• Home
  • Chat IA
  • Guru IA
  • Tutores
  • Central de ajuda
Home
Chat IA
Guru IA
Tutores

·

Cursos Gerais ·

Redação

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Recomendado para você

O Trabalho Precarizado: Avanços e Desafios no Mundo Contemporâneo

2

O Trabalho Precarizado: Avanços e Desafios no Mundo Contemporâneo

Redação

IFF

Redação sobre a Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han e Exploração Individual

2

Redação sobre a Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han e Exploração Individual

Redação

IFF

Texto de pré-visualização

Ao longo da história ocorreram diversos proces sos que transformaram a relação dos seres humanos com a natureza provocando alterações no espaço geográfico o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais a Revolução Industrial com as fábricas a urbanização e as vias para o escoamento da produção a Revolução Tecnológica em curso envolvendo novos produtos novas formas de produzir e comercializar mercadorias industriais e agrícolas e de gerar serviços Tudo isso vem pro vocando alterações na oferta e no acesso a bens de consumo e a serviços No entanto parcela expressiva da população mundial está excluída dos benefícios gerados por essas transformações Nesta unidade você vai explorar as principais características do processo de industrialização no mundo e no Brasil os tecnopolos que se destacam na atualidade e as questões sociais e ambientais decorrentes dessas transformações Também vai conhecer os aspectos da produção agropecuária que cada vez mais é impactada pela mecanização e pela biotecnologia Vai ver ainda as diferenças entre a agropecuária em países mais e menos desenvolvidos Pesquisadora manipula amostra de muda de cana desenvolvida em laboratório em Piracicaba SP 2015 A pesquisa procura desenvolver etanol mais eficiente e cana transgênica para o mercado de consumo MOACYR LOPES JUNIORFOLHAPRESS ESPAÇO E PRODUÇÃO U N I D A D E 4 190 TSV2U4CAP09190224indd 190 170516 1945 INDÚSTRIA NO MUNDO ATUAL 9 C A P Í T U L O Em escala global O mapa abaixo mostra onde estão localizados os principais fornecedores de matériasprimas e com ponentes e também os responsáveis pela montagem dos produtos computadores smartphones tablets tocadores de áudio portáteis etc de uma multinacional estadunidense Observe No site China File site em inglês há uma versão interativa desse mapa Caso julgue interessante indiquea aos estudantes wwwchinafilecom Acesso em fev 2016 1 De acordo com o mapa quais são os principais fornecedores dessa empresa estadunidense Em que conti nente eles se localizam 2 Embora essa empresa esteja sediada nos Estados Unidos seus produtos são fabricados ao redor do mundo todo O que você sabe sobre esse modo de produção e organização da atividade industrial na atualidade Troque ideias com um colega e registrem suas conclusões para serem retomadas ao final do estudo da pri meira parte deste capítulo OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO MERIDIANO D E GREEN WICH TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCERR O DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO RR C PR O RR C PR O O OCEANO PACÍFICO OCEANO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO CCCCÍ CÍ IC I 0 0 CÍRCULO P OLAR AN TÁRTIC O CÍR ÍÍ CULO POLAR Á RTI T CO EQUADOR 2 1 1 1 1 1 1 1 3 3 3 3 5 5 5 12 4 4 73 334 131 36 34 20 14 5 13 23 1 17 1 73 334 Principais fornecedores 2013 131 20 MÉXICO CHINA TAIWAN CINGAPURA BRASIL ESTADOS UNIDOS ALEMANHA FRANÇA JAPÃO N 0 2570 km Mundo localização dos principais fornecedores e montadores de uma multinacional estadunidense 2013 Fonte Apple Disponível em wwwapplecom Acesso em out 2015 DACOSTA MAPAS 191 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 191 170516 1945 1 IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE INDUSTRIAL A indústria1 moderna surgiu com a produção fabril inaugurada pela Revolução Industrial que trouxe como principais inovações o uso de máquinas e a divisão do trabalho No longo processo que se seguiu até os dias atuais a atividade industrial passou a utilizar tecnologias cada vez mais sofisticadas como robôs e equipamentos de alta precisão A industrialização não provocou mudanças apenas na forma de produção ela também proporcionou a urbanização atraindo mão de obra e ampliando as cidades física e demogra ficamente tendo muitas se tornado centros econômicos importantes grandes transformações urbanas com a multiplicidade de serviços que carac terizam a cidade atualmente e o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação que interligam todo o espaço mundial o aumento da produção agrícola graças à mecanização das atividades de criação plantio e colheita e ao uso da tecnologia figura 1 e de insumos de origem industrial novos modos de vida hábitos de consumo e profissões e outra organização da sociedade As atividades industriais que ocorrem no interior das fábricas desdobramse em outras atividades como a produção e a extração de matériasprimas o transporte a propaganda a comercialização dos produtos e o descarte de resíduos Figura 1 A industrialização desencadeou não apenas grandes alterações no espaço urbano mas também no rural O uso de maquinários e de insumos cada vez com mais aporte tecnológico vem aumentando a produtividade e os lucros sobretudo dos agricultores que dispõem de dinheiro para investimento Na imagem drone sobrevoa cultivo de trigo para pulverizar inseticidas em Bazhou China 2015 CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL As indústrias podem ser classificadas em extrativa extração de recursos naturais de origens diversas principalmente de minerais e de transformação produção de bens a partir da transformação de matériasprimas De acordo com a finalidade dos bens produzidos as indústrias de transformação podem ser divididas em 1 Caracterizase por indústria toda atividade produtiva de transformação de matériasprimas nos mais variados produtos Dessa forma considerase desde o processo de produção artesanal até o de produção fabril LEITURA Espaço e indústria Ana Fani A Carlos Contexto 2000 Analisa a expansão e a ocupação do espaço geográfico pelas indústrias Insumo Elemento que faz parte do processo de produção de mercadorias ou serviços como máquinas equipamentos e matériasprimas YAN ZHIJIANGXINHUAAFP 192 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 192 170516 1945 indústrias de bens intermediários ou bens de produção produzem maté riasprimas como alumínio metalúrgica aço siderúrgica derivados de petróleo petroquímica e cimento que serão utilizadas por outras indústrias na fabricação de produtos indústrias de bens de capital2 produzem máquinas peças e equipamentos para outras indústrias indústrias de bens de consumo produzem mercadorias para consumo direto Podem ser duráveis móveis aparelhos eletrônicos eletrodomésticos automóveis computadores e não duráveis alimentos bebidas medicamentos cosméticos vestuário calçados As atividades industriais podem ainda ser classificadas de acordo com o setor de atuação Exemplos indústria da construção civil construção de edifícios usinas para produção de energia pontes etc indústria da construção naval produção de navios indústria aeronáutica construção de aviões indústria bélica produção de armamentos tanques navios e aviões de guerra 2 PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Primeira Revolução Industrial foi marcada pela invenção da máquina a vapor em 1769 e sua incorporação às fiações e às tecelagens dando impulso à produção industrial Os trabalhadores foram concentrados num mesmo local de produção a fábrica e consolidouse a relação de traba lho assalariado Leia o Entre aspas da próxima página O navio e a locomotiva a vapor revolucionaram os meios de transporte e contribuíram para a expansão das atividades industriais e dos mercados para seus produtos As fábricas foram instaladas próximo às minas de carvão fonte de energia utili zada na época para mover as máquinas A industrialização ampliou a divi são do trabalho dentro da unidade de produção a fábrica e no interior da sociedade de cada país Ao mesmo tempo estabeleceu a Divisão Inter nacional do Trabalho DIT entre os países industriais e as regiões forne cedoras de matériasprimas agrícolas e minerais veja figura 2 2 As indústrias de bens de produção e de bens de capital são denominadas em conjunto indústrias de base A respeito da consolidação do capita lismo e da DIT é importante orientar os estudantes a retomarem os conteú dos trabalhados no Capítulo 5 Figura 2 Desde sua origem o capitalismo é um sistema econômico internacional Com a Revolu ção Industrial ficou demarcada uma clara DIT na qual os países industrializados exportavam seus pro dutos para regiões sem manufaturas e estas forneciam matériasprimas para eles Ainda que com as especificida des de cada época essa DIT está vigente até os dias atuais WIL SO N J ORG E FI LHO FO TOM ON TAG EM CO M WIL HEL M P ETE R H JUL A W EAV ING MI LL 188 78 CO LEÇ ÃO PRI VAD A E CA RLO S J ULIÃ O MIN ERA ÇÃO DE DI AM AN TES M INA S G ER AIS C 17 70F UN DAÇ ÃO BIB LIO TEC A N ACI ON AL 193 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 193 170516 1945 Sociologia Divisão do trabalho O conceito de divisão de trabalho é usado sobretudo no estudo da produção econômica Na sociedade de caçadorescoletores por exemplo as divisões do trabalho são relativamente simples uma vez que não é muito grande o número de tarefas a serem feitas Em comparação sociedades industriais as têm extremamente complexas principalmente porque a capa cidade de produzir um vasto excedente de alimentos permite que a maioria das pessoas se entregue a uma grande variedade de tarefas que pouco têm a ver com as necessidades da sobrevivência Da forma exposta pela primeira vez por Émile Durkheim 18581917 sociólogo francês as diferenças na divisão do trabalho afetam de forma profunda aquilo que mantém coesas as sociedades Com divisões de trabalho simples a coesão social baseiase principalmente nas semelhanças das pessoas entre si e no fato de terem um estilo de vida comum Com as divisões de trabalho complexas porém ela tem por fundamento a interdependência que resulta da especialização Num sentido irônico as diferenças são o que nos mantém unidos A divisão do trabalho figura também com destaque no estudo da desigual dade social Do ponto de vista marxista das teorias do filósofo alemão Karl Marx 18181883 o capitalismo utiliza uma divisão do trabalho complexa para controlar melhor os trabalhadores O trabalho é dividido em grande número de tarefas minuciosamente especializadas que requerem apenas o mínimo de treinamento e qualificação Esse fato permite aos empregadores monitorar e controlar o processo de produção e substituir sem dificuldade os trabalhadores o que os priva de poder em suas relações com os patrões JOHNSON Allan G Dicionário de Sociologia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1997 p 77 Comente as visões dos pensadores Durkheim e Marx em relação à especialização do trabalho decorrente do capitalismo industrial Da produção artesanal à divisão do trabalho Se antes o artesão dominava o conhecimento de todo o processo de produção de uma mercadoria com a industrialização cada trabalhador pas sou a executar apenas uma parte dele ficando o controle de todo o processo nas mãos do dono da fábrica Este também era o dono das máquinas e pagava ao trabalhador pelo tempo dedicado ao trabalho A acumulação de capital pelos proprietários permitiulhes fazer investimentos em maquinários e apri moramento das técnicas de produção Xilogravura representando operários em fábrica de Sheffield Reino Unido 1866 GRANGERDIOMEDIA FILME As consequências da Revolução Industrial De Simon Baker Jonathan Hassid Billie Pink Reino Unido 2003 174 min Retrata as mudanças ocorridas nas relações sociais em função da invenção da máquina a vapor e do surgimento dos conceitos de linha de produção e de divisão do trabalho no século XVIII O germinal De Claude Berri França 1993 160 min A Revolução Industrial promoveu uma série de mudanças políticas econômicas e sociais O filme enfoca as severas transformações sociais impostas pelo modo de produção capitalista abordando as relações de trabalho e as lutas de classe 194 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 194 170516 1945 Com a Revolução Industrial o capitalismo avançou de modo expressivo As altera ções introduzidas no processo produtivo refletiramse na organização da sociedade nas relações entre regiões distantes e entre o campo e a cidade e na acelerada urbanização Com o capitalismo industrial os papéis econômico e político das cidades tornaramse mais evidentes Ao mesmo tempo a Revolução Industrial promoveu uma Revolução Agrícola com a produção de máquinas e insumos para a atividade rural a modificação do sistema de propriedade e a organização do trabalho no campo3 As mudanças na agricultura estenderamse por toda a Europa Porém do mesmo modo que amplia ram a produtividade da terra expulsaram grande quantidade de pessoas das áreas rurais Essa população dirigiuse para as áreas urbanas tornandose mão de obra abundante e barata para os estabelecimentos industriais Os que permaneceram no campo passaram a produzir bens para o abastecimento das cidades ou matériasprimas para as indústrias O trabalho agrário tornouse cada vez mais especializado e menos direcionado à subsistência A Revolução Industrial também intensificou o intercâmbio comercial Estradas foram construídas e ampliadas para facilitar o transporte de mercadorias e de pas sageiros os cursos de rios navegáveis foram ligados por canais e a partir do século XIX um novo meio revolucionou o sistema de transportes a ferrovia A invenção da locomotiva a vapor figura 3 na GrãBretanha estava associada à necessidade de transportar grandes quantidades de matériaprima como o carvão mineral em menor tempo barateando o custo com transportes O crescimento da produção industrial na Inglaterra e a necessidade de ampliar o mercado para além das próprias fronteiras deram origem ao liberalismo econômico Essa teoria considerava nociva a intervenção do Estado na economia e defendia a livre concorrência entre as empresas e os países Naquele momento as ideias liberais interessavam principalmente à Inglaterra que não encontrava concorrente diante de seu nível de desenvolvimento técnico e sua grande capacidade de transporte propiciada por sua imensa frota naval Leia o Entre aspas 3 Na Inglaterra as terras eram comunais e ocupadas por uma produção camponesa dispersa dedicada principalmente à subsistência Essas terras foram alvo do cercamento enclosure e transformadas em grandes propriedades destinadas à produção de gêneros para abastecimento do mercado urbano crescente e às pastagens de carneiros e ovelhas que forneciam lã para a indústria têxtil setor que liderou a Primeira Revolução Industrial Figura 3 Reprodução de xilogra vura inglesa do século XIX repre sentando extração de carvão junto a fábrica e ferrovia Com a Revolução Industrial começaram a ocorrer mudanças significativas na relação sociedadenatureza com grandes transformações no espaço geográfico mundial PRISMAALBUMLATINSTOCK Liberalismo econômico Os princípios do pen samento econômico liberal foram estabelecidos por Adam Smith 17231790 filósofo e economista escocês na obra A Riqueza das Nações O libera lismo econômico consolidouse a partir do século XVIII durante o processo da Revolução Indus trial Defendia a livre iniciativa das pessoas e das empresas e considerava que a economia deveria ser conduzida pelas leis do mercado sem a ação e interferência do Estado O livre mercado laissezfaire além de garantir a prosperidade econômica e trazer benefícios a toda sociedade tem a capa cidade de corrigir por si mesmo possíveis distorções num pro cesso natural de autorregula ção Cabe ao Estado apenas garantir a livre concorrência e a defesa da propriedade privada princípios básicos do sistema capitalista O libera lismo aplicado no contexto do mercado internacional favore cia a Inglaterra pioneira no processo de desenvolvimento industrial e líder na tecnologia de produção não encontrava concorrência internacional quanto ao preço que seus produtos eram ofe recidos ao mercado 195 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 195 170516 1945 3 SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Segunda Revolução Industrial ocorrida na segunda metade do século XIX caracterizouse por transformações quantitativas e qualitativas O uso da hidreletrici dade e do petróleo ampliou a capacidade de produção de energia e acrescentou novas possibilidades à tecnologia de produção criando condições para o desenvolvimento de produtos e invenções como o motor a combustão Surgiram as grandes siderúrgicas e metalúrgicas e a indústria química e a auto mobilística A marinha mercante multiplicou sua frota em diversos países europeus nos Estados Unidos e no Japão As ferrovias expandiramse por todo o mundo como meio de transporte e atividade empresarial figura 4 O uso do petróleo como fonte de energia o advento da eletricidade a maior extensão das vias de circulação a velocidade das ferrovias e a evolução e a ampliação dos sistemas de transporte possibilitaram a instalação de indústrias em locais mais distantes das fontes de energia e de matériaprima A indústria inglesa mantinha em grande parte os equipamentos e os maqui nários tradicionais Já os novos países que se industrializavam na Europa como a Alemanha e em outras regiões do mundo como os Estados Unidos e o Japão incorporavam as tecnologias que surgiam e instalavam suas indústrias em conso nância com as novas infraestruturas de transporte e energia tornandose nesse sentido mais competitivos nesse período CAPITALISMO MONOPOLISTAFINANCEIRO Na segunda fase da Revolução Industrial a expansão da industrialização para diversos países e a aplicação de novas tecnologias à produção e ao transporte modificaram profundamente a orientação liberal característica da primeira fase da Revolução O avanço tecnológico e os novos setores industriais que dominaram o cenário econômico da Segunda Revolução Industrial dependiam de investimentos muito maiores do que os realizados até então levando a modificações na administração das empresas A necessidade da aplicação de capitais em larga escala levou à for mação das chamadas empresas de sociedade anônima ou seja aquelas cujo capital é dividido entre diversos acionistas permitindo a capitação da poupança de vários pequenos investidores Com isso consolidaramse mercados de capitais nos quais todos podiam investir numa empresa por meio da compra de ações FILME Tempos modernos De Charles Chaplin Estados Unidos 1936 87 min De um dos mais importantes representantes do cinema mundial Charles Chaplin esse filme aborda com olhar crítico os impactos da Segunda Revolução Industrial na vida humana Figura 4 Trem de carga em ferro via no Reino Unido 1905 SPLGETTY IMAGES 196 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 196 170516 1945 À época boa parte das indústrias passou também a contar com a participação dos capitais bancário e financeiro necessário para os investimentos na produção As pequenas empresas que não acompanharam a nova tendência do desenvolvimento econômico capitalista faliram ou foram absorvidas pelas grandes A fusão do capital industrial com o financeiro e a união de indústrias em fins do século XIX e nas primeiras décadas do século XX levaram ao surgimento de gigantescas empresas de alta tecnologia para a época originando os oligopólios e os monopólios caracterizando o capitalismo monopolistafinanceiro figura 5 Leia o Entre aspas Figura 5 Capitalismo monopolistafinanceiro e nova DIT 4 TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Terceira Revolução Industrial ou revolução técnicocientífica começou a tomar forma no final da Segunda Guerra Mundial Porém seus efeitos têm se manifestado em todo o mundo e de modo mais intenso nas últimas quatro décadas repercutindo no conjunto das atividades econômicas nas relações sociais e nas relações da sociedade com a natureza como você viu na Unidade 2 No que diz respeito à atividade industrial os efeitos da revolução técnicocientífica estão relacionados ao exponencial avanço nos sistemas de telecomunicações e transportes desenvolvimento e utilização da informática equipamentos e programas e forte integração desta com as telecomunicações telemática desenvolvimento da microeletrônica e da robótica O desenvolvimento científico e tecnológico é convertido em novos produtos e em redução de custos de produção tornando as empresas mais competitivas As grandes corporações multinacionais possuem seus próprios centros de pesquisa e os investimentos em pesquisa científica aplicada à produção ou seja em ciência e tecnologia CT têm crescido a cada ano com o objetivo também de aprimorar a atividade produtiva Em 2011 em comemoração ao ano internacional da Química e ao 100o aniversário do Prêmio Nobel atribuído a Marie Curie foi lançado um vídeo que pode contribuir para a sensibilização dos estudantes sobre a importância do desenvolvimento científico e tecnológico em nossas vidas Caso julgue interessante proponhalhes que assistam ao vídeo 100o aniversário do Prêmio Nobel Disponível em www youtubecomwatchvTYyT6x0J3Os Acesso em fev 2016 Capitalismo monopolista financeiro Na fase do capitalismo monopolistafinanceiro que coincide com o imperialismo a DIT contribuiu para ampliar a atuação dos países indus trializados no resto do mundo Para manter o ritmo de pro dução esses países aumen taram as fontes de matérias primas Além de exportar as mercadorias industrializadas as empresas desses países investiram seus capitais nos países não industrializados e nas colônias em casas comer ciais e bancárias na produção agrícola na mineração nas estradas de ferro e em outros negócios MAURÍCIO LOYOLA 197 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 197 170516 1945 O Estado por meio de universidades e de instituições de pesquisa também esti mula o desenvolvimento tecnológico preparando novos profissionais e capacitandoos para a pesquisa assim como para o desenvolvimento de tecnologias figura 6 Com a revolução técnicocientífica é cada vez mais curto o tempo entre deter minada inovação tecnológica e sua difusão na forma de mercadorias ou serviços Alguns produtos industriais classificados em princípio como bens de consumo duráveis especialmente os ligados aos setores de ponta como a microeletrônica e a informática são cada vez mais descartáveis tornandose obsoletos pela rapidez com que são desenvolvidas novas tecnologias sobre o assunto veja a seção Ponto de vista no final deste capítulo No contexto do rápido desenvolvimento da telemática baseado nos avanços das telecomunicações e da informática e na forte integração entre esses setores surgiram os teleportos também conhecidos por cibercidades ou portos de telecomunicaes figura 7 Um teleporto é basicamente constituído por um conjunto de edificações equipadas com sistemas de telecomunicação e de informática de alta performance conexões à rede mundial de computadores com banda larga sinais de satélites de comunicação redes de cabos de fibra óptica e outros recursos que possibilitam grande tráfego de informações a um custo reduzido para as empresas Desse modo empresas de diferentes setores telefonia e telecomunicação ban cos seguradoras produtoras de software editoras entre outras que necessitam de conexões amplas rápidas e eficazes instalamse em teleportos Há teleportos em todos os países de economia avançada e em diversos países emergentes e de menor desenvolvimento como Argentina Brasil Venezuela Paquistão e Filipinas Figura 6 Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais CNPEM em Campinas SP 2013 O complexo fomenta e executa pesquisas nas áreas energética de biociências e de nanotecnologia MÁRCIO FERNANDESESTADÃO CONTEÚDO HANS VON MANTEUFFELOPÇÃO BRASIL IMAGENS Figura 7 Vista do Porto Digital no Recife PE 2014 O Porto Digital de Recife foi criado em 2000 numa área antes degra dada da cidade 198 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 198 170516 1945 TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E TRABALHO Ao transformar a economia a Terceira Revolução Industrial transformou também o mundo do trabalho Desde a década de 1950 as atividades do setor terciário vêm aumentando de modo significativo em comparação com as dos setores secundário e primário Nos países de maior desenvolvimento econômico as atividades de comércio e serviços chegam a empregar mais de 80 da mão de obra Setor terciário O setor terciário comércio e serviços vem alcançando crescente importância na geração de novas vagas de emprego tornandose um dos principais motores para o crescimento econômico mundial No entanto é preciso destacar que o segmento produtivo primário e secundário influencia a quantidade e a qualidade dos postos de trabalho no terciário É um setor bastante heterogêneo comportando tanto postos de trabalho com elevadas remuneração e qualificação profissional quanto de extrema precarização com baixos rendimentos independentemente da qualidade da mão de obra A quantidade de fábricas existentes numa região não é mais um indicador de desenvolvimento econômico Nas últimas décadas os países desenvolvidos têm se dedicado prioritariamente às atividades de administração e ao desenvolvimento de novos produtos Nesses países apenas as indústrias que envolvem tecnologia avan çada caso dos softwares da biotecnologia e da tecnologia médica e que portanto dependem das pesquisas e da qualificação dos trabalhadores expandiram suas atividades Uma boa parte dos outros setores industriais foi deslocada para países em desenvolvimento A revolução técnicocientífica ao mesmo tempo que gera riquezas e amplia as taxas de lucros contribui num primeiro momento para o desemprego de milhões de pessoas em todo o mundo Desde os anos 1980 as empresas vêm inves tindo continuamente na automação industrial na busca de maneiras eficientes de organizar o trabalho e automatizar os processos figura 8 Como resultado elevou a produção de mercadorias e serviços com o emprego de menor número de trabalhadores Figura 8 Máquina robótica movi menta chapa de aço em Linz Áustria 2015 Com o maior desenvolvimento tecnológico e o aprofundamento do uso de robôs há a tendência de algumas atividades industriais hoje con centradas nos países em desen volvimento econômico voltarem a ser realizadas de forma auto matizada no território dos países de economia mais avançada AKOS STILLERBLOOMBERG VIA GETTY IMAGES 199 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 199 170516 1945 Figura 9 Operários montam um Ford T em 1914 Henry Ford popularizou o automóvel graças à linha de montagem Nela os veículos são fabricados em uma sequência de operações em que cada operário realiza determinada função A técnica virou sinônimo de produção em série e foi adap tada por outras indústrias 5 TECNOLOGIAS DE PROCESSO DE PRODUÇÃO A Primeira Revolução Industrial marcou o surgimento da fábrica que reuniu todos os trabalhadores antes dispersos dentro de uma única unidade de produção con trolada pelo empresário industrial As máquinas tornaramse elemento fundamental do sistema produtivo A elevação da produtividade porém não depende apenas das máquinas mas também das tecnologias de processo Foi o que demonstraram os Estados Unidos no início do século XX em plena Segunda Revolução Industrial com a introdução de novas formas de organizar o trabalho e técnicas de produção industrial o taylorismo e o fordismo que possibilitaram a racionalização extrema do processo de trabalho no interior da fábrica TAYLORISMO E FORDISMO O taylorismo idealizado pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor 18561915 partia da concepção de que o trabalho fabril era um conjunto de tarefas totalmente independentes umas das outras e que não exigia conhecimentos técnicos do trabalhador Para Taylor o conhecimento de todo o processo produtivo era uma atribuição exclusiva do gerente que deveria determinar e fiscalizar cada etapa da tarefa a ser feita no menor intervalo de tempo e sem perda de qualidade O objetivo principal era o aumento da produtividade Para isso era necessário controlar todo o processo produtivo os movimentos dos operários e das máquinas e a correta utilização das ferramentas até o fluxo das matériasprimas das peças e dos produtos acabados O fordismo foi implantado pelo empresário estadunidense Henry Ford 18631947 no processo de produção de automóveis no início do século XX O modelo de produção fordista associava a linha de montagem às técnicas de organização do taylorismo No processo de produção fordista a mercadoria no caso o automóvel em pro cesso de montagem deslocavase no interior da fábrica para a realização de cada etapa de produção O trabalhador especializado em sua tarefa cumpriaa num tempo predeterminado o automóvel continuava a se deslocar na linha de montagem até a instalação da última peça e do acabamento final veja a figura 9 Tecnologia de processo Sistema de organização do trabalho e da produção dentro de uma empresa HULTON ARCHIVEGETTY IMAGES 200 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 200 170516 1945 TOYOTISMO A PRODUÇÃO JUSTINTIME No Japão país de pequena extensão territorial dependente da importação de matériasprimas e com pouco espaço para estocar produtos foi estruturado um novo sistema de organização da produção Conhecido pelo nome justintime literalmente tempo exato esse sistema orga nizacional foi implementado pela primeira vez em meados do século XX na fábrica de motores da Toyota sendo depois incorporado pelas principais indústrias do mundo Por esse sistema as diferentes etapas de produção desde a entrada das maté riasprimas até a saída do produto são realizadas de forma combinada entre fornece dores produtores e compradores A matériaprima que entra na fábrica corresponde exatamente à quantidade de mercadorias que será produzida o que é feito dentro de um prazo estipulado e de acordo com o pedido dos compradores Além da eficiência com controle de qualidade total dos produtos o sistema justintime permite diminuir o custo de estocagem e garantir os lucros dos empresários No toyotismo o trabalho especializado e rotineiro da linha de montagem do sistema fordista foi substituído por um sistema flexível em que o trabalhador pode ser deslocado para realizar diferentes funções de acordo com as necessidades da produção de cada momento veja a figura 10 na próxima página Além disso recursos da microeletrônica da robótica e da informática intensiva mente utilizados nesse sistema viabilizam a modificação e a atualização dos modelos de mercadorias a partir de pequenas mudanças nos equipamentos da fábrica uti lizandose os mesmos maquinários A flexibilidade industrial ganhou importância num mundo em que a evolução tecnológica possibilita a constante criação de produtos e sucessivas modificações A difusão do toyotismo articulou de modo sincronizado o fluxo de mercadorias entre os fornecedores de peças e componentes e os fabricantes do produto final Com o toyotismo o processo de formação de rede de empresas intensificouse formando uma vasta cadeia produtiva em escala global Sociologia Especializao brutal Leia o texto e responda à questão a seguir Pela época em que Henry Ford começou a fabricar o Modelo T em 1908 eram necessárias 7882 operações Em sua autobiografia Ford registrou que dessas 7882 tarefas especializadas 949 exigiam homens fortes fisicamente hábeis 3338 tarefas precisavam de homens de força física apenas comum a maioria do resto podia ser realizada por mulheres ou crianças crescidas e continuava friamente verificamos que 670 tarefas podiam ser preenchidas por homens sem pernas 2637 por homens com uma perna só duas por homens sem braços 715 por homens com um braço só e 10 por homens cegos Em suma a tarefa especializada não exigia um homem inteiro mas apenas uma parte Nunca foi apresentada uma prova mais vívida de quanto a superespecialização pode ser brutalizante TOFFLER Alvin A terceira onda Rio de Janeiro Record 1980 p 6263 Como se manifesta no texto a crítica ao fordismo e ao taylorismo 201 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 201 170516 1945 LEITURA Indústria um só mundo Pierre Beckouche Ática 2004 Aborda a fase atual de industrialização mundial e as estratégias de localização industrial nas diversas regiões do planeta Figura 10 Automóveis são produzidos na unidade de montagem da Toyota na província de Cha choengsao Tailândia 2015 Esse sistema também se apoia em empresas subcontratadas para a produção do produto final De acordo com o sociólogo Ricardo Antunes especialista em sociologia do trabalho enquanto os trabalhadores da Toyota realizam jornadas de 2300 horas por ano os operários das subcontratadas trabalham cerca de 2800 horas anuais 6 LOCALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL Durante muito tempo a localização das indústrias esteve relacionada à proximi dade das fontes de matériasprimas do mercado consumidor ou do litoral no caso das indústrias voltadas para o mercado externo ou dependentes de matériasprimas importadas Esse padrão de localização caracterizou a Primeira e a Segunda Revo lução Industrial A partir do término da Segunda Guerra Mundial com a evolução da capacidade de transporte e dos meios de comunicação isso mudou ocorrendo uma desconcen tração da produção industrial internamente nos países e entre eles As indústrias multinacionais espalharamse pelo mundo sendo as principais responsáveis pela globalização econômica e pela revolução técnicocientífica Setores que tradicionalmente se instalavam ao lado das jazidas de matériasprimas e fontes de energia como o siderúrgico o metalúrgico e o petroquímico ganharam relativa mobilidade espacial Mesmo as indústrias de bens de consumo que se desenvolveram nas proximidades dos grandes mercados urbanos tendem a se des concentrar e se deslocar para regiões menos saturadas e que apresentem custos de infraestrutura e mão de obra mais baixos É importante ressaltar porém que na maior parte dos casos esse deslocamento é restrito às unidades de produção pois diversos outros setores das empresas indus triais como marketing parte do administrativo e de pesquisa e desenvolvimento em geral continuam nos grandes centros ou muito próximos a eles DARIO PIGNATELLIBLOOMBERG VIA GETTY IMAGES 202 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 202 170516 1945 A desconcentração industrial favoreceu a formação de clusters ou arranjos produ tivos locais APLs muitas vezes fora dos grandes aglomerados urbanos Os APLs são áreas que agrupam empresas do mesmo ramo de atividade não somente industriais e utilizam por exemplo mão de obra específica o mesmo tipo de matériaprima e infraestrutura Dessa forma garantem às empresas elevada capacidade de inovação redução de custos e consequentemente poder competitivo Nas décadas de 1960 e 1970 foram criados nos países desenvolvidos polos tecnológicos os tecnopolos regiões em que se concentram inovações científicas e tecnológicas e o desenvolvimento de produtos que incorporam alta tecnologia situadas próximas de universidades e institutos de pesquisas com apoio de empresas e verbas governamentais Essa nova concepção industrial surgiu nos Estados Unidos no Parque de Pes quisas de Stanford Stanford Research Park no Vale do Silício Silicon Valley Califórnia entre as cidades de San Francisco e San Jose destacandose na eletrô nica na informática e na produção de chips Depois outros foram criados no Reino Unido na França na Alemanha na Suécia na Finlândia em Portugal no Japão na Coreia do Sul em Taiwan na Austrália e em vários outros países Neste capítulo na segunda parte você vai conhecer mais alguns tecnopolos de países desenvolvidos O conceito disseminouse mundo afora inclusive nos países emergentes como Brasil México África do Sul Índia Malásia Filipinas Vietnã etc Veja na figura 11 alguns dos principais tecnopolos do mundo em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento N 0 2570 km TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER TTRÓ RÓÓPIC ICO CO DE DE CA CAP APPRI RIC ICÓ CÓRN RNI NIO IO OCEANO PACÍFICO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO PAAACÍF C F CÍFF Í 0 0 CÍRCULO POL AR ANTÁRT ICO CÍR ÍÍ CULO POLAR ÁRTI T CO OCEANO GLACIAL ÁRTICO EQUADOR MERIDIA NO DE G REENWI CH Vale do Silício EUA São Paulo Brasil Santiago Chile Buenos Aires Argentina TelAviv Israel Cingapura Índia China Coreia do Sul Japão Taiwan Desenvolvimento de tecnologias fotográficas Desenvolvimento de tecnologias de imagem Desenvolvimento de software Internet de alta qualidade na maior parte do território Alto desenvolvimento de robótica Grandes empresas de tecnologias para portáteis Produção de aparelhos eletrônicos Startups investimentos em novas tecnologias Desenvolvedores especializados em efeitos especiais Concentração de empresas de hardware Fonte Tecmundo Disponível em wwwtecmundocombr Acesso em 20 out 2015 Figura 11 Mundo alguns dos principais polos tecnológicos 2013 Silício Elemento químico usado como matériaprima básica para a fabricação de microchips daí o nome dado ao vale onde se formou o polo tecnológico Essa temática pode ser introduzida ou aprofundada com os estudantes por meio de vídeos Entre as diver sas opções disponíveis indicamos Idiots disponível em wwwyoutube comwatchvNCwBkNgPZFQ e A história dos equipamentos eletrôni cos disponível em wwwyoutube comwatchvjwxt3EExgUE Aces sos em fev 2016 DACOSTA MAPAS 203 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 203 170516 1945 1 Em quais grupos ou setores da atividade industrial se enquadram os produtos representados a seguir consi derando as classificações apresentadas no capítulo 2 Observe a charge Faça no caderno LUIS FERNANDO RUBIO FRANK ERNEST BOB THAVES 1996 THAVES DIST BY UNIVERSAL UCLICK a Qual sistema de produção está representado Quais suas principais características b Que outro sistema organizacional foi implementado em meados do século XX Em que medida ele se diferenciava do sistema apresentado na charge Enem 2009 Até o século XVII as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade A partir da Revolução Indus trial porém sobretudo com o advento da revolução tecnológica houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário São portanto observadas consequências econômicas sociais e ambientais interrelacionadas no período pos terior à Revolução Industrial as quais incluem a a erradicação da fome no mundo b o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas c a maior demanda por recursos naturais entre os quais os recursos energéticos d a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura e o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia em face da mecanização 3 Uma das mais profundas transformações espaciais já ocorridas deuse com a introdução da indústria moderna na Inglaterra que marcou o início do capi talismo industrial A industrialização não provocou mudanças apenas na forma de produção mas tam bém reorganizou o espaço geográfico modificou as relações territoriais sociais e políticas Apresente algumas transformações ocorridas no espaço geográ fico a partir da Revolução Industrial 4 Cite exemplos do seu dia a dia que comprovem que o ritmo intenso de modernização leva muitos produtos eletrônicos e de informática a se tornarem obsoletos rapidamente Descreva vantagens e desvantagens desse processo 5 Explique por que as novas tecnologias da revolução técnicocientífica possibilitaram a descentralização da produção industrial e de outras atividades econômicas 6 Explique o conceito de teleportos relacionando ao contexto da Terceira Revolução Industrial em tempos de globalização Em seu estado qual cidade apresenta estrutura e demanda para implementação de um teleporto Explique Fonte Jornal do Brasil 19 fev 1997 204 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 204 170516 1945 7 PRINCIPAIS CENTROS INDUSTRIAIS Até a Segunda Guerra Mundial as indústrias concentravamse nos Estados Unidos na Europa e no Japão conjunto de países cujo processo de desenvolvimento está associado à Primeira ou à Segunda Revolução Industrial Atualmente eles constituem os principais centros tecnológicos e sedes dos conglomerados industriais ESTADOS UNIDOS Nos Estados Unidos estão as sedes de vários dos maiores grupos empresariais do setor industrial do planeta Destacase o Manufacturing Belt Cinturão Fabril na região dos Grandes Lagos e no nordeste do país onde estão localizados entre outros o principal centro siderúrgico e metalúrgico na cidade de Pittsburgh junto às jazidas de minério de ferro do Lago Superior alguns setores de tecnologia de ponta no estado de Massachusetts Essa área forma a maior concentração urbanoindustrial do mundo estando nela a megalópole BoshWash formada pelas regiões metropolitanas do eixo Bos tonWashington Embora no conjunto da produção industrial a participação dessas regiões tenha diminuído no decorrer dos anos 19701980 elas ainda detêm a maior concentração de indústrias do país Diversos polos tecnológicos de ponta desenvolveramse nos Estados Unidos sobretudo no Sun Belt Cinturão do Sol faixa que se estende do litoral do Atlântico ao litoral do Pacífico passando pelo sul do território No Sun Belt destacamse na região oeste o Silicon Valley Vale do Silício na região sudeste a Silicon Beach Praia do Silício na Flórida no sul a Silicon Prairie Campina do Silício no Texas no nordeste o Research Triangle Park entre outros Veja figura 12 A indústria petrolífera destacase na economia estadunidense e influencia a geopolítica mundial no Oriente Médio na Ásia Central e em outras regiões petro líferas do mundo CANAD CANAD CANADç MÉXICO MÉXICO MÉXICO MÉXICO TEXAS Nova York Los Angeles Washington Chicago Dallas San Francisco Seattle Denver Atlanta Phoenix Miami Houston Nova Orleans Minneapolis Boston Cincinnnati St Louis Pittsburgh Detroit Grandes Lagos OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO 40 N 95 O N 0 370 km Metrópole mundial principal Metrópole mundial Grandes centros dinâmicos Centro polos de decisão e comando de influência mundial Celeiro agrícola periferia muito integrada ao centro Sun Belt espaço dinâmico e atrativo Sun Belt novos espaços motores Oeste espaço pouco povoado Dinamismo localizado A megalópole Fluxo de população capitais e atividade deslocalização Gran Grandes Lago Lago Lago Lagos Figura 12 Estados Unidos indústria 2010 Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 75 DACOSTA MAPAS 205 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 205 170516 1945 UNIÃO EUROPEIA Os países da União Europeia UE apresentam diferenças significativas do ponto de vista industrial Alemanha França Itália e Reino Unido têm maior participação industrial entre os países desse bloco enquanto Estônia Letônia Lituânia Bulgária Romênia e Eslováquia são exemplos de desenvolvimento industrial abaixo da média A UE tem várias regiões industriais tradicionais muitas delas surgidas ainda nos séculos XVIII e XIX É o caso de Manchester Birmingham Cardiff e várias cidades ao longo do Rio Tâmisa no Reino Unido dos vales do Reno e do Ruhr onde estão as cidades de Duisburgo Düsseldorf Essen e Colônia na Alemanha da região de Paris Lyon e da AlsáciaLorena Metz e Estrasburgo na França das cidades de Milão Turim e Gênova no norte da Itália da região de Roterdã e Amsterdã nos Países Baixos da região de Madri Barcelona e dos Países Bascos na Espanha da região sul da Suécia e da região de Helsinki na Finlândia Entre os novos integrantes da UE existem regiões industrializadas importantes na Polônia na República Tcheca na Hungria e na Eslovênia A ampliação da UE levou ao deslocamento de instalações para os países euro peus de menor desenvolvimento expandindo espacialmente a base produtiva Além disso nas últimas décadas foram instaladas centenas de polos tecnológicos em países desse bloco No Reino Unido são exemplos Parque Científico de Cambridge Cambridge Science Park ligado à Universidade de Cambridge e Silicon Glen entre as cidades de Glasgow e Edimburgo Na França destacamse MeylanZirst em Grenoble o SophiaAntipolis em Nice e o Paris Axe Sud em Paris Na Alemanha há vários tecnopolos nos estados da Baviera em Munique e de BadenWürttem berg no Vale do Reno em Stuttgart Na Itália são importantes os polos de Turim e Milão tradicionais centros industriais e de Bari no sul do país Nos mais novos integrantes da UE destacamse as regiões de Varsóvia Polônia e Praga República Tcheca Veja figura 13 Londres Cardiff Manchester Birminghan Liverpool Dublin Newcastle Cambridge Glasgow Edimburgo Grenoble Amsterdã Lille Essen Dusseldorf Duisburg Roterdã Colônia Liège Rouen Paris Lisboa Madri Bilbao Lyon Nice Viena Berlim Estocolmo Tallin Riga Vilnius Helsinki Malmo Hamburgo Copenhague Goteberg Varsóvia Budapeste Bucareste Plovdiv Sófia Salônica Liubliana Toulouse Dresden Leipzig Frankfurt Stuttgart Munique Metz Estrasburgo Cracóvia Praga Milão Veneza Turim Gênova Barcelona Bolonha Nápoles Bari ÁFRICA ÁSIA IRLANDA REINO UNIDO PORTUGAL ESPANHA FRANÇA LUXEMBURGO PAÍSES BAIXOS BÉLGICA ALEMANHA POLÔNIA SUÍÇA ÁUSTRIA ITÁLIA ESLOVÊNIA GRÉCIA ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA BELARUS UCRÂNIA ROMÊNIA BULGÁRIA HUNGRIA ESLOVÁQUIA REP TCHECA DINAMARCA NORUEGA SUÉCIA FINLÂNDIA OCEANO ATLÂNTICO MAR DO NORTE MERIDIANO DE GREENWICH M A R M E D I T E R R Â N E O M A R B Á L T I C O 0 45 N Áreas industriais Cidades industriais Tecnopolo N 0 300 km Figura 13 Europa regiões industriais tradicionais e tecnopolos 2010 Fontes World Atlas Londres Dorling Kindersley 1999 La Géographie de lEurope des 15 Paris Nathan 1998 p 23 Heimat und Welt Weltatlas BerlimBrandenburgo Westermann 2011 p 66 DACOSTA MAPAS 206 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 206 170516 1945 JAPÃO No Japão os principais parques industriais situamse junto ao litoral do Pacífico na costa leste O intenso comércio externo japonês que inclui volumosas exportações industriais automóveis eletroeletrônicos equipamentos de telecomunicações e importação de matériasprimas minério de ferro petróleo carvão mineral deter minou a concentração litorânea de sua indústria O maior centro industrial fica na megalópole japonesa extensa área urbana que se estende de Tóquio à cidade de Nagasaki passando por Yokohama Nagoya Osaka e Kobe entre outras As origens da industrialização japonesa A industrialização do Japão ocorreu a partir de 1868 início da Era Meiji que corresponde ao reinado do Imperador Mutsuhito 18681912 O período marcou o surgimento das empresas familiares denominadas zaibatsus As zaibatsus foram proibidas durante a ocupação estadunidense após a Segunda Guerra mas ressurgiram durante o processo de recuperação econômica japonesa Industrialização japonesa Após a Segunda Guerra Mundial o Japão elaborou uma estratégia de desenvol vimento industrial apoiada na fabricação de automóveis e de produtos eletrônicos e fotográficos copiados dos Estados Unidos De início esses bens eram convertidos para uma tecnologia de custo mais baixo posteriormente passaram a ser fabricados com tecnologia própria A estratégia apoiouse também na conquista de mercados externos Nos últimos setenta anos o Japão não só acompanhou o ritmo de desenvol vimento tecnológico mundial como chegou a liderálo em alguns setores Criou seus próprios tecnopolos e é o país que mais investiu no processo de robotização industrial O primeiro e o mais famoso tecnopolo japonês é o de Tsukuba a nordeste de Tóquio veja figura 14 Figura 14 Pesquisadores franceses apresentam protótipo de robô humanoide no tecnopolo de Tsukuba no subúrbio de Tóquio Japão 2013 implantado nos anos 1960 pelo governo japonês que ao longo dos anos 1970 e 1980 construiu diversos centros de pesquisa Tsukuba é portanto um projeto do Estado enquanto o Vale do Silício nos Estados Unidos é um empreendimento privado Desde os anos 1980 porém diversas empresas privadas instalaram laboratórios de pesquisa em Tsukuba YOSHIKAZU TSUNOAFP 207 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 207 170516 1945 O apoio do Estado ao desenvolvimento tecnológico foi uma das bases do acele rado desenvolvimento industrial japonês após a derrota na Segunda Guerra Mundial além dos investimentos em educação e qualificação da mão de obra e dos incentivos dados aos setores exportadores Na década de 1970 o país consolidou uma base industrial apoiada na micro eletrônica e na informática com a automatização das linhas de montagem industriais O primeiro país a utilizar robôs na produção industrial em grande escala foi também responsável pela reorganização industrial moderna no interior das indústrias com o sistema justintime e entre as empresas com a formação das redes industriais keiretsus As keiretsus constituem uma rede de produção dedicada a uma empresalíder No início as empresas da rede não podiam negociar com outras que não fizessem parte da mesma keiretsu Hoje porém tem sido permitido a algumas empresas negociar fora do grupo desde que tenham capacidade produtiva e atendam prioritariamente às empresas da keiretsu Alguns keiretsus são horizontais ou seja englo bam empresas de diversos setores diferentes como a Sumitomo Mitsubishi e Mitsui em que podem existir empresas dos setores naval automobilístico e bancário no mesmo grupo Outros são verticais como a Toyota nos quais há no mesmo grupo empresas responsáveis pela fabricação de componentes dos veículos As multinacionais japonesas espalharamse em todo o mundo sendo que algumas estruturaram redes de produção e distribuição em escala global reveja o Capítulo 3 deste volume e o Japão realizou elevados investimentos nos países próximos Extremo Oriente como China Coreia do Sul Taiwan Vietnã Indonésia Malásia e outros Atualmente o país enfrenta a competitividade industrial de seus vizinhos mais próximos particularmente da Coreia do Sul de Taiwan e da China Veja na figura 15 as principais regiões industriais do Japão Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 106 Aglomerações urbanas Mil habitantes De 350 a 499 De 500 a 2000 Mais de 2000 Cidade mundial Megalópole inicial Expansão da megalópole Área muito urbanizada Eixo de dinamismo e expansão metropolitana Aeroporto internacional Shinkansen trem de grande velocidade Pontes e viadutos principais Tecnopolo Plderes e aterros industriais TîQUIO NAGOYA OSAKA Sendai Niigata Nagano Toyama Kanazawa Hachioji Sagamihara Kawasaki Yokohama Kyoto Kobe Okayama Hiroshima Kitakyushu Fukuoka Funabashi Chiba Shizuoka Hamamatsu Higashiosaka Sakai Kumamoto Nagasaki 136 L MAR DO LESTE MAR DO JAPÃO OCEANO PACÍFICO yam Interior nt Interi e or or ior oo t orr ioo I o t Mar 36¼ N I HONSHU I SHIKOKU I KYUSHU N 0 105 km Figura 15 Japão principais regiões industriais tecnopolos e megalópole 2010 Pôlderes O Japão é um país com a presença de áreas montanhosas em seu interior e com as faixas de relevo mais plano já densamente ocupadas Tal fato dificulta a expansão urbanoindustrial Para superar essa dificuldade há décadas foram sendo estruturados espa ços roubados do mar os pôlderes com aterramento em diversos trechos litorâneos possibilitando a ampliação de espaços industriais e sistemas portuários DACOSTA MAPAS 208 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 208 170516 1945 8 NOVAS REGIÕES INDUSTRIAIS PÓS1950 A partir dos anos 1950 a produção industrial disseminouse por vários países em desenvolvimento conhecidos por NICs Newly Industrialized Countries países recémindustrializados também chamados de Novos Países Industrializados Atual mente esses países concentram diversas unidades produtivas sendo responsáveis por parcela expressiva da produção mundial de eletroeletrônicos componentes utilizados na indústria de informática e automóveis entre outros Num primeiro momento esse desenvolvimento industrial ocorreu na América Latina sobretudo no Brasil na Argentina e no México países de grandes mercados consumi dores com capacidade de processar algumas matériasprimas e política econômica voltada à criação de infraestrutura pelo Estado para atrair grandes empresas multina cionais Nessa fase ocorreu também o desenvolvimento industrial da África do Sul Em meados da década de 1960 esse processo passou a ocorrer no Extremo Oriente Coreia do Sul Taiwan e Hong Kong que seria reincorporado à China em 1997 e no Sudeste Asiático Cingapura A partir dos anos 1980 outros países do Sudeste Asiático Malásia Tailândia Indonésia Vietnã e Filipinas da Ásia Meridional Índia e do Extremo Oriente China passaram a integrar o grupo A trajetória da industrialização de cada país do NIC não foi idêntica embora a participação do Estado tenha sido decisiva em todos Veja figura 16 TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER TRÓ RÓP ÓPIICO CO DDE CA CAP APPRI RIICÓ CÓR ÓRN RNI NIO IO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO PAA PAA ICO CO CO F 0 0 CÍRCULO P OLAR ANT ÁRTICO CÍR ÍÍ CULO POLAR ÁRTI T CO EQUADOR OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO MERIDIA NO DE GR EENWICH MÉXICO ARGENTINA ÍNDIA CHINA COREIA DO SUL TAIWAN FILIPINAS TAILÂNDIA VIETNÃ CINGAPURA INDONÉSIA MALÁSIA BRASIL ÁFRICA DO SUL N 0 2570 km Fonte elaborado com base em MATHIEU Louis Dir Géografie Term S Paris Nathan 2004 p 234 Figura 16 Mundo industrialização a partir de 1950 AMÉRICA LATINA No caso de Brasil México e Argentina a industrialização baseouse na subs tituição de importações Os bens de consumo antes importados passaram a ser produzidos internamente Daí o nome dado ao processo de industrialização desses países indústria substitutiva de importação ISI Após a crise de 1929 esses países tiveram dificuldade para importar as mercado rias fabricadas no mundo industrializado Além disso diante da instabilidade própria do mercado de exportação de produtos agrícolas parte dos investimentos passou a ser destinada à fabricação nacional de produtos industrializados DACOSTA MAPAS 209 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 209 170516 1945 Após a década de 1950 a substituição de importações apoiouse na internacio nalização do mercado interno Brasil Argentina e México atraíram investimentos internacionais como forma de acelerar o desenvolvimento da indústria oferecendo mão de obra barata investimentos estatais em infraestrutura de transporte energia e processamento de matériasprimas essenciais à instalação industrial e mercado interno veja figura 17 Os incentivos fiscais a participação em mercados internos sem a necessidade de transpor barreiras alfandegárias e a facilidade de remessa de lucros eram atrativos para as empresas estrangeiras O modelo baseado na substituição de importações teve suas particularidades em cada país e entrou em crise nos anos 1980 em razão de fatores como a abertura da economia dos países em desenvolvimento ao comércio internacional as novas estratégias das multinacionais como a produção em redes mundializadas o aumento do endividamento do Estado particularmente das dívidas externas o processo de privatização apoiado no modelo neoliberal Na década de 1990 os países industrializados da América Latina seguiram em boa medida o receituário do Consenso de Washington reveja a Unidade 2 Reali zaram a privatização da economia e abriramse ao mercado externo incentivando a entrada de empresas estrangeiras que passaram a controlar setores como os de energia telecomunicações transportes e indústria de base As regiões mais industrializadas do México estão junto às cidades mais populosas com destaque para a Cidade do México e para Monterrey no nordeste do país Na porção territorial norte ao longo da faixa de fronteira com os Estados Unidos concentrase a maior parte das indústrias maquiladoras as quais também estão presentes em outras áreas industriais da porção central e sul do país Leia o Entre aspas da página seguinte Na Argentina as principais regiões industriais estão concentradas em Buenos Aires a capital Rosário e Córdoba cidade que se destaca também pela presença da indústria automobilística Outros países da América Latina que apresentam nível de diversificação indus trial inferior ao do Brasil do México e da Argentina mas se destacam industrial e economicamente em relação aos demais países latinoamericanos são Colômbia Chile Venezuela e Peru A Venezuela muito dependente das exportações de petró leo vem enfrentando uma séria crise econômica em razão da queda no preço internacional dessa mercadoria Incentivo fi scal Subsídio conferido pelo governo que renuncia a parte dos impostos que receberia em troca de investimentos em atividades ou operações por ele estimuladas Figura 17 Operários argentinos ouvem o discurso do então pre sidente da França o General Charles de Gaulle durante sua visita à sede da montadora fran cesa Renault em Buenos Aires Argentina 1964 Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior wwwmdicgovbr Informações projetos e ações do Ministério SITE AFP 210 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 210 170516 1945 Maquiladoras mexicanas A partir dos anos 1980 durante o processo de globalização boa parte das instalações industriais mexicanas baseouse no modelo das maquiladoras indústrias multinacionais de vários países instaladas sobretudo no norte do México que apenas montam os produtos com equipamentos e peças produzidos em outras partes do mundo A economia mexicana também abastece as maquiladoras mas apenas com matériasprimas e uma quantidade mínima de componentes industriais Em 1994 a criação do Nafta que levou ao fim dos impostos cobrados sobre a circulação dos produtos entre México Estados Unidos e Canadá elevou substancialmente o número desse tipo de indústria junto à fronteira dos Estados Unidos aumentando o patamar da produção industrial mexicana ao mesmo tempo que ampliou sua dependência econômica em relação ao capital estadunidense A receita das maquiladoras no conjunto do PIB mexicano só é inferior à do setor petrolífero Fonte Conselho Nacional da Indústria Maquiladora Reporte Económico de la Maquiladora Disponível em wwwindexorgmx Acesso em fev 2016 México maquiladoras 2014 TRÓPICO DE CÂNCER 100 O OCEANO PACÍFICO Golfo de Campeche Golfo do México 910 646 478 263 284 217 387 354 216 300 BAIXA CALIFÓRNIA SONORA BAIXA CALIFÓRNIA DO SUL CHIHUAHUA COAHUILA DURANGO SINALOA ZACATECAS NUEVO LEÓN TAMAULIPAS NAYARIT SAN LUIS POTOSê JALISCO COLIMA VERACRUZ GUERRERO MICHOACÁN ESTADO DO MÉXICO OAXACA CHIAPAS CAMPECHE TABASCO IUCATÃ QUINTANA ROO AGUASCALIENTES GUANAJUATO QUERÉTARO DISTRITO FEDERAL PUEBLA TLAXCALA HIDALGO MORELOS ESTADOS UNIDOS Número absoluto de maquiladoras 0 330 km PRIMEIROS TIGRES ASIÁTICOS A partir da década de 1960 quatro países da Ásia Cingapura Hong Kong Coreia do Sul e Taiwan surpreenderam o mundo com um processo de industrialização marcado pela agilidade administrativa pela competitividade pela participação crescente no mercado internacional e por uma política agressiva de exportações Com exceção da Coreia do Sul esses países chamados de Tigres Asiáticos tinham um mercado interno reduzido e não possuíam recursos minerais diferentemente dos outros países de menor desenvolvimento econômico da América Latina que se industrializaram nesse período Também de modo diferente dos países latinoamericanos os Tigres Asiáticos apoiaramse na chamada industrialização orientada para a exportação IOE As multinacionais que se estabeleceram nesses países e mesmo as empresas nacionais tinham como objetivo principal o comércio externo Daí a expressão plataformas de exportação para designar os países dessa região asiática hoje ampliada com a presença de China Vietnã Malásia Indonésia e outros Se no modelo de substituição de importações ISI preponderou a participação do capital estadunidense e do euro peu no de industrialização para a exportação IOE a principal fonte de investimentos foi o capital japonês No caso da China porém os investimentos estadunidenses e europeus também foram expressivos DACOSTA MAPAS 211 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 211 170516 1945 Embora cada Tigre tenha traçado seu modelo de desenvolvimento industrial o crescimento econômico desse conjunto de países alicerçouse na associação entre as empresas privadas e o governo Este garantiu proteção às empresas nacio nais por meio de barreiras alfandegárias criou mecanismos legais de incentivo a exportações e investimentos estrangeiros providenciou a infraestrutura necessária transporte comunicações e energia e investiu maciçamente em educação e treinamento de mão de obra Também foram criadas Zonas de Processamento de Exportação ZPEs Cin gapura Hong Kong e Taiwan figura 18 adotaram uma política de incentivos para atrair as indústrias multinacionais responsáveis num primeiro momento pelos investimentos diretos na produção Depois o crescimento das ZPEs foi apoiado pelas próprias empresas Figura 18 Trecho de Zona de Processamento de Exportação em Takao Taiwan 2013 A partir dos anos 1990 os Primeiros Tigres Asiáticos priorizaram a instalação de empresas de produtos de alta tecnologia como componentes para computadores e microeletrônicos elevando os salários para se livrar das indústrias estrangeiras que fabricavam produtos de tecnologia pouco avançada e se instalavam em seu território em razão apenas da mão de obra barata As crises capitalistas de fins do século XX e início do XXI porém abalaram o boom de crescimento dos Tigres Asiáticos que passaram a ter um desempenho econômico reduzido em comparação às décadas anteriores Observe a tabela a seguir Taxa de crescimento do PIB média anual por período PaísesPeríodos 19601970 19701980 19801990 19902000 20002004 Coreia do Sul 86 95 94 57 54 Hong Kong 100 93 69 40 48 Cingapura 88 85 64 78 46 Brasil 80 86 14 28 24 Fontes Banco Mundial World Development Report 1992 2002 2005 Disponível em wwwworldbankorg FGV Disponível em wwwcpsfgvbr Acessos em fev 2016 Zonas de Processamento de Exportação ZPEs Áreas de livrecomércio com o exterior destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens para exportação Essas empresas possuem acesso a tratamentos tributário cambiais e administrativos específi cos como isenção de impostos e terrenos cedidos pelo Estado JTB PHOTOVIG VIA GETTY IMAGES Ressalte com os estudantes que em média os Tigres tiveram crescimento superior ao Brasil mesmo após a redução no ritmo 212 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 212 170516 1945 Figura 19 Indústria têxtil especializada em uniformes militares na província de Java Indonésia 2013 NOVOS TIGRES Os Tigres expandiram sua economia para os países vizinhos no Sudeste Asiático e criaram os Novos Tigres Asiáticos Indonésia Vietnã Malásia Tailândia e Filipi nas Além dos investimentos dos quatro Tigres originais os Novos Tigres passaram a fazer parte das redes de negócios de empresas dos Estados Unidos do Japão e de outros países de economia mais avançada Nos territórios dos Novos Tigres foram instaladas indústrias tradicionais como têxteis figura 19 ali mentícias de calçados de brinquedos e de produtos eletrônicos Os países ofereciam mão de obra menos qualificada que a encontrada nos quatro Tigres originais mas muito mais barata Milhares de pequenas empresas surgiram em cada um dos novos Tigres para produzir mercadorias e fornecer serviços sob encomenda para outros lugares do mundo Gradativamente houve uma redução proporcional em todos os Tigres das exportações de bens primários e aumento dos industrializados veja figura 20 na página seguinte Joint venture Associação de empresas com características complementares partilhando investimentos e riscos Um joint venture pode envolver empresas nacionais e estrangeiras privadas e também estatais TARKO SUDIARNOAFP Porto de Busan Coreia do Sul 2012 o principal do país Busan é a segunda cidade mais importante da Coreia do Sul em termos industriais comerciais e culturais atrás apenas da capital Seul Coreia do Sul o Tigre mais poderoso O nacionalismo coreano impôs restrições à entrada de multinacionais A maior parte do capital estrangeiro na primeira fase da industrialização entrou no país por meio de empréstimos ao governo que o repassou às empresas coreanas de acordo com um planejamento estratégico O desenvolvimento industrial da Coreia do Sul baseouse nos chaebols um esquema semelhante às zaibatsus japonesas redes de empresas com fortes laços familiares controladas por uma grande empresa a holding Quatro grandes chaebols controlam a economia coreana e têm forte penetração no mercado internacional Hyundai Daewoo Samsung e Lucky Gold Star LG Apenas a partir da década de 1970 as multinacionais começaram a se instalar na Coreia do Sul e mesmo assim associadas a empresas coreanas formando joint ventures TOPIC PHOTO AGENCYCORBISFOTOARENA 213 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 213 170516 1945 Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 107 Hong Kong Coreia do Sul Taiwan Cingapura Tailândia Filipinas Malásia Indonésia 0 50 1960 100 0 50 1970 100 0 50 1980 100 0 50 1990 100 0 50 2000 100 0 50 2010 100 Produtos primrios Produtos industrializados Figura 20 Tigres Asiáticos estrutura das exportações 19602010 CHINA Em 1937 o Partido Nacionalista liderado por Chiang Kaishek 18871975 então no poder e o Partido Comunista liderado por Mao Tsétung 18931976 uniramse para combater a ocupação japonesa em territórios chineses Em 1945 com o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do Japão os dois partidos passaram a se enfrentar numa disputa que se estenderia até 1949 Nesse ano o exército camponês do Partido Comunista venceu os nacionalistas e foi criada a República Popular da China Com a vitória dos comunistas as forças lideradas por Chiang Kaishek procuraram refúgio na Ilha de Formosa Taiwan onde fundaram a China Nacionalista seguindo uma orientação política e socioeconômica baseada no sistema capitalista Após a sua formação a República Popular da China com governo socialista aliouse em um primeiro momento à então União Soviética da qual conseguiu apoio para transformar suas estruturas econômicas que passaram a ser propriedade do Estado controladas pelo Partido Comunista Chinês Nos anos que se seguiram foram realizadas grandes obras de infraestrutura usinas de energia canais de navegação e estradas e maciços investimentos foram destinados às indústrias siderúrgica e metalúrgica A aliança ChinaUnião Soviética encerrouse em 1958 e os chineses procuraram um caminho próprio para o desenvolvimento econômico investindo na produção agrícola fundamental para o país mais populoso do mundo e na indústria bélica para garantir soberania e segurança frente às duas grandes potências da Guerra Fria Porém algumas das políticas econômicas implantadas foram desastrosas O Partido Comunista mantevese no poder por conta da forte repressão política e da doutrinação que exaltava o futuro promissor do socialismo A partir da década de 1960 uma profunda crise abalou praticamente todos os países socialistas inclusive a China A produtividade agrícola e os bens de con sumo eram insuficientes para atender a população mas nenhuma medida eficaz foi tomada para resolver os problemas econômicos Em 1976 logo após a morte de Mao Tsétung a China foi o primeiro país socialista a realizar transformações econômicas e a dinamizar a economia LEITURA China o dragão do século XXI Wladimir Pomar Ática 2010 Visão da China desde a Revolução de 1949 até as transformações econômicas capitalistas destacando a importância do país no cenário econômico mundial LUIS FERNANDO RUBIO 214 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 214 170516 1945 Em 1978 sob a liderança de Deng Xiaoping 19041997 o Partido Comunista Chinês reintroduziu a economia de mercado através de Zonas Econômicas Especiais ZEEs Veja figura 21 Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 105 BEIJING Lanzhou Xian Chongqing Changsha Wuhan Nankin Jinan Taiyuan Baotou Fushun Shenyang Anshan Tianjin Dalian Llanyungang Changshun Harbin Shangai Ningbo Pudong Wenzhou Fuzhou Xiamen Shantou Shenzhen Zhuhai Beihai HONG KONG Hainan Zhanjiang Guangzhou Qingdao Shengdou Kunming R i o Y a n g T s é Kia ng R i o A z u l R i o A m a rel o JAPÃO COREIA DO NORTE COREIA DO SUL MONGÓLIA TAIWAN RòSSIA CAZAQUISTÃO QUIRGUISTÃO QUIRGUISTÃO QUIRGUISTÃO QUIRGUISTÃO ÍNDIA ÍNDIA NEPA L BUTÃO BUTÃO BUTÃO BUTÃO BUTÃO ÍNDIA MIANMAR LAOS VIETNÃ VIETNÃ FILIPINAS FILIPINAS FILIPINAS OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO 90 L TR T ÓPPIICCO DE C Â CC NCEE CC R R io Hoa ng H o Centro industrial Cidade aberta ao capital estrangeiro Zona econômica especial ZEE Área de difusão industrial Grandes eixos de comunicação rodovias e ferrovias Rio navegável e grande canal Tráfego marítimo de 260 a 400 milhões de toneladas Tráfego marítimo de 150 a 230 milhões de toneladas N 0 400 km MONGÓLIA RòSS 90 L 90 Figura 21 China indústria 2010 SONIA VAZ Revoluo Cultural Nos últimos dez anos de governo de Mao Tsétung entre 1966 e 1976 a China conheceu um período de intensa e cruel perseguição política e cultural que entrou para a história com o nome de Revolução Cultural na qual professores estudantes e intelectuais eram forçados a realizar por alguns anos atividades no espaço rural e nas indústrias do Estado Além disso os artistas do país somente poderiam criar obras que exaltassem a Revolução Chinesa e filmes livros e músicas dos países ocidentais eram terminantemente proibidos de circular pelo país Mao realizou essa perseguição sob o pretexto de moralizar a administração pública e acabar com os privilégios fazendo com que a sociedade incorporasse os ideais comunistas Muitos jovens tinham a função de fiscalizar e denunciar o comportamento de pessoas que não seguissem o ideário da revolução socialista Apresentação de balé glorificando a Guarda Vermelha encenada durante a Revolução Cultural em Beijing China 1967 A Guarda Vermelha era um movimento formado em sua maioria por jovens e estudantes que viajaram pela China indo a escolas universidades aldeias e cidades para transmitir os pensamentos de Mao Tsétung reunidos no O Livro Vermelho APICHULTON ARCHIVEGETTY IMAGES 215 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 215 170516 1945 ZEEs As ZEEs foram idealizadas por Deng Xiaoping e implantadas a partir do início dos anos 1980 Nelas foi permitido o funcionamento de uma economia nos moldes do capitalismo As cidades escolhidas para a criação dessas zonas de economia de mercado abriramse para os investimentos estrangeiros e nelas se estabeleceram medidas de atração do capital externo baixos impostos isenção para importação de máquinas e equipamentos industriais e facilidades para a remessa de lucros ao exterior Além disso as multinacionais que se instalaram nessas regiões contam com mão de obra industrial barata tornando o preço dos produtos de baixo aporte tecnológico têxteis calçados e brinquedos imbatível no mercado internacional Num segundo momento instalaramse as montadoras de automóveis e as de equipamentos ele troeletrônicos figura 22 Panorama atual As reformas econômicas transformaram a China no país de maior crescimento econômico nas últimas décadas com taxas anuais entre 7 e 10 de ampliação do PIB sempre superiores ao crescimento da economia mundial O país dispõe de um parque industrial diversificado com indústrias tradicionais que fabricam bens de baixo índice tecnológico como têxteis e brinquedos mas também com indústrias de bens de alto índice tecnológico como as de computadores e de aviões de grande competitividade internacional Neste início de século a China já se posiciona como um grande exportador de bens de elevado aporte tecnológico consequência da ampliação dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento PD que saltaram de 064 do PIB em 1997 para 20 em 2014 reveja tabela da página 69 no Capítulo 3 O mercado de consumo interno na China tem aumentado nos últimos anos Uma nova classe de empresários capitalistas surgida nos últimos anos foi admitida como integrante do Partido Comunista Chinês desde 2002 e tem participação ativa nas decisões políticas e econômicas do governo Ainda em novembro de 2002 a China juntamente com Taiwan passou a integrar a Organização Mundial do Comércio OMC ampliando ainda mais as possibilidades de relações comerciais com o resto do mundo Figura 22 Indústria de circuitos eletrônicos em Zhuhai China 2015 As ZEEs têm como objetivos atrair investimentos estrangeiros desenvolver a produção tecnoló gica na China e absorver as inova ções tecnológicas desenvolvidas nos países mais avançados Por possuir a maior população do pla neta a China favoreceu a existên cia de economias de escala na maior parte das indústrias PHILIPPE ROYCULTURA CREATIVEAFP 216 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 216 170516 1945 Atualmente o país busca apoiar seu crescimento no consumo interno e menos nos investimentos que eram muito altos até a primeira década do século XXI4 Isso vem gerando uma desaceleração no crescimento econômico do país a partir de meados dos anos 2010 Leia a seção Leitura e discussão a seguir A desaceleração econômica chinesa e os impactos no restante do mundo Além de exportar muito a China também importa grandes quantidades de produtos e matériasprimas Atualmente o país é o segundo maior importador do mundo ficando atrás apenas dos Estados Unidos Em razão disso a desaceleração da economia chinesa produz impactos no restante do globo A recente queda no preço internacional das commodities por exemplo é explicada em parte pela desaceleração da economia da China um dos maiores consumidores desses produtos 4 De acordo com o FMI até 2013 os investimentos na economia chinesa respondiam por 48 do PIB Para um crescimento sustentável da economia especialistas recomendam em torno de 25 A China e seus desafios O PIB chinês cresceu 74 em 2014 menor percentual em 24 anos e pela primeira vez em 16 anos não alcançou a meta estabelecida pelo Governo que era de 75 A segunda economia do mundo e que neste ano ultrapassou os Esta dos Unidos como a maior economia por paridade de poder de compra segundo cálculos do Fundo Monetário Empresarial FMI não crescia a um ritmo tão lento desde 1990 quando sofria sanções internacionais por causa da repressão ao movi mento pródemocracia da Praça Tiananmen Mas a cifra divulgada nesta terçafeira 20 jan 2015 pelo Departamento Nacional de Estatísticas da China superou as expectativas dos analistas que calculavam um crescimento de 72 No último tri mestre do ano segundo os dados oficiais o aumento foi de 73 O PIB chinês alcançou no ano passado 6375 trilhões de yuans 275 trilhões de reais Os dados confirmam a desaceleração da econo mia chinesa e a perda de fôlego de um modelo de desenvolvimento baseado nas exportações e no baixo custo que valoriza o crescimento acima de qualquer outro critério incluindo a proteção ambiental O Governo chinês assegurou que um índice menor de crescimento será a nova normalidade nos próximos anos à medida que o antigo modelo de desenvolvi mento é substituído por outro com maior ênfase no consumo interno e na sustentabilidade Nesta linha Ma Jiantang portavoz do Depar tamento de Estatísticas minimizou a cifra da terçafeira e observou que o crescimento ficou apenas um décimo de ponto percentual abaixo do objetivo oficial Em suas previsões revisadas para este ano o Fundo Monetário Internacional calcula que a economia chinesa crescerá 68 em 2015 e 63 em 2016 As vendas no varejo um indicativo desse con sumo interno que o Governo chinês quer promover como novo motor do crescimento cresceram 12 em 2014 atingindo 2624 trilhões de yuanes 1135 trilhões de reais Especialmente significativo foi o crescimento do comércio eletrônico que gerou um volume de vendas de 279 trilhões de yuanes 12 trilhão de reais um aumento de 497 com relação a 2013 A produção industrial cresceu 83 no ano passado após alta de 97 no ano anterior China tem o menor crescimento econômico em 24 anos em 2014 El Pais 20 jan 2015 Disponível em httpbrasilelpaiscom Acesso em fev 2016 1 Mudanças implantadas no modelo de desenvolvimento chinês levaram à diminuição do crescimento econô mico do país a partir de 2014 Que mudanças são essas 2 Os dados apresentados no texto confirmam que as mudanças pretendidas estão em curso Apresente dados que justifiquem sua resposta 217 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 217 170516 1945 ÍNDIA Com mais de 12 bilhão de habitantes a Índia é ao lado da China o país com maior potencial de crescimento do mercado de consumo no mundo O país é o que mais vem crescendo entre os países emergentes Depois de se tornar independente do Reino Unido após a Segunda Guerra Mundial os governos aderiram a um forte nacionalismo Há cerca de duas déca das porém foram realizadas no país amplas reformas públicas que dinamizaram a indústria nacional e garantiram a entrada em grande escala de investimentos diretos estrangeiros IDE Ao contrário dos países latinoamericanos a Índia não trilhou os caminhos propostos pelo Consenso de Washington realizou uma abertura de mercado progressiva e uma privatização controlada Um dos grandes entraves ao desenvolvimento industrial indiano está relacionado à infraestrutura Há carências na geração de energia e na rede de distribuição as ferrovias cobrem todo o país herança do colonialismo britânico mas estão obsoletas figura 23 o sistema portuário precisa ser modernizado a produção da indústria de base é insuficiente para acompanhar o dinamismo industrial No entanto o governo indiano não abriu mão do controle desses setores em razão de sua importância estratégica Algumas grandes indústrias estatais de refino de petróleo petroquímico e de alumínio foram abertas à participação privada mas o governo ainda tem parti cipação acionária expressiva A indústria bélica e a exploração de petróleo também permanecem exclusivas de monopólios estatais A capital do país é Nova Délhi mas é Mumbai que se destaca como principal centro financeiro e industrial Ali se localizam empresas da indústria cinematográfica que mais produzem películas no mundo O estúdio da Bollywood a Hollywood indiana chega a finalizar mais de 200 longasmetragens por ano de um total de quase mil produzidos em todo o país No sul do território destacase a cidade de Bangalore tecnopolo indiano que centraliza pesquisas de alta tecnologia associadas às indústrias aeroespacial e de satélites de aviões softwares supercomputadores e de biotecnologia entre outras figura 24 na página seguinte Na cidade moram mais engenheiros especializados em novas tecnologias que no Vale do Silício Estados Unidos Os cientistas e profissionais especializados em novas tecnologias na Índia recebem salários menores que os de outros países levando as multinacionais a deslocar seus centros de pesquisa e tecnologia para esse país Isso aliado ao uso da língua inglesa por grande parte da população e ao crescimento do mercado interno indiano garante a entrada dos investimentos externos sobretudo no setor de serviços tecnológicos Figura 23 Trens carregados com carvão em estação obsoleta de Mumbai Índia 2014 O aumento do tráfego na malha ferroviária tanto de passageiros como de car gas sem a devida modernização das ferrovias é a causa de muitos acidentes na Índia DHIRAJ SINGHBLOOMBERG VIA GETTY 218 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 218 170516 1945 Figura 24 Centro de pesquisa em indústria de alta tecnologia em Bangalore índia 2013 Figura 25 Trabalhadores em indústria siderúrgica em Chennai Índia 2013 Em razão da presença de grandes reservas de carvão mineral e minério de ferro a Índia tem uma indústria siderúrgica expressiva que compete com os maiores pro dutores mundiais de aço figura 25 O setor automobilístico vem ganhando projeção internacional várias indústrias automotivas multinacionais se instalaram no país e indústrias nacionais como a Mahindra e a Tata Motors têm ampliado sua capacidade de produção A Tata Motors adquiriu as empresas de veículos de luxo britânicas Land Rover e Jaguar que pertenciam à estadunidense Ford Na Índia destacase também o setor de serviços Empresas de outros países subcontratam empresas indianas para serviços de telemarketing e call center que incluem atendimento ao cliente e informações telefônicas graças à mão de obra barata e à fluência em língua inglesa ÁFRICA Com exceção da Antártida o continente africano é o que apresenta os menores níveis de industrialização A maior parte dos países africanos depende das exportações de gêneros agrícolas e produtos do extrativismo mineral As riquezas naturais do continente desde as primeiras descobertas foram exploradas por companhias estrangeiras principalmente grandes multinacionais Entretanto no fim da década de 1960 alguns países resolveram nacionalizar suas minas apoiandose para isso em organismos internacionais que reúnem vários países produtores de minérios Retome as análises referentes à forte presença da China no continente africano desenvolvidas no Capítulo 2 PALLAVA BAGLACORBISFOTOARENA BABUREUTERSLATINSTOCK 219 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 219 170516 1945 Entre os produtos naturais que ocorrem nos países africanos o petróleo é um dos mais significativos pois é importante fonte de divisas É explorado nos territórios de Líbia Argélia Egito na Península do Sinai Nigéria próximo ao delta do Rio Níger Angola Congo e Gabão entre outros Líbia Argélia Nigéria e Gabão são grandes produtores mundiais figura 26 O crescimento da atividade petrolífera aliado à estabilização política em alguns países pode proporcionar a entrada de investimentos para o desenvolvimento de setores da indústria petroquímica China e Índia são os principais países que se interessam em investir na industrialização do continente No período colonial a industrialização foi dificultada pelo controle do comércio por parte dos colonizadores europeus pelo não acúmulo de capitais e pelo fato de não ter havido o desenvolvimento de um mercado interno Após o processo de descoloni zação mantevese a dependência em relação às antigas metrópoles No contexto da Guerra Fria as superpotências interferiram na condução política de diversos países africanos militarizando governos e contribuindo para o acirramento de rivalidades internas A instabilidade política surgida daí dificultou o crescimento econômico e o desenvolvimento social do continente O aumento da dívida externa e as medidas liberalizantes impostas por organismos internacionais como o FMI também contribuíram para a estagnação da economia dos países africanos O país mais industrializado do continente africano é a África do Sul com atividade industrial expressiva responsável por 295 do PIB nacional dados de 2014 O país apresenta um parque fabril diversificado englobando várias cidades nas quais são representativas as indústrias naval automobilística petroquímica alimentícia têxtil e de base entre outros setores figura 27 Figura 26 Plataforma de extra ção de petróleo no Gabão na plataforma continental desse país 2014 Figura 27 Zona industrial na Cidade do Cabo África do Sul 2013 RIEGER BERTRANDHEMISCORBISFOTOARENA PHILIPPE TURPINPHOTONONSTOPAFP 220 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 220 170516 1945 Outras importantes áreas indus triais do continente estão situadas ao redor de algumas cidades como Argel Argélia Alexandria e Cairo Egito Lagos Nigéria Tan ger Marrocos Túnis Tunísia e Kinshasa República Democrática do Congo A produção industrial africana corresponde em média a 1 do total do PIB do continente Veja a figura 28 e o mapa abaixo figura 29 O Brasil neste início de século ampliou suas relações diplomá ticas com diversos países da África5 com os quais tem fortes laços étnicoculturais No entanto muito ainda pode ser feito no âmbito da cooperação e no estrei tamento das relações comerciais e econômicofinanceiras Fonte CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 149 MAR MEDITERRÂNEO MAR VERMELHO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO êNDICO RABAT DACAR EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO N 0 725 km Lagos Porto Harcourt Douala Golfo da GuinŽ ARGEL TÚNIS KINSHASA CIDADE DO CABO Lubumbashi Johanesburgo Durban NAIRÓBI Dar Es Salaam ADISABEBA HARARE CAIRO 0º 0º 40º L TRÓPICO DE CÂNCER Indústria Produção industrial predominante Área industrial Recursos energéticos Automobilística Eletrônica Naval Indústria tradicional alimentar têxtil de base e bebidas Petróleo Localidades Capital de país Cidade Carvo MERIDIANO DE GREENWICH Figura 29 África indústria e recursos energéticos 2010 5 Sobre perspectivas de ampliação da relação entre Brasil e África consulte o Capítulo 10 do Volume 3 Figura 28 Zona industrial próxima ao Cairo Egito 2014 SONIA VAZ MAHMOUD KHALEDAFP 221 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 221 170516 1945 CANADÁ ESTADOS UNIDOS MÉXICO BRASIL ARGENTINA Caribe RÚSSIA INDONÉSIA ÍNDIA ORIENTE MÉDIO CHINA ÁFRICA DO SUL MARROCOS TUNÍSIA EGITO PAQUISTÃO COREIA DO SUL TAIWAN FILIPINAS VIETNÃ TAILÂNDIA BANGLADESH TURQUIA JAPÃO AUSTRÁLIA MALÁSIA EUROPA OCIDENTAL LESTE EUROPEU Polo industrial histórico séculos XIX e XX Polo industrial emergente final do século XX e início do XXI Polo industrial emergente secundário e nova dependência século XXI Desconcentração industrial Segunda fase da desconcentração industrial Desconcentração e proliferação dos polos industriais Observe o mapa Mundo a desconcentração e a proliferação de grandes polos industriais 2011 Fonte Le Monde Diplomatique LAtlas 2013 Paris Vuibert 2012 p 48 1 Com base nos conhecimentos adquiridos com o estudo do capítulo e na leitura do mapa comente a a primeira e segunda fases da desconcentração industrial b por que ocorre a desconcentração industrial e o que possibilitou esse fenômeno c como os países podem se proteger dos efeitos decorrentes da desconcentração industrial 2 Explique os motivos que conferem à China e à Índia a condição de polos industriais emergentes 3 Nos países de origem das empresas quais os principais fatores que as levam a procurar outros locais para produção de mercadorias SONIA VAZ Nessa projeção o cálculo da escala é inviável 222 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 222 170516 1945 1 Sobre a obsolescência planejada a Explique o que é b Comente os principais prejuízos da obsoles cência planejada 2 Você já vivenciou os efeitos da obsolescência planejada em sua vida Conte como foi 3 Que estratégias os con sumidores podem utilizar para diminuir os efeitos da obsolescência progra mada Converse com os colegas e o professor O segredo dos produtos feitos para no durar Técnica de marketing que surgiu na Revolução Industrial a obsolescência planejada evoluiu e é uma causa do acúmulo de 500 mil toneladas de lixo eletrônico por ano Sabe quando você compra um celular de última geração e enquanto ainda está pagando as parcelas a fabricante lança outro que não necessariamente aceita os acessórios do seu Ou quando você está muito feliz desfilando com o carro novo e já vê outro motorista com um modelo levemente diferente e irritantemente mais novo E quando os cartuchos da impressora acabam e você descobre que ela não aceita genéricos Parece que tudo é planejado E às vezes é mesmo Parte desses fatos são descritos como uma téc nica de marketing chamada obsolescência planejada Acontece quando o fabricante já prevê que o produto fique velho pife saia de moda ou perca funções A estratégia é muito usada com produtos eletrônicos e é atualmente apontada como um dos responsáveis pelo aumento do lixo eletrônico Para se ter uma ideia do tamanho do problema estudo da agência de telecomunicações da ONU feito em outubro de 2012 afirma que se fabri cantes de celulares adotassem padrão universal de carregadores o lixo eletrônico diminuiria em 300 milhões de toneladas por ano Por ano são produzidos 4 bilhões de carrega dores pesando cerca de 1 milhão de toneladas e resultando em lixo eletrônico que gera efeito estufa O problema de acordo com o pesquisador do Idec João Paulo Amaral começou na época da Revolução Industrial O primeiro símbolo da obsolescência pla nejada foi a lâmpada as primeiras foram projetadas para durar até 100 anos lembra ele Desde então houve mais duas fases da obsoles cência planejada a em que os fabricantes come çaram a pensar os produtos que podiam ter mais atributos na época de seu lançamento e uma ter ceira chamada obsolescência percebida na qual o produto continua funcionando mas as atualizações começam a criar dificuldades O problema é aprofundado por alguns tipos de publicidade A obsolescência planejada faz parte do referencial da indústria que acelera o fim dos ciclos dos produtos ou serviços para aquecer a economia Paralelamente a publicidade vende a ideia de que se aderirmos ao processo seremos mais felizes explica a diretora executiva do Instituto Akatu pelo Con sumo Responsável Ana Wilheim GONÇALVES João R O segredo dos produtos feitos para não durar O Dia 13 out 2015 Disponível em httpodiaigcombr Acesso em out 2015 A modificação frequente nos aparelhos celulares torna uma enorme quantidade de carregadores obsoleta ampliando o descarte e agravando o problema do lixo eletrônico Em 2015 tramitava no Legislativo Federal brasileiro uma lei para padronização dos carregadores 1 So pla a b 2 Vo efe pla Co 3 Qu su pa SHAHRIL KHMDSHUTTERSTOCK 223 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 223 170516 1945 1 Apresente a localização e as características das seguintes regiões industriais dos Estados Unidos a Sun Belt b Manufacturing Belt 2 O que são e como funcionam os keiretsus 3 Como eram chamados os países que tiveram um pro cesso de industrialização mais acelerado a partir das décadas de 19501960 Quais países foram incluídos nessa categoria 4 Diferencie os modelos de industrialização adotados pelos países latinoamericanos Brasil México e Argentina e pelos Tigres Asiáticos 5 Observe novamente o gráfico Tigres Asiáticos estru tura das exportações 19602010 da página 214 e comente o modelo econômico adotado nesse con junto de países 6 Observe a tabela e responda às questões Principais exportadores de computadores e de serviços de informação 2012 Posição Maiores exportadores Valor em milhões de US 1 União Europeia 56442 2 Índia 47323 3 Estados Unidos 15501 4 China 14454 5 Israel 11329 6 Canadá 6993 7 Rússia 2088 8 Filipinas 2036 9 Malásia 1990 10 Argentina 1826 Dados de 2011 Fonte OMC International Trade Statistics 2013 Disponível em wwwwtoorgstatistics Acesso em 20 out 2015 a Com exceção dos países com elevado grau de desenvolvimento que outros grupos figuram entre os 10 principais exportadores de computadores e de serviços de informação b Quais atividades colocam a Índia nessa posição da tabela Explique 1 UCSRS 2015 A partir dos anos 70 outros países se juntaram ao Japão na categoria dos que se desta cam pela rapidez dos processos de industrialização são conhecidos como Tigres Asiáticos Destacamse por apresentarem elevada produção industrial desti nada essencialmente ao mercado externo São eles a China Coreia do Sul Cingapura e Taiwan b China Coreia do Sul Coreia do Norte e Malásia c Coreia do Sul Hong Kong Cingapura e Taiwan d Vietnã Malásia Cingapura e Filipinas e Coreia do Sul Malásia Vietnã e Cingapura 2 UELPR 2006 Quadro 1 Taxa de analfabetismo em Brasil Coreia do Sul 1960 39 33 Hoje 13 2 Quadro 2 Renda per capita Brasil Coreia do Sul 1960 1800 900 Hoje 7500 17900 Valores constantes em dlares2003 Fonte Revista Veja p 63 16 fev 2005 Com base nos quadros e nos conhecimentos sobre o tema considere as afirmativas a seguir I De 1960 aos dias atuais a Coreia do Sul apre sentou um importante avanço nos principais índices socioeconômicos aproximandose do padrão dos países mais ricos II Coreia e Brasil integram o grupo dos chamados Novos Países Industrializados entretanto no primeiro as exportações de bens de consumo duráveis são superiores às do segundo contri buindo para a elevação de sua renda per capita III Os índices apresentados no quadro 2 demons tram que as desigualdades sociais no Brasil estão diminuindo em ritmo acelerado graças ao fato de que de 1960 aos dias atuais a renda per capita mais que triplicou IV Os índices apresentados nos quadros indicam que apesar das diferenças em termos absolu tos a redução do analfabetismo e a elevação da renda per capita nos dois países são seme lhantes em termos percentuais Estão corretas apenas as afirmativas a I e II b II e III c III e IV d I II e IV e I III e IV Faça no caderno 224 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 224 170516 1945 INDÚSTRIA NO BRASIL 10 C A P Í T U L O Industrialização brasileira Observe o gráfico 1947 119 113 132 167 163 199 216 175 164 169 139 109 JK com o lema 50 anos em 5 Golpe Militar Abertura Econômica Plano Real 1994 1956 1961 1964 1979 1985 1990 1995 2003 2011 2014 JK Sarney Collor FHC Lula Dilma Ditadura Militar Brasil participação da indústria de transformação no PIB em 19472014 Em março de 2015 o IBGE alterou a metodologia de cálculo do PIB para adequálo aos padrões internacionais Neste gráfico os valores históricos foram adequados ao novo padrão visando à comparação dos dados no período retratado Fonte Portal Fiesp Disponível em wwwfiespcombr Acesso em out 2015 1 O que é indústria de transformação 2 Faça uma análise da participação da indústria de transformação no PIB considerando os governos corres pondentes indicados no gráfico LUIZ FERNANDO RUBIO GAMMAKEYSTONE VIA GETTY IMAGES 225 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 225 170516 1937 1 PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL No Brasil a indústria deu seus primeiros passos ainda no século XIX A economia cafeeira dominante nesse período dinamizou as atividades urbanas estimulou a imigração europeia e gerou um empresariado nacional com capacidade de investir em alguns setores industriais Os imigrantes trouxeram novos hábitos de consumo que incluíam produtos industrializados e alguma experiência em relação ao processo de produção industrial e ao trabalho como operários Aos poucos formouse um mer cado interno que se ampliou no final do século XIX com a abolição da escravidão e a intensificação do processo de imigração Indústrias de alimentos calçados tecidos confecções velas móveis fundições e bebidas espalharamse rapidamente sobretudo no estado de São Paulo centro da atividade cafeeira e principal porta de entrada dos imigrantes figura 1 Apesar de todos os avanços da industrialização a economia continuou sendo comandada pela produção agrícola especialmente de café No início do século XX a indústria ampliou sua participação na economia bra sileira Algumas indústrias eram estrangeiras mas predominavam as nacionais na maioria desenvolvidas por imigrantes muitas delas inicialmente a partir de pequenas oficinas artesanais Para se ter uma ideia o número de indústrias no Brasil aumentou de 3258 em 1907 para 13336 em 19206 CRISE DE 1929 E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO A crise mundial de 1929 abalou profundamente o mundo capitalista Entre 1929 e 1932 a produção industrial dos Estados Unidos diminuiu cerca de 50 Muitos trabalhadores perderam o emprego e o mercado consumidor retraiuse ainda mais A produção agrícola também não encontrava compradores Muitas empresas e bancos faliram e os investidores do mercado de capitais compra e venda de ações viram seus títulos se transformarem em papéis de pouquíssimo ou nenhum valor 6 SILVA Sérgio Expansão cafeeira e origens das indústrias no Brasil São Paulo AlfaÔmega 1976 p 73 O estudo do processo de industriali zação no Brasil nos séculos XIX e XX sobretudo pode ser desenvolvido num trabalho conjunto com o professor de História Nesse sentido é interessante destacar assuntos históricos como a conjuntura internacional as particu laridades dos governantes brasileiros e os planos por eles implementados nesse período Figura 1 Vista do bairro do Brás em 1920 na cidade de São Paulo SP com a fábrica Moinho Matarazzo ao fundo Inaugurada no ano de 1900 pelo imigrante italiano Francesco Matarazzo 18541937 o moinho de trigo junto da seção de metalurgia e da tecelagem que fabricava os sacos para embalagem era a maior uni dade industrial do país na época FILME Mauá o imperador do Brasil De Sérgio Rezende Brasil 1979 134 min O filme conta a história de Irineu Evangelista de Sousa 18131889 o Visconde de Mauá um dos principais personagens no período inicial de industrialização do Brasil Mauá com seu tino para os negócios e espírito empreendedor construiu a primeira indústria do país uma fundição e estaleiro em Niterói no Rio de Janeiro GAMMAKEYSTONE VIA GETTY IMAGES 226 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 226 170516 1937 Com a crise da Bolsa de Valores de Nova York os países capitalistas tiveram que reestruturar seu modelo econômico Promoveram então maior intervenção do Estado na economia e na distribuição de renda por entender que só a ampliação do mercado de consumo poderia garantir a retomada do crescimento econômico reveja o Capítulo 3 Num primeiro momento a depressão econômica provocada pela crise de 1929 teve efeito devastador também no Brasil O país tinha estruturado sua economia com base no mercado externo e dependia da exportação do café que no final da década de 1920 representava cerca de 70 das exportações brasileiras A crise econômica agravou a insatisfação política Nesse contexto o gaúcho Getúlio Vargas 18821954 tomou o poder por meio de um golpe de Estado em 1930 contra o domínio da oligarquia agrária que comandara o país durante a República Velha 18891930 Além de diminuir em mais de 80 a exportação do café a crise econômica oca sionou redução no preço do produto no mercado internacional Como o café ainda era a principal fonte brasileira de divisas o governo Vargas manteve no início uma política de proteção à lavoura desvalorizou a moeda para que o produto chegasse com valor mais competitivo ao mercado externo e comprou a produção excedente destruindoa em seguida O objetivo foi diminuir a oferta e garantir a estabilidade do preço do produto Veja a figura 2 SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES Até os anos 1920 o contexto econômico do país não estimulava significativamente o desenvolvimento industrial mas a crise de 1929 introduziu mudanças nesse quadro O violento corte nas importações de bens de consumo criou uma conjuntura favorável ao investimento na indústria nacional Os produtos industrializados no Brasil passaram a ocupar então boa parte do mercado interno antes praticamente abastecido por produtos importados Dessa forma o primeiro momento da industrialização brasileira apoiouse na substituição de importações de bens industriais pela produção interna A indústria transformouse num setor importante da economia alcançando taxas de crescimento superiores às do setor agropecuário O Estado passou a estimular os empresários industriais que em 1931 já haviam se organizado em São Paulo com a criação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Fiesp Ao mesmo tempo em que facilitava a importação de máqui nas e equipamentos industriais o governo dificultava a importação de produtos que pudessem concorrer com aqueles produzidos pela indústria nacional Intervenção do Estado Concepção baseada nas ideias do britânico John Maynard Keynes 18831946 um dos mais importantes economistas do século XX O keynesianismo defendia a ideia de que o Estado deveria elevar os gastos públicos promovendo grandes obras para gerar empregos Essas medidas eram consideradas fundamentais principalmente nos períodos de crise para atenuar dificuldades sociais e econômicas produzindo renda e impulsionando a economia privada Oligarquia Regime político em que o governo é exercido por um pequeno grupo de pessoas pertencentes ao mesmo partido classe ou família Figura 2 Queima de café em Santos SP 1931 Por causa da crise de 1929 imensos estoques de café foram queimados ou joga dos ao mar OTÁVIO MARCONDES FERRAZ OMFCPDOC 227 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 227 170516 1937 Logo nos primeiros anos do governo Vargas a indústria nacional cresceu com investimentos nos setores de bens de consumo não duráveis indústrias têxtil ali mentícia e de confecção etc A primeira metade da década de 1940 ainda no governo Vargas foi decisiva para a criação da infraestrutura industrial com a fundação da Companhia Siderúrgica Nacional CSN da Companhia Vale do Rio Doce atualmente Vale da Companhia Nacional de Álcalis CNA da Fábrica Nacional de Motores FNM entre outras No segundo governo de Getúlio Vargas 19501954 seria criada a Petrobras 1953 Todas essas empresas tinham participação majoritária do capital estatal So Paulo Gazo óleo sobre tela de Tarsila do Amaral 1924 Relacione os elementos da obra com as transformações no espaço geográfico da cidade de São Paulo SP a partir dos anos 1930 Arte So Paulo Gazo A artista plástica paulista Tarsila do Amaral 18861973 foi uma das pri meiras a adotar tendências modernistas no Brasil Não participou efetivamente da Semana de Arte Moderna de São Paulo em 1922 encontro onde foram lançadas novas ideias sobre estética e expressão artística que mudaram a arte e a literatura brasileiras mas seu trabalho foi um dos mais importantes da arte moderna representou uma ruptura radical com a postura artística acadêmica e contribuiu para a criação de uma nova linguagem para a pintura brasileira Muitas das obras de Tarsila são marcadas por forte conteúdo social e refletem a realidade nacional da época Observe a obra São Paulo Gazo de 1924 uma representação da atmosfera urbana criada pelo desenvolvimento industrial da cidade de São Paulo SP COLEÇÃO PARTICULAR LEITURA A industrialização brasileira Sonia Mendonça Moderna 2002 A obra retoma o início da industrialização brasileira até os dias atuais abordando a instalação das primeiras manufaturas no século XIX o desenrolar do processo ao longo do século XX as condições de trabalho e a luta do operariado nas fábricas 228 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 228 170516 1937 ANOS JK O ano de 1956 inaugurou uma nova etapa do desen volvimento industrial brasileiro Iniciavase o mandato do mineiro Juscelino Kubitschek 19021976 ou JK responsável por implantar um modelo que buscava diminuir a distância entre o desenvolvimento tecnológico do Brasil e dos países mais industrializados Para isso o governo acreditava ser necessário somar a ajuda do Estado aos recursos financeiros e tecnológicos externos estimulando a entrada das multinacionais O modelo de substituição de importações permaneceu mas apoiado nas multinacionais que impulsionavam o novo processo de industrialização especialmente com a produção de bens de consumo duráveis O modelo de JK foi apoiado pela maior parte da sociedade e por alguns intelectuais que defendiam um desenvolvimento industrial nos moldes dos países mais ricos O projeto do governo cujo slogan de forte apelo popular era 50 anos em 5 ficou conhecido como desenvolvimentismo Leia o Entre aspas Para atrair o capital estrangeiro o Estado brasileiro ofereceu incentivos fiscais isenção e redução de impostos e outros benefícios às empresas multinacionais Também investiu em infraestrutura de transportes principalmente rodoviário e por tuário e ampliou o investimento na indústria de base metalurgia e siderurgia e a capacidade de geração de energia elétrica As indústrias nacionais competiam nos setores mais tradicionais de bens de consumo não duráveis e de autopeças O setor de construção civil teve um desenvolvimento surpreendente graças ao crescimento das cidades à ampliação das rodovias à construção de usinas hidrelé tricas à instalação das novas fábricas e à construção de Brasília As multinacionais investiram sobretudo no setor de bens de consumo duráveis como automóveis figura 3 eletrodomésticos artigos eletrônicos e também na exploração mineral Posteriormente os governos militares 19641985 retomaram o modelo do desenvolvimentismo mas foram protecionistas em relação a setores considerados estratégicos Dificultaram a importação de diversos produtos estabelecendo uma reserva de mercado para as empresas nacionais investiram na indústria bélica Engesa na aeronáutica Embraer e no desenvolvimento da tecnologia nuclear Desenvolvimentismo Teoria cujo foco está no desenvolvimento econômico de um país apoiado na industrialização e na criação de infraestrutura a partir de grandes investimentos do Estado Um de seus princi pais teóricos o economista argentino Raul Prebisch 19011986 defendia um novo rumo nas políticas econômicas para promover o desenvolvimento dos países da América Latina Propunha um modelo que incentivasse a atividade industrial como forma de romper com as relações comerciais desfavoráveis entre um centro formado por países desenvolvidos e industrializados e uma peri feria agrícola ou agromineral que exporta produtos de baixo valor agregado com preços depreciados no mercado mundial Figura 3 Linha de montagem de automóveis da indústria estaduni dense Willys Overland do Brasil em São Bernardo do Campo SP 1960 As montadoras de automó veis marcaram essa fase de desen volvimento da indústria nacional FOLHAPRESS 229 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 229 170516 1937 Língua Portuguesa Sociologia Mulher proletária O escritor alagoano Jorge de Lima 18951953 participou ativamente da segunda fase do Modernismo brasileiro que foi marcada pela consciência crí tica em relação aos problemas de uma sociedade em intensa transformação O poema Mulher proletária revela a habilidade do poeta com o jogo de palavras Suas metáforas relacionam os seres humanos a máquinas num período do Brasil em que a atividade industrial provocou grandes mudanças no modo de vida em sociedade Leia o poema a seguir Mulher proletária única fábrica que o operário tem fabrica filhos tu na tua superprodução de máquina humana forneces anjos para o Senhor Jesus forneces braços para o senhor burguês Mulher proletária o operário teu proprietário há de ver há de ver a tua produção a tua superprodução ao contrário das máquinas burguesas salvar teu proprietário LIMA Jorge de In Antologia da poesia brasileira do padre Anchieta a João Cabral de Melo Neto Porto Chardron 1984 p 511 v 3 1 Discuta com os colegas e o professor o papel social e econômico da mulher no contexto do início da industrialização brasileira Justifique com versos do poema 2 Faça um contraponto entre o que você discutiu na questão anterior e a situação da mulher nos dias atuais ANOS DO MILAGRE O período entre 1969 e 1973 que corresponde ao governo do presidente Emílio Garrastazu Médici 19051985 ficou conhecido como a época do milagre bra sileiro quando o PIB atingiu médias de crescimento superiores a 10 ao ano O milagre foi possível em razão da conjuntura externa favorável com muitos recursos financeiros disponíveis Os países com elevado grau de desenvolvimento podiam assim realizar vultosos empréstimos externos para promover o desenvolvimento econômico Durante esse período foram realizadas grandes obras de infraestrutura no país financiadas principalmente com capital externo São exemplos a construção da Ponte RioNiterói figura 4 na página seguinte da Rodovia Transamazônica com apenas parte do traçado concluído e da Usina de Itaipu Por um lado a economia expandiuse internamente e os salários da classe média elevaramse embora numa proporção inferior às taxas de crescimento Houve também ampliação do sistema de crédito ao consumidor Por outro lado o operariado industrial e as classes mais pobres conviveram durante esse período com uma política de arrocho salarial que visava conter os gastos com mão de obra para elevar as taxas de lucro e atrair investimentos de empresas multinacionais Ao mesmo tempo em que o mercado interno se fortaleceu as exportações cresceram em valor e variedade de produtos FILIPE ROCHA 230 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 230 170516 1937 Figura 4 Vista da ponte RioNiterói na Baía de Guanabara estado do Rio de Janeiro 2015 A ponte liga o município do Rio de Janeiro ao município de Niterói Fim do milagre O aumento nos juros internacionais a má gestão do dinheiro captado no exterior e a incapacidade do governo brasileiro de saldar seus compromissos externos com recursos internos levaram a uma ampliação significativa da dvida externa Entre 1970 e 1984 a dívida saltou de 5 para 90 bilhões de dólares Além disso o período entre a segunda metade dos anos 1970 e a década de 1980 foi marcado pela diminuição dos investimentos estrangeiros pela elevação nos gastos com a importação de petróleo e pela queda nos preços de diversas maté riasprimas agrícolas e minerais exportadas pelo Brasil A esse quadro somaramse os altos índices de inflação e de desemprego e os baixos níveis de crescimento do PIB Essa conjuntura levou ao esgotamento do modelo desenvolvimentista no Brasil 2 INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL ATUAL A partir da década de 1990 intensificouse a inserção do Brasil no mundo globalizado com a adoção de políticas neoliberais Essas políticas iniciadas no governo de Fernando Collor 19901992 ganharam força principalmente nos governos de Fernando Henri que Cardoso 19952002 quando o país se abriu às importações e aos investimentos estrangeiros em detrimento de ações de fortalecimento da indústria nacional Produtos importados como automóveis alimentos roupas eletrodomésticos computadores soft wares celulares brinquedos e outros bens de consumo inundaram o mercado brasileiro A abertura levou à falência várias indústrias nacionais acostumadas a políticas de proteção ao mercado que mantinham elevados impostos de importação tarifas aduaneiras Outras indústrias para não fechar as portas foram vendidas para grandes grupos nacionais e multinacionais ou então incorporadas a eles e diversas fusões ocorreram entre empresas nacionais e estrangeiras Os anos 1990 foram marcados ainda pelo incremento do processo de privatização das indústrias de base dos setores extrativista mineral de distribuição de energia e de telefonia entre outros que contou com expressiva participação de grupos estran geiros reveja o Captulo 5 Veja a figura 5 na próxima página Em junho de 1994 a moeda brasileira passou a ser o real Essa mudança era parte de um plano econômico mais amplo cujo objetivo era combater a inflação e estabilizar a economia brasileira FILME Eles não usam blacktie De Leon Hirszman Brasil 1981 134 min Uma greve de metalúrgicos em São Paulo SP em 1980 é o pano de fundo da história do jovem operário Tião que resolve se casar com sua namorada Maria ao saber que a moça está grávida Temendo perder o emprego e o sustento de sua futura família Tião fura a greve e acaba em conflito com o pai Otávio um sindicalista que passou três anos na cadeia durante o regime militar Portal da Indústria wwwportaldaindustria combr Site que reúne as federações nacionais e estaduais da indústria brasileira CNI Sesi Senai e IEL Traz estatísticas indicadores industriais publicações com sondagens e avaliações sobre o mercado e vídeos com entrevistas e diagnósticos de temas relativos ao setor industrial SITE RICARDO SIQUEIRABRAZIL PHOTOSLIGHTROCKET VIA GETTY IMAGES 231 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 231 170516 1937 Por um lado o Plano Real valorizou a moeda brasileira em relação ao dólar facilitando as importações aumen tando a oferta de produtos no mercado reduzindo os preços e a inflação Os juros altos também contribuíam para isso na medida em que encareciam o crédito Por outro lado essa política econômica dificultou as exportações e provocou déficit crescente na balança comercial e no balanço de pagamen tos Com isso a indústria brasileira ficou ainda mais dependente da importação de bens insumos para a produção de mercadorias máquinas e equipamentos utilizados na produção industrial Dólar barato e abertura comercial estimularam as importações e criaram um problema bastante sério para a indústria nacional que perdeu compe titividade em diversos setores e passou a crescer cada vez menos Além disso o Plano Real sofreu suas crises posteriormente mas a inflação se manteve em níveis aceitáveis por um longo tempo A hiperinflação e o plano real Não foi fácil conviver com um longo período de hiperinflação Isso ocorreu durante a década de 1980 até a metade dos anos 1990 O pior ano foi 1993 quando a inflação acumulada atingiu 2477 Os que tinham dinheiro o aplicavam em poupança e outras operações financeiras Na contacorrente a moeda perdia valor já que o preço das mercadorias era remarcado diariamente Os que sobreviviam apenas do salário corriam ao supermercado para garantir a provisão mensal da família logo que recebiam o pagamento Depois de diversos planos econômicos fracassados implantados desde a década de 1980 um teve sucesso o Plano Real Foi introduzido em 1994 no governo Itamar Franco 19302011 e criado por uma equipe de economistas comandada pelo então ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso 1931 A partir daí a inflação mantevese relativamente estável Voltou a crescer com a crise econômica e política iniciada em 20142015 mas muito longe da hiperinflação que dominou o país antes do Plano Real 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 1989 1991 1993 1994 1995 1998 2005 2013 2015 Inflação acumulada no ano em Ano 19729 4726 24771 9164 224 16 56 59 Início do Plano Real 1067 Trajetória da inflação antes e pósplano real Índice medido pelo IPCA índice de preços ao consumidor amplo IBGE Fonte Portal Brasil Disponível em httpwwwportalbrasilnetipcahtm Acesso em abr 2016 Figura 5 As privatizações das estatais foram alvo de grandes polêmicas e contradições De um lado defendiamse a modernização e o aumento da eficiência dessas empre sas a venda dessas estatais também podia gerar renda para o governo investir em outros setores De outro cri ticavamse a deterioração do patrimônio nacional e o enca recimento dos serviços pres tados à população como no setor de transportes com rea justes expressivos nas tarifas e nos pedágios cobrados nas rodovias Na imagem mani festantes seguram faixas com dizeres contra a privatização da CSN Companhia Siderúrgica Nacional no Rio de Janeiro RJ 1993 ZECA GUIMARÃESFOLHAPRESS BIS 232 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 232 170516 1937 POLÊMICA DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO A participação da indústria de transformação no PIB recuou de aproximada mente 22 em 1985 para cerca de 11 em 2014 veja novamente o gráfico da seção Contexto no começo do capítulo Mas há visões diferentes para explicar e justificar esses números A maioria sustenta que o Brasil perdeu competitividade em diversos setores indus triais em razão da abertura econômica e do chamado custo Brasil carga tributária elevada infraestrutura deficitária energia cara excessiva burocracia exigida nos negó cios moeda valorizada além de juros mais altos que os praticados em outros países exportando menos mercadorias industrializadas e importando mais afirma ainda que houve uma reprimarização da economia ou seja as commodities voltaram a ganhar importância constituindo a essência das mercadorias exportadas com a presença de minério de ferro petróleo soja milho açúcar álcool suco de laranja celulose sendo que somente os minérios a soja e o petróleo respondiam por cerca de 30 das expor tações brasileiras em 2015 figura 6 Esse processo é chamado de desindustrialização Outros entendem que esse processo ocorre em escala mundial particularmente naqueles países de industrialização mais antiga e que o Brasil apresentou crescimento expressivo na produção agropecuária que é moderna e na produção mineral dinami zando as exportações do país e isso beneficia a economia nacional em seu conjunto Argumentam ainda que o setor industrial no Brasil cresceu exageradamente por causa de estímulos do Estado lembrese do modelo desenvolvimentista analisado anteriormente No entanto ambas as visões destacam os problemas de falta de competitividade provocada pelo custo Brasil além da forte concorrência dos produtos importados sobretudo procedentes da China DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL Na década de 1990 a economia brasileira foi marcada por outro fenômeno a guerra fiscal Tratase da competição entre estados e municípios brasileiros para instalar indústrias e empresas por meio da oferta de vantagens fiscais redução ou isenção de impostos terrenos infraestrutura e mão de obra acessível A batalha levou empresas situadas em determinados locais a se transferirem para outros provocando um processo de relativa desconcentração industrial com reflexos na divisão territorial do trabalho no Brasil Um exemplo marcante foi o ocorrido com a indústria automobilística Novas unidades industriais foram instaladas fora do estado de São Paulo o local mais procurado pelo setor até então Veja o mapa figura 7 na próxima página Figura 6 Carregamento de navio usado para exportação de miné rio de ferro pela Companhia Vale no Complexo Portuário de Tuba rão em Vitória ES 2016 CESAR DINIZPULSAR IMAGENS 233 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 233 170516 1937 O processo de desconcentração industrial no entanto envolveu outros setores e ocorreu em todas as regiões brasileiras Porém o fenômeno foi mais marcante no Sudeste do Brasil Além disso é preciso destacar que apesar de ter havido amplia ção das unidades de produção no interior da Região Sudeste e em outras regiões do país as empresas industriais e seus escritórios centrais onde são tomadas as decisões estratégicas sobre produção inovação e novos investimentos continuaram sobretudo nas regiões metropolitanas do Sudeste Esse processo de desconcentração das instalações industriais foi intensificado também graças ao desenvolvimento e à ampliação das redes de transporte que facilitaram o fluxo de matériasprimas máquinas e equipamentos industriais e o escoamento da produção das indústrias para mercados mais distantes e às novas tecnologias de comunicação Acrescentase ainda a maior oferta de energia e a mão de obra mais barata nas pequenas e nas médias cidades do Sudeste e em outras regiões do país Instalação anunciada para os próximos anos Fonte elaborado com base em informações disponibilizadas pelas montadoras de veículos Dados até outubro de 2015 DACOSTA MAPAS EQUADOR 0 0 TRÓPICO DE CAPRICÓÓRNIO Ó 50 O OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Ford Jac Motors Chevrolet BMW Troller Fiat Fiat Hyundai Toyota Toyota Toyota Renault Audi Mitsubishi Iveco MercedezBenz MercedezBenz Land Rover Volkswagen Nissan Peugeot Citroën Ford Volkswagen Chevrolet Chevrolet Volkswagen Chery Hyundai Honda Honda Horizonte Goiana Betim Juiz de Fora Sete Lagoas São José dos Campos São José dos Pinhais São Caetano do Sul São Bernardo do Campo Indaiatuba Piracicaba Sorocaba Sumaré Camaçari Catalão Anápolis Gravataí Araquari Itatiaia Resende Porto Real Itirapina Porto Feliz Taubaté Jacareí Iracemápolis SÃO PAULO MACEIÓ RIO BRANCO BOA VISTA MANAUS MACAPÁ PALMAS BELÉM SÃO LUÍS SÃ TERESINA FORTALEZA NATAL JOÃO PESSOA RECIFE ARACAJU SALVADOR RIO DE JANEIRO RIO DE J RIO DE J VITÓRIA BELO HORIZONTE PORTO VELHO CUIABÁ GOIÂNIA CAMPO GRANDE CURITIBA CURITIBA FLORIANÓPOLIS PORTO ALEGRE BRA BRASÍLIA BRA BRA BRA RR AM AP PA RO MT GO DF TO AC MS SP PR SC RS RJ ES MG BA MA PI CE RN PB PE AL SE N 0 280 km Figura 7 Brasil a indústria automobilística ruma para outras regiões 2015 Tradicionalmente instaladas em São Paulo muitas empre sas automobilísticas passaram a se instalar fora das metró poles do Sudeste brasileiro Mesmo as que permaneceram na região buscaram muni cípios onde pudessem obter maiores lucros 234 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 234 170516 1937 1 Diferencie a primeira fase da industrialização brasi leira a partir de 1930 da iniciada em 1950 2 Quais foram os argumentos do governo para promover a privatização das empresas estatais brasileiras Que críticas podem ser feitas a esse processo 3 Caracterize a evolução industrial brasileira entre o final do século XIX e o início do século XX em relação a à origem do capital majoritário b à localização do principal parque industrial c aos tipos de indústria predominantes 4 Observe o gráfico e responda às questões Fontes IBGE Censos industriais 1970 Disponível em wwwibgegovbr Banco Central do Brasil Boletim Regional outubro2015 p 95 Disponível em wwwbcbgovbr Acessos em fev 2016 100 807 627 120 185 95 08 08 34 90 70 60 50 40 30 20 10 0 80 Sudeste Regies Sul Nordeste Norte CentroOeste 1970 2014 59 57 Brasil valor da transformação industrial por regiões 1970 e 2014 a Identifique e explique o processo registrado no gráfico b Quais as duas regiões que registraram as maiores taxas de crescimento 1 UFJFMG 2012 Leia o texto a seguir A Rua Teresa se rendeu aos chineses Pressiona das pela competição dos produtos importados e pelo surgimento de outros polos de moda algumas confecções da tradicional rua do varejo de roupas de Petrópolis já estão importando da China até 20 do que vendem em suas lojas Se as próprias confecções estão importando a tendência é maior entre os que são apenas varejis tas As etiquetas de Fabricado no Brasil disputam espaço com as de Fabricado na China Algumas indústrias no entanto admitem até mesmo a Faça no caderno prática de trocar etiquetas chinesas por aquelas da marca própria Além da importação de peças prontas as confecções investem em máquinas mais moder nas para reduzir os custos e aumentar a produ tividade Lucianne Carneiro Rua Teresa made in China O Globo Rio de Janeiro p 27 8 abr 2012 Adaptado O processo descrito no texto tem ocorrido em todo o país Esse processo é denominado a inflação b privatização c flexibilização d desregulamentação e desindustrialização 2 UnicampSP 2012 O Brasil experimentou na segunda metade do século 20 uma das mais rápidas transições urbanas da história mundial Ela transformou rapidamente um país rural e agrícola em um país urbano e metropolitano no qual grande parte da população passou a morar em cidades grandes Hoje quase dois quintos da população total resi dem em uma cidade de pelo menos um milhão de habitantes Adaptado de George Martine e Gordon McGranahan A transição urbana brasileira trajetória dificuldades e lições aprendidas In Rosana Baeninger org População e cidades subsídios para o planejamento e para as políticas sociais Campinas Nepo Brasília UNFPA 2010 p 11 Considerando o trecho acima assinale a alternativa correta a A partir de 1930 a ocupação das fronteiras agrícolas na Amazônia no CentroOeste no Paraná foi o fator gerador de deslocamentos de população no Brasil b Uma das características mais marcantes da urbanização no período 19301980 foi a dis tribuição da população urbana em cidades de diferentes tamanhos em especial nas cidades médias c Os últimos censos têm mostrado que as grandes cidades mais de 500 mil habitantes têm tido crescimento relativo mais acelerado em compa ração com as médias e as pequenas d Com a crise de 1929 o Brasil voltouse para o desenvolvimento do mercado interno através de uma industrialização por substituição de importações o que demandou mão de obra urbana numerosa BIS 235 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 235 170516 1937 3 PRINCIPAIS CENTROS INDUSTRIAIS Historicamente a indústria concentrase na Região Sudeste do país fato que não se modificou mesmo com a desconcentração industrial observada nas últimas décadas Atualmente a região concentra cerca de metade de todas as unidades industriais do país Veja o mapa figura 8 Quando se analisa o total gerado pela indústria de transformação por região o Sudeste responde por 627 do total seguido pelas regiões Sul 185 Nordeste 95 Norte 59 e CentroOeste 347 Apesar desse cenário a participação da Região Sul no conjunto da produção industrial bra sileira nas últimas décadas foi a que mais aumentou quantitativamente e as regiões Norte e CentroOeste vêm obtendo o maior crescimento relativo8 REGIÃO SUDESTE A indústria concentrouse no Sudeste brasileiro em razão da acumulação de capital proveniente da lavoura cafeeira do desenvolvimento das cidades e da infraestrutura criada com a economia do café portos ferrovias rodovias energia elétrica etc Nessa região as maiores concentrações indus triais estão situadas no estado de São Paulo que responde por 298 do PIB industrial nacional A organização industrial da cidade de São Paulo espalhouse pela área metropolitana e ao redor das grandes rodovias que cortam o estado Ao longo da Rodovia Presidente Dutra na região do Vale do Paraíba que se estende de São Paulo ao Rio de Janeiro formouse a maior concentração industrial do país Nesse trecho a cidade de São José dos Campos SP onde está situado o ITA Instituto Tecnológico de Aeronáutica e a Embraer forma um dos principais polos tecnológicos do Brasil figura 9 na próxima página As rodovias Anchieta e dos Imigrantes além de cruzarem a região fortemente industrializada conhecida como ABCD Santo André São Bernardo São Caetano e Diadema na área metropolitana de São Paulo atingem o polo petroquímico e siderúrgico situado no município de Cubatão no litoral Próximo à Rodovia Castelo Branco a 80 km da capital do estado vale destacar a cidade de Sorocaba que possui um parque industrial diversificado produção de componentes para o setor aeronáutico e eletrônico e indústrias mecânica metalúrgica de cimento têxtil alimentícia e outras Também no interior ligada à capital pelas vias Anhanguera e dos Bandeirantes fica a cidade de Campinas outro importante tecnopolo do país formado em torno da Universidade de Campinas Unicamp A partir de Campinas estruturase um importante eixo de industrialização do estado que se subdivide em dois um pela Rodovia Washington Luís até a cidade de São José do Rio Preto e outro pela via Anhanguera até Ribeirão Preto No eixo da Washington Luís destacase o polo tecnológico de São Carlos 7 Banco Central do Brasil Boletim Regional Outubro2015 p 95 Disponível em wwwbcbgovbr Acesso em fev 2016 8 CNI Perfil da Indústria nos Estados 2014 p 127 Disponível em wwwportaldaindustriacombr Acesso em fev 2016 SONIA VAZ Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 145 Figura 8 Brasil indústria 2011 EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO 0 50 O N 0 530 km AM RO RR AP AC PA PI CE MA GO DF TO BA MG ES RJ RN PB PE SE AL SP PR SC RS MT MS Nœmero de empresas 60000 20000 10000 5000 1000 236 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 236 170516 1937 SÉRGIO CASTROESTADÃO CONTEÚDO Figura 9 Linha de montagem de aviões da Embraer em São José dos Campos SP 2015 Antes de iniciar a produção no chão da fábrica operários treinam e simu lam virtualmente em computado res melhorando a produtividade e a qualidade dos aviões O polo automobilístico antes concentrado na região metropolitana hoje está distribuído entre diversas cidades do interior do estado de São Paulo onde operam Ford General Motors Honda MercedesBenz Scania Toyota e Volkswagen No Rio de Janeiro além da região metropolitana e do Vale do Paraíba a indús tria se estende para os polos industriais têxteis das cidades serranas de Petrópolis Teresópolis e Nova Friburgo No Vale do Paraíba fluminense a cidade de Resende abriga instalações das montadoras alemã Volkswagen e japonesa Nissan Em Porto Real estão estabelecidas fábricas de automóveis das francesas Citroën e Peugeot E em Volta Redonda a CSN No litoral norte do Rio de Janeiro extraise a maior parte do petróleo brasileiro em área da plataforma continental próxima da cidade de Campos dos Goytacazes Em Minas Gerais a indústria concentrase na Grande Belo Horizonte com destaque para os distritos industriais de Betim onde está instalada a Fiat e Contagem Ao sul de Belo Horizonte situase o Quadrilátero Ferrífero área de extração de minerais metálicos e produção metalúrgica e siderúrgica Destacamse ainda em Ipatinga na região do Vale do Aço a siderurgia com a Usiminas no sul do estado na região conhecida como Zona da Mata Mineira a produção de laticínios em Juiz de Fora a fábrica de automóveis da alemã MercedesBenz e em Uberaba e Uberlândia na região do Triângulo Mineiro atividades industriais diversificadas em que predominam os frigoríficos Ainda no sul de Minas destacase o tecnopolo da cidade de Santa Rita do Sapucaí figura 10 Figura 10 Vista da cidade de Santa Rita do Sapucaí MG 2014 A pequena cidade abriga incubadoras centro universitário Instituto Nacional de Telecomu nicações Inatel e empresas de alta tecnologia É conhecida como Vale da Eletrônica JOÃO PRUDENTEPULSAR IMAGENS 237 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 237 170516 1937 No estado do Espírito Santo destacamse as indústrias de mineração papel e celulose e a siderurgia Além disso a descoberta de reservas de petróleo e gás natural na camada do présal em 2006 numa área que se estende ao longo de 800 quilômetros incluindo o estado capixaba ofereceu grandes possibilidades de desenvolvimento ao Espírito Santo até os preços do petróleo despencarem em 2014 REGIÃO SUL As duas principais áreas industriais do Sul são o trecho entre a Grande Porto Alegre e Caxias do Sul RS e a região metropolitana de Curitiba PR e o Vale do Itajaí SC No Paraná instalaramse montadoras de automóveis a francesa Renault e a alemã VolkswagenAudi em São José dos Pinhais na região metropolitana de Curi tiba e de caminhões na cidade de Curitiba a sueca Volvo Canoas RS e Araucária PR formam os dois polos petroquímicos do Sul do país No Paraná destacamse ainda as regiões metropolitanas de Londrina e Maringá no norte paranaense além de Ponta Grossa a 100 km da capital Curitiba No Rio Grande do Sul no município de Gravataí também está instalada uma montadora de automóveis da estadunidense GM Em Caxias do Sul a nacional Agrale está fabricando um utilitário 44 O estado do Rio Grande do Sul é respon sável pela produção de 90 dos vinhos finos do Brasil Os polos vitivinícolas estão concentrados na região da Serra Gaúcha no nordeste do estado importante região turística e no sul na região da Campanha Gaúcha O Planalto Serrano Catarinense onde se encontra o município de São Joaquim que apresenta altitudes superiores a 1300 metros também vem apresentado crescimento nesse setor industrial de produção de vinhos Em Santa Catarina destacase o Vale do Itajaí Blumenau Joinville Itajaí e Brusque onde predomina a produção têxtil além de ser um dos principais polos produtores de softwares de gerenciamento de empresas do Brasil No nordeste do estado merece destaque o polo industrial de Jaraguá do Sul com indústrias mecâ nicas têxteis de material elétrico por exemplo figura 11 Na região do litoral sul do estado nas cidades de Criciúma Uruçanga e Araranguá desenvolvemse tradi cionalmente a indústria de cerâmica e a de extração de carvão mineral No interior de Santa Catarina sobressai a produção frigorífica No município de Araquari está instalada uma fábrica de automóveis da alemã BMW Figura 11 Vista interna de empresa especializada na fabri cação e comercialização de motores elétricos em Jaraguá do Sul SC 2012 RUBENS CHAVESPULSAR IMAGENS 238 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 238 170516 1937 Figura 12 Vista do complexo petroquímico no Polo Indus trial de Camaçari em Camaçari BA 2015 REGIÃO NORDESTE A indústria nordestina representa cerca de 10 do total da produção industrial do país e concentrase em torno de três regiões metropolitanas principais Salvador BA Recife PE e Fortaleza CE Os setores dominantes são tradicionais como as indústrias têxtil e alimentícia A maior parte da produção industrial do Nordeste concentrase na Bahia na Grande Salvador no Centro Industrial de Aratu criado em 1967 que ocupa áreas dos municípios de Salvador Simões Filho e Candeias em torno do porto de Aratu e reúne várias indústrias eletrodomésticos químicas cerâmicas óleos vegetais calçados etc Há também nessa área uma indústria de base de grande porte a Gerdau Usiba antiga Usina Siderúrgica da Bahia Usiba anexada ao grupo Gerdau durante a desestatização na década de 1990 Em Camaçari também na Grande Salvador situase o principal polo petroquímico da Região Nordeste figura 12 além da montadora de veículos estadunidense Ford Também estava prevista para 2017 a inauguração no município da fábrica de automóveis da chinesa JAC Motors A indústria calçadista também está presente no estado da Bahia O estado abriga ainda um polo industrial de informática e de indústrias eletroeletrônicas em Ilhéus Cam pina Grande na Paraíba abriga várias empresas de informática produtoras de software Na Grande Recife destacamse entre outros distritos industriais os de Cabo de Santo Agostinho Abreu e Lima Ipojuca Paulista e o de Jaboatão dos Guararapes Ainda na região metropolitana do Recife encontrase o maior polo industrial do estado de Pernambuco o Complexo Industrial e Portuário do porto de Suape que agrega empresas de grande porte O destaque da expansão industrial mais recente ocorreu em Goiânia uma cidade da Zona da Mata de Pernambuco a instalação da fábrica da Jeep Fiat Chrysler O Ceará abriga a fábrica de jipes da Ford no município de Horizonte Além disso o estado conseguiu atrair várias indústrias de outras regiões do país sobretudo têxteis e de calçados usando uma política agressiva de guerra fiscal e oferecendo mão de obra barata Destacase ainda o Complexo Portuário Industrial do Pecém ao redor do porto do mesmo nome Em Pecém foi instalada a primeira Zona de Processamento de Exportação ZPE do país cujas indústrias exportadoras gozam de um regime tributário e cambial favorável Entre elas destacamse a Companhia Siderúrgica do Pecém pertencente à Vale e duas empresas sulcoreanas PAULO FRIDMANPULSAR IMAGENS 239 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 239 170516 1937 REGIÕES NORTE E CENTROOESTE Nas mais extensas regiões do país predominam em geral indústrias tradicionais especialmente de alimentos e bebidas incluindo as agroindústrias Na Região Norte porém destacase a produção industrial concentrada na Zona Franca de Manaus ZFM figura 13 Criada em 1967 atraiu principalmente montado ras da indústria eletrônica mas também reúne indústrias de outros segmentos como o de concentrados para refrigerantes e a química São expressivas nessa região as indústrias de mineração de ferro e outros minerais localizadas na Serra dos Carajás PA de alumínio do Projeto Trombetas em Oriximiná PA e Paragominas PA e de cassiterita no estado de Rondônia além da produção de gás natural e petróleo no vale do Rio Urucu município de Coari AM Na Região CentroOeste o estado com maior número de indústrias é Goiás destacandose a região metropolitana de Goiânia e o município de Anápolis onde se encontram entre outras indústrias farmacêuticas figura 14 e a montadora de automóveis sulcoreana Hyundai em Anápolis Outra montadora que se instalou no estado foi a japonesa Mitsubishi no município de Catalão Destacase ainda no estado o município de Rio Verde que concentra indústrias alimentícias em especial a indústria frigorífica Nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a produção industrial está concentrada nas capitais Cuiabá e Campo Grande respectivamente Em Mato Grosso do Sul recentemente o município de Três Lagoas vem recebendo investimento industrial com a instalação de indústria siderúrgica e de celulose entre outras Figura 14 Laboratório que produz cápsulas para diversos fármacos em Anápolis GO 2013 Figura 13 Vista aérea do dis trito industrial da Zona Franca de Manaus com o Rio Negro ao fundo Manaus AM 2014 Implantada pelo governo brasi leiro para desenvolver a econo mia da Amazônia a Zona Franca de Manaus compreende três polos econômicos agropecuá rio comercial e industrial sendo este último considerado a base de sustentação da ZFM RUBENS CHAVESPULSAR IMAGENS SERGIO LIMAFOLHAPRESS 240 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 240 170516 1937 Panorama dos tecnopolos no Brasil Um estudo de 2013 encabeçado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação do Brasil identificou 94 iniciativas de parques científicos e tecnológicos em todo o país Os dados apresentados a seguir foram obtidos com base na análise das informações fornecidas por 80 parques o que corresponde a 85 do total de iniciativas identificadas Veja o infográfico SP MG PR SC RS MS MT TO GO DF RJ ES BA PI MA PA AM AC RO CE AP RR RN PB PE AL SE 0 5 Sul Sudeste CentroOeste Nordeste Norte 2 1 1 6 2 2 8 1 1 1 2 2 6 2 9 5 3 2 3 3 1 1 1 1 4 7 4 5 1 1 2 1 1 1 1 Quantidade de parques total 94 Número de empresas nos parques por região Distribuição dos parques nas diferentes fases de desenvolvimento por região Fase de projeto Fase de implantação Fase de operação 38 404 298 28 298 28 Projeto Implantação Operação Distribuição dos parques por região 4 1 4 0 17 11 11 11 11 13 5 2 1 0 3 0 100 200 300 400 Sul Sudeste CentroOeste Nordeste Norte 13 303 20 230 373 0 Norte 507 Sul 287 Nordeste 02 CentroOeste 204 Sudeste 53 Norte 5 85 Centro Oeste 8 75 Nordeste 7 415 Sudeste 39 372 Sul 35 Distribuição de parques em fase de desenvolvimento por estado Empregos nas empresas por região 10 155 20 participantes da pesquisa 80 parques Panorama dos tecnopolos no Brasil Fonte Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação Estudo de Projetos de Alta Complexidade Indicadores de Parques Tecnológicos 2013 Disponível em wwwmctgovbr Acesso em out 2015 Com base nos dados apresentados escreva um pequeno texto comentando a situação dos tecnopolos nas diferentes regies brasileiras ALEX SILVA 241 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 241 170516 1937 Indústria teve aumento da produção em maio 2015 A produção industrial brasileira cresceu 06 em maio na comparação com abril 2015 Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE O resultado interrompe um período de queda de três meses consecutivos em relação aos meses imediatamente anteriores Dos 24 segmentos industriais pesquisados 14 deles tiveram aumento em maio Os setores que mais se destacaram foram equipamentos de trans porte 89 petróleo 11 além de perfumaria detergentes e produtos de limpeza 19 A indústria de bens de consumo foi a que teve o melhor desempenho entre as categorias econô micas com alta de 14 na comparação com abril puxada pelo aumento de 12 nos bens semidurá veis e não duráveis Os bens duráveis tiveram queda de 01 Na comparação com o ano passado no entanto a pro dução de bens de consumo teve queda de 12 e acumula perdas de 96 em 2015 A indústria de bens de capital máquinas e equipamentos também teve variação positiva em relação a abril com alta de 02 mas apresentou queda de 263 na comparação com maio de 2014 Já os bens intermediários tiveram uma produ ção 05 menor que em abril e 49 menor que em maio do ano passado De janeiro a maio os bens de capital tiveram retração de produção de 206 e os intermediários de 96 Portal Brasil 2 jul 2015 Disponível em wwwbrasilgovbr Acesso em out 2015 IBGE momento atual da indústria é pior que o da crise de 2009 A indústria brasileira avançou 06 em maio 2015 interrompendo uma série de três resultados negativos na comparação mensal acompanhada de uma melhora também na produção industrial em alguns dos estados estudados pela Pesquisa Indus trial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE No mês nove dos 14 locais analisados apresentaram resultados positivos O pesquisador da coordenação de indústria do IBGE Rodrigo Lobo no entanto não vê uma recuperação Outros fatores macroeconômicos precisam ajudar para que isso ocorra diz Indústrias importantes como a de São Paulo e do Rio de Janeiro estão bem abaixo do pico histó rico Lobo enumera ainda outras três regiões cujo fundo do poço está próximo as indústrias do Paraná 233 Ceará 213 e Amazonas 223 estão muito abaixo do seu melhor momento Outro indicador é apontado como termômetro para comprovar como a recuperação ainda está longe entre abril e maio no acumulado de 12 meses 12 dos 15 Estados perderam o ritmo de produção na indústria Apenas o Espírito Santo cresceu mais em maio do que abril Rio de Janeiro e Bahia apenas reduziram as perdas Na comparação com maio do ano passado 2014 apenas Pará e Espírito Santo apresentaram resulta dos positivos motivados pela indústria extrativa Valor Econômico 10 jul 2015 Disponível em wwwvalorcombr Acesso em out 2015 1 Qual é o assunto das duas notícias 2 Ambas as notícias partem da mesma informação Qual é ela 3 Podemos afirmar que uma notícia informa a situação da indústria brasileira num tom mais ameno enquanto outra usa um tom menos otimista Justifique sua resposta com exemplos extraídos dos dois textos 242 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 242 170516 1937 1 Observe o infográfico DACOSTA MAPAS ÓRNIO TRÓPICO DE CAPRICÓRRN ÓR 52 O OCEANO ATLÂNTICO N 0 190 km R 11552 bilhões 31 do PIB brasileiro 571 do PIB da Região Sudeste é o PIB industrial do estado em 2012 o maior PIB industrial do Brasil A é a participação da indústria no PIB total do estado em 2012 R 2886 bilhões PIB 2012 R 876 bilhões 24 do PIB brasileiro 43 do PIB da Região Sudeste é o PIB industrial do estado em 2012 o oitavo maior PIB industrial do Brasil B é a participação da indústria no PIB total do estado em 2012 R 344 bilhões PIB 2012 Perfil da indústria de dois estados Fonte CNI Perfil da Indœstria nos Estados 2014 p 115 127 Disponível em wwwportaldaindustriacombr Acesso em fev 2016 O infográfico apresenta dados referentes ao estado res ponsável pelo maior PIB industrial do Brasil e ao que registra o menor PIB industrial da Região Sudeste 8o do Brasil Identifiqueos e indique a participação percentual da indústria na composição da economia de cada estado indicados pelas letras A e B 2 Quais são as duas principais áreas industriais pre sentes na região metropolitana de Salvador e quais setores industriais destacamse nessa área 3 Quais setores de atividade industrial existem no muni cípio onde você vive ou nos municípios próximos A participação das indústrias no conjunto da economia desses municípios é expressiva Se não você con sidera que seria importante estimular o desenvolvi mento da atividade industrial Por quê 4 Leia o texto e responda às questões Tipologia industrial A tipologia fabril de um passado não muito dis tante já não existe mais na verdade não existem mais projetos de fábricas mas projetos de negócios em torno de um objeto prioritário de montagem A General Motors criou um espaço integrado de montagem em Gravataí RS O sistema operacio nal é inovador pois na mesma área 386 hectares instalouse um complexo automotivo 140000 m2 de área construída unindo em redes de espaço e tempo fornecedores e comprador num verdadeiro condomínio industrial VIEIRA Euripedes Falcão VIEIRA Marcelo Milano Falcão Espaços econômicos geoestratégia poder e gestão do território Porto Alegre Sagra Luzzato 2003 p 60 a Em que tecnologia de processo a GM se baseou para estruturar o espaço integrado de montagem em Gravataí Explique b É possível relacionar o texto a qual processo espa cial verificado no Brasil a partir dos anos 1990 Explique c Por que os autores utilizam a expressão condo mínio industrial Uece 2015 Atente à seguinte descrição Situado entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro interliga as duas principais regiões metro politanas do País destacando os parques tecnológi cos como por exemplo as indústrias aeroespaciais localizadas em São José dos Campos e a indústria siderúrgica em Volta Redonda A descrição anterior referese àao a Vale do Rio dos Sinos b Baixada Santista c Vale do Paraíba d Serra dos Órgãos Faça no caderno 243 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 243 170516 1937 AGROPECUÁRIA NO MUNDO ATUAL E AS POLÍTICAS AGRÍCOLAS NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS 11 C A P Í T U L O Pequenos prazeres grandes consequncias O churrasquinho com os amigos o chocolatinho da tarde Pequenos prazeres também contribuem para esgotar o planeta Mas tudo é uma questão de como produzimos nossos alimentos Você pode até não saber mas na conta de boa parte dos alimentos que consumimos há um ônus para a natureza que não está nos rótulos Recen temente a ministra do Meio Ambiente da França Ségolène Royal clamou em rede nacional para que os franceses parassem de comer um creme feito com avelã e cacau por causa de seus altos custos ambientais Esse creme assim como uma boa variedade de produtos das indús trias alimentícia como margarina chocolate e de cosméticos utiliza em sua composição o óleo de palma A substância tem propriedades antioxi dantes ajuda a conservar melhor os alimentos e confere textura e crocância O problema é que a cadeia produtiva desse componente tão versátil que resulta em iguarias deliciosas muitas vezes é altamente danosa ao meio ambiente É da Malásia e da Indonésia que sai a maior parte da produção mundial do óleo cerca de 85 Nesses países asiáticos o cultivo do vegetal foi diretamente responsável pelo desmatamento de largas faixas de floresta tropical pelo desres peito a tribos indígenas e pela degradação da bio diversidade local Ao substituir a mata nativa por plantações de palma de acordo com a World Wide Fund for Nature WWF devastase uma área equivalente a 300 campos de futebol por hora Indústria do desequilíbrio Em alguma medida todas as produções de alimentos deixam uma pegada ambiental Umas mais outras menos Mas isso tudo está muito rela cionado à forma como a comida é processada e distribuída ou seja no funcionamento da cadeia produtiva Desde o pósguerra a produção de ali mentos ganhou escala industrial É aí que mora o problema No atual contexto global a grande vilã é a carne Ou melhor dizendo a indústria das carnes rebanhos e aves A criação de animais em larga escala tem efeitos colaterais não apenas para o meio ambiente mas para a saúde humana Não se podem ignorar também as implicações éticas da atividade casos de maustratos são frequentes GOMIDE Camilo Pequenos prazeres grandes consequências Planeta ed 516 9 out 2015 Disponível em wwwrevistaplanetacombr Acesso em fev 2016 Esta seção poderá ser desenvolvida com o professor de Biologia numa atividade interdisciplinar 1 Segundo o texto boa parte dos alimentos que consumimos traz ônus que não estão nos rótulos Que danos podem ser esses 2 Os problemas observados na questão anterior surgiram e foram agravados em razão de qual evento 3 O texto informa que no pósguerra a produção de alimentos ganhou escala industrial no entanto cerca de 850 milhões de pessoas passam fome no mundo Converse com os colegas e com o professor sobre as possíveis causas 4 Considerando o que você leu e discutiu até aqui consegue identificar um hábito alimentar seu que poderia mudar visando uma qualidade de vida melhor para você e o planeta Explique 244 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 244 170516 1941 1 ATIVIDADE AGROPECUÁRIA A agropecuária é uma das atividades básicas da humanidade e foi responsável pelas primeiras grandes transformações no espaço geográfico Surgiu há cerca de 12 mil anos no Período Neolítico quando as comunidades primitivas passaram de um modo de vida nômade baseado na caça e na coleta de alimentos para um modo de vida sedentário viabilizado pelo cultivo de plantas e pela domesticação de animais Inicialmente foi praticada às margens de grandes rios como Tigre e Eufrates antiga Mesopotâmia atual Iraque Nilo Egito YangTséKiang China Ganges e Indo Índia Foi justamente nessas áreas que se desenvolveram as primeiras grandes civilizações Com a evolução da agropecuária começou a haver excedente de produção o que possibilitou o desenvolvimento do comércio inicialmente baseado na troca de produtos Nos locais onde ocorriam as trocas desenvolve ramse várias cidades 2 DA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA À REVOLUÇÃO VERDE Graças à Revolução Industrial evoluíram também as técnicas agrícolas o que possibilitou o aumento da produtividade sem necessariamente a ampliação da área de cultivo Esse desenvolvimento tecnológico aplicado à agricultura ficou conhecido como Revolução Agrícola Esse aumento de produtividade foi necessário de um lado em decorrência do crescimento da população em geral da elevação da população urbana e da conse quente diminuição da população rural responsável pela produção agrícola de outro ela ocorreu pela imposição do crescimento industrial que demandava cultivo de matériasprimas para as suas atividades Portanto as bases técnicas da Revolução Agrícola foram propiciadas sobretudo pelas indústrias fornecedoras de insumos para a agricultura máquinas e fertilizantes por exemplo Veja a figura 1 Figura 1 Com as pessoas deixando cada vez mais o campo para viver nas cidades e com grande parte da população que permaneceu no campo trabalhando na produção de matériasprimas para a indústria a produção de alimentos deixou de ser feita pelas próprias pessoas que passa ram a adquirilos das grandes empresas O aumento da produção foi propiciado pela introdução de máquinas e outras tecnologias Na gravura colheita de algodão realizada por máquinas no Alabama Estados Unidos 1893 Esse tema poderá ser desenvolvido com o professor de História numa atividade interdisciplinar FILME O veneno está na mesa De Silvio Tendler Brasil 2011 49 min Documentário que faz um alerta sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes químicos no Brasil UNIVERSAL HISTORY ARCHIVEUIG VIA GETTY IMAGES 245 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 245 170516 1941 Os períodos de expansão colonial constituíram fases importantes da expansão agrícola e da migração de sementes pelo mundo Tanto nas terras colonizadas pelos europeus na América desde o século XVI quanto naquelas tomadas durante a expan são imperialista na África e na Ásia no século XIX os colonizadores implantaram um sistema agrícola para a produção de gêneros alimentícios e de matériasprimas voltado ao abastecimento do mercado europeu Esse sistema ficou conhecido como plantation e era baseado na produção monocultora de gêneros tropicais para fins de exportação praticada em grandes propriedades latifúndios com mão de obra barata ou escrava Após a Segunda Guerra Mundial com o processo de descolonização afroasiática em marcha os países desenvolvidos criaram uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial era o início da Revolução Verde Concebida nos Estados Unidos apresentavase como estratégia para combater a fome e a miséria nos países em desenvolvimento por meio da introdução de um pacote tecnológico contendo novas técnicas de cultivo equipamentos para mecanização fertilizantes defensivos agrícolas e sementes selecionadas figura 2 No entanto em muitos casos as sementes originárias dos países desenvolvidos e cultivadas em laboratório não eram geneticamente capazes de enfrentar as condi ções climáticas típicas dos trópicos clima quente algumas pragas e certas espécies de insetos A solução consistia na utilização de adubos defensivos e fertilizantes também importados dos países mais ricos e cujo uso indiscriminado traz grandes danos às pessoas e ao ambiente Nos países em desenvolvimento a importação de sementes e insumos aumentava a dependência em relação aos desenvolvidos Naqueles países a Revolução Verde também aumentou a distância entre os grandes agricultores que tiveram acesso ao pacote tecnológico e os pequenos lavradores que não tiveram condições de competir nos novos parâmetros de produtividade O aumento da produção baixou o preço dos produtos agrícolas tornando o cultivo inviável para boa parte dos pequenos agricultores As novas condições do mercado contribuíram para o abandono eou a venda de pequenas propriedades que foram sendo incorporadas por latifundiários grandes proprietários Nesse sentido apesar de a Revolução Verde ter contribuído para um aumento significativo na produção de alimentos no planeta e ter criado portanto condições para alimentar um número maior de pessoas acentuaramse os proble mas de concentração da propriedade rural em vários países do mundo como Índia Paquistão Indonésia e Brasil prejudicando a agricultura familiar de subsistência Figura 2 Maquinário moderno pulveriza inseticida em lavoura de batata no Reino Unido 2013 Com a Revolução Verde veio a promessa de produções maiores e mais baratas por meio do uso da tecnologia mas houve também o aumento da poluição ambiental e das desigualdades sociais no campo Além disso a questão da fome continuou sendo um pro blema grave em nosso planeta LOOP IMAGESUIG VIA GETTY IMAGES 246 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 246 170516 1941 BIS Paraso dos agrotxicos O Brasil vive um drama ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante o país desperta para o pesadelo de ser o maior consumidor de agrotó xicos do planeta Mas quanto custa por exemplo uma saca de milho soja ou algodão Será que o preço de tais commodities que há tempos são o motor de uma economia primária à la colonialismo moderno compensa os prejuízos sociais e ambientais negli genciados nos cálculos do comércio internacional Pergunta difícil diz o economista Wagner Soa res do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís tica IBGE A Bolsa de Chicago define o preço da soja mas não considera que para se produzir cada saca são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural e no ser humano por anos ou mesmo décadas Ao final das contas quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade afirma Soares Em seu melhor economês ele garante que as externalidades negativas de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos Segundo o economista do IBGE que recente mente estudou propriedades rurais no Paraná cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 128 dólar em futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados Mas este é um valor subestimado Afinal Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações agudas Levandose em conta os casos crônicos acres cidos da contaminação ambiental difusa nos ecossis temas os prejuízos podem atingir cifras assustadora mente maiores Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes diz Das 50 substâncias mais usadas em terras bra sileiras 24 já foram banidas nos Estados Unidos Canadá Europa e algumas mesmo na Ásia KUGLER Henrique Paraíso dos agrotóxicos Ciência Hoje set 2012 n 296 Disponível em httpcienciahojeuolcombr Acesso em mar 2016 Comente com os estudantes que apesar de o texto ser de 2012 em 2015 o Brasil continuava sendo o maior consumidor de agrotóxico do planeta e o Instituto Nacional de Câncer Inca solicitava a diminuição da utilização de agrotóxicos no país 1 Explique o significado das externalidades negativas de nosso modelo agrário de acordo com o economista Wagner Soares 2 Na questão do padrão de uso dos agrotóxicos a situação mundial é homogênea para todos os países O que é possível inferir a respeito disso no texto O que parece Ð mas nem sempre Ž Ð saudvel A intensificação do uso de agro tóxicos na agricultura pode trazer vários problemas de saúde não apenas ao agricultor que lida dire tamente com o produto mas tam bém aos consumidores Doenças no sistema nervoso câncer e alterações fetais são alguns dos efeitos que a ingestão cumulativa de agrotóxicos presentes nos alimentos pode trazer aos humanos Portanto é necessário atenção à origem dos alimentos con sumidos tendo o cuidado sobretudo na higienização de frutas legumes e verduras Fonte Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa Programa de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos PARA Relatório de atividades 2011 e 2012 p 20 Disponível em httpportal anvisagovbr Acesso em fev 2016 Alface 100 70 60 50 40 30 20 10 80 0 Amostras com agrotxicos não autorizados em Arroz Cenoura Feijão Mamão Pepino Pimentão Tomate Uva 90 41 16 67 6 10 36 84 9 20 Brasil uso de agrotóxicos não autorizados 2011 Esse tema pode ser tratado em conjunto com os professores de Biologia considerando os efeitos dos agrotóxicos para a saúde humana e para os ecossistemas e de Química considerando as particularidades dos elementos químicos presentes nesses produtos É possível realizar um trabalho integrado com o professor de Biologia considerando os efeitos dos agrotóxicos para a saúde humana e para os ecossistemas 247 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 247 170516 1941 3 BIOTECNOLOGIA UMA NOVA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA A biotecnologia é o conjunto de técnicas aplicadas à biologia utilizadas para manipular geneticamente plantas animais e microrganismos por meio de seleção cruzamentos e transformações no código genético Teve grande desenvolvimento nas décadas de 1970 e 1980 mas vem sendo estudada e aplicada desde os anos 1950 em vários países do mundo A própria Revolução Verde que criou sementes híbridas foi um dos agentes que impulsionaram o desenvolvimento da biotecnologia que passou a ser largamente utilizada na agropecuária e em outros setores A manipulação genética é uma das aplicações mais recentes da biotecnologia e consiste na alteração da composição genética dos seres vivos Os vegetais derivados da alteração genética são chamados de OGMs organismos geneticamentes modi ficados e transgnicos OGMs transgênicos Por meio da manipulação genética podese modificar o material genético de um organismo seja fazendo rearranjos retiradas ou duplicações mas sem a adição de material genético de espécie diferente São os organismos geneticamente modificados ou OGMs Quando essa manipulação envolve a introdução de um ou mais genes de outros organismos vivos no DNA ácido desoxirribonucleico de animais e vegetais dáse origem a um transgênico Portanto todo transgênico é um tipo de OGM mas nem todo OGM é um transgênico Por meio da engenharia genética traços genéticos naturais indesejáveis podem ser eliminados e outros implantados artificialmente para aprimorar a qualidade dos produtos agrícolas manipulados Entre os produtos agrícolas que estão disponíveis no mercado ou estarão nos próximos anos é possível destacar tomates de ama durecimento lento batatas maiores e com polpa mais densa bananas graúdas e adaptadas a climas frios milho e algodão quase totalmente imunes a pragas soja com mais proteína uvas e melancias sem sementes figura 3 cebolas e couves produzidas o ano inteiro frutas cítricas resistentes a geadas e girassol com alto teor de ácido oleico mais nutritivo Semente híbrida Resulta do cruzamento de sementes de uma mesma espécie vegetal com o objetivo de melhorar a qualidade a produtividade ou a aparência de um produto agrícola Normalmente possibilita a obtenção de safras maiores Engenharia genética Conjunto das técnicas envolvidas na identificação e manipulação de genes Embora em boa parte a biotec nologia se associe à agropecuária ela tem aplicabilidade também em outros setores clonagem e manipula ção genética indústria farmacêutica novos medicamentos por exemplo fabricação de plásticos e outros pro dutos biodegradáveis novos conser vantes de alimentos e essências além de outras aplicações ainda em fase de desenvolvimento Esse tema pos sibilita um trabalho interessante em conjunto com o professor de Biologia Figura 3 Melancia sem semen tes no Mercado VeroPeso em Belém PA 2004 O sonho de comer melancia sem os incô modos caroços já pode ser realizado Por meio de altera ções genéticas é desenvolvido um vegetal transgênico com as características desejadas JANDUARI SIMÕESFOLHAPRESS 248 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 248 170516 1941 QUESTÕES POLÊMICAS A avaliação dos resultados do uso da biotecnologia é controversa e ainda hoje são realizados estudos sobre os efeitos na saúde humana de produtos alimentícios fabricados com a utilização dessas técnicas na agricultura e na pecuária Se por um lado alguns defendem a biotecnologia para maior produtividade e qua lidade dos alimentos há também muita polêmica e visões opostas sobre os possíveis danos causados pelos vegetais transgênicos à saúde das pessoas aos ecossistemas e a outras plantações De modo geral os críticos do uso dos transgênicos alertam para a necessidade de testes mais amplos e específicos para cada produto e para os impactos ambientais em áreas próximas às do cultivo desses vegetais Outro ponto controverso diz respeito à dominação econômicofinanceira As variedades geneticamente modificadas são produzidas por grandes corporações multinacionais como a estadunidense Monsanto cujas mudas e sementes são patenteadas Dessa forma essas variedades só podem ser utilizadas mediante o pagamento pelo uso das patentes e do pacote tecnológico desenvolvido para o cultivo Com isso fica reduzida a quantidade de beneficiados por essas técnicas além de se acentuar a dependência tecnológica dos países em desenvolvimento em relação aos desenvolvidos A Monsanto atua no Brasil desde a década de 1950 com fábricas de implemen tos agrícolas adubos e fertilizantes e detém entre outras a patente de variedades de soja transgênica um dos produtos agrícolas de maior volume de produção e exportação internacional Patrimônio genético em risco Outro problema para o qual os críticos dos OGMs e dos transgênicos chamam a atenção é que a biotecnologia pode ocasionar a perda da variedade e danos à produção de alimentos Com a homogeneidade cada vez maior das espécies cultivadas os agri cultores optarão pela plantação das mais produtivas e resistentes Se por acaso uma nova praga surgir poderá afetar amplas áreas de cultivo em várias regiões do planeta Há também a possibilidade de haver cruzamentos entre a cultura convencional e a transgênica sobretudo numa mesma propriedade ou em propriedades próximas acarretando o fim da espécie pura convencional O risco de mistura de transgêni cos e OGMs com variedades convencionais existe no cultivo na colheita no trans porte e no armazenamento e já ocorreu no Brasil com a soja Esses riscos remetem à necessidade da rotulação e do rastreamento corretos dos alimentos transgênicos com selo informando dos riscos durante a produção o armazenamento e a dis tribuição dos grãos Veja a figura 4 Da mesma forma a rotulação dos produtos feitos com matériaprima transgênica é necessária além de ser um direito do consumidor As exi gências dessa rotulação variam entre os países No Brasil é exigida se o produto alimentício tiver concentração de transgê nicos superior a 1 Na União Europeia o limite é de 09 e na Rússia 5 É importante comentar com os estu dantes que no Brasil de acordo com a Lei de Biossegurança de 2005 a Comissão Técnica Nacional de Bios segurança CTNBio é responsável pelo estabelecimento de normas de segurança e pelos pareceres técnicos relativos aos OGMs e aos transgêni cos e vem expressandose favoravel mente a eles Vale acompanhar com os estudantes os desdobramentos do Projeto de Lei que propunha mudanças nos rótulos das embalagens de alimentos transgê nicos sugerindo uma discussão com a turma sobre os interesses envolvidos em tal proposta e sobre o direito do consumidor em obter informação clara e precisa sobre os produtos disponíveis no mercado Figura 4 Em 2015 uma polêmica envolveu a maneira como a popu lação seria informada sobre a pre sença de transgênicos na compo sição dos produtos Mudanças sugeridas tanto na maneira de analisar os alimentos como no modo de informar sugeriuse a substituição do rótulo observado na imagem ao lado pela inscrição Contém transgênicos causa ram discussão entre diversos setores da sociedade PRODUTO PRODUZIDO A PARTIR DE SOJA TRANSGæNICA BIS J F DIORIOESTADÃO CONTEÚDO 249 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 249 170516 1941 Em defesa dos transgênicos Os especialistas que defendem a utilização dos OGMs argumentam que não há casos comprovados de danos à saúde humana por consumo de trans gênicos A soja geneticamente modifi cada por exemplo é cultivada desde 1996 e está presente numa grande quantidade de alimentos que a utilizam como matériaprima Os defensores dos transgênicos destacam que os OGMs têm contri buído para o aumento substancial da produtividade e para a redução da utilização de diversos tipos de agro tóxicos nas plantações resultando em ganhos para o ambiente figura 5 Afir mam também que o desenvolvimento dos transgênicos possibilitou que pro dutos mais saudáveis fossem comer cializados com menos ingredientes prejudiciais à saúde humana como as gorduras saturadas Nos últimos tempos o desafio da engenharia genética tem sido a criação de produtos sintéticos em laboratórios como moléculas de características semelhantes às naturais e organismos que possam representar novas fontes de combustíveis O impacto desses produtos na sociedade na economia e portanto no espaço geográfico poderá ser significativo assim como ocorreu com a introdução de novas tecnologias nos setores industriais e de serviços No Brasil entre 1998 e 2014 65 novos produtos com presença de OGMs foram aprovados figura 6 Pesquisas já acenam para vegetais resistentes a estresses abióticos seca excesso de água solos salinos e outros e com características nutricionais melhoradas Fonte PETROF Daiana 10 anos da Lei de Biossegurança Diário da Manhã 20 abr 2014 Disponível em www dmcombr Acesso em fev 2016 Plantas 60 Vacinas 307 Microrganismos e derivados 77 Insetos 16 Total de aprovações 65 1998 1 1 3 5 3 9 3 8 6 3 1 2 3 1 2 3 1 2 1 1 3 1 2 2004 2007 2006 2009 2008 2011 2012 2013 2014 2010 2005 19992003 Plantas Vacinas Microrganismos e derivados Insetos Figura 6 Brasil aprovações comerciais de produtos OGM 19982014 LEITURA Transgênicos sementes da discórdia José Eli da Veiga Org Senac 2007 São apresentados três pontos de vista sobre o assunto o da defesa o do ataque e o do meio termo A obra considera a controvérsia fundamental para a compreensão da questão dos transgênicos Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB wwwciborgbr Informações de base científica sobre a biotecnologia e suas diversas aplicações SITE Figura 5 Laboratório de Biotecnologia da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo UPF no Rio Grande do Sul 2015 Nesse laboratório realizamse pesquisas de transgenia que garantam ao milho a resistência contra insetos LUIZ FERNANDO RUBIO CAROLINE SIMORASSESSORIA DE IMPRENSA UPF 250 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 250 170516 1941 Biologia Coexistência de lavouras milho transgênico e convencional Quando há coexistência de lavouras de milho transgênico com a de milho convencional a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança CTNBio deter mina que a distância entre elas deve ser igual ou superior a 100 metros Outra opção é manter a distância mínima de 20 metros desde que o espaço entre uma plantação e outra seja ocupado por 