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Engenharia Ambiental e Sanitária ·

Saneamento Básico

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Saneamento Sustentável na Construção Civil Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Objetivo do Workshop Capacitar profissionais da construção civil em saneamento sustentável Caixas de passagem e elevatórias Caixas de gordura Biodigestores Fossas sépticas ETEs secundárias Sumidouros Reuso de esgoto Reaproveitamento de água de chuva Retardo pluvial Normas NBR e legislação Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Saneamento Sustentável na Construção Civil SETEMBRO24 WORSHOP Realização Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água OBJETIVO Capacitar profissionais da construção civil em saneamento sustentável Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água O saneamento básico é essencial para dispor de uma ambiente favorável à saúde e a qualidade de vida da população No Brasil o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição Federal e definido pela LEI nº 14026 de 15 de julho de 2020 como conjunto dos serviços infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água esgotamento sanitário limpeza urbana drenagem urbana manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais Um dos princípios desta lei é a universalização dos serviços de saneamento básico para que todos tenham acesso ao abastecimento de água de qualidade e em quantidade suficientes às suas necessidades à coleta e tratamento adequado do esgoto e do lixo e ao manejo correto das águas das chuvas A urbanização desordenada a falta de infraestrutura adequada a desigualdade econômica e a extensão territorial do Brasil são alguns dos vários desafios enfrentados para a garantia da universalização deste direito constitucional O Brasil é o quinto país mais extenso do mundo o que dificulta a gestão implantação e controle eficiente do serviço de saneamento básico originando custos sociais como o tratamento de doenças infecciosas e parasitárias perda de produtividade e degradação do meio ambiente APRESENTAÇÃO Foto agenciabrasilebccombr Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Indicadores 445 Mais de 90 milhões de brasileiros não tem acesso a coleta de esgoto 555 Um pouco mais da metade da parcela de brasileiros têm acesso a coleta de esgoto O Brasil teve mais de 191 mil internações por doenças de veiculação hídrica 191 mil Fonte SNIS 2022 O novo marco legal do saneamento brasileiro Lei 140262020 foi criado para suprir o déficit de investimento e promover a universalização do saneamento A lei estabelece metas ambiciosas para 2033 visando atender 99 da população com abastecimento de água e 90 com coleta e tratamento de esgoto Além disso introduz regulamentações para aumentar a concorrência no setor e estimular a regionalização dos serviços OLIVEIRA et al 2023 Este compromisso também foi refletido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos ONU 2023 A crescente busca por fontes mais sustentáveis e um acesso facilitado ao tratamento eficaz e de baixo custo fez surgir diferentes técnicas capazes de substituir sistemas de tratamento de efluentes mais convencionais Desse modo soluções mais sustentáveis de saneamento são discutidas atualmente como uma oportunidade de enfrentar os desafios de saneamento urbano a partir de uma perspectiva de universalização desses serviços à população conjuntamente com a necessidade de recuperação de recursos ambientais como água e solo Uma das definições para o conceito de saneamento sustentável engloba soluções que além de proteger e promover a saúde humana sejam economicamente viáveis socialmente aceitáveis técnica e institucionalmente apropriadas e também protegem o meio ambiente e os recursos naturais Fonte agenciabrasilebccombr Em uma publicação no portal Water Online a empresa GF Piping Systems avaliou que qualquer que seja a perspectiva fornecedores dessa cadeia podem desempenhar um papel importante em ajudar organizações com visão de futuro a tornar seus processos de tratamento de água e saneamento mais sustentáveis e econômicos O Processo para operações cada mais sustentáveis visa Melhorar a produtividade ou eficiência de custos dos processos de projeto construção e tratamento de água e esgoto Otimizar o dimensionamento da tubulação e o planejamento do layout para reduzir os custos de energia e desperdíciosdefeitos de fabricação Melhorar os resultados de saúde e segurança para as pessoas no ambiente de trabalho Melhorar a proteção ambiental httpsgaiasustentavelnet Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAIXAS DE PASSAGEM E ELEVATÓRIAS Principais Técnicas CAIXAS DE GORDURA BIODIGESTORES FOSSAS SÉPTICAS ETES SECUNDÁRIAS SUMIDOUROS REUSO DE ESGOTO REAPROVEITAM ENTO DE ÁGUA DE CHUVA RETARDO PLUVIAL NORMAS NBR E LEGISLAÇÃO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 E Assuntos Abordados 01 CAIXAS DE PASSAGEM E ELEVATÓRIAS CONTEXTUALIZAÇÃO A caixa de passagem também conhecido como caixa de inspeção é um elemento do sistema de esgoto construído em alvenaria ou PVC que permite fácil acesso para limpeza e desentupimento Sua instalação evita a necessidade de quebrar pisos o que facilita a limpeza e manutenção Não devemos confundir esse elemento com a caixa de gordura que é conectada à cozinha atuando como um filtro que retém resíduos gordurosos da pia permitindo que apenas água limpa siga para o esgoto Em contrapartida a caixa de passagem geralmente é instalada próxima a banheiros eou lavanderias Principais tipos de caixa de passagem Alvenaria Totalmente personalizável em relação à posição das entradas permitindo adaptações conforme as necessidades do sistema de esgoto É mais flexível mas exige mais tempo e trabalho na construção PVC Leve e moderna é fácil de manusear e instalar sendo ideal para projetos que buscam praticidade No entanto sua geometria é padronizada com três entradas perpendiculares e uma saída Prémoldada Oferece uma solução simples e robusta adequada para obras maiores evitando a complexidade da construção in loco Onde devem ser instaladas As caixas de inspeção devem ser instaladas em locais estratégicos como pontos de mudança de direção entre trechos longos a cada 20 a 25 metros antes de junções e bifurcações e em áreas externas de fácil acesso A instalação adequada dessas caixas também assegura a conformidade com normas locais evitando multas e garantindo a eficiência do sistema Além disso elas contribuem para a qualidade de vida dos moradores ao permitir inspeções regulares e o acesso rápido para limpeza evitando complicações maiores ao longo do tempo O dimensionamento e instalação das caixas deve seguir a NBR 816099 Como Limpar a Caixa de passagem A caixa deve ser limpa a cada seis meses para evitar o acúmulo de resíduos Comece removendo a tampa e observe o fluxo de água Se houver obstruções podem ser causadas por plantas ou objetos Retire a sujeira acumulada nas paredes da caixa A soda cáustica pode ajudar a dissolver resíduos mais sólidos Se possível use uma sonda para desobstruir as saídas Fique atento a sinais de problemas como ralos que demoram a escoar Se a sonda remover a obstrução o fluxo de água deve retornar imediatamente Manter a caixa limpa é essencial para o bom funcionamento do sistema ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO As estações elevatórias de esgoto EEE são estruturas essenciais para o transporte de esgoto em áreas onde a gravidade não é suficiente como terrenos acidentados Elas bombeiam o esgoto de pontos baixos para elevados encaminhandoo às estações de tratamento evitando contaminação do solo e da água Existem modelos convencionais e prémoldados ambos equipados com sistemas de bombeamento e dispositivos complementares Poço de Recepção Estrutura onde o esgoto é coletado Bombas Equipamentos que elevam o esgoto do ponto mais baixo para o mais alto Gradeamento Dispositivo que remove sólidos maiores do esgoto Caixa de Areia Usada para separar partículas pesadas Poço de Sucção Facilita a entrada do esgoto nas bombas Sistema de Controle Monitora e controla a operação das bombas Alarmes Alertam sobre problemas ou transbordamentos Estruturas Complementares Como cestos trituradores e peneiras para otimizar o tratamento inicial do esgoto PRINCIPAIS COMPONENTES PROCESSO DE ELEVAÇÃO Uma estação elevatória de esgoto EEE coleta o esgoto no poço de recepção onde ele chega pelas tubulações Sólidos maiores são filtrados por um sistema de gradeamento evitando danos às bombas As bombas instaladas no fundo do poço acionamse automaticamente pressurizando o esgoto e elevandoo para um ponto mais alto Em seguida o esgoto pressurizado é empurrado para a tubulação que o leva à estação de tratamento onde será tratado e devolvido ao meio ambiente O dimensionamento da EEE deve ser feito de acordo com a NBR 1220892 Automação de EEE A automação e telemetria das Elevatórias de Esgoto EEE permitem o controle eficiente e em tempo real dos processos operacionais Utilizando Controladores Lógicos Programáveis CLPs é possível controlar variáveis como níveis vazões e pressões acionando atuadores como válvulas e motores conforme necessário Essa abordagem facilita a automação de processos como retro lavagem de filtros e controle de turbidez e pressão otimizando a eficiência operacional e contribuindo para a sustentabilidade dos sistemas de esgoto 02 CAIXAS DE GORDURA Uma caixa de gordura é um dispositivo que retém partículas de gordura que poderiam obstruir as tubulações em uma instalação hidrossanitária Ela é instalada recebendo despejos de pias onde há a manipulação de alimentos CONTEXTUALIZAÇÃO As caixas de gordura devem ser posicionadas recebendo os despejos de pias Esses despejos irão ocorrer diretamente no mesmo pavimento em edifício térreo Quando houver mais de um andar devese recebêlos separados dos demais por meio de um tubo de queda A NBR 8160 não permite que se instalem caixas de gordura dentro da edificação ou em cada pavimento de um prédio Essa proibição permite manutenção sem transtornos como sujeira ou odor no interior da residência melhorando a operação do sistema CONTEXTUALIZAÇÃO Quando falamos em pias devese entender como o dispositivo onde se manipula alimentos e se lava louças presente em cozinhas e salões de festas por exemplo Divergindo do senso popular devese chamar de lavatório o dispositivo onde se higienizam as mãos presente em banheiros e lavabos Tipos de Caixa de Gordura A caixa de gordura será formada por um tubo receptor onde entram os despejos Do outro lado há um septo não removível dispositivo formado por uma saída com tubo em diâmetro nominal superior ao da entrada além de um joelho e outro pequeno tubo voltado para baixo formando uma saída sifonada Pode ser confeccionada em alvenaria com revestimento argamassado Neste caso devese produzir também tampa que permita fechamento e remoção para manutenção Outra opção está em comprar caixas de gordura prontas produzidas em PVC Tanto escolhendo produzir in loco como comprando devese seguir o volume dimensionado para escolha Dimensionamento Em caso de serem atendidas mais de doze cozinhas ou estabelecimentos como restaurantes escolas quartéis e outros devese dimensionar uma caixa prismática retangular chamada especial por meio da equação V 2N 20 Onde V é o volume em litros da câmara de retenção de gordura e N o número de pessoas que são servidas no turno de maior uso daquela cozinha A caixa de gordura especial deve possuir altura molhada de 60 cm e distância mínima entre o septo e a saída de 20 cm LIMPEZA Ao longo do tempo uma película de gordura se formará no interior da caixa em sua porção superior Similar a uma fossa ou tanque séptico microrganismos irão depurar aquela matéria orgânica mas isso ocorre em velocidade inferior à recomposição Assim devese remover periodicamente esta camada de gordura Recomendase que seja feita a limpeza num período máximo de seis meses Ou ainda na eventualidade de transbordamento por isso se justifica não haver caixa de gordura no interior da residência 03 BIODIGESTORES Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água A utilização de biodigestores como uma solução para o aproveitamento do biogás tem se destacado como uma alternativa eficiente e sustentável O biogás composto principalmente de metano CH₄ e dióxido de carbono CO₂ é gerado pela decomposição de matéria orgânica como resíduos agrícolas dejetos de animais e esgoto Esse recurso energético além de ser uma fonte renovável contribui para a diminuição dos impactos ambientais e otimiza o uso de resíduos orgânicos Nos últimos anos o interesse por biodigestores aumentou significativamente motivado pela preocupação com o meio ambiente a busca por fontes de energia limpa e a necessidade de gerenciar eficientemente os resíduos orgânicos tanto em escala doméstica quanto industrial Biodigestor é composto de uma estrutura física conhecida como câmara onde se tem o processo de degradação da matéria orgânica Esta estrutura pode ser cilíndrica vertical e superficial ou seja acima do solo acompanhada de uma campânula onde se acumula o gás que é desprendido da digestão da biomassa chamado de gasômetro Podemos definir os biodigestores anaeróbios como sendo uma câmara fechada onde são colocados os substratos orgânicos para serem degradados na ausência de oxigênio molecular tendo como produto a formação do biogás e um efluente rico em nutrientes FILHO 2014 CONTEXTUALIZAÇÃO httpswwwmaisambienteecobr O BLC tem sido amplamente empregado no meio rural no gerenciamento dos efluentes da produção animal É considerado de baixo nível tecnológico com facilidade de construção e operação Usualmente encontramos TIPOS DE BIODIGESTORES Biodigestor de lagoa coberta BLC O biodigestor de lagoa coberta é um tanque escavado no solo impermeabilizado e coberto com material geossintético PVC PEAD etc caracterizado pela baixa permeabilidade a fluídos e gases e suficientemente flexível para acumular biogás Sua geometria é de base retangular de seção trapezoidal com inclinação do talude variável de acordo com as características do solo O BLC tem sido amplamente empregado no meio rural no gerenciamento dos efluentes da produção animal É considerado de baixo nível tecnológico com facilidade de construção e operação Usualmente encontramos referências a esse modelo como canadense ou biodigestor de lona Em geral não possuem sistemas de aquecimento nem de agitação Por isso em alguns casos também encontramos referência a este modelo como tubular onde as dimensões construtivas e o regime de alimentação semicontínuo acabam por gerar configurações de fluxo que variam entre laminar e pistonado Outro aspecto deste modelo é a necessidade de elevado tempo de retenção hidráulica TRH o que aumenta o requisito de área para instalação Esquema de um reator de fluxo pistonado do inglês plugflow Esquema representativo da visão interna do reator modelo lagoa coberta Equação 1 TIPOS DE BIODIGESTORES Esse modelo de biodigestor geralmente é utilizado para tratamento de efluentes com baixa concentração de sólidos até cerca de 3 mv1 de sólidos totais e uma baixa carga orgânica volumétrica COV entre 03 a 05 kgSVm3 reatord1 A produtividade de biogás por volume de reator encontrase entre 003 e 015 m3 m3 reatord1 Catrell et al 2008 variando de acordo com tipo de substrato COV temperatura de operação e TRH Biodigestor tipo UASB A sigla UASB vem do inglês Upflow Anaerobic Sludge Blanket O biodigestor UASB tem como característica o fluxo ascendente do afluente por uma manta de lodo até o topo do reator onde há um separador Trifásico Estes reatores têm como característica a alta capacidade de retenção de biomassa o que permite trabalhar com baixo tempo de retenção hidráulica 4 a 72 horas Além disso os reatores UASB apresentam estabilidade em situações de variações das características do afluente e suporte à alta carga orgânica volumétrica 05 a 80 KgSVm3d1 ou 2 a 32 kgDQOsolúvelm3d1 especialmente em condições em que a matéria orgânica está solubilizada Esquema de funcionamento de um biodigestor tipo UASB Por questões hidrodinâmicas o afluente do reator UASB deve apresentar baixa concentração de sólidos totais 2 Esse fato indica que para o tratamento de efluentes da produção animal muitas vezes é necessário um prétratamento Equação 1 TIPOS DE BIODIGESTORES Biodigestor CSTR A