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Como está o caixa das empresas abertas para sobreviver à pandemia Cerca de 233 das companhias teriam caixa negativo após o primeiro mês sem receitas segundo levantamento mas mais da metade sobreviveria por três meses Coronavírus a pandemia atinge as empresas num momento em que elas estão se recuperando da crise econômica brasileira Getty Images Bruna Prado Por Karin Salomão Publicado em 03042020 1800 Última atualização em 03042020 2129 Tempo de Leitura 4 min de leitura Com o fechamento do comércio e de outros negócios durante a quarentena provocada pelo novo coronavírus uma discussão constante tem sido o impacto dessas medidas na economia e nas empresas Em uma simulação o Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe Cemec Fipe observou que pouco mais da metade das companhias abertas brasileiras sobreviveria até o terceiro mês sem receita mas mantendo pagamentos a fornecedores e obrigações financeiras como salários e aluguéis PUBLICIDADE Foram analisadas 245 companhias abertas na bolsa de valores que já divulgaram os resultados completos do ano de 2019 Cerca de 233 ou 57 das companhias já teria caixa negativo após o primeiro mês sem receitas Ao fim do segundo mês 91 ou 371 já estariam com caixa negativo O terceiro mês sem receitas já levaria 119 ou 486 das empresas a fechar o mês no vermelho As outras 514 se manteriam com o caixa positivo Alguns setores são mais sensíveis do que outros Setores que ao final do primeiro mês sem receitas fechariam no vermelho são os de automóveis e motocicletas construção e engenharia embalagens materiais diversos e químicos Ao final do terceiro mês 17 setores ou 486 do total já estariam operando com caixa negativo na média das empresas A simulação é feita levando em consideração o caixa da empresa no final de dezembro de 2019 média das despesas o valor a pagar a fornecedores e o tempo médio de pagamento a eles A pesquisa considera que as empresas permaneceriam completamente paradas nesse período sem novas receitas e também sem comprar novos itens de fornecedores Considera ainda que essas empresas renegociariam todas as suas dívidas financeiras e juros De uma crise para outra A pandemia do coronavírus atinge as empresas num momento em que elas estão se recuperando da crise econômica que começou em 2016 Embora o PIB não tenha se acelerado muito a rentabilidade das empresas mostrou uma recuperação forte diz Carlos Antonio Rocca coordenador do Cemec Fipe Do ponto de vista de endividamento e alavancagem relação entre dívida líquida e receitas as empresas terminaram 2019 de forma muito mais confortável afirma Além de ter reformulado o endividamento as empresas também estavam segurando investimentos Por isso estavam com um caixa na empresa na média ou superior à média dos últimos anos Notícias relacionadas APRESENTADO POR ALBERT EINSTEIN Pósgraduação do Einstein une especialistas a aprendizagem ativa NEGÓCIOS Há menos de um minuto Fui a CEO das crises mas não vivi nada parecido diz Luiza Trajano Cenário real Como a simulação olha apenas para parte das empresas abertas não reflete toda a realidade empresarial brasileira Segundo Rocca as empresas com capital aberto em bolsa estão entre as maiores e mais fortes do país Elas têm balanços mais auditados e acompanhados de perto por investidores e precisam demonstrar transparência e governança As companhias abertas também têm uma disponibilidade maior de capital para financiar suas operações Nosso levantamento mostra que uma paralisação de vendas tem um impacto muito forte mesmo para empresas grandes nesse prazo curto afirma o economista Empresas fechadas familiares ou pequenos negócios têm uma situação de caixa muito mais delicada diz Rocca mas esses dados não estão disponíveis tão facilmente De acordo com dados do Serasa 62 milhões de micro e pequenas empresas já estavam inadimplentes em janeiro alta de quase 10 em relação ao mesmo mês do ano anterior Os primeiros dias de restrição à circulação de pessoas e isolamento social em decorrência do coronavírus já atingem o equilíbrio financeiro das empresas e ameaça a sobrevivência de milhões de pequenos negócios no país Segundo pesquisa feita pelo Sebrae 89 das micro e pequenas empresas brasileiras já observam queda em seu faturamento E 36 dos empreendedores afirmam que precisarão fechar o negócio permanentemente em um mês caso as restrições adotadas até agora permaneçam por mais tempo A pesquisa feita entre os dias 20 e 23 de março junto com um universo de 9105 donos de pequenos negócios revelou que na média a redução no faturamento das empresas foi de 69 Os empresários ouvidos pelo Sebrae ressaltam que mesmo adotando uma estratégia de venda online o faturamento anual do negócio sofreria queda de 74 caso as políticas de isolamento social sejam mantidas por um período de dois meses Cervejaria Backer Origem Wikipédia a enciclopédia livre Cervejaria Backer Entrada da fábrica da Backer Slogan De Minas para o mundo Atividade Bebidas Fundação 1999 23 anos Sede Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Produtos Cervejas e bebidas destiladas Website oficial 1 A Cervejaria Backer é uma empresa brasileira dedicada à produção de bebidas alcoólicas entre as quais cervejas e bebidas destiladas A mesma ganhou reputação negativa no Brasil em janeiro de 2020 quando pessoas faleceram e foram internadas em estado grave após consumirem cervejas da marca especialmente com os rótulos Belorizontina e Capixaba Investigações posteriores indicaram que vários lotes de outros tipos de cervejas da marca estavam contaminados com monoetilenoglicol MEG e dietilenoglicol DEG duas substâncias extremamente tóxicas