10 fileiras de plantas de milho convencional Essas 10 fileiras que formam a barreira de defesa entre as plantações devem ser colhidas como milho transgênico O objetivo é proteger o milho convencional de uma mudança genética promovida pela própria natureza 1 Qual fenômeno explica a possível contaminação de uma espécie de milho por outra Explique como ele ocorre 2 Considere a sua resposta à questão anterior e julgue a validade das regras estabelecidas pela CTNBio AGRICULTURA ORGÂNICA Ao mesmo tempo em que a engenharia genética e a biotecnologia avançam a passos largos a prática da agricultura orgânica ganha muitos adeptos não só nos países desenvolvidos sobretudo os europeus mas também em vários países em desenvolvimento figura 7 Visando alinhar saúde e melhores condições de vida das populações com sustenta bilidade na agricultura orgânica utilizamse métodos naturais para a correção do solo e o controle de pragas Nela não são utilizados fertilizantes agrotóxicos e transgênicos garantindo a manutenção da qualidade do solo o reaproveitamento de resíduos o uso racional da água e respeitando as relações sociais e culturais da população Problemas como a carne bovina contaminada pela doença da vaca louca na Europa verduras com excesso de agrotóxicos águas poluídas por pesticidas e esgotamento do solo por causa do uso intensivo de irrigação têm forçado as pessoas envolvidas no processo de produção agropecuária a repensar os métodos utilizados Figura 7 Plantação orgânica de hortaliças em Santa Maria RS 2015 Uma maneira eficaz de evi tar a ingestão de agrotóxicos resi duais é optar pelo consumo de pro dutos orgânicos mais saudáveis saborosos e de boa durabilidade GERSON GERLOFFPULSAR IMAGENS 251 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 251 170516 1941 A agricultura orgânica é desse modo uma prática que pode contribuir para a redução dos danos causados aos ecossistemas muitos deles já bastante afetados pelo uso intensivo de técnicas utilizadas na agricultura moderna que contribuem para a degradação dos solos a poluição de lençóis freáticos córregos e rios e a extinção de espécies vegetais e animais Muitos consumidores deste início do século XXI estão convencidos da qualidade superior dos produtos orgânicos e dos problemas socioambientais que podem ser evitados por esse tipo de cultivo Por possuir grande variedade de tipos de solo e de clima além de uma rica biodi versidade e variadas culturas o Brasil é um dos países com grande potencial para o crescimento da produção orgânica Hoje o país possui uma das maiores produções destinadas à agricultura orgânica em comparação a outros países do mundo figura 8 Entre os principais produtos orgânicos brasileiros estão frutas banana abacaxi café mel leite açúcar frango além de verduras Segundo a FAO dados de 2012 cerca de 90 dessa produção é exportada principalmente para Estados Unidos União Europeia e Japão Além dos produtos naturais cresce também o consumo de produtos industrializados feitos a partir de matériasprimas orgânicas como chás óleos vegetais e cereais Esse crescimento não está associado apenas à procura dos consumidores por produtos mais saudáveis e sustentáveis mas também é parte da estratégia com petitiva dos varejistas do país em oferecer produtos orgânicos aos consumidores O crescimento da produção orgânica no Brasil também pode ser explicado pela implementação de políticas governamentais concebidas para promover o setor entre elas o apoio ao produtor rural O Censo Agropecuário de 2006 realizado pelo IBGE fez o primeiro levantamento a respeito da agricultura orgânica no Brasil de forma mais ampla Neste levantamento não foi perguntado ao agricultor se ele atendia às leis brasileiras de produtos orgânicos há uma legislação federal de 2003 nem se o produto era certificado como orgânico ou não No entanto foi questionado se o agricultor utilizava qualquer tipo de insumo agrícola artificial e se adotava medidas para conservação dos recursos naturais e do ambiente de modo geral Nesse Censo constatouse que mais de 80 dos produtores de orgânicos no Brasil se enquadram na categoria de agricultura familiar 326 milhões de ha cultivados com orgânicos 151 123 357 369 Austrália Brasil Argentina Demais países Figura 8 Mundo produção orgânica Fonte IBGE Censo Agropecuário 2006 Disponível em wwwibgecombr Acesso em fev 2016 FAO wwwfaoorgbr Site da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO Contém informações sobre a agricultura e sobre a fome no mundo além de publicações dados estatísticos e vídeos sendo a maior parte em inglês SITE A agricultura orgânica é prati cada em 120 países em 326 milhões de hectares O Brasil possui a segunda maior área cultivada com orgânicos BIS O conceito de agricultura familiar será tratado na segunda parte do Captulo 12 252 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 252 170516 1941 EQUADOR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁRTICO POLAR ÁR POLAR ÁR CÍRCULO POLAR ÁR CÍRCULO POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR CÍRCULO POLAR ÁR CÍRCUL TICO TICO POLAR ÁRTICO POLAR ÁR O POLAR ÁR O TICO TICO TICO TICO CÍRCUL CÍRCUL CÍRCUL TICO TICO TICO TICO TICO TICO POLAR ÁRTICO POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR CÍRCUL POLAR ÁRTICO CÍRCUL TICO TICO CÍRCUL POLAR ÁR CÍRCUL CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO MERIDIANO DE GREENWICH TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO 0 0 16 26 19 11 18 3 10 7 2 14 20 24 22 17 28 23 27 25 9 21 6 15 13 12 5 8 1 4 11 3 10 7 2 9 5 6 8 1 4 695 366 239 116 108 40 34 29 28 14 10 116 62 28 27 20 9 3 3 1 09 02 27 19 26 23 18 25 21 22 24 17 20 28 02 15 14 13 12 750 688 314 300 160 Estados Unidos Brasil Argentina Canadá China Índia Paraguai África do Sul Paquistão Uruguai Bolívia Filipinas Austrália Burkina Faso Mianmar México Espanha Chile Colômbia Honduras Sudão Portugal Rep Tcheca Cuba Egito Costa Rica Romênia Eslováquia 16 Área total de cultivos de OGM por país 2012 Milhões de hectares Mil hectares 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 17 1996 Incremento gradual de superfícies cultivadas com OGMs Em 2012 os cultivos de OGMs alcançaram 170 milhões de hectares ao redor do mundo aumentando 6 em relação ao ano anterior 442 2000 900 2005 1480 2010 1703 2012 90 10 Países desenvolvidos Países em desenvolvimento 17 milhão de agricultores 156 milhões de agricultores Como se distribuem os cultivos de OGM e em que proporção do total mundial Milho Soja Algodão Canola Outros 0 20 40 60 80 100 120 140 160 556 103 81 243 93 6 22 19 Mais de 1 3 países Países 17 35 81 81 30 11 14 3 Milhões de hectares Cultivo OGM Convencional N 0 3380 km Mundo cultivos comerciais de variedades de OGMs 2012 Fonte Centro de Informação da Biotecnologia CIB Disponível em httpscibptfileswordpresscom Acesso em fev 2016 Os OGMs no mundo Observe as informações e responda às questões 1 De acordo com os dados apresentados qual grupo de países possui as maiores áreas cultivadas de OGMs Cite um país de cada grupo com as maiores áreas 2 Quais são os principais produtos cultivados no mundo por meio de alterações genéticas Coloqueos em ordem decrescente 3 Compare os dados apresentados sobre a área cultivada com OGMs no Brasil e a área cultivada com produtos orgânicos O que se pode dizer a respeito DACOSTA MAPAS 253 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 253 170516 1941 1 Sobre a Revolução Verde faça o que se pede a Aponte seus pontos negativos e seus pontos positivos b Converse com os colegas sobre o que poderia ser feito para que os pontos negativos por vocês apon tados fossem minimizados 2 Compare os problemas oriundos da Revolução Verde com a introdução dos transgênicos nos dias atuais 3 De que forma as políticas agrícolas dos países desenvolvi dos afetam a economia dos países em desenvolvimento 4 Ao adquirir produtos alimentícios você está atento à presença ou não de OGMs em sua composição Por quê 5 Você é contra ou a favor dos OGMs e dos transgênicos Em grupos você e os colegas farão um debate sobre o tema apontado a visão dos dois lados sobre o assunto 6 Sobre agricultura orgânica faça o que se pede a Caracterizea e indique suas vantagens e desvan tagens em relação às outras formas de cultivo b Você ou seus familiares procuram adquirir produtos derivados desse tipo de agricultura Por quê Faça no caderno 1 Enem 2007 Aumento de produtividade Nos últimos 60 anos verificouse grande aumento da produtividade agrícola nos Estados Unidos da América EUA Isso se deveu a diversos fatores tais como expansão do uso de fertilizantes e pesticidas biotecnologia e maquinário especializado O gráfico a seguir apresenta dados referentes à agricultura desse país no período compreendido entre 1948 e 2004 1950 1960 1970 1980 1990 2000 200 175 125 100 75 50 25 0 75 150 Mudanças desde 1948 em Ano 50 25 Produtividade total da agricultura dos Estados Unidos Custos de material Despesas de capital Uso da terra Custos de mão de obra Fonte Scientific American Brasil jun2007 p 19 com adaptações Com base nas informações anteriores podese considerar fator relevante para o aumento da produ tividade na agricultura estadunidense no período de 1948 a 2004 a o aumento do uso da terra b a redução dos custos de material c a redução do uso de agrotóxicos d o aumento da oferta de empregos e o aumento do uso de tecnologias 2 FGV 2014 Considere um anúncio publicitário da maior empresa agroquímica do mundo forne cedora de sementes transgênicas e o uso que se fez da cartografia REPÚBLICA UNIDA DA SOJA BOLÍVIA PARAGUAI ARGENTINA BRASIL OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO TRÓPICO DE CAPRICÓR NIO 50º O N 0 530 km República Unida da Soja República Unida da Soja Fonte Atlas da questão agrária brasileira Disponível em www2fct unespbrneraatlascgcchtm Acesso em out 2015 O mapa da República Unida da Soja a destaca a importância do agronegócio para os países sulamericanos e o apoio incondicional da empresa ao aumento da participação desses países no mercado internacional b apresenta uma proposta de expansão da mono cultura da soja baseada na dependência dos insumos agrícolas fornecidos pela empresa des considerando as fronteiras dos países envolvidos c pode ser considerado como resposta aos ecolo gistas que promovem campanhas para reduzir as áreas de cultivos de transgênicos um retrocesso econômico para os países do Mercosul d serve aos objetivos dos países envolvidos de expandir as suas atividades agroexportadoras para a obtenção de maiores recursos que seriam destinados à criação de infraestruturas sociais e tem o objetivo de sensibilizar os governos dos países envolvidos para que promovam transfor mações nos sistemas agrícolas para aumentar a competitividade internacional SONIA VAZ BIS 254 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 254 170516 1941 4 POLÍTICA AGRÍCOLA NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS O tema mais polêmico na Organização Mundial do Comércio OMC é a redução dos subsídios para a produção agrícola e o fim da proteção de mercado praticado pelos países desenvolvidos Estes últimos sempre estabeleceram tarifas elevadas à importação de alimentos e matériasprimas de origem agropecuária e fartas subvenções à produção nacional Essas questões são relevantes para o Brasil a Argentina a Indonésia e para os países onde a agropecuária contribui expressivamente para a pauta de exportações visto que dificultam a entrada nos mercados protegidos do mundo desenvolvido Veja a tabela Mundo principais exportadores de produtos agrícolas e percentual em relação ao total das exportações de mercadorias de cada país 2014 Origem Total em bilhões de dólares Parte correspondente às exportações totais do país Estados Unidos 182 112 União Europeia 178 79 Brasil 89 39 China 74 32 Canadá 68 143 Indonésia 44 25 Índia 43 135 Tailândia 40 175 Austrália 39 16 Argentina 38 526 Outras medidas não tarifárias também bloqueiam a importação de determinados produtos agropecuários barreiras zoossanitárias fitossanitárias e ambientais Existem ainda barreiras relativas às práticas de dumping social quando há superexploração da mão de obra utilizada na atividade agrícola reveja o Capítulo 4 O protecionismo compreendia ainda o estabelecimento de cotas de importação dos três importantes centros da economia mundial Estados Unidos Japão e União Europeia Tais medidas além de impactarem a balança comercial dos países dependentes da exportação agrícola dificultam as suas importações essenciais ao desenvolvimento como máquinas equipamentos industriais e implementos agrícolas A maior abertura do mercado em todo o mundo ou seja a redução de barreiras comerciais é negociada na OMC desde a rodada de Doha iniciada em Catar em 2001 reveja o Capítulo 4 De lá para cá houve pouco progresso Os avanços ocorreram a partir das rodadas de Bali Indonésia em 2013 e de Nairóbi Quênia em 2015 Em Bali foram traçados compromissos como a desburocratização dos processos de importação de mercadorias a eliminação progressiva dos subsídios à exportação agrícola não extensiva aos países onde a atividade agrícola é essencial à segurança alimentar como na Índia e a redução das cotas de importação Na Conferência de Nairóbi foi definida a proibição imediata dos subsídios à exportação agrícola dos países desenvolvidos Os países em desenvolvimento deve rão proceder da mesma maneira até 2018 concedendo uma maior flexibilidade aos mais pobres desse grupo Exportações extraUE apenas aquelas realizadas pela União Europeia para países não mem bros do bloco exclui as exporta ções intraUE Fonte OMC Estadísticas del comercio internacional p 77 e 78 Disponível em wwwwtoorg Acesso em abril 2016 255 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 255 170516 1941 POLÍTICA E ESPAÇO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO JAPÃO A política econômica japonesa tradicionalmente defende seu mercado doméstico dos produtos importados A renda derivada dos impostos de importação agrícola é convertida em subsídio para os agricultores japoneses Apesar dos elevados subsídios destinados à agropecuária e das barreiras alfan degárias aos produtos importados provenientes desse setor o Japão é dependente da importação de gêneros agrícolas O pequeno território que em parte se apresenta com relevo montanhoso tem escassez de áreas cultiváveis o que determina uma produção insuficiente e pouco diversificada apesar da alta tecnologia empregada nos cultivos e na criação de animais o que aumenta a produtividade figura 9 Entre os principais produtos agrícolas do país estão arroz beterraba frutas legumes hortaliças e carne de porco O arroz é o produto que mais recebe incentivo governamental considerado fundamental à segurança alimentar do país e é um dos raros produtos em que o Japão é autossuficiente UNIÃO EUROPEIA POLÍTICA E PRODUÇÃO AGRÍCOLA Na União Europeia a proteção agrícola por meio de taxação dos produtos importados apoio estatal à produção e subsídios à exportação para garantir a venda de excedentes são regulamenta dos pela Política Agrícola Comum PAC Criada em 1962 tinha como objetivo proteger os pro dutos agropecuários europeus dos importados fortalecendo o mercado interno Para isso a PAC antes ainda da formação da UE estabeleceu a unificação do mercado entre os países europeus com preferência para o comércio de seus pro dutos a garantia de preços mínimos e a fixação de tarifas comuns aos países do grupo para os produtos estrangeiros As medidas protecionistas da PAC porém geraram muitas reclamações dos países em desenvolvimento junto à OMC além de disputas internas na União Europeia Em razão disso várias alterações foram sendo propostas ao longo dos anos nesse acordo figura 10 Segurança alimentar Conceito segundo o qual todas as pessoas devem ter garantido o direito ao acesso de alimentos básicos de qualidade e em quantidade suficiente Figura 9 Lavoura mecanizada de arroz em Higashikawa Japão 2015 O alto desenvolvimento tecnológico empregado nas ati vidades agropecuárias resultou num significativo aumento da produção mas também reduziu a mão de obra no campo Somente 7 da População Economica mente Ativa PEA do Japão está empregada no espaço rural ASAHI SHIMBUN VIA GETTY IMAGES DENIS CHARLETAFP Figura 10 Agropecuaristas franceses protestam contra alterações na PAC que implicam redução de benefícios aos produtores da UE Na faixa eles pedem para salvar sua agricultura Lille França 2009 256 Unidade 4 Espaço e produço TSV2U4CAP11244260indd 256 170516 1941 Em 2003 a UE liberou o comércio de alimentos transgênicos inclusive os indus trializados que utilizam esse tipo de matériaprima desde que sejam identificados no rótulo do produto A decisão sobre o consumo de mercadorias com ingredientes geneticamente modificados foi transferida para o próprio consumidor No entanto esses produtos encontram ampla rejeição tanto dos consumidores como dos agri cultores em todos os países da comunidade A UE apresenta uma importante e diversificada produção agrícola com grande aproveitamento de seus solos em geral férteis O uso do solo é feito com técnicas modernas que propiciam elevada produtividade O cultivo de cereais predomina com destaque para o trigo seu produto mais importante Outros cereais importantes são o centeio a aveia e a cevada produtos típicos das áreas de clima temperado O centeio substitui o trigo em áreas de clima mais frio e é importante na fabricação do pão A aveia é produzida principalmente para alimentação do gado forragem A cevada é matériaprima básica da cerveja produto importante em vários países europeus Os maiores produtores desses cereais são Alemanha França Espanha Polônia e Reino Unido Nas regiões de clima mediterrâneo destacase o cultivo de oliveira para produzir azeitonas e azeite sendo Portugal Espanha Grécia França e Itália os maiores e melhores produtores mundiais Outro cultivo especial é o da videira para produção de vinhos As principais regiões com produção de uvas para vinho chamadas de viníferas estão na bacia do Mediterrâneo França Itália e Espanha Esses países nessa ordem são os maiores produtores de vinho do mundo representando cerca de 50 do mercado mundial Portugal e Alemanha também aparecem entre os dez maiores produtores mundiais Observe o mapa figura 11 Fonte CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 113 ATENAS Barcelona Bilbao Bordeaux MADRI LONDRES Manchester Marselha Milão Nápoles PARIS VARSÓVIA HELSINKI Malmo Perm Ufa Nizni Novgorod MOSCOU MINSK Dnepropetrovsk Rostov TBILISI BUCARESTE BUDAPESTE Cracóvia Bolonha Glasgow Roterdã DUBLIN S Petersburgo RIGA Batumi Hamburgo BERLIM Dresden Frankfurt BRUXELAS Genebra Lyon Toulouse Oviedo LISBOA Laroslav OCEANO GLACIAL ÁRTICO MAR NEGRO M A R C Á S P I O MAR DO NORTE CÍRC ULO P OLAR ÁRTI CO M A R B Á L T I C O M A R M E D I T E R R Â N E O OCEANO ATLÂNTICO MERIDIANO DE GREENWICH 40 N 0 ÁFRICA ÁSIA ÁSIA N 0 350 km Cultivo Pastagem Floresta Algodão Batata Beterraba Chá Cítricos Madeira Milho Oliva Tabaco Trigo Uva Produção agrícola predominante Agropecuária Bovino Caprino Ovino Suíno Rebanho predominante Área com limitações para uso agrícola Capital de país Cidade Localidades Figura 11 Europa agropecuária 2010 SONIA VAZ 257 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 257 170516 1941 ESTADOS UNIDOS POLÍTICA E PRODUÇÃO AGRÍCOLA Os Estados Unidos são o país que detém o maior índice de produtividade agro pecuária do planeta Apesar de empregarem apenas cerca de 3 de sua População Economicamente Ativa PEA na agricultura são os maiores produtores e exportado res do mundo A elevada produção e a alta produtividade devemse em boa parte à estreita relação entre agropecuária e indústria e à consequente intensificação do processo de mecanização agrícola figura 12 Existem cinco características marcantes na agricultura estadunidense política agrícola com forte apoio do Estado aos produtores rurais por meio de subsídios e práticas protecionistas A lei agrícola Farm Bill de 2008 destina amplos subsídios a seus produtores rurais atualmente em cerca de 95 bilhões de dólares ao ano causando grandes impactos no comércio mundial com prejuízos especialmente para os países em desenvolvimento atuação em vários países do mundo por meio de empresas que produzem distribuem e comercializam alimentos sementes e outros insumos agrícolas São exemplos a Monsanto a Cargill e a Bunge que mantêm operações em vários países incluindo o Brasil forte investimento em biotecnologia por meio de instituições de pesquisa e empresas organização do espaço agrário em belts cintures agrcolas onde pre domina determinado produto adaptado às condições de clima solo e mercado elevado grau de mecanização em todas as etapas do processo do cultivo ao beneficiamento do produto o que garante altíssima produtividade CANADÁ MÉXICO CALIFÓRNIA 100º O OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Grandes Lagos Charleston Chicago 12 32 45 9 Los Angeles ÁSIA Nova Orleans AMÉRICA LATINA Baltimore ÁFRICA EUROPA Nova York 19 18 7 40º N N 0 450 km Região inovadora e primeiro estado produtor Mudanças agrícolas recentes ampliação do cultivo de soja e do milho e de outras culturas Bolsa de cotação agrícola Porto de exportação agrícola Exportações parte do total Importações parte do total CALIFÓRNIA Mudanças e dinâmicas Grandes regiões da agropecuária estadunidense produção de milho trigo soja algodão frutas espaço dos cinturõespecuária Corn belt cinturão do milho celeiro agrícola dos EUA Espaços agrícolas Dairy belt cinturão dos derivados do leite espaço dedicado aos produtos derivados do leite Limites do espaço agrícola produtivo e exportador Culturas e atividade criatória inexistentes ou pontuais Figura 12 Estados Unidos espaço agropecuário início do século XXI Fonte MATHIEU JeanLouis Dir Géographie Term Paris Nathan 2004 p 115 SONIA VAZ 258 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 258 170516 1941 Como alimentar 9 bilhões de pessoas sem destruir o ambiente A agropecuária está hoje entre os maiores responsáveis pelo aquecimento global por lançar na atmosfera uma quantidade de gases associados ao efeito estufa maior que a de todos os carros caminhões trens e aviões juntos sobretudo sob a forma de gás metano produzido na digestão do gado e em plantações de arroz do óxido nitroso oriundo dos campos culti vados e do dióxido de carbono liberado pelo des matamento em regiões tropicais com o objetivo de abrir novas plantações e pastagens O setor agrícola é o maior usuário dos nossos preciosos suprimentos de água doce e um dos maiores poluidores na medida em que a drenagem de água mesclada a fertilizantes e excrementos perturba o frágil equilíbrio de lagos rios e ecossistemas litorâneos em todo o mundo A ativi dade também contribui para a perda de biodiversidade Sempre que a fronteira agrícola avança sobre campos e florestas estamos destruindo hábitats cruciais Os desafios ambientais postos pela agricultura são imensos e tendem a ficar mais urgentes à medida que nos empenhamos em satisfazer a fome crescente no planeta Vamos ter mais 2 bilhões de bocas para ali mentar até meados deste século seremos 9 bilhões de pessoas O mero crescimento demográfico não é o único motivo de necessitarmos de mais comida A redução da pobreza ao redor do mundo sobre tudo na China e na Índia levou ao crescimento da demanda por carne ovos e laticínios assim como ao aumento da pressão para cultivar mais milho e soja essenciais na manutenção dos rebanhos de vacas porcos e galinhas De que maneira o mundo pode duplicar a oferta de alimentos e ao mesmo tempo reduzir os danos ambientais Concluímos que cumprindo cinco eta pas será viável solucionar o dilema PRIMEIRO PASSO Interromper o aumento do impacto ambiental da agricultura Não temos mais condições de aumentar a área de cultivo Substituir a floresta tropical por áreas agrícolas é uma das coisas mais destrutivas que podemos fazer em relação ao ambiente e raras vezes isso ocorre em benefício dos 850 milhões de pessoas que ainda passam fome no mundo SEGUNDO PASSO Aumentar a produtividade das plantações existentes Com uso de métodos de cultivo de tecnologia avançada e de grande precisão assim como de abor dagens desenvolvidas na agricultura orgânica seria possível multiplicar várias vezes a produtividade TERCEIRO PASSO Uso eficiente dos recursos A agricultura comercial vem passando por avanços enormes encontrando maneiras inovadoras de aplicar fertilizantes e pesticidas de forma mais precisa o que ajuda a minimizar a contaminação por substâncias químicas das vias fluviais próximas O cultivo orgânico também reduz o uso de água e produtos químicos ao fazer uso de culturas de cober tura de acolchoados e de compostagem para melhorar a qualidade do solo diminuir a perda da água e assegu rar a contenção de nutrientes QUARTO PASSO Mudanças na dieta Vai ser mais fácil alimentar 9 bilhões de pessoas se uma proporção maior das safras hoje cultivadas servir para a nutrição humana Apenas 55 das calorias pre sentes em safras agrícolas atuais seguem para a mesa das pessoas O restante vira ração para animais cerca de 36 ou então se converte em biocombustíveis e produtos industriais por volta de 9 QUINTO PASSO Diminuir o desperdício Estimase que um quarto de todas as calorias nos alimentos do mundo e até metade do peso total dos alimentos sejam perdidos ou desperdiçados antes mesmo de chegar aos consumidores Nos países ricos boa parte desse desperdício ocorre em residên cias restaurantes e supermercados Nos países mais pobres o alimento em geral se perde no caminho entre o produtor e o mercado devido à precariedade do armazenamento e do transporte FOLEY Jonathan O futuro da comida Revista National Geographic Brasil Edição de aniversário 14 anos maio 2014 p 5457 Vale sugerir aos estudantes a versão completa da matéria disponível na edição impressa da revista Revista National Geographic Brasil Edição de aniversário 14 anos maio 2014 ou no site httpviajeaquiabrilcombrmateriaso futurodacomidacincopassosparaalimentaromundo Acesso em fev 2016 1 Cite os principais danos causados pela agropecuária ao meio ambiente 2 Que fatores levarão ao aumento da produção de alimentos 3 A discussão sobre como aumentar a produção alimentar é polarizada por dois grupos econômicos principais Considerando o que você estudou no capítulo quais são esses grupos 4 Na visão do autor e dos cientistas envolvidos na pesquisa prevaleceram as ideias de algum desses grupos Justifique 259 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 259 170516 1941 1 O que é a Política Agrícola Comum PAC da UE e quais são os seus principais objetivos 2 Caracterize a organização da produção agrícola dos Estados Unidos em termos espaciais e aponte aspec tos importantes de sua política agrícola 3 Considerando o clima o solo e o mercado observe o mapa da página 258 e responda dessas condições qual deve ter sido a mais importante para definir a loca lização do dairy belt cinturão dos laticínios Explique 4 Relacione as características do território japonês à agropecuária no país 5 Comente a contradição existente entre a política neo liberal defendida por muitos países desenvolvidos e as políticas agrícolas adotadas por eles 6 Observe a imagem ao lado Explique os fatores econômicos e naturais que propi ciam paisagens como essa em alguns países da União Europeia e que garantem aos agricultores desse bloco competitividade nos mercados interno e externo Faça no caderno 1 UFJFMG 2016 Foram concluídas em agosto de 2015 as negociações que culminaram na adoção em setembro dos Obje tivos de Desenvolvimento Sustentável ODS por ocasião da Cúpula das Nações Unidas para o Desen volvimento Sustentável Processo iniciado em 2013 seguindo mandato emanado da Conferência Rio20 os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze anos sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM Dentre os obje tivos do referido documento está o Objetivo 2 Acabar com a fome alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável Disponível em httpwwwpnudorgbrDocs TransformandoNossoMundopdf Acesso em 30 out 2015 Eliminar os subsídios à exportação de produtos agrí colas contribui para acabar com a fome porque a aumentará a produção da agricultura sustentável internacional b proporcionará equilíbrio entre a demanda e oferta de insumos c será possível diminuir a área ocupada pela agri cultura tradicional d tornará mais barato os produtos agrícolas dos países mais ricos e valorizará os produtos agrícolas dos países em desenvolvimento 2 UPE 2014 Tomates de amadurecimento lento frutas cítricas resistentes à geada soja resistente à herbicida e com mais proteína batatas maiores e com polpa mais densa são alguns dos produtos que estão disponíveis no mercado ou estarão nos próxi mos anos Esses produtos referidos fazem parte do que se poderia designar como uma Nova Revolução na agricultura decorrentes mais especificamente de um fato mencionado a seguir Assinaleo a Utilização de novos insumos agrícolas b Mudança climática global c Realização de Reforma Agrária em áreas de solos férteis d Alterações pedológicas do meio ambiente e Engenharia genética 3 UEPB 2013 Com a finalidade de gerar excedentes e se tornarem altamente competitivos no mercado internacional os Estados Unidos desenvolveram uma agricultura comercial bastante especializada que se utiliza de técnicas modernas e está bastante integrada à indústria e ao comércio daquele país denominada de a Belts ou Cinturões agrícolas b Agricultura de jardinagem c Kibutz d Kolkhozes e Plantation Plantação de trigo na região de Auvergne França 2012 JAUBERT IMAGESALAMYFOTOARENA 260 Unidade 4 Espaço e produço TSV2U4CAP11244260indd 260 170516 1941 ESPAÇO AGRÁRIO NO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO E NO BRASIL 12 C A P Í T U L O Agronegcio Observe a tabela a seguir 20000 0 40000 60000 80000 100000 20142015 20042005 19941995 Produção em milhões de toneladas Área plantada em milhões de hectares 2593 1168 9622 3191 5231 2330 Brasil carrochefe das exportações Fonte Folha de SPaulo 30 jul 2015 Caderno Agronegócio p 6 Mesmo com a crise brasileira e a queda dos preços agrícolas no mercado mundial o agronegócio participou com mais de 40 das exportações brasileiras em 2015 Dos dez produtos que lideraram as vendas do país ao mercado externo em 2014 seis estão relacionados ao setor café açúcar soja derivados de soja carne de frango e carne bovina a Qual tem sido o carrochefe tradicional das exportações agrícolas brasileiras nas últimas décadas b De que forma o gráfico justifica o ganho de produtividade desse produto c Quais produtos entre os citados na tabela também são exportados in natura isto é não transformados d Qual produto agrícola é responsável pela produção de dois produtos de exportação listados na tabela Brasil posição mundial no agronegócio 2014 Posição exportação Produto Posição produção 1a Açúcar 1a 1a Café 1a 1a Suco de laranja 1a 1a Soja 2a 1a Carne bovina 2a 1a Carne de frango 2a 1a Etanol 2a 2a Milho 3a 4a Carne suína 4a Os Estados Unidos exportam 48 milhões de toneladas de milho por ano liderando as vendas externas mundiais A China com produção de 566 milhões de toneladas de carne suína por ano é líder mundial no setor Fonte Folha de SPaulo 30 jul 2015 Caderno Agronegócio p 6 BIS 261 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 261 170516 1941 1 ATIVIDADES AGRÁRIAS NO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO Os países em desenvolvimento já foram caracterizados como exportadores de produtos agrícolas e matériasprimas figura 1 Apesar dessa característica continuar válida para a maioria das nações desse grupo atualmente os países desenvolvidos é que respondem pelo maior volume de exportação de produtos agrícolas Isso porque a modernização da produção e os enormes incentivos destinados à atividade agrícola gerou cada vez mais excedentes nesses países Além disso suas políticas protecio nistas dificultaram a entrada da produção agrícola dos países em desenvolvimento conforme discutido no capítulo anterior A maioria dos países africanos latinoamericanos e asiáticos não prioriza uma agricultura destinada ao abastecimento do mercado interno Em grande parte o maior obstáculo à solução desse problema é o fato de eles não terem se libertado de seu passado colonial considerando a estrutura e o destino da produção agropecuária O modelo agrícola de exportação ainda é prioritário em detrimento das necessidades locais É justamente nos países mais dependentes da exportação de produtos agrícolas que os problemas alimentares são crônicos Chá cacau café algodão borracha natural amendoim frutas tropicais entre outros constituem a base da produção de muitos países De maneira geral eles dependem da importação de cereais do mundo desenvolvido para alimentar sua população No mundo em desenvolvimento o salto de produtividade prometido pela Revolução Verde limitouse a alguns setores ligados à agricultura e à pecuária comerciais de exportação No Sudeste Asiático as novas tecnologias só tiveram efeito positivo quando aplicadas à produção de arroz alimento essencial aos povos da região Nos países classificados pelas instituições internacionais como emergentes entre eles o Brasil a agricultura gerou e tem gerado as divisas necessárias à importação de equipamentos e tecnologia e à obtenção de saldos favoráveis na balança comercial O fato é que as políticas agrícolas não estimulam a produção de gêneros para o mercado interno e ao mesmo tempo mantêm elevado o preço dos produtos básicos de subsistência Atualmente a produção agropecuária tem potencial para alimentar toda a população do planeta Ainda assim em 2015 cerca de 800 milhões de pessoas não tinham acesso a alimen tação adequada Milhares de crianças ainda morrem diariamente em consequên cia direta ou indireta da má alimentação de acordo com as estimativas da FAO Esses são indicadores de que o aumento da produção da agricultura mundial não atingiu igualmente todas as regiões do planeta Nos paí ses africanos por exemplo desde a década de 1970 o crescimento médio da produ ção agrícola girou em torno de 1 ao ano enquanto o cresci mento populacional ultrapas sou a média de 25 ao ano FILME Quem alimenta o mundo De Erwin Wagenhofer Áustria 2005 93 min O filme ajuda a compreender como são produzidos os alimentos que consumimos e explica o que temos a ver com a fome no mundo O tema fome será retomado na Uni dade 3 do Volume 3 desta coleção MAURICIO SIMONETTIPULSAR IMAGENS Figura 1 Navio sendo carregado com soja vinda do CentroOeste no píer do Porto de Itaqui em São Luís MA 2013 262 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 262 170516 1941 AGROPECUÁRIA NA ÁFRICA Os países da África Subsaariana região ao sul do Deserto do Saara apresentam em geral índices de crescimento econômico baixos Conflitos étnicos guerras civis e economia dependente dos setores primários da agricultura e da mineração são obstáculos aos avanços sociais nessa região A fome é um grave problema e os resul tados das políticas de combate a ela ainda são insuficientes De modo geral esses países ainda se ressentem das marcas deixadas pelo colonialismo entre o século XVI e o XX e das turbulentas transições de poder enfrentadas após a descolonização A ocupação da África no século XIX durante a expansão imperialista europeia provocou a substituição das culturas de subsistência nas regiões com solos mais férteis pelas monoculturas de exportação que permanecem até os dias atuais Esse modelo de ocupação imperialista gerou concentração fundiária e impediu muitas comunidades de praticar a lavoura para o consumo ampliando os problemas sociais e levando a fome à boa parte da população africana A agricultura de subsistência ou para con sumo próprio caracterizase pelo uso de instru mentos e técnicas rudimentares e tem baixo ren dimento É praticada principalmente no interior do continente nas áreas de Savanas O lavrador faz a queimada para limpar o terreno e poste riormente com a enxada tira os torrões de terra e faz a semeadura utilizando as próprias cinzas ricas em potássio como fertilizante No entanto o uso constante de queimadas prejudica o solo obrigando o agricultor a se deslocar para outras áreas onde reproduz o mesmo sistema de cul tivo O fogo destrói os microrganismos do solo e transforma troncos e folhas em cinzas impedindo a formação da matéria orgânica fundamental à manutenção da fertilidade do solo Veja a figura 2 Fundiária Relativa a terrenos agrária Inglês Fome Observe a charge e resolva as atividades A tradução da charge é Com licença Vou precisar disso para abastecer meu carro 1 Traduza o balão de fala 2 Em qual realidade está apoiada a crítica da charge Figura 2 A agropecuária ainda é uma das principais atividades econômi cas da África Subsaariana ocupando boa parte da população sobretudo mulheres Na imagem agricultora carrega seu bebê enquanto trabalha em Daga Birame Senegal 2015 Desde 2013 os agricultores da região central do país participam de um projeto que os ensina práticas agrícolas adaptadas às mudanças climáticas MICHAEL RAMIREZ SEYLLOUAFP 263 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 263 170516 1941 Na região do Magreb Marrocos Argélia Tunísia e Saara Ocidental e no extremo sul da África do Sul o cultivo é feito na faixa de Clima Mediterrâneo Cevada aveia trigo azeitona figo uva damasco amêndoa e tâmara estão entre os principais cultivos existentes nas regiões mediterrâneas No Magreb as fazendas foram implantadas pelos franceses durante o processo de colonização do século XIX até a segunda metade do século XX quando foram expulsos A atividade agropecuária nessa região tem rendimento superior à média africana Nas áreas mediterrâneas e nas regiões do Saara próximas ao relevo montanhoso da Cadeia do Atlas prevalece o pastoreio nômade de ovelhas cabras e camelos com deslocamento do gado para as montanhas durante a primavera e o verão devido à abundância de água formada pelo derretimento da neve dos cumes mais elevados Observe o mapa figura 3 O Saara situado no norte da África é o maior deserto do mundo Chamase Sahel a faixa semiárida que contorna o sul do Saara e corresponde à sua área de expansão Na região do Sahel e no nordeste Chifre da África concentrase o maior número de pessoas sujeitas à fome ou à subalimentação de todo o planeta 0º N 0 650 km QUÊNIA ETIÓPIA DJIBUTI ERITREIA SUDÃO SUDÃO DO SUL EGITO NÍGER MAURITÂNIA MALI NIGÉRIA SOMÁLIA NAMÍBIA LÍBIA CHADE ÁFRICA DO SUL TANZÂNIA ANGOLA ARGÉLIA MADAGASCAR MAURÍCIO SEYCHELLES COMORES MOÇAMBIQUE BOTSUANA ZÂMBIA GABÃO REP CENTRO AFRICANA REP DEM DO CONGO TUNÍSIA MARROCOS CABO VERDE UGANDA SUAZILÂNDIA LESOTO MALAWI BURUNDI RUANDA TOGO BENIN GANA COSTA DO MARFIM LIBÉRIA SERRA LEOA GUINÉ BURKINA FASO GÂMBIA CAMARÕES ZIMBÁBUE CONGO GUINÉ EQUATORIAL SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE SAARA OCIDENTAL SENEGAL GUINÉ BISSAU MAR VERMELHO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO TRÓPICO DE CÂNCER TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO MERIDIANO DE GREENWICH EQUADOR M A R M E D I T E R R Â N E O Países do Magreb Domínio do deserto do Saara 0º Faixa saheliana de 6400 km direção lesteoeste Figura 3 África Magreb Saara e Sahel Nas últimas décadas foi intenso o movimento de compra de terras africanas por empresas estrangeiras A China lidera o número de aquisições e hoje mais de 1 milhão de chineses cultivam trechos de terras desse continente A China é dona de grandes extensões de terras fora do país especialmente na África estratégicas para ampliar a sua capacidade de produção de matériasprimas especialmente alimentos e garantir segurança alimentar Magreb Em árabe extremo do ocidente ou ilha do poente designa os países de infl uência árabemuçulmana situados na parte mais ocidental do planeta SONIA VAZ Fontes elaborado com base em GIRARDI Gisele ROSA Jussara Vaz Novo atlas geográfico do estudante São Paulo FTD 2010 p 101 CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 152 264 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 264 170516 1941 Índia Brasil Japão e países europeus também aprofundaram relações com países da África nos últimos anos através de investimentos em setores diversos incluindo a agropecuária Destacase entre os grandes projetos o ProSavana ao norte de Moçam bique onde a Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária tem aplicado as técnicas agrícolas desenvolvidas no Cerrado brasileiro O projeto que conta com a parceria de Brasil Japão e Moçambique é atravessado por um corredor de exportação o Corredor de Nacala que liga as áreas de produção ao terminal portuário de Nacala A degradação ambiental e a desestruturação da agricultura familiar resultantes da expansão da agricultura moderna empreendida por empresas estrangeiras fazem parte dos problemas questionados por aqueles que se opõem à política de venda de terras para estrangeiros nos países menos desenvolvidos especialmente os africanos Essa política também é vista com muita cautela pelo próprio Banco Mundial AGROPECUÁRIA NA ÁSIA ORIENTAL E NO SUDESTE ASIÁTICO No Sudeste Asiático formado por Mianmar Laos Tailândia Camboja Vietnã Cin gapura Malásia Indonésia Brunei Filipinas e Timor Leste a agricultura é importante fonte de renda Nessa região destacase o cultivo do arroz base da alimentação da população Obtêmse de duas a três colheitas do vegetal por ano e praticase a agricultura de jardinagem figura 4 que envolve técnicas mais aprimoradas que o sistema da roça e queimadas Além do arroz na região destacase a produção de outros itens como cana deaçúcar banana e coco além de se praticar a pecuária bovinos e suínos Agricultura de jardinagem Praticada no sudeste e no leste da Ásia emprega grande número de trabalhadores Os cuidados nesse sistema agrícola lembram o trabalho minucioso exigido no cultivo de jardins daí o termo agricultura de jardinagem Além disso usase adubação intensa e o espaço agrícola é dividido em pequenas pro priedades com exceção da Malásia e da Indonésia onde a monocultura de exportação ainda predomina Nesse tipo de plantio para aproveitar a água que se acumula durante os meses de chuva o terreno é dividido em várias partes Entre elas existem canais para distribuição da água e uma espécie de estreito dique que serve de passagem para os agricultores Figura 4 Um dos campos de arroz mais antigos do mundo nas Filipi nas 2011 É muito comum o plan tio em terraços terraceamento e em curvas de nível em função do relevo acidentado da região como mostra a imagem ANTOINE BOUREAUBIOSPHOTOAFP 265 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 265 170516 1941 O Sudeste Asiático é responsável por cerca de um quarto de todo o arroz produzido no mundo Entre os países produtores da região destacase a Indonésia superada apenas pela China e pela Índia os maiores produtores mundiais desse produto A China é um dos maiores exportadores e importadores de produtos agrícolas do planeta Apesar da elevada produção a necessidade de alimentar mais de 13 bilhão de pessoas torna a atividade agrícola item de extrema importância para o país Nas duas últimas décadas o governo chinês definiu a ciência e a tecnologia como pilares do desenvolvimento econômico e elegeu a biotecnologia como área prioritária Ela está sendo aplicada à produção de vegetais transgênicos e geneticamente modifica dos OGMs consumidos no país como o arroz resistente a infecções bacterianas a insetos e a herbicidas o milho com maior teor de lisina para alimentação do gado o algodão resistente a pragas e o tomate mais durável As reformas econômicas realizadas na China concederam também o uso do solo a milhões de famílias camponesas e total liberdade de gerenciar e organizar o trabalho agrícola mas estabeleceram cotas mínimas que devem ser vendidas ao Estado A produção que exceder a cota de cada família pode ser totalmente comercializada Os camponeses conquistaram o direito à exploração mas não à posse das terras e tornaramse proprietários dos instrumentos agrícolas e de todas as benfeitorias realizadas em suas unidades produtivas A maioria das terras no entanto continua sendo propriedade do Estado e os mais altos índices de pobreza e subalimentação estão nas localidades rurais A agricultura chinesa é expressiva na parte leste do país onde predominam planícies férteis irrigadas pelas bacias de dois grandes rios o YangTséKiang Azul e o HuangHo Amarelo Nessas regiões China Oriental e Manchúria vive mais de 1 bilhão de pessoas e a produção de grãos suínos chá frutas legumes e outros cultivos espalhase pelo espaço agrícola A produção de trigo é mais importante nas regiões de Clima Temperado e o arroz é cultivado nas áreas mais quentes do sudeste Produção de mercadorias agrícolas selecionados em alguns países asiáticos em milhões de toneladas 20132014 Países Trigo Milho Arroz China 122 218 142 Índia 94 23 105 Indonésia sem dados disponíveis 9 37 Mundo 714 979 476 Fonte Images économiques du monde Géo Politique Économie 2015 Paris Armand Colin 2014 p 104106 AMÉRICA LATINA E A QUESTÃO AGRÁRIA A questão agrária é um problema que afeta historicamente a população da maio ria dos países latinoamericanos figura 5 na página seguinte cuja colonização se baseou na exploração mineral e no sistema de plantation Após o processo de independência latinoamericana no século XIX a classe política oriunda da oligarquia rural escravocrata manteve o modelo colonizador com forte influência estrangeira As relações comerciais externas porém antes controla das por espanhóis e portugueses passaram a ser dominadas por ingleses franceses e principalmente estadunidenses As elites nativas mantiveram seus privilégios e conquistaram poder político mas eram tipicamente agrárias e não modificaram a natureza do sistema de plantation vigente Lisina Aminoácido fundamental para a formação de uma proteína completa 266 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 266 170516 1941 Na América Central a presença estadunidense em alguns países foi decisiva na estruturação das atividades agrárias pósindependência A produção agrícola dos países dessa porção do continente americano foi domi nada economicamente pela United Fruit que depois passou a se chamar Chiquita Brands International uma das maiores exportadoras de frutas do mundo comprada em 2014 pelas empresas brasileiras Cutrale e Safra Essa empresa estadunidense detinha terras e controlava portos casas comerciais empresas de exportação e importação e ferrovias de vários países A sua influência estendiase à esfera política por meio do apoio a governos favoráveis aos seus negócios e do financiamento de golpes de Estado para depor gover nantes que colocassem obstáculos ao desenvolvimento de suas atividades Atualmente a produção agropecuária na América Latina ainda é praticada em grandes propriedades e investe sobretudo em produtos de ampla aceitação e competitividade no mercado internacional Na América Latina existem milhões de trabalhadores sem terra e sem trabalho que obtêm alguma forma de renda apenas nas épocas de plantio e colheita como mão de obra contratada É o caso do México dos paí ses da América Central como Honduras Guatemala e Nicarágua dos países andinos Peru e Colômbia entre outros do Paraguai e do Brasil Em contraste com essa situação na maioria desses países há abundância de terras que são porém dominadas por grandes fazen das comerciais responsáveis pelo maior volume de produção agrícola cujo destino principal é o mercado externo Os países andinos formam um grupo de seis países situados ao longo da Cordi lheira dos Andes Bolívia Peru Equador Chile Colômbia e Venezuela Nesses países é representativa a população de origem indígena e desde as últimas décadas do século XX ela tem se organizado e obtido algumas conquistas em sua luta contra a exclusão social e a favor da reforma agrária Na Bolívia o presidente indígena Evo Morales assumiu a presidência do país em 2006 com a defesa dessa e de outras bandeiras inclusivas voltadas para a população nativa Figura 5 Marcha de agricultores a favor da reforma agrária organizada pela Federação Nacional Campesina FNC em Assunção Paraguai 2013 JORGE ADORNOREUTERSLATINSTOCK Reforma agrria Consiste na adoção de medidas para melhorar a distribuição da terra promovendo a justiça social criando condições de melhoria de vida do trabalhador rural e elevando a produção e a produtividade agropastoris Para uma reforma agrária efetiva porém não basta a distribuição de terras O México por exemplo tornouse o primeiro país latinoamericano a promover a reforma agrária em 1917 após vários anos de luta dos camponeses e indígenas que representavam a maioria da população marginalizada da política e usurpada de suas terras Apesar disso atualmente grande parte da população camponesa no México ainda vive em situação de pobreza Isso porque o processo de reforma agrária deve incluir apoio técnico infraestrutura adequada à produção sistema de armazenamento e transporte garantia de preços mínimos crédito ao pequeno agricultor e orientação para a criação de cooperativas e de pequenas agroindústrias entre outros aspectos que estimulem a permanência no campo e protejam a produção da con corrência dos grandes produtores 267 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 267 170516 1941 1 Em outubro de 2015 analistas internacionais presen tes à 4a edição da conferência Diálogos Atlânticos em Marrakech Marrocos deram a seguinte declaração A África utiliza apenas 20 da sua terra arável portanto há 80 de terra arável por utilizar e isso significa que podemos dizer que o continente africano tem potencial para alimentar não só a si mesmo mas também o mundo inteiro Comente essa afirmação considerando as tendências dos investimentos agropecuários na última década 2 Observe a imagem e responda à questão Cultivo de arroz em Huaian China 2015 A imagem mostra uma prática agrícola muito comum no Leste e no Sudeste Asiático Indique o nome gené rico dado a esse tipo de agricultura e as vantagens que esse sistema proporciona 3 Leia o texto e resolva as questões Produção agropecuária é a maior responsável pela poluição da água na China Grandes plantações são uma fonte muito maior de contaminação da água na China do que os efluentes das fábricas revelou o governo chinês em seu pri meiro censo de poluição A matéria foi publicada pelo jornal britânico The Guardian Os oficiais do governo disseram que a descoberta depois de um estudo de dois anos envolvendo 570 mil pessoas irá requerer um realinhamento parcial da política ambiental que ao invés de se ocupar tanto com as chaminés deverá voltar sua atenção para os galinheiros os estábulos e os pomares Durante quase todos os 5 mil anos de história da China a agricultura fez de nós uma economia que absorve carbono Mas nos últimos 40 anos ela se tornou uma das maiores fontes poluentes do País A experiência diz que nós não precisamos nos apoiar nos insumos químicos para resolver a questão da segurança alimentar O governo tem de reforçar a agricultura de baixa poluição Produção agropecuária é a maior responsável pela poluição da água na China Estado 9 fev 2010 Disponível em http sustentabilidadeestadaocombr Acesso em 1o nov 2015 a Qual o problema discutido no texto b Quais as consequências ambientais desse problema c Que medidas poderiam ser tomadas para uma agricultura de baixa poluição FGVSP 2012 No final de 2007 e início de 2008 a provisão de alimentos estava apertada e os preços dos grãos subiram drasticamente Alguns dos principais pro dutores reduziram as exportações para manter o custo nacional sob controle Foi então que em 2008 Arábia Saudita China e Coreia do Sul começaram a comprar ou arrendar terra em outros países particularmente na África mas também na América Latina e no Sudeste da Ásia a fim de produzir alimentos para si Disponível em wwwecodebatecombr20111025nos limitesdaterraentrevistacomlesterbrown Adaptado Sobre o fato descrito no texto podese afirmar que a vários países da África como a Etiópia e o Sudão proibiram a ocupação de estrangeiros em suas terras como medida de proteção às suas respec tivas populações b essa é uma situação temporária pois os países com agricultura avançada têm condições de aumentar a produtividade agrícola e suprir os mercados mundiais c o problema dos suprimentos alimentares para muitos países está a cargo da FAO órgão da ONU voltado para as questões agrícolas d a busca de áreas agricultáveis em nível interna cional representa o traçado de uma nova geopolí tica relacionada à escassez de terras e alimentos e a probabilidade de se atender às necessidades alimentares de toda a população do globo parece cada vez mais próxima devido à expansão das áreas agrícolas IMAGINECHINACORBISFOTOARENA Faça no caderno 268 Unidade 4 Espaço e produço TSV2U4CAP12261279indd 268 170516 1941 2 AGROPECUÁRIA E QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL A agropecuária no Brasil é marcada por duas fortes características Uma delas é o agronegócio agribusiness com elevada produtividade que a coloca entre as mais competitivas do mundo Reúne todo o conjunto de atividades que formam uma cadeia produtiva relacionada à agropecuária à silvicultura e ao extrativismo vegetal empresas e tecnologias ligadas à produção agrícola moderna fornecedores e uma variedade de atividades de produção industrial de distribuição e comercial figura 6 Portanto não está restrita à produção rural A outra é a questão agrária cuja estru tura fundiária concentrada é responsável pelos conflitos que envolvem milhares de trabalhadores rurais sem emprego e terra O agronegócio articula os três setores da economia primário secundário e terciário Sua ideia central é a construção de cadeias produtivas formadas por agentes econômicos integrados por mecanismos como cooperativismo parcerias contratos integração vertical e alianças estratégicas Figura 6 Entenda o agronegócio Insumos Agroindústria Distribuição Máquinas e tecnologia Indústria Consumo Fornecedores Processamento e transformação Distribuição Agricultura Pecuária Extrativismo vegetal PECUÁRIA A pecuária do Brasil ocupa lugar de destaque no mercado mundial particularmente na criação de bovinos e suínos A avicultura conquistou amplo mercado externo nas últimas décadas com exportações para todos os continentes A atividade criatória de aves apresenta rápido ciclo de reposição O Sul e o Sudeste são as principais regiões criadoras de aves do país O rebanho suíno um dos maiores do mundo também se concentra nessas duas regiões e entre os estados Santa Catarina é responsável pelo maior rebanho e pela maior produção de carne Brasil efetivos das criações 2014 Caprinos 8851879 05 Ovinos 17614454 11 Suínos 42682085 26 Bovinos 212343932 130 Bufalinos 1319478 01 Equinos 5450601 03 Aves 1351392471 824 Total 1639654900 1000 Fonte IGBE Produção da Pecuária Municipal 2014 Disponível em httpbibliotecaibgegovbr Acesso em nov 2015 LEITURA Questão agrária no Brasil De João Pedro Stédile Atual 2011 A questão agrária no Brasil é comentada sob a ótica de um dos maiores defensores da reforma agrária no país Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa wwwagriculturagovbr Traz informações e dados sobre a agropecuária no Brasil SITE 269 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 269 170516 1941 O Brasil tem também um dos maiores rebanhos bovinos do mundo figura 7 e tem sido eficiente no controle da qualidade do gado e na erradicação de doenças que impedem a colocação do produto no mercado internacional devido às barreiras sanitárias O avanço da pecuária e também da agricultura na Amazônia vem se constituindo o foco de um dos principais problemas ambientais para a região Tida como área de fronteira agropecuária vem se verifi cando na região a derrubada da floresta com perda de biodiversidade desequilíbrio dos fatores bióticos e abióticos desestruturação das atividades das comuni dades tradicionais e do modo de vida dos povos indí genas Essa expansão da agropecuária para a região amazônica ocasiona ainda conflitos fundiários graves entre pequenos e grandes proprietários AGRICULTURA E AGROINDÚSTRIA Cerca de 70 dos alimentos produzidos e das matériasprimas destinadas à indústria nacional são fornecidos pela agricultura familiar Esse tipo de estrutura de produção agropecuária é caracterizado de acordo com os seguintes critérios básicos a direção das atividades é exercida pelo próprio produtor a quantidade de trabalha dores da própria família é superior à de trabalhadores contratados a renda familiar é originada principalmente das atividades realizadas na propriedade rural e a área da propriedade não deve exceder a quatro módulos fiscais ou seis módulos no caso de atividade pecuária estabelecidos com base em lei federal de 2006 No entanto os principais produtos de exportação da agropecuária são produzidos em grandes propriedades pelo agronegócio O principal produto destinado sobretudo ao mercado externo é a soja que expandiu a sua área de cultivo da Região Sul para o Cerrado principalmente no Mato Grosso Entre os produtos agrícolas do Brasil destacamse a soja a canadeaçúcar o milho o café a mandioca o arroz o feijão o algodão e a laranja Em 2015 a produção de grãos era estimada para ultrapassar os 200 milhões de toneladas com destaque para a soja e o milho exportados em grande parte Leia a tabela Principais produtos agropecuários e principais estados produtores 2014 Soja Mato Grosso Paraná e Rio Grande do Sul Laranja São Paulo 72 do total da produção brasileira Bahia Paraná e Minas Gerais Canadeaçúcar São Paulo 55 do total da produção brasileira Minas Gerais Goiás e Paraná Milho Mato Grosso Paraná e Goiás Café arábica Minas Gerais Espírito Santo e São Paulo Algodão herbáceo Mato Grosso Bahia e Goiás Arroz Rio Grande do Sul 68 do total da produção brasileira Santa Catarina e Maranhão Carne bovina Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Goiás e Pará Fontes IBGE Produção agrícola municipal 2014 Estatísticas da produção pecuária 2014 Disponível em wwwibgegovbr Acesso em fev 2016 Módulo fi scal Unidade de medida relacionada à propriedade rural que para ser defi nida em tamanho leva em consideração alguns critérios como tipo de exploração que predomina em cada município a renda obtida com essa exploração predominante o conceito de propriedade familiar Ela é fi xada portanto de modo diferenciado para cada município de acordo com a Lei n 674679 Sul Nordeste Sudeste Norte CentroOeste 335 13 138 181 216 Figura 7 Brasil distribuição regional de gado bovino em 2014 Fonte IGBE Produção da Pecuária Municipal 2014 Disponível em http bibliotecaibgegovbr Acesso em fev 2016 Portal do Agronegócio wwwportaldoagronegocio combr Explica o que é o agronegócio e traz dicas e informações sobre essa atividade SITE BIS 270 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 270 170516 1941 Já a produção de trigo apresenta problemas Apesar da sua importância para a alimentação humana é um dos principais produtos de importação do país O governo vem dando apoio restrito à sua produção e as áreas de cultivo acabam sendo subs tituídas por culturas mais rentáveis como a soja As principais áreas produtoras de trigo no Brasil estão na Região Sul Com a maior demanda por alimentos de tempos em tempos o mundo é surpre endido pela diminuição na oferta e pelo aumento no preço de itens básicos carac terizando o que se chama de crise mundial dos alimentos Essa crise é agravada por outros fatores como os eventos extremos na natureza intensificados pelas mudanças climáticas que prejudicam ou levam à perda de safras inteiras e a expansão dos cultivos destinados a outros fins que não a alimentação como a produção de bio combustíveis a partir de canadeaçúcar soja e milho Em razão disso muitas são as críticas de vários setores da sociedade ao uso cada vez maior das terras agricultáveis para o cultivo de matériasprimas que são transformadas em outros produtos que não alimentos No entanto há especialistas em produção agrícola apontam que isso não prejudica necessariamente a oferta de alimentos dependendo das especificidades de cada país como a disponibilidade de terras e o tipo de gênero agrícola utilizado para a produção de biocombustíveis além de ser essencial para a obtenção de uma matriz energética menos agressiva ao meio ambiente No caso do Brasil segundo eles a canadeaçúcar é uma boa opção para a produção de biocombustíveis estando suas principais áreas produtoras em São Paulo figura 8 FRONTEIRAS AGRÍCOLAS A agricultura exportadora ocupa a maior parte das terras cultivadas os melhores solos e as formas de relevo mais adequadas ao desenvolvimento das grandes culturas comerciais As áreas com topografia plana do Cerrado das regiões CentroOeste e da Mapitoba Maranhão Piauí Tocantins e o oeste da Bahia por exemplo favore cem o uso de máquinas e contribuem para a elevada produtividade da agricultura exportadora brasileira figura 9 na próxima página Nessas regiões foram abertas duas importantes fronteiras agrícolas nos últimos 50 anos As fronteiras agrícolas formamse através do avanço das atividades produtivas rurais sobre o meio ambiente natural As mais recentes o CentroOeste e a região da Mapitoba formaramse através do avanço da agricultura exportadora sobre a vegetação do Cerrado bioma brasileiro hoje classificado como hotspot reveja o Capítulo 9 do Volume 1 desta coleção Figura 8 Vista de usina de álcool e açúcar no espaço rural do município de Valparaíso São Paulo 2014 ERNESTO REGHRANPULSAR IMAGENS Custo Brasil Um dos maiores problemas enfrentados pelo agronegócio é a deficiência em infraestru tura sobretudo para a correta armazenagem e o transporte dos produtos Esse conjunto de entraves incluindo a pesada carga tributária que prejudica as exportações e o crescimento do PIB nacional é conhecido como custo Brasil Sobre ques tões relativas à estrutura dos meios de transporte veja o Captulo 6 271 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 271 170516 1941 A Região CentroOeste foi ocupada pela agricultura moderna a partir da década de 1970 principalmente para criar espaço à expansão da soja anteriormente cultivada quase em sua totalidade nos estados do sul do país Outros produtos se expandiram na região como milho algodão e canadeaçúcar Os solos ácidos foram tratados pelo processo de calagem e sementes de soja apropriadas a climas mais quentes foram desenvolvidas e fornecidas pela Embrapa A expansão da soja ultrapassou o limite do Cerrado e invadiu a Floresta Amazônica A Mapitoba é uma fronteira aberta na década de 1980 e hoje é responsável por parte significativa da produção de algodão milho e soja do país Apresenta as mes mas características da agricultura moderna do CentroOeste e condições naturais semelhantes como o clima quente o Cerrado o relevo plano e os solos ácidos AGROPECUÁRIA E CÓDIGO FLORESTAL Outra questão polêmica que envolve diretamente o agronegócio no Brasil é o novo Código Florestal Brasileiro de 2012 conjunto de leis que normatiza a ocupação do espaço no território As regras estabelecidas pelo antigo Código Florestal promulgado em 1965 foram durante muito tempo ignoradas pelo governo e pelos grandes proprietários rurais No entanto na última década o código havia sido retomado e levado a sério Aplicado com maior vigor provocou a reação dos grandes proprietários rurais e mobilizou os seus representantes a bancada parlamentar ruralista para modificar a lei Argumentavam que o país precisava de um Código Florestal adaptado à nova realidade socioeconômica do país pois o de 1965 era um entrave ao desenvolvimento da agropecuária e da economia como um todo em função da importância da cadeia produtiva que o agronegócio assume no Brasil O novo Código Florestal Brasileiro determina a preservação de trechos de vegetação original em áreas de preservação permanentes APPs margens de rios topos morros e encostas no caso das reservas legais RLs os proprietários são obrigados a manter um trecho preservado que varia de acordo com os critérios 80 nas áreas florestais do bioma Amazônia 35 para os trechos de Cerrado e 20 nos Campos desse bioma 20 das propriedades nos demais biomas brasileiros Também estabelece critérios para a recomposição das áreas desmatadas Para os desmatamentos ocorridos antes de 2008 quando foi regulamentada a Lei de Crimes Ambientais as áreas a serem recompostas são menores do que as dos desmatamentos realizados depois da vigência da lei A recomposição ficou condicionada ao tamanho da propriedade de acordo com o módulo fiscal Para os imóveis de até quatro módulos fiscais 24 da área de agro pecuária do Brasil não é necessário recompor o trecho de reserva legal desmatado antes de 2008 No entanto para as margens dos rios foram estabelecidos critérios de acordo com o tamanho da propriedade e a largura do rio mas com concessões maiores do que existia no código anterior Podese fazer um trabalho utilizando o Google Earth para analisar a situação das áreas agrícolas no município dos estudantes Poderão ser observados por exemplo o estado de conser vação da mata galeria e o nível de conservação de ambientes naturais no município proporcionalmente às terras agrícolas Figura 9 Cultivo intensivo de soja em Campo Novo do Parecis MT 2012 YASUYOSHI CHIBAAFP 272 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 272 170516 1941 Classificação das propriedades rurais De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra é considerado minifúndio o imóvel rural de área inferior a um módulo fiscal pequena propriedade o imóvel rural com área entre um e quatro módulos fiscais média propriedade o imóvel com área maior que quatro e até quinze módulos fiscais e grande propriedade o imóvel rural com área superior a quinze módulos fiscais A área de um módulo fiscal varia para cada município levando em conta critérios como o tipo de exploração predominante no lugar e a renda obtida com essa exploração Imóveis rurais no Brasil Tipo de imóvel Módulo fiscal Minifúndio Inferior a 1 Pequena propriedade Entre 1 e 4 Média propriedade Maior que 4 e até 15 Grande propriedade Superior a 15 Fonte Incra In Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia Ipam Disponível em wwwipam orgbr Acesso em fev 2016 Para os representantes do agronegócio o novo código limita a expansão da agro pecuária que provocará impactos negativos em toda a economia do país Essa crítica no entanto é refutada por vários especialistas que afirmam que as áreas destinadas à agropecuária podem ser significativamente ampliadas com a recuperação de terras degradadas bastante extensas no território brasileiro e com o cultivo em áreas hoje ocupadas com pecuária de baixa produtividade QUESTÃO DA TERRA O Brasil está entre os países da América com a maior concentração da propriedade rural e é um dos mais desiguais do mundo nesse quesito apesar de seu imenso território e das extensas superfícies de terras não cultivadas A situação fundiária é uma questão ainda não resolvida apesar das pressões sociais da maior organização dos trabalhadores em luta pela terra e da repercussão internacional negativa dessa realidade social Observe na tabela a seguir o último levantamento oficial realizado sobre a distribuição dos imóveis rurais no Brasil Brasil estrutura fundiária 2012 Tamanho dos estabelecimentos em ha dos estabelecimentos da área ocupada pelos estabelecimentos Menos de 10 3101 132 De 10 a menos de 100 5358 1466 De 100 a menos de 500 1197 2135 De 500 a menos de 1000 182 1033 De 1000 até 5000 145 2477 Mais de 5000 017 2757 A grilagem praticada no Brasil desde o século XIX foi uma das principais responsáveis pela concentração de terras no meio rural Essa prática consiste na criação de documentos falsos em nome de determinadas famílias para a concessão ilegal de terras públicas a particulares e é feita em conluio com órgãos oficiais como cartórios de registro de imóveis O último Censo Agropecuário foi reali zado em 2006 Esse Censo é realizado de 10 em 10 anos pelo IBGE Acom panhe com os estudantes a divulgação do novo censo e proponha uma análise com eles dos novos dados apresenta dos de modo a atualizar a situação da questão fundiária no Brasil Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária wwwincragovbrportal Site do órgão responsável pela implementação da reforma agrária no Brasil SITE A maioria dos estabelecimentos rurais é de pequena extensão e ocupa parcela muito restrita da área total desses estabe lecimentos no Brasil Em contrapartida as propriedades rurais maiores acima de 500 ha correspondem a apenas 344 da quantidade de imóveis rurais mas ocupam 6267 da área total dos estabelecimentos rurais Fontes Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA Relação total de imóveis rurais Brasil Disponível em www incragovbr Acesso em fev 2016 273 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 273 170516 1941 Lei e concentração de terra A organização do espaço agrário brasileiro teve início com a colonização Extensas áreas de terra foram doadas pelo rei de Portugal para o cultivo da canadeaçúcar em troca do pagamento de parte da produção obtida sistema de sesmarias A distribuição de terras no Brasil teve início portanto com o latifúndio monocultor voltado para o mercado externo Com a independência do Brasil 1822 e o fim da era colonial as sesmarias deixaram de existir e as terras passaram a ser registradas em cartório como propriedades particu lares Começou nessa época um intenso processo de ocupação por posseiros e grileiros Em 1850 o tráfico de escravos foi proibido no Brasil no momento em que a expansão da lavoura cafeeira mais exigia mão de obra sendo necessário recorrer à imigração Para assegurar que os imigrantes recémchegados trabalhassem nas lavouras dos barões do café criouse uma nova lei Lei de Terras que proibia a ocupação de terras devolutas Essa lei consolidou o domínio do latifúndio no Brasil De acordo com ela as terras só poderiam ser vendidas pelo governo que estabelecia preços elevados muito acima do mercado comercializava apenas grandes áreas e exigia dos compradores pagamento à vista Assim só tinham condições de comprar terras os grandes fazendeiros que ampliaram ainda mais seus domínios Na década de 1930 foi fundado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra cuja principal realização foi levantar informações sobre a situação das propriedades rurais e das terras devolutas Em 1964 no governo de Castelo Branco foi criado o Estatuto da Terra reconhecendose a necessidade da reforma agrária no Brasil À época foram feitos novo cadastramento e uma radiografia da situação fundi ária do país mas a reforma agrária objetivo principal do Estatuto não saiu do papel Na década de 1970 foram distribuídos lotes de terras na Amazônia para atrair agricultores de outras regiões do país sobretudo do Sul e do Nordeste como parte de um plano do governo militar para garantir a colonização e a ocupação da Amazônia Mas as terras ficavam em áreas inadequadas para o cultivo ou a criação pastoril e não havia infraestrutura para garantir o escoamento da produção Assim muitos agri cultores logo abandonaram seus lotes Outros planos de reforma agrária seguiram o mesmo caminho o Plano Nacional de Reforma Agrária 1986 no governo Sarney teve custos burocráticos como os da criação de um Ministério específico mais elevados que o valor gasto com o pequeno número de assentamentos realizados figura 10 Nas décadas de 1990 e de 2000 multiplicaramse as pressões pela reforma agrária No entanto o país ainda conta com um grande número de trabalhadores sem terra e mesmo muitos assentados carecendo de infraestrutura básica além de amparo tecnológico e financeiro Até 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2013 58317 42912 62044 81944 101094 85226 60521 63447 43486 36301 81254 127506 136358 67535 70157 55498 39479 22021 23075 32019 30239 FHC 1o mandato Total 287994 FHC 2o mandato Total 252710 Lula 1o mandato Total 381419 Lula 2o mandato Total 232669 Dilma 1o mandato Total 107354 Figura 10 Brasil número de famílias assentadas no campo de acordo com os presidentes do período 19952014 O conteúdo deste item pode ser estu dado em um trabalho interdisciplinar com o professor de História Posseiro Pessoa que ocupa terras devolutas ou particulares Depois de certo período pode requerer o título de propriedade pela lei do usucapião válida para a ocupação de propriedades particulares após dez anos ou usucapião especial para a ocupação de terras devolutas por cinco anos Terra devoluta Terra pública que não faz parte de nenhum patrimônio privado BIS Fonte elaborado com base em Incra Disponível em wwwincragovbr Acesso em nov 2015 274 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 274 170516 1941 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra wwwmstorgbr Site oficial do movimento apresenta sua visão política e lutas com notícias atualizadas sobre os semterra União Democrática Ruralista wwwudrorgbr A entidade visa promover a preservação do direito de propriedade e defender os interesses dos ruralistas do país SITE Terra e movimentos sociais A luta pela terra ganhou impulso no século XIX por causa das ideias liberais europeias e dos ideais socialistas que influenciaram vários movimentos popu lares ao redor do mundo No Brasil envolveu indígenas posseiros grileiros pequenos proprietários grandes fazendeiros e até empresas dos mais variados ramos de negócio No século XX dois movimentos de trabalhadores rurais ganharam destaque no país as Ligas Camponesas nas décadas de 1950 e 1960 e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST fundado oficialmente em 1984 após o fim da ditadura militar As Ligas Camponesas surgiram em Pernambuco espalharamse em pouco tempo por vários estados da Região Nordeste e transformaramse num movimento contra a exploração do trabalhador e pela reforma agrária Foram extintas em 1964 e vários de seus líderes e participantes foram presos e mortos pelo aparato repressivo da ditadura A estratégia do movimento baseiase em fazer pressão permanente sobre os órgãos do governo responsáveis pela questão da terra valendose de ocupação de latifúndios improdutivos manifestações públicas e passeatas figura 11 A conquista da terra é um dos objetivos do MST mas as ações do movimento continuam após os assentamentos na forma de reivindicações por créditos agríco las assistência técnica e criação de infraestrutura para os novos assentamentos O movimento também fornece apoio às famílias com criação de escolas formação de cooperativas de produção serviços e comercialização O órgão responsável pela implementação dos assentamentos rurais é o Incra Esses assentamentos contam com diversas pequenas propriedades ou unidades agrícolas denominadas parcelas lotes ou glebas entregues às famílias de trabalha dores rurais Cabe ao trabalhador rural beneficiado com uma gleba estruturar sua atividade utilizando somente mão de obra familiar Figura 11 O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra MST realiza no Recife PE o chamado Abril Vermelho em memória pelo massacre de Eldorado dos Carajás que aconteceu no Pará em 1996 Na ocasião houve conflito entre trabalhadores rurais em marcha e a polícia militar com vítimas fatais Desde então o MST se mobiliza para relembrar o fato Fotografia de 2014 FILME O Pontal do Paranapanema De Chico Guariba Brasil 2005 52 min O filme conta a história da região situada no oeste do estado de São Paulo na qual os conflitos pela posse da terra já duram mais de um século DIEGO NIGROJC IMAGEMESTADÃO CONTEÚDO 275 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 275 170516 1941 Língua Portuguesa Eu sou roceiro Eu sou roceiro vivo de cavar o chão Tenho as mãos calejadas meu senhor Me falta terra falta casa e falta pão Não sei onde é o Brasil do lavrador Só tenho a enxada e o título de eleitor Para votar em seus fulanos educados Que não fazem nada pelo pobre agricultor Que não tem terra para fazer o seu roçado Este país é do tamanho de um continente mas não tem terra para o homem da mão grossa De norte a sul de nascente a poente vivo à procura dum lugar pra fazer roça Escuto o rádio fico cheio de alegria Quando se fala que a reforma vai chegar Espero um ano espero e só se cria falsos projetos pra poder me tapear Sou um soldado retirante sem medalha sou estrangeiro quando pego a reclamar Sou camponês que usa tanga e sandália sou brasileiro só na hora de votar LIMA Jorge Pereira In CARIRY Rosemberg BARROSO Oswald Cultura insubmissa Fortaleza Nação Cariri 1982 p 110111 Relações de trabalho no meio rural Além dos conflitos e das convulsões sociais a dificuldade de acesso à terra é responsável pela peculiaridade das relações de trabalho existentes no meio rural muitas vezes impondo severas condições ao trabalhador Uma das modalidades de relação de trabalho no campo é a parceria em que o agri cultor divide o resultado de seu trabalho com o proprietário da terra Quando metade da produção rural é destinada ao parceiro ele é chamado de meeiro Quando é destinado apenas um terço ele é chamado de terceiro Outra modalidade é a dos boiasfrias traba lhadores itinerantes que se ocupam de tarefas temporárias em épocas de plantio e colheita recebendo por dia trabalhado ou tarefa reali zada Atualmente não são raras fazendas nas quais se encontram trabalhadores em situação análoga à escravidão A reforma agrária é vista como um caminho para melhorar as relações de trabalho minimizar os conflitos no meio rural e a desigualdade social Pode também contribuir para aumentar a produ ção da agricultura familiar que produz a maior parte dos gêneros alimentícios que abastece o mercado interno figura 12 Melhorar a renda dos trabalhadores e incor porálos ao mercado de consumo produz reflexos positivos no restante da economia Além disso contribui para reduzir o êxodo rural e a conse quente pressão no mercado de trabalho urbano 1 Que camada social o personagem retratado nesse texto representa Quais são os motivos que podem justificar a descrença por ele manifestada 2 Em que trecho o personagem afirma ser injustificável ter de lutar pela reforma agrária num país como o Brasil Você concorda com ele Explique sua opinião 3 Cite os trechos em que se faz menção à cidadania e responda O que é cidadania para você Figura 12 Além do acesso à terra financiamentos cursos e incentivos ajudam o agricultor assentado a obter sucesso aliviando a migração para a cidade e aumentando a produção de alimentos Na imagem produção de alimentos no acampamento Conquista do MST em Tremembé SP onde se encontram desde pequenas hortas até grandes áreas agricultáveis com diversos tipos de legumes e verduras Fotografia de 2014 LACAZ RUIZFOTOARENA 276 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 276 170516 1941 A atual complexidade da reforma agrária A questão da distribuição de terras no Brasil permanece sem solução e é mais complexa do que a registrada há algumas décadas Além de um desafio a reforma agrária é uma obrigação constitucional que deve ser efetivada por todos os governos assim como políticas de saúde e educação destaca o professor da Universidade de São Paulo USP Ariovaldo Umbelino Segundo ele a reforma agrária é instrumento de política pública para que a terra cumpra sua função social e a renda seja melhor distribuída na sociedade brasileira Para ele a distribuição de terras também é funda mental para acabar com conflitos A barbárie vivida no campo brasileiro é a melhor evidência da neces sidade urgente de o país fazer de fato a reforma agrária diz Umbelino Nos últimos 15 anos segundo o especialista 524 pessoas foram assassinadas no campo e foram registrados 19548 conflitos envol vendo 105 milhões de habitantes Além dos desafios históricos novos componentes se somaram a essa questão com o desenvolvimento do agronegócio que modificou a organização do setor agrícola Ele o agronegócio é totalmente dependente das grandes extensões de terra Então a manutenção do latifúndio e o avanço para cima das áreas quilombolas indígenas e da Amazônia áreas de proteção e unidades de conservação por exemplo é parte da lógica do agronegócio que precisa dessas terras para aumentar sua produção e seus lucros explica Diego Moreira integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra MST O movimento estima que mais de 200 mil pessoas vivam hoje em acampamentos sofrendo com a falta de assistência e com a lona preta como teto Apesar disso segundo Moreira a reforma agrária clássica está superada diz A lógica do mercado e da apro priação da terra tomou conta do campo brasileiro o que na avaliação dele formou um bloqueio eco nômico e político que impede reformas O MST defende o que chama de reforma agrá ria popular formada por três elementos básicos a desapropriação da terra a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos saudáveis e de qualidade Segundo Moreira há mais de 5 milhões de camponeses na cidade que querem produzir alimen tos e viver da agricultura Isso poderia diversificar a produção garantir alimentação saudável e ainda fixar as famílias na zona rural Para manter as famílias no campo o sociólogo e professor da Universidade de Brasília UnB Sérgio Sauer aponta que é preciso garantir a universaliza ção do acesso aos programas de crédito Hoje segundo o especialista mais de dois terços dos agricultores familiares não são atendidos pelas linhas de crédito O desafio de um novo governo seria como ao mesmo tempo gerar dividendos que não sejam basea dos só na produção e exportação de produtos primá rios diminuir preços da terra e promover políticas mais estruturantes para o meio rural resume acrescentando que essas políticas devem contemplar ações que melho rem as condições gerais de vida nesses territórios como acesso à educação eletricidade e internet Além da propriedade da terra a produção de ali mentos saudáveis também deve ser encarada como um desafio para resolução da questão agrária na avaliação da Articulação Nacional de Agroecolo gia ANA Para a entidade essa produção traz benefícios não só para a mesa dos cidadãos como para a soberania do país uma vez que boa parte das sementes usadas hoje na agricultura é produzida por empresas multinacionais que as modificam geneti camente Assim sementes naturais as chamadas crioulas têm cada vez menos espaço e dificuldade de vingar já que convivem em um cenário marcado por produtos químicos MARTINS Helena Distribuição de terras e produção de alimentos saudáveis são desafios ao país Agência Brasil 11 set 2014 Disponível em httpagenciabrasilebccombr Acesso em nov 2015 1 Comente os desafios históricos e os novos componentes que se somam atualmente à questão da reforma agrária no Brasil 2 Que aspectos são levantados no texto como desafios à reforma agrária no Brasil Quais seriam os benefícios se esses desafios fossem superados 277 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 277 170516 1941 1 O que é agronegócio Explique sua importância para o Brasil 2 Na imagem um produtor rural inspeciona a colheita da soja na cidade de Correntina no oeste baiano Fotografia de 2010 a Qual característica da produção agrícola está res saltada na imagem b Qual o nome e as características naturais da região agrícola em que a cidade de Correntina está inserida 3 Analise a tabela e indique a principal mensagem expressa pelos dados nela apresentados Fonte MDA e Incra Relação total de imóveis rurais Brasil Disponível em wwwincragovbr Acesso em fev 2016 Brasil estrutura fundiária 2012 Tamanho dos estabelecimentos em ha dos estabeleci mentos da área ocupada pelos estabelecimentos De 0 a menos de 100 8459 1598 De 100 até 1000 1379 3168 Mais de 1000 162 5234 PAULO FRIDMANPULSAR IMAGENS Faça no caderno 1 Enem 2010 A maioria das pessoas daqui era do campo Vila Maria é hoje exportadora de trabalhadores Empresários de Primavera do Leste Estado de Mato Grosso procuram o bairro de Vila Maria para conseguir mão de obra É gente indo distante daqui 300 400 quilômetros para ir trabalhar para ganhar sete conto por dia Carlito 43 anos maranhense entrevistado em 220398 RIBEIRO H S O migrante e a cidade dilemas e conflitos Araraquara Wunderlich 2001 adaptado O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agri cultura brasileira nas últimas décadas do século XX consequência a dos impactos sociais da modernização da agri cultura b da recomposição dos salários do trabalhador rural c da exigência de qualificação do trabalhador rural d da diminuição da importância da agricultura e dos processos de desvalorização de áreas rurais 2 Udesc 2015 O setor agropecuário é responsável por grande parte do PIB brasileiro comportando a produção para o consumo interno e para a expor tação Numere a coluna relacionando o cultivo descrito a sua característica 1 café 2 canadeaçúcar 3 soja 4 uva 5 trigo produção marcante sobre extensas áreas do oeste paulista predominantemente em gran des propriedades e em latifúndios importante cultivo de exportação brasileiro as maiores regiões produtoras concentramse nos estados do Mato Grosso e do Paraná tradicional cultivo no Rio Grande do Sul hoje também marcante no interior da região Nor deste do Brasil cultivo marcante no estado de Minas Gerais sendo o Brasil o maior produtor mundial importante cultivo nos estados do Rio Grande do Sul Santa Catarina e Paraná sendo o Brasil ainda importador A sequência correta é de cima para baixo a 1 2 4 5 3 b 4 3 1 5 2 c 2 3 4 1 5 d 3 4 2 1 5 e 5 3 2 1 4 278 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 278 170516 1941 Mundo político 2016 N 60º O i Geórgia do Sul RUN is Bermudas is Falkland RUN Havaí EUA is Pitcairn RUN OCEANO O C E A N O O C E A N O OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO G L A C I A L G L A C I A L A N T Á R T I C O Á R T I C O CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO EQUADOR MERIDIANO DE GREENWICH 0 0 AFEGANISTÃO ANGOLA A N T Á R T I D A ARÁBIA SAUDITA ARGÉLIA ARGENTINA AUSTRÁLIA BAHAMAS ISLÂNDIA BANGLADESH BELIZE CUBA HAITI BENIN BOLÍVIA BOTSUANA BRASIL BRUNEI BURKINA FASO BURUNDI BUTÃO CABO VERDE CAMBOJA CANADÁ CAZAQUISTÃO CHADE CHILE CHINA CINGAPURA COLÔMBIA COMORES COREIA DO NORTE COREIA DO SUL COSTA DO MARFIM COSTA RICA DJIBUTI EGITO EL SALVADOR EQUADOR ERITREIA ESTADOS UNIDOS ETIÓPIA FIJI TONGA KIRIBATI FILIPINAS FINLÂNDIA SUÉCIA NORUEGA GABÃO GÂMBIA GANA MARROCOS GUATEMALA GUIANA GUINÉ GUINÉ EQUAT GUINÉBISSAU HONDURAS IÊMEN ÍNDIA I N D O N É S I A IRÃ IRAQUE SÍRIA JORDÂNIA JAPÃO LAOS LESOTO LIBÉRIA LÍBIA MADAGASCAR M A L Á S I A MALAWI MALDIVAS MALI MAURÍCIO MAURITÂNIA MÉXICO MIANMAR MOÇAMBIQUE MONGÓLIA NAMÍBIA NEPAL NICARÁGUA NÍGER NIGÉRIA NOVA ZELÂNDIA OMÃ KUWAIT CATAR EM AR UNIDOS FEDERAÇÃO DOS ESTADOS DA MICRONÉSIA PANAMÁ PAPUA NOVA GUINÉ PAQUISTÃO PARAGUAI PERU QUÊNIA QUIRGUISTÃO REP CENTRO AFRICANA REP DA ÁFRICA DO SUL REP DEM CONGO RUANDA R Ú S S I A SAARA OCIDENTAL SALOMÃO IS MARSHALL SAMOA SENEGAL SERRA LEOA SEYCHELLES SOMÁLIA SRI LANKA SUAZILÂNDIA SUDÃO TAILÂNDIA TAIWAN TANZÂNIA TIMOR LESTE TOGO TUNÍSIA TURCOMENISTÃO UZBEQUISTÃO TURQUIA TUVALU UCRÂNIA UGANDA URUGUAI VANUATU VENEZUELA VIETNÃ ZÂMBIA ZIMBÁBUE Alasca EUA Groenlândia DIN Guiana Francesa FRA SURINAME TADJIQUISTÃO CONGO JAMAICA SUDÃO DO SUL SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE PALAU Polinésia Francesa FRA NAURU CAMARÕES i Aruba PBS i Guadalupe FRA i Margarita VEN i Blanquilla VEN i Orchila VEN Porto Rico EUA i La Tortuga VEN is Los Roques VEN i Martinica FRA i Bonaire PBS i Curaçao PBS i Montserrat RUN OCEANO ATLÂNTICO ANTÍGUA E BARBUDA BARBADOS DOMINICA GRANADA REP DOMINICANA S CRISTÓVÃO E NÉVIS S VICENTE E GRANADINAS STA LÚCIA TRINIDAD E TOBAGO V E N E Z U E L A i Anguilla RUN is S Martim is Virgens FRAPBS RUN EUA 15 N 0 50 N ALBÂNIA ALEMANHA DINAMARCA BÉLGICA PAÍSES BAIXOS ÁUSTRIA BELARUS RÚSSIA RÚSSIA BÓSNIA HERZ BULGÁRIA CROÁCIA ESLOVÁQUIA MOLDÁVIA ESLOVÊNIA ESPANHA ARGÉLIA MARROCOS TUNÍSIA ESTÔNIA FRANÇA ANDORRA LUXEMBURGO MÔNACO SAN MARINO GRÉCIA HUNGRIA IRLANDA SUÉCIA FINLÂNDIA ITÁLIA VATICANO LETÔNIA LITUÂNIA MALTA NORUEGA POLÔNIA PORTUGAL REINO UNIDO REP TCHECA ROMÊNIA SÉRVIA SUÍÇA TURQUIA UCRÂNIA LIECHTENSTEIN MACEDÔNIA MONTENEGROKOSOVO ISRAEL LÍBANO CHIPRE GEÓRGIA ARMÊNIA AZERBAIJÃO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO MERIDIANO DE GREENWICH N 0 1840 km N 0 530 km N 0 190 km SONIA VAZ Fonte Atlas geográfico escolar Rio de Janeiro IBGE 2009 p 90 279 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 279 170516 1941 UNIDADE 1 Capítulo 1 p24 1 Resposta b A Guerra da Coreia ocorreu no contexto da Guerra Fria entre a Coreia do Norte comunista e a Coreia do Sul capitalista Foi o primeiro grande embate geopolítico entre os Estados Unidos e a União Soviética 2 a A Doutrina Truman foi adotada para conter a expansão do socia lismo O Plano Marshall foi um plano de ajuda econômica à Europa para garantir estabilidade da economia mundial ele foi uti lizado também como forma de conter a expansão do socialismo e ampliar a influência estaduni dense no continente b Podem ser citados ajuda finan ceira e remessas de alimen tos máquinas e equipamentos à Europa Essas ações foram essenciais para recuperar e esta bilizar a economia e a infraestru tura do continente p 37 1 Resposta d No cartum aparecem dois personagens o Lord Willing dons Dilemma representante do império inglês na Índia e Gandhi uma das principais lideranças entre os movimentos de libertação da Índia O Lord inglês percebe que a prisão do líder pacifista não impediu que uma vasta multidão continu asse seguindo seus ideais de luta pela independência por meio da resistência pacífica e da desobedi ência civil Todos na multidão têm a mesma cara de Gandhi o que significa que estão do lado dele A desobediência civil tornou a Índia ingovernável e colocou as autorida des diante de uma situação em que seria obrigada a prender a todos 2 Resposta a A Conferência de Bandung Indonésia foi convocada com a perspectiva de constru ção de um bloco de países livres da influência de Washington e de Moscou comprometido com os princípios da neutralidade e do não alinhamento à bipolaridade do mundo da Guerra Fria A iniciativa ficou conhecida como Movimento dos Países Não Alinhados Capítulo 2 p 50 Resposta d Os investimen tos chineses na África incluem a exploração de minérios obras de infraestrutura de transporte e telecomunicações e a compra de imensas áreas de solos férteis em diversos países por empresas chinesas do setor de alimentos A presença econômica ostensiva de empresas chinesas nos países afri canos é vista como um novo tipo de colonialismo no continente devido à perda de soberania dos países sobre grande extensão de suas melhores terras e a forte influência sobre as decisões dos governos nos países em que atuam p 63 Resposta a As três civilizações com assento no Conselho de Segurança da ONU são a Ocidental Estados Unidos Inglaterra e França a Orto doxa Rússia e a Sínica China Portanto apenas um terço das civili zações apresentadas no mapa UNIDADE 2 Capítulo 3 p 78 1 Resposta c Anualmente os repre sentantes desses países realizam foruns de discussão a fim de discu tirem temas variados relacionados à economia e à política internacional por exemplo 2 Podem ser considerados como fato res a transmissão ao vivo para todos os países com grande fluxo global de informações e dados a presença de grandes corporações transna cionais patrocinando o evento o grande fluxo de turistas a estrutura material com redes de cabos de fibra óptica Consequências positivas para as cidadessedes dos jogos no Brasil geração de empregos maior des taque e visibilidade nos meios de comunicação ampliação fluxo de turistas melhoria da infraestrutura Consequências negativas necessi dade de muitos recursos financeiros para a realização do evento com gastos muitas vezes desnecessários p 89 1 Resposta c Com os desdobramen tos da crise em alguns países da Europa como Portugal Espanha Irlanda e Grécia muitos profissio nais qualificados com formação universitária passaram a procurar emprego em outros países inclusive em países em desenvolvimento 2 Resposta d O neoliberalismo defende menor interferência do Estado na economia nacional em cada país mas nas relações inter nacionais continua com prota gonismo realizando acordos fir mando tratados Capítulo 4 p 95 1 Resposta e Todas as proposições estão corretas exceto a I pois é importante que na pauta de exporta ções estejam presentes produtos de maior valor agregado possível 2 Resposta VFFFV 11 está errada pois os dois seto res desempenham papel fun damental 22 está errada pois o Estado no contexto da globalização neoli beral intervém menos 33 está errada uma vez que há uma redução dos direitos tra balhistas 280 Respostas de Enem e Vestibulares TSV2U4FINAIS280288indd 280 170516 1940 3 Resposta c No atual processo de mundialização do sistema capitalista as políticas econômicas dos Estados Nação têm se pautado pelo receituário neoliberal e o espaço mundial é orde nado na perspectiva da globalização p 107 1 Resposta b Os trechos da música indicam as relações internacionais e a troca comercial entre os países Isso é justificado quando o autor diz que a mercadoria vendida em um país foi fabricada e montada em outros dois ou mais países diferen tes Quanto à seletividade dos fluxos populacionais isso fica evidente no trecho que diz que crianças refugia das de um país em guerra civil são impedidas de entrar em outro Em um mundo globalizado ambas as situações são comuns e ocorrem de maneira intensa 2 Resposta e A modalidade é o mer cado comum com livre circulação de pessoas mercadorias capitais e serviços dos seus paísesmem bros além da eliminação das tarifas aduaneiras internas e adoção da TEC tarifas comuns para o mercado fora do bloco Capítulo 5 p 114 1 Resposta a Tratase dos princi pais países emergentes que deve rão estar entre os maiores PIBs do mundo nas próximas décadas 2 Resposta c O Brasil é atualmente um país emergente semiperiférico considerado em desenvolvimento com desigualdades tanto entre as classes sociais como entre as regiões p 123 1 Resposta b O governo para atrair empresas indústrias para o território nacional abriu mão de impostos em troca de investimentos em tecnologia e emprego para mão de obra Uma das consequências é o Estado ficar a serviço das grandes multinacionais 2 Resposta a A década de 1990 marca a expansão das ideias neoliberais tendo como pauta o receituário esta belecido pelo Consenso de Washing ton para vários países do mundo entre eles o Brasil governo Col lor II está errada pois o neolibe ralismo não defende a manutenção das empresas estatais e sim as privatizações III está errada pois nem a mentalidade neoliberal pro tege os direitos trabalhistas nem tem como adeptos os movimentos sindicalistas muito pelo contrário estes historicamente a rechaçam UNIDADE 3 Capítulo 6 p 135 1 Resposta c Os meios de transporte que utilizam combustíveis derivados de petróleo emitem gases de efeito estufa responsáveis pelo aqueci mento global e pelo derretimento das calotas polares Uma medida de mitigação desse problema é o inves timento em transportes coletivos de massa a exemplo do metrô dos trens urbanos do VLT e da utilização de energias limpas e combustíveis menos poluentes como o biodie sel nos ônibus e no sistema BRT Vale retomar essa discussão quando estiver estudando os próximos capí tulos referentes à energia 2 Resposta b A intermodalidade ou seja o uso de dois ou mais modais de transporte é fundamental num país de grande superfície territorial como o Brasil Na logística do transporte de cargas a intermodalidade é montada para tornar o escoamento dos produ tos a custo mais econômico p 143 1 Resposta e A urbanização foi acelerada no governo JK no início da segunda metade do século XX Numa época em que o petróleo era barato foram dados estímulos para que a indústria automobilística se desenvolvesse e se tornasse o carro chefe da modernização do parque industrial brasileiro Em tal conjun tura a opção foi dada ao transporte rodoviário em detrimento do trans porte sobre trilhos 2 Resposta c Os problemas rela cionados à capacidade e à opera cionalidade dos portos brasileiros acarretam atrasos e elevação dos custos dos produtos agrícolas no mercado internacional e há con sequentemente perda de competi tividade do nosso país Capítulo 7 p 155 1 Resposta b O discurso destaca o declínio do uso dos combustí veis fósseis como fonte de ener gia os quais serão substituídos por novas tecnologias e novas formas de obtenção de energia 2 Resposta b Os países desenvolvi dos como os Estados Unidos são grandes consumidores de recursos inclusive de combustíveis fósseis e isso não é sustentável do ponto de vista ambiental p 165 Resposta a Está evidenciado no texto a necessidade de uma gestão mais coletiva que se impõe para orientar as ciências e as técnicas em direção a finalidades mais humanas Capítulo 8 p 174 Resposta b Entre 1965 e 2010 ocorre um aumento do consumo de carvão mineral no mundo por causa dos choques do petróleo 1973 e 1979 e com o crescimento econô mico na China e na Índia esses paí ses são produtores e consumidores p 187 1 Resposta c Tratase da expansão do uso da energia eólica fonte renovável 2 Os municípios são Mossoró Areia Branca e Macau A atividade é importante para os municípios pois aumenta a arrecadação por meio do pagamento de royalties maiores pos sibilidades de políticas públicas de infraestrutura geração de empregos e dinamização da economia 3 Resposta b Diversas críticas podem ser feitas a investimentos em usinas 281 Respostas de Enem e Vestibulares TSV2U4FINAIS280288indd 281 170516 1940 hidrelétricas na Bacia Amazônica entre as quais a mais relevante se refere aos impactos ambientais e sociais que produzem incluindo as terras indígenas UNIDADE 4 Capítulo 9 p 204 Resposta c Com o advento da Revolução Industrial que trouxe transformações significativas para a produção e a organização da ati vidade agropecuária houve grande intensificação na retirada de recur sos naturais inclusive aqueles que suprem a demanda por energia p 224 1 Resposta c Coreia do Sul Hong Kong Cingapura e Taiwan ou For mosa compõem o grupo denominado Tigres Asiáticos países que adota ram forte política neoliberal para seu ingresso no mercado mundial 2 Resposta a A afirmativa III está errada pois não é possível avaliar a distribuição de renda com base na renda per capita A afirmativa IV está errada pois percentualmente houve redução maior do analfabe tismo na Coreia do Sul e a renda per capita nesse país aumentou percen tualmente mais Capítulo 10 p 235 1 Resposta e O processo descrito corresponde à desindustrialização brasileira ocorrida a partir da aber tura econômica no início da década de 1990 e à competitividade dos produ tos estrangeiros sobretudo chineses frente à produção nacional 2 Resposta d A crise de 1929 e a quebra da atividade cafeicultora foram acom panhadas pelo corte das importações de bens de consumo Tal situação criou uma conjuntura favorável ao investimento na indústria nacional Os produtos industrializados nacionais passaram a ocupar então boa parte do mercado interno antes praticamente abastecido por produtos importados Dessa forma este momento da indus trialização brasileira baseouse na substituição de importações p 243 Resposta c A região do Vale do Para íba entre São Paulo e Rio de Janeiro corresponde à área de maior con centração industrial do país Em São José dos Campos está localizada a Embraer e em Volta Redonda a Com panhia Siderúrgica Nacional Capítulo 11 p 254 1 Resposta e Houve um expres sivo aumento no item custos de material ou seja na utilização de insumos na agricultura com mais agrotóxicos fertilizantes e adubos químicos emprego de máquinas e outros equipamentos com grande aporte de tecnologia 2 Resposta a O anúncio colocou em relevo a importância da monocultura da soja para os países grandes con sumidores dos produtos comerciali zados pela empresa sem levar em conta os limites entre os países p 260 1 Resposta e O fim dos subsídios e do protecionismo dos países desenvol vidos é importante para favorecer as exportações agrícolas dos países em desenvolvimento 2 Resposta e O aumento da produtivi dade agrícola nas últimas décadas foi decorrente da aplicação da biotecnolo gia na agricultura através das técnicas da engenharia genética Os transgê nicos fazem parte das inovações mais recentes implantadas na agropecuário e uma das mais polêmicas 3 Resposta a A organização da agri cultura dos Estados Unidos em belts ou cinturões é uma das carac terísticas principais da sua agricul tura comercial Capítulo 12 p 268 Resposta d O aumento do preço dos alimentos foi um momento importante da ampliação do pro cesso de compra de terras aráveis nas regiões menos desenvolvidas sobretudo no continente africano Isso de acordo com a alternativa d faz parte de uma estratégia geopo lítica traçada por parte dos países importadores de alimentos para minorar a dependência externa e amenizar os impactos produzidos pela oscilação do mercado p 278 1 Resposta a A modernização da ativi dade agrícola ao mesmo tempo que modernizou o campo desestruturou e precarizou as relações de trabalho no meio rural brasileiro 2 Resposta c Consulte a tabela da página 270 2 a canadeaçúcar é produzida sobretudo no interior paulista 72 do total da produção brasileira em 2014 3 a soja nosso mais importante produto de exportação é cultivada em muitos estados em especial Mato Grosso e Paraná 4 a uva é tradicional mente produzida no Rio Grande do Sul mas na última década ganhou evidência também a produção desenvolvida nas terras irrigadas do Sertão nordestino próximas ao Vale do São Francisco 1 o café é produzido principalmente em Minas Gerais e no Espírito Santo 5 o trigo apesar da sua importân cia para a alimentação cotidiana é um dos principais produtos de importação do Brasil e é produzido sobretudo na Região Sul 282 Respostas de Enem e Vestibulares TSV2U4FINAIS280288indd 282 170516 1940 A Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio GATT 17 91 Agência Central de Inteligência CIA 25 Agência de Segurança Nacional NSA 59 Agricultura orgânica 251 252 259 Agronegócio 261 269 270 271 272 273 277 Apartheid 21 Aquecimento global 87 146 161 164 259 Áreas de Preservação Permanente APPs 272 Armas de destruição em massa 16 42 58 59 Arranjos Produtivos Locais APLs 203 Assembleia Geral 19 20 21 29 Associação Internacional de Desenvolvimento AID17 B Banco Central Europeu 85 96 99 Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento BIRD 17 Banco Mundial 17 48 75 79 81 91 93 94 121 122 265 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES 116 Barack Obama 59 60 61 74 Barreiras não tarifárias 94 Bashar alAssad 52 Benelux 98 Berlim Ocidental 26 27 Berlim Oriental 26 Big Stick 57 Biotecnologia 190 199 218 248 249 258 266 Bloqueio de Berlim 27 Bolha especulativa 82 Boris Yeltsin 34 BRICS 48 75 111 C Canal da Nicarágua 46 Capitalismo monopolistafinanceiro 196197 Cartel 151 Chaebol 111 213 Chernobyl 160 Choque do Petróleo 31 152 159 Classificação de risco 80 83 Clube Atômico 38 Cluster 203 Código Florestal Brasileiro 272 Comunidade Andina das Nações CAN 102 Comunidade dos Estados Independentes CEI 34 Comunidade Econômica Europeia CEE 98 Comunidade Europeia do Carvão e do Aço Ceca 98 Conferência de Bandung 30 Conferência de Bretton Woods 17 31 Conferência de Londres 27 Conferência de Potsdam 26 Conferência de San Francisco 19 Conselho de Segurança 19 20 21 23 38 41 42 45 161 Conselho Econômico e Social 19 20 Consenso de Washington 79 80 81 115 116 210 218 Convenção de Genebra 60 Corolário Polk 57 Corolário Roosevelt 57 Corrida Espacial 16 Cortina de ferro 17 Crimeia 34 52 53 54 157 Crise de 1929 84 209 226 227 Crise dos Mísseis 28 D Darfur 47 Descolonização 21 28 29 30 220 246 263 Desenvolvimentismo 229 Desnacionalização da economia 66 101 Desobediência Civil 29 Destino Manifesto 57 Destruição Mútua Assegurada MAD 16 Dia do Perdão Yom Kippur 152 Divisão Internacional do Trabalho DIT 109 110 193 Divisão NorteSul 110 Divisão territorial do trabalho 71 233 Doutrina Bush 59 60 Doutrina Putin 52 53 Doutrina Truman 16 18 57 Dumping 94 255 E Estado Islâmico 52 Exclusão digital 74 F Fordismo 200 Fukushima 160 Fundamentalismo islâmico 153 Fundo Monetário Internacional FMI 17 48 75 79 85 91 93 94 121 G G4 21 G7 51 G8 51 91 113 G20 85 93 Gamal Abdel Nasser 29 Geopolítica bipolar 15 25 Globalização 66 83 87 88 90 91 94 97 108 113 125 202 211 Golpe militar 25 Governo Collor 115 Green belts 258 Guerra ÁrabeIsraelense 21 Guerra Civil Chinesa 21 Guerra da Coreia 21 25 40 Guerra de Yom Kippur 21 Guerra do Golfo 23 152 Guerra do México 57 Guerra do Vietnã 21 25 Guerra entre Irã e Iraque 152 Guerra nas Estrelas 23 I Indústria de base 210 218 229 Indústria de bens de capital 242 Indústria de bens de consumo 32 242 Indústria extrativa 192 242 Indústria Substitutiva de Importação ISI 209 Industrialização Orientada para a Exportação IOE 211 Iniciativa de Defesa Estratégica SDI 23 283 Índice Remissivo TSV2U4FINAIS280288indd 283 170516 1940 Investimentos Estrangeiros Diretos IEDs 76 121 J João Goulart 25 Justintime 201 208 K Keiretsu 208 L Lei Patriota Patriot Act 59 M Manufacturing Belt 205 Mar da China Meridional 42 43 44 61 Marés negras 150 Médicos Sem Fronteiras 60 Meio técnicocientíficoinformacional 69 188 189 Meios de comunicação informatizados 69 Mercado comum 96 Mercosul 96 102 103 104 137 Mikhail Gorbatchev 32 Mist 111 Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra MST 87 275 Multinacionais 68 72 91 94 110 115 121 201 208 N Nafta 96 101 102 211 Navegação de cabotagem 129 136 Neoliberalismo 66 81 85 93 Nova ordem mundial 15 39 Novo Banco de Desenvolvimento NBD 48 75 Novos Países Industrializados 209 Novos Tigres Asiáticos 213 O Obsolescência planejada 223 Occupy Wall Street 87 Organismos Geneticamente Modificados OGMs 248 Organização das Nações Unidas ONU 19 20 Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FAO 47 Organização do Tratado do Atlântico Norte Otan 22 Organização dos Países Exportadores de Petróleo Opep 151 Organização Mundial do Comércio OMC 17 85 87 93 216 255 P Pacto de Varsóvia 22 25 Panarabismo 29 Parceria Transpacífico TPP 105 Parcerias PúblicoPrivadas PPPs 117 Pax americana 58 Pentágono 23 59 Pesquisa e Desenvolvimento PD 69 216 Plano de Metas 133 Plano Marshall 18 27 41 Plantation 246 266 Política Agrícola Comum PAC 256 Primavera Árabe 45 52 75 Primavera de Praga 25 Primeira Conferência dos Povos da África 29 Primeira Guerra Indopaquistanesa 21 Primeira Revolução Industrial 158 193 200 Programa Nacional de Desestatização 117 Protecionismo 94 120 Protocolo de Kyoto 182 R Redes geográficas 70 Redes sociais 75 República Democrática Alemã RDA 27 República Federal da Alemanha RFA 27 Reservas Legais RLs 272 Resistência Pacífica 29 Reunificação alemã 41 Revolução Agrícola 195 245 248 Revolução Húngara 25 Revolução Industrial 110 Revolução islâmica no Irã 152 Revolução Técnicocientífica 69 Revolução Verde 245 246 248 262 Rodada de Doha 93 255 Rodada do Milênio 87 S Secretariado Geral 19 20 Segunda Revolução Industrial 126 Sete Irmãs 151 152 Sun Belt 205 Superávit primário 121 T Talibã 58 Tarifa Externa Comum TEC 96 104 Taylorismo 200 Tecnopolo 190 203 206 207 218 236 237 241 Telemática 74 92 197 Teleporto 198 Terceira Revolução Industrial 69 Three Mile Island 160 Tigres Asiáticos 211 212 Transgênicos 248 249 250 257 Transnacional 68 125 Transnístria 54 Tratado de Assunção 102 Tratado de Lisboa 99 Tratado de Maastricht 98 Tribunal Internacional de Justiça 19 U Unasul 104 União aduaneira 96 102 104 União econômica e monetária 96 Z Zaibatsu 207 213 Zona de livrecomércio 96 101 104 Zona Franca de Manaus ZFM 240 Zonas de Processamento de Exportação ZPEs 212 Zonas Econômicas Especiais ZEEs 215 284 Índice Remissivo TSV2U4FINAIS280288indd 284 170516 1940 LIVROS BARROS Alexandre Rands Desigualdades regionais no Brasil Rio de Janeiro ElsevierCampus 2011 BAUMAN Zygmunt A modernidade líquida Rio de Janeiro Zahar 2001 A riqueza de poucos beneficia todos nós Rio de Janeiro Zahar 2015 BEAUD Michel História do capitalismo de 1500 aos nossos dias São Paulo Brasiliense 2005 BLAINEY Geoffrey Uma breve história do século XX São Paulo Fundamento 2011 CASTELLS Manuel A sociedade em rede São Paulo Paz e Terra 2007 Fim de milênio São Paulo Paz e Terra 2014 O poder da identidade São Paulo Paz e Terra 2013 CASTRO Iná E de GOMES Paulo C da C CORRÊA Roberto L Org Geografia conceitos e temas Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2006 et al Org Olhares geográficos modos de ver e viver o espaço Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2012 CASTRO Josué de Geografia da fome O dilema brasileiro pão e aço Rio de Janeiro Civilização Brasileira 2003 CHOMSKY Noam BARSAMIAN David Sistemas de poder conversas sobre as revoltas democráticas globais e os novos desafios ao Império Americano Rio de Janeiro Apicuri 2013 DAMIANI Amelia Luisa População e Geografia São Paulo Contexto 2012 FIORI José Luis História estratégia e desenvolvimento para uma geopolítica do capitalismo São Paulo Boitempo2015 FREIDEN Jeffry A O capitalismo global Rio de Janeiro Zahar 2008 FRIEDMAN George A próxima década Ribeirão Preto Novo Conceito 2012 FRIEDMAN Thomas L O mundo é plano Rio de Janeiro Objetiva 2009 HARVEY David O enigma do capital e as crises do capitalismo São Paulo Boitempo 2011 HISSA Cássio Eduardo Viana A mobilidade das fronteiras inserções da geografia na crise da modernidade Belo Horizonte Editora da UFMG 2006 HISTORY YEAR BY YEAR Londres Dorling Kindersley 2011 HOBSBAWM Eric J Da revolução industrial ao imperialismo Rio de Janeiro ForenseUniversitária 2003 Era dos extremos São Paulo Companhia das Letras 2012 Globalização democracia e terrorismo São Paulo Companhia das Letras 2007 O novo século São Paulo Companhia das Letras 2009 JINKINGS Ivana Coord Latinoamericana enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe São Paulo Boitempo 2006 JOHNSON Allan G Dicionário de Sociologia guia prático da linguagem sociológica Rio de Janeiro Zahar 1997 JUDT Tony O mal ronda a Terra um tratado sobre as insatisfações presentes São Paulo Objetiva 2011 Pósguerra uma história da Europa desde 1945 São Paulo Objetiva 2008 Quando os fatos mudam ensaios 19952010 São Paulo Objetiva 2016 JUHASZ Antonia A tirania do petróleo a mais poderosa indústria do mundo e o que pode ser feito para detêla Rio de Janeiro Ediouro 2009 KENNEDY Paul Preparando para o século XXI Rio de Janeiro Campus 1993 KHANNA Parag O segundo mundo impérios e influência na nova ordem global Rio de Janeiro Intrínseca 2008 KLEIN Naomi Sem logo a tirania das marcas em um planeta Rio de JaneiroSão Paulo Record 2002 285 Bibliografi a TSV2U4FINAIS280288indd 285 170516 1940 LACOSTE Yves Géopolitique la longue histoire daujourdhui Paris Larousse 2008 MARIANO Jefferson Introdução à economia brasileira São Paulo Saraiva 2012 MATIAS Eduardo F P A humanidade e suas fronteiras do Estado soberano à sociedade global São Paulo Paz e Terra 2010 MELLO Patricia Toledo de Campos Índia da miséria à superpotência São Paulo Planeta do Brasil 2008 MEYER Michael 1989 o ano que mudou o mundo Rio de Janeiro Zahar 2009 MEZZETTI Fernando De Mao a Deng a transformação da China Brasília Editora da UnB 2000 MINUCCI Silvia Bertolazzi Marco Polo 3 alla scoperta del mondo Novara De Agostini 2009 MORAES Reginaldo C Correa de Globalização e radicalismo agrário globalização e políticas públicas São Paulo Editora da Unesp 2006 NETTO Antonio Delfim Coord O Brasil no século XXI São Paulo Saraiva 2011 NYE JR Joseph S O futuro do poder São Paulo Benvirá 2012 O paradoxo do poder americano São Paulo Editora da Unesp 2002 PIKETTY Thomas A economia da desigualdade Rio de Janeiro Intrínseca 2015 O capital no século XXI Rio de Janeiro Intrínseca 2014 RIFKIN Jeremy A Terceira Revolução Industrial como o poder lateral está transformando a energia a economia e o mundo São Paulo Makron Books 2012 ROBERTS J M O livro de ouro da história do mundo da PréHistória à Idade Contemporânea Rio de Janeiro Ediouro 2003 SANDRONI Paulo Org Dicionário de economia do século XXI Rio de Janeiro Record 2008 SANTOS Milton A natureza do espaço técnica e tempo razão e emoção São Paulo Edusp 2014 Da totalidade ao lugar São Paulo Edusp 2014 Economia espacial críticas e alternativas São Paulo Edusp 2014 Por uma outra globalização do pensamento único à consciência universal 5 ed Rio de Janeiro Record 2015 Território globalização e fragmentação São Paulo Hucitec 2006 SILVEIRA Maria Laura O Brasil território e sociedade no início do século XXI Rio de JaneiroSão Paulo Record 2011 SASSEN Saskia Sociologia da globalização Porto Alegre Artmed 2010 SEBESTYEN Victor A revolução de 1989 a queda do império soviético São Paulo Globo 2009 STIGLITZ Joseph E Globalização como dar certo São Paulo Companhia da Letras 2006 O mundo em queda livre São Paulo Companhia das Letras 2010 TOFFLER Alvin A terceira onda 25 ed Rio de Janeiro Record 2014 Guerra e antiguerra sobrevivência na aurora do terceiro milênio Rio de Janeiro Record 1994 VIEIRA Eurípedes F VIEIRA Marcelo Milano F Espaços econômicos geoestratégia poder e gestão do território Porto Alegre Sagra Luzzatto 2003 ZIEGLER Jean Destruição em massa geopolítica da fome São Paulo Cortez 2013 ATLAS Atlas geográfico escolar Rio de Janeiro IBGE 2012 Atlas geográfico Milton Santos Rio de Janeiro IBGE 2010 BULARRD Martine et al LAtlas 2013 Paris Vuibert 2013 CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 DUBY G Atlas historique Paris Larousse 1996 286 Bibliografia TSV2U4FINAIS280288indd 286 170516 1940 FERREIRA Graça Maria Lemos Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 GIRARDI Eduardo Paulon Atlas da questão agrária brasileira Disponível em www2fctunespbrneraatlas Heimat und Welt Weltatlas BerlimBradenburgo Westermann 2011 KÖNEMANN Ludwig STEFÁNIL Martin Historical atlas of the world Bath Parragon 2010 Putzger Historischer Weltatlas Berlim Cornelsen Verlag 2011 TÉTART Frank Gran atlas 2014 Paris Autrement 2013 PERIÓDICOS ANP Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis 2015 Disponível em wwwanpgovbr Anuário Exame Infraestrutura 20142015 São Paulo Abril 2014 British Petroleum BP Statistical Review of World Energy 2015 Disponível em wwwbpcom Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe Cepal Anuário estatístico da América Latina e do Caribe Disponível em wwwcepalorgptbr Dossiê Le Monde Diplomatique Brasil 10 Quem manda no mundo São Paulo Instituto Pólis julago 2012 EPE Balanço Energético Nacional 2012 Disponível em httpsbenepegovbrdownloadsRelatorioFinal BEN2012pdf FAO Estado Mundial da Agricultura e Alimentação 2015 Disponível em wwwfaoorg FiespCiesp RaioX do comércio exterior brasileiro Disponível em wwwfiespcombr Fundação Dom Cabral Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2015 Disponível em wwwfdcorgbr IEA Key World Energy Statistics 2015 Disponível em wwwieaorg Infraero Anuário Estatístico Operacional 2014 Disponível em wwwinfraerogovbr Le Monde Diplomatique Juventudes e a desigualdade no urbano Edição Especial São Paulo Instituto Pólis nov 2015 OMC World Trade Report 2015 Disponível em wwwwtoorg Opec Annual Statistical Bulletin 2015 Disponível em wwwopecorg PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano 2015 O Trabalho como Motor do Desenvolvimento Humano Dis ponível em httphdrundporg REN21 Renewables 2015 Global Status Report Disponível em wwwren21net Sipri Sipri yearbook 2015 Resumo Disponível em wwwsipriorg UnepFrankfurt School Global Trends in Renewable Energy Investiment 2015 Disponível em httpfsunepentreorg SITES Agência Nacional de Energia Elétrica Aneel Disponível em wwwaneelgovbr Agência Nacional de Transportes Aquaviários Antaq Disponível em wwwantaqgovbr Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis ANP Disponível em wwwanpgovbr Banco Central Europeu Disponível em wwwecbeuropaeu Banco Mundial Disponível em httpdatosbancomundialorg Ciência Hoje Online Disponível em httpcienciahojeuolcombr Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB Disponível em httpciborgbr Eletrobras Disponível em wwweletrobrascom Geopolitical Monitor Disponível em wwwgeopoliticalmonitorcom Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE Disponível em wwwibgegovbr Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares Ipen Disponível em wwwipenbr 287 Bibliografia TSV2U4FINAIS280288indd 287 170516 1940 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra Disponível em wwwincragovbr International Energy Agency IEA Disponível em wwwieaorg Internet World Stats Disponível em wwwinternetworldstatscom Laboratórios Virtuais de Processos Químicos Disponível em httplabvirtualequcpt LEncyclopédie de lÉtat du Monde Disponível em wwwetatdumondecom Mercosul Disponível em wwwmercosurint Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Disponível em wwwagriculturagovbr Ministério da Ciência e Tecnologia MCT Disponível em wwwmctgovbr Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior MDIC Disponível em wwwdesenvolvimentogovbr Organização das Nações Unidas ONU Disponível em wwwunorg Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FAO Disponível em wwwfaoorg Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura Unesco Disponível em wwwunescoorg Organização do Tratado do Atlântico Norte Otan Disponível em wwwnatoint Organização dos Países Exportadores de Petróleo Opep Disponível em wwwopecorg Organização Mundial do Comércio OMC Disponível em wwwwtoorg Organização Mundial do Trabalho OIT Disponível em wwwoitbrasilorgbr Oxford Committee for Famine Relief OXFAN Disponível em wwwoxfamorgen Petrobras Disponível em wwwpetrobrascombr Sebrae Disponível em wwwmundosebraecombr Stratfor Disponível em wwwstratforcom The Economist Disponível em wwweconomistcom The World Factbook Disponível em wwwciagov União Europeia Disponível em httpeuropaeu US Census Bureau Disponível em wwwcensusgov World Nuclear Association Disponível em wwwworldnuclearorg Acessos em abr 2016 288 Bibliografia TSV2U4FINAIS280288indd 288 170516 1940 289 MANUAL DO PROFESSOR ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS TSV2ManualParteComum289322indd 289 300516 1456 290 APRESENTAÇÃO 291 GEOGRAFIA PERSPECTIVA HISTÓRICA E ENSINO NO BRASIL 292 1 Introdução 292 2 Início da Geografia no Brasil 292 3 Positivismo e suas principais tendências 292 Ratzel versus La Blache 292 4 Surgimento da Geografia Crítica 293 5 Novos horizontes teóricos 294 Geografia Humanista ou da Percepção 294 6 O desafio da atualização em tempos de globalização acelerada 294 7 Políticas recentes voltadas para a melhoria do ensino 295 PROPOSTA DA COLEÇÃO 296 1 Considerações iniciais 296 2 Aspectos metodológicos e objetivos da Coleção 297 Interdisciplinaridade 298 Conceitos 299 Atividades 299 Recursos digitais 305 3 Organização e estrutura da Coleção306 Distribuição dos conteúdos 306 Estrutura da Coleção 311 4 Avaliação 314 5 Formação continuada do professor 314 6 Bibliografia comentada 322 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS 323 Unidade 1 Contexto histórico e geopolítico do mundo atual 323 Unidade 2 Economia mundial e globalização 337 Unidade 3 Infraestrutura e desenvolvimento 351 Unidade 4 Espaço e produção 365 BIBLIOGRAFIA 383 TSV2ManualParteComum289322indd 290 310516 1536 291 291 No limiar da civilização cognitiva na qual estamos adentrando a educação deverá fornecer ao homem a cartografia de um mundo complexo e constantemente agitado e ao mesmo tempo a bússola que permita navegar através dele Antonio Carlos Gomes da Costa Este Manual do Professor Orientações Didáticas foi con cebido com os objetivos de orientar o trabalho docente com a Coleção e de facilitar a condução dos estudos de Geografia ao longo do Ensino Médio Sabemos que não há ninguém melhor do que o professor para conhecer as especificidades necessidades e potencialidades de seus estudantes Por isso temos certeza de que o seu protagonismo é fundamental nas tarefas de conduzilos à reflexão e à compreensão dos espaços local e global e de ajudar a formar cidadãos aptos a intervir de modo positivo em seus lugares de vivência Neste manual você conhecerá a proposta teóricometodo lógica da Coleção seus objetivos organização e estrutura Há também atividades e orientações complementares para cada um dos capítulos do Livro do Estudante de modo a auxiliálo na personalização de suas aulas conforme a necessidade de suas turmas Dessa forma pretendemos que este livro seja um aliado para seu planejamento do ano letivo na condução das diversas tipologias de atividades com os estudantes bem como na avaliação de seu aprendizado Também compartilhamos aqui alguns conhecimentos pedagógicos e temas da Geografia além de indicação de bibliografia complementar Dessa forma esperamos abrir caminhos para a reflexão o aprofundamento e a atualização essenciais para a prática pedagógica TSV2ManualParteComum289322indd 291 300516 1456 292 GEOGRAFIA PERSPECTIVA HISTÓRICA E ENSINO NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO Sabemos da possibilidade de uso de diversas metodologias assim como de variados recortes temá ticos e estratégias para o ensino da Geografia Tam bém é certo além de esperado que o professor em sua realidade e prática diária elabore sua própria metodologia valendose de inúmeros recursos entre eles o livro didático além de filmes vídeos jogos jornais revistas e tantos outros O aspecto positivo de toda essa diversidade pos sibilita contemplar as diferentes realidades sociais culturais e espaciais do Brasil Entendemos que a compreensão do ensino de Geografia no país numa perspectiva histórica nos leva a um entendimento dessa disciplina escolar na atualidade considerando seus desafios possibilidades e características além de contribuir para o conhecimento de alguns aspec tos relacionados à estruturação da Geografia como ciência Também mostra o caráter dinâmico tanto da disciplina escolar como da ciência geográfica intrin sicamente ligado aos contextos sociais econômicos e culturais de cada época bem como às transforma ções que se processaram ao longo da história no âmbito da educação brasileira 2 INÍCIO DA GEOGRAFIA NO BRASIL No Brasil recémsaído da situação colonial a Geo grafia foi introduzida como disciplina escolar em 1837 no Rio de Janeiro RJ então capital do Império Seu ensino assim como o das demais disciplinas era voltado à formação de quadros políticos e intelectuais para a alta administração principalmente a pública Na primeira metade do século XX a Geografia difundiuse nas escolas brasileiras ainda dominada pelo positivismo ver a seguir e no clima de início da República disseminava concepções patrióticas Sobretudo a partir da década de 1930 com o governo Vargas a Geografia ganhou a estatura de uma disci plina estratégica na escola básica Foi quando seu ensino passou a ser obrigatório em todas as séries da escolarização paralelamente a uma exacerbação da função ideológica dessa disciplina difundir a ideologia do nacionalismo patriótico atendendo à crescente necessidade de construção da identidade nacional em que se valorizavam a extensão e a natureza do território e o caráter pacífico e ordeiro de seu povo1 3 POSITIVISMO E SUAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS O pensamento geográfico tradicional tem por base filosófica e metodológica o positivismo do filósofo fran cês Auguste Comte 17981857 De acordo com ele a ciência geográfica deveria abandonar a especulação sobre a origem dos fenômenos e se restringir à obser vação dos aspectos visíveis mensuráveis e palpáveis do real A Geografia foi assim durante muito tempo uma ciência empírica pautada na observação Nesse sentido na Geografia Tradicional Positi vista o ser humano assim como os fenômenos pre sentes na superfície da Terra é apenas um elemento constituinte da paisagem ficando as relações sociais praticamente excluídas de seu enfoque Entre as correntes positivistas da Geografia as duas dominantes foram o suposto determinismo do alemão Friedrich Ratzel 18441904 e o possibilismo do francês Paul Vidal de La Blache 18451918 Ratzel versus La Blache Para Ratzel o ser humano é essencialmente dependente da natureza2 e as sociedades são mode ladas de acordo com as condições naturais de seu meio3 Por isso ele foi considerado um determinista ambiental embora nunca tivesse defendido que as condições naturais fossem por si só determinantes dos modos de vida e de formação das sociedades humanas Em seus estudos observou o grau de desenvolvimento dos grupos humanos seu esforço e a maneira como exploravam a natureza 1 ROCHA G O R A trajetória da disciplina Geografia no currículo escolar brasileiro 18371942 São Paulo Pontifícia Universidade Católica 1996 p 247 Tese de mestrado 2 RATZEL F Völkerkunde LeipzigViena Bibliographisches Institut 1894 t 1 p 100106 3 Le sol la société et lÉtat LAnnée Sociologique 18981899 1900 p 34 TSV2ManualParteComum289322indd 292 300516 1456 293 La Blache e a Escola Francesa opunhamse ao pensamento de Ratzel especialmente em relação ao determinismo ambiental Para La Blache a natureza não é determinante das condições sociais econômicas e tecnológicas de um povo sendo o ser humano capaz de intervir na natureza alterandoa e de enfrentar e vencer os obstáculos que ela impõe em determinadas regiões altitude aridez pobreza do solo entre outros A extensa obra de La Blache no entanto não men ciona os núcleos urbanos à época já bastante amplia dos e a indústria já com forte presença na paisagem Para La Blache a natureza fornece possibilidades de transformação das paisagens e de evolução dos seres humanos de maneira que o modo de vida de cada sociedade resulta do conjunto das técnicas hábitos e organismos sociais que tornam possível o uso dos recursos naturais e não das condições oferecidas pelo ambiente Embora os seres humanos sejam influencia dos pelo meio ambiente que os cerca é sua racionali dade que lhes dá condições de modificar e adaptar o meio a fim de satisfazer suas necessidades Essas são as bases da Teoria Possibilista como ficou conhecida É importante pontuar que as explicações objetivas e quantitativas da realidade dadas nos estudos da Escola Francesa obedeciam à tese da neutralidade do discurso científico Furtavamse portanto de qual quer abordagem política da realidade A Geografia ganhou lugar no espaço acadêmico brasileiro em 1934 com a criação da Universidade de São Paulo USP e seus docentes eram forte mente influenciados pela Escola Francesa O ensino nas escolas públicas por sua vez apoiavase em livros didáticos voltados ao estudo das regiões que segundo La Blache explicavamse por si mesmas A predominância do pensamento positivista no Bra sil especialmente da tendência encabeçada por essa escola permaneceria ainda por muito tempo até ser superada na década de 1970 num cenário de pro fundas mudanças conjunturais no Brasil e no mundo 4 SURGIMENTO DA GEOGRAFIA CRÍTICA O rompimento com a Geografia Tradicional tanto no espaço acadêmico como nos níveis de ensino hoje designados como Fundamental e Médio veio como resposta a uma nova realidade cada vez mais complexa pela intensa urbanização determinada sobretudo pela industrialização crescente e pelas fortes concentrações de terra e de renda no campo Os elementos presentes no espaço geográfico exigiam um enfoque ampliado superando a visão regional em um contexto de avanço do processo de globalização No âmbito internacional viviase ainda a Guerra Fria no nacional a distensão política do regime militar A partir de meados da década de 1970 o geógrafo francês Yves Lacoste 1929 recuperou a noção de geopolítica rompendo com a proposta de neutralidade da ciência da Escola Francesa Isso faz da Geografia uma ciência capaz de elaborar a crítica da sociedade capitalista e defender a redução das desigualdades socioeconômicas e regionais Sua obra Geografia do subdesenvolvimento4 influenciou fortemente os estu dos e o ensino da disciplina no Brasil e foi responsável pelas propostas de tendência marxista que deram origem à chamada Geografia Crítica Com enfoque nas relações entre sociedade trabalho e natureza na transformação do espaço geográfico a Geografia Crítica introduziu na disciplina conteúdos políticos essenciais para a formação do cidadão e desse modo também uma nova maneira de interpretar os conceitos de espaço geográfico território e paisagem Além de Lacoste outros geógrafos como Pierre George 19092006 Bernard Kayser 19262001 e Jean Tricart 19202003 foram responsáveis pela disseminação da abordagem crítica na Geografia As ideias marxistas tiveram maior difusão no Brasil entre o final da década de 1940 e meados da década de 1970 período que compreendeu eventos dos mais importantes no cenário geopolítico mundial como Revolução Chinesa Revolução Cubana e Guerra do Vietnã No Brasil a reivindicação e as lutas por mudan ças políticas e sociais que ameaçavam o domínio do conservadorismo levaram à implantação do regime militar 19641984 O resultado disso na educação foi a imposição de uma abordagem nacionalista vol tada à sustentação ideológica do regime que afetou especialmente as disciplinas de História e Geografia Conteúdos de ambas foram excluídos e elas foram reu nidas em uma única disciplina denominada Estudos Sociais e duas outras foram criadas a de Educação Moral e Cívica EMC e a de Organização Social e Política Brasileira OSPB A EMC tinha por conceitos centrais a nação a pátria a integração nacional a tradição a lei o trabalho os heróis que também estavam subjacentes ao trabalho de todas as outras áreas específicas e das atividades extraclasse com a participação dos professores e das famílias imbuídas dos mesmos ideais e responsabilidades cívicas5 4 Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1990 5 FONSECA Selva G Caminhos da História ensinada 5 ed Campinas Papirus 1993 p 37 TSV2ManualParteComum289322indd 293 300516 1456 294 Ainda sob o regime militar no início da década de 1980 cientistas e educadores das áreas de Geografia e de História mobilizaramse pela volta das duas dis ciplinas ao currículo escolar brasileiro A Geografia Crítica presente em muitos trabalhos acadêmicos do país participava da luta pela redemocratização e pela justiça social 5 NOVOS HORIZONTES TEÓRICOS A noção de que a Geografia Crítica assim como a Tradicional não considerava a subjetividade da relação humana e da sociedade com a natureza foi aos poucos ganhando atenção no meio acadêmico nacional Ao mesmo tempo no final da década de 1980 a crise do socialismo real colocou em xeque os postulados dos geógrafos críticos A realidade em transformação expunha seus limites teóricometodológicos A queda do Muro de Berlim a desagregação da União Soviética com a consequente crise do marxismo e a falência dos paradigmas da modernidade na explicação da nova realidade em mudança inclusive o da teoria social crítica revolucionam o pensamento e a pro dução geográfica em todos os sentidos e direções6 A ênfase dada na Geografia a um entendimento historicista da sociedade implicou um obstáculo em adequar tempo e espaço História e Geografia O próprio Yves Lacoste apontava para a dificuldade de apoiar a Geografia em Marx De acordo com Josefina Gómez de Mendoza 1942 professora da Universi dade Autônoma de Madrid o enfoque marxista não faz mais que extrapolar para as estruturas espaciais interpretações que remetem a estruturas econômicas e sociais a reflexões da história e da economia política7 Ainda segundo essa mesma autora a concepção dos geógrafos marxistas revela a ausência de uma elaboração conceitual e analítica mais aprofundada dos aspectos ecológicos e energéticos8 Convém esclarecer contudo que essa lacuna vem sendo gradativamente preenchida pelos geógrafos críticos A produção acadêmica na área de Geografia nas últimas décadas tem como característica fundamental a preocupação com as dimensões subjetivas da relação humana com a natureza Nesse sentido consideram se as culturas das sociedades e consequentemente as distintas percepções do espaço geográfico e as for 6 OLIVEIRA Marcio Piñon Geografia e epistemologia meandros e possibilidades metodológicas Revista de Geografia v 14 p 153164 São Paulo Unesp 1997 p 155 7 Los radicalismos geográficos In MENDOZA Josefina Gómez et al Org El pensamiento geográfico estudio interpretativo y antología de textos de Humboldt a las tendencias radicales Madri Alianza 1982 p 152153 Tradução nossa 8 Idem p 153 mas de sua construção implicando os conhecimentos de outras áreas particularmente os de Antropologia Sociologia Biologia e Ciências Políticas Geografia Humanista ou da Percepção As experiências das pessoas e dos grupos humanos na relação que mantêm com o espaço passaram a fazer parte das pesquisas de geógrafos que por meio delas visam compreender os valores as crenças os símbolos e os comportamentos dessas pessoas e grupos Esses estudos deram origem em meados da década de 1960 à Geografia Humanista ou da Percepção Nessa tendência destacase a obra do geógrafo sinoestadunidense YiFu Tuan 1930 Topofilia um estudo da percepção atitudes e valores do meio ambiente9 centrada no estudo dos sentimentos de apego topofilia das pessoas ao ambiente natural ou construído em que vivem buscando desvelar os elementos universais das percepções e dos valores sobre o ambiente por meio entre outros caminhos da identificação das respostas psicológicas comuns a todas as pessoas para depois mostrar que os mesmos tipos de respostas se manifestam na cultura dos povos 6 O DESAFIO DA ATUALIZAÇÃO EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO ACELERADA O espaço geográfico gerado pelo fim da Guerra Fria e pelo acelerado processo de globalização eco nômica e de criação de tecnologias ao lado da nova configuração geopolítica impôs à Geografia o desafio de uma atualização em ritmo bastante intenso Diversos estudos surgidos nas últimas déca das enquadramse nessa tentativa David Harvey 1935 geógrafo marxista britânico em sua obra Condição pósmoderna10 criou o conceito de compressão do espaçotempo processo vivido pela humanidade desde a década de 1970 e que exige mudanças nos mapas mentais nas atitudes e nas instituições Esse processo segundo ele não ocorre em simultaneidade com os empreendimentos técnicocientíficos no espaço gerando uma defasagem que pode implicar sérias consequências para as mais diversas decisões financeiras militares etc11 Além da contribuição das novas tecnologias Harvey explora nessa obra a prática da descartabilidade dos produtos 9 São Paulo Difel 1980 10 São Paulo Loyola 1993 11 Idem p 275278 TSV2ManualParteComum289322indd 294 300516 1456 295 e a manipulação da opinião e do gosto apoiada na construção de novos sistemas de signos e imagens12 Ao lado dele incluemse os pósmodernos bra sileiros Bertha K Becker 19302013 e Rogério Haesbaert 1958 Os três encaixamse na tendência que considera novas formas de gestão do espaço geográfico em vista da transformação dos espaços militarizados da Guerra Fria em territórios onde sob o império da competitividade o poder está vinculado ao domínio de recursos tecnológicos e que as lutas se dão entre lugares e não mais entre nações Em opo sição ao âmbito global em que existe um processo de coesão de fusão de empresas de criação de blocos econômicos gerando a ideia de unificação o âmbito local vive um processo de fragmentação contando com suas próprias condições para se desenvolver Para Becker desde a Segunda Guerra Mundial a ciência e a tecnologia passaram a constituir o funda mento do poder valorizando o espaço com base em suas diferenças processo que nas mãos das redes transnacionais de circulação e comunicação permite tanto a globalização como a diferenciação espacial13 Segundo Haesbaert o processo modernizador implicado nos avanços tecnológicos e na aceleração da globalização econômica compromete gravemente vastas áreas do planeta Uma imensa massa de des possuídos vive sem a mínima condição de acesso às redes mundiais e de autonomia para definir seus circuitos de vida14 O brasileiro Milton Santos 19262001 e o esta dunidense Edward Soja 19402015 estão entre os autores cujas obras contribuem para a definição do espaço geográfico em tempos de globalização Em sua obra Geografias pósmodernas a reafirma ção do espaço na teoria social crítica15 Soja baseando se em sua defesa da força do historicismo no desen volvimento das ciências modernas discute autores que tentaram fazer o resgate da categoria espaço e busca elaborar um método materialista histórico e geográfico apoiandose na inseparabilidade de espaço e tempo Entre as diversas obras de Milton Santos podemos destacar para os fins de nossa análise Técnica espaço tempo globalização e meio técnicocientífico internacio nal16 Nela o autor defende que a produção do espaço 12 Idem Capítulo 17 13 Geopolítica na virada do milênio logística e desenvolvimento sustentável In GOMES P C C CORRÊA R L CASTRO I E Org Geografia conceitos e temas 3 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2001 p 287 14 Desterritorialização entre as redes e os aglomerados de exclusão In CASTRO I E GOMES P C C CORRÊA L L Org Geografia conceitos e temas Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1995 p 166 15 Rio de Janeiro Jorge Zahar 1993 16 São Paulo Hucitec 1994 p 4849 geográfico responde às demandas de quem o idealiza visando ao fluxo de suas necessidades O espaço geo gráfico é portanto um conjunto indissociável de siste mas de objetos naturais ou fabricados e de sistemas de ações deliberadas ou não em que se materializam a unicidade técnica a convergência dos momentos e a unicidade do motor viabilizando assim a globalização 7 POLÍTICAS RECENTES VOLTADAS PARA A MELHORIA DO ENSINO As mudanças políticas verificadas no Brasil desde o início da redemocratização tiveram reflexos na área da educação tendo por indicativo essencial a publica ção em 1997 dos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN voltados aos ensinos Fundamental e Médio O documento propõe a desideologização do ensino principalmente com a desmistificação da manipulação realizada pela mídia Em nível geral ele reflete um obje tivo básico a formação para o exercício da cidadania Quanto ao ensino específico da Geografia os PCN apontam para a necessidade de ao lado das contri buições da Geografia Positivista e da Geografia Mar xista trabalhar com os avanços teóricometodológicos na disciplina destacandose as contribuições da Geo grafia Humanista ou da Percepção Nesse sentido os PCN propõem a não exclusividade da explicação empírica das paisagens ou da explicação política e econômica do mundo O documento destaca ainda a necessidade de se ensinar uma Geografia que abranja de modo mais complexo o espaço geográfico superando a mera descrição de paisagens Em 2011 são aprovadas novas Diretrizes Curri culares Nacionais para o Ensino Médio DCNEM de 1998 Elas sustentam a necessidade de contemplar o ensino das diferentes dimensões da vida em sociedade abordando trabalho ciência tecnologia e cultura como eixos integradores entre os conhecimentos de distintas naturezas Apontam ainda para a necessidade de o currículo do Ensino Médio promover práticas educati vas efetivas visando à formação integral dos estudantes As políticas educacionais destacam também a necessidade de estabelecer um diálogo com os jovens e sua realidade dando sentido ao apren dizado dos conhecimentos construídos historica mente pela humanidade Assim no Ensino Médio a Geografia tem o papel fundamental de desenvolver nos estudantes competências e habilidades que lhes permitam analisar a realidade para nela poder intervir propositivamente TSV2ManualParteComum289322indd 295 300516 1456 296 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Tendo esses pressupostos em mente tomamos como norte a ideia de que a Geografia por sua pró pria dinamicidade exige um processo contínuo de reaprendizagem do mundo construído na medida em que o espaço geográfico seu objeto central de estudo resulta da vida em sociedade dos seres humanos em busca da sobrevivência e satisfação de suas necessidades dos intensos avanços tecno lógicos dos conflitos sociais e geopolíticos em uma realidade em permanente mudança e marcada por fortes desigualdades sociais e espaciais As rápidas e profundas mudanças ocorridas entre o final do século XX e o início do atual geraram uma nova e complexa configuração socioespacial em que se alteraram as noções de tempo e espaço e se intensificou o ritmo de transformação das paisagens exigindo a construção de uma relação diferenciada do ser humano com os meios natural e social Se durante algum tempo acreditavase que o desenvolvimento científico e tecnológico seria o cami nho para gerar bemestar geral o que se tem hoje são problemas ambientais desafiadores num mundo em que se aprofundam cada vez mais as desigual dades socioeconômicas tanto entre as camadas de uma população quanto entre países ou continentes A globalização tem sido responsável pela perda da importância das fronteiras econômicas e culturais e pela perda de identidade dos povos e mesmo das pessoas cujas vidas passaram a ser afetadas por decisões e fatos ocorridos no mundo todo As rela ções seja entre o ser humano e a natureza ou entre Estadosnação tornamse cada vez mais complexas Ao professor de Geografia cabe portanto orientar os estudantes na compreensão dessas relações e sobretudo por meio do entendimento da sua reali dade desenvolver sua consciência crítica e compe tência intelectual habilitandoos para apreender as características desse mundo complexo e dinâmico e para agir em prol das melhorias exigidas em seus contextos local e global É com essa preocupação e entendendo que a função do professor é mediar a apropriação do conhe cimento pelos estudantes que procuramos trabalhar metodologicamente esta Coleção desenvolvendoa de forma a estimular a compreensão dos temas aborda dos por meio de recursos visuais seções e ativida des variadas e contextualizadas Buscamos também direcionar o trabalho com os conteúdos para uma formação social crítica e solidária em que se propicia a aplicação do aprendizado pelos estudantes às espe cificidades de seu meio físico político econômico social e cultural Nessa perspectiva proporciona mos situações em que eles terão oportunidades de aplicar os conteúdos visando a uma aprendizagem não apenas em termos conceituais mas também procedimentais saber fazer e atitudinais saber ser A organização dos conteúdos e a sequência em que as unidades estão apresentadas nos três livros desta Coleção buscam atender a um encadeamento em que os diversos temas e conceitos não sejam fragmentados mas estabeleçam relações que per mitam uma análise mais abrangente da realidade Importante porém destacar que a Coleção deve ser entendida como um facilitador para o trabalho do professor com os estudantes respeitandose suas especificidades e não como um guia a ser seguido rigidamente veja no item Estrutura da Coleção bem como nas Orientações específicas deste manual sugestões de caminhos possíveis de uso dos livros e suas seções As abordagens partem de duas concepções prin cipais sobre a Geografia do espaço geográfico como processo de produção social em permanente trans formação e da análise do espaço como um sistema de relações em suas diversas escalas local regional nacional e global São as atividades dos diferentes grupos sociais que definem a organização da produção e do con sumo as formas de apropriação dos bens produzidos as relações de trabalho as redes de circulação de mercadorias pessoas e informações e dão vida aos elementos presentes na paisagem A produção do espaço geográfico envolve natureza e sociedade de forma integrada em um mesmo processo e é dessa forma que buscamos desenvolver os conteúdos da Coleção Temas e conceitos relacionados a natureza inovação tecnológica organização do trabalho rela ções de poder questão ambiental são recorrentes no desenvolvimento dos capítulos e dão coerência às unidades que formam a Coleção PROPOSTA DA COLEÇÃO TSV2ManualParteComum289322indd 296 300516 1456 297 Durante a produção da Coleção consideramos também um aspecto relevante ao Ensino Médio o momento de vida de seus estudantes que estão na adolescência e sua atuação social Marcada por intensas transformações na adolescência os jovens vivenciam inúmeros desafios entre eles as mudanças no corpo o desabrochar da sexualidade a busca por respostas às alternativas do mundo adulto como a escolha da profissão a independência financeira entre tantas outras Isso intensifica o desafio de atrelar a apropriação de conhecimentos disciplinares de modo que faça sentido aos estudantes levandoos a despertarem o interesse ou permanecerem interessados por eles Entendemos que a atualidade dos temas trabalha dos nesta Coleção assim como as atividades em que eles são levados a investigar compreender e por vezes intervir em sua realidade permite ao estudante do Ensino Médio ampliar a sua visão de mundo compreender de forma crítica as suas trans formações e as influências que elas exercem na sua vida cotidiana e nos seus projetos pessoais a esse respeito veja especialmente as propostas da seção Agentes da Sociedade Da mesma forma as leituras que os estudantes trazem para o ambiente escolar amparadas por ricas experiências de vida são de extrema relevância Ainda que sua leitura do espaço não esteja sistematizada e por vezes seja marcada pelo senso comum ou até mesmo carregada de preconceitos a reflexão sobre os fatos e as informações a retificação de conceitos pessoais a partir de categorias de análise próprias da Geografia e da ciência de modo geral devem ser encaradas como constantes desafios para a atividade pedagógica Para isso tornase imprescindível que sejam estabelecidas relações entre o conhecimento geográfico e a vivência cotidiana No processo de aprendizagem é fundamental que os estudantes sejam capazes de compreender fatos fenômenos e processos inerentes à realidade em que estão inse ridos e estabelecer relações com outras realidades 2 ASPECTOS METODOLÓGICOS E OBJETIVOS DA COLEÇÃO Além da relevância dos conhecimentos prévios dos estudantes sejam eles empíricos ou científicos para um processo ensinoaprendizagem bemsucedido entendemos a importância de os estudantes pensarem seus lugares de vivência em comparação a outras rea lidades locais regionais nacionais ou globais Nesse sentido buscamos contextualizar os conhecimentos os problemas e as atividades de modo que as situa ções de aprendizagem possam proporcionar contato com a realidade em que o estudante está inserido e para a qual ele é formado habilitandoo a compre ender e se posicionar diante de fatos fenômenos e processos inerentes à sua realidade Sempre que relevante e possível buscamos ainda oferecer uma diversidade de práticas pedagógicas com seções com diferentes objetivos e atividades diversificadas pautandonos muitas vezes na interdis ciplinaridade tanto entre disciplinas de Ciências Huma nas como de outras áreas Dessa forma procuramos mostrar aos estudantes a importância de uma visão integral em vez de segmentada para a apreensão dos conhecimentos e a compreensão do mundo Os princípios gerais dos PCN particularmente em relação à visão da Geografia como uma ciência do presente em que as relações existentes no espaço geográfico denotam o vínculo entre objetos elementos da paisagem processos e ações organização do tra balho produção consumo relações sociais tiveram especial atenção nesta Coleção que dá ênfase ao presente vivido apreendido e sentido pelos estudan tes mas referenciandose às suas bases históricas Temas como a degradação ambiental a sociedade de consumo o processo de industrialização a desi gualdade social a globalização entre muitos outros são assim interligados no tempo e no espaço como partes de um processo histórico e cultural ocidental e de um sistema econômico dominante capitalista Discutimos também sob essa perspectiva as diferen ças econômicas e culturais entre países e especifica mente os conflitos que colocam em campos opostos grupos econômicos minorias sociais nações etnias etc A abordagem socioeconômica da Geografia fica evidenciada nesta Coleção em que as contradições do espaço construído são amplamente discutidas A Coleção busca a ampliação das competências e habilidades que os estudantes foram adquirindo ao longo de sua trajetória escolar entre elas as de ler interpretar comparar e analisar textos de diferentes fontes e linguagens e informações gráficas e cartográficas como tabelas grá ficos mapas e infográficos além de fotos charges cartuns e obras de arte classificar organizar e relacionar dados e informações questionar problemas do cotidiano e estabele cer propostas de intervenção e transformação na sociedade e no espaço TSV2ManualParteComum289322indd 297 300516 1456 298 observar e analisar situações acontecimen tos fenômenos e processos em seu espaço de vivência apresentar argumentos trocar e confrontar ideias para a construção coletiva da compre ensão dos problemas apresentados utilizar os métodos necessários para a reali zação de pesquisas bem como generalizar conceitos aplicálos construílos e principal mente relacionálos entre si Com essa perspectiva os estudantes são desa fiados a analisar a realidade em que vivem compa rar e contextualizar situações perceber as relações entre o presentelocalpessoal e o passadopresente futuro global entendendo que o espaço geográfico é produto da maneira como os seres humanos fazem a apropriação dos lugares tornandoos o retrato de sua intervenção econômica social política cultural e até mesmo conceitual Estarão assim comparando classificando analisando discutindo descrevendo opinando e fazendo generalizações analogias e diag nósticos E estarão percebendose como cidadãos capazes de compreender e intervir no ambiente e nas questões políticas econômicas sociais e culturais não somente de sua realidade imediata como em escalas mais amplas Interdisciplinaridade Um trabalho interdisciplinar requer ousadia perseverança e inovação Sabemos que apesar de demandados por sua implementação e cientes da sua importância para uma formação mais integral do estudante os professores ainda se deparam com inúmeros desafios para sua implantação No entanto os últimos anos vêm revelando que pro duzir atividades articuladas entre diferentes disciplinas aproveitandose de suas contribuições assim como de seus profissionais pode ser feito a partir de variadas metodologias tanto nas disciplinas de uma área de conhecimento como entre áreas E que esse trabalho vem melhorando não apenas o desempenho dos estu dantes mas também a interação entre os docentes enriquecendo seu trabalho e atuação e sendo fator motivacional na prática da função que passa a ser feita de forma integrada e não mais isoladamente As DCNEM indicam que inicialmente a interdisci plinaridade pode ser colocada em ação pelo estudo de determinado tema feito a partir do diálogo com saberes específicos de duas ou mais disciplinas mostrando ao estudante as diferentes perspectivas de um mesmo assunto Nesse sentido promovemos sobretudo na seção Conexão alguns momentos que podem servir para esse trabalho inicial veja nas Orientações Espe cíficas os principais conceitos interdisciplinares que podem ser explorados nessa seção No entanto as mesmas diretrizes salientam que a partir do problema gerador do projeto que pode ser um experimento um plano de ação para intervir na realidade ou uma atividade são identificados os conceitos de cada disciplina que podem contribuir para descrevêlo explicálo e prever soluções Dessa forma o projeto é interdisciplinar na sua concepção execução e avaliação e os conceitos utilizados podem ser formalizados sistematizados e registrados no âmbito das disciplinas que contribuem para o seu desenvolvimento17 A implementação desse tipo de prática pode ser facilitada na escola por exemplo por meio de projetos Nesta Coleção a seção Agentes da sociedade pode ser um recurso nesse sentido veja nas Orientações Específicas comentários pontuais sobre o encaminhamento da seção Além dessas seções que podem orientar o pro fessor numa abordagem interdisciplinar ao longo do texto principal nos recados destinados ao professor e em propostas de atividades buscamos propiciar um trabalho que leve os estudantes a uma compreensão mais abrangente do mundo em que vivem A seguir listamos em termos gerais exemplos de como a Geografia pode se integrar com diversas áreas do conhecimento História ao analisar a historicidade dos fatos e dos problemas atuais e em diversas escalas do tempo e do espaço geográfico Economia e Sociologia ao discutir os aspectos socioeconômicos do Brasil e do mundo e suas contradições Sociologia ao buscar examinar as práticas sociais e culturais da população de grupos de países em conjunto com os respectivos está gios de desenvolvimento Física ao discutir sensoriamento remoto Química e Física ao desenvolver o tema da energia Filosofia ao tratar da reflexão sobre a indústria cultural Biologia e Química ao tratar da biogeografia e das questões ambientais 17 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Educação Média e Tecnológica Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio Brasília Ministério da Educação 2002 p 89 TSV2ManualParteComum289322indd 298 300516 1456 299 Língua Portuguesa ao propor a leitura e a aná lise de textos de gêneros diversos relacionados aos conteúdos geográficos abordados Matemática ao fazer uso de dados estatísticos e do trabalho cartográfico Arte ao apresentar diferentes obras quadros esculturas instalações etc associandoas ao assunto tratado Conceitos Os conceitos de natureza sociedade paisagem meio geográfico lugar território região nação Estado e espaço geográfico são trabalhados na perspectiva de bases teóricas da ciência geográfica Outros como glo balização tecnologia redes permeiam diversos temas trabalhados especialmente aqueles focados em ques tões ambientais como os relacionados à economia e à sociedade Eles são apresentados nos momentos em que as temáticas requerem a sua utilização e apreensão correta do sentido em que estão sendo empregados Ênfase especial é colocada na relação entre glo balização e implementação de novas tecnologias de comunicação informação e transportes com as quais se dá a disseminação de informações ideias notícias e a circulação de pessoas e mercadorias de modo ace lerado no espaço geográfico O tema é aprofundado pela análise das diferentes consequências políticas econômicas e sociais de todo esse avanço para os paí ses e as pessoas envolvendo os próprios estudantes A análise ambiental está presente em praticamente todos os capítulos do primeiro livro da Coleção e em temas dos outros volumes como os capítulos rela cionados à energia no mundo e no Brasil ao espaço agrário e à urbanização Atividades Atividades variadas são organizadas em diferentes seções e com objetivos distintos veja o item Estrutura da Coleção possibilitando aos estudantes a verifica ção sistematização e aplicação dos conhecimentos adquiridos e oferecendo ao professor ferramentas de avaliação da aprendizagem Ao professor é dada ainda a liberdade de utilizar essas atividades com autonomia atendendo às necessidades específicas da turma ou até mesmo de alguns estudantes A Coleção oferece variados recursos textuais e imagéticos enriquecendo e complementando os con teúdos trabalhados Muitos deles são explorados por meio de atividades algumas interdisciplinares que auxiliam sua leitura interpretação e crítica estabele cendo relações com o assunto abordado Outros são sugeridos nos boxes lateriais sob as vinhetas Leitura Site e Filme Sugerimos que o professor juntamente com os estudantes utilize esses recursos conforme seu interesse realidade e necessidade Apresentamos a seguir procedimentos gerais que visam explorar melhor alguns dos recursos presentes na Coleção como textos mapas gráficos e charges Por meio dessas diretrizes que podem ser aplicadas em qualquer situação pedagógica fazendose as adapta ções necessárias esperamos contribuir para um melhor aproveitamento dos recursos presentes na Coleção Exploração de textos Diversos textos de variados gêneros autores e épocas são apresentados nas seções Contexto Lei tura e discussão Conexão Ponto de vista e Contraponto O professor pode utilizálos segundo a realidade e a necessidade da turma para desenvolver e aprimorar a competência leitora dos estudantes De acordo com a professora e pesquisadora Isabel Solé na leitura dos textos devem ser observadas as seguintes etapas atividades antes da leitura observação do título da fonte e de imagens que os acompanham levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema estratégias de antecipa ção antecipar o conteúdo do texto por meio das pistas levantadas e dos conhecimentos prévios atividades durante a leitura buscando envol ver os estudantes certificarse de que estão compreendendo o texto e elucidar os trechos mais complexos atividades após a leitura nas quais se observa se houve a compreensão e interpretação do texto lido A intervenção do professor nesse processo é de extrema importância não apenas para o desen volvimento intelectual da competência leitora dos estudantes como também para o aprimoramento de funções cognitivas relacionadas à inferência síntese análise interrelações e diferentes conexões possíveis de ideias É do educador a atribuição de oferecer orientação clara do processo de leitura de textos Com sua função de mediador entre o leitor o estudante o conteúdo e o autor leva o estudante a perceber o caminho que o autor percorreu para expor suas ideias relacionandoas com os contextos em que ambos estudante e autor estão inseridos O trabalho de desenvolvimento da competência leitora pode ser feito tanto de maneira individual quanto em grupos TSV2ManualParteComum289322indd 299 300516 1456 300 Metrpoles A ideia de metrópole nos remete a uma outra ideia a de hierarquia Como na história política dos povos onde algumas nações comandam as outras com suas peculiaridades políticas econômicas e culturais as metrópoles também disporiam do papel de comando em relação ao conjunto das cida des As metrópoles seriam as entidades mais altas na hierarquia em virtude de deterem as melhores condições econômicas sociais culturais e políticas daí sua posição de comando A história nos fez juntar a ideia de metrópole à ideia de tamanho Mas não seria apenas quantitativo mas também qualitativo a grande cidade se torna metrópole por reunir condições fruto em parte de seu tamanho e da sua força reunida É por isso que as metrópoles aparecem como o lugar onde é possível conviver com a sofisticação É o que distinguiria as nossas metrópoles das do norte porque nas nossas metrópoles a sofisticação não está ao alcance senão de uma parte muito pequena da população Entraríamos portanto em uma outra forma de distinguir as metrópoles a qual limitaria a definição de São Paulo como metrópole porque poucas pessoas têm acesso ao que há aqui de sofisticado diferentemente de uma cidade como Paris Londres ou Nova York ou mesmo como Viena que não é tão grande SANTOS Milton Como você conceitua as noções de urbanização e metropolização entrevista Revista Caramelo São Paulo Grêmio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP 1994 n 7 p 62 1 Peça aos estudantes que identifiquem o título e o autor do texto Caso não o conheçam fale de forma resumida sobre ele e sua importância para os estudos geográficos 2 Pergunte sobre o que acreditam ser o conteúdo do texto e o que sabem a respeito Questione também o que eles gostariam de aprender com a leitura do texto Anote no quadro de giz as respostas que surgirem 3 Faça o mesmo em relação ao autor do texto o que já sabem dele e o que imaginam que seja sua opinião sobre o assunto 4 Peça aos estudantes que leiam o texto A seguir indicamos alguns questionamentos que podem auxiliar na leitura de um texto seguindo as etapas anteriormente descritas Antes da leitura Qual é o título do texto Sobre o que você acre dita que ele irá tratar O que você já sabe sobre esse assunto Você conhece o autor eou a instituição que ele representa O que sabe sobre eles A imagem e a legenda se houver que acompa nham o texto trazem alguma informação sobre o provável assunto Qual é a provável relação desse texto com os conteúdos geográficos estudados Durante a leitura Depois de levantar esses pontos que podem ser regis trados no quadro de giz o professor pode prosseguir com a leitura do texto pelos estudantes de forma individual ou coletiva com cada estudante lendo uma parte em voz alta e intervir oportunamente com novas perguntas O título descreve bem o texto O que você já sabia sobre o assunto ajudou na compreensão O que o autor defende Você concorda com ele Por quê Qual é a tipologia textual narração dissertação poesia etc usada pelo autor Você acha que ela o ajudou a expressar sua opinião Que palavras você não compreendeu Esse desconhecimento atrapalhou a leitura Neste caso que estratégias utilizou para sua com preensão O autor faz indicações de outros textos ou materiais Após a leitura Podese propor um exercício coletivo de com preensão e análise em grupo direcionado para os principais pontos do texto Essa atividade pode ser na forma de debate resenha crítica ou mesmo rees crita do texto com outra tipologia ou linguagem por exemplo a poesia vira prosa ou viceversa o texto traduzse em ilustração etc A seguir oferecemos um exemplo de proposta de atividade baseada em um texto que pode ser usado como complemento dos estudos do Capítulo 4 do Volume 3 da Coleção TSV2ManualParteComum289322indd 300 300516 1456 301 Exploração de mapas A cartografia linguagem referencial da ciência geo gráfica deve ser explorada tanto para ampliar o enten dimento dos assuntos tratados nos textos quanto para auxiliar na espacialização de dados e informações Ao longo dos capítulos da Coleção apresentamos mapas temáticos diversos para a visualização dos fenô menos geográficos em estudo que podem ser explora dos de diferentes maneiras e em momentos variados do processo educativo Para dar maior ênfase ao estudo cartográfico elaboramos a seção Olho no espaço Nela os mapas apresentados são acompanhados de atividades de leitura interpretação eou análise que podem ser realizadas em dupla ou individualmente Além disso o professor pode utilizálas como meio de avaliação de conteúdos conceituais sobre as temá ticas desenvolvidas e procedimentais de leitura interpretação e análise dos mapas Para a leitura e interpretação cartográfica a iden tificação dos elementos fundamentais do mapa é a primeira etapa o título que informa o assunto tratado no mapa bem como sua localização espacial e temporal a escala que informa a relação entre o objeto cartografado e a realidade é importante certifi carse de que os estudantes sabem que quanto maior a escala de um mapa mais numerosos serão os detalhes apresentados por ele o norte geográfico que é a orientação da repre sentação as coordenadas geográficas que indicam a localização do fenômeno representado a fonte que informa de onde os dados repre sentados foram retirados a legenda que apesar de não estar presente em todos os mapas permite entender as infor mações e os dados cartografados A identificação da técnica utilizada para a repre sentação dos dados visando à leitura e à interpretação corretas da representação é a segunda etapa da leitura de mapas Os diferentes recursos usados nos mapas são escolhidos sobretudo de acordo com o dado que se deseja representar Alguns mapas utili zam mais de um recurso combinandoos Os mais uti lizados todos presentes nos mapas da Coleção são anamorfose em que as áreas dos territórios cartografados são deformadas variando propor cionalmente conforme a quantidade ou intensi ficação dos fenômenos representados cores de áreas que podem ir de frias a quentes por exemplo conforme o fenômeno apresentado se intensifica ou ser aplicadas sem relação com a escala de cores para mostrar dados qualitativos pontos muito usados para representar dados quantitativos e localizar fenômenos ao mesmo tempo círculos proporcionais que representam dados quantitativos aumentando de tamanho con forme o fenômeno se intensifica linhas que indicam trajetos e fronteiras isolinhas que delimitam as áreas de um dado de mesmo valor setas que indicam fluxo quando proporcionais incluem também informações quantitativas símbolos que indicam a localização dos fenô menos representados por meio de figuras gráficos de colunas barras e setores que são aplicados sobre os locais onde ocorrem os fenômenos representados indicando dados quantitativos 5 Divida a sala em grupos de quatro ou cinco estudantes e peça que a identifiquem o tema central do texto o que é e o que define uma metrópole b identifiquem o argumento central do texto a ideia de que o tamanho não define a metrópole e sim o acesso dos cidadãos a seus equipamentos e sofisticações urbanas c discutam se concordam ou discordam do autor e por quê d discutam e relacionem quais das hipóteses anotadas no quadro de giz quanto ao conteúdo e quanto ao autor e seu posicionamento se confirmaram durante a leitura e quais não se confirmaram 6 Solicite aos grupos que façam uma síntese do texto e argumentem se concordam ou não com suas ideias e por quê Depois peça aos grupos que apresentem suas conclusões mediando o debate entre possíveis diferenças de opinião 7 Para encerrar a atividade peça aos estudantes que elaborem individualmente uma pequena dissertação res pondendo à questão O que é metrópole Você mora em uma metrópole ou já visitou alguma Justifique sua resposta de acordo com o texto lido TSV2ManualParteComum289322indd 301 300516 1456 302 Podese em uma terceira etapa fazer uma inter pretação mais crítica das representações cartográficas Muitas vezes é possível analisar a intenção do autor na elaboração do mapa Nesse sentido é interessante observar por exemplo quais informações e dados foram selecionados pelo autor qual a projeção cartográfica escolhida e o que ela indica e no caso de mapasmúndi ou planisférios qual a disposição dos continentes e países e que informação isso traz no contexto analisado Divida a sala em duplas ou oriente os estudantes a trabalhar individualmente Peça que respondam às seguintes questões 1 Qual é o assunto tratado no mapa O mapa apresenta as águas subterrâneas do Brasil em 2012 Mostra também os nomes e o potencial dos aquíferos e os riscos de contaminação por agrotóxicos 2 Quais são as técnicas utilizadas para representar os dados O mapa apresenta diferentes técnicas para representar os dados As isolinhas mostram o potencial de cada aquí fero A escala de cores foi utilizada para tornar grafica mente visível a intensificação de um fenômeno ou seja o cinza mais claro mostra um aquífero de menos potencial