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roberta Gestão econômica sistema de custos na engenharia São Paulo 2022 roberta sistema de custos na engenharia São Paulo 2022 resumo A ergonomia tem demonstrado a sua importância em vários trabalhos que visam proteger a saúde e a segurança beneficiando trabalhadores e empresas Utilizando uma abordagem participativa e um enfoque macroeconômico a ação ergonômica possibilita identificar os problemas e fatores de risco apresentados em ambientes eou postos de trabalho Além disso permite a sugestão de alternativas que possam melhorar as condições de trabalho e da própria organização Todavia a identificação dos custos gerados por estes problemas ou fatores de risco é de difícil identificação quantificação e apreciação Para conseguir mensurar estes custos fazse necessário o uso de uma metodologia de custeio adequada A metodologia de custeio ABC Custeio Baseado em Atividades através do uso de direcionadores de custo possibilita alocar o consumo de recursos aos processos e tarefas desenvolvidos Interagindo a ergonomia com a metodologia de custeio ABC tornase possível identificar os problemas ergonômicos e relacionálos aos custos gerados Este trabalho apresenta um aprofundamento na metodologia de custeio ABC que utiliza bases de distribuição que procuram refletir o quanto dos recursos incide em cada produto quer estes estejam acumulados em atividades de lotes atividades de suporte de produtos ou atividades de suporte Palavraschave Ergonomia Custeio ABC Custos Ergonômicos sumário 1 introdução 4 2 Referencial Teórico 7 21 ERGONOMIA 7 211 Utilização da ergonomia 9 212 Intervenção Ergonômica 10 213 Justificação de melhorias ergonômicas 11 214 Análise de CustoBenefício 12 22 SISTEMAS DE CUSTEIO 13 221 ABC Custeio Baseado em Atividades 14 222 ABM Gestão Baseada no Custeio por Atividades 16 223 Benefícios da utilização da metodologia ABC 17 224 Ergonomia e o ABC 19 225 Identificação dos custos através da interação 20 226 Utilizando o ABC e a Ergonomia para definir os direcionadores de custo 21 REFERÊNCIAS 23 introdução A ergonomia se trata ciência a qual estuda as adaptações realizadas no trabalho para que seja possível que os funcionários desenvolvam as atividades de maneira segura e eficiente De acordo com a definição encontrada no sítio eletrônico BEECORP Na prática ela é o conjunto de regras e procedimentos que estudam a organização do ambiente de trabalho e as interações entre o homem as máquinas e equipamentos Seu objetivo é reduzir riscos atuando nas condições dos espaços físicos da empresa e organização de processos corporativos Além de proporcionar conforto para o trabalhador ela busca prevenir doenças ocupacionais Como por exemplo lesões dores no corpo e preservação das capacidades físicas e psicológicas do colaborador A ergonomia tem sido abordada principalmente pela análise das condições de trabalho existentes a fim de esclarecer relações entre os meios de trabalho as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores e suas consequências sobre a saúde e a produtividade Na atualidade grande parte da vida da maioria das pessoas é vivida no seu ambiente de trabalho sendo assim se tem a necessidade de transformar isso em uma atividade saudável para que o indivíduo se sinta motivado e realizado ao realizar sua tarefa Exercer qualquer trabalho que seja em condições consideradas como precárias e não adequadas é um dos fatores que mais prejudica a saúde humana Dito isso a ergonomia é de extrema importância uma vez que previne qualquer prejuízo que possa ser causado à saúde dos colaboradores Sell 1994 afirma que os objetivos básicos da ergonomia são a humanização do trabalho e a melhoria da produtividade do sistema de trabalho De acordo com o sítio eletrônico Amplus Saúde Quando você oferece uma boa iluminação limpeza e comodidade para os profissionais da empresa contribui para a prevenção da LER Lesão por Esforço Repetitivo e DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho duas doenças muito perigosas no ambiente ocupacional Além disso também previne sua equipe de problemas auditivos respiratórios e até mesmo emocionais o que é um verdadeiro ganho para a saúde no ambiente do trabalho A utilização da ergonomia no ambiente de trabalho de uma empresa também melhora a imagem da mesma uma vez que ao ter seu espaço organizado iluminado ventilado e com boa estrutura causa diferença na imagem da organização Isso acontece devido ao fato de que quando se tem equipamentos e mobílias as quais geram conforto e uma qualidade de vida melhor para os trabalhadores que os irão utilizar gera a empatia e a satisfação de todos diferente de um local cheio de problemas que poderá até mesmo gerar irritação nos trabalhadores Neste sentido os estudos realizados no campo da ergonomia permitiram desenvolver diversos métodos de análise contribuindo para auxiliar na concepção de ferramentas máquinas e sistemas de produção adaptados às características fisiológicas e psicológicas do ser humano visando à saúde à segurança e à produtividade A necessidade da realização de uma intervenção ergonômica se dá muitas vezes por exigência de órgãos fiscalizadores ou por surgimento de problemas de origem fisiológica e de processos que estejam afetando os trabalhadores e ainda a qualidade e a produtividade da empresa Apesar disso a quantificação dos seus custos e a apresentação dos seus benefícios são muitas vezes fatores determinantes para sua continuidade A expressão ou denominação custo ergonômico referese ao custo existente pela não realização de ações ergonômicas ou pela necessidade da inserção de mobiliários adaptados ergonomicamente ao trabalhador Nesse sentido embora muitas empresas já tenham percebido que os investimentos em ergonomia podem