·

Cursos Gerais ·

Psicologia Institucional

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Recommended for you

Preview text

Cómo citar el artículo Número completo Más información del artículo Página de la revista en redalycorg Sistema de Información Científica Redalyc Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe España y Portugal Proyecto académico sin fines de lucro desarrollado bajo la iniciativa de acceso abierto Revista Educação Especial ISSN 1808270X ISSN 1984686X revistaeducaçãoespecialufsmgmailcom Universidade Federal de Santa Maria Brasil de Oliveira Silva Neto Antenor Gonçalves Ávila Éverton Regina Reis Sale Tamara Silveira Amorim Simone Karla Nunes Andréa Maria Santos Vera Educação inclusiva uma escola para todos Revista Educação Especial vol 31 núm 60 2018 EneroMarzo pp 8192 Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria Brasil Disponible en httpswwwredalycorgarticulooaid313154906008 81 Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Educação inclusiva uma escola para todos httpdxdoiorg1059021984686X24091 Educação inclusiva uma escola para todos Antenor de Oliveira Silva Neto Éverton Gonçalves Ávila Tamara Regina Reis Sales Simone Silveira Amorim Andréa Karla Nunes Vera Maria Santos Resumo O presente trabalho trata da inserção de alunos com deficiência nas escolas de ensino regular Assim realizamos um resgate histórico das pessoas com deficiência e destaca mos quatro fases fase da exclusão fase da segregação fase da integração e fase da inclusão total O objetivo desta pesquisa consiste em compreender o processo his tórico da educação especial e da educação inclusiva para entender o movimento atual da inclusão escolar A metodologia deste estudo ancorase numa pesquisa bibliográfi ca qualitativa e descritiva e foi desenvolvida a partir da primeira seção da dissertação de Mestrado em Educação da Universidade Tiradentes intitulada Educação Física e Capoeira como agentes de inclusão para alunos cegos um estudo de caso Tivemos como base teórica Carvalho 2007 Cunha 2015 Mantoan 2003 Stainback e Stainback 1999 Lima 2006 Sassaki 1998 Glat Pletsch e Fontes 2007 Rodri gues 2006 entre outros Apontaremos que a inclusão escolar plena não é uma tarefa fácil pois é necessária uma estruturação progressiva e uma mudança significativa no sistema educacional e na concepção de inclusão por parte da sociedade em geral e principalmente dos profissionais escolares Palavraschave Educação Especial Educação inclusiva Inclusão escolar Professor mestre em Educação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Paripiranga Bahia Brasil Professor doutor da Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe Aracaju Sergipe Brasil Professora doutora em Educação pela Universidade Tiradentes Aracaju Sergipe Brasil Professora doutora em Educação da Universidade Tiradentes Aracaju Sergipe Brasil Professora doutora em Educação da Universidade Tiradentes Aracaju Sergipe Brasil Professora doutora em Educação da Universidade Tiradentes Aracaju Sergipe Brasil 82 Antenor de Oliveira Silva Neto Éverton Gonçalves Ávila Tamara Regina Reis Sales Simone Silveira Amorim Andréa Karla Nunes Vera Maria Santos Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Inclusive education a school for all Abstract The present study is about inclusion of students with disabilities in the regular school Thats way we realize a historical ransom of the people with them and we pointed four phases exclusions phase segregations phase integrations phase and full inclusions phase The researchs objective consists to understand the histo ric process of special and inclusive education to understand the school inclusion nowadays This support methodologic comes from the qualitative and descriptive bibliographic research Developed from the first section of the mastership in Educa tion of the Tiradentes University named Physical Education and Capoeira as agent inclusion of blind students a case study We had theoretical basis Carvalho 2007 Cunha 2015 Mantoan 2003 Stainback and Stainback 1999 Lima 2006 Sas saki 1998 Glat Pletsch and Supplies 2007 Rodrigues 2006 and others We point out that the full school inclusion is not an easy task because it is necessary a progressive frame and meaning changes in the educational system and idea about inclusion to society and professional school mainly Keywords Special Education Inclusive education