológicas de gestantes e mortalidade materna por eclâmpsia na região do alto sertão produtivo bahia Conjecturas 2215 11801200 httpsdoiorg1053660conj20032r64a Craft Blacksheare M and Kahn P 2022 Midwives and other perinatal health workers perceptions of the black maternal mortality crisis in the united states Journal of Midwifery Women S Health 681 6270 httpsdoiorg101111jmwh13433 Cunha G Pereira I Barbosa E Dantas A 2023 Perfil epidemiológico da mortalidade materna no estado do rio grande do norte no período de 2016 a 2020 Brazilian Journal of Health Review 62 66976716 httpsdoiorg1034119bjhrv6n2179 Deus F Limeira J Eduardo C Silva M Cunha A Vianna T Vieira N 2022 A importância da atuação do enfermeiro nas unidades básicas de saúde e seu impacto na redução da mortalidade materna Research Society and Development 1113 e365111335504 httpsdoiorg1033448rsdv11i1335504 Dias J Cury G Júnior A 2016 Mortality study of mother in high region jequitinhonha minas gerais Revista Médica De Minas Gerais 261 httpsdoiorg1059352238318220160078 Domingues R Rodrigues A Dias M Saraceni V Francisco R Pinheiro R Coeli C 2024 Painel de vigilância da saúde materna uma ferramenta para ampliação da vigilância epidemiológica da saúde das mulheres e seus determinantes Revista Brasileira De Epidemiologia 27 httpsdoiorg10159019805497202400092 FERREIRA L Roos M FERREIRA C Backes D MARTELLI G Costenaro R 2023 Prevenção da mortalidade materna fetal e infantil oficina de instrumentalização profissional httpsdoiorg1048195fnmdpe202326789 Figueira S Almeida V Rêgo N Souza P Costa A Cardoso F Freitas J 2023 Mortalidade materna no estado do pará principais causas no período de 2017 a 2020 Revista Eletrônica Acervo Saúde 238 e13392 httpsdoiorg1025248rease133922023 Frutuoso L Barros C Silva É Sette G Lima A 2019 Mortalidade materna em pernambuco delineando o perfil epidemiológico 20092013 Enfermagem Brasil 184 510517 httpsdoiorg1033233ebv18i42574 Galiza K Soares A Silva I Moura C Silva F 2023 Panorama da mortalidade materna na região nordeste do brasil principais causas mortis 191198 httpsdoiorg10293275206859221 Gama S Bittencourt S Filha M Takemoto M Lansky S Frias P Leal M 2024 Mortalidade materna protocolo de um estudo integrado à pesquisa nascer no brasil ii Cadernos De Saúde Pública 404 httpsdoiorg1015900102311xpt107723 Gomes L Júnior C Sousa L Carvalho L Carvalho J Amorim V Santos A 2024 Efeitos da pandemia de covid19 na saúde mental da população uma revisão integrativa Brazilian Journal of Health Review 72 e68650 httpsdoiorg1034119bjhrv7n2284 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hill A Pallitto C McCleary Sills J Garcia Moreno C 2016 A systematic review and meta analysis of intimate partner violence during pregnancy and selected birth outcomes International Journal of Gynecology Obstetrics 1333 269 276 httpsdoiorg101016jijgo201510023 Howell E and Zeitlin J 2017 Improving hospital quality to reduce disparities in severe maternal morbidity and mortality Seminars in Perinatology 415 266272 httpsdoiorg101053jsemperi201704002 Jesus L Teixeira L Neto K Thompson V 2023 A mortalidade materna um levantamento de dados a nível municipal e estadual no período de 2009 a 2019 13 httpsdoiorg1029327124447416116 Lins G Filho M Rocha V Amaral M Afonso S Nobre M Fachin L 2024 Mortalidade materna no nordeste do brasil uma análise de 20202022 Brazilian Journal of Health Review 72 e68845 httpsdoiorg1034119bjhrv7n2351 MacDorman M Thoma M Declcerq E Howell E 2021 Racial and ethnic disparities in maternal mortality in the united states using enhanced vital records 2016 2017 American Journal of Public Health 1119 16731681 httpsdoiorg102105ajph2021306375 Martins A 2016 Near miss e mulheres negras Saúde E Sociedade 253 573 588 httpsdoiorg101590s0104129020162621 Matos D Amorim H Zattar A Pelegrini J Anese D Cabral K Migliorin L 2024 Panorama epidemiológico da hemorragia pósparto no brasil tendências desafios e intervenções Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences 63 302311 httpsdoiorg1036557267481692024v6n3p302311 Medeiros L Souza M Lopes G 2023 Características clínicas e fatores de risco para a mortalidade materna uma revisão integrativa Revista Contemporânea 312 2952729544 httpsdoiorg1056083rcv3n12240 Motta C and Moreira M 2021 O brasil cumprirá o ods 31 da agenda 2030 uma análise sobre a mortalidade materna de 1996 a 2018 Ciência Saúde Coletiva 2610 43974409 httpsdoiorg101590141381232021261010752021 MOURA E Santos R DESIR E Souza J Sales J Teixeira N Franco S 2023 Índices de mortalidade materna entre os anos de 2016 a 2020 a partir da pandemia por covid19 na região norte do brasil Research Society and Development 1214 e107121444482 httpsdoiorg1033448rsdv12i1444482 Oliveira H Oliveira C Silva V Canuto I Costa H Lira M Bonfim C 2023 Mortalidade materna e a pandemia da covid19 no recife pernambuco brasil Cadernos De Estudos Sociais 371 httpsdoiorg1033148cesv37n120222117 Oliveira I Maranhão T Sousa G Silva T Rocha M Frota M Pereira M 2023 Mortalidade materna no nordeste do brasil 20092019 distribuição espacial tendência e fatores associados Epidemiologia E Serviços De Saúde 323 httpsdoiorg101590s223796222023000300009pt Ouédraogo A Ouédraogo H Baguiya A Millogo T Somé A Kouanda S 2016 A casecontrol study of risk factors for maternal mortality in burkina faso in 2014 International Journal of Gynecology Obstetrics 135S1 httpsdoiorg101016jijgo201608015 Pamplona M Damasceno R Cattaneo S Holanda J Coelho N Alonso T Rezende M 2023 Perfil da mortalidade materna no sudeste brasileiro Brazilian Journal of Health Review 63 94399448 httpsdoiorg1034119bjhrv6n3083 Pazos J Castro J Moysés R Lopes F Ferreira B 2023 A evolução da mortalidade materna e o impacto da covid19 na região norte do brasil uma análise de 2012 a 2021 Saúde E Pesquisa 162 118 httpsdoiorg10177652176 92062023v16n2e11707 Penha J Silva F Alencar A Ventura A Albuquerque M Santos T Barros Z 2023 Razão de mortalidade materna no nordeste brasileiro de 2010 a 2019 212221 httpsdoiorg10293275206859223 Petersen E Davis N Goodman D Cox S Syverson C Seed K Barfield W 2019 Racialethnic disparities in pregnancyrelated deaths united states 20072016 MMWR Morbidity and Mortality Weekly Report 6835 762765 httpsdoiorg1015585mmwrmm6835a3 Rodrigues M Vieira F VasconcellosSilva P 2021 Análise das recomendações das