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Matemática ·

Análise de Demonstrações Financeiras

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CONTABILIDADE E ANÁLISE DE BALANÇOS PROFESSORAS Me Adriana Casavechia Fragalli Me Juliana Moraes da Silva ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância FRAGALLI Adriana Casavechia SILVA Juliana Moraes da Contabilidade e Análise de Balanços Adriana Casavechia Fragalli Juliana Moraes da Silva Reimpressão 2021 Maringá PR UniCesumar 2020 184 p Graduação EaD 1 Contabilidade 2 Análise 3 Balanços EaD I Título FICHA CATALOGRÁFICA NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 Coordenadora de Conteúdo Silvio Castro Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Juliana Duenha Design Educacional Nayara G Valenciano Revisão Textual Cindy Mayumi Okamoto Luca Ilustração Marta Kakitani Fotos Shutterstock CDD 22 ed 5673 CIP NBR 12899 AACR2 ISBN 9788545919940 Impresso por Bibliotecário João Vivaldo de Souza CRB 91679 Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Pósgraduação Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Zagonel NEAD NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi DIREÇÃO UNICESUMAR BOASVINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico nós tra balhamos com princípios éticos e profissiona lismo não somente para oferecer educação de qualidade como acima de tudo gerar a con versão integral das pessoas ao conhecimento Baseamonos em 4 pilares intelectual profis sional emocional e espiritual Assim iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Londrina Curitiba e Ponta Grossa e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e também no exterior com dezenasde cursos de graduação e pósgraduação Por ano pro duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares Somos reconhe cidos pelo MEC como uma instituição de exce lência com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa cionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos edu cadores soluções inteligentes para as neces sidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromis so com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ati vas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis são que é promover a educação de qua lidade nas diferentes áreas do conheci mento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária P R O F I S S I O N A L T R A J E T Ó R I A Me Adriana Casavechia Fragalli Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá UEM É mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná UFPR e pósgraduanda em Docência no Ensino Superior pelo Centro Universitário de Maringá Unicesumar Atua como professor formador em cursos a distância da Unicesumar httplattescnpqbr8193667547216940 Me Juliana Moraes da Silva Mestrado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá UEM2016 Graduação em Licenciatura em Matemática pela UEM 2001 Bacharelado em Ciên cias Contábeis pela UEM 2006 Atualmente é coordenadora e docente dos Cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira na modalidade a distância do Centro Universitário Maringá Unicesumar httplattescnpqbr0551257296562180 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A CONTABILIDADE E ANÁLISE DE BALANÇOS Caroa alunoa seja bemvindoa Há uma frase bastante popular que diz o seguinte para quem não sabe aonde quer chegar qualquer caminho serve É mais ou menos assim que muitas pessoas vivem não sabem o que querem seguem por qualquer caminho e por isso nunca conseguem nada nem chegam a lugar algum Entretanto você é diferente você escolheu o caminho da academia e para seguir esse ca minho é preciso traçar uma meta Para buscála é necessário planejamento organização perseverança conhecer as possibilidades e aproveitar as oportunidades Tenha calma você vai chegar lá mas deve ser um passo de cada vez No ensino a distância é a sua disciplina de cada dia mês e ano que lhe mostrará que você está chegando lá Temos o desejo de contribuir com a construção do seu conhecimento Portanto é com grande satisfação que este material de Contabilidade e Análise de Balanços foi especialmente elabo rado para auxiliar nos passos de sua caminhada O presente material está estruturado em cinco unidades Nelas apresentamos uma explanação teórica acerca dos temas abordados bem como expomos exemplos dicas e sugestões de lei turas complementares e exercícios resolvidos Para finalizar propomos uma lista de atividades A inserção da contabilidade enquanto ciência social bem como o objeto e o objetivo que a norteiam são apresentados na Unidade I Na Unidade II constam alguns conceitos básicos para a sistematização do objeto de estudo da contabilidade o patrimônio As demonstrações contábeis também chamadas de demonstrações financeiras são apresentadas na Unidade III Finalizada essa etapa de conhecimento da contabilidade é dado início a análise desses demonstrativos Na Unidade IV destacamse os procedimentos necessários que antecedem a análise e são apresentadas duas técnicas de análise análise vertical e horizontal Por fim na última Unidade é abordada uma importante técnica de análise os indicadores Ante todo o exposto não perca mais tempo o seu futuro só depende de você Vamos dar o próximo passo Bons estudos ÍCONES Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece Este ele mento ajudará você a conceituálao melhor da maneira mais simples conceituando No fim da unidade o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos quadroresumo Neste elemento você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos explorando Ideias Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento pensando juntos Enquanto estuda você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno logia a seu favor conectese Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE 8 SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO 39 66 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 112 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 142 ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS 174 CONCLUSÃO GERAL 1 ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Ciência contábil Pessoas físicas e jurídicas Objeto objetivo e usuários da contabilidade Campos de atuação da ciência contábil Características qualitativas da informação contábilfinanceira útil OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Compreender a inserção da ciência contábil na ciência social Diferenciar as pessoas físicas das jurí dicas Reconhecer o objeto objetivo e os usuários internos e externos da contabilidade Identificar os campos de atuação da contabilidade na atualidade Conhecer as características qualitativas da informação contábilfinanceira útil PROFESSORAS Me Adriana Casavechia Fragalli Me Juliana Moraes da Silva INTRODUÇÃO Olá caroa alunoa seja bemvindoa ao mundo da contabilidade Aqui nem tudo são números e cálculos mas tudo ocorre de maneira lógica Compreender a contabilidade amplia o conhecimento acerca dos fatos ocorridos na empresa e a possibilidade de análise Assim você perceberá a importância de se entender o sentido das palavras de acordo com a ter minologia contábil Neste estudo vários termos que são usuais no seu dia a dia serão trazidos para análise São termos que talvez você nunca tenha parado para analisar o seu significado nos termos da lei Assimilar a estrutura básica da contabilidade possibilita o desenvolvi mento do aprendizado de forma clara e efetiva uma vez que alguns termos de uso comum no nosso dia a dia bem como ciências e pessoas são defi nidos à luz da terminologia contábil A contabilidade surgiu em razão da necessidade do homem Sua his tória se confunde com a própria história da civilização totalmente inter ligada com as atividades de interpretação dos fatos ocorridos e propostos pelo homem Mesmo estando em uma sociedade em constante evolução o objeto de estudo e o objetivo da contabilidade permanecem praticamente inalterados desde a sua sistematização Além disso o campo de atuação da contabilidade é amplo e diversi ficado visto que abrange desde aplicações para fins fiscais e controle até a interferência no processo decisório razões pelas quais as informações geradas pela contabilidade devem ocorrer de forma fidedigna e em tempo real refletindo a real situação econômica e financeira da empresa Os prin cipais usuários da informação financeira são credores e investidores em potencial mas gestores e funcionários também utilizam os dados contábeis evidenciados nas demonstrações Por esse motivo a informação gerada pela contabilidade deve seguir as características qualitativas fundamentais e de melhoria de forma a gerar uma informação útil aos usuários Ótimo estudo UNIDADE 1 10 1 CIÊNCIA CONTÁBIL De acordo com o dicionário Aurélio 2009 p 496 a ciência pode ser entendida como um Conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produ zidos historicamente acumulados dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão e estruturados com métodos teorias e linguagens próprias que visam compreender e possivelmente orientar a natureza e as atividades humanas A ciência só é possível com a utilização de métodos científicos Sobre esse assunto Lakatos e Marconi 2019 p 79 afirmam que As ciências caracterizamse pela utilização de métodos científicos mas nem todos os ramos de estudo que empregam esses métodos são ciências A utilização de métodos científicos não é portanto da alçada exclusiva da ciência mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos UNICESUMAR 11 Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo de produzir conhecimentos válidos e verdadeiros traçando o caminho a ser seguido detectando erros e auxiliando as decisões do cientista Além disso a ciência tem várias divisões das quais destacamse Ciência exata qualquer campo da ciência capaz de expressar quantidades predições precisas e métodos rigorosos para testar hipóteses especialmente os experimentos reprodutíveis envolvendo predições e medições quantificáveis pela matemática física engenharia química e estatística Ciência social ramo da ciência que estuda os aspectos sociais do ser hu mano Propõe o conhecimento do sujeito enquanto elemento integrante de um grupo organizado Para ser considerado ciência o ramo do conhecimento precisa apresentar uma série de características Assim de acordo com Padoveze 2011 p 16 o ramo do conhecimento deve no mínimo a Ter objeto de estudo próprio ou seja um campo de atuação dos fenôme nos em que ela se debruça b Utilizarse de métodos racionais ou científicos c Ter um corpo de teoria normas e princípios d Apresentar o caráter de certeza de seus enunciados e Estar em evolução e relacionarse com os demais ramos de conhecimento científico f Ter caráter de generalidade em seus estudos e aplicações g Seus resultados serem comprovados etc Ainda segundo Padoveze 2011 p 16 a contabilidade é uma ciência porque a Tem objeto de estudo próprio que é o Patrimônio e os eventos econômi cos que alteram esse Patrimônio b Utilizase de método racional que é o Método das Partidas Dobradas c Estabelece relações entre os elementos patrimoniais válidas em todos os espaços e tempos ou seja é um ramo de conhecimento universal e permanente UNIDADE 1 12 d Apresentase em constante evolução e O conhecimento contábil é regido por leis normas e princípios ou seja tem um corpo de teorias e princípios contábeis f Seus estudos têm o caráter de generalidade ou seja os mesmos eventos eco nômicos reproduzidos nas mesmas condições provocam os mesmos efeitos g Tem caráter preditivo isto é os modelos contábeis permitem a construção de modelos de decisão para eventos futuros h Tem o caráter de certeza na afirmação de seus enunciados isto é suas aplicações podem ser comprovadas por evidências posteriores i Está relacionada com os demais ramos do conhecimento científico pois se utiliza de instrumentos das ciências da matemática filosofia economia psicologia administração direito etc A ciência contábil ou contabilidade é uma ciência social Para Franco 1989 a contabilidade é uma ciência social que estuda os fenômenos no patrimônio das entidades mediante registro classificação demonstração análise e interpretação dos fatos contábeis Tudo isso a fim de oferecer informações e orientações que auxiliem na tomada de decisões Embora a contabilidade utilize métodos quantitativos não se pode interpre tar a sua aplicação enquanto uma ciência exata pois ela objetiva as quantidades abstratas que independem de ações humanísticas e não as aplicações A ciência da contabilidade em sua condição de ciência humana possui um relacionamento estreito com as outras áreas do conhecimento universal Diante dessa interface o estudo da ciência contábil não pode deixar de conhecer os as pectos das outras ciências que se aplicam ao seu estudo tanto no campo teórico quanto no prático ou operacional UNICESUMAR 13 2 PESSOA FÍSICA E JURÍDICA Desde os tempos mais remotos o homem procurou agruparse uma vez que per cebeu que sozinho ou seja sem ajuda mútua não poderia sobreviver Assim com o passar dos anos passou a se associar principalmente para a realização de de terminados objetivos comuns ou negócios criando as companhias ou empresas Hoje por força de lei a pessoa natural recebe o nome de pessoa física Por sua vez as pessoas físicas quando identificadas por um número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ são denominadas pessoas jurídicas As pessoas de acordo com o Código Civil Brasileiro Lei nº 10406 de 10 de janeiro de 2002 Observamos que no ambiente social muitas forças coexistem e se relacionam umas com as outras em um ambiente de conflito ou de harmonia Destacamse dentre essas forças as pessoas naturaisfísicas e as jurídicas UNIDADE 1 14 Pessoa natural ou física O Código Civil Brasileiro em seu Capítulo 1 trata acerca da personalidade da pessoa natural Assim é definido que Art 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil Art 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida mas a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro Art 6o A existência da pessoa natural termina com a morte presumese esta quanto aos ausentes nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva BRASIL 2002 online Portanto quando nos deparamos com qualquer ser humano estamos nos depa rando com uma pessoa natural ou física Pessoa jurídica O Código Civil Brasileiro divide as pessoas jurídicas em duas classificações as de direito público interno ou externo e as de direito privado Pessoas jurídicas de direito público interno Segundo o Art 41 do Código Civil Brasileiro as pessoas jurídicas de direito pú blico interno são A União Os Estados o Distrito Federal e os Territórios Os Municípios As autarquias inclusive as associações públicas As demais entidades de caráter público criadas por lei Essas entidades observam os interesses estatais e sociais UNICESUMAR 15 Pessoas jurídicas de direito público externo São consideradas pessoas jurídicas de direito público externo os estados estran geiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público São exemplos Estados Unidos da América Portugal e ONU Pessoas jurídicas de direito privado As pessoas jurídicas de direito privado são aquelas que não são públicas A exis tência legal desse tipo de pessoa se inicia com a inscrição do ato constitutivo contrato social estatuto no respectivo registro precedida quando necessário de autorização ou aprovação do Poder Executivo averbandose no registro todas as alterações por quais passar o ato constitutivo Dessa forma a sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição no registro próprio e na forma da lei dos seus atos constitutivos BRASIL 2002 As pessoas jurídicas de direito privado estão voltadas para as relações e inte resses particulares A existência desse tipo de pessoa se encerra com a inscrição do destrato social no respectivo órgão de registro Assim são pessoas jurídicas de direito privado de acordo com o Art 44 do Código Civil Brasileiro As associações As sociedades As fundações As organizações religiosas Os partidos políticos As empresas individuais de responsabilidade limitada Pessoas no sentido contábil Para a ciência contábil fora do contexto do Código Civil Brasileiro o conceito e a classificação das entidades contábeis são os seguintes UNIDADE 1 16 Entidade contábil ou azienda A entidade contábilazienda pode ser definida como um patrimônio sob a ação administrativa do homem que age sobre ele ao praticar atos de natureza econômica Segundo o dicionário Aurélio 2009 p 256 azienda é um Complexo de obrigações bens materiais e direitos que constituem um patrimônio representados em valores ou que podem ser objeto de apreciação econômica considerado juntamente com a pessoa natural ou jurídica que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade As entidades contábeisaziendas quanto aos seus fins classificamse em a Sociais são as entidades que não visam ao lucro já que a sua finalidade está voltada para as questões sociais São exemplos associações benefi centes esportivas culturais recreativas entre outras b Econômicosociais preocupamse com as questões sociais mas pos suem finalidade lucrativa a fim de beneficiarem as pessoas que contri buíram para a sua formação São exemplos institutos de pensão aposen tadorias pecúlio e previdência c Econômicas possuem como principal finalidade o lucro São exemplos empresas comerciais industriais prestadoras de serviços e outras que elenquem o lucro como a sua principal finalidade Em relação aos seus proprietários as entidades contábeisaziendas são classifi cadas em a Públicas são as que pertencem à comunidade mas podem estar sob a administração do poder público ou privado São exemplos as fundações os sindicatos as instituições com fins educacionais intelectuais e espor tivos e o próprio Estado b Particulares são as propriedades particulares pertencentes a uma pessoa ou a um grupo de pessoas São exemplos as sociedades civis ou comer ciais ou o próprio patrimônio de uma família A classificação das entidades possui impacto nas normas contábeis fiscais e tri butárias as quais deverão seguir UNICESUMAR 17 3 OBJETO OBJETIVO E USUÁRIOS da Contabilidade O estudo de uma nova disciplina é de importância ímpar para a composição do conhecimento Assim o perfeito entendimento dos conceitos básicos envolvidos em cada desafio requer a compreensão de termos e expressões adotados nas áreas exploradas Isso se deve pois cada área pode dar seu próprio significado aos termos e expressões utilizados Mas afinal o que é contabilidade A contabilidade assim como qualquer área do conhecimento desenvolveu se para atender aos anseios da sociedade FAVERO et al 2011 Neste caso em específico o anseio se dava pela informação sobre o patrimônio administrado A contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação de controle e de registro relativas à administração econômica De certa forma o homem contador põe ordem classifica agrega e inventaria o que o homem produtor em seu anseio de produzir vai às vezes desordenadamente amealhando dando condições a este último para aprimorar cada vez mais a quantidade e a qualidade dos bens produzidos por meio da obtenção de maiores informações sobre o que conseguiu até o momento IUDÍCIBUS 2010 p 16 O que o autor nos descreve é 0 fato de que a contabilidade organiza os negocios Em outras palavras produzir e vender sem informag6es controle ou avaliacao do que esta sendo feito é de certo modo um caos Por outro lado uma gestao baseada em informac6es contabeis aprimora de forma quantitativa e qualitativa os negdécios realizados Sendo assim a contabilidade é uma ciéncia mais especificamente uma cién cia social que estuda 0 patriménio a disposicao das entidadesaziendas em seus aspectos estatico e dinamico Dessa forma evidencia o desempenho alcancado pela administracao da empresa Objeto de estudo da contabilidade A contabilidade registra controla analisa e relata os fatos que afetam o patrim6 nio econdmico Dessa forma podese afirmar que 0 objeto de estudo da conta bilidade é 0 patriménio das entidades contabeis e suas variacdes Objetivo da contabilidade A contabilidade é classificada como uma ciéncia social e a justificativa de sua existéncia se da pelo fato de que ela objetiva estudar 0 patriménio a fim de for necer aos seus usuarios informacdes econdmicas e financeiras Segundo Favero et al 2011 p01 a contabilidade objetiva gerar informag6es para 0 controle e tomada de decis6es Para Szuster et al 2013 a contabilidade é um sistema de informacao e ava liagdo destinado a prover seus usuarios com demonstracées e analises de natureza econémica financeira fisica e de produtividade no que tange a entidade objeto da contabilizacao Na figura a seguir observase 0 sistema para processamento de dados Eventos Demonstraoes Econémicofinanceiros contabeis CONTABILIDADE xor qxorr processamento Input P Output Figura 1 Processamento de dados Fonte adaptada de Szuster et a 2013 18 UNICESUMAR 19 Diante do exposto podese afirmar que dentre as atividades desenvolvidas por um contador estão O registro da abertura da empresa de acordo com a sua estrutura socie tária e caso haja alteração a atualização dos registros O registro e o controle dos elementos que compõem o patrimônio das entidades A análise das alterações ocorridas nos elementos patrimoniais ao longo do tempo A elaboração de relatórios que auxiliem os gestores no processo de to mada de decisão O atendimento às necessidades de informação dos usuários externos ao gerar os relatórios contábeis que forem solicitados Tudo isso demonstra que ao contrário do que muitos acreditam a contabilidade não serve apenas para atender às determinações legais É muito comum associar a contabilidade ao recolhimento de impostos mas na verdade a parte tributária é apenas uma das atividades contábeis Silva 2002 afirma que a contabilidade pode ser estudada de modo geral para todas as empresas ou em particular aplicada em certo ramo de uma ativi dade ou setor da economia Assim no estudo da contabilidade podese enfocar dentre outros os seguintes ramos Contabilidade Comercial e de Serviços Contabilidade Industrial Contabilidade Bancária Contabilidade Hospitalar Contabilidade Pública Contabilidade Agropecuária Contabilidade Securitária Contabilidade de Transporte Contabilidade das Pessoas Físicas e Atividade Rural Contabilidade de Autônomos UNIDADE 1 20 O governo e os órgãos reguladores são apenas alguns dos vários usuários da contabili dade Isso se deve pois as informações geradas pela contabilidade vão muito além do cumprimento das exigências legais elas são fundamentais para o processo de gestão pensando juntos Usuários da contabilidade Considerase usuário todas as pessoas que fazem uso da contabilidade Os usuá rios da informação contábil podem ser internos e externos e correspondem a todas as entidades contábeis pessoas físicas e jurídicas que direta ou indireta mente tenham interesses na avaliação e na situação da entidade contábil De acordo com a Resolução CFC nº 1121 de 2008 As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral tendo em vista suas finalidades distin tas e necessidades diversas Governos órgãos reguladores ou auto ridades fiscais por exemplo podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins CFC 2008 online A depender do tamanho da empresa e da tecnologia utilizada a diversidade de informação gerada é extensa o que possibilita atender a uma gama de usuários Os usuários internos são aqueles que trabalham em cargos que requerem a tomada de decisões e por isso necessitam de informações direcionadas Já os usuários externos não possuem relação de trabalho com a empresa mas também necessitam de informações para a tomada de decisões Para esses usuários as informações são normalmente padronizadas FAVERO et al 2011 Os usuários internos como os administradores por exemplo valemse de infor mações financeiras e operacionais como o ciclo financeiro o ciclo operacional o fluxo de caixa e o tempo de estocagem Já os funcionários têm interesse em informações quanto à capacidade de pagamento da empresa Por sua vez os fornecedores e as instituições financeiras que são usuários externos buscam informações sobre a situação financeira da empresa a fim de UNICESUMAR 21 analisarem a sua capacidade de pagamento Já o governo procura saber sobre o faturamento da empresa com o objetivo de identificar se o regime tributário e os respectivos recolhimentos estão de acordo Favero et al 2011 apresentam os tipos de usuários e as principais informa ções requeridas por cada um INTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS Empregados Fluxo de caixa capaz de assegurar condições de boa remuneração Diretores Desempenho e rentabilidade Encarregados de produção Produtividade e análise das varia ções de desempenho Encarregados de vendas Desempenho por região linhas de produtos vendedores etc EXTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS Instituições financeiras Capacidade de pagamento da em presa Ao emprestar o dinheiro sua preocupação é a de que a empresa tenha uma geração de caixa futura suficiente para pagar com seguran ça o capital emprestado atualizado mais os juros Entidades governamentais Lucro tributável produtividade e valor adicionado Acionistas ou quotistas minoritários não participantes da administração das entidades Retorno sobre o capital investido Normalmente esperam que a em presa tenha condições de manter um fluxo regular de distribuição de lucros Sindicatos Fluxo de caixa futuro e rentabilidade Quadro 1 Tipos de usuários Fonte Favero et al 2011 p 03 UNIDADE 1 22 A complexidade do processo de geração de informação é decorrente dos tipos de usuários da informação contábil e suas necessidades específicas FAVERO et al 2011 Para melhor atender a todos usuários a contabilidade busca gerar informações direcionadas para os usuários internos e garantir informações pa dronizadas para os usuários externos As informações direcionadas são elaboradas de acordo com a solicitação do usuário São exemplos relatórios de movimentação do estoque relação de con tas a receber ou a pagar histórico de pedidos de compra etc Essas informações também são elaboradas conforme a necessidade do usuário podendo ser diárias semanais mensais etc O atendimento aos usuários internos com informações direcionadas é decorrente do impacto que elas provocam na gestão da empresa depois que as contas já venceram de nada adianta apresentar a relação de contas a pagar para o setor financeiro Por outro lado os usuários externos normalmente são atendidos com informação padronizada ou seja por meio dos relatórios contábeis elaborados de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade Dentre eles estão o ba lanço patrimonial a demonstração do resultado do exercício e a demonstração dos fluxos de caixa Esses relatórios são comumente elaborados ao final de cada ano mas nada impede que a contabilidade elabore relatórios específicos para atender às exigências dos usuários externos UNICESUMAR 23 4 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CIÊNCIA Contábil A contabilidade é aplicada a qualquer tipo de pessoa que exerça atividades para alcançar determinados fins sejam eles lucrativos ou não O seu campo de atuação no sentido mais amplo é a azienda a qual é o patrimônio à disposição de uma pessoa física ou jurídica que está sujeito a uma administração Além disso a contabilidade está presente nas empresas públicas e privadas para fornecer diversos tipos de informações Szuster et al 2013 p 17 afirmam que a atuação segmentada da Contabilidade Gerencial da Contabilidade Finan ceira e da Contabilidade Fiscal retrata este processo que fornece no conjunto as informações mais utilizadas no mundo dos negócios Para que haja um melhor entendimento acerca do assunto uma síntese das carac terísticas dos campos de atuação da contabilidade pode ser verificada no Quadro 2 CARACTERÍSTICAS CONTABILIDADE GERENCIAL CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE FISCAL Adoção e elabo ração Facultativa Obrigatória Obrigatória Utilizada para Relações inter nas Relações exter nas Relações tribu tárias UNIDADE 1 24 CARACTERÍSTICAS CONTABILIDADE GERENCIAL CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE FISCAL Vínculo à legisla ção Não está condicionada às disposições legais Condicionado às disposições legais Condicionado às disposições legais e tributá rias Vínculo aos Princí pios Contábeis Não precisa acompanhar Deve acompa nhar todos os Princípios de Contabilidade Normalmente o fisco acompa nha mas tem poder de deter minar tratamen to diferente Produto principal Relatórios para planejamento e controle Conjunto completo de demonstrações contábeis Relatórios espe cíficos exigidos por lei Visão da empresa Interesse nas partes Empresa como um todo Empresa como um todo A informação é Rápida Relevante e confiável Precisa objetiva A informação busca Utilidade Essência eco nômica das transações Objetividade e legalidade Quadro 2 Características dos segmentos da contabilidade Fonte adaptado de Szuster et al 2013 A rapidez da comunicação e da informação entre pessoas e países trouxe con sequências determinantes para a entidade contábil tornandoa mais competi tiva global instável e complexa Em razão desses fatos as entidades contábeis passaram a exigir uma contabilidade em tempo real não só das informações patrimoniais até então geradas mas também das de natureza financeira econô UNICESUMAR 25 A contabilidade é a principal linguagem de comunicação dos agentes econômicos na busca de oportunidades de investimentos e na avaliação do risco de suas transações A existência de práticas contábeis distintas tem sido um problema para a melhor com preensão e comparabilidade das informações de natureza econômicofinanceira Por essa razão procurase com a convergência das normas contábeis no mundo facilitar o processo de comunicação Fonte Niyama e Silva 2011 p 32 explorando Ideias mica e social Assim é plausível afirmar que o usuário da contabilidade não se contenta mais com informações fracionadas ele quer uma visão contextualizada e integral de todo o sistema que envolve a entidade contábil A barreira que a contabilidade tradicional tinha em transformar a enorme quantidade de dados em informações úteis para a entidade contábil está sendo vencida graças à informática Atualmente as informações estão sendo geradas de forma eficaz gerando maior segurança no controle Vale ressaltar caroa alunoa que dentre as principais invenções da hu manidade encontrase a contabilidade a qual nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela Sem a contabilidade os negócios não teriam avançado e a humanidade não teria o grau de progresso hoje alcançado Dessa forma mais uma vez cabe à contabilidade revolucionar a sua estrutura para se adaptar ao meio cultural vigente com geração de informações de forma rápida e transparente É importante destacar que as práticas contábeis mundiais tendem a se unificar ou seja a falar uma só linguagem contábil de forma que o interessado possa entender e comparar os resultados das informações contábeis em qualquer parte do mundo É essa a proposta das Normas Internacionais de Contabilidade as quais segundo Niyama e Silva 2011 são editadas desde 1975 e têm como principal finalidade reduzir