·

Engenharia Civil ·

Materiais de Construção Civil 1

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Fazer Pergunta

Texto de pré-visualização

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL EC MODALIDADE EAD ESTUDO DIRIGIDO CICLO 6 CONCEITUALIZAÇÃO Diversos são os conceitos que devem ser esclarecidos para que se compreendam questões relacionadas à construção civil e em especial aos critérios que se perseguem através de algumas mudanças tecnológicas tratandose de definições já analisadas por diversos autores Grande parte dos temas é referente à Engenharia de Produção ou à Administração por se tratarem de disciplinas que se encontram relacionadas às diferentes áreas de produção dentre elas à Construção Civil Este Estudo Dirigido se apropriará em geral de conceitos colocados por Martucci 1990 e Baron 1999 conforme seguem 1 PROCESSO Segundo Souza et al 1995 o processo é um conjunto de atividades prédeterminadas feitas para gerar produtosserviços que atendam às necessidades dos clientes É vinculado à ideia de movimento ao longo do tempo estando sempre ligadas ao desenvolvimento das atividades econômicas políticas sociais técnicas etc com características determinadas e definidas historicamente MARTUCCI 1990 Trazendo este conceito para a Construção Civil é importante lembrar que os processos construtivos se alteram de tempos em tempos e de acordo com o conceito colocado por Martucci 1990 estão ligados além de às atividades técnicas como seria de se supor de imediato também às atividades econômicas políticas etc Dentro deste conceito temse ainda Processo de Produção é o que define o movimento político econômico e ideológico das relações sociais entre os agentes participantes tendo como base uma estrutura historicamente definida de valorização dos capitais empregados Como no modo de produção capitalista no qual o processo de produção é regido pelo lucro e pela propriedade privada dos meios de produção temse que todo movimento econômico dos setores produtivos visa a valorização e reprodução de seus capitais MARTUCCI 1990 TEMA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL SISTEMAS E PROCESSOS COMPONENTE CONSTRUÇÃO CIVIL I DATA 25112015 PROFESSOR RESPONSÁVEL SANDRO FERREIRA FERNANDES NESTE ESTUDO DIRIGIDO FAREMOS UMA ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE A INTERDEPENDÊNCIA ENTRE O PROJETO E A OBRA PARTICULARIDADES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL PROCESSOS CONSTRUTIVOS ARTESANAL TRADICIONAL RACIONALIZADO E INDUSTRIALIZADO SISTEMAS CONSTRUTIVOS Produção consiste em criar ou aumentar a utilidade dos bens para satisfação das necessidades humanas ROSSO 1980 Produto é o objeto da produção o resultado do processo o instrumento de satisfação das necessidades humanas No caso da Construção Civil segundo Rosso 1980 temse a edificaçãoproduto a qual é o efeito da ação de construir edificação Processo Stoner 1982 coloca que são quatro as funções que completam um processo inteiro sendo elas Planejamento Direção Controle e Liderança as quais trabalham de forma interligada e simultânea Processo Projetual Referindose ao processo projetual no campo da Arquitetura Castells 2001 coloca que o processo de projeto se revela inseparável do arquiteto que o executa ou em outros termos o processo é um espelho onde fica registrado o corpus conceptual e conceitual do arquiteto sua particular maneira de entender arquitetura e de praticar a atividade projetual Em outros termos significa que os métodos e procedimentos utilizados pelos arquitetos nas suas rotinas de projetação atingem em poucos casos o nível de um planejamento detalhado que se mostra imprescindível quase unicamente na resolução de projetos de alta complexidade Processos Construtivos incorporam a tecnologia através dos projetos sendo considerados cinco tipos artesanais tradicionais tradicionais racionalizados pré fabricados e industrializados A seleção e adoção de tecnologias e técnicas dependerão das características econômicas financeiras políticas e ideológicas dos Processos Produtivos ou seja dependerão de como os agentes estarão estruturados e de quais mecanismos serão utilizados MARTUCCI 1990 Processos Construtivos Artesanais são transmitidos de uma geração para outra possuindo traços regionais culturais e históricos da comunidade Produção através do trabalho coletivo e da utilização de materiais locais com processos de trabalho que possuem na sua maioria técnicas centenárias Como exemplo habitações indígenas rurais de taipa de pilão rurais de madeira Museu da Luz São Paulo Fonte vejaspabrilcombrmateriamosteirodaluzabrigamuseudeartesacra Taipa de Pilão Fonte httpswwwgooglecombrgwsrdsslqfotodetaipadepilC3A3o Processos Construtivos Tradicionais estão incorporados culturalmente na história da construção de edificações de determinada região e são amplamente disseminados na prática construtiva dessa população profissionais ou não Utilizamse tanto de materiais de construção produzidos pela indústria cimento aço tubos e conexões de PVC como materiais extraídos da natureza areia pedra saibro e ambos são transportados para o canteiro de obras onde ocorre a construção Os processos de trabalho utilizamse de técnicas artesanais mas a mãodeobra aparece definida em função do trabalho dividida por exemplo em pedreiros carpinteiros encanadores e eletricistas Como exemplo alvenaria de tijolos cerâmicos com cobertura em estrutura de madeira e telhas cerâmicas caixilhos de chapa dobrados ou perfil metálico pisos desde os cerâmicos até os cimentados para as habitações térreas ou dois pavimentos Para as habitações com mais de dois pavimentos temse estrutura de concreto armado composta por pilares vigas e lajes construídas in loco com vedações em alvenaria de tijolo cerâmico caixilhos de chapas dobradas ou perfis metálicos Construção Tradicional alvenaria e reboco telha de cerâmica FontehttpswwwgooglecombrsearchqConstruC3A7C3A3oTradicionalE28093 alvenariaerebocotelhadecerC3A2micabiw1366bih607sourcelnmstbmischsa Xved0ahUKEwjrMPhvrDJAhWRqJAKHflaAlQQAUIBigBdpr1 Processos Construtivos Tradicionais Racionalizados projetos mais elaborados com maiores definições técnicas e detalhamentos específicos Surge o projeto de canteiro de obras com unidades produtivas usinas de fôrmas armaduras diminuindo as perdas de materiais Revolução com relação às preocupações de segurança do trabalho e do treinamento da mão de obra e consequentemente um aumento da produtividade do trabalho no canteiro de obras Determina um avanço no desenvolvimento tecnológico no setor de construção de edificações habitacionais em relação aos Processos Artesanais e Tradicionais refletido também nos Processos Produtivos sendo a alvenaria armada ou estrutural um exemplo desse processo Construção Racionalizada construção em alvenaria estrutural FontehttpswwwgooglecombrsearchqConstruC3A7C3A3oTradicionalE28093alvenariae rebocotelhadecerC3A2micabiw1366bih607sourcelnmstbmischsaXved0ahUKEwjr MPhvrDJAhWRqJAKHflaAlQQAUIBigBdpr1tbmischqconstruC3A7C3A3oemalvenariaestrutur alimgrc Processos Construtivos Préfabricados os projetos dos sistemas construtivos consideram previamente a modulação a padronização a precisão o transporte de peças etc novos conceitos que interferem também nos processos de trabalho Materiais de construção préfabricados13 e montados na obra Redução de entulhos de desperdícios de materiais e diminuição no tempo de execução Processos de trabalho previamente definidos e racionalizados apresentando trajetória de obra bem definida com aumento da produtividade do trabalho Construção com Elementos PréFabricados vigas de seção completa pilares e telhas tipo w fornecidas em concreto FontehttpswwwgooglecombrsearchqConstruC3A7C3A3oTradicionalE28093alven ariaerebocotelhadecerC3A2micabiw1366bih607sourcelnmstbmischsaXved0 ahUKEwjr MPhvrDJAhWRqJAKHflaAlQQAUIBigBdpr1tbmischqConstruC3A7C3A3ocomEleme ntosPrC3A9Fabricadosimgrc1Livc06nXVxpMM3A Processos Construtivos Industrializados o sistema construtivo consiste na fabricação de partes ou do todo de forma padronizada e estandardizada É necessário ter domínio da tecnologia e levar em consideração o alto grau de repetitividade para obter o máximo aproveitamento A produção é realizada em série através da préfabricação dos componentes ou em módulos do produto podendo ser também fabricada toda a edificação Processos de trabalho realizados por mão deobra especializada e parcializados nas usinas fábricas e no canteiro de obras onde se tem apenas a montagem dos módulos ou componentes ocorrendo aumento de produtividade Como exemplo os módulos prontos de habitações com todos os subsistemas já montados Construção Industrializada construção em painéis de aço galvanizado FontehttpswwwgooglecombrsearchqConstruC3A7C3A3oTradicionalE28093alven ariaerebocotelhadecerC3A2micabiw1366bih607sourcelnmstbmischsaXved0 ahUKEwjr MPhvrDJAhWRqJAKHflaAlQQAUIBigBdpr1tbmischqConstruC3A7C3A3oIndustrializa daE28093construC3A7C3A3oempainC3A9isdeaC3A7ogalvanizadoimg rcUKxPv55nvcgM3A Construção Industrializada construção de paredes estruturais Fonte httpwwwcomunidadedaconstrucaocombrcomunidadecalandransf Processos de Trabalho incorporam a técnica que é materializada na construção em si Estão ligados aos equipamentos e ferramentas instrumentos de trabalho aos materiais e componentes de construção aos subsistemas