·
Psicologia ·
Psicanálise
Send your question to AI and receive an answer instantly
Preview text
Neste contexto ao tratar das condições amorosas Freud nos ensina a partir de suas observações psicanalíticas traz algumas condutas da escolha de objeto amoroso masculin o Segundo Freud 1910 a primeira condiçã o amorosa referese ao terceiro prejudicado que caracteriza uma preferência específica por parte de certos homens Eles não se interessam por mulheres que estejam solteiras ou livre mas sim por aquelas que já estão comprometidas seja com um marido noivo ou amigo O homem que se encontra nessa condição só sente atração quando há outro homem reivindicando a mulher e em alguns casos essa condição é tão rígida que a mesma mulher pode ser ignorada ou desprezada enquanto solteira mas se torna imediatamente desejável assim que se envolve com outro homem A s condições amorosas bem como sua conduta amorosa realmente decorrem da constelação materna Isso seria mais fácil para a primeira condição a de que a mulher não seja livre ou da presença de um terceiro prejudicado Compreendemos de imediato que para a criança que cresce em família o fato de a mãe pertencer ao pai passa a ser uma parte inseparável da essência materna e que nenhum outro a não ser o pai é o terceiro prejudicado FREUD 1910 p 92 A segunda condição traz que certos homens sentem atração por mulheres cuja fidelidade é questionável Essa condição Freud nomeou de amor por mulheres libertinas Nesses casos o ciúme se torna um elemento essencial para intensificar a paixão Curiosamente esse ciúme não se dirige ao parceiro leg í timo da mulher como marido mas a outros possíveis rivais Para esses homens a incerteza sobre a fidelidade da mulher é o que torna a relação mais intensa e emocionalmente envolvente Em alguns casos os homens aceitam até uma relação triangular desde que possam continuar a alimentar sua paixão através da desconfiança e do ciúme Assim o risco de infidelidade e o sofrimento associado são fundamentais para manter vivo o desejo A segunda condição a da libertinagem do objeto escolhido parece contrariar energeticamente uma derivação do complexo materno Para o pensamento consciente do adulto a mãe aparece preferencialmente como uma personalidade de pureza moral inatacável e nada tem efeito tão ofensivo quando vem de fora ou é sentido como tão penoso quando vem de dentro como uma dúvida sobre esse caráter da mãe Mas é justamente essa relação de aguda oposição entre a mãe e a liber t ina que nos motivará a investigar a história do desenvolvimento e a relação inconsciente entre esses dois complexos já que no inconsciente muitas vezes coincide com um aquilo que na consciência se apresenta cindido em dois opostos A investigação nos leva então de volta à época da vida em que o menino adquire pela primeira vez um conhecimento mais completo sobre as relações sexuais entre os adultos por volta dos anos anteriores à puberdade FREUD 1910 p93 Já a terceira condição amorosa Freud retrata como uma vida amorosa normal onde o valor de uma mulher geralmente está ligado à sua integridade sexual e qualquer associação com a libertinagem tende a diminuir esse valor No entanto ele destaca um desvio notável desse padrão certos homens consideram mulheres com traços de libertinagem como objeto de supremo valor amoroso Esses homens se envolvem profundamente com essas mulheres investindo enorme energia emocional a ponto de negligenciar outros interesses Para eles essas mulheres são as únicas dignas de amor e a exigência de fidelidade se intensifica a cada nova relação As relações amorosas desses homens são marcadas por um caráter compulsivo que é comum em casos de enamoramento mas especialmente evidente nesse tipo de paixão No entanto a intensidade e a fidelidade que demonstram em cada relação não significam que essa experiência seja única ou definitiva em suas vidas Pelo contrário essas paixões tendem a se repetir varias vezes com as mesmas características formando um padrão As mulheres amadas podem ser substituídas facilmente conforme as circunstancias externas mudam gerando uma sucessão de objetos amorosos ao longo da vida do indivíduo Freud como observador dessas condições diz que o mais surpreendente nos homens desse tipo é a tendência de querer salvar a mulher amada Eles acreditam que ela depende deles para não cair moralmente ou socialmente Essa necessidade de resgate justificase às vezes pela inconstância sexual ou vulnerável