que provocam danos ao sistema nervoso e aos rins Sobre este incidente em seu relatório final em 04 de agosto de 2020 o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa escreveu o relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019 afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10 ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria 1 História Situada no bairro Olhos Dágua na Região Oeste de Belo Horizonte foi fundada em 1999 e está registrada em cartório como a primeira cerveja artesanal de Minas Gerais É uma empresa familiar que nasceu da iniciativa dos irmãos Halim e Munir Lebbos para suprir uma grande demanda de cervejas especiais no Brasil Uma das cervejarias artesanais mais promissoras do País escreveu a revista Isto É em 16 de janeiro de 2020 que adicionou que quando ela foi fundada o mercado dominado por grandes companhias observava o surgimento de uma demanda por cervejas especiais 2 3 A cerveja mais vendida a Belorizontina foi criada em dezembro de 2017 para homenagear os 120 anos da capital mineira Virou o carrochefe entre os 21 rótulos da Backer por agradar ao paladar dos brasileiros escreveu a Isto É também acrescentando que dos 70 tanques da fábrica da Backer 20 haviam sido adquiridos entre 2018 e 2019 Contaminação com dietilenoglicol Entre os dias 27 de dezembro de 2019 e 05 de janeiro de 2020 após a entrada em hospitais de 8 pessoas com sintomas de intoxicação começaram a circular nas redes sociais as primeiras informações sobre o assunto Uma doença misteriosa que assombra o estado escreveu o Correio Braziliense no dia 08 de janeiro Já o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde CievsMinas havia recebido a primeira notificação no dia 30 de dezembro conforme nota oficial Diversas hipóteses sobre a provável origem dos casos de síndrome nefroneural estão circulando pelas redes sociais A SESMG esclarece no entanto que nenhuma dessas foi comprovada pelas investigações dizia a nota 4 5 Na segundafeira dia 06 o Cievs anunciou em nota a internação de ao menos sete pacientes em Minas Gerais e uma forçatarefa foi montada Os sintomas apresentados pelas pessoas internadas eram dor abdominal náuseas vômitos insuficiência renal aguda de rápida evolução até 72 horas e alterações neurológicas centrais e periféricas 6 Foi após a morte do primeiro paciente Paschoal Dermatini Filho em 07 de janeiro que a filha deste Camila que é farmacêutica começou a investigar o assunto Ela entrou em contato com os familiares de pessoas internadas com sintomas parecidos ao da doença do pai e chegou à possível substância tóxica dietilenoglico l DEG Em 19 de janeiro de 2020 Camila falou ao Fantástico da Globo pesquisando esses casos clínicos é que a gente achou que o que tinha causado essa sintomatologia neles era o monoetilenoglicol Segundo o Fantástico também um dos médicos disse o que ajudou muito o nosso trabalho foi a investigação epidemiológica feita pelas famílias que chegaram e foram enfáticas em falar que todos usaram a mesma cerveja O programa também enfatizou quando a Camila foi à delegacia pela primeira vez já trouxe as informações que tinha apurado E isso acabou sendo fundamental foi o ponto de partida da investigação 7 As primeiras investigações feitas pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais apontaram que todas as pessoas intoxicadas haviam passado as festividades na região do bairro Buritis em Belo Horizonte e aparentemente consumido a cerveja Belorizontina produzida pela Backer No dia 09 a Polícia visitou a cervejaria e horas depois numa coletiva de imprensa anunciou a presença da substância tóxica DEG em duas amostras da cerveja Belorizontina A empresa foi interditada e as vendas foram suspensas no dia 10 8 9 No dia 15 o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa anunciou que o MEG havia sido encontrado na água usada na fabricação da cerveja sendo que dias antes a Polícia Civil havia encontrado a substância também em um dos tanques de fermentação Ao mesmo tempo a Backer apresentava à Justiça um vídeo com um suposto indício de sabotagem nos barris de MEG substância usada em serpentinas de resfriamento da cervejaria 10 No dia 16 a Polícia Civil fez busca e apreensão na distribuidora Imperquímica que fornecia o MEG para a Backer A Imperquímica foi fechada pela vigilância sanitária de Contagem no dia 17 por não ter alvará para comercializar o MEG fracionado 10 O último boletim de investigação dos casos de intoxicação exógena por MEG emitido pela Secretaria da Saúde de MG em 07 de fevereiro anunciava que havia 31 casos suspeitos de intoxicação por MEG que quatro 04 casos haviam sido confirmados e que seis 06 casos haviam evoluído para óbito 11 No dia 20 de fevereiro o Ministério da Agricultura corrigiu o número de lotes contaminados para 53 incluindo os rótulos Backer D2 Backer Pilsen Backer Trigo Belorizontina Brown Capitão Senra Capixaba Corleone Fargo 46 e Pele Vermelha mas houve suspeitas de que poderia haver cerca de 82 lotes contaminados 12 13 Em 04 de agosto de 2020 o Mapa divulgou seu relatório final escrevendo que o relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019 afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento 1 As investigações Em 12 de janeiro de 2020 O Globo escreveu que a Polícia não descartava nenhuma possibilidade inclusive a de sabotagem Já a revista Isto É escreveu no dia 17 de janeiro que a mineira Backer uma das principais protagonistas da ascensão das cervejas especiais do País está no centro de uma investigação policial deflagrada pela morte e contaminação de consumidores em uma trama que levanta suspeitas sobre funcionários e concorrentes 14 3 Segundo a Isto É