sigla CSTR vem do inglês Continuous Stirred Tank Reactor reator com tanque agitado continuamente Esse modelo de biodigestor suporta elevadas cargas orgânicas volumétricas 1 a 4 kgSVm3d1 sendo caracterizado por ter seu conteúdo em homogeneização devido à presença de sistema de agitação Esta é a configuração de biodigestor mais utilizada em plantas de biogás sobretudo quando se trata de codigestão mistura de substratos e com concentração de sólido mais elevada próximo a 10 mv1 Os biodigestores do tipo CSTR representam aproximadamente 90 dos reatores erguidos na Europa Para reatores anaeróbios do tipo CSTR o tempo de retenção hidráulica TRH e o tempo de retenção de sólidos TRS são iguais pois partese do pressuposto que não há acúmulo de lodo no reator O TRH mínimo do reator geralmente é entre 15 e 20 dias podendo variar bastante em função do tipo de substrato a ser digerido Biodigestores CSTR sem recirculação de lodo são mais adequados para efluentes com altas concentrações de sólidos A presença de um sistema de agitação acrescenta custos de implantação e manutenção de um CSTR mas auxilia na transferência de calor e mantém os sólidos em suspenção melhora o contato entre a matériaorgânica e os microrganismos A manutenção da temperatura por sistemas de aquecimento garante uma maior capacidade de produção de biogás uma vez que colabora com a estabilização do reator e manutenção da população de microrganismos Exemplos dos diferentes modos de agitação sendo a agitação hidráulica b agitação pneumática e c agitação mecânica Equação 1 TIPOS DE BIODIGESTORES Biodigestor em fase sólida dry digestion Biodigestores em fase sólida são mais comuns com operação em batelada sendo alimentados com resíduos contendo entre 20 e 40 de sólidos O substrato é adicionado ao reator juntamente com inóculo 50 msubstratominóculo tendo o líquido percolado recirculado sobre a fração sólida Biodigestor em fase sólida e em batelada com recirculação de inóculo O tempo de digestão é entre 2 a 4 semanas dependendo do tipo de substrato A concentração de metano no biogás é relativamente alta sendo aproximadamente 80 A digestão em fase sólida apresenta algumas características A produtividade de biogás é de 15 a 40 menor quando comparada com a via úmida Menor volume do biodigestor Suporta substratos com maior concentração de sólidos além de maior tamanho de partícula Não são necessárias grandes diluições aos substratos O biorreator precisa ser aberto para ser preenchido eou esvaziado A alimentação do biorreator é descontínua A quantidade de sólidos no biodigestor afeta o seu volume e o processo de tratamento Devido à baixa concentração de água em sistemas de digestão em fase sólida necessitase de biodigestores com menor volume comparados às outras tecnologias Em contrapartida temse a necessidade de bombas para recirculação do lixiviado literatura classifica os biodigestores sobre diversos aspectos Como por exemplo quanto ao teor de sólidos forma de alimentação e número de estágios e também pela quantidade de resíduo orgânico tratado FILHO 2014A classificação dos biodigestores é realizada quanto à forma de abastecimento que podem ser em batelada e contínuos Os biodigestores do modelo batelada recebem o carregamento da matéria orgânica onde só será realizada sua substituição após o período adequado à digestão de todo o lote Nos modelos contínuos os biodigestores são construídos para que sejam abastecidos diariamente fazendo com que tenha a entrada de substrato orgânico para ser processado e a saída do material já tratado OLIVER 2008 DIGESTÃO ANAERÓBICA A digestão anaeróbia é um processo natural de decomposição da matéria orgânica através de bactérias em ambientes sem oxigênio que de acordo com Oliver et al 2008 ocorre principalmente em três fases hidrólise redução do tamanho das moléculas produção de ácidos orgânicos e produção de metano Tratase de um processo lento em geral de 30 dias que depende da manutenção da temperatura por volta de 35ºC para sua melhor eficiência e para evitar vazamentos e perda de pressão não pode ser instalado muito distante de onde serão utilizados seus subprodutos o biogás e o biofertilizante SEIXAS FOLLE e MARCHETTI 1981 Segundo Alves et al 2010 os principais fatores que afetam a digestão anaeróbia são o potencial de hidrogênio pH da solução aquosa de matéria orgânica a temperatura o tempo de retenção hidráulica tempo para a digestão e substâncias tóxicas por excesso de nutrientes no biodigestor ou uso de desinfetantes e bactericidas usados nas instalações de animais O produto desse processo biológico é um gás composto majoritariamente de metano denominado biogás um recurso energético renovável que pode ser utilizado para abastecimento de gás residencial produção de energia elétrica por combustão entre outros e o resíduo dessa digestão é denominado biofertilizante o qual após simples tratamento pode ser utilizado na produção agrícola doméstica na recuperação de terrenos degradados entre outros SILVA 2020 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água BIOGÁS A utilização de biogás é uma iniciativa milenar e tem como principais precursores a Índia e a China O biogás gerado na última fase da digestão anaeróbia depende da natureza da matéria prima fermentada e é composto por uma combinação de metano gás carbônico e outros gases Como o metano possui pouco mais que a metade do peso do ar o biogás é mais leve que o ar representa uma fonte de energia renovável de queima limpa sem fuligem com poder calorífico entre 5000 e 7000kcalm³ sendo que 1m³ de biogás equivale a 061L de gasolina 079L de álcool 045L de gás de cozinha 150kg de lenha entre outros OLIVER et al 2008 O uso do biogás é um importante agente na diminuição da poluição do meio ambiente quer seja por representar uma redução do desmatamento para o uso de lenha quer seja na queima do metano seu principal componente o qual é 24 vezes mais danoso que o carbono em termos de efeito estufa COELHO et al 2006 Mistura gasosa originada a partir da degradação biológica de matéria orgânica formada basicamente por metano CH4 e dióxido de carbono CO2 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água BIOFERTILIZANTE Após sofrer o processo de fermentação no interior do biodigestor a matéria orgânica se transforma em biofertilizante Tratase de adubo orgânico de alta qualidade composto em média entre 15 e 2 de nitrogênio N 10 a 15 de fósforo P e 05 a 1 de potássio K Alguns de seus benefícios no uso agrícola são corretivo da acidez do solo devido ter um pH em torno de 75 reestabelecimento do teor de húmus no solo restauração das propriedades físicas químicas e biológicas do solo A alta qualidade do biofertilizante produto da digestão anaeróbia é devido a Redução do teor de carbono C do material expelido no processo de digestão em forma de metano CH4 e gás carbônico CO2 Aumento do teor de nitrogênio N e nutrientes no solo Diminuição da relação CN da matéria orgânica Facilidade de aproveitamento pelos microrganismos no solo devido seu avançado grau de decomposição Maior disponibilidade de nutrientes devido a subutilização no processo de digestão e Utilização como controle de pragas e doenças 04 FOSSAS SÉPTICAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e a transformação físicoquímica da matéria sólida contida no esgoto É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada sobretudo para a zona rural ou residências isoladas Todavia o tratamento não é completo como numa Estação de Tratamento de Esgotos As fossas sépticas são uma estrutura complementar e necessária às moradias sendo fundamentais no combate a doenças vermisoses e endemias como a cólera pois diminuem o lançamentos dos dejetos humanos diretamente em rios lagos nascente ou mesmo na superfície do solo O seu uso é essencial para a melhoria das condições de higiene das populações rurais e de localidades não servidas por redes de coleta pública de esgotos O esgoto in natura deve ser lançado em um tanque ou em uma fossa para que com o menor fluxo da água a parte sólida possa se depositar liberando a parte líquida Uma vez feito isso bactérias anaeróbias agem sobre a parte sólida do esgoto decompondoo Esta decomposição é importante pois torna o esgoto residual com menor quantidade de matéria orgânica pois a fossa remove cerca de 40 da demanda biológica de oxigênio e o mesmo agora pode ser lançado de volta à natureza com menor prejuízo Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Devido a possibilidade da presença de organismos patogênicos a parte sólida deve ser retirada através de um caminhão limpafossas e transportada para um aterro sanitário nas zonas urbanas e enterrada na zonas rurais Numa fossa séptica não ocorre a decomposição aeróbia e somente ocorre a decomposição anaeróbia devido à ausência quase total de oxigênio As fossas sépticas não devem ficar muito perto das moradias para evitar mau cheiros nem muito longe para evitar tubulações muito longas que exigem fossa mais profundas devido ao caimento da tubulação A distância recomendada é de cerca de 4 metros Elas devem ser construídas do lado do banheiro para evitar curvas nas canalizações Também devem ficar num nível mais baixo do terreno e longe de poços cisternas ou de qualquer outra fonte de captação de água no mínimo trinta metros de distância para evitar contaminações no caso de eventual vazamento O tamanho da fossa séptica depende do número de pessoas da moradia Ela é dimensionada em função de um consumo médio calculado conforme o número de pessoas e condições de trabalho e residência por dia tendo como base na NBR 7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Esta Norma fixa as condições exigíveis para projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos incluindo tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado Tem por objetivo preservar a saúde pública e ambiental a higiene o conforto e a segurança dos habitantes de áreas servidas por estes sistemas Na aplicação desta Norma é necessário consultar NBR 5626 Instalações prediais de água fria Procedimento NBR 8160 Instalações prediais de esgoto sanitário Procedimento NBR 13969 Tanques sépticos Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos Projeto construção e operação Sistema de tanque séptico Esquema geral Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Detalhes e dimensões de um tanque séptico de câmara única Fonte NBR7229 a 5 cm b 5 cm c 13 h h profundidade útil H altura interna total L comprimento interno total W largura interna total 80 cm Relação LW entre 21 e 41 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Dimensões dos tanques sépticos Fonte NBR7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Tanque com única abertura Fonte NBR7229 Tanque com múltipla abertura Fonte NBR7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Junção laje de fundoparedes laterais Fonte NBR7229 Placa de Identificação conforme a Norma Fonte NBR7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água TIPOS As fossas sépticas podem ser de dois tipos Prémoldadas PRFV Feitas no local Alvenaria Fossas sépticas prémoldadas PRFV De formato cilíndrico a menor fossa prémoldada tem capacidade de 1000 litros medindo 11X11 metros altura X diâmetro Para volumes maiores é recomendável que a altura seja maior que o dobro do diâmetro A instalação de uma fossa séptica prémoldada começa pela escavação do buraco onde ela vai ficar enterrada no terreno em seguida o fundo do buraco deve ser compactado nivelado e coberto com uma camada de 5 cm de concreto magro Finalmente a fossa prémoldada é colocada no lugar Fossas sépticas feitas no local Alvenaria A fossa séptica feita no local tem formato retangular ou circular Para funcionar bem elas devem ter dimensões determinadas por meio de um projeto específico de engenharia A ligação da rede de esgoto da moradia à fossa séptica deve ser feita com tubos DN100 assentados numa valeta e bem unidos entre si O fundo da valeta deve ter caimento de 2 no sentido da caixa de inspeção O objetivo é que a fossa séptica fique bem nivelada e compactada A rede de esgoto da moradia deve passar inicialmente por uma caixa de inspeção que serve para fazer a manutenção do sistema facilitando o desentupimento em caso de necessidade essa caixa deve ter 60 cm X 60 cm e profundidade de 50 cm construída a cerca de 2 metros de distância da casa Caixa prémoldada ou construída em alvenaria A tubulação que liga a caixa de inspeção da rede de esgoto da moradia à fossa séptica deve ter caimento de 2 no mínimo ou seja 2 cm por metro de tubulação Para tanto o topo do buraco da fossa deverá ficar num nível inferior ao da saída da caixa de inspeção Os ralos do lado de fora da casa não podem ser ligados a rede de esgotos Se isso acontecer correse o risco de que o esgoto volte pelos ralos e pias para dentro de casa trazendo uma série de riscos de doenças Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água FOSSA SÉPTICA BEM PROJETADA REDUZ Coliformes germes patogênicos outros bacilos e vírus 50 a 70 Graxas e gorduras70 a 85 Sólidos em suspensão 50 a 80 A fossa deve ter volume que permita a lenta passagem dos líquidos e a acumulação do volume de lodo As fossas sépticas deverão ser construídas em concreto alvenaria ou outro material que atenda as condições de segurança durabilidade e resistência Existem modelos prémoldados que podem ser comprados em lojas de materiais de construção É importante que possuam retentores de escuma na entrada e na saída O volume da fossa deve ser adotado em função do número de pessoas que irão utilizála Recomendase que na tubulação de entrada da fossa seja colocada uma caixa de passagem caixa construída antes da fossa Exemplos de dimensionamento Construção 05 ETES SECUNDÁRIAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO O sistema de tratamento Secundário caracterizase por processos bioquímicos aeróbios ou anaeróbios o principal objetivo deste processo é a degradação de matéria orgânica dissolvida e da matéria orgânica em suspensão que não foram removidas no tratamento primário O processo de lodos ativados é um dos processos de tratamento mais utilizados nas indústrias porém o uso dessa técnica de tratamento requer o controle da vazão a recirculação dos microorganismos decantados o fornecimento de oxigênio entre outras coisas Além disso os fatores que mais podem afetar essa técnica são as temperaturas a disponibilidade de nutrientes o pH a presença de elementos tóxicos e o fornecimento de oxigênio Sistema de Tratamento Secundário Eficiente redução de cargas e remoção de nutrientes Altas taxas de incorporação de Oxigênio Baixo Consumo de energia e produtos químicos Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água O processo de tratamento constituise basicamente por Lagoa de aeração Reator ocorre a introdução artificial do oxigênio requerido pelos organismos decompositores e também possibilita a manutenção da massa líquida em total suspensão e a consequente formação de flocos biológicos para posterior separação na unidade seguinte de sedimentação O sistema é composto basicamente por módulos de distribuição aéreos e submersos linha de ar e Soprador de ar Nos tanques de aeração os microorganismos se alimentam da matéria orgânica e a convertem em gás carbônico material celular e água O efluente quando sai do reator possui baixa quantidade de matéria orgânica com uma eficiência de remoção de cargas em torno de 95 dependendo da ETE Decantação no processo de decantação a massa biológica é separada do liquido sendo que parte dos sólidos retorna ao tanque de aeração e a outra parte é destinada ao centro de processamento de lodo Os decantadores são os responsáveis por separar os sólidos em suspensão no tanque de aeração permitindo a saída de um efluente clarificado e pela sedimentação dos sólidos em suspensão no fundo do decantador possibilitando o retorno do lodo em concentração mais elevada Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Entre os principais processos de tratamento secundário aeróbio de esgotos estão a processo de lodos ativado convencional b processo de lodo ativado por batelada c processo de lodo ativado por vala de oxidação d processo de lodo ativado por aeração prolongada e processo secundário de tratamento de esgoto por filtros biológicos f processo de lagoas de estabilização Melhor compreensão do processo de lodo ativado