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Divulgação das Práticas de Logística Reversa em Companhias Consumidoras de Recursos Ambientais em Alto Nível Ádria Tayllo Alves Oliveira UFPB UNESC adriatayllogmailcom Mércia de Lima Pereira UFPBPPGCC merciauepbgmailcom Renata Paes de Barros Camara UFPB rpbcamaragmailcom Simone Bastos Paiva UFPB sbpaivauolcombr Resumo No Brasil a Lei nº 123052010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece práticas de logística reversa para as atividades empresariais A logística reversa pode combater o consumo exacerbado de recursos naturais visto que esses são finitos bem como proporcionar a correta destinação dos resíduos sólidos Nesse sentido o objetivo desta pesquisa foi verificar quais informações sobre práticas de logística reversa são divulgadas pelas companhias consideradas como consumidoras de recursos ambientais em alto nível da BMFBOVESPA O estudo é de natureza qualitativa e descritiva sendo a amostra composta por 43 companhias listadas na BMFBOVESPA de variados setores econômicos cujas notas explicativas relatórios de sustentabilidade e sites corporativos foram submetidos a uma análise de conteúdo Foram verificadas as características das informações no que se refere ao tipo de informação e instrumento de divulgação Os resultados encontrados demonstram que 53 das empresas praticam a divulgação ambiental relativa à logística reversa tal percentual pode ser considerado baixo tendo em vista o alto impacto que as atividades das empresas estudadas causam ao meio ambiente Em relação ao tipo de informação 61 das empresas evidenciaram informações ambientais de caráter quantitativo e o instrumento mais utilizado para essa divulgação por 52 das companhias é o relatório de sustentabilidade Quanto às práticas de logística reversa divulgadas pelas companhias verificouse que a reutilizaçãoreuso reciclagem e reaproveitamento da água são frequentemente divulgados pelas companhias seguidas por reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos Palavraschave Divulgação ambiental Logística reversa Teoria da Legitimidade Área temática Contribuições teóricas para a determinação e a gestão de custos Powered by TCPDF wwwtcpdforg XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 1 Divulgação das Práticas de Logística Reversa em Companhias Consumidoras de Recursos Ambientais em Alto Nível Resumo No Brasil a Lei nº 123052010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece práticas de logística reversa para as atividades empresariais A logística reversa pode combater o consumo exacerbado de recursos naturais visto que esses são finitos bem como proporcionar a correta destinação dos resíduos sólidos Nesse sentido o objetivo desta pesquisa foi verificar quais informações sobre práticas de logística reversa são divulgadas pelas companhias consideradas como consumidoras de recursos ambientais em alto nível da BMFBOVESPA O estudo é de natureza qualitativa e descritiva sendo a amostra composta por 43 companhias listadas na BMFBOVESPA de variados setores econômicos cujas notas explicativas relatórios de sustentabilidade e sites corporativos foram submetidos a uma análise de conteúdo Foram verificadas as características das informações no que se refere ao tipo de informação e instrumento de divulgação Os resultados encontrados demonstram que 53 das empresas praticam a divulgação ambiental relativa à logística reversa tal percentual pode ser considerado baixo tendo em vista o alto impacto que as atividades das empresas estudadas causam ao meio ambiente Em relação ao tipo de informação 61 das empresas evidenciaram informações ambientais de caráter quantitativo e o instrumento mais utilizado para essa divulgação por 52 das companhias é o relatório de sustentabilidade Quanto às práticas de logística reversa divulgadas pelas companhias verificouse que a reutilizaçãoreuso reciclagem e reaproveitamento da água são frequentemente divulgados pelas companhias seguidas por reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos Palavras chave Divulgação ambiental Logística reversa Teoria da Legitimidade Área Temática Contribuições teóricas para a determinação e a gestão de custos 1 INTRODUÇÃO Os problemas ambientais vêm sendo discutidos há algum tempo principalmente pela sociedade civil organizada que passou a questionar as empresas em relação à preservação ambiental preocupandose com os impactos decorrentes da atividade econômica Assim também discorre Teotônio Estival Oliveira e Corrêa 2013 ao elencarem que as questões ambientais fazem parte do cotidiano das empresas devido às exigências legais como também às cobranças da sociedade civil organizada Nesse contexto a divulgação de informação ambiental tornouse um tema de grande importância pois configurase como uma das maiores manifestações da interação das empresas com o meio ambiente Assim o disclosure das informações ambientais é voluntário tem como finalidade demonstrar aos stakeholders as ações ambientais realizadas pela empresa Para evidenciar informações ambientais as empresas conforme anunciam Bebbington e Gray 2001 sofrem pressão de fatores positivos ligados por exemplo à Teoria da Legitimidade segundo a qual as companhias buscam legitimar as atividades correntes distrair a atenção da mídia para outra área da empresa impactar positivamente no preço das ações gerar vantagem competitiva e construir uma imagem positiva da organização Conforme Shibao Moori e Santos 2010 as companhias perceberam que uma forma de legitimar suas atividades empresariais ocorreria pela destinação correta de resíduos possibilitando uma economia na utilização dos recursos naturais Desta maneira despontam XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 2 as práticas de logística reversa como um meio através