comissões regionais de mortalidade materna para os casos de óbitos por aborto provocado no município do rio de janeiro brasil Cadernos De Saúde Pública 376 httpsdoiorg1015900102311x00215020 Saluja B and Bryant Z 2021 How implicit bias contributes to racial disparities in maternal morbidity and mortality in the united states Journal of Women S Health 302 270273 httpsdoiorg101089jwh20208874 Sampaio M Queiroz L Santos M Lemos T Freire G Rodrigues R Tette L 2022 Mortalidade materna no estado de minas gerais entre os anos de 2017 e 2019 uma análise de dados Studies in Health Sciences 33 15541574 httpsdoiorg1054022shsv3n3022 Santos B Carvalho G Bueno T Farnese G Pires K Santos B Brito P 2023 Mortalidade materna entre adolescentes no brasil um problema de saúde pública Revista Eletrônica Acervo Saúde 235 e12257 httpsdoiorg1025248rease122572023 Santos E Caetano L Silva A Metzker I Silva D Santos E Damasceno A 2024 Fatores de risco associados à mortalidade de gestantes e puérperas com sarscov2 durante a pandemia da covid19 Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences 611 22732290 httpsdoiorg10365572674 81692024v6n11p22732290 Santos L Nascimento V Rocha F Silva E 2021 Estudo da mortalidade materna no nordeste brasileiro de 2009 a 2018 Revista Eletrônica Acervo Saúde 132 e5858 httpsdoiorg1025248rease58582021 Shao M Fan J Huang Z Chen M 2022 The impact of information and communication technologies icts on health outcomes a mediating effect analysis based on cross national panel data Journal of Environmental and Public Health 20221 httpsdoiorg10115520222225723 Silva B Lima N Silva S Antúnez S Seerig L RestrepoMéndez M Wehrmeister F 2016 Mortalidade materna no brasil no período de 2001 a 2012 tendência temporal e diferenças regionais Revista Brasileira De Epidemiologia 193 484493 httpsdoiorg10159019805497201600030002 Silva H Pereira A Andrade S 2019 Mortalidade materna por causas obstétricas no estado da paraíba Revista De Ciências Da Saúde Nova Esperança 172 2633 httpsdoiorg1017695revnevol17n2p2633 Silva M Pereira F Dantas A Souza A Quental O Moreira J 2024 A importância do prénatal na saúde da gestante e do bebê Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 1011 78947905 httpsdoiorg1051891reasev10i1117106 Silva M Silva A Santos P Diniz M 2024 A mortalidade materna no maranhão no contexto da pandemia de covid19 rsc 71 13211332 httpsdoiorg1061411rsc202429817 Silva T Brandão P Caetano O 2022 Mortalidade materna no estado do rio de janeiro um perfil epidemiológico Revista De Saúde 132 6671 httpsdoiorg1021727rsv13i22900 Singh G and Lee H 2020 Trends and racialethnic socioeconomic and geographic disparities in maternal mortality from indirect obstetric causes in the united states 19992017 International Journal of Maternal and Child Health and Aids Ijma 10 4354 httpsdoiorg1021106ijma448 Souza A and Amorim M 2021 Maternal mortality by covid19 in brazil Revista Brasileira De Saúde Materno Infantil 21suppl 1 253256 httpsdoiorg10159018069304202100s100014 Souza D Silva S Duarte I Fernandes Á Barreto F Andrade F 2022 Associação da adesão das regiões do brasil à rede cegonha com a mortalidade materna e outros indicadores de saúde Revista Ciência Plural 82 116 httpsdoiorg1021680244672862022v8n2id26632 Souza J 2013 Mortalidade materna e desenvolvimento a transição obstétrica no brasil Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3512 533535 httpsdoiorg101590s010072032013001200001 Souza J 2015 A mortalidade materna e os novos objetivos de desenvolvimento sustentável 20162030 Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3712 549551 httpsdoiorg101590so100 720320150005526 Teles I 2023 Características e impactos das políticas públicas de atenção à saúde materna no brasil nos últimos 20 anos Îandé Ciências E Humanidades 71 6473 httpsdoiorg1036942iandev7i1693 Toluhi A Richardson M Julian Z Sinkey R Knight C Budhwani H Turan J 2023 Contribution of health care practitioner and maternity services factors to racial disparities in alabama Obstetrics and Gynecology 1424 873 885 httpsdoiorg101097aog0000000000005326 Vega C 2018 Desafios na redução da mortalidade materna no município de são paulo Revista De Medicina 972 235 httpsdoiorg1011606issn1679 9836v97i2p235243 Yego F DEste C Byles J Williams J Nyongesa P 2014 Risk factors for maternal mortality in a tertiary hospital in kenya a case control study BMC Pregnancy and Childbirth 141 httpsdoiorg101186147123931438 INTRODUÇÃO A mortalidade materna se refere ao falecimento de uma mulher no período da gravidez ou até 42 dias após o fechamento da gravidez independentemente da duração ou do local da gravidez em consequência de complicações que ocorreram esta condição ou que surgiram da gestão de intervenções no entanto não inclui causas acidentais ou incidentais Silva et al 2022 Esse indicador é amplamente utilizado como um indicador de saúde pública refletindo no estado das condições da assistência obstétrica e a qualidade dos serviços de saúde disponível para as mulheres em idade fértil Barros et al 2023 A prevalência da mortalidade materna é composta por muitas causas sendo a hemorragia pósparto uma das mais perigosas respondendo pela maioria desses óbitos no mundo Barros et al 2022 Matos et al 2024 Castro et al 2023 A importância do tema da mortalidade materna se torna inegável para a saúde pública pois este é um indicador relevante do nível de desenvolvimento de um país especialmente nos países em desenvolvimento e a mortalidade materna está intimamente relacionada aos aspectos de eqüidade e acesso aos serviços de saúde Barros et al 2023 O fortalecimento da assistência prénatal e do planejamento familiar é vital para a diminuição das taxas de mortalidade essa que está reforçada mundialmente por iniciativas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS sendo o ODS 31 o que diz que até 2030 a mortalidade materna mundial não deve ultrapassar 70 óbitos para cada 100000 nascidos vivos Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 Sobre os dados a magnitude do problema da mortalidade materna é chocante tanto no contexto global quanto nacional Globalmente a razão de mortalidade materna é de aproximadamente 210 mortes para cada 100000 nascidos vivos mostrando como a segurança das mulheres no momento do parto é uma preocupação enorme Barros et al 2022 No Brasil os índices