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Economia ·
Filosofia
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THEODOR W ADORNO Ensaios sobre psicologia social e psicanálise Tradução Verla1ne Frc1 cas editora unesp Teses sobre a necessidade I A necessidade I é uma categoria social A natureza a pulsão está contida nela Os momentos natural e social da necessidade entretan to não se deixam distinguir um do outro como secundário e primário de modo a construir uma hierarquia de satisfações A fome concebida como categoria natural pode ser saciada com gafanhotos e bolos de mosquito que muitos selvagens apreciam Pertence à satisfação da fome concreta dos civilizados que eles aceitem comer alguma coisa da qual não sintam nojo e tanto n este quanto em seu con trário está refletida toda a História Assim ocorre com todas as necessidades Toda pulsão é tão mediada socialmente que I A palavra alemã Bedürf111s que traduzimos ao longo do texto por ne cessidade poderia também ser traduzida por carência de modo evitar uma possível confusão com Notwmd1gkt11 que sempre é traduzida como necessidade no sentido não apenas de falca mas também de necessidade lógica matemática física etc Nossa opção se deve ao propósito de afastar a conotação por demais psicológica de um estado emocional ou subjetivo de carência apontando em vez disso para um plano de realidade anterior mais fundamental que nos parece claramente ser o caso no texto N T 229 fhrodor li Ador110 sua dimensão narnral jamais 1pmcl de imed11to nu s sempre como produzida peb sociedade A 11woc1çio da n1turca pe rmtc qualquer rnccs1d1dc é stmprc merlrnlntc 1 111scir1 de frullr1ção e domin1çio 2 A d1 ícrcnc11ção enlrc necessidade superfic1JiI e proÍun d1s é uma ilusão Sche111 criada socialmente As ass im chamadas necessidades superficiais refletem o processo de lrabalho que torn1 os seres humanos apêndices da máquina e que os cons trange a se red uzir fora do tempo de trabalho à reproduçio da mercadoria força de trabalho Aquelas nccess1d1des são as mar cas de um estado que compele suas vítimas i fuga e 10 mesmo lempo as mantém cm seu podtr de forma cio force que a Íuga sempre degenera na repetição desesperada do estado do qual se foge Nas 1ssi111 chamadas necessidades superficiais o num não é sua superficialidade cujo conceito pressupõe o conceito questionável de interioridade Ruim nessas necess1cfades que na realidade não são necessidade alguma é que elas se dirigem a uma realiz1ção Erjii1111g 2 que simulcaneamenre as engana 393 quanto a si mesma A mediação social da necessidade como mediação através da sociedade capital isca alcançou um ponlo onde a necessidade cai em concrad1ção consigo mesma É a esse l A tradução de Lrj11ll11ng por smsfação tornaria o ccno 11111s claro mis nos p1rece 1mpo1 cante manter o contraste com Bifrud1g1111g l1uc normalmente é uduzida po1 sar1sfação Nossa lcerrun va no pJ rcce 1usrif1cida ao comumos como referência a definição de F1cud do sonho como realn1çio de um dcsc10 cm que 1 pal1Yr1 cmprc1l1 é Lrfiillung e nfo Bifnrdg1111g ou ep o sonho não se 1ualific1 por sar1sfaLCr propnamenrc um dcsc10 mas sim o rc1l1zar ger1ndo gr111 e formas dMmcas de sauÍação cm cad c1s0 N T 230 Lns111os sobrt psrrologn sorn psunntilm estado de co1Js que a crítica d d cvc se mg1r e não a qualquer hrcrarqurn prrcscabelecida de valore d d s e necess a es As 1sim chamidas nectssid d r d ª es prorun as sao por sua veL cm larga medida produtos d d r 0 processo e rrustraçao e rcil1z1m uma função desviante Col I oca as em concraposção as superfic111s J1 e quesconável po h s a mu1to o monopolio Jª se apropriou ranco do que há de prof d d un o quanto e super ficial A s infonia de Beethoven cond d Tc uzi a por oscaninr nao é melhor que o próximo filme de diversão e cada filme com Bectc Davis já é a síntese Precisamnce ss 1 e a s1nccsc merece a mais extrema desconfiança 4 A teoria da necessidade se confronta com dificuldades relevantes Por um lado ela representa o caráter social