representar ganhos em todos os sentidos e se refletir na qualidade de vida dos trabalhadores na produtividade e no desempenho da empresa um dos maiores problemas quanto à sua aplicação diz respeito à quantificação dos custos de uma intervenção ergonômica Investir na ergonomia no ambiente de trabalho é essencial se tem uma redução de custos uma vez que se diminuem as chances de possíveis acidentes ou doenças causadas pelo ambiente de trabalho inadequado o que caso acontecesse iria gerar diversos custos e despesas para a empresa e consequentemente aumenta a produtividade da empresa já que irá diminuir a quantidade de trabalhadores que poderiam ficam afastados devido à doenças ou acidentes causados na empresa Atualmente no Brasil as empresas fazem uso da ergonomia com grande ênfase pois a utilização da mesma facilita a interação entre os indivíduos e o trabalho que devem executar fazendo com que o ambiente de trabalho seja favorável para a execução das tarefas da melhor maneira possível e benéfico aos colaboradores A utilização de uma metodologia de custeio adequada que permita visualizar o que está ocorrendo nos negócios possibilita aos gerentes olharem seus negócios de forma mais estruturada e principalmente fazendoos entender as relações de causaefeito entre problemas ergonômicos e custos Através da identificação dos custos em cada negócio podemse obter respostas às necessidades das empresas fornecendo subsídios que irão ajudálas nas decisões de identificação da origem dos fatores geradores de custo no sentido de reduzilos ou ainda eliminálos Este trabalho tem por objetivo propor uma sistemática para apoiar a identificação e quantificação dos custos associados às ações ergonômicas por meio de ferramentas de estudos e pesquisas realizadas sobre o tema Referencial Teórico ERGONOMIA A ergonomia também conhecida como Human Factors é uma disciplina científica que trata da interação entre os homens e a tecnologia A ergonomia integra o conhecimento proveniente das ciências humanas para adaptar as tarefas sistemas produtos e ambiente às habilidades e limitações físicas e mentais das pessoas KARWOWSKI 1961 apud MORAES e MONTALVÃO 1998 De acordo com Wisner 1987 na busca de explicitar seus objetivos e seu campo de atuação a ergonomia pode tanto vir a atuar com o enfoque ao produto ou com o processo de produção O objetivo da ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem Seu objetivo central é o estudo do homem suas habilidades capacidades e limitações FRANCISCHINI 2010 p 131 Queiroz afirma que Hoje o trabalhador está mais informado e exigente com relação ao seu ambiente de trabalho e à atividade que executa Muitas vezes o mesmo é submetido consciente ou inconscientemente a uma série de agressões ocupacionais dentro das empresas agressões essas que de alguma maneira poderão influenciar em seu desempenho na qualidade dos produtos e serviços nos refugos nos desperdícios custos etc afetando diretamente os indicadores de desempenho e a produtividade das empresas Com a afirmação de Queiroz fica evidente que com o trabalhador possuindo uma vasta gama de informações acerca de seus direitos no ambiente de trabalho o mesmo não irá querer aceitar trabalhar em um ambiente cheio de problemas e inadequado para si A ergonomia de produto procura dentro dos limites da capacidade humana fornecer bases empíricas que permitam aos ergonomistas colaborar com os setores comerciais fabricação concepção e ajustes do produto De outra forma a ergonomia de processo de produção aborda um campo maior cuja importância aumenta devido às constantes preocupações com as condições de trabalho Esta através da ação procura solucionar problemas entre homem máquina e ambiente operacional resolvendo problemas entre o humano e o tecnológico nos sistemas homemmáquina Iida 2005 afirma que Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem O trabalho em uma acepção bastante ampla abrangendo não apenas aqueles executados com máquinas e equipamentos utilizados para transformar os materiais mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva O estudo da interface do sistema homemmáquina possibilita resolver problemas de segurança eficiência e conforto quando da abordagem pela ergonomia física Através do sítio eletrônico PROJETECNO foi possível encontrar a maneira como a IEA realiza a seguinte divisão da ergonomia em três tipos diferentes de especialização sendo A ergonomia física a qual está relacionada com as respostas do corpo humano físico e psicológico que incluem estudo da postura manipulação de materiais movimentos repetitivos lesões músculoesqueléticas demandas de trabalho segurança e saúde A ergonomia cognitiva a qual estabelece a relação dos processos mentais memória raciocínio percepção atenção cognição controle motor e como eles afetam as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema O que permite entender a carga mental de trabalho vigilância tomada de decisão desempenho e habilidade treinamentos e erro humano A ergonomia organizacional é a otimização dos sistemas sociotécnicos ou seja a estrutura organizacional as políticas e os processos Referese a comunicação trabalho em turnos satisfação do trabalho trabalho em grupo teoria motivacional supervisão organizações de rede trabalho à distância gestão de qualidade e ética Couto 2006 afirma que A falha humana é decorrente de um ou mais dos seis fatores seguintes falta de informação falta de capacitação falta de aptidão física ou mental motivação incorreta deslizes e condições ergonômicas inadequadas Diante da afirmação de Couto logo se nota a importância do implantamento de condições ergonômicas uma vez que a ausência destas podem causar falhas as quais irão gerar prejuízos a empresa Marano 2007 destaca que O homem que trabalha está