School inclusion Introdução A escola contemporânea foi planejada para atender um determinado perfil de aluno entretanto hoje a demanda é outra temos estudantes bastante diversificados Tal demanda exige da escola uma reformulação e inovação em todo o seu sistema com estratégias de ensino que possibilitem atender a todos os indivíduos A educação inclusiva traz consigo uma mudança dos valores da educação tradicional o que implica desenvolver novas políticas e reestruturação da educação Para isso é necessária uma transformação do sistema educacional ainda exclusivo direcionado para receber crianças dentro de um padrão de normalidade estabelecido historicamente De acordo com Nascimento 2014 é preocupante o fato de muitas escolas ainda não assegurarem uma educação de qualidade e ter uma prática que é mais excludente do que inclusiva Grande parte das escolas não apresentam condições estruturais e didáticopedagógicas satisfatórias para atender todas as crianças além de discriminar também os marginalizados É preciso transformálas e esta transfor mação depende de cada um da sociedade em geral e principalmente dos professores pois é um passo importante para que os alunos sejam recebidos em sala de aula Sabemos que não é uma tarefa fácil para a escola e muito menos para o pro fessor mas as experiências de muitos professores têm demonstrado que é possível e gratificante trabalhar em sala de aula com diversidade e também implementar uma educação inclusiva enfrentar e superar desafios com a participação daqueles envolvi dos com a educação pois a inclusão é responsabilidade de todos 83 Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Educação inclusiva uma escola para todos Como garantir o acesso e a permanência de todos na escola incluindo os alunos com deficiências e como transformar nossa escola excludente discriminadora numa escola inclusiva É preciso atentar para as possibilidades de inclusão de pessoas com deficiência e não para as dificuldades para assim construir uma sociedade mais digna para todos com ou sem deficiência Nascimento 2014 p 13 afirma que isso só será possível quando cada cidadão cada um de nós entendermos que o movimento pela inclusão não é algo que está distante o movimento pela inclusão é algo que deve fazer parte do nosso cotidiano O objetivo deste trabalho é compreender o processo histórico da educação especial e da educação inclusiva para entender o movimento atual da inclusão escolar O desenvolvimento metodológico deste estudo ancorase numa pesquisa bibliográfi ca qualitativa e descritiva Educação Especial e Educação Inclusiva A Educação Especial nasceu quando a educação ainda era privilégio da mi noria econômica Para falar de Educação Especial e Educação Inclusiva é necessário entender a história o comportamento o contexto e os moldes da sociedade em de terminada época Falar em inclusão é sempre desafiador pois para muitos ainda é um campo desconhecido mas para compreender melhor o discurso atual da inclusão e seus as pectos que causam por vezes angústias e também algumas polêmicas é preciso voltar ao tempo para compreender o processo histórico da Pessoa com Deficiência perpas sar pela educação especial até chegar ao movimento da Educação Inclusiva Assim de acordo com Blanco 2003 nesse processo podemos fragmentar o tratamento dado às Pessoas com Deficiência em quatro fases diferentes A primeira delas corresponde ao período anterior ao século XIX chamada de fase da exclusão na qual a maioria das pessoas com deficiência e outras condições excepcionais era tida como indigna da educação escolar Nas sociedades antigas era normal o infanti cídio quando se observavam anormalidades nas crianças Durante a Idade Média a Igreja condenou tais atos mas por outro lado acalentou a idéia de atribuir a causas sobrenaturais as anormalida des de que padeciam as pessoas explicandoas como punição em decorrência de pecados cometidos Assim as crianças que nasciam com alguma deficiência eram escondidas ou sacrificadas BLAN CO 2003 p 72 A história humana evidencia desde a Antiguidade a descrição de pessoas com alterações anormais por motivo genético A essas pessoas era negado o convívio social elas eram enclausuradas em suas próprias casas ou em outro lugar para tratamento pelos familiares ou pelas autoridades De acordo com Souza 2006 a préhistória é exemplo disto pois as pessoas com problemas intelectuais eram