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Pedagogia ·

Psicologia Institucional

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2018 Editora Moderna PRODUÇÃO EDITORIAL Fundação Santillana Direção André de Figueiredo Lázaro Editora Moderna Diretoria de Relações Institucionais Luciano Monteiro Karyne Arruda de Alencar Castro Edição Ana Luísa Astiz e Sibelle Pedral AA Studio Preparação Glaucia Teixeira e Marcia Menin AAStudio Revisão Cida Medeiros e Lessandra Carvalho AA Studio Projeto Gráfico Paula Astiz Editoração Eletrônica Paula Astiz Design Nota Os nomes dos personagens das escolas e das cidades dos casos são fictícios PROJETO EDITORIAL Instituto Península Gerente do projeto Daniela Kimi Coordenação editorial Katherine K Merseth Autores Ana Paula Faria Anderson de Jesus Menezes Ayodele Floriano Silva Cristina Nogueira Barelli Darlete Souza do Nascimento Denise Rampazzo Diana Tatit Elisa Pinheiro Fabiana Costa Fernando Nunes de Vasconcelos Flávia Pereira Lima Franciele Busico Lima Jeferson Farias Juride Aparecida Luz de Quadros Marcelo Ganzela Margareth Pires María del Pilar Tobar Acosta Rosiane Ribeiro Justino Sonia Maria Pereira Vidigal Tarcila Idalgo Tarcilene Idalgo Zelda Simplicio de Sales Caldas Tradução Silmara de Oliveira Estudo de caso Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Desafios reais do cotidiano escolar brasileiro 22 dilemas vividos por diretores coordenadores e professores em escolas de todo o Brasil coordenação Katherine K Merseth organização Instituto Península São Paulo Moderna 2018 Vários autores Bibliografia ISBN 9788516111908 1 Cotidiano escolar 2 Educação Brasil 3 Escolas Brasil 4 Gestão escolar 5 Papel da escola 6 Professores Formação 7 Qualidade do ensino 8 Sala de aula Direção I Merseth Katherine K II Instituto Península 1815071 CDD370981 Índices para catálogo sistemático 1 Brasil Cotidiano escolar Desafios Educação 370981 Bullying em sala de aula e a postura do professor CASO Aquela era uma escola de grande porte situada no centro de uma metrópole da região Sul do Brasil Atendia 3500 estudantes do Ensino Fundamental e Médio todos regularmente matriculados distribuídos nos turnos da manhã tarde e noite Destacavase das demais por ser considerada modelo Tinha quadra e ginásio poliesportivo auditório para 200 pessoas com palco coxia serviços de som e iluminação laboratórios de ciências com equipamentos de segurança e materiais para experimentos e laboratório de informática em sala ambientada equipado com projetor interativo e 30 modernos computadores individuais ligados à internet A escola atendia ainda aos padrões de acessibilidade Além disso era conhecida por ter recebido em sua equipe personalidades de destaque na Educação na cultura e na política por contar com professores capacitados alguns lecionavam também em escolas particulares e sobretudo pelo bom desempenho dos alunos Tratavase de uma escola pública e democrática que acolhia crianças e adolescentes de vários bairros da cidade mas reservava 50 das vagas para os que moravam no entorno Por ser uma escola muito grande e pela diversidade dos alunos manter a organização era um desafio constante para a gestão Naquele ano a escola sofreu um processo de intervenção e a Secretaria de Educação designou Ana e sua colega Cleide para assumirem interinamente a gestão Ana estava em uma nova fase de sua vida Casada e com um filho de 10 anos havia morado desde seu nascimento no extremo Norte do Brasil Porém em razão da transferência de emprego de 55 ASPECTOS INTERNOS seu marido mudouse para o Sul em pleno período de inverno um dos mais intensos da última década um choque térmico levandose em conta a diferença entre as temperaturas das duas regiões Mais do que isso um choque de cultura No entanto Ana estava disposta a superar tudo em prol de uma vida melhor para sua família Assim licenciouse da escola pública onde lecionava para acompanhar o cônjuge nessa nova etapa da vida em comum Na nova cidade procurou um emprego na área da Educação e aceitou o desafio da intervenção algo que nunca experimentara e que ficaria para sempre em sua memória Naquela manhã de sábado de junho em pleno inverno Ana se arrumava para participar da reunião do conselho escolar Sabia que não seria fácil A situação inédita envolvia a professora e os alunos de uma turma do 5º ano do Ensino Fundamental matutino a mãe de um estudante fizera uma denúncia UMA VISITA INESPERADA Uma semana antes logo após sua chegada à escola Ana recebeu em sua sala uma jovem senhora desesperada que entrou sem ser anunciada Afirmou que Elza a professora de Pedro seu filho estava humilhandoo em sala de aula expondoo a ponto de ele não querer mais estudar A senhora é a nova diretora À interventora que veio botar ordem nesta escola Ajudeme porque o diretor anterior nada resolveu e meu filho está sofrendo bullying da professora Elza Ana que estava ao telefone percebeu a agitação da mãe Ace nou para ela e pediu que se sentasse Quando desligou sugeriu Beba um pouco de água Entregoulhe o copo e continuou Boa tarde Diga seu nome e conte o que está acontecendo por favor Meu nome é Sônia Sou mãe de Pedro do 5º ano matutino que estuda com a professora Elza e vim fazer uma denúncia A professora expôs meu filho durante três dias consecutivos na frente dos colegas humilhandoo de tal maneira que ele não quer mais voltar para a escola 56 Mas o que aconteceu de fato Meu filho é muito tímido Um dia durante a aula ele levantou a mão e pediu para ir ao banheiro A professora ignorou Ele levantou a mão novamente e ela respondeu gritando A classe toda riu Pedro não falou mais nada porém os colegas ficaram inquietos Alguns disseram Que mau cheiro é esse professora Será que foi Pedro Antes que ela respondesse o sino tocou e todos saíram apressados menos Pedro que esperou sentado a sala ficar vazia para ir embora Isso se repetiu por mais dois dias consecutivos Pedro levantava a mão a professora o ignorava ele insistia ela gritava a turma ria ele se aquietava Em seguida surgiam os murmúrios do mau cheiro A situação ficou insustentável pelo que meu filho contou Sônia suspirou e com lágrimas nos olhos continuou Então a coordenadora ligou para meu trabalho e disse que havia um malestar na sala de aula de Pedro em função de ele estar sendo rebelde e praticar ações que provocavam desconforto aos colegas e à professora Eu me agitei e perguntei o que estava acontecendo visto que Pedro nada tinha comentado comigo Como eu trabalho o dia todo e o pai dele não mora conosco porque nos separamos sou mãe e pai Mãe não se engana Naqueles dias após o trabalho eu notei que ele estava meio desolado sem querer comer nem ir para a aula alegando dor de estômago Depois daquele telefonema juntei as partes e entendi a humilhação pela qual meu filho vinha passando A mãe deixou as lágrimas caírem sem se importar com a impressão que causava e com a voz embargada prosseguiu Meu filho é um bom menino É educado estudioso mas é introspectivo e isso o prejudica muito Eu conversei com ele logo depois de receber o telefonema Por causa da gravidade da situação solicitei a meu chefe para sair antes do horário habitual Quando Pedro me viu chegar mais cedo e chamálo começou a chorar Eu sentei de frente para ele e perguntei o que estava acontecendo Ele gaguejou Eu o acalmei e pedi que me contasse tudo Então ele disse Mamãe lembra que eu falei a semana passada que estava com dor de barriga e você me deu um chá e eu fui pra escola Então Eu fiquei bem mas no recreio comi um lanche e piorei Depois já perto do fim da aula me deu outra dor aí eu levantei a mão e pedi à professora Elza para ir ao banheiro Ela não respondeu Então eu levantei a mão de novo e ela gritou dizendo que eu estava atrapalhando a aula e todos me zoaram Eu abaixei a mão e fiquei ali me segurando até que não aguentei mais e borrei a calça Aí começaram a falar que tinha um mau cheiro na sala Como eu sento mais atrás nem todos perceberam Eu esperei eles saírem e só depois é que me levantei e fui embora Antes amarrei o casaco na cintura para ninguém ver o que tinha acontecido Sônia parou por um momento Professora Ana recomeçou a gente mora bem próximo daqui do outro lado da praça Pedro sempre vem e volta sozinho o porteiro o ajuda a atravessar nem desconfiei do fato a princípio Quando eu chegava em casa ele já havia tomado banho e feito o