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BrasíliaDF Análise do CiClo de VidA Elaboração Alex Estevão Produção Equipe Técnica de Avaliação Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA 5 INTRODUÇÃO 7 UNIDADE I INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO 1 CONCEITOS DE CICLO DE VIDA DE PRODUTO 9 CAPÍTULO 2 ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA DE PRODUTO 23 CAPÍTULO 3 GERENCIAMENTO DO CICLO DE VIDA 33 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS 44 CAPÍTULO 1 NORMAS 44 CAPÍTULO 2 CICLO DE VIDA E A ISO 14000 54 CAPÍTULO 3 SOFTWARE DE GERENCIAMENTO DO CICLO DE VIDA 64 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE 74 CAPÍTULO 1 IMPACTOS AMBIENTAIS 74 CAPÍTULO 2 DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO 77 CAPÍTULO 3 EXEMPLOS DE ASO 88 REFERÊNCIAS 95 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade Caracterizase pela atualidade dinâmica e pertinência de seu conteúdo bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal adequadas à metodologia da Educação a Distância EaD Pretendese com este material leválo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos possibilitandolhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científicotecnológica impõe ao mundo contemporâneo Elaborouse a presente publicação com a intenção de tornála subsídio valioso de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional Utilizea como instrumento para seu sucesso na carreira Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo os conteúdos são organizados em unidades subdivididas em capítulos de forma didática objetiva e coerente Eles serão abordados por meio de textos básicos com questões para reflexão entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável Ao final serão indicadas também fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares A seguir apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio É importante que ele verifique seus conhecimentos suas experiências e seus sentimentos As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais filmes e sites para aprofundamento do estudo discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso Atenção Chamadas para alertar detalhestópicos importantes que contribuam para a sínteseconclusão do assunto abordado 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das síntesesconclusões sobre o assunto abordado Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos Para não finalizar Texto integrador ao final do módulo que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado 7 Introdução Ao analisarmos a história podese verificar que a revolução industrial de certa forma causou uma revolução comercial Uma concorrência até então inexistente surge com o aumento e diferenciação dos produtos assim exigindo uma concentração maior do comércio Essa concentração passou a dividir espaços com outras entidades ao ocupar áreas centrais nas cidades Da mesma maneira o público consumidor também se modificou pois deixou de ser uma clientela estável Dessa forma surgiu a necessidade de publicidade e exposição dos produtos ao público em vitrines Com o passar dos anos as lojas de departamentos passaram a se organizar em uma escala maior devido às transformações e inovações permitidas pelos avanços tecnológicos A chegada do século XXI mostra uma polarização das populações nos centros urbanos e um aumento da concorrência dada a globalização crescente Assim surge a necessidade de analisar o ciclo de vida de um produto de modo a obter o melhor em termos de usabilidade desempenho entre outras características para o usuário e também maximizar os lucros para o fabricante Nesta disciplina você aprenderá os conceitos e características atrelados ao ciclo de vida de produtos os principais estágios que o compõem questões ambientas normas que o regem e exemplos de casos reais Figura 1 Avaliação do ciclo de vida Armazenamento Distribuição Fabricação Materiais Disposição Uso Avaliação do Ciclo de Vida Fonte httpwwwecodesenvolvimentoorgposts2015marcooqueeaavaliacaodeciclodevidaacvdeimagesacvecod jpg 8 Objetivos Explicitar os princípios do ciclo de vida de produto Especificar os estágios do ciclo de vida de produto Explicar a norma ISO 14000 9 UNIDADE I INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 Conceitos de ciclo de vida de produto Histórico no mundo A análise do ciclo de vida ACV ou do inglês LCA teve seu início na década de 1960 Preocupações com as limitações de matériasprimas e recursos energéticos despertaram o interesse em encontrar maneiras de contabilizar cumulativamente o uso de energia e projetar futuros suprimentos e uso de recursos Em uma das primeiras publicações desse tipo Harold Smith relatou seu cálculo de requisitos de energia cumulativa para a produção de intermediários e produtos químicos na Conferência Mundial de Energia em 1963 Mais tarde ainda na década de 1960 estudos de modelagem global publicados em The Limits to Growth e A Blueprint for Survival resultaram em predições dos efeitos da mudança das populações mundiais na demanda por matériasprimas finitas e recursos energéticos As previsões para o rápido esgotamento dos combustíveis fósseis e as alterações climatológicas resultantes do excesso de calor estimulavam cálculos mais detalhados do uso e produção de energia nos processos industriais Durante esse período dezenas de estudos foram realizados para estimar custos e implicações ambientais de fontes alternativas de energia Em 1969 os pesquisadores iniciaram um estudo interno para a Companhia CocaCola que lançou as bases para os métodos atuais de análise de inventário de ciclo de vida nos Estados Unidos Em uma comparação de diferentes recipientes de bebidas para determinar qual contêiner teve os menores impactos ao meio ambiente e menos afetou o fornecimento de recursos naturais esse 10 UNIDADE I INTRODUÇÃO estudo quantificou as matériasprimas e combustíveis utilizados e as cargas ambientais dos processos de fabricação de cada contêiner Outras empresas nos Estados Unidos e na Europa realizaram análises comparativas de inventário de ciclo de vida semelhantes no início dos anos 1970 Naquela época muitas das fontes disponíveis eram derivadas de fontes disponíveis publicamente como documentos governamentais ou documentos técnicos pois dados industriais específicos não estavam disponíveis O processo de quantificar o uso de recursos e as liberações ambientais de produtos passou a ser conhecido como Análise de Perfil de Recursos e Ambientais REPA conforme praticado nos Estados Unidos Na Europa foi chamado de Ecobalance Com a formação de grupos de interesse público incentivando a indústria a garantir a exatidão das informações no domínio público e com a escassez de petróleo no início dos anos 1970 aproximadamente 15 REPAs foram realizados entre 1970 e 1975 Nesse período um protocolo ou metodologia padrão de pesquisa para a realização desses estudos foi desenvolvido Essa metodologia de várias etapas envolve várias suposições Durante esses anos as premissas e técnicas utilizadas passaram por considerável revisão da REPA e dos principais representantes da indústria com o resultado de que metodologias razoáveis foram desenvolvidas De 1975 até o início dos anos 1980 como o interesse por esses estudos abrangentes diminuiu devido à influência da crise do petróleo as preocupações ambientais mudaram para questões de risco e gestão de resíduos domésticos No entanto durante todo esse tempo a análise de inventário do ciclo de vida continuou a ser conduzida e a metodologia melhorou por meio de um fluxo lento de cerca de dois estudos por ano a maioria dos quais se concentrou em requisitos de energia Durante este período o interesse europeu cresceu com a criação de uma Direcção do Ambiente DG X1 pela Comissão Europeia Os profissionais europeus de ACV desenvolveram abordagens paralelas às utilizadas nos EUA Além de trabalhar para padronizar as regulamentações de poluição em toda a Europa a DG X1 emitiu a Diretriz Liquid Food Container em 1985 que cobrava das empresas associadas o monitoramento do consumo de energia e matérias primas e da geração de resíduos sólidos de alimentos líquidos Quando os resíduos sólidos se tornaram uma questão mundial em 1988 a LCA novamente surgiu como uma ferramenta para analisar os problemas ambientais À medida que cresce o interesse em todas as áreas que afetam os recursos e o meio ambiente a metodologia para a ACV está sendo melhorada novamente Uma ampla base de consultores e pesquisadores em todo o mundo tem refinado 11 INTRODUÇÃO UNIDADE I e expandido ainda mais a metodologia A necessidade de ir além do inventário para a avaliação de impacto trouxe a metodologia LCA para outro ponto de evolução Em 1991 as preocupações sobre o uso inadequado de LCAs para fazer alegações de marketing amplas feitas por fabricantes de produtos resultaram em uma declaração emitida por onze Procuradores Gerais nos EUA denunciando o uso de resultados de ACV para promover produtos sugerindo que fossem desenvolvidos métodos uniformes para conduzir tais avaliações Chegouse a um consenso sobre como esse tipo de comparação ambiental pode ser anunciado de forma não enganosa Essa ação juntamente com a pressão de outras organizações ambientais para padronizar a metodologia de ACV levou ao desenvolvimento dos padrões de ACV da série 14000 da International Standards Organization ISO Em 2002 o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA uniuse à Sociedade de Toxicologia e Química Ambiental SETAC para lançar a Life Cycle Initiative uma parceria internacional Os três programas da iniciativa têm como objetivo colocar em prática o pensamento sobre o ciclo de vida e melhorar as ferramentas de apoio por meio de melhores dados e indicadores O programa Life Cycle Management LCM cria conscientização e melhora as habilidades dos tomadores de decisão produzindo materiais de informação estabelecendo fóruns para compartilhar as melhores práticas e realizando programas de treinamento em todas as partes do mundo O programa Life Cycle Inventory LCI melhora o acesso global a dados de ciclo de vida transparentes e de alta qualidade hospedando e facilitando grupos de especialistas cujo trabalho resulta em sistemas de informação baseados na web O programa Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida AICV aumenta a qualidade e o alcance global dos indicadores do ciclo de vida promovendo a troca de opiniões entre especialistas resultando em um conjunto de recomendações amplamente aceitas Para maiores informações sobre o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente visite a página do PNUMA disponível em httpswildforlifept collaboratorpnuma Histórico no Brasil Na metade dos anos 1990 mais precisamente em 1994 tem início no Brasil a ACV O evento chave é a implantação de um subcomitê específico ao tema no grupo de apoio à normalização ambiental GANA O grupo dedicouse à 12 UNIDADE I INTRODUÇÃO análise e desenvolvimento da série de normas ISO 14000 cujo assunto é a gestão ambiental dentro das empresas Em 1998 após o lançamento da primeira norma foi lançada a primeira publicação didática em português sobre a metodologia ACV O título dado à publicação foi Análise de Ciclo de Vida Produtos Ferramenta Gerencial da ISO 14000 cuja autoria foi do professor José Ribamar Brasil Um ano depois com a aplicação da metodologia ACV chegase ao primeiro resultado de pesquisa cientifica uma pesquisa de Avaliação do Ciclo de Vida de embalagens realizada pelo Centro de Tecnologia de Embalagem do Instituto de Tecnologia de Alimentos CETEAITAL para o mercado de brasileiro No Brasil a normalização só ocorre três anos mais tarde com o lançamento da norma ABNT NBR ISO 14000 uma versão traduzida da norma internacional em 2001 O Brasil participa das discussões sobre ACV através do Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental CB38 vinculado à Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT O comitê se espelha nos moldes do comitê Técnico 207 da ISO possuindo inclusive um subcomitê exclusivamente dedicado à ACV Em 2002 com a criação da Associação de Ciclo de Vida a ACV passa a ser tratada de forma institucional A associação busca fomentar a ACV nos diversos setores de interesse como os centros de ensino e pesquisa indústrias e governo As principais ações da associação são a realização do Congresso Brasileiro de Gestão do Ciclo de Vida CBGCV e a promoção de cursos de capacitação Em 2003 o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT outra instituição renomada no país assume a ACV como parte de suas linhas temáticas Desde o princípio a instituição tem foco em ações que visam o desenvolvimento de uma base de dados nacionais haja vista que o objetivo do IBICT é a informação O IBICT firma parceria com Laboratório Federal da Suíça para Ciência e Tecnologia de Materiais EMPA objetivando a capacitação de colaboradores em ACV para a construção de uma base de dados de Inventários de Ciclo de Vida ICV nacional Já em 2004 o Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia IMETRO define a ACV como ponto estratégico para a Avaliação de Conformidade de produtos processos serviços e pessoal Com isso a ACV passa a ser critério crucial para atestar o grau de confiança de um produto ou processo em relação ao seu desempenho ambiental 13 INTRODUÇÃO UNIDADE I Em 2005 foi publicado o livro Avaliação do Ciclo de Vida A ISO 14040 na América Latina Nesse livro há exemplos claros do desenvolvimento de uma estrutura metodológica para maior compreensão da abordagem do ciclo de vida na região O livro enfatiza a participação dos vários setores da área acadêmica da sociedade da indústria e do governo para fortalecer a ACV no Brasil No ano seguinte o IBICT desenvolve um projeto com o auxílio de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos Finep chamado de Inventário do Ciclo de Vida para a Competitividade Ambiental da Indústria Brasileira SICV Brasil O projeto buscou promover o desenvolvimento de um sistema de informação para os ICVs nacionais capacitação técnica na metodologia um portal sobre ACV uma ontologia em ACV e um guia para construção de ICVs Esse projeto faz com que o IBICT seja um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da ACV no Brasil No ano de 2010 através de uma resolução do IMETRO é lançado o Programa Brasileiro de ACV PBACV Esse programa procura fortalecer a ACV através da disseminação de informação sobre o Pensamento do Ciclo de Vida ICVs nacionais capacitação técnica e definição das categorias de impacto mais relevantes no país No mesmo ano são editados os handbooks da plataforma europeia de ACV EPLCA Tratamse dos guias mais completos sobre o tema De 2012 até os dias de hoje o IBICT tem se destacado nas ações de promoção e difusão do conhecimento em ACV através de ações como criação de uma cartilha infantil criação de manual de ontologia criação de uma cartilha aos pequenos e médios empresários tradução do handbook ILCD e publicação de documento técnico sobre ACV no Brasil e na Europa Essas ações ajudaram também a concretizar parcerias estratégicas como a Confederação Nacional da Indústria CNI e o Joint Research Centre JRC da União Europeia Surgida em novembro de 2002 ABCV Associação Brasileira de Ciclo de Vida foi criada a partir da colaboração e esforços de um grupo de pessoas físicas e jurídicas com interesses na consolidação da Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil Inicialmente foi liderada pelo Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental CB 38 da Associação Brasileira de Normas Técnicas 14 UNIDADE I INTRODUÇÃO Seu principal objetivo é reunir pessoas físicas e jurídicas com interesses comuns no desenvolvimento da técnica de Avaliação do Ciclo de Vida para aplicar a ACV na execução direta de projetos programas planos de ação e prestação de serviços intermediários Também visa capitalizar recursos físicos humanos e financeiros Os principais objetivos da associação são estimular o ensino a pesquisa e o desenvolvimento da ACV promover conferências simpósios cursos e outros para aproximar interessados no assunto do Brasil e do exterior gerar intercâmbio com entidades ligadas direta ou indiretamente às atividades de ACV e outras atividades relacionadas com ACV Atualmente a ABCV ocupa uma posição nacional e internacional de destaque Nacionalmente destacase a participação no comitê gestor do Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida lançado em São Paulo em outubro de 2013 Internacionalmente destacase a participação no comitê gestor da Rede Iberoamericana de ACV que também conta com a participação de Países como Portugal Espanha Argentina Chile México Costa Rica Peru Colômbia Cuba e Bolívia Participa também como patrocinador do Life Cycle Initiative uma parceria entre o United Nations Environment Programme UNEP e a Society for Environment Toxicology and Chemistry SETAC que visa contribuir efetivamente para que se coloque em prática a metodologia do ciclo de vida Até o presente momento a ABCV já promoveu vários eventos sendo eles CILCA 2007 Conferência Internacional sobre Avaliação do Ciclo de Vida I CBGCV Primeiro Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida II CBGCV Segundo Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida III CBGCV Terceiro Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida 15 INTRODUÇÃO UNIDADE I IV CBGCV Quarto Congresso Brasileiro sobre Gestão pelo Ciclo de Vida V CBGCV Quinto Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida e VI GCV Sexto Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida Maiores informações podem ser obtidas diretamente no site da ABCV em httpabcvbrasilorgbrphomephp e também nos sites httpswwwlifecycleinitiativeorgaboutaboutlci e https wwwunenvironmentorgptbr Definição e características Como consumidores compramos milhões de produtos todos os anos Os produtos têm um ciclo de vida assim como os animais e as plantas Um produto que está há um bom tempo estabelecido no mercado com o passar do tempo vai se tornando menos popular Em contrapartida aumenta muito rapidamente a demanda por produtos novos e modernos após um lançamento por exemplo A grande maioria das empresas entende os diferentes estágios do ciclo de vida do produto e também compreende que os produtos que comercializam possuem uma vida limitada portanto boa parte dessas empresas investirá no desenvolvimento de novos produtos a fim de garantir que os negócios continuem a crescer Dentro desse contexto temos a curva do ciclo de vida de um produto Tratase de um gráfico que demostra como se dá a tendência de vendas de um produto com o passar do tempo evidenciando quatro etapas bem características como ilustra a Figura 2 abaixo Figura 2 Curva do Ciclo de Vida do Produto Vendas Tempo Crescimento Maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor 16 UNIDADE I INTRODUÇÃO Como modelo a curva fornece uma boa aproximação das vendas que podem ser esperadas à medida que os produtos passam pelos quatro estágios do ciclo de vida típico No entanto há algumas coisas a ter em mente ao tentar aplicar a Curva do Ciclo de Vida do Produto no mundo real São elas Imprevisibilidade embora a vida útil de um produto possa ser limitada é muito difícil para os fabricantes preverem exatamente quanto tempo durará especialmente durante a fase de desenvolvimento do novo produto Embora a maioria dos fabricantes seja muito boa em tomar as melhores decisões com base nas informações que possui a demanda do consumidor pode ser imprevisível o que significa que nem sempre acertam Mudança a imprevisibilidade da vida útil de um produto vem do fato de que todos os fatores que influenciam o ciclo de vida do produto estão mudando constantemente Por exemplo mudanças no custo de produção ou uma queda na demanda do consumidor devido ao lançamento de produtos alternativos poderiam alterar significativamente a duração dos diferentes estágios do ciclo de vida do produto A curva é um modelo os críticos do ciclo de vida do produto alegam que alguns fabricantes podem dar muita importância às sugestões que o modelo faz de modo que ele se torne autorrealizável Para ilustrar o ponto se uma empresa usa a curva de ciclo de vida do produto como base para suas decisões uma diminuição nas vendas pode leválos a acreditar que seu produto está entrando no estágio Declínio e portanto gastar menos na promoção quando a estratégia oposta poderia ser adotada ajudando a capturar mais participação de mercado e realmente aumentar as vendas novamente Embora a Curva do Ciclo de Vida do Produto precise ser aplicada com certo cuidado e é improvável que os fabricantes confiem apenas em sua simples ilustração para prever suas vendas e lucros ela ainda é uma ferramenta útil Com uma apreciação geral dos tipos de desafios que serão enfrentados durante cada uma das quatro etapas o modelo oferece às empresas e seus departamentos de marketing a oportunidade de planejar com antecedência e estar mais bem preparados para enfrentar esses desafios 17 INTRODUÇÃO UNIDADE I Para entender os desafios de usar a Curva do Ciclo de Vida do Produto faz sentido examinála com um pouco mais de detalhes A curva como ilustra a Figura 2 é uma ilustração simples que traça as vendas em relação ao tempo fornecendo uma visão geral de como um produto pode funcionar nos quatro estágios do ciclo de vida aumentando nos estágios de introdução e crescimento antes de chegar ao estágio de maturidade e eventualmente diminuindo durante o estágio de declínio Adaptações do modelo também traçam o nível de lucro como uma segunda curva que é frequentemente útil para destacar o investimento considerável e os lucros negativos que são feitos na primeira fase do ciclo Na Figura 3 essa curva é ilustrada em vermelho Analisando a figura é possível verificar a questão do lucro negativo no estágio de introdução devido aos investimentos iniciais e também no estágio de declínio devido à diminuição das vendas e consequente retirada do produto do mercado Figura 3 Ciclo de vida vendas e lucro Vendas e lucro Tempo Introdução Crescimento maturidade Declínio Fonte https2bpblogspotcomgJlvsHMIraUWjk03ogsttIAAAAAAAAN6kXNv8fXTTgAIYmeum5knQQaJn2pRg3GEgCLcBGAs s400Ciclo2Bde2BVida2BProdutopng Matriz BCG Já no âmbito do market a curva de ciclo de vida é abordada de uma maneira diferente mas que no fundo remente à ideia central geral Tratase da matriz de compartilhamento de crescimento ou matriz BCG um modelo de planejamento desenvolvido por Bruce Henderson no Boston Consulting Group no início dos anos 1970 O modelo baseiase na observação de que as unidades de negócio da empresa podem ser classificadas em quatro categorias com base em combinações de crescimento e participação de mercado em relação ao maior concorrente Essas categorias são ilustradas na Figura 4 18 UNIDADE I INTRODUÇÃO Figura 4 Matrix BCG FATIA DE MERCADO ALTO POTENCIAL DE CRESCIMENTO Alta participação de mercado FATIA DE MERCADO Baixo ALTO Baixo ALTO POTENCIAL DE CRESCIMENTO baixa participação de mercado BAIXO POTENCIAL DE CRESCIMENTO Alta participação de mercado BAIXO POTENCIAL DE CRESCIMENTO Baixa participação de mercado Fonte httpss3uswest2amazonawscomcoursesimagesarchivereadonlywpcontentuploads sites150520151204104819BCGMatrix986x1024png O crescimento do mercado serve como um intermediário para os atrativos da indústria e a participação de mercado relativa serve como um intermediário para a vantagem competitiva A matriz de participação no crescimento mapeia as posições das unidades de negócios dentro desses dois determinantes importantes de lucratividade Essa estrutura pressupõe que um aumento na participação de mercado relativa resultará em um aumento na geração de caixa Essa suposição muitas vezes é verdade por causa da curva de experiência aumento da participação no mercado implica que a empresa está avançando na experiência curva em relação aos seus concorrentes desenvolvendo assim uma vantagem de custo Uma segunda hipótese é que um mercado em crescimento requer investimentos ativos para aumentar a capacidade e portanto resulta no consumo de dinheiro Assim a posição de uma empresa na matriz de participação no crescimento é indicação de sua geração de caixa e seu consumo de caixa Em 1968 Henderson argumentou que o dinheiro necessário para o rápido crescimento das unidades de negócios poderia ser obtido a partir de outras unidades de negócios da empresa que estavam em um nível mais alto em estágio maduro e gerando caixa significativo Ao investir para se tornar líder em um mercado em rápido crescimento a unidade de negócios poderia ao longo da curva de expiração desenvolver uma vantagem de custo A partir desse raciocínio nasceu a matriz de crescimento do BCG 19 INTRODUÇÃO UNIDADE I O Boston Consulting Group construiu a matriz BCG no conceito de ciclo de vida A matriz do BCG categoriza os produtos com base na participação de mercado e nas taxas de crescimento Os quatro quadrantes são rotulados comumente como cachorros vacas leiteiras pontos de interrogação e estrelas Em 1968 Bruce Henderson o cérebro responsável por trás da matriz descreveu os rótulos como Cachorros também conhecidos como abacaxi têm baixa participação de mercado e baixa taxa de crescimento e portanto não geram nem consomem uma grande quantidade de dinheiro No entanto os cães são armadilhas de dinheiro por causa do capital ligado a um negócio que tem pouco potencial Assim a empresa deverá decidir sobre a retirada do produto do mercado Pontos de interrogação os pontos de interrogação estão crescendo rapidamente e portanto consomem grandes quantidades de dinheiro mas como eles têm baixa participação de mercado não geram muito dinheiro O resultado é um grande consumo de caixa líquido Pontos de interrogação também conhecidos como criança problemática têm o potencial de ganhar participação de mercado e se tornar uma estrela e eventualmente uma vaca leiteira quando o crescimento do mercado diminui Se o ponto de interrogação não conseguir se tornar o líder de mercado depois de talvez anos de consumo de investimentos se tornará um cão quando o crescimento do mercado cair Pontos de interrogação devem ser analisados cuidadosamente a fim de determinar se valem o investimento necessário para aumentar a participação no mercado Estrelas as estrelas geram grandes quantidades de dinheiro por causa de sua forte participação de mercado relativa mas também consomem grandes investimento por causa de sua alta taxa de crescimento Portanto o dinheiro em cada seção é praticamente consumido Se uma estrela pode manter sua grande fatia de mercado ela se tornará uma vaca leiteira quando a taxa de crescimento do mercado diminui O portfólio de uma empresa diversificada sempre deve ter estrelas que se tornarão as próximas vacas leiteiras garantindo o futuro da geração de caixa Vacas leiteiras como líderes em um mercado maduro as vacas leiteiras exibem um retorno sobre os ativos que é maior do que a taxa de crescimento do mercado e assim geram mais lucro que consomem investimentos Tais unidades de negócios devem ser ordenhadas 20 UNIDADE I INTRODUÇÃO extraindo os lucros e investindo o mínimo de dinheiro possível Vacas leiteiras fornecer o dinheiro necessário para devolver pontos de interrogação aos líderes do mercado cobrir o custo administrativo da empresa financiar pesquisa e desenvolvimento para atender a dívida corporativa e pagar dividendos aos acionistas Por exemplo se a vaca leiteira gera um fluxo de caixa relativamente estável seu valor pode ser determinado com precisão de cálculo usando uma análise de fluxo de caixa descontado Sob o modelo de matriz de participação no crescimento à medida que uma indústria amadurece e sua taxa de crescimento declina uma unidade de negócios se tornará uma vaca leiteira ou um cachorro determinando apenas se ela se tornou líder de mercado durante o período de alto crescimento Embora originalmente desenvolvido como um modelo para alocação de recursos entre as várias unidades de negócios em uma corporação a matriz BCG também pode ser usada para alocação de recursos entre produtos dentro de uma única unidade de negócios Sua simplicidade é a sua força relativa às posições de todo o negócio da empresa pode ser exibido em um único diagrama Cada um dos quatro quadrantes representa uma combinação específica de participação de mercado relativa e crescimento sendo Baixo crescimento alta participação as empresas devem ordenhar essas vacas leiteiras por dinheiro para reinvestir Alto crescimento alta participação as empresas devem investir significativamente nessas estrelas já que têm alto potencial futuro Alto crescimento baixa participação as empresas devem investir ou descartar esses pontos de interrogação dependendo de suas chances de se tornarem estrelas Baixa participação baixo crescimento as empresas devem liquidar desinvestir ou reposicionar esses cães Como pode ser visto o valor do produto depende inteiramente de uma empresa ser capaz de obter uma participação de mercado líder antes que o crescimento desacelere Todos os produtos acabarão por se tornar vacas leiteiras ou cães Por outro lado cães são desnecessários eles são evidência de fracasso em obter uma posição de liderança em sair do mercado ou cortar as perdas 21 INTRODUÇÃO UNIDADE I Limitações da matriz BCG A matriz de compartilhamento de crescimento já foi amplamente utilizada mas desde a sua popularidade e à medida que modelos mais abrangentes se desenvolveram seu uso tem diminuído Abaixo seguem algumas das limitações desse modelo A taxa de crescimento do mercado é apenas um fator na atratividade da indústria uma participação de mercado relativa é apenas um fator em uma vantagem competitiva A matriz de participação no crescimento supera muitos outros fatores nessas duas importantes determinações da lucratividade O framework assume que cada unidade de negócio é independente das outras Em alguns casos uma unidade de negócios que pode ser um cão pode estar ajudando outras unidades de negócios a ganhar uma vantagem competitiva A matriz depende muito do tamanho do mercado Uma unidade de negócios pode dominar seu nicho mas tem um mercado muito baixo na indústria como um todo Nesse caso o mercado pode fazer a diferença entre um cão e uma vaca leiteira Embora sua importância tenha diminuído a matriz do BCG ainda pode servir como uma ferramenta simples para visualizar rapidamente o portfólio de uma corporação e como ponto de partida para discutir a alocação de recursos entre unidades de negócios estratégicas Para ter sucesso uma empresa deve ter um portfólio de produtos com diferentes taxas de crescimento e diferentes participações de mercado A composição da carteira é uma função do equilíbrio entre os fluxos de caixa Produtos de alto crescimento exigem que os insumos em dinheiro cresçam Produtos de baixo crescimento devem gerar excesso de caixa Ambos os tipos são necessários simultaneamente Somente uma empresa diversificada com um portfólio equilibrado pode usar suas forças para realmente capitalizar suas oportunidades de crescimento Assim um portfólio balanceado tem estrelas cuja alta participação e alto crescimento garantem o futuro vacas leiteiras que fornecem fundos para esse crescimento futuro e pontos de interrogação a converter em estrelas 22 UNIDADE I INTRODUÇÃO O ciclo de vida de um produto de sucesso é o seguinte comece como um ponto de interrogação cresça para uma estrela amadureça como uma vaca leiteira e decline como um cão O ciclo de vida de um produto malsucedido no entanto começa como um ponto de interrogação e declina como um cão O trabalho portanto é garantir que se mantenha um portfólio de produtos completo e diversificado Em outras palavras é preciso ter produtos em todos os estágios do ciclo de vida com novos produtos nascendo constantemente Os produtos no estágio de introdução criam entusiasmo comunicando que a empresa tem um futuro brilhante e será capaz de aumentar suas receitas e lucros Produtos no estágio de maturidade giram o dinheiro para financiar novos produtos futuros e o crescimento da empresa No entanto como você pode imaginar trazer novos produtos pontos de interrogação ao mercado e cultiválos até a maturidade primeiro como estrelas e depois como vacas leiteiras é mais fácil de dizer do que fazer Muitos produtos são natimortos e para outros o ciclo de vida é curto Assim devemos considerar os seguintes fatos de acordo com o relatório da Neilsen Global New Products 2013 Dezenove dos vinte produtos farmacêuticos que chegam ao teste clínico falham Trinta mil novos produtos de consumo são lançados a cada ano Noventa e cinco por cento falham Metade dos novos produtos não conseguem atingir o desempenho de vendas do ano no segundo ano Apenas 3 dos novos produtos ao consumidor atingem o limiar de um lançamento altamente bemsucedido Desde o início a execução de uma estratégia de produto de sucesso é difícil Mesmo empresas estabelecidas com volume de capital experimentam falhas dolorosas de produtos 23 CAPÍTULO 2 Estágios do ciclo de vida de produto Introdução Em 1931 Otto Kleppner desenvolveu um precursor do que hoje entendemos como o ciclo de vida básico do produto no qual ele sugeriu que os produtos passassem por três etapas pioneirismo competitivo e retentivo A referência seguinte foi de um homem chamado Jones que trabalhou para Booz Allen e Hamilton e em 1957 teorizou que havia um ciclo de vida que é característico da maioria dos produtos sobre o qual apresentou a seguintes terminologias introdução crescimento maturidade saturação e declínio Em 1959 Patton escreveu que havia consenso de que o elementochave do ciclo de vida do produto era que os lucros eram altos durante a fase de crescimento e declinavam devido à concorrência durante a fase de maturidade Já em 1985 segundo American Motors Corporation ACM havia uma compreensão clara de que O preço dos novos produtos deve ser o mais alto possível Na transição da maturidade para a saturação a concorrência entre os diferentes fabricantes reduziria os preços No final da vida de um produto o mercado e não o fabricante determinaria seu preço 24 UNIDADE I INTRODUÇÃO O ciclo de vida do produto tem quatro estágios muito claramente definidos cada um com suas próprias características que significam coisas diferentes para os negócios que estão tentando gerenciar o ciclo de vida de seus produtos específicos Os estágios comumente aceitos para o ciclo de vida do produto como já vimos até então são introdução crescimento maturidade e declínio Estágio de introdução O primeiro dos quatro estágios do ciclo de vida do produto é o estágio de introdução como ilustra a Figura 5 Qualquer empresa que esteja lançando um novo produto precisa entender que esse estágio inicial pode exigir investimentos significativos Isso não quer dizer que investir muito dinheiro nesse estágio garanta o sucesso do produto Qualquer investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos tem que ser ponderado em relação ao provável retorno do novo produto e um plano de marketing efetivo precisará ser desenvolvido a fim de dar ao novo produto a melhor chance de alcançar esse retorno Essa etapa do ciclo pode ser a mais cara para uma empresa lançando um novo produto O tamanho do mercado para o produto é pequeno o que significa que as vendas são baixas embora estejam aumentando Por outro lado o custo de coisas como pesquisa e desenvolvimento testes ao consumidor e o marketing necessário para lançar o produto pode ser muito alto especialmente se for um setor competitivo Figura 5 Estágio de introdução Vendas Tempo Crescimento maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor 25 INTRODUÇÃO UNIDADE I Desafios do estágio de introdução Pequeno ou nenhum mercado quando um novo produto é lançado normalmente não há mercado para ele ou se existir um mercado é provável que seja muito pequeno Naturalmente isso significa que as vendas serão baixas no começo Haverá ocasiões em que um ótimo produto novo ou uma fantástica campanha de marketing criará um burburinho tão grande que as vendas decolarão de imediato mas esses são casos especiais e geralmente leva tempo e esforço antes que a maioria dos produtos atinja esse tipo de impulso Custos elevados muito poucos produtos são criados sem alguma pesquisa e desenvolvimento e uma vez criados muitos fabricantes precisarão investir em marketing e promoção para atingir o tipo de demanda que fará com que seu novo produto seja um sucesso Ambas podem custar muito dinheiro e no caso de alguns mercados esses custos podem chegar a muitos milhões de dólares Perdas não lucros com todos os custos de colocar um novo produto no mercado a maioria das empresas verá lucros negativos em parte do estágio inicial do ciclo de vida do produto embora o montante e a duração desses lucros negativos difiram de um mercado para outro Alguns fabricantes poderiam começar a mostrar lucro rapidamente enquanto para empresas de outros setores isso poderia levar anos Benefícios do estágio de introdução Concorrência limitada se o produto é verdadeiramente original e um negócio é o primeiro a fabricálo e comercializálo a falta de concorrência direta seria uma vantagem distinta Ser o primeiro pode ajudar uma organização a conquistar uma grande fatia de mercado antes que outras empresas comecem a lançar produtos concorrentes e em alguns casos permitir que o nome de uma empresa seja sinônimo de toda a gama de produtos Alto preço os fabricantes que estão lançando um novo produto são frequentemente capazes de cobrar preços significativamente acima do que acabará se tornando o preço médio de mercado Isso ocorre porque parte dos consumidores estão preparados para pagar esse preço mais alto para colocar as mãos nos produtos 26 UNIDADE I INTRODUÇÃO mais recentes e isso permite à empresa recuperar alguns dos custos de desenvolvimento e lançamento do produto Em algumas situações no entanto os fabricantes podem fazer exatamente o oposto e oferecer preços relativamente baixos a fim de estimular a demanda Estágio de crescimento O estágio de crescimento é o segundo dos estágios do ciclo de vida do produto como ilustra a Figura 6 e para muitos fabricantes esse é o estágio fundamental para estabelecer a posição de um produto em um mercado aumentar as vendas e melhorar as margens de lucro Isso é conseguido pelo desenvolvimento contínuo da demanda do consumidor através do uso de marketing e atividade promocional combinados com a redução dos custos de fabricação A rapidez com que um produto passa do estágio de introdução para o de crescimento e a rapidez com que as vendas aumentam pode variar bastante de um mercado para outro O estágio de crescimento é tipicamente caracterizado por um forte aumento em vendas e lucros e como a empresa pode começar a se beneficiar de economias de escala na produção as margens de lucro assim como o montante total do lucro aumentarão Isso possibilita que as empresas invistam mais dinheiro