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Estética e Linguagem Audiovisual Material Teórico Responsável pelo Conteúdo Prof Me Antonio Lucio Rodrigues Assiz Revisão Textual Profª Drª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Linguagem Audiovisual Aplicada Gêneros e Formatos de Conteúdos Televisivos O Audiovisual no Jornalismo A Chegada da TV os Primeiros Telejornais e a Produção Atual A Publicidade Audiovisual Entretenimento Cinema Televisão e Nova Mídia Tendências para a Produção Audiovisual Mercado Audiências e Produção de Conteúdo Conhecer a essência e as diferenciações nas linguagens jornalística publicitária e do entretenimento Identifi car o mercado audiovisual e as possibilidades de atuação profi ssional OBJETIVOS DE APRENDIZADO Linguagem Audiovisual Aplicada Educational Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional siga algumas recomendações básicas Assim Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina Por exemplo você poderá determinar um dia e horário fixos como seu momento do estudo Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar lembrese de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo No material de cada Unidade há leituras indicadas e entre elas artigos científicos livros vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade Além disso você tam bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados Após o contato com o conteúdo proposto participe dos debates mediados em fóruns de discus são pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento além de propiciar o contato com seus colegas e tutores o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco Evite se distrair com as redes sociais Mantenha o foco Evite se distrair com as redes sociais Determine um horário fixo para estudar Aproveite as indicações de Material Complementar Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar lembrese de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias Isso amplia a aprendizagem Seja original Nunca plagie trabalhos UNIDADE Linguagem Audiovisual Aplicada Gêneros e Formatos de Conteúdos Televisivos Imagine uma família na qual dois irmãos não se entendem têm muitos traços em comum mas brigam o tempo todo É mais ou menos assim que acontece entre televisão e cinema Sabia disso Esse exemplo parece adequado embora hoje eles estejam mais maduros e esses desentendimentos sejam menos importantes A convergência tecnológica apro ximou esses meios a uma mesma base digital e os conteúdos de um circulam em outro deixando um pouco enfraquecido o debate sobre as diferenças de produzir para TV ou cinema e atualmente internet Está enfraquecido mas não superado Como o cinema inaugurou a experiência audiovisual ele definiu a linguagem modos de produção tecnologias técnicas e até hábitos de consumo e isso levou a televisão a importar em alguns casos a adaptar o que se fazia em cinema A televisão brasileira também recebeu muitas influências do rádio contribuição interessantíssima mas que será pouco explorada nesta disciplina de linguagem au diovisual Do cinema a TV importou processos de produção etapas linguagem dos planos de enquadramento e movimentos de câmera equipamentos profissio nais entre outros e como foi dito adaptou mudou alguns outros Dividir e classificar conteúdos audiovisuais são sempre um grande desafio segun do vários autores como por exemplo Aronchi1 em sua obra Gêneros Televisivos Como produto cultural o filme cinematográfico ou televisivo representa conteúdo que será interpretado e pode não se acomodar em caixinhas e classificações Pode ter características predominantes de um gênero mas aspectos de outro e ainda para um telespectador o significado de uma obra pode ter sentido literalmente dife rente do que o planejado Isso torna o método classificatório apenas uma referência ao gênero formato ou categoria Mas segundo Aronchi 2015 com todas as limi tações a classificação permite desenvolver estudos para melhor entendimento do veículo É por isso que mesmo com as limitações é fundamental utilizar gêneros formatos e categorias claras para a compreensão e estudo aprofundado do tema No cinema a definição de gêneros ocorreu partir de três grandes divisões cha madas de gênero ficção gênero não ficção e animação A partir desses três gê neros surgem listas de subgêneros ou formatos Por exemplo ficção reúne como subgêneros drama romance aventura comédia suspense entre muitos outros Documentário docuficção e documentário etnográfico são alguns