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História da Filosofia Moderna Material Teórico Responsável pelo Conteúdo Prof Ms Luciano Vieira Francisco Revisão Textual Prof Ms Claudio Brites Empirismo e positivismo 5 Empirismo e positivismo Se o positivismo é pela Ciência quem será contra essa religião Nesta unidade conversaremos sobre outros dois ismos ambos importantíssimos à compreensão do período moderno da Filosofia O objetivo será lhe apresentar os preceitos de ambas as doutrinas filosóficas suas similaridades e particularidades assim como seus principais pensadores e ideias Considerando a contextualização do limiar moderno com o desvio da atenção da divindade cristã ao universo e desse ao homem assim como os principais postulados e pensadores do racionalismo com viés nativista passearemos agora pela dobradinha Empirismo e Positivismo Leia atentamente todo o conteúdo de cada unidade pois há indicações de materiais complementares que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o entendimento do tema abordado Concluída a leitura do conteúdo teórico realize a atividade de aprofundamento que associa os assuntos estudados à vida prática ora por meio de reflexão e produção textual de sua própria autoria ora através de debates mediados em fóruns de discussão Encontrará também atividades de sistematização que lhe ajudarão a verificar o quanto absorveu do conteúdo são questões objetivas que lhe pedirão resoluções coerentes ao apresentado no conteúdo da respectiva unidade Tratandose de atividades avaliativas se houver dúvidas sobre a correta resposta volte a consultar o material teórico para sanar tais incertezas É importante reforçar que em cada uma das oito unidades desta disciplina essas atividades devem ser realizadas e entregues dentro dos prazos determinados Caso você perca tais dataslimite não terá mais chances de registrálas no Blackboard o que resultará na ausência de nota dessas atividades prejudicando seu desempenho final Se ao longo deste percurso houver alguma dúvida sobre o conteúdo ou uso do Blackboard não hesite em contatar seu tutor ou registrála no local criado para esse fim no ambiente virtual de aprendizagem Lembrese você é responsável pelo seu processo de estudo Por isso aproveite ao máximo Empirismo e positivismo 6 Unidade Empirismo e positivismo Contextualização Apropriandonos desta seção para abordar a versão cética do empirismo de David Hume 17111776 a fim de não deixálo passar em branco nesta unidade faremos de forma sintética a partir de quatro aspectos teorizados por esse pensador A beleza das coisas existe na mente que as contempla Hume concordava com Locke sobre o princípio da experiência como provedora de aprendizado humano contudo junto a Berkeley orientava moderação no sentido dessa afirmação dado que acreditava que além do contato com o mundo exterior temos constantes exercícios de introspecção Esses olhares para dentro algo como se olhar em um espelho mas de forma mental reflexiva dãonos como imagem nossas experiências pensamentos e emoções exatamente as reações condenadas por Locke ou temorizadas por Descartes mas que para Hume são tão naturais quanto necessárias Causa e efeito Hume argumentara que cada evento causal é independente de outro evento também causal ou seja flertando com a sistematização das leis naturais tanto que exemplifica essa tese na dinâmica física de um jogo de bilhar em que a colisão de uma bola em movimento estimula o deslocamento de outra então inerte Projetou assim para a interação humana a lógica de que uma coisa leva a outra conectandose e tornando esses eventos inteligíveis à nossa percepção o que entendia por conexão causal O costume pois é o grande guia da vida humana Novamente olhando para as Ciências naturais formula que a conexão causal está dentro de uma dinâmica de inteligibilidade nossa em relação ao meio ou entre si Contudo não temos meios verificáveis de discernila ou constatála enquanto conservação ou mudança Em um exemplo prático imagine que seria um absurdo afirmar a existência de uma mosca com a cabeça branca contudo igual absurdo é ratificar que essa não existe pois não há verificação evidências ou comprovação científica de que essa não está em vias de ser descoberta Daí que sem as certezas comprobatórias ilusoriamente supostamente tão próprias da Ciência fato é que em verdade não sabemos de nada de modo que somos existencialmente guiados pelo costume adquirido de como as coisas são estão e ficam ceticismo total mas embasado A razão é escrava das paixões Finalmente a tese mais apaixonante e polêmica desse cético pensador Hume acreditava que nosso comportamento é determinado por nossas emoções ou seja desejos e paixões matando do coração toda a ciência postulada até então A razão para esse pensador seria escrava dessas paixões de modo que apenas se manifesta para garantir a concretização dos desejos Equivaleria afirmar que os grandes feitos bélicos artísticos etc foram motivados pelas paixões desejos e vontades ou seja o intelecto genialidade criatividade são escravos das paixões Lógica esta musicada por Zé Ramalho em Mulher nova bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor disponível em httpwwwyoutubecomwatchvW7ikTcpDYNE 7 Empirismo e positivismo Sinto logo experimento Tal qual vimos na unidade anterior o racionalismo postulara que o conhecimento que se pode confiar advém do uso sistematizado da razão o que em consequência delegava aos sentidos um valor questionável ou mesmo desconsiderável no âmbito das experiências e do desenvolvimento humano Não bastasse alguns notáveis pensadores da mesma linha filosófica também advogaram a veracidade de um inatismo ou seja que o homem já nasce feito que suas ideias advêm do nascimento independendo do que experimentaram ou sentiram bastando apenas seguir a razão Previsível e felizmente para o desenvolvimento do debate que é sempre benéfico houve quem não concordasse com tais premissas desse racionalismo idealista termo cunhado por Antônio Joaquim Severino 1993 Em reação os chamados racionalistas empiristas SEVERINO 1993 igualmente formularam suas teses e obras afirmando que é o mundo exterior que provêm o conhecimento necessário à razão humana a fim de que essa avalie organize e valide a informação que recebe das experiências na interação com a natureza e interhumana para aí sim estabelecer as verdades de fato Como veremos o princípio empirista se fortificou não apenas na Filosofia britânica e posteriormente estadunidense como também contribuiu sobremaneira às metodologias do positivismo lógico cuja doutrina aproveitando o frisson conceitual neste início de unidade pregava memorize esta palavra ao positivismo que as únicas proposições empíricas que possuem valor são as passíveis de verificaçãocomprovação ou seja cientificistas ou melhor e atual científicas Mas tudo a seu tempo conversemos primeiro sobre os empíricos e suas ideias Importante Possuidora de uma inteligência já elogiada você já percebeu que as escolhas dos ismos destas duas últimas unidades não foram aleatórias enquanto racionalismo e idealismo se harmonizam teoricamente empirismo os confronta e por sua vez positivismo sobe nos ombros do empirismo para formular sua sacra Ciência junte sacra com pregava e comece a montar o quebracabeça positivo John Locke estadunidense era paraplégico antes de cair na ilha brincadeira Entendaa depois no item para assistir do material complementar ao final desta unidade Nosso John Locke 16321704 era inglês filho de um advogado que lutou contra a monarquia ao acreditar em um regime parlamentar algo como o da atual Inglaterra Esse detalhe justifica o grande liberalista que se tornou seja atuando na contraposição ao regime político vigente em seu país protestando a formulação de princípios sociais e políticos que não estivessem cerrados na mão fechada de um rei seja filosoficamente ao refutar o absolutismo teorizado por outros grandes pensadores caso exemplar de Thomas Hobbes sobre quem conversaremos em uma unidade futura Ademais além