dever de casa Às vezes estava vendo televisão calado outras deitado tentando dormir Esse episódio aconteceu por três dias consecutivos e a professora não tomou nenhuma atitude para ajudar meu filho Ela preferiu escutar os outros alunos esnobar Pedro e ser grosseira E pior colocaram nele o apelido de FedeFede Isso é demais para uma mãe Meu filho só queria o direito de ir ao banheiro Ele adquiriu síndrome do pânico Chora quando falo mais alto e não quer sair de casa sozinho nem para ir à padaria Eu o levei ao médico ele lhe fez algumas perguntas examinouo e não diagnosticou nada além disso Agora eu quero a retratação da professora e o pedido de desculpa dos colegas Ana escutou o relato da mãe atônita Não sabia o que fazer a princípio e não imaginava que uma professora pudesse ter aquela postura Levantouse pegou um copo dágua agora para ela respirou fundo e disse Sônia É esse seu nome não é Não esperou resposta Afirmou que levaria o assunto ao conselho escolar para ver a melhor maneira de resolver a situação de modo a não prejudicar o ano letivo de Pedro e que falaria com a professora Elza para ouvir sua versão pois precisava ser justa com ambas as partes Pediu a Sônia que aguardasse Embora o semestre estivesse no fim daria tempo de organizar a reunião e Pedro não faltaria às provas Um pouco mais calma Sônia concordou Já de pé disse que confiava em Ana mas que esse problema não podia passar desapercebido e que a professora devia ser punida Se não houvesse uma retratação da professora iria à Secretaria de Educação denunciála ao setor de Direito do Aluno e também procuraria a imprensa local Despediuse e saiu A CONSULTA À VICEGESTORA Ana chamou Cleide a vicegestora Relatou o ocorrido e disse que solicitária uma reunião extraordinária do conselho escolar Cleide questionou Você tem certeza de que essa reunião é necessária Ana Chegamos há pouco à escola em uma situação atípica não conhecemos bem o corpo docente tampouco esse aluno e sua mãe Não acha que vai nos expor e expor também a professora Elza Ana respondeu surpresa Como assim nos expor Cleide Nós temos de tomar uma atitude Afinal aceitamos esse desafio juntas e somos responsáveis pelo que diz respeito ao todo Vamos sim investigar essa denúncia pois segundo a mãe tratase de bullying Devemos realmente verificar se o que ela afirmou em estado de desespero é verdade e se for de quem partiu a discriminação contra a criança Precisamos ter cautela e escutar as partes porque mesmo que a atitude tenha sido da professora e não se configure como bullying o teor da denúncia é muito grave e pode trazer sérias consequências para aquele menino Espero sinceramente que a mãe tenha se equivocado Para saber isso temos de escutar os dois lados e contar com o apoio do conselho escolar Precisamos sim ser cautelosas mas vamos apurar a situação na forma legal conforme as normas do regimento interno e fazer o que tem de ser feito A VERSÃO DA PROFESSORA A gestora convocou a professora Elza e relatoulhe o fato A professora confirmou mas justificouse e atribuiu a culpa a Pedro Ana viu então que o assunto era mais delicado do que imaginava e chamou Delfina a coordenadora pedagógica que ratificou a versão de Elza com a mesma intenção de culpar o aluno Com isso a gestora não teve dúvida e decidiu em vista do desencontro de informações que faria uma reunião com o conselho escolar para esclarecer o ocorrido Contra a decisão Elza e Delfina achavam que Ana deveria suspender Pedro pelo constrangimento que suas atitudes em sala de aula causaram a todos Cleide ainda se mostrava incomodada A gestora no entanto não voltou atrás Dispensou a professora e a coordenadora preparou ela mesma o edital de convocação conforme constava no estatuto assinou e entregouo a Cleide que a contragosto também o assinou Elas afixaram o edital no quadro de avisos na data estabelecida e avisaram os membros do conselho em tempo hábil Ana precisava certificarse de que a assembleia fosse legítima com participação efetiva e deliberar de maneira democrática Sabia que teria de conversar com Elza mais uma vez porém agora por esse caminho Era uma situação difícil pois como estava ali havia apenas uma semana não conhecia bem os servidores da escola e tinha de manterse firme diante das adversidades Nos dias que antecederam a assembleia Ana leu e releu tudo o que havia encontrado sobre bullying na literatura mas não se convencia da definição Agora a caminho da escola para a reunião pensava Como uma professora que se preparou para lecionar que sabe melhor sobre direitos e deveres do que seus alunos que é formadora de opinião conduz uma classe toda contra um indefeso e mais do que isso o expõe ao ridículo perante os colegas induzindoos ao erro e pior sendo conivente Se isso não é bullying o que é Assédio moral Discriminação Mas não são sinônimos A gestora porém não queria se precipitar nem tomar partido Precisava esclarecer e entender a situação e depois verificar a reação dos conselheiros para tomar uma decisão A REUNIÃO DO CONSELHO ESCOLAR Absorta em seus pensamentos Ana chegou à escola e dirigiuse para sua sala no primeiro andar Estava um tanto ansiosa mas consciente de seu dever de gestora Não queria adotar nenhuma posição antes de ouvir os conselheiros e a professora Elza Tampouco sabia o rumo que daria àquela situação embaraçosa Em seguida Cleide apareceu Estava visivelmente desconfortável pois por um lado não concordava com a postura de Ana por outro talvez ela estivesse agindo corretamente Os conselheiros foram chegando um a um o professor Messias de matemática representante dos docentes a coordenadora Delfina da equipe pedagógica a inspetora Helena do pessoal técnicoadministrativo o porteiro João do segmento de funcionários dona Lucimar do grupo de paisresponsáveis e Roberto aluno da 3ª série do Ensino Médio que representava os estudantes Por fim a professora Elza também compareceu Estavam todos com certo ar de desconforto murmurando entre si Assim que se acomodaram Ana cumprimentou Bom dia Todos responderam Bom dia Ana se pronunciou Essa é a segunda vez que nos reunimos em menos de um mês O primeiro encontro foi em nossa chegada à escola por conta da intervenção que todos apoiaram A pauta de hoje é outra Ao aceitar esse desafio eu sabia que não seria fácil assumir a gestão de uma instituição dessa magnitude Agora estamos diante de uma situação atípica que deve ser resolvida uma vez que aconteceu no âmbito escolar Vamos apurar uma denúncia e ao final decidir Depois de uma pausa continuou Dentre todos os problemas elencados no âmbito da intervenção o maior no meu entender é mediar conflitos interpessoais por sermos humanos e termos de agir como tal de maneira humanizada Precisamos ouvir ponderar colher dados e depois decidir É por isso que Cleide e eu os convocamos em assembleia A intenção é sermos justas e coerentes com ambas as partes Ana então contou a conversa que teve com Sônia mãe de Pedro aluno de Elza Esta inquietouse na cadeira e tentou interromper a gestora que pediu para terminar antes de lhe passar a palavra E assim o fez Continuando relatou a conversa posterior com Cleide com Elza e com Delfina e a decisão de convocar o conselho escolar por causa do desencontro de informações Em seguida passou a palavra para Elza A professora muito nervosa iniciou em tom alto e um pouco grosseiro Ana você chegou aqui há pouco mais de uma semana não conhece ninguém e logo escuta uma mãe descontrolada mentirosa e me acusa de bullying Aquele filho dela é muito sonso e vive atrapalhando a aula Agora que tem o apelido de FedeFede fica envergonhado e vem jogar a mãe e a escola contra mim Ana não acreditava no que ouvia e no desatino da professora Tentou acalmarse e passou a palavra para os membros do conselho Primeiro falou a coordenadora Delfina Realmente Elza tem razão Pedro é um sonso e deixou toda a escola em uma situação embaraçosa Está expondo além da professora e dos colegas a todos nós Eu o conheço bem e sei o que digo Conheço também Elza há mais de dez anos e sei que ela não seria capaz disso O professor Messias manifestouse em seguida Eu também conheço Pedro ele e sua mãe são meus vizinhos Ele é um menino bom Apesar de o pai não conviver mais com a mãe e de sua pouca idade é responsável ajuda em casa já que ela trabalha o dia todo e nunca escutei reclamação dele desde que chegou aqui no 1º ano Quando