rejeitadas pela sociedade e abandonadas pela famí 84 Antenor de Oliveira Silva Neto Éverton Gonçalves Ávila Tamara Regina Reis Sales Simone Silveira Amorim Andréa Karla Nunes Vera Maria Santos Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial lia Na Antiguidade acreditavase que estas pessoas eram dominadas pelo demônio sendo tratadas numa concepção demonológica E na Idade Média houve o período de escuridão para a ciência logo o indivíduo que não fosse normal poderia ser entendido como demônio ou considerado um profeta em transe Os padrões sociais eram determinados sob forte influência da Igreja Aqueles que não se enquadravam eram punidos ou condenados Nessa época ter um filho com alguma deficiência era visto como maldição muitas vezes ligada a algo diabólico Os diferentes assim como no período da Inquisição poderiam ser executados na forca ou queimados vivos Segundo Souza 2006 já no Renascimento foi considerado o processo de transformação da mentalidade no qual ficou compreendida outra concepção de anormalidade A partir de então com os avanços da Medicina surgiu a noção pato lógica que se aproxima do conceito dos dias atuais marcando o início de um novo tratamento No século XVII os deficientes principalmente os com deficiên cia mental eram totalmente segregados internados em orfanatos manicômios e outros tipos de instituições estatais Esses internatos acolhiam uma diversidade de sujeitos com patologias distintas al guns deficientes outros doentes AMARAL 2001 p 32 Essa fase ficou conhecida como fase da exclusão porque qualquer pessoa que não estivesse no padrão de comportamento e de desenvolvimento instituído pela sociedade era totalmente excluída Para Amaral 2001 no final do século XVIII e início do século XIX reve louse a segunda fase e nela surgiram instituições especializadas no tratamento para Pessoas com Deficiências Acreditase então ter surgido nesse período a educação especial Ainda de acordo com Amaral 2001 houve uma divisão do exercício educa cional nessa época Nasceu naquele momento uma pedagogia especializada e ins titucionalizada que separava indivíduos de acordo com diagnósticos em quociente intelectual Este primeiro momento ficou conhecido como fase de segregação tais escolas especiais cresciam e se multiplicavam por diferentes etiologias pessoas com cegueira surdez com deficiência física intelectual etc Estes núcleos especiais possu íam programas próprios como técnicos e especialistas que constituíam um sistema de educação especial diferenciado em relação ao sistema educacional geral ou seja dentro do sistema educacional existiam dois subsistemas que não se interligavam educação especial e educação regular Na segunda metade do século XX especialmente a partir da dé cada de 70 seria a terceira fase que constitui a fase da integração quando o portador de deficiência começou a ter acesso à classe regular desde que se adaptasse e não causasse nenhum transtorno ao contexto escolar Embora a bandeira da integração já tivesse sido defendida a partir do final dos anos 60 nesse novo momento houve uma mudança filosófica em direção à idéia de educação in 85 Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Educação inclusiva uma escola para todos tegrada ou seja escolas regulares aceitando crianças ou adolescen tes deficientes nas classes comuns ou pelo menos em ambientes o menos restrito possível Entretanto só se consideravam adaptarse à classe regular como esta se apresentava portanto sem modifica ção no sistema escolar BLANCO 2003 p 28 A partir da década de 1970 começaram as reivindicações Para Nascimento 2014 as Pessoas com Deficiência até então sendo educadas em instituições es pecializadas deveriam ser reinseridas na comunidade Esta época foi marcada por importantes mudanças na educação especial e por consequência de mobilizações dos pais de crianças com Deficiência que queriam espaços nas escolas regulares para seus filhos resultou no direito à educação pública gratuita para todas as crianças com Deficiência É importante salientar que não só os pais mas também os profissionais passa ram a reivindicar e pressionar a sociedade em geral a fim de garantir direitos essen ciais e evitar discriminações De acordo com Nascimento 2014 as conquistas decorrentes das manifes tações levam ao declínio da educação especial paralela à educação regular No lugar da expressão Deficiência passou a ser utilizado