também no Ministério da Agricultura as principais linhas de investigação eram o vazamento do tanque a utilização incorreta do DEG e mesmo a sabotagem enquanto o delegado Flávio Grossi teria dito acreditamos que houve crime por isso instauramos um inquérito policial 3 Técnicos em Química falaram para a imprensa que o MEG pode se transformar em DEG a partir de uma reação química Uma das suspeitas é que tenha havido um vazamento do MEG Ao entrar em contato com o ambiente ácido da cerveja a substância pode ter se transformado em DEG escreveu o UOL Notícias em 16 de janeiro 15 No dia 21 a imprensa reportou uma guerra de laudos já que um especialista contratado pela Backer havia indicado resultados diferentes do laudo feito pelo Mapa No entanto a cervejaria anunciou que o laudo privado servia apenas para ajudar a esclarecer a situação e também admitiu pela primeira vez a possível contaminação eventual segundo o jornal Estado de Minas Gerais 16 Cerca de três meses depois do início das investigações a Polícia anunciou no dia 08 de abril numa coletiva de imprensa que a sabotagem havia sido descartada Segundo o delegado Flávio Grossi a Backer não comprava DEG mas o usava dentro da empresa o que configurava uma situação de negligencia por parte da empresa Até este dia 66 pessoas entre elas vítimas testemunhas e investigados já haviam sido ouvidos para apuração do caso 17 O término do inquérito O inquérito foi finalizado em meados de junho quando foi enviado ao Ministério Público e segundo o delegado responsável pelo caso durante as investigações se apurou que 18 19 a Backer realmente não comprava DEG mas sim o MEG No entanto este era alterado por um fornecedor que entregava o produto adulterado para a Backer este fato no entanto não mudava o caso já que o MEG teria provocado os mesmos danos à saúde dos consumidores um pequeno furo de cerca de 2mm causou o vazamento da substância tóxica para um dos tanque o tanque JB10 sete pessoas foram responsabilizados por crime culposo sem intenção de matar por crime de negligência e imperícia técnica e outras quatro por outros crimes os donos da Backer não responderiam por homicídio culposo pois segundo o delegado não tinham conhecimentos técnicos para evitar o vazamento Posição da empresa Inicialmente a Backer havia classificado as mensagens nas redes sociais como mentira mas após o primeiro laudo pericial informou que os lotes L1 1348 e L2 1348 da cerveja com o rótulo Belorizontina seriam recolhidos e que não deveriam ser consumidos 8 20 No dia 10 a empresa foi interditada e num acordo com o Ministério Público de Minas Gerais e o Procon estadual a venda de todas as cervejas foi suspensa 10 Dias depois a Backer apresentou à Justiça um vídeo com um suposto indício de sabotagem nos barris de MEG substância usada em serpentinas de resfriamento da cervejaria 10 A Backer negou que usasse o DEG no processo de fabricação e a diretora da empresa anunciou que não sabia o que estava acontecendo mas que ninguém deveria consumir as cervejas da marca 21 No website a empresa postou um comunicado oficial Nesse momento a Backer mantém o foco nos pacientes e em seus familiares A empresa prestará o suporte necessário mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio Desde já se coloca à disposição para o que eles precisarem A cervejaria informa que continua colaborando sem restrições com as investigações A empresa segue apurando internamente o que poderia ter ocorrido com os lotes de cerveja apontados pela Polícia A Backer adianta que na semana passada solicitou uma perícia independente e aguarda os resultados Reitera que em seu processo produtivo utiliza exclusivamente o agente monoetilenoglicol No dia 21 de janeiro a cervejaria com base na perícia independente chegou a contestar o laudo do Mapa mas admitiu pela primeira vez uma possível contaminação eventual segundo o jornal Estado de Minas Gerais 16 Relatório final do Mapa O relatório final do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa emitido no dia 04 de agosto de 2020 contradisse algumas informações demonstrando por exemplo 1 que as contaminações começaram muito antes já em janeiro de 2019 2 que a contaminação não esteve restrita a apenas um só tanque o JB 10 O Mapa escreveu o relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019 afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento utilizandoos em detrimento de alternativas atóxicas como propilenoglicol e álcool etílico potável As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10 ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria A empresa também possui diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos apresentando informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes 1 Vítimas Inicialmente a contaminação de 42 pessoas incluindo nove mortes foi investigada mas o inquérito concluiu que houve 29 vítimas Os casos de outras 30 pessoas continuavam em análise no final do inquérito 17 22 19 Dez 10 pessoas morreram devido à contaminação abaixo faltam os dados de uma das vítimas fatais 23 Mortes confirmadas Mulher de 60 anos que não teve a identidade revelada Falecida em 28 de dezembro na cidade de Pompéu com a morte notificada pela SESMG no dia 16 de janeiro Paschoal Dermatini Filho de 55 anos Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro A morte por síndrome nefroneural causada por DEG foi confirmada pela SESMG 11 Antônio Márcio Quintão de Freitas de 76 anos Morreu no Hospital Mater Dei em Belo Horizonte em 15 de janeiro 24 Homem de 89 anos que não teve a identidade revelada Morte confirmada pela SES em 16 de janeiro Homem que não teve a identidade revelada Falecido em 01 de fevereiro Morte