João o porteiro ia falar Elza o interrompeu Essa é uma questão que não lhe diz respeito João Aliás não sei o que vocês que não são professores estão fazendo aqui Elza estava tão desnorteada que ignorou a função de cada conselheiro João ficou sem ação e Ana interveio Como assim professora Elza João assim como Helena Lucimar e Roberto fazem parte do conselho escolar Todos têm assento garantido por segmento e são legítimos aqui Todos têm vez voz e voto e vão se posicionar sim Elza sem graça respondeu Mas isso nunca aconteceu aqui O conselho escolar nunca funcionou A gestora retrucou É por isso que aconteceram tantos desmandos e nós estamos aqui em uma intervenção Se o conselho fosse atuante talvez a escola não tivesse chegado ao ponto em que chegou Continue sr João por favor Ele falou Trabalho nesta escola há mais de 20 anos e conheço Pedro desde o 1º ano Eu o ajudo a atravessar a rua todos os dias Antes o pai o trazia e buscava mas depois da separação ele vem sozinho porque dona Sônia trabalha Ele não é de fazer confusão Ao contrário é educado quieto e talvez seja discriminado pelos colegas porque não entra no grupinho deles A seguir foi a vez de Helena Realmente Pedro é um menino quieto Nunca fica atrapalhando nos corredores Essa atitude dele me surpreendeu Mas Elza também é uma professora exemplar Estou perplexa com esse relato Lucimar então tomou a palavra Eu sei que muitos meninos são inquietos desobedientes mas eu participo das atividades desta escola faz cinco anos e conheço Pedro Ele frequenta as aulas de canto e sempre foi pontual É um menino inteligente e quieto Nunca tive problemas com ele Como mãe de aluno preciso entender melhor a situação para não ser injusta Por último falou Roberto Estou aqui representando os alunos e é muito importante a gente ter voz nesse tipo de reunião Sei que vivem colocando a culpa nos alunos e nem sempre estamos errados Essa postura da professora Elza com João me leva a entender que ela pode ter sim agido de maneira errada com Pedro também Eu fui escolhido por eles para representálos mas não é por isso que vou ser unilateral só que contra os fatos não existem argumentos Dona Elza errou sim Primeiro quando ela não permitiu que Pedro fosse ao banheiro um direito que nos assiste o que se repetiu por três dias seguidos Vocês sabem o que é isso Ela errou de novo quando permitiu que a turma se voltasse contra Pedro rindo quando ele borrou a calça E errou mais uma vez quando não impediu que o chamassem de FedeFede dentro de sua sala de aula Vocês têm ideia de como está a cabeça desse garoto Sem pai presente e com uma mãe que trabalha o dia todo que não pode acompanhar a rotina do filho E o pior é que ela confiava na instituição E agora Pelo menos é uma mãe presente e busca o bemestar dele enfrentando essa situação A atitude de dona Elza foi bullying sim e ela tem de se retratar para minimizar o prejuízo que causou a Pedro Todos ficaram surpresos com a fala de Roberto Sabiam que ele era inteligente líder e influente com os colegas mas não conheciam sua oratória e seu poder de persuasão O DILEMA DE ANA Ana sugeriu uma pausa para tentar organizar as ideias e tomar a melhor decisão diante daquele dilema Estava ali como gestora interina mas também era professora Ao se colocar no lugar de Elza considerou que talvez agisse igual No mesmo instante porém teve a convicção de que sua atitude seria outra pois sabia que devia respeitar a diversidade de alunos seus limites e o direito de ir e vir além de impor a ordem Como mãe colocouse no lugar de Sônia Pensou em seu sofrimento e em como ela ia convencer Pedro a voltar para a escola no semestre seguinte Então lembrouse de seu filho Joaquim de 10 anos e perguntouse como estaria a cabecinha dele em uma situação parecida Teve vontade de chorar e foi ao banheiro para se recompor Ao retornar à sala Delfina lhe informou que Elza havia recebido um telefonema do marido e teve de sair antes de a reunião terminar Ana ficou surpresa com mais essa atitude da professora porém precisava retomar a assembleia Devia apresentar ao conselho sua decisão sobre o incidente Ela buscava uma forma de minimizar o prejuízo e de certo modo proteger a imagem da professora diante do conselho principalmente depois da arguição de Roberto Queria também proteger Pedro e conversar com sua mãe conforme prometera a ela dias antes quando lhe dissera que tudo seria resolvido Agora no entanto não tinha certeza de que seria possível A atitude de Elza a deixara atônita Sabia que tinha de terminar aquela reunião registrar tudo em ata e pedir aos conselheiros que assinassem qualquer que fosse a decisão Ana enfrentava um conflito pessoal e profissional uma situação constrangedora que precisava de um desfecho mesmo que este não agradasse a uma das partes O conselho era deliberativo sob sua presidência e precisava de uma decisão A escola e seus pares tinham de ser preservados mas sobretudo era preciso garantir sua função social ofertar Educação pública de qualidade com equidade A instituição não poderia mais uma vez ser vista negativamente pela comunidade ASPECTOS INTERNOS QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1 A escola é igual para todos 2 É comum ver situações escolares nas quais o professor desconsidera especificidades de seus alunos 3 O que diferencia o bullying do assédio moral e da discriminação 4 Por que o comportamento do professor ao discriminar um aluno diante dos demais não deve ser considerado bullying 5 O conceito de bullying é fechado ou pode ser revisto e reconfigurado QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 1 A gestora agiu corretamente escutando cada parte e convocando o conselho escolar para deliberação Por quê 2 A professora e a turma deveriam se retratar diante de Pedro e de sua mãe 3 Qual seria sua atitude diante de um caso como esse em sua sala de aula 4 A conduta da professora Elza em relação a seu aluno se configurou como bullying Por quê 66 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL PRÓREITORIA DE ENSINO UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA NOME DO A AUTOR A Estudo de Caso como requisito obrigatório para avaliação no curso de Licenciatura em Pedagogia tendo como orientador o Prof Dr Milton Valençuela DOURADOSMS 2024 2 Elaborar de forma resumida texto corrido no mínimo 3 e no máximo 5 páginas sua compreensão e seu encaminhamento do caso Bullying em sala de aula e a postura do professor Merseth 2018 valendose das discussões das teorias da Psicologia da Educação e da Aprendizagem Rogers Bruner Gagné Ausubel Gardner e Ferreiro No mínimo duas teorias da Psicologia da Educação Valor 0 a 25 2º Estudo de Caso Citar referências de acordo com a ABNT FORMATAÇÃO Word fonte Time New Roman tamanho da fonte 12 espaçamento entre linha 15 parágrafo primeira linha 15 justificado paginação início da página à direita margem superioresquerda 3 cm e inferiordireita 2 cm Levar em consideração o contexto e as personagens do caso como Ana Cleide Sônia Elza Pedro Defina Messias Helen João Lucimar Roberto Levar em consideração também as questões para reflexão e questões para discussão em anexo ao caso p 66 Data de entrega do Estudo de Caso 2 24 de outubro de 2024 REFERÊNCIAS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL PRÓREITORIA DE ENSINO UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA NOME DO A AUTOR A Estudo de Caso como requisito obrigatório para avaliação no curso de Licenciatura em Pedagogia tendo como orientador o Prof Dr Milton Valençuela DOURADOSMS 2024 1 1 INTRODUÇÃO O bullying escolar é um fenômeno complexo que se manifesta de diversas formas incluindo agressões físicas verbais sociais e mais recentemente por meio do ciberbullying O impacto desse comportamento é significativo e pode afetar profundamente o desenvolvimento emocional social e acadêmico das vítimas além de criar um ambiente hostil para toda a comunidade escolar De acordo com Freire e Aires 2012 o bullying caracterizase pela repetição de atos agressivos que causam danos psicológicos e sociais às vítimas refletindo dinâmicas de poder que precisam ser compreendidas e combatidas dentro e fora do ambiente educacional Este estudo de caso aborda uma situação de bullying que ocorreu em uma escola de prestígio envolvendo a professora Elza e o aluno Pedro A conduta inadequada da educadora que expôs Pedro ao ridículo