de liberalista Locke se tornou o principal filósofo do empirismo ainda que não fosse o primeiro a contestar o racionalismo formulando uma extensa pesquisa e teoria sobre a obtenção do conhecimento publicada em diferentes livros desde seu Ensaio sobre o 8 Unidade Empirismo e positivismo entendimento humano de 1689 dividido em quatro livros até discorrer sobre o que entendia como o correto processo de aprendizagem empírica às crianças em Alguns pensamentos sobre educação de 1693 A negativa lockeana ao inatismo se baseia em dois argumentos atemporais ou seja que podem ser aplicados em sua época à Antiguidade ou mesmo à atualidade Ainda que houvesse verdades e saberes que advêm de nossos nascimentos não há como provar que esses estavam lá desde sempre uma vez que se manifestam a partir de determinado momento de maturação ou maturidade humana afinal Certos conceitos de moralidade e identidade os quais poderiam ser atribuídos à racionalidade inata são inteiramente desconhecidos das pessoas incultas e em totalidade das crianças aspectos esses que Locke argumentara que são apreendidos no sentido de assimilação apenas a partir de um estágio de aquisição de experiências e aprendizagem Além disso considerandose o contexto de conflitos civis em que Locke viveu poderseia considerar um terceiro argumento que se não deliberadamente formulado por esse pensador está envolvido ao longo de todo o seu legado teórico Não há verdades da razão as quais sejam de comum acordo entre toda a humanidade Motivo pelo qual fazse necessário que os homens uma vez libertos do estado de natureza assim como do julgo monárquico nos âmbitos econômicos políticos sociais e religiosos organizemse para formar uma comunidade de único corpo Figura 1 ao lado sem consenso universal sem comprovação inata e certos valores verdades não manifestada em crianças e incultos tudo isso ilustrado na pintura Village Inn de Gillis Van Tilborgh Vêse na tela diferentes figuras gêneros e idades condições sociais o que sugere inacesso à cultura culta Os argumentos de Locke 19 para implodir os alicerces racionalistas ao formular que o conhecimento de nenhum homem aqui pode ir além de sua experiência Se não nos eram dadas faculdades mentais e saberes quando de nossos nascimentos caberia então descobrilos por conta própria cada qual ao seu modo cada um até seu limite É com essa proposição que Locke intitulou sua principal obra Ensaio sobre o entendimento humano no sentido do autoexame sobre as capacidades de cada um assim como efetivamente e talvez originalmente colocou a responsabilidade do desenvolvimento humano no próprio indivíduo dado que na medievalidade esse potencial estava em Deus e para o racionalismo idealista era uma condição mental que advinha do nascimento ou no populacho atual vinha de fábrica Essa premissa de conhecer as próprias habilidades e capacidades é importante para você entender como o empirismo aqui em Locke compreendia o processo de aprendizagem Figura 1 9 Locke entendia por razão a qual chamava de ideia o que percebemos a partir de nossa percepção pensamento ou como produto de um processo reflexivo De modo que uma ideia pode ser simples relacionada a sensações aqui como processo interno intuitivo reflexões ou um misto desses sentimentos ou pode ser complexa envolvendo relações e contatos com modos substâncias e relações respectivamente Modo Tridimensionalidade do que é material assim como seus atributos espaçotemporais ocupação duração quantidade Substâncias Desde fisicamente sensíveis cheiro sabor textura etc às incorpóreas espirituais divinas cabendo aqui uma crítica ao encaixotamento da transcendência divina ao seu modelo teórico ou algo do tipo Puxa Locke você estava indo tão bem tão crível Relações Identidade moralidade causalidade e outros princípios da relação inter humana Nessa há a possibilidade de mescla com as ideias de modo ou seja juízos de valor a materialidade animada ou inanimada Para pensar Formuladas como tal as ideias simples de Locke sensações reflexões e essas misturadas não seriam equivalentes à lógica da razão simples e por isso interna e dedutiva do pensamento cartesiano Seria por isso que em seu livro Antônio Joaquim Severino 1993 classificou o empirismo como racionalismo empirista Para facilitar seu entendimento na obra dedicada a esse pensador Sofia Rovighi 2002 esquematizou essa classificação da seguinte forma Figura 2 Fonte Adaptado de Rovighi 2002 10 Unidade Empirismo e positivismo Para entender na prática como se dá essa categorização lockeana direcione sua atenção às ideias simples de sensação entre um ou mais sentidos e ideias complexas de modos simples entre objetos de sensação e reflexão Ainda que tudo se dê nos domínios da mente do sujeito que é você por exemplo há aí toda uma infinidade de qualidades juízos de valor derivadas na relação entre esses dois itens na sua cabeça que não necessariamente processamse de maneira equivalente nas cabeças dos outros Assim surgem subjetividades como uma maçã ser gostosamente doce para você e desagradavelmente amarga para outro que dela partilhar Com as cores acontece a mesma coisa ainda que possuam nomes as tonalidades podem diferir na compreensão de cada pessoa em função da interaçãovivência que essa teve Matérias animadas quando criança uma dessas espécies é chamada de au au para depois ser chamada de cachorro ou cão para em alguns casos ser chamada de Bob Rex e por aí vai considerandose aqui as variáveis etária da nomenclatura enciclopédica e da relação com o objeto animado o animal Assim para Locke ao nascer partimos do ponto zero de conhecimento tal qual uma folha em branco ou uma tabula rasa e conforme nos desenvolvemos em termos biológicos e principalmente na interação com o mundo externo vamos aprofundando nossa relação com os meios espaciais materiais e sociais na ordem de natureza acima esquematizada de modo que ampliamos e aprimoramos nosso catálogo de sentidos e ideias até a morte quando segundo Machado de Assis entregamos nossa obra de vida em sua edição mais atualizada de graça aos vermes eca Eis o cerne da teoria empirista Considerando o contexto intelectual social e político no qual essa tese foi formulada imagine a polêmica criada caroa alunoa a partir de então foi considerada a possibilidade de que ao nascer toda e qualquer pessoa tem a mesma condição pura das demais sem preceitos inatos capacidades racionais ou condição privilegiada horizontalizando o gênero humano em uma organização social em si totalmente atrofiada e baseada em padrões desiguais de trabalho e direito à propriedade essa que para Locke era direito de todos que a adquirissem por meio do trabalho Ao mesmo tempo e por outro lado a vivência experiência e o contato com o mundo exterior natureza cultura recursos desses que nasceram em igualdade de condições forjarão as capacidades e limitações que cada um terá e por isso serão específicas diferentes de estratificações como a sociedade o faz desde sempre mas tais pessoas se tornarão tão diferenciadas quanto mais complexa for sua imaginação Teorizar equidade de condições identidade singularizada e tolerância à perspectiva alheia fazia de John Locke um revolucionário na história da Filosofia ainda que revolução seja o tema da próxima unidade Naturalmente houve outros pensadores simpáticos e contribuintes aos princípios empíricos entre os quais o cético David Hume 17111776 a quem dedicaremos a contextualização desta Unidade George Berkeley 16851753 que está indicado no material complementar e Edmund Burke 17291797 cuja visão conservadora contrasta com o liberalismo lockeano e por isso protagonizará a polêmica proposta em nossa atividade reflexiva de aprofundamento Contudo considerando que o empirismo encarnado no liberal Locke ao proclamar a aprendizagem pela interação com o mundo externo também nos herdou de métodos como a observação indução e provas verificáveis serviu de insumo teórico para outras correntes de pensamento entre as quais o positivismo formulado por Auguste Comte o qual trataremos a