sempre exposto a agressões físicas e psicológicas oriundas de seu ambiente de trabalho Assim o homem na luta pela sua sobrevivência se expõe mais ou menos a fatores adversos que podem a curto médio ou longo prazos produzir alterações fisiopsicológicas às vezes irreversíveis modificando profundamente sua capacidade laborativa Dito isso se verifica novamente a importância da ergonomia no ambiente de trabalho uma vez que não gera impactos negativos não apenas na empresa mas principalmente no indivíduo que irá sofrer devido a sua falta algum acidente doença ou condição que pode ser temporária ou por toda a sua vida Utilização da ergonomia No cenário globalizado em que a concorrência é avassaladora são necessárias mudanças no ambiente de trabalho uma vez que as empresas precisam de algum aspecto que as destaque das outras Funcionários motivados irão conseguir melhor atingir metas prazos e demandas estabelecidas fatores os quais são fundamentais para se ter um diferencial para as empresas competirem A ergonomia estuda a adaptação do trabalho ao homem visando o seu bem estar saúde segurança e satisfação Atualmente o trabalho ocupa um espaço muito importante na vida das pessoas e da sociedade em geral Ele abrange além de máquinas e equipamentos de produção todo o ambiente que afeta a própria relação do homem com sua tarefa Para Grandjean 1998 a ergonomia apresentase como um aspecto fundamental nas empresas por abordar diretamente as questões relativas ao trabalho como por exemplo Alto índice de acidentes de trabalho Problemas associados a doenças do trabalho Questões relacionadas à redução da produtividade no local de trabalho alto índice de absenteísmo retrabalhos diminuição de motivação Qualidade de Vida no Trabalho QVT proporcionando mais do que um posto de trabalho melhor mas também uma vida melhor no trabalho Dessa forma a ergonomia quando empregada com cuidados e critérios adequados permite às empresas um aumento nos lucros seja minimizando custos relativos às consequências de lesões no trabalho ou evitando perdas relativas à produtividade baixa qualidade na produção Desde do surgimento da ergonomia ocorreu uma melhora significativa na eficiência e na qualidade das operações industriais Para Slack 2002 entender como os locais de trabalho afetam o desempenho a fadiga o desgaste e os danos físicos é parte da abordagem ergonômica do posto de trabalho Slack et al 1999 p 218 afirma O ambiente imediato no qual o trabalho acontece pode influenciar a forma como ele é executado As condições de trabalho que são muito quentes ou frias insuficientemente iluminadas ou excessivamente claras barulhentas ou irritantemente silenciosas Todas vão influenciar a forma como o trabalho é levado avante A responsabilidade para que ocorra a fiscalização das condições e dos ambientes de trabalho em todo o território nacional é do Ministério do Trabalho e Previdência que teve criação em 26 de novembro de 1930 o qual foi reestruturado pelo presidente Michel Temer por meio da medida provisória nº 726 de 2016 convertida na lei nº 13 341 de 29 de setembro de 2016 sendo extinta no governo de Jair Bolsonaro ato que ocorreu em 1 de janeiro de 2019 e agora se trata como Ministério da Economia Brasil e em 28 de julho de 2021 foi oficialmente recriado com a denominação de Ministério do Trabalho e Previdência Social Intervenção Ergonômica A intervenção ergonômica parte de um a delimitação de seu objeto de estudo De acordo com Wisner 1987 a frequência e a eficácia das ações dos ergonomistas se manifestam de maneiras diferentes conforme as modalidades de sua ação sejam elas de correção concepção ou transformação Correção A ergonomia de correção procura abordar as anomalias e seus efeitos sobre a situação de trabalho Ela possibilita aos ergonomistas demonstrarem facilmente os sucessos e limites de suas ações P ossibilita o conhecimento da situação seja no cenário atual ou anterior através do levantamento da base de dados da empresa medidas físicas filmagens e entrevistas Este tipo de intervenção apresenta um custo elevado e frequentemente é retirado do orçamento relacionado às condições de trabalho Concepção A ergonomia de concepção permite aos ergonomistas atuarem diretamente na máquina nos meios e no ambiente de trabalho quando da elaboração do primeiro projeto Este tipo de intervenção apesar de ser de baixo custo e eficaz apresenta riscos e vantagens exigindo que os ergonomistas possuam a preparação necessária para não deixar passar algum inconveniente grave ou que o criem Transformação Este tipo de intervenção possibilita as mesmas condições da ergonomia de correção para conhecer melhor as condições antes e depois permitindo ainda aos ergonomistas reunirem todas as vantagens de outras modalidades mas eliminando os seus problemas Embora as mudanças nas condições de trabalho ocorram conforme a variação do mercado os seus custos são contabilizados dentro de um orçamento geral e não no orçamento relacionado às condições de trabalho Desta maneira é possível verificar que as formas de ação em ergonomia se mostram com grande variedade de opções Entretanto tornase imprescindível que os ergonomistas sejam dotados de competência para agir profundamente no campo das condições de trabalho campo este que é negligenciado ou de certa forma esquecido por parte das empresas para que então possuem argumentos econômicos válidos para justificar os investimentos em ações ergonômicas Justificação de melhorias ergonômicas A capacidade de justificar melhorias em saúde e segurança demonstrando seus benefícios econômicos pode tornar mais fácil a aprovação das mudanças recomendadas De acordo com Alexander 1998 três estratégias destacamse como formas para justificar os investimentos econômicos O manuseio da técnica de custobenefício