demonstram uma situação crítica com altas taxas registradas especialmente nos estados Bahia Maranhão e Piauí sendo que os fatores socioeconômicos e a dificuldade de acesso aos serviços adequados em saúde contribui para complicações graves incluindo o aborto inseguro Assis et al 2024 Rodrigues et al 2021 Esses dados denotam profundas disparidades regionais que desencadeiam um impacto negativo na saúde materna As lacunas regionais no Brasil proporcionam uma janela de desigualdade no que diz respeito ao acesso e qualidade dos cuidados que atingem mais severamente as mulheres As mulheres de classes socioeconômicas baixas e aquelas que habitam em regiões bairristas correm um risco muito maior de morte materna Rodrigues et al 2021 Costa et al 2024 Falta de acesso à informação a adequação do serviço de saúde e a presença de condições desfavoráveis são fatores centrais que fundamentam essa discrepância Castro et al 2023 O engajamento com a meta de redução da mortalidade materna até 2030 segundo os ODS requer ações múltiplas e integradas que envolvam melhorias no sistema de saúde educação em saúde reprodutiva e políticas para endereçar desigualdades sociais existentes Motta e Moreira 2021 Domingues et al 2024 As vulnerabilidades sociais nas regiões Norte e Nordeste são caracterizadas por altos índices de pobreza e desigualdade social portanto apresenta baixos índices na qualidade do prénatal e da infraestrutura hospitalar de saúde disponível locais Para Motta e Moreira 2021 a estagnação das taxas de mortalidade materna está relacionada a condições sociais desfavoráveis e a inexistência do sistema para atender à assistência a essas populações São gritantes as desigualdades quanto ao acesso a cuidados de saúde de qualidade com dados demonstrando que a cobertura nesta área de saúde é sensivelmente mais baixa nesta região Silva et al 2024 Além disso a informalidade do trabalho e o alto percentual de analfabetismo entre as mulheres influenciam na falta de informação sobre saúde e no acompanhamento adequado da saúde das mulheres durante a gestação Carvalho e Meirinho 2020 Sob outro aspecto a taxa de mortalidade materna é caracterizada pelo nível de renda das mulheres Um estudo realizado por Silva et al 2024 esclarece que a mortalidade materna é acentuada em comunidades onde a acessibilidade a recursos financeiros é restrita Isso significa que em regiões mais pobres como o Nordeste mulheres são frequentemente aquelas que mais sofrem pela inacessibilidade de assistência ao parto e à gestação O trabalho informal e a falta de políticas de proteção financeira à maternidade tornam a situação ainda mais crítica em tempos de crise como demonstrado por Pamplona et al 2023 As vulnerabilidades estruturais também têm um papel importante a desempenhar A escassez de centros de saúde equipados e infraestrutura básica para a assistência à saúde representa um grande problema especialmente nas áreas rurais dessas regiões Santos et al 2021 As discrepâncias entre as Regiões são em grande parte responsáveis por essas dificuldades no acesso aos atendimentos de saúde necessários incluindo o prénatal que é apontado como um ótimo fator na redução da mortalidade materna Silva et al 2024 Souza et al 2022 A pesquisa de Ferreira et al 2023 ressalta que a desarticulação entre os serviços de saúde e a população resulta em uma alta mortalidade materna sugerindo que deve haver um cuidadoso planejamento e influência das políticas públicas para abordar estas questões Estudos mostram que a faixa etária é um fator básico cujos resultados indicam que as adolescentes de 15 e 19 anos têm indicadores de mortalidade materna que são altos comumente associados a complicações hipertensivas e ao parto Albert et al 2023 Uma análise epidemiológica realizada em Pernambuco indicou que 418 dos óbitos maternos ocorreram nesta faixa etária o que representa uma tendência negativa que pode explicar as deficiências na atenção à saúde Frutuoso et al 2019 Por outro lado algumas regiões do Brasil relataram taxas de mortalidade para mulheres de 30 a 39 anos confronto de dados em relação ao esperado visto que deveria ser uma faixa etária com menores riscos Frutuoso et al 2019 A raçacor comprovouse um dos fatores essenciais das desigualdades da mortalidade maternal Evidências na literatura têm mostrado que a mortalidade materna é muito mais alta em mulheres negras e do que em mulheres brancas representando desigualdades raciais nas políticas de saúde e nos cuidados obstétricos Howell e Zeitlin 2017 Saluja e Bryant 2021 MacDorman et al 2021 Nas disparidades raciais na mortalidade materna são crônicas nos Estados Unidos por exemplo as taxas de mortalidade materna em negras têm em média 25 a 4 vezes mais que nas mulheres brancas MacDorman et al 2021Essas desigualdades estão frequentemente ligadas a fatores sistêmicos como preconceitos implícitos na prestação de cuidados e diferenças na qualidade do atendimento hospitalar Saluja e Bryant 2021 Toluhi et al 2023 Além disso uma revisão de estudos mostrou que a maior parte das mortes associadas à gravidez podem ser preveníveis com intervenções adequadas e com a melhoria da qualidade dos serviços de saúde Howell e Zeitlin 2017 Petersen et al 2019 A falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade principalmente nas comunidades marginalizadas leva a uma mortalidade materna desproporcionalmente alta Estudos mostram que na maioria das vezes as mortes podem ser prevenidas e estão relacionadas com um sistema de saúde que não é capaz de atender adequadamente as populações mais vulneráveis Petersen et al 2019 Singh e Lee 2020 A análise da mortalidade materna aponta uma necessidade de previsões na literatura e na atuação de políticas públicas mostrando a importância de pesquisas mais aprofundadas Estudos indicam que a mortalidade materna não caiu na mesma proporção em todas as regiões e entre todos os grupos sociais demonstrando as desigualdades sociais profundas que afetam o estado de saúde das mulheres Por exemplo a falta de acesso aos contraceptivos é um importante fator de risco para a mortalidade materna uma vez que o uso de métodos contraceptivos resulta em uma significativa redução na mortalidade materna Yego et al 2014 Ademais a implementação de políticas monetárias destinadas a amenizar as barreiras econômicas demonstraram seu impacto