confirmada pela SESMG em seu relatório final em 07 de fevereiro João Roberto Borges de 74 anos Estava internado no Hospital Madre Teresa e era juiz titular da 28ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte Morreu em 03 de fevereiro Ronaldo Vitor Santos de 49 anos Morreu num hospital particular no bairro Barreiro em Belo Horizonte em 07 de março José Osvaldo de Faria de 66 anos Morreu após passar 500 dias internado no Hospital Madre Teresa em Belo Horizonte no dia 15 de julho de 2020 25 Marco Aurélio Gonçalves Cotta de 65 anos Morreu após 6 meses de internação e um coma de 40 dias no dia 18 de julho de 2020 23 Recuperados Luís Felipe Teles Ribeiro de 38 marido de Camilla que começou as investigações após o falecimento do pai Paschoal Dermatini Filho Em janeiro de 2021 ele revelou que havia ficado totalmente surdo 26 27 Cristiano Mauro Assis Gomes de 47 teve alta no dia 06 de março Inicialmente ficou com paralisia facial e teve que fazer hemodiálise três vezes por semana mas precisou de um transplante de rim posteriormente Professor de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais após ter alta ele disse quero justiça 28 29 Luciano Guilherme de Barros de 57 anos O bancário ficou internado por 180 dias 90 deles no CTI e teve três infecções e síndrome respiratória aguda grave 26 Érico Lucke teve alta dem 15 de junho após passar 175 dias internado e 82 na UTI O engenheiro teve paralisia facial dificuldade na fala três paradas cardiorrespiratórias perda neurológica insuficiência respiratória e perda da força muscular e após deixar o hospital continuará o tratamento em casa 30 Assistência às vítimas No início de março o Tribunal de Justiça de Minas Gerais reduziu de R 100 milhões para R 5 milhões o bloqueio de bens da empresa para o pagamento de indenização das vítimas Segundo o desembargador Luciano Pinto o pedido do Ministério Público não apresenta qualquer fundamento ou sequer motivo para a ordem de bloqueio da vultosa quantia de R 100 milhões O valor foi depois aumentado para 50 milhões 31 No final do inquérito em meados de junho de 2020 apenas 200 mil já haviam sido depositados em juízo enquanto os sobreviventes relatavam que a empresa ainda não havia custeado qualquer tratamento como fisioterapia e fonoaudiologia Fiquei sabendo do que aconteceu quando saí do CTI Só três meses depois da internação que me contaram Qual não foi a minha indignação na hora em que vi que a Backer fez isso com a gente e o que é pior não deu assistência nenhuma Tomara que eles coloquem a mão na consciência e possam ajudar quem precisa Todas as vítimas precisam Uns mais outros menos mas todos precisam porque já gastaram e ainda vão gastar muito dinheiro disse Luciano de Barros em junho de 2020 26 32 Já a empresa se defendeu dizendo que seus bens estão bloqueados por ordem judicial e que caberá ao juiz decidir quem receberá uma indenização após cada caso ser avaliado 32 Julgamento e penas No dia 15 de fevereiro de 2020 a Cervejaria Backer teve todos os bens bloqueados para fins de pagamento de despesas médicas e indenizações para as vítimas Dias depois a Justiça de Minas Gerais determinou também o bloqueio de todos os bens da Empreendimentos Khalil Ltda cujos sócios eram os irmãos Munir Franco Khalil Lebbos e Hayan Franco Khalil Lebbos proprietários da Backer A ação se deu após os dois deixarem a sociedade da Khalil Ltda 33 34 O inquérito terminou em junho de 2020 com 11 indiciamentos 32 Testemunha responderá por extorsão e falso testemunho Chefe da manutenção responderá por homicídio culposo lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposa Seis responsáveis ligados diretamente à produção cervejeira responderão por homicídio culposo lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício dolosa Três pessoas da gestão da empresa responderão por ato pósprodução devido ao descumprimento de normas administrativas No dia 13 de julho a Justiça determinou a quebra de sigilo bancário da Backer referente aos últimos 12 meses A decisão partiu da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte atendendo a um pedido do Ministério Público de MG que acredita que os sócios da Backer podem estar ocultando patrimônio e fazendo a transferência de propriedades uma vez que existe uma ação judicial contra eles 23 Reações das vítimas Após o final do inquérito que levou ao indiciamento de onze 11 pessoas a farmacêutica Camilla que iniciou as investigações disse que isto não me traz paz não Sinceramente isso me desacredita da humanidade um pouco Mas me acalenta de certa forma porque no começo houve muita gente para defender e dizer que era impossível que uma empresa como a Backer pudesse fazer algo do tipo E eu achava que o tempo se encarregaria de mostrar quem eles eram de verdade Já o bancário Luciano reagiu dizendo que todos deveriam ser presos 26 Volta da produção No dia 8 de abril de 2022 a Cervejaria Backer anunciou a volta da produção de cerveja após receber aprovação do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento da Prefeitura de Belo Horizonte do Corpo de Bombeiros e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente que atestaram a segurança do processo produtivo 35 Veja também na Wikinotícias Brasil vazamento num dos tanques causou contaminação das cervejas Backer por dietilenoglicol Brasil após contaminação de cervejas etilenoglicol pode ser banido httpswwwemcombrappnoticiagerais20200114internagerais1114152cervejascontaminadasentendaainvestigacaodapoliciasobreocasoshtml httpswww12senadolegbrriledicoes50197rilv50n197p317pdf httpsrevistadedireitodoconsumidoremnuvenscombrrdcarticleview13121231 httpgenjuridicocombr20200327resolucaocontratualpandemia
