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Engenharia Agronômica ·

Fisiologia Vegetal

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BOLETIM TÉCNICO Nº 5\nNO 1/78/RO/7\nEMBRAPA\nEMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA\nCENTRO NACIONAL DE PESQUISA - ARROZ, FEIJÃO\nDEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS\nDO FEIJÃO, SUA IDENTIFICAÇÃO\nE CORREÇÃO\nVINCULADO AO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA BOLETIM TÉCNICO Nº 5\nNO 1/78/RO/7\nEMBRAPA\nEMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA\nCENTRO NACIONAL DE PESQUISA - ARROZ, FEIJÃO\nDEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS\nDO FEIJÃO, SUA IDENTIFICAÇÃO\nE CORREÇÃO\nGerald Eugene Wilcox e Nand Kumar Fageria\nVINCULADO AO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA ÍNDICE\n\n1 - Apresentação....................................5\n2 - SINOPSE..........................................7\n3 - Introdução.......................................9\n4 - Método de Desenvolvimento dos Sintomas........9\n5 - Análise da Planta para Identificação do \"status\" Nutricional......17\n6 - Lista de Amostras e Partes da Planta a Serem Selecionadas...18\n7 - Preparação das Amostras de Plantas para Análise...19\n8 - Prevenção e Correção das Deficiências Nutricionais.........19\n9 - Abstract.................................................22 APRESENTAÇÃO\n\nA utilidade prática deste trabalho está no seu uso como instrumen- to orientador da nutrição do feijoeiro. A informação que apresenta pode ser usada para identificar ou verificar sintomas de deficiências da cul- tura de feijoeiro, de forma que a deficiência na cultura atual ou futura possa ser corrigida. Os dados apresentados na Tabela 2, relacionando ní- veis deficientes, adequados e tóxicos de concentrações de nutrientes do feijoeiro e, desse modo, servir de guia na localização de experimentos, para estudar a resposta do feijoeiro nas áreas que necessitem de fertili- zação, na avaliação da efetividade dos diferentes tratamentos e, como ins- trumento, tanto para diagnosticar as deficiências e excessos de nutrieren- tes no feijoeiro.\n\nJosé Francisco Valente Magalhães\nChefe do CNPAF. DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS DO FEIJÃO, SUA IDENTIFICAÇÃO E CORREÇÃO\n\nGerald Eugene Wilcox2 e Nand Kumar Fageria2\n\nSINOPSE – São descritos e ilustrados os sintomas foliares das de- ficiências de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, ferro, boro e zinco, e as toxicidades de alumínio, manganês e zinco. Foram discutidas as análises da planta para identificação do 'status' nutricional da planta, sua prevenção e correção das deficiências nutricionais.\n\n1 Aceito para publicação em 18/11/76.\n2 Pesquisador Ph. D. da EMBRAPA/CNPAF – BR 153, Km 4. Goiânia/Brasília. INTRODUÇÃO\n\nO feijoeiro pode expor tanto uma folhagem saudável quanto uma folhagem indicando deficiência nutricional, conforme a natureza do solo em que está crescendo. O sintoma é específico de um nutriente em parti- cular, que está em deficiência na planta e é apenas necessário fazer um diagnóstico apropriado, para precisar o problema. Contudo, como os sin- tomas de deficiência desenvolvidos por plantas crescendo em condições de campo podem ser algo modificado pelo 'stress' de outros fatores além dos nutrientes, é aconselhável que os fatores sejam tomados como indica- ção de que alguma coisa está errada, e obter informação mais profunda, como análises de tecido e/ou de solo, para verificar o problema específico. As descrições e fotografias coloridas são fornecidas como guia para identi- ficação de problemas de deficiências nutricionais, de modo que se possam tomar as medidas corretivas para tratamento da deficiência.