positivo especialmente em comunidades mais vulneráveis a exemplo de Burkina Faso onde a mortalidade materna caiu após a eliminação destas barreiras Ouédraogo et al 2016 Compreender os determinantes sociais da saúde pode ser uma chave para o problema acima Muitas pesquisas indicam que a educação feminina o status econômico e o acesso à saúde entre outros fatores são preditores robustos em relação à mortalidade materna Cameron et al 2019 Em situações de desigualdade algumas intervenções não têm sido capazes de atingir os desconfortos mais tratados ao contrário elas têm permanecido a disparidade existente Para exemplificar constatouse que o aumento da cobertura das intervenções não basta para reduzir mortalidade materna enquanto os determinantes sociais e culturais que impactam nas intervenções não forem levadas em consideração Chola et al 2015 A intersecção educação empoderamento feminino e desigualdades regionais evidencia que as mães da área urbana tendem a ter resultados de saúde melhores em relação às mães da zona rural onde o acesso a cuidados médicos e informações é frequentemente restringido Shao et al 2022 Além disso a necessidade de uma abordagem holística que leve em consideração não apenas os fatores clínicos mas também os sociais é amplamente reconhecida Vários estudos evidenciam que entre as comunidades de mulheres negras dos Estados Unidos a discriminação institucional e a exclusão social contribuem para agravar os riscos à saúde materna sendo que a dificuldade de acesso ao cuidado de saúde leva ao seu turno a taxas mais altas de mortalidade CraftBlacksheare e Kahn 2022 Também observouse que a violência contra a mulher e outros fatores interligados têm um impacto direto sobre a saúde materna provocando uma situação onde intervenções multifacetadas são necessárias Hill et al 2016 OBJETIVO Descrever a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 REFERENCIAL TEÓRICA Conceito de mortalidade materna Para a Organização Mundial da Saúde OMS mortalidade materna é a morte de uma mulher durante a gestação durante o parto ou até 42 dias após o fim da gravidez em razão de causas relacionadas ou agravadas pela gravidez mas não devido a causas externas Barros et al 2023 Deus et al 2022 Tratase de um fenômeno grave de saúde pública que expressa a qualidade do sistema de saúde de um país bem como a equidade de acesso a cuidados médicos apropriados durante a gestação e o parto Pamplona et al 2023 Domingues et al 2024 Diversos fatores estão implicados na mortalidade materna entre os quais se podem ressaltar as doenças hipertensivas hemorragias e complicações no trabalho de parto Albert et al 2023 Estudo demonstram que as doenças hipertensivas como préeclampsia e eclampsia estão entre as causas diretas mais relevantes para mortes maternas especialmente em países em desenvolvimento tal como se verifica no Brasil onde por exemplo essas são as causas diretas mais prevalentes em regiões como o Nordeste Figueira et al 2023 Cunha et al 2023 Pesquisas enfatizam que ainda persiste uma elevada taxa de mortalidade materna muitas vezes relacionada a desigualdades sociais e à dificuldade de acesso a cuidados de saúde de qualidade Silva et al 2016 Souza 2015 Ademais a idade materna é um fator que influencia o nível de mortalidade materna com as mulheres acima de 35 anos apresentando taxas elevadas Silva et al 2024 O acesso ao cuidado prénatal é fundamental uma vez que a ausência de acompanhamento pode ocasionar complicações não detectadas e que pioram durante o parto ou no puerpério Deus et al 2022 Souza 2015 A literatura aponta para a relevância da educação em saúde e a importância dos determinantes sociais como condições de vida e econômicas para que sejam reduzidos os índices de mortalidade materna Couto et al 2022 Ferreira et al 2023 Causas da mortalidade materna A mortalidade materna é um dos mais graves problemas de saúde pública do Brasil provocada por diferentes causas as quais podem ser diretas ou indiretas de acordo com a definição da Classificação Internacional de Doenças CID As causas diretas são aquelas complicações obstétricas que ocorrem durante a gestação o parto ou no puerpério e as causas indiretas se referem a alguma condição preexistente que se exacerba durante a gestação A hipertensão arterial e a hemorragia têm sido algumas das causas mais prevalentes entre as mortalidades maternas com a hipertensão correspondente a 225 dos óbitos de acordo com o Comitê de Mortalidade Materna de São Paulo Vega 2018 Estudos têm mostrado que a dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade e a assistência deficitária são fatores determinantes na alta taxa de mortalidade materna A qualidade da assistência no prénatal assim como o acesso oportuno à assistência obstétrica de emergência são essenciais Cerca de 90 das causas de mortes maternas são consideradas evitáveis uma vez que a assistência médica pode evitar a maioria das mortes Benigna et al 2004 A análise de Gama et al Gama et al 2024 mostrou que as características demográficas das mulheres como idade cor da pele e escolaridade influenciam nas taxas de mortalidade revelando a necessidade de uma assistência à saúde mais integrada Além disso a frequente realização de cesarianas sem indicação clínica tem sido uma contribuição importante para o aumento do risco de mortalidade materna Para Dias et al 2016 o excesso de realização deste procedimento cesárea em populações sem indício médico geralmente impõe aumento de 20 no risco de mortalidade materna Portanto a ausência de protocolos claros e a necessidade de serviços de saúde compatíveis com as condições locais são necessárias para enfrentar a mortalidade materna Pesquisas recentes também merecem destaque quanto ao papel das condições socioeconômicas uma vez que esses elementos têm sido um dos determinantes que têm representado as desigualdades na mortalidade materna Taxas significativamente mais elevadas de mortalidade são observadas em mulheres de baixa renda e em mulheres que não têm acesso a serviços de saúde de qualidade conforme demonstrado por Martins 2016 e Barreto et al 2018 que afirmam ainda que políticas de saúde efetivas devem considerar as condições sociais das mulheres Panorama da mortalidade materna no Brasil A mortalidade materna no Brasil constitui um significativo problema de saúde pública refletindo