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Empreendedorismo
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Atividades a serem desenvolvidas e postadas em tarefas nesta sala plataforma CANVAS até o final do dia 0511 presença a partir da tarefa realizada 1 Pesquisar em 03 fontes especificar fontes e data da publicação sobre a temática de Empreendedorismo Social 2 Pesquisar 03 pessoas Empreendedoras sociais que atuam em ONG ou atuam individualmente como empreendedoras sociais Trazer história de vida como empreendedora social açõesprojetos desenvolvidos Ilustrar com imagens Peço que o material solicitado para o primeiro dia da nossa prática previsto para dia 0511 que não ocorrerá presencialmente seja trazido no segundo encontro dia 1911 material revistas que possam ser recortadas canetinhas coloridas tesoura e cola Obs este material será utilizado apenas no dia 1911 para uma atividade específicapontual Nos encontraremos presencialmente na sala 833 Tarefa 1 Pesquisa sobre Empreendorismo Social 1 TCC EMPREENDEDORISMO SOCIAL ALÉM DOS INTERESSES DE REPRODUÇÃO DO CAPITAL Autor Laudimar Santana Ano 2017 httpswwwufjfbrgraduacaocienciassociaisfiles201011TCCLaudimarSantAnapdf Empreendedorismo Social É o empreendedorismo que busca impactar socialmente de forma positiva à sociedade combatendo a pobreza a desigualdade e a falta de oportunidades iguais com as quais nos deparamos todos os dias em nossas relações sociais Empreendedores sociais buscam transformar o mundo e melhorar a condição de vida das pessoas em situação de risco social utilizando métodos presentes no ambiente das empresas Novas técnicas de gestão são utilizadas com criatividade sustentabilidade e responsabilidade com o propósito de maximizar o capital social de pessoas ou de uma comunidade Esse fenômeno surge provocado pela redução do investimento público na questão social da participação crescente das empresas no campo social e do crescimento das organizações do terceiro setor as Organizações Não Governamentais ONG Esse fenômeno social se apresenta com certa semelhança com outros termos tais como responsabilidade social empresarial e o empreendedorismo privado com impacto social mas seu alvo é o combate à pobreza e à exclusão social O Empreendedorismo Social surge como um conceito ainda em desenvolvimento mas com características e estratégias próprias apresentando diferenças de uma gestão social tradicional VERGA SILVA 2014 No Brasil encontramos muitas características semelhantes à de outros países quanto ao conceito do que é Empreendedorismo Social mas já temos exemplos concretos que podem sinalizar um padrão especifico que ajuda a compreender o fenômeno e os termos e práticas que apresentam semelhança VERGA SILVA 2014 Considerando o objetivo deste trabalho apresentamos duas experiências de empreendedorismo social em Juiz de Fora baseadas em entrevistas e observações sobre um exemplo de cada tipo citados anteriormente com o intuito de entender a questão do interesse da ação BORDIEU 1996 sua interação nas relações sociais GRANOVETTER 2007 e o contexto capitalista ABRAMOVAY 2009 2004 Os fundamentos do Empreendedorismo Social visam resolver os problemas crônicos como pobreza fome não acesso à educação e a falta de oportunidades iguais As ações desenvolvidas visam à inclusão social mas que ao mesmo tempo podem ser lucrativas no caso do empreendedorismo com impacto social Os produtos e serviços oferecidos atendem às necessidades dos mais pobres trabalham a cidadania a igualdade de direitos e oportunidades e a redução das diferenças econômicas e de renda entre as classes econômicas e sociais Essas ações são consideradas utopias para alguns mas para outros são possibilidades reais Quando o assunto é Empreendedorismo Social não podemos deixar de registrar a experiência do economista e professor bengali e Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus Em 1976 Yunus colocou em prática a experiência de conceder pequenos valores em empréstimos para os pobres sem as garantias e exigências tradicionais dos bancos comerciais O projeto foi chamado de Grameen Bank que mais tarde em 1983 tornouse um banco oficial para fornecer empréstimos aos pobres mais especificamente às mulheres na zona rural de Bangladesh na Ásia A ideia disseminouse por quase todos os países do mundo incluindo países desenvolvidos e industrializados Conhecido no mundo inteiro como o banqueiro dos pobres além do Grameen Bank Yunnus criou outras 50 cinquenta empresas para implantar o modelo de negócio conhecido como Negócio Social Yunnus introduziu o microcrédito e o disseminou em escala mundial O conceito do microcrédito é a concessão de pequenos valores em empréstimos sem garantias ou documentos à gente pobre que nunca antes teve acesso ao sistema bancário Negócio Social é o modelo de negócio em que as empresas que têm a única missão de solucionar um problema social são autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos Como uma ONG tem uma missão social mas como um negócio geram receitas suficientes para cobrir seus os custos operacionais A remuneração de seus funcionários deve acompanhar o mesmo nível dos salários do mercado de trabalho Os seus investidores comprometemse a receber se assim contratado somente os valores investidos e os resultados financeiros o lucro são reinvestidos no próprio negócio O Negócio Social é também conhecido como uma atividade do setor 25 dois e meio isto é atua como empresa e como ONG ao mesmo tempo figura 1 Identificamos três formas importantes de empreendedorismo social VERGA SILVA 2014 a Empreendedorismo com impacto social onde o empreendedor visa o lucro financeiro para o seu próprio favorecimento mas provoca certo impacto social onde atua b Negócio Social em que as empresas que têm a única missão de solucionar um problema social são autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos Os resultados financeiros o lucro são reinvestidos no próprio negócio Não encontramos em Juiz de Fora alguma experiência do empreendedorismo conhecido como Negócio Social Por este motivo não dedicamos maiores atenção e análise para o tema c Empreendedorismo Social Assistencial que tem por objetivo provocar impactos sociais eou ambientais positivos e não pode ser concebido sem a participação de mais pessoas e da cooperação das organizações da sociedade Não tem por objetivo alcançar lucro financeiro para seus idealizadores e quase todos os envolvidos prestam trabalhos voluntários Apresentamos a seguir as características das organizações empreendedoras com impacto social e as organizações empreendedoras sociais assistenciais Características de modelos de empreendedorismo Tabela 2 2 MANUAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL Titulo Manual Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Ano de Publicação Março 2012 Editora AIRO Associação Industrial da Região Oeste e IPL Instituto Politécnico de Leiria Propriedade AIRO Associação Industrial da Região Oeste Coordenação e organização de conteúdos Sérgio Félix Leopoldina Alves e Victoria Sirghi Revisão dos textos Debatable Consultoria Empresarial e Formação Profissional Lda wwwdebatablept httpswwwacademiaedu9457435ManualdeEmpreendedorismoSocial 3 FSindica você conhece as startups de impacto social brasileiras 23072020 httpsforasdeseriecomstartupsdeimpactosocialbrasileiras 4 Guia empreendedor Clico Responde o que é empreendedorismo social httpswwwguiaempreendedorcomguiaoqueeempreendedorismosocial Fomos até Moçambique para conseguir responder a uma pergunta enviada pela leitora Natália Veja a resposta Quem acompanha o Guia Empreendedor sabe que sextafeira é sinônimo de ClicoResponde e hoje responderemos à pergunta da Natália O que é empreendedorismo social Obrigado pela confiança Natália Tem uma entidade de Moçambique chamada IES voltada especificamente para o tema Segundo a organização empreendedorismo social é o processo de procura e implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para problemas importantes e negligenciados da sociedade que se traduz em Inovação Social sempre que se criam respostas mais efetivas relativamente às alternativas em vigor para o problema em questão A definição segundo o site foi publicada por Filipe Santos no Journal of Business Ethics da escola global de negócios Insead em 2012 É possível transformar uma comunidade e ainda ter lucro Entenda como funciona o empreendedorismo social Sabe o que Martin Luther King Mahatma Gandhi e um grupo de costura comunitária do seu bairro têm em comum Todos podem ser considerados empreendedores sociais igualmente importantes e relevantes para os grupos que representam Ano passado esclareci uma questão enviada ao ClicoResponde sobre empreendedorismo social A leitora Natália queria entender melhor do que se tratava o termo que nada mais é do que o processo de procura e implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para problemas importantes e negligenciados da sociedade que se traduz em Inovação Social sempre que se criam respostas mais efetivas relativamente às alternativas em vigor para o problema em questão O assunto me chamou muita atenção e decidi procurar um pouco mais de informação para trazer para vocês afinal nada melhor do que encabeçar um projeto que gera dinheiro e ajuda a sociedade Segundo a entidade Ashoka voltada para ajudar empreendedores sociais em vez de relegarem as necessidades da sociedade para os setores público ou privado essas pessoas resolvem o problema mudando o sistema disseminando a solução e persuadindo sociedades inteiras a seguir um novo rumo Cada empreendedor social apresenta ideias simples compreensíveis e éticas e tenta obter apoio generalizado a fim de maximizar o número de pessoas locais que irão apoiálo adotar a sua ideia e implementála Por outras palavras cada empreendedor social é um recrutador em massa de changemakers locais um modelo que demonstra que os cidadãos que canalizam a sua energia para a ação conseguem fazer praticamente tudo diz a associação Pode parecer que não mas a iniciativa tende a ser rentável como qualquer ideia empreendedora tem chance de se tornar Nessas buscas encontrei um exemplo bem interessante no site do governo federal em uma reportagem datada de 2012 tratase da Feira Preta a maior feira de cultura negra da América Latina Por meio de ações feira de negócios e eventos culturais a organização busca fomentar o empreendedorismo étnico e fortalecer a cultura negra no País Até aquela data haviam sido realizadas dez edições do encontro que movimentaram 400 artistas 40 mil visitantes 500 expositores e mais de R 2 milhões Esse é um ótimo exemplo do tanto que um projeto social pode circular de dinheiro e ainda deixar um legado na comunidade E então o que você acha disso Tarefa 2 EMPREENDEDORES SOCIAIS 1 DOMITILA BARROS httpsforbescombrforbesmulher202202empreendedorasocialeativistanovamissalemanhae pernambucana Empreendedora social e ativista nova Miss Alemanha é pernambucana A premiação antes baseada principalmente na beleza e simpatia das participantes agora valoriza o empoderamento feminino e leva em conta a diversidade Autora Fernanda de Almeida Data 23022022 O empreendedorismo social vem de berço para Domitila Barros Foi ele que levou a pernambucana a palestrar para delegados da Unesco aos 15 anos a criar a própria grife de biojoias em 2018 e no sábado 19 a se tornar a primeira imigrante e mulher negra a vencer o concurso Miss Alemanha A premiação antes baseada principalmente na beleza e simpatia das participantes agora valoriza o empoderamento feminino e leva em conta a diversidade reunindo mulheres de diferentes países e idades De 12 mil candidatas e 160 mulheres na fase de seleção Domitila se destacou Não foi pela novela que eu já fiz ou pela minha marca mas pelo fato de que durante 22 anos consecutivos eu nunca abri mão de lutar pela natureza e pela igualdade social A brasileira de 37 anos natural de Linha do Tiro bairro da periferia de Recife já nasceu dentro da ONG Camm Centro de Atendimento a Meninas e Meninos criada por seus pais Eu não me tornei um ser humano social porque eu fiz mestrado ou porque estudei É porque eu só entendo a vida assim diz Aos 13 anos começou a ensinar as crianças da ONG a ler e escrever por meio da dança e do teatro Aos 15 recebeu o prêmio internacional Sonhadores do Milênio da Unesco em parceria com a Disney e palestrou em Orlando Foi aí que eu entendi que o trabalho que eu fazia na comunidade de Linha do Tiro era tão importante Desde então ela já deu mais de cinco mil palestras sobre a vida nas favelas brasileiras responsabilidade social e sustentabilidade Para mim é muito importante assumir a minha própria narrativa porque a história de uma jovem negra da periferia do Recife não está em livro nenhum de história Recifense na Alemanha Sua trajetória na Alemanha começou quando depois de começar um bacharelado em serviço social Domitila conseguiu uma bolsa de estudos para fazer mestrado em Ciências Políticas e Sociais no país europeu Foi muito difícil porque era frio eu estava sozinha e sofri muito preconceito Não falava a língua sou negra e existe uma questão muito forte do sexismo relacionado à mulher brasileira Justamente por isso concluir o mestrado e ganhar o Miss Alemanha representou muito para ela É importante que uma brasileira negra mostre para a sociedade do que a gente realmente é capaz para poder apagar essa imagem limitada diz Na Alemanha Domitila se dividia entre os estudos e trabalhos em novelas Eu percebi que o dinheiro que eu ganhava com a novela podia ir para o meu trabalho social no Brasil que era um sonho Foi aí que eu aderi ao conceito de artivismo misturar ativismo social com arte Empreendedorismo social Domitila criou a She is From the Jungle marca de biojoias feitas com capim dourado uma espécie de sempreviva típica do Cerrado brasileiro A gente começou com 20 peças porque era o que eu tinha dinheiro para fazer lembra Foram essas peças que levaram sua marca às semanas de moda de Berlim e de Londres O dinheiro da grife nem passa por ela é destinado em parte para ajudar seus pais no Brasil e também reinvestido na empresa contribuindo para a liberdade financeira das mulheres de sua comunidade Para ser uma mulher empoderada você precisa ter dinheiro Outro grande objetivo da marca segundo ela que também assessora empresas na área de responsabilidade social é inspirar companhias a desenvolver produtos sustentáveis Eu não preciso ser a única grife sustentável porque para mudar o mundo eu preciso que todas as grifes vão por esse caminho 2 MONIQUE EVELLE Disponível em httpsalmapretacomsessaocotidianoentrevistamoniqueevelleeusemprefui empreendedoramasnaosabiaqueonomeeraesse Acesso em 02112022 15 Setembro 2021 1235 Entrevista Monique Evelle Eu sempre fui empreendedora mas não sabia que o nome era esse A empreendedora que completa 27 anos neste 15 de setembro criou o Desabafo Social aos 16 anos e de lá pra cá atua em iniciativas que constroem narrativas múltiplas acerca do empreendedorismo atualmente apresenta o podcast Caminhos Intuitivos na Globoplay Monique Evelle é empresária jornalista e ativista que deu início à sua jornada como empreendedora com a criação do Desabafo Social laboratório de tecnologias sociais aos 16 anos Rapidamente se tornou uma referência para o empreendedorismo entre pessoas negras É também fundadora da plataforma Inventivos voltada para formação de empreendedores que recebeu investimento do Black Founders Fund do Google for Startups Em entrevista exclusiva à Alma Preta Jornalismo Monique Evelle contou sobre a sua trajetória e a participação no podcast Caminhos Intuitivos da Globoplay Para a empresária a experiência já transmite ao público principalmente aos afroempreendedores representatividade humanização bastidores e realidades de convidadas e convidados Eu sempre fui empreendedora mas não sabia que o nome era esse O motivo disso é simples na época e até hoje quem domina a fala sobre empreendedorismo nas revistas eventos e na comunicação são pessoas que não se parecem comigo Tem mudado claro mas o ranço que eu tinha do ecossistema empreendedor era exatamente por não ver proporcionalidade racial e de gênero nos ambientes que frequentava conta Monique Evelle que completa 27 anos neste 15 de setembro Para ela a proposta de ser portavoz de um podcast como Caminhos Intuitivos que aposta no formato de roda de conversa possibilita a troca entre profissionais inseridos na cena do empreendedorismo É um espaço para aprender sobre gestão de carreira com Majur e Eliane Dias é perceber que Fióti e Emicida são gente como a gente e também começaram um negócio sem saber direito as burocracias envolvidas Então ter pessoas negras empreendedoras é o comum no podcast Temos convidados e convidadas não negras mas que trazem narrativas múltiplas não apenas o famoso vai lá e faz pontua a jornalista O podcast vai ao ar com novos episódios às quartafeiras e está disponível nas principais plataformas de áudio Trajetória feminina preta e nordestina Minha jornada fez sentido quando entendi meu papel enquanto mulher preta nordestina A partir daí todas minhas criações são majoritariamente direcionadas para horizontalizar as relações entre pessoas pretas relata Monique que nasceu em Salvador BA Segundo a empresária isso vem desde a criação do Desabafo Social que teve início durante sua atuação no grêmio estudantil e a partir desse momento percebeu que não era tímida mas que na verdade sempre foi silenciada Foi nesse momento também que passou a apostar em sua intelectualidade Em 2015 passou pela rede social Ubuntu que como o Desabafo Social foi um demarcador de sua trajetória juntamente com seu atual sócio Lucas Santana com quem consolidou parceria de projetos empreendedores e de militância que culminaram em uma relação amorosa Em 2016 criaram a Kumasi uma espécie de marketplace que na época foi um dos primeiros a se voltar para os afroempreendedores Depois disso surgiram muitas outras iniciativas e negócios Hoje se dedica à Inventivos uma plataforma exclusiva de formação de empreendedores nos países de língua portuguesa Acredito na possibilidade de tornar uma nova mentalidade de empreendedores líderes que irão distribuir renda através da empregabilidade Se os negócios dessas pessoas prosperarem o território em que ela atua também reitera Passagem pela TV Monique Evelle passou pelo Profissão Repórter da TV Globo em 2017 mas saiu quando percebeu que não daria conta de olhar para os seus negócios com a grandeza e atenção que eles necessitavam Segundo ela esse período foi como uma virada de chave para o empreendedorismo a partir de seu pensamento de querer transformar habilidades intelectuais em dinheiro Pedi demissão e percebi que naquele momento era o que deveria ter feito e os resultados consigo visualizar hoje Além da Inventivos tenho dedicado minhas expertises na área de consultoria em inovação para algumas empresas conta Quando questionada sobre o risco de suas escolhas Monique responde A gente já vive no risco e não temos garantias de absolutamente nada A diferença é que quando olhamos para a universidade por exemplo a gente consegue enxergar passo a passo Ou seja primeiro vestibular aprovação provas TCC formação e por fim um emprego na área É o que já estamos treinados para olhar e fazer relata Atualmente ela é também sóciainvestidora da Sharp hub de inteligência cultural e consultora de Inovação do Nubank onde criou junto com do time Fundo Semente Preta o NuLabque é um hub de inovação em Salvador e que agora oferece formação para quem quer aprender sobre programação Quando falamos de empreendedorismo não conseguimos visualizar o passo a passo da jornada porque nunca nos foi dito Tenho tentado compartilhar esses pilares nas minhas redes É possível empreender por autonomia e não apenas por sobrevivência mas existe uma jornada a ser trilhada completa 3 HENRIQUE GUILHERME BRAMMER JUNIOR httpsobservatorio3setororgbrnoticiasengenheirocriastartupparapromovereconomiacircularno brasil httpswww1folhauolcombrempreendedorsocial201911engenheirocrianegocioinclusivoque revolucionamercadodereciclagemshtml Engenheiro cria startup para promover economia circular no Brasil A Boomera já reciclou 60 mil toneladas de plástico e promoveu a inclusão social de 8 mil catadores de materiais recicláveis Henrique Guilherme Brammer Jr de 42 anos é fundador da startup Boomera e ganhou a 15ª edição do Prêmio Empreendedor Social agora em 2019 A premiação reconhecida como o maior concurso de empreendedorismo socioambiental da América Latina é promovida pelo jornal Folha de S Paulo em parceria com a Fundação Schwab De acordo com o site da startup a Boomera transforma o lixo em uma linha de produtos com causa através de tecnologia design e cooperativas de catadores inserindo as empresas na Economia Circular Na prática a Boomera recicla resíduos considerados difíceis e os transforma em matériaprima ou em novos produtos Tais dejetos se não tratados da maneira adequada podem acabar em aterros sanitários No seu discurso de agradecimento Brammer destacou o trabalho dos cooperados que tem a vida transformada através do lixo Hoje são milhares de pessoas que vivem disso com sorriso no rosto A gente sai impactado com o que essas pessoas conseguem com tão pouco e que ajudam literalmente a limpar esse país A iniciativa também financiou pesquisas para a criação de resinas promoveu a inclusão social de 8 mil catadores em 13 estados do Brasil cuja renda saltou de R 400 para R 1500 mensais envolveu 200 cooperativas na parceria e reciclou 60 mil toneladas de plástico Folha de São Paulo 05112019 Engenheiro cria negócio inclusivo que revoluciona mercado de reciclagem Boomera vira referência ao reaproveitar plásticos unindo catadores indústria e academia O paulistano Hnerique Guilherme Brammer Júnior 42 sempre gostou de desmontar coisas para saber como são feitas e funcionam E essa curiosidade moldou suas escolhas e define hoje seu trabalho como engenheiro de materiais e empreendedor social à frente da Boomera Eu sou lixeiro diz o pai de Carolina 7 e João Pedro 3 No país que só recicla 4 de todos os dejetos que produz Brammer Jr se embrenhou pela rota mais desafiadora no seu negócio de impacto social lidar com resíduos de difícil reciclagem plásticos com dupla ou tripla composição Sua vocação começou a ser desenhada aos 17 anos quando desmontou uma coisa que o avô amava um Voyage GTI vinho Pegou o carro escondido sem carteira de habilitação e o destruiu num poste na zona sul de São Paulo O acidente lhe propiciou uma das grandes lições que mudaram sua vida Em vez de bronca homérica o jovem recebeu uma carta do avô naquele Natal de 1994 Nela Edward de Mello disse ao neto que bens materiais são substituíveis e ações definem as pessoas Por isso ele deveria ter propósitos na vida O adolescente que andava meio perdido deixou de sair com os amigos e abandonou até o futebol até jogou com Kaká Belletti e Caio Ribeiro no clube Paineiras Meti na cabeça que tinha que ir para a faculdade para ser alguém relata após choro emocionado ao se lembrar do avô Formouse em engenharia de materiais e foi atuar como o pai em indústria de embalagens e grandes empresas que produziam plástico aço e papel E me questionava se o que fazia era deixar resíduo como legado Não queria ser conhecido por vender plástico A inquietude o tornou o chato do cafezinho Até que em 2007 quando já casado com a engenheira de alimentos Fernanda Andrade foi chacoalhado pela perda do sogro devido a um câncer Ele fazendo quimioterapia vinha ao escritório às duas da tarde e me chamava para beber cerveja e comer coxinha Ele dizia que a vida precisava ser vivida intensamente E a intensidade veio em vários lances na vida de Brammer Jr Ao ler o livro Revolution in a Bottle entrou no LinkedIn e mandou mensagem para o autor Tom Szaky Ele me pediu então que eu o encontrasse numa reunião que teria no Brasil No meio do encontro o americano disse que ele era o novo CEO da empresa E ele aceitou presidir a TerraCycle que atua com reciclagem Ficou nela um ano Saiu para montar o próprio negócio de impacto social Eu tinha visitado uma cooperativa de catadores e aquilo foi um soco no estômago Como pessoas em ambientes tão insalubres tinham tanta alegria e propósito em suas ações O contato o fez se atirar de cabeça na causa Ele já tinha ido a evento vestido com terno feito de embalagens de chocolate para mostrar que era reciclável Mas teve contratempos como perder a própria empresa a Wise Waste para o sócio Foi duro chegar para trabalhar após o rompimento e não ter nem computador A paixão que o levou a recriar o negócio teve como marco o nascimento da filha Carolina em 2012 Ela me trouxe sorte e força para batalhar e começar tudo de novo Dedicado à família Nunca tive babá e não perco uma reunião da escola entusiasta de ACDC e de rocknroll Não perdi um show do Paul McCartney no Brasil e apaixonado por moto Não perco a chance de dar uma volta e nunca caí Brammer Jr criou um mantra para a vida e para sua empresa Do início ao início repete ele um dos pilares da economia circular E para ir além da reciclagem de material ele criou a CircularPack metodologia baseada em seis passos que propõe jornada completa às empresas desejosas de mergulhar no novo conceito Na prática a Boomera fez com que embalagens de Tang por exemplo virassem 15 mil instrumentos musicais doados a cem escolas públicas em 2014 Ao mesmo tempo em que conquistava clientes com ideias originais e benéficas ao ambiente e à sociedade Brammer Jr desbravou o Brasil das cooperativas de catadores 200 delas hoje parceiras da Boomera em 13 estados Telines Basílio do Nascimento Jr 54 o Carioca que preside a Coopercaps na zona sul de São Paulo conta o impacto de ter conhecido Brammer Jr A gente quando começou tirava R 50 a cada três meses Hoje conseguimos pagar de R 1400 a R 1700 a cada cooperado por mês compara Vejo a Boomera se preocupar primeiro com as pessoas São 8000 catadores impactados com cursos de gestão mentorias reforma de refeitórios banheiros novos e aparatos de segurança do trabalho O brilho nos olhos não é só de quem atua com Brammer Jr Eu o considero um visionário Com a Boomera todos os atores têm peso igual diz Gabriela Onofre Quando era da PG a executiva deu o ok para a multinacional se tornar a cliente nº 1 da startup Além de ajudar as empresas a cumprirem a Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010 que responsabiliza as fabricantes pelo destino correto do lixo gerado por seus produtos colocandoas em conexão com os catadores Brammer Jr também une esses dois atores da cadeia à academiaTanto que a Boomera conta com um laboratório de pesquisas no Instituto Mauá Ali surgiram inovações como reciclar fralda descartável usada hoje recicla três toneladas vindas de creches de São Paulo que passam por esterilização e viram cestos e cabides Mais do que rei do lixo como é chamado Brammer Jr se considera um conector Consigo juntar as pessoas Catadores gestores e acadêmicos É um ganhaganha para todos O nascimento do segundo filho João Pedro veio no ano em que ele comprou fábrica de embalagens em Cambé PR marco que permitiu crescimento agressivo do negócio Ele me deu coragem para enfrentar esse novo desafio De 30 funcionários a Boomera tem agora 150 O salto também veio no faturamento que deve atingir R 100 milhões em 2020 com a abertura de nova fábrica em Atibaia SP Mas para Henrique Guilherme Brammer Jr que tatuou no corpo o símbolo da economia circular e mais seis tatuagens e deu nova vida a 60 mil toneladas de plástico o mais importante é saber que os catadores têm uma vida melhor e que seus filhos se orgulham do seu trabalho O avô e o sogro dele também se orgulhariam Manual de Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica 2012 Manual de Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Março 2012 Titulo Manual Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Ano de Publicação Março 2012 Editora AIRO Associação Industrial da Região Oeste e IPL Instituto Politécnico de Leiria Propriedade AIRO Associação Industrial da Região Oeste Coordenação e organização de conteúdos Sérgio Félix Leopoldina Alves e Victoria Sirghi Revisão dos textos Debatable Consultoria Empresarial e Formação Profi ssional Lda wwwdebatablept Tiragem 1000 Exemplares Design Gráfico Give u design art Lda Endereço postal AIRO Avª Infante D Henrique nº2 Edifício do Centro Empresarial do Oeste 2500218 Caldas Rainha Portugal Contatos telef 262 841 505 Fax 262 834 705 airooestenetvisaopt Sítio da Internet wwwairopt Ficha Técnica 1 Prefácio pág1 11 Nota Introdutória pág5 2 Empreendedorismo social inovação crescimento e emprego pág9 3 Conceito do Empreendedorismo Social pág13 4 Empreendedorismo Social em Portugal pág21 5 Importância do Empreendedorismo Social a globalização e o amadurecimento dos mercados Uma abordagem conceptual pág29 6 Abordagens de várias oportunidades de negócios em várias áreas prospetiva do Empreendorismo pág35 61 Oportunidades de negócio no Turismo e na Indústria do Mar pág45 62 Oportunidades de negócio na Saúde pág57 63 Oportunidades de negócio no Design e nas Artes Formas criativas de enfrentar a mudança pág69 64 Oportunidades de negócio nas Engenharias pág85 65 Oportunidades de negócio na Educação e Ciências Sociais pág99 7 Estratégia para a sustentabilidade de um novo negócio pág109 8 Estratégias de Marketing como forma de sustentabilidade dos negócios pág119 9 Importância das novas tecnologias de informação e comunicação para a sustentabilidade dos negócios pág129 10 Abordagem conclusiva ao Empreendedorismo Social nas áreas abordadas no manual pág139 Anexo 1 Processo do Empreendedor pág149 Anexo 2 Contactos das Entidades de apoio ao empreendedorismo da Região Centro pág157 ÍNDICE GERAL Índice de Exemplos de Projetos Exemplos de Projetos 1 Ao serviço das crianças pág 87 Exemplos de Projetos 2 Equipamento para idosos pág88 Exemplos de Projetos 3 Ambiente e energia pág89 Exemplos de Projetos 4 Tecnologia web de gestão e promoção à partilha do automóvel pág90 Exemplos de Projetos 5O projeto Conserve India Um caso de aplicação de tecnologia pág91 Exemplos de Projetos 6 Campanha Mil Brinquedos por Mil Sorrisos pág92 Exemplos de Projetos 7 Inovação tecnológica em benefício das pessoas com incapacidade visuais e auditivas pág93 Índice de Figuras Figura 1 Demonstração do modo de funcionamento do Transport Infant Warmer pág94 Figura 2 A empresa e o ambiente externo pág115 Figura 3 Método DMAIC do Seis Sigma pág120 Índice de Fotos Foto 1 Sónia Morgado pág77 Foto 2 Inauguração do Projecto Espaço Forma 2011 pág79 Índice de Quadros Quadro 1 Estruturação Projeto A Quiosque ESADcr 2008 pág78 Quadro 2 Estrutura Projeto Espaço FORMA ESADcr 20102011 pág81 Quadro 3 Exemplos de visão empresarial da Unicer Famolde Sistema 4 pág110 Índice de Tabelas Tabela 1 Dimensões do macroambiente externo pág113 Tabela 2 Grelha de análise da concorrência pág114 Manual Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Março 2012 1 Nuno Mangas Presidente Instituto Politécnico de Leiria Tenho sido confrontado várias vezes com perguntas sobre o que é o empreendedorismo e o que é ser empreendedor E sou nesses momentos sistematicamente confrontado com as diversas possibilidades de resposta que podem ser dadas a esta questão e que se podem traduzir em perguntas como as que se seguem entre outras certamente possíveis Haverá só um tipo de empreendedorismo Haverá só um tipo de empreendedores Ése sempre empreendedor ou existem momentos e contextos em que somos empreendedores e outros em que o não somos Nascese empreendedor ou pode aprender se a ser empreendedor A economia como motor que é de muitas coisas no nosso modelo de sociedade tem levado a uma apropriação da terminologia em torno do empreendedorismo que leva frequentemente a identiicá la com o mundo empresarial com a criação de negócios e empresas e com a igura do empresário Creio ser uma forma redutora de ver o empreendedorismo No empreendedorismo distingo duas facetas uma faceta técnica e uma faceta pessoal A primeira é a mais estruturada e de uma forma mais ou menos completa de mais fácil deinição Permito me deinila como um conjunto de técnicas e procedimentos que podem ajudar a implementar ideias É ensinável Ao ensinála não sabemos se vamos criar empreendedores mas sabemos que disponibilizámos para as pessoas um conjunto de ferramentas que lhes permite passar dos sonhos para as acções E isto leva à segunda faceta do empreendedorismo a pessoal E esta faceta tem que ver com três ideias chave a capacidade de questionar a capacidade de sonhar e a vontade de fazer coisas A capacidade de questionar leva à análise e ao aparecimento de problemas A existência de problemas estimula a criatividade e leva ao desenvolvimento de ideias passíveis de se constituírem como soluções para os 1Prefácio 2 mesmos A existência de soluções desencadeia motivação para as implementar Visto desta forma o empreendedorismo tornase muito mais vasto e ultrapassa as fronteiras do mundo empresarial Ganha sentido desta forma falar em diversos tipos de empreendedorismo entre os quais naturalmente o empreendedorismo social de que trata esta publicação Que pode ou não passar pela criação de empresas O que nos leva de imediato à questão do tipo de empreendedor Como é evidente um empresário é um empreendedor mas um empreendedor não é necessariamente um empresário Também é empreendedor o jovem que acha que deve fazer qualquer coisa pelos outros e porque não até por si próprio Desta forma tenho vontade de ligar muito mais o conceito de empreendedor a conceitos como os de entusiasmo motivação e criatividade E podemos encontrar estas características nos empresários nos estudantes nos colaboradores de uma qualquer organização nos mais diversos níveis hierárquicos Ser empreendedor é acima de tudo ter iniciativa e querer fazer coisas Desiludamse contudo aqueles que pensam que somos sempre empreendedores como se de um estado de graça permanente se tratasse Há pessoas que têm uma grande capacidade para gerar ideias em determinados momentos da sua vida Umas geram mais ideias do que outras Umas têm mais momentos destes do que outras aliás é a estas que habitualmente chamamos de empreendedoras Mas ninguém é permanentemente empreendedor Isto levanos a pensar que seria interessante desenvolver estratégias que funcionassem como estímulo para que as pessoas fossem mais vezes empreendedoras É um papel que Escolas e organizações similares podem desempenhar Por im a última das questões com que iniciei este pequeno texto à laia de prefácio Nascese empreendedor Não sei Penso que como em quase tudo há pessoas que terão mais capacidades para 3 serem empreendedoras do que outras Fruto das suas características pessoais e da sua educação e formação Mas não deixa de ser responsabilidade de todos nós criar as melhores condições para que as pessoas desenvolvam o que de melhor têm em si E nesse sentido enquanto Escola competenos ser empreendedores do empreendedorismo 4 5 Ana Maria Carneiro Pacheco Empresária Presidente da AIRO Ao longo deste Manual do Empreendedorismo Social muitas realidades que todos conhecemos serão enquadradas por conceitos novos e ressaltará a oportunidade de aliar à criação ou desenvolvimento de empresas o colmatar de falhas sociais através de prestações de serviços sustentáveis Dentro da proatividade que o empreendedorismo por si só pressupõe o empreendedorismo social é uma questão de atitude Por isso é transversal a tantos campos desde a preservação do ambiente à criação de valor nas empresas à abertura face a jovens e à criação de oportunidades para entrar no mercado de trabalho até ao apoio aos mais dependentes Sendo este um texto de abertura de boas vindas da AIRO a quem nos lê quedarmeei por sínteses O empreendedorismo social é incompatível com o egoísmo e com o desperdício de conhecimento e pessoas É um valor que deve ser acarinhado e desenvolvido evitando os oportunismos que sempre podem surgir risco ainda mais presente quando algumas atividades envolvem procura de fundos para aplicação em terceiros que desconhecem a sua gestão Não há um produto ou um serviço que tem um preço que o utilizador se considerar que vale a pena paga Há muitas vezes angariação de fundos a entidades externas para desenvolver serviços a terceiros que não estão em condições de os auditar apoio a idosos recuperação de toxicodependentes por exemplo Por isso a impecabilidade e transparência sempre exigíveis na gestão de qualquer empresa terão uma importância fundamental no âmbito das atividades no empreendedorismo social Também neste campo a educação na família e na escola o exemplo são fundamentais A comunicação social deve divulgar e valorizar enaltecendo as boas práticas dando visibilidade a quem está disposto a dedicarse aos outros ou a bens comuns como o ambiente e a 11Nota Introdutória 6 preservação do futuro Realçando os bons exemplos como o do incontornável Banco Alimentar Para que façam escola Na AIRO tentamos contribuir para criar um ambiente amigo das empresas e da atividade económica Falando de Empreendedorismo social há que acrescentar amigo das pessoaso outro como nós Boa leitura 7 8 9 Luís Filipe Costa Presidente do Conselho Diretivo do IAPMEI O reconhecimento da relevância do empreendedorismo e da inovação nas sociedades contemporâneas é hoje muito consensual e na sua essência ultrapassa os aspetos conjunturais e as características do período conturbado que atualmente atravessamos Todos identiicamos há muito o empreendedorismo e a inovação como dois dos fatores mais críticos para a dinamização e para o desenvolvimento das economias modernas Assim e sobretudo porque neste momento as atenções se focam muito nas dinâmicas de superação da crise e dos elevados níveis de desemprego acreditamos que é também o momento para olhar para mais longe e para reforçar a aposta na promoção do empreendedorismo e da inovação Sabemos que permanecem válidos os objetivos de crescimento e de emprego suportados numa economia globalmente mais competitiva e exigente Mas parece cada vez mais evidente que as soluções que procuramos exigem também um olhar diferente para os modelos de negócio que se impuseram nas últimas décadas Com efeito muitos acreditam que estes modelos foram em grande parte responsáveis pelas graves situações de desequilíbrio que hoje vivemos ampliicando não apenas os problemas económicos mas sobretudo os problemas de ordem social e ambiental Ainda assim todos reconhecemos que é urgente criar condições para que o crescimento económico do país ocorra a um ritmo bem mais acelerado do que o veriicado no passado recente Mas tal como nas outras sociedades ocidentais e em particular nos nossos parceiros europeus já se percebeu que não nos interessa um crescimento qualquer e a qualquer preço Queremos um crescimento que se revele tão qualiicado sustentável e inclusivo quanto possível Este será o melhor contributo para gerar maior competitividade maior coesão social e mais e melhores empregos 2Empreendedorismo social inovação crescimento e emprego 10 Na verdade sabemos também que a qualidade do desenvolvimento económico depende essencialmente do processo de renovação das pessoas das empresas e das instituições mais lexíveis melhores e mais inovadoras e sobretudo da existência de um amplo e diversiicado conjunto de empreendedores capazes de aproveitar as oportunidades investindo e gerando riqueza O que a realidade nos vem agora conirmar é que precisamos de trabalhar melhor e sobretudo de forma diferente Para cumprir os nossos objetivos de crescimento e emprego importa desde logo que se reconheça a existência de um novo paradigma e que sejamos capazes de ajustar os nossos conceitos pressupostos e ações às novas circunstâncias Este novo paradigma sugerenos a necessidade de promover modelos e soluções diferentes É já frequente reconhecer que estas soluções diferentes passam por exemplo pelo princípio do valor partilhado remetendonos para modelos de criação de valor económico que também criam um inquestionável valor para a sociedade em que se inserem As sinergias geradas por esta complementaridade de objetivos características essenciais deste novo modelo de negócio serão tão mais positivas quanto mais criteriosa e inovadora for a abordagem aos principais desaios e necessidades dessa sociedade Já não restam dúvidas os novos modelos de negócio precisam de reestabelecer e de compatibilizar o sucesso da empresa com a inclusão e o progresso social É certamente neste contexto entre nós mas também à escala mundial que o empreendedorismo social encontra as suas raízes e a sua base de airmação desempenhando um papel cada vez mais importante na promoção da coesão social no desenvolvimento local na luta contra as desigualdades Reconhecese sem diiculdades que a criação de valor social é a sua razão de ser e a sua inspiração sendo certo que na sua essência o empreendedorismo e a inovação social assumem como objetivo central a melhoria da qualidade de vida e o bemestar individual e coletivo Desta forma o empreendedorismo social representa realmente uma forma 11 diferente de aproveitar as oportunidades e de desenvolver projetos colocando no centro da atividade económica a supremacia da ética da justiça social do individuo e das suas reais necessidades Nestes termos ao airmarse como uma resposta viável aos desaios da mudança de paradigma que todos reclamamos este tipo de empreendedorismo está progressiva mas sustentadamente a captar a atenção de uma nova vaga de investidores especialmente motivados para inanciar iniciativas socialmente inovadoras suscetíveis de adicionar um forte impacto social e ambiental ao expectável e tradicional retorno exclusivamente inanceiro No âmbito da missão que nos está coniada face às atuais circunstâncias e no que se refere a estas matérias estamos particularmente atentos e focados no reforço das ações destinadas à criação de condições mais eicazes no apoio a empreendedores e empresários que concorram para os objetivos estratégicos de transformar conhecimento em negócio inovar criar valor incluindo a perspetiva de valor partilhado criar empregos e assegurar as bases para um crescimento inteligente e sustentado a nível local regional e sempre que possível global Sabemos porém que o caminho para alcançar estes objetivos não é fácil nem linear A situação atual exige mais determinação persistência lexibilidade capacidade de intervenção e sobretudo mais valorização do trabalho em rede Só assim será possível ampliicar as sinergias dos recursos e competências disponíveis nas diversas entidades públicas e privadas da envolvente empresarial No IAPMEI acreditamos no trabalho em parceria na complementaridade de saberes e no potencial da cooperação entre os diversos atores Estamos por isso determinados e coniantes no sucesso da nossa missão 12 13 OTICCTC ESTG Instituto Politécnico de Leiria Maria Leopoldina Alves ESTG Instituto Politécnico de Leiria A escolha de um conceito único para empreendedorismo é uma tarefa complexa e morosa e tem sido alvo de diversos estudos de muitos autores e investigadores que estudam a temática Apesar de ser um conceito multifacetado em função do enfoque que lhe pretendam dar existem aspetos a ele relacionados em que todos os autores e investigadores estão de acordo um empreendedor tem no seu caráter características peculiares de perceção da realidade que o rodeia comportamentais e acima de tudo de atitude O conceito de empreendedorismo social surge como uma nova forma de olhar para o empreendedorismo O empreendedor social utiliza as referidas características peculiares em proveito da sociedade mediante um envolvimento direto com a comunidade com o intuito de a desenvolver Grisi 2008 O conceito de empreendedorismo social é relativamente recente contando com 30 anos de existência de forma efetiva Drayton 2002 Existe uma linha de fronteira muito ténue que divide os conceitos de empreendedorismo social voluntariado caridade sendo que por vezes estes conceitos se cruzam e coexistem Contudo existe algo comum a todos os conceitos a consciencialização da necessidade de solucionar ou minimizar um problema social pela criação valor social De entre os levantamentos sobre os diversos conceitos de empreendedor social destacamse os trabalhos de Oliveira 2004 e Melo Neto 2002 Nestes são apresentadas algumas formas internacionais do conceito propostas por instituições de renome 3Conceito do Empreendedorismo Social 14 School for Social Entrepreneurship Reino Unido É alguém que trabalha de uma forma empreendedora para um benefício público ou social em vez de ter por objetivo a maximização do lucro Os empreendedores sociais podem trabalhar em negócios éticos organizações públicas ou privadas em voluntários ou no setor comunitário Os empreendedores sociais nunca dizem não pode ser feito Canadian Center for Social Entrepreneurship Canadá Um empreendedor social é inovador e possui características dos empresários tradicionais como a visão a criatividade e a determinação as quais aplicam e focam na inovação social São líderes que trabalham em todos os tipos de organizações Schwab Foundation for Social Entrepreneurship Suíça Os empreendedores sociais são agentes de mudança da sociedade mediante i a criação de ideias conducentes à resolução de problemas sociais pela combinação de práticas e conhecimentos de inovação criando assim novos procedimentos e serviços iio estabelecimento de parcerias e meios de autossustentabilidade dos projetos iii a transformação das comunidades através de associações estratégicas iv a utilização de abordagens baseadas no mercado para resolução dos problemas sociais v a identiicação de novos mercados e oportunidades para inanciar uma missão social Institute for Social Entrepreneurs EUA Empreendedores sociais são executivos do setor de negócios sem ins lucrativos que prestam maior atenção às forças do mercado sem perder de vista a sua missão social e são orientados por um duplo propósito empreender 15 programas que funcionem e que estejam disponíveis para as pessoas tornandoas menos dependentes do governo e da caridade ASHOKA EUA Os empreendedores sociais são pessoas visionárias criativas pragmáticos e com capacidade para promover mudanças sociais signiicativas e sistémicas São indivíduos que apontam tendências e apresentam soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais Erwing Marion Kauffman Foundation EUA Os empreendimentos sem ins lucrativos são o reconhecimento da oportunidade de cumprir uma missão para criar de forma sustentada valor social sem se apoiar exclusivamente nos recursos A linha que separa o conceito de empreendedor privado do conceito de empreendedor social é ténue O empreendedor privado apresenta uma atitude com foco no mercado no desenvolvimento das organizações e na maximização do lucro que quando aliada á sua capacidade de inovar pode assegurar o sucesso do empreendimento A esta forma de empreendedorismo atribuise uma natureza individual Já o empreendedor social é coletivo e o seu desempenho é medido pelo impacto social das suas ações Neste caso ocorre o envolvimento da comunidade onde se insere através da sua participação integração e desenvolvimento com o intuito de solucionar carências sociais Melo Neto 2002 Este autor referese ao empreendedorismo social como um paradigma emergente de um novo modelo de desenvolvimento a saber um desenvolvimento humano social e sustentável De acordo com o mesmo autor a sustentabilidade de uma comunidade pode ser alcançada pela via da promoção de ações empreendedoras de caráter social e de novas estratégias de inserção social 16 O desenvolvimento sustentável da comunidade é condicionado diretamente por fatores que dependem do próprio indivíduo e da comunidade em si É o caso dos aspetos psicológicos e culturais do indivíduo das suas capacidades ações e atitudes da cultura da comunidade e do seu potencial de desenvolvimento bem como da sua capacidade de identiicar oportunidades que conduzam à criação de emprego Grisi 2008 Já em tempos Dees 1998 referiu que desde sempre existiram empreendedores sociais no entanto não eram denominados como tal tendo a linguagem e a sociedade tratado destas mudanças ao longo dos tempos O mesmo sucede com as iniciativas que utilizam o empreendedorismo para resolver problemas sociais Durante as últimas 4 décadas diversos programas foram lançados e implementados com o intuito de ajudar pessoas que pertencem a grupos sociais desfavorecidos ou marginalizados Contudo uma grande parte destas iniciativas apresenta fracos resultados em termos de eicácia e sustentabilidade com reduzida capacidade de escalagem scaleup dos seus impactos de modo a conduzir a signiicativas mudanças sociais Cernea 1987 Tendlar 1989 A deinição de empreendedorismo social varia desde a sua forma mais ampla até à sua forma mais restrita Do ponto de vista global o empreendedorismo social diz respeito a atividades inovadoras com um objetivo social na sua forma lucrativa como em investimentos sociais e comerciais ou na sua vertente de empreendedorismo social corporativo na sua forma não lucrativa ou em formas mistas tais como estruturas híbridas formadas por abordagens não lucrativas e lucrativas em simultâneo Do ponto de vista mais restrito o empreendedorismo social normalmente referese ao fenómeno da aplicação de conhecimento se competências de mercado ao setor dos negócios sem ins lucrativos tal como acontece em organizações que encontram formas inovadoras de ganhar dinheiro Reis 1999 Independentemente da deinição mais lata ou restrita a criação de valor social é algo que está subjacente e é comum a ambas ao invés da riqueza pessoal e acionista Outro aspeto comum é o facto de a 17 atividade ser caracterizada pela inovação ou criação de algo novo ao invés de simplesmente se replicarem negócios ou práticas já existentes Noruzi 2010 De acordo com Martin e Osberg 2007 o conceito de empreendedorismo social apresenta duas vertentes uma mais positiva e outra menos positiva No que respeita ao aspeto mais positivo ela está conotada com a capacidade especial do empreendedor social de identiicar e aproveitar uma oportunidade combinando o pensamento fora da caixa com uma capacidade única de criar e trazer algo novo ao mundo Do ponto de vista menos positivo o conceito de empreendedorismo social é um conceito expost que resulta do facto das atividades realizadas na maioria das vezes pressuporem a passagem de algum tempo até que o verdadeiro impacto do projeto ou do negócio seja evidente e efetivo Tal como referido anteriormente o conceito de empreendedorismo social vai além da deinição de empreendedorismo no sentido mais lato Os próprios empreendedores sociais apresentam características especíicas algo distintas das relativas aos empreendedores privados Devese a William Bygrave 1997 a identiicação das 10 principais características dos empreendedores as quais foram mais tarde adaptadas aos recentes conceitos de empreendedor social por Gregory Dees 2001 Professor da Duke Universitys Fuqua School of Business Martins 2006 Estas características são descritas pelos 10 Ds do empreendedor social Dream Sonhadores Os empreendedores sociais conseguem visionar o que o futuro pode trazer não apenas aos próprios o que sucede com os empreendedores privados mas às organizações e à própria sociedade onde estão envolvidos Decisiveness Decididos Os empreendedores sociais são por natureza indivíduos que rapidamente tomam decisões Doers Ativos Qualquer plano de ação que vise alcançar o objetivo a que o empreendedor se propõe é decidido e 18 implementado de forma rápida mesmo que o mesmo requeira ajustes de modo a adaptarse às necessidades especíicas da comunidade ou sociedade onde se insere Determination Determinados Os empreendedores sociais são muito responsáveis e bastante persistentes não desistindo perante obstáculos que à primeira vista parecem incontornáveis Dedication Dedicados O empreendedor social trabalha incessantemente quando se propõe avançar com um novo projeto ou negócio mesmo que essa dedicação coloque em causa alguns relacionamentos pessoais como por exemplo familiares Devotion Devotados Os projetos ou negócios em que o empreendedor social que se envolve são executados por ele com verdadeiro prazer facilitando a sua venda seja ela efetiva ou igurada Details Minuciosos O controlo dos detalhes é um fator de o empreendedor social acautela de modo a maximizar o sucesso do seu projeto ou negócio No caso do empreendedor privado a tónica é colocada no controlo dos detalhes para minimização dos riscos como o empreendedor social mas também para a maximização do lucro Destiny Destinados Os empreendedores preferem ser donos do seu destino a estarem dependentes de outrem Dollars Dinheiro O enriquecer não consta do topo da lista das motivações de um empreendedor social Embora seja um indicador do sucesso do projeto ou negócio a minimização ou resolução do problema social em causa é para si a recompensa prioritária Distribute Partilha Os empreendedores sociais partilham o controlo do projeto ou do negócio com os demais colaboradores ou parceiros os quais representam peças fundamentais para o seu sucesso Alguns negócios com ins lucrativos levam a cabo ações de caráter social As empresas sociais com ins lucrativos são geridas para a linha de fundo dupla com o objetivo de realizar o bem social e de se manterem inanceiramente motivadas Um caso de sucesso 19 de empresas sociais nos EUA foi a TOMS Shoes empresa com um modelo de negócio de capitalismo social que oferece um par de sapatos para crianças desfavorecidas por cada para de sapatos que vende com ins lucrativos EmersoneTwersky 1996 Um novo conceito de empresas sociais com ins lucrativos surgiu recentemente as denominadas empresas sociais geridas para a linha de fundo tripla Além de terem o objetivo de realizar o bem social e de se manterem inanceiramente motivadas abraçam uma missão espiritual Eldred 2005 20 21 Victoria Sirghi Dumitru Mestranda Marketing Promoção Turística ESTM Instituto Politécnico de Leiria Maria Leopoldina Alves ESTG Instituto Politécnico de Leiria João Emanuel Gonçalves S Costa ESTM Instituto Politécnico de Leiria O Empreendedorismo social não é um conceito novo em Portugal sendo mais inluente a partir dos anos 90 Quintão 2004 No entanto o conceito não tem tido um impacto social como seria expectável por parte dos empreendedores sociais ou seja criar impacto na sociedade Estamos a falar de aproximadamente uma década em que o empreendedorismo social era quase totalmente esquecido e ignorado em Portugal A partir dos anos 2000 o empreendedorismo social tem vindo a ter uma maior relevância Porém ganhou dimensão num período de crise difícil onde o Estado continua a ter grandes diiculdades para dar resposta aos desempregados e às suas necessidades Daí a importância do empreendedorismo social enquanto recurso para criar soluções e dar resposta aos problemas e necessidades sociais O empreendedorismo social tem atualmente um papel preponderante na sociedade especialmente quando os setores público e privado não conseguem alcançar um nível de satisfação adequado de forma a superar as necessidades e os problemas sociais Se por um lado estes setores têm como objetivo a maximização de lucro onde todas as atividades têm uma perspetiva lucrativa no que diz respeito ao empreendedorismo social o lucro consta no impacto social cujas atividades são viradas para sociedade e suas necessidades Como é evidente o lucro é o pilar de qualquer negócio e contribui para a sua sustentabilidade No caso do empreendedorismo social a sustentabilidade fundamentase em parcerias que são vistas como o 4Empreendedorismo Social em Portugal 22 segredoMartins 2011para manter os negócios economicamente sustentáveis sem perder o seu posicionamento na sociedade Estas parcerias são fulcrais e a melhor forma de trabalhar nesta área é estabelecendoas Como é entendido o empreendedorismo social em Portugal e qual o processo de evolução São vários os autores que se expressam e opinam sobre o empreendedorismo social em Portugal sendo caracterizado como uma área de elevado potencial de inovação social e de criação de oportunidades de trabalho principalmente entre os proissionais deste setor onde Portugal através das suas empresas sócias revela um grau de emergência bastante satisfatório Segundo Esperança 2006considera o empreendedorismo social em Portugal ainda muito diminuto apontando a eiciência proissional como um fator preponderante nesta área O Instituto de Empreendedorismo Social fundado em 2008 cujo objetivo é incentivar esta atividade em Portugal e levar a cabo o desenvolvimento desta área por sua vez caracterizao como uma abordagem inovadora com o objetivo de resolver problemas sociais com uma missão clara sustentável passível de ser replicada em outros contextos e capaz de conceber impacto social em larga escalaForjaz 2010 Constatase assim que o empreendedorismo social é o conjunto de atividades ações ou tomadas de decisões que são desenvolvidas por um indivíduo ou organização social que identiica problemas sociais cuja sua resolução tem como intuito criar impacto social Peril do empreendedor social Empreendedor social é quando o indivíduo ou organização reconhece que uma parte da sociedade está bloqueada e atua de 23 forma para a desbloquear Identiica o que não está a funcionar resolve o problema mudando a forma de atuar e difunde a solução a outras sociedades incentivandoas a seguir caminhos semelhantes Os empreendedores sociais não se contentam apenas em dar o peixe ou a ensinar a pescar eles não descansam enquanto não revolucionarem a indústria da pesca Ashoka 2004 Os empreendedores sociais são vistos como indivíduos que possuem uma missão social e contribuem para o crescimento económico do país através de diversas formas são extremamente visionários e tencionam inspirar a sociedade com ideias e oportunidades de negócio que consideram ser de caráter inovador e são capazes de transformar ideias de negócio já existentes em negócios inovadores Segundo Martins 2011 o empreendedor social pode gerar lucro e tem capacidade para dar resposta a um problema social O facto de poder gerar lucro legitima sustentabilidade no negócio contudo não é esse o seu principal objetivo A evolução dos empreendedores sociais em Portugal reletese em vários estudos inquéritos e registos que foram feitos ao longo dos anos Por exemplo em 2005 o Insead The Business School of the World com sede em França é uma escola com formação em empreendedorismo social regista que de um total de 200 alunos estrangeiros dez eram portugueses Estes cursos já estão disponíveis em Portugal no IES desde 2008 É de realçar que a preocupação com o impacto social no negócio está presente no espírito da nova geração de empreendedores Santos 2010 e devese aprender com experiencias internacionais Esperança 2006 Filipe Santos 2010 diz estar a assistirse a uma mudança de paradigma onde a nova geração se demonstra muito motivada para o empreendedorismo social Assim em 2005 60 dos estudantes nacionais tinham como objetivo criar os seus próprios negócios no estereótipo do growth 35queriam ser empresários e apenas 5 optavam pelo empreendedorismo social Hoje em dia os referidos5 24 passaram a ser 25 oque quer dizer que estamos perante um forte aumento do interesse por parte das novas gerações Segundo um estudo do Global Entrepreneurship Monitor feito em vários países da União Europeia cujo objetivo consistiu em analisar a relação entre o empreendedorismo e o nível de crescimento económico e averiguaram que houve um aumento da Taxa de Atividade Empreendedora em Portugal em comparação com os outros países intervenientes no estudo Em 2004 Portugal tinhase posicionado no 13ªposição com 4 da TEA e em 2007obteve uma percentagem de 8 sendo Portugal o melhor classiicado entre os 18 países sendo também o país com mais pessoas envolvidas em atividades empreendedoras Caires 2008 Com base nestes resultados constatase que Portugal melhorou as condições estruturais de empreendedorismo entre os anos 2004 e 2007 Conforme corroboram vários estudos elaborados ao longo dos anos o empreendedorismo social em Portugal tem relevado um crescimento satisfatório com atividades empreendedoras e com visões futuras muito positivas por parte das novas gerações Exemplos de negócios e projetos de sucesso de empreendedorismo social em Portugal Com o setor social em emergência existem vários casos de sucesso de empreendedorismo social como por exemplo o projeto 4 Leituras que consiste na edição de livros adaptados para crianças com necessidades especiais A Escolinha de Rugby da Galiza que visa a consolidação de um espaço para formação humana e desportiva de crianças e adolescentes fragilizados pela ausência de uma estrutura familiar O sucesso deste projeto motivou a sua aplicação noutras 12 instituições e é reconhecido e pela Alemanha A reutilização de produtos na iniciativa Reutilização que visa promover o seu impacto ambiental ao recolher produtos reutilizáveis para serem doados a pessoas carenciadas como toxicodependentes e sem abrigo Empréstimo na área de Saúde iniciativa realizada em 25 parceria com o Hospital de Vila Real e a Delegação de Sabrosa de Cruz Vermelha que consiste na alocação de equipamentos médicos em locais carenciados Exposição Loja Eco onde pequenos produtores e artesãos podem expor e comercializar os seus produtos Jogos que promovem os modos de vida saudável Centro de Educação Alimentar que visam a prevenção da obesidade infantojuvenil O projeto ColorADD do autor Miguel Neiva Santos tem como missão dar a cor certa aos daltónicos através de um código de identiicação das cores Fundação do Gil instituição que atua em cinco grandes áreas de trabalho como o apoio a Hospitais apoio ao Domicílio Saúde em Família Dia do Gil e Casa do Gil Fundação Calouste Gulbenkianque atua no domínio das Artes Ciência Educação e Beneicência também aplica atos de empreendedorismo social através de organização de concursos online como é o caso do concurso FAZ consiste na apresentação das ideias inovadoras para população portuguesa cujos vencedores recebem apoios inanceiros para a sua concretização O progresso do empreendedorismo social em Portugal nos últimos anos tem sido de facto muito relevante com grandes exemplos nacionais negócios que mudaram a vida de muitas pessoas com grandes necessidades básicas proporcionandolhes alguma qualidade de vida Mesmo assim perante um crescimento do empreendedorismo social não se pode considerar que Portugal é um país onde o empreendedorismo social é aplicado de uma forma notória pois são vários os indicadores que colocam Portugal numa posição embrionária em comparação com outros países A dependência de apoios inanceiros cujo acesso é restrito inviabiliza oportunidades de negócio com potencial de sucesso Os empreendedores sociais em Portugal para além de empenho e dedicação precisam de serem escutados apoiados para conseguirem atingir os seus objetivos Como exemplo darlhes o acesso a estudos e investigações já realizadas nas mais variadas áreas de atividade estreitando o percurso para conhecer a realidade portuguesa de 26 forma a potenciar a criação de soluções no momento certo no lugar certo para a pessoa certa A falta de recursos é uma das principais razões com a qual os empreendedores portugueses se deparam o que leva a um processo mais moroso para o desenvolvimento do empreendedorismo social impedindo o progresso de determinados projetos oportunidades de negócio iniciativas que podem servir para combater o desemprego Face ao exposto podemos concluir que a criação de parcerias o trabalho de equipa e a disponibilidade de recursos são alguns dos fatores chave para o desenvolvimento do empreendedorismo social em Portugal São várias as organizações e associações no setor social que têm mostrado interesse nesta área e já com projetos futuros de grande envergadura o que nos leva a acreditar que o empreendedorismo social é um elo importante para o desenvolvimento económicosocial do país 27 28 29 Márcio Continentino Lopes ESTG Instituto Politécnico de Leiria Em 2010 a comemorar duas décadas de existência o Relatório de Desenvolvimento Humano RDH 2010 tornou a salientar a sua tese original paradigmática e indiscutível de que As pessoas são a verdadeira riqueza de uma nação A prosperidade de um país ou o bemestar de um indivíduo não deve ser avaliado apenas pela sua dimensão pecuniária Como é óbvio o rendimento o capital é um fator crucial para o progresso Mas de acordo com o RDH 2010 devese também avaliar se as pessoas conseguem ter vidas longas e saudáveis se têm oportunidades para receber educação e se são livres de utilizarem os seus conhecimentos e talentos para moldarem os seus próprios destinos Nos últimos trinta anos a globalização tem sido um fenómeno crescente transversal e multifacetado em diversos domínios da sociedade muito para além da esfera económica Esse processo acentuado de interdependência entre os países e os territórios em geral tem apresentado duas características bem vincadas a primazia da lógica dos mercados e a diminuição do peso do Estado na economia representando sobretudo no caso europeu a crise falência do Estado social A globalização mais do que um consenso pode ser vista como um campo de conlitos sociais Nesse sentido as forças transformadoras da globalização têm criado um contexto alargado de oportunidades para a emergência do empreendedorismo social O conceito de empreendedorismo social é bastante amplo Em linhas gerais tratase de atividades eou processos que têm como objetivo descobrir deinir e explorar oportunidades a partir das quais se pretende criar de forma inovadora riqueza social através de novas organizações ou de outras já existentes Zahra et al 2008 O conceito de riqueza social deve ser de igual modo entendido de uma forma ampla abrangendo aspetos multidimensionais do bem estar humano nas vertentes ambientais económica sociais e de 5Importância do Empreendedorismo Social a globalização e o amadurecimento dos mercados Uma abordagem conceptual 30 saúde E o empreendedor social por sua vez enquadrase num peril orientado para a inovação adaptação e aprendizagem contínua Sabe combinar uma criatividade visionária com a resolução de problemas da vida real e tem um forte senso ético Em larga medida o empreendedor social é um líder no campo das mudanças sociais Tornase um construtor um engenheiro social capaz de identiicar problemas sociais sistémicos introduzir mudanças inovadoras e revolucionárias e assim atuar no setor público privado e sem ins lucrativos da economia Aspetos Estruturais da Globalização e do Empreendedorismo Social No quadro do RDH 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano IDH avalia o progresso das sociedades sob três aspetos i viver uma vida longa e