social da mulher mas persiste mesmo sem bases na realidade Um exemplo é o de um homem que através de sedução e argumentos conquistava suas amantes e se esforçava para mantêlas no caminho da virtude chegando a escrever tratados para guialas Como a quarta condição amorosa masculina Freud assinala as características peculiares de certos homens que apresentam um padrão amoroso distinto Esses homens tendem a se interessar por mulheres comprometidas com uma reputação de libertinagem e demonstram alta intensidade emocional e ciúmes em suas relações Eles apesar de aparentarem fidelidade vivem sucessivas paixões sempre repetindo esse padrão Com aprofundamento psicanalítico Freud relaciona essa relação com a relação infantil a figura materna Brotam da fixação infantil do carinho pela mãe e representam uma das saídas dessa fixação Na vida amorosa normal restam apenas poucos traços que revelam inequivocadamente o exemplo materno de escolha de objeto Por exemplo a prefer ê ncia de homens mais jovens por mulheres mais maduras a separação da libido da mãe completouse relativamente rápido Por outro lado em nosso tipo a libido permaneceu ligada à mãe por tanto tempo mesmo depois da entrada na puberdade que os amorosos eleitos mais tarde estão impregnados pelas características maternas e todos eles se tornam substitutos facilmente reconhecíveis da mãe Freud 1910 92 Percebemos com as considerações de Freud que quando o menino entende sobre as normas da atividade sexual ele diz a si mesmo com cínica correção que a diferença entre a mãe e a prostituta Hure não é afinal tão grande pois no fundo elas fazem o mesmo Freud 1910 p94 Derivado disso desperta no menino lembranças de desejo de sua tenra infância e a partir delas começa a colocar em atividade certas moções psíquicas Ele começa a ansiar por sua própria mãe no sentido recémadquirido FREUD 1910 p94 e a coloca r o pai numa posição de concorrência que lhe impede esse desejo e cai sob o domínio do complexo de Édip o Considerando a infidelidade da mãe por não lhe ter concedido o privil é gio da relação sexual e dado a o seu pai ansiando por ser seu próprio pai Freud afirma que quando essas moções não passam de forma ágil tendese a extravasar em fantasias em que seu conteúdo é a atividade sexual da mãe sob as mais diversas circunstâncias e cuja tensão leva a se resolver também com relativa facilidade no ato onanista FREUD 1910 p 94 Freud define que as consequências das motivações pulsionais como cobiçar a própria mãe a sede por vingança e as fantasias da infidelidade frequentemente porta traços do próprio Eu ou seja da própria personalidade idealizada e amadurecida para elevála ao nível do pai FREUD 1910 p 94 O que descrevi em outro lugar como romance familiar contempla as diversas formações dessa atividade da fantasia e seu entretecimento em vários interesses egoístas dessa época da vida Após examinarmos essa parte do desenvolvimento psíquico não podemos achar contraditório e incompreensível que a condição de libertinagem da amada derive diretamente do complexo materno O tipo de vida amorosa masculina que descrevemos carrega em si os vestígios dessa história do desenvolvimento e se deixa compreender facilmente como uma fixação nas fantasias da puberdade do menino as quais mais tarde ainda encontraram afinal uma saída para a realidade da vida Não é difícil supor que o onanismo assiduamente praticado nos anos da puberdade tenha contribuído para a fixação daquelas fantasias FREUD 1910 p 9495 Freud aborda a fantasia do inconsciente de salvamento presente na vida amorosa masculina profundamente enraizada no complexo de Édipo Essa fantasia muitas vezes disfarçada de preocupação com a virtude da amada tem origem no desejo infantil de retribuir aos pais pelo presente de vida O menino ao ouvir que a mãe lhe deu a vida desenvolve um desejo a compensála simbolizado pela ideia de darlhe um filho que seria uma réplica de si mesmo identificandose assim com o pai Esse desejo de salvar a mãe reflete tanto uma gratidão quanto um desafio ao pai além de satisfazer pulsões tenras e libidinais O ato de nascimento visto como o primeiro grande perigo da vida é central nessa fantasia de salvamento e essa experiência inicial de perigo se transforma em uma matriz para o medo e a angústia em outros momentos da vida Freud sugere que essa racionalização das motivações inconscientes é semelhante à forma como a mente organiza os sonhos tornando conteúdos inconscientes