não só a qualidade dos serviços de saúde como também as desigualdades sociais e econômicas que existem no país A taxa de mortalidade materna no Brasil não apresenta uma trajetória de redução satisfatória ao longo dos anos permanecendo relativamente inalterada em torno de 600 por 100000 nascidos vivos no intervalo entre 2010 e 2018 um valor bem acima da meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM de alcançarem uma razão de mortalidade materna 360 por 100000 nascidos vivos até 2015 Motta e Moreira 2021 Leal et al 2022 Desde 2020 a situação se agravou com a chegada da pandemia de COVID19 que intensificou os riscos relacionados à gravidez e ao parto Estudos têm demonstrado que as mortes maternas no Brasil durante a pandemia foram 34 vezes mais altas que a média mundial atingindo uma proporção de mortalidade materna de 127 associada ao COVID19 Pazos et al 2023 Monteiro et al 2021 A pandemia intensificou desigualdades já existentes e afetou de forma desproporcional as mulheres negras e a população com maior dificuldade no acesso aos cuidados de saúde adequados Guimarães et al 2023Martins 2006 A mortalidade desproporcionalmente alta entre as mulheres negras evidencia a interseccionalidade dos fatores sociais que afetam a saúde maternoinfantil no Brasil Guimarães et al 2023 Além disso as causas diretas complicações obstétricas são uma das principais causas das mortes maternas entre elas hemorragias hipertensão e infecções Rudge et al 2011 Morse et al 2011 Entretanto existe um componente considerável de causas indiretas sendo elas parte crescente das mortalidades que são causadas por condições subjacentes bem como o acesso desigual aos serviços de saúde Cirelli et al 2018 CarvalhoSauer et al 2021 O aprimoramento da qualidade do atendimento obstétrico e do acesso a práticas de saúde adequadas ex acompanhamento prénatal e educacional são interdependentes e essenciais para a redução da mortalidade Silva et al 2016 Souza et al 2010 Ademais o aborto inseguro ainda representa uma preocupação utilizada como relevante responsável por cerca de 5 das mortes maternas cujo contexto de sua ilegalidade no Brasil agrava os riscos para as mulheres que buscam a interrupção da gravidez em condições inadequadas Martins et al 2017 Domingos e Merighi 2010 Especificidades da Região Nordeste A mortalidade materna na região do Nordeste do Brasil é um fenômeno complexo e com múltiplas determinações retratando desigualdades sociais econômicas e no acesso aos serviços de saúde Historicamente a região Nordeste sempre apresentou índices de mortalidade materna elevados principalmente em função de variáveis como baixa escolaridade condições socioeconômicas adversas e escasso acesso aos cuidados em saúde adequados Lins et al 2024 Oliveira et al 2023 As pesquisas indicam que a hemorragia pósparto HPP é um dos principais componentes da mortalidade materna no Brasil sendo o impacto ainda mais evidente na região Nordeste Com efeito essa região mesmo tendo uma média superior em internação apresenta altos índices de mortalidade em decorrência da HPP o que evidencia a necessidade de melhorias na qualidade do cuidado prénatal e no manejo obstétrico Penha et al 2023 Costa et al 2023 A pandemia da COVID19 impactou tais condições de maneira negativa puffando a razão de mortalidade materna que reflete as vulnerabilidades enfrentadas pelas mulheres ao longo da gestação Galiza et al 2023 Carvalho et al 2024 As condições de saúde bucal o acesso a serviços de saúde e a presença de comorbidades como doenças crônicas são fatores significativos na mortalidade materna Em especial as mulheres com hipertensão diabetes e com baixo nível de escolaridade apresentam um maior risco de complicações na gestação Santos et al 2024 Silva et al 2019 Análises de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM demonstram que uma quantidade considerável de óbitos maternos poderia ser evitada com intervenções adequadas e que atendessem rapidamente às complicações Costa et al 2023 Costa et al 2024 Além disso a mortalidade materna entre adolescentes tem se tornado uma preocupação crescente devido às altas taxas da região apontando a falta de acesso aos cuidados de saúde adequados incluindo o prénatal Carvalho et al 2025 Os fatores socioeconômicos como a pobreza e a presença do racismo estrutural acentuam ainda mais o quadro de desigualdade Um estudo no estado do Piauí comparando dados da última década demonstrou a manutenção do elevado índice de mortalidade materna que requer intervenções específicas para a população jovem Santos et al 2023 Barros et al 2024 Avanços e retrocessos entre 2014 e 2023 Uma das iniciativas mais significativas foi o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher PAISM cuja finalidade desde o seu início foi promover a integração entre os cuidados prénatais e pósnatais aperfeiçoando o acompanhamento das gestantes sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade social O programa Rede Cegonha é um exemplo dessa continuidade e procura assegurar para a mulher um atendimento que atenda os princípios do atendimento humanizado e acolhedor em todo o ciclo gravídicopuerperal Teles 2023 Contudo mesmo com essa continuidade a mortalidade materna ainda permanece elevada exercendo suas maiores taxas no Nordeste onde características demográficas da mulher ex escolaridade e situação conjugal ainda antagonizam índices favoráveis Santos et al 2021 A identificação e o monitoramento das mortes maternas dependem fundamentalmente de dados consistentes e bem registrados robustos Estudos demonstram que a subnotificação e a falta de informação sobre esses registros dificultam a compreensão da real magnitude do problema Dias et al 2016 Sampaio et al 2022 Os comitês de mortalidade materna conforme proposto pela OMS são necessários para uma nova análise das causas e contextos que envolvem a morte materna reunião dos dados permitindo com que essas análises possam direcionar intervenções para que essa mortalidade algum dia possa ser reduzida Dias et al 2016 Figueira et al 2023 Ainda mais a relação entre a mortalidade materna e indicadores de desenvolvimento humano como a renda e a educação tem sido discutida de maneira abrangente Evidências mostram que a melhora nos indicadores socioeconômicos está relacionada ao decréscimo da mortalidade materna e assim