enquanto o cinza mais escuro mostra potencial muito elevado Além disso utiliza pontos para indicar a localiza ção dos lugares com maiores riscos de contaminação por agrotóxicos números para indicar os nomes dos grandes Na quarta etapa fazse a contextualização do objeto cartografado em relação ao assunto discu tido no capítulo e sempre que possível à realidade dos estudantes Veja a seguir um exemplo de atividade de lei tura interpretação e análise de mapa Ela pode ser utilizada para ampliar os estudos do Capítulo 11 do Volume 1 da Coleção ou até mesmo como avaliação dos conhecimentos apreendidos Brasil águas subterrâneas 2012 1 2 3 50 O TRÓPICO DE CAP RICÓRNIO EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO 0 o 0 620 km N Potencial dos aquíferos Grandes aquíferos Inferior a 1 m3hmetro fraco 1 a 5 m3hmetro médio 5 a 10 m3hmetro elevado Superior a 10 m3hmetro muito elevado Alto risco de contaminação por agrotóxico 1 Bacia do Amazonas 2 Bacia do Maranhão 3 Bacia do Paraná Aquífero Guarani Fonte ÍSOLA Leda CALDINI Vera Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 37 aquíferos brasileiros símbolos para mostrar a localização e abrangência dos principais aquíferos Alter do Chão e Guarani e linhas para a delimitação dos estados do país 3 Indique os estados brasileiros que apresentam os maiores e os menores aquíferos em potencial Maiores Acre Amazonas e Pará Aquífero da bacia do Amazonas Tocantins Piauí Maranhão Aquífero da bacia do Maranhão Goiás Mato Grosso do Sul São Paulo Minas Gerais Paraná Santa Catarina e Rio Grande do Sul Aquífero Guarani Menores Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Sergipe Alagoas Bahia e Minas Gerais 4 Mencione os estados brasileiros cujos aquíferos apresentam os maiores riscos de contaminação por agrotóxicos Qual é a relação entre esse dado e as atividades econômicas desenvolvidas nessas regiões Mato Grosso São Paulo e Rio Grande do Sul A produção agrícola desses estados além de ser a maior do Brasil é moderna o que significa o uso intensivo de agrotóxicos 5 Com base em seus conhecimentos e na leitura do mapa responda O que você sabe sobre a impor tância dos aquíferos em escala mundial Esperase que os estudantes mencionem que a água doce disponível no planeta se localiza nas geleiras nas águas subterrâneas nos rios e lagos E que destas as águas dos aquíferos são as mais viáveis para o consumo pois são menos poluídas que a dos rios e mais próximas dos centros populacionais que as geleiras 6 Se a água é um recurso natural renovável por que existe tanta preocupação sobre sua falta no planeta Esperase que os estudantes respondam que a água apesar de ser um recurso renovável pode ser poluída por esgotos domésticos e industriais sem tratamento por defensivos e corretivos agrícolas e por isso pode não ser boa para o consumo humano 7 Em que sentido a poluição dos aquíferos pode pre judicar a sua saúde Esperase que os estudantes mencionem que a água poluída ou sem tratamento adequado quando consu mida pode causar diversas doenças MÁRIO YOSHIDA TSV2ManualParteComum289322indd 302 300516 1456 303 Exploração de gráficos Assim como os mapas os gráficos são instrumen tos que auxiliam na compreensão da realidade e de fenômenos diversos tendo como objetivo a visua lização de informações e dados estatísticos Estão presentes em diversas situações do cotidiano inclu sive dos estudantes como jornais revistas livros relatórios etc sendo fundamental sua correta leitura e interpretação para uma melhor compreensão da realidade vivida Na Coleção eles foram utilizados de modo sis temático para trabalhar diferentes temas confec cionados em variadas tipologias e com base em dados atualizados e fornecidos por órgãos oficiais e idôneos Podem ser utilizados de diferentes manei ras e em momentos variados do processo ensino aprendizagem visando provocar uma atitude ativa na produção de conhecimento e no exercício de competências dos estudantes Na leitura de gráficos o estudante recorre aos dados já informados para a construção de argu mentações mais complexas e consistentes além de selecionar organizar relacionar e interpretar informa ções Os gráficos propiciam a interdisciplinaridade da Geografia com a Matemática Sua contextualização no assunto discutido e sua aproximação com o coti diano do estudante são aspectos relevantes para o desenvolvimento de competências importantes Dois elementos essenciais auxiliam a tarefa de leitura dos gráficos o título e a fonte O título além de apresentar o assunto a ser tratado em geral traz a localização espaçotemporal do fenômeno a fonte informa a procedência dos dados Os dados podem ser tratados em quantidades relativas ou absolutas as quais são relacionadas a uma unidade de medida porcentagem taxa densidade entre outras Para facilitar a compreensão visual das informações apresentadas os gráficos podem ser elaborados em setores também chamados de gráficos de pizza são usados para indicar valores percen tuais que ao final totalizam 100 colunas e barras com sentido vertical ou hori zontal respectivamente podem indicar valores tanto absolutos quanto relativos linhas indicam a dinâmica de dados ao longo do tempo pontos com tamanhos proporcionais ou não os pontos indicam dados no plano carte siano por meio de legendas podemse inserir grandes quantidades de informações em uma única representação figuras proporcionais geralmente em círculos ou quadrados variam de tamanho conforme os dados representados Os climogramas e as pirâmides etárias são gráficos específicos da ciência geográfica combinando colunas e linhas ou dois conjuntos de barras respectivamente Como exemplo de atividade de leitura interpre tação e análise de gráfico segue uma sugestão de trabalho que pode ser adaptada a qualquer outro gráfico além de ser uma boa ferramenta de avalia ção A representação se aplica ao que é abordado no Capítulo 11 do Volume 2 Brasil adoção de transgênicos 20102014 100 50 0 254 milhões de hectares 2010 Milhões de ha Milhões de ha Milhões de ha 827 649 39 206 91 06 291 93 82 66 125 06 422 milhões de hectares 2014 303 milhões de hectares 2011 75 55 26 178 73 015 Milho Algodão Soja Fonte Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB Disponível em httpciborgbr Acesso em fev 2016 MÁRIO YOSHIDA TSV2ManualParteComum289322indd 303 300516 1456 304 Divida a sala em duplas ou oriente os estudantes a trabalhar individualmente Peça que respondam às seguintes questões 1 Qual é o assunto tratado no gráfico O gráfico apresenta a evolução de algumas culturas transgênicas no Brasil bem como os percentuais das superfícies totais de cada plantio nos anos de 2010 2011 e 2014 2 Observe a fonte dos dados Ela parece ser confiável e atualizada Por quê A fonte parece confiável e atualizada pois está presente no site do Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB especializado em divulgar informações técnicocientíficas sobre a biotecnologia 3 Quais são as técnicas utilizadas para representar os dados A evolução dos cultivos ao longo do tempo foi representada por uma sequência de gráficos um para cada ano de colunas dispostas num plano cartesiano em que o eixo x apresenta a área cultivada em milhões de hectares de cada produto selecionado e o y os valores percentuais e absolutos das superfícies totais de cada cultivo transgênico em relação à superfície total cultivada de cada produto 4 Quais são os cultivos apresentados pelo gráfico Quais se destacam em valores relativos e absolutos Soja milho e algodão são os cultivos apresentados pelo gráfico Em valores absolutos em milhões de hectares e também em valores relativos os cultivos que mais se destacaram foram respectivamente o de soja e o de milho 5 Qual cultivo transgênico apresentou a maior taxa de crescimento ao longo dos anos apresentados O cultivo de algodão que quadruplicou a área cultivada 6 Em um período de 4 anos 20102014 as culturas transgênicas cresceram consideravelmente ampliando a produção de alimentos No entanto a fome e a desnutrição são problemas que ainda não foram solucionados Levante hipóteses para explicar essa afirmação É importante estimular os estudantes a conversarem sobre o assunto estimulando o desenvolvimento das habilidades de levantamento de hipóteses e resolução de problemas Durante a discussão deverão ser trazidas questões como o foco do agronegócio responsável pelo uso da biotecnologia na agropecuária e pelo aumento da produtividade para o forneci mento de matériasprimas para as indústrias e não para a alimentação da população Avalie também a capacidade dos estudantes de argumentar e de respeitar as contribuições dos colegas Exploração de charges No contexto dos capítulos são exploradas diversas charges aprofundando as temáticas ou trazendo um novo ponto de vista sobre elas o que aguça a criticidade do estudante Além dos recursos ofere cidos na Coleção diversas outras charges podem ser utilizadas em diferentes momentos do processo de ensinoaprendizagem Esse recurso que geral mente desperta grande interesse dos estudantes pode ser de excelente relevância para explorar a realidade sociocultural em que eles estão inseridos e o momento histórico vivido Além de charges atuais que podem ser encontradas em jornais e revistas de circulação regional nacional ou mundial indicamos alguns sites em que elas podem ser pesquisadas para auxiliar seu trabalho em sala de aula httppoliticalhumoraboutcomodpolitical cartoonsigPoliticalCartoons em inglês sobre diferentes temas internacionais wwwhumorpoliticocombr traz diversos temas atuais sobre a política nacional e tam bém mundial httplatuffcartoonswordpresscomtag movimentossociais charges sobre temas sociais e políticos do Brasil e do mundo wwwmauriciopestanacombrfleetc1p9k charges sobre diversos temas da sociedade brasileira httpsguiaecologicowordpresscomtag tirinhas sobre questões ambientais O professor poderá fazer uso desse recurso para despertar o interesse da turma pelo tema aprofundar uma discussão ou ainda complementar o processo de avaliação As atividades com charges oferecem diversas possibilidades mas podem ser mais provei tosas se realizadas em duplas pequenos grupos ou ainda coletivamente Em alguns casos podemse dividir os estudantes em dois grupos com opiniões TSV2ManualParteComum289322indd 304 300516 1456 305 diferentes em relação à crítica expressa na charge e confrontar seus argumentos Algumas perguntas exploratórias e preliminares auxi liam no processo de compreensão e interpretação das imagens Abaixo indicamos algumas questões gerais que devidamente adaptadas servem como disparado ras da leitura de imagens No entanto é fundamental os estudantes perceberem que para a correta leitura e compreensão de charges e cartuns é necessário ter conhecimentos de mundo e de atualidades Sendo assim quanto mais bem informados estiverem o que se pode fazer por exemplo por meio da leitura frequente de livros revistas jornais sites além de outros meios de comunicação maior será sua capacidade de uma boa leitura e interpretação de imagens O que a ilustração destaca Se estiver trabalhada em planos o que aparece no primeiro plano Há balões de diálogo ou outros escritos Como o que está sendo dito nesses balõesescritos se relaciona com a ilustração e com o conteúdo Quem é o autor da charge O que você sabe sobre ele Esse conhecimento auxilia na compreensão da charge Qual é a relação da charge com o tema tratado no capítulo Após essa contextualização fazse a avalia ção crítica do que está representado com outras questões como O que se pode inferir da charge O que o autor quis dizer Você concorda com a posi ção dele Qual é a crítica feita pela charge Há outras possi bilidades de interpretação Você mudaria alguma coisa na charge O que e por quê Depois de discutidas essas questões peça aos grupos que apresentem as respostas a toda a classe É importante preliminarmente orientá los quanto à maneira de apresentar suas opini ões respeitando as interpretações e a vez de cada colega Se necessário complemente as respostas apontando para detalhes da charge que tenham passado despercebidos Ensino Superior estimulam o uso intensivo de tablets ou notebooks pelos estudantes em substituição a livros impressos e cadernos além da tendência de trocar os livros de texto por conteúdos digitais visando entre outros argumentos oferecer recur sos de pesquisa de leitura e de comunicação mais amigáveis aos estudantes atuais De outro lado estão as dificuldades de trazer a tecnologia para a sala de aula seja no que diz respeito aos recursos físicos seja na formação necessária e adequada ao professor para fazer um uso pedagógico dos recur sos tecnológicos Ainda há muito que se discutir e decidir e qualquer análise permanece parcial e pro visória No entanto a seguinte questão confronta a todos nós professores Como vamos motivar nossos estudantes apenas com o quadro de giz enquanto muitos deles têm acesso a computadores e a todos os seus recursos O uso de filmes recursos e equipamentos tec nológicos é potencial para criar situações motiva doras do aprendizado estimulando a aquisição de conhecimentos competências e habilidades Algumas ferramentas e recursos da web muitos deles interativos oferecem boas possibilidades de concretização mais significativa de conceitos processos fenômenos fatos e temas da Geogra fia Requerem no entanto a crítica do professor assim como dos estudantes no que diz respeito à sua adequação pertinência e confiabilidade Em nosso entender o uso de filmes e da internet como recursos didáticos para o ensino de Geografia exige ainda estar pautado nas possiblidades de reflexão sobre os conteúdos de ensino que serão ampliados a partir deles Ao longo do Livro do Estudante nos boxes laterais e também no Manual do Professor Orientações Didáticas nos comentários específicos de cada uni dade e na seção Sugestões de livros sites e filmes indicamos diversos sites e filmes que podem auxiliar o trabalho do professor e estimular os estudantes na aprendizagem dos temas trabalhados na Coleção Entre as sugestões selecionamos diversos filmes nacionais além de estrangeiros e vídeos animações e sites diversos com imagens de satélite com pro gramas que possibilitam ver o planeta Terra em três dimensões etc que auxiliam na concretização de fenômenos processos e acontecimentos É possível encontrar também vídeos que apresentam visões diferentes em relação a um mesmo acontecimento processo ou fenômeno Estes podem ser trabalhados na perspectiva da seção Contraponto presente ao final de alguns capítulos da Coleção Recursos digitais A pressão pela adoção de recursos digitais ofere cidos sobretudo pela internet na educação aumen tou expressivamente nos últimos anos Por um lado algumas escolas de Ensino Médio e instituições de TSV2ManualParteComum289322indd 305 300516 1456 306 3 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA COLEÇÃO Distribuição dos conteúdos A Coleção está organizada em três volumes destinados a cada um dos anos do Ensino Médio e divididos em unidades temáticas com seus respectivos capítulos Neles são abordados os conceitos conteúdos e principais temas relacionados ao espaço geográfico tradicionalmente trabalhados ao longo dessa etapa da escolarização Nessa organização e distribuição consideramos a gradatividade da apresentação dos processos socioes paciais e cuidamos da articulação dos diversos temas abordados nos capítulos que compõem as unidades A organização em unidades temáticas possibilita ao professor seguir a sequência sugerida ou ainda planejar o curso de Geografia de acordo com seu ponto de vista as diretrizes da escola ou a realidade de sua turma sem perder o nexo entre os assuntos tratados em cada uma das unidades A fim de facilitar o planejamento para o curso de Geografia no Ensino Médio discriminamos a seguir a distribuição dos conteúdos nos três volumes que compõem a Coleção VOLUME 1 Unidade 1 Geografia na Era da Informação e Cartografia Capítulo 1 Geografia na Era da Informação 1 Tecnologias da Informação 2 Meios de comunicação de massa 3 Internet O poder da rede 4 Espaço geográfico paisagem e informação Espaço geográfico e paisagem geográfica Ciberespaço 5 Meio geográfico Meio natural Meio técnico Meio técnicocientíficoinformacional Capítulo 2 Coordenadas e Sistemas de Informação Geográfica 1 Coordenadas geográficas Paralelos e latitudes Zonas térmicas Estações do ano Meridianos e longitudes Fusos horários Linha Internacional de Data LID Fusos horários no Brasil 2 Sistemas de Informação Geográfica SIG Sensoriamento remoto Sistema de Posicionamento Global GPS Capítulo 3 Geoprocessamento e mapas 1 Geoprocessamento 2 Mapas Mapas temáticos Anamorfose Representação topográfica 3 Escala cartográfica Escala numérica Escala gráfica Escala maior e escala menor 4 Plantas 5 Mapas e visão de mundo Planisfério de Mercator Planisfério de Peters 6 Projeções cartográficas Projeção cilíndrica Projeção cônica Projeção azimutal ou plana Unidade 2 Terra estrutura formas dinâmica e ação humana Capítulo 4 Evolução da Terra os fenômenos geológicos 1 Formação do planeta Terra Geologia e eras geológicas 2 Estrutura interna da Terra Camadas da Terra Crosta terrestre características das rochas 3 Crosta em movimento Abalos sísmicos e vulcanismo Capítulo 5 Estrutura geológica e mineração no Brasil 1 Estrutura geológica Dobramentos modernos Maciços antigos Bacias sedimentares 2 Estrutura geológica do Brasil Atividade mineradora e recursos energéticos Exploração mineral e problemas ambientais Reciclagem de metais Capítulo 6 Relevo e solo 1 O relevo em nosso cotidiano e na organização do espaço 2 Formação do relevo Agentes externos modificadores do relevo Formas do relevo 3 Solo Classificação dos solos Técnicas para melhorar o solo 4 Relevo do Brasil Unidades do relevo Perfis do relevo continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 306 300516 1456 307 Unidade 3 Clima e formações vegetais Capítulo 7 Dinâmica do clima 1 Elementos e fatores do clima Tempo e clima Atmosfera Elementos do clima Fatores do clima Circulação geral da atmosfera Instabilidades atmosféricas 2 Clima e sociedade Previsão de tempo Clima e atividades humanas 3 Poluição atmosférica Clima urbano Capítulo 8 Climas e formações vegetais no mundo 1 Tipos climáticos e formações vegetais Climas das altas latitudes Climas das latitudes médias Climas das baixas latitudes Climas azonais Protocolo de Nagoya Capítulo 9 Dinâmica climática e formações vegetais no Brasil 1 Dinâmica climática no Brasil Zonas de convergência no Brasil 2 Diversidade climática e botânica no Brasil Biodiversidade brasileira 3 Clima e vegetação no Brasil Clima e Floresta Equatoriais Clima Subtropical Mata de Araucária e Pampas Clima Tropical Semiúmido Cerrado e Complexo do Pantanal Clima Tropical Litorâneo e Mata Atlântica Clima Tropical de Altitude e Florestas Tropicais Clima Semiárido e Caatinga Mata dos Cocais uma mata de transição Unidade 4 Água uso e problemas Capítulo 10 Hidrosfera características gestão e conflitos 1 Hidrosfera características 2 Águas oceânicas Relevo submarino Correntes marinhas Salinidade e temperatura Poluição marinha 3 Águas continentais 4 Oferta consumo e poluição das águas Consumo mundial de água Distribuição e disponibilidade de água Crise hídrica no Sudeste brasileiro Poluição dos rios 5 Geopolítica águas marinhas e continentais Soberania sobre os oceanos Questão das águas continentais Capítulo 11 Águas continentais no Brasil 1 Reservas brasileiras de água doce algumas questões 2 Bacia hidrográfica características 3 Hidrografia do Brasil 4 Bacias hidrográficas brasileiras Bacia Amazônica Bacia do TocantinsAraguaia Bacia do São Francisco Bacia Platina Bacia do Paraná Bacia do Uruguai Bacia do Paraguai Hidrovias do Mercosul Bacias de importância regional Gestão dos recursos hídricos e regiões hidrográficas brasileiras 5 Águas subterrâneas Aquífero Guarani Unidade 5 Natureza sociedade e meio ambiente Capítulo 12 Questão socioambiental e desenvolvimento sustentável 1 Revolução Industrial um marco da questão ambiental Sociedade de consumo Modelo de desenvolvimento O despertar da consciência ecológica 2 ONGs e meio ambiente Relações internacionais Capítulo 13 Problemas ambientais de dimensão global 1 Problemas ambientais e seus impactos no planeta Chuva ácida Destruição da camada de ozônio Aquecimento global 2 Evolução dos acordos sobre mudanças climáticas Mercado de compensações ambientais COP21 3 Questão ambiental e interesses econômicos Capítulo 14 Questão ambiental e domínios morfoclimáticos no Brasil 1 Questão socioambiental no Brasil Tomada da consciência socioambiental no Brasil Zoneamento EcológicoEconômico e Unidades de Conservação Ambiental 2 Domínios morfoclimáticos do Brasil Domínio Amazônico Domínio dos Mares de Morros Domínio das Araucárias Domínio do Cerrado Domínio da Caatinga Domínio das Pradarias continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 307 300516 1456 308 VOLUME 2 Unidade 1 Contexto histórico e geopolítico do mundo atual Capítulo 1 Mundo na Guerra Fria 1 Século XX o mundo entre guerras Primeira metade do século XX 2 Guerra Fria e ordem mundial bipolar 3 Ordem econômica mundial pósSegunda Guerra Conferência de Bretton Woods 4 Ordem geopolítica pósSegunda Guerra Doutrina Truman Alianças militares Organização das Nações Unidas ONU 5 Geopolítica da Guerra Fria Questão alemã Crise dos mísseis Descolonização e movimento dos não alinhados 6 Fim da ordem bipolar Colapso do socialismo Fim da Guerra Fria e novas fronteiras europeias Capítulo 2 Grandes atores da geopolítica no mundo atual 1 Contexto da nova ordem mundial 2 Japão e Alemanha Japão no cenário mundial Alemanha no cenário mundial 3 China novo protagonista na geopolítica mundial Mar da China Meridional e Oriental China relações internacionais China versus Bretton Woods Desaceleração da China 4 Rússia na nova ordem geopolítica Estrangeiro próximo e Otan Intervenção na Ucrânia Moldávia e Transnístria 5 Supremacia dos Estados Unidos Estados Unidos e as intervenções militares Política externa do fim da Guerra Fria aos dias atuais Unidade 2 Economia mundial e globalização Capítulo 3 Globalização e redes da economia mundial 1 Globalização Revolução técnicocientífica 2 Redes geográficas Redes de produção e distribuição 3 Multinacionais 4 Fluxo de informações Redes sociais 5 Fluxo de capitais 6 O Estado na economia globalizada 7 Crise financeira e econômica iniciada em 20072008 Crise de 20072008 e G20 Crise e Estado neoliberal 8 Por outra globalização Capítulo 4 Globalização comércio mundial e blocos econômicos 1 Comércio internacional e OMC Da Rodada de Doha a Nairóbi 2 Comércio global mercadorias e serviços Comércio de mercadorias Comércio de serviços 3 Blocos econômicos Modalidades de blocos econômicos União Europeia Nafta Mercosul Unasul Apec e Parceria Transpacífico Capítulo 5 Questão do desenvolvimento e Brasil no mundo globalizado 1 Questão do desenvolvimento Diferentes classificações de desenvolvimento Modernização e desenvolvimento 2 Brasil e economia global Abertura econômica no Brasil Balança comercial brasileira Multinacionais brasileiras Balanço de pagamentos Unidade 3 Infraestrutura e desenvolvimento Capítulo 6 Transportes 1 Transportes e integração do espaço mundial 2 Sistemas de transportes no Brasil Intermodalidade dos meios de transporte Modais de transporte no Brasil Transporte rodoviário Transporte ferroviário Transporte marítimo e hidroviário Hidrovias brasileiras Transporte aéreo 3 Mobilidade no meio urbano no Brasil Modalidades de transporte coletivo Capítulo 7 Energia no mundo atual 1 Consumo de energia 2 Petróleo Refino do petróleo Principais reservas e países produtores Questões ambientais Geopolítica do petróleo 3 Gás natural Gás de folhelho Rússia reservas de gás natural e petróleo 4 Carvão mineral continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 308 300516 1456 309 5 Energia Nuclear Questões ambientais Questões geopolíticas e de segurança 6 Energia hidrelétrica Questões socioambientais Capítulo 8 Energias alternativas e questão energética no Brasil 1 Fontes alternativas Energia solar Biocombustíveis Energia eólica Energia geotérmica 2 Estrutura energética no Brasil Energia hidrelétrica Gás natural Do Proálcool ao bicombustível Carvão mineral Carvão vegetal e lenha Energia nuclear Unidade 4 Espaço e produção Capítulo 9 Indústria no mundo atual 1 Importância da atividade industrial Classificação da atividade industrial 2 Primeira Revolução Industrial 3 Segunda Revolução Industrial Capitalismo monopolistafinanceiro 4 Terceira Revolução Industrial Terceira Revolução Industrial e trabalho 5 Tecnologias de processo de produção Taylorismo e fordismo Toyotismo a produção justintime 6 Localização e organização da atividade industrial 7 Principais centros industriais Estados Unidos União Europeia Japão 8 Novas regiões industriais pós1950 América Latina Primeiros Tigres Asiáticos Novos Tigres China Índia África Capítulo 10 Indústria no Brasil 1 Processo de industrialização no Brasil Crise de 1929 e desenvolvimento industrial brasileiro Substituição de importações Anos JK Anos do milagre 2 Industrialização no Brasil atual Polêmica da desindustrialização Desconcentração industrial 3 Principais centros industriais Região Sudeste Região Sul Região Nordeste Regiões Norte e CentroOeste Capítulo 11 A agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos 1 Atividade agropecuária 2 Da Revolução Agrícola à Revolução Verde 3 Biotecnologia uma nova revolução agrícola Questões polêmicas Agricultura orgânica 4 Política agrícola nos países desenvolvidos Política e espaço de produção agrícola no Japão União Europeia política e produção agrícola Estados Unidos política e produção agrícola Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil 1 Atividades agrárias no mundo em desenvolvimento Agropecuária na África Agropecuária na Ásia Oriental e no Sudeste Asiático América Latina e questão agrária 2 Agropecuária e a questão agrária no Brasil Pecuária Agricultura e agroindústria Fronteiras agrícolas Agropecuária e Código Florestal Questão da terra VOLUME 3 Unidade 1 Etnia diversidade cultural e conflitos Capítulo 1 Etnia e modernidade 1 Diversidade cultural Choque entre culturas e etnocentrismo Evolucionismo 2 Civilização ocidental e modernidade Modernidade e cultura 3 Questão étnica no Brasil povos indígenas e afrodescendentes Povos indígenas Afrodescendentes Capítulo 2 Conflitos étniconacionalistas e separatismo 1 Globalização e fragmentação continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 309 300516 1456 310 2 Conflitos étniconacionalistas na Europa Conflitos nos Bálcãs Conflitos no Cáucaso Outros conflitos étniconacionalistas na Europa 3 Conflitos étnicos na África Ruanda Sudão e Sudão do Sul 4 Conflitos étniconacionalistas na Ásia Índia Caxemira e Punjab Oriente Médio Conflitos separatistas na China Capítulo 3 Faces do terrorismo 1 Terrorismo panorama histórico 2 Terrorismo ligado ao fundamentalismo islâmico Afeganistão e Talibã Novas dimensões do terrorismo AlQaeda Estado Islâmico Boko Haram 3 Terrorismo de Estado casos exemplares Comunismo soviético Alemanha sob o nazismo Ditaduras latinoamericanas Camboja de Pol Pot Processo de independência da Argélia Apartheid na África do Sul Estados Unidos e o contraterrorismo Rússia e a guerra preventiva Unidade 2 Espaço geográfico e urbanização Capítulo 4 Urbanização mundial 1 Lugar cidade e cidadania 2 Cidade e desenvolvimento urbano Revolução Industrial cidade e urbanização 3 Urbanismo e planejamento urbano Urbanismo culturalista Urbanismo no século XX 4 Questão urbana hoje Megacidades 5 Rede e hierarquia urbanas Metrópoles e cidades globais 6 Urbanização no mundo desenvolvido 7 Urbanização no mundo em desenvolvimento Planejamento urbano nos países em desenvolvimento Capítulo 5 Urbanização no Brasil 1 Processo de urbanização no Brasil Tendências recentes 2 Hierarquia e rede urbana no Brasil Metrópoles brasileiras 3 Principais problemas urbanos no Brasil Questão da moradia urbana Questão dos transportes Questão do meio ambiente Questão da violência urbana Unidade 3 Espaço sociedade e economia Capítulo 6 Crescimento populacional tendências e dilemas 1 População mundial Demografia entendendo os termos 2 Crescimento populacional e teorias demográficas Revolução Industrial e crescimento da população Crescimento da população no século XX 3 População e recursos naturais Fome e subnutrição 4 Dinâmica populacional nos países desenvolvidos 5 Brasil crescimento da população 6 Composição etária e demandas socioeconômicas Pirâmides etárias e fases do crescimento demográfico Países com grande número de jovens Envelhecimento da população 7 Desigualdade entre gêneros Política demográfica na China Desigualdade de gêneros no Brasil 8 Questão da identidade sexual 9 Expectativa de vida da população por sexo Esperança de vida no Brasil Capítulo 7 Sociedade e economia 1 Setores da atividade econômica 2 Globalização tecnologia da informação e serviços 3 Trabalho transformações e desemprego Desemprego no mundo Jovens no mercado de trabalho 4 Trabalho e economia informal 5 Trabalho no Brasil Informalidade no mercado de trabalho Situação do emprego Trabalho escravo Trabalho infantil 6 Mulher e mercado de trabalho Trabalhadoras brasileiras 7 População e renda Distribuição da renda 8 Exclusão social 9 Índice de Desenvolvimento Humano IDH Capítulo 8 Povos em movimento 1 Globalização e migrações Principais fatores que impulsionam os deslocamentos Migrações internacionais continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 310 300516 1456 311 2 Fronteira dos Estados Unidos Imigrantes clandestinos Plano de reforma migratória Caso dos cubanos 3 Fronteira da União Europeia Tratado de Schengen Reação aos estrangeiros Fluxos do Leste Europeu 4 Crise dos refugiados na Europa Capítulo 9 Migrações no Brasil 1 Migrações externas Nova onda migratória outros contextos Refugiados no Brasil Emigrações de brasileiros 2 Migrações internas Migração nordestina e êxodo rural Movimentos atuais Migração e preconceito Unidade 4 Brasil perspectivas e regionalização Capítulo 10 Brasil no século XXI e regionalização do território 1 Brasil um país emergente Crise política e econômica Brasil e principais emergentes Ampliação das relações internacionais Potencialidades e desafios internos Infraestrutura necessidades e limites 2 Regionalização no território brasileiro Macrorregiões do IBGE Planejamento regional Complexos regionais Os quatro Brasis Capítulo 11 Complexos regionais brasileiros 1 Três complexos regionais 2 Nordeste Histórico do crescimento econômico e industrialização Desdobramentos recentes Principais centros industriais Agropecuária nas subregiões Indústria da seca Atividade turística 3 CentroSul Centro econômicofinanceiro e de serviços Centro de pesquisas científicas e tecnologia Atividade extrativista Agropecuária 4 Amazônia Amazônia Legal e Amazônia Continental Ocupação recente e exploração econômica Rodovias como vetores do desmatamento Indústria Propostas de desenvolvimento Estrutura da Coleção Abertura de unidade Cada unidade se inicia com um breve texto intro dutório e uma imagem pertinentes aos conteúdos nela abordados O objetivo é sensibilizar e instigar o interesse dos estudantes para a temática principal Pode ser lida fora da sala de aula e debatida em classe coletivamente de modo a se investigar os conhecimen tos prévios e as expectativas da turma sobre o tema Contexto Um texto eou imagem mapa gráfico charge foto infográfico relacionados ao tema que será tra balhado no capítulo seguido de atividades abrem o caminho para os estudantes exporem suas ideias e conhecimentos sobre o tema Assim a seção será melhor aproveitada se feita oral e coletivamente mas o professor poderá alternativamente solicitar sua rea lização em casa como uma preparação para a aula A exploração oral e coletiva da seção possibilita dinamizar a aula incentivar a participação dos estu dantes e a interação com o professor e desenvolver as competências de linguagem e argumentação além das habilidades de analisar interpretar e confrontar diversos pontos de vista Além disso a seção propicia um trabalho atitudinal com os estudantes em que a participação o respeito à opinião do outro a paciência e o controle da ansiedade podem ser desenvolvidos A partir do resultado da discussão o professor terá um diagnóstico dos conhecimentos prévios dos estu dantes o que auxilia na escolha da melhor maneira de trabalhar o capítulo A seção possibilita também estabelecer relações entre conteúdos trabalhados anteriormente seja na Coleção seja em outras etapas da escolarização de modo que os estudantes articulem esses conteúdos e lhes deem novos significados o que contribui em grande medida para o processo ensinoaprendizagem Textobase Os conteúdos são apresentados no textobase com rigor conceitual e em linguagem adequada à faixa etária Estão organizados em capítulos enriquecidos com recursos variados tabelas gráficos infográfi cos mapas esquemas imagens e seções Os capí tulos foram estruturados em duas partes finalizadas com um conjunto de atividades que visam avaliar o desempenho dos estudantes antes de dar sequên cia aos estudos As tabelas os mapas os gráficos e os infográficos apresentam informações e dados TSV2ManualParteComum289322indd 311 300516 1456 312 estatísticos atualizados e foram elaborados para que as informações sejam transmitidas com clareza e objetividade além de possibilitar aos estudantes esta belecer relações entre diversos fatos geográficos veja orientações específicas para o trabalho com mapas e gráficos nas páginas 301304 Ao final de cada parte do capítulo sugerimos exer cícios dos principais vestibulares do país e do Exame Nacional do Ensino Médio Enem A seção oferece aos estudantes uma ferramenta complementar para se prepararem para os exames de ingresso à universidade Glossário Termos cujo sentido possa ser de difícil compre ensão para o estudante principalmente em relação à sua aplicação específica na Geografia aparecem destacados no texto e explicados à margem dele Entre aspas Conceitos essenciais tanto da Geografia como de outras disciplinas e áreas e assuntos que reforcem a compreensão do tema abordado são explicados de forma mais aprofundada que um simples glossário Para não quebrar a leitura do texto principal apare cem em geral à margem dele Leitura e discussão Nesta seção textos científicos e jornalísticos ampliam e enriquecem os assuntos tratados no capítulo São acompanhados de atividades de com preensão e interpretação que associam o conteúdo desenvolvido no capítulo ao texto complementar pos sibilitando também um trabalho interdisciplinar com o professor de Língua Portuguesa e o aprimoramento da competência leitora veja o item Exploração de textos nas páginas 299301 Conexão Esta seção oferece caminhos para trabalhar temas relevantes ao estudo da ciência geográfica de forma interdisciplinar ou seja com a contribuição de outras disciplinas e áreas Para isso são utilizados recursos variados como diferentes expressões artísticas obras de artes plásticas e de literatura letras de música artigos gráficos tabelas mapas charges e esquemas Assim aproveitandose das contribuições cien tíficas das demais disciplinas e respeitandose suas diferenças buscamse caminhos para alcançar uma dimensão teórica integradora de modo a promover o desenvolvimento e a aplicação de conhecimentos acumulados pelos estudantes em sua trajetória escolar O trabalho interdisciplinar exige planejamento Além dele requer coragem para inovar liderança entusiasmo e flexibilidade dos professores envolvi dos para seu êxito e eficácia Várias são as manei ras de tornar a interdisciplinaridade na escola uma realidade Elas vão desde uma reestruturação que envolve toda a comunidade escolar até ações mais pontuais realizadas tanto individual como coletiva mente veja nas Orientações Específicas sugestões de como você pode conduzir esse trabalho interdis ciplinar com os estudantes Olho no espaço A Geografia tem como um de seus objetivos prin cipais levar os estudantes a interpretar os elementos cotidianos de sua realidade sob a perspectiva espa cial seja o espaço local regional nacional ou global Para isso são utilizadas diferentes linguagens escrita fotográfica gráfica musical cartográfica etc Dentre elas destacase a leitura de mapas por serem a representação do espaço Esta seção tem como objetivo trabalhar a leitura espacial por meio de mapas de diferentes tipos e escalas levando o estudante a observar analisar rela cionar e interpretar de maneira integrada fenômenos naturais humanos econômicos e culturais em sua espacialidade e a refletir sobre eles em situações contextualizadas de aprendizagem Suas propostas podem ser utilizadas em diferentes momentos para contextualizar aprofundar ou mesmo avaliar os assuntos trabalhados no capítulo Ponto de vista Esta seção propõe ao final de alguns capítulos o contato do estudante com temas importantes ligados à realidade nacional ou mundial abordados mediante a reprodução de textos teóricosopinativos e ativida des que desafiam a compreensão leitora e o posi cionamento dos estudantes em relação a eles veja o item Exploração de textos nas páginas 299301 Contraponto Também presente ao final de alguns capítulos a seção apresenta textos escritos e recursos imagéti cos com diferentes abordagens ou opiniões sobre determinado assunto Isso permite aos estudantes conhecer a existência de maneiras diferentes de pensar e se posicionar acerca de questões rela cionadas à temática apresentada o que auxilia o desenvolvimento da consciência crítica e da forma ção de opinião própria A seção favorece também o TSV2ManualParteComum289322indd 312 300516 1456 313 debate em sala de aula possibilitando ao professor avaliar os estudantes nas dimensões conceituais procedimentais e atitudinais Compreensão e análise Presente em dois momentos de cada capítulo apresenta um conjunto de atividades com o objetivo de fornecer a estudantes e professores mais uma forma de avaliar a apreensão dos conhecimentos antes de seguir adiante com os estudos São ofere cidas atividades variadas que visam à verificação dos conteúdos apreendidos bem como ao desen volvimento de diferentes competências e habilida des Além de atividades elaboradas pelos próprios autores apresentam ao menos uma atividade do Enem eou de vestibulares Podem ser realizadas em sala de aula e também fora dela a critério do professor podendo servir como uma ferramenta de avaliação dos conhecimentos LeituraSiteFilme Ao lado do textobase são apresentadas aos estu dantes sugestões de livros sites eou filmes clássicos ou atuais nacionais e também estrangeiros sobre temas trabalhados no capítulo Com isso procuramos incentivar a autonomia dos estudantes que podem escolher os materiais que julgarem mais relevantes necessários ou interessantes para complementar ou aprofundar seus estudos Essas sugestões também podem ser utilizadas pelo professor em sala de aula de modo a complementar o aprendizado Agentes da sociedade Esta seção foi pensada como proposta de projetos a serem desenvolvidos sobretudo em grupos Um de seus objetivos principais é levar os estudantes a relacionar e consolidar os conhecimentos adquiridos no contexto das unidades estudadas em cada volume assim como fazer inferências entre a observação da realidade por meio de procedimentos científicos A seção apoiase em atividades experimentais de pesquisa com indicação de fontes disponíveis para a coleta de dados e informações orientações para a seleção e organização do material pesqui sado finalizando com a interpretação análise e apresentação dos trabalhos As orientações para o desenvolvimento das atividades seguem um conjunto de procedimentos ancorados no uso da metodologia científica que passam por levanta mento de dados questionamentos argumentação e validação dos resultados Pensamos em temáticas relevantes para a faixa etária mas sem nos esquecer da relação com os temas estudados previamente de modo a levar os estudantes a uma compreensão maior daquilo que é central para a Geografia ou seja a produção do espaço geográfico Estabelecer relações entre o tema em estudo e os acontecimentos e fatos do cotidiano motiva os estudantes instigando uma aproximação maior às temáticas propostas Por ser uma atividade que se recomenda fazer em grupo e com uma dinâmica diferente da normalmente instituída na sala de aula em que os estudantes se tornam protagonistas de seu aprendizado a seção dá ao professor condições de avaliar o grupo assim como cada um dos seus integrantes nas dimensões conceituais procedimentais e atitudinais A seguir indicamos os temas desenvolvidos em cada uma das seções e sugerimos momentos em que cada um pode ser realizado Para enriquecer o desenvolvimento dos projetos antes do início do ano letivo pode ser planejado um trabalho integrado que envolva colegas professores de outras disciplinas Dessa forma dáse um enfoque mais abrangente para temáticas que apesar da importância e rele vância para a Geografia são enriquecidas por outras áreas do conhecimento Outra proposta de uso da seção é como forma de avaliação Tema Momento para ser desenvolvido Volume 1 Sociedade de consumo e recursos minerais metálicos Ao longo da Unidade 2 ou entre as Unidades 2 e 3 Virada ambiental Ao longo da Unidade 5 ou entre as Unidades 4 e 5 Volume 2 Publicidade e valores Ao longo da Unidade 1 ou entre as Unidades 1 e 3 Jovens e mercado de trabalho Ao longo da Unidade 3 ou entre as Unidades 3 e 4 Volume 3 Jovens no Brasil Ao longo da Unidade 2 ou entre as Unidades 2 e 3 Respeito pela diferença Ao longo da Unidade 3 ou entre as Unidades 3 e 4 TSV2ManualParteComum289322indd 313 300516 1456 314 4 AVALIAÇÃO A avaliação visa mostrar a todos os envolvidos no processo ensinoaprendizagem professores estu dantes e responsáveis em que medida os objetivos pedagógicos estão sendo atingidos Ela deve funcio nar para a análise da realidade e consequentemente para auxiliar na opção entre manter ou alterar a prá tica em função dos resultados A avaliação constitui nessa medida uma ferramenta comprometida com a aprendizagem e motivadora desse processo anima os envolvidos se os resultados das ações educativas são alcançados e motivaos à mudança e à superação se os objetivos não são atingidos e deve ser feita de maneira formal e não formal por professores e estudantes e ao longo de todo o processo de ensino A avaliação permanente tendo como premissa ser parte integrante do processo de aprendizagem per mite determinar o caminho a seguir assim como aferir os resultados alcançados e fazer os ajustes necessários em vista dos objetivos pretendidos pro curando também na medida do possível atender às especificidades de cada estudante sempre de forma positiva e respeitosa Compete aos professores no processo ensino aprendizagem propor atividades diversificadas e adequadas ao nível de desenvolvimento dos estudantes darlhes retornos e reorientálos para alcançar seus objetivos compete aos estudantes participar ativamente do processo utilizando os instrumentos de avaliação como forma de perceber como seus conhecimentos estão sendo construí dos realizando as atividades propostas e buscando outras conforme suas necessidades demonstrando iniciativa e autonomia É fundamental contemplar a interdisciplinaridade focando a competência dos estudantes no arranjo do raciocínio para os campos que contribuem para sua formação científica e sua atuação em sociedade São diversas as oportunidades oferecidas nesta Coleção para estudantes e professores realizarem uma avaliação formativa observando seus avanços e dificuldades As atividades são importante instru mento para o professor que poderá utilizálas tanto para a avaliação contínua como para a formal A seção Contexto por exemplo possibilita uma ava liação diagnóstica dos estudantes compreendendo seus conhecimentos prévios sobre o assunto a ser estudado o que lhe permite traçar caminhos e defi nir abordagens As atividades no meio e ao final dos capítulos como por exemplo as das seções Compreensão e análise Olho no espaço Leitura e discussão e Agentes da sociedade permitem a avaliação da apreensão de conceitos procedimen tos e atitudes favorecendo a avaliação global dos estudantes tanto individual como coletivamente A utilização de atividades que suscitam debates e a participação ativa dos estudantes é importante por oferecer a oportunidade de ponderação das posturas individuais que compõem o coletivo da sala de aula O respeito a tolerância o posicionamento diante de conflitos o enfrentamento e a solidariedade são também partes importantes do processo de apren dizagem e devem ser considerados na avaliação A avaliação atitudinal e a processual feita durante os momentos de aprendizagem por meio por exem plo do desenvolvimento de atividades de trabalhos em grupo de debates e a avaliação realizada nos momentos de fechamento de conteúdos são partes de um conjunto de ferramentas O professor na posição de conhecedor do grupo de estudantes deve estimar suas necessidades aplicando cada uma dessas fer ramentas conforme sua realidade 5 FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR O papel do professor sabemos é fator funda mental para o sucesso da aprendizagem A função do educador requer atualização constante e deve ser pautada na busca e apropriação dos saberes pelos estudantes de forma autônoma crítica e reflexiva Isso abrange o cotidiano da escola os saberes apre endidos da experiência docente e também a busca por atualizações e quebras de paradigmas Visando contribuir para a sua formação continuada e apoiálo em sua prática diária e para os desafios colocados à atividade docente reproduzimos a seguir alguns trechos de textos com temáticas pedagógicas e educativas gerais para o ensino de Geografia Na parte referente a cada um dos volumes oferecemos outros textos com as temáticas específicas dos con teúdos geográficos neles abordados As temáticas e os trechos selecionados foram esco lhidos com base no que julgamos relevante ao apri moramento da prática docente mas não se esgotam aqui Por isso sugerimos a leitura integral das obras às quais os trechos fazem parte conforme seus interesses e necessidades Além deles indicamos também que você tenha acesso às obras sugeridas na Bibliografia comentada próximo item e também às sugestões ao final de cada uma das unidades dos três volumes TSV2ManualParteComum289322indd 314 300516 1456 315 Os caminhos da interdisciplinaridade Considerando a velocidade e a quan tidade de informações que chegam ao cidadão comum a interdiscipli naridade é um princí pio pedagógico impor tante para a formação dos estudantes Ela os capacita a construir um conhecimento integrado e a interagir com os demais levando em conta que em função da com plexidade da sociedade atual as ações humanas repercutem umas em relação às outras A integração das cognições com as demais dimensões da personalidade é o desafio que as tarefas de vida na sociedade da informação e do conhecimento estão repondo à educação e à escola Brasil 2002 p 72 Esse desafio tem por objetivo desenvolver o potencial do indivíduo de ser um sujeitoefetivo capaz de interagir coleti vamente como agente de transformações da rea lidade na qual se insere Nessa perspectiva de acordo com Fazenda 2002 A interdisciplinaridade visa à recuperação da unidade humana através da passagem de uma subjetividade para uma intersubjetividade e assim sendo recupera a ideia primeira de Cultura formação do homem total o papel da escola formação do homem inserido em sua realidade e o papel do homem agente das mudanças no mundo p 48 Colocar em prática a interdisciplinaridade não é tarefa fácil A falta de uma ideia clara do seu sig nificado e de como ela pode acontecer são dois obstáculos a serem superados Os professores têm uma multiplicidade de concepções sobre interdis ciplinaridade que vai desde a de que ela seja uma nova epistemologia ou uma nova metodologia até a de que ela constitui um instrumento para melhorar a aprendizagem Hartmann Zimmer mann 2006a Não basta porém ter uma compre ensão teórica do que é a interdisciplinaridade Os docentes precisam também superar dificuldades práticas resultantes de uma formação profissio nal fragmentada Milanese 2004 Ricardo 2005 Hartmann Zimmermann 2006b Sendo um processo que precisa ser vivenciado para ser assimilado em sua complexidade a inter disciplinaridade ganha importância na vida escolar à medida que os docentes passam a desenvolver de forma integrada um trabalho pedagógico que capacita o estudante a comunicarse argumentar enfrentar problemas de diferentes naturezas e a elaborar críticas ou propostas de ação em torno de questões abrangentes da atualidade Hartmann Zimmermann 2007 A interdisciplinaridade como interação entre educadores Para Japiassu 1992 p 88 a interdisciplina ridade corresponde a uma nova etapa do desen volvimento do conhecimento exigindo que as disciplinas por meio de uma articulação cons tante fecundemse reciprocamente Para o autor a interdisciplinaridade exige a adoção de méto dos que se fundamentem mais no exercício de aptidões intelectuais e de faculdades psicológicas voltadas para a pesquisa do que sobre informações armazenadas na memória Ela deve responder a uma nova exigência criar uma nova inteligência capaz de formar uma nova espécie de cientistas e de educadores Na mesma linha de interpretação Fazenda 2002 apresenta a interdisciplinaridade como uma prática de integração caracterizada pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa p 25 A integração de conhecimentos disciplinares e o desenvolvimento de competências no EM não exigem necessariamente a realização de projetos interdisciplinares nos quais diferentes disciplinas tratem ao mesmo tempo de temas afins Brasil 2002b p 16 É possível ao professor de uma dis ciplina desenvolver temáticas com uma perspectiva interáreas sem a necessidade de fazer um acordo interdisciplinar com outros colegas op cit p 17 No entanto a interdisciplinaridade pode aproxi mar docentes de diferentes disciplinas de modo a diminuir o distanciamento entre duas culturas a humanista e a científica às quais Charles P Snow 1996 se refere em sua obra As Duas Culturas ao denunciar em 1959 a distância entre as chamadas ciências humanas e ciências exatas Essa distância epistemológica e metodológica pode ser vencida na educação pelo diálogo interdisciplinar Com essa aproximação a cultura de professores e estudantes ampliase ao mesmo tempo em que cada um pode compreender melhor o ponto de vista do outro Talvez devido ao hábito de aceitar a fragmen tação como um método analítico válido para com preender a realidade a primeira ideia que se tem sobre interdisciplinaridade é a de que ela constitui uma integração de disciplinas diversas para formar Neste texto as autoras explicam as diferentes perspectivas para se compreender a interdisciplinaridade e apontam caminhos para a prática interdisciplinar em sala de aula TSV2ManualParteComum289322indd 315 300516 1456 316 um conjunto unificado de conhecimentos Lenoir 20052006 mostra que existem três leituras dife rentes da interdisciplinaridade A primeira perspectiva tem como propósito a edificação de uma síntese conceitual ou acadêmica do fato isto é a unidade do saber Lenoir 1998 p 48 Especialmente para os franceses a interdisciplinaridade é uma questão social e epis temológica de integração dos saberes A segunda perspectiva é instrumental ou seja o objetivo da interdisciplinaridade é resolver problemas da existência cotidiana e não criar uma nova disci plina ou produzir um discurso universal A inter disciplinaridade nesta perspectiva mais prática e operacional está presente principalmente na América do Norte anglosaxônica e centrase em questões sociais empíricas Na terceira perspec tiva a interdisciplinaridade centrase na qualidade do ser humano O olhar é dirigido no plano epis temológico para a subjetividade dos sujeitos e no plano metodológico para a sua intersubjetividade Essa abordagem fenomenológica da interdiscipli naridade coloca em destaque a necessidade do autoconhecimento e do diálogo Se a lógica francesa é orientada em direção ao saber e a lógica americana sobre o sujeito aprendiz pareceme que a lógica brasileira é dirigida na direção do terceiro elemento constitutivo do sistema pedagógicodidático o docente em sua pessoa e em seu agir Lenoir 20052006 artigo não paginado Para Lenoir 20052006 essas três perspec tivas não devem ser tratadas como mutuamente excludentes principalmente no que se refere à inter disciplinaridade escolar É importante considerar a primeira perspectiva para não cair em um ativismo instrumentalista em que o valor da interdisciplina ridade é medido pelo sucesso imediato da atividade Também é importante considerar a segunda para evitar divagações idealistas Quanto à terceira ela traz uma visão das relações sociais em que há mais respeito pela dimensão humana no processo Para os que entendem a interdisciplinaridade como um processo a instauração de um diálogo entre diferentes disciplinas pode ser tanto para resolver um problema ligado a uma ação ou deci são como para compreender as relações entre os conhecimentos disciplinares Nessa perspectiva Lück 1994 a define como o processo que envolve a integração e engajamento de educadores num trabalho conjunto de interação das disciplinas do cur rículo escolar entre si e com a realidade de modo a superar a fragmentação do ensino objetivando a formação integral dos estudantes op cit p 64 Essa definição de interdisciplinaridade traduz a ideia de que para superar a fragmentação do ensino não é suficiente que um professor isolada mente articule conteúdos das diversas disciplinas escolares mas que a articulação aconteça entre os docentes Além disso ao conectar aspectos científicos e socioculturais os docentes promo vem condições para uma formação integral do estudante de modo que ele consiga compreender as diferentes linguagens utilizadas na comunica ção de informações e desenvolva a capacidade de enfrentar problemas da realidade Ao usar a palavra integração podese pensar na fusão de conteúdos de diferentes disciplinas esco lares Não existe entretanto a intenção de fundir disciplinas mas de auxiliar os estudantes a estabe lecer ligações de interdependência de convergência e de complementaridade entre elas Fazenda 2003 2002 Lenoir 1998 20052006 Lück 1994 e as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio DCNEM destacam que a interdisciplinaridade é um empreendimento que visa proporcionar às disciplinas uma nova razão de existência e não eliminálas Ela é um processo que torna possível a compreensão da realidade como um todo cons tituída pela relação entre o mundo objetivo e o sujeito que por sua vez tenta captar o significado desse mundo de uma forma particular e subjetiva A integração é apenas um momento do processo que possibilita chegar a novos questionamentos novas buscas para uma mudança na atitude de compreender e entender Fazenda 2002 p 49 mas não a uma síntese disciplinar Como opção metodológica a interdisciplina ridade caracterizase por atividades pedagógicas organizadas a partir da interação entre os docen tes Essa interação por sua vez acontece devido ao diálogo e à busca por conexões entre os objetos de conhecimento das disciplinas Sob esse ponto de vista fazer interdisciplinaridade na escola é mais do que simplesmente promover condições para que o estudante estabeleça relações entre informações para construir um saber integrado Ela reúne uma segunda condição que consiste em estabelecer e manter o diálogo entre professores de diferentes disciplinas com o objetivo de esta belecer um trabalho integrado entre eles HARTMANN Angela ZIMMERMANN Erika O trabalho interdisciplinar no Ensino Médio a reaproximação das duas culturas Em Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências v 7 n 2 2007 Disponível em wwwcienciamaouspbr dadosrabotrabalhointerdisciplinaartigocompletopdf Acesso em fev 2016 TSV2ManualParteComum289322indd 316 300516 1456 317 A diversidade dos sujeitosestudantes como referência para a construção da Geografia escolar uma reflexão sobre conteúdos geográficos significativos A tarefa do ensino é a de tornar os conteúdos veiculados objetos de conheci mentos para o estu dante o que requer constante diálogo do sujeito do conhecimento portador de uma cultura determinada com esses outros objetos culturais no sentido de atribuirlhes significados próprios o que é necessário para um processo de aprendi zagem significativa Aprendizagem significativa é o resultado da cons trução própria de conhecimento É a apropriação de um conteúdo de ensino pelo sujeito o que implica uma elaboração pessoal do objeto de conhecimento Um primeiro passo desse processo se dá com a media ção do professor pois é seu papel intervir no pro cesso de construção de conhecimento pelo estudante Para fazer essa mediação ele conta com a cultura escolar com o conjunto de conhecimentos sistema tizados na ciência no caso a geográfica e estruturado pedagogicamente para compor os conhecimentos necessários à formação geral dos cidadãos Os conteúdos da Geografia escolar têm como base os resultados da ciência de referência e sua composição é constante Atualmente além de con teúdos tradicionais ainda considerados válidos há uma infinidade de temas destacados pela Geografia cujo estudo é relevante para a formação básica das pessoas como os processos e as formas da natureza e de sua dinâmica os impactos ambien tais globais e locais os impactos da globalização na produção de lugares diferentes e desiguais os conflitos socioespaciais nas suas diferentes escalas como a violência urbana de diferentes naturezas e proporções conflitos como o que ocorre entre Palestina e Israel entre o Movimento dos Sem Terra e proprietários rurais no Brasil as migrações e movimentos de população de todas as naturezas os impactos do modo de vida urbano nas diferentes estruturações socioespaciais as tecnologias as mídias e a produçãodivulgação de informações as representações e os conhecimentos geográficos1 Esses são temas sem dúvida relevantes para se estudar em Geografia mas a ideia é destacar a neces sidade de o professor como mediador do processo ir além da apresentação desses fatos A tarefa de for 1 Alguns especialistas no campo do Currículo e da Didática têm discutido explicitamente propostas e práticas curriculares escolares orientadas por essa questão como Candau 2000 2003 Forquin 1993 e Moreira 2003 mação própria ao ensino de Geografia é a de contri buir para o desenvolvimento de um modo de pensar geográfico que compõe um modo de pensar sobre o mundo e a realidade que nos cerca Para tanto não basta apresentar os conteúdos geográficos para que os estudantes o assimilem é preciso trabalhar com esses conteúdos realizando o tratamento didático para que se transformem em ferramentas simbólicas do pensamento Não que os conteúdos sejam apenas pretextos para o desenvolvimento que se pretende eles não podem ser assim encarados pois são de fato informações acontecimentos fenômenos geo gráficos importantes em si mesmos Todo esse processo requer que a Geografia ensinada seja confrontada com a cultura geográfica do estudante com a chamada Geografia cotidiana para que esse confrontoencontro possa resultar em processos de significação e ampliação da cul tura do estudante Para desenvolver então um modo de pensar geográfico é preciso que os estudantes ao lidar com os signos e representações formem conceitos que instrumentalizem esse pensamento Esses conceitos permitem aos estudantes localizaremse e darem significado aos lugares e às suas experiências sociais e culturais na diversidade em que elas se realizam Em propostas construtivistas do ensino importa então trabalhar com conteúdos escolares que tornandose mediação simbólica dos objetos reais interfiram na atividade do estudante como sujeito de conhecimento Essa atividade por sua vez é impulsionada pela busca de atribuir signi ficados aos conteúdos que lhe são apresentados A relação dos estudantes com o espaço com sua espacialidade com abrangência e profundidade requer instrumentos conceituais básicos Esses instrumentos permitem uma leitura de mundo de espaço2 Tratase então de tomar como objeto de estudo geográfico na escola o espaço geográfico entendido como um espaço social concreto em movimento que requer uma análise interdepen dente e abrangente de elementos da sociedade e da natureza e das relações entre ambas Outro aspecto a ser considerado na esco lha de conteúdos significativos para o estudante 2 Para uma leitura geográfica crítica alguns conceitos são relevantes como os de lugar paisagem território região natureza e sociedade Além de conceitos geográficos que definem os conteúdos de ensino devem ser trabalhados conteúdos procedimentais e valorativos pois o desenvolvimento do estudante na escola não se restringe à sua dimensão intelectual referese também às dimensões física afetiva social moral e estética A autora propõe reflexões sobre a importância da escolha de conteúdos de Geografia significativos para os estudantes TSV2ManualParteComum289322indd 317 300516 1456 318 A arte de pensar o outro Toda vez que o conhecimento geográ fico é projetado para um grupo de pessoas que vai trabalhar com planeja mento ele passa a ser altamente ético e humanitá rio São os geógrafos que cuidam das relações entre homens comunidades sociedades e o meio ambiente em que esses componentes básicos do planeta junto com a vida vegetal e animal têm o seu hábitat Neste texto o autor expõe seu pensamento sobre as funções da Geografa e do geógrafo é a relevância social destes pois se é importante pensar na relevância que o conteúdo pode ter para o estudante em sua vida e realidade imediatas em sua diversidade é também necessário não perder de vista a importância sociopolítica desse conte údo contextualizandoo analisando seu potencial para compor uma análise crítica da realidade social e natural mais ampla daí contemplando a diversi dade da experiência dos homens na produção do espaço global e dos espaços locais Na Geografia podese inserir esse debate da relevância de conteúdos na orientação de se tra balhar com o local e o global ao mesmo tempo Conforme já foi destacado em outra parte do texto a realidade social hoje é marcada pelo processo de globalização e nesse processo encontrase um elemento contraditório e interdependente que é a reafirmação de culturas de espacialidades de experiências locais A Geografia é uma ciência que estuda o espaço na sua manifestação global e nas singulares Sendo assim os conteúdos geo gráficos precisam ser apresentados para serem trabalhados pelos estudantes nessa dupla inserção a global e a local A cidade considerada conteúdo escolar não é concebida apenas como forma física mas como materialização de modos de vida como um espaço simbólico formador de sentidos de pertinência e de identidade fundamentais para a formação da cidada nia Sendo assim seu estudo voltase para desenvol ver no estudante a compreensão do modo de vida da sociedade contemporânea e de seu cotidiano em par ticular Além disso contribui para o desenvolvimento de habilidades necessárias para os deslocamentos do estudante seja nos espaços mais imediatos de seu cotidiano seja em espaços mais complexos que podem envolver uma rede de cidades A cidade é um espaço multicultural é o lugar da copresença da coexistência Analisando se esse aspecto algumas características têm sido apontadas como presentes nas grandes cidades e metrópoles contemporâneas sobretudo quando se analisa as práticas espaciais de jovens como os estudantes de Geografia e sua cultura Entre elas destacase a formação de guetos de tribos de gangues de identidades globalizadas flexíveis de territorialidades nômades3 Compreendese que a formação de identida des compostas por subjetividades complexas se dá numa teia de significações construídas socialmente que interagem valores sentidos e símbolos indi viduais do sujeito Nesse processo as identidades não possuem um núcleo cristalizado e essencialista mas são formadas continuamente a partir de um quadro de referências complexo e contraditório que atua dialeticamente em sociedades específicas e no indivíduo Dessa forma não cabem generali zações quanto a características da sociedade e dos espaços contemporâneos assim como não cabe ana lisar práticas socioespaciais de jovens formadoras de sua identidade tendo como referência apenas seus processos de identificação sociais e culturais em metrópoles É importante dessa forma que os professores estejam abertos e sensíveis ao diálogo com seus estudantes buscando contribuir com o processo de atribuição de significados aos conteúdos trabalhados a partir de cada contexto específico de acordo com as representações dos estudantes com suas diferenças com sua diversidade Compreender qual é o conteúdo mais ade quado que mais sentido tem hoje para um trabalho escolar em Geografia que possibilita e estimula o tratamento da diversidade dos estudantes é de fato um avanço nas práticas de ensino Porém para cumprir bem o papel social da escola e de uma disciplina escolar no sentido da formação dos estudantes é preciso que esse conteúdo seja traba lhado com eficiência é preciso que as atividades de sala de aula sejam encaminhadas com base em métodos e procedimentos que permitam de fato trabalhar com esses conteúdos 3 Alguns autores destacamse em análises da cultura e espacialidades urbanas contemporâneas como Rolnik 1997 Almeida e Tracy 2003 Carrano 2002 2003 Gomes 2002 Hall 1997 entre outros CAVALCANTI Lana de Souza In CASTELLAR Sônia Org Educação geográfica teorias e práticas docentes São Paulo Contexto 2005 p 7177 TSV2ManualParteComum289322indd 318 300516 1456 319 Etapas na organização do estudo do meio O êxito do Estudo do Meio depende de um trabalho de plane jamento flexível mas certamente rigoroso que envolve a partir do que podemos depre ender do trabalho de Pontuschka Paganelli e Cacete 2007 pelo menos sete etapas ou momen tos Assim o roteiro a seguir não deve ser visto como negação de outras possibilidades de orga nização e sim como um determinado esquema estratégico baseado na experiência acumulada pelos autores a respeito do tema O ponto de partida encontro dos sujeitos sociais O Estudo do Meio é uma metodologia de ensino interdisciplinar na qual se buscam alter nativas à compartimentalização do conhecimento escolar e à excessiva segmentação do trabalho docente Seu ponto de partida então é a reflexão individual e coletiva sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas em determinada escola e o desejo de melhorar a formação do estudante construindo um currículo mais próximo dos seus interesses e da realidade vivida Nesse processo buscase pelo exame das características do lugarsolo em que uma determi nada unidade escolar deseja fincar suas raízes ou seja o exame de seus problemas de seus desejos enfim de suas mais sérias questões a seleção de temas e espaços a serem estudados e que poderiam tornar seu currículo e seu projeto educativo mais significativo para os estudantes Ao privilegiar o estudo do lugar não se quer isolálo de outras escalas de análise possíveis e interrelacionadas nem que espaços mais distantes não possam ser escolhidos para serem estudados A opção pelo espaço e tema a serem estudados Os espaços ou lugares a serem estudados em uma atividade de ensino desse tipo são variados e O texto a seguir discorre sobre a importância do estudo do meio para a formação integral dos estudantes destacando algumas de suas etapas fundamentais O geógrafo tem que estar sempre atento à histó ria em processo que em geral é publicada parcial mente nos jornais do país e do mundo Assim pode inserir sua consciência crítica nos mais variados tipos de fatos acontecidos na face da Terra Na realidade não existe planejamento regional sem estudos básicos de geografia humana e social O que completa o caráter ético da geografia sobretudo da antropogeografia está sempre rela cionado com aqueles dizeres básicos de Fernand Braudel A história é a história de todas as histó rias Os jornais por exemplo cuidam de todas as histórias e é preciso ter um espírito seletivo para entender a história do cotidiano que sintetica mente está mostrando os processos de evolução dos acontecimentos na face da Terra O geógrafo precisa estar sempre beminfor mado Na realidade precisa de todos os livros todos os documentos cartas topográficas aero fotos e imagens de satélite e de todos os fatos da história cotidiana de todos os espaços de seu país e possivelmente do mundo O envolvimento político dos geógrafos é um envolvimento não personalizado É político em termos de pressões para um planejamento correto dos governantes É o que gosto de fazer Não estou interessado na participação partidária estou inte ressado na participação a favor do meu país do meu povo e dos carentes que estão mais próximos de mim representantes das multidões que estão abaixo da linha da pobreza Tenho um sentido de geografia humana que é certamente ético e humanístico Existe um campo da ciência que envolve uma apreciação dupla arte e ciência É assim que entendo os estudos básicos para o planejamento de endereço social Pensar no humano como a figura básica do endereço social de planos pro gramas e projetos envolve uma sentimentalidade especial e permanente Em um outro campo cien tífico que emergiu da interdisciplinaridade e que se volta para prever impactos de projetos dos mais diferentes existe todo um caminho cruzado das ciências com a arte de pensar no futuro face às peculiaridades dos projetos Nesse sentido penso que para servir os brasileiros de todas as regiões e ao mesmo tempo manter o suporte básico da economia nacional políticos e grandes ricos deve riam trabalhar com muito conhecimento científico e grande participação da arte de pensar o outro ABSABER Aziz Nacib O que é ser geógrafo memórias profissionais de Aziz AbSaber Rio de Janeiro Record 2007 p 145146 TSV2ManualParteComum289322indd 319 300516 1456 320 podem estar situados nas adjacências da unidade escolar tais como o quarteirão o bairro o fundo de vale mais próximo passando pelo município tais como um distrito industrial um prédio público e seus arredores uma área de mata nativa até luga res mais distantes como uma cidade histórica um parque ecológico uma barragem de hidrelétrica etc A rigor não existem lugares privilegiados e não há também lugares pobres para a realiza ção dos Estudos do Meio Em cada caso o grande desafio que se apresenta aos seus realizadores é o processo de saber ver saber dialogar com a paisagem detectar os problemas existentes na vida de seus moradores estabelecer relações entre os fatos verificados e o cotidiano do estudante Pontuschka 2004a p 260 Todavia como alerta a mesma autora em outra obra Escolher e optar não são práticas fortuitas mas definidoras da vida Escolher os meios a estudar é optar pelo currículo que se quer desenvolver A escolha coletiva implica a orga nização coletiva Esta se efetivará com a prepa ração prévia com a definição dos instrumentos e das tarefas a ser desenvolvidas 2007 p 176 Os Estudos do Meio podem ser realizados em todos os níveis de ensino e inclusive nos pro cessos de formação continuada de professores Contudo é preciso lembrar que sua realização especialmente nos Ensino Fundamental e Médio requer atenção especial dos organizadores quanto à segurança dos estudantes Além da prévia auto rização dos pais ou responsáveis e da contratação quando necessária de transporte e de alojamento a elaboração dos roteiros de observação e pesquisa devem levar em consideração o estágio de desen volvimento cognitivo e emocional dos estudantes Deste modo a definição do espaço a ser estudado não pode prescindir de uma prévia visita ao local e da identificação considerando as características dos participantes de um itinerário que não colo que em risco a sua segurança A definição dos objetivos e o planejamento Ainda que cada Estudo do Meio a ser realizado possua em função dos interesses de seus organiza dores e da própria natureza do espaço a ser estu dado finalidades mais específicas seus objetivos mais gerais podem ser descritos de acordo com Pontuschka Paganelli e Cacete 2007 p 177178 da seguinte maneira consolidação de um método de ensino inter disciplinar denominado estudo do meio no qual interagem a pesquisa e o ensino verificação de testemunhos de tempos e espaços diferentes transformações e per manências levantamento dos sujeitos sociais a ser con tatados para as entrevistas observações a ser feitas nos diferentes luga res arrolados para a produção de fontes e documentos anotações escritas desenhos fotografias e filmes compartilhamento dos diferentes olhares presentes no trabalho de campo mediante as visões diferenciadas dos sujeitos sociais envolvidos no projeto coleta de dados e informações específicas do lugar de seus frequentadores e das relações que mantêm com outros espaços emersão de conteúdos curriculares discipli nares e interdisciplinares a ser contempla dos na programação produção de instrumentos de avaliação em um trabalho participativo criação de recursos didáticos baseados nos registros divulgação dos processos e do resultado Obviamente a esses objetivos mais gerais devem ser somados outros que considerando as características e a potencialidade do meio esco lhido para o estudo conferirão sua pertinência e sua originalidade O trabalho de campo Uma das etapas fundamentais dos Estudos do Meio é o trabalho de campo É preciso entretanto para evitar mal entendidos que façamos alguns comentários a respeito A ideia de ir a campo ape nas como necessidade de sair da sala de aula é um pouco perigosa Pode seguramente esvaziar as potencialidades educativas dessa atividade como método de ensino e subestimar obviamente os momentos de aprendizagem realizados na sala de aula Assim as práticas de campo em um Estudo do Meio não devem ser caracterizadas como uma ocasião de ruptura do processo ensinoaprendiza gem Ao contrário fazem parte dele são momentos especiais sem dúvida mas que não se sustentam isoladamente Não se desconsidera evidentemente a dimensão lúdica de uma saída de campo em um Estudo do Meio O que queremos evitar é a sedi mentação de estereótipos da sala de aula natural mente chata sendo preciso retirar os estudantes para passear de vez em quando noutro lugar A pesquisa de campo é reveladora da vida ou seja por meio dela pretendese conhecer mais sistematicamente a maneira como os homens e TSV2ManualParteComum289322indd 320 300516 1456 321 as mulheres de um determinado espaço e tempo organizam sua existência compreender suas necessidades seus desejos suas lutas com vitórias e fracassos Assim durante o trabalho de campo educadores e educandos devem submergir no cotidiano do espaço a ser pesquisado buscando estabelecer um rico diálogo com o espaço e na condição de pesquisadores com eles mesmos É o momento de descobrir que o meio ou o espaço na interrelação de processos naturais e sociais é uma Geografia viva Pontuschka 2006 Todavia travar diálogos com o espaço pressupõe o domínio de conceitos e linguagens diversas de muitas disci plinas O Estudo do Meio não prescinde portanto das características ou identidade das diversas dis ciplinas São elas que de fato permitem com preender mais profundamente a dimensão social da organização do espaço e ao mesmo tempo da influência que essa organização exerce sobre a vida dos homens e mulheres que nele vivem Compreendendo o meio como uma Geografia viva é preciso ir a campo sem préjulgamentos ou preconceitos liberar o olhar o cheirar o ouvir o tatear o degustar Enfim liberar o sentir mecani zado pela vida em sociedade para a leitura afetiva que se realiza em dois movimentos contrários negar a alienação o esquema a rotina o sistema o preconceito e afirmar o afeto da comunidade e da personalidade Pontuschka 2006 p 12 Ao romper as fronteiras dos territórios institu cionalizados de aprendizagem a sala de aula e a escola a pesquisa de campo permite a ampliação desse território levando ao mesmo tempo a sala de aula e a escola para o mundo um lugar ou situação mais específica ou particular deste mundo para ser pesquisado e estudado e o mundo mais real ou concreto para dentro da sala de aula e da escola Tratase portanto de uma oportunidade como afirma Thompson 1998 falando mais espe cificamente do trabalho de campo na realização da História Oral de gerar ocasiões de aprendizagem para além de seus tradicionais abrigos institucionais A sistematização dos dados coletados na pesquisatrabalho de campo O Estudo do Meio não se encerra com o traba lho de campo Considerando as características dos sujeitos envolvidos e as possibilidades e os limites materiais oferecidas pela escola A partir dele se inicia um processo de siste matização extremamente cuidadoso de todo o material obtido e registrado nos desenhos nas fotografias nos poemas nas anotações no falar dos moradores Os múltiplos saberes agora enriquecidos pelas várias experiências e saberes conquistados no campo se encontram na sala de aula Pontuschka 2004b p 13 Desta forma no primeiro contato entre os partici pantes do Estudo do Meio conduzse uma exposição livre das sensações experimentadas perguntandose ao grupo os fatos que foram mais importantes ou significativos para cada pessoa Neste compartilhar de sentimentos e ideias a subjetividade presente nas impressões mais pessoais de cada um nos registros escritos e nos desenhos se enriquece e na inter relação com outras subjetividades surgem novos sentidos novas compreensões A visão fragmentária perde força e iniciase um processo de síntese no qual os envolvidos no trabalho se descobrem como seres interdisciplinares Freire 2000 O momento seguinte é o da construção do conhecimento ou seja da análise do material cole tado na pesquisa de campo de pensar coletivamente o que revela o conjunto dos registros Começam a aparecer os nexos os significados as contradições e aspectos relevantes mas talvez pouco conhecidos da história do lugar estudado que ganham visibili dade Que eixos temáticos afloram Como tudo isso se insere ou pode ser inserido no currículo Que material podemos construir O resultado pode ser um vídeodocumentário um ensaio fotográfico um mural um teatro um artigo ou materiais didáticos mais específicos que posteriormente devem ser adequadamente socializados compartilhados Avaliação e divulgação dos resultados Como todo trabalho educativo a avaliação per mite aos seus participantes apreciar os resultados aprimorar os processos e sempre que necessário redefinir seus objetivos É importante também que na medida do possível a equipe responsável possa divulgar seus resultados Deve haver opor tunamente a preocupação ética e política de comu nicar às comunidades aos homens e mulheres que residem nos lugares estudados e pesquisados os resultados dessa atividade pois estes como afirma Yves Lacoste 2006 p 78 fazendo referência ao trabalho de campo desenvolvido pelos geógrafos conferem poder a quem os detém Assim os possíveis benefícios produzidos pela realização dos Estudos do Meio podem extrapolar as fronteiras da escola que o organizou LOPES Claudivan S PONTUSCHKA Nídia N Estudo do meio teoria e prática Em Geografia Londrina v 18 n 2 2009 Disponível em wwwuelbrrevistasuelindexphpgeografiaarticleview23603383 Acesso em fev 2016 TSV2ManualParteComum289322indd 321 300516 1456 322 6 BIBLIOGRAFIA COMENTADA ABSABER Aziz Nacib O que é ser geógrafo memórias profissionais de Aziz AbSaber Rio de Janeiro Record 2007 Depoimento do geógrafo Aziz AbSaber à jornalista Cynara Menezes sobre a sua história sua formação e os percursos da sua vida profissional ALMEIDA Rosângela Doin de Org Novos rumos da cartografia escolar currículo linguagem e tecnologia São Paulo Contexto 2011 Diversos especialistas discutem novas metodologias para o ensino da cartografia escolar que abrange conhe cimentos e práticas para o ensino de conteúdos originados na própria cartografia mas conta também com conceitos de diversas áreas CACETE Nuria Hanglei PAGANELLI Tomoko Iyda PONTUSCHKA Nídia Nacib Para ensinar e aprender Geografia São Paulo Cortez 2007 Discute a formação docente apontando caminhos para que a disciplina da ciência geográfica cumpra seu papel nas escolas de ensinos Fundamental e Médio CALLAI Helena Copetti A formação do profissional de Geografia Ijuí Editora Unijuí 2013 Dá especial atenção aos processos de ensinoapren dizado em Geografia como uma forma de refletir sobre a atuação do profissional da ciência geográfica tendo em vista a qualidade do trabalho do professor e o futuro dos jovens estudantes CASTELLAR Sônia Org Educação geográfica teorias e práticas docentes São Paulo Contexto 2005 Reunião de textos de especialistas em didática e metodologia do ensino em Geografia além de geógrafos Trata de temas como cartografia temática e alfabetização conceitos geográficos formação de professores jogos e situaçõesproblema HENGEMÜHLE Adelar Significar a educação da teoria à sala de aula Porto Alegre Edipucrs 2008 Oferece reflexões e caminhos para novas práticas peda gógicas que visam dar sentido e significado da educação escolar para os estudantes da Educação Básica KOZEL Salete MENDONÇA Francisco Org Elemen tos de epistemologia da Geografia contemporânea Curitiba Editora UFPR 2009 Dividido em três partes reúne reflexões acerca das linhas de pensamento da Geografia As Geografias Crítica Ambiental e Cultural são analisadas por importantes geógra fos que retratam as tendências de pensamento na ciência geográfica no Brasil OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de PONTUSCHKA Nídia Nacib Geografia em perspectiva São Paulo Contexto 2002 Dividido em cinco partes traz uma coletânea de textos de especialistas da Geografia e aborda temas importantes sobre didática e prática de ensino PHILIPPI JR Arlindo FERNANDES Valdir Eds Práticas da interdisciplinaridade no ensino e pesquisa Barueri Manole 2015 A obra compila textos de diferentes estudiosos sobre reflexões e práticas desenvolvidas por docentes e pesqui sadores que atuam no ensino e na pesquisa REGO Nelson SUERTEGARAY Dirce HEIDRICH Álvaro Org Geografia e educação geração de ambiências Porto Alegre UniversidadeUFRGS 2000 Traz importantes e interessantes reflexões sobre a prá tica docente e que possibilitam uma compreensão mais profunda e concreta do espaço vivido CASTROGIOVANNI Nestor KAERCHER André Org Geografia práticas pedagógicas para o Ensino Médio v 2 Porto Alegre Penso 2011 Apresenta uma análise histórica do ensino de Geografia no Brasil oferecendo diversos caminhos para novas práticas SOLÉ Izabel Estratégias de leitura Porto Alegre Artmed 1998 Tendo como premissa que um dos objetivos da leitura é ler para aprender o livro tem como objetivo auxiliar edu cadores de quaisquer disciplinas a utilizar estratégias de leitura que permitam aos estudantes interpretar e compre ender os textos escritos TONINI Ivaine Maria Geografia escolar uma história sobre seus discursos pedagógicos Ijuí Unijuí 2006 Nesta obra a autora apresenta as discussões concei tuais que geraram os diversos entendimentos da Geografia na atualidade ZABALA Antoni A prática educativa como ensinar Porto Alegre Artmed 1998 A partir de uma perspectiva de análise e reflexão da prática educativa o autor trata das relações interativas na sala de aula do papel de estudantes e professores da distribuição do tempo e da organização dos conteúdos Org Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula Porto Alegre Artmed 1999 De forma prática orienta a trabalhar 42 conteúdos proce dimentais saber fazer de diferentes áreas do conhecimento TSV2ManualParteComum289322indd 322 300516 1456 323 U N I D A D E 1 CONTEXTO HISTÓRICO E GEOPOLÍTICO DO MUNDO ATUAL Explorando o contexto histórico e fazendo uma aná lise das transformações geográficas mundiais ocorridas no século XX esta unidade discute a edificação de uma nova ordem geopolítica no mundo atual Nesse sentido são abordadas as disputas entre os Estados no mundo contemporâneo pela conquistapreserva ção da hegemonia regional ou mundial envolvendo conceitos como imperialismo nacionalismo território e Estadonação socialismo e liberalismo entre outros Além disso é discutido o papel dos organismos inter nacionais e o contexto em que foram criados As transformações geográficas derivadas das disputas que envolveram os imperialismos europeu japonês e estadunidense as revoluções socialis tas as questões políticoeconômicas envolvidas nas guerras mundiais e a reordenação nas relações de poder mundial resultante desses conflitos passando pela Guerra Fria são os temas por meio dos quais se descortinam os contextos histórico e geopolítico mundiais de hoje Os estudantes são dessa forma levados a depreender as relações entre espaço geo gráfico e poder Conexão Mapeamento das atividades interdisciplinares Unidade 1 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 1 O sepultamento do comunismo História Comunismo marxismo e socialismo ao longo do tempo CAPÍTULO 1 MUNDO NA GUERRA FRIA Síntese e objetivos As duas guerras mundiais que marcaram a pri meira metade do século XX decorreram de estratégias de expansão imperialista e foram entremeadas pelo estabelecimento de regimes comunistas em vários países e por uma crise mundial do capitalismo A partir do final da Segunda Guerra Mundial a disputa pela hegemonia mundial envolvia de um lado os Estados Unidos e do outro a União Soviética Essa disputa acirrouse nos planos ideológico político econômico e militar Os principais temas abordados no capítulo são imperialismo nacionalismo socialismo Guerra Fria ordem bipolar criação e atuação dos organismos internacionais crise dos mísseis des colonização Perestroika Glasnost novas fronteiras mundiais Plano Marshall e o fim da ordem bipolar Com o conteúdo deste capítulo pretendese contribuir para que os estudantes estejam aptos a situar as duas guerras mundiais no contexto do imperialismo analisar as consequências da Segunda Guerra Mundial para a configuração de uma nova ordem mundial ler e compreender a partir dos mapas his tóricos as alterações nas territorialidades do espaço mundial conhecer o cenário em que se deram a Revo lução Russa a Guerra Fria e a ordem mundial bipolar associar a ajuda dos Estados Unidos aos países capitalistas devastados pela Segunda Guerra à necessidade daquele país de escoar os excedentes de produção e de evitar o avanço do socialismo na Europa ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS TSV2ManualParteEspecifica323384indd 323 300516 1455 324 identificar os fatores que levaram os Estados Unidos a conquistar a hegemonia política e econômica no pósSegunda Guerra compreender o contexto histórico em que se deu a criação de instituições internacionais após a Segunda Guerra Mundial seus obje tivos estrutura e atuação das remanescentes nos dias de hoje compreender a correlação de forças entre União Soviética e Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial distinguindo as áreas de influên cia das duas potências em termos políticos econômicos e sociais analisar as estratégias de dominação ideológica de ambos os polos hegemônicos compreender a influência da geopolítica bipolar no destino de quase todos os países do globo inclusive do Brasil conhecer o panorama das lutas pela desco lonização dos países africanos e asiáticos e o Movimento dos Países Não Alinhados analisar os acontecimentos e processos que puseram fim à ordem bipolar e suas conse quências sobre o espaço geográfico e o mapa político da Europa ler e interpretar grafite e cartuns aprimorar a competência leitora analisar criticamente propagandas identifi cando a ideologia dos sistemas econômicos Sugestões de respostas e comentários Contexto East side gallery p 12 1 Tratase da queda do Muro de Berlim O muro represen tou por quase três décadas o período da Guerra Fria A cidade de Berlim estava dividida da mesma forma que o mundo entre o sistema capitalista e o socialista A queda do muro simbolizou o fim da Guerra Fria e o colapso do sistema socialista 2 Em 9 de novembro de 1989 A pista para a resposta é a placa do automóvel 3 O automóvel que rompe o muro de Berlim é um Tra bant modelo produzido durante anos na República Democrática da Alemanha Alemanha Oriental com insuficiente desenvolvimento técnico em mecânica e design A ilustração deixa explícito que a queda do muro foi obra da população da Alemanha Oriental O Trabant derrubando o muro simboliza esse fato Note que o monumento está completamente pichado e assinado por turistas Vale discutir com os estudantes sobre esse tipo de atitude e a importância da preser vação da Arte e de monumentos a céu aberto Compreensão e análise 1 p 24 1 a São elas o Fundo Monetário Internacional para promover ajuda econômica aos países com pro blemas financeiros e fornecer assessoria técnica e consultoria econômica aos paísesmembros o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento Banco Mundial para pro mover investimentos voltados para a recons trução das economias destruídas pela guerra e posteriormente o crescimento dos países em desenvolvimento e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio Gatt com o objetivo de promover maior liberdade no comércio internacional b Chamase Sistema de Bretton Woods criado na Conferência de Bretton Woods 1944 nos Estados Unidos 2 a A ONU Organização das Nações Unidas B Otan Organização do Tratado do Atlântico Norte b A ONU foi criada com a finalidade de manter a paz e a segurança internacionais A Otan é uma organização militar de defesa coletiva dos países situados no Atlântico Norte O objetivo é manter a estabilidade na região É formada por Estados Unidos Canadá e por grande parte dos países europeus 3 a A corrida armamentista nuclear b A doutrina da Destruição Mútua Assegurada cor respondeu à estratégia militar e a de segurança adotadas durante a Guerra Fria O desenvolvi mento de armas cada vez mais sofisticadas e de grande poder de destruição não era para ser usado servia para intimidar o inimigo Era essa a garantia de equilíbrio que evitava um confronto direto entre as superpotências já que ambas seriam arrasadas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 324 300516 1455 325 Leitura e discussão Berlim p 34 1 O trecho ressalta a ausência de democracia na Alema nha Oriental A única opção de escolha era a fuga para a Alemanha Ocidental através da cidade de Berlim onde a circulação entre os dois lados da cidade era apesar de controlada permitida 2 A situação econômica inferior em relação à Alemanha Ocidental e a ausência de democracia Conexão História O sepultamento do comunismo p 35 1 Karl Marx intelectual fundador da filosofia marxista comunista teve importante papel revolucionário na segunda metade do século XIX Lenin revolucionário e líder do partido bolchevique liderou a Revolução e foi o primeiro Chefe de Estado de um país socialista Stalin revolucionário bolchevique assumiu o governo soviético após a morte de Lenin até o início da década de 1950 Comandou a União Soviética durante a Segunda Guerra e a transformou em uma das maiores potências do século XX Mikhail Gorbatchev líder soviético na década de 1980 no auge da crise econômica que abalou o mundo socialista Implantou reformas econômicas Perestroika e promoveu a abertura política Glasnost mas não conseguiu evitar a desintegração da União Soviética em 1991 2 Os personagens estão hierarquizados na charge Marx figura maior em destaque apoiase em um cajado com uma foice e um martelo que simbolizam a doutrina comunista o marxismo Do outro mundo ele observa raivoso e não acredita no que vê eu não posso acredi tar nos meus olhos o desdobramento e o fim da sua doutrina filosófica Logo abaixo no meio da nuvens aparecem seus seguidores Lenin e Stalin Por sua vez esses personagens expressivos do socialismo russo e soviético também não acreditam no que veem Gor batchev sepultando o comunismo à frente do cortejo com uma coroa de flores Contraponto Confronto ideológico p 36 1 No capitalismo a renda nacional é acumulada por uma elite e destinada à produção de meios de destruição bélica Em destaque o trabalhador conta abatido as parcas moedas que lhe cabem acumular nesse sistema econômico ressaltando a injustiça social No socialismo soviético a renda é destinada ao desenvolvimento ao progresso econômico e à popu lação O cidadão soviético bemvestido e agasa lhado mal consegue segurar as mercadorias que acabou de comprar 2 Mostrar que os Estados Unidos sob o comunismo seriam conduzidos ao caos Is this tomorrow É este o amanhã America under communism América sob o comunismo Compreensão e análise 2 p 37 1 a Ao golpe militar de 1964 no Brasil b Aliandose a ditaduras militares na América Latina os Estados Unidos visavam impedir a ascensão de gover nos simpáticos aos ideais socialistas e fundamental mente garantir a manutenção dos seus interesses e da sua influência nessa porção do continente americano c Democracia para os Estados Unidos expressava a manutenção nos países latinoamericanos dos governos favoráveis aos seus interesses mesmo que isso significasse a derrubada violenta da democracia parlamentar por meio de intervenções militares A liberdade era garantida apenas àqueles que não eram contrários ao modelo capitalista estadunidense 2 A Carta das Nações Unidas fundadora da ONU afir mou o princípio de igualdade de direitos e autodeter minação dos povos e durante a sua existência apoiou a descolonização e opôs o colonialismo ao ideal de paz sobre a qual foi fundada Os Estados Unidos e a União Soviética apoiaram a descolonização afroasiática com o objetivo de ampliar suas áreas de influência e ao mesmo tempo conter a expansão do inimigo 3 a Tratase da Crise dos Mísseis de 1962 A crise iniciouse com a descoberta da instalação de uma base de lançamentos de mísseis pela União Soviética em Cuba a cerca de 150 km da costa dos Estados Unidos As duas superpotências chegaram muito próximas de um confronto militar Depois de 13 dias de tensões os russos desistiram da base cubana de lançamento de mísseis e os Estados Unidos retiraram a base que haviam instalado na Turquia além de se comprometerem a não invadir Cuba b Os líderes das superpotências Kennedy direita e Krushev esquerda sentados à mesa e usando como cadeiras armas nucleares negociam a retirada dos mísseis cubanos Os personagens travam uma queda de braço e estão preparados para acionar seus mísseis a qualquer momento Vale comentar com os estudantes que Kennedy e Krushev estão sentados sobre as bombas dos inimigos e que elas estão representadas por um H Tratase da Bomba H ou bomba de hidrogênio mais poderosa que a bomba atômica TSV2ManualParteEspecifica323384indd 325 300516 1455 326 CAPÍTULO 2 GRANDES ATORES DA GEOPOLÍTICA NO MUNDO ATUAL Síntese e objetivos Neste capítulo são analisadas as situações políti cas e econômicas surgidas desde o final da Guerra Fria década de 1990 que determinaram novas orientações às relações entre os países o fim da União Soviética e do socialismo no Leste Europeu o processo de democratização dos países desse bloco a reunificação da Alemanha a ascensão da China e outros importantes protagonistas no cenário geopo lítico internacional O capítulo analisa o atual papel dos Estados Uni dos nas relações internacionais e discute o contexto de formação de uma maior multipolaridade de poder em que a liderança dos Estados Unidos é contraba lançada por outras potências como Japão União Europeia liderada pela Alemanha China e Rússia Nesse cenário analisase o novo papel da Rússia no quadro internacional e destacase o atual cenário econômico da China e de suas áreas de influên cia Destacamse também importantes conflitos do mundo atual como as disputas territoriais no Mar da China Meridional e Oriental envolvendo países da região ÁsiaPacífico e a Primavera Árabe Este capítulo foi elaborado com a finalidade de levar o estudante a adquirir as habilidades de analisar os fatores do crescimento econômico da Alemanha e do Japão os dois grandes derro tados da Segunda Guerra Mundial na segunda metade do século XX explicar e analisar criticamente a ascensão da China como potência discutir as relações da China com o conti nente africano entender as dificuldades de transição da Rússia à economia de mercado e comparar a situa ção do país no contexto geopolítico do final da década de 1990 e da atualidade discutir a mudança da política externa unilateral dos Estados Unidos no final da primeira década do século XXI compreender o atual quadro geopolítico mundial com base na multipolaridade do poder econômico relacionar dados em gráficos a conteúdos estudados Sugestões de respostas e comentários Contexto Acordo nuclear iraniano p 38 1 Os representantes dos países do grupo P51 da União Europeia e do Irã anunciam em abril de 2015 o acordo sobre o programa nuclear iraniano na cidade de Lausanne Suíça Na imagem a disposição dos repre sentantes da esquerda para a direita são 1 China 2 França 3 Alemanha 4 União Europeia 5 Irã 6 Rússia 7 Reino Unido 8 Estados Unidos Cabe comentar com os estudantes que as personali dades da imagem são da esquerda para a direita o Chefe da Missão da República Popular da China para a União Europeia Hailong Wu o ministro dos Negó cios Estrangeiros francês Laurent Fabius o ministro das Relações Exteriores da Alemanha FrankWalter Steinmeier a representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança Federica Mogherini o ministro das Relações Exteriores iraniano Javad Zarifat um representante russo não identificado o secretário do Exterior britânico Philip Hammond e o secretário de Estado dos Estados Uni dos John Kerry 2 Podem ser citados Estados Unidos Rússia Reino Unido França China Índia Paquistão Israel e Coreia do Norte Lembrar os estudantes que Israel nunca afirmou ter armas nucleares Olho no espaço Geopolítica da Ásia e despesas militares p 49 1 Organização de Cooperação Econômica de Shangai fun dada com a finalidade de reforçar a cooperação econômica entre os paísesmembros e combater o tráfico de drogas o terrorismo e o separatismo Ela é vista como uma força de segurança multinacional capaz de contrabalançar a influência da Otan na Ásia Central e no Irã 2 D Arábia Saudita 45 E Japão 26 F Alema nha 26 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 326 300516 1455 327 Compreensão e análise 1 p 50 1 a O gráfico mostra o processo de desaceleração da economia chinesa a partir da crise financeira mundial de 2007 quando o país perdeu muitos investimentos externos e registrou queda nas suas exportações A partir de 2010 a China passou a crescer abaixo de dois dígitos b Essa desaceleração é motivo de preocupação para a economia mundial sobretudo para os grandes parceiros comerciais da China que lhe vendem commodities 2 a Os frequentes atentados à liberdade de expressão e da imprensa praticados na China b O Mar da China Meridional é uma rota comercial fun damental para parcela significativa da frota mercante do mundo por onde circulam 50 das mercadorias negociadas no comércio global e portanto é uma importante subregião econômica e estratégica O controle do mar pelo governo de Pequim é motivo de diversas disputas territoriais entre os países da região Retome o mapa Disputas no Mar da China Meri dional figura 4 para que os estudantes revejam as principais disputas as Ilhas Spratly são reivin dicadas por seis países China Vietnã Filipinas Brunei Taiwan e Malásia as Ilhas Paracelso por China Taiwan e Vietnã Ponto de vista O futuro do poder p 62 1 O autor cita os casos da União Soviética na década de 1970 e do Japão na década de 1980 A economia sovié tica nessa época começou a dar sinais de esgotamento o que levou ao seu desmantelamento no início da década de 1990 O Japão que era visto como país capaz de fazer frente à economia estadunidense declinou seu ritmo de crescimento a partir da década de 1990 e hoje foi superado pela economia chinesa Os estudantes podem buscar informações sobre o Japão neste capítulo e sobre a União Soviética no Captulo 1 2 Pelo fato de estarem focadas essencialmente no cres cimento do PIB 3 A China apresenta problemas dentro do seu próprio território com as suas regiões autônomas separatis tas Tibet Mongólia Interior e XinjiangUigur Apre senta muitas questões pendentes com seus vizinhos que podem ser exemplificadas com a questão da reincorporação de Taiwan as disputas de territórios insulares no Mar da China Meridional com o Vietnã as Filipinas Brunei Taiwan e Malásia e as disputas de territórios insulares no Mar da China Oriental com o Japão 4 Sim quando cita a importância das forças armadas Compreensão e análise 2 p 63 1 Japão e Alemanha que foram derrotados na Segunda Guerra Mundial e aos quais foram impostas limita ções aos investimentos militares retomados na última década O Japão é atualmente a terceira economia do mundo e a Alemanha a quarta 2 a A China detém arsenal nuclear é a segunda economia do mundo membro do Conselho de Segurança da ONU e possui o segundo maior orçamento militar do planeta Abriga também o maior contingente populacional do globo mais de 137 bilhão de habitantes o que lhe garante grande potencial de mercado e a formação da maior força armada do mundo mais de 23 milhões de pessoas b A China mantém relações pragmáticas com países africanos evitando qualquer enfrentamento ideo lógico ou moral Importa desses países petróleo ferro cobre e algodão e realiza investimentos no continente por meio de diversas empresas princi palmente a PetroChina hoje uma das maiores do mundo Além de ampliar suas exportações para a África tem investido em meios de transporte usi nas de energia e sistemas de telecomunicações e adquirido amplas áreas de terras agricultáveis em países do continente c A Organização de Cooperação de Shangai OCS é formada por China Rússia e quatro países da Ásia Central Cazaquistão Quirguistão Tadji quistão e Uzbequistão Tem o objetivo de estrei tar a cooperação política econômica e militar em ações de defesa e combate ao terrorismo entre os paísesmembros Alguns analistas indicam que essa organização pode ser um contraponto militar à Otan O Banco Asiático de Investimento em Infraestru tura BAII é a grande iniciativa chinesa capaz de fazer frente às atribuições que hoje perten cem apenas ao Banco Mundial Destinará seus investimentos para financiar obras de infraes trutura de países emergentes asiáticos O banco de investimento foi formado com a adesão de 56 países entre eles as principais nações europeias e o Brasil TSV2ManualParteEspecifica323384indd 327 300516 1455 328 3 Com o fim da União Soviética e as transformações na ordem mundial e a partir da década de 1990 com o fim da Guerra Fria a Rússia reduziu sua esfera de influência Atualmente exige maior participação no contexto internacional e busca reafirmarse como potência Tem realizado ações ofensivas internacio nais em áreas relacionadas aos seus interesses estra tégicos e econômicos 4 O conflito entre Rússia e Ucrânia começou no final de 2013 com a deposição do presidente ucraniano Viktor Yanukovich após protestos da população daquele país contra a política do governo ucraniano estreitar laços com a Rússia em detrimento de uma aproximação com a União Europeia No ano seguinte foram convocadas novas eleições e um governo pró europeu foi eleito A Rússia então anexou a Crimeia região autônoma da Ucrânia onde está instalada uma base naval russa e apoiou o movimento separatista em Lugansk e Donetsk regiões de maioria étnica russa no leste do país A Ucrânia é peça essencial no tabuleiro geopolítico russo por conta dos gasodutos russos que por lá passam até chegar a Europa e por representar uma importante barreira de defesa do seu território A União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções econômicas à Rússia diante da possibilidade de ela anexar outros territórios em conflito na Ucrânia 5 A Transnístria é um estado separatista da Moldávia situado na fronteira com a Ucrânia formada prin cipalmente por russos e ucranianos A Moldávia foi criada pela União Soviética em 1940 pela junção dos territórios da Bessarábia retirada da Romênia e a região da Transnístria uma pequena faixa da Ucrânia A Transnístria declarou independência em 1990 e separouse da Moldávia antes mesmo de a Moldávia conquistar a própria independência da União Sovié tica em 1991 Desde então a Transnístria mantém um governo independente e ligado militarmente à Rússia abrigando inclusive uma base militar russa A sobrevivência da região tem sido garantida pela Rússia por meio de apoio político e financeiro e fornecimento de gás subsidiado O apoio da Rússia à Transnístria lhe garante presença militar estratégica entre a Ucrânia e a Moldávia Sugestões de atividades complementares Pesquisas A temática a respeito da geopolítica do mundo atual será mais bem aproveitada pelos estudantes se trabalhada de modo contextualizado Para isso orientamos que o trabalho seja desenvolvido por meio de um estreito acompanhamento às notícias veiculadas pela mídia Dessa forma os temas pode rão não só ser apresentados aos estudantes moti vando o estudo como também complementados e atualizados Indicamos a seguir alguns temas para pesquisa Organize a turma em grupos e sugiralhes os temas estes poderão ser revistos e outros poderão ser acrescentados conforme o interesse dos estudan tes e a relevância dos fatos Oriente a pesquisa e ao final dela conduza a socialização dos resultados que pode ser feita por meio de discussão seminário ou mural entre outras possibilidades Essa atividade pode ser elaborada em parceria com as disciplinas de História e Sociologia Temas políticos internacionais do momento peça aos estudantes que pesquisem em jor nais revistas e internet artigos sobre essa temática Após lerem os artigos eles deverão fazer um resumo mencionando os países envolvidos nos conflitos eou acordos o tema principal e outros comentários relacionando o artigo ao contexto geopolítico Nesse tipo de pesquisa é importante atentar para a pos sibilidade de atualização das informações uma vez que os conflitos as relações entre países e o papel de cada potência no contexto geopolítico passam por modificações após o fechamento do livro Procure orientar os estudantes nesse sentido Relações internacionais do governo brasileiro no início do século XXI diretrizes negocia ções comerciais e coordenação com atores relevantes da política mundial Índia África do Sul China e países vizinhos da América do Sul Esta pode ser uma atividade interdis ciplinar com a área de História para a qual os estudantes deverão se informar sobre a atuação diplomática do Brasil em momen tos históricos anteriores fazer comparações e registrar suas conclusões mediante texto escrito a ser debatido e compartilhado com os colegas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 328 300516 1455 329 Debates Guerras e direitos humanos sensibilize os estudantes perguntando o que eles acham que ocorreu com as pessoas dos países que tiveram amplos trechos de seus territórios espaços agrícolas e urbanos devastados em razão das batalhas da Segunda Guerra Mun dial Comente que ao final daquele conflito muitos cidadãos desses países não tinham como recomeçar a vida sendo obrigados a se refugiar em outros Estados que lhes oferecessem melhores oportunidades Foi também nesse contexto histórico que muitos dos ascendentes europeus dos jovens atuais possivelmente inclusive de alguns de seus estudantes vieram para o Brasil Vale propor uma conversa sobre a situação dos refugiados e deslocados de guerra sob a perspectiva dos direitos humanos por exem plo no que diz respeito a uma nacionalidade à fixação em um território e à manifestação de sua cultura Se possível conduza esse debate com o auxílio do professor de História estabelecendo paralelos com a atual crise de refugiados na Europa observando mudanças e permanências entre os dois eventos Essa temática será retomada na Unidade 3 do Volume 3 desta coleção A ONU e sua atuação indicamos a seguir alguns temas que poderão ser discutidos Se necessário solicite previamente uma pesquisa sobre eles para melhor embasamento teórico da atividade Se possível envolva também o professor de História Conselho de Segurança atribuições ações e a posição brasileira e a de outros países no contexto atual a representatividade e a importância do G4 Alemanha Brasil Índia e Japão no Conselho Como tornar a ONU mais democrática Posicionamento e atuação da ONU em ques tões políticas internacionais do momento Geografia poltica e novas territorialidades No interior de um tratamento clássico do objeto da Geografia Política figura o Estado especificamente o Estadonação configu rando o território Uma política expansionista pode estar no horizonte de uma extensão terri torial necessária justificandoa Nos escritos de Ratzel e de Vidal de la Blache lêse a possibilidade de uma Geografia colonial1 O caminho da Geografia também foi o de reco nhecer outros instrumentos de territorialização outras organizações e instituições do que adveio uma interpretação que supunha as relações de poder determinando o território e não exclu sivamente o Estado Assim o termo territoria lidade ganha expressão no corpo da ampliação do conceito Haveria numerosas territorialidades 1 Cf MORAES Antonio Carlos Robert Org Ratzel São Paulo Ática 1990 SOUBEYRAN Olivier Imaginaire Science et Discipline Paris Harmattan 1997 que definiriam usos do território marcados pelas relações de poder Eis o eixo analítico o espaço tratado indepen dentemente das relações de poderio espaço em si o território abarcando essas relações e as territorialida des definindo numerosas formas de poder e de uso2 Parece que esse último tratamento corrige a ver são clássica dandolhe maior abrangência Em um momento em que o Estado Nacional aparece frágil diante de políticas mundiais e interesses privados globalizados essa versão é ainda mais enaltecida A generalização das relações de poder e sua complexidade justificam a ampliação da concepção de Geografia Política Uma concepção lógicofor mal passa a dominar a estruturação do território separando segmentando dividindo mas produ zindo nós e núcleos centralizadores a partir dos quais mas não somente as malhas de relações são constituídas Foucault está entre os introdu tores da discussão de uma razão a da separação e ao mesmo tempo do controle impondose no 2 Cf RAFFESTIN Claude Por uma Geografia do poder São Paulo Ática 1993 Neste texto considerando os contextos político e econômico a autora discorre sobre os conceitos de território e territorialidade dando noções de sua historicidade Leitura complementar para o professor TSV2ManualParteEspecifica323384indd 329 300516 1455 330 terreno Mas o risco está na diluição da definição do político e das estratégias que comporta Antes ainda é necessário destacar que o território está no plano do real do concreto e as territorialidades no plano do misto entre o real e o representado O universo das representações por meio das territo rialidades entra no cômputo da Geografia Política O que se deixa para trás com essa alteração do objeto de análise De um lado temos de enfrentar a crise do Estado Nacional Mas de outro a versão alter nativa é mais de cunho fenomenológico do que analítico uma vez que deixa sem tratamento claro a relação entre o político e o econômico Colo quemos de lado a concepção marxista de base e superestrutura mas esbocemos a noção também marxista de relação entre o político o econômico e o social O político e o econômico submetendo o social as relações sociais de modo geral É da ordem do político um papel fundamental na sociedade moderna a gestão do sobreproduto social que significa a potência de parte da riqueza social produzida A distribuição dessa sua utilização em uma ou outra direção tem consequências funda mentais na constituição e repartição territoriais Não se pode falar jamais na sociedade capitalista em uma separação radical entre o político e o econômico É comum argumentarse que o Estado está atrelado às exigências da base econômica Então o que há de novo O novo é que esse consórcio entre o político e o econômico se estreitou O Estado cola na econo mia expressão de Fernando Iannetti e se caracteriza como Estado de Emergência3 isto é do sobreproduto social gestado um porcentual bem menor é transfe rido ao que é do âmbito do social ou ainda em vez de recursos sociais constantes tratase de investimentos de emergência e mais conjunturais O Estado prepara o terreno por exemplo para numerosos investimentos urbanos consolidando legislações de uso indicando projetos de urbani zação ou habitação Mas o que a Organização Mundial do Comércio OMC o Banco Mundial o Fundo Monetário Internacional FMI o Fórum Econô mico Mundial e outros organismos nos contam Contamnos que o Sistema dos Estados com a globalização é um grande mentor e administrador do sobreproduto social mundial pois reparte e legitima investimentos administra e regulamenta compromissos de endividamento etc e tem uma hegemonia que é a do império americano 3 Cf GROUPE DE NAVARRENX Du Contrat de Citoyenneté Paris SyllepsePériscope 1990 p 254291 Tratase de uma territorialidade mundial com características de rigidez controle e poder movida pelos interesses de mercados dominantes que submetem os territórios e as políticas nacionais No bojo da relação estrita entre o econômico e o político em outras palavras do político colado na economia está uma alteração de prioridades de investimentos estatistas no âmbito nacional básica para a realização dessas políticas mundiais Temos então numerosas territorialidades fixas construídas por estruturas de poder cujo desvendamento exige a leitura do Estado e da ação estatista e podem constituir unidades estaduais municipais etc ou ser lidas a partir do Estado Nacional num consórcio de Estados como o Mer cosul a União Europeia UE isto é territoriali dades regionais e mundiais regidas por interesses econômicos mas cujo fundamento é o Sistema de Estados Há sujeição e dominação não apenas coe rência e composição nessas estruturas hierarqui zadas portanto contradição desnível e conflito Os blocos regionais como a UE e outros não significam exatamente melhoras mútuas de con dições econômicas e comerciais São formas de reunião dos Estados em face dos imperativos da globalização e ajustes necessários a ela Os cri térios de convergência e a adaptação a eles de cada país congregado podem levar a uma guerra comercial de uns em relação aos outros marcada pela concorrência sem a preservação dos direitos anteriores à proteção de seus mercados internos O que equivale em muitos países à conquista de maior competitividade à austeridade salarial e à flexibilização do trabalho à desqualificação profissional a contratos temporários de trabalho e à redução dos direitos sociais e trabalhistas Dessa estruturação territorial surgem como contraponto as territorialidades móveis mais flexí veis constituindo os contrapoderes dessa organiza ção global são as ações anticapitalistas e negadoras da globalização movidas por entidades diversas como ONGs organizações partidárias movimentos sociais militantes ativos reunidos numa situação Situação termo definido pelos situacionistas como organização coletiva de um ambiente unitário e de um jogo de acontecimentos4 marcado por sua temporalidade Essa situação é de confronto e de embate mas tem traços de festa podendo consti tuir uma festa trágica Aqui trabalhamos também com a noção de momento para Henri Lefebvre como conjuntura que mexe com as estruturas esta belecidas O descontínuo valorizado no terreno do vivido na trama da continuidade 4 Cf Internationale Situationniste Paris Arthème Fayard 1997 p 13 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 330 300516 1455 331 Lembremos que há uma história substanciosa desses momentos como a Comuna de Paris o Movimento de 1968 etc No plano do aconteci mento há um liame entre essas contestações Essa descontinuidade criadora tem um começo uma realização e um fim criando um tempo e um espaço com certa duração O momento constitui uma forma que persiste como memória e nesse sentido tem uma per manência uma história Ele congrega a festa que atravessa e resiste à prosa do mundo e do cotidiano e pode ser uma festa violenta5 Em si mesmas essas organizações podem constituir territorialidades mais fixas mas sua força política vem principal mente da construção das situações ou momentos como territorialidades móveis O Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre em janeiro de 2001 representou essa contraposição Contudo nos termos de Paulo Arantes Falta a transformação dessa força social em força política A direção que se apresenta é a da politização6 O outro momento da globalização numa relação dialética com ela seria para muitos pesquisadores definido como o acirramento das diferenças sociais a violência e a barbárie mas também a prolifera ção de organizações alternativas como as ONGs e uma ação pulverizada e internacional negadora das políticas econômicas globais7 Nesse novo con texto as contestações localizadas territorialmente e em face dos seus objetivos podem constituirse como momentos em organizações de transparência internacional como o Movimento dos Trabalhadores SemTerra MST redefinindo inclusive sua pauta de reivindicações um exemplo nesse caso é o da inclusão da luta do MST contra os transgênicos Mas nesse bojo insistamos sobre as territoria lidades móveis que os momentos de ação subver siva constituem Elas podem significar uma nega ção substantiva da ordem vigente como também apenas uma representação espetacular efêmera que alimenta a indústria do espetáculo Há sempre esse leque e essa ambiguidade entre o que é real e possível e o que é uma representação substituindo ou telescopando8 as possibilidades isto é reduzindo ou extrapolando sua substância original Essa variedade não retira o significado 5 Cf LEFEBVRE Henri Critique de la Vie Quotidienne II Paris Arche 1961 p 340357 6 Cf Folha de SPaulo 29 jan 2001 A13 7 Cf RIFKIN Jeremy La Fin du Travail Paris La Découverte 1997 8 O termo foi configurado por Henri Lefebvre A télescopage está no plano da produção de uma ilusão de uma confusão de um misto de realidade e representação potencializado por transferência e redefinição de conteúdos terrivelmente ativas político da resistência que pode estar em consti tuição que aparece no plano das territorialidades móveis e como festa violenta de negação As territorialidades móveis são múltiplas hete rogêneas incluem as territorialidades locais que constituem uma forma de sua realização O que é do âmbito do local não é estritamente local ou só local e o que é mundial para se realizar necessita de formas territorialmente situadas Colocando o acento nas territorialidades co ti dianas vaise também em direção ao espaço vivido Nesse sentido podese compreender esse tema em um universo de apropriação possível dos espaços como estão configurados reconhecidos os limites à apropriação dono mundo atual Apropriação possível que define territorialidades isto é espaços apropriados preenchidos de sentidos e significados sociais e individuais para determinados sujeitos esses que assim denotam as territorialidades As territorialidades definiriam os localismos isto é diante das restrições à apropriação social e espacial resta a volta aos particularismos Carre gamse de sentidos os espaços imediatos de vivên cia pois os demais são incontroláveis Devotamse a eles todas as necessidades de sociabilidade e realização quando eles não são suficientes para satisfazêlas Portanto a relação é patológica deri vada da vivência num mundo que não domina mos Ela implica a possibilidade de violência pois os espaços locais não conseguem substituir os espaços mais abrangentes não apropriados Seus limites aparecem por diversas formas de violência Os espaços urbanos se representam por meio das territorialidades No nível real não são apropriados no nível da representação eles o são definindo dessa forma as territorialidades como objeto espacial privilegiado As territorialidades cotidianas portanto são apropriações também ilu sórias O que revelam é um mundo não apropriado substituído por espaços de vivência restritos que simulam a apropriação As territorialidades cons tituem uma apropriação crítica É possível vislumbrar as territorialidades como nós ou núcleos de controle de aparatos de poder alternativos àqueles da economia e política vigen tes resultado em última instância da exclusão econômica e social São áreas de controle e legi timação do tráfico de drogas marginais gays michês travestis e outras organizações áreas cuja gênese é a exclusão A exclusão define contradi toriamente a configuração de territorialidades cotidianas as quais não realizam exatamente a apropriação espacial elas acima de tudo revelam toda forma de exclusão como contraditória crítica TSV2ManualParteEspecifica323384indd 331 300516 1455 332 As territorialidades assim definidas substituem a compreensão dos espaços urbanos somente a par tir dos bairros porque não estamos diante de uma cidade mas de uma metrópole a cidade explodida cuja forma definidora é aquela do centroperiferia Os cortiços as favelas as ocupações os bair ros periféricos os conjuntos habitacionais podem constituir territorialidades mediante formas de organização da população próprias desses locais Contudo a interferência do Estado e das insti tuições nessas formas de sociabilidade deve ser decifrada Não somente por meio de tais interfe rências muitas reivindicações são conquistadas porém é necessário avaliar as mediações políticas que elas próprias constituem e aquelas que por seu intermédio ganham transparência e legitimidade como partidos políticos movimentos sociais e ins tituições religiosas que mantêm seus territórios na cidade Atentese porém para o fato de que essa avaliação deve ser completada pela noção de representação como substituição Nesse sentido uma associação pode representar um movimento sendo seu simulacro preservando o que o define como significante para se legitimar9 Há em São Paulo associações que se autodefinem pelo Movi mento dos Trabalhadores SemTerra por exemplo a Associação dos Trabalhadores SemTerra de São 9 Henri Lefebvre fala de uma enorme massa de significantes palavras frases imagens signos diversos perdidos ou mal unidos a seus significados seus conteúdos originais e históricos separados deles Esses significantes flutuam disponíveis para a publicidade e a propaganda o sorriso se converte em símbolo da felicidade cotidiana a do consumidor radiante a pureza vem unida à brancura obtida pelos detergentes Quanto aos significados abandonados eles se compõem como podem La vida cotidiana en el mundo moderno Madrid Alianza Editorial 1984 p 75 Paulo envolvida na compra de terrenos no Jardim Canaã próximo à Rodovia Anhanguera10 A comercialização de terras urbanas populares em São Paulo de forma alternativa àquelas pró prias da ação estatista deu lugar aos mutirões e aos movimentos mas também à simulação das lideranças contestatórias e à compra e venda irre gulares da terra urbana Durante um movimento de reivindicação constituemse territorialidades espaços que repre sentam a relação entre sujeitos congregados ou associados Para conquistar espaços de moradia por exemplo é comum o estabelecimento de rela ções de solidariedade e sua projeção concreta num espaço Aquelas se definem a partir deste e este espaço por sua vez as reproduz no momento da ação coletiva de conquista No momento seguinte o do estabelecimento da vida cotidiana os laços se esboroam A representação da territorialidade esta belecida se preserva a solidariedade real se esvai Aqui estamos diante de uma questão complexa o cotidiano recria territorialidades ou as dilui O cotidiano expressa a ordem distante a do Estado e a da economia misturandose na vida diária ele pode expressar a territoriali dade somente como representação substituindo o controle real da vida diária pelo sujeito As territorialidades cujos nexos envolvem ações estatistas são mediáticasÓ 10 Trabalho de pesquisa realizado por Andréa de Paula Bassoto como monografia de final de curso no Departamento de Geografia da USP em 1998 A autora analisa a associação sem esta interpretação que faço neste texto DAMIANI Amélia Luisa In PONTUSCHKA Nídia Nacib OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de Org Geografia em perspectiva São Paulo Contexto 2002 p 1725 Sugestões de livros sites e filmes Livros O Brasil e a Segunda Guerra Mundial De Vagner Camilo Alves São Paulo Loyola 2002 Aborda o processo de envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial enfatizando o papel estruturante do conflito na delimitação das escolhas possíveis para um país com poucos recursos de poder no sistema internacional Jihad x McMundo De Benjamin R Barber Rio de Janeiro Record 2004 Tratase de esclarecedora análise do conflito central do século XXI capitalismo de consumo versus fundamentalismo religioso em que a democracia e a ideia de Estadonação estão em xeque Uma breve história do século XX De Geoffrey Blainey São Paulo Fundamento 2010 Cem anos da história são abordados neste livro em que são destacados as duas maiores guerras a ascensão e queda dos regimes comunistas o colapso econômico o declínio das monarquias e dos impérios da Europa entre outros temas O século XX explicado aos meus filhos De Marc Ferro Rio de Janeiro Agir 2008 Neste livro o autor questiona o século XX como o século do progresso abordando entre outros temas as diferenças entre as guerras mundiais o que foi a Guerra Fria o que significa a queda do Muro de Berlim a origem da hostilidade entre muçulmanos e o Estado de Israel TSV2ManualParteEspecifica323384indd 332 300516 1455 333 O poder global e a nova geopolítica das nações De José Luís Fiori São Paulo Boitempo 2007 O livro reúne cinquenta ensaios do cientista político José Luís Fiori relacionados a temas que marcaram o início do século XXI A Organização das Nações Unidas a China a Índia a Rússia e a União Europeia são alguns dos temas abordados entre outros de atualidade relevante A era dos extremos o breve século XX 1914 1991 De Eric Hobsbawm São Paulo Companhia das Letras 2008 Neste livro o historiador oferece um panorama do século XX que como ele mesmo diz foi a era das ilusões perdi das Aborda as transformações políticas culturais sociais e religiosas desse século desvendandoo por meio de suas catástrofes e conquistas Globalização democracia e terrorismo De Eric Hobsbawm São Paulo Companhia das Letras 2007 Composto de dez ensaios o livro apresenta um painel da situação mundial no início do século XXI Hegemonia demo cracia nacionalismo terrorismo guerra e paz são analisados de forma crítica e rigorosa pelo autor Segunda Guerra Mundial Stalingrado De Rupert Matthews Trad de Ricardo Souza São Paulo M Books 2012 Aborda a resistência de Stalingrado que foi o ponto de virada da Segunda Guerra Mundial e na qual o sexto exército unidade de elite alemã foi rechaçado e forçado à rendição A Revolução de 1989 a queda do Império Soviético De Victor Sebestyen São Paulo Globo 2009 Neste livro o autor traça um painel de circunstâncias e personagens decisivos para a derrocada comunista João Paulo II Lech Walesa Ronald Reagan George Bush Erich Honecker Nicolau Ceausescu Jan Palach Vaclav Havel são algumas dessas personagens que ainda incluem Leonid Brezhnev Yuri Andropov e Mikhail Gorbatchev cujas traje tórias se entrecruzam O imperialismo sedutor a americanização do Brasil De Antônio Pedro Tota São Paulo Companhia das Letras 2000 Foca o entreguerras e a preparação dos Estados Uni dos para uma eventual participação na Segunda Guerra Discute as relações desse país com o Brasil no período evidenciando ao mesmo tempo a penetração da cultura estadunidense nele Sites Comciência wwwcomcienciabrreportagensguerra guerra07htm A página do site da SPBC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência mostra a disputa científica entre os Estados Unidos e a União Soviética voltada para a produção de armamentos mísseis balísticos intercontinentais tecno logia aeroespacial e de satélites Ecos da Segunda Grande Guerra httpsegundaguerra netsitesegundaguerraorgereferenciasobre segundaguerramundialemrevista Site com amplo acervo sobre a Segunda Guerra Mundial contendo dados cronológicos imagens textos e principais acontecimentos do conflito Embaixada da República Popular da China no Brasil httpbrchinaembassyorgpor O site mostra a visão oficial da China sobre suas relações comerciais diplomáticas e políticas e sua versão sobre ques tões polêmicas que envolvem o país Gramsci e o Brasil wwwartnetcombrgramsci arquiv326htm Apresenta ampla variedade de artigos de pensadores de esquerda nos quais os temas sobre o socialismo são abor dados em profundidade Guerra Fria httpeducaterraterracombrvoltaire mundoguerrafriahtm Site do historiador Voltaire Schilling apresenta discussões sobre os acontecimentos que marcaram o início do período da Guerra Fria Plano Marshall Doutrina Truman tratados do período pósguerra entre outros Organização das Nações Unidas ONU em inglês espanhol e francês wwwunorg Site oficial da ONU com seus principais organismos docu mentos e ações Organização do Tratado do Atlântico Norte em inglês wwwnatointcpsennatoliveindexhtm Site da Otan com notícias atualizadas sobre suas atividades Filmes Apocalypse now De Francis Ford Coppola Estados Unidos 1979 148 min A Guerra do Vietnã é retratada tendo como pano de fundo a insanidade de um comandante militar que comete atrocida des no campo de batalha submetendo a tropa à realização de suas loucuras Apocalipse Redescobrindo a Segunda Guerra Mundial De Isabelle Clarke França 2008 312 min Documentário em três DVDs produzido apenas com ima gens reais combinadas em uma linguagem cinematográfica com base em relatos de pessoas comuns revela as barbáries da Segunda Guerra Mundial e explica as estratégias militares com passagens do dia a dia dos combates Boa noite e boa sorte De George Clooney Estados Unidos 2006 93 min Responsável pela operação Caça às bruxas que acu sava cidadãos estadunidenses de serem comunistas Joseph McCarthy enfrenta sérios embates com um jornalista o que leva à queda do político nos anos 1950 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 333 300516 1455 334 Dr Fantástico De Stanley Kubrick Estados Unidos Reino Unido 1964 95 min Acreditando que os soviéticos estão sabotando os reserva tórios de água estadunidenses um general resolve bombar dear a União Soviética podendo desencadear uma Terceira Guerra Mundial O espião que sabia demais De Tomas Alfredson AlemanhaFrançaReino Unido 2012 127 min Conta a história de um espião britânico veterano que pre cisa desvendar um mistério sobre um agente duplo que trabalhava para Os Estados Unidos e para a União Soviética a Guerra Fria Pra frente Brasil De Roberto Farias Brasil 1983 104 min Por meio da história de um personagem o filme retoma a fase de maior repressão da ditadura militar brasileira durante a década de 1970 a ação dos movimentos de esquerda e a prática da tortura pelos órgãos de segurança criados no período Treze dias que abalaram o mundo De Roger Donaldson Estados Unidos 2000 145 min A iminência de um conflito nuclear em razão da crise dos mísseis abala o mundo num dos mais tensos períodos da Guerra Fria Agentes da sociedade Publicidade e valores p 64 Conexões Este projeto pode ser desenvolvido em conjunto com os professores de História a publicidade e a propaganda ao longo do tempo Sociologia sociedade de consumo e publici dade política e publicidade Filosofia ética Biologia danos ambientais em razão do modelo atual de produção e consumo Arte os recursos visuais sonoros sensoriais etc utilizados na propaganda e publicidade para maior convencimento do público Língua Portuguesa gênero propaganda com petência leitora Sugestão para o planejamento do projeto 1 aula apresentação da proposta leitura e discussão do texto 1 aula organização dos grupos escolha dos veículos de informação e orientação da pesquisa 1 semana coleta e análise das informações 1 aula discussão e sistematização dos dados coletados 1 aula elaboração das apresentações se necessário os estudantes deve se reunir fora do horário de aula 1 aula apresentação e discussão final Este projeto pode ser trabalhado ao final da Uni dade 1 e ao longo da Unidade 2 na qual serão abordados temas relacionados à globalização e ao comércio mundial O objetivo é possibilitar que os estudantes percebam que as propagandas não divulgam apenas produtos e serviços mas veiculam também valores opiniões informações e crenças valendose muitas vezes de recursos apelativos e abusivos Essa influên cia da mídia muitas vezes cria novas necessidades nas pessoas devendo ser por tanto compreendida nessa dimensão O desenvolvimento de uma visão crítica sobre a publicidade e os diversos meios de comunicação é importante para compreender a influência de ambos no cotidiano das pessoas nos costumes e valores da sociedade ao longo do tempo por isso propomos que sejam analisadas propagandas de produtos preferidos pelos estudantes veiculadas em diferentes mídias como jornais revistas internet televisão rádio etc Vale inserir conhecimentos de História comentando com os estudantes que a propaganda existe desde a Antiguidade Na Roma Antiga por exemplo as pare des das casas que ficavam de frente para as ruas de maior movimento nas cidades eram disputadíssimas e mensagens publicitárias eram escritas em vermelho ou preto sobre o branco para chamar mais a atenção Entre as sugestões que podem auxiliar a realização da atividade indicamos o documentário The corpo ration direção de Mark Achbar e Jennifer Abbott Canadá 2003 que faz uma análise do surgimento das grandes corporações modernas e da forma como atuam em relação aos trabalhadores meio ambiente Estados sociedade etc O filme é dividido em várias partes que podem ser vistas de forma independente Algumas delas fazem uma análise específica sobre o papel da propaganda realizada pelas grandes corpo rações Se possível solicite aos estudantes que antes de iniciarem a pesquisa assistam ao filme todo ou TSV2ManualParteEspecifica323384indd 334 300516 1455 335 às partes Treinamento básico e Gerenciamento da percepção Indicamos também o documentário Criança a alma do negócio direção de Estela Ren ner Brasil 2008 que trata da influência da mídia no modo de vida das crianças e dos adolescentes Também o filme Rosaly vai às compras direção de Percy Adlon Alemanha 1989 pode ser utilizado para sensibilizar os estudantes para o tema ou como encerramento do projeto Em nossa sociedade em que os direitos do con sumidor são relativamente novos e as informações veiculadas com os produtos muitas vezes são vistas como verdades absolutas cabe às instituições educa cionais auxiliar no desenvolvimento de competências e habilidades para que os jovens recebam e interpre tem de forma crítica as informações veiculadas pela mídia É importante também que eles reconheçam que os meios de comunicação têm papel relevante na construção da vida social Os estudantes também devem refletir sobre o papel das novas tecnologias para a maior velocidade e abrangência na divulgação dos produtos a serem comercializados Vários são os exemplos que podem ser citados nesse contexto muitos deles de grande consumo entre os jovens Há os que criam novas formas de sociabilidade como por exemplo o celular e os smartphones Depois da difusão do uso dos apa relhos de telefonia móvel criouse a ideia de urgência em que todas as pessoas precisariam ser encontradas rapidamente Há ainda os tocadores de áudio portá teis que reforçam comportamentos individualizados Sobre a imagem que ilustra a página estimule a reflexão por meio de perguntas como O que as pessoas buscam ao comprar um celular tão caro logo no seu lançamento Você conhece alguém que tenha trocado algum desses aparelhos eletrônicos mesmo funcionando perfeitamente Ou alguém que teve pro blemas financeiros por gastar excessivamente com bens que não precisava comprar É possível que os estudantes afirmem que consumir smartphones rou pas e comidas da moda fazem as pessoas princi palmente os adolescentes se sentirem adequadas e aceitas na sociedade que tais produtos trazem consigo o status de modernidade e sofisticação que dão visibilidade social Para a concretização da atividade proposta uma etapa fundamental é a leitura e interpretação de um texto Aproveite a oportunidade para verificar com os estudantes a sua habilidade para compreender e interpretar textos escritos e se for o caso apontelhes caminhos para melhorála Nesse sentido é impor tante trocar ideias com o professor de Língua Portu guesa Em diversos momentos da Coleção incluímos textos complementares que possibilitam verificar se os estudantes são capazes de compreender interpre tar e ser críticos em relação às ideias expressas por diferentes autores e gêneros literários Neste manual no item Exploração de textos páginas 299 a 301 há também orientações procedimentais específicas para o desenvolvimento dessa habilidade Durante a discussão do texto de Nicolau Sevcenko oriente e avalie a atitude dos estudantes verificando se apresentam argumentos para suas opiniões se respeitam as considerações do colega e se são capa zes de avançar em seu desenvolvimento a partir dos diferentes pontos de vista A formação dos grupos e a escolha dos veículos de comunicação com que cada grupo irá trabalhar podem ser feitas por meio de sorteio ou definidas pelos próprios estudantes Avalie a capacidade de organização de sua turma e faça intervenções pontuais orientandoos na medida em que for neces sário O número de grupos e os temas também podem ser alterados conforme as necessidades da turma e a disponibilidade de acesso às mídias Ao escolherem os veículos de comunicação é importante que os grupos elejam aqueles represen tativos de cada uma das mídias em nível regional nacional ou mundial A etapa de seleção de exemplos de publicidade pode ser realizada em conjunto com o professor de Língua Portuguesa que poderá auxiliar os estudantes apresentando as características do gênero propa ganda Destaque que o objetivo último das propagan das é convencer o público de alguma coisa utilizando para isso diferentes recursos Dessa forma sempre que houver contato com um anúncio é importante ter em mente que os publicitários estão usando a linguagem persuasiva para nos conquistar seja por meio de palavras de cores de imagens de sons de estilos e principalmente nos fazer consumir A discussão sobre ética na propaganda será mais bem encaminhada com a participação do professor de Filosofia discutindo primeiramente esse conceito com os estudantes a respeito indicamos o texto Ética na publicidade e propaganda do qual extraí mos o excerto a seguir A partir do esclarecimento do conceito é possível discutir com os estudantes a relação entre ética e propaganda e sensibilizálos para o fato de que o estilo de vida os padrões de inteli gência beleza e até mesmo caráter são largamente influenciados pelas diversas mídias TSV2ManualParteEspecifica323384indd 335 300516 1455 336 Ética concepção e valorações no horizonte dos sentidos O termo ética provém do vocábulo grego ethos sinonímia de comportamento ou prática Vinculada ao caráter da pessoa isto é ao senso moral e à cons ciência moral CHAUI 2004 a ética mais do que um conceito definido é um horizonte aberto e por isso o seu sentido é ressignificado continuamente segundo as circunstâncias em que se desenvolvem as práticas humanas RUIZ 2004 p 96 O vocábulo ethos em sua tradução latina signi fica morus moral costume hábito Ética e moral possuem essa raiz comum e enquanto vocábu los são frequentemente encontrados juntos Por manterem um vínculo lógico a moralidade ou eticidade dos atos humanos é uma questão que pode ser estudada segundo Freitag 2002 p 13 valendose de uma pergunta aparentemente sim ples Como devo agir a qual por sua vez é determinada com base na consideração de seu objeto as circunstâncias e a finalidade Portanto para que um ato seja considerado moralmente bom cada um destes elementos também deverá expressar essa mesma natureza Em acréscimo a moralidade de um ato pode segundo Arruda Whitaker e Ramos 2001 agravarse ou atenuar se de acordo às circunstâncias Neste caso fazse necessário considerar o ato como totalidade o autor do ato o local o motivo o fim os meios utilizados e os resultados e consequências objeti vas SÁNCHEZ VÁZQUEZ 2005 Assim como é impossível separar a dança o ato de dançar e oa dançante no caso da ética nem todos os meios são justificáveis mas tão somente aqueles que são consoantes aos fins da própria ação e este fim é o próprio homem ou seja a nossa humani dade Portanto fins éticos exigem meios éticos CHAUI 2004 p 310 LOVISON Aida Maria PETROLL Martin de La Martinière Ética na publicidade e propaganda a visão do executivo de agências de comunicação do Rio Grande do Sul In Cadernos Ebape br v 9 n 2 artigo 6 Rio de Janeiro jun 2011 Disponível em httpbibliotecadigitalfgvbr Acesso em mar 2016 Oriente cada etapa e avalie os estudantes durante todo o processo nas dimensões conceituais pro cedimentais e atitudinais procurando observar não apenas o empenho individual mas também o desem penho dos grupos de trabalho A seguir indicamos uma sugestão de avaliação nessas três dimensões focando nos conteúdos conceituais da disciplina de Geografia Recomendase no entanto que a avalia ção seja feita em conjunto com os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto verificando se os objetivos propostos foram atingidos e conside rando as três tipologias de conteúdos para isso é importante que os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto elenquem os conteúdos con ceituais referentes a sua disciplina Sugestão para avaliação Conteúdos conceituais É capaz de identificar as mudanças dos meios de comunicação na chamada era da globalização Entende a relação entre os veículos de infor mação e as relações pessoais Reconhece que as informações sempre possuem uma fonte e que estas devem ser analisadas criticamente Conteúdos procedimentais Obtém êxito na leitura e análise de textos Está apto a sintetizar informações e apre sentálas oralmente Consegue elaborar um roteiro de pesquisa e sistematizar as informações obtidas Apresenta as informações com clareza e organização Conteúdos atitudinais Valoriza os momentos de debate em sala de aula Age com respeito em relação aos demais colegas do grupo de pesquisa Ouve e pondera as opiniões dos colegas de turma Tem postura crítica em relação à influência que a mídia em geral e a propaganda em particular exercem nos indivíduos TSV2ManualParteEspecifica323384indd 336 300516 1455 337 U N I D A D E 2 ECONOMIA MUNDIAL E GLOBALIZAÇÃO A Unidade 2 aborda a globalização processo resultante dos avanços tecnológicos que alteraram as noções de espaço e de tempo a partir das últi mas décadas do século XX produzindo impactos estruturais significativos na economia mundial e nas relações sociais e culturais Entre as questões analisadas nesta unidade são discutidos os avanços tecnológicos sobretudo dos meios de transporte e comunicação que levaram à ampliação das redes e à intensificação dos fluxos em nível global de informações capitais merca dorias e pessoas Ao discutir a formação das redes mundializadas destacase também sua desigual dade nos países em desenvolvimento em relação aos desenvolvidos Os capítulos que constituem a unidade abordam temas importantes para o entendimento do mundo atual como fluxos comerciais e financeiros expan são e papel das multinacionais sistema financeiro internacional a atuação do Estado na economia glo balizada blocos econômicos e a inserção do Brasil na fase atual de desenvolvimento capitalista A compreensão a apreensão e a ampliação de alguns conceitos e categorias de análise fundamen tais da Geografia como redes meio técnicocientí ficoinformacional divisão internacional do trabalho Estado neoliberalismo países emergentes desenvol vimento e países em desenvolvimento são trabalha das nesta unidade Tendo em vista a atualidade e a relevância dos temas abordados sugerimos que ao longo do estudo da unidade os estudantes sejam incentivados a acompanhar essas temáticas na mídia jornais revis tas televisão internet de modo a contextualizálas e tornálas significativas Essa dinâmica pode ser um grande incentivador do interesse dos estudantes além de possibilitar um trabalho crítico sobre os meios de comunicação Conexão Mapeamento de atividades interdisciplinares Unidade 2 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 3 Eu etiqueta Sociologia e Língua Portuguesa Cultura do consumo Gênero textual poema Alegoria Língua Portuguesa Leitura e interpretação de cartum 5 Desempregado Arte Arte realista de cunho social Abertura econômica Língua Portuguesa Leitura e interpretação de charge CAPÍTULO 3 GLOBALIZAÇÃO E REDES DA ECONOMIA MUNDIAL Síntese e objetivos O capítulo é dedicado à discussão da automa ção e da disseminação do uso da informática e dos diversos meios de comunicação e transporte asso ciados às múltiplas atividades econômicas funda mentais para o encurtamento das distâncias sobretudo nas últimas décadas Nesse sentido são analisados os fluxos de capitais o espaço geo gráfico das redes e o papel do Estado Assim de maneira geral os principais conceitos e aspectos abordados são globalização empresa multina cional ou transnacional meio técnicocientífico informacional fluxos redes geográficas Estado na economia globalizada o neoliberalismo a crise financeira e os movimentos que questionam os rumos da globalização Este capítulo inclui também uma reflexão sobre a crise econômicofinanceira mundial e seus des dobramentos iniciada em 2007 e classificada por analistas econômicos como a de maior gravidade desde a crise de 1929 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 337 300516 1455 338 Pretendese por meio da leitura da reflexão e da realização das atividades deste capítulo que o estudante adquira as habilidades de compreender as bases da globalização econô mica e suas implicações para as economias nacionais analisar o papel da Terceira Revolução Indus trial e o do meio técnicocientíficoinformacional contextualizados em seu dia a dia entender o processo de exclusão digital avaliando essa realidade sobretudo nos países em desenvol vimento mas também nos desenvolvidos compreender a influência das redes sociais no modo de vida e no espaço geográfico compreender a atuação do Estado na economia capitalista desenvolver a consciência crítica sobre a globa lização considerando as reflexões estruturadas ao longo do estudo ter posicionamento crítico e responsável em relação ao uso das redes sociais aprimorar a leitura de tabelas charges e mapa adquirir posicionamento crítico em relação à atual sociedade de consumo diferenciar os investimentos produtivos dos especulativos e suas consequências na eco nomia dos países Sugestões de respostas e comentários Contexto Mundo globalizado p 67 1 Os estudantes podem comentar sobre a ampliação dos investimentos entre países e o grande fluxo de capitais que circulam ao redor do globo particularmente com os processos de abertura econômica implementados em vários países no contexto de expansão da aplicação das ideias neoliberais 2 Em um mundo no qual se intensificam os fluxos de informações e capitais os cabos de fibra óptica são imprescindíveis pois tornam extremamente rápidas as circulações de dados informações imagens texto etc 3 Os estudantes podem opinar livremente sobre esse tema que é muito próximo de seu universo Neste capítulo há propostas de discussões a respeito das redes sociais além de pontos de vista de alguns espe cialistas É importante pensar o papel que as redes têm na comunicação na ampliação das relações entre as pessoas mesmo que elas sejam virtuais mas também nos problemas que podem ocasionar particularmente relacionados ao seu uso excessivo à inquietação que podem gerar nos jovens em relação à autoestima e tam bém na sua utilização para ações que ferem direitos Conexão Sociologia e Língua Portuguesa Eu etiqueta p 77 1 Objetos de uso pessoal marcas registradas logotipos 2 No modelo da sociedade atual tudo é transformado em mercadoria em objeto de consumo O poema mostra a incapacidade nesse tipo de sociedade de se fazer escolhas de maneira consciente Isso transforma as pessoas em portadoras de marcas que identificam produtos ou empresas ou seja em homensanúncios itinerantes 3 São marcas que identificam os produtos Resposta pessoal Compreensão e análise 1 p 78 1 a Porque com a implementação da automação e da robotização há aumento de desemprego em deter minados setores e porque aparece um robô na fila para entrega de currículo b Em uma situação de crise econômica com redução da demanda e consequentemente menos pedidos de mercadorias nas indústrias 2 a É importante os estudantes considerarem que o contato com um número maior de pessoas pode promover uma circulação maior de informações e por conta disso é possível conseguir empregos a partir de indicações de contatos nas redes sociais principalmente se entre eles existirem muitas pes soas inseridas no meio empresarial em associações comunitárias organizações políticas por exemplo b As redes sociais ampliam o universo de relações permitem o compartilhamento de informações e o contato com pessoas distantes facilitam contatos profissionais permitem a articulação e organi TSV2ManualParteEspecifica323384indd 338 300516 1455 339 zação de movimentos sociais e a divulgação de informações em países que censuram os meios de comunicação É fundamental que uma pessoa não tente se passar por outra ou apresente características que não lhe são próprias é importante moderar a utilização é imprescindível cuidar de sua privacidade ter em mente que compartilhar e gostar de uma informação revela seus valores seus princípios 3 a A produção não necessita ser realizada num local determinado podendo acontecer em qualquer país ou ser dividida entre países desde que haja conexão com a internet e infraestrutura adequada O inte resse das empresas multinacionais nesse processo é diminuir os custos de produção e manterse no mercado em condições de competir vantajosamente com as empresas concorrentes b Resposta pessoal Sugestões tablets e computadores 4 Resposta pessoal É possível que os estudantes men cionem sobretudo a telefonia móvel e o uso do com putador e da internet para a realização de diversas atividades como estudo trabalho lazer compras comunicação com amigos partilhar informações fotos vídeos eventos etc Se necessário pode ser feito contraponto entre o papel das inovações tecno lógicas na atualidade e no passado Apresente alguns exemplos de modos de vida anteriores às inovações experimentadas por eles Conexão Língua Portuguesa Alegoria p 80 Resposta pessoal É mais provável que o estudante aponte o que está mais evidente no cartum a relação entre ideias neoliberais e a questão social a perda de proteção social do Estado a elevação dos índices de desemprego inclusive nos países desenvolvidos e a piora na distribuição de renda O estudante pode também relacionar outros aspectos decorrentes da economia neoliberal e assinalar situações do mundo atual que mostrem quem ganha e quem perde com o neoliberalismo Pode ser uma análise focada nas relações entre países em que os países desenvolvi dos mais competitivos levam vantagem no comércio internacional com os países em desenvolvimento Pode ainda argumentar sobre a formação de grupos oligopolistas e a dificuldade de sobrevivência das pequenas empresas Leitura e discussão Crise de 1929 a maior crise do capitalismo p 84 1 As exportações brasileiras eram em boa parte de café Com a crise o mercado de consumo do produto como de qualquer mercadoria caiu significativamente afetando as exportações do Brasil A representatividade do café na economia nacional fez com que os efeitos da crise fossem expressivos em nosso país 2 O New Deal Novo Acordo foi um programa de recuperação econômica e social implementado nos Estados Unidos pelo presidente Franklin Roosevelt apoiado nas ideias do economista John Maynard Keynes Esse programa resultou na estruturação do Estado de Bemestarsocial e previa também que alguns setores da economia deveriam contar com a intervenção do Estado como os relacionados à infraestrutura Nessa perspectiva as concepções do receituário neoliberal diferem do New Deal uma vez que supõem uma intervenção mínima do Estado nas questões econômicas Ponto de vista Redes mundiais e funções centrais de comando p 88 1 A estruturação de redes geográficas globais possi bilita fluxos de informações capitais e mercadorias em escala mundial além de facilitar dispersão de atividades econômicas em diferentes pontos do planeta No entanto as funções centrais das gran des corporações multinacionais estão concentradas nos países desenvolvidos particularmente nos mais poderosos e ricos 2 As estruturas produtivas de circulação do capital e de distribuição que têm caráter global precisam lidar com legislações de vários países 3 De acordo com o texto é uma rede de empresas finan ceiras legais contábeis e de publicidade que lidam com as complexidades de operar em mais de um sis tema legal nacional em mais de um sistema contábil nacional em mais de uma cultura de publicidade etc Compreensão e análise 2 p 89 1 Os investimentos produtivos destinamse à compra e instalação ou ampliação de empresas enquanto os especulativos são voltados para aplicações financeiras existentes ou títulos de governos que oferecem taxas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 339 310516 1537 340 de juros atraentes O investimento especulativo por referirse a capital volátil pode ser resgatado e trans ferido de um país a outro instantaneamente gerando instabilidade no sistema capitalista mundial cuja economia pode ser afetada pela retirada repentina de grande quantidade de capital 2 Os países que adotaram as políticas neoliberais redu ziram a sua intervenção na economia eliminaram as barreiras protecionistas abriram seus mercados aos investimentos estrangeiros e privatizaram as empresas estatais Nesse contexto ocorreu uma maior flexi bilização nas relações de trabalho e consequente mente limitação dos direitos trabalhistas Os gastos do Estado em setores como o da saúde e o da educa ção também foram reduzidos para diminuir impostos também sobre as empresas partindose do princípio de que essa medida é essencial para a ampliação dos investimentos produtivos 3 a A crise de 1929 foi provocada por um descompasso entre a ampliação da produção superprodução e a incapacidade do mercado de consumo em absorver essa enorme produção Tal fato fez com que muitas empresas reduzissem suas atividades e as ações comercializadas nas bolsas despencassem de valor A crise de 2008 começou como uma bolha imobiliária com juros baixos houve uma explosão de financia mentos para compra de imóveis que conheceram grande valorização Bancos criaram modalidades de títulos que tinham como garantia os financiamentos que também estimularam o consumo uma vez que muitas pessoas vendiam seus imóveis e refinancia vam uma parte utilizando a outra parte para aquisi ção de mercadorias O aumento do consumo implicou em alta da inflação e para controlála o governo dos Estados Unidos elevou as taxas de juros Com juros mais altos muitas pessoas não conseguiram pagar seus financiamentos os imóveis tiveram queda de preço e os títulos se desvalorizaram b O governo estadunidense arquitetou estratégias para socorrer bancos e empresas disponibilizando vultosos recursos para esse fim 4 a As principais causas foram a expressiva oferta dos financiamentos para compra de imóveis nos Estados Unidos em razão dos juros baixos Para garantir a expansão desses financiamentos altamente lucra tivos para as instituições financeiras proliferaram ofertas de empréstimos à parte da sociedade que não apresentava garantias para saldálos adequa damente As taxas de juros tornaramse elevadas e também o valor das mensalidades dos financia mentos Tal situação impossibilitou os pagamentos dos empréstimos quebrando o sistema financeiro Em razão da forte integração entre as economias nacionais no contexto da globalização a crise atin giu em maior ou menor grau todos os países do globo particularmente aqueles que já apresentavam dívidas públicas internas e externas elevadas casos de alguns países da zona do euro Com a redução do consumo e consequentemente da produção e o aumento do desemprego os investimentos privados foram reduzidos e os bancos passaram a segurar os empréstimos Consequentemente os governos por sua vez tiveram uma diminuição na arrecada ção de impostos Nesse contexto os países mais endividados da zona do euro como Grécia Itália Portugal e Irlanda tiveram problemas sérios em seu sistema financeiro que chegou a abalar a própria continuidade da moeda única Dada a complexidade do tema essa é a resposta esperada Ela pode ser complementada com outras informações mais pre cisas e detalhadas presentes no capítulo b Governantes de diversos Estados passaram a ques tionar o neoliberalismo visto que na raiz da crise estava a omissão do governo diante do crescimento do crédito concedido e da ampliação de diferentes modalidades de investimentos sem garantias CAPÍTULO 4 GLOBALIZAÇÃO COMÉRCIO MUNDIAL E BLOCOS ECONÔMICOS Síntese e objetivos O capítulo analisa o comércio global e a atua ção dos organismos internacionais que estimulam e regulam as relações comerciais e financeiras entre os países e os blocos econômicos Nesse contexto são analisadas as reivindicações das nações emergentes entre elas o Brasil junto às insti tuições internacionais reguladoras do comércio a respeito da redução do protecionismo e dos subsídios dos países desenvolvidos E também são estudados os blocos econô micos e a posição que eles ocupam no cenário mundial Assim os principais temas e conceitos trabalhados no capítulo são as diversas modalidades de blocos econômicos supranacionais o comércio internacional a atuação da OMC as rodadas de negociações desse organismo os divergentes interesses econômicos de países desenvolvidos e em desenvolvimento e a balança comercial Ao longo do estudo são aprofunda das algumas noções de economia para familiarizar os estudantes com termos como rodadas de negociações comerciais patentes protecionismo e dumping TSV2ManualParteEspecifica323384indd 340 300516 1456 341 O estudo do capítulo deve possibilitar aos estu dantes o desenvolvimento de diversas habilidades entre elas compreender as mudanças ocorridas no comércio mundial resultantes do processo de globalização explicar o papel da OMC na regulação das rela ções comerciais e financeiras entre os países compreender as principais divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento que levaram à não conclusão da Rodada de Doha conhecer alguns blocos econômicos suprana cionais as bases históricas que lhes deram origem suas modalidades e características analisar dados e informações presentes em mapa tabela e charge ampliar os conhecimentos sobre a posição do Brasil na economia mundial discutir a questão da soberania nacional em relação às organizações de integração regional Sugestões de respostas e comentários Contexto Blocos econômicos p 90 1 Resposta pessoal É possível que os estudantes cons tatem que há diferenças quanto à importância das economias sendo que na União Europeia e no Nafta há países desenvolvidos neste último exceto o México com PIBs expressivos e economias dinâmicas que detêm tecnologias avançadas grande volume de comércio externo Já o Mercosul é formado por paí ses em desenvolvimento com volume bem menor de comércio externo quando comparado ao dos países dos outros dois blocos 2 Resposta pessoal Boa parte do comércio de merca dorias e serviços é realizada no interior dos blocos Os países participantes são favorecidos por algumas vantagens uma situação que amplia as possibilidades comerciais no mercado externo Compreensão e análise 1 p 95 1 A crise de 20072008 e a intensificação da crise em países da Europa a partir de 20102011 com eleva ção significativa das dívidas públicas nesses países 2 O estímulo às relações comerciais e financeiras inter nacionais a ampliação da produção a expansão das multinacionais o desenvolvimento dos meios de trans porte de carga e o avanço das telecomunicações 3 A OMC é responsável pela resolução de conflitos ou disputas de ordem comercial entre os paísesmembros Sua função é analisar e julgar as eventuais divergências comerciais entre seus membros Olho no espaço Países reunidos em blocos econômicos p 97 1 Os estudantes podem fazer referência ao Nafta à União Europeia e à Apec 2 São poucos os países que não fazem parte de algum bloco econômico 3 O mapa mostra a maior parte dos países inseridos em blocos econômicos os quais são caracterizados por uma maior integração entre eles e esse é um dos aspectos do processo de globalização Vale retomar se necessário as noções sobre as características da globalização 4 Com a sua integração aos blocos os países acabam cedendo parte de sua soberania uma vez que as deci sões dos blocos precisam ser acatadas pelos Estados No entanto cabe aos países a decisão de fazer ou não parte de um bloco econômico O texto da seção Ponto de vista no fim do capítulo aborda a temática da soberania Leitura e discussão Os primeiros blocos econômicos p 98 A causa é justamente fazer frente à concorrência no comércio externo No início enfrentar a concorrência da grande potência econômica mundial os Estados Unidos recentemente ganhar condições para competir com países do sudeste e leste da Ásia como China Taiwan Coreia do Sul e Cingapura TSV2ManualParteEspecifica323384indd 341 300516 1456 342 Ponto de vista Integração regional e soberania p 106 1 Porque eles têm de submeterse a determinadas leis e normas que não foram estabelecidas internamente mas no âmbito da integração regional da supranacionalidade 2 Porque o processo de integração na UE é o que mais transferiu competências dos Estados para os órgãos de decisão conjunta ou majoritária tendo inclusive evoluído para uma união monetária 3 É a existência de um ordenamento jurídico próprio da organização de integração e a existência de algum órgão que assegure a execução do ordenamento jurídico regional Em ambos os casos várias deci sões dos Estadosnação que fazem parte de uma organização de integração regional precisam estar de acordo com um ordenamento jurídico que não foi estruturado apenas internamente e em alguns aspectos não foi desejado pelo país Caso o país tome alguma atitude contrária a esse ordenamento está sujeito a determinadas sanções Compreensão e análise 2 p 107 1 Zonas de livrecomércio objetivam apenas a redução ou eliminação das tarifas de importação entre os inte grantes do bloco Exemplo Nafta União aduaneira além de estabelecer as zonas de livrecomércio seus membros adotam uma TEC Tarifa Externa Comum Exemplo Mercosul Mercado comum além de elimi nar as tarifas internas e adotar TECs permite a livre circulação de pessoas mão de obra investimentos e serviços no interior do bloco Exemplo União Europeia União econômica e monetária às características do mercado comum acrescentam a moeda única Exem plo único Zona do Euro 2 a Tratase do Nafta uma zona de livrecomércio isto é de livre circulação de mercadorias b A Canadá B México C Estados Unidos c Consequências positivas crescimento do PIB aumento dos investimentos oriundos dos Esta dos Unidos geração de empregos Consequências negativas forte dependência econômica em relação aos Estados Unidos enfraquecimento da economia agropecuária mexicana com a importação de deter minados gêneros agrícolas processo de desnacio nalização da economia mexicana 3 Se necessário oriente os estudantes na tradução das falas do cartum Vou mandar dinheiro quando arrumar um emprego diz à sua família o mexicano indo para os Estados Unidos Vou criar empregos quando ganhar muito dinheiro diz empresário esta dunidense indo para o México a um desempregado de seu país A charge publicada originalmente no jornal estadunidense Star Tribune retrata as críticas nos Estados Unidos ao Nafta Acordo de LivreComércio da América do Norte a Dos trabalhadores antevendo a possibilidade de perderem o emprego b A mão de obra barata e a legislação trabalhista mais flexível que nos Estados Unidos CAPÍTULO 5 QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO E BRASIL NO MUNDO GLOBALIZADO Síntese e objetivos Neste capítulo é trabalhada a relação entre a si tuação dos países em desenvolvimento e a globaliza ção propondo bases para a compreensão da questão do nível de desenvolvimento econômico O capítulo inicia discutindo os conceitos de níveis de desenvolvimento socioeconômico dos países ao redor do globo países do Norte países do Sul países em desenvolvimento países emergentes centro periferia e semiperiferia contextualizandoos historicamente e destacando suas principais características Para tanto são abordados conceitos de IDH economia e sociedade explorando indicadores econômicos além dos processos de priva tização e desnacionalização da economia Na sequência é abordada a situação do Brasil na economia global Iniciase pela situação econômica brasileira no início da década de 1990 quando o país passou a adotar políticas neoliberais visando inserirse no processo de globalização e discutemse as con sequências dessas políticas É trabalhada a maneira como o país se insere no contexto mundial contem porâneo explorando as principais características do comércio externo brasileiro sua balança comercial as dificuldades brasileiras de exportação diante das políticas protecionistas dos países de economia central e as ações para lidar com essa situação como o pro cesso de internacionalização das empresas brasileiras TSV2ManualParteEspecifica323384indd 342 300516 1456 343 Esperase com o estudo deste capítulo habilitar os estudantes a entender historicamente os níveis de desenvol vimento dos países e contextualizar os países subdesenvolvidos especialmente o Brasil na globalização compreender a conjuntura econômica brasileira do início da década de 1990 e o cenário em que ocorreram as privatizações no Brasil discutir os resultados para a economia e a socie dade da abertura econômica do Brasil analisar a balança comercial brasileira e a sua evolução nas duas últimas décadas conhecer a expansão das multinacionais brasi leiras e suas principais motivações compreender o conceito e a importância do balanço de pagamentos ler compreender e relacionar dados apresen tados por