do qual as empresas podem se tornar ecologicamente mais eficientes por intermédio da reciclagem reuso e redução da quantidade de materiais usados CARTER ELLRAM1998 A logística reversa visa a combater o consumo exacerbado de recursos naturais visto que esses são finitos bem como proporcionar a correta destinação dos resíduos sólidos Neste sentido Nilson Silveira Vicente e Pfitsher 2014 afirmam que esses dois fatores são relevantes para a sociedade atual na qual as práticas de logística reversa tornamse pertinentes diante do aumento do consumo de recursos naturais e neste contexto há que se pensar na limitação dos recursos não renováveis e no aumento da geração de resíduos sólidos decorrente tanto dos processos envolvidos na cadeia produtiva quanto do descarte dos produtos pós consumo No Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS foi aprovada em agosto de 2010 através da Lei nº 123052010 A PNRS estabelece diretrizes para o gerenciamento de resíduos sólidos e impõe processos de logística reversa para determinados produtos que devem retornar aos seus fabricantes depois de seu ciclo de vida útil Contudo ainda é escassa a divulgação de algumas informações de caráter ambiental por parte das companhias a exemplo das práticas voltadas à logística reversa conforme afirmam Nilson et al 2014 Dessa forma este estudo foi realizado com o propósito de preencher as lacunas da temática bem como em razão das mudanças climáticas e aumento das catástrofes sociais debatidas na mídia que fazem com que o desenvolvimento sustentável tenha se tornado cada vez mais significativo RUHNKE GABRIEL 2013 o que remete a busca práticas empresariais sustentáveis entre as quais enquadrase a logística reversa Nesse sentido busca se responder à seguinte questão de pesquisa Quais informações referentes as práticas de logística reversa são divulgadas pelas companhias consumidoras de recursos ambientais em alto nível da BMFBOVESPA Para tal o objetivo da pesquisa visa verificar quais informações sobre práticas de logística reversa são divulgadas pelas companhias consideradas como consumidoras de recursos ambientais em alto nível da BMFBOVESPA 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 Teoria da legitimidade As relações entre empresa e meio ambiente foram marcadas por divergências visto que a lucratividade era basicamente a única finalidade das companhias não se cogitando as consequências que suas atividades causavam ao ecossistema Segundo Nossa 2002 essa visão focada exclusivamente em lucratividade está mudando e é crescente o número de empresas que investem em programas ambientais porque estão descobrindo que poluir significa desperdiçar não ter eficiência e principalmente significa perda da competitividade empresarial Nesse sentido a teoria da legitimidade surge como uma forma de explicar as práticas de divulgações das responsabilidades sociais das companhias Deegan 2002 afirma que a teoria da legitimidade é amplamente utilizada para explicar as divulgações de informações voluntárias seja elas ambientais e sociais das companhias a mesma possui uma vantagem sobre outras teorias pois revela as estratégias que as organizações adotam para legitimar sua existência Para Dowling e Pfeffer 1975 a teoria da legitimidade é derivada do conceito de legitimidade organizacional que consiste em um estado ou condição no qual o sistema de valores de uma entidade é congruente com o sistema de valores sociais mais amplo do qual a entidade é uma parte Assim Suchman 1995 legitimar a atividade empresarial consiste em analisar se a continuidade da empresa é desejável pelos stakeholders e se a mesma cumpre de forma adequada com as normas valores e crenças impostas pela sociedade XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 3 A relação entre a empresa e a sociedade de acordo com a teoria da legitimidade está baseada em um contrato social cujas cláusulas não são diretamente verificadas mas estão impressas na percepção dos membros da sociedade Sob esta perspectiva a sociedade afeta as empresas por meio das suas expectativas e seus valores e as empresas afetam a sociedade pela percepção que esta tem sobre sua atividade DEEGAN 2002 ROVER 2009WINK 2012 Todavia as companhias podem não atingir a legitimidade das atividades e por consequência sofrer pressões e restrições da sociedade organizada que em última instância resultam em intervenção governamental na forma de aumento de restrições legais de regulação de requerimentos de licenciamento de impostos etc Os custos decorrentes destas restrições constituem o incentivo econômico pela busca contínua da legitimidade ROVER 2009 Ressaltase que a teoria da legitimidade pode ser interpretada pela contabilidade sob o enfoque do disclosure das ações realizadas pela companhia e caso haja importância para a sociedade na divulgação de dada informação as forças sociais a pressionarão a divulgála para atender as exigências dos fornecedores ou das leis e regulamentos Farias 2008 Por fim a divulgação de informações sociais e ambientais pelas empresas representam um dos principais canais para se obter legitimidade 22 Disclosure Divulgação ambiental O disclosure constitui um compromisso da Contabilidade com seus próprios objetivos tendo a finalidade de atender às necessidades de informações de seus usuários no processo decisório LOPES MARTINS 2005 A evidenciação de informações de cunho contábil permite trazer aos stakeholders o conhecimento de ações praticadas pela companhia diminuindo a assimetria informacional Desse modo o disclosure influencia o comportamento dos investidores ao afetar a sua percepção em relação ao risco da companhia visto que levam informações relevantes sobre o valor e o desempenho das companhias Mapurunga Ponte Coelho Meneses 2011 Apesar disso a divulgação