observase que ações intersetoriais são necessárias além do setor saúde Barros et al 2023 Jesus et al 2023 Políticas como o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal atendem as necessidades de saúde das mulheres na medida em que vão além deste setor e tratam dos determinantes sociais de forma ampla Teles 2023 Motta e Moreira 2021 Porém a qualidade do atendimento no prénatal parto e pósparto ainda é uma prioridade no debate Estudos enfatizam a importância de um sistema de saúde que além de fornecer acesso forneça qualidade no atendimento através da capacitação de profissionais de saúde e do fomento da participação comunitária Sampaio et al 2022 Andrade et al 2022 A atenção multiprofissional é também reconhecida como um importante fator na melhoria dos resultados na mortalidade materna especialmente nas áreas com maior dificuldade em saúde pública Figueira et al 2023 Barreto et al 2018 Consequências da pandemia de COVID19 sobre os indicadores de mortalidade materna A pandemia de COVID19 exerceu um impacto pesado na mortalidade materna em várias áreas do Brasil tornando mais precária essa já preocupante condição do ponto de vista da saúde pública O exame dos indicadores de mortalidade materna ao longo deste tempo permite concluir que os fatores da pandemia incluindo a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e as complicações com o vírus foram os principais responsáveis pelo aumento das taxas de mortes de mulheres com gestações terminadas em óbitos Um estudo de caso investigou a mortalidade materna na Região Norte do Brasil entre 2012 e 2021 evidenciando aumento no nº de mortes no horizonte da pandemia com variações acentuadas entre os estados Pazos et al 2023 Estudo análogo focando o estado do Paraná diagnosticou que as gestantes eram mais vulneráveis a complicações por COVID19 e as existências de mortes aumentaram consideravelmente Hammoud et al 2023 Também a pandemia causou um incremento de 133 nos óbitos maternos obstétricos indiretos em 2020 em comparação com 2019 atribuídos a fatores como o medo da infecção a deterioração do atendimento médico hospitalar e dificuldade de acesso ao método contraceptivo Moura et al 2023 A vacinação ainda que tenha sido reconhecida como uma forma segura de proteger as gestantes ainda teve resistência e obstáculos à adesão o que teve um efeito prejudicial na saúde das mães durante a pandemia Pazos et al 2023 Em um estudo que revisou os relatos de mortalidade materna durante a pandemia 1319 das mortes foram atribuídas diretamente ao COVID19 o que mostra o impacto drástico do curso da doença nas estatísticas da mortalidade materna Alves et al 2022 Esse efeito foi ainda mais forte entre as populações em situação de vulnerabilidade onde as condições sociais e econômicas já adversas foram pioradas pela pandemia levando a uma maior taxa de complicações e mortalidade materna CastañedaOrjuela et al 2023 Um relato específico de Recife Pernambuco apontou que a infecção por coronavírus se tornou a primeira causa básica do óbito materno com taxas de mortalidade acumuladas significativas durante os primeiros semestres do ano 2020 Oliveira et al 2023 Essa tendência foi atribuída às mudanças nas causas de mortalidade materna devido à infecção direta do coronavírus e também indiretamente em decorrência da interrupção dos serviços de saúde essenciais Oliveira et al 2023 Além dos aumentos diretos na mortalidade a pandemia também trouxe implicações indiretas como o aumento da ansiedade e da depressão entre gestantes devido ao isolamento social e à incerteza Souza e Amorim 2021 Gomes et al 2024 Isso destaca a importância de políticas de saúde pública que considerem não apenas a prevenção da infecção mas também a saúde mental das mulheres em período de gestação CRONOGRAMA O plano para o desenvolvimento do trabalho acerca da mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 e 2023 tem início em maio de 2025 com a etapa de planejamento e levantamento do referencial teórico Neste mês serão realizadas as atividades refinamento da pergunta de pesquisa e dos objetivos levantamento e revisão da literatura científica artigos teses e relatórios definição do recorte geotemporal com base nos dados disponíveis e identificação e seleção das principais bases de dados como SIM SINASC DATASUS e IBGE Em junho de 2025 ocorrerá a etapa de coleta de dados com o acesso às plataformas oficiais citadas download dos dados brutos referente à mortalidade materna entre 2014 e 2023 na Região Nordeste organização dos dados em planilhas Excel SPSS ou R além da limpeza e padronização pra se maior qualidade da base de dados O mês de julho de 2025 será dedicado à análise de dados com cálculos de indicadores da mortalidade materna por estado e por ano análises estatísticas descritivas médias proporções e tendências cruzamentos dos dados com variáveis como idade corraça escolaridade e local de residência e recortes mais específicos como faixa etária nível socioeconômico e zonas urbanas e rurais Em agosto de 2025 começarseá a discussão dos resultados e a redação em parte do trabalho Serão redigidos os resultados com a ajuda de gráficos e tabelas e discussão dos dados deste achado com base na literatura previamente revisada também será objeto de destaque a identificação padrões regionais tendências e os fatores determinantes assim como serão apresentadas as hipóteses explicativas a partir das análises efetuadas Durante setembro de 2025 será dada continuidade com foco na conclusão e revisão do texto Serão redigidas a introdução conclusão e considerações finais e verificada a coesão e coerência revisão das citações e referências do modelo exigido como ABNT ou outro solicitado parecer de colegas e caso necessário do orientadora e realizados os ajustes a partir do feedback recebido A etapa de finalização e entrega do trabalho ocorre em outubro de 2025 Nela será feita a diagramação final e a organização dos elementos prétextuais como capa sumário e resumo será verificado se as normas institucionais para entrega foram respeitadas o trabalho deve ser entregue dentro do prazo regulamentar e a apresentação pode ser requisitada para defesa ou exposição do projeto se necessário ORÇAMENTO Para a condução do trabalho acadêmico abordando a mortalidade materna na Região Nordeste do Brasil entre 2014 a 2023 apresentase um valor