na atividade promocional para maximizar o potencial desse estágio Figura 6 Estágio de crescimento Vendas Tempo Maturidade Declínio Introdução Crescimento Fonte Elaborada pelo autor Desafios do estágio de crescimento Aumento da concorrência quando uma empresa é a primeira a introduzir um produto no mercado ela tem o benefício de pouca ou nenhuma concorrência No entanto quando a demanda por 27 INTRODUÇÃO UNIDADE I seu produto começa a aumentar e a empresa passa para a fase de crescimento do ciclo de vida do produto é provável que ela enfrente uma concorrência crescente à medida que novos fabricantes procuram se beneficiar de um novo mercado em desenvolvimento Preços mais baixos durante a fase de introdução as empresas podem muitas vezes cobrar um preço alto por um novo produto No entanto em resposta ao crescente número de concorrentes que provavelmente entrarão no mercado durante a fase de crescimento os fabricantes poderão ter que baixar seus preços para alcançar o aumento desejado nas vendas Diferente abordagem de marketing campanhas de marketing durante o estágio de introdução tendem a se beneficiar de todo o alvoroço que cerca o lançamento de um novo produto Mas uma vez que o produto se torne estabelecido e não seja mais novo uma abordagem de marketing mais sofisticada provavelmente será necessária para aproveitar ao máximo o potencial de crescimento dessa fase Benefícios do estágio de crescimento Custos reduzidos com o desenvolvimento e marketing de novos produtos o estágio de introdução é geralmente a fase mais custosa do ciclo de vida de um produto Em contraste o estágio de crescimento pode ser a parte mais lucrativa de todo o ciclo para um fabricante À medida que a produção aumenta para atender à demanda os fabricantes conseguem reduzir seus custos por meio de economias de escala e as rotas estabelecidas para o mercado também se tornarão muito mais eficientes Maior conscientização do consumidor durante a fase de crescimento mais e mais consumidores se tornarão conscientes do novo produto Isso significa que o tamanho do mercado começará a aumentar e haverá uma demanda maior pelo produto Tudo isso leva ao aumento relativamente acentuado das vendas que é característico da fase de crescimento Aumento dos lucros com custos mais baixos e um aumento significativo nas vendas a maioria dos fabricantes verá um aumento nos lucros durante a fase de crescimento tanto em termos do 28 UNIDADE I INTRODUÇÃO montante total de lucro que eles geram quanto da margem de lucro de cada produto que eles vendem Estágio de maturidade Após os estágios de introdução e crescimento um produto passa para o estágio de maturidade como ilustra a Figura 7 O terceiro dos estágios do ciclo de vida do produto pode ser um momento bastante desafiador para os fabricantes Nos dois primeiros estágios as empresas tentam estabelecer um mercado e então aumentar as vendas de seus produtos para obter a maior fatia possível desse mercado No entanto durante a fase de maturidade o foco principal da maioria das empresas será manter sua participação de mercado diante de uma série de desafios diferentes Durante o estágio de maturidade o produto é estabelecido e o objetivo do fabricante é agora manter a participação de mercado que construiu Este é provavelmente o período mais competitivo para a maioria dos produtos e as empresas precisam investir com sabedoria em qualquer marketing que realizem Elas também precisam considerar quaisquer modificações ou melhorias no processo de produção que possam lhes dar uma vantagem competitiva Figura 7 Estágio de maturidade Vendas Tempo Crescimento Maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor Desafios do estágio de maturidade Pico de volumes de vendas após o aumento constante das vendas durante o estágio de crescimento o mercado começa a ficar saturado pois há menos novos clientes A maioria dos consumidores que vai comprar o produto já o fez 29 INTRODUÇÃO UNIDADE I Diminuição do market share outra característica do estágio maturidade é o grande volume de fabricantes que estão competindo por uma fatia do mercado Com esta fase do ciclo de vida do produto muitas vezes vendo os mais altos níveis de concorrência tornase cada vez mais difícil para as empresas manterem sua participação no mercado Diminuição nos lucros embora essa fase possa ser quando o mercado como um todo obtém o maior lucro é muitas vezes a parte do ciclo de vida do produto na qual muitos fabricantes podem começar a ver seus lucros diminuírem Os lucros terão que ser compartilhados entre todos os concorrentes no mercado e com vendas que provavelmente atingirão o pico durante esse estágio qualquer fabricante que perca participação de mercado e experimente uma queda nas vendas provavelmente sofrerá uma queda subsequente nos lucros Essa redução nos lucros poderia ser agravada pela queda dos preços que muitas vezes é vista quando o grande número de competidores obriga alguns deles a tentar atrair mais clientes competindo com o preço Benefícios do estágio de maturidade Redução contínua dos custos assim como as economias de escala no estágio de crescimento ajudaram a reduzir custos a evolução da produção pode levar a formas mais eficientes de fabricar grandes volumes de um determinado produto ajudando a reduzir ainda mais os custos Maior participação de mercado por meio de diferenciação embora o mercado possa atingir a saturação durante o estágio de maturidade os fabricantes poderão aumentar sua participação de mercado e aumentar os lucros de outras maneiras Por meio do uso de campanhas de marketing inovadoras e da oferta de recursos de produtos mais diversificados as empresas podem realmente melhorar sua participação de mercado por meio da diferenciação e há muitos exemplos de ciclos de vida de produtos em que as empresas conseguem isso Estágio declínio O último dos estágios do ciclo de vida do produto é o estágio de declínio que como você poderia esperar geralmente é o começo do fim de um produto 30 UNIDADE I INTRODUÇÃO Quando você olha para a clássica curva de ciclo de vida do produto como ilustra a Figura 8 o estágio de declínio é claramente demonstrado pela queda nas vendas e nos lucros Apesar dos desafios óbvios desse declínio ainda pode haver oportunidades para os fabricantes continuarem lucrando com seu produto Eventualmente o mercado de um produto começará a encolher e isso é conhecido como o estágio de declínio Esse encolhimento pode ser devido ao mercado ficar saturado ou seja todos os clientes que comprarão o produto já o compraram ou porque os consumidores estão migrando para um tipo diferente de produto Embora esse declínio possa ser inevitável ainda é possível que as empresas obtenham algum lucro mudando para métodos de produção menos caros e mercados mais baratos Figura 8 Estágio de declínio Vendas Tempo Crescimento maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor T2 Desafios do estágio de declínio Mercado em declínio durante esta fase final do ciclo de vida do produto o mercado para um produto começará a declinar Os consumidores geralmente deixam de comprar este produto em favor de algo novo e melhor e geralmente não há muito que um fabricante possa fazer para evitar isso Queda de vendas e lucros como resultado do declínio do mercado as vendas começarão a cair e o lucro total disponível para os fabricantes no mercado começará a diminuir Uma forma de as empresas desacelerarem essa queda em vendas e lucros é tentar aumentar sua participação no mercado o que embora desafiador o suficiente durante o estágio de maturidade do ciclo pode ser ainda mais difícil quando o mercado está em declínio 31 INTRODUÇÃO UNIDADE I Retirada de produtos em última análise para muitos fabricantes podese chegar a um ponto em que eles não estão mais lucrando com o produto Como pode não haver maneira de reverter esse declínio a única opção que muitos negócios terão é retirar seu produto antes que ele comece a causar perda de dinheiro Benefícios do estágio de declínio Produção mais barata mesmo durante o estágio de declínio pode haver oportunidades para algumas empresas continuarem vendendo seus produtos com lucro se puderem reduzir seus custos Ao olhar para opções de fabricação alternativas usando diferentes técnicas ou movendo a produção para outro local uma empresa pode ser capaz de prolongar a vida útil de um produto Mercados mais baratos para alguns fabricantes outra maneira de continuar lucrando com um produto durante o estágio de declínio pode ser procurar mercados novos e mais baratos para as vendas No passado o potencial de lucro desses mercados pode não ter justificado a necessidade de investimento para inserilos mas as empresas muitas vezes veem as coisas de maneira diferente quando a única alternativa possível é retirar completamente um produto Os estágios adicionais do ciclo de vida do produto Em reconhecimento ao desenvolvimento de novos produtos e à necessidade de retirar produtos do mercado uma vez que tenham atingido o fim de sua vida útil alguns acreditam que o gerenciamento eficaz do ciclo de vida do produto só é possível quando as organizações consideram esses dois estágios adicionais do ciclo Figura 9 Estágios adicionais do ciclo de vida Vendas Tempo Desenvolvimento Crescimento maturidade Declínio Retirada Introdução Fonte Elaborada pelo autor 32 UNIDADE I INTRODUÇÃO Esses dois estágios adicionais são descritos como Desenvolvimento antes de um produto poder ter vida ele precisa ser desenvolvido Muitos fabricantes investem pesado no desenvolvimento de novos produtos o que pode ser um processo que consome muito tempo e dinheiro dependendo do tipo de produto e do mercado O desenvolvimento envolve a criação de um produto para vender mas as empresas também precisam entender o mercado no qual o produto acabará sendo vendido Somente criando um produto que esteja alinhado com o que o mercado desejará é que um fabricante será bemsucedido talvez por isso alguns argumentariam que esta é uma das etapas mais importantes do ciclo de vida do produto Retirada durante as fases de introdução e crescimento do ciclo de vida do produto a maioria dos fabricantes está focada em aumentar seus lucros desenvolvendo o mercado e melhorando suas vendas Enquanto algumas empresas também serão capazes de reduzir seus custos através de economias de escala é durante a fase de retirada que a gestão de custos se torna ainda mais importante Uma vez que a decisão é tomada e um produto é retirado todas as vendas param Portanto é importante que os fabricantes estejam preparados para essa eventualidade e tomem as decisões certas no momento certo Ter um plano em prática para minimizar seus custos à medida que eles se retiram de um mercado ou até mesmo desenvolver um novo produto que possa tirar proveito da infraestrutura e das rotas estabelecidas para o mercado é essencial Embora tradicionalmente existam quatro estágios no ciclo faz muito mais sentido incluir as etapas antes e depois desenvolvimento e retirada pois elas podem apresentar aos fabricantes tantos desafios quanto qualquer uma das outras fases Mesmo com a ilustração expandida em seis etapas do ciclo de vida de um produto a coisa mais importante a entender é que ele ainda é apenas um modelo Os ciclos de vida diferem de produto para produto e de mercado para mercado e um aumento nas vendas nem sempre é uma indicação de que o mercado está crescendo assim como uma queda nas vendas não significa necessariamente que um mercado está em declínio Embora seja importante perceber que os produtos têm uma vida útil limitada e reconhecer os diferentes estágios do ciclo de vida do produto os fabricantes bemsucedidos são aqueles que não permitem que esse modelo seja a única fonte de informações que determina sua estratégia de negócios 33 CAPÍTULO 3 Gerenciamento do ciclo de vida Introdução Quase todos os produtos fabricados têm uma vida limitada e durante essa vida passarão por quatro estágios do ciclo de vida do produto introdução crescimento maturidade e declínio Em cada um desses estágios os fabricantes enfrentam um conjunto diferente de desafios O gerenciamento do ciclo de vida do produto é a aplicação de diferentes estratégias para ajudar a enfrentar esses desafios e garantir que em qualquer etapa do ciclo pela qual um produto possa estar passando o fabricante possa maximizar as vendas e os lucros de seu produto Gerenciamento de ciclo de vida de produto Para gerenciar efetivamente o ciclo de vida do produto as organizações precisam ter um foco muito forte em várias áreas tais como Desenvolvimento antes que um produto possa começar seu ciclo de vida ele precisa ser desenvolvido A pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos são uma das primeiras e possivelmente mais importantes fases do processo de fabricação em que as empresas precisarão gastar tempo e dinheiro a fim de garantir que o produto seja um sucesso Financiamento os fabricantes geralmente precisam de fundos significativos para lançar um novo produto e sustentálo durante a fase de introdução mas o investimento adicional nas etapas de crescimento e maturidade pode ser financiado pelos lucros das vendas No estágio de declínio investimentos adicionais podem ser necessários para adaptar o processo de manufatura ou mudar para novos mercados Ao longo do ciclo de vida de um produto as empresas precisam considerar a maneira mais adequada de financiar seus custos a fim de maximizar o potencial de lucro 34 UNIDADE I INTRODUÇÃO Figura 10 Financiamento Fonte httpswwwsunoresearchcombrwpcontentuploads201802financiamentoempresarialjpg Marketing durante a vida de um produto as empresas precisarão adaptar suas atividades de marketing e promocionais dependendo de qual estágio do ciclo o produto está passando À medida que o mercado se desenvolve e amadurece a atitude do consumidor em relação ao produto mudará Assim a atividade de marketing e promoção que lança um novo produto no estágio de introdução precisará ser muito diferente das campanhas que serão projetadas para proteger a participação de mercado durante o estágio de maturidade Figura 11 Marketing Fonte httpss3amazonawscomigdwpuploadspluginawswpcontentuploads20160822112248marketingdiretojpg Fabricação o custo de fabricação de um produto pode mudar durante seu ciclo de vida Para começar novos processos e equipamentos significam custos altos especialmente com um baixo volume de vendas À medida que o mercado se desenvolve e a produção aumenta os custos começarão a cair e quando são encontrados métodos de produção mais eficientes e mais baratos esses custos podem cair ainda mais Além de se concentrar no marketing para gerar mais vendas e lucro as empresas também precisam buscar maneiras de reduzir os custos durante todo o processo de fabricação 35 INTRODUÇÃO UNIDADE I Figura 12 Fabricação Fonte https3bpblogspotcomBgbZJt1AKd8WDrpJS1RT0IAAAAAAAAAaETlKH7xlsSoYn7pcw6z1X0ZNv0hjP5EwCLcBw1200 h630pknonuManufacturingjpg Informação sejam dados sobre o mercado potencial que tornará um novo produto viável feedback sobre diferentes campanhas de marketing para ver quais são mais eficazes ou monitoramento do crescimento e eventual declínio do mercado para decidir sobre a resposta mais apropriada informações são cruciais para o sucesso de qualquer produto Os fabricantes que gerenciam seus produtos com eficiência ao longo da Curva do Ciclo de Cida do Produto são geralmente aqueles que desenvolveram os sistemas de informação mais eficazes A maioria dos fabricantes aceita que seus produtos terão uma vida limitada Embora não haja muito que possam fazer para mudar isso concentrandose nas principais áreas de negócio mencionadas o gerenciamento do ciclo de vida do produto permite que o produto seja o mais bemsucedido possível durante os estágios do ciclo de vida não importa quanto tempo seja Figura 13 Informação Fonte httpszeumoblogfileswordpresscom201305informationoverloadjpg 36 UNIDADE I INTRODUÇÃO O desenvolvimento de um novo produto Antes de um produto embarcar em sua jornada através dos quatro estágios do ciclo de vida do produto ele deve ser desenvolvido O desenvolvimento de novos produtos é normalmente uma grande parte de qualquer processo de fabricação A maioria das organizações percebe que todos os produtos têm uma vida útil limitada e portanto novos produtos precisam ser desenvolvidos para substituílos e manter a empresa em atividade Assim como o ciclo de vida do produto tem vários estágios o desenvolvimento de novos produtos também é dividido em várias fases específicas como ilustra a Figura 14 abaixo Figura 14 Criação de um produto Desenvolvimento do produto Teste de mercado Comercialização Análise comercial Estratégia de marketing Desenvolvimento e teste do conceito Seleção de ideias Geração de ideias Fonte http3bpblogspotcomyyCITbZU8oU48W6NqRUUIAAAAAAAAAYYgvtu2h8V8Hws1600desenvolvimentodenovos produtospng Desenvolver um novo produto envolve vários estágios que geralmente se concentram nas seguintes áreas principais que serão desenvolvidas nos tópicos a seguir ideia pesquisa desenvolvimento teste análise e introdução A ideia Todo produto tem que começar com uma ideia Em alguns casos isso pode ser bastante simples baseando o novo produto em algo similar que já existe Em outros casos pode ser algo revolucionário e único o que pode significar que a parte de geração de ideias do processo está muito mais envolvida Na verdade muitos dos principais fabricantes têm departamentos inteiros que se concentram apenas na tarefa de criar a próxima grande novidade 37 INTRODUÇÃO UNIDADE I Figura 15 Ideia Fonte httpstaticoprahcom201701201702omaglettingnegativitygo949x534jpg Pesquisa Uma organização pode ter muitas ideias para um novo produto mas uma vez selecionado o melhor o próximo passo é começar a pesquisar o mercado Isso permite que eles vejam se há uma demanda por esse tipo de produto e também quais recursos específicos precisam ser desenvolvidos para melhor atender às necessidades desse mercado em potencial Figura 16 Pesquisa Fonte httpsagenciaipubcombrwpcontentuploads201802pesquisaposevento600x300jpg Há diversos tipos de pesquisas que dados aos seus métodos finalidades e objetivos se enquadram no que o pesquisador desejar O conceito de pesquisa remete a algumas características tais como a natureza a abordagem 38 UNIDADE I INTRODUÇÃO os objetivos e os procedimentos Quanto à natureza a pesquisa pode ser básica quando gera novos conhecimentos para o avanço da ciência sem necessariamente ter uma aplicação pratica ou imediata ou aplicada quando gera conhecimentos para aplicação prática direcionada à solução de problemas específicos Quanto à abordagem a pesquisa pode ser quantitativa quando traduz em números as opiniões e informações utilizando de ferramentas e técnicas para analisar os dados ou qualitativa quando considera as interpretações de natureza subjetiva do objeto de pesquisa Ao contrário da pesquisa quantitativa na pesquisa qualitativa as respostas são menos objetivas e o propósito é conseguir compreender o comportamento de um grupo alvo Quanto a procedimentos a pesquisa pode ser entre outras experimental quando o pesquisador compara diversas variáveis a fim de traçar um perfil aprovar teorias ou refutálas bibliográfica quando visa desenvolver o assunto sob pesquisa embasando se em informações de textos livros artigos e outros matérias científicos com o intuito de confrontar diversos pontos de vista e assim formular uma conclusão documental quando não se limita apenas a informações cientificas utilizando diferentemente da pesquisa bibliográfica jornais revistas catálogos fotografias entre outros materiais de campo quando o pesquisador não tem controle sobre as variáveis e a coleta de informações se dá no ambiente do objeto sob estudo ou um estudo de caso quando a pesquisa se aprofunda em um ponto específico de determinado tema 39 INTRODUÇÃO UNIDADE I Desenvolvimento A próxima etapa é o desenvolvimento do produto Protótipos podem ser modificados através de vários estágios de design e fabricação a fim de chegar a um produto acabado que os consumidores desejem comprar A inovação é algo que pode ocorrer em produtos processos ou modelos de negócio podendo ser classificada em dois tipos incremental e disruptiva A inovação incremental ocorre quando há agregação de valor para as necessidades tidas como urgentes para os consumidores Dessa forma melhora processos tecnologias ou experiências São exemplos de inovação incremental os vários tipos de escovas de dentes lâmpadas pilhas Duracell entre outros A inovação disruptiva é aquela que revoluciona ou seja é aquela capaz de alterar o modelo de negócio e transformar todo um mercado Tal revolução se deve à introdução de novos concorrentes em determinado segmento que impacta na sociedade São exemplos de inovação disruptiva o carro a imprensa a internet o smartphone entre outros A inovação e desenvolvimento de produtos muitas vezes demanda grandes investimentos Para proteger esse investimento podese utilizar o processo de patente A patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade outorgado pelo Estado aos inventores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação que lhes garante a exclusividade de uso econômico dela A lei de propriedade industrial Lei 92791996 prevê proteção por patente desde que sejam atendidos os requisitos de novidade quando uma inovação é totalmente nova no sentido da compreensão técnica atividade inventiva em relação ao trabalho intelectual sendo necessário demonstrar que a invenção não foi obtida juntandose simplesmente informações de diversas fontes técnicas e 40 UNIDADE I INTRODUÇÃO aplicação industrial é necessário que a presente inovação apresente aplicação industrial Para maiores informações sobre a lei de propriedade industrial visite a página sobre a lei disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03 leisl9279htm E também referente a patentes visite a página da Inovativa Brasil disponível em httpswwwinovativabrasilcombrinovacaopatentesstartup Teste Antes de a maioria dos produtos ser lançada e o fabricante gastar muito dinheiro em produção e promoção grande parte das empresas testará seu novo produto com um pequeno grupo de consumidores reais Isso ajuda a garantir que eles tenham um produto viável que seja lucrativo e que não haja alterações que precisem ser feitas antes de serem lançados Figura 17 Testes Software Application Software Application Software Application USER PASSED FAILED PRODUCT READY FOR CUSTOMERS USE PRODUCT NOT READY FOR CUSTOMERS USE Acceptance test Fonte httpwwwprofessionalqacomassetsimagesacceptancetesting2png Análise Observar o feedback do teste do consumidor permite que o fabricante faça as alterações necessárias no produto e também decida como ele será lançado no mercado Com informações de consumidores reais ele poderá tomar uma série de decisões estratégicas que serão cruciais para o sucesso do produto incluindo o preço a ser vendido e como o produto será comercializado 41 INTRODUÇÃO UNIDADE I Introdução Finalmente quando se chega ao estágio de desenvolvimento do novo produto a única coisa que resta a fazer é introduzilo no mercado Feito isso o bom gerenciamento do ciclo de vida do produto garantirá que o fabricante aproveite ao máximo todo o seu esforço e investimento Milhares de novos produtos são colocados à venda todos os anos e os fabricantes investem muito tempo esforço e dinheiro na tentativa de garantir que os novos produtos lançados sejam um sucesso Criar um produto rentável não significa apenas definir corretamente cada um dos estágios do desenvolvimento de novos produtos mas também gerenciar o produto depois que ele é lançado e em seguida ao longo de sua vida útil Esse processo de gerenciamento do ciclo de vida do produto envolve uma série de estratégias diferentes de marketing e produção todas voltadas para garantir que a Curva do Ciclo de Vida do Produto seja a mais longa e lucrativa possível Exemplos de ciclo de vida de produto A curva tradicional do ciclo de vida do produto é dividida em quatro etapas principais Os produtos primeiro passam pela fase de introdução antes de passar para o estágio de crescimento Em seguida vem a maturidade até que eventualmente o produto vai entrar no estágio de declínio O setor de eletroeletrônicos mostra o surgimento e o crescimento de novas tecnologias e o que pode ser o começo do fim para aqueles que já existem há algum tempo A seguir são apresentados alguns produtos em diferentes estados do ciclo de vida Projeção holográfica Apenas recentemente introduzida no mercado a tecnologia de projeção holográfica permite aos consumidores transformar qualquer superfície plana em uma interface Com um enorme investimento em pesquisa e desenvolvimento e preços altos que só atraem os primeiros adeptos esse é um bom exemplo da primeira etapa do ciclo 42 UNIDADE I INTRODUÇÃO Figura 18 Holograma Fonte httpstudespertarfileswordpresscom201505cutmypicpng Tablet Há um número crescente de tablets para os consumidores escolherem pois esse produto passa pelo estágio de crescimento do ciclo e mais concorrentes começam a entrar em um mercado que realmente se desenvolveu após o lançamento do iPad da Apple Figura 19 Tablet Fonte httpssgfmelcorteinglesesSGFMdctmMEDIA0320170616001152171123801640x640jpg Laptops Os laptops já existem há alguns anos mas os componentes mais avançados bem como os diversos recursos que atraem diferentes segmentos do mercado ajudarão a sustentar esse produto à medida que ele passa pelo estágio de maturidade 43 INTRODUÇÃO UNIDADE I Figura 20 Laptops Fonte httpsimagefreepikcomvetoresgratisvectorlaptopmacbookilustradori10corelflasheeps52484jpg Máquinas de escrever Máquinas de escrever e até mesmo processadores de texto eletrônicos têm funcionalidade muito limitada Com os consumidores exigindo muito mais do equipamento eletrônico que compram as máquinas de escrever são um produto que entrou no estágio final do ciclo de vida do produto Figura 21 Máquina de escrever Fonte httpsimagestcdncombrimgimgprod1039993539120180124170735jpg Embora normalmente os fabricantes e seus profissionais de marketing se preocupem com o gerenciamento do ciclo de vida do produto e as implicações que os diferentes estágios podem ter em seus negócios considerar os produtos reais é uma boa maneira de mostrar aos consumidores o papel que desempenham nesse ciclo de vida 44 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS CAPÍTULO 1 Normas Introdução A ACV é uma metodologia de gestão ambiental que visa avaliar dentro do ciclo de vida de um produto quais os impactos ambientais que podem ser causados Para isso leva em consideração todas as fases começando pela extração da matériaprima da natureza até a sua retirada do produto do mercado A Avaliação do Ciclo de Vida segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT é responsável por computar e analisar as entradas saídas e também os potenciais impactos ambientais de um sistema ou produto durante o seu ciclo de vida A avaliação permite verificar e quantificar a cargas ambientais bem como ponderar os impactos positivos e negativos ao meio ambiente que podem ser gerados por um sistema processo ou produto Em setembro de 2015 foi publicada uma nova versão da ISO 14001 em que os principais destaques foram a gestão de riscos a busca de maior compatibilidade com as demais normas ISO e o alinhamento da gestão ambiental à estratégia da empresa Com isso verificase que a norma ISO 14001 em sua nova versão proporciona uma maior preocupação das empresas no gerenciamento dos aspectos ambientais durante o ciclo de vida de seus produtos e serviços A norma procura analisar criteriosamente as reais reduções de emissões e resíduos obtidas com a implantação de um sistema de gestão ambiental 45 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Fica claro portanto que o papel da norma é melhorar o desempenho ambiental e não apenas melhorar o sistema de gestão ambiental Além da mudança relacionada ao desempenho ambiental a norma trouxe outras alterações importantes Tais alterações permitem acompanhar o ritmo dinâmico das empresas além de mantêlas competitivas frente às exigências do mercado A alterações envolvem alteração na estrutura de alto nível direcionamento estratégico liderança e documentação ISO 14000 Já há um bom tempo e gradativamente as questões ambientais têm ganhado relevância no mundo Organizações e sociedade ambos têm aderido a pensamentos e valores pautados na preservação ambiental As empresas têm se preocupado cada vez mais com as questões ambientais As multas são altíssimas e os impactos ambientais decorrentes de suas atividades podem também manchar a imagem da organização levando por exemplo ao boicote dos produtos o que aumenta ainda mais os prejuízos Assim empresas inteligentes se preocupam em manter a gestão ambiental em conformidade com as normas Portanto ser ecologicamente correto não é mais apenas uma estratégia de marketing das organizações que desejam se manter à frente no mercado mas sim uma necessidade Figura 22 ISO 14000 Fonte https2bpblogspotcomeZP7bng4FAVriXMMHH56IAAAAAAAADegXgQuJu5j2BUs1600Certificado2Bda2Bnorma 2BISO2B14000jpg 46 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS A Organização Internacional de Padronização ISO apresenta uma série de normas que visam adequar e dar qualidade aos mais variados níveis de atuação de uma empresa O objetivo é que empresas de pequeno e médio porte consigam desenvolver uma estrutura que possa minimizar ao máximo os impactos sobre o meio ambiente A série de normas ISO 14000 requisitos presentes no Sistema de Gestão Ambiental SGA aborda os seguintes pontos sistemas de gestão ambiental auditorias ambientais rotulagem ambiental comunicação ambiental análise do ciclo de vida desempenho ambiental aspectos ambientais e terminologia A seguir são apresentadas as normas mais relevantes da série de normas ISO 14000 ISO 14001 contempla os principais requisitos para as empresas identificarem controlarem e monitorarem as questões ambientais É uma das únicas normas da família 14000 que traz o selo ambiental ISO 14004 faz referência a ISO 14001 trazendo requisitos adicionais para implantação do SGA A norma é focada na utilização interna da organização portanto funciona como uma espécie de suporte da gestão ambiental ISO 14010 são normas que tratam das Auditorias Ambientais Elas atuam como um veículo de credibilidade e seguridade a todo o processo de implementação e certificação ambiental Também proporcionam ações como a verificação dos compromissos estabelecidos pela empresa em seu sistema de gestão 47 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II ISO 14031 atua como guia para análise de desempenho ambiental A norma também aborda a seleção de indicadores de desempenho adequados de modo que o desempenho pode ser avaliado em relação aos critérios definidos pela gerência Essa informação pode ser utilizada como base para os sistemas internos e externos e relatórios sobre desempenho ambiental ISO 14020 conjunto de normas que tratam de selos ambientais ISO 14040 conjunto de normas utilizadas para orientar os diagnósticos de ciclo de vida de produtos e serviços ISO 14064 contabilização e verificação de emissões de gases de efeito estufa para suportar projetos de redução de emissões Além dessas principais há também outras normas da família focadas em outros tópicos relevantes da gestão ambiental como a ISO 14065 Como explicado anteriormente dentre as normas do sistema de gestão ambiental a ISO 14001 é a mais ampla e a mais utilizada pelas empresas do mundo todo No Brasil a norma ganhou a versão brasileira NBR ISO 14001 A ISO 14001 estimula o comprometimento das organizações frente a prevenção da poluição e com melhorias contínuas como parte do ciclo normal de gestão empresarial A norma é baseada no ciclo PDCA plandocheckact que significa planejarfazerchecaragir e utiliza terminologias e linguagens já conhecidas de gestão Vale lembrar que toda empresa objetiva lucro Nesse contexto a norma Isso 14001 apresenta uma série de benefícios à empresa A redução dos impactos ambientais e ações de preservação devem estar alinhadas com uma política sustentável de modo a não comprometer o desenvolvimento econômico da empresa A seguir são apresentados os principais aspectos positivos proporcionados a empresas certificadas pela norma ISO 14000 Para maiores informações sobre o PDCA veja o artigo Ciclo PDCA do conceito à aplicação disponível em httpswwwportaladministracao com201408ciclopdcaconceitoeaplicacaohtml 48 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Benefícios da certificação ISO 14000 Utilizar a certificação ISO 14000 traz inúmeros benefícios pois tratase de uma norma reconhecida no mundo inteiro e assim perante o mercado a sociedade e as organizações as vantagens são Aperfeiçoamento do sistema de gestão ambiental a norma aprimora os itens da gestão ambiental existentes dentro da empresa Proporciona o aperfeiçoamento da política ambiental interna e promove as adaptações necessárias para o crescimento saudável da empresa sem maiores impactos ao meio ambiente Crescimento eficaz a ISO 14001 possui como requisitos principais do sistema de gestão a redução de gastos durante os processos de produção da empresa e a redução de desperdícios Portanto a empresa funciona de maneira eficaz e com economia financeira Aumento da rentabilidade com a gestão eficaz a redução dos gastos com energia por exemplo e a diminuição de resíduos gerados melhorase a rentabilidade da empresa como um todo Melhora na imagem da empresa aderir à norma e utilizar o selo sustentável implica em uma visibilidade maior e uma boa imagem no mercado para muitas organizações O selo nos diz que a empresa atua de modo ecologicamente correto Transparência e responsabilidade ambiental são conceitos associados à imagem das empresas que passam a ideia de organização limpa sem danos ao meio ambiente Cumprimento da legislação ambiental em certas situações como desastres ambientais decorrentes de erros das indústrias ou empresas de produção as multas podem alcançar valores exorbitantes Além de manchar a imagem das organizações tais catástrofes podem chegar a fechálas A certificação na ISO 14001 traz conhecimentos de legislações em vigor no que diz respeito à área de atuação bem como as orientações que devem ser adotadas para evitar situações como essas Assim podemos concluir que o selo ambiental indica que uma empresa atua de forma ecologicamente correta com ações e medidas que minimizam ou anulam os prejuízos e agressão ao meio ambiente Incentivo ao cumprimento de ações de gestão ambiental a norma de gestão ambiental incentiva as organizações a superar a morosidade 49 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II das ações ambientais ou seja estimula a empresa a retirar os objetivos do papel e implantálos tornando as metas reais e alcançáveis Competitividade internacional no mercado internacional muitas empresas impõem certas restrições para fechamento de contratos dentre elas a certificação a norma ISO 14001 Dada a visibilidade da norma um número maior de possibilidades comerciais pode ser alcançado Empresas que prezam por valores ambientais certamente preferem manter relações com outras empresas que possuem as mesmas diretrizes ambientais Portanto a norma beneficia e traz valores às organizações Diferencial diante seus clientes a satisfação do cliente em adquirir um produto ou serviço que possui qualidade e atende a legislação ambiental só traz benéficos para a marca Para o cliente é importante a consciência social de que o produto ou serviço adquirido seja ecologicamente correto PNRS A Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS sob a Lei 12305 publicada em 02 de agosto de 2010 tem por objetivo definir uma política de gestão de resíduos sólidos utilizando diversas ferramentas como por exemplo a logística reversa reciclagem reutilização e destinação adequada etc A PNRS também visa colaborar e influenciar na implementação da Avaliação do Ciclo de Vida A Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS define a logística reversa como sendo o conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes importadores distribuidores e comerciantes dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos nos termos da Lei BRASIL 2010 Conforme visto anteriormente em outros capítulos a Avaliação do Ciclo de Vida visa mostrar os impactos ambientais provocados ao longo da cadeia produtiva 50 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Assim é necessário alcançar um desenvolvimento sustentável Como proposta da PNRS a logística reversa é fundamental para a ACV uma vez que ajuda a empresa a definir e gerir o destino dos resíduos por elas produzidos Figura 23 PNRS Processamento Matériaprima Outros Materiais Materias Primas Convertedores Produção produto Distribuição Varejo Consumidores Reciclagem Lixão Reuso PNRS Plano Nacional de Resíduos Sólidos FLUXO DE NEGÓCIOS Fonte Pensamento verde disponível em httpspensamentoverdecombrwpcontentuploads201304PNRSjpg Política dos 3 R Diariamente são produzidas toneladas de resíduos cuja grande maioria vai parar no lixo Materiais como plástico e metais estão no topo da lista de resíduos mais produzidos A produção de resíduos é inevitável entretanto pode haver uma diminuição com a adoção de certas políticas de que atuam como boas práticas como é o caso da política dos 3 Rs O conjunto de ações chamado de política dos 3 Rs foi sugerida durante dois eventos a Conferência da Terra realizada no Rio de Janeiro em 1992 e o 5o Programa Europeu para o Ambiente e Desenvolvimento realizado em 1993 Os 3 Rs consistem nos atos de reduzir reutilizar e reciclar o lixo produzido como ilustra a Figura 24 abaixo 51 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Figura 24 Os 3 Rs 3 Rs 1o Reduzir 2o Reutilizar 3o Reciclar Fonte httpswwwcolegiowebcombrwpcontentuploads2015012png Reduzir O primeiro R é o mais importante tratase de procurar reduzir ao máximo o lixo gerado Esse objetivo pode ser atingido por meio da aquisição de produtos de maior durabilidade e resistência evitando ao máximo os produtos descartáveis Evitar o desperdício de alimentos utilizar guardanapos de pano em vez de papel e evitar o uso de saco plásticos são algumas medidas que colaboram para a redução da geração de lixo Fazer o necessário para reduzir a produção de novos produtos é a etapa principal com aplicação válida para qualquer grupo de resíduo Promover a minimização de gastos com seu gerenciamento e tratamento contribui com os recursos naturais Ações para a redução na geração que podem ser praticadas são utilizar canecas laváveis em lugar de copos descartáveis racionalizar o consumo de papel evitar empacotamentos desnecessários utilizar sacola próprias recusar folhetos de propaganda que não forem de seu interesse comprar sempre produtos duráveis e resistentes preferor pilhas recarregáveis ou alcalinas que poluem