praticada pelas companhias ainda é parcial conforme afirmam Silva Vicente Pfitscher e Rosa 2013 apenas informações favoráveis são divulgadas de forma voluntária O disclosure voluntário proporciona melhores informações para identificar os bons e os maus investimentos e reforça a credibilidade e confiança dos dados contábeis por parte dos agentes econômicos BUSHMAN SMITH 2001 No Brasil não há obrigatoriedade na evidenciação ambiental pelas empresas sendo o disclosure considerado voluntário Neste paradigma Nossa 2002 declara que um dos fatores que levam as empresas a demonstrarem as informações ambientais de forma voluntária é a pressão dos stakeholders em específico se a empresa for potencialmente poluidora Assim a evidenciação ambiental é compreendida como um meio utilizado pelas empresas para atender à demanda informacional de um determinado usuário governo acionistas colaboradores gestores associações etc no que se refere às informações de caráter ambiental SILVA et al 2013 As razões que levariam as empresas a evidenciar informações de caráter ambiental de forma voluntária de acordo com Bebbington e Gray 2001 são legitimação de suas atividades desenvolvimento da imagem corporativa vantagens competitivas direito dos stakeholders à informação e impacto positivo nos preços das ações Ressaltase que apesar de no Brasil o disclosure ambiental não ser obrigatório existem algumas recomendações para a divulgação ambiental como o Parecer de Orientação nº 1587 da Comissão de Valores Mobiliários CVM e a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica NBC T15 que orientam a evidenciação das ações de proteção ao meio ambiente Gubiani XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 4 Santos Beuren 2012 Todavia ainda é escassa a divulgação de algumas informações de caráter ambiental por parte das companhias a exemplo das práticas voltadas à logística reversa como afirmam Nilson et al 2014 ao indicarem que no Brasil a adoção e evidenciação de práticas de logística reversa é carente embora se saiba que esta proporciona uma melhor gestão dos recursos naturais 23 Logística reversa A logística empresarial começou a se desenvolver no século XX por influência do mercado e pela demanda da produção em massa Os gestores perceberam que através da logística podiam obter vantagens competitivas como a redução de custos e ganhos de mercado CHAN ZHANG 2011 Assim logística teve um papel importante nas organizações porém atualmente a expansão geográfica e a complexidade no mundo dos negócios tornaram essa função essencial para a competitividade empresarial Migliano Demajorovic e Xavier 2014 afirmam que as questões envolvendo a logística empresarial devem ser incluídas nas discussões de estratégia de negócio a exemplo da gestão de transporte de inventário e dos resíduos sólidos pois são mecanismos relevantes na competitividade empresarial Isto posto a logística empresarial passou a ser dividida em quatro tipos de acordo com Tenório Reis Silva e Luft 2014 a logística de suprimento responsável pelo suprimento da matériaprima ligada à produção a logística de produção responsável pelo planejamento e operação da produção a logística de distribuição responsável pela distribuição dos produtos acabados até o consumidor e a logística reversa responsável pelo ciclo produtivo reinserindo produtos que perderam sua utilidade ao ciclo produtivo Para Leite 2009 logística reversa é um componente da logística empresarial responsável por reinserir bens de pós consumo ao ciclo produtivo por meio de canais reversos Desse modo a logística reversa pode ser compreendida como o processo de planejamento implementação e controle do custo efetivo e fluxo eficiente de matériasprimas de produtos em processo produtos acabados e informações relacionadas a partir do ponto de origem até ao ponto de consumo para fins de conformidade com os requisitos e valores dos stakeholders MIGLIANO et al 2014 Nesse sentido também discorrem Fleischmann Beullens BloemhofRuwaard e Van Wassenhove 2001 ao afirmarem que a logística reversa é um sistema que planeja implementa e controla um fluxo de entradas e armazenagem de matériasprimas no fim do ciclo de vida com o objetivo de fazer a destinação correta das mesmas e recuperar valores econômicos sociais e ambientais A logística reversa tem como foco de atenção a reutilização reembalagem renovação ou disponibilização de artigos usados DORNIER et al 2007 No Brasil as práticas de logística reversa são recentes sendo aprovada em agosto de 2010 a Lei nº 12305 na qual se estabelece uma Política Nacional de Resíduos Sólidos responsabilizando as empresas fabricantes distribuidores e todos aqueles que participarem do ciclo de vida do produto por meio do mecanismo de logística reversa A referida lei no seu Art 3º Inciso XII define a logística reversa como instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento em seu ciclo em outros ciclos produtivos eou outra destinação final ambientalmente adequada Os principais processos que caracterizam a logística reversa são Reciclagem processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas físicoquímicas ou biológicas com vistas à transformação em insumos ou novos produtos observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 5 SISNAMA e se couber do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SNVS e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária SUASA Lei nº 123052010 Remanufatura processo de restaurar bens duráveis por meio da reposição de peças deterioradas ou gastas Mais especificamente a remanufatura é um processo industrial em que produtos já utilizados e descartados são recuperados tornandose novos LAGE JUNIOR GODINHO FILHO 2009 Reutilização processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica física ou físicoquímica observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e se couber do SNVS e do SUASA Lei nº 123052010 Para Dornier et al 2007 p40 as regulamentações governamentais frequentemente têm impacto significativo nas atividades logísticas Em uma perspectiva sistêmica as organizações são influenciadas pelas variações que ocorrem no ambiente externo mercado concorrência tecnologia regulamentações Em particular a função logística é afetada exigindo adaptações na gestão do fluxo de modo a assegurar a normalidade das operações O modo como as empresas reagem a essas forças externas poderá trazerlhes vantagem competitiva diante de uma atitude proativa DORNIER et al 2007 Assim ao estabelecer mecanismos que cooperem para o apropriado uso dos recursos naturais já extraídos bem como para o correto tratamento dos resíduos sólidos resultantes de seus produtos a empresa segundo Nilson et al 2014 além de demonstrar preocupação com as demandas atuais e com a legislação vigente pode ainda trazer benefícios para sua imagem 3 METODOLOGIA A tipologia da pesquisa utilizada neste trabalho é descritiva que de acordo com Andrade 2002 observa os fatos os registra analisa classifica e interpreta sem que haja interferência do pesquisador No que tange à abordagem esta pesquisa é qualitativa tendo como procedimento metodológico a análise de conteúdo aplicada aos documentos analisados que correspondem aos websites aos relatórios de sustentabilidade e às notas explicativas das empresas referentes ao exercício social de 2014 Ressaltase que para Bardin 1979 a análise de conteúdo representa um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter por procedimentos sistemáticos a descrição do conteúdo das mensagens no intuito de efetuar deduções lógicas a respeito da mensagem emitida O universo da pesquisa são empresas tidas como consumidoras de recursos ambientais em alto nível de acordo com Lei nº 101652000 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente classificada segundo com o Anexo VIII que relaciona as atividades potencialmente poluidoras e consumidoras de recursos ambientais em alto médio e pequeno níveis Desta maneira o universo da pesquisa compreende cerca de 46 companhias que atuam em diversos setores conforme Tabela 1 Tabela 1 Composição do universo da pesquisa por setor com base em 2014 Setor Econômico Subsetor Consumidoras de recursos naturais em alto nível Universo Mineração Alto Minerais metálicos LITEL MANABI MMX MINER VALE Minerais não metálicos CCX CARVÃO XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 6 Material básico Siderurgia e Metalurgia Alto Artefatos de cobre PARANAPANEMA Artefatos de ferro e aço FIBAM MANGELS MET DUQUE PANATLANTICA SID ALIPERTI TEKNO Siderurgia FERABASA SID NACIONAL GERDAU GERDAU MET USIMINAS Industria de papel Alto Papel e celulose CELULOSE IRANI MELHORAMENTOS FIBRIA KLABIN SANTHER SUZANO HOLD SUZANO PAPEL Químicos Alto Fertilizantes e defensivos FER HERINGER NUTRIPLANT Petroquímicos BRASKEM ELEKEIROZ GPC PART UNIPAR Químicos diversos CRISTAL Petróleo Gás e Biocombustíveis Petróleo Gás e Biocombustíveis Alto Exploração eou refino NOVA OLEO OGX PETROLEO PETRORIO PETROBRAS QGEP PART PET MANGUINH Consumo não cíclico Produto de Uso Pessoal e de Limpeza Alto Produtos de limpeza BOMBRIL Produtos de uso pessoal NATURA XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 7 SWEETCOSMET Saúde Alto Medicamentos e outros produtos BIOMM CREMER NORTEC QUIMICA OUROFINO Utilidade pública Gás Alto Gás CEG COMGAS Total de companhias 46 Fonte Elaboração própria conforme anexo VIII da Lei 10165 2000 A amostra inicial foi composta pelas 46 empresas das quais três companhias GERDAU GERDAU MET SUZANO HOD SUZANO PAPEL NOVO OLEO OGX PETROLEO formam conglomerados sendo analisados os relatórios consolidados das mesmas A amostra final foi portanto composta por 43 companhias averiguadas Na análise das práticas de logística reversa o presente estudo baseiase na pesquisa realizada por Nilson et al 2014 a qual classifica as práticas de logística reversa em reciclagem remanufatura reutilizaçãoreuso recuperação e reaproveitamento As características das informações também foram analisadas de acordo com estudo de Rover Borba e Murcia 2009 que verifica o tipo da informação qualitativa e quantitativa e o instrumento de divulgação nota explicativa website e relatório de sustentabilidade Desse modo constituem as categorias do estudo as práticas de logística reversa o tipo da informação e o instrumento de divulgação A codificação das práticas de logística reversa se deu em função da presença ou não das informações pertinentes O tipo de informação encontrada nos documentos analisados foi codificado a partir da sua natureza quantitativa ou qualitativa E o instrumento de divulgação foi codificado a partir das categorias construídas a partir da literatura 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Com base na amostra final selecionada foi verificado o disclosure das práticas de logística reversa pelas companhias consumidoras de recursos naturais em alto nível Das 43 companhias selecionadas 23 empresas 53 evidenciaram pelo menos uma das práticas de logística reversa reciclagem remanufatura reutilizaçãoreuso recuperação eou reaproveitamento enquanto 20 ou seja 47 das empresas não evidenciaram mecanismos de logística reversa conforme podese observar na Tabela 2 que apresenta as principais características das informações sobre o disclosure ambiental Tabela 2 Características das informações ambientais com base em 2014 Evidenciaram práticas de logística reversa Frequência Percentual Sim 23 53 Não 20 47 Total 43 100 Tipo de informação divulgada Frequência Percentual Quantitativa 14 61 Qualitativa 9 39 Total 23 100 XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 8 Instrumentos de