o termo Necessidades Educativas Especiais ampliando possibilidades para integração da Pessoa com Deficiência na escola regular Porém apesar desta integração ter sido considerada um grande avanço para igualdade de direitos houve poucos benefícios para promover de fato o seu desenvol vimento A Deficiência era considerada um problema de quem a possuía assim esta deveria tornarse apta à integração ao meio social Não cabia à escola se adaptar às necessidades dos alunos mas às Pessoas com Deficiência adaptarse à escola inclusive em termos econômicos Destacamos aqui a ideia de integração física que envolvia a construção de classes especiais em escolas mas organizadas de modo que também não atendiam plenamente à inclusão Surge então a inclusão total que era a forma mais radical de legitimar a inclusão de todas as pessoas na classe regular e a proposta de eliminar os programas paralelos de educação especial Na década de 1990 reforçavase cada vez mais a ideia de Educação Inclusiva para alunos com Deficiência Com a proposta de aplicação prática ao campo da educação a partir de um movimento mundial denominado Inclusão Social surge o termo Educação Inclusiva Para Nascimento 2014 p 18 o movimento pela Educação Inclusiva significa uma crítica às práticas marginalizantes encontradas no passado inclusive as da própria Educação Especial Segundo Lima 2006 o ensino inclusivo não deve ser confundido com edu cação especial embora o contemple A educação especial nasceu a partir de uma proposta de educação para todos independente da origem social de cada um E a escola inclusiva juntamente com uma sociedade inclusiva refletiuse em encontros internacionais por meio de grupos que reivindicavam seus direitos sociais 86 Antenor de Oliveira Silva Neto Éverton Gonçalves Ávila Tamara Regina Reis Sales Simone Silveira Amorim Andréa Karla Nunes Vera Maria Santos Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação po lítica cultural social e pedagógica desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos aprendendo e partici pando sem nenhum tipo de discriminação A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos que conjuga igualdade e diferença como va lores indissociáveis dentro e fora da escola BRASIL 2007 p 1 No Brasil a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educa ção Inclusiva assegura acesso ao ensino regular a alunos com deficiências diversifica das intelectual física surdos cegos com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas habilidadessuperdotação desde a educação infantil até a educação superior A sociedade inclusiva já começou a ser construída a partir de al gumas experiências de inserção social de pessoas com deficiência ainda na década de oitenta Em várias partes do mundo inclusive no Brasil modificações pequenas e grandes vêm sendo feitas em setores como escolas empresas áreas de lazer edifícios e espaços urbanos para possibilitar a participação plena de pessoas defi cientes com igualdade de oportunidades junto à população geral SASSAKI 1998 p 8 A inclusão resulta da longa trajetória histórica que foi construída por todos ao longo dos anos num processo marcado pela segregação discriminação e até morte Segundo Blanco 2003 p 72 quando se discute inclusão não estamos apenas repetindo um termo ou um conceito mas referindo também aqueles que passaram suas vidas aprisionados em hospícios ou que acabaram em uma fogueira para salvar a alma de um corpo deficiente como ocorreu na Idade Média Acrescentese ainda que o Brasil acompanhou os demais países e o ensino especial foi na sua origem um sistema separado de educação das crianças com defi ciência fora do ensino regular baseado na crença de que as necessidades das crianças com deficiência não podiam ser supridas nas escolas regulares pois conforme Lima 2006 ainda não tínhamos recursos não disponibilizávamos de professores capaci tados estruturas adequadas das escolas dinâmica da escola para recebermos alunos especiais recursos pedagógicos entre outros Por meio dessa síntese histórica podese notar como a situação da inclusão se apresenta de forma delicada ao longo do tempo a fim de compreendêla nos dias atuais Inclusão escolar A Educação Inclusiva é a transformação para uma sociedade inclusiva um processo em que se amplia a participação de todos os alunos nos estabelecimentos de ensino regular Tratase de uma reestruturação da cultura da prática