O desenvolvimento do custo de melhorias ergonômicas O desenvolvimento do benefício de melhorias ergonômicas Desta forma pode mos compreender que uma das prioridades é a busca pela justifica tiva d o custo de melhorias ergonômicas sendo importante garantir que sej a o mais baixo possível Assim tornase prudente obter a melhor relação custobenefício ou seja existem muitas situações ergonômicas com uma variedade de soluções para resolver os problemas com os custos variando de poucos a milhares de dólares A eficácia das soluções não está sempre correlacionada de maneira diretamente proporcional com o alto custo da solução logo soluções simples mas eficazes podem oportunizar um baixo custo Para Riel e Imbeau 1996 um processo de avaliação econômica pode servir como suporte no desenvolvimento de uma intervenção ergonômica Para tal esse processo compreende A identificação dos custos de saúde e segurança A compreensão do seu desenvolvimento A alocação destes custos ao departamento ou posto de trabalho apropriado a projeção dos custos e benefícios futuros da intervenção e estimativas do retorno econômico dos investimentos e desenvolvimento de uma auditoria do investimento Análise de CustoBenefício A análise de custobenefício é a forma predominante entre outras existentes para justificar os gastos com mudanças propostas pela ergonomia De acordo com Alexander 1994 existem duas formas básicas de se obter benefícios através da diminuição dos custos e através da melhoria do desempenho Várias são as mudanças ergonômicas recomendadas para evitar custos como por exemplo diminuir custos com horas extras trabalhadores substitutos melhorar a qualidade e a quantidade da produção prover treinamento adicional De outra forma as melhorias no desempenho da produção podem ser demonstradas através do aumento da produtividade e do tempo de produção Além disso também se pode mensurar a redução da fadiga dos trabalhadores diminuindo assim o tempo perdido com dispensas médicas e também pela melhoria de qualidade dos produtos com a redução ou eliminação dos produtos defeituosos das queixas dos clientes e de retrabalhos Os benefícios por sua vez são representados pelos bens e serviços produzidos Assim no caso de uma mudança proposta na produção devem ser estimados os aumentos de produtividade e de qualidade a redução dos desperdícios as economias de energia mãodeobra manutenção Existem ainda outros ganhos de difícil mensuração como os da redução do absenteísmo devido a acidentes e doenças ocupacionais Finalmente existem os benefícios intangíveis que não podem ser calculados objetivamente mas apenas estimados não sendo no entanto menos importantes Nesta classificação incluise a satisfação do trabalhador o conforto a redução de o turno ver e o aumento da motivação dos trabalhadores DUTRA 1999 SISTEMAS DE CUSTEIO Os sistemas de custeio são formados basicamente pela associação de um princípio de custeio com métodos de custeio Os princípios procuram atacar os problemas relacionados à alocação dos custos fixos aos processosprodutos O método de custeio ABC propõe um maior nível de detalhamento dos custos relacionando funções processos tarefas e atividades Entretanto o ABC procura medir o custo e o desempenho das atividades recursos e objetos de custo reconhecendo os relacionamentos de causa entre os geradores de custo e as atividades O ABM Activity Based Management gestão baseada no custeio por atividades é derivado do ABC custeio baseado em atividades sendo este a sua principal fonte de informação HOLST e SAVAGE 2000 O ABM inclui a análise dos geradores de custos a análise das atividades e a medição de desempenho Assim o ABC e o ABM estão fundamentados no conceito de que são as atividades que geram ou causam os custos e que os produtos serviços e consumidores são as razões pelas quais estas são realizadas ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL 1998 Desta forma por apresentarem características mais atrativas e redundantes que os outros métodos e por sua interface permitir um vínculo mais conciso com a ergonomia passam a fazer parte da base deste trabalho Iida 2005 p 22 diz que a ergonomia assim como qualquer outra atividade relacionada com o setor produtivo só será aceita se for capaz de comprovar que é economicamente viável ou seja se apresentar uma relação custobenefício favorável dito isso fica claro que a ergonomia se trata de um tipo de investimento que mesmo que tenha como objetivo apenas a realização de melhorias na empresa esse tipo de investimento ainda sim tem a necessidade ser analisado com cautela para que não acabe por gerar futuros prejuízos na empresa Castro 2008 afirma que No entanto a análise custobenefício em ergonomia não é tão simples quanto em outros processos justamente porque os benefícios não são facilmente quantificáveis como conforto e segurança acidentes que serão evitados não existência da queda de qualidade entre outros e que podem apenas ser estimados Muitas empresas quando vão investir em ergonomia e verificam o alto valor consideram a possibilidade que é melhor eles adaptarem às condições mínimas de trabalho não dando a devida importância a qualidade do processo essa ideia equivocada de economia pode gerar vastos prejuízos à empresa Antes de se implantar um sistema ergonômico é necessário se realizar uma criteriosa análise sobre o risco da implantação esses riscos que podem gerar incertezas podem também por sua vez gerar prejuízos Desta forma o benefício com uma estruturação ergonômica pode não ser exatamente o que se previu ou pode simplesmente nem acontecer IIDA 2005 Abrantes 2004 afirma que a ergonomia de conscientização está relacionada à conscientização através de treinamentos e reciclagens dos trabalhadores e sobre os riscos eou a maneira correta