menos e comprar produtos que tenham embalagens retornáveis ou refil 52 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Reutilizar Existem certos produtos que são passiveis de serem utilizados diversas vezes como é o caso das embalagens retornáveis Nesse caso é preferível a sua utilização em vez de embalagens descartáveis Produtos que seriam descartados podem ter novas funções criativamente podese utilizar uma lata como porta lápis assim como jornais revistas livros e outros materiais podem serem doados para escolas Portanto o foco principal é utilizar o máximo possível um produto e só em último caso descartálo Algumas ações de reutilização que podem ser praticadas são utilizar o outro lado de folhas já impressas como rascunho reutilizar embalagens potes de vidro e envelopes de plástico ou de papel reutilizar envelopes encobrindo o endereço do remetente e do destinatário anterior com fita adesiva fazer artesanato por exemplo utilizando garrafas descartáveis doar roupas móveis aparelhos domésticos brinquedos etc vender no ferrovelho os aparelhos quebrados ou desmontálos reaproveitandose as peças guardar caixas de papelão para uso posterior e restaurar móveis antigos em vez de comprar um novo Reciclar Quando não é mais possível reutilizar um objeto a reciclagem é a destinação mais adequada A reciclagem trata de transformar os resíduos em matériasprimas para novos produtos e até mesmo em novos produtos Para tal é necessária uma coleta seletiva a fim de separar resíduos que são passíveis de reciclagem de outros materiais São recicláveis materiais como alumínio papel plástico e vidro Com isso reduzse a necessidade de novas matériasprimas A reciclagem pode trazer ganhos no campo econômico tais como economia da matériasprimas como a celulose reciclagem de papel economia de minérios visto que o vidro é 100 reciclável e economiza 13 kg de matériasprimas 53 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II economia de energia uma vez que a reciclagem de alumínio economiza até 95 da energia que seria usada para produzir alumínio a partir de matériasprimas extraídas produção de adubo utilizando a compostagem pois o lixo orgânico resulta em um adubo de excelente qualidade para a agricultura Já entre os ganhos ambientais podemos citar diminuição do corte de árvores e também redução de áreas de plantio devido a reciclagem de papel economia de água e combustíveis utilizados nos processos de extração de matériasprimas redução das emissões de gases poluentes pelas fábricas enorme diminuição de prejuízos ao meio ambiente pela reciclagem do plástico pois tratase de um material que leva séculos para se decompor redução na extração de minérios como a bauxita utilizada na produção de alumínio e areia barrilha calcário feldspato etc que são matériasprimas para a produção de vidro aumento da vida útil dos aterros sanitários devido à reciclagem de vidro Também podemos citar alguns benefícios sociais A reciclagem proporciona uma diminuição do volume de lixo Insere novamente o material no ciclo de produção evitando uma possível contaminação da água solo ou ar Gera empregos devido à necessidade de empresas de reciclagem de intermediadores e também catadores Apesar de não ser uma norma propriamente dita os 3 Rs são boas práticas que contribuem para a diminuição dos desperdícios e impactos ambientais 54 CAPÍTULO 2 Ciclo de vida e a ISO 14000 Introdução A série de normas ISO 14000 definida pela Organização Internacional de Padronização foi criada com o objetivo principal de diminuir os impactos ambientais oriundos das atividades das empresas A metodologia de ciclo de vida de produtos foi normatizada na ISO 14000 em virtude de sua importância e também do seu papel fundamental nas questões ambientais Implantar as normas da ISO 14000 pode garantir à empresa uma certificação especial e por consequência uma melhor imagem e maior espaço de mercado Especificamente a norma ISO 14040 propõe uma metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida com 4 fases definição do objetivo e escopo análise de inventário avaliação de impactos e interpretação de resultados Figura 25 Fases da ACV Estrutura da ACV Definição de objetivo e escopo Análise do inventário Avaliação de impacto Interpretação Aplicações Diretas Desenvolvimento e melhoria de produtos Planejamento estratégico Políticas públicas Marketing Outras aplicações Fonte httpswwwrevistaespacioscoma14v35n0214350201clipimage002gif 55 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Com o estudo de análise do ciclo de vida é possível entre outros localizar os pontos de geração de resíduos ter um melhor controle dos processos avaliar as perdas de produção e reduzir os efluentes resíduos e emissões De maneira simplificada na primeira fase temos a definição do propósito e a dimensão do estudo Na segunda fase é executada a coleta de dados e também são realizados procedimentos para quantificar a base de dados do impacto do ciclo de vida Já na terceira fase e de posse dos resultados da fase dois avaliase o impacto do ciclo de vida Por último temos a fase de interpretação ponto do estudo no qual são feitas as devidas conclusões e recomendações O estudo de análise do ciclo de vida leva em consideração características regionais A maioria dos estudos está baseada na ISO 14040 Devido a isso o Brasil apresenta algumas dificuldades em desenvolver uma metodologia adequada Exemplos de barreiras no Brasil são as dificuldades financeiras a falta de banco de dados sobre impactos ambientais e a falta de incentivos governamentais A seguir são descritas com mais detalhes as fases do estudo de análise do ciclo de vida Definição do objetivo e escopo A primeira fase da ACV determina quais são o objetivo e o escopo do estudo e apresenta suporte normativo na ISO 14044 e no relatório técnico ISOTR 14049 Nessa fase também são definidos todos os detalhes práticos e hipóteses adotados em relação ao projeto Apesar de parecer ser uma fase curta é extremamente importante para a continuidade da elaboração do estudo de ACV já que todos os aspectos e suposições do estudo definidos nessa etapa são considerados em todas as próximas fases da ACV O objetivo de uma ACV inclui Aplicação pretendida um estudo de ACV pode ter diversas aplicações pretendidas As mais comuns são o desenvolvimento aprimoramento e comparação de produtos ou processos planejamento estratégico 56 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS design tomada de decisão pública estudo ambiental comunicação para consumidores rotulagem ambiental e marketing Deve ser informado se os resultados do estudo são destinados a serem utilizados em afirmações comparativas para divulgação ao público Nesses casos a ISO estabelece uma série de precauções que devem ser tomadas na divulgação Principais razões para a realização do estudo devese descrever as motivações que levaram à realização de cada estudo sendo essas razões muitas das vezes de caráter ambiental como por exemplo desejar conhecer quais são os impactos ambientais de todo ciclo de vida de um produto ou em qual etapa da vida de um produto ou processo existe maior dano ao meio ambiente Públicoalvo o estudo pode ser dirigido para diversos públicos alvo como por exemplo consumidores indústrias governos ou comunidades científicas De acordo com a ISO 14044 o escopo do estudo identifica diversos elementos cruciais para a realização de um estudo em ACV Dentre diversos itens preconizados pela ISO devem ser considerados e claramente descritos os seguintes itens o sistema de produto a ser estudado as funções do sistema de produto ou no caso de estudos comparativos os sistemas a unidade funcional os limites do sistema de produto os procedimentos de alocação as categorias de impacto e metodologias de análise de impacto de ciclo de vida e subsequente interpretação a ser utilizada O escopo deve ser suficientemente bem definido para assegurar que a extensão a profundidade e o detalhe do estudo sejam compatíveis com os objetivos planejados e suficientes para atingilos A ACV é uma técnica iterativa por isso o objetivo e o escopo do estudo podem necessitar ser modificados durante a sua condução à medida que mais informações são obtidas Embora alguns itens supracitados possam parecer intuitivos eles são complexos e requerem um maior nível de detalhamento Análise do inventário de ciclo de vida Após a definição clara do objetivo e escopo do estudo vem a fase da análise do inventário de ciclo de vida que consiste na coleta e quantificação de todos 57 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II os dados de entrada e saída que são relacionados com a unidade funcional e limitados de acordo com a fronteira do sistema ambos estabelecidos na fase anterior no escopo do estudo Os tipos de dados de entrada e saída incluem consumo energético quantidade de matériasprimas necessárias produtos coprodutos resíduos gerados emissões para o ar solo e água e outros aspectos ambientais A fase da análise do inventário de ciclo de vida pode ser dividida em diversas etapas segundo a ISO 14044 Avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida A avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida ou AICV tem por objetivo compreender e avaliar a magnitude e importância dos impactos ambientais potenciais de um sistema baseada na ICV realizada Nessa etapa convertemse os valores obtidos nos resultados do inventário em impactos e danos ao meio ambiente Para tal uma série de conceitos e metodologias que se encontram em constante evolução deve ser colocada em prática Segundo a ISO 14044 2006 a AICV consiste de elementos obrigatórios e elementos opcionais Elementos obrigatórios Os elementos obrigatórios são subdivididos em identificação e seleção de impactos classificação e caracterização Identificação e seleção de impactos Consiste na escolha das categorias de impactos ambientais As categorias mais tradicionais presentes em estudos de ACV são mudanças climáticas eutrofização ecotoxicidade exaustão de recursos não renováveis e renováveis redução da camada de ozônio dentre outras 58 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Classificação Na etapa de classificação os dados são separados e agrupados de acordo com as categorias de impacto determinadas na primeira etapa Assim a grande quantidade de dados obtidos na fase do inventário pode ser inserida em algumas dezenas de categorias significantes de impactos ambientais Por exemplo as emissões de CO2 CH4 e N2O identificadas no ICV entram na categoria de impacto de mudança climática Existem diversas listas de substâncias que contribuem significativamente para apenas uma categoria de impacto ambiental Entretanto alguns poluentes podem ser atribuídos a várias categorias de impacto Por exemplo o dióxido de enxofre pode causar impactos na saúde humana e na acidificação Caracterização Uma vez que as categorias de impacto são definidas e os resultados do inventário são atribuídos a essas categorias de impacto é necessária a determinação dos fatores de caracterização também denominados como equivalentes ou potenciais Esses fatores devem refletir a contribuição relativa de um resultado do inventário para a categoria de impacto Cada categoria apresenta um método de cálculo para o fator de caracterização Esses fatores são derivados de modelos científicos de causa e efeito dos sistemas naturais e indicam o quanto uma substância contribui para uma categoria de impacto em comparação com uma substância de referência Assim os fatores de caracterização colocam todos os dados classificados em uma categoria de impacto ambiental em uma mesma unidade de medida Como exemplo todas as substâncias que contribuem para o efeito estufa são somadas na base de massa de dióxido de carbono equivalente que é uma grandeza calculada a partir do Potencial de Aquecimento Global Global Warming Potential GWP de cada substância que é o potencial de contribuição de cada poluente para a mudança climática e o fator de caracterização dessa categoria de impacto Como exemplo o GWP do CO₂ é 1 do CH₄ é 21 e o do N2O é 310 59 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Elementos opcionais Essas três etapas identificação e seleção de impacto classificação e caracterização constituem os elementos básicos e por isso são imprescindíveis para uma AICV Esses elementos são relativamente objetivos apesar de alguns julgamentos serem necessários por exemplo na seleção dos impactos ambientais A seguir são descritos os elementos opcionais que apresentam caráter mais subjetivo Por consequência os resultados dessas etapas têm menor embasamento científico do que a dos três primeiros Os elementos opcionais são subdivididos em normalização e ponderação Normalização A normalização é um procedimento necessário para mostrar em que medida uma categoria de impacto tem uma contribuição significativa para o problema ambiental global Isso é feito dividindose os indicadores de categoria de impacto por um valor normal Dividemse os valores encontrados após a caracterização dos resultados por um valor de referência de fora do inventário do estudo com o intuito de fazer com que os resultados se aproximem mais da realidade encontrada Quando os resultados da caracterização para cada categoria de impacto ambiental são relacionados a um valor de referência esses resultados normalizados podem aumentar a comparabilidade dos dados com as diferentes categorias de impacto Assim a normalização faz com que categorias de impacto ambiental que contribuem apenas com uma pequena parcela do total do impacto comparado com outras categorias possam ser deixadas de lado por não serem relevantes para o processo Reduzse assim a quantidade de dados para serem avaliados Além disso os resultados normalizados mostram em ordem de magnitude os problemas ambientais gerados pelo ciclo de vida dos produtos ou processos o que permite a comparação dos impactos ambientais 60 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Há maneiras diferentes para determinar o valor normal O procedimento mais comum é determinar os indicadores de categoria de impacto para uma região durante um ano e se desejado dividir esse resultado pelo número de habitantes nessa área Ponderação É um método subjetivo por isso é o mais controverso e mais difícil de se aplicar em uma ACV especialmente para alguns métodos de avaliação de impactos Segundo a ISO 14040 esse método não pode ser utilizado em comparações públicas entre produtos sendo apenas utilizado para estudos não comparativos É possível que algumas categorias de impactos sejam mais importantes do que outras para uma ACV Logo cada categoria de impacto é multiplicada pelo respectivo fator de ponderação fazendo com que as categorias de impacto que realmente são importantes para a ACV se sobressaiam em relação às outras não tão importantes contribuindo para que os resultados se diferenciem e se aproximem da realidade Por exemplo em uma localidade que eutrofização não seja uma categoria de impacto tão importante quanto toxicidade humana um maior fator de ponderação é atribuído ao segundo em comparação ao primeiro Portanto nessa etapa se pode escolher quais são as categorias de impacto mais importantes para o estudo de ACV Com relação a essa etapa ainda não existe nenhum acordo internacional sobre a metodologia mais aplicada para essa finalidade portanto são decisões que contam com a experiência dos realizadores da ACV Interpretação dos resultados A interpretação do ciclo de vida é a fase na qual os resultados das análises e todas as escolhas e suposições feitas durante todo o estudo são avaliadas e as conclusões gerais são extraídas Isso ocorre durante todas as fases da ACV pois interage com todas elas Essa fase apresenta também o objetivo de entender a confiabilidade e a validade dos dados coletados e das hipóteses realizadas para que o estudo de ACV possa ter credibilidade e ser usado para seu propósito pretendido Na essência essa fase descreve uma série de verificações necessárias a fim de averiguar se as conclusões advindas do estudo são adequadamente apoiadas pelos dados e pelos procedimentos utilizados Uma importante questão a se verificar consiste em determinar se as suposições métodos modelos e dados coletados são consistentes com o objetivo e escopo do estudo 61 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Outra importante ferramenta para se entender as incertezas dos resultados é a análise da contribuição de um processo no ciclo de vida do sistema considerado As contribuições do impacto ambiental são expressas na maioria das vezes em porcentagens do total do impacto Com essa análise é possível determinar qual processo tem maior contribuição carga ambiental nos resultados dos impactos ambientais do ciclo de vida de um produto ou processo apontando quais são os específicos processos que contribuem mais e por isso devam ser enfocados Assim é possível verificar se as suposições específicas para esses casos foram bem realizadas A maioria das ACV contém centenas de diferentes processos nos quais 95 a 99 dos resultados apresentam contribuição significativa de apenas 10 processos Na análise comparativa é realizada uma comparação dos resultados da ACV com diversos outros estudos já realizados com o objetivo de promover validação para as principais conclusões da ACV No último passo da fase de interpretação as conclusões do estudo são realizadas e recomendações são feitas para o públicoalvo Toda a conclusão é baseada nos resultados combinados adquiridos em todas as fases anteriores da ACV Elaboração do relatório e revisão crítica Além de todas as fases para a elaboração de um estudo de ACV a ISO 14040 dispõe sobre a necessidade da realização de análises críticas pois segundo a norma essa análise pode facilitar a compreensão do estudo e aumentar sua credibilidade A revisão crítica é uma avaliação independente do estudo de ACV e obrigatória para estudos de comparação de ciclos de vida Nela verificase se as metodologias os dados coletados a interpretação e a exposição dos resultados estão em conformidade com as normas e se os resultados são válidos Segundo a ISO 14040 os processos de revisão crítica podem ser análise crítica por especialista interno análise crítica por especialista externo análise crítica por partes interessadas 62 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Após a revisão crítica o relatório final pode ser publicado e endereçado a seu públicoalvo Barreiras da ACV Apesar dos múltiplos benefícios da ACV existem barreiras para a realização desses estudos como carência de guias práticos necessidade de grande volume dados necessidade de participação de vários setores dentro de uma organização incertezas sobre a aplicação dos resultados deficiências na validação dos resultados base científica em constante aprimoramento e transparência A elaboração de estudos que utilizam a metodologia de Análise do Ciclo de Vida muitas vezes demanda um grande consumo de tempo recursos financeiros e humanos A não disponibilidade de dados importantes pode afetar o resultado final do estudo e consequentemente a sua validade A categorização dos impactos ambientais numa série de temas como mudança climática toxicidade humana e ecológica também é uma crítica para estudos de ACV Para algumas categorias como por exemplo o efeito estufa as emissões sobre um período de tempo específico podem apropriadamente ser calculadas através do uso dos fatores de caracterização mas para outros como a toxicidade humana os diferentes fenômenos e mecanismos que estão envolvidos dificultam esse cálculo Como as metodologias para avaliação de impacto ambiental estão em constante transformação e adequação não há um critério de medida absoluta para determinar os impactos Para algumas categorias pela sua objetividade esse cálculo é preciso e bem fundamentado enquanto para outras que envolvem mais fenômenos e são dependentes de situações mais subjetivas apresentamse maiores dificuldades na utilização dessa simplificação 63 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Outra limitação da ACV é a subjetividade da natureza das escolhas e suposições feitas como por exemplo a seleção do sistema de fronteiras dos dados de entrada e saída e das categorias de impacto Por se tratar de uma técnica que envolve alto grau de subjetividade a confiabilidade dos dados para aplicações práticas reais pode ser fraca Uma barreira importante para a disseminação mundial da ACV é a sua característica europeia e americana Devido à ACV ter se aprimorado no Oeste Europeu e nos Estados Unidos as bibliotecas de consulta se referem a dados estrangeiros que muitas das vezes não se aplicam a outros países e se diferenciam muito da sua realidade Além disso os métodos de AICV como o Ecoindicator 99 apenas selecionam as categorias de impacto ambiental que são mais significativas para os países europeus Assim uma medida importante para romper essas barreiras é a maior disseminação de bancos de dados de indústrias e maiores informações sobre casos de sucesso de abordagens em ciclo de vida Nos Estados Unidos a US EPA disponibiliza diversos inventários para diferentes tipos de indústrias e processos o que não é realizado com mesma abundância pelo IBAMA Para as ACVs da indústria brasileira de exploração e produção offshore os dados disponíveis publicamente são muito reduzidos o que dificulta uma real coleta dos dados para a realidade brasileira Muitos dos dados são sigilosos restritos apenas às indústrias petrolíferas Cabe salientar que embora existam barreiras elas não superam os benefícios potenciais do uso da ACV visto que essa metodologia está em crescimento de utilização em todo o mundo 64 CAPÍTULO 3 Software de gerenciamento do ciclo de vida Introdução Hoje os produtos estão se tornando cada vez mais complexos As empresas devem desenvolver etapas estratégicas antes de obter qualquer produto no mercado para suportar seus concorrentes e para que ele permaneça relevante para os usuários Colocar um produto no mercado é um processo longo e a tecnologia PLM Product life cycle management pode ser usada para cobrir cada etapa O primeiro ponto no ciclo de vida é a concepção do produto em que a pesquisa é conduzida para criar um produto destinado a um públicoalvo Um sistema de PLM pode acompanhar a evolução do seu produto mesmo neste estágio inicial Figura 26 PLM Colaboração de Fornecedores Globais Integração Adobe Inteligência de negócios Desenvolvimento e projeto de Produto Gerenciamento de ativos digitais Planejamento de linha Fluxo de trabalho e gerenciamento de projetos Gerenciamento de amostras Fonte httpswwwvisualnextcomwpcontentuploads201507wheelminpng Uma vez que o produto sai da concepção ele passa para a fase de projeto Os projetistas de produtos criam modelos e protótipos bem como testam o produto 65 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Um sistema de PLM é utilizado para acompanhar todas as anotações feitas durante essa fase A partir deste ponto um produto entra em produção O projeto é enviado para ser fabricado e a organização deve acompanhar o fornecimento de materiais custos cronogramas e muito mais Um sistema de PLM deve ser capaz de explicar todas as diferentes variáveis que entram na criação de seu produto A etapa final no ciclo de vida do produto é distribuição e manutenção Você precisará garantir que seu produto seja armazenado e distribuído nos canais de vendas apropriados Você precisará acompanhar os dados de vendas e de suporte ao cliente para entender totalmente o desempenho do seu produto Uma solução de PLM acompanhará facilmente esses pontos de dados à medida que seu produto for lançado no mercado Porque utilizar um PLM No ciclo de vida de produtos existem vários atores envolvidos que devem criar indicadores técnicos e financeiros determinar as características do produto a funcionalidade e medir as oportunidades disponíveis no mercado Uma empresa precisa gerar planos sistemáticos para garantir que o mercado receba seus produtos com menor quantidade de custos e escalar com eficiência as demandas Também é preciso estender estrategicamente os anos prováveis da maturidade do produto e garantir a máxima rentabilidade mesmo quando as vendas do produto começarem a declinar Diante disso é extremamente necessário lançar mão de uma ferramenta de PLM que seja capaz de auxiliar nessas tarefas Com isso é possível atingir objetivos e também benefícios como descrito a seguir Rápida comercialização uma solução de PLM manterá sua equipe organizada durante o ciclo de vida de seu produto Todos os dados relevantes sobre um produto são mantidos nessa plataforma o que significa que sua equipe tem controle total sobre ela Ter acesso fácil a essas informações significa que as equipes de projeto podem trabalhar com mais rapidez transferindo rapidamente os dados do projeto para a produção para que o produto possa ser fabricado em tempo hábil Melhor qualidade no seu produto as ferramentas de PLM permitem controlar e gerenciar facilmente os detalhes que afetam a qualidade geral do produto que você está projetando Com a ajuda deste software os fabricantes tomam as notas que lhes são dadas 66 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS pelos designers de produtos para garantir que todos os detalhes e procedimentos que cercam a fabricação desse produto estejam prontos para ser feitos Isso é especialmente útil se houver equipes em vários locais trabalhando em diferentes fases do ciclo de vida do produto Atender aos padrões de conformidade ao projetar e fabricar um produto provavelmente existem vários padrões de conformidade que ele precisará atender As empresas devem gerenciar e manter dados referentes a variáveis como o conteúdo de mercadorias adquiridas e a forma como os produtos são construídos e modificados Os sistemas de PLM reduzem o risco de violar os padrões de conformidade uma vez que essas ferramentas funcionam como uma única fonte de autoridade para essas informações Tipos e características de software PLM Todos os sistemas de PLM geralmente atendem ao mesmo objetivo gerenciar o ciclo de vida de um produto desde a concepção até a distribuição Por esse motivo não há muita variedade no ecossistema PLM No entanto há uma pequena variação na maneira como essas soluções podem ser implantadas Alguns sistemas de PLM vêm de um fornecedor de ERP pois podem ser apresentados diretamente nessas suítes Vários fornecedores específicos de PLM oferecem os melhores aplicativos Estes são um conjunto de módulos que são usados para gerenciar todos os estágios do ciclo de vida do produto Você também pode selecionar um módulo de PLM autônomo para executar as tarefas que precisa Observe abaixo algumas das vantagens do uso de PLM Gestão da lista de materiais BOM muito se passa na construção do seu produto Você precisará de vários materiais e quantidades diferentes de cada um O software PLM ajuda a acompanhar essas informações e permite o gerenciamento a visualização e o compartilhamento de dados em qualquer equipe da sua empresa Gerenciamento de mudanças dar vida a um produto é uma tarefa difícil e provavelmente haverá muitas mudanças ao longo do caminho O gerenciamento de mudanças garante que haja um processo organizado para solicitar planejar implementar e avaliar as alterações em um projeto ou processo relacionado ao produto 67 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Relatórios e análises o armazenamento de dados do produto é um dos principais componentes de um sistema PLM Para melhor utilizar as informações do produto armazenadas na plataforma uma solução de PLM deve ter recursos robustos de geração de relatórios Gerenciamento de qualidade essas soluções oferecem fluxos de trabalho que coordenam gerenciam e rastreiam processos de qualidade de produtos interdepartamentais Todas essas informações serão armazenadas no sistema PLM tornandose a única fonte de verdade para o gerenciamento da qualidade Isso significa que você pode melhorar facilmente a qualidade do produto enquanto reduz o tempo até o fechamento Colaboração com fornecedores obter seu produto para seu públicoalvo é a meta final para qualquer pessoa envolvida em sua criação Um sistema de PLM pode ter a funcionalidade para ajudálo a encontrar o melhor fornecedor para o seu produto em particular Você pode aprovar fornecedores gerenciar suas auditorias e muito mais com a ajuda de uma ferramenta PLM Gerenciamento de dados de produtos PDM um dos principais benefícios de uma ferramenta de PLM é que ela acompanha todos os dados de seus produtos permitindo a organização o gerenciamento e a análise de suas informações Equipes da sua organização também podem adicionar suas próprias notas sobre revisões e lançamentos Isso incentiva a colaboração interdepartamental para design e fabricação de produtos Embora possa não ser universalmente oferecido por todos os produtos PLM algumas soluções oferecem recursos CAD diferentes para que você possa produzir um design 3D de seu produto As ferramentas que possuem funcionalidades de engenharia assistida por computador CAE permitem que você simule produtos e identifique pontos fracos nos primeiros estágios do projeto As soluções de PLM também podem oferecer fabricação assistida por computador CAM que se comunica com o maquinário usado para fabricar o produto para garantir que ele siga as especificações precisas que você define Um sistema de PLM eficiente também automatiza vários processos de modo que a transição entre cada fase do ciclo de vida seja a mais tranquila possível Fluxos de trabalho distribuição de tarefas e comunicação entre diferentes departamentos podem ser automatizados com esses sistemas 68 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Algumas ferramentas de PLM possuem funcionalidades como business intelligence Você pode acessar relatórios tabelas e gráficos atualizados em torno dos dados de seus produtos nessas plataformas As soluções de PLM equipadas com essa funcionalidade também devem oferecer a capacidade de exibir dados específicos da maneira que você quiser permitindo insights sobre tendências e possíveis gargalos na sua empresa Para saber mais sobre Business intelligence Veja o artigo O que é Business intelligence BI da Know Solutions disponível em httpswwwknowsolution combroqueebusinessintelligencebi além de outras páginas como a Ausland disponível em httpauslandcombrblogconceitodebusiness intelligence e a página Siteware disponível em httpswwwsitewarecombr gestaoestrategicaoqueebibusinessintelligence Cuidados ao usar um software PLM Perda de dados vários documentos são gerados no processo de projeto e fabricação do produto O fato de um sistema de PLM abrigar toda a informação do produto também tem o potencial de perdêlo Se o seu sistema PLM cair você perderá o acesso a todos os dados Isso inclui diferentes tipos de documentos como arquivos CAD planilhas imagens e muito mais Se a solução não for segura e confiável há sempre uma chance de perder seus dados e com uma solução de PLM isso significa que você pode perder tudo Erros de revisão um produto passa por muitas mudanças em todo o seu ciclo de vida Cada alteração deve ser documentada para acompanhar melhor a versão mais atual do produto Quanto mais documentação maior a chance de enviar uma versão mais antiga do produto para o design ou a fabricação Um passo em falso como esse pode custar tempo e dinheiro para sua organização Falta de integração um ciclo de vida suave do produto requer muitas partes móveis Às vezes isso significa integrar vários produtos à sua solução de PLM Por exemplo se você não tiver uma solução CAD eficiente seu sistema PLM poderá não gerar automaticamente uma lista técnica para você Se uma etapa como essa for ignorada haverá uma grande desconexão entre projeto e fabricação 69 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Exemplos de software Existem diversas ferramentas de software para PLM Abaixo estão algumas dessas ferramentas e suas características sendo elas Autodesk Fusion Lifecycle O Fusion Lifecycle é um aplicativo de gerenciamento de ciclo de vida de produto baseado em nuvem usado para criar um backbone de informações de produto para uma empresa O aplicativo ajuda os usuários a acelerar os processos de desenvolvimento de produtos em todos os departamentos e locais automatizando os trabalhos as principais tarefas e fornecendo informações oportunas Oferece recursos como introdução de novos produtos NPI lista de materiais gerenciamento de mudanças gerenciamento de qualidade e colaboração com fornecedores O Autodesk Fusion Lifecycle PLM pode ajudar a definir e automatizar processos para manter o fluxo de trabalho e o desenvolvimento do produto sob controle Figura 27 Fusion Lifecycle Fonte httpsautodeskicthardwarecomwpcontentuploadssites14201708876H1NS7330T738jpg Suas principais funcionalidades são introdução de novos produtos NPI configuráveis com modelos de projeto por fase entregas de tarefas linha de produto unidade de negócios equipe de projeto ou outra designação configuração e gerenciamento listas de materiais BOMs e itens estruturados em um sistema centralizado que é poderoso e fácil de usar fluxos de trabalho facilmente configurados que fornecem uma visão clara dos detalhes para aprovação de solicitações de Alteração de Engenharia ECR e Pedidos de Alteração de Engenharia ECO fluxos de trabalho configuráveis que coordenam controlam e rastreiam a cadeia completa de qualidade dos processos e 70 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS colaboração 24 horas por dia 7 dias por semana flexível e configurável com a cadeia de suprimentos global Saiba mais sobre Autodesk Fusion Lifecycle na sua página disponível em https wwwautodeskfusionlifecyclecomen Siemens Teamcenter O Teamcenter ajuda os usuários a fornecer produtos cada vez mais complexos ao mercado enquanto maximiza produtividade e racionalização das operações globais O Teamcenter PLM apresenta gerenciamento de projeto e simulação gerenciamento de documentos e conteúdo gerenciamento de BOM e execução de processos Fornece gerenciamento de projeto e simulação de produtos entre domínios por meio de integrações com as ferramentas MCAD ECAD desenvolvimento de software e simulação além de computar o uso da equipe de projeto todos os dias Figura 28 Teamcenter Fonte httpswwwpluraltechnologycomwpcontentuploads201610teamcenterpng Suas principais funcionalidades são análise e validação projetos 3D criados a partir de múltiplos sistemas CAD relatórios e análises que permitem que você veja o quadro geral para estabelecer medir e analisar métricas de desempenho gerenciamento de materiais integrado e holístico para ajudar sua empresa a criar produtos sustentáveis colaboração da comunidade do Teamcenter integrando os dados e recursos de colaboração adhoc em Microsoft SharePoint e 71 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II pesquisa poderosa que torna fácil para você encontrar o que precisa para fazer o seu trabalho Saiba mais sobre Siemens Teamcenter na sua página disponível em https wwwplmautomationsiemenscomglobalptproductsteamcenter Dassault ENOVIA O ENOVIA baseado na plataforma 3DEXPERIENCE permite aos usuários planejar a definição de sucesso e permite que as partes interessadas em toda a empresa contribuam para a inovação sustentável com um amplo portfólio de aplicações técnicas e de negócios ENOVIA oferece recursos como gerenciamento de listas de materiais configuração e gerenciamento de mudanças gerenciamento de projetos classificação e proteção de IP planejamento e gestão de programas qualidade e conformidade relacionamento estratégicos com clientes e relações estratégicas com fornecedores Figura 29 Enovia Fonte httpswwwmessedeapollohannovermesse2019obsGrafikA905304PRBDE090530401857089jpgpng Suas principais funcionalidades são gerenciamento de listas de materiais que permite que engenheiros de produtos criem e mantenham listas de materiais precisas e atualizadas BOMs gerenciamento de configuração que ajuda fabricantes com produtos altamente configuráveis a gerenciar projetos globais de produtos e lista de materiais contendo todas as variantes gerenciamento e proteção de dados de projeto em equipes dispersas geograficamente e em toda a cadeia de valor estendida possibilidade de acelerar o desenvolvimento de produtos e encurtar o tempo de entrada através da reutilização de componentes de projeto 72 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Saiba mais sobre Dassault Enovia na sua página disponível em httpswww3ds comproductsservicesenovia PTC Windchill As soluções PTC Windchill suportam produtos desde os requisitos até o serviço de pósprodução permitindo que a parte interessada alcance o conhecimento de engenharia O PTC Windchill oferece integração imediata fluxo de trabalho flexível e oferece uma maneira fácil de fornecer informações de PLM à empresa É fácil de comprar e pode ser implantado a partir de qualquer dispositivo O PTC Windchill ajuda as empresas a gerenciar processos complexos multifuncionais e coordenar equipes para desenvolver de forma eficiente os melhores produtos possíveis Figura 30 PTC Fonte httpsarchergreycomwpcontentuploads201802featptcwindchill1080x400jpg PTC Windchill tem uma longa história de fornecimento de soluções de PLM para as principais empresas do mundo em vários setores Suas soluções de PLM ajudam empresas a gerenciar todos os aspectos do ciclo de vida de desenvolvimento de produtos desde o conceito até o serviço de retirada do mercado oferecendo gerenciamento de BOM gerenciamento de mudança e configuração gerenciamento de requisitos gerenciamento de dados do produto colaboração qualidade e estruturas de plataforma 73 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II desenvolvimento de produto desenvolvimento de software processo de manufatura e gerenciamento de serviços Saiba mais sobre PTC Windchill na sua página disponível em httpswwwptc comptproductsplm 74 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE CAPÍTULO 1 Impactos ambientais Introdução O esgotamento dos recursos naturais e os impactos ambientais são uma preocupação constante na sociedade atual Para atender as demandas do mercado e se manter competitivo produtos e processos verdes são uma preocupação cada vez maior das empresas Para muitos os produtos têm uma vida breve passando do local de compra para a lixeira Porém ao se avaliar mais a fundo a questão verificase que esses não são nem o início nem o fim do processo conforme já vimos anteriormente Existem diversas etapas antes como o processo de extração de matériasprimas e fabricação e outras etapas que ocorrem depois como a destinação ou deposição final assuntos que serão abordados mais à frente Para as empresas que desejam se tornar competitivas e mesmo para aquelas que já são a questão ambiental dos produtos é um ponto chave Compreender a fundo como funcionam e quais as relações dos impactos ambientais com os