subgêneros do gênero não ficção Como animação existem stop motion animação digital quadro a quadro entre outros formatos ou subgêneros Note que em animação os subgê neros têm praticamente o mesmo nome das técnicas adotadas diferente do gênero ficção e não ficção mas foi assim que o mercado passou a conhecer e convencio nou os subgêneros no cinema 1 SOUZA José Carlos Aronchi Gêneros e Formatos na Televisão Brasileira São Paulo Summus 2015 8 9 Em televisão a criação de categorias também foi necessária para submeter o meio a um estudo mesmo compreendendo a dificuldade de colocar em caixas de limitadas o conteúdo de uma programação de TV Sempre haverá a possibilidade de certo programa estar ligado a mais de uma categoria porque essa é a nature za de produtos culturais como programas de TV Mesmo assim Aronchi realizou importante estudo sobre categorias gêneros e formatos dos produtos televisivos Segundo ele A televisão brasileira é quase exclusivamente um veículo de entreteni mento Para cada 10 horas de programas exibidos 8 se classificam nes sa categoria Complementarmente ela dedica 1 hora a programas in formativos jornalísticos e 1 hora a programas educativos ou especiais ARONCHI 1996 Para chegar a essa conclusão Aronchi acompanhou a programação das princi pais emissoras abertas brasileiras transmitidas em São Paulo durante uma mesma semana Após registrar os programas a partir da classificação que o canal fazia e publicava nos jornais o pesquisador conseguiu chegar à conclusão das categorias gêneros e formatos dos conteúdos televisivos Aronchi explica que todo o conteúdo deve carregar um pouco de entretenimento para que ele seja um produto que o telespectador goste de assistir Mesmo os jornalísticos precisam de certa forma entreter ser interessantes e atraentes Além das três categorias identificadas nas programações dos canais Aronchi incluiu como categoria publicidade e outros Também identificou os gêneros elaborando o seguinte quadro para melhor compreensão Tabela 1 Categoria Gênero Entretenimento Auditório Colunismo Social Desenho animado Docudrama Esportivo Filme Game Show Humorístico Infantil Interativo Musical Novela Quizz Show perguntas e respostas Reality Show TV realidade Revista Série Série Brasileira Sitcom comédia de situações Talk Show Teledramaturgia ficção Variedades Western faroeste Informação Debate Documentário Entrevista Telejornal Educação Educativo Instrutivo Publicidade Chamada Filme Comercial Político Sorteio Telecompra Outros Especial Eventos Religioso Fonte Aronchi 2015 Sempre considerando o princípio de Categorias e Gêneros podemos deduzir que os formatos são grupos de produtos semelhantes no processo de produção abordagem do conteúdo mas que se diferenciam de outros do mesmo gênero Por exemplo o gênero debate pode ter como formato mesa redonda ou entrevista enfim dois formatos que se diferenciam no modo de produção e veiculação 9 UNIDADE Linguagem Audiovisual Aplicada O Audiovisual no Jornalismo A Chegada da TV os Primeiros Telejornais e a Produção Atual Quando a televisão chegou em 18 de setembro de 1950 o país já tinha uma produção cinematográfica considerável e a TV teve que se integrar Na primeira década a televisão foi ao vivo pois ainda não existiam sistemas magnéticos para a gravação dos programas Tudo naquele contexto era adaptado a essa condição ou seja o canal entrava no ar no momento em que o programa começava a ser exibido e ao terminar o programa a tela da TV ficava em black A única tecnologia de capturar cenas era a câmera filmadora de cinema e o jornalismo utilizava em algumas matérias importantes os equipamentos cinema tográficos para gravar cenas por exemplo da cidade A cenas eram gravadas o filme revelado montado corte de cenas e projetado para a câmera de TV exibir durante o telejornal Imagine o trabalho e a correria para conseguir captar o con teúdo revelar selecionar e montar a matéria em poucas horas Era assim que as coisas aconteciam até a chegada do gravador magnético capaz de utilizar os sinais elétricos da imagem gerada pela câmera filmadora e graválos em uma fita para futuras reproduções Com a chegada dos gravadores magnéticos a produção de conteúdo audiovisu al para televisão cresceu muito Programas de auditório que antes eram ao vivo passaram a ser gravados e retransmitidos em outras cidades quando ainda nem existiam satélites ou transmissão por torres A edição se popularizou permitindo o ajuste dos programas que seriam exibidos enriquecendo as produções com recur sos