e sistemas construtivos objetos de trabalho bem como às respectivas técnicas de utilização dos equipamentos e ferramentas sobre os materiais e componentes de construções subsistemas e sistemas construtivos no intuito de produzir as edificações 2 PLANEJAMENTO O planejamento permite que as organizações visualizem a consecução de seus objetivos através da definição prévia da melhor maneira de alcançálos por meio da aplicação de recursos necessários De acordo com Formoso et al 1999 planejamento é definido como um processo gerencial que envolve o estabelecimento de objetivos e a determinação dos procedimentos necessários para atingilos sendo somente eficaz quando realizado em conjunto com o controle Assim podese afirmar que não existe a função controle sem planejamento e que o planejamento é praticamente inócuo se não existe controle Com ele os membros da organização tendem a executar melhor as suas atividades visto que os mesmos sabem aonde chegar e o que devem fazer tornandose mais fácil inclusive mensurar os resultados e realizar determinados ajustes corretivos ao longo do tempo tarefa realizada através do controle 3 PROJETO Há grande discussão entre diversos autores sobre como se deve definir o projeto sendo que sinteticamente alguns o consideram como serviço e outros como produto Castells 2001 faz uma abordagem sobre a elucidação do conceito de projeto bastante interessante onde citam autores como McGinty Cross Melhado Manning e Papanek Segundo McGinty apud CASTELLS 2001 o projeto no contexto da arquitetura é simplesmente a atividade de criar propostas que transformem alguma coisa já existente em algo melhor O projeto deve ser visto como um processo de três partes que consiste de um estado inicial um método ou processo de transformação e um estado futuro imaginado Esses três componentes também definem as funções do projetista arquitetônico identificar problemas identificar métodos de conseguir soluções e implementar essas soluções Já Melhado apud CASTELLS 2001 afirma que projeto é atividade ou serviço integrante do processo de construção responsável pelo desenvolvimento organização registro e transmissão das características físicas e tecnológicas específicas para uma obra a serem consideradas na fase de execução Em um ou noutro caso é importante colocar que é na atividade projetual através do processo de projeto que será estabelecido o custo total esperado para um determinado empreendimento Sendo assim o processo projetual deve ter como diretrizes estar dentro de uma faixa de custos de execuçãooperaçãomanutenção esperada e avançar o máximo possível antes da execuçãoutilização permitindo a redução de custos caso desejada pois como aponta CTE apud CASTELLS 2001 quanto mais se avança da fase de projeto para a fase de execução e utilização diminui o potencial de redução de custos uma vez que concluído o projeto estarão estabelecidas todas as condições em que o processo de execução ocorrerá A partir daí resta ao planejamento e gerenciamento de obras apenas manter os custos nos limites que o projeto permite Como é sabido o projeto entretanto não se refere apenas à elaboração do projeto arquitetônico sendo que para que se consiga a almejada economia de custos de execução todos os projetos devem estar coordenados e compatíveis entre si Neste sentido ainda CASTELLS 2001 afirma que a elaboração dos diferentes projetos de forma totalmente separada pode gerar situações nas quais a solução final dada a uma unidade funcional ou elemento construtivo não seja a mais adequada para evitar complexidades descontinuidades ou perdas no desempenho Os diferentes projetos devem formar uma cadeia que favoreça a mútua alimentação entre eles O controle da qualidade de projeto está diretamente ligado à coordenação Para que a compatibilidade desejada entre os diferentes projetos aconteça é estabelecida e incorporada ao Processo de Produção uma série de outros conceitos que serão enumerados abaixo Ressaltase que são utilizados conceitos e definições de Baron 1999 relacionados ao desenvolvimento e à implantação de um sistema de padronização Modulação consiste em estabelecer uma dimensão padrão módulo básico que possibilite a definição da prática projetual e produtiva no sentido de tornar os dimensionamentos lineares bidimensionais e tridimensionais dos materiais de construção componentes e subsistemas sempre múltiplos ou submúltiplos do módulo básico Possibilita maior racionalização entre os sistemas construtivos e seus subsistemas devendo ser utilizada no projeto na fabricação de seus componentes16 e como guia para construção Esquadrias padronizadas também usadas em construções que utilizam módulos no processo de projeto FontehttpswwwgooglecombrsearchqEsquadriaspadronizadasE28093tambC3A9m usadasemconstruC3A7C3B5esqueutilizammC3B3dulosnoprocessodeprojeto biw1366bih607sourcelnmstbmischsaXved0ahUKEwiCkanWxrDJAhWHMZAKHV0EBdE QAUIBygBtbmischqEsquadriaspadronizadasE28093madeiraimgrcxxpcYe0q77c M3A Padronização consiste em unificar e simplificar os processos de fabricação pela redução de tipos aleatórios e diferentes de materiais de construção componentes e subsistemas Sua intenção é estabilizar um produto no patamar de qualidade estabelecido no padrão ou modelo Rosso apud BARON 1999 divide a padronização em padronização tipológica padronização dimensional padronização de produto e padronização normativa de projeto A padronização e precisão dos componentes são necessárias para reduzir os desperdícios e ajustes comuns considerando na precisão certa tolerância dimensional com medidas e gabaritos específicos Normalização consiste no estabelecimento de padronização técnica procedimentos e métodos de ensaio através dos quais todos os processos e produtos do mesmo tipo e característica são obrigados a seguirem tanto do ponto de vista projetual como produtivo e construtivo Assim no Brasil a concepção fabricação aplicação uso e manutenção de materiais de construção componentes e subsistemas devem seguir rigorosamente as Normas Brasileiras definidas pela ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Permutabilidade este conceito estabelece o grau de possibilidades de troca dos materiais de construção componentes e subsistemas de um Sistema Construtivo Construção com Laje Nervurada alternativas diversas para seu preenchimento FontehttpswwwgooglecombrsearchqEsquadriaspadronizadasE28093tambC3A9mus adasemconstruC3A7C3B5esqueutilizammC3B3dulosnoprocessodeprojetobiw 1366bih607sourcelnmstbmischsaXved0ahUKEwiCkanWxrDJAhWHMZAKHV0EBdEQA UIBygBtbmischqConstruC3A7C3A3ocomLajeNervuradaE28093alternativasd iversasparaseupreenchimentoimgdiixmX6sk6QMrqM3A3BxmX 6sk6QMrqM3A3BhKf4OQyyBDt1FM3AimgrcxmX6sk6QMrqM3A Repetitividade consiste em estabelecer princípios básicos de projeto e construção que possibilitem a execução de um produto ou uma atividade por várias vezes seguidas através dos mesmos processos O conceito de repetitividade quando introduzido nos processos de concepção fabricação e aplicação de materiais de construção componentes e subsistemas construtivos induz a prováveis incrementos nas possibilidades de padronização normalização e mecanização pois introduz simbioticamente a possibilidade da produção em série e préfabricada Construção Racionalizada pelo uso da Repetitividade FontehttpswwwgooglecombrsearchqEsquadriaspadronizadasE28093tambC3A9mus adasemconstruC3A7C3B5esqueutilizammC3B3dulosnoprocessodeprojetobiw 1366bih607sourcelnmstbmischsaXved0ahUKEwiCkanWxrDJAhWHMZAKHV0EBdEQA UIBygBtbmischqConstruC3A7C3A3oRacionalizadapelousodaRepetitividadeimgrc 89kBw6NqC04aM3A Transportabilidade consiste em estabelecer o grau de facilidade de locomoção dos materiais de construção componentes e subsistemas através da caracterização e da definição de valores para variáveis tais como peso tamanho formato resistência tipo de equipamento forma de transporte manuseio etc Flexibilidade define o grau de variabilidade técnica e tecnológica que os materiais de construção componentes e subsistemas podem assumir quando da sua inserção nos projetos e produção de sistemas construtivos Estendese este conceito para as diferentes formas de uso de um mesmo ambiente eou espaço arquitetônico e urbanístico A flexibilidade e a modulação são conceitos que exigem práticas projetuais e produtivas com uma carga muito grande de instrumentação metodológica pois pressupõem que concepção fabricação aplicação uso e manutenção tanto dos elementos construtivos quanto dos ambientes e espaços arquitetônicos e urbanísticos sejam caracterizados a priori como flexíveis e modulados o que por si só traz modificações estruturais na fixação de condições exigenciais parâmetros e padrões de desempenho dos quais os projetos a produção o uso e a manutenção dos edifícios deverão atender Quanto mais intensos forem os graus de modulação padronização e folga normalização permutabilidade divisibilidade repetitividade mecanização e transportabilidade maiores serão os graus de flexibilidade tanto dos elementos construtivos considerados no sistema construtivo como nas possibilidades de uso dos ambientes e espaços arquitetônicos e urbanísticos MARTUCCI 1997 apud BARON 1999 A flexibilidade é o critério mais comum adotado também em edifícios comerciais openoffices e industriais e pode ser descrito como a liberdade de reformular a organização