saudável ii obter educação e conhecimento iii desfrutar de um padrão de vida digno A partir de uma análise temporal feita desde 1970 abrangendo 135 países e 92 da população mundial as conclusões inais indicam que o progresso social tem sido bastante impressionante Em termos médios entre 1970 e 2010 o IDH aumentou 417 048 em 1970 e 068 em 2010 Tratase de um avanço global da prosperidade estendido por todas as regiões e quase todos os países Do ponto de vista da convergência apesar de ainda haver uma acentuada disparidade de rendimentos em termos gerais os países pobres estão a aproximarse dos países ricos Para o período analisado pelo RDH 2010 o fosso entre ricos e pobres sobretudo nos domínios da saúde e educação diminuiu em cerca de um quarto No entanto uma parte substancial dos maiores níveis de pobreza multidimensional analfabetismo doença e acesso a oportunidades ainda se mantém concentrada nos países em desenvolvimento De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations FAO entre 2006 e 2008 havia cerca de 850 milhões de pessoas no mundo a sofrerem de desnutriçãofome E apesar da tendência de aumento do preço internacional dos produtos 31 alimentares a FAO 2011 tem como objetivo reduzir para metade o número de pessoas famintas no planeta até 2015 Nos anos mais recentes os fenómenos globais de natureza económica têm vindo a transmitirse de forma cada vez mais veloz intensa e alargada Três anos e meio depois da crise inanceira internacional de 2008 a economia mundial vivencia hoje uma profunda crise no mercado de trabalho No último relatório da International Labour Organization ILO 2012 há 200 milhões de pessoas desempregadas no mundo 27 milhões de pessoas a mais após o início da crise Cerca de 900 milhões de trabalhadores ainda sobrevivem com menos de dois dólares por dia E na próxima década para que haja crescimento económico sustentável e com coesão social a economia mundial terá o desaio de criar 600 milhões de postos de trabalho Todos esses fenómenos associados ao processo de globalização representam por um lado falhas de mercado incapazes de serem colmatadas de forma autónoma mas são por outro lado potenciadoras de múltiplas oportunidades para o empreendedorismo social E nesse aspeto o empreendedorismo social se apresenta como alternativa às intervenções corretivas do Estado promoção da eiciência e equidade Em Seelos e Mair 2004 o enquadramento do empreendedorismo social pode apresentarse sob duas categorias i atividades lucrativas que atuam no mercado privado mas que se apresentam empenhadas para um meio envolvente socialmente sustentável e ii atividades sem ins lucrativos promotoras de uma sustentabilidade social de longo prazo Nesse sentido as organizações através da sua responsabilidade social stakeholders eou missão estratégica podem ser criadoras de valor social a partir de modelos organizacionais inovadores Valor social que ao nível dos mercados advém da mútua interação e interdependência entre os indivíduos Num mundo global o empreendedorismo social pode realizarse à escala local ou com uma abordagem orientada para mercados externos ou seja a atividade empreendedora internacionalizada em busca de oportunidades sociais à escala global O crescente 32 movimento no sentido da privatização e da redução do peso do Estado na economia tem proporcionado mais oportunidades para colmatar as lacunas na provisão dos serviços sociais Zahra et al2009 Torna se necessário ter em atenção que o conceito de oportunidades sociais como forma de atratividade empreendedora deve ser amplo o suiciente para contemplar objetivos económicos e não económicos As oportunidades sociais podem ter um caráter de afetação eiciente de recursos de identiicação de informações assimétricas sobre o real valor desses recursos e de otimização de ganhos e benefícios de um número alargado de stakeholders Por deinição clássica da teoria económica o processo de maximização do bemestar social é um movimento de ótimo de Pareto aumentar a satisfação de um indivíduo sem no mínimo não alterar o nível de satisfação de um outro indivíduo No entanto a condição de ótimo de Pareto não tece quaisquer considerações sobre a redistribuição do bemestar social É tão e somente um critério económico não normativo de afetação eiciente de recursos O empreendedor social que atuar em mercados sociedades externos estará sujeito a vários obstáculos que terão de ser ultrapassados sobretudo o risco do desconhecimento sobre os mercados ao nível cultural socioeconómico tecnológico e institucional Sendo assim em larga medida o empreendedor social internacionalizado redeine as oportunidades sociais conforme vai adquirindo um conhecimento incremental sobre os mercados Em linhas gerais as oportunidades sociais devem contemplar os seguintes aspetos a prevalência de necessidades humanas básicas na sociedade a sua relevância a urgência muitas das vezes associada a hecatombes naturais genocídios ou conlitos civis o grau de acesso ao desenvolvimento da atividade empreendedora diiculdade percebida e o grau de inovação social proposto pelo projeto inovador Considerando o largo escopo das oportunidades sociais orientadas sobretudo para a internacionalização tornase evidente que o empreendedor social tem várias opções para capitalizar essas oportunidades No processo decisório de internacionalização a organização que terá de atuar num contexto de mudanças contínuas e com vários obstáculos inerentes ao desconhecimento dos mercados 33 desenvolverá Dynamic Capabilities DC Por deinição em Helfat et al 2007 DC é a capacidade que uma organização tem de criar expandir ou modiicar de forma determinada os seus recursos base tangíveis intangíveis capital humano e relacional Algumas DC permitem a organização vocacionada para a criação de valor social entrar em novas áreas de atuação ou expandir uma já existente através do crescimento interno eou alianças estratégicas com outras organizações ou governos Outras DC contribuem para que a organização possa criar novos produtos e processos produtivos O conceito de DC inclui a capacidade de um organização em identiicar a necessidade ou a oportunidade para mudar formular uma resposta adequada e implementar um plano de ação Conclusão As profundas modiicações sociais e económicas impostas pelas forças dinâmicas da globalização exigem novas e contínuas respostas por parte dos Estados das organizações e das pessoas em geral No âmbito da lógica shumpeteriana as sociedades enformadas por mudanças contínuas devem adotar respostas criativas revolucionárias que em larga medida rompam com o paradigma vigente e que modelem o curso dos acontecimentos no longo prazo Nas sociedades capitalistas um dos mecanismos fundamentais das mudanças socioeconómicas é a atividade empresarial O mundo global é um mundo transformista e nesse sentido uma fonte contínua de novas oportunidades sobretudo no domínio da criação de valor social O empreendedor social através da sua ação inovadora em modelos organizacionais tornase um agente crucial para a adoção de respostas criativas A sua ação a capitalização de oportunidades à escala local ou global é determinante para a formação de modelos sociais sustentados e mais equilibrados O empreendedor social não substitui o Estado providência mas em sinergia com ele contribui para a afetação eiciente dos recursos e a promoção da equidade É em primeira e última instância um engenheiro de sociedades cuja ibra ética ambiciona trazer um novo equilíbrio aos sistemas sociais Ser um empreendedor social é um desaio normativo de vida 34 35 José Luís de Almeida Silva ESAD Instituto Politécnico de Leiria O tema do Empreendedorismo tem tomado grande importância nas décadas mais recentes em todo o mundo tal como na União Europeia que lhe dedicou um Livro Verde Espírito Empresarial na Europa em 2003 na sequência da aprovação em 2000 da Estratégia de Lisboa bem como também em Portugal onde não falta quem se dedique à promoção do empreendedorismo Este interesse não era assim antes da adesão de Portugal à CEE talvez porque a criação de emprego próprio não fosse uma prioridade nacional mesmo ao nível do vocabulário onde tal não era muito comum A título de exemplo é bom recordar que a tradução de uma obra de referência de Peter Drucker editada em 1985 nos Estados Unidos com o título Innovation and Entrepreneurship foi lançada em Portugal no ano seguinte com o título mais comedido de Inovação e Gestão Mesmo assim na tradução do prefácio e no texto ao longo do livro a palavra entrepreneurship é sempre traduzida como atividade empresarial Outra prática comum em Portugal e não só na formação em empreendedorismo é reduzir este tema às técnicas da criação de empresas esquecendo que Peter Drucker considera indissociável a sua ligação à inovação e como é defendido no Livro Verde da UE referido antes à própria criatividade que um processo deste tipo exige O Empreendedorismo Social corre o risco de caso se esqueçam os propósitos referidos antes de não estar também intimamente ligado à inovação e à criatividade podendo transformarse apenas num processo repetitivo e mecânico que assegurará apenas a criação de empresas com fraco êxito e que explorarão a oportunidade de inanciamento que lhes é dado em cada momento especialmente nos 6Abordagens de várias oportunidades de negócios em várias áreasprospetiva do Empreendorismo 36 momentos de crise como o que vivemos atualmente mas que não garantirá a sustentabilidade nem a eicácia no seu funcionamento O Empreendedorismo Social desempenha um papel fundamental na sociedade quando o Setor Social ou o Terceiro Setor como é conhecido desde há vários anos passar a preencher um vazio para dar suporte na resolução da procura crescente nesta área da economia não mercantil Tratase de um setor sem vínculo direto com Estado nem com o setor privado apesar de poderem viver como acontece em Portugal muitas destas organizações à sombra dos inanciamentos públicos que engloba o conjunto das entidades da sociedade civil como ONGs organizações ilantrópicas associações para apoio à 1ª 3ª e 4ª idade etc que prosseguem ins públicos sem objetivos lucrativos Estas organizações não podem descurar a viabilidade e sustentabilidade apesar de utilizarem em muitos casos uma forte componente de trabalho voluntário gratuito Como a concorrência no nosso país por parte dos outros protagonistas do mundo empresarial não é ainda muito evidente nem tão pouco representa uma ameaça até porque geralmente beneiciam de apoios públicos num mercado sem competição ou pouco competitivo podem frequentemente repetir modelos estafados e insustentáveis no médio prazo Contudo estas organizações correm sérios riscos dado que começa aparecer no meio empresas verdadeiramente organizadas Atualmente a operar em Portugal existem organizações empresariais internacionais nomeadamente para apoio a idosos que apresentam maior eiciência e qualidade nos serviços prestados praticando inclusive melhores preços ou se nalguns casos um pouco mais caros ainda assim com proveito para os clientes dadas as vantagens associadas É pois importante alertar os futuros empreendedores sociais que se querem lançar na criação de empresas no setor social para a importância crescente da dimensão da Inovação e Criatividade especialmente numa sociedade em que a procura destes serviços aumenta face às tendências pesadas correlacionadas com o setor 37 que se vivem no século XXI e que podemos a seguir sintetizar Envelhecimento da população e desequilíbrio nas prestações sociais Urbanização da população e crescendo da instabilidade social Aumento dos riscos multipolares e ausência de entidades e processos de regulação e controlo a nível global Emergência de novas formas de emprego lexibilidade do trabalho e predomínio da atipicidade no emprego Estas tendências pesadas para além da globalização observadas nas últimas décadas levaram à instabilização dos mercados com especial realce para o do trabalho em todos os países desenvolvidos certamente determinada pela crescente globalização dos mercados e da própria sociedade com o domínio dos países emergentes assentes na mão de obra barata em muitos setores da atividade económica Urge assim contextualizar o tema do empreendedorismo e do empreendedorismo social Este último dadas as características dos seus fatores produtivos especialmente mão de obra é pouco ameaçado por estratégias de deslocalização Não são muitos os trabalhos de investigação que utilizam ferramentas da prospetiva estratégica em relação ao empreendedorismo Ainda assim identiicouse um estudo com origem nos Estados Unidos que evidencia um caráter muito interessante Este trabalho foi realizado na parte inal da última década por uma unidade de investigação independente fundada em 1968 na Rand Corporation Esta unidade dedicase especialmente a estudos prospetivos e está sediada em Silicon Valley Califórnia no Institute for the Future httpwww iftforg O resultado foi apresentado pela consultora de inovação empresarial Intuit httpwwwintuitcom que presta apoio nas áreas informática inanceira tecnológica e de marketing a pequenas empresas Neste estudo de que se conhecem três relatórios o primeiro publicado em 20071 antecipa quem irão ser os principais 1Intuit Future of Small Business Report Institut for the Future 2007 38 empreendedores no horizonte de 2017 São determinados por dois movimentos combinados para transformar a paisagem económica e iniciar a nova era da descentralização económica onde as pequenas empresas vão jogar um papel central nesta transformação Segundo os autores e no horizonte das pequenas empresas serão constituídas e geridas por um novo e mais diversiicado grupo de empresários com uma nova perspetiva baseada na mudança da natureza da paisagem no mundo empresarial norteamericano Até aqui o empreendedorismo nos Estados Unidos era liderado por gestores do sexo masculino de média idade e de raça branca No futuro este fenómeno vai importar um novo conjunto de atores que se podem centrar nos seguintes grupos sociais Proissionais provenientes da atividade empresarial por conta de outrem Estudantes das escolas onde é ministrada formação em Empreendedorismo Imigrantes qualiicados Pessoas especialmente mulheres em atividade a tempo parcial Pessoas especialmente e uma vez mais as mulheres que trabalham ao domicílio através da internet teletrabalho Perspetivase que nestas condições com especial destaque para o Estados Unidos da América alargandose depois ao resto do mundo que as principais iniciativas empresariais decorram dos seguintes grupos Numa primeira fase surgirão os trabalhadores da geração baby boomer pessoas nascidas entre 1946 e 1964 muitos deles em fase de préreforma mas que não conseguem apresentar rendimentos que assegurem o atual status Depois a Geração Y geração digital ou da net com idade entre os 5 e os 25 anos formada por estudantes a frequentar Universidades e que não vão encontrar emprego por conta de outrem facilmente e tão pouco encontrarão emprego nas áreas proissionais que desejariam Ainda assim e caso consigam icarão sujeitos a regras e condicionamentos 39 que hoje e ainda mais no futuro não são compatíveis com os novos modos de vida deste século Para eles o empreendedorismo é uma via para manter a independência e permitir gerir com grande autonomia a própria carreira Muitas vezes não passam de objetivos proissionais combinados com atividades lúdicas ou de lazer Seguemse os imigrantes provenientes de todo o mundo com especial destaque para os países asiáticos resultado da atual onda de globalização Este novo paradigma representa uma postura em que se vive uma fome de aprendizagem e de encontrar novos desígnios para a vida pessoal Os imigrantes pelo caráter de forte persistência e espírito de sacrifício e face às condições que tinham nos seus países de origem acreditam ser possível enriquecer rapidamente Nos Estados Unidos da América Finalmente as mulheres que num passado recente mesmo nos EUA eram sinónimo de diminuto rácio na criação de empresas próprias irão crescer fortemente Esta realidade permitirá acumular a vida familiar com a vida empresarial ainda que a tempo parcial Este modelo a par da criação das atividades proissionais independentes no domicílio poderá ser desenvolvido na fórmula de teletrabalho Como se refere no estudo também as mulheres pelas mesmas razões dos homens iniciamse cada vez mais nos negócios assumindo uma carreira independente por realização pessoal por desaio proissional e para equilíbrio trabalhovida pessoal Com os horários lexíveis que os pequenos negócios próprios permitem as mulheres podem assim conjugar o trabalho com a família de uma forma equilibrada Os norteamericanos intitulam estes casos de women careerpreneurs e de mompreneurs neste último caso para as mães que tiveram ilhos recentemente e que pretendem continuar a acompanhar os seus primeiros anos na residência familiar mantendo uma atividade económica independente em simultâneo facilitada pelos novos meios de comunicação como a Internet 40 Segundo os autores da investigação o Momempreendedorismo oferece às mulheres com ilhos uma alternativa ao emprego tradicional e um meio de combinar trabalho com responsabilidade familiar Muitas mulheres empreendedoras iniciam os seus parttimes em casa Isso dá lexibilidade e equilíbrio no trabalhovida pessoal Muitas estão disponíveis na internet nas 247 gerindo quando e onde podem a sua atividade Acrescentam ainda que o empreendedor individual é uma espécie de oneman show Tipicamente não tem empregados e trabalha em casa Esta categoria inclui trabalhadores contratados em parttime com hobbies biscateiros DIYdoityourselfers e estagiários de cursos de integração social Estas atividades resultam na sequência da extensão das relações proissionais ou acidentalmente pela extensão dos hobbies ou outras paixões Neste estudo ainda se apresenta uma nova forma de organização dos trabalhadores independentes ou empreendedores os coworking que facilita a emergência do empreendedorismo ao proporcionar espaços de trabalho salas de reunião ligações à internet serviço de secretariado permitindo um front space para acessocontato com a comunidade de forma credível Este estudo especialmente dedicado ao empreendedorismo social refere que assim como um empreendedor normal identiica um nicho de mercado por preencher um empreendedor social foca as suas atividades empresariais na resolução dos problemas sócio económicos Um empreendedor social muitas vezes começa enquanto cidadão preocupado perturbado por algum problema social ou económico que exige mudanças Tal como os empreendedores normais o empreendedor social identiica as oportunidades que perde para melhorar os meios que usa na sua ação Mas ao invés de apenas gerar lucros os empreendedores sociais têm como principal objetivo a criação de valor social Os empreendedores sociais muitas vezes começam com uma pequena 41 solução que se pode transformar num sistema de maior dimensão Na fase de incubação os empreendedores sociais consideram o seu projeto como um negócio essencialmente pessoal Trabalham em rede com as pessoas que partilham as suas causas e procuram inanciamentos para suportar os projetos de desenvolvimento sócio económico Contudo quando a operação se expande é forçoso mudar para um estilo mais formal de negócio Os empreendedores sociais podem por defeito darse ao luxo de investir tempo e energia nos projetos sem que haja uma elevada preocupação com os custos de oportunidade Nos Estados Unidos é frequente os baby boomers tornaremse empreendedores sociais dado que fazem parte de uma geração que cresceu envolvida nas grandes causas sociais São também muitos os que desejam terminar as suas vidas num trabalho com verdadeiro valor social Em conclusão estas novas formas de empreendedorismo incluindo a dimensão social aliam formas novas de liberdade individual e responsabilidade social de airmação de uma cidadania responsável com intervenção comunitária produzindo resultados positivos no imediato e na mudança civilizacional que se exigeimpõe especialmente porque se deixa de viver numa sociedade industrial ou mesmo pósindustrial para se rumar à sociedade do conhecimento Utilizámos este estudo norteamericano dada a sua qualidade e oportunidade e ainda pelo facto de também contestar vários preconceitos existentes no nosso país Como exemplo reirase o modelo aplicado na formação proissional inanciada fundos comunitários que não prevê trabalhadores idosos ou tão pouco os reformados A atual legislação não admite que a população mais velha tenha acesso à formação em condições idênticas às dos jovens ou dos ativos mesmo quando jovens reformados sabendose que têm agora uma expectativa de vida maior Quando tal é possível nalguns casos muito especíicos aqueles icam no fundo 42 das listas não passando do quadro de suplentes ou quando admitidos icam sempre com o estigma social de estarem a ocupar o lugar de outros com maior prioridade Contudo esta nova realidade maior esperança de vida associada às novas necessidades sociais deveria conduzir o presente modelo de formação para um cenário de maior abrangência e por isso de maior cobertura etária constituindose também como importante ferramenta para minimizar problemas sociais e aumentar a capacidade de gerar receitas Há pois que entender o empreendedorismo e o empreendedorismo social de forma mais inovadora e criativa e portanto menos preconceituosa entendendo o mundo de forma mais dinâmica e solidária O aumento do número de pessoas na 4ª idade e as diiculdades crescentes dos países em inanciar os sistemas de segurança social tem signiicado sucessivos cortes nas pensões de reforma que conduzirá certamente a estratégias onde a 3ª idade terá que continuar ou terá de voltar a desempenhar tarefas produtivas ainda que respeitando as suas capacidades físicas e intelectuais Muitos serão aqueles que não aceitarão relações de trabalho e de dependência tal como haviam vivido durante a sua vida proissional normal Ainda assim dadas as suas competências e saberes serão mais valias para conduzir ao sucesso não só as suas próprias organizações como em muitos outros casos negócios dedicados ao setor social Ganham os próprios e ganharão os seus clientes bem como a sociedade no seu conjunto diminuindo o quasedesperdício de competências não utilizadas por razões legais formais ou culturais Para muitos estas atividades empreendedoras e empresariais constituirão não só uma nova razão de vida e grande satisfação pessoal como um estímulo à vida em sociedade dado que continuam a poder ser úteis e solidários com os seus concidadãos deixando de ser um encargo ou estorvo 43 44 45 Nuno Almeida GITUR ESTM Instituto Politécnico de Leiria Em plena crise conirmada por entidades externas e credíveis Portugal encontrase hoje perante um cenário económico inanceiro e social que poderseá classiicar como preocupante É certo que muito se tem debatido sobre as causas mas importa também debater as soluções Será porventura mais fácil apontar críticas e consequentemente debater soluções ao setor económico e inanceiro Contudo não menos importante há um espetro que nem sempre é merecedor da devida atenção quando se abordam as questões da crise o espetro social O evoluir das economias processase geralmente de forma eicaz atendendo que o motor das economias está alicerçado na vertente empreendedora Esta vertente empreendedora vai muitas vezes ao encontro de soluções que serão posteriormente repercutidas em benefícios inanceiros para os seus responsáveis As atividades lucrativas tornamse por natureza pontos de interesse para empreendedores No entanto há áreas cuja atratividade não desperta o interesse dos mercados Adicionalmente vivese em Portugal uma habitué cultural em que a população descarta no Estado a responsabilidade por essas mesmas áreas Estamos neste momento a chegar a um ponto em que apraz recorrer ao provérbio popular que diz em casa que não há pão todos discutem e ninguém tem razão Tornase cada vez mais evidente que o Estado está fortemente limitado em termos de recursos e por isso mesmo não poderá assegurar todas as responsabilidades pelas áreas menos lucrativas Será imperativo o estímulo do empreendedorismo social como solução para vários problemas da nossa economia 61Oportunidades de negócio no Turismo e na Indústria do Mar 46 O empreendedorismo social caracterizase pelo reconhecimento de um problema social que irá despoletar o espírito empreendedor daqueles que pretendem ser agentes de mudança através de soluções sustentáveis e que visam criar valor social Frequentemente confundese empreendedorismo social com voluntariado Importa desde já clariicar o conceito Poderseá dizer que o empreendedorismo social conigura numa realidade híbrida ou seja não terá necessariamente como objetivo maximizar o lucro mas também não signiica necessariamente que abdique deste A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar ESTM do Instituto Politécnico de Leiria tem vindo a estimular o desenvolvimento do empreendedorismo social nas mais diferentes vertentes Há registo de propostas muito promissoras quer na área do turismo quer na área das tecnologias do mar A ESTM tem estado em sintonia com os sinais emanados pelas mais ilustres personalidades do país Ainda recentemente aquando da visita de Sua Excelência o Senhor Presidente da República foi sublinhado o papel importante que a escola tem vindo a assumir nessa feliz ligação entre o turismo e a indústria do mar Perante um cenário de crise há muitas oportunidades que vão surgindo no mercado O conceito Triple Hélix poderá ser um verdadeiro agente de mudança no empreendedorismo social alavancado pelos três agentes governo indústria e academia Em primeiro lugar já não restam dúvidas que a capacidade de atuação dos governos centrais e locais um pouco por toda a Europa nas economias sociais está prestes a enfrentar um novo paradigma ou seja a necessidade de recorrer aos agentes privados para colmatar necessidades sociais Desta feita assistiu se nos últimos anos a um agilizar de procedimentos que permitem atualmente a um empreendedor implementar o seu conceito de 47 negócio com alguma facilidade e celeridade Vejamos por exemplo o case study português do conceito Empresa na Hora que permite a constituição de uma empresa em escassos minutos Se a isto associarmos o facto de ter sido diminuída signiicativamente a necessidade de capital para constituição das empresas então poderseá dizer para muitas áreas na economia social que não há qualquer entrave governamental para o empreendedorismo Em segundo lugar do lado da indústria vêse também um papel muito ativo em termos de participação nos projetos de empreendedorismo social Se dúvidas houvesse bastaria analisarmos o número crescente de empresas que através do mecenato têm vindo a apoiar causas sociais As indústrias de forma generalizada e incluindo em particular as atividades turísticas e as atividades ligadas ao mar foram constatando que a sua aposta nas causas sociais poderá repercutirse em benefícios não só em termos de imagem mas também em benefícios económicos Há uma maior propensão dos consumidores a aderirem a conceitos que defendem causas sociais Esta propensão é ainda mais evidente em momentos de crise económica como a que enfrentamos atualmente Assim caberá cada vez mais aos agentes económicos articularem as suas atividades com boas práticas de cariz social Em terceiro lugar surge o meio académico como agente proporcionador de ideias e soluções que poderão ser adotadas pelos dois eixos anteriores Este meio é altamente fértil em termos de investigação desenvolvimento e inovação ID i O acesso ao ensino superior cresceu exponencialmente nos últimos anos o que por si só veio colocar um maior número de pessoas em contato direto com o desenvolvimento de ideias e soluções para problemas económicos O meio académico é por excelência propiciador do processo criativo onde coabitam pessoas e intervenientes que apresentam aptidões para observação investigação e inovação Um pouco por todo o país vai sendo implementada a instrução do 48 empreendedorismo Esta instrução permite muitas vezes despertar o interesse dos estudantes pela constituição do seu próprio negócio Sendo a maioria dos estudantes indivíduos sensíveis às causas sociais têm surgido cada vez mais ideias empreendedoras que poderão oferecer bemestar às populações e repercutirse simultaneamente em maisvalias económicas para as empresas que desenvolvem essas atividades O sucesso das atividades levadas a cabo pelo empreendedorismo social será tanto mais alcançável quanto mais inovadora for a ideia de negócio Presentemente a indústria turística carece de criatividade e inovação sob pena dos produtos e serviços oferecidos serem rapidamente desatualizados perante a dinâmica do mercado Contudo há atividades turísticas menos atrativas sob o ponto de vista inanceiro Nestes casos podemos estar perante uma oportunidade para o empreendedorismo social O turismo apresentase como uma atividade muito particular sendo o seu consumo praticado pela generalidade da população Ainda assim há uma grande diferenciação quer ao nível da oferta quer ao nível da procura Nesta diferenciação constatase que os serviços mais lucrativos apresentam uma grande décalage perante os serviços prestados de forma similar mas com margens de lucro signiicativamente inferiores É nesta diferença que surgem inúmeras vezes oportunidades para o empreendedorismo social no turismo Atendendo à dinâmica da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria serão seguidamente analisadas duas vertentes do empreendedorismo social turismo e tecnologia do mar Sendo o turismo um setor de atividade estratégico para a economia portuguesa representando cerca de 11 do PIB Produto Interno Bruto será preponderante a adoção de modelos de desenvolvimento que contemplem o empreendedorismo social 49 Estes modelos de desenvolvimento deverão basearse no conceito Triple Helix que consiste em complementar de forma articulada os melhores conhecimentos e práticas do meio governamental industrial e académico Recorrendose a esta metodologia será possível promover a inovação através de um processo baseado no desenvolvimento criativo Tomemos a título de exemplo o turismo acessível Efetivamente tratarseá de uma ramiicação do turismo que deixará algo a desejar em termos de atratividade lucrativa Não obstante com um cunho de inovação os empreendedores que abraçam esta causa podem ver compensadas as suas iniciativas empresariais com inúmeros reconhecimentos sociais não só pelas causas mas acima de tudo pelos nobres valores associados às suas atividades Também o turismo sustentável tem vindo a assumir cada vez mais importância através do envolvimento das populações locais e esse aspeto devese muitas vezes ao empreendedorismo social Por exemplo quando uma unidade hoteleira recorre a produtos da sua região poderá estar diretamente a estimular a produtividade por parte de pessoas que de outro modo não conseguiriam apresentar benefícios diretos para a sociedade Os exemplos anteriormente retratados servem apenas para ilustrar que o empreendedorismo social poderá aplicarse em qualquer ramo de atividade colmatando lacunas sociais provocadas pelos mercados que apresentam menor atratividade inanceira Ainda focando o caso do turismo constatase que aquando dos picos das taxas de desemprego o turismo apresentase como um mecanismo económico que consegue proporcionar novos empregos e consequentemente consegue contribuir para o aumento das exportações através da entrada de divisa externa na economia nacional Os inalistas dos cursos superiores quer ao nível do primeiro ciclo licenciaturas quer ao nível do segundo ciclo mestrados estão cada vez mais a ponderar enveredar pela via do 50 empreendedorismo onde possam replicar em prática os conceitos teóricos adquiridos ao longo das suas formações académicas Durante as formações académicas estes estudantes foram expostos a desaios que proporcionaram identiicar oportunidades de mercado que poderão ser colmatadas com uma aposta no empreendedorismo social Há já registo de alguns caso de sucesso que estão a ser analisados não só por entidades governamentais como também por empresas instaladas nos mercados e que vão desdenhando pelas melhores ideias que vão sendo embrionadas no meio académico Em Portugal está a ser testado o papel que os reclusos poderão ter aquando da sua inserção social através do empreendedorismo Há provas concretas já testadas com sucesso noutros países onde são evidentes as capacidades empreendedoras de uma parte signiicativa dos reclusos Se estas capacidades que foram anteriormente utilizadas de forma ilícita forem aplicadas em projetos sociais assistese muitas vezes a conceitos completamente inovadores geradores de riqueza e proporcionadores de bem estar para as populações O turismo temse mostrado como uma atividade propícia à inclusão de projetos sociais onde a população local é convidada a ser inserida na produção de serviços adaptados à procura turística Há neste campo casos de sucesso nomeadamente na gestão de parques naturais com vista à recuperação dos mesmos para a promoção de atividades turísticas Se olharmos concretamente à região oeste veriicase que há atividades que tendem a ser extintas por força da evolução tecnológica A título de exemplo os moleiros e seus descendentes que trabalhavam nos moinhos de vento são agora convidados a recuperar os seus projetos empresariais para dar lugar a empresas de caráter lúdico e turístico Notese que a região oeste apresenta uma das maiores taxas de moinhos de vento por metro quadrado no âmbito do território nacional dado tratarse de uma região muito ventosa e propícia à produção de energia eólica 51 Feita uma primeira constatação do empreendedorismo social no turismo passemos então para as tecnologias do mar Quando são abordadas as tecnologias do mar há regra geral uma clara alusão a um dos setores com maior expressão económica no mar ou seja o setor das pescas No caso concreto de Portugal o setor das pescas apresentase com um grande destaque na medida em que o país apresenta uma vasta zona costeira 942 quilómetros e uma Zona Económica Exclusiva ZEE de aproximadamente 17 milhões de km2 Desde sempre as comunidades ribeirinhas encontraram no mar uma importante fonte de subsistência icando gradualmente muitas dessas zonas dependentes quase exclusivamente da pesca e atividades relacionadas O emprego neste setor emprego direto e induzido tem vindo a registar um decréscimo signiicativo nestes últimos anos Esta redução icarseá a dever a vários fatores dos quais se destaca a reestruturação não só da frota costeira como da própria indústria pesqueira com uma tendência para a produção em cativeiro Se a tudo isto juntarmos o fato de não ser possível intensiicar a exploração de alguns recursos pesqueiros há evidentemente uma necessidade de redução do esforço de pesca Recentemente tem vindo a ser evidenciada por várias personalidades de destaque na sociedade portuguesa a importância do mar na atividade económica do país Efetivamente o nosso território apresenta uma das maiores extensões marítimas da União Europeia o que por si só já será merecedor da devida atenção por parte dos agentes económicos ligados à indústria do mar As atividades tradicionais estão a sofrer fortes alterações quer por imposições de quotas de pesca quer por alterações sociodemográicas que estão a desprover a atividade piscatória Ao serem analisadas estas transformações veriicase que há atualmente uma reconversão de atividades ligadas ao mar 52 Começam a prosperar empreendedores que outrora estiveram estritamente ligados à atividade piscatória e presentemente vão convertendo as suas embarcações para que sejam adaptadas a atividades marítimoturísticas Esta mutação está a proporcionar o surgimento de várias iniciativas empreendedoras que beneiciam o aspeto social Alguns proissionais que deixaram de exercer atividades piscatórias estão hoje a disponibilizar os seus saberes acumulados ao longo da vida a grupos de turistas que pretendem aprender tradições e costumes ligados ao mar O desemprego da indústria piscatória pode assim ser reconvertido em benefício para a indústria turística Deste modo há lugar à criação de empresas proporcionadoras de serviços que poderão servir para colmatar lacunas que vão sendo deixadas pela transformação da indústria ligada ao mar Há necessidades de requaliicações dos recursos humanos que poderão passar pela reconversão das atividades que anteriormente se centravam na pesca e agora poderão ser alargadas por exemplo aos passeios marítimoturísticos Neste tipo de reconversão há uma necessidade evidente de dotar os recursos humanos de habilitações linguísticas para poderem abordar os turistas estrangeiros Assim o surgimento de empresas direcionadas para este e outro tipo de valências apresentase como uma solução social que não só minimiza o desemprego provocado para redução da mão de obra nas pescas mas proporciona até em alguns casos uma melhoria signiicativa das condições socioeconómicas em que vivem as populações A ESTM tem vindo a solicitar a colaboração dos alunos para a apresentação de soluções que possam ser reconvertidas em benefício para as populações através da vertente social O bemestar social passa também pelo equilíbrio entre a população e o próprio meio ambiente Sob este prisma foi recentemente patenteado um projeto levado a cabo por alunos e investigadores da ESTM que visa a captura de pescado sem recurso às típicas redes de pesca Este 53 processo permite uma maior segurança para a atividade piscatória e em termos sociais transmite valores para as gerações seguintes que assentam na preocupação com o meio marítimo A sustentabilidade está mais salvaguardada na medida em que a captura é efetuada com base num sistema mecânico que emite bolhas circundantes dos cardumes permitindo depois a captura de modo semelhante ao procedimento adotado pelas baleias desta feita com recurso a bombas que sugam o pescado para a embarcação Há assim não só a possibilidade de serem gerados ganhos de eiciência ambiental e económica como também ganhos signiicativos ao nível dos valores sociais transmitidos às gerações vindouras Paralelamente muitas outras atividades poderão surgir de forma a dinamizar o bemestar social das populações piscatórias Há um conjunto de atividades que foram desenvolvidas paralelamente aquando do rumo dos pescadores ao mar Por exemplo as esposas dos pescadores icavam muitas vezes em terra ocupandose de atividades diversas tais como as rendas A tradição foise mantendo foi passando de geração em geração e atualmente há já escolas que tentam ensinar não só a população residente como também turistas e curiosos acerca das técnicas e conhecimentos associados às rendas Deste modo perspetivase uma oportunidade de empreendedorismo social podendo utilizarse como formadores pessoas com experiência adquirida nesta área a direcionandose para oportunidades de mercado nomeadamente turistas O mesmo conceito de negócio já vai sendo implementado com sucesso noutros ramos de atividade o que deixa adivinhar o sucesso do conceito Por exemplo a vindima até recentemente exercida em exclusivo pela população residente passa atualmente a ser cada ver mais utilizada como um conceito de produto turístico que envolve a participação de turistas diretamente na apanha e produção Esta atividade proporciona o bemestar social das populações que vêm assim o seu knowhow reconhecido e recompensado Esta oferta 54 permite ainda que as gerações vindouras tenham contacto com métodos e técnicas que de outro modo seriam esquecidos no tempo Em suma o empreendedorismo social apresentase assim como agente de intervenção no combate ao desemprego bem como na requaliicação de saberes e competências que vão valorizar as populações locais quer em termos culturais quer em termos económicos Restará a atuação da população civil para que as causas sociais sejam encaradas como verdadeiros negócios que apesar de não maximizarem o lucro contribuem para uma melhoria das condições sociais Efetivamente muitos projetos sociais estão alicerçados em sonhos presentes na mente de pessoas empreendedoras A melhoria das condições sociais permitirá acima de tudo uma melhoria das condições de vida Fazendo esta analogia convém não esquecer que O SONHO COMANDA A VIDA E quando um homem sonha 55 56 57 Baltazar Ricardo Monteiro ESS Instituto Politécnico de Leiria À medida a que o tempo passa Portugal vai estabilizando a sua posição entre as sociedades grisalhas A geração nascida entre 1946 e 1956 começa agora a idade de reforma e a préreforma respetivamente Em 2050 teremos 32 da população nacional acima dos 65 anos Não poderemos deixar de notar que o maior crescimento populacional é feito sobretudo à custa dos mais velhos ou seja pessoas acima dos 80 anos A conjugação entre uma substancial melhoria das condições de vida das populações e do incremento dos sistemas de saúde resultou num aumento da esperança de vida de homens e mulheres com especial incidência nestas últimas Estas autênticas revoluções fazemse acompanhar de fenómenos extremamente importantes por um lado o aumento da prevalência de doenças crónicas e por outro o aumento exponencial das despesas com saúde resultando em novas modalidades de gestão das organizações nesta área Se anteriormente a população tinha todas as probabilidades de vir a falecer de causas agudas na atualidade a maioria das pessoas sofrem de uma ou várias doenças crónicas Estas doenças acompanham se de uma necessidade substancialmente importante para cada pessoa que se aprenda a viver com elas A sua gestão isto é saber o que comer e como o fazer como tomar os medicamentos muitas vezes pela vida fora como aceder a cuidados de saúde e exames de controlo a par de um conhecimento mínimo sobre a doença e uma capacidade maximizada de contacto com os proissionais de saúde ocorre ao mesmo tempo a que o país faz face a um desejo cada vez maior de privatização da saúde partindo do pressuposto de que não consegue gerar riqueza que continue a propiciar um Serviço Nacional de Saúde nem sequer tendencialmente gratuito Ao contrário do que acontecia anteriormente o hospital deixou de 62Oportunidades de negócio na Saúde 58 ser um local onde os doentes recuperam das suas doenças agudas ou das agudizações das suas doenças crónicas asma diabetes hipertensão entre outras Estas instituições tenderão cada vez mais a constituir um local de forte incorporação tecnológica com unidades de cuidados altamente especializadas cuidados intermédios unidades de cuidados polivalentes unidades de cuidados intensivos deixando de internar doentes em muitas das especialidades médicas desenvolvendo primordialmente os serviços de ambulatório os hospitais de dia e a cirurgia de ambulatório Doenças que tradicionalmente eram tratadas nos internamentos hospitalares irão passar a ser tratadas nos domicílios icando a cargo dos próprios doentes e das suas famílias Este processo está a ocorrer ao mesmo tempo a que as famílias se estão a modiicar Mais divórcios diferentes modos de constituição de famílias e outros acontecimentos acabam por condicionar muito a disponibilidade que as famílias têm para cuidar dos seus doentes em casa Então o que irá acontecer num contexto em que o Estado reduz substancialmente a sua intervenção e a família se declara incapaz de se encarregar de cuidados cada vez mais exigentes a serem prestados no domicílio Este processo está associado a um conceito de rede A sua existência supõe a constituição de uma rede de pequenas instituições cada uma delas progressivamente mais perto da família do que a outra Estas instituições seriam os elos de uma rede que engloba a comunidade e a família numa entreajuda sistemática que possibilite ao doente permanecer em casa obtendo os cuidados necessários Não se trata como já foi visto apenas de pessoas idosas com eventuais dependências tratase também de pessoas que terão de receber cuidados em casa os quais eram anteriormente prestados por proissionais em meio hospitalar Ora como o Estado não conseguiu até ao momento aplicar completamente a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários a 59 qual consubstanciava um conjunto de iniciativas de assistência domiciliária que ajudaria as pessoas que vivem estes problemas a resposta recai sobre as famílias em transformação e sobre a iniciativa privada Este quadro de resposta será mesmo a curto prazo fator de forte desigualdade social constituindo por isso uma oportunidade de desenvolvimento de empreendedorismo social Onde conlui o empreendedorismo social e a saúde pública Desenvolveremos as oportunidades de intervenção por parte do empreendedor social em duas vertentes os cuidados domiciliários e a produção de medicamentos Ao contrário da iniciativa empresarial tradicional o empreendedor social pretende gerar valor social através das suas intervenções e ao contrário do atual discurso político a iniciativa social pretende perdurar no tempo sendo avessa ao curto prazo e à intervenção visando um pequeno número mas rentável de pessoas ou mercado As parcerias entre as instituições os proissionais de saúde e as populações têm sido demonstradas ao longo do tempo sendo sobejamente aceites A investigação tem demonstrado que uma forte coesão entre os cidadãos e dentro das famílias resultam em índices de saúde mais elevados Para isso em vez de verem as organizações centradas nos proissionais os gestores terão de ver as organizações de saúde como nós numa vasta rede de atores que têm de coordenar os seus esforços para alcançarem objetivos comuns Para conduzirem as suas organizações em torno de metas de maior eiciência eicácia e sustentabilidade precisam de mobilizar criativamente todos os recursos em torno de objetivos de mais saúde para as populações O trabalho de uma só pessoa ou organização podem contribuir de forma decisiva para melhorar a saúde de todos uma vez que se trata de um esforço conjunto e complementar sem ideias hegemónicas ou monopolistas como as que atualmente dominam o emergente mercado da saúde em Portugal 60 O setor da saúde partilha muitas características com outros setores sociais tornandoo perfeitamente adaptável a iniciativas de empreendedorismo social especialmente através da ideia de redes ou capital social 1 os empreendedores sociais da saúde pretendem lidar com aspetos complexos da vida social cuidados domiciliários por exemplo que não podem ser resolvidos sem intervenção de múltiplos parceiros Toda a iniciativa desta natureza não pode esquecer as condições económicas cada vez mais adversas que as famílias enfrentam as mudanças de valores e a complexidade das mutações familiares que estão a ocorrer 2 Todas as organizações na área do empreendedorismo social almejam obter impacto social não apenas impactos organizacionais O resultado das políticas da saúde ao contrário do que se tem veriicado não pode centrar se nas organizações e nos atores organizacionais Na verdade se ocorrem cada vez mais iniciativas tendentes à contratualização cujos planos estão ediicados sobre diagnóstico de situação de saúde local veriicamos que a cultura organizacional se mantém centrada em interesses corporativos e monopolistas O processo de encurtamento dos internamentos que está a ocorrer desde 1986 demonstra à evidência o resultado dessas políticas se por um lado se tentou sem se conseguir controlar os gastos com saúde por outro descurouse o bemestar das populações abandonando os doentes à caridade e aceitação de papéis por parte de familiares sem constituir respostas sociais correspondentes àquelas mudanças Deve veriicarse ainda que as respostas constituídas uma Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados assente em capacidade de internamento de curta média e longa duração irá sempre ser insuiciente em termos de resposta à crescente procura Quantas mais camas disponíveis mais camas teremos ocupadas A questão apenas se resolve com cuidados na comunidade e com capacitação de redes socais de apoio sejam estas de índole familiar ou comunitária 3 As organizações sociais tendem a dispersar modos de governação e de atribuição de responsabilidades Assumir responsabilidades pelas iniciativas sem recear avaliações ou ideias divergentes deve ser apanágio das organizações sociais A celebração das ideias empreendedoras e da inovação que lhes está 61 inerente passam principalmente por ter colaboradores que desejam assumir riscos com as suas ideias e que não receiam ter de enfrentar pessoas cujas ideias podem mesmo ser contrárias às suas Em saúde haverá sempre ideias diversas e a necessidade de respeitar as opções individuais desde que sobejamente informadas 4 As organizações sociais criam valor que não pode ser mensurável imediatamente Contrariamente às ideias dominantes de que as organizações de saúde têm de produzir resultados no mais breve espaço de tempo pelo menos de uma legislatura a ideia ao nível da saúde das populações é que os seus resultados são de longo prazo e muitas das vezes diicilmente mensuráveis 5 As organizações sociais apoiamse sobretudo no conhecimento tácito e na ação de peritos mas também na coniança e nas relações interpessoais e interinstitucionais orientadas para o impacto social pretendido As organizações sociais e as pessoas deixam de investir no princípio da competitividade pelo lucro onde cada sujeito se pode erigir como uma empresa que enfrenta as restantes numa lógica de mercado onde apenas os fortes sobrevivem A questão da saúde é colaborativa e participativa é de partilha de objetivos mas também de recursos É muito útil veriicar que para a concretização destas redes de apoio social passam nos dias de hoje por processo inovadores que conciliam a presença de proissionais e o acesso remoto O telecare e o teleheath são um campo de forte investimento por parte da União Europeia permitindo obter em tempo real dados vitais temperatura tensão arterial pulso traçado eletrocardiográico dos doentes que se mantêm em casa fazer a sua leitura e encaminhar as pessoas para serviços que os podem atender caso se trate de alguma urgência Os dados obtidos são mantidos em processos clínicos informatizados de fácil acesso por parte do próprio doente e permitem também que em qualquer ponto da Europa o doente e o proissional de saúde que o trate tenham acesso aos dados e deem continuidade aos tratamentos Também são já habituais os programas interativos que permitem aos doentes cumprirem programas de reabilitação em suas casas obter 62 informação adequada e concretizar todo um plano terapêutico com uma assistência remota por parte de proissionais Outra das preocupações maiores da sociedade atual é o acesso aos medicamentos Não apenas pelos custos associados e pela aplicação implacável das leis de mercado por parte das grandes produtoras farmacêuticas mas também pela ação dos retalhistas que mantêm situações de monopólio geográico de venda de medicamentos prejudicando assim a livre concorrência e os cidadãos O recente desenvolvimento da pandemia da Sida colocou em evidência uma cruel ironia os países com maior necessidade de acesso aos medicamentos são os que possuem menor capacidade para os adquirir De facto os medicamentos constituem na maioria dos casos a intervenção terapêutica com maior relação custo benefício desde que prescritos de forma racional Por outro lado é bem patente a iniquidade entre o consumo de medicamentos e a distribuição demográica 80 dos medicamentos são consumidos por 18 da população que vive em países desenvolvidos Num momento da transição epidemiológica em que existe um predomínio das doenças crónicas constatouse recentemente que a disponibilidade de medicamentos para doenças crónicas e agudas é insatisfatória em muitos países em particular no setor público Na maioria dos países a disponibilidade de medicamentos genéricos para situações crónicas está abaixo da existente para situações agudas tanto no setor público 360 versus 535 de disponibilidade como no setor privado Antiasmáticos antiepiléticos e antidepressivos seguidos dos antihipertensores formam o grupo onde as diferenças são mais notadas Qual o papel do empreendedorismo social nesta área A intervenção na venda de medicamentos pode inluenciar o mercado em dois sentidos melhorando o preço inal e inluenciando o comportamento dos restantes intervenientes Na perspetiva económica quando o mercado falha a possibilidade de uma resposta ótima a sociedade irá pelo menos até certo ponto 63 reconhecer a impossibilidade de intervenção estatal abrindo espaço para a intervenção das instituições sociais Como as empresas sociais não têm de distribuir lucros entre os seus acionistas não terão necessidade de sobrecarregar os consumidores com preços excessivos e ridiculamente injustos Os consumidores tenderão a olhálas como mais credíveis e estarão mesmo dispostos a quotizaremse com algo que possa vir a beneiciar outros cidadãos numa qualquer outra vertente de intervenção social Menor atenção tem sido dada à ação reguladora dos mercados que pode ser feita através das intervenções sociais nesta área Existe evidência positivamente acumulada tanto nos USA como na Ásia acerca da inluência destas organizações da sociedade civil na regulação dos mercados Um dos efeitos é conhecido como competição benéica na qual a ação das empresas sociais podem inluenciar o comportamento das empresas comerciais sendo este um efeito regulador uma vez que afeta a estrutura dos incentivos e dos lucros Esta caracterização decorre da literatura sociojurídica sobre regulação o que contrasta com deinições estritas de regulação governamental formais as quais agem através de padrões deinição de regras e inspeção licenciamento registo assim como a proibição da venda de medicamentos não prescritos O conceito contrastante descreve a ação das empresas sociais como se fosse uma rede de regulação de atores e de discursos O Estado acabará por ser um dos nós dessas redes A regulação informal pode ser descrita como uma estrutura de governança discursiva informal para um destinado mercado As normas que regulam o mercado não são apenas as regularidades evidenciadas pelos comportamentos das empresas mas também algo parecido com um script baseado na experiência passada e partilhada nos discursos acerca da regulação dos mercados Nos mercados farmacêuticos a cultura corporativa pode ser muito mais inluente que qualquer conjunto regulamentar do Estado acerca do risco e dos resultados da atividade Incluise aqui um conceito de empresa social muito mais amplo que 64 o habitual já que as entendemos como organizações focalizadas em ins sociais ou mais simplesmente empresas com ins sociais que operam no mercado Na Índia empresas destas possuem hospitais fornecendo fármacos gratuitos ou subsidiados Estes medicamentos genéricos são sobretudo adquiridos na Índia e submetidos a controlos de qualidade Habitualmente a International Dispensary Association IDA uma empresa que adquire desta forma os medicamentos solicita às empresas produtoras que embalem os medicamentos com a sua marca pois esta funciona como garantia de qualidade para os prescritores e os consumidores O circuito de qualidade desta empresa inclui a análise dos fármacos por uma empresa holandesa atuando sob os estritos controlos de qualidade europeus Estas empresas que são capazes de garantir a qualidade dos produtos distribuídos funcionam como uma forma de modiicação drástica do acesso a medicamentos por parte de populações mais desfavorecidas Tal impacto sobre o acesso aos medicamentos depende duma efetiva gestão orientada por valores e na retenção de colaboradores que o façam da mesma forma Existe evidência de que a intervenção das empresas sociais é competitivamente seguida pelas empresas convencionais forçando as a repensar frequentemente as suas estratégias O sucesso das empresas sociais é muitas vezes disputado pelas empresas lucrativas Esta competitividade é bem demonstrativa de que uma orientação sobre valores e qualidade pode servir como reguladora de mercado Quando as empresas sociais conseguem inanciadores e colaboradores que se orientam por estes valores e depois vêm a sua quota de mercado disputada por empresas com ins lucrativos ica claro que existe uma regulação informal do mercado na área do medicamento que beneicia sobretudo as pessoas de menores posses Grande parte da produção de medicamentos destinase a doenças 65 globais que prevalecem em países desenvolvidos A pesquisa e desenvolvimento de medicamentos acabam assim por ser direcionadas a medicamentos não essenciais para doenças globais em detrimento dos essenciais para doenças negligenciadas prevalecendo os interesses económicos sobre a real procura das populações Num momento em que uma parte dos portugueses tem de escolher entre comer ou comprar medicamentos e de colocar os seus dependentes em instituições que funcionam à margem da lei ou deixar de trabalhar para lhes prestarem cuidados num contexto onde se reconhece a incapacidade do Estado para fazer face a este estado de coisas impõese a intervenção social Conclusão Como se veriicou existem vastas áreas de intervenção das empresas empreendedoras sociais Em primeiro lugar será necessário pensar na formação acelerada de uma indústria de prestação de cuidados de saúde que está a ser promovida em Portugal Estes desenvolvimentos ocorrem num contexto em que se tenderá a descrever a oferta privada como a mais qualiicada e de melhor qualidade para responder às necessidades das populações agravando deste modo as desigualdades sociais bem assim como o campo de intervenção do empreendedorismo social Por outro lado as novas dinâmicas associadas às empresas sociais bem como as novas práticas de gestão nas organizações do terceiro setor têm vindo a ser abordadas como fenómenos de empreendedorismo por apresentarem muitas vezes um caráter inovador a diversos níveis e pela capacidade de criação de capital social Todavia o reconhecimento e airmação das empresas sociais estão ainda numa fase inicial Porém são cada vez mais os estudos que apontam para que a capacidade empreendedora não se resuma apenas a uma melhor 66 qualiicação de ativos e empresas isoladamente os ambientes mais propícios ao empreendedorismo são aqueles em que ocorrem processos interativos e cooperativos de aprendizagem e de inovação Daí a importância que cada vez mais se vem atribuindo à capacitação local em inovação e aprendizagem de forma coletiva e sistémica Nesse contexto o sistema de relações entre os diferentes atores cuja densidade e caráter inovador podem favorecer processos de crescimento e mudança é cada vez mais promovido esperando o desenvolvimento da atividade empreendedora produtiva e inovadora Não é por acaso que nos grandes períodos de transformação social aparecem novos conceitos inventados para descrever a mudança e as novas realidades sociais que nos envolvem Não se poderia mudar de paradigma se não se mudassem os conceitos e as ideias subjacentes 67 68 69 José Luís de Almeida Silva e Isabel Barreto Fernandes ESAD Instituto Politécnico de Leiria A formação em empreendedorismo no ensino superior em Portugal ainda tem uma abordagem tendencialmente ligada aos estudos nas áreas da gestão e da tecnologia razão pela qual é especialmente ministrada nos cursos de design e no curso de som e imagem da ESADcr não abrangendo ainda as áreas das artes em sentido estrito nomeadamente a pintura e escultura e até o teatro Esta posição constituise como uma visão limitada dado que todas as áreas nas indústrias criativas onde se inclui a publicidade a arquitetura o artesanato crafts e design a moda o cinema vídeo e audiovisual o design gráico a produção de software educacional e de lazer a música as artes performativas e animação a televisão rádio e internet a artes visuais e gestão de antiguidades a literatura e atividade editorial deviam abordar esta temática Por outro lado as pessoas ligadas a atividades artísticascriativas terão que no futuro privilegiar relações proissionais com vínculo ixo e nomeadamente sob a direção de uma autoridade patronal Mesmo nas áreas da expressão artística mais pura o modelo trabalhador por conta de outrem nunca foi dominante mas dadas as novas condições de vida veemse obrigados a associarem na sua atividade conhecimentos e comportamentos de índole económica pois só assim asseguram a gestão da sua própria atividade e património A possibilidade de um artista ou criador depender de um mecenas ou ter uma vida anarquicamente desorganizada do ponto de vista económico esperando um subsídio de sobrevivência atribuído pelo Estado não é um modelo de vida racional Ultrapassando este preâmbulo e dado que cada vez é mais difícil encontrar ofertas de emprego para a maioria dos estudantes 63Oportunidades de negócio no Design e nas Artes Formas criativas de enfrentar a mudança 70 especialmente os que acabam os cursos nas áreas da arte é consensual admitir que os cursos ligados à criatividade e ao design passem a oferecer componentes com conhecimentos de economia e iniciativa empresarial Simultaneamente estes futuros proissionais ligados à expressão artística eou à produção criativa têm também diiculdade em inserir se em empregos rotineiros com horários ixos e preestabelecidos uma vez que a sua atividade não se adequa na perfeição com esta normalização rigidez e rotina laboral A insatisfação de um criativo será tanto maior quanto os aspetos burocráticos e hierárquicos dominarem A repetição a rotina a par de outros dados conservadores limitarão de forma inequívoca a capacidade para encontrar novas e distintas propostas de trabalho tão indispensáveis ao êxito e à satisfação pessoal e proissional dos criadores Como se sabe a entrada deste tipo de proissionais em empresas tradicionais beneiciando de estatutos adequados e apropriados cria discriminações que a prazo têm repercussões negativas para a vida das empresas Daí que a solução mais aconselhada e seguida pela maioria das empresas radica na contratação dos agentes criativos em regime de proissional independente esta estratégia obriga à prática de atitudes de autogestão o que acaba por ser positivo para todas as partes Tornase assim indispensável saber defrontar um mercado que cada vez mais é um exemplo de agressividade incerto e com regras difíceis de dominar Importa também conhecer e saber exercer gestão os direitos autorais e registar e proteger a propriedade industrial nas suas mais diversas modalidades a par de conhecer os mecanismos de mercado dado que também se apresentam como altamente traiçoeiros para os operadoresPela ligação com a Escola 71 Superior das Artes e do Design a abordagem privilegiará a relação entre Empreendedorismo Social e o Design Tanto mais que na sociedade no século XXI como airmam Hugo Hollanders e Adriana Van Cruysen no estudo independente intitulado Design Creativity and Innovation A Scoreboard Approach2 a criatividade e o design são características importantes numa economia do conhecimento avançada não apenas por terem um impacto favorável no bemestar das pessoas e na performance económica como também porque fomentam a inovação Segundo os autores deste estudo o Design é um processo estruturado que transforma ideias criativas em produtos concretos serviços e sistemas e fazendo a ligação da criatividade com a inovação Como parte do processo de inovação o design tem o potencial para contribuir substancialmente na melhoria da imagem da marca das vendas e da rentabilidade de uma empresa Na conclusão deste estudo é reforçada a ideia de que criatividade e design são características importantes de uma economia do conhecimento bem desenvolvida por terem um impacto positivo sobre o desempenho dos países inovadores Para os autores deste trabalho a criatividade e o design são as alavancas da inovação As investigações de Richard Florida também consideram a criatividade como uma variável multidimensional repartida em três dimensões criatividade tecnológica invenção criatividade económica empreendedorismo e criatividade cultural artística Para Florida citado neste estudo as três dimensões estão inter relacionadas partilhando um processo comum de pensamento e reforçandose sinergicamente Em suma a economia criativa é o resultado das interrelações entre tecnologia artes e atividade económica 2Realizado na UnuMerit da Universidade de Maastricht para a Direção Geral da Empresa e da Indústria da União Europeia 72 Da mesma forma os autores do estudo consideram que o design é o motor chave das empresas e da competitividade dos países não estando apenas integrado na estratégia empresarial como uma força de inovação e crescimento mas também para promover a competitividade nacional contribuindo para a criatividade e a imagem dos países qual marca os países nórdicos são verdadeiros case studys deste modelo Esta atividade criou uma nova dimensão empresarial nas indústrias criativas cuja importância para a criação de emprego no presente e especialmente no futuro será crescente agrupando ainda setores de forte componente artística e criando produtos de forte carga simbólica que conferem consideráveis direitos de propriedade intelectual nas várias áreas da produção criativa O estudo apresenta e analisa os dados desagregados das várias componentes que tornam os países competitivos utilizando a dimensão do clima criativo e performance em Criatividade e Design como valores fundamentais A insuiciência portuguesa em termos de clima criativo é enorme face a países como a Suécia que é seguida de muito perto pela Dinamarca Holanda Bélgica Reino Unido Alemanha e Áustria Os fatores que inluenciam o clima criativo de cada país são segundo o presente estudo a educação criativa a capacidade de autoexpressão as formas de abertura e tolerância dos nacionais em relação a estrangeiros Assim tanto se faz a notação do número relativo de estudante em escolas de arte a qualidade do sistema de ensino a percentagem das pessoas envolvidas em atividades artísticas às competências de linguagem e aos valores de autoexpressão como inalmente à percentagem dos estudantes do ensino superior estrangeiros e trabalhadores não nacionais à percentagem de emprego cultural e fuga de cérebros Tendo em conta as sete dimensões a que se junta a componente de Criatividade Design com dados diretamente ligados á produção 73 artística e criativa o grupo das melhores performances é composto pelos seguintes países Dinamarca Suécia Holanda Alemanha Bélgica Reino Unido e Finlândia No segundo grupo a seguir às melhores performances encontramse a Áustria França Luxemburgo e Irlanda Itália Espanha Estónia Eslovénia Chipre Malta República Checa e Grécia que estão no grupo das performances médias Seguemse por ordem decrescente a Letónia Portugal a Lituânia Hungria Eslováquia Polónia Bulgária e Roménia Assim defendem os autores do