partir do próximo parágrafo 11 Se o positivismo é pela Ciência quem será contra essa religião Ué Já estamos tratando do positivismo Sem antes abordar o materialismo o idealismo e o iluminismo Não foi assim que aprendi história nas aulas da disciplina idem Fique tranquiloa perspicaz alunoa Diferente da cronologia calendárica tudo aqui está organizado por uma lógica mais interessante o desdobramento de cada perspectiva filosófica em um vai e vem do tempo formalmente estabelecido para favorecer seu entendimento e desenvolvimento crítico do aquilo que deu nisso ou daquele que inspirou ou desesperou esse Estamos em águas seguras A ClaudeHenri de Rouvroy 17601825 Conde de SaintSimon podese atribuir copaternidade do pensamento sociológico ou melhor da Sociologia enquanto perspectiva metodológica ou científica com forte apelo religioso em seu discurso pois tentava harmonizar a moral cristã à realidade da industrialização que despontava a todo o vapor na Europa Com discurso apaixonado e considerado excessivamente idealizado teve sua perspectiva teórica também identificada como socialismo utópico característica que parcialmente justifica o desacordo filosófico com Auguste Comte Por isso saltaremos um século na cronologia a fim de papearmos sobre uma doutrina que se propunha a fundamentar todo o saber humano Seu formulador foi Auguste Comte 17981857 e outrora secretário de SaintSimon rompeu laços com esse ao discordar de sua visão socialista a qual SaintSimon acreditava ser a correta para reformular a sociedade em que viviam Para Comte todo maleficio social era ocasionado pela ignorância de modo que acreditava faltar conhecimento aos seus contemporâneos Em função disso defendia que se houvesse uma reforma social essa deveria se dar pela inteligência dos cidadãos esses que viviam um processo inédito de transformações e de guinadas de poder Se comparado ao que vimos até então os tempos de Comte eram outros turbulentos diríamos ou revolucionários como intitulou em um de seus livros o historiador Eric Hobsbawm 2009 A Era das Revoluções afinal Revoluções Burguesas Liberais conforme comentado sobre Locke Revolução Francesa a qual conversaremos na próxima Unidade Revoluções Industriais e as consequentes constituições socialistas a anarquistas Independência dos EUA além do Golpe do 18 Brumário sucedido da Revolução Bonapartista dão o tom da música com percussão de canhões que foi a trilha sonora desse momento Daí que para esse pensador era nesse caótico momento que deveriam ser associadas as questões históricas às sociais sob o manto metodológico das ciências que teriam atingido o estado de positividade caso da Matemática Física Astronomia Tais escolhas denotam a influência que esse autor teve de pensadores como Galileu Newton Descartes Hume e Diderot Contudo fazendo a devida crítica o positivismo de Comte negava praticamente todas as grandes teses filosóficas discutidas até então fossem questões defensoras de uma causa divina existência de Deus naturais dos fenômenos 12 Unidade Empirismo e positivismo manifestação da natureza ou uma mistura dessas unicidade panteísmo etc pois se referiam a um patamar intermediário para que fosse atingido o terceiro e pleno estado positivo ainda que seja repetido adiante em que a Filosofia positiva consideraria como análise apenas os critérios comuns das Ciências Naturais no estudo dos fenômenos da natureza obedecendo às regras gerais dessas observação experimentação comparação classificação filiaçãoassociação histórica etc Daí que tivesse você oportunidade de encontrando Comte questionar a definição de sua Filosofia positiva dependendo do humor que estivesse esse possivelmente lhe responderia Não se trata de um sistema metafísico nem de uma explicação das essências e de outras bobagens racionalistas e metafísicas Não percebes que proponho uma Física Social uma Sociologia que coloque o misticismo dessa pseudofilosofia que se vê por aí em seu devido lugar Intrigas à parte Comte não era tão malhumorado assim e o discurso oficial no qual define o que entende por filosofia positiva é o seguinte em suas palavras e com um exemplo prático Diálogo com o Autor Vemos pelo que precede que o caráter fundamental da Filosofia positiva é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor número possível constituem o objetivo de todos os nossos esforços considerando como absolutamente inacessível e vazia de sentido para nós a investigação das chamadas causas sejam primeiras sejam finais É inútil insistir muito sobre um princípio hoje tão familiar a todos aqueles que fizeram um estudo um pouco aprofundado das Ciências de observação Cada um sabe que em nossas explicações positivas até mesmo as mais perfeitas não temos de modo algum a pretensão de expor as causas geradoras dos fenômenos posto que nada mais faríamos então além de recuar a dificuldade Pretendemos somente analisar com exatidão as circunstâncias de sua produção e vinculálas umas às outras mediante relações normais de sucessão e de similitude Assim para citar o exemplo mais admirável dizemos que os fenômenos gerais do universo são explicados tanto quanto o podem ser pela lei de gravitação newtoniana porque de um lado essa bela teoria nos mostra toda a imensa variedade dos fatos astronômicos como constituindo apenas um único e mesmo fato considerado de diversos pontos de vista a tendência constante de todas as moléculas umas em relação às outras na razão direta de suas massas e na razão inversa do quadrado das distâncias Enquanto de outro lado esse fato geral se nos apresenta como simples extensão de um fenômeno eminentemente familiar e que por isso mesmo o consideramos como particularmente conhecido a gravidade dos corpos na superfície da terra Quanto a determinar o que são nelas próprias essa atração e essa gravidade quais são suas causas são questões que consideramos insolúveis não pertencendo mais ao domínio da filosofia positiva e que abandonamos com razão à imaginação dos teólogos ou à sutileza dos metafísicos A prova manifesta da impossibilidade de obter tais soluções reside em que todas as vezes que se procurou dizer a esse propósito algo verdadeiramente racional os maiores espíritos só puderam definir um dos princípios pelo outro dizendo no que respeita à atração não ser outra coisa que a gravidade universal e em seguida no que respeita à gravidade consistir simplesmente na atração terrestre Tais explicações que fazem sorrir tão logo alguém pretenda conhecer a natureza íntima das coisas e o modo de geração dos fenômenos constituem porém tudo o que podemos obter de mais satisfatório mostrandonos como idênticas duas ordens de fenômenos que por muito tempo foram tomados como não tendo nenhuma relação entre eles Nenhum espírito justo procura hoje ir mais longe COMTE 1973 p 7 grifos nossos 13 Já foi comentado sobre o quanto os filósofos gostam de se expressar Prestou atenção nos sublinhados que reiteram o que não se pretende com o positivismo A indiferença às causas geradoras dos fenômenos físicos matemáticos ou que sejam sociais Sabendo porém que não poderia negar a existência de um passado na Filosofia Comte o enquadrou em sua teoria como mera circunstância histórica nos primórdios de um processo evolutivo onde tomava emprestado apenas o trigo do empirismo princípio de aprendizagem pela interação com o mundo materialmente exterior e de que nada é inato deixando de lado o joio dessa doutrina causalidades e justificativas metafísicas para recorrendo a exemplos dos saberes exatos matemáticos astronômicos e companhia já firmado na plenitude de sua tese sistematizar todo o conhecimento humano e suas áreas nos seguintes estados Estado fictício teológico Sobrenatural como explicação dos fatos inclusive cristãos em um Estado militarizado você ouve os gritos de indignação de Santo Agostinho e Tomás de Aquino Para não falar dos pensadores antigos e pagãos Estado metafísico abstrato Onde há miscigenação entre os sobrenaturais e as ideias naturais em meio a um Estado semiindustrial embora ainda militarizado