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Direito ·
Filosofia
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• MODERNIDADE\n• PÓS-MODERNIDADE Modernidade\n1. algo avançado, conquistas mais avançadas, atual, tempo presente. (modus hodiernus)\n\n2. refere-se à época moderna, ao período de surgimento e constituição da sociedade capitalista ou burguesa - sociedade moderna sucedida pela época contemporânea (últimos dois séculos ou século atual) que se inicia em 1789 (e decreta o fim da idade moderna) ou que se inicia em 1914 (1 guerra mundial), ou 1917 (Rev. Russa) (e decreta o fim da idade moderna), sociedade burguesa consolidada, forma dominante que busca perpetuar-se, tempo em que surgem de seu interior forças sociais (o socialismo) que se empenham em ultrapassá-la.\n\n3. o processo de produção, existência humana, material e espiritual - que se inicia na Europa, Séculos XV e XVI e que atinge dimensões planetárias no final do século XX, convertendo a sociedade burguesa na forma universal de organização da vida humana (globalização da economia). Projeto Sócio-Cultural da Modernidade\n1. Constitui-se entre o século XVI e finais do século XVIII. Só a partir dai se inicia verdadeiramente o teste do seu cumprimento histórico e esse momento coincide com a emergência do capitalismo enquanto modo de produção dominante nos países da Europa que integraram a primeira grande onda de industrialização. Se concebermos o capitalismo como sistema de trocas monetárias generalizadas (1. Wallerstein), o seu início data do século XVI.\n\n2. No entanto, se admitirmos que a especificidade histórica do capitalismo reside nas relações de produção que instauram inclinação ao capital e o trabalho e são elas que determinam a emergência e a generalização de um sistema de trocas caracterizadamente capitalista, como quer Boaventura de Souza Santos, isso só ocorrerá a partir de fins do século XVIII ou mesmo meados do século XIX e, portanto, depois de estar constituído enquanto projeto sócio-cultural, o paradigma da modernidade. Projeto Sócio-Cultural da Modernidade\n(Assenta em dois pilares fundamentais)\n1. O pilar da regulação constituído por três princípios:\na) Princípio do Estado cuja articulação se deve principalmente a Hobbes;\nb) Princípio do Mercado dominante, sobretudo, na obra de Locke;\ne) Princípio da Comunidade cuja formulação domina toda a filosofia política de Rousseau.\n\n2. Pilar da emancipação, constituído por três lógicas de racionalidade:\na) A racionalidade estético-expressiva da Arte e da Literatura;\nb) A racionalidade moral-prática da ética e do direito;\nc) A racionalidade cognitivo-instrumental da ciência e da técnica. Inserção entre a lógica da Emancipação e os pilares da Regulação\n1. A racionalidade estético-expressiva articula-se privilegiadamente com o Princípio da Comunidade porque é nela que se condensam as ideias de identidade e de comunhão, sem as quais não é possível a contemplação estética.\n\n2. A racionalidade moral-prática liga-se referencialmente ao Princípio do Estado na medida em que a este compete definir e fazer cumprir um mínimo ético para o que é dotado do monopólio da produção e da distribuição do direito.\n\n3. A racionalidade cognitivo-instrumental tem uma correspondência específica com o Princípio do Mercado não só porque nele se condensam as ideias de individualidade e da concorrência, centrais ao desenvolvimento da ciência e da técnica como também porque já no século XVIII são visíveis os sinais da conversão da ciência numa força produtiva. IMBRICAMENTO ENTRE A MODERNIDADE E O CAPITALISMO\nA partir deste momento, o trajeto histórico da modernidade está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento do capitalismo nos países centrais.\n\nO 1º Período cobre todo o século XIX, é o período capitalismo liberal.\n\nO 2º Período inicia-se no final do século XIX e atinge o seu pleno desenvolvimento no período entre as guerras e nas primeiras décadas depois da 2ª guerra mundial, é o período do capitalismo organizado.\n\nO 3º Período inicia-se nos finais da década de sessenta, nalguns países um pouco mais cedo, noutros um pouco mais tarde, e é nele que nos encontramos hoje. Alguns autores o designam por período do capitalismo financeiro, ou do capitalismo monopolista de Estado. Para Boaventura, é o período do capitalismo desorganizado, face a natureza profunda das transformações em curso nas sociedades capitalistas avançadas. Pós-Modernidade\n\nO paradigma cultural da modernidade constituiu-se antes do modo de produção capitalista: se ter tornado dominante e extinguir-se-á antes deste último deixar de ser dominante. A sua extinção é complexa porque é em parte um processo de superação e em parte um processo de obsolescência. E superação na medida em que a modernidade cumpriu algumas das suas promessas e, de resto, cumpriu-as em excesso. E obsolescência na medida em que a modernidade está irremediavelmente incapacitad a de cumprir outras das suas promessas.\n\nTanto o excesso no cumprimento de algumas das promessas como o déficit no cumprimento de outras são responsáveis pela situação presente, que se apresenta superficialmente como o vazio de uma crise mas que é, a nível mais profundo, uma situação de transição. Como todas as transições são simultaneamente semelhanças e semi-invisíveis, não é provável nomear adequadamente a presente situação. Por esta razão lhe tem sido dado o nome inadequado de pós-modernidade. Mas, a falta de melhor, é um nome autêntico na sua inadequação.