de realizar um determinado trabalho ABC Custeio Baseado em Atividades A sigla ABC provém do inglês Activity Based Costing em uma tradução literal se trata do custeio baseado em atividades um método de custeio o qual possui como sua base as atividades as quais a empresa realiza durante o processo de fabricação de seus produtos De acordo com Kaplan e Cooper 1998 o método de custeio baseados em atividades ABC surgiu em meados da década de 80 com o objetivo de suprir a necessidade de informações precisas sobre o custo dos recursos produtos serviços e clientes A metodologia ABC permitiu que os custos indiretos e de apoio fossem direcionados primeiro a atividades e processos e depois a produtos serviços e clientes proporcionando à administração um quadro mais nítido dos aspectos econômicos envolvidos em suas operações O ABC tem como premissa que os recursos são consumidos por atividade e estas são consumidas por objetos de custo O ABC utiliza bases de distribuição que procuram refletir o quanto dos recursos incide em cada produto quer estes estejam acumulados em atividades de lotes atividades de suporte de produtos ou atividades de suporte das facilidades De acordo com Kaplan e Cooper 1998 o método de custeio baseado em atividades passa a ampliar os métodos tradicionais associando as despesas relativas a recursos com a variedade e complexidade dos produtos físicos fabricados e não apenas aos volumes físicos A partir destas informações a administração poderá realizar um melhor planejamento e execução das ações sobre as atividades específicas superando assim os problemas de outros sistemas de custeio Dessa forma a gestão de custeio baseada em atividades fornece informações que ajudam a fazer as perguntas corretas e também possibilitar respondêlas Isto se deve porque o enfoque parte da premissa de que para entender como os recursos estão sendo utilizados é necessário compreender como as atividades estão sendo realizadas e como estão sendo consumidas pelos processos No entanto antes disso tornase necessário o entendimento da terminologia do ABC Terminologia do ABC Segundo Yennie 1999 para entender os processos da metodologia de custeio por atividades precisase antes entender a sua terminologia e para isso podemos tomar como referência que o ABC Define o trabalho como um passo de ligação entre as atividades Uma atividade é um trabalho desenvolvido dentro de uma organização ou seja caracterizase pelo trabalho prescrito a ser realizado Por atividades compreendemse os objetivos a serem atingidos os requisitos implicados os meios utilizados os constrangimentos impostos pelo ambiente as exigências relacionadas aos padrões de rendimento e ao ambiente da atividade Baseiase no consumo de recursos Um recurso é a entrada física de elementos requeridos pelas atividades para alcançar seus objetivos tecnologia pessoas instalações Quantifica os processos de trabalho em parte usando os direcionadores de recursos Um direcionador de recurso é um parâmetro que reflete quanto de um recurso é utilizado por uma atividade Como exemplo de direcionador de recursos podemos citar a dedicação das pessoas número de funcionários consumo de energia elétrica ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL 1998 Utiliza direcionadores de atividades Um direcionador de atividade é um parâmetro que reflete quanto de uma atividade é utilizada por um objeto de custo Desta forma os gastos de cada atividade são alocados para os produtos clientes ou serviços objetos de custos com base na demanda de cada atividade como por exemplo o número de ordens de carregamento tempo de entrega tempo de descarregamento ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL 1998 Seu produto final é o objeto de custo Um objeto de custo é a razão pela qual as atividades são realizadas Por exemplo um produto é um objeto de custo pois para que ele seja produzido vendido e distribuído é necessária à realização de diversas atividades que só são executadas com o objetivo de dispor esse produto para o consumidor ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL 1998 Após conhecer e entender um pouco mais da terminologia do ABC podese notar que o grande potencial da metodologia se apresenta na análise das atividades do negócio e na caracterização dos reais causadores dos custos Desta forma a partir da separação das atividades em seus diferentes grupos e seu relacionamento aos produtos e direcionadores de custos com estes formando uma ligação entre os produtos e as atividades o ABC passa a ser uma importante ferramenta para a gestão estratégica dos negócios que gera as informações que dão suporte à gestão baseada em atividades ABM COSTA e BORNIA 1997 ABM Gestão Baseada no Custeio por Atividades A sigla ABM provém do inglês Activity Based Management que significa em uma tradução literal gestão baseada em custeio por atividade este é o modelo de gestão o qual utiliza o Custeio por Atividade ABC na realização do gerenciamento da organização e da produção A geração de informações proporcionada pelos sistemas ABC levou naturalmente ao gerenciamento baseado em atividades ABM formando um conjunto de medidas interligadas que só podem ser tomadas com base em informações precisas informações estas provenientes de sistemas de custeio baseado em atividades De acordo com Kaplan e Cooper 1998 e Holst e Savage 2000 o ABM permite que a empresa atinja seus objetivos com menos recursos ou seja que obtenha os mesmos resultados com um custo total menor Conforme Quelhas et al 1997 a metodologia ABM é um processo contínuo que permite a análise flexível e dinâmica dos dados colhidos na empresa Com isso a metodologia proporciona uma maior integração entre a estrutura básica da empresa os custos da produção e o consumidor permitindo um aumento da