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Estrutura básica de Gestão da Humanização Por muitas décadas o hospital era considerado somente como um depósito de enfermos que não possuíam recursos financeiros para fazer um tratamento particular, ou seja, o hospital tinha como finalidade mais o social do que o terapêutico e não se falava em humanização hospitalar. Mas nos tempos atuais os pacientes/clientes estão percebendo a necessidade de se sentirem mais acolhidos e estar em um ambiente mais humanizado. As instituições de saúde tanto as públicas como as privadas estão se adaptando a essas novas exigências do mercado. O aspecto humano dentro das instituições hospitalares é considerado um diferencial, cuidados especiais com os pacientes/clientes vai melhorar seu bem estar, mas para que isso aconteça precisamos ter uma gestão hospitalar que esteja preocupada com esse processo de humanização. Hoje a gestão contemporânea está voltada para uma administração participativa. Com inovação nas relações humanas, confiando que o indivíduo é capaz de atuar como agente de mudança dentro de seu local de trabalho. Neste tipo de gestão os profissionais são vistos como atores principais da instituição e estes quando deixam de administrar pessoas e passam a administrar com as pessoas demonstram reconhecer a criatividade e habilidades mentais de sua equipe. Para Santos, o administrador eficaz precisa penetrar na realidade das coisas, ter equilíbrio e habilidades pessoais, adquirir técnicas para decidir sabiamente, interpretando os sinais, as informações e as situações. Dessa forma, o processo de humanização implica basicamente na evolução do homem, já a humanização na saúde é uma mudança na gestão dos sistemas de saúde e de seus serviços. É através dessa mudança que será alterado o modo como os usuários e trabalhadores da área da saúde vão interagir entre si. Portanto a humanização na área da saúde tem como principal objetivo fornecer um melhor atendimento dos pacientes e melhorar as condições de trabalho para as equipes envolvidas. Segundo Elias “por humanização entendemos a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção da saúde: usuários, trabalhadores e gestores” (2015;p.02). Em 1990, a Lei 8.080, que regulamentou o SUS, determinou a criação de comissões intersetoriais subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde. No mesmo ano, a Lei 8.142 definiu duas instâncias colegiadas: as Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde. Os Conselhos de Saúde – constituídos em 50% por representantes dos usuários e em 50% por representantes do governo, prestadores de serviços e profissionais de saúde – são órgãos deliberativos encarregados de normatizar, recomendar, promover diligências, formular estratégias e controlar a execução da política de saúde. As decisões devem ser referendadas pelos níveis estadual e municipal de saúde e as suas principais estratégias de ação são a negociação política, a ação judicial e o acionamento do Ministério público quando as resoluções não são cumpridas.Nos últimos tempos estamos vivendo um processo de redemocratização do país onde destacamos a forma definitiva na sociedade brasileira o ideal democrático e participativo de toda a população. Nesse modelo de sociedade surge o Sistema Único de Saúde que tem como objetivo principal de atender a demanda do povo que tanto carecia de uma assistência digna de saúde sob uma forma de gestão participativa onde os usuários, trabalhadores e gestores poderão ter uma participação efetiva e direta no novo modelo de saúde pública global, ou seja, é um projeto que consagra os princípios da universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde de toda a população brasileira. Dessa forma, quando um gestor em saúde assume a função no setor público deve estar informado referente a cultura organizacional que é pregada no âmbito de sua organização. A gestão em saúde pública é considerada muito complexa e exige habilidades e uma qualificação contínua para que se possa atender a legislação que consta do Direito Administrativo. Segundo a Lei 8.080/90 e a Lei 8.142/90 (Lei Orgânica da Saúde). O Sistema de saúde requer uma sensibilidade aguçada do gestor e técnico em saúde, devendo estar preparado para uma medicina preventiva e curativa e para um cliente que está inserido em um ambiente democrático e globalizado. Hoje os desafios para um gestor em saúde são diversos, este precisa ter em mente que estamos trabalhando com vidas, é necessário ser ético. Também precisa ser levado em conta todas as peculiaridades da região onde está inserida a organização de saúde e atender os aspectos legais, éticos e morais da gestão pública sem com isso prejudicar a qualidade dos produtos adquiridos e consequentemente dos serviços que são prestados na área da saúde. O nosso mercado hoje está sempre em busca da excelência na qualidade dos serviços prestados dentro da área da saúde e isso se deve porque o nosso cliente está a cada dia mais esclarecido e exigente. Uma vez o profissional de saúde bastava ser um técnico competente para obter o reconhecimento do paciente, da família do mesmo, da equipe de trabalho e da instituição, mas hoje estes especialistas estão cada vez mais sendo cobrados para serem mais eficientes e eficazes e precisam trabalhar sempre com preço acessível e justo. Portanto o sistema