que eram testados e avaliados antes da exibição Com a gravação magnética o volume de produção foi crescendo transformando as emissoras em verdadeiras indústrias de produção de conteúdo audiovisual com variação de formatos e gêne ros de programas Nesse âmbito de produção enquanto a estrutura narrativa de um filme para o cinema segue um roteiro para contar uma estória ficcional ou história não ficção com estratégias que consideram que o público no cinema estará preparado para o filme proposto reunido em uma sala escura com certo controle do ambiente para a televisão os roteiros seguem algumas técnicas experimentadas no cinema mas consideram que o ambiente da exibição não estará tão controlado com inter ferências de toda natureza no som com outras conversas paralelas na luz no tamanho da tela entre outras Essa condição obrigou as produções televisivas es pecialmente as jornalísticas a trabalharem com um grau de redundância repetição e superficialidade muito intenso 10 11 Importante Assista a uma notícia televisiva e perceba as características a seguir Redundância as imagens mostradas seguem exatamente o texto falado do repórter Superficialidade a notícia relatada é explicada de forma simples embora muitos temas necessitem de abordagens mais complexas Ritmo há uma velocidade na troca de cenas durante a notícia para que o público fique preso à notícia e não se distraia com tantas coisas acontecendo no ambiente O ritmo da narrativa no cinema segue outra estratégia per mitindo que o público observe detalhes das cenas e reflita enquanto as coisas acontecem Trocando ideias Como o jornalismo reivindica ser o relato de histórias verdadeiras do cotidiano ele terá muitas semelhanças com o gênero não ficção percebidas no uso de entre vistas com os personagens dos acontecimentos e explicações realizadas pelo repór ter Nesse sentido o uso de imagens claras com a câmera na altura dos olhos câ mera alta plongê ou baixa contraplongê interferem no sentido da narrativa corte seco de cenas sem efeitos especiais de transição e uso do som ambiente compõem a principal estrutura técnica da notícia ou reportagem Em alguns casos a notícia ganha um fundo musical chamado de background ou simplesmente BG nos trechos onde a locução do repórter explica o acontecimento O processo de produção audiovisual em jornalismo segue um percurso mais ou menos da seguinte forma em primeiro lugar uma proposta de matéria é apresen tada na forma de uma pauta ou seja um texto que contém um histórico inicial da notícia proposta indica possíveis entrevistados fontes de informação e revela o potencial de imagens para caracterizar a notícia televisiva Caso a notícia proposta não tenha boas imagens pode acontecer de a equipe desistir da matéria pois sem as cenas para ilustrar o relato a produção tende a ficar de qualidade ruim Após aprovada a pauta a equipe faz a produção ou seja checa as informações da pauta pesquisa melhor o tema e agenda as gravações com o entrevistado e em lugares que ilustram o acontecimento Realizada a produção a equipe de TV cha mada de ENG Eletronic News Gathering repórter cinegrafista e assistente sai a campo para em tempo mais breve possível captar entrevistas e cenas para ilustrar e cobrir o Off texto do repórter que narra e explica a notícia Concluída a captação o repórter ou editor cria um roteiro e encaminha o ma terial para edição O roteiro de edição de notícia para TV costuma ser estruturado em duas colunas mas abaixo você verá que o exemplo mais completo possui 4 colunas detalhando o Tempo Tipo Textoáudio e Imagemvídeo 11 UNIDADE Linguagem Audiovisual Aplicada Tabela 2 Roteiro de Edição Editor Data Tempo Tipo Texto Áudio Imagem Vídeo 15 Off Bem cedo a polícia militar cercou e interditou a Rua Mauá na região central da cidade No prédio os sem teto se preparavam para desocupar o antigo hotel Santos Dumont invadido no dia 19 de julho enquanto as crianças ainda tomvam o café da manhã Viaturas da PM Interdição da Rua Mauá Interno prédio Corredor Quartos Cozinha coletiva Crianças tomam café 15 Sonora To com esse garoto trato ele na Santa Casa desdealém disso ainda vamos pra rua Crédito Carla Auxiliadora 7 Off Dona Carla é uma das 800 pessoas que invadiram o prédio Com três filhos ela diz que não tem pra onde ir Geral pessoas do prédio Filhos da D Carla 3 Sonora Vou aonde o movimento for eu to junto Carla Auxiliadora 15 Off O Hotel foi um dos 4 prédios invadidos por cerca de 2 mil famílias O antigo Hotel Danúbio