mais aceitáveis à consciência Freud explica que essa fantasia de salvamento pode em alguns casos ser dirigida ao pai com um significado afetuoso expressando o desejo de ter um filho que seja como o pai Essa fantasia esta profundamente conectada ao complexo parental tanto em relação à mãe quanto ao pai Assim a tendencia de salvar a amada tornase um traço essencial no tipo de vida amorosa descrito relevando um desejo inconsciente de repetir essa dinâmica parental nas relações amorosas adultas Essa projeção portanto reflete os vínculos profundos do complexo parental na psique O velho Artemidoro intérprete de sonhos certamente tinha razão quando afirmava que o sonho transforma seu sentido Sinn de acordo com a pessoa do sonhador De acordo com as leis válidas para a expressão de pensamentos inconscientes salvar pode mudar de significado Bedeutung dependendo de ser fantasiado por uma mulher ou por um homem Ele pode igualmente significar fazer um filho causar seu nascimento para o homem ou ela mesma dar à luz uma criança para a mulher FREUD 1910 p 96 Freud escreve sobre a impotência psíquica como um sofrimento que segundo o autor atinge homens de natureza fortemente libidinosa e se manifesta no fato de que os órgãos que excutam a sexualidade se recusam ao cumprimento do ato sexual Freud 1912 p137 Com a afirmativa freudiana o autor traz a questão da impotência masculina como um homem doente na qual o próprio percebe essa impotência em relação ao ato com determinadas pessoas relatando uma sensação de obstáculo dentro de si e sem compreender a qual característica do objeto sexual acionaria esse estado Se ele vivenciou esse impedimento mais de uma vez fará o julgamento de acordo com uma conexão sabidamente equivocada de que a lembrança da primeira vez sendo uma perturbado representação de angústia Freud 1912 p 138 A impotência psíquica tratase do efeito inibidor de certos complexos psíquicos trazendo o conteúdo desse material patogênico como fixação incestuosa não superada na mãe e na irmã Freud 1912 p 138 e além disso devese levar em consideração a impressões e fatores penosos que se ligam à atividade sexual infantil que de alguma forma reduzem a libido que seria direcionada ao objeto sexual o feminino
Send your question to AI and receive an answer instantly
Preview text
Neste contexto ao tratar das condições amorosas Freud nos ensina a partir de suas observações psicanalíticas traz algumas condutas da escolha de objeto amoroso masculin o Segundo Freud 1910 a primeira condiçã o amorosa referese ao terceiro prejudicado que caracteriza uma preferência específica por parte de certos homens Eles não se interessam por mulheres que estejam solteiras ou livre mas sim por aquelas que já estão comprometidas seja com um marido noivo ou amigo O homem que se encontra nessa condição só sente atração quando há outro homem reivindicando a mulher e em alguns casos essa condição é tão rígida que a mesma mulher pode ser ignorada ou desprezada enquanto solteira mas se torna imediatamente desejável assim que se envolve com outro homem A s condições amorosas bem como sua conduta amorosa realmente decorrem da constelação materna Isso seria mais fácil para a primeira condição a de que a mulher não seja livre ou da presença de um terceiro prejudicado Compreendemos de imediato que para a criança que cresce em família o fato de a mãe pertencer ao pai passa a ser uma parte inseparável da essência materna e que nenhum outro a não ser o pai é o terceiro prejudicado FREUD 1910 p 92 A segunda condição traz que certos homens sentem atração por mulheres cuja fidelidade é questionável Essa condição Freud nomeou de amor por mulheres libertinas Nesses casos o ciúme se torna um elemento essencial para intensificar a paixão Curiosamente esse ciúme não se dirige ao parceiro leg í timo da mulher como marido mas a outros possíveis rivais Para esses homens a incerteza sobre a fidelidade da mulher é o que torna a relação mais intensa e emocionalmente envolvente Em alguns casos os homens aceitam até uma relação triangular desde que possam continuar a alimentar sua paixão através da desconfiança e do ciúme Assim o risco de infidelidade e o sofrimento associado são fundamentais para manter vivo o desejo A segunda condição a da libertinagem do objeto escolhido parece contrariar energeticamente uma derivação do complexo materno Para o pensamento consciente do adulto a mãe aparece preferencialmente como uma personalidade