as diferenças entre os procedimentos e as normas contábeis adotadas nos diferentes países UNIDADE 1 26 5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO ContábilFinanceira Útil De nada adianta a contabilidade gerar informação se ela não for útil aos usuá rios É justamente por isso que as características qualitativas fundamentais e as de melhorias fazem que as demonstrações contábeis possam servir como uma base precisa para a tomada de decisão No entanto antes dessas características é necessário considerar um pressuposto fundamental a essência sobre a forma Empregar as características qualitativas é fundamental para tornar a informa ção útil mas todo o processo contábil bem como a elaboração das demonstrações devem considerar o que realmente ocorreu e não simplesmente o que está es crito Isso significa que mais do que seguir as orientações para a elaboração das demonstrações contábeis é necessário observar a realidade da empresa a fim de evidenciar o que realmente aconteceu De qualquer forma as características qualitativas apresentadas pelas Resolu ções CFC nº 1121 e nº 1374 buscam orientar a elaboração das demonstrações contábeis de forma a atender às necessidades comuns da maioria dos usuários Nesse sentido a Resolução CFC nº 1121 estabelece os conceitos que funda mentam a elaboração e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a usuários externos CFC 2008 online UNICESUMAR 27 Nessa norma estão descritas as características qualitativas da informação contábilfinanceira útil Basicamente para ser útil a informação precisa ser rele vante e fidedigna Essas características são melhoradas quando são comparáveis verificáveis tempestivas e compreensíveis Figura 2 Características qualitativas da informação contábil Fonte as autoras Uma questão importante a ser observada é o custo para a geração da informação segundo tais características Entretanto isso não significa que não devemos elabo rar e divulgar os relatórios contábilfinanceiros de acordo com as características qualitativas mesmo que isso gere custos com pessoal sistemas informatizados etc O que deve ser considerado é o custobenefício das informações Por exem plo uma grande indústria não deve perder tempo controlando itens de valor insignificante tais como canetas lápis sulfite ou papel sulfite Isso não signifi ca que a empresa não vai contabilizar esses itens mas é muito mais importante controlar as matériasprimas e os materiais de produção por exemplo do que pequenos objetos Características qualitativas fundamentais As características qualitativas fundamentais são relevância e representação fidedigna as quais devem ser observadas em conjunto Nem a representação fidedigna de fe nômeno irrelevante tampouco a representação não fidedigna de fenômeno relevante auxiliam os usuários a tomarem boas decisões CFC 2011 online Características qualitativas fundamentais Relevância Representação fdedigna Características qualitativas fundamentais Comparabilidade Verifcabilidade Tempestividade Compreensibilidade UNIDADE 1 28 Figura 3 Características fundamentais da informação contábil Fonte as autoras Vamos agora conhecer cada uma das características qualitativas fundamentais e de melhoria Além disso compreenderemos como elas impactam na geração das informações contábeis Relevância De acordo com Resolução CFC nº 1374 2011 online a Informação contábilfinanceira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários A in formação pode ser capaz de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários decidirem não a levar em consideração ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras fontes Dessa forma podese afirmar que a informação é capaz de fazer diferença nas decisões caso tenha valor preditivo valor confirmatório ou ambos A informação terá valor preditivo se puder ser utilizada como um dado de entrada para predizer futuros resultados Por outro lado a informação possui va lor confirmatório se retroalimentar ou seja se servir de feedback para avaliações prévias confirmálas ou alterálas Por exemplo a informação sobre o valor de vendas feitas em um período pode ser utilizada como base para predizer vendas futuras e pode ser comparada com predições de vendas passadas Os resultados dessas comparações podem au xiliar os usuários a corrigirem e a melhorarem os processos que foram utilizados para fazer tais predições Relevância Fidedigna Características Fundamentais UNICESUMAR 29 a Materialidade A informação é material se a sua omissão ou a sua divulgação distorcida puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação contábil financeira acerca de uma entidade específica que reporta à informação Em outras palavras a materialidade é um aspecto da relevância e está baseada na natureza ou na magnitude da entidade Consequentemente não se pode espe cificar um limite quantitativo uniforme para a materialidade ou predeterminar o que seria julgado material para uma situação particular Um exemplo são os valores dos estoques existentes separados por cada uma das classes conforme a classificação apropriada ao negócio Representação fidedigna De acordo com a Resolução CFC nº 1374 2011 online se a informação con tábilfinanceira é para ser útil ela precisa ser relevante e representar com fide dignidade o que se propõe a representar Assim para ser uma representação fidedigna a realidade retratada precisa ser Completa o retrato completo da realidade econômica deve incluir toda a informação necessária para que o usuário compreenda o fenômeno sendo retratado Neutra um retrato neutro da realidade econômica é desprovido de viés na seleção ou na apresentação da informação contábilfinanceira Livre de erros um retrato da realidade econômica livre de erros significa que não há equívocos ou omissões no fenômeno retratado Não só mas que o processo utilizado para produzir a informação reportada foi sele cionado e aplicado sem erros Por si só a representação fidedigna não resulta necessariamente em uma infor mação útil Por exemplo a entidade que reporta a informação pode receber um item do imobilizado por meio de subvenção governamental Obviamente a enti dade ao reportar que adquiriu um ativo sem custo retrataria com fidedignidade o custo desse ativo Contudo essa informação provavelmente não seria muito útil tendo em vista que o imobilizado possui um valor econômico UNIDADE 1 30 Características qualitativas de melhoria Comparabilidade verificabilidade tempestividade e compreensibilidade são ca racterísticas qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e representada com fidedignidade Comparabilidade De acordo com a Resolução CFC nº 1374 2011 online Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles Diferentemente de outras características quali tativas a comparabilidade não está relacionada com um único item A comparação requer no mínimo dois itens As decisões dos usuários podem implicar em escolhas de alternativas tais como vender ou manter um investimento ou investir em uma entidade ou noutra Assim a informação acerca da entidade será mais útil caso possa ser comparada com ou tras entidades ou com uma informação da mesma entidade em diferentes períodos Verificabilidade Segundo a Resolução CFC nº 1374 2011 online A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar A verificabilidade significa que diferentes observadores cônscios e independentes podem chegar a um consenso embo ra não cheguem necessariamente a um completo acordo quanto ao retrato de uma realidade econômica em particular ser uma re UNICESUMAR 31 presentação fidedigna Um exemplo é a verificação do valor contábil dos estoques por meio da checagem dos dados de entrada quantidades e custos e por meio do recálculo do saldo final dos estoques utilizando a mesma premissa adotada no fluxo do custo por exemplo utilizando o método PEPS Portanto a verificabilidade permite que diferentes pessoas consigam averiguar se os procedimentos contábeis foram aplicados corretamente Tempestividade A Resolução CFC nº 1374 2011 online sustenta que a tempestividade sig nifica ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciálos em suas decisões Em outras palavras depois que a decisão já tiver sido tomada de nada adianta gerar a informação Compreensibilidade Classificar caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão a torna compreensível Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser facilmente compreendidos assim a exclusão de tais informações pode tornar a informação mais facilmente compreendida mas referidos relatórios seriam considerados incompletos e talvez distorcidos Os relatórios contábilfinanceiros são elaborados para usuários que têm um conhecimento razoável acerca das atividades econômicas e que possam analisar a informação Por vezes mesmo os usuários bem informados e diligentes po dem sentir a necessidade de procurar ajuda de consultor para compreensão da informação sobre um fenômeno econômico complexo CFC 2011 online Uma vez compreendidos os termos e os conceitos inerentes à contabilidade você está preparado para dar início à compreensão da sistematização da contabilidade UNIDADE 1 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa alunoa ao término desta unidade já é possível diferenciar uma pessoa física de uma jurídica A pessoa física somos eu e você Quando nos depa ramos com um hospital banco asilo loja comercial indústria escola escritório de contabilidade igreja prefeitura oficina mecânica clube recreativo creche hotel rede de televisão companhia telefônica ou empresa individual por exemplo es tamos nos deparando com pessoas jurídicas Com esta pequena viagem foi possível compreender que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio seja o da pessoa física ou da jurídica Quanto ao objetivo de estudo ficou evidente que desde os primórdios continua sendo o mesmo que é o de fornecer informações contábeis úteis aos diversos usuários a fim de auxiliar no processo decisório Vale lembrar que o profissional contábil tem um amplo campo de atuação e pode relacionarse com a contabilidade gerencial fiscal ou financeira cada qual com suas características de controle e aplicação Nesta primeira unidade dife renciamos esses campos de atuação ao evidenciar que a contabilidade vai muito além do cumprimento de determinações legais como o cálculo e o recolhimento de impostos por exemplo Independente da finalidade da informação gerada pela contabilidade ela deve ser útil aos usuários Para tanto segundo as características qualitativas fundamen tais apresentadas pelas Resoluções CFC nº 1121 e nº 1374 a informação precisa ter relevância e representação fidedigna Além disso é necessário recordar que essas características podem ser melhoradas caso apresentem comparabilidade verificabilidade tempestividade e compreensibilidade Agora que você já conheceu os principais termos relacionados à contabili dade podemos avançar para as informações econômicas registradas e demons tradas na contabilidade Tudo isso possibilitará que você alunoa compreenda quais são as informações geradas 33 na prática 1 Onofre possui uma grande rede de supermercado há mais de cinco anos Muitos dados são enviados mensalmente ao contabilista para que a contabilidade possa gerar diversos relatórios Considerando a diversidade de usuários discorra sobre quais seriam os prováveis usuários dessa informação contábil 2 Quanto ao conceito objetivo e objeto da contabilidade analise as afirmações a seguir I O principal objetivo da contabilidade é o de identificar os usuários da informação contábil II O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio apenas dos bens e direitos da entidade III A contabilidade se relaciona com várias ciências como a econômica e a mate mática por exemplo Está correto apenas o que se afirma em a I b II c III d I e II e I e III 3 O campo de atuação da contabilidade é constituído pelas pessoas físicas e pelas jurídicas Analisando uma empresa do terceiro setor associação sem fins lucrativos podese dizer que a contabilidade tem atuação nesse tipo de entidade Justifique 34 na prática 4 Uma empresa de consultoria está passando por dificuldades econômicas Para tentar melhorar o desempenho da empresa foi contratado um novo contador no intuito de gerar mais informações sobre o processo de consultoria da empresa a fim de se encontrar onde estão as falhas Dentre as atividades desse contador estão i elaborar semanalmente relatórios sobre a captação de novos clientes ii apresentar diariamente relatórios de contas a pagar e de contas a receber e iii elaborar um relatório descrevendo cada etapa do processo indicando os custos tempo gasto e pessoas envolvidas De acordo com as atribuições do novo contador é correto afirmar que ele atua na seguinte área de atuação da contabilidade a Contabilidade fiscal b Contabilidade social c Contabilidade financeira d Contabilidade econômica e Contabilidade gerencial 5 Sobre as características qualitativas da informação contábilfinanceira útil analise as afirmações a seguir I Relevância e comparabilidade são características de melhoria II Tempestividade e compreensibilidade são características fundamentais III Relevância e representação fidedigna são características fundamentais IV Verificabilidade e relevância são características de melhoria e fundamentais respectivamente É correto o que se afirma em a I e II apenas b II e III apenas c III e IV apenas d I II e III apenas e I II III e IV 35 aprimorese A CONTABILIDADE PARA A ECONOMIA Segundo Iudícibus et al 1980 a contabilidade com o propósito de registrar e in terpretar os fenômenos que afetam o patrimônio de pessoas físicas ou jurídicas tem também como usuários de suas informações os economistas Aqueles que trabalham na área governamental utilizam as informações oriundas da contabilida de para tributar e arrecadar impostos Para aqueles que cuidam de análises globais ou setoriais da economia os dados contábeis tratados estatisticamente auxiliarão no fornecimento de instrumentos adequados para análises econômicas Segundo o presidente do Conselho Regional de Economia Corecon Sérgio Gui marães Hardy mencionado no trabalho de Miranda e Albuquerque 2007 os eco nomistas utilizam as informações geradas pelos contabilistas como um meio de in formação para a elaboração de seus trabalhos econômicos e financeiros que serão a base para as decisões nos negócios da empresa Para Martinez 2007 o horizonte profissional do economista é diversificado já que pode desempenhar tarefas como a realização do planejamento econômico financeiro e administrativo de empresas e outras instituições por exemplo Pode também analisar a política econômica e elaborar pesquisas sobre o comportamen to de variáveis tais como os salários os preços o emprego o comércio internacio nal a dívida pública e a dívida externa Segundo o presidente do Corecon o trabalho do economista não é restrito visto que ele trabalha com projeções e cálculos bus cando levar os aspectos positivos no que se refere à utilização de recursos naturais e monetários que movem a economia mundial De acordo com Martinez 2007 no curso de graduação em Economia da Univer sidade Estadual de Campinas Unicamp há a possibilidade de que economistas se especializem na área de Economia de Empresas Esses profissionais podem atuar no planejamento estratégico na elaboração de projetos de investimentos e financia mentos e na gestão de empresas É principalmente nessa área que o conhecimento dos fenômenos contábeis se torna necessário Em meio à análise da influência da contabilidade na economia podese citar como exemplo uma disciplina de Contabilidade apresentada aos alunos do curso 36 aprimorese de Economia da Unicamp De acordo com Martinez 2007 a disciplina Contabilida de e Análise de Balanços a qual é ministrada na Unicamp aos alunos de graduação em Economia tem como objetivo dentre outros fornecer uma base para que se possa entender os métodos contábeis enquanto ferramenta de captação registro acumulação resumo e interpretação dos fatos que afetam as situações patrimo niais econômicas e financeiras das empresas Assim os economistas passam a ter instrumentos para a percepção e o entendimento das tarefas dentro da empresa com a intenção de subsidiar os empresários e os demais gestores com informações reais quanto ao funcionamento da empresa cujos dados são fornecidos pela conta bilidade MARTINEZ 2007 Martinez 2007 comenta também sobre a área de custos dentro de uma em presa Assim propõese a estudar dentro da disciplina Contabilidade e Análise de Balanços da Unicamp os custos e as despesas as estruturas de custos os métodos de custeio o cálculo do lucro e a formação do preço de venda Com essa análise discutese acerca de como os demonstrativos contábeis consolidam e trabalham as informações e os dados numéricos Martinez 2007 ressalta que a contabilidade gerencial também se faz necessária nas atividades internas de uma empresa para que haja o seu bom funcionamento Essa área da contabilidade também é estudada dentro da disciplina Contabilidade e Análises de Balanços da Unicamp A contabilidade enquanto registro sistemático e permanente das operações econômicas e financeiras feitas pela empresa pode fazer que simples registros contábeis se tornem elementos úteis para o processo de toma das de decisões assim como contribuir para a boa gestão dos negócios da empresa Diante do assunto tratado tanto para os economistas governamentais quanto para aqueles que trabalham com análises globais ou setoriais da economia as in formações contábeis auxiliam na realização de suas tarefas IUDÍCIBUS et al 1980 Segundo Martinez 2007 os dados fornecidos pela contabilidade subsidiam tam bém os economistas que trabalham em empresas atuando no seu planejamento estratégico e na sua gestão Fonte adaptado de Carrijo 2009 37 eu recomendo Contabilidade teoria e prática Autor Hamilton Luiz Favero Mário Lonardoni Clóvis de Souza e Massakazu Takakura Editora Atlas Sinopse os autores buscam um equilíbrio entre a teoria e a prá tica contábil evidenciando a ligação entre o que fazer por que fazer e como fazer a contabilidade de modo a gerar informações com a qualidade necessária aos diversos usuários Tratase portanto de um ma terial que apresenta inovações no conteúdo da contabilidade e nos aspectos me todológicos do ensino Prioriza o raciocínio lógico em face ao pragmatismo ou seja trabalha o ensino da contabilidade em uma abordagem descritiva por que e como fazer Encadeados logicamente os oito capítulos abordam os objetivos da contabilidade a evolução da contabilidade a estrutura conceitual básica da contabilidade a estatística patrimonial a dinâmica patrimonial os procedimen tos contábeis os fatos contábeis as operações com mercadorias livro 38 eu recomendo Contabilidade geral introdução à contabilidade societária Autor Natan Szuster Ricardo Lopes Cardoso Fortunée Recht man Szuster Fernanda Rechtman Szuster e Flávia Rechtman Szuster Editora Atlas Sinopse o livro contém os itens que devem ser estudados para se adquirir uma base fundamentada da contabilidade Os ca pítulos estão organizados de forma a apresentar conceitos teóricos Embora a obra não tenha por objetivo discutir as especificidades acerca da legislação tri butária e da contabilidade fiscal ao longo do texto são feitos diversos comentá rios sobre esse tema De forma complementar são utilizadas as demonstrações contábeis da Companhia Brasileira de Distribuição efetuando a relação entre a teoria e a prática Toda a matéria deste livro está atualizada de acordo com as alterações promovidas pela Lei nº 1163807 na Lei nº 640476 Lei das Socieda des por Ações A fim de tornar a leitura compreensível aos não contadores os temas mais complexos são apresentados em apêndices ao longo dos diversos capítulos É um livrotexto para as disciplinas Contabilidade Geral e Contabilidade Introdutória dos cursos de graduação e pósgraduação em Ciências Contábeis Administração e Economia Além disso é leitura complementar para as discipli nas Contabilidade para Executivos Contabilidade Financeira Gestão Contábil ou Contabilidade e Análise de Balanços livro 2 SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Elementos patrimoniais Patrimônio sistematizado Situação patrimonial Origens e aplicações Balanços sucessivos OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Reconhecer os bens os direitos e as obrigações enquanto elementos que compõem o patrimônio Conhecer como os elementos patrimoniais são organizados Reconhecer se a situação patrimonial é positiva ou negativa Identificar as origens e as aplicações de recursos Conhecer como os fatos contábeis provocam alterações na estrutura patrimonial PROFESSORAS Me Adriana Casavechia Fragalli Me Juliana Moraes da Silva INTRODUÇÃO Olá caroa alunoa Na natureza tudo o que você tocar ou imaginar com exceção do ser humano são coisas As coisas materiais corpóreas e tangí veis são aquelas que conseguimos tocar pegar Por outro lado as coisas imateriais incorpóreas e intangíveis são aquelas que não conseguimos tocar e correspondem aos frutos da imaginação Para tanto esta unidade do nosso livro explana a diferença entre as coisas e a sua relação com a contabilidade Dessa forma definições de conceitos básicos na contabilidade tais como bens direitos e obrigações são apresentadas a fim de sistematizar o objeto de estudo da contabilidade o patrimônio Enquanto os bens e os direitos correspondem às coisas úteis ao ser humano as obrigações cor respondem às dívidas presentes exigíveis ou não O conjunto criado por intermédio desses três itens bens direitos e obrigações constitui o que chamamos de patrimônio O Frei Luca Pacioli marcou o início da fase moderna da contabilidade dado que ele não apenas a sistematizou mas também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto Ao sistematizar os elementos patrimoniais observamos um equilíbrio entre os bens e os direitos e as obrigações Isso se deve porque as obrigações exigíveis ou não representam as fontes de recursos da entidade as quais são aplicadas na forma de bens e direitos Sendo assim o equilíbrio existe pois todos os recursos captados também são aplicados de alguma forma Nosso propósito é o de lhe proporcionar um aprendizado fácil e tran quilo acerca da contabilidade Por isso apresentamos conteúdos teóricos e exemplos práticos Ainda no final da unidade disponibilizamos uma série de materiais e literatura complementar Nosso estudo está apenas começan do Para que o seu aprendizado seja alcançado fazemse necessárias muita leitura e perseverança Siga em frente nunca pare de estudar UNICESUMAR 41 1 ELEMENTOS PATRIMONIAIS Como já fora estudado no capítulo anterior a contabilidade tem como objetivo gerar informação para o controle e a tomada de decisão ao utilizar o patrimônio enquanto seu objeto Agora vamos conhecer quais são os elementos que com põem esse patrimônio e como eles são organizados pela contabilidade Quando observamos a palavra patrimônio rapidamente nos vem à cabeça a noção de bens como uma casa ou um carro por exemplo Esse termo nos remete a ideia de posse ou seja os bens que possuímos Essa interpretação está correta mas não podemos limitar o patrimônio apenas a esse tipo de elemento já que aquilo que uma pessoa ou empresa tem a receber também compõe o seu patrimônio o que na contabilidade chamamos de direito Assim se uma empresa vende uma mercadoria a prazo ela fica com valores a receber os quais também representam um elemento patrimonial Além dos bens e dos direitos as obrigações que a entidade possui também fazem parte do seu patrimônio Se você disser que possui um imóvel como um apartamento por exemplo mas não informar a dívida contraída com o banco para comprar esse imóvel sua informação está incompleta Sendo assim podemos afirmar que o patrimônio de uma entidade é compos to por bens direitos e obrigações UNIDADE 2 42 Para que haja uma correta avaliação da entidade é necessário diferenciar o patrimônio da empresa do patrimônio particular de seu proprietário Caso não haja essa separação as informações sobre o patrimônio ficarão distorcidas pensando juntos O Patrimônio é formado por bens materiais e imateriais com possibi lidade de avaliação em dinheiro vinculados à entidade pela aquisição ou por recebimento por doação ou outro título É formado também pelo direito jurídico de receber dinheiro de terceiros e pela obrigação de liquidação das suas dívidas COSTA LIMA 2017 p 44 Um aspecto importante sobre os elementos patrimoniais é o fato de que eles precisam ter um valor monetário ou seja precisam ser avaliados em dinheiro Dessa forma o patrimônio registrado pela contabilidade possui dois aspectos o qualitativo e o quantitativo O aspecto qualitativo do patrimônio é composto pela conta contábil que representa o elemento patrimonial O nome da conta contábil tem ligação com o elemento que ela representa Por exemplo a conta caixa referese ao dinheiro do caixa da empresa já a conta mercadorias representa o estoque de mercadorias disponível para venda Esse aspecto qualitativo leva em consideração o nível de detalhamento que é necessário para a correta compreensão dos elementos patrimoniais da entidade Vamos observar novamente o exemplo da conta mercadorias na contabilidade essa conta pode ser detalhada de forma a apresentar cada item particular do esto que como mercadorias itens adquiridos para revendas produto acabado itens fabricados pela própria empresa matériaprima materiais secundários materiais de consumo etc Já o aspecto quantitativo diz respeito ao valor de cada elemento Se temos o ele mento caixa também é necessário apresentar o valor constante nesse caixa Por sua vez se temos mercadorias no estoque temos que identificar o valor dessas mercadorias e assim por diante UNICESUMAR 43 Podemos enfim concluir que o patrimônio corresponde ao complexo de bens direitos e obrigações passíveis de avaliação econômica e está à disposição de uma pessoa e sujeito a uma administração Portanto compreende a soma dos bens direitos e obrigações econômicos de uma pessoa seja física ou jurídica Vamos agora analisar melhor cada um desses elementos Bens Os bens representam tudo aquilo que é útil para satisfazer às necessidades das pessoas e por isso são suscetíveis à avaliação econômica COSTA LIMA 2017 Para exemplificar imagine uma fábrica de roupas a qual quando você entra percebe que naquele ambiente têmse máquinas de costura máquinas de corte tecidos equipamentos de tintura mesas cadeiras arescondicionados prateleiras telefones computadores calças e camisas já finalizadas o prédio onde a fábrica está instalada e entre diversos outros itens Todos esses elementos são bens pois são úteis para a empresa Cada ciência tem a sua classificação para bens A ciência contábil classifica os bens em tangíveis materiais e em intangíveis imateriais a Bens tangíveis Os bens tangíveis são aqueles que podem ser tocados visto que possuem corpo ou matéria Só poderão ser destruídos por uma ação física e se destruídos obviamente deixarão de ser bens Eles são divididos em móveis e imóveis Móveis são os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia sem alteração da substância ou da destinação econô micosocial BRASIL 2002 online Exemplos máquinas veículos e mercadorias Imóveis é o solo e tudo quando se lhe incorporar natural ou artificial mente BRASIL 2002 online Exemplos terrenos e edificações b Bens intangíveis Os bens intangíveis não podem ser destruídos por uma ação física Eles são destruídos por difamação má qualidade preços incompatíveis ou desrespeito UNIDADE 2 44 com o consumidor São aqueles que não podem ser tocados dado que não têm corpo ou matéria Esses bens apesar de não serem constituídos de matéria são suscetíveis a valor econômico ou seja são avaliados monetariamente Para Marion 2015 o bem intangível incorpóreo ou invisível constitui o que não se pode tocar ou pegar Além disso passaram a ter grande relevância a partir das ondas de fusões e incorporações na Europa e nos Estados Unidos Os bens intangíveis podem ser objeto de cessão ou seja da ação de ceder ou de transferir a outrem a posse ou propriedade de alguma coisa São exemplos fundo de comércio software marcas e patentes direitos autorais e direitos de exploração Apesar desses dois últimos exemplos apresentarem o termo direitos na contabilidade eles são registrados como intangíveis Direitos Para a contabilidade os elementos classificados como direitos referemse aos va lores a receber de terceiros sejam eles pessoas físicas ou jurídicas Assim segundo Costa e Lima 2017 p 46 os direitos constituem o poder jurídico que uma em presa tem de exigir valores de outra empresa pessoas físicas ou órgãos públicos Os direitos são derivados de diversos fatos contábeis Dentre eles estão Valores a receber de clientes são decorrentes de vendas realizadas a prazo Pelo fato de que os clientes levaram os produtos ou mercadorias e não pagaram no ato da compra a empresa possui o direito de receber no prazo estabelecido Valores a receber do poder público dependendo do regime tributário adotado pela empresa ela tem o direito a créditos por impostos não cumulativos os quais legalmente serão utilizados para reduzir o valor dos impostos a pagar nos períodos seguintes Valores a receber de empregados ou sócios são decorrentes de adiantamentos de salários ou de empréstimos feitos para alguns empre gados ou aos sócios Enquanto esses valores não forem descontados dos rendimentos a empresa fica com o direito de recebêlos UNICESUMAR 45 Obrigação As obrigações são todos os compromissos deveres ou ações passivas que envol vam um valor econômico ou seja são avaliadas em dinheiro Ao contrário dos direitos as obrigações são os valores que a empresa tem a pagar para terceiros sejam eles pessoas físicas ou jurídicas De acordo com Costa e Lima 2017 p 46 as obrigações são valores que a empresa tem a pagar para outras empresas pessoas físicas instituições financeiras poder público emprega dos etc Além disso são geradas por diversos motivos a saber compras a prazo contratação de empréstimos ou financiamentos determinação legal contratação de funcionários entre outros Cada ciência tem a sua classificação própria para as obrigações A conta bilidade classifica as obrigações da seguinte forma obrigações a fornecedores obrigações trabalhistas obrigações tributárias obrigações financeiras etc A liquidação de uma obrigação contábil geralmente implica a utilização de elementos como os bens e os direitos De acordo com a Resolução CFC nº 1374 2011 online a liquidação de uma obrigação pode ocorrer por meio de Pagamento em caixa Transferência de outros ativos Prestação de serviços Substituição da obrigação por outra Conversão da obrigação em item do patrimônio líquido A contabilidade ainda divide as obrigações em exigíveis e não exigíveis As obri gações exigíveis são as contraídas com terceiros como os fornecedores o governo e os funcionários por exemplo Essas obrigações têm um prazo determinado para pagamento Já as obrigações não exigíveis são as contraídas com os sócios Quando a empresa é constituída os sócios investem um capital na contabilidade esse in vestimento recebe o nome de capital social Tal investimento gera uma obrigação para a empresa mas essa obrigatoriedade não possui um prazo determinado para pagamento Por isso é considerada