na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio e Hotel Términus naPraça da República já foram desocupados Externa prédio fachada Fachada Danúbio Av Brigadeiro Fachada Términus República 5 Sobe som Grupos desocupando o prédio gritando frases de protesto Moradores se manifestam 12 No meio da manhã a tropa de choque reforçou o policiamento para garantir o cumprimento da reintegração de posse Aos poucos as familias iam deixando o prédio carregando colchões e sacolas com roupas Policiais enfileirados Pessoas saindo pacificamente 5 Sobe som Grupos desocupando o prédio gritanto frases de prosteto Moradores se manifestam 13 As pessoas que saíram do prédio da Rua Mauá vieram para o parque da Luz como encontraram os portões fechados e homens da polícia militar eles não entraram Os sem teto dizem que agora o acampamento deles será nesta calçada em frente à Estação da Luz Parque da Luz pessoas chegando Portão fechado Polícia em frente ao portão Pessoas na calçada Total 90 Note que em Tipo o roteiro recebe a indicação do tipo de conteúdo para a no tíciareportagem que pode ser Sonora a entrevista com a personagem também chamada de fonte Off a narração do repórter quando sua imagem não aparece no vídeo e outras imagens relativas ao narrado aparecem Sobe som quando en tra imagem com som original revelando o acontecimento Também existe o tipo Passagem quando entra o repórter narrando o acontecimento com sua imagem aparecendo no vídeo Observe ainda que o texto do repórter é direto com frases curtas e bem pontuadas o que facilita e troca de imagens cenas e impõe o ritmo veloz da narrativa jornalística televisiva 12 13 A Publicidade Audiovisual Existiu um tempo no início da TV que a publicidade foi planejada para entrar ao vivo enquanto o cenário e os atores se preparavam para um 2º Ato do progra ma ou seja como não tinha nada gravado para colocar enquanto se interrompia uma cena em um palco e a preparação da cena seguinte era um anúncio comercial que ocupava o tempo para voltar para o palco remodelado Mas assim como no jornalismo as novas tecnologias gravação magnética salvaram os produtores e permitiram um avanço muito grande da publicidade Des de o início o veículo TV chamou a atenção da audiência com seu apelo da imagem e isso fez com que a publicidade participasse intensamente deste veículo O magnata da comunicação o empresário Assis Chateaubriand proprietário de uma rede de jornais Os Diários Associados e de emissoras de rádio visionário que era enxergava o potencial da publicidade na TV e em 1950 em seu discurso de inauguração da primeira TV brasileira a TV Tupi proferiu palavras de elogio ao anunciante o Guaraná Antarctica relacionando as bolhas do Guaraná Cham pagne Antarctica ao sucesso que seria a televisão Era uma demonstração de que as mensagens dos anunciantes ficariam muito bem resolvidas nas peças audiovisu ais televisivas Mesmo com todas as críticas ao pai da televisão brasileira Assis Chateaubriand era um gênio visionário O início da publicidade televisiva é marcado pela demonstração de mensagens argumentativas com imagens comprobatórias do prometido no argumento Era o vídeo seguindo o áudio o texto falado Naquela época as teorias da comunicação que muito orientavam a publicidade ainda estavam baseadas em teorias behavioris tas e a repetição da mensagem era o diferencial das campanhas de sucesso Os Estudos Culturais dos anos 1960 com Edgar Morin2 Roland Barthes entre outros inovaram com reflexões importantes sobre os valores que o público culti va e a força que sua cultura tem na interpretação das mensagens A partir daí a publicidade ganhou peças focadas no público seus interesses costumes e valores e passou a explorar estratégias para emocionar tocar a audiência com a sedução do consumidor A publicidade evoluiu muito com a linguagem audiovisual tanto que atualmente é difícil qualquer estratégia publicitária não utilizar o filme para anunciar um produ to serviço ou ideia A linguagem audiovisual também se sofisticou com a explora ção da Publicidade criando estratégias criativas de abordagens com conteúdos úteis sedutores emotivos e bastante convincentes Tecnicamente as peças publicitárias têm uma estrutura de vídeo sobre áudio ou seja a imagem seguindo um texto previamente preparado pelos redatores da peça Como uma linguagem ficcional ou seja a realidade mostrada foi totalmente fabricada com técnicas de captação e edição a peça publicitária televisiva tem um 2 MORIN Edgar Cultura de Massas no século XX Rio de Janeiro Forense Universitária 