\n\nMÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DOS SINTOMAS\n\nA variedade de feijão (Phaseolus vulgaris L.) 'Rico Baio' foi usa- da no presente estudo para desenvolver os sintomas típicos das deficiências dos macro e micro nutrientes.\n\nAs sementes germinaram em vasos plásticos, contendo 7 litros de areia. A areia foi inundada com a solução nutricional para manter constan- te a composição da solução. A composição da solução nutricional comple- ta é dada na Tabela 1. TABELA 1. Composição da solução nutricional completa.\n\nREAGENTE\tELEMENTO\tCONCENTRAÇÃO DOS ELEMENTOS EM SOLU-CÃO (ppm)\n\nKH2PO4\tP, K\tP=31\tK=39\nK2SO4\tK, S\tK=78\tS=32\nCa(NO3)2\tCa, N\tCa=200\tN=140\nMgSO4·7H2O\tMg, S\tMg=48\tS=64\nFeCl3·6H2O\tFe, Cl\tFe=5\nMnCl2·4H2O\tMn\t0,1\nH3BO3\tB\t0,05\nZnSO4·7H2O\tZn\t0,01\nCuSO4·5H2O\tCu\t0,01\n( NH4 ) 6Mo7O24·4H2O\tMo\t0,01\n\nOs sintomas de deficiência foram desenvolvidos, omitindo os elementos nutricionais particulares de cada deficiência específica. Os sintomas de toxicidade foram desenvolvidos para Al e Mn. Os sintomas representativos da cadeia deficiência de nutriente em particular foram fotografados e são apresentados na cor natural.\n\nSintomas de Deficiência Nutricional no Feijão\n\nNitrogênio. Crescimento reduzido, folhas verde pálidas e amarelas, tornando-se necróticas com desfolhação precoce. (Fig. 1).\n\nFIG. 1.\nSintoma\nde deficiência\nde nitrogênio\n\n- 10 - Fósforo. Raquitismo severo nas plantas, folhas verdes escuras e pequenas; quando velhas, tornam-se verde brilhantes e, finalmente, castanhas, com o envelhecimento das plantas. (Fig. 2a, b).\n\nFIG. 2a.\nSintoma de deficiência de fósforo.\n\nFIG. 2b.\nSintoma da deficiência de fósforo.\n\nPotássio. Folhas jovens verde escuras e verde azuladas. O tecido inter-nerval clorótico das folhas velhas, progredindo para o desenvolvimento de manchas necróticas castanhas no tecido internerval num lado marginal dos folíolos velhos. (Fig. 3a, b).\n\n- 11 - Cálcio. As folhas jovens desenvolvem pequenas manchas catanhas no tecido internerval, devido à ausência de mesofilo. O crescimento é raquítico e o ponto de crescimento das folhas jovens mostra distorção e restrição. O ponto de crescimento severamente afetado reduz o crescimento e pode morrer. (Fig. 4a, b).\n\nFIG. 3a.\nSintoma de deficiência de potássio.\n\nFIG. 3b.\nSintoma de deficiência de potássio.\n\n- 12 - Magnésio. As folhas cotiledonais das plantas jovens desenvolvem cloroses internervais amarelas. Com o desenvolvimento da planta, as folhas trifoliadas mais velhas desenvolvem cloroses internervais amarelas com nervuras verdes. As cloroses progridem do centro para as pontas. (Fig. 5).\n\nFIG. 4a. Sintoma de deficiência de cálcio.\n\nFIG. 4b. Sintoma de deficiência de cálcio.\n\n- 13 - Ferro. As folhas jovens e terminais desenvolvem cloroses internervais que, mais tarde, desenvolvem manchas necróticas e a ponta morre ou cessa de crescer. A planta definha, e as folhas têm nervuras verdes com tecido internerval amarelo esbranquiçado. (Fig. 6).\n\nFIG. 5. Sintoma de deficiência de magnésio.\n\nFIG. 6. Sintoma de deficiência de ferro.\n\nBoro. O crescimento é seriamente retardo, com a ponta das folhas tornando-se necrótica. As folhas desenvolvem cloroses internervais do pecíolo para a ponta. O crescimento da raiz é seriamente afetado, o ponto de crescimento torna-se necrótico e pode morrer, com deficiência forte. (Fig. 7).