mexendo com egos racionalistas e em menor medida empiristas Estado positivo científico No qual as leis gerais naturais explicam os fenômenos e fatos favorecendo os desenvolvimentos social político e econômico esse com uma industrialização preponderando como atividade produtiva Pintura panorâmica de uma cidade desconhecida vivendo o processo industrial ao lado Se o estado positivo pudesse ser representado visualmente para Comte teria uma aparência parecida com esta sociedade organizada explicada e desenvolvida sob três físicas das quais as duas primeiras já estabelecidas astronômicaterrestre Física Mecânica Matemática etc orgânica Biologia Química etc e a que ele sistematizaria social abarcando tudo o que atualmente entendemos por Humanidades Ou seja a evolução do pensamento humano partia de um estado natural similar inclusive ao formulado por liberalistas e absolutistas em que a humanidade estaria sob imposição da força militar e do místico para desvencilhandose dessas amarras ao pensamento livre atingir a plena condição de produção industrial e de consciência no entendimento das lógicas físicas e naturais Mas por que não deu certo Por que não atingimos esse admirável mundo novo Hum tratandose de sessismo seria impreciso atribuir um motivo pelo qual a teoria de Comte não vingou até a atualidade Contudo há alguns fatores que precisam ser considerados à sua superação e mais seu sucesso em alguns aspectos e principalmente sua ressignificação em diferentes áreas de conhecimento Fonte nyuedu Figura 3 14 Unidade Empirismo e positivismo Primeiro o estado positivo vislumbrado por Comte não se concretizou por razões que fugiam à sua proposta as relações humanas e de trabalho se mostraram verticalizadas para não dizer degradantes muito aquém do júbilo que esse pensador cogitara Tanto que outros filósofos apareceram e foram imortalizados em função da capacidade teórica que tiveram em ideologicamente dividir países e por que não dizer o mundo se ainda não sabe quem descobrirá em História da Filosofia Contemporânea Além disso o próprio teórico foi incoerente com as regras que estabeleceu em seu jogo sistema contra sua premissa de delegar à religião uma etapa de anterioridade ao desenvolvimento humano o primeiro estado Comte pirou na batatinha quando por meio de uma política positiva e influência matrimonial de Clotilde de Vaux criou a Religião da Humanidade você ainda tem aí memorizadas as palavras religiosas pregava e sacra ditas ironicamente ao longo desta unidade Pois as más línguas dizem que enlouqueceu mas o próprio justificou que se as religiões do passado eram etapas de um processo evolutivo haveria a necessidade de criar a religião definitiva cujo Deus era a Humanidade e os santos os pensadores que contribuíram para o desenvolvimento dos três estados conforme a área do conhecimento Enfim eis aí um segundo motivo entre outros mas justiça seja feita há também legados parciais da contribuição do comtismo positivismo à História da Filosofia Há uma significativa quantidade de releituras atualizações ressignificações ou mesmo apropriações do positivismo em áreas posteriores e em diferentes ramos do saber Para citar alguns exemplos Comte inspirou preceitos do Behaviorismo proposto por Burrhus Frederic Skinner Positivismo Jurídico com Hans Kelsen Neopositivismo na figura de Émile Durkheim Transpositivismo vide Jean Piaget Evolucionismo do famoso Charles Darwin entre outras áreas herdeiras Você sabia Não será a primeira vez que o Brasil será citado lembramos de nossa querida pátria por exemplo na primeira unidade ao conversarmos sobre a estética gótica e indicar o patrimônio arquitetônico em nosso querido país com tal afinidade estética caso da paulistana e neogótica Catedral da Sé Todavia agora a menção é mais séria diz respeito aos rumos políticos de nossa nação à ordem e o progresso desejados em nossa bandeira nacional que sim estão intimamente inspirados em preceitos positivistas e relacionados ao processo de Proclamação da República Não acredita Ora pois então veja Figura 4 ao lado Capela positivista localizada em Porto Alegre RS Atenhase aos grifos da seguinte frase ornando a fachada o amor por princípio e a ordem por base o progresso por meta Sim também estamos batizados pela Religião da Humanidade Muito nobre não acha De modo que concluindo esta etapa de nosso roteiro turísticohistórico temos em nosso aqui dois movimentos que foram formulados para contrapor cada qual a outras teorias e status quo e que talvez por isso agregaram significativamente entre si e ao legado do saber humano das gerações e movimentos que se seguiram Alguns desses com o progresso antes da ordem a ponto de literalmente fazer com que cabeças de filósofos rolassem mas isso é papo a próxima unidade Fonte Wikimedia Commons Figura 4 15 Material Complementar Conteúdo Ensaio para uma nova teoria da visão George Berkeley 16851753 foi um empirista tão relevante quanto Locke contudo sua visão diferia em alguns aspectos daquele o que significa que discutilo no material teórico tornaria o textobase gigantesco Por isso é a primeira indicação deste material complementar Neste livro disponível pela Unicamp em httpwwwunicampbrjmarquestradBERKELEYTeoriadaVisaopdf o pensador argumenta que nossa realidade é constituída por sujeitos e suas experiências e basta Porque para esse filósofo as coisas são incompreensíveis ao olho humano de modo que o que discernimos são apenas suas qualidades como cor textura cheiro etc características captadas por nossos sentidos e processadas por nossa consciência formada na relação com o meio Leitura Lost Lembrase da piadinha no material teórico com o Locke paraplégico que caiu na ilha Pois tratase de Jonathan Locke um dos personagens mais interessantes da série idem chamada Lost que entre os motivos que a torna obrigatória há justamente o de não apenas nominar alguns personagens com o nome de importante filósofos como David Hume JeanJacques Rousseau Mikhail Bakunin etc mas também de moldar suas personalidades às respectivas teorias dos pensadores homenageados Daí que este Locke age de forma empirista ilustrando muito do que sugeria o Locke inglês Procure assistir alguns capítulos dessa série e veja a apresentação sui generis ao tratado nesta unidade desse personagem Vídeo Viagem à lua O filme mais famoso de Georges Méliès além de marco histórico e técnico possui uma temática científica muito conveniente a esta unidade dado o argumento cinematográfico de uma empreitada astronômica para descobrir a lua a partir da relação empírica que os tripulantes estabelecem com a fauna flora e habitantes lunares Tratandose de um filme originalmente mudo especialmente a versão disponível em httpwwwpodcastsconlsetimasalapodcast169113setimasala43viagemalua1902download220263270 agrega uma trilha sonora elaborada para uma versão de aniversário dessa película assim como uma discussão entre três críticos cinematográficos sobre aspectos técnicos sociais filosóficos e cientificistas em torno da história 16 Unidade Empirismo e positivismo Referências BERKELEY George Tratado do conhecimento humano Lisboa Atlântica 19 COMTE Auguste Curso de Filosofia Positiva Trad José A Giannotti São Paulo Abril Cultural 1973 Col Os Pensadores HOBSBAWN Eric A Era das Revoluções 17891848 Rio de Janeiro Paz e Terra 2009 HUME David Investigação sobre o entendimento humano Lisboa Edições 70 19 LOCKE John Alguns pensamentos sobre educação Lisboa Almedina 2012 Tratado do entendimento humano Lisboa Atlântica 19 MAGGEE Bryan História da Filosofia 2 ed Trad Marcos Bagno São Paulo Loyola 2000 ROVIGHI Sofia Vanni História da Filosofia Moderna da revolução científica a Hegel Trad Marcos Bagno e Silvana Cobucci Leite 3 ed São Paulo Loyola 2002 SEVERINO Antônio Joaquim Filosofia São Paulo Cortez 1993 Col Magistério 2º Grau Série Formação Geral Anotações wwwcruzeirodosulvirtualcombr Campus Liberdade Rua Galvão Bueno 868 CEP 01506000 São Paulo SP Brasil Tel 55 11 33853000 Universidade Cruzeiro do Sul UNICID Universidade Cidade de S Paulo UNIFRAN Universidade de Franca UDF Centro Universitário Módulo Centro Universitário