estudo que os resultados estatísticos mostram que existem fortes relações entre a criatividade design e inovação Os países com melhores resultados na criatividade e design são os líderes da inovação e ainda os seguidores de inovação que mostram um desempenho da inovação superior no EIS European Innovation Scoreboard Os países com um bom clima criativo tendem a ter níveis mais elevados de ID e de atividades de design e inovação e também forte performance inovadora Esses resultados apontam para a necessidade de considerar o design e outras atividades de não ID como parte de uma abordagem mais ampla da política de inovação bem como uma forte ligação entre a criatividade e a inovação Falta fazer a ligação desta análise ao empreendedorismo social Duas óticas podem ser assumidas do lado da oferta e neste caso entende se o empreendedorismo social como a criação de pequenas e micro indústrias criativas nas mais variadas áreas que permitam aos seus autores resolverem autonomamente o seu problema de desemprego para não se manterem ligados a uma atividade desmotivadora e com fraco resultado económico e social Do lado da procura abrindo ou reforçando um novo mercado na área social para estas indústrias criativas respondendo de forma inovadora às oportunidades e necessidades que lhes são lançadas por um público carente de novas formas de expressão artística e criativa 74 No primeiro caso tratase de fornecer aos criativos e artistas informação e técnicas para poderem organizar a sua atividade em formas institucionais sem ins lucrativos e que se batam pelos princípios da sustentabilidade económica e social e no outro caso permitir aos futuros empresários criativos oferecerem os seus serviços à teia de organizações e instituições que cuidam do mundo social ou do 3º setor Até agora a preocupação da formação em Inovação e Empreendedorismo na ESADcr tem sido dirigida tendencialmente para a atividade mercantil mas no futuro podese colocar este novo desaio que dará sentido às novas preocupações da sociedade portuguesa Partindo dos resultados obtidos na formação curricular de Inovação e Empreendedorismo na Escola estamos cientes que existe uma apetência dos alunos para dominarem da mesma forma e com o mesmo interesse que o fazem com a teoria e as técnicas das várias especialidades de design os conceitos e as ferramentas que permitem a integração na vida económica e social do país Ainda que criatividade e a inovação sejam essenciais para os designers contudo a competência resulta em absoluto da capacidade em se pensar como um designer Designers preparados com conhecimento profundo dos negócios e compreensão das pessoas passam a estar bem posicionados para aplicar a sua criatividade e construir assim experiências positivas com o utilizador inal Estes aspetos revelamse particularmente importantes no mundo atual dado que o design assume um papel cada vez mais estratégico O Design cria impacto sobre muitos aspetos das nossas vidas quer pelos produtos e artefactos produzidos quer pela comunicação produção entretenimento estratégia de negócio e política de serviços O design é internacionalmente reconhecido como elemento chave e propulsor da mudança facilitando a formação do conhecimento e a 75 criação de ideias em cooperação com outros proissionais Segundo a Comissão Europeia 20093 Design é uma ferramenta da Inovação É a atividade que serve para conceber e desenvolver o plano de um novo produto ou a melhoria significativa de um produto um serviço ou de um sistema que garanta a melhor interface com as necessidades expectativas e capacidades do utilizador tendo em conta os aspetos da sustentabilidade económica social e ambiental SCHEIRDER 20074 considera o Design como um dos maiores recursos da Europa e um fatorchave das empresas inovadoras e bemsucedidas No contexto do mercado global é um dos elementos mais competitivos airma A abordagem inovadora está baseada na visão atual da cultura do design Esta prevê que o design seja uma atividade integrada capaz de perceber os sinais de mudança da sociedade e dos mercados e esteja apta para transformálos em novos produtos e serviços bem como em estratégias de inovação empresarial Diego Rodriguez5 sócio da empresa norteamericana de design IDEO e professor na dschool Universidade de Stanford defende que o design tem uma importância estratégica no mundo das empresas Para ele é um processo e deve aproximar designers e não designers na resolução de desaios de forma a criar no mundo mudanças consistentes 3Deinição proposta pela EU após consulta pública sobre o estudo Design as a driver of usercentred innovation DG Enterprise and Industry abril2009 Fonte SEE Policy Book let 2010 Pág 6 International Institute of Design Policy Support UK Website http jumpdexignercomnews22154 4SCHEIRDER Jean 2007 Design Management Europe DME Website httpwww designmanagementeuropecomsiteindexphppage13 5 Fonte BusinessWeek 2010 76 Por conseguinte o design inovador congrega imagem com funcionalidade e serviço sem comprometer outras fases do desenvolvimento Também otimiza custos padrões estéticos identidade visual e é essencial no planeamento estratégico na produção e no marketing Logo o proissional de design deve preocuparse não só com a inovação como também com a produção preço sustentabilidade do produto e as necessidades das pessoas Muitos projetos bem sucedidos no mercado operam e prezam pela simplicidade e funcionalidade e a relação do design com um bom negócio vem da atenção prestada à ligação com o que é atrativo O designer de produto ou serviço não trabalha apenas com a forma função materiais ou processos de produção concebe conceitos que traduzem os anseios do utilizador na procura de experiências felizes e memoráveis É assim necessário um novo posicionamento uma nova visão e novos conceitos Para o efeito o designer deverá adquirir competências que passam por pensar o design Design Thinking e por experimentar e viver o design integralmente Quem já se formou ou é inalista e deseja empreender na área do design tem agora mais opções proissionais Neste contexto é importante relatar a experiência de dois alunos de design da Escola Superior de Artes e Design ESADcr que souberam aproveitar as oportunidades e não tiveram assim medo de pôr a mão na massa ainda que por vezes possam não saber por onde começar Experiências empreendedoras em Design Num dos casos a aluna do curso de Ilustração Gráica 2008 na ESAD tinha anterior experiência empreendedora nomeadamente na criação produção e venda de artefactos vivida em loja no centro da cidade das Caldas da Rainha Contudo esta aluna confrontava se com o problema de consolidação inanceira para manter a sua loja Assim e com o objetivo de escoar os produtos entretanto em 77 armazém artefactos de design de moda acessórios de moda a decisão passou por aproveitar a experiência entretanto adquirida e criar um novo local de mostravenda O outro caso reportase a um aluno recémlicenciado em Design Industrial que evidenciava a intenção de criar um projeto global a implementar na ESADcr Esta situação aconteceu enquanto aguardava pela abertura do mestrado em Design de Produto A equipa composta por quatro pessoas desenvolveu trabalho consultoria na área do planeamento e comercialização marketing e publicidade e no planeamento e gestão do design e no apoio à construção do equipamento estas ultimas áreas apoiadas por dois docentesinvestigadores da EDSCEID Foto 1 Sónia Morgado Engª Ambiente e Aluna Curso Design Gráico e Multimédia 2010 Fonte ESADcr 78 EDSCEID 2008 PROJETO A Nome QUIOSQUE08 Ideia Criação Quiosque Oficina de Encantar Artefactos Objetivos Criar Quiosque itinerante 1ª fase Mostrar e vender artigos de Design ESAD 2ª fase Comercializar noutros campus do IPL Necessidade Oportunidade Criar um espaço comercial internamente IPL Onde alunos pudessem comercializar as suas peçasartefatos produtos Onde a comunidade académica pudesse adquirir peças originais ou artefatos criativos Apoios EDSCEID Direção ESADcr IPL Recursos Humanos Equipamento Espaço Data 2008 Planeamento Implementação Comercialização 2526 27 Nov 2008 10h16h Orçamento Investimento anterior Material 80 Retorno 1º dia 89 2º dia 755 3º dia 525 Lucro 37 Stock Escoado Equipa 2 Docentes Investigadores 2 Estudantes Produto Final Quiosque Equipamento ambulante de venda Artefactos Acessórios Moda Utilizador Final Comunidade Académica ESADcr Comunidade Académica IPL Público Geral Futuro Criar 1 posto trabalho temporário Área do Design Angariar Financiamento Investir Material Instrumentos Aumentar lucro Site httpoficinadencantarblogspotcom Quadro 1 Estruturação Projeto A Quiosque ESADcr 2008 Fonte ESADcr 79 O equipamento Quiosque foi construído nas oicinas da ESAD cr a partir de uma estrutura já existente a estrutura de 6m2 em madeira era constituída por um espaço fechado com um pequeno balcão Esta primeira experiência serviu também para avaliar o modelo ou seja o sucesso da implementação de ideias e ações em semelhantes condições Estes projetos tipologia deverão obter apoio institucional para que se possam constituir como importante modelo para a criação de postos de trabalho na área do Design Tornase assim importante não só investir em ferramentas e meios materiais como realizar mini workshops alargando dessa forma o âmbito da ação e aumentando o retorno inanceiro Foto 2 Inauguração do Projecto Espaço Forma 2011 Fonte ESADcr 80 O segundo projeto designado por Espaço FORMA Quadro 2 surgiu da necessidade de dar apoio especíico aos alunos da ESAD para divulgar e promover os seus trabalhos no exterior Numa primeira fase foram envolvidos seis pessoas Uma no planeamento e gestão outra na consultoria técnica EDSCEID e dois no apoio ao desenvolvimento técnico do projeto ESAD Os dois alunos trabalharam na criação e desenvolvimento da ideia Numa 2ª fase participaram quatro alunos6 de diferentes cursos de design respetivamente um na gestão de projeto dois na realização da 1ª edição da revista F e um na criação do blog Espaço Forma A primeira edição da revista F cuja totalidade dos conteúdos foi recolhida em 2010 contou com uma entrevista de fundo à diretora da ESADcr num espaço dedicado aos vários cursos 6João Marcão Designer Industrial Mestrando Design Produto 2012 autor da ideia e editor 1º esquerda Os colegas João Caixinha designer multimédia e relações públicas Rui Lourenço e João Ferreira designers gráicos 81 EDSCEID 20102011 PROJETO B Nome Espaço FORMA Ideia Criação Plataforma Revista Blog Loja Objetivos Promover e Divulgar a Cultura do Design e das Artes da ESADcr Necessidade Oportunidade Criar um espaço informativo onde os alunos podem Divulgar o seu trabalho Manifestamse sobre a sua formação e cursos Apoios EDSCEID Direção ESADcr IPL Recursos Humanos Financeiros Equipamentos Data 2010 Planeamento Implementação Março 2011 Inauguração 2012 Desenvolvi mento Orçamento Investimento 1ª ed Revista F 100 exemplares 300 Equipa 2 Docentes Investigadores EDSCEID 2 Tec Superiores Biblioteca e Oicina Digital 1ª Fase 2 Estudantes Criação e Implementação 2ªFase 4 Estudantes Desenvolvi mento Produtos Revista F Magazine Cultural da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha ISSN 2182133X Blog Espaço Forma Cultura do Design e das Artes da ESADcr Espaço loja de promoção e comercialização obras de arte a implementar Utilizador Final Alunos ESADcr Comunidade Académica IPL Público Geral Resultados 1ª Ed Publicação 0311 2011 2012 2013 2014 Futuro Criação Spinoff Investir num espaço próprio de edição Dois Postos Trabalho Área do Design Apoios Patrocínios Financiamentos Privado Publicar 2ª edrevista F Site Email Logo httpforma littleboxgraphics compageid2 httpwwwhelloforma com formaproject gmailcom Fonte ESADcr Quadro 2 Estrutura Projeto Espaço FORMA ESADcr 20102011 82 Na 1ª edição da revista ainda que tenham sido investidos cerca de 300 a distribuição foi gratuita Esta opção permitiu levar a informação a um maior número de pessoas O número 2 da revista terá um custo de capa de 3 Este formato permitirá suportar os custos de impressão e criar um fundo de maneio para o projeto A revista F primeiro passo na produção de produtos do Espaço Forma Projeto de ligação da escola ao meio serviu ainda para avaliar as necessidades concretas de projetos editoriais bem como do envolvimento humano e inanceiro necessário e tempo despendido em cada fase do projeto Concluise assim que a experiência prática do design empreendedor e a orientação dada pela cooperação académica alcançam interessantes resultados de desempenho para os jovens designers ou seja acelera a produção de novos conhecimentos sobre planeamento e implementação de projetos de design e torna mais rápida a transferência de novos conhecimentos sobre processos de desenvolvimento de novos produtosserviços Esta postura próativa contrasta entre a tradicional posição do proissional de design que se interessava pela forma função materiais ou processos de produção com a coniguração do proissional de design com maior capacidade de observação das mudanças no mercado arrojado com capacidade para se posicionar de forma empreendedora e com talento para lançarse num processo de mudança mesmo correndo riscos calculados A parte inal do texto descreve o desenvolvimento de dois projetos em parceria académica bem sucedidos A experiência fornece também um ponto de partida que outras análises irão conirmar no futuro nomeadamente sobre o recurso a competências empreendedoras e a capacidades organizacionais que irão facilitar o desempenho dos proissionais de design neste caso por meio da 83 criação e transferência de conhecimento entre parceiros Tentámos ainda demonstrar que as experiências empreendedoras de design construídas com base numa parceria criam novas capacidades nos jovens e novos recursos nas IES7 Universidades ou Politécnicos e além disso são experiências académicas que não estão afastadas das necessidades proissionais que o mercado dinâmico e de grandes e rápidas transformações presentemente exige 7 IES Instituições de Ensino Superior 84 85 Manuel Portugal Ferreira ESTG GlobADVANTAGE Instituto Politécnico de Leiria Dora Rodrigues Ferreira GlobADVANTAGE O empreendedor social é o indivíduo ou organização que identiica um problema social ou um espaço de oportunidade e tal como se de uma empresa privada se tratasse procura os meios para o resolver A criação de uma nova empresa com objetivo social resulta da junção dos meios necessários para atingir o im E o im do empreendedorismo social é obter um retorno social a longo prazo nomeadamente sob a forma de melhorias duradouras das condições de vida da população e do ambiente Dito de outro modo a visão do empreendedor social é reduzir as carências individuais ou coletivas para o que age apoiando e promovendo a mudança de comportamentos e facilitando o acesso a bens e serviços que garantam maior bemestar individual e social Em Portugal esta forma de empreendedorismo está na sua fase nascente e estamos num momento em que é ainda preciso formar mentalidades e sensibilidades É ainda necessário mostrar que o empreendedorismo social pode ser rentável para o empreendedor e que o empreendedorismo social se distingue do empreendedorismo tradicional pelo tipo de atividades públicos e necessidades a que se dirige Uma perspetiva sobre o empreendedorismo social no contexto das engenharias como nos solicitado para este manual envolve pensar iniciativas de empreendedorismo social numa vertente mais tecnológica como usualmente associamos às engenharias e às ciências No fundo signiica entender como é que as tecnologias podem contribuir para resolver diferentes problemas das populações através de soluções tecnológicas criando uma empresa inanceiramente viável Como mostraremos neste capítulo os alvos do empreendedorismo social podem ser os economicamente mais desfavorecidos os idosos as crianças com deiciências ou a preservação do ambiente mas os exemplos são inúmeros 64Oportunidades de negócio nas Engenharias 86 Tradicionalmente era nos estudos de gestão que encontrávamos disciplinas na área do empreendedorismo Mas atualmente muitas escolas oferecem disciplinas de empreendedorismo incluindo com algum grau de enfoque em empreendedorismo social a um leque alargado de cursos de licenciatura e mestrado desde as engenharias e ciências aos cursos da área das ciências humanas e aos da área da saúde As escolas atuam promovendo o aumento de competências e conhecimento de como pensar o empreendedorismo como identiicar as oportunidades de negócio como inovar na oferta como avaliar os novos produtos e serviços até ao aprender a melhor gerir um negócio As escolas ao formar promovem a capacitação de quadros proissionais com potencial quer para o desenvolvimento de soluções tecnológicas quer na aplicação destas soluções conhecimentos e tecnologias a novas áreas e mercados Como procurar oportunidades para o empreendedorismo social onde o papel das tecnologias e engenharias seja predominante Uma possibilidade é simplesmente pesquisar usando a internet ou viajar ao estrangeiro e analisar as melhores práticas em outros países Entender como outros empreendedores sociais em outros países fazem Designamos isto por benchmarking Hoje as tecnologias de comunicação e informação aproximam os povos os locais e tornam mais fácil conhecer as necessidades sociais das populações Mas estas mesmas tecnologias também permitem explorar esses espaços de oportunidade que são as necessidades não satisfeitas Falamos especialmente de empresas de serviços que podem atuar ao nível do comércio internacional energias alternativas de coordenação de programas de ajuda de telemedicina de serviços de formação elearning de tecnologias móveis e de informação às populações locais Muitos dos projetos de empreendedorismo social nos países mais pobres têm consistido na introdução de novos métodos de novas técnicas e novos equipamentos que permitam às populações aumentar as suas produções No domínio agrícola por exemplo as iniciativas vão desde a introdução de novos cultivos às formas 87 apropriadas ao momento indicado para cada plantação aos sistemas de rega até à comercialização dos excedentes alimentares gerados A aplicação de soluções tecnológicas sem menosprezar toda a formação que envolve mudar hábitos e comportamentos das populações locais permite aumentar a produção alimentar contribuindo para a melhoria das condições de vida da população Este é um domínio possível para o empreendedorismo social Alguns casos e perspetivas Em Portugal já há alguns exemplos de empreendedores sociais ligados a projetos nas áreas das engenharias Por exemplo o Projeto 1 é o caso da Editora Cercica que surgiu no mercado livreiro com a preocupação de dar a todas as crianças a possibilidade de aceder ao mundo do conhecimento através da leitura independentemente da sua capacidade individual Para o efeito desenvolver recursos em áudio linguagem gestual formato daisy e em Braille Designação do Projeto Descrição 4 Leituras A Editora Cercica lançou o projeto que envolve a publicação de livros em quatro versões grái cas distintas braille linguagem gestual áudio e com símbolos pictográi cos para crianças com necessidades especíi cas Neste projeto a componente técnica da engenharia informática e multimédia é decisiva para o impacto positivo numa franja social particularmente vulnerável e com necessidades especiais Exemplos de Projetos 1 Ao serviço das crianças1 Fontewwweditoracercicacom acedido em 120120121 88 O desenvolvimento de soluções tecnológicas suporta os dois exemplos seguintes O projeto Telealarme criado em 2000 visa apoiar os idosos em particular os que vivem sozinhos fornecendo lhes um equipamento que permite fazer chamadas de urgência para um telefone prédeinido de um ilho de um vizinho de um serviço de apoio etc Este aparelho equipado com GPS possibilita também que os familiares saibam sempre onde o idoso se encontra Este equipamento garante assim melhores condições de segurança que muito útil para por exemplo os indivíduos com Alzeihmer Este projeto foi concebido pelos organismos Programa de Apoio Integrado a Idosos PAII Cruz Vermelha Portuguesa e a PT Comunicações Designação do Projeto Descrição Telealarme Projeto que deu origem ao lançamento de um serviço destinado a prestar apoio remoto a idosos ou pessoas em situação de risco eou isolamento geográico Este aparelho permite acionar respostas sociais eou de saúde adequadas Neste projeto a componente associada às engenharias de informação e comunicação foram essenciais É possível que a área ambiental origine várias respostas de empreendedorismo social A preocupação com o ambiente preservação conservação tem dado notoriedade às energias renováveis mas não só Na área do ambiente e energia há inúmeras oportunidades de dinamização e de investimento por empreendedores sociais ligados a áreas da engenharia Por exemplo na conceção de equipamentos onde a rede energética é insuiciente Na conceção de formas de aproveitamento dos resíduos para ins úteis Na minimização dos efeitos de poluição etc Mas efetivamente Exemplos de Projetos 2 Equipamento para idosos Fonte Dados de wwwptcompt wwwcctpt acedido em 12012012 89 o espaço de oportunidade começa ainda a montante em atividades de educação ambiental das novas gerações e diminuição da dependência da população e das empresas das energias fósseis Os benefícios destas iniciativas podem ser variados preservação dos recursos ambientais da agrobiodiversidade poupança na fatura de eletricidade e combustíveis ou a diminuição dos efeitos nocivos da poluição na saúde humana Designação do Projeto Descrição Parque Temático Energias Renováveis Projeto desenvolvido em parceria entre a Câmara Municipal de Loures e CCT Expresso e encontrase em funcionamento desde 2009 Este projeto social permitiu a recuperação do património local no aproveitamento de fontes de energias sustentáveis eólica solar biomassa e hídrica com o objetivo em reduzir a pegada ecológica de carbono e a preservação dos recursos do planeta Também neste projeto foi crucial a componente das engenharias em particular do ambiente e eletrotecnia Aliás há alguns projetos nestes domínios nomeadamente alguns associados a centros universitários O Projeto Gotucampus2 promovido pelo Instituto Politécnico de Leiria IPL é um exemplo de uma abordagem quer à questão ambiental quer de trânsito e estacionamento quer de poupança quer ainda de eiciência energética Sucintamente o projeto Gotucampus2 envolveu professores e estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão ESTG IPL dos cursos de Engenharia Civil Engenharia Exemplos de Projetos 3 Ambiente e energia Fonte Dados de wwwptcompt wwwcctpt acedido em 12012012 90 do Ambiente e Engenharia Informática Em essência consistiu no desenvolvimento de numa ferramenta web uma plataforma que funciona como uma rede social e serve como ponto de encontro entre alunos docentes e funcionários com o propósito de incentivar à partilha do automóvel Este projeto tem como objetivo responder ao problema de gestão de estacionamentos de automóveis no Campus 2 do IPL mas tem benefícios adicionais quer como instrumento de minimização dos impactos ambientais resultantes dos hábitos de mobilidade da população académica quer nos custos em deslocação Um tipo substancialmente diferente de projeto mas com foco no ambiente através da aplicação de soluções tecnológicas foi o Conserve India desenvolvido por Anita Ahuja em Nova Deli na Índia Este projeto nasceu da necessidade de combater Exemplos de Projetos 4 Tecnologia web de gestão e promoção à partilha do automóvel Fonte httpgotocampus2ipleiriapt acedido em 14012012 91 os problemas ambientais da cidade através da criação de um mecanismo patenteado que permite reciclar materiais como os sacos de polietileno através do processo Handmade Recycled Plastic HRP Ou seja o plástico é reciclado de modo artesanal upcycling e tratado por lavagem secagem e pressão Deste trabalho resultam entre outras algumas peças e acessórios de vestuário Estas peças são comercializadas e garantem um retorno económico às pessoas que se dedicam a este trabalho Problema Projeto A cidade de Nova Deli na Índia produz cerca de quatro mil toneladas de lixo por dia dos quais 15 são materiais de plástico A poluição urbana aumenta à medida que fracassam as políticas de incentivo à reciclagem dos resíduos urbanos e se degradam as condições de trabalho de homens mulheres e crianças exploradas pelas autoridades a trabalhar no processo de recuperação de resíduos recicláveis a partir do luxo de lixo Garantir uma forma de subsistência às pessoas que se dedicam à limpeza das cidades na recolha de resíduos sólidos Criar produtos comercialmente bem sucedidos a partir de resíduos de plásticos através de tecnologia patenteada O resultado é a transformação dos resíduos plásticos em materiais duráveis e produtos úteis como guardachuvas malas material escolar e de escritório Os projetos sociais podem ser direcionados para a satisfação de necessidades de populações carenciadas ou com deiciências por exemplo A ação Mil Brinquedos por Mil Sorrisos desenvolvida no seio do Instituto Politécnico de Leiria IPL Este projeto envolveu Exemplos de Projetos 5O projeto Conserve India Um caso de aplicação de tecnologia Fonte Dados de wwwconserveindiaorg acedido em 14012012 92 estudantes e professores da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais IPL dos cursos de ciências sociais e de engenharia eletrotécnica Primordialmente o projeto contribui para o desenvolvimento de protótipos de brinquedos adaptados a crianças portadoras de deiciências Os brinquedos a adaptar devem ser dotados de sistemas eletrónicos e que permitam a substituição do botão de ONOFF por um botão acionado à distância Esta adaptação torna os brinquedos mais interativos dinâmicos mas também mais seguros para o utilizador Ao mesmo tempo estes brinquedos contribuem para o desenvolvimento das capacidades das crianças e de sentimentos como a coniança e independência na realização de tarefas básicas favorecendo por esta via a sua inclusão na sociedade Tratase de uma solução simples inovadora e de investimentos baixos com um retorno social importante Também com a missão em valorizar as competências das pessoas com necessidades especiais surgiu no Instituto Politécnico de Leiria em 2011 a Unidade de Investigação Inclusão e Acessibilidade em Ação IACT Esta unidade congrega equipas de trabalho de vários departamentos do IPL nomeadamente das engenharias de informática e multimédia O trabalho desenvolvido permite criar novas metodologias técnicas e produtos formar e prestar serviços à comunidade através de soluções de inclusão digital e acessibilidade Das várias atividades dinamizadas pelo IACT destacamse Exemplos de Projetos 6 Campanha Mil Brinquedos por Mil Sorrisos Fonte wwwcridesecsipleiriapt acedido em 14012012 93 A ação de formação de interpretação gestual a distância para alunos com incapacidades auditivas que se encontrem a frequentar cursos no IPL Projeto de Inclusão digital que consiste na tradaptação e legendagem bilingue de material audiovisual Criação de áudioguias e áudiodescrição bilingue para cegos legendagem para pessoas com incapacidades auditivas no âmbito do projeto Fátima Acessível Desenvolvimento de uma plataforma de visita virtual com condições especiais de acessibilidade ao Santuário de Fátima para o projeto Fátima Viva Desenvolvimento e acompanhamento do programa de utilização educativa da Internet nas escolas públicas do 1º ciclo do Ensino Básico Projeto Prnet Kits de livros multiformato disponíveis em Braille altorelevo letras ampliadas alto contraste áudiolivro Daisy e voz humana vídeolivro em LGP adaptação para leitura simples reconto teatralização e DVD com legendas Demonstração linguagem gestual com recurso às tecnologias de informação e comunicação Kit de livros multiformato Exemplos de Projetos 7 Inovação tecnológica em benefício das pessoas com incapacidade visuais e auditivas Fonte httpiactipleiriapt acedido em 14012012 94 A iniciativa da empresa Embrace é substancialmente diferente A Embrace desenvolveu uma solução que visa garantir melhores condições de sobrevivência das crianças recémnascidas atuando em territórios onde muitas vezes os recursos inanceiros e o acesso às inovações da medicina moderna são difíceis de obter Assim a empresa contribui para reduzir as consequências sociais dramáticas resultantes da elevada taxa de mortalidade que afeta famílias em todo o mundo A inovação da empresa parte do lançamento de produtos a preços acessíveis O produto desenvolvido pela Embrace consiste num saco de dormir em miniatura que ajuda a manter a temperatura dos bebés designado por Transport Infant Warmer Esta bolsa é acionada ou por um aquecedor elétrico ou através de água quente que se mantém numa temperatura que permite a sobrevivência de uma criança 37ºC atuando durante quatro horas Esta bolsa é equipada por um dispositivo que mostra quando deve ser reaquecida Os exemplos enunciados são apenas alguns dos muitos que começam a despontar em Portugal e no estrangeiro e demostram algumas das soluções de empreendedorismo social Figura 1 Demonstração do modo de funcionamento do Transport Infant Warmer Fonte httpembraceglobalorg acedido em 14012012 95 com forte pendor tecnológico Em comum estes projetos têm o desenvolvimento de inovações tecnológicas comercializáveis para o serviço de necessidades das populações Notas inais Face ao insuiciente desempenho das instituições governamentais para lidar cabalmente com as desigualdades e a relativa marginalização de uma parte substancial da população note que mesmo em Portugal cerca de 40 da população continua a ser pobre a sociedade e os empreendedores são chamados a desenvolver soluções e inovações tecnológicas para servir a comunidade Todo o problema social pode encontrar uma resposta pelo menos parcial num negócio concebido por um empreendedor social independentemente da sua área de formação Muitas das melhores respostas exigem algum grau de incorporação de conhecimento tecnológico sendo domínio privilegiado de intervenção para as engenharias Aos exemplos que enunciámos poderíamos acrescentar muitos outros porque há inúmeras áreas de intervenção onde as necessidades ainda não são satisfeitas diversas doenças e debilidades marginalidade analfabetismo ou deiciências nas qualiicações etc Em muitos casos estas insuiciências são impeditivas inclusive da integração dos indivíduos no mercado de trabalho e noutros casos impedemnos mesmo de manter uma vida social normal Por exemplo existem imensos casos de famílias com ilhos com deiciências de abandono na velhice e famílias que não encontram resposta nas instituições sociais existentes Nos dias de hoje são também comuns as situações de pessoas com problemas de carência alimentar e sem acesso a água potável eletriicação pessoas e lugares sem acesso a redes de comunicação sem habitação e sem oportunidades de trabalho Todos estes são espaços de oportunidade para surgirem negócios de empreendedorismo social 96 Concluímos com a nota que é importante entender o empreendedorismo social como uma vertente possível para o futuro proissional quer dos jovens onde provavelmente encontraremos muitos com competências tecnológicas e dos menos jovens que se encontram à procura de oportunidades no mercado de trabalho Também para as empresas o domínio social pode ser uma via para realizar a sua função enquanto obtêm lucros e simultaneamente contribuem para alterar e melhorar a qualidade de vida da população 97 98 99 Rui Manuel Neto e Matos ESECS GlobADVANTAGE Instituto Politécnico de Leiria Tânia Cristina Simões de Matos dos Santos ESECS GlobADVANTAGE Instituto Politécnico de Leiria O presente capítulo surge como contributo a desenvolvimento do estímulo ao empreendedorismo social nas áreas da educação e das ciências sociais O crescimento económico o emprego a inovação empresarial e o contributo social são atualmente problemáticas que preocupam não só o meio académico e político como também a sociedade em geral A criação de empresas pode ser um fator capital para o desenvolvimento económico e social de uma determinada região ou país Neste sentido os responsáveis políticos europeus bem como os governos nacionais têm vindo a apostar na divulgação do empreendedorismo e na criação de instrumentos que promovam o incremento do espírito empreendedor nomeadamente entre as populações mais jovens É neste contexto que o empreendedorismo social começa a ganhar visibilidade designadamente no âmbito das temáticas da ação social da educação e do emprego Na verdade a expressão empreendedorismo social é relativamente recente mas o fenómeno não o é Empreendedores sociais existem desde sempre ainda que não tenham sido designados como tal Podemos encontrar empreendedores sociais em todos os tipos de organizações mesmo quando trabalham em função do benefício económico e da promoção da melhor rentabilidade para os recursos De acordo com o Instituto de Empreendedorismo Social8 IES uma iniciativa de empreendedorismo social deve integrar quatro citériosbase a missão socialambiental que se traduzirá na resolução de 8wwwiesorgpt 65Oportunidades de negócio na Educação e Ciências Sociais 100 problemas sociaisambientais negligenciados o impacte social ambiental em termos de potencial de transformação positiva na sociedade a nível socialambiental a inovação desaiando a visão tradicional e utilizando modelos de negócio inovadores o potencial de crescerem eou se replicarem noutro local de modo a garantir a escalabilidadereplicabilidade Aquele organismo salienta que um projeto de empreendedorismo social deve garantir a autonomia e a responsabilidade individual dos destinatários da iniciativa sendo que estes deverão assumir um papel ativo no projeto de mudança proposto pelo empreendedor social De referir ainda que uma iniciativa de empreendedorismo mesmo que com ins sociais não pode descurar a preocupação da sua sustentabilidade inanceira por uma questão de sobrevivência da própria iniciativa Na verdade apesar de na sua génese um empreendimento social pretender dar resposta a um problema social poder gerar alguma maisvalia inanceira é ótimo conforme explica Miguel Alves Martins9 diretor executivo do IES Ainda assim para os empreendedores sociais a missão social é explícita e central na medida em que a riqueza ou a criação de valor constituem um meio para atingir um im social O presente capítulo faz uma breve abordagem à importância da educação no fomento do espírito empreendedor da sociedade e apresenta alguns casos de sucesso de empreendedorismo social nas áreas da educação e das ciências sociais Educar para o empreendedorismo É conhecido que os níveis de empreendedorismo em Portugal são bastante inferiores à média da União Europeia As lacunas do empreendedorismo têm genericamente a ver com a forma como a sociedade se posiciona relativamente ao risco e à ambição assim como com problemas educativos ao nível familiar e lacunas no sistema de ensino ao nível dos primeiros anos de formação 9httpeconomicosapoptnoticiasconhecaoscasosdesucessonoempreendedorismo social113905html obtido em 30 de dezembro de 2011 101 académica e também em períodos essenciais de formação como o ensino básico secundário e superior Apresentamse de seguida alguns projetosinstituições que têm vindo a promover a educação para o empreendedorismo junto das crianças e jovens Referese em primeiro lugar o sistema de ensino português nomeadamente o Projeto Nacional de Educação para o Empreendedorismo desenvolvido pela Direção Geral para a Inovação e Desenvolvimento Curricular entre 2006 e 2009 e cujo principal objetivo era a criação de condições para que as escolas pudessem desenvolver um conjunto de iniciativas conducentes à criação de competências e atitudes empreendedoras junto das suas comunidades educativas com vista à apropriação social do espírito empreendedor Também a criação do prémio para jovens empreendedores sociais ou voluntários Projeto Do Something reconhece e apoia jovens com idade até aos 30 anos no crescimento e incremento do impacte dos seus projetos como agentes de mudança nas suas comunidades Salientase também a organização Junior Achievement a maior e mais antiga organização mundial educativa sem ins lucrativos Nasceu em 1919 nos Estados Unidos da América e está presente em mais de 120 países Esta organização tem como missão desenvolver a capacidade empreendedora de crianças e jovens assim como o gosto pelo risco a criatividade a responsabilidade a iniciativa e a inovação Em setembro de 2005 entrou pela primeira vez nas salas de aulas portuguesas com o Alto Patrocínio da Presidência da República Desde a sua implementação em Portugal já contou com a ajuda de mais de 5400 voluntários e 111500 alunos É através de professores e voluntários de mais de 30 empresas associadas da Junior Achievement Portugal entre as quais se encontram a Fundação PT a EDP o Barclays e a Siemens que crianças e jovens entre os 6 e os 26 anos recebem as primeiras lições de empreendedorismo O papel dos consultores não é tornar cada aluno empresário mas antes fazer os alunos passarem por determinados desaios que não estão previstos no ensino corrente Ter uma boa ideia é o ponto de partida para 102 lançar qualquer negócio sendo este desaio lançado aos jovens do ensino secundário Se no básico o objetivo é lançar os alicerces no ensino secundário pretendese já que os alunos criem uma mini empresa O projeto Ter Ideias para Mudar o Mundo tem como objetivo desaiar a comunidade escolar a potenciar competências empreendedoras nas crianças através de um referencial metodológico designado de Ter Ideias para Mudar o Mundo criado pelo Centro Educativo Alice Nabeiro O que se pretende é iniciar o treino do empreendedorismo em crianças com idades entre os 3 aos 12 anos estimulando a aptidão para se ser empreendedor através da aquisição de hábitos e do desenvolvimento de conceitos que são determinantes para a sua formação habilitandoas a pensar a ter ideias a projetar e a construir partilhando o conhecimento e promovendo o trabalho em equipa Este é um projeto pioneiro abraçado por várias escolas autarquias e instituições de ensino superior do país ao qual também o Instituto Politécnico de Leiria se associou O empreendedorismo social na educação e nas ciências sociais Abordemos algumas referências sobejamente reconhecidas em matéria de empreendedorismo social A primeira referese ao caso de Muhammad Yunus Prémio Nobel da Paz em 2006 que lançou a organização de microfinance Grameen Bank no Bangladesh Este empreendedor ao testemunhar a fome de que padecia a população do seu país na década de 1970 começou a explorar formas de aumentar a autossuiciência da população rural pobre Este empreendedor presenciou a recusa de empréstimos às populações pobres que apesar de pequenos faziam uma enorme diferença na sua subsistência O Grameen Bank desenvolveu um modelo de negócio onde toda a comunidade assumia a responsabilidade de reembolsar aos mutuários o valor dos empréstimos Outro exemplo de um empreendedor bem sucedido é o caso de Jamie Olivier que criou a empresa Fifteen destinada a criar 103 oportunidades para as pessoas mais carenciadas entrarem na indústria de catering Além de ter fundado a Fifteen Jamie tem vindo a chamar a atenção nacional para a qualidade da comida que as escolas oferecem à população jovem Em Londres há uma empresa de catering que emprega semabrigo Esta medida permite aos semabrigo receberem um salário mas também integrálos com pessoas de outros quadrantes sociais dispensandoos da vergonha de estar na rua Em Portugal à semelhança do que acontece no resto do mundo as iniciativas têm vindo a multiplicarse Neste âmbito Esperança 2006 cita atividades de apoio a crianças órfãs a idosos e aos mais carenciados evidenciando também iniciativas como a limpeza das praias iniciativas de promoção da saúde pública e de busca das energias renováveis A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria tem vindo a desenvolver iniciativas que se enquadram no âmbito do empreendedorismo social entre as quais destacamos o projeto Ludolândia o Centro de Recursos para a Inclusão Digital o IPL 60 o Projeto Gerações e a IPL Sports Academy que apresentamos sucintamente de seguida A Ludolândia é uma ludoteca de praia que visa promover um espaço lúdico onde as crianças têm a oportunidade de brincar e aprender com o apoio de proissionais com formação nas áreas da educação e da animação O Centro de Recursos para a Inclusão Digital CRID é um espaço dotado de equipamento informático e dinamizado por técnicos qualiicados estando adaptado aos cidadãos com necessidades especiais o qual promove a habilitação e certiicação de cidadãos com necessidades especiais na sociedade de informação O CRID além de outras ações tem vindo a lançar a Campanha Mil Brinquedos por Mil Sorrisos que reutiliza brinquedos novos ou usados entregues pela sociedade civil à instituição e dinamiza 104 numa parceira com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria a adaptação destes brinquedos para poderem ser usados por crianças com deiciências motoras O programa IPL 60 é destinado à população sénior e tem como objetivo alargar os conhecimentos das pessoas desta faixa etária permitindolhes o acesso ao ensino superior numa perspetiva de educação e de desenvolvimento ao longo da vida numa atitude proactiva de promoção do seu bemestar geral e garantindo a relação entre gerações e o bemestar social O projeto Gerações desenvolvido em conjunto entre o Instituto Politécnico de Leiria e a Junta de Freguesia de Leiria oferece aos estudantes a possibilidade de habitarem na residência de um indivíduo sénior Este tipo de iniciativa já acontece noutras cidades europeias e permite sensibilizar para a importância de valores sociais como o respeito pelo outro a solidariedade e a tolerância e evita o isolamento e a solidão da população idosa da cidade A IPL Sports Academy é o novo projeto do Instituto Politécnico de Leiria na área do desporto Tratase de uma escola de desporto cujo principal objetivo é promover a atividade física para crianças com idades compreendidas entre os 6 aos 12 anos Mais concretamente a Sports Academy pretende estimular de forma criativa e utilizando um método completamente original o desenvolvimento das capacidades motoras das crianças garantindo a interação entre a população mais jovem Uma das metas principais deste organismo é a de criar bons hábitos de prática regular de desporto Para isso e porque a Sports Academy poderá ser impulsionadora de modalidades menos praticadas Tripela Ultimate Freesbee Rope Skipping entre outras serão criadas condições para ter núcleos na Sports Academy destas modalidades para que os alunos a longo prazo possam continuar a praticar as modalidades na idade adulta Poderá inclusivamente tentar envolverse os pais na prática dessas mesmas modalidades aumentando o número de praticantes de desporto 105 Aos casos de sucesso apresentados poderíamos adicionar muitos outros Na verdade há inúmeras áreas do âmbito social e educativo que ainda não se encontram satisfeitas e para as quais a resposta das instituições governamentais também não é suiciente Oportunidades de negócio ligadas a crianças serão interessantes projetos de empreendedorismo social Enumeramos exemplos como cuidar de crianças em horário pós laboral pois os pais cada vez mais trabalham até mais tarde apostar na educação ambiental e na educação de crianças com necessidades especiais assim como promover a reutilização de roupas e equipamentos de bebés como carrinho de bebé mobiliário e cadeiras para automóvel O desporto como forma de integração de crianças carenciadas e como medida de combate ao abandono escolar é também uma área que pode ter algum impacte no bemestar económico e social das famílias e que certamente promoverão a criação de postos de trabalho Por outro lado projetos de apoio aos idosos um grupo etário com presença crescente na nossa população e relativamente ao qual por vezes o Estado e a sociedade não conseguem dar resposta são bem bemvindos Atividades como a ocupação de tempos livres a prática de desporto promovendo o bem estar físico e psicológico da população sénior a reutilização de equipamentos médicos especializados permitindo a alocação destes equipamentos onde eles são realmente precisos e evitando desperdícios da não utilização dos mesmos ao mesmo tempo que garantem poupança de recursos inanceiros a promoção da sua inclusão digital através de iniciativas de formação ligadas às TIC são alguns bons exemplos de iniciativas que garantem a melhoria da qualidade destes cidadãos e das suas famílias Estas iniciativas sendo bem planeadas publicitadas e se possível integradas numa rede de parcerias poderão ter sucesso pois segundo dados do INE 2011 o índice de dependência de idosos é já de 27 o que garante desde logo um públicoalvo já com 106 uma dimensão considerável na nossa sociedade e com tendência de crescimento De referir no entanto que não se pode descurar a viabilidade económica destas iniciativas sob pena de não passarem de ideias Na verdade além da preocupação com impacte social premente nos projetos de empreendedorismo social é importante garantir uma compensação inanceira justa aos agentes neles envolvidos A este nível muitos autores e instituições ligadas ao empreendedorismo social referem que o segredo está nas parcerias Conforme airma Miguel Martins membro do IES em Portugal os protagonismos individuais ainda se sobrepõem muitas vezes aos objetivos das próprias organizações Se sou mais forte aliandome a outra estrutura devo fazêlo10 Notas inais O empreendedorismo social surge em Portugal e na Europa como um instrumento de intervenção em domínios como a exclusão social e a luta contra a pobreza a inserção socioproissional e o desenvolvimento local e sustentável propondo soluções alternativas para as necessidades sociais diversas que não são satisfeitas por parte do setor público ou pelo mercado orientado para o lucro privado Projetos de empreendedorismo em particular projetos de empreendedorismo social são uma via promissora de resposta dos cidadãos às lacunas do mercado não compensadas pela ação do Estado Estes projetos podem na verdade constituir oportunidades de negócio criando formas alternativas de produção económica e de participação social e democrática dos cidadãos consistindo em soluções para o autoemprego de proissionais dos setores social e da educação A aposta na formação e numa cultura empreendedora é condição necessária ao aumento qualitativo e quantitativo das instituições de cariz económico e social ao desenvolvimento do país e ao progresso 10httpeconomicosapoptnoticiasconhecaoscasosdesucessonoempreendedoris mosocial113905html obtido em 30 de dezembro de 2011 107 geral da sociedade Efetivamente o desenvolvimento de competências empreendedoras desde logo no ensino préescolar e no primeiro ciclo semeando as atitudes e comportamentos assim como explorando outras vertentes nos ensinos secundário e superior permite o desenvolvimento de competências empreendedoras para termos uma sociedade mais proactiva mais dinâmica mais envolvente que é isso que o nosso país precisa para termos no futuro um tecido empresarial mais forte com pessoas mais proactivas capazes de implementar projetos sociais ou mais ligados ao negócio Na verdade não se nasce empreendedor aprendese a ser 108 109 Nuno Rosa Reis GlobADVANTAGE ESTG Instituto Politécnico de Leiria João Carvalho Santos GlobADVANTAGE ESTG Instituto Politécnico de Leiria Um novo negócio nasce necessariamente pequeno e muitos icarão sempre relativamente pequenos Mas todos os pequenos negócios precisam de Estratégia e das suas ferramentas para poderem sobreviver e talvez crescer Ainal pensar estrategicamente o negócio é apenas pensar a longo prazo a 5 10 ou 20 anos procurando mais sucesso melhor desempenho e tentando sempre crescer A estratégia foi importante entre outros aspetos para tornar a Google e a Apple em grandes empresas mas também foi importante para o café do Sr Joaquim que está aberto há 40 anos Neste capítulo apresentamos alguns dos pontos essenciais a abordar em estratégia Desde logo o estabelecimento de um rumo para o negócio sabendo qual o rumo a dar ao negócio devemos deinir os recursos que temos à nossa disposição análise interna e as condições que nos rodeiam análise externa É depois necessário encontrar uma forma de distinguir o nosso negócio do dos concorrentes já que só assim podemos conquistar clientes mais iéis Para onde vamos O primeiro passo de pensar estrategicamente o negócio é deinir para onde queremos ir no longo prazo Deinir um rumo genérico para o nosso negócio envolve pensar o que queremos ser dentro de uma ou duas décadas A resposta a esta questão é a visão da empresa A visão da empresa pode responder a questões como o que gostaríamos de mudar o que é importante para nós ou o que fazemos melhor Fundamentalmente devemos pensar como nos vemos dentro no longo prazo Abaixo apresentamos alguns exemplos de visão de negócios de vários tipos e dimensão 7 Estratégia para a sustentabilidade de um novo negócio 110 A visão tem duas utilidades fundamentais por um lado ajuda o empreendedor a tomar decisões Se tivermos uma ideia clara do que queremos para o negócio a tarefa de decidir que recursos são necessários ou que competências procurar para a equipa ica facilitada Por outro lado a visão também é útil para a equipa para todos os que trabalham no negócio Sabendo qual é o rumo desejado todas as pessoas que trabalham na empresa icam mais aptas a orientar a sua atuação e esforços para alcançar essa ideia de o que queremos ser Para além de deinir um rumo de longo prazo para a empresa é também necessário deinir objetivos mais imediatos e concretos que ajudem a empresa a atingir a meta de longo prazo Os objetivos permitem à empresa medir o seu sucesso mas também melhorar a motivação dos seus funcionários Objetivos ambiciosos mas atingíveis levam os trabalhadores a trabalhar com mais ainco e entregaremse com mais dedicação à sua tarefa Quadro 3 Exemplos de visão empresarial da Unicer Famolde Sistema 4 Fonte Retirado dos sites das empresas referenciadas4 Unicer Onde quer que estejamos a Unicer e as nossas marcas serão sempre a primeira escolha Famolde Tornarse uma referência de qualidade no âmbito de conceção desenvolvimento e fabricação de moldes altamente técnicos de pequenas e médias dimensões destinados à injeção de termoplásticos Sistema 4 IR mais além saber reinventar surpreender diariamente trabalhar com ética e transparênciaSER uma referência regional que quer conquistar contas nacionais continuando a criar a planear e a produzir bons exemplos ESTAR sempre no sítio certo e na hora exata 111 Os objetivos a deinir devem ser especíicos de tal modo que a empresa e o funcionário compreendam claramente o que se pretende mensuráveis para que possamos veriicar claramente se foram cumpridos ou não atingíveis dado que objetivos impossíveis não conduzem a mais empenho realistas ou seja devemos dotar os funcionários dos recursos necessários para atingir o objetivo e delimitados no tempo para haver um momento claro de conclusão das tarefas O que fazemos bem Depois de deinirmos um rumo para o nosso negócio é necessário avaliarmos que recursos temos para colocar ao serviço do negócio Avaliar os nossos recursos exige um trabalho de relexão ponderação e sobretudo de grande realismo É inútil sobrevalorizar e também subavaliar os recursos de que dispomos estamos a enganarnos e a comprometer o sucesso futuro do nosso negócio Pensar nos recursos que temos disponíveis implica pensar em todo o tipo de recursos que serão necessários para o negócio Será preciso algum dinheiro mais ou menos dependendo do negócio alguns equipamentos e normalmente um local para as instalações Mas há muitos outros recursos que nós temos e que podemos colocar ao serviço do negócio E muitos dos recursos pessoais que nós temos serão mais importantes para o sucesso futuro do negócio do que dinheiro ou equipamento Tempo é o importante recurso que precisamos para colocar à disposição dos negócios Que disponibilidade temos nós para trabalhar em prol do nosso negócio É impensável pensar que o nosso negócio tenha sucesso se não estivermos dispostos a trabalhar nele Ser empreendedor exige tempo dedicação e esforço Portanto é necessário destinar parte do nosso tempo ao nosso negócio 112 Por outro lado em qualquer negócio serão necessários conhecimentos especíicos sobre como produzir um produtoprestar um serviço Numa primeira fase é habitual que o empreendedor tenha que fazer muitas atividades sendo frequentemente o único trabalhador da empresa Contudo são também necessários conhecimentos de gestão para a gestão quotidiana do negócio Preparese portanto para gerir o seu negócio através de formações livros aconselhamento de especialistas etc Não se esqueça que todo o esforço colocado em aspetos produtivos pode ser desperdiçado se não efetuar as cobranças aos clientes ou não cumprir os pagamentos a fornecedores Um recurso importante dos empreendedores é a sua rede de contatos Muitas vezes através dos contatos que detém o empreendedor pode aceder a recursos que não tem pessoalmente Conjugando os contatos com a reputação que pode ter no setor de atividade o empreendedor pode formar parcerias com clientes fornecedores e até adversários com características complementares Assim pode fazer muito mais negócios dinheiro lucro do que faria se trabalhasse sozinho Use a sua rede de contatos mas não aja com oportunismo contatando as pessoas só quando precisa delas Também a criatividade pode ser um recurso importante para o empreendedor Procurar formas diferentes de vender de se relacionar com fornecedores inovar no produto entre outros pode signiicar mais sucesso para o negócio Ainal qual é a grande diferença entre a FamilyFrost e outras empresas de alimentos congelados Apenas a forma como são vendidos os produtos porta a porta para conveniência do cliente Portanto a análise rigorosa dos recursos pessoais do empreendedor vão permitir formular um melhor plano de negócios Sabendo desde logo que recursos têm e não tem pode procurar adquirir esses recursos por exemplo fazendo uma parceria com outros empresários ou empreendedores ou contratando pessoas que tenham os recursos necessários 113 O que está à nossa volta Uma das tarefas fundamentais do empreendedor é perceber o que está à sua volta É impossível pensar em pensar a sua estratégia em fazer um plano sem analisar o ambiente em que a sua empresa está inserida Um dos aspetos a analisar é o macroambiente ou seja todas as questões que inluenciam as empresas Vejamse os casos dos ambientes políticolegal económico sociocultural tecnológico e internacional que estão em constante mutação por exemplo as taxas de juros a legislação laboral novas diretivas comunitárias novas tecnologias que alterem hábitos modas que mudem a forma como nos comportamos menos crianças a nascer etc Alterações nestes ambientes podem trazer possíveis oportunidades de mercado desde que o empreendedor esteja atento e detete essas mudanças Além de detetar oportunidades de negócio estar atento a questões como as presentes na tabela 1 permite formular melhor a estratégia tomar mais decisões corretas e a longo prazo ter um negócio de maior sucesso Tabela 1 Dimensões do macroambiente externo Politico Legal Económica Sociocultural Tecnológica Internacional Legislação laboral Incentivos Estado Cortes no orçamento de estado Entidades reguladoras Taxa de juro Preço do petróleo Taxa de semprego Taxa in lação Estilos de vida Religião Taxa de mortalidade Taxa de natalidade Nível de formação Novas tec nologias Legislação propriedade intelectual e industrial Técnicas de produção Diretivas comunitárias Guerras entre países Taxas de câmbio Circulação de capitais Fonte Adaptado de Ferreira M Santos J Reis N Marques T 2010 Gestão empresarial Lidel p 58 114 Importa realçar que o ambiente externo não é determinístico Nem todo o sucesso ou fracasso se explica pelo que está à volta do nosso negócio Se estivermos atentos observarmos e conseguirmos adaptarmonos e readaptarmonos ao ambiente externo e às suas alterações as probabilidades de termos sucesso são maiores Portanto sem uma constante atenção ao ambiente externo o sucesso empresarial está comprometido Uma forma de não i car sujeito às condições do ambiente é escolher o ambiente em que opera Por exemplo a escolha do mercado em que atua a sua relação com os fornecedores com as entidades i nanceiras clientes e concorrentes mudam o próprio ambiente em que a empresa está inserida O empreendedor deve atuar de forma a aproveitar oportunidades decorrentes das alterações e tendências aparentemente desfavoráveis Como se pode ver na i gura 1 a empresa está sobre a inl uência de variadas dimensões do ambiente externo que são precisas compreender para a correta tomada de decisão Figura 2 A empresa e o ambiente externo Fonte Adaptado de Ferreira M 2010 115 Para além da análise do macroambiente o empreendedor deve desenvolver uma análise ao nível do microambiente isto é da empresa por exemplo relação com os clientes fornecedores concorrentes Aliás a análise dos concorrentes é determinante para o sucesso do negócio Quando está a analisar os concorrentes o empreendedor deve saber responder as duas questões fundamentais Quem são E Que atividades desenvolvem Sem saber responder as estas duas questões o empreendedor não pode estabelecer a sua posição no mercado com algumas garantias de sucesso O empreendedor deve recolher informação sobre os concorrentes A informação que deve recolher é de vários tipos inanceira reputação pessoal qualiicado etc para além de conhecer em que mercados está quais os produtos que oferece que clientes serve Assim ao saber a posição dos seus concorrentes pode explorar as oportunidades que ainda estão disponíveis e por vezes evitar confrontos diretos ou repetir erros que já outros cometeram Deverá organizar a informação por exemplo como na grelha de análise da concorrência Tabela 2 para poderse comparar com os concorrentes e icar com uma ideia dos mercados a perseguir e as melhores oportunidades de mercado Tipo de recurso Nós 1 2 3 Financeiros Humanos Técnicos De reputação Organizacionais Tabela 2 Grelha de análise da concorrência Fonte Ferreira M Santos J Serra F 2010 Ser empreendedor Pensar criar e moldar a nova empresa 2º ed Edições Sílabo p 156 116 Ser único Após a análise do ambiente externo em especial dos concorrentes e dos recursos que dispõe o empreendedor deve deinir uma posição única no mercado Uma empresa sobretudo uma pequena empresa precisa de ser única para sobreviver para evitar a competição com concorrentes de maior dimensão E ser único não implica ser extravagante nem ter muitos recursos técnicos ou inanceiros Basta conjugar os recursos que temos com a informação sobre aquilo que nos rodeia e fazer algo ligeiramente diferente do que é oferecido pelos nossos concorrentes Não é possível ter sucesso nos negócios sem oferecer ao mercado produtos ou serviços diferentes dos da concorrência Por exemplo a Apple oferece aos consumidores produtos inovadores e com design único A Galp tem um número de postos de abastecimento ao público muito superior aos demais concorrentes O Instituto Politécnico de Leiria tem uma localização geográica única e com uma oferta alargada de cursos o que lhe permite sobreviver no mercado Mas pequenas empresas também necessitam de ser únicos de ser diferentes Se o seu negócio é um café como ser único Bem a localização geográica pode ser um fator de diferenciação O horário de funcionamento também pode tornarnos únicos A amabilidade e cortesia do serviço pode ser outro fator A qualidade dos produtos com produtos gourmet de alta qualidade por exemplo certamente poderá contribuir para sermos únicos O baixo preço também pode fazernos diferentes Como decidir que fator escolher A questão não tem uma resposta óbvia e não há receitas mágicas Temos que conhecer bem os nossos clientes e escolher o fator de diferenciação que eles valorizem mais Fundamental é não tentar ser diferente em tudo já que isso pode gerar confusão no cliente e comprometer o sucesso do negócio 117 No século XXI não há lugar para empresas que apenas copiem e não ofereçam algo diferente e único O empreendedor tem de conseguir oferecer ao mercado produtos serviços marcas imagem ou qualquer outro atributo que torne a sua oferta distinta dos concorrentes e que seja valorizada pelos consumidores Assim conseguem evitar a competição com concorrentes estabelecidos maiores mais poderosos e com mais recursos que podem comprometer a minha sobrevivência Ainal a frase é antiga e neste caso aplicase como em poucos É preferível ser uma peixe grande num pequeno lago do que um pequeno peixe num grande oceano Notas inais De uma forma breve estes são os pontos fundamentais que devemos considerar para pensar estrategicamente o nosso negócio Para usar estas ferramentas e colocalas ao serviço do nosso negócio para aumentar as suas hipóteses de sucesso é apenas necessário compreender convenientemente como funcionam estes mecanismos e aprender um pouco mais A formação é aliás um ponto fundamental para um novo empresário num mercado mais competitivo sobreviverão os empresários que tiverem uma boa preparação Portanto estude leia formese certamente que o sucesso do seu negócio vai reletir essa formação 118 119 8Estratégias de Marketing como forma de sustentabilidade dos negócios Alzira Maria Ascensão Marques CIGS ESTG Instituto Politécnico de Leiria É nos períodos de crise e recessão económica que os empreendedores nos surpreendem Eles conseguem ver oportunidades de mercado onde os outros vêm problemas Não se conformam aliam motivações circunstanciais a motivações profundas de independência e de crescimento económico para deitar mãos à obra e geralmente não se limitando aos recursos que têm no momento avançam acreditando que estão na presença de uma oportunidade de mercado que tem que ser aproveitada em tempo oportuno Muitas vezes vêm na falta de resposta dos governos e da sociedade em geral a problemas sociais uma oportunidade que apesar de poder ser classiicada no empreendedorismo social não quer dizer que não possa ser uma atividade lucrativa apenas quer garantir que dessa forma se está a promover o desenvolvimento da sociedade e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos O empreendedor social é alguém que para além de ter visão de negócio tem um elevado sentido de cidadania Tratase de alguém com um elevado sentido de altruísmo mas que também quer ser reconhecido pelo seu trabalho e como um agente de transformação social Geralmente o âmbito do negócio do empreendedor social é local mas movido pela sua vontade de melhorar a sociedade rapidamente se pode expandir chegando a assumir nível nacional ou mesmo internacional Da ideia ao projeto de empreendedorismo social Para se ser um empreendedor social não é necessário uma ideia completamente revolucionária a maior parte das vezes os empreendedores sociais partem de ideias já existentes e utilizam a criatividade para inovarem melhorando e aperfeiçoando processos Digamos que no empreendedorismo social o mais importante são as pessoas e o Lean thinking ou seja um modelo de liderança e de 120 gestão autoevolutivo que continuamente se melhora encorajando as pessoas a pensar e a resolver problemas criando valor O empreendedor pode utilizar a metodologia 6 sigma aplicando o conhecido método sistemático de análise de problemas e melhoria de processo O Método DMAIC Deine Measure Analyze Improve Control Assim a partir da deinição do problema social faz o levantamento da situação medindo o desempenho identiica as causas do problema e consequentemente a oportunidade de solução ou de melhoria do desempenho Esta oportunidade está na base da apresentação do seu projeto de empreendedorismo social que uma vez implementado necessita de ser avaliado para haver controlo com base na deinição de padrões de desempenho Figura 3 Método DMAIC do Seis Sigma Fonte Própria D M A I C 121 Uma vez realizado o planeamento estratégico do projeto de empreendedorismo social há que recorrer ao marketing para ajudar a promover o empreendedor e o seu projeto Para o efeito é recomendável a utilização do marketing pessoal para o empreendedor e do marketing social que deverá fazer uso de práticas de marketing relacional e viral para promover a causa social captando e idelizando os públicos estrategicamente relevantes para o desenvolvimento do negócio e da sociedade Marketing pessoal para promover a carreira de empreendedor Assim considerando o ambiente de crise e de incerteza que atinge a nossa economia particularmente o mercado de trabalho convém que o empreendedor saiba valorizar as suas qualidades pessoais valores sentido crítico visão social ideias etc É necessário investir na imagem criar conteúdo intelectual procurar valorizar aquilo que é necessário para a sua causa social A inalidade de uma estratégia de marketing pessoal é desenvolver contactos e relacionamentos importantes quer numa perspetiva pessoal quer de ponto de vista proissional É uma forma de desenvolvimento de estratégias bem deinidas com o im de valorizar e dar visibilidade a características habilidades e competências pessoais e proissionais relevantes O cineasta americano Woody Allen airma que oitenta por cento do êxito consiste em aparecer Mas é óbvio que para passarmos do ridículo ao êxito na arte de aparecer fazse necessária uma boa dose de planeamento e estratégia que são os pilares do Marketing Pessoal ou seja como destacarse no meio de tantos e atingir o sucesso global Deste modo atendendo à necessidade de lançar no mercado a sua carreira enquanto empreendedor social este deve começar por construir uma auto imagem positiva e otimista baseada na competência e na credibilidade Para isso é importante preservar as suas características evitando a busca de ser aquilo que não é Prossegue com a deinição dos seus objetivos e para cada um deles deinir as ações a implementar com a indicação 122 para cada uma delas dos indicadores métricas calendário e orçamento Por outras palavras é necessário desenvolver o seu plano de marketingdesenvolvimento pessoal Para desenvolver a sua estratégia de marketing pessoal necessita olhar para dentro de si e descobrir a sua essência a sua missão a sua razão de ser a sua inalidade a sua visão perceção discernimento inteligência valores princípios e crenças e política pessoal a sua forma de agir Obviamente que para o fazer é fundamental que que tenha uma noção concreta do momento em que se encontra a sua vida quer a nível pessoal quer no âmbito proissional O autoconhecimento é fundamental por isso importa fazer uma análise e ponto de situação para depois poder avançar