evidenciação das práticas de logística reversa divulgadas Frequência Percentual Relatório de Sustentabilidade 12 52 Websites das companhias 4 18 Nota explicativa e Relatório de sustentabilidade 4 17 Nota explicativa 3 13 Total 23 100 Fonte Elaboração própria 2016 Assim verificase que 53 das companhias selecionadas praticam o disclosure ambiental entretanto 47 delas não divulgaram práticas de logística reversa Em relação aos tipos de informações evidenciadas pelas empresas percebese que 61 delas são de caráter quantitativo e 39 qualitativo Esse resultado é similar ao encontrado no estudo de Nilson et al 2014 que também relevou que a maioria das informações divulgadas 57 são de caráter quantitativo No que se refere aos instrumentos de publicação das informações o estudo analisou os websites o relatório de sustentabilidade e as notas explicativas O meio mais utilizado para o disclosure ambiental das companhias estudadas foi o relatório de sustentabilidade contendo 52 das práticas divulgadas seguido pelos websites das companhias e por fim as notas explicativas Ressaltase que 13 das companhias divulgam em duplicidade as informações tendo demonstrado as práticas tanto no relatório de sustentabilidade como nas notas explicativas A pesquisa de Silva et al 2013 corrobora o resultado encontrado ao afirmar que o relatório de sustentabilidade é o instrumento mais utilizado pelas companhias para a publicação das informações ambientais Posterior à análise das características do disclosure das informações ambientais tornouse possível transcrever as principais práticas de logística reversa evidenciadas pelas companhias estudadas Desta forma a tabela 3 verificase os mecanismos de logística reversa divulgados pelo setor de mineração Tabela 3 Companhias do setor de Mineração com base nos dados de 2014 Minerais metálicos Práticas de Logística reversa LITEL o Não evidenciou práticas de logística reversa MANABI o Recuperação e Reutilização metais da produção MMX MINER o Não evidenciou práticas de logística reversa VALE o Reusoreutilização de água o Reutilização e recuperação de resíduos Minerais não metálicos Práticas de Logística reversa CCX CARVÃO o Não evidenciou práticas de logística reversa Fonte Elaboração própria 2016 No setor de mineração as companhias LITEL e MMX MINER não evidenciaram em seus relatórios de sustentabilidade notas explicativas e websites corporativos informações relativas às práticas ambientais de logística reversa Enquanto a companhia MANABI por meio do Projeto Morro do Pilar evidenciou que recupera e reutiliza sobra de metais na produção do produto premium com 680 a 685 de teor de ferro com baixas impurezas A companhia VALE por sua vez destacouse como a entidade que mais divulga informações ambientais no subsetor de minerais metálicos tendo programas voltados para o reuso de água Em 2014 por exemplo 76 da água do processo produtivo da empresa foi reutilizada A VALE também reutiliza embalagens e outras matérias recicláveis na produção XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 9 Em relação à companhia do subsetor de minerais não metálicos a CCX CARVÃO não divulgou práticas voltadas para logística reversa A tabela 4 retrata os mecanismos de logística reversa evidenciados pelo setor de siderurgia e metalurgia Tabela 4 Companhias do setor de siderurgia e metalurgia com base nos dados de 2014 Artefatos de Cobre Práticas de Logística reversa PARANAPANEMA o Reciclagem e reutilização de cobre o Reutilização de água Artefatos de ferro e aço Práticas de Logística reversa FIBAM o Não evidenciou práticas de logística reversa MANGELS o Não evidenciou práticas de logística reversa MET DUQUE o Não evidenciou práticas de logística reversa PANATLANTICA o Não evidenciou práticas de logística reversa SID ALIPERTI o Não evidenciou práticas de logística reversa TEKNO o Não evidenciou práticas de logística reversa Siderurgia Práticas de Logística reversa FERBASA o Reuso da água em alguns processos o Reutilização ou reciclagem resíduos sólidos SID NACIONAL o Reciclagem e reuso da água GERDAU o Reciclagem e reaproveitamento da água o Reciclagem de materiais ferrosos o Reaproveitamento de coprodutos USIMINAS o Não evidenciou práticas de logística reversa Fonte Elaboração própria 2016 A empresa PARANAPANEMA evidenciou práticas de reciclagem de cobre por meio do Projeto de Centro Reciclador de Sucata permitindo a redução reutilização e reciclagem desse material Em relação à reutilização de águas pluviais esta ocorre nas unidades industriais de Santo André SP onde a água é recuperada por meio de galerias que a direcionam para a lagoa central e posteriormente são bombeadas para a estação de tratamento de água industrial para ser incorporada na água de reuso A reutilização representa 94 da água necessária para o processo fabril Já as companhias do subsetor de artefatos de ferro e aço não apresentaram em seus relatórios notas explicativas eou websites mecanismos de logística reversa No tocante ao subsetor de siderurgia apenas a USIMINAS não apresentou práticas de logística reversa as demais empresas evidenciaram informações ambientais A FERBASA por exemplo possui o programa de Gestão de efluentes líquidos sanitários e industriais utiliza equipamentos e processos de controle para o reuso da água em alguns processos e gerencia resíduos sólidos através do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos no qual o enfoque prioritário é a redução reutilização ou reciclagem dos mesmos A companhia SID NACIONAL divulgou que recupera e reutiliza os efluentes líquidos e água no processo produtivo assim como a empresa GERDAU que reutiliza a água no seu processo fabril sendo 97 no processo de produção do aço A GERDAU recicla materiais ferrosos dos quais cerca de 14 milhões de toneladas de sucata