na frente de seus colegas gerou um ambiente de exclusão e constrangimento destacando a necessidade de práticas educacionais que promovam o respeito a empatia e a inclusão A análise deste caso será fundamentada nas teorias da Psicologia da Educação particularmente nas abordagens de Carl Rogers e Robert Gagné A partir dessas perspectivas será proposta uma abordagem prática para solucionar o caso e evitar que situações semelhantes se repitam no futuro 2 INTRODUÇÃO 21Compreensão do Caso O episódio relatado expõe uma situação em que a professora Elza através de atitudes desrespeitosas e humilhantes reforçou comportamentos de exclusão e ridicularização contra o aluno Pedro Segundo o relato de Sônia mãe de Pedro a conduta de Elza resultou em danos emocionais significativos para o estudante que passou a se sentir inseguro e retraído em sala de aula A postura de Elza viola os princípios fundamentais de um ambiente educativo saudável onde se espera que os educadores atuem como facilitadores de um clima de respeito e inclusão Conforme discutido por Freire e Aires 2012 o bullying não é um problema que afeta apenas as vítimas mas cria um ambiente tóxico que pode prejudicar a dinâmica de toda a sala de aula Além disso Francisco e Coimbra 2015 ressaltam que as ações de 2 bullying refletem questões mais amplas de poder e controle que estão presentes nas relações sociais dentro das escolas exigindo uma abordagem sistêmica para serem efetivamente combatidas A situação de Pedro é um exemplo claro de como a falta de empatia e compreensão por parte de um educador pode reforçar e legitimar comportamentos de exclusão e desrespeito criando um ciclo de violência que precisa ser interrompido 22Teorias da Psicologia da Educação Aplicadas A análise deste caso será orientada pelas contribuições de duas teorias da Psicologia da Educação a Teoria Humanista de Carl Rogers e a Teoria das Condições de Aprendizagem de Robert Gagné Carl Rogers em sua abordagem humanista enfatiza a importância de um ambiente educacional acolhedor onde o aluno se sinta valorizado e respeitado Para Rogers 1977 a aceitação incondicional e a empatia são elementos fundamentais para o desenvolvimento da autoestima e da autoimagem dos indivíduos No contexto do bullying escolar a falta de empatia demonstrada por Elza ao tratar Pedro de forma humilhante prejudicou sua capacidade de se sentir seguro e aceito no ambiente escolar De acordo com Rogers o educador deve atuar como um facilitador do desenvolvimento humano criando um ambiente que encoraje a expressão pessoal e o respeito mútuo A ausência desses elementos na interação entre Elza e Pedro resultou em um ambiente hostil que prejudicou não apenas o bemestar do aluno mas também seu processo de aprendizado Rogers 1977 Por outro lado a Teoria das Condições de Aprendizagem de Robert Gagné sugere que a aprendizagem é um processo que depende de condições específicas para ser efetiva Gagné 1985 argumenta que para que o aprendizado ocorra de forma plena é necessário um ambiente estruturado que ofereça suporte e motivação permitindo que os alunos desenvolvam suas habilidades cognitivas e emocionais No caso de Pedro a postura de exclusão e ridicularização adotada por Elza criou uma barreira para o aprendizado ao invés de facilitar seu desenvolvimento Gagné destaca a importância de instruções claras e condições apropriadas que favoreçam a integração e a participação ativa dos alunos Assim fica evidente que as atitudes de Elza além de prejudicarem o desenvolvimento 3 emocional de Pedro também afetaram negativamente seu processo de aprendizagem ao criar um ambiente que gerava medo e insegurança em vez de apoio e incentivo 23Encaminhamento do Caso Para lidar com a situação é fundamental que Ana a gestora escolar adote uma postura de mediação e promova o diálogo entre todas as partes envolvidas incluindo Elza Pedro e seus colegas Conforme sugerido por Freire e Aires 2012 a intervenção do psicólogo escolar é essencial para abordar casos de bullying oferecendo suporte emocional e psicológico às vítimas e orientando os educadores na criação de um ambiente mais inclusivo e seguro Francisco e Coimbra 2015 destacam a importância de programas de conscientização e prevenção que envolvam toda a comunidade escolar na construção de uma cultura de respeito e empatia Esses programas devem incluir a capacitação dos professores para que possam identificar e intervir em situações de bullying de forma adequada bem como a sensibilização dos alunos para que compreendam o impacto de suas ações sobre os colegas A postura de Elza requer uma reflexão mais profunda sobre o papel dos educadores no ambiente escolar A formação continuada e os programas de capacitação podem ajudar os professores a desenvolver estratégias de ensino que promovam a inclusão e o respeito às diferenças Rogers 1977 sugere que os educadores devem ser treinados para desenvolver habilidades de escuta ativa e empatia criando um ambiente de aprendizagem acolhedor e seguro Gagné 1985 complementa essa visão ao enfatizar que as condições de aprendizagem devem ser estruturadas de forma a motivar os alunos e facilitar o processo de integração social e acadêmica Dessa forma a escola deve investir na formação de seus educadores para que possam atuar como facilitadores do aprendizado e do desenvolvimento pessoal de seus alunos Além disso o papel do psicólogo escolar é crucial para mediar conflitos e implementar práticas inclusivas na escola Valore 2008 argumenta que a psicologia institucional pode auxiliar na construção de uma cultura escolar que valorize a autonomia e o respeito promovendo mudanças positivas e prevenindo a exclusão social A atuação do psicólogo deve ser preventiva e educativa mapeando a realidade da instituição e propondo ações que favoreçam um clima escolar harmonioso Isso inclui a criação de espaços de 4 escuta onde alunos e professores possam expressar suas preocupações e discutir abertamente questões relacionadas ao comportamento e à convivência escolar Valore 2008 3 CONCLUSÃO O caso envolvendo Pedro e Elza evidencia a necessidade urgente de práticas educacionais que promovam um ambiente escolar saudável seguro e inclusivo A atuação de Ana deve se basear na promoção de um espaço que valorize o respeito e a empatia onde professores e alunos possam interagir de forma harmoniosa e produtiva As teorias de Rogers e Gagné oferecem um quadro teórico que permite entender como atitudes de exclusão e desrespeito podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo e emocional dos alunos ao mesmo tempo que indicam caminhos para a construção de soluções mais eficazes A escola precisa ser um lugar onde todos os alunos se sintam valorizados e capazes de aprender e crescer Isso só será possível com a implementação de práticas educativas que considerem as necessidades individuais e promovam o bemestar coletivo É essencial que a gestão escolar invista em programas de formação continuada para educadores na criação de programas de conscientização e na presença constante de profissionais de psicologia educacional para mediar conflitos e implementar práticas inclusivas Dessa forma será possível criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento integral dos alunos respeitando suas individualidades e promovendo a harmonia e a colaboração entre todos os membros da comunidade escolar 5 REFERÊNCIAS GAGNÉ Robert M The conditions of learning and theory of instruction 4ª ed New York Holt Rinehart and Winston 1985 ROGERS Carl R KINGET G Marian Psicoterapia e relações humanas teoria e prática da terapia nãodiretiva Belo Horizonte Interlivros 1977 FRANCISCO Marcos Vinicius COIMBRA Renata Maria Análise do bullying escolar sob o enfoque da psicologia históricocultural Estudos de Psicologia v 20 n 3 p 184195 2015 SILVEIRA Ana Flávia et al Cidadania e participação social Contribuições da psicologia institucional ao exercício da autonomia na escola Rio de Janeiro Centro Edelstein de Pesquisas Sociais 2008 Disponível em httpbooksscieloorg FREIRE Alane Novais AIRES Januária Silva A contribuição da psicologia escolar na prevenção e no enfrentamento do bullying Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional v 16 n 1 p 5560 2012 BOCK Ana Mercês Bahia FURTADO Odair TEIXEIRA Maria de Lourdes Trassi Psicologias uma introdução ao estudo de psicologia 13ª ed São Paulo Saraiva 1999