total estimado em torno de R 71000 que inclui materiais serviços e ferramentas necessárias para a inteira realização do projeto Inicialmente prevêse um gasto em torno de R 8000 com materiais de apoio tais como cadernos canetas marcatexto postits e pastas organizadoras Além disso ao considerar o uso intensivo de internet e energia elétrica nos meses de pesquisa análise e redação estimouse um custo proporcional de R 18000 ao longo de seis meses No que concerne as ferramentas de trabalho pode ser que se necessitem softwares específicos como Excel SPSS Zotero ou ainda ferramentas visuais como o Canva Pro o que poderá gerar uma despesa de aproximadamente R 12000 em licenças temporárias ou assinaturas Para a finalização do trabalho que inclui as impressões das cópias físicas e encadernação calculase um custo de R 6000 de acordo com os padrões exigidos para instituições acadêmicas Adicionalmente ressaltase que é recomendável a contratação de um serviço de revisão da gramática e da formatação de acordo com as normas exigidas como ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado de R 15000 Ainda sugerese que seja contratado serviço de revisão gramatical e de formatação conforme as normas exigidas como por exemplo ABNT ou outro padrão institucional com valor estimado em R 15000 Movimentações eventuais a bibliotecas reuniões com orientadores ou visitas a instituições de apoio podem constituir custos suplementares de R 9000 com transporte Por fim está previsto investimento em backup e no armazenamento de arquivos por exemplo pela compra de pendrive ou assinatura de serviços em nuvem com maior capacidade estimandose o custo em R 3000 REFERÊNCIAS Albert S Martinelli K Zandonade E Neto E 2023 Mortalidade de mulheres em idade fértil no brasil de 2006 a 2019 causas e tendências Revista Brasileira De Estudos De População 40 116 Alves R Souza V Costa A Cardoso T Freitas V Nascimento D 2022 Mortalidade materna em tempos de pandemia de covid19 uma revisão integrativa Research Society and Development 114 e28711426942 httpsdoiorg1033448rsdv11i426942 Alves T Nunes R Sena L Alves F Souza A Salviano A Dias J 2021 Gestação de alto risco epidemiologia e cuidados uma revisão de literatura high risk pregnancy epidemiology and care a literature review Brazilian Journal of Health Review 44 1486014872 httpsdoiorg1034119bjhrv4n4040 Andrade M Bonifácio L Sanchez J OliveiraCiabati L Zaratini F Franzon A Vieira E 2022 Fatores associados à morbidade materna grave em ribeirão preto são paulo brasil estudo de corte transversal Cadernos De Saúde Pública 381 httpsdoiorg1015900102311x00021821 Assis B Santos C Barros S Lages D 2024 Padrões espaciais da mortalidade materna por abortamento no brasil 20142023 Revista Con0162017 American Journal of Public Health 1119 16731681 httpsdoiorg102105ajph2021306375 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 Barreto É Oliveira J Araújo A Queiroz P Schulz R 2018 Redução da mortalidade materna e atuação do enfermeiro Revista Enfermagem Contemporânea 71 2026 httpsdoiorg101726723173378recv7i11370 BARROS A Silva I Câmara F Oliveira J Mineiro A Silva A Nogueira L 2024 Perfil socioepidemiológico da mortalidade materna no piauí em comparação com a região nordeste do brasil na última década associado ao impacto da pandemia da covid19 Revista Eletrônica Acervo Saúde 248 e16189 httpsdoiorg1025248rease161892024 Barros C Moraes A Souza L Barros I Rodrigues N Rodrigues N Saraty S 2022 Mortalidade materna por hemorragia pós parto revisão integrativa da literatura Research Society and Development 113 e31811325123 httpsdoiorg1033448rsdv11i325123 Barros S Lima A Cavalcante J Silva A Rodrigues D 2023 Análise comparada da mortalidade materna e seus determinantes distais no brasil e no méxico Saúde E Desenvolvimento Humano 112 httpsdoiorg1018316sdhv11i29507 Benigna M Nascimento W Martins J 2004 Prénatal no programa saúde da família psf com a palavra os enfermeiros Cogitare Enfermagem 92 httpsdoiorg105380cev9i21713 Bressan A Epaminondas D Queiroz R 2025 Mortalidade materna uma revisão integrativa sobre fatores de risco e estratégias de prevenção Revista Caderno Pedagógico 224 e14341 httpsdoiorg1054033cadpedv22n4220 Cameron L Suárez D Cornwell K 2019 Understanding the determinants of maternal mortality an observational study using the indonesian population census Plos One 146 e0217386 httpsdoiorg101371journalpone0217386 Carvalho A Bicalho F Fieni D Durão L Frigini G Ramos J Belizário M 2025 Estratégias para redução da mortalidade materna em partos de alto risco Revista Contemporânea 53 e7801 httpsdoiorg1056083rcv5n3107 Carvalho D and Meirinho D 2020 O quesito corraça desafios dos indicadores raciais de mortalidade materna como subsídio ao planejamento de políticas públicas em saúde Reciis 143 httpsdoiorg1029397reciisv14i31905 Carvalho I Mascarenhas M Rodrigues M Andrade J Nascimento F Penha J 2024 Impacto da pandemia da covid19 na razão de mortalidade materna brasileira tendência e distribuição espacial Revista Gaúcha De Enfermagem 45 httpsdoiorg10159019831447202420230299pt CastañedaOrjuela C Gaitan L DíazJiménez D CotesCantillo K Garfield R 2023 Maternal mortality in colombia during the covid19 pandemic time series and social inequities BMJ Open 134 e064960 httpsdoiorg101136bmjopen2022064960 Castro E Petzhold C Ferrari G Castro K Silva M Smolarek K Mozel T 2023 Perfil epidemiológico dos óbitos maternos por hemorraegia pósparto no estado do paraná no período de 2012 a 2021 Research Society and Development 1214 e85121444538 httpsdoiorg1033448rsdv12i1444538 Chola L Pillay Y Barron P Tugendhaft A Kerber K Hofman K 2015 Cost and impact of scaling up interventions to save lives of mothers and children taking south africa closer to mdgs 4 and 5 Global Health Action 81 27265 httpsdoiorg103402ghav827265 Costa I Campos P Santos S Morais J Carlos P Teixeira E Santos R 2024 Prevalência e fatores de risco para a préeclâmpsia em gestantes Studies in Health Sciences 53 e5966 httpsdoiorg1054022shsv5n3007 Costa L Rosa S Souto W Júnior H 2024 Cuidados de enfermagem voltados para a saúde materna de mulheres negras Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 104 16801694 httpsdoiorg1051891reasev10i413685 Costa R Lima T Moreira G Rollemberg C Ferreira I Prado C Leite R 2023 Hemorragia pósparto e a mortalidade materna perfil