para um plano estratégico de promoção pessoal e proissional ou seja preparar uma estratégia de marketing pessoal com o im de se realizar enquanto pessoa e aumentar o seu valor proissional enquanto empreendedor social Uma das metodologias que poderá utilizar para fazer esse trabalho de planeamento e avaliação da sua atividade enquanto empreendedor poderá ser o Balanced ScoreCard Pessoal Para o efeito os objetivos e os indicadores devem ser deinidos em função de quatro perspetivas Financeira Clientes Processos internos de negócio Aprendizagem e crescimento Importa pois responder às seguintes questões em função da perspetiva Financeira estabilidade inanceira Até que ponto se é capaz de atender às próprias necessidades inanceiras Clientes externa relacionamentos com esposamarido ilhos amigos colegas e com outros Como se é visto por essas pessoas Processos internos interna a própria saúde física e o estado mental Como controlar esses fatores a im de criar valor para si próprio e para os outros Conhecimento e aprendizagem Habilidades e capacidades de aprendizagem Como se aprende e como preservar o sucesso no futuro 123 Como em todas as estratégias do marketing todo produto necessita de uma boa embalagem Portanto o empreendedor precisa de ter cuidado com a sua comunicação e apresentação pessoal pois são o seu cartão de visita Deinida a estratégia de marketing pessoal operacionalizada num plano de marketing pessoal ou num Balanced ScoreCard Pessoal é altura de pensar no plano de comunicação do empreendedor para se autopromover É necessário vender corretamente a sua imagem ser competente e parecer competente é crucial para criar coniança Atualmente as redes sociais estão ao serviço do marketing pessoal dos que nelas fazem questão de manter uma presença Todavia nem sempre são bem usadas Nem sempre o peril é bem desenhado e gerido não inspirando coniança a quem o consulta A existência de uma estratégia de marketing pessoal pode ser a solução para criar uma imagem positiva através das redes sociais A coniança é uma variável muito importante no mundo dos negócios particularmente na área do empreendedorismo social Quando o empreendedor faz um bom marketing pessoal promove a coniança e a causa social criando um ambiente favorável que se traduz na captação de clientes investidores patrocinadores e adeptos para a causa social de que é empreendedor Isso aliado à prática do marketing social pode resultar no aproveitamento de sinergias e no desenvolvimento do âmbito do projeto de empreendedorismo social Marketing social para promover a causa social O objetivo do marketing social é gerar mudanças para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos Nesse sentido visa atenuar ou eliminar os problemas sociais as carências da sociedade relacionadas com as questões de higiene e saúde pública de trabalhodesemprego educação habitação habitação transportes 124 e nutrição Deste modo o marketing social tem sido deinido como a gestão do processo de inovações de cunho social a partir da adoção de atitudes comportamentos e práticas individuais e coletivas orientadas de acordo com preceitos éticos sendo estes fundamentados com base nos direitos humanos O marketing social usa os princípios e técnicas de marketing para persuadir determinados públicosalvo para que deliberadamente aceitem rejeitem alterem ou abandonem um comportamento para proveito de indivíduos grupos ou da sociedade em geral Sendo assim é fundamental deinir muito bem o públicoalvo do projeto de empreendedorismo social e conhecêlo para o envolver e comprometer com a causa social No marketing social pretendemos que o públicoalvo adira a um comportamento altere hábitos colabore com a causa social com tempo dinheiro bens etc compre o produto ou serviço com objetivo de caráter social aceite uma proposta com vista ao benefício social de alguém No marketing social as pessoas mais do que comprar produtos ou serviço compram expectativas de benefícios A elaboração da estratégia de marketing requer o desenvolvimento de um plano de marketing social Para o efeito é importante começar por especiicar os elementos centrais a causa social o promotor da mudança ou seja o empreendedor social os segmentosalvo escolhidos e as estratégias de mudança Marketing viral como ferramenta ao serviço do marketing social Existem várias formas de utilizar o marketing social O marketing relacional e viral são ótimas ferramentas ao serviço do marketing social Para a promoção da causa social são muitas vezes usadas campanhas de marketing viral O email os SMS e MMS e o You Tube são os meios mais usados para colocar em prática campanhas virais Normalmente são iniciativas do empreendedor mas depois são os públicos que recebem as mensagens que se apropriam delas e as espalham por amigos e conhecidos A combinação da 125 participação dos empreendedores sociais dos governos locais ou nacionais e dos cidadãos é fundamental para o sucesso da ideia subjacente ao projeto de empreendedorismo social Quando a ideia na base do empreendedorismo social é boa o empreendedor pode usar o marketing viral para a comunicar O marketing viral é mais poderoso que uma mensagem publicitária na medida em que está implícita uma recomendação de um amigo Aplicase a todos os públicos estrategicamente importantes para o empreendedor criando um efeito bola de neve que é de particular importância principalmente para as empresas que estão a iniciar agora a sua atividade A beleza do marketing viral é que combina rapidez economia e eicácia E em regra necessita de um investimento reduzido A velocidade a que o marketing viral pode propagarse é inimaginável e tudo porque aproveitou o poder das redes sociais de passapalavra que têm por base uma recomendação pessoal implícita O marketing viral pode ser descrito como uma forma de encorajar os utilizadores da Internet a passarem mensagens de marketing para outros criando assim uma audiência de grande dimensão com crescimento exponencial para essas mensagens como se se tratasse de vírus biológicos ou mesmo informático Deste modo o marketing viral cria uma rápida adoção através das redes de passapalavra Godin defende que uma ideia vírus é uma forma de marketing Segundo o autor as empresas não ganham com melhores entregas ou fabricando melhor ganham sim com um melhor marketing porque marketing é espalhar ideias e estas são o ponto de partida para a entrada das empresas na arena da competição Embora o marketing viral seja um conceito relativamente novo existem algumas regras básicas de sucesso tem de ser fácil para os seus clientes propagarem a mensagem o seu vírus deve ser embrulhado em algo que as pessoas considerem valer a pena 126 transmitir a sua transmissão tem de ser gratuita o conceito não funciona com qualquer produto mas para as causas sociais parece o ideal O marketing viral também possui o seu lado negativo Ao inundar repentinamente um dado segmento de mercado com produtos ou serviços grátis ou de baixo custo podese reduzir drasticamente as receitas desse segmento Por outro lado um crescimento extremamente rápido implica igualmente um risco caso o empreendedor não tenha capacidade de resposta ao aumento do número de clientes Uma ação de marketing viral pode igualmente tornarse negativa se for demasiado longe e irritar os clientes As técnicas virais servem para espalhar informações de marketing e não para fechar vendas Outro risco é a possibilidade de se iludir um grande número de clientes com um produto de inferior qualidade Um mau produto ou serviço jamais se transforma num bom não importa quanta publicidade se venha a fazer A imagem de uma campanha de marketing a expandirse como um vírus é forte E uma das suas vantagens é que ela reairma um lugarcomum do marketing nada tem tanto sucesso como o próprio sucesso Quanto mais pessoas usarem algo mais pessoas desejarão aderir 127 128 129 9Importância das novas tecnologias de informação e comunicação para a sustentabilidade dos negócios João Emanuel Gonçalves S Costa ESTM Instituto Politécnico de Leiria Rui Rijo ESTG Instituto Politécnico de Leiria No contexto atual as sociedades progridem para uma economia baseada no conhecimento e as evoluções tecnológicas e sociais exigem novas formas de acesso à informação O avanço e disseminação das Tecnologias de Informação e Comunicação constituem um motor poderoso para a emergência de novas perspetivas de comunicação A evolução tecnológica está a alterar a forma de disponibilizar e apresentar conteúdos e dentro destas evoluções destacase o crescimento e a aceitação da Internet A disseminação da Internet devese ao fato de cada vez mais existirem interfaces de utilização mais soisticados à facilidade de aquisição de computadores pessoais e à proliferação de conteúdos cada vez mais multimédia As tecnologias de informação possibilitam difundir conteúdos de alta qualidade com recurso à Internet de uma forma simples rápida e extremamente eicaz As ferramentas baseadas na Web removem a barreira da distância permitindo o acesso à informação e recursos ao nível mundial O mundo digital chegou e está para icar as novas tecnologias estão presentes em praticamente todas as áreas de negócio e normalmente o tecido empresarial é o primeiro a adotalas Atualmente as tecnologias são muito complexas obrigando a constantes reposicionamentos no mercado Hoje em dia existem ferramentas de comunicação disponíveis online bastante lexíveis e interativas que permitem a comunicação bidirecional e conhecer o peril do consumidor permitindo produzir de uma forma individualizada e à medida do consumidor revelandose numa oportunidade de negócio 130 A presença online amplia as formas de comunicação e de relacionamento com os clientes A ininterrupta e rápida atualização dos conteúdos é um fator chave de sucesso que contribui para a construção dos valores da marca e na poupança de tempo e dinheiro tanto das empresas como dos clientes No processo de aquisição de um determinado produto ou serviço o primeiro passo é pesquisar na Internet e desde a primeira visita é importante atrair os potenciais clientes Por vezes apresentar o conteúdo no momento certo e em diversos formatos poderá inluenciar no processo de compra Para isso é importante adaptar a navegação às necessidades dos clientes e combinar de uma forma harmoniosa com os objetivos da empresa A luidez e rapidez na navegação são também fatores preponderantes Contudo é imprescindível que haja sintonia e complementaridade entre a componente online e ofline As estratégias de comunicação online tendem a ser cada vez mais segmentadas e direcionadas de forma a captar o público alvo A presença online das empresas é sem dúvida uma das principais prioridades No entanto monitorizar e analisar a sua notoriedade online é indispensável Existem técnicas de Search Engine Optimization que garantem o seu posicionamento nos motores de busca com a inalidade de aumentar o número de visitas e consequentemente atrair potenciais clientes A adesão a campanhas costperclick é também uma estratégia que se for bem concebida poderá reverter em resultados proveitosos Para além disso existem variadas plataformas de partilha e publicação de conteúdo online que permitem alcançar o potencial cliente No entanto considerando a quantidade de informação com que nos deparamos diariamente a credibilidade e veracidade dos conteúdos são fatores cruciais para os consumidores De forma a conhecer melhor os clientes e a criar novos canais de comunicação com recurso aos meios digitais existem variadíssimas ferramentas disponíveis online Permitindo identiicar antecipar e satisfazer de forma eiciente as necessidades dos clientes 131 Para a identiicação das necessidades recorrese à informação proveniente de comentários consultas solicitações reclamações chat padrões de venda e inclusive à web analytics Existe uma proliferação de linhas de pesquisa que fornecem gratuitamente as necessidades dos clientes Para a antecipação das necessidades é importante envolver o cliente numa dinâmica de diálogo baseada na coniança recorrese também a técnicas de peris às cookies e iltragem colaborativa Para administrar toda a informação proveniente de fontes distintas existem suportes tecnológicos que permitem gerir a relação com os clientes Customer Relationship Management Muitas empresas têm politicas de promoção online cujo modelo adota um formato exponencial Face ao volume de informação que se gera levou a que os potenciais consumidores tenham aguçado a sua capacidade de seleção da informação Para captar a preferência e idelização dos clientes é importante recorrer a estratégias inovadoras que solucionem os problemasnecessidades dos clientes que sejam diferenciadas face à concorrência que os clientes lhes atribuam valor e considerem pertinentes Em determinados casos alienar atividades não lucrativas ao negócio que satisfaçam os clientes também contribuem para a sua idelização Oportunidades de nichos de mercado com recurso à Internet Chris Anderson é o autor do livro The Long Tail Why the Future of Business is Selling Less of More Este livro aponta para as oportunidades dos mercados de nicho utilizando as novas tecnologias Produtos de nicho com um número reduzido de consumidores tendem a ser excessivamente caros caso os consumidores estejam dispostos a pagar os produtos ou a não existirem de todo porque os custos de produção e de comercialização tornam o produto não comercializável Com um elevado número de consumidores o custo de produção e de comercialização baixa signiicativamente tornando o produto comercializável 132 Chris Anderson no seu livro dá um exemplo de um disco Há uns vinte anos atrás caso um disco não tivesse um número bastante assinalável de vendas não se conseguia ter qualquer lucro Os custos de produção de um disco a tecnologia e os técnicos envolvidos eram elevados e a sua distribuição envolvia uma cadeia de distribuição pesada Hoje com as novas tecnologias de produção e de distribuição via Web o número de clientes necessário para que um disco seja lucrativo é substancialmente menor Para além disso sendo que a distribuição pode ser realizada por meios digitais o somatório de todos os potenciais clientes em todo o Mundo com acesso ao disco aumenta consideravelmente Deste modo recorrendo a tecnologias de produção com baixos custos com a divulgação suportada em meios digitais e com a distribuição de pequenos pacotes via empresas logísticas como a UPS os CTT ou outros conseguese atacar mercados de nicho com elevado potencial de crescimento e sustentabilidade Anderson refere que as opções de consumo não só estão cada vez menos condicionadas pelos grande media como a televisão e a rádio como estão mais ligadas à Internet e às redes sociais Deste modo os consumidores têm mais fontes de opções indo à procura de informação cada vez mais de acordo com as suas motivações pessoais e cada vez menos de acordo com o que é oferecido pelo canais mainstream Esta circunstância tem como consequência de que o leque das opções é mais aberto e por isso o mercado de nichos mais evoluído e apetecível eparadoxalmente mais barato Sendo que os meios de produção e distribuição estão hoje amplamente suportados em soluções de base tecnológica discutiremos na próxima secção algumas questões a analisar aquando da escolha da tecnologia a adquirir Aspetos a considerar na adoção das TIC Três dos aspetos mais importantes na adoção de tecnologias são o correto alinhamento das tecnologias com a organização a decisão 133 sobre a aquisição de um produto comercial ou feito à medida e a identiicação do custo total de posse Total Cost of Ownership TCO e de aquisição dessa mesma tecnologia O primeiro aspeto tem que ver com o responder à questão Qual a tecnologia de que a minha organização necessita para o meu negócio A resposta a esta questão pressupõe conhecer a resposta a três outras questões Qual a visão que tenho para o meu negócio Qual a missão da minha organização e Qual a estratégia Que em conjunto permitem à organização saber Onde estamos Para onde queremos ir e Como vamos lá chegar A tecnologia não é um im em si é um meio para atingir objetivos Assim dependendo dos objetivos poderá ser necessário uma ou mais tecnologias de suporte Inúmeros estudos indicam que a mera adoção da tecnologia não se traduz necessariamente em lucro para as organizações O que permite tornar a empresa competitiva é isso sim a correta adoção da tecnologia Para isso é necessário que esta esteja alinhada com a estratégia da organização e com as suas características especíicas como entre outras o nível de familiaridade que os seus elementos têm com a tecnologia a motivação da equipa ou ainda a estrutura e a cultura organizacionais Outra questão se coloca à organização é a aquisição de um produto comercial ou o desenvolvimento de uma aplicação sistema especíico Usualmente é preferível sempre que possível e adequado a aquisição de uma solução comercial que permita a parametrizaçãocustomização para a situação especíica da realidade de cada organização Com esta abordagem é garantida a evolução da solução para novas funcionalidades o suporte técnico e a utilização de processos padrões da indústria em consideração disponibilizados pela própria solução Esta opção pode ser questionada quando a própria solução especíica representa a vantagem competitiva da organização face à concorrência ou quando o mercado ainda não tem maturidade e as soluções disponíveis não cobrem a maioria das necessidades críticas da organização 134 O terceiro aspeto tem que ver com o custo associado à tecnologia a adotar Aqui é necessário não só avaliar os custos iniciais de investimento mas também os custos indiretos desse investimento É usualmente aqui que a organização tem mais diiculdades deparandose posteriormente com um custo total com o qual não contava Na realidade estimase que os custos com hardware e software representam apenas 20 dos custos totais de uma solução Há um conjunto de outros custos que é necessário contabilizar se necessário pedir mesmo cotações aos fornecedores relativos à formação instalação da solução suporte técnico manutenção e evolução da solução custo energético e de espaço Para além destas questões é sempre necessário quando se está a ponderar adquirir uma solução colocar as seguintes questões a solução integrará soluções já existentes na organização Se a resposta for positiva será então necessária uma estimativa para esses serviços de integração será necessário migrar dados para esta solução Se sim será então necessária um estimativa para os serviços de migração dos dados a minha rede e os meus computadores têm as características adequadas para esta nova solução Se a resposta for negativa será então necessário adicionar ao custo da solução o custo com novosupgrade de hardware eou software e de rede A resposta a estas questões e os aspetos anteriormente apresentados permitem calcular o custo total de posse e de aquisição da tecnologia Na subcapítulo que se segue apresentam se as tendências de oferta de soluções comerciais atualmente a despontar Tendências das soluções empresariais cloud computing Cloud computing referese à possibilidade de oferta de recursos como entre outros de servidores de espaço em disco de aplicações ou mesmo serviços especíicos a pedido Estes serviços encontramse na cloud nuvem ou seja são 135 acedidos através de uma ligação em rede em que o utilizador estipula em cada momento o serviço e a quantidade que necessita desse serviço podendo ajustála em qualquer momento Esta é apontada como uma das fortes tendências já realidade mesmo da oferta das Tecnologias de Informação e Comunicação Os tipos de serviço oferecidos seguem na sua essência quatro modelos Data as a Service DaaS Infrastructure as a Service IaaS Software as a Service SaaS e Pltaform as a Service PaaS Data as a Service consiste na disponibilização de um serviço de espaço em disco na nuvem Associado à utilização de espaço em disco estão associados serviços de backup e de controlo de versões dos documentos armazenados Data as a service é considerado um tipo especíico de Infrastructure as a Service IaaS prendese com a disponibilização de recursos virtuais como capacidade de processamento CPU memória RAM e espaço em disco onde é possível instalar e executar aplicações eou um sistema operativo especíico Os números e o tipo recursos são coniguráveis Software as a Service referese à utilização de software através de acesso remoto sem necessidade de uma instalação em máquinas locais Platform as a Service é por im a utilização de plataformas de desenvolvimento de software através da nuvem sem a necessidade de instalação local A grande vantagem destes modelos é a sua lexibilidade ou seja a entidade empresarial ou individual que necessita destes recursos pode utilizar mediante pedido apenas o que necessita no momento Assim evitase a necessidade de elevados recursos inanceiros para poder usufruir de recursos como espaço em disco servidores aplicacionais licenças de software atualizações de software entre outros À medida que o negócio cresce as necessidades poderão ser devidamente ajustadas sem que isso exija a compra de novo material ou a interrupção de serviço causado por um upgrade à infraestrutura Por im é possível utilizar somente os recursos que são necessários num determinado momento Em situações de pico 136 de produção ou outras advindas de uma sazonalidade do negócio os recursos serão devidamente ajustados às necessidades reais Para além da lexibilidade as necessidades de manutenção da infraestrutura reduzemse substancialmente estando já incluídas no preço do serviço prestado Esta será assim uma hipótese a ter em consideração na deinição das necessidades e soluções para usufruir da tecnologia tão essencial hoje em dia a qualquer negócio 137 138 139 Mário Carvalho GITUR ESTM Instituto Politécnico de Leiria Este manual deverá constituirse como forte apelo à capacidade de intervenção de todos os stakeholders promovendo não só novos conceitos como remetendo as organizações para oportunidades empresariais conquistando sustentáveis horizontes O manual Empreendedorismo Social transcorre da compilação de contributos desenvolvidos por responsáveis docentes e quadros da AIRO CTCOTIC IAPMEI e IPLeiria Visa facilitar o desenvolvimento sustentável das atividades empresariais possibilitando que atuais e potenciais empreendedores superem fraquezas alavanquem forças e transformem as ameaças em oportunidades O presente projeto deverá sensibilizar e esclarecer a sociedade quanto à importância e contributo do empreendedorismo social enquanto inestimável ferramenta para a criação de emprego e riqueza nos territórios O futuro passará pela viabilidade das economias colmatando problemas sociais e promovendo a sustentabilidade numa aldeia cada vez mais global O empreendedorismo social é inquestionavelmente uma ferramenta de enorme transversalidade que cruza campos tão distintos como a preservação ambiental a criação de valor nas empresas e a criação de oportunidades para jovens e desempregados O empreendedorismo social é a expressão sócio económica que melhor responde aos problemas das sociedades com particular destaque para os países desenvolvidos contudo o Empreendorismo Social terá que deinitivamente adoptar ferramentas de gestão não só atuais como especialmente competitivas Se em França no século XVII empreendedor aigurava alguém que 10Abordagem conclusiva ao Empreendedorismo Social nas áreas abordadas no manual 140 criava um negócio ou empreendia um projeto ou uma atividade económica signiicava também estimular o progresso económico com o recurso a novas e eicazes formas de fazer coisas No século IXX Jean Say11 economista francês deiniu empreendedor como as pessoas que criavam valor dado que alocavam os recursos económicos de áreas de baixo rendimento económico para áreas de produtividade mais elevada Os tradicionais empreendedores sujeitos à disciplina do mercado têm na criação de riqueza a escala que mede o seu sucesso o que signiica deslocar os recursos para as plataformas economicamente mais produtivas sob pena de serem empurrados para fora do negócio No século XX o economista Joseph Schumpeter12 descrevia os empreendedores como elementos inovadores que procuravam a destruição criativa do capitalismo Segundo Joseph a função dos empreendedores era revolucionar os padrões da produção combinando capital e trabalho produzindo algo verdadeiramente inovador Segundo Schumpeter a inovação pode advir de diferentes circunstâncias pois inovar não signiica forçosamente inventar algo completamente novo inovar pode signiicar a aplicação de uma ideia já existente num novo formato ou numa nova situação As inovações podem ainda decorrer da forma como se estruturam os negócios ou como se consegue obter determinados recursos 11Pela teoria de Say não existem crises de superprodução geral uma vez que tudo o que é produzido pode ser consumido dado que a procura de um bem é determinada pela oferta de outros bens A oferta agregada é sempre igual a procura agregada Say acreditava ser possível que certos setores da economia tivessem relativa superprodução em relação aos outros setores que sofressem de relativa subprodução 12Joseph Schumpeter nasceu no território do extinto Império AustroHúngaro atualmente República Checa em 1883 Começou a lecionar antropologia em 1909 na Universidade de Czernovitz e três anos mais tarde na Universidade de Graz Com a ascensão do nazismo teve que deixar a Europa e rumou aos Estados Unidos onde se assumiu como docente na Universidade de Harvard Permaneceu ali até sua morte em 1950 141 O empreendedorismo segundo Ferreira Santos Serra 2008 é um processo que aproveita e procede a multialterações culturais politicas infraestruturais e institucionais induzindo comportamentos e estímulos promovendo a inovação a melhoria de processos de serviços e produtos acelerando o processo de modernização e o desenvolvimento económico das sociedades Os empreendedores são assim indivíduos que se caracterizam por conceberem novos produtosserviços introduzirem novos modelos de produção desenvolverem novos mercados descobrirem novas fontes de matériasprimas e deinitivamente estabelecerem novos modelos de organização O fenómeno do empreendedorismo social surge naturalmente num encadeamento de enormes desaios sociais e ambientais que inquestionavelmente são alavancados pelas fortes crises sócioeconómicas generalizadas A crescente popularidade do empreendedorismo social tem sido acompanhada por um conjunto de análises misturando e combinando um diversiicado leque de ideias O empreendedorismo social tem provocado uma invulgar dinâmica de ideias remetendo a discussão para um clima de constante dissonância no que concerne à deinição do conceito Nicholls 2006 Existe uma enorme diiculdade para se determinar onde e quando aplicar o termo Zahara et al 2009 Mair Marti 2006 O conceito sofre de uma diiculdade a que Weinert apelida de inlação conceptual onde a inexactidão na deinição é paradoxalmente perseguida por um excesso de signiicado resultante dos inúmeros contextos em que o termo empreendedorismo social é largamente aplicado Weinert in Rychen 2001 O Empreendedorismo Social sinónimo de organizações sem ins lucrativos é um vasto campo de análise cientíica e intervenção política atraindo a atenção das sociedades Martin Osberg 2007 Nicholls 2006 Segundo Stryjan 2006 e Sullivan Weerawardena 2003 o Empreendedorismo Social é 142 uma ferramenta de grande relevância pois constituise como a adequada resposta para parte dos problemas sócioeconómicos dos territórios colmatando a improiciência dos Estados As organizações comerciais e as ONGs convergem naturalmente para metas comuns especialmente no que concerne à missão e visão Dees 2001 2009 Mair Marti 2006 O empreendedorismo social tem vindo a conseguir de forma eicaz congregar as instituições comerciais às organizações semins lucrativos conferindo às últimas um caráter não só mais inovador como especialmente dinâmico Martin Osberg 2007 Os investigadores Roberts Woods 2005 sustentam que o Empreendedorismo Social está inequivocamente presente nas sociedades contudo Nicholls 2008 airma que apenas na década de 90 os investigadores e políticos passaram a interessarse pelo Empreendedorismo Social surgindo na Europa a Emergence of Social Enterprises in Europe13 extraordinário exemplo de uma organização que desenvolve um trabalho de elevada importância para as sociedades e demais territórios Infelizmente ainda é recorrente confundirse empreendedorismo social com caridade só com estratégias de forte intervenção mediática será possível promover a mudança de mentalidade Para os empreendedores sociais a missão social terá que ser explícita e central sendo a transformação da realidade social a escala de avaliação para os seus projetos os retornos sociais de longo prazo são a medida de sustentabilidade A singularidade do Empreendorismo Social tem crescido de forma inequívoca e sustentável são não só numerosas as citações em inúmeras obras e trabalhos cientíicos como se assiste a um profundo interesse da generalidade dos investigadores e comunidade académica 13 Conjunto de organizações cujo objetivo explicito se centra no benefício da comunidade Estas organizações criadas por grupos de cidadãos têm balizas para o retorno do investimento ié os resultados estão sujeitos a limites 143 A Ashoka14 aparece como grande exemplo deste formato sendo que em 2007 apoiava cerca de 2000 empreendedores sociais Recentemente lançou o programa SFS Social Financial Services em parceria com grandes organizações financeiras estimulando o investimento e desenvolvimento de novos serviços com particular destaque para a cidadania A Ashoka criou também a Global Academy cujo objetivo passa pela promoção do Empreendorismo Social envolvendo a participação de stakeholders empresariais e sociais Na sequência deste projeto foi produzido o The Social Entrepreneurship DVD Series15 excecional ferramenta de dinamização que utilizando testemunhos vários alavanca e desenvolve processos de inovação social Esta ferramenta com cerca de 17000 exemplares vendidos é utilizada em 70 universidades de 40 países A Global Academy em parceria com a Universidade de Oxford criou a University Network uma rede universitária composta por docentes que têm a intensificação do ensino e investigação do Empreendorismo Social como capital objetivo De 2013 em diante a Ashoka espera conseguir anualmente eleger cerca de 500 novos membros com especial enfoque para países como a Republica Popular da China Por outro lado prevê o desenvolvimento de um conjunto de soluções auto organizáveis autoaplicáveis e autossupervisionáveis que possam intervir em distintos setores gerando uma sociedade onde todos possam ser agentes de mudança Nos EUA em 2006 a sociedade civil enquadrou esta visão numa perspetiva 14A Ashoka criada em 1980 pelo norte americano Bill Drayton é uma organização mundial sem ins lucrativos composta por mais de 2700 empreendedores de 70 países É pioneira no campo da inovação social e apoio aos empreendedores sociais A Ashoka foipioneira na criação do conceito e caracterização do empreendedorismo social onde os empreendedores fazem parte de uma rede mundial de intercâmbio de informações colaboração e disseminação de projetos 15httpwwwyoutubecomwatchvTQnYEzCVIGA 144 de elevada responsabilidade social pois mais de 19000 licenciados incluindo 10 dos finalistas de Yale e Dartmouth candidataramse ao Tech for America16 O Bridgespan Group empresa de consultoria ligada à Bain Company17 que promove assistência estratégica às organizações de ação social recebeu 1800 candidaturas para 18 vagas Em 2005 a StartingBloc18 que atrai estudantes socialmente responsáveis e jovens proissionais que ambicionam seguir carreiras numa economia globalmente justa conirmou a existência de mais de 2400 candidatos Em 2003 a StartingBloc tinha registado apenas o interesse de 200 estudantes Nos Estados Unidos da América inúmeros os proissionais de meiaidade que optam por atividades proissionais com impacto social a encore caree segundo uma pesquisa consumada pela MetLife Foundation19 e Civic Ventures20 existem 9 milhões de pessoas com idades compreendidas entre 44 e 70 anos com 16 Organização fundada em 1989 por Wendy Kopp que recruta recémlicenciados para que nos seus dois primeiros anos de atividade proissional se dediquem ao ensino de crianças desfavorecidas 17A Bain Company uma das maiores consultorias de gestão no mundo defende o princípio de que os consultores devem ser medidos pelos resultados inanceiros gerados nos clientes Tem como grande propósito a prestação de serviços de gestão de consultadoria incluindo serviços de assessoria em matérias de natureza estratégica técnica contabilística económica e inanceira 18Desde 2005 que a StartingBloc forma líderes selecionando jovens lideres de todo o mundo Os jovens depois de formados não só estão preparados para enfrentar os desaios globais como acedem a uma comunidade muito envolvente e caracterizada por ser socialmente inovadora Os jovens após a conclusão do curso juntamse á rede global da StartingBloc que é constituída por 1500 bolsistas presentes em 221 universidades de 54 países 19MetLife Foundation foi criada pela MetLife para continuar a longa tradição de contribuição e participação com a comunidade doações apoio à saúde educação e programas sociais A Fundação contribui ainda para o desenvolvimento de projetos culturais com especial ênfase para a criação de novas oportunidades para jovens 20Civic Ventures organização sem ins lucrativos vocacionada para a geração do baby boom é formada por professores com mais de 50 anos de idade e utiliza redes sociais para discutir entre grupos comunidades e público alvo num ambiente seguro e livre de spams 145 carreiras proissionais de forte impacto social e ainda cerca de 31 milhões de candidatos interessados em recolocações proissionais nos referidos parâmetros Em Portugal existe uma forte consciência da importância do Empreendorismo Social enquanto solução para os problemas sociais a partilha e a cumplicidade passaram deinitivamente a ser conjugados no presente As hortas urbanas são não só um fantástico e recente exemplo de Empreendorismo Social como traduzem uma enorme transversalidade de boas práticas O fenómeno no atual igurino surgiu nos países do norte da Europa na segunda metade do século XIX como resposta à crescente diminuição dos espaços verdes das zonas citadinas Na Alemanha o cultivo de legumes em hortas urbanas acontece desde 1864 aquando da criação da primeira associação Schreberverein na cidade de Leipzig Esta prática de empreendorismo verdadeiro movimento social sofreu um enorme incremento no rescaldo das grandes guerras do século XX Por outro lado se a Dinamarca é o país europeu com a maior percentagem de hortas urbanas a Holanda caracterizase por produzir cerca de 33 dos seus legumes em hortas das grandes cidades As hortas urbanas têm ainda elevado sucesso em grandes cidades como Los Angeles Chicago Londres e Sampetersburgo Em Portugal este modelo de empreendorismo com forte cariz social é praticado em larga escala por indivíduos com atividades proissionais nos serviços e na indústria A coexistência de espaços agrícolas no interior das cidades é atualmente uma realidade As grandes metrópoles Lisboa Coimbra e Porto apresentam inúmeros projetos de hortas urbanas onde a agricultura biológica assume especial destaque As hortas urbanas não só são uma excelente forma para equilibrar as inanças das famílias como uma interessante resposta para contrariar a atual dependência do consumo de alimentos importados As hortas urbanas constituem ainda um forte contributo para o 146 aumento da autoempregabilidade como excelente ferramenta para de forma generalizada resolver situações de stress Por outro lado a competitividade das organizações passa por estimular e valorizar as relações com os territórios Para o efeito tornase evidente a importância de contratar pessoas serviços e matériasprimas localmente O recrutamento de ilhos da terra não só induz maisvalias nas operações como signiica um aumento da competitividade das empresas Apelar aos recursos locais contribui de forma decisiva para uma efectiva diferenciação já que os clientes valorizam os recursos autóctones ié todos os que encerram forte autenticidade Na generalidade existem interessantes e múltiplos casos estudo que apontam o Empreendorismo Social como solução para distintos problemas de cariz social Contudo e para que o modelo funcione é fundamental que o ensino privilegie o empreendedorismo replicando saberes conceitos e estratégias requaliicando competências rumo á sustentabilidade Por defeito as organizações deverão valorizar o que é obtido produzido e comercializado localmente Ainda que esta estratégia possa ser acompanhada por outras tornase evidente a sua importância para o estímulo e desenvolvimento dos territórios dado que cria e expande modelos de negócio sustentáveis e naturalmente duradouros 147 148 149 Anexo 1 Processo do Empreendedor21 Victoria Sirghi Dumitru mestranda em Marketing e Promoção Turística ESTM Instituto Politécnico de Leiria Mário Carvalho GITUR ESTM Instituto Politécnico de Leiria São múltiplos os fatores que podem inluenciar o empreendedorismo nomeadamente ambientais pessoais e económicos Na base destes fatores estão por defeito ideias inovadoras e oportunidades que de forma natural conduzem os empreendedores à criação e desenvolvimento de negócios Para se adotar uma posição empreendedora importa respeitar quatro distintas fases 1Identiicar e avaliar a oportunidade nesta fase deverá ser feita uma análise ao mercado e aos concorrentes Deverão ser identiicadas as oportunidades as ameaças as forças e fraquezas do potencial negócio a criar É também crítico a identiicação e caraterização dos potenciais interessados clientes dos produtosserviços Também terá que ser levado a efeito a determinação das etapas do ciclo de vido do produto Introdução Crescimento Maturidade e Declínio Se tais informações não forem preconizadas é bastante provável que o empreendedor entre no mercado com um produto que não coincide com as necessidades da procura ié com o desejo dos clientes e portanto se arrisque a ter que abandonar o projeto negócio 2Desenvolver o plano dos negócios o sucesso do negócio depende do planeamento estratégico do empreendedor da gestão empresarial dos recursos humanos e das estratégias de marketing 21Elaborado com base no Manual do Empreendedor IPLeiria 2007 150 3Determinar e captar os recursos necessários identiicar e alocar as melhores alternativas operacionais rumo a uma ótima relação do rácio custobenefício 4Gerir a empresa criada A gestão é a atividade mais crítica na atividade empresarial Uma má ou inadequada gestão leva as empresas ao declínio Dada a global e forte concorrência a gestão empresarial das organizações deverá necessariamente apostar em estratégias que acrescentem valor para os clientes Ideias oportunidades e empreendedorismo Em empreendedorismo uma ideia não signiica forçosamente uma oportunidade de negócio Para se empreender um projeto as ideias terão que ser sujeitas a uma avaliação só assim se poderá perceber se a mesma encerra uma oportunidade de negócio Conforme o Manual do Empreendedor IPLeiria publicado em 2007 as ideias deverão ser analisadas da seguinte forma Qual a ideia que o mercado circunda Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio Quais vantagens competitivas que a ideia trará ao negócio Qual a equipa que vai transformar a ideia no negócio Qual o retorno económico que a ideia poderá proporcionar Proteção da Ideia Se a ideia encerra um negócio com forte probabilidade de sucesso será então necessário iniciar o processo de propriedade intelectual e propriedade industrial Conforme o art1º do Código de Propriedade Industrial do Decretolei nº362003 de 5 de março a propriedade Industrial pode ser protegida em três critérios Proteção de Invenções Patentes Modelos de Utilidade 151 Proteção do Design Desenhos ou Modelos Proteção de Sinais Distintivos Marca Logótipo Nomes Insígnias de Estabelecimento Localizações Geográicas entre outras O processo empreendedor tem ainda presente o plano do negócio que reporta para o planeamento das empresas Este plano tem como grande objetivo testar o conceito do negócio orientar o desenvolvimento de estratégias atrair recursos inanceiros transmitir credibilidade e desenvolver a equipa de gestão Um plano de negócio deverá conter os seguintes pontos Introdução o sumário deverá conter uma breve apresentação da empresa descrição da ideia inicial apresentação do conceito de negócio deinição da proposta de valor e determinação do valor acrescentado a oferecer aos clientes Apresentação da empresa identiicação da empresa identiicação dos promotores Análises do Meio Envolvente descrição dos fatores que afetam a funcionalidade das empresas tais como os demográicos políticos económicos sociais culturais ambientais e tecnológicos entre outros Análise do ambiente externo oportunidades e ameaças Análise do ambiente interno em concreto forças e fraquezas Análise das cinco forças de Porter nomeadamente poder dos fornecedores poder dos clientes produtos substitutos atuais e novos concorrentes Análise do Mercado análise do mercado procura e oferta Estratégia da Empresa deinição da Visão e Missão objetivos a atingir diferenciação e estratégias adotadas Todas as empresas deverão identiicar e deinir a sua Missão e Visão Não é possível um plano de negócio sem que se efetue uma análise SWOT Esta ferramenta ajudará a analisar o ambiente interno e o ambiente externo identiicando as oportunidades as 152 ameaças as fraquezas e as forças O Plano de negócio engloba um conjunto de planos empresariais entre outros O Plano de Marketing onde se deinem as estratégias do Marketing Mix nomeadamente a política do Produto Preço Distribuição e Comunicação O Plano de Organização e Recursos Humanos englobando o conjunto de atividades e competências da organização O Plano de Produção ou de Operação analisa as questões de Como Onde Quando e Quanto fabricar Plano Económico Financeiro onde serão analisados os planos de inanciamento planos de investimentos planos económicos e inanceiros planos de tesouraria e demais rácios e indicadores de gestão Calendário de execução pode recorrerse a um diagrama de Gant ferramenta utilizada para ilustrar as diferentes etapas de um projeto Para a constituição legal de uma empresa as empresas devem observar um processo de 12 passos Escolher a forma jurídica da organização a constituir Identiicar a irma escolher o nome da irma Pedido do Certiicado de Admissibilidade de irma ou denominação de pessoa coletiva e Cartão Provisório de Identiicação da Pessoa Coletiva Elaboração dos estatutos da sociedade ou Pacto Social da empresa Deposito do capital social numa conta a criar numa instituição bancária Marcação da Escritura Pública Celebração da Escritura Pública Declaração do Inicio de Atividade Requisição do Registo Comercial Publicação e Inscrição no RNPC cartão deinitivo de pessoa coletiva 153 Pagamentos com 3 cheques diferentes dos serviços prestados pela Conservatória Registo Comercial RNPC INCM Inscrição na Segurança Social Pedido de Inscrição no Cadastro Comercial ou Industrial O empreendedor terá ainda que deinir como criar a empresa nomeadamente se 1Cria e desenvolve a empresa sem qualquer sócio num cenário de empresa em nome individual onde as suas responsabilidades são ilimitadas 2Desenvolver a empresa em conjunto ou seja uma sociedade em nome coletivo sociedade por quotas com um mínimo de 2 sócios cujas responsabilidades são limitadas ou uma sociedade anónima com um mínimo de 5 sócios ou em sociedade comandita com um número mínimo de 5 sócios em comandita simples 2 sócios onde cada um responde pela sua entrada sociedade anónima europeia onde cada acionista é responsável pelo limite do capital por si subscrito Terminologia utilizada numa linguagem de negócio São diversas as terminologias utilizadas tais como Ativo aquilo que a empresa realmente tem instalações equipamentos marcas valores monetários valores a receber de clientes mercadorias matérias primas Atributos características dos produtosserviços percepcionadas pelos clientes Brifing contem informações relativamente ao produto ao mercado e aos clientes da empresa Canal de Distribuição meios utilizados para fazer chegar os produtosserviços aos clientes inais CRM conjunto de estratégias tecnologias utilizadas para criar valor junto do cliente e idelizalos Estratégia Push empurrar o produto através dos meios de distribuição para que chegue ao cliente inal Estratégia Pull estratégia de Marketing assente na marca e na sua politica de comunicação cujo objectivo passa por fazer os clientespedirem 154 o produto ou serviço por força da forte pressão publicitária ou de campanhas promocionais Estudo do Mercado analisa a dimensão do negócio as estratégias de marketing a aplicar o publico alvo a atingir Segmentos de Mercado conjunto de clientes agrupados organizados por diferentes fatores demográicos tais como peril idade agregado familiar rendimento familiar estatuto social Gama de produtos diferentes modelos tipos de produtos comercializados pela empresa Gama de serviços serviços fornecidos pela empresa Know How SaberFazer Key Players concorrentes diretos Concluiuse que são vários os passos para empresarialmente se empreender As etapas são parte integrante dos processos o que signiica que não é possível construir e evoluir para estratégias de sucesso se tais variáveis não forem atendidas Só é possível implementar um negócio com sucesso se antecipadamente os objetivos estiverem não só detalhadamente enunciados como devidamente quantiicados Só desta forma será possível a sustentabilidade num planeta cada vez mais global e concorrido 155 156 157 Contactos Criação e Edição do Manual de Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica AIRO Associação Empresarial da Região Oeste Edifício do Centro Empresarial do Oeste Rua Infante D Henrique 2500218 Caldas da Rainha Portugal Telefone 351 262 841 505 Fax 351 262 834 705 EMail airooestenetvisaopt Site wwwairopt IPL Instituto Politécnico de leiria CTCOTIC Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento do instituto de Leiria Campus 5 Rua das Olhalvas 2414016 Leiria Portugal Telefone 351 244 845 054 Fax 351 244 845 059 Email oticipleiriapt wwwipleiriapt Entidades de apoio ao empreendedorismo da Região Centro ABAP Associação do Beira Atlântico Parque Rua do Matadouro 3070426 Mira Portugal Telefone 351 231 489 030 Fax 351 231 489 037 EMail contactoaibappt Site wwwaibappt AIRV Associação Empresarial da Região de Viseu Edifício Expobeiras Parque Industrial de Coimbrões 3500618 Viseu Telefone 232 470 290 Fax 232 470 299 EMail geralairvpt Site wwwairvpt ABAP Associação do Beira Atlântico Parque Rua do Matadouro 3070426 Mira Portugal Telefone 351 231 489 030 Fax 351 231 489 037 EMail contactoaibappt Site wwwaibappt Anexo 2 158 AIRV Associação Empresarial da Região de Viseu Edifício Expobeiras Parque Industrial de Coimbrões 3500618 Viseu Telefone 232 470 290 Fax 232 470 299 EMail geralairvpt Site wwwairvpt OBITEC Associação Óbidos Ciência e Tecnológica ABC apoio de base à criatividade Convento de S Miguel das Gaeiras 2510718 Gaeiras Óbidos Tel 262 955700 Email ptocmobidospt abccomobidospt geral Site httpwwwptobidoscom TAGUSVALLEY Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Tecnopolo do Vale do Tejo Rua José Dias Simão Alferrarede 2200060 Abrantes Telefone 351 241 330 330 Fax 351 241 330 339 EMail homerocardosotagusvalleypt Site wwwtagusvalleypt WRC Agência de Desenvolvimento Regional Curia Tecnoparque 3780 544 Tamengos Telefone 231 519 712 Fax 231 519 711 EMail incubadorawrcpt mcunhawrcpt Site wwwwrcpt BIOCANT PARK Parque Tecnológico de Cantanhede Núcleo 4 Lote 2 3060197 Cantanhede PORTUGAL Telefone 351 231 410 890 Fax 351 231410899 EMail infobiocantpt Site wwwbiocantpt CECCCIC Conselho Empresarial do Centro Câmara de Comércio e Industria do Centro Rua Coronel Júlio Veiga Simão P3025307 Coimbra Telefone 239 497 160 Fax 239 494 066 EMail geralcecorgpt Site wwwnetcentropt 159 Centro Incubador das Caldas da Rainha AIRO Associação Empresarial da Região do Oeste Centro Incubador das Caldas da Rainha Edifício do Centro Empresarial do Oeste Rua Infante D Henrique 2500218 Caldas da Rainha Telef 262 841 505 Fax 262 834 705 Email airooestenetvisaopt Site wwwairoptincubadora IEUA Incubadora de Empresas de Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago Edifício 1 3810193 Aveiro Telefone 234 380300 Fax 234401529 EMail ieuauapt Site wwwuaptieua Incubadora DDINIS Associação para a Promoção do Empreendedorismo Inovação e Novas Tecnologias Aldeamento Santa Clara Rua da Carvalha 570 2400441 LEIRIA Telefone 244 859 460 Fax 244 859 469 EMail geralincubadoraddinispt Site wwwincubadoraddinispt OPEN Oportunidades Especiicas de Negócio Zona Industrial da Marinha Grande Rua da Bélgica Lote 18 Apartado 78 2431901 Marinha Grande Portugal Telefone 351 244 570 010 Fax 351 244 570 019 EMail openopenpt Site wwwopenpt wwwfacebookcomIncubadoraOPEN 160 Ashoka Innovators for the Public 2000 Selecting Leading Social Entrepreneurs Washington DC Ashoka Innovators for the Public 2004 Social Entrepreneur Recuperado em 21 de Outubro de 2009 de 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33 Compartilhe isso 34 Curtir isso 35 Compartilhe isso 36 Curtir isso 37 Compartilhe isso 38 Curtir isso 39 Compartilhe isso 310 Curtir isso 311 Compartilhe isso 312 Curtir isso 313 Compartilhe isso 314 Curtir isso Nelson Mandela descreve inspiração como homens e mulheres que lutam contra a supressão da voz humana que combatem a iliteracia e a ignorância Alguns são conhecidos outros não Essas são as pessoas que inspiram Sobre o Foras de Série Artigos FS Cast FS no YouTube Startups e a diversidade preconceito e o empreendedorismo feminino O blog por aqui é novo e por que não pegar uma bandeira que tanto nos inspira para explorar um novo formato e poder bater um papo com um pouco mais de profundidade Pensando nisso separamos 6 startups de impacto social brasileiras para você conhecer e principalmente apoiar Confira Quais são as startups de impacto social brasileiras Favelar A Favelar oferece reformas e assistência técnica a preços populares para quem vive em comunidades do Rio de Janeiro A empresa já atendeu mais de 160 pessoas em locais como Cidade de Deus Morro Dona Marta e comunidade da Chatuba Idealizado em 2012 o empreendimento tem o objetivo de democratizar o acesso a planejamentos arquitetônicos de qualidade A primeira roupagem do Favelar foi apenas no ambiente digital mas o acesso à internet banda larga nas periferias ainda era limitado e isso afastava seu públicoalvo Começou então a botar a mão na massa e fazer a coisa presencial O impacto ambiental que a construção civil causa foi uma das preocupações que a startup teve conforme o projeto foi evoluindo Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA 40 do consumo global de energia é provenientes de edificações por exemplo A organização do projeto percebeu ainda que alguns processos construtivos seriam prejudiciais Por isso para se adaptar à realidade da comunidade sem encarecer o serviço a startup usa tinta à base de água e madeira de reflorestamento tudo isso é encontrado com parceiros locais No planejamento foram ainda organizadas técnicas que geram menos impacto como evitar a demolição Um dos pontos de atenção é a gestão de resíduos A maioria das comunidades tem problemas com os descartes irregulares de resto de materiais Então a proposta foi diminuir de alguma forma esse impacto negativo e evitar gerar mais entulho para a região Camaleaoco A Camaleaoco existe para te ajudar a se conectar com a comunidade LGBT e assim levar mais diversidade para a sua empresa A melhor forma de você começar esse processo é se conectando com quem está desenvolvendo iniciativas para alavancar a presença LGBT dentro das companhias sempre claro pensando em ações que foquem em empatia e respeito pelo que as pessoas são Não importa o setor da sua indústria se ela é grande ou pequena você pode começar aos poucos levando diversidade LGBT ao proporcionar que essa comunidade participe de seus processos seletivos A startup faz a ponte entre a empresa e uma comunidade de talentos além de oferecer consultorias e aplicações de processos necessários para que as suas iniciativas se tornem mais inclusivas Entre suas soluções processo de hunting voltado para conectar as suas oportunidades com um banco de talentos inclusivo consultoria de recrutamento focado em diversidade LGBT palestras sobre diversidade LGBT treinamentos para várias áreas da sua empresa serem inclusivas GoFriendly Destinada principalmente a apoiar o setor de serviços a GoFriendly é uma startup que celebra e promove a diversidade e inclusão em estabelecimentos comerciais e funciona de forma colaborativa com esses negócios Seu produto busca conectar bares cafés restaurantes e outros estabelecimentos e serviços com pessoas LGBTQIA que buscam lugares diversos inclusivos e seguros 186 No text extracted 188 Para nós do Foras de Série inspiração surge com a espontaneidade e eficiência de uma lâmpada sendo acesa No fim o sentido está na própria palavra inspiraação Inspirar uma ação E sempre esteve no nosso DNA pegar histórias que inspiram histórias Ao longo do tempo de diferentes maneiras Com uma entrevista com um chef de cozinha com um mentor do mercado financeiro ou com um professor de música de escola pública Veio a pandemia e o desafio de nos adaptar De todos nos adaptarmos Principalmente de nos ajudarmos De usarmos as ferramentas que temos em mãos para promover aquilo que acreditamos que faz a diferença As startups por serem empresas jovens e que estão tentando validar seus modelos de negócios navegam por águas ainda mais desconhecidas E não só por isso merecem atenção Merecem principalmente por seu viés altamente inovador e com foco no cliente E na sua relação com o empreendedorismo com causas Empreender é ser autônomo e dedicado o suficiente para assumir um risco e bancálo Isso porque não diz respeito apenas sobre os negócios É necessário ampliar o conceito de empreendedorismo para além do negócio próprio e usálo como uma ferramenta que gere valor para a sociedade Começamos com uma ação chamada CompreDoPequeno em que costumávamos divulgar pequenos negócios e empreendedores com soluções criativas que precisavam sobretudo de uma força para segurar as pontas nesses momentos tão incertos Inspirar no momento em que a gente não podia estar ali perto para provocar uma troca uma conversa sincera acabou se transformando em formatos de ajudar com serviço De dividir justamente histórias que inspiram histórias para ajudar a todo mundo segurar a onda e continuarem a construir suas histórias Mesmo nessa loucura toda A causa nos inspirou e entendemos que um recorte muito interessante desse tema são as startups de impacto social Fizemos um post sobre isso no auge do vertiginoso 2020 Gostamos tanto do que descobrimos que fomos além e fizemos também um vídeo Isso tudo depois de um rigoroso processo de curadoria dos estabelecimentos qualificação do negócio e posterior certificação TODXS O app TODXS permite ao usuário fazer denúncias de casos de homofobia violência contra LGBTQIA e outros tipos de discriminação Segundo dados do Grupo Gay da Bahia há um novo homicídio de pessoas LGBT no Brasil a cada 29 horas Já a União Nacional LGBT aponta que a expectativa de vida de transexuais e travestis no Brasil é de 35 anos Ambos os dados estão disponíveis no site da TODXS Com dados como esses em mãos startups de impacto social como essa são capazes de promover ações efetivas em âmbito da comunidade do governo e até com parcerias com empresas privadas A plataforma consegue mapear as denúncias quase em todo país colaborar com políticas públicas e ainda tornar mais acessíveis leis para que a comunidade reconheça seus direitos e se sinta mais segura em reivindicálos Preta Hub O Preta Hub é um instituto dedicado a fomentar o empreendedorismo negro a partir de diferentes iniciativas junto à população e aos investidores O PretaHub é o resultado de dezoito anos de trabalho do Instituto Feira Preta no mapeamento capacitação técnica e criativa aceleração e incubação do empreendedorismo negro no Brasil É um hub de inventividade criatividade e tendência pretas afirma Adriana Barbosa fundadora da Feira Preta e presidente do PretaHub Às organizações que desejam investir no tema a empreendedora recomenda o acesso aos dados da pesquisa A Voz e a Vez Diversidade no Mercado de Consumo e Empreendedorismo realizada pelo Instituto Locomotiva com apoio do Itaú a pedido do Instituto Feira Preta O estudo ouviu proprietários de empresas e empreendedores que fazem parte da Feira Preta e reuniu o material com dados públicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE além da base de dados do próprio instituto de pesquisa A pesquisa mostra que representando 54 da população brasileira as pessoas negras movimentam uma renda própria de R 17 trilhão por ano Cerca de 14 milhões são empreendedores 29 da população negra que movimentam R 359 bilhões em renda própria por ano Se formassem um país este seria o 17º em consumo no mundo e 11º em população Mesmo assim a média salarial de um empreendedor negro R 1420 equivale à metade da média de remuneração de um empreendedor branco R 2827 A maioria 39 está na faixa dos 35 a 49 anos e 53 têm o Ensino Fundamental completo 82 não têm Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ e 57 diz sofrer preconceito na hora de abrir seu próprio negócio no Brasil O estudo também constatou que apesar de ter uma grande representatividade entre produtores e consumidores a população negra sente o racismo presente nas relações institucionais e não se identifica com a comunicação Mais de 90 das campanhas têm protagonistas brancos e 72 dos consumidores negros consideram que as pessoas que aparecem na publicidade são muito diferentes deles Dos entrevistados 82 dizem que gostariam de ser mais ouvidos pelas empresas Startups de impacto social como essa atuam normalmente em diversos pilares A Preta Hub trabalha com criação produção distribuição e consumo do mercado de produtos e serviços voltados à estética e cultura negra realizando um trabalho de articulação entre a oferta e a demanda Para isso o negócio desenvolve quatro programas principais Afrolab Programa de apoio promoção e impulsionamento do afroempreendedorismo que oferta conhecimento e capacitação técnica e criativa com foco em inovação inventividade e autoconhecimento Em sua primeira edição em 2018 capacitou mais de 250 empreendedores em seis estados São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais Bahia Pernambuco e Maceió Em 2019 leva para nove estados brasileiros o Afrolab Para Elas voltado exclusivamente para mulheres negras empreendedoras AfroHub Programa de aceleração de empreendimentos negros com foco na decodificação dos códigos da internet para o uso das redes sociais de forma estratégica para o crescimento dos negócios É idealizado em parceria com Afrobusiness e DiásporaBlack com apoio do Facebook Em 2018 capacitou mais de mil empreendedores em quatro estados São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro e Espírito Santo Em 2019 o projeto chegará a mais estados Conversando a Gente Se Aprende Diálogos criativos e propositivos com instituições privadas públicas e marcas para sensibilizar e promover a cultura da diversidade racial dentro da organização a partir de diálogos qualificados abordagem humana e centrada na qualidade das relações autoliderança corresponsabilidade e ações práticas Metodologia própria criada e realizada em parceria com a Mandacaru Consultoria Já foi desenvolvido junto a empresas como Netflix Facebook Google Bloomberg e Museu de Arte de São Paulo MASP Festival Pretas Potências A primeira edição aconteceu no dia 13 de maio de 2018 A data marcada oficialmente pelo dia da abolição da escravidão que tem sido ressignificada pelos movimentos negros como o dia da abolição inconclusa ganhou programação focada na inovação criatividade e resistência negra Os coletivos Alma Preta e Coletivo Abebé foram parceiros na realização do evento que teve apoio do Centro Cultural São Paulo Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura Municipal de São Paulo Sob o tema Passado Presente e Futuro a edição de 2019 trouxe os jovens ao epicentro da discussão sobre negritude herança e diáspora Fundo ÉdiTodos Fundo social que reúne doze entidades entre organizações da sociedade civil aceleradoras e empresas sociais É fruto do trabalho iniciado no âmbito da Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto na ocasião Força Tarefa de Finanças Sociais liderado pelo Instituto de Cidadania Empresarial ICE A SITAWI Finanças do Bem faz a gestão dos recursos captados a partir de doações Movimento Black Money O Movimento Black Money MBM tem a missão de romper o contrassenso cruel entre o potencial de consumo e a falta de autonomia econômica da comunidade negra A ideia é promover educação empreendedorismo e inclusão financeira Sua idealizadora Nina Silva foi eleita pela revista Forbes uma das mulheres mais poderosas do Brasil e uma das 100 negras com menos de 40 anos mais influentes do mundo no ranking da Most Influential People of Africa Descent ligada à Organização das Nações Unidas ONU Desde consultora até gestora de projetos e gerente de portfólio eu sempre questionava o que eu deixaria de legado além da minha carreira O movimento veio como uma resposta à busca do meu propósito já chegou a declarar ao Metrópoles Seu objetivo é gerar uma cadeia produtiva própria de fornecimento até consumo consciente e intencional de produtos e serviços de negros A ideia é apoiar empresas que tenham compromissos sólidos com a diversidade Para disseminar o modelo dentro da comunidade negra estabelece contato entre consumidores e empresários em várias frentes Entre elas o StartBlack Up série de encontros realizados entre empreendedores para ajudálos a aprimorar iniciar seus negócios e formar redes de relacionamento Já o Afreetech braço educacional do projeto oferece cursos próprios e parcerias focadas em aprendizado tecnológico O MBM também criou o DBlack Bank uma fintech para conectar consumidores e empresários A maquininha de pagamentos própria apelidada de Pretinha já está em seis cidades Belo Horizonte Rio de Janeiro Porto Alegre São Paulo Caieiras SP e Florianópolis Mais do que conhecer startups de impacto social é necessário apoiálas Conceituar diversidade não conta a história toda É indissociável à ideia de inclusão Duas coisas diferentes Se a diversidade é sobre colocar grupos sociais minorizados na porta a inclusão é sobre obter um assento igual à mesa A inclusão é em suma sobre pertencer enquanto diversidade é sobre viver e respeitar a pluralidade Não adianta ligar o sinal de alerta para a diversidade se a busca por inclusão não está no caminho Tudo se resume à sua cultura lugar onde a diversidade encontra a inclusão E uma forte aliada nessa jornada para uma sociedade mais justa sem dúvida é a educação É necessária a diversidade cognitiva para incluir uma ampla variedade de antecedentes e experiências para o seu processo de tomada de decisão Mais do que conhecer e falar sobre inclua Apoie Se esse conteúdo sobre startups de impacto social te interessou não deixe de conferir nosso guia completo sobre como é a Jornada do Empreendedor e se aprofundar ainda mais no assunto Lucas Bicudo 05282021 2210 ANTERIOR Processo criativo para resolução de problemas aceite as falhas e mude de perspectiva PRÓXIMO O que está por trás do fenômeno Juliette Freire campeã do BBB 21 Lucas Pires lidera Monsoon FC em missão de formar jovens atletas 25 de outubro de 2022 Monsoon FC nasce com proposta ágil e de formação de talentos e já crava campeão da terceira divisão gaúcha no Leia Mais O mercado pet e um papo com Eduardo Hikishima CEO da FreeFaro 18 de outubro de 2022 Mercado pet movimenta cifras bilionárias e mexe com alguns dos sentimentos mais essenciais para o ser humano afeto companhia e Leia Mais Conhecemos Rivkah e decidimos montar uma lista das maiores crianças prodígio 27 de setembro de 2022 Conversamos com Rivkah no FS Cast e isso nos instigou a descobrir quais foram as maiores crianças prodígio da história Leia Mais A moda pelas lentes de Juliana Santos estilista e idealizadora do PCD na Capa 21 de setembro de 2022 Esse é apenas um dia entre 365 de luta contra o capacitismo estrutural contra PCD na sociedade e no mercado Leia Mais Você conhece a história do Rock in Rio o maior festival de música do mundo 7 de setembro de 2022 A história do Rock in Rio está recheada de momentos catedrais da música Gerações passaram pelo festival que se aproxima Leia Mais Quem é Victor Sarro empreendedor roteirista e às vezes comediante 28 de agosto de 2022 Victor Sarro tira uma casquinha da vida mas também a leva muito sério quando o assunto é fazer um trabalho Leia Mais ASSINE A NOSSA NEWSLETTER E SEJA UM FORA DE SÉRIE Entre para a nossa lista para receber todos os conteúdos Digite seu nome e sobrenome Digite seu melhor email Concordo em receber os emails