O Sistema de lodo ativado são responsáveis por promover a remoção de matéria orgânica dissolvida e suspensa em águas residuais este processo também possibilita a remoção de outros componentes de águas residuais Sólidos em suspensão Nitrogênio Fósforo Metais pesados e xenobióticos O processo de lodos ativados é um dos processos de tratamento mais utilizados nas indústrias porém o uso dessa técnica de tratamento requer o controle da vazão a recirculação dos microorganismos decantados o fornecimento de oxigênio entre outros Além disso os fatores que mais podem afetar essa técnica são as temperaturas a disponibilidade de nutrientes o pH a presença de elementos tóxicos e o fornecimento de oxigênio Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água 06 SUMIDOUROS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO Um sumidouro também conhecido como poço absorvente é uma estrutura projetada para infiltrar águas residuais no solo permitindo sua dispersão e filtragem natural Ele é frequentemente utilizado em áreas rurais e periurbanas onde sistemas de esgoto centralizados não estão disponíveis O sumidouro é parte essencial de sistemas sépticos e é composto por um poço profundo preenchido com material permeável como brita ou pedras que facilita a percolação da água através do solo O funcionamento de um sumidouro é baseado em processos naturais de filtração e biodegradação A água residual após passar por uma fossa séptica onde os sólidos são sedimentados e decompostos é direcionada para o sumidouro No sumidouro a água infiltra no solo através do material permeável onde microrganismos presentes no solo decompõem os poluentes restantes Este processo reduz significativamente a carga de patógenos e nutrientes antes que a água atinja os lençóis freáticos contribuindo para a proteção dos recursos hídricos Os sumidouros promovem a infiltração natural das águas residuais no solo reduzindo a poluição de corpos dágua superficiais e subterrâneos Este método aproveita a capacidade natural do solo para filtrar e decompor poluentes minimizando o impacto ambiental Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Simplicidade e Eficiência Os sumidouros são estruturas simples de construir e manter Eles não requerem tecnologias complexas ou eletricidade tornandoos uma opção acessível para áreas rurais e comunidades com recursos limitados Proteção da Qualidade da Água Ao tratar as águas residuais de maneira descentralizada os sumidouros ajudam a prevenir a contaminação de rios lagos e aquíferos protegendo a qualidade da água e a saúde pública Contribuição para a Recarga de Aquíferos Os sumidouros facilitam a recarga de aquíferos ao permitir que a água infiltrada chegue aos lençóis freáticos Isso é especialmente importante em regiões onde a água subterrânea é uma fonte crítica para abastecimento Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Avaliação do Solo A eficácia de um sumidouro depende da permeabilidade do solo Solos arenosos e bem drenados são ideais enquanto solos argilosos ou compactados podem exigir soluções alternativas ou complementares IMPLEMENTAÇÃO DE SUMIDOUROS Manutenção Regular Embora sejam de baixa manutenção os sumidouros ainda requerem inspeções periódicas para garantir que não haja obstruções e que o sistema esteja funcionando corretamente A limpeza da fossa séptica adjacente também é essencial para prevenir a sobrecarga do sumidouro Normas e Regulamentações A instalação de sumidouros deve estar em conformidade com as normas e regulamentações locais de saneamento e meio ambiente Isso garante que o sistema seja seguro e eficaz além de estar em conformidade com as práticas de proteção ambiental Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ESQUEMA DEMONSTRATIVO Esgotamento domiciliar provido por fossa e sumidouro 07 REUSO DE ESGOTO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO Esgotamento sanitário é um tema extremamente discutido no Brasil Com o avanço da tecnologia e a preocupação constante de contaminação do meio ambiente o mercado vem cada vez mais trazendo soluções mais sustentáveis e aderentes com uma melhor qualidade de vida da população Citase a tendencia global de um melhor gerenciamento de recursos hídricos O Reuso de Esgoto Tratado Na prática até mesmo a água que recebemos em nossa torneira é de certa maneira o esgoto que foi tratado Isso porque quando transformamos a água potável em esgoto o mesmo segue para as estações municipais recebe um tratamento e quando atinge um nível seguro de pureza o esgoto já tratado é lançado nos rios que farão o processo de depuração biológica transformando o esgoto em água doce novamente Mais pra frente a água do rio será captada pelos sistemas de abastecimento e passarão pelo tratamento de água nas ETAs estações de tratamento de água que através dos tratamentos físicoquímicos transformarão a água doce em água potável atendendo uma série de exigências da portaria 2914 do ministério da saúde que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade A utilização de microalgas é uma biotecnologia especialmente propícia a ser utilizada em estações de tratamento de esgoto A utilização de microalgas é uma biotecnologia especialmente propícia a ser utilizada em estações de tratamento de esgoto onde há ampla disponibilidade dos compostos que elas precisam para crescer CO2 e nutrientes como potássio nitrogênio e fósforo A produção de biodiesel a partir da utilização das algas tem sido intensamente pesquisada desde que descobriram nos EUA que grande parta destes organismos é composto de óleos No entanto ainda não existe produção de biodiesel a partir de algas em larga escala em qualquer lugar do mundo AVANÇO NAS PESQUISAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO Infiltração Ao infiltrar a água tratada no solo ela abastecerá o lençol freático Durante o processo conhecido como percolação a terra e os minerais cuidam de eliminar impurezas da água e tornála nutrida com sais minerais mas ainda assim não é possível obter controle total sobre a quantidade e os tipos de sais Estações de tratamento de Água Através do método físicoquímico é possível atender aos critérios da portaria do Ministério da Saúde é este inclusive o método utilizado nas estações municipais mas para tratar o próprio esgoto é um método inviável financeiramente e que requer operação constante A portaria 2914 é bastante restritiva no que se refere aos padrões de água potável logo para poder transformar seu esgoto ou mesmo a água da chuva em água potável seria necessário um complexo sistema de tratamento com o uso de produtos químicos Apesar de já existirem no mercado os sistemas de ultrafiltração que são capazes de filtrar e desinfectar a água e que são bastante compactos e acessíveis estes sistemas purificam tanto a água que retiram até seus minerais logo o que sobra é o puro H²O que por si só não é suficiente para nos manter vivos É neste sentido que a portaria do ministério da saúde atua Existem sim maneiras de tornar a água potável mas elas inviabilizam a construção de um sistema residencial são elas Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água REUSO Reuso nas Indústrias Como a água é um insumo importante e consumida em altas quantidades pelos processos industriais compensa muitas vezes desenvolver sistemas físicoquímicos para reutilizar o esgoto e transformalo em água não potável Esta água poderá ser utilizada para descargas irrigação e processos industriais que não dependam da água potável Vale lembrar que mesmo estes sistemas precisam de um tratamento mais avançado para desinfecção do esgoto Reuso em residências Economicamente Viável Nas residências o processo de reuso de esgoto tratado mais viável disponível no Brasil fica restrito à irrigação de plantas ornamentais A água resultante do tratamento de esgoto é muito boa inclusive para tal finalidade uma vez que ainda levará consigo algum resíduo orgânico cerca de 2 à 5 para estações compactas de tratamento mas que após sua desinfecção não causará riscos à saúde No caso das residências este método é aplicado para as estações compactas de tratamento de esgoto que é um sistema com estágio avançado de tratamento quando comparado ás fossas sépticas Reuso em residências Investimento de longo prazo O reuso da água resultante do esgoto tratado em residências também é uma possibilidade porém os sistemas atuais requerem um investimento maior e uma operação especializada assim como a manutenção periódica dos componentes Com os sistemas de ultrafitração ou físicoquímicos para residência é possível reutilizar cerca de 50 da água do esgoto tratado Os usos são para fins não potáveis como lavagem de pisos carros descargas em vasos sanitários irrigação de plantas e jardins dentre outros Tudo depende do projeto O custo inicial de um projeto de reuso residencial é de aproximadamente R 2000000 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água O QUE A NBR 1396997 DIZ REUSO LOCAL item 56 NBR 13969 97 O esgoto de origem essencialmente doméstica ou com características similares o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qualidade de água não potável mas sanitariamente segura tais como irrigação dos jardins lavagem de pisos e dos veículos automotivos na descarga dos vasos sanitários na manutenção paisagísticas dos lagos e canais com água na irrigação dos campos agrícolas pastagens etc O tipo de reuso pode abranger desde a simples recirculação de água de enxágue da máquina de lavagem com ou sem tratamento aos vasos sanitários até uma remoção em alto nível de poluentes para lavagens de carros Freqüentemente o reuso é apenas uma extensão do tratamento de esgotos sem investimentos adicionais elevados assim como nem todo o volume de esgoto gerado deve ser tratado para ser reutilizado Admitese também que o esgoto tratado em condições de reuso possa ser exportado para além do limite do sistema local para atender à demanda industrial ou outra demanda da área próxima No caso de utilização como fonte de água para canais e lagos para fins paisagísticos dependendo das condições locais pode ocorrer um crescimento intenso das plantas aquáticas devido a abundância de nutrientes no esgoto tratado Neste caso devese dar preferência a alternativa de tratamentos que removam eficientemente o fósforo do esgoto NBR1396997 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE REUSO item 561 NBR 13969 97 O reuso local de esgoto deve ser planejado de modo a permitir seu uso seguro e racional para minimizar o custo de implantação e de operação Para tanto devem ser definidos a os usos previstos para esgoto tratado b volume de esgoto a ser reutilizado c grau de tratamento necessário d sistema de reservação e de distribuição e manual de operação e treinamento dos responsáveis OS USOS PREVISTOS PARA O ESGOTO TRATADO item 562 NBR 13969 97 Devem ser considerados todos os usos que o usuário precisar tais como lavagens de pisos calçadas irrigação de jardins e pomares manutenção das água nos canais e lagos dos jardins nas descargas dos banheiros etc Não deve ser permitido o uso mesmo desinfetado para irrigação das hortaliças e frutas de ramas rastejantespor exemplo melão e melancia Admitese seu reuso para plantações de milho arroz trigo café e outras arvores frutíferas via escoamento no solo tomandose o cuidado de interromper a irrigação pelo menos 10 dias antes da colheita Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água VOLUME DE ESGOTO A SER REUTILIZADO item 563 NBR 13969 97 Os usos definidos para todas as áreas devem ser quantificados para obtenção do volume total final a ser reusado Para tanto devem ser estimados os volumes para cada tipo de reuso considerando as condições locais clima frequência de lavagem e de irrigação volume de água para descarga dos vasos sanitários sazonalidade de reuso etc GRAU DE TRATAMENTO NECESSÁRIOS item 564 NBR 13969 97 O grau de tratamento para uso múltiplo de esgoto tratado é definido regra geral pelo uso mais restringente quanto à qualidade de esgoto tratado No entanto conforme o volume estimando para cada um dos usos podemse prever graus progressivos de tratamento por exemplo se o volume destinado para uso com menor exigência for expressivo não haveria necessidade de se submeter todo volume de esgoto a ser reutilizado ao máximo grau de tratamento mas apenas uma parte reduzindose o custo de implantação e operação desde que houvesse sistemas distintos de reservação e de distribuição Nos casos simples de reuso menos exigentes por exemplo descarga de vasos sanitários podese prever o uso da água de enxágue das maquinas de lavar apenas desinfetando reservando aquelas águas e recirculando ao vaso em vez de enviálas para o sistema de esgoto para posterior tratamento Classe 4 Reuso nos pomares cereais forragens pastagens para gados e outros cultivos através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual coliforme fecal inferior a 5000 NMP100ml oxigênio dissolvido acima de 20 mgl Classe 1 Lavagem de carros e outros usos que requerem o contato direto do usuário com a água com possível aspiração de aerossóis pelo operador incluindo chafarizes turbidez inferior a 5 coliforme fecal inferior a 200 NMP100ml sólidos dissolvidos totais inferior a 200 mgl pH entre 60 e 80 cloro residual entre 05 mgl e 15 mgl Classe 2 Lavagens de pisos calçadas e irrigação dos jardins manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos exceto chafarizes turbidez inferior a 5 coliforme fecal inferior a 500 NMP100ml cloro residual superior a 05 mgl Classe 3 Reuso nas descargas dos vasos sanitários turbidez inferior a 10 coliforme fecal inferior a 500 NMP100ml Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água SISTEMA DE RESERVAÇÃO E DE DISTRIBUIÇÃO item 565 NBR 13969 97 O reuso local de esgoto seguro e racional tem com base um sistema de reservação e de distribuição Ao mesmo tempo todo o sistema de reservação e de distribuição para reuso deve ser identificado de modo claro e inconfundível para não ocorrer uso errôneo ou mistura com o sistema de água potável ou outros fins Devem ser observados os seguintes aspectos referentes ao sistema A Todo o sistema de reservação deve ser dimensionado para atender pelo menos 200 horas de uso de água no pico da demanda diária exceto para uso na irrigação da área agrícola ou pastoril B Todo o sistema de reservação e de distribuição do esgoto a ser reutilizado deve ser claramente identificado através de placas de advertência nos locais estratégicos e nas torneiras além do emprego de cores nas tubulações e nos tanques de reservação distintas das de água potável C Quando houver usos múltiplos de reuso com qualidades distintas devese optar pela reservação distinta das águas com clara identificação das classes de qualidades nos reservatórios e nos sistemas de distribuição D No caso de reuso direto das águas da máquina de lavar roupas para uso na descarga dos vasos sanitários devese prever a reservação do volume total da água de enxágue E O sistema de reservação para aplicação nas culturas cujas demandas pela água não são constantes durante o seu ciclo deve prever uma preservação ou área alternada destinada ao uso da água sobressalente na fase de menor demanda Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água MANUAL DE OPERAÇÃO E TREINAMENTO DOS RESPONSÁVEIS item 566 NBR 1396997 Todos os gerenciadores dos sistemas de reuso principalmente aqueles que envolvem condomínios residenciais ou comerciais com grande número de pessoas voltadas par a manutenção de infraestruturas básicas devem indicar o responsável pela manutenção e operação do sistema de reuso de esgoto Para tanto o responsável pelo planejamento e projeto deve fornecer manuais do sistema de reuso contendo figuras e especificações técnicas quanto ao sistema de tratamento reservação e distribuição procedimentos para operação correta alem de treinamento adequado aos responsáveis pela operação AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE DO DESEMPENHO E DO MONITORAMENTO item 6 NBR 13969 97 Todos os processos de tratamento e disposição final de esgotos devem ser submetidos avaliação periódica do desempenho tanto para determinar o grau de poluição causado pelo sistema de tratamento implantado como para avaliação do sistema implantado em si para efeitos de garantia do processo oferecido pelo fornecedor Esta avaliação deve ser mais