de saúde é um campo transformador, onde requer uma sensibilidade aguçada do gestor técnico em saúde devendo estar preparado para uma medicina preventiva e curativa e para um cliente que está inserido em um ambiente democrático e globalizado, onde o avanço tecnológico permite o acesso à informação, tornando-o crítico na qualidade do serviço prestado pelo órgão responsável pela promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde da população. Sendo assim, a administração pública tem como interesse a coletividade e procura fazer a defesa do bem comum que são fundamentados nos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, finalidade, indisponibilidade e igualdade conforme o Art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, que norteiam a gestão pública. Podemos dizer que o governo é a atividade política e discricionária e com conduta independente, administração é atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou norma técnica, e conduz 15/11/2022 10:14 Descomplica hierarquizada, quanto a gestão esta implica o atendimento aos seguintes parâmetros básicos: tradução de missão, realiza Ⓡ do planejamento e controle; administração de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros; isenção de cada unidade organizacional no foco de organização; e tomada de decisão diante de conflitos internos e externos. Com isso, podemos dizer que a busca de competências dos gestores públicos na área da saúde é cada vez maior, hoje o gestor deve estar atento para suas relações comerciais, deve também observar os interesses que estão embutidos nas negociações para com isso poder preservar o patrimônio público e a segurança nacional brasileira. O gestor em saúde também precisa levar em conta que uma unidade de saúde tem que atender às normas da vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental. E segundo a Biblioteca Virtual de Saúde (2008) “as políticas públicas de saúde correspondem a todas as ações de governo que regulam e organizam as funções públicas do estado para atendimento setorial”. As atividades de gestão são de suma muito importante para gerência dos recursos humanos dentro da instituição para que o gestor em saúde tenha a possibilidade de administrar o trabalho dos profissionais envolvidos nas atividades de assistência à saúde, planejamento e atividade administrativa. A gestão dos recursos humanos vem sendo considerada ao lado da descentralização, uma das questões mais complexas e que vem sofrendo maior processo de desregulamentação dentro da política de reforma do país e do estado. Muitas são as dificuldades nessa área, o que representa um desafio a ser superado pela gestão das três esferas do governo, uma vez que a produção de serviços de saúde depende não somente de materiais e estruturas física e técnica, mas também de profissionais qualificados e motivados para transformar insumos em resultados. O gestor em saúde é responsável pela busca constante de melhoria, articulando de maneira eficiente com recursos a serem utilizados, mantendo o equilíbrio e atendendo as necessidades básicas do paciente e de sua equipe de profissionais. Através dessa percepção o gestor hospitalar vai obter um retorno de todos os investimentos feitos na instituição. Para que o gest... 15/11/2022 10:14 Descomplica hospitalar possa exercer sua função é necessário saber coordenar as atividades para atingir objetivos, promover programas de capacitação dos profissionais para que os mesmos acompanhem as inovações nas áreas da saúde, administração hospitalar além de promove a motivação do pessoal de modo que os colaboradores exerçam suas funções com entusiasmo. O gestor hospitalar precisa conhecer os aspectos éticos e legais que envolvem a instituição onde trabalhamos com o seguinte princípio: que saúde é um direito de todos onde a dignidade da pessoa seja respeitada e que o atendimento seja garantido de forma eficiente e humanizado. Portanto, a grande tarefa do gestor hospitalar é procurar aliar as funções com os recursos disponíveis dentro da instituição. O histórico do hospital serve como justificativa para a importância da humanização hoje, porque com o desenvolvimento da medicina o hospital vem assumindo novas características superando a distinção que existia entre atendimento curativo e preventivo. Hoje o hospital deve atuar em todos os momentos de saúde, ou seja, desde a prevenção até a reabilitação. Isso foi expresso por Campos (1995) quando fez referência ao conceito de modelo definido pelo Ministério da Saúde como: [ ] parte integrante de uma organização médica, social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médico-sanitária completa, tanto curativa como preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, e cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamentos de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. O hospital é considerado um prestador de serviços no campo assistencial, na prevenção e restauração da saúde, devendo proporcionar meios para pesquisas e ensino em todas as atividades que estão relacionadas à saúde e sua gestão. No terceiro milênio Mezzomo (2003) cita que a Organização Mundial de Saúde – OMS: “diz que o hospital é parte integrante de um sistema coordenado de saúde cuja função é dispensar à comunidade completa assistência médica, preventiva e curativa, incluindo serviços extensivos à família em seu domicílio e ainda um centro de formação dos que trabalha... 