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Como está o caixa das empresas abertas para sobreviver à pandemia Cerca de 233 das companhias teriam caixa negativo após o primeiro mês sem receitas segundo levantamento mas mais da metade sobreviveria por três meses Coronavírus a pandemia atinge as empresas num momento em que elas estão se recuperando da crise econômica brasileira Getty Images Bruna Prado Por Karin Salomão Publicado em 03042020 1800 Última atualização em 03042020 2129 Tempo de Leitura 4 min de leitura Com o fechamento do comércio e de outros negócios durante a quarentena provocada pelo novo coronavírus uma discussão constante tem sido o impacto dessas medidas na economia e nas empresas Em uma simulação o Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe Cemec Fipe observou que pouco mais da metade das companhias abertas brasileiras sobreviveria até o terceiro mês sem receita mas mantendo pagamentos a fornecedores e obrigações financeiras como salários e aluguéis PUBLICIDADE Foram analisadas 245 companhias abertas na bolsa de valores que já divulgaram os resultados completos do ano de 2019 Cerca de 233 ou 57 das companhias já teria caixa negativo após o primeiro mês sem receitas Ao fim do segundo mês 91 ou 371 já estariam com caixa negativo O terceiro mês sem receitas já levaria 119 ou 486 das empresas a fechar o mês no vermelho As outras 514 se manteriam com o caixa positivo Alguns setores são mais sensíveis do que outros Setores que ao final do primeiro mês sem receitas fechariam no vermelho são os de automóveis e motocicletas construção e engenharia embalagens materiais diversos e químicos Ao final do terceiro mês 17 setores ou 486 do total já estariam operando com caixa negativo na média das empresas A simulação é feita levando em consideração o caixa da empresa no final de dezembro de 2019 média das despesas o valor a pagar a fornecedores e o tempo médio de pagamento a eles A pesquisa considera que as empresas permaneceriam completamente paradas nesse período sem novas receitas e também sem comprar novos itens de fornecedores Considera ainda que essas empresas renegociariam todas as suas dívidas financeiras e juros De uma crise para outra A pandemia do coronavírus atinge as empresas num momento em que elas estão se recuperando da crise econômica que começou em 2016 Embora o PIB não tenha se acelerado muito a rentabilidade das empresas mostrou uma recuperação forte diz Carlos Antonio Rocca coordenador do Cemec Fipe Do ponto de vista de endividamento e alavancagem relação entre dívida líquida e receitas as empresas terminaram 2019 de forma muito mais confortável afirma Além de ter reformulado o endividamento as empresas também estavam segurando investimentos Por isso estavam com um caixa na empresa na média ou superior à média dos últimos anos Notícias relacionadas APRESENTADO POR ALBERT EINSTEIN Pósgraduação do Einstein une especialistas a aprendizagem ativa NEGÓCIOS Há menos de um minuto Fui a CEO das crises mas não vivi nada parecido diz Luiza Trajano Cenário real Como a simulação olha apenas para parte das empresas abertas não reflete toda a realidade empresarial brasileira Segundo Rocca as empresas com capital aberto em bolsa estão entre as maiores e mais fortes do país Elas têm balanços mais auditados e acompanhados de perto por investidores e precisam demonstrar transparência e governança As companhias abertas também têm uma disponibilidade maior de capital para financiar suas operações Nosso levantamento mostra que uma paralisação de vendas tem um impacto muito forte mesmo para empresas grandes nesse prazo curto afirma o economista Empresas fechadas familiares ou pequenos negócios têm uma situação de caixa muito mais delicada diz Rocca mas esses dados não estão disponíveis tão facilmente De acordo com dados do Serasa 62 milhões de micro e pequenas empresas já estavam inadimplentes em janeiro alta de quase 10 em relação ao mesmo mês do ano anterior Os primeiros dias de restrição à circulação de pessoas e isolamento social em decorrência do coronavírus já atingem o equilíbrio financeiro das empresas e ameaça a sobrevivência de milhões de pequenos negócios no país Segundo pesquisa feita pelo Sebrae 89 das micro e pequenas empresas brasileiras já observam queda em seu faturamento E 36 dos empreendedores afirmam que precisarão fechar o negócio permanentemente em um mês caso as restrições adotadas até agora permaneçam por mais tempo A pesquisa feita entre os dias 20 e 23 de março junto com um universo de 9105 donos de pequenos negócios revelou que na média a redução no faturamento das empresas foi de 69 Os empresários ouvidos pelo Sebrae ressaltam que mesmo adotando uma estratégia de venda online o faturamento anual do negócio sofreria queda de 74 caso as políticas de isolamento social sejam mantidas por um período de dois meses Cervejaria Backer Origem Wikipédia a enciclopédia livre Cervejaria Backer Entrada da fábrica da Backer Slogan De Minas para o mundo Atividade Bebidas Fundação 1999 23 anos Sede Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Produtos Cervejas e bebidas destiladas Website oficial 1 A Cervejaria Backer é uma empresa brasileira dedicada à produção de bebidas alcoólicas entre as quais cervejas e bebidas destiladas A mesma ganhou reputação negativa no Brasil em janeiro de 2020 quando pessoas faleceram e foram internadas em estado grave após consumirem cervejas da marca especialmente com os rótulos Belorizontina e Capixaba Investigações posteriores indicaram que vários lotes de outros tipos de cervejas da marca estavam contaminados com monoetilenoglicol MEG e dietilenoglicol DEG duas substâncias extremamente tóxicas