de pureza moral inatacável e nada tem efeito tão ofensivo quando vem de fora ou é sentido como tão penoso quando vem de dentro como uma dúvida sobre esse caráter da mãe Mas é justamente essa relação de aguda oposição entre a mãe e a liber t ina que nos motivará a investigar a história do desenvolvimento e a relação inconsciente entre esses dois complexos já que no inconsciente muitas vezes coincide com um aquilo que na consciência se apresenta cindido em dois opostos A investigação nos leva então de volta à época da vida em que o menino adquire pela primeira vez um conhecimento mais completo sobre as relações sexuais entre os adultos por volta dos anos anteriores à puberdade FREUD 1910 p93 Já a terceira condição amorosa Freud retrata como uma vida amorosa normal onde o valor de uma mulher geralmente está ligado à sua integridade sexual e qualquer associação com a libertinagem tende a diminuir esse valor No entanto ele destaca um desvio notável desse padrão certos homens consideram mulheres com traços de libertinagem como objeto de supremo valor amoroso Esses homens se envolvem profundamente com essas mulheres investindo enorme energia emocional a ponto de negligenciar outros interesses Para eles essas mulheres são as únicas dignas de amor e a exigência de fidelidade se intensifica a cada nova relação As relações amorosas desses homens são marcadas por um caráter compulsivo que é comum em casos de enamoramento mas especialmente evidente nesse tipo de paixão No entanto a intensidade e a fidelidade que demonstram em cada relação não significam que essa experiência seja única ou definitiva em suas vidas Pelo contrário essas paixões tendem a se repetir varias vezes com as mesmas características formando um padrão As mulheres amadas podem ser substituídas facilmente conforme as circunstancias externas mudam gerando uma sucessão de objetos amorosos ao longo da vida do indivíduo Freud como observador dessas condições diz que o mais surpreendente nos homens desse tipo é a tendência de querer salvar a mulher amada Eles acreditam que ela depende deles para não cair moralmente ou socialmente Essa necessidade de resgate justificase às vezes pela inconstância sexual ou vulnerável social da mulher mas persiste mesmo sem bases na realidade Um exemplo é o de um homem que através de sedução e argumentos conquistava suas amantes e se esforçava para mantêlas no caminho da virtude chegando a escrever tratados para guialas Como a quarta condição amorosa masculina Freud assinala as características peculiares de certos homens que apresentam um padrão amoroso distinto Esses homens tendem a se interessar por mulheres comprometidas com uma reputação de libertinagem e demonstram alta intensidade emocional e ciúmes em suas relações Eles apesar de aparentarem fidelidade vivem sucessivas paixões sempre repetindo esse padrão Com aprofundamento psicanalítico Freud relaciona essa relação com a relação infantil a figura materna Brotam da fixação infantil do carinho pela mãe e representam uma das saídas dessa fixação Na vida amorosa normal restam apenas poucos traços que revelam inequivocadamente o exemplo materno de escolha de objeto Por exemplo a prefer ê ncia de homens mais jovens por mulheres mais maduras a separação da libido da mãe completouse relativamente rápido Por outro lado em nosso tipo a libido permaneceu ligada à mãe por tanto tempo mesmo depois da entrada na puberdade que os amorosos eleitos mais tarde estão impregnados pelas características maternas e todos eles se tornam substitutos facilmente reconhecíveis da mãe Freud 1910 92 Percebemos com as considerações de Freud que quando o menino entende sobre as normas da atividade sexual ele diz a si mesmo com cínica correção que a diferença entre a mãe e a prostituta Hure não é afinal tão grande pois no fundo elas fazem o mesmo Freud 1910 p94 Derivado disso desperta no menino lembranças de desejo de sua tenra infância e a partir delas começa a colocar em atividade certas moções psíquicas Ele começa a ansiar por sua própria mãe no sentido recémadquirido FREUD 1910 p94 e a coloca r o pai numa posição de concorrência que lhe impede esse desejo e cai sob o domínio do complexo de Édip o Considerando a infidelidade da mãe por não lhe ter concedido o privil é gio da relação sexual e dado a o seu pai ansiando por ser seu próprio pai Freud afirma que quando essas moções não passam de forma ágil tendese a extravasar em fantasias em que seu