ferrosa resultaram em novos produtos de aço O reaproveitamento de materiais decorrentes do processo de produção do aço representa uma alternativa de matériaprima sustentável para a indústria da construção civil de cimento e de cerâmicas Tabela 5 Companhias do setor de papel e celulose com base nos dados de 2014 Papel e celulose Práticas de Logística reversa XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 10 CELULOSE IRANI o Reciclagem de papel o Reuso da água da chuva o Reaproveitamento de água o Recuperação do plástico oriundo das aparas de papel MELHORAMENTOS o Reciclagem dos resíduos sólidos e da água FIBRIA o Reuso reciclagem da água o Reaproveitamento e reutilização dos resíduos sólidos KLABIN o Reciclagem e reutilização da água SANTHER o Reciclagem de papéis SUZANO PAPEL o Reutilização de papéis plásticos madeiras e metais o Reciclagem e reuso dos resíduos sólidos como por exemplo da compostagem utilizados como insumo no plantio do eucalipto Fonte Elaboração própria 2016 O setor de papel e celulose segundo Quadro 4 destacase pelo fato de que todas as companhias apresentaram mecanismos de logística reversa A entidade CELULOSE IRANI transforma papéis reciclados aparas em papéis para embalagem recicla a fibra de celulose totalizando em concordância com a companhia cerca de 31 de materiais reciclados Além disso reutiliza cerca de 77 da água em seu processo produtivo possuindo sistemas de captação e reuso de água da chuva A companhia MELHORAMENTOS divulgou a prática de reciclagem da água a qual depois de utilizada é tratada em uma Estação de Tratamento de Efluentes ETE em duas etapas na primeira os resíduos sólidos são removidos e na segunda a água é quimicamente tratada A reciclagem e reuso da água também ocorre na FIBRIA onde durante o processo de produção da celulose a água é usada 45 vezes antes de ser tratada e devolvida para seu curso natural O reaproveitamento de resíduos sólidos na FIBRIA reduziu os resíduos destinados a aterro A Unidade Três Lagoas dessa empresa passou a reaproveitar 626 dos resíduos sólidos industriais em 2014 Em relação à KLABIN a água reciclada e reutilizada é utilizada na produção representando 41 do volume total utilizado Já a SANTHER relatou que anualmente recicla 60 milhões de quilos de papéis em seu processo produtivo o que significa que mais de 1 milhão de árvores deixam de ser cortadas todo ano Por fim a SUZANO PAPEL ressaltou a parceria firmada com a companhia de reciclagem local a Ressu Reciclagem para a reutilização de papéis plásticos madeiras e metais A reciclagem ocorreu por meio do reuso dos resíduos sólidos a partir da compostagem de 105229 toneladas destes sendo os mesmos utilizados como insumo no plantio do eucalipto Tabela 6 Companhias do setor químico com base nos dados de 2014 Fertilizantes e defensivos Práticas de Logística reversa FER HERINGER o Reciclagem de materiais utilizadas na produção o Reciclagem e reutilização da água e efluentes NUTRIPLANT o Não evidenciou práticas de logística reversa Petroquímicos Práticas de Logística reversa BRASKEM o Não evidenciou práticas de logística reversa ELEKEIROZ o Recuperação e reaproveitamento de energia em indústria cerâmica o Reciclagem da matériaprima o Reciclagem da água GPC PART o Não evidenciou práticas de logística reversa UNIPAR o Não evidenciou práticas de logística reversa XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 11 Químicos diversos Práticas de Logística reversa CRISTAL o Reutilização da água o Reciclagem e reuso dos resíduos não perigosos inertes e não inertes Fonte Elaboração própria 2016 A tabela 6 das duas empresas que compõe o subsetor de fertilizantes e defensivos apenas a FER HERINGER divulgou informações sobre logística reversa dentre elas a reciclagem de material proveniente da compra de lonas plásticas utilizadas para acomodar embalagens e matériasprimas na proteção contra as intempéries do tempo A água reciclada e reutilizada representou cerca de 3744 m³ e o efluente reutilizado em 2014 foi de 30007 m³ Quanto ao subsetor petroquímico a BRASKEM a GPC PART e a UNIPAR não evidenciaram mecanismos de logística reversa Em contrapartida a ELEKEIROZ opera com sistema catalítico de controle de compostos orgânicos com reaproveitamento de energia posteriormente transformada em energia elétrica na unidade de Várzea Paulista Os resíduos não perigosos foram destinados à reciclagem matériaprima para a indústria de fertilizantes e a água reciclada representou 725 m³ No subsetor químico a CRISTAL comunicou a reutilização da água através do Programa de Reuso de Água que permitiu reutilizar de forma direta e indireta mais de 90 das águas necessárias para seu processo produtivo Outro projeto devolvido pela empresa é o Programa Passe a Limpo voltado para a gestão sustentável dos resíduos e após a triagem faz com que os resíduos perigosos sejam destinados para reprocessamento incineração coprocessamento eou aterro industrial e os resíduos não perigosos inertes e não inertes sejam reprocessados reusados e reciclados Tabela 7 Companhias de Petróleo Gás e Biocombustíveis com base nos dados de 2014 Exploração eou refino Práticas de Logística reversa NOVA OLEO o Não evidenciou práticas de logística reversa OGX PETROLEO o Não evidenciou práticas de logística reversa PETROBRAS o Reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos o Reciclagem ou reuso de papéis das madeiras das sucatas dos vidros e dos plásticos o Reaproveitamento energético o Reciclagem do concreto gerados das obras o Reuso da água PETRORIO o Não evidenciou práticas de logística reversa QGEP PART o Não evidenciou práticas de logística reversa PET MANGUINH o Não evidenciou práticas de logística reversa Fonte Elaboração própria 2016 Quanto ao setor de Petróleo Gás e Biocombustíveis demonstrado no