1997 13 UNIDADE Linguagem Audiovisual Aplicada imenso potencial para variar seu conteúdo podendo utilizar criativamente técnicas de efeitos especiais de áudio e vídeo de acordo com os objetivos do anunciante Veja o roteiro da campanha de combate ao mosquito da Dengue realizada pela Câmara Municipal de São Paulo em 2016 O modelo abaixo tem apenas uma co luna como filmes para cinema veja Figura 1 Fonte Divulgação No roteiro publicitário acima é possível compreender a estrutura narrativa a mensagem do anunciante e como ele pretende sensibilizar o telespectador mas ain da faltam informações técnicas claras de como ele será filmado por exemplo local das cenas externas ou internas plano de enquadramento movimento de câmera altura de câmera entre outras informações 14 15 A estrutura narrativa da peça publicitária pode permitir liberdades de associa ções e relacionamentos entre elementos visuais e a mensagem falada Diferente do conteúdo jornalístico que deve ser didático e bastante explicativo a peça publicitá ria pode fazer conexões mais subjetivas provocando sensações distintas no públi co O ponto de partida é o áudio como guia para o vídeo mas a associação não precisa ser tão direta entre o que está sendo dito e o mostrado no vídeo Como uma produção ficcional em que os personagens representam uma estó ria o filme publicitário é planejado pelo diretor em todos os detalhes das falas dos personagens à escolha do elenco atores principais coadjuvantes e figurantes às locações locais de gravação e como será feita a captação A essa ação de planejar a captação a partir do roteiro chamamos de decupagem do roteiro Com o roteiro decupado o assistente de direção ou o produtor dá os encami nhamentos para a gravação aluguel de equipamentos contratação do elenco dos profissionais reservas das locações contratação de transporte alimentação e hos pedagem para a equipe e então a produção é iniciada Após a produção a peça vai para pósprodução etapa em que o filme é editado passa por tratamento e correção de cores inserção de efeitos sonoros e finalização Após a finalização e aprovação do cliente o filme deve ser registrado na Ancine recolhido taxa Condecine3 e estará pronto para veiculação em emissoras comer ciais brasileiras Entretenimento Por entretenimento podemos entender conteúdos como filmes novelas reality humor revista eletrônica talk show teledramaturgia e tantos outros segundo Aronchi4 Aronchi lembra que todo o conteúdo televisivo precisa atrair a atenção e entreter mas existem programas mais focados nesses objetivos sem priorizar a divulgação comercial ou jornalística dos acontecimentos Quando se trata de programa de entretenimento na televisão brasileira é preciso considerar o potencial que tem o meio de oferecer formatos abordagens temáticas para o público A produção audiovisual de entretenimento na televisão brasileira mostrase um terreno fértil e bastante criativo Existem sim algumas ervas da ninhas programas que confundem diversão e humor com humilhação ofensas e constrangimento das pessoas Nesses casos a lei existe para impedir os abusos e violações dos direitos humanos na televisão5 Todo programa audiovisual nasce de uma ideia criativa associada a objetivos e público prioritário por isso toda produção tem um projeto que fundamenta sua 3 Ancine Disponível em httpbitly2vNtO9m 4 Idem 1 5 A plataforma acompanha denúncias de violações da mídia a determinações previstas na Constituição Federal e em outras leis Acessado em 20 de novembro de 2018 Disponível em httpbitly2vJrYGA 15 UNIDADE Linguagem Audiovisual Aplicada criação uma espécie de certidão de nascimento que apresenta as diretrizes edi toriais e estrutura formal dos episódios ou programas individuais Escrever a ideia criativa é fundamental para se ter as referências necessárias para o debate e refle xão sobre a proposta antes da execução para orientar a equipe e ter coerência en tre objetivos e todo o conteúdo Ao colocar no papel as ideias descobrimos outros potenciais a serem explorados e também conflitos que não podem permanecer na proposta São itens mais ou menos comuns em projetos de conteúdos audiovisuais para televisão Projeto 1 Título 2 Apresentação e objetivos 3 Gênero formato e abordagem 4 Públicoalvo 5 Justificativa 6 Orçamento 7 Plano de negócios exibições licenciamentos transmídia etc Para se desenvolver e vender um programa filme ou outra obra de natureza audiovisual a ideia precisa ser formatada em um projeto que será apresentado a possíveis