do espaço interno definido rigidamente por um vêdo perimetral Construção com uso de gesso acartonado maior flexibilidade no uso dos espaços internos FontehttpswwwgooglecombrsearchqEsquadriaspadronizadasE28093tambC3A9mus adasemconstruC3A7C3B5esqueutilizammC3B3dulosnoprocessodeprojetobiw 1366bih607sourcelnmstbmischsaXved0ahUKEwiCkanWxrDJAhWHMZAKHV0EBdEQA UIBygBtbmischqConstruC3A7C3A3ocomusodegessoacartonadoE28093m aiorflexibilidadenousodosespaC3A7osinternosimgrchTk3c5VOSX1veM3A Ampliabilidade tratase da disposição inicial que permite uma integração razoável no projeto final Tem aplicação restrita por razões construtivas quase exclusivamente às habitações unifamiliares devendose contudo observar que este conceito pode ter duas conotações a ampliabilidade externa e a interna Enquanto a primeira addon é mais comum e referese à simples adição de peças a segunda addin parte do pressuposto de uma disponibilidade maior de espaço interno o qual passa a ser aproveitado mais intensamente em etapas sucessivas Seria este o caso da habitaçãocasca ROSSO 1980 Bairro da Malagueira Évora Portugal projeto do Arq Álvaro Siza residências projetadas com possibilidade de ampliação ora na parte superior ora na parte frontal Fonte httpwwwinstitutocamoesptbasessizaobra05htm Organização do Trabalho está relacionada com a força de trabalho do Setor da Construção Civil Referese a recuperação do perfil e das características dos Operários da Construção Civil dinamização dos processos de qualificação da força de trabalho modificação da estrutura funcional e hierárquica nos canteiros de obras e usinas redimensionamento da estrutura de trabalho entre arquitetos engenheiros e trabalhadores valorização da participação de trabalhadores já qualificados nos processos de elaboração dos Projetos do Produto e Produção na organização de equipes de trabalho e especificação de tarefas como também nas atividades relacionadas com a parte burocrática de contratações salários promoções férias etc 4 PRODUTIVIDADE Podese dizer que a produtividade é a medida de um bom funcionamento de um sistema operacional podendo ser mensurada através da relação entre a produção e os insumos DALMAU 2004 A Produtividade está relacionada com o tempo e a quantidade de serviço realizado tendo como objetivo a diminuição do primeiro na execução do trabalho não implicando necessariamente em qualidade Para que o aumento da produtividade seja efetivo e condizente com uma proposta digna de trabalho deveria levar em consideração os princípios da Organização do Trabalho não sobrecarregando desta forma o operário através da intensificação do trabalho Souza et al 1995 aponta que a influência do tempo está diretamente ligada à produtividade ou seja ao nível de rendimento atingido na utilização dos recursos A produtividade é representada pela razão entre produto e insumo medidos do ponto de vista de volume físico ou valor Os índices de produtividade podem ser construídos com relação a um determinado fator de produção mão de obra materiais etc ou com relação a todos os fatores refletindo a eficiência do processo como um todo Segundo Moraes 1997 Campos 1992 Vieira Netto 1993 e Cunha 1993 a competitividade está diretamente relacionada com a produtividade e com a qualidade estando seu implemento vinculado à melhoria da primeira no âmbito das organizações somado à melhoria da segunda no que tange a seus produtos Assim a produtividade na construção depende de maior organização da obra gerenciamento do processo de construção com a determinação das equipes de trabalho de acordo com especializações prazo e espaço cronograma físicofinanceiro É possível perceber de forma bastante clara a reflexão da produtividade no mercado da construção como um todo É necessário terse consciência entretanto que são muitos os fatores que afetam seu índice alguns dos quais sem possibilidade de interferência pela empresa Stoner 1985 apud MORAES 1997 coloca que com maior ou menor complexidade se interrelacionam Tipo e qualidade da mãodeobra Custos de energia Características das instalações e dos investimentos na produção Investimento em pesquisa Crescimento do setor de serviços Mudanças na estrutura familiar Absenteísmo Motivação dos empregados Regulamentação do governo Inflação Políticas tributárias Dos fatores citados percebese que vários deles são extrínsecos à atividade fim não podendo ser alterados unicamente pela vontade do gestor do produto sendo ele a construção acabada ou o projeto enquanto outros podem e devem sofrer interferência por parte do responsável pela gestão vindo a modificar os índices necessários à melhoria da qualidade Logicamente tais interferências não se dão de maneira fácil necessitando em grande parte das vezes de dispêndio financeiro para se alcançar o fim desejado Para a identificação e análise dos principais problemas da obra e planejamento das intervenções podemse utilizar técnicas de medição de produtividade Essas técnicas possibilitam ampliar o domínio sobre o processo produtivo viabilizando a intervenção no processo com base em dados e fatos As técnicas mais comumente utilizadas segundo Scardoelli 1994 são as observações instantâneas2 os cartões de produção e a filmagem time lapse Segundo SCARDOELLI 1994 A técnica de observações instantâneas consiste em observações intermitentes e espaçadas ao acaso em um certo período em uma planilha obtendose uma estimativa da proporção de tempo despendido por cada operário em um dado tipo de atividade e a relação entre o número de registros desta atividade e o número total de observações Conseguemse indícios sobre quais tarefas apresentam problemas orientando a implantação de melhorias relacionadas à racionalização do trabalho A técnica de cartões de produção consiste em registrar a produçãodiária da mãodeobra em cartões pré elaborados nos quais devem constar as quantidades executadas o local e o tipo de serviço Os dados coletados neste cartão podem servir de base ao pagamento de tarefas e revisãode índices de produtividade utilizados nos orçamentos e para a projeção do consumo dos materiais A filmagem time lapse tratase da filmagem de atividades no canteiro de obras aumentandose o tempo decorrido entre os quadros em relação à filmagem normal Assim o tempo de análise e revisão do filme pode ser comprimido reduzindo o custo do estudo Tudo o que estiver no campo de visão da câmara é documentado e cronometrado 5 COMPETITIVIDADE A indústria da construção tem sofrido nos últimos anos mudanças substanciais provocadas principalmente pelo crescente grau de competição existente entre as empresas do setor no país A globalização dos mercados o crescente nível de exigência por parte dos consumidores e a reduzida disponibilidade de recursos financeiros para a realização de empreendimentos entre outros fatores têm estimulado as empresas a buscar melhores níveis de desempenho através de investimentos em gestão e tecnologia da produção Assim a exemplo do que vem acontecendo em outros setores industriais a função produção vem assumindo um papel cada vez mais estratégico na determinação do grau de competitividade das empresas de construção assim como o setor como um todo FORMOSO ET AL1999 Ao se analisar o ciclo de produção que envolve o Setor da Construção Civil podemse observar os atores responsáveis pela produção em separado a fim de se encontrar as características competitivas existentes em cada grupo Cabe neste momento ressaltar a complexidade e heterogeneidade de sua cadeia produtiva Para tanto divide Souza et al 1995 assim 1 Os usuários que variam de acordo com o poder aquisitivo as regiões do país e as especificidades das obras habitações escolas hospitais edifícios comerciais e de lazer rodovias etc 2 Os agentes responsáveis pelo planejamento do empreendimento que podem ser agentes financeiros e promotores órgãos públicos clientes privados e incorporadores além dos órgãos legais e normativos envolvidos dependendo do tipo de obra a ser construída 3 Os agentes responsáveis pela etapa de projeto empresas responsáveis por estudos preliminares sondagens topografia demografia etc urbanistas projetistas de arquitetura calculistas estruturais projetistas de instalações e redes de infraestrutura além dos órgãos públicos ou privados responsáveis pela coordenação do projeto 4 Os fabricantes de materiais de construção constituídos pelos segmentos industriais produtores de insumos envolvendo a extração e o beneficiamento de minerais a indústria de produtos minerais não metálicos cerâmica vidro cimento cal de aço para construção e outros produtos metalúrgicos de condutores elétricos da madeira de produtos químicos e de plásticos para a construção 5 Os agentes envolvidos na etapa de execução das obras empresas construtoras subempreiteiros profissionais autônomos autoconstrutores laboratórios empresas gerenciadoras e órgãos públicos ou privados responsáveis pelo controle e fiscalização das obras 6 Os agentes responsáveis pela operação e manutenção das obras ao longo da sua fase de uso proprietários usuários e empresas especializadas em operação e manutenção Desta forma vêse que no referente ao fornecedor de mercadorias há o fator competitividade relacionado a vários aspectos podendo ser citados a título de exemplo a concorrência entre marcas a concorrência da qualidade no prazo na forma de pagamento