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Pedagogia ·
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Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 281 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 LE BRETON David Ladieu au corps Paris Éditions Métailié 1999 239 p Débora Krischke Leitão Mestranda Universidade Federal do Rio Grande do Sul Brasil As novas tecnologias e sua relação com o corpo são a preocupação central do livro Adeus ao corpo de David Le Breton O autor identifica inúmeras práticas contemporâneas legitimadas sobretudo pelos saberes cien tíficos que na atualidade modificariam o trinômio corposujeitosociedade É certo que o ser humano sempre modificou seu corpo de alguma forma nas mais diferentes sociedades e que essas modificações são como signos da eterna tensão entre cultura e natureza Corpo é portanto um duplo natural e cultural a um só tempo uma representação da cultura sobre a natureza A preocupação com questões relacionadas ao corpo é recorrente na tradição das Ciências Sociais sobretudo na Antropologia O que há de novo então A novidade estaria na amplitude que teriam tomado certas práticas e em sua presença constante na vida cotidiana das modernas sociedades ocidentais instaurando novas relações entre os homens Le Breton ao longo do livro desenha um quadro desse admirável mundo novo e se em certas passagens temos a impressão de entrar em um verdadeiro livro de ficção científica somos chamados de volta à realidade através de depoimentos e exemplos atuais Sua análise se estrutura de fora para dentro começa na pele para chegar aos genes ou mais além à abs tração de um corpo inexistente um sujeito que se desvincula do corpo material no mundo da cibercultura Os exemplos de modificações na superfície do corpo aparecem no primeiro capítulo do livro sobretudo pela ação do homem sobre a pele sob forma de marcas corporais como a tatuagem o piercing e o branding1 Juntamse então a essas práticas o fisiculturismo e a cirurgia plástica esté tica e de mudança de sexo trazendo a idéia de liberdade de modificar o corpo indiscriminadamente O homem tornase senhor de seu corpo o que só é possível segundo o autor a partir do ideal de uma separação entre o 1 Marca corporal semelhante a tatuagem Feito sem o uso de pigmento o branding deixa sua marca queimando a pele Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 282 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 indivíduo e seu corpo A oposição histórica entre corpo e alma já há muito objeto de reflexão da Filosofia e da Antropologia tomaria uma nova for ma sendo transferida agora para mais além para a oposição entre o corpo e o próprio indivíduo O corpo tornase então uma espécie de alter ego do sujeito um outro maleável de acordo com suas vontades Essas primeiras formas de alterações corporais analisadas por David Le Breton não chegam a causar espanto São fáceis de pensar talvez por sua proximidade mas antes de tudo por sua concretude É nos capítulos seguintes que podem causar algum desconforto O uso de psicotrópicos para alterar moldar ou mesmo possibilitar a escolha de humores e estados de espírito é o tema do segundo capítulo do livro Não chega a tratar de drogas ilícitas apenas daquelas socialmente aceitas remédios cuja venda é controlada mas que receitados por profis sionais são facilmente comprados em qualquer farmácia Um exemplo buscado na ficção é o de Blade Runner no qual personagens programam estados de espírito tanto em conteúdo quanto em duração Não é preciso entretanto ir tão longe quando aqui mesmo e de forma tão corriqueira também temos o controle farmacológico de necessidades e emoções através dessas pequenas pílulas que são capazes de trazer bemestar evitar a dor controlar o apetite a ansiedade ou o sono No terceiro capítulo do livro intitulado La Manufacture dEnfant é explorada a temática da reprodução assistida e suas conseqüências trans formando as relações de parentesco e filiação Surge então aos nossos olhos um cenário onde a fecundação in vitro é lugarcomum tornando possível que mulheres até há pouco consideradas fora dos limites do que tínhamos como idade reprodutiva engravidem O congelamento de óvulos e esperma além de servir para alargar com alguma segurança a faixa etária em que se pode ter filhos traz consigo a possibilidade de uma triagem Sabese que nos Estados Unidos atualmente é relativamente grande a pro cura por bancos de esperma cujos doadores são figuras ilustres ganhadores de prêmio Nobel ou esportistas consagrados O fantasma da crença em um aperfeiçoamento levaria mulheres a escolher um pai que dentro da lógi ca da herança genética como principal definidora de características indivi duais garanta para seus filhos uma inteligência beleza ou condicionamen to físico superior à média Débora Krischke Leitão Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 283 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 Se até pouco tempo o sexo do bebê só era sabido após o nascimento tornase possível não apenas saber mas escolhêlo antes mesmo que tenha início a gestação A triagem entretanto não diz respeito apenas ao sexo da criança ou às características do paidoador vai além busca através de testes verificar o bom estado do feto e identificar doenças hereditárias É nesse ponto que encontramos a ligação para o capítulo seguinte que diz