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Atividades a serem desenvolvidas e postadas em tarefas nesta sala plataforma CANVAS até o final do dia 0511 presença a partir da tarefa realizada 1 Pesquisar em 03 fontes especificar fontes e data da publicação sobre a temática de Empreendedorismo Social 2 Pesquisar 03 pessoas Empreendedoras sociais que atuam em ONG ou atuam individualmente como empreendedoras sociais Trazer história de vida como empreendedora social açõesprojetos desenvolvidos Ilustrar com imagens Peço que o material solicitado para o primeiro dia da nossa prática previsto para dia 0511 que não ocorrerá presencialmente seja trazido no segundo encontro dia 1911 material revistas que possam ser recortadas canetinhas coloridas tesoura e cola Obs este material será utilizado apenas no dia 1911 para uma atividade específicapontual Nos encontraremos presencialmente na sala 833 Tarefa 1 Pesquisa sobre Empreendorismo Social 1 TCC EMPREENDEDORISMO SOCIAL ALÉM DOS INTERESSES DE REPRODUÇÃO DO CAPITAL Autor Laudimar Santana Ano 2017 httpswwwufjfbrgraduacaocienciassociaisfiles201011TCCLaudimarSantAnapdf Empreendedorismo Social É o empreendedorismo que busca impactar socialmente de forma positiva à sociedade combatendo a pobreza a desigualdade e a falta de oportunidades iguais com as quais nos deparamos todos os dias em nossas relações sociais Empreendedores sociais buscam transformar o mundo e melhorar a condição de vida das pessoas em situação de risco social utilizando métodos presentes no ambiente das empresas Novas técnicas de gestão são utilizadas com criatividade sustentabilidade e responsabilidade com o propósito de maximizar o capital social de pessoas ou de uma comunidade Esse fenômeno surge provocado pela redução do investimento público na questão social da participação crescente das empresas no campo social e do crescimento das organizações do terceiro setor as Organizações Não Governamentais ONG Esse fenômeno social se apresenta com certa semelhança com outros termos tais como responsabilidade social empresarial e o empreendedorismo privado com impacto social mas seu alvo é o combate à pobreza e à exclusão social O Empreendedorismo Social surge como um conceito ainda em desenvolvimento mas com características e estratégias próprias apresentando diferenças de uma gestão social tradicional VERGA SILVA 2014 No Brasil encontramos muitas características semelhantes à de outros países quanto ao conceito do que é Empreendedorismo Social mas já temos exemplos concretos que podem sinalizar um padrão especifico que ajuda a compreender o fenômeno e os termos e práticas que apresentam semelhança VERGA SILVA 2014 Considerando o objetivo deste trabalho apresentamos duas experiências de empreendedorismo social em Juiz de Fora baseadas em entrevistas e observações sobre um exemplo de cada tipo citados anteriormente com o intuito de entender a questão do interesse da ação BORDIEU 1996 sua interação nas relações sociais GRANOVETTER 2007 e o contexto capitalista ABRAMOVAY 2009 2004 Os fundamentos do Empreendedorismo Social visam resolver os problemas crônicos como pobreza fome não acesso à educação e a falta de oportunidades iguais As ações desenvolvidas visam à inclusão social mas que ao mesmo tempo podem ser lucrativas no caso do empreendedorismo com impacto social Os produtos e serviços oferecidos atendem às necessidades dos mais pobres trabalham a cidadania a igualdade de direitos e oportunidades e a redução das diferenças econômicas e de renda entre as classes econômicas e sociais Essas ações são consideradas utopias para alguns mas para outros são possibilidades reais Quando o assunto é Empreendedorismo Social não podemos deixar de registrar a experiência do economista e professor bengali e Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus Em 1976 Yunus colocou em prática a experiência de conceder pequenos valores em empréstimos para os pobres sem as garantias e exigências tradicionais dos bancos comerciais O projeto foi chamado de Grameen Bank que mais tarde em 1983 tornouse um banco oficial para fornecer empréstimos aos pobres mais especificamente às mulheres na zona rural de Bangladesh na Ásia A ideia disseminouse por quase todos os países do mundo incluindo países desenvolvidos e industrializados Conhecido no mundo inteiro como o banqueiro dos pobres além do Grameen Bank Yunnus criou outras 50 cinquenta empresas para implantar o modelo de negócio conhecido como Negócio Social Yunnus introduziu o microcrédito e o disseminou em escala mundial O conceito do microcrédito é a concessão de pequenos valores em empréstimos sem garantias ou documentos à gente pobre que nunca antes teve acesso ao sistema bancário Negócio Social é o modelo de negócio em que as empresas que têm a única missão de solucionar um problema social são autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos Como uma ONG tem uma missão social mas como um negócio geram receitas suficientes para cobrir seus os custos operacionais A remuneração de seus funcionários deve acompanhar o mesmo nível dos salários do mercado de trabalho Os seus investidores comprometemse a receber se assim contratado somente os valores investidos e os resultados financeiros o lucro são reinvestidos no próprio negócio O Negócio Social é também conhecido como uma atividade do setor 25 dois e meio isto é atua como empresa e como ONG ao mesmo tempo figura 1 Identificamos três formas importantes de empreendedorismo social VERGA SILVA 2014 a Empreendedorismo com impacto social onde o empreendedor visa o lucro financeiro para o seu próprio favorecimento mas provoca certo impacto social onde atua b Negócio Social em que as empresas que têm a única missão de solucionar um problema social são autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos Os resultados financeiros o lucro são reinvestidos no próprio negócio Não encontramos em Juiz de Fora alguma experiência do empreendedorismo conhecido como Negócio Social Por este motivo não dedicamos maiores atenção e análise para o tema c Empreendedorismo Social Assistencial que tem por objetivo provocar impactos sociais eou ambientais positivos e não pode ser concebido sem a participação de mais pessoas e da cooperação das organizações da sociedade Não tem por objetivo alcançar lucro financeiro para seus idealizadores e quase todos os envolvidos prestam trabalhos voluntários Apresentamos a seguir as características das organizações empreendedoras com impacto social e as organizações empreendedoras sociais assistenciais Características de modelos de empreendedorismo Tabela 2 2 MANUAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL Titulo Manual Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Ano de Publicação Março 2012 Editora AIRO Associação Industrial da Região Oeste e IPL Instituto Politécnico de Leiria Propriedade AIRO Associação Industrial da Região Oeste Coordenação e organização de conteúdos Sérgio Félix Leopoldina Alves e Victoria Sirghi Revisão dos textos Debatable Consultoria Empresarial e Formação Profissional Lda wwwdebatablept httpswwwacademiaedu9457435ManualdeEmpreendedorismoSocial 3 FSindica você conhece as startups de impacto social brasileiras 23072020 httpsforasdeseriecomstartupsdeimpactosocialbrasileiras 4 Guia empreendedor Clico Responde o que é empreendedorismo social httpswwwguiaempreendedorcomguiaoqueeempreendedorismosocial Fomos até Moçambique para conseguir responder a uma pergunta enviada pela leitora Natália Veja a resposta Quem acompanha o Guia Empreendedor sabe que sextafeira é sinônimo de ClicoResponde e hoje responderemos à pergunta da Natália O que é empreendedorismo social Obrigado pela confiança Natália Tem uma entidade de Moçambique chamada IES voltada especificamente para o tema Segundo a organização empreendedorismo social é o processo de procura e implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para problemas importantes e negligenciados da sociedade que se traduz em Inovação Social sempre que se criam respostas mais efetivas relativamente às alternativas em vigor para o problema em questão A definição segundo o site foi publicada por Filipe Santos no Journal of Business Ethics da escola global de negócios Insead em 2012 É possível transformar uma comunidade e ainda ter lucro Entenda como funciona o empreendedorismo social Sabe o que Martin Luther King Mahatma Gandhi e um grupo de costura comunitária do seu bairro têm em comum Todos podem ser considerados empreendedores sociais igualmente importantes e relevantes para os grupos que representam Ano passado esclareci uma questão enviada ao ClicoResponde sobre empreendedorismo social A leitora Natália queria entender melhor do que se tratava o termo que nada mais é do que o processo de procura e implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para problemas importantes e negligenciados da sociedade que se traduz em Inovação Social sempre que se criam respostas mais efetivas relativamente às alternativas em vigor para o problema em questão O assunto me chamou muita atenção e decidi procurar um pouco mais de informação para trazer para vocês afinal nada melhor do que encabeçar um projeto que gera dinheiro e ajuda a sociedade Segundo a entidade Ashoka voltada para ajudar empreendedores sociais em vez de relegarem as necessidades da sociedade para os setores público ou privado essas pessoas resolvem o problema mudando o sistema disseminando a solução e persuadindo sociedades inteiras a seguir um novo rumo Cada empreendedor social apresenta ideias simples compreensíveis e éticas e tenta obter apoio generalizado a fim de maximizar o número de pessoas locais que irão apoiálo adotar a sua ideia e implementála Por outras palavras cada empreendedor social é um recrutador em massa de changemakers locais um modelo que demonstra que os cidadãos que canalizam a sua energia para a ação conseguem fazer praticamente tudo diz a associação Pode parecer que não mas a iniciativa tende a ser rentável como qualquer ideia empreendedora tem chance de se tornar Nessas buscas encontrei um exemplo bem interessante no site do governo federal em uma reportagem datada de 2012 tratase da Feira Preta a maior feira de cultura negra da América Latina Por meio de ações feira de negócios e eventos culturais a organização busca fomentar o empreendedorismo étnico e fortalecer a cultura negra no País Até aquela data haviam sido realizadas dez edições do encontro que movimentaram 400 artistas 40 mil visitantes 500 expositores e mais de R 2 milhões Esse é um ótimo exemplo do tanto que um projeto social pode circular de dinheiro e ainda deixar um legado na comunidade E então o que você acha disso Tarefa 2 EMPREENDEDORES SOCIAIS 1 DOMITILA BARROS httpsforbescombrforbesmulher202202empreendedorasocialeativistanovamissalemanhae pernambucana Empreendedora social e ativista nova Miss Alemanha é pernambucana A premiação antes baseada principalmente na beleza e simpatia das participantes agora valoriza o empoderamento feminino e leva em conta a diversidade Autora Fernanda de Almeida Data 23022022 O empreendedorismo social vem de berço para Domitila Barros Foi ele que levou a pernambucana a palestrar para delegados da Unesco aos 15 anos a criar a própria grife de biojoias em 2018 e no sábado 19 a se tornar a primeira imigrante e mulher negra a vencer o concurso Miss Alemanha A premiação antes baseada principalmente na beleza e simpatia das participantes agora valoriza o empoderamento feminino e leva em conta a diversidade reunindo mulheres de diferentes países e idades De 12 mil candidatas e 160 mulheres na fase de seleção Domitila se destacou Não foi pela novela que eu já fiz ou pela minha marca mas pelo fato de que durante 22 anos consecutivos eu nunca abri mão de lutar pela natureza e pela igualdade social A brasileira de 37 anos natural de Linha do Tiro bairro da periferia de Recife já nasceu dentro da ONG Camm Centro de Atendimento a Meninas e Meninos criada por seus pais Eu não me tornei um ser humano social porque eu fiz mestrado ou porque estudei É porque eu só entendo a vida assim diz Aos 13 anos começou a ensinar as crianças da ONG a ler e escrever por meio da dança e do teatro Aos 15 recebeu o prêmio internacional Sonhadores do Milênio da Unesco em parceria com a Disney e palestrou em Orlando Foi aí que eu entendi que o trabalho que eu fazia na comunidade de Linha do Tiro era tão importante Desde então ela já deu mais de cinco mil palestras sobre a vida nas favelas brasileiras responsabilidade social e sustentabilidade Para mim é muito importante assumir a minha própria narrativa porque a história de uma jovem negra da periferia do Recife não está em livro nenhum de história Recifense na Alemanha Sua trajetória na Alemanha começou quando depois de começar um bacharelado em serviço social Domitila conseguiu uma bolsa de estudos para fazer mestrado em Ciências Políticas e Sociais no país europeu Foi muito difícil porque era frio eu estava sozinha e sofri muito preconceito Não falava a língua sou negra e existe uma questão muito forte do sexismo relacionado à mulher brasileira Justamente por isso concluir o mestrado e ganhar o Miss Alemanha representou muito para ela É importante que uma brasileira negra mostre para a sociedade do que a gente realmente é capaz para poder apagar essa imagem limitada diz Na Alemanha Domitila se dividia entre os estudos e trabalhos em novelas Eu percebi que o dinheiro que eu ganhava com a novela podia ir para o meu trabalho social no Brasil que era um sonho Foi aí que eu aderi ao conceito de artivismo misturar ativismo social com arte Empreendedorismo social Domitila criou a She is From the Jungle marca de biojoias feitas com capim dourado uma espécie de sempreviva típica do Cerrado brasileiro A gente começou com 20 peças porque era o que eu tinha dinheiro para fazer lembra Foram essas peças que levaram sua marca às semanas de moda de Berlim e de Londres O dinheiro da grife nem passa por ela é destinado em parte para ajudar seus pais no Brasil e também reinvestido na empresa contribuindo para a liberdade financeira das mulheres de sua comunidade Para ser uma mulher empoderada você precisa ter dinheiro Outro grande objetivo da marca segundo ela que também assessora empresas na área de responsabilidade social é inspirar companhias a desenvolver produtos sustentáveis Eu não preciso ser a única grife sustentável porque para mudar o mundo eu preciso que todas as grifes vão por esse caminho 2 MONIQUE EVELLE Disponível em httpsalmapretacomsessaocotidianoentrevistamoniqueevelleeusemprefui empreendedoramasnaosabiaqueonomeeraesse Acesso em 02112022 15 Setembro 2021 1235 Entrevista Monique Evelle Eu sempre fui empreendedora mas não sabia que o nome era esse A empreendedora que completa 27 anos neste 15 de setembro criou o Desabafo Social aos 16 anos e de lá pra cá atua em iniciativas que constroem narrativas múltiplas acerca do empreendedorismo atualmente apresenta o podcast Caminhos Intuitivos na Globoplay Monique Evelle é empresária jornalista e ativista que deu início à sua jornada como empreendedora com a criação do Desabafo Social laboratório de tecnologias sociais aos 16 anos Rapidamente se tornou uma referência para o empreendedorismo entre pessoas negras É também fundadora da plataforma Inventivos voltada para formação de empreendedores que recebeu investimento do Black Founders Fund do Google for Startups Em entrevista exclusiva à Alma Preta Jornalismo Monique Evelle contou sobre a sua trajetória e a participação no podcast Caminhos Intuitivos da Globoplay Para a empresária a experiência já transmite ao público principalmente aos afroempreendedores representatividade humanização bastidores e realidades de convidadas e convidados Eu sempre fui empreendedora mas não sabia que o nome era esse O motivo disso é simples na época e até hoje quem domina a fala sobre empreendedorismo nas revistas eventos e na comunicação são pessoas que não se parecem comigo Tem mudado claro mas o ranço que eu tinha do ecossistema empreendedor era exatamente por não ver proporcionalidade racial e de gênero nos ambientes que frequentava conta Monique Evelle que completa 27 anos neste 15 de setembro Para ela a proposta de ser portavoz de um podcast como Caminhos Intuitivos que aposta no formato de roda de conversa possibilita a troca entre profissionais inseridos na cena do empreendedorismo É um espaço para aprender sobre gestão de carreira com Majur e Eliane Dias é perceber que Fióti e Emicida são gente como a gente e também começaram um negócio sem saber direito as burocracias envolvidas Então ter pessoas negras empreendedoras é o comum no podcast Temos convidados e convidadas não negras mas que trazem narrativas múltiplas não apenas o famoso vai lá e faz pontua a jornalista O podcast vai ao ar com novos episódios às quartafeiras e está disponível nas principais plataformas de áudio Trajetória feminina preta e nordestina Minha jornada fez sentido quando entendi meu papel enquanto mulher preta nordestina A partir daí todas minhas criações são majoritariamente direcionadas para horizontalizar as relações entre pessoas pretas relata Monique que nasceu em Salvador BA Segundo a empresária isso vem desde a criação do Desabafo Social que teve início durante sua atuação no grêmio estudantil e a partir desse momento percebeu que não era tímida mas que na verdade sempre foi silenciada Foi nesse momento também que passou a apostar em sua intelectualidade Em 2015 passou pela rede social Ubuntu que como o Desabafo Social foi um demarcador de sua trajetória juntamente com seu atual sócio Lucas Santana com quem consolidou parceria de projetos empreendedores e de militância que culminaram em uma relação amorosa Em 2016 criaram a Kumasi uma espécie de marketplace que na época foi um dos primeiros a se voltar para os afroempreendedores Depois disso surgiram muitas outras iniciativas e negócios Hoje se dedica à Inventivos uma plataforma exclusiva de formação de empreendedores nos países de língua portuguesa Acredito na possibilidade de tornar uma nova mentalidade de empreendedores líderes que irão distribuir renda através da empregabilidade Se os negócios dessas pessoas prosperarem o território em que ela atua também reitera Passagem pela TV Monique Evelle passou pelo Profissão Repórter da TV Globo em 2017 mas saiu quando percebeu que não daria conta de olhar para os seus negócios com a grandeza e atenção que eles necessitavam Segundo ela esse período foi como uma virada de chave para o empreendedorismo a partir de seu pensamento de querer transformar habilidades intelectuais em dinheiro Pedi demissão e percebi que naquele momento era o que deveria ter feito e os resultados consigo visualizar hoje Além da Inventivos tenho dedicado minhas expertises na área de consultoria em inovação para algumas empresas conta Quando questionada sobre o risco de suas escolhas Monique responde A gente já vive no risco e não temos garantias de absolutamente nada A diferença é que quando olhamos para a universidade por exemplo a gente consegue enxergar passo a passo Ou seja primeiro vestibular aprovação provas TCC formação e por fim um emprego na área É o que já estamos treinados para olhar e fazer relata Atualmente ela é também sóciainvestidora da Sharp hub de inteligência cultural e consultora de Inovação do Nubank onde criou junto com do time Fundo Semente Preta o NuLabque é um hub de inovação em Salvador e que agora oferece formação para quem quer aprender sobre programação Quando falamos de empreendedorismo não conseguimos visualizar o passo a passo da jornada porque nunca nos foi dito Tenho tentado compartilhar esses pilares nas minhas redes É possível empreender por autonomia e não apenas por sobrevivência mas existe uma jornada a ser trilhada completa 3 HENRIQUE GUILHERME BRAMMER JUNIOR httpsobservatorio3setororgbrnoticiasengenheirocriastartupparapromovereconomiacircularno brasil httpswww1folhauolcombrempreendedorsocial201911engenheirocrianegocioinclusivoque revolucionamercadodereciclagemshtml Engenheiro cria startup para promover economia circular no Brasil A Boomera já reciclou 60 mil toneladas de plástico e promoveu a inclusão social de 8 mil catadores de materiais recicláveis Henrique Guilherme Brammer Jr de 42 anos é fundador da startup Boomera e ganhou a 15ª edição do Prêmio Empreendedor Social agora em 2019 A premiação reconhecida como o maior concurso de empreendedorismo socioambiental da América Latina é promovida pelo jornal Folha de S Paulo em parceria com a Fundação Schwab De acordo com o site da startup a Boomera transforma o lixo em uma linha de produtos com causa através de tecnologia design e cooperativas de catadores inserindo as empresas na Economia Circular Na prática a Boomera recicla resíduos considerados difíceis e os transforma em matériaprima ou em novos produtos Tais dejetos se não tratados da maneira adequada podem acabar em aterros sanitários No seu discurso de agradecimento Brammer destacou o trabalho dos cooperados que tem a vida transformada através do lixo Hoje são milhares de pessoas que vivem disso com sorriso no rosto A gente sai impactado com o que essas pessoas conseguem com tão pouco e que ajudam literalmente a limpar esse país A iniciativa também financiou pesquisas para a criação de resinas promoveu a inclusão social de 8 mil catadores em 13 estados do Brasil cuja renda saltou de R 400 para R 1500 mensais envolveu 200 cooperativas na parceria e reciclou 60 mil toneladas de plástico Folha de São Paulo 05112019 Engenheiro cria negócio inclusivo que revoluciona mercado de reciclagem Boomera vira referência ao reaproveitar plásticos unindo catadores indústria e academia O paulistano Hnerique Guilherme Brammer Júnior 42 sempre gostou de desmontar coisas para saber como são feitas e funcionam E essa curiosidade moldou suas escolhas e define hoje seu trabalho como engenheiro de materiais e empreendedor social à frente da Boomera Eu sou lixeiro diz o pai de Carolina 7 e João Pedro 3 No país que só recicla 4 de todos os dejetos que produz Brammer Jr se embrenhou pela rota mais desafiadora no seu negócio de impacto social lidar com resíduos de difícil reciclagem plásticos com dupla ou tripla composição Sua vocação começou a ser desenhada aos 17 anos quando desmontou uma coisa que o avô amava um Voyage GTI vinho Pegou o carro escondido sem carteira de habilitação e o destruiu num poste na zona sul de São Paulo O acidente lhe propiciou uma das grandes lições que mudaram sua vida Em vez de bronca homérica o jovem recebeu uma carta do avô naquele Natal de 1994 Nela Edward de Mello disse ao neto que bens materiais são substituíveis e ações definem as pessoas Por isso ele deveria ter propósitos na vida O adolescente que andava meio perdido deixou de sair com os amigos e abandonou até o futebol até jogou com Kaká Belletti e Caio Ribeiro no clube Paineiras Meti na cabeça que tinha que ir para a faculdade para ser alguém relata após choro emocionado ao se lembrar do avô Formouse em engenharia de materiais e foi atuar como o pai em indústria de embalagens e grandes empresas que produziam plástico aço e papel E me questionava se o que fazia era deixar resíduo como legado Não queria ser conhecido por vender plástico A inquietude o tornou o chato do cafezinho Até que em 2007 quando já casado com a engenheira de alimentos Fernanda Andrade foi chacoalhado pela perda do sogro devido a um câncer Ele fazendo quimioterapia vinha ao escritório às duas da tarde e me chamava para beber cerveja e comer coxinha Ele dizia que a vida precisava ser vivida intensamente E a intensidade veio em vários lances na vida de Brammer Jr Ao ler o livro Revolution in a Bottle entrou no LinkedIn e mandou mensagem para o autor Tom Szaky Ele me pediu então que eu o encontrasse numa reunião que teria no Brasil No meio do encontro o americano disse que ele era o novo CEO da empresa E ele aceitou presidir a TerraCycle que atua com reciclagem Ficou nela um ano Saiu para montar o próprio negócio de impacto social Eu tinha visitado uma cooperativa de catadores e aquilo foi um soco no estômago Como pessoas em ambientes tão insalubres tinham tanta alegria e propósito em suas ações O contato o fez se atirar de cabeça na causa Ele já tinha ido a evento vestido com terno feito de embalagens de chocolate para mostrar que era reciclável Mas teve contratempos como perder a própria empresa a Wise Waste para o sócio Foi duro chegar para trabalhar após o rompimento e não ter nem computador A paixão que o levou a recriar o negócio teve como marco o nascimento da filha Carolina em 2012 Ela me trouxe sorte e força para batalhar e começar tudo de novo Dedicado à família Nunca tive babá e não perco uma reunião da escola entusiasta de ACDC e de rocknroll Não perdi um show do Paul McCartney no Brasil e apaixonado por moto Não perco a chance de dar uma volta e nunca caí Brammer Jr criou um mantra para a vida e para sua empresa Do início ao início repete ele um dos pilares da economia circular E para ir além da reciclagem de material ele criou a CircularPack metodologia baseada em seis passos que propõe jornada completa às empresas desejosas de mergulhar no novo conceito Na prática a Boomera fez com que embalagens de Tang por exemplo virassem 15 mil instrumentos musicais doados a cem escolas públicas em 2014 Ao mesmo tempo em que conquistava clientes com ideias originais e benéficas ao ambiente e à sociedade Brammer Jr desbravou o Brasil das cooperativas de catadores 200 delas hoje parceiras da Boomera em 13 estados Telines Basílio do Nascimento Jr 54 o Carioca que preside a Coopercaps na zona sul de São Paulo conta o impacto de ter conhecido Brammer Jr A gente quando começou tirava R 50 a cada três meses Hoje conseguimos pagar de R 1400 a R 1700 a cada cooperado por mês compara Vejo a Boomera se preocupar primeiro com as pessoas São 8000 catadores impactados com cursos de gestão mentorias reforma de refeitórios banheiros novos e aparatos de segurança do trabalho O brilho nos olhos não é só de quem atua com Brammer Jr Eu o considero um visionário Com a Boomera todos os atores têm peso igual diz Gabriela Onofre Quando era da PG a executiva deu o ok para a multinacional se tornar a cliente nº 1 da startup Além de ajudar as empresas a cumprirem a Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010 que responsabiliza as fabricantes pelo destino correto do lixo gerado por seus produtos colocandoas em conexão com os catadores Brammer Jr também une esses dois atores da cadeia à academiaTanto que a Boomera conta com um laboratório de pesquisas no Instituto Mauá Ali surgiram inovações como reciclar fralda descartável usada hoje recicla três toneladas vindas de creches de São Paulo que passam por esterilização e viram cestos e cabides Mais do que rei do lixo como é chamado Brammer Jr se considera um conector Consigo juntar as pessoas Catadores gestores e acadêmicos É um ganhaganha para todos O nascimento do segundo filho João Pedro veio no ano em que ele comprou fábrica de embalagens em Cambé PR marco que permitiu crescimento agressivo do negócio Ele me deu coragem para enfrentar esse novo desafio De 30 funcionários a Boomera tem agora 150 O salto também veio no faturamento que deve atingir R 100 milhões em 2020 com a abertura de nova fábrica em Atibaia SP Mas para Henrique Guilherme Brammer Jr que tatuou no corpo o símbolo da economia circular e mais seis tatuagens e deu nova vida a 60 mil toneladas de plástico o mais importante é saber que os catadores têm uma vida melhor e que seus filhos se orgulham do seu trabalho O avô e o sogro dele também se orgulhariam Manual de Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica 2012 Manual de Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Março 2012 Titulo Manual Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Ano de Publicação Março 2012 Editora AIRO Associação Industrial da Região Oeste e IPL Instituto Politécnico de Leiria Propriedade AIRO Associação Industrial da Região Oeste Coordenação e organização de conteúdos Sérgio Félix Leopoldina Alves e Victoria Sirghi Revisão dos textos Debatable Consultoria Empresarial e Formação Profi ssional Lda wwwdebatablept Tiragem 1000 Exemplares Design Gráfico Give u design art Lda Endereço postal AIRO Avª Infante D Henrique nº2 Edifício do Centro Empresarial do Oeste 2500218 Caldas Rainha Portugal Contatos telef 262 841 505 Fax 262 834 705 airooestenetvisaopt Sítio da Internet wwwairopt Ficha Técnica 1 Prefácio pág1 11 Nota Introdutória pág5 2 Empreendedorismo social inovação crescimento e emprego pág9 3 Conceito do Empreendedorismo Social pág13 4 Empreendedorismo Social em Portugal pág21 5 Importância do Empreendedorismo Social a globalização e o amadurecimento dos mercados Uma abordagem conceptual pág29 6 Abordagens de várias oportunidades de negócios em várias áreas prospetiva do Empreendorismo pág35 61 Oportunidades de negócio no Turismo e na Indústria do Mar pág45 62 Oportunidades de negócio na Saúde pág57 63 Oportunidades de negócio no Design e nas Artes Formas criativas de enfrentar a mudança pág69 64 Oportunidades de negócio nas Engenharias pág85 65 Oportunidades de negócio na Educação e Ciências Sociais pág99 7 Estratégia para a sustentabilidade de um novo negócio pág109 8 Estratégias de Marketing como forma de sustentabilidade dos negócios pág119 9 Importância das novas tecnologias de informação e comunicação para a sustentabilidade dos negócios pág129 10 Abordagem conclusiva ao Empreendedorismo Social nas áreas abordadas no manual pág139 Anexo 1 Processo do Empreendedor pág149 Anexo 2 Contactos das Entidades de apoio ao empreendedorismo da Região Centro pág157 ÍNDICE GERAL Índice de Exemplos de Projetos Exemplos de Projetos 1 Ao serviço das crianças pág 87 Exemplos de Projetos 2 Equipamento para idosos pág88 Exemplos de Projetos 3 Ambiente e energia pág89 Exemplos de Projetos 4 Tecnologia web de gestão e promoção à partilha do automóvel pág90 Exemplos de Projetos 5O projeto Conserve India Um caso de aplicação de tecnologia pág91 Exemplos de Projetos 6 Campanha Mil Brinquedos por Mil Sorrisos pág92 Exemplos de Projetos 7 Inovação tecnológica em benefício das pessoas com incapacidade visuais e auditivas pág93 Índice de Figuras Figura 1 Demonstração do modo de funcionamento do Transport Infant Warmer pág94 Figura 2 A empresa e o ambiente externo pág115 Figura 3 Método DMAIC do Seis Sigma pág120 Índice de Fotos Foto 1 Sónia Morgado pág77 Foto 2 Inauguração do Projecto Espaço Forma 2011 pág79 Índice de Quadros Quadro 1 Estruturação Projeto A Quiosque ESADcr 2008 pág78 Quadro 2 Estrutura Projeto Espaço FORMA ESADcr 20102011 pág81 Quadro 3 Exemplos de visão empresarial da Unicer Famolde Sistema 4 pág110 Índice de Tabelas Tabela 1 Dimensões do macroambiente externo pág113 Tabela 2 Grelha de análise da concorrência pág114 Manual Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica Março 2012 1 Nuno Mangas Presidente Instituto Politécnico de Leiria Tenho sido confrontado várias vezes com perguntas sobre o que é o empreendedorismo e o que é ser empreendedor E sou nesses momentos sistematicamente confrontado com as diversas possibilidades de resposta que podem ser dadas a esta questão e que se podem traduzir em perguntas como as que se seguem entre outras certamente possíveis Haverá só um tipo de empreendedorismo Haverá só um tipo de empreendedores Ése sempre empreendedor ou existem momentos e contextos em que somos empreendedores e outros em que o não somos Nascese empreendedor ou pode aprender se a ser empreendedor A economia como motor que é de muitas coisas no nosso modelo de sociedade tem levado a uma apropriação da terminologia em torno do empreendedorismo que leva frequentemente a identiicá la com o mundo empresarial com a criação de negócios e empresas e com a igura do empresário Creio ser uma forma redutora de ver o empreendedorismo No empreendedorismo distingo duas facetas uma faceta técnica e uma faceta pessoal A primeira é a mais estruturada e de uma forma mais ou menos completa de mais fácil deinição Permito me deinila como um conjunto de técnicas e procedimentos que podem ajudar a implementar ideias É ensinável Ao ensinála não sabemos se vamos criar empreendedores mas sabemos que disponibilizámos para as pessoas um conjunto de ferramentas que lhes permite passar dos sonhos para as acções E isto leva à segunda faceta do empreendedorismo a pessoal E esta faceta tem que ver com três ideias chave a capacidade de questionar a capacidade de sonhar e a vontade de fazer coisas A capacidade de questionar leva à análise e ao aparecimento de problemas A existência de problemas estimula a criatividade e leva ao desenvolvimento de ideias passíveis de se constituírem como soluções para os 1Prefácio 2 mesmos A existência de soluções desencadeia motivação para as implementar Visto desta forma o empreendedorismo tornase muito mais vasto e ultrapassa as fronteiras do mundo empresarial Ganha sentido desta forma falar em diversos tipos de empreendedorismo entre os quais naturalmente o empreendedorismo social de que trata esta publicação Que pode ou não passar pela criação de empresas O que nos leva de imediato à questão do tipo de empreendedor Como é evidente um empresário é um empreendedor mas um empreendedor não é necessariamente um empresário Também é empreendedor o jovem que acha que deve fazer qualquer coisa pelos outros e porque não até por si próprio Desta forma tenho vontade de ligar muito mais o conceito de empreendedor a conceitos como os de entusiasmo motivação e criatividade E podemos encontrar estas características nos empresários nos estudantes nos colaboradores de uma qualquer organização nos mais diversos níveis hierárquicos Ser empreendedor é acima de tudo ter iniciativa e querer fazer coisas Desiludamse contudo aqueles que pensam que somos sempre empreendedores como se de um estado de graça permanente se tratasse Há pessoas que têm uma grande capacidade para gerar ideias em determinados momentos da sua vida Umas geram mais ideias do que outras Umas têm mais momentos destes do que outras aliás é a estas que habitualmente chamamos de empreendedoras Mas ninguém é permanentemente empreendedor Isto levanos a pensar que seria interessante desenvolver estratégias que funcionassem como estímulo para que as pessoas fossem mais vezes empreendedoras É um papel que Escolas e organizações similares podem desempenhar Por im a última das questões com que iniciei este pequeno texto à laia de prefácio Nascese empreendedor Não sei Penso que como em quase tudo há pessoas que terão mais capacidades para 3 serem empreendedoras do que outras Fruto das suas características pessoais e da sua educação e formação Mas não deixa de ser responsabilidade de todos nós criar as melhores condições para que as pessoas desenvolvam o que de melhor têm em si E nesse sentido enquanto Escola competenos ser empreendedores do empreendedorismo 4 5 Ana Maria Carneiro Pacheco Empresária Presidente da AIRO Ao longo deste Manual do Empreendedorismo Social muitas realidades que todos conhecemos serão enquadradas por conceitos novos e ressaltará a oportunidade de aliar à criação ou desenvolvimento de empresas o colmatar de falhas sociais através de prestações de serviços sustentáveis Dentro da proatividade que o empreendedorismo por si só pressupõe o empreendedorismo social é uma questão de atitude Por isso é transversal a tantos campos desde a preservação do ambiente à criação de valor nas empresas à abertura face a jovens e à criação de oportunidades para entrar no mercado de trabalho até ao apoio aos mais dependentes Sendo este um texto de abertura de boas vindas da AIRO a quem nos lê quedarmeei por sínteses O empreendedorismo social é incompatível com o egoísmo e com o desperdício de conhecimento e pessoas É um valor que deve ser acarinhado e desenvolvido evitando os oportunismos que sempre podem surgir risco ainda mais presente quando algumas atividades envolvem procura de fundos para aplicação em terceiros que desconhecem a sua gestão Não há um produto ou um serviço que tem um preço que o utilizador se considerar que vale a pena paga Há muitas vezes angariação de fundos a entidades externas para desenvolver serviços a terceiros que não estão em condições de os auditar apoio a idosos recuperação de toxicodependentes por exemplo Por isso a impecabilidade e transparência sempre exigíveis na gestão de qualquer empresa terão uma importância fundamental no âmbito das atividades no empreendedorismo social Também neste campo a educação na família e na escola o exemplo são fundamentais A comunicação social deve divulgar e valorizar enaltecendo as boas práticas dando visibilidade a quem está disposto a dedicarse aos outros ou a bens comuns como o ambiente e a 11Nota Introdutória 6 preservação do futuro Realçando os bons exemplos como o do incontornável Banco Alimentar Para que façam escola Na AIRO tentamos contribuir para criar um ambiente amigo das empresas e da atividade económica Falando de Empreendedorismo social há que acrescentar amigo das pessoaso outro como nós Boa leitura 7 8 9 Luís Filipe Costa Presidente do Conselho Diretivo do IAPMEI O reconhecimento da relevância do empreendedorismo e da inovação nas sociedades contemporâneas é hoje muito consensual e na sua essência ultrapassa os aspetos conjunturais e as características do período conturbado que atualmente atravessamos Todos identiicamos há muito o empreendedorismo e a inovação como dois dos fatores mais críticos para a dinamização e para o desenvolvimento das economias modernas Assim e sobretudo porque neste momento as atenções se focam muito nas dinâmicas de superação da crise e dos elevados níveis de desemprego acreditamos que é também o momento para olhar para mais longe e para reforçar a aposta na promoção do empreendedorismo e da inovação Sabemos que permanecem válidos os objetivos de crescimento e de emprego suportados numa economia globalmente mais competitiva e exigente Mas parece cada vez mais evidente que as soluções que procuramos exigem também um olhar diferente para os modelos de negócio que se impuseram nas últimas décadas Com efeito muitos acreditam que estes modelos foram em grande parte responsáveis pelas graves situações de desequilíbrio que hoje vivemos ampliicando não apenas os problemas económicos mas sobretudo os problemas de ordem social e ambiental Ainda assim todos reconhecemos que é urgente criar condições para que o crescimento económico do país ocorra a um ritmo bem mais acelerado do que o veriicado no passado recente Mas tal como nas outras sociedades ocidentais e em particular nos nossos parceiros europeus já se percebeu que não nos interessa um crescimento qualquer e a qualquer preço Queremos um crescimento que se revele tão qualiicado sustentável e inclusivo quanto possível Este será o melhor contributo para gerar maior competitividade maior coesão social e mais e melhores empregos 2Empreendedorismo social inovação crescimento e emprego 10 Na verdade sabemos também que a qualidade do desenvolvimento económico depende essencialmente do processo de renovação das pessoas das empresas e das instituições mais lexíveis melhores e mais inovadoras e sobretudo da existência de um amplo e diversiicado conjunto de empreendedores capazes de aproveitar as oportunidades investindo e gerando riqueza O que a realidade nos vem agora conirmar é que precisamos de trabalhar melhor e sobretudo de forma diferente Para cumprir os nossos objetivos de crescimento e emprego importa desde logo que se reconheça a existência de um novo paradigma e que sejamos capazes de ajustar os nossos conceitos pressupostos e ações às novas circunstâncias Este novo paradigma sugerenos a necessidade de promover modelos e soluções diferentes É já frequente reconhecer que estas soluções diferentes passam por exemplo pelo princípio do valor partilhado remetendonos para modelos de criação de valor económico que também criam um inquestionável valor para a sociedade em que se inserem As sinergias geradas por esta complementaridade de objetivos características essenciais deste novo modelo de negócio serão tão mais positivas quanto mais criteriosa e inovadora for a abordagem aos principais desaios e necessidades dessa sociedade Já não restam dúvidas os novos modelos de negócio precisam de reestabelecer e de compatibilizar o sucesso da empresa com a inclusão e o progresso social É certamente neste contexto entre nós mas também à escala mundial que o empreendedorismo social encontra as suas raízes e a sua base de airmação desempenhando um papel cada vez mais importante na promoção da coesão social no desenvolvimento local na luta contra as desigualdades Reconhecese sem diiculdades que a criação de valor social é a sua razão de ser e a sua inspiração sendo certo que na sua essência o empreendedorismo e a inovação social assumem como objetivo central a melhoria da qualidade de vida e o bemestar individual e coletivo Desta forma o empreendedorismo social representa realmente uma forma 11 diferente de aproveitar as oportunidades e de desenvolver projetos colocando no centro da atividade económica a supremacia da ética da justiça social do individuo e das suas reais necessidades Nestes termos ao airmarse como uma resposta viável aos desaios da mudança de paradigma que todos reclamamos este tipo de empreendedorismo está progressiva mas sustentadamente a captar a atenção de uma nova vaga de investidores especialmente motivados para inanciar iniciativas socialmente inovadoras suscetíveis de adicionar um forte impacto social e ambiental ao expectável e tradicional retorno exclusivamente inanceiro No âmbito da missão que nos está coniada face às atuais circunstâncias e no que se refere a estas matérias estamos particularmente atentos e focados no reforço das ações destinadas à criação de condições mais eicazes no apoio a empreendedores e empresários que concorram para os objetivos estratégicos de transformar conhecimento em negócio inovar criar valor incluindo a perspetiva de valor partilhado criar empregos e assegurar as bases para um crescimento inteligente e sustentado a nível local regional e sempre que possível global Sabemos porém que o caminho para alcançar estes objetivos não é fácil nem linear A situação atual exige mais determinação persistência lexibilidade capacidade de intervenção e sobretudo mais valorização do trabalho em rede Só assim será possível ampliicar as sinergias dos recursos e competências disponíveis nas diversas entidades públicas e privadas da envolvente empresarial No IAPMEI acreditamos no trabalho em parceria na complementaridade de saberes e no potencial da cooperação entre os diversos atores Estamos por isso determinados e coniantes no sucesso da nossa missão 12 13 OTICCTC ESTG Instituto Politécnico de Leiria Maria Leopoldina Alves ESTG Instituto Politécnico de Leiria A escolha de um conceito único para empreendedorismo é uma tarefa complexa e morosa e tem sido alvo de diversos estudos de muitos autores e investigadores que estudam a temática Apesar de ser um conceito multifacetado em função do enfoque que lhe pretendam dar existem aspetos a ele relacionados em que todos os autores e investigadores estão de acordo um empreendedor tem no seu caráter características peculiares de perceção da realidade que o rodeia comportamentais e acima de tudo de atitude O conceito de empreendedorismo social surge como uma nova forma de olhar para o empreendedorismo O empreendedor social utiliza as referidas características peculiares em proveito da sociedade mediante um envolvimento direto com a comunidade com o intuito de a desenvolver Grisi 2008 O conceito de empreendedorismo social é relativamente recente contando com 30 anos de existência de forma efetiva Drayton 2002 Existe uma linha de fronteira muito ténue que divide os conceitos de empreendedorismo social voluntariado caridade sendo que por vezes estes conceitos se cruzam e coexistem Contudo existe algo comum a todos os conceitos a consciencialização da necessidade de solucionar ou minimizar um problema social pela criação valor social De entre os levantamentos sobre os diversos conceitos de empreendedor social destacamse os trabalhos de Oliveira 2004 e Melo Neto 2002 Nestes são apresentadas algumas formas internacionais do conceito propostas por instituições de renome 3Conceito do Empreendedorismo Social 14 School for Social Entrepreneurship Reino Unido É alguém que trabalha de uma forma empreendedora para um benefício público ou social em vez de ter por objetivo a maximização do lucro Os empreendedores sociais podem trabalhar em negócios éticos organizações públicas ou privadas em voluntários ou no setor comunitário Os empreendedores sociais nunca dizem não pode ser feito Canadian Center for Social Entrepreneurship Canadá Um empreendedor social é inovador e possui características dos empresários tradicionais como a visão a criatividade e a determinação as quais aplicam e focam na inovação social São líderes que trabalham em todos os tipos de organizações Schwab Foundation for Social Entrepreneurship Suíça Os empreendedores sociais são agentes de mudança da sociedade mediante i a criação de ideias conducentes à resolução de problemas sociais pela combinação de práticas e conhecimentos de inovação criando assim novos procedimentos e serviços iio estabelecimento de parcerias e meios de autossustentabilidade dos projetos iii a transformação das comunidades através de associações estratégicas iv a utilização de abordagens baseadas no mercado para resolução dos problemas sociais v a identiicação de novos mercados e oportunidades para inanciar uma missão social Institute for Social Entrepreneurs EUA Empreendedores sociais são executivos do setor de negócios sem ins lucrativos que prestam maior atenção às forças do mercado sem perder de vista a sua missão social e são orientados por um duplo propósito empreender 15 programas que funcionem e que estejam disponíveis para as pessoas tornandoas menos dependentes do governo e da caridade ASHOKA EUA Os empreendedores sociais são pessoas visionárias criativas pragmáticos e com capacidade para promover mudanças sociais signiicativas e sistémicas São indivíduos que apontam tendências e apresentam soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais Erwing Marion Kauffman Foundation EUA Os empreendimentos sem ins lucrativos são o reconhecimento da oportunidade de cumprir uma missão para criar de forma sustentada valor social sem se apoiar exclusivamente nos recursos A linha que separa o conceito de empreendedor privado do conceito de empreendedor social é ténue O empreendedor privado apresenta uma atitude com foco no mercado no desenvolvimento das organizações e na maximização do lucro que quando aliada á sua capacidade de inovar pode assegurar o sucesso do empreendimento A esta forma de empreendedorismo atribuise uma natureza individual Já o empreendedor social é coletivo e o seu desempenho é medido pelo impacto social das suas ações Neste caso ocorre o envolvimento da comunidade onde se insere através da sua participação integração e desenvolvimento com o intuito de solucionar carências sociais Melo Neto 2002 Este autor referese ao empreendedorismo social como um paradigma emergente de um novo modelo de desenvolvimento a saber um desenvolvimento humano social e sustentável De acordo com o mesmo autor a sustentabilidade de uma comunidade pode ser alcançada pela via da promoção de ações empreendedoras de caráter social e de novas estratégias de inserção social 16 O desenvolvimento sustentável da comunidade é condicionado diretamente por fatores que dependem do próprio indivíduo e da comunidade em si É o caso dos aspetos psicológicos e culturais do indivíduo das suas capacidades ações e atitudes da cultura da comunidade e do seu potencial de desenvolvimento bem como da sua capacidade de identiicar oportunidades que conduzam à criação de emprego Grisi 2008 Já em tempos Dees 1998 referiu que desde sempre existiram empreendedores sociais no entanto não eram denominados como tal tendo a linguagem e a sociedade tratado destas mudanças ao longo dos tempos O mesmo sucede com as iniciativas que utilizam o empreendedorismo para resolver problemas sociais Durante as últimas 4 décadas diversos programas foram lançados e implementados com o intuito de ajudar pessoas que pertencem a grupos sociais desfavorecidos ou marginalizados Contudo uma grande parte destas iniciativas apresenta fracos resultados em termos de eicácia e sustentabilidade com reduzida capacidade de escalagem scaleup dos seus impactos de modo a conduzir a signiicativas mudanças sociais Cernea 1987 Tendlar 1989 A deinição de empreendedorismo social varia desde a sua forma mais ampla até à sua forma mais restrita Do ponto de vista global o empreendedorismo social diz respeito a atividades inovadoras com um objetivo social na sua forma lucrativa como em investimentos sociais e comerciais ou na sua vertente de empreendedorismo social corporativo na sua forma não lucrativa ou em formas mistas tais como estruturas híbridas formadas por abordagens não lucrativas e lucrativas em simultâneo Do ponto de vista mais restrito o empreendedorismo social normalmente referese ao fenómeno da aplicação de conhecimento se competências de mercado ao setor dos negócios sem ins lucrativos tal como acontece em organizações que encontram formas inovadoras de ganhar dinheiro Reis 1999 Independentemente da deinição mais lata ou restrita a criação de valor social é algo que está subjacente e é comum a ambas ao invés da riqueza pessoal e acionista Outro aspeto comum é o facto de a 17 atividade ser caracterizada pela inovação ou criação de algo novo ao invés de simplesmente se replicarem negócios ou práticas já existentes Noruzi 2010 De acordo com Martin e Osberg 2007 o conceito de empreendedorismo social apresenta duas vertentes uma mais positiva e outra menos positiva No que respeita ao aspeto mais positivo ela está conotada com a capacidade especial do empreendedor social de identiicar e aproveitar uma oportunidade combinando o pensamento fora da caixa com uma capacidade única de criar e trazer algo novo ao mundo Do ponto de vista menos positivo o conceito de empreendedorismo social é um conceito expost que resulta do facto das atividades realizadas na maioria das vezes pressuporem a passagem de algum tempo até que o verdadeiro impacto do projeto ou do negócio seja evidente e efetivo Tal como referido anteriormente o conceito de empreendedorismo social vai além da deinição de empreendedorismo no sentido mais lato Os próprios empreendedores sociais apresentam características especíicas algo distintas das relativas aos empreendedores privados Devese a William Bygrave 1997 a identiicação das 10 principais características dos empreendedores as quais foram mais tarde adaptadas aos recentes conceitos de empreendedor social por Gregory Dees 2001 Professor da Duke Universitys Fuqua School of Business Martins 2006 Estas características são descritas pelos 10 Ds do empreendedor social Dream Sonhadores Os empreendedores sociais conseguem visionar o que o futuro pode trazer não apenas aos próprios o que sucede com os empreendedores privados mas às organizações e à própria sociedade onde estão envolvidos Decisiveness Decididos Os empreendedores sociais são por natureza indivíduos que rapidamente tomam decisões Doers Ativos Qualquer plano de ação que vise alcançar o objetivo a que o empreendedor se propõe é decidido e 18 implementado de forma rápida mesmo que o mesmo requeira ajustes de modo a adaptarse às necessidades especíicas da comunidade ou sociedade onde se insere Determination Determinados Os empreendedores sociais são muito responsáveis e bastante persistentes não desistindo perante obstáculos que à primeira vista parecem incontornáveis Dedication Dedicados O empreendedor social trabalha incessantemente quando se propõe avançar com um novo projeto ou negócio mesmo que essa dedicação coloque em causa alguns relacionamentos pessoais como por exemplo familiares Devotion Devotados Os projetos ou negócios em que o empreendedor social que se envolve são executados por ele com verdadeiro prazer facilitando a sua venda seja ela efetiva ou igurada Details Minuciosos O controlo dos detalhes é um fator de o empreendedor social acautela de modo a maximizar o sucesso do seu projeto ou negócio No caso do empreendedor privado a tónica é colocada no controlo dos detalhes para minimização dos riscos como o empreendedor social mas também para a maximização do lucro Destiny Destinados Os empreendedores preferem ser donos do seu destino a estarem dependentes de outrem Dollars Dinheiro O enriquecer não consta do topo da lista das motivações de um empreendedor social Embora seja um indicador do sucesso do projeto ou negócio a minimização ou resolução do problema social em causa é para si a recompensa prioritária Distribute Partilha Os empreendedores sociais partilham o controlo do projeto ou do negócio com os demais colaboradores ou parceiros os quais representam peças fundamentais para o seu sucesso Alguns negócios com ins lucrativos levam a cabo ações de caráter social As empresas sociais com ins lucrativos são geridas para a linha de fundo dupla com o objetivo de realizar o bem social e de se manterem inanceiramente motivadas Um caso de sucesso 19 de empresas sociais nos EUA foi a TOMS Shoes empresa com um modelo de negócio de capitalismo social que oferece um par de sapatos para crianças desfavorecidas por cada para de sapatos que vende com ins lucrativos EmersoneTwersky 1996 Um novo conceito de empresas sociais com ins lucrativos surgiu recentemente as denominadas empresas sociais geridas para a linha de fundo tripla Além de terem o objetivo de realizar o bem social e de se manterem inanceiramente motivadas abraçam uma missão espiritual Eldred 2005 20 21 Victoria Sirghi Dumitru Mestranda Marketing Promoção Turística ESTM Instituto Politécnico de Leiria Maria Leopoldina Alves ESTG Instituto Politécnico de Leiria João Emanuel Gonçalves S Costa ESTM Instituto Politécnico de Leiria O Empreendedorismo social não é um conceito novo em Portugal sendo mais inluente a partir dos anos 90 Quintão 2004 No entanto o conceito não tem tido um impacto social como seria expectável por parte dos empreendedores sociais ou seja criar impacto na sociedade Estamos a falar de aproximadamente uma década em que o empreendedorismo social era quase totalmente esquecido e ignorado em Portugal A partir dos anos 2000 o empreendedorismo social tem vindo a ter uma maior relevância Porém ganhou dimensão num período de crise difícil onde o Estado continua a ter grandes diiculdades para dar resposta aos desempregados e às suas necessidades Daí a importância do empreendedorismo social enquanto recurso para criar soluções e dar resposta aos problemas e necessidades sociais O empreendedorismo social tem atualmente um papel preponderante na sociedade especialmente quando os setores público e privado não conseguem alcançar um nível de satisfação adequado de forma a superar as necessidades e os problemas sociais Se por um lado estes setores têm como objetivo a maximização de lucro onde todas as atividades têm uma perspetiva lucrativa no que diz respeito ao empreendedorismo social o lucro consta no impacto social cujas atividades são viradas para sociedade e suas necessidades Como é evidente o lucro é o pilar de qualquer negócio e contribui para a sua sustentabilidade No caso do empreendedorismo social a sustentabilidade fundamentase em parcerias que são vistas como o 4Empreendedorismo Social em Portugal 22 segredoMartins 2011para manter os negócios economicamente sustentáveis sem perder o seu posicionamento na sociedade Estas parcerias são fulcrais e a melhor forma de trabalhar nesta área é estabelecendoas Como é entendido o empreendedorismo social em Portugal e qual o processo de evolução São vários os autores que se expressam e opinam sobre o empreendedorismo social em Portugal sendo caracterizado como uma área de elevado potencial de inovação social e de criação de oportunidades de trabalho principalmente entre os proissionais deste setor onde Portugal através das suas empresas sócias revela um grau de emergência bastante satisfatório Segundo Esperança 2006considera o empreendedorismo social em Portugal ainda muito diminuto apontando a eiciência proissional como um fator preponderante nesta área O Instituto de Empreendedorismo Social fundado em 2008 cujo objetivo é incentivar esta atividade em Portugal e levar a cabo o desenvolvimento desta área por sua vez caracterizao como uma abordagem inovadora com o objetivo de resolver problemas sociais com uma missão clara sustentável passível de ser replicada em outros contextos e capaz de conceber impacto social em larga escalaForjaz 2010 Constatase assim que o empreendedorismo social é o conjunto de atividades ações ou tomadas de decisões que são desenvolvidas por um indivíduo ou organização social que identiica problemas sociais cuja sua resolução tem como intuito criar impacto social Peril do empreendedor social Empreendedor social é quando o indivíduo ou organização reconhece que uma parte da sociedade está bloqueada e atua de 23 forma para a desbloquear Identiica o que não está a funcionar resolve o problema mudando a forma de atuar e difunde a solução a outras sociedades incentivandoas a seguir caminhos semelhantes Os empreendedores sociais não se contentam apenas em dar o peixe ou a ensinar a pescar eles não descansam enquanto não revolucionarem a indústria da pesca Ashoka 2004 Os empreendedores sociais são vistos como indivíduos que possuem uma missão social e contribuem para o crescimento económico do país através de diversas formas são extremamente visionários e tencionam inspirar a sociedade com ideias e oportunidades de negócio que consideram ser de caráter inovador e são capazes de transformar ideias de negócio já existentes em negócios inovadores Segundo Martins 2011 o empreendedor social pode gerar lucro e tem capacidade para dar resposta a um problema social O facto de poder gerar lucro legitima sustentabilidade no negócio contudo não é esse o seu principal objetivo A evolução dos empreendedores sociais em Portugal reletese em vários estudos inquéritos e registos que foram feitos ao longo dos anos Por exemplo em 2005 o Insead The Business School of the World com sede em França é uma escola com formação em empreendedorismo social regista que de um total de 200 alunos estrangeiros dez eram portugueses Estes cursos já estão disponíveis em Portugal no IES desde 2008 É de realçar que a preocupação com o impacto social no negócio está presente no espírito da nova geração de empreendedores Santos 2010 e devese aprender com experiencias internacionais Esperança 2006 Filipe Santos 2010 diz estar a assistirse a uma mudança de paradigma onde a nova geração se demonstra muito motivada para o empreendedorismo social Assim em 2005 60 dos estudantes nacionais tinham como objetivo criar os seus próprios negócios no estereótipo do growth 35queriam ser empresários e apenas 5 optavam pelo empreendedorismo social Hoje em dia os referidos5 24 passaram a ser 25 oque quer dizer que estamos perante um forte aumento do interesse por parte das novas gerações Segundo um estudo do Global Entrepreneurship Monitor feito em vários países da União Europeia cujo objetivo consistiu em analisar a relação entre o empreendedorismo e o nível de crescimento económico e averiguaram que houve um aumento da Taxa de Atividade Empreendedora em Portugal em comparação com os outros países intervenientes no estudo Em 2004 Portugal tinhase posicionado no 13ªposição com 4 da TEA e em 2007obteve uma percentagem de 8 sendo Portugal o melhor classiicado entre os 18 países sendo também o país com mais pessoas envolvidas em atividades empreendedoras Caires 2008 Com base nestes resultados constatase que Portugal melhorou as condições estruturais de empreendedorismo entre os anos 2004 e 2007 Conforme corroboram vários estudos elaborados ao longo dos anos o empreendedorismo social em Portugal tem relevado um crescimento satisfatório com atividades empreendedoras e com visões futuras muito positivas por parte das novas gerações Exemplos de negócios e projetos de sucesso de empreendedorismo social em Portugal Com o setor social em emergência existem vários casos de sucesso de empreendedorismo social como por exemplo o projeto 4 Leituras que consiste na edição de livros adaptados para crianças com necessidades especiais A Escolinha de Rugby da Galiza que visa a consolidação de um espaço para formação humana e desportiva de crianças e adolescentes fragilizados pela ausência de uma estrutura familiar O sucesso deste projeto motivou a sua aplicação noutras 12 instituições e é reconhecido e pela Alemanha A reutilização de produtos na iniciativa Reutilização que visa promover o seu impacto ambiental ao recolher produtos reutilizáveis para serem doados a pessoas carenciadas como toxicodependentes e sem abrigo Empréstimo na área de Saúde iniciativa realizada em 25 parceria com o Hospital de Vila Real e a Delegação de Sabrosa de Cruz Vermelha que consiste na alocação de equipamentos médicos em locais carenciados Exposição Loja Eco onde pequenos produtores e artesãos podem expor e comercializar os seus produtos Jogos que promovem os modos de vida saudável Centro de Educação Alimentar que visam a prevenção da obesidade infantojuvenil O projeto ColorADD do autor Miguel Neiva Santos tem como missão dar a cor certa aos daltónicos através de um código de identiicação das cores Fundação do Gil instituição que atua em cinco grandes áreas de trabalho como o apoio a Hospitais apoio ao Domicílio Saúde em Família Dia do Gil e Casa do Gil Fundação Calouste Gulbenkianque atua no domínio das Artes Ciência Educação e Beneicência também aplica atos de empreendedorismo social através de organização de concursos online como é o caso do concurso FAZ consiste na apresentação das ideias inovadoras para população portuguesa cujos vencedores recebem apoios inanceiros para a sua concretização O progresso do empreendedorismo social em Portugal nos últimos anos tem sido de facto muito relevante com grandes exemplos nacionais negócios que mudaram a vida de muitas pessoas com grandes necessidades básicas proporcionandolhes alguma qualidade de vida Mesmo assim perante um crescimento do empreendedorismo social não se pode considerar que Portugal é um país onde o empreendedorismo social é aplicado de uma forma notória pois são vários os indicadores que colocam Portugal numa posição embrionária em comparação com outros países A dependência de apoios inanceiros cujo acesso é restrito inviabiliza oportunidades de negócio com potencial de sucesso Os empreendedores sociais em Portugal para além de empenho e dedicação precisam de serem escutados apoiados para conseguirem atingir os seus objetivos Como exemplo darlhes o acesso a estudos e investigações já realizadas nas mais variadas áreas de atividade estreitando o percurso para conhecer a realidade portuguesa de 26 forma a potenciar a criação de soluções no momento certo no lugar certo para a pessoa certa A falta de recursos é uma das principais razões com a qual os empreendedores portugueses se deparam o que leva a um processo mais moroso para o desenvolvimento do empreendedorismo social impedindo o progresso de determinados projetos oportunidades de negócio iniciativas que podem servir para combater o desemprego Face ao exposto podemos concluir que a criação de parcerias o trabalho de equipa e a disponibilidade de recursos são alguns dos fatores chave para o desenvolvimento do empreendedorismo social em Portugal São várias as organizações e associações no setor social que têm mostrado interesse nesta área e já com projetos futuros de grande envergadura o que nos leva a acreditar que o empreendedorismo social é um elo importante para o desenvolvimento económicosocial do país 27 28 29 Márcio Continentino Lopes ESTG Instituto Politécnico de Leiria Em 2010 a comemorar duas décadas de existência o Relatório de Desenvolvimento Humano RDH 2010 tornou a salientar a sua tese original paradigmática e indiscutível de que As pessoas são a verdadeira riqueza de uma nação A prosperidade de um país ou o bemestar de um indivíduo não deve ser avaliado apenas pela sua dimensão pecuniária Como é óbvio o rendimento o capital é um fator crucial para o progresso Mas de acordo com o RDH 2010 devese também avaliar se as pessoas conseguem ter vidas longas e saudáveis se têm oportunidades para receber educação e se são livres de utilizarem os seus conhecimentos e talentos para moldarem os seus próprios destinos Nos últimos trinta anos a globalização tem sido um fenómeno crescente transversal e multifacetado em diversos domínios da sociedade muito para além da esfera económica Esse processo acentuado de interdependência entre os países e os territórios em geral tem apresentado duas características bem vincadas a primazia da lógica dos mercados e a diminuição do peso do Estado na economia representando sobretudo no caso europeu a crise falência do Estado social A globalização mais do que um consenso pode ser vista como um campo de conlitos sociais Nesse sentido as forças transformadoras da globalização têm criado um contexto alargado de oportunidades para a emergência do empreendedorismo social O conceito de empreendedorismo social é bastante amplo Em linhas gerais tratase de atividades eou processos que têm como objetivo descobrir deinir e explorar oportunidades a partir das quais se pretende criar de forma inovadora riqueza social através de novas organizações ou de outras já existentes Zahra et al 2008 O conceito de riqueza social deve ser de igual modo entendido de uma forma ampla abrangendo aspetos multidimensionais do bem estar humano nas vertentes ambientais económica sociais e de 5Importância do Empreendedorismo Social a globalização e o amadurecimento dos mercados Uma abordagem conceptual 30 saúde E o empreendedor social por sua vez enquadrase num peril orientado para a inovação adaptação e aprendizagem contínua Sabe combinar uma criatividade visionária com a resolução de problemas da vida real e tem um forte senso ético Em larga medida o empreendedor social é um líder no campo das mudanças sociais Tornase um construtor um engenheiro social capaz de identiicar problemas sociais sistémicos introduzir mudanças inovadoras e revolucionárias e assim atuar no setor público privado e sem ins lucrativos da economia Aspetos Estruturais da Globalização e do Empreendedorismo Social No quadro do RDH 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano IDH avalia o progresso das sociedades sob três aspetos i viver uma vida longa e saudável ii obter educação e conhecimento iii desfrutar de um padrão de vida digno A partir de uma análise temporal feita desde 1970 abrangendo 135 países e 92 da população mundial as conclusões inais indicam que o progresso social tem sido bastante impressionante Em termos médios entre 1970 e 2010 o IDH aumentou 417 048 em 1970 e 068 em 2010 Tratase de um avanço global da prosperidade estendido por todas as regiões e quase todos os países Do ponto de vista da convergência apesar de ainda haver uma acentuada disparidade de rendimentos em termos gerais os países pobres estão a aproximarse dos países ricos Para o período analisado pelo RDH 2010 o fosso entre ricos e pobres sobretudo nos domínios da saúde e educação diminuiu em cerca de um quarto No entanto uma parte substancial dos maiores níveis de pobreza multidimensional analfabetismo doença e acesso a oportunidades ainda se mantém concentrada nos países em desenvolvimento De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations FAO entre 2006 e 2008 havia cerca de 850 milhões de pessoas no mundo a sofrerem de desnutriçãofome E apesar da tendência de aumento do preço internacional dos produtos 31 alimentares a FAO 2011 tem como objetivo reduzir para metade o número de pessoas famintas no planeta até 2015 Nos anos mais recentes os fenómenos globais de natureza económica têm vindo a transmitirse de forma cada vez mais veloz intensa e alargada Três anos e meio depois da crise inanceira internacional de 2008 a economia mundial vivencia hoje uma profunda crise no mercado de trabalho No último