uma obrigação não exigível Agora que você já conhece os elementos que compõem o patrimônio de uma entidade vamos conhecer como esses elementos são sistematizados ou seja são organizados pela contabilidade UNIDADE 2 46 2 PATRIMÔNIO SISTEMATIZADO Apenas o levantamento de todos os elementos patrimoniais em seus aspectos qualitativo e quantitativo representaria um simples inventário ou seja uma apu ração de todo o patrimônio pertencente a uma entidade Assim nesse caso temos o que chamamos de patrimônio não sistematizado Figura 1 Patrimônio não sistematizado Fonte as autoras Aspecto Qualitativo Aspecto Quantitativo Caixa Estoque Veículos Máquinas Fornecedores Salários a pagar Capital social R 300000 R 700000 R 3500000 R 5500000 R 1300000 R 500000 R 8200000 UNICESUMAR 47 Contudo a sistematização do patrimônio consiste na organização dos elemen tos patrimoniais Sendo assim a contabilidade separa os bens e os direitos das obrigações O conjunto de bens e direitos é denominado ativo Já o conjunto de obrigações com terceiros e com os sócios é denominado passivo Por meio do que é apresentado por Castro 2014 podemos visualizar o patrimônio econo micamente sistematizado da seguinte forma Figura 2 Sistematização do patrimônio Fonte Castro 2014 Como podemos observar na figura de Castro 2014 a separação em ativo bens e direitos e passivo obrigações com terceiros e os sócios gera um equilíbrio no patrimônio Dessa forma a sistematização do patrimônio sempre vai gerar o mesmo valor para o ativo e o passivo Assim podemos traduzir o patrimônio sistematizado por meio das seguintes equações Bens e Direitos Obrigações Ou Patrimônio Passivo Obrigações Patrimônio Líquido Obrigações NÃO exigíveis Obrigações Exigíveis Ativo Bens Direitos UNIDADE 2 48 Ativo Passivo De forma mais detalhada temos Ativo Passivo Patrimônio Líquido Ou ainda Patrimônio Líquido Ativo Passivo Para ilustrar vamos adaptar a Figura 1 apresentada a fim de demonstrar o que é gerado caso os elementos patrimoniais forem organizados Ativo Passivo Caixa 3000 Fornecedores 13000 Estoque 7000 Salários a Pagar 5000 Veículos 35000 Patrimôio Líquido Máquinas 55000 Capital Social 82000 Total do Ativo 100000 Total do Passivo PL 1000000 Quadro 1 Patrimônio sistematizado Fonte as autoras Assim como é possível observar as obrigações com terceiros são separadas das obrigações com os sócios As obrigações com os sócios ficam em um subgrupo do passivo o qual é denominado patrimônio líquido Nesse grupo além das obriga ções com os sócios são registrados os resultados gerados pela própria empresa ou seja os lucros sobras ou os prejuízos perdas Afinal a princípio o resultado gerado pela empresa pertence aos seus sócios ou acionistas Por meio das figuras apresentadas é evidente que no ativo são considerados os valores positivos do patrimônio Já no passivo consideramse os valores ne gativos do patrimônio UNICESUMAR 49 3 SITUAÇÃO PATRIMONIAL Assim como aprendemos no tópico anterior o patrimônio sistematizado apresen ta um equilíbrio entre os bens e os direitos e as obrigações ou seja entre o ativo e o passivo Se o total do ativo é sempre igual ao total do passivo como saber se a situação da entidade é positiva ou não É isso que vamos aprender agora Essa análise é feita com base na situação líquida da empresa que nada mais é do que o saldo do patrimônio líquido Se por um lado o patrimônio líquido representa a obrigação da empresa com os seus sócios por outro ele representa o que sobra para a empresa Basta relembrarmos a equação Patrimônio Líquido Ativo Passivo Podemos interpretar a equação apresentada da seguinte forma se utilizarmos todos os nossos bens e direitos ativo para pagar todas as obrigações exigíveis passivo o que sobra representa a situação líquida da empresa patrimônio lí quido Dessa forma podemos observar as seguintes situações patrimoniais Situação líquida positiva Quando a soma dos bens e dos direitos são maiores do que as obrigações com terceiros gerase uma situação líquida positiva pois os valores componentes do ativo permitem solver as obrigações e ainda apresentam sobra UNIDADE 2 50 Exemplo Ativo R 10000000 Passivo exigível R 7000000 Patrimônio líquido R 10000000 R 7000000 R 3000000 ATIVO R 10000000 Total 10000000 Total 10000000 PASSIVO R 7000000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO R 3000000 Figura 3 Situação líquida positiva Fonte as autoras Situação Líquida Negativa Quando as obrigações com terceiros são maiores do que os bens e os direitos gerase uma situação líquida negativa pois os valores componentes do ativo não são suficientes para cobrir as obrigações Quando ocorre essa situação contabilmente dizemos que a empresa apresenta um passivo a descoberto Exemplo Ativo R 7000000 Passivo exigível R 9000000 Patrimônio líquido R 7000000 R 9000000 R 2000000 Figura 4 Situação líquida negativa Fonte as autoras ATIVO R 7000000 Total 7000000 Total 7000000 PASSIVO R 9000000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO R 2000000 Portanto analisar a situação líquida da empresa é um importante indicativo sobre o desempenho da gestão da instituição UNICESUMAR 51 4 ORIGENS E APLICAÇÕES O patrimônio sistematizado o qual é composto pelos bens direitos e obrigações de uma entidade dá origem ao balanço patrimonial um relatório contábil que estudaremos mais adiante Além da separação de bens e direitos das obrigações o balanço pode ser observado de outra forma de um lado temos as fontes de recursos financeiros de outro temos a aplicação desses recursos Para realizar as suas atividades as empresas podem contar com os recursos provenientes de duas origens ou fontes os recursos próprios ou os recursos de terceiros Os recursos próprios referemse aos investimentos dos sócios capital social e os rendimentos gerados pela própria empresa lucros que são regis trados no grupo do patrimônio líquido Já recursos de terceiros representam as obrigações exigíveis as quais ficam registradas no passivo De acordo com Iudícibus e Marion 2000 p 35 O lado do Passivo tanto Capital de Terceiros Passivo Exigível como Ca pital Próprio Patrimônio Líquido representa toda a fonte de recursos toda a origem de capital Nenhum recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio Líquido Os resultados positivos lucros apurados nas atividades empresariais também representam recursos próprios uma vez que não correspondem às obrigações UNIDADE 2 52 Quando pensamos em captação de recursos para a empresa logo fazemos referência aos empréstimos e financiamentos com instituições financeiras No entanto a abertu ra de capital na bolsa de valores pode ser uma excelente estratégia afinal essa forma de captação não provoca aumento no endividamento da empresa tendo em vista que representam capital próprio Para saber mais sobre o assunto acesse o link disponível em httpswwwblbbrasilcombrblogaberturademercadodecapitalentendao processocomfacilidade Fonte as autoras explorando Ideias Portanto os recursos próprios são os decorrentes de receitas lucros e ganhos obtidos pela sociedade em transações com terceiros tais como os rendimentos auferidos com aplicações financeiras aluguéis de imóveis próprios lucros na venda de mercadorias produtos e serviços Iudícibus e Marion 2000 relatam que o lado do ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos originados no passivo e no patrimônio líquido Assim sendo o lado do ativo deve ser igual ao do passivo ou deve ter origens iguais às aplicações Segundo Castro 2014 o ativo representa as aplicações ou usos dos re cursos obtidos A análise do passivo exigível e do patrimônio líquido pos sibilita a identificação das origens ou fontes Dessa forma a pessoa jurídica obtém capital próprio e capital de terceiros e os aplica nos bens e direitos que constituem o ativo Essa forma de analisar o patrimônio explica muito as políticas de gestão da empresa A instituição pode ter uma gestão mais ousada e utilizar mais capital de terceiros do que os próprios o que não deixa de ser uma estratégia muitas vezes voltada para o crescimento da empresa Contudo utilizar capital de ter ceiros também é um risco caso a empresa não alcance o retorno esperado terá problemas para pagar as suas dívidas Por outro lado há empresas que são mais comedidas já que buscam gerir a empresa utilizando recursos próprios e procuram o capital de terceiros apenas em último caso Essas empresas provavelmente correm menos riscos quanto ao pagamento de dívidas mas essa atitude pode limitar o desenvol vimento da instituição UNICESUMAR 53 De acordo com Iudícibus e Marion 2000 um dos aspectos mais importantes do passivo é o de avaliar a estrutura do capital capital de terceiros e o capital pró prio Quanto maior for o capital de terceiros mais a empresa estará endividada e ao analisar esse item podese avaliar e detectar para quem se deve bem como qual é o prazo da dívida curto ou longo prazo e o seu valor Por sua vez o lado do ativo demonstra como os recursos captados seja por fontes próprias seja de terceiros estão sendo aplicados se em caixa estoques investimentos imobilizados etc Normalmente as empresas comerciais investem mais em estoques afinal a atividade operacional da empresa é adquirir merca dorias estoque e revendêlas Por outro lado as empresas industriais costumam aplicar recursos em máquinas equipamentos e em estruturas imobilizado pois dependem desses fatores para transformar a matériaprima em produto final Aplicações dos recursos Ativo Bens Direitos Origens de recursos Passivo Recursos de terceiros Recursos Próprios PL Figura 5 Origens e aplicação de recursos Fonte adaptada de Castro 2014 A forma com que a empresa capta recursos e aplica explana muito as suas políti cas de gestão Assim vale a pena verificar se essas políticas estão de acordo com o ramo de atividade e porte da empresa UNIDADE 2 54 5 BALANÇOS SUCESSIVOS Segundo Marion 2015 p 140 a contabilidade por balanços sucessivos é bastante simples a cada operação realizada pela empresa fazse a alteração em um novo balanço No entanto o estudioso argumenta que a contabilidade por balanços su cessivos embora seja correta e facilite a visualização do processo contábil apresenta uma inconveniência em seu aspecto prático ela não é recomendável quando a empresa realiza muitas operações que é o caso de quase todas as instituições Imaginemos uma empresa com mil operações diárias teríamos que fazer mil balanços sucessivos o que seria impraticável Desse modo sem perder de vista essa metodologia utilizase outro processo mais rápido e prático o controle individual por contas registrandose os aumentos e as diminuições em cada conta isoladamente Ao final de um período determinado relacionamse todas as contas de forma resumida e ordenada e se obtém o balanço patrimonial Favero et al 2011 p 78 sustentam que o Balanço Patrimonial reflete o saldo de todos os bens direitos e obrigações da entidade em determinado momento o qual pode ser determinado pela empresa Todavia por mais que a composição dos elementos patrimoniais sejam dados de extrema importância para a gestão do negócio é impossível organizálos de forma sistematizada a cada operação realizada pela empresa Além disso para os autores com a evolução do comércio e dos negócios há uma necessidade permanente de se ter em mãos informações sobre a situação UNICESUMAR 55 econômicofinanceira da empresa Para tanto existem sistemas complexos para a obtenção dessas informações a fim de registrar as variações ocorridas no pa trimônio visto que não seria viável a cada mês semana ou diariamente efetuar um levantamento de todos os bens direitos e obrigações da empresa Por mais que na prática o método dos balanços sucessivos não seja eficiente tratase de uma poderosa ferramenta de aprendizagem na contabilidade tendo em vista a sua facilidade de visualização dos acontecimentos ocorridos no ba lanço patrimonial Apresentação da metodologia Apresentaremos agora alguns exemplos de fatos contábeis de uma indústria têxtil e por meio do método dos balanços sucessivos demonstraremos como esses fatos provocam alterações nos elementos patrimoniais e consequentemente no balanço patrimonial Fato 1 os sócios A e B integralizaram em dinheiro em sua empresa recém aberta o valor de R 3000000 cada o qual foi depositado diretamente na conta corrente bancária da empresa O balanço ficaria assim Balanço Patrimonial Ativo Passivo ATIVO CIRCULANTE Patrimônio Líquido Banco c Movimento 60000 Capital Social 60000 Total do Ativo 60000 Total do Passivo PL 60000 Quadro 2 Balanço patrimonial Fonte as autoras Fato 2 compra a prazo de tecidos matériasprimas para confecção no valor de R 1000000 com pagamento para 30 dias Assim o novo balanço seria estru turado da seguinte forma Balanço Patrimonial Ativo Passivo ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE UNIDADE 2 56 Banco c Movimento 60000 Fornecedores Estoque de Mat prima 1000 Patrimônio Líquido Capital Social Total do Ativo 70000 Total do Passivo PL 70000 Quadro 3 Balanço patrimonial Fonte as autoras Fato 3 aquisição de máquinas de costura para uso na empresa pelo valor de R 5000000 o qual foi financiado pelo banco Devese reforçar o fato de que 30 desse valor vencerá no curto prazo enquanto o restante no longo prazo Dessa forma o balanço patrimonial após a contabilização dessa operação apresentase da seguinte forma Balanço Patrimonial Ativo Passivo ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Banco c Movimento 60000 Fornecedores 10000 Estoque de Matprima 10000 Financiamentos 15000 Ativo não circulante Passivo não circulante Máquinas e Equipamentos 50000 Financiamentos 35000 Patrimônio Líquido Capital Social 60000 Total do Ativo 120000 Total do Passivo PL 120000 Quadro 4 Balanço patrimonial Fonte as autoras Fato 4 aquisição à vista de materiais diversos linhas e botões no valor de R 200000 Nosso balanço patrimonial após essa operação fica estruturado da seguinte forma Balanço Patrimonial Ativo Passivo ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE UNICESUMAR 57 Banco c Movimento 58000 Fornecedores 10000 Estoque de Matprima 10000 Financiamentos 15000 Estoque de Mat Diversos 2000 Passivo não circulante Ativo não circulante Financiamentos 35000 Maquinas e Equipamentos 50000 Patrimônio Líquido Capital Social 60000 Total do Ativo 120000 Total do Passivo PL 120000 Quadro 5 Balanço patrimonial Fonte as autoras Assim como já mencionamos o objetivo da metodologia dos balanços sucessi vos é o de demonstrar como se forma o balanço patrimonial de uma empresa visto que cada evento ou fato administrativo altera a posição dos elementos da estrutura patrimonial Observe que os eventos apresentados nesses exemplos não se referiam a operações que influenciam o resultado da empresa ou seja que venham a trazer lucro ou prejuízo UNIDADE 2 58 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa alunoa nesta unidade você conheceu os elementos patrimoniais ou seja os bens os direitos e as obrigações Os bens podem ser materiais móveis ou imóveis e imateriais Já as obrigações podem ser exigíveis obrigações com terceiros ou não exigíveis obrigações com sóciosacionistas Nem sempre os bens os direitos e as obrigações foram sistematizados Dessa forma a obra de Luca Pacioli a qual foi publicada em 1944 foi a que apresentou a sistematização do patrimônio organização dos bens direitos e obrigações o que possibilitou toda a evolução da contabilidade A sistematização permite observar um equilíbrio entre os bens e os direitos os denominados ativo e as obrigações as quais são denominadas passivo Apesar do valor total dos bens e dos direitos ser sempre igual ao valor total das obriga ções é possível identificar a situação patrimonial observando a situação líquida da empresa a qual é representada pelo patrimônio líquido Além disso a sistematização permite observar como a empresa capta os seus recursos e como os aplica As obrigações sejam próprias ou com terceiros re presentam as fontes de recursos econômicos da entidade Esses recursos por sua vez são aplicados na forma de bens e direitos Independentemente dos fatos ocorridos na empresa esse equilíbrio pa trimonial permanece Por meio do método dos balanços sucessivos você pode compreender que todo fato gera no mínimo dois registros os quais na contabilidade chamamos de método das partidas dobradas ou seja os famosos débito e crédito Agora que você já conhece os elementos patrimoniais e como eles são sistematizados vamos estudar o balanço patrimonial A sistematização do patrimônio é o primeiro passo para a construção desse demonstrativo O ba lanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício representam os principais relatórios contábeis No próximo capítulo estudaremos essas e outras demonstrações contábeis 59 na prática 1 O patrimônio das empresas é composto basicamente por bens direitos e obriga ções No que se refere aos bens podemos afirmar que são úteis para as empresas já que caso contrário não seriam classificados dessa forma Para que um item seja registrado pela empresa como um bem além de sua utilidade é necessário efetuar uma avaliação econômica ou seja esse item precisa ser mensurável monetariamente Contabilmente esses bens são comumente classificados quanto à sua materialidade No que se refere à classificação material dos bens associe as colunas a seguir 1 Materiais móveis 2 Materiais imóveis 3 Imateriais Edifícios Marca Veículos A sequência correta é a 1 2 3 b 1 3 2 c 2 1 3 d 2 3 1 e 3 2 1 2 Toda e qualquer empresa independentemente de sua finalidade seja com seja sem fins lucrativos trabalha com a movimentação de recursos Por esse motivo captar e aplicar os recursos são questões que devem ser muito bem administradas O ba lanço patrimonial o qual é dividido em ativo passivo e patrimônio líquido também pode ser observado de outra forma fonte e aplicação de recursos Sobre as fontes de recursos analise as afirmativas a seguir I Os recursos próprios geram obrigações financeiras com bancos ou instituições financeiras II Os recursos de terceiros representam o passivo exigível o qual possui prazo determinado para a sua liquidação 60 na prática III Os recursos de terceiros são provenientes de receitas lucros e ganhos obtidos em transações com terceiros IV O capital social é um exemplo de recurso próprio enquanto o lucro é um exem plo de recurso de terceiros É correto o que se afirma em a I apenas b II apenas c III apenas d I e III apenas e II e IV apenas 3 O patrimônio de uma empresa é composto por elementos divididos em duas listas a do ativo e a do passivo Nessas duas listas estão compostas as contas que repre sentam os bens os direitos e as obrigações da empresa Sobre essas listas é correto afirmar que a O ativo contém os haveres da empresa enquanto o passivo apresenta os direitos da empresa b O ativo é menor do que o passivo se a empresa der lucro c O ativo é igual ao passivo quando a empresa está equilibrada d No passivo aparece a origem de recursos próprios da empresa e No ativo aparecem as aplicações de recursos 4 O patrimônio líquido também conhecido como situação líquida da empresa é resul tante da diferença entre ativos e passivos Quanto à sua funcionalidade representa os recursos próprios da entidade Como esses valores pertencem aos proprietários também é conhecido como capital próprio ou obrigações não exigíveis Assim sen do descreva quando o patrimônio líquido ou seja a situação líquida da empresa é positiva e quando é negativa 5 O demonstrativo contábil utilizado como base da contabilidade é o balanço patri monial É nesse demonstrativo que a empresa evidencia as transações de permuta 61 na prática e a alteração do patrimônio Dessa forma identifique as operações que dão origem às situações patrimoniais ilustradas nos quadros a seguir e descreva o fato corres pondente a cada um a Balanço Patrimonial Ativo Passivo Ativo Circulante Banco c Movimento 24000 Patrimônio Líquido Capital Social 24000 Total do Ativo 24000 Total do Passivo PL 24000 b Balanço Patrimonial Ativo Passivo Ativo Circulante Banco c Movimento 12000 Patrimônio Líquido Estoque de Mercadorias 12000 Capital Social 24000 Total do Ativo 24000 Total do Passivo PL 24000 c 62 na prática Balanço Patrimonial Ativo Passivo Ativo Circulante Passivo Circulante Banco c Movimento 12000 Contas a pagar 6000 Estoque de Mercadorias 12000 Patrimônio Líquido Ativo não circulante Capital Social 24000 Móveis e Utensílios 6000 Total do Ativo 30000 Total do Passivo PL 30000 63 aprimorese TEORIAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO As teorias do patrimônio líquido influenciam os procedimentos contábeis sendo uma referência para a apresentação das demonstrações financeiras Isso ocorre de vido ao fato de que cada teoria interpreta a posição econômica de uma entidade de maneira diferente interferindo na sua evidenciação Uma vez que a atividade contábil é uma atividade típica de prestação de serviço cabe perguntar para quem deve ser feito esse serviço No desenvolvimento históri co da contabilidade prevalecia a denominada teoria do proprietário Sua contrapo sição a teoria da entidade somente surgiu no final do século XIX e início do século XX com a popularização do mercado acionário e das demonstrações contábeis para o usuário externo Teoria do proprietário A teoria do proprietário foca a atenção na figura do proprietário o qual é o refe rencial dos conceitos e procedimentos contábeis das regras utilizados Segundo essa teoria a entidade existe para satisfazer aos objetivos e necessidades do dono razão pela qual a principal finalidade da contabilidade é a determinação da riqueza líquida do proprietário Os passivos apurados pela contabilidade representam pois as obrigações do dono de modo que é comum afirmarse que a equação contábil sob a ótica da teoria do proprietário é dada por Patrimônio Líquido Ativo Passivo Dentro da visão de que a contabilidade foca seu centro no proprietário essa teo ria considera que as receitas e as despesas representam um aumento da riqueza do dono para o caso da receita ou redução da sua riqueza para as despesas A finalida de de se somar as receitas e deduzir as despesas é pois determinar o lucro do dono A teoria do proprietário referese a uma visão da contabilidade desenvolvida no momento em que a economia era composta por pequenos negócios tornandose inadequada com o advento da grande corporação É nesse contexto que surge a teoria da entidade 64 aprimorese Teoria da entidade A teoria da entidade surgiu no final do século XIX e início do século XX O impulso para o surgimento dessa teoria ocorreu com o crescimento das grandes compa nhias e a necessidade de separar a gestão da propriedade O patrimônio líquido deixa então de ser considerado o centro da contabilidade para ser mais uma fonte de recursos para o ativo Em linhas gerais essa teoria prega que o centro de interesse da contabilidade deve ser a entidade a visão é pois a de que a entidade deve ser representada pela igualdade entre o ativo e as obrigações Ativo Obrigações Apesar de estar subentendido que obrigações correspondem ao passivo e ao patrimônio líquido a teoria da entidade considera que tanto os acionistas quanto os financiadores contribuem com recursos para a entidade a qual deve ser separada dos interesses dessas pessoas e nesse caso o passivo representa uma obrigação da entidade Assim para a teoria da entidade não interessa a rigor a distinção entre dívida com terceiros e patrimônio líquido Essa é a razão pelo qual as receitas são consideradas da entidade sendo uma compensação para os serviços prestados pela empresa enquanto as despesas representam uma redução da receita Ao contrário da teoria do proprietário a teoria da entidade considera os juros de um empréstimo como a distribuição do capital Sob essa ótica a demonstração do resultado deveria focar no lucro operacional que corresponderia ao resultado da entidade sendo qualquer lucro obtido considerado da entidade até ser distribuído como dividendo Fonte Niyama e Silva 2011 65 eu recomendo Contabilidade Introdutória Autor Sérgio de Iudícibus et al Editora Atlas Sinopse o livro Contabilidade Introdutória inova o ensino da con tabilidade no Brasil Permanentemente revisto e atualizado tem em vista não só a sua adaptação aos modernos padrões de en sino da contabilidade mas também as frequentes modificações introduzidas na legislação fiscal e societária do país Originouse de cursos de senvolvidos no Departamento de Contabilidade da FEAUSP sob a preocupação básica de clareza e de didática na exposição da matéria Quanto ao conteúdo e ao enfoque operacional a diretriz central tem sido a de apresentar a contabilidade como um poderoso instrumento de administração livro Manual de Contabilidade Básica contabilidade introdutória e intermediária Autor Clóvis Luís Padoveze Editora Atlas Sinopse a obra busca apresentar a contabilidade básica com equilíbrio entre teoria e prática Na Parte I apresenta os concei tos básicos a estrutura e a metodologia operacional da contabi lidade Dado seu caráter introdutório nesta etapa os enfoques conceituais são mais expressivos Na Parte II apresenta um exame de todos os grupos do balanço patrimonial incluindo um estudo específico das principais contas das demonstra ções financeiras São desenvolvidos também os aspectos práticos mais signifi cativos da contabilidade formando um manual de contabilidade introdutória A Parte III está reservada para a apresentação das demonstrações financeiras bási cas e das demonstrações financeiras complementares como a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e a demonstração das mutações do patrimônio lí quido com exemplos numéricos integrados que permitem a partir dos principais eventos econômicos estruturar todas as demonstrações contábeis obrigatórias livro 3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Identificar as demonstrações finan ceiras que possuem divulgação obrigatória Conhecer o Balanço Patrimonial como uma demonstração estática Compreender o processo dedutível da Demonstração do Resultado do Exercício Conhecer as demonstrações financeiras geradas pela contabilidade OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Demonstrações financeiras Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Outras demonstrações financeiras PROFESSORAS Me Adriana Casavechia Fragalli Me Juliana Moraes da Silva INTRODUÇÃO Prezadoa alunoa depois de estudar o patrimônio objeto da contabilidade você é convidado a conhecer como a contabilidade gera informações sobre esse patrimônio que é o que chamamos de demonstrações contábeis ou de monstrações financeiras Essas demonstrações padronizadas são elaboradas a partir do registro das movimentações dos elementos patrimoniais e podem ser utilizados pelos usuários como um auxílio ao processo decisório De acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 as demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para os usuá rios externos em geral como os representantes dos governos os órgãos reguladores ou as autoridades tributárias por exemplo de acordo com as suas necessidades pois eles podem determinar especificamente as exigên cias para atender aos seus próprios interesses Essas exigências no entan to não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo as normas contábeis Além disso o objetivo das demonstrações é o de fornecer uma infor mação que seja útil aos usuários em suas análises e tomada de decisões sobre a posição patrimonial e financeira e o desempenho da entidade Muito embora o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício sejam as demonstrações mais usuais e obrigatórias para as em presas de pequeno médio e grande porte elas não são as únicas a expor os resultados obtidos pela instituição em diferentes períodos Entretanto a fim introduzilo caroa alunoa no mundo da contabilidade as análises abordadas neste livro ocorrerão com base nessas duas demonstrações Ao abrir um empreendimento o gestor deve conhecer não apenas o seu produto ou serviço mas é imprescindível compreender o que as demons trações contábeis evidenciam em relação às informações viabilizando o acompanhamento do desempenho econômico e financeiro da empresa Nesta unidade você não apenas conhecerá as demonstrações contábeis mas também poderá observar a estrutura de cada uma delas e compreen der a evolução dos dados ali evidenciados Vamos em frente Bons estudos UNIDADE 3 68 1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Caroa alunoa saiba que o objetivo básico das demonstrações financeiras é o de fornecer informações para a correta gestão dos negócios e avaliação dos resultados operacionais Para tanto as demonstrações apresentam elementos que possibilitam que os empresários e administradores realizem um planejamento e obtenham o controle do patrimônio da entidade e de suas atividades sociais O Pronunciamento Conceitual Básico R1 em seu item 42 explana que As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e fi nanceiros das transações e outros eventos por meio do grupamento dos mesmos em classes amplas de acordo com as suas características econômicas Essas classes amplas são denominadas de elementos das demonstrações contábeis Os elementos diretamente relaciona dos à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço patrimonial são os ativos os passivos e o patrimônio líquido Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desem penho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas CPC 2011 online As informações evidenciadas nos demonstrativos contábeis também interessam as pessoas que por qualquer motivo mantenham relações com a empresa como os credores os investidores em potencial o governo e a sociedade por exemplo UNICESUMAR 69 As demonstrações financeiras são instrumentos de gestão altamente poderosos já que possibilitam traçar planos e expandir os negócios pensando juntos As demonstrações contábeis possuem a função de comunicar a situação de uma entidade No entanto para que isso aconteça é preciso que o usuário tenha um conhecimento mínimo acerca da nomenclatura utilizada na área As demonstrações contábeis são um conjunto de demonstrativos geralmente elaborados ao final do exercício social os quais são previstos em lei Assim a Lei nº 640476 em seu Art 176 estabelece que ao fim de cada exercício a diretoria da empresa deve elaborar e publicar as seguintes demonstrações financeiras BP Balanço Patrimonial DRE Demonstração do Resultado do Exercício DLPA Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados No entanto com a publicação da Lei nº 1163807 deixa de ser exigida a Demons tração de Origens e Aplicação de Recursos DOAR e passam a ser exigidas além das demonstrações já citadas DFC Demonstração de Fluxos de Caixa DVA Demonstração de Valor Adicionado para companhia de capital aberto Além disso caso a organização opte ela tem a possibilidade de ao contrário de apresentar a DLPA expor a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL desde que a DLPA esteja contida dentro da DMPL de forma transparente A Lei nº 640476 prevê que as demonstrações serão complementadas por notas explicativas quadros analíticos ou demonstrações necessárias para esclarecer a situação patrimonial e os resultados do exercício Dessa forma a Lei nº 1194109 em seu Art 37 passa a detalhar os elementos que devem ser evidenciados pelas notas