frequente e minuciosa nas áreas consideradas sensíveis do ponto de vista de proteção de mananciais A amostragem do afluente e do efluente do sistema local de tratamento deve ser feita exceto na fase inicial de operação quando deve haver acompanhamento pelo menos quinzenal até entrar em regime com frequência pelo menos trimestral O tipo de amostragem a ser considerada deve ser composto proporcional à vazão Com campanha horária cobrindo pelo menos 1200 horas consecutivas Quando não houver condições para a determinação correta da vazão esta deve ser estimada conforme as observações baseadas nos usos de água Para o monitoramento dos sistemas de infiltração no solo vala de infiltração sumidouro canteiro de infiltração e de evapotranspiração devem ser feitas amostragens a partir dos poços ou cavas escavadas em volta das unidades em profundidades distintas por meio de amostras compostas não proporcionais Os parâmetros a serem analisados são relativos a a nos lançamentos aos corpos receptores superficiais e nas galerias de águas pluviais aqueles definidos na legislação municipal estadual e federal b na disposição no subsolo nitrato pH coliformes fecais e vírus Todas as amostras coletadas devem ser imediatamente preservadas e analisadas de acordo com os procedimentos descritos no Standard Methods for Examination of Water Wastewater na sua última edição 08 REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO A captação da água da chuva é uma atitude sustentável que promove a preservação da água que pode ser reutilizada de inúmeras maneiras e isso é possível com um sistema de captação de água em que se reduz a utilização de água potável assim como também os gastos proporcionando um retorno eficaz em termos de custobenefício e outras diversas vantagens A água da chuva deve ser utilizada para fins não potáveis como na irrigação de plantas lavagem de carros calçadas ou até mesmo em descarga de vasos sanitários Existem atualmente meios muito eficazes de captação da água por meio de reservatórios que são capazes de armazenar um grande volume de água gerando um benefício significativo um exemplo é tecnologia da Minicisterna que foi criada e desenvolvida baseada na norma ABNT NBR 155272007 Água de chuva Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis Os principais objetivos do Aproveitamento de Água da Chuva são incentivar a população a fazer o aproveitamento correto da água de chuva fazer com que toda casa urbana tenha pelo menos um sistema simples de Aproveitamento da Água de Chuva minimizar o escoamento do alto volume de água nas redes pluviais durante as chuvas fortes usar a água para irrigações nos jardins e lavagens de pisos externos Assim essa água vai infiltrar na terra e ir para o lençol freático preservando o seu ciclo natural usar a água para lavagens de pisos carros máquinas e nas descargas no vaso sanitário Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água VOLUME DE ÁGUA DA CHUVA Antes de iniciar a construção de um sistema de Aproveitamento da Água de Chuva é necessário conhecer um pouco mais sobre as chuvas que caem na região e os princípios e componentes básicos de um sistema de Aproveitamento da Água de Chuva O pluviômetro é um equipamento super simples e serve para medir a quantidade de água que caiu durante uma chuva A condição ideal para instalar um pluviômetro é em campo aberto e pelo menos a 15m de altura Na régua do pluviômetro cada milímetro vai indicar que caiu 1Lm2 um litro de água por metro quadrado Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ÁREA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA CÁLCULO Com essa informação mais a área de captação de água da chuva como por exemplo o telhado É possível calcular quanto de água da chuva o telhado será capaz de coletar Para isso basta multiplicar a área do telhado pelos milímetros de chuva registrados no pluviômetro O resultado vai ser sempre X litros Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ÁREA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA CÁLCULO Com essa informação mais a área de captação de água da chuva como por exemplo o telhado É possível calcular quanto de água da chuva o telhado será capaz de coletar Para isso basta multiplicar a área do telhado pelos milímetros de chuva registrados no pluviômetro O resultado vai ser sempre X litros Agora suponhamos que o pluviômetro registrou 20mm Então é só multiplicar a área do telhado por 20 e terá o volume de água captado durante essa chuva Exemplo 25m2 x 20mm 500 litros Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ÁREA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA CÁLCULO Obs se registrar todas as chuvas durante um certo período vai poder calcular a média da precipitação naquele período É aconselhável acompanhar essas medições durante todo o ano Assim você estará mais familiarizado com os períodos mais ou menos chuvosos Conhecendo melhor esses períodos você poderá programar melhor suas atividades durante o ano Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO Para fazer a captação da água de chuva podemos usar qualquer superfície que tenha como condensar o escoamento da água para uma vertente como por exemplo os telhados das casas lajes ou pátios construídos especialmente para esse fim onde não terá tráfego de pessoas animais ou automóveis Após escolher a área de captação você terá que usar o seu olhar clínico e observar muito bem tudo o que está acima e ao redor desta área Alguns fatores sempre deverão ser bem observados como por exemplo Se tem árvores com seus galhos acima dessa área e se soltam muitas folhas flores frutos etc Qual a incidência de aves que pousam rodeiam constroem ninhos etc e se tem bichos ratos gatos etc que circulam sobre essa área Análise da quantidade de poluição atmosférica se fica próximo a fábricas rodovias etc Isso será fácil de observar analisando a quantidade de fuligem poeira preta que escorre junto com a água principalmente logo no começo da chuva O tipo e a inclinação da cobertura da área de captação das calhas e tubos de drenagens também pode influenciar muito Quanto mais lisos e inclinados melhor O próximo passo é a instalação das calhas e condutores Para isso use as referências para dimensionar os condutores horizontais as calhas e os condutores verticais tubos de descida da água das calhas Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO O modelo a seguir é o esquema conceitual do Aproveitamento da Água de Chuva onde é mostrado um modelo bem simples de filtro e separador da primeira água da chuva Nesse modelo é usado uma peneira com malha fina tipo tela mosquiteiro ou peneira grande de cozinha e um recipiente que pode ser um vaso ou um balde com um registro instalado no fundo e um tubo na lateral conectando com a cisterna O registro deverá ficar um pouquinho aberto para descartar a primeira água da chuva ou água de chuva fraca Após alguns minutos de chuva forte esse balde estará cheio e vai começar a transbordar a água da chuva para dentro da cisterna através do tubo lateral A água reservada na cisterna deve receber o tratamento com cloro de origem orgânica cloro usado em piscinas Lembrese solicite ao fabricante ou revendedor mais informações sobre os cuidados e manuseios com esse cloro Com os condutores instalados você terá que observar em uma chuva forte chuva fraca garoa e chuvisco não servem porque não lavam a cobertura quanto tempo ou qual a quantidade de água que precisará escorrer pelas calhas para LAVAR o telhado removendo toda a sujeira poluição fezes dos pássaros folhas das árvores etc Como base na literatura da academia a sugestão é de 2Lm2 dois litros por metro quadrado mas esse valor pode variar muito conforme a análise local Um outro fator que também pode influenciar é a limpeza e conservação da cobertura calhas e condutores quanto mais limpos e desobstruídos melhor será a qualidade da água Com essas informações você terá uma ideia de como montar o primeiro item do sistema de captação de água de chuva o filtro e separador das primeiras águas de uma chuva forte Lembrese chuva fraca garoa e chuvisco não servem porque não lavam a cobertura Usando o exemplo do telhado de 25m2 e o descarte de 2Lm2 podemos calcular que será necessário descartar os primeiros 50 litros de chuva antes de começar a enviar a água para a cisterna Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água 09 RETARDO PLUVIAL Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO O retardo pluvial é um sistema que retém as águas da chuva para evitar enchentes e posteriormente as despeja na rede pública Para isso podem ser utilizados reservatórios também conhecidos como caixas de retardo ou tanques de retardo além de outras técnicas como o telhado verde Pensando em minimizar os problemas relacionados a urbanização alguns países começaram a instalar telhados verdes em suas edificações Países como Alemanha França México Áustria Suíça EUA Noruega Hungria Suécia Reino Unido Itália entre outros incluindo o Brasil que vem aplicando sistemas compensatórios ao meio ambiente com o uso de telhados verdes e também de reservatórios de águas pluviais As cidades de Porto Alegre Canoas São Paulo Goiânia Guarulhos Salvador Santos João Pessoa Rio de Janeiro e Recife são exemplos de meios urbanos que buscam soluções para minimizar os impactos causados pela ação do homem ao meio ambiente Algumas delas adotaram leis de compensação ambiental em construções urbanas outras normas de incentivos fiscais outras promovem o uso de telhados verdes por meio de certificações e selos de sustentabilidade Como é o caso Lei Ordinária 181122015 de Recife PE que estabelece regras para a contenção de enchentes e destinação das águas pluviais Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Basicamente a função de um tanque de retardo é segurar as águas pluviais para que depois a mesma seja despejada na rede pública através de um sistema de automação com a utilização de bombas Estes reservatórios cumprem uma função muito importante ao compensar a área impermeabilizada pela construção de um imóvel Dessa forma diminuise drasticamente o risco de enchentes Ainda assim parte dessa água pode ser aproveitada para fins não potáveis como fazem as cisternas para aproveitamento de água da chuva Estes reservatórios poderão ser de retardo ou de acumulação tem sua implantação como condição para aprovação de projetos iniciais em lotes com área superior a 500m² quinhentos metros quadrados edificados ou não que tenham área impermeabilizada superior a 25 vinte e cinco por cento da área total do lote e a lei também deixa a escolha entre os dois tipos de reservatórios a cargo de quem for construir O reservatório de retardo possui o fundo vazado facilitando a recarga do lençol freático ampliando o tempo de detenção da água da chuva Essa abertura na parte inferior dos reservatórios também permite que a água acumulada se infiltre no solo entre uma chuva e outra Já o reservatório de acumulação é destinado ao acumulo de águas pluviais para reaproveitamento com fins não potáveis Segundo Kolb 2003 cisternas de captação da água da chuva poderiam tornar possível o manejo das águas pluviais em uma edificação aliviando o sistema público de drenagem pluvial TANQUE DE RETARDO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Tomando como exemplo a Lei Ordinária 181122015 de Recife PE temos CÁLCULO A lei prevê que em lotes com área superior a 500 m² quinhentos metros quadrados edificados ou não que tenham área impermeabilizada superior a 25 vinte e cinco por cento da área total do lote deverão ser executados reservatórios de águas pluviais Os reservatórios para acumulação ou retardo das águas pluviais poderão ser construídos em até 10 dez por cento da área de solo natural Área construída área total e área reservatório Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água De acordo com a lei o volume dos reservatórios será calculado com base na equação CÁLCULO Onde V volume calculado do reservatório m³ K coeficiente de abatimento A área total do lote m² I intensidade da chuva de vazão média de cheias na cidade de Recife 006 mh Para os reservatórios de acumulação da figura acima adotase K 015 e I 006 mh um extravasor deve ser instalado em cota de modo a permitir verter quando o reservatório atingir sua capacidade máxima e que o volume escoado seja direcionado para infiltração na área de solo natural remanescente do lote Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Para os reservatórios de retardo da Figura abaixo adotase K 025 I 006 mh e o escoamento para o sistema público se dará através de um orifício com vazão de restrição em função do coeficiente de escoamento de pré urbanização CÁLCULO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Independente da técnica escolhida é importante consultar a Lei municipal que preconiza critérios bem definidos e que devem ser seguidos conforme diretrizes legais O artigo 2 da LEI Nº 12526 DE 02 DE JANEIRO DE 2007 do estado de São Paulo por exemplo aborda Benefícios Redução de inundações Ao diminuir a velocidade do escoamento superficial o retardo pluvial ajuda a prevenir enchentes e alagamentos especialmente em áreas com alta impermeabilização Melhora da qualidade da água A infiltração da água da chuva no solo ajuda a filtrar poluentes como sedimentos e nutrientes antes que eles alcancem os corpos dágua Recarga de aquíferos A água que se infiltra no solo contribui para a recarga dos aquíferos que são importantes reservatórios de água subterrânea Criação de habitats Áreas com práticas de retardo pluvial podem criar habitats para a fauna e flora local Melhora do microclima A evaporação da água armazenada pode aumentar a umidade do ar e reduzir a temperatura local 10 PRINCIPAIS NORMAS NBR E LEGISLAÇÃO PRINCIPAIS NORMAS E LEGISLAÇÕES A Lei nº 943397 também conhecida como Lei das Águas estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos PNRH e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos SINGREH ABNT NBR 8160 Sistemas prediais de esgoto sanitário Projeto e execução ABNT NBR 13523 Central de gás liquefeito de petróleo GLP ABNT NBR 15526 Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais e comerciais Projeto e execução ABNT NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos ABNT NBR 9649 Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário Procedimento PORTARIA Nº 2914 DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade PRINCIPAIS NORMAS E LEGISLAÇÕES NBR 155272019 Aproveitamento de Água de Chuva de Coberturas para Fins Não Potáveis ABNT NBR 13969 Tanques sépticos Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos Projeto construção e operação LEI Nº 14026 DE 15 DE JULHO DE 2020 Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9984 de 17 de julho de 2000 para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico ANA competência para editar normas de referência sobre o serviço de saneamento ABNT NBR 5620 Instalações prediais de água fria Procedimento Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água PRINCIPAIS REFERENCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT httpsabntorgbr Bauru SP 2002 OLIVER André de Paula Moniz Manual de treinamento em biodigestão Winrock Salvador BA 2008 DENAGUTTI Roberto PALHACI Maria do Carmo Jampaulo Plácido Biodigestores rurais modelo indiano chinês e batelada UNESP ENGE httpwwwengecombrreusoaguahtm ESCOLA DE ENGENHARIA httpswwwescolaengenhariacombrcaixadegordura NICOLAU VERGUEIRO httpsnicolauvergueirorsgovbrimagesdownloadsalvaraconstrucaoManualFossaeSumidouropdf NOVA VENANCIA httpswwwnovaveneciaesgovbremefvenecianofazpartedoprojetopilotodebiodigestaoemnova venecia ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDADES httpswwwgbcbrasilorgbrcomoasconstrucoessustentaveiscontribuemparaos objetivosdedesenvolvimentosustentavelda onugadsource1gclidCjwKCAjw0aS3BhA3EiwAKaD2Zd669cRCR1lxWrbL2kS508vVkaXq6SvZNY0La8jNCSv06AP2VQ1rBhoCtTQQAvD BwE OBSERVATÓRIO httpsobservatorio3setororgbrbrasiltem40milinternacoesporfaltadesaneamentobasicoem3 meses Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água PRINCIPAIS REFERENCIAS PEREIRA Caio O que é Caixa de Gordura Escola Engenharia 2018 Disponível em httpswwwescolaengenhariacombrcaixadegordura Acesso em 20 de setembro de 2024 SEMPRE SUSTENTAVEL httpswwwsempresustentavelcombrhidricaaguadechuvaaguadechuvahtm Silva M 2021 Biodigestores