produtos produzidos é de fato um grande diferencial de mercado As atividades que são realizadas devem visar novas tendências de mercado como a economia circular Um planejamento estratégico forte por parte das empresas estende o ciclo de vida do produto Aqui nesta unidade não será discutido o ciclo de vida do produto sob este ponto de vista e sim sob o ponto de vista ambiental que leva em consideração os impactos causados pela extração de matériasprimas e os impactos causados pela destinação final dos resíduos 75 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Você já ouviu falar da história das coisas Assista ao vídeo disponível em https wwwyoutubecomwatchv7qFiGMSnNjw e veja como todos os produtos da extração e produção até a venda consumo e descarte afetam comunidades em diversos países Fonte httpswildforlifeptcollaboratorpnuma Lixo resíduo e rejeito Lixo resíduo e rejeito aparentemente têm o mesmo significado Entretanto existe uma diferença entre eles Portanto é necessário entender o significado de cada palavra o que pode vir a mudar o entendimento sobre o que sobra dos processos produtivos Sem conhecimento uma empresa pode estar tendo prejuízo ao jogar fora essas sobras No mercado existem fornecedores e compradores para os mais diversos tipos de materiais e assim nos dias de hoje um coproduto ou sobras pode ser muito valioso para outra empresas e organizações Segundo o dicionário Michaelis lixo é Resíduos provenientes de atividades domésticas industriais comerciais etc que não prestam e são jogados fora bagaço Já de acordo com a ABNT na NBR 10004 2004 lixo é definido como os restos das atividades humanas consideradas pelos geradores como inúteis indesejáveis ou descartáveis A definição de lixo remete a tudo aquilo que não tem mais uso para quem o descarta Entretanto o que não serve para um para outro pode ser matériaprima de um novo produto ou processo No meio técnico o termo lixo não é tão utilizado Dado o conhecimento e tecnologia disponíveis atualmente grande parte do que é gerado em processos produtivos e afins tem potencial de ser reaproveitado ou reciclado e assim são considerados como resíduo Em último caso se não é possível reaproveitar ou reciclar então passa a ser considerado como rejeito Tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado é chamado resíduo e portanto deve ser separado adequadamente para a destinação para outros fins Os resíduos podem ser encontrados nas seguintes formas sólida resíduos sólidos líquida efluentes gasosa gases e vapores 76 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE Segundo a ABNT NBR 10004 2004 resíduos sólidos são aqueles que resultam de atividades de origem industrial doméstica hospitalar comercial agrícola de serviços e de varrição Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição bem como determinados líquidos cuja particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível ABNT 2004 O rejeito é um tipo particular de resíduo que teve esgotadas todas a suas possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem e não possui outra solução de destinação Nesse caso a única solução plausível é encaminhálo para um aterro sanitário ou para incineração de modo que não prejudique o meio ambiente Nesse vídeo é possível encontrar esses e outros conceitos de acordo com a gestão de resíduos sólidos no Brasil que tem como base legal a Política Nacional de Resíduos Sólidos Assista ao vídeo Resíduos Sólidos O que são e como gerenciar PNRS Lei Federal 123052010 em httpswwwyoutubecom watchvVT1Kze2QxyA Assista também o vídeo Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei 1230510 em httpswwwyoutubecomwatchvTPaRa8eruvc A situação no Brasil No Brasil cerca de 80 dos resíduos que vão para aterros poderia ter outra destinação como por exemplo a reciclagem e a compostagem Isso significa que a grande maioria do material que popularmente é chamado de lixo é na verdade matériaprima em potencial Isso quer dizer que esses resíduos poderiam ser utilizados como matériasprimas para outros produtos reciclando e reaproveitando A política nacional de resíduos sólidos está em vigência desde 2010 O prazo para implantação venceu em 2014 De lá para cá a situação acerca dos resíduos sólidos pouco mudou no Brasil Quase metade das 5570 cidades brasileiras não tem atualmente um plano integrado para o manejo do lixo segundo o Perfil dos Municípios Brasileiros MUNIC 2017 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE Ainda de acordo com o estudo mais de dois terços das cidades brasileiras registraram ocorrência de impactos ambientais no período investigado 77 CAPÍTULO 2 Destinação e disposição Introdução Os resíduos gerados devido às atividades produtivas têm colaborado para a criação de um mercado muito competitivo Com os métodos e tecnologias disponíveis para se destinar esses resíduos gerados ou dispor deles de maneira adequada ambientalmente as organizações conseguem uma posição de destaque Se houver uma gestão adequada dos fornecedores a gestão dos resíduos será ainda mais eficaz Há algumas décadas aterros e lixões a céu aberto eram as principais formas de disposição Porém nos dias de hoje temse uma gama maior de opções para se destinar os resíduos com possibilidade de geração de matériaprima para outros produtos A opção entre destinação ou disposição final é pautada pelo custo e segurança jurídica das operações Ao se falar em gestão de resíduos devese lembrar da SGA e da certificação ambiental Para as empresas que são certificadas na norma ISO 14001 é necessário destinar seus resíduos de maneira ambientalmente correta pois é um diferencial competitivo de mercado Existe uma ordem de prioridade na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos estipulada pela PNRS como ilustra a Figura 31 abaixo Figura 31 Prioridade no gerenciamento de resíduos Não geração Reutilização Reciclagem Redução Tratamento de resíduos sólidos Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos Opção mais favorável Opção menos favorável Fonte httpswwwvgresiduoscombrwpcontentuploads201705destinaC3A7C3A3o0002png 78 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE Quando não é mais possível a não geração devese recorrer às outras formas de gerenciamento dos resíduos A seguir são apresentadas as diferenças entre destinação e disposição final que foram ratificadas na Política Nacional de Resíduos Sólidos Destinação final Segundo a PNRS Lei 123052010 Destinação final ambientalmente adequada é Destinação de resíduos que inclui a reutilização reciclagem compostagem recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações Estas deverão ser admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama do SNVS e do Suasa entre elas a disposição final Para isso deverá ser observando normas operacionais específicas para evitar danos ou riscos à saúde pública Como também à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos BRASIL 2010 Art3 7o Vejamos algumas das formas de destinação dos resíduos Compostagem Nesse tipo de destinação temos a transformação de matéria orgânica em adubo por meio de processos de decomposição microbiana Esse processo é bastante utilizado quando os resíduos contêm grandes quantidades de material orgânico como é o caso dos restos de alimentos Figura 32 Compostagem Fonte httprmaicombrwpcontentuploads201810Compostagemjpg 79 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Os resíduos sólidos domiciliares no Brasil apresentam alto percentual de resíduos orgânicos formados por restos de comida e casas de frutas e legumes e mesmo resíduos de jardinagem Entretanto a compostagem dos resíduos orgânicos presentes no lixo urbano é relativamente pouco praticada Embora a composição dos resíduos seja algo relativamente específico de cada cidade há vários estudos sobre a composição gravimétrica dos resíduos coletados em diversas cidades brasileiras que permitem chegar a valores médios que na ausência de estudos específicos podem ser tomados como referência inicial De maneira geral admitese que cidades de porte populacional semelhante de uma mesma região do país onde se supõe que os hábitos de consumo sejam parecidos e com renda média semelhante apresentem composição gravimétrica dos resíduos assemelhada Alguns estudos dos resíduos de cidades pobres de pequeno porte em regiões pobres do país mostraram uma grande variação nessa composição mostrando pequenos percentuais de resíduos orgânicos no lixo coletado devido provavelmente a hábitos ainda persistentes da vida rural como utilização de restos para alimentação de animais domésticos sendo necessário levar em conta essas situações Muitos municípios adotaram a compostagem instalando usinas de compostagem e triagem em que os resíduos domiciliares chegavam sem nenhuma seleção prévia nessas instalações havia um processo de retirada dos recicláveis em uma esteira seguindo os resíduos orgânicos para a compostagem Entretanto o novo marco legal recoloca a compostagem como parte do processo de manejo de resíduos sólidos especialmente os domiciliares e os grandes geradores de resíduos orgânicos A Lei 114452007 ao conceituar os serviços públicos de manejo de resíduos sólidos em seu artigo 7o estabelece entre suas atividades o tratamento dos resíduos domésticos e daqueles oriundos da limpeza de logradouros e vias públicas inclusive por compostagem A Lei 123052010 considera em suas definições a compostagem como uma forma de destinação final ambientalmente adequada para os resíduos sólidos e coloca a compostagem dos resíduos sólidos orgânicos e a articulação de formas de utilização do composto produzido com agentes econômicos e 80 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE sociais como atribuição do titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos A adoção de atividades de compostagem é uma imposição legal Os municípios portanto devem aderir a ela não sendo mais uma escolha tecnológica ou opção para destino dos resíduos orgânicos gerados No Quadro 1 é apresentado o Artigo 36 da Política Nacional de Resíduos Sólidos que estabelece a responsabilidade do titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos pela implantação da compostagem Quadro 1 Atribuição da compostagem ao serviço público Art 36 No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos observado se houver o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos I Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos II Estabelecer sistema de coleta seletiva III articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos IV Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na forma do 7o do art 33 mediante a devida remuneração pelo setor empresarial V Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido VI Dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda bem como sua contratação 2o A contratação prevista no 1o é dispensável de licitação nos termos do inciso XXVII do art 24 da Lei no 8666 de 21 de junho de 1993 Fonte Jusbrasil disponível em httpswwwjusbrasilcombrtopicos26261024artigo36dalein12305de02deagosto de2010 Incineração Tratase de uma forma de destinação adequada Consiste na decomposição térmica dos resíduos com o intuito de reduzir seu volume e toxicidade Através da incineração é possível reduzir o volume de resíduos em até 5 e o peso em 15 e também é possível recuperar a energia contida nos resíduos Entretanto constituem um investimento devido aos custos de operação e manutenção As queimas dos resíduos ocorrem em fornos de cimento onde a temperatura pode chegar a 1200 C Ao atingir elevadas temperaturas é possível destruir quase toda a carga orgânica porém não é permitido utilizar esse método para queima de organoclorados resíduos urbanos radioativos e hospitalares 81 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III No reaproveitamento de energia os resíduos são queimados em substituição aos combustíveis O calor gerado alimenta os fornos da indústria Assim é possível reduzir a quantidade de resíduo que poderia ir para o meio ambiente e também gerar energia para a realização dos processos Figura 33 Incineração em fornos Fonte httpswwwvgresiduoscombrwpcontentuploads201709coprocessamentoderesC3ADduos3jpg Alternativamente podem ser utilizar os resíduos como substituto da matériaprima como ocorre normalmente na produção de clínquer Dessa forma as indústrias de cimento também se beneficiam da utilização dos resíduos perigosos visto que tais resíduos após passarem pelo processo de queima transformamse em matériaprima para o próprio cimento O processo de queima dos resíduos é controlado e segue as normas que regulamentam o gerenciamento dos detritos sólidos Alguns materiais que podem ser utilizados para esse fim são borras oleosas cinzas de fornos EPIs contaminados plástico borracha óleo usado lodo de tratamento de efluentes pneumáticos usados 82 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE óleos e graxas tintas e solventes solos contaminados e refratários usados As vantagens do coprocessamento são eliminação definitiva de forma ambientalmente correta e segura de resíduos perigosos e passivos ambientais preservação de recursos energéticos nãorenováveis pela substituição do combustível convencional e pela incorporação na massa do produto substituição de parte das matériasprimas que compõem a fabricação do cimento sem alteração de suas características e atendendo às normas internacionais de qualidade contribuição à saúde pública por exemplo no combate aos focos de dengue com a destruição de pneus velhos As Legislações que contemplam o coprocessamento são Federal Resolução CONAMA 2641999 Coprocessamento em Fornos de Clinquer Resolução CONAMA 3162002 Sistemas de Tratamento Térmico dioxinas e furanos Resolução CONAMA 2581999 Pneus 2002 Resolução CONAMA no 2641999 dispõe sobre o licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividade de coprocessamento de resíduos Resolução CONAMA no 3162002 dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos Resolução CONSEMA no 0022000 dispõe sobre o coprocessamento de resíduos em fornos de clínquer Resolução CONSEMA no 0092000 dispõe sobre a incineração de resíduos de serviços de saúde no Estado do Rio Grande do Sul classificados como infectantes 83 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III A Resolução CONAMA no 3162002 referente ao tratamento térmico de resíduos complementa a Resolução CONAMA no 2641999 ao estabelecer limites de emissões de dioxinas e furanos no coprocessamento Resolução CONAMA no 264 diz respeito ao licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de coprocessamento de resíduos sendo excluídos os resíduos domiciliares brutos de serviços de saúde radioativos explosivos organoclorados agrotóxicos e afins além de estabelecer limites de emissões para material particulado e poluentes A ESTRE é uma empresa que trabalha com cooprocessamento de resíduos Veja o vídeo Cooprocesssamento disponível em httpswwwyoutubecom watchvW6ba3iIlXuA A Votorantim é uma empresa que trabalha com cimento e utiliza coprocessamento de resíduos para obtenção de energia em seus processos Veja o vídeo Como funciona o coprocessamento de resíduos e biomassas para a geração de combustíveis na VC disponível em httpswwwyoutubecom watchvEZB4qxT0vbc Reciclagem Uma das formas de destinar corretamente os resíduos é a reciclagem que se trata de um processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas físicoquímicas ou biológicas com o propósito de transformação em insumos ou novos produtos Figura 34 Símbolo internacional de reciclagem Fonte httpsdgiunifespbrecounifespimagensreciclagempng 84 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE A reciclagem inclui três etapas que criam um loop contínuo representado pelo símbolo de reciclagem acima Tais etapa são Coleta e processamento existem vários métodos para coletar materiais recicláveis incluindo coleta seletiva centros de entrega e programas de depósito ou reembolso Após a coleta os materiais recicláveis são enviados para uma instalação de recuperação para serem classificados limpos e processados em materiais que podem ser usados na fabricação de novos produtos Os recicláveis são comprados e vendidos exatamente como as matériasprimas seriam e os preços variam dependendo da oferta e da demanda Manufatura mais e mais produtos de hoje estão sendo fabricados com conteúdo reciclado Itens domésticos comuns que contêm materiais reciclados incluem jornais e toalhas de papel recipientes de refrigerante de alumínio plástico e vidro latas de aço e garrafas de sabão em pó de plástico Materiais reciclados também são usados em novas formas como vidro recuperado em asfalto para pavimentar estradas ou plástico recuperado em carpetes e bancos de parque Compra de produtos reciclados o ciclo de reciclagem se fecha comprando novos produtos feitos de materiais reciclados Existem milhares de produtos que contêm conteúdo reciclado Disposição final Segundo a PNRS a disposição final consiste em distribuir ordenadamente os rejeitos em aterros observando as normas operacionais específicas que evitem danos ou riscos à saúde e à segurança pública minimizando os impactos ambientais adversos Conforme já vimos anteriormente rejeitos são resíduos sólidos que não têm mais possibilidades de tratamento ou recuperação pelas opções tecnológicas disponíveis e viáveis Dessa maneira só resta a disposição final do rejeito sendo a última solução adotada por quem o gera Agora veja algumas formas de disposição final Aterro comum ou lixão Tratase de uma um tipo de disposição final dos resíduos considerado inadequado Se caracteriza por dispor os resíduos sobre o solo e a céu aberto 85 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III sem qualquer tipo de proteção podendo assim contaminar o solo a água e o ar como ilustra a Figura 35 abaixo Apesar de não recomendados e obviamente não atenderem a norma ISO 14001 existem muitos lixões em todo o país Esse tipo de disposição é ilegal segundo a legislação brasileira sendo o infrator sujeito a penalidades perante a Lei de Crimes Ambientais Lei No 6605 de 12 de fevereiro de 1998 Figura 35 Aterro comum ou Lixão Contaminação da água subterrânea Lençol freático Contaminação do solo Catadores LIXÃO Queima do lixo Fumaça com gases tóxicos Presença de urubus Odores e emissão de metano Escoamento superficial de chorume Contaminação da água superficial Curso dagua superficial Poço Cacimba captação de água Ocupação irregular Fonte httpsrnewscombrwpcontentuploads201505InformeEssencisLixaojpg Saiba mais sobre a lei de crimes ambientais no documento do IBAMA disponível em httpswwwibamagovbrsophiacnialivrosALeiCrimesAmbientaispdf Aterro controlado Trata se de um aterro comum porém aqui há uma pequena variação com relação ao lixão É feito o recobrimento dos resíduos com material inerte diariamente Entretanto não há proteção do solo contra a decomposição dos resíduos ou controle dos gases gerados Portanto essa forma de destinação final também é inadequada como no caso dos lixões 86 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE Figura 36 Aterro controlado Cinturão verde Canaleta para drenagem pluvial Cobertura vegetal Gramíneas Lixo compactado e confinado ATERRO CONTROLADO Camada de solo para Confinamento Célula de lixo Contaminação do solo Lençol freático Contaminação água subterrânea Fonte httpsrnewscombrwpcontentuploads201505InformeEssencisAterroControladojpg Aterro Sanitário Tratase de um tipo de disposição final mais adequado e o principal atualmente Esta técnica apresenta mínimos danos ou riscos à segurança e saúde pública O aterro sanitário possui vida útil pequena além de requer extensos espaços de terra manutenção e controle constante Entretanto ainda é uma solução economicamente viável e com menor impacto ambiental No aterro sanitário há medidas de proteção do solo água e ar como ilustrado abaixo Figura 37 Aterro sanitário Lençol freático Camada impermeabilizante Camada de argila compactada Dreno de gás Célula de lixo Dreno de águas de superfície Vegetação de pequeno porte SETOR CONCLUÍDO SETOR EM EXECUÇÃO SETOR EM PREPARAÇÃO Manta de polietileno impermeabilizante geomembrana Dreno de gás Saída para estação de tratamento Fonte httpmeioambienteculturamixcomblogwpcontentuploads201302AterroSanitarioSuasDefinicoeseConceitosjpg 87 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Segundo a norma NBR 10004 os resíduos sólidos industriais são classificados em classes I e II Os aterros sanitários podem receber resíduos do tipo classe II A e II B não inertes e inertes respectivamente Os resíduos classe I os resíduos perigosos são encaminhados para aterros industriais Este tipo de aterro apresenta características mais especificas e mais adequadas à destinação deste tipo de resíduo Saiba mais sobre as classes de resíduos no artigo Resíduos classe I ou Resíduos classe II Qual é a diferença disponível em httpinfoopersancombrresiduos classe1ouresiduosclasse2qualeadiferenca 88 CAPÍTULO 3 Exemplos de aso Neste capítulo serão descritos alguns casos de empresas presentes no Brasil e na América latina que melhoram consideravelmente seus processos produtos e serviços com a adoção dos conceitos e normas relacionados ao ciclo de vida de produtos Braskem A Braskem é uma empresa petroquímica brasileira que produz resinas termoplásticas e outros produtos químicos Possui instalações de produção no Brasil nos Estados Unidos e na Alemanha e exporta seus produtos para as Américas do Norte e do Sul Europa e Ásia O compromisso com o meio ambiente começou com a fundação da Braskem em 2002 Figura 38 Braskem Fonte httpswwwsunoresearchcombrwpcontentuploads201804LogoBraskemjpg Alguns dos principais desafios que a empresa teve que superar nesse período foram definir indicadores de desempenho relevantes manter o foco nos aspectos materiais dos três principais resultados manter uma boa comunicação com todas as partes interessadas e mudar da gestão ambiental tradicional para um modelo que inclua a cadeia de valor A gestão do ciclo de vida na Braskem possui três áreas principais Gestão estratégica medir o desempenho para a tomada de decisões Um exemplo é a avaliação da ecoeficiência do PVC Marketing agregar valor mostrando maior sustentabilidade dos produtos Braskem Por exemplo LCA de sacos de farinha LCA de kits cirúrgicos LCA de copos de plástico 89 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Proteção do mercado proteja os produtos contra alegações sustentáveis feitas pelos concorrentes Por exemplo ACV de plástico versus sacolas de papel para uso no Brasil A medição do desempenho ambiental permitiu à Braskem melhorar significativamente em diversas áreas desde 2002 como uso de energia 10 emissão de carbono 13 geração de resíduos 62 e geração de efluentes 37 Esses resultados deram espaço para inúmeros prêmios como o CDP Performance Leader 2013 Recentemente a Braskem iniciou a produção de polietileno verde que abriu uma cadeia de fornecedores completamente nova para a empresa Um código de conduta do fornecedor foi desenvolvido para garantir que os fornecedores da Braskem operem respeitando o meio ambiente e a sociedade e para facilitar o processo de cálculo da ACV solicitando o reporte de informações críticas Grupo Boticário O Grupo Boticário é formado por duas empresas O Boticário e Eudora que produzem cosméticos e perfumes no Brasil O Grupo influência toda a sua cadeia de valor desde a extração e produção de matériasprimas até o fim da vida útil de suas embalagens Suas lojas são franqueadas dando à organização algum grau de influência sobre todos os aspectos do processo de distribuição e venda Figura 39 Grupo Boticário Fonte httpswwwgesplancombrwpcontentuploads201804logogrupoboticariopng No nível de produção uma abordagem holística é usada para reduzir o impacto que os edifícios e as operações têm sobre o meio ambiente As instalações de produção são projetadas para aproveitar a luz natural enquanto mantêm o calor do lado de fora eficiência energética e são equipadas com dispositivos de economia de água e energia o equipamento é escolhido de acordo com o 90 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE uso de energia e água a água tratada é reutilizada Há vagas dedicadas no estacionamento para carros mais eficientes e a empresa fornece transporte para os trabalhadores e lugares seguros para estacionar bicicletas A embalagem foi redesenhada por exemplo recargas e espelhos separados para kits de maquiagem para tornálos reutilizáveis e com menor impacto Na verdade as caixas são usadas até dez vezes O Grupo Boticário tem um programa de sustentabilidade para os fornecedores incluindo orientação e compromisso ético O Grupo ajuda seus provedores a alcançar seus objetivos No nível de venda as lojas geralmente franquias possuem baixo consumo promovendo eficiência energética e reduzindo o calor próximo aos produtos o que aumenta o valor entregue do item O mobiliário é feito com madeira certificada FSC O redesenho das sacolas de papel usando revestimento especial reduziu o uso de outros materiais e as tornou mais fáceis de reciclar Um programa especial direcionado aos clientes permite que eles devolvam a embalagem de seu produto que é então repassado para as cooperativas de recicladores Natura A Natura Cosméticos empresa brasileira de cosméticos com longa tradição em compras e produção sustentáveis definiu sua meta de longo prazo em um novo patamar ter um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade indo além da mitigação e prevenção de impactos Para isso a Natura desenvolveu diversos indicadores de desempenho desde o fornecimento de extratos naturais até os impactos no nível do usuário passando pela produção e distribuição Figura 40 Natura Fonte httpslogodownloadorgwpcontentuploads201405naturalogopng 91 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Foi um longo caminho desde que a Natura apresentou os pacotes de recarga ainda no início dos anos 1980 A empresa começou a usar abordagens de ciclo de vida no final dos anos 1990 e agora mede as pegadas de carbono e água usa LCA LCA Social custeio do ciclo de vida e ecodesign Outros indicadores estão relacionados a embalagens resíduos e extração de materiais da floresta amazônica Esses indicadores fornecem uma visão ampla da sustentabilidade ambiental social e econômica Os principais desafios da gestão da sustentabilidade na Natura foram obter dados relevantes aumentar o esforço de gerenciar mais indicadores treinar funcionários comunicarse internamente e abordar os tradeoffs entre sustentabilidade social econômica e ambiental Os indicadores de sustentabilidade permitiram que a Natura construísse valor de marca por meio de uma imagem forte e sustentável e de ter uma estratégia consistente de sustentabilidade No futuro a empresa espera melhorar a qualidade dos estoques locais e aumentar a quantidade de indicadores em uso Além disso o desafio dos tradeoffs na tomada de decisões continuará a ser tratado Gerdau A Gerdau é uma empresa multinacional dedicada ao fornecimento de soluções e materiais à base de aço No Chile o grupo possui duas instalações de produção e quatro centros de reciclagem onde a sucata é coletada e embalada certificados com ISO 9001 e ISO 14001 Figura 41 Gerdau Fonte httpwwwitwchemcombrwpcontentuploads201508gerdaulogojpg 92 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE A Gerdau mediu os impactos ambientais de suas duas principais linhas de produção utilizando ACV barras de reforço e barras comerciais com resultados em EPDs publicamente disponíveis A Gerdau está ansiosa para se comunicar e fornece produtos com informações sobre especificações técnicas instruções de uso pegada de carbono escopos 1 2 e 3 e certificação de produto limpo produto isento de óleos graxas radiação ionizante e tintas O aço é produzido a partir de sucata que tem um impacto global menor no meio ambiente do que sua contraparte baseada em minério uma vez que evita a etapa de mineração É menos intensivo em energia e permite o uso de energia elétrica sobre coque e outros combustíveis fósseis requer menos água grande parte da qual pode ser reciclada no processo apenas 1 da água em uso na Gerdau sai como descarga líquida e permite a reciclagem de sucata que de outra forma se transformaria em lixo A Gerdau tem orgulho de mostrar uma pegada de carbono de barras de reforço 70 menor que a média mundial Fora de seus limites operacionais os clientes recebem maior valor de produtos com menor pegada de carbono que podem ser usados para atender aos padrões de construção LEED Sendo a Gerdau a maior produtora de aço reciclado no Chile e membro do Green Building Council do país a empresa tem a vantagem de entrar nesse novo e crescente mercado Do outro lado da cadeia de valor os fornecedores de sucata recebem treinamento em administração de empresas direção sustentável e segurança Tetra Pak A Tetra Pak é uma empresa sueca líder global no processamento e embalagem de alimentos Eles trabalham em estreita colaboração com clientes e fornecedores para oferecer produtos seguros inovadores e ambientalmente responsáveis que cobrem as necessidades em todo o mundo O cálculo da pegada de carbono de um Tetra Pak ao longo de sua cadeia de valor um indicador usado rotineiramente pela Tetra Pak revelou que apenas 4 dos impactos estavam dentro dos limites da empresa Assim a Tetra Pak começou a trabalhar mais de perto com fornecedores clientes e usuários finais para reduzir a pegada de carbono de uma caixa O trabalho concentrouse na eficiência energética e material nas fontes de energia renováveis e no aumento das taxas de reciclagem Além disso eles redesenharam suas máquinas de envase produto principal para usar menos energia e água enquanto enchiam as caixas Além 93 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III disso os fornecedores de papelão são escolhidos em relação ao estresse hídrico que produzem em sua área Figura 42 Tetra Pak Fonte httpsgrandeconsumocomwpcontentuploads201711upload143020758x569jpg Na Argentina a Tetra Pak usa 100 de papelão de florestas certificadas pelo FSC Também participa ativamente do desenvolvimento de estratégias municipais para o gerenciamento de resíduos sólidos ajudando as cidades a implementar a segregação de resíduos na origem Também participa da construção de usinas de reciclagem e doa cintos de separação para cooperativas de recicladores Os pacotes são reciclados ou usados como matériaprima para produzir outras coisas como placas de construção Pepsico A Pepsico é uma empresa global de alimentos e bebidas que colocou a sustentabilidade ao longo da cadeia de valor no centro de seu foco por meio do programa Performance with Purpose Figura 43 Pepsico Fonte httpslogodownloadorgwpcontentuploads201710pepsicologopng 94 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE O programa tem três áreas principais sustentabilidade humana sustentabilidade ambiental e sustentabilidade de talentos Ela serve como um guardachuva que orienta a operação em direção a metas sustentáveis principalmente em suas operações diretas e descendentes Alguns exemplos são a escolha da embalagem de acordo com os impactos no ciclo de vida e o treinamento dos motoristas de caminhão para dirigir com mais eficiência usando menos combustível e emitindo menos gases de efeito estufa A sustentabilidade é monitorada também no nível do fornecedor com a Sustainable Agriculture Initiative Este programa é direcionado para ajudar os fornecedores críticos a melhorar o rendimento administrar fazendas com mais eficiência e usar menos agroquímicos o que por sua vez reduz os impactos do ciclo de vida dos produtos Pepsico A Pepsico trabalha com inúmeros indicadores de desempenho alguns gerenciados internamente e alguns certificados por entidades externas como a Certificação Rainforest para fornecedores de batata e sementes no Chile ou as Boas Práticas Agrícolas Globais para a Argentina e o Brasil Desse modo a Pepsico enfrenta o desafio da sustentabilidade usando ferramentas próprias ou externas engajandose com fornecedores recicladores e seus funcionários 95 Referências 3 DS Enovia Disponível em httpswww3dscomproductsservicesenovia Acesso em 15 de julho de 2019 AGÊNCIA IPUB Pesquisa Disponível em httpsagenciaipubcombrwpcontent uploads201802pesquisaposevento600x300jpg Acesso em 15 de julho de 2019 ARCHERGREY PTC Disponível em httpsarchergreycomwpcontent uploads201802featptcwindchill1080x400jpg Acesso em 15 de julho de 2019 Associação Brasileira de Norma Técnica ABNT 2009 ABNT NBR 140442014 Gestão ambiental Avaliação do ciclo de vida Requisitos e orientações Rio de Janeiro ABNT Associação Brasileira de Norma Técnica ABNT 2009 ABNT NBR ISO 140402014 Gestão ambiental Avaliação do ciclo de vida Princípios e estrutura Rio de Janeiro ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO CICLO DE VIDA Home Disponível em http abcvbrasilorgbrphomephp Acesso em 15 de julho de 2019 AUTODESK FUSION LIFECYCLE Product Development Accelerated Disponível em httpswwwautodeskfusionlifecyclecomen Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT Ciclo de Vida Vendas e Lucro Disponível em https2 bpblogspotcomgJlvsHMIraUWjk03ogsttIAAAAAAAAN6kXNv8fXT TgAIYmeum5knQQaJn2pRg3GEgCLcBGAss400Ciclo2Bde2BVida2BProduto png Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT Criação de um produto Disponível em http3bpblogspotcom yyCITbZU8oU48W6NqRUUIAAAAAAAAAYYgvtu2h8V8Hws1600desenvolvim entodenovosprodutospng Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT Fabricação Disponível em https3bpblogspotcomBgbZJt1AKd8 WDrpJS1RT0IAAAAAAAAAaETlKH7xlsSoYn7pcw6z1X0ZNv0hjP5EwCLcB w1200h630pknonuManufacturingjpg Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT ISO 14000 Disponível em https2bpblogspotcomeZP7bng4FA VriXMMHH56IAAAAAAAADegXgQuJu5j2BUs1600Certificado2Bda2Bnorma 2BISO2B14000jpg Acesso em 15 de julho de 2019 96 REFERÊNCIAS BRASIL Lei no 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos altera a Lei no 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências Brasília DF Presidência da República 2010 Disponível em http wwwplanaltogovbrccivil03ato200720102010leil12305htm Acesso em 15 de julho de 2019 CHEHEBE J R B Análise do ciclo de vida de produtos ferramenta gerencial da ISO 14000 Rio de Janeiro Qualitymark 1997 COLEGIOWEB Os 3 R Disponível em httpswwwcolegiowebcombrwpcontent uploads2015012png Acesso em 15 de julho de 2019 CULTURA MIX Aterro sanitário Disponível em httpmeioambienteculturamix comblogwpcontentuploads201302AterroSanitarioSuasDefinicoese Conceitosjpg Acesso em 15 de julho de 2019 DOCPLAYER Histórico ciclo de vida Disponível em httpsdocplayercombr docsimages4111611931imagespage5jpg Acesso em 15 de julho de 2019 DOYLE Daniella O que é BI Business Intelligence 2018 Disponível em https wwwsitewarecombrgestaoestrategicaoqueebibusinessintelligence Acesso em 15 de julho de 2019 ECODESENVOLVIMENTO Avaliação do ciclo de vida Disponível em http wwwecodesenvolvimentoorgposts2015marcooqueeaavaliacaodeciclode vidaacvdeimagesacvecodjpg Acesso em 15 de julho de 2019 ELCORTEINGLES Tablet Disponível em httpssgfmelcorteinglesesSGFM dctmMEDIA0320170616001152171123801640x640jpg Acesso em 15 de julho de 2019 ESCRITORIOTOTAL Máquina de escrever Disponível em httpsimagestcdn combrimgimgprod1039993539120180124170735jpg Acesso em 15 de julho de 2019 FREEPIK Laptops Disponível em httpsimagefreepikcomvetoresgratisvector laptopmacbookilustradori10corelflasheeps52484jpg Acesso em 15 de julho de 2019 GESPLAN Boticário Disponível em httpswwwgesplancombrwpcontent uploads201804logogrupoboticariopng Acesso em 15 de julho de 2019 97 REFERÊNCIAS GRANDECONSUMO Tetra Pak Disponível em httpsgrandeconsumocomwp contentuploads201711upload143020758x569jpg Acesso em 15 de julho de 2019 HANNOVER MESSE Enovia Disponível em httpswwwmessedeapollo hannovermesse2019obsGrafikA905304PRBDE090530401857089jpg png Acesso em 15 de julho de 2019 ICTHARDWARE Fusion Lifecycle Disponível em httpsautodeskicthardware comwpcontentuploadssites14201708876H1NS7330T738jpg Acesso em 15 de julho de 2019 IGNIÇÃO DIGITAL Marketing Disponível em httpss3amazonawscomigdwp uploadspluginawswpcontentuploads20160822112248marketingdiretojpg Acesso em 15 de julho de 2019 ITW CHEMICAL Gerdau Disponível em httpwwwitwchemcombrwpcontent uploads201508gerdaulogojpg Acesso em 15 de julho de 2019 KNOW SOLUTIONS O que é Business Intelligence BI Disponível em httpswwwknowsolutioncombroqueebusinessintelligencebi Acesso em 15 de julho de 2019 KOTLER P Administração de marketing São Paulo Prentice Hall 2000 LIXO Dicionário online Michaelis Disponível em httpmichaelisuolcombr modernoportuguesbuscaportuguesbrasileirolixo Acesso em 15 de julho de 2019 LOGODOWNLOAD Natura Disponível em httpslogodownloadorgwpcontent uploads201405naturalogopng Acesso em 15 de julho de 2019 LOGODOWNLOAD Pepsico Disponível em httpslogodownloadorgwpcontent uploads201710pepsicologopng Acesso em 15 de julho de 2019 LUMENLEARNING Matrix BCG Disponível em httpss3uswest2 amazonawscomcoursesimagesarchivereadonlywpcontentuploads sites150520151204104819BCGMatrix986x1024png Acesso em 15 de julho de 2019 MARKETING AUSLAND Conceito de Business Intelligence 2015 Disponível em httpauslandcombrblogconceitodebusinessintelligence Acesso em 15 de julho de 2019 98 REFERÊNCIAS ONU Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Disponível em httpswwwunenvironmentorgptbr Acesso em 15 de julho de 2019 OPRAH Ideia Disponível em httpstaticoprahcom201701201702omag lettingnegativitygo949x534jpg Acesso em 15 de julho de 2019 PAAVEL M Product Lifecycle Management Maturity Model Development Tallinm TTÜ Press 2018 PENSAMENTO VERDE PNRS Disponível em httpspensamentoverdecombr wpcontentuploads201304PNRSjpg Acesso em 15 de julho de 2019 PLURALTECHNOLOGY Teamcenter Disponível em httpswww pluraltechnologycomwpcontentuploads201610teamcenterpng Acesso em 15 de julho de 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BRÄSHER M LIMA J A O LAMB C M S R Avaliação do Ciclo de Vida ontologia terminológica Brasília DF Ibict 2015 99 REFERÊNCIAS SUNO RESEARCH Braskem Disponível em httpswwwsunoresearchcombr wpcontentuploads201804LogoBraskemjpg Acesso em 15 de julho de 2019 SUNO RESEARCH Financiamento Disponível em httpswwwsunoresearch combrwpcontentuploads201802financiamentoempresarialjpg Acesso em 15 de julho de 2019 THE LIFE CYCLE INITIATIVE About the Life Cycle Initiative Disponível em httpswwwlifecycleinitiativeorgaboutaboutlci Acesso em 15 de julho de 2019 UNIFESP Símbolo internacional de reciclagem Disponível em httpsdgi unifespbrecounifespimagensreciclagempng Acesso em 15 de julho de 2019 VG RESÍDUOS VG Resíduos Disponível em wwwvgresiduoscombr Acesso em 15 de julho de 2019 VGRESIDUOS Aterro controlado Disponível em httpsrnewscombrwp contentuploads201505InformeEssencisAterroControladojpg Acesso em 15 de julho de 2019 VGRESIDUOS Incineração em fornos Disponível em httpswwwvgresiduos combrwpcontentuploads201709coprocessamentoderesC3ADduos3jpg Acesso em 15 de julho de 2019 VGRESIDUOS Incineração em fornos Disponível em httpswwwvgresiduos combrwpcontentuploads201709coprocessamentoderesC3ADduos3jpg Acesso em 15 de julho de 2019 VGRESIDUOS Prioridade no gerenciamento de resíduos Disponível em h t t p s w w w v g r e s i d u o s c o m b r w p c o n t e n t u p l o a d s 2 0 1 7 0 5 destinaC3A7C3A3o0002png Acesso em 15 de julho de 2019 VISUALNEXT PLM Disponível em httpswwwvisualnextcomwpcontent uploads201507wheelminpng Acesso em 15 de julho de 2019 WILD FOR LIFE Pnuma Disponível em httpswildforlifeptcollaboratorpnuma Acesso em 15 de julho de 2019 WORDPRESS Holograma Disponível em httpstudespertarfileswordpress com201505cutmypicpng Acesso em 15 de julho de 2019 WORDPRESS Informação Disponível em httpszeumoblogfileswordpress com201305informationoverloadjpg Acesso em 15 de julho de 2019 100 REFERÊNCIAS Sites httpswwwnielsencomwpcontentuploadssites3201904NielsenGlobal NewProductsReportJan2013pdf httpswwwbcgcomaboutourhistorydefaultaspx httpacvibictbracvhistoricodaacv