explicativas Apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos UNIDADE 3 70 Divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das de monstrações financeiras Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demons trações financeiras consideradas necessárias para uma apresentação adequada tais como os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais os investimentos em outras sociedades quando relevantes o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo as garantias presta das a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes taxa de juros as datas de vencimento e as garantias das obrigações em longo prazo os ajustes de exercícios anteriores os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham ou possam vir a ter efeito re levante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia BRASIL 2009 online Por sua vez a Lei nº 1163807 prevê que as companhias fechadas com patrimônio líquido inferior a R 200000000 dois milhões de reais na data do balanço não serão obrigadas a elaborar e a publicar a demonstração de fluxo de caixa Uma vez abordados os aspectos gerais em relação às demonstrações finan ceiras obrigatórias vamos agora conhecer a estrutura e as informações geradas por cada uma delas UNICESUMAR 71 2 BALANÇO PATRIMONIAL A estática patrimonial é o estudo do patrimônio considerado sem movimento em um dado momento na sua estrutura qualitativa e quantitativa isto é nos seus elementos e nos seus componentes e valores Fonte Portal Educação 2019 online¹ explorando Ideias O Balanço Patrimonial corresponde à apresentação do conjunto ordenado de bens direitos e obrigações da entidade e seus respectivos saldos em uma deter minada data Dizemos que ele funciona como uma foto da empresa por isso há a sua classificação como demonstração estática Normalmente o balanço é elaborado ao final de cada ano e essa foto é uma representação da situação da empresa no dia 31 de dezembro Todavia caso a empresa necessite o balanço pode ser elaborado ao final de cada mês trimestre ou semestre O Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 online em seu item 42 sustenta que os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço patrimonial são os ativos os passivos e o patrimônio líquido UNIDADE 3 72 Segundo Nascimento 2017 p 128 Os bens e direitos apresentados no lado esquerdo do balanço são representados por ativos As obrigações exigíveis apresentadas no lado direito do balanço são representadas por passivos As obriga ções não exigíveis são representadas pelo patrimônio líquido O total dos ativos deve sempre ser igual à soma total do passivo mais patrimônio líquido No ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos nelas registrados Já no passivo a organização se dá por ordem decrescente de exigibilidade Figura 1 Estrutura Patrimonial Fonte as autoras No ativo os grupos são classificados em a Ativo circulante b Ativo não circulante composto pelo realizável a longo prazo investimen to imobilizado e intangível Em contraste no passivo as contas são classificadas de acordo com o grau de exigibilidade nos seguintes grupos a Passivo circulante b Passivo não circulante c Patrimônio líquido dividido em capital social reservas de capital ajustes de avaliação patrimonial reservas de lucros lucros ou prejuízos acumu lados e ações em tesouraria Decrescente de liquidez Produz Riqueza Decrescente de Exigibilidade Obrigações Balanço Patrimonial 3112xx ATIVO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO UNICESUMAR 73 Na Figura 2 os grupos são estruturados em ativo lado esquerdo e em passivo lado direito Figura 2 Estrutura do Balanço Patrimonial Fonte as autoras Com o intuito de conhecer melhor o Balanço Patrimonial segue o detalhamento da divisão do demonstrativo em seus três grandes grupos ativo passivo e patri mônio líquido Ativo O Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 online em seu item 44 apre senta a seguinte definição de ativo ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade Para compreender melhor o conceito apresentado podemos separálo em quatro partes Recurso na Unidade II você aprendeu que o passivo representa as fontes de recursos enquanto o ativo retrata a aplicação Sendo assim tudo o que está no ativo são os recursos aplicados pela entidade Balanço Patrimonial 3112xx ATIVO PASSIVO Circulante Disponibilidade Crédito Investimento temporário Estoque Despesas do exerc seguinte Circulante Não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO PL Não Circulante Realizável a longo Prazo Investimento Imobilizado Intangível UNIDADE 3 74 Controlado pela entidade a ideia de controle é fundamental para a classificação de um ativo Por exemplo a empresa pode alugar um equi pamento assim fisicamente o equipamento está na empresa mas ela não tem controle sobre ele Portanto só serão registrados pela contabilidade os recursos que forem efetivamente controlados pela entidade Resultado de eventos passados quando uma empresa decide com prar um imóvel por exemplo o período de negociação pode levar al gum tempo Enquanto a aquisição não for finalizada o imóvel não pode ser registrado pela empresa Sendo assim os itens registrados no ativo sempre representam os recursos que a empresa já possui ou seja que já foram adquiridos Futuros benefícios econômicos a ideia de futuros benefícios econô micos significa que o ativo precisa trazer um retorno financeiro para a entidade Por exemplo se uma empresa compra uma máquina e com o passar do tempo ela se torna obsoleta e para de trabalhar o correto é que essa máquina seja baixada do ativo Um importante lembrete retorno financeiro não significa necessariamente trazer dinheiro de forma direta Um arcondicionado não traz dinheiro para a empresa mas proporciona um ambiente agradável para os funcionários os quais com seu trabalho trazem retorno para a empresa De acordo com Nascimento 2017 p 128 os ativos são registrados normal mente por seu preço de aquisição ou fabricação ou seja pelo custo histórico ou valor original O preço de aquisição representa o valor para adquirir e deixar o recurso disponível para a empresa Vamos supor que a instituição comprou um arcondicionado no valor de R 150000 e gastou R 30000 para instalar por tanto o custo de aquisição desse ativo será de R 180000 Já o custo de fabricação corresponde àquilo que é fabricado na própria empresa desde um produto a ser vendido até a montagem de um equipamento da área in dustrial Em consequência disso há a importância de se ter mecanismos de controle que apontem o que foi gasto efetivamente com cada produto ou equipamento Quanto à sua classificação o ativo está estruturado em ordem decrescente do grau de liquidez ou seja partese dos elementos que apresentam maior grau de conversibilidade em recursos financeiros grupos subgrupos contas para os UNICESUMAR 75 de menor grau Isso significa que quanto mais acima do Balanço Patrimonial mais rápido aquele ativo se transformará em dinheiro Em contraste quanto mais abaixo mais demorado será para que aquele ativo se transforme em dinheiro É por esse motivo que a primeira conta do balanço é o caixa pois ele já é dinheiro Essa ordem de liquidez divide o ativo em dois grupos ativo circulante e ativo não circulante Ativo circulante No ativo circulante são apresentados os bens e os direitos realizados transfor mados em recursos financeiros ou utilizados dentro do ciclo operacional da empresa ou no período de doze meses a partir da data do balanço o que for maior Entendese por ciclo operacional de uma empresa o período que ela leva para produzir vender e receber a venda dos produtos Portanto é o tempo que decorre entre a compra da matériaprima ou mercadoria e o recebimento do preço de sua venda no mercado Os principais subgrupos do ativo circulante segundo Iudícibus e Marion 2018 são Disponível caixa e equivalentes de caixa caixa bancos contascorrentes e aplicações financeiras Contas a Receber são os valores ainda não recebidos dos clientes de correntes de vendas de mercadorias ou de prestação de serviços a prazo São também conhecidos como duplicatas a receber Estoques são as mercadorias a serem revendidas No caso da indústria são os produtos acabados bem como a matériaprima e outros materiais secundários que compõem o produto em fabricação Investimento temporário são as aplicações realizadas normalmente no mercado financeiro com excedente do caixa São investimentos por um curto período pois caso a empresa necessite do dinheiro ela se desfaz da aplicação Vale ressaltar que a correta classificação facilita a compreensão do usuário da informação É por esse motivo que esses grupos principais são subdivididos até UNIDADE 3 76 se chegar à conta contábil É o caso por exemplo do grupo dos estoques o qual normalmente é dividido em Estoque de mercadorias Estoque de produtos acabados Estoque de produtos em elaboração Estoque de matériasprimas Estoque de materiais diversos Essa divisão ajuda o gestor a identificar de forma mais rápida e fácil a composição dos estoques da entidade Ativo não circulante O ativo não circulante referese aos bens e direitos que serão convertidos em re cursos financeiros no longo prazo Neste grupo também é registrada a estrutura necessária para a realização das atividades da empresa as quais não se têm uma previsão de quando a instituição irá se desfazer Além disso o ativo não circulante é dividido entre os seguintes subgrupos realizável a longo prazo investimentos imobilizado e intangível Realizável a Longo Prazo neste subgrupo são classificados os bens e os direitos realizáveis após doze meses da data do balanço ou em um período maior do que o ciclo operacional da empresa Também ficam registrados os empréstimos ou adiantamentos efetuados para as partes relacionadas tais como diretores acionistas e empresas coligadas ou controladas Investimentos referemse às participações em outras sociedades In vestimento em Coligadas e Controladas e outras aplicações de carac terística permanente que não se destinam à manutenção da atividade operacional da empresa IUDÍCIBUS MARION 2018 p 44 Imobilizado neste subgrupo são classificados os ativos que compõem a estrutura necessária para que a empresa possa realizar as suas atividades Por esse motivo dificilmente esses itens serão vendidos Outra caracterís tica do imobilizado é a sua vida útil que normalmente é de vários anos Alguns exemplos podem ser identificados no quadro a seguir UNICESUMAR 77 Figura 3 Imobilizado Fonte as autoras Intangível neste subgrupo são classificados os direitos que tenham por objeto os bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade inclusive o fundo de comércio adquirido São exemplos de ativos intangíveis marcas e patentes software etc IU DÍCIBUS MARION 2018 Assim como foi possível observar a forma com que estão classificados os ativos diz muito sobre como a empresa aplica seus recursos Por exemplo as empresas comerciais normalmente aplicam mais recursos em seu ativo circulante mais precisamente no grupo do estoque pois a sua atividade operacional se refere à compra e venda de mercadorias Por outro lado as empresas industriais aplicam mais recursos no ativo não circulante porque a transformação de matériaprima em produto final requer a utilização de máquinas e equipamentos os quais são pertencentes ao ativo imobilizado Passivo Quando tratamos acerca da sistematização do patrimônio em que ativo é igual a passivo consideramos como passivo tanto as obrigações exigíveis quanto as não exigíveis Contudo pelo fato de que cada forma de obrigação possui carac Terrenos Ferramentas Edifícios Veículos Equipamentos Móveis e Utensílios UNIDADE 3 78 terísticas próprias e por uma questão de qualidade da informação no Balanço Patrimonial elas são registradas em grupos diferentes Figura 4 Obrigações Fonte as autoras Agora abordaremos as obrigações exigíveis as quais por sua vez compreendem o grupo do passivo no Balanço Patrimonial O Pronunciamento Conceitual Básico 2011 online em seu item 44 apre senta a seguinte definição de passivo passivo é uma obrigação presente da enti dade derivada de eventos passados cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos Vamos segmentar esse conceito para melhor compreendêlo Obrigação presente da entidade significa que a obrigação de pagamento já existe e está em nome da entidade Caso a empresa tenha assinado um contrato com um fornecedor por exemplo comprometendose a com prar matériaprima isso não gera uma obrigação mas um compromisso Somente a partir do momento em que a nota fiscal de compra de ma tériaprima é emitida a obrigação deverá ser registrada considerando uma venda a prazo Derivada de eventos passados assim como não se pode registrar um imó vel durante o processo de compra conferência de documentos também não se deve registrar a obrigação até que a compra tenha sido finalizada Cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos quais são os recursos capazes de gerar benefícios econômicos Os ativos Sendo assim é esperado que a liquidação das obrigações resulte na saída de ativos como o dinheiro em caixa por exemplo Passivo Obrigações exigíveis Patrimônio Líquido Obrigações não exigíveis UNICESUMAR 79 De acordo com Nascimento 2017 p 128 o passivo é registrado por seu valor ori ginal e deve ser apresentado no balanço por seu valor corrigido Para que o balanço retrate a verdadeira situação da empresa é necessário corrigir o valor das obrigações tendo em vista os juros ou as variações monetárias quando existirem Quanto à sua classificação o passivo é estruturado em ordem decrescente do grau de exigibilidade ou seja partese das obrigações prioritárias para as menos prioritárias É importante deixar claro que quando falamos de obrigações prioritárias não estamos nos referindo à ordem jurídica para os casos de falência A ideia de prioridade na contabilidade tem relação com aquilo que é mais necessário para manter a empresa Por esse motivo você pode encontrar balanços em que a primeira conta do passivo é a de fornecedores isso acontece na maioria dos casos afinal se a empresa não pagar o fornecedor e ele se negar a entregar a matéria prima ou a mercadoria a empresa simplesmente para Entretanto você também pode encontrar balanços em que a primeira conta do passivo é a de empréstimos e financiamento A questão é será enfatizado aquilo que é mais importante para a empresa pagar em dia Além dessa classificação de prioridades o passivo possui uma separação refe rente ao prazo de pagamento que o divide em passivo circulante e não circulante Passivo circulante O passivo circulante é constituído pelas obrigações da entidade com vencimento dentro do período de doze meses os quais são contados a partir da data do ba lanço ou dentro do ciclo operacional Iudícibus e Marion 2018 p 45 expõem os seguintes exemplos de passivos circulantes Contas a Pagar Dívidas com Fornecedores de Mercadorias ou Matériasprimas os Impostos a Recolher para o governo os Em préstimos Bancários com vencimentos nos próximos 360 dias as obrigações trabalhistas e sociais com empregados Salários Férias 13º Salário Encargos Sociais a Pagar etc UNIDADE 3 80 As dívidas registradas no passivo circulante são as que merecem maior atenção por parte dos gestores afinal elas vencerão rapidamente e será necessário ter dinheiro disponível conforme os vencimentos ocorrerem Isso não significa que as dívidas a longo prazo devem ser deixadas de lado mas para elas a empresa terá mais tempo para gerar recursos financeiros ou seja para gerar caixa Passivo não circulante O passivo não circulante é formado pelas obrigações da entidade que são exigíveis em um período posterior a doze meses a partir da data do balanço ou em um período maior do que o ciclo operacional da empresa Além disso os exemplos dados para o passivo circulante também servem para o passivo não circulante ou seja as contas a pagar os fornecedores os impostos a serem recolhidos etc A diferença está no prazo de vencimento dessas obrigações A divisão do passivo em circulante e não circulante facilita a análise do usuá rio da informação contábil Assim de forma rápida o usuário já identifica quais são as dívidas que vencem no curto prazo que são as que ele deverá se preparar mais rapidamente para efetuar o pagamento e as que vencem no longo prazo das quais terá mais tempo para se organizar financeiramente Patrimônio líquido Existem teorias contábeis que entendem o patrimônio líquido como uma obrigação não exigível enquanto outras afirmam que ele representa uma sobra em situação positiva Ambas estão corretas Ele é uma obrigação porque quando o sócio inves te na empresa a instituição assume um compromisso com os sócios Por outro lado também é uma sobra pois representa a situação líquida da empresa ou seja se for utilizado todo o ativo bens e direitos para cobrir o passivo obrigações exigíveis e ainda sobrar recursos estes serão dos sócios De qualquer forma o patrimônio líquido está relacionado com os sócios ou acionistas da empresa O Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 online em seu item 44 apresenta a seguinte definição de patrimônio líquido patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passi vos Em outras palavras o patrimônio líquido corresponde ao valor residual dos UNICESUMAR 81 ativos da entidade após a dedução dos seus passivos ativo passivo patrimônio líquido valor residual Portanto representa os valores que estariam disponíveis para os acionistas ou proprietários na data do balanço em função da atividade desempenhada pela empresa até o momento expressando a riqueza residual que pertence aos seus proprietários Nos casos em que o patrimônio líquido grupo que representa os recursos dos proprietários é denominado passivo é assumido um entendimento mais genérico acerca do passivo ou seja sob essa ótica ele representa todas as fontes de recursos da empresa No entanto em um sentido mais restrito os passivos são apenas os recursos que podem ser exigidos por terceiros passivo circulante e passivo não circulante os quais também são denominados capital de terceiros Sob essa ótica o patrimônio líquido é entendido como um passivo não exi gível imediatamente pois os sócios acionistas não têm a intenção imediata de exigir o retorno financeiro dos recursos alocados no patrimônio líquido Por isso é atribuída a denominação capital próprio ao patrimônio líquido A soma do capital de terceiros com o capital próprio é conhecida como capital total à disposição da empresa Além do investimento feito pelos sócios ou acionistas o patrimônio líquido é composto pelos resultados alcançados pela própria empresa ou seja seus lucros ou prejuízos Afinal os resultados obtidos pela instituição pertencem aos seus sócios ou acionistas Com o objetivo de se ter uma visão mais abrangente acerca do exposto a res peito do patrimônio e do Balanço Patrimonial segue o demonstrativo da empresa fictícia FF SA BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA FF SA ENCERRADO EM 311220XX ATIVO ATIVO CIRCULANTE Disponível Caixa 15000 Banco A 107000 Aplicações finan de liq imediata 24000 UNIDADE 3 82 BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA FF SA ENCERRADO EM 311220XX Créditos Duplicatas a receber 62000 Impostos a recuperar 32000 Estoque Matériaprima 71000 Produtos acabados 55000 Produtos em processo 12000 Materiais de consumo 19000 ATIVO NÃO CIRCULANTE Realizável a longo prazo Duplicatas a receber 26000 Investimentos Investimento na coligada X 45000 Imobilizado Imóveis 310000 Máquinas e equipamentos 138000 Veículos 87000 Depreciação acumulada 50000 Intangível Marcas e patentes 47000 TOTAL DO ATIVO 1000000 UNICESUMAR 83 BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA FF SA ENCERRADO EM 311220XX PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Fornecedor Y 73000 Obrigações trabalhistas Salários a pagar 33000 Comissões a pagar 11000 Obrigações fiscais e tributárias Impostos a recolher 62000 Obrigações financeiras Empréstimos e financiamentos 80000 PASSIVO NÃO CIRCULANTE Obrigações financeiras Empréstimos e financiamentos 111000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Capital social 380000 Reserva de lucros 250000 TOTAL DO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1000000 Quadro 1 Balanço Patrimonial da empresa FF SA Fonte as autoras Agora que você já conhece o Balanço Patrimonial vamos conhecer a Demons tração do Resultado do Exercício Juntas essas demonstrações compõem os prin cipais relatórios contábeis UNIDADE 3 84 3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO do Exercício Uma das questões mais recorrentes dos gestores sócios ou acionistas de uma empresa é vale a pena investir nesta empresa Afinal de contas investimentos são feitos para se obter retornos e não para jogar dinheiro fora Para obter essa resposta é necessário observar as demonstrações contábeis O Balanço Patrimonial já é um importante indicativo de desempenho ao apre sentar a situação líquida da empresa por meio do patrimônio líquido Quando a situação líquida da empresa é positiva ativo passivo deduzimos que ela está tendo um bom desempenho afinal seus recursos ativos são capazes de pagar todas as obrigações exigíveis passivos e ainda sobram recursos Contudo o resultado da empresa lucro ou prejuízo o qual é apresenta do no patrimônio líquido é um fator tão importante que merece um relatório exclusivo a Demonstração do Resultado do Exercício Nessa demonstração é possível verificar como a empresa alcançou o resultado apresentado no balanço Enquanto o balanço apresenta apenas o saldo do resultado final do período a Demonstração do Resultado do Exercício vai confrontar todas as receitas e as despesas ocorridas no mesmo período demonstrando como a empresa chegou ao determinado resultado Segundo Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 online UNICESUMAR 85 O resultado é frequentemente utilizado como medida de performance ou como base para outras medidas tais como o retorno do investimento ou o resultado por ação Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do resultado são as receitas e as despesas Na contabilidade o termo resultado assume a conotação de medida de desem penho Além disso corresponde à mensuração aumento ou diminuição do pa trimônio líquido caracterizandose pela confrontação das receitas obtidas pela empresa no desempenho de sua atividade com as despesas em que incorre para obtêlas Assim temse a seguinte relação Resultado Receitas Despesas No caso de o total de receitas de um período ser superior ao total de despesas necessárias para obtêlas temse um resultado positivo o qual é denominado lucro superávit sobra Quando as despesas são superiores às receitas temse um resultado negativo o qual é denominado prejuízo déficit perda Figura 5 Demonstração do resultado do exercício empresa com lucro vs empresa com prejuízo Fonte Marion 2018 p 72 A partir do exposto podese observar que para a determinação do resultado é necessário identificar o que são receitas as quais provocam um acréscimo no patrimônio líquido e o que são despesas as quais provocam uma diminuição no patrimônio líquido Feito isso é possível avaliar o efeito que tais operações causaram no patrimônio líquido da empresa Receita O Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 online em seu item 425 apresenta a seguinte definição de receita DRE Cia Sucesso Receita 90 milhões Despesa 48 milhões Lucro 42 milhões DRE Cia Fracasso Receita 60 milhões Despesa 72 milhões Prejuízo 12 milhões UNIDADE 3 86 Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o pe ríodo contábil sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não estejam relacionados com a contri buição dos detentores dos instrumentos patrimoniais Achou complicado Pois é concordo Por isso ao contrário de compreendermos o conceito que é muito importante por sinal utilizaremos exemplos para facilitar o entendimento A receita de forma geral está relacionada com as vendas de mercadorias e produtos ou com a prestação de serviços No entanto ela também pode ser de corrente dos juros sobre aplicações financeiras vendas de outros ativos descontos obtidos aluguéis recebidos entre outros Normalmente a receita provoca um aumento no ativo seja por entradas em caixa exemplo vendas à vista seja pelo reconhecimento de direitos a receber exemplo vendas a prazo Contudo nem todo aumento de ativo representa re ceita Por exemplo quando uma empresa contrata um empréstimo bancário o valor contratado é depositado na conta da empresa ou seja aumentase uma conta do ativo chamada caixa e equivalentes de caixa Entretanto a contratação de empréstimos não representa uma receita A receita também pode provocar uma diminuição no passivo É o caso dos descontos por exemplo Vamos supor que uma empresa tenha feito uma com pra significativa de um fornecedor e por uma questão de cortesia o fornecedor conceda um desconto Assim esse desconto que é uma receita provoca uma diminuição em uma obrigação registrada no passivo De qualquer forma a receita sempre provocará um aumento no patrimônio líquido afinal quanto mais receitas maior é o resultado que por sinal é registra do no grupo do patrimônio líquido Contudo o aumento do patrimônio líquido provocado pelo investimento dos sócios não caracteriza uma receita Acredito que agora você já consegue compreender o conceito apresentado pelo Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 a receita aumenta os be nefícios econômicos por meio de entradas de recursos caixa ou aumento de ativos direitos ou diminuição de passivos descontos os quais resultam em aumentos no patrimônio líquido resultados que não são relacionados com os investimentos dos sócios UNICESUMAR 87 Despesa O Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 online em seu item 425 apresenta a seguinte definição de despesa Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não estejam relacionados com distribui ções aos detentores dos instrumentos patrimoniais Ao contrário da receita a despesa provoca uma diminuição nos benefícios eco nômicos Segundo Marion 2018 p 73 a despesa é todo sacrifício todo esforço da empresa para obter receita Por exemplo para realizar uma venda é necessário adquirir a mercadoria ou fabricar o produto Sendo assim o gasto para comprar a mercadoria ou para fabricar o produto representa um sacrifício necessário para que haja a receita ou seja a venda Dessa maneira todo o consumo de bens ou serviços com o objetivo de gerar receita é um sacrifício e como tal representa uma despesa São exemplos de sacrifícios para gerar receita gastos com salários e benefícios energia aluguel seguros impostos taxas juros sobre empréstimos e financiamentos e entre ou tros Essas despesas podem provocar a saída de caixa quando pagas à vista ou gerar obrigações que são registradas no passivo Contudo nem toda saída de caixa ou obrigação referese a uma despesa Por exemplo a empresa JK Ltda contratou um empréstimo no valor de R 1000000 do qual serão cobrados juros no valor de R 300000 ou seja a empresa regis trou uma dívida total com empréstimos no valor de R1300000 De todo esse montante somente os R 300000 de juros é uma despesa Imagine se os empréstimos não tivessem juros dessa forma a empresa rece beria R 1000000 do banco e depois pagaria os mesmos R 1000000 ou seja não haveria diminuição nos benefícios econômicos da instituição Todavia no exemplo apresentado a empresa recebeu R 1000000 mas pagará R 1300000 isso significa que houve uma maior saída de recursos do que recebimento o que provoca uma diminuição de R 300000 nos benefícios Sendo assim de toda a UNIDADE 3 88 dívida e de todo o valor que sairá do caixa em função do pagamento do emprés timo somente os R 300000 serão contabilizados como despesa Além da saída do caixa ou da geração de obrigação a despesa pode ser de corrente da redução de outros ativos É o caso dos materiais de consumo mer cadorias ou produtos enquanto estão no estoque eles são ativos representando os bens da empresa Em contraste quando são consumidos ou vendidos sa crificados eles são registrados como despesa Isso acontece também com os imobilizados quando adquiridos são registrados no ativo mas conforme são utilizados e perdem a sua capacidade produtiva são reconhecidos como despesa A despesa sempre provoca uma redução no patrimônio líquido Isso se deve porque quanto maiores são as despesas menor é o resultado o qual é registrado no patrimônio líquido No entanto a retirada de investimento dos sócios por mais que também provoque uma diminuição no patrimônio líquido não repre senta uma despesa Imagino que agora o conceito de despesa apresentado pelo Pronunciamen to Conceitual Básico R1 2011 faça sentido para você a despesa diminui os benefícios econômicos por meio da saída de recursos caixa ou da redução de ativos consumo do estoque ou do aumento do passivo salários a pagar que resultam em decréscimos do patrimônio líquido resultado os quais não são referentes à distribuição de resultados aos sóciosproprietários A partir dos conceitos apresentados é possível observar que se as receitas forem superiores às despesas como resultado obtémse lucro o qual provoca um aumento no patrimônio líquido Por outro lado se as receitas forem inferiores às despesas consequentemente obtémse prejuízo o qual provoca uma redução no patrimônio líquido Contudo apenas essa relação não possibilita uma efetiva análise acerca do desempenho da empresa ao longo do tempo ou uma extração de conclusões em termos de ações que sejam úteis para a tomada de decisão Sobre esse assunto o item 427 do Pronunciamento Conceitual Básico R1 2011 online apresenta o seguinte entendimento As receitas e as despesas podem ser apresentadas na demonstração do resultado de diferentes maneiras de modo a serem prestadas informações relevantes para a tomada de decisões econômicas Por exemplo é prática comum distinguir os itens de receitas e despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade daqueles que UNICESUMAR 89 não surgem Essa distinção é feita considerando que a origem de um item é relevante para a avaliação da capacidade que a entidade tem de gerar caixa ou equivalentes de caixa no futuro Por exemplo ativi dades incidentais como a venda de um investimento de longo prazo são improváveis de voltarem a ocorrer em base regular Quando da distinção dos itens dessa forma devese levar em conta a nature za da entidade e suas operações Itens que resultam das atividades usuais de uma entidade podem não ser usuais em outras entidades Por existir a necessidade de se identificar os efeitos causados no patrimônio lí quido seja por atividades operacionais ou eventuais foi estruturado um relatório específico a Demonstração do Resultado do Exercício Nesse relatório todas as contas de receitas e despesas são apresentadas em agrupamentos específicos Ao final do período o resultado final obtido na Demonstração do Resultado do Exer cício é incorporado ao patrimônio líquido o que possibilita refletir no Balanço Patrimonial os efeitos do desempenho da empresa em um determinado período Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício A Demonstração do Resultado do Exercício a famosa DRE é estruturada de forma a apresentar como a entidade chegou a um determinado resultado É por isso que ela faz uso da dedução ou seja a apuração