cartum gráfico e tabela diferenciar crescimento econômico de desen volvimento analisar criticamente a qualidade dos serviços e o valor da tarifa cobrada por empresas que prestam serviços que eram de responsabilidade estatal Sugestões de respostas e comentários Contexto O Brasil em tempos de globalização p 108 1 Resposta pessoal Os estudantes perceberão uma ampliação da presença de instituições financeiras estrangeiras É possível que eles façam uma relação entre essa informação e o processo de globalização estudado no Capítulo 3 marcado pela abertura econô mica em diversos países e no Brasil conforme apon tado no referido capítulo 2 Observase que o Brasil mantém uma relação de comér cio com ambos os grupos Entre os países desenvolvi dos estão os da União Europeia os Estados Unidos o Japão e a Coreia do Sul e entre os em desenvolvimento China Argentina Chile Índia Venezuela e Rússia 3 Esperase que os estudantes façam referência à grande participação das commodities agrícolas e minerais na pauta das exportações do Brasil Conexão Arte Desempregado p 113 1 Os estudantes deverão descrever o homem jovem e negro em situação de abandono e desconforto e os objetos como trouxa de roupas que parecem sujas e velhas cobertor e jornal sobre o qual o homem está sentado 2 Resposta pessoal Este é um bom momento para explo rar a capacidade de observação dos estudantes além de discutir preconceitos e visões estereotipadas Compreensão e análise 1 p 114 1 a Países em desenvolvimento b Bangladesh país periférico Brasil país semiperiférico c Dependência econômica e grandes desigualdades sociais 2 Foi um processo marcado por um forte crescimento econômico que colocou o país entre os maiores PIBs do mundo mas que por suas características foco na ampliação da capacidade de produção econômica não contribuiu para a redução das desigualdades sociais ao contrário até as ampliou e deixou de beneficiar parcela expressiva da popula ção brasileira Principalmente durante o período da ditadura militar o aumento da produção industrial foi alicerçada na manutenção de níveis salariais baixos em praticamente todo o processo de moder nização não ocorreram políticas de distribuição de renda Não houve dessa forma a estruturação de políticas que priorizassem os benefícios sociais culturais e ambientais 3 Crescimento econômico é um índice como percentual do PIB ou outro qualquer Ele indica desenvolvimento efetivo se os resultados positivos da economia forem direcionados ao setor produtivo à educação à geração de tecnologias próprias com a finalidade de tornar o país independente economicamente 4 Porque o desenvolvimento técnicocientífico essen cial ao processo de globalização da economia é acelerado e está concentrado nos países mais desen volvidos Os países mais pobres não conseguem acompanhar o ritmo das inovações dos mais ricos situação que amplia as diferenças socioeconômicas entre eles TSV2ManualParteEspecifica323384indd 343 300516 1456 344 Conexão Língua Portuguesa Abertura econômica p 115 1 Como consequências estão o desemprego expresso pelas placas não há vagas e a atualização tecnoló gica evidenciada na charge pelas câmeras de filma gem A globalização e a adoção do modelo neoliberal por governos brasileiros levaram à redução de postos de trabalho sobretudo nos setores secundário e terciário da economia atingindo principalmente as camadas sociais com baixa qualificação 2 Com a introdução de tecnologias principalmente liga das à informação robótica e automação os postos de trabalho foram reduzidos e as vagas disponíveis passa ram a exigir do trabalhador qualificações adequadas às inovações O cartum também evidencia outro aspecto do meio técnicocientíficoinformacional a presença de câmeras de vídeo em diversos lugares tanto públi cos como privados Ponto de vista Indicadores socioambientais p 122 1 Oferecem à sociedade um instrumento de conheci mento da realidade possibilitandolhe por exemplo votar mais conscientemente e rever suas prioridades a partir da percepção de suas distorções que trazem problemas ambientais sociais e mesmo econômicos 2 Não avaliam a qualidade de vida e as condições sociais da população como saúde educação cultura habita ção segurança e meio ambiente 3 Porque apresentam metodologias mais adequadas que ordenam as informações em torno da qualidade de vida Inúmeras organizações da sociedade civil têm trabalhado indicadores de eficiência de políticas sociais e ambientais 4 Resposta pessoal Os estudantes poderão citar inúme ros exemplos presentes em seu dia a dia desde índices socioeconômicos até mesmo aqueles que avaliam o compromisso socioambiental das empresas fornecedo ras de produtos e serviços A ideia é eles perceberem a importância desse conhecimento para uma ação mais cidadã no meio em que atuam Veja a proposta de atividade complementar nas pági nas 345 e 346 deste manual a respeito da elabora ção de um conjunto de indicadores para o município onde vivem Compreensão e análise 2 p 123 1 O comércio externo do Brasil apresentou significativa evolução no período Nos primeiros anos da abertura a evolução foi pequena e o país apresentou saldos comerciais bastante baixos ou negativos Na primeira década do século XXI ocorreu uma intensificação da economia brasileira no mercado internacional com resultados positivos na balança comercial A queda nas exportações e importações em 2009 está rela cionada à crise mundial Já a partir de 20112012 os reflexos dessa crise na Europa a redução do cres cimento econômico na China os problemas internos na economia brasileira a diminuição nas exporta ções para a Argentina importante parceiro comercial foram fatores determinantes na redução do comércio exterior brasileiro 2 a A imagem mostra um aspecto do desenvolvimento tecnológico um sistema de redes no caso a tele mática marcante no contexto do atual processo de globalização A internet pode ser considerada o principal ícone desse processo b Resposta pessoal Caso os estudantes tenham acesso à internet por meio de alguns desses serviços na cidade onde vivem esperase que mencionem que atualmente a conexão é impor tante para realizar diversas atividades pesquisas escolares transações bancárias e comerciais por meio por exemplo de compra e venda de mercadorias integração de pessoas por meio de mídias sociais etc 3 Muitas indústrias brasileiras sem se adaptarem à economia globalizada não conseguiram manter a competitividade diante dos produtos importados Viramse obrigadas a encerrar as atividades foram vendidas ao capital estrangeiro ou se associaram a outras empresas Nessa década as multinacionais mais que duplicaram sua participação nas empresas brasileiras e a balança comercial acumulou déficits por vários anos 4 Resposta pessoal Esperase que os estudantes men cionem que em relação à telefonia houve de modo geral ampliação e diversificação dos serviços mas nem sempre com qualidade Quanto às tarifas constatouse elevação em ambos os setores Mesmo as tarifas de telefonia celular são muito altas estão entre as mais elevadas do mundo e com problemas na qualidade do serviço oferecido Isso também acontece em relação à energia elétrica que apresenta frequentes interrupções de fornecimento em alguns locais É esperado também que seja considerada a carga tributária elevada pre sente nessas tarifas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 344 310516 1537 345 Sugestões de atividades complementares Pesquisas Os estudos sobre globalização poderão ser potencializados se desenvolvidos de modo con textualizado Para isso orientamos que o trabalho seja realizado por meio de um estreito acompa nhamento das notícias veiculadas pela mídia Dessa forma os temas presentes no livro poderão não só ser apresentados aos estudantes moti vando o estudo como também complementados e atualizados Indicamos a seguir alguns temas para pesquisa O Mercosul a União Europeia e outros blocos econômicos panorama atual O Brasil e o comércio exterior levantamento da situação da pauta de exportações evolução da balança comercial nos últimos anos e a par ticipação brasileira no comércio internacional As multinacionais estrangeiras no Brasil e as multinacionais brasileiras atuação e principais mercados A situação socioeconômica do Brasil atual Organize a turma em grupos e sugiralhes esses temas e outros que julgar interessantes Oriente a pesquisa e prepare uma apresentação para a socialização do material coletado Além disso você também pode solicitar a confecção de textossín tese aos grupos Entrevista Em grupos proponha que os estudantes entre vistem professores da área de Ciências Humanas da escola ou de outras instituições para investigar em que medida a globalização impactou na cultura seja ela local ou global Em suas entrevistas eles poderão questionar os impactos da globalização na difusão de hábitos ao redor do mundo por exemplo a dominação de certas marcas de roupas ele trônicos restaurantes e a difusão de certos hábitos músicas fastfood em que medida os meios de comunicação deram maior visibilidade às culturas locais e quais as consequências disso se houve ou não diminuição significativa dos casos de xenofobia e de conflitos étnicos e religiosos em razão do maior acesso ao conhe cimento de outras culturas Incentive os estudantes a formularem suas pró prias questões investigando o assunto mais a fundo Em sala de aula peça que apresentem os resultados obtidos e finalize a atividade propondo uma reflexão sobre a necessidade de respeitar e preservar a diver sidade cultural do mundo Investigação da realidade do município Proponha aos estudantes a elaboração de um conjunto de indicadores para o município em que vivem considerando as suas particularidades sociais econômicas e ambientais A seguir sugerimos algu mas etapas para o trabalho 1a etapa em classe podese fazer um levan tamento preliminar dos indicadores que os estudantes consideram mais pertinentes para a avaliação do município 2a etapa ainda em classe os indicadores podem ser classificados em sociais econômi cos ou ambientais 3a etapa grupos de estudantes devem ser res ponsáveis pelo levantamento de informações e avaliação sobre cada indicador selecionado O número de grupos e a quantidade de inte grantes devem se adequar à quantidade de indicadores a serem pesquisados 4a etapa cada grupo deve preparar uma lista de órgãos públicos e outras fontes nos quais pode obter informações quantitativas e quali tativas Neste momento oriente os estudantes na pesquisa por esses dados que podem ser obtidos nas secretarias municipais em sites como o do IBGE wwwcenso2010ibgegov brsinopseporsetores sites do governo do Estado e da própria prefeitura Caso não seja possível o acesso a dados de alguns indicadores selecionados os estudantes devem fazer um levantamento e uma avaliação qualitativa por meio de entrevistas com moradores do muni cípio a partir de observações de diferentes paisagens documentandoas por meio de fotos filmagens e textos seleção de artigos de jornais regionais ou do próprio município em versões impressas e digitais 5a etapa pode ser sugerida a organização das informações em forma de tabelas gráficos e textos argumentativos A elaboração de textos e o registro de imagens são essenciais princi TSV2ManualParteEspecifica323384indd 345 300516 1456 346 palmente se o indicador foi avaliado a partir da observação e não de dados quantitativos 6a etapa a apresentação das informações pode ser feita em cartazes com textos mapas e outras imagens com o uso de programas de computador ou de vídeos dependendo da dis ponibilidade dos recursos técnicos da escola 7a etapa depois da apresentação dos grupos podese abrir uma discussão geral em sala de aula para que sejam elaboradas propostas concretas que apontem para possíveis soluções de alguns dos problemas revelados pelos indi cadores analisados 8a etapa com a ajuda da escola essas propos tas podem ser encaminhadas para os órgãos públicos responsáveis como secretarias muni cipais e prefeitura Debate Organize a turma em grupos de cerca de cinco estudantes e proponhalhes um debate sobre a globalização que aborde as perdas e os ganhos eco nômicos sociais e culturais nas seguintes escalas vida cotidiana Brasil e mundo Durante a discussão atue como intermediador orientando os estudantes e redirecionando a discussão quando necessário Leituras complementares para o professor Tecnologia Tendências modo de usar As previsões dos especialistas são oti mistas em cinco anos acontecerá a popula rização de tecnologias como tablets conexão rápida de internet e games de última gera ção para os estudantes e dentro de uma década a escola se transfor mará funcionando como uma grande rede de construção e troca de conhecimento Pode pare cer uma realidade distante mas não é Ferramen tas móveis e o armazenamento remoto de dados por exemplo já são usados para fins didáticos A seguir você conhecerá essas e outras novidades que impactarão a vida de educadores e estudan tes nos próximos anos Não estamos falando em tendências de filmes de ficção científica mas de situações que irão de fato ocorrer Diante delas temos de começar a refletir e a estruturar a socie dade que virá diz Sergio Ferreira do Amaral pro fessor da Faculdade de Educação e coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica Aplicada na Educação Lantec da Universidade Estadual de Campinas Unicamp Computação em nuvem O nome é curioso e parece abstrato mas essa tecnologia tem aplicações que muita gente já uti liza Ao acessar por exemplo um serviço de email ou de álbum virtual de fotos você já se perguntou onde estão guardados aqueles textos e imagens Não há como saber exatamente pois eles estão na nuvem o armazenamento acontece em data centers conjuntos de computadores poderosos espalhados ao redor do mundo A vantagem é que os documentos podem ser acessados a partir de qualquer ponto Na escola um documento era salvo por um estudante em uma máquina que seria usada por outro colega e os dados se perdiam A computação em nuvem muda esse cenário afirma Marta Dieterich Voelcker pesquisadora e supe rintendente da Fundação Pensamento Digital em Porto Alegre Podese criar uma conta em ferra mentas como o Google Docs e acessar os arquivos de onde você estiver Tecnologias móveis Incluem todo o aparato tecnológico capaz de ser usado onde seu usuário estiver como celula res smartphones tablets e laptops Algumas fun cionalidades dependem da conectividade com a internet outras apenas dos recursos do aparelho Precisamos sair do lugarcomum dos editores de texto e slides para colocar mais multimídia nas aulas e nas atividades escolares Os estudantes vão fazer entrevistas com pessoas da comunidade Por que não registrálas em áudio e vídeo sugere Marta Em um congresso realizado nos Estados Unidos ela foi apresentada à ideia de uso de SMS para a comunicação entre escola e família Vale como ten dência já que cada vez mais pessoas têm celular Conteúdo aberto São textos imagens sons programas e outros dados de domínio público que por definição de O artigo apresenta alguns recursos tecnológicos que podem ser usados com os estudantes nos processos de ensino e aprendizagem Texto interessante para o ensino em geral e para a compreensão do nível de desenvolvimento das tecnologias da informação um dos assuntos do Captulo 3 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 346 300516 1456 347 seus autores podem ser acessados e modificados por outras pessoas Entram na lista reportagens com autorização para divulgação em diferentes veículos sites construídos em colaboração aulas e materiais de universidades disponibilizados gratuitamente Os pilares que caracterizam a sociedade digital são colaboração participação e disponibilização Quando a dinâmica da ativi dade escolar se apoia nesses pontos os estudantes participam da construção do conhecimento e se sentem mais integrados e motivados diz Amaral Ainda de acordo com o professor isso ajuda a diminuir o choque entre o que acontece fora da escola onde a garotada está sempre conectada e dentro dela onde a estrutura unilateral de aula pode afastar os estudantes Mídias sociais Permitem a interação entre usuários todos habilitados a fazer publicações em diferentes for matos Há muitas opções redes sociais como o Facebook redes para contatos profissionais como LinkedIn sites de compartilhamento de vídeos como YouTube Esses espaços virtuais são bons para desenvolver habilidades digitais e conviver na sociedade online divulgar pro jetos da escola e discutir temas relevantes Mas seu uso tem complicadores como o cyberbullying o excesso de tempo diante do computador e o acesso a conteúdos inapropriados Por isso Marta da Fundação Pensamento Digital diz que é pru dente notificar os pais no início do ano sobre o uso das redes explicar os riscos e as vantagens Uma dica é usar o edmodocom comunidade fechada e voltada ao universo educativo Realidade aumentada As novas tecnologias já permitem a combina ção de objetos reais e elementos virtuais Basta colocar um símbolo gráfico diante de uma webcam conectada a um site para ver imagens tridimen sionais de diferentes ângulos É divertido curioso e sem dúvida útil para visualizar informações que impressas seriam muito mais difíceis de desvendar É uma tendência em crescimento O Museu de História Natural de Londres na Inglaterra colo cou humanos e dinossauros frente a frente e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais PUCMG desenvolveu um ambiente virtual de aprendizagem para intérpretes de Libras que com realidade aumentada mostra o alfabeto de sinais em uma mão em 3D Trabalho em rede Colaborar é um verbo cada vez mais indispen sável na sociedade seja em projetos presenciais ou virtuais e as tecnologias ajudam a conjugálo O ambiente online tem se mostrado propício à construção colaborativa fóruns e listas de dis cussão são excelentes meios para que gestores e docentes troquem informações e divulguem boas práticas Os estudantes também podem coprodu zir conteúdos em diversos formatos Não faz parte da cultura dos nossos estudantes apontar como o outro pode melhorar seu trabalho Eles ainda agem seguindo a premissa do entregou acabou até para não serem responsáveis por dar mais trabalho ao colega É preciso criar a cultura de observar um trabalho e de dar e receber contri buições sugere Marta Ensino baseado em jogos Foise o tempo em que os games eram tabu na escola Atualmente pesquisas apontam para a eficiência da aprendizagem de determinados assuntos por meio dos jogos Eles estimulam o desafio e o pragmatismo com que crianças e jovens se identificam A linguagem e o layout podem ser adaptados a alguns conteúdos afirma Amaral da Unicamp Além de ser divertido um jogo com uma disputa de mira por exemplo pode desenvolver essa habilidade e envolver também a destruição de vírus preservando glóbulos brancos e verme lhos dentro do corpo humano No Blog de Games revistaescolaabrilcombrblogsgames você encontra outras dicas sobre esse assunto Ferramentas de análise e ambientes personalizados Eis um bom instrumento para a Educação con tar com a tecnologia para acompanhar o desen volvimento dos estudantes e com base nisso replanejar ações e fazer adaptações necessárias São mecanismos que estão em construção e em aperfeiçoamento Com a ajuda da inteligência artificial softwares traçam perfis e oferecem informações sobre eles explica Amaral Essas ferramentas consideram as aquisições o ritmo e as necessidades de cada um extraindo dados da análise de atividades elaboradas pelos estudan tes Já os ambientes personalizados de aprendiza gem possuem um conjunto de recursos vídeos aplicativos jogos selecionados e organizados pelos estudantes de acordo com seu estilo e ritmo Ambos os instrumentos começam a despontar em especial na Educação a Distância EAD Revista Nova Escola edição 256 out 2012 Edição especial n 14 Caminhos para inovar p 6 e 7 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 347 300516 1456 348 Efeitos colaterais da globalizao O canadense Don Tapscott sempre foi um grande entusiasta da internet e das pos sibilidades de avanço que uma população conectada e acostu mada com as novas tecnologias traria Mas agora ele se mostra temeroso com um mundo em que a privacidade quase não existe e em que a geração mais bem preparada que já tivemos está sem possibilidade de emprego nos chamados países ricos Europa e EUA Se não conseguirmos reverter esse problema viveremos uma época de grandes manifestações Os eventos da década de 1960 parecerão coisas de criança afirma Tapscott autor de livros como Wikinomics como a colaboração em massa pode mudar seu negócio e A hora da geração digital como os jovens que cresceram utilizando a internet estão mudando tudo das empresas ao governo falou com a Folha de SPaulo após dar uma palestra no TED Global evento sobre tecnologia e inovação que aconteceu em junho de 2012 em Edimburgo na Escócia Leia abaixo os principais trechos da entrevista Folha O tema deste TED é abertura troca de informações principalmente online Como fica a questão da privacidade Don Tapscott Quando falamos em infor mação livre em transparência falamos de gover nos de empresas não do ser humano comum As pessoas não têm obrigação de expor seus dados seus gostos Ao contrário elas têm a obrigação de manter a privacidade Porque a garantia da privacidade é um dos pilares de nossa sociedade Mas vivemos num mundo em que as informações pessoais circulam e essas informações formam um ser virtual Muitas vezes esse ser virtual tem mais dados sobre você do que você mesmo Exemplo você pode não lembrar o que comprou há um ano Mas a empresa de cartão de crédito sabe o Face book pode saber Muitas pessoas defendem toda essa abertura mas isso pode ser muito perigoso por uma série de razões Há muitos agentes do mal por aí pessoas que podem coletar informações a seu respeito para prejudicálo Muitas vezes somos nós que oferecemos essa informação Por exemplo 20 dos adolescentes nos Estados Unidos enviam para as namoradas ou namorados fotos em que aparecem nus Quando uma menina de 14 anos faz isso ela não tem ideia de onde vai parar essa imagem O namorado pode estar malintencionado ou ser ingênuo e compartilhar a foto E as informações que não fornecemos mas que coletam sobre nós por meio da visita a web site ou pelo consumo Há dois grandes problemas Um é o que cha mamos de Big Brother 20 que é diferente daquela ideia de ser filmado o tempo todo por um governo Esse Big Brother 20 é a coleta sistemática de infor mações feita pelo governo O segundo problema é o little brother as empresas que também coletam informações a nosso respeito por razões econô micas para definir nosso perfil e nos bombardear com publicidade Muitas empresas como o Face book querem é que a gente forneça mais e mais informações sobre nós mesmos porque isso tem valor Às vezes isso pode até ser vantajoso Se eu de fato estiver procurando um carro seria ótimo receber publicidade de carros diretamente Mas e se essas empresas tentarem manipulálo Podem usar sofisticados instrumentos de psicologia para motiválo a fazer alguma coisa sobre a qual nem estava pensando O que podemos fazer para evitar isso Precisamos de mais leis sobre como essas infor mações são usadas É necessário ficar claro que os dados coletados serão usados apenas para um pro pósito específico e que esse conjunto de dados não pode ser vendido para outros sem a sua permissão O senhor sugere criar uma estratégia pessoal para manter a privacidade Como construíla Na questão de consumo não tenha esses cartões de fidelidade de lojas e supermercados por exemplo que definem um perfil de compras Eu não tenho Na internet não permita os cookies Algumas pessoas falam que não é possível manter a privacidade Digo que é Isso é uma questão de escolha O senhor escreveu sobre a net generation pessoas que nasceram nessa era multiconectada e que estariam mais preparadas para o mundo atual do que os mais velhos Ao mesmo tempo essa geração está sem emprego nos países ricos Não é um contrassenso ter uma geração tão pre parada e sem oportunidade De considerações a propósito da privacidade e de formas de preservála o escritor e pesquisador Don Tapscott discorre nesta entrevista sobre a existência de uma geração de jovens que apesar de bem formados e informados não encontram emprego Ambos os temas podem complementar as discussões da Unidade 2 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 348 300516 1456 349 Sim Nós dissemos para as pessoas dessa gera ção estudem evitem problemas e vocês terão um futuro brilhante Não foi o que aconteceu Hoje temos a geração mais preparada de todos os tempos em busca de trabalho num mundo sem empregos Na Espanha mais de 50 dos jovens estão desem pregados O problema é parecido em outros países Isso é uma fórmula para grandes distúrbios em escala global Acredito que vamos ver isso Em 2012 houve manifestações em Québec no Canadá Foram as maiores manifestações de jovens na história do país Protestavam contra mensalida des do ensino superior Mas há algo mais profundo Os jovens não estão felizes com o mundo atual Qual será a consequência dessa geração sem emprego Será uma geração de radicais de revolucio nários se a gente não resolver esse problema As demonstrações pelo mundo farão os acontecimen tos dos anos 1960 parecerem coisas de criança O senhor parece bem pessimista Não Sou até otimista Acho que o futuro não é algo que se possa prever mas algo que precisamos construir alcançar Acho que há muita coisa que podemos fazer para transformar o mundo em algo melhor MARINHEIRO Vaguinaldo Entrevista com Don Tapscott Folha de SPaulo Caderno Mercado 12 jul 2012 p B7 Sugestões de livros sites e filmes Livros O mundo globalizado política sociedade e economia De Alexandre de Freitas Barbosa São Paulo Contexto 2001 O livro define a globalização econômica suas diversas facetas e impactos no mundo atual Falsa economia uma surpreendente história econômica do mundo De Alan Beattie Rio de Janeiro Zahar 2010 Apresenta nove variáveis relevantes para o desenvolvi mento de uma nação demonstrandoas em casos emblemá ticos como os de Argentina e Estados Unidos No século XIX os dois países estavam entre as dez maiores economias do mundo mas diferentes decisões fizeram com que trilhassem caminhos opostos Uma história social da mídia de Gutenberg à internet De Asa Briggs e Peter Burke Rio de Janeiro Zahar 2006 Análise dos meios de comunicação que aborda os con textos sociais e culturais que propiciaram sua emergência e desenvolvimento além da história das diferentes mídias e linguagens criadas para a civilização ocidental A galáxia da internet reflexões sobre internet negócios e sociedade De Manuel Castells Rio de Janeiro Zahar 2003 A obra é uma reflexão sobre a evolução da internet ao longo da segunda metade do século XX seu papel na consolidação de uma sociedade em rede e as consequências de sua utilização em escala global A sociedade em rede De Manuel Castells São Paulo Paz e Terra 2007 Um dos volumes da trilogia A era da informação econo mia sociedade e cultura o livro analisa de forma ampla e profunda as implicações sociais e econômicas da revolução da tecnologia da informação desde os anos 1970 até a transição do século XX para o século XXI Globalização da pobreza impactos das reformas do FMI e do Banco Mundial De Michel Chossudovsky São Paulo Moderna 1999 O autor trata das modificações nas estruturas da economia global desde o início da década de 1980 explicando como as principais instituições financeiras internacionais forçaram o Terceiro Mundo e os países do Leste Europeu a viabilizar as mudanças Analisa a nova ordem financeira cuja base de sustentação é a pobreza e a destruição do meio ambiente Desenvolvimento e subdesenvolvimento De Celso Furtado Rio de Janeiro Contraponto 2009 Discorre sobre como o subdesenvolvimento não é uma fase histórica comum a todos os países mas sim uma condição específica de uma parte do sistema capitalista A formação de economias industriais no centro do sistema e de econo mias subdesenvolvidas na periferia eram aspectos de um mesmo processo A crise de 2008 e a economia da depressão De Paul Krugman Rio de Janeiro Elsevier 2009 Krugman apresenta nesta obra entre outros aspectos como a falta de regulação no sistema financeiro foi um fator importante para que os governos perdessem o controle sobre os problemas econômicos surgidos com a crise A humanidade e suas fronteiras do Estado soberano à sociedade global De Eduardo Felipe P Matias São Paulo Paz e Terra 2010 Discute a questão da soberania dos Estados nacionais num contexto de intensificação da globalização e da formação dos blocos econômicos supranacionais Educar com a mídia novos diálogos sobre educação De Paulo Freire e Sérgio Guimarães São Paulo Paz e Terra 2012 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 349 300516 1456 350 Os autores dialogam sobre a ampliação das possibilidades oferecidas pela tecnologia ao trabalho do professor em sala de aula e defendem seu uso como parte de uma política educacional que visa ensinar o estudante a ler o mundo e a transformálo A tirania da comunicação De Ignacio Ramonet Petrópolis Vozes 2007 Análise crítica sobre a multimídia e a internet as trans formações no campo da comunicação e o poder da mídia Globalização e desemprego diagnósticos e alternativas De Paul Singer São Paulo Contexto 1998 A obra trata de uma das implicações mais preocupantes da globalização no Brasil e no mundo o crescimento acelerado do desemprego Apresenta reflexões sobre a exclusão social e a economia solidária Globalidade a nova era da globalização De Harold L Sirkin e outros Rio de Janeiro Nova Fronteira 2008 O livro explica a reviravolta na conjuntura internacional com a recessão estadunidense e a ascensão das RDEs sigla em inglês para rapidly developing economies como Brasil Rússia Índia e China A mídia e a modernidade uma teoria social da mídia De John B Thompson Rio de Janeiro Vozes 2009 Trata do desenvolvimento da mídia como processo de transformação da constituição espacial e temporal da vida social criando novas formas de ação e interação não mais ligadas ao compartilhar de um local comum Mídia máfias e rockÕnÕroll De Claudio Julio Tognolli São Paulo Editora do Bispo 2007 O livro revela os bastidores da mídia o controle e a seleção das informações e a fabricação de escândalos As mídias analisadas incluem jornais revistas rádio e TV Sites Ação para Tributação das Transações Financeiras e Apoio aos Cidadãos Attac em inglês wwwattacorgen Site da Attac uma das mais tradicionais ONGs criadas no contexto da globalização financeira Apresenta informações e textos referentes ao capitalismo mundial e a atuação dos movimentos sociais contra o neoliberalismo Cartilha de Segurança para Internet Fascículo Redes Sociais httpcartilhacertbrfasciculosredessociais fasciculoredessociaispdf Sobre segurança no uso das redes sociais Centro de Mídia Independente CMI wwwmidia independenteorg Rede de produtores independentes de mídia que oferece informação alternativa e crítica com ênfase nos movimentos sociais particularmente os novos movimentos de ação direta e as políticas às quais se opõem Fórum Social Mundial wwwforumsocialmundialorgbr O site mantém uma biblioteca com informações balanços e artigos referentes a todos os Fóruns Sociais Mundiais Mercosul wwwmercosurintinnovafrontindex jspsite2channelinnovafront Página oficial do bloco com informações atualizadas e abrangentes Organização Mundial do Comércio OMC em inglês e espanhol wwwwtoorg O site reúne informações técnicas e estatísticas sobre o comércio internacional União Europeia httpeuropaeuindexpthtm Página oficial do bloco com informações atualizadas e abrangentes Filmes Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá De Sílvio Tendler Brasil 2007 89 min Neste documentário o geógrafo brasileiro discute a glo balização do ponto de vista dos países periféricos e das comunidades carentes Globalização violência ou diálogo De Patrice Barrat França 2002 52 min Discute a globalização do ponto de vista das diferenças culturais Operárias do mundo De MarieFrance Collard Bélgica França 2000 57 min Aborda a lógica implacável da globalização econômica Ao tratar da transferência do setor produtivo de uma indústria da Europa para a Ásia mostra perdas não só para as funcionárias europeias que vão perder seus empregos mas também para as asiáticas que terão condições de trabalho piores e salários mais baixos que as colegas do outro continente Roger eu De Michael Moore Estados Unidos 1989 91 min Documentário sobre as mudanças estratégicas na fábrica da General Motors em Michigan Estados Unidos que acar retam desemprego e pobreza na região Sociedade do automóvel De Branca Nunes e Thiago Benicchio Brasil 2005 39 min O documentário busca por meio de imagens e entrevistas denunciar e superar a chamada sociedade do automóvel TSV2ManualParteEspecifica323384indd 350 300516 1456 351 U N I D A D E 3 INFRAESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO A compreensão da relação entre infraestrutura e desenvolvimento é fundamental para a análise da dinâmica do espaço geográfico A unidade apresenta o desenvolvimento e a impor tância dos transportes no contexto da economia glo balizada e avalia a estrutura de transporte no mundo e especificamente no Brasil Analisa também o sistema de energia consi derada um dos motores da economia e um dos pivôs de grandes disputas entre países Compara a matriz energética mundial com a matriz energética brasileira e levanta importantes questões econô micas socioambientais e geopolíticas relativas às diversas fontes de energia apontando o Brasil como um país de grande potencial energético alternativo Ao longo dos capítulos desta unidade são discu tidos entre outros aspectos o processo de privatiza ção dos setores de infraestrutura os interesses das empresas transnacionais e como as deficiências no setor de infraestrutura afetam a economia do país e a vida da população Conexão Mapeamento das atividades interdisciplinares Unidade 3 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 6 Pedágio Língua Portuguesa Gênero textual cartum 7 CicloCine Arte Física Instalação interativa Energia conceito tipos e transformação Lentes esféricas convergentes Destilação fracionada do petróleo Química Misturas e substâncias Fracionamento do petróleo Cadeia carbônica Reações nucleares Física Fusão e fissão nucleares Usinas nucleares Bombas atômicas 8 Césio 137 o acidente em Goiânia Química Elementos radioativos Descoberta e efeitos da radiação CAPÍTULO 6 TRANSPORTES Síntese e objetivos O desenvolvimento dos meios de transporte é intrín seco ao processo de globalização Os avanços da tec nologia desde os que permitiram a construção das ferrovias iniciada no século XIX e das rodovias e do transporte aeroviário no século XX com destaque para os verificados nas últimas décadas que visam atender à demanda das grandes empresas por mais agilidade nos negócios a longa distância impulsionaram a aceleração da mobilidade transcontinental de mercadorias e pas sageiros e atingem a sociedade mundial nas dimensões econômica social cultural e política Neste capítulo estudase especialmente o sis tema de transportes no Brasil pontuando os proble mas que se apresentam pelas políticas governamen tais adotadas O transporte rodoviário é analisado do ponto de vista da malha criada no território brasileiro e suas implicações em termos dos custos para o transporte em âmbito nacional e de seu significado para o abastecimento das diversas regiões Outros temas abordados são o processo de concessão das rodovias a partir de 1995 que onerou o trans porte tanto de mercadorias quanto de passageiros o transporte ferroviário e as dificuldades de sua implantação sua evolução e decadência o trans porte hidroviário e a navegação de cabotagem que no início do século XXI representavam apenas 13 da carga transportada no país Além disso a questão do transporte urbano é tratada abordando a opção pelo transporte individual o que gera problemas ambientais e sociais TSV2ManualParteEspecifica323384indd 351 300516 1456 352 Com o conteúdo deste capítulo pretendese que o estudante seja capacitado sobretudo a compreender os progressos tecnológicos envol vidos na evolução dos meios de transporte reconhecer as mudanças ocorridas no pro cesso produtivo com a evolução tecnológica dos transportes conhecer a infraestrutura de transportes do Brasil e sua condição para enfrentar os desafios da economia globalizada compreender a importância da logística de transportes para o desempenho dos países comparar as diferentes modalidades de trans porte em termos de custos e de impactos ambientais compreender o processo de implantação de rodo vias no Brasil e sua concessão à iniciativa privada posicionarse de maneira crítica em relação à opção dos governos brasileiros pela construção de rodovias como meio de promover a integra ção nacional discutir a situação do sistema de transporte no Brasil reconhecendo as consequências da privatização de rodovias no país conhecer os principais problemas existentes em relação à mobilidade nas grandes cidades brasileiras e reconhecer a importância do trans porte coletivo aprimorar a capacidade de ler e comparar mapas dados estatísticos e demais informações pre sentes em mapas gráficos e tabelas reconhecer as vantagens do uso de bicicletas nas grandes cidades e os cuidados necessários para isso Sugestões de respostas e comentários Contexto Transporte e globalização p 125 1 a As distâncias foram diminuídas em decorrência dos avanços tecnológicos no campo da comunicação e dos transportes desde as Grandes Navegações ao transporte de cargas por aviões A aceleração e a difusão dos sistemas de transporte de mercadorias ampliaram a diversidade dos produtos exportados superando até mesmo a questão da sazonalidade A organização da produção em escala transnacional também permitiu dividir as fases da produção em vários países e regiões b O aperfeiçoamento dos sistemas de informação permitiu a descentralização e o controle do pro cesso de produção a partir de um ponto central e praticamente em tempo real 2 Resposta pessoal Vale conduzir um rápido debate que leve em conta o que os estudantes já discutiram sobre globalização e que os auxilie a explorar seus conheci mentos sobre a infraestrutura brasileira nos setores de transporte e comunicação É importante lembrálos que o Brasil há algumas décadas optou por privilegiar o transporte rodoviário e que hoje necessita reduzir os custos do transporte na produção e distribuição de mer cadorias ganhando em competitividade no mercado A diversificação e a modernização dos meios de transporte sobretudo o fluvial e marítimo incluem a revitalização dos portos para que o processo de embarque e desem barque de mercadorias tenha agilidade compatível com a dos países que se destacam no comércio internacional Conexão Língua Portuguesa Pedágio p 131 1 Resposta pessoal Esperase que os estudantes reflitam se existe contradição entre a instituição do pedágio e o direito de locomoção assegurada pela Constituição brasileira É importante informar aos estudantes que a Constituição brasileira assegura a todos a livre locomoção no território nacional em tempo de paz podendo qualquer pessoa nos termos da lei nele entrar permanecer ou dele sair com seus bens A Declaração Internacional dos Direitos Humanos afirma que todo ser humano tem direito à liberdade de locomo ção e residência dentro das fronteiras de cada Estado 2 Ela vê a livre locomoção naturalmente como uma mercadoria O direito de ir e vir existe mas é necessário que em determinadas situações se pague por ele Essa visão está apoiada no neoliberalismo Olho no espaço Malha ferroviária brasileira em 1910 e em 2014 p 134 1 O traçado da malha ferroviária brasileira mostra nos dois períodos ligação com os portos revelando que sempre foi priorizado o transporte de mercadorias destinadas à exportação TSV2ManualParteEspecifica323384indd 352 300516 1456 353 2 No traçado mais recente podemos verificar que houve interiorização muito modesta da malha com a constru ção de ferrovias no Norte e no CentroOeste voltadas ao escoamento de minérios carne e soja Para um período de um século a expansão foi inexpressiva Compreensão e análise 1 p 135 1 a Preço pago pela soja US 380 Transporte US 113 US 493ton b O valor médio pago por tonelada de soja seria U 414 na Argentina e US 442 nos Estados Unidos O valor da soja brasileira ao chegar à China foi de US 493 a tonelada Supondo que a soja dos outros dois países chegue ao mercado chinês com o mesmo valor US 493 o preço médio da soja será US 493 menos o custo do transporte Argentina US 493 B US 40 US 39 US 79 US 414ton Estados Unidos US 493 US 51 US 442ton c Custo de Sorriso MT US 90ton Custo de Illinois Estados Unidos A US 51 US 31 US 20ton 90 20 45 vezes d A melhor logística é empregada pelos produtores de Illinois Estados Unidos que utilizam inter namente o transporte hidroviário mais econômico que o modal rodoviário usado para o escoamento da soja de Sorriso MT e Córdoba Argentina até os respectivos portos de exportação É importante informar os estudantes que o custo do transporte rodoviário que escoa a produção de Sorriso MT é muito mais elevado que o utilizado pelos produtores de Córdoba Argentina devido a menor distância percorrida 2 Na cobrança de pedágios e na cessão de espaço para serviços de publicidade e instalação de infovias 3 Na década de 1950 o Brasil tinha 38 mil quilôme tros de ferrovias estatais hoje tem cerca de 8 mil quilômetros a menos quase a totalidade operada por empresas privadas Atualmente as ferrovias absorvem cerca de 20 da carga transportada no Brasil e poucos passageiros Além da pequena extensão as ferrovias possuem bitolas variadas exigindo baldeação das mer cadorias em determinados pontos de ligação ferroviária Existem diversos projetos alguns em andamento para otimizar o escoamento de cargas agrícolas do Centro Oeste e interior do Nordeste Contraponto Bicicletas nas grandes cidades p 142 1 As bicicletas constituem um sistema de transporte saudável não poluentes sustentável são mais rápi das em horários de pico econômicas não provocam congestionamento e ocupam menos espaço nas vias públicas e em estacionamento em relação a qualquer outro meio de transporte As desvantagens dificuldade para a mobilidade em dias chuvosos dias muito quentes e em cidades que possuem grandes extensões com relevo acidentado riscos de acidente por conta de asfaltos irregulares e ruas esburacadas e ausência de infraestrutura ade quada como as ciclovias e ciclofaixas 2 A imagem 1 mostra uma situação adequada de mobi lidade urbana por bicicleta em uma ciclofaixa de uma grande avenida na cidade de São Paulo SP A imagem 2 mostra situações inadequadas o caminhão estacio nado na cliclovia invadindo o espaço de ciclistas o ciclista circulando sem equipamento adequado como o capacete tendo que passar por entre os carros para utilizar a ciclovia 3 Resposta pessoal Esperase que além de observar os aspectos indicados na questão entre outros os estudantes entendam a importância do uso adequado desse meio de transporte e relatem experiências pes soais e familiares Compreensão e análise 2 p 143 1 A bacia A indicada no mapa é a do Tocantins onde se destaca a hidrovia TocantinsAraguaia responsável pelo escoamento de parte da produção agrícola da Região CentroOeste e da alumina do estado do Pará A bacia B representa a Bacia do São Francisco que abriga a hidrovia do mesmo nome Nela são transpor tados principalmente produtos agrícolas e se estabe lece um importante eixo hidroviário entre as cidades situadas ao longo de suas margens 2 O Complexo Hidroviário do Mercosul é formado pelas hidrovias TietêParaná e ParanáParaguai As principais vantagens do transporte hidroviário são a capacidade de carga e o menor custo do frete As desvantagens são os altos investimentos necessários TSV2ManualParteEspecifica323384indd 353 300516 1456 354 para sua viabilização pois as hidrovias naturais situadas em relevos planos encontramse distan tes dos grandes centros econômicos do país Para viabilizálas além da construção de portos seria necessário construir eclusas e alargar e aprofundar o leito dos rios Há que se considerar também o impacto socioambiental resultante da retificação de cursos fluviais e da construção de canais de ligação entre as redes hidrográficas 3 A saturação do sistema viário que causa congestio namentos de trânsito e a baixa qualidade e pouca disponibilidade de linhas e veículos para o transporte coletivo em geral realizado em ônibus movidos a die sel A situação estimula a utilização do transporte individual e contribui para piorar a qualidade do ar o tempo gasto nos deslocamentos e o desperdício de recursos O transporte metroviário considerado o melhor sistema de transporte coletivo para grandes centros está restrito a algumas capitais e as linhas existentes necessitam de ampliação 4 a Mobilidade urbana b A maior parte desses equipamentos culturais e de lazer estão situados nas áreas centrais das grandes cidades brasileiras Podem ser atribuídos à dificul dade que muitos têm ao seu acesso a distância e o tempo do deslocamento entre os locais onde a maior parte dos equipamentos urbanos está instalada e a periferia da cidade o preço da passagem o trânsito nos dias úteis e a diminuição do fluxo ou aumento do intervalo da passagem dos transportes coletivos nos finais de semana e feriados CAPÍTULO 7 ENERGIA NO MUNDO ATUAL Síntese e objetivos Neste capítulo é apresentado um panorama da questão energética mundial incluindo as principais matrizes energéticas atuais os combustíveis fósseis a energia nuclear e a hidrelétrica Classificamse as diversas fontes de energia e discutese a problemá tica relativa às fontes de energia convencionais São abordadas questões geopolíticas importantes com destaque para o petróleo a principal fonte que compõe a matriz energética mundial passando pela energia nuclear e gás natural A importância que a energia assumiu nos dias atuais tornaa geradora de disputas e conflitos em diversas regiões do mundo A proposta do capítulo é fornecer subsídios para que os estudantes possam compreender de que modo as transformações da Revolução Técnicocientíficainformacional geraram uma demanda crescente por energia relacionar o consumo de energia ao desenvol vimento econômico dos países compreender a necessidade de substituir as fontes de energia não renováveis pelas reno váveis para o combate ao aquecimento global entender o processo de formação e de refino do petróleo conhecer como estão distribuídas as reservas de petróleo no mundo e os principais países produtores ser críticos em relação aos problemas ambien tais causados pelo transporte do petróleo compreender questões geopolíticas que envol vem o petróleo conhecer os maiores produtores de gás natural e carvão mineral do mundo e as vantagens e desvantagens em relação a seu uso posicionarse em relação à opção de alguns países pela energia nuclear conhecer os riscos envolvidos na produção e no uso da energia nuclear posicionarse diante do controle do uso e desenvolvimento de tecnologia nuclear e dos conflitos atuais que envolvem essas questões perceber as vantagens e as desvantagens do uso da energia hidrelétrica analisar dados de gráficos de diferentes tipos assumir posicionamento crítico acerca da pro dução de energia nuclear com base em tex tos que apresentam diferentes pontos de vista sobre o assunto ler e comparar dados informados em mapas e tabelas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 354 300516 1456 355 Sugestões de respostas e comentários Contexto Luzes da Terra p 144 1 Mais iluminados Europa Índia leste da China Japão costas leste e oeste dos Estados Unidos Califórnia sudeste do Canadá região dos Grandes Lagos Esta dos Unidos e Canadá Cidade do México capitais da América Central costa oeste da América do Sul sudeste do Brasil e litoral nordestino O continente que se destaca pela pequena ocorrência de áreas iluminadas é a África 2 O desenvolvimento econômico e a concentração popu lacional e urbana 3 Água gás natural carvão mineral petróleo urânio vento marés Conexão Arte e Física Ciclocine p 147 1 Muscular mecânica elétrica luminosa 2 Na montagem de um projetor de imagens deve ser utili zada uma lente convergente Uma lente de vidro utilizada no ar será convergente se tiver bordas finas ou seja a parte central mais espessa do que a periférica Isso ocorre nos perfis indicados pelos números 1 2 e 4 Conexão Química Destilação fracionada do petróleo p 149 1 O petróleo é definido como uma mistura de hidrocarbo netos porque é constituído quimicamente por átomos de carbono e hidrogênio em níveis variáveis 2 É decrescente 3 Os gases ocupam a parte superior porque são mais volá teis e são liberados antes dos sólidos menos voláteis 4 Porque o diesel tem moléculas com maiores cadeias carbônicas entre C12 e C20 Na gasolina as moléculas possuem cadeias carbônicas menores C5 e C10 5 A reação da água com o dióxido de enxofre pode formar o ácido sulfuroso H2SO3 Esses gases são absorvidos pelas gotas de chuva precipitandose sob a forma de chuva ácida A maior acidez ocorre com a combinação de água com trióxido de enxofre SO3 que forma o ácido sulfúrico H2SO4 Olho no espaço Fluxos de petróleo p 154 1 Parte principalmente do Oriente Médio região que concentra grandes reservas e produção de petróleo com muitos países integrantes da Opep e da Rússia que também é responsável por expressiva produção de petróleo próximo ao que a Arábia Saudita produz Uma origem importante é o Canadá cujo petróleo produzido tem como destino os Estados Unidos Os três principais destinos são os Estados Unidos a Europa e os países da ÁsiaPacífico Entre esses fluxos destacase aquele em direção à ÁsiaPacífico devido ao grande crescimento econômico dessa região par ticularmente em países como a China Japão Coreia do Sul entre outros Atualmente a China é a maior consumidora de energia mundial 2 A Venezuela B Equador C Argélia D Nigéria E Líbia F Angola G Iraque H Arábia Saudita I Kuwait J Catar K Irã L Emirados Árabes Unidos Compreensão e análise 1 p 155 1 Constatase que em todas as fontes houve aumento na participação e proporcionalmente o carvão mineral e o gás natural tiveram uma ampliação maior fato também ocorrido com as fontes renováveis inclusive a hidrelétrica Entretanto essas fontes renováveis têm uma participação pequena no conjunto da matriz energética mundial Já o carvão mineral teve uma ampliação mais significativa e com o gás natural e o petróleo forma o conjunto dos combustíveis fósseis Esses em boa parte são responsáveis pela intensi ficação do efeito estufa sobretudo o carvão mineral e o petróleo os mais poluentes que por sua vez vem provocando o aumento nas temperaturas médias do planeta o aquecimento global Daí a necessidade de ampliar a participação das fontes não emissoras de CO2 na matriz mundial TSV2ManualParteEspecifica323384indd 355 300516 1456 356 2 A Opep participa com 41 da produção mundial de petróleo Como o petróleo é a principal fonte energética que movimenta a economia mundial as resoluções tomadas por essa organização afetam todos os países do mundo Mesmo os países exportadores que não são membros desse cartel acompanham os ajustes de preços decididos pela Opep e regulam sua produção com base no comportamento do mercado de petróleo O controle da Opep sobre boa parte da produção mundial pode manter o preço do petróleo elevado e em determinados momentos pode provocar instabilidade econômica em diversos países dependentes dessa fonte de energia e matériaprima essencial à economia mundial 3 O nível de consumo de energia depende da capaci dade produtiva de um país e do poder aquisitivo da sua população quanto maior o nível econômico da população maior será a utilização de bens e serviços que requerem o consumo de energia 4 a A crise econômica de 2008 que afetou em um primeiro momento os Estados Unidos grande consumidor na América do Norte além do próprio Canadá e que ocasionou uma redução acentuada no ritmo de crescimento econômico sobretudo em países da Europa e alguns asiáticos b A região da ÁsiaPacífico foi a que apresentou os maiores índices de crescimento econômico no mundo no período compreendido com destaque para a China Nessa região o desenvolvimento industrial em particular é bastante expressivo Desse modo além de a região demandar petróleo para a geração de energia elétrica é significativo o seu uso como matériaprima para uma enorme quantidade de produtos fabricados nas indústrias da região e o seu consumo no setor de transportes Conexão Física Reações nucleares p 161 1 Fusão significa união Em física significa a união de átomos mais leves em altas temperaturas dando origem a átomos mais pesados Esse processo tam bém libera grande quantidade de energia Ocorre por exemplo no interior de estrelas quando núcleos de hidrogênio se fundem para formar um átomo de hélio Reação A Fissão significa ruptura ou cisão Em física a fissão nuclear consiste na divisão de um átomo pesado em dois ou mais fragmentos após o bombardeamento feito com nêutrons Esse processo libera enorme quantidade de energia Reação B 2 Na bomba atômica a fissão não é controlada isto é a cada fissão são produzidos mais nêutrons que por sua vez desintegram outros núcleos gerando uma reação em cadeia Já nas usinas nucleares as fissões são con troladas absorvendo parte dos nêutrons produzidos As fissões acontecem na medida necessária para produzir energia térmica para aquecer a água A água evapora e faz girar as turbinas da usina transformando a energia térmica em mecânica Na etapa final por um processo eletromagnético a energia mecânica é transformada em elétrica Leitura e discussão Quando idade e endereço importam p 163 Os reservatórios quando novos emitem muito mais metano em razão da decomposição da matéria orgânica inundada comparativamente aos reservatórios que foram construídos há mais tempo daí a referência à idade A referência ao endereço se justifica pois os reserva tórios das regiões tropicais com latitudes mais baixas emitem mais gases do que os situados em regiões de Clima Boreal e Temperado de maior latitude Contraponto O vilão que virou herói Energia nuclear x clima p 164 1 O primeiro texto defende a produção de energia nuclear como alternativa ao combate do que é considerado a principal ameaça ambiental do planeta o aquecimento global Justifica que a maior parte da energia produzida no mundo é obtida pela queima de combustíveis fósseis principais vilões do agravamento do efeito estufa e portanto do aquecimento global O segundo texto con testa o argumento de que a energia nuclear não emite poluentes e seria portanto uma energia limpa Alega que a energia nuclear não produz gases que causam o efeito estufa apenas na ponta do processo mas o faz na construção e desativação das usinas na extração e no enriquecimento do urânio atividades que consomem energia e liberam dióxido de carbono Acrescenta ainda dois outros problemas não mencionados nos argumen tos do primeiro texto a produção do lixo atômico e a destinação dada a esse material radioativo Finalmente referese ao elevado custo dos projetos nucleares que impedem investimentos em outras fontes alternativas e mais efetivas para a mitigação do aquecimento global 2 Resposta pessoal Após a leitura dos textos podese promover um painel sobre o tema ou realizar um debate para avaliar essa forma de energia dividindo a classe em dois grupos um que aponte os benefícios e outro os riscos e prejuízos TSV2ManualParteEspecifica323384indd 356 300516 1456 357 Compreensão e análise 2 p 165 1 a A 1 Hidrelétrica 2 Eólica 3 Solar 4 Geotér mica 5 Ondas marés 6 Biomassa B 1 Carvão mineral 2 Petróleo 3 Gás natural 4 Nuclear b A Energias renováveis B Energias não renováveis 2 a 782 do total b A produção de petróleo concentrase principalmente no Oriente Médio mas com grande participação da Rússia dos Estados Unidos da China e do Canadá a de gás natural está fortemente concentrada nos Estados Unidos e na Rússia e a de carvão mineral está fortemente concentrada na China e nos Esta dos Unidos responsáveis por mais da metade da extração mundial 3 Favoráveis é uma energia renovável a vida útil das usinas é longa e o custo de sua manutenção é relativamente baixo Desfavoráveis o impacto socioambiental provocado pelas barragens como o alagamento de extensas áreas de vegetação natural e a consequente destruição do hábitat da fauna local o comprometimento da vida aquática a inundação de vilas e de pequenas cidades e o consequente deslocamento de populações 4 a A 325 B 1402 C 57 D 393 b Estados Unidos é o segundo maior consumidor de energia do mundo graças ao elevado desenvolvimento econômico e padrão de consumo Apesar de dispor de outros recursos energéticos em seu território o país sempre investiu na diversificação de fontes França é o país que tem a proporção mais elevada de uso de termonucleares em relação às demais fontes geradoras de eletricidade pois seu território não ofe rece boas condições para ampla exploração de energia hidráulica o subsolo francês é carente em recursos minerais energéticos utilizados nas termelétricas Rússia é um país que depende muito da energia dos combustíveis fósseis dos quais é grande pro dutor e exportador mas como boa parte dos rios fica congelada no inverno reduzindo a produção de hidroeletricidade e como é uma potência nuclear tem grande produção de energia atômica Japão o país que é grande consumidor e depen dente de energia nuclear enfrentou uma crise no setor após o acidente de Fukushima em 2011 CAPÍTULO 8 ENERGIAS ALTERNATIVAS E QUESTÃO ENERGÉTICA NO BRASIL Síntese e objetivos As previsões de esgotamento da principal fonte energética o petróleo e a necessidade urgente de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera colo cam o mundo diante do desafio de viabilizar fontes alternativas de energia Neste capítulo são trabalhadas as principais fontes alternativas solar biocombustível eólica geotérmica e biogás e a necessidade de investimentos públicos e privados para sua obtenção e adoção de políticas de eficiência energética Questões como custo viabi lidade capacidade de geração energética e impactos ambientais são algumas das analisadas para cada uma das fontes de energia alternativa A estrutura energética do Brasil incluindo os bio combustíveis a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia e os impactos socioambientais a privatização do setor de distribuição de energia elétrica a ausência de planejamento estratégico no setor as expectativas geradas pela descoberta de campos situados no présal para a produção de petróleo e gás natural as perspecti vas de ampliação da energia nuclear no Brasil também são importantes temas abordados no capítulo Esperamos que a partir do estudo deste capítulo os estudantes possam relacionar o atual modelo de desenvolvimento econômico à dependência de energia gerada a partir de combustíveis fósseis e ao agravamento de problemas ambientais reconhecer a necessidade de uma política ener gética que amplie o acesso de toda a população à energia elétrica conhecer as principais fontes alternativas de energia formas de obtenção limitações e repre sentatividade na estrutura energética nacional e mundial compreender e analisar os dados apresentados sob a forma de tabelas e gráficos conhecer a matriz energética brasileira e com parar com a matriz mundial compreender as questões econômicas ambien tais e sociais relativas às fontes energéticas utilizadas no Brasil TSV2ManualParteEspecifica323384indd 357 300516 1456 358 Sugestões de respostas e comentários Contexto Iluminação na história p 166 1 Na primeira imagem do século XIX observase que a iluminação das vias públicas em Londres Inglaterra era feita por meio de lampiões a gás que eram acendidos manualmente A segunda imagem mostra a famosa ave nida parisiense no século XX e a iluminação que já era feita por lâmpadas elétricas em redes de postes ligadas a partir de uma central de distribuição Na mesma ima gem há também a presença de automóveis indicando já o uso de combustível fóssil nos meios de transporte A terceira imagem no século XXI mostra a iluminação em uma grande avenida de Tóquio Japão na qual os fios de eletricidade dos postes de luz não são visíveis por serem subterrâneos verificase também a iluminação de grandes painéis eletrônicos de publicidade além dos veículos que podem utilizar biocombustível etanol que pode ser produzido a partir de canadeaçúcar ou milho por exemplo e combustível fóssil 2 Resposta pessoal Os estudantes poderão citar a energia mecânica dos automóveis gerada a partir de petróleo gás álcool eletricidade a energia elétrica que pode ser obtida por meio de petróleo carvão urâ nio água vento Sol e a energia humana O objetivo é os estudantes começarem a pensar na diversidade de fontes de energia disponíveis entre elas as fontes alternativas 3 É possível que os estudantes façam referência ao petró leo e à energia hidrelétrica relacionando a primeira fonte ao seu uso nos transportes e a segunda fonte à sua utilização na geração de energia elétrica De fato essa é a principal fonte para gerar eletricidade no Brasil veja o gráfico Brasil oferta de energia primária 1970 e 2014 figura 11 Compreensão e análise 1 p 174 1 a Sol Sul placas solares e energia solar b A geração de energia elétrica proveniente da luz solar pode ser obtida de forma direta ou indireta No pri meiro caso isso é feito a partir de placas fotovoltaicas que transformam a luz solar em eletricidade Já a forma indireta de obtêla depende da construção de usinas solares em áreas de grande insolação como as desérticas nas quais são instaladas centenas ou milhares de espelhos côncavos coletores solares direcionados para uma tubulação de aço inoxidável onde circula um tipo de óleo que é aquecido pelo calor concentrado do Sol O óleo aquece a água que circula em uma tubulação paralela a água vira vapor que irá mover as turbinas e acionar os geradores elétricos 2 a O modelo econômico atual está apoiado nas reservas de combustíveis fósseis que são poluentes e não renováveis os quais prejudicam o meio ambiente Essas reservas podem se esgotar no médio a longo prazo prejudicando a economia do mundo todo As fontes alternativas em sua maioria são renováveis diversificadas e de modo geral têm menor impacto sobre o meio ambiente b Resposta pessoal Os estudantes poderão citar a energia solar e a biomassa A energia eólica é depen dente das condições atmosféricas velocidade do vento do local em que vivem 3 Energia hidrelétrica impacto socioambiental na cons trução das usinas combustíveis fósseis não são reno váveis geram poluição atmosférica e aquecimento global energia nuclear risco de vazamento de material radioativo contaminação de populações próximas e distantes das usinas aquecimento da água dos mares e toxicidade dos rejeitos radioativos Conexão Química Césio 137 o acidente em Goiânia p 184 Se o tempo de meiavida do césio137 é de 30 anos e se são necessários no mínimo 10 meiasvidas para atingir níveis seguros de radioatividade então levaria cerca de 300 anos para que a radioatividade dos resíduos produzidos no acidente em Goiânia atingisse valores insignificantes Contraponto Energia nas indústrias e nos transportes p 185 1 A Fontes renováveis B Fontes não renováveis Enquanto a indústria conta com maiores possibilidades de utilização de fontes renováveis como a eletricidade lenha carvão vegetal bagaço da cana os meios de transporte ainda têm forte dependência dos combustíveis fósseis No setor de transporte a energia renovável é basicamente TSV2ManualParteEspecifica323384indd 358 300516 1456 359 derivada da biomassa como o etanol e biodiesel e de outros compostos de origem orgânica como o biogás 2 a A Transportes B Indústrias b 457 185 37 321 543 100 457 c 896 MtCO2eq 2219 180 1557 3956 4852 896 Compreensão e análise 2 p 187 1 A5 Petróleo e derivados B1 Biomassa da cana C6 Gás natural D2 Hidráulica e eletricidade E3 Lenha e carvão vegetal F7 Carvão mineral G4 Outras fontes renováveis H8 Urânio 2 O território brasileiro abriga diversas bacias hidrográ ficas cujos rios apresentam grande volume de água que corre por relevos acidentados Essas condições posicionam o país entre os de maior potencial hidre létrico do mundo 3 O custo elevadíssimo da construção e a pequena gera ção de energia o país possui opções mais baratas e de menor risco para a obtenção de energia Sugestões de atividades complementares Pesquisa Proponha uma pesquisa sobre a evolução dos meios de transporte no Brasil Ela deve ser feita pre ferencialmente com a participação do professor de História visando ao desenvolvimento de uma ativi dade interdisciplinar Organize a turma em grupos e oriente a pesquisa de modo que cada um aborde um meio de transporte diferente marítimofluvial ferroviário rodoviário e aéreo Depois de levantadas as informações oriente os grupos na sistematização e socialização do material coletado o que pode ser feito por meio da confecção de cartazes com ilustrações fotografias e mapas O resultado do trabalho pode ser afixado no mural da sala de aula ou da escola Debate Os estudos sobre fontes de energia podem ser finalizados por meio de um debate com os estudantes sobre os aspectos positivos e negativos de cada uma das fontes energéticas estudadas na unidade Enri queça o debate instigando os estudantes a discutir diferentes aspectos por exemplo a atual dependên cia global do petróleo as vantagens e desvantagens da energia hidráulica e dos biocombustíveis entre outros Durante o debate incentiveos a analisar a questão da energia elétrica no estado onde vivem principais fontes qualidade e preço do serviço etc e a refletir sobre a necessidade de diminuir o des perdício de energia elétrica destacando o que cada um pode fazer para atingir esse objetivo Pesquisa e trabalho de campo Sugira aos estudantes uma pesquisa sobre o cul tivo de canadeaçúcar no Brasil para a produção de álcool combustível visando conhecer os fatores que estimulam o avanço dessa atividade e as consequên cias socioambientais Oriente a pesquisa organizando os grupos e os encaminhamentos e fornecendo fontes em que podem encontrar material sobre o assunto Caso vivam em região produtora essa pesquisa pode ser complementada com um trabalho de campo nas áreas de cultivo eou nas usinas Nesse caso envolva os professores de outras disciplinas como História que poderá auxiliar na compreensão sobre o cultivo de cana no Brasil desde a época colonial até os dias de hoje e suas diferen ças e também sobre o Proálcool de Química que poderá complementar o tema por exemplo a partir da compreensão dos métodos de fertilização do solo e de Biologia que poderá aprofundar as temáticas sobre meio ambiente degradação e métodos de conservação associados ao cultivo de cana e bio tecnologia empregada no cultivo Entre os fatores de estímulo ao cultivo de canade açúcar está a utilização do bagaço para a geração de energia É importante nesse caso que os estudantes apontem a concessão de certificação de emissões de créditos de carbono pelo Mecanismo de Desenvolvi mento Limpo MDL Entre as consequências socio ambientais deverão destacar os problemas de saúde decorrentes da queima dos resíduos e a superexplo ração dos trabalhadores no corte Também é possível abordar a ampliação da mecanização no estado de São Paulo e a Lei que determina o fim das queimadas nas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 359 300516 1456 360 O trabalho de campo e o ensino A utilização do trabalho de campo como ins trumento didático não tem sido alvo de muitas reflexões Não deveria ser assim afinal todo professor de Geografia principalmente dos ensinos Médio e Fundamental já deve ter se irritado quando ouviu de seus estudantes ou dos professores de outras disciplinas que no dia tal não haveria aula porque tinha passeio marcado pelo professor de Geografia Será que de fato promovemos passeios Em uma das poucas contribuições para este debate Lacoste considera que a expedição exposição tem importante papel de formação dos estudantes de Geografia mas insuficiente pois não passa de iniciação à pesquisa O mesmo autor critica as excursões de ônibus nas quais os pro fessores nas diferentes paradas que previram no percurso fazem um discurso diante dos estudantes passivos LACOSTE Yves Pesquisa e trabalho de campo In Boletim AGBSP 1985 p 13 Para este autor os trabalhos de campo devem ser longos e contínuos marcados por caminhadas e convívio com a realidade o que torna caro e difícil de ser realizado em larga escala Não negligenciaremos as observações de Lacoste pois evidentemente um trabalho de campo em que se percorram rapidamente várias áreas se observem pontualmente diversos pro cessos geográficos e se converse superficial mente com vários atores sociais evidentemente não representa uma aprofundada pesquisa nem permite construir complexas teorias Porém não concordamos com a ideia de que sejam necessa riamente ocasiões em que os professores nas diferentes paradas que previram no percurso fazem um discurso diante dos estudantes passi vos Idem ibidem A nosso ver se essas excursões forem previa mente preparadas instigandose os estudantes a problematizar o que vão ver a preparar o que vão perguntar e refletir acerca do que vão observar podem representar uma importante contribuição para o processo de formação des tes como pesquisadores Um outro aspecto a ser considerado é o papel do trabalho de campo como momento de inte gração entre fenômenos sociais e naturais que se entrecruzam na realidade do campo Interessante apontar que tanto a produção do conhecimento geográfico que apresenta limitações advindas da dicotomia sociedadenatureza em função da verticalização dos pesquisadores nas dife rentes especialidades que compõem o escopo da Geografia quanto no campo do ensino a separação entre sociedade e natureza se cons titui num entrave para o desenvolvimento da Geografia Cabe destacar que tanto na realidade do campo quanto na teoria os aspectos sociais e naturais da realidade são indissociáveis Nesse sentido a elaboração de roteiros de campo com a preocupação de evidenciar os fenômenos sociais e naturais e principalmente a interação entre eles que modelam a superfície terrestre pode se tornar importante instrumento integrador na formação de novas gerações de geógrafos mais atentos às relações físicohumanas sem neces sariamente negligenciar o avançoverticalização das especialidades Tornase evidente que no âmbito do ensino também surgem necessidades em relação à arti culação de escalas de análise para visualização dos fenômenos já que muitos dos processos vis tosobservados no campo se complementam com outros processos operantes em distintas escalas espaçotemporais produzindo a realidade geo gráfica em questão Nas aulas de campo dedicadas ao estudo do meio físicobiótico é comum esse recurso de articulação de escalas do perfil do solo ao modelado do relevo da estrutura e com posição da vegetação à fisionomia da mesma do sistema encosta ou canal à bacia hidrográfica etc plantações de cana nesse estado A sistematização dos dados apreendidos ao longo da pesquisa e do trabalho de campo poderá ser feita por meio da apresentação de mapas mostrando por exemplo a evolução das áreas de cultivo de fotos alusivas ao trabalho envolvido de textossíntese e também de seminários O trabalho de campo é uma estratégia pedagó gica rica e de extrema importância para a compre ensão e significação dos conteúdos trabalhados em Geografia Seu sucesso no entanto requer ativida des a serem desenvolvidas com os estudantes antes durante e depois da ida a campo Para apoiálo na realização do trabalho de campo sugerimos a leitura do texto a seguir Além disso reco mendamos a leitura do texto Etapas na organização do estudo do meio da página 319 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 360 300516 1456 361 O sistema logstico e de transporte A infraestrutura de transportes de uma região tem importante papel no seu desempe nho dado que é condi ção básica para a reali zação de trocas econô micas entre locais dis persos espacialmente De acordo com Samii esta reflete o nível de atividade econômica de uma região contando aquelas regiões mais desenvolvi das com uma melhor infraestrutura de transportes Na verdade estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que as deficiências da infraestrutura dos países em desenvolvimento em especial da América Latina e Caribe dificultam o aumento das trocas comerciais destes países e segundo The World Bank a infraestrutura consti tui a principal restrição para um bom desempenho logístico nesses países Para identificar as melhorias necessárias em termos de infraestrutura de uma região é preciso compreender as trocas comerciais que acontecem nas chamadas redes ou seja conhecer a origem destino os volumes a natureza e o propósito dos movimentos Este constitui um dos aspectos de um planejamento de transportes o qual deve conside rar outros que se tornaram relevantes num novo contexto onde novas exigências são impostas pela competição mais intensa entre as diversas regiões O aumento significativo dos fluxos decorrente da globalização exige ampliação e melhoria da infraestrutura disponível para a realização das tro cas comerciais Mas as mudanças associadas a estes fluxos não se restringem a aspectos quantitativos Mudanças estruturais e operacionais também têm sido constatadas De acordo com Rodrigues et al29 2009 p 158 as mudanças estruturais envol vem os sistemas de manufatura e a geografia de produção enquanto as operacionais concernem principalmente ao transporte de carga e à geo grafia de distribuição A questão fundamental não mais reside na natureza origem e destino dos movimentos de cargas mas em como estas cargas estão se movimentando Os novos modos O texto a seguir aprofunda um pouco mais sobre a necessidade de uma boa infraestrutura de transportes para o desenvolvimento econmico de um pas No entanto quando se pretende ensinar Geogra fia não se deve fragmentar a realidade e esses aspectos devem se associar aos aspectos sociais na explicação da realidade Por fim destacamos ainda que a implemen tação de estações de monitoramento de campo sobre fenômenos operantes na superfície terrestre e que interessam à produção do espaço geográfico que como apontado anteriormente se configura numa importante ferramenta de acompanhamento das transformações socioambientais tem também forte implicação para o ensino da Geografia Em nosso entendimento a visita de campo nessas estações de monitoramento que produzem dados sobre a realidade e suas transformações pode ser vir para articular as teorias às práticas de campo voltadas ao ensino da Geografia ALENTEJANO Paulo R R ROCHALEÃO Otávio M Trabalho de campo uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado In Boletim Paulista de Geografia trabalho de campo São Paulo AGB jul 2006 p 6264 Debate Proponha aos estudantes um debate sobre opções energéticas para o Brasil Para isso os estudantes deverão pesquisar sobre as atuais matrizes energé ticas do país e também sobre outras possibilidades pertinentes Encaminhe o debate que deverá con templar as seguintes etapas argumentação sobre as vantagens das matrizes ou fontes energéticas contemporização sobre seus desafios e infra estrutura para manutenção ampliação ou implantação contraargumentação que deverá ser feita entre os grupos réplica de cada grupo Durante o debate você poderá fazer o papel de mediador A atividade pode ser utilizada como forma de avaliação dos conteúdos conceituais além de atitudinais Leituras complementares para o professor TSV2ManualParteEspecifica323384indd 361 300516 1456 362 de produção mudam concomitantemente com os também novos modos de distribuição o que torna as funções de produção distribuição e consumo difíceis de serem consideradas separadamente Parafraseando Abony et Van Slyke 201030 para que as empresas sejam competitivas inter namente e no mercado internacional requerse custos mais baixos permitidos por uma melhor infraestrutura adequada à oferta de um transporte multimodal além de empresas transportadoras competitivas procedimentos rápidos eficientes e transparentes nas fronteiras moderna tecno logia de informação e comunicação para atender às demandas logísticas mais sofisticadas mais curtos tempos de movimentação confiabilidade de entregas cuidado no manuseio dos bens cer tificações de qualidade segurança contra roubos e danos etc A maior complexidade do ambiente aliada à necessária consideração de uma gama mais ampla de aspectos no desenvolvimento de um plano de logística e transportes exige uma reflexão por parte dos responsáveis pela elaboração de um pla nejamento desta natureza 29 RODRIGUES JP COMTOIS C SLACK B The Geography of Transport Systems 2 ed Londres Routledge 2009 p 158 30 ABONY G VAN SLYKE D M Governing on the Edges Globalization of production and the Challenge to Public Administration in the TwentyFirst century Public Administration Review v 35 n 4 p 210232 Special issue dez 2010 LUNA Mônica Maria Mendes et al Planejamento de logística e transporte no Brasil uma análise dos planos nacionais e estaduais Disponível em httpnuresufscbr Acesso em mar 2016 Sugestões de livros sites e filmes Livros Energia e cidadania a luta dos atingidos por barragens De Dirceu Beninca São Paulo Editora Cortez 2011 A obra faz uma análise do modelo energético brasileiro e seus impactos socioambientais especialmente sobre os atingidos pela construção de hidrelétricas A energia do Brasil De Antonia Dias Leite Rio de Janeiro Lexikon 2014 A autora apresenta amplo e detalhado painel da evolução da energia no Brasil da situação atual e de cenários futuros discutindo as questões políticas em momentos do século XX que determinaram as escolhas das alternativas energéticas disponíveis e num capítulo à parte a interrelação entre energia e meio ambiente Transportes De Mirian Rejowski e André Milton Paolillo São Paulo Aleph 2002 O livro discute as vantagens e desvantagens de cada moda lidade de transporte seus custos formas de integração e interdependência oferta de serviços e equipamentos e a análise sobre a realidade brasileira Energia alternativa solar eólica hidrelétrica e de biocombustíveis De Marek Walisiewicz São Paulo Publifolha 2008 As diversas fontes de energias alternativas e as questões políticas econômicas e ambientais que envolvem os proble mas energéticos mundiais são aqui apresentadas e discuti das destacandose a importância da utilização de fontes de energia renovável como a hidrelétrica a térmica a eólica a solar a geotérmica o biocombustível e outras Sites Agência Internacional de Energia Atômica em inglês wwwiaeaorg Agência da ONU criada com o objetivo de estimular o uso pacífico da energia nuclear e controlar seu mau uso Agência Nacional de Energia Elétrica Aneel www aneelgovbr A Agência divulga seu trabalho e presta conta aos consu midores Apresenta o Atlas de energia elétrica no Brasil que contém mapas dados tabelas textos sobre as principais fontes de energia no país Agência Nacional de Transportes Aquaviários Antaq wwwantaqgovbr É a agência que realiza estudos de demanda de transporte e serviços aquaviários edita normas autoriza empresas de navegação projetos de investimentos construção e explo ração de terminais e fiscaliza o setor BP British Petroleum em inglês wwwbpcom O site é referência para levantamento de dados estatísticos sobre energia Apresenta relatórios atuais e infográficos ani mados sobre as diversas modalidades de energia Confederação Nacional do Transporte CNT wwwcntorgbr A CNT é uma confederação sindical patronal que repre senta empresas de transporte e transportadores autôno mos rodoviários ferroviários aquaviários aéreos urbanos e multimodal TSV2ManualParteEspecifica323384indd 362 300516 1456 363 Ministério de Minas e Energia wwwmmegovbr Neste site podem ser pesquisados os programas desen volvidos pelo Ministério e o balanço energético nacional que apresenta dados estatísticos atuais sobre o setor energético e de mineração Ministério dos Transportes wwwtransportesgovbr Informações atuais sobre os principais meios de transporte utilizados no Brasil O site apresenta clipes sobre alguns portos hidrovias ferrovias eclusas de Tucuruí e empresa de logística na área de transportes além de diversos mapas Petrobras wwwpetrobrascombr Dispõe de informações e dados atuais sobre a atuação da empresa Filmes Descaminhos De Cristiano Abud Brasil 2009 75 mim Em seis episódios o documentário viaja sobre os trilhos contado um pouco da história do meio de transporte ferro viário no Brasil Fields of fuel De Josh Tickell Estados Unidos 2008 90 min O documentário discute a necessidade urgente de se desenvolver fontes de energia renováveis num mundo dependente do petróleo Agentes da sociedade Jovens e mercado de trabalho p 188 Conexões Este projeto pode ser desenvolvido em conjunto com os professores de Matemática análise de dados em gráficos e mapas sobre o mercado de trabalho em espe cial para os jovens História a história das relações de trabalho no Brasil ao longo do tempo Sociologia o trabalho humano entendido como um processo entre natureza e pessoas aspec tos comportamentais da geração nemnem Língua Portuguesa elaboração de resumo Sugestão para o planejamento do projeto 1 aula apresentação da proposta contex tualização com os assuntos já estudados e orientação para a pesquisa e o resumo 1 semana pesquisa e resumo que devem ser feitos preferencialmente fora da sala de aula em casa na biblioteca 2 aulas análise e discussão dos resumos e orientações sobre a confecção do plano de ação e pesquisa 1 semana elaboração do projeto pessoal a ser realizado fora do horário de aula 1 aula finalização do projeto sob orientação do professor 2 aulas socialização das informações Um dos grandes anseios dos estudantes do Ensino Médio é inserirse no mundo do trabalho Este por sua vez tornase cada vez mais competitivo no contexto da globalização e do avanço do meio técnicocientíficoinformacional Assim é importante preparar os jovens para estarem em consonância com o avanço do conhecimento científico e tecnológico de modo articulado ao mundo do trabalho Nesse sentido propomos uma atividade em que os estudantes são convidados a fazer um plano para sua inserção no mundo do trabalho Entendemos porém que ninguém é mais habilitado que o pro fessor bem como a comunidade escolar e a família para conhecer seus jovens e a realidade em que vivem Assim é fundamental seu acompanhamento e orientação ao longo de todas as etapas do projeto A atividade proposta nesta seção diz respeito às aspirações de cada um dos jovens devendo portanto em muitos momentos ser desenvolvi do individualmente No entanto também é aconselhável que os estudantes compartilhem seus conhecimentos experiências e visões sobre o assunto ao longo da sua realização A primeira etapa por exemplo que visa recuperar as principais características da econo mia mundial atual por meio de um resumo pode ser feita em duplas ou pequenos grupos Se necessário peça que os estudantes retomem as principais carac terísticas do resumo gênero textual muito utilizado na rotina escolar que visa condensar coerentemente as informações essenciais de um texto Para sua reali zação os estudantes devem integrar conhecimentos de Língua Portuguesa sobre o tema Esta primeira etapa também oferece uma oportu nidade de retomar conteúdos já estudados sobre tudo o Capítulo 5 além de conteúdos que poderão ser trabalhados ao longo da atividade especialmente TSV2ManualParteEspecifica323384indd 363 300516 1456 364 o Capítulo 10 e o Capítulo 12 Para informações sobre as atualidades do país vale orientar os estu dantes a pesquisar temas apontados em jornais revistas e sites Durante sua realização procure auxiliálos na busca organização e compilação das informações promovendo ao final a socialização dos resultados da pesquisa Ao discutir os dados que mostram a situação de desemprego para os jovens brasileiros informe aos estudantes que a taxa de desemprego no Brasil é maior entre os jovens do que entre os adultos e maior que a média mundial É preciso considerar ainda que o desemprego entre jovens é agravado por variáveis como sexo e etnia sendo a desocupação de mulheres e negros jovens maior que a de homens e brancos jovens O tema mercado de trabalho para os jovens também é discutido na Unidade 3 do Volume 3 desta Coleção Se julgar conveniente apresenteo neste momento aos estudantes A integração com Sociologia para discutir o comportamento de muitos jovens conhe cidos como nemnem também pode enriquecer bastante o projeto Para justificar o aumento do desemprego entre jovens no Brasil e no mundo globalizado os estu dantes deverão mencionar as transformações socio econômicas vividas no país ao longo das décadas de 1980 e 1990 e também o contexto mundial Para isso será necessário relacionar o tema com o que foi estudado na Unidade 2 sobre as mudanças econômi cas provocadas pela globalização É importante eles perceberem que o crescimento da economia mundial não vem suprindo a demanda por empregos nem por melhores salários Dados do Banco Mundial apontam que neste início do século XXI mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo vivem abaixo da linha de pobreza ou seja com menos de US 125 por dia Outro motivo que poderá ser mencionado referese ao fato de os jovens no geral terem menos respon sabilidades que os adultos no cuidado com a família o que leva a uma demissão maior entre eles Entre as soluções para o problema do desem prego entre os jovens podese discutir a necessidade de políticas governamentais voltadas para melho rar o padrão de sua inserção no mundo do traba lho Durante a discussão estimule os estudantes a comentar ações conhecidas ou vivenciadas por eles que fomentem a solução desse problema que passa por dedicação nos estudos investimentos em educação e qualificação de jovens combate ao tra balho infantil redução da jornada de trabalho maior articulação entre ensino formal e técnico combate à evasão escolar entre outros Iniciativas públicas e privadas como ProJovem Senar Senat Senai e Sesc podem ser apresentadas aos estudantes É importante ampliar a discussão conversando com os estudantes sobre outros fatores que impactam na vida profissional além da qualificação Embora seja inquestionável que um maior número de estu dos e cursos contribuam para a empregabilidade e o sucesso profissional eles sozinhos não conseguem garantir uma vaga no mercado de trabalho Fatores como sexo aparência local de moradia redes de relações quem indica entre outros muitas vezes são decisivos Além disso há fatores mais amplos como a necessidade de o país precisar crescer economi camente tendo como elemento central a geração de trabalho e renda Isso precisa ser abordado pelos jovens de modo a não minar sua autoestima Para a elaboração do projeto pessoal dê um prazo aproximado de uma semana Organize uma aula para que eles possam trocar informações sobre o que descobriram a respeito de suas escolhas pessoais e também para que partilhem suas expectativas e seus temores em relação ao mercado de trabalho Quanto mais conhecimento sobre o curso e a profissão pre tendidos os estudantes tiverem mais facilidade terão em fazer o planejamento A atividade pode ser com plementada por exemplo com a pesquisa da relação candidatovaga nos cursos e faculdades pretendidos e da preparação para habilidades específicas como dominar outro idioma representar desenhar tocar um instrumento musical entre outras Oriente os estudantes a pesquisar nos sites de faculdades uni versidades e de orientação profissional Estimuleos a assistir a uma aula dos cursos que pretendem fazer Geralmente isso é possível nas universidades públicas Se achar conveniente auxilieos a contatar instituições e profissionais para agendar as visitas Os grupos de estudo e rodas de conversa também são indicados aos jovens mais interessados pois é uma oportunidade de troca de conhecimentos e fortaleci mento do sentimento de solidariedade Oriente cada etapa do projeto e avalie os estu dantes durante todo o processo nas dimensões conceituais procedimentais e atitudinais pro curando observar não apenas o empenho indivi dual mas também o desempenho dos grupos de trabalho A seguir indicamos uma sugestão de avaliação nessas três dimensões focando nos conteú dos conceituais da disciplina de Geografia Recomenda se no entanto que a avaliação seja feita em conjunto com os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto verificando se os objetivos propostos foram atingidos e considerandose as três tipologias de con TSV2ManualParteEspecifica323384indd 364 300516 1456 365 teúdos para isso é importante que os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto elenquem os conteúdos conceituais referentes a sua disciplina Sugestão para avaliação Conteúdos conceituais Compreende os desdobramentos do avanço do meio técnicocientíficoinformacional no mercado de trabalho mundial Identifica os países emergentes no contexto mundial contemporâneo Reconhece a nova Divisão Internacional do Trabalho nas relações entre os países Entende as características da economia mundial atual e a situação brasileira nesse contexto Conteúdos procedimentais É apto a fazer pesquisas de forma autônoma Consegue elaborar um resumo Obteve êxito na realização do traçado do plano de inserção no mercado de trabalho Conteúdos atitudinais É responsável em relação a prazos e com promissos assumidos com o grupo Valoriza a troca de conhecimentos e é soli dário com os colegas de classe U N I D A D E 4 ESPAÇO E PRODUÇÃO Esta unidade trata das relações entre espaço geo gráfico e produção de mercadorias com foco nas atividades industriais e agropecuárias analisando os efeitos socioambientais espaciais e econômicos dos avanços tecnológicos nessas atividades Ao longo da história os seres humanos assisti ram a processos que marcaram profundamente o espaço geográfico mundial decorrentes da Revolu ção Industrial Agrícola e Tecnológica Estas impac tam na vida da população mundial de forma direta assim como no ambiente em que vivem Essas questões permeiam os capítulos da uni dade em que são estudadas a indústria no mundo atual e no Brasil as tendências da agricultura mundial e as políticas agrícolas no mundo desenvolvido além do espaço agrário no mundo em desenvolvimento com destaque para o Brasil Conexão Mapeamento das atividades interdisciplinares Unidade 4 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 9 Divisão do trabalho Sociologia Divisão do trabalho produção econômica e seus reflexos nas sociedades humanas Especialização brutal A racionalização cruel sobre a especialização do trabalho 10 São Paulo Gazo Arte Movimento Modernista brasileiro Mulher proletária Língua Portuguesa Sociologia Gênero textual poema Papel da mulher na sociedade 11 Coexistência de lavouras milho transgênico e convencional Biologia Polinização Transgênicos 12 Fome Inglês Habilidades de leitura e compreensão do idioma em situações contextualizadas Eu sou roceiro Língua Portuguesa Gênero textual letra de música TSV2ManualParteEspecifica323384indd 365 300516 1456 366 CAPÍTULO 9 INDÚSTRIA NO MUNDO ATUAL Síntese e objetivos O espaço geográfico contemporâneo é resultado em grande parte das transformações ocorridas nas diferentes etapas da Revolução Industrial O objetivo deste capítulo é auxiliar a compreensão da relação entre o desenvolvi mento das forças produtivas bem como seus métodos e o espaço geográfico Dessa forma são trabalhados o conceito de indústria e a classificação de suas atividades Além disso tratamos da Revolução técnicocientífica do fordismo do taylorismo e do toyotismo e dos conceitos de justintime trabalho tecnologia e tecnopolo Com o estudo deste capítulo esperase que os estudantes adquiram as habilidades de analisar as profundas transformações espaciais decorrentes do processo de industrialização distinguir os tipos de indústria compreender as características da Terceira Revolução Industrial conhecer as diferentes fases do processo de desconcentração industrial possibilitado pelas novas tecnologias e decorrentes da necessidade de ampliação de mercados diferenciar os modelos de industrialização ado tados pelos países latinoamericanos e pelos Tigres Asiáticos conhecer e diferenciar as tecnologias de pro cesso de produção compreender as mudanças ocorridas na locali zação industrial e a regionalização da indústria no mundo considerando inclusive o papel dos países periféricos conhecer algumas das dificuldades e possibi lidades dos países em desenvolvimento inclu sive dos emergentes no contexto da indústria do mundo globalizado aprimorar a leitura de textos charges tabelas gráficos e mapas compreender e analisar criticamente a obsoles cência planejada refletindo sobre suas atitudes como consumidor reconhecer em seu próprio cotidiano os efeitos da intensa modernização Sugestões de respostas e comentários Contexto Em escala global p 191 1 China e Japão Localizamse na Ásia 2 Resposta pessoal Durante a troca de ideias espera se que os estudantes mencionem a desconcentração industrial ocorrida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial motivada pela busca por maiores lucros pelas multinacionais que passaram a procurar países onde a produção fosse mais barata e proporcionada pelo desenvolvimento tecnológico sobretudo nos setores de comunicação e transportes Embora a produção e a montagem dos produtos sejam feitas nos países em desenvolvimento o conhecimento e aporte tecnoló gicos estão concentrados nos países desenvolvidos o que lhes proporciona enormes lucros Ao final do estudo dessa primeira parte do capítulo retome com os estudantes essa questão de modo que eles próprios possam avaliar seus aprendizados sobre o assunto Conexão Sociologia Divisão do trabalho p 194 Para Durkheim a especialização resulta em interdepen dência das pessoas ou seja o que gera coesão entre as pessoas seriam ironicamente as diferenças entre as respectivas especializações Para Marx tarefas minucio samente especializadas requerem qualificação mínima e possibilitam melhor controle do processo de produção e a fácil substituição de trabalhadores tirando destes o poder em suas relações com os empregadores Conexão Sociologia Especialização brutal p 201 O texto mostra a que ponto chega a racionalidade do fordismo e do taylorismo A segmentação da produção atinge até mesmo os operários que têm consideradas apenas as partes ou funções de seu corpo diretamente implicadas na realização das tarefas no processo de produção da linha de montagem TSV2ManualParteEspecifica323384indd 366 300516 1456 367 Compreensão e análise 1 p 204 1 Relógio tablet automóvel indústria de bens de con sumo duráveis calça sapato e alimento industriali zado bens de consumo não duráveis avião indústria aeronáutica ponte indústria da construção civil navio indústria de construção naval 2 a Fordismo No sistema de produção fordista a merca doria era deslocada dentro da fábrica a cada etapa da produção e um operário especializado a realizava em determinado intervalo de tempo até sua finalização b Toyotismo O processo toyotista é flexível cada traba lhador pode ser aproveitado em diferentes funções segundo as necessidades A produção de diferentes modelos pode ser feita a partir de pequenas reestru turações da mesma fábrica com os mesmos equipa mentos utilizando recursos da microeletrônica da robótica e da informática Também há redução dos estoques pois as mercadorias são produzidas de acordo com a demanda justintime 3 Concentração da população nas cidades diversificação da economia com a multiplicação de atividades ligadas ao setor de serviços Revolução Agrícola migração campocidade a expansão dos meios de transporte e das rotas comerciais ampliação do fluxo de circulação de mercadorias no espaço nacional e mundial etc 4 Resposta pessoal Vantagens as inovações tornam cada vez mais eficiente e ágil a realização de diversas atividades cotidianas sem por exemplo a necessi dade de sair de casa trabalhar fazer compras efetuar pagamentos e transferências bancárias enviar mensa gens ter acesso a informações etc Desvantagens a produção de lixo resultante do descarte de produtos eletrônicos necessidades de consumo criadas pelas novas tecnologias boa parte da sociedade não tem acesso aos novos produtos 5 Os avanços tecnológicos nas áreas de transporte e telecomunicações tornaram possível a comunicação em tempo real pelo planeta permitindo às multinacionais a divisão do processo de produção em diversos países 6 Resposta pessoal Os teleportos também conhecidos por cibercidades ou portos de telecomunicações são constituídos por um conjunto de edificações equipados com sistemas de telecomunicação e de informática de alta performance Por um lado a estrutura dos teleportos somente se viabilizou com os avanços da telemática próprios da Terceira Revolução Industrial por outro empresas que se beneficiam de modo expres sivo dos teleportos surgiram no contexto dessa etapa do desenvolvimento industrial como as produtoras de softwares e de games ou apresentam sistemas de fun cionamento altamente informatizados e dependentes de enorme fluxo de dados e informações como os ban cos e seguradoras Há teleportos em todos os países de economia avançada e em diversos países emergentes e de menor desenvolvimento como Argentina Brasil Venezuela Paquistão e Filipinas São as capitais do Brasil que apresentam maior con centração de empresas que requerem estruturas com grande tráfego de informações e que dispõem também de conexão com banda larga redes de cabos de fibra óptica e recursos tecnológicos avançados nos setores de telecomunicações e de informática Em alguns esta dos brasileiros há também cidades médias e grandes além das capitais que propiciariam e requereriam a implementação de teleportos Leitura e discussão A China e seus desafios p 217 1 Mudança da ênfase nas exportações e no baixo custo incluindo prejuízos ambientais para a ênfase no con sumo interno e na sustentabilidade 2 Sim os dados apresentados apontam um crescimento no varejo aumento de 12 em 2014 especialmente no comércio eletrônico confirmando a maior ênfase ao consumo interno Olho no espaço Desconcentração e proliferação dos polos industriais p 222 1 a A primeira fase se deu com a industrialização dos países da América Latina e dos Tigres Asiáticos a partir do final da Segunda Guerra Mundial A segunda fase ocorre com a ascensão dos Novos Tigres e a maior industrialização de outros países asiáticos b Com o maior desenvolvimento das comunicações e dos transportes foi possível transferir a produção dos produtos para países onde a mão de obra é abun dante e mais barata onde há maiores incentivos governamentais à instalação de indústrias e menor regulamentação dos direitos dos trabalhadores e dos impactos ambientais favorecendo a atuação e o aumento dos lucros das multinacionais c Investindo em tecnologias de ponta melhorando a qualificação da mão de obra criando tecnopolos entre outros a exemplo do que vêm fazendo os Tigres Asiáticos a China e a Índia 2 A criação das Zonas Econômicas Especiais cidades escolhidas para serem centros industriais por meio de atração do capital externo parte de reformas eco TSV2ManualParteEspecifica323384indd 367 300516 1456 368 nômicas datadas da década de 1970 transformou a China no país de maior crescimento econômico nas últimas décadas O país dispõe de um parque industrial diversificado com indústrias tradicionais que fabricam bens de baixo índice tecnológico como têxteis e brinquedos mas também com indústrias de bens de alto índice tecnológico como as de com putadores e de aviões de grande competitividade internacional Apesar da carência de infraestrutura principal entrave ao desenvolvimento industrial indiano há algumas grandes indústrias estatais de refino de petróleo petroquímico e de alumínio Em Mumbai se loca lizam empresas da indústria cinematográfica No sul do território destacase a cidade de Bangalore tecnopolo que centraliza pesquisas de alta tecnologia associadas às indústrias aeroespacial e de satélites de aviões softwares supercomputadores e de bio tecnologia entre outras com mão de obra altamente especializada Isso aliado ao uso da língua inglesa por grande parte da população e ao crescimento do mercado interno indiano garante ao país a condição de polo industrial emergente 3 Custos de infraestrutura e de mão de obra mais baixos É importante ressaltar porém que na maior parte dos casos esse deslocamento é restrito às unidades de produção pois diversos outros setores das empresas industriais como marketing parte do administrativo e de pesquisa e desenvolvimento em geral continuam nos grandes centros ou muito próximos a eles Ponto de vista O segredo dos produtos feitos para não durar p 223 1 a É uma estratégia de marketing em que o fabri cante antes do lançamento do produto já prevê em quanto tempo ele ficará ultrapassado A indús tria acelera o fim dos ciclos dos produtos ou ser viços para aquecer a economia b Os estudantes deverão comentar os danos ambien tais atualmente a obsolescência planejada é considerada uma das principais responsáveis pelo aumento do lixo sobretudo o eletrônico a maior produção industrial leva à intensificação do uso de recursos naturais Além disso poderão comentar os prejuízos nas finanças e na vida pessoal visto que essa estratégia leva muitas pessoas a consumirem mais que o necessário prejudicando suas finanças pessoais e a se sentirem deprimidas ou diminuídas se não tiverem recursos para comprar novos produ tos ainda que seus antigos estejam em perfeitas condições de uso 2 Resposta pessoal Atualmente são várias as situações em que isso ocorre no cotidiano das pessoas levando em conta a grande quantidade de produtos eletrônicos que estão presentes nos lares celulares e suas baterias televisores computadores impressoras aparelhos de DVD e de som etc 3 Os estudantes deverão mencionar que antes de adqui rir qualquer produto os consumidores devem avaliar se realmente precisam dele e em caso positivo pes quisar as limitações e atualizações já previstas pelos fabricantes se há assistência técnica e se ela é van tajosa e qual é a opinião de outros consumidores que já adquiriram o produto Também podem manifestar sua insatisfação sobre a obsolescência planejada reclamando com os fabricantes Compreensão e análise 2 p 224 1 a Sun Belt localizado no sul e no oeste do país em uma faixa que vai do Atlântico ao Pacífico abriga empresas privadas do setor de informática e insti tuições de pesquisa governamentais e concentra diversos dos polos tecnológicos do país b Manufacturing Belt localizado na região dos Gran des Lagos e no nordeste dos Estados Unidos possui o principal centro siderúrgico e metalúrgico do país além de ser a região onde estão concentrados seto res industriais tradicionais abriga também alguns importantes polos tecnológicos relacionados à Ter ceira Revolução Industrial 2 Os keiretsus são redes fechadas de empresas cuja produção é destinada a uma empresalíder As inte grantes não podem fornecer a empresas que não façam parte do grupo Em alguns casos é permitido fornecer mercadorias a outras empresas desde que seja dada prioridade às da rede 3 Eram chamados de NICs Novos Países Industriali zados Esses países passaram por um processo de intensa industrialização a partir da década de 1950 É o caso do Brasil do México e da Argentina depois de 1950 e dos Tigres Asiáticos após 1960 4 A industrialização do Brasil da Argentina e do México obedeceu a uma estratégia de substituição de importações enquanto a dos Tigres Asiáticos estava voltada para a exportação 5 O modelo econômico adotado levou as exportações de produtos primários a diminuírem enquanto as exporta ções de produtos industrializados aumentaram 6 a Novos Tigres Argentina China e Índia TSV2ManualParteEspecifica323384indd 368 300516 1456 369 b O desenvolvimento de software em razão da pre sença de engenheiros especializados sobretudo em Bangalore e também a grande expansão do setor de serviços de telemarketing e call center em função do domínio da língua inglesa por grande parte da população da mão de obra barata CAPÍTULO 10 INDÚSTRIA NO BRASIL Síntese e objetivos O capítulo aborda o processo de industrialização no Brasil desde seus primórdios no final do século XIX passando pela política de substituição de importações adotada pelo governo Vargas sob os efeitos da crise mundial de 1929 a continuidade ao modelo dada pelos governos militares assim como os investimentos estatais e vultosos empréstimos no exterior gerando o milagre econômico do período 19691973 O capítulo prossegue na análise do processo de industrialização do Brasil até os dias atuais tratando das mudanças na conjuntura internacional como a primeira grande crise do petróleo 1973 a abertura do mercado brasileiro a partir da década de 1990 às importações e aos investimentos externos com o cená rio da guerra fiscal de disputas pela instalação de filiais das multinacionais os principais centros industriais e a desconcentração espacial das indústrias a desindus trialização também são temas principais deste capítulo A partir desse estudo os estudantes poderão adquirir as habilidades de conhecer o processo de industrialização bra sileiro e analisálo considerando a conjuntura internacional discutir o papel socioeconômico da mulher no processo de industrialização brasileiro con trapondoo com a situação das mulheres nos dias atuais compreender a questão da proteção à indús tria nacional durante a era Vargas e a ditadura militar analisar as consequências do milagre econô mico do período 19691973 na sociedade e na economia brasileiras conhecer os efeitos da globalização e da aber tura do mercado na indústria brasileira analisar a queda da participação industrial na economia brasileira entender a relação existente entre a guerra fiscal e a desconcentração espacial das indústrias e os interesses das multinacionais percebendo os efeitos sociais decorrentes disso ler e analisar gráficos apreciar textos literários relacionandoos aos contextos históricos e geográficos analisar criticamente notícias veiculadas pela mídia observando diferentes posicionamentos sobre um mesmo assunto investigar a realidade local no que diz respeito à atividade industrial Sugestões de respostas e comentários Contexto Industrialização brasileira p 225 1 É a que produz bens a partir da transformação de matériasprimas A indústria de transformação pode ser de bens de produção que produzem matérias primas para outras indústrias de bens de capital que produzem máquinas peças e equipamentos para outras indústrias ou de bens de consumo que pro duzem mercadorias duráveis e não duráveis para consumo direto Vale comentar com os estudantes que no gráfico só não foram computados os dados da indústria extrativa 2 O crescimento desta participação ocorreu a partir da década de 1950 especialmente acelerado no período do governo JK Juscelino Kubitschek e da ditadura militar No governo Sarney 1985 começou a declinar na última década de forma contínua Os estudantes deverão observar que em 2014 governo Dilma a par ticipação desse setor industrial no PIB foi de 106 a menor do período Informe os estudantes que esse processo chamase desindustrialização e que será abor dado neste capítulo TSV2ManualParteEspecifica323384indd 369 300516 1456 370 Conexão Arte São Paulo Gazo p 228 A obra de Tarsila revela a expansão da cidade de São Paulo na década de 1920 que começava a asseme lharse a outras metrópoles industriais daquela época Nela estão representados edifícios torres chaminés industriais e a presença do automóvel no cotidiano das grandes cidades Os elementos naturais na com posição da tela estão representados pontualmente e envolvidos pelas construções e invenções humanas No centro uma forma avermelhada indefinida con funde a realidade representada Pode ser um tanque de gasolina entre o automóvel e a palavra Gazo cujo significado não está explícito na tela Pode ser tam bém um esboço de uma figura humana representada na forma de um objeto Conexão Língua Portuguesa e Sociologia Mulher proletária p 230 1 Nessa época as mulheres em geral não ocupavam muitas posições no mundo do trabalho Sua função social restringiase aos cuidados com os filhos casa e marido a quem se submetiam Os versos do poema que poderão ser mencionados pelos estudantes são Mulher operária única fábricaque o operário tem fabrica filhos e Mulher proletária o operário teu proprietário 2 Muitas foram as conquistas femininas mas outras tan tas precisam ser atingidas Atualmente por exemplo há maior participação da mulher no mercado de traba lho mas seus salários são inferiores aos dos homens mesmo quando desempenham as mesmas funções Na Unidade 3 do Volume 3 desta coleção será discu tida a questão de gênero No entanto é possível nesse momento antecipar parte dessa discussão e sensibilizar os estudantes sobre a importância da participação social da mulher o potencial feminino no mercado de trabalho no Brasil as mulheres têm maior escolaridade que os homens a necessidade de homens e mulheres dividirem responsabilidades em casa seja com as finanças com os filhos e os serviços domésticos entre outros assuntos sobre o tema Compreensão e análise 1 p 235 1 Entre as décadas de 1930 e 1940 no governo Var gas a industrialização era apoiada pelo Estado e a maioria das empresas possuía capital nacional e dedicavase à produção de bens de consumo não duráveis Posteriormente Vargas investiu na indústria de base e extrativa fundamentais à formação de uma arquitetura industrial no país A partir do governo JK passaram a ser abertas ao capital estrangeiro com investimentos sobretudo nos setores de bens de con sumo duráveis como automóveis eletrodomésticos e artigos eletrônicos e exploração mineral O governo investiu em infraestrutura transportes indústria e geração de energia As indústrias nacionais con quistaram espaço principalmente nos setores mais tradicionais bens não duráveis e autopeças e na construção civil 2 Argumentos do governo as estatais eram deficitárias ineficientes e pouco competitivas dependiam de sub sídios do Estado e eram manipuladas por interesses políticos Com a privatização o Estado deixaria de investir nessas empresas e sua venda redundaria em receita extra para os cofres públicos que poderia ser aplicada na diminuição da dívida pública interna Além disso novas empresas significariam mais competição no mercado que estimularia a diminuição dos preços dos produtos Crticas a venda das estatais represen tou a desnacionalização da indústria e dos serviços no Brasil e não contribuiu para a redução da dívida pública Muitas empresas após a privatização redu ziram o número de postos de trabalho aumentando o desemprego no país As empresas do setor de energia elétrica não fizeram os investimentos exigidos 3 a O capital majoritário era nacional b O estado de São Paulo c Têxtil alimentícia de vestuário de calçados e bebidas 4 a Tratase do processo de descentralização industrial que se acentuou a partir da década de 1990 com a guerra fiscal Para atrair empresas industriais e gerar empregos estados e municípios passaram a oferecer vantagens fiscais além de terrenos e infraestrutura Somemse a isso a evolução das telecomunicações e dos transportes que amplia a liberdade das empre sas quanto à localização e a mão de obra mais barata fora dos grandes centros industriais que em conjunto reduzem custos de produção e ampliam lucratividade Mostre aos estudantes que apesar do processo de desconcentração industrial a indústria ainda está muito concentrada na Região Sudeste b As maiores taxas foram registradas nas regiões Norte multiplicou mais de sete vezes a sua parti cipação no valor da transformação industrial mais de 700 e a CentroOeste multiplicou mais de 4 vezes mais de 400 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 370 300516 1456 371 Olho no espaço Panorama dos tecnopolos no Brasil p 241 Esperase que os estudantes observem a maciça pre dominância desses empreendimentos tecnológicos nas regiões Sul e Sudeste e sua quase total inexpressividade nas regiões Norte e CentroOeste que até 2013 não contavam com tecnopolos em operação Já a Região Nordeste possui uma situação intermediária com a pre sença de 4 parques tecnológicos em operação Também é importante observarem que os parques científicos e tecnológicos encontramse em diferentes fases de desen volvimento projeto implantação e operação O número de parques científicos e tecnológicos em implantação evidencia que eles vêm se consolidando como ambientes onde a iniciativa privada tem buscado se instalar Cabe mostrar aos estudantes que dos 94 tecnopolos em suas diferentes fases 74 encontramse nas regiões Sudeste 39 e Sul 35 Contraponto Indústria teve aumento da produção em maio 2015 IBGE momento atual da indústria é pior que o da crise de 2009 p 242 1 O desempenho da indústria nacional em maio de 2015 2 A divulgação pelo IBGE do crescimento de 06 da produção industrial brasileira em maio de 2015 com parado a abril do mesmo ano 3 Sim o texto 1 procura amenizar o resultado da pesquisa discorrendo mais sobre os pontos positi vos trazidos por ela e mesmo amenizando os dados negativos que só são citados ao final do texto Já o texto 2 enfatiza os dados negativos da pesquisa Professor a atividade pode ser feita em duplas ou grupos maiores integrando conhecimentos de Língua Portuguesa Oriente os estudantes a observarem a fonte dos textos texto 1 retirado do site de infor mações do governo federal texto 2 retirado de um jornal de economia o público a quem são dirigidas e os recursos textuais utilizados título expressões enfoque nos dados etc Compreensão e análise 2 p 243 1 Os estados representados são São Paulo que conta com a participação de cerca de 25 da economia industrial na composição do seu PiB e Espírito Santo cuja economia industrial entra com cerca de 39 na formação do PiB do estado É importante informar aos estudantes que o Espírito Santo é o estado do Brasil que tem maior peso da indústria na composição da sua economia 2 Camaçari com um polo petroquímico e uma montadora de veículos e Aratu com uma usina siderúrgica 3 Resposta pessoal É importante auxiliar os estudantes sugerindo que entrevistem seus familiares e pessoas das suas relações indicandolhes fontes de pesquisa em níveis municipal e estadual como sites governa mentais e de sindicatos patronais 4 a No toyotismo pois fornecedores e empresa princi pal estão concentrados em um mesmo complexo automotivo garantindo eficiência e custos baixos sem acúmulo de estoques e maior agilidade no fornecimento de peças justintime b Ao processo de relativa desconcentração industrial no qual diversas indústrias automobilísticas não optaram pela região da Grande São Paulo para instalar novas unidades industriais c Porque se trata de um complexo que reúne diversas indústrias em uma área de 140000 m2 na qual se concentram a empresa principal e empresas fornecedoras e compradoras CAPÍTULO 11 AGROPECUÁRIA NO MUNDO ATUAL E AS POLÍTICAS AGRÍCOLAS NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS Síntese e objetivos Este capítulo trata da atividade agropecuária no mundo atual contextualizandoa historicamente com destaque para a Revolução Agrícola relacionada à Revolução Industrial a Revolução Verde e a biotec nologia São discutidas questões controversas sobre o agronegócio como o crescente uso dos transgênicos e a dominação econômica das grandes indústrias alimentícias Nesse contexto discutemse a questão da fome e os problemas ambientais em nível global Em contrapartida a essa discussão é abordado o desenvolvimento da agricultura orgânica O aspecto político que envolve a agropecuária é tratado na perspectiva da disputa de mercados em que os países desenvolvidos praticam o protecio TSV2ManualParteEspecifica323384indd 371 310516 1537 372 nismo e subsidiam sua produção e da estruturação de acordos no âmbito da OMC Nesse sentido são examinadas as políticas agrícolas dos Estados Unidos do Japão e da União Europeia e seus respectivos espaços agrários Com este estudo o propósito é oferecer as bases para que os estudantes adquiram as habilidades de conhecer as tendências da agropecuária no mundo considerando aspectos como produção e competitividade dos países compreender as Revoluções Agrícolas tendo em vista seu contexto histórico e político compreender os resultados insatisfatórios da Revolução Verde para alguns países que ado taram seus princípios considerar os aspectos positivos e negativos da biotecnologia distinguir a agropecuária orgânica da depen dente de insumos químicos e posicionarse criticamente em relação a ambas compreender conceitos como engenharia genética transgênicos e OGMs e posicionar se criticamente em relação aos transgênicos tanto no âmbito do cultivo como da comer cialização de produtos compreender e refletir sobre as relações entre os alimentos industrializados consumidos no dia a dia e as consequências socioambientais de sua produção ler e interpretar infográfico e mapa discutir de que maneiras as políticas agrí colas dos países desenvolvidos afetam a economia dos países em desenvolvimento refletir sobre a necessidade de garantir ali mentos para uma população mundial cada vez maior sem esgotar os recursos naturais Sugestões de respostas e comentários Contexto Pequenos prazeres grandes consequências p 244 1 Os estudantes poderão citar danos ambientais decorren tes sobretudo do desmatamento e da poluição por meio do uso intensivo de agrotóxicos fertilizantes químicos danos à saúde como as consequências causadas pelo uso de hormônios na criação de animais e de pesticidas e venenos químicos nos cultivos danos éticos pelos maustratos aos animais e danos sociais pela invasão de terras de povos tradicionais das florestas 2 Em razão da produção alimentar em escala industrial ocorrida após a Segunda Guerra Mundial A Revolução Verde empreendida pelos países desenvolvidos como uma estratégia de elevação da produção agrícola mun dial através de investimentos em tecnologias como o melhoramento de sementes irrigação fertilização do solo e a mecanização para o plantio e colheita 3 Resposta pessoal É possível que os estudantes refli tam que tal fato está mais relacionado à pobreza às condições de miséria associadas por sua vez à forte concentração da renda e das riquezas do que à falta de alimentos O encarecimento de alimentos básicos de consumo da população também é consequência do fato de parte das terras agrícolas serem destinadas à produção de fontes alimentícias para o gado e para a produção de biocombustíves Em muitos países em desenvolvimento parcela expressiva das terras é ocupada por culturas de exportação 4 Resposta pessoal A atividade visa levar os estudantes à autorreflexão e à consequente mudança para hábitos mais saudáveis para si e para o planeta Deixar que os estudantes respondam individualmente ou então que façam uma discussão coletiva sobre suas ideias Leitura e discussão Paraíso dos agrotóxicos p 247 1 Ele se refere ao custo para a sociedade como a intoxi cação dos trabalhadores e mesmo para quem consome os alimentos com agrotóxicos e ao dano ao meio ambiente Isso não está considerado no valor da soja e de outros cultivos cotados em bolsa de valores daí a ideia de externalidades negativas 2 Não pois o texto apresenta informações que dão conta de 24 substâncias ainda utilizadas no Brasil que já foram banidas em vários países desenvolvidos por conta de problemas que causam ao meio ambiente e à saúde da população TSV2ManualParteEspecifica323384indd 372 300516 1456 373 Conexão Biologia Coexistência de lavouras milho transgênico e convencional p 251 1 O fenômeno é a polinização O pólen transportado principalmente pelo vento pode provocar a fecundação de grãos transgênicos na lavoura tradicional ou seja a passagem do material genético de uma planta para outra A polinização do milho ocorre pela transferência de grãos de pólen dos órgãos reprodutivos masculinos antera da flor masculina aos órgãos reprodutivos femininos estigma 2 Resposta pessoal Esperase que os estudantes questionem se as distâncias estabelecidas são sufi cientes para impedir a polinização pelo vento pois ele pode ter alcance superior aos limites determi nados pela CTNBio Ao discutir a segunda questão podese informar aos estudantes que já ocorreram casos de contaminação no Brasil mesmo em cultivos que seguiram à risca as regras estabelecidas pela CTNBio Além disso ocorreram casos em que agricultores ao comprarem sementes convencio nais receberam também transgênicas Esse fato só foi constatado durante o cultivo Portanto a contaminação pode correr no comércio ou no transporte de sementes independentemente do controle do agricultor Olho no espaço Os OGMs no mundo p 253 1 Os países em desenvolvimento destacandose nesse grupo o Brasil 366 milhões de ha No entanto os Estados Unidos que pertencem ao grupo de países desenvolvidos é o país que possui a maior área com cultivo de OGMs no mundo 695 milhões de ha 2 Soja 81 algodão 81 milho 35 e canola 30 3 Os estudantes deverão perceber que a área cultivada com OGMs no país 366 milhões de ha é muito maior que a destinada a produtos orgânicos 493 milhões de ha Comente que grande parte da produção de OGMs tem como destino além da alimentação humana a indústria e a criação de animais Já a produção de orgânicos é des tinada exclusivamente à alimentação direta das pessoas Compreensão e análise 1 p 254 1 a Pontos negativos a Revolução Verde aumentou a dis tância entre os grandes e os pequenos agricultores porque estes não tiveram acesso a novas tecnologias devido aos custos de equipamentos fertilizantes e outros insumos que compunham os novos parâmetros de produtividade O aumento da produção provocou a redução dos preços dos produtos agrícolas para aqueles que tiveram acesso a novas tecnologias como os grandes agricultores tornando impraticá veis a concorrência e a sobrevivência no mercado de muitos pequenos agricultores obrigandoos a abandonar ou vender suas propriedades aumentando a concentração da propriedade da terra Além disso os países em desenvolvimento ficaram dependentes dos insumos produzidos pelos países desenvolvidos especialmente os Estados Unidos Pontos positivos aumento da capacidade produtiva em muitos países criando condições para alimentar cada vez mais um número maior de pessoas b Resposta pessoal Entre as sugestões os estudan tes poderão apontar as ações de responsabilidade do Estado priorizando o acesso dos pequenos proprietários a técnicas para melhorar sua produ tividade e créditos diferenciados melhoramento da infraestrutura para o escoamento da produção formação de cooperativas entre os pequenos e médios proprietários agrícolas 2 Assim como ocorreu com a Revolução Verde a pro dução das sementes transgênicas e de todo o pacote tecnológico que envolve o conjunto do processo produtivo da agricultura que utiliza os OGMs está concentrada nas grandes empresas multinacionais agroindustriais Além disso o custo desse pacote impossibilita o uso da tecnologia pelos pequenos agricultores e acentua a dependência tecnológica dos países em desenvolvimento em relação aos desenvolvidos 3 Nos países desenvolvidos os subsídios diminuem os custos e os preços praticados dos produtos agrícolas nos mercados interno e externo O protecionismo dificulta a concorrência dos produtos oriundos dos países em desenvolvimento no mercado dos países desenvolvidos 4 Resposta pessoal Para responder à questão é preciso orientar os estudantes a prestar atenção em sua própria alimentação nos rótulos dos produtos que consomem e também nas últimas notícias sobre o tema 5 Resposta pessoal É importante os estudantes diferen ciarem transgênicos de OGMs e listarem as vantagens e desvantagens em relação ao uso de cada um deles 6 a Utiliza métodos naturais para correção do solo e con trole de pragas Vantagens evita a degradação do solo a poluição de lençóis freáticos e cursos hídri cos e a destruição de espécies animais e vegetais não trazendo danos aos seres humanos e reduzindo TSV2ManualParteEspecifica323384indd 373 300516 1456 374 os impactos no ambiente Desvantagens a produ tividade é menor que na agricultura convencional e o preço dos produtos é mais elevado b Resposta pessoal Um dos fatores que limitam o acesso aos produtos elaborados de forma orgâ nica com métodos naturais é o preço uma vez que são mais caros que os demais produtos da agricultura que utiliza insumos químicos Outro é o mercado com oferta e distribuição ainda limitadas Ponto de vista Como alimentar 9 bilhões de pessoas sem destruir o ambiente p 259 1 Lançamento de gases de efeito estufa pela digestão do gado e em plantações de arroz de óxido nitroso oriundo dos campos cultivados e de dióxido de car bono pelo desmatamento para novas áreas agropas toris Além disso contribui para a perda de biodi versidade por conta dos desmatamentos para novas áreas utiliza grandes quantidades de reserva de água doce e é um dos maiores poluidores das águas por meio de fertilizantes e agrotóxicos 2 O aumento da população e a redução da pobreza mundial 3 O agronegócio com suas modernas técnicas agropecuá rias e a agricultura orgânica que traz menos prejuízos socioambientais 4 Não Os cinco pontos elencados trazem ideias e avan ços obtidos tanto na agricultura moderna como na agricultura orgânica Compreensão e análise 2 p 260 1 Tratase de um mecanismo de proteção aos agricultores da União Europeia criado em 1962 e mantido até hoje com algumas alterações Inclui taxação comum dos produtos importados subvenção à produção comuni tária e subsídios à exportação 2 A agricultura estadunidense é organizada em green belts cinturões agrícolas nos quais predominam determinados produtos adaptados às condições cli máticas ao solo e ao mercado A política é marcada pelo protecionismo e amplos subsídios governamentais aos agricultores nacionais 3 A proximidade dos grandes centros urbanos situa dos no nordeste dos Estados Unidos Lembrar que essa localização estratégica é uma característica da pecuária intensiva e da produção de laticínios em praticamente todos os países do mundo 4 Em função do espaço restrito à produção agropecuária e em parte ocupado por relevo montanhoso a produção é pouco diversificada e insuficiente fazendo o país ter de importar muitos produtos mesmo com emprego de tecnologia avançada nos cultivos e na criação de animais 5 Um dos princípios básicos do neoliberalismo defendido pelos países desenvolvidos é a não intervenção do Estado na economia Entretanto o que se tem obser vado no setor agropecuário desses países e mesmo em alguns outros setores é a prática dos subsídios estatais para proteger a produção nacional 6 Entre os fatores econômicos é possível destacar os avanços tecnológicos na produção de insumos agrí colas inclusive máquinas e equipamentos modernos desenvolvidos para o setor e as técnicas que aumen taram a produtividade Entre os naturais o solo o Clima Temperado e amplos trechos de áreas planas Os subsídios oferecidos aos agricultores juntamente com uma política de proteção contra a concorrência externa favorecem a competitividade dos agricultores da União Europeia CAPÍTULO 12 ESPAÇO AGRÁRIO NO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO E NO BRASIL Síntese e objetivos O capítulo traz um panorama das questões agrá rias e das atividades agropecuárias nos países em desenvolvimento Nesse contexto destaca a contra dição existente entre o potencial de produção agrícola no planeta e a existência de milhões de pessoas em situação de fome ou má nutrição Além disso é apresentado um contraponto entre a subalimentação e as culturas de exportação abordandoas pelas especificidades da situação do continente africano Também são tratados temas como concentração de terras monoculturas de exportação mecanização e agricultura de jardinagem TSV2ManualParteEspecifica323384indd 374 300516 1456 375 O Brasil tem destaque especial no capítulo São abordados o agronegócio e sua importância no conjunto da economia brasileira a relação entre a agropecuária e a indústria a produção agrícola e as características gerais da pecuária A questão fundiária no Brasil analisada sob uma perspectiva histórica permite a compreensão dos grandes problemas ainda presentes no espaço rural brasileiro como a grande concentração de terras a desigualdade social e consequentemente a perma nência de conflitos sociais e econômicos O estudo deste capítulo propicia aos estudantes a possibilidade de adquirir as habilidades de avaliar o espaço agrário no mundo em desen volvimento a partir da sua inserção no comércio internacional compreender algumas questões agrícolas e agrárias na África e na América Latina à luz da colonização e da concentração de terras herdada desse processo bem como as deter minações das políticas adotadas relacionar o modelo de produção agropecuária atual a problemas ambientais compreender as características e o avanço do agronegócio no Brasil conhecer os principais produtos agrícolas do Brasil relacionar a estrutura fundiária no Brasil às leis que a consolidaram compreender as disparidades entre grandes e pequenos agricultores a questão dos trabalha dores rurais semterra e suas reivindicações relacionar a reforma agrária com geração de renda e emprego posicionarse em relação à função social da terra e aos movimentos pela reforma agrária do passado e do presente analisar e posicionarse diante da estrutura fun diária brasileira Sugestões de respostas e comentários Contexto Agronegócio p 261 a A soja b O gráfico mostra que o crescimento da produção foi muito mais acentuado do que o da área cultivada c Café soja e milho d A canadeaçúcar cujos principais derivados são o açúcar e o etanol Conexão Inglês Fome p 263 1 Com licença Precisarei disso para fazer meu carro funcionar ou Com licença Vou precisar disso para abastecer meu carro 2 O autor faz uma crítica ao destino da produção agrícola que em grande parte em vez de priorizar a alimentação da população segue para a produção de combustível Compreensão e análise 1 p 268 1 Esperase que os estudantes mencionem que não basta o continente ter terras disponíveis Para desenvolver uma agricultura produtiva na África são necessários melhor distribuição dessas terras dando oportunidades aos pequenos agricultores e investimentos em tecno logia para vencer os desafios naturais e aumentar a produtividade Além disso esperase que mencionem os cuidados necessários ao meio ambiente e à saúde humana Por outro lado grandes extensões dessas terras aráveis têm sido adquiridas por empresas estran geiras A China lidera esse movimento formado por países como Índia Brasil Japão e outros Há objeções a esses projetos sob a alegação de não contemplarem maior estímulo à produção nativa local de provoca rem impactos ambientais e afetarem negativamente a população africana 2 Tratase da agricultura de jardinagem É um método tradicional de cultivo que exige trabalho minucioso praticado principalmente em pequenas propriedades e que absorve grande número de trabalhadores Ape sar da baixa mecanização utiliza insumos agrícolas adequados e possui elevada produtividade 3 a A produção agropecuária moderna na China ampliou os problemas ambientais no país superando os gerados pela atividade industrial b Contaminação da água na China c O uso de menos insumos químicos na agropecuária TSV2ManualParteEspecifica323384indd 375 300516 1456 376 Conexão Língua Portuguesa Eu sou roceiro p 276 1 Os trabalhadores rurais sem terra A omissão do Estado em relação ao trabalhador rural a esperança por uma reforma agrária sucessivamente frustrada a descrença no trabalho dos políticos 2 Este país é do tamanho de um continente mas não tem terra para o homem da mão grossa Resposta pessoal Promova uma discussão com os estudantes observando se apresentam argumentos para seu ponto de vista 3 Respostas possíveis Me falta terra falta casa e falta pão Só tenho a enxada e o título de eleitor Sou brasi leiro só na hora de votar Resposta pessoal Sugerese discutir com os estudantes o conceito de cidadania plena que envolve direitos políticos direito ao voto a escolher seus representantes a candidatarse a um cargo político civis direito à liberdade à escolha de um emprego ao pensamento autônomo e livre e sociais direito a educação saúde segurança sanea mento além dos deveres Comente que ser cidadão é conquistar esses direitos e cumprir os deveres Ponto de vista A atual complexidade da reforma agrária p 277 1 Historicamente o Brasil possui imensos latifúndios e uma imensa população rural que é alijada do direito à terra agravando problemas sociais no campo e na cidade e conflitos entre trabalhadores sem terras e latifundiários Atualmente porém somase a esses aspectos o avanço dos latifúndios sobre áreas quilom bolas indígenas e de proteção ambiental em razão do desenvolvimento do agronegócio que se fundamenta em grandes extensões de terra 2 A desapropriação da terra a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos saudáveis e de qualidade Além do direito constitucional à terra e da superação dos problemas históricos trazidos pela má distribuição da terra como diminuição da desigual dade social alívio da pressão causada pela migração campocidade e diminuição dos conflitos garantiria a preservação das áreas ambientalmente protegidas e das indígenas quilombolas e de outros povos tradicionais proporcionaria a produção de alimentos mais saudá veis melhorando a qualidade de vida da população e também garantindo a soberania do país uma vez que boa parte das sementes usadas atualmente são OMGs produzidos por multinacionais Compreensão e análise 2 p 278 1 É um sistema em que a agricultura é parte de uma cadeia produtiva formada por dezenas de elos ou agentes econômicos integrados por diversos meca nismos como cooperativas associações parcerias contratos Além das atividades agrícolas o agro negócio reúne as indústrias de insumos adubos fertilizantes agrotóxicos de alimentos e os setores de distribuição e comercialização O agronegócio no Brasil com elevada produtividade o coloca entre os mais competitivos do mundo 2 a Tratase de uma agricultura moderna e mecanizada b A região é a Mapitoba nome resultante do acrônimo criado pela junção das siglas dos quatro estados em que está inserida Maranhão Piauí Tocantins e Bahia Apresenta condições naturais semelhan tes às do CentroOeste como o clima quente o Cerrado o relevo plano e os solos ácidos O relevo plano permitiu a elevada mecanização das ativida des agrícolas nessa região 3 De acordo com a tabela o maior número de estabeleci mentos é formado por pequenas propriedades 8459 do total No entanto elas ocupam uma área reduzida do total da área ocupada pelos estabelecimentos rurais 1598 No outro extremo uma minoria de estabe lecimentos 162 ocupa mais da metade da área total 5234 Esses dados demonstram a excessiva concentração da propriedade da terra no Brasil Sugestões de atividades complementares Pesquisas A seguir são indicados alguns temas aborda dos na unidade que podem ser aprofundados pelos estudantes por meio de pesquisas Os temas podem ser apresentados à turma deixandoa decidir sobre aqueles que lhe parecem mais interessantes O trabalho industrial na Era da Informação Solicite aos estudantes que coletem informa ções sobre o mercado de trabalho na indústria brasileira observando o número de ofertas o tipo de especialização exigido e a média sala rial A pesquisa pode ser feita individualmente ou em grupos com base em classificados TSV2ManualParteEspecifica323384indd 376 300516 1456 377 de empregos de sites e jornais O objetivo é colocar os estudantes em contato com as possibilidades exigências e limitações do mercado de trabalho na área industrial Após colhidos os dados eles devem ser tabulados para possibilitar uma visão panorâmica do mercado de trabalho na indústria brasileira É possível também construir um infográfico que poderá ser exposto na sala de aula ou em outras dependências da escola Essa pesquisa poderá ser utilizada ainda como um comple mento da atividade sugerida na seção Agentes da sociedade sobre o tema Jovens e mercado de trabalho veja página 363 deste manual Profissões industriais do presente e do pas sado Oriente os estudantes a entrevistar anti gos e novos operários de um tipo específico de indústria Podem ser familiares conheci dos ou mesmo profissionais de alguma indús tria do município onde vivem O objetivo é verificar se as profissões que eles exerciam são encontradas atualmente no mercado de trabalho e se as que exercem hoje em dia já existiam no passado e nesse caso quais de suas características permaneceram ou se alteraram Esse trabalho pode ser feito com o acompanhamento do professor de Histó ria de modo que os estudantes percebam as mudanças e permanências ao longo do tempo e suas implicações para a vida em sociedade Organize a atividade e oriente os estudantes para a realização das entrevistas Indústria nos Estados Unidos no Japão e na União Europeia Proponha aos estudantes uma pesquisa sobre as principais características de alguns tipos de indústria desses importantes centros industriais da atualidade O objetivo é aprofundar os conhecimentos sobre o que produzem quais os sistemas de produção e o contexto político e econômico dessas regiões na atualidade visando compreender sua posição destacada no cenário mundial Proponha que as pesquisas sejam feitas cole tivamente Durante sua realização avalie os estudantes nas dimensões conceituais proce dimentais e atitudinais Principais empresas ligadas ao agronegócio no Brasil Oriente a pesquisa de modo que os estudantes conheçam aspectos como a origem do capital o ramo de atividade o nível de produção o destino principal da produção a situação dos trabalhadores as relações com o meio ambiente Como sistematização das pesquisas os estudantes podem elaborar um relatório a partir dos dados selecionados por toda a turma A contribuição do trabalho dos afrodescen dentes na indústria brasileira Muito se fala sobre a força do trabalho afrodescendente nas primeiras atividades econômicas rea lizadas no Brasil mas pouco se comenta sobre a sua contribuição no início da indus trialização do Brasil Solicite aos estudantes uma pesquisa sobre o tema que pode ser mais bem aproveitada se feita com o auxílio do professor de História Para subsidiar a abordagem do tema sugerimos a leitura do seguinte texto De escravos a operários Um marco no processo de industrialização do país a história da empresa revela um lado pouco conhecido do mundo do trabalho no Bra sil na primeira metade do século XIX o fato de que boa parte de nossos primeiros operários não foram imigrantes europeus como a historiogra fia tradicional sobre o tema costuma afirmar mas sim africanos livres que chegaram ao Brasil após a primeira tentativa de proibição do tráfico negreiro no país Essa mão de obra começou a se formar a partir da aprovação da lei de 7 de novembro de 1831 que transformava em crime o comércio de escra vos africanos para o Brasil e garantia a liberdade a todos os cativos que entrassem no país a partir daquela data A lei no entanto não pegou Edi tada para responder à pressão do Império Britâ nico que na época combatia o tráfico negreiro no Atlântico a medida virou letra morta e deu origem à expressão para inglês ver Em vez de diminuir o comércio de africanos no Brasil aumentou e se transformou em contrabando No entanto apesar de pouco efetiva e cons tantemente burlada a lei obrigou o Estado TSV2ManualParteEspecifica323384indd 377 310516 1537 378 brasileiro a se ocupar dos africanos que chega vam de forma clandestina ao país Como essas pessoas eram oficialmente cidadãos livres os que não caíam em redes clandestinas e acaba vam reescravizados de forma ilegal passaram a formar uma nova categoria de trabalhadores de acordo com a legislação não eram cativos mas estavam inseridos em um sistema que girava em torno do trabalho obrigatório No caso brasileiro quem se enquadrava nessa situação passou a ser chamado de africano livre De acordo com a lei de 1831 homens e mulhe res contrabandeados depois daquela data deveriam ser reexportados para a África Até que isso acon tecesse cabia ao governo manter esses estrangei ros respeitando a liberdade deles e fazendoos prestar serviços sob as ordens de senhores de terras ou como empregados de órgãos da própria administração pública Foi assim que muitos des ses negros recémchegados ao país acabaram se tornando operários em São Paulo Não se sabe ao certo quantos africanos livres vieram parar na província mas conhecemos os locais onde eles passaram a trabalhar a ser viço do governo local na capital se ocupando da manutenção de edifícios e espaços públicos como o Jardim da Luz e no interior como empregados da Fábrica do Ipanema da colônia militar de Itapura e dos projetos de constru ção e reparo de estradas como a de Cubatão Entre esses vários empreendimentos que usaram mão de obra de africanos livres a Fábrica do Ipa nema é um dos mais interessantes pois revela um capítulo desconhecido da formação da classe operária brasileira Instalada em 1811 próxima ao morro do Araçoiaba onde desde o século XVI se extraía ferro a fábrica começou a receber africanos livres quando era dirigida pelo alemão João Bloem em 1834 Major do Exército brasileiro pelos ser viços prestados ao Império durante a Guerra de Independência no Pará Bloem passou mais de um ano visitando siderúrgicas europeias entre 1837 e 1838 Na volta trouxe do Velho Continente trabalhadores especializados nos processos pro dutivos muitos dos quais se tornaram empregados na Fábrica do Ipanema ao lado de brancos pobres presos sentenciados africanos livres escravos e técnicos que já trabalhavam no local Nessa época o número de funcionários da fábrica aumentou Em 1837 a siderúrgica con tava com 169 empregados 121 escravos e 48 africanos livres 30 homens e 18 mulheres Quatro anos depois o contingente de escravos havia diminuído mas fora amplamente compen sado pelos africanos livres e presos sentenciados 45 livres 9 guardas municipais 88 escravos 33 crioulos 42 presos e 104 africanos livres além de 5 crias das africanas viviam na Ipanema totalizando 312 trabalhadores Escravos e africanos livres participavam do processo produtivo direto As listas nominais dos trabalhadores demonstram por exemplo que Francisco angola trabalha nas fundições dos fornos altos Braz benguela era ferreiro e que outros trabalhavam como carreiros carpinteiros torneiros pedreiros e moldadores Graças ao tra balho desses homens saíam das forjas de Ipanema moendas de cana serras moinhos máquinas e ferramentas agrícolas eixos rodas pregos muni ções e objetos de uso doméstico como panelas castiçais e peças decorativas além de peças avul sas encomendadas por clientes abastados RODRIGUES Jaime De escravos a operários História Viva Disponível em www2uolcombrhistoriaviva Acesso em fev 2016 Debate Proponha aos estudantes um debate sobre a posi ção do Brasil em relação à biossegurança ao cultivo e ao consumo de transgênicos A atividade pode ficar mais interessante se organizada de maneira interdis ciplinar unindo em um mesmo evento os professores de Biologia eou Química Solicite previamente uma pesquisa sobre o tema e acompanhe os estudantes auxiliandoos na medida da necessidade Ao longo do debate incentive os estudantes a discutir a posição do governo brasileiro diante dos interesses das multinacionais Estudos do meio A seguir são feitas duas sugestões de estudo do meio que podem ser utilizadas como forma de apro fundamento e de avaliação dos conteúdos trabalha dos na unidade Avalie qual das duas é mais viável e pertinente à realidade de sua turma e elabore uma programação de modo integrado com professores de outras disciplinas como História e Sociologia para sua realização Para auxiliálo na preparação da atividade sugerimos o texto sobre estudo do meio e trabalho de campo Etapas na organização do estudo do meio na página 319 deste manual TSV2ManualParteEspecifica323384indd 378 300516 1456 379 Visita a uma indústria da região para obser vação das condições de trabalho e do uso de tecnologia Entre as possibilidades de encami nhamento do estudo sugerimos a Levantamento junto ao setor de Recursos Humanos número de funcionários quantos do setor administrativo e quantos da linha de produ ção medidas de prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais política da empresa em relação à seleção dos funcionários preferências de ordem de valorização da experiência profissional escolaridade residência próximo ao local de traba lho entre outros b Entrevista com um dos diretores do setor de produção sobre o avanço tecnológico auto mação e informatização em geral histórico da empresa tradição escolha da localização há quantos anos está em funcionamento qual sua situação no ranking brasileiro de produção polí tica de qualidade etc concorrentes e mercado atingido pela empresa c Observação da linha de produção dos recursos utilizados se os operários usam equipamento de proteção individual EPI se há avisos e sinalizações de segurança no ambiente de trabalho etc d Entrevista com alguns operários sobre o que fazem postos de trabalho hierarquia na empresa suas necessidades e dificuldades etc Assentamento da reforma agrária Oriente os estudantes para que façam o levantamento histórico da conquista dos assentamentos incluindo origem dos assentados movimento do qual participaram formas de luta tempo que se levou do início do movimento até a con quista da terra problemas com a Justiça etc Se possível organize uma entrevista coletiva com algum organizador do assentamento para que os estudantes consigam informações sobre o tipo de cultivo feito no assentamento o porquê da opção por esse tipo de cultivo características do solo clima relevo mercado consumidor como é feita a comercialização da produção se existem cooperativas como funcionam se recebem ajuda do governo quais as perspec tivas de desenvolvimento da produção Os estudantes também podem entrevistar os jovens assentados buscando levantar informações sobre a educação das crianças e dos jovens se exis tem rádios comunitárias e como elas funcionam como se dá a construção de moradias quais são as opções de lazer e as perspectivas de futuro Ainda a propósito do encaminhamento do estudo do meio lembrando seu resultado final a elaboração de um relatório enfatizamos aspectos que deverão ser previamente considerados para facilitar sua rea lização veja o texto abaixo Relatório de trabalho de campo A elaboração de um relatório de trabalho de campo embora seja uma tarefa que se consolida ao final do trabalho deve ser concebida antes mesmo de começálo de forma a garantir que nenhuma informação se perca Inicialmente é importante que se tenha muito claro o objetivo do trabalho e os fatos ou fenômenos a serem observados ainda que o campo sempre nos reserve surpresas O planejamento do trabalho de campo e a reflexão sobre os aspectos relevantes a serem observados orientarão a obtenção de informações e facilitarão a posterior elaboração da redação do relatório Como normalmente esses relatórios são elabo rados em grupo é importante dividir tarefas de modo a assegurar o registro e a organização das informações pois dificilmente uma informação perdida é passível de ser resgatada O registro fotográfico das paradas do percurso e das ativi dades o registro fonográfico ou videográfico de um depoimento uma cena ou de outros fatos o manuseio de instrumentos específicos para a obtenção de dados altimétricos clinométricos coordenadas temperaturas horários todas essas tarefas podem ser divididas entre os componen tes do grupo No entanto todos devem registrar suas anotações por escrito no caderno pois o que um sujeito observa não é o mesmo que o outro observa Cada observador é um sujeito com experiências valores interesses e conhecimentos diferenciados o que torna cada observação sin gular Desta forma as diferentes anotações serão complementares entre si Se em campo o profes sor pedir que os estudantes observem uma mesma paisagem nenhum relato será igual ao outro Um poderá valorizar mais a vegetação outro mais o relevo outro ainda o gado as casas as nuvens o movimento dos veículos VENTURI L A B Org Praticando a Geografia técnicas de campo e laboratório em geografia e análise ambiental São Paulo Oficina de Textos 2009 p 225 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 379 300516 1456 380 Leitura complementar para o professor A reordenação territorial do campo e as alterações na fronteira A forte concen tração industrial e metropolitana de São Paulo articula hoje praticamente quase toda a produção agrí cola brasileira São Paulo sedia não só a bolsa de cereais ofi cial como também sua similar clandestina a bolsinha na região da rua da Cantareira próximo ao Mercado Central da cidade Além dessas duas São Paulo conta também com a bolsa de mercadorias e futuros que atua forte mente no mercado das commodities mercado rias tais como soja boi gordo etc Se não bastassem essas duas bolsas capazes por si sós de centralizar na metrópole paulistana a principal parte da comercialização dos produtos de origem agrária do país em São Paulo encontra se também a principal unidade de comercializa ção de produtos hortifrutigranjeiros do país o Ceagesp Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo Nesse entreposto formase praticamente a base de todos os preços nacionais desses produtos conferindolhe capaci dade de centralização e decisão sobre esta parcela da produção agrícola Assim São Paulo articula ambas as produ ções capitalista e camponesa no campo bra sileiro Essa articulação faz com que o país vá criando áreas de certas especializações do ponto de vista produtivo As regiões da Grande São Paulo Campinas Jundiaí e a porção sul da região de Sorocaba têmse especializado na produção hortifrutigranjeira São áreas produtoras de verduras legumes morango uva pêssego caqui cebola tomate etc cultivados sobretudo por unidades camponesas de produção articuladas no passado por grandes cooperativas como a Cooperativa Agrícola de Cotia e a Sul Brasil que foram à falência A Coopercotia foi também responsável pela expansão das culturas de frutas no Nordeste bra sileiro mamão no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo melão uva e manga nos vales do Açu Rio Grande do Norte e do São Francisco Bahia e Pernambuco mamão papaia na Ama zônia Além disso atuou no setor de produção de soja na região de Barreiras no oeste do Estado da Bahia Cabe salientar que parte dessa produção está voltada para a exportação Também em decorrência da ampliação do mer cado interno somada à industrialização da fruta o abacaxi passou a ser cultivado em várias partes do país Às regiões tradicionalmente produtoras de BauruMarília SP vêm sendo somadas novas áreas produtoras no Triângulo Mineiro norte de Minas e Agreste paraibano Com isso criouse um mecanismo de rodízio em seu calendário anual de modo a produzila o ano todo Estimulado igualmente pelo mercado interno e externo estruturouse no oeste catarinense noro este do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná uma das mais importantes áreas de produção aví cola e suína do país A ação articulada de empresas como a Sadia e a Perdigão tem expandido essas ati vidades criatórias através do mecanismo chamado integração com a finalidade de se abastecerem de matériaprima industrial para a fabricação de embutidos Atualmente a avicultura expandiu suas atividades para o Mato Grosso do Sul e para Goiás e Mato Grosso A necessidade da produção do álcool carbu rante incentivada pelo Estado via Proálcool fez com que a área de cana fosse também ampliada grandemente no país A implantação de destila rias não só intensificou a cultura nas áreas tra dicionais como introduziua em novas áreas que vão até a Amazônia A ação do Estado através da política de incen tivos fiscais para a silvicultura também contri buiu para alterar em várias áreas do país o uso da terra Assim a expansão da indústria de papel e celulose e de derivados da madeira foi estimu lada a reflorestar vastas áreas com Pinus e euca lipto principalmente nos Estados de São Paulo Paraná Espírito Santo e Bahia Essa atividade também chegou à Amazônia brasileira através do Projeto Jari onde se produz pasta de celulose da Gmelinea e do Pinus caribea Mas é no Espírito Santo e no sul da Bahia que estão as maiores áreas reflorestadas com eucalipto do país nessa região estão também uma grande indústria Aracruz Celulose e um porto especializado na exporta ção do produto Portocel Neste texto o autor expõe a importância da metrópole de São Paulo na articulação da produção agrícola brasileira Trata ainda da expansão da atividade pecuária e da influência que o uso do solo tem nos fluxos migratórios brasileiros O texto pode auxiliálo ao longo do Captulo 12 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 380 300516 1456 381 A ação do Estado na articulação e formação de grandes cooperativas no Sul do Brasil via polí tica de cooperativismo abriu a possibilidade de expansão da cultura da soja no planalto meridio nal brasileiro Rio Grande do Sul Santa Catarina Paraná e Mato Grosso do Sul têm hoje grandes produções desse produto destinado principal mente à exportação e cultivado em rodízio com o trigo Este também tem sua expansão ligada às políticas governamentais de estímulo ao plantio cujo objetivo é diminuir a sua importação Assim o binômio sojatrigo marca sobremaneira essa por ção do território brasileiro É importante salientar também que a soja é responsável pela transforma ção radical do cerrado brasileiro tendose expan dido para novas áreas produtoras nos Estados de Mato Grosso Rondonópolis Diamantino Tangará da Serra Sorriso e Barra do Garça Goiás Jataí Rio Verde etc Bahia Barreiras Tocantins For moso Maranhão Balsas etc No entanto é a pecuária bovina que mais se tem expandido pelo território brasileiro nas últimas décadas Essa atividade tem hoje áreas de especialização como a bacia leiteira do vale do Paraíba paulista e fluminense e sul de Minas e a área de engorda invernada da pecuária de corte no oeste do Estado de São Paulo Mas essa atividade expandiuse por todo o país tendo inclusive transformado áreas tradicionais como o Sertão e o Agreste nordestinos Essa expansão atingiu igualmente a Amazônia brasileira em decorrência das políticas de incentivos fiscais promovidas pela Sudam a partir de 1966 Assim grupos empresariais do CentroSul do país pau listas principalmente investiram em projetos agropecuários no Pará Mato Grosso Maranhão Tocantins Rondônia e Acre A implantação da pecuária de corte na Amazônia é a responsá vel direta pela devastação florestal da região bem como por grandes fraudes na aplicação dos incentivos fiscais Estudos realizados pelo Ipea Instituto de Pesquisa Econômica Apli cada órgão do Ministério de Planejamento do governo federal demonstraram que apenas 25 desses incentivos foram efetivamente aplicados na região No entanto a floresta foi derrubada para a formação de pastos o que é importante ressaltar se tem mostrado inadequado ecológica e economicamente Além dessas atuações do Estado no reorde namento territorial da produção agrícola cabe lembrar as políticas governamentais voltadas para a colonização da Amazônia Através delas o Incra Instituto de Colonização e Reforma Agrá ria implantou projetos de colonização oficial na região da Transamazônia Marabá Altamira em Rondônia Ariquemes Jaru Ouro Preto do Oeste JiParaná Cacoal Presidente Médici Pimenta Bueno etc e Mato Grosso Lucas do Rio Verde Terra Nova Guarantã do Norte Gru pos privados e particulares estimulados tam bém por essas políticas implantaram projetos de colonização particulares principalmente em Mato Grosso Em decorrência desses projetos privados surgiram cidades como Sinop Colíder Sorriso Nova Mutum Alta Floresta Água Boa Canarana etc A presença desses projetos e as transformações pelas quais o campo vem passando nos últimos anos têm sido responsáveis pela intensificação e pelo redirecionamento dos fluxos migratórios para o CentroOeste e principalmente para a Amazônia abrindo dessa forma novas fronteiras agrícolas no território brasileiro Essas transformações estão na base dos processos de luta pela terra desenca deados no campo Os movimentos sociais têmse intensificado nos últimos anos a luta pela reforma agrária temse ampliado chegando às grandes cidades do país OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de Agricultura brasileira transformações recentes In ROSS Jurandyr L Sanches Org Geografia do Brasil São Paulo Edusp 2011 p 518522 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 381 300516 1456 382 Sugestões de livros sites e filmes Livros A história da luta pela terra e o MST De Mitsue Morissawa São Paulo Expressão Popular 2005 Aborda a historicidade da luta pela terra e mais especifi camente as lutas brasileiras Traz temas como a estrutura agrária as políticas públicas e o surgimento dos diversos movimentos camponeses Qualidade ambiental e adensamento urbano De João C Nucci São Paulo Humanitas 2001 O livro trata da preservação do meio ambiente rural e sua correlação com a cidade Geografia do Brasil De Jurandyr L Sanches Ross Org São Paulo Edusp 2011 Aborda diversos temas de Geografia Física Humana e Eco nômica desenvolvendo análises sobre questões ambientais geopolíticas urbanas demográficas com destaque para o espaço geográfico brasileiro Há três capítulos pertinentes aos temas desenvolvidos nesta unidade são eles O espaço industrial brasileiro A inserção do Brasil no capitalismo monopolista mundial e Agricultura brasileira transforma ções recentes Questões nacionais e regionais do território brasileiro De Márcio Rogério Silveira Lisandra Pereira Lamoso e Paulo Fernando Cirino Mourão Org São Paulo Expressão Popular 2009 Apresenta textos de diversos especialistas que analisam aspectos fundamentais do ordenamento e reordenamento do território brasileiro na perspectiva geoeconômica Sites Banco Mundial wwwworldbankorgptcountrybrazil Apresenta dados estatísticos sobre economia e desen volvimento análises sobre infraestrutura relatórios de desenvolvimento econômico e social de diversos países do mundo Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação FAO em inglês wwwfaoorg Fornece dados estatísticos e análise sobre agricultura pesca nutrição transgênicos desenvolvimento sustentável programas empreendidos pela FAO e outros Comissão Pastoral da Terra CPT wwwcptnacionalorgbr A Comissão Pastoral da Terra é uma entidade que luta pelos direitos humanos e pelo direito à terra O site acompanha as lutas no campo a situação da reforma agrária no Brasil e outros temas atuais Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento wwwagriculturagovbr O site apresenta os planos e programas de governo para o setor agropecuário incluindo legislação dados estatísticos artigos etc Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa wwwembrapabr Vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abasteci mento a Embrapa desenvolve tecnologias e dá apoio técnico ao pequeno e ao grande agricultor Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra MST wwwmstorgbr No site do MST é possível encontrar a história e as con quistas do movimento e entendêlo em toda a sua amplitude que ultrapassa a luta pela terra envolvendo direitos humanos projetos culturais educacionais etc Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra wwwincragovbr O Incra é o principal organismo governamental responsável pela reforma agrária e por projetos de colonização O site pos sibilita acessar dados oficiais sobre reforma agrária agricultura familiar e outros projetos de desenvolvimento agropecuário Filmes Bela noite para voar De Zelito Vianna Brasil 2009 87 min Drama biográfico o filme permite discutir algumas carac terísticas do governo JK incluindo o Plano de Metas que visava acelerar o crescimento econômico brasileiro por meio sobretudo das indústrias Linha de montagem De Renato Tapajós Brasil 1982 90 min As greves dos metalúrgicos o movimento sindical da região do ABC paulista e a repressão policial às manifestações dos operários da indústria são os temas deste filme TSV2ManualParteEspecifica323384indd 382 300516 1456 383 ABSABER Aziz Nacib O que é ser geógrafo memórias profissionais de Aziz AbSaber Rio de Janeiro Record 2007 ALENTEJANO Paulo R R ROCHALEÃO Otávio M Trabalho de campo uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado In Boletim Paulista de Geografia trabalho de campo São Paulo AGB jul 2006 ARAÚJO Ulisses F Temas transversais e a estratégia de projetos São Paulo Moderna 2003 BARBER Benjamin R Jihad x McMundo Rio de Janeiro Record 2004 BARROS Geraldo SantAna de Camargo In DELFIM NETTO Antônio Coord O Brasil no século XXI São Paulo Saraiva 2011 CACETE Nuria Hanglei PAGANELLI Tomoko Iyda PONTUSCHKA Nídia Nacib Para ensinar e aprender Geografia São Paulo Cortez 2007 CALLAI Helena Copetti A formação do profissional de Geografia Ijuí Editora Unijuí 2013 CASTELLAR Sônia Org Educação geográfica teorias e práticas docentes São Paulo Contexto 2005 CAVALCANTI Lana de Souza Cotidiano mediação pedagógica e formação de conceitos uma contribuição de Vygotsky ao ensino de Geografia In Cadernos Cedes n 66 Campinas 2005 Geografia e práticas de ensino Goiânia Alternativa 2002 COELHO Luciana Folha de SPaulo Caderno Ilustríssima 5 ago 2012 p 8 FONSECA Selva Guimarães Caminhos da História ensinada 5 ed Campinas Papirus 1993 GOMES Paulo César da Costa CORRÊA Roberto Lobato CASTRO Iná Elias de Org Geografia conceitos e temas 3 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2007 HARVEY David Condição pósmoderna São Paulo Loyola 1993 KOZEL Salete MENDONÇA Francisco Org Elementos de epistemologia da Geografia contemporânea Curitiba Editora UFPR 2009 LACOSTE Yves Geografia do subdesenvolvimento Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1990 LEFEBVRE Henri Critique de Ia Vie Quotidienne II Paris Arche 1961 LUNA Mônica Maria Mendes et al Planejamento de logística e transporte no Brasil uma análise dos planos nacionais e estaduais In XXV Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes Belo Horizonte 2011 Disponível em httpnuresufscbr Acesso em mar 2016 MARINHEIRO Vaguinaldo Entrevista com Don Tapscott Folha de SPaulo Caderno Mercado 12 jul 2012 p B7 MENDOZA Josefina Gómez et al Org El pensamiento geográfico estudio interpretativo y antología de textos de Humboldt a las tendencias radicales Madri Alianza 1982 MORAES Antonio Carlos Robert Org Ratzel São Paulo Ática 1990 Nova Escola ed 256 out 2012 Edição especial n 14 OLIVEIRA Marcio Piñon Geografia e epistemologia meandros e possibilidades metodológicas Revista de Geografia v 14 p 153164 São Paulo Unesp 1997 PONTUSCHKA Nídia Nacib OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de Org Geografia em perspectiva São Paulo Contexto 2002 RAFFESTIN Claude Por uma Geografia do poder São Paulo Ática 1993 RATZEL Friedrich Le sol la société et lÉtat LAnnée Sociologique 18981899 1900 Völkerkunde LeipzigViena Bibliographisches Institut 1894 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 383 300516 1456 384 REGO Nelson SUERTEGARAY Dirce HEIDRICH Álvaro Org Geografia e educação geração de ambiências Porto Alegre Editora da UFRGS 2000 RIFKIN Jeremy La fin du travail Paris La Découverte 1997 ROCHA Genylton Odilon Rêgo da A trajetória da disciplina Geografia no currículo escolar brasileiro 18371942 São Paulo Pontifícia Universidade Católica 1996 Tese de mestrado RODRIGUES Jaime De escravos a operários História Viva Disponível em www2uolcombrhistoriaviva Acesso em fev 2016 SANTOS Milton Atlas Nacional do Brasil Rio de Janeiro IBGE 2010 Como você conceitua as noções de urbanização e metropolização entrevista Revista Caramelo São Paulo Grêmio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP 1994 Técnica espaço tempo globalização e meio técnicocientífico internacional São Paulo Edusp 2008 SOJA Edward Geografias pósmodernas a reafirmação do espaço na teoria social crítica Rio de Janeiro Jorge Zahar 1993 SOUBEYRAN Olivier Imaginaire Science et Discipline Paris Harmattan 1997 TUAN YiFu Topofilia um estudo da percepção atitudes e valores do meio ambiente São Paulo Difel 1980 VENTURI L A Bittar Org Praticando a Geografia técnicas de campo e laboratório em Geografia e análise ambiental São Paulo Oficina de Textos 2005 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 384 300516 1456 GEOGRAFIAV2PNLD2018capa professor caracterizadoindd 2 5516 928 AM O setor industrial corresponde a atividade econômica que consiste na transformação de matériaprima em produtos sendo considerada como essencial para desenvolvimento de um país afinal gera empregos e impacta diretamente o PIB A saber o histórico do setor inicia com a Primeira Revolução Industrial entre os séculos XVIII e XIX período em que se começou a utilizar a força humana máquinas e energia para meios produtivos o que colaborou para expansão de mercado e ampliou a capacidade produtiva e econômica Entretanto apesar da industrialização ser importante pilar econômico é necessário compreender outros princípios que elegem o setor como de extrema importância para a sociedade De início é importante compreender que quando um país é industrializado ele tende a ter uma economia mais equilibrada afinal há maiores investimentos nessa áreao que colabora para aumento gradativo da produção gerando mais empregos e consequentemente renda Ou seja a industrialização compõe o importante circulo sócioeconômico por conta da geração de empregos aumento do consumo interno desenvolvimento tecnológico e crescimento da economia como um todo De acordo com informações publicadas pelo SENAI o setor industrial está entre os que mais crescem em pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria CNI Entretanto a crise econômica decorrente do novo corona vírus colaborou para o desenvolvimento de desindustrialização queda em produção consumo e importação Tais problemas colaboram para o desandar da economia brasileira e mundial sendo necessário propor modificações objetivando reconstrução do mercado Diante do que foi exposto fica claro que é necessário ter em mente a importância das aplicações no setor objetivando recuperarse dos estragos feitos pelo vírus e retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social Para isso devese aplicar políticas públicas de reparação financeira focadas no setor industrial objetivando retomada do crescimento