15/11/2022 10:14 Descomplica no campo da saúde e para as pesquisas biossociais”. Podemos dizer que o hospital é considerado o retrato da fragilidade física dos indivíduos, mas ao mesmo tempo é considerado um espaço de busca e luta contra os males e problemas. E aqui vemos claramente a fraqueza e a força do ser humano na luta para vencer a morte, com isso o lado da humanização pode fazer falta. Portanto, humanizar no hospital e muito mais que tornar humano é ação solidária que promove o cuidar. Com isso, o processo de humanização em saúde implica na evolução do homem e na forma de gestão dos sistemas de saúde e seus serviços, mudando a forma como os trabalhadores e usuários interagem entre si, ou seja o principal objetivo da humanização da saúde é fornecer um bom atendimento aos seus usuários e melhores condições de trabalhos para seus profissionais. Dessa forma, o Ministério da Saúde através de seu Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar – PNHAN assinala que o desenvolvimento científico e tecnológico vem trazendo uma série de benefícios para a assistência hospitalar e diz que: “humanizar em saúde é resgatar o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e políticas no relacionamento humano” (Brasil, 2000). Esse programa nacional de humanização da assistência hospitalar procura englobar ações integradas para uma melhoria na qualidade dos serviços prestados e o aprimoramento das relações interpessoais dentro do ambiente hospitalar. O desenvolvimento das ações propostas pela Política de Humanização da Assistência à Saúde (PHAS) tem como princípios fundamentais o respeito às especificidades de cada instituição, estimula a cooperação entre as mesmas pela troca de experiências produzidas, que visam a qualificação do serviço público de saúde. Essa política de humanização da assistência à saúde nos oferece uma diretriz que contempla todos os projetos de caráter humanizador que são desenvolvidos nas instituições de saúde, onde estimula a criação e sustentação permanente de espaços de comunicação e divulgação que facilite e estimule o diálogo, o respeito, a livre expressão e a solidariedade. Sendo assim a humanização é um direito institucionalizado pela Constituição Brasileira em seu Artigo 14 (Brasil, 1988) onde afirma que a saúde é direito de todos e dever do... 15/11/2022 10:14 Descomplica Estado, garantindo políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos ou acesso》第®rasil igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Com isso a política de humanização se tornou mais intensa tendo como sua base os preceitos constitucionais. Este programa diz que não é suficiente apenas olhar para o paciente, mas também está preocupado com a humanização das condições de trabalho dos profissionais que atuam dentro dos hospitais, mas aponta diferentes parâmetros para a humanização da assistência hospitalar em três grandes áreas sendo elas: acolhimento e atendimento dos usuários; trabalho dos profissionais e lógicas de gestão e gerência. Segundo o Ministério da Saúde: “Os funcionários que se sentem respeitados pela instituição prestam atendimento mais eficiente” (BRASIL, 2000). O Plano Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar que foi dirigido aos hospitais da rede pública tem como objetivos: fortalecer e articular todas as iniciativas de humanização já existentes na rede hospitalar pública; melhorar a qualidade e eficácia da atenção dispensada aos usuários da rede hospitalar brasileira credenciados ao SUS; modernizar as relações de trabalho no âmbito dos hospitais públicos, tornando as instituições hospitalares mais acolhedoras e de modo a recuperar sua imagem mais harmoniosas e solidárias, de junto à comunidade; capacitar os profissionais dos hospitais para um novo conceito de atenção à saúde que valorize a vida humana e a cidadania; conceber e implantar novas iniciativas de humanização nos hospitais que venham a beneficiar os usuários e os profissionais de saúde; estimular a realização de parcerias e trocas de conhecimento e experiências nesta área; desenvolver um conjunto de indicadores e parâmetros de resultados e sistemas de incentivos ao tratamento humanizado e por fim difundir uma nova cultura de humanização na rede hospitalar credenciada ao SUS. O significado da proposta de humanização não inclui somente as atribuições técnicas das equipes profissionais, mas na capacidade de compreender o paciente enquanto ser humano com suas crenças, desejos, valores e suas perspectivas quanto ao tratamento. Dessa forma, a humanização e a valorização dos diferentes sujeitos implicados na produção da saúde sendo eles, os usuários 15/11/2022 10:14 Descomplica (pacientes), trabalhadores (médicos, enfermeiros, técnicos) e seus gestores. Atividade extra Gestão Hospitalar: Da organização ao serviço de apoio diagnóstico e terapeutico/Anísio Moura, Airton Viriato – Barueri – SP: Manole, 2008. Referência Bibliográfica BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. CAMPOS, T. C. P. Psicologia Hospitalar. São Paulo: EPU, 1995. CASETE, J. C.; CORREA, A. K. Humanização do atendimento em saúde: conhecimento vinculado na literatura brasileira de enfermagem. Revista Latina Americana Enf. 2005; 13(1):105-11. ELIS, C. 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