do resultado começa com a receita total da empresa e após isso vaise deduzindo todos os gastos ocorridos até resumirse o lucro ou prejuízo líquido NASCIMENTO 2017 p 169 Nesse sentido a DRE também é considerada um relatório dinâmico pois confronta as receitas e as despesas até se chegar ao resultado do período Dessa confrontação são gerados os subtotais que auxiliam os usuários a identificarem as informações relevantes Além disso é importante ressaltar que por mais que se tenha uma estrutura padrão a empresa pode detalhar as receitas ou as despesas e ainda acrescentar outros subtotais se assim achar necessário Segue a descrição das receitas e das despesas que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício Receita operacional bruta é o valor bruto de todas as vendas mercadorias ou produtos ou dos serviços prestados no período UNIDADE 3 90 Impostos sobre vendas são os impostos gerados no momento da venda ou da prestação de serviços e variam de maneira proporcional à venda São exem plos IPI ICMS ISS PIS e COFINS Devoluções e abatimentos são as mercadorias ou os produtos que são de volvidos por estarem em desacordo com o pedido É possível que a empresa vendedora na tentativa de evitar a devolução proponha um abatimento no preço a fim de compensar o prejuízo ao comprador Custo das vendas corresponde ao custo necessário para vender o produto ou a mercadoria ou ainda para realizar o serviço Essa expressão está relacionada com a característica de entidade Para as empresas industriais é denominado Custo do Produto Vendido CPV e compõe todos os gastos da fábrica produção matériaprima mão de obra energia elétrica manutenção embalagem etc Para as empresas comerciais é denominado Custo das Mercadorias Vendi das CMV e compõe o gasto da aquisição da mercadoria a ser revendida Para as empresas prestadoras de serviços é denominado Custo dos Servi ços Prestados CSP e compõe a mão de obra aplicada no serviço prestado mais o material utilizado nesse serviço Despesas operacionais os principais grupos de despesas operacionais são Despesas com vendas abrangem desde a promoção do produto até a sua inserção junto ao consumidor São exemplos despesas com o pessoal da área de vendas comissões sobre vendas propaganda e publicidade marketing provisão para devedores duvidosos etc Despesas gerais e administrativas são aquelas necessárias para admi nistrar dirigir a empresa São exemplos honorários administrativos salários e encargos sociais do pessoal administrativo aluguel de escritó rio materiais de escritório seguro da área administrativa depreciação de móveis e utensílios material de expediente etc Despesas financeiras correspondem à remuneração exigida pela utilização do capital de terceiros tais como os juros sobre empréstimos ou financiamentos e despesas bancárias Além disso referemse aos descontos concedidos juros de mora por atraso correção monetária passiva etc Receitas financeiras são as derivadas de aplicações financeiras juros de mora recebidos descontos obtidos etc UNICESUMAR 91 Tributos sobre o lucro correspondem aos valores de imposto de renda e contribuição social calculados sobre o lucro líquido do período de acordo com as regras fiscais Despesas não operacionais são as despesas oriundas de transações alheias a atividade operacional da empresa como o custo da venda de um ativo imobi lizado por exemplo Receitas não operacionais são as receitas provenientes de transações alheias a atividade operacional da empresa como a venda de um ativo imobili zado por exemplo A Demonstração do Resultado do Exercício corresponde à apresentação de for ma detalhada e ordenada de todas as contas de receitas e despesas O Pronunciamen to Técnico CPC 26 R1 2011 em seu item 103 define o modelo de análise baseado na função da despesa o qual deve apresentar no mínimo as seguintes rubricas Receitas x Custo dos produtos e serviços e vendidos x Lucro bruto x Outras receitas x Despesas de vendas x Despesas administrativas x Outras despesas x Resultado antes dos tributos x Quadro 2 DRE método função da despesa Fonte CPC 2011 online A partir da estrutura mínima apresentada verificase que o resultado obtido pela empresa em suas atividades principais é evidenciado na parte superior da DRE pela confrontação das receitas de vendas ou serviços com as despesas diretamente associadas a essas receitas custo dos produtos ou mercadorias vendidas ou custo dos serviços prestados Assim obtémse o resultado bruto o resultado bruto com mercadorias o re sultado com serviços ou lucro bruto O resultado bruto representa uma medida da capacidade da empresa em exercer as atividades a que se propõe Também fornece um indicador sobre a capacidade da instituição em colocar seus produtos e serviços UNIDADE 3 92 no mercado cobrindo os custos de aquisição ou de produção o que gera uma mar gem sobre esses custos A margem resultante serve para cobrir os demais gastos com a estrutura da empresa e como consequência obtémse o resultado do período Assim as receitas e despesas podem ser apresentadas em determinados gru pos conforme modelo A estrutura apresentada a seguir é comumente utilizada por entidades empresarias com fins lucrativos No entanto é válido lembrar que você pode vir a observar estruturas diferentes dependendo da entidade DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PERÍODO DE A RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Produtos Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA CUSTOS DAS VENDAS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Custo dos Serviços Prestados LUCRO BRUTO DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com Vendas Despesas Gerais e Administrativas LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO DESPESAS FINANCEIRAS RECEITAS FINANCEIRAS RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO UNICESUMAR 93 TRIBUTOS SOBRE O LUCRO Imposto de Renda Contribuição Social sobre o Lucro Líquido RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS DESPESAS NÃO OPERACIONAIS RECEITAS NÃO OPERACIONAIS RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Quadro 3 Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício Fonte adaptado de CPC 2011 online Em relação à Demonstração do Resultado do Exercício a Lei nº 640476 em seu Art 176 obriga a sua elaboração e publicação ao final de cada exercício social com os valores correspondentes à demonstração do período anterior para fins de comparação O Art 177 também determina a adesão aos princípios de contabi lidade geralmente aceitos mencionando a necessidade de registro das mutações patrimoniais segundo o regime de competência Além disso a Lei estabelece a necessidade de divulgação do lucro ou prejuízo por ação do capital social As normas contábeis também passaram a exigir a Demonstração do Resul tado Abrangente que a partir do resultado líquido obtido na DRE inclui outros resultados abrangentes tais como correção de erros ajustes de reclassificações e mutações na reserva de reavaliação MARION 2018 p 86 Você se lembra da nossa empresa FF SA da qual observamos o Balanço Patrimonial anteriormente Então agora vamos conhecer a sua Demonstração do Resultado do Exercício DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA FF SA PERÍODO DE 010120XX À 311220XX RECEITA OPERACIONAL BRUTA 890000 Vendas de Produtos 890000 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 145000 Devoluções de Vendas 10000 Abatimentos 30000 UNIDADE 3 94 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA FF SA PERÍODO DE 010120XX À 311220XX Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas 105000 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 745000 CUSTOS DAS VENDAS 520000 Custo dos Produtos Vendidos 520000 LUCRO BRUTO 225000 DESPESAS OPERACIONAIS 120000 Despesas com Vendas 50000 Despesas Gerais e Administrativas 70000 LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 105000 DESPESAS FINANCEIRAS 7000 RECEITAS FINANCEIRAS 5000 RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 103000 TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 18000 Imposto de Renda 10000 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 8000 RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 85000 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 2000 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 4000 RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 87000 Quadro 4 Demonstração do Resultado do Exercício da empresa FF SA Fonte as autoras As demonstrações da empresa fictícia FF SA serão utilizadas para calcular as análises financeiras das Unidades IV e V Você conhecerá agora o propósito e a estrutura das demais demonstrações contábeis UNICESUMAR 95 4 OUTRAS DEMONSTRAÇÕES Financeiras Demonstração do Resultado Abrangente DRA O Pronunciamento Técnico CPC 26 R1 2011 institui a obrigatoriedade da publicação da Demonstração do Resultado Abrangente DRA Essa demons tração evidencia as modificações no patrimônio líquido decorrentes de receitas despesas e de outros eventos que não são reconhecidos imediatamente no resul tado da DRE Perdas não realizadas em investimentos financeiros são exemplos de despesas que compõem a DRA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE PERÍODO DE A Resultado Líquido do Período Outros Resultados Abrangentes Variação de Reserva de Reavaliação Quando Existente GanhosPerdas em Planos Previdência Complementar ou Conversão das Demonstrações Contábeis para Exterior Ajuste de Avaliação Patrimonial UNIDADE 3 96 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE PERÍODO DE A Resultados Abrangentes de Empresas Investidas quando reconhecidas pela Eq Patrimonial Resultado Abrangente do Período Quadro 5 Modelo da Demonstração do Resultado Abrangente Fonte adaptado de CPC 2011 online Conforme os resultados abrangentes são realizados efetivamente por exemplo baixa de investimentos realizados no exterior ou baixa de ativos financeiros dis poníveis para venda eles devem ser reclassificados como resultado compondo assim a DRE correspondente ao período no qual foram realizados Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumula dos DLPA A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados DLPA é um detalha mento das movimentações ocorridas na conta lucros ou prejuízos acumulados Ela evidencia claramente o lucro ou o prejuízo do período sua distribuição mo vimentação e saldo final O Art 186 da Lei nº 6404 em seus incisos I II III determina a seguinte discriminação na DLPA I o saldo do início do período os ajustes de exercícios anteriores e a cor reção monetária do saldo inicial II as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício III as transferências para reservas os dividendos a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo do período BRASIL 1976 online Dessa forma a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados apresenta a seguinte estrutura básica UNICESUMAR 97 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS PERÍODO DE A Saldo no início do período Ajuste de exercícios anteriores Saldo ajustado e corrigido Resultado do exercício Transferências para reservas Reserva Legal Reserva para Contingência Reservas Estatutárias Dividendos a distribuir Saldo no fim do período Quadro 6 Modelo da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados Fonte adaptado de CPC 2011 online A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados expõe os lucros obtidos em exercícios anteriores devidamente ajustados incorporandoos ao resultado do período e excluindo as transferências de modo a apresentar o saldo acumu lado dos lucros retidos na entidade A Lei nº 640476 autoriza a substituição da DLPA pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL caso esta seja elaborada pela empresa Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL fornece infor mações referentes às diversas movimentações ocorridas nas contas do patrimônio líquido durante o exercício social Dessa forma todo acréscimo ou diminuição no patrimônio líquido é evidenciado por meio dessa demonstração UNIDADE 3 98 A DMPL evidencia as mutações do patrimônio líquido de forma global no vas integralizações de capital resultado do exercício ajustes de exercícios anterio res dividendos e reavaliações e as mutações internas incorporações de reservas de capital transferências de lucros acumulados para reservas e viceversa A Comissão de Valores Mobiliários CVM por meio de sua instrução nº 59 de 22 de dezembro de 1986 tornou obrigatória a divulgação da DMPL por em presas de capital aberto Assim é plausível afirmar que a DMPL é um instrumento importante para as empresas que possuem seu patrimônio líquido formado por diversas contas e mantenham com elas constantes transações como as empresas que têm seu capital dividido em ações Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC No Brasil a Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC passou a ser obrigatória para as sociedades anônimas e para as empresas de grande porte a partir de 2008 enquanto substituta da Demonstração das Origens e Aplicações de Re cursos DOAR Para as companhias fechadas com patrimônio líquido inferior a R 200000000 dois milhões de reais na data do balanço não é obrigatória a elaboração e a publicação da DFC A DFC é feita pelo regime de caixa ou seja acompanha as entradas e saídas de recursos no caixa e seus equivalentes Assim a DFC deve indicar no mínimo as alterações ocorridas durante o exercício no saldo de caixa e nos equivalentes de caixa Além disso deve segregar essas alterações no mínimo em três fluxos de atividade a saber 1 Atividades operacionais são as principais práticas geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento 2 Atividades de investimento são referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa 3 Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade Além disso não são classificadas como atividade operacional Essa demonstração será obtida de forma direta a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa ou de forma indireta com base no lucroprejuízo do exercício A DFC apresentada pelo método direto facilita a visualização e a compreensão do fluxo financeiro demonstrando os recebimentos e os pagamen UNICESUMAR 99 tos decorrentes das atividades operacionais da empresa o que possibilita avaliar o comportamento do seu nível de solvência Nesse método os itens mais signifi cativos dos recebimentos e pagamentos são apresentados por seus valores brutos Já a DFC apresentada pelo método indireto assemelhase a DOAR pois a demonstração dos recursos gerados pela empresa é feita por meio da conciliação do resultado líquido do exercício com a efetiva variação do caixa o que exige por parte do analista um conhecimento da área de contabilidade DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PERÍODO DE A ATIVIDADES OPERACIONAIS Resultado Líquido Depreciação AumentoRedução de Duplicatas a Receber Aumento em Duplicatas Descontadas Aumento em Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa AumentoRedução em Estoques AumentoRedução em Fornecedores Redução de Salários a Pagar Outros Caixa Líquido das Atividades Operacionais ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Pagamento na Compra de Imobilizado Recebimento pela Venda de Imobilizado Outros Caixa Líquido das Atividades de Investimentos ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Integralização de Aumento de Capital UNIDADE 3 100 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PERÍODO DE A Amortização de Empréstimos e Financiamentos RecebimentoPagamento de Dividendos Novas Captações de Empréstimos e Financiamentos Outros Caixa Líquido das Atividades de Financiamentos AUMENTOREDUÇÃO DE CAIXA SALDO INICIAL DE CAIXA SALDO FINAL DE CAIXA Quadro 7 Modelo da Demonstração dos Fluxos de Caixa Fonte adaptado de CPC 2010 online Segundo Gelbcke et al 2018 p 631 a DFC tem como objetivo primário Prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos em dinheiro de uma empresa ocorridos durante um determinado período e com isso ajudar os usuários das demonstrações contábeis na análise da capacidade da entidade de gerar caixa e equivalente de caixa Demonstração do Valor Adicionado DVA A Demonstração do Valor Adicionado DVA foi estabelecida pela Lei nº 1163807 que tornou obrigatória a sua divulgação a partir de 2008 pelas so ciedades anônimas de capital aberto Assim a legislação determina que a DVA deve indicar O valor da riqueza gerada pela companhia a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza tais como empregados financiadores acionistas governo e outros bem como a parcela da riqueza não distribuída BRASIL 2007 online UNICESUMAR 101 De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 09 2008 online a DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas Ainda segundo o Pronunciamento Técnico CPC 09 2008 online a distribui ção da riqueza deve ser detalhada minimamente da seguinte forma a Pessoal e encargos b Impostos taxas e contribuições c Juros e aluguéis d Juros sobre o capital próprio JCP e dividendos e Lucros retidosprejuízos do exercício Do ponto de vista macroeconômico a sutilidade da DVA é notória pois concei tualmente o somatório dos valores adicionados de um país representa seu Produto Interno Bruto PIB Por sua vez no caso da DVA ela apresenta a parcela de con tribuição que a empresa tem na formação do PIB GELBCKE et al 2018 p 667 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO PERÍODO DE A 1 RECEITAS 11 Vendas de mercadorias produtos e serviços 12 Outras receitas 13 Receitas relativas à construção de ativos próprios 14 Provisão para créditos de liquidação duvidosa Reversão Constituição 2 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS inclui os valores dos impostos ICMS IPI PIS e COFINS 21 Custos dos produtos das mercadorias e dos serviços vendidos 22 Materiais energia serviços de terceiros e outros 23 Perda Recuperação de valores ativos 24 Outras especificar UNIDADE 3 102 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO PERÍODO DE A 3 VALOR ADICIONADO BRUTO 12 4 DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 5 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 34 6 VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 61 Resultado de equivalência patrimonial 62 Receitas financeiras 63 Outras 7 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 56 8 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 81 Pessoal 811 Remuneração direta 812 Benefícios 813 FGTS 82 Impostos taxas e contribuições 821 Federais 822 Estaduais 823 Municipais 83 Remuneração de capitais de terceiros 831 Juros 832 Aluguéis 833 Outras 84 Remuneração de capitais próprios 841 Juros sobre o capital próprio 842 Dividendos UNICESUMAR 103 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO PERÍODO DE A 843 Lucros retidos Prejuízo do exercício 844 Participação dos nãocontroladores nos lucros retidos só p consolidação O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7 Quadro 8 Modelo da Demonstração do Valor Adicionado empresas em geral Fonte adaptado de CPC 2008 online Em suma a DVA demonstra ao usuário o quanto cada companhia criou de rique za e como a distribuiu aos agentes econômicos que ajudaram a criála Por esse motivo apresentase como um relatório o qual permite que a empresa demonstre qual é a sua contribuição para a sociedade na qual está inserida Notas explicativas As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis e devem divulgar as informações necessárias para que haja uma adequada compreensão das respectivas demonstrações Conforme determina a Lei nº 6404 as notas explicativas devem indicar a os principais critérios de avaliação de elementos patrimoniais b os investimentos em outras sociedades quando relevantes c o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações d os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes e a taxa de juros as datas de vencimento e as garantias das obrigações em longo prazo f o número espécies e classes das ações do capital social g as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício h ajustes de exercícios anteriores i eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira e os resul tados futuros da companhia BRASIL 1976 online Dessa forma as notas explicativas representam as informações complementares acer ca das demonstrações contábeis a fim de permitir uma melhor compreensão sobre UNIDADE 3 104 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa alunoa nesta unidade você deve ter percebido que as demonstrações financeiras geradas pela contabilidade correspondem aos relatórios que evidenciam a situação econômica e financeira da empresa em um determinado tempo As principais demonstrações apresentadas nesta unidade e utilizadas para análise nas unidades seguintes do nosso livro correspondem ao Balanço Patri monial e à Demonstração do Resultado do Exercício No entanto várias outras podem ser elaboradas com os dados processados pela contabilidade No Balanço Patrimonial o total do ativo e o total do passivo mais o patrimô nio líquido são sempre iguais razão pelo qual o nome da demonstração é balanço Quanto à Demonstração do Resultado do Exercício resumidamente podese afirmar que sintetiza ordenadamente as receitas representadas pelas vendas e as despesas da empresa esforços para obtenção da receita em um determinado período resultando em um lucro ou prejuízo Já a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia as alterações ocorridas no grupo de contas que compõe o patrimônio líquido A demonstração do fluxo de caixa corresponde às transações que envolvem as contas de caixa Outras demonstrações e relatórios foram abordados nesta unidade com a finalidade de apresentar uma estrutura de dados gerados pela contabilidade O objetivo desta unidade não foi o de ensinar a elaborar as demonstrações contábeis mas proporcionar um conhecimento acerca da estrutura e das in formações geradas por cada uma delas Ao entender a contabilidade é possível compreender o objetivo das demonstrações contábeis oferecer informações so bre a posição financeira Balanço Patrimonial e o desempenho resultado da instituição o que é útil para a tomada de decisão tendo em vista uma vasta gama de usuários que podem ou não exigir relatórios feitos sob medida para atender às suas necessidades SZUSTER et al 2013 A disciplina objetiva não apenas conhecer as demonstrações mas também analisálas Vamos em frente 105 na prática 1 Várias são as demonstrações financeiras geradas pelos dados processados na con tabilidade mas o Balanço Patrimonial é uma das mais importantes Sobre o assunto julgue as afirmativas a seguir I O Balanço Patrimonial é um relatório que mostra o ativo e o passivo da entidade em um determinado momento II O Balanço Patrimonial é um relatório que mostra o ativo o passivo e o patrimô nio líquido da entidade em um determinado momento III Pelo Balanço Patrimonial é possível acompanhar a dedução do lucro constituído em um dado momento É correto afirmar que a Apenas a afirmativa I está correta b Apenas a afirmativa II está correta c Apenas a afirmativa III está correta d Apenas as afirmativas I e II estão corretas e Apenas as afirmativas II e III estão corretas 2 Compreender a estrutura das demonstrações contábeis possibilita um melhor en tendimento acerca dos valores evidenciados Sobre o assunto julgue as afirmativas a seguir I No lado esquerdo do Balanço Patrimonial encontramse as contas patrimoniais de ativo II Todos os elementos componentes do passivo encontramse discriminados no lado direito do Balanço Patrimonial III Todos os componentes do patrimônio líquido encontramse discriminados no lado esquerdo do Balanço Patrimonial IV A equação patrimonial é ativo passivo patrimônio líquido 106 na prática É correto afirmar que a Apenas as afirmativas I e II estão corretas b Apenas as afirmativas II e III estão corretas c Apenas as afirmativas III e IV estão corretas d Apenas as afirmativas II e IV estão corretas e Apenas as afirmativas I II e IV estão corretas 3 A Demonstração do Resultado do Exercício objetiva apresentar a movimentação operacional de uma empresa em um determinado ano Sobre os elementos que compõem a DRE leia as afirmações a seguir I A receita líquida referese à soma das vendas ligadas aos equipamentos do imobilizado II O CMV equivale ao custo das mercadorias do estoque baixadas no momento da venda III O lucro líquido do exercício é influenciado pelo resultado das atividades não relacionadas à atividade principal de uma empresa como a locação ou a venda de ativos imobilizados por exemplo IV O lucro líquido é o resultado obtido pela equivalência patrimonial de uma empresa em um determinado período Está correto o que se afirma a Somente na afirmativa II b Somente nas afirmativas I e II c Somente nas afirmativas II e III d Somente nas afirmativas III e IV e Somente nas afirmativas I II e IV 107 na prática 4 Os direitos que possuem por objeto os bens corpóreos materiais destinados à manutenção das atividades da empresa e que permanecerão por um período in determinado como ativos devem ser classificados no grupo de contas denominado ativo imobilizado São exemplos desses bens I Equipamentos II Móveis e utensílios III Instalações IV Mercadorias V Duplicatas a receber É correto o que se afirma a Somente nas afirmativas I II e III b Somente nas afirmativas II III e IV c Somente nas afirmativas III IV e V d Somente nas afirmativas I III IV e V e Nas afirmativas I II III IV e V 5 Uma das finalidades da contabilidade é demonstrar periodicamente a situação patrimonial financeira e de rentabilidade das empresas por meio das demonstra ções contábeis Em relação às demonstrações contábeis avalie as seguintes asser ções e a relação proposta entre elas I O conjunto de demonstrações contábeis também englobam as notas explicativas Porque II Nas notas explicativas são apresentadas as informações adicionais que são relevantes para a compreensão dos itens constantes no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício 108 na prática A respeito das asserções apresentadas assinale a alternativa correta a As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I b As asserções I e II são proposições verdadeiras mas a II não é uma justificativa correta da I c A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa d A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira e As asserções I e II são proposições falsas 6 Segundo o Art 176 da Lei nº 6404 ao fim de cada exercício social a diretoria da empresa deve elaborar com base na escrituração mercantil as seguintes demons trações financeiras que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício i balanço patrimonial ii de monstração dos lucros ou prejuízos acumulados iii demonstração do resultado do exercício que pode ser substituída pela demonstração das mutações do patrimônio líquido iv demonstração dos fluxos de caixa e v se companhia aberta demons tração do valor adicionado BRASIL 1976 online Tendo em vista o exposto descreva qual é o objetivo básico da elaboração das de monstrações financeiras 109 aprimorese GERENCIAMENTO DE RESULTADOS Para Healy e Wahlen 1999 o gerenciamento de resultados ocorre quando os ad ministradores utilizam julgamentos nas demonstrações contábeis para enganar al guns stakeholders sobre o real desempenho da companhia ou para influenciar os resultados contratuais que dependem de números contábeis reportados Martinez 2001 explica que por meio do gerenciamento de resultados a admi nistração traz os lucros quando são necessários e empurram as despesas para fren te Parece uma espécie de jogo em que se espera que o lucro seja melhor no futuro de maneira a cobrir as despesas adiadas O gerenciamento de resultados demonstra a existência de assimetria entre as informações contábeis e os tomadores de decisões Muitas vezes por vontade dos gerentes em buscar os investimentos para as empresas são utilizadas lacunas exis tentes no que tange às formas de apresentação das informações contábeis Nesse sentido DeGeorge et al 1999 p 08 afirmam que os três principais incentivos para os gestores fazerem uso dessas práticas são os de reportar lucros próximos dos va lores das previsões dos analistas sobre o lucro por ação sustentar um desempenho recente ou suavizar resultados e divulgar lucros positivos 110 aprimorese Martinez 2001 expõe que outra propriedade do gerenciamento dos resultados contábeis é que eles não decorrem exclusivamente do manejo formal das contas de resultado Em certos casos o gerenciamento pode proceder de decisões e atos concretos com implicações no fluxo de caixa da empresa É crucial entender que o gerenciamento dos resultados contábeis não é uma fraude contábil Em outras palavras operase dentro dos limites do que prescreve a legislação contábil mas nos pontos em que as normas contábeis facultam certa discricionariedade para o gerente este realiza suas escolhas não em função do que dita a realidade concreta dos negócios mas em função de outros incentivos que o levam a desejar reportar um resultado distinto Observamse diversas situações nas quais as normas contábeis facultam ao gestor a discricionariedade em reali zar decisões contábeis Exemplos disso acontecem quando o gestor deve avaliar os eventos econômicos futuros como estimar vidas úteis esperadas definir o valor residual de ativos de longo prazo obrigações a serem pagas e prováveis perdas com devedores incobráveis Ao gerente por vezes é facultado escolher o método de depreciação mais compatível ou critério de custeamento mais sintonizado com a realidade do processo produtivo O julgamento e o poder discricionário dos geren tes são tão importantes que muitas vezes na realização de lançamentos contábeis o fato mais importante para ser avaliado é a intenção Fonte Santana et al 2014 111 eu recomendo Manual de contabilidade societária aplicável a todas as so ciedades de acordo com as normas internacionais e do CPC Autor Ernesto Rubens Gelbcke Ariovaldo dos Santos Sérgio de Iudícibus e Eliseu Martins Editora Atlas Sinopse em função das transformações ocorridas na contabili dade brasileira a Fipecafi deliberou por produzir este manual o qual está totalmente de acordo com os pronunciamentos as interpretações e as orientações do CPC e com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB livro 4 ANÁLISE VERTICAL E Horizontal PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Introdução à análise das de monstrações financeiras Preparo das demonstrações contábeis para análise Análise Vertical Análise Horizontal OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Definir aspectos que devem ser analisados antes da aplicação de técnicas de análises Conhecer os ajustes das demonstrações contábeis necessários para a análise Aplicar a técnica de Análise Vertical no Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício Compreender a técnica de análise de comparação de valores em diferentes exercícios sociais PROFESSORAS Me Adriana Casavechia Fragalli Me Juliana Moraes da Silva INTRODUÇÃO Olá caro a aluno a agora que você já conhece as demonstrações con tábeis e as informações por elas geradas podemos começar a analisar os resultados evidenciados nessas demonstrações financeiras Nesta unidade iniciaremos as técnicas de análise às demonstrações A simples leitura