e das políticas vi venciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos alunos É uma abordagem humanística democrática que percebe o sujeito e suas singularidades tendo como objetivos o crescimento a satisfação pessoal e a inserção social de todos 87 Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Educação inclusiva uma escola para todos A educação inclusiva pode ser definida como a prática da inclu são de todos independentemente de seu talento deficiência origem socioeconômica ou cultural em escolas e salas de aula provedoras onde as necessidades desses alunos sejam satisfeitas STAINBACK STAINBACK 1999 p 21 Martins et al 2008 p 19 acrescenta esse movimento que busca repensar a escola para que deixe de ser a escola da homogeneidade e passe a ser a escola da heterogeneidade para que a escola da discriminação dê lugar à escola aberta a todos Neste mesmo sentido Mantoan 2003 p 19 afirma que o mais relevante no concei to de inclusão escolar é que todos os alunos sem exceção devem frequentar as salas de aula do ensino regular A escola é um ambiente multicultural diversificado que atende um público com objetivos ideologias e necessidades diferenciadas Enfim essa é uma característi ca própria que acolhe indivíduos com aspectos múltiplos sejam religiosos políticos sociais entre muitos outros A escola é responsável pela transformação do indivíduo o que corresponde a um conjunto de alterações comportamentais que se tem por aprendizagem Quando se trata de alunos com deficiência é preciso compreender que o pro cesso de aprendizagem é possível dentro de sala de aula regular e modificar o pensa mento excludente de que esses alunos não são capazes de estudar conviver e aprender com os demais É na escola que este processo de transformação acontece de forma contínua depois da família é neste espaço único que os indivíduos são capazes de assimilar conteúdos interagir e construir conhecimentos Ainda há profissionais que acreditam que a presença dos alunos com deficiência quebrará a rotina da escola Por isso temos que pensar em uma inclusão que afaste o pensamento de fracasso as sumindo posturas de novos ensinos e novas aprendizagens Isso consiste em uma renovação da escola CUNHA 2015 p 71 Para Cunha 2015 p 153 em sala de aula há inúmeras vozes que se cruzam quando todos os alunos contribuem com seus pensamentos de forma a construir um diálogo através do qual se pode colher assim os frutos do conteúdo abordado A escola possui função essencial na vida dos alunos ela tem um importante papel que proporciona desenvolvimento cultural social intelectual e físico dos es colares À ela é atribuída inúmeras funções na vida do indivíduo como responsável pela educação formal na promoção de valores sociais e culturais indispensáveis à formação do cidadão A escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor Não pode continuar anulando e marginalizando as diferen ças culturais sociais étnicas nos processos pelos quais forma e instrui os alunos Afinal de contas aprender implica ser capaz de expressar dos mais variados modos o que sabemos implica representar o mundo a partir de nossas origens de nossos valores e sentimentos MANTOAN 2003 p 15 88 Antenor de Oliveira Silva Neto Éverton Gonçalves Ávila Tamara Regina Reis Sales Simone Silveira Amorim Andréa Karla Nunes Vera Maria Santos Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial É preciso que a escola ande em conformidade com a família numa proposta de educação compartilhada principalmente no caso dos alunos com deficiência para que haja resultado satisfatório de aprendizagem dos alunos Um ponto importante que precisa ser destacado para incluir alunos com de ficiência está na qualificação da equipe de profissionais escolares e dos recursos pe dagógicos Não podemos falar somente em inclusão escolar de forma passional mas devemos fazer o debate segundo a visão de quem faz a escola sejam professores coor denadores diretorias porteiros entre outros Não basta que o aluno seja matriculado por força da lei em uma turma de ensino regular pois é de fundamental importância uma equipe preparada para que a inclusão se efetive Conforme Cunha 2015 p 69 incluir é muito mais que inserir Além de tudo é preciso dar condições de permanên cia e possibilidade de desenvolvimento da aprendizagem maximizando assim suas potencialidades ou seja É necessário que essa discussão se estenda para