epidemiológico Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 910 68206833 httpsdoiorg1051891reasev9i1012132 Couto P França L Dib R Matos M Pereira S Silva G 2022 Perfil condições clínicas e ginecológicas de gestantes e mortalidade materna por eclâmpsia na região do alto sertão produtivo bahia Conjecturas 2215 11801200 httpsdoiorg1053660conj20032r64a CraftBlacksheare M and Kahn P 2022 Midwives and other perinatal health workers perceptions of the black maternal mortality crisis in the united states Journal of Midwifery Women S Health 681 6270 httpsdoiorg101111jmwh13433 Cunha G Pereira I Barbosa E Dantas A 2023 Perfil epidemiológico da mortalidade materna no estado do rio grande do norte no período de 2016 a 2020 Brazilian Journal of Health Review 62 66976716 httpsdoiorg1034119bjhrv6n2179 Deus F Limeira J Eduardo C Silva M Cunha A Vianna T Vieira N 2022 A importância da atuação do enfermeiro nas unidades básicas de saúde e seu impacto na redução da mortalidade materna Research Society and Development 1113 e365111335504 httpsdoiorg1033448rsdv11i1335504 Dias J Cury G Júnior A 2016 Mortality study of mother in high region jequitinhonha minas gerais Revista Médica De Minas Gerais 261 httpsdoiorg1059352238318220160078 Domingues R Rodrigues A Dias M Saraceni V Francisco R Pinheiro R Coeli C 2024 Painel de vigilância da saúde materna uma ferramenta para ampliação da vigilância epidemiológica da saúde das mulheres e seus determinantes Revista Brasileira De Epidemiologia 27 httpsdoiorg10159019805497202400092 FERREIRA L Roos M FERREIRA C Backes D MARTELLI G Costenaro R 2023 Prevenção da mortalidade materna fetal e infantil oficina de instrumentalização profissional httpsdoiorg1048195fnmdpe202326789 Figueira S Almeida V Rêgo N Souza P Costa A Cardoso F Freitas J 2023 Mortalidade materna no estado do pará principais causas no período de 2017 a 2020 Revista Eletrônica Acervo Saúde 238 e13392 httpsdoiorg1025248rease133922023 Frutuoso L Barros C Silva É Sette G Lima A 2019 Mortalidade materna em pernambuco delineando o perfil epidemiológico 20092013 Enfermagem Brasil 184 510517 httpsdoiorg1033233ebv18i42574 Galiza K Soares A Silva I Moura C Silva F 2023 Panorama da mortalidade materna na região nordeste do brasil principais causas mortis 191198 httpsdoiorg10293275206859221 Gama S Bittencourt S Filha M Takemoto M Lansky S Frias P Leal M 2024 Mortalidade materna protocolo de um estudo integrado à pesquisa nascer no brasil ii Cadernos De Saúde Pública 404 httpsdoiorg1015900102311xpt107723 Gomes L Júnior C Sousa L Carvalho L Carvalho J Amorim V Santos A 2024 Efeitos da pandemia de covid19 na saúde mental da população uma revisão integrativa Brazilian Journal of Health Review 72 e68650 httpsdoiorg1034119bjhrv7n2284 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hammoud S Tamura G Barduco J Purim K Quadros L Santos L Meister T 2023 Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do paraná repercussão da pandemia da covid19 Revista De Medicina 1025 httpsdoiorg1011606issn16799836v102i5e204857 Hill A Pallitto C McClearySills J 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httpsdoiorg1025248rease58582021 Shao M Fan J Huang Z Chen M 2022 The impact of information and communication technologies icts on health outcomes a mediating effect analysis based on crossnational panel data Journal of Environmental and Public Health 20221 httpsdoiorg10115520222225723 Silva B Lima N Silva S Antúnez S Seerig L RestrepoMéndez M Wehrmeister F 2016 Mortalidade materna no brasil no período de 2001 a 2012 tendência temporal e diferenças regionais Revista Brasileira De Epidemiologia 193 484493 httpsdoiorg10159019805497201600030002 Silva H Pereira A Andrade S 2019 Mortalidade materna por causas obstétricas no estado da paraíba Revista De Ciências Da Saúde Nova Esperança 172 2633 httpsdoiorg1017695revnevol17n2p2633 Silva M Pereira F Dantas A Souza A Quental O Moreira J 2024 A importância do prénatal na saúde da gestante e do bebê Revista IberoAmericana De Humanidades Ciências E Educação 1011 78947905 httpsdoiorg1051891reasev10i1117106 Silva M Silva A Santos P Diniz M 2024 A mortalidade materna no maranhão no contexto da pandemia de covid19 rsc 71 13211332 httpsdoiorg1061411rsc202429817 Silva T Brandão P Caetano O 2022 Mortalidade materna no estado do rio de janeiro um perfil epidemiológico Revista De Saúde 132 6671 httpsdoiorg1021727rsv13i22900 Singh G and Lee H 2020 Trends and racialethnic socioeconomic and geographic disparities in maternal mortality from indirect obstetric causes in the united states 19992017 International Journal of Maternal and Child Health and Aids Ijma 10 4354 httpsdoiorg1021106ijma448 Souza A and Amorim M 2021 Maternal mortality by covid19 in brazil Revista Brasileira De Saúde Materno Infantil 21suppl 1 253256 httpsdoiorg10159018069304202100s100014 Souza D Silva S Duarte I Fernandes Á Barreto F Andrade F 2022 Associação da adesão das regiões do brasil à rede cegonha com a mortalidade materna e outros indicadores de saúde Revista Ciência Plural 82 116 httpsdoiorg1021680244672862022v8n2id26632 Souza J 2013 Mortalidade materna e desenvolvimento a transição obstétrica no brasil Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3512 533535 httpsdoiorg101590s010072032013001200001 Souza J 2015 A mortalidade materna e os novos objetivos de desenvolvimento sustentável 20162030 Revista Brasileira De Ginecologia E Obstetrícia Rbgo Gynecology and Obstetrics 3712 549551 httpsdoiorg101590so100720320150005526 Teles I 2023 Características e impactos das políticas públicas de atenção à saúde materna no brasil nos últimos 20 anos Îandé Ciências E Humanidades 71 6473 httpsdoiorg1036942iandev7i1693 Toluhi A Richardson M Julian Z Sinkey R Knight C Budhwani H Turan J 2023 Contribution of health care practitioner and maternity services factors to racial disparities in alabama Obstetrics and Gynecology 1424 873885 httpsdoiorg101097aog0000000000005326 Vega C 2018 Desafios na redução da mortalidade materna no município de são paulo Revista De Medicina 972 235 httpsdoiorg1011606issn16799836v97i2p235243 Yego F DEste C Byles J Williams J Nyongesa P 2014 Risk factors for maternal mortality in a tertiary hospital in kenya a case control study BMC Pregnancy and Childbirth 141 httpsdoiorg101186147123931438

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