dos demonstrativos pode não trazer riqueza de in formações quanto ao desempenho econômico dos resultados ou quanto à situação financeira da empresa em termos de liquidez solvência entre outros A partir de agora porém com a aplicação de técnicas de análise você poderá elaborar um relatório que expressa sua opinião quanto à saú de financeira de uma empresa Para que a análise corresponda necessaria mente à situação econômica e financeira da empresa é necessário definir o objetivo da análise verificar as formas de acesso às demonstrações a confiabilidade da informação a fixação de parâmetros de comparação e a apuração dos cálculos As técnicas apresentadas nesta unidade correspondem à Análise Verti cal e à Análise Horizontal A Análise Vertical possibilita o estudo da estru tura de composição das contas de cada demonstração em uma unidade de tempo A Análise Horizontal em contrapartida possibilita verificar como está ocorrendo a evolução de cada conta ou grupo de contas evidenciadas nas demonstrações no decorrer do tempo Com a aplicação das técnicas de Análise Vertical AV e Análise Ho rizontal AH você terá percentuais que possibilitam uma melhor com preensão da situação da empresa Afinal para uma empresa R 5000000 pode representar 100 do seu ativo enquanto que para outra os mesmos R 5000000 podem representar apenas 1 Dessa forma observar os per centuais é muito mais eficiente do que observar os valores reais Não perca mais tempo vamos aprender a analisar as demonstrações financeiras em especial o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Re sultado do Exercício Para tanto utilizaremos as demonstrações da empresa FF SA apresentadas na unidade anterior Bons estudos UNIDADE 4 114 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES Financeiras Caro a aluno a objetivando realizar uma análise confiável nas demonstrações com geração de resultados claros e fidedignos alguns aspectos devem ser observados Definir o objetivo da análise Obter as demonstrações contábeis Avaliar a confiabilidade da informação Definir parâmetros para comparação Elaborar cálculos Redigir o relatório de opinião Definir o objetivo da análise O primeiro aspecto a ser definido é o objetivo da análise Diversos podem ser os obje tivos da análise das demonstrações dependendo de cada caso SZUSTER et al 2013 Apenas para exemplificar o objetivo da análise pode ser a mensuração da eficiência ou ineficiências de gestores internos de subunidades de uma empresa Outro propósito pode ser a análise das demonstrações para disponibilizar crédi tos ou para definir limite de valor de compra Outro objetivo relacionase ao tipo de informação necessária para o investidor que tem opções de manter aumentar ou até mesmo deixar de investir em uma determinada empresa UNICESUMAR 115 Obter as demonstrações contábeis A análise somente faz sentido se estivermos de posse dos demonstrativos O acesso às demonstrações nem sempre é fácil Caso queira analisar uma empresa de capital aberto as demonstrações são publicadas no site da Comissão de Valores Mobiliários CVM e em jornais de grande circulação Para usuários internos desde que seja de comum acordo a empresa disponibiliza as demonstrações Por outro lado para análise de concorrentes ou de empresas limitadas sem obriga toriedade de divulgação das demonstrações a obtenção fica limitada às infor mações da internet ou bancos de dados privados Avaliar a confiabilidade das demonstrações O terceiro aspecto a ser analisado corresponde à confiabilidade da informação evidenciada na demonstração Há várias possibilidades de verificar a confiabi lidade da informação por exemplo observar o relatório de auditoria ler as no tas explicativas buscar informações externas à empresa conhecer o produto os clientes o processo de produção etc Para aumentar a confiabilidade caso a análi se ocorra em diferentes exercícios sociais comparação de vários anos indicase a aplicação do índice da inflação sobre os saldos analisados Esse procedimento fazse necessário para que os valores comparados estejam em uma única unidade de tempo evitando distorções Supondo que em uma análise você observe um aumento de 15 no lucro se a inflação do período foi 10 seu lucro real foi de apenas 5 Por fim há alguns ajustes e reclassificações de contas que devem ser realiza dos como observar se as depreciações e as provisões de férias e décimo terceiro foram registradas Definir parâmetros de comparação Após obter as demonstrações e confiar nas informações é necessário conhecer o ramo de atuação da empresa seu histórico e as estimativas futuras Esse conheci mento adicional é necessário para definir os parâmetros com os quais a situação e o desempenho efetivo da empresa serão comparados SZUSTER et al 2013 UNIDADE 4 116 De acordo com os objetivos da análise os resultados obtidos podem ser com parados com outros resultados da mesma empresa em diferentes períodos Uti lizar a análise com outras empresas do mesmo segmento econômico também é considerado um bom parâmetro de comparação Elaborar cálculos Essa é a etapa mais longa Há diversos métodos de cálculo utilizados para analisar as demonstrações As técnicas aplicadas neste material serão a Análise Vertical Horizontal e indicadores Contudo dependendo do objetivo da análise é possível até mesmo criar métodos de avaliação como indicadores específicos que medem um elemento exclusivo de uma determinada empresa ou setor Redigir o relatório de opinião O relatório de opinião corresponde à interpretação dos cálculos efetuados com a descrição da conclusão extraída dos indicadores apurados No relatório o usuário pode exprimir a sua opinião a partir dos resultados obtidos e do conhecimento prévio acerca das características da empresa analisada É importante ressaltar que uma boa análise deriva do conjunto completo de informações verificadas sobre a empresa ou seja análises isoladas de indicadores empresa ramo de atividade mercado entre outros podem influenciar a opinião do analista de forma errada Sendo assim as técnicas que serão apresentadas neste capítulo são sim im portantes para analisar a situação econômica financeira e patrimonial da em presa contudo devem ser aliadas a outras observações como a reputação da UNICESUMAR 117 Para fazer análise de demonstrações contábeis é preciso algumas poucas coisas 1 Saber ler E saber ler não é tão fácil Há muitas coisas que estão escritas somente nas entrelinhas Você precisa entender o que está lá captar o não dito 2 Ter conhecimento mínimo de qual modelo contábil está sendo utilizado e se ele tem a capacidade de representar de fato a situação da empresa Ou seja conhecer a empresa o negócio e sua contabilidade Fonte Martins Diniz e Miranda 2012 p 5 explorando Ideias empresa a situação do mercado no qual a empresa atua a satisfação dos clientes o ramo de atividade desempenhada a estabilidade da empresa a concorrência etc De acordo com Assaf Neto 2015 p 55 É importante destacar que para uma boa análise de balanços é re levante que se conheça o setor de atuação da empresa e as caracte rísticas fundamentais do negócio Por exemplo uma mesma taxa de retorno não apresenta a mesma avaliação para todos os segmentos de negócios podendo ser considerada adequada para alguns e insu ficiente para outros Da mesma forma um endividamento de uma instituição financeira não segue o mesmo padrão de uma empresa não financeira Ainda segundo o autor a análise de balanços é não somente desenvolvida por meio de aplicações de técnicas mas também orientada em grande parte pela sensibilidade e experiência do analista ASSAF NETO 2015 p 49 Além de calcular e interpretar os índices uma boa análise se faz com pesqui sas e leituras sobre a empresa ramo de atividade produtos e serviços e é claro as notas explicativas que orientam a compreensão das demonstrações contábeis UNIDADE 4 118 2 PREPARO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS para Análise Antes de iniciar as análises é necessário ajustar as demonstrações contábeis Isso porque as demonstrações são elaboradas seguindo as normas contábeis e a legislação pertinente Contudo ao atender tais determinações as demonstrações podem não apresentar corretamente a situação financeira da empresa distorcendo as análises Por esse motivo antes de iniciar os cálculos é necessário ajustar e reclassificar algumas informações de forma a representarem da melhor maneira a realidade da empresa Segundo Szuster et al 2013 p 311 os ajustes mais comuns a serem efe tuados se referem à supervalorização dos ativos ou à subavaliação dos passivos Isso acontece quando por exemplo a empresa possui duplicatas a receber de seus clientes mas que estão vencidas e com pouca possibilidade de recebimento no entanto ela não reconhece a provisão para créditos de liquidação duvidosa PCLD isso supervaloriza o Ativo Outro exemplo é a existência de estoques que não serão mais vendidos devido à obsolescência ou aos danos sofridos e que não forma baixados Isso também supervaloriza o Ativo Existe também a possibilidade de a empresa calcular a depreciação de seus Ativos Imobilizados conforme a determinação da Lei do Imposto de Renda Con UNICESUMAR 119 tudo esse cálculo pode não ser condizente com o verdadeiro desgaste sofrido pelo bem o que pode provocar super ou subavaliação do Ativo No caso do passivo pode acontecer de a empresa não reconhecer as provisões para férias ou 13º o que provoca uma subavaliação dos valores a serem pagos Por esses e outros motivos são necessários ajustes para deixar as demonstrações o mais próximo da realidade possível É claro que reconhecer tais situações na empresa não é fácil principalmente quando se trata de usuários externos que não têm acesso a tais informações De qualquer forma é importante lembrar desses fatores Mas como são feitos esses ajustes Suponhamos que uma empresa não tenha reconhecido a perda com uma duplicata a receber no valor de R 300000 Sendo assim a empresa precisará ajustar a conta Duplicatas a Receber di minuindo R 300000 Para que o Balanço continue em equilíbrio é necessário também ajustar a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados no Patrimônio Líqui do Esses ajustes podem ser observados no quadro a seguir Balanço Patrimonial Publicado Ajustes Ajustado ATIVO Ativo Circulante Caixa 800000 800000 Duplicatas a Receber 2350000 300000 2050000 Ativo Não Circulante Equipamentos 4800000 4800000 Total do Ativo 7950000 300000 7650000 PASSIVO Passivo Circulante Fornecedores 280000 280000 Salários a Pagar 1500000 1500000 Passivo Não Circulante Financiamentos 1770000 1770000 UNIDADE 4 120 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 3800000 3800000 Lucros Prejuízos Acumu lados 600000 300000 300000 Total do Passivo PL 7950000 300000 7650000 Quadro 1 Ajustes no Balanço Patrimonial Fonte as autoras Nesse exemplo o ajuste da duplicata perdida foi feito direto no Balanço Patrimo nial mas o mais correto é ajustar também na DRE Segundo Szuster et al 2013 p 312 normalmente por questão de praticidade todos esses ajustes são feitos no patrimônio líquido diretamente no saldo da conta lucros acumulados sem que se altere o valor do lucro ou prejuízo na demonstração do Resultado do Exercício Outros ajustes importantes referemse à classificação das contas Por exemplo podem haver duplicatas de longo prazo a receber que estejam indevidamente classificadas no Ativo Circulante ou viceversa como também podem existir dividas de longo prazo registradas no Passivo Circulante Nesses casos o ajuste é feito transferindo o valor para a conta correta sem interferir na conta de resultado Por exemplo diminuise a conta Duplicatas a Receber do Ativo Circulante e em contrapartida aumentase a conta Realizável a Longo Prazo do Ativo Não Circulante Segundo Szuster et al 2013 p 312 as situações mais comuns que deman dam reclassificações são contabilização de direitos realizáveis no longo prazo classificados equi vocadamente no ativo circulante reconhecimento de obrigações exigíveis no curto prazo classificadas equi vocadamente no passivo não circulante UNICESUMAR 121 reconhecimento de despesas operacionais como se fossem despesas não operacionais outras despesas aumentando indevidamente o resultado operacional reconhecimento de receitas não operacionais como se operacionais fos sem aumentando indevidamente o resultado operacional Muitas vezes essas situações ocorrem por causa do que chamamos de Gerencia mento de Resultados ou seja a empresa registra determinados valores em contas inadequadas para apresentar melhores indicadores financeiros Por fim o último ajuste necessário referese à atualização monetária Esse ajuste é fundamental principalmente quando se comparam valores de períodos ou datas diferentes Nesses casos é necessário atualizar os valores antigos em função da inflação A maior dificuldade de se fazer a atualização monetária não está no cálculo em si que pode até ser simples mas na escolha do índice de inflação a ser aplicado SZUSTER et al 2013 A escolha incorreta do índice de inflação pode ao invés de melhorar piorar o processo de análise Como se não bastasse o problema da escolha do índice de inflação a atualiza ção monetária não funciona da mesma forma para todos os elementos patrimo niais É o que acontece com o Imobilizado Quando adquirimos um imóvel por exemplo com o passar do tempo o seu valor não corresponde necessariamente ao valor de aquisição ajustado pela inflação Muitas vezes é necessário pesquisar no mercado para saber o quanto aquele imóvel vale atualmente Apesar da dificuldade de parâmetros ou até mesmo de identificar os ajustes ne cessários essa tarefa é extremamente relevante para a realização de uma boa análise UNIDADE 4 122 3 ANÁLISE VERTICAL A análise por meio de percentuais também permite uma melhor avaliação quando se está comparando relatórios de empresas diferentes Fonte as autoras pensando juntos A Análise Vertical AV é uma técnica de análise aplicada usualmente no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado A AV é utilizada para avaliar a relação entre as contas de uma única demons tração contábil em um determinado período observando ou melhor comparan do a proporção entre elas Essa análise busca verificar os percentuais associados aos valores de deter minado ano assumindo o total desse ano como sendo igual a 100 A partir disso todos os demais valores do ano são convertidos em percentuais do total BRUNI 2011 A utilização de percentuais permite uma melhor análise da relação entre as contas Isso porque uma empresa pode apresentar um lucro líquido no valor de R 15000000 e esse lucro representar 15 da sua receita bruta Assim como outra empresa pode obter o mesmo valor de lucro líquido ou seja os mesmos R 15000000 mas representam apenas 1 da sua receita bruta Muito embora a apuracao do percentual possa ocorrer com a aplicacgao de regra e 1 de trés simples a equacao a seguir pode ser utilizada para apurar os percentuais 2 Ww da Analise Vertical Z 2D Conta ou Grupo AV ZONE 04 STUPO 100 Valor base O valor base apresentado na formula referese ao valor de referéncia para a Ana lise Vertical No caso do Balanco Patrimonial essa referéncia é 0 total do Ativo ou 0 total do Passivo Patriménio Liquido Na DRE porém utilizase a receita bruta ou a receita liquida como base Lembrase da nossa empresa FF SA Pois entao utilizaremos 0 seu Balanco Patrimonial e a sua Demonstracao do Resultado do Exercicio para exemplificar a Anialise Vertical Os relatorios completos da nossa empresa modelo estéo na Uni dade 3 contudo esses relatérios foram simplificados ou seja retiramos as contas analiticas e deixamos apenas as contas sintéticas para facilitar as nossas andlises O Quadro 2 corresponde a aplicacao da Analise Vertical no Balango Patri monial da empresa FF SA Balanco Patrimonial da Empresa FF SA Encerrado em 311220XX XI AV ATIVO ATIVO CIRCULANTE 397000 397 Disponivel 146000 146 Créditos 94000 94 Estoque 157000 157 ATIVO NAO CIRCULANTE 603000 603 Realizavel a Longo Prazo 26000 260 Investimentos 45000 45 Imobilizado 485000 485 Intangivel 47000 47 TOTAL DO ATIVO 1000000 1000 123 Balango Patrimonial da Empresa FF SA Encerrado em 311220XX PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE 259000 259 Fornecedores 73000 73 Obrigag6es Trabalhistas 44000 44 Obrigagées Fiscais e Tributarias 62000 62 Obrigagdes Financeiras 80000 80 PASSIVO NAO CIRCULANTE 111000 111 Obrigagdes Financeiras 111000 111 PATRIMONIO LIQUIDO 630000 630 Capital Social 380000 380 Reserva de Lucros 250000 250 TOTAL DO PASSIVO PL 1000000 1000 Quadro 2 Analise Vertical do Balango Patrimonial da empresa FF SA Fonte as autoras Os calculos dos percentuais dos grupos principais foram 397000 AV do Ativo Circulante x100 397 1000000 603000 s AV do Ativo No Circulante x100 603 1000000 259000 AV do Passivo Circulante x100 259 1000000 111000 AV do Passivo No Circulante x100111 1000000 ae 630000 AV do Patrimonio Liquido x 100 630 1000000 Como vocé pode observar a Anialise Vertical do Balanco permite identificar qual a proporao de cada conta dentro do grupo do Ativo ou do grupo do Passivo Patriménio Liquido 124 UNICESUMAR 125 Analisando o Ativo da empresa FF SA podemos verificar que a maior concentração de recursos está no Ativo Não Circulante que detém 603 do total do Ativo Essa situação é comum em empresas industriais pois os maiores investimentos ficam no Imobilizado em função de máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo É o que acontece com a empresa FF SA pois 485 do seu Ativo está justamente no Imobilizado Em empresas comerciais normalmente a maior concentração de recursos fica no Estoque sendo assim no Ativo Circulante Ao observar as fontes de recursos ou seja o Passivo e o Patrimônio Líquido vemos que a empresa utiliza mais o capital próprio do que o capital de terceiros Isso porque 630 dos recursos capitados pela empresa são provenientes de capital próprio Patrimônio Líquido Isso dá certa tranquilidade para a empresa afinal quando a empresa capita recursos de terceiros eles estabelecem prazos de pagamen to o que faz com que a empresa tenha uma preocupação maior com o fluxo de caixa Dentre as obrigações com terceiros a mais significativa é a obrigação finan ceira que representa ao todo 191 do total do Passivo Patrimônio Líquido sendo que 80 vencem no curto prazo e 111 no longo prazo Essas análises poderiam se estender a cada uma das contas mas aqui nos limitaremos às contas mais representativas as quais já foram analisadas Agora façamos a Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exer cício da empresa FF SA A Análise Vertical da DRE considera a receita como sendo o valor base que representa 100 afinal é da receita que todas as despe sas são subtraídas até chegar ao resultado líquido do período SZUSTER et al 2013 Podese utilizar a receita bruta ou a receita líquida isso depende de como a empresa inicia sua demonstração de resultado Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa FF SA Período de 010120XX à 311220XX X1 AV RECEITA OPERACIONAL BRUTA 890000 1000 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 145000 163 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 745000 837 CUSTOS DAS VENDAS 520000 584 LUCRO BRUTO 225000 253 Demonstragao do Resultado do Exercicio da Empresa FF SA Periodo de 010120XX a 311220XX DESPESAS OPERACIONAIS 120000 135 LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 105000 118 DESPESAS FINANCEIRAS 7000 08 RECEITAS FINANCEIRAS 5000 06 RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 103000 116 TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 18000 20 RESULTADO DAS OPERAGOES CONTINUADAS 85000 96 DESPESAS NAO OPERACIONAIS 2000 02 RECEITAS NAO OPERACIONAIS 4000 04 RESULTADO LIQUIDO DO EXERCICIO 87000 98 Quadro 3 Analise Vertical da DRE da empresa FF SA Fonte as autoras Os calculos dos percentuais das contas principais foram 520000 AV do CMV x100584 890000 225000 AV do Lucro Bruto x100253 890000 120000 AV das Despesas Operacionais x100 135 890000 105 AV do Lucro Antes do Resultado Financeiro 105000 x100 118 890000 103000 AV do Resultado Antes dos Tributos x100 116 890000 x 85000 AV do Resultado das Operaées Continuadas o x100 96 890000 a 87000 AV do Resultado Liquido do Exercicio x100 98 890000 126 UNICESUMAR 127 Como você pode observar dos 100 da receita bruta ou seja do faturamento total da empresa restou apenas 98 de lucro líquido Isso ocorre pois foram deduzidas todas as despesas sendo que a despesa mais significativa foi o Custo das Vendas CMV que representa 584 da Recei ta Bruta Em empresas comerciais e industriais é bastante comum que a despesa com as vendas seja a mais significativa o que pode não acon tecer em empresas prestadoras de serviços em que as despesas operacionais podem ter uma representatividade maior A Análise Vertical permite analisar a com posição percentual das receitas e despesas evi denciando a influência de cada valor na apura ção do lucro ou prejuízo do período ANALISE A Analise Horizontal AH também é uma técnica de analise aplicada usualmente no Balanco Patrimonial e na Demonstracao do Resultado do Exercicio A AH é utilizada para comparar valores de uma mesma conta ou grupo de contas ao longo do tempo Por esse motivo sao necessarias no minimo infor macoes de dois anos Vale ressaltar que a utilizagao de valores de diferentes datas ano 20X0 e 20X1 por exemplo requer que o ano mais antigo seja atualizado monetariamente para repor 0 poder aquisitivo antes dos calculos da Analise Horizontal Os valores da Demonstracao Contabil de data mais remota sao considerados como base na relacao com o periodo mais atual SZUSTER et al 2013 Uma vez fixada a data utilizada como base podese aplicar a formula 2 para apurar o percentual de aumento ou reducao de cada uma das contas das demonstraoes an Ste J 100 Conta xo A Conta x se refere ao valor da conta do ano analisado Jaa Conta yg se refere ao valor da mesma conta no ano base 128 UNICESUMAR 129 Segue a análise horizontal da empresa FF SA nos períodos 20X0 e 20X1 sendo que o ano de 20X0 foi considerado como base para aplicação da técnica da Análise Horizontal Balanço Patrimonial da Empresa FF SA Encerrado em 311220XX X1 AH X0 AH ATIVO ATIVO CIRCULANTE 397000 31 302000 100 Disponível 146000 51 97000 100 Créditos 94000 7 88000 100 Estoque 157000 34 117000 100 ATIVO NÃO CIRCULANTE 603000 2 615000 100 Realizável a Longo Prazo 26000 19 32000 100 Investimentos 45000 5 43000 100 Imobilizado 485000 1 490000 100 Intangível 47000 6 50000 100 TOTAL DO ATIVO 1000000 9 917000 100 PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE 259000 8 239000 100 Fornecedores 73000 16 63000 100 Obrigações Trabalhistas 44000 47 30000 100 Obrigações Fiscais e Tributárias 62000 22 51000 100 Obrigações Financeiras 80000 16 95000 100 PASSIVO NÃO CIRCU LANTE 111000 8 120000 100 Obrigações Financeiras 111000 8 120000 100 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 630000 13 558000 100 Balango Patrimonial da Empresa FF SA Encerrado em 311220XX Qa 5 Capital Social 380000 0 380000 100 Reserva de Lucros 250000 40 178000 100 TOTAL DO PASSIVO PL 1000000 9 917000 100 Quadro 4 Andlise Horizontal do Balango Patrimonial da empresa FF SA Fonte as autoras Diferente da Anilise Vertical no exemplo de Analise Horizontal nao utilizamos casas decimais Isso acontece pois na Analise Vertical obtivemos valores inferio res a 0 por isso adotamos uma casa apos a virgula CS Ey A quantidade de casas decimais no calculo das analises vertical e horizontal é definida pelo analista com base no nivel de detalhe que deseja Fonte as autoras Como adotamos o ano de 20X0 como sendo 0 ano base todos os valores deste ano representam 100 Os calculos dos percentuais dos grupos principais com parando a evolucao do ano de 20X0 para 20X1 foram Ln 397000 AH do Ativo Circulante eee 1x100 31 302000 603000 AH do Ativo No Circulante 1x1002 615000 259000 AH do Passivo Circulante 1x1008 239000 111000 AH do Passivo No Circulante 1x1008 120000 oe py 630000 AH do Patriménio Liquido 1x100 13 558000 Como vocé pode observar o patriménio da empresa FF SA aumentou em 9 de 20X0 para 20X1 Isso é identificado pela evolucao do total do Ativo que con sequentemente é o mesmo total da evolucao do Passivo Patriménio Liquido 130 UNICESUMAR 131 Cabe agora buscar identificar o que provocou essa evolução No caso do Ativo houve um aumento significativo do Ativo Circulante provocado princi palmente pelo aumento do Disponível 51 e do Estoque 34 O Ativo Não Circulante em contrapartida diminuiu em 2 provocado principalmente pela redução do Realizável a Longo Prazo 19 Se as aplicações de recursos aumentaram com certeza houve aumento nas fontes de recursos Esse aumento não foi decorrente de recursos de terceiros afinal se observarmos o Passivo veremos que o Passivo Circulante aumentou em 8 mas o Passivo Não Circulante diminuiu em 8 mantendose de certa forma equilibrado Sendo assim o aumento nas fontes de recursos foi provocado principalmente pela Reserva de Lucros que de 20X0 para 20X1 aumentou em 40 Vamos agora efetuar a Análise Horizontal da demonstração do resultado do exercício da empresa FF SA Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa FF SA Período de 010120XX à 311220XX X1 AH X0 AH RECEITA OPERACIONAL BRUTA 890000 10 812000 100 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 145000 5 138000 100 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 745000 11 674000 100 CUSTOS DAS VENDAS 520000 6 490000 100 LUCRO BRUTO 225000 22 184000 100 DESPESAS OPERACIONAIS 120000 26 95000 100 LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 105000 18 89000 100 DESPESAS FINANCEIRAS 7000 30 10000 100 RECEITAS FINANCEIRAS 5000 25 4000 100 RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 103000 24 83000 100 Demonstragao do Resultado do Exercicio da Empresa FF SA Perfodo de 010120XX a 311220XX TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 18000 13 16000 100 RESULTADO DAS OPERAGOES CONTINUADAS 85000 27 67000 100 DESPESAS NAO OPERACIONAIS 2000 0 2000 100 RECEITAS NAO OPERACIONAIS 4000 43 7000 100 RESULTADO LIQUIDO DO 87000 21 72000 100 EXERCICIO Quadro 5 Analise Horizontal da DRE da empresa FF SA Fonte as autoras Os calculos dos percentuais das principais contas comparando a evolucao do ano de 20X0 para 20X1 foram 520000 AH do CMV 1x1006 490000 225 AH do Lucro Bruto 225000 1x100 22 184000 120 AH das Despeas Operacionais 120000 1x100 26 95000 105000 Ido Lucro Antes do Resultado Financeiro 1x1001é 89000 103 AH do Resultado Antes do Tributos 103000 1x100 24 83000 85000 do Resultado das Operagées Continuadas 1x1002 67000 te 1 87000 AH do Resultado Liquido do Exercicio 1x10021 72000 Como vocé pode observar a receita bruta da empresa FF SA aumentou em 10 enquanto o resultado liquido do exercicio aumentou em 21 Sendo assim 132 UNICESUMAR 133 A utilização da Análise Vertical e da Análise Horizontal não está limitada ao Balanço e à Demonstração de Resultado mas pode ser aplicada para avaliação e interpretação de outros demonstrativos como o fluxo de caixa Fonte as autoras explorando Ideias podemos supor que não apenas o aumento das vendas fez o resultado da empresa melhorar mas uma boa gestão de seus recursos Um dos fatores importantes dessa melhora referese ao CMV enquanto as vendas receita bruta aumentaram em 10 o custo dessas vendas aumentou em apenas 6 Isso pode ser reflexo de melhoras no processo produtivo caso consideremos que a empresa FF SA é uma indústria ou da redução do valor de aquisição das mercadorias se considerarmos nossa empresa modelo como sendo um comércio Outro valor significativo foi o aumento nas despesas operacionais em 26 o que pode ser decorrente da adoção de novos processos operacionais Contudo a empresa conseguiu diminuir em 30 as despesas financeiras e aumentar em 25 as receitas financeiras ou seja ela pagou menos juros e recebeu mais Acredito que essa foi justamente a mudança responsável por impactar positivamente o resultado líquido do exercício Por fim as receitas não operacionais diminuíram em 43 mas como você já sabe a empresa não pode contar com as receitas e despesas não operacionais pois elas ocorrem esporadicamente É importante ressaltar que a análise feita considera apenas as contas mais re presentativas e faz algumas suposições posto que nossa empresa é fictícia Em casos reais você pode utilizar as notas explicativas da empresa ou até mesmo informações divulgadas na internet para tentar compreender o que provocou os aumentos ou diminuições nas contas da empresa UNIDADE 4 134 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado a aluno a mais importante que calcular um valor ou percentual é compreender o que significa o número encontrado Para maior confiança da análise das demonstrações fazse necessário a de finição do objetivo da análise o acesso às demonstrações a confiabilidade da informação a fixação de parâmetros de comparação a apuração dos cálculos e por fim a elaboração dos pareceres de opinião do analista A interpretação do analista é apresentada tomando por base não somente as análises verticais e horizontais das demonstrações financeiras mas também o conhecimento prévio sobre o produto da empresa do ramo de atuação das políticas da empresa etc Esta unidade lhe proporcionou bastante conhecimento para aplicação das técnicas de Análise Vertical e Análise Horizontal A AV limitase à análise em um único período de tempo Quando ela é aplica da ao Balanço Patrimonial há a possibilidade de detectar a composição percen tual dos tipos de aplicações Ativo e as origens Passivo e Patrimônio Líquido de recursos que compõem o patrimônio da empresa Na Demonstração do Resulta do do Exercício a AV evidencia o percentual das receitas e despesas destacando aquelas que mais influenciam na formação do lucro ou do prejuízo do período Por outro lado a AH possibilita comparar os saldos das contas das demons trações em diferentes períodos Vale ressaltar que para comparar valores em di ferentes períodos é preciso primeiramente atualizar monetariamente os saldos mais remotos para que haja uma comparação mais correta com os saldos atuais Quando a análise horizontal é aplicada ao Balanço Patrimonial é possível observar o comportamento de cada aplicação de recursos e a origem dos recursos que compõem o patrimônio da entidade Quando é aplicada à Demonstração do Resultado verificase a evolução do desempenho da empresa no que se refere à gestão de suas receitas e despesas 135 na prática 1 Os objetivos de análise das demonstrações estão relacionados com o indicativo de desempenho que se pretende evidenciar Sobre esse assunto correlacione a coluna da esquerda com a da direita Em seguida escolha a alternativa que apresenta a sequência correta 1 Objetivo de analisar a situação de disponibilização de crédito aos clientes 2 Objetivo de analisar a situação de empresas para investidores que pretendem investir 3 Objetivo de analisar a situação in terna de subunidades da empresa identificar o desempenho das di versas empresas com o objetivo de decidir sobre a aquisição de suas ações identificar o desempenho das di versas unidades de negócios de uma mesma entidade identificar a capacidade de even tual cliente em honrar as dívidas a serem assumidas A sequência correta é a 321 b 231 c 123 d 312 e 213 2 Antes de terminar o ano de 20X1 a empresa