no custo total na entrega etc O mesmo acontece para o projetista para o construtor e para o incorporador bem como para os atores a eles interligados como é o caso do desenhista do peão de obras dos publicitários enfim de toda a gama de profissionais que ainda que indiretamente também se encontra ligada à Indústria da Construção Civil 6 EFICIÊNCIA EFICÁCIA EFETIVIDADE Atenção especial deve ser dada também à questão da eficiência em todo o processo de produção da construção civil ressalvandose que conceitos bastante semelhantes são facilmente confundidos pelos menos estudiosos do assunto Assim é comum veremse aplicações genéricas do termo eficiência quando se quer indicar a eficácia ou a efetividade de alguma coisa Moraes 1997 defende que a eficiência se identifica com os meios enquanto a eficácia tem relação com os fins E ainda que A consecução da eficácia independe da eficiência ainda que desejada No entanto essa independência confronta com a noção de ser a eficácia uma extensão ou conseqüência da eficiência defendida por Chicralla 1986 segundo o qual a eficácia corresponde à qualidade de ser eficiente Efetividade de acordo com Sander 1982 apud MORAES tem origem na palavra latina efficere que significa realizar cumprir concretizar tendo sido incorporado à administração contemporânea no sentido de um esforço de superação dos conceitos de eficiência e eficácia A palavra efetiva representa algo real verdadeiro que causa efeito concreto Observando as definições acima percebese sua relação com o coeficiente da produtividade e consequentemente com competitividade altamente atrelada à eficiência de todo o processo e de suas partes Sabendose que a competitividade está presente em todas as relações conforme demonstrado anteriormente é possível concluir que a eficiência influi sobremaneira na Qualidade do Produto final ao se medir a eficácia apesar de poderem ocorrer independentemente sendo objetoalvo da Indústria da Construção Civil 7 DESEMPENHO Segundo Marras 2002 apud DALMAU 2004 entendese por desempenho humano o ato ou efeito de cumprir ou executar determinada missão ou meta previamente traçada estando diretamente vinculado a duas condições o querer fazer que explicita o desejo endógeno de realizar motivação e o saber fazer isto é a condução cognitiva e experiencial que possibilita o indivíduo realizar com eficiência e eficácia alguma coisa Logo a Avaliação de Desempenho é um instrumento gerencial que permite ao administrador mensurar os resultados obtidos por um empregado ou por um grupo em período e área específicos Para Souza et al 1995 a qualidade entendida como satisfação total do cliente externo e com adequação ao uso aproximase do conceito de desempenho aplicado à construção de grande utilidade quando se pretende focar o cliente como prioridade de atuação da empresa A palavra desempenho que em última instância significa comportamento em uso caracteriza o fato de que um produto deve apresentar certas propriedades que o capacitem a cumprir sua função quando sujeita a certas ações Para que se possa aplicar este conceito e tirar conclusões dos produtos elaborados são realizadas as chamadas avaliações de desempenho as quais necessitam de parâmetros tanto qualitativos quanto quantitativos para verificação A Avaliação de Desempenho consiste em prever o comportamento potencial de uma edificação seus elementos e instalações quando submetidos a condições normais de exposição e avaliar se tal comportamento satisfaz às exigências do usuário SOUZA ET AL 1995 Além da avaliação da edificação em si podese avaliar o desempenho do próprio processo produtivo devendo responder às exigências dos diferentes agentes definidores promotor produtor mão de obra além do próprio usuário Assim aponta Souza et al 1995 Os requisitos de desempenho são as condições qualitativas às quais a edificação deve atender para satisfazer as exigências dos usuários enquanto os critérios de desempenho são as condições quantitativas às quais um determinado edifício espaço elemento instalação ou componente deve atender quando submetido às condições de exposição a fim de que sejam satisfeitas as exigências do usuário No mesmo caminho escreve Scardoelli 1994 Definir indicadores de qualidade e produtividade expressão da qualidade mensurada tornase imprescindível para avaliar o desempenho atual e acompanhar o progresso alcançado por empresas do setor envolvidas em programas da qualidade A existência de indicadores setoriais permite que cada empresa compare seu desempenho com outras empresas do setor e avalie seu nível de competitividade estabelecendo suas metas para melhoria contínua Percebese que os conceitos estão altamente vinculados uma vez que ao falar do desempenho falase também da competitividade Além disso não se pode deixar de vincular o desempenho à durabilidade Desta forma Rosso 1980 coloca que o desempenho no uso e na retirada do produto estão relacionados com a durabilidade sendo que a retirada do produto do mercado significa a sua eliminação quando alcançar a obsolescência isto é quando alcançar o fim da vida útil ou econômica Em geral os bens em uso envelhecem rapidamente mais por causa dos fatores técnicos funcionais e ambientes do que pelos fatores físicos Quanto aos critérios de desempenho devese ressaltar que se fazem necessárias pesquisas em sua busca a fim de se desenvolverem parâmetros em concordância com o possível e o ideal SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL A construção é uma atividade que permaneceu salvo algumas poucas exceções essencialmente artesanal apresentando na prática uma profunda subdivisão uma verdadeira ruptura no seu processo de produção em dois setores perfeitamente definidos de um lado a produção dos materiais de construção dos componentes ou materiais intermediários e de outro a montagem destes componentes no canteiro isto é a construção do organismo arquitetônico ou produto final Além disso no interior de cada setor verificasse uma ulterior subdivisão de atividades fragmentando a produção em um número muito grande de tarefas capacidades técnicas especializações ou intenções que longe de contribuírem para um único fim frequentemente se sobrepõem e divergem BRUNA 1975 A respeito da construção tradicional não se pode deixar de enfatizar muitas das características abordadas referentes à Construção Civil no Brasil as quais dificultam a aplicação de teorias modernas de produção Assim confirmamse algumas propriedades tais como o fato de ser uma indústria de caráter nômade que cria produtos na sua maioria únicos o que dificulta a inserção de produtos seriados e consequentemente impede a aplicação da produção em cadeia produtos passando por operários fixos obrigando a produção centralizada operários móveis em torno de um produto fixo apresentase inerte e resistente às alterações utilizando mão de obra intensiva e pouco qualificada com caráter eventual o que gera baixas motivações de trabalho realiza seu trabalho sob intempéries dificultando o estabelecimento de prazoscronogramas conta com especificações complexas quase sempre contraditórias e muitas vezes confusas permitindo que as responsabilidades sejam dispersas e pouco definidas o que consequentemente acarreta a dificuldade do controle apresenta baixo grau de precisão em comparação a outras indústrias qualquer que seja o parâmetro que se contemple orçamento prazo resistência mecânica etc ROBERTO DE SOUZA 1995 Essas características são de difícil alteração necessitando para que ocorram mudanças relevantes de completa conscientização por parte dos agentes mais fortemente intervenientes nas decisões do processo construtivo Desta forma percebese que a Indústria da Construção Civil ainda se encontra dando seus passos iniciais em busca da implantação de Sistemas de Qualidade e ainda se depara com a resistência perante as mudanças referentes ao aumento da produtividade e do desempenho as quais acabam por mexer na questão da contratação da mão de obra enraizada como sendo uma válvula de escape para as pessoas sem qualificação Assim fechase o ciclo e não se consegue a tão buscada qualidade total INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO SISTEMAS PROCESSOS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS MAIS AVANÇADAS Apesar de lentas a Indústria da Construção Civil brasileira tem passado por importantes mudanças provocadas principalmente pelo aumento da competitividade no Setor pela maior exigência dos seus principais clientes e pelas reivindicações por melhoria das condições de trabalho por parte da mão de obra Segundo Isatto 2000 é um quadro que vem configurandose como uma tendência internacional à medida que as mesmas mudanças são observadas em maior ou menor grau em outros países e também em outros Setores Antes de adentrar no campo da industrialização da construção é preciso que se chame atenção para a diferença existente entre os chamados países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos ou dependentes especialmente no que toca à inovação tecnológica É bastante polêmica essa discussão quanto ao local da fabricação e desenvolvimento de produtos e tecnologias uma vez que há algum tempo os países hoje industrializados reconheceram a conveniência de se concentrar tais atividades no próprio Centro incluindo o controle sobre a rede de distribuição