conteúdo é a atividade sexual da mãe sob as mais diversas circunstâncias e cuja tensão leva a se resolver também com relativa facilidade no ato onanista FREUD 1910 p 94 Freud define que as consequências das motivações pulsionais como cobiçar a própria mãe a sede por vingança e as fantasias da infidelidade frequentemente porta traços do próprio Eu ou seja da própria personalidade idealizada e amadurecida para elevála ao nível do pai FREUD 1910 p 94 O que descrevi em outro lugar como romance familiar contempla as diversas formações dessa atividade da fantasia e seu entretecimento em vários interesses egoístas dessa época da vida Após examinarmos essa parte do desenvolvimento psíquico não podemos achar contraditório e incompreensível que a condição de libertinagem da amada derive diretamente do complexo materno O tipo de vida amorosa masculina que descrevemos carrega em si os vestígios dessa história do desenvolvimento e se deixa compreender facilmente como uma fixação nas fantasias da puberdade do menino as quais mais tarde ainda encontraram afinal uma saída para a realidade da vida Não é difícil supor que o onanismo assiduamente praticado nos anos da puberdade tenha contribuído para a fixação daquelas fantasias FREUD 1910 p 9495 Freud aborda a fantasia do inconsciente de salvamento presente na vida amorosa masculina profundamente enraizada no complexo de Édipo Essa fantasia muitas vezes disfarçada de preocupação com a virtude da amada tem origem no desejo infantil de retribuir aos pais pelo presente de vida O menino ao ouvir que a mãe lhe deu a vida desenvolve um desejo a compensála simbolizado pela ideia de darlhe um filho que seria uma réplica de si mesmo identificandose assim com o pai Esse desejo de salvar a mãe reflete tanto uma gratidão quanto um desafio ao pai além de satisfazer pulsões tenras e libidinais O ato de nascimento visto como o primeiro grande perigo da vida é central nessa fantasia de salvamento e essa experiência inicial de perigo se transforma em uma matriz para o medo e a angústia em outros momentos da vida Freud sugere que essa racionalização das motivações inconscientes é semelhante à forma como a mente organiza os sonhos tornando conteúdos inconscientes mais aceitáveis à consciência Freud explica que essa fantasia de salvamento pode em alguns casos ser dirigida ao pai com um significado afetuoso expressando o desejo de ter um filho que seja como o pai Essa fantasia esta profundamente conectada ao complexo parental tanto em relação à mãe quanto ao pai Assim a tendencia de salvar a amada tornase um traço essencial no tipo de vida amorosa descrito relevando um desejo inconsciente de repetir essa dinâmica parental nas relações amorosas adultas Essa projeção portanto reflete os vínculos profundos do complexo parental na psique O velho Artemidoro intérprete de sonhos certamente tinha razão quando afirmava que o sonho transforma seu sentido Sinn de acordo com a pessoa do sonhador De acordo com as leis válidas para a expressão de pensamentos inconscientes salvar pode mudar de significado Bedeutung dependendo de ser fantasiado por uma mulher ou por um homem Ele pode igualmente significar fazer um filho causar seu nascimento para o homem ou ela mesma dar à luz uma criança para a mulher FREUD 1910 p 96 Freud escreve sobre a impotência psíquica como um sofrimento que segundo o autor atinge homens de natureza fortemente libidinosa e se manifesta no fato de que os órgãos que excutam a sexualidade se recusam ao cumprimento do ato sexual Freud 1912 p137 Com a afirmativa freudiana o autor traz a questão da impotência masculina como um homem doente na qual o próprio percebe essa impotência em relação ao ato com determinadas pessoas relatando uma sensação de obstáculo dentro de si e sem compreender a qual característica do objeto sexual acionaria esse estado Se ele vivenciou esse impedimento mais de uma vez fará o julgamento de acordo com uma conexão sabidamente equivocada de que a lembrança da primeira vez sendo uma perturbado representação de angústia Freud 1912 p 138 A impotência psíquica tratase do efeito inibidor de certos complexos psíquicos trazendo o conteúdo desse material patogênico como fixação incestuosa não superada na mãe e na irmã Freud 1912 p 138 e além disso devese levar em consideração a impressões e fatores penosos que se ligam à atividade sexual infantil que de alguma forma reduzem a libido que seria direcionada ao objeto sexual o feminino