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Recomendado para você

O Trabalho Precarizado: Avanços e Desafios no Mundo Contemporâneo

2

O Trabalho Precarizado: Avanços e Desafios no Mundo Contemporâneo

Redação

IFF

Redação sobre a Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han e Exploração Individual

2

Redação sobre a Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han e Exploração Individual

Redação

IFF

Texto de pré-visualização

Ao longo da história ocorreram diversos proces sos que transformaram a relação dos seres humanos com a natureza provocando alterações no espaço geográfico o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais a Revolução Industrial com as fábricas a urbanização e as vias para o escoamento da produção a Revolução Tecnológica em curso envolvendo novos produtos novas formas de produzir e comercializar mercadorias industriais e agrícolas e de gerar serviços Tudo isso vem pro vocando alterações na oferta e no acesso a bens de consumo e a serviços No entanto parcela expressiva da população mundial está excluída dos benefícios gerados por essas transformações Nesta unidade você vai explorar as principais características do processo de industrialização no mundo e no Brasil os tecnopolos que se destacam na atualidade e as questões sociais e ambientais decorrentes dessas transformações Também vai conhecer os aspectos da produção agropecuária que cada vez mais é impactada pela mecanização e pela biotecnologia Vai ver ainda as diferenças entre a agropecuária em países mais e menos desenvolvidos Pesquisadora manipula amostra de muda de cana desenvolvida em laboratório em Piracicaba SP 2015 A pesquisa procura desenvolver etanol mais eficiente e cana transgênica para o mercado de consumo MOACYR LOPES JUNIORFOLHAPRESS ESPAÇO E PRODUÇÃO U N I D A D E 4 190 TSV2U4CAP09190224indd 190 170516 1945 INDÚSTRIA NO MUNDO ATUAL 9 C A P Í T U L O Em escala global O mapa abaixo mostra onde estão localizados os principais fornecedores de matériasprimas e com ponentes e também os responsáveis pela montagem dos produtos computadores smartphones tablets tocadores de áudio portáteis etc de uma multinacional estadunidense Observe No site China File site em inglês há uma versão interativa desse mapa Caso julgue interessante indiquea aos estudantes wwwchinafilecom Acesso em fev 2016 1 De acordo com o mapa quais são os principais fornecedores dessa empresa estadunidense Em que conti nente eles se localizam 2 Embora essa empresa esteja sediada nos Estados Unidos seus produtos são fabricados ao redor do mundo todo O que você sabe sobre esse modo de produção e organização da atividade industrial na atualidade Troque ideias com um colega e registrem suas conclusões para serem retomadas ao final do estudo da pri meira parte deste capítulo OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO MERIDIANO D E GREEN WICH TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCERR O DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO RR C PR O RR C PR O O OCEANO PACÍFICO OCEANO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO CCCCÍ CÍ IC I 0 0 CÍRCULO P OLAR AN TÁRTIC O CÍR ÍÍ CULO POLAR Á RTI T CO EQUADOR 2 1 1 1 1 1 1 1 3 3 3 3 5 5 5 12 4 4 73 334 131 36 34 20 14 5 13 23 1 17 1 73 334 Principais fornecedores 2013 131 20 MÉXICO CHINA TAIWAN CINGAPURA BRASIL ESTADOS UNIDOS ALEMANHA FRANÇA JAPÃO N 0 2570 km Mundo localização dos principais fornecedores e montadores de uma multinacional estadunidense 2013 Fonte Apple Disponível em wwwapplecom Acesso em out 2015 DACOSTA MAPAS 191 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 191 170516 1945 1 IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE INDUSTRIAL A indústria1 moderna surgiu com a produção fabril inaugurada pela Revolução Industrial que trouxe como principais inovações o uso de máquinas e a divisão do trabalho No longo processo que se seguiu até os dias atuais a atividade industrial passou a utilizar tecnologias cada vez mais sofisticadas como robôs e equipamentos de alta precisão A industrialização não provocou mudanças apenas na forma de produção ela também proporcionou a urbanização atraindo mão de obra e ampliando as cidades física e demogra ficamente tendo muitas se tornado centros econômicos importantes grandes transformações urbanas com a multiplicidade de serviços que carac terizam a cidade atualmente e o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação que interligam todo o espaço mundial o aumento da produção agrícola graças à mecanização das atividades de criação plantio e colheita e ao uso da tecnologia figura 1 e de insumos de origem industrial novos modos de vida hábitos de consumo e profissões e outra organização da sociedade As atividades industriais que ocorrem no interior das fábricas desdobramse em outras atividades como a produção e a extração de matériasprimas o transporte a propaganda a comercialização dos produtos e o descarte de resíduos Figura 1 A industrialização desencadeou não apenas grandes alterações no espaço urbano mas também no rural O uso de maquinários e de insumos cada vez com mais aporte tecnológico vem aumentando a produtividade e os lucros sobretudo dos agricultores que dispõem de dinheiro para investimento Na imagem drone sobrevoa cultivo de trigo para pulverizar inseticidas em Bazhou China 2015 CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL As indústrias podem ser classificadas em extrativa extração de recursos naturais de origens diversas principalmente de minerais e de transformação produção de bens a partir da transformação de matériasprimas De acordo com a finalidade dos bens produzidos as indústrias de transformação podem ser divididas em 1 Caracterizase por indústria toda atividade produtiva de transformação de matériasprimas nos mais variados produtos Dessa forma considerase desde o processo de produção artesanal até o de produção fabril LEITURA Espaço e indústria Ana Fani A Carlos Contexto 2000 Analisa a expansão e a ocupação do espaço geográfico pelas indústrias Insumo Elemento que faz parte do processo de produção de mercadorias ou serviços como máquinas equipamentos e matériasprimas YAN ZHIJIANGXINHUAAFP 192 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 192 170516 1945 indústrias de bens intermediários ou bens de produção produzem maté riasprimas como alumínio metalúrgica aço siderúrgica derivados de petróleo petroquímica e cimento que serão utilizadas por outras indústrias na fabricação de produtos indústrias de bens de capital2 produzem máquinas peças e equipamentos para outras indústrias indústrias de bens de consumo produzem mercadorias para consumo direto Podem ser duráveis móveis aparelhos eletrônicos eletrodomésticos automóveis computadores e não duráveis alimentos bebidas medicamentos cosméticos vestuário calçados As atividades industriais podem ainda ser classificadas de acordo com o setor de atuação Exemplos indústria da construção civil construção de edifícios usinas para produção de energia pontes etc indústria da construção naval produção de navios indústria aeronáutica construção de aviões indústria bélica produção de armamentos tanques navios e aviões de guerra 2 PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Primeira Revolução Industrial foi marcada pela invenção da máquina a vapor em 1769 e sua incorporação às fiações e às tecelagens dando impulso à produção industrial Os trabalhadores foram concentrados num mesmo local de produção a fábrica e consolidouse a relação de traba lho assalariado Leia o Entre aspas da próxima página O navio e a locomotiva a vapor revolucionaram os meios de transporte e contribuíram para a expansão das atividades industriais e dos mercados para seus produtos As fábricas foram instaladas próximo às minas de carvão fonte de energia utili zada na época para mover as máquinas A industrialização ampliou a divi são do trabalho dentro da unidade de produção a fábrica e no interior da sociedade de cada país Ao mesmo tempo estabeleceu a Divisão Inter nacional do Trabalho DIT entre os países industriais e as regiões forne cedoras de matériasprimas agrícolas e minerais veja figura 2 2 As indústrias de bens de produção e de bens de capital são denominadas em conjunto indústrias de base A respeito da consolidação do capita lismo e da DIT é importante orientar os estudantes a retomarem os conteú dos trabalhados no Capítulo 5 Figura 2 Desde sua origem o capitalismo é um sistema econômico internacional Com a Revolu ção Industrial ficou demarcada uma clara DIT na qual os países industrializados exportavam seus pro dutos para regiões sem manufaturas e estas forneciam matériasprimas para eles Ainda que com as especificida des de cada época essa DIT está vigente até os dias atuais WIL SO N J ORG E FI LHO FO TOM ON TAG EM CO M WIL HEL M P ETE R H JUL A W EAV ING MI LL 188 78 CO LEÇ ÃO PRI VAD A E CA RLO S J ULIÃ O MIN ERA ÇÃO DE DI AM AN TES M INA S G ER AIS C 17 70F UN DAÇ ÃO BIB LIO TEC A N ACI ON AL 193 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 193 170516 1945 Sociologia Divisão do trabalho O conceito de divisão de trabalho é usado sobretudo no estudo da produção econômica Na sociedade de caçadorescoletores por exemplo as divisões do trabalho são relativamente simples uma vez que não é muito grande o número de tarefas a serem feitas Em comparação sociedades industriais as têm extremamente complexas principalmente porque a capa cidade de produzir um vasto excedente de alimentos permite que a maioria das pessoas se entregue a uma grande variedade de tarefas que pouco têm a ver com as necessidades da sobrevivência Da forma exposta pela primeira vez por Émile Durkheim 18581917 sociólogo francês as diferenças na divisão do trabalho afetam de forma profunda aquilo que mantém coesas as sociedades Com divisões de trabalho simples a coesão social baseiase principalmente nas semelhanças das pessoas entre si e no fato de terem um estilo de vida comum Com as divisões de trabalho complexas porém ela tem por fundamento a interdependência que resulta da especialização Num sentido irônico as diferenças são o que nos mantém unidos A divisão do trabalho figura também com destaque no estudo da desigual dade social Do ponto de vista marxista das teorias do filósofo alemão Karl Marx 18181883 o capitalismo utiliza uma divisão do trabalho complexa para controlar melhor os trabalhadores O trabalho é dividido em grande número de tarefas minuciosamente especializadas que requerem apenas o mínimo de treinamento e qualificação Esse fato permite aos empregadores monitorar e controlar o processo de produção e substituir sem dificuldade os trabalhadores o que os priva de poder em suas relações com os patrões JOHNSON Allan G Dicionário de Sociologia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1997 p 77 Comente as visões dos pensadores Durkheim e Marx em relação à especialização do trabalho decorrente do capitalismo industrial Da produção artesanal à divisão do trabalho Se antes o artesão dominava o conhecimento de todo o processo de produção de uma mercadoria com a industrialização cada trabalhador pas sou a executar apenas uma parte dele ficando o controle de todo o processo nas mãos do dono da fábrica Este também era o dono das máquinas e pagava ao trabalhador pelo tempo dedicado ao trabalho A acumulação de capital pelos proprietários permitiulhes fazer investimentos em maquinários e apri moramento das técnicas de produção Xilogravura representando operários em fábrica de Sheffield Reino Unido 1866 GRANGERDIOMEDIA FILME As consequências da Revolução Industrial De Simon Baker Jonathan Hassid Billie Pink Reino Unido 2003 174 min Retrata as mudanças ocorridas nas relações sociais em função da invenção da máquina a vapor e do surgimento dos conceitos de linha de produção e de divisão do trabalho no século XVIII O germinal De Claude Berri França 1993 160 min A Revolução Industrial promoveu uma série de mudanças políticas econômicas e sociais O filme enfoca as severas transformações sociais impostas pelo modo de produção capitalista abordando as relações de trabalho e as lutas de classe 194 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 194 170516 1945 Com a Revolução Industrial o capitalismo avançou de modo expressivo As altera ções introduzidas no processo produtivo refletiramse na organização da sociedade nas relações entre regiões distantes e entre o campo e a cidade e na acelerada urbanização Com o capitalismo industrial os papéis econômico e político das cidades tornaramse mais evidentes Ao mesmo tempo a Revolução Industrial promoveu uma Revolução Agrícola com a produção de máquinas e insumos para a atividade rural a modificação do sistema de propriedade e a organização do trabalho no campo3 As mudanças na agricultura estenderamse por toda a Europa Porém do mesmo modo que amplia ram a produtividade da terra expulsaram grande quantidade de pessoas das áreas rurais Essa população dirigiuse para as áreas urbanas tornandose mão de obra abundante e barata para os estabelecimentos industriais Os que permaneceram no campo passaram a produzir bens para o abastecimento das cidades ou matériasprimas para as indústrias O trabalho agrário tornouse cada vez mais especializado e menos direcionado à subsistência A Revolução Industrial também intensificou o intercâmbio comercial Estradas foram construídas e ampliadas para facilitar o transporte de mercadorias e de pas sageiros os cursos de rios navegáveis foram ligados por canais e a partir do século XIX um novo meio revolucionou o sistema de transportes a ferrovia A invenção da locomotiva a vapor figura 3 na GrãBretanha estava associada à necessidade de transportar grandes quantidades de matériaprima como o carvão mineral em menor tempo barateando o custo com transportes O crescimento da produção industrial na Inglaterra e a necessidade de ampliar o mercado para além das próprias fronteiras deram origem ao liberalismo econômico Essa teoria considerava nociva a intervenção do Estado na economia e defendia a livre concorrência entre as empresas e os países Naquele momento as ideias liberais interessavam principalmente à Inglaterra que não encontrava concorrente diante de seu nível de desenvolvimento técnico e sua grande capacidade de transporte propiciada por sua imensa frota naval Leia o Entre aspas 3 Na Inglaterra as terras eram comunais e ocupadas por uma produção camponesa dispersa dedicada principalmente à subsistência Essas terras foram alvo do cercamento enclosure e transformadas em grandes propriedades destinadas à produção de gêneros para abastecimento do mercado urbano crescente e às pastagens de carneiros e ovelhas que forneciam lã para a indústria têxtil setor que liderou a Primeira Revolução Industrial Figura 3 Reprodução de xilogra vura inglesa do século XIX repre sentando extração de carvão junto a fábrica e ferrovia Com a Revolução Industrial começaram a ocorrer mudanças significativas na relação sociedadenatureza com grandes transformações no espaço geográfico mundial PRISMAALBUMLATINSTOCK Liberalismo econômico Os princípios do pen samento econômico liberal foram estabelecidos por Adam Smith 17231790 filósofo e economista escocês na obra A Riqueza das Nações O libera lismo econômico consolidouse a partir do século XVIII durante o processo da Revolução Indus trial Defendia a livre iniciativa das pessoas e das empresas e considerava que a economia deveria ser conduzida pelas leis do mercado sem a ação e interferência do Estado O livre mercado laissezfaire além de garantir a prosperidade econômica e trazer benefícios a toda sociedade tem a capa cidade de corrigir por si mesmo possíveis distorções num pro cesso natural de autorregula ção Cabe ao Estado apenas garantir a livre concorrência e a defesa da propriedade privada princípios básicos do sistema capitalista O libera lismo aplicado no contexto do mercado internacional favore cia a Inglaterra pioneira no processo de desenvolvimento industrial e líder na tecnologia de produção não encontrava concorrência internacional quanto ao preço que seus produtos eram ofe recidos ao mercado 195 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 195 170516 1945 3 SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Segunda Revolução Industrial ocorrida na segunda metade do século XIX caracterizouse por transformações quantitativas e qualitativas O uso da hidreletrici dade e do petróleo ampliou a capacidade de produção de energia e acrescentou novas possibilidades à tecnologia de produção criando condições para o desenvolvimento de produtos e invenções como o motor a combustão Surgiram as grandes siderúrgicas e metalúrgicas e a indústria química e a auto mobilística A marinha mercante multiplicou sua frota em diversos países europeus nos Estados Unidos e no Japão As ferrovias expandiramse por todo o mundo como meio de transporte e atividade empresarial figura 4 O uso do petróleo como fonte de energia o advento da eletricidade a maior extensão das vias de circulação a velocidade das ferrovias e a evolução e a ampliação dos sistemas de transporte possibilitaram a instalação de indústrias em locais mais distantes das fontes de energia e de matériaprima A indústria inglesa mantinha em grande parte os equipamentos e os maqui nários tradicionais Já os novos países que se industrializavam na Europa como a Alemanha e em outras regiões do mundo como os Estados Unidos e o Japão incorporavam as tecnologias que surgiam e instalavam suas indústrias em conso nância com as novas infraestruturas de transporte e energia tornandose nesse sentido mais competitivos nesse período CAPITALISMO MONOPOLISTAFINANCEIRO Na segunda fase da Revolução Industrial a expansão da industrialização para diversos países e a aplicação de novas tecnologias à produção e ao transporte modificaram profundamente a orientação liberal característica da primeira fase da Revolução O avanço tecnológico e os novos setores industriais que dominaram o cenário econômico da Segunda Revolução Industrial dependiam de investimentos muito maiores do que os realizados até então levando a modificações na administração das empresas A necessidade da aplicação de capitais em larga escala levou à for mação das chamadas empresas de sociedade anônima ou seja aquelas cujo capital é dividido entre diversos acionistas permitindo a capitação da poupança de vários pequenos investidores Com isso consolidaramse mercados de capitais nos quais todos podiam investir numa empresa por meio da compra de ações FILME Tempos modernos De Charles Chaplin Estados Unidos 1936 87 min De um dos mais importantes representantes do cinema mundial Charles Chaplin esse filme aborda com olhar crítico os impactos da Segunda Revolução Industrial na vida humana Figura 4 Trem de carga em ferro via no Reino Unido 1905 SPLGETTY IMAGES 196 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 196 170516 1945 À época boa parte das indústrias passou também a contar com a participação dos capitais bancário e financeiro necessário para os investimentos na produção As pequenas empresas que não acompanharam a nova tendência do desenvolvimento econômico capitalista faliram ou foram absorvidas pelas grandes A fusão do capital industrial com o financeiro e a união de indústrias em fins do século XIX e nas primeiras décadas do século XX levaram ao surgimento de gigantescas empresas de alta tecnologia para a época originando os oligopólios e os monopólios caracterizando o capitalismo monopolistafinanceiro figura 5 Leia o Entre aspas Figura 5 Capitalismo monopolistafinanceiro e nova DIT 4 TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Terceira Revolução Industrial ou revolução técnicocientífica começou a tomar forma no final da Segunda Guerra Mundial Porém seus efeitos têm se manifestado em todo o mundo e de modo mais intenso nas últimas quatro décadas repercutindo no conjunto das atividades econômicas nas relações sociais e nas relações da sociedade com a natureza como você viu na Unidade 2 No que diz respeito à atividade industrial os efeitos da revolução técnicocientífica estão relacionados ao exponencial avanço nos sistemas de telecomunicações e transportes desenvolvimento e utilização da informática equipamentos e programas e forte integração desta com as telecomunicações telemática desenvolvimento da microeletrônica e da robótica O desenvolvimento científico e tecnológico é convertido em novos produtos e em redução de custos de produção tornando as empresas mais competitivas As grandes corporações multinacionais possuem seus próprios centros de pesquisa e os investimentos em pesquisa científica aplicada à produção ou seja em ciência e tecnologia CT têm crescido a cada ano com o objetivo também de aprimorar a atividade produtiva Em 2011 em comemoração ao ano internacional da Química e ao 100o aniversário do Prêmio Nobel atribuído a Marie Curie foi lançado um vídeo que pode contribuir para a sensibilização dos estudantes sobre a importância do desenvolvimento científico e tecnológico em nossas vidas Caso julgue interessante proponhalhes que assistam ao vídeo 100o aniversário do Prêmio Nobel Disponível em www youtubecomwatchvTYyT6x0J3Os Acesso em fev 2016 Capitalismo monopolista financeiro Na fase do capitalismo monopolistafinanceiro que coincide com o imperialismo a DIT contribuiu para ampliar a atuação dos países indus trializados no resto do mundo Para manter o ritmo de pro dução esses países aumen taram as fontes de matérias primas Além de exportar as mercadorias industrializadas as empresas desses países investiram seus capitais nos países não industrializados e nas colônias em casas comer ciais e bancárias na produção agrícola na mineração nas estradas de ferro e em outros negócios MAURÍCIO LOYOLA 197 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 197 170516 1945 O Estado por meio de universidades e de instituições de pesquisa também esti mula o desenvolvimento tecnológico preparando novos profissionais e capacitandoos para a pesquisa assim como para o desenvolvimento de tecnologias figura 6 Com a revolução técnicocientífica é cada vez mais curto o tempo entre deter minada inovação tecnológica e sua difusão na forma de mercadorias ou serviços Alguns produtos industriais classificados em princípio como bens de consumo duráveis especialmente os ligados aos setores de ponta como a microeletrônica e a informática são cada vez mais descartáveis tornandose obsoletos pela rapidez com que são desenvolvidas novas tecnologias sobre o assunto veja a seção Ponto de vista no final deste capítulo No contexto do rápido desenvolvimento da telemática baseado nos avanços das telecomunicações e da informática e na forte integração entre esses setores surgiram os teleportos também conhecidos por cibercidades ou portos de telecomunicaes figura 7 Um teleporto é basicamente constituído por um conjunto de edificações equipadas com sistemas de telecomunicação e de informática de alta performance conexões à rede mundial de computadores com banda larga sinais de satélites de comunicação redes de cabos de fibra óptica e outros recursos que possibilitam grande tráfego de informações a um custo reduzido para as empresas Desse modo empresas de diferentes setores telefonia e telecomunicação ban cos seguradoras produtoras de software editoras entre outras que necessitam de conexões amplas rápidas e eficazes instalamse em teleportos Há teleportos em todos os países de economia avançada e em diversos países emergentes e de menor desenvolvimento como Argentina Brasil Venezuela Paquistão e Filipinas Figura 6 Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais CNPEM em Campinas SP 2013 O complexo fomenta e executa pesquisas nas áreas energética de biociências e de nanotecnologia MÁRCIO FERNANDESESTADÃO CONTEÚDO HANS VON MANTEUFFELOPÇÃO BRASIL IMAGENS Figura 7 Vista do Porto Digital no Recife PE 2014 O Porto Digital de Recife foi criado em 2000 numa área antes degra dada da cidade 198 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 198 170516 1945 TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E TRABALHO Ao transformar a economia a Terceira Revolução Industrial transformou também o mundo do trabalho Desde a década de 1950 as atividades do setor terciário vêm aumentando de modo significativo em comparação com as dos setores secundário e primário Nos países de maior desenvolvimento econômico as atividades de comércio e serviços chegam a empregar mais de 80 da mão de obra Setor terciário O setor terciário comércio e serviços vem alcançando crescente importância na geração de novas vagas de emprego tornandose um dos principais motores para o crescimento econômico mundial No entanto é preciso destacar que o segmento produtivo primário e secundário influencia a quantidade e a qualidade dos postos de trabalho no terciário É um setor bastante heterogêneo comportando tanto postos de trabalho com elevadas remuneração e qualificação profissional quanto de extrema precarização com baixos rendimentos independentemente da qualidade da mão de obra A quantidade de fábricas existentes numa região não é mais um indicador de desenvolvimento econômico Nas últimas décadas os países desenvolvidos têm se dedicado prioritariamente às atividades de administração e ao desenvolvimento de novos produtos Nesses países apenas as indústrias que envolvem tecnologia avan çada caso dos softwares da biotecnologia e da tecnologia médica e que portanto dependem das pesquisas e da qualificação dos trabalhadores expandiram suas atividades Uma boa parte dos outros setores industriais foi deslocada para países em desenvolvimento A revolução técnicocientífica ao mesmo tempo que gera riquezas e amplia as taxas de lucros contribui num primeiro momento para o desemprego de milhões de pessoas em todo o mundo Desde os anos 1980 as empresas vêm inves tindo continuamente na automação industrial na busca de maneiras eficientes de organizar o trabalho e automatizar os processos figura 8 Como resultado elevou a produção de mercadorias e serviços com o emprego de menor número de trabalhadores Figura 8 Máquina robótica movi menta chapa de aço em Linz Áustria 2015 Com o maior desenvolvimento tecnológico e o aprofundamento do uso de robôs há a tendência de algumas atividades industriais hoje con centradas nos países em desen volvimento econômico voltarem a ser realizadas de forma auto matizada no território dos países de economia mais avançada AKOS STILLERBLOOMBERG VIA GETTY IMAGES 199 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 199 170516 1945 Figura 9 Operários montam um Ford T em 1914 Henry Ford popularizou o automóvel graças à linha de montagem Nela os veículos são fabricados em uma sequência de operações em que cada operário realiza determinada função A técnica virou sinônimo de produção em série e foi adap tada por outras indústrias 5 TECNOLOGIAS DE PROCESSO DE PRODUÇÃO A Primeira Revolução Industrial marcou o surgimento da fábrica que reuniu todos os trabalhadores antes dispersos dentro de uma única unidade de produção con trolada pelo empresário industrial As máquinas tornaramse elemento fundamental do sistema produtivo A elevação da produtividade porém não depende apenas das máquinas mas também das tecnologias de processo Foi o que demonstraram os Estados Unidos no início do século XX em plena Segunda Revolução Industrial com a introdução de novas formas de organizar o trabalho e técnicas de produção industrial o taylorismo e o fordismo que possibilitaram a racionalização extrema do processo de trabalho no interior da fábrica TAYLORISMO E FORDISMO O taylorismo idealizado pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor 18561915 partia da concepção de que o trabalho fabril era um conjunto de tarefas totalmente independentes umas das outras e que não exigia conhecimentos técnicos do trabalhador Para Taylor o conhecimento de todo o processo produtivo era uma atribuição exclusiva do gerente que deveria determinar e fiscalizar cada etapa da tarefa a ser feita no menor intervalo de tempo e sem perda de qualidade O objetivo principal era o aumento da produtividade Para isso era necessário controlar todo o processo produtivo os movimentos dos operários e das máquinas e a correta utilização das ferramentas até o fluxo das matériasprimas das peças e dos produtos acabados O fordismo foi implantado pelo empresário estadunidense Henry Ford 18631947 no processo de produção de automóveis no início do século XX O modelo de produção fordista associava a linha de montagem às técnicas de organização do taylorismo No processo de produção fordista a mercadoria no caso o automóvel em pro cesso de montagem deslocavase no interior da fábrica para a realização de cada etapa de produção O trabalhador especializado em sua tarefa cumpriaa num tempo predeterminado o automóvel continuava a se deslocar na linha de montagem até a instalação da última peça e do acabamento final veja a figura 9 Tecnologia de processo Sistema de organização do trabalho e da produção dentro de uma empresa HULTON ARCHIVEGETTY IMAGES 200 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 200 170516 1945 TOYOTISMO A PRODUÇÃO JUSTINTIME No Japão país de pequena extensão territorial dependente da importação de matériasprimas e com pouco espaço para estocar produtos foi estruturado um novo sistema de organização da produção Conhecido pelo nome justintime literalmente tempo exato esse sistema orga nizacional foi implementado pela primeira vez em meados do século XX na fábrica de motores da Toyota sendo depois incorporado pelas principais indústrias do mundo Por esse sistema as diferentes etapas de produção desde a entrada das maté riasprimas até a saída do produto são realizadas de forma combinada entre fornece dores produtores e compradores A matériaprima que entra na fábrica corresponde exatamente à quantidade de mercadorias que será produzida o que é feito dentro de um prazo estipulado e de acordo com o pedido dos compradores Além da eficiência com controle de qualidade total dos produtos o sistema justintime permite diminuir o custo de estocagem e garantir os lucros dos empresários No toyotismo o trabalho especializado e rotineiro da linha de montagem do sistema fordista foi substituído por um sistema flexível em que o trabalhador pode ser deslocado para realizar diferentes funções de acordo com as necessidades da produção de cada momento veja a figura 10 na próxima página Além disso recursos da microeletrônica da robótica e da informática intensiva mente utilizados nesse sistema viabilizam a modificação e a atualização dos modelos de mercadorias a partir de pequenas mudanças nos equipamentos da fábrica uti lizandose os mesmos maquinários A flexibilidade industrial ganhou importância num mundo em que a evolução tecnológica possibilita a constante criação de produtos e sucessivas modificações A difusão do toyotismo articulou de modo sincronizado o fluxo de mercadorias entre os fornecedores de peças e componentes e os fabricantes do produto final Com o toyotismo o processo de formação de rede de empresas intensificouse formando uma vasta cadeia produtiva em escala global Sociologia Especializao brutal Leia o texto e responda à questão a seguir Pela época em que Henry Ford começou a fabricar o Modelo T em 1908 eram necessárias 7882 operações Em sua autobiografia Ford registrou que dessas 7882 tarefas especializadas 949 exigiam homens fortes fisicamente hábeis 3338 tarefas precisavam de homens de força física apenas comum a maioria do resto podia ser realizada por mulheres ou crianças crescidas e continuava friamente verificamos que 670 tarefas podiam ser preenchidas por homens sem pernas 2637 por homens com uma perna só duas por homens sem braços 715 por homens com um braço só e 10 por homens cegos Em suma a tarefa especializada não exigia um homem inteiro mas apenas uma parte Nunca foi apresentada uma prova mais vívida de quanto a superespecialização pode ser brutalizante TOFFLER Alvin A terceira onda Rio de Janeiro Record 1980 p 6263 Como se manifesta no texto a crítica ao fordismo e ao taylorismo 201 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 201 170516 1945 LEITURA Indústria um só mundo Pierre Beckouche Ática 2004 Aborda a fase atual de industrialização mundial e as estratégias de localização industrial nas diversas regiões do planeta Figura 10 Automóveis são produzidos na unidade de montagem da Toyota na província de Cha choengsao Tailândia 2015 Esse sistema também se apoia em empresas subcontratadas para a produção do produto final De acordo com o sociólogo Ricardo Antunes especialista em sociologia do trabalho enquanto os trabalhadores da Toyota realizam jornadas de 2300 horas por ano os operários das subcontratadas trabalham cerca de 2800 horas anuais 6 LOCALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL Durante muito tempo a localização das indústrias esteve relacionada à proximi dade das fontes de matériasprimas do mercado consumidor ou do litoral no caso das indústrias voltadas para o mercado externo ou dependentes de matériasprimas importadas Esse padrão de localização caracterizou a Primeira e a Segunda Revo lução Industrial A partir do término da Segunda Guerra Mundial com a evolução da capacidade de transporte e dos meios de comunicação isso mudou ocorrendo uma desconcen tração da produção industrial internamente nos países e entre eles As indústrias multinacionais espalharamse pelo mundo sendo as principais responsáveis pela globalização econômica e pela revolução técnicocientífica Setores que tradicionalmente se instalavam ao lado das jazidas de matériasprimas e fontes de energia como o siderúrgico o metalúrgico e o petroquímico ganharam relativa mobilidade espacial Mesmo as indústrias de bens de consumo que se desenvolveram nas proximidades dos grandes mercados urbanos tendem a se des concentrar e se deslocar para regiões menos saturadas e que apresentem custos de infraestrutura e mão de obra mais baixos É importante ressaltar porém que na maior parte dos casos esse deslocamento é restrito às unidades de produção pois diversos outros setores das empresas indus triais como marketing parte do administrativo e de pesquisa e desenvolvimento em geral continuam nos grandes centros ou muito próximos a eles DARIO PIGNATELLIBLOOMBERG VIA GETTY IMAGES 202 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 202 170516 1945 A desconcentração industrial favoreceu a formação de clusters ou arranjos produ tivos locais APLs muitas vezes fora dos grandes aglomerados urbanos Os APLs são áreas que agrupam empresas do mesmo ramo de atividade não somente industriais e utilizam por exemplo mão de obra específica o mesmo tipo de matériaprima e infraestrutura Dessa forma garantem às empresas elevada capacidade de inovação redução de custos e consequentemente poder competitivo Nas décadas de 1960 e 1970 foram criados nos países desenvolvidos polos tecnológicos os tecnopolos regiões em que se concentram inovações científicas e tecnológicas e o desenvolvimento de produtos que incorporam alta tecnologia situadas próximas de universidades e institutos de pesquisas com apoio de empresas e verbas governamentais Essa nova concepção industrial surgiu nos Estados Unidos no Parque de Pes quisas de Stanford Stanford Research Park no Vale do Silício Silicon Valley Califórnia entre as cidades de San Francisco e San Jose destacandose na eletrô nica na informática e na produção de chips Depois outros foram criados no Reino Unido na França na Alemanha na Suécia na Finlândia em Portugal no Japão na Coreia do Sul em Taiwan na Austrália e em vários outros países Neste capítulo na segunda parte você vai conhecer mais alguns tecnopolos de países desenvolvidos O conceito disseminouse mundo afora inclusive nos países emergentes como Brasil México África do Sul Índia Malásia Filipinas Vietnã etc Veja na figura 11 alguns dos principais tecnopolos do mundo em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento N 0 2570 km TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER TTRÓ RÓÓPIC ICO CO DE DE CA CAP APPRI RIC ICÓ CÓRN RNI NIO IO OCEANO PACÍFICO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO PAAACÍF C F CÍFF Í 0 0 CÍRCULO POL AR ANTÁRT ICO CÍR ÍÍ CULO POLAR ÁRTI T CO OCEANO GLACIAL ÁRTICO EQUADOR MERIDIA NO DE G REENWI CH Vale do Silício EUA São Paulo Brasil Santiago Chile Buenos Aires Argentina TelAviv Israel Cingapura Índia China Coreia do Sul Japão Taiwan Desenvolvimento de tecnologias fotográficas Desenvolvimento de tecnologias de imagem Desenvolvimento de software Internet de alta qualidade na maior parte do território Alto desenvolvimento de robótica Grandes empresas de tecnologias para portáteis Produção de aparelhos eletrônicos Startups investimentos em novas tecnologias Desenvolvedores especializados em efeitos especiais Concentração de empresas de hardware Fonte Tecmundo Disponível em wwwtecmundocombr Acesso em 20 out 2015 Figura 11 Mundo alguns dos principais polos tecnológicos 2013 Silício Elemento químico usado como matériaprima básica para a fabricação de microchips daí o nome dado ao vale onde se formou o polo tecnológico Essa temática pode ser introduzida ou aprofundada com os estudantes por meio de vídeos Entre as diver sas opções disponíveis indicamos Idiots disponível em wwwyoutube comwatchvNCwBkNgPZFQ e A história dos equipamentos eletrôni cos disponível em wwwyoutube comwatchvjwxt3EExgUE Aces sos em fev 2016 DACOSTA MAPAS 203 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 203 170516 1945 1 Em quais grupos ou setores da atividade industrial se enquadram os produtos representados a seguir consi derando as classificações apresentadas no capítulo 2 Observe a charge Faça no caderno LUIS FERNANDO RUBIO FRANK ERNEST BOB THAVES 1996 THAVES DIST BY UNIVERSAL UCLICK a Qual sistema de produção está representado Quais suas principais características b Que outro sistema organizacional foi implementado em meados do século XX Em que medida ele se diferenciava do sistema apresentado na charge Enem 2009 Até o século XVII as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade A partir da Revolução Indus trial porém sobretudo com o advento da revolução tecnológica houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário São portanto observadas consequências econômicas sociais e ambientais interrelacionadas no período pos terior à Revolução Industrial as quais incluem a a erradicação da fome no mundo b o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas c a maior demanda por recursos naturais entre os quais os recursos energéticos d a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura e o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia em face da mecanização 3 Uma das mais profundas transformações espaciais já ocorridas deuse com a introdução da indústria moderna na Inglaterra que marcou o início do capi talismo industrial A industrialização não provocou mudanças apenas na forma de produção mas tam bém reorganizou o espaço geográfico modificou as relações territoriais sociais e políticas Apresente algumas transformações ocorridas no espaço geográ fico a partir da Revolução Industrial 4 Cite exemplos do seu dia a dia que comprovem que o ritmo intenso de modernização leva muitos produtos eletrônicos e de informática a se tornarem obsoletos rapidamente Descreva vantagens e desvantagens desse processo 5 Explique por que as novas tecnologias da revolução técnicocientífica possibilitaram a descentralização da produção industrial e de outras atividades econômicas 6 Explique o conceito de teleportos relacionando ao contexto da Terceira Revolução Industrial em tempos de globalização Em seu estado qual cidade apresenta estrutura e demanda para implementação de um teleporto Explique Fonte Jornal do Brasil 19 fev 1997 204 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 204 170516 1945 7 PRINCIPAIS CENTROS INDUSTRIAIS Até a Segunda Guerra Mundial as indústrias concentravamse nos Estados Unidos na Europa e no Japão conjunto de países cujo processo de desenvolvimento está associado à Primeira ou à Segunda Revolução Industrial Atualmente eles constituem os principais centros tecnológicos e sedes dos conglomerados industriais ESTADOS UNIDOS Nos Estados Unidos estão as sedes de vários dos maiores grupos empresariais do setor industrial do planeta Destacase o Manufacturing Belt Cinturão Fabril na região dos Grandes Lagos e no nordeste do país onde estão localizados entre outros o principal centro siderúrgico e metalúrgico na cidade de Pittsburgh junto às jazidas de minério de ferro do Lago Superior alguns setores de tecnologia de ponta no estado de Massachusetts Essa área forma a maior concentração urbanoindustrial do mundo estando nela a megalópole BoshWash formada pelas regiões metropolitanas do eixo Bos tonWashington Embora no conjunto da produção industrial a participação dessas regiões tenha diminuído no decorrer dos anos 19701980 elas ainda detêm a maior concentração de indústrias do país Diversos polos tecnológicos de ponta desenvolveramse nos Estados Unidos sobretudo no Sun Belt Cinturão do Sol faixa que se estende do litoral do Atlântico ao litoral do Pacífico passando pelo sul do território No Sun Belt destacamse na região oeste o Silicon Valley Vale do Silício na região sudeste a Silicon Beach Praia do Silício na Flórida no sul a Silicon Prairie Campina do Silício no Texas no nordeste o Research Triangle Park entre outros Veja figura 12 A indústria petrolífera destacase na economia estadunidense e influencia a geopolítica mundial no Oriente Médio na Ásia Central e em outras regiões petro líferas do mundo CANAD CANAD CANADç MÉXICO MÉXICO MÉXICO MÉXICO TEXAS Nova York Los Angeles Washington Chicago Dallas San Francisco Seattle Denver Atlanta Phoenix Miami Houston Nova Orleans Minneapolis Boston Cincinnnati St Louis Pittsburgh Detroit Grandes Lagos OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO 40 N 95 O N 0 370 km Metrópole mundial principal Metrópole mundial Grandes centros dinâmicos Centro polos de decisão e comando de influência mundial Celeiro agrícola periferia muito integrada ao centro Sun Belt espaço dinâmico e atrativo Sun Belt novos espaços motores Oeste espaço pouco povoado Dinamismo localizado A megalópole Fluxo de população capitais e atividade deslocalização Gran Grandes Lago Lago Lago Lagos Figura 12 Estados Unidos indústria 2010 Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 75 DACOSTA MAPAS 205 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 205 170516 1945 UNIÃO EUROPEIA Os países da União Europeia UE apresentam diferenças significativas do ponto de vista industrial Alemanha França Itália e Reino Unido têm maior participação industrial entre os países desse bloco enquanto Estônia Letônia Lituânia Bulgária Romênia e Eslováquia são exemplos de desenvolvimento industrial abaixo da média A UE tem várias regiões industriais tradicionais muitas delas surgidas ainda nos séculos XVIII e XIX É o caso de Manchester Birmingham Cardiff e várias cidades ao longo do Rio Tâmisa no Reino Unido dos vales do Reno e do Ruhr onde estão as cidades de Duisburgo Düsseldorf Essen e Colônia na Alemanha da região de Paris Lyon e da AlsáciaLorena Metz e Estrasburgo na França das cidades de Milão Turim e Gênova no norte da Itália da região de Roterdã e Amsterdã nos Países Baixos da região de Madri Barcelona e dos Países Bascos na Espanha da região sul da Suécia e da região de Helsinki na Finlândia Entre os novos integrantes da UE existem regiões industrializadas importantes na Polônia na República Tcheca na Hungria e na Eslovênia A ampliação da UE levou ao deslocamento de instalações para os países euro peus de menor desenvolvimento expandindo espacialmente a base produtiva Além disso nas últimas décadas foram instaladas centenas de polos tecnológicos em países desse bloco No Reino Unido são exemplos Parque Científico de Cambridge Cambridge Science Park ligado à Universidade de Cambridge e Silicon Glen entre as cidades de Glasgow e Edimburgo Na França destacamse MeylanZirst em Grenoble o SophiaAntipolis em Nice e o Paris Axe Sud em Paris Na Alemanha há vários tecnopolos nos estados da Baviera em Munique e de BadenWürttem berg no Vale do Reno em Stuttgart Na Itália são importantes os polos de Turim e Milão tradicionais centros industriais e de Bari no sul do país Nos mais novos integrantes da UE destacamse as regiões de Varsóvia Polônia e Praga República Tcheca Veja figura 13 Londres Cardiff Manchester Birminghan Liverpool Dublin Newcastle Cambridge Glasgow Edimburgo Grenoble Amsterdã Lille Essen Dusseldorf Duisburg Roterdã Colônia Liège Rouen Paris Lisboa Madri Bilbao Lyon Nice Viena Berlim Estocolmo Tallin Riga Vilnius Helsinki Malmo Hamburgo Copenhague Goteberg Varsóvia Budapeste Bucareste Plovdiv Sófia Salônica Liubliana Toulouse Dresden Leipzig Frankfurt Stuttgart Munique Metz Estrasburgo Cracóvia Praga Milão Veneza Turim Gênova Barcelona Bolonha Nápoles Bari ÁFRICA ÁSIA IRLANDA REINO UNIDO PORTUGAL ESPANHA FRANÇA LUXEMBURGO PAÍSES BAIXOS BÉLGICA ALEMANHA POLÔNIA SUÍÇA ÁUSTRIA ITÁLIA ESLOVÊNIA GRÉCIA ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA BELARUS UCRÂNIA ROMÊNIA BULGÁRIA HUNGRIA ESLOVÁQUIA REP TCHECA DINAMARCA NORUEGA SUÉCIA FINLÂNDIA OCEANO ATLÂNTICO MAR DO NORTE MERIDIANO DE GREENWICH M A R M E D I T E R R Â N E O M A R B Á L T I C O 0 45 N Áreas industriais Cidades industriais Tecnopolo N 0 300 km Figura 13 Europa regiões industriais tradicionais e tecnopolos 2010 Fontes World Atlas Londres Dorling Kindersley 1999 La Géographie de lEurope des 15 Paris Nathan 1998 p 23 Heimat und Welt Weltatlas BerlimBrandenburgo Westermann 2011 p 66 DACOSTA MAPAS 206 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 206 170516 1945 JAPÃO No Japão os principais parques industriais situamse junto ao litoral do Pacífico na costa leste O intenso comércio externo japonês que inclui volumosas exportações industriais automóveis eletroeletrônicos equipamentos de telecomunicações e importação de matériasprimas minério de ferro petróleo carvão mineral deter minou a concentração litorânea de sua indústria O maior centro industrial fica na megalópole japonesa extensa área urbana que se estende de Tóquio à cidade de Nagasaki passando por Yokohama Nagoya Osaka e Kobe entre outras As origens da industrialização japonesa A industrialização do Japão ocorreu a partir de 1868 início da Era Meiji que corresponde ao reinado do Imperador Mutsuhito 18681912 O período marcou o surgimento das empresas familiares denominadas zaibatsus As zaibatsus foram proibidas durante a ocupação estadunidense após a Segunda Guerra mas ressurgiram durante o processo de recuperação econômica japonesa Industrialização japonesa Após a Segunda Guerra Mundial o Japão elaborou uma estratégia de desenvol vimento industrial apoiada na fabricação de automóveis e de produtos eletrônicos e fotográficos copiados dos Estados Unidos De início esses bens eram convertidos para uma tecnologia de custo mais baixo posteriormente passaram a ser fabricados com tecnologia própria A estratégia apoiouse também na conquista de mercados externos Nos últimos setenta anos o Japão não só acompanhou o ritmo de desenvol vimento tecnológico mundial como chegou a liderálo em alguns setores Criou seus próprios tecnopolos e é o país que mais investiu no processo de robotização industrial O primeiro e o mais famoso tecnopolo japonês é o de Tsukuba a nordeste de Tóquio veja figura 14 Figura 14 Pesquisadores franceses apresentam protótipo de robô humanoide no tecnopolo de Tsukuba no subúrbio de Tóquio Japão 2013 implantado nos anos 1960 pelo governo japonês que ao longo dos anos 1970 e 1980 construiu diversos centros de pesquisa Tsukuba é portanto um projeto do Estado enquanto o Vale do Silício nos Estados Unidos é um empreendimento privado Desde os anos 1980 porém diversas empresas privadas instalaram laboratórios de pesquisa em Tsukuba YOSHIKAZU TSUNOAFP 207 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 207 170516 1945 O apoio do Estado ao desenvolvimento tecnológico foi uma das bases do acele rado desenvolvimento industrial japonês após a derrota na Segunda Guerra Mundial além dos investimentos em educação e qualificação da mão de obra e dos incentivos dados aos setores exportadores Na década de 1970 o país consolidou uma base industrial apoiada na micro eletrônica e na informática com a automatização das linhas de montagem industriais O primeiro país a utilizar robôs na produção industrial em grande escala foi também responsável pela reorganização industrial moderna no interior das indústrias com o sistema justintime e entre as empresas com a formação das redes industriais keiretsus As keiretsus constituem uma rede de produção dedicada a uma empresalíder No início as empresas da rede não podiam negociar com outras que não fizessem parte da mesma keiretsu Hoje porém tem sido permitido a algumas empresas negociar fora do grupo desde que tenham capacidade produtiva e atendam prioritariamente às empresas da keiretsu Alguns keiretsus são horizontais ou seja englo bam empresas de diversos setores diferentes como a Sumitomo Mitsubishi e Mitsui em que podem existir empresas dos setores naval automobilístico e bancário no mesmo grupo Outros são verticais como a Toyota nos quais há no mesmo grupo empresas responsáveis pela fabricação de componentes dos veículos As multinacionais japonesas espalharamse em todo o mundo sendo que algumas estruturaram redes de produção e distribuição em escala global reveja o Capítulo 3 deste volume e o Japão realizou elevados investimentos nos países próximos Extremo Oriente como China Coreia do Sul Taiwan Vietnã Indonésia Malásia e outros Atualmente o país enfrenta a competitividade industrial de seus vizinhos mais próximos particularmente da Coreia do Sul de Taiwan e da China Veja na figura 15 as principais regiões industriais do Japão Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 106 Aglomerações urbanas Mil habitantes De 350 a 499 De 500 a 2000 Mais de 2000 Cidade mundial Megalópole inicial Expansão da megalópole Área muito urbanizada Eixo de dinamismo e expansão metropolitana Aeroporto internacional Shinkansen trem de grande velocidade Pontes e viadutos principais Tecnopolo Plderes e aterros industriais TîQUIO NAGOYA OSAKA Sendai Niigata Nagano Toyama Kanazawa Hachioji Sagamihara Kawasaki Yokohama Kyoto Kobe Okayama Hiroshima Kitakyushu Fukuoka Funabashi Chiba Shizuoka Hamamatsu Higashiosaka Sakai Kumamoto Nagasaki 136 L MAR DO LESTE MAR DO JAPÃO OCEANO PACÍFICO yam Interior nt Interi e or or ior oo t orr ioo I o t Mar 36¼ N I HONSHU I SHIKOKU I KYUSHU N 0 105 km Figura 15 Japão principais regiões industriais tecnopolos e megalópole 2010 Pôlderes O Japão é um país com a presença de áreas montanhosas em seu interior e com as faixas de relevo mais plano já densamente ocupadas Tal fato dificulta a expansão urbanoindustrial Para superar essa dificuldade há décadas foram sendo estruturados espa ços roubados do mar os pôlderes com aterramento em diversos trechos litorâneos possibilitando a ampliação de espaços industriais e sistemas portuários DACOSTA MAPAS 208 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 208 170516 1945 8 NOVAS REGIÕES INDUSTRIAIS PÓS1950 A partir dos anos 1950 a produção industrial disseminouse por vários países em desenvolvimento conhecidos por NICs Newly Industrialized Countries países recémindustrializados também chamados de Novos Países Industrializados Atual mente esses países concentram diversas unidades produtivas sendo responsáveis por parcela expressiva da produção mundial de eletroeletrônicos componentes utilizados na indústria de informática e automóveis entre outros Num primeiro momento esse desenvolvimento industrial ocorreu na América Latina sobretudo no Brasil na Argentina e no México países de grandes mercados consumi dores com capacidade de processar algumas matériasprimas e política econômica voltada à criação de infraestrutura pelo Estado para atrair grandes empresas multina cionais Nessa fase ocorreu também o desenvolvimento industrial da África do Sul Em meados da década de 1960 esse processo passou a ocorrer no Extremo Oriente Coreia do Sul Taiwan e Hong Kong que seria reincorporado à China em 1997 e no Sudeste Asiático Cingapura A partir dos anos 1980 outros países do Sudeste Asiático Malásia Tailândia Indonésia Vietnã e Filipinas da Ásia Meridional Índia e do Extremo Oriente China passaram a integrar o grupo A trajetória da industrialização de cada país do NIC não foi idêntica embora a participação do Estado tenha sido decisiva em todos Veja figura 16 TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER TRÓ RÓP ÓPIICO CO DDE CA CAP APPRI RIICÓ CÓR ÓRN RNI NIO IO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO PAA PAA ICO CO CO F 0 0 CÍRCULO P OLAR ANT ÁRTICO CÍR ÍÍ CULO POLAR ÁRTI T CO EQUADOR OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO MERIDIA NO DE GR EENWICH MÉXICO ARGENTINA ÍNDIA CHINA COREIA DO SUL TAIWAN FILIPINAS TAILÂNDIA VIETNÃ CINGAPURA INDONÉSIA MALÁSIA BRASIL ÁFRICA DO SUL N 0 2570 km Fonte elaborado com base em MATHIEU Louis Dir Géografie Term S Paris Nathan 2004 p 234 Figura 16 Mundo industrialização a partir de 1950 AMÉRICA LATINA No caso de Brasil México e Argentina a industrialização baseouse na subs tituição de importações Os bens de consumo antes importados passaram a ser produzidos internamente Daí o nome dado ao processo de industrialização desses países indústria substitutiva de importação ISI Após a crise de 1929 esses países tiveram dificuldade para importar as mercado rias fabricadas no mundo industrializado Além disso diante da instabilidade própria do mercado de exportação de produtos agrícolas parte dos investimentos passou a ser destinada à fabricação nacional de produtos industrializados DACOSTA MAPAS 209 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 209 170516 1945 Após a década de 1950 a substituição de importações apoiouse na internacio nalização do mercado interno Brasil Argentina e México atraíram investimentos internacionais como forma de acelerar o desenvolvimento da indústria oferecendo mão de obra barata investimentos estatais em infraestrutura de transporte energia e processamento de matériasprimas essenciais à instalação industrial e mercado interno veja figura 17 Os incentivos fiscais a participação em mercados internos sem a necessidade de transpor barreiras alfandegárias e a facilidade de remessa de lucros eram atrativos para as empresas estrangeiras O modelo baseado na substituição de importações teve suas particularidades em cada país e entrou em crise nos anos 1980 em razão de fatores como a abertura da economia dos países em desenvolvimento ao comércio internacional as novas estratégias das multinacionais como a produção em redes mundializadas o aumento do endividamento do Estado particularmente das dívidas externas o processo de privatização apoiado no modelo neoliberal Na década de 1990 os países industrializados da América Latina seguiram em boa medida o receituário do Consenso de Washington reveja a Unidade 2 Reali zaram a privatização da economia e abriramse ao mercado externo incentivando a entrada de empresas estrangeiras que passaram a controlar setores como os de energia telecomunicações transportes e indústria de base As regiões mais industrializadas do México estão junto às cidades mais populosas com destaque para a Cidade do México e para Monterrey no nordeste do país Na porção territorial norte ao longo da faixa de fronteira com os Estados Unidos concentrase a maior parte das indústrias maquiladoras as quais também estão presentes em outras áreas industriais da porção central e sul do país Leia o Entre aspas da página seguinte Na Argentina as principais regiões industriais estão concentradas em Buenos Aires a capital Rosário e Córdoba cidade que se destaca também pela presença da indústria automobilística Outros países da América Latina que apresentam nível de diversificação indus trial inferior ao do Brasil do México e da Argentina mas se destacam industrial e economicamente em relação aos demais países latinoamericanos são Colômbia Chile Venezuela e Peru A Venezuela muito dependente das exportações de petró leo vem enfrentando uma séria crise econômica em razão da queda no preço internacional dessa mercadoria Incentivo fi scal Subsídio conferido pelo governo que renuncia a parte dos impostos que receberia em troca de investimentos em atividades ou operações por ele estimuladas Figura 17 Operários argentinos ouvem o discurso do então pre sidente da França o General Charles de Gaulle durante sua visita à sede da montadora fran cesa Renault em Buenos Aires Argentina 1964 Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior wwwmdicgovbr Informações projetos e ações do Ministério SITE AFP 210 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 210 170516 1945 Maquiladoras mexicanas A partir dos anos 1980 durante o processo de globalização boa parte das instalações industriais mexicanas baseouse no modelo das maquiladoras indústrias multinacionais de vários países instaladas sobretudo no norte do México que apenas montam os produtos com equipamentos e peças produzidos em outras partes do mundo A economia mexicana também abastece as maquiladoras mas apenas com matériasprimas e uma quantidade mínima de componentes industriais Em 1994 a criação do Nafta que levou ao fim dos impostos cobrados sobre a circulação dos produtos entre México Estados Unidos e Canadá elevou substancialmente o número desse tipo de indústria junto à fronteira dos Estados Unidos aumentando o patamar da produção industrial mexicana ao mesmo tempo que ampliou sua dependência econômica em relação ao capital estadunidense A receita das maquiladoras no conjunto do PIB mexicano só é inferior à do setor petrolífero Fonte Conselho Nacional da Indústria Maquiladora Reporte Económico de la Maquiladora Disponível em wwwindexorgmx Acesso em fev 2016 México maquiladoras 2014 TRÓPICO DE CÂNCER 100 O OCEANO PACÍFICO Golfo de Campeche Golfo do México 910 646 478 263 284 217 387 354 216 300 BAIXA CALIFÓRNIA SONORA BAIXA CALIFÓRNIA DO SUL CHIHUAHUA COAHUILA DURANGO SINALOA ZACATECAS NUEVO LEÓN TAMAULIPAS NAYARIT SAN LUIS POTOSê JALISCO COLIMA VERACRUZ GUERRERO MICHOACÁN ESTADO DO MÉXICO OAXACA CHIAPAS CAMPECHE TABASCO IUCATÃ QUINTANA ROO AGUASCALIENTES GUANAJUATO QUERÉTARO DISTRITO FEDERAL PUEBLA TLAXCALA HIDALGO MORELOS ESTADOS UNIDOS Número absoluto de maquiladoras 0 330 km PRIMEIROS TIGRES ASIÁTICOS A partir da década de 1960 quatro países da Ásia Cingapura Hong Kong Coreia do Sul e Taiwan surpreenderam o mundo com um processo de industrialização marcado pela agilidade administrativa pela competitividade pela participação crescente no mercado internacional e por uma política agressiva de exportações Com exceção da Coreia do Sul esses países chamados de Tigres Asiáticos tinham um mercado interno reduzido e não possuíam recursos minerais diferentemente dos outros países de menor desenvolvimento econômico da América Latina que se industrializaram nesse período Também de modo diferente dos países latinoamericanos os Tigres Asiáticos apoiaramse na chamada industrialização orientada para a exportação IOE As multinacionais que se estabeleceram nesses países e mesmo as empresas nacionais tinham como objetivo principal o comércio externo Daí a expressão plataformas de exportação para designar os países dessa região asiática hoje ampliada com a presença de China Vietnã Malásia Indonésia e outros Se no modelo de substituição de importações ISI preponderou a participação do capital estadunidense e do euro peu no de industrialização para a exportação IOE a principal fonte de investimentos foi o capital japonês No caso da China porém os investimentos estadunidenses e europeus também foram expressivos DACOSTA MAPAS 211 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 211 170516 1945 Embora cada Tigre tenha traçado seu modelo de desenvolvimento industrial o crescimento econômico desse conjunto de países alicerçouse na associação entre as empresas privadas e o governo Este garantiu proteção às empresas nacio nais por meio de barreiras alfandegárias criou mecanismos legais de incentivo a exportações e investimentos estrangeiros providenciou a infraestrutura necessária transporte comunicações e energia e investiu maciçamente em educação e treinamento de mão de obra Também foram criadas Zonas de Processamento de Exportação ZPEs Cin gapura Hong Kong e Taiwan figura 18 adotaram uma política de incentivos para atrair as indústrias multinacionais responsáveis num primeiro momento pelos investimentos diretos na produção Depois o crescimento das ZPEs foi apoiado pelas próprias empresas Figura 18 Trecho de Zona de Processamento de Exportação em Takao Taiwan 2013 A partir dos anos 1990 os Primeiros Tigres Asiáticos priorizaram a instalação de empresas de produtos de alta tecnologia como componentes para computadores e microeletrônicos elevando os salários para se livrar das indústrias estrangeiras que fabricavam produtos de tecnologia pouco avançada e se instalavam em seu território em razão apenas da mão de obra barata As crises capitalistas de fins do século XX e início do XXI porém abalaram o boom de crescimento dos Tigres Asiáticos que passaram a ter um desempenho econômico reduzido em comparação às décadas anteriores Observe a tabela a seguir Taxa de crescimento do PIB média anual por período PaísesPeríodos 19601970 19701980 19801990 19902000 20002004 Coreia do Sul 86 95 94 57 54 Hong Kong 100 93 69 40 48 Cingapura 88 85 64 78 46 Brasil 80 86 14 28 24 Fontes Banco Mundial World Development Report 1992 2002 2005 Disponível em wwwworldbankorg FGV Disponível em wwwcpsfgvbr Acessos em fev 2016 Zonas de Processamento de Exportação ZPEs Áreas de livrecomércio com o exterior destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens para exportação Essas empresas possuem acesso a tratamentos tributário cambiais e administrativos específi cos como isenção de impostos e terrenos cedidos pelo Estado JTB PHOTOVIG VIA GETTY IMAGES Ressalte com os estudantes que em média os Tigres tiveram crescimento superior ao Brasil mesmo após a redução no ritmo 212 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 212 170516 1945 Figura 19 Indústria têxtil especializada em uniformes militares na província de Java Indonésia 2013 NOVOS TIGRES Os Tigres expandiram sua economia para os países vizinhos no Sudeste Asiático e criaram os Novos Tigres Asiáticos Indonésia Vietnã Malásia Tailândia e Filipi nas Além dos investimentos dos quatro Tigres originais os Novos Tigres passaram a fazer parte das redes de negócios de empresas dos Estados Unidos do Japão e de outros países de economia mais avançada Nos territórios dos Novos Tigres foram instaladas indústrias tradicionais como têxteis figura 19 ali mentícias de calçados de brinquedos e de produtos eletrônicos Os países ofereciam mão de obra menos qualificada que a encontrada nos quatro Tigres originais mas muito mais barata Milhares de pequenas empresas surgiram em cada um dos novos Tigres para produzir mercadorias e fornecer serviços sob encomenda para outros lugares do mundo Gradativamente houve uma redução proporcional em todos os Tigres das exportações de bens primários e aumento dos industrializados veja figura 20 na página seguinte Joint venture Associação de empresas com características complementares partilhando investimentos e riscos Um joint venture pode envolver empresas nacionais e estrangeiras privadas e também estatais TARKO SUDIARNOAFP Porto de Busan Coreia do Sul 2012 o principal do país Busan é a segunda cidade mais importante da Coreia do Sul em termos industriais comerciais e culturais atrás apenas da capital Seul Coreia do Sul o Tigre mais poderoso O nacionalismo coreano impôs restrições à entrada de multinacionais A maior parte do capital estrangeiro na primeira fase da industrialização entrou no país por meio de empréstimos ao governo que o repassou às empresas coreanas de acordo com um planejamento estratégico O desenvolvimento industrial da Coreia do Sul baseouse nos chaebols um esquema semelhante às zaibatsus japonesas redes de empresas com fortes laços familiares controladas por uma grande empresa a holding Quatro grandes chaebols controlam a economia coreana e têm forte penetração no mercado internacional Hyundai Daewoo Samsung e Lucky Gold Star LG Apenas a partir da década de 1970 as multinacionais começaram a se instalar na Coreia do Sul e mesmo assim associadas a empresas coreanas formando joint ventures TOPIC PHOTO AGENCYCORBISFOTOARENA 213 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 213 170516 1945 Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 107 Hong Kong Coreia do Sul Taiwan Cingapura Tailândia Filipinas Malásia Indonésia 0 50 1960 100 0 50 1970 100 0 50 1980 100 0 50 1990 100 0 50 2000 100 0 50 2010 100 Produtos primrios Produtos industrializados Figura 20 Tigres Asiáticos estrutura das exportações 19602010 CHINA Em 1937 o Partido Nacionalista liderado por Chiang Kaishek 18871975 então no poder e o Partido Comunista liderado por Mao Tsétung 18931976 uniramse para combater a ocupação japonesa em territórios chineses Em 1945 com o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do Japão os dois partidos passaram a se enfrentar numa disputa que se estenderia até 1949 Nesse ano o exército camponês do Partido Comunista venceu os nacionalistas e foi criada a República Popular da China Com a vitória dos comunistas as forças lideradas por Chiang Kaishek procuraram refúgio na Ilha de Formosa Taiwan onde fundaram a China Nacionalista seguindo uma orientação política e socioeconômica baseada no sistema capitalista Após a sua formação a República Popular da China com governo socialista aliouse em um primeiro momento à então União Soviética da qual conseguiu apoio para transformar suas estruturas econômicas que passaram a ser propriedade do Estado controladas pelo Partido Comunista Chinês Nos anos que se seguiram foram realizadas grandes obras de infraestrutura usinas de energia canais de navegação e estradas e maciços investimentos foram destinados às indústrias siderúrgica e metalúrgica A aliança ChinaUnião Soviética encerrouse em 1958 e os chineses procuraram um caminho próprio para o desenvolvimento econômico investindo na produção agrícola fundamental para o país mais populoso do mundo e na indústria bélica para garantir soberania e segurança frente às duas grandes potências da Guerra Fria Porém algumas das políticas econômicas implantadas foram desastrosas O Partido Comunista mantevese no poder por conta da forte repressão política e da doutrinação que exaltava o futuro promissor do socialismo A partir da década de 1960 uma profunda crise abalou praticamente todos os países socialistas inclusive a China A produtividade agrícola e os bens de con sumo eram insuficientes para atender a população mas nenhuma medida eficaz foi tomada para resolver os problemas econômicos Em 1976 logo após a morte de Mao Tsétung a China foi o primeiro país socialista a realizar transformações econômicas e a dinamizar a economia LEITURA China o dragão do século XXI Wladimir Pomar Ática 2010 Visão da China desde a Revolução de 1949 até as transformações econômicas capitalistas destacando a importância do país no cenário econômico mundial LUIS FERNANDO RUBIO 214 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 214 170516 1945 Em 1978 sob a liderança de Deng Xiaoping 19041997 o Partido Comunista Chinês reintroduziu a economia de mercado através de Zonas Econômicas Especiais ZEEs Veja figura 21 Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 105 BEIJING Lanzhou Xian Chongqing Changsha Wuhan Nankin Jinan Taiyuan Baotou Fushun Shenyang Anshan Tianjin Dalian Llanyungang Changshun Harbin Shangai Ningbo Pudong Wenzhou Fuzhou Xiamen Shantou Shenzhen Zhuhai Beihai HONG KONG Hainan Zhanjiang Guangzhou Qingdao Shengdou Kunming R i o Y a n g T s é Kia ng R i o A z u l R i o A m a rel o JAPÃO COREIA DO NORTE COREIA DO SUL MONGÓLIA TAIWAN RòSSIA CAZAQUISTÃO QUIRGUISTÃO QUIRGUISTÃO QUIRGUISTÃO QUIRGUISTÃO ÍNDIA ÍNDIA NEPA L BUTÃO BUTÃO BUTÃO BUTÃO BUTÃO ÍNDIA MIANMAR LAOS VIETNÃ VIETNÃ FILIPINAS FILIPINAS FILIPINAS OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO 90 L TR T ÓPPIICCO DE C Â CC NCEE CC R R io Hoa ng H o Centro industrial Cidade aberta ao capital estrangeiro Zona econômica especial ZEE Área de difusão industrial Grandes eixos de comunicação rodovias e ferrovias Rio navegável e grande canal Tráfego marítimo de 260 a 400 milhões de toneladas Tráfego marítimo de 150 a 230 milhões de toneladas N 0 400 km MONGÓLIA RòSS 90 L 90 Figura 21 China indústria 2010 SONIA VAZ Revoluo Cultural Nos últimos dez anos de governo de Mao Tsétung entre 1966 e 1976 a China conheceu um período de intensa e cruel perseguição política e cultural que entrou para a história com o nome de Revolução Cultural na qual professores estudantes e intelectuais eram forçados a realizar por alguns anos atividades no espaço rural e nas indústrias do Estado Além disso os artistas do país somente poderiam criar obras que exaltassem a Revolução Chinesa e filmes livros e músicas dos países ocidentais eram terminantemente proibidos de circular pelo país Mao realizou essa perseguição sob o pretexto de moralizar a administração pública e acabar com os privilégios fazendo com que a sociedade incorporasse os ideais comunistas Muitos jovens tinham a função de fiscalizar e denunciar o comportamento de pessoas que não seguissem o ideário da revolução socialista Apresentação de balé glorificando a Guarda Vermelha encenada durante a Revolução Cultural em Beijing China 1967 A Guarda Vermelha era um movimento formado em sua maioria por jovens e estudantes que viajaram pela China indo a escolas universidades aldeias e cidades para transmitir os pensamentos de Mao Tsétung reunidos no O Livro Vermelho APICHULTON ARCHIVEGETTY IMAGES 215 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 215 170516 1945 ZEEs As ZEEs foram idealizadas por Deng Xiaoping e implantadas a partir do início dos anos 1980 Nelas foi permitido o funcionamento de uma economia nos moldes do capitalismo As cidades escolhidas para a criação dessas zonas de economia de mercado abriramse para os investimentos estrangeiros e nelas se estabeleceram medidas de atração do capital externo baixos impostos isenção para importação de máquinas e equipamentos industriais e facilidades para a remessa de lucros ao exterior Além disso as multinacionais que se instalaram nessas regiões contam com mão de obra industrial barata tornando o preço dos produtos de baixo aporte tecnológico têxteis calçados e brinquedos imbatível no mercado internacional Num segundo momento instalaramse as montadoras de automóveis e as de equipamentos ele troeletrônicos figura 22 Panorama atual As reformas econômicas transformaram a China no país de maior crescimento econômico nas últimas décadas com taxas anuais entre 7 e 10 de ampliação do PIB sempre superiores ao crescimento da economia mundial O país dispõe de um parque industrial diversificado com indústrias tradicionais que fabricam bens de baixo índice tecnológico como têxteis e brinquedos mas também com indústrias de bens de alto índice tecnológico como as de computadores e de aviões de grande competitividade internacional Neste início de século a China já se posiciona como um grande exportador de bens de elevado aporte tecnológico consequência da ampliação dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento PD que saltaram de 064 do PIB em 1997 para 20 em 2014 reveja tabela da página 69 no Capítulo 3 O mercado de consumo interno na China tem aumentado nos últimos anos Uma nova classe de empresários capitalistas surgida nos últimos anos foi admitida como integrante do Partido Comunista Chinês desde 2002 e tem participação ativa nas decisões políticas e econômicas do governo Ainda em novembro de 2002 a China juntamente com Taiwan passou a integrar a Organização Mundial do Comércio OMC ampliando ainda mais as possibilidades de relações comerciais com o resto do mundo Figura 22 Indústria de circuitos eletrônicos em Zhuhai China 2015 As ZEEs têm como objetivos atrair investimentos estrangeiros desenvolver a produção tecnoló gica na China e absorver as inova ções tecnológicas desenvolvidas nos países mais avançados Por possuir a maior população do pla neta a China favoreceu a existên cia de economias de escala na maior parte das indústrias PHILIPPE ROYCULTURA CREATIVEAFP 216 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 216 170516 1945 Atualmente o país busca apoiar seu crescimento no consumo interno e menos nos investimentos que eram muito altos até a primeira década do século XXI4 Isso vem gerando uma desaceleração no crescimento econômico do país a partir de meados dos anos 2010 Leia a seção Leitura e discussão a seguir A desaceleração econômica chinesa e os impactos no restante do mundo Além de exportar muito a China também importa grandes quantidades de produtos e matériasprimas Atualmente o país é o segundo maior importador do mundo ficando atrás apenas dos Estados Unidos Em razão disso a desaceleração da economia chinesa produz impactos no restante do globo A recente queda no preço internacional das commodities por exemplo é explicada em parte pela desaceleração da economia da China um dos maiores consumidores desses produtos 4 De acordo com o FMI até 2013 os investimentos na economia chinesa respondiam por 48 do PIB Para um crescimento sustentável da economia especialistas recomendam em torno de 25 A China e seus desafios O PIB chinês cresceu 74 em 2014 menor percentual em 24 anos e pela primeira vez em 16 anos não alcançou a meta estabelecida pelo Governo que era de 75 A segunda economia do mundo e que neste ano ultrapassou os Esta dos Unidos como a maior economia por paridade de poder de compra segundo cálculos do Fundo Monetário Empresarial FMI não crescia a um ritmo tão lento desde 1990 quando sofria sanções internacionais por causa da repressão ao movi mento pródemocracia da Praça Tiananmen Mas a cifra divulgada nesta terçafeira 20 jan 2015 pelo Departamento Nacional de Estatísticas da China superou as expectativas dos analistas que calculavam um crescimento de 72 No último tri mestre do ano segundo os dados oficiais o aumento foi de 73 O PIB chinês alcançou no ano passado 6375 trilhões de yuans 275 trilhões de reais Os dados confirmam a desaceleração da econo mia chinesa e a perda de fôlego de um modelo de desenvolvimento baseado nas exportações e no baixo custo que valoriza o crescimento acima de qualquer outro critério incluindo a proteção ambiental O Governo chinês assegurou que um índice menor de crescimento será a nova normalidade nos próximos anos à medida que o antigo modelo de desenvolvi mento é substituído por outro com maior ênfase no consumo interno e na sustentabilidade Nesta linha Ma Jiantang portavoz do Depar tamento de Estatísticas minimizou a cifra da terçafeira e observou que o crescimento ficou apenas um décimo de ponto percentual abaixo do objetivo oficial Em suas previsões revisadas para este ano o Fundo Monetário Internacional calcula que a economia chinesa crescerá 68 em 2015 e 63 em 2016 As vendas no varejo um indicativo desse con sumo interno que o Governo chinês quer promover como novo motor do crescimento cresceram 12 em 2014 atingindo 2624 trilhões de yuanes 1135 trilhões de reais Especialmente significativo foi o crescimento do comércio eletrônico que gerou um volume de vendas de 279 trilhões de yuanes 12 trilhão de reais um aumento de 497 com relação a 2013 A produção industrial cresceu 83 no ano passado após alta de 97 no ano anterior China tem o menor crescimento econômico em 24 anos em 2014 El Pais 20 jan 2015 Disponível em httpbrasilelpaiscom Acesso em fev 2016 1 Mudanças implantadas no modelo de desenvolvimento chinês levaram à diminuição do crescimento econô mico do país a partir de 2014 Que mudanças são essas 2 Os dados apresentados no texto confirmam que as mudanças pretendidas estão em curso Apresente dados que justifiquem sua resposta 217 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 217 170516 1945 ÍNDIA Com mais de 12 bilhão de habitantes a Índia é ao lado da China o país com maior potencial de crescimento do mercado de consumo no mundo O país é o que mais vem crescendo entre os países emergentes Depois de se tornar independente do Reino Unido após a Segunda Guerra Mundial os governos aderiram a um forte nacionalismo Há cerca de duas déca das porém foram realizadas no país amplas reformas públicas que dinamizaram a indústria nacional e garantiram a entrada em grande escala de investimentos diretos estrangeiros IDE Ao contrário dos países latinoamericanos a Índia não trilhou os caminhos propostos pelo Consenso de Washington realizou uma abertura de mercado progressiva e uma privatização controlada Um dos grandes entraves ao desenvolvimento industrial indiano está relacionado à infraestrutura Há carências na geração de energia e na rede de distribuição as ferrovias cobrem todo o país herança do colonialismo britânico mas estão obsoletas figura 23 o sistema portuário precisa ser modernizado a produção da indústria de base é insuficiente para acompanhar o dinamismo industrial No entanto o governo indiano não abriu mão do controle desses setores em razão de sua importância estratégica Algumas grandes indústrias estatais de refino de petróleo petroquímico e de alumínio foram abertas à participação privada mas o governo ainda tem parti cipação acionária expressiva A indústria bélica e a exploração de petróleo também permanecem exclusivas de monopólios estatais A capital do país é Nova Délhi mas é Mumbai que se destaca como principal centro financeiro e industrial Ali se localizam empresas da indústria cinematográfica que mais produzem películas no mundo O estúdio da Bollywood a Hollywood indiana chega a finalizar mais de 200 longasmetragens por ano de um total de quase mil produzidos em todo o país No sul do território destacase a cidade de Bangalore tecnopolo indiano que centraliza pesquisas de alta tecnologia associadas às indústrias aeroespacial e de satélites de aviões softwares supercomputadores e de biotecnologia entre outras figura 24 na página seguinte Na cidade moram mais engenheiros especializados em novas tecnologias que no Vale do Silício Estados Unidos Os cientistas e profissionais especializados em novas tecnologias na Índia recebem salários menores que os de outros países levando as multinacionais a deslocar seus centros de pesquisa e tecnologia para esse país Isso aliado ao uso da língua inglesa por grande parte da população e ao crescimento do mercado interno indiano garante a entrada dos investimentos externos sobretudo no setor de serviços tecnológicos Figura 23 Trens carregados com carvão em estação obsoleta de Mumbai Índia 2014 O aumento do tráfego na malha ferroviária tanto de passageiros como de car gas sem a devida modernização das ferrovias é a causa de muitos acidentes na Índia DHIRAJ SINGHBLOOMBERG VIA GETTY 218 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 218 170516 1945 Figura 24 Centro de pesquisa em indústria de alta tecnologia em Bangalore índia 2013 Figura 25 Trabalhadores em indústria siderúrgica em Chennai Índia 2013 Em razão da presença de grandes reservas de carvão mineral e minério de ferro a Índia tem uma indústria siderúrgica expressiva que compete com os maiores pro dutores mundiais de aço figura 25 O setor automobilístico vem ganhando projeção internacional várias indústrias automotivas multinacionais se instalaram no país e indústrias nacionais como a Mahindra e a Tata Motors têm ampliado sua capacidade de produção A Tata Motors adquiriu as empresas de veículos de luxo britânicas Land Rover e Jaguar que pertenciam à estadunidense Ford Na Índia destacase também o setor de serviços Empresas de outros países subcontratam empresas indianas para serviços de telemarketing e call center que incluem atendimento ao cliente e informações telefônicas graças à mão de obra barata e à fluência em língua inglesa ÁFRICA Com exceção da Antártida o continente africano é o que apresenta os menores níveis de industrialização A maior parte dos países africanos depende das exportações de gêneros agrícolas e produtos do extrativismo mineral As riquezas naturais do continente desde as primeiras descobertas foram exploradas por companhias estrangeiras principalmente grandes multinacionais Entretanto no fim da década de 1960 alguns países resolveram nacionalizar suas minas apoiandose para isso em organismos internacionais que reúnem vários países produtores de minérios Retome as análises referentes à forte presença da China no continente africano desenvolvidas no Capítulo 2 PALLAVA BAGLACORBISFOTOARENA BABUREUTERSLATINSTOCK 219 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 219 170516 1945 Entre os produtos naturais que ocorrem nos países africanos o petróleo é um dos mais significativos pois é importante fonte de divisas É explorado nos territórios de Líbia Argélia Egito na Península do Sinai Nigéria próximo ao delta do Rio Níger Angola Congo e Gabão entre outros Líbia Argélia Nigéria e Gabão são grandes produtores mundiais figura 26 O crescimento da atividade petrolífera aliado à estabilização política em alguns países pode proporcionar a entrada de investimentos para o desenvolvimento de setores da indústria petroquímica China e Índia são os principais países que se interessam em investir na industrialização do continente No período colonial a industrialização foi dificultada pelo controle do comércio por parte dos colonizadores europeus pelo não acúmulo de capitais e pelo fato de não ter havido o desenvolvimento de um mercado interno Após o processo de descoloni zação mantevese a dependência em relação às antigas metrópoles No contexto da Guerra Fria as superpotências interferiram na condução política de diversos países africanos militarizando governos e contribuindo para o acirramento de rivalidades internas A instabilidade política surgida daí dificultou o crescimento econômico e o desenvolvimento social do continente O aumento da dívida externa e as medidas liberalizantes impostas por organismos internacionais como o FMI também contribuíram para a estagnação da economia dos países africanos O país mais industrializado do continente africano é a África do Sul com atividade industrial expressiva responsável por 295 do PIB nacional dados de 2014 O país apresenta um parque fabril diversificado englobando várias cidades nas quais são representativas as indústrias naval automobilística petroquímica alimentícia têxtil e de base entre outros setores figura 27 Figura 26 Plataforma de extra ção de petróleo no Gabão na plataforma continental desse país 2014 Figura 27 Zona industrial na Cidade do Cabo África do Sul 2013 RIEGER BERTRANDHEMISCORBISFOTOARENA PHILIPPE TURPINPHOTONONSTOPAFP 220 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 220 170516 1945 Outras importantes áreas indus triais do continente estão situadas ao redor de algumas cidades como Argel Argélia Alexandria e Cairo Egito Lagos Nigéria Tan ger Marrocos Túnis Tunísia e Kinshasa República Democrática do Congo A produção industrial africana corresponde em média a 1 do total do PIB do continente Veja a figura 28 e o mapa abaixo figura 29 O Brasil neste início de século ampliou suas relações diplomá ticas com diversos países da África5 com os quais tem fortes laços étnicoculturais No entanto muito ainda pode ser feito no âmbito da cooperação e no estrei tamento das relações comerciais e econômicofinanceiras Fonte CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 149 MAR MEDITERRÂNEO MAR VERMELHO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO êNDICO RABAT DACAR EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO N 0 725 km Lagos Porto Harcourt Douala Golfo da GuinŽ ARGEL TÚNIS KINSHASA CIDADE DO CABO Lubumbashi Johanesburgo Durban NAIRÓBI Dar Es Salaam ADISABEBA HARARE CAIRO 0º 0º 40º L TRÓPICO DE CÂNCER Indústria Produção industrial predominante Área industrial Recursos energéticos Automobilística Eletrônica Naval Indústria tradicional alimentar têxtil de base e bebidas Petróleo Localidades Capital de país Cidade Carvo MERIDIANO DE GREENWICH Figura 29 África indústria e recursos energéticos 2010 5 Sobre perspectivas de ampliação da relação entre Brasil e África consulte o Capítulo 10 do Volume 3 Figura 28 Zona industrial próxima ao Cairo Egito 2014 SONIA VAZ MAHMOUD KHALEDAFP 221 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 221 170516 1945 CANADÁ ESTADOS UNIDOS MÉXICO BRASIL ARGENTINA Caribe RÚSSIA INDONÉSIA ÍNDIA ORIENTE MÉDIO CHINA ÁFRICA DO SUL MARROCOS TUNÍSIA EGITO PAQUISTÃO COREIA DO SUL TAIWAN FILIPINAS VIETNÃ TAILÂNDIA BANGLADESH TURQUIA JAPÃO AUSTRÁLIA MALÁSIA EUROPA OCIDENTAL LESTE EUROPEU Polo industrial histórico séculos XIX e XX Polo industrial emergente final do século XX e início do XXI Polo industrial emergente secundário e nova dependência século XXI Desconcentração industrial Segunda fase da desconcentração industrial Desconcentração e proliferação dos polos industriais Observe o mapa Mundo a desconcentração e a proliferação de grandes polos industriais 2011 Fonte Le Monde Diplomatique LAtlas 2013 Paris Vuibert 2012 p 48 1 Com base nos conhecimentos adquiridos com o estudo do capítulo e na leitura do mapa comente a a primeira e segunda fases da desconcentração industrial b por que ocorre a desconcentração industrial e o que possibilitou esse fenômeno c como os países podem se proteger dos efeitos decorrentes da desconcentração industrial 2 Explique os motivos que conferem à China e à Índia a condição de polos industriais emergentes 3 Nos países de origem das empresas quais os principais fatores que as levam a procurar outros locais para produção de mercadorias SONIA VAZ Nessa projeção o cálculo da escala é inviável 222 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 222 170516 1945 1 Sobre a obsolescência planejada a Explique o que é b Comente os principais prejuízos da obsoles cência planejada 2 Você já vivenciou os efeitos da obsolescência planejada em sua vida Conte como foi 3 Que estratégias os con sumidores podem utilizar para diminuir os efeitos da obsolescência progra mada Converse com os colegas e o professor O segredo dos produtos feitos para no durar Técnica de marketing que surgiu na Revolução Industrial a obsolescência planejada evoluiu e é uma causa do acúmulo de 500 mil toneladas de lixo eletrônico por ano Sabe quando você compra um celular de última geração e enquanto ainda está pagando as parcelas a fabricante lança outro que não necessariamente aceita os acessórios do seu Ou quando você está muito feliz desfilando com o carro novo e já vê outro motorista com um modelo levemente diferente e irritantemente mais novo E quando os cartuchos da impressora acabam e você descobre que ela não aceita genéricos Parece que tudo é planejado E às vezes é mesmo Parte desses fatos são descritos como uma téc nica de marketing chamada obsolescência planejada Acontece quando o fabricante já prevê que o produto fique velho pife saia de moda ou perca funções A estratégia é muito usada com produtos eletrônicos e é atualmente apontada como um dos responsáveis pelo aumento do lixo eletrônico Para se ter uma ideia do tamanho do problema estudo da agência de telecomunicações da ONU feito em outubro de 2012 afirma que se fabri cantes de celulares adotassem padrão universal de carregadores o lixo eletrônico diminuiria em 300 milhões de toneladas por ano Por ano são produzidos 4 bilhões de carrega dores pesando cerca de 1 milhão de toneladas e resultando em lixo eletrônico que gera efeito estufa O problema de acordo com o pesquisador do Idec João Paulo Amaral começou na época da Revolução Industrial O primeiro símbolo da obsolescência pla nejada foi a lâmpada as primeiras foram projetadas para durar até 100 anos lembra ele Desde então houve mais duas fases da obsoles cência planejada a em que os fabricantes come çaram a pensar os produtos que podiam ter mais atributos na época de seu lançamento e uma ter ceira chamada obsolescência percebida na qual o produto continua funcionando mas as atualizações começam a criar dificuldades O problema é aprofundado por alguns tipos de publicidade A obsolescência planejada faz parte do referencial da indústria que acelera o fim dos ciclos dos produtos ou serviços para aquecer a economia Paralelamente a publicidade vende a ideia de que se aderirmos ao processo seremos mais felizes explica a diretora executiva do Instituto Akatu pelo Con sumo Responsável Ana Wilheim GONÇALVES João R O segredo dos produtos feitos para não durar O Dia 13 out 2015 Disponível em httpodiaigcombr Acesso em out 2015 A modificação frequente nos aparelhos celulares torna uma enorme quantidade de carregadores obsoleta ampliando o descarte e agravando o problema do lixo eletrônico Em 2015 tramitava no Legislativo Federal brasileiro uma lei para padronização dos carregadores 1 So pla a b 2 Vo efe pla Co 3 Qu su pa SHAHRIL KHMDSHUTTERSTOCK 223 Capítulo 9 Indústria no mundo atual TSV2U4CAP09190224indd 223 170516 1945 1 Apresente a localização e as características das seguintes regiões industriais dos Estados Unidos a Sun Belt b Manufacturing Belt 2 O que são e como funcionam os keiretsus 3 Como eram chamados os países que tiveram um pro cesso de industrialização mais acelerado a partir das décadas de 19501960 Quais países foram incluídos nessa categoria 4 Diferencie os modelos de industrialização adotados pelos países latinoamericanos Brasil México e Argentina e pelos Tigres Asiáticos 5 Observe novamente o gráfico Tigres Asiáticos estru tura das exportações 19602010 da página 214 e comente o modelo econômico adotado nesse con junto de países 6 Observe a tabela e responda às questões Principais exportadores de computadores e de serviços de informação 2012 Posição Maiores exportadores Valor em milhões de US 1 União Europeia 56442 2 Índia 47323 3 Estados Unidos 15501 4 China 14454 5 Israel 11329 6 Canadá 6993 7 Rússia 2088 8 Filipinas 2036 9 Malásia 1990 10 Argentina 1826 Dados de 2011 Fonte OMC International Trade Statistics 2013 Disponível em wwwwtoorgstatistics Acesso em 20 out 2015 a Com exceção dos países com elevado grau de desenvolvimento que outros grupos figuram entre os 10 principais exportadores de computadores e de serviços de informação b Quais atividades colocam a Índia nessa posição da tabela Explique 1 UCSRS 2015 A partir dos anos 70 outros países se juntaram ao Japão na categoria dos que se desta cam pela rapidez dos processos de industrialização são conhecidos como Tigres Asiáticos Destacamse por apresentarem elevada produção industrial desti nada essencialmente ao mercado externo São eles a China Coreia do Sul Cingapura e Taiwan b China Coreia do Sul Coreia do Norte e Malásia c Coreia do Sul Hong Kong Cingapura e Taiwan d Vietnã Malásia Cingapura e Filipinas e Coreia do Sul Malásia Vietnã e Cingapura 2 UELPR 2006 Quadro 1 Taxa de analfabetismo em Brasil Coreia do Sul 1960 39 33 Hoje 13 2 Quadro 2 Renda per capita Brasil Coreia do Sul 1960 1800 900 Hoje 7500 17900 Valores constantes em dlares2003 Fonte Revista Veja p 63 16 fev 2005 Com base nos quadros e nos conhecimentos sobre o tema considere as afirmativas a seguir I De 1960 aos dias atuais a Coreia do Sul apre sentou um importante avanço nos principais índices socioeconômicos aproximandose do padrão dos países mais ricos II Coreia e Brasil integram o grupo dos chamados Novos Países Industrializados entretanto no primeiro as exportações de bens de consumo duráveis são superiores às do segundo contri buindo para a elevação de sua renda per capita III Os índices apresentados no quadro 2 demons tram que as desigualdades sociais no Brasil estão diminuindo em ritmo acelerado graças ao fato de que de 1960 aos dias atuais a renda per capita mais que triplicou IV Os índices apresentados nos quadros indicam que apesar das diferenças em termos absolu tos a redução do analfabetismo e a elevação da renda per capita nos dois países são seme lhantes em termos percentuais Estão corretas apenas as afirmativas a I e II b II e III c III e IV d I II e IV e I III e IV Faça no caderno 224 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP09190224indd 224 170516 1945 INDÚSTRIA NO BRASIL 10 C A P Í T U L O Industrialização brasileira Observe o gráfico 1947 119 113 132 167 163 199 216 175 164 169 139 109 JK com o lema 50 anos em 5 Golpe Militar Abertura Econômica Plano Real 1994 1956 1961 1964 1979 1985 1990 1995 2003 2011 2014 JK Sarney Collor FHC Lula Dilma Ditadura Militar Brasil participação da indústria de transformação no PIB em 19472014 Em março de 2015 o IBGE alterou a metodologia de cálculo do PIB para adequálo aos padrões internacionais Neste gráfico os valores históricos foram adequados ao novo padrão visando à comparação dos dados no período retratado Fonte Portal Fiesp Disponível em wwwfiespcombr Acesso em out 2015 1 O que é indústria de transformação 2 Faça uma análise da participação da indústria de transformação no PIB considerando os governos corres pondentes indicados no gráfico LUIZ FERNANDO RUBIO GAMMAKEYSTONE VIA GETTY IMAGES 225 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 225 170516 1937 1 PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL No Brasil a indústria deu seus primeiros passos ainda no século XIX A economia cafeeira dominante nesse período dinamizou as atividades urbanas estimulou a imigração europeia e gerou um empresariado nacional com capacidade de investir em alguns setores industriais Os imigrantes trouxeram novos hábitos de consumo que incluíam produtos industrializados e alguma experiência em relação ao processo de produção industrial e ao trabalho como operários Aos poucos formouse um mer cado interno que se ampliou no final do século XIX com a abolição da escravidão e a intensificação do processo de imigração Indústrias de alimentos calçados tecidos confecções velas móveis fundições e bebidas espalharamse rapidamente sobretudo no estado de São Paulo centro da atividade cafeeira e principal porta de entrada dos imigrantes figura 1 Apesar de todos os avanços da industrialização a economia continuou sendo comandada pela produção agrícola especialmente de café No início do século XX a indústria ampliou sua participação na economia bra sileira Algumas indústrias eram estrangeiras mas predominavam as nacionais na maioria desenvolvidas por imigrantes muitas delas inicialmente a partir de pequenas oficinas artesanais Para se ter uma ideia o número de indústrias no Brasil aumentou de 3258 em 1907 para 13336 em 19206 CRISE DE 1929 E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO A crise mundial de 1929 abalou profundamente o mundo capitalista Entre 1929 e 1932 a produção industrial dos Estados Unidos diminuiu cerca de 50 Muitos trabalhadores perderam o emprego e o mercado consumidor retraiuse ainda mais A produção agrícola também não encontrava compradores Muitas empresas e bancos faliram e os investidores do mercado de capitais compra e venda de ações viram seus títulos se transformarem em papéis de pouquíssimo ou nenhum valor 6 SILVA Sérgio Expansão cafeeira e origens das indústrias no Brasil São Paulo AlfaÔmega 1976 p 73 O estudo do processo de industriali zação no Brasil nos séculos XIX e XX sobretudo pode ser desenvolvido num trabalho conjunto com o professor de História Nesse sentido é interessante destacar assuntos históricos como a conjuntura internacional as particu laridades dos governantes brasileiros e os planos por eles implementados nesse período Figura 1 Vista do bairro do Brás em 1920 na cidade de São Paulo SP com a fábrica Moinho Matarazzo ao fundo Inaugurada no ano de 1900 pelo imigrante italiano Francesco Matarazzo 18541937 o moinho de trigo junto da seção de metalurgia e da tecelagem que fabricava os sacos para embalagem era a maior uni dade industrial do país na época FILME Mauá o imperador do Brasil De Sérgio Rezende Brasil 1979 134 min O filme conta a história de Irineu Evangelista de Sousa 18131889 o Visconde de Mauá um dos principais personagens no período inicial de industrialização do Brasil Mauá com seu tino para os negócios e espírito empreendedor construiu a primeira indústria do país uma fundição e estaleiro em Niterói no Rio de Janeiro GAMMAKEYSTONE VIA GETTY IMAGES 226 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 226 170516 1937 Com a crise da Bolsa de Valores de Nova York os países capitalistas tiveram que reestruturar seu modelo econômico Promoveram então maior intervenção do Estado na economia e na distribuição de renda por entender que só a ampliação do mercado de consumo poderia garantir a retomada do crescimento econômico reveja o Capítulo 3 Num primeiro momento a depressão econômica provocada pela crise de 1929 teve efeito devastador também no Brasil O país tinha estruturado sua economia com base no mercado externo e dependia da exportação do café que no final da década de 1920 representava cerca de 70 das exportações brasileiras A crise econômica agravou a insatisfação política Nesse contexto o gaúcho Getúlio Vargas 18821954 tomou o poder por meio de um golpe de Estado em 1930 contra o domínio da oligarquia agrária que comandara o país durante a República Velha 18891930 Além de diminuir em mais de 80 a exportação do café a crise econômica oca sionou redução no preço do produto no mercado internacional Como o café ainda era a principal fonte brasileira de divisas o governo Vargas manteve no início uma política de proteção à lavoura desvalorizou a moeda para que o produto chegasse com valor mais competitivo ao mercado externo e comprou a produção excedente destruindoa em seguida O objetivo foi diminuir a oferta e garantir a estabilidade do preço do produto Veja a figura 2 SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES Até os anos 1920 o contexto econômico do país não estimulava significativamente o desenvolvimento industrial mas a crise de 1929 introduziu mudanças nesse quadro O violento corte nas importações de bens de consumo criou uma conjuntura favorável ao investimento na indústria nacional Os produtos industrializados no Brasil passaram a ocupar então boa parte do mercado interno antes praticamente abastecido por produtos importados Dessa forma o primeiro momento da industrialização brasileira apoiouse na substituição de importações de bens industriais pela produção interna A indústria transformouse num setor importante da economia alcançando taxas de crescimento superiores às do setor agropecuário O Estado passou a estimular os empresários industriais que em 1931 já haviam se organizado em São Paulo com a criação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Fiesp Ao mesmo tempo em que facilitava a importação de máqui nas e equipamentos industriais o governo dificultava a importação de produtos que pudessem concorrer com aqueles produzidos pela indústria nacional Intervenção do Estado Concepção baseada nas ideias do britânico John Maynard Keynes 18831946 um dos mais importantes economistas do século XX O keynesianismo defendia a ideia de que o Estado deveria elevar os gastos públicos promovendo grandes obras para gerar empregos Essas medidas eram consideradas fundamentais principalmente nos períodos de crise para atenuar dificuldades sociais e econômicas produzindo renda e impulsionando a economia privada Oligarquia Regime político em que o governo é exercido por um pequeno grupo de pessoas pertencentes ao mesmo partido classe ou família Figura 2 Queima de café em Santos SP 1931 Por causa da crise de 1929 imensos estoques de café foram queimados ou joga dos ao mar OTÁVIO MARCONDES FERRAZ OMFCPDOC 227 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 227 170516 1937 Logo nos primeiros anos do governo Vargas a indústria nacional cresceu com investimentos nos setores de bens de consumo não duráveis indústrias têxtil ali mentícia e de confecção etc A primeira metade da década de 1940 ainda no governo Vargas foi decisiva para a criação da infraestrutura industrial com a fundação da Companhia Siderúrgica Nacional CSN da Companhia Vale do Rio Doce atualmente Vale da Companhia Nacional de Álcalis CNA da Fábrica Nacional de Motores FNM entre outras No segundo governo de Getúlio Vargas 19501954 seria criada a Petrobras 1953 Todas essas empresas tinham participação majoritária do capital estatal So Paulo Gazo óleo sobre tela de Tarsila do Amaral 1924 Relacione os elementos da obra com as transformações no espaço geográfico da cidade de São Paulo SP a partir dos anos 1930 Arte So Paulo Gazo A artista plástica paulista Tarsila do Amaral 18861973 foi uma das pri meiras a adotar tendências modernistas no Brasil Não participou efetivamente da Semana de Arte Moderna de São Paulo em 1922 encontro onde foram lançadas novas ideias sobre estética e expressão artística que mudaram a arte e a literatura brasileiras mas seu trabalho foi um dos mais importantes da arte moderna representou uma ruptura radical com a postura artística acadêmica e contribuiu para a criação de uma nova linguagem para a pintura brasileira Muitas das obras de Tarsila são marcadas por forte conteúdo social e refletem a realidade nacional da época Observe a obra São Paulo Gazo de 1924 uma representação da atmosfera urbana criada pelo desenvolvimento industrial da cidade de São Paulo SP COLEÇÃO PARTICULAR LEITURA A industrialização brasileira Sonia Mendonça Moderna 2002 A obra retoma o início da industrialização brasileira até os dias atuais abordando a instalação das primeiras manufaturas no século XIX o desenrolar do processo ao longo do século XX as condições de trabalho e a luta do operariado nas fábricas 228 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 228 170516 1937 ANOS JK O ano de 1956 inaugurou uma nova etapa do desen volvimento industrial brasileiro Iniciavase o mandato do mineiro Juscelino Kubitschek 19021976 ou JK responsável por implantar um modelo que buscava diminuir a distância entre o desenvolvimento tecnológico do Brasil e dos países mais industrializados Para isso o governo acreditava ser necessário somar a ajuda do Estado aos recursos financeiros e tecnológicos externos estimulando a entrada das multinacionais O modelo de substituição de importações permaneceu mas apoiado nas multinacionais que impulsionavam o novo processo de industrialização especialmente com a produção de bens de consumo duráveis O modelo de JK foi apoiado pela maior parte da sociedade e por alguns intelectuais que defendiam um desenvolvimento industrial nos moldes dos países mais ricos O projeto do governo cujo slogan de forte apelo popular era 50 anos em 5 ficou conhecido como desenvolvimentismo Leia o Entre aspas Para atrair o capital estrangeiro o Estado brasileiro ofereceu incentivos fiscais isenção e redução de impostos e outros benefícios às empresas multinacionais Também investiu em infraestrutura de transportes principalmente rodoviário e por tuário e ampliou o investimento na indústria de base metalurgia e siderurgia e a capacidade de geração de energia elétrica As indústrias nacionais competiam nos setores mais tradicionais de bens de consumo não duráveis e de autopeças O setor de construção civil teve um desenvolvimento surpreendente graças ao crescimento das cidades à ampliação das rodovias à construção de usinas hidrelé tricas à instalação das novas fábricas e à construção de Brasília As multinacionais investiram sobretudo no setor de bens de consumo duráveis como automóveis figura 3 eletrodomésticos artigos eletrônicos e também na exploração mineral Posteriormente os governos militares 19641985 retomaram o modelo do desenvolvimentismo mas foram protecionistas em relação a setores considerados estratégicos Dificultaram a importação de diversos produtos estabelecendo uma reserva de mercado para as empresas nacionais investiram na indústria bélica Engesa na aeronáutica Embraer e no desenvolvimento da tecnologia nuclear Desenvolvimentismo Teoria cujo foco está no desenvolvimento econômico de um país apoiado na industrialização e na criação de infraestrutura a partir de grandes investimentos do Estado Um de seus princi pais teóricos o economista argentino Raul Prebisch 19011986 defendia um novo rumo nas políticas econômicas para promover o desenvolvimento dos países da América Latina Propunha um modelo que incentivasse a atividade industrial como forma de romper com as relações comerciais desfavoráveis entre um centro formado por países desenvolvidos e industrializados e uma peri feria agrícola ou agromineral que exporta produtos de baixo valor agregado com preços depreciados no mercado mundial Figura 3 Linha de montagem de automóveis da indústria estaduni dense Willys Overland do Brasil em São Bernardo do Campo SP 1960 As montadoras de automó veis marcaram essa fase de desen volvimento da indústria nacional FOLHAPRESS 229 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 229 170516 1937 Língua Portuguesa Sociologia Mulher proletária O escritor alagoano Jorge de Lima 18951953 participou ativamente da segunda fase do Modernismo brasileiro que foi marcada pela consciência crí tica em relação aos problemas de uma sociedade em intensa transformação O poema Mulher proletária revela a habilidade do poeta com o jogo de palavras Suas metáforas relacionam os seres humanos a máquinas num período do Brasil em que a atividade industrial provocou grandes mudanças no modo de vida em sociedade Leia o poema a seguir Mulher proletária única fábrica que o operário tem fabrica filhos tu na tua superprodução de máquina humana forneces anjos para o Senhor Jesus forneces braços para o senhor burguês Mulher proletária o operário teu proprietário há de ver há de ver a tua produção a tua superprodução ao contrário das máquinas burguesas salvar teu proprietário LIMA Jorge de In Antologia da poesia brasileira do padre Anchieta a João Cabral de Melo Neto Porto Chardron 1984 p 511 v 3 1 Discuta com os colegas e o professor o papel social e econômico da mulher no contexto do início da industrialização brasileira Justifique com versos do poema 2 Faça um contraponto entre o que você discutiu na questão anterior e a situação da mulher nos dias atuais ANOS DO MILAGRE O período entre 1969 e 1973 que corresponde ao governo do presidente Emílio Garrastazu Médici 19051985 ficou conhecido como a época do milagre bra sileiro quando o PIB atingiu médias de crescimento superiores a 10 ao ano O milagre foi possível em razão da conjuntura externa favorável com muitos recursos financeiros disponíveis Os países com elevado grau de desenvolvimento podiam assim realizar vultosos empréstimos externos para promover o desenvolvimento econômico Durante esse período foram realizadas grandes obras de infraestrutura no país financiadas principalmente com capital externo São exemplos a construção da Ponte RioNiterói figura 4 na página seguinte da Rodovia Transamazônica com apenas parte do traçado concluído e da Usina de Itaipu Por um lado a economia expandiuse internamente e os salários da classe média elevaramse embora numa proporção inferior às taxas de crescimento Houve também ampliação do sistema de crédito ao consumidor Por outro lado o operariado industrial e as classes mais pobres conviveram durante esse período com uma política de arrocho salarial que visava conter os gastos com mão de obra para elevar as taxas de lucro e atrair investimentos de empresas multinacionais Ao mesmo tempo em que o mercado interno se fortaleceu as exportações cresceram em valor e variedade de produtos FILIPE ROCHA 230 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 230 170516 1937 Figura 4 Vista da ponte RioNiterói na Baía de Guanabara estado do Rio de Janeiro 2015 A ponte liga o município do Rio de Janeiro ao município de Niterói Fim do milagre O aumento nos juros internacionais a má gestão do dinheiro captado no exterior e a incapacidade do governo brasileiro de saldar seus compromissos externos com recursos internos levaram a uma ampliação significativa da dvida externa Entre 1970 e 1984 a dívida saltou de 5 para 90 bilhões de dólares Além disso o período entre a segunda metade dos anos 1970 e a década de 1980 foi marcado pela diminuição dos investimentos estrangeiros pela elevação nos gastos com a importação de petróleo e pela queda nos preços de diversas maté riasprimas agrícolas e minerais exportadas pelo Brasil A esse quadro somaramse os altos índices de inflação e de desemprego e os baixos níveis de crescimento do PIB Essa conjuntura levou ao esgotamento do modelo desenvolvimentista no Brasil 2 INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL ATUAL A partir da década de 1990 intensificouse a inserção do Brasil no mundo globalizado com a adoção de políticas neoliberais Essas políticas iniciadas no governo de Fernando Collor 19901992 ganharam força principalmente nos governos de Fernando Henri que Cardoso 19952002 quando o país se abriu às importações e aos investimentos estrangeiros em detrimento de ações de fortalecimento da indústria nacional Produtos importados como automóveis alimentos roupas eletrodomésticos computadores soft wares celulares brinquedos e outros bens de consumo inundaram o mercado brasileiro A abertura levou à falência várias indústrias nacionais acostumadas a políticas de proteção ao mercado que mantinham elevados impostos de importação tarifas aduaneiras Outras indústrias para não fechar as portas foram vendidas para grandes grupos nacionais e multinacionais ou então incorporadas a eles e diversas fusões ocorreram entre empresas nacionais e estrangeiras Os anos 1990 foram marcados ainda pelo incremento do processo de privatização das indústrias de base dos setores extrativista mineral de distribuição de energia e de telefonia entre outros que contou com expressiva participação de grupos estran geiros reveja o Captulo 5 Veja a figura 5 na próxima página Em junho de 1994 a moeda brasileira passou a ser o real Essa mudança era parte de um plano econômico mais amplo cujo objetivo era combater a inflação e estabilizar a economia brasileira FILME Eles não usam blacktie De Leon Hirszman Brasil 1981 134 min Uma greve de metalúrgicos em São Paulo SP em 1980 é o pano de fundo da história do jovem operário Tião que resolve se casar com sua namorada Maria ao saber que a moça está grávida Temendo perder o emprego e o sustento de sua futura família Tião fura a greve e acaba em conflito com o pai Otávio um sindicalista que passou três anos na cadeia durante o regime militar Portal da Indústria wwwportaldaindustria combr Site que reúne as federações nacionais e estaduais da indústria brasileira CNI Sesi Senai e IEL Traz estatísticas indicadores industriais publicações com sondagens e avaliações sobre o mercado e vídeos com entrevistas e diagnósticos de temas relativos ao setor industrial SITE RICARDO SIQUEIRABRAZIL PHOTOSLIGHTROCKET VIA GETTY IMAGES 231 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 231 170516 1937 Por um lado o Plano Real valorizou a moeda brasileira em relação ao dólar facilitando as importações aumen tando a oferta de produtos no mercado reduzindo os preços e a inflação Os juros altos também contribuíam para isso na medida em que encareciam o crédito Por outro lado essa política econômica dificultou as exportações e provocou déficit crescente na balança comercial e no balanço de pagamen tos Com isso a indústria brasileira ficou ainda mais dependente da importação de bens insumos para a produção de mercadorias máquinas e equipamentos utilizados na produção industrial Dólar barato e abertura comercial estimularam as importações e criaram um problema bastante sério para a indústria nacional que perdeu compe titividade em diversos setores e passou a crescer cada vez menos Além disso o Plano Real sofreu suas crises posteriormente mas a inflação se manteve em níveis aceitáveis por um longo tempo A hiperinflação e o plano real Não foi fácil conviver com um longo período de hiperinflação Isso ocorreu durante a década de 1980 até a metade dos anos 1990 O pior ano foi 1993 quando a inflação acumulada atingiu 2477 Os que tinham dinheiro o aplicavam em poupança e outras operações financeiras Na contacorrente a moeda perdia valor já que o preço das mercadorias era remarcado diariamente Os que sobreviviam apenas do salário corriam ao supermercado para garantir a provisão mensal da família logo que recebiam o pagamento Depois de diversos planos econômicos fracassados implantados desde a década de 1980 um teve sucesso o Plano Real Foi introduzido em 1994 no governo Itamar Franco 19302011 e criado por uma equipe de economistas comandada pelo então ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso 1931 A partir daí a inflação mantevese relativamente estável Voltou a crescer com a crise econômica e política iniciada em 20142015 mas muito longe da hiperinflação que dominou o país antes do Plano Real 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 1989 1991 1993 1994 1995 1998 2005 2013 2015 Inflação acumulada no ano em Ano 19729 4726 24771 9164 224 16 56 59 Início do Plano Real 1067 Trajetória da inflação antes e pósplano real Índice medido pelo IPCA índice de preços ao consumidor amplo IBGE Fonte Portal Brasil Disponível em httpwwwportalbrasilnetipcahtm Acesso em abr 2016 Figura 5 As privatizações das estatais foram alvo de grandes polêmicas e contradições De um lado defendiamse a modernização e o aumento da eficiência dessas empre sas a venda dessas estatais também podia gerar renda para o governo investir em outros setores De outro cri ticavamse a deterioração do patrimônio nacional e o enca recimento dos serviços pres tados à população como no setor de transportes com rea justes expressivos nas tarifas e nos pedágios cobrados nas rodovias Na imagem mani festantes seguram faixas com dizeres contra a privatização da CSN Companhia Siderúrgica Nacional no Rio de Janeiro RJ 1993 ZECA GUIMARÃESFOLHAPRESS BIS 232 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 232 170516 1937 POLÊMICA DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO A participação da indústria de transformação no PIB recuou de aproximada mente 22 em 1985 para cerca de 11 em 2014 veja novamente o gráfico da seção Contexto no começo do capítulo Mas há visões diferentes para explicar e justificar esses números A maioria sustenta que o Brasil perdeu competitividade em diversos setores indus triais em razão da abertura econômica e do chamado custo Brasil carga tributária elevada infraestrutura deficitária energia cara excessiva burocracia exigida nos negó cios moeda valorizada além de juros mais altos que os praticados em outros países exportando menos mercadorias industrializadas e importando mais afirma ainda que houve uma reprimarização da economia ou seja as commodities voltaram a ganhar importância constituindo a essência das mercadorias exportadas com a presença de minério de ferro petróleo soja milho açúcar álcool suco de laranja celulose sendo que somente os minérios a soja e o petróleo respondiam por cerca de 30 das expor tações brasileiras em 2015 figura 6 Esse processo é chamado de desindustrialização Outros entendem que esse processo ocorre em escala mundial particularmente naqueles países de industrialização mais antiga e que o Brasil apresentou crescimento expressivo na produção agropecuária que é moderna e na produção mineral dinami zando as exportações do país e isso beneficia a economia nacional em seu conjunto Argumentam ainda que o setor industrial no Brasil cresceu exageradamente por causa de estímulos do Estado lembrese do modelo desenvolvimentista analisado anteriormente No entanto ambas as visões destacam os problemas de falta de competitividade provocada pelo custo Brasil além da forte concorrência dos produtos importados sobretudo procedentes da China DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL Na década de 1990 a economia brasileira foi marcada por outro fenômeno a guerra fiscal Tratase da competição entre estados e municípios brasileiros para instalar indústrias e empresas por meio da oferta de vantagens fiscais redução ou isenção de impostos terrenos infraestrutura e mão de obra acessível A batalha levou empresas situadas em determinados locais a se transferirem para outros provocando um processo de relativa desconcentração industrial com reflexos na divisão territorial do trabalho no Brasil Um exemplo marcante foi o ocorrido com a indústria automobilística Novas unidades industriais foram instaladas fora do estado de São Paulo o local mais procurado pelo setor até então Veja o mapa figura 7 na próxima página Figura 6 Carregamento de navio usado para exportação de miné rio de ferro pela Companhia Vale no Complexo Portuário de Tuba rão em Vitória ES 2016 CESAR DINIZPULSAR IMAGENS 233 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 233 170516 1937 O processo de desconcentração industrial no entanto envolveu outros setores e ocorreu em todas as regiões brasileiras Porém o fenômeno foi mais marcante no Sudeste do Brasil Além disso é preciso destacar que apesar de ter havido amplia ção das unidades de produção no interior da Região Sudeste e em outras regiões do país as empresas industriais e seus escritórios centrais onde são tomadas as decisões estratégicas sobre produção inovação e novos investimentos continuaram sobretudo nas regiões metropolitanas do Sudeste Esse processo de desconcentração das instalações industriais foi intensificado também graças ao desenvolvimento e à ampliação das redes de transporte que facilitaram o fluxo de matériasprimas máquinas e equipamentos industriais e o escoamento da produção das indústrias para mercados mais distantes e às novas tecnologias de comunicação Acrescentase ainda a maior oferta de energia e a mão de obra mais barata nas pequenas e nas médias cidades do Sudeste e em outras regiões do país Instalação anunciada para os próximos anos Fonte elaborado com base em informações disponibilizadas pelas montadoras de veículos Dados até outubro de 2015 DACOSTA MAPAS EQUADOR 0 0 TRÓPICO DE CAPRICÓÓRNIO Ó 50 O OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Ford Jac Motors Chevrolet BMW Troller Fiat Fiat Hyundai Toyota Toyota Toyota Renault Audi Mitsubishi Iveco MercedezBenz MercedezBenz Land Rover Volkswagen Nissan Peugeot Citroën Ford Volkswagen Chevrolet Chevrolet Volkswagen Chery Hyundai Honda Honda Horizonte Goiana Betim Juiz de Fora Sete Lagoas São José dos Campos São José dos Pinhais São Caetano do Sul São Bernardo do Campo Indaiatuba Piracicaba Sorocaba Sumaré Camaçari Catalão Anápolis Gravataí Araquari Itatiaia Resende Porto Real Itirapina Porto Feliz Taubaté Jacareí Iracemápolis SÃO PAULO MACEIÓ RIO BRANCO BOA VISTA MANAUS MACAPÁ PALMAS BELÉM SÃO LUÍS SÃ TERESINA FORTALEZA NATAL JOÃO PESSOA RECIFE ARACAJU SALVADOR RIO DE JANEIRO RIO DE J RIO DE J VITÓRIA BELO HORIZONTE PORTO VELHO CUIABÁ GOIÂNIA CAMPO GRANDE CURITIBA CURITIBA FLORIANÓPOLIS PORTO ALEGRE BRA BRASÍLIA BRA BRA BRA RR AM AP PA RO MT GO DF TO AC MS SP PR SC RS RJ ES MG BA MA PI CE RN PB PE AL SE N 0 280 km Figura 7 Brasil a indústria automobilística ruma para outras regiões 2015 Tradicionalmente instaladas em São Paulo muitas empre sas automobilísticas passaram a se instalar fora das metró poles do Sudeste brasileiro Mesmo as que permaneceram na região buscaram muni cípios onde pudessem obter maiores lucros 234 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 234 170516 1937 1 Diferencie a primeira fase da industrialização brasi leira a partir de 1930 da iniciada em 1950 2 Quais foram os argumentos do governo para promover a privatização das empresas estatais brasileiras Que críticas podem ser feitas a esse processo 3 Caracterize a evolução industrial brasileira entre o final do século XIX e o início do século XX em relação a à origem do capital majoritário b à localização do principal parque industrial c aos tipos de indústria predominantes 4 Observe o gráfico e responda às questões Fontes IBGE Censos industriais 1970 Disponível em wwwibgegovbr Banco Central do Brasil Boletim Regional outubro2015 p 95 Disponível em wwwbcbgovbr Acessos em fev 2016 100 807 627 120 185 95 08 08 34 90 70 60 50 40 30 20 10 0 80 Sudeste Regies Sul Nordeste Norte CentroOeste 1970 2014 59 57 Brasil valor da transformação industrial por regiões 1970 e 2014 a Identifique e explique o processo registrado no gráfico b Quais as duas regiões que registraram as maiores taxas de crescimento 1 UFJFMG 2012 Leia o texto a seguir A Rua Teresa se rendeu aos chineses Pressiona das pela competição dos produtos importados e pelo surgimento de outros polos de moda algumas confecções da tradicional rua do varejo de roupas de Petrópolis já estão importando da China até 20 do que vendem em suas lojas Se as próprias confecções estão importando a tendência é maior entre os que são apenas varejis tas As etiquetas de Fabricado no Brasil disputam espaço com as de Fabricado na China Algumas indústrias no entanto admitem até mesmo a Faça no caderno prática de trocar etiquetas chinesas por aquelas da marca própria Além da importação de peças prontas as confecções investem em máquinas mais moder nas para reduzir os custos e aumentar a produ tividade Lucianne Carneiro Rua Teresa made in China O Globo Rio de Janeiro p 27 8 abr 2012 Adaptado O processo descrito no texto tem ocorrido em todo o país Esse processo é denominado a inflação b privatização c flexibilização d desregulamentação e desindustrialização 2 UnicampSP 2012 O Brasil experimentou na segunda metade do século 20 uma das mais rápidas transições urbanas da história mundial Ela transformou rapidamente um país rural e agrícola em um país urbano e metropolitano no qual grande parte da população passou a morar em cidades grandes Hoje quase dois quintos da população total resi dem em uma cidade de pelo menos um milhão de habitantes Adaptado de George Martine e Gordon McGranahan A transição urbana brasileira trajetória dificuldades e lições aprendidas In Rosana Baeninger org População e cidades subsídios para o planejamento e para as políticas sociais Campinas Nepo Brasília UNFPA 2010 p 11 Considerando o trecho acima assinale a alternativa correta a A partir de 1930 a ocupação das fronteiras agrícolas na Amazônia no CentroOeste no Paraná foi o fator gerador de deslocamentos de população no Brasil b Uma das características mais marcantes da urbanização no período 19301980 foi a dis tribuição da população urbana em cidades de diferentes tamanhos em especial nas cidades médias c Os últimos censos têm mostrado que as grandes cidades mais de 500 mil habitantes têm tido crescimento relativo mais acelerado em compa ração com as médias e as pequenas d Com a crise de 1929 o Brasil voltouse para o desenvolvimento do mercado interno através de uma industrialização por substituição de importações o que demandou mão de obra urbana numerosa BIS 235 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 235 170516 1937 3 PRINCIPAIS CENTROS INDUSTRIAIS Historicamente a indústria concentrase na Região Sudeste do país fato que não se modificou mesmo com a desconcentração industrial observada nas últimas décadas Atualmente a região concentra cerca de metade de todas as unidades industriais do país Veja o mapa figura 8 Quando se analisa o total gerado pela indústria de transformação por região o Sudeste responde por 627 do total seguido pelas regiões Sul 185 Nordeste 95 Norte 59 e CentroOeste 347 Apesar desse cenário a participação da Região Sul no conjunto da produção industrial bra sileira nas últimas décadas foi a que mais aumentou quantitativamente e as regiões Norte e CentroOeste vêm obtendo o maior crescimento relativo8 REGIÃO SUDESTE A indústria concentrouse no Sudeste brasileiro em razão da acumulação de capital proveniente da lavoura cafeeira do desenvolvimento das cidades e da infraestrutura criada com a economia do café portos ferrovias rodovias energia elétrica etc Nessa região as maiores concentrações indus triais estão situadas no estado de São Paulo que responde por 298 do PIB industrial nacional A organização industrial da cidade de São Paulo espalhouse pela área metropolitana e ao redor das grandes rodovias que cortam o estado Ao longo da Rodovia Presidente Dutra na região do Vale do Paraíba que se estende de São Paulo ao Rio de Janeiro formouse a maior concentração industrial do país Nesse trecho a cidade de São José dos Campos SP onde está situado o ITA Instituto Tecnológico de Aeronáutica e a Embraer forma um dos principais polos tecnológicos do Brasil figura 9 na próxima página As rodovias Anchieta e dos Imigrantes além de cruzarem a região fortemente industrializada conhecida como ABCD Santo André São Bernardo São Caetano e Diadema na área metropolitana de São Paulo atingem o polo petroquímico e siderúrgico situado no município de Cubatão no litoral Próximo à Rodovia Castelo Branco a 80 km da capital do estado vale destacar a cidade de Sorocaba que possui um parque industrial diversificado produção de componentes para o setor aeronáutico e eletrônico e indústrias mecânica metalúrgica de cimento têxtil alimentícia e outras Também no interior ligada à capital pelas vias Anhanguera e dos Bandeirantes fica a cidade de Campinas outro importante tecnopolo do país formado em torno da Universidade de Campinas Unicamp A partir de Campinas estruturase um importante eixo de industrialização do estado que se subdivide em dois um pela Rodovia Washington Luís até a cidade de São José do Rio Preto e outro pela via Anhanguera até Ribeirão Preto No eixo da Washington Luís destacase o polo tecnológico de São Carlos 7 Banco Central do Brasil Boletim Regional Outubro2015 p 95 Disponível em wwwbcbgovbr Acesso em fev 2016 8 CNI Perfil da Indústria nos Estados 2014 p 127 Disponível em wwwportaldaindustriacombr Acesso em fev 2016 SONIA VAZ Fonte FERREIRA Graça M L Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 p 145 Figura 8 Brasil indústria 2011 EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO 0 50 O N 0 530 km AM RO RR AP AC PA PI CE MA GO DF TO BA MG ES RJ RN PB PE SE AL SP PR SC RS MT MS Nœmero de empresas 60000 20000 10000 5000 1000 236 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 236 170516 1937 SÉRGIO CASTROESTADÃO CONTEÚDO Figura 9 Linha de montagem de aviões da Embraer em São José dos Campos SP 2015 Antes de iniciar a produção no chão da fábrica operários treinam e simu lam virtualmente em computado res melhorando a produtividade e a qualidade dos aviões O polo automobilístico antes concentrado na região metropolitana hoje está distribuído entre diversas cidades do interior do estado de São Paulo onde operam Ford General Motors Honda MercedesBenz Scania Toyota e Volkswagen No Rio de Janeiro além da região metropolitana e do Vale do Paraíba a indús tria se estende para os polos industriais têxteis das cidades serranas de Petrópolis Teresópolis e Nova Friburgo No Vale do Paraíba fluminense a cidade de Resende abriga instalações das montadoras alemã Volkswagen e japonesa Nissan Em Porto Real estão estabelecidas fábricas de automóveis das francesas Citroën e Peugeot E em Volta Redonda a CSN No litoral norte do Rio de Janeiro extraise a maior parte do petróleo brasileiro em área da plataforma continental próxima da cidade de Campos dos Goytacazes Em Minas Gerais a indústria concentrase na Grande Belo Horizonte com destaque para os distritos industriais de Betim onde está instalada a Fiat e Contagem Ao sul de Belo Horizonte situase o Quadrilátero Ferrífero área de extração de minerais metálicos e produção metalúrgica e siderúrgica Destacamse ainda em Ipatinga na região do Vale do Aço a siderurgia com a Usiminas no sul do estado na região conhecida como Zona da Mata Mineira a produção de laticínios em Juiz de Fora a fábrica de automóveis da alemã MercedesBenz e em Uberaba e Uberlândia na região do Triângulo Mineiro atividades industriais diversificadas em que predominam os frigoríficos Ainda no sul de Minas destacase o tecnopolo da cidade de Santa Rita do Sapucaí figura 10 Figura 10 Vista da cidade de Santa Rita do Sapucaí MG 2014 A pequena cidade abriga incubadoras centro universitário Instituto Nacional de Telecomu nicações Inatel e empresas de alta tecnologia É conhecida como Vale da Eletrônica JOÃO PRUDENTEPULSAR IMAGENS 237 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 237 170516 1937 No estado do Espírito Santo destacamse as indústrias de mineração papel e celulose e a siderurgia Além disso a descoberta de reservas de petróleo e gás natural na camada do présal em 2006 numa área que se estende ao longo de 800 quilômetros incluindo o estado capixaba ofereceu grandes possibilidades de desenvolvimento ao Espírito Santo até os preços do petróleo despencarem em 2014 REGIÃO SUL As duas principais áreas industriais do Sul são o trecho entre a Grande Porto Alegre e Caxias do Sul RS e a região metropolitana de Curitiba PR e o Vale do Itajaí SC No Paraná instalaramse montadoras de automóveis a francesa Renault e a alemã VolkswagenAudi em São José dos Pinhais na região metropolitana de Curi tiba e de caminhões na cidade de Curitiba a sueca Volvo Canoas RS e Araucária PR formam os dois polos petroquímicos do Sul do país No Paraná destacamse ainda as regiões metropolitanas de Londrina e Maringá no norte paranaense além de Ponta Grossa a 100 km da capital Curitiba No Rio Grande do Sul no município de Gravataí também está instalada uma montadora de automóveis da estadunidense GM Em Caxias do Sul a nacional Agrale está fabricando um utilitário 44 O estado do Rio Grande do Sul é respon sável pela produção de 90 dos vinhos finos do Brasil Os polos vitivinícolas estão concentrados na região da Serra Gaúcha no nordeste do estado importante região turística e no sul na região da Campanha Gaúcha O Planalto Serrano Catarinense onde se encontra o município de São Joaquim que apresenta altitudes superiores a 1300 metros também vem apresentado crescimento nesse setor industrial de produção de vinhos Em Santa Catarina destacase o Vale do Itajaí Blumenau Joinville Itajaí e Brusque onde predomina a produção têxtil além de ser um dos principais polos produtores de softwares de gerenciamento de empresas do Brasil No nordeste do estado merece destaque o polo industrial de Jaraguá do Sul com indústrias mecâ nicas têxteis de material elétrico por exemplo figura 11 Na região do litoral sul do estado nas cidades de Criciúma Uruçanga e Araranguá desenvolvemse tradi cionalmente a indústria de cerâmica e a de extração de carvão mineral No interior de Santa Catarina sobressai a produção frigorífica No município de Araquari está instalada uma fábrica de automóveis da alemã BMW Figura 11 Vista interna de empresa especializada na fabri cação e comercialização de motores elétricos em Jaraguá do Sul SC 2012 RUBENS CHAVESPULSAR IMAGENS 238 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 238 170516 1937 Figura 12 Vista do complexo petroquímico no Polo Indus trial de Camaçari em Camaçari BA 2015 REGIÃO NORDESTE A indústria nordestina representa cerca de 10 do total da produção industrial do país e concentrase em torno de três regiões metropolitanas principais Salvador BA Recife PE e Fortaleza CE Os setores dominantes são tradicionais como as indústrias têxtil e alimentícia A maior parte da produção industrial do Nordeste concentrase na Bahia na Grande Salvador no Centro Industrial de Aratu criado em 1967 que ocupa áreas dos municípios de Salvador Simões Filho e Candeias em torno do porto de Aratu e reúne várias indústrias eletrodomésticos químicas cerâmicas óleos vegetais calçados etc Há também nessa área uma indústria de base de grande porte a Gerdau Usiba antiga Usina Siderúrgica da Bahia Usiba anexada ao grupo Gerdau durante a desestatização na década de 1990 Em Camaçari também na Grande Salvador situase o principal polo petroquímico da Região Nordeste figura 12 além da montadora de veículos estadunidense Ford Também estava prevista para 2017 a inauguração no município da fábrica de automóveis da chinesa JAC Motors A indústria calçadista também está presente no estado da Bahia O estado abriga ainda um polo industrial de informática e de indústrias eletroeletrônicas em Ilhéus Cam pina Grande na Paraíba abriga várias empresas de informática produtoras de software Na Grande Recife destacamse entre outros distritos industriais os de Cabo de Santo Agostinho Abreu e Lima Ipojuca Paulista e o de Jaboatão dos Guararapes Ainda na região metropolitana do Recife encontrase o maior polo industrial do estado de Pernambuco o Complexo Industrial e Portuário do porto de Suape que agrega empresas de grande porte O destaque da expansão industrial mais recente ocorreu em Goiânia uma cidade da Zona da Mata de Pernambuco a instalação da fábrica da Jeep Fiat Chrysler O Ceará abriga a fábrica de jipes da Ford no município de Horizonte Além disso o estado conseguiu atrair várias indústrias de outras regiões do país sobretudo têxteis e de calçados usando uma política agressiva de guerra fiscal e oferecendo mão de obra barata Destacase ainda o Complexo Portuário Industrial do Pecém ao redor do porto do mesmo nome Em Pecém foi instalada a primeira Zona de Processamento de Exportação ZPE do país cujas indústrias exportadoras gozam de um regime tributário e cambial favorável Entre elas destacamse a Companhia Siderúrgica do Pecém pertencente à Vale e duas empresas sulcoreanas PAULO FRIDMANPULSAR IMAGENS 239 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 239 170516 1937 REGIÕES NORTE E CENTROOESTE Nas mais extensas regiões do país predominam em geral indústrias tradicionais especialmente de alimentos e bebidas incluindo as agroindústrias Na Região Norte porém destacase a produção industrial concentrada na Zona Franca de Manaus ZFM figura 13 Criada em 1967 atraiu principalmente montado ras da indústria eletrônica mas também reúne indústrias de outros segmentos como o de concentrados para refrigerantes e a química São expressivas nessa região as indústrias de mineração de ferro e outros minerais localizadas na Serra dos Carajás PA de alumínio do Projeto Trombetas em Oriximiná PA e Paragominas PA e de cassiterita no estado de Rondônia além da produção de gás natural e petróleo no vale do Rio Urucu município de Coari AM Na Região CentroOeste o estado com maior número de indústrias é Goiás destacandose a região metropolitana de Goiânia e o município de Anápolis onde se encontram entre outras indústrias farmacêuticas figura 14 e a montadora de automóveis sulcoreana Hyundai em Anápolis Outra montadora que se instalou no estado foi a japonesa Mitsubishi no município de Catalão Destacase ainda no estado o município de Rio Verde que concentra indústrias alimentícias em especial a indústria frigorífica Nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a produção industrial está concentrada nas capitais Cuiabá e Campo Grande respectivamente Em Mato Grosso do Sul recentemente o município de Três Lagoas vem recebendo investimento industrial com a instalação de indústria siderúrgica e de celulose entre outras Figura 14 Laboratório que produz cápsulas para diversos fármacos em Anápolis GO 2013 Figura 13 Vista aérea do dis trito industrial da Zona Franca de Manaus com o Rio Negro ao fundo Manaus AM 2014 Implantada pelo governo brasi leiro para desenvolver a econo mia da Amazônia a Zona Franca de Manaus compreende três polos econômicos agropecuá rio comercial e industrial sendo este último considerado a base de sustentação da ZFM RUBENS CHAVESPULSAR IMAGENS SERGIO LIMAFOLHAPRESS 240 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 240 170516 1937 Panorama dos tecnopolos no Brasil Um estudo de 2013 encabeçado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação do Brasil identificou 94 iniciativas de parques científicos e tecnológicos em todo o país Os dados apresentados a seguir foram obtidos com base na análise das informações fornecidas por 80 parques o que corresponde a 85 do total de iniciativas identificadas Veja o infográfico SP MG PR SC RS MS MT TO GO DF RJ ES BA PI MA PA AM AC RO CE AP RR RN PB PE AL SE 0 5 Sul Sudeste CentroOeste Nordeste Norte 2 1 1 6 2 2 8 1 1 1 2 2 6 2 9 5 3 2 3 3 1 1 1 1 4 7 4 5 1 1 2 1 1 1 1 Quantidade de parques total 94 Número de empresas nos parques por região Distribuição dos parques nas diferentes fases de desenvolvimento por região Fase de projeto Fase de implantação Fase de operação 38 404 298 28 298 28 Projeto Implantação Operação Distribuição dos parques por região 4 1 4 0 17 11 11 11 11 13 5 2 1 0 3 0 100 200 300 400 Sul Sudeste CentroOeste Nordeste Norte 13 303 20 230 373 0 Norte 507 Sul 287 Nordeste 02 CentroOeste 204 Sudeste 53 Norte 5 85 Centro Oeste 8 75 Nordeste 7 415 Sudeste 39 372 Sul 35 Distribuição de parques em fase de desenvolvimento por estado Empregos nas empresas por região 10 155 20 participantes da pesquisa 80 parques Panorama dos tecnopolos no Brasil Fonte Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação Estudo de Projetos de Alta Complexidade Indicadores de Parques Tecnológicos 2013 Disponível em wwwmctgovbr Acesso em out 2015 Com base nos dados apresentados escreva um pequeno texto comentando a situação dos tecnopolos nas diferentes regies brasileiras ALEX SILVA 241 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 241 170516 1937 Indústria teve aumento da produção em maio 2015 A produção industrial brasileira cresceu 06 em maio na comparação com abril 2015 Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE O resultado interrompe um período de queda de três meses consecutivos em relação aos meses imediatamente anteriores Dos 24 segmentos industriais pesquisados 14 deles tiveram aumento em maio Os setores que mais se destacaram foram equipamentos de trans porte 89 petróleo 11 além de perfumaria detergentes e produtos de limpeza 19 A indústria de bens de consumo foi a que teve o melhor desempenho entre as categorias econô micas com alta de 14 na comparação com abril puxada pelo aumento de 12 nos bens semidurá veis e não duráveis Os bens duráveis tiveram queda de 01 Na comparação com o ano passado no entanto a pro dução de bens de consumo teve queda de 12 e acumula perdas de 96 em 2015 A indústria de bens de capital máquinas e equipamentos também teve variação positiva em relação a abril com alta de 02 mas apresentou queda de 263 na comparação com maio de 2014 Já os bens intermediários tiveram uma produ ção 05 menor que em abril e 49 menor que em maio do ano passado De janeiro a maio os bens de capital tiveram retração de produção de 206 e os intermediários de 96 Portal Brasil 2 jul 2015 Disponível em wwwbrasilgovbr Acesso em out 2015 IBGE momento atual da indústria é pior que o da crise de 2009 A indústria brasileira avançou 06 em maio 2015 interrompendo uma série de três resultados negativos na comparação mensal acompanhada de uma melhora também na produção industrial em alguns dos estados estudados pela Pesquisa Indus trial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE No mês nove dos 14 locais analisados apresentaram resultados positivos O pesquisador da coordenação de indústria do IBGE Rodrigo Lobo no entanto não vê uma recuperação Outros fatores macroeconômicos precisam ajudar para que isso ocorra diz Indústrias importantes como a de São Paulo e do Rio de Janeiro estão bem abaixo do pico histó rico Lobo enumera ainda outras três regiões cujo fundo do poço está próximo as indústrias do Paraná 233 Ceará 213 e Amazonas 223 estão muito abaixo do seu melhor momento Outro indicador é apontado como termômetro para comprovar como a recuperação ainda está longe entre abril e maio no acumulado de 12 meses 12 dos 15 Estados perderam o ritmo de produção na indústria Apenas o Espírito Santo cresceu mais em maio do que abril Rio de Janeiro e Bahia apenas reduziram as perdas Na comparação com maio do ano passado 2014 apenas Pará e Espírito Santo apresentaram resulta dos positivos motivados pela indústria extrativa Valor Econômico 10 jul 2015 Disponível em wwwvalorcombr Acesso em out 2015 1 Qual é o assunto das duas notícias 2 Ambas as notícias partem da mesma informação Qual é ela 3 Podemos afirmar que uma notícia informa a situação da indústria brasileira num tom mais ameno enquanto outra usa um tom menos otimista Justifique sua resposta com exemplos extraídos dos dois textos 242 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP10225243indd 242 170516 1937 1 Observe o infográfico DACOSTA MAPAS ÓRNIO TRÓPICO DE CAPRICÓRRN ÓR 52 O OCEANO ATLÂNTICO N 0 190 km R 11552 bilhões 31 do PIB brasileiro 571 do PIB da Região Sudeste é o PIB industrial do estado em 2012 o maior PIB industrial do Brasil A é a participação da indústria no PIB total do estado em 2012 R 2886 bilhões PIB 2012 R 876 bilhões 24 do PIB brasileiro 43 do PIB da Região Sudeste é o PIB industrial do estado em 2012 o oitavo maior PIB industrial do Brasil B é a participação da indústria no PIB total do estado em 2012 R 344 bilhões PIB 2012 Perfil da indústria de dois estados Fonte CNI Perfil da Indœstria nos Estados 2014 p 115 127 Disponível em wwwportaldaindustriacombr Acesso em fev 2016 O infográfico apresenta dados referentes ao estado res ponsável pelo maior PIB industrial do Brasil e ao que registra o menor PIB industrial da Região Sudeste 8o do Brasil Identifiqueos e indique a participação percentual da indústria na composição da economia de cada estado indicados pelas letras A e B 2 Quais são as duas principais áreas industriais pre sentes na região metropolitana de Salvador e quais setores industriais destacamse nessa área 3 Quais setores de atividade industrial existem no muni cípio onde você vive ou nos municípios próximos A participação das indústrias no conjunto da economia desses municípios é expressiva Se não você con sidera que seria importante estimular o desenvolvi mento da atividade industrial Por quê 4 Leia o texto e responda às questões Tipologia industrial A tipologia fabril de um passado não muito dis tante já não existe mais na verdade não existem mais projetos de fábricas mas projetos de negócios em torno de um objeto prioritário de montagem A General Motors criou um espaço integrado de montagem em Gravataí RS O sistema operacio nal é inovador pois na mesma área 386 hectares instalouse um complexo automotivo 140000 m2 de área construída unindo em redes de espaço e tempo fornecedores e comprador num verdadeiro condomínio industrial VIEIRA Euripedes Falcão VIEIRA Marcelo Milano Falcão Espaços econômicos geoestratégia poder e gestão do território Porto Alegre Sagra Luzzato 2003 p 60 a Em que tecnologia de processo a GM se baseou para estruturar o espaço integrado de montagem em Gravataí Explique b É possível relacionar o texto a qual processo espa cial verificado no Brasil a partir dos anos 1990 Explique c Por que os autores utilizam a expressão condo mínio industrial Uece 2015 Atente à seguinte descrição Situado entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro interliga as duas principais regiões metro politanas do País destacando os parques tecnológi cos como por exemplo as indústrias aeroespaciais localizadas em São José dos Campos e a indústria siderúrgica em Volta Redonda A descrição anterior referese àao a Vale do Rio dos Sinos b Baixada Santista c Vale do Paraíba d Serra dos Órgãos Faça no caderno 243 Capítulo 10 Indústria no Brasil TSV2U4CAP10225243indd 243 170516 1937 AGROPECUÁRIA NO MUNDO ATUAL E AS POLÍTICAS AGRÍCOLAS NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS 11 C A P Í T U L O Pequenos prazeres grandes consequncias O churrasquinho com os amigos o chocolatinho da tarde Pequenos prazeres também contribuem para esgotar o planeta Mas tudo é uma questão de como produzimos nossos alimentos Você pode até não saber mas na conta de boa parte dos alimentos que consumimos há um ônus para a natureza que não está nos rótulos Recen temente a ministra do Meio Ambiente da França Ségolène Royal clamou em rede nacional para que os franceses parassem de comer um creme feito com avelã e cacau por causa de seus altos custos ambientais Esse creme assim como uma boa variedade de produtos das indús trias alimentícia como margarina chocolate e de cosméticos utiliza em sua composição o óleo de palma A substância tem propriedades antioxi dantes ajuda a conservar melhor os alimentos e confere textura e crocância O problema é que a cadeia produtiva desse componente tão versátil que resulta em iguarias deliciosas muitas vezes é altamente danosa ao meio ambiente É da Malásia e da Indonésia que sai a maior parte da produção mundial do óleo cerca de 85 Nesses países asiáticos o cultivo do vegetal foi diretamente responsável pelo desmatamento de largas faixas de floresta tropical pelo desres peito a tribos indígenas e pela degradação da bio diversidade local Ao substituir a mata nativa por plantações de palma de acordo com a World Wide Fund for Nature WWF devastase uma área equivalente a 300 campos de futebol por hora Indústria do desequilíbrio Em alguma medida todas as produções de alimentos deixam uma pegada ambiental Umas mais outras menos Mas isso tudo está muito rela cionado à forma como a comida é processada e distribuída ou seja no funcionamento da cadeia produtiva Desde o pósguerra a produção de ali mentos ganhou escala industrial É aí que mora o problema No atual contexto global a grande vilã é a carne Ou melhor dizendo a indústria das carnes rebanhos e aves A criação de animais em larga escala tem efeitos colaterais não apenas para o meio ambiente mas para a saúde humana Não se podem ignorar também as implicações éticas da atividade casos de maustratos são frequentes GOMIDE Camilo Pequenos prazeres grandes consequências Planeta ed 516 9 out 2015 Disponível em wwwrevistaplanetacombr Acesso em fev 2016 Esta seção poderá ser desenvolvida com o professor de Biologia numa atividade interdisciplinar 1 Segundo o texto boa parte dos alimentos que consumimos traz ônus que não estão nos rótulos Que danos podem ser esses 2 Os problemas observados na questão anterior surgiram e foram agravados em razão de qual evento 3 O texto informa que no pósguerra a produção de alimentos ganhou escala industrial no entanto cerca de 850 milhões de pessoas passam fome no mundo Converse com os colegas e com o professor sobre as possíveis causas 4 Considerando o que você leu e discutiu até aqui consegue identificar um hábito alimentar seu que poderia mudar visando uma qualidade de vida melhor para você e o planeta Explique 244 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 244 170516 1941 1 ATIVIDADE AGROPECUÁRIA A agropecuária é uma das atividades básicas da humanidade e foi responsável pelas primeiras grandes transformações no espaço geográfico Surgiu há cerca de 12 mil anos no Período Neolítico quando as comunidades primitivas passaram de um modo de vida nômade baseado na caça e na coleta de alimentos para um modo de vida sedentário viabilizado pelo cultivo de plantas e pela domesticação de animais Inicialmente foi praticada às margens de grandes rios como Tigre e Eufrates antiga Mesopotâmia atual Iraque Nilo Egito YangTséKiang China Ganges e Indo Índia Foi justamente nessas áreas que se desenvolveram as primeiras grandes civilizações Com a evolução da agropecuária começou a haver excedente de produção o que possibilitou o desenvolvimento do comércio inicialmente baseado na troca de produtos Nos locais onde ocorriam as trocas desenvolve ramse várias cidades 2 DA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA À REVOLUÇÃO VERDE Graças à Revolução Industrial evoluíram também as técnicas agrícolas o que possibilitou o aumento da produtividade sem necessariamente a ampliação da área de cultivo Esse desenvolvimento tecnológico aplicado à agricultura ficou conhecido como Revolução Agrícola Esse aumento de produtividade foi necessário de um lado em decorrência do crescimento da população em geral da elevação da população urbana e da conse quente diminuição da população rural responsável pela produção agrícola de outro ela ocorreu pela imposição do crescimento industrial que demandava cultivo de matériasprimas para as suas atividades Portanto as bases técnicas da Revolução Agrícola foram propiciadas sobretudo pelas indústrias fornecedoras de insumos para a agricultura máquinas e fertilizantes por exemplo Veja a figura 1 Figura 1 Com as pessoas deixando cada vez mais o campo para viver nas cidades e com grande parte da população que permaneceu no campo trabalhando na produção de matériasprimas para a indústria a produção de alimentos deixou de ser feita pelas próprias pessoas que passa ram a adquirilos das grandes empresas O aumento da produção foi propiciado pela introdução de máquinas e outras tecnologias Na gravura colheita de algodão realizada por máquinas no Alabama Estados Unidos 1893 Esse tema poderá ser desenvolvido com o professor de História numa atividade interdisciplinar FILME O veneno está na mesa De Silvio Tendler Brasil 2011 49 min Documentário que faz um alerta sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes químicos no Brasil UNIVERSAL HISTORY ARCHIVEUIG VIA GETTY IMAGES 245 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 245 170516 1941 Os períodos de expansão colonial constituíram fases importantes da expansão agrícola e da migração de sementes pelo mundo Tanto nas terras colonizadas pelos europeus na América desde o século XVI quanto naquelas tomadas durante a expan são imperialista na África e na Ásia no século XIX os colonizadores implantaram um sistema agrícola para a produção de gêneros alimentícios e de matériasprimas voltado ao abastecimento do mercado europeu Esse sistema ficou conhecido como plantation e era baseado na produção monocultora de gêneros tropicais para fins de exportação praticada em grandes propriedades latifúndios com mão de obra barata ou escrava Após a Segunda Guerra Mundial com o processo de descolonização afroasiática em marcha os países desenvolvidos criaram uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial era o início da Revolução Verde Concebida nos Estados Unidos apresentavase como estratégia para combater a fome e a miséria nos países em desenvolvimento por meio da introdução de um pacote tecnológico contendo novas técnicas de cultivo equipamentos para mecanização fertilizantes defensivos agrícolas e sementes selecionadas figura 2 No entanto em muitos casos as sementes originárias dos países desenvolvidos e cultivadas em laboratório não eram geneticamente capazes de enfrentar as condi ções climáticas típicas dos trópicos clima quente algumas pragas e certas espécies de insetos A solução consistia na utilização de adubos defensivos e fertilizantes também importados dos países mais ricos e cujo uso indiscriminado traz grandes danos às pessoas e ao ambiente Nos países em desenvolvimento a importação de sementes e insumos aumentava a dependência em relação aos desenvolvidos Naqueles países a Revolução Verde também aumentou a distância entre os grandes agricultores que tiveram acesso ao pacote tecnológico e os pequenos lavradores que não tiveram condições de competir nos novos parâmetros de produtividade O aumento da produção baixou o preço dos produtos agrícolas tornando o cultivo inviável para boa parte dos pequenos agricultores As novas condições do mercado contribuíram para o abandono eou a venda de pequenas propriedades que foram sendo incorporadas por latifundiários grandes proprietários Nesse sentido apesar de a Revolução Verde ter contribuído para um aumento significativo na produção de alimentos no planeta e ter criado portanto condições para alimentar um número maior de pessoas acentuaramse os proble mas de concentração da propriedade rural em vários países do mundo como Índia Paquistão Indonésia e Brasil prejudicando a agricultura familiar de subsistência Figura 2 Maquinário moderno pulveriza inseticida em lavoura de batata no Reino Unido 2013 Com a Revolução Verde veio a promessa de produções maiores e mais baratas por meio do uso da tecnologia mas houve também o aumento da poluição ambiental e das desigualdades sociais no campo Além disso a questão da fome continuou sendo um pro blema grave em nosso planeta LOOP IMAGESUIG VIA GETTY IMAGES 246 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 246 170516 1941 BIS Paraso dos agrotxicos O Brasil vive um drama ao acordar do sonho de uma economia agrária pujante o país desperta para o pesadelo de ser o maior consumidor de agrotó xicos do planeta Mas quanto custa por exemplo uma saca de milho soja ou algodão Será que o preço de tais commodities que há tempos são o motor de uma economia primária à la colonialismo moderno compensa os prejuízos sociais e ambientais negli genciados nos cálculos do comércio internacional Pergunta difícil diz o economista Wagner Soa res do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís tica IBGE A Bolsa de Chicago define o preço da soja mas não considera que para se produzir cada saca são aplicadas generosas doses de agrotóxicos que permanecem no ambiente natural e no ser humano por anos ou mesmo décadas Ao final das contas quem paga pela intoxicação dos trabalhadores e pela contaminação ambiental é a sociedade afirma Soares Em seu melhor economês ele garante que as externalidades negativas de nosso modelo agrário continuam de fora dos cálculos Segundo o economista do IBGE que recente mente estudou propriedades rurais no Paraná cada dólar gasto na compra de agrotóxicos pode custar aos cofres públicos 128 dólar em futuros gastos com a saúde de camponeses intoxicados Mas este é um valor subestimado Afinal Soares contabilizou apenas os custos referentes a intoxicações agudas Levandose em conta os casos crônicos acres cidos da contaminação ambiental difusa nos ecossis temas os prejuízos podem atingir cifras assustadora mente maiores Estamos há décadas inseridos nesse modelo agrário e estudos mensurando seus reais custos socioambientais são raros ou inexistentes diz Das 50 substâncias mais usadas em terras bra sileiras 24 já foram banidas nos Estados Unidos Canadá Europa e algumas mesmo na Ásia KUGLER Henrique Paraíso dos agrotóxicos Ciência Hoje set 2012 n 296 Disponível em httpcienciahojeuolcombr Acesso em mar 2016 Comente com os estudantes que apesar de o texto ser de 2012 em 2015 o Brasil continuava sendo o maior consumidor de agrotóxico do planeta e o Instituto Nacional de Câncer Inca solicitava a diminuição da utilização de agrotóxicos no país 1 Explique o significado das externalidades negativas de nosso modelo agrário de acordo com o economista Wagner Soares 2 Na questão do padrão de uso dos agrotóxicos a situação mundial é homogênea para todos os países O que é possível inferir a respeito disso no texto O que parece Ð mas nem sempre Ž Ð saudvel A intensificação do uso de agro tóxicos na agricultura pode trazer vários problemas de saúde não apenas ao agricultor que lida dire tamente com o produto mas tam bém aos consumidores Doenças no sistema nervoso câncer e alterações fetais são alguns dos efeitos que a ingestão cumulativa de agrotóxicos presentes nos alimentos pode trazer aos humanos Portanto é necessário atenção à origem dos alimentos con sumidos tendo o cuidado sobretudo na higienização de frutas legumes e verduras Fonte Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa Programa de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos PARA Relatório de atividades 2011 e 2012 p 20 Disponível em httpportal anvisagovbr Acesso em fev 2016 Alface 100 70 60 50 40 30 20 10 80 0 Amostras com agrotxicos não autorizados em Arroz Cenoura Feijão Mamão Pepino Pimentão Tomate Uva 90 41 16 67 6 10 36 84 9 20 Brasil uso de agrotóxicos não autorizados 2011 Esse tema pode ser tratado em conjunto com os professores de Biologia considerando os efeitos dos agrotóxicos para a saúde humana e para os ecossistemas e de Química considerando as particularidades dos elementos químicos presentes nesses produtos É possível realizar um trabalho integrado com o professor de Biologia considerando os efeitos dos agrotóxicos para a saúde humana e para os ecossistemas 247 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 247 170516 1941 3 BIOTECNOLOGIA UMA NOVA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA A biotecnologia é o conjunto de técnicas aplicadas à biologia utilizadas para manipular geneticamente plantas animais e microrganismos por meio de seleção cruzamentos e transformações no código genético Teve grande desenvolvimento nas décadas de 1970 e 1980 mas vem sendo estudada e aplicada desde os anos 1950 em vários países do mundo A própria Revolução Verde que criou sementes híbridas foi um dos agentes que impulsionaram o desenvolvimento da biotecnologia que passou a ser largamente utilizada na agropecuária e em outros setores A manipulação genética é uma das aplicações mais recentes da biotecnologia e consiste na alteração da composição genética dos seres vivos Os vegetais derivados da alteração genética são chamados de OGMs organismos geneticamentes modi ficados e transgnicos OGMs transgênicos Por meio da manipulação genética podese modificar o material genético de um organismo seja fazendo rearranjos retiradas ou duplicações mas sem a adição de material genético de espécie diferente São os organismos geneticamente modificados ou OGMs Quando essa manipulação envolve a introdução de um ou mais genes de outros organismos vivos no DNA ácido desoxirribonucleico de animais e vegetais dáse origem a um transgênico Portanto todo transgênico é um tipo de OGM mas nem todo OGM é um transgênico Por meio da engenharia genética traços genéticos naturais indesejáveis podem ser eliminados e outros implantados artificialmente para aprimorar a qualidade dos produtos agrícolas manipulados Entre os produtos agrícolas que estão disponíveis no mercado ou estarão nos próximos anos é possível destacar tomates de ama durecimento lento batatas maiores e com polpa mais densa bananas graúdas e adaptadas a climas frios milho e algodão quase totalmente imunes a pragas soja com mais proteína uvas e melancias sem sementes figura 3 cebolas e couves produzidas o ano inteiro frutas cítricas resistentes a geadas e girassol com alto teor de ácido oleico mais nutritivo Semente híbrida Resulta do cruzamento de sementes de uma mesma espécie vegetal com o objetivo de melhorar a qualidade a produtividade ou a aparência de um produto agrícola Normalmente possibilita a obtenção de safras maiores Engenharia genética Conjunto das técnicas envolvidas na identificação e manipulação de genes Embora em boa parte a biotec nologia se associe à agropecuária ela tem aplicabilidade também em outros setores clonagem e manipula ção genética indústria farmacêutica novos medicamentos por exemplo fabricação de plásticos e outros pro dutos biodegradáveis novos conser vantes de alimentos e essências além de outras aplicações ainda em fase de desenvolvimento Esse tema pos sibilita um trabalho interessante em conjunto com o professor de Biologia Figura 3 Melancia sem semen tes no Mercado VeroPeso em Belém PA 2004 O sonho de comer melancia sem os incô modos caroços já pode ser realizado Por meio de altera ções genéticas é desenvolvido um vegetal transgênico com as características desejadas JANDUARI SIMÕESFOLHAPRESS 248 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 248 170516 1941 QUESTÕES POLÊMICAS A avaliação dos resultados do uso da biotecnologia é controversa e ainda hoje são realizados estudos sobre os efeitos na saúde humana de produtos alimentícios fabricados com a utilização dessas técnicas na agricultura e na pecuária Se por um lado alguns defendem a biotecnologia para maior produtividade e qua lidade dos alimentos há também muita polêmica e visões opostas sobre os possíveis danos causados pelos vegetais transgênicos à saúde das pessoas aos ecossistemas e a outras plantações De modo geral os críticos do uso dos transgênicos alertam para a necessidade de testes mais amplos e específicos para cada produto e para os impactos ambientais em áreas próximas às do cultivo desses vegetais Outro ponto controverso diz respeito à dominação econômicofinanceira As variedades geneticamente modificadas são produzidas por grandes corporações multinacionais como a estadunidense Monsanto cujas mudas e sementes são patenteadas Dessa forma essas variedades só podem ser utilizadas mediante o pagamento pelo uso das patentes e do pacote tecnológico desenvolvido para o cultivo Com isso fica reduzida a quantidade de beneficiados por essas técnicas além de se acentuar a dependência tecnológica dos países em desenvolvimento em relação aos desenvolvidos A Monsanto atua no Brasil desde a década de 1950 com fábricas de implemen tos agrícolas adubos e fertilizantes e detém entre outras a patente de variedades de soja transgênica um dos produtos agrícolas de maior volume de produção e exportação internacional Patrimônio genético em risco Outro problema para o qual os críticos dos OGMs e dos transgênicos chamam a atenção é que a biotecnologia pode ocasionar a perda da variedade e danos à produção de alimentos Com a homogeneidade cada vez maior das espécies cultivadas os agri cultores optarão pela plantação das mais produtivas e resistentes Se por acaso uma nova praga surgir poderá afetar amplas áreas de cultivo em várias regiões do planeta Há também a possibilidade de haver cruzamentos entre a cultura convencional e a transgênica sobretudo numa mesma propriedade ou em propriedades próximas acarretando o fim da espécie pura convencional O risco de mistura de transgêni cos e OGMs com variedades convencionais existe no cultivo na colheita no trans porte e no armazenamento e já ocorreu no Brasil com a soja Esses riscos remetem à necessidade da rotulação e do rastreamento corretos dos alimentos transgênicos com selo informando dos riscos durante a produção o armazenamento e a dis tribuição dos grãos Veja a figura 4 Da mesma forma a rotulação dos produtos feitos com matériaprima transgênica é necessária além de ser um direito do consumidor As exi gências dessa rotulação variam entre os países No Brasil é exigida se o produto alimentício tiver concentração de transgê nicos superior a 1 Na União Europeia o limite é de 09 e na Rússia 5 É importante comentar com os estu dantes que no Brasil de acordo com a Lei de Biossegurança de 2005 a Comissão Técnica Nacional de Bios segurança CTNBio é responsável pelo estabelecimento de normas de segurança e pelos pareceres técnicos relativos aos OGMs e aos transgêni cos e vem expressandose favoravel mente a eles Vale acompanhar com os estudantes os desdobramentos do Projeto de Lei que propunha mudanças nos rótulos das embalagens de alimentos transgê nicos sugerindo uma discussão com a turma sobre os interesses envolvidos em tal proposta e sobre o direito do consumidor em obter informação clara e precisa sobre os produtos disponíveis no mercado Figura 4 Em 2015 uma polêmica envolveu a maneira como a popu lação seria informada sobre a pre sença de transgênicos na compo sição dos produtos Mudanças sugeridas tanto na maneira de analisar os alimentos como no modo de informar sugeriuse a substituição do rótulo observado na imagem ao lado pela inscrição Contém transgênicos causa ram discussão entre diversos setores da sociedade PRODUTO PRODUZIDO A PARTIR DE SOJA TRANSGæNICA BIS J F DIORIOESTADÃO CONTEÚDO 249 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 249 170516 1941 Em defesa dos transgênicos Os especialistas que defendem a utilização dos OGMs argumentam que não há casos comprovados de danos à saúde humana por consumo de trans gênicos A soja geneticamente modifi cada por exemplo é cultivada desde 1996 e está presente numa grande quantidade de alimentos que a utilizam como matériaprima Os defensores dos transgênicos destacam que os OGMs têm contri buído para o aumento substancial da produtividade e para a redução da utilização de diversos tipos de agro tóxicos nas plantações resultando em ganhos para o ambiente figura 5 Afir mam também que o desenvolvimento dos transgênicos possibilitou que pro dutos mais saudáveis fossem comer cializados com menos ingredientes prejudiciais à saúde humana como as gorduras saturadas Nos últimos tempos o desafio da engenharia genética tem sido a criação de produtos sintéticos em laboratórios como moléculas de características semelhantes às naturais e organismos que possam representar novas fontes de combustíveis O impacto desses produtos na sociedade na economia e portanto no espaço geográfico poderá ser significativo assim como ocorreu com a introdução de novas tecnologias nos setores industriais e de serviços No Brasil entre 1998 e 2014 65 novos produtos com presença de OGMs foram aprovados figura 6 Pesquisas já acenam para vegetais resistentes a estresses abióticos seca excesso de água solos salinos e outros e com características nutricionais melhoradas Fonte PETROF Daiana 10 anos da Lei de Biossegurança Diário da Manhã 20 abr 2014 Disponível em www dmcombr Acesso em fev 2016 Plantas 60 Vacinas 307 Microrganismos e derivados 77 Insetos 16 Total de aprovações 65 1998 1 1 3 5 3 9 3 8 6 3 1 2 3 1 2 3 1 2 1 1 3 1 2 2004 2007 2006 2009 2008 2011 2012 2013 2014 2010 2005 19992003 Plantas Vacinas Microrganismos e derivados Insetos Figura 6 Brasil aprovações comerciais de produtos OGM 19982014 LEITURA Transgênicos sementes da discórdia José Eli da Veiga Org Senac 2007 São apresentados três pontos de vista sobre o assunto o da defesa o do ataque e o do meio termo A obra considera a controvérsia fundamental para a compreensão da questão dos transgênicos Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB wwwciborgbr Informações de base científica sobre a biotecnologia e suas diversas aplicações SITE Figura 5 Laboratório de Biotecnologia da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo UPF no Rio Grande do Sul 2015 Nesse laboratório realizamse pesquisas de transgenia que garantam ao milho a resistência contra insetos LUIZ FERNANDO RUBIO CAROLINE SIMORASSESSORIA DE IMPRENSA UPF 250 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 250 170516 1941 Biologia Coexistência de lavouras milho transgênico e convencional Quando há coexistência de lavouras de milho transgênico com a de milho convencional a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança CTNBio deter mina que a distância entre elas deve ser igual ou superior a 100 metros Outra opção é manter a distância mínima de 20 metros desde que o espaço entre uma plantação e outra seja ocupado por 10 fileiras de plantas