lucratividade redução dos gastos e de burocracia O ABM passa a ser então a forma como a empresa pode utilizar as informações geradas pelo ABC para otimizar o seu processo de tomada de decisão ou seja é uma nova maneira de 29 realizar análises e informar a alta administração de como por que onde e quanto dos recursos está sendo gasto ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL 1998 A figura 2 permite obter uma melhor visão da forma de atuação do ABC e do ABM Benefícios da utilização da metodologia ABC O ABC direciona seu foco para o gerenciamento e aperfeiçoamento das atividades e processos simplificando a análise de dados e permitindo uma série de benefícios que serão percebidos ao longo da execução do programa Através do rastreamento da análise e do gerenciamento das atividades buscase planejar e realizar o uso eficiente e eficaz dos recursos de modo a aperfeiçoar o processo de tomada de decisão da empresa Isto visando o lucro dos investidores e a criação de valor para os clientes por meio de produtos e serviços que ela desenha produz e distribui no mercado ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL 1998 De acordo com Quilhas et al 1997 entre seus principais benefícios podese destacar Preços dos produtos ajustados aos custos de fabricação ou de modelagem dos mesmos tornandoos assim mais competitivos em relação ao mercado Maior lucro com as mesmas atividades permitindo reestruturações dos procedimentos baseados nestas Analisa o processo desde a aquisição de insumos e matérias primas até sua comercialização envolvendo todos os funcionários com o processo reforçando assim o comprometimento e tornando as decisões mais rápidas e precisas Já para Ching 1997 a possibilidade de uma melhor qualidade na tomada de decisão pode proporcionar a redução de custos a reengenharia dos processos a racionalização da linha de produtos uma melhor focalização do cliente via análise de rentabilidade do mesmo e também no custeio de fornecedores Esses benefícios além de forçar o comprometimento reforçam o processo participativo possibilitando melhoria de custos e realocação de recursos através de eliminaçãoredução eou racionalização de atividades Todavia de acordo com Cooper e Turney 1990 algumas empresas encontraram outras formas de obter vantagens através dos sistemas baseados em atividades Segundo os autores estas empresas entendem que a melhor forma de se melhorar a rentabilidade é reduzir o custo dos produtos através da melhoria de projetos e da eficiência dos processos Elas se caracterizam por possuírem produtos com um ciclo de vida relativamente curto através dos quais podem rapidamente colher benefícios se novos produtos puderem ser produzidos com maior eficiência Cogan 1994 identifica ainda outros pontos fortes e oportunidades oriundas da implantação do custeio por atividades como por exemplo possibilidade de alcançar uma maior parcela de mercado pelo fato de poder praticar uma política de preços em produtos cujas margens podese conhecer com maior precisão possibilidade de reduzir custos nas atividades que não agregam valor para o consumidor nem para o negócio principalmente naquelas cujo retorno é pequeno em relação ao valor a elas agregado permite analisar e reduzir custos de produtos com margens baixas de retorno e cujo investimento a ser feito na nova sistemática seja baixo desde que se possa aproveitar informações de outros sistemas já existentes na empresa como informações do sistema ERP MRP II PCP possibilidade de substituir produtos por outros de melhor margem mantendo a presença da empresa em todos os mercados e também fornecendo a oportunidade de concorrer com maior agressividade em novos mercados por poder gerenciar as margens de preço com maior precisão permite também determinar os custos das atividades que constituem os processos de trabalhos permitindo que se reduza o custo da má qualidade Isso contribui para melhoria da qualidade do produto o que se identifica com a visão de longo prazo das empresas Ergonomia e o ABC Tratase então de uma metodologia desenvolvida para facilitar a análise estratégica de custos relacionados com as tarefas que mais impactam o consumo de recursos de uma empresa avaliando o valor que cada tarefa agrega a desempenho da empresa ou departamento NAKAGAWA 1994 Segundo Nakagata 1994 no método de custeio baseado em tarefas assumese como pressuposto que os recursos de uma empresa são consumidos por suas próprias tarefas e não pelos produtos que ela fabrica Logo o rastreamento feito pelo ABC tem o significado de identificar clarificar e mensurar a maneira como as tarefas consomem recursos As informações geradas por este rastreamento são ainda apenas um meio para se chegar a um fim que é a identificação das ações necessárias à sobrevivência e competição com sucesso da empresa A metodologia de interação entre a ergonomia e o ABC também possibilita a identificação dos fatores intangíveis e sua mensuração com o objetivo de auxiliar no processo de tomada de decisão Assim a interação entre a metodologia ABC e a ergonomia propõe que o foco da análise devase concentrar naquilo que as pessoas fazem isto é em suas tarefas e atividades Identificação dos custos através da interação Ergonomia versus ABC A metodologia ABC pode ser usada para quantificar os custos de problemas ergonômicos em atividades de trabalho As empresas podem utilizar o ABC para identificar as causas de custo pelo exame de tarefas ligadas diretamente com os processos do negócio que criam produtos e serviços de valor para os clientes Pela combinação dos dados de custos das tarefas com um profundo entendimento de suas causas e a lógica de relacionamento entre tarefas e atividades a administração pode desenvolver maneiras para dinamizar e aperfeiçoar a execução destes