que não só os inte lectuais e especialistas saibam que os indivíduos com necessidades educacionais especiais têm potencialidades inteligência senti mentos direito à dignidade mas também que eles têm direito à vida em todos os seus aspectos apesar das limitações que pos sam ter Todos nós temos limitações é preciso apenas respeitálas SOUZA 2013 p 162 De acordo com Cunha 2015 a inclusão de Pessoas com Deficiência na es cola precisa de fundamentos teóricos como também da lida diária da prática para estabelecer dados concretos que incentivem guiem e deem segurança aos educadores Também é preciso que o sistema de Educação Inclusiva observe as necessidades gerais dos alunos exigindo da escola sensibilidade em trabalhar com as individualidades A Educação Inclusiva tem por proposta a educação de todos os alunos juntos deixandoos aptos para o convívio em sociedade a partir da escola conforme afirma Mantoan 2003 p 33 incluir é não deixar ninguém de fora da escola comum ou seja ensinar a todas as crianças indistintamente Quando os alunos com diversos níveis de deficiências estão numa sala inclusi va eles podem aprender mais e melhor assim como aos demais é dada a oportunida de de aprendizado compreensão respeito e convivência com as diferenças Conforme falamos anteriormente a escola atual tem uma demanda bastan te diversificada de estudantes entretanto a inserção de alunos com deficiência no ensino regular ainda é considerada um desafio Infelizmente ainda vemos muitas escolas com uma prática excludente cometendo os mesmos equívocos de segregação de séculos passados Quando as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade sob a alegação de que eram incapazes ou incapacitadas e por isso eram postas à margem do convívio social inclusive da acessibi lidade à escola Esse processo passa por mudanças atitudinais e principalmente pela existência de leis que assegurem direitos às pessoas com deficiência CUNHA 2015 p 7071 89 Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Educação inclusiva uma escola para todos Porém hoje o discurso é que os professores não estão preparados para receber o aluno com deficiência e a escola não dispõe de infraestrutura adequada e não possui recursos didáticopedagógicos para atender esse público mesmo sendo um direito estabelecido por lei É preciso entender que a inclusão de Pessoas com Deficiência no ensino re gular é fazêlas integrantes da escola num sistema único de educação Nas escolas de educação especial os alunos conviviam somente com outros com deficiências iguais ou diferentes da dele Todavia vivemos em um momento em que o mundo prega o respeito à diversidade e que esta seja entendida como um processo natural pois defender a inclusão escolar é necessário para que seja dada a oportunidade a todos os alunos de estarem na escola e juntos aprenderem o respeito às diferenças CUNHA 2015 p 71 A escola inclusiva apresenta a característica de ajudar os alunos que sozinhos não conseguem solucionar problemas devido a sua deficiência e superar seus limites Fazse necessário esforço contínuo com a finalidade de colaborar com o outro logo Se não houver outra utilidade adaptar as escolas e as turmas para incluir todos significa dizer implicitamente a escola pertence a todos Qualquer cultura que diga você é importante aumenta a probabilidade de seus membros serem capazes de dizer o mesmo uns para os outros e para si mesmos STAINBACK STAINBA CK 1999 p 404 A inclusão escolar perpassa pelas várias dimensões humanas sociais e políticas e vem gradualmente se expandindo na sociedade contemporânea de forma a auxiliar no desenvolvimento das pessoas em geral de maneira a contribuir para a reestrutura ção de práticas e ações cada vez mais inclusivas e sem preconceitos O conceito de Inclusão no âmbito específico da Educação impli ca antes de mais rejeitar por princípio a exclusão presencial ou acadêmica de qualquer aluno da comunidade escolar Para isso a escola que pretende seguir uma política de Educação Inclusi va EI desenvolver políticas culturas e práticas que valorizam o contributo activo de cada aluno para a construção de um conhe cimento construído e partilhado e dessa forma atingir a qualida de académica e sociocultural sem discriminação RODRIGUES 2006 p 2 Para Mantoan 2003 p 28 as crianças precisam da escola para aprender e não para marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte A Educação Inclusiva se configura na diversidade inerente à espécie humana buscando perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitosalunos em salas de aulas comuns em um sistema regular de ensino de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos Prática pedagógica coletiva multifacetada dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas na formação humana dos professores e nas relações fa míliaescola 90 Antenor de Oliveira Silva Neto Éverton Gonçalves Ávila Tamara Regina Reis Sales Simone Silveira Amorim Andréa Karla Nunes Vera Maria Santos Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Educação Inclusiva não consiste apenas em matricular o aluno com deficiência em escola ou turma regular como um espaço de convivência para desenvolver sua socialização A inclusão escolar só é significativa se proporcionar o ingresso e permanência do alu no na escola com aproveitamento acadêmico e isso só ocorrerá a partir da atenção às suas peculiaridades de aprendizagem e desen volvimento GLAT PLETSCH FONTES 2007 p 344 Para Carvalho 2007 a Educação Inclusiva pode ser definida como a prática da inclusão de todos independente de seu talento deficiência origem socioeconô mica ou cultural A proposta de Educação Inclusiva traduz uma aspiração antiga se devidamente compreendida como educação de boa qualidade para todos e com todos buscando meios e modos de remover barreiras para aprendizagem e para a participa ção dos aprendizes indistintamente De acordo com Cunha 2015 p 63 a apren dizagem não deve ser confundida com os processos naturais de crescimento humano pois ela envolve um indivíduo nas mais diferentes etapas da vida isto é quando se aprende algo não se esquece Educação Inclusiva significa pensar uma escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos e onde os mecanis mos de seleção e discriminação até então utilizados são substitu ídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem BLANCO 2003 p 16 A inclusão vem demonstrar que as pessoas são igualmente importantes em determinada comunidade e com isso a diversidade e as diferenças tornam o meio escolar culturalmente rico possibilitando novas aprendizagens para Pessoas com De ficiência ou pessoas que por qualquer motivo não se adaptam ao sistema escolar e são excluídas De acordo com Lima 2006 tal inclusão é o modo ideal de garantir igualdade de oportunidades e permitir que alunos com deficiência possam relacionar se com outros e estabelecer trocas para construir uma sociedade mais igualitária e consciente da necessidade de inclusão Nessa relação todos se desenvolvem pois são necessários exemplos que superem fraquezas e despertem potencialidades a igualda de nos relacionamentos permite trocas e não estagna o desenvolvimento Dentro de um amplo projeto de educação os princípios da inclusão vão além de inserir crianças com deficiência na rede regular de ensino É preciso que entendamos que o ato de incluir é antes de tudo uma lição de cidadania e de respeito para com o próximo Incluir é reconhecer que existem outros de nós que precisam participar de todos os meios seja profissional educacional so cial independente das diferenças A inclusão escolar não é um trabalho fácil Estamos a rediscutir valores e preconceitos que estão enraizados em nossa cultura mas estamos no caminho para alcançar a inclusão plena pois é necessária uma reestruturação progressiva e uma transformação do pensar a escola 91 Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial Educação inclusiva uma escola para todos Considerações finais Para uma sociedade efetivamente democrática na qual todos tenham uma vida decente é preciso fazer da inclusão escolar uma realidade A democracia não pressupõe atender a maioria da sociedade mas garantir o direito de todos Uma so ciedade só é democrática quando cada um de nós também for democrático A sociedade inclusiva é sim possível e sem dúvida será uma so ciedade melhor não apenas para as pessoas com deficiências com deficiências significativas precariamente ou marginalmente inclu ídas mas será uma sociedade muito melhor muito mais digna para todos nós NASCIMENTO 2014 p 45 É grande a possibilidade da inclusão Sabemos que ainda há um longo percur so pela frente para que a inclusão escolar seja plena e não precisamos ir muito longe basta olhar ao nosso redor que logo veremos um grande caminho para construirmos uma sociedade inclusiva