da necessidade e por isso a satisfação das necessidades em sua forma mais imediata e concreta Eli não pode se colocar a pmm nenhuma diferenciação entre necessidade boa e num autên tica e fabricada correra e falsa Por outro lado ela tem que reconhecer que as próprias necessidades subsistentes em sua forma atual são o produto da sociedade de classe Em nenhuma necessidade se deve separar claramente o que há de humano e o que advém como consequência da repressão O pengo de a dominação se instalar nos seres humanos através de suas ne cessidades monopolizadts não é uma crença herética passfrel de ser exorc1zad1 por excomunhão mas sim uma tendência real do capitalismo tardio Tal perigo se refere não à possibilidade da barbárie após a revolução mas sim ao bloqueio da revolução pela sociedade total A teoria dialética deve resistir a este perigo e a todas as contradições na ncces1dadc Ela somente o consc gu1ri ao reconhecer rodas as quescões da necessidade em sua conexão concreta com a totalidade do processo social em vez 23 1 hrofor W Adonro de sancionar 1 ncccssid1dc em ger1I ou llgulmencíla ou até mesmo reprimila como licranç1 do 1uc hí de ruim l loJC sob 0 monopólio é dec1sno o modo como as necess1d1dcs ind1vi du1is se comportam perante a conc111uid1dc desse monopól10 É um desidcrn o teórico csscnc1al desdobrar essa relação 394 li 5 As necessidades não são estáticas O caráter escácico que elas hoje aparentemente assumiram sua fixação cm re produzir o sempre igual é ele mesmo meramente o reflexo da produção material que assume caráter estacionário devido à eliminação do merc1do e da concorrência mas com a simul tânea continuidade da dominação de classe Com o fim desse caráter estático a necessidade se mostrará de modo comple tamente diference A solução da contradição da necessidade é ela mesma contraditória Tão logo a produão se volte defon11a mro11 dmo11af t rrestnta à satisfação das 11cass1dades ati nusmo t exatamtntt das qtte são produdas pelo capital1smo mtão as próprias ncassades st modificarão dwsvamentt A impenetrabilidade de necess1ades autêntica e falsa pertence essencialmente à dommaçao de classe ni qual a reprodução da vida e sua represso formam uma unidade cuja lei é de fato discernível na cotalidade mas fi d d l 1 sma impenetrável Se algu cuia 1guraçao 111 1v1 ua e e a me 1 0 se verá de forma ma vez não houver mais monopo 10 en ta cisam do lixo suficientemente rap1da que as massas nao pre I 1 1 l nem da penosa que lhes é fornecido pe o monopo 10 cu cura qualidade de primeira classe que lhes fornecem aqueles que d pertencem a esta O pensamento e que o cinema ao lado da odução da força de moradia e da al1mencaçao e necessario a repr d d trabalho por exemplo é ver a e1ro somen te em um mundo d ão da força de que emprega os seres humanos para a repro uç d d harmonizarem trabalho e constrange suas necesst a es a se 232 Euaos sobre psuologa sona 1 psíranalsr com os interesses de dominaç10 e de lucro dos empresários Até mesmo neste mundo a prova do exemplo Já pressupõe sua modificação radical O pensamento entretanto de que uma sociedade revolucionária clamaria por atuações ruins de Hedv Lamarr ou pelas más sopas Campbell é absurdo Quanto me lhor a sopi tanto mais prazerosa a renúncia a Lamarr 6 Não se consegue discernir por que em uma sociedade sem classes cada a maquinaria cultural de hoje em dia deva conti nuar Cercamente é uma absurdidade que a crise capitalista destrua meios de produção que servem à necessidade mas não se torna de forma alguma absurda a ideia de que na sociedade sem classes cinema e rádio seriam em larga medida silenciados os quais provavelmente já hoje dificilmente servem a alguém Isso porque o caráter em si mesmo contraditório de numerosas 395 necessidades li conduztrá ao declínio destas quando nio forem mais inculcadas a partir de cima acravés de um terror direto ou indireto É fetichista o pensamento de que o estágio das forças técnicas de produção como cais force a se continuar a satisfa zer e