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História da Filosofia Moderna Material Teórico Responsável pelo Conteúdo Prof Ms Luciano Vieira Francisco Revisão Textual Prof Ms Claudio Brites Empirismo e positivismo 5 Empirismo e positivismo Se o positivismo é pela Ciência quem será contra essa religião Nesta unidade conversaremos sobre outros dois ismos ambos importantíssimos à compreensão do período moderno da Filosofia O objetivo será lhe apresentar os preceitos de ambas as doutrinas filosóficas suas similaridades e particularidades assim como seus principais pensadores e ideias Considerando a contextualização do limiar moderno com o desvio da atenção da divindade cristã ao universo e desse ao homem assim como os principais postulados e pensadores do racionalismo com viés nativista passearemos agora pela dobradinha Empirismo e Positivismo Leia atentamente todo o conteúdo de cada unidade pois há indicações de materiais complementares que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o entendimento do tema abordado Concluída a leitura do conteúdo teórico realize a atividade de aprofundamento que associa os assuntos estudados à vida prática ora por meio de reflexão e produção textual de sua própria autoria ora através de debates mediados em fóruns de discussão Encontrará também atividades de sistematização que lhe ajudarão a verificar o quanto absorveu do conteúdo são questões objetivas que lhe pedirão resoluções coerentes ao apresentado no conteúdo da respectiva unidade Tratandose de atividades avaliativas se houver dúvidas sobre a correta resposta volte a consultar o material teórico para sanar tais incertezas É importante reforçar que em cada uma das oito unidades desta disciplina essas atividades devem ser realizadas e entregues dentro dos prazos determinados Caso você perca tais dataslimite não terá mais chances de registrálas no Blackboard o que resultará na ausência de nota dessas atividades prejudicando seu desempenho final Se ao longo deste percurso houver alguma dúvida sobre o conteúdo ou uso do Blackboard não hesite em contatar seu tutor ou registrála no local criado para esse fim no ambiente virtual de aprendizagem Lembrese você é responsável pelo seu processo de estudo Por isso aproveite ao máximo Empirismo e positivismo 6 Unidade Empirismo e positivismo Contextualização Apropriandonos desta seção para abordar a versão cética do empirismo de David Hume 17111776 a fim de não deixálo passar em branco nesta unidade faremos de forma sintética a partir de quatro aspectos teorizados por esse pensador A beleza das coisas existe na mente que as contempla Hume concordava com Locke sobre o princípio da experiência como provedora de aprendizado humano contudo junto a Berkeley orientava moderação no sentido dessa afirmação dado que acreditava que além do contato com o mundo exterior temos constantes exercícios de introspecção Esses olhares para dentro algo como se olhar em um espelho mas de forma mental reflexiva dãonos como imagem nossas experiências pensamentos e emoções exatamente as reações condenadas por Locke ou temorizadas por Descartes mas que para Hume são tão naturais quanto necessárias Causa e efeito Hume argumentara que cada evento causal é independente de outro evento também causal ou seja flertando com a sistematização das leis naturais tanto que exemplifica essa tese na dinâmica física de um jogo de bilhar em que a colisão de uma bola em movimento estimula o deslocamento de outra então inerte Projetou assim para a interação humana a lógica de que uma coisa leva a outra conectandose e tornando esses eventos inteligíveis à nossa percepção o que entendia por conexão causal O costume pois é o grande guia da vida humana Novamente olhando para as Ciências naturais formula que a conexão causal está dentro de uma dinâmica de inteligibilidade nossa em relação ao meio ou entre si Contudo não temos meios verificáveis de discernila ou constatála enquanto conservação ou mudança Em um exemplo prático imagine que seria um absurdo afirmar a existência de uma mosca com a cabeça branca contudo igual absurdo é ratificar que essa não existe pois não há verificação evidências ou comprovação científica de que essa não está em vias de ser descoberta Daí que sem as certezas comprobatórias ilusoriamente supostamente tão próprias da Ciência fato é que em verdade não sabemos de nada de modo que somos existencialmente guiados pelo costume adquirido de como as coisas são estão e ficam ceticismo total mas embasado A razão é escrava das paixões Finalmente a tese mais apaixonante e polêmica desse cético pensador Hume acreditava que nosso comportamento é determinado por nossas emoções ou seja desejos e paixões matando do coração toda a ciência postulada até então A razão para esse pensador seria escrava dessas paixões de modo que apenas se manifesta para garantir a concretização dos desejos Equivaleria afirmar que os grandes feitos bélicos artísticos etc foram motivados pelas paixões desejos e vontades ou seja o intelecto genialidade criatividade são escravos das paixões Lógica esta musicada por Zé Ramalho em Mulher nova bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor disponível em httpwwwyoutubecomwatchvW7ikTcpDYNE 7 Empirismo e positivismo Sinto logo experimento Tal qual vimos na unidade anterior o racionalismo postulara que o conhecimento que se pode confiar advém do uso sistematizado da razão o que em consequência delegava aos sentidos um valor questionável ou mesmo desconsiderável no âmbito das experiências e do desenvolvimento humano Não bastasse alguns notáveis pensadores da mesma linha filosófica também advogaram a veracidade de um inatismo ou seja que o homem já nasce feito que suas ideias advêm do nascimento independendo do que experimentaram ou sentiram bastando apenas seguir a razão Previsível e felizmente para o desenvolvimento do debate que é sempre benéfico houve quem não concordasse com tais premissas desse racionalismo idealista termo cunhado por Antônio Joaquim Severino 1993 Em reação os chamados racionalistas empiristas SEVERINO 1993 igualmente formularam suas teses e obras afirmando que é o mundo exterior que provêm o conhecimento necessário à razão humana a fim de que essa avalie organize e valide a informação que recebe das experiências na interação com a natureza e interhumana para aí sim estabelecer as verdades de fato Como veremos o princípio empirista se fortificou não apenas na Filosofia britânica e posteriormente estadunidense como também contribuiu sobremaneira às metodologias do positivismo lógico cuja doutrina aproveitando o frisson conceitual neste início de unidade pregava memorize esta palavra ao positivismo que as únicas proposições empíricas que possuem valor são as passíveis de verificaçãocomprovação ou seja cientificistas ou melhor e atual científicas Mas tudo a seu tempo conversemos primeiro sobre os empíricos e suas ideias Importante Possuidora de uma inteligência já elogiada você já percebeu que as escolhas dos ismos destas duas últimas unidades não foram aleatórias enquanto racionalismo e idealismo se harmonizam teoricamente empirismo os confronta e por sua vez positivismo sobe nos ombros do empirismo para formular sua sacra Ciência junte sacra com pregava e comece a montar o quebracabeça positivo John Locke estadunidense era paraplégico antes de cair na ilha brincadeira Entendaa depois no item para assistir do material complementar ao final desta unidade Nosso John Locke 16321704 era inglês filho de um advogado que lutou contra a monarquia ao acreditar em um regime parlamentar algo como o da atual Inglaterra Esse detalhe justifica o grande liberalista que se tornou seja atuando na contraposição ao regime político vigente em seu país protestando a formulação de princípios sociais e políticos que não estivessem cerrados na mão fechada de um rei seja filosoficamente ao refutar o absolutismo teorizado por outros grandes pensadores caso exemplar