Gucal Ltda decidiu elaborar um Balan ço Patrimonial projetado para prever qual seria sua situação no final do período a qual quis comparar com o ano anterior Segundo o contador os valores do Passivo Circulante do ano anterior e do Passivo Circulante projetado foram 20X0 Passivo Circulante 800000 20X1 Passivo Circulante 600000 136 na prática No entanto o presidente não está contente com a redução de 25 do Passivo Circulante e determinou que o percentual aceitável é de 50 Tomando por base essas informações assinale a alternativa que apresente o que deve ser feito para atender a determinação do presidente da empresa a Não há como atender a determinação do presidente da empresa pois não é impossível modificar a análise horizontal tendo em vista a proximidade do final do ano b A única alternativa ao contador é fraudar o Balanço Patrimonial c A solução seria pagar mais 200000 das obrigações de curto prazo d A alternativa seria transferir todas as dívidas de curto prazo para o longo prazo e A opção seria realizar uma compra a prazo de 200000 com vencimento para o longo prazo Tomando por base os dados apresentados na tabela a seguir responda às questões de 03 a 06 3112X2 3112X1 3112X0 PASSIVO 440000 490000 500000 Passivo Circulante 260000 240000 200000 Fornecedores 40000 50000 30000 Empréstimos 140000 120000 100000 Contas a pagar 80000 70000 70000 Passivo Não Circulante 180000 250000 300000 Financiamento 180000 250000 300000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1000000 1000000 800000 Capital social 100000 100000 100000 Lucro acumulado 900000 900000 700000 PASSIVO TOTAL 1440000 1490000 1300000 Quadro 6 Dados do Passivo para cálculo das análises vertical e horizontal Fonte as autoras 137 na prática 3 Faça a análise vertical em cada ano sabendo que o Passivo Total corresponde a 100 4 Considerando as informações ao longo do tempo faça análise horizontal sabendo que o período mais remoto de todos corresponde a 100 base de cálculo 5 Compare o Patrimônio Líquido obrigações não exigíveis de 20X1 com o de 20X2 Comente 6 Indique um ponto positivo na evolução das dívidas 138 aprimorese ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A análise de balanço é definida por Padoveze e Benedicto 2010 como a aplicação do raciocínio analítico dedutivo sobre os valores patrimoniais e suas interrelações ex pressas nas demonstrações contábeis de uma entidade tendo como finalidade reali zar uma avaliação econômicofinanceira da situação e do andamento das operações da mesma Dessa forma seu objeto de estudo são as demonstrações contábeis não somente os balanços da empresa mas sim todas as demonstrações contábeis A análise de balanços tem como objetivo segundo Matarazzo 2003 extrair in formações das demonstrações contábeis para a tomada de decisões ou seja trans forma os dados monetários das demonstrações contábeis em informações que auxiliarão na tomada de decisão sendo que quanto melhores as informações for necidas mais eficiente ela será Segundo Matarazzo 2003 p 27 cada usuário da análise de balanços está in teressado em um aspecto particular da empresa Os fornecedores por exemplo precisam conhecer a capacidade de pagamento de seus clientes sendo que a pro fundidade da análise dependerá da importância do cliente Compradores também fazem a análise de seus fornecedores porém como explica Matarazzo 2003 acon tece geralmente quando os fornecedores não têm o mesmo porte da empresa ou possam de alguma forma oferecer riscos Assim dependendo do propósito da análise das demonstrações contábeis podese a comparar uma empresa com o índicepadrão do setor que a empresa atua b comparar a empresa hoje com a empresa no passado c comparar a empresa hoje com o que havia sido estimado orçado SZUS TER et al 2010 139 aprimorese Para Szuster et al 2010 a análise das demonstrações contábeis é feita basicamente por três métodos a análise vertical ou de estrutura a análise horizontal ou de com portamento e a análise por indicadores Os indicadores encontrados são compara dos com os indicadores padrão do setor de atividade da empresa objeto de análise Ademais é elaborado um relatório final de análise chamado de parecer do analista Segundo Padoveze e Benedicto 2010 p 199 a análise horizontal é uma averi guação da evolução crescimento ou diminuição que permite identificar a variação positiva ou negativa de um período em relação ao anterior Ela é utilizada para avaliar a evolução ao longo do tempo de cada conta da demonstração contábil ana lisada Marion 2010 explica que quando comparamos os indicadores de vários períodos analisamos a tendência dos índices A análise vertical para Szuster et al 2010 p 449 tem por finalidade verificar a estrutura patrimonial e de resultado da entidade É utilizada para avaliar a relação entre as contas de uma única demonstração contábil Segundo Lins e Francisco Filho 2012 essa avaliação serve para que o analista aponte as contas mais rele vantes das demonstrações contábeis possibilitando um melhor entendimento da estrutura patrimonial e suas variações significativas de um período para o outro devendo ser por esse motivo melhor investigadas e explicadas Quando se realiza a análise econômica e financeira de uma empresa é preciso comparála com algo que sirva de base para avaliar se a empresa está em situação favorável ou desfavorável em relação às demais do ponto de vista econômico e financeiro Segundo Marion 2010 p 255 quando calculamos índices de demons trações financeiras de empresas do mesmo ramo de atividade para servir de base de comparação para outras empresas desse mesmo ramo estamos calculando o índicepadrão 140 aprimorese A comparação com padrões do setor tem relevância no sentido de fornecer uma melhor avaliação da empresa pois permite comparála com realidade do mercado Segundo Padoveze e Benedicto 2010 p 221 a utilização de outros dados referen ciais além dos constantes nas demonstrações contábeis tornase importante e con tribui para uma visão mais abrangente da empresa principalmente dentro de seu segmento de atuação Matarazzo 2010 p 122 ressalta que a análise de Balan ços através de índices só adquire consistência e objetividade quando os índices são comparados com padrões pois do contrário as conclusões se sujeitam à opinião e não raro ao humor do analista Dessa forma a comparação com o índice padrão do setor tem grande importância para que a análise seja mais confiável Existem diversas fórmulas que podem ser utilizadas para o cálculo dos indicado res Como explica Marion 2010 o cálculo dos índices com base nas fórmulas é a primeira etapa da análise através de indicadores sendo que a segunda etapa é a in terpretação do que significa o índice ou seja como explicálo e a terceira etapa é con ceituação isto é saber se é bom ruim razoável etc dessa forma é necessário não somente realizar o cálculo dos indicadores mas interpretálos de maneira correta Fonte Meyer et al 2012 141 eu recomendo Estrutura e análise de balanços um enforque econômico financeiro Autor Alexandre Assaf Neto Editora Atlas Sinopse dividido em cinco partes o livro aborda a análise de balanços de empresas comerciais industriais serviços e bancos comerciais e múltiplos permitindo melhor compreensão da posi ção atual e tendências futuras livro Estrutura e análise de balanços fácil Autor Osni Moura Ribeiro Editora Saraiva Sinopse Estrutura e análise de balanços fácil foi concebido de modo a tratar do tema de forma didática e gradual característica comum a todos os livros da Série Fácil Os temas foram divididos em três partes Parte I que traz informações breves sobre o con ceito e finalidade da análise de balanços além de revisar conhecimentos contá beis estudados anteriormente Parte II que apresenta o estudo dos componentes de cada uma das demonstrações financeiras e Parte III que trata das técnicas de análise de balanços livro 5 ANÁLISE DE INDICADORES Financeiros PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Indicadores financeiros TÍndices de liquidez Índices de endividamento Índices de lucratividade Índices de rentabilidade OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Compreender o conceito de indicador Medir a capacidade de pagamento da empresa Avaliar o grau de endividamento das empresas Analisar o ganho sobre as vendas realizadas Verificar a renta bilidade econômica da empresa PROFESSORAS Me Adriana Casavechia Fragalli Me Juliana Moraes da Silva INTRODUÇÃO Olá caroa alunoa A análise visual das demonstrações financeiras mostranos várias informações sobre os saldos finais dos fatos ocorridos na empresa mas uma compreensão intrínseca dos valores evidenciados nesses demonstrativos possibilita um melhor entendimento acerca da saú de financeira em que a empresa se encontra seja em um determinando momento ou durante um intervalo de tempo Nesta última unidade você compreenderá a técnica de análise das de monstrações financeiras por meio do cálculo e da interpretação de indica tivos Isso se deve pois os diversos índices financeiros podem ser utilizados como uma forma de melhorar a análise da situação da empresa Mas afinal o que é um indicador Para quem já fez uma consulta mé dica essa experiência o deixa imerso em uma piscina de indicadores Dessa forma para iniciar essa comparação temse a temperatura e a pressão Ambos os indicadores possuem parâmetros de comparação a temperatura normal é de 365 e a pressão padrão é de 128 Muitos outros indicativos podem ser mencionados tais como a glicemia e o colesterol todos utili zados para atestar a saúde física do corpo humano No mundo dos negócios a situação é parecida As demonstrações fi nanceiras evidenciam os resultados das operações da empresa em números que precisam ser analisados comparados e interpretados para que se possa atestar a situação econômicofinanceira da empresa Nesta última unidade você conhecerá compreenderá calculará anali sará e interpretará a partir das demonstrações financeiras os indicadores de liquidez de endividamento de lucratividade e de rentabilidade Esse conjunto de indicadores ampliará o seu conhecimento sobre a real situação da empresa possibilitando que você tome decisões em relação a investir na empresa A ou na B manter a quantidade de ações investidas ou alterar a sua participação societária Sem perder tempo vamos aprender a analisar as demonstrações pelos indicadores Bons estudos UNIDADE 5 144 1 INDICADORES FINANCEIROS Caroa alunoa os indicadores são um instrumento de análise econômicofi nanceira de uma empresa por meio do quociente entre duas grandezas Segundo Martins Miranda e Diniz 2018 p 105 índices são relações entre contas das demonstrações contábeis utilizados pelo analista para investigar a situação eco nômicofinanceira de uma entidade Há inúmeros índices que podem ser utilizados para aferir o desempenho da em presa O manejo correto dos indicadores viabiliza a extração das melhores conclusões de maneira comparativa seja relacionandoas com os períodos passados evolução temporal ou com os valores apresentados por outras empresas que realizam a mesma atividade econômica comparação interempresarial ASSAF NETO 2015 Matarazzo 2010 p 82 para melhor exemplificar explana que assim como um médico usa certos indicadores como pressão arterial e temperatura para ela borar o quadro clínico de um paciente os índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa É importante ressaltar que do mesmo modo que uma febre é um indicativo de problemas de saúde o que exige uma melhor investigação para se obter um diagnóstico correto os índices financeiros também são indicativos da saúde financeira da empresa Esses indicativos quando apresentarem algum sinal de problema devem ser melhores investigados a fim de se ter uma conclusão sobre a causa do problema para providenciar as atitudes necessárias UNICESUMAR 145 O simples cálculo e a interpretação de índices pode não ter muita importân cia No entanto se verificados em conjunto observando o contexto da empresa e comparandoos com os dos anos anteriores ou com os dos concorrentes os índices podem ser um importante aliado para o sucesso da empresa Nesta unidade a análise da saúde financeira da empresa se dará por meio do cálculo e da interpretação dos indicadores de liquidez de endividamento de lucratividade e de rentabilidade conforme segue Figura 1 Indicadores financeiros e econômicos Fonte as autoras Esses são os indicadores comumente conhecidos quando se fala em análise de balanços Contudo cada empresa pode criar os seus indicadores segundo as suas necessidades o que gera uma infinidade de índices É importante ressaltar en tretanto que o uso exagerado de indicadores pode ser prejudicial para a análise Índices de Liquidez Medem a capacidade de pagamento Líquidez Geral LG Líquidez Corrente LC Líquidez Seca LS Líquidez Imediata LI Índices de Endividamento Avaliam a política de captação de recursos Endividamento Geral EG Composição das Exigibilidades CE Imobilização do Patrimônio Líquido IPL Imobilização dos Recursos Não Correntes IRNC Índices de Lucratividade Medem o ganho sobre às vendas Margem Bruta MB Margem Genuinamente Operacional MGO Margem Líquida ML Margem Ebitda ME Índices de Rentabilidade Medem o ganho sobre o investimento Retorno sobre o Patrimônio Líquido RPL Retorno sobre o Investimento ROI UNIDADE 5 146 Se alguém precisar de mais de meia dúzia de indicadores para fazer uma boa análise é porque alguma coisa está errada Se dobrar de meia para uma dúzia então sinto muito já passou do limite Quanto mais indicadores utilizar maior poderá ser o risco de perder o conjunto de vista e de se fixar em detalhes sem tanta importância muito embora seja comum vermos alguns textos que se preocupam muito mais com uma quantidade infin dável de índices do que com a análise crítica da capacidade de cada um deles Fonte Martins Diniz e Miranda 2018 p 06 explorando Ideias Para aplicar o conjunto de indicadores financeiros já mencionados utilizaremos a nossa empresa modelo a FF SA Para facilitar o acompanhamento segue novamente o Balanço Patrimonial simplificado utilizado também nas análises horizontal e vertical o qual será utilizado para calcular os índices de liquidez endividamento e rentabilidade Balanço Patrimonial da Empresa FF SA Encerrado em 311220XX ATIVO ATIVO CIRCULANTE 397000 Disponível 146000 Créditos 94000 Estoque 157000 ATIVO NÃO CIRCULANTE 603000 Realizável a longo prazo 26000 Investimentos 45000 Imobilizado 485000 Intangível 47000 TOTAL DO ATIVO 1000000 PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE 259000 Fornecedores 73000 UNICESUMAR 147 Balanço Patrimonial da Empresa FF SA Encerrado em 311220XX Obrigações trabalhistas 44000 Obrigações fiscais e tributárias 62000 Obrigações financeiras 80000 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 111000 Obrigações financeiras 111000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 630000 Capital social 380000 Reserva de lucros 250000 TOTAL DO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1000000 Quadro 1 Balanço Patrimonial da empresa FF SA Fonte as autoras Além disso segue novamente a Demonstração do Resultado do Exercício simpli ficada utilizada também nas análises horizontal e vertical a qual será utilizada para calcular os índices de lucratividade e rentabilidade Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa FF SA Período de 010120XX à 311220XX RECEITA OPERACIONAL BRUTA 890000 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 145000 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 745000 CUSTOS DAS VENDAS 520000 LUCRO BRUTO 225000 DESPESAS OPERACIONAIS 120000 LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 105000 DESPESAS FINANCEIRAS 7000 RECEITAS FINANCEIRAS 5000 RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LU CRO 103000 UNIDADE 5 148 Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa FF SA Período de 010120XX à 311220XX TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 18000 RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 85000 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 2000 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 4000 RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 87000 Quadro 2 Demonstração do Resultado do Exercício da empresa FF SA Fonte as autoras Agora que já relembramos os relatórios da empresa vamos aplicar os indicado res financeiros Para facilitar a sua leitura todos os índices serão trabalhados da seguinte maneira A Fórmula do índice B Aplicação da fórmula com os dados da empresa FF SA C Interpretação do índice Além de interpretar os índices a experiência do analista é crucial para avaliar corretamente a situação econômica e financeira da empresa UNICESUMAR 149 2 ÍNDICES DE LIQUIDEZ Caroa alunoa os indicadores de liquidez medem a capacidade de pagamento da empresa ou seja indicam se os recursos do ativo são suficientes para pagar as dívidas do passivo Além disso evidenciam o quanto a empresa dispõe de bens e direitos realizáveis em um determinado período em relação às obrigações exi gíveis no mesmo período SZUSTER et al 2013 É importante frisar que os índices de liquidez não garantem que a empresa efetivamente pagará as suas dívidas em dia o que eles medem é se a instituição possui recursos suficientes ou seja capacidade para pagar No entanto o cum primento das obrigações depende da responsabilidade dos gestores Liquidez Geral LG Este índice mede a capacidade da empresa em pagar as obrigações de curto e longo prazo com os recursos de curto e longo prazo A Fórmula LG Ativo Circulante Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante Passivo Nã o Circulante B Calculo 26 LG 232008 6000 114 259000 111000 C Interpretacao para cada 100 de dividas de curto e de longo prazo a empresa possui 114 de ativos de curto prazo e realizavel a longo prazo A liquidez geral apresenta uma visdo mais ampla da liquidez da empresa Ela desconsidera o restante do ativo nao circulante como investimentos imobilizado e intangivel porque a empresa nao espera se desfazer desses recursos para pagar as suas dividas O problema deste indicador é 0 fato de que ele compara as dividas que demo rarao a vencer passivo nao circulante com os recursos que demorarao a ser rece bidos realizavel a longo prazo Nesse interim a situacao da empresa pode mudar E por isso que devem ser observados também os demais indicadores de liquidez Liquidez Corrente LC Este indice elimina 0 longo prazo e mede a capacidade da empresa em pagar as obrigacdes de curto prazo A Formula Ativo Cj LC tivo Circulante Passivo Circulante B Calculo 397000 LC 153 259000 C Interpretacao para cada 100 de dividas de curto prazo a empresa possui 153 de bens e direitos de curto prazo para pagamento De acordo com Assaf Neto 2015 quanto maior é a liquidez corrente mais alta é a capacidade da empresa em financiar as suas necessidades de capital de giro Ja para Marion 2012 0 indice de liquidez corrente superior a 10 de maneira geral é uma situacao positiva Todavia sem outros parametros é arriscado se ter uma conclusao 150 A observancia das contas que comp6em 0 ativo e 0 passivo circulante é essen cial pois normalmente elas sao referentes a atividade operacional da empresa Contudo vale ressaltar que neste indice estao sendo considerados todos os ativos de curto prazo e dentre eles pode haver elementos de dificil conversio em dinheiro Quando a empresa possui ativos os quais considera de dificil converséo em dinheiro devese avaliar a liquidez por meio da liquidez seca Liquidez Seca LS A liquidez seca elimina do calculo os ativos de dificil conversaéo em dinheiro afinal a empresa nao pode contar com esses elementos para pagar as suas dividas de curto prazo E 0 que acontece com os estoques por exemplo Pelo fato de que a empresa depende da realizacao da venda e consequentemente do seu recebimento ela nao pode contar com os estoques para pagar as suas dividas Outra situacao é referente as despesas antecipadas as quais dizem respeito aos pagamentos antecipados dos quais a empresa fica com o direito de usufruir de um beneficio como seguros e alugueis antecipados por exemplo Nesses casos nao existe o recebimento em dinheiro apenas o consumo do beneficio Por esse motivo a liquidez seca mede a capacidade da empresa em pagar as obrigagées de curto prazo desconsiderando os ativos de dificil realizagao como os estoques as despesas antecipadas e outros ativos circulantes que a empresa julgar pertinentes A Formula LS Ativo Circulante Ativos de Dificil Realizagdao Passivo Circulante B Calculo LS 397000 157000 093 259000 C Interpretacao para cada 100 de dividas de curto prazo a empresa dispoe de 093 de recursos de curto prazo exceto os estoques para pagamento Perceba que ao desconsiderar os estoques a empresa FF SA passa a nao ter recursos suficientes para cobrir as suas dividas de curto prazo Nesse caso a paralisacao das vendas pode comprometer os pagamentos da empresa 15 UNIDADE 5 152 Os índices de liquidez medem a capacidade de pagamento da empresa Quanto maior é o indicador de liquidez melhor é a situação financeira da instituição pois maior será a sua capacidade de pagar as suas obrigações pensando juntos Este indicador determina a capacidade de pagamento das obrigações de cur to prazo mediante a utilização dos valores a receber e das contas disponíveis as quais também são de curto prazo Dessa forma a empresa ainda continua dependendo de fatores externos para pagar as suas dívidas Liquidez Imediata LI O quociente entre as disponibilidades e o passivo circulante corresponde ao in dicador que representa a proporção de maior liquidez na empresa Este índice mede a capacidade da empresa em pagar as obrigações de curto prazo apenas com o recurso do caixa e equivalentes de caixa ou seja sem depender de fatores externos como o recebimento de clientes A Fórmula LI Disponível Passivo Circulante B Cálculo LI 146 000 259 000 0 56 C Interpretação para cada 100 de dívidas de curto prazo a empresa dispõe de 056 de recursos disponíveis caixa e equivalentes de caixa para pagamento Este indicador é recomendado apenas em casos em que o passivo circulante é composto por dívidas rotineiras tais como salários aluguel água luz telefone e entre outras Isso se deve porque o passivo circulante pode ser composto por dívidas que vencem em até doze meses a partir da data do balanço e não é pru dente manter em caixa um valor suficiente para pagar todas essas dívidas Por isso o gestor deve ter um bom controle de caixa mantendo um valor disponível para pagar as dívidas em dia mas sem segurar o dinheiro que pode ser mais bem utilizado em outros investimentos UNICESUMAR 153 3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO O endividamento das pessoas das cidades dos estados e dos países torna este indicador um dos mais utilizados no meio empresarial Todavia os índices de endividamento não demonstram simplesmente se a empresa tem dívidas ou não Se observarmos o passivo e o patrimônio líquido enquanto origens dos recur sos podemos perceber que os índices de endividamento analisam a política da empresa quanto à sua capitação de recursos ou seja se a instituição utiliza mais recursos próprios ou de terceiros e o quanto desses recursos são utilizados para cobrir o seu imobilizado ou seja para manter a estrutura da empresa O ativo de uma empresa é financiado pelo capital próprio patrimônio líqui do e por capitais de terceiros passivo Para este indicador quanto maior for a participação do capital de terceiros no financiamento da empresa maior será o risco ao que os terceiros estão expostos SZUSTER et al 2013 Endividamento Geral EG Este indicador revela a dependência da empresa em relação as suas exigi bilidades totais Ele revela do total de recursos capitados o quanto é pro veniente de terceiros A Formula Passivo EG Passivo Patriménio Liquido B Calculo 370000 EG 037 370000 630000 C Interpretacao para cada 100 de recursos aplicados no ativo 037 sao finan ciados por terceiros E importante esclarecer que quando falamos de passivos estamos nos refe rindo ao passivo circulante mais 0 passivo nao circulante Além disso o endividamento das empresas pode apresentar as seguintes si tuacoes Se Passivo Patriménio Liquido entao endividamento 50 Se Passivo Patriménio Liquido entao endividamento 50 Se Passivo Patriménio Liquido entao endividamento 50 No caso da nossa empresa modelo 0 endividamento é menor que 50 o que significa que a instituicao possui pouca dependéncia de terceiros para manter as suas atividades O endividamento maior que 50 nao é necessariamente um ponto negativo Contudo a dependéncia de recursos de terceiros torna a situacao da empresa mais arriscada afinal ela devera ter um bom controle de caixa a fim de que as dividas sejam pagas em dia além de comprometer as suas atividades operacionais caso haja alguma falha na captacao desses recursos Composigao das Exigibilidades CE Este indicador compara as dividas de curto prazo em relacao ao total de obriga cOes exigiveis 154 A Formula CE Passivo Circulante Passivo Circulante Passivo Na oCirculante B Calculo 259 CE 259000 000 070 259000 111000 C Interpretacao para cada 100 de obrigacées exigiveis 070 sao de curto prazo Deacordo com este indicador quanto maiores forem as obrigaées de curto prazo em relacao as obrigacoes exigiveis maior é 0 risco afinala empresa tera menos tempo para converter os seus recursos em caixa para efetuar o pagamento em dia No exemplo da empresa FF SA podemos afirmar que 70 das dividas vencem no curto prazo Imobilizagao do Patrim6nio Liquido IPL Este indicador corresponde ao quociente entre 0 ativo imobilizado e o patrim6 nio liquido A Formula IPL Imobilizado Patriménio Liquido B Calculo 485 IPL 489000 000 077 630000 C Interpretacao para cada 100 de capital proprio investido 077 sao aplicados no imobilizado Assim restam 023 para serem aplicados em outros ativos A ideia deste indice é a de verificar se a empresa consegue cobrir 0 seu ativo imobilizado com recursos proprios Isso se deve porque o imobilizado corresponde a estrutura da empresa sendo ideal que ela nao dependa de terceiros para mantéla Assim quando este indice for maior que 10 significa que a empresa depende de terceiros para manter seu ativo imobilizado 155 Imobilizagao dos Recursos Nao Correntes IRNC Caso a empresa nao consiga cobrir 0 imobilizado com recursos proprios é im portante que os recursos nao correntes ou seja o patrimdnio liquido mais 0 passivo nao circulante consigam Isso se deve porque nao é interessante gerar dividas de curto prazo para manter o imobilizado que é de longo prazo A Formula Imobilizado RNC ta eee Passivo Né oCirculante Patriménio Liquido B Calculo 485000 IRNC 065 111000 630000 C Interpretacao para cada 100 de recursos nao correntes 065 sao aplicados no imobilizado Dessa forma restam 035 para serem aplicados em outros ativos Assim como vocé pode observar a nossa empresa modelo ja conseguia manter o seu imobilizado apenas com os recursos proéprios Entretanto quando considerado 0 passivo nao circulante sobram ainda mais recursos para serem aplicados em outros ativos Quando este indice for maior que 10 ha um problema pois significa que a empresa utilizou os recursos que vencem no curto prazo para cobrir 0 seu imobilizado que sao elementos de longo prazo Essa situacao demonstra um desequilibrio financeiro Os indicadores de endividamento avaliam a proporcdo de dividas Dessa forma quanto maiores forem os indicadores de endividamento maior 0 risco de se investir na empresa 156 UNICESUMAR 157 4 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE Os indicadores de lucratividade medem o resultado em relação às vendas efetuadas Quanto maior for o indicador de lucratividade melhor é para a instituição pois maior será o seu resultado obtido pensando juntos Os índices de lucratividade atraem muita atenção afinal uma importante etapa da análise das demonstrações contábeis diz respeito à compreensão do quanto estamos ganhando BRUNI 2014 p 165 A lucratividade é observada por meio da Demonstração de Resultado do Exercício Portanto esse demonstrativo será utilizado como base para a apuração dos indicadores Enquanto os índices de liquidez e de endividamento avaliam a situação fi nanceira da empresa os índices de lucratividade analisam a situação econômica Margem Bruta MB A margem bruta representa o percentual de cada unidade de venda que sobrou apds o pagamento dos custos de producao custo da mercadoria vendida e do produto vendido ou do servico prestado A Formula L B MB UO Prue 100 Receita Liquida B Calculo 225000 MB x100 30 745000 C Interpretacao para cada 100 de vendas liquidas sobram 30 apds a dedugao dos custos de produgao Quanto mais alto for o indicador da margem bruta melhor sera 0 desem penho econdmico da empresa em sua atividade principal Afinal esse indicador mede o resultado considerando apenas os custos de producao Se a empresa nao consegue cobrir os seus custos de producao muito menos cobrira os custos para manter a empresa No caso da nossa empresa modelo percebemos que ela consegue cobrir os custos de producao e ainda sobram 30 para cobrir as demais despesas Margem Genuinamente Operacional MGO Essa margem representa o percentual de cada unidade de venda que sobrou de pois de pago os custos e as despesas operacionais A Formula MGO Lucro Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 100 Receita Liquida 158 B Calculo 105000 MGO x100 14 745000 C Interpretacao para cada 100 de vendas liquidas sobraram 14 apos a de ducao de todos os custos e despesas operacionais Se na margem bruta observamos 0 ganho da atividade principal da empresa comércio industria ou prestacao de servico na margem genuinamente opera cional observamos o ganho da empresa em relacao a sua atividade operacional como um todo considerando todos os gastos necessarios para manter a atividade operacional da instituicao Para entendermos a diferenga entre atividade principal e operacional imagine uma industria de roupas A atividade principal da empresa é a de comprar tecido recortar costurar e vender A margem bruta mede o desempenho desse processo Contudo para manter a empresa é necessario ter uma equipe administrando essas atividades como os gestores 0 pessoal do financeiro da contabilidade e entre outros Os gastos para manter a gestao e a atividade principal da empresa referemse ao que chamamos de atividade operacional Sendo assim quanto maior é 0 indicador melhor foi o desempenho econ6 mico da empresa Margem Liquida ML A margem liquida representa a porcentagem de cada unidade monetaria de ven da que sobrou depois que a empresa pagou 0 seu processo produtivo as despesas operacionais e financeiras e os impostos ou seja seu resultado final A Formula Lucro Liquido ML One 100 Receita Liquida B Calculo 87000 ML x100 12 745000 159 UNIDADE 5 160 Margem Ebitda ME A análise da margem líquida com base na Demonstração do Resultado do Exer cício dentre os indicadores de lucratividade enfatiza o desempenho entre o lucro e as vendas líquidas De acordo com Bruni 2014 p 170 uma alternativa interessante poderia envolver a troca de uma medida de ganho contábil lucro líquido por uma me dida que se aproxime mais da ideia de fluxo de caixa priorizada na análise da gestão financeira da empresa C Interpretação para cada 100 de vendas líquidas sobram 12 após a dedução de custos despesas e