patrocinadores que podem ser empresas públicas ou privadas de segmen tos diversos entidades governamentais canais de TV plataformas digitais etc A apresentação é como um briefing do projeto Ela define a ideia geral os pontos fortes o foco e o perfil comercial da obra Explique cuidadosamente o que você pretende dando referências já existentes ou aproximadas mas lembrese de que as pessoas precisam compreender exatamente o que se pretende Qual o objetivo do filme ou programa proposto Em gênero formato e abordagem procure responder a perguntas como a que gênero o projeto se filia Quantos episódios por temporada Qual a duração Tem apresentador Qual será a estrutura de cada episódio Como se compõe cada bloco Quais as referências estéticas e narrativas do programa filme vídeo canal série websérie Qual o tratamento breve descrição como será a narrativa Indique e detalhe o públicoalvo os públicos secundários e a adequacão a outros públicos Se possuir pesquisas qualificadas sobre audiência que justifiquem a esco lha do programa ou filme proposto cite É importante ter coerência total entre o conceito e a audiência e na sequência o meio e formato Defina o suporte ou seja se a proposta é um programa para televisão canal aberto ou por assinatura internet cinema VoD vídeo sobre demanda DVD Home Vídeo inclusive cite possibilidades de veiculação em mais de uma 16 17 plataforma o que é comum e bem avaliado pelos financiadores pois terão a possibilidade de exploração maior das receitas do produto Esse item deve estar no Plano de Negócios juntamente com outras estratégias de licenciamento de produtos derivados e exploracão transmídia sites interativos etc Em orçamento procure incluir todos os profissionais equipamentos custos de locações transporte alimentação e administração A Ancine Agência Nacional do Cinema possui um modelo de orçamento6 que pode ser útil mas ele está disponí vel apenas para empresa e produtores cadastrados Para a produção alguns programas de entretenimento como novelas séries e minisséries terão roteiro detalhado que após decupado pelo diretor determinarão as cenas atuação e fala dos personagens movimentos de câmera iluminação en tre outros aspectos Outros como talk show e revista eletrônica terão uma pauta de orientação dos temas e entrevistas e são produzidos com a interação entre en trevistados no momento da gravação Cinema Televisão e Nova Mídia A aproximação das mídias eletrônicas é um fenômeno sem volta A convergência tecnológica aproximou as linguagens do ponto de vista tecnológico mas impactou também no conteúdo e na forma de organizálo de modo que as separações entre cinema televisão e novas mídias estão cada vez mais difusas O cinema resistiu mas a tecnologia digital chegou e já oferece qualidade de imagem na tela de proje ção semelhante às películas analógicas Com essa etapa superada a da exibição em qualidade adequada os conteúdos têm condições de transitar nos diferentes suportes e é exatamente isso o que está acontecendo A etapa de planejamento do projeto de produção de determinada obra audiovi sual por exemplo um filme de ficção já considera estratégias de exibição que pre veem cinema como primeira janela7 seguido de TV por Assinatura TV Fechada Video On Demand VoD e depois de algum tempo TV Aberta ou vídeo domés tico na forma de um DVD para venda Muitas produções incluem nesse processo venda de direitos no mercado internacional para exibição em determinados países e em determinadas tecnologias Planejar a produção de uma obra que vai circular nas diferentes plataformas exi ge habilidade para prever ainda algumas particularidades como formato de tela e resolução máxima para exibição na telona e conversões para resoluções menores de acordo com o dispositivo Para o cinema o formato tem proporção de 219 6 Existe um modelo de orçamento sugerido pela ANCINE Disponível em httpbitly2vO1iEy 7 Janelas de exibição é o termo utilizado para indicar veiculações da obra em suportes diferentes com negociações comerciais licenciamento venda de bilheteria e direitos de exibição específicas Existem estudos no Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual Ancine que fundamentam as estratégias dos produtores Disponível em httpbitly2vLc9zd 17 UNIDADE Linguagem Audiovisual Aplicada com 2048 colunas verticais x 1080 pixels linhas horizontais enquanto as TVs apresentam formato 169 com resolução HD full de 1920 x 1080 pixels Nessa comparação o maior problema é em relação ao formato pois o cinema tem tela mais horizontal