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2018 Editora Moderna PRODUÇÃO EDITORIAL Fundação Santillana Direção André de Figueiredo Lázaro Editora Moderna Diretoria de Relações Institucionais Luciano Monteiro Karyne Arruda de Alencar Castro Edição Ana Luísa Astiz e Sibelle Pedral AA Studio Preparação Glaucia Teixeira e Marcia Menin AAStudio Revisão Cida Medeiros e Lessandra Carvalho AA Studio Projeto Gráfico Paula Astiz Editoração Eletrônica Paula Astiz Design Nota Os nomes dos personagens das escolas e das cidades dos casos são fictícios PROJETO EDITORIAL Instituto Península Gerente do projeto Daniela Kimi Coordenação editorial Katherine K Merseth Autores Ana Paula Faria Anderson de Jesus Menezes Ayodele Floriano Silva Cristina Nogueira Barelli Darlete Souza do Nascimento Denise Rampazzo Diana Tatit Elisa Pinheiro Fabiana Costa Fernando Nunes de Vasconcelos Flávia Pereira Lima Franciele Busico Lima Jeferson Farias Juride Aparecida Luz de Quadros Marcelo Ganzela Margareth Pires María del Pilar Tobar Acosta Rosiane Ribeiro Justino Sonia Maria Pereira Vidigal Tarcila Idalgo Tarcilene Idalgo Zelda Simplicio de Sales Caldas Tradução Silmara de Oliveira Estudo de caso Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Desafios reais do cotidiano escolar brasileiro 22 dilemas vividos por diretores coordenadores e professores em escolas de todo o Brasil coordenação Katherine K Merseth organização Instituto Península São Paulo Moderna 2018 Vários autores Bibliografia ISBN 9788516111908 1 Cotidiano escolar 2 Educação Brasil 3 Escolas Brasil 4 Gestão escolar 5 Papel da escola 6 Professores Formação 7 Qualidade do ensino 8 Sala de aula Direção I Merseth Katherine K II Instituto Península 1815071 CDD370981 Índices para catálogo sistemático 1 Brasil Cotidiano escolar Desafios Educação 370981 Bullying em sala de aula e a postura do professor CASO Aquela era uma escola de grande porte situada no centro de uma metrópole da região Sul do Brasil Atendia 3500 estudantes do Ensino Fundamental e Médio todos regularmente matriculados distribuídos nos turnos da manhã tarde e noite Destacavase das demais por ser considerada modelo Tinha quadra e ginásio poliesportivo auditório para 200 pessoas com palco coxia serviços de som e iluminação laboratórios de ciências com equipamentos de segurança e materiais para experimentos e laboratório de informática em sala ambientada equipado com projetor interativo e 30 modernos computadores individuais ligados à internet A escola atendia ainda aos padrões de acessibilidade Além disso era conhecida por ter recebido em sua equipe personalidades de destaque na Educação na cultura e na política por contar com professores capacitados alguns lecionavam também em escolas particulares e sobretudo pelo bom desempenho dos alunos Tratavase de uma escola pública e democrática que acolhia crianças e adolescentes de vários bairros da cidade mas reservava 50 das vagas para os que moravam no entorno Por ser uma escola muito grande e pela diversidade dos alunos manter a organização era um desafio constante para a gestão Naquele ano a escola sofreu um processo de intervenção e a Secretaria de Educação designou Ana e sua colega Cleide para assumirem interinamente a gestão Ana estava em uma nova fase de sua vida Casada e com um filho de 10 anos havia morado desde seu nascimento no extremo Norte do Brasil Porém em razão da transferência de emprego de 55 ASPECTOS INTERNOS seu marido mudouse para o Sul em pleno período de inverno um dos mais intensos da última década um choque térmico levandose em conta a diferença entre as temperaturas das duas regiões Mais do que isso um choque de cultura No entanto Ana estava disposta a superar tudo em prol de uma vida melhor para sua família Assim licenciouse da escola pública onde lecionava para acompanhar o cônjuge nessa nova etapa da vida em comum Na nova cidade procurou um emprego na área da Educação e aceitou o desafio da intervenção algo que nunca experimentara e que ficaria para sempre em sua memória Naquela manhã de sábado de junho em pleno inverno Ana se arrumava para participar da reunião do conselho escolar Sabia que não seria fácil A situação inédita envolvia a professora e os alunos de uma turma do 5º ano do Ensino Fundamental matutino a mãe de um estudante fizera uma denúncia UMA VISITA INESPERADA Uma semana antes logo após sua chegada à escola Ana recebeu em sua sala uma jovem senhora desesperada que entrou sem ser anunciada Afirmou que Elza a professora de Pedro seu filho estava humilhandoo em sala de aula expondoo a ponto de ele não querer mais estudar A senhora é a nova diretora À interventora que veio botar ordem nesta escola Ajudeme porque o diretor anterior nada resolveu e meu filho está sofrendo bullying da professora Elza Ana que estava ao telefone percebeu a agitação da mãe Ace nou para ela e pediu que se sentasse Quando desligou sugeriu Beba um pouco de água Entregoulhe o copo e continuou Boa tarde Diga seu nome e conte o que está acontecendo por favor Meu nome é Sônia Sou mãe de Pedro do 5º ano matutino que estuda com a professora Elza e vim fazer uma denúncia A professora expôs meu filho durante três dias consecutivos na frente dos colegas humilhandoo de tal maneira que ele não quer mais voltar para a escola 56 Mas o que aconteceu de fato Meu filho é muito tímido Um dia durante a aula ele levantou a mão e pediu para ir ao banheiro A professora ignorou Ele levantou a mão novamente e ela respondeu gritando A classe toda riu Pedro não falou mais nada porém os colegas ficaram inquietos Alguns disseram Que mau cheiro é esse professora Será que foi Pedro Antes que ela respondesse o sino tocou e todos saíram apressados menos Pedro que esperou sentado a sala ficar vazia para ir embora Isso se repetiu por mais dois dias consecutivos Pedro levantava a mão a professora o ignorava ele insistia ela gritava a turma ria ele se aquietava Em seguida surgiam os murmúrios do mau cheiro A situação ficou insustentável pelo que meu filho contou Sônia suspirou e com lágrimas nos olhos continuou Então a coordenadora ligou para meu trabalho e disse que havia um malestar na sala de aula de Pedro em função de ele estar sendo rebelde e praticar ações que provocavam desconforto aos colegas e à professora Eu me agitei e perguntei o que estava acontecendo visto que Pedro nada tinha comentado comigo Como eu trabalho o dia todo e o pai dele não mora conosco porque nos separamos sou mãe e pai Mãe não se engana Naqueles dias após o trabalho eu notei que ele estava meio desolado sem querer comer nem ir para a aula alegando dor de estômago Depois daquele telefonema juntei as partes e entendi a humilhação pela qual meu filho vinha passando A mãe deixou as lágrimas caírem sem se importar com a impressão que causava e com a voz embargada prosseguiu Meu filho é um bom menino É educado estudioso mas é introspectivo e isso o prejudica muito Eu conversei com ele logo depois de receber o telefonema Por causa da gravidade da situação solicitei a meu chefe para sair antes do horário habitual Quando Pedro me viu chegar mais cedo e chamálo começou a chorar Eu sentei de frente para ele e perguntei o que estava acontecendo Ele gaguejou Eu o acalmei e pedi que me contasse tudo Então ele disse Mamãe lembra que eu falei a semana passada que estava com dor de barriga e você me deu um chá e eu fui pra escola Então Eu fiquei bem mas no recreio comi um lanche e piorei Depois já perto do fim da aula me deu outra dor aí eu levantei a mão e pedi à professora Elza para ir ao banheiro Ela não respondeu Então eu levantei a mão de novo e ela gritou dizendo que eu estava atrapalhando a aula e todos me zoaram Eu abaixei a mão e fiquei ali me segurando até que não aguentei mais e borrei a calça Aí começaram a falar que tinha um mau cheiro na sala Como eu sento mais atrás nem todos perceberam Eu esperei eles saírem e só depois é que me levantei e fui embora Antes amarrei o casaco na cintura para ninguém ver o que tinha acontecido Sônia parou por um momento Professora Ana recomeçou a gente mora bem próximo daqui do outro lado da praça Pedro sempre vem e volta sozinho o porteiro o ajuda a atravessar nem desconfiei do fato a princípio Quando eu chegava em casa ele já havia tomado banho e feito o dever de casa Às vezes estava vendo televisão calado outras deitado tentando