respeito à herança genética e ao estudo dos genes humanos O projeto Genoma tendo como objetivo a identificação do encadeamento dos ele mentos formadores da estrutura do DNA e a determinação da localização e da função dos genes humanos seria capaz de criar uma espécie de en ciclopédia para a medicina do futuro Decodificando a mensagem hereditária contida nas células humanas seria possível prevenir doenças geneticamente herdadas O grande perigo entretanto estaria na crença recorrente de que tudo se explica pelos genes David Le Breton fala em uma verdadeira paixão de uma parcela significa tiva da sociedade americana pela genética paixão essa justificada pela promessa da origem hereditária dos comportamentos Os partidários dessa visão acreditariam portanto ser possível o isolamento dos genes respon sáveis pela propensão ao uso de drogas ao alcoolismo à homossexualida de ou do cromossomo da depressão ou da violência Junto a essa espécie de determinismo genético a polêmica da clonagem de células humanas despertaria centenas de fantasias suscitando questões do que é o eu e do que é o outro até onde o sujeito é de fato singular Menos existencial e mais prática é a idéia de se produzir através da clonagem tecidos e órgãos fora do corpo para implantes e transplantes que sendo desenvolvidos a partir das próprias células do paciente teriam míni mas chances de rejeição Seria quase como trocar peças com defeito por outras novas e em perfeito funcionamento levando a pensar antes de tudo no desejo da saúde eterna e de se prolongar a vida o tanto quanto possível Nos capítulos 5 e 6 de Adeus ao corpo o autor propõe uma reflexão a respeito do ciberespaço como lugar de desaparecimento do corpo Nesse espaço imaterial indivíduos espacialmente distanciados entram em contato A única forma de toque é a das pontas dos dedos no teclado e a única imagem aquela vista através da tela do computador A virtualidade então seria por excelência um espaço onde o corpo fisiológico fica pendente Ladieu au corps Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 284 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 provisoriamente esquecido enquanto matéria É o território das imagens e dos signos onde coexistem em virtualidade inúmeros corpos em potencial Tratando da sexualidade no ciberespaço e o autor fala em cibersexua lidade podese pensar em um erotismo fora do corpo que encontra sen tido não no encontro entre corpos mas em uma interação de imagens cri ando personagens situações e mesmo ações a partir de palavras O corpo físico é então desnecessário e mesmo indesejável em um mundo onde se pode potencialmente vestir qualquer máscara tornarse qualquer persona gem ter qualquer forma cor toque e cheiro imaginável e imaginado O último capítulo do livro tem início com uma discussão a respeito da inteligência artificial e do ideal de criar máquinas cada vez mais pró ximas do homem mais autônomas e mais humanizadas através da robótica e cibernética Acaba seguindo a trilha entretanto de uma espécie de con clusão na medida em que Le Breton propõe que pensemos o próprio ho mem contemporâneo como um cyborg A palavra assusta um pouco talvez por remeter o pensamento aos robôs prateados que tomam o lugar do homem nos antigos filmes de ficção científica mas quer dizer apenas cybernetic organism e não fica assim tão distante da realidade que a ar gumentação do autor constrói ao longo do livro modificações corporais próteses estéticas ou corretivas engenharia genética e interação sem a necessidade da presença física Em alguma medida seria possível dizer que Adeus ao corpo traz algumas previsões do que está por vir mas acima de tudo traz a visão de uma realidade presente e concreta E nela de que forma se configuram os dados antropológicos com os quais estamos acostumados a trabalhar Há alguma alteração Como ficam oposições tão caras ao pensamento como naturalartificial homemmáquina vidamorte realvirtual euoutro O livro de David Le Breton parece trazer um aviso e um conselho é preciso dar atenção aos novos movimentos que tomam forma refletir sobre o lugar das novas tecnologias das formas de viver e pensar que se transformam com elas que transformações são essas e até mesmo em que medida há realmente grandes modificações Temos aqui então uma pista um caminho ainda não muito definido mas que sugere às Ciências Sociais questões que não devem ficar restritas as discussões da Medicina Genética ou Tecnociências E que há muito deixaram de povoar apenas a mente de romancistas e visionários Débora Krischke Leitão
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Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 281 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 LE BRETON David Ladieu au corps Paris Éditions Métailié 1999 239 p Débora Krischke Leitão Mestranda Universidade Federal do Rio Grande do Sul Brasil As novas tecnologias e sua relação com o corpo são a preocupação central do livro Adeus ao corpo de David Le Breton O autor identifica inúmeras práticas contemporâneas legitimadas sobretudo pelos saberes cien tíficos que na atualidade modificariam o trinômio corposujeitosociedade É certo que o ser humano sempre modificou seu corpo de alguma forma nas mais diferentes sociedades e que essas modificações são como signos da eterna tensão entre cultura e natureza Corpo é portanto um duplo natural e