de milho convencional Essas 10 fileiras que formam a barreira de defesa entre as plantações devem ser colhidas como milho transgênico O objetivo é proteger o milho convencional de uma mudança genética promovida pela própria natureza 1 Qual fenômeno explica a possível contaminação de uma espécie de milho por outra Explique como ele ocorre 2 Considere a sua resposta à questão anterior e julgue a validade das regras estabelecidas pela CTNBio AGRICULTURA ORGÂNICA Ao mesmo tempo em que a engenharia genética e a biotecnologia avançam a passos largos a prática da agricultura orgânica ganha muitos adeptos não só nos países desenvolvidos sobretudo os europeus mas também em vários países em desenvolvimento figura 7 Visando alinhar saúde e melhores condições de vida das populações com sustenta bilidade na agricultura orgânica utilizamse métodos naturais para a correção do solo e o controle de pragas Nela não são utilizados fertilizantes agrotóxicos e transgênicos garantindo a manutenção da qualidade do solo o reaproveitamento de resíduos o uso racional da água e respeitando as relações sociais e culturais da população Problemas como a carne bovina contaminada pela doença da vaca louca na Europa verduras com excesso de agrotóxicos águas poluídas por pesticidas e esgotamento do solo por causa do uso intensivo de irrigação têm forçado as pessoas envolvidas no processo de produção agropecuária a repensar os métodos utilizados Figura 7 Plantação orgânica de hortaliças em Santa Maria RS 2015 Uma maneira eficaz de evi tar a ingestão de agrotóxicos resi duais é optar pelo consumo de pro dutos orgânicos mais saudáveis saborosos e de boa durabilidade GERSON GERLOFFPULSAR IMAGENS 251 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 251 170516 1941 A agricultura orgânica é desse modo uma prática que pode contribuir para a redução dos danos causados aos ecossistemas muitos deles já bastante afetados pelo uso intensivo de técnicas utilizadas na agricultura moderna que contribuem para a degradação dos solos a poluição de lençóis freáticos córregos e rios e a extinção de espécies vegetais e animais Muitos consumidores deste início do século XXI estão convencidos da qualidade superior dos produtos orgânicos e dos problemas socioambientais que podem ser evitados por esse tipo de cultivo Por possuir grande variedade de tipos de solo e de clima além de uma rica biodi versidade e variadas culturas o Brasil é um dos países com grande potencial para o crescimento da produção orgânica Hoje o país possui uma das maiores produções destinadas à agricultura orgânica em comparação a outros países do mundo figura 8 Entre os principais produtos orgânicos brasileiros estão frutas banana abacaxi café mel leite açúcar frango além de verduras Segundo a FAO dados de 2012 cerca de 90 dessa produção é exportada principalmente para Estados Unidos União Europeia e Japão Além dos produtos naturais cresce também o consumo de produtos industrializados feitos a partir de matériasprimas orgânicas como chás óleos vegetais e cereais Esse crescimento não está associado apenas à procura dos consumidores por produtos mais saudáveis e sustentáveis mas também é parte da estratégia com petitiva dos varejistas do país em oferecer produtos orgânicos aos consumidores O crescimento da produção orgânica no Brasil também pode ser explicado pela implementação de políticas governamentais concebidas para promover o setor entre elas o apoio ao produtor rural O Censo Agropecuário de 2006 realizado pelo IBGE fez o primeiro levantamento a respeito da agricultura orgânica no Brasil de forma mais ampla Neste levantamento não foi perguntado ao agricultor se ele atendia às leis brasileiras de produtos orgânicos há uma legislação federal de 2003 nem se o produto era certificado como orgânico ou não No entanto foi questionado se o agricultor utilizava qualquer tipo de insumo agrícola artificial e se adotava medidas para conservação dos recursos naturais e do ambiente de modo geral Nesse Censo constatouse que mais de 80 dos produtores de orgânicos no Brasil se enquadram na categoria de agricultura familiar 326 milhões de ha cultivados com orgânicos 151 123 357 369 Austrália Brasil Argentina Demais países Figura 8 Mundo produção orgânica Fonte IBGE Censo Agropecuário 2006 Disponível em wwwibgecombr Acesso em fev 2016 FAO wwwfaoorgbr Site da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO Contém informações sobre a agricultura e sobre a fome no mundo além de publicações dados estatísticos e vídeos sendo a maior parte em inglês SITE A agricultura orgânica é prati cada em 120 países em 326 milhões de hectares O Brasil possui a segunda maior área cultivada com orgânicos BIS O conceito de agricultura familiar será tratado na segunda parte do Captulo 12 252 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 252 170516 1941 EQUADOR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁRTICO POLAR ÁR POLAR ÁR CÍRCULO POLAR ÁR CÍRCULO POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR CÍRCULO POLAR ÁR CÍRCUL TICO TICO POLAR ÁRTICO POLAR ÁR O POLAR ÁR O TICO TICO TICO TICO CÍRCUL CÍRCUL CÍRCUL TICO TICO TICO TICO TICO TICO POLAR ÁRTICO POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR POLAR ÁR CÍRCUL POLAR ÁRTICO CÍRCUL TICO TICO CÍRCUL POLAR ÁR CÍRCUL CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO MERIDIANO DE GREENWICH TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO 0 0 16 26 19 11 18 3 10 7 2 14 20 24 22 17 28 23 27 25 9 21 6 15 13 12 5 8 1 4 11 3 10 7 2 9 5 6 8 1 4 695 366 239 116 108 40 34 29 28 14 10 116 62 28 27 20 9 3 3 1 09 02 27 19 26 23 18 25 21 22 24 17 20 28 02 15 14 13 12 750 688 314 300 160 Estados Unidos Brasil Argentina Canadá China Índia Paraguai África do Sul Paquistão Uruguai Bolívia Filipinas Austrália Burkina Faso Mianmar México Espanha Chile Colômbia Honduras Sudão Portugal Rep Tcheca Cuba Egito Costa Rica Romênia Eslováquia 16 Área total de cultivos de OGM por país 2012 Milhões de hectares Mil hectares 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 17 1996 Incremento gradual de superfícies cultivadas com OGMs Em 2012 os cultivos de OGMs alcançaram 170 milhões de hectares ao redor do mundo aumentando 6 em relação ao ano anterior 442 2000 900 2005 1480 2010 1703 2012 90 10 Países desenvolvidos Países em desenvolvimento 17 milhão de agricultores 156 milhões de agricultores Como se distribuem os cultivos de OGM e em que proporção do total mundial Milho Soja Algodão Canola Outros 0 20 40 60 80 100 120 140 160 556 103 81 243 93 6 22 19 Mais de 1 3 países Países 17 35 81 81 30 11 14 3 Milhões de hectares Cultivo OGM Convencional N 0 3380 km Mundo cultivos comerciais de variedades de OGMs 2012 Fonte Centro de Informação da Biotecnologia CIB Disponível em httpscibptfileswordpresscom Acesso em fev 2016 Os OGMs no mundo Observe as informações e responda às questões 1 De acordo com os dados apresentados qual grupo de países possui as maiores áreas cultivadas de OGMs Cite um país de cada grupo com as maiores áreas 2 Quais são os principais produtos cultivados no mundo por meio de alterações genéticas Coloqueos em ordem decrescente 3 Compare os dados apresentados sobre a área cultivada com OGMs no Brasil e a área cultivada com produtos orgânicos O que se pode dizer a respeito DACOSTA MAPAS 253 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 253 170516 1941 1 Sobre a Revolução Verde faça o que se pede a Aponte seus pontos negativos e seus pontos positivos b Converse com os colegas sobre o que poderia ser feito para que os pontos negativos por vocês apon tados fossem minimizados 2 Compare os problemas oriundos da Revolução Verde com a introdução dos transgênicos nos dias atuais 3 De que forma as políticas agrícolas dos países desenvolvi dos afetam a economia dos países em desenvolvimento 4 Ao adquirir produtos alimentícios você está atento à presença ou não de OGMs em sua composição Por quê 5 Você é contra ou a favor dos OGMs e dos transgênicos Em grupos você e os colegas farão um debate sobre o tema apontado a visão dos dois lados sobre o assunto 6 Sobre agricultura orgânica faça o que se pede a Caracterizea e indique suas vantagens e desvan tagens em relação às outras formas de cultivo b Você ou seus familiares procuram adquirir produtos derivados desse tipo de agricultura Por quê Faça no caderno 1 Enem 2007 Aumento de produtividade Nos últimos 60 anos verificouse grande aumento da produtividade agrícola nos Estados Unidos da América EUA Isso se deveu a diversos fatores tais como expansão do uso de fertilizantes e pesticidas biotecnologia e maquinário especializado O gráfico a seguir apresenta dados referentes à agricultura desse país no período compreendido entre 1948 e 2004 1950 1960 1970 1980 1990 2000 200 175 125 100 75 50 25 0 75 150 Mudanças desde 1948 em Ano 50 25 Produtividade total da agricultura dos Estados Unidos Custos de material Despesas de capital Uso da terra Custos de mão de obra Fonte Scientific American Brasil jun2007 p 19 com adaptações Com base nas informações anteriores podese considerar fator relevante para o aumento da produ tividade na agricultura estadunidense no período de 1948 a 2004 a o aumento do uso da terra b a redução dos custos de material c a redução do uso de agrotóxicos d o aumento da oferta de empregos e o aumento do uso de tecnologias 2 FGV 2014 Considere um anúncio publicitário da maior empresa agroquímica do mundo forne cedora de sementes transgênicas e o uso que se fez da cartografia REPÚBLICA UNIDA DA SOJA BOLÍVIA PARAGUAI ARGENTINA BRASIL OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO TRÓPICO DE CAPRICÓR NIO 50º O N 0 530 km República Unida da Soja República Unida da Soja Fonte Atlas da questão agrária brasileira Disponível em www2fct unespbrneraatlascgcchtm Acesso em out 2015 O mapa da República Unida da Soja a destaca a importância do agronegócio para os países sulamericanos e o apoio incondicional da empresa ao aumento da participação desses países no mercado internacional b apresenta uma proposta de expansão da mono cultura da soja baseada na dependência dos insumos agrícolas fornecidos pela empresa des considerando as fronteiras dos países envolvidos c pode ser considerado como resposta aos ecolo gistas que promovem campanhas para reduzir as áreas de cultivos de transgênicos um retrocesso econômico para os países do Mercosul d serve aos objetivos dos países envolvidos de expandir as suas atividades agroexportadoras para a obtenção de maiores recursos que seriam destinados à criação de infraestruturas sociais e tem o objetivo de sensibilizar os governos dos países envolvidos para que promovam transfor mações nos sistemas agrícolas para aumentar a competitividade internacional SONIA VAZ BIS 254 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 254 170516 1941 4 POLÍTICA AGRÍCOLA NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS O tema mais polêmico na Organização Mundial do Comércio OMC é a redução dos subsídios para a produção agrícola e o fim da proteção de mercado praticado pelos países desenvolvidos Estes últimos sempre estabeleceram tarifas elevadas à importação de alimentos e matériasprimas de origem agropecuária e fartas subvenções à produção nacional Essas questões são relevantes para o Brasil a Argentina a Indonésia e para os países onde a agropecuária contribui expressivamente para a pauta de exportações visto que dificultam a entrada nos mercados protegidos do mundo desenvolvido Veja a tabela Mundo principais exportadores de produtos agrícolas e percentual em relação ao total das exportações de mercadorias de cada país 2014 Origem Total em bilhões de dólares Parte correspondente às exportações totais do país Estados Unidos 182 112 União Europeia 178 79 Brasil 89 39 China 74 32 Canadá 68 143 Indonésia 44 25 Índia 43 135 Tailândia 40 175 Austrália 39 16 Argentina 38 526 Outras medidas não tarifárias também bloqueiam a importação de determinados produtos agropecuários barreiras zoossanitárias fitossanitárias e ambientais Existem ainda barreiras relativas às práticas de dumping social quando há superexploração da mão de obra utilizada na atividade agrícola reveja o Capítulo 4 O protecionismo compreendia ainda o estabelecimento de cotas de importação dos três importantes centros da economia mundial Estados Unidos Japão e União Europeia Tais medidas além de impactarem a balança comercial dos países dependentes da exportação agrícola dificultam as suas importações essenciais ao desenvolvimento como máquinas equipamentos industriais e implementos agrícolas A maior abertura do mercado em todo o mundo ou seja a redução de barreiras comerciais é negociada na OMC desde a rodada de Doha iniciada em Catar em 2001 reveja o Capítulo 4 De lá para cá houve pouco progresso Os avanços ocorreram a partir das rodadas de Bali Indonésia em 2013 e de Nairóbi Quênia em 2015 Em Bali foram traçados compromissos como a desburocratização dos processos de importação de mercadorias a eliminação progressiva dos subsídios à exportação agrícola não extensiva aos países onde a atividade agrícola é essencial à segurança alimentar como na Índia e a redução das cotas de importação Na Conferência de Nairóbi foi definida a proibição imediata dos subsídios à exportação agrícola dos países desenvolvidos Os países em desenvolvimento deve rão proceder da mesma maneira até 2018 concedendo uma maior flexibilidade aos mais pobres desse grupo Exportações extraUE apenas aquelas realizadas pela União Europeia para países não mem bros do bloco exclui as exporta ções intraUE Fonte OMC Estadísticas del comercio internacional p 77 e 78 Disponível em wwwwtoorg Acesso em abril 2016 255 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 255 170516 1941 POLÍTICA E ESPAÇO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO JAPÃO A política econômica japonesa tradicionalmente defende seu mercado doméstico dos produtos importados A renda derivada dos impostos de importação agrícola é convertida em subsídio para os agricultores japoneses Apesar dos elevados subsídios destinados à agropecuária e das barreiras alfan degárias aos produtos importados provenientes desse setor o Japão é dependente da importação de gêneros agrícolas O pequeno território que em parte se apresenta com relevo montanhoso tem escassez de áreas cultiváveis o que determina uma produção insuficiente e pouco diversificada apesar da alta tecnologia empregada nos cultivos e na criação de animais o que aumenta a produtividade figura 9 Entre os principais produtos agrícolas do país estão arroz beterraba frutas legumes hortaliças e carne de porco O arroz é o produto que mais recebe incentivo governamental considerado fundamental à segurança alimentar do país e é um dos raros produtos em que o Japão é autossuficiente UNIÃO EUROPEIA POLÍTICA E PRODUÇÃO AGRÍCOLA Na União Europeia a proteção agrícola por meio de taxação dos produtos importados apoio estatal à produção e subsídios à exportação para garantir a venda de excedentes são regulamenta dos pela Política Agrícola Comum PAC Criada em 1962 tinha como objetivo proteger os pro dutos agropecuários europeus dos importados fortalecendo o mercado interno Para isso a PAC antes ainda da formação da UE estabeleceu a unificação do mercado entre os países europeus com preferência para o comércio de seus pro dutos a garantia de preços mínimos e a fixação de tarifas comuns aos países do grupo para os produtos estrangeiros As medidas protecionistas da PAC porém geraram muitas reclamações dos países em desenvolvimento junto à OMC além de disputas internas na União Europeia Em razão disso várias alterações foram sendo propostas ao longo dos anos nesse acordo figura 10 Segurança alimentar Conceito segundo o qual todas as pessoas devem ter garantido o direito ao acesso de alimentos básicos de qualidade e em quantidade suficiente Figura 9 Lavoura mecanizada de arroz em Higashikawa Japão 2015 O alto desenvolvimento tecnológico empregado nas ati vidades agropecuárias resultou num significativo aumento da produção mas também reduziu a mão de obra no campo Somente 7 da População Economica mente Ativa PEA do Japão está empregada no espaço rural ASAHI SHIMBUN VIA GETTY IMAGES DENIS CHARLETAFP Figura 10 Agropecuaristas franceses protestam contra alterações na PAC que implicam redução de benefícios aos produtores da UE Na faixa eles pedem para salvar sua agricultura Lille França 2009 256 Unidade 4 Espaço e produço TSV2U4CAP11244260indd 256 170516 1941 Em 2003 a UE liberou o comércio de alimentos transgênicos inclusive os indus trializados que utilizam esse tipo de matériaprima desde que sejam identificados no rótulo do produto A decisão sobre o consumo de mercadorias com ingredientes geneticamente modificados foi transferida para o próprio consumidor No entanto esses produtos encontram ampla rejeição tanto dos consumidores como dos agri cultores em todos os países da comunidade A UE apresenta uma importante e diversificada produção agrícola com grande aproveitamento de seus solos em geral férteis O uso do solo é feito com técnicas modernas que propiciam elevada produtividade O cultivo de cereais predomina com destaque para o trigo seu produto mais importante Outros cereais importantes são o centeio a aveia e a cevada produtos típicos das áreas de clima temperado O centeio substitui o trigo em áreas de clima mais frio e é importante na fabricação do pão A aveia é produzida principalmente para alimentação do gado forragem A cevada é matériaprima básica da cerveja produto importante em vários países europeus Os maiores produtores desses cereais são Alemanha França Espanha Polônia e Reino Unido Nas regiões de clima mediterrâneo destacase o cultivo de oliveira para produzir azeitonas e azeite sendo Portugal Espanha Grécia França e Itália os maiores e melhores produtores mundiais Outro cultivo especial é o da videira para produção de vinhos As principais regiões com produção de uvas para vinho chamadas de viníferas estão na bacia do Mediterrâneo França Itália e Espanha Esses países nessa ordem são os maiores produtores de vinho do mundo representando cerca de 50 do mercado mundial Portugal e Alemanha também aparecem entre os dez maiores produtores mundiais Observe o mapa figura 11 Fonte CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 113 ATENAS Barcelona Bilbao Bordeaux MADRI LONDRES Manchester Marselha Milão Nápoles PARIS VARSÓVIA HELSINKI Malmo Perm Ufa Nizni Novgorod MOSCOU MINSK Dnepropetrovsk Rostov TBILISI BUCARESTE BUDAPESTE Cracóvia Bolonha Glasgow Roterdã DUBLIN S Petersburgo RIGA Batumi Hamburgo BERLIM Dresden Frankfurt BRUXELAS Genebra Lyon Toulouse Oviedo LISBOA Laroslav OCEANO GLACIAL ÁRTICO MAR NEGRO M A R C Á S P I O MAR DO NORTE CÍRC ULO P OLAR ÁRTI CO M A R B Á L T I C O M A R M E D I T E R R Â N E O OCEANO ATLÂNTICO MERIDIANO DE GREENWICH 40 N 0 ÁFRICA ÁSIA ÁSIA N 0 350 km Cultivo Pastagem Floresta Algodão Batata Beterraba Chá Cítricos Madeira Milho Oliva Tabaco Trigo Uva Produção agrícola predominante Agropecuária Bovino Caprino Ovino Suíno Rebanho predominante Área com limitações para uso agrícola Capital de país Cidade Localidades Figura 11 Europa agropecuária 2010 SONIA VAZ 257 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 257 170516 1941 ESTADOS UNIDOS POLÍTICA E PRODUÇÃO AGRÍCOLA Os Estados Unidos são o país que detém o maior índice de produtividade agro pecuária do planeta Apesar de empregarem apenas cerca de 3 de sua População Economicamente Ativa PEA na agricultura são os maiores produtores e exportado res do mundo A elevada produção e a alta produtividade devemse em boa parte à estreita relação entre agropecuária e indústria e à consequente intensificação do processo de mecanização agrícola figura 12 Existem cinco características marcantes na agricultura estadunidense política agrícola com forte apoio do Estado aos produtores rurais por meio de subsídios e práticas protecionistas A lei agrícola Farm Bill de 2008 destina amplos subsídios a seus produtores rurais atualmente em cerca de 95 bilhões de dólares ao ano causando grandes impactos no comércio mundial com prejuízos especialmente para os países em desenvolvimento atuação em vários países do mundo por meio de empresas que produzem distribuem e comercializam alimentos sementes e outros insumos agrícolas São exemplos a Monsanto a Cargill e a Bunge que mantêm operações em vários países incluindo o Brasil forte investimento em biotecnologia por meio de instituições de pesquisa e empresas organização do espaço agrário em belts cintures agrcolas onde pre domina determinado produto adaptado às condições de clima solo e mercado elevado grau de mecanização em todas as etapas do processo do cultivo ao beneficiamento do produto o que garante altíssima produtividade CANADÁ MÉXICO CALIFÓRNIA 100º O OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Grandes Lagos Charleston Chicago 12 32 45 9 Los Angeles ÁSIA Nova Orleans AMÉRICA LATINA Baltimore ÁFRICA EUROPA Nova York 19 18 7 40º N N 0 450 km Região inovadora e primeiro estado produtor Mudanças agrícolas recentes ampliação do cultivo de soja e do milho e de outras culturas Bolsa de cotação agrícola Porto de exportação agrícola Exportações parte do total Importações parte do total CALIFÓRNIA Mudanças e dinâmicas Grandes regiões da agropecuária estadunidense produção de milho trigo soja algodão frutas espaço dos cinturõespecuária Corn belt cinturão do milho celeiro agrícola dos EUA Espaços agrícolas Dairy belt cinturão dos derivados do leite espaço dedicado aos produtos derivados do leite Limites do espaço agrícola produtivo e exportador Culturas e atividade criatória inexistentes ou pontuais Figura 12 Estados Unidos espaço agropecuário início do século XXI Fonte MATHIEU JeanLouis Dir Géographie Term Paris Nathan 2004 p 115 SONIA VAZ 258 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP11244260indd 258 170516 1941 Como alimentar 9 bilhões de pessoas sem destruir o ambiente A agropecuária está hoje entre os maiores responsáveis pelo aquecimento global por lançar na atmosfera uma quantidade de gases associados ao efeito estufa maior que a de todos os carros caminhões trens e aviões juntos sobretudo sob a forma de gás metano produzido na digestão do gado e em plantações de arroz do óxido nitroso oriundo dos campos culti vados e do dióxido de carbono liberado pelo des matamento em regiões tropicais com o objetivo de abrir novas plantações e pastagens O setor agrícola é o maior usuário dos nossos preciosos suprimentos de água doce e um dos maiores poluidores na medida em que a drenagem de água mesclada a fertilizantes e excrementos perturba o frágil equilíbrio de lagos rios e ecossistemas litorâneos em todo o mundo A ativi dade também contribui para a perda de biodiversidade Sempre que a fronteira agrícola avança sobre campos e florestas estamos destruindo hábitats cruciais Os desafios ambientais postos pela agricultura são imensos e tendem a ficar mais urgentes à medida que nos empenhamos em satisfazer a fome crescente no planeta Vamos ter mais 2 bilhões de bocas para ali mentar até meados deste século seremos 9 bilhões de pessoas O mero crescimento demográfico não é o único motivo de necessitarmos de mais comida A redução da pobreza ao redor do mundo sobre tudo na China e na Índia levou ao crescimento da demanda por carne ovos e laticínios assim como ao aumento da pressão para cultivar mais milho e soja essenciais na manutenção dos rebanhos de vacas porcos e galinhas De que maneira o mundo pode duplicar a oferta de alimentos e ao mesmo tempo reduzir os danos ambientais Concluímos que cumprindo cinco eta pas será viável solucionar o dilema PRIMEIRO PASSO Interromper o aumento do impacto ambiental da agricultura Não temos mais condições de aumentar a área de cultivo Substituir a floresta tropical por áreas agrícolas é uma das coisas mais destrutivas que podemos fazer em relação ao ambiente e raras vezes isso ocorre em benefício dos 850 milhões de pessoas que ainda passam fome no mundo SEGUNDO PASSO Aumentar a produtividade das plantações existentes Com uso de métodos de cultivo de tecnologia avançada e de grande precisão assim como de abor dagens desenvolvidas na agricultura orgânica seria possível multiplicar várias vezes a produtividade TERCEIRO PASSO Uso eficiente dos recursos A agricultura comercial vem passando por avanços enormes encontrando maneiras inovadoras de aplicar fertilizantes e pesticidas de forma mais precisa o que ajuda a minimizar a contaminação por substâncias químicas das vias fluviais próximas O cultivo orgânico também reduz o uso de água e produtos químicos ao fazer uso de culturas de cober tura de acolchoados e de compostagem para melhorar a qualidade do solo diminuir a perda da água e assegu rar a contenção de nutrientes QUARTO PASSO Mudanças na dieta Vai ser mais fácil alimentar 9 bilhões de pessoas se uma proporção maior das safras hoje cultivadas servir para a nutrição humana Apenas 55 das calorias pre sentes em safras agrícolas atuais seguem para a mesa das pessoas O restante vira ração para animais cerca de 36 ou então se converte em biocombustíveis e produtos industriais por volta de 9 QUINTO PASSO Diminuir o desperdício Estimase que um quarto de todas as calorias nos alimentos do mundo e até metade do peso total dos alimentos sejam perdidos ou desperdiçados antes mesmo de chegar aos consumidores Nos países ricos boa parte desse desperdício ocorre em residên cias restaurantes e supermercados Nos países mais pobres o alimento em geral se perde no caminho entre o produtor e o mercado devido à precariedade do armazenamento e do transporte FOLEY Jonathan O futuro da comida Revista National Geographic Brasil Edição de aniversário 14 anos maio 2014 p 5457 Vale sugerir aos estudantes a versão completa da matéria disponível na edição impressa da revista Revista National Geographic Brasil Edição de aniversário 14 anos maio 2014 ou no site httpviajeaquiabrilcombrmateriaso futurodacomidacincopassosparaalimentaromundo Acesso em fev 2016 1 Cite os principais danos causados pela agropecuária ao meio ambiente 2 Que fatores levarão ao aumento da produção de alimentos 3 A discussão sobre como aumentar a produção alimentar é polarizada por dois grupos econômicos principais Considerando o que você estudou no capítulo quais são esses grupos 4 Na visão do autor e dos cientistas envolvidos na pesquisa prevaleceram as ideias de algum desses grupos Justifique 259 Capítulo 11 Agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos TSV2U4CAP11244260indd 259 170516 1941 1 O que é a Política Agrícola Comum PAC da UE e quais são os seus principais objetivos 2 Caracterize a organização da produção agrícola dos Estados Unidos em termos espaciais e aponte aspec tos importantes de sua política agrícola 3 Considerando o clima o solo e o mercado observe o mapa da página 258 e responda dessas condições qual deve ter sido a mais importante para definir a loca lização do dairy belt cinturão dos laticínios Explique 4 Relacione as características do território japonês à agropecuária no país 5 Comente a contradição existente entre a política neo liberal defendida por muitos países desenvolvidos e as políticas agrícolas adotadas por eles 6 Observe a imagem ao lado Explique os fatores econômicos e naturais que propi ciam paisagens como essa em alguns países da União Europeia e que garantem aos agricultores desse bloco competitividade nos mercados interno e externo Faça no caderno 1 UFJFMG 2016 Foram concluídas em agosto de 2015 as negociações que culminaram na adoção em setembro dos Obje tivos de Desenvolvimento Sustentável ODS por ocasião da Cúpula das Nações Unidas para o Desen volvimento Sustentável Processo iniciado em 2013 seguindo mandato emanado da Conferência Rio20 os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze anos sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM Dentre os obje tivos do referido documento está o Objetivo 2 Acabar com a fome alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável Disponível em httpwwwpnudorgbrDocs TransformandoNossoMundopdf Acesso em 30 out 2015 Eliminar os subsídios à exportação de produtos agrí colas contribui para acabar com a fome porque a aumentará a produção da agricultura sustentável internacional b proporcionará equilíbrio entre a demanda e oferta de insumos c será possível diminuir a área ocupada pela agri cultura tradicional d tornará mais barato os produtos agrícolas dos países mais ricos e valorizará os produtos agrícolas dos países em desenvolvimento 2 UPE 2014 Tomates de amadurecimento lento frutas cítricas resistentes à geada soja resistente à herbicida e com mais proteína batatas maiores e com polpa mais densa são alguns dos produtos que estão disponíveis no mercado ou estarão nos próxi mos anos Esses produtos referidos fazem parte do que se poderia designar como uma Nova Revolução na agricultura decorrentes mais especificamente de um fato mencionado a seguir Assinaleo a Utilização de novos insumos agrícolas b Mudança climática global c Realização de Reforma Agrária em áreas de solos férteis d Alterações pedológicas do meio ambiente e Engenharia genética 3 UEPB 2013 Com a finalidade de gerar excedentes e se tornarem altamente competitivos no mercado internacional os Estados Unidos desenvolveram uma agricultura comercial bastante especializada que se utiliza de técnicas modernas e está bastante integrada à indústria e ao comércio daquele país denominada de a Belts ou Cinturões agrícolas b Agricultura de jardinagem c Kibutz d Kolkhozes e Plantation Plantação de trigo na região de Auvergne França 2012 JAUBERT IMAGESALAMYFOTOARENA 260 Unidade 4 Espaço e produço TSV2U4CAP11244260indd 260 170516 1941 ESPAÇO AGRÁRIO NO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO E NO BRASIL 12 C A P Í T U L O Agronegcio Observe a tabela a seguir 20000 0 40000 60000 80000 100000 20142015 20042005 19941995 Produção em milhões de toneladas Área plantada em milhões de hectares 2593 1168 9622 3191 5231 2330 Brasil carrochefe das exportações Fonte Folha de SPaulo 30 jul 2015 Caderno Agronegócio p 6 Mesmo com a crise brasileira e a queda dos preços agrícolas no mercado mundial o agronegócio participou com mais de 40 das exportações brasileiras em 2015 Dos dez produtos que lideraram as vendas do país ao mercado externo em 2014 seis estão relacionados ao setor café açúcar soja derivados de soja carne de frango e carne bovina a Qual tem sido o carrochefe tradicional das exportações agrícolas brasileiras nas últimas décadas b De que forma o gráfico justifica o ganho de produtividade desse produto c Quais produtos entre os citados na tabela também são exportados in natura isto é não transformados d Qual produto agrícola é responsável pela produção de dois produtos de exportação listados na tabela Brasil posição mundial no agronegócio 2014 Posição exportação Produto Posição produção 1a Açúcar 1a 1a Café 1a 1a Suco de laranja 1a 1a Soja 2a 1a Carne bovina 2a 1a Carne de frango 2a 1a Etanol 2a 2a Milho 3a 4a Carne suína 4a Os Estados Unidos exportam 48 milhões de toneladas de milho por ano liderando as vendas externas mundiais A China com produção de 566 milhões de toneladas de carne suína por ano é líder mundial no setor Fonte Folha de SPaulo 30 jul 2015 Caderno Agronegócio p 6 BIS 261 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 261 170516 1941 1 ATIVIDADES AGRÁRIAS NO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO Os países em desenvolvimento já foram caracterizados como exportadores de produtos agrícolas e matériasprimas figura 1 Apesar dessa característica continuar válida para a maioria das nações desse grupo atualmente os países desenvolvidos é que respondem pelo maior volume de exportação de produtos agrícolas Isso porque a modernização da produção e os enormes incentivos destinados à atividade agrícola gerou cada vez mais excedentes nesses países Além disso suas políticas protecio nistas dificultaram a entrada da produção agrícola dos países em desenvolvimento conforme discutido no capítulo anterior A maioria dos países africanos latinoamericanos e asiáticos não prioriza uma agricultura destinada ao abastecimento do mercado interno Em grande parte o maior obstáculo à solução desse problema é o fato de eles não terem se libertado de seu passado colonial considerando a estrutura e o destino da produção agropecuária O modelo agrícola de exportação ainda é prioritário em detrimento das necessidades locais É justamente nos países mais dependentes da exportação de produtos agrícolas que os problemas alimentares são crônicos Chá cacau café algodão borracha natural amendoim frutas tropicais entre outros constituem a base da produção de muitos países De maneira geral eles dependem da importação de cereais do mundo desenvolvido para alimentar sua população No mundo em desenvolvimento o salto de produtividade prometido pela Revolução Verde limitouse a alguns setores ligados à agricultura e à pecuária comerciais de exportação No Sudeste Asiático as novas tecnologias só tiveram efeito positivo quando aplicadas à produção de arroz alimento essencial aos povos da região Nos países classificados pelas instituições internacionais como emergentes entre eles o Brasil a agricultura gerou e tem gerado as divisas necessárias à importação de equipamentos e tecnologia e à obtenção de saldos favoráveis na balança comercial O fato é que as políticas agrícolas não estimulam a produção de gêneros para o mercado interno e ao mesmo tempo mantêm elevado o preço dos produtos básicos de subsistência Atualmente a produção agropecuária tem potencial para alimentar toda a população do planeta Ainda assim em 2015 cerca de 800 milhões de pessoas não tinham acesso a alimen tação adequada Milhares de crianças ainda morrem diariamente em consequên cia direta ou indireta da má alimentação de acordo com as estimativas da FAO Esses são indicadores de que o aumento da produção da agricultura mundial não atingiu igualmente todas as regiões do planeta Nos paí ses africanos por exemplo desde a década de 1970 o crescimento médio da produ ção agrícola girou em torno de 1 ao ano enquanto o cresci mento populacional ultrapas sou a média de 25 ao ano FILME Quem alimenta o mundo De Erwin Wagenhofer Áustria 2005 93 min O filme ajuda a compreender como são produzidos os alimentos que consumimos e explica o que temos a ver com a fome no mundo O tema fome será retomado na Uni dade 3 do Volume 3 desta coleção MAURICIO SIMONETTIPULSAR IMAGENS Figura 1 Navio sendo carregado com soja vinda do CentroOeste no píer do Porto de Itaqui em São Luís MA 2013 262 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 262 170516 1941 AGROPECUÁRIA NA ÁFRICA Os países da África Subsaariana região ao sul do Deserto do Saara apresentam em geral índices de crescimento econômico baixos Conflitos étnicos guerras civis e economia dependente dos setores primários da agricultura e da mineração são obstáculos aos avanços sociais nessa região A fome é um grave problema e os resul tados das políticas de combate a ela ainda são insuficientes De modo geral esses países ainda se ressentem das marcas deixadas pelo colonialismo entre o século XVI e o XX e das turbulentas transições de poder enfrentadas após a descolonização A ocupação da África no século XIX durante a expansão imperialista europeia provocou a substituição das culturas de subsistência nas regiões com solos mais férteis pelas monoculturas de exportação que permanecem até os dias atuais Esse modelo de ocupação imperialista gerou concentração fundiária e impediu muitas comunidades de praticar a lavoura para o consumo ampliando os problemas sociais e levando a fome à boa parte da população africana A agricultura de subsistência ou para con sumo próprio caracterizase pelo uso de instru mentos e técnicas rudimentares e tem baixo ren dimento É praticada principalmente no interior do continente nas áreas de Savanas O lavrador faz a queimada para limpar o terreno e poste riormente com a enxada tira os torrões de terra e faz a semeadura utilizando as próprias cinzas ricas em potássio como fertilizante No entanto o uso constante de queimadas prejudica o solo obrigando o agricultor a se deslocar para outras áreas onde reproduz o mesmo sistema de cul tivo O fogo destrói os microrganismos do solo e transforma troncos e folhas em cinzas impedindo a formação da matéria orgânica fundamental à manutenção da fertilidade do solo Veja a figura 2 Fundiária Relativa a terrenos agrária Inglês Fome Observe a charge e resolva as atividades A tradução da charge é Com licença Vou precisar disso para abastecer meu carro 1 Traduza o balão de fala 2 Em qual realidade está apoiada a crítica da charge Figura 2 A agropecuária ainda é uma das principais atividades econômi cas da África Subsaariana ocupando boa parte da população sobretudo mulheres Na imagem agricultora carrega seu bebê enquanto trabalha em Daga Birame Senegal 2015 Desde 2013 os agricultores da região central do país participam de um projeto que os ensina práticas agrícolas adaptadas às mudanças climáticas MICHAEL RAMIREZ SEYLLOUAFP 263 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 263 170516 1941 Na região do Magreb Marrocos Argélia Tunísia e Saara Ocidental e no extremo sul da África do Sul o cultivo é feito na faixa de Clima Mediterrâneo Cevada aveia trigo azeitona figo uva damasco amêndoa e tâmara estão entre os principais cultivos existentes nas regiões mediterrâneas No Magreb as fazendas foram implantadas pelos franceses durante o processo de colonização do século XIX até a segunda metade do século XX quando foram expulsos A atividade agropecuária nessa região tem rendimento superior à média africana Nas áreas mediterrâneas e nas regiões do Saara próximas ao relevo montanhoso da Cadeia do Atlas prevalece o pastoreio nômade de ovelhas cabras e camelos com deslocamento do gado para as montanhas durante a primavera e o verão devido à abundância de água formada pelo derretimento da neve dos cumes mais elevados Observe o mapa figura 3 O Saara situado no norte da África é o maior deserto do mundo Chamase Sahel a faixa semiárida que contorna o sul do Saara e corresponde à sua área de expansão Na região do Sahel e no nordeste Chifre da África concentrase o maior número de pessoas sujeitas à fome ou à subalimentação de todo o planeta 0º N 0 650 km QUÊNIA ETIÓPIA DJIBUTI ERITREIA SUDÃO SUDÃO DO SUL EGITO NÍGER MAURITÂNIA MALI NIGÉRIA SOMÁLIA NAMÍBIA LÍBIA CHADE ÁFRICA DO SUL TANZÂNIA ANGOLA ARGÉLIA MADAGASCAR MAURÍCIO SEYCHELLES COMORES MOÇAMBIQUE BOTSUANA ZÂMBIA GABÃO REP CENTRO AFRICANA REP DEM DO CONGO TUNÍSIA MARROCOS CABO VERDE UGANDA SUAZILÂNDIA LESOTO MALAWI BURUNDI RUANDA TOGO BENIN GANA COSTA DO MARFIM LIBÉRIA SERRA LEOA GUINÉ BURKINA FASO GÂMBIA CAMARÕES ZIMBÁBUE CONGO GUINÉ EQUATORIAL SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE SAARA OCIDENTAL SENEGAL GUINÉ BISSAU MAR VERMELHO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO TRÓPICO DE CÂNCER TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO MERIDIANO DE GREENWICH EQUADOR M A R M E D I T E R R Â N E O Países do Magreb Domínio do deserto do Saara 0º Faixa saheliana de 6400 km direção lesteoeste Figura 3 África Magreb Saara e Sahel Nas últimas décadas foi intenso o movimento de compra de terras africanas por empresas estrangeiras A China lidera o número de aquisições e hoje mais de 1 milhão de chineses cultivam trechos de terras desse continente A China é dona de grandes extensões de terras fora do país especialmente na África estratégicas para ampliar a sua capacidade de produção de matériasprimas especialmente alimentos e garantir segurança alimentar Magreb Em árabe extremo do ocidente ou ilha do poente designa os países de infl uência árabemuçulmana situados na parte mais ocidental do planeta SONIA VAZ Fontes elaborado com base em GIRARDI Gisele ROSA Jussara Vaz Novo atlas geográfico do estudante São Paulo FTD 2010 p 101 CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 152 264 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 264 170516 1941 Índia Brasil Japão e países europeus também aprofundaram relações com países da África nos últimos anos através de investimentos em setores diversos incluindo a agropecuária Destacase entre os grandes projetos o ProSavana ao norte de Moçam bique onde a Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária tem aplicado as técnicas agrícolas desenvolvidas no Cerrado brasileiro O projeto que conta com a parceria de Brasil Japão e Moçambique é atravessado por um corredor de exportação o Corredor de Nacala que liga as áreas de produção ao terminal portuário de Nacala A degradação ambiental e a desestruturação da agricultura familiar resultantes da expansão da agricultura moderna empreendida por empresas estrangeiras fazem parte dos problemas questionados por aqueles que se opõem à política de venda de terras para estrangeiros nos países menos desenvolvidos especialmente os africanos Essa política também é vista com muita cautela pelo próprio Banco Mundial AGROPECUÁRIA NA ÁSIA ORIENTAL E NO SUDESTE ASIÁTICO No Sudeste Asiático formado por Mianmar Laos Tailândia Camboja Vietnã Cin gapura Malásia Indonésia Brunei Filipinas e Timor Leste a agricultura é importante fonte de renda Nessa região destacase o cultivo do arroz base da alimentação da população Obtêmse de duas a três colheitas do vegetal por ano e praticase a agricultura de jardinagem figura 4 que envolve técnicas mais aprimoradas que o sistema da roça e queimadas Além do arroz na região destacase a produção de outros itens como cana deaçúcar banana e coco além de se praticar a pecuária bovinos e suínos Agricultura de jardinagem Praticada no sudeste e no leste da Ásia emprega grande número de trabalhadores Os cuidados nesse sistema agrícola lembram o trabalho minucioso exigido no cultivo de jardins daí o termo agricultura de jardinagem Além disso usase adubação intensa e o espaço agrícola é dividido em pequenas pro priedades com exceção da Malásia e da Indonésia onde a monocultura de exportação ainda predomina Nesse tipo de plantio para aproveitar a água que se acumula durante os meses de chuva o terreno é dividido em várias partes Entre elas existem canais para distribuição da água e uma espécie de estreito dique que serve de passagem para os agricultores Figura 4 Um dos campos de arroz mais antigos do mundo nas Filipi nas 2011 É muito comum o plan tio em terraços terraceamento e em curvas de nível em função do relevo acidentado da região como mostra a imagem ANTOINE BOUREAUBIOSPHOTOAFP 265 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 265 170516 1941 O Sudeste Asiático é responsável por cerca de um quarto de todo o arroz produzido no mundo Entre os países produtores da região destacase a Indonésia superada apenas pela China e pela Índia os maiores produtores mundiais desse produto A China é um dos maiores exportadores e importadores de produtos agrícolas do planeta Apesar da elevada produção a necessidade de alimentar mais de 13 bilhão de pessoas torna a atividade agrícola item de extrema importância para o país Nas duas últimas décadas o governo chinês definiu a ciência e a tecnologia como pilares do desenvolvimento econômico e elegeu a biotecnologia como área prioritária Ela está sendo aplicada à produção de vegetais transgênicos e geneticamente modifica dos OGMs consumidos no país como o arroz resistente a infecções bacterianas a insetos e a herbicidas o milho com maior teor de lisina para alimentação do gado o algodão resistente a pragas e o tomate mais durável As reformas econômicas realizadas na China concederam também o uso do solo a milhões de famílias camponesas e total liberdade de gerenciar e organizar o trabalho agrícola mas estabeleceram cotas mínimas que devem ser vendidas ao Estado A produção que exceder a cota de cada família pode ser totalmente comercializada Os camponeses conquistaram o direito à exploração mas não à posse das terras e tornaramse proprietários dos instrumentos agrícolas e de todas as benfeitorias realizadas em suas unidades produtivas A maioria das terras no entanto continua sendo propriedade do Estado e os mais altos índices de pobreza e subalimentação estão nas localidades rurais A agricultura chinesa é expressiva na parte leste do país onde predominam planícies férteis irrigadas pelas bacias de dois grandes rios o YangTséKiang Azul e o HuangHo Amarelo Nessas regiões China Oriental e Manchúria vive mais de 1 bilhão de pessoas e a produção de grãos suínos chá frutas legumes e outros cultivos espalhase pelo espaço agrícola A produção de trigo é mais importante nas regiões de Clima Temperado e o arroz é cultivado nas áreas mais quentes do sudeste Produção de mercadorias agrícolas selecionados em alguns países asiáticos em milhões de toneladas 20132014 Países Trigo Milho Arroz China 122 218 142 Índia 94 23 105 Indonésia sem dados disponíveis 9 37 Mundo 714 979 476 Fonte Images économiques du monde Géo Politique Économie 2015 Paris Armand Colin 2014 p 104106 AMÉRICA LATINA E A QUESTÃO AGRÁRIA A questão agrária é um problema que afeta historicamente a população da maio ria dos países latinoamericanos figura 5 na página seguinte cuja colonização se baseou na exploração mineral e no sistema de plantation Após o processo de independência latinoamericana no século XIX a classe política oriunda da oligarquia rural escravocrata manteve o modelo colonizador com forte influência estrangeira As relações comerciais externas porém antes controla das por espanhóis e portugueses passaram a ser dominadas por ingleses franceses e principalmente estadunidenses As elites nativas mantiveram seus privilégios e conquistaram poder político mas eram tipicamente agrárias e não modificaram a natureza do sistema de plantation vigente Lisina Aminoácido fundamental para a formação de uma proteína completa 266 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 266 170516 1941 Na América Central a presença estadunidense em alguns países foi decisiva na estruturação das atividades agrárias pósindependência A produção agrícola dos países dessa porção do continente americano foi domi nada economicamente pela United Fruit que depois passou a se chamar Chiquita Brands International uma das maiores exportadoras de frutas do mundo comprada em 2014 pelas empresas brasileiras Cutrale e Safra Essa empresa estadunidense detinha terras e controlava portos casas comerciais empresas de exportação e importação e ferrovias de vários países A sua influência estendiase à esfera política por meio do apoio a governos favoráveis aos seus negócios e do financiamento de golpes de Estado para depor gover nantes que colocassem obstáculos ao desenvolvimento de suas atividades Atualmente a produção agropecuária na América Latina ainda é praticada em grandes propriedades e investe sobretudo em produtos de ampla aceitação e competitividade no mercado internacional Na América Latina existem milhões de trabalhadores sem terra e sem trabalho que obtêm alguma forma de renda apenas nas épocas de plantio e colheita como mão de obra contratada É o caso do México dos paí ses da América Central como Honduras Guatemala e Nicarágua dos países andinos Peru e Colômbia entre outros do Paraguai e do Brasil Em contraste com essa situação na maioria desses países há abundância de terras que são porém dominadas por grandes fazen das comerciais responsáveis pelo maior volume de produção agrícola cujo destino principal é o mercado externo Os países andinos formam um grupo de seis países situados ao longo da Cordi lheira dos Andes Bolívia Peru Equador Chile Colômbia e Venezuela Nesses países é representativa a população de origem indígena e desde as últimas décadas do século XX ela tem se organizado e obtido algumas conquistas em sua luta contra a exclusão social e a favor da reforma agrária Na Bolívia o presidente indígena Evo Morales assumiu a presidência do país em 2006 com a defesa dessa e de outras bandeiras inclusivas voltadas para a população nativa Figura 5 Marcha de agricultores a favor da reforma agrária organizada pela Federação Nacional Campesina FNC em Assunção Paraguai 2013 JORGE ADORNOREUTERSLATINSTOCK Reforma agrria Consiste na adoção de medidas para melhorar a distribuição da terra promovendo a justiça social criando condições de melhoria de vida do trabalhador rural e elevando a produção e a produtividade agropastoris Para uma reforma agrária efetiva porém não basta a distribuição de terras O México por exemplo tornouse o primeiro país latinoamericano a promover a reforma agrária em 1917 após vários anos de luta dos camponeses e indígenas que representavam a maioria da população marginalizada da política e usurpada de suas terras Apesar disso atualmente grande parte da população camponesa no México ainda vive em situação de pobreza Isso porque o processo de reforma agrária deve incluir apoio técnico infraestrutura adequada à produção sistema de armazenamento e transporte garantia de preços mínimos crédito ao pequeno agricultor e orientação para a criação de cooperativas e de pequenas agroindústrias entre outros aspectos que estimulem a permanência no campo e protejam a produção da con corrência dos grandes produtores 267 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 267 170516 1941 1 Em outubro de 2015 analistas internacionais presen tes à 4a edição da conferência Diálogos Atlânticos em Marrakech Marrocos deram a seguinte declaração A África utiliza apenas 20 da sua terra arável portanto há 80 de terra arável por utilizar e isso significa que podemos dizer que o continente africano tem potencial para alimentar não só a si mesmo mas também o mundo inteiro Comente essa afirmação considerando as tendências dos investimentos agropecuários na última década 2 Observe a imagem e responda à questão Cultivo de arroz em Huaian China 2015 A imagem mostra uma prática agrícola muito comum no Leste e no Sudeste Asiático Indique o nome gené rico dado a esse tipo de agricultura e as vantagens que esse sistema proporciona 3 Leia o texto e resolva as questões Produção agropecuária é a maior responsável pela poluição da água na China Grandes plantações são uma fonte muito maior de contaminação da água na China do que os efluentes das fábricas revelou o governo chinês em seu pri meiro censo de poluição A matéria foi publicada pelo jornal britânico The Guardian Os oficiais do governo disseram que a descoberta depois de um estudo de dois anos envolvendo 570 mil pessoas irá requerer um realinhamento parcial da política ambiental que ao invés de se ocupar tanto com as chaminés deverá voltar sua atenção para os galinheiros os estábulos e os pomares Durante quase todos os 5 mil anos de história da China a agricultura fez de nós uma economia que absorve carbono Mas nos últimos 40 anos ela se tornou uma das maiores fontes poluentes do País A experiência diz que nós não precisamos nos apoiar nos insumos químicos para resolver a questão da segurança alimentar O governo tem de reforçar a agricultura de baixa poluição Produção agropecuária é a maior responsável pela poluição da água na China Estado 9 fev 2010 Disponível em http sustentabilidadeestadaocombr Acesso em 1o nov 2015 a Qual o problema discutido no texto b Quais as consequências ambientais desse problema c Que medidas poderiam ser tomadas para uma agricultura de baixa poluição FGVSP 2012 No final de 2007 e início de 2008 a provisão de alimentos estava apertada e os preços dos grãos subiram drasticamente Alguns dos principais pro dutores reduziram as exportações para manter o custo nacional sob controle Foi então que em 2008 Arábia Saudita China e Coreia do Sul começaram a comprar ou arrendar terra em outros países particularmente na África mas também na América Latina e no Sudeste da Ásia a fim de produzir alimentos para si Disponível em wwwecodebatecombr20111025nos limitesdaterraentrevistacomlesterbrown Adaptado Sobre o fato descrito no texto podese afirmar que a vários países da África como a Etiópia e o Sudão proibiram a ocupação de estrangeiros em suas terras como medida de proteção às suas respec tivas populações b essa é uma situação temporária pois os países com agricultura avançada têm condições de aumentar a produtividade agrícola e suprir os mercados mundiais c o problema dos suprimentos alimentares para muitos países está a cargo da FAO órgão da ONU voltado para as questões agrícolas d a busca de áreas agricultáveis em nível interna cional representa o traçado de uma nova geopolí tica relacionada à escassez de terras e alimentos e a probabilidade de se atender às necessidades alimentares de toda a população do globo parece cada vez mais próxima devido à expansão das áreas agrícolas IMAGINECHINACORBISFOTOARENA Faça no caderno 268 Unidade 4 Espaço e produço TSV2U4CAP12261279indd 268 170516 1941 2 AGROPECUÁRIA E QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL A agropecuária no Brasil é marcada por duas fortes características Uma delas é o agronegócio agribusiness com elevada produtividade que a coloca entre as mais competitivas do mundo Reúne todo o conjunto de atividades que formam uma cadeia produtiva relacionada à agropecuária à silvicultura e ao extrativismo vegetal empresas e tecnologias ligadas à produção agrícola moderna fornecedores e uma variedade de atividades de produção industrial de distribuição e comercial figura 6 Portanto não está restrita à produção rural A outra é a questão agrária cuja estru tura fundiária concentrada é responsável pelos conflitos que envolvem milhares de trabalhadores rurais sem emprego e terra O agronegócio articula os três setores da economia primário secundário e terciário Sua ideia central é a construção de cadeias produtivas formadas por agentes econômicos integrados por mecanismos como cooperativismo parcerias contratos integração vertical e alianças estratégicas Figura 6 Entenda o agronegócio Insumos Agroindústria Distribuição Máquinas e tecnologia Indústria Consumo Fornecedores Processamento e transformação Distribuição Agricultura Pecuária Extrativismo vegetal PECUÁRIA A pecuária do Brasil ocupa lugar de destaque no mercado mundial particularmente na criação de bovinos e suínos A avicultura conquistou amplo mercado externo nas últimas décadas com exportações para todos os continentes A atividade criatória de aves apresenta rápido ciclo de reposição O Sul e o Sudeste são as principais regiões criadoras de aves do país O rebanho suíno um dos maiores do mundo também se concentra nessas duas regiões e entre os estados Santa Catarina é responsável pelo maior rebanho e pela maior produção de carne Brasil efetivos das criações 2014 Caprinos 8851879 05 Ovinos 17614454 11 Suínos 42682085 26 Bovinos 212343932 130 Bufalinos 1319478 01 Equinos 5450601 03 Aves 1351392471 824 Total 1639654900 1000 Fonte IGBE Produção da Pecuária Municipal 2014 Disponível em httpbibliotecaibgegovbr Acesso em nov 2015 LEITURA Questão agrária no Brasil De João Pedro Stédile Atual 2011 A questão agrária no Brasil é comentada sob a ótica de um dos maiores defensores da reforma agrária no país Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa wwwagriculturagovbr Traz informações e dados sobre a agropecuária no Brasil SITE 269 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 269 170516 1941 O Brasil tem também um dos maiores rebanhos bovinos do mundo figura 7 e tem sido eficiente no controle da qualidade do gado e na erradicação de doenças que impedem a colocação do produto no mercado internacional devido às barreiras sanitárias O avanço da pecuária e também da agricultura na Amazônia vem se constituindo o foco de um dos principais problemas ambientais para a região Tida como área de fronteira agropecuária vem se verifi cando na região a derrubada da floresta com perda de biodiversidade desequilíbrio dos fatores bióticos e abióticos desestruturação das atividades das comuni dades tradicionais e do modo de vida dos povos indí genas Essa expansão da agropecuária para a região amazônica ocasiona ainda conflitos fundiários graves entre pequenos e grandes proprietários AGRICULTURA E AGROINDÚSTRIA Cerca de 70 dos alimentos produzidos e das matériasprimas destinadas à indústria nacional são fornecidos pela agricultura familiar Esse tipo de estrutura de produção agropecuária é caracterizado de acordo com os seguintes critérios básicos a direção das atividades é exercida pelo próprio produtor a quantidade de trabalha dores da própria família é superior à de trabalhadores contratados a renda familiar é originada principalmente das atividades realizadas na propriedade rural e a área da propriedade não deve exceder a quatro módulos fiscais ou seis módulos no caso de atividade pecuária estabelecidos com base em lei federal de 2006 No entanto os principais produtos de exportação da agropecuária são produzidos em grandes propriedades pelo agronegócio O principal produto destinado sobretudo ao mercado externo é a soja que expandiu a sua área de cultivo da Região Sul para o Cerrado principalmente no Mato Grosso Entre os produtos agrícolas do Brasil destacamse a soja a canadeaçúcar o milho o café a mandioca o arroz o feijão o algodão e a laranja Em 2015 a produção de grãos era estimada para ultrapassar os 200 milhões de toneladas com destaque para a soja e o milho exportados em grande parte Leia a tabela Principais produtos agropecuários e principais estados produtores 2014 Soja Mato Grosso Paraná e Rio Grande do Sul Laranja São Paulo 72 do total da produção brasileira Bahia Paraná e Minas Gerais Canadeaçúcar São Paulo 55 do total da produção brasileira Minas Gerais Goiás e Paraná Milho Mato Grosso Paraná e Goiás Café arábica Minas Gerais Espírito Santo e São Paulo Algodão herbáceo Mato Grosso Bahia e Goiás Arroz Rio Grande do Sul 68 do total da produção brasileira Santa Catarina e Maranhão Carne bovina Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Goiás e Pará Fontes IBGE Produção agrícola municipal 2014 Estatísticas da produção pecuária 2014 Disponível em wwwibgegovbr Acesso em fev 2016 Módulo fi scal Unidade de medida relacionada à propriedade rural que para ser defi nida em tamanho leva em consideração alguns critérios como tipo de exploração que predomina em cada município a renda obtida com essa exploração predominante o conceito de propriedade familiar Ela é fi xada portanto de modo diferenciado para cada município de acordo com a Lei n 674679 Sul Nordeste Sudeste Norte CentroOeste 335 13 138 181 216 Figura 7 Brasil distribuição regional de gado bovino em 2014 Fonte IGBE Produção da Pecuária Municipal 2014 Disponível em http bibliotecaibgegovbr Acesso em fev 2016 Portal do Agronegócio wwwportaldoagronegocio combr Explica o que é o agronegócio e traz dicas e informações sobre essa atividade SITE BIS 270 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 270 170516 1941 Já a produção de trigo apresenta problemas Apesar da sua importância para a alimentação humana é um dos principais produtos de importação do país O governo vem dando apoio restrito à sua produção e as áreas de cultivo acabam sendo subs tituídas por culturas mais rentáveis como a soja As principais áreas produtoras de trigo no Brasil estão na Região Sul Com a maior demanda por alimentos de tempos em tempos o mundo é surpre endido pela diminuição na oferta e pelo aumento no preço de itens básicos carac terizando o que se chama de crise mundial dos alimentos Essa crise é agravada por outros fatores como os eventos extremos na natureza intensificados pelas mudanças climáticas que prejudicam ou levam à perda de safras inteiras e a expansão dos cultivos destinados a outros fins que não a alimentação como a produção de bio combustíveis a partir de canadeaçúcar soja e milho Em razão disso muitas são as críticas de vários setores da sociedade ao uso cada vez maior das terras agricultáveis para o cultivo de matériasprimas que são transformadas em outros produtos que não alimentos No entanto há especialistas em produção agrícola apontam que isso não prejudica necessariamente a oferta de alimentos dependendo das especificidades de cada país como a disponibilidade de terras e o tipo de gênero agrícola utilizado para a produção de biocombustíveis além de ser essencial para a obtenção de uma matriz energética menos agressiva ao meio ambiente No caso do Brasil segundo eles a canadeaçúcar é uma boa opção para a produção de biocombustíveis estando suas principais áreas produtoras em São Paulo figura 8 FRONTEIRAS AGRÍCOLAS A agricultura exportadora ocupa a maior parte das terras cultivadas os melhores solos e as formas de relevo mais adequadas ao desenvolvimento das grandes culturas comerciais As áreas com topografia plana do Cerrado das regiões CentroOeste e da Mapitoba Maranhão Piauí Tocantins e o oeste da Bahia por exemplo favore cem o uso de máquinas e contribuem para a elevada produtividade da agricultura exportadora brasileira figura 9 na próxima página Nessas regiões foram abertas duas importantes fronteiras agrícolas nos últimos 50 anos As fronteiras agrícolas formamse através do avanço das atividades produtivas rurais sobre o meio ambiente natural As mais recentes o CentroOeste e a região da Mapitoba formaramse através do avanço da agricultura exportadora sobre a vegetação do Cerrado bioma brasileiro hoje classificado como hotspot reveja o Capítulo 9 do Volume 1 desta coleção Figura 8 Vista de usina de álcool e açúcar no espaço rural do município de Valparaíso São Paulo 2014 ERNESTO REGHRANPULSAR IMAGENS Custo Brasil Um dos maiores problemas enfrentados pelo agronegócio é a deficiência em infraestru tura sobretudo para a correta armazenagem e o transporte dos produtos Esse conjunto de entraves incluindo a pesada carga tributária que prejudica as exportações e o crescimento do PIB nacional é conhecido como custo Brasil Sobre ques tões relativas à estrutura dos meios de transporte veja o Captulo 6 271 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 271 170516 1941 A Região CentroOeste foi ocupada pela agricultura moderna a partir da década de 1970 principalmente para criar espaço à expansão da soja anteriormente cultivada quase em sua totalidade nos estados do sul do país Outros produtos se expandiram na região como milho algodão e canadeaçúcar Os solos ácidos foram tratados pelo processo de calagem e sementes de soja apropriadas a climas mais quentes foram desenvolvidas e fornecidas pela Embrapa A expansão da soja ultrapassou o limite do Cerrado e invadiu a Floresta Amazônica A Mapitoba é uma fronteira aberta na década de 1980 e hoje é responsável por parte significativa da produção de algodão milho e soja do país Apresenta as mes mas características da agricultura moderna do CentroOeste e condições naturais semelhantes como o clima quente o Cerrado o relevo plano e os solos ácidos AGROPECUÁRIA E CÓDIGO FLORESTAL Outra questão polêmica que envolve diretamente o agronegócio no Brasil é o novo Código Florestal Brasileiro de 2012 conjunto de leis que normatiza a ocupação do espaço no território As regras estabelecidas pelo antigo Código Florestal promulgado em 1965 foram durante muito tempo ignoradas pelo governo e pelos grandes proprietários rurais No entanto na última década o código havia sido retomado e levado a sério Aplicado com maior vigor provocou a reação dos grandes proprietários rurais e mobilizou os seus representantes a bancada parlamentar ruralista para modificar a lei Argumentavam que o país precisava de um Código Florestal adaptado à nova realidade socioeconômica do país pois o de 1965 era um entrave ao desenvolvimento da agropecuária e da economia como um todo em função da importância da cadeia produtiva que o agronegócio assume no Brasil O novo Código Florestal Brasileiro determina a preservação de trechos de vegetação original em áreas de preservação permanentes APPs margens de rios topos morros e encostas no caso das reservas legais RLs os proprietários são obrigados a manter um trecho preservado que varia de acordo com os critérios 80 nas áreas florestais do bioma Amazônia 35 para os trechos de Cerrado e 20 nos Campos desse bioma 20 das propriedades nos demais biomas brasileiros Também estabelece critérios para a recomposição das áreas desmatadas Para os desmatamentos ocorridos antes de 2008 quando foi regulamentada a Lei de Crimes Ambientais as áreas a serem recompostas são menores do que as dos desmatamentos realizados depois da vigência da lei A recomposição ficou condicionada ao tamanho da propriedade de acordo com o módulo fiscal Para os imóveis de até quatro módulos fiscais 24 da área de agro pecuária do Brasil não é necessário recompor o trecho de reserva legal desmatado antes de 2008 No entanto para as margens dos rios foram estabelecidos critérios de acordo com o tamanho da propriedade e a largura do rio mas com concessões maiores do que existia no código anterior Podese fazer um trabalho utilizando o Google Earth para analisar a situação das áreas agrícolas no município dos estudantes Poderão ser observados por exemplo o estado de conser vação da mata galeria e o nível de conservação de ambientes naturais no município proporcionalmente às terras agrícolas Figura 9 Cultivo intensivo de soja em Campo Novo do Parecis MT 2012 YASUYOSHI CHIBAAFP 272 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 272 170516 1941 Classificação das propriedades rurais De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra é considerado minifúndio o imóvel rural de área inferior a um módulo fiscal pequena propriedade o imóvel rural com área entre um e quatro módulos fiscais média propriedade o imóvel com área maior que quatro e até quinze módulos fiscais e grande propriedade o imóvel rural com área superior a quinze módulos fiscais A área de um módulo fiscal varia para cada município levando em conta critérios como o tipo de exploração predominante no lugar e a renda obtida com essa exploração Imóveis rurais no Brasil Tipo de imóvel Módulo fiscal Minifúndio Inferior a 1 Pequena propriedade Entre 1 e 4 Média propriedade Maior que 4 e até 15 Grande propriedade Superior a 15 Fonte Incra In Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia Ipam Disponível em wwwipam orgbr Acesso em fev 2016 Para os representantes do agronegócio o novo código limita a expansão da agro pecuária que provocará impactos negativos em toda a economia do país Essa crítica no entanto é refutada por vários especialistas que afirmam que as áreas destinadas à agropecuária podem ser significativamente ampliadas com a recuperação de terras degradadas bastante extensas no território brasileiro e com o cultivo em áreas hoje ocupadas com pecuária de baixa produtividade QUESTÃO DA TERRA O Brasil está entre os países da América com a maior concentração da propriedade rural e é um dos mais desiguais do mundo nesse quesito apesar de seu imenso território e das extensas superfícies de terras não cultivadas A situação fundiária é uma questão ainda não resolvida apesar das pressões sociais da maior organização dos trabalhadores em luta pela terra e da repercussão internacional negativa dessa realidade social Observe na tabela a seguir o último levantamento oficial realizado sobre a distribuição dos imóveis rurais no Brasil Brasil estrutura fundiária 2012 Tamanho dos estabelecimentos em ha dos estabelecimentos da área ocupada pelos estabelecimentos Menos de 10 3101 132 De 10 a menos de 100 5358 1466 De 100 a menos de 500 1197 2135 De 500 a menos de 1000 182 1033 De 1000 até 5000 145 2477 Mais de 5000 017 2757 A grilagem praticada no Brasil desde o século XIX foi uma das principais responsáveis pela concentração de terras no meio rural Essa prática consiste na criação de documentos falsos em nome de determinadas famílias para a concessão ilegal de terras públicas a particulares e é feita em conluio com órgãos oficiais como cartórios de registro de imóveis O último Censo Agropecuário foi reali zado em 2006 Esse Censo é realizado de 10 em 10 anos pelo IBGE Acom panhe com os estudantes a divulgação do novo censo e proponha uma análise com eles dos novos dados apresenta dos de modo a atualizar a situação da questão fundiária no Brasil Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária wwwincragovbrportal Site do órgão responsável pela implementação da reforma agrária no Brasil SITE A maioria dos estabelecimentos rurais é de pequena extensão e ocupa parcela muito restrita da área total desses estabe lecimentos no Brasil Em contrapartida as propriedades rurais maiores acima de 500 ha correspondem a apenas 344 da quantidade de imóveis rurais mas ocupam 6267 da área total dos estabelecimentos rurais Fontes Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA Relação total de imóveis rurais Brasil Disponível em www incragovbr Acesso em fev 2016 273 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 273 170516 1941 Lei e concentração de terra A organização do espaço agrário brasileiro teve início com a colonização Extensas áreas de terra foram doadas pelo rei de Portugal para o cultivo da canadeaçúcar em troca do pagamento de parte da produção obtida sistema de sesmarias A distribuição de terras no Brasil teve início portanto com o latifúndio monocultor voltado para o mercado externo Com a independência do Brasil 1822 e o fim da era colonial as sesmarias deixaram de existir e as terras passaram a ser registradas em cartório como propriedades particu lares Começou nessa época um intenso processo de ocupação por posseiros e grileiros Em 1850 o tráfico de escravos foi proibido no Brasil no momento em que a expansão da lavoura cafeeira mais exigia mão de obra sendo necessário recorrer à imigração Para assegurar que os imigrantes recémchegados trabalhassem nas lavouras dos barões do café criouse uma nova lei Lei de Terras que proibia a ocupação de terras devolutas Essa lei consolidou o domínio do latifúndio no Brasil De acordo com ela as terras só poderiam ser vendidas pelo governo que estabelecia preços elevados muito acima do mercado comercializava apenas grandes áreas e exigia dos compradores pagamento à vista Assim só tinham condições de comprar terras os grandes fazendeiros que ampliaram ainda mais seus domínios Na década de 1930 foi fundado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra cuja principal realização foi levantar informações sobre a situação das propriedades rurais e das terras devolutas Em 1964 no governo de Castelo Branco foi criado o Estatuto da Terra reconhecendose a necessidade da reforma agrária no Brasil À época foram feitos novo cadastramento e uma radiografia da situação fundi ária do país mas a reforma agrária objetivo principal do Estatuto não saiu do papel Na década de 1970 foram distribuídos lotes de terras na Amazônia para atrair agricultores de outras regiões do país sobretudo do Sul e do Nordeste como parte de um plano do governo militar para garantir a colonização e a ocupação da Amazônia Mas as terras ficavam em áreas inadequadas para o cultivo ou a criação pastoril e não havia infraestrutura para garantir o escoamento da produção Assim muitos agri cultores logo abandonaram seus lotes Outros planos de reforma agrária seguiram o mesmo caminho o Plano Nacional de Reforma Agrária 1986 no governo Sarney teve custos burocráticos como os da criação de um Ministério específico mais elevados que o valor gasto com o pequeno número de assentamentos realizados figura 10 Nas décadas de 1990 e de 2000 multiplicaramse as pressões pela reforma agrária No entanto o país ainda conta com um grande número de trabalhadores sem terra e mesmo muitos assentados carecendo de infraestrutura básica além de amparo tecnológico e financeiro Até 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2013 58317 42912 62044 81944 101094 85226 60521 63447 43486 36301 81254 127506 136358 67535 70157 55498 39479 22021 23075 32019 30239 FHC 1o mandato Total 287994 FHC 2o mandato Total 252710 Lula 1o mandato Total 381419 Lula 2o mandato Total 232669 Dilma 1o mandato Total 107354 Figura 10 Brasil número de famílias assentadas no campo de acordo com os presidentes do período 19952014 O conteúdo deste item pode ser estu dado em um trabalho interdisciplinar com o professor de História Posseiro Pessoa que ocupa terras devolutas ou particulares Depois de certo período pode requerer o título de propriedade pela lei do usucapião válida para a ocupação de propriedades particulares após dez anos ou usucapião especial para a ocupação de terras devolutas por cinco anos Terra devoluta Terra pública que não faz parte de nenhum patrimônio privado BIS Fonte elaborado com base em Incra Disponível em wwwincragovbr Acesso em nov 2015 274 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 274 170516 1941 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra wwwmstorgbr Site oficial do movimento apresenta sua visão política e lutas com notícias atualizadas sobre os semterra União Democrática Ruralista wwwudrorgbr A entidade visa promover a preservação do direito de propriedade e defender os interesses dos ruralistas do país SITE Terra e movimentos sociais A luta pela terra ganhou impulso no século XIX por causa das ideias liberais europeias e dos ideais socialistas que influenciaram vários movimentos popu lares ao redor do mundo No Brasil envolveu indígenas posseiros grileiros pequenos proprietários grandes fazendeiros e até empresas dos mais variados ramos de negócio No século XX dois movimentos de trabalhadores rurais ganharam destaque no país as Ligas Camponesas nas décadas de 1950 e 1960 e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST fundado oficialmente em 1984 após o fim da ditadura militar As Ligas Camponesas surgiram em Pernambuco espalharamse em pouco tempo por vários estados da Região Nordeste e transformaramse num movimento contra a exploração do trabalhador e pela reforma agrária Foram extintas em 1964 e vários de seus líderes e participantes foram presos e mortos pelo aparato repressivo da ditadura A estratégia do movimento baseiase em fazer pressão permanente sobre os órgãos do governo responsáveis pela questão da terra valendose de ocupação de latifúndios improdutivos manifestações públicas e passeatas figura 11 A conquista da terra é um dos objetivos do MST mas as ações do movimento continuam após os assentamentos na forma de reivindicações por créditos agríco las assistência técnica e criação de infraestrutura para os novos assentamentos O movimento também fornece apoio às famílias com criação de escolas formação de cooperativas de produção serviços e comercialização O órgão responsável pela implementação dos assentamentos rurais é o Incra Esses assentamentos contam com diversas pequenas propriedades ou unidades agrícolas denominadas parcelas lotes ou glebas entregues às famílias de trabalha dores rurais Cabe ao trabalhador rural beneficiado com uma gleba estruturar sua atividade utilizando somente mão de obra familiar Figura 11 O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra MST realiza no Recife PE o chamado Abril Vermelho em memória pelo massacre de Eldorado dos Carajás que aconteceu no Pará em 1996 Na ocasião houve conflito entre trabalhadores rurais em marcha e a polícia militar com vítimas fatais Desde então o MST se mobiliza para relembrar o fato Fotografia de 2014 FILME O Pontal do Paranapanema De Chico Guariba Brasil 2005 52 min O filme conta a história da região situada no oeste do estado de São Paulo na qual os conflitos pela posse da terra já duram mais de um século DIEGO NIGROJC IMAGEMESTADÃO CONTEÚDO 275 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 275 170516 1941 Língua Portuguesa Eu sou roceiro Eu sou roceiro vivo de cavar o chão Tenho as mãos calejadas meu senhor Me falta terra falta casa e falta pão Não sei onde é o Brasil do lavrador Só tenho a enxada e o título de eleitor Para votar em seus fulanos educados Que não fazem nada pelo pobre agricultor Que não tem terra para fazer o seu roçado Este país é do tamanho de um continente mas não tem terra para o homem da mão grossa De norte a sul de nascente a poente vivo à procura dum lugar pra fazer roça Escuto o rádio fico cheio de alegria Quando se fala que a reforma vai chegar Espero um ano espero e só se cria falsos projetos pra poder me tapear Sou um soldado retirante sem medalha sou estrangeiro quando pego a reclamar Sou camponês que usa tanga e sandália sou brasileiro só na hora de votar LIMA Jorge Pereira In CARIRY Rosemberg BARROSO Oswald Cultura insubmissa Fortaleza Nação Cariri 1982 p 110111 Relações de trabalho no meio rural Além dos conflitos e das convulsões sociais a dificuldade de acesso à terra é responsável pela peculiaridade das relações de trabalho existentes no meio rural muitas vezes impondo severas condições ao trabalhador Uma das modalidades de relação de trabalho no campo é a parceria em que o agri cultor divide o resultado de seu trabalho com o proprietário da terra Quando metade da produção rural é destinada ao parceiro ele é chamado de meeiro Quando é destinado apenas um terço ele é chamado de terceiro Outra modalidade é a dos boiasfrias traba lhadores itinerantes que se ocupam de tarefas temporárias em épocas de plantio e colheita recebendo por dia trabalhado ou tarefa reali zada Atualmente não são raras fazendas nas quais se encontram trabalhadores em situação análoga à escravidão A reforma agrária é vista como um caminho para melhorar as relações de trabalho minimizar os conflitos no meio rural e a desigualdade social Pode também contribuir para aumentar a produ ção da agricultura familiar que produz a maior parte dos gêneros alimentícios que abastece o mercado interno figura 12 Melhorar a renda dos trabalhadores e incor porálos ao mercado de consumo produz reflexos positivos no restante da economia Além disso contribui para reduzir o êxodo rural e a conse quente pressão no mercado de trabalho urbano 1 Que camada social o personagem retratado nesse texto representa Quais são os motivos que podem justificar a descrença por ele manifestada 2 Em que trecho o personagem afirma ser injustificável ter de lutar pela reforma agrária num país como o Brasil Você concorda com ele Explique sua opinião 3 Cite os trechos em que se faz menção à cidadania e responda O que é cidadania para você Figura 12 Além do acesso à terra financiamentos cursos e incentivos ajudam o agricultor assentado a obter sucesso aliviando a migração para a cidade e aumentando a produção de alimentos Na imagem produção de alimentos no acampamento Conquista do MST em Tremembé SP onde se encontram desde pequenas hortas até grandes áreas agricultáveis com diversos tipos de legumes e verduras Fotografia de 2014 LACAZ RUIZFOTOARENA 276 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 276 170516 1941 A atual complexidade da reforma agrária A questão da distribuição de terras no Brasil permanece sem solução e é mais complexa do que a registrada há algumas décadas Além de um desafio a reforma agrária é uma obrigação constitucional que deve ser efetivada por todos os governos assim como políticas de saúde e educação destaca o professor da Universidade de São Paulo USP Ariovaldo Umbelino Segundo ele a reforma agrária é instrumento de política pública para que a terra cumpra sua função social e a renda seja melhor distribuída na sociedade brasileira Para ele a distribuição de terras também é funda mental para acabar com conflitos A barbárie vivida no campo brasileiro é a melhor evidência da neces sidade urgente de o país fazer de fato a reforma agrária diz Umbelino Nos últimos 15 anos segundo o especialista 524 pessoas foram assassinadas no campo e foram registrados 19548 conflitos envol vendo 105 milhões de habitantes Além dos desafios históricos novos componentes se somaram a essa questão com o desenvolvimento do agronegócio que modificou a organização do setor agrícola Ele o agronegócio é totalmente dependente das grandes extensões de terra Então a manutenção do latifúndio e o avanço para cima das áreas quilombolas indígenas e da Amazônia áreas de proteção e unidades de conservação por exemplo é parte da lógica do agronegócio que precisa dessas terras para aumentar sua produção e seus lucros explica Diego Moreira integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra MST O movimento estima que mais de 200 mil pessoas vivam hoje em acampamentos sofrendo com a falta de assistência e com a lona preta como teto Apesar disso segundo Moreira a reforma agrária clássica está superada diz A lógica do mercado e da apro priação da terra tomou conta do campo brasileiro o que na avaliação dele formou um bloqueio eco nômico e político que impede reformas O MST defende o que chama de reforma agrá ria popular formada por três elementos básicos a desapropriação da terra a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos saudáveis e de qualidade Segundo Moreira há mais de 5 milhões de camponeses na cidade que querem produzir alimen tos e viver da agricultura Isso poderia diversificar a produção garantir alimentação saudável e ainda fixar as famílias na zona rural Para manter as famílias no campo o sociólogo e professor da Universidade de Brasília UnB Sérgio Sauer aponta que é preciso garantir a universaliza ção do acesso aos programas de crédito Hoje segundo o especialista mais de dois terços dos agricultores familiares não são atendidos pelas linhas de crédito O desafio de um novo governo seria como ao mesmo tempo gerar dividendos que não sejam basea dos só na produção e exportação de produtos primá rios diminuir preços da terra e promover políticas mais estruturantes para o meio rural resume acrescentando que essas políticas devem contemplar ações que melho rem as condições gerais de vida nesses territórios como acesso à educação eletricidade e internet Além da propriedade da terra a produção de ali mentos saudáveis também deve ser encarada como um desafio para resolução da questão agrária na avaliação da Articulação Nacional de Agroecolo gia ANA Para a entidade essa produção traz benefícios não só para a mesa dos cidadãos como para a soberania do país uma vez que boa parte das sementes usadas hoje na agricultura é produzida por empresas multinacionais que as modificam geneti camente Assim sementes naturais as chamadas crioulas têm cada vez menos espaço e dificuldade de vingar já que convivem em um cenário marcado por produtos químicos MARTINS Helena Distribuição de terras e produção de alimentos saudáveis são desafios ao país Agência Brasil 11 set 2014 Disponível em httpagenciabrasilebccombr Acesso em nov 2015 1 Comente os desafios históricos e os novos componentes que se somam atualmente à questão da reforma agrária no Brasil 2 Que aspectos são levantados no texto como desafios à reforma agrária no Brasil Quais seriam os benefícios se esses desafios fossem superados 277 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 277 170516 1941 1 O que é agronegócio Explique sua importância para o Brasil 2 Na imagem um produtor rural inspeciona a colheita da soja na cidade de Correntina no oeste baiano Fotografia de 2010 a Qual característica da produção agrícola está res saltada na imagem b Qual o nome e as características naturais da região agrícola em que a cidade de Correntina está inserida 3 Analise a tabela e indique a principal mensagem expressa pelos dados nela apresentados Fonte MDA e Incra Relação total de imóveis rurais Brasil Disponível em wwwincragovbr Acesso em fev 2016 Brasil estrutura fundiária 2012 Tamanho dos estabelecimentos em ha dos estabeleci mentos da área ocupada pelos estabelecimentos De 0 a menos de 100 8459 1598 De 100 até 1000 1379 3168 Mais de 1000 162 5234 PAULO FRIDMANPULSAR IMAGENS Faça no caderno 1 Enem 2010 A maioria das pessoas daqui era do campo Vila Maria é hoje exportadora de trabalhadores Empresários de Primavera do Leste Estado de Mato Grosso procuram o bairro de Vila Maria para conseguir mão de obra É gente indo distante daqui 300 400 quilômetros para ir trabalhar para ganhar sete conto por dia Carlito 43 anos maranhense entrevistado em 220398 RIBEIRO H S O migrante e a cidade dilemas e conflitos Araraquara Wunderlich 2001 adaptado O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agri cultura brasileira nas últimas décadas do século XX consequência a dos impactos sociais da modernização da agri cultura b da recomposição dos salários do trabalhador rural c da exigência de qualificação do trabalhador rural d da diminuição da importância da agricultura e dos processos de desvalorização de áreas rurais 2 Udesc 2015 O setor agropecuário é responsável por grande parte do PIB brasileiro comportando a produção para o consumo interno e para a expor tação Numere a coluna relacionando o cultivo descrito a sua característica 1 café 2 canadeaçúcar 3 soja 4 uva 5 trigo produção marcante sobre extensas áreas do oeste paulista predominantemente em gran des propriedades e em latifúndios importante cultivo de exportação brasileiro as maiores regiões produtoras concentramse nos estados do Mato Grosso e do Paraná tradicional cultivo no Rio Grande do Sul hoje também marcante no interior da região Nor deste do Brasil cultivo marcante no estado de Minas Gerais sendo o Brasil o maior produtor mundial importante cultivo nos estados do Rio Grande do Sul Santa Catarina e Paraná sendo o Brasil ainda importador A sequência correta é de cima para baixo a 1 2 4 5 3 b 4 3 1 5 2 c 2 3 4 1 5 d 3 4 2 1 5 e 5 3 2 1 4 278 Unidade 4 Espaço e produção TSV2U4CAP12261279indd 278 170516 1941 Mundo político 2016 N 60º O i Geórgia do Sul RUN is Bermudas is Falkland RUN Havaí EUA is Pitcairn RUN OCEANO O C E A N O O C E A N O OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO G L A C I A L G L A C I A L A N T Á R T I C O Á R T I C O CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO EQUADOR MERIDIANO DE GREENWICH 0 0 AFEGANISTÃO ANGOLA A N T Á R T I D A ARÁBIA SAUDITA ARGÉLIA ARGENTINA AUSTRÁLIA BAHAMAS ISLÂNDIA BANGLADESH BELIZE CUBA HAITI BENIN BOLÍVIA BOTSUANA BRASIL BRUNEI BURKINA FASO BURUNDI BUTÃO CABO VERDE CAMBOJA CANADÁ CAZAQUISTÃO CHADE CHILE CHINA CINGAPURA COLÔMBIA COMORES COREIA DO NORTE COREIA DO SUL COSTA DO MARFIM COSTA RICA DJIBUTI EGITO EL SALVADOR EQUADOR ERITREIA ESTADOS UNIDOS ETIÓPIA FIJI TONGA KIRIBATI FILIPINAS FINLÂNDIA SUÉCIA NORUEGA GABÃO GÂMBIA GANA MARROCOS GUATEMALA GUIANA GUINÉ GUINÉ EQUAT GUINÉBISSAU HONDURAS IÊMEN ÍNDIA I N D O N É S I A IRÃ IRAQUE SÍRIA JORDÂNIA JAPÃO LAOS LESOTO LIBÉRIA LÍBIA MADAGASCAR M A L Á S I A MALAWI MALDIVAS MALI MAURÍCIO MAURITÂNIA MÉXICO MIANMAR MOÇAMBIQUE MONGÓLIA NAMÍBIA NEPAL NICARÁGUA NÍGER NIGÉRIA NOVA ZELÂNDIA OMÃ KUWAIT CATAR EM AR UNIDOS FEDERAÇÃO DOS ESTADOS DA MICRONÉSIA PANAMÁ PAPUA NOVA GUINÉ PAQUISTÃO PARAGUAI PERU QUÊNIA QUIRGUISTÃO REP CENTRO AFRICANA REP DA ÁFRICA DO SUL REP DEM CONGO RUANDA R Ú S S I A SAARA OCIDENTAL SALOMÃO IS MARSHALL SAMOA SENEGAL SERRA LEOA SEYCHELLES SOMÁLIA SRI LANKA SUAZILÂNDIA SUDÃO TAILÂNDIA TAIWAN TANZÂNIA TIMOR LESTE TOGO TUNÍSIA TURCOMENISTÃO UZBEQUISTÃO TURQUIA TUVALU UCRÂNIA UGANDA URUGUAI VANUATU VENEZUELA VIETNÃ ZÂMBIA ZIMBÁBUE Alasca EUA Groenlândia DIN Guiana Francesa FRA SURINAME TADJIQUISTÃO CONGO JAMAICA SUDÃO DO SUL SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE PALAU Polinésia Francesa FRA NAURU CAMARÕES i Aruba PBS i Guadalupe FRA i Margarita VEN i Blanquilla VEN i Orchila VEN Porto Rico EUA i La Tortuga VEN is Los Roques VEN i Martinica FRA i Bonaire PBS i Curaçao PBS i Montserrat RUN OCEANO ATLÂNTICO ANTÍGUA E BARBUDA BARBADOS DOMINICA GRANADA REP DOMINICANA S CRISTÓVÃO E NÉVIS S VICENTE E GRANADINAS STA LÚCIA TRINIDAD E TOBAGO V E N E Z U E L A i Anguilla RUN is S Martim is Virgens FRAPBS RUN EUA 15 N 0 50 N ALBÂNIA ALEMANHA DINAMARCA BÉLGICA PAÍSES BAIXOS ÁUSTRIA BELARUS RÚSSIA RÚSSIA BÓSNIA HERZ BULGÁRIA CROÁCIA ESLOVÁQUIA MOLDÁVIA ESLOVÊNIA ESPANHA ARGÉLIA MARROCOS TUNÍSIA ESTÔNIA FRANÇA ANDORRA LUXEMBURGO MÔNACO SAN MARINO GRÉCIA HUNGRIA IRLANDA SUÉCIA FINLÂNDIA ITÁLIA VATICANO LETÔNIA LITUÂNIA MALTA NORUEGA POLÔNIA PORTUGAL REINO UNIDO REP TCHECA ROMÊNIA SÉRVIA SUÍÇA TURQUIA UCRÂNIA LIECHTENSTEIN MACEDÔNIA MONTENEGROKOSOVO ISRAEL LÍBANO CHIPRE GEÓRGIA ARMÊNIA AZERBAIJÃO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO MERIDIANO DE GREENWICH N 0 1840 km N 0 530 km N 0 190 km SONIA VAZ Fonte Atlas geográfico escolar Rio de Janeiro IBGE 2009 p 90 279 Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil TSV2U4CAP12261279indd 279 170516 1941 UNIDADE 1 Capítulo 1 p24 1 Resposta b A Guerra da Coreia ocorreu no contexto da Guerra Fria entre a Coreia do Norte comunista e a Coreia do Sul capitalista Foi o primeiro grande embate geopolítico entre os Estados Unidos e a União Soviética 2 a A Doutrina Truman foi adotada para conter a expansão do socia lismo O Plano Marshall foi um plano de ajuda econômica à Europa para garantir estabilidade da economia mundial ele foi uti lizado também como forma de conter a expansão do socialismo e ampliar a influência estaduni dense no continente b Podem ser citados ajuda finan ceira e remessas de alimen tos máquinas e equipamentos à Europa Essas ações foram essenciais para recuperar e esta bilizar a economia e a infraestru tura do continente p 37 1 Resposta d No cartum aparecem dois personagens o Lord Willing dons Dilemma representante do império inglês na Índia e Gandhi uma das principais lideranças entre os movimentos de libertação da Índia O Lord inglês percebe que a prisão do líder pacifista não impediu que uma vasta multidão continu asse seguindo seus ideais de luta pela independência por meio da resistência pacífica e da desobedi ência civil Todos na multidão têm a mesma cara de Gandhi o que significa que estão do lado dele A desobediência civil tornou a Índia ingovernável e colocou as autorida des diante de uma situação em que seria obrigada a prender a todos 2 Resposta a A Conferência de Bandung Indonésia foi convocada com a perspectiva de constru ção de um bloco de países livres da influência de Washington e de Moscou comprometido com os princípios da neutralidade e do não alinhamento à bipolaridade do mundo da Guerra Fria A iniciativa ficou conhecida como Movimento dos Países Não Alinhados Capítulo 2 p 50 Resposta d Os investimen tos chineses na África incluem a exploração de minérios obras de infraestrutura de transporte e telecomunicações e a compra de imensas áreas de solos férteis em diversos países por empresas chinesas do setor de alimentos A presença econômica ostensiva de empresas chinesas nos países afri canos é vista como um novo tipo de colonialismo no continente devido à perda de soberania dos países sobre grande extensão de suas melhores terras e a forte influência sobre as decisões dos governos nos países em que atuam p 63 Resposta a As três civilizações com assento no Conselho de Segurança da ONU são a Ocidental Estados Unidos Inglaterra e França a Orto doxa Rússia e a Sínica China Portanto apenas um terço das civili zações apresentadas no mapa UNIDADE 2 Capítulo 3 p 78 1 Resposta c Anualmente os repre sentantes desses países realizam foruns de discussão a fim de discu tirem temas variados relacionados à economia e à política internacional por exemplo 2 Podem ser considerados como fato res a transmissão ao vivo para todos os países com grande fluxo global de informações e dados a presença de grandes corporações transna cionais patrocinando o evento o grande fluxo de turistas a estrutura material com redes de cabos de fibra óptica Consequências positivas para as cidadessedes dos jogos no Brasil geração de empregos maior des taque e visibilidade nos meios de comunicação ampliação fluxo de turistas melhoria da infraestrutura Consequências negativas necessi dade de muitos recursos financeiros para a realização do evento com gastos muitas vezes desnecessários p 89 1 Resposta c Com os desdobramen tos da crise em alguns países da Europa como Portugal Espanha Irlanda e Grécia muitos profissio nais qualificados com formação universitária passaram a procurar emprego em outros países inclusive em países em desenvolvimento 2 Resposta d O neoliberalismo defende menor interferência do Estado na economia nacional em cada país mas nas relações inter nacionais continua com prota gonismo realizando acordos fir mando tratados Capítulo 4 p 95 1 Resposta e Todas as proposições estão corretas exceto a I pois é importante que na pauta de exporta ções estejam presentes produtos de maior valor agregado possível 2 Resposta VFFFV 11 está errada pois os dois seto res desempenham papel fun damental 22 está errada pois o Estado no contexto da globalização neoli beral intervém menos 33 está errada uma vez que há uma redução dos direitos tra balhistas 280 Respostas de Enem e Vestibulares TSV2U4FINAIS280288indd 280 170516 1940 3 Resposta c No atual processo de mundialização do sistema capitalista as políticas econômicas dos Estados Nação têm se pautado pelo receituário neoliberal e o espaço mundial é orde nado na perspectiva da globalização p 107 1 Resposta b Os trechos da música indicam as relações internacionais e a troca comercial entre os países Isso é justificado quando o autor diz que a mercadoria vendida em um país foi fabricada e montada em outros dois ou mais países diferen tes Quanto à seletividade dos fluxos populacionais isso fica evidente no trecho que diz que crianças refugia das de um país em guerra civil são impedidas de entrar em outro Em um mundo globalizado ambas as situações são comuns e ocorrem de maneira intensa 2 Resposta e A modalidade é o mer cado comum com livre circulação de pessoas mercadorias capitais e serviços dos seus paísesmem bros além da eliminação das tarifas aduaneiras internas e adoção da TEC tarifas comuns para o mercado fora do bloco Capítulo 5 p 114 1 Resposta a Tratase dos princi pais países emergentes que deve rão estar entre os maiores PIBs do mundo nas próximas décadas 2 Resposta c O Brasil é atualmente um país emergente semiperiférico considerado em desenvolvimento com desigualdades tanto entre as classes sociais como entre as regiões p 123 1 Resposta b O governo para atrair empresas indústrias para o território nacional abriu mão de impostos em troca de investimentos em tecnologia e emprego para mão de obra Uma das consequências é o Estado ficar a serviço das grandes multinacionais 2 Resposta a A década de 1990 marca a expansão das ideias neoliberais tendo como pauta o receituário esta belecido pelo Consenso de Washing ton para vários países do mundo entre eles o Brasil governo Col lor II está errada pois o neolibe ralismo não defende a manutenção das empresas estatais e sim as privatizações III está errada pois nem a mentalidade neoliberal pro tege os direitos trabalhistas nem tem como adeptos os movimentos sindicalistas muito pelo contrário estes historicamente a rechaçam UNIDADE 3 Capítulo 6 p 135 1 Resposta c Os meios de transporte que utilizam combustíveis derivados de petróleo emitem gases de efeito estufa responsáveis pelo aqueci mento global e pelo derretimento das calotas polares Uma medida de mitigação desse problema é o inves timento em transportes coletivos de massa a exemplo do metrô dos trens urbanos do VLT e da utilização de energias limpas e combustíveis menos poluentes como o biodie sel nos ônibus e no sistema BRT Vale retomar essa discussão quando estiver estudando os próximos capí tulos referentes à energia 2 Resposta b A intermodalidade ou seja o uso de dois ou mais modais de transporte é fundamental num país de grande superfície territorial como o Brasil Na logística do transporte de cargas a intermodalidade é montada para tornar o escoamento dos produ tos a custo mais econômico p 143 1 Resposta e A urbanização foi acelerada no governo JK no início da segunda metade do século XX Numa época em que o petróleo era barato foram dados estímulos para que a indústria automobilística se desenvolvesse e se tornasse o carro chefe da modernização do parque industrial brasileiro Em tal conjun tura a opção foi dada ao transporte rodoviário em detrimento do trans porte sobre trilhos 2 Resposta c Os problemas rela cionados à capacidade e à opera cionalidade dos portos brasileiros acarretam atrasos e elevação dos custos dos produtos agrícolas no mercado internacional e há con sequentemente perda de competi tividade do nosso país Capítulo 7 p 155 1 Resposta b O discurso destaca o declínio do uso dos combustí veis fósseis como fonte de ener gia os quais serão substituídos por novas tecnologias e novas formas de obtenção de energia 2 Resposta b Os países desenvolvi dos como os Estados Unidos são grandes consumidores de recursos inclusive de combustíveis fósseis e isso não é sustentável do ponto de vista ambiental p 165 Resposta a Está evidenciado no texto a necessidade de uma gestão mais coletiva que se impõe para orientar as ciências e as técnicas em direção a finalidades mais humanas Capítulo 8 p 174 Resposta b Entre 1965 e 2010 ocorre um aumento do consumo de carvão mineral no mundo por causa dos choques do petróleo 1973 e 1979 e com o crescimento econô mico na China e na Índia esses paí ses são produtores e consumidores p 187 1 Resposta c Tratase da expansão do uso da energia eólica fonte renovável 2 Os municípios são Mossoró Areia Branca e Macau A atividade é importante para os municípios pois aumenta a arrecadação por meio do pagamento de royalties maiores pos sibilidades de políticas públicas de infraestrutura geração de empregos e dinamização da economia 3 Resposta b Diversas críticas podem ser feitas a investimentos em usinas 281 Respostas de Enem e Vestibulares TSV2U4FINAIS280288indd 281 170516 1940 hidrelétricas na Bacia Amazônica entre as quais a mais relevante se refere aos impactos ambientais e sociais que produzem incluindo as terras indígenas UNIDADE 4 Capítulo 9 p 204 Resposta c Com o advento da Revolução Industrial que trouxe transformações significativas para a produção e a organização da ati vidade agropecuária houve grande intensificação na retirada de recur sos naturais inclusive aqueles que suprem a demanda por energia p 224 1 Resposta c Coreia do Sul Hong Kong Cingapura e Taiwan ou For mosa compõem o grupo denominado Tigres Asiáticos países que adota ram forte política neoliberal para seu ingresso no mercado mundial 2 Resposta a A afirmativa III está errada pois não é possível avaliar a distribuição de renda com base na renda per capita A afirmativa IV está errada pois percentualmente houve redução maior do analfabe tismo na Coreia do Sul e a renda per capita nesse país aumentou percen tualmente mais Capítulo 10 p 235 1 Resposta e O processo descrito corresponde à desindustrialização brasileira ocorrida a partir da aber tura econômica no início da década de 1990 e à competitividade dos produ tos estrangeiros sobretudo chineses frente à produção nacional 2 Resposta d A crise de 1929 e a quebra da atividade cafeicultora foram acom panhadas pelo corte das importações de bens de consumo Tal situação criou uma conjuntura favorável ao investimento na indústria nacional Os produtos industrializados nacionais passaram a ocupar então boa parte do mercado interno antes praticamente abastecido por produtos importados Dessa forma este momento da indus trialização brasileira baseouse na substituição de importações p 243 Resposta c A região do Vale do Para íba entre São Paulo e Rio de Janeiro corresponde à área de maior con centração industrial do país Em São José dos Campos está localizada a Embraer e em Volta Redonda a Com panhia Siderúrgica Nacional Capítulo 11 p 254 1 Resposta e Houve um expres sivo aumento no item custos de material ou seja na utilização de insumos na agricultura com mais agrotóxicos fertilizantes e adubos químicos emprego de máquinas e outros equipamentos com grande aporte de tecnologia 2 Resposta a O anúncio colocou em relevo a importância da monocultura da soja para os países grandes con sumidores dos produtos comerciali zados pela empresa sem levar em conta os limites entre os países p 260 1 Resposta e O fim dos subsídios e do protecionismo dos países desenvol vidos é importante para favorecer as exportações agrícolas dos países em desenvolvimento 2 Resposta e O aumento da produtivi dade agrícola nas últimas décadas foi decorrente da aplicação da biotecnolo gia na agricultura através das técnicas da engenharia genética Os transgê nicos fazem parte das inovações mais recentes implantadas na agropecuário e uma das mais polêmicas 3 Resposta a A organização da agri cultura dos Estados Unidos em belts ou cinturões é uma das carac terísticas principais da sua agricul tura comercial Capítulo 12 p 268 Resposta d O aumento do preço dos alimentos foi um momento importante da ampliação do pro cesso de compra de terras aráveis nas regiões menos desenvolvidas sobretudo no continente africano Isso de acordo com a alternativa d faz parte de uma estratégia geopo lítica traçada por parte dos países importadores de alimentos para minorar a dependência externa e amenizar os impactos produzidos pela oscilação do mercado p 278 1 Resposta a A modernização da ativi dade agrícola ao mesmo tempo que modernizou o campo desestruturou e precarizou as relações de trabalho no meio rural brasileiro 2 Resposta c Consulte a tabela da página 270 2 a canadeaçúcar é produzida sobretudo no interior paulista 72 do total da produção brasileira em 2014 3 a soja nosso mais importante produto de exportação é cultivada em muitos estados em especial Mato Grosso e Paraná 4 a uva é tradicional mente produzida no Rio Grande do Sul mas na última década ganhou evidência também a produção desenvolvida nas terras irrigadas do Sertão nordestino próximas ao Vale do São Francisco 1 o café é produzido principalmente em Minas Gerais e no Espírito Santo 5 o trigo apesar da sua importân cia para a alimentação cotidiana é um dos principais produtos de importação do Brasil e é produzido sobretudo na Região Sul 282 Respostas de Enem e Vestibulares TSV2U4FINAIS280288indd 282 170516 1940 A Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio GATT 17 91 Agência Central de Inteligência CIA 25 Agência de Segurança Nacional NSA 59 Agricultura orgânica 251 252 259 Agronegócio 261 269 270 271 272 273 277 Apartheid 21 Aquecimento global 87 146 161 164 259 Áreas de Preservação Permanente APPs 272 Armas de destruição em massa 16 42 58 59 Arranjos Produtivos Locais APLs 203 Assembleia Geral 19 20 21 29 Associação Internacional de Desenvolvimento AID17 B Banco Central Europeu 85 96 99 Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento BIRD 17 Banco Mundial 17 48 75 79 81 91 93 94 121 122 265 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES 116 Barack Obama 59 60 61 74 Barreiras não tarifárias 94 Bashar alAssad 52 Benelux 98 Berlim Ocidental 26 27 Berlim Oriental 26 Big Stick 57 Biotecnologia 190 199 218 248 249 258 266 Bloqueio de Berlim 27 Bolha especulativa 82 Boris Yeltsin 34 BRICS 48 75 111 C Canal da Nicarágua 46 Capitalismo monopolistafinanceiro 196197 Cartel 151 Chaebol 111 213 Chernobyl 160 Choque do Petróleo 31 152 159 Classificação de risco 80 83 Clube Atômico 38 Cluster 203 Código Florestal Brasileiro 272 Comunidade Andina das Nações CAN 102 Comunidade dos Estados Independentes CEI 34 Comunidade Econômica Europeia CEE 98 Comunidade Europeia do Carvão e do Aço Ceca 98 Conferência de Bandung 30 Conferência de Bretton Woods 17 31 Conferência de Londres 27 Conferência de Potsdam 26 Conferência de San Francisco 19 Conselho de Segurança 19 20 21 23 38 41 42 45 161 Conselho Econômico e Social 19 20 Consenso de Washington 79 80 81 115 116 210 218 Convenção de Genebra 60 Corolário Polk 57 Corolário Roosevelt 57 Corrida Espacial 16 Cortina de ferro 17 Crimeia 34 52 53 54 157 Crise de 1929 84 209 226 227 Crise dos Mísseis 28 D Darfur 47 Descolonização 21 28 29 30 220 246 263 Desenvolvimentismo 229 Desnacionalização da economia 66 101 Desobediência Civil 29 Destino Manifesto 57 Destruição Mútua Assegurada MAD 16 Dia do Perdão Yom Kippur 152 Divisão Internacional do Trabalho DIT 109 110 193 Divisão NorteSul 110 Divisão territorial do trabalho 71 233 Doutrina Bush 59 60 Doutrina Putin 52 53 Doutrina Truman 16 18 57 Dumping 94 255 E Estado Islâmico 52 Exclusão digital 74 F Fordismo 200 Fukushima 160 Fundamentalismo islâmico 153 Fundo Monetário Internacional FMI 17 48 75 79 85 91 93 94 121 G G4 21 G7 51 G8 51 91 113 G20 85 93 Gamal Abdel Nasser 29 Geopolítica bipolar 15 25 Globalização 66 83 87 88 90 91 94 97 108 113 125 202 211 Golpe militar 25 Governo Collor 115 Green belts 258 Guerra ÁrabeIsraelense 21 Guerra Civil Chinesa 21 Guerra da Coreia 21 25 40 Guerra de Yom Kippur 21 Guerra do Golfo 23 152 Guerra do México 57 Guerra do Vietnã 21 25 Guerra entre Irã e Iraque 152 Guerra nas Estrelas 23 I Indústria de base 210 218 229 Indústria de bens de capital 242 Indústria de bens de consumo 32 242 Indústria extrativa 192 242 Indústria Substitutiva de Importação ISI 209 Industrialização Orientada para a Exportação IOE 211 Iniciativa de Defesa Estratégica SDI 23 283 Índice Remissivo TSV2U4FINAIS280288indd 283 170516 1940 Investimentos Estrangeiros Diretos IEDs 76 121 J João Goulart 25 Justintime 201 208 K Keiretsu 208 L Lei Patriota Patriot Act 59 M Manufacturing Belt 205 Mar da China Meridional 42 43 44 61 Marés negras 150 Médicos Sem Fronteiras 60 Meio técnicocientíficoinformacional 69 188 189 Meios de comunicação informatizados 69 Mercado comum 96 Mercosul 96 102 103 104 137 Mikhail Gorbatchev 32 Mist 111 Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra MST 87 275 Multinacionais 68 72 91 94 110 115 121 201 208 N Nafta 96 101 102 211 Navegação de cabotagem 129 136 Neoliberalismo 66 81 85 93 Nova ordem mundial 15 39 Novo Banco de Desenvolvimento NBD 48 75 Novos Países Industrializados 209 Novos Tigres Asiáticos 213 O Obsolescência planejada 223 Occupy Wall Street 87 Organismos Geneticamente Modificados OGMs 248 Organização das Nações Unidas ONU 19 20 Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FAO 47 Organização do Tratado do Atlântico Norte Otan 22 Organização dos Países Exportadores de Petróleo Opep 151 Organização Mundial do Comércio OMC 17 85 87 93 216 255 P Pacto de Varsóvia 22 25 Panarabismo 29 Parceria Transpacífico TPP 105 Parcerias PúblicoPrivadas PPPs 117 Pax americana 58 Pentágono 23 59 Pesquisa e Desenvolvimento PD 69 216 Plano de Metas 133 Plano Marshall 18 27 41 Plantation 246 266 Política Agrícola Comum PAC 256 Primavera Árabe 45 52 75 Primavera de Praga 25 Primeira Conferência dos Povos da África 29 Primeira Guerra Indopaquistanesa 21 Primeira Revolução Industrial 158 193 200 Programa Nacional de Desestatização 117 Protecionismo 94 120 Protocolo de Kyoto 182 R Redes geográficas 70 Redes sociais 75 República Democrática Alemã RDA 27 República Federal da Alemanha RFA 27 Reservas Legais RLs 272 Resistência Pacífica 29 Reunificação alemã 41 Revolução Agrícola 195 245 248 Revolução Húngara 25 Revolução Industrial 110 Revolução islâmica no Irã 152 Revolução Técnicocientífica 69 Revolução Verde 245 246 248 262 Rodada de Doha 93 255 Rodada do Milênio 87 S Secretariado Geral 19 20 Segunda Revolução Industrial 126 Sete Irmãs 151 152 Sun Belt 205 Superávit primário 121 T Talibã 58 Tarifa Externa Comum TEC 96 104 Taylorismo 200 Tecnopolo 190 203 206 207 218 236 237 241 Telemática 74 92 197 Teleporto 198 Terceira Revolução Industrial 69 Three Mile Island 160 Tigres Asiáticos 211 212 Transgênicos 248 249 250 257 Transnacional 68 125 Transnístria 54 Tratado de Assunção 102 Tratado de Lisboa 99 Tratado de Maastricht 98 Tribunal Internacional de Justiça 19 U Unasul 104 União aduaneira 96 102 104 União econômica e monetária 96 Z Zaibatsu 207 213 Zona de livrecomércio 96 101 104 Zona Franca de Manaus ZFM 240 Zonas de Processamento de Exportação ZPEs 212 Zonas Econômicas Especiais ZEEs 215 284 Índice Remissivo TSV2U4FINAIS280288indd 284 170516 1940 LIVROS BARROS Alexandre Rands Desigualdades regionais no Brasil Rio de Janeiro ElsevierCampus 2011 BAUMAN Zygmunt A modernidade líquida Rio de Janeiro Zahar 2001 A riqueza de poucos beneficia todos nós Rio de Janeiro Zahar 2015 BEAUD Michel História do capitalismo de 1500 aos nossos dias São Paulo Brasiliense 2005 BLAINEY Geoffrey Uma breve história do século XX São Paulo Fundamento 2011 CASTELLS Manuel A sociedade em rede São Paulo Paz e Terra 2007 Fim de milênio São Paulo Paz e Terra 2014 O poder da identidade São Paulo Paz e Terra 2013 CASTRO Iná E de GOMES Paulo C da C CORRÊA Roberto L Org Geografia conceitos e temas Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2006 et al Org Olhares geográficos modos de ver e viver o espaço Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2012 CASTRO Josué de Geografia da fome O dilema brasileiro pão e aço Rio de Janeiro Civilização Brasileira 2003 CHOMSKY Noam BARSAMIAN David Sistemas de poder conversas sobre as revoltas democráticas globais e os novos desafios ao Império Americano Rio de Janeiro Apicuri 2013 DAMIANI Amelia Luisa População e Geografia São Paulo Contexto 2012 FIORI José Luis História estratégia e desenvolvimento para uma geopolítica do capitalismo São Paulo Boitempo2015 FREIDEN Jeffry A O capitalismo global Rio de Janeiro Zahar 2008 FRIEDMAN George A próxima década Ribeirão Preto Novo Conceito 2012 FRIEDMAN Thomas L O mundo é plano Rio de Janeiro Objetiva 2009 HARVEY David O enigma do capital e as crises do capitalismo São Paulo Boitempo 2011 HISSA Cássio Eduardo Viana A mobilidade das fronteiras inserções da geografia na crise da modernidade Belo Horizonte Editora da UFMG 2006 HISTORY YEAR BY YEAR Londres Dorling Kindersley 2011 HOBSBAWM Eric J Da revolução industrial ao imperialismo Rio de Janeiro ForenseUniversitária 2003 Era dos extremos São Paulo Companhia das Letras 2012 Globalização democracia e terrorismo São Paulo Companhia das Letras 2007 O novo século São Paulo Companhia das Letras 2009 JINKINGS Ivana Coord Latinoamericana enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe São Paulo Boitempo 2006 JOHNSON Allan G Dicionário de Sociologia guia prático da linguagem sociológica Rio de Janeiro Zahar 1997 JUDT Tony O mal ronda a Terra um tratado sobre as insatisfações presentes São Paulo Objetiva 2011 Pósguerra uma história da Europa desde 1945 São Paulo Objetiva 2008 Quando os fatos mudam ensaios 19952010 São Paulo Objetiva 2016 JUHASZ Antonia A tirania do petróleo a mais poderosa indústria do mundo e o que pode ser feito para detêla Rio de Janeiro Ediouro 2009 KENNEDY Paul Preparando para o século XXI Rio de Janeiro Campus 1993 KHANNA Parag O segundo mundo impérios e influência na nova ordem global Rio de Janeiro Intrínseca 2008 KLEIN Naomi Sem logo a tirania das marcas em um planeta Rio de JaneiroSão Paulo Record 2002 285 Bibliografi a TSV2U4FINAIS280288indd 285 170516 1940 LACOSTE Yves Géopolitique la longue histoire daujourdhui Paris Larousse 2008 MARIANO Jefferson Introdução à economia brasileira São Paulo Saraiva 2012 MATIAS Eduardo F P A humanidade e suas fronteiras do Estado soberano à sociedade global São Paulo Paz e Terra 2010 MELLO Patricia Toledo de Campos Índia da miséria à superpotência São Paulo Planeta do Brasil 2008 MEYER Michael 1989 o ano que mudou o mundo Rio de Janeiro Zahar 2009 MEZZETTI Fernando De Mao a Deng a transformação da China Brasília Editora da UnB 2000 MINUCCI Silvia Bertolazzi Marco Polo 3 alla scoperta del mondo Novara De Agostini 2009 MORAES Reginaldo C Correa de Globalização e radicalismo agrário globalização e políticas públicas São Paulo Editora da Unesp 2006 NETTO Antonio Delfim Coord O Brasil no século XXI São Paulo Saraiva 2011 NYE JR Joseph S O futuro do poder São Paulo Benvirá 2012 O paradoxo do poder americano São Paulo Editora da Unesp 2002 PIKETTY Thomas A economia da desigualdade Rio de Janeiro Intrínseca 2015 O capital no século XXI Rio de Janeiro Intrínseca 2014 RIFKIN Jeremy A Terceira Revolução Industrial como o poder lateral está transformando a energia a economia e o mundo São Paulo Makron Books 2012 ROBERTS J M O livro de ouro da história do mundo da PréHistória à Idade Contemporânea Rio de Janeiro Ediouro 2003 SANDRONI Paulo Org Dicionário de economia do século XXI Rio de Janeiro Record 2008 SANTOS Milton A natureza do espaço técnica e tempo razão e emoção São Paulo Edusp 2014 Da totalidade ao lugar São Paulo Edusp 2014 Economia espacial críticas e alternativas São Paulo Edusp 2014 Por uma outra globalização do pensamento único à consciência universal 5 ed Rio de Janeiro Record 2015 Território globalização e fragmentação São Paulo Hucitec 2006 SILVEIRA Maria Laura O Brasil território e sociedade no início do século XXI Rio de JaneiroSão Paulo Record 2011 SASSEN Saskia Sociologia da globalização Porto Alegre Artmed 2010 SEBESTYEN Victor A revolução de 1989 a queda do império soviético São Paulo Globo 2009 STIGLITZ Joseph E Globalização como dar certo São Paulo Companhia da Letras 2006 O mundo em queda livre São Paulo Companhia das Letras 2010 TOFFLER Alvin A terceira onda 25 ed Rio de Janeiro Record 2014 Guerra e antiguerra sobrevivência na aurora do terceiro milênio Rio de Janeiro Record 1994 VIEIRA Eurípedes F VIEIRA Marcelo Milano F Espaços econômicos geoestratégia poder e gestão do território Porto Alegre Sagra Luzzatto 2003 ZIEGLER Jean Destruição em massa geopolítica da fome São Paulo Cortez 2013 ATLAS Atlas geográfico escolar Rio de Janeiro IBGE 2012 Atlas geográfico Milton Santos Rio de Janeiro IBGE 2010 BULARRD Martine et al LAtlas 2013 Paris Vuibert 2013 CALDINI Vera ÍSOLA Leda Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 DUBY G Atlas historique Paris Larousse 1996 286 Bibliografia TSV2U4FINAIS280288indd 286 170516 1940 FERREIRA Graça Maria Lemos Atlas geográfico espaço mundial São Paulo Moderna 2013 GIRARDI Eduardo Paulon Atlas da questão agrária brasileira Disponível em www2fctunespbrneraatlas Heimat und Welt Weltatlas BerlimBradenburgo Westermann 2011 KÖNEMANN Ludwig STEFÁNIL Martin Historical atlas of the world Bath Parragon 2010 Putzger Historischer Weltatlas Berlim Cornelsen Verlag 2011 TÉTART Frank Gran atlas 2014 Paris Autrement 2013 PERIÓDICOS ANP Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis 2015 Disponível em wwwanpgovbr Anuário Exame Infraestrutura 20142015 São Paulo Abril 2014 British Petroleum BP Statistical Review of World Energy 2015 Disponível em wwwbpcom Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe Cepal Anuário estatístico da América Latina e do Caribe Disponível em wwwcepalorgptbr Dossiê Le Monde Diplomatique Brasil 10 Quem manda no mundo São Paulo Instituto Pólis julago 2012 EPE Balanço Energético Nacional 2012 Disponível em httpsbenepegovbrdownloadsRelatorioFinal BEN2012pdf FAO Estado Mundial da Agricultura e Alimentação 2015 Disponível em wwwfaoorg FiespCiesp RaioX do comércio exterior brasileiro Disponível em wwwfiespcombr Fundação Dom Cabral Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2015 Disponível em wwwfdcorgbr IEA Key World Energy Statistics 2015 Disponível em wwwieaorg Infraero Anuário Estatístico Operacional 2014 Disponível em wwwinfraerogovbr Le Monde Diplomatique Juventudes e a desigualdade no urbano Edição Especial São Paulo Instituto Pólis nov 2015 OMC World Trade Report 2015 Disponível em wwwwtoorg Opec Annual Statistical Bulletin 2015 Disponível em wwwopecorg PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano 2015 O Trabalho como Motor do Desenvolvimento Humano Dis ponível em httphdrundporg REN21 Renewables 2015 Global Status Report Disponível em wwwren21net Sipri Sipri yearbook 2015 Resumo Disponível em wwwsipriorg UnepFrankfurt School Global Trends in Renewable Energy Investiment 2015 Disponível em httpfsunepentreorg SITES Agência Nacional de Energia Elétrica Aneel Disponível em wwwaneelgovbr Agência Nacional de Transportes Aquaviários Antaq Disponível em wwwantaqgovbr Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis ANP Disponível em wwwanpgovbr Banco Central Europeu Disponível em wwwecbeuropaeu Banco Mundial Disponível em httpdatosbancomundialorg Ciência Hoje Online Disponível em httpcienciahojeuolcombr Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB Disponível em httpciborgbr Eletrobras Disponível em wwweletrobrascom Geopolitical Monitor Disponível em wwwgeopoliticalmonitorcom Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE Disponível em wwwibgegovbr Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares Ipen Disponível em wwwipenbr 287 Bibliografia TSV2U4FINAIS280288indd 287 170516 1940 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra Disponível em wwwincragovbr International Energy Agency IEA Disponível em wwwieaorg Internet World Stats Disponível em wwwinternetworldstatscom Laboratórios Virtuais de Processos Químicos Disponível em httplabvirtualequcpt LEncyclopédie de lÉtat du Monde Disponível em wwwetatdumondecom Mercosul Disponível em wwwmercosurint Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Disponível em wwwagriculturagovbr Ministério da Ciência e Tecnologia MCT Disponível em wwwmctgovbr Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior MDIC Disponível em wwwdesenvolvimentogovbr Organização das Nações Unidas ONU Disponível em wwwunorg Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FAO Disponível em wwwfaoorg Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura Unesco Disponível em wwwunescoorg Organização do Tratado do Atlântico Norte Otan Disponível em wwwnatoint Organização dos Países Exportadores de Petróleo Opep Disponível em wwwopecorg Organização Mundial do Comércio OMC Disponível em wwwwtoorg Organização Mundial do Trabalho OIT Disponível em wwwoitbrasilorgbr Oxford Committee for Famine Relief OXFAN Disponível em wwwoxfamorgen Petrobras Disponível em wwwpetrobrascombr Sebrae Disponível em wwwmundosebraecombr Stratfor Disponível em wwwstratforcom The Economist Disponível em wwweconomistcom The World Factbook Disponível em wwwciagov União Europeia Disponível em httpeuropaeu US Census Bureau Disponível em wwwcensusgov World Nuclear Association Disponível em wwwworldnuclearorg Acessos em abr 2016 288 Bibliografia TSV2U4FINAIS280288indd 288 170516 1940 289 MANUAL DO PROFESSOR ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS TSV2ManualParteComum289322indd 289 300516 1456 290 APRESENTAÇÃO 291 GEOGRAFIA PERSPECTIVA HISTÓRICA E ENSINO NO BRASIL 292 1 Introdução 292 2 Início da Geografia no Brasil 292 3 Positivismo e suas principais tendências 292 Ratzel versus La Blache 292 4 Surgimento da Geografia Crítica 293 5 Novos horizontes teóricos 294 Geografia Humanista ou da Percepção 294 6 O desafio da atualização em tempos de globalização acelerada 294 7 Políticas recentes voltadas para a melhoria do ensino 295 PROPOSTA DA COLEÇÃO 296 1 Considerações iniciais 296 2 Aspectos metodológicos e objetivos da Coleção 297 Interdisciplinaridade 298 Conceitos 299 Atividades 299 Recursos digitais 305 3 Organização e estrutura da Coleção306 Distribuição dos conteúdos 306 Estrutura da Coleção 311 4 Avaliação 314 5 Formação continuada do professor 314 6 Bibliografia comentada 322 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS 323 Unidade 1 Contexto histórico e geopolítico do mundo atual 323 Unidade 2 Economia mundial e globalização 337 Unidade 3 Infraestrutura e desenvolvimento 351 Unidade 4 Espaço e produção 365 BIBLIOGRAFIA 383 TSV2ManualParteComum289322indd 290 310516 1536 291 291 No limiar da civilização cognitiva na qual estamos adentrando a educação deverá fornecer ao homem a cartografia de um mundo complexo e constantemente agitado e ao mesmo tempo a bússola que permita navegar através dele Antonio Carlos Gomes da Costa Este Manual do Professor Orientações Didáticas foi con cebido com os objetivos de orientar o trabalho docente com a Coleção e de facilitar a condução dos estudos de Geografia ao longo do Ensino Médio Sabemos que não há ninguém melhor do que o professor para conhecer as especificidades necessidades e potencialidades de seus estudantes Por isso temos certeza de que o seu protagonismo é fundamental nas tarefas de conduzilos à reflexão e à compreensão dos espaços local e global e de ajudar a formar cidadãos aptos a intervir de modo positivo em seus lugares de vivência Neste manual você conhecerá a proposta teóricometodo lógica da Coleção seus objetivos organização e estrutura Há também atividades e orientações complementares para cada um dos capítulos do Livro do Estudante de modo a auxiliálo na personalização de suas aulas conforme a necessidade de suas turmas Dessa forma pretendemos que este livro seja um aliado para seu planejamento do ano letivo na condução das diversas tipologias de atividades com os estudantes bem como na avaliação de seu aprendizado Também compartilhamos aqui alguns conhecimentos pedagógicos e temas da Geografia além de indicação de bibliografia complementar Dessa forma esperamos abrir caminhos para a reflexão o aprofundamento e a atualização essenciais para a prática pedagógica TSV2ManualParteComum289322indd 291 300516 1456 292 GEOGRAFIA PERSPECTIVA HISTÓRICA E ENSINO NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO Sabemos da possibilidade de uso de diversas metodologias assim como de variados recortes temá ticos e estratégias para o ensino da Geografia Tam bém é certo além de esperado que o professor em sua realidade e prática diária elabore sua própria metodologia valendose de inúmeros recursos entre eles o livro didático além de filmes vídeos jogos jornais revistas e tantos outros O aspecto positivo de toda essa diversidade pos sibilita contemplar as diferentes realidades sociais culturais e espaciais do Brasil Entendemos que a compreensão do ensino de Geografia no país numa perspectiva histórica nos leva a um entendimento dessa disciplina escolar na atualidade considerando seus desafios possibilidades e características além de contribuir para o conhecimento de alguns aspec tos relacionados à estruturação da Geografia como ciência Também mostra o caráter dinâmico tanto da disciplina escolar como da ciência geográfica intrin sicamente ligado aos contextos sociais econômicos e culturais de cada época bem como às transforma ções que se processaram ao longo da história no âmbito da educação brasileira 2 INÍCIO DA GEOGRAFIA NO BRASIL No Brasil recémsaído da situação colonial a Geo grafia foi introduzida como disciplina escolar em 1837 no Rio de Janeiro RJ então capital do Império Seu ensino assim como o das demais disciplinas era voltado à formação de quadros políticos e intelectuais para a alta administração principalmente a pública Na primeira metade do século XX a Geografia difundiuse nas escolas brasileiras ainda dominada pelo positivismo ver a seguir e no clima de início da República disseminava concepções patrióticas Sobretudo a partir da década de 1930 com o governo Vargas a Geografia ganhou a estatura de uma disci plina estratégica na escola básica Foi quando seu ensino passou a ser obrigatório em todas as séries da escolarização paralelamente a uma exacerbação da função ideológica dessa disciplina difundir a ideologia do nacionalismo patriótico atendendo à crescente necessidade de construção da identidade nacional em que se valorizavam a extensão e a natureza do território e o caráter pacífico e ordeiro de seu povo1 3 POSITIVISMO E SUAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS O pensamento geográfico tradicional tem por base filosófica e metodológica o positivismo do filósofo fran cês Auguste Comte 17981857 De acordo com ele a ciência geográfica deveria abandonar a especulação sobre a origem dos fenômenos e se restringir à obser vação dos aspectos visíveis mensuráveis e palpáveis do real A Geografia foi assim durante muito tempo uma ciência empírica pautada na observação Nesse sentido na Geografia Tradicional Positi vista o ser humano assim como os fenômenos pre sentes na superfície da Terra é apenas um elemento constituinte da paisagem ficando as relações sociais praticamente excluídas de seu enfoque Entre as correntes positivistas da Geografia as duas dominantes foram o suposto determinismo do alemão Friedrich Ratzel 18441904 e o possibilismo do francês Paul Vidal de La Blache 18451918 Ratzel versus La Blache Para Ratzel o ser humano é essencialmente dependente da natureza2 e as sociedades são mode ladas de acordo com as condições naturais de seu meio3 Por isso ele foi considerado um determinista ambiental embora nunca tivesse defendido que as condições naturais fossem por si só determinantes dos modos de vida e de formação das sociedades humanas Em seus estudos observou o grau de desenvolvimento dos grupos humanos seu esforço e a maneira como exploravam a natureza 1 ROCHA G O R A trajetória da disciplina Geografia no currículo escolar brasileiro 18371942 São Paulo Pontifícia Universidade Católica 1996 p 247 Tese de mestrado 2 RATZEL F Völkerkunde LeipzigViena Bibliographisches Institut 1894 t 1 p 100106 3 Le sol la société et lÉtat LAnnée Sociologique 18981899 1900 p 34 TSV2ManualParteComum289322indd 292 300516 1456 293 La Blache e a Escola Francesa opunhamse ao pensamento de Ratzel especialmente em relação ao determinismo ambiental Para La Blache a natureza não é determinante das condições sociais econômicas e tecnológicas de um povo sendo o ser humano capaz de intervir na natureza alterandoa e de enfrentar e vencer os obstáculos que ela impõe em determinadas regiões altitude aridez pobreza do solo entre outros A extensa obra de La Blache no entanto não men ciona os núcleos urbanos à época já bastante amplia dos e a indústria já com forte presença na paisagem Para La Blache a natureza fornece possibilidades de transformação das paisagens e de evolução dos seres humanos de maneira que o modo de vida de cada sociedade resulta do conjunto das técnicas hábitos e organismos sociais que tornam possível o uso dos recursos naturais e não das condições oferecidas pelo ambiente Embora os seres humanos sejam influencia dos pelo meio ambiente que os cerca é sua racionali dade que lhes dá condições de modificar e adaptar o meio a fim de satisfazer suas necessidades Essas são as bases da Teoria Possibilista como ficou conhecida É importante pontuar que as explicações objetivas e quantitativas da realidade dadas nos estudos da Escola Francesa obedeciam à tese da neutralidade do discurso científico Furtavamse portanto de qual quer abordagem política da realidade A Geografia ganhou lugar no espaço acadêmico brasileiro em 1934 com a criação da Universidade de São Paulo USP e seus docentes eram forte mente influenciados pela Escola Francesa O ensino nas escolas públicas por sua vez apoiavase em livros didáticos voltados ao estudo das regiões que segundo La Blache explicavamse por si mesmas A predominância do pensamento positivista no Bra sil especialmente da tendência encabeçada por essa escola permaneceria ainda por muito tempo até ser superada na década de 1970 num cenário de pro fundas mudanças conjunturais no Brasil e no mundo 4 SURGIMENTO DA GEOGRAFIA CRÍTICA O rompimento com a Geografia Tradicional tanto no espaço acadêmico como nos níveis de ensino hoje designados como Fundamental e Médio veio como resposta a uma nova realidade cada vez mais complexa pela intensa urbanização determinada sobretudo pela industrialização crescente e pelas fortes concentrações de terra e de renda no campo Os elementos presentes no espaço geográfico exigiam um enfoque ampliado superando a visão regional em um contexto de avanço do processo de globalização No âmbito internacional viviase ainda a Guerra Fria no nacional a distensão política do regime militar A partir de meados da década de 1970 o geógrafo francês Yves Lacoste 1929 recuperou a noção de geopolítica rompendo com a proposta de neutralidade da ciência da Escola Francesa Isso faz da Geografia uma ciência capaz de elaborar a crítica da sociedade capitalista e defender a redução das desigualdades socioeconômicas e regionais Sua obra Geografia do subdesenvolvimento4 influenciou fortemente os estu dos e o ensino da disciplina no Brasil e foi responsável pelas propostas de tendência marxista que deram origem à chamada Geografia Crítica Com enfoque nas relações entre sociedade trabalho e natureza na transformação do espaço geográfico a Geografia Crítica introduziu na disciplina conteúdos políticos essenciais para a formação do cidadão e desse modo também uma nova maneira de interpretar os conceitos de espaço geográfico território e paisagem Além de Lacoste outros geógrafos como Pierre George 19092006 Bernard Kayser 19262001 e Jean Tricart 19202003 foram responsáveis pela disseminação da abordagem crítica na Geografia As ideias marxistas tiveram maior difusão no Brasil entre o final da década de 1940 e meados da década de 1970 período que compreendeu eventos dos mais importantes no cenário geopolítico mundial como Revolução Chinesa Revolução Cubana e Guerra do Vietnã No Brasil a reivindicação e as lutas por mudan ças políticas e sociais que ameaçavam o domínio do conservadorismo levaram à implantação do regime militar 19641984 O resultado disso na educação foi a imposição de uma abordagem nacionalista vol tada à sustentação ideológica do regime que afetou especialmente as disciplinas de História e Geografia Conteúdos de ambas foram excluídos e elas foram reu nidas em uma única disciplina denominada Estudos Sociais e duas outras foram criadas a de Educação Moral e Cívica EMC e a de Organização Social e Política Brasileira OSPB A EMC tinha por conceitos centrais a nação a pátria a integração nacional a tradição a lei o trabalho os heróis que também estavam subjacentes ao trabalho de todas as outras áreas específicas e das atividades extraclasse com a participação dos professores e das famílias imbuídas dos mesmos ideais e responsabilidades cívicas5 4 Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1990 5 FONSECA Selva G Caminhos da História ensinada 5 ed Campinas Papirus 1993 p 37 TSV2ManualParteComum289322indd 293 300516 1456 294 Ainda sob o regime militar no início da década de 1980 cientistas e educadores das áreas de Geografia e de História mobilizaramse pela volta das duas dis ciplinas ao currículo escolar brasileiro A Geografia Crítica presente em muitos trabalhos acadêmicos do país participava da luta pela redemocratização e pela justiça social 5 NOVOS HORIZONTES TEÓRICOS A noção de que a Geografia Crítica assim como a Tradicional não considerava a subjetividade da relação humana e da sociedade com a natureza foi aos poucos ganhando atenção no meio acadêmico nacional Ao mesmo tempo no final da década de 1980 a crise do socialismo real colocou em xeque os postulados dos geógrafos críticos A realidade em transformação expunha seus limites teóricometodológicos A queda do Muro de Berlim a desagregação da União Soviética com a consequente crise do marxismo e a falência dos paradigmas da modernidade na explicação da nova realidade em mudança inclusive o da teoria social crítica revolucionam o pensamento e a pro dução geográfica em todos os sentidos e direções6 A ênfase dada na Geografia a um entendimento historicista da sociedade implicou um obstáculo em adequar tempo e espaço História e Geografia O próprio Yves Lacoste apontava para a dificuldade de apoiar a Geografia em Marx De acordo com Josefina Gómez de Mendoza 1942 professora da Universi dade Autônoma de Madrid o enfoque marxista não faz mais que extrapolar para as estruturas espaciais interpretações que remetem a estruturas econômicas e sociais a reflexões da história e da economia política7 Ainda segundo essa mesma autora a concepção dos geógrafos marxistas revela a ausência de uma elaboração conceitual e analítica mais aprofundada dos aspectos ecológicos e energéticos8 Convém esclarecer contudo que essa lacuna vem sendo gradativamente preenchida pelos geógrafos críticos A produção acadêmica na área de Geografia nas últimas décadas tem como característica fundamental a preocupação com as dimensões subjetivas da relação humana com a natureza Nesse sentido consideram se as culturas das sociedades e consequentemente as distintas percepções do espaço geográfico e as for 6 OLIVEIRA Marcio Piñon Geografia e epistemologia meandros e possibilidades metodológicas Revista de Geografia v 14 p 153164 São Paulo Unesp 1997 p 155 7 Los radicalismos geográficos In MENDOZA Josefina Gómez et al Org El pensamiento geográfico estudio interpretativo y antología de textos de Humboldt a las tendencias radicales Madri Alianza 1982 p 152153 Tradução nossa 8 Idem p 153 mas de sua construção implicando os conhecimentos de outras áreas particularmente os de Antropologia Sociologia Biologia e Ciências Políticas Geografia Humanista ou da Percepção As experiências das pessoas e dos grupos humanos na relação que mantêm com o espaço passaram a fazer parte das pesquisas de geógrafos que por meio delas visam compreender os valores as crenças os símbolos e os comportamentos dessas pessoas e grupos Esses estudos deram origem em meados da década de 1960 à Geografia Humanista ou da Percepção Nessa tendência destacase a obra do geógrafo sinoestadunidense YiFu Tuan 1930 Topofilia um estudo da percepção atitudes e valores do meio ambiente9 centrada no estudo dos sentimentos de apego topofilia das pessoas ao ambiente natural ou construído em que vivem buscando desvelar os elementos universais das percepções e dos valores sobre o ambiente por meio entre outros caminhos da identificação das respostas psicológicas comuns a todas as pessoas para depois mostrar que os mesmos tipos de respostas se manifestam na cultura dos povos 6 O DESAFIO DA ATUALIZAÇÃO EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO ACELERADA O espaço geográfico gerado pelo fim da Guerra Fria e pelo acelerado processo de globalização eco nômica e de criação de tecnologias ao lado da nova configuração geopolítica impôs à Geografia o desafio de uma atualização em ritmo bastante intenso Diversos estudos surgidos nas últimas déca das enquadramse nessa tentativa David Harvey 1935 geógrafo marxista britânico em sua obra Condição pósmoderna10 criou o conceito de compressão do espaçotempo processo vivido pela humanidade desde a década de 1970 e que exige mudanças nos mapas mentais nas atitudes e nas instituições Esse processo segundo ele não ocorre em simultaneidade com os empreendimentos técnicocientíficos no espaço gerando uma defasagem que pode implicar sérias consequências para as mais diversas decisões financeiras militares etc11 Além da contribuição das novas tecnologias Harvey explora nessa obra a prática da descartabilidade dos produtos 9 São Paulo Difel 1980 10 São Paulo Loyola 1993 11 Idem p 275278 TSV2ManualParteComum289322indd 294 300516 1456 295 e a manipulação da opinião e do gosto apoiada na construção de novos sistemas de signos e imagens12 Ao lado dele incluemse os pósmodernos bra sileiros Bertha K Becker 19302013 e Rogério Haesbaert 1958 Os três encaixamse na tendência que considera novas formas de gestão do espaço geográfico em vista da transformação dos espaços militarizados da Guerra Fria em territórios onde sob o império da competitividade o poder está vinculado ao domínio de recursos tecnológicos e que as lutas se dão entre lugares e não mais entre nações Em opo sição ao âmbito global em que existe um processo de coesão de fusão de empresas de criação de blocos econômicos gerando a ideia de unificação o âmbito local vive um processo de fragmentação contando com suas próprias condições para se desenvolver Para Becker desde a Segunda Guerra Mundial a ciência e a tecnologia passaram a constituir o funda mento do poder valorizando o espaço com base em suas diferenças processo que nas mãos das redes transnacionais de circulação e comunicação permite tanto a globalização como a diferenciação espacial13 Segundo Haesbaert o processo modernizador implicado nos avanços tecnológicos e na aceleração da globalização econômica compromete gravemente vastas áreas do planeta Uma imensa massa de des possuídos vive sem a mínima condição de acesso às redes mundiais e de autonomia para definir seus circuitos de vida14 O brasileiro Milton Santos 19262001 e o esta dunidense Edward Soja 19402015 estão entre os autores cujas obras contribuem para a definição do espaço geográfico em tempos de globalização Em sua obra Geografias pósmodernas a reafirma ção do espaço na teoria social crítica15 Soja baseando se em sua defesa da força do historicismo no desen volvimento das ciências modernas discute autores que tentaram fazer o resgate da categoria espaço e busca elaborar um método materialista histórico e geográfico apoiandose na inseparabilidade de espaço e tempo Entre as diversas obras de Milton Santos podemos destacar para os fins de nossa análise Técnica espaço tempo globalização e meio técnicocientífico internacio nal16 Nela o autor defende que a produção do espaço 12 Idem Capítulo 17 13 Geopolítica na virada do milênio logística e desenvolvimento sustentável In GOMES P C C CORRÊA R L CASTRO I E Org Geografia conceitos e temas 3 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2001 p 287 14 Desterritorialização entre as redes e os aglomerados de exclusão In CASTRO I E GOMES P C C CORRÊA L L Org Geografia conceitos e temas Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1995 p 166 15 Rio de Janeiro Jorge Zahar 1993 16 São Paulo Hucitec 1994 p 4849 geográfico responde às demandas de quem o idealiza visando ao fluxo de suas necessidades O espaço geo gráfico é portanto um conjunto indissociável de siste mas de objetos naturais ou fabricados e de sistemas de ações deliberadas ou não em que se materializam a unicidade técnica a convergência dos momentos e a unicidade do motor viabilizando assim a globalização 7 POLÍTICAS RECENTES VOLTADAS PARA A MELHORIA DO ENSINO As mudanças políticas verificadas no Brasil desde o início da redemocratização tiveram reflexos na área da educação tendo por indicativo essencial a publica ção em 1997 dos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN voltados aos ensinos Fundamental e Médio O documento propõe a desideologização do ensino principalmente com a desmistificação da manipulação realizada pela mídia Em nível geral ele reflete um obje tivo básico a formação para o exercício da cidadania Quanto ao ensino específico da Geografia os PCN apontam para a necessidade de ao lado das contri buições da Geografia Positivista e da Geografia Mar xista trabalhar com os avanços teóricometodológicos na disciplina destacandose as contribuições da Geo grafia Humanista ou da Percepção Nesse sentido os PCN propõem a não exclusividade da explicação empírica das paisagens ou da explicação política e econômica do mundo O documento destaca ainda a necessidade de se ensinar uma Geografia que abranja de modo mais complexo o espaço geográfico superando a mera descrição de paisagens Em 2011 são aprovadas novas Diretrizes Curri culares Nacionais para o Ensino Médio DCNEM de 1998 Elas sustentam a necessidade de contemplar o ensino das diferentes dimensões da vida em sociedade abordando trabalho ciência tecnologia e cultura como eixos integradores entre os conhecimentos de distintas naturezas Apontam ainda para a necessidade de o currículo do Ensino Médio promover práticas educati vas efetivas visando à formação integral dos estudantes As políticas educacionais destacam também a necessidade de estabelecer um diálogo com os jovens e sua realidade dando sentido ao apren dizado dos conhecimentos construídos historica mente pela humanidade Assim no Ensino Médio a Geografia tem o papel fundamental de desenvolver nos estudantes competências e habilidades que lhes permitam analisar a realidade para nela poder intervir propositivamente TSV2ManualParteComum289322indd 295 300516 1456 296 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Tendo esses pressupostos em mente tomamos como norte a ideia de que a Geografia por sua pró pria dinamicidade exige um processo contínuo de reaprendizagem do mundo construído na medida em que o espaço geográfico seu objeto central de estudo resulta da vida em sociedade dos seres humanos em busca da sobrevivência e satisfação de suas necessidades dos intensos avanços tecno lógicos dos conflitos sociais e geopolíticos em uma realidade em permanente mudança e marcada por fortes desigualdades sociais e espaciais As rápidas e profundas mudanças ocorridas entre o final do século XX e o início do atual geraram uma nova e complexa configuração socioespacial em que se alteraram as noções de tempo e espaço e se intensificou o ritmo de transformação das paisagens exigindo a construção de uma relação diferenciada do ser humano com os meios natural e social Se durante algum tempo acreditavase que o desenvolvimento científico e tecnológico seria o cami nho para gerar bemestar geral o que se tem hoje são problemas ambientais desafiadores num mundo em que se aprofundam cada vez mais as desigual dades socioeconômicas tanto entre as camadas de uma população quanto entre países ou continentes A globalização tem sido responsável pela perda da importância das fronteiras econômicas e culturais e pela perda de identidade dos povos e mesmo das pessoas cujas vidas passaram a ser afetadas por decisões e fatos ocorridos no mundo todo As rela ções seja entre o ser humano e a natureza ou entre Estadosnação tornamse cada vez mais complexas Ao professor de Geografia cabe portanto orientar os estudantes na compreensão dessas relações e sobretudo por meio do entendimento da sua reali dade desenvolver sua consciência crítica e compe tência intelectual habilitandoos para apreender as características desse mundo complexo e dinâmico e para agir em prol das melhorias exigidas em seus contextos local e global É com essa preocupação e entendendo que a função do professor é mediar a apropriação do conhe cimento pelos estudantes que procuramos trabalhar metodologicamente esta Coleção desenvolvendoa de forma a estimular a compreensão dos temas aborda dos por meio de recursos visuais seções e ativida des variadas e contextualizadas Buscamos também direcionar o trabalho com os conteúdos para uma formação social crítica e solidária em que se propicia a aplicação do aprendizado pelos estudantes às espe cificidades de seu meio físico político econômico social e cultural Nessa perspectiva proporciona mos situações em que eles terão oportunidades de aplicar os conteúdos visando a uma aprendizagem não apenas em termos conceituais mas também procedimentais saber fazer e atitudinais saber ser A organização dos conteúdos e a sequência em que as unidades estão apresentadas nos três livros desta Coleção buscam atender a um encadeamento em que os diversos temas e conceitos não sejam fragmentados mas estabeleçam relações que per mitam uma análise mais abrangente da realidade Importante porém destacar que a Coleção deve ser entendida como um facilitador para o trabalho do professor com os estudantes respeitandose suas especificidades e não como um guia a ser seguido rigidamente veja no item Estrutura da Coleção bem como nas Orientações específicas deste manual sugestões de caminhos possíveis de uso dos livros e suas seções As abordagens partem de duas concepções prin cipais sobre a Geografia do espaço geográfico como processo de produção social em permanente trans formação e da análise do espaço como um sistema de relações em suas diversas escalas local regional nacional e global São as atividades dos diferentes grupos sociais que definem a organização da produção e do con sumo as formas de apropriação dos bens produzidos as relações de trabalho as redes de circulação de mercadorias pessoas e informações e dão vida aos elementos presentes na paisagem A produção do espaço geográfico envolve natureza e sociedade de forma integrada em um mesmo processo e é dessa forma que buscamos desenvolver os conteúdos da Coleção Temas e conceitos relacionados a natureza inovação tecnológica organização do trabalho rela ções de poder questão ambiental são recorrentes no desenvolvimento dos capítulos e dão coerência às unidades que formam a Coleção PROPOSTA DA COLEÇÃO TSV2ManualParteComum289322indd 296 300516 1456 297 Durante a produção da Coleção consideramos também um aspecto relevante ao Ensino Médio o momento de vida de seus estudantes que estão na adolescência e sua atuação social Marcada por intensas transformações na adolescência os jovens vivenciam inúmeros desafios entre eles as mudanças no corpo o desabrochar da sexualidade a busca por respostas às alternativas do mundo adulto como a escolha da profissão a independência financeira entre tantas outras Isso intensifica o desafio de atrelar a apropriação de conhecimentos disciplinares de modo que faça sentido aos estudantes levandoos a despertarem o interesse ou permanecerem interessados por eles Entendemos que a atualidade dos temas trabalha dos nesta Coleção assim como as atividades em que eles são levados a investigar compreender e por vezes intervir em sua realidade permite ao estudante do Ensino Médio ampliar a sua visão de mundo compreender de forma crítica as suas trans formações e as influências que elas exercem na sua vida cotidiana e nos seus projetos pessoais a esse respeito veja especialmente as propostas da seção Agentes da Sociedade Da mesma forma as leituras que os estudantes trazem para o ambiente escolar amparadas por ricas experiências de vida são de extrema relevância Ainda que sua leitura do espaço não esteja sistematizada e por vezes seja marcada pelo senso comum ou até mesmo carregada de preconceitos a reflexão sobre os fatos e as informações a retificação de conceitos pessoais a partir de categorias de análise próprias da Geografia e da ciência de modo geral devem ser encaradas como constantes desafios para a atividade pedagógica Para isso tornase imprescindível que sejam estabelecidas relações entre o conhecimento geográfico e a vivência cotidiana No processo de aprendizagem é fundamental que os estudantes sejam capazes de compreender fatos fenômenos e processos inerentes à realidade em que estão inse ridos e estabelecer relações com outras realidades 2 ASPECTOS METODOLÓGICOS E OBJETIVOS DA COLEÇÃO Além da relevância dos conhecimentos prévios dos estudantes sejam eles empíricos ou científicos para um processo ensinoaprendizagem bemsucedido entendemos a importância de os estudantes pensarem seus lugares de vivência em comparação a outras rea lidades locais regionais nacionais ou globais Nesse sentido buscamos contextualizar os conhecimentos os problemas e as atividades de modo que as situa ções de aprendizagem possam proporcionar contato com a realidade em que o estudante está inserido e para a qual ele é formado habilitandoo a compre ender e se posicionar diante de fatos fenômenos e processos inerentes à sua realidade Sempre que relevante e possível buscamos ainda oferecer uma diversidade de práticas pedagógicas com seções com diferentes objetivos e atividades diversificadas pautandonos muitas vezes na interdis ciplinaridade tanto entre disciplinas de Ciências Huma nas como de outras áreas Dessa forma procuramos mostrar aos estudantes a importância de uma visão integral em vez de segmentada para a apreensão dos conhecimentos e a compreensão do mundo Os princípios gerais dos PCN particularmente em relação à visão da Geografia como uma ciência do presente em que as relações existentes no espaço geográfico denotam o vínculo entre objetos elementos da paisagem processos e ações organização do tra balho produção consumo relações sociais tiveram especial atenção nesta Coleção que dá ênfase ao presente vivido apreendido e sentido pelos estudan tes mas referenciandose às suas bases históricas Temas como a degradação ambiental a sociedade de consumo o processo de industrialização a desi gualdade social a globalização entre muitos outros são assim interligados no tempo e no espaço como partes de um processo histórico e cultural ocidental e de um sistema econômico dominante capitalista Discutimos também sob essa perspectiva as diferen ças econômicas e culturais entre países e especifica mente os conflitos que colocam em campos opostos grupos econômicos minorias sociais nações etnias etc A abordagem socioeconômica da Geografia fica evidenciada nesta Coleção em que as contradições do espaço construído são amplamente discutidas A Coleção busca a ampliação das competências e habilidades que os estudantes foram adquirindo ao longo de sua trajetória escolar entre elas as de ler interpretar comparar e analisar textos de diferentes fontes e linguagens e informações gráficas e cartográficas como tabelas grá ficos mapas e infográficos além de fotos charges cartuns e obras de arte classificar organizar e relacionar dados e informações questionar problemas do cotidiano e estabele cer propostas de intervenção e transformação na sociedade e no espaço TSV2ManualParteComum289322indd 297 300516 1456 298 observar e analisar situações acontecimen tos fenômenos e processos em seu espaço de vivência apresentar argumentos trocar e confrontar ideias para a construção coletiva da compre ensão dos problemas apresentados utilizar os métodos necessários para a reali zação de pesquisas bem como generalizar conceitos aplicálos construílos e principal mente relacionálos entre si Com essa perspectiva os estudantes são desa fiados a analisar a realidade em que vivem compa rar e contextualizar situações perceber as relações entre o presentelocalpessoal e o passadopresente futuro global entendendo que o espaço geográfico é produto da maneira como os seres humanos fazem a apropriação dos lugares tornandoos o retrato de sua intervenção econômica social política cultural e até mesmo conceitual Estarão assim comparando classificando analisando discutindo descrevendo opinando e fazendo generalizações analogias e diag nósticos E estarão percebendose como cidadãos capazes de compreender e intervir no ambiente e nas questões políticas econômicas sociais e culturais não somente de sua realidade imediata como em escalas mais amplas Interdisciplinaridade Um trabalho interdisciplinar requer ousadia perseverança e inovação Sabemos que apesar de demandados por sua implementação e cientes da sua importância para uma formação mais integral do estudante os professores ainda se deparam com inúmeros desafios para sua implantação No entanto os últimos anos vêm revelando que pro duzir atividades articuladas entre diferentes disciplinas aproveitandose de suas contribuições assim como de seus profissionais pode ser feito a partir de variadas metodologias tanto nas disciplinas de uma área de conhecimento como entre áreas E que esse trabalho vem melhorando não apenas o desempenho dos estu dantes mas também a interação entre os docentes enriquecendo seu trabalho e atuação e sendo fator motivacional na prática da função que passa a ser feita de forma integrada e não mais isoladamente As DCNEM indicam que inicialmente a interdisci plinaridade pode ser colocada em ação pelo estudo de determinado tema feito a partir do diálogo com saberes específicos de duas ou mais disciplinas mostrando ao estudante as diferentes perspectivas de um mesmo assunto Nesse sentido promovemos sobretudo na seção Conexão alguns momentos que podem servir para esse trabalho inicial veja nas Orientações Espe cíficas os principais conceitos interdisciplinares que podem ser explorados nessa seção No entanto as mesmas diretrizes salientam que a partir do problema gerador do projeto que pode ser um experimento um plano de ação para intervir na realidade ou uma atividade são identificados os conceitos de cada disciplina que podem contribuir para descrevêlo explicálo e prever soluções Dessa forma o projeto é interdisciplinar na sua concepção execução e avaliação e os conceitos utilizados podem ser formalizados sistematizados e registrados no âmbito das disciplinas que contribuem para o seu desenvolvimento17 A implementação desse tipo de prática pode ser facilitada na escola por exemplo por meio de projetos Nesta Coleção a seção Agentes da sociedade pode ser um recurso nesse sentido veja nas Orientações Específicas comentários pontuais sobre o encaminhamento da seção Além dessas seções que podem orientar o pro fessor numa abordagem interdisciplinar ao longo do texto principal nos recados destinados ao professor e em propostas de atividades buscamos propiciar um trabalho que leve os estudantes a uma compreensão mais abrangente do mundo em que vivem A seguir listamos em termos gerais exemplos de como a Geografia pode se integrar com diversas áreas do conhecimento História ao analisar a historicidade dos fatos e dos problemas atuais e em diversas escalas do tempo e do espaço geográfico Economia e Sociologia ao discutir os aspectos socioeconômicos do Brasil e do mundo e suas contradições Sociologia ao buscar examinar as práticas sociais e culturais da população de grupos de países em conjunto com os respectivos está gios de desenvolvimento Física ao discutir sensoriamento remoto Química e Física ao desenvolver o tema da energia Filosofia ao tratar da reflexão sobre a indústria cultural Biologia e Química ao tratar da biogeografia e das questões ambientais 17 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Educação Média e Tecnológica Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio Brasília Ministério da Educação 2002 p 89 TSV2ManualParteComum289322indd 298 300516 1456 299 Língua Portuguesa ao propor a leitura e a aná lise de textos de gêneros diversos relacionados aos conteúdos geográficos abordados Matemática ao fazer uso de dados estatísticos e do trabalho cartográfico Arte ao apresentar diferentes obras quadros esculturas instalações etc associandoas ao assunto tratado Conceitos Os conceitos de natureza sociedade paisagem meio geográfico lugar território região nação Estado e espaço geográfico são trabalhados na perspectiva de bases teóricas da ciência geográfica Outros como glo balização tecnologia redes permeiam diversos temas trabalhados especialmente aqueles focados em ques tões ambientais como os relacionados à economia e à sociedade Eles são apresentados nos momentos em que as temáticas requerem a sua utilização e apreensão correta do sentido em que estão sendo empregados Ênfase especial é colocada na relação entre glo balização e implementação de novas tecnologias de comunicação informação e transportes com as quais se dá a disseminação de informações ideias notícias e a circulação de pessoas e mercadorias de modo ace lerado no espaço geográfico O tema é aprofundado pela análise das diferentes consequências políticas econômicas e sociais de todo esse avanço para os paí ses e as pessoas envolvendo os próprios estudantes A análise ambiental está presente em praticamente todos os capítulos do primeiro livro da Coleção e em temas dos outros volumes como os capítulos rela cionados à energia no mundo e no Brasil ao espaço agrário e à urbanização Atividades Atividades variadas são organizadas em diferentes seções e com objetivos distintos veja o item Estrutura da Coleção possibilitando aos estudantes a verifica ção sistematização e aplicação dos conhecimentos adquiridos e oferecendo ao professor ferramentas de avaliação da aprendizagem Ao professor é dada ainda a liberdade de utilizar essas atividades com autonomia atendendo às necessidades específicas da turma ou até mesmo de alguns estudantes A Coleção oferece variados recursos textuais e imagéticos enriquecendo e complementando os con teúdos trabalhados Muitos deles são explorados por meio de atividades algumas interdisciplinares que auxiliam sua leitura interpretação e crítica estabele cendo relações com o assunto abordado Outros são sugeridos nos boxes lateriais sob as vinhetas Leitura Site e Filme Sugerimos que o professor juntamente com os estudantes utilize esses recursos conforme seu interesse realidade e necessidade Apresentamos a seguir procedimentos gerais que visam explorar melhor alguns dos recursos presentes na Coleção como textos mapas gráficos e charges Por meio dessas diretrizes que podem ser aplicadas em qualquer situação pedagógica fazendose as adapta ções necessárias esperamos contribuir para um melhor aproveitamento dos recursos presentes na Coleção Exploração de textos Diversos textos de variados gêneros autores e épocas são apresentados nas seções Contexto Lei tura e discussão Conexão Ponto de vista e Contraponto O professor pode utilizálos segundo a realidade e a necessidade da turma para desenvolver e aprimorar a competência leitora dos estudantes De acordo com a professora e pesquisadora Isabel Solé na leitura dos textos devem ser observadas as seguintes etapas atividades antes da leitura observação do título da fonte e de imagens que os acompanham levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema estratégias de antecipa ção antecipar o conteúdo do texto por meio das pistas levantadas e dos conhecimentos prévios atividades durante a leitura buscando envol ver os estudantes certificarse de que estão compreendendo o texto e elucidar os trechos mais complexos atividades após a leitura nas quais se observa se houve a compreensão e interpretação do texto lido A intervenção do professor nesse processo é de extrema importância não apenas para o desen volvimento intelectual da competência leitora dos estudantes como também para o aprimoramento de funções cognitivas relacionadas à inferência síntese análise interrelações e diferentes conexões possíveis de ideias É do educador a atribuição de oferecer orientação clara do processo de leitura de textos Com sua função de mediador entre o leitor o estudante o conteúdo e o autor leva o estudante a perceber o caminho que o autor percorreu para expor suas ideias relacionandoas com os contextos em que ambos estudante e autor estão inseridos O trabalho de desenvolvimento da competência leitora pode ser feito tanto de maneira individual quanto em grupos TSV2ManualParteComum289322indd 299 300516 1456 300 Metrpoles A ideia de metrópole nos remete a uma outra ideia a de hierarquia Como na história política dos povos onde algumas nações comandam as outras com suas peculiaridades políticas econômicas e culturais as metrópoles também disporiam do papel de comando em relação ao conjunto das cida des As metrópoles seriam as entidades mais altas na hierarquia em virtude de deterem as melhores condições econômicas sociais culturais e políticas daí sua posição de comando A história nos fez juntar a ideia de metrópole à ideia de tamanho Mas não seria apenas quantitativo mas também qualitativo a grande cidade se torna metrópole por reunir condições fruto em parte de seu tamanho e da sua força reunida É por isso que as metrópoles aparecem como o lugar onde é possível conviver com a sofisticação É o que distinguiria as nossas metrópoles das do norte porque nas nossas metrópoles a sofisticação não está ao alcance senão de uma parte muito pequena da população Entraríamos portanto em uma outra forma de distinguir as metrópoles a qual limitaria a definição de São Paulo como metrópole porque poucas pessoas têm acesso ao que há aqui de sofisticado diferentemente de uma cidade como Paris Londres ou Nova York ou mesmo como Viena que não é tão grande SANTOS Milton Como você conceitua as noções de urbanização e metropolização entrevista Revista Caramelo São Paulo Grêmio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP 1994 n 7 p 62 1 Peça aos estudantes que identifiquem o título e o autor do texto Caso não o conheçam fale de forma resumida sobre ele e sua importância para os estudos geográficos 2 Pergunte sobre o que acreditam ser o conteúdo do texto e o que sabem a respeito Questione também o que eles gostariam de aprender com a leitura do texto Anote no quadro de giz as respostas que surgirem 3 Faça o mesmo em relação ao autor do texto o que já sabem dele e o que imaginam que seja sua opinião sobre o assunto 4 Peça aos estudantes que leiam o texto A seguir indicamos alguns questionamentos que podem auxiliar na leitura de um texto seguindo as etapas anteriormente descritas Antes da leitura Qual é o título do texto Sobre o que você acre dita que ele irá tratar O que você já sabe sobre esse assunto Você conhece o autor eou a instituição que ele representa O que sabe sobre eles A imagem e a legenda se houver que acompa nham o texto trazem alguma informação sobre o provável assunto Qual é a provável relação desse texto com os conteúdos geográficos estudados Durante a leitura Depois de levantar esses pontos que podem ser regis trados no quadro de giz o professor pode prosseguir com a leitura do texto pelos estudantes de forma individual ou coletiva com cada estudante lendo uma parte em voz alta e intervir oportunamente com novas perguntas O título descreve bem o texto O que você já sabia sobre o assunto ajudou na compreensão O que o autor defende Você concorda com ele Por quê Qual é a tipologia textual narração dissertação poesia etc usada pelo autor Você acha que ela o ajudou a expressar sua opinião Que palavras você não compreendeu Esse desconhecimento atrapalhou a leitura Neste caso que estratégias utilizou para sua com preensão O autor faz indicações de outros textos ou materiais Após a leitura Podese propor um exercício coletivo de com preensão e análise em grupo direcionado para os principais pontos do texto Essa atividade pode ser na forma de debate resenha crítica ou mesmo rees crita do texto com outra tipologia ou linguagem por exemplo a poesia vira prosa ou viceversa o texto traduzse em ilustração etc A seguir oferecemos um exemplo de proposta de atividade baseada em um texto que pode ser usado como complemento dos estudos do Capítulo 4 do Volume 3 da Coleção TSV2ManualParteComum289322indd 300 300516 1456 301 Exploração de mapas A cartografia linguagem referencial da ciência geo gráfica deve ser explorada tanto para ampliar o enten dimento dos assuntos tratados nos textos quanto para auxiliar na espacialização de dados e informações Ao longo dos capítulos da Coleção apresentamos mapas temáticos diversos para a visualização dos fenô menos geográficos em estudo que podem ser explora dos de diferentes maneiras e em momentos variados do processo educativo Para dar maior ênfase ao estudo cartográfico elaboramos a seção Olho no espaço Nela os mapas apresentados são acompanhados de atividades de leitura interpretação eou análise que podem ser realizadas em dupla ou individualmente Além disso o professor pode utilizálas como meio de avaliação de conteúdos conceituais sobre as temá ticas desenvolvidas e procedimentais de leitura interpretação e análise dos mapas Para a leitura e interpretação cartográfica a iden tificação dos elementos fundamentais do mapa é a primeira etapa o título que informa o assunto tratado no mapa bem como sua localização espacial e temporal a escala que informa a relação entre o objeto cartografado e a realidade é importante certifi carse de que os estudantes sabem que quanto maior a escala de um mapa mais numerosos serão os detalhes apresentados por ele o norte geográfico que é a orientação da repre sentação as coordenadas geográficas que indicam a localização do fenômeno representado a fonte que informa de onde os dados repre sentados foram retirados a legenda que apesar de não estar presente em todos os mapas permite entender as infor mações e os dados cartografados A identificação da técnica utilizada para a repre sentação dos dados visando à leitura e à interpretação corretas da representação é a segunda etapa da leitura de mapas Os diferentes recursos usados nos mapas são escolhidos sobretudo de acordo com o dado que se deseja representar Alguns mapas utili zam mais de um recurso combinandoos Os mais uti lizados todos presentes nos mapas da Coleção são anamorfose em que as áreas dos territórios cartografados são deformadas variando propor cionalmente conforme a quantidade ou intensi ficação dos fenômenos representados cores de áreas que podem ir de frias a quentes por exemplo conforme o fenômeno apresentado se intensifica ou ser aplicadas sem relação com a escala de cores para mostrar dados qualitativos pontos muito usados para representar dados quantitativos e localizar fenômenos ao mesmo tempo círculos proporcionais que representam dados quantitativos aumentando de tamanho con forme o fenômeno se intensifica linhas que indicam trajetos e fronteiras isolinhas que delimitam as áreas de um dado de mesmo valor setas que indicam fluxo quando proporcionais incluem também informações quantitativas símbolos que indicam a localização dos fenô menos representados por meio de figuras gráficos de colunas barras e setores que são aplicados sobre os locais onde ocorrem os fenômenos representados indicando dados quantitativos 5 Divida a sala em grupos de quatro ou cinco estudantes e peça que a identifiquem o tema central do texto o que é e o que define uma metrópole b identifiquem o argumento central do texto a ideia de que o tamanho não define a metrópole e sim o acesso dos cidadãos a seus equipamentos e sofisticações urbanas c discutam se concordam ou discordam do autor e por quê d discutam e relacionem quais das hipóteses anotadas no quadro de giz quanto ao conteúdo e quanto ao autor e seu posicionamento se confirmaram durante a leitura e quais não se confirmaram 6 Solicite aos grupos que façam uma síntese do texto e argumentem se concordam ou não com suas ideias e por quê Depois peça aos grupos que apresentem suas conclusões mediando o debate entre possíveis diferenças de opinião 7 Para encerrar a atividade peça aos estudantes que elaborem individualmente uma pequena dissertação res pondendo à questão O que é metrópole Você mora em uma metrópole ou já visitou alguma Justifique sua resposta de acordo com o texto lido TSV2ManualParteComum289322indd 301 300516 1456 302 Podese em uma terceira etapa fazer uma inter pretação mais crítica das representações cartográficas Muitas vezes é possível analisar a intenção do autor na elaboração do mapa Nesse sentido é interessante observar por exemplo quais informações e dados foram selecionados pelo autor qual a projeção cartográfica escolhida e o que ela indica e no caso de mapasmúndi ou planisférios qual a disposição dos continentes e países e que informação isso traz no contexto analisado Divida a sala em duplas ou oriente os estudantes a trabalhar individualmente Peça que respondam às seguintes questões 1 Qual é o assunto tratado no mapa O mapa apresenta as águas subterrâneas do Brasil em 2012 Mostra também os nomes e o potencial dos aquíferos e os riscos de contaminação por agrotóxicos 2 Quais são as técnicas utilizadas para representar os dados O mapa apresenta diferentes técnicas para representar os dados As isolinhas mostram o potencial de cada aquí fero A escala de cores foi utilizada para tornar grafica mente visível a intensificação de um fenômeno ou seja o cinza mais claro mostra um aquífero de menos potencial enquanto