dormir Esse episódio aconteceu por três dias consecutivos e a professora não tomou nenhuma atitude para ajudar meu filho Ela preferiu escutar os outros alunos esnobar Pedro e ser grosseira E pior colocaram nele o apelido de FedeFede Isso é demais para uma mãe Meu filho só queria o direito de ir ao banheiro Ele adquiriu síndrome do pânico Chora quando falo mais alto e não quer sair de casa sozinho nem para ir à padaria Eu o levei ao médico ele lhe fez algumas perguntas examinouo e não diagnosticou nada além disso Agora eu quero a retratação da professora e o pedido de desculpa dos colegas Ana escutou o relato da mãe atônita Não sabia o que fazer a princípio e não imaginava que uma professora pudesse ter aquela postura Levantouse pegou um copo dágua agora para ela respirou fundo e disse Sônia É esse seu nome não é Não esperou resposta Afirmou que levaria o assunto ao conselho escolar para ver a melhor maneira de resolver a situação de modo a não prejudicar o ano letivo de Pedro e que falaria com a professora Elza para ouvir sua versão pois precisava ser justa com ambas as partes Pediu a Sônia que aguardasse Embora o semestre estivesse no fim daria tempo de organizar a reunião e Pedro não faltaria às provas Um pouco mais calma Sônia concordou Já de pé disse que confiava em Ana mas que esse problema não podia passar desapercebido e que a professora devia ser punida Se não houvesse uma retratação da professora iria à Secretaria de Educação denunciála ao setor de Direito do Aluno e também procuraria a imprensa local Despediuse e saiu A CONSULTA À VICEGESTORA Ana chamou Cleide a vicegestora Relatou o ocorrido e disse que solicitária uma reunião extraordinária do conselho escolar Cleide questionou Você tem certeza de que essa reunião é necessária Ana Chegamos há pouco à escola em uma situação atípica não conhecemos bem o corpo docente tampouco esse aluno e sua mãe Não acha que vai nos expor e expor também a professora Elza Ana respondeu surpresa Como assim nos expor Cleide Nós temos de tomar uma atitude Afinal aceitamos esse desafio juntas e somos responsáveis pelo que diz respeito ao todo Vamos sim investigar essa denúncia pois segundo a mãe tratase de bullying Devemos realmente verificar se o que ela afirmou em estado de desespero é verdade e se for de quem partiu a discriminação contra a criança Precisamos ter cautela e escutar as partes porque mesmo que a atitude tenha sido da professora e não se configure como bullying o teor da denúncia é muito grave e pode trazer sérias consequências para aquele menino Espero sinceramente que a mãe tenha se equivocado Para saber isso temos de escutar os dois lados e contar com o apoio do conselho escolar Precisamos sim ser cautelosas mas vamos apurar a situação na forma legal conforme as normas do regimento interno e fazer o que tem de ser feito A VERSÃO DA PROFESSORA A gestora convocou a professora Elza e relatoulhe o fato A professora confirmou mas justificouse e atribuiu a culpa a Pedro Ana viu então que o assunto era mais delicado do que imaginava e chamou Delfina a coordenadora pedagógica que ratificou a versão de Elza com a mesma intenção de culpar o aluno Com isso a gestora não teve dúvida e decidiu em vista do desencontro de informações que faria uma reunião com o conselho escolar para esclarecer o ocorrido Contra a decisão Elza e Delfina achavam que Ana deveria suspender Pedro pelo constrangimento que suas atitudes em sala de aula causaram a todos Cleide ainda se mostrava incomodada A gestora no entanto não voltou atrás Dispensou a professora e a coordenadora preparou ela mesma o edital de convocação conforme constava no estatuto assinou e entregouo a Cleide que a contragosto também o assinou Elas afixaram o edital no quadro de avisos na data estabelecida e avisaram os membros do conselho em tempo hábil Ana precisava certificarse de que a assembleia fosse legítima com participação efetiva e deliberar de maneira democrática Sabia que teria de conversar com Elza mais uma vez porém agora por esse caminho Era uma situação difícil pois como estava ali havia apenas uma semana não conhecia bem os servidores da escola e tinha de manterse firme diante das adversidades Nos dias que antecederam a assembleia Ana leu e releu tudo o que havia encontrado sobre bullying na literatura mas não se convencia da definição Agora a caminho da escola para a reunião pensava Como uma professora que se preparou para lecionar que sabe melhor sobre direitos e deveres do que seus alunos que é formadora de opinião conduz uma classe toda contra um indefeso e mais do que isso o expõe ao ridículo perante os colegas induzindoos ao erro e pior sendo conivente Se isso não é bullying o que é Assédio moral Discriminação Mas não são sinônimos A gestora porém não queria se precipitar nem tomar partido Precisava esclarecer e entender a situação e depois verificar a reação dos conselheiros para tomar uma decisão A REUNIÃO DO CONSELHO ESCOLAR Absorta em seus pensamentos Ana chegou à escola e dirigiuse para sua sala no primeiro andar Estava um tanto ansiosa mas consciente de seu dever de gestora Não queria adotar nenhuma posição antes de ouvir os conselheiros e a professora Elza Tampouco sabia o rumo que daria àquela situação embaraçosa Em seguida Cleide apareceu Estava visivelmente desconfortável pois por um lado não concordava com a postura de Ana por outro talvez ela estivesse agindo corretamente Os conselheiros foram chegando um a um o professor Messias de matemática representante dos docentes a coordenadora Delfina da equipe pedagógica a inspetora Helena do pessoal técnicoadministrativo o porteiro João do segmento de funcionários dona Lucimar do grupo de paisresponsáveis e Roberto aluno da 3ª série do Ensino Médio que representava os estudantes Por fim a professora Elza também compareceu Estavam todos com certo ar de desconforto murmurando entre si Assim que se acomodaram Ana cumprimentou Bom dia Todos responderam Bom dia Ana se pronunciou Essa é a segunda vez que nos reunimos em menos de um mês O primeiro encontro foi em nossa chegada à escola por conta da intervenção que todos apoiaram A pauta de hoje é outra Ao aceitar esse desafio eu sabia que não seria fácil assumir a gestão de uma instituição dessa magnitude Agora estamos diante de uma situação atípica que deve ser resolvida uma vez que aconteceu no âmbito escolar Vamos apurar uma denúncia e ao final decidir Depois de uma pausa continuou Dentre todos os problemas elencados no âmbito da intervenção o maior no meu entender é mediar conflitos interpessoais por sermos humanos e termos de agir como tal de maneira humanizada Precisamos ouvir ponderar colher dados e depois decidir É por isso que Cleide e eu os convocamos em assembleia A intenção é sermos justas e coerentes com ambas as partes Ana então contou a conversa que teve com Sônia mãe de Pedro aluno de Elza Esta inquietouse na cadeira e tentou interromper a gestora que pediu para terminar antes de lhe passar a palavra E assim o fez Continuando relatou a conversa posterior com Cleide com Elza e com Delfina e a decisão de convocar o conselho escolar por causa do desencontro de informações Em seguida passou a palavra para Elza A professora muito nervosa iniciou em tom alto e um pouco grosseiro Ana você chegou aqui há pouco mais de uma semana não conhece ninguém e logo escuta uma mãe descontrolada mentirosa e me acusa de bullying Aquele filho dela é muito sonso e vive atrapalhando a aula Agora que tem o apelido de FedeFede fica envergonhado e vem jogar a mãe e a escola contra mim Ana não acreditava no que ouvia e no desatino da professora Tentou acalmarse e passou a palavra para os membros do conselho Primeiro falou a coordenadora Delfina Realmente Elza tem razão Pedro é um sonso e deixou toda a escola em uma situação embaraçosa Está expondo além da professora e dos colegas a todos nós Eu o conheço bem e sei o que digo Conheço também Elza há mais de dez anos e sei que ela não seria capaz disso O professor Messias manifestouse em seguida Eu também conheço Pedro ele e sua mãe são meus vizinhos Ele é um menino bom Apesar de o pai não conviver mais com a mãe e de sua pouca idade é responsável ajuda em casa já que ela trabalha o dia todo e nunca escutei reclamação dele desde que chegou aqui no 1º ano Quando João o porteiro ia falar Elza o interrompeu Essa é uma questão que não