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BrasíliaDF Análise do CiClo de VidA Elaboração Alex Estevão Produção Equipe Técnica de Avaliação Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA 5 INTRODUÇÃO 7 UNIDADE I INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO 1 CONCEITOS DE CICLO DE VIDA DE PRODUTO 9 CAPÍTULO 2 ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA DE PRODUTO 23 CAPÍTULO 3 GERENCIAMENTO DO CICLO DE VIDA 33 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS 44 CAPÍTULO 1 NORMAS 44 CAPÍTULO 2 CICLO DE VIDA E A ISO 14000 54 CAPÍTULO 3 SOFTWARE DE GERENCIAMENTO DO CICLO DE VIDA 64 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE 74 CAPÍTULO 1 IMPACTOS AMBIENTAIS 74 CAPÍTULO 2 DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO 77 CAPÍTULO 3 EXEMPLOS DE ASO 88 REFERÊNCIAS 95 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade Caracterizase pela atualidade dinâmica e pertinência de seu conteúdo bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal adequadas à metodologia da Educação a Distância EaD Pretendese com este material leválo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos possibilitandolhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científicotecnológica impõe ao mundo contemporâneo Elaborouse a presente publicação com a intenção de tornála subsídio valioso de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional Utilizea como instrumento para seu sucesso na carreira Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo os conteúdos são organizados em unidades subdivididas em capítulos de forma didática objetiva e coerente Eles serão abordados por meio de textos básicos com questões para reflexão entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável Ao final serão indicadas também fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares A seguir apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio É importante que ele verifique seus conhecimentos suas experiências e seus sentimentos As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais filmes e sites para aprofundamento do estudo discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso Atenção Chamadas para alertar detalhestópicos importantes que contribuam para a sínteseconclusão do assunto abordado 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das síntesesconclusões sobre o assunto abordado Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos Para não finalizar Texto integrador ao final do módulo que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado 7 Introdução Ao analisarmos a história podese verificar que a revolução industrial de certa forma causou uma revolução comercial Uma concorrência até então inexistente surge com o aumento e diferenciação dos produtos assim exigindo uma concentração maior do comércio Essa concentração passou a dividir espaços com outras entidades ao ocupar áreas centrais nas cidades Da mesma maneira o público consumidor também se modificou pois deixou de ser uma clientela estável Dessa forma surgiu a necessidade de publicidade e exposição dos produtos ao público em vitrines Com o passar dos anos as lojas de departamentos passaram a se organizar em uma escala maior devido às transformações e inovações permitidas pelos avanços tecnológicos A chegada do século XXI mostra uma polarização das populações nos centros urbanos e um aumento da concorrência dada a globalização crescente Assim surge a necessidade de analisar o ciclo de vida de um produto de modo a obter o melhor em termos de usabilidade desempenho entre outras características para o usuário e também maximizar os lucros para o fabricante Nesta disciplina você aprenderá os conceitos e características atrelados ao ciclo de vida de produtos os principais estágios que o compõem questões ambientas normas que o regem e exemplos de casos reais Figura 1 Avaliação do ciclo de vida Armazenamento Distribuição Fabricação Materiais Disposição Uso Avaliação do Ciclo de Vida Fonte httpwwwecodesenvolvimentoorgposts2015marcooqueeaavaliacaodeciclodevidaacvdeimagesacvecod jpg 8 Objetivos Explicitar os princípios do ciclo de vida de produto Especificar os estágios do ciclo de vida de produto Explicar a norma ISO 14000 9 UNIDADE I INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 Conceitos de ciclo de vida de produto Histórico no mundo A análise do ciclo de vida ACV ou do inglês LCA teve seu início na década de 1960 Preocupações com as limitações de matériasprimas e recursos energéticos despertaram o interesse em encontrar maneiras de contabilizar cumulativamente o uso de energia e projetar futuros suprimentos e uso de recursos Em uma das primeiras publicações desse tipo Harold Smith relatou seu cálculo de requisitos de energia cumulativa para a produção de intermediários e produtos químicos na Conferência Mundial de Energia em 1963 Mais tarde ainda na década de 1960 estudos de modelagem global publicados em The Limits to Growth e A Blueprint for Survival resultaram em predições dos efeitos da mudança das populações mundiais na demanda por matériasprimas finitas e recursos energéticos As previsões para o rápido esgotamento dos combustíveis fósseis e as alterações climatológicas resultantes do excesso de calor estimulavam cálculos mais detalhados do uso e produção de energia nos processos industriais Durante esse período dezenas de estudos foram realizados para estimar custos e implicações ambientais de fontes alternativas de energia Em 1969 os pesquisadores iniciaram um estudo interno para a Companhia CocaCola que lançou as bases para os métodos atuais de análise de inventário de ciclo de vida nos Estados Unidos Em uma comparação de diferentes recipientes de bebidas para determinar qual contêiner teve os menores impactos ao meio ambiente e menos afetou o fornecimento de recursos naturais esse 10 UNIDADE I INTRODUÇÃO estudo quantificou as matériasprimas e combustíveis utilizados e as cargas ambientais dos processos de fabricação de cada contêiner Outras empresas nos Estados Unidos e na Europa realizaram análises comparativas de inventário de ciclo de vida semelhantes no início dos anos 1970 Naquela época muitas das fontes disponíveis eram derivadas de fontes disponíveis publicamente como documentos governamentais ou documentos técnicos pois dados industriais específicos não estavam disponíveis O processo de quantificar o uso de recursos e as liberações ambientais de produtos passou a ser conhecido como Análise de Perfil de Recursos e Ambientais REPA conforme praticado nos Estados Unidos Na Europa foi chamado de Ecobalance Com a formação de grupos de interesse público incentivando a indústria a garantir a exatidão das informações no domínio público e com a escassez de petróleo no início dos anos 1970 aproximadamente 15 REPAs foram realizados entre 1970 e 1975 Nesse período um protocolo ou metodologia padrão de pesquisa para a realização desses estudos foi desenvolvido Essa metodologia de várias etapas envolve várias suposições Durante esses anos as premissas e técnicas utilizadas passaram por considerável revisão da REPA e dos principais representantes da indústria com o resultado de que metodologias razoáveis foram desenvolvidas De 1975 até o início dos anos 1980 como o interesse por esses estudos abrangentes diminuiu devido à influência da crise do petróleo as preocupações ambientais mudaram para questões de risco e gestão de resíduos domésticos No entanto durante todo esse tempo a análise de inventário do ciclo de vida continuou a ser conduzida e a metodologia melhorou por meio de um fluxo lento de cerca de dois estudos por ano a maioria dos quais se concentrou em requisitos de energia Durante este período o interesse europeu cresceu com a criação de uma Direcção do Ambiente DG X1 pela Comissão Europeia Os profissionais europeus de ACV desenvolveram abordagens paralelas às utilizadas nos EUA Além de trabalhar para padronizar as regulamentações de poluição em toda a Europa a DG X1 emitiu a Diretriz Liquid Food Container em 1985 que cobrava das empresas associadas o monitoramento do consumo de energia e matérias primas e da geração de resíduos sólidos de alimentos líquidos Quando os resíduos sólidos se tornaram uma questão mundial em 1988 a LCA novamente surgiu como uma ferramenta para analisar os problemas ambientais À medida que cresce o interesse em todas as áreas que afetam os recursos e o meio ambiente a metodologia para a ACV está sendo melhorada novamente Uma ampla base de consultores e pesquisadores em todo o mundo tem refinado 11 INTRODUÇÃO UNIDADE I e expandido ainda mais a metodologia A necessidade de ir além do inventário para a avaliação de impacto trouxe a metodologia LCA para outro ponto de evolução Em 1991 as preocupações sobre o uso inadequado de LCAs para fazer alegações de marketing amplas feitas por fabricantes de produtos resultaram em uma declaração emitida por onze Procuradores Gerais nos EUA denunciando o uso de resultados de ACV para promover produtos sugerindo que fossem desenvolvidos métodos uniformes para conduzir tais avaliações Chegouse a um consenso sobre como esse tipo de comparação ambiental pode ser anunciado de forma não enganosa Essa ação juntamente com a pressão de outras organizações ambientais para padronizar a metodologia de ACV levou ao desenvolvimento dos padrões de ACV da série 14000 da International Standards Organization ISO Em 2002 o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA uniuse à Sociedade de Toxicologia e Química Ambiental SETAC para lançar a Life Cycle Initiative uma parceria internacional Os três programas da iniciativa têm como objetivo colocar em prática o pensamento sobre o ciclo de vida e melhorar as ferramentas de apoio por meio de melhores dados e indicadores O programa Life Cycle Management LCM cria conscientização e melhora as habilidades dos tomadores de decisão produzindo materiais de informação estabelecendo fóruns para compartilhar as melhores práticas e realizando programas de treinamento em todas as partes do mundo O programa Life Cycle Inventory LCI melhora o acesso global a dados de ciclo de vida transparentes e de alta qualidade hospedando e facilitando grupos de especialistas cujo trabalho resulta em sistemas de informação baseados na web O programa Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida AICV aumenta a qualidade e o alcance global dos indicadores do ciclo de vida promovendo a troca de opiniões entre especialistas resultando em um conjunto de recomendações amplamente aceitas Para maiores informações sobre o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente visite a página do PNUMA disponível em httpswildforlifept collaboratorpnuma Histórico no Brasil Na metade dos anos 1990 mais precisamente em 1994 tem início no Brasil a ACV O evento chave é a implantação de um subcomitê específico ao tema no grupo de apoio à normalização ambiental GANA O grupo dedicouse à 12 UNIDADE I INTRODUÇÃO análise e desenvolvimento da série de normas ISO 14000 cujo assunto é a gestão ambiental dentro das empresas Em 1998 após o lançamento da primeira norma foi lançada a primeira publicação didática em português sobre a metodologia ACV O título dado à publicação foi Análise de Ciclo de Vida Produtos Ferramenta Gerencial da ISO 14000 cuja autoria foi do professor José Ribamar Brasil Um ano depois com a aplicação da metodologia ACV chegase ao primeiro resultado de pesquisa cientifica uma pesquisa de Avaliação do Ciclo de Vida de embalagens realizada pelo Centro de Tecnologia de Embalagem do Instituto de Tecnologia de Alimentos CETEAITAL para o mercado de brasileiro No Brasil a normalização só ocorre três anos mais tarde com o lançamento da norma ABNT NBR ISO 14000 uma versão traduzida da norma internacional em 2001 O Brasil participa das discussões sobre ACV através do Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental CB38 vinculado à Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT O comitê se espelha nos moldes do comitê Técnico 207 da ISO possuindo inclusive um subcomitê exclusivamente dedicado à ACV Em 2002 com a criação da Associação de Ciclo de Vida a ACV passa a ser tratada de forma institucional A associação busca fomentar a ACV nos diversos setores de interesse como os centros de ensino e pesquisa indústrias e governo As principais ações da associação são a realização do Congresso Brasileiro de Gestão do Ciclo de Vida CBGCV e a promoção de cursos de capacitação Em 2003 o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT outra instituição renomada no país assume a ACV como parte de suas linhas temáticas Desde o princípio a instituição tem foco em ações que visam o desenvolvimento de uma base de dados nacionais haja vista que o objetivo do IBICT é a informação O IBICT firma parceria com Laboratório Federal da Suíça para Ciência e Tecnologia de Materiais EMPA objetivando a capacitação de colaboradores em ACV para a construção de uma base de dados de Inventários de Ciclo de Vida ICV nacional Já em 2004 o Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia IMETRO define a ACV como ponto estratégico para a Avaliação de Conformidade de produtos processos serviços e pessoal Com isso a ACV passa a ser critério crucial para atestar o grau de confiança de um produto ou processo em relação ao seu desempenho ambiental 13 INTRODUÇÃO UNIDADE I Em 2005 foi publicado o livro Avaliação do Ciclo de Vida A ISO 14040 na América Latina Nesse livro há exemplos claros do desenvolvimento de uma estrutura metodológica para maior compreensão da abordagem do ciclo de vida na região O livro enfatiza a participação dos vários setores da área acadêmica da sociedade da indústria e do governo para fortalecer a ACV no Brasil No ano seguinte o IBICT desenvolve um projeto com o auxílio de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos Finep chamado de Inventário do Ciclo de Vida para a Competitividade Ambiental da Indústria Brasileira SICV Brasil O projeto buscou promover o desenvolvimento de um sistema de informação para os ICVs nacionais capacitação técnica na metodologia um portal sobre ACV uma ontologia em ACV e um guia para construção de ICVs Esse projeto faz com que o IBICT seja um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da ACV no Brasil No ano de 2010 através de uma resolução do IMETRO é lançado o Programa Brasileiro de ACV PBACV Esse programa procura fortalecer a ACV através da disseminação de informação sobre o Pensamento do Ciclo de Vida ICVs nacionais capacitação técnica e definição das categorias de impacto mais relevantes no país No mesmo ano são editados os handbooks da plataforma europeia de ACV EPLCA Tratamse dos guias mais completos sobre o tema De 2012 até os dias de hoje o IBICT tem se destacado nas ações de promoção e difusão do conhecimento em ACV através de ações como criação de uma cartilha infantil criação de manual de ontologia criação de uma cartilha aos pequenos e médios empresários tradução do handbook ILCD e publicação de documento técnico sobre ACV no Brasil e na Europa Essas ações ajudaram também a concretizar parcerias estratégicas como a Confederação Nacional da Indústria CNI e o Joint Research Centre JRC da União Europeia Surgida em novembro de 2002 ABCV Associação Brasileira de Ciclo de Vida foi criada a partir da colaboração e esforços de um grupo de pessoas físicas e jurídicas com interesses na consolidação da Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil Inicialmente foi liderada pelo Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental CB 38 da Associação Brasileira de Normas Técnicas 14 UNIDADE I INTRODUÇÃO Seu principal objetivo é reunir pessoas físicas e jurídicas com interesses comuns no desenvolvimento da técnica de Avaliação do Ciclo de Vida para aplicar a ACV na execução direta de projetos programas planos de ação e prestação de serviços intermediários Também visa capitalizar recursos físicos humanos e financeiros Os principais objetivos da associação são estimular o ensino a pesquisa e o desenvolvimento da ACV promover conferências simpósios cursos e outros para aproximar interessados no assunto do Brasil e do exterior gerar intercâmbio com entidades ligadas direta ou indiretamente às atividades de ACV e outras atividades relacionadas com ACV Atualmente a ABCV ocupa uma posição nacional e internacional de destaque Nacionalmente destacase a participação no comitê gestor do Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida lançado em São Paulo em outubro de 2013 Internacionalmente destacase a participação no comitê gestor da Rede Iberoamericana de ACV que também conta com a participação de Países como Portugal Espanha Argentina Chile México Costa Rica Peru Colômbia Cuba e Bolívia Participa também como patrocinador do Life Cycle Initiative uma parceria entre o United Nations Environment Programme UNEP e a Society for Environment Toxicology and Chemistry SETAC que visa contribuir efetivamente para que se coloque em prática a metodologia do ciclo de vida Até o presente momento a ABCV já promoveu vários eventos sendo eles CILCA 2007 Conferência Internacional sobre Avaliação do Ciclo de Vida I CBGCV Primeiro Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida II CBGCV Segundo Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida III CBGCV Terceiro Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida 15 INTRODUÇÃO UNIDADE I IV CBGCV Quarto Congresso Brasileiro sobre Gestão pelo Ciclo de Vida V CBGCV Quinto Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida e VI GCV Sexto Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida Maiores informações podem ser obtidas diretamente no site da ABCV em httpabcvbrasilorgbrphomephp e também nos sites httpswwwlifecycleinitiativeorgaboutaboutlci e https wwwunenvironmentorgptbr Definição e características Como consumidores compramos milhões de produtos todos os anos Os produtos têm um ciclo de vida assim como os animais e as plantas Um produto que está há um bom tempo estabelecido no mercado com o passar do tempo vai se tornando menos popular Em contrapartida aumenta muito rapidamente a demanda por produtos novos e modernos após um lançamento por exemplo A grande maioria das empresas entende os diferentes estágios do ciclo de vida do produto e também compreende que os produtos que comercializam possuem uma vida limitada portanto boa parte dessas empresas investirá no desenvolvimento de novos produtos a fim de garantir que os negócios continuem a crescer Dentro desse contexto temos a curva do ciclo de vida de um produto Tratase de um gráfico que demostra como se dá a tendência de vendas de um produto com o passar do tempo evidenciando quatro etapas bem características como ilustra a Figura 2 abaixo Figura 2 Curva do Ciclo de Vida do Produto Vendas Tempo Crescimento Maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor 16 UNIDADE I INTRODUÇÃO Como modelo a curva fornece uma boa aproximação das vendas que podem ser esperadas à medida que os produtos passam pelos quatro estágios do ciclo de vida típico No entanto há algumas coisas a ter em mente ao tentar aplicar a Curva do Ciclo de Vida do Produto no mundo real São elas Imprevisibilidade embora a vida útil de um produto possa ser limitada é muito difícil para os fabricantes preverem exatamente quanto tempo durará especialmente durante a fase de desenvolvimento do novo produto Embora a maioria dos fabricantes seja muito boa em tomar as melhores decisões com base nas informações que possui a demanda do consumidor pode ser imprevisível o que significa que nem sempre acertam Mudança a imprevisibilidade da vida útil de um produto vem do fato de que todos os fatores que influenciam o ciclo de vida do produto estão mudando constantemente Por exemplo mudanças no custo de produção ou uma queda na demanda do consumidor devido ao lançamento de produtos alternativos poderiam alterar significativamente a duração dos diferentes estágios do ciclo de vida do produto A curva é um modelo os críticos do ciclo de vida do produto alegam que alguns fabricantes podem dar muita importância às sugestões que o modelo faz de modo que ele se torne autorrealizável Para ilustrar o ponto se uma empresa usa a curva de ciclo de vida do produto como base para suas decisões uma diminuição nas vendas pode leválos a acreditar que seu produto está entrando no estágio Declínio e portanto gastar menos na promoção quando a estratégia oposta poderia ser adotada ajudando a capturar mais participação de mercado e realmente aumentar as vendas novamente Embora a Curva do Ciclo de Vida do Produto precise ser aplicada com certo cuidado e é improvável que os fabricantes confiem apenas em sua simples ilustração para prever suas vendas e lucros ela ainda é uma ferramenta útil Com uma apreciação geral dos tipos de desafios que serão enfrentados durante cada uma das quatro etapas o modelo oferece às empresas e seus departamentos de marketing a oportunidade de planejar com antecedência e estar mais bem preparados para enfrentar esses desafios 17 INTRODUÇÃO UNIDADE I Para entender os desafios de usar a Curva do Ciclo de Vida do Produto faz sentido examinála com um pouco mais de detalhes A curva como ilustra a Figura 2 é uma ilustração simples que traça as vendas em relação ao tempo fornecendo uma visão geral de como um produto pode funcionar nos quatro estágios do ciclo de vida aumentando nos estágios de introdução e crescimento antes de chegar ao estágio de maturidade e eventualmente diminuindo durante o estágio de declínio Adaptações do modelo também traçam o nível de lucro como uma segunda curva que é frequentemente útil para destacar o investimento considerável e os lucros negativos que são feitos na primeira fase do ciclo Na Figura 3 essa curva é ilustrada em vermelho Analisando a figura é possível verificar a questão do lucro negativo no estágio de introdução devido aos investimentos iniciais e também no estágio de declínio devido à diminuição das vendas e consequente retirada do produto do mercado Figura 3 Ciclo de vida vendas e lucro Vendas e lucro Tempo Introdução Crescimento maturidade Declínio Fonte https2bpblogspotcomgJlvsHMIraUWjk03ogsttIAAAAAAAAN6kXNv8fXTTgAIYmeum5knQQaJn2pRg3GEgCLcBGAs s400Ciclo2Bde2BVida2BProdutopng Matriz BCG Já no âmbito do market a curva de ciclo de vida é abordada de uma maneira diferente mas que no fundo remente à ideia central geral Tratase da matriz de compartilhamento de crescimento ou matriz BCG um modelo de planejamento desenvolvido por Bruce Henderson no Boston Consulting Group no início dos anos 1970 O modelo baseiase na observação de que as unidades de negócio da empresa podem ser classificadas em quatro categorias com base em combinações de crescimento e participação de mercado em relação ao maior concorrente Essas categorias são ilustradas na Figura 4 18 UNIDADE I INTRODUÇÃO Figura 4 Matrix BCG FATIA DE MERCADO ALTO POTENCIAL DE CRESCIMENTO Alta participação de mercado FATIA DE MERCADO Baixo ALTO Baixo ALTO POTENCIAL DE CRESCIMENTO baixa participação de mercado BAIXO POTENCIAL DE CRESCIMENTO Alta participação de mercado BAIXO POTENCIAL DE CRESCIMENTO Baixa participação de mercado Fonte httpss3uswest2amazonawscomcoursesimagesarchivereadonlywpcontentuploads sites150520151204104819BCGMatrix986x1024png O crescimento do mercado serve como um intermediário para os atrativos da indústria e a participação de mercado relativa serve como um intermediário para a vantagem competitiva A matriz de participação no crescimento mapeia as posições das unidades de negócios dentro desses dois determinantes importantes de lucratividade Essa estrutura pressupõe que um aumento na participação de mercado relativa resultará em um aumento na geração de caixa Essa suposição muitas vezes é verdade por causa da curva de experiência aumento da participação no mercado implica que a empresa está avançando na experiência curva em relação aos seus concorrentes desenvolvendo assim uma vantagem de custo Uma segunda hipótese é que um mercado em crescimento requer investimentos ativos para aumentar a capacidade e portanto resulta no consumo de dinheiro Assim a posição de uma empresa na matriz de participação no crescimento é indicação de sua geração de caixa e seu consumo de caixa Em 1968 Henderson argumentou que o dinheiro necessário para o rápido crescimento das unidades de negócios poderia ser obtido a partir de outras unidades de negócios da empresa que estavam em um nível mais alto em estágio maduro e gerando caixa significativo Ao investir para se tornar líder em um mercado em rápido crescimento a unidade de negócios poderia ao longo da curva de expiração desenvolver uma vantagem de custo A partir desse raciocínio nasceu a matriz de crescimento do BCG 19 INTRODUÇÃO UNIDADE I O Boston Consulting Group construiu a matriz BCG no conceito de ciclo de vida A matriz do BCG categoriza os produtos com base na participação de mercado e nas taxas de crescimento Os quatro quadrantes são rotulados comumente como cachorros vacas leiteiras pontos de interrogação e estrelas Em 1968 Bruce Henderson o cérebro responsável por trás da matriz descreveu os rótulos como Cachorros também conhecidos como abacaxi têm baixa participação de mercado e baixa taxa de crescimento e portanto não geram nem consomem uma grande quantidade de dinheiro No entanto os cães são armadilhas de dinheiro por causa do capital ligado a um negócio que tem pouco potencial Assim a empresa deverá decidir sobre a retirada do produto do mercado Pontos de interrogação os pontos de interrogação estão crescendo rapidamente e portanto consomem grandes quantidades de dinheiro mas como eles têm baixa participação de mercado não geram muito dinheiro O resultado é um grande consumo de caixa líquido Pontos de interrogação também conhecidos como criança problemática têm o potencial de ganhar participação de mercado e se tornar uma estrela e eventualmente uma vaca leiteira quando o crescimento do mercado diminui Se o ponto de interrogação não conseguir se tornar o líder de mercado depois de talvez anos de consumo de investimentos se tornará um cão quando o crescimento do mercado cair Pontos de interrogação devem ser analisados cuidadosamente a fim de determinar se valem o investimento necessário para aumentar a participação no mercado Estrelas as estrelas geram grandes quantidades de dinheiro por causa de sua forte participação de mercado relativa mas também consomem grandes investimento por causa de sua alta taxa de crescimento Portanto o dinheiro em cada seção é praticamente consumido Se uma estrela pode manter sua grande fatia de mercado ela se tornará uma vaca leiteira quando a taxa de crescimento do mercado diminui O portfólio de uma empresa diversificada sempre deve ter estrelas que se tornarão as próximas vacas leiteiras garantindo o futuro da geração de caixa Vacas leiteiras como líderes em um mercado maduro as vacas leiteiras exibem um retorno sobre os ativos que é maior do que a taxa de crescimento do mercado e assim geram mais lucro que consomem investimentos Tais unidades de negócios devem ser ordenhadas 20 UNIDADE I INTRODUÇÃO extraindo os lucros e investindo o mínimo de dinheiro possível Vacas leiteiras fornecer o dinheiro necessário para devolver pontos de interrogação aos líderes do mercado cobrir o custo administrativo da empresa financiar pesquisa e desenvolvimento para atender a dívida corporativa e pagar dividendos aos acionistas Por exemplo se a vaca leiteira gera um fluxo de caixa relativamente estável seu valor pode ser determinado com precisão de cálculo usando uma análise de fluxo de caixa descontado Sob o modelo de matriz de participação no crescimento à medida que uma indústria amadurece e sua taxa de crescimento declina uma unidade de negócios se tornará uma vaca leiteira ou um cachorro determinando apenas se ela se tornou líder de mercado durante o período de alto crescimento Embora originalmente desenvolvido como um modelo para alocação de recursos entre as várias unidades de negócios em uma corporação a matriz BCG também pode ser usada para alocação de recursos entre produtos dentro de uma única unidade de negócios Sua simplicidade é a sua força relativa às posições de todo o negócio da empresa pode ser exibido em um único diagrama Cada um dos quatro quadrantes representa uma combinação específica de participação de mercado relativa e crescimento sendo Baixo crescimento alta participação as empresas devem ordenhar essas vacas leiteiras por dinheiro para reinvestir Alto crescimento alta participação as empresas devem investir significativamente nessas estrelas já que têm alto potencial futuro Alto crescimento baixa participação as empresas devem investir ou descartar esses pontos de interrogação dependendo de suas chances de se tornarem estrelas Baixa participação baixo crescimento as empresas devem liquidar desinvestir ou reposicionar esses cães Como pode ser visto o valor do produto depende inteiramente de uma empresa ser capaz de obter uma participação de mercado líder antes que o crescimento desacelere Todos os produtos acabarão por se tornar vacas leiteiras ou cães Por outro lado cães são desnecessários eles são evidência de fracasso em obter uma posição de liderança em sair do mercado ou cortar as perdas 21 INTRODUÇÃO UNIDADE I Limitações da matriz BCG A matriz de compartilhamento de crescimento já foi amplamente utilizada mas desde a sua popularidade e à medida que modelos mais abrangentes se desenvolveram seu uso tem diminuído Abaixo seguem algumas das limitações desse modelo A taxa de crescimento do mercado é apenas um fator na atratividade da indústria uma participação de mercado relativa é apenas um fator em uma vantagem competitiva A matriz de participação no crescimento supera muitos outros fatores nessas duas importantes determinações da lucratividade O framework assume que cada unidade de negócio é independente das outras Em alguns casos uma unidade de negócios que pode ser um cão pode estar ajudando outras unidades de negócios a ganhar uma vantagem competitiva A matriz depende muito do tamanho do mercado Uma unidade de negócios pode dominar seu nicho mas tem um mercado muito baixo na indústria como um todo Nesse caso o mercado pode fazer a diferença entre um cão e uma vaca leiteira Embora sua importância tenha diminuído a matriz do BCG ainda pode servir como uma ferramenta simples para visualizar rapidamente o portfólio de uma corporação e como ponto de partida para discutir a alocação de recursos entre unidades de negócios estratégicas Para ter sucesso uma empresa deve ter um portfólio de produtos com diferentes taxas de crescimento e diferentes participações de mercado A composição da carteira é uma função do equilíbrio entre os fluxos de caixa Produtos de alto crescimento exigem que os insumos em dinheiro cresçam Produtos de baixo crescimento devem gerar excesso de caixa Ambos os tipos são necessários simultaneamente Somente uma empresa diversificada com um portfólio equilibrado pode usar suas forças para realmente capitalizar suas oportunidades de crescimento Assim um portfólio balanceado tem estrelas cuja alta participação e alto crescimento garantem o futuro vacas leiteiras que fornecem fundos para esse crescimento futuro e pontos de interrogação a converter em estrelas 22 UNIDADE I INTRODUÇÃO O ciclo de vida de um produto de sucesso é o seguinte comece como um ponto de interrogação cresça para uma estrela amadureça como uma vaca leiteira e decline como um cão O ciclo de vida de um produto malsucedido no entanto começa como um ponto de interrogação e declina como um cão O trabalho portanto é garantir que se mantenha um portfólio de produtos completo e diversificado Em outras palavras é preciso ter produtos em todos os estágios do ciclo de vida com novos produtos nascendo constantemente Os produtos no estágio de introdução criam entusiasmo comunicando que a empresa tem um futuro brilhante e será capaz de aumentar suas receitas e lucros Produtos no estágio de maturidade giram o dinheiro para financiar novos produtos futuros e o crescimento da empresa No entanto como você pode imaginar trazer novos produtos pontos de interrogação ao mercado e cultiválos até a maturidade primeiro como estrelas e depois como vacas leiteiras é mais fácil de dizer do que fazer Muitos produtos são natimortos e para outros o ciclo de vida é curto Assim devemos considerar os seguintes fatos de acordo com o relatório da Neilsen Global New Products 2013 Dezenove dos vinte produtos farmacêuticos que chegam ao teste clínico falham Trinta mil novos produtos de consumo são lançados a cada ano Noventa e cinco por cento falham Metade dos novos produtos não conseguem atingir o desempenho de vendas do ano no segundo ano Apenas 3 dos novos produtos ao consumidor atingem o limiar de um lançamento altamente bemsucedido Desde o início a execução de uma estratégia de produto de sucesso é difícil Mesmo empresas estabelecidas com volume de capital experimentam falhas dolorosas de produtos 23 CAPÍTULO 2 Estágios do ciclo de vida de produto Introdução Em 1931 Otto Kleppner desenvolveu um precursor do que hoje entendemos como o ciclo de vida básico do produto no qual ele sugeriu que os produtos passassem por três etapas pioneirismo competitivo e retentivo A referência seguinte foi de um homem chamado Jones que trabalhou para Booz Allen e Hamilton e em 1957 teorizou que havia um ciclo de vida que é característico da maioria dos produtos sobre o qual apresentou a seguintes terminologias introdução crescimento maturidade saturação e declínio Em 1959 Patton escreveu que havia consenso de que o elementochave do ciclo de vida do produto era que os lucros eram altos durante a fase de crescimento e declinavam devido à concorrência durante a fase de maturidade Já em 1985 segundo American Motors Corporation ACM havia uma compreensão clara de que O preço dos novos produtos deve ser o mais alto possível Na transição da maturidade para a saturação a concorrência entre os diferentes fabricantes reduziria os preços No final da vida de um produto o mercado e não o fabricante determinaria seu preço 24 UNIDADE I INTRODUÇÃO O ciclo de vida do produto tem quatro estágios muito claramente definidos cada um com suas próprias características que significam coisas diferentes para os negócios que estão tentando gerenciar o ciclo de vida de seus produtos específicos Os estágios comumente aceitos para o ciclo de vida do produto como já vimos até então são introdução crescimento maturidade e declínio Estágio de introdução O primeiro dos quatro estágios do ciclo de vida do produto é o estágio de introdução como ilustra a Figura 5 Qualquer empresa que esteja lançando um novo produto precisa entender que esse estágio inicial pode exigir investimentos significativos Isso não quer dizer que investir muito dinheiro nesse estágio garanta o sucesso do produto Qualquer investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos tem que ser ponderado em relação ao provável retorno do novo produto e um plano de marketing efetivo precisará ser desenvolvido a fim de dar ao novo produto a melhor chance de alcançar esse retorno Essa etapa do ciclo pode ser a mais cara para uma empresa lançando um novo produto O tamanho do mercado para o produto é pequeno o que significa que as vendas são baixas embora estejam aumentando Por outro lado o custo de coisas como pesquisa e desenvolvimento testes ao consumidor e o marketing necessário para lançar o produto pode ser muito alto especialmente se for um setor competitivo Figura 5 Estágio de introdução Vendas Tempo Crescimento maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor 25 INTRODUÇÃO UNIDADE I Desafios do estágio de introdução Pequeno ou nenhum mercado quando um novo produto é lançado normalmente não há mercado para ele ou se existir um mercado é provável que seja muito pequeno Naturalmente isso significa que as vendas serão baixas no começo Haverá ocasiões em que um ótimo produto novo ou uma fantástica campanha de marketing criará um burburinho tão grande que as vendas decolarão de imediato mas esses são casos especiais e geralmente leva tempo e esforço antes que a maioria dos produtos atinja esse tipo de impulso Custos elevados muito poucos produtos são criados sem alguma pesquisa e desenvolvimento e uma vez criados muitos fabricantes precisarão investir em marketing e promoção para atingir o tipo de demanda que fará com que seu novo produto seja um sucesso Ambas podem custar muito dinheiro e no caso de alguns mercados esses custos podem chegar a muitos milhões de dólares Perdas não lucros com todos os custos de colocar um novo produto no mercado a maioria das empresas verá lucros negativos em parte do estágio inicial do ciclo de vida do produto embora o montante e a duração desses lucros negativos difiram de um mercado para outro Alguns fabricantes poderiam começar a mostrar lucro rapidamente enquanto para empresas de outros setores isso poderia levar anos Benefícios do estágio de introdução Concorrência limitada se o produto é verdadeiramente original e um negócio é o primeiro a fabricálo e comercializálo a falta de concorrência direta seria uma vantagem distinta Ser o primeiro pode ajudar uma organização a conquistar uma grande fatia de mercado antes que outras empresas comecem a lançar produtos concorrentes e em alguns casos permitir que o nome de uma empresa seja sinônimo de toda a gama de produtos Alto preço os fabricantes que estão lançando um novo produto são frequentemente capazes de cobrar preços significativamente acima do que acabará se tornando o preço médio de mercado Isso ocorre porque parte dos consumidores estão preparados para pagar esse preço mais alto para colocar as mãos nos produtos 26 UNIDADE I INTRODUÇÃO mais recentes e isso permite à empresa recuperar alguns dos custos de desenvolvimento e lançamento do produto Em