o cinza mais escuro mostra potencial muito elevado Além disso utiliza pontos para indicar a localiza ção dos lugares com maiores riscos de contaminação por agrotóxicos números para indicar os nomes dos grandes Na quarta etapa fazse a contextualização do objeto cartografado em relação ao assunto discu tido no capítulo e sempre que possível à realidade dos estudantes Veja a seguir um exemplo de atividade de lei tura interpretação e análise de mapa Ela pode ser utilizada para ampliar os estudos do Capítulo 11 do Volume 1 da Coleção ou até mesmo como avaliação dos conhecimentos apreendidos Brasil águas subterrâneas 2012 1 2 3 50 O TRÓPICO DE CAP RICÓRNIO EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO 0 o 0 620 km N Potencial dos aquíferos Grandes aquíferos Inferior a 1 m3hmetro fraco 1 a 5 m3hmetro médio 5 a 10 m3hmetro elevado Superior a 10 m3hmetro muito elevado Alto risco de contaminação por agrotóxico 1 Bacia do Amazonas 2 Bacia do Maranhão 3 Bacia do Paraná Aquífero Guarani Fonte ÍSOLA Leda CALDINI Vera Atlas geográfico Saraiva São Paulo Saraiva 2013 p 37 aquíferos brasileiros símbolos para mostrar a localização e abrangência dos principais aquíferos Alter do Chão e Guarani e linhas para a delimitação dos estados do país 3 Indique os estados brasileiros que apresentam os maiores e os menores aquíferos em potencial Maiores Acre Amazonas e Pará Aquífero da bacia do Amazonas Tocantins Piauí Maranhão Aquífero da bacia do Maranhão Goiás Mato Grosso do Sul São Paulo Minas Gerais Paraná Santa Catarina e Rio Grande do Sul Aquífero Guarani Menores Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Sergipe Alagoas Bahia e Minas Gerais 4 Mencione os estados brasileiros cujos aquíferos apresentam os maiores riscos de contaminação por agrotóxicos Qual é a relação entre esse dado e as atividades econômicas desenvolvidas nessas regiões Mato Grosso São Paulo e Rio Grande do Sul A produção agrícola desses estados além de ser a maior do Brasil é moderna o que significa o uso intensivo de agrotóxicos 5 Com base em seus conhecimentos e na leitura do mapa responda O que você sabe sobre a impor tância dos aquíferos em escala mundial Esperase que os estudantes mencionem que a água doce disponível no planeta se localiza nas geleiras nas águas subterrâneas nos rios e lagos E que destas as águas dos aquíferos são as mais viáveis para o consumo pois são menos poluídas que a dos rios e mais próximas dos centros populacionais que as geleiras 6 Se a água é um recurso natural renovável por que existe tanta preocupação sobre sua falta no planeta Esperase que os estudantes respondam que a água apesar de ser um recurso renovável pode ser poluída por esgotos domésticos e industriais sem tratamento por defensivos e corretivos agrícolas e por isso pode não ser boa para o consumo humano 7 Em que sentido a poluição dos aquíferos pode pre judicar a sua saúde Esperase que os estudantes mencionem que a água poluída ou sem tratamento adequado quando consu mida pode causar diversas doenças MÁRIO YOSHIDA TSV2ManualParteComum289322indd 302 300516 1456 303 Exploração de gráficos Assim como os mapas os gráficos são instrumen tos que auxiliam na compreensão da realidade e de fenômenos diversos tendo como objetivo a visua lização de informações e dados estatísticos Estão presentes em diversas situações do cotidiano inclu sive dos estudantes como jornais revistas livros relatórios etc sendo fundamental sua correta leitura e interpretação para uma melhor compreensão da realidade vivida Na Coleção eles foram utilizados de modo sis temático para trabalhar diferentes temas confec cionados em variadas tipologias e com base em dados atualizados e fornecidos por órgãos oficiais e idôneos Podem ser utilizados de diferentes manei ras e em momentos variados do processo ensino aprendizagem visando provocar uma atitude ativa na produção de conhecimento e no exercício de competências dos estudantes Na leitura de gráficos o estudante recorre aos dados já informados para a construção de argu mentações mais complexas e consistentes além de selecionar organizar relacionar e interpretar informa ções Os gráficos propiciam a interdisciplinaridade da Geografia com a Matemática Sua contextualização no assunto discutido e sua aproximação com o coti diano do estudante são aspectos relevantes para o desenvolvimento de competências importantes Dois elementos essenciais auxiliam a tarefa de leitura dos gráficos o título e a fonte O título além de apresentar o assunto a ser tratado em geral traz a localização espaçotemporal do fenômeno a fonte informa a procedência dos dados Os dados podem ser tratados em quantidades relativas ou absolutas as quais são relacionadas a uma unidade de medida porcentagem taxa densidade entre outras Para facilitar a compreensão visual das informações apresentadas os gráficos podem ser elaborados em setores também chamados de gráficos de pizza são usados para indicar valores percen tuais que ao final totalizam 100 colunas e barras com sentido vertical ou hori zontal respectivamente podem indicar valores tanto absolutos quanto relativos linhas indicam a dinâmica de dados ao longo do tempo pontos com tamanhos proporcionais ou não os pontos indicam dados no plano carte siano por meio de legendas podemse inserir grandes quantidades de informações em uma única representação figuras proporcionais geralmente em círculos ou quadrados variam de tamanho conforme os dados representados Os climogramas e as pirâmides etárias são gráficos específicos da ciência geográfica combinando colunas e linhas ou dois conjuntos de barras respectivamente Como exemplo de atividade de leitura interpre tação e análise de gráfico segue uma sugestão de trabalho que pode ser adaptada a qualquer outro gráfico além de ser uma boa ferramenta de avalia ção A representação se aplica ao que é abordado no Capítulo 11 do Volume 2 Brasil adoção de transgênicos 20102014 100 50 0 254 milhões de hectares 2010 Milhões de ha Milhões de ha Milhões de ha 827 649 39 206 91 06 291 93 82 66 125 06 422 milhões de hectares 2014 303 milhões de hectares 2011 75 55 26 178 73 015 Milho Algodão Soja Fonte Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB Disponível em httpciborgbr Acesso em fev 2016 MÁRIO YOSHIDA TSV2ManualParteComum289322indd 303 300516 1456 304 Divida a sala em duplas ou oriente os estudantes a trabalhar individualmente Peça que respondam às seguintes questões 1 Qual é o assunto tratado no gráfico O gráfico apresenta a evolução de algumas culturas transgênicas no Brasil bem como os percentuais das superfícies totais de cada plantio nos anos de 2010 2011 e 2014 2 Observe a fonte dos dados Ela parece ser confiável e atualizada Por quê A fonte parece confiável e atualizada pois está presente no site do Conselho de Informações sobre Biotecnologia CIB especializado em divulgar informações técnicocientíficas sobre a biotecnologia 3 Quais são as técnicas utilizadas para representar os dados A evolução dos cultivos ao longo do tempo foi representada por uma sequência de gráficos um para cada ano de colunas dispostas num plano cartesiano em que o eixo x apresenta a área cultivada em milhões de hectares de cada produto selecionado e o y os valores percentuais e absolutos das superfícies totais de cada cultivo transgênico em relação à superfície total cultivada de cada produto 4 Quais são os cultivos apresentados pelo gráfico Quais se destacam em valores relativos e absolutos Soja milho e algodão são os cultivos apresentados pelo gráfico Em valores absolutos em milhões de hectares e também em valores relativos os cultivos que mais se destacaram foram respectivamente o de soja e o de milho 5 Qual cultivo transgênico apresentou a maior taxa de crescimento ao longo dos anos apresentados O cultivo de algodão que quadruplicou a área cultivada 6 Em um período de 4 anos 20102014 as culturas transgênicas cresceram consideravelmente ampliando a produção de alimentos No entanto a fome e a desnutrição são problemas que ainda não foram solucionados Levante hipóteses para explicar essa afirmação É importante estimular os estudantes a conversarem sobre o assunto estimulando o desenvolvimento das habilidades de levantamento de hipóteses e resolução de problemas Durante a discussão deverão ser trazidas questões como o foco do agronegócio responsável pelo uso da biotecnologia na agropecuária e pelo aumento da produtividade para o forneci mento de matériasprimas para as indústrias e não para a alimentação da população Avalie também a capacidade dos estudantes de argumentar e de respeitar as contribuições dos colegas Exploração de charges No contexto dos capítulos são exploradas diversas charges aprofundando as temáticas ou trazendo um novo ponto de vista sobre elas o que aguça a criticidade do estudante Além dos recursos ofere cidos na Coleção diversas outras charges podem ser utilizadas em diferentes momentos do processo de ensinoaprendizagem Esse recurso que geral mente desperta grande interesse dos estudantes pode ser de excelente relevância para explorar a realidade sociocultural em que eles estão inseridos e o momento histórico vivido Além de charges atuais que podem ser encontradas em jornais e revistas de circulação regional nacional ou mundial indicamos alguns sites em que elas podem ser pesquisadas para auxiliar seu trabalho em sala de aula httppoliticalhumoraboutcomodpolitical cartoonsigPoliticalCartoons em inglês sobre diferentes temas internacionais wwwhumorpoliticocombr traz diversos temas atuais sobre a política nacional e tam bém mundial httplatuffcartoonswordpresscomtag movimentossociais charges sobre temas sociais e políticos do Brasil e do mundo wwwmauriciopestanacombrfleetc1p9k charges sobre diversos temas da sociedade brasileira httpsguiaecologicowordpresscomtag tirinhas sobre questões ambientais O professor poderá fazer uso desse recurso para despertar o interesse da turma pelo tema aprofundar uma discussão ou ainda complementar o processo de avaliação As atividades com charges oferecem diversas possibilidades mas podem ser mais provei tosas se realizadas em duplas pequenos grupos ou ainda coletivamente Em alguns casos podemse dividir os estudantes em dois grupos com opiniões TSV2ManualParteComum289322indd 304 300516 1456 305 diferentes em relação à crítica expressa na charge e confrontar seus argumentos Algumas perguntas exploratórias e preliminares auxi liam no processo de compreensão e interpretação das imagens Abaixo indicamos algumas questões gerais que devidamente adaptadas servem como disparado ras da leitura de imagens No entanto é fundamental os estudantes perceberem que para a correta leitura e compreensão de charges e cartuns é necessário ter conhecimentos de mundo e de atualidades Sendo assim quanto mais bem informados estiverem o que se pode fazer por exemplo por meio da leitura frequente de livros revistas jornais sites além de outros meios de comunicação maior será sua capacidade de uma boa leitura e interpretação de imagens O que a ilustração destaca Se estiver trabalhada em planos o que aparece no primeiro plano Há balões de diálogo ou outros escritos Como o que está sendo dito nesses balõesescritos se relaciona com a ilustração e com o conteúdo Quem é o autor da charge O que você sabe sobre ele Esse conhecimento auxilia na compreensão da charge Qual é a relação da charge com o tema tratado no capítulo Após essa contextualização fazse a avalia ção crítica do que está representado com outras questões como O que se pode inferir da charge O que o autor quis dizer Você concorda com a posi ção dele Qual é a crítica feita pela charge Há outras possi bilidades de interpretação Você mudaria alguma coisa na charge O que e por quê Depois de discutidas essas questões peça aos grupos que apresentem as respostas a toda a classe É importante preliminarmente orientá los quanto à maneira de apresentar suas opini ões respeitando as interpretações e a vez de cada colega Se necessário complemente as respostas apontando para detalhes da charge que tenham passado despercebidos Ensino Superior estimulam o uso intensivo de tablets ou notebooks pelos estudantes em substituição a livros impressos e cadernos além da tendência de trocar os livros de texto por conteúdos digitais visando entre outros argumentos oferecer recur sos de pesquisa de leitura e de comunicação mais amigáveis aos estudantes atuais De outro lado estão as dificuldades de trazer a tecnologia para a sala de aula seja no que diz respeito aos recursos físicos seja na formação necessária e adequada ao professor para fazer um uso pedagógico dos recur sos tecnológicos Ainda há muito que se discutir e decidir e qualquer análise permanece parcial e pro visória No entanto a seguinte questão confronta a todos nós professores Como vamos motivar nossos estudantes apenas com o quadro de giz enquanto muitos deles têm acesso a computadores e a todos os seus recursos O uso de filmes recursos e equipamentos tec nológicos é potencial para criar situações motiva doras do aprendizado estimulando a aquisição de conhecimentos competências e habilidades Algumas ferramentas e recursos da web muitos deles interativos oferecem boas possibilidades de concretização mais significativa de conceitos processos fenômenos fatos e temas da Geogra fia Requerem no entanto a crítica do professor assim como dos estudantes no que diz respeito à sua adequação pertinência e confiabilidade Em nosso entender o uso de filmes e da internet como recursos didáticos para o ensino de Geografia exige ainda estar pautado nas possiblidades de reflexão sobre os conteúdos de ensino que serão ampliados a partir deles Ao longo do Livro do Estudante nos boxes laterais e também no Manual do Professor Orientações Didáticas nos comentários específicos de cada uni dade e na seção Sugestões de livros sites e filmes indicamos diversos sites e filmes que podem auxiliar o trabalho do professor e estimular os estudantes na aprendizagem dos temas trabalhados na Coleção Entre as sugestões selecionamos diversos filmes nacionais além de estrangeiros e vídeos animações e sites diversos com imagens de satélite com pro gramas que possibilitam ver o planeta Terra em três dimensões etc que auxiliam na concretização de fenômenos processos e acontecimentos É possível encontrar também vídeos que apresentam visões diferentes em relação a um mesmo acontecimento processo ou fenômeno Estes podem ser trabalhados na perspectiva da seção Contraponto presente ao final de alguns capítulos da Coleção Recursos digitais A pressão pela adoção de recursos digitais ofere cidos sobretudo pela internet na educação aumen tou expressivamente nos últimos anos Por um lado algumas escolas de Ensino Médio e instituições de TSV2ManualParteComum289322indd 305 300516 1456 306 3 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA COLEÇÃO Distribuição dos conteúdos A Coleção está organizada em três volumes destinados a cada um dos anos do Ensino Médio e divididos em unidades temáticas com seus respectivos capítulos Neles são abordados os conceitos conteúdos e principais temas relacionados ao espaço geográfico tradicionalmente trabalhados ao longo dessa etapa da escolarização Nessa organização e distribuição consideramos a gradatividade da apresentação dos processos socioes paciais e cuidamos da articulação dos diversos temas abordados nos capítulos que compõem as unidades A organização em unidades temáticas possibilita ao professor seguir a sequência sugerida ou ainda planejar o curso de Geografia de acordo com seu ponto de vista as diretrizes da escola ou a realidade de sua turma sem perder o nexo entre os assuntos tratados em cada uma das unidades A fim de facilitar o planejamento para o curso de Geografia no Ensino Médio discriminamos a seguir a distribuição dos conteúdos nos três volumes que compõem a Coleção VOLUME 1 Unidade 1 Geografia na Era da Informação e Cartografia Capítulo 1 Geografia na Era da Informação 1 Tecnologias da Informação 2 Meios de comunicação de massa 3 Internet O poder da rede 4 Espaço geográfico paisagem e informação Espaço geográfico e paisagem geográfica Ciberespaço 5 Meio geográfico Meio natural Meio técnico Meio técnicocientíficoinformacional Capítulo 2 Coordenadas e Sistemas de Informação Geográfica 1 Coordenadas geográficas Paralelos e latitudes Zonas térmicas Estações do ano Meridianos e longitudes Fusos horários Linha Internacional de Data LID Fusos horários no Brasil 2 Sistemas de Informação Geográfica SIG Sensoriamento remoto Sistema de Posicionamento Global GPS Capítulo 3 Geoprocessamento e mapas 1 Geoprocessamento 2 Mapas Mapas temáticos Anamorfose Representação topográfica 3 Escala cartográfica Escala numérica Escala gráfica Escala maior e escala menor 4 Plantas 5 Mapas e visão de mundo Planisfério de Mercator Planisfério de Peters 6 Projeções cartográficas Projeção cilíndrica Projeção cônica Projeção azimutal ou plana Unidade 2 Terra estrutura formas dinâmica e ação humana Capítulo 4 Evolução da Terra os fenômenos geológicos 1 Formação do planeta Terra Geologia e eras geológicas 2 Estrutura interna da Terra Camadas da Terra Crosta terrestre características das rochas 3 Crosta em movimento Abalos sísmicos e vulcanismo Capítulo 5 Estrutura geológica e mineração no Brasil 1 Estrutura geológica Dobramentos modernos Maciços antigos Bacias sedimentares 2 Estrutura geológica do Brasil Atividade mineradora e recursos energéticos Exploração mineral e problemas ambientais Reciclagem de metais Capítulo 6 Relevo e solo 1 O relevo em nosso cotidiano e na organização do espaço 2 Formação do relevo Agentes externos modificadores do relevo Formas do relevo 3 Solo Classificação dos solos Técnicas para melhorar o solo 4 Relevo do Brasil Unidades do relevo Perfis do relevo continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 306 300516 1456 307 Unidade 3 Clima e formações vegetais Capítulo 7 Dinâmica do clima 1 Elementos e fatores do clima Tempo e clima Atmosfera Elementos do clima Fatores do clima Circulação geral da atmosfera Instabilidades atmosféricas 2 Clima e sociedade Previsão de tempo Clima e atividades humanas 3 Poluição atmosférica Clima urbano Capítulo 8 Climas e formações vegetais no mundo 1 Tipos climáticos e formações vegetais Climas das altas latitudes Climas das latitudes médias Climas das baixas latitudes Climas azonais Protocolo de Nagoya Capítulo 9 Dinâmica climática e formações vegetais no Brasil 1 Dinâmica climática no Brasil Zonas de convergência no Brasil 2 Diversidade climática e botânica no Brasil Biodiversidade brasileira 3 Clima e vegetação no Brasil Clima e Floresta Equatoriais Clima Subtropical Mata de Araucária e Pampas Clima Tropical Semiúmido Cerrado e Complexo do Pantanal Clima Tropical Litorâneo e Mata Atlântica Clima Tropical de Altitude e Florestas Tropicais Clima Semiárido e Caatinga Mata dos Cocais uma mata de transição Unidade 4 Água uso e problemas Capítulo 10 Hidrosfera características gestão e conflitos 1 Hidrosfera características 2 Águas oceânicas Relevo submarino Correntes marinhas Salinidade e temperatura Poluição marinha 3 Águas continentais 4 Oferta consumo e poluição das águas Consumo mundial de água Distribuição e disponibilidade de água Crise hídrica no Sudeste brasileiro Poluição dos rios 5 Geopolítica águas marinhas e continentais Soberania sobre os oceanos Questão das águas continentais Capítulo 11 Águas continentais no Brasil 1 Reservas brasileiras de água doce algumas questões 2 Bacia hidrográfica características 3 Hidrografia do Brasil 4 Bacias hidrográficas brasileiras Bacia Amazônica Bacia do TocantinsAraguaia Bacia do São Francisco Bacia Platina Bacia do Paraná Bacia do Uruguai Bacia do Paraguai Hidrovias do Mercosul Bacias de importância regional Gestão dos recursos hídricos e regiões hidrográficas brasileiras 5 Águas subterrâneas Aquífero Guarani Unidade 5 Natureza sociedade e meio ambiente Capítulo 12 Questão socioambiental e desenvolvimento sustentável 1 Revolução Industrial um marco da questão ambiental Sociedade de consumo Modelo de desenvolvimento O despertar da consciência ecológica 2 ONGs e meio ambiente Relações internacionais Capítulo 13 Problemas ambientais de dimensão global 1 Problemas ambientais e seus impactos no planeta Chuva ácida Destruição da camada de ozônio Aquecimento global 2 Evolução dos acordos sobre mudanças climáticas Mercado de compensações ambientais COP21 3 Questão ambiental e interesses econômicos Capítulo 14 Questão ambiental e domínios morfoclimáticos no Brasil 1 Questão socioambiental no Brasil Tomada da consciência socioambiental no Brasil Zoneamento EcológicoEconômico e Unidades de Conservação Ambiental 2 Domínios morfoclimáticos do Brasil Domínio Amazônico Domínio dos Mares de Morros Domínio das Araucárias Domínio do Cerrado Domínio da Caatinga Domínio das Pradarias continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 307 300516 1456 308 VOLUME 2 Unidade 1 Contexto histórico e geopolítico do mundo atual Capítulo 1 Mundo na Guerra Fria 1 Século XX o mundo entre guerras Primeira metade do século XX 2 Guerra Fria e ordem mundial bipolar 3 Ordem econômica mundial pósSegunda Guerra Conferência de Bretton Woods 4 Ordem geopolítica pósSegunda Guerra Doutrina Truman Alianças militares Organização das Nações Unidas ONU 5 Geopolítica da Guerra Fria Questão alemã Crise dos mísseis Descolonização e movimento dos não alinhados 6 Fim da ordem bipolar Colapso do socialismo Fim da Guerra Fria e novas fronteiras europeias Capítulo 2 Grandes atores da geopolítica no mundo atual 1 Contexto da nova ordem mundial 2 Japão e Alemanha Japão no cenário mundial Alemanha no cenário mundial 3 China novo protagonista na geopolítica mundial Mar da China Meridional e Oriental China relações internacionais China versus Bretton Woods Desaceleração da China 4 Rússia na nova ordem geopolítica Estrangeiro próximo e Otan Intervenção na Ucrânia Moldávia e Transnístria 5 Supremacia dos Estados Unidos Estados Unidos e as intervenções militares Política externa do fim da Guerra Fria aos dias atuais Unidade 2 Economia mundial e globalização Capítulo 3 Globalização e redes da economia mundial 1 Globalização Revolução técnicocientífica 2 Redes geográficas Redes de produção e distribuição 3 Multinacionais 4 Fluxo de informações Redes sociais 5 Fluxo de capitais 6 O Estado na economia globalizada 7 Crise financeira e econômica iniciada em 20072008 Crise de 20072008 e G20 Crise e Estado neoliberal 8 Por outra globalização Capítulo 4 Globalização comércio mundial e blocos econômicos 1 Comércio internacional e OMC Da Rodada de Doha a Nairóbi 2 Comércio global mercadorias e serviços Comércio de mercadorias Comércio de serviços 3 Blocos econômicos Modalidades de blocos econômicos União Europeia Nafta Mercosul Unasul Apec e Parceria Transpacífico Capítulo 5 Questão do desenvolvimento e Brasil no mundo globalizado 1 Questão do desenvolvimento Diferentes classificações de desenvolvimento Modernização e desenvolvimento 2 Brasil e economia global Abertura econômica no Brasil Balança comercial brasileira Multinacionais brasileiras Balanço de pagamentos Unidade 3 Infraestrutura e desenvolvimento Capítulo 6 Transportes 1 Transportes e integração do espaço mundial 2 Sistemas de transportes no Brasil Intermodalidade dos meios de transporte Modais de transporte no Brasil Transporte rodoviário Transporte ferroviário Transporte marítimo e hidroviário Hidrovias brasileiras Transporte aéreo 3 Mobilidade no meio urbano no Brasil Modalidades de transporte coletivo Capítulo 7 Energia no mundo atual 1 Consumo de energia 2 Petróleo Refino do petróleo Principais reservas e países produtores Questões ambientais Geopolítica do petróleo 3 Gás natural Gás de folhelho Rússia reservas de gás natural e petróleo 4 Carvão mineral continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 308 300516 1456 309 5 Energia Nuclear Questões ambientais Questões geopolíticas e de segurança 6 Energia hidrelétrica Questões socioambientais Capítulo 8 Energias alternativas e questão energética no Brasil 1 Fontes alternativas Energia solar Biocombustíveis Energia eólica Energia geotérmica 2 Estrutura energética no Brasil Energia hidrelétrica Gás natural Do Proálcool ao bicombustível Carvão mineral Carvão vegetal e lenha Energia nuclear Unidade 4 Espaço e produção Capítulo 9 Indústria no mundo atual 1 Importância da atividade industrial Classificação da atividade industrial 2 Primeira Revolução Industrial 3 Segunda Revolução Industrial Capitalismo monopolistafinanceiro 4 Terceira Revolução Industrial Terceira Revolução Industrial e trabalho 5 Tecnologias de processo de produção Taylorismo e fordismo Toyotismo a produção justintime 6 Localização e organização da atividade industrial 7 Principais centros industriais Estados Unidos União Europeia Japão 8 Novas regiões industriais pós1950 América Latina Primeiros Tigres Asiáticos Novos Tigres China Índia África Capítulo 10 Indústria no Brasil 1 Processo de industrialização no Brasil Crise de 1929 e desenvolvimento industrial brasileiro Substituição de importações Anos JK Anos do milagre 2 Industrialização no Brasil atual Polêmica da desindustrialização Desconcentração industrial 3 Principais centros industriais Região Sudeste Região Sul Região Nordeste Regiões Norte e CentroOeste Capítulo 11 A agropecuária no mundo atual e as políticas agrícolas nos países desenvolvidos 1 Atividade agropecuária 2 Da Revolução Agrícola à Revolução Verde 3 Biotecnologia uma nova revolução agrícola Questões polêmicas Agricultura orgânica 4 Política agrícola nos países desenvolvidos Política e espaço de produção agrícola no Japão União Europeia política e produção agrícola Estados Unidos política e produção agrícola Capítulo 12 Espaço agrário no mundo em desenvolvimento e no Brasil 1 Atividades agrárias no mundo em desenvolvimento Agropecuária na África Agropecuária na Ásia Oriental e no Sudeste Asiático América Latina e questão agrária 2 Agropecuária e a questão agrária no Brasil Pecuária Agricultura e agroindústria Fronteiras agrícolas Agropecuária e Código Florestal Questão da terra VOLUME 3 Unidade 1 Etnia diversidade cultural e conflitos Capítulo 1 Etnia e modernidade 1 Diversidade cultural Choque entre culturas e etnocentrismo Evolucionismo 2 Civilização ocidental e modernidade Modernidade e cultura 3 Questão étnica no Brasil povos indígenas e afrodescendentes Povos indígenas Afrodescendentes Capítulo 2 Conflitos étniconacionalistas e separatismo 1 Globalização e fragmentação continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 309 300516 1456 310 2 Conflitos étniconacionalistas na Europa Conflitos nos Bálcãs Conflitos no Cáucaso Outros conflitos étniconacionalistas na Europa 3 Conflitos étnicos na África Ruanda Sudão e Sudão do Sul 4 Conflitos étniconacionalistas na Ásia Índia Caxemira e Punjab Oriente Médio Conflitos separatistas na China Capítulo 3 Faces do terrorismo 1 Terrorismo panorama histórico 2 Terrorismo ligado ao fundamentalismo islâmico Afeganistão e Talibã Novas dimensões do terrorismo AlQaeda Estado Islâmico Boko Haram 3 Terrorismo de Estado casos exemplares Comunismo soviético Alemanha sob o nazismo Ditaduras latinoamericanas Camboja de Pol Pot Processo de independência da Argélia Apartheid na África do Sul Estados Unidos e o contraterrorismo Rússia e a guerra preventiva Unidade 2 Espaço geográfico e urbanização Capítulo 4 Urbanização mundial 1 Lugar cidade e cidadania 2 Cidade e desenvolvimento urbano Revolução Industrial cidade e urbanização 3 Urbanismo e planejamento urbano Urbanismo culturalista Urbanismo no século XX 4 Questão urbana hoje Megacidades 5 Rede e hierarquia urbanas Metrópoles e cidades globais 6 Urbanização no mundo desenvolvido 7 Urbanização no mundo em desenvolvimento Planejamento urbano nos países em desenvolvimento Capítulo 5 Urbanização no Brasil 1 Processo de urbanização no Brasil Tendências recentes 2 Hierarquia e rede urbana no Brasil Metrópoles brasileiras 3 Principais problemas urbanos no Brasil Questão da moradia urbana Questão dos transportes Questão do meio ambiente Questão da violência urbana Unidade 3 Espaço sociedade e economia Capítulo 6 Crescimento populacional tendências e dilemas 1 População mundial Demografia entendendo os termos 2 Crescimento populacional e teorias demográficas Revolução Industrial e crescimento da população Crescimento da população no século XX 3 População e recursos naturais Fome e subnutrição 4 Dinâmica populacional nos países desenvolvidos 5 Brasil crescimento da população 6 Composição etária e demandas socioeconômicas Pirâmides etárias e fases do crescimento demográfico Países com grande número de jovens Envelhecimento da população 7 Desigualdade entre gêneros Política demográfica na China Desigualdade de gêneros no Brasil 8 Questão da identidade sexual 9 Expectativa de vida da população por sexo Esperança de vida no Brasil Capítulo 7 Sociedade e economia 1 Setores da atividade econômica 2 Globalização tecnologia da informação e serviços 3 Trabalho transformações e desemprego Desemprego no mundo Jovens no mercado de trabalho 4 Trabalho e economia informal 5 Trabalho no Brasil Informalidade no mercado de trabalho Situação do emprego Trabalho escravo Trabalho infantil 6 Mulher e mercado de trabalho Trabalhadoras brasileiras 7 População e renda Distribuição da renda 8 Exclusão social 9 Índice de Desenvolvimento Humano IDH Capítulo 8 Povos em movimento 1 Globalização e migrações Principais fatores que impulsionam os deslocamentos Migrações internacionais continua na próxima página TSV2ManualParteComum289322indd 310 300516 1456 311 2 Fronteira dos Estados Unidos Imigrantes clandestinos Plano de reforma migratória Caso dos cubanos 3 Fronteira da União Europeia Tratado de Schengen Reação aos estrangeiros Fluxos do Leste Europeu 4 Crise dos refugiados na Europa Capítulo 9 Migrações no Brasil 1 Migrações externas Nova onda migratória outros contextos Refugiados no Brasil Emigrações de brasileiros 2 Migrações internas Migração nordestina e êxodo rural Movimentos atuais Migração e preconceito Unidade 4 Brasil perspectivas e regionalização Capítulo 10 Brasil no século XXI e regionalização do território 1 Brasil um país emergente Crise política e econômica Brasil e principais emergentes Ampliação das relações internacionais Potencialidades e desafios internos Infraestrutura necessidades e limites 2 Regionalização no território brasileiro Macrorregiões do IBGE Planejamento regional Complexos regionais Os quatro Brasis Capítulo 11 Complexos regionais brasileiros 1 Três complexos regionais 2 Nordeste Histórico do crescimento econômico e industrialização Desdobramentos recentes Principais centros industriais Agropecuária nas subregiões Indústria da seca Atividade turística 3 CentroSul Centro econômicofinanceiro e de serviços Centro de pesquisas científicas e tecnologia Atividade extrativista Agropecuária 4 Amazônia Amazônia Legal e Amazônia Continental Ocupação recente e exploração econômica Rodovias como vetores do desmatamento Indústria Propostas de desenvolvimento Estrutura da Coleção Abertura de unidade Cada unidade se inicia com um breve texto intro dutório e uma imagem pertinentes aos conteúdos nela abordados O objetivo é sensibilizar e instigar o interesse dos estudantes para a temática principal Pode ser lida fora da sala de aula e debatida em classe coletivamente de modo a se investigar os conhecimen tos prévios e as expectativas da turma sobre o tema Contexto Um texto eou imagem mapa gráfico charge foto infográfico relacionados ao tema que será tra balhado no capítulo seguido de atividades abrem o caminho para os estudantes exporem suas ideias e conhecimentos sobre o tema Assim a seção será melhor aproveitada se feita oral e coletivamente mas o professor poderá alternativamente solicitar sua rea lização em casa como uma preparação para a aula A exploração oral e coletiva da seção possibilita dinamizar a aula incentivar a participação dos estu dantes e a interação com o professor e desenvolver as competências de linguagem e argumentação além das habilidades de analisar interpretar e confrontar diversos pontos de vista Além disso a seção propicia um trabalho atitudinal com os estudantes em que a participação o respeito à opinião do outro a paciência e o controle da ansiedade podem ser desenvolvidos A partir do resultado da discussão o professor terá um diagnóstico dos conhecimentos prévios dos estu dantes o que auxilia na escolha da melhor maneira de trabalhar o capítulo A seção possibilita também estabelecer relações entre conteúdos trabalhados anteriormente seja na Coleção seja em outras etapas da escolarização de modo que os estudantes articulem esses conteúdos e lhes deem novos significados o que contribui em grande medida para o processo ensinoaprendizagem Textobase Os conteúdos são apresentados no textobase com rigor conceitual e em linguagem adequada à faixa etária Estão organizados em capítulos enriquecidos com recursos variados tabelas gráficos infográfi cos mapas esquemas imagens e seções Os capí tulos foram estruturados em duas partes finalizadas com um conjunto de atividades que visam avaliar o desempenho dos estudantes antes de dar sequên cia aos estudos As tabelas os mapas os gráficos e os infográficos apresentam informações e dados TSV2ManualParteComum289322indd 311 300516 1456 312 estatísticos atualizados e foram elaborados para que as informações sejam transmitidas com clareza e objetividade além de possibilitar aos estudantes esta belecer relações entre diversos fatos geográficos veja orientações específicas para o trabalho com mapas e gráficos nas páginas 301304 Ao final de cada parte do capítulo sugerimos exer cícios dos principais vestibulares do país e do Exame Nacional do Ensino Médio Enem A seção oferece aos estudantes uma ferramenta complementar para se prepararem para os exames de ingresso à universidade Glossário Termos cujo sentido possa ser de difícil compre ensão para o estudante principalmente em relação à sua aplicação específica na Geografia aparecem destacados no texto e explicados à margem dele Entre aspas Conceitos essenciais tanto da Geografia como de outras disciplinas e áreas e assuntos que reforcem a compreensão do tema abordado são explicados de forma mais aprofundada que um simples glossário Para não quebrar a leitura do texto principal apare cem em geral à margem dele Leitura e discussão Nesta seção textos científicos e jornalísticos ampliam e enriquecem os assuntos tratados no capítulo São acompanhados de atividades de com preensão e interpretação que associam o conteúdo desenvolvido no capítulo ao texto complementar pos sibilitando também um trabalho interdisciplinar com o professor de Língua Portuguesa e o aprimoramento da competência leitora veja o item Exploração de textos nas páginas 299301 Conexão Esta seção oferece caminhos para trabalhar temas relevantes ao estudo da ciência geográfica de forma interdisciplinar ou seja com a contribuição de outras disciplinas e áreas Para isso são utilizados recursos variados como diferentes expressões artísticas obras de artes plásticas e de literatura letras de música artigos gráficos tabelas mapas charges e esquemas Assim aproveitandose das contribuições cien tíficas das demais disciplinas e respeitandose suas diferenças buscamse caminhos para alcançar uma dimensão teórica integradora de modo a promover o desenvolvimento e a aplicação de conhecimentos acumulados pelos estudantes em sua trajetória escolar O trabalho interdisciplinar exige planejamento Além dele requer coragem para inovar liderança entusiasmo e flexibilidade dos professores envolvi dos para seu êxito e eficácia Várias são as manei ras de tornar a interdisciplinaridade na escola uma realidade Elas vão desde uma reestruturação que envolve toda a comunidade escolar até ações mais pontuais realizadas tanto individual como coletiva mente veja nas Orientações Específicas sugestões de como você pode conduzir esse trabalho interdis ciplinar com os estudantes Olho no espaço A Geografia tem como um de seus objetivos prin cipais levar os estudantes a interpretar os elementos cotidianos de sua realidade sob a perspectiva espa cial seja o espaço local regional nacional ou global Para isso são utilizadas diferentes linguagens escrita fotográfica gráfica musical cartográfica etc Dentre elas destacase a leitura de mapas por serem a representação do espaço Esta seção tem como objetivo trabalhar a leitura espacial por meio de mapas de diferentes tipos e escalas levando o estudante a observar analisar rela cionar e interpretar de maneira integrada fenômenos naturais humanos econômicos e culturais em sua espacialidade e a refletir sobre eles em situações contextualizadas de aprendizagem Suas propostas podem ser utilizadas em diferentes momentos para contextualizar aprofundar ou mesmo avaliar os assuntos trabalhados no capítulo Ponto de vista Esta seção propõe ao final de alguns capítulos o contato do estudante com temas importantes ligados à realidade nacional ou mundial abordados mediante a reprodução de textos teóricosopinativos e ativida des que desafiam a compreensão leitora e o posi cionamento dos estudantes em relação a eles veja o item Exploração de textos nas páginas 299301 Contraponto Também presente ao final de alguns capítulos a seção apresenta textos escritos e recursos imagéti cos com diferentes abordagens ou opiniões sobre determinado assunto Isso permite aos estudantes conhecer a existência de maneiras diferentes de pensar e se posicionar acerca de questões rela cionadas à temática apresentada o que auxilia o desenvolvimento da consciência crítica e da forma ção de opinião própria A seção favorece também o TSV2ManualParteComum289322indd 312 300516 1456 313 debate em sala de aula possibilitando ao professor avaliar os estudantes nas dimensões conceituais procedimentais e atitudinais Compreensão e análise Presente em dois momentos de cada capítulo apresenta um conjunto de atividades com o objetivo de fornecer a estudantes e professores mais uma forma de avaliar a apreensão dos conhecimentos antes de seguir adiante com os estudos São ofere cidas atividades variadas que visam à verificação dos conteúdos apreendidos bem como ao desen volvimento de diferentes competências e habilida des Além de atividades elaboradas pelos próprios autores apresentam ao menos uma atividade do Enem eou de vestibulares Podem ser realizadas em sala de aula e também fora dela a critério do professor podendo servir como uma ferramenta de avaliação dos conhecimentos LeituraSiteFilme Ao lado do textobase são apresentadas aos estu dantes sugestões de livros sites eou filmes clássicos ou atuais nacionais e também estrangeiros sobre temas trabalhados no capítulo Com isso procuramos incentivar a autonomia dos estudantes que podem escolher os materiais que julgarem mais relevantes necessários ou interessantes para complementar ou aprofundar seus estudos Essas sugestões também podem ser utilizadas pelo professor em sala de aula de modo a complementar o aprendizado Agentes da sociedade Esta seção foi pensada como proposta de projetos a serem desenvolvidos sobretudo em grupos Um de seus objetivos principais é levar os estudantes a relacionar e consolidar os conhecimentos adquiridos no contexto das unidades estudadas em cada volume assim como fazer inferências entre a observação da realidade por meio de procedimentos científicos A seção apoiase em atividades experimentais de pesquisa com indicação de fontes disponíveis para a coleta de dados e informações orientações para a seleção e organização do material pesqui sado finalizando com a interpretação análise e apresentação dos trabalhos As orientações para o desenvolvimento das atividades seguem um conjunto de procedimentos ancorados no uso da metodologia científica que passam por levanta mento de dados questionamentos argumentação e validação dos resultados Pensamos em temáticas relevantes para a faixa etária mas sem nos esquecer da relação com os temas estudados previamente de modo a levar os estudantes a uma compreensão maior daquilo que é central para a Geografia ou seja a produção do espaço geográfico Estabelecer relações entre o tema em estudo e os acontecimentos e fatos do cotidiano motiva os estudantes instigando uma aproximação maior às temáticas propostas Por ser uma atividade que se recomenda fazer em grupo e com uma dinâmica diferente da normalmente instituída na sala de aula em que os estudantes se tornam protagonistas de seu aprendizado a seção dá ao professor condições de avaliar o grupo assim como cada um dos seus integrantes nas dimensões conceituais procedimentais e atitudinais A seguir indicamos os temas desenvolvidos em cada uma das seções e sugerimos momentos em que cada um pode ser realizado Para enriquecer o desenvolvimento dos projetos antes do início do ano letivo pode ser planejado um trabalho integrado que envolva colegas professores de outras disciplinas Dessa forma dáse um enfoque mais abrangente para temáticas que apesar da importância e rele vância para a Geografia são enriquecidas por outras áreas do conhecimento Outra proposta de uso da seção é como forma de avaliação Tema Momento para ser desenvolvido Volume 1 Sociedade de consumo e recursos minerais metálicos Ao longo da Unidade 2 ou entre as Unidades 2 e 3 Virada ambiental Ao longo da Unidade 5 ou entre as Unidades 4 e 5 Volume 2 Publicidade e valores Ao longo da Unidade 1 ou entre as Unidades 1 e 3 Jovens e mercado de trabalho Ao longo da Unidade 3 ou entre as Unidades 3 e 4 Volume 3 Jovens no Brasil Ao longo da Unidade 2 ou entre as Unidades 2 e 3 Respeito pela diferença Ao longo da Unidade 3 ou entre as Unidades 3 e 4 TSV2ManualParteComum289322indd 313 300516 1456 314 4 AVALIAÇÃO A avaliação visa mostrar a todos os envolvidos no processo ensinoaprendizagem professores estu dantes e responsáveis em que medida os objetivos pedagógicos estão sendo atingidos Ela deve funcio nar para a análise da realidade e consequentemente para auxiliar na opção entre manter ou alterar a prá tica em função dos resultados A avaliação constitui nessa medida uma ferramenta comprometida com a aprendizagem e motivadora desse processo anima os envolvidos se os resultados das ações educativas são alcançados e motivaos à mudança e à superação se os objetivos não são atingidos e deve ser feita de maneira formal e não formal por professores e estudantes e ao longo de todo o processo de ensino A avaliação permanente tendo como premissa ser parte integrante do processo de aprendizagem per mite determinar o caminho a seguir assim como aferir os resultados alcançados e fazer os ajustes necessários em vista dos objetivos pretendidos pro curando também na medida do possível atender às especificidades de cada estudante sempre de forma positiva e respeitosa Compete aos professores no processo ensino aprendizagem propor atividades diversificadas e adequadas ao nível de desenvolvimento dos estudantes darlhes retornos e reorientálos para alcançar seus objetivos compete aos estudantes participar ativamente do processo utilizando os instrumentos de avaliação como forma de perceber como seus conhecimentos estão sendo construí dos realizando as atividades propostas e buscando outras conforme suas necessidades demonstrando iniciativa e autonomia É fundamental contemplar a interdisciplinaridade focando a competência dos estudantes no arranjo do raciocínio para os campos que contribuem para sua formação científica e sua atuação em sociedade São diversas as oportunidades oferecidas nesta Coleção para estudantes e professores realizarem uma avaliação formativa observando seus avanços e dificuldades As atividades são importante instru mento para o professor que poderá utilizálas tanto para a avaliação contínua como para a formal A seção Contexto por exemplo possibilita uma ava liação diagnóstica dos estudantes compreendendo seus conhecimentos prévios sobre o assunto a ser estudado o que lhe permite traçar caminhos e defi nir abordagens As atividades no meio e ao final dos capítulos como por exemplo as das seções Compreensão e análise Olho no espaço Leitura e discussão e Agentes da sociedade permitem a avaliação da apreensão de conceitos procedimen tos e atitudes favorecendo a avaliação global dos estudantes tanto individual como coletivamente A utilização de atividades que suscitam debates e a participação ativa dos estudantes é importante por oferecer a oportunidade de ponderação das posturas individuais que compõem o coletivo da sala de aula O respeito a tolerância o posicionamento diante de conflitos o enfrentamento e a solidariedade são também partes importantes do processo de apren dizagem e devem ser considerados na avaliação A avaliação atitudinal e a processual feita durante os momentos de aprendizagem por meio por exem plo do desenvolvimento de atividades de trabalhos em grupo de debates e a avaliação realizada nos momentos de fechamento de conteúdos são partes de um conjunto de ferramentas O professor na posição de conhecedor do grupo de estudantes deve estimar suas necessidades aplicando cada uma dessas fer ramentas conforme sua realidade 5 FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR O papel do professor sabemos é fator funda mental para o sucesso da aprendizagem A função do educador requer atualização constante e deve ser pautada na busca e apropriação dos saberes pelos estudantes de forma autônoma crítica e reflexiva Isso abrange o cotidiano da escola os saberes apre endidos da experiência docente e também a busca por atualizações e quebras de paradigmas Visando contribuir para a sua formação continuada e apoiálo em sua prática diária e para os desafios colocados à atividade docente reproduzimos a seguir alguns trechos de textos com temáticas pedagógicas e educativas gerais para o ensino de Geografia Na parte referente a cada um dos volumes oferecemos outros textos com as temáticas específicas dos con teúdos geográficos neles abordados As temáticas e os trechos selecionados foram esco lhidos com base no que julgamos relevante ao apri moramento da prática docente mas não se esgotam aqui Por isso sugerimos a leitura integral das obras às quais os trechos fazem parte conforme seus interesses e necessidades Além deles indicamos também que você tenha acesso às obras sugeridas na Bibliografia comentada próximo item e também às sugestões ao final de cada uma das unidades dos três volumes TSV2ManualParteComum289322indd 314 300516 1456 315 Os caminhos da interdisciplinaridade Considerando a velocidade e a quan tidade de informações que chegam ao cidadão comum a interdiscipli naridade é um princí pio pedagógico impor tante para a formação dos estudantes Ela os capacita a construir um conhecimento integrado e a interagir com os demais levando em conta que em função da com plexidade da sociedade atual as ações humanas repercutem umas em relação às outras A integração das cognições com as demais dimensões da personalidade é o desafio que as tarefas de vida na sociedade da informação e do conhecimento estão repondo à educação e à escola Brasil 2002 p 72 Esse desafio tem por objetivo desenvolver o potencial do indivíduo de ser um sujeitoefetivo capaz de interagir coleti vamente como agente de transformações da rea lidade na qual se insere Nessa perspectiva de acordo com Fazenda 2002 A interdisciplinaridade visa à recuperação da unidade humana através da passagem de uma subjetividade para uma intersubjetividade e assim sendo recupera a ideia primeira de Cultura formação do homem total o papel da escola formação do homem inserido em sua realidade e o papel do homem agente das mudanças no mundo p 48 Colocar em prática a interdisciplinaridade não é tarefa fácil A falta de uma ideia clara do seu sig nificado e de como ela pode acontecer são dois obstáculos a serem superados Os professores têm uma multiplicidade de concepções sobre interdis ciplinaridade que vai desde a de que ela seja uma nova epistemologia ou uma nova metodologia até a de que ela constitui um instrumento para melhorar a aprendizagem Hartmann Zimmer mann 2006a Não basta porém ter uma compre ensão teórica do que é a interdisciplinaridade Os docentes precisam também superar dificuldades práticas resultantes de uma formação profissio nal fragmentada Milanese 2004 Ricardo 2005 Hartmann Zimmermann 2006b Sendo um processo que precisa ser vivenciado para ser assimilado em sua complexidade a inter disciplinaridade ganha importância na vida escolar à medida que os docentes passam a desenvolver de forma integrada um trabalho pedagógico que capacita o estudante a comunicarse argumentar enfrentar problemas de diferentes naturezas e a elaborar críticas ou propostas de ação em torno de questões abrangentes da atualidade Hartmann Zimmermann 2007 A interdisciplinaridade como interação entre educadores Para Japiassu 1992 p 88 a interdisciplina ridade corresponde a uma nova etapa do desen volvimento do conhecimento exigindo que as disciplinas por meio de uma articulação cons tante fecundemse reciprocamente Para o autor a interdisciplinaridade exige a adoção de méto dos que se fundamentem mais no exercício de aptidões intelectuais e de faculdades psicológicas voltadas para a pesquisa do que sobre informações armazenadas na memória Ela deve responder a uma nova exigência criar uma nova inteligência capaz de formar uma nova espécie de cientistas e de educadores Na mesma linha de interpretação Fazenda 2002 apresenta a interdisciplinaridade como uma prática de integração caracterizada pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa p 25 A integração de conhecimentos disciplinares e o desenvolvimento de competências no EM não exigem necessariamente a realização de projetos interdisciplinares nos quais diferentes disciplinas tratem ao mesmo tempo de temas afins Brasil 2002b p 16 É possível ao professor de uma dis ciplina desenvolver temáticas com uma perspectiva interáreas sem a necessidade de fazer um acordo interdisciplinar com outros colegas op cit p 17 No entanto a interdisciplinaridade pode aproxi mar docentes de diferentes disciplinas de modo a diminuir o distanciamento entre duas culturas a humanista e a científica às quais Charles P Snow 1996 se refere em sua obra As Duas Culturas ao denunciar em 1959 a distância entre as chamadas ciências humanas e ciências exatas Essa distância epistemológica e metodológica pode ser vencida na educação pelo diálogo interdisciplinar Com essa aproximação a cultura de professores e estudantes ampliase ao mesmo tempo em que cada um pode compreender melhor o ponto de vista do outro Talvez devido ao hábito de aceitar a fragmen tação como um método analítico válido para com preender a realidade a primeira ideia que se tem sobre interdisciplinaridade é a de que ela constitui uma integração de disciplinas diversas para formar Neste texto as autoras explicam as diferentes perspectivas para se compreender a interdisciplinaridade e apontam caminhos para a prática interdisciplinar em sala de aula TSV2ManualParteComum289322indd 315 300516 1456 316 um conjunto unificado de conhecimentos Lenoir 20052006 mostra que existem três leituras dife rentes da interdisciplinaridade A primeira perspectiva tem como propósito a edificação de uma síntese conceitual ou acadêmica do fato isto é a unidade do saber Lenoir 1998 p 48 Especialmente para os franceses a interdisciplinaridade é uma questão social e epis temológica de integração dos saberes A segunda perspectiva é instrumental ou seja o objetivo da interdisciplinaridade é resolver problemas da existência cotidiana e não criar uma nova disci plina ou produzir um discurso universal A inter disciplinaridade nesta perspectiva mais prática e operacional está presente principalmente na América do Norte anglosaxônica e centrase em questões sociais empíricas Na terceira perspec tiva a interdisciplinaridade centrase na qualidade do ser humano O olhar é dirigido no plano epis temológico para a subjetividade dos sujeitos e no plano metodológico para a sua intersubjetividade Essa abordagem fenomenológica da interdiscipli naridade coloca em destaque a necessidade do autoconhecimento e do diálogo Se a lógica francesa é orientada em direção ao saber e a lógica americana sobre o sujeito aprendiz pareceme que a lógica brasileira é dirigida na direção do terceiro elemento constitutivo do sistema pedagógicodidático o docente em sua pessoa e em seu agir Lenoir 20052006 artigo não paginado Para Lenoir 20052006 essas três perspec tivas não devem ser tratadas como mutuamente excludentes principalmente no que se refere à inter disciplinaridade escolar É importante considerar a primeira perspectiva para não cair em um ativismo instrumentalista em que o valor da interdisciplina ridade é medido pelo sucesso imediato da atividade Também é importante considerar a segunda para evitar divagações idealistas Quanto à terceira ela traz uma visão das relações sociais em que há mais respeito pela dimensão humana no processo Para os que entendem a interdisciplinaridade como um processo a instauração de um diálogo entre diferentes disciplinas pode ser tanto para resolver um problema ligado a uma ação ou deci são como para compreender as relações entre os conhecimentos disciplinares Nessa perspectiva Lück 1994 a define como o processo que envolve a integração e engajamento de educadores num trabalho conjunto de interação das disciplinas do cur rículo escolar entre si e com a realidade de modo a superar a fragmentação do ensino objetivando a formação integral dos estudantes op cit p 64 Essa definição de interdisciplinaridade traduz a ideia de que para superar a fragmentação do ensino não é suficiente que um professor isolada mente articule conteúdos das diversas disciplinas escolares mas que a articulação aconteça entre os docentes Além disso ao conectar aspectos científicos e socioculturais os docentes promo vem condições para uma formação integral do estudante de modo que ele consiga compreender as diferentes linguagens utilizadas na comunica ção de informações e desenvolva a capacidade de enfrentar problemas da realidade Ao usar a palavra integração podese pensar na fusão de conteúdos de diferentes disciplinas esco lares Não existe entretanto a intenção de fundir disciplinas mas de auxiliar os estudantes a estabe lecer ligações de interdependência de convergência e de complementaridade entre elas Fazenda 2003 2002 Lenoir 1998 20052006 Lück 1994 e as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio DCNEM destacam que a interdisciplinaridade é um empreendimento que visa proporcionar às disciplinas uma nova razão de existência e não eliminálas Ela é um processo que torna possível a compreensão da realidade como um todo cons tituída pela relação entre o mundo objetivo e o sujeito que por sua vez tenta captar o significado desse mundo de uma forma particular e subjetiva A integração é apenas um momento do processo que possibilita chegar a novos questionamentos novas buscas para uma mudança na atitude de compreender e entender Fazenda 2002 p 49 mas não a uma síntese disciplinar Como opção metodológica a interdisciplina ridade caracterizase por atividades pedagógicas organizadas a partir da interação entre os docen tes Essa interação por sua vez acontece devido ao diálogo e à busca por conexões entre os objetos de conhecimento das disciplinas Sob esse ponto de vista fazer interdisciplinaridade na escola é mais do que simplesmente promover condições para que o estudante estabeleça relações entre informações para construir um saber integrado Ela reúne uma segunda condição que consiste em estabelecer e manter o diálogo entre professores de diferentes disciplinas com o objetivo de esta belecer um trabalho integrado entre eles HARTMANN Angela ZIMMERMANN Erika O trabalho interdisciplinar no Ensino Médio a reaproximação das duas culturas Em Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências v 7 n 2 2007 Disponível em wwwcienciamaouspbr dadosrabotrabalhointerdisciplinaartigocompletopdf Acesso em fev 2016 TSV2ManualParteComum289322indd 316 300516 1456 317 A diversidade dos sujeitosestudantes como referência para a construção da Geografia escolar uma reflexão sobre conteúdos geográficos significativos A tarefa do ensino é a de tornar os conteúdos veiculados objetos de conheci mentos para o estu dante o que requer constante diálogo do sujeito do conhecimento portador de uma cultura determinada com esses outros objetos culturais no sentido de atribuirlhes significados próprios o que é necessário para um processo de aprendi zagem significativa Aprendizagem significativa é o resultado da cons trução própria de conhecimento É a apropriação de um conteúdo de ensino pelo sujeito o que implica uma elaboração pessoal do objeto de conhecimento Um primeiro passo desse processo se dá com a media ção do professor pois é seu papel intervir no pro cesso de construção de conhecimento pelo estudante Para fazer essa mediação ele conta com a cultura escolar com o conjunto de conhecimentos sistema tizados na ciência no caso a geográfica e estruturado pedagogicamente para compor os conhecimentos necessários à formação geral dos cidadãos Os conteúdos da Geografia escolar têm como base os resultados da ciência de referência e sua composição é constante Atualmente além de con teúdos tradicionais ainda considerados válidos há uma infinidade de temas destacados pela Geografia cujo estudo é relevante para a formação básica das pessoas como os processos e as formas da natureza e de sua dinâmica os impactos ambien tais globais e locais os impactos da globalização na produção de lugares diferentes e desiguais os conflitos socioespaciais nas suas diferentes escalas como a violência urbana de diferentes naturezas e proporções conflitos como o que ocorre entre Palestina e Israel entre o Movimento dos Sem Terra e proprietários rurais no Brasil as migrações e movimentos de população de todas as naturezas os impactos do modo de vida urbano nas diferentes estruturações socioespaciais as tecnologias as mídias e a produçãodivulgação de informações as representações e os conhecimentos geográficos1 Esses são temas sem dúvida relevantes para se estudar em Geografia mas a ideia é destacar a neces sidade de o professor como mediador do processo ir além da apresentação desses fatos A tarefa de for 1 Alguns especialistas no campo do Currículo e da Didática têm discutido explicitamente propostas e práticas curriculares escolares orientadas por essa questão como Candau 2000 2003 Forquin 1993 e Moreira 2003 mação própria ao ensino de Geografia é a de contri buir para o desenvolvimento de um modo de pensar geográfico que compõe um modo de pensar sobre o mundo e a realidade que nos cerca Para tanto não basta apresentar os conteúdos geográficos para que os estudantes o assimilem é preciso trabalhar com esses conteúdos realizando o tratamento didático para que se transformem em ferramentas simbólicas do pensamento Não que os conteúdos sejam apenas pretextos para o desenvolvimento que se pretende eles não podem ser assim encarados pois são de fato informações acontecimentos fenômenos geo gráficos importantes em si mesmos Todo esse processo requer que a Geografia ensinada seja confrontada com a cultura geográfica do estudante com a chamada Geografia cotidiana para que esse confrontoencontro possa resultar em processos de significação e ampliação da cul tura do estudante Para desenvolver então um modo de pensar geográfico é preciso que os estudantes ao lidar com os signos e representações formem conceitos que instrumentalizem esse pensamento Esses conceitos permitem aos estudantes localizaremse e darem significado aos lugares e às suas experiências sociais e culturais na diversidade em que elas se realizam Em propostas construtivistas do ensino importa então trabalhar com conteúdos escolares que tornandose mediação simbólica dos objetos reais interfiram na atividade do estudante como sujeito de conhecimento Essa atividade por sua vez é impulsionada pela busca de atribuir signi ficados aos conteúdos que lhe são apresentados A relação dos estudantes com o espaço com sua espacialidade com abrangência e profundidade requer instrumentos conceituais básicos Esses instrumentos permitem uma leitura de mundo de espaço2 Tratase então de tomar como objeto de estudo geográfico na escola o espaço geográfico entendido como um espaço social concreto em movimento que requer uma análise interdepen dente e abrangente de elementos da sociedade e da natureza e das relações entre ambas Outro aspecto a ser considerado na esco lha de conteúdos significativos para o estudante 2 Para uma leitura geográfica crítica alguns conceitos são relevantes como os de lugar paisagem território região natureza e sociedade Além de conceitos geográficos que definem os conteúdos de ensino devem ser trabalhados conteúdos procedimentais e valorativos pois o desenvolvimento do estudante na escola não se restringe à sua dimensão intelectual referese também às dimensões física afetiva social moral e estética A autora propõe reflexões sobre a importância da escolha de conteúdos de Geografia significativos para os estudantes TSV2ManualParteComum289322indd 317 300516 1456 318 A arte de pensar o outro Toda vez que o conhecimento geográ fico é projetado para um grupo de pessoas que vai trabalhar com planeja mento ele passa a ser altamente ético e humanitá rio São os geógrafos que cuidam das relações entre homens comunidades sociedades e o meio ambiente em que esses componentes básicos do planeta junto com a vida vegetal e animal têm o seu hábitat Neste texto o autor expõe seu pensamento sobre as funções da Geografa e do geógrafo é a relevância social destes pois se é importante pensar na relevância que o conteúdo pode ter para o estudante em sua vida e realidade imediatas em sua diversidade é também necessário não perder de vista a importância sociopolítica desse conte údo contextualizandoo analisando seu potencial para compor uma análise crítica da realidade social e natural mais ampla daí contemplando a diversi dade da experiência dos homens na produção do espaço global e dos espaços locais Na Geografia podese inserir esse debate da relevância de conteúdos na orientação de se tra balhar com o local e o global ao mesmo tempo Conforme já foi destacado em outra parte do texto a realidade social hoje é marcada pelo processo de globalização e nesse processo encontrase um elemento contraditório e interdependente que é a reafirmação de culturas de espacialidades de experiências locais A Geografia é uma ciência que estuda o espaço na sua manifestação global e nas singulares Sendo assim os conteúdos geo gráficos precisam ser apresentados para serem trabalhados pelos estudantes nessa dupla inserção a global e a local A cidade considerada conteúdo escolar não é concebida apenas como forma física mas como materialização de modos de vida como um espaço simbólico formador de sentidos de pertinência e de identidade fundamentais para a formação da cidada nia Sendo assim seu estudo voltase para desenvol ver no estudante a compreensão do modo de vida da sociedade contemporânea e de seu cotidiano em par ticular Além disso contribui para o desenvolvimento de habilidades necessárias para os deslocamentos do estudante seja nos espaços mais imediatos de seu cotidiano seja em espaços mais complexos que podem envolver uma rede de cidades A cidade é um espaço multicultural é o lugar da copresença da coexistência Analisando se esse aspecto algumas características têm sido apontadas como presentes nas grandes cidades e metrópoles contemporâneas sobretudo quando se analisa as práticas espaciais de jovens como os estudantes de Geografia e sua cultura Entre elas destacase a formação de guetos de tribos de gangues de identidades globalizadas flexíveis de territorialidades nômades3 Compreendese que a formação de identida des compostas por subjetividades complexas se dá numa teia de significações construídas socialmente que interagem valores sentidos e símbolos indi viduais do sujeito Nesse processo as identidades não possuem um núcleo cristalizado e essencialista mas são formadas continuamente a partir de um quadro de referências complexo e contraditório que atua dialeticamente em sociedades específicas e no indivíduo Dessa forma não cabem generali zações quanto a características da sociedade e dos espaços contemporâneos assim como não cabe ana lisar práticas socioespaciais de jovens formadoras de sua identidade tendo como referência apenas seus processos de identificação sociais e culturais em metrópoles É importante dessa forma que os professores estejam abertos e sensíveis ao diálogo com seus estudantes buscando contribuir com o processo de atribuição de significados aos conteúdos trabalhados a partir de cada contexto específico de acordo com as representações dos estudantes com suas diferenças com sua diversidade Compreender qual é o conteúdo mais ade quado que mais sentido tem hoje para um trabalho escolar em Geografia que possibilita e estimula o tratamento da diversidade dos estudantes é de fato um avanço nas práticas de ensino Porém para cumprir bem o papel social da escola e de uma disciplina escolar no sentido da formação dos estudantes é preciso que esse conteúdo seja traba lhado com eficiência é preciso que as atividades de sala de aula sejam encaminhadas com base em métodos e procedimentos que permitam de fato trabalhar com esses conteúdos 3 Alguns autores destacamse em análises da cultura e espacialidades urbanas contemporâneas como Rolnik 1997 Almeida e Tracy 2003 Carrano 2002 2003 Gomes 2002 Hall 1997 entre outros CAVALCANTI Lana de Souza In CASTELLAR Sônia Org Educação geográfica teorias e práticas docentes São Paulo Contexto 2005 p 7177 TSV2ManualParteComum289322indd 318 300516 1456 319 Etapas na organização do estudo do meio O êxito do Estudo do Meio depende de um trabalho de plane jamento flexível mas certamente rigoroso que envolve a partir do que podemos depre ender do trabalho de Pontuschka Paganelli e Cacete 2007 pelo menos sete etapas ou momen tos Assim o roteiro a seguir não deve ser visto como negação de outras possibilidades de orga nização e sim como um determinado esquema estratégico baseado na experiência acumulada pelos autores a respeito do tema O ponto de partida encontro dos sujeitos sociais O Estudo do Meio é uma metodologia de ensino interdisciplinar na qual se buscam alter nativas à compartimentalização do conhecimento escolar e à excessiva segmentação do trabalho docente Seu ponto de partida então é a reflexão individual e coletiva sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas em determinada escola e o desejo de melhorar a formação do estudante construindo um currículo mais próximo dos seus interesses e da realidade vivida Nesse processo buscase pelo exame das características do lugarsolo em que uma determi nada unidade escolar deseja fincar suas raízes ou seja o exame de seus problemas de seus desejos enfim de suas mais sérias questões a seleção de temas e espaços a serem estudados e que poderiam tornar seu currículo e seu projeto educativo mais significativo para os estudantes Ao privilegiar o estudo do lugar não se quer isolálo de outras escalas de análise possíveis e interrelacionadas nem que espaços mais distantes não possam ser escolhidos para serem estudados A opção pelo espaço e tema a serem estudados Os espaços ou lugares a serem estudados em uma atividade de ensino desse tipo são variados e O texto a seguir discorre sobre a importância do estudo do meio para a formação integral dos estudantes destacando algumas de suas etapas fundamentais O geógrafo tem que estar sempre atento à histó ria em processo que em geral é publicada parcial mente nos jornais do país e do mundo Assim pode inserir sua consciência crítica nos mais variados tipos de fatos acontecidos na face da Terra Na realidade não existe planejamento regional sem estudos básicos de geografia humana e social O que completa o caráter ético da geografia sobretudo da antropogeografia está sempre rela cionado com aqueles dizeres básicos de Fernand Braudel A história é a história de todas as histó rias Os jornais por exemplo cuidam de todas as histórias e é preciso ter um espírito seletivo para entender a história do cotidiano que sintetica mente está mostrando os processos de evolução dos acontecimentos na face da Terra O geógrafo precisa estar sempre beminfor mado Na realidade precisa de todos os livros todos os documentos cartas topográficas aero fotos e imagens de satélite e de todos os fatos da história cotidiana de todos os espaços de seu país e possivelmente do mundo O envolvimento político dos geógrafos é um envolvimento não personalizado É político em termos de pressões para um planejamento correto dos governantes É o que gosto de fazer Não estou interessado na participação partidária estou inte ressado na participação a favor do meu país do meu povo e dos carentes que estão mais próximos de mim representantes das multidões que estão abaixo da linha da pobreza Tenho um sentido de geografia humana que é certamente ético e humanístico Existe um campo da ciência que envolve uma apreciação dupla arte e ciência É assim que entendo os estudos básicos para o planejamento de endereço social Pensar no humano como a figura básica do endereço social de planos pro gramas e projetos envolve uma sentimentalidade especial e permanente Em um outro campo cien tífico que emergiu da interdisciplinaridade e que se volta para prever impactos de projetos dos mais diferentes existe todo um caminho cruzado das ciências com a arte de pensar no futuro face às peculiaridades dos projetos Nesse sentido penso que para servir os brasileiros de todas as regiões e ao mesmo tempo manter o suporte básico da economia nacional políticos e grandes ricos deve riam trabalhar com muito conhecimento científico e grande participação da arte de pensar o outro ABSABER Aziz Nacib O que é ser geógrafo memórias profissionais de Aziz AbSaber Rio de Janeiro Record 2007 p 145146 TSV2ManualParteComum289322indd 319 300516 1456 320 podem estar situados nas adjacências da unidade escolar tais como o quarteirão o bairro o fundo de vale mais próximo passando pelo município tais como um distrito industrial um prédio público e seus arredores uma área de mata nativa até luga res mais distantes como uma cidade histórica um parque ecológico uma barragem de hidrelétrica etc A rigor não existem lugares privilegiados e não há também lugares pobres para a realiza ção dos Estudos do Meio Em cada caso o grande desafio que se apresenta aos seus realizadores é o processo de saber ver saber dialogar com a paisagem detectar os problemas existentes na vida de seus moradores estabelecer relações entre os fatos verificados e o cotidiano do estudante Pontuschka 2004a p 260 Todavia como alerta a mesma autora em outra obra Escolher e optar não são práticas fortuitas mas definidoras da vida Escolher os meios a estudar é optar pelo currículo que se quer desenvolver A escolha coletiva implica a orga nização coletiva Esta se efetivará com a prepa ração prévia com a definição dos instrumentos e das tarefas a ser desenvolvidas 2007 p 176 Os Estudos do Meio podem ser realizados em todos os níveis de ensino e inclusive nos pro cessos de formação continuada de professores Contudo é preciso lembrar que sua realização especialmente nos Ensino Fundamental e Médio requer atenção especial dos organizadores quanto à segurança dos estudantes Além da prévia auto rização dos pais ou responsáveis e da contratação quando necessária de transporte e de alojamento a elaboração dos roteiros de observação e pesquisa devem levar em consideração o estágio de desen volvimento cognitivo e emocional dos estudantes Deste modo a definição do espaço a ser estudado não pode prescindir de uma prévia visita ao local e da identificação considerando as características dos participantes de um itinerário que não colo que em risco a sua segurança A definição dos objetivos e o planejamento Ainda que cada Estudo do Meio a ser realizado possua em função dos interesses de seus organiza dores e da própria natureza do espaço a ser estu dado finalidades mais específicas seus objetivos mais gerais podem ser descritos de acordo com Pontuschka Paganelli e Cacete 2007 p 177178 da seguinte maneira consolidação de um método de ensino inter disciplinar denominado estudo do meio no qual interagem a pesquisa e o ensino verificação de testemunhos de tempos e espaços diferentes transformações e per manências levantamento dos sujeitos sociais a ser con tatados para as entrevistas observações a ser feitas nos diferentes luga res arrolados para a produção de fontes e documentos anotações escritas desenhos fotografias e filmes compartilhamento dos diferentes olhares presentes no trabalho de campo mediante as visões diferenciadas dos sujeitos sociais envolvidos no projeto coleta de dados e informações específicas do lugar de seus frequentadores e das relações que mantêm com outros espaços emersão de conteúdos curriculares discipli nares e interdisciplinares a ser contempla dos na programação produção de instrumentos de avaliação em um trabalho participativo criação de recursos didáticos baseados nos registros divulgação dos processos e do resultado Obviamente a esses objetivos mais gerais devem ser somados outros que considerando as características e a potencialidade do meio esco lhido para o estudo conferirão sua pertinência e sua originalidade O trabalho de campo Uma das etapas fundamentais dos Estudos do Meio é o trabalho de campo É preciso entretanto para evitar mal entendidos que façamos alguns comentários a respeito A ideia de ir a campo ape nas como necessidade de sair da sala de aula é um pouco perigosa Pode seguramente esvaziar as potencialidades educativas dessa atividade como método de ensino e subestimar obviamente os momentos de aprendizagem realizados na sala de aula Assim as práticas de campo em um Estudo do Meio não devem ser caracterizadas como uma ocasião de ruptura do processo ensinoaprendiza gem Ao contrário fazem parte dele são momentos especiais sem dúvida mas que não se sustentam isoladamente Não se desconsidera evidentemente a dimensão lúdica de uma saída de campo em um Estudo do Meio O que queremos evitar é a sedi mentação de estereótipos da sala de aula natural mente chata sendo preciso retirar os estudantes para passear de vez em quando noutro lugar A pesquisa de campo é reveladora da vida ou seja por meio dela pretendese conhecer mais sistematicamente a maneira como os homens e TSV2ManualParteComum289322indd 320 300516 1456 321 as mulheres de um determinado espaço e tempo organizam sua existência compreender suas necessidades seus desejos suas lutas com vitórias e fracassos Assim durante o trabalho de campo educadores e educandos devem submergir no cotidiano do espaço a ser pesquisado buscando estabelecer um rico diálogo com o espaço e na condição de pesquisadores com eles mesmos É o momento de descobrir que o meio ou o espaço na interrelação de processos naturais e sociais é uma Geografia viva Pontuschka 2006 Todavia travar diálogos com o espaço pressupõe o domínio de conceitos e linguagens diversas de muitas disci plinas O Estudo do Meio não prescinde portanto das características ou identidade das diversas dis ciplinas São elas que de fato permitem com preender mais profundamente a dimensão social da organização do espaço e ao mesmo tempo da influência que essa organização exerce sobre a vida dos homens e mulheres que nele vivem Compreendendo o meio como uma Geografia viva é preciso ir a campo sem préjulgamentos ou preconceitos liberar o olhar o cheirar o ouvir o tatear o degustar Enfim liberar o sentir mecani zado pela vida em sociedade para a leitura afetiva que se realiza em dois movimentos contrários negar a alienação o esquema a rotina o sistema o preconceito e afirmar o afeto da comunidade e da personalidade Pontuschka 2006 p 12 Ao romper as fronteiras dos territórios institu cionalizados de aprendizagem a sala de aula e a escola a pesquisa de campo permite a ampliação desse território levando ao mesmo tempo a sala de aula e a escola para o mundo um lugar ou situação mais específica ou particular deste mundo para ser pesquisado e estudado e o mundo mais real ou concreto para dentro da sala de aula e da escola Tratase portanto de uma oportunidade como afirma Thompson 1998 falando mais espe cificamente do trabalho de campo na realização da História Oral de gerar ocasiões de aprendizagem para além de seus tradicionais abrigos institucionais A sistematização dos dados coletados na pesquisatrabalho de campo O Estudo do Meio não se encerra com o traba lho de campo Considerando as características dos sujeitos envolvidos e as possibilidades e os limites materiais oferecidas pela escola A partir dele se inicia um processo de siste matização extremamente cuidadoso de todo o material obtido e registrado nos desenhos nas fotografias nos poemas nas anotações no falar dos moradores Os múltiplos saberes agora enriquecidos pelas várias experiências e saberes conquistados no campo se encontram na sala de aula Pontuschka 2004b p 13 Desta forma no primeiro contato entre os partici pantes do Estudo do Meio conduzse uma exposição livre das sensações experimentadas perguntandose ao grupo os fatos que foram mais importantes ou significativos para cada pessoa Neste compartilhar de sentimentos e ideias a subjetividade presente nas impressões mais pessoais de cada um nos registros escritos e nos desenhos se enriquece e na inter relação com outras subjetividades surgem novos sentidos novas compreensões A visão fragmentária perde força e iniciase um processo de síntese no qual os envolvidos no trabalho se descobrem como seres interdisciplinares Freire 2000 O momento seguinte é o da construção do conhecimento ou seja da análise do material cole tado na pesquisa de campo de pensar coletivamente o que revela o conjunto dos registros Começam a aparecer os nexos os significados as contradições e aspectos relevantes mas talvez pouco conhecidos da história do lugar estudado que ganham visibili dade Que eixos temáticos afloram Como tudo isso se insere ou pode ser inserido no currículo Que material podemos construir O resultado pode ser um vídeodocumentário um ensaio fotográfico um mural um teatro um artigo ou materiais didáticos mais específicos que posteriormente devem ser adequadamente socializados compartilhados Avaliação e divulgação dos resultados Como todo trabalho educativo a avaliação per mite aos seus participantes apreciar os resultados aprimorar os processos e sempre que necessário redefinir seus objetivos É importante também que na medida do possível a equipe responsável possa divulgar seus resultados Deve haver opor tunamente a preocupação ética e política de comu nicar às comunidades aos homens e mulheres que residem nos lugares estudados e pesquisados os resultados dessa atividade pois estes como afirma Yves Lacoste 2006 p 78 fazendo referência ao trabalho de campo desenvolvido pelos geógrafos conferem poder a quem os detém Assim os possíveis benefícios produzidos pela realização dos Estudos do Meio podem extrapolar as fronteiras da escola que o organizou LOPES Claudivan S PONTUSCHKA Nídia N Estudo do meio teoria e prática Em Geografia Londrina v 18 n 2 2009 Disponível em wwwuelbrrevistasuelindexphpgeografiaarticleview23603383 Acesso em fev 2016 TSV2ManualParteComum289322indd 321 300516 1456 322 6 BIBLIOGRAFIA COMENTADA ABSABER Aziz Nacib O que é ser geógrafo memórias profissionais de Aziz AbSaber Rio de Janeiro Record 2007 Depoimento do geógrafo Aziz AbSaber à jornalista Cynara Menezes sobre a sua história sua formação e os percursos da sua vida profissional ALMEIDA Rosângela Doin de Org Novos rumos da cartografia escolar currículo linguagem e tecnologia São Paulo Contexto 2011 Diversos especialistas discutem novas metodologias para o ensino da cartografia escolar que abrange conhe cimentos e práticas para o ensino de conteúdos originados na própria cartografia mas conta também com conceitos de diversas áreas CACETE Nuria Hanglei PAGANELLI Tomoko Iyda PONTUSCHKA Nídia Nacib Para ensinar e aprender Geografia São Paulo Cortez 2007 Discute a formação docente apontando caminhos para que a disciplina da ciência geográfica cumpra seu papel nas escolas de ensinos Fundamental e Médio CALLAI Helena Copetti A formação do profissional de Geografia Ijuí Editora Unijuí 2013 Dá especial atenção aos processos de ensinoapren dizado em Geografia como uma forma de refletir sobre a atuação do profissional da ciência geográfica tendo em vista a qualidade do trabalho do professor e o futuro dos jovens estudantes CASTELLAR Sônia Org Educação geográfica teorias e práticas docentes São Paulo Contexto 2005 Reunião de textos de especialistas em didática e metodologia do ensino em Geografia além de geógrafos Trata de temas como cartografia temática e alfabetização conceitos geográficos formação de professores jogos e situaçõesproblema HENGEMÜHLE Adelar Significar a educação da teoria à sala de aula Porto Alegre Edipucrs 2008 Oferece reflexões e caminhos para novas práticas peda gógicas que visam dar sentido e significado da educação escolar para os estudantes da Educação Básica KOZEL Salete MENDONÇA Francisco Org Elemen tos de epistemologia da Geografia contemporânea Curitiba Editora UFPR 2009 Dividido em três partes reúne reflexões acerca das linhas de pensamento da Geografia As Geografias Crítica Ambiental e Cultural são analisadas por importantes geógra fos que retratam as tendências de pensamento na ciência geográfica no Brasil OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de PONTUSCHKA Nídia Nacib Geografia em perspectiva São Paulo Contexto 2002 Dividido em cinco partes traz uma coletânea de textos de especialistas da Geografia e aborda temas importantes sobre didática e prática de ensino PHILIPPI JR Arlindo FERNANDES Valdir Eds Práticas da interdisciplinaridade no ensino e pesquisa Barueri Manole 2015 A obra compila textos de diferentes estudiosos sobre reflexões e práticas desenvolvidas por docentes e pesqui sadores que atuam no ensino e na pesquisa REGO Nelson SUERTEGARAY Dirce HEIDRICH Álvaro Org Geografia e educação geração de ambiências Porto Alegre UniversidadeUFRGS 2000 Traz importantes e interessantes reflexões sobre a prá tica docente e que possibilitam uma compreensão mais profunda e concreta do espaço vivido CASTROGIOVANNI Nestor KAERCHER André Org Geografia práticas pedagógicas para o Ensino Médio v 2 Porto Alegre Penso 2011 Apresenta uma análise histórica do ensino de Geografia no Brasil oferecendo diversos caminhos para novas práticas SOLÉ Izabel Estratégias de leitura Porto Alegre Artmed 1998 Tendo como premissa que um dos objetivos da leitura é ler para aprender o livro tem como objetivo auxiliar edu cadores de quaisquer disciplinas a utilizar estratégias de leitura que permitam aos estudantes interpretar e compre ender os textos escritos TONINI Ivaine Maria Geografia escolar uma história sobre seus discursos pedagógicos Ijuí Unijuí 2006 Nesta obra a autora apresenta as discussões concei tuais que geraram os diversos entendimentos da Geografia na atualidade ZABALA Antoni A prática educativa como ensinar Porto Alegre Artmed 1998 A partir de uma perspectiva de análise e reflexão da prática educativa o autor trata das relações interativas na sala de aula do papel de estudantes e professores da distribuição do tempo e da organização dos conteúdos Org Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula Porto Alegre Artmed 1999 De forma prática orienta a trabalhar 42 conteúdos proce dimentais saber fazer de diferentes áreas do conhecimento TSV2ManualParteComum289322indd 322 300516 1456 323 U N I D A D E 1 CONTEXTO HISTÓRICO E GEOPOLÍTICO DO MUNDO ATUAL Explorando o contexto histórico e fazendo uma aná lise das transformações geográficas mundiais ocorridas no século XX esta unidade discute a edificação de uma nova ordem geopolítica no mundo atual Nesse sentido são abordadas as disputas entre os Estados no mundo contemporâneo pela conquistapreserva ção da hegemonia regional ou mundial envolvendo conceitos como imperialismo nacionalismo território e Estadonação socialismo e liberalismo entre outros Além disso é discutido o papel dos organismos inter nacionais e o contexto em que foram criados As transformações geográficas derivadas das disputas que envolveram os imperialismos europeu japonês e estadunidense as revoluções socialis tas as questões políticoeconômicas envolvidas nas guerras mundiais e a reordenação nas relações de poder mundial resultante desses conflitos passando pela Guerra Fria são os temas por meio dos quais se descortinam os contextos histórico e geopolítico mundiais de hoje Os estudantes são dessa forma levados a depreender as relações entre espaço geo gráfico e poder Conexão Mapeamento das atividades interdisciplinares Unidade 1 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 1 O sepultamento do comunismo História Comunismo marxismo e socialismo ao longo do tempo CAPÍTULO 1 MUNDO NA GUERRA FRIA Síntese e objetivos As duas guerras mundiais que marcaram a pri meira metade do século XX decorreram de estratégias de expansão imperialista e foram entremeadas pelo estabelecimento de regimes comunistas em vários países e por uma crise mundial do capitalismo A partir do final da Segunda Guerra Mundial a disputa pela hegemonia mundial envolvia de um lado os Estados Unidos e do outro a União Soviética Essa disputa acirrouse nos planos ideológico político econômico e militar Os principais temas abordados no capítulo são imperialismo nacionalismo socialismo Guerra Fria ordem bipolar criação e atuação dos organismos internacionais crise dos mísseis des colonização Perestroika Glasnost novas fronteiras mundiais Plano Marshall e o fim da ordem bipolar Com o conteúdo deste capítulo pretendese contribuir para que os estudantes estejam aptos a situar as duas guerras mundiais no contexto do imperialismo analisar as consequências da Segunda Guerra Mundial para a configuração de uma nova ordem mundial ler e compreender a partir dos mapas his tóricos as alterações nas territorialidades do espaço mundial conhecer o cenário em que se deram a Revo lução Russa a Guerra Fria e a ordem mundial bipolar associar a ajuda dos Estados Unidos aos países capitalistas devastados pela Segunda Guerra à necessidade daquele país de escoar os excedentes de produção e de evitar o avanço do socialismo na Europa ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS TSV2ManualParteEspecifica323384indd 323 300516 1455 324 identificar os fatores que levaram os Estados Unidos a conquistar a hegemonia política e econômica no pósSegunda Guerra compreender o contexto histórico em que se deu a criação de instituições internacionais após a Segunda Guerra Mundial seus obje tivos estrutura e atuação das remanescentes nos dias de hoje compreender a correlação de forças entre União Soviética e Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial distinguindo as áreas de influên cia das duas potências em termos políticos econômicos e sociais analisar as estratégias de dominação ideológica de ambos os polos hegemônicos compreender a influência da geopolítica bipolar no destino de quase todos os países do globo inclusive do Brasil conhecer o panorama das lutas pela desco lonização dos países africanos e asiáticos e o Movimento dos Países Não Alinhados analisar os acontecimentos e processos que puseram fim à ordem bipolar e suas conse quências sobre o espaço geográfico e o mapa político da Europa ler e interpretar grafite e cartuns aprimorar a competência leitora analisar criticamente propagandas identifi cando a ideologia dos sistemas econômicos Sugestões de respostas e comentários Contexto East side gallery p 12 1 Tratase da queda do Muro de Berlim O muro represen tou por quase três décadas o período da Guerra Fria A cidade de Berlim estava dividida da mesma forma que o mundo entre o sistema capitalista e o socialista A queda do muro simbolizou o fim da Guerra Fria e o colapso do sistema socialista 2 Em 9 de novembro de 1989 A pista para a resposta é a placa do automóvel 3 O automóvel que rompe o muro de Berlim é um Tra bant modelo produzido durante anos na República Democrática da Alemanha Alemanha Oriental com insuficiente desenvolvimento técnico em mecânica e design A ilustração deixa explícito que a queda do muro foi obra da população da Alemanha Oriental O Trabant derrubando o muro simboliza esse fato Note que o monumento está completamente pichado e assinado por turistas Vale discutir com os estudantes sobre esse tipo de atitude e a importância da preser vação da Arte e de monumentos a céu aberto Compreensão e análise 1 p 24 1 a São elas o Fundo Monetário Internacional para promover ajuda econômica aos países com pro blemas financeiros e fornecer assessoria técnica e consultoria econômica aos paísesmembros o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento Banco Mundial para pro mover investimentos voltados para a recons trução das economias destruídas pela guerra e posteriormente o crescimento dos países em desenvolvimento e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio Gatt com o objetivo de promover maior liberdade no comércio internacional b Chamase Sistema de Bretton Woods criado na Conferência de Bretton Woods 1944 nos Estados Unidos 2 a A ONU Organização das Nações Unidas B Otan Organização do Tratado do Atlântico Norte b A ONU foi criada com a finalidade de manter a paz e a segurança internacionais A Otan é uma organização militar de defesa coletiva dos países situados no Atlântico Norte O objetivo é manter a estabilidade na região É formada por Estados Unidos Canadá e por grande parte dos países europeus 3 a A corrida armamentista nuclear b A doutrina da Destruição Mútua Assegurada cor respondeu à estratégia militar e a de segurança adotadas durante a Guerra Fria O desenvolvi mento de armas cada vez mais sofisticadas e de grande poder de destruição não era para ser usado servia para intimidar o inimigo Era essa a garantia de equilíbrio que evitava um confronto direto entre as superpotências já que ambas seriam arrasadas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 324 300516 1455 325 Leitura e discussão Berlim p 34 1 O trecho ressalta a ausência de democracia na Alema nha Oriental A única opção de escolha era a fuga para a Alemanha Ocidental através da cidade de Berlim onde a circulação entre os dois lados da cidade era apesar de controlada permitida 2 A situação econômica inferior em relação à Alemanha Ocidental e a ausência de democracia Conexão História O sepultamento do comunismo p 35 1 Karl Marx intelectual fundador da filosofia marxista comunista teve importante papel revolucionário na segunda metade do século XIX Lenin revolucionário e líder do partido bolchevique liderou a Revolução e foi o primeiro Chefe de Estado de um país socialista Stalin revolucionário bolchevique assumiu o governo soviético após a morte de Lenin até o início da década de 1950 Comandou a União Soviética durante a Segunda Guerra e a transformou em uma das maiores potências do século XX Mikhail Gorbatchev líder soviético na década de 1980 no auge da crise econômica que abalou o mundo socialista Implantou reformas econômicas Perestroika e promoveu a abertura política Glasnost mas não conseguiu evitar a desintegração da União Soviética em 1991 2 Os personagens estão hierarquizados na charge Marx figura maior em destaque apoiase em um cajado com uma foice e um martelo que simbolizam a doutrina comunista o marxismo Do outro mundo ele observa raivoso e não acredita no que vê eu não posso acredi tar nos meus olhos o desdobramento e o fim da sua doutrina filosófica Logo abaixo no meio da nuvens aparecem seus seguidores Lenin e Stalin Por sua vez esses personagens expressivos do socialismo russo e soviético também não acreditam no que veem Gor batchev sepultando o comunismo à frente do cortejo com uma coroa de flores Contraponto Confronto ideológico p 36 1 No capitalismo a renda nacional é acumulada por uma elite e destinada à produção de meios de destruição bélica Em destaque o trabalhador conta abatido as parcas moedas que lhe cabem acumular nesse sistema econômico ressaltando a injustiça social No socialismo soviético a renda é destinada ao desenvolvimento ao progresso econômico e à popu lação O cidadão soviético bemvestido e agasa lhado mal consegue segurar as mercadorias que acabou de comprar 2 Mostrar que os Estados Unidos sob o comunismo seriam conduzidos ao caos Is this tomorrow É este o amanhã America under communism América sob o comunismo Compreensão e análise 2 p 37 1 a Ao golpe militar de 1964 no Brasil b Aliandose a ditaduras militares na América Latina os Estados Unidos visavam impedir a ascensão de gover nos simpáticos aos ideais socialistas e fundamental mente garantir a manutenção dos seus interesses e da sua influência nessa porção do continente americano c Democracia para os Estados Unidos expressava a manutenção nos países latinoamericanos dos governos favoráveis aos seus interesses mesmo que isso significasse a derrubada violenta da democracia parlamentar por meio de intervenções militares A liberdade era garantida apenas àqueles que não eram contrários ao modelo capitalista estadunidense 2 A Carta das Nações Unidas fundadora da ONU afir mou o princípio de igualdade de direitos e autodeter minação dos povos e durante a sua existência apoiou a descolonização e opôs o colonialismo ao ideal de paz sobre a qual foi fundada Os Estados Unidos e a União Soviética apoiaram a descolonização afroasiática com o objetivo de ampliar suas áreas de influência e ao mesmo tempo conter a expansão do inimigo 3 a Tratase da Crise dos Mísseis de 1962 A crise iniciouse com a descoberta da instalação de uma base de lançamentos de mísseis pela União Soviética em Cuba a cerca de 150 km da costa dos Estados Unidos As duas superpotências chegaram muito próximas de um confronto militar Depois de 13 dias de tensões os russos desistiram da base cubana de lançamento de mísseis e os Estados Unidos retiraram a base que haviam instalado na Turquia além de se comprometerem a não invadir Cuba b Os líderes das superpotências Kennedy direita e Krushev esquerda sentados à mesa e usando como cadeiras armas nucleares negociam a retirada dos mísseis cubanos Os personagens travam uma queda de braço e estão preparados para acionar seus mísseis a qualquer momento Vale comentar com os estudantes que Kennedy e Krushev estão sentados sobre as bombas dos inimigos e que elas estão representadas por um H Tratase da Bomba H ou bomba de hidrogênio mais poderosa que a bomba atômica TSV2ManualParteEspecifica323384indd 325 300516 1455 326 CAPÍTULO 2 GRANDES ATORES DA GEOPOLÍTICA NO MUNDO ATUAL Síntese e objetivos Neste capítulo são analisadas as situações políti cas e econômicas surgidas desde o final da Guerra Fria década de 1990 que determinaram novas orientações às relações entre os países o fim da União Soviética e do socialismo no Leste Europeu o processo de democratização dos países desse bloco a reunificação da Alemanha a ascensão da China e outros importantes protagonistas no cenário geopo lítico internacional O capítulo analisa o atual papel dos Estados Uni dos nas relações internacionais e discute o contexto de formação de uma maior multipolaridade de poder em que a liderança dos Estados Unidos é contraba lançada por outras potências como Japão União Europeia liderada pela Alemanha China e Rússia Nesse cenário analisase o novo papel da Rússia no quadro internacional e destacase o atual cenário econômico da China e de suas áreas de influên cia Destacamse também importantes conflitos do mundo atual como as disputas territoriais no Mar da China Meridional e Oriental envolvendo países da região ÁsiaPacífico e a Primavera Árabe Este capítulo foi elaborado com a finalidade de levar o estudante a adquirir as habilidades de analisar os fatores do crescimento econômico da Alemanha e do Japão os dois grandes derro tados da Segunda Guerra Mundial na segunda metade do século XX explicar e analisar criticamente a ascensão da China como potência discutir as relações da China com o conti nente africano entender as dificuldades de transição da Rússia à economia de mercado e comparar a situa ção do país no contexto geopolítico do final da década de 1990 e da atualidade discutir a mudança da política externa unilateral dos Estados Unidos no final da primeira década do século XXI compreender o atual quadro geopolítico mundial com base na multipolaridade do poder econômico relacionar dados em gráficos a conteúdos estudados Sugestões de respostas e comentários Contexto Acordo nuclear iraniano p 38 1 Os representantes dos países do grupo P51 da União Europeia e do Irã anunciam em abril de 2015 o acordo sobre o programa nuclear iraniano na cidade de Lausanne Suíça Na imagem a disposição dos repre sentantes da esquerda para a direita são 1 China 2 França 3 Alemanha 4 União Europeia 5 Irã 6 Rússia 7 Reino Unido 8 Estados Unidos Cabe comentar com os estudantes que as personali dades da imagem são da esquerda para a direita o Chefe da Missão da República Popular da China para a União Europeia Hailong Wu o ministro dos Negó cios Estrangeiros francês Laurent Fabius o ministro das Relações Exteriores da Alemanha FrankWalter Steinmeier a representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança Federica Mogherini o ministro das Relações Exteriores iraniano Javad Zarifat um representante russo não identificado o secretário do Exterior britânico Philip Hammond e o secretário de Estado dos Estados Uni dos John Kerry 2 Podem ser citados Estados Unidos Rússia Reino Unido França China Índia Paquistão Israel e Coreia do Norte Lembrar os estudantes que Israel nunca afirmou ter armas nucleares Olho no espaço Geopolítica da Ásia e despesas militares p 49 1 Organização de Cooperação Econômica de Shangai fun dada com a finalidade de reforçar a cooperação econômica entre os paísesmembros e combater o tráfico de drogas o terrorismo e o separatismo Ela é vista como uma força de segurança multinacional capaz de contrabalançar a influência da Otan na Ásia Central e no Irã 2 D Arábia Saudita 45 E Japão 26 F Alema nha 26 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 326 300516 1455 327 Compreensão e análise 1 p 50 1 a O gráfico mostra o processo de desaceleração da economia chinesa a partir da crise financeira mundial de 2007 quando o país perdeu muitos investimentos externos e registrou queda nas suas exportações A partir de 2010 a China passou a crescer abaixo de dois dígitos b Essa desaceleração é motivo de preocupação para a economia mundial sobretudo para os grandes parceiros comerciais da China que lhe vendem commodities 2 a Os frequentes atentados à liberdade de expressão e da imprensa praticados na China b O Mar da China Meridional é uma rota comercial fun damental para parcela significativa da frota mercante do mundo por onde circulam 50 das mercadorias negociadas no comércio global e portanto é uma importante subregião econômica e estratégica O controle do mar pelo governo de Pequim é motivo de diversas disputas territoriais entre os países da região Retome o mapa Disputas no Mar da China Meri dional figura 4 para que os estudantes revejam as principais disputas as Ilhas Spratly são reivin dicadas por seis países China Vietnã Filipinas Brunei Taiwan e Malásia as Ilhas Paracelso por China Taiwan e Vietnã Ponto de vista O futuro do poder p 62 1 O autor cita os casos da União Soviética na década de 1970 e do Japão na década de 1980 A economia sovié tica nessa época começou a dar sinais de esgotamento o que levou ao seu desmantelamento no início da década de 1990 O Japão que era visto como país capaz de fazer frente à economia estadunidense declinou seu ritmo de crescimento a partir da década de 1990 e hoje foi superado pela economia chinesa Os estudantes podem buscar informações sobre o Japão neste capítulo e sobre a União Soviética no Captulo 1 2 Pelo fato de estarem focadas essencialmente no cres cimento do PIB 3 A China apresenta problemas dentro do seu próprio território com as suas regiões autônomas separatis tas Tibet Mongólia Interior e XinjiangUigur Apre senta muitas questões pendentes com seus vizinhos que podem ser exemplificadas com a questão da reincorporação de Taiwan as disputas de territórios insulares no Mar da China Meridional com o Vietnã as Filipinas Brunei Taiwan e Malásia e as disputas de territórios insulares no Mar da China Oriental com o Japão 4 Sim quando cita a importância das forças armadas Compreensão e análise 2 p 63 1 Japão e Alemanha que foram derrotados na Segunda Guerra Mundial e aos quais foram impostas limita ções aos investimentos militares retomados na última década O Japão é atualmente a terceira economia do mundo e a Alemanha a quarta 2 a A China detém arsenal nuclear é a segunda economia do mundo membro do Conselho de Segurança da ONU e possui o segundo maior orçamento militar do planeta Abriga também o maior contingente populacional do globo mais de 137 bilhão de habitantes o que lhe garante grande potencial de mercado e a formação da maior força armada do mundo mais de 23 milhões de pessoas b A China mantém relações pragmáticas com países africanos evitando qualquer enfrentamento ideo lógico ou moral Importa desses países petróleo ferro cobre e algodão e realiza investimentos no continente por meio de diversas empresas princi palmente a PetroChina hoje uma das maiores do mundo Além de ampliar suas exportações para a África tem investido em meios de transporte usi nas de energia e sistemas de telecomunicações e adquirido amplas áreas de terras agricultáveis em países do continente c A Organização de Cooperação de Shangai OCS é formada por China Rússia e quatro países da Ásia Central Cazaquistão Quirguistão Tadji quistão e Uzbequistão Tem o objetivo de estrei tar a cooperação política econômica e militar em ações de defesa e combate ao terrorismo entre os paísesmembros Alguns analistas indicam que essa organização pode ser um contraponto militar à Otan O Banco Asiático de Investimento em Infraestru tura BAII é a grande iniciativa chinesa capaz de fazer frente às atribuições que hoje perten cem apenas ao Banco Mundial Destinará seus investimentos para financiar obras de infraes trutura de países emergentes asiáticos O banco de investimento foi formado com a adesão de 56 países entre eles as principais nações europeias e o Brasil TSV2ManualParteEspecifica323384indd 327 300516 1455 328 3 Com o fim da União Soviética e as transformações na ordem mundial e a partir da década de 1990 com o fim da Guerra Fria a Rússia reduziu sua esfera de influência Atualmente exige maior participação no contexto internacional e busca reafirmarse como potência Tem realizado ações ofensivas internacio nais em áreas relacionadas aos seus interesses estra tégicos e econômicos 4 O conflito entre Rússia e Ucrânia começou no final de 2013 com a deposição do presidente ucraniano Viktor Yanukovich após protestos da população daquele país contra a política do governo ucraniano estreitar laços com a Rússia em detrimento de uma aproximação com a União Europeia No ano seguinte foram convocadas novas eleições e um governo pró europeu foi eleito A Rússia então anexou a Crimeia região autônoma da Ucrânia onde está instalada uma base naval russa e apoiou o movimento separatista em Lugansk e Donetsk regiões de maioria étnica russa no leste do país A Ucrânia é peça essencial no tabuleiro geopolítico russo por conta dos gasodutos russos que por lá passam até chegar a Europa e por representar uma importante barreira de defesa do seu território A União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções econômicas à Rússia diante da possibilidade de ela anexar outros territórios em conflito na Ucrânia 5 A Transnístria é um estado separatista da Moldávia situado na fronteira com a Ucrânia formada prin cipalmente por russos e ucranianos A Moldávia foi criada pela União Soviética em 1940 pela junção dos territórios da Bessarábia retirada da Romênia e a região da Transnístria uma pequena faixa da Ucrânia A Transnístria declarou independência em 1990 e separouse da Moldávia antes mesmo de a Moldávia conquistar a própria independência da União Sovié tica em 1991 Desde então a Transnístria mantém um governo independente e ligado militarmente à Rússia abrigando inclusive uma base militar russa A sobrevivência da região tem sido garantida pela Rússia por meio de apoio político e financeiro e fornecimento de gás subsidiado O apoio da Rússia à Transnístria lhe garante presença militar estratégica entre a Ucrânia e a Moldávia Sugestões de atividades complementares Pesquisas A temática a respeito da geopolítica do mundo atual será mais bem aproveitada pelos estudantes se trabalhada de modo contextualizado Para isso orientamos que o trabalho seja desenvolvido por meio de um estreito acompanhamento às notícias veiculadas pela mídia Dessa forma os temas pode rão não só ser apresentados aos estudantes moti vando o estudo como também complementados e atualizados Indicamos a seguir alguns temas para pesquisa Organize a turma em grupos e sugiralhes os temas estes poderão ser revistos e outros poderão ser acrescentados conforme o interesse dos estudan tes e a relevância dos fatos Oriente a pesquisa e ao final dela conduza a socialização dos resultados que pode ser feita por meio de discussão seminário ou mural entre outras possibilidades Essa atividade pode ser elaborada em parceria com as disciplinas de História e Sociologia Temas políticos internacionais do momento peça aos estudantes que pesquisem em jor nais revistas e internet artigos sobre essa temática Após lerem os artigos eles deverão fazer um resumo mencionando os países envolvidos nos conflitos eou acordos o tema principal e outros comentários relacionando o artigo ao contexto geopolítico Nesse tipo de pesquisa é importante atentar para a pos sibilidade de atualização das informações uma vez que os conflitos as relações entre países e o papel de cada potência no contexto geopolítico passam por modificações após o fechamento do livro Procure orientar os estudantes nesse sentido Relações internacionais do governo brasileiro no início do século XXI diretrizes negocia ções comerciais e coordenação com atores relevantes da política mundial Índia África do Sul China e países vizinhos da América do Sul Esta pode ser uma atividade interdis ciplinar com a área de História para a qual os estudantes deverão se informar sobre a atuação diplomática do Brasil em momen tos históricos anteriores fazer comparações e registrar suas conclusões mediante texto escrito a ser debatido e compartilhado com os colegas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 328 300516 1455 329 Debates Guerras e direitos humanos sensibilize os estudantes perguntando o que eles acham que ocorreu com as pessoas dos países que tiveram amplos trechos de seus territórios espaços agrícolas e urbanos devastados em razão das batalhas da Segunda Guerra Mun dial Comente que ao final daquele conflito muitos cidadãos desses países não tinham como recomeçar a vida sendo obrigados a se refugiar em outros Estados que lhes oferecessem melhores oportunidades Foi também nesse contexto histórico que muitos dos ascendentes europeus dos jovens atuais possivelmente inclusive de alguns de seus estudantes vieram para o Brasil Vale propor uma conversa sobre a situação dos refugiados e deslocados de guerra sob a perspectiva dos direitos humanos por exem plo no que diz respeito a uma nacionalidade à fixação em um território e à manifestação de sua cultura Se possível conduza esse debate com o auxílio do professor de História estabelecendo paralelos com a atual crise de refugiados na Europa observando mudanças e permanências entre os dois eventos Essa temática será retomada na Unidade 3 do Volume 3 desta coleção A ONU e sua atuação indicamos a seguir alguns temas que poderão ser discutidos Se necessário solicite previamente uma pesquisa sobre eles para melhor embasamento teórico da atividade Se possível envolva também o professor de História Conselho de Segurança atribuições ações e a posição brasileira e a de outros países no contexto atual a representatividade e a importância do G4 Alemanha Brasil Índia e Japão no Conselho Como tornar a ONU mais democrática Posicionamento e atuação da ONU em ques tões políticas internacionais do momento Geografia poltica e novas territorialidades No interior de um tratamento clássico do objeto da Geografia Política figura o Estado especificamente o Estadonação configu rando o território Uma política expansionista pode estar no horizonte de uma extensão terri torial necessária justificandoa Nos escritos de Ratzel e de Vidal de la Blache lêse a possibilidade de uma Geografia colonial1 O caminho da Geografia também foi o de reco nhecer outros instrumentos de territorialização outras organizações e instituições do que adveio uma interpretação que supunha as relações de poder determinando o território e não exclu sivamente o Estado Assim o termo territoria lidade ganha expressão no corpo da ampliação do conceito Haveria numerosas territorialidades 1 Cf MORAES Antonio Carlos Robert Org Ratzel São Paulo Ática 1990 SOUBEYRAN Olivier Imaginaire Science et Discipline Paris Harmattan 1997 que definiriam usos do território marcados pelas relações de poder Eis o eixo analítico o espaço tratado indepen dentemente das relações de poderio espaço em si o território abarcando essas relações e as territorialida des definindo numerosas formas de poder e de uso2 Parece que esse último tratamento corrige a ver são clássica dandolhe maior abrangência Em um momento em que o Estado Nacional aparece frágil diante de políticas mundiais e interesses privados globalizados essa versão é ainda mais enaltecida A generalização das relações de poder e sua complexidade justificam a ampliação da concepção de Geografia Política Uma concepção lógicofor mal passa a dominar a estruturação do território separando segmentando dividindo mas produ zindo nós e núcleos centralizadores a partir dos quais mas não somente as malhas de relações são constituídas Foucault está entre os introdu tores da discussão de uma razão a da separação e ao mesmo tempo do controle impondose no 2 Cf RAFFESTIN Claude Por uma Geografia do poder São Paulo Ática 1993 Neste texto considerando os contextos político e econômico a autora discorre sobre os conceitos de território e territorialidade dando noções de sua historicidade Leitura complementar para o professor TSV2ManualParteEspecifica323384indd 329 300516 1455 330 terreno Mas o risco está na diluição da definição do político e das estratégias que comporta Antes ainda é necessário destacar que o território está no plano do real do concreto e as territorialidades no plano do misto entre o real e o representado O universo das representações por meio das territo rialidades entra no cômputo da Geografia Política O que se deixa para trás com essa alteração do objeto de análise De um lado temos de enfrentar a crise do Estado Nacional Mas de outro a versão alter nativa é mais de cunho fenomenológico do que analítico uma vez que deixa sem tratamento claro a relação entre o político e o econômico Colo quemos de lado a concepção marxista de base e superestrutura mas esbocemos a noção também marxista de relação entre o político o econômico e o social O político e o econômico submetendo o social as relações sociais de modo geral É da ordem do político um papel fundamental na sociedade moderna a gestão do sobreproduto social que significa a potência de parte da riqueza social produzida A distribuição dessa sua utilização em uma ou outra direção tem consequências funda mentais na constituição e repartição territoriais Não se pode falar jamais na sociedade capitalista em uma separação radical entre o político e o econômico É comum argumentarse que o Estado está atrelado às exigências da base econômica Então o que há de novo O novo é que esse consórcio entre o político e o econômico se estreitou O Estado cola na econo mia expressão de Fernando Iannetti e se caracteriza como Estado de Emergência3 isto é do sobreproduto social gestado um porcentual bem menor é transfe rido ao que é do âmbito do social ou ainda em vez de recursos sociais constantes tratase de investimentos de emergência e mais conjunturais O Estado prepara o terreno por exemplo para numerosos investimentos urbanos consolidando legislações de uso indicando projetos de urbani zação ou habitação Mas o que a Organização Mundial do Comércio OMC o Banco Mundial o Fundo Monetário Internacional FMI o Fórum Econô mico Mundial e outros organismos nos contam Contamnos que o Sistema dos Estados com a globalização é um grande mentor e administrador do sobreproduto social mundial pois reparte e legitima investimentos administra e regulamenta compromissos de endividamento etc e tem uma hegemonia que é a do império americano 3 Cf GROUPE DE NAVARRENX Du Contrat de Citoyenneté Paris SyllepsePériscope 1990 p 254291 Tratase de uma territorialidade mundial com características de rigidez controle e poder movida pelos interesses de mercados dominantes que submetem os territórios e as políticas nacionais No bojo da relação estrita entre o econômico e o político em outras palavras do político colado na economia está uma alteração de prioridades de investimentos estatistas no âmbito nacional básica para a realização dessas políticas mundiais Temos então numerosas territorialidades fixas construídas por estruturas de poder cujo desvendamento exige a leitura do Estado e da ação estatista e podem constituir unidades estaduais municipais etc ou ser lidas a partir do Estado Nacional num consórcio de Estados como o Mer cosul a União Europeia UE isto é territoriali dades regionais e mundiais regidas por interesses econômicos mas cujo fundamento é o Sistema de Estados Há sujeição e dominação não apenas coe rência e composição nessas estruturas hierarqui zadas portanto contradição desnível e conflito Os blocos regionais como a UE e outros não significam exatamente melhoras mútuas de con dições econômicas e comerciais São formas de reunião dos Estados em face dos imperativos da globalização e ajustes necessários a ela Os cri térios de convergência e a adaptação a eles de cada país congregado podem levar a uma guerra comercial de uns em relação aos outros marcada pela concorrência sem a preservação dos direitos anteriores à proteção de seus mercados internos O que equivale em muitos países à conquista de maior competitividade à austeridade salarial e à flexibilização do trabalho à desqualificação profissional a contratos temporários de trabalho e à redução dos direitos sociais e trabalhistas Dessa estruturação territorial surgem como contraponto as territorialidades móveis mais flexí veis constituindo os contrapoderes dessa organiza ção global são as ações anticapitalistas e negadoras da globalização movidas por entidades diversas como ONGs organizações partidárias movimentos sociais militantes ativos reunidos numa situação Situação termo definido pelos situacionistas como organização coletiva de um ambiente unitário e de um jogo de acontecimentos4 marcado por sua temporalidade Essa situação é de confronto e de embate mas tem traços de festa podendo consti tuir uma festa trágica Aqui trabalhamos também com a noção de momento para Henri Lefebvre como conjuntura que mexe com as estruturas esta belecidas O descontínuo valorizado no terreno do vivido na trama da continuidade 4 Cf Internationale Situationniste Paris Arthème Fayard 1997 p 13 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 330 300516 1455 331 Lembremos que há uma história substanciosa desses momentos como a Comuna de Paris o Movimento de 1968 etc No plano do aconteci mento há um liame entre essas contestações Essa descontinuidade criadora tem um começo uma realização e um fim criando um tempo e um espaço com certa duração O momento constitui uma forma que persiste como memória e nesse sentido tem uma per manência uma história Ele congrega a festa que atravessa e resiste à prosa do mundo e do cotidiano e pode ser uma festa violenta5 Em si mesmas essas organizações podem constituir territorialidades mais fixas mas sua força política vem principal mente da construção das situações ou momentos como territorialidades móveis O Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre em janeiro de 2001 representou essa contraposição Contudo nos termos de Paulo Arantes Falta a transformação dessa força social em força política A direção que se apresenta é a da politização6 O outro momento da globalização numa relação dialética com ela seria para muitos pesquisadores definido como o acirramento das diferenças sociais a violência e a barbárie mas também a prolifera ção de organizações alternativas como as ONGs e uma ação pulverizada e internacional negadora das políticas econômicas globais7 Nesse novo con texto as contestações localizadas territorialmente e em face dos seus objetivos podem constituirse como momentos em organizações de transparência internacional como o Movimento dos Trabalhadores SemTerra MST redefinindo inclusive sua pauta de reivindicações um exemplo nesse caso é o da inclusão da luta do MST contra os transgênicos Mas nesse bojo insistamos sobre as territoria lidades móveis que os momentos de ação subver siva constituem Elas podem significar uma nega ção substantiva da ordem vigente como também apenas uma representação espetacular efêmera que alimenta a indústria do espetáculo Há sempre esse leque e essa ambiguidade entre o que é real e possível e o que é uma representação substituindo ou telescopando8 as possibilidades isto é reduzindo ou extrapolando sua substância original Essa variedade não retira o significado 5 Cf LEFEBVRE Henri Critique de la Vie Quotidienne II Paris Arche 1961 p 340357 6 Cf Folha de SPaulo 29 jan 2001 A13 7 Cf RIFKIN Jeremy La Fin du Travail Paris La Découverte 1997 8 O termo foi configurado por Henri Lefebvre A télescopage está no plano da produção de uma ilusão de uma confusão de um misto de realidade e representação potencializado por transferência e redefinição de conteúdos terrivelmente ativas político da resistência que pode estar em consti tuição que aparece no plano das territorialidades móveis e como festa violenta de negação As territorialidades móveis são múltiplas hete rogêneas incluem as territorialidades locais que constituem uma forma de sua realização O que é do âmbito do local não é estritamente local ou só local e o que é mundial para se realizar necessita de formas territorialmente situadas Colocando o acento nas territorialidades co ti dianas vaise também em direção ao espaço vivido Nesse sentido podese compreender esse tema em um universo de apropriação possível dos espaços como estão configurados reconhecidos os limites à apropriação dono mundo atual Apropriação possível que define territorialidades isto é espaços apropriados preenchidos de sentidos e significados sociais e individuais para determinados sujeitos esses que assim denotam as territorialidades As territorialidades definiriam os localismos isto é diante das restrições à apropriação social e espacial resta a volta aos particularismos Carre gamse de sentidos os espaços imediatos de vivên cia pois os demais são incontroláveis Devotamse a eles todas as necessidades de sociabilidade e realização quando eles não são suficientes para satisfazêlas Portanto a relação é patológica deri vada da vivência num mundo que não domina mos Ela implica a possibilidade de violência pois os espaços locais não conseguem substituir os espaços mais abrangentes não apropriados Seus limites aparecem por diversas formas de violência Os espaços urbanos se representam por meio das territorialidades No nível real não são apropriados no nível da representação eles o são definindo dessa forma as territorialidades como objeto espacial privilegiado As territorialidades cotidianas portanto são apropriações também ilu sórias O que revelam é um mundo não apropriado substituído por espaços de vivência restritos que simulam a apropriação As territorialidades cons tituem uma apropriação crítica É possível vislumbrar as territorialidades como nós ou núcleos de controle de aparatos de poder alternativos àqueles da economia e política vigen tes resultado em última instância da exclusão econômica e social São áreas de controle e legi timação do tráfico de drogas marginais gays michês travestis e outras organizações áreas cuja gênese é a exclusão A exclusão define contradi toriamente a configuração de territorialidades cotidianas as quais não realizam exatamente a apropriação espacial elas acima de tudo revelam toda forma de exclusão como contraditória crítica TSV2ManualParteEspecifica323384indd 331 300516 1455 332 As territorialidades assim definidas substituem a compreensão dos espaços urbanos somente a par tir dos bairros porque não estamos diante de uma cidade mas de uma metrópole a cidade explodida cuja forma definidora é aquela do centroperiferia Os cortiços as favelas as ocupações os bair ros periféricos os conjuntos habitacionais podem constituir territorialidades mediante formas de organização da população próprias desses locais Contudo a interferência do Estado e das insti tuições nessas formas de sociabilidade deve ser decifrada Não somente por meio de tais interfe rências muitas reivindicações são conquistadas porém é necessário avaliar as mediações políticas que elas próprias constituem e aquelas que por seu intermédio ganham transparência e legitimidade como partidos políticos movimentos sociais e ins tituições religiosas que mantêm seus territórios na cidade Atentese porém para o fato de que essa avaliação deve ser completada pela noção de representação como substituição Nesse sentido uma associação pode representar um movimento sendo seu simulacro preservando o que o define como significante para se legitimar9 Há em São Paulo associações que se autodefinem pelo Movi mento dos Trabalhadores SemTerra por exemplo a Associação dos Trabalhadores SemTerra de São 9 Henri Lefebvre fala de uma enorme massa de significantes palavras frases imagens signos diversos perdidos ou mal unidos a seus significados seus conteúdos originais e históricos separados deles Esses significantes flutuam disponíveis para a publicidade e a propaganda o sorriso se converte em símbolo da felicidade cotidiana a do consumidor radiante a pureza vem unida à brancura obtida pelos detergentes Quanto aos significados abandonados eles se compõem como podem La vida cotidiana en el mundo moderno Madrid Alianza Editorial 1984 p 75 Paulo envolvida na compra de terrenos no Jardim Canaã próximo à Rodovia Anhanguera10 A comercialização de terras urbanas populares em São Paulo de forma alternativa àquelas pró prias da ação estatista deu lugar aos mutirões e aos movimentos mas também à simulação das lideranças contestatórias e à compra e venda irre gulares da terra urbana Durante um movimento de reivindicação constituemse territorialidades espaços que repre sentam a relação entre sujeitos congregados ou associados Para conquistar espaços de moradia por exemplo é comum o estabelecimento de rela ções de solidariedade e sua projeção concreta num espaço Aquelas se definem a partir deste e este espaço por sua vez as reproduz no momento da ação coletiva de conquista No momento seguinte o do estabelecimento da vida cotidiana os laços se esboroam A representação da territorialidade esta belecida se preserva a solidariedade real se esvai Aqui estamos diante de uma questão complexa o cotidiano recria territorialidades ou as dilui O cotidiano expressa a ordem distante a do Estado e a da economia misturandose na vida diária ele pode expressar a territoriali dade somente como representação substituindo o controle real da vida diária pelo sujeito As territorialidades cujos nexos envolvem ações estatistas são mediáticasÓ 10 Trabalho de pesquisa realizado por Andréa de Paula Bassoto como monografia de final de curso no Departamento de Geografia da USP em 1998 A autora analisa a associação sem esta interpretação que faço neste texto DAMIANI Amélia Luisa In PONTUSCHKA Nídia Nacib OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de Org Geografia em perspectiva São Paulo Contexto 2002 p 1725 Sugestões de livros sites e filmes Livros O Brasil e a Segunda Guerra Mundial De Vagner Camilo Alves São Paulo Loyola 2002 Aborda o processo de envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial enfatizando o papel estruturante do conflito na delimitação das escolhas possíveis para um país com poucos recursos de poder no sistema internacional Jihad x McMundo De Benjamin R Barber Rio de Janeiro Record 2004 Tratase de esclarecedora análise do conflito central do século XXI capitalismo de consumo versus fundamentalismo religioso em que a democracia e a ideia de Estadonação estão em xeque Uma breve história do século XX De Geoffrey Blainey São Paulo Fundamento 2010 Cem anos da história são abordados neste livro em que são destacados as duas maiores guerras a ascensão e queda dos regimes comunistas o colapso econômico o declínio das monarquias e dos impérios da Europa entre outros temas O século XX explicado aos meus filhos De Marc Ferro Rio de Janeiro Agir 2008 Neste livro o autor questiona o século XX como o século do progresso abordando entre outros temas as diferenças entre as guerras mundiais o que foi a Guerra Fria o que significa a queda do Muro de Berlim a origem da hostilidade entre muçulmanos e o Estado de Israel TSV2ManualParteEspecifica323384indd 332 300516 1455 333 O poder global e a nova geopolítica das nações De José Luís Fiori São Paulo Boitempo 2007 O livro reúne cinquenta ensaios do cientista político José Luís Fiori relacionados a temas que marcaram o início do século XXI A Organização das Nações Unidas a China a Índia a Rússia e a União Europeia são alguns dos temas abordados entre outros de atualidade relevante A era dos extremos o breve século XX 1914 1991 De Eric Hobsbawm São Paulo Companhia das Letras 2008 Neste livro o historiador oferece um panorama do século XX que como ele mesmo diz foi a era das ilusões perdi das Aborda as transformações políticas culturais sociais e religiosas desse século desvendandoo por meio de suas catástrofes e conquistas Globalização democracia e terrorismo De Eric Hobsbawm São Paulo Companhia das Letras 2007 Composto de dez ensaios o livro apresenta um painel da situação mundial no início do século XXI Hegemonia demo cracia nacionalismo terrorismo guerra e paz são analisados de forma crítica e rigorosa pelo autor Segunda Guerra Mundial Stalingrado De Rupert Matthews Trad de Ricardo Souza São Paulo M Books 2012 Aborda a resistência de Stalingrado que foi o ponto de virada da Segunda Guerra Mundial e na qual o sexto exército unidade de elite alemã foi rechaçado e forçado à rendição A Revolução de 1989 a queda do Império Soviético De Victor Sebestyen São Paulo Globo 2009 Neste livro o autor traça um painel de circunstâncias e personagens decisivos para a derrocada comunista João Paulo II Lech Walesa Ronald Reagan George Bush Erich Honecker Nicolau Ceausescu Jan Palach Vaclav Havel são algumas dessas personagens que ainda incluem Leonid Brezhnev Yuri Andropov e Mikhail Gorbatchev cujas traje tórias se entrecruzam O imperialismo sedutor a americanização do Brasil De Antônio Pedro Tota São Paulo Companhia das Letras 2000 Foca o entreguerras e a preparação dos Estados Uni dos para uma eventual participação na Segunda Guerra Discute as relações desse país com o Brasil no período evidenciando ao mesmo tempo a penetração da cultura estadunidense nele Sites Comciência wwwcomcienciabrreportagensguerra guerra07htm A página do site da SPBC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência mostra a disputa científica entre os Estados Unidos e a União Soviética voltada para a produção de armamentos mísseis balísticos intercontinentais tecno logia aeroespacial e de satélites Ecos da Segunda Grande Guerra httpsegundaguerra netsitesegundaguerraorgereferenciasobre segundaguerramundialemrevista Site com amplo acervo sobre a Segunda Guerra Mundial contendo dados cronológicos imagens textos e principais acontecimentos do conflito Embaixada da República Popular da China no Brasil httpbrchinaembassyorgpor O site mostra a visão oficial da China sobre suas relações comerciais diplomáticas e políticas e sua versão sobre ques tões polêmicas que envolvem o país Gramsci e o Brasil wwwartnetcombrgramsci arquiv326htm Apresenta ampla variedade de artigos de pensadores de esquerda nos quais os temas sobre o socialismo são abor dados em profundidade Guerra Fria httpeducaterraterracombrvoltaire mundoguerrafriahtm Site do historiador Voltaire Schilling apresenta discussões sobre os acontecimentos que marcaram o início do período da Guerra Fria Plano Marshall Doutrina Truman tratados do período pósguerra entre outros Organização das Nações Unidas ONU em inglês espanhol e francês wwwunorg Site oficial da ONU com seus principais organismos docu mentos e ações Organização do Tratado do Atlântico Norte em inglês wwwnatointcpsennatoliveindexhtm Site da Otan com notícias atualizadas sobre suas atividades Filmes Apocalypse now De Francis Ford Coppola Estados Unidos 1979 148 min A Guerra do Vietnã é retratada tendo como pano de fundo a insanidade de um comandante militar que comete atrocida des no campo de batalha submetendo a tropa à realização de suas loucuras Apocalipse Redescobrindo a Segunda Guerra Mundial De Isabelle Clarke França 2008 312 min Documentário em três DVDs produzido apenas com ima gens reais combinadas em uma linguagem cinematográfica com base em relatos de pessoas comuns revela as barbáries da Segunda Guerra Mundial e explica as estratégias militares com passagens do dia a dia dos combates Boa noite e boa sorte De George Clooney Estados Unidos 2006 93 min Responsável pela operação Caça às bruxas que acu sava cidadãos estadunidenses de serem comunistas Joseph McCarthy enfrenta sérios embates com um jornalista o que leva à queda do político nos anos 1950 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 333 300516 1455 334 Dr Fantástico De Stanley Kubrick Estados Unidos Reino Unido 1964 95 min Acreditando que os soviéticos estão sabotando os reserva tórios de água estadunidenses um general resolve bombar dear a União Soviética podendo desencadear uma Terceira Guerra Mundial O espião que sabia demais De Tomas Alfredson AlemanhaFrançaReino Unido 2012 127 min Conta a história de um espião britânico veterano que pre cisa desvendar um mistério sobre um agente duplo que trabalhava para Os Estados Unidos e para a União Soviética a Guerra Fria Pra frente Brasil De Roberto Farias Brasil 1983 104 min Por meio da história de um personagem o filme retoma a fase de maior repressão da ditadura militar brasileira durante a década de 1970 a ação dos movimentos de esquerda e a prática da tortura pelos órgãos de segurança criados no período Treze dias que abalaram o mundo De Roger Donaldson Estados Unidos 2000 145 min A iminência de um conflito nuclear em razão da crise dos mísseis abala o mundo num dos mais tensos períodos da Guerra Fria Agentes da sociedade Publicidade e valores p 64 Conexões Este projeto pode ser desenvolvido em conjunto com os professores de História a publicidade e a propaganda ao longo do tempo Sociologia sociedade de consumo e publici dade política e publicidade Filosofia ética Biologia danos ambientais em razão do modelo atual de produção e consumo Arte os recursos visuais sonoros sensoriais etc utilizados na propaganda e publicidade para maior convencimento do público Língua Portuguesa gênero propaganda com petência leitora Sugestão para o planejamento do projeto 1 aula apresentação da proposta leitura e discussão do texto 1 aula organização dos grupos escolha dos veículos de informação e orientação da pesquisa 1 semana coleta e análise das informações 1 aula discussão e sistematização dos dados coletados 1 aula elaboração das apresentações se necessário os estudantes deve se reunir fora do horário de aula 1 aula apresentação e discussão final Este projeto pode ser trabalhado ao final da Uni dade 1 e ao longo da Unidade 2 na qual serão abordados temas relacionados à globalização e ao comércio mundial O objetivo é possibilitar que os estudantes percebam que as propagandas não divulgam apenas produtos e serviços mas veiculam também valores opiniões informações e crenças valendose muitas vezes de recursos apelativos e abusivos Essa influên cia da mídia muitas vezes cria novas necessidades nas pessoas devendo ser por tanto compreendida nessa dimensão O desenvolvimento de uma visão crítica sobre a publicidade e os diversos meios de comunicação é importante para compreender a influência de ambos no cotidiano das pessoas nos costumes e valores da sociedade ao longo do tempo por isso propomos que sejam analisadas propagandas de produtos preferidos pelos estudantes veiculadas em diferentes mídias como jornais revistas internet televisão rádio etc Vale inserir conhecimentos de História comentando com os estudantes que a propaganda existe desde a Antiguidade Na Roma Antiga por exemplo as pare des das casas que ficavam de frente para as ruas de maior movimento nas cidades eram disputadíssimas e mensagens publicitárias eram escritas em vermelho ou preto sobre o branco para chamar mais a atenção Entre as sugestões que podem auxiliar a realização da atividade indicamos o documentário The corpo ration direção de Mark Achbar e Jennifer Abbott Canadá 2003 que faz uma análise do surgimento das grandes corporações modernas e da forma como atuam em relação aos trabalhadores meio ambiente Estados sociedade etc O filme é dividido em várias partes que podem ser vistas de forma independente Algumas delas fazem uma análise específica sobre o papel da propaganda realizada pelas grandes corpo rações Se possível solicite aos estudantes que antes de iniciarem a pesquisa assistam ao filme todo ou TSV2ManualParteEspecifica323384indd 334 300516 1455 335 às partes Treinamento básico e Gerenciamento da percepção Indicamos também o documentário Criança a alma do negócio direção de Estela Ren ner Brasil 2008 que trata da influência da mídia no modo de vida das crianças e dos adolescentes Também o filme Rosaly vai às compras direção de Percy Adlon Alemanha 1989 pode ser utilizado para sensibilizar os estudantes para o tema ou como encerramento do projeto Em nossa sociedade em que os direitos do con sumidor são relativamente novos e as informações veiculadas com os produtos muitas vezes são vistas como verdades absolutas cabe às instituições educa cionais auxiliar no desenvolvimento de competências e habilidades para que os jovens recebam e interpre tem de forma crítica as informações veiculadas pela mídia É importante também que eles reconheçam que os meios de comunicação têm papel relevante na construção da vida social Os estudantes também devem refletir sobre o papel das novas tecnologias para a maior velocidade e abrangência na divulgação dos produtos a serem comercializados Vários são os exemplos que podem ser citados nesse contexto muitos deles de grande consumo entre os jovens Há os que criam novas formas de sociabilidade como por exemplo o celular e os smartphones Depois da difusão do uso dos apa relhos de telefonia móvel criouse a ideia de urgência em que todas as pessoas precisariam ser encontradas rapidamente Há ainda os tocadores de áudio portá teis que reforçam comportamentos individualizados Sobre a imagem que ilustra a página estimule a reflexão por meio de perguntas como O que as pessoas buscam ao comprar um celular tão caro logo no seu lançamento Você conhece alguém que tenha trocado algum desses aparelhos eletrônicos mesmo funcionando perfeitamente Ou alguém que teve pro blemas financeiros por gastar excessivamente com bens que não precisava comprar É possível que os estudantes afirmem que consumir smartphones rou pas e comidas da moda fazem as pessoas princi palmente os adolescentes se sentirem adequadas e aceitas na sociedade que tais produtos trazem consigo o status de modernidade e sofisticação que dão visibilidade social Para a concretização da atividade proposta uma etapa fundamental é a leitura e interpretação de um texto Aproveite a oportunidade para verificar com os estudantes a sua habilidade para compreender e interpretar textos escritos e se for o caso apontelhes caminhos para melhorála Nesse sentido é impor tante trocar ideias com o professor de Língua Portu guesa Em diversos momentos da Coleção incluímos textos complementares que possibilitam verificar se os estudantes são capazes de compreender interpre tar e ser críticos em relação às ideias expressas por diferentes autores e gêneros literários Neste manual no item Exploração de textos páginas 299 a 301 há também orientações procedimentais específicas para o desenvolvimento dessa habilidade Durante a discussão do texto de Nicolau Sevcenko oriente e avalie a atitude dos estudantes verificando se apresentam argumentos para suas opiniões se respeitam as considerações do colega e se são capa zes de avançar em seu desenvolvimento a partir dos diferentes pontos de vista A formação dos grupos e a escolha dos veículos de comunicação com que cada grupo irá trabalhar podem ser feitas por meio de sorteio ou definidas pelos próprios estudantes Avalie a capacidade de organização de sua turma e faça intervenções pontuais orientandoos na medida em que for neces sário O número de grupos e os temas também podem ser alterados conforme as necessidades da turma e a disponibilidade de acesso às mídias Ao escolherem os veículos de comunicação é importante que os grupos elejam aqueles represen tativos de cada uma das mídias em nível regional nacional ou mundial A etapa de seleção de exemplos de publicidade pode ser realizada em conjunto com o professor de Língua Portuguesa que poderá auxiliar os estudantes apresentando as características do gênero propa ganda Destaque que o objetivo último das propagan das é convencer o público de alguma coisa utilizando para isso diferentes recursos Dessa forma sempre que houver contato com um anúncio é importante ter em mente que os publicitários estão usando a linguagem persuasiva para nos conquistar seja por meio de palavras de cores de imagens de sons de estilos e principalmente nos fazer consumir A discussão sobre ética na propaganda será mais bem encaminhada com a participação do professor de Filosofia discutindo primeiramente esse conceito com os estudantes a respeito indicamos o texto Ética na publicidade e propaganda do qual extraí mos o excerto a seguir A partir do esclarecimento do conceito é possível discutir com os estudantes a relação entre ética e propaganda e sensibilizálos para o fato de que o estilo de vida os padrões de inteli gência beleza e até mesmo caráter são largamente influenciados pelas diversas mídias TSV2ManualParteEspecifica323384indd 335 300516 1455 336 Ética concepção e valorações no horizonte dos sentidos O termo ética provém do vocábulo grego ethos sinonímia de comportamento ou prática Vinculada ao caráter da pessoa isto é ao senso moral e à cons ciência moral CHAUI 2004 a ética mais do que um conceito definido é um horizonte aberto e por isso o seu sentido é ressignificado continuamente segundo as circunstâncias em que se desenvolvem as práticas humanas RUIZ 2004 p 96 O vocábulo ethos em sua tradução latina signi fica morus moral costume hábito Ética e moral possuem essa raiz comum e enquanto vocábu los são frequentemente encontrados juntos Por manterem um vínculo lógico a moralidade ou eticidade dos atos humanos é uma questão que pode ser estudada segundo Freitag 2002 p 13 valendose de uma pergunta aparentemente sim ples Como devo agir a qual por sua vez é determinada com base na consideração de seu objeto as circunstâncias e a finalidade Portanto para que um ato seja considerado moralmente bom cada um destes elementos também deverá expressar essa mesma natureza Em acréscimo a moralidade de um ato pode segundo Arruda Whitaker e Ramos 2001 agravarse ou atenuar se de acordo às circunstâncias Neste caso fazse necessário considerar o ato como totalidade o autor do ato o local o motivo o fim os meios utilizados e os resultados e consequências objeti vas SÁNCHEZ VÁZQUEZ 2005 Assim como é impossível separar a dança o ato de dançar e oa dançante no caso da ética nem todos os meios são justificáveis mas tão somente aqueles que são consoantes aos fins da própria ação e este fim é o próprio homem ou seja a nossa humani dade Portanto fins éticos exigem meios éticos CHAUI 2004 p 310 LOVISON Aida Maria PETROLL Martin de La Martinière Ética na publicidade e propaganda a visão do executivo de agências de comunicação do Rio Grande do Sul In Cadernos Ebape br v 9 n 2 artigo 6 Rio de Janeiro jun 2011 Disponível em httpbibliotecadigitalfgvbr Acesso em mar 2016 Oriente cada etapa e avalie os estudantes durante todo o processo nas dimensões conceituais pro cedimentais e atitudinais procurando observar não apenas o empenho individual mas também o desem penho dos grupos de trabalho A seguir indicamos uma sugestão de avaliação nessas três dimensões focando nos conteúdos conceituais da disciplina de Geografia Recomendase no entanto que a avalia ção seja feita em conjunto com os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto verificando se os objetivos propostos foram atingidos e conside rando as três tipologias de conteúdos para isso é importante que os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto elenquem os conteúdos con ceituais referentes a sua disciplina Sugestão para avaliação Conteúdos conceituais É capaz de identificar as mudanças dos meios de comunicação na chamada era da globalização Entende a relação entre os veículos de infor mação e as relações pessoais Reconhece que as informações sempre possuem uma fonte e que estas devem ser analisadas criticamente Conteúdos procedimentais Obtém êxito na leitura e análise de textos Está apto a sintetizar informações e apre sentálas oralmente Consegue elaborar um roteiro de pesquisa e sistematizar as informações obtidas Apresenta as informações com clareza e organização Conteúdos atitudinais Valoriza os momentos de debate em sala de aula Age com respeito em relação aos demais colegas do grupo de pesquisa Ouve e pondera as opiniões dos colegas de turma Tem postura crítica em relação à influência que a mídia em geral e a propaganda em particular exercem nos indivíduos TSV2ManualParteEspecifica323384indd 336 300516 1455 337 U N I D A D E 2 ECONOMIA MUNDIAL E GLOBALIZAÇÃO A Unidade 2 aborda a globalização processo resultante dos avanços tecnológicos que alteraram as noções de espaço e de tempo a partir das últi mas décadas do século XX produzindo impactos estruturais significativos na economia mundial e nas relações sociais e culturais Entre as questões analisadas nesta unidade são discutidos os avanços tecnológicos sobretudo dos meios de transporte e comunicação que levaram à ampliação das redes e à intensificação dos fluxos em nível global de informações capitais merca dorias e pessoas Ao discutir a formação das redes mundializadas destacase também sua desigual dade nos países em desenvolvimento em relação aos desenvolvidos Os capítulos que constituem a unidade abordam temas importantes para o entendimento do mundo atual como fluxos comerciais e financeiros expan são e papel das multinacionais sistema financeiro internacional a atuação do Estado na economia glo balizada blocos econômicos e a inserção do Brasil na fase atual de desenvolvimento capitalista A compreensão a apreensão e a ampliação de alguns conceitos e categorias de análise fundamen tais da Geografia como redes meio técnicocientí ficoinformacional divisão internacional do trabalho Estado neoliberalismo países emergentes desenvol vimento e países em desenvolvimento são trabalha das nesta unidade Tendo em vista a atualidade e a relevância dos temas abordados sugerimos que ao longo do estudo da unidade os estudantes sejam incentivados a acompanhar essas temáticas na mídia jornais revis tas televisão internet de modo a contextualizálas e tornálas significativas Essa dinâmica pode ser um grande incentivador do interesse dos estudantes além de possibilitar um trabalho crítico sobre os meios de comunicação Conexão Mapeamento de atividades interdisciplinares Unidade 2 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 3 Eu etiqueta Sociologia e Língua Portuguesa Cultura do consumo Gênero textual poema Alegoria Língua Portuguesa Leitura e interpretação de cartum 5 Desempregado Arte Arte realista de cunho social Abertura econômica Língua Portuguesa Leitura e interpretação de charge CAPÍTULO 3 GLOBALIZAÇÃO E REDES DA ECONOMIA MUNDIAL Síntese e objetivos O capítulo é dedicado à discussão da automa ção e da disseminação do uso da informática e dos diversos meios de comunicação e transporte asso ciados às múltiplas atividades econômicas funda mentais para o encurtamento das distâncias sobretudo nas últimas décadas Nesse sentido são analisados os fluxos de capitais o espaço geo gráfico das redes e o papel do Estado Assim de maneira geral os principais conceitos e aspectos abordados são globalização empresa multina cional ou transnacional meio técnicocientífico informacional fluxos redes geográficas Estado na economia globalizada o neoliberalismo a crise financeira e os movimentos que questionam os rumos da globalização Este capítulo inclui também uma reflexão sobre a crise econômicofinanceira mundial e seus des dobramentos iniciada em 2007 e classificada por analistas econômicos como a de maior gravidade desde a crise de 1929 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 337 300516 1455 338 Pretendese por meio da leitura da reflexão e da realização das atividades deste capítulo que o estudante adquira as habilidades de compreender as bases da globalização econô mica e suas implicações para as economias nacionais analisar o papel da Terceira Revolução Indus trial e o do meio técnicocientíficoinformacional contextualizados em seu dia a dia entender o processo de exclusão digital avaliando essa realidade sobretudo nos países em desenvol vimento mas também nos desenvolvidos compreender a influência das redes sociais no modo de vida e no espaço geográfico compreender a atuação do Estado na economia capitalista desenvolver a consciência crítica sobre a globa lização considerando as reflexões estruturadas ao longo do estudo ter posicionamento crítico e responsável em relação ao uso das redes sociais aprimorar a leitura de tabelas charges e mapa adquirir posicionamento crítico em relação à atual sociedade de consumo diferenciar os investimentos produtivos dos especulativos e suas consequências na eco nomia dos países Sugestões de respostas e comentários Contexto Mundo globalizado p 67 1 Os estudantes podem comentar sobre a ampliação dos investimentos entre países e o grande fluxo de capitais que circulam ao redor do globo particularmente com os processos de abertura econômica implementados em vários países no contexto de expansão da aplicação das ideias neoliberais 2 Em um mundo no qual se intensificam os fluxos de informações e capitais os cabos de fibra óptica são imprescindíveis pois tornam extremamente rápidas as circulações de dados informações imagens texto etc 3 Os estudantes podem opinar livremente sobre esse tema que é muito próximo de seu universo Neste capítulo há propostas de discussões a respeito das redes sociais além de pontos de vista de alguns espe cialistas É importante pensar o papel que as redes têm na comunicação na ampliação das relações entre as pessoas mesmo que elas sejam virtuais mas também nos problemas que podem ocasionar particularmente relacionados ao seu uso excessivo à inquietação que podem gerar nos jovens em relação à autoestima e tam bém na sua utilização para ações que ferem direitos Conexão Sociologia e Língua Portuguesa Eu etiqueta p 77 1 Objetos de uso pessoal marcas registradas logotipos 2 No modelo da sociedade atual tudo é transformado em mercadoria em objeto de consumo O poema mostra a incapacidade nesse tipo de sociedade de se fazer escolhas de maneira consciente Isso transforma as pessoas em portadoras de marcas que identificam produtos ou empresas ou seja em homensanúncios itinerantes 3 São marcas que identificam os produtos Resposta pessoal Compreensão e análise 1 p 78 1 a Porque com a implementação da automação e da robotização há aumento de desemprego em deter minados setores e porque aparece um robô na fila para entrega de currículo b Em uma situação de crise econômica com redução da demanda e consequentemente menos pedidos de mercadorias nas indústrias 2 a É importante os estudantes considerarem que o contato com um número maior de pessoas pode promover uma circulação maior de informações e por conta disso é possível conseguir empregos a partir de indicações de contatos nas redes sociais principalmente se entre eles existirem muitas pes soas inseridas no meio empresarial em associações comunitárias organizações políticas por exemplo b As redes sociais ampliam o universo de relações permitem o compartilhamento de informações e o contato com pessoas distantes facilitam contatos profissionais permitem a articulação e organi TSV2ManualParteEspecifica323384indd 338 300516 1455 339 zação de movimentos sociais e a divulgação de informações em países que censuram os meios de comunicação É fundamental que uma pessoa não tente se passar por outra ou apresente características que não lhe são próprias é importante moderar a utilização é imprescindível cuidar de sua privacidade ter em mente que compartilhar e gostar de uma informação revela seus valores seus princípios 3 a A produção não necessita ser realizada num local determinado podendo acontecer em qualquer país ou ser dividida entre países desde que haja conexão com a internet e infraestrutura adequada O inte resse das empresas multinacionais nesse processo é diminuir os custos de produção e manterse no mercado em condições de competir vantajosamente com as empresas concorrentes b Resposta pessoal Sugestões tablets e computadores 4 Resposta pessoal É possível que os estudantes men cionem sobretudo a telefonia móvel e o uso do com putador e da internet para a realização de diversas atividades como estudo trabalho lazer compras comunicação com amigos partilhar informações fotos vídeos eventos etc Se necessário pode ser feito contraponto entre o papel das inovações tecno lógicas na atualidade e no passado Apresente alguns exemplos de modos de vida anteriores às inovações experimentadas por eles Conexão Língua Portuguesa Alegoria p 80 Resposta pessoal É mais provável que o estudante aponte o que está mais evidente no cartum a relação entre ideias neoliberais e a questão social a perda de proteção social do Estado a elevação dos índices de desemprego inclusive nos países desenvolvidos e a piora na distribuição de renda O estudante pode também relacionar outros aspectos decorrentes da economia neoliberal e assinalar situações do mundo atual que mostrem quem ganha e quem perde com o neoliberalismo Pode ser uma análise focada nas relações entre países em que os países desenvolvi dos mais competitivos levam vantagem no comércio internacional com os países em desenvolvimento Pode ainda argumentar sobre a formação de grupos oligopolistas e a dificuldade de sobrevivência das pequenas empresas Leitura e discussão Crise de 1929 a maior crise do capitalismo p 84 1 As exportações brasileiras eram em boa parte de café Com a crise o mercado de consumo do produto como de qualquer mercadoria caiu significativamente afetando as exportações do Brasil A representatividade do café na economia nacional fez com que os efeitos da crise fossem expressivos em nosso país 2 O New Deal Novo Acordo foi um programa de recuperação econômica e social implementado nos Estados Unidos pelo presidente Franklin Roosevelt apoiado nas ideias do economista John Maynard Keynes Esse programa resultou na estruturação do Estado de Bemestarsocial e previa também que alguns setores da economia deveriam contar com a intervenção do Estado como os relacionados à infraestrutura Nessa perspectiva as concepções do receituário neoliberal diferem do New Deal uma vez que supõem uma intervenção mínima do Estado nas questões econômicas Ponto de vista Redes mundiais e funções centrais de comando p 88 1 A estruturação de redes geográficas globais possi bilita fluxos de informações capitais e mercadorias em escala mundial além de facilitar dispersão de atividades econômicas em diferentes pontos do planeta No entanto as funções centrais das gran des corporações multinacionais estão concentradas nos países desenvolvidos particularmente nos mais poderosos e ricos 2 As estruturas produtivas de circulação do capital e de distribuição que têm caráter global precisam lidar com legislações de vários países 3 De acordo com o texto é uma rede de empresas finan ceiras legais contábeis e de publicidade que lidam com as complexidades de operar em mais de um sis tema legal nacional em mais de um sistema contábil nacional em mais de uma cultura de publicidade etc Compreensão e análise 2 p 89 1 Os investimentos produtivos destinamse à compra e instalação ou ampliação de empresas enquanto os especulativos são voltados para aplicações financeiras existentes ou títulos de governos que oferecem taxas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 339 310516 1537 340 de juros atraentes O investimento especulativo por referirse a capital volátil pode ser resgatado e trans ferido de um país a outro instantaneamente gerando instabilidade no sistema capitalista mundial cuja economia pode ser afetada pela retirada repentina de grande quantidade de capital 2 Os países que adotaram as políticas neoliberais redu ziram a sua intervenção na economia eliminaram as barreiras protecionistas abriram seus mercados aos investimentos estrangeiros e privatizaram as empresas estatais Nesse contexto ocorreu uma maior flexi bilização nas relações de trabalho e consequente mente limitação dos direitos trabalhistas Os gastos do Estado em setores como o da saúde e o da educa ção também foram reduzidos para diminuir impostos também sobre as empresas partindose do princípio de que essa medida é essencial para a ampliação dos investimentos produtivos 3 a A crise de 1929 foi provocada por um descompasso entre a ampliação da produção superprodução e a incapacidade do mercado de consumo em absorver essa enorme produção Tal fato fez com que muitas empresas reduzissem suas atividades e as ações comercializadas nas bolsas despencassem de valor A crise de 2008 começou como uma bolha imobiliária com juros baixos houve uma explosão de financia mentos para compra de imóveis que conheceram grande valorização Bancos criaram modalidades de títulos que tinham como garantia os financiamentos que também estimularam o consumo uma vez que muitas pessoas vendiam seus imóveis e refinancia vam uma parte utilizando a outra parte para aquisi ção de mercadorias O aumento do consumo implicou em alta da inflação e para controlála o governo dos Estados Unidos elevou as taxas de juros Com juros mais altos muitas pessoas não conseguiram pagar seus financiamentos os imóveis tiveram queda de preço e os títulos se desvalorizaram b O governo estadunidense arquitetou estratégias para socorrer bancos e empresas disponibilizando vultosos recursos para esse fim 4 a As principais causas foram a expressiva oferta dos financiamentos para compra de imóveis nos Estados Unidos em razão dos juros baixos Para garantir a expansão desses financiamentos altamente lucra tivos para as instituições financeiras proliferaram ofertas de empréstimos à parte da sociedade que não apresentava garantias para saldálos adequa damente As taxas de juros tornaramse elevadas e também o valor das mensalidades dos financia mentos Tal situação impossibilitou os pagamentos dos empréstimos quebrando o sistema financeiro Em razão da forte integração entre as economias nacionais no contexto da globalização a crise atin giu em maior ou menor grau todos os países do globo particularmente aqueles que já apresentavam dívidas públicas internas e externas elevadas casos de alguns países da zona do euro Com a redução do consumo e consequentemente da produção e o aumento do desemprego os investimentos privados foram reduzidos e os bancos passaram a segurar os empréstimos Consequentemente os governos por sua vez tiveram uma diminuição na arrecada ção de impostos Nesse contexto os países mais endividados da zona do euro como Grécia Itália Portugal e Irlanda tiveram problemas sérios em seu sistema financeiro que chegou a abalar a própria continuidade da moeda única Dada a complexidade do tema essa é a resposta esperada Ela pode ser complementada com outras informações mais pre cisas e detalhadas presentes no capítulo b Governantes de diversos Estados passaram a ques tionar o neoliberalismo visto que na raiz da crise estava a omissão do governo diante do crescimento do crédito concedido e da ampliação de diferentes modalidades de investimentos sem garantias CAPÍTULO 4 GLOBALIZAÇÃO COMÉRCIO MUNDIAL E BLOCOS ECONÔMICOS Síntese e objetivos O capítulo analisa o comércio global e a atua ção dos organismos internacionais que estimulam e regulam as relações comerciais e financeiras entre os países e os blocos econômicos Nesse contexto são analisadas as reivindicações das nações emergentes entre elas o Brasil junto às insti tuições internacionais reguladoras do comércio a respeito da redução do protecionismo e dos subsídios dos países desenvolvidos E também são estudados os blocos econô micos e a posição que eles ocupam no cenário mundial Assim os principais temas e conceitos trabalhados no capítulo são as diversas modalidades de blocos econômicos supranacionais o comércio internacional a atuação da OMC as rodadas de negociações desse organismo os divergentes interesses econômicos de países desenvolvidos e em desenvolvimento e a balança comercial Ao longo do estudo são aprofunda das algumas noções de economia para familiarizar os estudantes com termos como rodadas de negociações comerciais patentes protecionismo e dumping TSV2ManualParteEspecifica323384indd 340 300516 1456 341 O estudo do capítulo deve possibilitar aos estu dantes o desenvolvimento de diversas habilidades entre elas compreender as mudanças ocorridas no comércio mundial resultantes do processo de globalização explicar o papel da OMC na regulação das rela ções comerciais e financeiras entre os países compreender as principais divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento que levaram à não conclusão da Rodada de Doha conhecer alguns blocos econômicos suprana cionais as bases históricas que lhes deram origem suas modalidades e características analisar dados e informações presentes em mapa tabela e charge ampliar os conhecimentos sobre a posição do Brasil na economia mundial discutir a questão da soberania nacional em relação às organizações de integração regional Sugestões de respostas e comentários Contexto Blocos econômicos p 90 1 Resposta pessoal É possível que os estudantes cons tatem que há diferenças quanto à importância das economias sendo que na União Europeia e no Nafta há países desenvolvidos neste último exceto o México com PIBs expressivos e economias dinâmicas que detêm tecnologias avançadas grande volume de comércio externo Já o Mercosul é formado por paí ses em desenvolvimento com volume bem menor de comércio externo quando comparado ao dos países dos outros dois blocos 2 Resposta pessoal Boa parte do comércio de merca dorias e serviços é realizada no interior dos blocos Os países participantes são favorecidos por algumas vantagens uma situação que amplia as possibilidades comerciais no mercado externo Compreensão e análise 1 p 95 1 A crise de 20072008 e a intensificação da crise em países da Europa a partir de 20102011 com eleva ção significativa das dívidas públicas nesses países 2 O estímulo às relações comerciais e financeiras inter nacionais a ampliação da produção a expansão das multinacionais o desenvolvimento dos meios de trans porte de carga e o avanço das telecomunicações 3 A OMC é responsável pela resolução de conflitos ou disputas de ordem comercial entre os paísesmembros Sua função é analisar e julgar as eventuais divergências comerciais entre seus membros Olho no espaço Países reunidos em blocos econômicos p 97 1 Os estudantes podem fazer referência ao Nafta à União Europeia e à Apec 2 São poucos os países que não fazem parte de algum bloco econômico 3 O mapa mostra a maior parte dos países inseridos em blocos econômicos os quais são caracterizados por uma maior integração entre eles e esse é um dos aspectos do processo de globalização Vale retomar se necessário as noções sobre as características da globalização 4 Com a sua integração aos blocos os países acabam cedendo parte de sua soberania uma vez que as deci sões dos blocos precisam ser acatadas pelos Estados No entanto cabe aos países a decisão de fazer ou não parte de um bloco econômico O texto da seção Ponto de vista no fim do capítulo aborda a temática da soberania Leitura e discussão Os primeiros blocos econômicos p 98 A causa é justamente fazer frente à concorrência no comércio externo No início enfrentar a concorrência da grande potência econômica mundial os Estados Unidos recentemente ganhar condições para competir com países do sudeste e leste da Ásia como China Taiwan Coreia do Sul e Cingapura TSV2ManualParteEspecifica323384indd 341 300516 1456 342 Ponto de vista Integração regional e soberania p 106 1 Porque eles têm de submeterse a determinadas leis e normas que não foram estabelecidas internamente mas no âmbito da integração regional da supranacionalidade 2 Porque o processo de integração na UE é o que mais transferiu competências dos Estados para os órgãos de decisão conjunta ou majoritária tendo inclusive evoluído para uma união monetária 3 É a existência de um ordenamento jurídico próprio da organização de integração e a existência de algum órgão que assegure a execução do ordenamento jurídico regional Em ambos os casos várias deci sões dos Estadosnação que fazem parte de uma organização de integração regional precisam estar de acordo com um ordenamento jurídico que não foi estruturado apenas internamente e em alguns aspectos não foi desejado pelo país Caso o país tome alguma atitude contrária a esse ordenamento está sujeito a determinadas sanções Compreensão e análise 2 p 107 1 Zonas de livrecomércio objetivam apenas a redução ou eliminação das tarifas de importação entre os inte grantes do bloco Exemplo Nafta União aduaneira além de estabelecer as zonas de livrecomércio seus membros adotam uma TEC Tarifa Externa Comum Exemplo Mercosul Mercado comum além de elimi nar as tarifas internas e adotar TECs permite a livre circulação de pessoas mão de obra investimentos e serviços no interior do bloco Exemplo União Europeia União econômica e monetária às características do mercado comum acrescentam a moeda única Exem plo único Zona do Euro 2 a Tratase do Nafta uma zona de livrecomércio isto é de livre circulação de mercadorias b A Canadá B México C Estados Unidos c Consequências positivas crescimento do PIB aumento dos investimentos oriundos dos Esta dos Unidos geração de empregos Consequências negativas forte dependência econômica em relação aos Estados Unidos enfraquecimento da economia agropecuária mexicana com a importação de deter minados gêneros agrícolas processo de desnacio nalização da economia mexicana 3 Se necessário oriente os estudantes na tradução das falas do cartum Vou mandar dinheiro quando arrumar um emprego diz à sua família o mexicano indo para os Estados Unidos Vou criar empregos quando ganhar muito dinheiro diz empresário esta dunidense indo para o México a um desempregado de seu país A charge publicada originalmente no jornal estadunidense Star Tribune retrata as críticas nos Estados Unidos ao Nafta Acordo de LivreComércio da América do Norte a Dos trabalhadores antevendo a possibilidade de perderem o emprego b A mão de obra barata e a legislação trabalhista mais flexível que nos Estados Unidos CAPÍTULO 5 QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO E BRASIL NO MUNDO GLOBALIZADO Síntese e objetivos Neste capítulo é trabalhada a relação entre a si tuação dos países em desenvolvimento e a globaliza ção propondo bases para a compreensão da questão do nível de desenvolvimento econômico O capítulo inicia discutindo os conceitos de níveis de desenvolvimento socioeconômico dos países ao redor do globo países do Norte países do Sul países em desenvolvimento países emergentes centro periferia e semiperiferia contextualizandoos historicamente e destacando suas principais características Para tanto são abordados conceitos de IDH economia e sociedade explorando indicadores econômicos além dos processos de priva tização e desnacionalização da economia Na sequência é abordada a situação do Brasil na economia global Iniciase pela situação econômica brasileira no início da década de 1990 quando o país passou a adotar políticas neoliberais visando inserirse no processo de globalização e discutemse as con sequências dessas políticas É trabalhada a maneira como o país se insere no contexto mundial contem porâneo explorando as principais características do comércio externo brasileiro sua balança comercial as dificuldades brasileiras de exportação diante das políticas protecionistas dos países de economia central e as ações para lidar com essa situação como o pro cesso de internacionalização das empresas brasileiras TSV2ManualParteEspecifica323384indd 342 300516 1456 343 Esperase com o estudo deste capítulo habilitar os estudantes a entender historicamente os níveis de desenvol vimento dos países e contextualizar os países subdesenvolvidos especialmente o Brasil na globalização compreender a conjuntura econômica brasileira do início da década de 1990 e o cenário em que ocorreram as privatizações no Brasil discutir os resultados para a economia e a socie dade da abertura econômica do Brasil analisar a balança comercial brasileira e a sua evolução nas duas últimas décadas conhecer a expansão das multinacionais brasi leiras e suas principais motivações compreender o conceito e a importância do balanço de pagamentos ler compreender e relacionar dados apresen tados por cartum gráfico e tabela diferenciar crescimento econômico de desen volvimento