lhe diz respeito João Aliás não sei o que vocês que não são professores estão fazendo aqui Elza estava tão desnorteada que ignorou a função de cada conselheiro João ficou sem ação e Ana interveio Como assim professora Elza João assim como Helena Lucimar e Roberto fazem parte do conselho escolar Todos têm assento garantido por segmento e são legítimos aqui Todos têm vez voz e voto e vão se posicionar sim Elza sem graça respondeu Mas isso nunca aconteceu aqui O conselho escolar nunca funcionou A gestora retrucou É por isso que aconteceram tantos desmandos e nós estamos aqui em uma intervenção Se o conselho fosse atuante talvez a escola não tivesse chegado ao ponto em que chegou Continue sr João por favor Ele falou Trabalho nesta escola há mais de 20 anos e conheço Pedro desde o 1º ano Eu o ajudo a atravessar a rua todos os dias Antes o pai o trazia e buscava mas depois da separação ele vem sozinho porque dona Sônia trabalha Ele não é de fazer confusão Ao contrário é educado quieto e talvez seja discriminado pelos colegas porque não entra no grupinho deles A seguir foi a vez de Helena Realmente Pedro é um menino quieto Nunca fica atrapalhando nos corredores Essa atitude dele me surpreendeu Mas Elza também é uma professora exemplar Estou perplexa com esse relato Lucimar então tomou a palavra Eu sei que muitos meninos são inquietos desobedientes mas eu participo das atividades desta escola faz cinco anos e conheço Pedro Ele frequenta as aulas de canto e sempre foi pontual É um menino inteligente e quieto Nunca tive problemas com ele Como mãe de aluno preciso entender melhor a situação para não ser injusta Por último falou Roberto Estou aqui representando os alunos e é muito importante a gente ter voz nesse tipo de reunião Sei que vivem colocando a culpa nos alunos e nem sempre estamos errados Essa postura da professora Elza com João me leva a entender que ela pode ter sim agido de maneira errada com Pedro também Eu fui escolhido por eles para representálos mas não é por isso que vou ser unilateral só que contra os fatos não existem argumentos Dona Elza errou sim Primeiro quando ela não permitiu que Pedro fosse ao banheiro um direito que nos assiste o que se repetiu por três dias seguidos Vocês sabem o que é isso Ela errou de novo quando permitiu que a turma se voltasse contra Pedro rindo quando ele borrou a calça E errou mais uma vez quando não impediu que o chamassem de FedeFede dentro de sua sala de aula Vocês têm ideia de como está a cabeça desse garoto Sem pai presente e com uma mãe que trabalha o dia todo que não pode acompanhar a rotina do filho E o pior é que ela confiava na instituição E agora Pelo menos é uma mãe presente e busca o bemestar dele enfrentando essa situação A atitude de dona Elza foi bullying sim e ela tem de se retratar para minimizar o prejuízo que causou a Pedro Todos ficaram surpresos com a fala de Roberto Sabiam que ele era inteligente líder e influente com os colegas mas não conheciam sua oratória e seu poder de persuasão O DILEMA DE ANA Ana sugeriu uma pausa para tentar organizar as ideias e tomar a melhor decisão diante daquele dilema Estava ali como gestora interina mas também era professora Ao se colocar no lugar de Elza considerou que talvez agisse igual No mesmo instante porém teve a convicção de que sua atitude seria outra pois sabia que devia respeitar a diversidade de alunos seus limites e o direito de ir e vir além de impor a ordem Como mãe colocouse no lugar de Sônia Pensou em seu sofrimento e em como ela ia convencer Pedro a voltar para a escola no semestre seguinte Então lembrouse de seu filho Joaquim de 10 anos e perguntouse como estaria a cabecinha dele em uma situação parecida Teve vontade de chorar e foi ao banheiro para se recompor Ao retornar à sala Delfina lhe informou que Elza havia recebido um telefonema do marido e teve de sair antes de a reunião terminar Ana ficou surpresa com mais essa atitude da professora porém precisava retomar a assembleia Devia apresentar ao conselho sua decisão sobre o incidente Ela buscava uma forma de minimizar o prejuízo e de certo modo proteger a imagem da professora diante do conselho principalmente depois da arguição de Roberto Queria também proteger Pedro e conversar com sua mãe conforme prometera a ela dias antes quando lhe dissera que tudo seria resolvido Agora no entanto não tinha certeza de que seria possível A atitude de Elza a deixara atônita Sabia que tinha de terminar aquela reunião registrar tudo em ata e pedir aos conselheiros que assinassem qualquer que fosse a decisão Ana enfrentava um conflito pessoal e profissional uma situação constrangedora que precisava de um desfecho mesmo que este não agradasse a uma das partes O conselho era deliberativo sob sua presidência e precisava de uma decisão A escola e seus pares tinham de ser preservados mas sobretudo era preciso garantir sua função social ofertar Educação pública de qualidade com equidade A instituição não poderia mais uma vez ser vista negativamente pela comunidade ASPECTOS INTERNOS QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1 A escola é igual para todos 2 É comum ver situações escolares nas quais o professor desconsidera especificidades de seus alunos 3 O que diferencia o bullying do assédio moral e da discriminação 4 Por que o comportamento do professor ao discriminar um aluno diante dos demais não deve ser considerado bullying 5 O conceito de bullying é fechado ou pode ser revisto e reconfigurado QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 1 A gestora agiu corretamente escutando cada parte e convocando o conselho escolar para deliberação Por quê 2 A professora e a turma deveriam se retratar diante de Pedro e de sua mãe 3 Qual seria sua atitude diante de um caso como esse em sua sala de aula 4 A conduta da professora Elza em relação a seu aluno se configurou como bullying Por quê 66 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL PRÓREITORIA DE ENSINO UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA NOME DO A AUTOR A Estudo de Caso como requisito obrigatório para avaliação no curso de Licenciatura em Pedagogia tendo como orientador o Prof Dr Milton Valençuela DOURADOSMS 2024 2 Elaborar de forma resumida texto corrido no mínimo 3 e no máximo 5 páginas sua compreensão e seu encaminhamento do caso Bullying em sala de aula e a postura do professor Merseth 2018 valendose das discussões das teorias da Psicologia da Educação e da Aprendizagem Rogers Bruner Gagné Ausubel Gardner e Ferreiro No mínimo duas teorias da Psicologia da Educação Valor 0 a 25 2º Estudo de Caso Citar referências de acordo com a ABNT FORMATAÇÃO Word fonte Time New Roman tamanho da fonte 12 espaçamento entre linha 15 parágrafo primeira linha 15 justificado paginação início da página à direita margem superioresquerda 3 cm e inferiordireita 2 cm Levar em consideração o contexto e as personagens do caso como Ana Cleide Sônia Elza Pedro Defina Messias Helen João Lucimar Roberto Levar em consideração também as questões para reflexão e questões para discussão em anexo ao caso p 66 Data de entrega do Estudo de Caso 2 24 de outubro de 2024 REFERÊNCIAS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL PRÓREITORIA DE ENSINO UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA NOME DO A AUTOR A Estudo de Caso como requisito obrigatório para avaliação no curso de Licenciatura em Pedagogia tendo como orientador o Prof Dr Milton Valençuela DOURADOSMS 2024 1 1 INTRODUÇÃO O bullying escolar é um fenômeno complexo que se manifesta de diversas formas incluindo agressões físicas verbais sociais e mais recentemente por meio do ciberbullying O impacto desse comportamento é significativo e pode afetar profundamente o desenvolvimento emocional social e acadêmico das vítimas além de criar um ambiente hostil para toda a comunidade escolar De acordo com Freire e Aires 2012 o bullying caracterizase pela repetição de atos agressivos que causam danos psicológicos e sociais às vítimas refletindo dinâmicas de poder que precisam ser compreendidas e combatidas dentro e fora do ambiente educacional Este estudo de caso aborda uma situação de bullying que ocorreu em uma escola de prestígio envolvendo a professora Elza e o aluno Pedro A conduta inadequada da educadora que expôs Pedro ao ridículo na frente de seus colegas gerou um ambiente de exclusão e constrangimento