nos mercados internacionais deixando aos países periféricos o papel de consumidores de tecnologia Contudo algumas empresas transnacionais reconhecem que a mudança para a Periferia de certos processos de produção é um empreendimento viável e muito rendoso devido a salários mais baixos à falta de regulamentação referente à poluição ambiental a vantagens de incentivos fiscais etc Salientase entretanto que o estado de dependência da Periferia somente passará ao estado de interdependência quando a industrialização nos países dependentes se fizer acompanhada pela inovação tecnológica e industrial local o que logicamente não é a vontade dos países centrais os quais permitirão e até promoverão a transferência da capacidade produtiva ou melhor reprodutiva industrial para a Periferia mas nem em declarações públicas nem menos ainda na prática farão a transferência do verdadeiro motor da industrialização que é a inovação tecnológica Não se transferirá a tecnologia para criar tecnologia Permitirão eles em resumo uma industrialização reflexa controlada pelo Centro na qual os países anfitriões terão de se contentar com o modesto papel de sócio ou satélite G BONSIEPE 1983 A respeito da transferência de tecnologia Martucci 1990 cita Archer que analisa Uma primeira limitação de importação de tecnologia referese ao tipo de atividade tecnológica transferida quer atuando como investidores na periferia através de filiais quer como licenciadores de tecnologia as firmas dos países centrais geralmente transferem para o terceiro mundo apenas uma parte das atividades tecnológicas que executam no centro Esta parcela consistese quase sempre de tecnologia de operação de fábricas e engenharia de detalhes necessária para adaptar os produtos e processos às condições locais de produção No entanto as atividades específicas do processo de inovação as atividades de pesquisa e desenvolvimento não são em regra transferidas A segunda principal limitação de importação de tecnologia decorre da especificidade social e econômica do processo de geração de conhecimento esse processo como se sabe não é neutro ele é fortemente condicionado pelo contexto econômico social e político em que se desenvolve Na medida em que as condições econômicas e sociais do país em desenvolvimento diferem das vigentes nas economias industrializadas crescem as possibilidades da tecnologia desenvolvida no centro ser pouco apropriada às características nacionais No entanto é importante ressaltar que não é a importação de tecnologia que caracteriza a dependência tecnológica todos os países centrais importam tecnologia beneficiandose de especializações recíprocas e como demonstra o caso japonês a importação de tecnologia pode ser um importante instrumento de aprendizado e emancipação tecnológica desde que articulada a um investimento local em Pesquisa e Desenvolvimento Neste sentido o que distingue os países centrais dos periféricos é que naqueles a relação de gastos internos em Pesquisa e DesenvolvimentoImportação de Tecnologia é muito superior à vigente nos últimos Ainda abordando este tema Lucini 1984 coloca que as soluções tecnológicas que se enquadram dentro deste marco referencial podem apropriarse em diferentes formas Importação de tecnologia existente Importação e adequação interna Combinação de elementos tecnológicos existentes em novas alternativas Criação de novas tecnologias Desta forma observase que é preciso que haja um plano de desenvolvimento tecnológico equilibrado e adequado às condições específicas brasileiras tendose consciência de que a importação indiscriminada de tecnologias somente poderá contribuir com argumentos para aqueles que advogam a manutenção do status quo tecnológico BRUNA 1975 Como características gerais da produção industrial encontramse a substituição da produção manual pela produção mecânica o grau de mecanização é que determina o nível de produtividade automatização e a utilização de determinados métodos de organização de trabalho planificação nos estudos produção em massa montagem em cadeia Até pouco tempo atrás a organização de trabalho era entendida como planejamento da produção ignorando o fato deste possuir várias fases de atuação desde a pesquisa sobre qual seria o produto industrializado até as fases de controle comercialização e distribuição Outra confusão comumente feita é referente à préfabricação que se diferencia da industrialização por não estar associada aos conceitos de organização e de produção em série podendo representar uma das fases da industrialização ou significar um método de racionalização do processo da construção O mesmo acontece com a mecanização que existe independentemente da fabricação em série de determinados produtos representando uma racionalização das energias gastas no canteiro de obras BARON 1999 Sobre a racionalização esta tem como objetivo atingir o máximo da estrutura tecnoindustrial desde a fase de programação do projeto até a entrega da obra possuindo segundo Baron 1999 diferentes etapas Racionalização dos mercados no tempo e no espaço com objetivos de assegurar a regularidade dos financiamentos a longo prazo e evitar mudanças bruscas dos regulamentos existentes distribuir a soma dos recursos disponíveis assegurar programas de construções em um mesmo lugar permitindo a intervenção de um mesmo método de construção Racionalização dos projetos verificaramse as relações das formas das edificações com os custos como também com os processos de montagem procurando normalizar o projeto Racionalização da construção em um primeiro momento organizamse os projetistas e construtores dentro de uma proposta de estabelecer a continuidade da concepção com a construção através da elaboração de detalhes executivos Posteriormente são estabelecidas normalizações das dimensões estandardização de elementos construtivos coordenação dos detalhes e organização das empresas que participavam do processo Para a industrialização no caso de produto único muito se aborda quanto à questão da impossibilidade de se ter séries de produção todavia é preciso que se tenha consciência da possibilidade do uso da mecanização e de outros instrumentos de industrialização Neste sentido aponta Rosso 1980 Em geral quase todos os produtos de processos oneoff não repetitivo podem ser fracionados em partes ou componentes intermediários a serem fabricados por indústrias subsidiárias facultando em geral para estas subsidiárias a produção de séries e formação de estoques O processo final resulta assim apenas em operações de montagem ajustagem e acabamento Na construção civil a máquina foi e vem sendo utilizada principalmente para substituir o homem na execução de operações pesadas devido aos diferentes índices de produção em trabalho físico bastando observar que a capacidade de levantamento de peso do homem em relação à máquina é de 1200 Entretanto devese observar que a utilização do equipamento está diretamente relacionada com o seu tamanho com o tamanho do canteiro e com seu grau de organização sendo o equipamento de uso repetitivo o que realmente propicia um aumento substancial de produtividade ROSSO 1980 Os resultados e vantagens da aplicação dos diversos fatores que envolvem o processo para industrializar a construção aliados à busca da maior produtividade e redução de custos são citados por Rosso 1965 1 Produção em escala industrial com maior rendimento das instalações e mãodeobra 2 Redução das operações de canteiro quase exclusivamente às de montagem portanto eliminação das causas de desperdícios de tempo e materiais 3 Possibilidade de planejamento efetivo e integral portanto facilidade de controles eficientes e respeito de cronogramas 4 Redução do tempo de execução portanto giro de capital aplicado mais rápido 5 Simplificação do projeto executivo pois as partes componentes préfabricadas não devem exigir detalhes em vista da possibilidade de indicálos com as classificações das firmas produtoras ou dos catálogos padronizados 6 Simplificação das especificações bastando fazer menção aos dados e normas das tabelas básicas de classificação 7 Facilidade nas previsões orçamentárias pois os catálogos e as tabelas de preços fazem referência a produtos padronizados e classificados de acordo com normas específicas 8 Objetividade rigor e realidade nas concorrências onde os preços eventualmente diferentes serão correspondentes a produtos efetivamente idênticos com características eventualmente garantidas por certificados de conformidade Em relação ao processo construtivo Bruna em 1976 fez uma distinção entre os processos de industrialização existentes Industrialização de Ciclo Fechado e Industrialização de Ciclo Aberto Cabe salientar que essa diferenciação é apontada por diversos outros autores O autor afirma que a industrialização de CICLO FECHADO ocorre quando os edifícios são subdivididos em grandes elementos em geral painéis parede que são fabricados por uma empresa em usinas fixas ou usinas móveis ao pé dos canteiros e montados por meio de gruas com equipes reduzidas de operários semiespecializados Tratase sempre de séries relativamente curtas pois um molde repete apenas algumas centenas ou milhares de vezes a mesma peça durante sua vida útil Uma mesma empresa ou grupo de empresas coligadas executa inteiramente com seus próprios meios e em suas próprias usinas o produto final