que provocam danos ao sistema nervoso e aos rins Sobre este incidente em seu relatório final em 04 de agosto de 2020 o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa escreveu o relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019 afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10 ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria 1 História Situada no bairro Olhos Dágua na Região Oeste de Belo Horizonte foi fundada em 1999 e está registrada em cartório como a primeira cerveja artesanal de Minas Gerais É uma empresa familiar que nasceu da iniciativa dos irmãos Halim e Munir Lebbos para suprir uma grande demanda de cervejas especiais no Brasil Uma das cervejarias artesanais mais promissoras do País escreveu a revista Isto É em 16 de janeiro de 2020 que adicionou que quando ela foi fundada o mercado dominado por grandes companhias observava o surgimento de uma demanda por cervejas especiais 2 3 A cerveja mais vendida a Belorizontina foi criada em dezembro de 2017 para homenagear os 120 anos da capital mineira Virou o carrochefe entre os 21 rótulos da Backer por agradar ao paladar dos brasileiros escreveu a Isto É também acrescentando que dos 70 tanques da fábrica da Backer 20 haviam sido adquiridos entre 2018 e 2019 Contaminação com dietilenoglicol Entre os dias 27 de dezembro de 2019 e 05 de janeiro de 2020 após a entrada em hospitais de 8 pessoas com sintomas de intoxicação começaram a circular nas redes sociais as primeiras informações sobre o assunto Uma doença misteriosa que assombra o estado escreveu o Correio Braziliense no dia 08 de janeiro Já o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde CievsMinas havia recebido a primeira notificação no dia 30 de dezembro conforme nota oficial Diversas hipóteses sobre a provável origem dos casos de síndrome nefroneural estão circulando pelas redes sociais A SESMG esclarece no entanto que nenhuma dessas foi comprovada pelas investigações dizia a nota 4 5 Na segundafeira dia 06 o Cievs anunciou em nota a internação de ao menos sete pacientes em Minas Gerais e uma forçatarefa foi montada Os sintomas apresentados pelas pessoas internadas eram dor abdominal náuseas vômitos insuficiência renal aguda de rápida evolução até 72 horas e alterações neurológicas centrais e periféricas 6 Foi após a morte do primeiro paciente Paschoal Dermatini Filho em 07 de janeiro que a filha deste Camila que é farmacêutica começou a investigar o assunto Ela entrou em contato com os familiares de pessoas internadas com sintomas parecidos ao da doença do pai e chegou à possível substância tóxica dietilenoglico l DEG Em 19 de janeiro de 2020 Camila falou ao Fantástico da Globo pesquisando esses casos clínicos é que a gente achou que o que tinha causado essa sintomatologia neles era o monoetilenoglicol Segundo o Fantástico também um dos médicos disse o que ajudou muito o nosso trabalho foi a investigação epidemiológica feita pelas famílias que chegaram e foram enfáticas em falar que todos usaram a mesma cerveja O programa também enfatizou quando a Camila foi à delegacia pela primeira vez já trouxe as informações que tinha apurado E isso acabou sendo fundamental foi o ponto de partida da investigação 7 As primeiras investigações feitas pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais apontaram que todas as pessoas intoxicadas haviam passado as festividades na região do bairro Buritis em Belo Horizonte e aparentemente consumido a cerveja Belorizontina produzida pela Backer No dia 09 a Polícia visitou a cervejaria e horas depois numa coletiva de imprensa anunciou a presença da substância tóxica DEG em duas amostras da cerveja Belorizontina A empresa foi interditada e as vendas foram suspensas no dia 10 8 9 No dia 15 o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa anunciou que o MEG havia sido encontrado na água usada na fabricação da cerveja sendo que dias antes a Polícia Civil havia encontrado a substância também em um dos tanques de fermentação Ao mesmo tempo a Backer apresentava à Justiça um vídeo com um suposto indício de sabotagem nos barris de MEG substância usada em serpentinas de resfriamento da cervejaria 10 No dia 16 a Polícia Civil fez busca e apreensão na distribuidora Imperquímica que fornecia o MEG para a Backer A Imperquímica foi fechada pela vigilância sanitária de Contagem no dia 17 por não ter alvará para comercializar o MEG fracionado 10 O último boletim de investigação dos casos de intoxicação exógena por MEG emitido pela Secretaria da Saúde de MG em 07 de fevereiro anunciava que havia 31 casos suspeitos de intoxicação por MEG que quatro 04 casos haviam sido confirmados e que seis 06 casos haviam evoluído para óbito 11 No dia 20 de fevereiro o Ministério da Agricultura corrigiu o número de lotes contaminados para 53 incluindo os rótulos Backer D2 Backer Pilsen Backer Trigo Belorizontina Brown Capitão Senra Capixaba Corleone Fargo 46 e Pele Vermelha mas houve suspeitas de que poderia haver cerca de 82 lotes contaminados 12 13 Em 04 de agosto de 2020 o Mapa divulgou seu relatório final escrevendo que o relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019 afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento 1 As investigações Em 12 de janeiro de 2020 O Globo escreveu que a Polícia não descartava nenhuma possibilidade inclusive a de sabotagem Já a revista Isto É escreveu no dia 17 de janeiro que a mineira Backer uma das principais protagonistas da ascensão das cervejas especiais do País está no centro de uma investigação policial deflagrada pela morte e contaminação de consumidores em uma trama que levanta suspeitas sobre funcionários e concorrentes 14 3 Segundo a Isto É