e Energia Renovável Editora Sustentável Santos J Oliveira R 2020 Gestão de Resíduos Orgânicos e Biogás Editora Verde TRATA BRASIL httpstratabrasilorgbrleidosaneamento USP SUSTENTAR httpswwwfspuspbrsustentarea20200905ods6aguaesaneamentobasico Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Saneamento Sustentável na Construção Civil SETEMBRO24 WORSHOP Realização Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água OBJETIVO Capacitar profissionais da construção civil em saneamento sustentável Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água O saneamento básico é essencial para dispor de uma ambiente favorável à saúde e a qualidade de vida da população No Brasil o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição Federal e definido pela LEI nº 14026 de 15 de julho de 2020 como conjunto dos serviços infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água esgotamento sanitário limpeza urbana drenagem urbana manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais Um dos princípios desta lei é a universalização dos serviços de saneamento básico para que todos tenham acesso ao abastecimento de água de qualidade e em quantidade suficientes às suas necessidades à coleta e tratamento adequado do esgoto e do lixo e ao manejo correto das águas das chuvas A urbanização desordenada a falta de infraestrutura adequada a desigualdade econômica e a extensão territorial do Brasil são alguns dos vários desafios enfrentados para a garantia da universalização deste direito constitucional O Brasil é o quinto país mais extenso do mundo o que dificulta a gestão implantação e controle eficiente do serviço de saneamento básico originando custos sociais como o tratamento de doenças infecciosas e parasitárias perda de produtividade e degradação do meio ambiente APRESENTAÇÃO Foto agenciabrasilebccombr Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Indicadores 445 Mais de 90 milhões de brasileiros não tem acesso a coleta de esgoto 555 Um pouco mais da metade da parcela de brasileiros têm acesso a coleta de esgoto O Brasil teve mais de 191 mil internações por doenças de veiculação hídrica 191 mil Fonte SNIS 2022 O novo marco legal do saneamento brasileiro Lei 140262020 foi criado para suprir o déficit de investimento e promover a universalização do saneamento A lei estabelece metas ambiciosas para 2033 visando atender 99 da população com abastecimento de água e 90 com coleta e tratamento de esgoto Além disso introduz regulamentações para aumentar a concorrência no setor e estimular a regionalização dos serviços OLIVEIRA et al 2023 Este compromisso também foi refletido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos ONU 2023 A crescente busca por fontes mais sustentáveis e um acesso facilitado ao tratamento eficaz e de baixo custo fez surgir diferentes técnicas capazes de substituir sistemas de tratamento de efluentes mais convencionais Desse modo soluções mais sustentáveis de saneamento são discutidas atualmente como uma oportunidade de enfrentar os desafios de saneamento urbano a partir de uma perspectiva de universalização desses serviços à população conjuntamente com a necessidade de recuperação de recursos ambientais como água e solo Uma das definições para o conceito de saneamento sustentável engloba soluções que além de proteger e promover a saúde humana sejam economicamente viáveis socialmente aceitáveis técnica e institucionalmente apropriadas e também protegem o meio ambiente e os recursos naturais Fonte agenciabrasilebccombr Em uma publicação no portal Water Online a empresa GF Piping Systems avaliou que qualquer que seja a perspectiva fornecedores dessa cadeia podem desempenhar um papel importante em ajudar organizações com visão de futuro a tornar seus processos de tratamento de água e saneamento mais sustentáveis e econômicos O Processo para operações cada mais sustentáveis visa Melhorar a produtividade ou eficiência de custos dos processos de projeto construção e tratamento de água e esgoto Otimizar o dimensionamento da tubulação e o planejamento do layout para reduzir os custos de energia e desperdíciosdefeitos de fabricação Melhorar os resultados de saúde e segurança para as pessoas no ambiente de trabalho Melhorar a proteção ambiental httpsgaiasustentavelnet Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAIXAS DE PASSAGEM E ELEVATÓRIAS Principais Técnicas CAIXAS DE GORDURA BIODIGESTORES FOSSAS SÉPTICAS ETES SECUNDÁRIAS SUMIDOUROS REUSO DE ESGOTO REAPROVEITAME NTO DE ÁGUA DE CHUVA RETARDO PLUVIAL NORMAS NBR E LEGISLAÇÃO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 E Assuntos Abordados 01 CAIXAS DE PASSAGEM E ELEVATÓRIAS CONTEXTUALIZAÇÃO A caixa de passagem também conhecido como caixa de inspeção é um elemento do sistema de esgoto construído em alvenaria ou PVC que permite fácil acesso para limpeza e desentupimento Sua instalação evita a necessidade de quebrar pisos o que facilita a limpeza e manutenção Não devemos confundir esse elemento com a caixa de gordura que é conectada à cozinha atuando como um filtro que retém resíduos gordurosos da pia permitindo que apenas água limpa siga para o esgoto Em contrapartida a caixa de passagem geralmente é instalada próxima a banheiros eou lavanderias Principais tipos de caixa de passagem Alvenaria Totalmente personalizável em relação à posição das entradas permitindo adaptações conforme as necessidades do sistema de esgoto É mais flexível mas exige mais tempo e trabalho na construção PVC Leve e moderna é fácil de manusear e instalar sendo ideal para projetos que buscam praticidade No entanto sua geometria é padronizada com três entradas perpendiculares e uma saída Prémoldada Oferece uma solução simples e robusta adequada para obras maiores evitando a complexidade da construção in loco Onde devem ser instaladas As caixas de inspeção devem ser instaladas em locais estratégicos como pontos de mudança de direção entre trechos longos a cada 20 a 25 metros antes de junções e bifurcações e em áreas externas de fácil acesso A instalação adequada dessas caixas também assegura a conformidade com normas locais evitando multas e garantindo a eficiência do sistema Além disso elas contribuem para a qualidade de vida dos moradores ao permitir inspeções regulares e o acesso rápido para limpeza evitando complicações maiores ao longo do tempo O dimensionamento e instalação das caixas deve seguir a NBR 816099 Como Limpar a Caixa de passagem A caixa deve ser limpa a cada seis meses para evitar o acúmulo de resíduos Comece removendo a tampa e observe o fluxo de água Se houver obstruções podem ser causadas por plantas ou objetos Retire a sujeira acumulada nas paredes da caixa A soda cáustica pode ajudar a dissolver resíduos mais sólidos Se possível use uma sonda para desobstruir as saídas Fique atento a sinais de problemas como ralos que demoram a escoar Se a sonda remover a obstrução o fluxo de água deve retornar imediatamente Manter a caixa limpa é essencial para o bom funcionamento do sistema ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO As estações elevatórias de esgoto EEE são estruturas essenciais para o transporte de esgoto em áreas onde a gravidade não é suficiente como terrenos acidentados Elas bombeiam o esgoto de pontos baixos para elevados encaminhandoo às estações de tratamento evitando contaminação do solo e da água Existem modelos convencionais e prémoldados ambos equipados com sistemas de bombeamento e dispositivos complementares Poço de Recepção Estrutura onde o esgoto é coletado Bombas Equipamentos que elevam o esgoto do ponto mais baixo para o mais alto Gradeamento Dispositivo que remove sólidos maiores do esgoto Caixa de Areia Usada para separar partículas pesadas Poço de Sucção Facilita a entrada do esgoto nas bombas Sistema de Controle Monitora e controla a operação das bombas Alarmes Alertam sobre problemas ou transbordamentos Estruturas Complementares Como cestos trituradores e peneiras para otimizar o tratamento inicial do esgoto PRINCIPAIS COMPONENTES PROCESSO DE ELEVAÇÃO Uma estação elevatória de esgoto EEE coleta o esgoto no poço de recepção onde ele chega pelas tubulações Sólidos maiores são filtrados por um sistema de gradeamento evitando danos às bombas As bombas instaladas no fundo do poço acionamse automaticamente pressurizando o esgoto e elevandoo para um ponto mais alto Em seguida o esgoto pressurizado é empurrado para a tubulação que o leva à estação de tratamento onde será tratado e devolvido ao meio ambiente O dimensionamento da EEE deve ser feito de acordo com a NBR 1220892 Automação de EEE A automação e telemetria das Elevatórias de Esgoto EEE permitem o controle eficiente e em tempo real dos processos operacionais Utilizando Controladores Lógicos Programáveis CLPs é possível controlar variáveis como níveis vazões e pressões acionando atuadores como válvulas e motores conforme necessário Essa abordagem facilita a automação de processos como retro lavagem de filtros e controle de turbidez e pressão otimizando a eficiência operacional e contribuindo para a sustentabilidade dos sistemas de esgoto 02 CAIXAS DE GORDURA Uma caixa de gordura é um dispositivo que retém partículas de gordura que poderiam obstruir as tubulações em uma instalação hidrossanitária Ela é instalada recebendo despejos de pias onde há a manipulação de alimentos CONTEXTUALIZAÇÃO As caixas de gordura devem ser posicionadas recebendo os despejos de pias Esses despejos irão ocorrer diretamente no mesmo pavimento em edifício térreo Quando houver mais de um andar devese recebêlos separados dos demais por meio de um tubo de queda A NBR 8160 não permite que se instalem caixas de gordura dentro da edificação ou em cada pavimento de um prédio Essa proibição permite manutenção sem transtornos como sujeira ou odor no interior da residência melhorando a operação do sistema CONTEXTUALIZAÇÃO Quando falamos em pias devese entender como o dispositivo onde se manipula alimentos e se lava louças presente em cozinhas e salões de festas por exemplo Divergindo do senso popular devese chamar de lavatório o dispositivo onde se higienizam as mãos presente em banheiros e lavabos Tipos de Caixa de Gordura A caixa de gordura será formada por um tubo receptor onde entram os despejos Do outro lado há um septo não removível dispositivo formado por uma saída com tubo em diâmetro nominal superior ao da entrada além de um joelho e outro pequeno tubo voltado para baixo formando uma saída sifonada Pode ser confeccionada em alvenaria com revestimento argamassado Neste caso devese produzir também tampa que permita fechamento e remoção para manutenção Outra opção está em comprar caixas de gordura prontas produzidas em PVC Tanto escolhendo produzir in loco como comprando devese seguir o volume dimensionado para escolha Dimensionamento Em caso de serem atendidas mais de doze cozinhas ou estabelecimentos como restaurantes escolas quartéis e outros devese dimensionar uma caixa prismática retangular chamada especial por meio da equação V 2N 20 Onde V é o volume em litros da câmara de retenção de gordura e N o número de pessoas que são servidas no turno de maior uso daquela cozinha A caixa de gordura especial deve possuir altura molhada de 60 cm e distância mínima entre o septo e a saída de 20 cm LIMPEZA Ao longo do tempo uma película de gordura se formará no interior da caixa em sua porção superior Similar a uma fossa ou tanque séptico microrganismos irão depurar aquela matéria orgânica mas isso ocorre em velocidade inferior à recomposição Assim devese remover periodicamente esta camada de gordura Recomendase que seja feita a limpeza num período máximo de seis meses Ou ainda na eventualidade de transbordamento por isso se justifica não haver caixa de gordura no interior da residência 03 BIODIGESTORES Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água A utilização de biodigestores como uma solução para o aproveitamento do biogás tem se destacado como uma alternativa eficiente e sustentável O biogás composto principalmente de metano CH₄ e dióxido de carbono CO₂ é gerado pela decomposição de matéria orgânica como resíduos agrícolas dejetos de animais e esgoto Esse recurso energético além de ser uma fonte renovável contribui para a diminuição dos impactos ambientais e otimiza o uso de resíduos orgânicos Nos últimos anos o interesse por biodigestores aumentou significativamente motivado pela preocupação com o meio ambiente a busca por fontes de energia limpa e a necessidade de gerenciar eficientemente os resíduos orgânicos tanto em escala doméstica quanto industrial Biodigestor é composto de uma estrutura física conhecida como câmara onde se tem o processo de degradação da matéria orgânica Esta estrutura pode ser cilíndrica vertical e superficial ou seja acima do solo acompanhada de uma campânula onde se acumula o gás que é desprendido da digestão da biomassa chamado de gasômetro Podemos definir os biodigestores anaeróbios como sendo uma câmara fechada onde são colocados os substratos orgânicos para serem degradados na ausência de oxigênio molecular tendo como produto a formação do biogás e um efluente rico em nutrientes FILHO 2014 CONTEXTUALIZAÇÃO httpswwwmaisambienteecobr O BLC tem sido amplamente empregado no meio rural no gerenciamento dos efluentes da produção animal É considerado de baixo nível tecnológico com facilidade de construção e operação Usualmente encontramos TIPOS DE BIODIGESTORES Biodigestor de lagoa coberta BLC O biodigestor de lagoa coberta é um tanque escavado no solo impermeabilizado e coberto com material geossintético PVC PEAD etc caracterizado pela baixa permeabilidade a fluídos e gases e suficientemente flexível para acumular biogás Sua geometria é de base retangular de seção trapezoidal com inclinação do talude variável de acordo com as características do solo O BLC tem sido amplamente empregado no meio rural no gerenciamento dos efluentes da produção animal É considerado de baixo nível tecnológico com facilidade de construção e operação Usualmente encontramos referências a esse modelo como canadense ou biodigestor de lona Em geral não possuem sistemas de aquecimento nem de agitação Por isso em alguns casos também encontramos referência a este modelo como tubular onde as dimensões construtivas e o regime de alimentação semicontínuo acabam por gerar configurações de fluxo que variam entre laminar e pistonado Outro aspecto deste modelo é a necessidade de elevado tempo de retenção hidráulica TRH o que aumenta o requisito de área para instalação Esquema de um reator de fluxo pistonado do inglês plugflow Esquema representativo da visão interna do reator modelo lagoa coberta Equação 1 TIPOS DE BIODIGESTORES Esse modelo de biodigestor geralmente é utilizado para tratamento de efluentes com baixa concentração de sólidos até cerca de 3 mv1 de sólidos totais e uma baixa carga orgânica volumétrica COV entre 03 a 05 kgSVm3 reatord1 A produtividade de biogás por volume de reator encontrase entre 003 e 015 m3 m3 reatord1 Catrell et al 2008 variando de acordo com tipo de substrato COV temperatura de operação e TRH Biodigestor tipo UASB A sigla UASB vem do inglês Upflow Anaerobic Sludge Blanket O biodigestor UASB tem como característica o fluxo ascendente do afluente por uma manta de lodo até o topo do reator onde há um separador Trifásico Estes reatores têm como característica a alta capacidade de retenção de biomassa o que permite trabalhar com baixo tempo de retenção hidráulica 4 a 72 horas Além disso os reatores UASB apresentam estabilidade em situações de variações das características do afluente e suporte à alta carga orgânica volumétrica 05 a 80 KgSVm3d1 ou 2 a 32 kgDQOsolúvelm3d1 especialmente em condições em que a matéria orgânica está solubilizada Esquema de funcionamento de um biodigestor tipo UASB Por questões hidrodinâmicas o afluente do reator UASB deve apresentar baixa concentração de sólidos totais 2 Esse fato indica que para o tratamento de efluentes da produção animal muitas vezes é necessário um prétratamento Equação 1 TIPOS DE BIODIGESTORES Biodigestor CSTR A sigla CSTR vem do inglês Continuous Stirred Tank Reactor reator com tanque agitado continuamente Esse modelo de biodigestor suporta elevadas cargas orgânicas volumétricas 1 a 4 kgSVm3d1 sendo caracterizado por ter seu conteúdo em homogeneização devido à presença de sistema de agitação Esta é a