de Thomas Hobbes sobre quem conversaremos em uma unidade futura Ademais além de liberalista Locke se tornou o principal filósofo do empirismo ainda que não fosse o primeiro a contestar o racionalismo formulando uma extensa pesquisa e teoria sobre a obtenção do conhecimento publicada em diferentes livros desde seu Ensaio sobre o 8 Unidade Empirismo e positivismo entendimento humano de 1689 dividido em quatro livros até discorrer sobre o que entendia como o correto processo de aprendizagem empírica às crianças em Alguns pensamentos sobre educação de 1693 A negativa lockeana ao inatismo se baseia em dois argumentos atemporais ou seja que podem ser aplicados em sua época à Antiguidade ou mesmo à atualidade Ainda que houvesse verdades e saberes que advêm de nossos nascimentos não há como provar que esses estavam lá desde sempre uma vez que se manifestam a partir de determinado momento de maturação ou maturidade humana afinal Certos conceitos de moralidade e identidade os quais poderiam ser atribuídos à racionalidade inata são inteiramente desconhecidos das pessoas incultas e em totalidade das crianças aspectos esses que Locke argumentara que são apreendidos no sentido de assimilação apenas a partir de um estágio de aquisição de experiências e aprendizagem Além disso considerandose o contexto de conflitos civis em que Locke viveu poderseia considerar um terceiro argumento que se não deliberadamente formulado por esse pensador está envolvido ao longo de todo o seu legado teórico Não há verdades da razão as quais sejam de comum acordo entre toda a humanidade Motivo pelo qual fazse necessário que os homens uma vez libertos do estado de natureza assim como do julgo monárquico nos âmbitos econômicos políticos sociais e religiosos organizemse para formar uma comunidade de único corpo Figura 1 ao lado sem consenso universal sem comprovação inata e certos valores verdades não manifestada em crianças e incultos tudo isso ilustrado na pintura Village Inn de Gillis Van Tilborgh Vêse na tela diferentes figuras gêneros e idades condições sociais o que sugere inacesso à cultura culta Os argumentos de Locke 19 para implodir os alicerces racionalistas ao formular que o conhecimento de nenhum homem aqui pode ir além de sua experiência Se não nos eram dadas faculdades mentais e saberes quando de nossos nascimentos caberia então descobrilos por conta própria cada qual ao seu modo cada um até seu limite É com essa proposição que Locke intitulou sua principal obra Ensaio sobre o entendimento humano no sentido do autoexame sobre as capacidades de cada um assim como efetivamente e talvez originalmente colocou a responsabilidade do desenvolvimento humano no próprio indivíduo dado que na medievalidade esse potencial estava em Deus e para o racionalismo idealista era uma condição mental que advinha do nascimento ou no populacho atual vinha de fábrica Essa premissa de conhecer as próprias habilidades e capacidades é importante para você entender como o empirismo aqui em Locke compreendia o processo de aprendizagem Figura 1 9 Locke entendia por razão a qual chamava de ideia o que percebemos a partir de nossa percepção pensamento ou como produto de um processo reflexivo De modo que uma ideia pode ser simples relacionada a sensações aqui como processo interno intuitivo reflexões ou um misto desses sentimentos ou pode ser complexa envolvendo relações e contatos com modos substâncias e relações respectivamente Modo Tridimensionalidade do que é material assim como seus atributos espaçotemporais ocupação duração quantidade Substâncias Desde fisicamente sensíveis cheiro sabor textura etc às incorpóreas espirituais divinas cabendo aqui uma crítica ao encaixotamento da transcendência divina ao seu modelo teórico ou algo do tipo Puxa Locke você estava indo tão bem tão crível Relações Identidade moralidade causalidade e outros princípios da relação inter humana Nessa há a possibilidade de mescla com as ideias de modo ou seja juízos de valor a materialidade animada ou inanimada Para pensar Formuladas como tal as ideias simples de Locke sensações reflexões e essas misturadas não seriam equivalentes à lógica da razão simples e por isso interna e dedutiva do pensamento cartesiano Seria por isso que em seu livro Antônio Joaquim Severino 1993 classificou o empirismo como racionalismo empirista Para facilitar seu entendimento na obra dedicada a esse pensador Sofia Rovighi 2002 esquematizou essa classificação da seguinte forma Figura 2 Fonte Adaptado de Rovighi 2002 10 Unidade Empirismo e positivismo Para entender na prática como se dá essa categorização lockeana direcione sua atenção às ideias simples de sensação entre um ou mais sentidos e ideias complexas de modos simples entre objetos de sensação e reflexão Ainda que tudo se dê nos domínios da mente do sujeito que é você por exemplo há aí toda uma infinidade de qualidades juízos de valor derivadas na relação entre esses dois itens na sua cabeça que não necessariamente processamse de maneira equivalente nas cabeças dos outros Assim surgem subjetividades como uma maçã ser gostosamente doce para você e desagradavelmente amarga para outro que dela partilhar Com as cores acontece a mesma coisa ainda que possuam nomes as tonalidades podem diferir na compreensão de cada pessoa em função da interaçãovivência que essa teve Matérias animadas quando criança uma dessas espécies é chamada de au au para depois ser chamada de cachorro ou cão para em alguns casos ser chamada de Bob Rex e por aí vai considerandose aqui as variáveis etária da nomenclatura enciclopédica e da relação com o objeto animado o animal Assim para Locke ao nascer partimos do ponto zero de conhecimento tal qual uma folha em branco ou uma tabula rasa e conforme nos desenvolvemos em termos biológicos e principalmente na interação com o mundo externo vamos aprofundando nossa relação com os meios espaciais materiais e sociais na ordem de natureza acima esquematizada de modo que ampliamos e aprimoramos nosso catálogo de sentidos e ideias até a morte quando segundo Machado de Assis entregamos nossa obra de vida em sua edição mais atualizada de graça aos vermes eca Eis o cerne da teoria empirista Considerando o contexto intelectual social e político no qual essa tese foi formulada imagine a polêmica criada caroa alunoa a partir de então foi considerada a possibilidade de que ao nascer toda e qualquer pessoa tem a mesma condição pura das demais sem preceitos inatos capacidades racionais ou condição privilegiada horizontalizando o gênero humano em uma organização social em si totalmente atrofiada e baseada em padrões desiguais de trabalho e direito à propriedade essa que para Locke era direito de todos que a adquirissem por meio do trabalho Ao mesmo tempo e por outro lado a vivência experiência e o contato com o mundo exterior natureza cultura recursos desses que nasceram em igualdade de condições forjarão as capacidades e limitações que cada um terá e por isso serão específicas diferentes de estratificações como a sociedade o faz desde sempre mas tais pessoas se tornarão tão diferenciadas quanto mais complexa for sua imaginação Teorizar equidade de condições identidade singularizada e tolerância à perspectiva alheia fazia de John Locke um revolucionário na história da Filosofia ainda que revolução seja o tema da próxima unidade Naturalmente houve outros pensadores simpáticos e contribuintes aos princípios empíricos entre os quais o cético David Hume 17111776 a quem dedicaremos a contextualização desta Unidade George Berkeley 16851753 que está indicado no material complementar e Edmund Burke 17291797 cuja visão conservadora contrasta com o liberalismo lockeano e por isso protagonizará a polêmica proposta em nossa atividade reflexiva de aprofundamento Contudo considerando que o empirismo encarnado no liberal Locke ao proclamar a aprendizagem pela interação com o mundo externo também nos herdou de métodos como a observação indução e provas verificáveis serviu de insumo teórico para outras correntes de pensamento