reproduzir necessidades cuJa ilusão Schcm J desaparece juncamente com a sociedade capitalista Na democracia d1reca Riiudemokratu nem rodas as rodas Riidcr devem trafegar a própria exigência 1mpl1ca o medo perante o desempregado que desaparece juncamente com a exploração capitalista 7 A questão pela satisfação imediata da necessidade não dee ser colocada segundo os aspectos social e natural primário e se cundário correto e falso ela coincide com a questão do sofnmm to da esmagadora maioria de todos os seres humanos na Terra Se for produzido o que todos os seres humanos aqui e agora mais urgentemente precisam então nos livraremos das preocupações sociopsicológicas demasiadamente grandes concernentes à lc 233 396 Thtodor IV Adorno g1cimidc1dc de r1is necessidades Essas preocupações somente surgem qumdo grupos dirigenles e comissões todopoderosas se estabelecem classificun 1s necessidades e sob O princípio de que o ser humano não vivt apenas de pão concedelhe uma parte d e sua ração de pão que como ração já é sempre muito pequcn1 preferencialmente na Íorma de discos de Geschwm 8 A exigência de produção apenas para satisfazer necessi dades pertence ela mesma à préhistória a um mundo em que se produz não pari as necessidades mas para o lucro e para o esrabelecimenco da dominação e onde vigora por isso a es cassez St esta desaparecer logo a relação entre necessidade e satisfação se alcerará Na sociedade capiralisca produzir para a necessidade em sua forma mediada e assim fixada pdo mercado é um dos principais meios de Íorçar os seres humanos a fazer 0 que lhes é imposto Não se deve pensar escrever realizar e fazer O que vai além dessa sociedade que continua no poder através das necessidades dos que a ela se submetem E incon cebível que a compulsão à satisfação de necessidades na socie dade sem classes permaneça como encrave à força prouc1va A sociedade burguesa privou de satisfação as necessidades imanentes a ela mas por isso fixou a produção no círculo de seu sortilégio através da remissão às próprias necessidades E la foi cão prática quanto irracional A sociedadesern classes que suprime a irracionalidade na qual ª produçao paraº 1u e d d cambém supnmtra cro se enreda e sac1sraz as necess1 a es A e smo na ausenc1a de o espírito prático que se raz presen te me fins da lart pour lart arte pela artt Ela supera a11hebt nao b A d d ção e consumo mas apenas o ancagon1smo urgues e pro u Q 1 a inuttl nao sera ta mbém sua unidad e burguesa ue a go seJ d A A d I A d perderá seu senti 0 mais nenhum escan a o a apcaçao 234 Ens11os sobrr psllologa sona t p11mnál1St produti vidade então ipen1s em sentido próprio não dissimu lado ter seu efetco n 1 necessidade não nJ medida cm que 0 insac1sfc1ro se s1c1e com o que é inútil mas snn 9ue O saciJdo consiga se comportar em relação ao mundo sem ser regulada pela utilidade universal Se 1 sociedade sem classes promete 0 fim da arte ao superar f attjhtbm a tensão entre real e possível logo ela promete ao mesmo tempo o começo da arte 0 inút rl cuj1 intuição tende à reconciliação com a natureza pois não mais esd a serviço do que é útil para o explorador 194 2 235 Ensaios sobre psicologia social e psicanálise A teoria da necessidade se confronta com dificuldades relevantes O autor enfatiza a questão da necessidade como categoria social assim ele apresenta a teoria da necessidade esta não pode ser taxativa mas reconhecer suas próprias necessidades sem protagonizar se é boa ou ruim As necessidades chegam a manipular o homem pois é algo intrínseco da sociedade do capital As dificuldades encontradas não são de tempos atuais a barbárie o desenvolvimento humano e as crenças de certa forma influenciam no contexto das necessidades pois estas não são estáticas As necessidades como categoria social são capazes de analisar as patologias surgidas mesmo que esta tenha sido frutos do capitalismo a ideia não é vencer o capitalismo mas atacar seus principais meios de forçar os seres humanos a fazer o que lhes é imposto como forma de necessidades subjacentes