também no Ministério da Agricultura as principais linhas de investigação eram o vazamento do tanque a utilização incorreta do DEG e mesmo a sabotagem enquanto o delegado Flávio Grossi teria dito acreditamos que houve crime por isso instauramos um inquérito policial 3 Técnicos em Química falaram para a imprensa que o MEG pode se transformar em DEG a partir de uma reação química Uma das suspeitas é que tenha havido um vazamento do MEG Ao entrar em contato com o ambiente ácido da cerveja a substância pode ter se transformado em DEG escreveu o UOL Notícias em 16 de janeiro 15 No dia 21 a imprensa reportou uma guerra de laudos já que um especialista contratado pela Backer havia indicado resultados diferentes do laudo feito pelo Mapa No entanto a cervejaria anunciou que o laudo privado servia apenas para ajudar a esclarecer a situação e também admitiu pela primeira vez a possível contaminação eventual segundo o jornal Estado de Minas Gerais 16 Cerca de três meses depois do início das investigações a Polícia anunciou no dia 08 de abril numa coletiva de imprensa que a sabotagem havia sido descartada Segundo o delegado Flávio Grossi a Backer não comprava DEG mas o usava dentro da empresa o que configurava uma situação de negligencia por parte da empresa Até este dia 66 pessoas entre elas vítimas testemunhas e investigados já haviam sido ouvidos para apuração do caso 17 O término do inquérito O inquérito foi finalizado em meados de junho quando foi enviado ao Ministério Público e segundo o delegado responsável pelo caso durante as investigações se apurou que 18 19 a Backer realmente não comprava DEG mas sim o MEG No entanto este era alterado por um fornecedor que entregava o produto adulterado para a Backer este fato no entanto não mudava o caso já que o MEG teria provocado os mesmos danos à saúde dos consumidores um pequeno furo de cerca de 2mm causou o vazamento da substância tóxica para um dos tanque o tanque JB10 sete pessoas foram responsabilizados por crime culposo sem intenção de matar por crime de negligência e imperícia técnica e outras quatro por outros crimes os donos da Backer não responderiam por homicídio culposo pois segundo o delegado não tinham conhecimentos técnicos para evitar o vazamento Posição da empresa Inicialmente a Backer havia classificado as mensagens nas redes sociais como mentira mas após o primeiro laudo pericial informou que os lotes L1 1348 e L2 1348 da cerveja com o rótulo Belorizontina seriam recolhidos e que não deveriam ser consumidos 8 20 No dia 10 a empresa foi interditada e num acordo com o Ministério Público de Minas Gerais e o Procon estadual a venda de todas as cervejas foi suspensa 10 Dias depois a Backer apresentou à Justiça um vídeo com um suposto indício de sabotagem nos barris de MEG substância usada em serpentinas de resfriamento da cervejaria 10 A Backer negou que usasse o DEG no processo de fabricação e a diretora da empresa anunciou que não sabia o que estava acontecendo mas que ninguém deveria consumir as cervejas da marca 21 No website a empresa postou um comunicado oficial Nesse momento a Backer mantém o foco nos pacientes e em seus familiares A empresa prestará o suporte necessário mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio Desde já se coloca à disposição para o que eles precisarem A cervejaria informa que continua colaborando sem restrições com as investigações A empresa segue apurando internamente o que poderia ter ocorrido com os lotes de cerveja apontados pela Polícia A Backer adianta que na semana passada solicitou uma perícia independente e aguarda os resultados Reitera que em seu processo produtivo utiliza exclusivamente o agente monoetilenoglicol No dia 21 de janeiro a cervejaria com base na perícia independente chegou a contestar o laudo do Mapa mas admitiu pela primeira vez uma possível contaminação eventual segundo o jornal Estado de Minas Gerais 16 Relatório final do Mapa O relatório final do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa emitido no dia 04 de agosto de 2020 contradisse algumas informações demonstrando por exemplo 1 que as contaminações começaram muito antes já em janeiro de 2019 2 que a contaminação não esteve restrita a apenas um só tanque o JB 10 O Mapa escreveu o relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019 afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento utilizandoos em detrimento de alternativas atóxicas como propilenoglicol e álcool etílico potável As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10 ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria A empresa também possui diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos apresentando informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes 1 Vítimas Inicialmente a contaminação de 42 pessoas incluindo nove mortes foi investigada mas o inquérito concluiu que houve 29 vítimas Os casos de outras 30 pessoas continuavam em análise no final do inquérito 17 22 19 Dez 10 pessoas morreram devido à contaminação abaixo faltam os dados de uma das vítimas fatais 23 Mortes confirmadas Mulher de 60 anos que não teve a identidade revelada Falecida em 28 de dezembro na cidade de Pompéu com a morte notificada pela SESMG no dia 16 de janeiro Paschoal Dermatini Filho de 55 anos Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro A morte por síndrome nefroneural causada por DEG foi confirmada pela SESMG 11 Antônio Márcio Quintão de Freitas de 76 anos Morreu no Hospital Mater Dei em Belo Horizonte em 15 de janeiro 24 Homem de 89 anos que não teve a identidade revelada Morte confirmada pela SES em 16 de janeiro Homem que não teve a identidade revelada Falecido em 01 de fevereiro Morte