Quadro 6 destacase que apenas a PETROBRAS publicou informações relativas à logística reversa nas quais constam a reutilização dos resíduos sólidos sendo que cerca de 65 do total de resíduos perigosos foram enviados para rotas de reaproveitamento energético ou reciclagem Segundo a companhia foi alcançado os percentuais de reciclagem ou reuso de resíduos não perigosos de 92 dos papéis 92 das madeiras 79 das sucatas 77 dos vidros e 74 dos plásticos Salientase também que foram reciclados 100 dos resíduos de concreto gerados nas obras com o reaproveitamento de sobras de concreto mole nas frentes de serviço e na fabricação de prémoldados E por fim a prática de reuso da água foi propagada representando de acordo com a PETROBRAS o volume total de reuso de 245 milhões de metros cúbicos o que corresponde a 106 do total da demanda de água doce em 2014 XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 12 Tabela 8 Companhias do setor produto de uso pessoal e de limpeza com base nos dados de 2014 Produtos de limpeza Práticas de Logística reversa BOMBRIL o Reaproveitamento do plástico PET em sua produção Produtos de uso pessoal Práticas de Logística reversa NATURA o Reciclagem da água reciclada o Reciclagem de embalagens SWEETCOSMET o Não evidenciou práticas de logística reversa Fonte Elaboração própria 2016 Em relação ao subsetor de produtos de limpeza Tabela 8 a BOMBRIL utiliza o plástico PET reciclado em sua produção Devido aos aperfeiçoamentos no processo o uso do material proveniente de reaproveitamento aumentou em comparação do ano anterior chegando a 963 de toda a resina de PET utilizada pela empresa Enquanto no subsetor de Produtos de uso pessoal Tabela 8 apenas a NATURA divulgou informações relacionadas à água reciclada e reutilizada que representou em 2014 o volume de 99586 m³ ou seja 67 de água recuperada sobre o total de água utilizada no processo fabril Quanto à reciclagem de embalagens representou 64 da produção Tabela 9 Companhias do setor de saúde com base nos dados de 2014 Medicamentos e outros produtos Práticas de Logística reversa BIOMM o Não evidenciou práticas de logística reversa CREMER o Não evidenciou práticas de logística reversa NORTEC QUIMICA o Não evidenciou práticas de logística reversa OUROFINO o Reciclagem e reuso da água Fonte Elaboração própria 2016 No setor de saúde a tabela 9 a única companhia que divulgou alguma prática de logística reversa foi a OUROFINO Na mesma 21000 m³ de água foram reciclados o que significa 1603 do total de água consumida Tabela 10 Companhias do setor de gás com base nos dados de 2014 Gás Práticas de Logística reversa CEG o Não evidenciou práticas de logística reversa COMGÁS o Reciclagem e reutilização dos resíduos gerados nas unidades e operações da Comgás o Reuso da água do Centro Operacional da Comgás Fonte Elaboração própria 2016 O setor de gás evidenciado no Quadro 9 é constituído por duas companhias Porém somente a COMGÁS evidenciou práticas de logística reversa sendo citada a reciclagem reutilização dos resíduos gerados e da água A reciclagem e reutilização dos resíduos usados nas tubulações internas de gás que ligam o aquecedor a gás às duchas e às torneiras material formado por polietileno e alumínio tubos multicamadas passaram a ser reciclados e reaproveitados separandose as camadas do resíduo após moagem separação por granulometria e lavagem De acordo com a COMGÁS 244 toneladas de resíduos gerados nas unidades e operações em 2014 foram reciclados reutilizados ou recuperados já a utilização de água de reuso no Centro Operacional da COMGÁS foi de 233050m³ 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados encontrados evidenciaram que das 43 companhias que compuseram a amostra 53 delas praticam disclosure ambiental por meio da utilização de algum XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 13 mecanismo de logística reversa reciclagem remanufatura reutilizaçãoreuso recuperação eou reaproveitamento tal percentual pode ser considerado baixo tenho em vista o alto impacto que as atividades das empresas estudadas causam ao meio ambiente Em relação aos tipos de informações evidenciadas pelas empresas 61 são de caráter quantitativo e 39 qualitativo sendo este resultado similar ao encontrado no estudo de Nilson et al 2014 que também relevou que a maior parcela das companhias do setor de materiais básicos no ano 2012 divulgaram informações de caráter quantitativo No que se refere aos instrumentos de publicação das informações o estudo analisou os sites os relatórios de sustentabilidade e as notas explicativas e verificou que o meio mais utilizado para o disclosure ambiental das companhias estudadas foi o relatório de sustentabilidade contendo 52 das práticas divulgadas seguido sucessivamente pelos websites das companhias e pelas notas explicativas O resultado encontrado neste estudo está de acordo com a pesquisa de Silva et al 2013 que demonstrou também ser o relatório de sustentabilidade o instrumento mais utilizado para a publicação das informações ambientais pelas companhias tidas como potencialmente poluidoras em alto nível A análise das práticas de logística reversa realizadas pelas companhias tidas como consumidoras de recursos naturais em alto nível da BMFBOVESPA revelou ainda que as informações mais divulgadas são as de reusoreutilização reciclagem e reaproveitamento da água seguidas pelas de reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos Por fim destacase como limitação desta pesquisa a não possibilidade de generalização dos resultados uma vez que os mesmos retratam as práticas de logística reversa das empresas tidas como potencialmente poluidoras em alto nível conforme Lei nº 101652000 Anexo VIII não sendo possível atribuir os resultados aqui encontrados a outros setores da economia Para futuras