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THEODOR W ADORNO Ensaios sobre psicologia social e psicanálise Tradução Verla1ne Frc1 cas editora unesp Teses sobre a necessidade I A necessidade I é uma categoria social A natureza a pulsão está contida nela Os momentos natural e social da necessidade entretan to não se deixam distinguir um do outro como secundário e primário de modo a construir uma hierarquia de satisfações A fome concebida como categoria natural pode ser saciada com gafanhotos e bolos de mosquito que muitos selvagens apreciam Pertence à satisfação da fome concreta dos civilizados que eles aceitem comer alguma coisa da qual não sintam nojo e tanto n este quanto em seu con trário está refletida toda a História Assim ocorre com todas as necessidades Toda pulsão é tão mediada socialmente que I A palavra alemã Bedürf111s que traduzimos ao longo do texto por ne cessidade poderia também ser traduzida por carência de modo evitar uma possível confusão com Notwmd1gkt11 que sempre é traduzida como necessidade no sentido não apenas de falca mas também de necessidade lógica matemática física etc Nossa opção se deve ao propósito de afastar a conotação por demais psicológica de um estado emocional ou subjetivo de carência apontando em vez disso para um plano de realidade anterior mais fundamental que nos parece claramente ser o caso no texto N T 229 fhrodor li Ador110 sua dimensão narnral jamais 1pmcl de imed11to nu s sempre como produzida peb sociedade A 11woc1çio da n1turca pe rmtc qualquer rnccs1d1dc é stmprc merlrnlntc 1 111scir1 de frullr1ção e domin1çio 2 A d1 ícrcnc11ção enlrc necessidade superfic1JiI e proÍun d1s é uma ilusão Sche111 criada socialmente As ass im chamadas necessidades superficiais refletem o processo de lrabalho que torn1 os seres humanos apêndices da máquina e que os cons trange a se red uzir fora do tempo de trabalho à reproduçio da mercadoria força de trabalho Aquelas nccess1d1des são as mar cas de um estado que compele suas vítimas i fuga e 10 mesmo lempo as mantém cm seu podtr de forma cio force que a Íuga sempre degenera na repetição desesperada do estado do qual se foge Nas 1ssi111 chamadas necessidades superficiais o num não é sua superficialidade cujo conceito pressupõe o conceito questionável de interioridade Ruim nessas necess1cfades que na realidade não são necessidade alguma é que elas se dirigem a uma realiz1ção Erjii1111g 2 que simulcaneamenre as engana 393 quanto a si mesma A mediação social da necessidade como mediação através da sociedade capital isca alcançou um ponlo onde a necessidade cai em concrad1ção consigo mesma É a esse l A tradução de Lrj11ll11ng por smsfação tornaria o ccno 11111s claro mis nos p1rece 1mpo1 cante manter o contraste com Bifrud1g1111g l1uc normalmente é uduzida po1 sar1sfação Nossa lcerrun va no pJ rcce 1usrif1cida ao comumos como referência a definição de F1cud do sonho como realn1çio de um dcsc10 cm que 1 pal1Yr1 cmprc1l1 é Lrfiillung e nfo Bifnrdg1111g ou ep o sonho não se 1ualific1 por sar1sfaLCr propnamenrc um dcsc10 mas sim o rc1l1zar ger1ndo gr111 e formas dMmcas de sauÍação cm cad c1s0 N T 230 Lns111os sobrt psrrologn sorn psunntilm estado de co1Js que a crítica d d cvc se mg1r e não a qualquer hrcrarqurn prrcscabelecida de valore d d s e necess a es As 1sim chamidas nectssid d r d ª es prorun as sao por sua veL cm larga medida produtos d d r 0 processo e rrustraçao e rcil1z1m uma função desviante Col I oca as em concraposção as superfic111s J1 e quesconável po h s a mu1to o monopolio Jª se apropriou ranco do que há de prof d d un o quanto e super ficial A s infonia de Beethoven cond d Tc uzi a por oscaninr nao é melhor que o próximo filme de diversão e cada filme com Bectc Davis já é a síntese Precisamnce ss 1 e a s1nccsc merece a mais extrema desconfiança 4 A teoria da necessidade se confronta com dificuldades relevantes Por um lado ela representa o caráter social da necessidade e por isso a satisfação