configuração de biodigestor mais utilizada em plantas de biogás sobretudo quando se trata de codigestão mistura de substratos e com concentração de sólido mais elevada próximo a 10 mv1 Os biodigestores do tipo CSTR representam aproximadamente 90 dos reatores erguidos na Europa Para reatores anaeróbios do tipo CSTR o tempo de retenção hidráulica TRH e o tempo de retenção de sólidos TRS são iguais pois partese do pressuposto que não há acúmulo de lodo no reator O TRH mínimo do reator geralmente é entre 15 e 20 dias podendo variar bastante em função do tipo de substrato a ser digerido Biodigestores CSTR sem recirculação de lodo são mais adequados para efluentes com altas concentrações de sólidos A presença de um sistema de agitação acrescenta custos de implantação e manutenção de um CSTR mas auxilia na transferência de calor e mantém os sólidos em suspenção melhora o contato entre a matériaorgânica e os microrganismos A manutenção da temperatura por sistemas de aquecimento garante uma maior capacidade de produção de biogás uma vez que colabora com a estabilização do reator e manutenção da população de microrganismos Exemplos dos diferentes modos de agitação sendo a agitação hidráulica b agitação pneumática e c agitação mecânica Equação 1 TIPOS DE BIODIGESTORES Biodigestor em fase sólida dry digestion Biodigestores em fase sólida são mais comuns com operação em batelada sendo alimentados com resíduos contendo entre 20 e 40 de sólidos O substrato é adicionado ao reator juntamente com inóculo 50 msubstratominóculo tendo o líquido percolado recirculado sobre a fração sólida Biodigestor em fase sólida e em batelada com recirculação de inóculo O tempo de digestão é entre 2 a 4 semanas dependendo do tipo de substrato A concentração de metano no biogás é relativamente alta sendo aproximadamente 80 A digestão em fase sólida apresenta algumas características A produtividade de biogás é de 15 a 40 menor quando comparada com a via úmida Menor volume do biodigestor Suporta substratos com maior concentração de sólidos além de maior tamanho de partícula Não são necessárias grandes diluições aos substratos O biorreator precisa ser aberto para ser preenchido eou esvaziado A alimentação do biorreator é descontínua A quantidade de sólidos no biodigestor afeta o seu volume e o processo de tratamento Devido à baixa concentração de água em sistemas de digestão em fase sólida necessitase de biodigestores com menor volume comparados às outras tecnologias Em contrapartida temse a necessidade de bombas para recirculação do lixiviado literatura classifica os biodigestores sobre diversos aspectos Como por exemplo quanto ao teor de sólidos forma de alimentação e número de estágios e também pela quantidade de resíduo orgânico tratado FILHO 2014A classificação dos biodigestores é realizada quanto à forma de abastecimento que podem ser em batelada e contínuos Os biodigestores do modelo batelada recebem o carregamento da matéria orgânica onde só será realizada sua substituição após o período adequado à digestão de todo o lote Nos modelos contínuos os biodigestores são construídos para que sejam abastecidos diariamente fazendo com que tenha a entrada de substrato orgânico para ser processado e a saída do material já tratado OLIVER 2008 DIGESTÃO ANAERÓBICA A digestão anaeróbia é um processo natural de decomposição da matéria orgânica através de bactérias em ambientes sem oxigênio que de acordo com Oliver et al 2008 ocorre principalmente em três fases hidrólise redução do tamanho das moléculas produção de ácidos orgânicos e produção de metano Tratase de um processo lento em geral de 30 dias que depende da manutenção da temperatura por volta de 35ºC para sua melhor eficiência e para evitar vazamentos e perda de pressão não pode ser instalado muito distante de onde serão utilizados seus subprodutos o biogás e o biofertilizante SEIXAS FOLLE e MARCHETTI 1981 Segundo Alves et al 2010 os principais fatores que afetam a digestão anaeróbia são o potencial de hidrogênio pH da solução aquosa de matéria orgânica a temperatura o tempo de retenção hidráulica tempo para a digestão e substâncias tóxicas por excesso de nutrientes no biodigestor ou uso de desinfetantes e bactericidas usados nas instalações de animais O produto desse processo biológico é um gás composto majoritariamente de metano denominado biogás um recurso energético renovável que pode ser utilizado para abastecimento de gás residencial produção de energia elétrica por combustão entre outros e o resíduo dessa digestão é denominado biofertilizante o qual após simples tratamento pode ser utilizado na produção agrícola doméstica na recuperação de terrenos degradados entre outros SILVA 2020 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água BIOGÁS A utilização de biogás é uma iniciativa milenar e tem como principais precursores a Índia e a China O biogás gerado na última fase da digestão anaeróbia depende da natureza da matéria prima fermentada e é composto por uma combinação de metano gás carbônico e outros gases Como o metano possui pouco mais que a metade do peso do ar o biogás é mais leve que o ar representa uma fonte de energia renovável de queima limpa sem fuligem com poder calorífico entre 5000 e 7000kcalm³ sendo que 1m³ de biogás equivale a 061L de gasolina 079L de álcool 045L de gás de cozinha 150kg de lenha entre outros OLIVER et al 2008 O uso do biogás é um importante agente na diminuição da poluição do meio ambiente quer seja por representar uma redução do desmatamento para o uso de lenha quer seja na queima do metano seu principal componente o qual é 24 vezes mais danoso que o carbono em termos de efeito estufa COELHO et al 2006 Mistura gasosa originada a partir da degradação biológica de matéria orgânica formada basicamente por metano CH4 e dióxido de carbono CO2 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água BIOFERTILIZANTE Após sofrer o processo de fermentação no interior do biodigestor a matéria orgânica se transforma em biofertilizante Tratase de adubo orgânico de alta qualidade composto em média entre 15 e 2 de nitrogênio N 10 a 15 de fósforo P e 05 a 1 de potássio K Alguns de seus benefícios no uso agrícola são corretivo da acidez do solo devido ter um pH em torno de 75 reestabelecimento do teor de húmus no solo restauração das propriedades físicas químicas e biológicas do solo A alta qualidade do biofertilizante produto da digestão anaeróbia é devido a Redução do teor de carbono C do material expelido no processo de digestão em forma de metano CH4 e gás carbônico CO2 Aumento do teor de nitrogênio N e nutrientes no solo Diminuição da relação CN da matéria orgânica Facilidade de aproveitamento pelos microrganismos no solo devido seu avançado grau de decomposição Maior disponibilidade de nutrientes devido a subutilização no processo de digestão e Utilização como controle de pragas e doenças 04 FOSSAS SÉPTICAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e a transformação físicoquímica da matéria sólida contida no esgoto É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada sobretudo para a zona rural ou residências isoladas Todavia o tratamento não é completo como numa Estação de Tratamento de Esgotos As fossas sépticas são uma estrutura complementar e necessária às moradias sendo fundamentais no combate a doenças vermisoses e endemias como a cólera pois diminuem o lançamentos dos dejetos humanos diretamente em rios lagos nascente ou mesmo na superfície do solo O seu uso é essencial para a melhoria das condições de higiene das populações rurais e de localidades não servidas por redes de coleta pública de esgotos O esgoto in natura deve ser lançado em um tanque ou em uma fossa para que com o menor fluxo da água a parte sólida possa se depositar liberando a parte líquida Uma vez feito isso bactérias anaeróbias agem sobre a parte sólida do esgoto decompondoo Esta decomposição é importante pois torna o esgoto residual com menor quantidade de matéria orgânica pois a fossa remove cerca de 40 da demanda biológica de oxigênio e o mesmo agora pode ser lançado de volta à natureza com menor prejuízo Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Devido a possibilidade da presença de organismos patogênicos a parte sólida deve ser retirada através de um caminhão limpa fossas e transportada para um aterro sanitário nas zonas urbanas e enterrada na zonas rurais Numa fossa séptica não ocorre a decomposição aeróbia e somente ocorre a decomposição anaeróbia devido à ausência quase total de oxigênio As fossas sépticas não devem ficar muito perto das moradias para evitar mau cheiros nem muito longe para evitar tubulações muito longas que exigem fossa mais profundas devido ao caimento da tubulação A distância recomendada é de cerca de 4 metros Elas devem ser construídas do lado do banheiro para evitar curvas nas canalizações Também devem ficar num nível mais baixo do terreno e longe de poços cisternas ou de qualquer outra fonte de captação de água no mínimo trinta metros de distância para evitar contaminações no caso de eventual vazamento O tamanho da fossa séptica depende do número de pessoas da moradia Ela é dimensionada em função de um consumo médio calculado conforme o número de pessoas e condições de trabalho e residência por dia tendo como base na NBR 7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Esta Norma fixa as condições exigíveis para projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos incluindo tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado Tem por objetivo preservar a saúde pública e ambiental a higiene o conforto e a segurança dos habitantes de áreas servidas por estes sistemas Na aplicação desta Norma é necessário consultar NBR 5626 Instalações prediais de água fria Procedimento NBR 8160 Instalações prediais de esgoto sanitário Procedimento NBR 13969 Tanques sépticos Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos Projeto construção e operação Sistema de tanque séptico Esquema geral Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Detalhes e dimensões de um tanque séptico de câmara única Fonte NBR7229 a 5 cm b 5 cm c 13 h h profundidade útil H altura interna total L comprimento interno total W largura interna total 80 cm Relação LW entre 21 e 41 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Dimensões dos tanques sépticos Fonte NBR7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Tanque com única abertura Fonte NBR7229 Tanque com múltipla abertura Fonte NBR7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos Junção laje de fundoparedes laterais Fonte NBR7229 Placa de Identificação conforme a Norma Fonte NBR7229 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água TIPOS As fossas sépticas podem ser de dois tipos Prémoldadas PRFV Feitas no local Alvenaria Fossas sépticas prémoldadas PRFV De formato cilíndrico a menor fossa prémoldada tem capacidade de 1000 litros medindo 11X11 metros altura X diâmetro Para volumes maiores é recomendável que a altura seja maior que o dobro do diâmetro A instalação de uma fossa séptica prémoldada começa pela escavação do buraco onde ela vai ficar enterrada no terreno em seguida o fundo do buraco deve ser compactado nivelado e coberto com uma camada de 5 cm de concreto magro Finalmente a fossa prémoldada é colocada no lugar Fossas sépticas feitas no local Alvenaria A fossa séptica feita no local tem formato retangular ou circular Para funcionar bem elas devem ter dimensões determinadas por meio de um projeto específico de engenharia A ligação da rede de esgoto da moradia à fossa séptica deve ser feita com tubos DN100 assentados numa valeta e bem unidos entre si O fundo da valeta deve ter caimento de 2 no sentido da caixa de inspeção O objetivo é que a fossa séptica fique bem nivelada e compactada A rede de esgoto da moradia deve passar inicialmente por uma caixa de inspeção que serve para fazer a manutenção do sistema facilitando o desentupimento em caso de necessidade essa caixa deve ter 60 cm X 60 cm e profundidade de 50 cm construída a cerca de 2 metros de distância da casa Caixa prémoldada ou construída em alvenaria A tubulação que liga a caixa de inspeção da rede de esgoto da moradia à fossa séptica deve ter caimento de 2 no mínimo ou seja 2 cm por metro de tubulação Para tanto o topo do buraco da fossa deverá ficar num nível inferior ao da saída da caixa de inspeção Os ralos do lado de fora da casa não podem ser ligados a rede de esgotos Se isso acontecer correse o risco de que o esgoto volte pelos ralos e pias para dentro de casa trazendo uma série de riscos de doenças Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água FOSSA SÉPTICA BEM PROJETADA REDUZ Coliformes germes patogênicos outros bacilos e vírus 50 a 70 Graxas e gorduras70 a 85 Sólidos em suspensão 50 a 80 A fossa deve ter volume que permita a lenta passagem dos líquidos e a acumulação do volume de lodo As fossas sépticas deverão ser construídas em concreto alvenaria ou outro material que atenda as condições de segurança durabilidade e resistência Existem modelos prémoldados que podem ser comprados em lojas de materiais de construção É importante que possuam retentores de escuma na entrada e na saída O volume da fossa deve ser adotado em função do número de pessoas que irão utilizála Recomendase que na tubulação de entrada da fossa seja colocada uma caixa de passagem caixa construída antes da fossa Exemplos de dimensionamento Construção 05 ETES SECUNDÁRIAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO O sistema de tratamento Secundário caracterizase por processos bioquímicos aeróbios ou anaeróbios o principal objetivo deste processo é a degradação de matéria orgânica dissolvida e da matéria orgânica em suspensão que não foram removidas no tratamento primário O processo de lodos ativados é um dos processos de tratamento mais utilizados nas indústrias porém o uso dessa técnica de tratamento requer o controle da vazão a recirculação dos microorganismos decantados o fornecimento de oxigênio entre outras coisas Além disso os fatores que mais podem afetar essa técnica são as temperaturas a disponibilidade de nutrientes o pH a presença de elementos tóxicos e o fornecimento de oxigênio Sistema de Tratamento Secundário Eficiente redução de cargas e remoção de nutrientes Altas taxas de incorporação de Oxigênio Baixo Consumo de energia e produtos químicos Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água O processo de tratamento constituise basicamente por Lagoa de aeração Reator ocorre a introdução artificial do oxigênio requerido pelos organismos decompositores e também possibilita a manutenção da massa líquida em total suspensão e a consequente formação de flocos biológicos para posterior separação na unidade seguinte de sedimentação O sistema é composto basicamente por módulos de distribuição aéreos e submersos linha de ar e Soprador de ar Nos tanques de aeração os microorganismos se alimentam da matéria orgânica e a convertem em gás carbônico material celular e água O efluente quando sai do reator possui baixa quantidade de matéria orgânica com uma eficiência de remoção de cargas em torno de 95 dependendo da ETE Decantação no processo de decantação a massa biológica é separada do liquido sendo que parte dos sólidos retorna ao tanque de aeração e a outra parte é destinada ao centro de processamento de lodo Os decantadores são os responsáveis por separar os sólidos em suspensão no tanque de aeração permitindo a saída de um efluente clarificado e pela sedimentação dos sólidos em suspensão no fundo do decantador possibilitando o retorno do lodo em concentração mais elevada Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Entre os principais processos de tratamento secundário aeróbio de esgotos estão a processo de lodos ativado convencional b processo de lodo ativado por batelada c processo de lodo ativado por vala de oxidação d processo de lodo ativado por aeração prolongada e processo secundário de tratamento de esgoto por filtros biológicos f processo de lagoas de estabilização Melhor compreensão do processo de lodo ativado O Sistema de lodo ativado são responsáveis por promover a remoção de matéria orgânica dissolvida e suspensa em águas residuais este processo também possibilita a remoção de outros componentes de águas residuais Sólidos em suspensão Nitrogênio Fósforo Metais pesados e xenobióticos O