do que na TV A solução será ou cortar as laterais na versão para TV ou mostrar a imagem com barras em preto no topo e na base da tela da TV técnica conhecida como letter box8 Em relação à resolução da obra com o pa drão 4K a resolução obtida é de 2160 linhas horizontais o dobro do cinema digital e do HD full para TV 1080 px A internet possui maior flexibilidade de formatos e resolução embora al guns canais tenham dimensões específicas que é bom conhecer antes de enviar uma produção para veiculação Alguns serviços de streaming de vídeo fazem conversões de resolução e formatos mas é sempre melhor que o produtor estude as prováveis formas de consumo do conteúdo na internet e entregue a resolução e formato que melhor seja visualizada para não exagerar no tamanho e resolução e correr o risco do usuário não conseguir assistir devido ao tama nho extremamente gigante do arquivo Tendências para a Produção Audiovisual Mercado Audiências e Produção de Conteúdo A era das novas tecnologias e do vídeo está apenas começando Os principais estudos dos últimos anos já apontavam para um crescimento no consumo de vídeo na internet de forma bem importante ou seja segundo relatório elaborado pela Cisco9 em 2015 uma das maiores fabricantes de hardware do mundo o tráfego de conteúdo audiovisual na internet para 2019 deveria chegar a cerca de 80 do volume em circulação na rede Outros sinais do crescimento do segmento são novos serviços de Video on demand VoD que surgem a cada dia e também as estratégias das emissoras tradi cionais de associar serviços próprios de conteúdo sobre demanda VoD a seus ca nais conhecidos É certo que uma parte dos vídeos são produções caseiras mesmo assim o conteúdo audiovisual nunca esteve tão em alta O mercado audiovisual brasileiro vive um momento de reestruturação crescente há 20 anos com o fortalecimento de produtoras de vídeo estúdios agências e ca nais de exibição Segundo o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual o setor gerou 043 do PIB de 2014 com R 245 bilhões 8 Ver glossário TV Globo Digital em httpsglobo2vKBedw 9 Disponível em inglês em httpbitly2vKhzKD 18 19 Tabela 3 Dados Econômicos do Setor Audiovisual no Brasil Indicador 2013 2014 2015 2016 2017 PIB R¹ 53 trilhões 57 trilhões 60 trilhões 62 trilhões 65 trilhões Valor Adicionado pelo audiovisual PIB do audiovisual R 222 bilhões 245 bilhões ND ND ND Renda per Capita R¹ 2652115 2849589 2934973 3040980 3158967 Salario Máximo Nacional R² 678 724 788 880 937 Valor médio do dólar R³ 216 235 333 349 319 Agentes econômicos registrados na ANCINE⁴ 1683 1601 1781 1684 1857 Fonte AANCINE 1 Banco Central do Brasil em R correntes 2 Ministério do Trabalho e Previdência Social 3 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA Dólar comercial para compra taxa média anual 4 Apenas os registros de Pessoas Jurídicas Se por um lado as novas tecnologias o mercado e a sociedade têm uma ex pectativa de crescimento do setor as políticas governamentais parecem caminhar na direção contrária Como se pode ver desde 2015 os dados do setor não são divulgados e as políticas governamentais de apoio financiamento e estímulo estão sendo reduzidas ainda não se sabe até qual patamar Esperase que o Brasil não esteja voltando ao contexto de 1990 quando a atividade do setor regrediu a quase zero É claro que uma avaliação otimista percebe a força do mercado independente da ação do governo e espera que o curso tenha formado mais produtores audiovi suais para fortalecer este mercado Bemvindoa à produção audiovisual Nosso curso fica por aqui agora é com você 19 UNIDADE Linguagem Audiovisual Aplicada Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade Sites Ancine Agência Nacional do Cinema Editais de fomento regulação do setor notícias sobre cinema e televisão httpbitly2PUyLGQ OCA Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual Dados sobre o mercado audiovisual recursos públicos entre outras informações httpbitly2OQMopI Plataforma que acompanha casos de Violações de Direitos pela Mídia Editais de fomento regulação do setor notícias sobre cinema e televisão httpbitly2PPzEjZ Tendências no consumo de TV e Smartphones no Brasil httpbitly2POBvp0 20 21 Referências ALVES Márcia Nogueira Mídia e Produção Audiovisual uma introdução Curitiba Intersaberes 2012 Ebook HAGEMEYER Rafael Rosa História Audiovisual Belo Horizonte Autêntica Editorial 2012 Ebook SOUZA José Carlos Aronchi Gêneros e Formatos na Televisão Brasileira São Paulo Summus 2015 Ebook 21 Cruzeiro do Sul