relatório da International Labour Organization ILO 2012 há 200 milhões de pessoas desempregadas no mundo 27 milhões de pessoas a mais após o início da crise Cerca de 900 milhões de trabalhadores ainda sobrevivem com menos de dois dólares por dia E na próxima década para que haja crescimento económico sustentável e com coesão social a economia mundial terá o desaio de criar 600 milhões de postos de trabalho Todos esses fenómenos associados ao processo de globalização representam por um lado falhas de mercado incapazes de serem colmatadas de forma autónoma mas são por outro lado potenciadoras de múltiplas oportunidades para o empreendedorismo social E nesse aspeto o empreendedorismo social se apresenta como alternativa às intervenções corretivas do Estado promoção da eiciência e equidade Em Seelos e Mair 2004 o enquadramento do empreendedorismo social pode apresentarse sob duas categorias i atividades lucrativas que atuam no mercado privado mas que se apresentam empenhadas para um meio envolvente socialmente sustentável e ii atividades sem ins lucrativos promotoras de uma sustentabilidade social de longo prazo Nesse sentido as organizações através da sua responsabilidade social stakeholders eou missão estratégica podem ser criadoras de valor social a partir de modelos organizacionais inovadores Valor social que ao nível dos mercados advém da mútua interação e interdependência entre os indivíduos Num mundo global o empreendedorismo social pode realizarse à escala local ou com uma abordagem orientada para mercados externos ou seja a atividade empreendedora internacionalizada em busca de oportunidades sociais à escala global O crescente 32 movimento no sentido da privatização e da redução do peso do Estado na economia tem proporcionado mais oportunidades para colmatar as lacunas na provisão dos serviços sociais Zahra et al2009 Torna se necessário ter em atenção que o conceito de oportunidades sociais como forma de atratividade empreendedora deve ser amplo o suiciente para contemplar objetivos económicos e não económicos As oportunidades sociais podem ter um caráter de afetação eiciente de recursos de identiicação de informações assimétricas sobre o real valor desses recursos e de otimização de ganhos e benefícios de um número alargado de stakeholders Por deinição clássica da teoria económica o processo de maximização do bemestar social é um movimento de ótimo de Pareto aumentar a satisfação de um indivíduo sem no mínimo não alterar o nível de satisfação de um outro indivíduo No entanto a condição de ótimo de Pareto não tece quaisquer considerações sobre a redistribuição do bemestar social É tão e somente um critério económico não normativo de afetação eiciente de recursos O empreendedor social que atuar em mercados sociedades externos estará sujeito a vários obstáculos que terão de ser ultrapassados sobretudo o risco do desconhecimento sobre os mercados ao nível cultural socioeconómico tecnológico e institucional Sendo assim em larga medida o empreendedor social internacionalizado redeine as oportunidades sociais conforme vai adquirindo um conhecimento incremental sobre os mercados Em linhas gerais as oportunidades sociais devem contemplar os seguintes aspetos a prevalência de necessidades humanas básicas na sociedade a sua relevância a urgência muitas das vezes associada a hecatombes naturais genocídios ou conlitos civis o grau de acesso ao desenvolvimento da atividade empreendedora diiculdade percebida e o grau de inovação social proposto pelo projeto inovador Considerando o largo escopo das oportunidades sociais orientadas sobretudo para a internacionalização tornase evidente que o empreendedor social tem várias opções para capitalizar essas oportunidades No processo decisório de internacionalização a organização que terá de atuar num contexto de mudanças contínuas e com vários obstáculos inerentes ao desconhecimento dos mercados 33 desenvolverá Dynamic Capabilities DC Por deinição em Helfat et al 2007 DC é a capacidade que uma organização tem de criar expandir ou modiicar de forma determinada os seus recursos base tangíveis intangíveis capital humano e relacional Algumas DC permitem a organização vocacionada para a criação de valor social entrar em novas áreas de atuação ou expandir uma já existente através do crescimento interno eou alianças estratégicas com outras organizações ou governos Outras DC contribuem para que a organização possa criar novos produtos e processos produtivos O conceito de DC inclui a capacidade de um organização em identiicar a necessidade ou a oportunidade para mudar formular uma resposta adequada e implementar um plano de ação Conclusão As profundas modiicações sociais e económicas impostas pelas forças dinâmicas da globalização exigem novas e contínuas respostas por parte dos Estados das organizações e das pessoas em geral No âmbito da lógica shumpeteriana as sociedades enformadas por mudanças contínuas devem adotar respostas criativas revolucionárias que em larga medida rompam com o paradigma vigente e que modelem o curso dos acontecimentos no longo prazo Nas sociedades capitalistas um dos mecanismos fundamentais das mudanças socioeconómicas é a atividade empresarial O mundo global é um mundo transformista e nesse sentido uma fonte contínua de novas oportunidades sobretudo no domínio da criação de valor social O empreendedor social através da sua ação inovadora em modelos organizacionais tornase um agente crucial para a adoção de respostas criativas A sua ação a capitalização de oportunidades à escala local ou global é determinante para a formação de modelos sociais sustentados e mais equilibrados O empreendedor social não substitui o Estado providência mas em sinergia com ele contribui para a afetação eiciente dos recursos e a promoção da equidade É em primeira e última instância um engenheiro de sociedades cuja ibra ética ambiciona trazer um novo equilíbrio aos sistemas sociais Ser um empreendedor social é um desaio normativo de vida 34 35 José Luís de Almeida Silva ESAD Instituto Politécnico de Leiria O tema do Empreendedorismo tem tomado grande importância nas décadas mais recentes em todo o mundo tal como na União Europeia que lhe dedicou um Livro Verde Espírito Empresarial na Europa em 2003 na sequência da aprovação em 2000 da Estratégia de Lisboa bem como também em Portugal onde não falta quem se dedique à promoção do empreendedorismo Este interesse não era assim antes da adesão de Portugal à CEE talvez porque a criação de emprego próprio não fosse uma prioridade nacional mesmo ao nível do vocabulário onde tal não era muito comum A título de exemplo é bom recordar que a tradução de uma obra de referência de Peter Drucker editada em 1985 nos Estados Unidos com o título Innovation and Entrepreneurship foi lançada em Portugal no ano seguinte com o título mais comedido de Inovação e Gestão Mesmo assim na tradução do prefácio e no texto ao longo do livro a palavra entrepreneurship é sempre traduzida como atividade empresarial Outra prática comum em Portugal e não só na formação em empreendedorismo é reduzir este tema às técnicas da criação de empresas esquecendo que Peter Drucker considera indissociável a sua ligação à inovação e como é defendido no Livro Verde da UE referido antes à própria criatividade que um processo deste tipo exige O Empreendedorismo Social corre o risco de caso se esqueçam os propósitos referidos antes de não estar também intimamente ligado à inovação e à criatividade podendo transformarse apenas num processo repetitivo e mecânico que assegurará apenas a criação de empresas com fraco êxito e que explorarão a oportunidade de inanciamento que lhes é dado em cada momento especialmente nos 6Abordagens de várias oportunidades de negócios em várias áreasprospetiva do Empreendorismo 36 momentos de crise como o que vivemos atualmente mas que não garantirá a sustentabilidade nem a eicácia no seu funcionamento O Empreendedorismo Social desempenha um papel fundamental na sociedade quando o Setor Social ou o Terceiro Setor como é conhecido desde há vários anos passar a preencher um vazio para dar suporte na resolução da procura crescente nesta área da economia não mercantil Tratase de um setor sem vínculo direto com Estado nem com o setor privado apesar de poderem viver como acontece em Portugal muitas destas organizações à sombra dos inanciamentos públicos que engloba o conjunto das entidades da sociedade civil como ONGs organizações ilantrópicas associações para apoio à 1ª 3ª e 4ª idade etc que prosseguem ins públicos sem objetivos lucrativos Estas organizações não podem descurar a viabilidade e sustentabilidade apesar de utilizarem em muitos casos uma forte componente de trabalho voluntário gratuito Como a concorrência no nosso país por parte dos outros protagonistas do mundo empresarial não é ainda muito evidente nem tão pouco representa uma ameaça até porque geralmente beneiciam de apoios públicos num mercado sem competição ou pouco competitivo podem frequentemente repetir modelos estafados e insustentáveis no médio prazo Contudo estas organizações correm sérios riscos dado que começa aparecer no meio empresas verdadeiramente organizadas Atualmente a operar em Portugal existem organizações empresariais internacionais nomeadamente para apoio a idosos que apresentam maior eiciência e qualidade nos serviços prestados praticando inclusive melhores preços ou se nalguns casos um pouco mais caros ainda assim com proveito para os clientes dadas as vantagens associadas É pois importante alertar os futuros empreendedores sociais que se querem lançar na criação de empresas no setor social para a importância crescente da dimensão da Inovação e Criatividade especialmente numa sociedade em que a procura destes serviços aumenta face às tendências pesadas correlacionadas com o setor 37 que se vivem no século XXI e que podemos a seguir sintetizar Envelhecimento da população e desequilíbrio nas prestações sociais Urbanização da população e crescendo da instabilidade social Aumento dos riscos multipolares e ausência de entidades e processos de regulação e controlo a nível global Emergência de novas formas de emprego lexibilidade do trabalho e predomínio da atipicidade no emprego Estas tendências pesadas para além da globalização observadas nas últimas décadas levaram à instabilização dos mercados com especial realce para o do trabalho em todos os países desenvolvidos certamente determinada pela crescente globalização dos mercados e da própria sociedade com o domínio dos países emergentes assentes na mão de obra barata em muitos setores da atividade económica Urge assim contextualizar o tema do empreendedorismo e do empreendedorismo social Este último dadas as características dos seus fatores produtivos especialmente mão de obra é pouco ameaçado por estratégias de deslocalização Não são muitos os trabalhos de investigação que utilizam ferramentas da prospetiva estratégica em relação ao empreendedorismo Ainda assim identiicouse um estudo com origem nos Estados Unidos que evidencia um caráter muito interessante Este trabalho foi realizado na parte inal da última década por uma unidade de investigação independente fundada em 1968 na Rand Corporation Esta unidade dedicase especialmente a estudos prospetivos e está sediada em Silicon Valley Califórnia no Institute for the Future httpwww iftforg O resultado foi apresentado pela consultora de inovação empresarial Intuit httpwwwintuitcom que presta apoio nas áreas informática inanceira tecnológica e de marketing a pequenas empresas Neste estudo de que se conhecem três relatórios o primeiro publicado em 20071 antecipa quem irão ser os principais 1Intuit Future of Small Business Report Institut for the Future 2007 38 empreendedores no horizonte de 2017 São determinados por dois movimentos combinados para transformar a paisagem económica e iniciar a nova era da descentralização económica onde as pequenas empresas vão jogar um papel central nesta transformação Segundo os autores e no horizonte das pequenas empresas serão constituídas e geridas por um novo e mais diversiicado grupo de empresários com uma nova perspetiva baseada na mudança da natureza da paisagem no mundo empresarial norteamericano Até aqui o empreendedorismo nos Estados Unidos era liderado por gestores do sexo masculino de média idade e de raça branca No futuro este fenómeno vai importar um novo conjunto de atores que se podem centrar nos seguintes grupos sociais Proissionais provenientes da atividade empresarial por conta de outrem Estudantes das escolas onde é ministrada formação em Empreendedorismo Imigrantes qualiicados Pessoas especialmente mulheres em atividade a tempo parcial Pessoas especialmente e uma vez mais as mulheres que trabalham ao domicílio através da internet teletrabalho Perspetivase que nestas condições com especial destaque para o Estados Unidos da América alargandose depois ao resto do mundo que as principais iniciativas empresariais decorram dos seguintes grupos Numa primeira fase surgirão os trabalhadores da geração baby boomer pessoas nascidas entre 1946 e 1964 muitos deles em fase de préreforma mas que não conseguem apresentar rendimentos que assegurem o atual status Depois a Geração Y geração digital ou da net com idade entre os 5 e os 25 anos formada por estudantes a frequentar Universidades e que não vão encontrar emprego por conta de outrem facilmente e tão pouco encontrarão emprego nas áreas proissionais que desejariam Ainda assim e caso consigam icarão sujeitos a regras e condicionamentos 39 que hoje e ainda mais no futuro não são compatíveis com os novos modos de vida deste século Para eles o empreendedorismo é uma via para manter a independência e permitir gerir com grande autonomia a própria carreira Muitas vezes não passam de objetivos proissionais combinados com atividades lúdicas ou de lazer Seguemse os imigrantes provenientes de todo o mundo com especial destaque para os países asiáticos resultado da atual onda de globalização Este novo paradigma representa uma postura em que se vive uma fome de aprendizagem e de encontrar novos desígnios para a vida pessoal Os imigrantes pelo caráter de forte persistência e espírito de sacrifício e face às condições que tinham nos seus países de origem acreditam ser possível enriquecer rapidamente Nos Estados Unidos da América Finalmente as mulheres que num passado recente mesmo nos EUA eram sinónimo de diminuto rácio na criação de empresas próprias irão crescer fortemente Esta realidade permitirá acumular a vida familiar com a vida empresarial ainda que a tempo parcial Este modelo a par da criação das atividades proissionais independentes no domicílio poderá ser desenvolvido na fórmula de teletrabalho Como se refere no estudo também as mulheres pelas mesmas razões dos homens iniciamse cada vez mais nos negócios assumindo uma carreira independente por realização pessoal por desaio proissional e para equilíbrio trabalhovida pessoal Com os horários lexíveis que os pequenos negócios próprios permitem as mulheres podem assim conjugar o trabalho com a família de uma forma equilibrada Os norteamericanos intitulam estes casos de women careerpreneurs e de mompreneurs neste último caso para as mães que tiveram ilhos recentemente e que pretendem continuar a acompanhar os seus primeiros anos na residência familiar mantendo uma atividade económica independente em simultâneo facilitada pelos novos meios de comunicação como a Internet 40 Segundo os autores da investigação o Momempreendedorismo oferece às mulheres com ilhos uma alternativa ao emprego tradicional e um meio de combinar trabalho com responsabilidade familiar Muitas mulheres empreendedoras iniciam os seus parttimes em casa Isso dá lexibilidade e equilíbrio no trabalhovida pessoal Muitas estão disponíveis na internet nas 247 gerindo quando e onde podem a sua atividade Acrescentam ainda que o empreendedor individual é uma espécie de oneman show Tipicamente não tem empregados e trabalha em casa Esta categoria inclui trabalhadores contratados em parttime com hobbies biscateiros DIYdoityourselfers e estagiários de cursos de integração social Estas atividades resultam na sequência da extensão das relações proissionais ou acidentalmente pela extensão dos hobbies ou outras paixões Neste estudo ainda se apresenta uma nova forma de organização dos trabalhadores independentes ou empreendedores os coworking que facilita a emergência do empreendedorismo ao proporcionar espaços de trabalho salas de reunião ligações à internet serviço de secretariado permitindo um front space para acessocontato com a comunidade de forma credível Este estudo especialmente dedicado ao empreendedorismo social refere que assim como um empreendedor normal identiica um nicho de mercado por preencher um empreendedor social foca as suas atividades empresariais na resolução dos problemas sócio económicos Um empreendedor social muitas vezes começa enquanto cidadão preocupado perturbado por algum problema social ou económico que exige mudanças Tal como os empreendedores normais o empreendedor social identiica as oportunidades que perde para melhorar os meios que usa na sua ação Mas ao invés de apenas gerar lucros os empreendedores sociais têm como principal objetivo a criação de valor social Os empreendedores sociais muitas vezes começam com uma pequena 41 solução que se pode transformar num sistema de maior dimensão Na fase de incubação os empreendedores sociais consideram o seu projeto como um negócio essencialmente pessoal Trabalham em rede com as pessoas que partilham as suas causas e procuram inanciamentos para suportar os projetos de desenvolvimento sócio económico Contudo quando a operação se expande é forçoso mudar para um estilo mais formal de negócio Os empreendedores sociais podem por defeito darse ao luxo de investir tempo e energia nos projetos sem que haja uma elevada preocupação com os custos de oportunidade Nos Estados Unidos é frequente os baby boomers tornaremse empreendedores sociais dado que fazem parte de uma geração que cresceu envolvida nas grandes causas sociais São também muitos os que desejam terminar as suas vidas num trabalho com verdadeiro valor social Em conclusão estas novas formas de empreendedorismo incluindo a dimensão social aliam formas novas de liberdade individual e responsabilidade social de airmação de uma cidadania responsável com intervenção comunitária produzindo resultados positivos no imediato e na mudança civilizacional que se exigeimpõe especialmente porque se deixa de viver numa sociedade industrial ou mesmo pósindustrial para se rumar à sociedade do conhecimento Utilizámos este estudo norteamericano dada a sua qualidade e oportunidade e ainda pelo facto de também contestar vários preconceitos existentes no nosso país Como exemplo reirase o modelo aplicado na formação proissional inanciada fundos comunitários que não prevê trabalhadores idosos ou tão pouco os reformados A atual legislação não admite que a população mais velha tenha acesso à formação em condições idênticas às dos jovens ou dos ativos mesmo quando jovens reformados sabendose que têm agora uma expectativa de vida maior Quando tal é possível nalguns casos muito especíicos aqueles icam no fundo 42 das listas não passando do quadro de suplentes ou quando admitidos icam sempre com o estigma social de estarem a ocupar o lugar de outros com maior prioridade Contudo esta nova realidade maior esperança de vida associada às novas necessidades sociais deveria conduzir o presente modelo de formação para um cenário de maior abrangência e por isso de maior cobertura etária constituindose também como importante ferramenta para minimizar problemas sociais e aumentar a capacidade de gerar receitas Há pois que entender o empreendedorismo e o empreendedorismo social de forma mais inovadora e criativa e portanto menos preconceituosa entendendo o mundo de forma mais dinâmica e solidária O aumento do número de pessoas na 4ª idade e as diiculdades crescentes dos países em inanciar os sistemas de segurança social tem signiicado sucessivos cortes nas pensões de reforma que conduzirá certamente a estratégias onde a 3ª idade terá que continuar ou terá de voltar a desempenhar tarefas produtivas ainda que respeitando as suas capacidades físicas e intelectuais Muitos serão aqueles que não aceitarão relações de trabalho e de dependência tal como haviam vivido durante a sua vida proissional normal Ainda assim dadas as suas competências e saberes serão mais valias para conduzir ao sucesso não só as suas próprias organizações como em muitos outros casos negócios dedicados ao setor social Ganham os próprios e ganharão os seus clientes bem como a sociedade no seu conjunto diminuindo o quasedesperdício de competências não utilizadas por razões legais formais ou culturais Para muitos estas atividades empreendedoras e empresariais constituirão não só uma nova razão de vida e grande satisfação pessoal como um estímulo à vida em sociedade dado que continuam a poder ser úteis e solidários com os seus concidadãos deixando de ser um encargo ou estorvo 43 44 45 Nuno Almeida GITUR ESTM Instituto Politécnico de Leiria Em plena crise conirmada por entidades externas e credíveis Portugal encontrase hoje perante um cenário económico inanceiro e social que poderseá classiicar como preocupante É certo que muito se tem debatido sobre as causas mas importa também debater as soluções Será porventura mais fácil apontar críticas e consequentemente debater soluções ao setor económico e inanceiro Contudo não menos importante há um espetro que nem sempre é merecedor da devida atenção quando se abordam as questões da crise o espetro social O evoluir das economias processase geralmente de forma eicaz atendendo que o motor das economias está alicerçado na vertente empreendedora Esta vertente empreendedora vai muitas vezes ao encontro de soluções que serão posteriormente repercutidas em benefícios inanceiros para os seus responsáveis As atividades lucrativas tornamse por natureza pontos de interesse para empreendedores No entanto há áreas cuja atratividade não desperta o interesse dos mercados Adicionalmente vivese em Portugal uma habitué cultural em que a população descarta no Estado a responsabilidade por essas mesmas áreas Estamos neste momento a chegar a um ponto em que apraz recorrer ao provérbio popular que diz em casa que não há pão todos discutem e ninguém tem razão Tornase cada vez mais evidente que o Estado está fortemente limitado em termos de recursos e por isso mesmo não poderá assegurar todas as responsabilidades pelas áreas menos lucrativas Será imperativo o estímulo do empreendedorismo social como solução para vários problemas da nossa economia 61Oportunidades de negócio no Turismo e na Indústria do Mar 46 O empreendedorismo social caracterizase pelo reconhecimento de um problema social que irá despoletar o espírito empreendedor daqueles que pretendem ser agentes de mudança através de soluções sustentáveis e que visam criar valor social Frequentemente confundese empreendedorismo social com voluntariado Importa desde já clariicar o conceito Poderseá dizer que o empreendedorismo social conigura numa realidade híbrida ou seja não terá necessariamente como objetivo maximizar o lucro mas também não signiica necessariamente que abdique deste A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar ESTM do Instituto Politécnico de Leiria tem vindo a estimular o desenvolvimento do empreendedorismo social nas mais diferentes vertentes Há registo de propostas muito promissoras quer na área do turismo quer na área das tecnologias do mar A ESTM tem estado em sintonia com os sinais emanados pelas mais ilustres personalidades do país Ainda recentemente aquando da visita de Sua Excelência o Senhor Presidente da República foi sublinhado o papel importante que a escola tem vindo a assumir nessa feliz ligação entre o turismo e a indústria do mar Perante um cenário de crise há muitas oportunidades que vão surgindo no mercado O conceito Triple Hélix poderá ser um verdadeiro agente de mudança no empreendedorismo social alavancado pelos três agentes governo indústria e academia Em primeiro lugar já não restam dúvidas que a capacidade de atuação dos governos centrais e locais um pouco por toda a Europa nas economias sociais está prestes a enfrentar um novo paradigma ou seja a necessidade de recorrer aos agentes privados para colmatar necessidades sociais Desta feita assistiu se nos últimos anos a um agilizar de procedimentos que permitem atualmente a um empreendedor implementar o seu conceito de 47 negócio com alguma facilidade e celeridade Vejamos por exemplo o case study português do conceito Empresa na Hora que permite a constituição de uma empresa em escassos minutos Se a isto associarmos o facto de ter sido diminuída signiicativamente a necessidade de capital para constituição das empresas então poderseá dizer para muitas áreas na economia social que não há qualquer entrave governamental para o empreendedorismo Em segundo lugar do lado da indústria vêse também um papel muito ativo em termos de participação nos projetos de empreendedorismo social Se dúvidas houvesse bastaria analisarmos o número crescente de empresas que através do mecenato têm vindo a apoiar causas sociais As indústrias de forma generalizada e incluindo em particular as atividades turísticas e as atividades ligadas ao mar foram constatando que a sua aposta nas causas sociais poderá repercutirse em benefícios não só em termos de imagem mas também em benefícios económicos Há uma maior propensão dos consumidores a aderirem a conceitos que defendem causas sociais Esta propensão é ainda mais evidente em momentos de crise económica como a que enfrentamos atualmente Assim caberá cada vez mais aos agentes económicos articularem as suas atividades com boas práticas de cariz social Em terceiro lugar surge o meio académico como agente proporcionador de ideias e soluções que poderão ser adotadas pelos dois eixos anteriores Este meio é altamente fértil em termos de investigação desenvolvimento e inovação ID i O acesso ao ensino superior cresceu exponencialmente nos últimos anos o que por si só veio colocar um maior número de pessoas em contato direto com o desenvolvimento de ideias e soluções para problemas económicos O meio académico é por excelência propiciador do processo criativo onde coabitam pessoas e intervenientes que apresentam aptidões para observação investigação e inovação Um pouco por todo o país vai sendo implementada a instrução do 48 empreendedorismo Esta instrução permite muitas vezes despertar o interesse dos estudantes pela constituição do seu próprio negócio Sendo a maioria dos estudantes indivíduos sensíveis às causas sociais têm surgido cada vez mais ideias empreendedoras que poderão oferecer bemestar às populações e repercutirse simultaneamente em maisvalias económicas para as empresas que desenvolvem essas atividades O sucesso das atividades levadas a cabo pelo empreendedorismo social será tanto mais alcançável quanto mais inovadora for a ideia de negócio Presentemente a indústria turística carece de criatividade e inovação sob pena dos produtos e serviços oferecidos serem rapidamente desatualizados perante a dinâmica do mercado Contudo há atividades turísticas menos atrativas sob o ponto de vista inanceiro Nestes casos podemos estar perante uma oportunidade para o empreendedorismo social O turismo apresentase como uma atividade muito particular sendo o seu consumo praticado pela generalidade da população Ainda assim há uma grande diferenciação quer ao nível da oferta quer ao nível da procura Nesta diferenciação constatase que os serviços mais lucrativos apresentam uma grande décalage perante os serviços prestados de forma similar mas com margens de lucro signiicativamente inferiores É nesta diferença que surgem inúmeras vezes oportunidades para o empreendedorismo social no turismo Atendendo à dinâmica da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria serão seguidamente analisadas duas vertentes do empreendedorismo social turismo e tecnologia do mar Sendo o turismo um setor de atividade estratégico para a economia portuguesa representando cerca de 11 do PIB Produto Interno Bruto será preponderante a adoção de modelos de desenvolvimento que contemplem o empreendedorismo social 49 Estes modelos de desenvolvimento deverão basearse no conceito Triple Helix que consiste em complementar de forma articulada os melhores conhecimentos e práticas do meio governamental industrial e académico Recorrendose a esta metodologia será possível promover a inovação através de um processo baseado no desenvolvimento criativo Tomemos a título de exemplo o turismo acessível Efetivamente tratarseá de uma ramiicação do turismo que deixará algo a desejar em termos de atratividade lucrativa Não obstante com um cunho de inovação os empreendedores que abraçam esta causa podem ver compensadas as suas iniciativas empresariais com inúmeros reconhecimentos sociais não só pelas causas mas acima de tudo pelos nobres valores associados às suas atividades Também o turismo sustentável tem vindo a assumir cada vez mais importância através do envolvimento das populações locais e esse aspeto devese muitas vezes ao empreendedorismo social Por exemplo quando uma unidade hoteleira recorre a produtos da sua região poderá estar diretamente a estimular a produtividade por parte de pessoas que de outro modo não conseguiriam apresentar benefícios diretos para a sociedade Os exemplos anteriormente retratados servem apenas para ilustrar que o empreendedorismo social poderá aplicarse em qualquer ramo de atividade colmatando lacunas sociais provocadas pelos mercados que apresentam menor atratividade inanceira Ainda focando o caso do turismo constatase que aquando dos picos das taxas de desemprego o turismo apresentase como um mecanismo económico que consegue proporcionar novos empregos e consequentemente consegue contribuir para o aumento das exportações através da entrada de divisa externa na economia nacional Os inalistas dos cursos superiores quer ao nível do primeiro ciclo licenciaturas quer ao nível do segundo ciclo mestrados estão cada vez mais a ponderar enveredar pela via do 50 empreendedorismo onde possam replicar em prática os conceitos teóricos adquiridos ao longo das suas formações académicas Durante as formações académicas estes estudantes foram expostos a desaios que proporcionaram identiicar oportunidades de mercado que poderão ser colmatadas com uma aposta no empreendedorismo social Há já registo de alguns caso de sucesso que estão a ser analisados não só por entidades governamentais como também por empresas instaladas nos mercados e que vão desdenhando pelas melhores ideias que vão sendo embrionadas no meio académico Em Portugal está a ser testado o papel que os reclusos poderão ter aquando da sua inserção social através do empreendedorismo Há provas concretas já testadas com sucesso noutros países onde são evidentes as capacidades empreendedoras de uma parte signiicativa dos reclusos Se estas capacidades que foram anteriormente utilizadas de forma ilícita forem aplicadas em projetos sociais assistese muitas vezes a conceitos completamente inovadores geradores de riqueza e proporcionadores de bem estar para as populações O turismo temse mostrado como uma atividade propícia à inclusão de projetos sociais onde a população local é convidada a ser inserida na produção de serviços adaptados à procura turística Há neste campo casos de sucesso nomeadamente na gestão de parques naturais com vista à recuperação dos mesmos para a promoção de atividades turísticas Se olharmos concretamente à região oeste veriicase que há atividades que tendem a ser extintas por força da evolução tecnológica A título de exemplo os moleiros e seus descendentes que trabalhavam nos moinhos de vento são agora convidados a recuperar os seus projetos empresariais para dar lugar a empresas de caráter lúdico e turístico Notese que a região oeste apresenta uma das maiores taxas de moinhos de vento por metro quadrado no âmbito do território nacional dado tratarse de uma região muito ventosa e propícia à produção de energia eólica 51 Feita uma primeira constatação do empreendedorismo social no turismo passemos então para as tecnologias do mar Quando são abordadas as tecnologias do mar há regra geral uma clara alusão a um dos setores com maior expressão económica no mar ou seja o setor das pescas No caso concreto de Portugal o setor das pescas apresentase com um grande destaque na medida em que o país apresenta uma vasta zona costeira 942 quilómetros e uma Zona Económica Exclusiva ZEE de aproximadamente 17 milhões de km2 Desde sempre as comunidades ribeirinhas encontraram no mar uma importante fonte de subsistência icando gradualmente muitas dessas zonas dependentes quase exclusivamente da pesca e atividades relacionadas O emprego neste setor emprego direto e induzido tem vindo a registar um decréscimo signiicativo nestes últimos anos Esta redução icarseá a dever a vários fatores dos quais se destaca a reestruturação não só da frota costeira como da própria indústria pesqueira com uma tendência para a produção em cativeiro Se a tudo isto juntarmos o fato de não ser possível intensiicar a exploração de alguns recursos pesqueiros há evidentemente uma necessidade de redução do esforço de pesca Recentemente tem vindo a ser evidenciada por várias personalidades de destaque na sociedade portuguesa a importância do mar na atividade económica do país Efetivamente o nosso território apresenta uma das maiores extensões marítimas da União Europeia o que por si só já será merecedor da devida atenção por parte dos agentes económicos ligados à indústria do mar As atividades tradicionais estão a sofrer fortes alterações quer por imposições de quotas de pesca quer por alterações sociodemográicas que estão a desprover a atividade piscatória Ao serem analisadas estas transformações veriicase que há atualmente uma reconversão de atividades ligadas ao mar 52 Começam a prosperar empreendedores que outrora estiveram estritamente ligados à atividade piscatória e presentemente vão convertendo as suas embarcações para que sejam adaptadas a atividades marítimoturísticas Esta mutação está a proporcionar o surgimento de várias iniciativas empreendedoras que beneiciam o aspeto social Alguns proissionais que deixaram de exercer atividades piscatórias estão hoje a disponibilizar os seus saberes acumulados ao longo da vida a grupos de turistas que pretendem aprender tradições e costumes ligados ao mar O desemprego da indústria piscatória pode assim ser reconvertido em benefício para a indústria turística Deste modo há lugar à criação de empresas proporcionadoras de serviços que poderão servir para colmatar lacunas que vão sendo deixadas pela transformação da indústria ligada ao mar Há necessidades de requaliicações dos recursos humanos que poderão passar pela reconversão das atividades que anteriormente se centravam na pesca e agora poderão ser alargadas por exemplo aos passeios marítimoturísticos Neste tipo de reconversão há uma necessidade evidente de dotar os recursos humanos de habilitações linguísticas para poderem abordar os turistas estrangeiros Assim o surgimento de empresas direcionadas para este e outro tipo de valências apresentase como uma solução social que não só minimiza o desemprego provocado para redução da mão de obra nas pescas mas proporciona até em alguns casos uma melhoria signiicativa das condições socioeconómicas em que vivem as populações A ESTM tem vindo a solicitar a colaboração dos alunos para a apresentação de soluções que possam ser reconvertidas em benefício para as populações através da vertente social O bemestar social passa também pelo equilíbrio entre a população e o próprio meio ambiente Sob este prisma foi recentemente patenteado um projeto levado a cabo por alunos e investigadores da ESTM que visa a captura de pescado sem recurso às típicas redes de pesca Este 53 processo permite uma maior segurança para a atividade piscatória e em termos sociais transmite valores para as gerações seguintes que assentam na preocupação com o meio marítimo A sustentabilidade está mais salvaguardada na medida em que a captura é efetuada com base num sistema mecânico que emite bolhas circundantes dos cardumes permitindo depois a captura de modo semelhante ao procedimento adotado pelas baleias desta feita com recurso a bombas que sugam o pescado para a embarcação Há assim não só a possibilidade de serem gerados ganhos de eiciência ambiental e económica como também ganhos signiicativos ao nível dos valores sociais transmitidos às gerações vindouras Paralelamente muitas outras atividades poderão surgir de forma a dinamizar o bemestar social das populações piscatórias Há um conjunto de atividades que foram desenvolvidas paralelamente aquando do rumo dos pescadores ao mar Por exemplo as esposas dos pescadores icavam muitas vezes em terra ocupandose de atividades diversas tais como as rendas A tradição foise mantendo foi passando de geração em geração e atualmente há já escolas que tentam ensinar não só a população residente como também turistas e curiosos acerca das técnicas e conhecimentos associados às rendas Deste modo perspetivase uma oportunidade de empreendedorismo social podendo utilizarse como formadores pessoas com experiência adquirida nesta área a direcionandose para oportunidades de mercado nomeadamente turistas O mesmo conceito de negócio já vai sendo implementado com sucesso noutros ramos de atividade o que deixa adivinhar o sucesso do conceito Por exemplo a vindima até recentemente exercida em exclusivo pela população residente passa atualmente a ser cada ver mais utilizada como um conceito de produto turístico que envolve a participação de turistas diretamente na apanha e produção Esta atividade proporciona o bemestar social das populações que vêm assim o seu knowhow reconhecido e recompensado Esta oferta 54 permite ainda que as gerações vindouras tenham contacto com métodos e técnicas que de outro modo seriam esquecidos no tempo Em suma o empreendedorismo social apresentase assim como agente de intervenção no combate ao desemprego bem como na requaliicação de saberes e competências que vão valorizar as populações locais quer em termos culturais quer em termos económicos Restará a atuação da população civil para que as causas sociais sejam encaradas como verdadeiros negócios que apesar de não maximizarem o lucro contribuem para uma melhoria das condições sociais Efetivamente muitos projetos sociais estão alicerçados em sonhos presentes na mente de pessoas empreendedoras A melhoria das condições sociais permitirá acima de tudo uma melhoria das condições de vida Fazendo esta analogia convém não esquecer que O SONHO COMANDA A VIDA E quando um homem sonha 55 56 57 Baltazar Ricardo Monteiro ESS Instituto Politécnico de Leiria À medida a que o tempo passa Portugal vai estabilizando a sua posição entre as sociedades grisalhas A geração nascida entre 1946 e 1956 começa agora a idade de reforma e a préreforma respetivamente Em 2050 teremos 32 da população nacional acima dos 65 anos Não poderemos deixar de notar que o maior crescimento populacional é feito sobretudo à custa dos mais velhos ou seja pessoas acima dos 80 anos A conjugação entre uma substancial melhoria das condições de vida das populações e do incremento dos sistemas de saúde resultou num aumento da esperança de vida de homens e mulheres com especial incidência nestas últimas Estas autênticas revoluções fazemse acompanhar de fenómenos extremamente importantes por um lado o aumento da prevalência de doenças crónicas e por outro o aumento exponencial das despesas com saúde resultando em novas modalidades de gestão das organizações nesta área Se anteriormente a população tinha todas as probabilidades de vir a falecer de causas agudas na atualidade a maioria das pessoas sofrem de uma ou várias doenças crónicas Estas doenças acompanham se de uma necessidade substancialmente importante para cada pessoa que se aprenda a viver com elas A sua gestão isto é saber o que comer e como o fazer como tomar os medicamentos muitas vezes pela vida fora como aceder a cuidados de saúde e exames de controlo a par de um conhecimento mínimo sobre a doença e uma capacidade maximizada de contacto com os proissionais de saúde ocorre ao mesmo tempo a que o país faz face a um desejo cada vez maior de privatização da saúde partindo do pressuposto de que não consegue gerar riqueza que continue a propiciar um Serviço Nacional de Saúde nem sequer tendencialmente gratuito Ao contrário do que acontecia anteriormente o hospital deixou de 62Oportunidades de negócio na Saúde 58 ser um local onde os doentes recuperam das suas doenças agudas ou das agudizações das suas doenças crónicas asma diabetes hipertensão entre outras Estas instituições tenderão cada vez mais a constituir um local de forte incorporação tecnológica com unidades de cuidados altamente especializadas cuidados intermédios unidades de cuidados polivalentes unidades de cuidados intensivos deixando de internar doentes em muitas das especialidades médicas desenvolvendo primordialmente os serviços de ambulatório os hospitais de dia e a cirurgia de ambulatório Doenças que tradicionalmente eram tratadas nos internamentos hospitalares irão passar a ser tratadas nos domicílios icando a cargo dos próprios doentes e das suas famílias Este processo está a ocorrer ao mesmo tempo a que as famílias se estão a modiicar Mais divórcios diferentes modos de constituição de famílias e outros acontecimentos acabam por condicionar muito a disponibilidade que as famílias têm para cuidar dos seus doentes em casa Então o que irá acontecer num contexto em que o Estado reduz substancialmente a sua intervenção e a família se declara incapaz de se encarregar de cuidados cada vez mais exigentes a serem prestados no domicílio Este processo está associado a um conceito de rede A sua existência supõe a constituição de uma rede de pequenas instituições cada uma delas progressivamente mais perto da família do que a outra Estas instituições seriam os elos de uma rede que engloba a comunidade e a família numa entreajuda sistemática que possibilite ao doente permanecer em casa obtendo os cuidados necessários Não se trata como já foi visto apenas de pessoas idosas com eventuais dependências tratase também de pessoas que terão de receber cuidados em casa os quais eram anteriormente prestados por proissionais em meio hospitalar Ora como o Estado não conseguiu até ao momento aplicar completamente a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários a 59 qual consubstanciava um conjunto de iniciativas de assistência domiciliária que ajudaria as pessoas que vivem estes problemas a resposta recai sobre as famílias em transformação e sobre a iniciativa privada Este quadro de resposta será mesmo a curto prazo fator de forte desigualdade social constituindo por isso uma oportunidade de desenvolvimento de empreendedorismo social Onde conlui o empreendedorismo social e a saúde pública Desenvolveremos as oportunidades de intervenção por parte do empreendedor social em duas vertentes os cuidados domiciliários e a produção de medicamentos Ao contrário da iniciativa empresarial tradicional o empreendedor social pretende gerar valor social através das suas intervenções e ao contrário do atual discurso político a iniciativa social pretende perdurar no tempo sendo avessa ao curto prazo e à intervenção visando um pequeno número mas rentável de pessoas ou mercado As parcerias entre as instituições os proissionais de saúde e as populações têm sido demonstradas ao longo do tempo sendo sobejamente aceites A investigação tem demonstrado que uma forte coesão entre os cidadãos e dentro das famílias resultam em índices de saúde mais elevados Para isso em vez de verem as organizações centradas nos proissionais os gestores terão de ver as organizações de saúde como nós numa vasta rede de atores que têm de coordenar os seus esforços para alcançarem objetivos comuns Para conduzirem as suas organizações em torno de metas de maior eiciência eicácia e sustentabilidade precisam de mobilizar criativamente todos os recursos em torno de objetivos de mais saúde para as populações O trabalho de uma só pessoa ou organização podem contribuir de forma decisiva para melhorar a saúde de todos uma vez que se trata de um esforço conjunto e complementar sem ideias hegemónicas ou monopolistas como as que atualmente dominam o emergente mercado da saúde em Portugal 60 O setor da saúde partilha muitas características com outros setores sociais tornandoo perfeitamente adaptável a iniciativas de empreendedorismo social especialmente através da ideia de redes ou capital social 1 os empreendedores sociais da saúde pretendem lidar com aspetos complexos da vida social cuidados domiciliários por exemplo que não podem ser resolvidos sem intervenção de múltiplos parceiros Toda a iniciativa desta natureza não pode esquecer as condições económicas cada vez mais adversas que as famílias enfrentam as mudanças de valores e a complexidade das mutações familiares que estão a ocorrer 2 Todas as organizações na área do empreendedorismo social almejam obter impacto social não apenas impactos organizacionais O resultado das políticas da saúde ao contrário do que se tem veriicado não pode centrar se nas organizações e nos atores organizacionais Na verdade se ocorrem cada vez mais iniciativas tendentes à contratualização cujos planos estão ediicados sobre diagnóstico de situação de saúde local veriicamos que a cultura organizacional se mantém centrada em interesses corporativos e monopolistas O processo de encurtamento dos internamentos que está a ocorrer desde 1986 demonstra à evidência o resultado dessas políticas se por um lado se tentou sem se conseguir controlar os gastos com saúde por outro descurouse o bemestar das populações abandonando os doentes à caridade e aceitação de papéis por parte de familiares sem constituir respostas sociais correspondentes àquelas mudanças Deve veriicarse ainda que as respostas constituídas uma Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados assente em capacidade de internamento de curta média e longa duração irá sempre ser insuiciente em termos de resposta à crescente procura Quantas mais camas disponíveis mais camas teremos ocupadas A questão apenas se resolve com cuidados na comunidade e com capacitação de redes socais de apoio sejam estas de índole familiar ou comunitária 3 As organizações sociais tendem a dispersar modos de governação e de atribuição de responsabilidades Assumir responsabilidades pelas iniciativas sem recear avaliações ou ideias divergentes deve ser apanágio das organizações sociais A celebração das ideias empreendedoras e da inovação que lhes está 61 inerente passam principalmente por ter colaboradores que desejam assumir riscos com as suas ideias e que não receiam ter de enfrentar pessoas cujas ideias podem mesmo ser contrárias às suas Em saúde haverá sempre ideias diversas e a necessidade de respeitar as opções individuais desde que sobejamente informadas 4 As organizações sociais criam valor que não pode ser mensurável imediatamente Contrariamente às ideias dominantes de que as organizações de saúde têm de produzir resultados no mais breve espaço de tempo pelo menos de uma legislatura a ideia ao nível da saúde das populações é que os seus resultados são de longo prazo e muitas das vezes diicilmente mensuráveis 5 As organizações sociais apoiamse sobretudo no conhecimento tácito e na ação de peritos mas também na coniança e nas relações interpessoais e interinstitucionais orientadas para o impacto social pretendido As organizações sociais e as pessoas deixam de investir no princípio da competitividade pelo lucro onde cada sujeito se pode erigir como uma empresa que enfrenta as restantes numa lógica de mercado onde apenas os fortes sobrevivem A questão da saúde é colaborativa e participativa é de partilha de objetivos mas também de recursos É muito útil veriicar que para a concretização destas redes de apoio social passam nos dias de hoje por processo inovadores que conciliam a presença de proissionais e o acesso remoto O telecare e o teleheath são um campo de forte investimento por parte da União Europeia permitindo obter em tempo real dados vitais temperatura tensão arterial pulso traçado eletrocardiográico dos doentes que se mantêm em casa fazer a sua leitura e encaminhar as pessoas para serviços que os podem atender caso se trate de alguma urgência Os dados obtidos são mantidos em processos clínicos informatizados de fácil acesso por parte do próprio doente e permitem também que em qualquer ponto da Europa o doente e o proissional de saúde que o trate tenham acesso aos dados e deem continuidade aos tratamentos Também são já habituais os programas interativos que permitem aos doentes cumprirem programas de reabilitação em suas casas obter 62 informação adequada e concretizar todo um plano terapêutico com uma assistência remota por parte de proissionais Outra das preocupações maiores da sociedade atual é o acesso aos medicamentos Não apenas pelos custos associados e pela aplicação implacável das leis de mercado por parte das grandes produtoras farmacêuticas mas também pela ação dos retalhistas que mantêm situações de monopólio geográico de venda de medicamentos prejudicando assim a livre concorrência e os cidadãos O recente desenvolvimento da pandemia da Sida colocou em evidência uma cruel ironia os países com maior necessidade de acesso aos medicamentos são os que possuem menor capacidade para os adquirir De facto os medicamentos constituem na maioria dos casos a intervenção terapêutica com maior relação custo benefício desde que prescritos de forma racional Por outro lado é bem patente a iniquidade entre o consumo de medicamentos e a distribuição demográica 80 dos medicamentos são consumidos por 18 da população que vive em países desenvolvidos Num momento da transição epidemiológica em que existe um predomínio das doenças crónicas constatouse recentemente que a disponibilidade de medicamentos para doenças crónicas e agudas é insatisfatória em muitos países em particular no setor público Na maioria dos países a disponibilidade de medicamentos genéricos para situações crónicas está abaixo da existente para situações agudas tanto no setor público 360 versus 535 de disponibilidade como no setor privado Antiasmáticos antiepiléticos e antidepressivos seguidos dos antihipertensores formam o grupo onde as diferenças são mais notadas Qual o papel do empreendedorismo social nesta área A intervenção na venda de medicamentos pode inluenciar o mercado em dois sentidos melhorando o preço inal e inluenciando o comportamento dos restantes intervenientes Na perspetiva económica quando o mercado falha a possibilidade de uma resposta ótima a sociedade irá pelo menos até certo ponto 63 reconhecer a impossibilidade de intervenção estatal abrindo espaço para a intervenção das instituições sociais Como as empresas sociais não têm de distribuir lucros entre os seus acionistas não terão necessidade de sobrecarregar os consumidores com preços excessivos e ridiculamente injustos Os consumidores tenderão a olhálas como mais credíveis e estarão mesmo dispostos a quotizaremse com algo que possa vir a beneiciar outros cidadãos numa qualquer outra vertente de intervenção social Menor atenção tem sido dada à ação reguladora dos mercados que pode ser feita através das intervenções sociais nesta área Existe evidência positivamente acumulada tanto nos USA como na Ásia acerca da inluência destas organizações da sociedade civil na regulação dos mercados Um dos efeitos é conhecido como competição benéica na qual a ação das empresas sociais podem inluenciar o comportamento das empresas comerciais sendo este um efeito regulador uma vez que afeta a estrutura dos incentivos e dos lucros Esta caracterização decorre da literatura sociojurídica sobre regulação o que contrasta com deinições estritas de regulação governamental formais as quais agem através de padrões deinição de regras e inspeção licenciamento registo assim como a proibição da venda de medicamentos não prescritos O conceito contrastante descreve a ação das empresas sociais como se fosse uma rede de regulação de atores e de discursos O Estado acabará por ser um dos nós dessas redes A regulação informal pode ser descrita como uma estrutura de governança discursiva informal para um destinado mercado As normas que regulam o mercado não são apenas as regularidades evidenciadas pelos comportamentos das empresas mas também algo parecido com um script baseado na experiência passada e partilhada nos discursos acerca da regulação dos mercados Nos mercados farmacêuticos a cultura corporativa pode ser muito mais inluente que qualquer conjunto regulamentar do Estado acerca do risco e dos resultados da atividade Incluise aqui um conceito de empresa social muito mais amplo que 64 o habitual já que as entendemos como organizações focalizadas em ins sociais ou mais simplesmente empresas com ins sociais que operam no mercado Na Índia empresas destas possuem hospitais fornecendo fármacos gratuitos ou subsidiados Estes medicamentos genéricos são sobretudo adquiridos na Índia e submetidos a controlos de qualidade Habitualmente a International Dispensary Association IDA uma empresa que adquire desta forma os medicamentos solicita às empresas produtoras que embalem os medicamentos com a sua marca pois esta funciona como garantia de qualidade para os prescritores e os consumidores O circuito de qualidade desta empresa inclui a análise dos fármacos por uma empresa holandesa atuando sob os estritos controlos de qualidade europeus Estas empresas que são capazes de garantir a qualidade dos produtos distribuídos funcionam como uma forma de modiicação drástica do acesso a medicamentos por parte de populações mais desfavorecidas Tal impacto sobre o acesso aos medicamentos depende duma efetiva gestão orientada por valores e na retenção de colaboradores que o façam da mesma forma Existe evidência de que a intervenção das empresas sociais é competitivamente seguida pelas empresas convencionais forçando as a repensar frequentemente as suas estratégias O sucesso das empresas sociais é muitas vezes disputado pelas empresas lucrativas Esta competitividade é bem demonstrativa de que uma orientação sobre valores e qualidade pode servir como reguladora de mercado Quando as empresas sociais conseguem inanciadores e colaboradores que se orientam por estes valores e depois vêm a sua quota de mercado disputada por empresas com ins lucrativos ica claro que existe uma regulação informal do mercado na área do medicamento que beneicia sobretudo as pessoas de menores posses Grande parte da produção de medicamentos destinase a doenças 65 globais que prevalecem em países desenvolvidos A pesquisa e desenvolvimento de medicamentos acabam assim por ser direcionadas a medicamentos não essenciais para doenças globais em detrimento dos essenciais para doenças negligenciadas prevalecendo os interesses económicos sobre a real procura das populações Num momento em que uma parte dos portugueses tem de escolher entre comer ou comprar medicamentos e de colocar os seus dependentes em instituições que funcionam à margem da lei ou deixar de trabalhar para lhes prestarem cuidados num contexto onde se reconhece a incapacidade do Estado para fazer face a este estado de coisas impõese a intervenção social Conclusão Como se veriicou existem vastas áreas de intervenção das empresas empreendedoras sociais Em primeiro lugar será necessário pensar na formação acelerada de uma indústria de prestação de cuidados de saúde que está a ser promovida em Portugal Estes desenvolvimentos ocorrem num contexto em que se tenderá a descrever a oferta privada como a mais qualiicada e de melhor qualidade para responder às necessidades das populações agravando deste modo as desigualdades sociais bem assim como o campo de intervenção do empreendedorismo social Por outro lado as novas dinâmicas associadas às empresas sociais bem como as novas práticas de gestão nas organizações do terceiro setor têm vindo a ser abordadas como fenómenos de empreendedorismo por apresentarem muitas vezes um caráter inovador a diversos níveis e pela capacidade de criação de capital social Todavia o reconhecimento e airmação das empresas sociais estão ainda numa fase inicial Porém são cada vez mais os estudos que apontam para que a capacidade empreendedora não se resuma apenas a uma melhor 66 qualiicação de ativos e empresas isoladamente os ambientes mais propícios ao empreendedorismo são aqueles em que ocorrem processos interativos e cooperativos de aprendizagem e de inovação Daí a importância que cada vez mais se vem atribuindo à capacitação local em inovação e aprendizagem de forma coletiva e sistémica Nesse contexto o sistema de relações entre os diferentes atores cuja densidade e caráter inovador podem favorecer processos de crescimento e mudança é cada vez mais promovido esperando o desenvolvimento da atividade empreendedora produtiva e inovadora Não é por acaso que nos grandes períodos de transformação social aparecem novos conceitos inventados para descrever a mudança e as novas realidades sociais que nos envolvem Não se poderia mudar de paradigma se não se mudassem os conceitos e as ideias subjacentes 67 68 69 José Luís de Almeida Silva e Isabel Barreto Fernandes ESAD Instituto Politécnico de Leiria A formação em empreendedorismo no ensino superior em Portugal ainda tem uma abordagem tendencialmente ligada aos estudos nas áreas da gestão e da tecnologia razão pela qual é especialmente ministrada nos cursos de design e no curso de som e imagem da ESADcr não abrangendo ainda as áreas das artes em sentido estrito nomeadamente a pintura e escultura e até o teatro Esta posição constituise como uma visão limitada dado que todas as áreas nas indústrias criativas onde se inclui a publicidade a arquitetura o artesanato crafts e design a moda o cinema vídeo e audiovisual o design gráico a produção de software educacional e de lazer a música as artes performativas e animação a televisão rádio e internet a artes visuais e gestão de antiguidades a literatura e atividade editorial deviam abordar esta temática Por outro lado as pessoas ligadas a atividades artísticascriativas terão que no futuro privilegiar relações proissionais com vínculo ixo e nomeadamente sob a direção de uma autoridade patronal Mesmo nas áreas da expressão artística mais pura o modelo trabalhador por conta de outrem nunca foi dominante mas dadas as novas condições de vida veemse obrigados a associarem na sua atividade conhecimentos e comportamentos de índole económica pois só assim asseguram a gestão da sua própria atividade e património A possibilidade de um artista ou criador depender de um mecenas ou ter uma vida anarquicamente desorganizada do ponto de vista económico esperando um subsídio de sobrevivência atribuído pelo Estado não é um modelo de vida racional Ultrapassando este preâmbulo e dado que cada vez é mais difícil encontrar ofertas de emprego para a maioria dos estudantes 63Oportunidades de negócio no Design e nas Artes Formas criativas de enfrentar a mudança 70 especialmente os que acabam os cursos nas áreas da arte é consensual admitir que os cursos ligados à criatividade e ao design passem a oferecer componentes com conhecimentos de economia e iniciativa empresarial Simultaneamente estes futuros proissionais ligados à expressão artística eou à produção criativa têm também diiculdade em inserir se em empregos rotineiros com horários ixos e preestabelecidos uma vez que a sua atividade não se adequa na perfeição com esta normalização rigidez e rotina laboral A insatisfação de um criativo será tanto maior quanto os aspetos burocráticos e hierárquicos dominarem A repetição a rotina a par de outros dados conservadores limitarão de forma inequívoca a capacidade para encontrar novas e distintas propostas de trabalho tão indispensáveis ao êxito e à satisfação pessoal e proissional dos criadores Como se sabe a entrada deste tipo de proissionais em empresas tradicionais beneiciando de estatutos adequados e apropriados cria discriminações que a prazo têm repercussões negativas para a vida das empresas Daí que a solução mais aconselhada e seguida pela maioria das empresas radica na contratação dos agentes criativos em regime de proissional independente esta estratégia obriga à prática de atitudes de autogestão o que acaba por ser positivo para todas as partes Tornase assim indispensável saber defrontar um mercado que cada vez mais é um exemplo de agressividade incerto e com regras difíceis de dominar Importa também conhecer e saber exercer gestão os direitos autorais e registar e proteger a propriedade industrial nas suas mais diversas modalidades a par de conhecer os mecanismos de mercado dado que também se apresentam como altamente traiçoeiros para os operadoresPela ligação com a Escola 71 Superior das Artes e do Design a abordagem privilegiará a relação entre Empreendedorismo Social e o Design Tanto mais que na sociedade no século XXI como airmam Hugo Hollanders e Adriana Van Cruysen no estudo independente intitulado Design Creativity and Innovation A Scoreboard Approach2 a criatividade e o design são características importantes numa economia do conhecimento avançada não apenas por terem um impacto favorável no bemestar das pessoas e na performance económica como também porque fomentam a inovação Segundo os autores deste estudo o Design é um processo estruturado que transforma ideias criativas em produtos concretos serviços e sistemas e fazendo a ligação da criatividade com a inovação Como parte do processo de inovação o design tem o potencial para contribuir substancialmente na melhoria da imagem da marca das vendas e da rentabilidade de uma empresa Na conclusão deste estudo é reforçada a ideia de que criatividade e design são características importantes de uma economia do conhecimento bem desenvolvida por terem um impacto positivo sobre o desempenho dos países inovadores Para os autores deste trabalho a criatividade e o design são as alavancas da inovação As investigações de Richard Florida também consideram a criatividade como uma variável multidimensional repartida em três dimensões criatividade tecnológica invenção criatividade económica empreendedorismo e criatividade cultural artística Para Florida citado neste estudo as três dimensões estão inter relacionadas partilhando um processo comum de pensamento e reforçandose sinergicamente Em suma a economia criativa é o resultado das interrelações entre tecnologia artes e atividade económica 2Realizado na UnuMerit da Universidade de Maastricht para a Direção Geral da Empresa e da Indústria da União Europeia 72 Da mesma forma os autores do estudo consideram que o design é o motor chave das empresas e da competitividade dos países não estando apenas integrado na estratégia empresarial como uma força de inovação e crescimento mas também para promover a competitividade nacional contribuindo para a criatividade e a imagem dos países qual marca os países nórdicos são verdadeiros case studys deste modelo Esta atividade criou uma nova dimensão empresarial nas indústrias criativas cuja importância para a criação de emprego no presente e especialmente no futuro será crescente agrupando ainda setores de forte componente artística e criando produtos de forte carga simbólica que conferem consideráveis direitos de propriedade intelectual nas várias áreas da produção criativa O estudo apresenta e analisa os dados desagregados das várias componentes que tornam os países competitivos utilizando a dimensão do clima criativo e performance em Criatividade e Design como valores fundamentais A insuiciência portuguesa em termos de clima criativo é enorme face a países como a Suécia que é seguida de muito perto pela Dinamarca Holanda Bélgica Reino Unido Alemanha e Áustria Os fatores que inluenciam o clima criativo de cada país são segundo o presente estudo a educação criativa a capacidade de autoexpressão as formas de abertura e tolerância dos nacionais em relação a estrangeiros Assim tanto se faz a notação do número relativo de estudante em escolas de arte a qualidade do sistema de ensino a percentagem das pessoas envolvidas em atividades artísticas às competências de linguagem e aos valores de autoexpressão como inalmente à percentagem dos estudantes do ensino superior estrangeiros e trabalhadores não nacionais à percentagem de emprego cultural e fuga de cérebros Tendo em conta as sete dimensões a que se junta a componente de Criatividade Design com dados diretamente ligados á produção 73 artística e criativa o grupo das melhores performances é composto pelos seguintes países Dinamarca Suécia Holanda Alemanha Bélgica Reino Unido e Finlândia No segundo grupo a seguir às melhores performances encontramse a Áustria França Luxemburgo e Irlanda Itália Espanha Estónia Eslovénia Chipre Malta República Checa e Grécia que estão no grupo das performances médias Seguemse por ordem decrescente a Letónia Portugal a Lituânia Hungria Eslováquia Polónia Bulgária e Roménia Assim defendem os autores do estudo que os resultados estatísticos mostram que existem fortes relações entre a criatividade design e inovação Os países com melhores resultados na criatividade e design são os líderes da inovação e ainda os seguidores de inovação que mostram um desempenho da inovação superior no EIS European Innovation Scoreboard Os países com um bom clima criativo tendem a ter níveis mais elevados de ID e de atividades de design e inovação e também forte performance inovadora Esses resultados apontam para a necessidade de considerar o design e outras atividades de não ID como parte de uma abordagem mais ampla da política de inovação bem como uma forte ligação entre a criatividade e a inovação Falta fazer a ligação desta análise ao empreendedorismo social Duas óticas podem ser assumidas do lado da oferta e neste caso entende se o empreendedorismo social como a criação de pequenas e micro indústrias criativas nas mais variadas áreas que permitam aos seus autores resolverem autonomamente o seu problema de desemprego para não se manterem ligados a uma atividade desmotivadora e com fraco resultado económico e social Do lado da procura abrindo ou reforçando um novo mercado na área social para estas indústrias criativas respondendo de forma inovadora às oportunidades e necessidades que lhes são lançadas por um público carente de novas formas de expressão artística e criativa 74 No primeiro caso tratase de fornecer aos criativos e artistas informação e técnicas para poderem organizar a sua atividade em formas institucionais sem ins lucrativos e que se batam pelos