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• MODERNIDADE\n• PÓS-MODERNIDADE Modernidade\n1. algo avançado, conquistas mais avançadas, atual, tempo presente. (modus hodiernus)\n\n2. refere-se à época moderna, ao período de surgimento e constituição da sociedade capitalista ou burguesa - sociedade moderna sucedida pela época contemporânea (últimos dois séculos ou século atual) que se inicia em 1789 (e decreta o fim da idade moderna) ou que se inicia em 1914 (1 guerra mundial), ou 1917 (Rev. Russa) (e decreta o fim da idade moderna), sociedade burguesa consolidada, forma dominante que busca perpetuar-se, tempo em que surgem de seu interior forças sociais (o socialismo) que se empenham em ultrapassá-la.\n\n3. o processo de produção, existência humana, material e espiritual - que se inicia na Europa, Séculos XV e XVI e que atinge dimensões planetárias no final do século XX, convertendo a sociedade burguesa na forma universal de organização da vida humana (globalização da economia). Projeto Sócio-Cultural da Modernidade\n1. Constitui-se entre o século XVI e finais do século XVIII. Só a partir dai se inicia verdadeiramente o teste do seu cumprimento histórico e esse momento coincide com a emergência do capitalismo enquanto modo de produção dominante nos países da Europa que integraram a primeira grande onda de industrialização. Se concebermos o capitalismo como sistema de trocas monetárias generalizadas (1. Wallerstein), o seu início data do século XVI.\n\n2. No entanto, se admitirmos que a especificidade histórica do capitalismo reside nas relações de produção que instauram inclinação ao capital e o trabalho e são elas que determinam a emergência e a generalização de um sistema de trocas caracterizadamente capitalista, como quer Boaventura de Souza Santos, isso só ocorrerá a partir de fins do século XVIII ou mesmo meados do século XIX e, portanto, depois de estar constituído enquanto projeto sócio-cultural, o paradigma da modernidade. Projeto Sócio-Cultural da Modernidade\n(Assenta em dois pilares fundamentais)\n1. O pilar da regulação constituído por três princípios:\na) Princípio do Estado cuja articulação se deve principalmente a Hobbes;\nb) Princípio do Mercado dominante, sobretudo, na obra de Locke;\ne) Princípio da Comunidade cuja formulação domina toda a filosofia política de Rousseau.\n\n2. Pilar da emancipação, constituído por três lógicas de racionalidade:\na) A racionalidade estético-expressiva da Arte e da Literatura;\nb) A racionalidade moral-prática da ética e do direito;\nc) A racionalidade cognitivo-instrumental da ciência e da técnica. Inserção entre a lógica da Emancipação e os pilares da Regulação\n1. A racionalidade estético-expressiva articula-se privilegiadamente com o Princípio da Comunidade porque é nela que se condensam as ideias de identidade e de comunhão, sem as quais não é possível a contemplação estética.\n\n2. A racionalidade moral-prática liga-se referencialmente ao Princípio do Estado na medida em que a este compete definir e fazer cumprir um mínimo ético para o que é dotado do monopólio da produção e da distribuição do direito.\n\n3. A racionalidade cognitivo-instrumental tem uma correspondência específica com o Princípio do Mercado não só porque nele se condensam as ideias de individualidade e da concorrência, centrais ao desenvolvimento da ciência e da técnica como também porque já no século XVIII são visíveis os sinais da conversão da ciência numa força produtiva. IMBRICAMENTO ENTRE A MODERNIDADE E O CAPITALISMO\nA partir deste momento, o trajeto histórico da modernidade está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento do capitalismo nos países centrais.\n\nO 1º Período cobre todo o século XIX, é o período capitalismo liberal.\n\nO 2º Período inicia-se no final do século XIX e atinge o seu pleno desenvolvimento no período entre as guerras e nas primeiras décadas depois da 2ª guerra mundial, é o período do capitalismo organizado.\n\nO 3º Período inicia-se nos finais da década de sessenta, nalguns países um pouco mais cedo, noutros um pouco mais tarde, e é nele que nos encontramos hoje. Alguns autores o designam por período do capitalismo financeiro, ou do capitalismo monopolista de Estado. Para Boaventura, é o período do capitalismo desorganizado, face a natureza profunda das transformações em curso nas sociedades capitalistas avançadas. Pós-Modernidade\n\nO paradigma cultural da modernidade constituiu-se antes do modo de produção capitalista: se ter tornado dominante e extinguir-se-á antes deste último deixar de ser dominante. A sua extinção é complexa porque é em parte um processo de superação e em parte um processo de obsolescência. E superação na medida em que a modernidade cumpriu algumas das suas promessas e, de resto, cumpriu-as em excesso. E obsolescência na medida em que a modernidade está irremediavelmente incapacitad a de cumprir outras das suas promessas.\n\nTanto o excesso no cumprimento de algumas das promessas como o déficit no cumprimento de outras são responsáveis pela situação presente, que se apresenta superficialmente como o vazio de uma crise mas que é, a nível mais profundo, uma situação de transição. Como todas as transições são simultaneamente semelhanças e semi-invisíveis, não é provável nomear adequadamente a presente situação. Por esta razão lhe tem sido dado o nome inadequado de pós-modernidade. Mas, a falta de melhor, é um nome autêntico na sua inadequação.