confirmada pela SESMG em seu relatório final em 07 de fevereiro João Roberto Borges de 74 anos Estava internado no Hospital Madre Teresa e era juiz titular da 28ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte Morreu em 03 de fevereiro Ronaldo Vitor Santos de 49 anos Morreu num hospital particular no bairro Barreiro em Belo Horizonte em 07 de março José Osvaldo de Faria de 66 anos Morreu após passar 500 dias internado no Hospital Madre Teresa em Belo Horizonte no dia 15 de julho de 2020 25 Marco Aurélio Gonçalves Cotta de 65 anos Morreu após 6 meses de internação e um coma de 40 dias no dia 18 de julho de 2020 23 Recuperados Luís Felipe Teles Ribeiro de 38 marido de Camilla que começou as investigações após o falecimento do pai Paschoal Dermatini Filho Em janeiro de 2021 ele revelou que havia ficado totalmente surdo 26 27 Cristiano Mauro Assis Gomes de 47 teve alta no dia 06 de março Inicialmente ficou com paralisia facial e teve que fazer hemodiálise três vezes por semana mas precisou de um transplante de rim posteriormente Professor de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais após ter alta ele disse quero justiça 28 29 Luciano Guilherme de Barros de 57 anos O bancário ficou internado por 180 dias 90 deles no CTI e teve três infecções e síndrome respiratória aguda grave 26 Érico Lucke teve alta dem 15 de junho após passar 175 dias internado e 82 na UTI O engenheiro teve paralisia facial dificuldade na fala três paradas cardiorrespiratórias perda neurológica insuficiência respiratória e perda da força muscular e após deixar o hospital continuará o tratamento em casa 30 Assistência às vítimas No início de março o Tribunal de Justiça de Minas Gerais reduziu de R 100 milhões para R 5 milhões o bloqueio de bens da empresa para o pagamento de indenização das vítimas Segundo o desembargador Luciano Pinto o pedido do Ministério Público não apresenta qualquer fundamento ou sequer motivo para a ordem de bloqueio da vultosa quantia de R 100 milhões O valor foi depois aumentado para 50 milhões 31 No final do inquérito em meados de junho de 2020 apenas 200 mil já haviam sido depositados em juízo enquanto os sobreviventes relatavam que a empresa ainda não havia custeado qualquer tratamento como fisioterapia e fonoaudiologia Fiquei sabendo do que aconteceu quando saí do CTI Só três meses depois da internação que me contaram Qual não foi a minha indignação na hora em que vi que a Backer fez isso com a gente e o que é pior não deu assistência nenhuma Tomara que eles coloquem a mão na consciência e possam ajudar quem precisa Todas as vítimas precisam Uns mais outros menos mas todos precisam porque já gastaram e ainda vão gastar muito dinheiro disse Luciano de Barros em junho de 2020 26 32 Já a empresa se defendeu dizendo que seus bens estão bloqueados por ordem judicial e que caberá ao juiz decidir quem receberá uma indenização após cada caso ser avaliado 32 Julgamento e penas No dia 15 de fevereiro de 2020 a Cervejaria Backer teve todos os bens bloqueados para fins de pagamento de despesas médicas e indenizações para as vítimas Dias depois a Justiça de Minas Gerais determinou também o bloqueio de todos os bens da Empreendimentos Khalil Ltda cujos sócios eram os irmãos Munir Franco Khalil Lebbos e Hayan Franco Khalil Lebbos proprietários da Backer A ação se deu após os dois deixarem a sociedade da Khalil Ltda 33 34 O inquérito terminou em junho de 2020 com 11 indiciamentos 32 Testemunha responderá por extorsão e falso testemunho Chefe da manutenção responderá por homicídio culposo lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposa Seis responsáveis ligados diretamente à produção cervejeira responderão por homicídio culposo lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício dolosa Três pessoas da gestão da empresa responderão por ato pósprodução devido ao descumprimento de normas administrativas No dia 13 de julho a Justiça determinou a quebra de sigilo bancário da Backer referente aos últimos 12 meses A decisão partiu da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte atendendo a um pedido do Ministério Público de MG que acredita que os sócios da Backer podem estar ocultando patrimônio e fazendo a transferência de propriedades uma vez que existe uma ação judicial contra eles 23 Reações das vítimas Após o final do inquérito que levou ao indiciamento de onze 11 pessoas a farmacêutica Camilla que iniciou as investigações disse que isto não me traz paz não Sinceramente isso me desacredita da humanidade um pouco Mas me acalenta de certa forma porque no começo houve muita gente para defender e dizer que era impossível que uma empresa como a Backer pudesse fazer algo do tipo E eu achava que o tempo se encarregaria de mostrar quem eles eram de verdade Já o bancário Luciano reagiu dizendo que todos deveriam ser presos 26 Volta da produção No dia 8 de abril de 2022 a Cervejaria Backer anunciou a volta da produção de cerveja após receber aprovação do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento da Prefeitura de Belo Horizonte do Corpo de Bombeiros e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente que atestaram a segurança do processo produtivo 35 Veja também na Wikinotícias Brasil vazamento num dos tanques causou contaminação das cervejas Backer por dietilenoglicol Brasil após contaminação de cervejas etilenoglicol pode ser banido httpswwwemcombrappnoticiagerais20200114internagerais1114152cervejascontaminadasentendaainvestigacaodapoliciasobreocasoshtml httpswww12senadolegbrriledicoes50197rilv50n197p317pdf httpsrevistadedireitodoconsumidoremnuvenscombrrdcarticleview13121231 httpgenjuridicocombr20200327resolucaocontratualpandemia