impostos Este indicador é muito importante pois avalia o desempenho econômico da em presa como um todo Quanto maior é o indicador maior é o lucro gerado pela empresa Sob o ponto de vista contabil uma medida proxima do conceito de fluxo de caixa é 0 ebitda A ideia desse indicador é a de desconsiderar os gastos nao desembolsaveis que comp6em a DRE afinal eles nao impactam no caixa da empresa Para tanto sao necessarios dois calculos Primeiramente encontrase o resultado operacional acrescido dos gastos nao desembolsaveis por meio da seguinte formula Ebitda Lajir Gastos Nao Desembolsdveis No qual Lajir Lucro Antes do Resultado Financeiros e dos Tributos Em seguida utilizase o resultado encontrado para calcular a margem ebitda A Formula Ebitda Receita Liquida No caso da nossa empresa modelo a FF SA vamos considerar que dos 120000 de despesas operacionais 7000 referemse a depreciacao e a amorti zaao ou seja referemse aos gastos nao desembolsaveis B Calculo Ebitda 105000 7000 112000 112000 ME x100 15 745000 C Interpretacao para cada 100 de vendas liquidas sobram 15 apos a dedugao dos custos e despesas operacionais desembolsaveis Lembrese de que o ebitda representa mais um indicador de caixa do que um indicador de lucratividade tendo em vista que para a apuracao do seu percentual os gastos nao desembolsaveis como depreciagao e amortizacao foram desprezados 161 AULA Ww NZ r 4 DICES DE Ww Quando se pretende utilizar as demonstraées contabeis para andlise do dinheiro buscase na verdade compreender a rentabilidade gerada pelo negécio Dessa forma os indicadores de rentabilidade expressam 0 nivel de eficiéncia e o grau do éxito econdmicofinanceiro atingido pela instituigao SZUSTER et al 2013 Contudo nao confunda lucratividade com rentabilidade Enquanto a ren tabilidade mede o ganho sobre o investimento a lucratividade mede o ganho sobre as vendas Assim de acordo com Bruni 2014 muitas pessoas podem acreditar que um negdcio com maior lucro apresenta um maior desempenho mas esse raciocinio é perigoso E necessdrio comparar 0 lucro com os investimentos necessarios para alcangar esse lucro Retorno sobre Patrim6nio Liquido RPL Este indicador é apurado pelo quociente entre o lucro liquido e 0 patriménio liquido A Formula L Liqui RPL ucro iquido 100 Patriménio Liquido 162 B Calculo 87000 r RPL x 100 14 tt 630000 Zz 2D C Interpretacao para cada 100 de recursos proprios investidos na empresa 0 retorno liquido é de 14 O RPL 0 principal indicador para o investidor pois mede o retorno sobre o capital investido pelos acionistas BRUNI 2014 Retorno sobre o Investimento ROI E 0 quociente entre o lucro liquido e 0 ativo total A Formula Lucro Liquido Ror A ne 100 Ativo B Calculo 87000 ROI x 100 9 1000000 C Interpretacao para cada 100 dos recursos aplicados na empresa ativo o retorno liquido é de 9 A diferenca entre o RPL e o ROI se da pelo fato de que a empresa inicia com capital proprio mas ao longo do tempo a propria instituicao vai gerando recursos ao utilizar o capital de terceiros ou novos capitais proprios Sendo assim o ROI analisa o quanto a empresa obtém de retorno considerando todos os investimen tos realizados seja por fontes proprias ou de terceiros 7vu CG co Ao longo do periodo contabil que normalmente referese a um ano os valores dos elemen tos patrimoniais podem sofrer grandes variacées Por esse motivo muitos analistas utilizam os valores médios ou seja 0 ativo médio 0 passivo médio e o patriménio liquido médio para realizar as suas andlises E claro que para isso 6 necessario ter acesso a essas informagées ja que as demonstracées publicadas se referem aos valores do final do periodo Fonte as autoras 163 UNIDADE 5 164 Para finalizar nossas análises vamos observar todos os indicadores da nossa em presa modelo Índices da Empresa FF SA 20X1 Liquidez Geral 114 Liquidez Corrente 153 Liquidez Seca 093 Liquidez Imediata 056 Endividamento Geral 037 Composição Endividamento 070 Imobilização Patrimônio Líquido 077 Imobilização dos Recursos Não Correntes 065 Margem Bruta 30 Margem Genuinamente Operacional 14 Margem Líquida 12 Margem Ebitda 15 Retorno sobre Patrimônio Líquido 14 Retorno sobre o Investimento 9 Quadro 3 Indicadores financeiros da empresa FF SA Fonte as autoras Ao analisar de modo geral a nossa empresa modelo podemos observar que os ín dices de liquidez geral e de liquidez corrente estão bons afinal ao estar acima de 10 demonstra que a empresa tem capacidade de pagamento Por outro lado os índices de liquidez seca e de liquidez imediata estão abaixo de 10 o que demonstra que a empresa depende do estoque e de recursos que não estão disponíveis para pagar suas dívidas Isso não significa que a empresa não honrará as suas obrigações mas chama a atenção dos gestores para que tomem cuidado no sentido de que tentem converter recursos em caixa conforme as dívidas forem vencendo Os índices de endividamento demonstram que a empresa não depende muito de terceiros para financiar as suas atividades A maior fonte de recursos da empresa é proveniente do capital próprio o que gera uma maior tranquili UNICESUMAR 165 dade para a instituição Contudo dos recursos captados de terceiros ou seja das obrigações exigíveis a maior parte 070 ou 70 vence no curto prazo o que faz que os gestores te nham menos tempo para converter recursos em caixa para efetuar o pagamento Por fim os índices de rentabilidade e lu cratividade mostram que a empresa apresen ta resultados positivos No entanto para uma melhor análise seria necessário comparar es ses resultados com anos anteriores e com em presas do mesmo ramo Isso deixaria claro se a empresa vem melhorando ou piorando seu desempenho e seria possível identificar dentro do setor se a instituição apresenta resultados condizentes com a sua atividade Como você pode observar os índices não apresentam uma conclusão concreta sobre a situação da empresa mas funcionam como indicativos para que os gestores possam to mar decisões mais acertadas Por exemplo se a empresa precisa gerar caixa o gestor pode pensar em alternativas de marketing se a empresa depende de terceiros é necessário buscar alternativas menos onerosas se a lu cratividade estiver baixa é necessário reduzir custos e assim por diante UNIDADE 5 166 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezadoa alunoa com o término desta unidade você está habilitado a reali zar a análise de demonstrações financeiras bem como interpretar e relatar uma opinião quanto à saúde financeira de uma instituição Os resultados econômicos e financeiros das empresas são evidenciados nas demonstrações contábeis mas muitas vezes a simples leitura desses quadros e relatórios não possibilita uma compreensão de capital Em outras palavras a análise visual é insuficiente para traçar um panorama da situação atual e das perspectivas da empresa Nesse contexto a utilização de técnicas de análise amplia drasticamente o poder de evidenciar a posição financeira e econômica da empresa em um dado momento e ainda possibilita a comparação da instituição em análise com outras que reali zam a mesma atividade econômica Tal fato é de extrema relevância pois permite verificar se o desempenho de uma entidade está de acordo com as demais É importante lembrar que as técnicas de análise existentes na literatura são muito vastas No entanto neste material foi abordada a técnica de cálculo de in dicadores financeiros cujas fórmulas parâmetros de comparação e interpretação estão descritos detalhadamente A quantidade de indicadores é vasta porque as empresas podem criar indi cadores próprios que atendam às suas necessidades Durante os estudos desta unidade abordamos alguns indicadores relacionados com a liquidez o endivi damento a lucratividade e a rentabilidade Para finalizar caroa alunoa vale ressaltar que nenhum indicador deve ser utilizado isoladamente A elaboração de vários indicadores em diferentes anos comparados com a situação econômica de empresas de mesma atividade econô mica aliados ao conhecimento acerca do produto processos ramo econômico política da empresa e outros dados possibilita uma análise com maior nível de clareza e confiança 167 na prática 1 Sobre os indicadores financeiros enumere a primeira coluna de acordo com a se gunda relacionando os índices com as suas respectivas informações geradas 1 Índices de liquidez Medem o resultado em relação às vendas realizadas pela empresa 2 Índices de endividamento Medem a capacidade de pagamento da empresa 3 Índices de lucratividade Avaliam a forma de capitação de recursos da empresa 4 Índices de rentabilidade Medem o ganho sobre os investimentos realizados na empresa Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta a 1342 b 1234 c 3421 d 3124 e 4132 Considere as demonstrações financeiras da Empresa Gucal Ltda para responder as questões de 2 a 5 Balanço Patrimonial da Empresa Gucal Ltda ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 ATIVO CIRCULANTE 23000 PASSIVO CIRCULANTE 19000 Disponível 10000 Fornecedores 7000 Clientes 5000 Empréstimos 10000 Estoque 3000 Obrigações Tributárias 2000 Despesas Antecipa das 5000 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 5000 168 na prática Balanço Patrimonial da Empresa Gucal Ltda Financiamentos 5000 ATIVO NÃO CIRCU LANTE 62000 Realizável a Longo Prazo 12000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 61000 Investimentos 4000 Capital Social 30000 Imobilizado 40000 Lucro Acumulado 31000 Intangível 6000 TOTAL DO ATIVO 85000 TOTAL DO PASSIVO PL 85000 Quadro 4 Balanço Patrimonial da Empresa Gucal Ltda Fonte as autoras Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Gucal Ltda 20X1 Receita Líquida de Vendas 280000 Custo do Produto Vendido 150000 Lucro Bruto 130000 Despesas Operacionais 95000 Resultado Antes dos Encargos Financeiros 35000 Despesas e Receitas Financeiras 10000 Resultado Antes dos Impostos 25000 Imposto de Renda e Contribuição Social 5000 Resultado Líquido do Período 20000 Quadro 5 Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Gucal Ltda Fonte as autoras 169 na prática 2 Calcule e interprete os índices de liquidez 3 Calcule e interprete os índices de endividamento 4 Calcule e interprete os índices de lucratividade considerando que dentre as des pesas operacionais existe um saldo de 5000 de despesas não desembolsáveis 5 Calcule e interprete os índices de rentabilidade 170 aprimorese ÍNDICES Sobre o conceito de índices Marion 2012 p 24 define que Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas facilitam sensivelmente o trabalho do analista uma vez que a aprecia ção de certas relações ou percentuais é mais significativa relevante que a observação de montantes por si só De acordo com Marion 2012 a análise dos índices é dividida em três etapas A pri meira é denominada simplesmente de cálculo do índice com base em uma fórmula predeterminada enquanto a segunda é a interpretação do índice ou seja a explica ção do resultado do cálculo Já a terceira etapa é na visão dele a mais importante pois é a conceituação do índice ou seja cabe ao analista identificar se o resultado encontrado é bom razoável ou ruim Segundo Matarazzo 2010 os principais índices que podem ser utilizados para realização da análise das demonstrações financeiras englobam os índices financei ros e os econômicos São eles respectivamente índices de liquidez índices de es trutura de capital e índices de rentabilidade Índices de Liquidez Matarazzo 2010 define que por meio dos índices de liquidez podese verificar a situação financeira da empresa pois são a partir deles que ocorre o confronto dos ativos circulantes com as dívidas Para uma empresa ter boas condições de pagar as suas dívidas deve ter bons índices e quanto maior for este indicador melhor O grupo de índices de liquidez é subdividido em liquidez geral liquidez corrente e liquidez seca a Liquidez Geral tem a finalidade de refletir a capacidade que a empresa tem de pagamento das suas dívidas em longo prazo Se o resultado do índice for menor do que R 100 a empresa apresenta problemas financeiros no curto prazo Porém 171 aprimorese se for superior a R 100 a empresa possui bens e direitos suficientes para liquidar seus compromissos financeiros HOJI 2010 b Liquidez Corrente é considerada o melhor indicador para avaliar a situação líquida da empresa pois relaciona quanto de dinheiro disponível e conversível ime diatamente tem a empresa em relação às dívidas de curto prazo IUDÍCIBUS 2009 c Liquidez Seca demonstra a capacidade que a empresa tem de pagar suas dívi das em curto prazo mesmo que não consiga vender seus estoques BEGALLI PEREZ JR 2009 Índices de Estrutura de Capital Segundo Iudícibus 2009 a análise dos índices de estrutura de capital é uma fonte geradora de informações sobre investimentos e financiamentos pois as duas opções geram para empresa retornos e riscos que devem ser analisados de forma cautelosa Matarazzo 2010 aponta que esse grupo de índices demonstra grandes segmen tos para a linha de decisões financeiras em termos de aplicação e obtenção de re cursos De modo geral quanto menor for este indicador melhor O grupo de índice de estrutura de capital é subdividido em participação de capital de terceiros com posição do endividamento imobilização do patrimônio líquido e imobilização dos recursos não correntes No entanto para o estudo em questão serão analisados apenas os dois primeiros a Participação de Capital de Terceiros representa em porcentagem quanto é o endividamento da empresa em relação aos fundos totais Esse percentual não pode ser muito grande pois aumenta progressivamente as suas despesas financei ras acabando com a rentabilidade da organização No caso se a taxa de despesas financeira sobre o endividamento médio continuar menor do que a taxa de retorno obtida pelo uso dos empréstimos a participação de capitais de terceiros será favo rável para a organização IUDÍCIBUS 2009 172 aprimorese b Composição do Endividamento representa o percentual de obrigações de cur to prazo em relação às obrigações totais Esse indicador deve ficar entre os valores 0 e 1 quanto menor for o quociente menor é a concentração de dívidas no curto prazo Quando se tem dificuldades para a captação de recursos em longo prazo orientase então que a aplicação desses recursos deve ser feita em ativos de rápida recuperação BEGALLI PEREZ JR 2009 Índices de Rentabilidade A análise dos índices de rentabilidade tem o objetivo de medir a capacidade de produzir lucro e de todo o capital investido nos negócios Não é somente o capital próprio que gera lucro mas também todos os capitais aplicados sendo de terceiros ou próprios Matarazzo 2010 define que por meio desse grupo de índice é possível verificar os capitais investidos e com isso saber qual foi o resultado econômico da empresa Além disso quanto maior for este indicador melhor O grupo de índice de renta bilidade é subdividido em giro do ativo margem líquida rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido a Giro do Ativo indica quantas vezes a empresa recuperou o valor do seu ativo por meio de suas vendas de um determinado período É um retorno sobre os inves timentos BEGALLI PEREZ JR 2009 b Margem Líquida indica a capacidade da empresa em gerar lucro em compara ção à sua receita líquida de vendas BEGALLI PEREZ JR 2009 c Rentabilidade sobre o Ativo representa o retorno sobre o total do ativo inde pendente da procedência É a rentabilidade total dos recursos administrados pela empresa Esse índice mostra o quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo MATARAZZO 2010 d Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido demonstra quanto rende o capital aplicado na empresa pelos proprietários O patrimônio médio corresponde ao pa trimônio líquido inicial mais o patrimônio líquido final dividido por dois HOJI 2010 Fonte Silva Couto e Cardoso 2016 173 eu recomendo Análise das demonstrações contábeis contabilidade empre sarial Autor José Carlos Marion Editora Atlas Sinopse este livro evidencia a utilidade da demonstração contá bil como um instrumento de tomada de decisão Destinase es pecialmente ao curso de graduação enfatizando a aplicação dos níveis introdutório e intermediário para analisar a situação econômicofinanceira da empresa livro A análise contábil e financeira Autor Adriano Leal Bruni Editora Atlas Sinopse o livro apresenta a análise das demonstrações contá beis de forma simples e didática com muitos exemplos casos e exercícios Além disso revisa conceitos importantes da contabi lidade discutindo os principais aspectos envolvidos no uso das informações contábeis e tece considerações sobre as diferentes visões das infor mações contábeis e financeiras livro 174 conclusão geral conclusão geral Prezadoa alunoa na Unidade I constatamos que a contabilidade é uma ciência social que busca atender à necessidade do homem em relação ao controle do seu patrimônio e à apuração de resultados O objeto da contabilidade é o mesmo desde os primórdios o patrimônio das organizações Dessa forma neste livro estudamos o patrimônio por meio de algumas técnicas de análise dos valores evidenciados nas demonstrações contábeis O principal objetivo da contabilidade é o de fornecer informações úteis aos usuários a fim de auxiliálos no processo de tomada de decisão Portanto o obje tivo deste livro foi auxiliálo caroa alunoa na aplicação das técnicas de análise as quais possibilitam conceder informações a diversos usuários A análise das demonstrações contábeis é uma ferramenta de atuação da con tabilidade gerencial uma vez que a análise permite aos usuários uma visão geral dos negócios Tudo isso com a finalidade de se obter uma comparação da empresa com seus resultados anteriores ou com resultados de outras instituições que atuam no mesmo seguimento Em relação aos indicadores trabalhados é evidente que os indicadores de li quidez evidenciam a capacidade de pagamento Já os de endividamento mostram a política de obtenção de recursos utilizada pela empresa Por outro lado os in dicadores de lucratividade expressam em percentual as sobras lucro obtidas sobre as vendas realizadas enquanto os indicadores de rentabilidade demonstram a proporção dos retornos sobre o valor dos investimentos realizados Nosso objetivo não foi esgotar todo o assunto acerca da contabilidade e nem todas as possibilidades de análise de demonstrações mas apresentarlhe uma vi são geral da contabilidade e algumas das formas que ela pode contribuir para o processo de tomada de decisão dos usuários Esperamos ter contribuído um pouquinho para o seu conhecimento pessoal e qualificação profissional ampliando e melhorando a sua capacidade de análise das demonstrações financeiras Sucesso referências 175 ASSAF NETO A Estrutura e análise de balanços um enfoque econômicofinanceiro 11 ed São Paulo Atlas 2015 ASSAF NETO A Estrutura e análise de balanços um enforque econômicofinanceiro 11 ed São Paulo Atlas 2015 BRASIL Lei nº 11638 de 28 de dezembro 2007 Altera e revoga dispositivos da Lei no 6404 de 15 de dezembro de 1976 e da Lei no 6385 de 7 de dezembro de 1976 e estende às socieda des de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações finan ceiras Brasília DOU 2007 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03ato2007 20102007leil11638htm Acesso em 23 ago 2019 BRASIL Lei nº 11941 de 27 de maio 2009 Altera a legislação tributária federal relativa ao par celamento ordinário de débitos tributários concede remissão nos casos em que especifica institui regime tributário de transição alterando o Decreto nº 70235 de 6 de março de 1972 as Leis nºs 8212 de 24 de julho de 1991 8213 de 24 de julho de 1991 8218 de 29 de agosto de 1991 9249 de 26 de dezembro de 1995 9430 de 27 de dezembro de 1996 9469 de 10 de julho de 1997 9532 de 10 de dezembro de 1997 10426 de 24 de abril de 2002 10480 de 2 de julho de 2002 10522 de 19 de julho de 2002 10887 de 18 de junho de 2004 e 6404 de 15 de dezembro de 1976 o DecretoLei nº 1598 de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nºs 8981 de 20 de janeiro de 1995 10925 de 23 de julho de 2004 10637 de 30 de dezembro de 2002 10833 de 29 de dezembro de 2003 11116 de 18 de maio de 2005 11732 de 30 de junho de 2008 10260 de 12 de julho de 2001 9873 de 23 de novembro de 1999 11171 de 2 de setembro de 2005 11345 de 14 de setembro de 2006 prorroga a vigência da Lei nº 8989 de 24 de fevereiro de 1995 revoga dispositivos das Leis nºs 8383 de 30 de dezembro de 1991 e 8620 de 5 de janeiro de 1993 do DecretoLei nº 73 de 21 de novembro de 1966 das Leis nºs 10190 de 14 de fevereiro de 2001 9718 de 27 de novembro de 1998 e 6938 de 31 de agos to de 1981 9964 de 10 de abril de 2000 e a partir da instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais os Decretos nºs 83304 de 28 de março de 1979 e 89892 de 2 de julho de 1984 e o art 112 da Lei nº 11196 de 21 de novembro de 2005 e dá outras providências Bra sília DOU 2009 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03Ato200720102009 LeiL11941htm Acesso em 23 ago 2019 BRASIL Lei nº 6404 de 15 de dezembro 1976 Dispõe sobre as Sociedades por Ações Brasília DOU 1976 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisL6404compiladahtm Acesso em 23 ago 2019 BRASIL Lei no 10406 de 10 de janeiro de 2002 Institui o Código Civil Brasília DOU 2002 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leis2002l10406htm Acesso em 14 ago 2019 referências 176 BRASIL Lei no 10406 de 10 de janeiro de 2002 Institui o Código Civil Brasília DOU 2002 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leis2002l10406htm Acesso em 14 ago 2019 BRUNI A L A análise contábil e financeira 2 ed São Paulo Atlas 2011 BRUNI A L A análise contábil e financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 CARRIJO B T Análise da utilidade da contabilidade no exercício da profissão do administrador e do economista percepção dos discentes dos cursos de Administração e Economia da Uni versidade Federal de Uberlândia In CONGRESSO UFSC DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM CONTA BILIDADE 3 2009 Florianópolis Anais Florianópolis UFSC 2009 CASTRO S C de Contabilidade Gerencial Maringá Unicesumar 2014 CFC Resolução CFC nº 112108 Aprova a NBC T 1 Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis Brasília DOU 2008 Disponível em http wwwnormaslegaiscombrlegislacaoresolucaocfc11212008htm Acesso em 20 ago 2019 CFC Resolução CFC nº 137411 Dá nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL Estru tura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório ContábilFinanceiro Brasília DOU 2011 Disponível em httpwwwnormaslegaiscombrlegislacaoresolucaocfc13742011 htm Acesso em 20 ago 2019 COSTA J M LIMA E B C Contabilidade Geral Maringá Unicesumar 2017 CPC Pronunciamento Técnico CPC 03 R2 Demonstração dos Fluxos de Caixa Brasília CPC 2010 Disponível em shorturlatgmxzE Acesso em 27 ago 2019 CPC Pronunciamento Técnico CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado Brasília CPC 2008 Disponível em httpwwwcpcorgbrCPCDocumentosEmitidosPronunciamentos PronunciamentoId40 Acesso em 27 ago 2019 CPC Pronunciamento Técnico CPC 26 R1 Apresentação das Demonstrações Contábeis Brasília CPC 2011 Disponível em shorturlatiCJRX Disponível em 27 ago 2019 CPC Pronunciamento Conceitual Básico R1 Estrutura Conceitual para Elaboração e Divul gação de Relatório ContábilFinanceiro Brasília CPC 2011 Disponível em httpwwwcpc orgbrCPCDocumentosEmitidosPronunciamentosPronunciamentoId80 Acesso em 23 ago 2019 CVM Instrução CVM nº 59 de 22 de dezembro de 1986 Dispõe sobre a obrigatoriedade de elaboração e publicação da demonstração das mutações do patrimônio líquido pelas compa nhias abertas Brasília DOU 1986 FAVERO H L LONARDONI M SOUZA C de TAKAKURA M Contabilidade teoria e prática 6 ed São Paulo Atlas 2011 referências 177 FERREIRA A B de H Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa 4 ed Curitiba Positivo Livros 2009 FRANCO H Estrutura análise e interpretação de balanços 15 ed São Paulo Atlas 1989 GELBCKE E R SANTOS A dos IUDÍCIBUS S de MARTINS E Manual de contabilidade so cietária aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC 3 ed São Paulo Atlas 2018 IUDÍCIBUS S de Teoria da contabilidade 10 ed São Paulo Altas 2010 IUDÍCIBUS S de MARION J C Contabilidade para não contadores 3 ed São Paulo Atlas 2000 IUDÍCIBUS S de MARION J C Curso de contabilidade para não contadores para as áreas de administração economia direito e engenharia 8 ed São Paulo Atlas 2018 LAKATOS E M MARCONI M de A Fundamentos de metodologia científica 8 ed São Paulo Atlas 2019 MARION J C Análise das demonstrações contábeis contabilidade empresarial 7 ed São Paulo Atlas 2012 MARION J C Contabilidade básica 11 ed São Paulo Atlas 2015 MARION J C Contabilidade básica 12 ed São Paulo Atlas 2018 MARTINS E DINIZ J A MIRANDA G J Análise avançada das demonstrações contábeis uma abordagem crítica 2 ed São Paulo Atlas 2018 MARTINS E DINIZ J A MIRANDA G J Análise avançada das demonstrações contábeis uma abordagem crítica São Paulo Atlas 2012 MARTINS E MIRANDA G J DINIZ J A Análise didática das demonstrações contábeis 2 ed São Paulo Atlas 2018 MATARAZZO D C Análise financeira de balanços abordagem gerencial 7 ed São Paulo Atlas 2010 MEYER M et al Análise Econômica e Financeira um estudo na empresa Vale SA do setor de minério Revista Contabilidade e Amazônia v 5 n 1 2012 Disponível em httpsinopune matbrprojetosrevistaindexphpcontabilidadearticleview1308pdf Acesso em 26 ago 2019 NASCIMENTO C de L Contabilidade intermediária Maringá Unicesumar 2017 NIYAMA J K SILVA C A T Teoria da contabilidade 2 ed São Paulo Atlas 2011 referências 178 PADOVEZE C L Manual de contabilidade básica contabilidade introdutória e intermediária 7 ed São Paulo Atlas 2011 SANTANA A G TEIXEIRA S A BEZERRA F A CUNHA P R da Auditoria Independente e a Qualidade da Informação na Divulgação das Demonstrações Contábeis estudo comparativo entre empresas brasileiras auditadas pelas Big Four e Não Big Four Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ Rio de Janeiro v 19 n 3 p 7087 2014 SILVA E J da Contabilidade geral para administradores e secretários executivos Guarapua va sn 2012 SILVA M P da COUTO C H da M CARDOSO A A B Análise das demonstrações contábeis como ferramenta de suporte à gestão financeira Revista Brasileira de Gestão e Engenharia n 13 2016 SZUSTER F R et al Contabilidade geral uma introdução à contabilidade societária São Pau lo Atlas 2013 SZUSTER N CARDOSO R L SZUSTER F R SZUSTER F R SZUSTER F R Contabilidade geral introdução à contabilidade societária São Paulo Atlas 2013 SZUSTER N CARDOSO R L SZUSTER F R SZUSTER F R SZUSTER F R Contabilidade ge ral introdução à contabilidade societária 4 ed São Paulo Atlas 2013 REFERÊNCIAS ONLINE 1 Em httpswwwportaleducacaocombrconteudoartigoscontabilidadeestaticapatrimo nial24898 Acesso em 23 ago 2019 gabarito 179 UNIDADE 1 1 Administrador eou diretor emprega dos fornecedores e o governo 2 C 3 Sim As entidades sem fins lucrativos são pessoas jurídicas portanto a con tabilidade também atua nessas entida des 4 E 5 C UNIDADE 2 1 D 2 B 3 E 4 A situação líquida da empresa é positi va quando os bens e direitos são maio res do que a soma das obrigações com terceiros ou seja o ativo é maior do que o passivo Já a situação líquida é negati va quando as obrigações com terceiros são maiores do que a soma dos bens e direitos 5 a Constituição da empresa onde os só cios integralizaram todo o capital em dinheiro b Compra de mercadorias à vista c Compra de móveis e utensílios a prazo para pagamento no curto prazo UNIDADE 3 1 B 2 E 3 C 4 A 5 A 6 O objetivo básico das demonstrações financeiras é o de fornecer informações para a correta gestão dos negócios e avaliação dos resultados operacionais As demonstrações apresentam os ele mentos que permitem que empre sários e administradores realizem o planejamento e tenham o controle do patrimônio da entidade e de suas ativi dades sociais gabarito 180 UNIDADE 4 1 b 2 c 3 3112X2 3112X1 3112X0 PASSIVO 440000 31 490000 33 500000 38 Passivo Circulante 260000 18 240000 16 200000 15 Fornece dores 40000 3 50000 3 30000 2 Emprésti mos 140000 10 120000 8 100000 8 Contas a pagar 80000 6 70000 5 70000 5 Passivo Não Circu lante 180000 13 250000 17 300000 23 Financia mento 180000 13 250000 17 300000 23 PATRI MÔNIO LÍQUIDO 1000000 69 1000000 67 800000 62 Capital social 100000 7 100000 7 100000 8 gabarito 181 3112X2 3112X1 3112X0 Lucro acumula do 900000 63 900000 60 700000 54 PASSIVO TOTAL 1440000 100 1490000 100 1300000 100 4 3112X2 3112X1 3112X0 PASSIVO 440000 12 490000 2 500000 100 Passivo Circulante 260000 30 240000 20 200000 100 For nece dores 40000 33 50000 67 30000 100 Em présti mos 140000 40 120000 20 100000 100 Con tas a pagar 80000 14 70000 0 70000 100 100 Passivo Não Circu lante 180000 40 250000 17 300000 100 gabarito 182 3112X2 3112X1 3112X0 Finan cia men to 180000 40 250000 17 300000 100 100 PATRI MÔNIO LÍQUIDO 1000000 25 1000000 25 800000 100 Ca pital social 100000 0 100000 0 100000 100 Lucro acu mula do 900000 29 900000 29 700000 100 PASSIVO TOTAL 1440000 11 1490000 15 1300000 100 5 Não houve alteração nas obrigações não exigíveis permaneceram os dois anos com 1000000 De 20X0 para 20X1 houve um aumento do lucro de 200000 mas de 20X1 para 20X2 não houve alteração nem no lucro sugerindo a inexistência de lucro em 20X2 6 As dívidas de longo prazo financiamento têm reduzido de ano para ano HES UNIDADE 5 24000 3 EG 030 1b 24000 61000 LG 23000 12000 146 Interpretacdo para cada 100 de recur 7 190005000 sos aplicados no ativo 030 sao fi nanciados por terceiros Interpretagao para cada 100 de dividas 19000 de curto e longo prazo a empresa pos CE 079 sui 146 de ativos de curto prazo e 19000 5000 realizavel a longo prazo Interpretagao para cada 100 de obri LC 23000 12 gacées exigiveis 079 sao de curto 19000 prazo 40000 Interpretac4o para cada 100 de divi IPL 065 das de curto prazo a empresa possui 61000 shal ere eee de curto pra Interpretagao para cada 100 de capi para pag tal proprio investido 065 s4o apli Ls 23000 3000 5000 079 cados no imobilizado 19000 40000 IRNC 061 Interpretagao para cada 100 de divi 5000 61000 das de curto prazo a empresa dispoe Interpretagao para cada 100 de recur de 079 de recursos de curto prazo sos nao correntes 061 so aplica exceto os estoques e as despesas ante dos no imobilizado cipadas para pagamento 130 lI 10000 053 4 MB 130000 000 x100 46 19000 280000 Interpretacdo para cada 100 de divi Interpretacao para cada 100 de ven Ls das liquidas sobram 46 apos dedu das de curto prazo a empresa dispde de 053 de recursos disponiveis cai 20 Hob custds de Producad xa e equivalentes de caixa para paga MGO 35000 100 12 mento 280000 183 HESS SUS Interpretagao para cada 100 de vendas liquidas sobram 12 apos a deducao de to dos os custos e despesas operacionais 20000 ML x 100 7 280000 Interpretagao para cada 100 devendas liquidas sobram 7 apos a deducao de custos despesas e impostos Ebitda 350005000 40000 40000 ME x100 14 280000 Interpretacao para cada 100 de vendas liquidas sobram 14 apos a deducao de cus tos e despesas operacionais desembolsaveis 20000 5 RPL x10033 61000 Interpretacao para cada 100 de recursos proprios investidos na empresa o retorno li quido é de 33 20000 ROI x 100 23 85000 Interpretagao para cada 100 dos recursos aplicados na empresa ativo o retorno liquido éde 23 184