custos a fim de poder controlálos e trabalhar no sentido de reduzilos Para Rímel e Imbuo 1996 os custos oriundos da saúde e segurança também podem ser enquadrados dentro do modelo de análise do ABC Os autores entendem que os custos da saúde e segurança podem ser melhores interpretados através do ABC o qual vai permitir uma aproximação mais acurada das diversas variáveis destes custos A alocação dos custos da saúde e segurança e a quantidade desta associada aos objetos de custos podem ser melhores entendidas através da utilização das funções de custo Os autores ainda afirmam que na alocação destes custos três questões são pertinentes e devem prender a atenção de quem as está aplicando De quanto é o custo de saúde e segurança a ser alocado Onde está alocado Qual o tamanho do erro de alocação se existir Para minimizar os erros de alocação destes custos propõese a utilização da metodologia ABC A maneira mais comum para se definir estas tarefas é através de entrevistas com os funcionários deixando que eles apontem quais as tarefas que estão desempenhando e quanto do seu tempo de trabalho estão gastando em cada tarefa DAHLÉN e WERNERSSON 1995 Assim com base em dados da metodologia ABC um profissional de ergonomia passa a ter mais informações para decidir como vai administrar seu departamento ou programa Segundo Hendrick 1996 boa ergonomia tem sido boa economia Então a melhor maneira de fazer a ergonomia parte integral do plano cultural da empresa é desenvolvendo um amplo planejamento do programa Isto pode vir a facilitar a integração da ergonomia como também a já existência na empresa de programas de segurança ou qualidade total SOMMERICH 1997 Desta forma integrar a ergonomia à metodologia ABC tornase um importante negócio no desenvolvimento e conhecimento dos seus custos uma vez que as despesas e custos indiretos são alocados aos produtos que usam as tarefas e deixam de forma geral os custos da organização Os dados e informações gerados pelo ABC são todos usados na quantificação do custo de produtos serviços e clientes e outros objetos de custo localizando as causas dos custos e mostrando quais os direcionadores de custo Utilizando o ABC e a Ergonomia para definir os direcionadores de custo O ABC está sendo usado para avaliar o impacto e a implicação de todos os custos dos negócios pelo conhecimento de como as tarefas consomem recursos e como os produtos consomem tarefas e também como realizam a alocação de custos para os processos ou produtos Pelo entendimento de quais tarefas e atividades causam custos as empresas podem tomar melhores decisões controlar os custos pelo gerenciamento das tarefas e talvez até mesmo redirecionar recursos para outras tarefas e atividades ergonômicas De acordo com Dahlén e Wernersson 1995 a maior parte dos custos indiretos em um sistema de custeio tradicional é causada por absenteísmo e turnover Estes custos podem ser rastreados através de um método de custeio baseado em atividades como por exemplo o ABC usandose certo número de direcionares de custo Um direcionador de custo é o parâmetro que reflete o quanto de um recurso é utilizado por uma tarefa ou seja são os fatores que provocam o custo nas tarefas desenvolvidas Segundo Brimson 1996 na maioria das vezes o controle de custo é focalizado em seu ponto de ocorrência sem considerar os fatores geradores do custo A metodologia de custeio ABC proporciona realçar as áreas que geram custo para tarefa indicando onde a ação é requerida Desta forma a análise das tarefas fornece informações que permitem identificar as tarefas redundantes duplicadas e a existência de desperdícios juntamente com os fatores que geram custo Ao contrário dos sistemas de custeio tradicional onde a maior parte dos custos indiretos causados por absenteísmo turnover doenças e acidentes ocupacionais são alocados como custos diretos na metodologia ABC estes custos são divididos através do uso de direcionadores de custo adequados conforme a tarefa O grande diferencial da metodologia ABC em relação aos demais métodos é por utilizar direcionadores de custo para alocar o consumo de recursos às tarefas Além de gerar questões sobre o porquê de os recursos estarem sendo utilizados de uma maneira e não de outra produz resultados mais exatos sobre o custo dos produtos Os direcionadores de custo ressaltam a relação causaefeitocusto possibilitando que incorporado de conceitos ergonômicos identifiquese o efeito e consequentemente o custo causado por problemas como a falta de qualidade lesões acidentes retrabalho e layout inadequado A interação entre a metodologia ABC e a ergonomia pode vir a desenvolver com maior precisão custos e processos de negócios motivando a continuidade de programas relacionados à qualidade de vida do trabalhador Isto pode proporcionar à empresa diminuir parte dos gastos das funções ou departamentos tornandose assim mais competitiva MATERIAIS E MÉTODOS O tipo de pesquisa utilizada no presente trabalho foi exploratória em relação ao tema visto que proporciona uma proximidade com a questão O objetivo principal do trabalho será o de desenvolver familiaridade com a sistemática utilizada para identificar e quantificar os custos relacionados às questões ergonômicas Foi dado aprofundamento a metodologia de custeio ABC que utiliza bases de distribuição que procuram refletir o quanto dos recursos incide em cada produto quer estes estejam acumulados em atividades de lotes atividades de suporte de produtos ou atividades de suporte das facilidades Para isso a pesquisa será baseada em autores como por exemplo Kaplan e Cooper Holst e Savage e outros autores que abordaram temas pertinentes ao assunto RESULTADOS Para Riel e Imbeau 1996 há uma carência de avaliação econômica dos custos relacionados à segurança e saúde o que pode