princípios da sustentabilidade económica e social e no outro caso permitir aos futuros empresários criativos oferecerem os seus serviços à teia de organizações e instituições que cuidam do mundo social ou do 3º setor Até agora a preocupação da formação em Inovação e Empreendedorismo na ESADcr tem sido dirigida tendencialmente para a atividade mercantil mas no futuro podese colocar este novo desaio que dará sentido às novas preocupações da sociedade portuguesa Partindo dos resultados obtidos na formação curricular de Inovação e Empreendedorismo na Escola estamos cientes que existe uma apetência dos alunos para dominarem da mesma forma e com o mesmo interesse que o fazem com a teoria e as técnicas das várias especialidades de design os conceitos e as ferramentas que permitem a integração na vida económica e social do país Ainda que criatividade e a inovação sejam essenciais para os designers contudo a competência resulta em absoluto da capacidade em se pensar como um designer Designers preparados com conhecimento profundo dos negócios e compreensão das pessoas passam a estar bem posicionados para aplicar a sua criatividade e construir assim experiências positivas com o utilizador inal Estes aspetos revelamse particularmente importantes no mundo atual dado que o design assume um papel cada vez mais estratégico O Design cria impacto sobre muitos aspetos das nossas vidas quer pelos produtos e artefactos produzidos quer pela comunicação produção entretenimento estratégia de negócio e política de serviços O design é internacionalmente reconhecido como elemento chave e propulsor da mudança facilitando a formação do conhecimento e a 75 criação de ideias em cooperação com outros proissionais Segundo a Comissão Europeia 20093 Design é uma ferramenta da Inovação É a atividade que serve para conceber e desenvolver o plano de um novo produto ou a melhoria significativa de um produto um serviço ou de um sistema que garanta a melhor interface com as necessidades expectativas e capacidades do utilizador tendo em conta os aspetos da sustentabilidade económica social e ambiental SCHEIRDER 20074 considera o Design como um dos maiores recursos da Europa e um fatorchave das empresas inovadoras e bemsucedidas No contexto do mercado global é um dos elementos mais competitivos airma A abordagem inovadora está baseada na visão atual da cultura do design Esta prevê que o design seja uma atividade integrada capaz de perceber os sinais de mudança da sociedade e dos mercados e esteja apta para transformálos em novos produtos e serviços bem como em estratégias de inovação empresarial Diego Rodriguez5 sócio da empresa norteamericana de design IDEO e professor na dschool Universidade de Stanford defende que o design tem uma importância estratégica no mundo das empresas Para ele é um processo e deve aproximar designers e não designers na resolução de desaios de forma a criar no mundo mudanças consistentes 3Deinição proposta pela EU após consulta pública sobre o estudo Design as a driver of usercentred innovation DG Enterprise and Industry abril2009 Fonte SEE Policy Book let 2010 Pág 6 International Institute of Design Policy Support UK Website http jumpdexignercomnews22154 4SCHEIRDER Jean 2007 Design Management Europe DME Website httpwww designmanagementeuropecomsiteindexphppage13 5 Fonte BusinessWeek 2010 76 Por conseguinte o design inovador congrega imagem com funcionalidade e serviço sem comprometer outras fases do desenvolvimento Também otimiza custos padrões estéticos identidade visual e é essencial no planeamento estratégico na produção e no marketing Logo o proissional de design deve preocuparse não só com a inovação como também com a produção preço sustentabilidade do produto e as necessidades das pessoas Muitos projetos bem sucedidos no mercado operam e prezam pela simplicidade e funcionalidade e a relação do design com um bom negócio vem da atenção prestada à ligação com o que é atrativo O designer de produto ou serviço não trabalha apenas com a forma função materiais ou processos de produção concebe conceitos que traduzem os anseios do utilizador na procura de experiências felizes e memoráveis É assim necessário um novo posicionamento uma nova visão e novos conceitos Para o efeito o designer deverá adquirir competências que passam por pensar o design Design Thinking e por experimentar e viver o design integralmente Quem já se formou ou é inalista e deseja empreender na área do design tem agora mais opções proissionais Neste contexto é importante relatar a experiência de dois alunos de design da Escola Superior de Artes e Design ESADcr que souberam aproveitar as oportunidades e não tiveram assim medo de pôr a mão na massa ainda que por vezes possam não saber por onde começar Experiências empreendedoras em Design Num dos casos a aluna do curso de Ilustração Gráica 2008 na ESAD tinha anterior experiência empreendedora nomeadamente na criação produção e venda de artefactos vivida em loja no centro da cidade das Caldas da Rainha Contudo esta aluna confrontava se com o problema de consolidação inanceira para manter a sua loja Assim e com o objetivo de escoar os produtos entretanto em 77 armazém artefactos de design de moda acessórios de moda a decisão passou por aproveitar a experiência entretanto adquirida e criar um novo local de mostravenda O outro caso reportase a um aluno recémlicenciado em Design Industrial que evidenciava a intenção de criar um projeto global a implementar na ESADcr Esta situação aconteceu enquanto aguardava pela abertura do mestrado em Design de Produto A equipa composta por quatro pessoas desenvolveu trabalho consultoria na área do planeamento e comercialização marketing e publicidade e no planeamento e gestão do design e no apoio à construção do equipamento estas ultimas áreas apoiadas por dois docentesinvestigadores da EDSCEID Foto 1 Sónia Morgado Engª Ambiente e Aluna Curso Design Gráico e Multimédia 2010 Fonte ESADcr 78 EDSCEID 2008 PROJETO A Nome QUIOSQUE08 Ideia Criação Quiosque Oficina de Encantar Artefactos Objetivos Criar Quiosque itinerante 1ª fase Mostrar e vender artigos de Design ESAD 2ª fase Comercializar noutros campus do IPL Necessidade Oportunidade Criar um espaço comercial internamente IPL Onde alunos pudessem comercializar as suas peçasartefatos produtos Onde a comunidade académica pudesse adquirir peças originais ou artefatos criativos Apoios EDSCEID Direção ESADcr IPL Recursos Humanos Equipamento Espaço Data 2008 Planeamento Implementação Comercialização 2526 27 Nov 2008 10h16h Orçamento Investimento anterior Material 80 Retorno 1º dia 89 2º dia 755 3º dia 525 Lucro 37 Stock Escoado Equipa 2 Docentes Investigadores 2 Estudantes Produto Final Quiosque Equipamento ambulante de venda Artefactos Acessórios Moda Utilizador Final Comunidade Académica ESADcr Comunidade Académica IPL Público Geral Futuro Criar 1 posto trabalho temporário Área do Design Angariar Financiamento Investir Material Instrumentos Aumentar lucro Site httpoficinadencantarblogspotcom Quadro 1 Estruturação Projeto A Quiosque ESADcr 2008 Fonte ESADcr 79 O equipamento Quiosque foi construído nas oicinas da ESAD cr a partir de uma estrutura já existente a estrutura de 6m2 em madeira era constituída por um espaço fechado com um pequeno balcão Esta primeira experiência serviu também para avaliar o modelo ou seja o sucesso da implementação de ideias e ações em semelhantes condições Estes projetos tipologia deverão obter apoio institucional para que se possam constituir como importante modelo para a criação de postos de trabalho na área do Design Tornase assim importante não só investir em ferramentas e meios materiais como realizar mini workshops alargando dessa forma o âmbito da ação e aumentando o retorno inanceiro Foto 2 Inauguração do Projecto Espaço Forma 2011 Fonte ESADcr 80 O segundo projeto designado por Espaço FORMA Quadro 2 surgiu da necessidade de dar apoio especíico aos alunos da ESAD para divulgar e promover os seus trabalhos no exterior Numa primeira fase foram envolvidos seis pessoas Uma no planeamento e gestão outra na consultoria técnica EDSCEID e dois no apoio ao desenvolvimento técnico do projeto ESAD Os dois alunos trabalharam na criação e desenvolvimento da ideia Numa 2ª fase participaram quatro alunos6 de diferentes cursos de design respetivamente um na gestão de projeto dois na realização da 1ª edição da revista F e um na criação do blog Espaço Forma A primeira edição da revista F cuja totalidade dos conteúdos foi recolhida em 2010 contou com uma entrevista de fundo à diretora da ESADcr num espaço dedicado aos vários cursos 6João Marcão Designer Industrial Mestrando Design Produto 2012 autor da ideia e editor 1º esquerda Os colegas João Caixinha designer multimédia e relações públicas Rui Lourenço e João Ferreira designers gráicos 81 EDSCEID 20102011 PROJETO B Nome Espaço FORMA Ideia Criação Plataforma Revista Blog Loja Objetivos Promover e Divulgar a Cultura do Design e das Artes da ESADcr Necessidade Oportunidade Criar um espaço informativo onde os alunos podem Divulgar o seu trabalho Manifestamse sobre a sua formação e cursos Apoios EDSCEID Direção ESADcr IPL Recursos Humanos Financeiros Equipamentos Data 2010 Planeamento Implementação Março 2011 Inauguração 2012 Desenvolvi mento Orçamento Investimento 1ª ed Revista F 100 exemplares 300 Equipa 2 Docentes Investigadores EDSCEID 2 Tec Superiores Biblioteca e Oicina Digital 1ª Fase 2 Estudantes Criação e Implementação 2ªFase 4 Estudantes Desenvolvi mento Produtos Revista F Magazine Cultural da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha ISSN 2182133X Blog Espaço Forma Cultura do Design e das Artes da ESADcr Espaço loja de promoção e comercialização obras de arte a implementar Utilizador Final Alunos ESADcr Comunidade Académica IPL Público Geral Resultados 1ª Ed Publicação 0311 2011 2012 2013 2014 Futuro Criação Spinoff Investir num espaço próprio de edição Dois Postos Trabalho Área do Design Apoios Patrocínios Financiamentos Privado Publicar 2ª edrevista F Site Email Logo httpforma littleboxgraphics compageid2 httpwwwhelloforma com formaproject gmailcom Fonte ESADcr Quadro 2 Estrutura Projeto Espaço FORMA ESADcr 20102011 82 Na 1ª edição da revista ainda que tenham sido investidos cerca de 300 a distribuição foi gratuita Esta opção permitiu levar a informação a um maior número de pessoas O número 2 da revista terá um custo de capa de 3 Este formato permitirá suportar os custos de impressão e criar um fundo de maneio para o projeto A revista F primeiro passo na produção de produtos do Espaço Forma Projeto de ligação da escola ao meio serviu ainda para avaliar as necessidades concretas de projetos editoriais bem como do envolvimento humano e inanceiro necessário e tempo despendido em cada fase do projeto Concluise assim que a experiência prática do design empreendedor e a orientação dada pela cooperação académica alcançam interessantes resultados de desempenho para os jovens designers ou seja acelera a produção de novos conhecimentos sobre planeamento e implementação de projetos de design e torna mais rápida a transferência de novos conhecimentos sobre processos de desenvolvimento de novos produtosserviços Esta postura próativa contrasta entre a tradicional posição do proissional de design que se interessava pela forma função materiais ou processos de produção com a coniguração do proissional de design com maior capacidade de observação das mudanças no mercado arrojado com capacidade para se posicionar de forma empreendedora e com talento para lançarse num processo de mudança mesmo correndo riscos calculados A parte inal do texto descreve o desenvolvimento de dois projetos em parceria académica bem sucedidos A experiência fornece também um ponto de partida que outras análises irão conirmar no futuro nomeadamente sobre o recurso a competências empreendedoras e a capacidades organizacionais que irão facilitar o desempenho dos proissionais de design neste caso por meio da 83 criação e transferência de conhecimento entre parceiros Tentámos ainda demonstrar que as experiências empreendedoras de design construídas com base numa parceria criam novas capacidades nos jovens e novos recursos nas IES7 Universidades ou Politécnicos e além disso são experiências académicas que não estão afastadas das necessidades proissionais que o mercado dinâmico e de grandes e rápidas transformações presentemente exige 7 IES Instituições de Ensino Superior 84 85 Manuel Portugal Ferreira ESTG GlobADVANTAGE Instituto Politécnico de Leiria Dora Rodrigues Ferreira GlobADVANTAGE O empreendedor social é o indivíduo ou organização que identiica um problema social ou um espaço de oportunidade e tal como se de uma empresa privada se tratasse procura os meios para o resolver A criação de uma nova empresa com objetivo social resulta da junção dos meios necessários para atingir o im E o im do empreendedorismo social é obter um retorno social a longo prazo nomeadamente sob a forma de melhorias duradouras das condições de vida da população e do ambiente Dito de outro modo a visão do empreendedor social é reduzir as carências individuais ou coletivas para o que age apoiando e promovendo a mudança de comportamentos e facilitando o acesso a bens e serviços que garantam maior bemestar individual e social Em Portugal esta forma de empreendedorismo está na sua fase nascente e estamos num momento em que é ainda preciso formar mentalidades e sensibilidades É ainda necessário mostrar que o empreendedorismo social pode ser rentável para o empreendedor e que o empreendedorismo social se distingue do empreendedorismo tradicional pelo tipo de atividades públicos e necessidades a que se dirige Uma perspetiva sobre o empreendedorismo social no contexto das engenharias como nos solicitado para este manual envolve pensar iniciativas de empreendedorismo social numa vertente mais tecnológica como usualmente associamos às engenharias e às ciências No fundo signiica entender como é que as tecnologias podem contribuir para resolver diferentes problemas das populações através de soluções tecnológicas criando uma empresa inanceiramente viável Como mostraremos neste capítulo os alvos do empreendedorismo social podem ser os economicamente mais desfavorecidos os idosos as crianças com deiciências ou a preservação do ambiente mas os exemplos são inúmeros 64Oportunidades de negócio nas Engenharias 86 Tradicionalmente era nos estudos de gestão que encontrávamos disciplinas na área do empreendedorismo Mas atualmente muitas escolas oferecem disciplinas de empreendedorismo incluindo com algum grau de enfoque em empreendedorismo social a um leque alargado de cursos de licenciatura e mestrado desde as engenharias e ciências aos cursos da área das ciências humanas e aos da área da saúde As escolas atuam promovendo o aumento de competências e conhecimento de como pensar o empreendedorismo como identiicar as oportunidades de negócio como inovar na oferta como avaliar os novos produtos e serviços até ao aprender a melhor gerir um negócio As escolas ao formar promovem a capacitação de quadros proissionais com potencial quer para o desenvolvimento de soluções tecnológicas quer na aplicação destas soluções conhecimentos e tecnologias a novas áreas e mercados Como procurar oportunidades para o empreendedorismo social onde o papel das tecnologias e engenharias seja predominante Uma possibilidade é simplesmente pesquisar usando a internet ou viajar ao estrangeiro e analisar as melhores práticas em outros países Entender como outros empreendedores sociais em outros países fazem Designamos isto por benchmarking Hoje as tecnologias de comunicação e informação aproximam os povos os locais e tornam mais fácil conhecer as necessidades sociais das populações Mas estas mesmas tecnologias também permitem explorar esses espaços de oportunidade que são as necessidades não satisfeitas Falamos especialmente de empresas de serviços que podem atuar ao nível do comércio internacional energias alternativas de coordenação de programas de ajuda de telemedicina de serviços de formação elearning de tecnologias móveis e de informação às populações locais Muitos dos projetos de empreendedorismo social nos países mais pobres têm consistido na introdução de novos métodos de novas técnicas e novos equipamentos que permitam às populações aumentar as suas produções No domínio agrícola por exemplo as iniciativas vão desde a introdução de novos cultivos às formas 87 apropriadas ao momento indicado para cada plantação aos sistemas de rega até à comercialização dos excedentes alimentares gerados A aplicação de soluções tecnológicas sem menosprezar toda a formação que envolve mudar hábitos e comportamentos das populações locais permite aumentar a produção alimentar contribuindo para a melhoria das condições de vida da população Este é um domínio possível para o empreendedorismo social Alguns casos e perspetivas Em Portugal já há alguns exemplos de empreendedores sociais ligados a projetos nas áreas das engenharias Por exemplo o Projeto 1 é o caso da Editora Cercica que surgiu no mercado livreiro com a preocupação de dar a todas as crianças a possibilidade de aceder ao mundo do conhecimento através da leitura independentemente da sua capacidade individual Para o efeito desenvolver recursos em áudio linguagem gestual formato daisy e em Braille Designação do Projeto Descrição 4 Leituras A Editora Cercica lançou o projeto que envolve a publicação de livros em quatro versões grái cas distintas braille linguagem gestual áudio e com símbolos pictográi cos para crianças com necessidades especíi cas Neste projeto a componente técnica da engenharia informática e multimédia é decisiva para o impacto positivo numa franja social particularmente vulnerável e com necessidades especiais Exemplos de Projetos 1 Ao serviço das crianças1 Fontewwweditoracercicacom acedido em 120120121 88 O desenvolvimento de soluções tecnológicas suporta os dois exemplos seguintes O projeto Telealarme criado em 2000 visa apoiar os idosos em particular os que vivem sozinhos fornecendo lhes um equipamento que permite fazer chamadas de urgência para um telefone prédeinido de um ilho de um vizinho de um serviço de apoio etc Este aparelho equipado com GPS possibilita também que os familiares saibam sempre onde o idoso se encontra Este equipamento garante assim melhores condições de segurança que muito útil para por exemplo os indivíduos com Alzeihmer Este projeto foi concebido pelos organismos Programa de Apoio Integrado a Idosos PAII Cruz Vermelha Portuguesa e a PT Comunicações Designação do Projeto Descrição Telealarme Projeto que deu origem ao lançamento de um serviço destinado a prestar apoio remoto a idosos ou pessoas em situação de risco eou isolamento geográico Este aparelho permite acionar respostas sociais eou de saúde adequadas Neste projeto a componente associada às engenharias de informação e comunicação foram essenciais É possível que a área ambiental origine várias respostas de empreendedorismo social A preocupação com o ambiente preservação conservação tem dado notoriedade às energias renováveis mas não só Na área do ambiente e energia há inúmeras oportunidades de dinamização e de investimento por empreendedores sociais ligados a áreas da engenharia Por exemplo na conceção de equipamentos onde a rede energética é insuiciente Na conceção de formas de aproveitamento dos resíduos para ins úteis Na minimização dos efeitos de poluição etc Mas efetivamente Exemplos de Projetos 2 Equipamento para idosos Fonte Dados de wwwptcompt wwwcctpt acedido em 12012012 89 o espaço de oportunidade começa ainda a montante em atividades de educação ambiental das novas gerações e diminuição da dependência da população e das empresas das energias fósseis Os benefícios destas iniciativas podem ser variados preservação dos recursos ambientais da agrobiodiversidade poupança na fatura de eletricidade e combustíveis ou a diminuição dos efeitos nocivos da poluição na saúde humana Designação do Projeto Descrição Parque Temático Energias Renováveis Projeto desenvolvido em parceria entre a Câmara Municipal de Loures e CCT Expresso e encontrase em funcionamento desde 2009 Este projeto social permitiu a recuperação do património local no aproveitamento de fontes de energias sustentáveis eólica solar biomassa e hídrica com o objetivo em reduzir a pegada ecológica de carbono e a preservação dos recursos do planeta Também neste projeto foi crucial a componente das engenharias em particular do ambiente e eletrotecnia Aliás há alguns projetos nestes domínios nomeadamente alguns associados a centros universitários O Projeto Gotucampus2 promovido pelo Instituto Politécnico de Leiria IPL é um exemplo de uma abordagem quer à questão ambiental quer de trânsito e estacionamento quer de poupança quer ainda de eiciência energética Sucintamente o projeto Gotucampus2 envolveu professores e estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão ESTG IPL dos cursos de Engenharia Civil Engenharia Exemplos de Projetos 3 Ambiente e energia Fonte Dados de wwwptcompt wwwcctpt acedido em 12012012 90 do Ambiente e Engenharia Informática Em essência consistiu no desenvolvimento de numa ferramenta web uma plataforma que funciona como uma rede social e serve como ponto de encontro entre alunos docentes e funcionários com o propósito de incentivar à partilha do automóvel Este projeto tem como objetivo responder ao problema de gestão de estacionamentos de automóveis no Campus 2 do IPL mas tem benefícios adicionais quer como instrumento de minimização dos impactos ambientais resultantes dos hábitos de mobilidade da população académica quer nos custos em deslocação Um tipo substancialmente diferente de projeto mas com foco no ambiente através da aplicação de soluções tecnológicas foi o Conserve India desenvolvido por Anita Ahuja em Nova Deli na Índia Este projeto nasceu da necessidade de combater Exemplos de Projetos 4 Tecnologia web de gestão e promoção à partilha do automóvel Fonte httpgotocampus2ipleiriapt acedido em 14012012 91 os problemas ambientais da cidade através da criação de um mecanismo patenteado que permite reciclar materiais como os sacos de polietileno através do processo Handmade Recycled Plastic HRP Ou seja o plástico é reciclado de modo artesanal upcycling e tratado por lavagem secagem e pressão Deste trabalho resultam entre outras algumas peças e acessórios de vestuário Estas peças são comercializadas e garantem um retorno económico às pessoas que se dedicam a este trabalho Problema Projeto A cidade de Nova Deli na Índia produz cerca de quatro mil toneladas de lixo por dia dos quais 15 são materiais de plástico A poluição urbana aumenta à medida que fracassam as políticas de incentivo à reciclagem dos resíduos urbanos e se degradam as condições de trabalho de homens mulheres e crianças exploradas pelas autoridades a trabalhar no processo de recuperação de resíduos recicláveis a partir do luxo de lixo Garantir uma forma de subsistência às pessoas que se dedicam à limpeza das cidades na recolha de resíduos sólidos Criar produtos comercialmente bem sucedidos a partir de resíduos de plásticos através de tecnologia patenteada O resultado é a transformação dos resíduos plásticos em materiais duráveis e produtos úteis como guardachuvas malas material escolar e de escritório Os projetos sociais podem ser direcionados para a satisfação de necessidades de populações carenciadas ou com deiciências por exemplo A ação Mil Brinquedos por Mil Sorrisos desenvolvida no seio do Instituto Politécnico de Leiria IPL Este projeto envolveu Exemplos de Projetos 5O projeto Conserve India Um caso de aplicação de tecnologia Fonte Dados de wwwconserveindiaorg acedido em 14012012 92 estudantes e professores da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais IPL dos cursos de ciências sociais e de engenharia eletrotécnica Primordialmente o projeto contribui para o desenvolvimento de protótipos de brinquedos adaptados a crianças portadoras de deiciências Os brinquedos a adaptar devem ser dotados de sistemas eletrónicos e que permitam a substituição do botão de ONOFF por um botão acionado à distância Esta adaptação torna os brinquedos mais interativos dinâmicos mas também mais seguros para o utilizador Ao mesmo tempo estes brinquedos contribuem para o desenvolvimento das capacidades das crianças e de sentimentos como a coniança e independência na realização de tarefas básicas favorecendo por esta via a sua inclusão na sociedade Tratase de uma solução simples inovadora e de investimentos baixos com um retorno social importante Também com a missão em valorizar as competências das pessoas com necessidades especiais surgiu no Instituto Politécnico de Leiria em 2011 a Unidade de Investigação Inclusão e Acessibilidade em Ação IACT Esta unidade congrega equipas de trabalho de vários departamentos do IPL nomeadamente das engenharias de informática e multimédia O trabalho desenvolvido permite criar novas metodologias técnicas e produtos formar e prestar serviços à comunidade através de soluções de inclusão digital e acessibilidade Das várias atividades dinamizadas pelo IACT destacamse Exemplos de Projetos 6 Campanha Mil Brinquedos por Mil Sorrisos Fonte wwwcridesecsipleiriapt acedido em 14012012 93 A ação de formação de interpretação gestual a distância para alunos com incapacidades auditivas que se encontrem a frequentar cursos no IPL Projeto de Inclusão digital que consiste na tradaptação e legendagem bilingue de material audiovisual Criação de áudioguias e áudiodescrição bilingue para cegos legendagem para pessoas com incapacidades auditivas no âmbito do projeto Fátima Acessível Desenvolvimento de uma plataforma de visita virtual com condições especiais de acessibilidade ao Santuário de Fátima para o projeto Fátima Viva Desenvolvimento e acompanhamento do programa de utilização educativa da Internet nas escolas públicas do 1º ciclo do Ensino Básico Projeto Prnet Kits de livros multiformato disponíveis em Braille altorelevo letras ampliadas alto contraste áudiolivro Daisy e voz humana vídeolivro em LGP adaptação para leitura simples reconto teatralização e DVD com legendas Demonstração linguagem gestual com recurso às tecnologias de informação e comunicação Kit de livros multiformato Exemplos de Projetos 7 Inovação tecnológica em benefício das pessoas com incapacidade visuais e auditivas Fonte httpiactipleiriapt acedido em 14012012 94 A iniciativa da empresa Embrace é substancialmente diferente A Embrace desenvolveu uma solução que visa garantir melhores condições de sobrevivência das crianças recémnascidas atuando em territórios onde muitas vezes os recursos inanceiros e o acesso às inovações da medicina moderna são difíceis de obter Assim a empresa contribui para reduzir as consequências sociais dramáticas resultantes da elevada taxa de mortalidade que afeta famílias em todo o mundo A inovação da empresa parte do lançamento de produtos a preços acessíveis O produto desenvolvido pela Embrace consiste num saco de dormir em miniatura que ajuda a manter a temperatura dos bebés designado por Transport Infant Warmer Esta bolsa é acionada ou por um aquecedor elétrico ou através de água quente que se mantém numa temperatura que permite a sobrevivência de uma criança 37ºC atuando durante quatro horas Esta bolsa é equipada por um dispositivo que mostra quando deve ser reaquecida Os exemplos enunciados são apenas alguns dos muitos que começam a despontar em Portugal e no estrangeiro e demostram algumas das soluções de empreendedorismo social Figura 1 Demonstração do modo de funcionamento do Transport Infant Warmer Fonte httpembraceglobalorg acedido em 14012012 95 com forte pendor tecnológico Em comum estes projetos têm o desenvolvimento de inovações tecnológicas comercializáveis para o serviço de necessidades das populações Notas inais Face ao insuiciente desempenho das instituições governamentais para lidar cabalmente com as desigualdades e a relativa marginalização de uma parte substancial da população note que mesmo em Portugal cerca de 40 da população continua a ser pobre a sociedade e os empreendedores são chamados a desenvolver soluções e inovações tecnológicas para servir a comunidade Todo o problema social pode encontrar uma resposta pelo menos parcial num negócio concebido por um empreendedor social independentemente da sua área de formação Muitas das melhores respostas exigem algum grau de incorporação de conhecimento tecnológico sendo domínio privilegiado de intervenção para as engenharias Aos exemplos que enunciámos poderíamos acrescentar muitos outros porque há inúmeras áreas de intervenção onde as necessidades ainda não são satisfeitas diversas doenças e debilidades marginalidade analfabetismo ou deiciências nas qualiicações etc Em muitos casos estas insuiciências são impeditivas inclusive da integração dos indivíduos no mercado de trabalho e noutros casos impedemnos mesmo de manter uma vida social normal Por exemplo existem imensos casos de famílias com ilhos com deiciências de abandono na velhice e famílias que não encontram resposta nas instituições sociais existentes Nos dias de hoje são também comuns as situações de pessoas com problemas de carência alimentar e sem acesso a água potável eletriicação pessoas e lugares sem acesso a redes de comunicação sem habitação e sem oportunidades de trabalho Todos estes são espaços de oportunidade para surgirem negócios de empreendedorismo social 96 Concluímos com a nota que é importante entender o empreendedorismo social como uma vertente possível para o futuro proissional quer dos jovens onde provavelmente encontraremos muitos com competências tecnológicas e dos menos jovens que se encontram à procura de oportunidades no mercado de trabalho Também para as empresas o domínio social pode ser uma via para realizar a sua função enquanto obtêm lucros e simultaneamente contribuem para alterar e melhorar a qualidade de vida da população 97 98 99 Rui Manuel Neto e Matos ESECS GlobADVANTAGE Instituto Politécnico de Leiria Tânia Cristina Simões de Matos dos Santos ESECS GlobADVANTAGE Instituto Politécnico de Leiria O presente capítulo surge como contributo a desenvolvimento do estímulo ao empreendedorismo social nas áreas da educação e das ciências sociais O crescimento económico o emprego a inovação empresarial e o contributo social são atualmente problemáticas que preocupam não só o meio académico e político como também a sociedade em geral A criação de empresas pode ser um fator capital para o desenvolvimento económico e social de uma determinada região ou país Neste sentido os responsáveis políticos europeus bem como os governos nacionais têm vindo a apostar na divulgação do empreendedorismo e na criação de instrumentos que promovam o incremento do espírito empreendedor nomeadamente entre as populações mais jovens É neste contexto que o empreendedorismo social começa a ganhar visibilidade designadamente no âmbito das temáticas da ação social da educação e do emprego Na verdade a expressão empreendedorismo social é relativamente recente mas o fenómeno não o é Empreendedores sociais existem desde sempre ainda que não tenham sido designados como tal Podemos encontrar empreendedores sociais em todos os tipos de organizações mesmo quando trabalham em função do benefício económico e da promoção da melhor rentabilidade para os recursos De acordo com o Instituto de Empreendedorismo Social8 IES uma iniciativa de empreendedorismo social deve integrar quatro citériosbase a missão socialambiental que se traduzirá na resolução de 8wwwiesorgpt 65Oportunidades de negócio na Educação e Ciências Sociais 100 problemas sociaisambientais negligenciados o impacte social ambiental em termos de potencial de transformação positiva na sociedade a nível socialambiental a inovação desaiando a visão tradicional e utilizando modelos de negócio inovadores o potencial de crescerem eou se replicarem noutro local de modo a garantir a escalabilidadereplicabilidade Aquele organismo salienta que um projeto de empreendedorismo social deve garantir a autonomia e a responsabilidade individual dos destinatários da iniciativa sendo que estes deverão assumir um papel ativo no projeto de mudança proposto pelo empreendedor social De referir ainda que uma iniciativa de empreendedorismo mesmo que com ins sociais não pode descurar a preocupação da sua sustentabilidade inanceira por uma questão de sobrevivência da própria iniciativa Na verdade apesar de na sua génese um empreendimento social pretender dar resposta a um problema social poder gerar alguma maisvalia inanceira é ótimo conforme explica Miguel Alves Martins9 diretor executivo do IES Ainda assim para os empreendedores sociais a missão social é explícita e central na medida em que a riqueza ou a criação de valor constituem um meio para atingir um im social O presente capítulo faz uma breve abordagem à importância da educação no fomento do espírito empreendedor da sociedade e apresenta alguns casos de sucesso de empreendedorismo social nas áreas da educação e das ciências sociais Educar para o empreendedorismo É conhecido que os níveis de empreendedorismo em Portugal são bastante inferiores à média da União Europeia As lacunas do empreendedorismo têm genericamente a ver com a forma como a sociedade se posiciona relativamente ao risco e à ambição assim como com problemas educativos ao nível familiar e lacunas no sistema de ensino ao nível dos primeiros anos de formação 9httpeconomicosapoptnoticiasconhecaoscasosdesucessonoempreendedorismo social113905html obtido em 30 de dezembro de 2011 101 académica e também em períodos essenciais de formação como o ensino básico secundário e superior Apresentamse de seguida alguns projetosinstituições que têm vindo a promover a educação para o empreendedorismo junto das crianças e jovens Referese em primeiro lugar o sistema de ensino português nomeadamente o Projeto Nacional de Educação para o Empreendedorismo desenvolvido pela Direção Geral para a Inovação e Desenvolvimento Curricular entre 2006 e 2009 e cujo principal objetivo era a criação de condições para que as escolas pudessem desenvolver um conjunto de iniciativas conducentes à criação de competências e atitudes empreendedoras junto das suas comunidades educativas com vista à apropriação social do espírito empreendedor Também a criação do prémio para jovens empreendedores sociais ou voluntários Projeto Do Something reconhece e apoia jovens com idade até aos 30 anos no crescimento e incremento do impacte dos seus projetos como agentes de mudança nas suas comunidades Salientase também a organização Junior Achievement a maior e mais antiga organização mundial educativa sem ins lucrativos Nasceu em 1919 nos Estados Unidos da América e está presente em mais de 120 países Esta organização tem como missão desenvolver a capacidade empreendedora de crianças e jovens assim como o gosto pelo risco a criatividade a responsabilidade a iniciativa e a inovação Em setembro de 2005 entrou pela primeira vez nas salas de aulas portuguesas com o Alto Patrocínio da Presidência da República Desde a sua implementação em Portugal já contou com a ajuda de mais de 5400 voluntários e 111500 alunos É através de professores e voluntários de mais de 30 empresas associadas da Junior Achievement Portugal entre as quais se encontram a Fundação PT a EDP o Barclays e a Siemens que crianças e jovens entre os 6 e os 26 anos recebem as primeiras lições de empreendedorismo O papel dos consultores não é tornar cada aluno empresário mas antes fazer os alunos passarem por determinados desaios que não estão previstos no ensino corrente Ter uma boa ideia é o ponto de partida para 102 lançar qualquer negócio sendo este desaio lançado aos jovens do ensino secundário Se no básico o objetivo é lançar os alicerces no ensino secundário pretendese já que os alunos criem uma mini empresa O projeto Ter Ideias para Mudar o Mundo tem como objetivo desaiar a comunidade escolar a potenciar competências empreendedoras nas crianças através de um referencial metodológico designado de Ter Ideias para Mudar o Mundo criado pelo Centro Educativo Alice Nabeiro O que se pretende é iniciar o treino do empreendedorismo em crianças com idades entre os 3 aos 12 anos estimulando a aptidão para se ser empreendedor através da aquisição de hábitos e do desenvolvimento de conceitos que são determinantes para a sua formação habilitandoas a pensar a ter ideias a projetar e a construir partilhando o conhecimento e promovendo o trabalho em equipa Este é um projeto pioneiro abraçado por várias escolas autarquias e instituições de ensino superior do país ao qual também o Instituto Politécnico de Leiria se associou O empreendedorismo social na educação e nas ciências sociais Abordemos algumas referências sobejamente reconhecidas em matéria de empreendedorismo social A primeira referese ao caso de Muhammad Yunus Prémio Nobel da Paz em 2006 que lançou a organização de microfinance Grameen Bank no Bangladesh Este empreendedor ao testemunhar a fome de que padecia a população do seu país na década de 1970 começou a explorar formas de aumentar a autossuiciência da população rural pobre Este empreendedor presenciou a recusa de empréstimos às populações pobres que apesar de pequenos faziam uma enorme diferença na sua subsistência O Grameen Bank desenvolveu um modelo de negócio onde toda a comunidade assumia a responsabilidade de reembolsar aos mutuários o valor dos empréstimos Outro exemplo de um empreendedor bem sucedido é o caso de Jamie Olivier que criou a empresa Fifteen destinada a criar 103 oportunidades para as pessoas mais carenciadas entrarem na indústria de catering Além de ter fundado a Fifteen Jamie tem vindo a chamar a atenção nacional para a qualidade da comida que as escolas oferecem à população jovem Em Londres há uma empresa de catering que emprega semabrigo Esta medida permite aos semabrigo receberem um salário mas também integrálos com pessoas de outros quadrantes sociais dispensandoos da vergonha de estar na rua Em Portugal à semelhança do que acontece no resto do mundo as iniciativas têm vindo a multiplicarse Neste âmbito Esperança 2006 cita atividades de apoio a crianças órfãs a idosos e aos mais carenciados evidenciando também iniciativas como a limpeza das praias iniciativas de promoção da saúde pública e de busca das energias renováveis A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria tem vindo a desenvolver iniciativas que se enquadram no âmbito do empreendedorismo social entre as quais destacamos o projeto Ludolândia o Centro de Recursos para a Inclusão Digital o IPL 60 o Projeto Gerações e a IPL Sports Academy que apresentamos sucintamente de seguida A Ludolândia é uma ludoteca de praia que visa promover um espaço lúdico onde as crianças têm a oportunidade de brincar e aprender com o apoio de proissionais com formação nas áreas da educação e da animação O Centro de Recursos para a Inclusão Digital CRID é um espaço dotado de equipamento informático e dinamizado por técnicos qualiicados estando adaptado aos cidadãos com necessidades especiais o qual promove a habilitação e certiicação de cidadãos com necessidades especiais na sociedade de informação O CRID além de outras ações tem vindo a lançar a Campanha Mil Brinquedos por Mil Sorrisos que reutiliza brinquedos novos ou usados entregues pela sociedade civil à instituição e dinamiza 104 numa parceira com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria a adaptação destes brinquedos para poderem ser usados por crianças com deiciências motoras O programa IPL 60 é destinado à população sénior e tem como objetivo alargar os conhecimentos das pessoas desta faixa etária permitindolhes o acesso ao ensino superior numa perspetiva de educação e de desenvolvimento ao longo da vida numa atitude proactiva de promoção do seu bemestar geral e garantindo a relação entre gerações e o bemestar social O projeto Gerações desenvolvido em conjunto entre o Instituto Politécnico de Leiria e a Junta de Freguesia de Leiria oferece aos estudantes a possibilidade de habitarem na residência de um indivíduo sénior Este tipo de iniciativa já acontece noutras cidades europeias e permite sensibilizar para a importância de valores sociais como o respeito pelo outro a solidariedade e a tolerância e evita o isolamento e a solidão da população idosa da cidade A IPL Sports Academy é o novo projeto do Instituto Politécnico de Leiria na área do desporto Tratase de uma escola de desporto cujo principal objetivo é promover a atividade física para crianças com idades compreendidas entre os 6 aos 12 anos Mais concretamente a Sports Academy pretende estimular de forma criativa e utilizando um método completamente original o desenvolvimento das capacidades motoras das crianças garantindo a interação entre a população mais jovem Uma das metas principais deste organismo é a de criar bons hábitos de prática regular de desporto Para isso e porque a Sports Academy poderá ser impulsionadora de modalidades menos praticadas Tripela Ultimate Freesbee Rope Skipping entre outras serão criadas condições para ter núcleos na Sports Academy destas modalidades para que os alunos a longo prazo possam continuar a praticar as modalidades na idade adulta Poderá inclusivamente tentar envolverse os pais na prática dessas mesmas modalidades aumentando o número de praticantes de desporto 105 Aos casos de sucesso apresentados poderíamos adicionar muitos outros Na verdade há inúmeras áreas do âmbito social e educativo que ainda não se encontram satisfeitas e para as quais a resposta das instituições governamentais também não é suiciente Oportunidades de negócio ligadas a crianças serão interessantes projetos de empreendedorismo social Enumeramos exemplos como cuidar de crianças em horário pós laboral pois os pais cada vez mais trabalham até mais tarde apostar na educação ambiental e na educação de crianças com necessidades especiais assim como promover a reutilização de roupas e equipamentos de bebés como carrinho de bebé mobiliário e cadeiras para automóvel O desporto como forma de integração de crianças carenciadas e como medida de combate ao abandono escolar é também uma área que pode ter algum impacte no bemestar económico e social das famílias e que certamente promoverão a criação de postos de trabalho Por outro lado projetos de apoio aos idosos um grupo etário com presença crescente na nossa população e relativamente ao qual por vezes o Estado e a sociedade não conseguem dar resposta são bem bemvindos Atividades como a ocupação de tempos livres a prática de desporto promovendo o bem estar físico e psicológico da população sénior a reutilização de equipamentos médicos especializados permitindo a alocação destes equipamentos onde eles são realmente precisos e evitando desperdícios da não utilização dos mesmos ao mesmo tempo que garantem poupança de recursos inanceiros a promoção da sua inclusão digital através de iniciativas de formação ligadas às TIC são alguns bons exemplos de iniciativas que garantem a melhoria da qualidade destes cidadãos e das suas famílias Estas iniciativas sendo bem planeadas publicitadas e se possível integradas numa rede de parcerias poderão ter sucesso pois segundo dados do INE 2011 o índice de dependência de idosos é já de 27 o que garante desde logo um públicoalvo já com 106 uma dimensão considerável na nossa sociedade e com tendência de crescimento De referir no entanto que não se pode descurar a viabilidade económica destas iniciativas sob pena de não passarem de ideias Na verdade além da preocupação com impacte social premente nos projetos de empreendedorismo social é importante garantir uma compensação inanceira justa aos agentes neles envolvidos A este nível muitos autores e instituições ligadas ao empreendedorismo social referem que o segredo está nas parcerias Conforme airma Miguel Martins membro do IES em Portugal os protagonismos individuais ainda se sobrepõem muitas vezes aos objetivos das próprias organizações Se sou mais forte aliandome a outra estrutura devo fazêlo10 Notas inais O empreendedorismo social surge em Portugal e na Europa como um instrumento de intervenção em domínios como a exclusão social e a luta contra a pobreza a inserção socioproissional e o desenvolvimento local e sustentável propondo soluções alternativas para as necessidades sociais diversas que não são satisfeitas por parte do setor público ou pelo mercado orientado para o lucro privado Projetos de empreendedorismo em particular projetos de empreendedorismo social são uma via promissora de resposta dos cidadãos às lacunas do mercado não compensadas pela ação do Estado Estes projetos podem na verdade constituir oportunidades de negócio criando formas alternativas de produção económica e de participação social e democrática dos cidadãos consistindo em soluções para o autoemprego de proissionais dos setores social e da educação A aposta na formação e numa cultura empreendedora é condição necessária ao aumento qualitativo e quantitativo das instituições de cariz económico e social ao desenvolvimento do país e ao progresso 10httpeconomicosapoptnoticiasconhecaoscasosdesucessonoempreendedoris mosocial113905html obtido em 30 de dezembro de 2011 107 geral da sociedade Efetivamente o desenvolvimento de competências empreendedoras desde logo no ensino préescolar e no primeiro ciclo semeando as atitudes e comportamentos assim como explorando outras vertentes nos ensinos secundário e superior permite o desenvolvimento de competências empreendedoras para termos uma sociedade mais proactiva mais dinâmica mais envolvente que é isso que o nosso país precisa para termos no futuro um tecido empresarial mais forte com pessoas mais proactivas capazes de implementar projetos sociais ou mais ligados ao negócio Na verdade não se nasce empreendedor aprendese a ser 108 109 Nuno Rosa Reis GlobADVANTAGE ESTG Instituto Politécnico de Leiria João Carvalho Santos GlobADVANTAGE ESTG Instituto Politécnico de Leiria Um novo negócio nasce necessariamente pequeno e muitos icarão sempre relativamente pequenos Mas todos os pequenos negócios precisam de Estratégia e das suas ferramentas para poderem sobreviver e talvez crescer Ainal pensar estrategicamente o negócio é apenas pensar a longo prazo a 5 10 ou 20 anos procurando mais sucesso melhor desempenho e tentando sempre crescer A estratégia foi importante entre outros aspetos para tornar a Google e a Apple em grandes empresas mas também foi importante para o café do Sr Joaquim que está aberto há 40 anos Neste capítulo apresentamos alguns dos pontos essenciais a abordar em estratégia Desde logo o estabelecimento de um rumo para o negócio sabendo qual o rumo a dar ao negócio devemos deinir os recursos que temos à nossa disposição análise interna e as condições que nos rodeiam análise externa É depois necessário encontrar uma forma de distinguir o nosso negócio do dos concorrentes já que só assim podemos conquistar clientes mais iéis Para onde vamos O primeiro passo de pensar estrategicamente o negócio é deinir para onde queremos ir no longo prazo Deinir um rumo genérico para o nosso negócio envolve pensar o que queremos ser dentro de uma ou duas décadas A resposta a esta questão é a visão da empresa A visão da empresa pode responder a questões como o que gostaríamos de mudar o que é importante para nós ou o que fazemos melhor Fundamentalmente devemos pensar como nos vemos dentro no longo prazo Abaixo apresentamos alguns exemplos de visão de negócios de vários tipos e dimensão 7 Estratégia para a sustentabilidade de um novo negócio 110 A visão tem duas utilidades fundamentais por um lado ajuda o empreendedor a tomar decisões Se tivermos uma ideia clara do que queremos para o negócio a tarefa de decidir que recursos são necessários ou que competências procurar para a equipa ica facilitada Por outro lado a visão também é útil para a equipa para todos os que trabalham no negócio Sabendo qual é o rumo desejado todas as pessoas que trabalham na empresa icam mais aptas a orientar a sua atuação e esforços para alcançar essa ideia de o que queremos ser Para além de deinir um rumo de longo prazo para a empresa é também necessário deinir objetivos mais imediatos e concretos que ajudem a empresa a atingir a meta de longo prazo Os objetivos permitem à empresa medir o seu sucesso mas também melhorar a motivação dos seus funcionários Objetivos ambiciosos mas atingíveis levam os trabalhadores a trabalhar com mais ainco e entregaremse com mais dedicação à sua tarefa Quadro 3 Exemplos de visão empresarial da Unicer Famolde Sistema 4 Fonte Retirado dos sites das empresas referenciadas4 Unicer Onde quer que estejamos a Unicer e as nossas marcas serão sempre a primeira escolha Famolde Tornarse uma referência de qualidade no âmbito de conceção desenvolvimento e fabricação de moldes altamente técnicos de pequenas e médias dimensões destinados à injeção de termoplásticos Sistema 4 IR mais além saber reinventar surpreender diariamente trabalhar com ética e transparênciaSER uma referência regional que quer conquistar contas nacionais continuando a criar a planear e a produzir bons exemplos ESTAR sempre no sítio certo e na hora exata 111 Os objetivos a deinir devem ser especíicos de tal modo que a empresa e o funcionário compreendam claramente o que se pretende mensuráveis para que possamos veriicar claramente se foram cumpridos ou não atingíveis dado que objetivos impossíveis não conduzem a mais empenho realistas ou seja devemos dotar os funcionários dos recursos necessários para atingir o objetivo e delimitados no tempo para haver um momento claro de conclusão das tarefas O que fazemos bem Depois de deinirmos um rumo para o nosso negócio é necessário avaliarmos que recursos temos para colocar ao serviço do negócio Avaliar os nossos recursos exige um trabalho de relexão ponderação e sobretudo de grande realismo É inútil sobrevalorizar e também subavaliar os recursos de que dispomos estamos a enganarnos e a comprometer o sucesso futuro do nosso negócio Pensar nos recursos que temos disponíveis implica pensar em todo o tipo de recursos que serão necessários para o negócio Será preciso algum dinheiro mais ou menos dependendo do negócio alguns equipamentos e normalmente um local para as instalações Mas há muitos outros recursos que nós temos e que podemos colocar ao serviço do negócio E muitos dos recursos pessoais que nós temos serão mais importantes para o sucesso futuro do negócio do que dinheiro ou equipamento Tempo é o importante recurso que precisamos para colocar à disposição dos negócios Que disponibilidade temos nós para trabalhar em prol do nosso negócio É impensável pensar que o nosso negócio tenha sucesso se não estivermos dispostos a trabalhar nele Ser empreendedor exige tempo dedicação e esforço Portanto é necessário destinar parte do nosso tempo ao nosso negócio 112 Por outro lado em qualquer negócio serão necessários conhecimentos especíicos sobre como produzir um produtoprestar um serviço Numa primeira fase é habitual que o empreendedor tenha que fazer muitas atividades sendo frequentemente o único trabalhador da empresa Contudo são também necessários conhecimentos de gestão para a gestão quotidiana do negócio Preparese portanto para gerir o seu negócio através de formações livros aconselhamento de especialistas etc Não se esqueça que todo o esforço colocado em aspetos produtivos pode ser desperdiçado se não efetuar as cobranças aos clientes ou não cumprir os pagamentos a fornecedores Um recurso importante dos empreendedores é a sua rede de contatos Muitas vezes através dos contatos que detém o empreendedor pode aceder a recursos que não tem pessoalmente Conjugando os contatos com a reputação que pode ter no setor de atividade o empreendedor pode formar parcerias com clientes fornecedores e até adversários com características complementares Assim pode fazer muito mais negócios dinheiro lucro do que faria se trabalhasse sozinho Use a sua rede de contatos mas não aja com oportunismo contatando as pessoas só quando precisa delas Também a criatividade pode ser um recurso importante para o empreendedor Procurar formas diferentes de vender de se relacionar com fornecedores inovar no produto entre outros pode signiicar mais sucesso para o negócio Ainal qual é a grande diferença entre a FamilyFrost e outras empresas de alimentos congelados Apenas a forma como são vendidos os produtos porta a porta para conveniência do cliente Portanto a análise rigorosa dos recursos pessoais do empreendedor vão permitir formular um melhor plano de negócios Sabendo desde logo que recursos têm e não tem pode procurar adquirir esses recursos por exemplo fazendo uma parceria com outros empresários ou empreendedores ou contratando pessoas que tenham os recursos necessários 113 O que está à nossa volta Uma das tarefas fundamentais do empreendedor é perceber o que está à sua volta É impossível pensar em pensar a sua estratégia em fazer um plano sem analisar o ambiente em que a sua empresa está inserida Um dos aspetos a analisar é o macroambiente ou seja todas as questões que inluenciam as empresas Vejamse os casos dos ambientes políticolegal económico sociocultural tecnológico e internacional que estão em constante mutação por exemplo as taxas de juros a legislação laboral novas diretivas comunitárias novas tecnologias que alterem hábitos modas que mudem a forma como nos comportamos menos crianças a nascer etc Alterações nestes ambientes podem trazer possíveis oportunidades de mercado desde que o empreendedor esteja atento e detete essas mudanças Além de detetar oportunidades de negócio estar atento a questões como as presentes na tabela 1 permite formular melhor a estratégia tomar mais decisões corretas e a longo prazo ter um negócio de maior sucesso Tabela 1 Dimensões do macroambiente externo Politico Legal Económica Sociocultural Tecnológica Internacional Legislação laboral Incentivos Estado Cortes no orçamento de estado Entidades reguladoras Taxa de juro Preço do petróleo Taxa de semprego Taxa in lação Estilos de vida Religião Taxa de mortalidade Taxa de natalidade Nível de formação Novas tec nologias Legislação propriedade intelectual e industrial Técnicas de produção Diretivas comunitárias Guerras entre países Taxas de câmbio Circulação de capitais Fonte Adaptado de Ferreira M Santos J Reis N Marques T 2010 Gestão empresarial Lidel p 58 114 Importa realçar que o ambiente externo não é determinístico Nem todo o sucesso ou fracasso se explica pelo que está à volta do nosso negócio Se estivermos atentos observarmos e conseguirmos adaptarmonos e readaptarmonos ao ambiente externo e às suas alterações as probabilidades de termos sucesso são maiores Portanto sem uma constante atenção ao ambiente externo o sucesso empresarial está comprometido Uma forma de não i car sujeito às condições do ambiente é escolher o ambiente em que opera Por exemplo a escolha do mercado em que atua a sua relação com os fornecedores com as entidades i nanceiras clientes e concorrentes mudam o próprio ambiente em que a empresa está inserida O empreendedor deve atuar de forma a aproveitar oportunidades decorrentes das alterações e tendências aparentemente desfavoráveis Como se pode ver na i gura 1 a empresa está sobre a inl uência de variadas dimensões do ambiente externo que são precisas compreender para a correta tomada de decisão Figura 2 A empresa e o ambiente externo Fonte Adaptado de Ferreira M 2010 115 Para além da análise do macroambiente o empreendedor deve desenvolver uma análise ao nível do microambiente isto é da empresa por exemplo relação com os clientes fornecedores concorrentes Aliás a análise dos concorrentes é determinante para o sucesso do negócio Quando está a analisar os concorrentes o empreendedor deve saber responder as duas questões fundamentais Quem são E Que atividades desenvolvem Sem saber responder as estas duas questões o empreendedor não pode estabelecer a sua posição no mercado com algumas garantias de sucesso O empreendedor deve recolher informação sobre os concorrentes A informação que deve recolher é de vários tipos inanceira reputação pessoal qualiicado etc para além de conhecer em que mercados está quais os produtos que oferece que clientes serve Assim ao saber a posição dos seus concorrentes pode explorar as oportunidades que ainda estão disponíveis e por vezes evitar confrontos diretos ou repetir erros que já outros cometeram Deverá organizar a informação por exemplo como na grelha de análise da concorrência Tabela 2 para poderse comparar com os concorrentes e icar com uma ideia dos mercados a perseguir e as melhores oportunidades de mercado Tipo de recurso Nós 1 2 3 Financeiros Humanos Técnicos De reputação Organizacionais Tabela 2 Grelha de análise da concorrência Fonte Ferreira M Santos J Serra F 2010 Ser empreendedor Pensar criar e moldar a nova empresa 2º ed Edições Sílabo p 156 116 Ser único Após a análise do ambiente externo em especial dos concorrentes e dos recursos que dispõe o empreendedor deve deinir uma posição única no mercado Uma empresa sobretudo uma pequena empresa precisa de ser única para sobreviver para evitar a competição com concorrentes de maior dimensão E ser único não implica ser extravagante nem ter muitos recursos técnicos ou inanceiros Basta conjugar os recursos que temos com a informação sobre aquilo que nos rodeia e fazer algo ligeiramente diferente do que é oferecido pelos nossos concorrentes Não é possível ter sucesso nos negócios sem oferecer ao mercado produtos ou serviços diferentes dos da concorrência Por exemplo a Apple oferece aos consumidores produtos inovadores e com design único A Galp tem um número de postos de abastecimento ao público muito superior aos demais concorrentes O Instituto Politécnico de Leiria tem uma localização geográica única e com uma oferta alargada de cursos o que lhe permite sobreviver no mercado Mas pequenas empresas também necessitam de ser únicos de ser diferentes Se o seu negócio é um café como ser único Bem a localização geográica pode ser um fator de diferenciação O horário de funcionamento também pode tornarnos únicos A amabilidade e cortesia do serviço pode ser outro fator A qualidade dos produtos com produtos gourmet de alta qualidade por exemplo certamente poderá contribuir para sermos únicos O baixo preço também pode fazernos diferentes Como decidir que fator escolher A questão não tem uma resposta óbvia e não há receitas mágicas Temos que conhecer bem os nossos clientes e escolher o fator de diferenciação que eles valorizem mais Fundamental é não tentar ser diferente em tudo já que isso pode gerar confusão no cliente e comprometer o sucesso do negócio 117 No século XXI não há lugar para empresas que apenas copiem e não ofereçam algo diferente e único O empreendedor tem de conseguir oferecer ao mercado produtos serviços marcas imagem ou qualquer outro atributo que torne a sua oferta distinta dos concorrentes e que seja valorizada pelos consumidores Assim conseguem evitar a competição com concorrentes estabelecidos maiores mais poderosos e com mais recursos que podem comprometer a minha sobrevivência Ainal a frase é antiga e neste caso aplicase como em poucos É preferível ser uma peixe grande num pequeno lago do que um pequeno peixe num grande oceano Notas inais De uma forma breve estes são os pontos fundamentais que devemos considerar para pensar estrategicamente o nosso negócio Para usar estas ferramentas e colocalas ao serviço do nosso negócio para aumentar as suas hipóteses de sucesso é apenas necessário compreender convenientemente como funcionam estes mecanismos e aprender um pouco mais A formação é aliás um ponto fundamental para um novo empresário num mercado mais competitivo sobreviverão os empresários que tiverem uma boa preparação Portanto estude leia formese certamente que o sucesso do seu negócio vai reletir essa formação 118 119 8Estratégias de Marketing como forma de sustentabilidade dos negócios Alzira Maria Ascensão Marques CIGS ESTG Instituto Politécnico de Leiria É nos períodos de crise e recessão económica que os empreendedores nos surpreendem Eles conseguem ver oportunidades de mercado onde os outros vêm problemas Não se conformam aliam motivações circunstanciais a motivações profundas de independência e de crescimento económico para deitar mãos à obra e geralmente não se limitando aos recursos que têm no momento avançam acreditando que estão na presença de uma oportunidade de mercado que tem que ser aproveitada em tempo oportuno Muitas vezes vêm na falta de resposta dos governos e da sociedade em geral a problemas sociais uma oportunidade que apesar de poder ser classiicada no empreendedorismo social não quer dizer que não possa ser uma atividade lucrativa apenas quer garantir que dessa forma se está a promover o desenvolvimento da sociedade e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos O empreendedor social é alguém que para além de ter visão de negócio tem um elevado sentido de cidadania Tratase de alguém com um elevado sentido de altruísmo mas que também quer ser reconhecido pelo seu trabalho e como um agente de transformação social Geralmente o âmbito do negócio do empreendedor social é local mas movido pela sua vontade de melhorar a sociedade rapidamente se pode expandir chegando a assumir nível nacional ou mesmo internacional Da ideia ao projeto de empreendedorismo social Para se ser um empreendedor social não é necessário uma ideia completamente revolucionária a maior parte das vezes os empreendedores sociais partem de ideias já existentes e utilizam a criatividade para inovarem melhorando e aperfeiçoando processos Digamos que no empreendedorismo social o mais importante são as pessoas e o Lean thinking ou seja um modelo de liderança e de 120 gestão autoevolutivo que continuamente se melhora encorajando as pessoas a pensar e a resolver problemas criando valor O empreendedor pode utilizar a metodologia 6 sigma aplicando o conhecido método sistemático de análise de problemas e melhoria de processo O Método DMAIC Deine Measure Analyze Improve Control Assim a partir da deinição do problema social faz o levantamento da situação medindo o desempenho identiica as causas do problema e consequentemente a oportunidade de solução ou de melhoria do desempenho Esta oportunidade está na base da apresentação do seu projeto de empreendedorismo social que uma vez implementado necessita de ser avaliado para haver controlo com base na deinição de padrões de desempenho Figura 3 Método DMAIC do Seis Sigma Fonte Própria D M A I C 121 Uma vez realizado o planeamento estratégico do projeto de empreendedorismo social há que recorrer ao marketing para ajudar a promover o empreendedor e o seu projeto Para o efeito é recomendável a utilização do marketing pessoal para o empreendedor e do marketing social que deverá fazer uso de práticas de marketing relacional e viral para promover a causa social captando e idelizando os públicos estrategicamente relevantes para o desenvolvimento do negócio e da sociedade Marketing pessoal para promover a carreira de empreendedor Assim considerando o ambiente de crise e de incerteza que atinge a nossa economia particularmente o mercado de trabalho convém que o empreendedor saiba valorizar as suas qualidades pessoais valores sentido crítico visão social ideias etc É necessário investir na imagem criar conteúdo intelectual procurar valorizar aquilo que é necessário para a sua causa social A inalidade de uma estratégia de marketing pessoal é desenvolver contactos e relacionamentos importantes quer numa perspetiva pessoal quer de ponto de vista proissional É uma forma de desenvolvimento de estratégias bem deinidas com o im de valorizar e dar visibilidade a características habilidades e competências pessoais e proissionais relevantes O cineasta americano Woody Allen airma que oitenta por cento do êxito consiste em aparecer Mas é óbvio que para passarmos do ridículo ao êxito na arte de aparecer fazse necessária uma boa dose de planeamento e estratégia que são os pilares do Marketing Pessoal ou seja como destacarse no meio de tantos e atingir o sucesso global Deste modo atendendo à necessidade de lançar no mercado a sua carreira enquanto empreendedor social este deve começar por construir uma auto imagem positiva e otimista baseada na competência e na credibilidade Para isso é importante preservar as suas características evitando a busca de ser aquilo que não é Prossegue com a deinição dos seus objetivos e para cada um deles deinir as ações a implementar com a indicação 122 para cada uma delas dos indicadores métricas calendário e orçamento Por outras palavras é necessário desenvolver o seu plano de marketingdesenvolvimento pessoal Para desenvolver a sua estratégia de marketing pessoal necessita olhar para dentro de si e descobrir a sua essência a sua missão a sua razão de ser a sua inalidade a sua visão perceção discernimento inteligência valores princípios e crenças e política pessoal a sua forma de agir Obviamente que para o fazer é fundamental que que tenha uma noção concreta do momento em que se encontra a sua vida quer a nível pessoal quer no âmbito proissional O autoconhecimento é fundamental por isso importa fazer uma análise e ponto de situação para depois poder avançar para um plano estratégico de promoção pessoal e proissional ou seja preparar uma estratégia de marketing pessoal com o im de se realizar enquanto pessoa e aumentar o seu valor proissional enquanto empreendedor social Uma das metodologias que poderá utilizar para fazer esse trabalho de planeamento e avaliação da sua atividade enquanto empreendedor poderá ser o Balanced ScoreCard Pessoal Para o efeito os objetivos e os indicadores devem ser deinidos em função de quatro perspetivas Financeira Clientes Processos internos de negócio Aprendizagem e crescimento Importa pois responder às seguintes questões em função da perspetiva Financeira estabilidade inanceira Até que ponto se é capaz de atender às próprias necessidades inanceiras Clientes externa relacionamentos com esposamarido ilhos amigos colegas e com outros Como se é visto por essas pessoas Processos internos interna a própria saúde física e o estado mental Como controlar esses fatores a im de criar valor para si próprio e para os outros Conhecimento e aprendizagem Habilidades e capacidades de aprendizagem Como se aprende e como preservar o sucesso no futuro 123 Como em todas as estratégias do marketing todo produto necessita de uma boa embalagem Portanto o empreendedor precisa de ter cuidado com a sua comunicação e apresentação pessoal pois são o seu cartão de visita Deinida a estratégia de marketing pessoal operacionalizada num plano de marketing pessoal ou num Balanced ScoreCard Pessoal é altura de pensar no plano de comunicação do empreendedor para se autopromover É necessário vender