isto é o edifício completo A industrialização de componentes destinados ao mercado e não exclusivamente às necessidades de uma só empresa é hoje conhecida como industrialização aberta ou de CICLO ABERTO por oposição à fechada que consiste em préfabricar elementos em função do próprio consumo nas próprias obras Retornase assim à primitiva divisão do trabalho que sem dúvida oferece as melhores possibilidades de especialização e consequentemente estandardização e produção em massa Os elementos assim produzidos poderão ser combinados entre si numa grande variedade de modos gerando os mais diversos edifícios e satisfazendo uma larga escala de exigências funcionais e estéticas Rosso 1980 aborda a questão da seguinte maneira O sistema fechado também conhecido como industrialização por modelos realizado principalmente por processos que utilizam estruturas celulares de grandes painéis sofre restrições principalmente por ter raio de ação limitado pelo custo de transporte flexibilidade limitada pela amortização dos moldes utilização limitada a mercados absolutamente contínuos a estocagem de grandes painéis é altamente onerosa e a do produto pronto edificação impossível tendência a facilitar situações de monopólio face aos elevados investimentos exigidos O sistema aberto ou por componentes corrige os aspectos críticos do sistema fechado industrializando os componentes intermediários que por serem menores e mais leves oneram menos o processo e podem ser estocados Tabela esquemática elaborada pela autora CICLO ABERTO X CICLO FECHADO CICLO ABERTO CICLO FECHADO Desenvolvidos a partir de um elenco de elementos e componentes da construção paredes lajes coberturas janelas portas os quais podem ser combinados em diferentes soluções arquitetônicas em que se variam a quantidade dimensões e disposição dos diversos cômodos Desenvolvidos a partir de um projeto de obra de arquitetura único que lhe serve de modelo não permitindo variações na disposição e nas dimensões dos cômodos das janelas das portas ou de qualquer componente da moradia Raio de ação limitado pelo custo de transporte Convencionais Racionalizados Industrializados Seus principais elementos são executados no canteiro de obras e utilizase de técnicas e materiais construtivos convencionais como tijolos concreto madeira telhas cerâmicas e telhas de fibrocimento Um ou mais elementos que compõe a obra são industrializados isto é vêm prontos de fábrica mas que no entanto têm como característica predominante o uso de materiais e o modo de execuções convencionais Totalmente fabricados fora do canteiro e transportados somente para montagem e acabamento final No Brasil existem poucos sistemas construtivos industrializados além das tradicionais casas de madeira Enfatizase que a subdivisão do processo em especializações permite um alto grau de estandardização e a produção em massa de componentes entretanto exige uma forte coordenação necessitando de um acordo especialmente em relação às dimensões e à qualidade dos produtos a serem produzidos o que vem a permitir o desenvolvimento da industrialização da construção de ciclo aberto BRUNA 1975 Neste processo racional de construção Rosso 1980 aborda o papel do arquiteto da seguinte forma O papel reservado aos arquitetos num processo racional de construção é de substituir o engenheiro nas fases de desenvolvimento e projeto do produto Quanto ao desenho industrial este já é a atribuição natural embora no campo da edificação possa ter um desenvolvimento mais relevante na medida em que a concepção e o projeto dos componentes recebam uma diretriz industrial mais nítida Já Baron 1999 afirma que é preciso além de atualizar as bases produtivas da construção para que se consiga chegar a processos industriais de fabricação e da incorporação dos conceitos de normalização padronização coordenação modular pré fabricação fabricação em série etc que o arquiteto seja o responsável por coordenar todo processo da construção além de ser também o responsável por unir os seus próprios interesses de atuar neste campo novo da indústria da construção com os interesses da arquitetura buscando realizar edificações com os materiais e técnicas atuais respondendo aos interesses industriais Um outro foco que tem tido intensa abordagem no que diz respeito à industrialização da construção é relacionado à gestão da produção e do projeto Lucini 1985 cita Firvida dizendo que a partir da industrialização progressiva da construção modificase o conceito de projetoconstrução pelo de projetoproduçãoconstrução Neste sentido Isatto et al 2000 afirma que diversos diagnósticos realizados no Brasil e no exterior indicam que a maioria dos problemas que resultam em baixos patamares de eficiência e qualidade na construção civil têm origem em problemas gerenciais Neste contexto consideráveis esforços por parte das empresas têm sido direcionados no sentido de introduzir no setor modernas filosofias gerenciais algumas das quais desenvolvidas inicialmente em outras indústrias Martucci 1990 enfatiza a questão dos produtores do espaço urbano exemplificando e situando o Agente Financiador o Agente Promotor e o Proprietário de terras Mascaró 1976 apud LUCINI 1985 estabelece o problema da industrialização no mercado Os construtores no meio sem força para organizar a produção dos fabricantes de materiais e para impor uma tipologia aos usuários tentam satisfazer o que estes últimos demandam com que os primeiros produzem e oferecem O resultado é a anarquia que hoje chamamos indústria da construção Como alternativa em determinados períodos econômicos surgem novos sistemas construtivos geralmente préfabricados de concreto para tentar via internalização do processo completo de produção centralizar nos construtoresprodutores o espaço econômico dividido PARALELO ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL E OS SISTEMAS PROCESSOS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS MAIS AVANÇADAS O paralelo entre o tradicional e o industrializado pode ser feito em distintas frentes passando desde os agentes intervenientes no espaço tanto urbano quanto construído pelas diversas funções dos arquitetos e engenheiros e suas formas de atuação até pela aplicação da tecnologia e suas respectivas técnicas em si A incorporação a cidades de extensos contingentes de migrantes rurais como mão de obra sem qualificação profissional sujeita a receber baixos salários e portanto não se constituindo em um mercado para a indústria da construção tem sido apontada como sendo a razão principal pela falta de interesse em industrializar a construção acreditando se que não há vantagens sociais e econômicas O que se percebe é que muitos agentes produtores do capital neste ramo consideram que a construção tradicional ainda apresenta uma série de vantagens fazendo o possível para que tal situação permaneça É o caso por exemplo de muitos dos governantes que prometem empregos contando com a construção civil ou de construtoresincorporadores que ou porque não querem ou porque não possuem capital vêem muita dificuldade em fazer o giro em torno das mudanças necessárias para alteração de seu processo de construção Apesar de representar valores realmente altos e apresentar a necessidade da mudança de todo o corpo da empresa desde a assimilação de novas tecnologias até a incorporação de novas formas de gestão são urgentes para que se atinja a qualidade dos produtos acabados É preciso que se tenha consciência de que os valores aplicados no processo de mudança serão em longo prazo não só amortizados mas também lucrativos para aqueles que investiram Assim afirma Lucini 1985 que a introdução de novos sistemas construtivos responde a momentos particulares e conjunturas específicas do sistema econômico e social onde a junção de fatores distintos favorece as tentativas de aumentar benefícios já garantidos através de processos tradicionais e racionalizados Além disso o processo tradicional é lento apresentando em média o ciclo em empreendimentos singulares desde a decisão de construir até a entrega da unidade na ordem de dois anos Ao se acelerar o ciclo da produção aumentase a oferta e melhoram se a produtividade e a rentabilidade do capital do construtor uma vez que aumenta sua rotação Este aspecto é tanto mais importante quanto maior for a relação capitalmão de obra ROSSO 1980 Apontase ainda o custo referente ao peso da construção Neste sentido Rosso 1980 afirma O peso é um fator intrínseco de encarecimento de uma edificação representando numa edificação tradicional não menos de 70 da carga total Portanto incide diretamente no custo da estrutura e das fundações Além disso ao peso está diretamente relacionado o custo do transporte Em qualquer caso o transporte é fator condicionante do custo dos componentes intermediários e não incorpora nada ao valor do produto final Reduzilo ao mínimo significa para um sistema tradicional reduzir o custo do produto final e para um sistema industrializado significa aumentar o raio de ação de uma usina ou a área servida do mercado Reduzir o peso significa também reduzir o custo das operações de montagem ou de assentamento e para componentes que utilizam operações manuais significa aumentar a produtividade da mão de obra Outro fato que se pode ver com bastante nitidez na diferença entre os processos construtivos é em relação