entre as quais o positivismo formulado por Auguste Comte o qual trataremos a partir do próximo parágrafo 11 Se o positivismo é pela Ciência quem será contra essa religião Ué Já estamos tratando do positivismo Sem antes abordar o materialismo o idealismo e o iluminismo Não foi assim que aprendi história nas aulas da disciplina idem Fique tranquiloa perspicaz alunoa Diferente da cronologia calendárica tudo aqui está organizado por uma lógica mais interessante o desdobramento de cada perspectiva filosófica em um vai e vem do tempo formalmente estabelecido para favorecer seu entendimento e desenvolvimento crítico do aquilo que deu nisso ou daquele que inspirou ou desesperou esse Estamos em águas seguras A ClaudeHenri de Rouvroy 17601825 Conde de SaintSimon podese atribuir copaternidade do pensamento sociológico ou melhor da Sociologia enquanto perspectiva metodológica ou científica com forte apelo religioso em seu discurso pois tentava harmonizar a moral cristã à realidade da industrialização que despontava a todo o vapor na Europa Com discurso apaixonado e considerado excessivamente idealizado teve sua perspectiva teórica também identificada como socialismo utópico característica que parcialmente justifica o desacordo filosófico com Auguste Comte Por isso saltaremos um século na cronologia a fim de papearmos sobre uma doutrina que se propunha a fundamentar todo o saber humano Seu formulador foi Auguste Comte 17981857 e outrora secretário de SaintSimon rompeu laços com esse ao discordar de sua visão socialista a qual SaintSimon acreditava ser a correta para reformular a sociedade em que viviam Para Comte todo maleficio social era ocasionado pela ignorância de modo que acreditava faltar conhecimento aos seus contemporâneos Em função disso defendia que se houvesse uma reforma social essa deveria se dar pela inteligência dos cidadãos esses que viviam um processo inédito de transformações e de guinadas de poder Se comparado ao que vimos até então os tempos de Comte eram outros turbulentos diríamos ou revolucionários como intitulou em um de seus livros o historiador Eric Hobsbawm 2009 A Era das Revoluções afinal Revoluções Burguesas Liberais conforme comentado sobre Locke Revolução Francesa a qual conversaremos na próxima Unidade Revoluções Industriais e as consequentes constituições socialistas a anarquistas Independência dos EUA além do Golpe do 18 Brumário sucedido da Revolução Bonapartista dão o tom da música com percussão de canhões que foi a trilha sonora desse momento Daí que para esse pensador era nesse caótico momento que deveriam ser associadas as questões históricas às sociais sob o manto metodológico das ciências que teriam atingido o estado de positividade caso da Matemática Física Astronomia Tais escolhas denotam a influência que esse autor teve de pensadores como Galileu Newton Descartes Hume e Diderot Contudo fazendo a devida crítica o positivismo de Comte negava praticamente todas as grandes teses filosóficas discutidas até então fossem questões defensoras de uma causa divina existência de Deus naturais dos fenômenos 12 Unidade Empirismo e positivismo manifestação da natureza ou uma mistura dessas unicidade panteísmo etc pois se referiam a um patamar intermediário para que fosse atingido o terceiro e pleno estado positivo ainda que seja repetido adiante em que a Filosofia positiva consideraria como análise apenas os critérios comuns das Ciências Naturais no estudo dos fenômenos da natureza obedecendo às regras gerais dessas observação experimentação comparação classificação filiaçãoassociação histórica etc Daí que tivesse você oportunidade de encontrando Comte questionar a definição de sua Filosofia positiva dependendo do humor que estivesse esse possivelmente lhe responderia Não se trata de um sistema metafísico nem de uma explicação das essências e de outras bobagens racionalistas e metafísicas Não percebes que proponho uma Física Social uma Sociologia que coloque o misticismo dessa pseudofilosofia que se vê por aí em seu devido lugar Intrigas à parte Comte não era tão malhumorado assim e o discurso oficial no qual define o que entende por filosofia positiva é o seguinte em suas palavras e com um exemplo prático Diálogo com o Autor Vemos pelo que precede que o caráter fundamental da Filosofia positiva é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor número possível constituem o objetivo de todos os nossos esforços considerando como absolutamente inacessível e vazia de sentido para nós a investigação das chamadas causas sejam primeiras sejam finais É inútil insistir muito sobre um princípio hoje tão familiar a todos aqueles que fizeram um estudo um pouco aprofundado das Ciências de observação Cada um sabe que em nossas explicações positivas até mesmo as mais perfeitas não temos de modo algum a pretensão de expor as causas geradoras dos fenômenos posto que nada mais faríamos então além de recuar a dificuldade Pretendemos somente analisar com exatidão as circunstâncias de sua produção e vinculálas umas às outras mediante relações normais de sucessão e de similitude Assim para citar o exemplo mais admirável dizemos que os fenômenos gerais do universo são explicados tanto quanto o podem ser pela lei de gravitação newtoniana porque de um lado essa bela teoria nos mostra toda a imensa variedade dos fatos astronômicos como constituindo apenas um único e mesmo fato considerado de diversos pontos de vista a tendência constante de todas as moléculas umas em relação às outras na razão direta de suas massas e na razão inversa do quadrado das distâncias Enquanto de outro lado esse fato geral se nos apresenta como simples extensão de um fenômeno eminentemente familiar e que por isso mesmo o consideramos como particularmente conhecido a gravidade dos corpos na superfície da terra Quanto a determinar o que são nelas próprias essa atração e essa gravidade quais são suas causas são questões que consideramos insolúveis não pertencendo mais ao domínio da filosofia positiva e que abandonamos com razão à imaginação dos teólogos ou à sutileza dos metafísicos A prova manifesta da impossibilidade de obter tais soluções reside em que todas as vezes que se procurou dizer a esse propósito algo verdadeiramente racional os maiores espíritos só puderam definir um dos princípios pelo outro dizendo no que respeita à atração não ser outra coisa que a gravidade universal e em seguida no que respeita à gravidade consistir simplesmente na atração terrestre Tais explicações que fazem sorrir tão logo alguém pretenda conhecer a natureza íntima das coisas e o modo de geração dos fenômenos constituem porém tudo o que podemos obter de mais satisfatório mostrandonos como idênticas duas ordens de fenômenos que por muito tempo foram tomados como não tendo nenhuma relação entre eles Nenhum espírito justo procura hoje ir mais longe COMTE 1973 p 7 grifos nossos 13 Já foi comentado sobre o quanto os filósofos gostam de se expressar Prestou atenção nos sublinhados que reiteram o que não se pretende com o positivismo A indiferença às causas geradoras dos fenômenos físicos matemáticos ou que sejam sociais Sabendo porém que não poderia negar a existência de um passado na Filosofia Comte o enquadrou em sua teoria como mera circunstância histórica nos primórdios de um processo evolutivo onde tomava emprestado apenas o trigo do empirismo princípio de aprendizagem pela interação com o mundo materialmente exterior e de que nada é inato deixando de lado o joio dessa doutrina causalidades e justificativas metafísicas para recorrendo a exemplos dos saberes exatos matemáticos astronômicos e companhia já firmado na plenitude de sua tese sistematizar todo o conhecimento humano e suas áreas nos seguintes estados Estado fictício teológico Sobrenatural como explicação dos fatos inclusive cristãos em um Estado militarizado você ouve os gritos de indignação de Santo Agostinho e Tomás de Aquino Para não falar dos pensadores antigos e pagãos Estado metafísico abstrato Onde há miscigenação entre os sobrenaturais e