\n\n- 14 - Zinco. Ao expandir folhas trifoliadas, a planta torna-se uniformemente verde amarelada, e o crescimento é afetado. (Fig. 8a, b).\n\nFIG. 8a. Sintoma de deficiência de zinco.\n\nFIG. 8b. Sintoma de deficiência de zinco.\n\n- 15 - Sintomas de Toxicidade\n\nToxicidez de Manganês. A planta cresce pouco, com tecido amarelo esverdeado nas internervuras das folhas trifoliadas em expansão. O tecido, ao longo das nervuras, é verde escuro, folhas pequenas e tem aparência rugosa. Com o desenvolvimento dos sintomas, aparecem linhas necróticas no tecido ao longo das nervuras das folhas trifoliadas em expansão. (Fig. 9).\n\nFIG. 9.\nSintoma de toxicidez de manganês\n\nToxicidez do Zinco. Severa redução no tamanho da planta com muitos entrenós comprimidos, e as folhas parecem normais, sem sintomas distintos. (Fig. 10).\n\nFIG. 10.\nSintoma de toxicidez de zinco\n\n- 16 - Solo Ácido. As folhas cotiledonais desenvolvem tecido verde escuro que progride para verde amarelado com manchas de morte, normalmente em ambos os lados da nervura principal, perto da ponta da folha. As folhas curvam-se enrolando para baixo, à medida que o sintoma progride. (Fig.11).\n\nFIG. 11.\nSintoma de toxicidade de alumínio.\n\nANÁLISE DA PLANTA PARA IDENTIFICAÇÃO DO \"STATUS\" NUTRICIONAL\n\nO diagnóstico das deficiências nutricionais das plantas é melhor acompanhado, usando a análise da planta e a observação visual em conjunto. Entretanto, valores para concentrações deficientes, adequadas e tóxicas dos vários elementos são dados na Tabela 2.\nAs áreas de concentração estão divididas em categorias que se relacionam com respostas de crescimento específico na planta. A zona deficiente corresponde à concentração, na planta, que resultará no desenvolvimento do sintoma da deficiência e/ou no aumento de rendimento que pode ser esperado para a aplicação extra de nutriente com os seguintes sintomas de deficiência. A zona adequada é o nível de concentração do nutriente, que resulta num crescimento ideal das plantas. A zona tóxica será o nível de concentração em que os nutrientes estão em excesso, e que interferem no processo metabólico, causando redução de crescimento e sintomas de toxicidade.\n\n- 17 - TABELA 2. Níveis deficientes, adequados e tóxicos de nutrientes encontrados no tecido foliar.\n\nELEMENTO\t\tDEFICIENTE\tADEQUADO\t\tTÓXICO\nN\t\t\t< 2,5\t\t2,8 - 6,0\nP\t\t\t< 0,20\t\t0,25 - 0,5\nK\t\t\t< 1,5%\t\t\t1,8 - 2,5%\nCa\t\t\t< 0,5\t\t0,8 - 3,0\nMg\t\t\t< 0,20\t\t0,25 - 0,70\nFe\t\t\t< 50\t\t\t100 - 450\t\t> 500\nZn\t\t\t< 15\t\t\t20 - 100\t\t> 200\nMn\t\t\t< 20 ppm\t\t30 - 300 ppm\t> 500 ppm\nB\t\t\t< 20\t\t\t30 - 60\t\t> 200\nCu\t\t\t< 5\t\t\t10 - 20\t\t> 30\n\nLISTA DE AMOSTRAS E PARTES DA PLANTA A SEREM SELECIONADAS\n\nO número de amostras a serem colhidas durante a época de crescimento dependerá da razão da amostragem.\n\nProblemas nutricionais\nColher a planta tão logo o problema se desenvolva ou seja observado. Quando a amostragem é para identificação do problema, uma única amostra é suficiente. Nos primeiros estágios de crescimento (menos de 20 dias), toda porção acima do solo pode servir de amostra para análise. Nos últimos estágios de crescimento, as folhas superiores mais maduras devem ser selecionadas. Não se recomenda colheita de amostras depois da frutificação e perto da maturação.