corretamente a sua imagem ser competente e parecer competente é crucial para criar coniança Atualmente as redes sociais estão ao serviço do marketing pessoal dos que nelas fazem questão de manter uma presença Todavia nem sempre são bem usadas Nem sempre o peril é bem desenhado e gerido não inspirando coniança a quem o consulta A existência de uma estratégia de marketing pessoal pode ser a solução para criar uma imagem positiva através das redes sociais A coniança é uma variável muito importante no mundo dos negócios particularmente na área do empreendedorismo social Quando o empreendedor faz um bom marketing pessoal promove a coniança e a causa social criando um ambiente favorável que se traduz na captação de clientes investidores patrocinadores e adeptos para a causa social de que é empreendedor Isso aliado à prática do marketing social pode resultar no aproveitamento de sinergias e no desenvolvimento do âmbito do projeto de empreendedorismo social Marketing social para promover a causa social O objetivo do marketing social é gerar mudanças para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos Nesse sentido visa atenuar ou eliminar os problemas sociais as carências da sociedade relacionadas com as questões de higiene e saúde pública de trabalhodesemprego educação habitação habitação transportes 124 e nutrição Deste modo o marketing social tem sido deinido como a gestão do processo de inovações de cunho social a partir da adoção de atitudes comportamentos e práticas individuais e coletivas orientadas de acordo com preceitos éticos sendo estes fundamentados com base nos direitos humanos O marketing social usa os princípios e técnicas de marketing para persuadir determinados públicosalvo para que deliberadamente aceitem rejeitem alterem ou abandonem um comportamento para proveito de indivíduos grupos ou da sociedade em geral Sendo assim é fundamental deinir muito bem o públicoalvo do projeto de empreendedorismo social e conhecêlo para o envolver e comprometer com a causa social No marketing social pretendemos que o públicoalvo adira a um comportamento altere hábitos colabore com a causa social com tempo dinheiro bens etc compre o produto ou serviço com objetivo de caráter social aceite uma proposta com vista ao benefício social de alguém No marketing social as pessoas mais do que comprar produtos ou serviço compram expectativas de benefícios A elaboração da estratégia de marketing requer o desenvolvimento de um plano de marketing social Para o efeito é importante começar por especiicar os elementos centrais a causa social o promotor da mudança ou seja o empreendedor social os segmentosalvo escolhidos e as estratégias de mudança Marketing viral como ferramenta ao serviço do marketing social Existem várias formas de utilizar o marketing social O marketing relacional e viral são ótimas ferramentas ao serviço do marketing social Para a promoção da causa social são muitas vezes usadas campanhas de marketing viral O email os SMS e MMS e o You Tube são os meios mais usados para colocar em prática campanhas virais Normalmente são iniciativas do empreendedor mas depois são os públicos que recebem as mensagens que se apropriam delas e as espalham por amigos e conhecidos A combinação da 125 participação dos empreendedores sociais dos governos locais ou nacionais e dos cidadãos é fundamental para o sucesso da ideia subjacente ao projeto de empreendedorismo social Quando a ideia na base do empreendedorismo social é boa o empreendedor pode usar o marketing viral para a comunicar O marketing viral é mais poderoso que uma mensagem publicitária na medida em que está implícita uma recomendação de um amigo Aplicase a todos os públicos estrategicamente importantes para o empreendedor criando um efeito bola de neve que é de particular importância principalmente para as empresas que estão a iniciar agora a sua atividade A beleza do marketing viral é que combina rapidez economia e eicácia E em regra necessita de um investimento reduzido A velocidade a que o marketing viral pode propagarse é inimaginável e tudo porque aproveitou o poder das redes sociais de passapalavra que têm por base uma recomendação pessoal implícita O marketing viral pode ser descrito como uma forma de encorajar os utilizadores da Internet a passarem mensagens de marketing para outros criando assim uma audiência de grande dimensão com crescimento exponencial para essas mensagens como se se tratasse de vírus biológicos ou mesmo informático Deste modo o marketing viral cria uma rápida adoção através das redes de passapalavra Godin defende que uma ideia vírus é uma forma de marketing Segundo o autor as empresas não ganham com melhores entregas ou fabricando melhor ganham sim com um melhor marketing porque marketing é espalhar ideias e estas são o ponto de partida para a entrada das empresas na arena da competição Embora o marketing viral seja um conceito relativamente novo existem algumas regras básicas de sucesso tem de ser fácil para os seus clientes propagarem a mensagem o seu vírus deve ser embrulhado em algo que as pessoas considerem valer a pena 126 transmitir a sua transmissão tem de ser gratuita o conceito não funciona com qualquer produto mas para as causas sociais parece o ideal O marketing viral também possui o seu lado negativo Ao inundar repentinamente um dado segmento de mercado com produtos ou serviços grátis ou de baixo custo podese reduzir drasticamente as receitas desse segmento Por outro lado um crescimento extremamente rápido implica igualmente um risco caso o empreendedor não tenha capacidade de resposta ao aumento do número de clientes Uma ação de marketing viral pode igualmente tornarse negativa se for demasiado longe e irritar os clientes As técnicas virais servem para espalhar informações de marketing e não para fechar vendas Outro risco é a possibilidade de se iludir um grande número de clientes com um produto de inferior qualidade Um mau produto ou serviço jamais se transforma num bom não importa quanta publicidade se venha a fazer A imagem de uma campanha de marketing a expandirse como um vírus é forte E uma das suas vantagens é que ela reairma um lugarcomum do marketing nada tem tanto sucesso como o próprio sucesso Quanto mais pessoas usarem algo mais pessoas desejarão aderir 127 128 129 9Importância das novas tecnologias de informação e comunicação para a sustentabilidade dos negócios João Emanuel Gonçalves S Costa ESTM Instituto Politécnico de Leiria Rui Rijo ESTG Instituto Politécnico de Leiria No contexto atual as sociedades progridem para uma economia baseada no conhecimento e as evoluções tecnológicas e sociais exigem novas formas de acesso à informação O avanço e disseminação das Tecnologias de Informação e Comunicação constituem um motor poderoso para a emergência de novas perspetivas de comunicação A evolução tecnológica está a alterar a forma de disponibilizar e apresentar conteúdos e dentro destas evoluções destacase o crescimento e a aceitação da Internet A disseminação da Internet devese ao fato de cada vez mais existirem interfaces de utilização mais soisticados à facilidade de aquisição de computadores pessoais e à proliferação de conteúdos cada vez mais multimédia As tecnologias de informação possibilitam difundir conteúdos de alta qualidade com recurso à Internet de uma forma simples rápida e extremamente eicaz As ferramentas baseadas na Web removem a barreira da distância permitindo o acesso à informação e recursos ao nível mundial O mundo digital chegou e está para icar as novas tecnologias estão presentes em praticamente todas as áreas de negócio e normalmente o tecido empresarial é o primeiro a adotalas Atualmente as tecnologias são muito complexas obrigando a constantes reposicionamentos no mercado Hoje em dia existem ferramentas de comunicação disponíveis online bastante lexíveis e interativas que permitem a comunicação bidirecional e conhecer o peril do consumidor permitindo produzir de uma forma individualizada e à medida do consumidor revelandose numa oportunidade de negócio 130 A presença online amplia as formas de comunicação e de relacionamento com os clientes A ininterrupta e rápida atualização dos conteúdos é um fator chave de sucesso que contribui para a construção dos valores da marca e na poupança de tempo e dinheiro tanto das empresas como dos clientes No processo de aquisição de um determinado produto ou serviço o primeiro passo é pesquisar na Internet e desde a primeira visita é importante atrair os potenciais clientes Por vezes apresentar o conteúdo no momento certo e em diversos formatos poderá inluenciar no processo de compra Para isso é importante adaptar a navegação às necessidades dos clientes e combinar de uma forma harmoniosa com os objetivos da empresa A luidez e rapidez na navegação são também fatores preponderantes Contudo é imprescindível que haja sintonia e complementaridade entre a componente online e ofline As estratégias de comunicação online tendem a ser cada vez mais segmentadas e direcionadas de forma a captar o público alvo A presença online das empresas é sem dúvida uma das principais prioridades No entanto monitorizar e analisar a sua notoriedade online é indispensável Existem técnicas de Search Engine Optimization que garantem o seu posicionamento nos motores de busca com a inalidade de aumentar o número de visitas e consequentemente atrair potenciais clientes A adesão a campanhas costperclick é também uma estratégia que se for bem concebida poderá reverter em resultados proveitosos Para além disso existem variadas plataformas de partilha e publicação de conteúdo online que permitem alcançar o potencial cliente No entanto considerando a quantidade de informação com que nos deparamos diariamente a credibilidade e veracidade dos conteúdos são fatores cruciais para os consumidores De forma a conhecer melhor os clientes e a criar novos canais de comunicação com recurso aos meios digitais existem variadíssimas ferramentas disponíveis online Permitindo identiicar antecipar e satisfazer de forma eiciente as necessidades dos clientes 131 Para a identiicação das necessidades recorrese à informação proveniente de comentários consultas solicitações reclamações chat padrões de venda e inclusive à web analytics Existe uma proliferação de linhas de pesquisa que fornecem gratuitamente as necessidades dos clientes Para a antecipação das necessidades é importante envolver o cliente numa dinâmica de diálogo baseada na coniança recorrese também a técnicas de peris às cookies e iltragem colaborativa Para administrar toda a informação proveniente de fontes distintas existem suportes tecnológicos que permitem gerir a relação com os clientes Customer Relationship Management Muitas empresas têm politicas de promoção online cujo modelo adota um formato exponencial Face ao volume de informação que se gera levou a que os potenciais consumidores tenham aguçado a sua capacidade de seleção da informação Para captar a preferência e idelização dos clientes é importante recorrer a estratégias inovadoras que solucionem os problemasnecessidades dos clientes que sejam diferenciadas face à concorrência que os clientes lhes atribuam valor e considerem pertinentes Em determinados casos alienar atividades não lucrativas ao negócio que satisfaçam os clientes também contribuem para a sua idelização Oportunidades de nichos de mercado com recurso à Internet Chris Anderson é o autor do livro The Long Tail Why the Future of Business is Selling Less of More Este livro aponta para as oportunidades dos mercados de nicho utilizando as novas tecnologias Produtos de nicho com um número reduzido de consumidores tendem a ser excessivamente caros caso os consumidores estejam dispostos a pagar os produtos ou a não existirem de todo porque os custos de produção e de comercialização tornam o produto não comercializável Com um elevado número de consumidores o custo de produção e de comercialização baixa signiicativamente tornando o produto comercializável 132 Chris Anderson no seu livro dá um exemplo de um disco Há uns vinte anos atrás caso um disco não tivesse um número bastante assinalável de vendas não se conseguia ter qualquer lucro Os custos de produção de um disco a tecnologia e os técnicos envolvidos eram elevados e a sua distribuição envolvia uma cadeia de distribuição pesada Hoje com as novas tecnologias de produção e de distribuição via Web o número de clientes necessário para que um disco seja lucrativo é substancialmente menor Para além disso sendo que a distribuição pode ser realizada por meios digitais o somatório de todos os potenciais clientes em todo o Mundo com acesso ao disco aumenta consideravelmente Deste modo recorrendo a tecnologias de produção com baixos custos com a divulgação suportada em meios digitais e com a distribuição de pequenos pacotes via empresas logísticas como a UPS os CTT ou outros conseguese atacar mercados de nicho com elevado potencial de crescimento e sustentabilidade Anderson refere que as opções de consumo não só estão cada vez menos condicionadas pelos grande media como a televisão e a rádio como estão mais ligadas à Internet e às redes sociais Deste modo os consumidores têm mais fontes de opções indo à procura de informação cada vez mais de acordo com as suas motivações pessoais e cada vez menos de acordo com o que é oferecido pelo canais mainstream Esta circunstância tem como consequência de que o leque das opções é mais aberto e por isso o mercado de nichos mais evoluído e apetecível eparadoxalmente mais barato Sendo que os meios de produção e distribuição estão hoje amplamente suportados em soluções de base tecnológica discutiremos na próxima secção algumas questões a analisar aquando da escolha da tecnologia a adquirir Aspetos a considerar na adoção das TIC Três dos aspetos mais importantes na adoção de tecnologias são o correto alinhamento das tecnologias com a organização a decisão 133 sobre a aquisição de um produto comercial ou feito à medida e a identiicação do custo total de posse Total Cost of Ownership TCO e de aquisição dessa mesma tecnologia O primeiro aspeto tem que ver com o responder à questão Qual a tecnologia de que a minha organização necessita para o meu negócio A resposta a esta questão pressupõe conhecer a resposta a três outras questões Qual a visão que tenho para o meu negócio Qual a missão da minha organização e Qual a estratégia Que em conjunto permitem à organização saber Onde estamos Para onde queremos ir e Como vamos lá chegar A tecnologia não é um im em si é um meio para atingir objetivos Assim dependendo dos objetivos poderá ser necessário uma ou mais tecnologias de suporte Inúmeros estudos indicam que a mera adoção da tecnologia não se traduz necessariamente em lucro para as organizações O que permite tornar a empresa competitiva é isso sim a correta adoção da tecnologia Para isso é necessário que esta esteja alinhada com a estratégia da organização e com as suas características especíicas como entre outras o nível de familiaridade que os seus elementos têm com a tecnologia a motivação da equipa ou ainda a estrutura e a cultura organizacionais Outra questão se coloca à organização é a aquisição de um produto comercial ou o desenvolvimento de uma aplicação sistema especíico Usualmente é preferível sempre que possível e adequado a aquisição de uma solução comercial que permita a parametrizaçãocustomização para a situação especíica da realidade de cada organização Com esta abordagem é garantida a evolução da solução para novas funcionalidades o suporte técnico e a utilização de processos padrões da indústria em consideração disponibilizados pela própria solução Esta opção pode ser questionada quando a própria solução especíica representa a vantagem competitiva da organização face à concorrência ou quando o mercado ainda não tem maturidade e as soluções disponíveis não cobrem a maioria das necessidades críticas da organização 134 O terceiro aspeto tem que ver com o custo associado à tecnologia a adotar Aqui é necessário não só avaliar os custos iniciais de investimento mas também os custos indiretos desse investimento É usualmente aqui que a organização tem mais diiculdades deparandose posteriormente com um custo total com o qual não contava Na realidade estimase que os custos com hardware e software representam apenas 20 dos custos totais de uma solução Há um conjunto de outros custos que é necessário contabilizar se necessário pedir mesmo cotações aos fornecedores relativos à formação instalação da solução suporte técnico manutenção e evolução da solução custo energético e de espaço Para além destas questões é sempre necessário quando se está a ponderar adquirir uma solução colocar as seguintes questões a solução integrará soluções já existentes na organização Se a resposta for positiva será então necessária uma estimativa para esses serviços de integração será necessário migrar dados para esta solução Se sim será então necessária um estimativa para os serviços de migração dos dados a minha rede e os meus computadores têm as características adequadas para esta nova solução Se a resposta for negativa será então necessário adicionar ao custo da solução o custo com novosupgrade de hardware eou software e de rede A resposta a estas questões e os aspetos anteriormente apresentados permitem calcular o custo total de posse e de aquisição da tecnologia Na subcapítulo que se segue apresentam se as tendências de oferta de soluções comerciais atualmente a despontar Tendências das soluções empresariais cloud computing Cloud computing referese à possibilidade de oferta de recursos como entre outros de servidores de espaço em disco de aplicações ou mesmo serviços especíicos a pedido Estes serviços encontramse na cloud nuvem ou seja são 135 acedidos através de uma ligação em rede em que o utilizador estipula em cada momento o serviço e a quantidade que necessita desse serviço podendo ajustála em qualquer momento Esta é apontada como uma das fortes tendências já realidade mesmo da oferta das Tecnologias de Informação e Comunicação Os tipos de serviço oferecidos seguem na sua essência quatro modelos Data as a Service DaaS Infrastructure as a Service IaaS Software as a Service SaaS e Pltaform as a Service PaaS Data as a Service consiste na disponibilização de um serviço de espaço em disco na nuvem Associado à utilização de espaço em disco estão associados serviços de backup e de controlo de versões dos documentos armazenados Data as a service é considerado um tipo especíico de Infrastructure as a Service IaaS prendese com a disponibilização de recursos virtuais como capacidade de processamento CPU memória RAM e espaço em disco onde é possível instalar e executar aplicações eou um sistema operativo especíico Os números e o tipo recursos são coniguráveis Software as a Service referese à utilização de software através de acesso remoto sem necessidade de uma instalação em máquinas locais Platform as a Service é por im a utilização de plataformas de desenvolvimento de software através da nuvem sem a necessidade de instalação local A grande vantagem destes modelos é a sua lexibilidade ou seja a entidade empresarial ou individual que necessita destes recursos pode utilizar mediante pedido apenas o que necessita no momento Assim evitase a necessidade de elevados recursos inanceiros para poder usufruir de recursos como espaço em disco servidores aplicacionais licenças de software atualizações de software entre outros À medida que o negócio cresce as necessidades poderão ser devidamente ajustadas sem que isso exija a compra de novo material ou a interrupção de serviço causado por um upgrade à infraestrutura Por im é possível utilizar somente os recursos que são necessários num determinado momento Em situações de pico 136 de produção ou outras advindas de uma sazonalidade do negócio os recursos serão devidamente ajustados às necessidades reais Para além da lexibilidade as necessidades de manutenção da infraestrutura reduzemse substancialmente estando já incluídas no preço do serviço prestado Esta será assim uma hipótese a ter em consideração na deinição das necessidades e soluções para usufruir da tecnologia tão essencial hoje em dia a qualquer negócio 137 138 139 Mário Carvalho GITUR ESTM Instituto Politécnico de Leiria Este manual deverá constituirse como forte apelo à capacidade de intervenção de todos os stakeholders promovendo não só novos conceitos como remetendo as organizações para oportunidades empresariais conquistando sustentáveis horizontes O manual Empreendedorismo Social transcorre da compilação de contributos desenvolvidos por responsáveis docentes e quadros da AIRO CTCOTIC IAPMEI e IPLeiria Visa facilitar o desenvolvimento sustentável das atividades empresariais possibilitando que atuais e potenciais empreendedores superem fraquezas alavanquem forças e transformem as ameaças em oportunidades O presente projeto deverá sensibilizar e esclarecer a sociedade quanto à importância e contributo do empreendedorismo social enquanto inestimável ferramenta para a criação de emprego e riqueza nos territórios O futuro passará pela viabilidade das economias colmatando problemas sociais e promovendo a sustentabilidade numa aldeia cada vez mais global O empreendedorismo social é inquestionavelmente uma ferramenta de enorme transversalidade que cruza campos tão distintos como a preservação ambiental a criação de valor nas empresas e a criação de oportunidades para jovens e desempregados O empreendedorismo social é a expressão sócio económica que melhor responde aos problemas das sociedades com particular destaque para os países desenvolvidos contudo o Empreendorismo Social terá que deinitivamente adoptar ferramentas de gestão não só atuais como especialmente competitivas Se em França no século XVII empreendedor aigurava alguém que 10Abordagem conclusiva ao Empreendedorismo Social nas áreas abordadas no manual 140 criava um negócio ou empreendia um projeto ou uma atividade económica signiicava também estimular o progresso económico com o recurso a novas e eicazes formas de fazer coisas No século IXX Jean Say11 economista francês deiniu empreendedor como as pessoas que criavam valor dado que alocavam os recursos económicos de áreas de baixo rendimento económico para áreas de produtividade mais elevada Os tradicionais empreendedores sujeitos à disciplina do mercado têm na criação de riqueza a escala que mede o seu sucesso o que signiica deslocar os recursos para as plataformas economicamente mais produtivas sob pena de serem empurrados para fora do negócio No século XX o economista Joseph Schumpeter12 descrevia os empreendedores como elementos inovadores que procuravam a destruição criativa do capitalismo Segundo Joseph a função dos empreendedores era revolucionar os padrões da produção combinando capital e trabalho produzindo algo verdadeiramente inovador Segundo Schumpeter a inovação pode advir de diferentes circunstâncias pois inovar não signiica forçosamente inventar algo completamente novo inovar pode signiicar a aplicação de uma ideia já existente num novo formato ou numa nova situação As inovações podem ainda decorrer da forma como se estruturam os negócios ou como se consegue obter determinados recursos 11Pela teoria de Say não existem crises de superprodução geral uma vez que tudo o que é produzido pode ser consumido dado que a procura de um bem é determinada pela oferta de outros bens A oferta agregada é sempre igual a procura agregada Say acreditava ser possível que certos setores da economia tivessem relativa superprodução em relação aos outros setores que sofressem de relativa subprodução 12Joseph Schumpeter nasceu no território do extinto Império AustroHúngaro atualmente República Checa em 1883 Começou a lecionar antropologia em 1909 na Universidade de Czernovitz e três anos mais tarde na Universidade de Graz Com a ascensão do nazismo teve que deixar a Europa e rumou aos Estados Unidos onde se assumiu como docente na Universidade de Harvard Permaneceu ali até sua morte em 1950 141 O empreendedorismo segundo Ferreira Santos Serra 2008 é um processo que aproveita e procede a multialterações culturais politicas infraestruturais e institucionais induzindo comportamentos e estímulos promovendo a inovação a melhoria de processos de serviços e produtos acelerando o processo de modernização e o desenvolvimento económico das sociedades Os empreendedores são assim indivíduos que se caracterizam por conceberem novos produtosserviços introduzirem novos modelos de produção desenvolverem novos mercados descobrirem novas fontes de matériasprimas e deinitivamente estabelecerem novos modelos de organização O fenómeno do empreendedorismo social surge naturalmente num encadeamento de enormes desaios sociais e ambientais que inquestionavelmente são alavancados pelas fortes crises sócioeconómicas generalizadas A crescente popularidade do empreendedorismo social tem sido acompanhada por um conjunto de análises misturando e combinando um diversiicado leque de ideias O empreendedorismo social tem provocado uma invulgar dinâmica de ideias remetendo a discussão para um clima de constante dissonância no que concerne à deinição do conceito Nicholls 2006 Existe uma enorme diiculdade para se determinar onde e quando aplicar o termo Zahara et al 2009 Mair Marti 2006 O conceito sofre de uma diiculdade a que Weinert apelida de inlação conceptual onde a inexactidão na deinição é paradoxalmente perseguida por um excesso de signiicado resultante dos inúmeros contextos em que o termo empreendedorismo social é largamente aplicado Weinert in Rychen 2001 O Empreendedorismo Social sinónimo de organizações sem ins lucrativos é um vasto campo de análise cientíica e intervenção política atraindo a atenção das sociedades Martin Osberg 2007 Nicholls 2006 Segundo Stryjan 2006 e Sullivan Weerawardena 2003 o Empreendedorismo Social é 142 uma ferramenta de grande relevância pois constituise como a adequada resposta para parte dos problemas sócioeconómicos dos territórios colmatando a improiciência dos Estados As organizações comerciais e as ONGs convergem naturalmente para metas comuns especialmente no que concerne à missão e visão Dees 2001 2009 Mair Marti 2006 O empreendedorismo social tem vindo a conseguir de forma eicaz congregar as instituições comerciais às organizações semins lucrativos conferindo às últimas um caráter não só mais inovador como especialmente dinâmico Martin Osberg 2007 Os investigadores Roberts Woods 2005 sustentam que o Empreendedorismo Social está inequivocamente presente nas sociedades contudo Nicholls 2008 airma que apenas na década de 90 os investigadores e políticos passaram a interessarse pelo Empreendedorismo Social surgindo na Europa a Emergence of Social Enterprises in Europe13 extraordinário exemplo de uma organização que desenvolve um trabalho de elevada importância para as sociedades e demais territórios Infelizmente ainda é recorrente confundirse empreendedorismo social com caridade só com estratégias de forte intervenção mediática será possível promover a mudança de mentalidade Para os empreendedores sociais a missão social terá que ser explícita e central sendo a transformação da realidade social a escala de avaliação para os seus projetos os retornos sociais de longo prazo são a medida de sustentabilidade A singularidade do Empreendorismo Social tem crescido de forma inequívoca e sustentável são não só numerosas as citações em inúmeras obras e trabalhos cientíicos como se assiste a um profundo interesse da generalidade dos investigadores e comunidade académica 13 Conjunto de organizações cujo objetivo explicito se centra no benefício da comunidade Estas organizações criadas por grupos de cidadãos têm balizas para o retorno do investimento ié os resultados estão sujeitos a limites 143 A Ashoka14 aparece como grande exemplo deste formato sendo que em 2007 apoiava cerca de 2000 empreendedores sociais Recentemente lançou o programa SFS Social Financial Services em parceria com grandes organizações financeiras estimulando o investimento e desenvolvimento de novos serviços com particular destaque para a cidadania A Ashoka criou também a Global Academy cujo objetivo passa pela promoção do Empreendorismo Social envolvendo a participação de stakeholders empresariais e sociais Na sequência deste projeto foi produzido o The Social Entrepreneurship DVD Series15 excecional ferramenta de dinamização que utilizando testemunhos vários alavanca e desenvolve processos de inovação social Esta ferramenta com cerca de 17000 exemplares vendidos é utilizada em 70 universidades de 40 países A Global Academy em parceria com a Universidade de Oxford criou a University Network uma rede universitária composta por docentes que têm a intensificação do ensino e investigação do Empreendorismo Social como capital objetivo De 2013 em diante a Ashoka espera conseguir anualmente eleger cerca de 500 novos membros com especial enfoque para países como a Republica Popular da China Por outro lado prevê o desenvolvimento de um conjunto de soluções auto organizáveis autoaplicáveis e autossupervisionáveis que possam intervir em distintos setores gerando uma sociedade onde todos possam ser agentes de mudança Nos EUA em 2006 a sociedade civil enquadrou esta visão numa perspetiva 14A Ashoka criada em 1980 pelo norte americano Bill Drayton é uma organização mundial sem ins lucrativos composta por mais de 2700 empreendedores de 70 países É pioneira no campo da inovação social e apoio aos empreendedores sociais A Ashoka foipioneira na criação do conceito e caracterização do empreendedorismo social onde os empreendedores fazem parte de uma rede mundial de intercâmbio de informações colaboração e disseminação de projetos 15httpwwwyoutubecomwatchvTQnYEzCVIGA 144 de elevada responsabilidade social pois mais de 19000 licenciados incluindo 10 dos finalistas de Yale e Dartmouth candidataramse ao Tech for America16 O Bridgespan Group empresa de consultoria ligada à Bain Company17 que promove assistência estratégica às organizações de ação social recebeu 1800 candidaturas para 18 vagas Em 2005 a StartingBloc18 que atrai estudantes socialmente responsáveis e jovens proissionais que ambicionam seguir carreiras numa economia globalmente justa conirmou a existência de mais de 2400 candidatos Em 2003 a StartingBloc tinha registado apenas o interesse de 200 estudantes Nos Estados Unidos da América inúmeros os proissionais de meiaidade que optam por atividades proissionais com impacto social a encore caree segundo uma pesquisa consumada pela MetLife Foundation19 e Civic Ventures20 existem 9 milhões de pessoas com idades compreendidas entre 44 e 70 anos com 16 Organização fundada em 1989 por Wendy Kopp que recruta recémlicenciados para que nos seus dois primeiros anos de atividade proissional se dediquem ao ensino de crianças desfavorecidas 17A Bain Company uma das maiores consultorias de gestão no mundo defende o princípio de que os consultores devem ser medidos pelos resultados inanceiros gerados nos clientes Tem como grande propósito a prestação de serviços de gestão de consultadoria incluindo serviços de assessoria em matérias de natureza estratégica técnica contabilística económica e inanceira 18Desde 2005 que a StartingBloc forma líderes selecionando jovens lideres de todo o mundo Os jovens depois de formados não só estão preparados para enfrentar os desaios globais como acedem a uma comunidade muito envolvente e caracterizada por ser socialmente inovadora Os jovens após a conclusão do curso juntamse á rede global da StartingBloc que é constituída por 1500 bolsistas presentes em 221 universidades de 54 países 19MetLife Foundation foi criada pela MetLife para continuar a longa tradição de contribuição e participação com a comunidade doações apoio à saúde educação e programas sociais A Fundação contribui ainda para o desenvolvimento de projetos culturais com especial ênfase para a criação de novas oportunidades para jovens 20Civic Ventures organização sem ins lucrativos vocacionada para a geração do baby boom é formada por professores com mais de 50 anos de idade e utiliza redes sociais para discutir entre grupos comunidades e público alvo num ambiente seguro e livre de spams 145 carreiras proissionais de forte impacto social e ainda cerca de 31 milhões de candidatos interessados em recolocações proissionais nos referidos parâmetros Em Portugal existe uma forte consciência da importância do Empreendorismo Social enquanto solução para os problemas sociais a partilha e a cumplicidade passaram deinitivamente a ser conjugados no presente As hortas urbanas são não só um fantástico e recente exemplo de Empreendorismo Social como traduzem uma enorme transversalidade de boas práticas O fenómeno no atual igurino surgiu nos países do norte da Europa na segunda metade do século XIX como resposta à crescente diminuição dos espaços verdes das zonas citadinas Na Alemanha o cultivo de legumes em hortas urbanas acontece desde 1864 aquando da criação da primeira associação Schreberverein na cidade de Leipzig Esta prática de empreendorismo verdadeiro movimento social sofreu um enorme incremento no rescaldo das grandes guerras do século XX Por outro lado se a Dinamarca é o país europeu com a maior percentagem de hortas urbanas a Holanda caracterizase por produzir cerca de 33 dos seus legumes em hortas das grandes cidades As hortas urbanas têm ainda elevado sucesso em grandes cidades como Los Angeles Chicago Londres e Sampetersburgo Em Portugal este modelo de empreendorismo com forte cariz social é praticado em larga escala por indivíduos com atividades proissionais nos serviços e na indústria A coexistência de espaços agrícolas no interior das cidades é atualmente uma realidade As grandes metrópoles Lisboa Coimbra e Porto apresentam inúmeros projetos de hortas urbanas onde a agricultura biológica assume especial destaque As hortas urbanas não só são uma excelente forma para equilibrar as inanças das famílias como uma interessante resposta para contrariar a atual dependência do consumo de alimentos importados As hortas urbanas constituem ainda um forte contributo para o 146 aumento da autoempregabilidade como excelente ferramenta para de forma generalizada resolver situações de stress Por outro lado a competitividade das organizações passa por estimular e valorizar as relações com os territórios Para o efeito tornase evidente a importância de contratar pessoas serviços e matériasprimas localmente O recrutamento de ilhos da terra não só induz maisvalias nas operações como signiica um aumento da competitividade das empresas Apelar aos recursos locais contribui de forma decisiva para uma efectiva diferenciação já que os clientes valorizam os recursos autóctones ié todos os que encerram forte autenticidade Na generalidade existem interessantes e múltiplos casos estudo que apontam o Empreendorismo Social como solução para distintos problemas de cariz social Contudo e para que o modelo funcione é fundamental que o ensino privilegie o empreendedorismo replicando saberes conceitos e estratégias requaliicando competências rumo á sustentabilidade Por defeito as organizações deverão valorizar o que é obtido produzido e comercializado localmente Ainda que esta estratégia possa ser acompanhada por outras tornase evidente a sua importância para o estímulo e desenvolvimento dos territórios dado que cria e expande modelos de negócio sustentáveis e naturalmente duradouros 147 148 149 Anexo 1 Processo do Empreendedor21 Victoria Sirghi Dumitru mestranda em Marketing e Promoção Turística ESTM Instituto Politécnico de Leiria Mário Carvalho GITUR ESTM Instituto Politécnico de Leiria São múltiplos os fatores que podem inluenciar o empreendedorismo nomeadamente ambientais pessoais e económicos Na base destes fatores estão por defeito ideias inovadoras e oportunidades que de forma natural conduzem os empreendedores à criação e desenvolvimento de negócios Para se adotar uma posição empreendedora importa respeitar quatro distintas fases 1Identiicar e avaliar a oportunidade nesta fase deverá ser feita uma análise ao mercado e aos concorrentes Deverão ser identiicadas as oportunidades as ameaças as forças e fraquezas do potencial negócio a criar É também crítico a identiicação e caraterização dos potenciais interessados clientes dos produtosserviços Também terá que ser levado a efeito a determinação das etapas do ciclo de vido do produto Introdução Crescimento Maturidade e Declínio Se tais informações não forem preconizadas é bastante provável que o empreendedor entre no mercado com um produto que não coincide com as necessidades da procura ié com o desejo dos clientes e portanto se arrisque a ter que abandonar o projeto negócio 2Desenvolver o plano dos negócios o sucesso do negócio depende do planeamento estratégico do empreendedor da gestão empresarial dos recursos humanos e das estratégias de marketing 21Elaborado com base no Manual do Empreendedor IPLeiria 2007 150 3Determinar e captar os recursos necessários identiicar e alocar as melhores alternativas operacionais rumo a uma ótima relação do rácio custobenefício 4Gerir a empresa criada A gestão é a atividade mais crítica na atividade empresarial Uma má ou inadequada gestão leva as empresas ao declínio Dada a global e forte concorrência a gestão empresarial das organizações deverá necessariamente apostar em estratégias que acrescentem valor para os clientes Ideias oportunidades e empreendedorismo Em empreendedorismo uma ideia não signiica forçosamente uma oportunidade de negócio Para se empreender um projeto as ideias terão que ser sujeitas a uma avaliação só assim se poderá perceber se a mesma encerra uma oportunidade de negócio Conforme o Manual do Empreendedor IPLeiria publicado em 2007 as ideias deverão ser analisadas da seguinte forma Qual a ideia que o mercado circunda Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio Quais vantagens competitivas que a ideia trará ao negócio Qual a equipa que vai transformar a ideia no negócio Qual o retorno económico que a ideia poderá proporcionar Proteção da Ideia Se a ideia encerra um negócio com forte probabilidade de sucesso será então necessário iniciar o processo de propriedade intelectual e propriedade industrial Conforme o art1º do Código de Propriedade Industrial do Decretolei nº362003 de 5 de março a propriedade Industrial pode ser protegida em três critérios Proteção de Invenções Patentes Modelos de Utilidade 151 Proteção do Design Desenhos ou Modelos Proteção de Sinais Distintivos Marca Logótipo Nomes Insígnias de Estabelecimento Localizações Geográicas entre outras O processo empreendedor tem ainda presente o plano do negócio que reporta para o planeamento das empresas Este plano tem como grande objetivo testar o conceito do negócio orientar o desenvolvimento de estratégias atrair recursos inanceiros transmitir credibilidade e desenvolver a equipa de gestão Um plano de negócio deverá conter os seguintes pontos Introdução o sumário deverá conter uma breve apresentação da empresa descrição da ideia inicial apresentação do conceito de negócio deinição da proposta de valor e determinação do valor acrescentado a oferecer aos clientes Apresentação da empresa identiicação da empresa identiicação dos promotores Análises do Meio Envolvente descrição dos fatores que afetam a funcionalidade das empresas tais como os demográicos políticos económicos sociais culturais ambientais e tecnológicos entre outros Análise do ambiente externo oportunidades e ameaças Análise do ambiente interno em concreto forças e fraquezas Análise das cinco forças de Porter nomeadamente poder dos fornecedores poder dos clientes produtos substitutos atuais e novos concorrentes Análise do Mercado análise do mercado procura e oferta Estratégia da Empresa deinição da Visão e Missão objetivos a atingir diferenciação e estratégias adotadas Todas as empresas deverão identiicar e deinir a sua Missão e Visão Não é possível um plano de negócio sem que se efetue uma análise SWOT Esta ferramenta ajudará a analisar o ambiente interno e o ambiente externo identiicando as oportunidades as 152 ameaças as fraquezas e as forças O Plano de negócio engloba um conjunto de planos empresariais entre outros O Plano de Marketing onde se deinem as estratégias do Marketing Mix nomeadamente a política do Produto Preço Distribuição e Comunicação O Plano de Organização e Recursos Humanos englobando o conjunto de atividades e competências da organização O Plano de Produção ou de Operação analisa as questões de Como Onde Quando e Quanto fabricar Plano Económico Financeiro onde serão analisados os planos de inanciamento planos de investimentos planos económicos e inanceiros planos de tesouraria e demais rácios e indicadores de gestão Calendário de execução pode recorrerse a um diagrama de Gant ferramenta utilizada para ilustrar as diferentes etapas de um projeto Para a constituição legal de uma empresa as empresas devem observar um processo de 12 passos Escolher a forma jurídica da organização a constituir Identiicar a irma escolher o nome da irma Pedido do Certiicado de Admissibilidade de irma ou denominação de pessoa coletiva e Cartão Provisório de Identiicação da Pessoa Coletiva Elaboração dos estatutos da sociedade ou Pacto Social da empresa Deposito do capital social numa conta a criar numa instituição bancária Marcação da Escritura Pública Celebração da Escritura Pública Declaração do Inicio de Atividade Requisição do Registo Comercial Publicação e Inscrição no RNPC cartão deinitivo de pessoa coletiva 153 Pagamentos com 3 cheques diferentes dos serviços prestados pela Conservatória Registo Comercial RNPC INCM Inscrição na Segurança Social Pedido de Inscrição no Cadastro Comercial ou Industrial O empreendedor terá ainda que deinir como criar a empresa nomeadamente se 1Cria e desenvolve a empresa sem qualquer sócio num cenário de empresa em nome individual onde as suas responsabilidades são ilimitadas 2Desenvolver a empresa em conjunto ou seja uma sociedade em nome coletivo sociedade por quotas com um mínimo de 2 sócios cujas responsabilidades são limitadas ou uma sociedade anónima com um mínimo de 5 sócios ou em sociedade comandita com um número mínimo de 5 sócios em comandita simples 2 sócios onde cada um responde pela sua entrada sociedade anónima europeia onde cada acionista é responsável pelo limite do capital por si subscrito Terminologia utilizada numa linguagem de negócio São diversas as terminologias utilizadas tais como Ativo aquilo que a empresa realmente tem instalações equipamentos marcas valores monetários valores a receber de clientes mercadorias matérias primas Atributos características dos produtosserviços percepcionadas pelos clientes Brifing contem informações relativamente ao produto ao mercado e aos clientes da empresa Canal de Distribuição meios utilizados para fazer chegar os produtosserviços aos clientes inais CRM conjunto de estratégias tecnologias utilizadas para criar valor junto do cliente e idelizalos Estratégia Push empurrar o produto através dos meios de distribuição para que chegue ao cliente inal Estratégia Pull estratégia de Marketing assente na marca e na sua politica de comunicação cujo objectivo passa por fazer os clientespedirem 154 o produto ou serviço por força da forte pressão publicitária ou de campanhas promocionais Estudo do Mercado analisa a dimensão do negócio as estratégias de marketing a aplicar o publico alvo a atingir Segmentos de Mercado conjunto de clientes agrupados organizados por diferentes fatores demográicos tais como peril idade agregado familiar rendimento familiar estatuto social Gama de produtos diferentes modelos tipos de produtos comercializados pela empresa Gama de serviços serviços fornecidos pela empresa Know How SaberFazer Key Players concorrentes diretos Concluiuse que são vários os passos para empresarialmente se empreender As etapas são parte integrante dos processos o que signiica que não é possível construir e evoluir para estratégias de sucesso se tais variáveis não forem atendidas Só é possível implementar um negócio com sucesso se antecipadamente os objetivos estiverem não só detalhadamente enunciados como devidamente quantiicados Só desta forma será possível a sustentabilidade num planeta cada vez mais global e concorrido 155 156 157 Contactos Criação e Edição do Manual de Empreendedorismo Social uma abordagem sistémica AIRO Associação Empresarial da Região Oeste Edifício do Centro Empresarial do Oeste Rua Infante D Henrique 2500218 Caldas da Rainha Portugal Telefone 351 262 841 505 Fax 351 262 834 705 EMail airooestenetvisaopt Site wwwairopt IPL Instituto Politécnico de leiria CTCOTIC Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento do instituto de Leiria Campus 5 Rua das Olhalvas 2414016 Leiria Portugal Telefone 351 244 845 054 Fax 351 244 845 059 Email oticipleiriapt wwwipleiriapt Entidades de apoio ao empreendedorismo da Região Centro ABAP Associação do Beira Atlântico Parque Rua do Matadouro 3070426 Mira Portugal Telefone 351 231 489 030 Fax 351 231 489 037 EMail contactoaibappt Site wwwaibappt AIRV Associação Empresarial da Região de Viseu Edifício Expobeiras Parque Industrial de Coimbrões 3500618 Viseu Telefone 232 470 290 Fax 232 470 299 EMail geralairvpt Site wwwairvpt ABAP Associação do Beira Atlântico Parque Rua do Matadouro 3070426 Mira Portugal Telefone 351 231 489 030 Fax 351 231 489 037 EMail contactoaibappt Site wwwaibappt Anexo 2 158 AIRV Associação Empresarial da Região de Viseu Edifício Expobeiras Parque Industrial de Coimbrões 3500618 Viseu Telefone 232 470 290 Fax 232 470 299 EMail geralairvpt Site wwwairvpt OBITEC Associação Óbidos Ciência e Tecnológica ABC apoio de base à criatividade Convento de S Miguel das Gaeiras 2510718 Gaeiras Óbidos Tel 262 955700 Email ptocmobidospt abccomobidospt geral Site httpwwwptobidoscom TAGUSVALLEY Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Tecnopolo do Vale do Tejo Rua José Dias Simão Alferrarede 2200060 Abrantes Telefone 351 241 330 330 Fax 351 241 330 339 EMail homerocardosotagusvalleypt Site wwwtagusvalleypt WRC Agência de Desenvolvimento Regional Curia Tecnoparque 3780 544 Tamengos Telefone 231 519 712 Fax 231 519 711 EMail incubadorawrcpt mcunhawrcpt Site wwwwrcpt BIOCANT PARK Parque Tecnológico de Cantanhede Núcleo 4 Lote 2 3060197 Cantanhede PORTUGAL Telefone 351 231 410 890 Fax 351 231410899 EMail infobiocantpt Site wwwbiocantpt CECCCIC Conselho Empresarial do Centro Câmara de Comércio e Industria do Centro Rua Coronel Júlio Veiga Simão P3025307 Coimbra Telefone 239 497 160 Fax 239 494 066 EMail geralcecorgpt Site wwwnetcentropt 159 Centro Incubador das Caldas da Rainha AIRO Associação Empresarial da Região do Oeste Centro Incubador das Caldas da Rainha Edifício do Centro Empresarial do Oeste Rua Infante D Henrique 2500218 Caldas da Rainha Telef 262 841 505 Fax 262 834 705 Email airooestenetvisaopt Site wwwairoptincubadora IEUA Incubadora de Empresas de Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago Edifício 1 3810193 Aveiro Telefone 234 380300 Fax 234401529 EMail ieuauapt Site wwwuaptieua Incubadora DDINIS Associação para a Promoção do Empreendedorismo Inovação e Novas Tecnologias Aldeamento Santa Clara Rua da Carvalha 570 2400441 LEIRIA Telefone 244 859 460 Fax 244 859 469 EMail geralincubadoraddinispt Site wwwincubadoraddinispt OPEN Oportunidades Especiicas de Negócio Zona Industrial da Marinha Grande Rua da Bélgica Lote 18 Apartado 78 2431901 Marinha Grande Portugal Telefone 351 244 570 010 Fax 351 244 570 019 EMail openopenpt Site wwwopenpt wwwfacebookcomIncubadoraOPEN 160 Ashoka Innovators for the Public 2000 Selecting Leading Social Entrepreneurs Washington DC Ashoka Innovators for the Public 2004 Social Entrepreneur Recuperado em 21 de Outubro de 2009 de 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Portugal Coimbra Portugal Forjaz M 10 de marçoabril de 2010 Instituto de Empreendedorismo SocialInspirando e potenciando para um Mundo melhor C t tank Entrevistador Global Employment Trends 2012 Preventing a Deeper Jobs Crisis International Labour Organization Godin Seth 2000 Unleashing the Ideavirus New York Simon Schuster Grisi F C Empreendedorismo Social Uma pesquisa exploratória de ações de disseminação no Brasil Tese de Mestrado Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2008 Helfat CE et al 2007 Dynamic Capabilities Understanding Strategic Change In Organizations Blackwell Publishing Hoogendoorn B Pennings E Thurik R 2011 A conceptual overview of What We Know About Social Entrepreneurship SCALES Scientiic Analysis of Entrepreneurship and SMEs Kotler e Roberto e Lee 2002 Social marketing improving the quality of life SAGE Publications Inc Mair Johanna e Marti Ignasi 2006 Social entrepreneurship research a source of explanation prediction and delight Journal of World Business nº 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3ªEd Lisboa Lidel Quedas P 2011 Conheca os casos de sucesso de empreendedorismo social Diário Economico 13 Quintão C 2004 Empreendedorismo social e oportunidades de construção do proprio emprego Porto Reis T Unleashing the new resources and entrepreneurship for the common good A scan synthesis and scenario for action Battle Creek MI WK Kellogg Foundation 1999 Relatório de Desenvolvimento Humano 2010 A Verdadeira Riqueza das Nações Vias para o Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD Rychen Dominique 2001 Deining and selecting key competencies Seatle Editora Hogrefe Huber Publishers Rodrigues E Justa R Nogueira M Nóbrega M 2006 Empreendedorismo e engenharia XIII SIMPEP Bauru 6 a 8 de novembro de 2006 São Paulo Brasil Santos F 2010 Empreendedorismo social ganha novo folego e Portugal economia Seelos C e Mair J 2004 Social Entrepreneurship The Contribution of Individual Entrepreneurs to Sustainable Development IESE Business School University of Navarra 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httpwwwgsbstanfordeducsiSEDeinitionhtml wwwiesorgpt wwweconomiapublicopt httpwwweditoracercicacom acedido em 12012012 httpwwwcctpt acedido em 12012012 httpwwwipleiriapt acedido em 12012012 httpwwwptcompt acedido em 12012012 httpgotocampus2ipleiriapt acedido em 14012012 httpembraceglobalorg acedido em 14012012 httpwwwconserveindiaorg acedido em 14012012 httpiactipleiriapt acedido em 14012012 httpwwwcridesecsipleiriapt acedido em 14012012 httpwwwashokaorglemelson acedido em 14012012 Pesquisar FSindica você conhece as startups de impacto social brasileiras Sumário 1 Quais são as startups de impacto social brasileiras 11 Favelar 12 Camaleaoco 13 GoFriendly 14 TODXS 15 Preta Hub 16 Movimento Black Money 2 Mais do que conhecer startups de impacto social é necessário apoiálas 3 Se esse conteúdo sobre startups de impacto social te interessou não deixe de conferir nosso guia completo sobre como é a Jornada do Empreendedor e se aprofundar ainda mais no assunto 31 Compartilhe isso 32 Curtir isso 33 Compartilhe isso 34 Curtir isso 35 Compartilhe isso 36 Curtir isso 37 Compartilhe isso 38 Curtir isso 39 Compartilhe isso 310 Curtir isso 311 Compartilhe isso 312 Curtir isso 313 Compartilhe isso 314 Curtir isso Nelson Mandela descreve inspiração como homens e mulheres que lutam contra a supressão da voz humana que combatem a iliteracia e a ignorância Alguns são conhecidos outros não Essas são as pessoas que inspiram Sobre o Foras de Série Artigos FS Cast FS no YouTube Startups e a diversidade preconceito e o empreendedorismo feminino O blog por aqui é novo e por que não pegar uma bandeira que tanto nos inspira para explorar um novo formato e poder bater um papo com um pouco mais de profundidade Pensando nisso separamos 6 startups de impacto social brasileiras para você conhecer e principalmente apoiar Confira Quais são as startups de impacto social brasileiras Favelar A Favelar oferece reformas e assistência técnica a preços populares para quem vive em comunidades do Rio de Janeiro A empresa já atendeu mais de 160 pessoas em locais como Cidade de Deus Morro Dona Marta e comunidade da Chatuba Idealizado em 2012 o empreendimento tem o objetivo de democratizar o acesso a planejamentos arquitetônicos de qualidade A primeira roupagem do Favelar foi apenas no ambiente digital mas o acesso à internet banda larga nas periferias ainda era limitado e isso afastava seu públicoalvo Começou então a botar a mão na massa e fazer a coisa presencial O impacto ambiental que a construção civil causa foi uma das preocupações que a startup teve conforme o projeto foi evoluindo Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA 40 do consumo global de energia é provenientes de edificações por exemplo A organização do projeto percebeu ainda que alguns processos construtivos seriam prejudiciais Por isso para se adaptar à realidade da comunidade sem encarecer o serviço a startup usa tinta à base de água e madeira de reflorestamento tudo isso é encontrado com parceiros locais No planejamento foram ainda organizadas técnicas que geram menos impacto como evitar a demolição Um dos pontos de atenção é a gestão de resíduos A maioria das comunidades tem problemas com os descartes irregulares de resto de materiais Então a proposta foi diminuir de alguma forma esse impacto negativo e evitar gerar mais entulho para a região Camaleaoco A Camaleaoco existe para te ajudar a se conectar com a comunidade LGBT e assim levar mais diversidade para a sua empresa A melhor forma de você começar esse processo é se conectando com quem está desenvolvendo iniciativas para alavancar a presença LGBT dentro das companhias sempre claro pensando em ações que foquem em empatia e respeito pelo que as pessoas são Não importa o setor da sua indústria se ela é grande ou pequena você pode começar aos poucos levando diversidade LGBT ao proporcionar que essa comunidade participe de seus processos seletivos A startup faz a ponte entre a empresa e uma comunidade de talentos além de oferecer consultorias e aplicações de processos necessários para que as suas iniciativas se tornem mais inclusivas Entre suas soluções processo de hunting voltado para conectar as suas oportunidades com um banco de talentos inclusivo consultoria de recrutamento focado em diversidade LGBT palestras sobre diversidade LGBT treinamentos para várias áreas da sua empresa serem inclusivas GoFriendly Destinada principalmente a apoiar o setor de serviços a GoFriendly é uma startup que celebra e promove a diversidade e inclusão em estabelecimentos comerciais e funciona de forma colaborativa com esses negócios Seu produto busca conectar bares cafés restaurantes e outros estabelecimentos e serviços com pessoas LGBTQIA que buscam lugares diversos inclusivos e seguros 186 No text extracted 188 Para nós do Foras de Série inspiração surge com a espontaneidade e eficiência de uma lâmpada sendo acesa No fim o sentido está na própria palavra inspiraação Inspirar uma ação E sempre esteve no nosso DNA pegar histórias que inspiram histórias Ao longo do tempo de diferentes maneiras Com uma entrevista com um chef de cozinha com um mentor do mercado financeiro ou com um professor de música de escola pública Veio a pandemia e o desafio de nos adaptar De todos nos adaptarmos Principalmente de nos ajudarmos De usarmos as ferramentas que temos em mãos para promover aquilo que acreditamos que faz a diferença As startups por serem empresas jovens e que estão tentando validar seus modelos de negócios navegam por águas ainda mais desconhecidas E não só por isso merecem atenção Merecem principalmente por seu viés altamente inovador e com foco no cliente E na sua relação com o empreendedorismo com causas Empreender é ser autônomo e dedicado o suficiente para assumir um risco e bancálo Isso porque não diz respeito apenas sobre os negócios É necessário ampliar o conceito de empreendedorismo para além do negócio próprio e usálo como uma ferramenta que gere valor para a sociedade Começamos com uma ação chamada CompreDoPequeno em que costumávamos divulgar pequenos negócios e empreendedores com soluções criativas que precisavam sobretudo de uma força para segurar as pontas nesses momentos tão incertos Inspirar no momento em que a gente não podia estar ali perto para provocar uma troca uma conversa sincera acabou se transformando em formatos de ajudar com serviço De dividir justamente histórias que inspiram histórias para ajudar a todo mundo segurar a onda e continuarem a construir suas histórias Mesmo nessa loucura toda A causa nos inspirou e entendemos que um recorte muito interessante desse tema são as startups de impacto social Fizemos um post sobre isso no auge do vertiginoso 2020 Gostamos tanto do que descobrimos que fomos além e fizemos também um vídeo Isso tudo depois de um rigoroso processo de curadoria dos estabelecimentos qualificação do negócio e posterior certificação TODXS O app TODXS permite ao usuário fazer denúncias de casos de homofobia violência contra LGBTQIA e outros tipos de discriminação Segundo dados do Grupo Gay da Bahia há um novo homicídio de pessoas LGBT no Brasil a cada 29 horas Já a União Nacional LGBT aponta que a expectativa de vida de transexuais e travestis no Brasil é de 35 anos Ambos os dados estão disponíveis no site da TODXS Com dados como esses em mãos startups de impacto social como essa são capazes de promover ações efetivas em âmbito da comunidade do governo e até com parcerias com empresas privadas A plataforma consegue mapear as denúncias quase em todo país colaborar com políticas públicas e ainda tornar mais acessíveis leis para que a comunidade reconheça seus direitos e se sinta mais segura em reivindicálos Preta Hub O Preta Hub é um instituto dedicado a fomentar o empreendedorismo negro a partir de diferentes iniciativas junto à população e aos investidores O PretaHub é o resultado de dezoito anos de trabalho do Instituto Feira Preta no mapeamento capacitação técnica e criativa aceleração e incubação do empreendedorismo negro no Brasil É um hub de inventividade criatividade e tendência pretas afirma Adriana Barbosa fundadora da Feira Preta e presidente do PretaHub Às organizações que desejam investir no tema a empreendedora recomenda o acesso aos dados da pesquisa A Voz e a Vez Diversidade no Mercado de Consumo e Empreendedorismo realizada pelo Instituto Locomotiva com apoio do Itaú a pedido do Instituto Feira Preta O estudo ouviu proprietários de empresas e empreendedores que fazem parte da Feira Preta e reuniu o material com dados públicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE além da base de dados do próprio instituto de pesquisa A pesquisa mostra que representando 54 da população brasileira as pessoas negras movimentam uma renda própria de R 17 trilhão por ano Cerca de 14 milhões são empreendedores 29 da população negra que movimentam R 359 bilhões em renda própria por ano Se formassem um país este seria o 17º em consumo no mundo e 11º em população Mesmo assim a média salarial de um empreendedor negro R 1420 equivale à metade da média de remuneração de um empreendedor branco R 2827 A maioria 39 está na faixa dos 35 a 49 anos e 53 têm o Ensino Fundamental completo 82 não têm Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ e 57 diz sofrer preconceito na hora de abrir seu próprio negócio no Brasil O estudo também constatou que apesar de ter uma grande representatividade entre produtores e consumidores a população negra sente o racismo presente nas relações institucionais e não se identifica com a comunicação Mais de 90 das campanhas têm protagonistas brancos e 72 dos consumidores negros consideram que as pessoas que aparecem na publicidade são muito diferentes deles Dos entrevistados 82 dizem que gostariam de ser mais ouvidos pelas empresas Startups de impacto social como essa atuam normalmente em diversos pilares A Preta Hub trabalha com criação produção distribuição e consumo do mercado de produtos e serviços voltados à estética e cultura negra realizando um trabalho de articulação entre a oferta e a demanda Para isso o negócio desenvolve quatro programas principais Afrolab Programa de apoio promoção e impulsionamento do afroempreendedorismo que oferta conhecimento e capacitação técnica e criativa com foco em inovação inventividade e autoconhecimento Em sua primeira edição em 2018 capacitou mais de 250 empreendedores em seis estados São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais Bahia Pernambuco e Maceió Em 2019 leva para nove estados brasileiros o Afrolab Para Elas voltado exclusivamente para mulheres negras empreendedoras AfroHub Programa de aceleração de empreendimentos negros com foco na decodificação dos códigos da internet para o uso das redes sociais de forma estratégica para o crescimento dos negócios É idealizado em parceria com Afrobusiness e DiásporaBlack com apoio do Facebook Em 2018 capacitou mais de mil empreendedores em quatro estados São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro e Espírito Santo Em 2019 o projeto chegará a mais estados Conversando a Gente Se Aprende Diálogos criativos e propositivos com instituições privadas públicas e marcas para sensibilizar e promover a cultura da diversidade racial dentro da organização a partir de diálogos qualificados abordagem humana e centrada na qualidade das relações autoliderança corresponsabilidade e ações práticas Metodologia própria criada e realizada em parceria com a Mandacaru Consultoria Já foi desenvolvido junto a empresas como Netflix Facebook Google Bloomberg e Museu de Arte de São Paulo MASP Festival Pretas Potências A primeira edição aconteceu no dia 13 de maio de 2018 A data marcada oficialmente pelo dia da abolição da escravidão que tem sido ressignificada pelos movimentos negros como o dia da abolição inconclusa ganhou programação focada na inovação criatividade e resistência negra Os coletivos Alma Preta e Coletivo Abebé foram parceiros na realização do evento que teve apoio do Centro Cultural São Paulo Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura Municipal de São Paulo Sob o tema Passado Presente e Futuro a edição de 2019 trouxe os jovens ao epicentro da discussão sobre negritude herança e diáspora Fundo ÉdiTodos Fundo social que reúne doze entidades entre organizações da sociedade civil aceleradoras e empresas sociais É fruto do trabalho iniciado no âmbito da Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto na ocasião Força Tarefa de Finanças Sociais liderado pelo Instituto de Cidadania Empresarial ICE A SITAWI Finanças do Bem faz a gestão dos recursos captados a partir de doações Movimento Black Money O Movimento Black Money MBM tem a missão de romper o contrassenso cruel entre o potencial de consumo e a falta de autonomia econômica da comunidade negra A ideia é promover educação empreendedorismo e inclusão financeira Sua idealizadora Nina Silva foi eleita pela revista Forbes uma das mulheres mais poderosas do Brasil e uma das 100 negras com menos de 40 anos mais influentes do mundo no ranking da Most Influential People of Africa Descent ligada à Organização das Nações Unidas ONU Desde consultora até gestora de projetos e gerente de portfólio eu sempre questionava o que eu deixaria de legado além da minha carreira O movimento veio como uma resposta à busca do meu propósito já chegou a declarar ao Metrópoles Seu objetivo é gerar uma cadeia produtiva própria de fornecimento até consumo consciente e intencional de produtos e serviços de negros A ideia é apoiar empresas que tenham compromissos sólidos com a diversidade Para disseminar o modelo dentro da comunidade negra estabelece contato entre consumidores e empresários em várias frentes Entre elas o StartBlack Up série de encontros realizados entre empreendedores para ajudálos a aprimorar iniciar seus negócios e formar redes de relacionamento Já o Afreetech braço educacional do projeto oferece cursos próprios e parcerias focadas em aprendizado tecnológico O MBM também criou o DBlack Bank uma fintech para conectar consumidores e empresários A maquininha de pagamentos própria apelidada de Pretinha já está em seis cidades Belo Horizonte Rio de Janeiro Porto Alegre São Paulo Caieiras SP e Florianópolis Mais do que conhecer startups de impacto social é necessário apoiálas Conceituar diversidade não conta a história toda É indissociável à ideia de inclusão Duas coisas diferentes Se a diversidade é sobre colocar grupos sociais minorizados na porta a inclusão é sobre obter um assento igual à mesa A inclusão é em suma sobre pertencer enquanto diversidade é sobre viver e respeitar a pluralidade Não adianta ligar o sinal de alerta para a diversidade se a busca por inclusão não está no caminho Tudo se resume à sua cultura lugar onde a diversidade encontra a inclusão E uma forte aliada nessa jornada para uma sociedade mais justa sem dúvida é a educação É necessária a diversidade cognitiva para incluir uma ampla variedade de antecedentes e experiências para o seu processo de tomada de decisão Mais do que conhecer e falar sobre inclua Apoie Se esse conteúdo sobre startups de impacto social te interessou não deixe de conferir nosso guia completo sobre como é a Jornada do Empreendedor e se aprofundar ainda mais no assunto Lucas Bicudo 05282021 2210 ANTERIOR Processo criativo para resolução de problemas aceite as falhas e mude de perspectiva PRÓXIMO O que está por trás do fenômeno Juliette Freire campeã do BBB 21 Lucas Pires lidera Monsoon FC em missão de formar jovens atletas 25 de outubro de 2022 Monsoon FC nasce com proposta ágil e de formação de talentos e já crava campeão da terceira divisão gaúcha no Leia Mais O mercado pet e um papo com Eduardo Hikishima CEO da FreeFaro 18 de outubro de 2022 Mercado pet movimenta cifras bilionárias e mexe com alguns dos sentimentos mais essenciais para o ser humano afeto companhia e Leia Mais Conhecemos Rivkah e decidimos montar uma lista das maiores crianças prodígio 27 de setembro de 2022 Conversamos com Rivkah no FS Cast e isso nos instigou a descobrir quais foram as maiores crianças prodígio da história Leia Mais A moda pelas lentes de Juliana Santos estilista e idealizadora do PCD na Capa 21 de setembro de 2022 Esse é apenas um dia entre 365 de luta contra o capacitismo estrutural contra PCD na sociedade e no mercado Leia Mais Você conhece a história do Rock in Rio o maior festival de música do mundo 7 de setembro de 2022 A história do Rock in Rio está recheada de momentos catedrais da música Gerações passaram pelo festival que se aproxima Leia Mais Quem é Victor Sarro empreendedor roteirista e às vezes comediante 28 de agosto de 2022 Victor Sarro tira uma casquinha da vida mas também a leva muito sério quando o assunto é fazer um trabalho Leia Mais ASSINE A NOSSA NEWSLETTER E SEJA UM FORA DE SÉRIE Entre para a nossa lista para receber todos os conteúdos Digite seu nome e sobrenome Digite seu melhor email Concordo em receber os emails