as ideias naturais em meio a um Estado semiindustrial embora ainda militarizado mexendo com egos racionalistas e em menor medida empiristas Estado positivo científico No qual as leis gerais naturais explicam os fenômenos e fatos favorecendo os desenvolvimentos social político e econômico esse com uma industrialização preponderando como atividade produtiva Pintura panorâmica de uma cidade desconhecida vivendo o processo industrial ao lado Se o estado positivo pudesse ser representado visualmente para Comte teria uma aparência parecida com esta sociedade organizada explicada e desenvolvida sob três físicas das quais as duas primeiras já estabelecidas astronômicaterrestre Física Mecânica Matemática etc orgânica Biologia Química etc e a que ele sistematizaria social abarcando tudo o que atualmente entendemos por Humanidades Ou seja a evolução do pensamento humano partia de um estado natural similar inclusive ao formulado por liberalistas e absolutistas em que a humanidade estaria sob imposição da força militar e do místico para desvencilhandose dessas amarras ao pensamento livre atingir a plena condição de produção industrial e de consciência no entendimento das lógicas físicas e naturais Mas por que não deu certo Por que não atingimos esse admirável mundo novo Hum tratandose de sessismo seria impreciso atribuir um motivo pelo qual a teoria de Comte não vingou até a atualidade Contudo há alguns fatores que precisam ser considerados à sua superação e mais seu sucesso em alguns aspectos e principalmente sua ressignificação em diferentes áreas de conhecimento Fonte nyuedu Figura 3 14 Unidade Empirismo e positivismo Primeiro o estado positivo vislumbrado por Comte não se concretizou por razões que fugiam à sua proposta as relações humanas e de trabalho se mostraram verticalizadas para não dizer degradantes muito aquém do júbilo que esse pensador cogitara Tanto que outros filósofos apareceram e foram imortalizados em função da capacidade teórica que tiveram em ideologicamente dividir países e por que não dizer o mundo se ainda não sabe quem descobrirá em História da Filosofia Contemporânea Além disso o próprio teórico foi incoerente com as regras que estabeleceu em seu jogo sistema contra sua premissa de delegar à religião uma etapa de anterioridade ao desenvolvimento humano o primeiro estado Comte pirou na batatinha quando por meio de uma política positiva e influência matrimonial de Clotilde de Vaux criou a Religião da Humanidade você ainda tem aí memorizadas as palavras religiosas pregava e sacra ditas ironicamente ao longo desta unidade Pois as más línguas dizem que enlouqueceu mas o próprio justificou que se as religiões do passado eram etapas de um processo evolutivo haveria a necessidade de criar a religião definitiva cujo Deus era a Humanidade e os santos os pensadores que contribuíram para o desenvolvimento dos três estados conforme a área do conhecimento Enfim eis aí um segundo motivo entre outros mas justiça seja feita há também legados parciais da contribuição do comtismo positivismo à História da Filosofia Há uma significativa quantidade de releituras atualizações ressignificações ou mesmo apropriações do positivismo em áreas posteriores e em diferentes ramos do saber Para citar alguns exemplos Comte inspirou preceitos do Behaviorismo proposto por Burrhus Frederic Skinner Positivismo Jurídico com Hans Kelsen Neopositivismo na figura de Émile Durkheim Transpositivismo vide Jean Piaget Evolucionismo do famoso Charles Darwin entre outras áreas herdeiras Você sabia Não será a primeira vez que o Brasil será citado lembramos de nossa querida pátria por exemplo na primeira unidade ao conversarmos sobre a estética gótica e indicar o patrimônio arquitetônico em nosso querido país com tal afinidade estética caso da paulistana e neogótica Catedral da Sé Todavia agora a menção é mais séria diz respeito aos rumos políticos de nossa nação à ordem e o progresso desejados em nossa bandeira nacional que sim estão intimamente inspirados em preceitos positivistas e relacionados ao processo de Proclamação da República Não acredita Ora pois então veja Figura 4 ao lado Capela positivista localizada em Porto Alegre RS Atenhase aos grifos da seguinte frase ornando a fachada o amor por princípio e a ordem por base o progresso por meta Sim também estamos batizados pela Religião da Humanidade Muito nobre não acha De modo que concluindo esta etapa de nosso roteiro turísticohistórico temos em nosso aqui dois movimentos que foram formulados para contrapor cada qual a outras teorias e status quo e que talvez por isso agregaram significativamente entre si e ao legado do saber humano das gerações e movimentos que se seguiram Alguns desses com o progresso antes da ordem a ponto de literalmente fazer com que cabeças de filósofos rolassem mas isso é papo a próxima unidade Fonte Wikimedia Commons Figura 4 15 Material Complementar Conteúdo Ensaio para uma nova teoria da visão George Berkeley 16851753 foi um empirista tão relevante quanto Locke contudo sua visão diferia em alguns aspectos daquele o que significa que discutilo no material teórico tornaria o textobase gigantesco Por isso é a primeira indicação deste material complementar Neste livro disponível pela Unicamp em httpwwwunicampbrjmarquestradBERKELEYTeoriadaVisaopdf o pensador argumenta que nossa realidade é constituída por sujeitos e suas experiências e basta Porque para esse filósofo as coisas são incompreensíveis ao olho humano de modo que o que discernimos são apenas suas qualidades como cor textura cheiro etc características captadas por nossos sentidos e processadas por nossa consciência formada na relação com o meio Leitura Lost Lembrase da piadinha no material teórico com o Locke paraplégico que caiu na ilha Pois tratase de Jonathan Locke um dos personagens mais interessantes da série idem chamada Lost que entre os motivos que a torna obrigatória há justamente o de não apenas nominar alguns personagens com o nome de importante filósofos como David Hume JeanJacques Rousseau Mikhail Bakunin etc mas também de moldar suas personalidades às respectivas teorias dos pensadores homenageados Daí que este Locke age de forma empirista ilustrando muito do que sugeria o Locke inglês Procure assistir alguns capítulos dessa série e veja a apresentação sui generis ao tratado nesta unidade desse personagem Vídeo Viagem à lua O filme mais famoso de Georges Méliès além de marco histórico e técnico possui uma temática científica muito conveniente a esta unidade dado o argumento cinematográfico de uma empreitada astronômica para descobrir a lua a partir da relação empírica que os tripulantes estabelecem com a fauna flora e habitantes lunares Tratandose de um filme originalmente mudo especialmente a versão disponível em httpwwwpodcastsconlsetimasalapodcast169113setimasala43viagemalua1902download220263270 agrega uma trilha sonora elaborada para uma versão de aniversário dessa película assim como uma discussão entre três críticos cinematográficos sobre aspectos técnicos sociais filosóficos e cientificistas em torno da história 16 Unidade Empirismo e positivismo Referências BERKELEY George Tratado do conhecimento humano Lisboa Atlântica 19 COMTE Auguste Curso de Filosofia Positiva Trad José A Giannotti São Paulo Abril Cultural 1973 Col Os Pensadores HOBSBAWN Eric A Era das Revoluções 17891848 Rio de Janeiro Paz e Terra 2009 HUME David Investigação sobre o entendimento humano Lisboa Edições 70 19 LOCKE John Alguns pensamentos sobre educação Lisboa Almedina 2012 Tratado do entendimento humano Lisboa Atlântica 19 MAGGEE Bryan História da Filosofia 2 ed Trad Marcos Bagno São Paulo Loyola 2000 ROVIGHI Sofia Vanni História da Filosofia Moderna da revolução científica a Hegel Trad Marcos Bagno e Silvana Cobucci Leite 3 ed São Paulo Loyola 2002 SEVERINO Antônio Joaquim Filosofia São Paulo Cortez 1993 Col Magistério 2º Grau Série Formação Geral Anotações wwwcruzeirodosulvirtualcombr Campus Liberdade Rua Galvão 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