algumas situações no entanto os fabricantes podem fazer exatamente o oposto e oferecer preços relativamente baixos a fim de estimular a demanda Estágio de crescimento O estágio de crescimento é o segundo dos estágios do ciclo de vida do produto como ilustra a Figura 6 e para muitos fabricantes esse é o estágio fundamental para estabelecer a posição de um produto em um mercado aumentar as vendas e melhorar as margens de lucro Isso é conseguido pelo desenvolvimento contínuo da demanda do consumidor através do uso de marketing e atividade promocional combinados com a redução dos custos de fabricação A rapidez com que um produto passa do estágio de introdução para o de crescimento e a rapidez com que as vendas aumentam pode variar bastante de um mercado para outro O estágio de crescimento é tipicamente caracterizado por um forte aumento em vendas e lucros e como a empresa pode começar a se beneficiar de economias de escala na produção as margens de lucro assim como o montante total do lucro aumentarão Isso possibilita que as empresas invistam mais dinheiro na atividade promocional para maximizar o potencial desse estágio Figura 6 Estágio de crescimento Vendas Tempo Maturidade Declínio Introdução Crescimento Fonte Elaborada pelo autor Desafios do estágio de crescimento Aumento da concorrência quando uma empresa é a primeira a introduzir um produto no mercado ela tem o benefício de pouca ou nenhuma concorrência No entanto quando a demanda por 27 INTRODUÇÃO UNIDADE I seu produto começa a aumentar e a empresa passa para a fase de crescimento do ciclo de vida do produto é provável que ela enfrente uma concorrência crescente à medida que novos fabricantes procuram se beneficiar de um novo mercado em desenvolvimento Preços mais baixos durante a fase de introdução as empresas podem muitas vezes cobrar um preço alto por um novo produto No entanto em resposta ao crescente número de concorrentes que provavelmente entrarão no mercado durante a fase de crescimento os fabricantes poderão ter que baixar seus preços para alcançar o aumento desejado nas vendas Diferente abordagem de marketing campanhas de marketing durante o estágio de introdução tendem a se beneficiar de todo o alvoroço que cerca o lançamento de um novo produto Mas uma vez que o produto se torne estabelecido e não seja mais novo uma abordagem de marketing mais sofisticada provavelmente será necessária para aproveitar ao máximo o potencial de crescimento dessa fase Benefícios do estágio de crescimento Custos reduzidos com o desenvolvimento e marketing de novos produtos o estágio de introdução é geralmente a fase mais custosa do ciclo de vida de um produto Em contraste o estágio de crescimento pode ser a parte mais lucrativa de todo o ciclo para um fabricante À medida que a produção aumenta para atender à demanda os fabricantes conseguem reduzir seus custos por meio de economias de escala e as rotas estabelecidas para o mercado também se tornarão muito mais eficientes Maior conscientização do consumidor durante a fase de crescimento mais e mais consumidores se tornarão conscientes do novo produto Isso significa que o tamanho do mercado começará a aumentar e haverá uma demanda maior pelo produto Tudo isso leva ao aumento relativamente acentuado das vendas que é característico da fase de crescimento Aumento dos lucros com custos mais baixos e um aumento significativo nas vendas a maioria dos fabricantes verá um aumento nos lucros durante a fase de crescimento tanto em termos do 28 UNIDADE I INTRODUÇÃO montante total de lucro que eles geram quanto da margem de lucro de cada produto que eles vendem Estágio de maturidade Após os estágios de introdução e crescimento um produto passa para o estágio de maturidade como ilustra a Figura 7 O terceiro dos estágios do ciclo de vida do produto pode ser um momento bastante desafiador para os fabricantes Nos dois primeiros estágios as empresas tentam estabelecer um mercado e então aumentar as vendas de seus produtos para obter a maior fatia possível desse mercado No entanto durante a fase de maturidade o foco principal da maioria das empresas será manter sua participação de mercado diante de uma série de desafios diferentes Durante o estágio de maturidade o produto é estabelecido e o objetivo do fabricante é agora manter a participação de mercado que construiu Este é provavelmente o período mais competitivo para a maioria dos produtos e as empresas precisam investir com sabedoria em qualquer marketing que realizem Elas também precisam considerar quaisquer modificações ou melhorias no processo de produção que possam lhes dar uma vantagem competitiva Figura 7 Estágio de maturidade Vendas Tempo Crescimento Maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor Desafios do estágio de maturidade Pico de volumes de vendas após o aumento constante das vendas durante o estágio de crescimento o mercado começa a ficar saturado pois há menos novos clientes A maioria dos consumidores que vai comprar o produto já o fez 29 INTRODUÇÃO UNIDADE I Diminuição do market share outra característica do estágio maturidade é o grande volume de fabricantes que estão competindo por uma fatia do mercado Com esta fase do ciclo de vida do produto muitas vezes vendo os mais altos níveis de concorrência tornase cada vez mais difícil para as empresas manterem sua participação no mercado Diminuição nos lucros embora essa fase possa ser quando o mercado como um todo obtém o maior lucro é muitas vezes a parte do ciclo de vida do produto na qual muitos fabricantes podem começar a ver seus lucros diminuírem Os lucros terão que ser compartilhados entre todos os concorrentes no mercado e com vendas que provavelmente atingirão o pico durante esse estágio qualquer fabricante que perca participação de mercado e experimente uma queda nas vendas provavelmente sofrerá uma queda subsequente nos lucros Essa redução nos lucros poderia ser agravada pela queda dos preços que muitas vezes é vista quando o grande número de competidores obriga alguns deles a tentar atrair mais clientes competindo com o preço Benefícios do estágio de maturidade Redução contínua dos custos assim como as economias de escala no estágio de crescimento ajudaram a reduzir custos a evolução da produção pode levar a formas mais eficientes de fabricar grandes volumes de um determinado produto ajudando a reduzir ainda mais os custos Maior participação de mercado por meio de diferenciação embora o mercado possa atingir a saturação durante o estágio de maturidade os fabricantes poderão aumentar sua participação de mercado e aumentar os lucros de outras maneiras Por meio do uso de campanhas de marketing inovadoras e da oferta de recursos de produtos mais diversificados as empresas podem realmente melhorar sua participação de mercado por meio da diferenciação e há muitos exemplos de ciclos de vida de produtos em que as empresas conseguem isso Estágio declínio O último dos estágios do ciclo de vida do produto é o estágio de declínio que como você poderia esperar geralmente é o começo do fim de um produto 30 UNIDADE I INTRODUÇÃO Quando você olha para a clássica curva de ciclo de vida do produto como ilustra a Figura 8 o estágio de declínio é claramente demonstrado pela queda nas vendas e nos lucros Apesar dos desafios óbvios desse declínio ainda pode haver oportunidades para os fabricantes continuarem lucrando com seu produto Eventualmente o mercado de um produto começará a encolher e isso é conhecido como o estágio de declínio Esse encolhimento pode ser devido ao mercado ficar saturado ou seja todos os clientes que comprarão o produto já o compraram ou porque os consumidores estão migrando para um tipo diferente de produto Embora esse declínio possa ser inevitável ainda é possível que as empresas obtenham algum lucro mudando para métodos de produção menos caros e mercados mais baratos Figura 8 Estágio de declínio Vendas Tempo Crescimento maturidade Declínio Introdução Fonte Elaborada pelo autor T2 Desafios do estágio de declínio Mercado em declínio durante esta fase final do ciclo de vida do produto o mercado para um produto começará a declinar Os consumidores geralmente deixam de comprar este produto em favor de algo novo e melhor e geralmente não há muito que um fabricante possa fazer para evitar isso Queda de vendas e lucros como resultado do declínio do mercado as vendas começarão a cair e o lucro total disponível para os fabricantes no mercado começará a diminuir Uma forma de as empresas desacelerarem essa queda em vendas e lucros é tentar aumentar sua participação no mercado o que embora desafiador o suficiente durante o estágio de maturidade do ciclo pode ser ainda mais difícil quando o mercado está em declínio 31 INTRODUÇÃO UNIDADE I Retirada de produtos em última análise para muitos fabricantes podese chegar a um ponto em que eles não estão mais lucrando com o produto Como pode não haver maneira de reverter esse declínio a única opção que muitos negócios terão é retirar seu produto antes que ele comece a causar perda de dinheiro Benefícios do estágio de declínio Produção mais barata mesmo durante o estágio de declínio pode haver oportunidades para algumas empresas continuarem vendendo seus produtos com lucro se puderem reduzir seus custos Ao olhar para opções de fabricação alternativas usando diferentes técnicas ou movendo a produção para outro local uma empresa pode ser capaz de prolongar a vida útil de um produto Mercados mais baratos para alguns fabricantes outra maneira de continuar lucrando com um produto durante o estágio de declínio pode ser procurar mercados novos e mais baratos para as vendas No passado o potencial de lucro desses mercados pode não ter justificado a necessidade de investimento para inserilos mas as empresas muitas vezes veem as coisas de maneira diferente quando a única alternativa possível é retirar completamente um produto Os estágios adicionais do ciclo de vida do produto Em reconhecimento ao desenvolvimento de novos produtos e à necessidade de retirar produtos do mercado uma vez que tenham atingido o fim de sua vida útil alguns acreditam que o gerenciamento eficaz do ciclo de vida do produto só é possível quando as organizações consideram esses dois estágios adicionais do ciclo Figura 9 Estágios adicionais do ciclo de vida Vendas Tempo Desenvolvimento Crescimento maturidade Declínio Retirada Introdução Fonte Elaborada pelo autor 32 UNIDADE I INTRODUÇÃO Esses dois estágios adicionais são descritos como Desenvolvimento antes de um produto poder ter vida ele precisa ser desenvolvido Muitos fabricantes investem pesado no desenvolvimento de novos produtos o que pode ser um processo que consome muito tempo e dinheiro dependendo do tipo de produto e do mercado O desenvolvimento envolve a criação de um produto para vender mas as empresas também precisam entender o mercado no qual o produto acabará sendo vendido Somente criando um produto que esteja alinhado com o que o mercado desejará é que um fabricante será bemsucedido talvez por isso alguns argumentariam que esta é uma das etapas mais importantes do ciclo de vida do produto Retirada durante as fases de introdução e crescimento do ciclo de vida do produto a maioria dos fabricantes está focada em aumentar seus lucros desenvolvendo o mercado e melhorando suas vendas Enquanto algumas empresas também serão capazes de reduzir seus custos através de economias de escala é durante a fase de retirada que a gestão de custos se torna ainda mais importante Uma vez que a decisão é tomada e um produto é retirado todas as vendas param Portanto é importante que os fabricantes estejam preparados para essa eventualidade e tomem as decisões certas no momento certo Ter um plano em prática para minimizar seus custos à medida que eles se retiram de um mercado ou até mesmo desenvolver um novo produto que possa tirar proveito da infraestrutura e das rotas estabelecidas para o mercado é essencial Embora tradicionalmente existam quatro estágios no ciclo faz muito mais sentido incluir as etapas antes e depois desenvolvimento e retirada pois elas podem apresentar aos fabricantes tantos desafios quanto qualquer uma das outras fases Mesmo com a ilustração expandida em seis etapas do ciclo de vida de um produto a coisa mais importante a entender é que ele ainda é apenas um modelo Os ciclos de vida diferem de produto para produto e de mercado para mercado e um aumento nas vendas nem sempre é uma indicação de que o mercado está crescendo assim como uma queda nas vendas não significa necessariamente que um mercado está em declínio Embora seja importante perceber que os produtos têm uma vida útil limitada e reconhecer os diferentes estágios do ciclo de vida do produto os fabricantes bemsucedidos são aqueles que não permitem que esse modelo seja a única fonte de informações que determina sua estratégia de negócios 33 CAPÍTULO 3 Gerenciamento do ciclo de vida Introdução Quase todos os produtos fabricados têm uma vida limitada e durante essa vida passarão por quatro estágios do ciclo de vida do produto introdução crescimento maturidade e declínio Em cada um desses estágios os fabricantes enfrentam um conjunto diferente de desafios O gerenciamento do ciclo de vida do produto é a aplicação de diferentes estratégias para ajudar a enfrentar esses desafios e garantir que em qualquer etapa do ciclo pela qual um produto possa estar passando o fabricante possa maximizar as vendas e os lucros de seu produto Gerenciamento de ciclo de vida de produto Para gerenciar efetivamente o ciclo de vida do produto as organizações precisam ter um foco muito forte em várias áreas tais como Desenvolvimento antes que um produto possa começar seu ciclo de vida ele precisa ser desenvolvido A pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos são uma das primeiras e possivelmente mais importantes fases do processo de fabricação em que as empresas precisarão gastar tempo e dinheiro a fim de garantir que o produto seja um sucesso Financiamento os fabricantes geralmente precisam de fundos significativos para lançar um novo produto e sustentálo durante a fase de introdução mas o investimento adicional nas etapas de crescimento e maturidade pode ser financiado pelos lucros das vendas No estágio de declínio investimentos adicionais podem ser necessários para adaptar o processo de manufatura ou mudar para novos mercados Ao longo do ciclo de vida de um produto as empresas precisam considerar a maneira mais adequada de financiar seus custos a fim de maximizar o potencial de lucro 34 UNIDADE I INTRODUÇÃO Figura 10 Financiamento Fonte httpswwwsunoresearchcombrwpcontentuploads201802financiamentoempresarialjpg Marketing durante a vida de um produto as empresas precisarão adaptar suas atividades de marketing e promocionais dependendo de qual estágio do ciclo o produto está passando À medida que o mercado se desenvolve e amadurece a atitude do consumidor em relação ao produto mudará Assim a atividade de marketing e promoção que lança um novo produto no estágio de introdução precisará ser muito diferente das campanhas que serão projetadas para proteger a participação de mercado durante o estágio de maturidade Figura 11 Marketing Fonte httpss3amazonawscomigdwpuploadspluginawswpcontentuploads20160822112248marketingdiretojpg Fabricação o custo de fabricação de um produto pode mudar durante seu ciclo de vida Para começar novos processos e equipamentos significam custos altos especialmente com um baixo volume de vendas À medida que o mercado se desenvolve e a produção aumenta os custos começarão a cair e quando são encontrados métodos de produção mais eficientes e mais baratos esses custos podem cair ainda mais Além de se concentrar no marketing para gerar mais vendas e lucro as empresas também precisam buscar maneiras de reduzir os custos durante todo o processo de fabricação 35 INTRODUÇÃO UNIDADE I Figura 12 Fabricação Fonte https3bpblogspotcomBgbZJt1AKd8WDrpJS1RT0IAAAAAAAAAaETlKH7xlsSoYn7pcw6z1X0ZNv0hjP5EwCLcBw1200 h630pknonuManufacturingjpg Informação sejam dados sobre o mercado potencial que tornará um novo produto viável feedback sobre diferentes campanhas de marketing para ver quais são mais eficazes ou monitoramento do crescimento e eventual declínio do mercado para decidir sobre a resposta mais apropriada informações são cruciais para o sucesso de qualquer produto Os fabricantes que gerenciam seus produtos com eficiência ao longo da Curva do Ciclo de Cida do Produto são geralmente aqueles que desenvolveram os sistemas de informação mais eficazes A maioria dos fabricantes aceita que seus produtos terão uma vida limitada Embora não haja muito que possam fazer para mudar isso concentrandose nas principais áreas de negócio mencionadas o gerenciamento do ciclo de vida do produto permite que o produto seja o mais bemsucedido possível durante os estágios do ciclo de vida não importa quanto tempo seja Figura 13 Informação Fonte httpszeumoblogfileswordpresscom201305informationoverloadjpg 36 UNIDADE I INTRODUÇÃO O desenvolvimento de um novo produto Antes de um produto embarcar em sua jornada através dos quatro estágios do ciclo de vida do produto ele deve ser desenvolvido O desenvolvimento de novos produtos é normalmente uma grande parte de qualquer processo de fabricação A maioria das organizações percebe que todos os produtos têm uma vida útil limitada e portanto novos produtos precisam ser desenvolvidos para substituílos e manter a empresa em atividade Assim como o ciclo de vida do produto tem vários estágios o desenvolvimento de novos produtos também é dividido em várias fases específicas como ilustra a Figura 14 abaixo Figura 14 Criação de um produto Desenvolvimento do produto Teste de mercado Comercialização Análise comercial Estratégia de marketing Desenvolvimento e teste do conceito Seleção de ideias Geração de ideias Fonte http3bpblogspotcomyyCITbZU8oU48W6NqRUUIAAAAAAAAAYYgvtu2h8V8Hws1600desenvolvimentodenovos produtospng Desenvolver um novo produto envolve vários estágios que geralmente se concentram nas seguintes áreas principais que serão desenvolvidas nos tópicos a seguir ideia pesquisa desenvolvimento teste análise e introdução A ideia Todo produto tem que começar com uma ideia Em alguns casos isso pode ser bastante simples baseando o novo produto em algo similar que já existe Em outros casos pode ser algo revolucionário e único o que pode significar que a parte de geração de ideias do processo está muito mais envolvida Na verdade muitos dos principais fabricantes têm departamentos inteiros que se concentram apenas na tarefa de criar a próxima grande novidade 37 INTRODUÇÃO UNIDADE I Figura 15 Ideia Fonte httpstaticoprahcom201701201702omaglettingnegativitygo949x534jpg Pesquisa Uma organização pode ter muitas ideias para um novo produto mas uma vez selecionado o melhor o próximo passo é começar a pesquisar o mercado Isso permite que eles vejam se há uma demanda por esse tipo de produto e também quais recursos específicos precisam ser desenvolvidos para melhor atender às necessidades desse mercado em potencial Figura 16 Pesquisa Fonte httpsagenciaipubcombrwpcontentuploads201802pesquisaposevento600x300jpg Há diversos tipos de pesquisas que dados aos seus métodos finalidades e objetivos se enquadram no que o pesquisador desejar O conceito de pesquisa remete a algumas características tais como a natureza a abordagem 38 UNIDADE I INTRODUÇÃO os objetivos e os procedimentos Quanto à natureza a pesquisa pode ser básica quando gera novos conhecimentos para o avanço da ciência sem necessariamente ter uma aplicação pratica ou imediata ou aplicada quando gera conhecimentos para aplicação prática direcionada à solução de problemas específicos Quanto à abordagem a pesquisa pode ser quantitativa quando traduz em números as opiniões e informações utilizando de ferramentas e técnicas para analisar os dados ou qualitativa quando considera as interpretações de natureza subjetiva do objeto de pesquisa Ao contrário da pesquisa quantitativa na pesquisa qualitativa as respostas são menos objetivas e o propósito é conseguir compreender o comportamento de um grupo alvo Quanto a procedimentos a pesquisa pode ser entre outras experimental quando o pesquisador compara diversas variáveis a fim de traçar um perfil aprovar teorias ou refutálas bibliográfica quando visa desenvolver o assunto sob pesquisa embasando se em informações de textos livros artigos e outros matérias científicos com o intuito de confrontar diversos pontos de vista e assim formular uma conclusão documental quando não se limita apenas a informações cientificas utilizando diferentemente da pesquisa bibliográfica jornais revistas catálogos fotografias entre outros materiais de campo quando o pesquisador não tem controle sobre as variáveis e a coleta de informações se dá no ambiente do objeto sob estudo ou um estudo de caso quando a pesquisa se aprofunda em um ponto específico de determinado tema 39 INTRODUÇÃO UNIDADE I Desenvolvimento A próxima etapa é o desenvolvimento do produto Protótipos podem ser modificados através de vários estágios de design e fabricação a fim de chegar a um produto acabado que os consumidores desejem comprar A inovação é algo que pode ocorrer em produtos processos ou modelos de negócio podendo ser classificada em dois tipos incremental e disruptiva A inovação incremental ocorre quando há agregação de valor para as necessidades tidas como urgentes para os consumidores Dessa forma melhora processos tecnologias ou experiências São exemplos de inovação incremental os vários tipos de escovas de dentes lâmpadas pilhas Duracell entre outros A inovação disruptiva é aquela que revoluciona ou seja é aquela capaz de alterar o modelo de negócio e transformar todo um mercado Tal revolução se deve à introdução de novos concorrentes em determinado segmento que impacta na sociedade São exemplos de inovação disruptiva o carro a imprensa a internet o smartphone entre outros A inovação e desenvolvimento de produtos muitas vezes demanda grandes investimentos Para proteger esse investimento podese utilizar o processo de patente A patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade outorgado pelo Estado aos inventores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação que lhes garante a exclusividade de uso econômico dela A lei de propriedade industrial Lei 92791996 prevê proteção por patente desde que sejam atendidos os requisitos de novidade quando uma inovação é totalmente nova no sentido da compreensão técnica atividade inventiva em relação ao trabalho intelectual sendo necessário demonstrar que a invenção não foi obtida juntandose simplesmente informações de diversas fontes técnicas e 40 UNIDADE I INTRODUÇÃO aplicação industrial é necessário que a presente inovação apresente aplicação industrial Para maiores informações sobre a lei de propriedade industrial visite a página sobre a lei disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03 leisl9279htm E também referente a patentes visite a página da Inovativa Brasil disponível em httpswwwinovativabrasilcombrinovacaopatentesstartup Teste Antes de a maioria dos produtos ser lançada e o fabricante gastar muito dinheiro em produção e promoção grande parte das empresas testará seu novo produto com um pequeno grupo de consumidores reais Isso ajuda a garantir que eles tenham um produto viável que seja lucrativo e que não haja alterações que precisem ser feitas antes de serem lançados Figura 17 Testes Software Application Software Application Software Application USER PASSED FAILED PRODUCT READY FOR CUSTOMERS USE PRODUCT NOT READY FOR CUSTOMERS USE Acceptance test Fonte httpwwwprofessionalqacomassetsimagesacceptancetesting2png Análise Observar o feedback do teste do consumidor permite que o fabricante faça as alterações necessárias no produto e também decida como ele será lançado no mercado Com informações de consumidores reais ele poderá tomar uma série de decisões estratégicas que serão cruciais para o sucesso do produto incluindo o preço a ser vendido e como o produto será comercializado 41 INTRODUÇÃO UNIDADE I Introdução Finalmente quando se chega ao estágio de desenvolvimento do novo produto a única coisa que resta a fazer é introduzilo no mercado Feito isso o bom gerenciamento do ciclo de vida do produto garantirá que o fabricante aproveite ao máximo todo o seu esforço e investimento Milhares de novos produtos são colocados à venda todos os anos e os fabricantes investem muito tempo esforço e dinheiro na tentativa de garantir que os novos produtos lançados sejam um sucesso Criar um produto rentável não significa apenas definir corretamente cada um dos estágios do desenvolvimento de novos produtos mas também gerenciar o produto depois que ele é lançado e em seguida ao longo de sua vida útil Esse processo de gerenciamento do ciclo de vida do produto envolve uma série de estratégias diferentes de marketing e produção todas voltadas para garantir que a Curva do Ciclo de Vida do Produto seja a mais longa e lucrativa possível Exemplos de ciclo de vida de produto A curva tradicional do ciclo de vida do produto é dividida em quatro etapas principais Os produtos primeiro passam pela fase de introdução antes de passar para o estágio de crescimento Em seguida vem a maturidade até que eventualmente o produto vai entrar no estágio de declínio O setor de eletroeletrônicos mostra o surgimento e o crescimento de novas tecnologias e o que pode ser o começo do fim para aqueles que já existem há algum tempo A seguir são apresentados alguns produtos em diferentes estados do ciclo de vida Projeção holográfica Apenas recentemente introduzida no mercado a tecnologia de projeção holográfica permite aos consumidores transformar qualquer superfície plana em uma interface Com um enorme investimento em pesquisa e desenvolvimento e preços altos que só atraem os primeiros adeptos esse é um bom exemplo da primeira etapa do ciclo 42 UNIDADE I INTRODUÇÃO Figura 18 Holograma Fonte httpstudespertarfileswordpresscom201505cutmypicpng Tablet Há um número crescente de tablets para os consumidores escolherem pois esse produto passa pelo estágio de crescimento do ciclo e mais concorrentes começam a entrar em um mercado que realmente se desenvolveu após o lançamento do iPad da Apple Figura 19 Tablet Fonte httpssgfmelcorteinglesesSGFMdctmMEDIA0320170616001152171123801640x640jpg Laptops Os laptops já existem há alguns anos mas os componentes mais avançados bem como os diversos recursos que atraem diferentes segmentos do mercado ajudarão a sustentar esse produto à medida que ele passa pelo estágio de maturidade 43 INTRODUÇÃO UNIDADE I Figura 20 Laptops Fonte httpsimagefreepikcomvetoresgratisvectorlaptopmacbookilustradori10corelflasheeps52484jpg Máquinas de escrever Máquinas de escrever e até mesmo processadores de texto eletrônicos têm funcionalidade muito limitada Com os consumidores exigindo muito mais do equipamento eletrônico que compram as máquinas de escrever são um produto que entrou no estágio final do ciclo de vida do produto Figura 21 Máquina de escrever Fonte httpsimagestcdncombrimgimgprod1039993539120180124170735jpg Embora normalmente os fabricantes e seus profissionais de marketing se preocupem com o gerenciamento do ciclo de vida do produto e as implicações que os diferentes estágios podem ter em seus negócios considerar os produtos reais é uma boa maneira de mostrar aos consumidores o papel que desempenham nesse ciclo de vida 44 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS CAPÍTULO 1 Normas Introdução A ACV é uma metodologia de gestão ambiental que visa avaliar dentro do ciclo de vida de um produto quais os impactos ambientais que podem ser causados Para isso leva em consideração todas as fases começando pela extração da matériaprima da natureza até a sua retirada do produto do mercado A Avaliação do Ciclo de Vida segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT é responsável por computar e analisar as entradas saídas e também os potenciais impactos ambientais de um sistema ou produto durante o seu ciclo de vida A avaliação permite verificar e quantificar a cargas ambientais bem como ponderar os impactos positivos e negativos ao meio ambiente que podem ser gerados por um sistema processo ou produto Em setembro de 2015 foi publicada uma nova versão da ISO 14001 em que os principais destaques foram a gestão de riscos a busca de maior compatibilidade com as demais normas ISO e o alinhamento da gestão ambiental à estratégia da empresa Com isso verificase que a norma ISO 14001 em sua nova versão proporciona uma maior preocupação das empresas no gerenciamento dos aspectos ambientais durante o ciclo de vida de seus produtos e serviços A norma procura analisar criteriosamente as reais reduções de emissões e resíduos obtidas com a implantação de um sistema de gestão ambiental 45 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Fica claro portanto que o papel da norma é melhorar o desempenho ambiental e não apenas melhorar o sistema de gestão ambiental Além da mudança relacionada ao desempenho ambiental a norma trouxe outras alterações importantes Tais alterações permitem acompanhar o ritmo dinâmico das empresas além de mantêlas competitivas frente às exigências do mercado A alterações envolvem alteração na estrutura de alto nível direcionamento estratégico liderança e documentação ISO 14000 Já há um bom tempo e gradativamente as questões ambientais têm ganhado relevância no mundo Organizações e sociedade ambos têm aderido a pensamentos e valores pautados na preservação ambiental As empresas têm se preocupado cada vez mais com as questões ambientais As multas são altíssimas e os impactos ambientais decorrentes de suas atividades podem também manchar a imagem da organização levando por exemplo ao boicote dos produtos o que aumenta ainda mais os prejuízos Assim empresas inteligentes se preocupam em manter a gestão ambiental em conformidade com as normas Portanto ser ecologicamente correto não é mais apenas uma estratégia de marketing das organizações que desejam se manter à frente no mercado mas sim uma necessidade Figura 22 ISO 14000 Fonte https2bpblogspotcomeZP7bng4FAVriXMMHH56IAAAAAAAADegXgQuJu5j2BUs1600Certificado2Bda2Bnorma 2BISO2B14000jpg 46 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS A Organização Internacional de Padronização ISO apresenta uma série de normas que visam adequar e dar qualidade aos mais variados níveis de atuação de uma empresa O objetivo é que empresas de pequeno e médio porte consigam desenvolver uma estrutura que possa minimizar ao máximo os impactos sobre o meio ambiente A série de normas ISO 14000 requisitos presentes no Sistema de Gestão Ambiental SGA aborda os seguintes pontos sistemas de gestão ambiental auditorias ambientais rotulagem ambiental comunicação ambiental análise do ciclo de vida desempenho ambiental aspectos ambientais e terminologia A seguir são apresentadas as normas mais relevantes da série de normas ISO 14000 ISO 14001 contempla os principais requisitos para as empresas identificarem controlarem e monitorarem as questões ambientais É uma das únicas normas da família 14000 que traz o selo ambiental ISO 14004 faz referência a ISO 14001 trazendo requisitos adicionais para implantação do SGA A norma é focada na utilização interna da organização portanto funciona como uma espécie de suporte da gestão ambiental ISO 14010 são normas que tratam das Auditorias Ambientais Elas atuam como um veículo de credibilidade e seguridade a todo o processo de implementação e certificação ambiental Também proporcionam ações como a verificação dos compromissos estabelecidos pela empresa em seu sistema de gestão 47 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II ISO 14031 atua como guia para análise de desempenho ambiental A norma também aborda a seleção de indicadores de desempenho adequados de modo que o desempenho pode ser avaliado em relação aos critérios definidos pela gerência Essa informação pode ser utilizada como base para os sistemas internos e externos e relatórios sobre desempenho ambiental ISO 14020 conjunto de normas que tratam de selos ambientais ISO 14040 conjunto de normas utilizadas para orientar os diagnósticos de ciclo de vida de produtos e serviços ISO 14064 contabilização e verificação de emissões de gases de efeito estufa para suportar projetos de redução de emissões Além dessas principais há também outras normas da família focadas em outros tópicos relevantes da gestão ambiental como a ISO 14065 Como explicado anteriormente dentre as normas do sistema de gestão ambiental a ISO 14001 é a mais ampla e a mais utilizada pelas empresas do mundo todo No Brasil a norma ganhou a versão brasileira NBR ISO 14001 A ISO 14001 estimula o comprometimento das organizações frente a prevenção da poluição e com melhorias contínuas como parte do ciclo normal de gestão empresarial A norma é baseada no ciclo PDCA plandocheckact que significa planejarfazerchecaragir e utiliza terminologias e linguagens já conhecidas de gestão Vale lembrar que toda empresa objetiva lucro Nesse contexto a norma Isso 14001 apresenta uma série de benefícios à empresa A redução dos impactos ambientais e ações de preservação devem estar alinhadas com uma política sustentável de modo a não comprometer o desenvolvimento econômico da empresa A seguir são apresentados os principais aspectos positivos proporcionados a empresas certificadas pela norma ISO 14000 Para maiores informações sobre o PDCA veja o artigo Ciclo PDCA do conceito à aplicação disponível em httpswwwportaladministracao com201408ciclopdcaconceitoeaplicacaohtml 48 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Benefícios da certificação ISO 14000 Utilizar a certificação ISO 14000 traz inúmeros benefícios pois tratase de uma norma reconhecida no mundo inteiro e assim perante o mercado a sociedade e as organizações as vantagens são Aperfeiçoamento do sistema de gestão ambiental a norma aprimora os itens da gestão ambiental existentes dentro da empresa Proporciona o aperfeiçoamento da política ambiental interna e promove as adaptações necessárias para o crescimento saudável da empresa sem maiores impactos ao meio ambiente Crescimento eficaz a ISO 14001 possui como requisitos principais do sistema de gestão a redução de gastos durante os processos de produção da empresa e a redução de desperdícios Portanto a empresa funciona de maneira eficaz e com economia financeira Aumento da rentabilidade com a gestão eficaz a redução dos gastos com energia por exemplo e a diminuição de resíduos gerados melhorase a rentabilidade da empresa como um todo Melhora na imagem da empresa aderir à norma e utilizar o selo sustentável implica em uma visibilidade maior e uma boa imagem no mercado para muitas organizações O selo nos diz que a empresa atua de modo ecologicamente correto Transparência e responsabilidade ambiental são conceitos associados à imagem das empresas que passam a ideia de organização limpa sem danos ao meio ambiente Cumprimento da legislação ambiental em certas situações como desastres ambientais decorrentes de erros das indústrias ou empresas de produção as multas podem alcançar valores exorbitantes Além de manchar a imagem das organizações tais catástrofes podem chegar a fechálas A certificação na ISO 14001 traz conhecimentos de legislações em vigor no que diz respeito à área de atuação bem como as orientações que devem ser adotadas para evitar situações como essas Assim podemos concluir que o selo ambiental indica que uma empresa atua de forma ecologicamente correta com ações e medidas que minimizam ou anulam os prejuízos e agressão ao meio ambiente Incentivo ao cumprimento de ações de gestão ambiental a norma de gestão ambiental incentiva as organizações a superar a morosidade 49 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II das ações ambientais ou seja estimula a empresa a retirar os objetivos do papel e implantálos tornando as metas reais e alcançáveis Competitividade internacional no mercado internacional muitas empresas impõem certas restrições para fechamento de contratos dentre elas a certificação a norma ISO 14001 Dada a visibilidade da norma um número maior de possibilidades comerciais pode ser alcançado Empresas que prezam por valores ambientais certamente preferem manter relações com outras empresas que possuem as mesmas diretrizes ambientais Portanto a norma beneficia e traz valores às organizações Diferencial diante seus clientes a satisfação do cliente em adquirir um produto ou serviço que possui qualidade e atende a legislação ambiental só traz benéficos para a marca Para o cliente é importante a consciência social de que o produto ou serviço adquirido seja ecologicamente correto PNRS A Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS sob a Lei 12305 publicada em 02 de agosto de 2010 tem por objetivo definir uma política de gestão de resíduos sólidos utilizando diversas ferramentas como por exemplo a logística reversa reciclagem reutilização e destinação adequada etc A PNRS também visa colaborar e influenciar na implementação da Avaliação do Ciclo de Vida A Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS define a logística reversa como sendo o conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes importadores distribuidores e comerciantes dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos nos termos da Lei BRASIL 2010 Conforme visto anteriormente em outros capítulos a Avaliação do Ciclo de Vida visa mostrar os impactos ambientais provocados ao longo da cadeia produtiva 50 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Assim é necessário alcançar um desenvolvimento sustentável Como proposta da PNRS a logística reversa é fundamental para a ACV uma vez que ajuda a empresa a definir e gerir o destino dos resíduos por elas produzidos Figura 23 PNRS Processamento Matériaprima Outros Materiais Materias Primas Convertedores Produção produto Distribuição Varejo Consumidores Reciclagem Lixão Reuso PNRS Plano Nacional de Resíduos Sólidos FLUXO DE NEGÓCIOS Fonte Pensamento verde disponível em httpspensamentoverdecombrwpcontentuploads201304PNRSjpg Política dos 3 R Diariamente são produzidas toneladas de resíduos cuja grande maioria vai parar no lixo Materiais como plástico e metais estão no topo da lista de resíduos mais produzidos A produção de resíduos é inevitável entretanto pode haver uma diminuição com a adoção de certas políticas de que atuam como boas práticas como é o caso da política dos 3 Rs O conjunto de ações chamado de política dos 3 Rs foi sugerida durante dois eventos a Conferência da Terra realizada no Rio de Janeiro em 1992 e o 5o Programa Europeu para o Ambiente e Desenvolvimento realizado em 1993 Os 3 Rs consistem nos atos de reduzir reutilizar e reciclar o lixo produzido como ilustra a Figura 24 abaixo 51 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Figura 24 Os 3 Rs 3 Rs 1o Reduzir 2o Reutilizar 3o Reciclar Fonte