processo de lodos ativados é um dos processos de tratamento mais utilizados nas indústrias porém o uso dessa técnica de tratamento requer o controle da vazão a recirculação dos microorganismos decantados o fornecimento de oxigênio entre outros Além disso os fatores que mais podem afetar essa técnica são as temperaturas a disponibilidade de nutrientes o pH a presença de elementos tóxicos e o fornecimento de oxigênio Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água 06 SUMIDOUROS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO Um sumidouro também conhecido como poço absorvente é uma estrutura projetada para infiltrar águas residuais no solo permitindo sua dispersão e filtragem natural Ele é frequentemente utilizado em áreas rurais e periurbanas onde sistemas de esgoto centralizados não estão disponíveis O sumidouro é parte essencial de sistemas sépticos e é composto por um poço profundo preenchido com material permeável como brita ou pedras que facilita a percolação da água através do solo O funcionamento de um sumidouro é baseado em processos naturais de filtração e biodegradação A água residual após passar por uma fossa séptica onde os sólidos são sedimentados e decompostos é direcionada para o sumidouro No sumidouro a água infiltra no solo através do material permeável onde microrganismos presentes no solo decompõem os poluentes restantes Este processo reduz significativamente a carga de patógenos e nutrientes antes que a água atinja os lençóis freáticos contribuindo para a proteção dos recursos hídricos Os sumidouros promovem a infiltração natural das águas residuais no solo reduzindo a poluição de corpos dágua superficiais e subterrâneos Este método aproveita a capacidade natural do solo para filtrar e decompor poluentes minimizando o impacto ambiental Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Simplicidade e Eficiência Os sumidouros são estruturas simples de construir e manter Eles não requerem tecnologias complexas ou eletricidade tornandoos uma opção acessível para áreas rurais e comunidades com recursos limitados Proteção da Qualidade da Água Ao tratar as águas residuais de maneira descentralizada os sumidouros ajudam a prevenir a contaminação de rios lagos e aquíferos protegendo a qualidade da água e a saúde pública Contribuição para a Recarga de Aquíferos Os sumidouros facilitam a recarga de aquíferos ao permitir que a água infiltrada chegue aos lençóis freáticos Isso é especialmente importante em regiões onde a água subterrânea é uma fonte crítica para abastecimento Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Avaliação do Solo A eficácia de um sumidouro depende da permeabilidade do solo Solos arenosos e bem drenados são ideais enquanto solos argilosos ou compactados podem exigir soluções alternativas ou complementares IMPLEMENTAÇÃO DE SUMIDOUROS Manutenção Regular Embora sejam de baixa manutenção os sumidouros ainda requerem inspeções periódicas para garantir que não haja obstruções e que o sistema esteja funcionando corretamente A limpeza da fossa séptica adjacente também é essencial para prevenir a sobrecarga do sumidouro Normas e Regulamentações A instalação de sumidouros deve estar em conformidade com as normas e regulamentações locais de saneamento e meio ambiente Isso garante que o sistema seja seguro e eficaz além de estar em conformidade com as práticas de proteção ambiental Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ESQUEMA DEMONSTRATIVO Esgotamento domiciliar provido por fossa e sumidouro 07 REUSO DE ESGOTO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO Esgotamento sanitário é um tema extremamente discutido no Brasil Com o avanço da tecnologia e a preocupação constante de contaminação do meio ambiente o mercado vem cada vez mais trazendo soluções mais sustentáveis e aderentes com uma melhor qualidade de vida da população Citase a tendencia global de um melhor gerenciamento de recursos hídricos O Reuso de Esgoto Tratado Na prática até mesmo a água que recebemos em nossa torneira é de certa maneira o esgoto que foi tratado Isso porque quando transformamos a água potável em esgoto o mesmo segue para as estações municipais recebe um tratamento e quando atinge um nível seguro de pureza o esgoto já tratado é lançado nos rios que farão o processo de depuração biológica transformando o esgoto em água doce novamente Mais pra frente a água do rio será captada pelos sistemas de abastecimento e passarão pelo tratamento de água nas ETAs estações de tratamento de água que através dos tratamentos físicoquímicos transformarão a água doce em água potável atendendo uma série de exigências da portaria 2914 do ministério da saúde que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade A utilização de microalgas é uma biotecnologia especialmente propícia a ser utilizada em estações de tratamento de esgoto A utilização de microalgas é uma biotecnologia especialmente propícia a ser utilizada em estações de tratamento de esgoto onde há ampla disponibilidade dos compostos que elas precisam para crescer CO2 e nutrientes como potássio nitrogênio e fósforo A produção de biodiesel a partir da utilização das algas tem sido intensamente pesquisada desde que descobriram nos EUA que grande parta destes organismos é composto de óleos No entanto ainda não existe produção de biodiesel a partir de algas em larga escala em qualquer lugar do mundo AVANÇO NAS PESQUISAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO Infiltração Ao infiltrar a água tratada no solo ela abastecerá o lençol freático Durante o processo conhecido como percolação a terra e os minerais cuidam de eliminar impurezas da água e tornála nutrida com sais minerais mas ainda assim não é possível obter controle total sobre a quantidade e os tipos de sais Estações de tratamento de Água Através do método físicoquímico é possível atender aos critérios da portaria do Ministério da Saúde é este inclusive o método utilizado nas estações municipais mas para tratar o próprio esgoto é um método inviável financeiramente e que requer operação constante A portaria 2914 é bastante restritiva no que se refere aos padrões de água potável logo para poder transformar seu esgoto ou mesmo a água da chuva em água potável seria necessário um complexo sistema de tratamento com o uso de produtos químicos Apesar de já existirem no mercado os sistemas de ultrafiltração que são capazes de filtrar e desinfectar a água e que são bastante compactos e acessíveis estes sistemas purificam tanto a água que retiram até seus minerais logo o que sobra é o puro H²O que por si só não é suficiente para nos manter vivos É neste sentido que a portaria do ministério da saúde atua Existem sim maneiras de tornar a água potável mas elas inviabilizam a construção de um sistema residencial são elas Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água REUSO Reuso nas Indústrias Como a água é um insumo importante e consumida em altas quantidades pelos processos industriais compensa muitas vezes desenvolver sistemas físicoquímicos para reutilizar o esgoto e transformalo em água não potável Esta água poderá ser utilizada para descargas irrigação e processos industriais que não dependam da água potável Vale lembrar que mesmo estes sistemas precisam de um tratamento mais avançado para desinfecção do esgoto Reuso em residências Economicamente Viável Nas residências o processo de reuso de esgoto tratado mais viável disponível no Brasil fica restrito à irrigação de plantas ornamentais A água resultante do tratamento de esgoto é muito boa inclusive para tal finalidade uma vez que ainda levará consigo algum resíduo orgânico cerca de 2 à 5 para estações compactas de tratamento mas que após sua desinfecção não causará riscos à saúde No caso das residências este método é aplicado para as estações compactas de tratamento de esgoto que é um sistema com estágio avançado de tratamento quando comparado ás fossas sépticas Reuso em residências Investimento de longo prazo O reuso da água resultante do esgoto tratado em residências também é uma possibilidade porém os sistemas atuais requerem um investimento maior e uma operação especializada assim como a manutenção periódica dos componentes Com os sistemas de ultrafitração ou físico químicos para residência é possível reutilizar cerca de 50 da água do esgoto tratado Os usos são para fins não potáveis como lavagem de pisos carros descargas em vasos sanitários irrigação de plantas e jardins dentre outros Tudo depende do projeto O custo inicial de um projeto de reuso residencial é de aproximadamente R 2000000 Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água O QUE A NBR 1396997 DIZ REUSO LOCAL item 56 NBR 13969 97 O esgoto de origem essencialmente doméstica ou com características similares o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qualidade de água não potável mas sanitariamente segura tais como irrigação dos jardins lavagem de pisos e dos veículos automotivos na descarga dos vasos sanitários na manutenção paisagísticas dos lagos e canais com água na irrigação dos campos agrícolas pastagens etc O tipo de reuso pode abranger desde a simples recirculação de água de enxágue da máquina de lavagem com ou sem tratamento aos vasos sanitários até uma remoção em alto nível de poluentes para lavagens de carros Freqüentemente o reuso é apenas uma extensão do tratamento de esgotos sem investimentos adicionais elevados assim como nem todo o volume de esgoto gerado deve ser tratado para ser reutilizado Admitese também que o esgoto tratado em condições de reuso possa ser exportado para além do limite do sistema local para atender à demanda industrial ou outra demanda da área próxima No caso de utilização como fonte de água para canais e lagos para fins paisagísticos dependendo das condições locais pode ocorrer um crescimento intenso das plantas aquáticas devido a abundância de nutrientes no esgoto tratado Neste caso devese dar preferência a alternativa de tratamentos que removam eficientemente o fósforo do esgoto NBR1396997 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE REUSO item 561 NBR 13969 97 O reuso local de esgoto deve ser planejado de modo a permitir seu uso seguro e racional para minimizar o custo de implantação e de operação Para tanto devem ser definidos a os usos previstos para esgoto tratado b volume de esgoto a ser reutilizado c grau de tratamento necessário d sistema de reservação e de distribuição e manual de operação e treinamento dos responsáveis OS USOS PREVISTOS PARA O ESGOTO TRATADO item 562 NBR 13969 97 Devem ser considerados todos os usos que o usuário precisar tais como lavagens de pisos calçadas irrigação de jardins e pomares manutenção das água nos canais e lagos dos jardins nas descargas dos banheiros etc Não deve ser permitido o uso mesmo desinfetado para irrigação das hortaliças e frutas de ramas rastejantespor exemplo melão e melancia Admitese seu reuso para plantações de milho arroz trigo café e outras arvores frutíferas via escoamento no solo tomandose o cuidado de interromper a irrigação pelo menos 10 dias antes da colheita Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água VOLUME DE ESGOTO A SER REUTILIZADO item 563 NBR 13969 97 Os usos definidos para todas as áreas devem ser quantificados para obtenção do volume total final a ser reusado Para tanto devem ser estimados os volumes para cada tipo de reuso considerando as condições locais clima frequência de lavagem e de irrigação volume de água para descarga dos vasos sanitários sazonalidade de reuso etc GRAU DE TRATAMENTO NECESSÁRIOS item 564 NBR 13969 97 O grau de tratamento para uso múltiplo de esgoto tratado é definido regra geral pelo uso mais restringente quanto à qualidade de esgoto tratado No entanto conforme o volume estimando para cada um dos usos podemse prever graus progressivos de tratamento por exemplo se o volume destinado para uso com menor exigência for expressivo não haveria necessidade de se submeter todo volume de esgoto a ser reutilizado ao máximo grau de tratamento mas apenas uma parte reduzindose o custo de implantação e operação desde que houvesse sistemas distintos de reservação e de distribuição Nos casos simples de reuso menos exigentes por exemplo descarga de vasos sanitários podese prever o uso da água de enxágue das maquinas de lavar apenas desinfetando reservando aquelas águas e recirculando ao vaso em vez de enviálas para o sistema de esgoto para posterior tratamento Classe 4 Reuso nos pomares cereais forragens pastagens para gados e outros cultivos através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual coliforme fecal inferior a 5000 NMP100ml oxigênio dissolvido acima de 20 mgl Classe 1 Lavagem de carros e outros usos que requerem o contato direto do usuário com a água com possível aspiração de aerossóis pelo operador incluindo chafarizes turbidez inferior a 5 coliforme fecal inferior a 200 NMP100ml sólidos dissolvidos totais inferior a 200 mgl pH entre 60 e 80 cloro residual entre 05 mgl e 15 mgl Classe 2 Lavagens de pisos calçadas e irrigação dos jardins manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos exceto chafarizes turbidez inferior a 5 coliforme fecal inferior a 500 NMP100ml cloro residual superior a 05 mgl Classe 3 Reuso nas descargas dos vasos sanitários turbidez inferior a 10 coliforme fecal inferior a 500 NMP100ml Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água SISTEMA DE RESERVAÇÃO E DE DISTRIBUIÇÃO item 565 NBR 13969 97 O reuso local de esgoto seguro e racional tem com base um sistema de reservação e de distribuição Ao mesmo tempo todo o sistema de reservação e de distribuição para reuso deve ser identificado de modo claro e inconfundível para não ocorrer uso errôneo ou mistura com o sistema de água potável ou outros fins Devem ser observados os seguintes aspectos referentes ao sistema A Todo o sistema de reservação deve ser dimensionado para atender pelo menos 200 horas de uso de água no pico da demanda diária exceto para uso na irrigação da área agrícola ou pastoril B Todo o sistema de reservação e de distribuição do esgoto a ser reutilizado deve ser claramente identificado através de placas de advertência nos locais estratégicos e nas torneiras além do emprego de cores nas tubulações e nos tanques de reservação distintas das de água potável C Quando houver usos múltiplos de reuso com qualidades distintas devese optar pela reservação distinta das águas com clara identificação das classes de qualidades nos reservatórios e nos sistemas de distribuição D No caso de reuso direto das águas da máquina de lavar roupas para uso na descarga dos vasos sanitários devese prever a reservação do volume total da água de enxágue E O sistema de reservação para aplicação nas culturas cujas demandas pela água não são constantes durante o seu ciclo deve prever uma preservação ou área alternada destinada ao uso da água sobressalente na fase de menor demanda Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água MANUAL DE OPERAÇÃO E TREINAMENTO DOS RESPONSÁVEIS item 566 NBR 1396997 Todos os gerenciadores dos sistemas de reuso principalmente aqueles que envolvem condomínios residenciais ou comerciais com grande número de pessoas voltadas par a manutenção de infraestruturas básicas devem indicar o responsável pela manutenção e operação do sistema de reuso de esgoto Para tanto o responsável pelo planejamento e projeto deve fornecer manuais do sistema de reuso contendo figuras e especificações técnicas quanto ao sistema de tratamento reservação e distribuição procedimentos para operação correta alem de treinamento adequado aos responsáveis pela operação AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE DO DESEMPENHO E DO MONITORAMENTO item 6 NBR 13969 97 Todos os processos de tratamento e disposição final de esgotos devem ser submetidos avaliação periódica do desempenho tanto para determinar o grau de poluição causado pelo sistema de tratamento implantado como para avaliação do sistema implantado em si para efeitos de garantia do processo oferecido pelo fornecedor Esta avaliação deve ser mais frequente e minuciosa nas áreas consideradas sensíveis do ponto de vista de proteção de mananciais A amostragem do afluente e do efluente do sistema local de tratamento deve ser feita exceto na fase inicial de operação quando deve haver acompanhamento pelo menos quinzenal até entrar em regime