ao projeto Num sistema tradicional há uma superposição do projeto do produto efeito e do projeto do processo ato Num sistema industrial o primeiro é prerrogativa do arquiteto enquanto o segundo é atribuição mais geral do engenheiro A definição e caracterização do produto são realizadas na fase de concepção por meio do projeto ROSSO1980 Considerandose os princípios da produção enxuta podem ser feitas inúmeras críticas ao modelo tradicional pois este ao enfocar somente as conversões acaba desconsiderando os fluxos físicos entre elas que são atividades de movimento armazenamento e inspeção Por não agregarem valor ao produto final essas atividades devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo pois consomem tempo e têm um considerável custo O grande diferencial da nova filosofia da produção é que ela entende o sistema como um conjunto de atividades interligadas e interdependentes de conversão e de fluxo onde há uma preocupação que vai além da análise de um processo produtivo estanque e isolado do todo A conscientização a respeito da importância da melhoria do fluxo de materiaisinformações trouxe a possibilidade do surgimento de um novo paradigma para produção gerando resultados entusiasmadores OLIVEIRA 2003 Ainda assim fazse mister enfatizar que o método tradicional de construção não pode ser considerado errado tampouco atrasado ou superado Tratase de um processo que continuará existindo entretanto aplicado a construções mais simples deixando as complexidades para serem resolvidas por sistemas industrializados ou pelo menos racionalizados a fim de que se consiga diminuir sobremaneira os desperdícios da Construção Civil e quiçá aumentar a oferta de edificações para todo o tipo de demanda Além das construções menos complexas o sistema construtivo tradicional fazse necessário também no quesito recuperação e manutenção de edificações existentes tão importantes quanto os novos prédios que vêm sendo executados CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL A Construção Civil no Brasil tem apresentado como características mais marcantes o atraso tecnológico especialmente quando comparada a outros setores industriais e a absorção de pessoal com baixa ou sem nenhuma qualificação oriundos tanto do campo quanto da periferia As duas propriedades são influenciadas uma pela outra prejudicando consequentemente o desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade hoje aplicados no Setor Industrial Essas propriedades são intrínsecas e já em 1980 ROSSO apontava que Tendo em vista a sua capacidade de absorção de mão de obra não qualificada a indústria de construção civil sofre frequentemente injunções de caráter políticosocial que não favorecem sua evolução em direção a uma implantação mais efetiva de modernos métodos de produção condição esta que face à relativa escassez de recursos contradiz os mais elementares princípios da economia Assim as características encontradas na construção civil no Brasil conforme destacadas por diversos autores podem ser taxadas Diversidade dos intervenientes nas várias fases do projeto de construção Grande dispersão das obras e pequena produção em sérieCaráter itinerante da indústria da construção com sucessivas mudançasde canteiro de tipo de obra e de pessoal Multiplicidade de materiais componentes e tecnologias utilizadas bem como dos respectivos fornecedores Emprego de métodos de gestão ultrapassados Predominância de mãodeobra sem qualificação profissional com baixo grau de instrução formal Excessivo esforço físico e condições adversas no processo de trabalho e nas relações capitaltrabalho Falta de incorporação de uma nova base de organização do trabalho a partir de métodos informatizados Resistência às inovações tecnológicas Ineficácia dos mecanismos de gerenciamento das interfaces entre as fases do processo concepção projeto produção de materiais e componentes produção no canteiro e uso e baixa integração na cadeia produtiva Elevada incidência de não conformidade de materiais componentes sistemas construtivos e serviços Baixa produtividade quando comparada com a indústria congênere em outros países e preços elevados em relação à produção em países desenvolvidos Desconhecimento do processo de agregação de valor na tecnologia do processo de projeto em relação ao entrono do empreendimento Apesar das inúmeras características negativas Moraes 1997 aponta algumas vantagens na Indústria da Construção Tida como a indústria a céu aberto a construção civil reúne aspectos favoráveis ao desenvolvimento de um padrão de excelência materiais diversificados mão de obra especializada liderança situacional etapas bem definidas do processo produtivo trabalho sistematizado entre outros Não basta no entanto que se consiga enumerar as características mais marcantes da Construção Civil no Brasil uma vez que para se entender este Setor Industrial é necessário que se compreendam as causas que levam ao atraso existente e consequentemente os agentes que influenciam este processo Dentro disso observase a existência de agentes sociais tanto externos quanto internos que determinam o caminho trilhado pela construção civil Os agentes externos destacamse dentro do processo uma vez que influenciam diretamente no processo decisório que em seu âmago corresponde às escolhas e abordagens delineadas para o processo construtivo como um todo Assim Lucini 1985 afirma que as estruturas decisionais estão caracterizadas em nossa sociedade por diferentes sistemas de governo e planejamento de tradição do sistema de mercado das forças sociais etc As interrelações entre os sistemas por comunhão ou não de objetivos produz variações na incidência dessa estrutura decisional que marca a ocupação do espaço urbano Para a compreensão da forma de atuação e de influência de cada agente fazse importante a distinção entre os diversos grupos existentes Dentro disso temse a divisão adotada por Lobato Corrêa 1989 da seguinte maneira 1 Proprietários dos meios de produção são eles que comandam a vida econômica e política através de pressões junto ao governo desapropriações infraestrutura mão de obra etc Os conflitos tendem a ser resolvidos em favor de seus interesses Para eles a terra urbana exerce duplo papel de suporte físico e de expressão diferencial quanto aos requisitos locacionais específicos às atividades 2 Proprietários fundiários Um dos principais fatores determinantes na produção de edificações é a elevada possibilidade de rentabilidade com base na transação da terra multiplicada pela fração ideal que reduz o impacto dos custos de produção na rentabilidade global do empreendimento Constituise em um componente do processo com características muito especiais não variando com o valor da construção mas com os promotores do espaço urbano MARTUCCI 1990 Os proprietários fundiários apresentam interesse pela terra urbana por ter mais valor que a terra rural buscando a expansão da cidade Garantem seus objetivos através de pressões junto ao Estado leis de uso do solo e do zoneamento urbano Apresentam maior interesse pelo uso comercial e residencial de status Muitos dos proprietários fundiários transformamse também em promotores imobiliários loteando e vendendo suas glebas além de por vezes passarem também a construir Enfatizase que o espaço urbano é também uma mercadoria e como tal tem seu valor monetário o qual varia de acordo com uma série de amenidades que vão além da infraestrutura existente ressaltando sua localização e acessibilidade 3 Promotores imobiliários o promotor imobiliário pode configurar uma só pessoa ou ser um grupo de pessoas cada uma com funções distintas Assim a promoção imobiliária se dá através de 31 Incorporador gere o capitaldinheiro na sua transformação em mercadoria faz os estudos quanto à localização ao tamanho das unidades e à qualidade do prédio vai em busca da propaganda escolhe o construtor e realiza a venda das unidades 32 Financiador trabalha junto a quase todos os agentes Empresta o capital para compra do terreno e construção do imóvel trabalhando com juros para a recuperação do capital e obtenção do lucro 33 Economistas arquitetos e engenheiros responsáveis pelo estudo técnico de viabilidade do empreendimento trabalhando em consonância tanto com o incorporador quanto com o construtor 34 Construtor normalmente constituído por firmas especializadas e construtoras sendo eles que efetivamente constroem 35 Corretores e planejadores de vendas segundo Martucci 1990 atuam na esfera privada de promoção de edifícios apresentandose como condutores do processo de produção não correm os mesmos riscos econômicos eou financeiros no que tange às expectativas de valorização do capital investido não são necessariamente técnicos especializados do ramo da Construção Civil conseguindo através de suas relações políticas muitas vezes em comum acordo com os Proprietários Fundiários estabelecer um processo de valorização de terrenos em determinados setores urbanos através da ação do Estado permitindolhes ter nas mãos um estoque de terrenos valorizados através dos quais podem promover a construção de edifícios naquela região 36 Profissionais de propaganda e marketing auxiliam na venda do produto trabalhando juntamente aos corretores e planejadores de vendas aos arquitetos e especialmente ao incorporador 4 Estado atua diretamente no processo