httpswwwcolegiowebcombrwpcontentuploads2015012png Reduzir O primeiro R é o mais importante tratase de procurar reduzir ao máximo o lixo gerado Esse objetivo pode ser atingido por meio da aquisição de produtos de maior durabilidade e resistência evitando ao máximo os produtos descartáveis Evitar o desperdício de alimentos utilizar guardanapos de pano em vez de papel e evitar o uso de saco plásticos são algumas medidas que colaboram para a redução da geração de lixo Fazer o necessário para reduzir a produção de novos produtos é a etapa principal com aplicação válida para qualquer grupo de resíduo Promover a minimização de gastos com seu gerenciamento e tratamento contribui com os recursos naturais Ações para a redução na geração que podem ser praticadas são utilizar canecas laváveis em lugar de copos descartáveis racionalizar o consumo de papel evitar empacotamentos desnecessários utilizar sacola próprias recusar folhetos de propaganda que não forem de seu interesse comprar sempre produtos duráveis e resistentes preferor pilhas recarregáveis ou alcalinas que poluem menos e comprar produtos que tenham embalagens retornáveis ou refil 52 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Reutilizar Existem certos produtos que são passiveis de serem utilizados diversas vezes como é o caso das embalagens retornáveis Nesse caso é preferível a sua utilização em vez de embalagens descartáveis Produtos que seriam descartados podem ter novas funções criativamente podese utilizar uma lata como porta lápis assim como jornais revistas livros e outros materiais podem serem doados para escolas Portanto o foco principal é utilizar o máximo possível um produto e só em último caso descartálo Algumas ações de reutilização que podem ser praticadas são utilizar o outro lado de folhas já impressas como rascunho reutilizar embalagens potes de vidro e envelopes de plástico ou de papel reutilizar envelopes encobrindo o endereço do remetente e do destinatário anterior com fita adesiva fazer artesanato por exemplo utilizando garrafas descartáveis doar roupas móveis aparelhos domésticos brinquedos etc vender no ferrovelho os aparelhos quebrados ou desmontálos reaproveitandose as peças guardar caixas de papelão para uso posterior e restaurar móveis antigos em vez de comprar um novo Reciclar Quando não é mais possível reutilizar um objeto a reciclagem é a destinação mais adequada A reciclagem trata de transformar os resíduos em matériasprimas para novos produtos e até mesmo em novos produtos Para tal é necessária uma coleta seletiva a fim de separar resíduos que são passíveis de reciclagem de outros materiais São recicláveis materiais como alumínio papel plástico e vidro Com isso reduzse a necessidade de novas matériasprimas A reciclagem pode trazer ganhos no campo econômico tais como economia da matériasprimas como a celulose reciclagem de papel economia de minérios visto que o vidro é 100 reciclável e economiza 13 kg de matériasprimas 53 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II economia de energia uma vez que a reciclagem de alumínio economiza até 95 da energia que seria usada para produzir alumínio a partir de matériasprimas extraídas produção de adubo utilizando a compostagem pois o lixo orgânico resulta em um adubo de excelente qualidade para a agricultura Já entre os ganhos ambientais podemos citar diminuição do corte de árvores e também redução de áreas de plantio devido a reciclagem de papel economia de água e combustíveis utilizados nos processos de extração de matériasprimas redução das emissões de gases poluentes pelas fábricas enorme diminuição de prejuízos ao meio ambiente pela reciclagem do plástico pois tratase de um material que leva séculos para se decompor redução na extração de minérios como a bauxita utilizada na produção de alumínio e areia barrilha calcário feldspato etc que são matériasprimas para a produção de vidro aumento da vida útil dos aterros sanitários devido à reciclagem de vidro Também podemos citar alguns benefícios sociais A reciclagem proporciona uma diminuição do volume de lixo Insere novamente o material no ciclo de produção evitando uma possível contaminação da água solo ou ar Gera empregos devido à necessidade de empresas de reciclagem de intermediadores e também catadores Apesar de não ser uma norma propriamente dita os 3 Rs são boas práticas que contribuem para a diminuição dos desperdícios e impactos ambientais 54 CAPÍTULO 2 Ciclo de vida e a ISO 14000 Introdução A série de normas ISO 14000 definida pela Organização Internacional de Padronização foi criada com o objetivo principal de diminuir os impactos ambientais oriundos das atividades das empresas A metodologia de ciclo de vida de produtos foi normatizada na ISO 14000 em virtude de sua importância e também do seu papel fundamental nas questões ambientais Implantar as normas da ISO 14000 pode garantir à empresa uma certificação especial e por consequência uma melhor imagem e maior espaço de mercado Especificamente a norma ISO 14040 propõe uma metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida com 4 fases definição do objetivo e escopo análise de inventário avaliação de impactos e interpretação de resultados Figura 25 Fases da ACV Estrutura da ACV Definição de objetivo e escopo Análise do inventário Avaliação de impacto Interpretação Aplicações Diretas Desenvolvimento e melhoria de produtos Planejamento estratégico Políticas públicas Marketing Outras aplicações Fonte httpswwwrevistaespacioscoma14v35n0214350201clipimage002gif 55 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Com o estudo de análise do ciclo de vida é possível entre outros localizar os pontos de geração de resíduos ter um melhor controle dos processos avaliar as perdas de produção e reduzir os efluentes resíduos e emissões De maneira simplificada na primeira fase temos a definição do propósito e a dimensão do estudo Na segunda fase é executada a coleta de dados e também são realizados procedimentos para quantificar a base de dados do impacto do ciclo de vida Já na terceira fase e de posse dos resultados da fase dois avaliase o impacto do ciclo de vida Por último temos a fase de interpretação ponto do estudo no qual são feitas as devidas conclusões e recomendações O estudo de análise do ciclo de vida leva em consideração características regionais A maioria dos estudos está baseada na ISO 14040 Devido a isso o Brasil apresenta algumas dificuldades em desenvolver uma metodologia adequada Exemplos de barreiras no Brasil são as dificuldades financeiras a falta de banco de dados sobre impactos ambientais e a falta de incentivos governamentais A seguir são descritas com mais detalhes as fases do estudo de análise do ciclo de vida Definição do objetivo e escopo A primeira fase da ACV determina quais são o objetivo e o escopo do estudo e apresenta suporte normativo na ISO 14044 e no relatório técnico ISOTR 14049 Nessa fase também são definidos todos os detalhes práticos e hipóteses adotados em relação ao projeto Apesar de parecer ser uma fase curta é extremamente importante para a continuidade da elaboração do estudo de ACV já que todos os aspectos e suposições do estudo definidos nessa etapa são considerados em todas as próximas fases da ACV O objetivo de uma ACV inclui Aplicação pretendida um estudo de ACV pode ter diversas aplicações pretendidas As mais comuns são o desenvolvimento aprimoramento e comparação de produtos ou processos planejamento estratégico 56 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS design tomada de decisão pública estudo ambiental comunicação para consumidores rotulagem ambiental e marketing Deve ser informado se os resultados do estudo são destinados a serem utilizados em afirmações comparativas para divulgação ao público Nesses casos a ISO estabelece uma série de precauções que devem ser tomadas na divulgação Principais razões para a realização do estudo devese descrever as motivações que levaram à realização de cada estudo sendo essas razões muitas das vezes de caráter ambiental como por exemplo desejar conhecer quais são os impactos ambientais de todo ciclo de vida de um produto ou em qual etapa da vida de um produto ou processo existe maior dano ao meio ambiente Públicoalvo o estudo pode ser dirigido para diversos públicos alvo como por exemplo consumidores indústrias governos ou comunidades científicas De acordo com a ISO 14044 o escopo do estudo identifica diversos elementos cruciais para a realização de um estudo em ACV Dentre diversos itens preconizados pela ISO devem ser considerados e claramente descritos os seguintes itens o sistema de produto a ser estudado as funções do sistema de produto ou no caso de estudos comparativos os sistemas a unidade funcional os limites do sistema de produto os procedimentos de alocação as categorias de impacto e metodologias de análise de impacto de ciclo de vida e subsequente interpretação a ser utilizada O escopo deve ser suficientemente bem definido para assegurar que a extensão a profundidade e o detalhe do estudo sejam compatíveis com os objetivos planejados e suficientes para atingilos A ACV é uma técnica iterativa por isso o objetivo e o escopo do estudo podem necessitar ser modificados durante a sua condução à medida que mais informações são obtidas Embora alguns itens supracitados possam parecer intuitivos eles são complexos e requerem um maior nível de detalhamento Análise do inventário de ciclo de vida Após a definição clara do objetivo e escopo do estudo vem a fase da análise do inventário de ciclo de vida que consiste na coleta e quantificação de todos 57 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II os dados de entrada e saída que são relacionados com a unidade funcional e limitados de acordo com a fronteira do sistema ambos estabelecidos na fase anterior no escopo do estudo Os tipos de dados de entrada e saída incluem consumo energético quantidade de matériasprimas necessárias produtos coprodutos resíduos gerados emissões para o ar solo e água e outros aspectos ambientais A fase da análise do inventário de ciclo de vida pode ser dividida em diversas etapas segundo a ISO 14044 Avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida A avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida ou AICV tem por objetivo compreender e avaliar a magnitude e importância dos impactos ambientais potenciais de um sistema baseada na ICV realizada Nessa etapa convertemse os valores obtidos nos resultados do inventário em impactos e danos ao meio ambiente Para tal uma série de conceitos e metodologias que se encontram em constante evolução deve ser colocada em prática Segundo a ISO 14044 2006 a AICV consiste de elementos obrigatórios e elementos opcionais Elementos obrigatórios Os elementos obrigatórios são subdivididos em identificação e seleção de impactos classificação e caracterização Identificação e seleção de impactos Consiste na escolha das categorias de impactos ambientais As categorias mais tradicionais presentes em estudos de ACV são mudanças climáticas eutrofização ecotoxicidade exaustão de recursos não renováveis e renováveis redução da camada de ozônio dentre outras 58 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Classificação Na etapa de classificação os dados são separados e agrupados de acordo com as categorias de impacto determinadas na primeira etapa Assim a grande quantidade de dados obtidos na fase do inventário pode ser inserida em algumas dezenas de categorias significantes de impactos ambientais Por exemplo as emissões de CO2 CH4 e N2O identificadas no ICV entram na categoria de impacto de mudança climática Existem diversas listas de substâncias que contribuem significativamente para apenas uma categoria de impacto ambiental Entretanto alguns poluentes podem ser atribuídos a várias categorias de impacto Por exemplo o dióxido de enxofre pode causar impactos na saúde humana e na acidificação Caracterização Uma vez que as categorias de impacto são definidas e os resultados do inventário são atribuídos a essas categorias de impacto é necessária a determinação dos fatores de caracterização também denominados como equivalentes ou potenciais Esses fatores devem refletir a contribuição relativa de um resultado do inventário para a categoria de impacto Cada categoria apresenta um método de cálculo para o fator de caracterização Esses fatores são derivados de modelos científicos de causa e efeito dos sistemas naturais e indicam o quanto uma substância contribui para uma categoria de impacto em comparação com uma substância de referência Assim os fatores de caracterização colocam todos os dados classificados em uma categoria de impacto ambiental em uma mesma unidade de medida Como exemplo todas as substâncias que contribuem para o efeito estufa são somadas na base de massa de dióxido de carbono equivalente que é uma grandeza calculada a partir do Potencial de Aquecimento Global Global Warming Potential GWP de cada substância que é o potencial de contribuição de cada poluente para a mudança climática e o fator de caracterização dessa categoria de impacto Como exemplo o GWP do CO₂ é 1 do CH₄ é 21 e o do N2O é 310 59 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Elementos opcionais Essas três etapas identificação e seleção de impacto classificação e caracterização constituem os elementos básicos e por isso são imprescindíveis para uma AICV Esses elementos são relativamente objetivos apesar de alguns julgamentos serem necessários por exemplo na seleção dos impactos ambientais A seguir são descritos os elementos opcionais que apresentam caráter mais subjetivo Por consequência os resultados dessas etapas têm menor embasamento científico do que a dos três primeiros Os elementos opcionais são subdivididos em normalização e ponderação Normalização A normalização é um procedimento necessário para mostrar em que medida uma categoria de impacto tem uma contribuição significativa para o problema ambiental global Isso é feito dividindose os indicadores de categoria de impacto por um valor normal Dividemse os valores encontrados após a caracterização dos resultados por um valor de referência de fora do inventário do estudo com o intuito de fazer com que os resultados se aproximem mais da realidade encontrada Quando os resultados da caracterização para cada categoria de impacto ambiental são relacionados a um valor de referência esses resultados normalizados podem aumentar a comparabilidade dos dados com as diferentes categorias de impacto Assim a normalização faz com que categorias de impacto ambiental que contribuem apenas com uma pequena parcela do total do impacto comparado com outras categorias possam ser deixadas de lado por não serem relevantes para o processo Reduzse assim a quantidade de dados para serem avaliados Além disso os resultados normalizados mostram em ordem de magnitude os problemas ambientais gerados pelo ciclo de vida dos produtos ou processos o que permite a comparação dos impactos ambientais 60 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Há maneiras diferentes para determinar o valor normal O procedimento mais comum é determinar os indicadores de categoria de impacto para uma região durante um ano e se desejado dividir esse resultado pelo número de habitantes nessa área Ponderação É um método subjetivo por isso é o mais controverso e mais difícil de se aplicar em uma ACV especialmente para alguns métodos de avaliação de impactos Segundo a ISO 14040 esse método não pode ser utilizado em comparações públicas entre produtos sendo apenas utilizado para estudos não comparativos É possível que algumas categorias de impactos sejam mais importantes do que outras para uma ACV Logo cada categoria de impacto é multiplicada pelo respectivo fator de ponderação fazendo com que as categorias de impacto que realmente são importantes para a ACV se sobressaiam em relação às outras não tão importantes contribuindo para que os resultados se diferenciem e se aproximem da realidade Por exemplo em uma localidade que eutrofização não seja uma categoria de impacto tão importante quanto toxicidade humana um maior fator de ponderação é atribuído ao segundo em comparação ao primeiro Portanto nessa etapa se pode escolher quais são as categorias de impacto mais importantes para o estudo de ACV Com relação a essa etapa ainda não existe nenhum acordo internacional sobre a metodologia mais aplicada para essa finalidade portanto são decisões que contam com a experiência dos realizadores da ACV Interpretação dos resultados A interpretação do ciclo de vida é a fase na qual os resultados das análises e todas as escolhas e suposições feitas durante todo o estudo são avaliadas e as conclusões gerais são extraídas Isso ocorre durante todas as fases da ACV pois interage com todas elas Essa fase apresenta também o objetivo de entender a confiabilidade e a validade dos dados coletados e das hipóteses realizadas para que o estudo de ACV possa ter credibilidade e ser usado para seu propósito pretendido Na essência essa fase descreve uma série de verificações necessárias a fim de averiguar se as conclusões advindas do estudo são adequadamente apoiadas pelos dados e pelos procedimentos utilizados Uma importante questão a se verificar consiste em determinar se as suposições métodos modelos e dados coletados são consistentes com o objetivo e escopo do estudo 61 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Outra importante ferramenta para se entender as incertezas dos resultados é a análise da contribuição de um processo no ciclo de vida do sistema considerado As contribuições do impacto ambiental são expressas na maioria das vezes em porcentagens do total do impacto Com essa análise é possível determinar qual processo tem maior contribuição carga ambiental nos resultados dos impactos ambientais do ciclo de vida de um produto ou processo apontando quais são os específicos processos que contribuem mais e por isso devam ser enfocados Assim é possível verificar se as suposições específicas para esses casos foram bem realizadas A maioria das ACV contém centenas de diferentes processos nos quais 95 a 99 dos resultados apresentam contribuição significativa de apenas 10 processos Na análise comparativa é realizada uma comparação dos resultados da ACV com diversos outros estudos já realizados com o objetivo de promover validação para as principais conclusões da ACV No último passo da fase de interpretação as conclusões do estudo são realizadas e recomendações são feitas para o públicoalvo Toda a conclusão é baseada nos resultados combinados adquiridos em todas as fases anteriores da ACV Elaboração do relatório e revisão crítica Além de todas as fases para a elaboração de um estudo de ACV a ISO 14040 dispõe sobre a necessidade da realização de análises críticas pois segundo a norma essa análise pode facilitar a compreensão do estudo e aumentar sua credibilidade A revisão crítica é uma avaliação independente do estudo de ACV e obrigatória para estudos de comparação de ciclos de vida Nela verificase se as metodologias os dados coletados a interpretação e a exposição dos resultados estão em conformidade com as normas e se os resultados são válidos Segundo a ISO 14040 os processos de revisão crítica podem ser análise crítica por especialista interno análise crítica por especialista externo análise crítica por partes interessadas 62 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Após a revisão crítica o relatório final pode ser publicado e endereçado a seu públicoalvo Barreiras da ACV Apesar dos múltiplos benefícios da ACV existem barreiras para a realização desses estudos como carência de guias práticos necessidade de grande volume dados necessidade de participação de vários setores dentro de uma organização incertezas sobre a aplicação dos resultados deficiências na validação dos resultados base científica em constante aprimoramento e transparência A elaboração de estudos que utilizam a metodologia de Análise do Ciclo de Vida muitas vezes demanda um grande consumo de tempo recursos financeiros e humanos A não disponibilidade de dados importantes pode afetar o resultado final do estudo e consequentemente a sua validade A categorização dos impactos ambientais numa série de temas como mudança climática toxicidade humana e ecológica também é uma crítica para estudos de ACV Para algumas categorias como por exemplo o efeito estufa as emissões sobre um período de tempo específico podem apropriadamente ser calculadas através do uso dos fatores de caracterização mas para outros como a toxicidade humana os diferentes fenômenos e mecanismos que estão envolvidos dificultam esse cálculo Como as metodologias para avaliação de impacto ambiental estão em constante transformação e adequação não há um critério de medida absoluta para determinar os impactos Para algumas categorias pela sua objetividade esse cálculo é preciso e bem fundamentado enquanto para outras que envolvem mais fenômenos e são dependentes de situações mais subjetivas apresentamse maiores dificuldades na utilização dessa simplificação 63 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Outra limitação da ACV é a subjetividade da natureza das escolhas e suposições feitas como por exemplo a seleção do sistema de fronteiras dos dados de entrada e saída e das categorias de impacto Por se tratar de uma técnica que envolve alto grau de subjetividade a confiabilidade dos dados para aplicações práticas reais pode ser fraca Uma barreira importante para a disseminação mundial da ACV é a sua característica europeia e americana Devido à ACV ter se aprimorado no Oeste Europeu e nos Estados Unidos as bibliotecas de consulta se referem a dados estrangeiros que muitas das vezes não se aplicam a outros países e se diferenciam muito da sua realidade Além disso os métodos de AICV como o Ecoindicator 99 apenas selecionam as categorias de impacto ambiental que são mais significativas para os países europeus Assim uma medida importante para romper essas barreiras é a maior disseminação de bancos de dados de indústrias e maiores informações sobre casos de sucesso de abordagens em ciclo de vida Nos Estados Unidos a US EPA disponibiliza diversos inventários para diferentes tipos de indústrias e processos o que não é realizado com mesma abundância pelo IBAMA Para as ACVs da indústria brasileira de exploração e produção offshore os dados disponíveis publicamente são muito reduzidos o que dificulta uma real coleta dos dados para a realidade brasileira Muitos dos dados são sigilosos restritos apenas às indústrias petrolíferas Cabe salientar que embora existam barreiras elas não superam os benefícios potenciais do uso da ACV visto que essa metodologia está em crescimento de utilização em todo o mundo 64 CAPÍTULO 3 Software de gerenciamento do ciclo de vida Introdução Hoje os produtos estão se tornando cada vez mais complexos As empresas devem desenvolver etapas estratégicas antes de obter qualquer produto no mercado para suportar seus concorrentes e para que ele permaneça relevante para os usuários Colocar um produto no mercado é um processo longo e a tecnologia PLM Product life cycle management pode ser usada para cobrir cada etapa O primeiro ponto no ciclo de vida é a concepção do produto em que a pesquisa é conduzida para criar um produto destinado a um públicoalvo Um sistema de PLM pode acompanhar a evolução do seu produto mesmo neste estágio inicial Figura 26 PLM Colaboração de Fornecedores Globais Integração Adobe Inteligência de negócios Desenvolvimento e projeto de Produto Gerenciamento de ativos digitais Planejamento de linha Fluxo de trabalho e gerenciamento de projetos Gerenciamento de amostras Fonte httpswwwvisualnextcomwpcontentuploads201507wheelminpng Uma vez que o produto sai da concepção ele passa para a fase de projeto Os projetistas de produtos criam modelos e protótipos bem como testam o produto 65 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Um sistema de PLM é utilizado para acompanhar todas as anotações feitas durante essa fase A partir deste ponto um produto entra em produção O projeto é enviado para ser fabricado e a organização deve acompanhar o fornecimento de materiais custos cronogramas e muito mais Um sistema de PLM deve ser capaz de explicar todas as diferentes variáveis que entram na criação de seu produto A etapa final no ciclo de vida do produto é distribuição e manutenção Você precisará garantir que seu produto seja armazenado e distribuído nos canais de vendas apropriados Você precisará acompanhar os dados de vendas e de suporte ao cliente para entender totalmente o desempenho do seu produto Uma solução de PLM acompanhará facilmente esses pontos de dados à medida que seu produto for lançado no mercado Porque utilizar um PLM No ciclo de vida de produtos existem vários atores envolvidos que devem criar indicadores técnicos e financeiros determinar as características do produto a funcionalidade e medir as oportunidades disponíveis no mercado Uma empresa precisa gerar planos sistemáticos para garantir que o mercado receba seus produtos com menor quantidade de custos e escalar com eficiência as demandas Também é preciso estender estrategicamente os anos prováveis da maturidade do produto e garantir a máxima rentabilidade mesmo quando as vendas do produto começarem a declinar Diante disso é extremamente necessário lançar mão de uma ferramenta de PLM que seja capaz de auxiliar nessas tarefas Com isso é possível atingir objetivos e também benefícios como descrito a seguir Rápida comercialização uma solução de PLM manterá sua equipe organizada durante o ciclo de vida de seu produto Todos os dados relevantes sobre um produto são mantidos nessa plataforma o que significa que sua equipe tem controle total sobre ela Ter acesso fácil a essas informações significa que as equipes de projeto podem trabalhar com mais rapidez transferindo rapidamente os dados do projeto para a produção para que o produto possa ser fabricado em tempo hábil Melhor qualidade no seu produto as ferramentas de PLM permitem controlar e gerenciar facilmente os detalhes que afetam a qualidade geral do produto que você está projetando Com a ajuda deste software os fabricantes tomam as notas que lhes são dadas 66 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS pelos designers de produtos para garantir que todos os detalhes e procedimentos que cercam a fabricação desse produto estejam prontos para ser feitos Isso é especialmente útil se houver equipes em vários locais trabalhando em diferentes fases do ciclo de vida do produto Atender aos padrões de conformidade ao projetar e fabricar um produto provavelmente existem vários padrões de conformidade que ele precisará atender As empresas devem gerenciar e manter dados referentes a variáveis como o conteúdo de mercadorias adquiridas e a forma como os produtos são construídos e modificados Os sistemas de PLM reduzem o risco de violar os padrões de conformidade uma vez que essas ferramentas funcionam como uma única fonte de autoridade para essas informações Tipos e características de software PLM Todos os sistemas de PLM geralmente atendem ao mesmo objetivo gerenciar o ciclo de vida de um produto desde a concepção até a distribuição Por esse motivo não há muita variedade no ecossistema PLM No entanto há uma pequena variação na maneira como essas soluções podem ser implantadas Alguns sistemas de PLM vêm de um fornecedor de ERP pois podem ser apresentados diretamente nessas suítes Vários fornecedores específicos de PLM oferecem os melhores aplicativos Estes são um conjunto de módulos que são usados para gerenciar todos os estágios do ciclo de vida do produto Você também pode selecionar um módulo de PLM autônomo para executar as tarefas que precisa Observe abaixo algumas das vantagens do uso de PLM Gestão da lista de materiais BOM muito se passa na construção do seu produto Você precisará de vários materiais e quantidades diferentes de cada um O software PLM ajuda a acompanhar essas informações e permite o gerenciamento a visualização e o compartilhamento de dados em qualquer equipe da sua empresa Gerenciamento de mudanças dar vida a um produto é uma tarefa difícil e provavelmente haverá muitas mudanças ao longo do caminho O gerenciamento de mudanças garante que haja um processo organizado para solicitar planejar implementar e avaliar as alterações em um projeto ou processo relacionado ao produto 67 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Relatórios e análises o armazenamento de dados do produto é um dos principais componentes de um sistema PLM Para melhor utilizar as informações do produto armazenadas na plataforma uma solução de PLM deve ter recursos robustos de geração de relatórios Gerenciamento de qualidade essas soluções oferecem fluxos de trabalho que coordenam gerenciam e rastreiam processos de qualidade de produtos interdepartamentais Todas essas informações serão armazenadas no sistema PLM tornandose a única fonte de verdade para o gerenciamento da qualidade Isso significa que você pode melhorar facilmente a qualidade do produto enquanto reduz o tempo até o fechamento Colaboração com fornecedores obter seu produto para seu públicoalvo é a meta final para qualquer pessoa envolvida em sua criação Um sistema de PLM pode ter a funcionalidade para ajudálo a encontrar o melhor fornecedor para o seu produto em particular Você pode aprovar fornecedores gerenciar suas auditorias e muito mais com a ajuda de uma ferramenta PLM Gerenciamento de dados de produtos PDM um dos principais benefícios de uma ferramenta de PLM é que ela acompanha todos os dados de seus produtos permitindo a organização o gerenciamento e a análise de suas informações Equipes da sua organização também podem adicionar suas próprias notas sobre revisões e lançamentos Isso incentiva a colaboração interdepartamental para design e fabricação de produtos Embora possa não ser universalmente oferecido por todos os produtos PLM algumas soluções oferecem recursos CAD diferentes para que você possa produzir um design 3D de seu produto As ferramentas que possuem funcionalidades de engenharia assistida por computador CAE permitem que você simule produtos e identifique pontos fracos nos primeiros estágios do projeto As soluções de PLM também podem oferecer fabricação assistida por computador CAM que se comunica com o maquinário usado para fabricar o produto para garantir que ele siga as especificações precisas que você define Um sistema de PLM eficiente também automatiza vários processos de modo que a transição entre cada fase do ciclo de vida seja a mais tranquila possível Fluxos de trabalho distribuição de tarefas e comunicação entre diferentes departamentos podem ser automatizados com esses sistemas 68 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Algumas ferramentas de PLM possuem funcionalidades como business intelligence Você pode acessar relatórios tabelas e gráficos atualizados em torno dos dados de seus produtos nessas plataformas As soluções de PLM equipadas com essa funcionalidade também devem oferecer a capacidade de exibir dados específicos da maneira que você quiser permitindo insights sobre tendências e possíveis gargalos na sua empresa Para saber mais sobre Business intelligence Veja o artigo O que é Business intelligence BI da Know Solutions disponível em httpswwwknowsolution combroqueebusinessintelligencebi além de outras páginas como a Ausland disponível em httpauslandcombrblogconceitodebusiness intelligence e a página Siteware disponível em httpswwwsitewarecombr gestaoestrategicaoqueebibusinessintelligence Cuidados ao usar um software PLM Perda de dados vários documentos são gerados no processo de projeto e fabricação do produto O fato de um sistema de PLM abrigar toda a informação do produto também tem o potencial de perdêlo Se o seu sistema PLM cair você perderá o acesso a todos os dados Isso inclui diferentes tipos de documentos como arquivos CAD planilhas imagens e muito mais Se a solução não for segura e confiável há sempre uma chance de perder seus dados e com uma solução de PLM isso significa que você pode perder tudo Erros de revisão um produto passa por muitas mudanças em todo o seu ciclo de vida Cada alteração deve ser documentada para acompanhar melhor a versão mais atual do produto Quanto mais documentação maior a chance de enviar uma versão mais antiga do produto para o design ou a fabricação Um passo em falso como esse pode custar tempo e dinheiro para sua organização Falta de integração um ciclo de vida suave do produto requer muitas partes móveis Às vezes isso significa integrar vários produtos à sua solução de PLM Por exemplo se você não tiver uma solução CAD eficiente seu sistema PLM poderá não gerar automaticamente uma lista técnica para você Se uma etapa como essa for ignorada haverá uma grande desconexão entre projeto e fabricação 69 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II Exemplos de software Existem diversas ferramentas de software para PLM Abaixo estão algumas dessas ferramentas e suas características sendo elas Autodesk Fusion Lifecycle O Fusion Lifecycle é um aplicativo de gerenciamento de ciclo de vida de produto baseado em nuvem usado para criar um backbone de informações de produto para uma empresa O aplicativo ajuda os usuários a acelerar os processos de desenvolvimento de produtos em todos os departamentos e locais automatizando os trabalhos as principais tarefas e fornecendo informações oportunas Oferece recursos como introdução de novos produtos NPI lista de materiais gerenciamento de mudanças gerenciamento de qualidade e colaboração com fornecedores O Autodesk Fusion Lifecycle PLM pode ajudar a definir e automatizar processos para manter o fluxo de trabalho e o desenvolvimento do produto sob controle Figura 27 Fusion Lifecycle Fonte httpsautodeskicthardwarecomwpcontentuploadssites14201708876H1NS7330T738jpg Suas principais funcionalidades são introdução de novos produtos NPI configuráveis com modelos de projeto por fase entregas de tarefas linha de produto unidade de negócios equipe de projeto ou outra designação configuração e gerenciamento listas de materiais BOMs e itens estruturados em um sistema centralizado que é poderoso e fácil de usar fluxos de trabalho facilmente configurados que fornecem uma visão clara dos detalhes para aprovação de solicitações de Alteração de Engenharia ECR e Pedidos de Alteração de Engenharia ECO fluxos de trabalho configuráveis que coordenam controlam e rastreiam a cadeia completa de qualidade dos processos e 70 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS colaboração 24 horas por dia 7 dias por semana flexível e configurável com a cadeia de suprimentos global Saiba mais sobre Autodesk Fusion Lifecycle na sua página disponível em https wwwautodeskfusionlifecyclecomen Siemens Teamcenter O Teamcenter ajuda os usuários a fornecer produtos cada vez mais complexos ao mercado enquanto maximiza produtividade e racionalização das operações globais O Teamcenter PLM apresenta gerenciamento de projeto e simulação gerenciamento de documentos e conteúdo gerenciamento de BOM e execução de processos Fornece gerenciamento de projeto e simulação de produtos entre domínios por meio de integrações com as ferramentas MCAD ECAD desenvolvimento de software e simulação além de computar o uso da equipe de projeto todos os dias Figura 28 Teamcenter Fonte httpswwwpluraltechnologycomwpcontentuploads201610teamcenterpng Suas principais funcionalidades são análise e validação projetos 3D criados a partir de múltiplos sistemas CAD relatórios e análises que permitem que você veja o quadro geral para estabelecer medir e analisar métricas de desempenho gerenciamento de materiais integrado e holístico para ajudar sua empresa a criar produtos sustentáveis colaboração da comunidade do Teamcenter integrando os dados e recursos de colaboração adhoc em Microsoft SharePoint e 71 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II pesquisa poderosa que torna fácil para você encontrar o que precisa para fazer o seu trabalho Saiba mais sobre Siemens Teamcenter na sua página disponível em https wwwplmautomationsiemenscomglobalptproductsteamcenter Dassault ENOVIA O ENOVIA baseado na plataforma 3DEXPERIENCE permite aos usuários planejar a definição de sucesso e permite que as partes interessadas em toda a empresa contribuam para a inovação sustentável com um amplo portfólio de aplicações técnicas e de negócios ENOVIA oferece recursos como gerenciamento de listas de materiais configuração e gerenciamento de mudanças gerenciamento de projetos classificação e proteção de IP planejamento e gestão de programas qualidade e conformidade relacionamento estratégicos com clientes e relações estratégicas com fornecedores Figura 29 Enovia Fonte httpswwwmessedeapollohannovermesse2019obsGrafikA905304PRBDE090530401857089jpgpng Suas principais funcionalidades são gerenciamento de listas de materiais que permite que engenheiros de produtos criem e mantenham listas de materiais precisas e atualizadas BOMs gerenciamento de configuração que ajuda fabricantes com produtos altamente configuráveis a gerenciar projetos globais de produtos e lista de materiais contendo todas as variantes gerenciamento e proteção de dados de projeto em equipes dispersas geograficamente e em toda a cadeia de valor estendida possibilidade de acelerar o desenvolvimento de produtos e encurtar o tempo de entrada através da reutilização de componentes de projeto 72 UNIDADE II CICLO DE VIDA NORMAS Saiba mais sobre Dassault Enovia na sua página disponível em httpswww3ds comproductsservicesenovia PTC Windchill As soluções PTC Windchill suportam produtos desde os requisitos até o serviço de pósprodução permitindo que a parte interessada alcance o conhecimento de engenharia O PTC Windchill oferece integração imediata fluxo de trabalho flexível e oferece uma maneira fácil de fornecer informações de PLM à empresa É fácil de comprar e pode ser implantado a partir de qualquer dispositivo O PTC Windchill ajuda as empresas a gerenciar processos complexos multifuncionais e coordenar equipes para desenvolver de forma eficiente os melhores produtos possíveis Figura 30 PTC Fonte httpsarchergreycomwpcontentuploads201802featptcwindchill1080x400jpg PTC Windchill tem uma longa história de fornecimento de soluções de PLM para as principais empresas do mundo em vários setores Suas soluções de PLM ajudam empresas a gerenciar todos os aspectos do ciclo de vida de desenvolvimento de produtos desde o conceito até o serviço de retirada do mercado oferecendo gerenciamento de BOM gerenciamento de mudança e configuração gerenciamento de requisitos gerenciamento de dados do produto colaboração qualidade e estruturas de plataforma 73 CICLO DE VIDA NORMAS UNIDADE II desenvolvimento de produto desenvolvimento de software processo de manufatura e gerenciamento de serviços Saiba mais sobre PTC Windchill na sua página disponível em