pesquisas sugeremse estudos que visem identificar os motivos que levam as empresas a realizar o disclosure ambiental bem como a reaplicação da pesquisa em outros setores econômicos ou abrangendo período maior REFERÊNCIAS ANDRADE M M DE Como preparar trabalhos para cursos de pósgraduação noções práticas 5 ed São Paulo Altas2002 BARDIN L Análise de conteúdo Lisboa Ed 70 1979 BEBBINGTON J GRAY R An account of sustainability failure success and a reconceptualization Critical Perspectives on Accounting V 12 n 5 p 557605 2001 BRASIL Lei nº 10165 de 27 de dezembro de 2000 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências Recuperado em 12 de dezembro de 2015 de httpwwwplanaltogovbrccivil03leisL10165htm BRASIL Lei nº 12305 de 02 de agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos Recuperado em 12 de dezembro de 2015 de httpwwwplanaltogovbrccivil03ato200720102010leil12305htm BUSHMAN R M SMITH A J Financial accounting information and corporate governance Journal of Accounting and Economics New York v 32 n1 p 237333 2001 XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 14 CARTER C R ELLRAM L M Reverse logistics a review of the literature and framework for future Investigation Journal of Business Logistics v 19 n 1 p 851021998 CHAN F T S ZHANG T The impact of collaborative transportation management on supply chain performance a simulation approach Expert Systems with Applications v 38 n 3 p 23192329 2011 DEEGAN C Introduction social and environmental disclosures a theoretical foundation Accounting Auditing and Accountability Journal v 15 n 3 p 282311 2002 DORNIER PP ERNST R FENDER M KOUVELIS P Logística e operações globais texto e casos São Paulo Atlas 2007 DOWLING J PFEFFER J Organizational legitimacy Social values and organizational behavior Pacific Sociological Review v 18 n 1 p 122136 1975 FARIAS K T R A relação entre divulgação ambiental desempenho ambiental e desempenho econômico nas empresas brasileiras de capital aberto uma pesquisa utilizando equações simultâneas 2008 Dissertação Mestrado em Controladoria e Contabilidade FEARPUSP Ribeirão Preto 2008 Disponível em httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis1212136tde16122009121627ptbrphp Acesso em 09 Jan 2016 FLEISCHMANN M BEULLENS P BLOEMHOFRUWAARD JM VAN WASSENHOVE The impact of product recovery on logistics network design Production and Operations Management v 10 n 2 p 156173 2001 GUBIANI C A SANTOS V DOS BEUREN I M Disclosure ambiental das empresas de energia elétrica listadas no índice de sustentabilidade empresarial ISE Revista Sociedade Contabilidade e Gestão Rio de Janeiro v 7 n 2 2012 LAGE JÚNIOR M GODINHO FILHO M Análise estratégica do planejamento e controle da produção PCP na remanufatura um estudo teórico XXIX Encontro Nacional De Engenharia de Produção Anais Salvador BA 2009 LEITE PR Logística reversa meio ambiente e competitividade 2 ed São Paulo Prentice Hall 2009 LOPES A B MARTINS E Teoria da Contabilidade uma nova abordagem São Paulo Atlas 2005 MAPURUNGA PV R PONTE V M R COELHO A C D MENESES A F DE Determinantes do nível de disclosure de instrumentos financeiros derivativos em firmas brasileiras Revista Contabilidade Finanças v22 n57 São Paulo 2011 MIGLIANO J E B DEMAJOROVIC J XAVIER L H Shared responsibility and reverse logistics systems for eWaste in Brazil Journal of Operations and Supply Chain Management v 7 n2 p 91 109 2014 XXIII Congresso Brasileiro de Custos Porto de Galinhas PE Brasil 16 a 18 de novembro de 2016 15 NILSON M SILVEIRA M L G DE VICENTE E F R PFITSHER E D A evidenciação da logística reversa por empresas do setor de materiais básicos listadas na BMFBOVESPA VIII Congresso ANPCONT Anais Rio de JaneiroRJ 2014 NOSSA V Disclosure ambiental uma análise do conteúdo dos relatórios ambientais de empresas do setor de papel e celulose em nível internacional 249 p Tese Doutorado em Controladoria e Contabilidade FEA USP São Paulo 2002 ROVER S BORBA J A MURCIA F D Características do disclosure ambiental de empresas brasileiras potencialmente poluidoras análise das demonstrações financeiras e dos relatórios de sustentabilidade do período de 2005 a 2007 Contextus Revista Contemporânea de Economia e Gestão V7 n 1 p 2336 2009 ROVER S Disclosure ambiental de empresas potencialmente poluidoras características da informação ambiental e explicações para a divulgação voluntária no Brasil Dissertação Mestrado Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós Graduação em Contabilidade 2009 RUHNKE K GABRIEL A Determinants of voluntary assurance on sustainability reports an empirical analysis J Bus Econ v83 n9 10631091 Julho2013 Disponível em httplinkspringercomarticle101007s1157301306860 Acesso em 30 jul 2015 SHIBAO F MOORI R SANTOS M R A logística reversa e a sustentabilidade empresarial XIII Seminários em Administração SEMEAD Anais São Paulo SP 2010 SILVA T L DA VICENTE E FR PFITSCHER E D ROSA F S DA Environmental disclosure informações sobre resíduos sólidos divulgadas pelas empresas potencialmente poluidoras listadas na BMFBOVESPA Revista Ambiente Contábil NatalRN v 5 n 2 p 229 249 2013 SUCHMAN MC Managing legitimacy Strategic and institutional approaches Academy of Management Review v 20 n3 p 571610 1995 TENÓRIO F A REIS A F DOS SILVA D E LUFT M C M S Redes de logística reversa um estudo do canal reverso de reciclagem na indústria do plástico Revista de administração Contabilidade e Economia v13 n 1 p 353382 2014 Teotônio A V A Estival KGSOliveira LB Corrêa SRS 2013O papel da contabilidade na evidenciação das responsabilidades socioambientais Revista de Ciências Gerenciais ValinhosSP v 17 n 26 p 7186 2013 WINK P K S Reação aos acidentes ambientais evidências em uma empresa de mineração do mercado brasileiro Dissertação Mestrado em Ciências Contábeis UFPB RecifePE 2012