destacando a necessidade de práticas educacionais que promovam o respeito a empatia e a inclusão A análise deste caso será fundamentada nas teorias da Psicologia da Educação particularmente nas abordagens de Carl Rogers e Robert Gagné A partir dessas perspectivas será proposta uma abordagem prática para solucionar o caso e evitar que situações semelhantes se repitam no futuro 2 INTRODUÇÃO 21Compreensão do Caso O episódio relatado expõe uma situação em que a professora Elza através de atitudes desrespeitosas e humilhantes reforçou comportamentos de exclusão e ridicularização contra o aluno Pedro Segundo o relato de Sônia mãe de Pedro a conduta de Elza resultou em danos emocionais significativos para o estudante que passou a se sentir inseguro e retraído em sala de aula A postura de Elza viola os princípios fundamentais de um ambiente educativo saudável onde se espera que os educadores atuem como facilitadores de um clima de respeito e inclusão Conforme discutido por Freire e Aires 2012 o bullying não é um problema que afeta apenas as vítimas mas cria um ambiente tóxico que pode prejudicar a dinâmica de toda a sala de aula Além disso Francisco e Coimbra 2015 ressaltam que as ações de 2 bullying refletem questões mais amplas de poder e controle que estão presentes nas relações sociais dentro das escolas exigindo uma abordagem sistêmica para serem efetivamente combatidas A situação de Pedro é um exemplo claro de como a falta de empatia e compreensão por parte de um educador pode reforçar e legitimar comportamentos de exclusão e desrespeito criando um ciclo de violência que precisa ser interrompido 22Teorias da Psicologia da Educação Aplicadas A análise deste caso será orientada pelas contribuições de duas teorias da Psicologia da Educação a Teoria Humanista de Carl Rogers e a Teoria das Condições de Aprendizagem de Robert Gagné Carl Rogers em sua abordagem humanista enfatiza a importância de um ambiente educacional acolhedor onde o aluno se sinta valorizado e respeitado Para Rogers 1977 a aceitação incondicional e a empatia são elementos fundamentais para o desenvolvimento da autoestima e da autoimagem dos indivíduos No contexto do bullying escolar a falta de empatia demonstrada por Elza ao tratar Pedro de forma humilhante prejudicou sua capacidade de se sentir seguro e aceito no ambiente escolar De acordo com Rogers o educador deve atuar como um facilitador do desenvolvimento humano criando um ambiente que encoraje a expressão pessoal e o respeito mútuo A ausência desses elementos na interação entre Elza e Pedro resultou em um ambiente hostil que prejudicou não apenas o bemestar do aluno mas também seu processo de aprendizado Rogers 1977 Por outro lado a Teoria das Condições de Aprendizagem de Robert Gagné sugere que a aprendizagem é um processo que depende de condições específicas para ser efetiva Gagné 1985 argumenta que para que o aprendizado ocorra de forma plena é necessário um ambiente estruturado que ofereça suporte e motivação permitindo que os alunos desenvolvam suas habilidades cognitivas e emocionais No caso de Pedro a postura de exclusão e ridicularização adotada por Elza criou uma barreira para o aprendizado ao invés de facilitar seu desenvolvimento Gagné destaca a importância de instruções claras e condições apropriadas que favoreçam a integração e a participação ativa dos alunos Assim fica evidente que as atitudes de Elza além de prejudicarem o desenvolvimento 3 emocional de Pedro também afetaram negativamente seu processo de aprendizagem ao criar um ambiente que gerava medo e insegurança em vez de apoio e incentivo 23Encaminhamento do Caso Para lidar com a situação é fundamental que Ana a gestora escolar adote uma postura de mediação e promova o diálogo entre todas as partes envolvidas incluindo Elza Pedro e seus colegas Conforme sugerido por Freire e Aires 2012 a intervenção do psicólogo escolar é essencial para abordar casos de bullying oferecendo suporte emocional e psicológico às vítimas e orientando os educadores na criação de um ambiente mais inclusivo e seguro Francisco e Coimbra 2015 destacam a importância de programas de conscientização e prevenção que envolvam toda a comunidade escolar na construção de uma cultura de respeito e empatia Esses programas devem incluir a capacitação dos professores para que possam identificar e intervir em situações de bullying de forma adequada bem como a sensibilização dos alunos para que compreendam o impacto de suas ações sobre os colegas A postura de Elza requer uma reflexão mais profunda sobre o papel dos educadores no ambiente escolar A formação continuada e os programas de capacitação podem ajudar os professores a desenvolver estratégias de ensino que promovam a inclusão e o respeito às diferenças Rogers 1977 sugere que os educadores devem ser treinados para desenvolver habilidades de escuta ativa e empatia criando um ambiente de aprendizagem acolhedor e seguro Gagné 1985 complementa essa visão ao enfatizar que as condições de aprendizagem devem ser estruturadas de forma a motivar os alunos e facilitar o processo de integração social e acadêmica Dessa forma a escola deve investir na formação de seus educadores para que possam atuar como facilitadores do aprendizado e do desenvolvimento pessoal de seus alunos Além disso o papel do psicólogo escolar é crucial para mediar conflitos e implementar práticas inclusivas na escola Valore 2008 argumenta que a psicologia institucional pode auxiliar na construção de uma cultura escolar que valorize a autonomia e o respeito promovendo mudanças positivas e prevenindo a exclusão social A atuação do psicólogo deve ser preventiva e educativa mapeando a realidade da instituição e propondo ações que favoreçam um clima escolar harmonioso Isso inclui a criação de espaços de 4 escuta onde alunos e professores possam expressar suas preocupações e discutir abertamente questões relacionadas ao comportamento e à convivência escolar Valore 2008 3 CONCLUSÃO O caso envolvendo Pedro e Elza evidencia a necessidade urgente de práticas educacionais que promovam um ambiente escolar saudável seguro e inclusivo A atuação de Ana deve se basear na promoção de um espaço que valorize o respeito e a empatia onde professores e alunos possam interagir de forma harmoniosa e produtiva As teorias de Rogers e Gagné oferecem um quadro teórico que permite entender como atitudes de exclusão e desrespeito podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo e emocional dos alunos ao mesmo tempo que indicam caminhos para a construção de soluções mais eficazes A escola precisa ser um lugar onde todos os alunos se sintam valorizados e capazes de aprender e crescer Isso só será possível com a implementação de práticas educativas que considerem as necessidades individuais e promovam o bemestar coletivo É essencial que a gestão escolar invista em programas de formação continuada para educadores na criação de programas de conscientização e na presença constante de profissionais de psicologia educacional para mediar conflitos e implementar práticas inclusivas Dessa forma será possível criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento integral dos alunos respeitando suas individualidades e promovendo a harmonia e a colaboração entre todos os membros da comunidade escolar 5 REFERÊNCIAS GAGNÉ Robert M The conditions of learning and theory of instruction 4ª ed New York Holt Rinehart and Winston 1985 ROGERS Carl R KINGET G Marian Psicoterapia e relações humanas teoria e prática da terapia nãodiretiva Belo Horizonte Interlivros 1977 FRANCISCO Marcos Vinicius COIMBRA Renata Maria Análise do bullying escolar sob o enfoque da psicologia históricocultural Estudos de Psicologia v 20 n 3 p 184195 2015 SILVEIRA Ana Flávia et al Cidadania e participação social Contribuições da psicologia institucional ao exercício da autonomia na escola Rio de Janeiro Centro Edelstein de Pesquisas Sociais 2008 Disponível em httpbooksscieloorg FREIRE Alane Novais AIRES Januária Silva A contribuição da psicologia escolar na prevenção e no enfrentamento do bullying Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional v 16 n 1 p 5560 2012 BOCK Ana Mercês Bahia FURTADO Odair TEIXEIRA Maria de Lourdes Trassi Psicologias uma introdução ao estudo de psicologia 13ª ed São Paulo Saraiva 1999

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