com frequência pelo menos trimestral O tipo de amostragem a ser considerada deve ser composto proporcional à vazão Com campanha horária cobrindo pelo menos 1200 horas consecutivas Quando não houver condições para a determinação correta da vazão esta deve ser estimada conforme as observações baseadas nos usos de água Para o monitoramento dos sistemas de infiltração no solo vala de infiltração sumidouro canteiro de infiltração e de evapotranspiração devem ser feitas amostragens a partir dos poços ou cavas escavadas em volta das unidades em profundidades distintas por meio de amostras compostas não proporcionais Os parâmetros a serem analisados são relativos a a nos lançamentos aos corpos receptores superficiais e nas galerias de águas pluviais aqueles definidos na legislação municipal estadual e federal b na disposição no subsolo nitrato pH coliformes fecais e vírus Todas as amostras coletadas devem ser imediatamente preservadas e analisadas de acordo com os procedimentos descritos no Standard Methods for Examination of Water Wastewater na sua última edição 08 REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO A captação da água da chuva é uma atitude sustentável que promove a preservação da água que pode ser reutilizada de inúmeras maneiras e isso é possível com um sistema de captação de água em que se reduz a utilização de água potável assim como também os gastos proporcionando um retorno eficaz em termos de custobenefício e outras diversas vantagens A água da chuva deve ser utilizada para fins não potáveis como na irrigação de plantas lavagem de carros calçadas ou até mesmo em descarga de vasos sanitários Existem atualmente meios muito eficazes de captação da água por meio de reservatórios que são capazes de armazenar um grande volume de água gerando um benefício significativo um exemplo é tecnologia da Minicisterna que foi criada e desenvolvida baseada na norma ABNT NBR 155272007 Água de chuva Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis Os principais objetivos do Aproveitamento de Água da Chuva são incentivar a população a fazer o aproveitamento correto da água de chuva fazer com que toda casa urbana tenha pelo menos um sistema simples de Aproveitamento da Água de Chuva minimizar o escoamento do alto volume de água nas redes pluviais durante as chuvas fortes usar a água para irrigações nos jardins e lavagens de pisos externos Assim essa água vai infiltrar na terra e ir para o lençol freático preservando o seu ciclo natural usar a água para lavagens de pisos carros máquinas e nas descargas no vaso sanitário Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água VOLUME DE ÁGUA DA CHUVA Antes de iniciar a construção de um sistema de Aproveitamento da Água de Chuva é necessário conhecer um pouco mais sobre as chuvas que caem na região e os princípios e componentes básicos de um sistema de Aproveitamento da Água de Chuva O pluviômetro é um equipamento super simples e serve para medir a quantidade de água que caiu durante uma chuva A condição ideal para instalar um pluviômetro é em campo aberto e pelo menos a 15m de altura Na régua do pluviômetro cada milímetro vai indicar que caiu 1Lm2 um litro de água por metro quadrado Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ÁREA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA CÁLCULO Com essa informação mais a área de captação de água da chuva como por exemplo o telhado É possível calcular quanto de água da chuva o telhado será capaz de coletar Para isso basta multiplicar a área do telhado pelos milímetros de chuva registrados no pluviômetro O resultado vai ser sempre X litros Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ÁREA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA CÁLCULO Com essa informação mais a área de captação de água da chuva como por exemplo o telhado É possível calcular quanto de água da chuva o telhado será capaz de coletar Para isso basta multiplicar a área do telhado pelos milímetros de chuva registrados no pluviômetro O resultado vai ser sempre X litros Agora suponhamos que o pluviômetro registrou 20mm Então é só multiplicar a área do telhado por 20 e terá o volume de água captado durante essa chuva Exemplo 25m2 x 20mm 500 litros Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água ÁREA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA CÁLCULO Obs se registrar todas as chuvas durante um certo período vai poder calcular a média da precipitação naquele período É aconselhável acompanhar essas medições durante todo o ano Assim você estará mais familiarizado com os períodos mais ou menos chuvosos Conhecendo melhor esses períodos você poderá programar melhor suas atividades durante o ano Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO Para fazer a captação da água de chuva podemos usar qualquer superfície que tenha como condensar o escoamento da água para uma vertente como por exemplo os telhados das casas lajes ou pátios construídos especialmente para esse fim onde não terá tráfego de pessoas animais ou automóveis Após escolher a área de captação você terá que usar o seu olhar clínico e observar muito bem tudo o que está acima e ao redor desta área Alguns fatores sempre deverão ser bem observados como por exemplo Se tem árvores com seus galhos acima dessa área e se soltam muitas folhas flores frutos etc Qual a incidência de aves que pousam rodeiam constroem ninhos etc e se tem bichos ratos gatos etc que circulam sobre essa área Análise da quantidade de poluição atmosférica se fica próximo a fábricas rodovias etc Isso será fácil de observar analisando a quantidade de fuligem poeira preta que escorre junto com a água principalmente logo no começo da chuva O tipo e a inclinação da cobertura da área de captação das calhas e tubos de drenagens também pode influenciar muito Quanto mais lisos e inclinados melhor O próximo passo é a instalação das calhas e condutores Para isso use as referências para dimensionar os condutores horizontais as calhas e os condutores verticais tubos de descida da água das calhas Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO O modelo a seguir é o esquema conceitual do Aproveitamento da Água de Chuva onde é mostrado um modelo bem simples de filtro e separador da primeira água da chuva Nesse modelo é usado uma peneira com malha fina tipo tela mosquiteiro ou peneira grande de cozinha e um recipiente que pode ser um vaso ou um balde com um registro instalado no fundo e um tubo na lateral conectando com a cisterna O registro deverá ficar um pouquinho aberto para descartar a primeira água da chuva ou água de chuva fraca Após alguns minutos de chuva forte esse balde estará cheio e vai começar a transbordar a água da chuva para dentro da cisterna através do tubo lateral A água reservada na cisterna deve receber o tratamento com cloro de origem orgânica cloro usado em piscinas Lembrese solicite ao fabricante ou revendedor mais informações sobre os cuidados e manuseios com esse cloro Com os condutores instalados você terá que observar em uma chuva forte chuva fraca garoa e chuvisco não servem porque não lavam a cobertura quanto tempo ou qual a quantidade de água que precisará escorrer pelas calhas para LAVAR o telhado removendo toda a sujeira poluição fezes dos pássaros folhas das árvores etc Como base na literatura da academia a sugestão é de 2Lm2 dois litros por metro quadrado mas esse valor pode variar muito conforme a análise local Um outro fator que também pode influenciar é a limpeza e conservação da cobertura calhas e condutores quanto mais limpos e desobstruídos melhor será a qualidade da água Com essas informações você terá uma ideia de como montar o primeiro item do sistema de captação de água de chuva o filtro e separador das primeiras águas de uma chuva forte Lembrese chuva fraca garoa e chuvisco não servem porque não lavam a cobertura Usando o exemplo do telhado de 25m2 e o descarte de 2Lm2 podemos calcular que será necessário descartar os primeiros 50 litros de chuva antes de começar a enviar a água para a cisterna Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água 09 RETARDO PLUVIAL Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água CONTEXTUALIZAÇÃO O retardo pluvial é um sistema que retém as águas da chuva para evitar enchentes e posteriormente as despeja na rede pública Para isso podem ser utilizados reservatórios também conhecidos como caixas de retardo ou tanques de retardo além de outras técnicas como o telhado verde Pensando em minimizar os problemas relacionados a urbanização alguns países começaram a instalar telhados verdes em suas edificações Países como Alemanha França México Áustria Suíça EUA Noruega Hungria Suécia Reino Unido Itália entre outros incluindo o Brasil que vem aplicando sistemas compensatórios ao meio ambiente com o uso de telhados verdes e também de reservatórios de águas pluviais As cidades de Porto Alegre Canoas São Paulo Goiânia Guarulhos Salvador Santos João Pessoa Rio de Janeiro e Recife são exemplos de meios urbanos que buscam soluções para minimizar os impactos causados pela ação do homem ao meio ambiente Algumas delas adotaram leis de compensação ambiental em construções urbanas outras normas de incentivos fiscais outras promovem o uso de telhados verdes por meio de certificações e selos de sustentabilidade Como é o caso Lei Ordinária 181122015 de Recife PE que estabelece regras para a contenção de enchentes e destinação das águas pluviais Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Basicamente a função de um tanque de retardo é segurar as águas pluviais para que depois a mesma seja despejada na rede pública através de um sistema de automação com a utilização de bombas Estes reservatórios cumprem uma função muito importante ao compensar a área impermeabilizada pela construção de um imóvel Dessa forma diminuise drasticamente o risco de enchentes Ainda assim parte dessa água pode ser aproveitada para fins não potáveis como fazem as cisternas para aproveitamento de água da chuva Estes reservatórios poderão ser de retardo ou de acumulação tem sua implantação como condição para aprovação de projetos iniciais em lotes com área superior a 500m² quinhentos metros quadrados edificados ou não que tenham área impermeabilizada superior a 25 vinte e cinco por cento da área total do lote e a lei também deixa a escolha entre os dois tipos de reservatórios a cargo de quem for construir O reservatório de retardo possui o fundo vazado facilitando a recarga do lençol freático ampliando o tempo de detenção da água da chuva Essa abertura na parte inferior dos reservatórios também permite que a água acumulada se infiltre no solo entre uma chuva e outra Já o reservatório de acumulação é destinado ao acumulo de águas pluviais para reaproveitamento com fins não potáveis Segundo Kolb 2003 cisternas de captação da água da chuva poderiam tornar possível o manejo das águas pluviais em uma edificação aliviando o sistema público de drenagem pluvial TANQUE DE RETARDO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Tomando como exemplo a Lei Ordinária 181122015 de Recife PE temos CÁLCULO A lei prevê que em lotes com área superior a 500 m² quinhentos metros quadrados edificados ou não que tenham área impermeabilizada superior a 25 vinte e cinco por cento da área total do lote deverão ser executados reservatórios de águas pluviais Os reservatórios para acumulação ou retardo das águas pluviais poderão ser construídos em até 10 dez por cento da área de solo natural Área construída área total e área reservatório Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água De acordo com a lei o volume dos reservatórios será calculado com base na equação CÁLCULO Onde V volume calculado do reservatório m³ K coeficiente de abatimento A área total do lote m² I intensidade da chuva de vazão média de cheias na cidade de Recife 006 mh Para os reservatórios de acumulação da figura acima adotase K 015 e I 006 mh um extravasor deve ser instalado em cota de modo a permitir verter quando o reservatório atingir sua capacidade máxima e que o volume escoado seja direcionado para infiltração na área de solo natural remanescente do lote Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Para os reservatórios de retardo da Figura abaixo adotase K 025 I 006 mh e o escoamento para o sistema público se dará através de um orifício com vazão de restrição em função do coeficiente de escoamento de préurbanização CÁLCULO Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água Independente da técnica escolhida é importante consultar a Lei municipal que preconiza critérios bem definidos e que devem ser seguidos conforme diretrizes legais O artigo 2 da LEI Nº 12526 DE 02 DE JANEIRO DE 2007 do estado de São Paulo por exemplo aborda Benefícios Redução de inundações Ao diminuir a velocidade do escoamento superficial o retardo pluvial ajuda a prevenir enchentes e alagamentos especialmente em áreas com alta impermeabilização Melhora da qualidade da água A infiltração da água da chuva no solo ajuda a filtrar poluentes como sedimentos e nutrientes antes que eles alcancem os corpos dágua Recarga de aquíferos A água que se infiltra no solo contribui para a recarga dos aquíferos que são importantes reservatórios de água subterrânea Criação de habitats Áreas com práticas de retardo pluvial podem criar habitats para a fauna e flora local Melhora do microclima A evaporação da água armazenada pode aumentar a umidade do ar e reduzir a temperatura local 10 PRINCIPAIS NORMAS NBR E LEGISLAÇÃO PRINCIPAIS NORMAS E LEGISLAÇÕES A Lei nº 943397 também conhecida como Lei das Águas estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos PNRH e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos SINGREH ABNT NBR 8160 Sistemas prediais de esgoto sanitário Projeto e execução ABNT NBR 13523 Central de gás liquefeito de petróleo GLP ABNT NBR 15526 Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais e comerciais Projeto e execução ABNT NBR 7229 Projeto construção e operação de sistemas de tanques sépticos ABNT NBR 9649 Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário Procedimento PORTARIA Nº 2914 DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade PRINCIPAIS NORMAS E LEGISLAÇÕES NBR 155272019 Aproveitamento de Água de Chuva de Coberturas para Fins Não Potáveis ABNT NBR 13969 Tanques sépticos Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos Projeto construção e operação LEI Nº 14026 DE 15 DE JULHO DE 2020 Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9984 de 17 de julho de 2000 para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico ANA competência para editar normas de referência sobre o serviço de saneamento ABNT NBR 5620 Instalações prediais de água fria Procedimento Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água PRINCIPAIS REFERENCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT httpsabntorgbr Bauru SP 2002 OLIVER André de Paula Moniz Manual de treinamento em biodigestão Winrock Salvador BA 2008 DENAGUTTI Roberto PALHACI Maria do Carmo Jampaulo Plácido Biodigestores rurais modelo indiano chinês e batelada UNESP ENGE httpwwwengecombrreusoaguahtm ESCOLA DE ENGENHARIA httpswwwescolaengenhariacombrcaixadegordura NICOLAU VERGUEIRO httpsnicolauvergueirorsgovbrimagesdownloadsalvaraconstrucaoManualFossaeSumidouropdf NOVA VENANCIA httpswwwnovaveneciaesgovbremefvenecianofazpartedoprojetopilotodebiodigestaoemnovavenecia ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDADES httpswwwgbcbrasilorgbrcomoasconstrucoessustentaveiscontribuemparaosobjetivosde desenvolvimentosustentaveldaonu gadsource1gclidCjwKCAjw0aS3BhA3EiwAKaD2Zd669cRCR1lxWrbL2kS508vVkaXq6SvZNY0La8jNCSv06AP2VQ1rBhoCtTQQAvDBwE OBSERVATÓRIO httpsobservatorio3setororgbrbrasiltem40milinternacoesporfaltadesaneamentobasicoem3meses Normas Técnicas e Práticas de Reuso e Tratamento de Água PRINCIPAIS REFERENCIAS PEREIRA Caio O que é Caixa de Gordura Escola Engenharia 2018 Disponível em httpswwwescolaengenhariacombrcaixade gordura Acesso em 20 de setembro de 2024 SEMPRE SUSTENTAVEL httpswwwsempresustentavelcombrhidricaaguadechuvaaguadechuvahtm Silva M 2021 Biodigestores e Energia Renovável Editora Sustentável Santos J Oliveira R 2020 Gestão de Resíduos Orgânicos e Biogás Editora Verde TRATA BRASIL httpstratabrasilorgbrleidosaneamento USP SUSTENTAR httpswwwfspuspbrsustentarea20200905ods6aguaesaneamentobasico