Ambientes inclusivos propiciam integração social o que afeta diretamente através dos colegas o desenvolvimento de potencialidades Tornase evidente o con texto mais produtivo pois há promoção de habilidade de interação social quando se compara com ambientes educacionais segregados É a capacidade de indignação frente às injustiças de não aceitar que os nossos pares sejam tratados como indesejá veis o que nos mantém determinados e empenhados na solução da causa A luta pela inclusão acontece no dia a dia enxergando o nosso próximo com respeito indepen dentemente do tipo e nível de deficiência Quando de fato acontecer a inclusão de todos os indivíduos podemos dizer que avançamos muito na mudança de mentalidade da sociedade Não é uma tarefa simples mas é possível Devemos defender a causa e seguiremos em frente para que tal cidadania realmente aconteça Referências AMARAL L A Pensar a DiferençaDeficiência Brasília Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência 2001 BLANCO R Aprendendo na diversidade Implicações educativas Foz do Iguaçu 2003 Disponível em httpentreamigosorgbrsitesdefautfilestextosAprendendo20na20Diversdade2020Implica C3A7C3B5es20Educativaspdf Acesso em 08 de mar de 2016 BRASIL Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de diretrizes e bases da educação nacional da 185 da Independência e 108 da República Brasília 1996 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03 LeisL9394htm Acesso em 10 de jun de 2015 BRASIL Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais Educação Física Brasília MECSEF 1998 BRASIL Ministério da Educação Atendimento Educacional Especializado Deficiência Visual Brasília SE ESPSEEDMEC 2007 BRASIL Ministério da Educação Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Brasília SEESPMEC 2007 CARVALHO R E Educação Inclusiva com os pingos nos is 5 ed Porto Alegre Mediação 2007 CUNHA M S Ensino da língua portuguesa na perspectiva da inclusão do aluno cego no nível funda mental 2015 173 f Dissertação Mestrado em Educação Programa de Pós Graduação em Educação Univer sidade Federal de Sergipe 2015 92 Antenor de Oliveira Silva Neto Éverton Gonçalves Ávila Tamara Regina Reis Sales Simone Silveira Amorim Andréa Karla Nunes Vera Maria Santos Revista Educação Especial v 31 n 60 p 8192 janmar 2018 Santa Maria Disponível em httpsperiodicosufsmbreducacaoespecial GLAT R PLETSCH M D FONTES R de S Educação inclusiva educação especial propostas que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade In Revista em Educação Santa Maria v 32 n 2 p 343356 2007 Disponível em httpcoralxufsmbrrevce2007a5htm Acesso em 08 de mar de 2016 LIMA P A Educação Inclusiva e Igualdade Social São Paulo Avercamp 2006 MANTOAN M T E Inclusão escolar o que é por quê como fazer São Paulo Moderna 2003 MARTINS L A R et al Inclusão compartilhando saberes 3 ed PetrópolisRJ Vozes 2008 NASCIMENTO L B P A importância da inclusão escolar desde a educação infantil 2014 49 f Trabalho de Conclusão de Curso Pedagogia Departamento de Educação Faculdade Formação de Professores Univer sidade do Estado do Rio de Janeiro 2014 RODRIGUES D Inclusão e Educação doze olhares sobre a educação inclusiva São Paulo Summus 2006 SASSAKI R K Entrevista In Revista Integração Brasília v 8 n 20 p 810 ago 1998 SILVA R F SEABRA JÚNIOR L ARAÚJO P F Educação Física Adaptada no Brasil da história à inclu são educacional São Paulo Phorte 2008 SOUZA J P de A Educação Física no contexto inclusivo análise do curso de capacitação de professores mul tiplicadores em Educação Física Adaptada Campo Grande 2006 133 f Dissertação Mestrado em Educação Programa de Pós Graduação em Educação Universidade Católica Dom Bosco 2006 SOUZA R C S et al Educação Física Inclusiva perspectiva para além da deficiência Aracaju Editora UFS 2013 SOUZA R C S BORDAS M A G SANTOS C S Formação de Professores e Cultura Inclusiva Aracaju Editora UFS 2014 STAINBACK S STAINBACK W Inclusão Um guia para Educadores Porto Alegre Artmed 1999 Correspondência Antenor de Oliveira Silva Neto Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Paripiranga Avenida Universi tária 23 Parque das Palmeiras CEP 48430000 Paripiranga Bahia Brasil Email antenonetohotmailcom evertonvila12gmailcom tamarasales89hotmailcom simonesil veiraunitbr andreakarlaunitbr verasantosunitbr Recebido em 21 de setembro de 2016 Aprovado em 08 de maio de 2017 httpdxdoiorg1059021984686X13590