httpswwwptc comptproductsplm 74 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE CAPÍTULO 1 Impactos ambientais Introdução O esgotamento dos recursos naturais e os impactos ambientais são uma preocupação constante na sociedade atual Para atender as demandas do mercado e se manter competitivo produtos e processos verdes são uma preocupação cada vez maior das empresas Para muitos os produtos têm uma vida breve passando do local de compra para a lixeira Porém ao se avaliar mais a fundo a questão verificase que esses não são nem o início nem o fim do processo conforme já vimos anteriormente Existem diversas etapas antes como o processo de extração de matériasprimas e fabricação e outras etapas que ocorrem depois como a destinação ou deposição final assuntos que serão abordados mais à frente Para as empresas que desejam se tornar competitivas e mesmo para aquelas que já são a questão ambiental dos produtos é um ponto chave Compreender a fundo como funcionam e quais as relações dos impactos ambientais com os produtos produzidos é de fato um grande diferencial de mercado As atividades que são realizadas devem visar novas tendências de mercado como a economia circular Um planejamento estratégico forte por parte das empresas estende o ciclo de vida do produto Aqui nesta unidade não será discutido o ciclo de vida do produto sob este ponto de vista e sim sob o ponto de vista ambiental que leva em consideração os impactos causados pela extração de matériasprimas e os impactos causados pela destinação final dos resíduos 75 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Você já ouviu falar da história das coisas Assista ao vídeo disponível em https wwwyoutubecomwatchv7qFiGMSnNjw e veja como todos os produtos da extração e produção até a venda consumo e descarte afetam comunidades em diversos países Fonte httpswildforlifeptcollaboratorpnuma Lixo resíduo e rejeito Lixo resíduo e rejeito aparentemente têm o mesmo significado Entretanto existe uma diferença entre eles Portanto é necessário entender o significado de cada palavra o que pode vir a mudar o entendimento sobre o que sobra dos processos produtivos Sem conhecimento uma empresa pode estar tendo prejuízo ao jogar fora essas sobras No mercado existem fornecedores e compradores para os mais diversos tipos de materiais e assim nos dias de hoje um coproduto ou sobras pode ser muito valioso para outra empresas e organizações Segundo o dicionário Michaelis lixo é Resíduos provenientes de atividades domésticas industriais comerciais etc que não prestam e são jogados fora bagaço Já de acordo com a ABNT na NBR 10004 2004 lixo é definido como os restos das atividades humanas consideradas pelos geradores como inúteis indesejáveis ou descartáveis A definição de lixo remete a tudo aquilo que não tem mais uso para quem o descarta Entretanto o que não serve para um para outro pode ser matériaprima de um novo produto ou processo No meio técnico o termo lixo não é tão utilizado Dado o conhecimento e tecnologia disponíveis atualmente grande parte do que é gerado em processos produtivos e afins tem potencial de ser reaproveitado ou reciclado e assim são considerados como resíduo Em último caso se não é possível reaproveitar ou reciclar então passa a ser considerado como rejeito Tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado é chamado resíduo e portanto deve ser separado adequadamente para a destinação para outros fins Os resíduos podem ser encontrados nas seguintes formas sólida resíduos sólidos líquida efluentes gasosa gases e vapores 76 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE Segundo a ABNT NBR 10004 2004 resíduos sólidos são aqueles que resultam de atividades de origem industrial doméstica hospitalar comercial agrícola de serviços e de varrição Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição bem como determinados líquidos cuja particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível ABNT 2004 O rejeito é um tipo particular de resíduo que teve esgotadas todas a suas possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem e não possui outra solução de destinação Nesse caso a única solução plausível é encaminhálo para um aterro sanitário ou para incineração de modo que não prejudique o meio ambiente Nesse vídeo é possível encontrar esses e outros conceitos de acordo com a gestão de resíduos sólidos no Brasil que tem como base legal a Política Nacional de Resíduos Sólidos Assista ao vídeo Resíduos Sólidos O que são e como gerenciar PNRS Lei Federal 123052010 em httpswwwyoutubecom watchvVT1Kze2QxyA Assista também o vídeo Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei 1230510 em httpswwwyoutubecomwatchvTPaRa8eruvc A situação no Brasil No Brasil cerca de 80 dos resíduos que vão para aterros poderia ter outra destinação como por exemplo a reciclagem e a compostagem Isso significa que a grande maioria do material que popularmente é chamado de lixo é na verdade matériaprima em potencial Isso quer dizer que esses resíduos poderiam ser utilizados como matériasprimas para outros produtos reciclando e reaproveitando A política nacional de resíduos sólidos está em vigência desde 2010 O prazo para implantação venceu em 2014 De lá para cá a situação acerca dos resíduos sólidos pouco mudou no Brasil Quase metade das 5570 cidades brasileiras não tem atualmente um plano integrado para o manejo do lixo segundo o Perfil dos Municípios Brasileiros MUNIC 2017 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE Ainda de acordo com o estudo mais de dois terços das cidades brasileiras registraram ocorrência de impactos ambientais no período investigado 77 CAPÍTULO 2 Destinação e disposição Introdução Os resíduos gerados devido às atividades produtivas têm colaborado para a criação de um mercado muito competitivo Com os métodos e tecnologias disponíveis para se destinar esses resíduos gerados ou dispor deles de maneira adequada ambientalmente as organizações conseguem uma posição de destaque Se houver uma gestão adequada dos fornecedores a gestão dos resíduos será ainda mais eficaz Há algumas décadas aterros e lixões a céu aberto eram as principais formas de disposição Porém nos dias de hoje temse uma gama maior de opções para se destinar os resíduos com possibilidade de geração de matériaprima para outros produtos A opção entre destinação ou disposição final é pautada pelo custo e segurança jurídica das operações Ao se falar em gestão de resíduos devese lembrar da SGA e da certificação ambiental Para as empresas que são certificadas na norma ISO 14001 é necessário destinar seus resíduos de maneira ambientalmente correta pois é um diferencial competitivo de mercado Existe uma ordem de prioridade na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos estipulada pela PNRS como ilustra a Figura 31 abaixo Figura 31 Prioridade no gerenciamento de resíduos Não geração Reutilização Reciclagem Redução Tratamento de resíduos sólidos Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos Opção mais favorável Opção menos favorável Fonte httpswwwvgresiduoscombrwpcontentuploads201705destinaC3A7C3A3o0002png 78 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE Quando não é mais possível a não geração devese recorrer às outras formas de gerenciamento dos resíduos A seguir são apresentadas as diferenças entre destinação e disposição final que foram ratificadas na Política Nacional de Resíduos Sólidos Destinação final Segundo a PNRS Lei 123052010 Destinação final ambientalmente adequada é Destinação de resíduos que inclui a reutilização reciclagem compostagem recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações Estas deverão ser admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama do SNVS e do Suasa entre elas a disposição final Para isso deverá ser observando normas operacionais específicas para evitar danos ou riscos à saúde pública Como também à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos BRASIL 2010 Art3 7o Vejamos algumas das formas de destinação dos resíduos Compostagem Nesse tipo de destinação temos a transformação de matéria orgânica em adubo por meio de processos de decomposição microbiana Esse processo é bastante utilizado quando os resíduos contêm grandes quantidades de material orgânico como é o caso dos restos de alimentos Figura 32 Compostagem Fonte httprmaicombrwpcontentuploads201810Compostagemjpg 79 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Os resíduos sólidos domiciliares no Brasil apresentam alto percentual de resíduos orgânicos formados por restos de comida e casas de frutas e legumes e mesmo resíduos de jardinagem Entretanto a compostagem dos resíduos orgânicos presentes no lixo urbano é relativamente pouco praticada Embora a composição dos resíduos seja algo relativamente específico de cada cidade há vários estudos sobre a composição gravimétrica dos resíduos coletados em diversas cidades brasileiras que permitem chegar a valores médios que na ausência de estudos específicos podem ser tomados como referência inicial De maneira geral admitese que cidades de porte populacional semelhante de uma mesma região do país onde se supõe que os hábitos de consumo sejam parecidos e com renda média semelhante apresentem composição gravimétrica dos resíduos assemelhada Alguns estudos dos resíduos de cidades pobres de pequeno porte em regiões pobres do país mostraram uma grande variação nessa composição mostrando pequenos percentuais de resíduos orgânicos no lixo coletado devido provavelmente a hábitos ainda persistentes da vida rural como utilização de restos para alimentação de animais domésticos sendo necessário levar em conta essas situações Muitos municípios adotaram a compostagem instalando usinas de compostagem e triagem em que os resíduos domiciliares chegavam sem nenhuma seleção prévia nessas instalações havia um processo de retirada dos recicláveis em uma esteira seguindo os resíduos orgânicos para a compostagem Entretanto o novo marco legal recoloca a compostagem como parte do processo de manejo de resíduos sólidos especialmente os domiciliares e os grandes geradores de resíduos orgânicos A Lei 114452007 ao conceituar os serviços públicos de manejo de resíduos sólidos em seu artigo 7o estabelece entre suas atividades o tratamento dos resíduos domésticos e daqueles oriundos da limpeza de logradouros e vias públicas inclusive por compostagem A Lei 123052010 considera em suas definições a compostagem como uma forma de destinação final ambientalmente adequada para os resíduos sólidos e coloca a compostagem dos resíduos sólidos orgânicos e a articulação de formas de utilização do composto produzido com agentes econômicos e 80 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE sociais como atribuição do titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos A adoção de atividades de compostagem é uma imposição legal Os municípios portanto devem aderir a ela não sendo mais uma escolha tecnológica ou opção para destino dos resíduos orgânicos gerados No Quadro 1 é apresentado o Artigo 36 da Política Nacional de Resíduos Sólidos que estabelece a responsabilidade do titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos pela implantação da compostagem Quadro 1 Atribuição da compostagem ao serviço público Art 36 No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos observado se houver o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos I Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos II Estabelecer sistema de coleta seletiva III articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos IV Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na forma do 7o do art 33 mediante a devida remuneração pelo setor empresarial V Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido VI Dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda bem como sua contratação 2o A contratação prevista no 1o é dispensável de licitação nos termos do inciso XXVII do art 24 da Lei no 8666 de 21 de junho de 1993 Fonte Jusbrasil disponível em httpswwwjusbrasilcombrtopicos26261024artigo36dalein12305de02deagosto de2010 Incineração Tratase de uma forma de destinação adequada Consiste na decomposição térmica dos resíduos com o intuito de reduzir seu volume e toxicidade Através da incineração é possível reduzir o volume de resíduos em até 5 e o peso em 15 e também é possível recuperar a energia contida nos resíduos Entretanto constituem um investimento devido aos custos de operação e manutenção As queimas dos resíduos ocorrem em fornos de cimento onde a temperatura pode chegar a 1200 C Ao atingir elevadas temperaturas é possível destruir quase toda a carga orgânica porém não é permitido utilizar esse método para queima de organoclorados resíduos urbanos radioativos e hospitalares 81 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III No reaproveitamento de energia os resíduos são queimados em substituição aos combustíveis O calor gerado alimenta os fornos da indústria Assim é possível reduzir a quantidade de resíduo que poderia ir para o meio ambiente e também gerar energia para a realização dos processos Figura 33 Incineração em fornos Fonte httpswwwvgresiduoscombrwpcontentuploads201709coprocessamentoderesC3ADduos3jpg Alternativamente podem ser utilizar os resíduos como substituto da matériaprima como ocorre normalmente na produção de clínquer Dessa forma as indústrias de cimento também se beneficiam da utilização dos resíduos perigosos visto que tais resíduos após passarem pelo processo de queima transformamse em matériaprima para o próprio cimento O processo de queima dos resíduos é controlado e segue as normas que regulamentam o gerenciamento dos detritos sólidos Alguns materiais que podem ser utilizados para esse fim são borras oleosas cinzas de fornos EPIs contaminados plástico borracha óleo usado lodo de tratamento de efluentes pneumáticos usados 82 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE óleos e graxas tintas e solventes solos contaminados e refratários usados As vantagens do coprocessamento são eliminação definitiva de forma ambientalmente correta e segura de resíduos perigosos e passivos ambientais preservação de recursos energéticos nãorenováveis pela substituição do combustível convencional e pela incorporação na massa do produto substituição de parte das matériasprimas que compõem a fabricação do cimento sem alteração de suas características e atendendo às normas internacionais de qualidade contribuição à saúde pública por exemplo no combate aos focos de dengue com a destruição de pneus velhos As Legislações que contemplam o coprocessamento são Federal Resolução CONAMA 2641999 Coprocessamento em Fornos de Clinquer Resolução CONAMA 3162002 Sistemas de Tratamento Térmico dioxinas e furanos Resolução CONAMA 2581999 Pneus 2002 Resolução CONAMA no 2641999 dispõe sobre o licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividade de coprocessamento de resíduos Resolução CONAMA no 3162002 dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos Resolução CONSEMA no 0022000 dispõe sobre o coprocessamento de resíduos em fornos de clínquer Resolução CONSEMA no 0092000 dispõe sobre a incineração de resíduos de serviços de saúde no Estado do Rio Grande do Sul classificados como infectantes 83 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III A Resolução CONAMA no 3162002 referente ao tratamento térmico de resíduos complementa a Resolução CONAMA no 2641999 ao estabelecer limites de emissões de dioxinas e furanos no coprocessamento Resolução CONAMA no 264 diz respeito ao licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de coprocessamento de resíduos sendo excluídos os resíduos domiciliares brutos de serviços de saúde radioativos explosivos organoclorados agrotóxicos e afins além de estabelecer limites de emissões para material particulado e poluentes A ESTRE é uma empresa que trabalha com cooprocessamento de resíduos Veja o vídeo Cooprocesssamento disponível em httpswwwyoutubecom watchvW6ba3iIlXuA A Votorantim é uma empresa que trabalha com cimento e utiliza coprocessamento de resíduos para obtenção de energia em seus processos Veja o vídeo Como funciona o coprocessamento de resíduos e biomassas para a geração de combustíveis na VC disponível em httpswwwyoutubecom watchvEZB4qxT0vbc Reciclagem Uma das formas de destinar corretamente os resíduos é a reciclagem que se trata de um processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas físicoquímicas ou biológicas com o propósito de transformação em insumos ou novos produtos Figura 34 Símbolo internacional de reciclagem Fonte httpsdgiunifespbrecounifespimagensreciclagempng 84 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE A reciclagem inclui três etapas que criam um loop contínuo representado pelo símbolo de reciclagem acima Tais etapa são Coleta e processamento existem vários métodos para coletar materiais recicláveis incluindo coleta seletiva centros de entrega e programas de depósito ou reembolso Após a coleta os materiais recicláveis são enviados para uma instalação de recuperação para serem classificados limpos e processados em materiais que podem ser usados na fabricação de novos produtos Os recicláveis são comprados e vendidos exatamente como as matériasprimas seriam e os preços variam dependendo da oferta e da demanda Manufatura mais e mais produtos de hoje estão sendo fabricados com conteúdo reciclado Itens domésticos comuns que contêm materiais reciclados incluem jornais e toalhas de papel recipientes de refrigerante de alumínio plástico e vidro latas de aço e garrafas de sabão em pó de plástico Materiais reciclados também são usados em novas formas como vidro recuperado em asfalto para pavimentar estradas ou plástico recuperado em carpetes e bancos de parque Compra de produtos reciclados o ciclo de reciclagem se fecha comprando novos produtos feitos de materiais reciclados Existem milhares de produtos que contêm conteúdo reciclado Disposição final Segundo a PNRS a disposição final consiste em distribuir ordenadamente os rejeitos em aterros observando as normas operacionais específicas que evitem danos ou riscos à saúde e à segurança pública minimizando os impactos ambientais adversos Conforme já vimos anteriormente rejeitos são resíduos sólidos que não têm mais possibilidades de tratamento ou recuperação pelas opções tecnológicas disponíveis e viáveis Dessa maneira só resta a disposição final do rejeito sendo a última solução adotada por quem o gera Agora veja algumas formas de disposição final Aterro comum ou lixão Tratase de uma um tipo de disposição final dos resíduos considerado inadequado Se caracteriza por dispor os resíduos sobre o solo e a céu aberto 85 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III sem qualquer tipo de proteção podendo assim contaminar o solo a água e o ar como ilustra a Figura 35 abaixo Apesar de não recomendados e obviamente não atenderem a norma ISO 14001 existem muitos lixões em todo o país Esse tipo de disposição é ilegal segundo a legislação brasileira sendo o infrator sujeito a penalidades perante a Lei de Crimes Ambientais Lei No 6605 de 12 de fevereiro de 1998 Figura 35 Aterro comum ou Lixão Contaminação da água subterrânea Lençol freático Contaminação do solo Catadores LIXÃO Queima do lixo Fumaça com gases tóxicos Presença de urubus Odores e emissão de metano Escoamento superficial de chorume Contaminação da água superficial Curso dagua superficial Poço Cacimba captação de água Ocupação irregular Fonte httpsrnewscombrwpcontentuploads201505InformeEssencisLixaojpg Saiba mais sobre a lei de crimes ambientais no documento do IBAMA disponível em httpswwwibamagovbrsophiacnialivrosALeiCrimesAmbientaispdf Aterro controlado Trata se de um aterro comum porém aqui há uma pequena variação com relação ao lixão É feito o recobrimento dos resíduos com material inerte diariamente Entretanto não há proteção do solo contra a decomposição dos resíduos ou controle dos gases gerados Portanto essa forma de destinação final também é inadequada como no caso dos lixões 86 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE Figura 36 Aterro controlado Cinturão verde Canaleta para drenagem pluvial Cobertura vegetal Gramíneas Lixo compactado e confinado ATERRO CONTROLADO Camada de solo para Confinamento Célula de lixo Contaminação do solo Lençol freático Contaminação água subterrânea Fonte httpsrnewscombrwpcontentuploads201505InformeEssencisAterroControladojpg Aterro Sanitário Tratase de um tipo de disposição final mais adequado e o principal atualmente Esta técnica apresenta mínimos danos ou riscos à segurança e saúde pública O aterro sanitário possui vida útil pequena além de requer extensos espaços de terra manutenção e controle constante Entretanto ainda é uma solução economicamente viável e com menor impacto ambiental No aterro sanitário há medidas de proteção do solo água e ar como ilustrado abaixo Figura 37 Aterro sanitário Lençol freático Camada impermeabilizante Camada de argila compactada Dreno de gás Célula de lixo Dreno de águas de superfície Vegetação de pequeno porte SETOR CONCLUÍDO SETOR EM EXECUÇÃO SETOR EM PREPARAÇÃO Manta de polietileno impermeabilizante geomembrana Dreno de gás Saída para estação de tratamento Fonte httpmeioambienteculturamixcomblogwpcontentuploads201302AterroSanitarioSuasDefinicoeseConceitosjpg 87 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Segundo a norma NBR 10004 os resíduos sólidos industriais são classificados em classes I e II Os aterros sanitários podem receber resíduos do tipo classe II A e II B não inertes e inertes respectivamente Os resíduos classe I os resíduos perigosos são encaminhados para aterros industriais Este tipo de aterro apresenta características mais especificas e mais adequadas à destinação deste tipo de resíduo Saiba mais sobre as classes de resíduos no artigo Resíduos classe I ou Resíduos classe II Qual é a diferença disponível em httpinfoopersancombrresiduos classe1ouresiduosclasse2qualeadiferenca 88 CAPÍTULO 3 Exemplos de aso Neste capítulo serão descritos alguns casos de empresas presentes no Brasil e na América latina que melhoram consideravelmente seus processos produtos e serviços com a adoção dos conceitos e normas relacionados ao ciclo de vida de produtos Braskem A Braskem é uma empresa petroquímica brasileira que produz resinas termoplásticas e outros produtos químicos Possui instalações de produção no Brasil nos Estados Unidos e na Alemanha e exporta seus produtos para as Américas do Norte e do Sul Europa e Ásia O compromisso com o meio ambiente começou com a fundação da Braskem em 2002 Figura 38 Braskem Fonte httpswwwsunoresearchcombrwpcontentuploads201804LogoBraskemjpg Alguns dos principais desafios que a empresa teve que superar nesse período foram definir indicadores de desempenho relevantes manter o foco nos aspectos materiais dos três principais resultados manter uma boa comunicação com todas as partes interessadas e mudar da gestão ambiental tradicional para um modelo que inclua a cadeia de valor A gestão do ciclo de vida na Braskem possui três áreas principais Gestão estratégica medir o desempenho para a tomada de decisões Um exemplo é a avaliação da ecoeficiência do PVC Marketing agregar valor mostrando maior sustentabilidade dos produtos Braskem Por exemplo LCA de sacos de farinha LCA de kits cirúrgicos LCA de copos de plástico 89 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Proteção do mercado proteja os produtos contra alegações sustentáveis feitas pelos concorrentes Por exemplo ACV de plástico versus sacolas de papel para uso no Brasil A medição do desempenho ambiental permitiu à Braskem melhorar significativamente em diversas áreas desde 2002 como uso de energia 10 emissão de carbono 13 geração de resíduos 62 e geração de efluentes 37 Esses resultados deram espaço para inúmeros prêmios como o CDP Performance Leader 2013 Recentemente a Braskem iniciou a produção de polietileno verde que abriu uma cadeia de fornecedores completamente nova para a empresa Um código de conduta do fornecedor foi desenvolvido para garantir que os fornecedores da Braskem operem respeitando o meio ambiente e a sociedade e para facilitar o processo de cálculo da ACV solicitando o reporte de informações críticas Grupo Boticário O Grupo Boticário é formado por duas empresas O Boticário e Eudora que produzem cosméticos e perfumes no Brasil O Grupo influência toda a sua cadeia de valor desde a extração e produção de matériasprimas até o fim da vida útil de suas embalagens Suas lojas são franqueadas dando à organização algum grau de influência sobre todos os aspectos do processo de distribuição e venda Figura 39 Grupo Boticário Fonte httpswwwgesplancombrwpcontentuploads201804logogrupoboticariopng No nível de produção uma abordagem holística é usada para reduzir o impacto que os edifícios e as operações têm sobre o meio ambiente As instalações de produção são projetadas para aproveitar a luz natural enquanto mantêm o calor do lado de fora eficiência energética e são equipadas com dispositivos de economia de água e energia o equipamento é escolhido de acordo com o 90 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE uso de energia e água a água tratada é reutilizada Há vagas dedicadas no estacionamento para carros mais eficientes e a empresa fornece transporte para os trabalhadores e lugares seguros para estacionar bicicletas A embalagem foi redesenhada por exemplo recargas e espelhos separados para kits de maquiagem para tornálos reutilizáveis e com menor impacto Na verdade as caixas são usadas até dez vezes O Grupo Boticário tem um programa de sustentabilidade para os fornecedores incluindo orientação e compromisso ético O Grupo ajuda seus provedores a alcançar seus objetivos No nível de venda as lojas geralmente franquias possuem baixo consumo promovendo eficiência energética e reduzindo o calor próximo aos produtos o que aumenta o valor entregue do item O mobiliário é feito com madeira certificada FSC O redesenho das sacolas de papel usando revestimento especial reduziu o uso de outros materiais e as tornou mais fáceis de reciclar Um programa especial direcionado aos clientes permite que eles devolvam a embalagem de seu produto que é então repassado para as cooperativas de recicladores Natura A Natura Cosméticos empresa brasileira de cosméticos com longa tradição em compras e produção sustentáveis definiu sua meta de longo prazo em um novo patamar ter um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade indo além da mitigação e prevenção de impactos Para isso a Natura desenvolveu diversos indicadores de desempenho desde o fornecimento de extratos naturais até os impactos no nível do usuário passando pela produção e distribuição Figura 40 Natura Fonte httpslogodownloadorgwpcontentuploads201405naturalogopng 91 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III Foi um longo caminho desde que a Natura apresentou os pacotes de recarga ainda no início dos anos 1980 A empresa começou a usar abordagens de ciclo de vida no final dos anos 1990 e agora mede as pegadas de carbono e água usa LCA LCA Social custeio do ciclo de vida e ecodesign Outros indicadores estão relacionados a embalagens resíduos e extração de materiais da floresta amazônica Esses indicadores fornecem uma visão ampla da sustentabilidade ambiental social e econômica Os principais desafios da gestão da sustentabilidade na Natura foram obter dados relevantes aumentar o esforço de gerenciar mais indicadores treinar funcionários comunicarse internamente e abordar os tradeoffs entre sustentabilidade social econômica e ambiental Os indicadores de sustentabilidade permitiram que a Natura construísse valor de marca por meio de uma imagem forte e sustentável e de ter uma estratégia consistente de sustentabilidade No futuro a empresa espera melhorar a qualidade dos estoques locais e aumentar a quantidade de indicadores em uso Além disso o desafio dos tradeoffs na tomada de decisões continuará a ser tratado Gerdau A Gerdau é uma empresa multinacional dedicada ao fornecimento de soluções e materiais à base de aço No Chile o grupo possui duas instalações de produção e quatro centros de reciclagem onde a sucata é coletada e embalada certificados com ISO 9001 e ISO 14001 Figura 41 Gerdau Fonte httpwwwitwchemcombrwpcontentuploads201508gerdaulogojpg 92 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE A Gerdau mediu os impactos ambientais de suas duas principais linhas de produção utilizando ACV barras de reforço e barras comerciais com resultados em EPDs publicamente disponíveis A Gerdau está ansiosa para se comunicar e fornece produtos com informações sobre especificações técnicas instruções de uso pegada de carbono escopos 1 2 e 3 e certificação de produto limpo produto isento de óleos graxas radiação ionizante e tintas O aço é produzido a partir de sucata que tem um impacto global menor no meio ambiente do que sua contraparte baseada em minério uma vez que evita a etapa de mineração É menos intensivo em energia e permite o uso de energia elétrica sobre coque e outros combustíveis fósseis requer menos água grande parte da qual pode ser reciclada no processo apenas 1 da água em uso na Gerdau sai como descarga líquida e permite a reciclagem de sucata que de outra forma se transformaria em lixo A Gerdau tem orgulho de mostrar uma pegada de carbono de barras de reforço 70 menor que a média mundial Fora de seus limites operacionais os clientes recebem maior valor de produtos com menor pegada de carbono que podem ser usados para atender aos padrões de construção LEED Sendo a Gerdau a maior produtora de aço reciclado no Chile e membro do Green Building Council do país a empresa tem a vantagem de entrar nesse novo e crescente mercado Do outro lado da cadeia de valor os fornecedores de sucata recebem treinamento em administração de empresas direção sustentável e segurança Tetra Pak A Tetra Pak é uma empresa sueca líder global no processamento e embalagem de alimentos Eles trabalham em estreita colaboração com clientes e fornecedores para oferecer produtos seguros inovadores e ambientalmente responsáveis que cobrem as necessidades em todo o mundo O cálculo da pegada de carbono de um Tetra Pak ao longo de sua cadeia de valor um indicador usado rotineiramente pela Tetra Pak revelou que apenas 4 dos impactos estavam dentro dos limites da empresa Assim a Tetra Pak começou a trabalhar mais de perto com fornecedores clientes e usuários finais para reduzir a pegada de carbono de uma caixa O trabalho concentrouse na eficiência energética e material nas fontes de energia renováveis e no aumento das taxas de reciclagem Além disso eles redesenharam suas máquinas de envase produto principal para usar menos energia e água enquanto enchiam as caixas Além 93 CICLO DE VIDA DESCARTE UNIDADE III disso os fornecedores de papelão são escolhidos em relação ao estresse hídrico que produzem em sua área Figura 42 Tetra Pak Fonte httpsgrandeconsumocomwpcontentuploads201711upload143020758x569jpg Na Argentina a Tetra Pak usa 100 de papelão de florestas certificadas pelo FSC Também participa ativamente do desenvolvimento de estratégias municipais para o gerenciamento de resíduos sólidos ajudando as cidades a implementar a segregação de resíduos na origem Também participa da construção de usinas de reciclagem e doa cintos de separação para cooperativas de recicladores Os pacotes são reciclados ou usados como matériaprima para produzir outras coisas como placas de construção Pepsico A Pepsico é uma empresa global de alimentos e bebidas que colocou a sustentabilidade ao longo da cadeia de valor no centro de seu foco por meio do programa Performance with Purpose Figura 43 Pepsico Fonte httpslogodownloadorgwpcontentuploads201710pepsicologopng 94 UNIDADE III CICLO DE VIDA DESCARTE O programa tem três áreas principais sustentabilidade humana sustentabilidade ambiental e sustentabilidade de talentos Ela serve como um guardachuva que orienta a operação em direção a metas sustentáveis principalmente em suas operações diretas e descendentes Alguns exemplos são a escolha da embalagem de acordo com os impactos no ciclo de vida e o treinamento dos motoristas de caminhão para dirigir com mais eficiência usando menos combustível e emitindo menos gases de efeito estufa A sustentabilidade é monitorada também no nível do fornecedor com a Sustainable Agriculture Initiative Este programa é direcionado para ajudar os fornecedores críticos a melhorar o rendimento administrar fazendas com mais eficiência e usar menos agroquímicos o que por sua vez reduz os impactos do ciclo de vida dos produtos Pepsico A Pepsico trabalha com inúmeros indicadores de desempenho alguns gerenciados internamente e alguns certificados por entidades externas como a Certificação Rainforest para fornecedores de batata e sementes no Chile ou as Boas Práticas Agrícolas Globais para a Argentina e o Brasil Desse modo a Pepsico enfrenta o desafio da sustentabilidade usando ferramentas próprias ou externas engajandose com fornecedores recicladores e seus funcionários 95 Referências 3 DS Enovia Disponível em httpswww3dscomproductsservicesenovia Acesso em 15 de julho de 2019 AGÊNCIA IPUB Pesquisa Disponível em httpsagenciaipubcombrwpcontent uploads201802pesquisaposevento600x300jpg Acesso em 15 de julho de 2019 ARCHERGREY PTC Disponível em httpsarchergreycomwpcontent uploads201802featptcwindchill1080x400jpg Acesso em 15 de julho de 2019 Associação Brasileira de Norma Técnica ABNT 2009 ABNT NBR 140442014 Gestão ambiental Avaliação do ciclo de vida Requisitos e orientações Rio de Janeiro ABNT Associação Brasileira de Norma Técnica ABNT 2009 ABNT NBR ISO 140402014 Gestão ambiental Avaliação do ciclo de vida Princípios e estrutura Rio de Janeiro ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO CICLO DE VIDA Home Disponível em http abcvbrasilorgbrphomephp Acesso em 15 de julho de 2019 AUTODESK FUSION LIFECYCLE Product Development Accelerated Disponível em httpswwwautodeskfusionlifecyclecomen Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT Ciclo de Vida Vendas e Lucro Disponível em https2 bpblogspotcomgJlvsHMIraUWjk03ogsttIAAAAAAAAN6kXNv8fXT TgAIYmeum5knQQaJn2pRg3GEgCLcBGAss400Ciclo2Bde2BVida2BProduto png Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT Criação de um produto Disponível em http3bpblogspotcom yyCITbZU8oU48W6NqRUUIAAAAAAAAAYYgvtu2h8V8Hws1600desenvolvim entodenovosprodutospng Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT Fabricação Disponível em https3bpblogspotcomBgbZJt1AKd8 WDrpJS1RT0IAAAAAAAAAaETlKH7xlsSoYn7pcw6z1X0ZNv0hjP5EwCLcB w1200h630pknonuManufacturingjpg Acesso em 15 de julho de 2019 BLOGSPOT ISO 14000 Disponível em https2bpblogspotcomeZP7bng4FA VriXMMHH56IAAAAAAAADegXgQuJu5j2BUs1600Certificado2Bda2Bnorma 2BISO2B14000jpg Acesso em 15 de julho de 2019 96 REFERÊNCIAS BRASIL Lei no 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos altera a Lei no 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências Brasília DF Presidência da República 2010 Disponível em http wwwplanaltogovbrccivil03ato200720102010leil12305htm Acesso em 15 de julho de 2019 CHEHEBE J R B Análise do ciclo de vida de produtos ferramenta gerencial da ISO 14000 Rio de Janeiro Qualitymark 1997 COLEGIOWEB Os 3 R Disponível em httpswwwcolegiowebcombrwpcontent uploads2015012png Acesso em 15 de julho de 2019 CULTURA MIX Aterro sanitário Disponível em httpmeioambienteculturamix comblogwpcontentuploads201302AterroSanitarioSuasDefinicoese Conceitosjpg Acesso em 15 de julho de 2019 DOCPLAYER Histórico ciclo de vida Disponível em httpsdocplayercombr docsimages4111611931imagespage5jpg Acesso em 15 de julho de 2019 DOYLE Daniella O que é BI Business Intelligence 2018 Disponível em https wwwsitewarecombrgestaoestrategicaoqueebibusinessintelligence Acesso em 15 de julho de 2019 ECODESENVOLVIMENTO Avaliação do ciclo de vida Disponível em http wwwecodesenvolvimentoorgposts2015marcooqueeaavaliacaodeciclode vidaacvdeimagesacvecodjpg Acesso em 15 de julho de 2019 ELCORTEINGLES Tablet Disponível em httpssgfmelcorteinglesesSGFM dctmMEDIA0320170616001152171123801640x640jpg Acesso em 15 de julho de 2019 ESCRITORIOTOTAL Máquina de escrever Disponível em httpsimagestcdn combrimgimgprod1039993539120180124170735jpg Acesso em 15 de julho de 2019 FREEPIK Laptops Disponível em httpsimagefreepikcomvetoresgratisvector laptopmacbookilustradori10corelflasheeps52484jpg Acesso em 15 de julho de 2019 GESPLAN Boticário Disponível em httpswwwgesplancombrwpcontent uploads201804logogrupoboticariopng Acesso em 15 de julho de 2019 97 REFERÊNCIAS GRANDECONSUMO Tetra Pak Disponível em httpsgrandeconsumocomwp contentuploads201711upload143020758x569jpg Acesso em 15 de julho de 2019 HANNOVER MESSE Enovia Disponível em httpswwwmessedeapollo hannovermesse2019obsGrafikA905304PRBDE090530401857089jpg png Acesso em 15 de julho de 2019 ICTHARDWARE Fusion Lifecycle Disponível em httpsautodeskicthardware comwpcontentuploadssites14201708876H1NS7330T738jpg Acesso em 15 de julho de 2019 IGNIÇÃO DIGITAL Marketing Disponível em httpss3amazonawscomigdwp uploadspluginawswpcontentuploads20160822112248marketingdiretojpg Acesso em 15 de julho de 2019 ITW CHEMICAL Gerdau Disponível em httpwwwitwchemcombrwpcontent uploads201508gerdaulogojpg Acesso em 15 de julho de 2019 KNOW SOLUTIONS O que é Business Intelligence BI Disponível em httpswwwknowsolutioncombroqueebusinessintelligencebi Acesso em 15 de julho de 2019 KOTLER P Administração de marketing São Paulo Prentice Hall 2000 LIXO Dicionário online Michaelis Disponível em httpmichaelisuolcombr modernoportuguesbuscaportuguesbrasileirolixo Acesso em 15 de julho de 2019 LOGODOWNLOAD Natura Disponível em httpslogodownloadorgwpcontent uploads201405naturalogopng Acesso em 15 de julho de 2019 LOGODOWNLOAD Pepsico Disponível em httpslogodownloadorgwpcontent 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combrwpcontentuploads201709coprocessamentoderesC3ADduos3jpg Acesso em 15 de julho de 2019 VGRESIDUOS Incineração em fornos Disponível em httpswwwvgresiduos combrwpcontentuploads201709coprocessamentoderesC3ADduos3jpg Acesso em 15 de julho de 2019 VGRESIDUOS Prioridade no gerenciamento de resíduos Disponível em h t t p s w w w v g r e s i d u o s c o m b r w p c o n t e n t u p l o a d s 2 0 1 7 0 5 destinaC3A7C3A3o0002png Acesso em 15 de julho de 2019 VISUALNEXT PLM Disponível em httpswwwvisualnextcomwpcontent uploads201507wheelminpng Acesso em 15 de julho de 2019 WILD FOR LIFE Pnuma Disponível em httpswildforlifeptcollaboratorpnuma Acesso em 15 de julho de 2019 WORDPRESS Holograma Disponível em httpstudespertarfileswordpress com201505cutmypicpng Acesso em 15 de julho de 2019 WORDPRESS Informação Disponível em httpszeumoblogfileswordpress com201305informationoverloadjpg Acesso em 15 de julho de 2019 100 REFERÊNCIAS Sites httpswwwnielsencomwpcontentuploadssites3201904NielsenGlobal 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