das necessidades em sua forma mais imediata e concreta Eli não pode se colocar a pmm nenhuma diferenciação entre necessidade boa e num autên tica e fabricada correra e falsa Por outro lado ela tem que reconhecer que as próprias necessidades subsistentes em sua forma atual são o produto da sociedade de classe Em nenhuma necessidade se deve separar claramente o que há de humano e o que advém como consequência da repressão O pengo de a dominação se instalar nos seres humanos através de suas ne cessidades monopolizadts não é uma crença herética passfrel de ser exorc1zad1 por excomunhão mas sim uma tendência real do capitalismo tardio Tal perigo se refere não à possibilidade da barbárie após a revolução mas sim ao bloqueio da revolução pela sociedade total A teoria dialética deve resistir a este perigo e a todas as contradições na ncces1dadc Ela somente o consc gu1ri ao reconhecer rodas as quescões da necessidade em sua conexão concreta com a totalidade do processo social em vez 23 1 hrofor W Adonro de sancionar 1 ncccssid1dc em ger1I ou llgulmencíla ou até mesmo reprimila como licranç1 do 1uc hí de ruim l loJC sob 0 monopólio é dec1sno o modo como as necess1d1dcs ind1vi du1is se comportam perante a conc111uid1dc desse monopól10 É um desidcrn o teórico csscnc1al desdobrar essa relação 394 li 5 As necessidades não são estáticas O caráter escácico que elas hoje aparentemente assumiram sua fixação cm re produzir o sempre igual é ele mesmo meramente o reflexo da produção material que assume caráter estacionário devido à eliminação do merc1do e da concorrência mas com a simul tânea continuidade da dominação de classe Com o fim desse caráter estático a necessidade se mostrará de modo comple tamente diference A solução da contradição da necessidade é ela mesma contraditória Tão logo a produão se volte defon11a mro11 dmo11af t rrestnta à satisfação das 11cass1dades ati nusmo t exatamtntt das qtte são produdas pelo capital1smo mtão as próprias ncassades st modificarão dwsvamentt A impenetrabilidade de necess1ades autêntica e falsa pertence essencialmente à dommaçao de classe ni qual a reprodução da vida e sua represso formam uma unidade cuja lei é de fato discernível na cotalidade mas fi d d l 1 sma impenetrável Se algu cuia 1guraçao 111 1v1 ua e e a me 1 0 se verá de forma ma vez não houver mais monopo 10 en ta cisam do lixo suficientemente rap1da que as massas nao pre I 1 1 l nem da penosa que lhes é fornecido pe o monopo 10 cu cura qualidade de primeira classe que lhes fornecem aqueles que d pertencem a esta O pensamento e que o cinema ao lado da odução da força de moradia e da al1mencaçao e necessario a repr d d trabalho por exemplo é ver a e1ro somen te em um mundo d ão da força de que emprega os seres humanos para a repro uç d d harmonizarem trabalho e constrange suas necesst a es a se 232 Euaos sobre psuologa sona 1 psíranalsr com os interesses de dominaç10 e de lucro dos empresários Até mesmo neste mundo a prova do exemplo Já pressupõe sua modificação radical O pensamento entretanto de que uma sociedade revolucionária clamaria por atuações ruins de Hedv Lamarr ou pelas más sopas Campbell é absurdo Quanto me lhor a sopi tanto mais prazerosa a renúncia a Lamarr 6 Não se consegue discernir por que em uma sociedade sem classes cada a maquinaria cultural de hoje em dia deva conti nuar Cercamente é uma absurdidade que a crise capitalista destrua meios de produção que servem à necessidade mas não se torna de forma alguma absurda a ideia de que na sociedade sem classes cinema e rádio seriam em larga medida silenciados os quais provavelmente já hoje dificilmente servem a alguém Isso porque o caráter em si mesmo contraditório de numerosas 395 necessidades li conduztrá ao declínio destas quando nio forem mais inculcadas a partir de cima acravés de um terror direto ou indireto É fetichista o pensamento de que o estágio das forças técnicas de produção como cais force a se continuar a satisfa zer e reproduzir necessidades cuJa ilusão Schcm