vir a ser um empecilho para uma melhor divulgação dos benefícios da ergonomia Estes autores entendem que isto se deve à complexidade dos custos envolvidos e à falta de uma metodologia que permita uma melhor interpretação dos dados e informações no processo de tomada de decisão Outro aspecto enfatizado pelos autores é a precariedade na literatura de estudos que possibilitem a elaboração de metodologias que permitam uma melhor avaliação econômica dos investimentos em programas de saúde e segurança Lischeid e Roy 1998 entendem que há um interesse crescente na procura da ergonomia por parte das empresas embora resultados de suas pesquisas com funcionários e clientes expressem que a demonstração deste interesse tem como principais fatores indicadores Lucro especificamente aquele associado ao relacionamento ergonômico dos trabalhadores para compensação das perdas como por exemplo a utilização de seguro para compensação de trabalhadores perdas de dias de trabalho absenteísmo e rotatividade os quais acabam por representar custos diretos para a organização passando assim a fazer parte dos objetivos da empresa para redução dos custos administrativos Queixas de funcionários tudo indica que a iniciativa de implantação ergonômica se deve por causa das reclamações dos funcionários tendo em vista que o corpo humano é um excelente barômetro de postos de trabalho de alta exigência física e estresse mental Assim os trabalhadores têm se tornado um reforço educacional direto possibilitando à política de comunicação da empresa saber quais tendências de sofrimento os corpos estão experimentando durante o curso do trabalho Regulação de interesses utilizando padrões definidos pelos organismos de fiscalização os quais têm sido utilizados ultimamente através de multas para penalizar a conduta de algumas empresas e visando minimizar o efeito de ações nocivas aos operadores ProdutividadeQualidade os programas ergonômicos para justificação da qualidade e produtividade permitem às empresas a obtenção de conhecimento sobre os seus processos que estão diretamente integrados no cotidiano da operacionalização dos processos Isto possibilita a obtenção de benefícios direcionados pela implantação de um programa que ocupe seu próprio espaço e mérito dentro da empresa A literatura ainda apresenta modelos para medição de custos ergonômicos entretanto a s metodologias existentes para avaliação de custos ergonômicos não permitem uma avaliação precisa uma vez que abordam apenas os custos diretos incidentes Dentre os principais modelos utilizados destacamse Análise de custobenefício Apresentase limitada quando da necessidade de alocar custos indiretos decorrentes de problemas ou recursos ergonômicos Utiliza a redução de custos e a melhoria de desempenho como principais formas para demonstrar os benefícios decorrentes das mudanças ergonômicas propostas Metodologia de custeio ABC Alguns autores como Brandt et al 1998 Dahlén e Wernersson 1995 Riel e Imbeau 1996 fazem uso da metodologia de custeio ABC para quantificação de custos oriundos da saúde e segurança A metodologia de custeio ABC permite uma alocação mais precisa dos custos indiretos possibilitando uma melhor compreensão da maneira que os custos estão sendo gerados Entretanto ela necessita da interação de conceitos e técnicas ergonômicas para que dentro deste enfoque possa assim ampliar a sua compreensão da relação de causaefeito na geração dos custos ergonômicos Logo sem a interação entre a ergonomia com uma metodologia de custeio adequada problemas decorrentes da interface homemtarefa acabam sendo ocultados por aqueles mais visíveis decorrentes da interface homemmáquina Portanto mensurar e monitorar somente os custos diretos acaba por não privilegiar todos os de origem ergonômica em decorrência da amplitude e complexidade destes Desta forma partindo da premissa de que aquilo que não se consegue medir não se consegue melhorar ALEXANDER 1994 fazse necessário desenvolver uma metodologia que integre conceitos ergonômicos e de custeio para viabilizar a medição dos custos ergonômicos A abordagem metodológica passaria então a considerar não apenas o enfoque micro do sistema mas todo o contexto macro da organização Questões como as relacionadas à má organização de processos e às atividades realizadas pelo operador na execução de suas tarefas passariam a ter um enfoque mais aprofundado dentro de tal metodologia Embora os vários modelos descritos variem em relação ao enfoque e abordagem considerados todos têm um objetivo em comum ou seja buscam medir custos ergonômicos visando romper o paradigma da obrigatoriedade de uso da ergonomia para reduzir custos de multas e processos trabalhistas Assim o desenvolvimento de uma metodologia de avaliação e quantificação dos custos ergonômicos procuraria não só alavancar a demanda por programas ergonômicos mas também auxiliar empresas e organizações na busca da melhoria contínua da qualidade e de um melhor desempenho conclusão Através da pesquisa realizada nesse trabalho verificouse que quando a ergonomia passar a demonstrar seus benefícios as empresas passarão a vêla como uma opção importante e não como uma obrigatoriedade para reduzir custos com acidentes e doenças ligadas ao trabalho Isto permitirá aos ergonomistas se munir de argumentos técnicos e econômicos para justificar suas propostas proporcionando benefícios oriundos de seus estudos e desta forma incluir a ergonomia como parte das metas das empresas REFERÊNCIAS ABRANTES Antônio Francisco Atualidades em Ergonomia São Paulo IMAN 2ª edição 2012 ALEXANDER D C Strategies for justifying ergonomic improvements IIE Solutions Norcross Mar 1998 ALEXANDER DC The economics of ergonomics Proceedings of the Human Factors and 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