muitas vezes assumindo o papel de incorporador e ao mesmo tempo indiretamente como grande industrial consumidor de espaço e de localizações específicas proprietário fundiário e promotor imobiliário e ainda agente de regulação do uso do solo É de sua alçada o conjunto de instrumentos existentes em relação ao espaço urbano sendo sua ação marcada por conflitos de interesses e alianças Segundo Lucini 1985 o objetivo fundamental do Estado como viabilizador de políticas econômicas de distintos setores de interesse e grupos de poder é a criação de um potencial econômico através de estruturas de produção de alta concentração de capitais que possibilitem o avanço tecnológico para garantir uma alta produtividade e a geração de recursos para estabilizar e ampliar o sistema 5 Grupos sociais excluídos grupo ao qual a grande maioria da população mundial faz parte compondose desde os profissionais liberaisautônomos os profissionais assalariados até a camada de pobres e miseráveis Segundo Lucini 1985 o mercado interno tem se reduzido às classes médiasaltas que participam da direçãoadministraçãocapitalização enquanto as classes de menores recursos funcionam como financiadoras através da redução do valor de reprodução da sua força de trabalho participando simplesmente do consumo de subsistência Fazendo uma abordagem geral da questão Lucini 1985 coloca que podemos também reconhecer que quando os agentes intervenientes no processo de produção da habitação se relacionam para realizar essa produção priorizamse determinadas condicionantes e exigências a serem atendidas pelos produtossistemas de acordo com o grau de poder efetivo dos distintos agentes isolados ou consorciados Ou seja privilegiase a busca de respostas àquelas condicionantes e exigências que favorecem os objetivos dos agentes hegemônicos e as que obrigatoriamente devem ser atendidas para manter a validade objetiva do produtomercadoria realizar sua produção circulação e consumo A resposta às exigências qualitativas e quantitativas dos agentes não hegemônicos se dará somente na medida que aumente seu poder de barganha e sua participação política efetiva e real na sociedade Martucci 1990 encerra a questão dos agentes sociais fazendo uma comparação entre os setores industrializados e a construção civil e sua relação com o poder político das decisões Enquanto nos Setores Industrializados o poder político das decisões está concentrado na Construção Civil este poder está pulverizado Por um lado temos vários subsetores que participam da estrutura macroprodutiva com diversos estágios de desenvolvimento tecnológico e diversos graus de participação direta no fornecimento de itens e consequente abastecimento do mercado da Construção Civil por outro lado e aqui já temos uma grande diferença em relação aos outros setores produtivos existe uma gama de agentes com interesses diversos que interferem muitas vezes de uma forma decisiva no Processo de Produção pois estruturam e são estruturados pelos respectivos Processos Produtivos característicos para cada faixa de demanda e para cada tipo de produto elaborado pelo Setor Construção Civil Definem assim os Processos Construtivos que levam à adoção de determinados Sistemas Construtivos e Processos de Trabalho em detrimento de outros sendo que a definição dos critérios para essas opções não necessariamente seja elaborada pela Produção propriamente dita Ressaltase ainda a existência da influência do mercado internacional como se pode observar a partir das palavras de Lucini 1985 O destino da produção mercado externo o tipo de produção industrializada e a condição de origem do capital inicial empréstimos externos e investimentos de empresas e consórcios multinacionais levam o sistema a uma dependência de fatores externos para seu desenvolvimento Fatores que devem ser absorvidos internamente para cumprir os programas formulados ex crises do petróleo em 1973 balança de pagamentos distribuição de rendas etc Os agentes sociais internos que influenciam o Setor da Construção Civil podem ser divididos de acordo com a fase de intervenção no processo Desta forma de um lado encontramse os diversos profissionais ligados à atividade de projeto projeto de obra de arquitetura elétrico hidrossanitário estrutural etc por outro os fornecedores de material de construção os quais hoje constituem o que poderia ser visto como um setor em paralelo visto o tamanho desta Indústria e seu crescimento nos últimos anos e por último os profissionais ligados diretamente à construçãoexecução que podem ser os mesmo elementos ligados ao projeto ou não Como forma de fazer com que este Setor tenha a qualidade necessária para responder aos anseios existentes muitos são os autores que vêm defendendo a industrialização da Construção apesar da resistência ser grande por parte de um outro grupo que acredita que este fato faz com que acabe ou reduza drasticamente a oferta de empregos além daqueles que supõem que a arquitetura é deixada para segundo plano vindo a existir construções semelhantes por toda parte Neste sentido Walter Gropius 1957 apud BRUNA 1975 um dos arquitetos mais reconhecidos no mundo em 1924 já defendia a industrialização da construção e não aceitava que se supusesse que a arquitetura seria desprestigiada Na direção da industrialização empresas construtoras têm incorporado alguns conceitos e objetivos tais como modulação padronização normalização repetitividade flexibilidade produtividade desempenho qualidade entre outros os quais existem há várias décadas em outros Setores Industriais e advêm da Administração e da Produção Salientase que tais conceitos técnicas e objetivos devem ser incorporados por todas as áreas envolvidas no processo construtivo passando portanto pela construção em si e seu processo de gestão pelos materiais e componentes construtivos e também pelas atividades relacionadas aos projetistas Isso se deve ao fato de que as mudanças ocorridas no interior de empresas construtoras só terão real efeito caso ocorram mudanças também nos processos que acontecem paralelamente Assim a Construção Civil necessita de mudanças não só tecnológicas mas também políticas socioeconômicas e culturais atingindo todas as áreas de atuação ligadas ao Setor Além da necessidade de alteração do processo de construção fazse urgente o conhecimento eou desenvolvimento de novos sistemas de construção que sejam capazes de responder a critérios de desempenho qualidade e produtividade almejados atualmente e existentes em outros Setores Industriais Novamente enfatizase a obrigatoriedade da incorporação de tais mudanças em todos os ramos do Processo de Construção sobretudo nas atividades relacionadas ao projeto pois como afirma Mawakaye 1993 apud MORAES 1997 No que tange especificamente às causas que provocam o desperdício na construção civil de modo mais direto 30 dos problemas encontrados pelas empresas são atribuídos a falhas de projeto e especificação 16 referemse à mão de obra 16 a serviços de terceiros 12 ao uso de manutenção e 9 dos problemas teriam origem nos materiais utilizados nas obras Gráfico de causas que levam ao desperdício na Construção Civil REFERÊNCIAS BARON Cristina Maria Perissinoto A história da tecnologia para conjuntos habitacionais Orientador Prof Dr Ricardo Martucci Dissertação mestrado Área Tecnologia do ambiente construído Escola de Engenharia de São Carlos USP São Carlos 1999 BONSIEPE Gui A tecnologia da tecnologia Edgard Blücher São Paulo 1983 CASTELLS Eduardo Avaliação da aplicabilidade de programas para a qualidade de projeto na elaboração de projetos de edifícios residenciais e comerciais em altura Orientador Prof Dr Luiz Fernando Mählmann Heineck Tese doutorado Área Tecnologia do ambiente construído Programa de Pós Graduação de Engenharia de Produção UFSC Florianópolis 2001 FORMOSO et al Termo de referência para o processo de planejamento e controle da produção em empresas construtoras UFRGS Porto Alegre 1999 ISATTO Eduardo Luis et al Lean Construction diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil SEBRAERS Porto Alegre 2000 MARTUCCI Ricardo Projeto tecnológico para edificações habitacionais utopia ou desafio inter Orientador Profa Dra Ermínia Maricato Tese Doutorado USP São Paulo 1990 MASCARÓ Juan Luís A evolução dos sistemas de construção com o desenvolvimento econômico uma visão retrospectiva EdUSP São Paulo 1978 MELHADO Silvio SABBATINI Fernando e SOUZA Ana de Coordenação próativa e preparação do canteiro de obras um modelo francês de integração entre o projeto e a obra V SEMNÁRIO SOBRE LEAN CONSTRUCTION I SEMINÁRIO INTENACIONAL SOBRE LEAN DESIGN E DESIGN BUILD Instituto de Engenharia São Paulo 23 a 26 de outubro 2000 MORAES Mário César Barreto As perdas na construção civil gestão do desperdício estudo de caso do condomínio costa esmeralda Dissertação Mestrado Curso de Pós Graduação em Engenharia Civil UFSC Florianópolis 1997 ROSSO Teodoro Racionalização da Construção FAUUSP São Paulo 1980 SCARDOELLI Lisiane Salerno et al Melhorias de qualidade e produtividade iniciativas das empresas de construção civil Programa da Qualidade e Produtividade da Construção Civil no Rio Grande do Sul Ed Pini Porto Alegre 1994 SOUZA Roberto de et al Sistema de gestão da qualidade para empresas construtoras CTE Centro de Tecnologia de Edificações SEBRAESP Ed Pini São Paulo 1995