J desaparece juncamente com a sociedade capitalista Na democracia d1reca Riiudemokratu nem rodas as rodas Riidcr devem trafegar a própria exigência 1mpl1ca o medo perante o desempregado que desaparece juncamente com a exploração capitalista 7 A questão pela satisfação imediata da necessidade não dee ser colocada segundo os aspectos social e natural primário e se cundário correto e falso ela coincide com a questão do sofnmm to da esmagadora maioria de todos os seres humanos na Terra Se for produzido o que todos os seres humanos aqui e agora mais urgentemente precisam então nos livraremos das preocupações sociopsicológicas demasiadamente grandes concernentes à lc 233 396 Thtodor IV Adorno g1cimidc1dc de r1is necessidades Essas preocupações somente surgem qumdo grupos dirigenles e comissões todopoderosas se estabelecem classificun 1s necessidades e sob O princípio de que o ser humano não vivt apenas de pão concedelhe uma parte d e sua ração de pão que como ração já é sempre muito pequcn1 preferencialmente na Íorma de discos de Geschwm 8 A exigência de produção apenas para satisfazer necessi dades pertence ela mesma à préhistória a um mundo em que se produz não pari as necessidades mas para o lucro e para o esrabelecimenco da dominação e onde vigora por isso a es cassez St esta desaparecer logo a relação entre necessidade e satisfação se alcerará Na sociedade capiralisca produzir para a necessidade em sua forma mediada e assim fixada pdo mercado é um dos principais meios de Íorçar os seres humanos a fazer 0 que lhes é imposto Não se deve pensar escrever realizar e fazer O que vai além dessa sociedade que continua no poder através das necessidades dos que a ela se submetem E incon cebível que a compulsão à satisfação de necessidades na socie dade sem classes permaneça como encrave à força prouc1va A sociedade burguesa privou de satisfação as necessidades imanentes a ela mas por isso fixou a produção no círculo de seu sortilégio através da remissão às próprias necessidades E la foi cão prática quanto irracional A sociedadesern classes que suprime a irracionalidade na qual ª produçao paraº 1u e d d cambém supnmtra cro se enreda e sac1sraz as necess1 a es A e smo na ausenc1a de o espírito prático que se raz presen te me fins da lart pour lart arte pela artt Ela supera a11hebt nao b A d d ção e consumo mas apenas o ancagon1smo urgues e pro u Q 1 a inuttl nao sera ta mbém sua unidad e burguesa ue a go seJ d A A d I A d perderá seu senti 0 mais nenhum escan a o a apcaçao 234 Ens11os sobrr psllologa sona t p11mnál1St produti vidade então ipen1s em sentido próprio não dissimu lado ter seu efetco n 1 necessidade não nJ medida cm que 0 insac1sfc1ro se s1c1e com o que é inútil mas snn 9ue O saciJdo consiga se comportar em relação ao mundo sem ser regulada pela utilidade universal Se 1 sociedade sem classes promete 0 fim da arte ao superar f attjhtbm a tensão entre real e possível logo ela promete ao mesmo tempo o começo da arte 0 inút rl cuj1 intuição tende à reconciliação com a natureza pois não mais esd a serviço do que é útil para o explorador 194 2 235 Ensaios sobre psicologia social e psicanálise A teoria da necessidade se confronta com dificuldades relevantes O autor enfatiza a questão da necessidade como categoria social assim ele apresenta a teoria da necessidade esta não pode ser taxativa mas reconhecer suas próprias necessidades sem protagonizar se é boa ou ruim As necessidades chegam a manipular o homem pois é algo intrínseco da sociedade do capital As dificuldades encontradas não são de tempos atuais a barbárie o desenvolvimento humano e as crenças de certa forma influenciam no contexto das necessidades pois estas não são estáticas As necessidades como categoria social são capazes de analisar as patologias surgidas mesmo que esta tenha sido frutos do capitalismo a ideia não é vencer o capitalismo mas atacar seus principais meios de forçar os seres humanos a fazer o que lhes é imposto como forma de necessidades subjacentes