\n\n- 18 - Estudo da Absorção de Nutrientes Amostragem para desenvolvimento das curvas de absorção de nutrientes requer que frequentes amostras de toda a planta sejam colhidas. No período máximo da floração e na frutificação, as amostras podem ser colhidas com uma semana a dez dias de intervalo, em virtude do rápido crescimento e da absorção de nutrientes. Controle dos Nutrientes Colher amostras no estágio de floração da primeira frutificação da planta, mas antes da frutificação total. As amostras devem ser tomadas das folhas superiores mais desenvolvidas. Combinar as folhas de 15 a 20 plantas como amostra composta, representativa da área. PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS DE PLANTAS PARA ANÁLISE Colocar as amostras de plantas em sacos de papel de tamanho conveniente, à medida que são colhidas e levá-las para o laboratório para processamento o mais cedo possível. Não colocar as amostras em sacos de plástico. No laboratório, colocar as plantas num forno mantido de 70 a 80ºC. Normalmente, são suficientes 48 a 72 horas para secagem. O material empoleirado deve ser lavado em água ou com uma solução ácida diluída (0,2 NHCl), antes da secagem no forno. Depois de o material seco, toda a amostra é triturada em moinho, de modo a passar numa peneira de malha 20. Depois de triturado, o material pode ser guardado em pequenas garrafas, sem modificação significativa da sua composição, de quatro a cinco anos. PREVENÇÃO E CORREÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS Macro nutrientes A análise de solo é um instrumento útil à prevenção de deficiências nutricionais. O feijão é um legume e produz melhor com pH 5,5 a 6,0. É particular- mente sensível ao solo com pH 5,0 ou inferior, e o crescimento será seriamente reduzido sob a influência do Al, baixo nível de cálcio na nutrição da planta e atividade simbiótica de bactérias. É particularmente importante testar o solo quanto ao pH e aplicar o cálcio necessário. O teste de solo fornece informações sobre o nível de nutriente no solo e da quantidade de cálcio e fertilizantes necessários ao êxito da produção do agricultor. Portanto, com estas informações, as recomendações específicas das quantidades de fósforo, potássio e cálcio podem ser fornecidas para o campo representado pela amostra. As recomendações de fertilizantes são dadas na Tabela 3. Se a análise de solo não foi efetuada, usar a recomendação de fertilizantes para classificação mais baixa. TABELA 3. Recomendações de fertilização de nitrogênio, fósforo e potássio para a produção de feijão. Nutriente Classif. Fert. do Solo Teste do Solo (ppm) Quant. de nutriente a ser aplicada A lanço Em linha kg/ha Nitrogênio (N) 50 Fósforo (P2O5) muito baixo 0 - 7 100 50 baixo 8 - 15 50 50 médio 16 - 30 50 alto > 31 0-25 Potássio (K2O) muito baixo 0 - 15 150 baixo 16 - 35 100 médio 36 - 70 50 alto 71 25 TABELA 4. Recomendação de aplicação de micro-nutrientes no solo e foliar. Nutriente Material e análise aproximada Aplicação no solo kg/ha Aplicação foliar - kg/500 litros de água Boro Borax (Na2B4O7 . 10 H2O 10,6% B) 10 - 15 1 - 2 Cobre Sulfato de cobre (CuSO4 . 5H2O - 25,5% Cu) 20 - 25 1 - 2 Ferro Sulfato ferroso (FeSO4 . 7H2O - 20% Fe) - 8 - 10 Ferro (9 a 12% Fe) 20 - 25 5 Manganês Sulfato de manganês (MnSO4 . 4H2O - 24,6% Mn) 15 1 - 2 Molibdênio (NH4)6Mo7O24 . H2O - 54% Mo 0,5 - 1 0,25 - 0,5 Zinco Sulfato de Zinco (ZnSO4 . 7 H2O - 23% Zn) 20 - 40 1 - 2 ABSTRACT\n\nFoliar symptoms of nitrogen, phosphorus, potassium, calcium, magnesium, iron, boron, and zinc deficiencies and aluminum, zinc and manganese toxicities are described and illustrated. Plant analysis to identifying the nutrient status of plants and prevention and correction of nutrient deficiencies are discussed. Composto e impresso pela RORIZ GRÁFICA E EDITORA\nGoiânia - Goiás