analisar criticamente a qualidade dos serviços e o valor da tarifa cobrada por empresas que prestam serviços que eram de responsabilidade estatal Sugestões de respostas e comentários Contexto O Brasil em tempos de globalização p 108 1 Resposta pessoal Os estudantes perceberão uma ampliação da presença de instituições financeiras estrangeiras É possível que eles façam uma relação entre essa informação e o processo de globalização estudado no Capítulo 3 marcado pela abertura econô mica em diversos países e no Brasil conforme apon tado no referido capítulo 2 Observase que o Brasil mantém uma relação de comér cio com ambos os grupos Entre os países desenvolvi dos estão os da União Europeia os Estados Unidos o Japão e a Coreia do Sul e entre os em desenvolvimento China Argentina Chile Índia Venezuela e Rússia 3 Esperase que os estudantes façam referência à grande participação das commodities agrícolas e minerais na pauta das exportações do Brasil Conexão Arte Desempregado p 113 1 Os estudantes deverão descrever o homem jovem e negro em situação de abandono e desconforto e os objetos como trouxa de roupas que parecem sujas e velhas cobertor e jornal sobre o qual o homem está sentado 2 Resposta pessoal Este é um bom momento para explo rar a capacidade de observação dos estudantes além de discutir preconceitos e visões estereotipadas Compreensão e análise 1 p 114 1 a Países em desenvolvimento b Bangladesh país periférico Brasil país semiperiférico c Dependência econômica e grandes desigualdades sociais 2 Foi um processo marcado por um forte crescimento econômico que colocou o país entre os maiores PIBs do mundo mas que por suas características foco na ampliação da capacidade de produção econômica não contribuiu para a redução das desigualdades sociais ao contrário até as ampliou e deixou de beneficiar parcela expressiva da popula ção brasileira Principalmente durante o período da ditadura militar o aumento da produção industrial foi alicerçada na manutenção de níveis salariais baixos em praticamente todo o processo de moder nização não ocorreram políticas de distribuição de renda Não houve dessa forma a estruturação de políticas que priorizassem os benefícios sociais culturais e ambientais 3 Crescimento econômico é um índice como percentual do PIB ou outro qualquer Ele indica desenvolvimento efetivo se os resultados positivos da economia forem direcionados ao setor produtivo à educação à geração de tecnologias próprias com a finalidade de tornar o país independente economicamente 4 Porque o desenvolvimento técnicocientífico essen cial ao processo de globalização da economia é acelerado e está concentrado nos países mais desen volvidos Os países mais pobres não conseguem acompanhar o ritmo das inovações dos mais ricos situação que amplia as diferenças socioeconômicas entre eles TSV2ManualParteEspecifica323384indd 343 300516 1456 344 Conexão Língua Portuguesa Abertura econômica p 115 1 Como consequências estão o desemprego expresso pelas placas não há vagas e a atualização tecnoló gica evidenciada na charge pelas câmeras de filma gem A globalização e a adoção do modelo neoliberal por governos brasileiros levaram à redução de postos de trabalho sobretudo nos setores secundário e terciário da economia atingindo principalmente as camadas sociais com baixa qualificação 2 Com a introdução de tecnologias principalmente liga das à informação robótica e automação os postos de trabalho foram reduzidos e as vagas disponíveis passa ram a exigir do trabalhador qualificações adequadas às inovações O cartum também evidencia outro aspecto do meio técnicocientíficoinformacional a presença de câmeras de vídeo em diversos lugares tanto públi cos como privados Ponto de vista Indicadores socioambientais p 122 1 Oferecem à sociedade um instrumento de conheci mento da realidade possibilitandolhe por exemplo votar mais conscientemente e rever suas prioridades a partir da percepção de suas distorções que trazem problemas ambientais sociais e mesmo econômicos 2 Não avaliam a qualidade de vida e as condições sociais da população como saúde educação cultura habita ção segurança e meio ambiente 3 Porque apresentam metodologias mais adequadas que ordenam as informações em torno da qualidade de vida Inúmeras organizações da sociedade civil têm trabalhado indicadores de eficiência de políticas sociais e ambientais 4 Resposta pessoal Os estudantes poderão citar inúme ros exemplos presentes em seu dia a dia desde índices socioeconômicos até mesmo aqueles que avaliam o compromisso socioambiental das empresas fornecedo ras de produtos e serviços A ideia é eles perceberem a importância desse conhecimento para uma ação mais cidadã no meio em que atuam Veja a proposta de atividade complementar nas pági nas 345 e 346 deste manual a respeito da elabora ção de um conjunto de indicadores para o município onde vivem Compreensão e análise 2 p 123 1 O comércio externo do Brasil apresentou significativa evolução no período Nos primeiros anos da abertura a evolução foi pequena e o país apresentou saldos comerciais bastante baixos ou negativos Na primeira década do século XXI ocorreu uma intensificação da economia brasileira no mercado internacional com resultados positivos na balança comercial A queda nas exportações e importações em 2009 está rela cionada à crise mundial Já a partir de 20112012 os reflexos dessa crise na Europa a redução do cres cimento econômico na China os problemas internos na economia brasileira a diminuição nas exporta ções para a Argentina importante parceiro comercial foram fatores determinantes na redução do comércio exterior brasileiro 2 a A imagem mostra um aspecto do desenvolvimento tecnológico um sistema de redes no caso a tele mática marcante no contexto do atual processo de globalização A internet pode ser considerada o principal ícone desse processo b Resposta pessoal Caso os estudantes tenham acesso à internet por meio de alguns desses serviços na cidade onde vivem esperase que mencionem que atualmente a conexão é impor tante para realizar diversas atividades pesquisas escolares transações bancárias e comerciais por meio por exemplo de compra e venda de mercadorias integração de pessoas por meio de mídias sociais etc 3 Muitas indústrias brasileiras sem se adaptarem à economia globalizada não conseguiram manter a competitividade diante dos produtos importados Viramse obrigadas a encerrar as atividades foram vendidas ao capital estrangeiro ou se associaram a outras empresas Nessa década as multinacionais mais que duplicaram sua participação nas empresas brasileiras e a balança comercial acumulou déficits por vários anos 4 Resposta pessoal Esperase que os estudantes men cionem que em relação à telefonia houve de modo geral ampliação e diversificação dos serviços mas nem sempre com qualidade Quanto às tarifas constatouse elevação em ambos os setores Mesmo as tarifas de telefonia celular são muito altas estão entre as mais elevadas do mundo e com problemas na qualidade do serviço oferecido Isso também acontece em relação à energia elétrica que apresenta frequentes interrupções de fornecimento em alguns locais É esperado também que seja considerada a carga tributária elevada pre sente nessas tarifas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 344 310516 1537 345 Sugestões de atividades complementares Pesquisas Os estudos sobre globalização poderão ser potencializados se desenvolvidos de modo con textualizado Para isso orientamos que o trabalho seja realizado por meio de um estreito acompa nhamento das notícias veiculadas pela mídia Dessa forma os temas presentes no livro poderão não só ser apresentados aos estudantes moti vando o estudo como também complementados e atualizados Indicamos a seguir alguns temas para pesquisa O Mercosul a União Europeia e outros blocos econômicos panorama atual O Brasil e o comércio exterior levantamento da situação da pauta de exportações evolução da balança comercial nos últimos anos e a par ticipação brasileira no comércio internacional As multinacionais estrangeiras no Brasil e as multinacionais brasileiras atuação e principais mercados A situação socioeconômica do Brasil atual Organize a turma em grupos e sugiralhes esses temas e outros que julgar interessantes Oriente a pesquisa e prepare uma apresentação para a socialização do material coletado Além disso você também pode solicitar a confecção de textossín tese aos grupos Entrevista Em grupos proponha que os estudantes entre vistem professores da área de Ciências Humanas da escola ou de outras instituições para investigar em que medida a globalização impactou na cultura seja ela local ou global Em suas entrevistas eles poderão questionar os impactos da globalização na difusão de hábitos ao redor do mundo por exemplo a dominação de certas marcas de roupas ele trônicos restaurantes e a difusão de certos hábitos músicas fastfood em que medida os meios de comunicação deram maior visibilidade às culturas locais e quais as consequências disso se houve ou não diminuição significativa dos casos de xenofobia e de conflitos étnicos e religiosos em razão do maior acesso ao conhe cimento de outras culturas Incentive os estudantes a formularem suas pró prias questões investigando o assunto mais a fundo Em sala de aula peça que apresentem os resultados obtidos e finalize a atividade propondo uma reflexão sobre a necessidade de respeitar e preservar a diver sidade cultural do mundo Investigação da realidade do município Proponha aos estudantes a elaboração de um conjunto de indicadores para o município em que vivem considerando as suas particularidades sociais econômicas e ambientais A seguir sugerimos algu mas etapas para o trabalho 1a etapa em classe podese fazer um levan tamento preliminar dos indicadores que os estudantes consideram mais pertinentes para a avaliação do município 2a etapa ainda em classe os indicadores podem ser classificados em sociais econômi cos ou ambientais 3a etapa grupos de estudantes devem ser res ponsáveis pelo levantamento de informações e avaliação sobre cada indicador selecionado O número de grupos e a quantidade de inte grantes devem se adequar à quantidade de indicadores a serem pesquisados 4a etapa cada grupo deve preparar uma lista de órgãos públicos e outras fontes nos quais pode obter informações quantitativas e quali tativas Neste momento oriente os estudantes na pesquisa por esses dados que podem ser obtidos nas secretarias municipais em sites como o do IBGE wwwcenso2010ibgegov brsinopseporsetores sites do governo do Estado e da própria prefeitura Caso não seja possível o acesso a dados de alguns indicadores selecionados os estudantes devem fazer um levantamento e uma avaliação qualitativa por meio de entrevistas com moradores do muni cípio a partir de observações de diferentes paisagens documentandoas por meio de fotos filmagens e textos seleção de artigos de jornais regionais ou do próprio município em versões impressas e digitais 5a etapa pode ser sugerida a organização das informações em forma de tabelas gráficos e textos argumentativos A elaboração de textos e o registro de imagens são essenciais princi TSV2ManualParteEspecifica323384indd 345 300516 1456 346 palmente se o indicador foi avaliado a partir da observação e não de dados quantitativos 6a etapa a apresentação das informações pode ser feita em cartazes com textos mapas e outras imagens com o uso de programas de computador ou de vídeos dependendo da dis ponibilidade dos recursos técnicos da escola 7a etapa depois da apresentação dos grupos podese abrir uma discussão geral em sala de aula para que sejam elaboradas propostas concretas que apontem para possíveis soluções de alguns dos problemas revelados pelos indi cadores analisados 8a etapa com a ajuda da escola essas propos tas podem ser encaminhadas para os órgãos públicos responsáveis como secretarias muni cipais e prefeitura Debate Organize a turma em grupos de cerca de cinco estudantes e proponhalhes um debate sobre a globalização que aborde as perdas e os ganhos eco nômicos sociais e culturais nas seguintes escalas vida cotidiana Brasil e mundo Durante a discussão atue como intermediador orientando os estudantes e redirecionando a discussão quando necessário Leituras complementares para o professor Tecnologia Tendências modo de usar As previsões dos especialistas são oti mistas em cinco anos acontecerá a popula rização de tecnologias como tablets conexão rápida de internet e games de última gera ção para os estudantes e dentro de uma década a escola se transfor mará funcionando como uma grande rede de construção e troca de conhecimento Pode pare cer uma realidade distante mas não é Ferramen tas móveis e o armazenamento remoto de dados por exemplo já são usados para fins didáticos A seguir você conhecerá essas e outras novidades que impactarão a vida de educadores e estudan tes nos próximos anos Não estamos falando em tendências de filmes de ficção científica mas de situações que irão de fato ocorrer Diante delas temos de começar a refletir e a estruturar a socie dade que virá diz Sergio Ferreira do Amaral pro fessor da Faculdade de Educação e coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica Aplicada na Educação Lantec da Universidade Estadual de Campinas Unicamp Computação em nuvem O nome é curioso e parece abstrato mas essa tecnologia tem aplicações que muita gente já uti liza Ao acessar por exemplo um serviço de email ou de álbum virtual de fotos você já se perguntou onde estão guardados aqueles textos e imagens Não há como saber exatamente pois eles estão na nuvem o armazenamento acontece em data centers conjuntos de computadores poderosos espalhados ao redor do mundo A vantagem é que os documentos podem ser acessados a partir de qualquer ponto Na escola um documento era salvo por um estudante em uma máquina que seria usada por outro colega e os dados se perdiam A computação em nuvem muda esse cenário afirma Marta Dieterich Voelcker pesquisadora e supe rintendente da Fundação Pensamento Digital em Porto Alegre Podese criar uma conta em ferra mentas como o Google Docs e acessar os arquivos de onde você estiver Tecnologias móveis Incluem todo o aparato tecnológico capaz de ser usado onde seu usuário estiver como celula res smartphones tablets e laptops Algumas fun cionalidades dependem da conectividade com a internet outras apenas dos recursos do aparelho Precisamos sair do lugarcomum dos editores de texto e slides para colocar mais multimídia nas aulas e nas atividades escolares Os estudantes vão fazer entrevistas com pessoas da comunidade Por que não registrálas em áudio e vídeo sugere Marta Em um congresso realizado nos Estados Unidos ela foi apresentada à ideia de uso de SMS para a comunicação entre escola e família Vale como ten dência já que cada vez mais pessoas têm celular Conteúdo aberto São textos imagens sons programas e outros dados de domínio público que por definição de O artigo apresenta alguns recursos tecnológicos que podem ser usados com os estudantes nos processos de ensino e aprendizagem Texto interessante para o ensino em geral e para a compreensão do nível de desenvolvimento das tecnologias da informação um dos assuntos do Captulo 3 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 346 300516 1456 347 seus autores podem ser acessados e modificados por outras pessoas Entram na lista reportagens com autorização para divulgação em diferentes veículos sites construídos em colaboração aulas e materiais de universidades disponibilizados gratuitamente Os pilares que caracterizam a sociedade digital são colaboração participação e disponibilização Quando a dinâmica da ativi dade escolar se apoia nesses pontos os estudantes participam da construção do conhecimento e se sentem mais integrados e motivados diz Amaral Ainda de acordo com o professor isso ajuda a diminuir o choque entre o que acontece fora da escola onde a garotada está sempre conectada e dentro dela onde a estrutura unilateral de aula pode afastar os estudantes Mídias sociais Permitem a interação entre usuários todos habilitados a fazer publicações em diferentes for matos Há muitas opções redes sociais como o Facebook redes para contatos profissionais como LinkedIn sites de compartilhamento de vídeos como YouTube Esses espaços virtuais são bons para desenvolver habilidades digitais e conviver na sociedade online divulgar pro jetos da escola e discutir temas relevantes Mas seu uso tem complicadores como o cyberbullying o excesso de tempo diante do computador e o acesso a conteúdos inapropriados Por isso Marta da Fundação Pensamento Digital diz que é pru dente notificar os pais no início do ano sobre o uso das redes explicar os riscos e as vantagens Uma dica é usar o edmodocom comunidade fechada e voltada ao universo educativo Realidade aumentada As novas tecnologias já permitem a combina ção de objetos reais e elementos virtuais Basta colocar um símbolo gráfico diante de uma webcam conectada a um site para ver imagens tridimen sionais de diferentes ângulos É divertido curioso e sem dúvida útil para visualizar informações que impressas seriam muito mais difíceis de desvendar É uma tendência em crescimento O Museu de História Natural de Londres na Inglaterra colo cou humanos e dinossauros frente a frente e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais PUCMG desenvolveu um ambiente virtual de aprendizagem para intérpretes de Libras que com realidade aumentada mostra o alfabeto de sinais em uma mão em 3D Trabalho em rede Colaborar é um verbo cada vez mais indispen sável na sociedade seja em projetos presenciais ou virtuais e as tecnologias ajudam a conjugálo O ambiente online tem se mostrado propício à construção colaborativa fóruns e listas de dis cussão são excelentes meios para que gestores e docentes troquem informações e divulguem boas práticas Os estudantes também podem coprodu zir conteúdos em diversos formatos Não faz parte da cultura dos nossos estudantes apontar como o outro pode melhorar seu trabalho Eles ainda agem seguindo a premissa do entregou acabou até para não serem responsáveis por dar mais trabalho ao colega É preciso criar a cultura de observar um trabalho e de dar e receber contri buições sugere Marta Ensino baseado em jogos Foise o tempo em que os games eram tabu na escola Atualmente pesquisas apontam para a eficiência da aprendizagem de determinados assuntos por meio dos jogos Eles estimulam o desafio e o pragmatismo com que crianças e jovens se identificam A linguagem e o layout podem ser adaptados a alguns conteúdos afirma Amaral da Unicamp Além de ser divertido um jogo com uma disputa de mira por exemplo pode desenvolver essa habilidade e envolver também a destruição de vírus preservando glóbulos brancos e verme lhos dentro do corpo humano No Blog de Games revistaescolaabrilcombrblogsgames você encontra outras dicas sobre esse assunto Ferramentas de análise e ambientes personalizados Eis um bom instrumento para a Educação con tar com a tecnologia para acompanhar o desen volvimento dos estudantes e com base nisso replanejar ações e fazer adaptações necessárias São mecanismos que estão em construção e em aperfeiçoamento Com a ajuda da inteligência artificial softwares traçam perfis e oferecem informações sobre eles explica Amaral Essas ferramentas consideram as aquisições o ritmo e as necessidades de cada um extraindo dados da análise de atividades elaboradas pelos estudan tes Já os ambientes personalizados de aprendiza gem possuem um conjunto de recursos vídeos aplicativos jogos selecionados e organizados pelos estudantes de acordo com seu estilo e ritmo Ambos os instrumentos começam a despontar em especial na Educação a Distância EAD Revista Nova Escola edição 256 out 2012 Edição especial n 14 Caminhos para inovar p 6 e 7 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 347 300516 1456 348 Efeitos colaterais da globalizao O canadense Don Tapscott sempre foi um grande entusiasta da internet e das pos sibilidades de avanço que uma população conectada e acostu mada com as novas tecnologias traria Mas agora ele se mostra temeroso com um mundo em que a privacidade quase não existe e em que a geração mais bem preparada que já tivemos está sem possibilidade de emprego nos chamados países ricos Europa e EUA Se não conseguirmos reverter esse problema viveremos uma época de grandes manifestações Os eventos da década de 1960 parecerão coisas de criança afirma Tapscott autor de livros como Wikinomics como a colaboração em massa pode mudar seu negócio e A hora da geração digital como os jovens que cresceram utilizando a internet estão mudando tudo das empresas ao governo falou com a Folha de SPaulo após dar uma palestra no TED Global evento sobre tecnologia e inovação que aconteceu em junho de 2012 em Edimburgo na Escócia Leia abaixo os principais trechos da entrevista Folha O tema deste TED é abertura troca de informações principalmente online Como fica a questão da privacidade Don Tapscott Quando falamos em infor mação livre em transparência falamos de gover nos de empresas não do ser humano comum As pessoas não têm obrigação de expor seus dados seus gostos Ao contrário elas têm a obrigação de manter a privacidade Porque a garantia da privacidade é um dos pilares de nossa sociedade Mas vivemos num mundo em que as informações pessoais circulam e essas informações formam um ser virtual Muitas vezes esse ser virtual tem mais dados sobre você do que você mesmo Exemplo você pode não lembrar o que comprou há um ano Mas a empresa de cartão de crédito sabe o Face book pode saber Muitas pessoas defendem toda essa abertura mas isso pode ser muito perigoso por uma série de razões Há muitos agentes do mal por aí pessoas que podem coletar informações a seu respeito para prejudicálo Muitas vezes somos nós que oferecemos essa informação Por exemplo 20 dos adolescentes nos Estados Unidos enviam para as namoradas ou namorados fotos em que aparecem nus Quando uma menina de 14 anos faz isso ela não tem ideia de onde vai parar essa imagem O namorado pode estar malintencionado ou ser ingênuo e compartilhar a foto E as informações que não fornecemos mas que coletam sobre nós por meio da visita a web site ou pelo consumo Há dois grandes problemas Um é o que cha mamos de Big Brother 20 que é diferente daquela ideia de ser filmado o tempo todo por um governo Esse Big Brother 20 é a coleta sistemática de infor mações feita pelo governo O segundo problema é o little brother as empresas que também coletam informações a nosso respeito por razões econô micas para definir nosso perfil e nos bombardear com publicidade Muitas empresas como o Face book querem é que a gente forneça mais e mais informações sobre nós mesmos porque isso tem valor Às vezes isso pode até ser vantajoso Se eu de fato estiver procurando um carro seria ótimo receber publicidade de carros diretamente Mas e se essas empresas tentarem manipulálo Podem usar sofisticados instrumentos de psicologia para motiválo a fazer alguma coisa sobre a qual nem estava pensando O que podemos fazer para evitar isso Precisamos de mais leis sobre como essas infor mações são usadas É necessário ficar claro que os dados coletados serão usados apenas para um pro pósito específico e que esse conjunto de dados não pode ser vendido para outros sem a sua permissão O senhor sugere criar uma estratégia pessoal para manter a privacidade Como construíla Na questão de consumo não tenha esses cartões de fidelidade de lojas e supermercados por exemplo que definem um perfil de compras Eu não tenho Na internet não permita os cookies Algumas pessoas falam que não é possível manter a privacidade Digo que é Isso é uma questão de escolha O senhor escreveu sobre a net generation pessoas que nasceram nessa era multiconectada e que estariam mais preparadas para o mundo atual do que os mais velhos Ao mesmo tempo essa geração está sem emprego nos países ricos Não é um contrassenso ter uma geração tão pre parada e sem oportunidade De considerações a propósito da privacidade e de formas de preservála o escritor e pesquisador Don Tapscott discorre nesta entrevista sobre a existência de uma geração de jovens que apesar de bem formados e informados não encontram emprego Ambos os temas podem complementar as discussões da Unidade 2 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 348 300516 1456 349 Sim Nós dissemos para as pessoas dessa gera ção estudem evitem problemas e vocês terão um futuro brilhante Não foi o que aconteceu Hoje temos a geração mais preparada de todos os tempos em busca de trabalho num mundo sem empregos Na Espanha mais de 50 dos jovens estão desem pregados O problema é parecido em outros países Isso é uma fórmula para grandes distúrbios em escala global Acredito que vamos ver isso Em 2012 houve manifestações em Québec no Canadá Foram as maiores manifestações de jovens na história do país Protestavam contra mensalida des do ensino superior Mas há algo mais profundo Os jovens não estão felizes com o mundo atual Qual será a consequência dessa geração sem emprego Será uma geração de radicais de revolucio nários se a gente não resolver esse problema As demonstrações pelo mundo farão os acontecimen tos dos anos 1960 parecerem coisas de criança O senhor parece bem pessimista Não Sou até otimista Acho que o futuro não é algo que se possa prever mas algo que precisamos construir alcançar Acho que há muita coisa que podemos fazer para transformar o mundo em algo melhor MARINHEIRO Vaguinaldo Entrevista com Don Tapscott Folha de SPaulo Caderno Mercado 12 jul 2012 p B7 Sugestões de livros sites e filmes Livros O mundo globalizado política sociedade e economia De Alexandre de Freitas Barbosa São Paulo Contexto 2001 O livro define a globalização econômica suas diversas facetas e impactos no mundo atual Falsa economia uma surpreendente história econômica do mundo De Alan Beattie Rio de Janeiro Zahar 2010 Apresenta nove variáveis relevantes para o desenvolvi mento de uma nação demonstrandoas em casos emblemá ticos como os de Argentina e Estados Unidos No século XIX os dois países estavam entre as dez maiores economias do mundo mas diferentes decisões fizeram com que trilhassem caminhos opostos Uma história social da mídia de Gutenberg à internet De Asa Briggs e Peter Burke Rio de Janeiro Zahar 2006 Análise dos meios de comunicação que aborda os con textos sociais e culturais que propiciaram sua emergência e desenvolvimento além da história das diferentes mídias e linguagens criadas para a civilização ocidental A galáxia da internet reflexões sobre internet negócios e sociedade De Manuel Castells Rio de Janeiro Zahar 2003 A obra é uma reflexão sobre a evolução da internet ao longo da segunda metade do século XX seu papel na consolidação de uma sociedade em rede e as consequências de sua utilização em escala global A sociedade em rede De Manuel Castells São Paulo Paz e Terra 2007 Um dos volumes da trilogia A era da informação econo mia sociedade e cultura o livro analisa de forma ampla e profunda as implicações sociais e econômicas da revolução da tecnologia da informação desde os anos 1970 até a transição do século XX para o século XXI Globalização da pobreza impactos das reformas do FMI e do Banco Mundial De Michel Chossudovsky São Paulo Moderna 1999 O autor trata das modificações nas estruturas da economia global desde o início da década de 1980 explicando como as principais instituições financeiras internacionais forçaram o Terceiro Mundo e os países do Leste Europeu a viabilizar as mudanças Analisa a nova ordem financeira cuja base de sustentação é a pobreza e a destruição do meio ambiente Desenvolvimento e subdesenvolvimento De Celso Furtado Rio de Janeiro Contraponto 2009 Discorre sobre como o subdesenvolvimento não é uma fase histórica comum a todos os países mas sim uma condição específica de uma parte do sistema capitalista A formação de economias industriais no centro do sistema e de econo mias subdesenvolvidas na periferia eram aspectos de um mesmo processo A crise de 2008 e a economia da depressão De Paul Krugman Rio de Janeiro Elsevier 2009 Krugman apresenta nesta obra entre outros aspectos como a falta de regulação no sistema financeiro foi um fator importante para que os governos perdessem o controle sobre os problemas econômicos surgidos com a crise A humanidade e suas fronteiras do Estado soberano à sociedade global De Eduardo Felipe P Matias São Paulo Paz e Terra 2010 Discute a questão da soberania dos Estados nacionais num contexto de intensificação da globalização e da formação dos blocos econômicos supranacionais Educar com a mídia novos diálogos sobre educação De Paulo Freire e Sérgio Guimarães São Paulo Paz e Terra 2012 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 349 300516 1456 350 Os autores dialogam sobre a ampliação das possibilidades oferecidas pela tecnologia ao trabalho do professor em sala de aula e defendem seu uso como parte de uma política educacional que visa ensinar o estudante a ler o mundo e a transformálo A tirania da comunicação De Ignacio Ramonet Petrópolis Vozes 2007 Análise crítica sobre a multimídia e a internet as trans formações no campo da comunicação e o poder da mídia Globalização e desemprego diagnósticos e alternativas De Paul Singer São Paulo Contexto 1998 A obra trata de uma das implicações mais preocupantes da globalização no Brasil e no mundo o crescimento acelerado do desemprego Apresenta reflexões sobre a exclusão social e a economia solidária Globalidade a nova era da globalização De Harold L Sirkin e outros Rio de Janeiro Nova Fronteira 2008 O livro explica a reviravolta na conjuntura internacional com a recessão estadunidense e a ascensão das RDEs sigla em inglês para rapidly developing economies como Brasil Rússia Índia e China A mídia e a modernidade uma teoria social da mídia De John B Thompson Rio de Janeiro Vozes 2009 Trata do desenvolvimento da mídia como processo de transformação da constituição espacial e temporal da vida social criando novas formas de ação e interação não mais ligadas ao compartilhar de um local comum Mídia máfias e rockÕnÕroll De Claudio Julio Tognolli São Paulo Editora do Bispo 2007 O livro revela os bastidores da mídia o controle e a seleção das informações e a fabricação de escândalos As mídias analisadas incluem jornais revistas rádio e TV Sites Ação para Tributação das Transações Financeiras e Apoio aos Cidadãos Attac em inglês wwwattacorgen Site da Attac uma das mais tradicionais ONGs criadas no contexto da globalização financeira Apresenta informações e textos referentes ao capitalismo mundial e a atuação dos movimentos sociais contra o neoliberalismo Cartilha de Segurança para Internet Fascículo Redes Sociais httpcartilhacertbrfasciculosredessociais fasciculoredessociaispdf Sobre segurança no uso das redes sociais Centro de Mídia Independente CMI wwwmidia independenteorg Rede de produtores independentes de mídia que oferece informação alternativa e crítica com ênfase nos movimentos sociais particularmente os novos movimentos de ação direta e as políticas às quais se opõem Fórum Social Mundial wwwforumsocialmundialorgbr O site mantém uma biblioteca com informações balanços e artigos referentes a todos os Fóruns Sociais Mundiais Mercosul wwwmercosurintinnovafrontindex jspsite2channelinnovafront Página oficial do bloco com informações atualizadas e abrangentes Organização Mundial do Comércio OMC em inglês e espanhol wwwwtoorg O site reúne informações técnicas e estatísticas sobre o comércio internacional União Europeia httpeuropaeuindexpthtm Página oficial do bloco com informações atualizadas e abrangentes Filmes Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá De Sílvio Tendler Brasil 2007 89 min Neste documentário o geógrafo brasileiro discute a glo balização do ponto de vista dos países periféricos e das comunidades carentes Globalização violência ou diálogo De Patrice Barrat França 2002 52 min Discute a globalização do ponto de vista das diferenças culturais Operárias do mundo De MarieFrance Collard Bélgica França 2000 57 min Aborda a lógica implacável da globalização econômica Ao tratar da transferência do setor produtivo de uma indústria da Europa para a Ásia mostra perdas não só para as funcionárias europeias que vão perder seus empregos mas também para as asiáticas que terão condições de trabalho piores e salários mais baixos que as colegas do outro continente Roger eu De Michael Moore Estados Unidos 1989 91 min Documentário sobre as mudanças estratégicas na fábrica da General Motors em Michigan Estados Unidos que acar retam desemprego e pobreza na região Sociedade do automóvel De Branca Nunes e Thiago Benicchio Brasil 2005 39 min O documentário busca por meio de imagens e entrevistas denunciar e superar a chamada sociedade do automóvel TSV2ManualParteEspecifica323384indd 350 300516 1456 351 U N I D A D E 3 INFRAESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO A compreensão da relação entre infraestrutura e desenvolvimento é fundamental para a análise da dinâmica do espaço geográfico A unidade apresenta o desenvolvimento e a impor tância dos transportes no contexto da economia glo balizada e avalia a estrutura de transporte no mundo e especificamente no Brasil Analisa também o sistema de energia consi derada um dos motores da economia e um dos pivôs de grandes disputas entre países Compara a matriz energética mundial com a matriz energética brasileira e levanta importantes questões econô micas socioambientais e geopolíticas relativas às diversas fontes de energia apontando o Brasil como um país de grande potencial energético alternativo Ao longo dos capítulos desta unidade são discu tidos entre outros aspectos o processo de privatiza ção dos setores de infraestrutura os interesses das empresas transnacionais e como as deficiências no setor de infraestrutura afetam a economia do país e a vida da população Conexão Mapeamento das atividades interdisciplinares Unidade 3 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 6 Pedágio Língua Portuguesa Gênero textual cartum 7 CicloCine Arte Física Instalação interativa Energia conceito tipos e transformação Lentes esféricas convergentes Destilação fracionada do petróleo Química Misturas e substâncias Fracionamento do petróleo Cadeia carbônica Reações nucleares Física Fusão e fissão nucleares Usinas nucleares Bombas atômicas 8 Césio 137 o acidente em Goiânia Química Elementos radioativos Descoberta e efeitos da radiação CAPÍTULO 6 TRANSPORTES Síntese e objetivos O desenvolvimento dos meios de transporte é intrín seco ao processo de globalização Os avanços da tec nologia desde os que permitiram a construção das ferrovias iniciada no século XIX e das rodovias e do transporte aeroviário no século XX com destaque para os verificados nas últimas décadas que visam atender à demanda das grandes empresas por mais agilidade nos negócios a longa distância impulsionaram a aceleração da mobilidade transcontinental de mercadorias e pas sageiros e atingem a sociedade mundial nas dimensões econômica social cultural e política Neste capítulo estudase especialmente o sis tema de transportes no Brasil pontuando os proble mas que se apresentam pelas políticas governamen tais adotadas O transporte rodoviário é analisado do ponto de vista da malha criada no território brasileiro e suas implicações em termos dos custos para o transporte em âmbito nacional e de seu significado para o abastecimento das diversas regiões Outros temas abordados são o processo de concessão das rodovias a partir de 1995 que onerou o trans porte tanto de mercadorias quanto de passageiros o transporte ferroviário e as dificuldades de sua implantação sua evolução e decadência o trans porte hidroviário e a navegação de cabotagem que no início do século XXI representavam apenas 13 da carga transportada no país Além disso a questão do transporte urbano é tratada abordando a opção pelo transporte individual o que gera problemas ambientais e sociais TSV2ManualParteEspecifica323384indd 351 300516 1456 352 Com o conteúdo deste capítulo pretendese que o estudante seja capacitado sobretudo a compreender os progressos tecnológicos envol vidos na evolução dos meios de transporte reconhecer as mudanças ocorridas no pro cesso produtivo com a evolução tecnológica dos transportes conhecer a infraestrutura de transportes do Brasil e sua condição para enfrentar os desafios da economia globalizada compreender a importância da logística de transportes para o desempenho dos países comparar as diferentes modalidades de trans porte em termos de custos e de impactos ambientais compreender o processo de implantação de rodo vias no Brasil e sua concessão à iniciativa privada posicionarse de maneira crítica em relação à opção dos governos brasileiros pela construção de rodovias como meio de promover a integra ção nacional discutir a situação do sistema de transporte no Brasil reconhecendo as consequências da privatização de rodovias no país conhecer os principais problemas existentes em relação à mobilidade nas grandes cidades brasileiras e reconhecer a importância do trans porte coletivo aprimorar a capacidade de ler e comparar mapas dados estatísticos e demais informações pre sentes em mapas gráficos e tabelas reconhecer as vantagens do uso de bicicletas nas grandes cidades e os cuidados necessários para isso Sugestões de respostas e comentários Contexto Transporte e globalização p 125 1 a As distâncias foram diminuídas em decorrência dos avanços tecnológicos no campo da comunicação e dos transportes desde as Grandes Navegações ao transporte de cargas por aviões A aceleração e a difusão dos sistemas de transporte de mercadorias ampliaram a diversidade dos produtos exportados superando até mesmo a questão da sazonalidade A organização da produção em escala transnacional também permitiu dividir as fases da produção em vários países e regiões b O aperfeiçoamento dos sistemas de informação permitiu a descentralização e o controle do pro cesso de produção a partir de um ponto central e praticamente em tempo real 2 Resposta pessoal Vale conduzir um rápido debate que leve em conta o que os estudantes já discutiram sobre globalização e que os auxilie a explorar seus conheci mentos sobre a infraestrutura brasileira nos setores de transporte e comunicação É importante lembrálos que o Brasil há algumas décadas optou por privilegiar o transporte rodoviário e que hoje necessita reduzir os custos do transporte na produção e distribuição de mer cadorias ganhando em competitividade no mercado A diversificação e a modernização dos meios de transporte sobretudo o fluvial e marítimo incluem a revitalização dos portos para que o processo de embarque e desem barque de mercadorias tenha agilidade compatível com a dos países que se destacam no comércio internacional Conexão Língua Portuguesa Pedágio p 131 1 Resposta pessoal Esperase que os estudantes reflitam se existe contradição entre a instituição do pedágio e o direito de locomoção assegurada pela Constituição brasileira É importante informar aos estudantes que a Constituição brasileira assegura a todos a livre locomoção no território nacional em tempo de paz podendo qualquer pessoa nos termos da lei nele entrar permanecer ou dele sair com seus bens A Declaração Internacional dos Direitos Humanos afirma que todo ser humano tem direito à liberdade de locomo ção e residência dentro das fronteiras de cada Estado 2 Ela vê a livre locomoção naturalmente como uma mercadoria O direito de ir e vir existe mas é necessário que em determinadas situações se pague por ele Essa visão está apoiada no neoliberalismo Olho no espaço Malha ferroviária brasileira em 1910 e em 2014 p 134 1 O traçado da malha ferroviária brasileira mostra nos dois períodos ligação com os portos revelando que sempre foi priorizado o transporte de mercadorias destinadas à exportação TSV2ManualParteEspecifica323384indd 352 300516 1456 353 2 No traçado mais recente podemos verificar que houve interiorização muito modesta da malha com a constru ção de ferrovias no Norte e no CentroOeste voltadas ao escoamento de minérios carne e soja Para um período de um século a expansão foi inexpressiva Compreensão e análise 1 p 135 1 a Preço pago pela soja US 380 Transporte US 113 US 493ton b O valor médio pago por tonelada de soja seria U 414 na Argentina e US 442 nos Estados Unidos O valor da soja brasileira ao chegar à China foi de US 493 a tonelada Supondo que a soja dos outros dois países chegue ao mercado chinês com o mesmo valor US 493 o preço médio da soja será US 493 menos o custo do transporte Argentina US 493 B US 40 US 39 US 79 US 414ton Estados Unidos US 493 US 51 US 442ton c Custo de Sorriso MT US 90ton Custo de Illinois Estados Unidos A US 51 US 31 US 20ton 90 20 45 vezes d A melhor logística é empregada pelos produtores de Illinois Estados Unidos que utilizam inter namente o transporte hidroviário mais econômico que o modal rodoviário usado para o escoamento da soja de Sorriso MT e Córdoba Argentina até os respectivos portos de exportação É importante informar os estudantes que o custo do transporte rodoviário que escoa a produção de Sorriso MT é muito mais elevado que o utilizado pelos produtores de Córdoba Argentina devido a menor distância percorrida 2 Na cobrança de pedágios e na cessão de espaço para serviços de publicidade e instalação de infovias 3 Na década de 1950 o Brasil tinha 38 mil quilôme tros de ferrovias estatais hoje tem cerca de 8 mil quilômetros a menos quase a totalidade operada por empresas privadas Atualmente as ferrovias absorvem cerca de 20 da carga transportada no Brasil e poucos passageiros Além da pequena extensão as ferrovias possuem bitolas variadas exigindo baldeação das mer cadorias em determinados pontos de ligação ferroviária Existem diversos projetos alguns em andamento para otimizar o escoamento de cargas agrícolas do Centro Oeste e interior do Nordeste Contraponto Bicicletas nas grandes cidades p 142 1 As bicicletas constituem um sistema de transporte saudável não poluentes sustentável são mais rápi das em horários de pico econômicas não provocam congestionamento e ocupam menos espaço nas vias públicas e em estacionamento em relação a qualquer outro meio de transporte As desvantagens dificuldade para a mobilidade em dias chuvosos dias muito quentes e em cidades que possuem grandes extensões com relevo acidentado riscos de acidente por conta de asfaltos irregulares e ruas esburacadas e ausência de infraestrutura ade quada como as ciclovias e ciclofaixas 2 A imagem 1 mostra uma situação adequada de mobi lidade urbana por bicicleta em uma ciclofaixa de uma grande avenida na cidade de São Paulo SP A imagem 2 mostra situações inadequadas o caminhão estacio nado na cliclovia invadindo o espaço de ciclistas o ciclista circulando sem equipamento adequado como o capacete tendo que passar por entre os carros para utilizar a ciclovia 3 Resposta pessoal Esperase que além de observar os aspectos indicados na questão entre outros os estudantes entendam a importância do uso adequado desse meio de transporte e relatem experiências pes soais e familiares Compreensão e análise 2 p 143 1 A bacia A indicada no mapa é a do Tocantins onde se destaca a hidrovia TocantinsAraguaia responsável pelo escoamento de parte da produção agrícola da Região CentroOeste e da alumina do estado do Pará A bacia B representa a Bacia do São Francisco que abriga a hidrovia do mesmo nome Nela são transpor tados principalmente produtos agrícolas e se estabe lece um importante eixo hidroviário entre as cidades situadas ao longo de suas margens 2 O Complexo Hidroviário do Mercosul é formado pelas hidrovias TietêParaná e ParanáParaguai As principais vantagens do transporte hidroviário são a capacidade de carga e o menor custo do frete As desvantagens são os altos investimentos necessários TSV2ManualParteEspecifica323384indd 353 300516 1456 354 para sua viabilização pois as hidrovias naturais situadas em relevos planos encontramse distan tes dos grandes centros econômicos do país Para viabilizálas além da construção de portos seria necessário construir eclusas e alargar e aprofundar o leito dos rios Há que se considerar também o impacto socioambiental resultante da retificação de cursos fluviais e da construção de canais de ligação entre as redes hidrográficas 3 A saturação do sistema viário que causa congestio namentos de trânsito e a baixa qualidade e pouca disponibilidade de linhas e veículos para o transporte coletivo em geral realizado em ônibus movidos a die sel A situação estimula a utilização do transporte individual e contribui para piorar a qualidade do ar o tempo gasto nos deslocamentos e o desperdício de recursos O transporte metroviário considerado o melhor sistema de transporte coletivo para grandes centros está restrito a algumas capitais e as linhas existentes necessitam de ampliação 4 a Mobilidade urbana b A maior parte desses equipamentos culturais e de lazer estão situados nas áreas centrais das grandes cidades brasileiras Podem ser atribuídos à dificul dade que muitos têm ao seu acesso a distância e o tempo do deslocamento entre os locais onde a maior parte dos equipamentos urbanos está instalada e a periferia da cidade o preço da passagem o trânsito nos dias úteis e a diminuição do fluxo ou aumento do intervalo da passagem dos transportes coletivos nos finais de semana e feriados CAPÍTULO 7 ENERGIA NO MUNDO ATUAL Síntese e objetivos Neste capítulo é apresentado um panorama da questão energética mundial incluindo as principais matrizes energéticas atuais os combustíveis fósseis a energia nuclear e a hidrelétrica Classificamse as diversas fontes de energia e discutese a problemá tica relativa às fontes de energia convencionais São abordadas questões geopolíticas importantes com destaque para o petróleo a principal fonte que compõe a matriz energética mundial passando pela energia nuclear e gás natural A importância que a energia assumiu nos dias atuais tornaa geradora de disputas e conflitos em diversas regiões do mundo A proposta do capítulo é fornecer subsídios para que os estudantes possam compreender de que modo as transformações da Revolução Técnicocientíficainformacional geraram uma demanda crescente por energia relacionar o consumo de energia ao desenvol vimento econômico dos países compreender a necessidade de substituir as fontes de energia não renováveis pelas reno váveis para o combate ao aquecimento global entender o processo de formação e de refino do petróleo conhecer como estão distribuídas as reservas de petróleo no mundo e os principais países produtores ser críticos em relação aos problemas ambien tais causados pelo transporte do petróleo compreender questões geopolíticas que envol vem o petróleo conhecer os maiores produtores de gás natural e carvão mineral do mundo e as vantagens e desvantagens em relação a seu uso posicionarse em relação à opção de alguns países pela energia nuclear conhecer os riscos envolvidos na produção e no uso da energia nuclear posicionarse diante do controle do uso e desenvolvimento de tecnologia nuclear e dos conflitos atuais que envolvem essas questões perceber as vantagens e as desvantagens do uso da energia hidrelétrica analisar dados de gráficos de diferentes tipos assumir posicionamento crítico acerca da pro dução de energia nuclear com base em tex tos que apresentam diferentes pontos de vista sobre o assunto ler e comparar dados informados em mapas e tabelas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 354 300516 1456 355 Sugestões de respostas e comentários Contexto Luzes da Terra p 144 1 Mais iluminados Europa Índia leste da China Japão costas leste e oeste dos Estados Unidos Califórnia sudeste do Canadá região dos Grandes Lagos Esta dos Unidos e Canadá Cidade do México capitais da América Central costa oeste da América do Sul sudeste do Brasil e litoral nordestino O continente que se destaca pela pequena ocorrência de áreas iluminadas é a África 2 O desenvolvimento econômico e a concentração popu lacional e urbana 3 Água gás natural carvão mineral petróleo urânio vento marés Conexão Arte e Física Ciclocine p 147 1 Muscular mecânica elétrica luminosa 2 Na montagem de um projetor de imagens deve ser utili zada uma lente convergente Uma lente de vidro utilizada no ar será convergente se tiver bordas finas ou seja a parte central mais espessa do que a periférica Isso ocorre nos perfis indicados pelos números 1 2 e 4 Conexão Química Destilação fracionada do petróleo p 149 1 O petróleo é definido como uma mistura de hidrocarbo netos porque é constituído quimicamente por átomos de carbono e hidrogênio em níveis variáveis 2 É decrescente 3 Os gases ocupam a parte superior porque são mais volá teis e são liberados antes dos sólidos menos voláteis 4 Porque o diesel tem moléculas com maiores cadeias carbônicas entre C12 e C20 Na gasolina as moléculas possuem cadeias carbônicas menores C5 e C10 5 A reação da água com o dióxido de enxofre pode formar o ácido sulfuroso H2SO3 Esses gases são absorvidos pelas gotas de chuva precipitandose sob a forma de chuva ácida A maior acidez ocorre com a combinação de água com trióxido de enxofre SO3 que forma o ácido sulfúrico H2SO4 Olho no espaço Fluxos de petróleo p 154 1 Parte principalmente do Oriente Médio região que concentra grandes reservas e produção de petróleo com muitos países integrantes da Opep e da Rússia que também é responsável por expressiva produção de petróleo próximo ao que a Arábia Saudita produz Uma origem importante é o Canadá cujo petróleo produzido tem como destino os Estados Unidos Os três principais destinos são os Estados Unidos a Europa e os países da ÁsiaPacífico Entre esses fluxos destacase aquele em direção à ÁsiaPacífico devido ao grande crescimento econômico dessa região par ticularmente em países como a China Japão Coreia do Sul entre outros Atualmente a China é a maior consumidora de energia mundial 2 A Venezuela B Equador C Argélia D Nigéria E Líbia F Angola G Iraque H Arábia Saudita I Kuwait J Catar K Irã L Emirados Árabes Unidos Compreensão e análise 1 p 155 1 Constatase que em todas as fontes houve aumento na participação e proporcionalmente o carvão mineral e o gás natural tiveram uma ampliação maior fato também ocorrido com as fontes renováveis inclusive a hidrelétrica Entretanto essas fontes renováveis têm uma participação pequena no conjunto da matriz energética mundial Já o carvão mineral teve uma ampliação mais significativa e com o gás natural e o petróleo forma o conjunto dos combustíveis fósseis Esses em boa parte são responsáveis pela intensi ficação do efeito estufa sobretudo o carvão mineral e o petróleo os mais poluentes que por sua vez vem provocando o aumento nas temperaturas médias do planeta o aquecimento global Daí a necessidade de ampliar a participação das fontes não emissoras de CO2 na matriz mundial TSV2ManualParteEspecifica323384indd 355 300516 1456 356 2 A Opep participa com 41 da produção mundial de petróleo Como o petróleo é a principal fonte energética que movimenta a economia mundial as resoluções tomadas por essa organização afetam todos os países do mundo Mesmo os países exportadores que não são membros desse cartel acompanham os ajustes de preços decididos pela Opep e regulam sua produção com base no comportamento do mercado de petróleo O controle da Opep sobre boa parte da produção mundial pode manter o preço do petróleo elevado e em determinados momentos pode provocar instabilidade econômica em diversos países dependentes dessa fonte de energia e matériaprima essencial à economia mundial 3 O nível de consumo de energia depende da capaci dade produtiva de um país e do poder aquisitivo da sua população quanto maior o nível econômico da população maior será a utilização de bens e serviços que requerem o consumo de energia 4 a A crise econômica de 2008 que afetou em um primeiro momento os Estados Unidos grande consumidor na América do Norte além do próprio Canadá e que ocasionou uma redução acentuada no ritmo de crescimento econômico sobretudo em países da Europa e alguns asiáticos b A região da ÁsiaPacífico foi a que apresentou os maiores índices de crescimento econômico no mundo no período compreendido com destaque para a China Nessa região o desenvolvimento industrial em particular é bastante expressivo Desse modo além de a região demandar petróleo para a geração de energia elétrica é significativo o seu uso como matériaprima para uma enorme quantidade de produtos fabricados nas indústrias da região e o seu consumo no setor de transportes Conexão Física Reações nucleares p 161 1 Fusão significa união Em física significa a união de átomos mais leves em altas temperaturas dando origem a átomos mais pesados Esse processo tam bém libera grande quantidade de energia Ocorre por exemplo no interior de estrelas quando núcleos de hidrogênio se fundem para formar um átomo de hélio Reação A Fissão significa ruptura ou cisão Em física a fissão nuclear consiste na divisão de um átomo pesado em dois ou mais fragmentos após o bombardeamento feito com nêutrons Esse processo libera enorme quantidade de energia Reação B 2 Na bomba atômica a fissão não é controlada isto é a cada fissão são produzidos mais nêutrons que por sua vez desintegram outros núcleos gerando uma reação em cadeia Já nas usinas nucleares as fissões são con troladas absorvendo parte dos nêutrons produzidos As fissões acontecem na medida necessária para produzir energia térmica para aquecer a água A água evapora e faz girar as turbinas da usina transformando a energia térmica em mecânica Na etapa final por um processo eletromagnético a energia mecânica é transformada em elétrica Leitura e discussão Quando idade e endereço importam p 163 Os reservatórios quando novos emitem muito mais metano em razão da decomposição da matéria orgânica inundada comparativamente aos reservatórios que foram construídos há mais tempo daí a referência à idade A referência ao endereço se justifica pois os reserva tórios das regiões tropicais com latitudes mais baixas emitem mais gases do que os situados em regiões de Clima Boreal e Temperado de maior latitude Contraponto O vilão que virou herói Energia nuclear x clima p 164 1 O primeiro texto defende a produção de energia nuclear como alternativa ao combate do que é considerado a principal ameaça ambiental do planeta o aquecimento global Justifica que a maior parte da energia produzida no mundo é obtida pela queima de combustíveis fósseis principais vilões do agravamento do efeito estufa e portanto do aquecimento global O segundo texto con testa o argumento de que a energia nuclear não emite poluentes e seria portanto uma energia limpa Alega que a energia nuclear não produz gases que causam o efeito estufa apenas na ponta do processo mas o faz na construção e desativação das usinas na extração e no enriquecimento do urânio atividades que consomem energia e liberam dióxido de carbono Acrescenta ainda dois outros problemas não mencionados nos argumen tos do primeiro texto a produção do lixo atômico e a destinação dada a esse material radioativo Finalmente referese ao elevado custo dos projetos nucleares que impedem investimentos em outras fontes alternativas e mais efetivas para a mitigação do aquecimento global 2 Resposta pessoal Após a leitura dos textos podese promover um painel sobre o tema ou realizar um debate para avaliar essa forma de energia dividindo a classe em dois grupos um que aponte os benefícios e outro os riscos e prejuízos TSV2ManualParteEspecifica323384indd 356 300516 1456 357 Compreensão e análise 2 p 165 1 a A 1 Hidrelétrica 2 Eólica 3 Solar 4 Geotér mica 5 Ondas marés 6 Biomassa B 1 Carvão mineral 2 Petróleo 3 Gás natural 4 Nuclear b A Energias renováveis B Energias não renováveis 2 a 782 do total b A produção de petróleo concentrase principalmente no Oriente Médio mas com grande participação da Rússia dos Estados Unidos da China e do Canadá a de gás natural está fortemente concentrada nos Estados Unidos e na Rússia e a de carvão mineral está fortemente concentrada na China e nos Esta dos Unidos responsáveis por mais da metade da extração mundial 3 Favoráveis é uma energia renovável a vida útil das usinas é longa e o custo de sua manutenção é relativamente baixo Desfavoráveis o impacto socioambiental provocado pelas barragens como o alagamento de extensas áreas de vegetação natural e a consequente destruição do hábitat da fauna local o comprometimento da vida aquática a inundação de vilas e de pequenas cidades e o consequente deslocamento de populações 4 a A 325 B 1402 C 57 D 393 b Estados Unidos é o segundo maior consumidor de energia do mundo graças ao elevado desenvolvimento econômico e padrão de consumo Apesar de dispor de outros recursos energéticos em seu território o país sempre investiu na diversificação de fontes França é o país que tem a proporção mais elevada de uso de termonucleares em relação às demais fontes geradoras de eletricidade pois seu território não ofe rece boas condições para ampla exploração de energia hidráulica o subsolo francês é carente em recursos minerais energéticos utilizados nas termelétricas Rússia é um país que depende muito da energia dos combustíveis fósseis dos quais é grande pro dutor e exportador mas como boa parte dos rios fica congelada no inverno reduzindo a produção de hidroeletricidade e como é uma potência nuclear tem grande produção de energia atômica Japão o país que é grande consumidor e depen dente de energia nuclear enfrentou uma crise no setor após o acidente de Fukushima em 2011 CAPÍTULO 8 ENERGIAS ALTERNATIVAS E QUESTÃO ENERGÉTICA NO BRASIL Síntese e objetivos As previsões de esgotamento da principal fonte energética o petróleo e a necessidade urgente de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera colo cam o mundo diante do desafio de viabilizar fontes alternativas de energia Neste capítulo são trabalhadas as principais fontes alternativas solar biocombustível eólica geotérmica e biogás e a necessidade de investimentos públicos e privados para sua obtenção e adoção de políticas de eficiência energética Questões como custo viabi lidade capacidade de geração energética e impactos ambientais são algumas das analisadas para cada uma das fontes de energia alternativa A estrutura energética do Brasil incluindo os bio combustíveis a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia e os impactos socioambientais a privatização do setor de distribuição de energia elétrica a ausência de planejamento estratégico no setor as expectativas geradas pela descoberta de campos situados no présal para a produção de petróleo e gás natural as perspecti vas de ampliação da energia nuclear no Brasil também são importantes temas abordados no capítulo Esperamos que a partir do estudo deste capítulo os estudantes possam relacionar o atual modelo de desenvolvimento econômico à dependência de energia gerada a partir de combustíveis fósseis e ao agravamento de problemas ambientais reconhecer a necessidade de uma política ener gética que amplie o acesso de toda a população à energia elétrica conhecer as principais fontes alternativas de energia formas de obtenção limitações e repre sentatividade na estrutura energética nacional e mundial compreender e analisar os dados apresentados sob a forma de tabelas e gráficos conhecer a matriz energética brasileira e com parar com a matriz mundial compreender as questões econômicas ambien tais e sociais relativas às fontes energéticas utilizadas no Brasil TSV2ManualParteEspecifica323384indd 357 300516 1456 358 Sugestões de respostas e comentários Contexto Iluminação na história p 166 1 Na primeira imagem do século XIX observase que a iluminação das vias públicas em Londres Inglaterra era feita por meio de lampiões a gás que eram acendidos manualmente A segunda imagem mostra a famosa ave nida parisiense no século XX e a iluminação que já era feita por lâmpadas elétricas em redes de postes ligadas a partir de uma central de distribuição Na mesma ima gem há também a presença de automóveis indicando já o uso de combustível fóssil nos meios de transporte A terceira imagem no século XXI mostra a iluminação em uma grande avenida de Tóquio Japão na qual os fios de eletricidade dos postes de luz não são visíveis por serem subterrâneos verificase também a iluminação de grandes painéis eletrônicos de publicidade além dos veículos que podem utilizar biocombustível etanol que pode ser produzido a partir de canadeaçúcar ou milho por exemplo e combustível fóssil 2 Resposta pessoal Os estudantes poderão citar a energia mecânica dos automóveis gerada a partir de petróleo gás álcool eletricidade a energia elétrica que pode ser obtida por meio de petróleo carvão urâ nio água vento Sol e a energia humana O objetivo é os estudantes começarem a pensar na diversidade de fontes de energia disponíveis entre elas as fontes alternativas 3 É possível que os estudantes façam referência ao petró leo e à energia hidrelétrica relacionando a primeira fonte ao seu uso nos transportes e a segunda fonte à sua utilização na geração de energia elétrica De fato essa é a principal fonte para gerar eletricidade no Brasil veja o gráfico Brasil oferta de energia primária 1970 e 2014 figura 11 Compreensão e análise 1 p 174 1 a Sol Sul placas solares e energia solar b A geração de energia elétrica proveniente da luz solar pode ser obtida de forma direta ou indireta No pri meiro caso isso é feito a partir de placas fotovoltaicas que transformam a luz solar em eletricidade Já a forma indireta de obtêla depende da construção de usinas solares em áreas de grande insolação como as desérticas nas quais são instaladas centenas ou milhares de espelhos côncavos coletores solares direcionados para uma tubulação de aço inoxidável onde circula um tipo de óleo que é aquecido pelo calor concentrado do Sol O óleo aquece a água que circula em uma tubulação paralela a água vira vapor que irá mover as turbinas e acionar os geradores elétricos 2 a O modelo econômico atual está apoiado nas reservas de combustíveis fósseis que são poluentes e não renováveis os quais prejudicam o meio ambiente Essas reservas podem se esgotar no médio a longo prazo prejudicando a economia do mundo todo As fontes alternativas em sua maioria são renováveis diversificadas e de modo geral têm menor impacto sobre o meio ambiente b Resposta pessoal Os estudantes poderão citar a energia solar e a biomassa A energia eólica é depen dente das condições atmosféricas velocidade do vento do local em que vivem 3 Energia hidrelétrica impacto socioambiental na cons trução das usinas combustíveis fósseis não são reno váveis geram poluição atmosférica e aquecimento global energia nuclear risco de vazamento de material radioativo contaminação de populações próximas e distantes das usinas aquecimento da água dos mares e toxicidade dos rejeitos radioativos Conexão Química Césio 137 o acidente em Goiânia p 184 Se o tempo de meiavida do césio137 é de 30 anos e se são necessários no mínimo 10 meiasvidas para atingir níveis seguros de radioatividade então levaria cerca de 300 anos para que a radioatividade dos resíduos produzidos no acidente em Goiânia atingisse valores insignificantes Contraponto Energia nas indústrias e nos transportes p 185 1 A Fontes renováveis B Fontes não renováveis Enquanto a indústria conta com maiores possibilidades de utilização de fontes renováveis como a eletricidade lenha carvão vegetal bagaço da cana os meios de transporte ainda têm forte dependência dos combustíveis fósseis No setor de transporte a energia renovável é basicamente TSV2ManualParteEspecifica323384indd 358 300516 1456 359 derivada da biomassa como o etanol e biodiesel e de outros compostos de origem orgânica como o biogás 2 a A Transportes B Indústrias b 457 185 37 321 543 100 457 c 896 MtCO2eq 2219 180 1557 3956 4852 896 Compreensão e análise 2 p 187 1 A5 Petróleo e derivados B1 Biomassa da cana C6 Gás natural D2 Hidráulica e eletricidade E3 Lenha e carvão vegetal F7 Carvão mineral G4 Outras fontes renováveis H8 Urânio 2 O território brasileiro abriga diversas bacias hidrográ ficas cujos rios apresentam grande volume de água que corre por relevos acidentados Essas condições posicionam o país entre os de maior potencial hidre létrico do mundo 3 O custo elevadíssimo da construção e a pequena gera ção de energia o país possui opções mais baratas e de menor risco para a obtenção de energia Sugestões de atividades complementares Pesquisa Proponha uma pesquisa sobre a evolução dos meios de transporte no Brasil Ela deve ser feita pre ferencialmente com a participação do professor de História visando ao desenvolvimento de uma ativi dade interdisciplinar Organize a turma em grupos e oriente a pesquisa de modo que cada um aborde um meio de transporte diferente marítimofluvial ferroviário rodoviário e aéreo Depois de levantadas as informações oriente os grupos na sistematização e socialização do material coletado o que pode ser feito por meio da confecção de cartazes com ilustrações fotografias e mapas O resultado do trabalho pode ser afixado no mural da sala de aula ou da escola Debate Os estudos sobre fontes de energia podem ser finalizados por meio de um debate com os estudantes sobre os aspectos positivos e negativos de cada uma das fontes energéticas estudadas na unidade Enri queça o debate instigando os estudantes a discutir diferentes aspectos por exemplo a atual dependên cia global do petróleo as vantagens e desvantagens da energia hidráulica e dos biocombustíveis entre outros Durante o debate incentiveos a analisar a questão da energia elétrica no estado onde vivem principais fontes qualidade e preço do serviço etc e a refletir sobre a necessidade de diminuir o des perdício de energia elétrica destacando o que cada um pode fazer para atingir esse objetivo Pesquisa e trabalho de campo Sugira aos estudantes uma pesquisa sobre o cul tivo de canadeaçúcar no Brasil para a produção de álcool combustível visando conhecer os fatores que estimulam o avanço dessa atividade e as consequên cias socioambientais Oriente a pesquisa organizando os grupos e os encaminhamentos e fornecendo fontes em que podem encontrar material sobre o assunto Caso vivam em região produtora essa pesquisa pode ser complementada com um trabalho de campo nas áreas de cultivo eou nas usinas Nesse caso envolva os professores de outras disciplinas como História que poderá auxiliar na compreensão sobre o cultivo de cana no Brasil desde a época colonial até os dias de hoje e suas diferen ças e também sobre o Proálcool de Química que poderá complementar o tema por exemplo a partir da compreensão dos métodos de fertilização do solo e de Biologia que poderá aprofundar as temáticas sobre meio ambiente degradação e métodos de conservação associados ao cultivo de cana e bio tecnologia empregada no cultivo Entre os fatores de estímulo ao cultivo de canade açúcar está a utilização do bagaço para a geração de energia É importante nesse caso que os estudantes apontem a concessão de certificação de emissões de créditos de carbono pelo Mecanismo de Desenvolvi mento Limpo MDL Entre as consequências socio ambientais deverão destacar os problemas de saúde decorrentes da queima dos resíduos e a superexplo ração dos trabalhadores no corte Também é possível abordar a ampliação da mecanização no estado de São Paulo e a Lei que determina o fim das queimadas nas TSV2ManualParteEspecifica323384indd 359 300516 1456 360 O trabalho de campo e o ensino A utilização do trabalho de campo como ins trumento didático não tem sido alvo de muitas reflexões Não deveria ser assim afinal todo professor de Geografia principalmente dos ensinos Médio e Fundamental já deve ter se irritado quando ouviu de seus estudantes ou dos professores de outras disciplinas que no dia tal não haveria aula porque tinha passeio marcado pelo professor de Geografia Será que de fato promovemos passeios Em uma das poucas contribuições para este debate Lacoste considera que a expedição exposição tem importante papel de formação dos estudantes de Geografia mas insuficiente pois não passa de iniciação à pesquisa O mesmo autor critica as excursões de ônibus nas quais os pro fessores nas diferentes paradas que previram no percurso fazem um discurso diante dos estudantes passivos LACOSTE Yves Pesquisa e trabalho de campo In Boletim AGBSP 1985 p 13 Para este autor os trabalhos de campo devem ser longos e contínuos marcados por caminhadas e convívio com a realidade o que torna caro e difícil de ser realizado em larga escala Não negligenciaremos as observações de Lacoste pois evidentemente um trabalho de campo em que se percorram rapidamente várias áreas se observem pontualmente diversos pro cessos geográficos e se converse superficial mente com vários atores sociais evidentemente não representa uma aprofundada pesquisa nem permite construir complexas teorias Porém não concordamos com a ideia de que sejam necessa riamente ocasiões em que os professores nas diferentes paradas que previram no percurso fazem um discurso diante dos estudantes passi vos Idem ibidem A nosso ver se essas excursões forem previa mente preparadas instigandose os estudantes a problematizar o que vão ver a preparar o que vão perguntar e refletir acerca do que vão observar podem representar uma importante contribuição para o processo de formação des tes como pesquisadores Um outro aspecto a ser considerado é o papel do trabalho de campo como momento de inte gração entre fenômenos sociais e naturais que se entrecruzam na realidade do campo Interessante apontar que tanto a produção do conhecimento geográfico que apresenta limitações advindas da dicotomia sociedadenatureza em função da verticalização dos pesquisadores nas dife rentes especialidades que compõem o escopo da Geografia quanto no campo do ensino a separação entre sociedade e natureza se cons titui num entrave para o desenvolvimento da Geografia Cabe destacar que tanto na realidade do campo quanto na teoria os aspectos sociais e naturais da realidade são indissociáveis Nesse sentido a elaboração de roteiros de campo com a preocupação de evidenciar os fenômenos sociais e naturais e principalmente a interação entre eles que modelam a superfície terrestre pode se tornar importante instrumento integrador na formação de novas gerações de geógrafos mais atentos às relações físicohumanas sem neces sariamente negligenciar o avançoverticalização das especialidades Tornase evidente que no âmbito do ensino também surgem necessidades em relação à arti culação de escalas de análise para visualização dos fenômenos já que muitos dos processos vis tosobservados no campo se complementam com outros processos operantes em distintas escalas espaçotemporais produzindo a realidade geo gráfica em questão Nas aulas de campo dedicadas ao estudo do meio físicobiótico é comum esse recurso de articulação de escalas do perfil do solo ao modelado do relevo da estrutura e com posição da vegetação à fisionomia da mesma do sistema encosta ou canal à bacia hidrográfica etc plantações de cana nesse estado A sistematização dos dados apreendidos ao longo da pesquisa e do trabalho de campo poderá ser feita por meio da apresentação de mapas mostrando por exemplo a evolução das áreas de cultivo de fotos alusivas ao trabalho envolvido de textossíntese e também de seminários O trabalho de campo é uma estratégia pedagó gica rica e de extrema importância para a compre ensão e significação dos conteúdos trabalhados em Geografia Seu sucesso no entanto requer ativida des a serem desenvolvidas com os estudantes antes durante e depois da ida a campo Para apoiálo na realização do trabalho de campo sugerimos a leitura do texto a seguir Além disso reco mendamos a leitura do texto Etapas na organização do estudo do meio da página 319 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 360 300516 1456 361 O sistema logstico e de transporte A infraestrutura de transportes de uma região tem importante papel no seu desempe nho dado que é condi ção básica para a reali zação de trocas econô micas entre locais dis persos espacialmente De acordo com Samii esta reflete o nível de atividade econômica de uma região contando aquelas regiões mais desenvolvi das com uma melhor infraestrutura de transportes Na verdade estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que as deficiências da infraestrutura dos países em desenvolvimento em especial da América Latina e Caribe dificultam o aumento das trocas comerciais destes países e segundo The World Bank a infraestrutura consti tui a principal restrição para um bom desempenho logístico nesses países Para identificar as melhorias necessárias em termos de infraestrutura de uma região é preciso compreender as trocas comerciais que acontecem nas chamadas redes ou seja conhecer a origem destino os volumes a natureza e o propósito dos movimentos Este constitui um dos aspectos de um planejamento de transportes o qual deve conside rar outros que se tornaram relevantes num novo contexto onde novas exigências são impostas pela competição mais intensa entre as diversas regiões O aumento significativo dos fluxos decorrente da globalização exige ampliação e melhoria da infraestrutura disponível para a realização das tro cas comerciais Mas as mudanças associadas a estes fluxos não se restringem a aspectos quantitativos Mudanças estruturais e operacionais também têm sido constatadas De acordo com Rodrigues et al29 2009 p 158 as mudanças estruturais envol vem os sistemas de manufatura e a geografia de produção enquanto as operacionais concernem principalmente ao transporte de carga e à geo grafia de distribuição A questão fundamental não mais reside na natureza origem e destino dos movimentos de cargas mas em como estas cargas estão se movimentando Os novos modos O texto a seguir aprofunda um pouco mais sobre a necessidade de uma boa infraestrutura de transportes para o desenvolvimento econmico de um pas No entanto quando se pretende ensinar Geogra fia não se deve fragmentar a realidade e esses aspectos devem se associar aos aspectos sociais na explicação da realidade Por fim destacamos ainda que a implemen tação de estações de monitoramento de campo sobre fenômenos operantes na superfície terrestre e que interessam à produção do espaço geográfico que como apontado anteriormente se configura numa importante ferramenta de acompanhamento das transformações socioambientais tem também forte implicação para o ensino da Geografia Em nosso entendimento a visita de campo nessas estações de monitoramento que produzem dados sobre a realidade e suas transformações pode ser vir para articular as teorias às práticas de campo voltadas ao ensino da Geografia ALENTEJANO Paulo R R ROCHALEÃO Otávio M Trabalho de campo uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado In Boletim Paulista de Geografia trabalho de campo São Paulo AGB jul 2006 p 6264 Debate Proponha aos estudantes um debate sobre opções energéticas para o Brasil Para isso os estudantes deverão pesquisar sobre as atuais matrizes energé ticas do país e também sobre outras possibilidades pertinentes Encaminhe o debate que deverá con templar as seguintes etapas argumentação sobre as vantagens das matrizes ou fontes energéticas contemporização sobre seus desafios e infra estrutura para manutenção ampliação ou implantação contraargumentação que deverá ser feita entre os grupos réplica de cada grupo Durante o debate você poderá fazer o papel de mediador A atividade pode ser utilizada como forma de avaliação dos conteúdos conceituais além de atitudinais Leituras complementares para o professor TSV2ManualParteEspecifica323384indd 361 300516 1456 362 de produção mudam concomitantemente com os também novos modos de distribuição o que torna as funções de produção distribuição e consumo difíceis de serem consideradas separadamente Parafraseando Abony et Van Slyke 201030 para que as empresas sejam competitivas inter namente e no mercado internacional requerse custos mais baixos permitidos por uma melhor infraestrutura adequada à oferta de um transporte multimodal além de empresas transportadoras competitivas procedimentos rápidos eficientes e transparentes nas fronteiras moderna tecno logia de informação e comunicação para atender às demandas logísticas mais sofisticadas mais curtos tempos de movimentação confiabilidade de entregas cuidado no manuseio dos bens cer tificações de qualidade segurança contra roubos e danos etc A maior complexidade do ambiente aliada à necessária consideração de uma gama mais ampla de aspectos no desenvolvimento de um plano de logística e transportes exige uma reflexão por parte dos responsáveis pela elaboração de um pla nejamento desta natureza 29 RODRIGUES JP COMTOIS C SLACK B The Geography of Transport Systems 2 ed Londres Routledge 2009 p 158 30 ABONY G VAN SLYKE D M Governing on the Edges Globalization of production and the Challenge to Public Administration in the TwentyFirst century Public Administration Review v 35 n 4 p 210232 Special issue dez 2010 LUNA Mônica Maria Mendes et al Planejamento de logística e transporte no Brasil uma análise dos planos nacionais e estaduais Disponível em httpnuresufscbr Acesso em mar 2016 Sugestões de livros sites e filmes Livros Energia e cidadania a luta dos atingidos por barragens De Dirceu Beninca São Paulo Editora Cortez 2011 A obra faz uma análise do modelo energético brasileiro e seus impactos socioambientais especialmente sobre os atingidos pela construção de hidrelétricas A energia do Brasil De Antonia Dias Leite Rio de Janeiro Lexikon 2014 A autora apresenta amplo e detalhado painel da evolução da energia no Brasil da situação atual e de cenários futuros discutindo as questões políticas em momentos do século XX que determinaram as escolhas das alternativas energéticas disponíveis e num capítulo à parte a interrelação entre energia e meio ambiente Transportes De Mirian Rejowski e André Milton Paolillo São Paulo Aleph 2002 O livro discute as vantagens e desvantagens de cada moda lidade de transporte seus custos formas de integração e interdependência oferta de serviços e equipamentos e a análise sobre a realidade brasileira Energia alternativa solar eólica hidrelétrica e de biocombustíveis De Marek Walisiewicz São Paulo Publifolha 2008 As diversas fontes de energias alternativas e as questões políticas econômicas e ambientais que envolvem os proble mas energéticos mundiais são aqui apresentadas e discuti das destacandose a importância da utilização de fontes de energia renovável como a hidrelétrica a térmica a eólica a solar a geotérmica o biocombustível e outras Sites Agência Internacional de Energia Atômica em inglês wwwiaeaorg Agência da ONU criada com o objetivo de estimular o uso pacífico da energia nuclear e controlar seu mau uso Agência Nacional de Energia Elétrica Aneel www aneelgovbr A Agência divulga seu trabalho e presta conta aos consu midores Apresenta o Atlas de energia elétrica no Brasil que contém mapas dados tabelas textos sobre as principais fontes de energia no país Agência Nacional de Transportes Aquaviários Antaq wwwantaqgovbr É a agência que realiza estudos de demanda de transporte e serviços aquaviários edita normas autoriza empresas de navegação projetos de investimentos construção e explo ração de terminais e fiscaliza o setor BP British Petroleum em inglês wwwbpcom O site é referência para levantamento de dados estatísticos sobre energia Apresenta relatórios atuais e infográficos ani mados sobre as diversas modalidades de energia Confederação Nacional do Transporte CNT wwwcntorgbr A CNT é uma confederação sindical patronal que repre senta empresas de transporte e transportadores autôno mos rodoviários ferroviários aquaviários aéreos urbanos e multimodal TSV2ManualParteEspecifica323384indd 362 300516 1456 363 Ministério de Minas e Energia wwwmmegovbr Neste site podem ser pesquisados os programas desen volvidos pelo Ministério e o balanço energético nacional que apresenta dados estatísticos atuais sobre o setor energético e de mineração Ministério dos Transportes wwwtransportesgovbr Informações atuais sobre os principais meios de transporte utilizados no Brasil O site apresenta clipes sobre alguns portos hidrovias ferrovias eclusas de Tucuruí e empresa de logística na área de transportes além de diversos mapas Petrobras wwwpetrobrascombr Dispõe de informações e dados atuais sobre a atuação da empresa Filmes Descaminhos De Cristiano Abud Brasil 2009 75 mim Em seis episódios o documentário viaja sobre os trilhos contado um pouco da história do meio de transporte ferro viário no Brasil Fields of fuel De Josh Tickell Estados Unidos 2008 90 min O documentário discute a necessidade urgente de se desenvolver fontes de energia renováveis num mundo dependente do petróleo Agentes da sociedade Jovens e mercado de trabalho p 188 Conexões Este projeto pode ser desenvolvido em conjunto com os professores de Matemática análise de dados em gráficos e mapas sobre o mercado de trabalho em espe cial para os jovens História a história das relações de trabalho no Brasil ao longo do tempo Sociologia o trabalho humano entendido como um processo entre natureza e pessoas aspec tos comportamentais da geração nemnem Língua Portuguesa elaboração de resumo Sugestão para o planejamento do projeto 1 aula apresentação da proposta contex tualização com os assuntos já estudados e orientação para a pesquisa e o resumo 1 semana pesquisa e resumo que devem ser feitos preferencialmente fora da sala de aula em casa na biblioteca 2 aulas análise e discussão dos resumos e orientações sobre a confecção do plano de ação e pesquisa 1 semana elaboração do projeto pessoal a ser realizado fora do horário de aula 1 aula finalização do projeto sob orientação do professor 2 aulas socialização das informações Um dos grandes anseios dos estudantes do Ensino Médio é inserirse no mundo do trabalho Este por sua vez tornase cada vez mais competitivo no contexto da globalização e do avanço do meio técnicocientíficoinformacional Assim é importante preparar os jovens para estarem em consonância com o avanço do conhecimento científico e tecnológico de modo articulado ao mundo do trabalho Nesse sentido propomos uma atividade em que os estudantes são convidados a fazer um plano para sua inserção no mundo do trabalho Entendemos porém que ninguém é mais habilitado que o pro fessor bem como a comunidade escolar e a família para conhecer seus jovens e a realidade em que vivem Assim é fundamental seu acompanhamento e orientação ao longo de todas as etapas do projeto A atividade proposta nesta seção diz respeito às aspirações de cada um dos jovens devendo portanto em muitos momentos ser desenvolvi do individualmente No entanto também é aconselhável que os estudantes compartilhem seus conhecimentos experiências e visões sobre o assunto ao longo da sua realização A primeira etapa por exemplo que visa recuperar as principais características da econo mia mundial atual por meio de um resumo pode ser feita em duplas ou pequenos grupos Se necessário peça que os estudantes retomem as principais carac terísticas do resumo gênero textual muito utilizado na rotina escolar que visa condensar coerentemente as informações essenciais de um texto Para sua reali zação os estudantes devem integrar conhecimentos de Língua Portuguesa sobre o tema Esta primeira etapa também oferece uma oportu nidade de retomar conteúdos já estudados sobre tudo o Capítulo 5 além de conteúdos que poderão ser trabalhados ao longo da atividade especialmente TSV2ManualParteEspecifica323384indd 363 300516 1456 364 o Capítulo 10 e o Capítulo 12 Para informações sobre as atualidades do país vale orientar os estu dantes a pesquisar temas apontados em jornais revistas e sites Durante sua realização procure auxiliálos na busca organização e compilação das informações promovendo ao final a socialização dos resultados da pesquisa Ao discutir os dados que mostram a situação de desemprego para os jovens brasileiros informe aos estudantes que a taxa de desemprego no Brasil é maior entre os jovens do que entre os adultos e maior que a média mundial É preciso considerar ainda que o desemprego entre jovens é agravado por variáveis como sexo e etnia sendo a desocupação de mulheres e negros jovens maior que a de homens e brancos jovens O tema mercado de trabalho para os jovens também é discutido na Unidade 3 do Volume 3 desta Coleção Se julgar conveniente apresenteo neste momento aos estudantes A integração com Sociologia para discutir o comportamento de muitos jovens conhe cidos como nemnem também pode enriquecer bastante o projeto Para justificar o aumento do desemprego entre jovens no Brasil e no mundo globalizado os estu dantes deverão mencionar as transformações socio econômicas vividas no país ao longo das décadas de 1980 e 1990 e também o contexto mundial Para isso será necessário relacionar o tema com o que foi estudado na Unidade 2 sobre as mudanças econômi cas provocadas pela globalização É importante eles perceberem que o crescimento da economia mundial não vem suprindo a demanda por empregos nem por melhores salários Dados do Banco Mundial apontam que neste início do século XXI mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo vivem abaixo da linha de pobreza ou seja com menos de US 125 por dia Outro motivo que poderá ser mencionado referese ao fato de os jovens no geral terem menos respon sabilidades que os adultos no cuidado com a família o que leva a uma demissão maior entre eles Entre as soluções para o problema do desem prego entre os jovens podese discutir a necessidade de políticas governamentais voltadas para melho rar o padrão de sua inserção no mundo do traba lho Durante a discussão estimule os estudantes a comentar ações conhecidas ou vivenciadas por eles que fomentem a solução desse problema que passa por dedicação nos estudos investimentos em educação e qualificação de jovens combate ao tra balho infantil redução da jornada de trabalho maior articulação entre ensino formal e técnico combate à evasão escolar entre outros Iniciativas públicas e privadas como ProJovem Senar Senat Senai e Sesc podem ser apresentadas aos estudantes É importante ampliar a discussão conversando com os estudantes sobre outros fatores que impactam na vida profissional além da qualificação Embora seja inquestionável que um maior número de estu dos e cursos contribuam para a empregabilidade e o sucesso profissional eles sozinhos não conseguem garantir uma vaga no mercado de trabalho Fatores como sexo aparência local de moradia redes de relações quem indica entre outros muitas vezes são decisivos Além disso há fatores mais amplos como a necessidade de o país precisar crescer economi camente tendo como elemento central a geração de trabalho e renda Isso precisa ser abordado pelos jovens de modo a não minar sua autoestima Para a elaboração do projeto pessoal dê um prazo aproximado de uma semana Organize uma aula para que eles possam trocar informações sobre o que descobriram a respeito de suas escolhas pessoais e também para que partilhem suas expectativas e seus temores em relação ao mercado de trabalho Quanto mais conhecimento sobre o curso e a profissão pre tendidos os estudantes tiverem mais facilidade terão em fazer o planejamento A atividade pode ser com plementada por exemplo com a pesquisa da relação candidatovaga nos cursos e faculdades pretendidos e da preparação para habilidades específicas como dominar outro idioma representar desenhar tocar um instrumento musical entre outras Oriente os estudantes a pesquisar nos sites de faculdades uni versidades e de orientação profissional Estimuleos a assistir a uma aula dos cursos que pretendem fazer Geralmente isso é possível nas universidades públicas Se achar conveniente auxilieos a contatar instituições e profissionais para agendar as visitas Os grupos de estudo e rodas de conversa também são indicados aos jovens mais interessados pois é uma oportunidade de troca de conhecimentos e fortaleci mento do sentimento de solidariedade Oriente cada etapa do projeto e avalie os estu dantes durante todo o processo nas dimensões conceituais procedimentais e atitudinais pro curando observar não apenas o empenho indivi dual mas também o desempenho dos grupos de trabalho A seguir indicamos uma sugestão de avaliação nessas três dimensões focando nos conteú dos conceituais da disciplina de Geografia Recomenda se no entanto que a avaliação seja feita em conjunto com os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto verificando se os objetivos propostos foram atingidos e considerandose as três tipologias de con TSV2ManualParteEspecifica323384indd 364 300516 1456 365 teúdos para isso é importante que os professores das demais disciplinas envolvidas no projeto elenquem os conteúdos conceituais referentes a sua disciplina Sugestão para avaliação Conteúdos conceituais Compreende os desdobramentos do avanço do meio técnicocientíficoinformacional no mercado de trabalho mundial Identifica os países emergentes no contexto mundial contemporâneo Reconhece a nova Divisão Internacional do Trabalho nas relações entre os países Entende as características da economia mundial atual e a situação brasileira nesse contexto Conteúdos procedimentais É apto a fazer pesquisas de forma autônoma Consegue elaborar um resumo Obteve êxito na realização do traçado do plano de inserção no mercado de trabalho Conteúdos atitudinais É responsável em relação a prazos e com promissos assumidos com o grupo Valoriza a troca de conhecimentos e é soli dário com os colegas de classe U N I D A D E 4 ESPAÇO E PRODUÇÃO Esta unidade trata das relações entre espaço geo gráfico e produção de mercadorias com foco nas atividades industriais e agropecuárias analisando os efeitos socioambientais espaciais e econômicos dos avanços tecnológicos nessas atividades Ao longo da história os seres humanos assisti ram a processos que marcaram profundamente o espaço geográfico mundial decorrentes da Revolu ção Industrial Agrícola e Tecnológica Estas impac tam na vida da população mundial de forma direta assim como no ambiente em que vivem Essas questões permeiam os capítulos da uni dade em que são estudadas a indústria no mundo atual e no Brasil as tendências da agricultura mundial e as políticas agrícolas no mundo desenvolvido além do espaço agrário no mundo em desenvolvimento com destaque para o Brasil Conexão Mapeamento das atividades interdisciplinares Unidade 4 Capítulo Título Disciplinas envolvidas Principais conexões 9 Divisão do trabalho Sociologia Divisão do trabalho produção econômica e seus reflexos nas sociedades humanas Especialização brutal A racionalização cruel sobre a especialização do trabalho 10 São Paulo Gazo Arte Movimento Modernista brasileiro Mulher proletária Língua Portuguesa Sociologia Gênero textual poema Papel da mulher na sociedade 11 Coexistência de lavouras milho transgênico e convencional Biologia Polinização Transgênicos 12 Fome Inglês Habilidades de leitura e compreensão do idioma em situações contextualizadas Eu sou roceiro Língua Portuguesa Gênero textual letra de música TSV2ManualParteEspecifica323384indd 365 300516 1456 366 CAPÍTULO 9 INDÚSTRIA NO MUNDO ATUAL Síntese e objetivos O espaço geográfico contemporâneo é resultado em grande parte das transformações ocorridas nas diferentes etapas da Revolução Industrial O objetivo deste capítulo é auxiliar a compreensão da relação entre o desenvolvi mento das forças produtivas bem como seus métodos e o espaço geográfico Dessa forma são trabalhados o conceito de indústria e a classificação de suas atividades Além disso tratamos da Revolução técnicocientífica do fordismo do taylorismo e do toyotismo e dos conceitos de justintime trabalho tecnologia e tecnopolo Com o estudo deste capítulo esperase que os estudantes adquiram as habilidades de analisar as profundas transformações espaciais decorrentes do processo de industrialização distinguir os tipos de indústria compreender as características da Terceira Revolução Industrial conhecer as diferentes fases do processo de desconcentração industrial possibilitado pelas novas tecnologias e decorrentes da necessidade de ampliação de mercados diferenciar os modelos de industrialização ado tados pelos países latinoamericanos e pelos Tigres Asiáticos conhecer e diferenciar as tecnologias de pro cesso de produção compreender as mudanças ocorridas na locali zação industrial e a regionalização da indústria no mundo considerando inclusive o papel dos países periféricos conhecer algumas das dificuldades e possibi lidades dos países em desenvolvimento inclu sive dos emergentes no contexto da indústria do mundo globalizado aprimorar a leitura de textos charges tabelas gráficos e mapas compreender e analisar criticamente a obsoles cência planejada refletindo sobre suas atitudes como consumidor reconhecer em seu próprio cotidiano os efeitos da intensa modernização Sugestões de respostas e comentários Contexto Em escala global p 191 1 China e Japão Localizamse na Ásia 2 Resposta pessoal Durante a troca de ideias espera se que os estudantes mencionem a desconcentração industrial ocorrida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial motivada pela busca por maiores lucros pelas multinacionais que passaram a procurar países onde a produção fosse mais barata e proporcionada pelo desenvolvimento tecnológico sobretudo nos setores de comunicação e transportes Embora a produção e a montagem dos produtos sejam feitas nos países em desenvolvimento o conhecimento e aporte tecnoló gicos estão concentrados nos países desenvolvidos o que lhes proporciona enormes lucros Ao final do estudo dessa primeira parte do capítulo retome com os estudantes essa questão de modo que eles próprios possam avaliar seus aprendizados sobre o assunto Conexão Sociologia Divisão do trabalho p 194 Para Durkheim a especialização resulta em interdepen dência das pessoas ou seja o que gera coesão entre as pessoas seriam ironicamente as diferenças entre as respectivas especializações Para Marx tarefas minucio samente especializadas requerem qualificação mínima e possibilitam melhor controle do processo de produção e a fácil substituição de trabalhadores tirando destes o poder em suas relações com os empregadores Conexão Sociologia Especialização brutal p 201 O texto mostra a que ponto chega a racionalidade do fordismo e do taylorismo A segmentação da produção atinge até mesmo os operários que têm consideradas apenas as partes ou funções de seu corpo diretamente implicadas na realização das tarefas no processo de produção da linha de montagem TSV2ManualParteEspecifica323384indd 366 300516 1456 367 Compreensão e análise 1 p 204 1 Relógio tablet automóvel indústria de bens de con sumo duráveis calça sapato e alimento industriali zado bens de consumo não duráveis avião indústria aeronáutica ponte indústria da construção civil navio indústria de construção naval 2 a Fordismo No sistema de produção fordista a merca doria era deslocada dentro da fábrica a cada etapa da produção e um operário especializado a realizava em determinado intervalo de tempo até sua finalização b Toyotismo O processo toyotista é flexível cada traba lhador pode ser aproveitado em diferentes funções segundo as necessidades A produção de diferentes modelos pode ser feita a partir de pequenas reestru turações da mesma fábrica com os mesmos equipa mentos utilizando recursos da microeletrônica da robótica e da informática Também há redução dos estoques pois as mercadorias são produzidas de acordo com a demanda justintime 3 Concentração da população nas cidades diversificação da economia com a multiplicação de atividades ligadas ao setor de serviços Revolução Agrícola migração campocidade a expansão dos meios de transporte e das rotas comerciais ampliação do fluxo de circulação de mercadorias no espaço nacional e mundial etc 4 Resposta pessoal Vantagens as inovações tornam cada vez mais eficiente e ágil a realização de diversas atividades cotidianas sem por exemplo a necessi dade de sair de casa trabalhar fazer compras efetuar pagamentos e transferências bancárias enviar mensa gens ter acesso a informações etc Desvantagens a produção de lixo resultante do descarte de produtos eletrônicos necessidades de consumo criadas pelas novas tecnologias boa parte da sociedade não tem acesso aos novos produtos 5 Os avanços tecnológicos nas áreas de transporte e telecomunicações tornaram possível a comunicação em tempo real pelo planeta permitindo às multinacionais a divisão do processo de produção em diversos países 6 Resposta pessoal Os teleportos também conhecidos por cibercidades ou portos de telecomunicações são constituídos por um conjunto de edificações equipados com sistemas de telecomunicação e de informática de alta performance Por um lado a estrutura dos teleportos somente se viabilizou com os avanços da telemática próprios da Terceira Revolução Industrial por outro empresas que se beneficiam de modo expres sivo dos teleportos surgiram no contexto dessa etapa do desenvolvimento industrial como as produtoras de softwares e de games ou apresentam sistemas de fun cionamento altamente informatizados e dependentes de enorme fluxo de dados e informações como os ban cos e seguradoras Há teleportos em todos os países de economia avançada e em diversos países emergentes e de menor desenvolvimento como Argentina Brasil Venezuela Paquistão e Filipinas São as capitais do Brasil que apresentam maior con centração de empresas que requerem estruturas com grande tráfego de informações e que dispõem também de conexão com banda larga redes de cabos de fibra óptica e recursos tecnológicos avançados nos setores de telecomunicações e de informática Em alguns esta dos brasileiros há também cidades médias e grandes além das capitais que propiciariam e requereriam a implementação de teleportos Leitura e discussão A China e seus desafios p 217 1 Mudança da ênfase nas exportações e no baixo custo incluindo prejuízos ambientais para a ênfase no con sumo interno e na sustentabilidade 2 Sim os dados apresentados apontam um crescimento no varejo aumento de 12 em 2014 especialmente no comércio eletrônico confirmando a maior ênfase ao consumo interno Olho no espaço Desconcentração e proliferação dos polos industriais p 222 1 a A primeira fase se deu com a industrialização dos países da América Latina e dos Tigres Asiáticos a partir do final da Segunda Guerra Mundial A segunda fase ocorre com a ascensão dos Novos Tigres e a maior industrialização de outros países asiáticos b Com o maior desenvolvimento das comunicações e dos transportes foi possível transferir a produção dos produtos para países onde a mão de obra é abun dante e mais barata onde há maiores incentivos governamentais à instalação de indústrias e menor regulamentação dos direitos dos trabalhadores e dos impactos ambientais favorecendo a atuação e o aumento dos lucros das multinacionais c Investindo em tecnologias de ponta melhorando a qualificação da mão de obra criando tecnopolos entre outros a exemplo do que vêm fazendo os Tigres Asiáticos a China e a Índia 2 A criação das Zonas Econômicas Especiais cidades escolhidas para serem centros industriais por meio de atração do capital externo parte de reformas eco TSV2ManualParteEspecifica323384indd 367 300516 1456 368 nômicas datadas da década de 1970 transformou a China no país de maior crescimento econômico nas últimas décadas O país dispõe de um parque industrial diversificado com indústrias tradicionais que fabricam bens de baixo índice tecnológico como têxteis e brinquedos mas também com indústrias de bens de alto índice tecnológico como as de com putadores e de aviões de grande competitividade internacional Apesar da carência de infraestrutura principal entrave ao desenvolvimento industrial indiano há algumas grandes indústrias estatais de refino de petróleo petroquímico e de alumínio Em Mumbai se loca lizam empresas da indústria cinematográfica No sul do território destacase a cidade de Bangalore tecnopolo que centraliza pesquisas de alta tecnologia associadas às indústrias aeroespacial e de satélites de aviões softwares supercomputadores e de bio tecnologia entre outras com mão de obra altamente especializada Isso aliado ao uso da língua inglesa por grande parte da população e ao crescimento do mercado interno indiano garante ao país a condição de polo industrial emergente 3 Custos de infraestrutura e de mão de obra mais baixos É importante ressaltar porém que na maior parte dos casos esse deslocamento é restrito às unidades de produção pois diversos outros setores das empresas industriais como marketing parte do administrativo e de pesquisa e desenvolvimento em geral continuam nos grandes centros ou muito próximos a eles Ponto de vista O segredo dos produtos feitos para não durar p 223 1 a É uma estratégia de marketing em que o fabri cante antes do lançamento do produto já prevê em quanto tempo ele ficará ultrapassado A indús tria acelera o fim dos ciclos dos produtos ou ser viços para aquecer a economia b Os estudantes deverão comentar os danos ambien tais atualmente a obsolescência planejada é considerada uma das principais responsáveis pelo aumento do lixo sobretudo o eletrônico a maior produção industrial leva à intensificação do uso de recursos naturais Além disso poderão comentar os prejuízos nas finanças e na vida pessoal visto que essa estratégia leva muitas pessoas a consumirem mais que o necessário prejudicando suas finanças pessoais e a se sentirem deprimidas ou diminuídas se não tiverem recursos para comprar novos produ tos ainda que seus antigos estejam em perfeitas condições de uso 2 Resposta pessoal Atualmente são várias as situações em que isso ocorre no cotidiano das pessoas levando em conta a grande quantidade de produtos eletrônicos que estão presentes nos lares celulares e suas baterias televisores computadores impressoras aparelhos de DVD e de som etc 3 Os estudantes deverão mencionar que antes de adqui rir qualquer produto os consumidores devem avaliar se realmente precisam dele e em caso positivo pes quisar as limitações e atualizações já previstas pelos fabricantes se há assistência técnica e se ela é van tajosa e qual é a opinião de outros consumidores que já adquiriram o produto Também podem manifestar sua insatisfação sobre a obsolescência planejada reclamando com os fabricantes Compreensão e análise 2 p 224 1 a Sun Belt localizado no sul e no oeste do país em uma faixa que vai do Atlântico ao Pacífico abriga empresas privadas do setor de informática e insti tuições de pesquisa governamentais e concentra diversos dos polos tecnológicos do país b Manufacturing Belt localizado na região dos Gran des Lagos e no nordeste dos Estados Unidos possui o principal centro siderúrgico e metalúrgico do país além de ser a região onde estão concentrados seto res industriais tradicionais abriga também alguns importantes polos tecnológicos relacionados à Ter ceira Revolução Industrial 2 Os keiretsus são redes fechadas de empresas cuja produção é destinada a uma empresalíder As inte grantes não podem fornecer a empresas que não façam parte do grupo Em alguns casos é permitido fornecer mercadorias a outras empresas desde que seja dada prioridade às da rede 3 Eram chamados de NICs Novos Países Industriali zados Esses países passaram por um processo de intensa industrialização a partir da década de 1950 É o caso do Brasil do México e da Argentina depois de 1950 e dos Tigres Asiáticos após 1960 4 A industrialização do Brasil da Argentina e do México obedeceu a uma estratégia de substituição de importações enquanto a dos Tigres Asiáticos estava voltada para a exportação 5 O modelo econômico adotado levou as exportações de produtos primários a diminuírem enquanto as exporta ções de produtos industrializados aumentaram 6 a Novos Tigres Argentina China e Índia TSV2ManualParteEspecifica323384indd 368 300516 1456 369 b O desenvolvimento de software em razão da pre sença de engenheiros especializados sobretudo em Bangalore e também a grande expansão do setor de serviços de telemarketing e call center em função do domínio da língua inglesa por grande parte da população da mão de obra barata CAPÍTULO 10 INDÚSTRIA NO BRASIL Síntese e objetivos O capítulo aborda o processo de industrialização no Brasil desde seus primórdios no final do século XIX passando pela política de substituição de importações adotada pelo governo Vargas sob os efeitos da crise mundial de 1929 a continuidade ao modelo dada pelos governos militares assim como os investimentos estatais e vultosos empréstimos no exterior gerando o milagre econômico do período 19691973 O capítulo prossegue na análise do processo de industrialização do Brasil até os dias atuais tratando das mudanças na conjuntura internacional como a primeira grande crise do petróleo 1973 a abertura do mercado brasileiro a partir da década de 1990 às importações e aos investimentos externos com o cená rio da guerra fiscal de disputas pela instalação de filiais das multinacionais os principais centros industriais e a desconcentração espacial das indústrias a desindus trialização também são temas principais deste capítulo A partir desse estudo os estudantes poderão adquirir as habilidades de conhecer o processo de industrialização bra sileiro e analisálo considerando a conjuntura internacional discutir o papel socioeconômico da mulher no processo de industrialização brasileiro con trapondoo com a situação das mulheres nos dias atuais compreender a questão da proteção à indús tria nacional durante a era Vargas e a ditadura militar analisar as consequências do milagre econô mico do período 19691973 na sociedade e na economia brasileiras conhecer os efeitos da globalização e da aber tura do mercado na indústria brasileira analisar a queda da participação industrial na economia brasileira entender a relação existente entre a guerra fiscal e a desconcentração espacial das indústrias e os interesses das multinacionais percebendo os efeitos sociais decorrentes disso ler e analisar gráficos apreciar textos literários relacionandoos aos contextos históricos e geográficos analisar criticamente notícias veiculadas pela mídia observando diferentes posicionamentos sobre um mesmo assunto investigar a realidade local no que diz respeito à atividade industrial Sugestões de respostas e comentários Contexto Industrialização brasileira p 225 1 É a que produz bens a partir da transformação de matériasprimas A indústria de transformação pode ser de bens de produção que produzem matérias primas para outras indústrias de bens de capital que produzem máquinas peças e equipamentos para outras indústrias ou de bens de consumo que pro duzem mercadorias duráveis e não duráveis para consumo direto Vale comentar com os estudantes que no gráfico só não foram computados os dados da indústria extrativa 2 O crescimento desta participação ocorreu a partir da década de 1950 especialmente acelerado no período do governo JK Juscelino Kubitschek e da ditadura militar No governo Sarney 1985 começou a declinar na última década de forma contínua Os estudantes deverão observar que em 2014 governo Dilma a par ticipação desse setor industrial no PIB foi de 106 a menor do período Informe os estudantes que esse processo chamase desindustrialização e que será abor dado neste capítulo TSV2ManualParteEspecifica323384indd 369 300516 1456 370 Conexão Arte São Paulo Gazo p 228 A obra de Tarsila revela a expansão da cidade de São Paulo na década de 1920 que começava a asseme lharse a outras metrópoles industriais daquela época Nela estão representados edifícios torres chaminés industriais e a presença do automóvel no cotidiano das grandes cidades Os elementos naturais na com posição da tela estão representados pontualmente e envolvidos pelas construções e invenções humanas No centro uma forma avermelhada indefinida con funde a realidade representada Pode ser um tanque de gasolina entre o automóvel e a palavra Gazo cujo significado não está explícito na tela Pode ser tam bém um esboço de uma figura humana representada na forma de um objeto Conexão Língua Portuguesa e Sociologia Mulher proletária p 230 1 Nessa época as mulheres em geral não ocupavam muitas posições no mundo do trabalho Sua função social restringiase aos cuidados com os filhos casa e marido a quem se submetiam Os versos do poema que poderão ser mencionados pelos estudantes são Mulher operária única fábricaque o operário tem fabrica filhos e Mulher proletária o operário teu proprietário 2 Muitas foram as conquistas femininas mas outras tan tas precisam ser atingidas Atualmente por exemplo há maior participação da mulher no mercado de traba lho mas seus salários são inferiores aos dos homens mesmo quando desempenham as mesmas funções Na Unidade 3 do Volume 3 desta coleção será discu tida a questão de gênero No entanto é possível nesse momento antecipar parte dessa discussão e sensibilizar os estudantes sobre a importância da participação social da mulher o potencial feminino no mercado de trabalho no Brasil as mulheres têm maior escolaridade que os homens a necessidade de homens e mulheres dividirem responsabilidades em casa seja com as finanças com os filhos e os serviços domésticos entre outros assuntos sobre o tema Compreensão e análise 1 p 235 1 Entre as décadas de 1930 e 1940 no governo Var gas a industrialização era apoiada pelo Estado e a maioria das empresas possuía capital nacional e dedicavase à produção de bens de consumo não duráveis Posteriormente Vargas investiu na indústria de base e extrativa fundamentais à formação de uma arquitetura industrial no país A partir do governo JK passaram a ser abertas ao capital estrangeiro com investimentos sobretudo nos setores de bens de con sumo duráveis como automóveis eletrodomésticos e artigos eletrônicos e exploração mineral O governo investiu em infraestrutura transportes indústria e geração de energia As indústrias nacionais con quistaram espaço principalmente nos setores mais tradicionais bens não duráveis e autopeças e na construção civil 2 Argumentos do governo as estatais eram deficitárias ineficientes e pouco competitivas dependiam de sub sídios do Estado e eram manipuladas por interesses políticos Com a privatização o Estado deixaria de investir nessas empresas e sua venda redundaria em receita extra para os cofres públicos que poderia ser aplicada na diminuição da dívida pública interna Além disso novas empresas significariam mais competição no mercado que estimularia a diminuição dos preços dos produtos Crticas a venda das estatais represen tou a desnacionalização da indústria e dos serviços no Brasil e não contribuiu para a redução da dívida pública Muitas empresas após a privatização redu ziram o número de postos de trabalho aumentando o desemprego no país As empresas do setor de energia elétrica não fizeram os investimentos exigidos 3 a O capital majoritário era nacional b O estado de São Paulo c Têxtil alimentícia de vestuário de calçados e bebidas 4 a Tratase do processo de descentralização industrial que se acentuou a partir da década de 1990 com a guerra fiscal Para atrair empresas industriais e gerar empregos estados e municípios passaram a oferecer vantagens fiscais além de terrenos e infraestrutura Somemse a isso a evolução das telecomunicações e dos transportes que amplia a liberdade das empre sas quanto à localização e a mão de obra mais barata fora dos grandes centros industriais que em conjunto reduzem custos de produção e ampliam lucratividade Mostre aos estudantes que apesar do processo de desconcentração industrial a indústria ainda está muito concentrada na Região Sudeste b As maiores taxas foram registradas nas regiões Norte multiplicou mais de sete vezes a sua parti cipação no valor da transformação industrial mais de 700 e a CentroOeste multiplicou mais de 4 vezes mais de 400 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 370 300516 1456 371 Olho no espaço Panorama dos tecnopolos no Brasil p 241 Esperase que os estudantes observem a maciça pre dominância desses empreendimentos tecnológicos nas regiões Sul e Sudeste e sua quase total inexpressividade nas regiões Norte e CentroOeste que até 2013 não contavam com tecnopolos em operação Já a Região Nordeste possui uma situação intermediária com a pre sença de 4 parques tecnológicos em operação Também é importante observarem que os parques científicos e tecnológicos encontramse em diferentes fases de desen volvimento projeto implantação e operação O número de parques científicos e tecnológicos em implantação evidencia que eles vêm se consolidando como ambientes onde a iniciativa privada tem buscado se instalar Cabe mostrar aos estudantes que dos 94 tecnopolos em suas diferentes fases 74 encontramse nas regiões Sudeste 39 e Sul 35 Contraponto Indústria teve aumento da produção em maio 2015 IBGE momento atual da indústria é pior que o da crise de 2009 p 242 1 O desempenho da indústria nacional em maio de 2015 2 A divulgação pelo IBGE do crescimento de 06 da produção industrial brasileira em maio de 2015 com parado a abril do mesmo ano 3 Sim o texto 1 procura amenizar o resultado da pesquisa discorrendo mais sobre os pontos positi vos trazidos por ela e mesmo amenizando os dados negativos que só são citados ao final do texto Já o texto 2 enfatiza os dados negativos da pesquisa Professor a atividade pode ser feita em duplas ou grupos maiores integrando conhecimentos de Língua Portuguesa Oriente os estudantes a observarem a fonte dos textos texto 1 retirado do site de infor mações do governo federal texto 2 retirado de um jornal de economia o público a quem são dirigidas e os recursos textuais utilizados título expressões enfoque nos dados etc Compreensão e análise 2 p 243 1 Os estados representados são São Paulo que conta com a participação de cerca de 25 da economia industrial na composição do seu PiB e Espírito Santo cuja economia industrial entra com cerca de 39 na formação do PiB do estado É importante informar aos estudantes que o Espírito Santo é o estado do Brasil que tem maior peso da indústria na composição da sua economia 2 Camaçari com um polo petroquímico e uma montadora de veículos e Aratu com uma usina siderúrgica 3 Resposta pessoal É importante auxiliar os estudantes sugerindo que entrevistem seus familiares e pessoas das suas relações indicandolhes fontes de pesquisa em níveis municipal e estadual como sites governa mentais e de sindicatos patronais 4 a No toyotismo pois fornecedores e empresa princi pal estão concentrados em um mesmo complexo automotivo garantindo eficiência e custos baixos sem acúmulo de estoques e maior agilidade no fornecimento de peças justintime b Ao processo de relativa desconcentração industrial no qual diversas indústrias automobilísticas não optaram pela região da Grande São Paulo para instalar novas unidades industriais c Porque se trata de um complexo que reúne diversas indústrias em uma área de 140000 m2 na qual se concentram a empresa principal e empresas fornecedoras e compradoras CAPÍTULO 11 AGROPECUÁRIA NO MUNDO ATUAL E AS POLÍTICAS AGRÍCOLAS NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS Síntese e objetivos Este capítulo trata da atividade agropecuária no mundo atual contextualizandoa historicamente com destaque para a Revolução Agrícola relacionada à Revolução Industrial a Revolução Verde e a biotec nologia São discutidas questões controversas sobre o agronegócio como o crescente uso dos transgênicos e a dominação econômica das grandes indústrias alimentícias Nesse contexto discutemse a questão da fome e os problemas ambientais em nível global Em contrapartida a essa discussão é abordado o desenvolvimento da agricultura orgânica O aspecto político que envolve a agropecuária é tratado na perspectiva da disputa de mercados em que os países desenvolvidos praticam o protecio TSV2ManualParteEspecifica323384indd 371 310516 1537 372 nismo e subsidiam sua produção e da estruturação de acordos no âmbito da OMC Nesse sentido são examinadas as políticas agrícolas dos Estados Unidos do Japão e da União Europeia e seus respectivos espaços agrários Com este estudo o propósito é oferecer as bases para que os estudantes adquiram as habilidades de conhecer as tendências da agropecuária no mundo considerando aspectos como produção e competitividade dos países compreender as Revoluções Agrícolas tendo em vista seu contexto histórico e político compreender os resultados insatisfatórios da Revolução Verde para alguns países que ado taram seus princípios considerar os aspectos positivos e negativos da biotecnologia distinguir a agropecuária orgânica da depen dente de insumos químicos e posicionarse criticamente em relação a ambas compreender conceitos como engenharia genética transgênicos e OGMs e posicionar se criticamente em relação aos transgênicos tanto no âmbito do cultivo como da comer cialização de produtos compreender e refletir sobre as relações entre os alimentos industrializados consumidos no dia a dia e as consequências socioambientais de sua produção ler e interpretar infográfico e mapa discutir de que maneiras as políticas agrí colas dos países desenvolvidos afetam a economia dos países em desenvolvimento refletir sobre a necessidade de garantir ali mentos para uma população mundial cada vez maior sem esgotar os recursos naturais Sugestões de respostas e comentários Contexto Pequenos prazeres grandes consequências p 244 1 Os estudantes poderão citar danos ambientais decorren tes sobretudo do desmatamento e da poluição por meio do uso intensivo de agrotóxicos fertilizantes químicos danos à saúde como as consequências causadas pelo uso de hormônios na criação de animais e de pesticidas e venenos químicos nos cultivos danos éticos pelos maustratos aos animais e danos sociais pela invasão de terras de povos tradicionais das florestas 2 Em razão da produção alimentar em escala industrial ocorrida após a Segunda Guerra Mundial A Revolução Verde empreendida pelos países desenvolvidos como uma estratégia de elevação da produção agrícola mun dial através de investimentos em tecnologias como o melhoramento de sementes irrigação fertilização do solo e a mecanização para o plantio e colheita 3 Resposta pessoal É possível que os estudantes refli tam que tal fato está mais relacionado à pobreza às condições de miséria associadas por sua vez à forte concentração da renda e das riquezas do que à falta de alimentos O encarecimento de alimentos básicos de consumo da população também é consequência do fato de parte das terras agrícolas serem destinadas à produção de fontes alimentícias para o gado e para a produção de biocombustíves Em muitos países em desenvolvimento parcela expressiva das terras é ocupada por culturas de exportação 4 Resposta pessoal A atividade visa levar os estudantes à autorreflexão e à consequente mudança para hábitos mais saudáveis para si e para o planeta Deixar que os estudantes respondam individualmente ou então que façam uma discussão coletiva sobre suas ideias Leitura e discussão Paraíso dos agrotóxicos p 247 1 Ele se refere ao custo para a sociedade como a intoxi cação dos trabalhadores e mesmo para quem consome os alimentos com agrotóxicos e ao dano ao meio ambiente Isso não está considerado no valor da soja e de outros cultivos cotados em bolsa de valores daí a ideia de externalidades negativas 2 Não pois o texto apresenta informações que dão conta de 24 substâncias ainda utilizadas no Brasil que já foram banidas em vários países desenvolvidos por conta de problemas que causam ao meio ambiente e à saúde da população TSV2ManualParteEspecifica323384indd 372 300516 1456 373 Conexão Biologia Coexistência de lavouras milho transgênico e convencional p 251 1 O fenômeno é a polinização O pólen transportado principalmente pelo vento pode provocar a fecundação de grãos transgênicos na lavoura tradicional ou seja a passagem do material genético de uma planta para outra A polinização do milho ocorre pela transferência de grãos de pólen dos órgãos reprodutivos masculinos antera da flor masculina aos órgãos reprodutivos femininos estigma 2 Resposta pessoal Esperase que os estudantes questionem se as distâncias estabelecidas são sufi cientes para impedir a polinização pelo vento pois ele pode ter alcance superior aos limites determi nados pela CTNBio Ao discutir a segunda questão podese informar aos estudantes que já ocorreram casos de contaminação no Brasil mesmo em cultivos que seguiram à risca as regras estabelecidas pela CTNBio Além disso ocorreram casos em que agricultores ao comprarem sementes convencio nais receberam também transgênicas Esse fato só foi constatado durante o cultivo Portanto a contaminação pode correr no comércio ou no transporte de sementes independentemente do controle do agricultor Olho no espaço Os OGMs no mundo p 253 1 Os países em desenvolvimento destacandose nesse grupo o Brasil 366 milhões de ha No entanto os Estados Unidos que pertencem ao grupo de países desenvolvidos é o país que possui a maior área com cultivo de OGMs no mundo 695 milhões de ha 2 Soja 81 algodão 81 milho 35 e canola 30 3 Os estudantes deverão perceber que a área cultivada com OGMs no país 366 milhões de ha é muito maior que a destinada a produtos orgânicos 493 milhões de ha Comente que grande parte da produção de OGMs tem como destino além da alimentação humana a indústria e a criação de animais Já a produção de orgânicos é des tinada exclusivamente à alimentação direta das pessoas Compreensão e análise 1 p 254 1 a Pontos negativos a Revolução Verde aumentou a dis tância entre os grandes e os pequenos agricultores porque estes não tiveram acesso a novas tecnologias devido aos custos de equipamentos fertilizantes e outros insumos que compunham os novos parâmetros de produtividade O aumento da produção provocou a redução dos preços dos produtos agrícolas para aqueles que tiveram acesso a novas tecnologias como os grandes agricultores tornando impraticá veis a concorrência e a sobrevivência no mercado de muitos pequenos agricultores obrigandoos a abandonar ou vender suas propriedades aumentando a concentração da propriedade da terra Além disso os países em desenvolvimento ficaram dependentes dos insumos produzidos pelos países desenvolvidos especialmente os Estados Unidos Pontos positivos aumento da capacidade produtiva em muitos países criando condições para alimentar cada vez mais um número maior de pessoas b Resposta pessoal Entre as sugestões os estudan tes poderão apontar as ações de responsabilidade do Estado priorizando o acesso dos pequenos proprietários a técnicas para melhorar sua produ tividade e créditos diferenciados melhoramento da infraestrutura para o escoamento da produção formação de cooperativas entre os pequenos e médios proprietários agrícolas 2 Assim como ocorreu com a Revolução Verde a pro dução das sementes transgênicas e de todo o pacote tecnológico que envolve o conjunto do processo produtivo da agricultura que utiliza os OGMs está concentrada nas grandes empresas multinacionais agroindustriais Além disso o custo desse pacote impossibilita o uso da tecnologia pelos pequenos agricultores e acentua a dependência tecnológica dos países em desenvolvimento em relação aos desenvolvidos 3 Nos países desenvolvidos os subsídios diminuem os custos e os preços praticados dos produtos agrícolas nos mercados interno e externo O protecionismo dificulta a concorrência dos produtos oriundos dos países em desenvolvimento no mercado dos países desenvolvidos 4 Resposta pessoal Para responder à questão é preciso orientar os estudantes a prestar atenção em sua própria alimentação nos rótulos dos produtos que consomem e também nas últimas notícias sobre o tema 5 Resposta pessoal É importante os estudantes diferen ciarem transgênicos de OGMs e listarem as vantagens e desvantagens em relação ao uso de cada um deles 6 a Utiliza métodos naturais para correção do solo e con trole de pragas Vantagens evita a degradação do solo a poluição de lençóis freáticos e cursos hídri cos e a destruição de espécies animais e vegetais não trazendo danos aos seres humanos e reduzindo TSV2ManualParteEspecifica323384indd 373 300516 1456 374 os impactos no ambiente Desvantagens a produ tividade é menor que na agricultura convencional e o preço dos produtos é mais elevado b Resposta pessoal Um dos fatores que limitam o acesso aos produtos elaborados de forma orgâ nica com métodos naturais é o preço uma vez que são mais caros que os demais produtos da agricultura que utiliza insumos químicos Outro é o mercado com oferta e distribuição ainda limitadas Ponto de vista Como alimentar 9 bilhões de pessoas sem destruir o ambiente p 259 1 Lançamento de gases de efeito estufa pela digestão do gado e em plantações de arroz de óxido nitroso oriundo dos campos cultivados e de dióxido de car bono pelo desmatamento para novas áreas agropas toris Além disso contribui para a perda de biodi versidade por conta dos desmatamentos para novas áreas utiliza grandes quantidades de reserva de água doce e é um dos maiores poluidores das águas por meio de fertilizantes e agrotóxicos 2 O aumento da população e a redução da pobreza mundial 3 O agronegócio com suas modernas técnicas agropecuá rias e a agricultura orgânica que traz menos prejuízos socioambientais 4 Não Os cinco pontos elencados trazem ideias e avan ços obtidos tanto na agricultura moderna como na agricultura orgânica Compreensão e análise 2 p 260 1 Tratase de um mecanismo de proteção aos agricultores da União Europeia criado em 1962 e mantido até hoje com algumas alterações Inclui taxação comum dos produtos importados subvenção à produção comuni tária e subsídios à exportação 2 A agricultura estadunidense é organizada em green belts cinturões agrícolas nos quais predominam determinados produtos adaptados às condições cli máticas ao solo e ao mercado A política é marcada pelo protecionismo e amplos subsídios governamentais aos agricultores nacionais 3 A proximidade dos grandes centros urbanos situa dos no nordeste dos Estados Unidos Lembrar que essa localização estratégica é uma característica da pecuária intensiva e da produção de laticínios em praticamente todos os países do mundo 4 Em função do espaço restrito à produção agropecuária e em parte ocupado por relevo montanhoso a produção é pouco diversificada e insuficiente fazendo o país ter de importar muitos produtos mesmo com emprego de tecnologia avançada nos cultivos e na criação de animais 5 Um dos princípios básicos do neoliberalismo defendido pelos países desenvolvidos é a não intervenção do Estado na economia Entretanto o que se tem obser vado no setor agropecuário desses países e mesmo em alguns outros setores é a prática dos subsídios estatais para proteger a produção nacional 6 Entre os fatores econômicos é possível destacar os avanços tecnológicos na produção de insumos agrí colas inclusive máquinas e equipamentos modernos desenvolvidos para o setor e as técnicas que aumen taram a produtividade Entre os naturais o solo o Clima Temperado e amplos trechos de áreas planas Os subsídios oferecidos aos agricultores juntamente com uma política de proteção contra a concorrência externa favorecem a competitividade dos agricultores da União Europeia CAPÍTULO 12 ESPAÇO AGRÁRIO NO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO E NO BRASIL Síntese e objetivos O capítulo traz um panorama das questões agrá rias e das atividades agropecuárias nos países em desenvolvimento Nesse contexto destaca a contra dição existente entre o potencial de produção agrícola no planeta e a existência de milhões de pessoas em situação de fome ou má nutrição Além disso é apresentado um contraponto entre a subalimentação e as culturas de exportação abordandoas pelas especificidades da situação do continente africano Também são tratados temas como concentração de terras monoculturas de exportação mecanização e agricultura de jardinagem TSV2ManualParteEspecifica323384indd 374 300516 1456 375 O Brasil tem destaque especial no capítulo São abordados o agronegócio e sua importância no conjunto da economia brasileira a relação entre a agropecuária e a indústria a produção agrícola e as características gerais da pecuária A questão fundiária no Brasil analisada sob uma perspectiva histórica permite a compreensão dos grandes problemas ainda presentes no espaço rural brasileiro como a grande concentração de terras a desigualdade social e consequentemente a perma nência de conflitos sociais e econômicos O estudo deste capítulo propicia aos estudantes a possibilidade de adquirir as habilidades de avaliar o espaço agrário no mundo em desen volvimento a partir da sua inserção no comércio internacional compreender algumas questões agrícolas e agrárias na África e na América Latina à luz da colonização e da concentração de terras herdada desse processo bem como as deter minações das políticas adotadas relacionar o modelo de produção agropecuária atual a problemas ambientais compreender as características e o avanço do agronegócio no Brasil conhecer os principais produtos agrícolas do Brasil relacionar a estrutura fundiária no Brasil às leis que a consolidaram compreender as disparidades entre grandes e pequenos agricultores a questão dos trabalha dores rurais semterra e suas reivindicações relacionar a reforma agrária com geração de renda e emprego posicionarse em relação à função social da terra e aos movimentos pela reforma agrária do passado e do presente analisar e posicionarse diante da estrutura fun diária brasileira Sugestões de respostas e comentários Contexto Agronegócio p 261 a A soja b O gráfico mostra que o crescimento da produção foi muito mais acentuado do que o da área cultivada c Café soja e milho d A canadeaçúcar cujos principais derivados são o açúcar e o etanol Conexão Inglês Fome p 263 1 Com licença Precisarei disso para fazer meu carro funcionar ou Com licença Vou precisar disso para abastecer meu carro 2 O autor faz uma crítica ao destino da produção agrícola que em grande parte em vez de priorizar a alimentação da população segue para a produção de combustível Compreensão e análise 1 p 268 1 Esperase que os estudantes mencionem que não basta o continente ter terras disponíveis Para desenvolver uma agricultura produtiva na África são necessários melhor distribuição dessas terras dando oportunidades aos pequenos agricultores e investimentos em tecno logia para vencer os desafios naturais e aumentar a produtividade Além disso esperase que mencionem os cuidados necessários ao meio ambiente e à saúde humana Por outro lado grandes extensões dessas terras aráveis têm sido adquiridas por empresas estran geiras A China lidera esse movimento formado por países como Índia Brasil Japão e outros Há objeções a esses projetos sob a alegação de não contemplarem maior estímulo à produção nativa local de provoca rem impactos ambientais e afetarem negativamente a população africana 2 Tratase da agricultura de jardinagem É um método tradicional de cultivo que exige trabalho minucioso praticado principalmente em pequenas propriedades e que absorve grande número de trabalhadores Ape sar da baixa mecanização utiliza insumos agrícolas adequados e possui elevada produtividade 3 a A produção agropecuária moderna na China ampliou os problemas ambientais no país superando os gerados pela atividade industrial b Contaminação da água na China c O uso de menos insumos químicos na agropecuária TSV2ManualParteEspecifica323384indd 375 300516 1456 376 Conexão Língua Portuguesa Eu sou roceiro p 276 1 Os trabalhadores rurais sem terra A omissão do Estado em relação ao trabalhador rural a esperança por uma reforma agrária sucessivamente frustrada a descrença no trabalho dos políticos 2 Este país é do tamanho de um continente mas não tem terra para o homem da mão grossa Resposta pessoal Promova uma discussão com os estudantes observando se apresentam argumentos para seu ponto de vista 3 Respostas possíveis Me falta terra falta casa e falta pão Só tenho a enxada e o título de eleitor Sou brasi leiro só na hora de votar Resposta pessoal Sugerese discutir com os estudantes o conceito de cidadania plena que envolve direitos políticos direito ao voto a escolher seus representantes a candidatarse a um cargo político civis direito à liberdade à escolha de um emprego ao pensamento autônomo e livre e sociais direito a educação saúde segurança sanea mento além dos deveres Comente que ser cidadão é conquistar esses direitos e cumprir os deveres Ponto de vista A atual complexidade da reforma agrária p 277 1 Historicamente o Brasil possui imensos latifúndios e uma imensa população rural que é alijada do direito à terra agravando problemas sociais no campo e na cidade e conflitos entre trabalhadores sem terras e latifundiários Atualmente porém somase a esses aspectos o avanço dos latifúndios sobre áreas quilom bolas indígenas e de proteção ambiental em razão do desenvolvimento do agronegócio que se fundamenta em grandes extensões de terra 2 A desapropriação da terra a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos saudáveis e de qualidade Além do direito constitucional à terra e da superação dos problemas históricos trazidos pela má distribuição da terra como diminuição da desigual dade social alívio da pressão causada pela migração campocidade e diminuição dos conflitos garantiria a preservação das áreas ambientalmente protegidas e das indígenas quilombolas e de outros povos tradicionais proporcionaria a produção de alimentos mais saudá veis melhorando a qualidade de vida da população e também garantindo a soberania do país uma vez que boa parte das sementes usadas atualmente são OMGs produzidos por multinacionais Compreensão e análise 2 p 278 1 É um sistema em que a agricultura é parte de uma cadeia produtiva formada por dezenas de elos ou agentes econômicos integrados por diversos meca nismos como cooperativas associações parcerias contratos Além das atividades agrícolas o agro negócio reúne as indústrias de insumos adubos fertilizantes agrotóxicos de alimentos e os setores de distribuição e comercialização O agronegócio no Brasil com elevada produtividade o coloca entre os mais competitivos do mundo 2 a Tratase de uma agricultura moderna e mecanizada b A região é a Mapitoba nome resultante do acrônimo criado pela junção das siglas dos quatro estados em que está inserida Maranhão Piauí Tocantins e Bahia Apresenta condições naturais semelhan tes às do CentroOeste como o clima quente o Cerrado o relevo plano e os solos ácidos O relevo plano permitiu a elevada mecanização das ativida des agrícolas nessa região 3 De acordo com a tabela o maior número de estabeleci mentos é formado por pequenas propriedades 8459 do total No entanto elas ocupam uma área reduzida do total da área ocupada pelos estabelecimentos rurais 1598 No outro extremo uma minoria de estabe lecimentos 162 ocupa mais da metade da área total 5234 Esses dados demonstram a excessiva concentração da propriedade da terra no Brasil Sugestões de atividades complementares Pesquisas A seguir são indicados alguns temas aborda dos na unidade que podem ser aprofundados pelos estudantes por meio de pesquisas Os temas podem ser apresentados à turma deixandoa decidir sobre aqueles que lhe parecem mais interessantes O trabalho industrial na Era da Informação Solicite aos estudantes que coletem informa ções sobre o mercado de trabalho na indústria brasileira observando o número de ofertas o tipo de especialização exigido e a média sala rial A pesquisa pode ser feita individualmente ou em grupos com base em classificados TSV2ManualParteEspecifica323384indd 376 300516 1456 377 de empregos de sites e jornais O objetivo é colocar os estudantes em contato com as possibilidades exigências e limitações do mercado de trabalho na área industrial Após colhidos os dados eles devem ser tabulados para possibilitar uma visão panorâmica do mercado de trabalho na indústria brasileira É possível também construir um infográfico que poderá ser exposto na sala de aula ou em outras dependências da escola Essa pesquisa poderá ser utilizada ainda como um comple mento da atividade sugerida na seção Agentes da sociedade sobre o tema Jovens e mercado de trabalho veja página 363 deste manual Profissões industriais do presente e do pas sado Oriente os estudantes a entrevistar anti gos e novos operários de um tipo específico de indústria Podem ser familiares conheci dos ou mesmo profissionais de alguma indús tria do município onde vivem O objetivo é verificar se as profissões que eles exerciam são encontradas atualmente no mercado de trabalho e se as que exercem hoje em dia já existiam no passado e nesse caso quais de suas características permaneceram ou se alteraram Esse trabalho pode ser feito com o acompanhamento do professor de Histó ria de modo que os estudantes percebam as mudanças e permanências ao longo do tempo e suas implicações para a vida em sociedade Organize a atividade e oriente os estudantes para a realização das entrevistas Indústria nos Estados Unidos no Japão e na União Europeia Proponha aos estudantes uma pesquisa sobre as principais características de alguns tipos de indústria desses importantes centros industriais da atualidade O objetivo é aprofundar os conhecimentos sobre o que produzem quais os sistemas de produção e o contexto político e econômico dessas regiões na atualidade visando compreender sua posição destacada no cenário mundial Proponha que as pesquisas sejam feitas cole tivamente Durante sua realização avalie os estudantes nas dimensões conceituais proce dimentais e atitudinais Principais empresas ligadas ao agronegócio no Brasil Oriente a pesquisa de modo que os estudantes conheçam aspectos como a origem do capital o ramo de atividade o nível de produção o destino principal da produção a situação dos trabalhadores as relações com o meio ambiente Como sistematização das pesquisas os estudantes podem elaborar um relatório a partir dos dados selecionados por toda a turma A contribuição do trabalho dos afrodescen dentes na indústria brasileira Muito se fala sobre a força do trabalho afrodescendente nas primeiras atividades econômicas rea lizadas no Brasil mas pouco se comenta sobre a sua contribuição no início da indus trialização do Brasil Solicite aos estudantes uma pesquisa sobre o tema que pode ser mais bem aproveitada se feita com o auxílio do professor de História Para subsidiar a abordagem do tema sugerimos a leitura do seguinte texto De escravos a operários Um marco no processo de industrialização do país a história da empresa revela um lado pouco conhecido do mundo do trabalho no Bra sil na primeira metade do século XIX o fato de que boa parte de nossos primeiros operários não foram imigrantes europeus como a historiogra fia tradicional sobre o tema costuma afirmar mas sim africanos livres que chegaram ao Brasil após a primeira tentativa de proibição do tráfico negreiro no país Essa mão de obra começou a se formar a partir da aprovação da lei de 7 de novembro de 1831 que transformava em crime o comércio de escra vos africanos para o Brasil e garantia a liberdade a todos os cativos que entrassem no país a partir daquela data A lei no entanto não pegou Edi tada para responder à pressão do Império Britâ nico que na época combatia o tráfico negreiro no Atlântico a medida virou letra morta e deu origem à expressão para inglês ver Em vez de diminuir o comércio de africanos no Brasil aumentou e se transformou em contrabando No entanto apesar de pouco efetiva e cons tantemente burlada a lei obrigou o Estado TSV2ManualParteEspecifica323384indd 377 310516 1537 378 brasileiro a se ocupar dos africanos que chega vam de forma clandestina ao país Como essas pessoas eram oficialmente cidadãos livres os que não caíam em redes clandestinas e acaba vam reescravizados de forma ilegal passaram a formar uma nova categoria de trabalhadores de acordo com a legislação não eram cativos mas estavam inseridos em um sistema que girava em torno do trabalho obrigatório No caso brasileiro quem se enquadrava nessa situação passou a ser chamado de africano livre De acordo com a lei de 1831 homens e mulhe res contrabandeados depois daquela data deveriam ser reexportados para a África Até que isso acon tecesse cabia ao governo manter esses estrangei ros respeitando a liberdade deles e fazendoos prestar serviços sob as ordens de senhores de terras ou como empregados de órgãos da própria administração pública Foi assim que muitos des ses negros recémchegados ao país acabaram se tornando operários em São Paulo Não se sabe ao certo quantos africanos livres vieram parar na província mas conhecemos os locais onde eles passaram a trabalhar a ser viço do governo local na capital se ocupando da manutenção de edifícios e espaços públicos como o Jardim da Luz e no interior como empregados da Fábrica do Ipanema da colônia militar de Itapura e dos projetos de constru ção e reparo de estradas como a de Cubatão Entre esses vários empreendimentos que usaram mão de obra de africanos livres a Fábrica do Ipa nema é um dos mais interessantes pois revela um capítulo desconhecido da formação da classe operária brasileira Instalada em 1811 próxima ao morro do Araçoiaba onde desde o século XVI se extraía ferro a fábrica começou a receber africanos livres quando era dirigida pelo alemão João Bloem em 1834 Major do Exército brasileiro pelos ser viços prestados ao Império durante a Guerra de Independência no Pará Bloem passou mais de um ano visitando siderúrgicas europeias entre 1837 e 1838 Na volta trouxe do Velho Continente trabalhadores especializados nos processos pro dutivos muitos dos quais se tornaram empregados na Fábrica do Ipanema ao lado de brancos pobres presos sentenciados africanos livres escravos e técnicos que já trabalhavam no local Nessa época o número de funcionários da fábrica aumentou Em 1837 a siderúrgica con tava com 169 empregados 121 escravos e 48 africanos livres 30 homens e 18 mulheres Quatro anos depois o contingente de escravos havia diminuído mas fora amplamente compen sado pelos africanos livres e presos sentenciados 45 livres 9 guardas municipais 88 escravos 33 crioulos 42 presos e 104 africanos livres além de 5 crias das africanas viviam na Ipanema totalizando 312 trabalhadores Escravos e africanos livres participavam do processo produtivo direto As listas nominais dos trabalhadores demonstram por exemplo que Francisco angola trabalha nas fundições dos fornos altos Braz benguela era ferreiro e que outros trabalhavam como carreiros carpinteiros torneiros pedreiros e moldadores Graças ao tra balho desses homens saíam das forjas de Ipanema moendas de cana serras moinhos máquinas e ferramentas agrícolas eixos rodas pregos muni ções e objetos de uso doméstico como panelas castiçais e peças decorativas além de peças avul sas encomendadas por clientes abastados RODRIGUES Jaime De escravos a operários História Viva Disponível em www2uolcombrhistoriaviva Acesso em fev 2016 Debate Proponha aos estudantes um debate sobre a posi ção do Brasil em relação à biossegurança ao cultivo e ao consumo de transgênicos A atividade pode ficar mais interessante se organizada de maneira interdis ciplinar unindo em um mesmo evento os professores de Biologia eou Química Solicite previamente uma pesquisa sobre o tema e acompanhe os estudantes auxiliandoos na medida da necessidade Ao longo do debate incentive os estudantes a discutir a posição do governo brasileiro diante dos interesses das multinacionais Estudos do meio A seguir são feitas duas sugestões de estudo do meio que podem ser utilizadas como forma de apro fundamento e de avaliação dos conteúdos trabalha dos na unidade Avalie qual das duas é mais viável e pertinente à realidade de sua turma e elabore uma programação de modo integrado com professores de outras disciplinas como História e Sociologia para sua realização Para auxiliálo na preparação da atividade sugerimos o texto sobre estudo do meio e trabalho de campo Etapas na organização do estudo do meio na página 319 deste manual TSV2ManualParteEspecifica323384indd 378 300516 1456 379 Visita a uma indústria da região para obser vação das condições de trabalho e do uso de tecnologia Entre as possibilidades de encami nhamento do estudo sugerimos a Levantamento junto ao setor de Recursos Humanos número de funcionários quantos do setor administrativo e quantos da linha de produ ção medidas de prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais política da empresa em relação à seleção dos funcionários preferências de ordem de valorização da experiência profissional escolaridade residência próximo ao local de traba lho entre outros b Entrevista com um dos diretores do setor de produção sobre o avanço tecnológico auto mação e informatização em geral histórico da empresa tradição escolha da localização há quantos anos está em funcionamento qual sua situação no ranking brasileiro de produção polí tica de qualidade etc concorrentes e mercado atingido pela empresa c Observação da linha de produção dos recursos utilizados se os operários usam equipamento de proteção individual EPI se há avisos e sinalizações de segurança no ambiente de trabalho etc d Entrevista com alguns operários sobre o que fazem postos de trabalho hierarquia na empresa suas necessidades e dificuldades etc Assentamento da reforma agrária Oriente os estudantes para que façam o levantamento histórico da conquista dos assentamentos incluindo origem dos assentados movimento do qual participaram formas de luta tempo que se levou do início do movimento até a con quista da terra problemas com a Justiça etc Se possível organize uma entrevista coletiva com algum organizador do assentamento para que os estudantes consigam informações sobre o tipo de cultivo feito no assentamento o porquê da opção por esse tipo de cultivo características do solo clima relevo mercado consumidor como é feita a comercialização da produção se existem cooperativas como funcionam se recebem ajuda do governo quais as perspec tivas de desenvolvimento da produção Os estudantes também podem entrevistar os jovens assentados buscando levantar informações sobre a educação das crianças e dos jovens se exis tem rádios comunitárias e como elas funcionam como se dá a construção de moradias quais são as opções de lazer e as perspectivas de futuro Ainda a propósito do encaminhamento do estudo do meio lembrando seu resultado final a elaboração de um relatório enfatizamos aspectos que deverão ser previamente considerados para facilitar sua rea lização veja o texto abaixo Relatório de trabalho de campo A elaboração de um relatório de trabalho de campo embora seja uma tarefa que se consolida ao final do trabalho deve ser concebida antes mesmo de começálo de forma a garantir que nenhuma informação se perca Inicialmente é importante que se tenha muito claro o objetivo do trabalho e os fatos ou fenômenos a serem observados ainda que o campo sempre nos reserve surpresas O planejamento do trabalho de campo e a reflexão sobre os aspectos relevantes a serem observados orientarão a obtenção de informações e facilitarão a posterior elaboração da redação do relatório Como normalmente esses relatórios são elabo rados em grupo é importante dividir tarefas de modo a assegurar o registro e a organização das informações pois dificilmente uma informação perdida é passível de ser resgatada O registro fotográfico das paradas do percurso e das ativi dades o registro fonográfico ou videográfico de um depoimento uma cena ou de outros fatos o manuseio de instrumentos específicos para a obtenção de dados altimétricos clinométricos coordenadas temperaturas horários todas essas tarefas podem ser divididas entre os componen tes do grupo No entanto todos devem registrar suas anotações por escrito no caderno pois o que um sujeito observa não é o mesmo que o outro observa Cada observador é um sujeito com experiências valores interesses e conhecimentos diferenciados o que torna cada observação sin gular Desta forma as diferentes anotações serão complementares entre si Se em campo o profes sor pedir que os estudantes observem uma mesma paisagem nenhum relato será igual ao outro Um poderá valorizar mais a vegetação outro mais o relevo outro ainda o gado as casas as nuvens o movimento dos veículos VENTURI L A B Org Praticando a Geografia técnicas de campo e laboratório em geografia e análise ambiental São Paulo Oficina de Textos 2009 p 225 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 379 300516 1456 380 Leitura complementar para o professor A reordenação territorial do campo e as alterações na fronteira A forte concen tração industrial e metropolitana de São Paulo articula hoje praticamente quase toda a produção agrí cola brasileira São Paulo sedia não só a bolsa de cereais ofi cial como também sua similar clandestina a bolsinha na região da rua da Cantareira próximo ao Mercado Central da cidade Além dessas duas São Paulo conta também com a bolsa de mercadorias e futuros que atua forte mente no mercado das commodities mercado rias tais como soja boi gordo etc Se não bastassem essas duas bolsas capazes por si sós de centralizar na metrópole paulistana a principal parte da comercialização dos produtos de origem agrária do país em São Paulo encontra se também a principal unidade de comercializa ção de produtos hortifrutigranjeiros do país o Ceagesp Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo Nesse entreposto formase praticamente a base de todos os preços nacionais desses produtos conferindolhe capaci dade de centralização e decisão sobre esta parcela da produção agrícola Assim São Paulo articula ambas as produ ções capitalista e camponesa no campo bra sileiro Essa articulação faz com que o país vá criando áreas de certas especializações do ponto de vista produtivo As regiões da Grande São Paulo Campinas Jundiaí e a porção sul da região de Sorocaba têmse especializado na produção hortifrutigranjeira São áreas produtoras de verduras legumes morango uva pêssego caqui cebola tomate etc cultivados sobretudo por unidades camponesas de produção articuladas no passado por grandes cooperativas como a Cooperativa Agrícola de Cotia e a Sul Brasil que foram à falência A Coopercotia foi também responsável pela expansão das culturas de frutas no Nordeste bra sileiro mamão no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo melão uva e manga nos vales do Açu Rio Grande do Norte e do São Francisco Bahia e Pernambuco mamão papaia na Ama zônia Além disso atuou no setor de produção de soja na região de Barreiras no oeste do Estado da Bahia Cabe salientar que parte dessa produção está voltada para a exportação Também em decorrência da ampliação do mer cado interno somada à industrialização da fruta o abacaxi passou a ser cultivado em várias partes do país Às regiões tradicionalmente produtoras de BauruMarília SP vêm sendo somadas novas áreas produtoras no Triângulo Mineiro norte de Minas e Agreste paraibano Com isso criouse um mecanismo de rodízio em seu calendário anual de modo a produzila o ano todo Estimulado igualmente pelo mercado interno e externo estruturouse no oeste catarinense noro este do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná uma das mais importantes áreas de produção aví cola e suína do país A ação articulada de empresas como a Sadia e a Perdigão tem expandido essas ati vidades criatórias através do mecanismo chamado integração com a finalidade de se abastecerem de matériaprima industrial para a fabricação de embutidos Atualmente a avicultura expandiu suas atividades para o Mato Grosso do Sul e para Goiás e Mato Grosso A necessidade da produção do álcool carbu rante incentivada pelo Estado via Proálcool fez com que a área de cana fosse também ampliada grandemente no país A implantação de destila rias não só intensificou a cultura nas áreas tra dicionais como introduziua em novas áreas que vão até a Amazônia A ação do Estado através da política de incen tivos fiscais para a silvicultura também contri buiu para alterar em várias áreas do país o uso da terra Assim a expansão da indústria de papel e celulose e de derivados da madeira foi estimu lada a reflorestar vastas áreas com Pinus e euca lipto principalmente nos Estados de São Paulo Paraná Espírito Santo e Bahia Essa atividade também chegou à Amazônia brasileira através do Projeto Jari onde se produz pasta de celulose da Gmelinea e do Pinus caribea Mas é no Espírito Santo e no sul da Bahia que estão as maiores áreas reflorestadas com eucalipto do país nessa região estão também uma grande indústria Aracruz Celulose e um porto especializado na exporta ção do produto Portocel Neste texto o autor expõe a importância da metrópole de São Paulo na articulação da produção agrícola brasileira Trata ainda da expansão da atividade pecuária e da influência que o uso do solo tem nos fluxos migratórios brasileiros O texto pode auxiliálo ao longo do Captulo 12 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 380 300516 1456 381 A ação do Estado na articulação e formação de grandes cooperativas no Sul do Brasil via polí tica de cooperativismo abriu a possibilidade de expansão da cultura da soja no planalto meridio nal brasileiro Rio Grande do Sul Santa Catarina Paraná e Mato Grosso do Sul têm hoje grandes produções desse produto destinado principal mente à exportação e cultivado em rodízio com o trigo Este também tem sua expansão ligada às políticas governamentais de estímulo ao plantio cujo objetivo é diminuir a sua importação Assim o binômio sojatrigo marca sobremaneira essa por ção do território brasileiro É importante salientar também que a soja é responsável pela transforma ção radical do cerrado brasileiro tendose expan dido para novas áreas produtoras nos Estados de Mato Grosso Rondonópolis Diamantino Tangará da Serra Sorriso e Barra do Garça Goiás Jataí Rio Verde etc Bahia Barreiras Tocantins For moso Maranhão Balsas etc No entanto é a pecuária bovina que mais se tem expandido pelo território brasileiro nas últimas décadas Essa atividade tem hoje áreas de especialização como a bacia leiteira do vale do Paraíba paulista e fluminense e sul de Minas e a área de engorda invernada da pecuária de corte no oeste do Estado de São Paulo Mas essa atividade expandiuse por todo o país tendo inclusive transformado áreas tradicionais como o Sertão e o Agreste nordestinos Essa expansão atingiu igualmente a Amazônia brasileira em decorrência das políticas de incentivos fiscais promovidas pela Sudam a partir de 1966 Assim grupos empresariais do CentroSul do país pau listas principalmente investiram em projetos agropecuários no Pará Mato Grosso Maranhão Tocantins Rondônia e Acre A implantação da pecuária de corte na Amazônia é a responsá vel direta pela devastação florestal da região bem como por grandes fraudes na aplicação dos incentivos fiscais Estudos realizados pelo Ipea Instituto de Pesquisa Econômica Apli cada órgão do Ministério de Planejamento do governo federal demonstraram que apenas 25 desses incentivos foram efetivamente aplicados na região No entanto a floresta foi derrubada para a formação de pastos o que é importante ressaltar se tem mostrado inadequado ecológica e economicamente Além dessas atuações do Estado no reorde namento territorial da produção agrícola cabe lembrar as políticas governamentais voltadas para a colonização da Amazônia Através delas o Incra Instituto de Colonização e Reforma Agrá ria implantou projetos de colonização oficial na região da Transamazônia Marabá Altamira em Rondônia Ariquemes Jaru Ouro Preto do Oeste JiParaná Cacoal Presidente Médici Pimenta Bueno etc e Mato Grosso Lucas do Rio Verde Terra Nova Guarantã do Norte Gru pos privados e particulares estimulados tam bém por essas políticas implantaram projetos de colonização particulares principalmente em Mato Grosso Em decorrência desses projetos privados surgiram cidades como Sinop Colíder Sorriso Nova Mutum Alta Floresta Água Boa Canarana etc A presença desses projetos e as transformações pelas quais o campo vem passando nos últimos anos têm sido responsáveis pela intensificação e pelo redirecionamento dos fluxos migratórios para o CentroOeste e principalmente para a Amazônia abrindo dessa forma novas fronteiras agrícolas no território brasileiro Essas transformações estão na base dos processos de luta pela terra desenca deados no campo Os movimentos sociais têmse intensificado nos últimos anos a luta pela reforma agrária temse ampliado chegando às grandes cidades do país OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de Agricultura brasileira transformações recentes In ROSS Jurandyr L Sanches Org Geografia do Brasil São Paulo Edusp 2011 p 518522 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 381 300516 1456 382 Sugestões de livros sites e filmes Livros A história da luta pela terra e o MST De Mitsue Morissawa São Paulo Expressão Popular 2005 Aborda a historicidade da luta pela terra e mais especifi camente as lutas brasileiras Traz temas como a estrutura agrária as políticas públicas e o surgimento dos diversos movimentos camponeses Qualidade ambiental e adensamento urbano De João C Nucci São Paulo Humanitas 2001 O livro trata da preservação do meio ambiente rural e sua correlação com a cidade Geografia do Brasil De Jurandyr L Sanches Ross Org São Paulo Edusp 2011 Aborda diversos temas de Geografia Física Humana e Eco nômica desenvolvendo análises sobre questões ambientais geopolíticas urbanas demográficas com destaque para o espaço geográfico brasileiro Há três capítulos pertinentes aos temas desenvolvidos nesta unidade são eles O espaço industrial brasileiro A inserção do Brasil no capitalismo monopolista mundial e Agricultura brasileira transforma ções recentes Questões nacionais e regionais do território brasileiro De Márcio Rogério Silveira Lisandra Pereira Lamoso e Paulo Fernando Cirino Mourão Org São Paulo Expressão Popular 2009 Apresenta textos de diversos especialistas que analisam aspectos fundamentais do ordenamento e reordenamento do território brasileiro na perspectiva geoeconômica Sites Banco Mundial wwwworldbankorgptcountrybrazil Apresenta dados estatísticos sobre economia e desen volvimento análises sobre infraestrutura relatórios de desenvolvimento econômico e social de diversos países do mundo Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação FAO em inglês wwwfaoorg Fornece dados estatísticos e análise sobre agricultura pesca nutrição transgênicos desenvolvimento sustentável programas empreendidos pela FAO e outros Comissão Pastoral da Terra CPT wwwcptnacionalorgbr A Comissão Pastoral da Terra é uma entidade que luta pelos direitos humanos e pelo direito à terra O site acompanha as lutas no campo a situação da reforma agrária no Brasil e outros temas atuais Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento wwwagriculturagovbr O site apresenta os planos e programas de governo para o setor agropecuário incluindo legislação dados estatísticos artigos etc Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa wwwembrapabr Vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abasteci mento a Embrapa desenvolve tecnologias e dá apoio técnico ao pequeno e ao grande agricultor Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra MST wwwmstorgbr No site do MST é possível encontrar a história e as con quistas do movimento e entendêlo em toda a sua amplitude que ultrapassa a luta pela terra envolvendo direitos humanos projetos culturais educacionais etc Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra wwwincragovbr O Incra é o principal organismo governamental responsável pela reforma agrária e por projetos de colonização O site pos sibilita acessar dados oficiais sobre reforma agrária agricultura familiar e outros projetos de desenvolvimento agropecuário Filmes Bela noite para voar De Zelito Vianna Brasil 2009 87 min Drama biográfico o filme permite discutir algumas carac terísticas do governo JK incluindo o Plano de Metas que visava acelerar o crescimento econômico brasileiro por meio sobretudo das indústrias Linha de montagem De Renato Tapajós Brasil 1982 90 min As greves dos metalúrgicos o movimento sindical da região do ABC paulista e a repressão policial às manifestações dos operários da indústria são os temas deste filme TSV2ManualParteEspecifica323384indd 382 300516 1456 383 ABSABER Aziz Nacib O que é ser geógrafo memórias profissionais de Aziz AbSaber Rio de Janeiro Record 2007 ALENTEJANO Paulo R R ROCHALEÃO Otávio M Trabalho de campo uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado In Boletim Paulista de Geografia trabalho de campo São Paulo AGB jul 2006 ARAÚJO Ulisses F Temas transversais e a estratégia de projetos São Paulo Moderna 2003 BARBER Benjamin R Jihad x McMundo Rio de Janeiro Record 2004 BARROS Geraldo SantAna de Camargo In DELFIM NETTO Antônio Coord O Brasil no século XXI São Paulo Saraiva 2011 CACETE Nuria Hanglei PAGANELLI Tomoko Iyda PONTUSCHKA Nídia Nacib Para ensinar e aprender Geografia São Paulo Cortez 2007 CALLAI Helena Copetti A formação do profissional de Geografia Ijuí Editora Unijuí 2013 CASTELLAR Sônia Org Educação geográfica teorias e práticas docentes São Paulo Contexto 2005 CAVALCANTI Lana de Souza Cotidiano mediação pedagógica e formação de conceitos uma contribuição de Vygotsky ao ensino de Geografia In Cadernos Cedes n 66 Campinas 2005 Geografia e práticas de ensino Goiânia Alternativa 2002 COELHO Luciana Folha de SPaulo Caderno Ilustríssima 5 ago 2012 p 8 FONSECA Selva Guimarães Caminhos da História ensinada 5 ed Campinas Papirus 1993 GOMES Paulo César da Costa CORRÊA Roberto Lobato CASTRO Iná Elias de Org Geografia conceitos e temas 3 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2007 HARVEY David Condição pósmoderna São Paulo Loyola 1993 KOZEL Salete MENDONÇA Francisco Org Elementos de epistemologia da Geografia contemporânea Curitiba Editora UFPR 2009 LACOSTE Yves Geografia do subdesenvolvimento Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1990 LEFEBVRE Henri Critique de Ia Vie Quotidienne II Paris Arche 1961 LUNA Mônica Maria Mendes et al Planejamento de logística e transporte no Brasil uma análise dos planos nacionais e estaduais In XXV Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes Belo Horizonte 2011 Disponível em httpnuresufscbr Acesso em mar 2016 MARINHEIRO Vaguinaldo Entrevista com Don Tapscott Folha de SPaulo Caderno Mercado 12 jul 2012 p B7 MENDOZA Josefina Gómez et al Org El pensamiento geográfico estudio interpretativo y antología de textos de Humboldt a las tendencias radicales Madri Alianza 1982 MORAES Antonio Carlos Robert Org Ratzel São Paulo Ática 1990 Nova Escola ed 256 out 2012 Edição especial n 14 OLIVEIRA Marcio Piñon Geografia e epistemologia meandros e possibilidades metodológicas Revista de Geografia v 14 p 153164 São Paulo Unesp 1997 PONTUSCHKA Nídia Nacib OLIVEIRA Ariovaldo Umbelino de Org Geografia em perspectiva São Paulo Contexto 2002 RAFFESTIN Claude Por uma Geografia do poder São Paulo Ática 1993 RATZEL Friedrich Le sol la société et lÉtat LAnnée Sociologique 18981899 1900 Völkerkunde LeipzigViena Bibliographisches Institut 1894 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 383 300516 1456 384 REGO Nelson SUERTEGARAY Dirce HEIDRICH Álvaro Org Geografia e educação geração de ambiências Porto Alegre Editora da UFRGS 2000 RIFKIN Jeremy La fin du travail Paris La Découverte 1997 ROCHA Genylton Odilon Rêgo da A trajetória da disciplina Geografia no currículo escolar brasileiro 18371942 São Paulo Pontifícia Universidade Católica 1996 Tese de mestrado RODRIGUES Jaime De escravos a operários História Viva Disponível em www2uolcombrhistoriaviva Acesso em fev 2016 SANTOS Milton Atlas Nacional do Brasil Rio de Janeiro IBGE 2010 Como você conceitua as noções de urbanização e metropolização entrevista Revista Caramelo São Paulo Grêmio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP 1994 Técnica espaço tempo globalização e meio técnicocientífico internacional São Paulo Edusp 2008 SOJA Edward Geografias pósmodernas a reafirmação do espaço na teoria social crítica Rio de Janeiro Jorge Zahar 1993 SOUBEYRAN Olivier Imaginaire Science et Discipline Paris Harmattan 1997 TUAN YiFu Topofilia um estudo da percepção atitudes e valores do meio ambiente São Paulo Difel 1980 VENTURI L A Bittar Org Praticando a Geografia técnicas de campo e laboratório em Geografia e análise ambiental São Paulo Oficina de Textos 2005 TSV2ManualParteEspecifica323384indd 384 300516 1456 GEOGRAFIAV2PNLD2018capa professor caracterizadoindd 2 5516 928 AM O setor industrial corresponde a atividade econômica que consiste na transformação de matériaprima em produtos sendo considerada como essencial para desenvolvimento de um país afinal gera empregos e impacta diretamente o PIB A saber o histórico do setor inicia com a Primeira Revolução Industrial entre os séculos XVIII e XIX período em que se começou a utilizar a força humana máquinas e energia para meios produtivos o que colaborou para expansão de mercado e ampliou a capacidade produtiva e econômica Entretanto apesar da industrialização ser importante pilar econômico é necessário compreender outros princípios que elegem o setor como de extrema importância para a sociedade De início é importante compreender que quando um país é industrializado ele tende a ter uma economia mais equilibrada afinal há maiores investimentos nessa áreao que colabora para aumento gradativo da produção gerando mais empregos e consequentemente renda Ou seja a industrialização compõe o importante circulo sócioeconômico por conta da geração de empregos aumento do consumo interno desenvolvimento tecnológico e crescimento da economia como um todo De acordo com informações publicadas pelo SENAI o setor industrial está entre os que mais crescem em pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria CNI Entretanto a crise econômica decorrente do novo corona vírus colaborou para o desenvolvimento de desindustrialização queda em produção consumo e importação Tais problemas colaboram para o desandar da economia brasileira e mundial sendo necessário propor modificações objetivando reconstrução do mercado Diante do que foi exposto fica claro que é necessário ter em mente a importância das aplicações no setor objetivando recuperarse dos estragos feitos pelo vírus e retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social Para isso devese aplicar políticas públicas de reparação financeira focadas no setor industrial objetivando retomada do crescimento

Sua Nova Sala de Aula

Sua Nova Sala de Aula

Empresa

Central de ajuda Contato Blog

Legal

Termos de uso Política de privacidade Política de cookies Código de honra

Baixe o app

4,8
(35.000 avaliações)
© 2025 Meu Guru®