cultural a um só tempo uma representação da cultura sobre a natureza A preocupação com questões relacionadas ao corpo é recorrente na tradição das Ciências Sociais sobretudo na Antropologia O que há de novo então A novidade estaria na amplitude que teriam tomado certas práticas e em sua presença constante na vida cotidiana das modernas sociedades ocidentais instaurando novas relações entre os homens Le Breton ao longo do livro desenha um quadro desse admirável mundo novo e se em certas passagens temos a impressão de entrar em um verdadeiro livro de ficção científica somos chamados de volta à realidade através de depoimentos e exemplos atuais Sua análise se estrutura de fora para dentro começa na pele para chegar aos genes ou mais além à abs tração de um corpo inexistente um sujeito que se desvincula do corpo material no mundo da cibercultura Os exemplos de modificações na superfície do corpo aparecem no primeiro capítulo do livro sobretudo pela ação do homem sobre a pele sob forma de marcas corporais como a tatuagem o piercing e o branding1 Juntamse então a essas práticas o fisiculturismo e a cirurgia plástica esté tica e de mudança de sexo trazendo a idéia de liberdade de modificar o corpo indiscriminadamente O homem tornase senhor de seu corpo o que só é possível segundo o autor a partir do ideal de uma separação entre o 1 Marca corporal semelhante a tatuagem Feito sem o uso de pigmento o branding deixa sua marca queimando a pele Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 282 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 indivíduo e seu corpo A oposição histórica entre corpo e alma já há muito objeto de reflexão da Filosofia e da Antropologia tomaria uma nova for ma sendo transferida agora para mais além para a oposição entre o corpo e o próprio indivíduo O corpo tornase então uma espécie de alter ego do sujeito um outro maleável de acordo com suas vontades Essas primeiras formas de alterações corporais analisadas por David Le Breton não chegam a causar espanto São fáceis de pensar talvez por sua proximidade mas antes de tudo por sua concretude É nos capítulos seguintes que podem causar algum desconforto O uso de psicotrópicos para alterar moldar ou mesmo possibilitar a escolha de humores e estados de espírito é o tema do segundo capítulo do livro Não chega a tratar de drogas ilícitas apenas daquelas socialmente aceitas remédios cuja venda é controlada mas que receitados por profis sionais são facilmente comprados em qualquer farmácia Um exemplo buscado na ficção é o de Blade Runner no qual personagens programam estados de espírito tanto em conteúdo quanto em duração Não é preciso entretanto ir tão longe quando aqui mesmo e de forma tão corriqueira também temos o controle farmacológico de necessidades e emoções através dessas pequenas pílulas que são capazes de trazer bemestar evitar a dor controlar o apetite a ansiedade ou o sono No terceiro capítulo do livro intitulado La Manufacture dEnfant é explorada a temática da reprodução assistida e suas conseqüências trans formando as relações de parentesco e filiação Surge então aos nossos olhos um cenário onde a fecundação in vitro é lugarcomum tornando possível que mulheres até há pouco consideradas fora dos limites do que tínhamos como idade reprodutiva engravidem O congelamento de óvulos e esperma além de servir para alargar com alguma segurança a faixa etária em que se pode ter filhos traz consigo a possibilidade de uma triagem Sabese que nos Estados Unidos atualmente é relativamente grande a pro cura por bancos de esperma cujos doadores são figuras ilustres ganhadores de prêmio Nobel ou esportistas consagrados O fantasma da crença em um aperfeiçoamento levaria mulheres a escolher um pai que dentro da lógi ca da herança genética como principal definidora de características indivi duais garanta para seus filhos uma inteligência beleza ou condicionamen to físico superior à média Débora Krischke Leitão Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 283 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 Se até pouco tempo o sexo do bebê só era sabido após o nascimento tornase possível não apenas saber mas escolhêlo antes mesmo que tenha início a gestação A triagem entretanto não diz respeito apenas ao sexo da criança ou às características do paidoador vai além busca através de testes verificar o bom estado do feto e identificar doenças hereditárias É nesse ponto que encontramos a ligação para o capítulo seguinte que diz respeito à herança genética e ao estudo dos genes humanos O projeto Genoma tendo como objetivo a identificação do encadeamento dos ele mentos formadores da estrutura do DNA e a determinação da localização e da função dos genes humanos seria capaz de criar uma espécie de en ciclopédia para a medicina do futuro Decodificando a mensagem hereditária contida nas células humanas seria possível prevenir doenças geneticamente herdadas O grande perigo entretanto estaria na crença recorrente de que tudo se explica pelos genes David Le Breton fala em uma verdadeira paixão de uma parcela significa tiva da sociedade americana pela genética paixão essa justificada pela promessa da origem hereditária dos comportamentos Os partidários dessa visão acreditariam portanto ser possível o isolamento dos genes respon sáveis pela propensão ao uso de drogas ao alcoolismo à homossexualida de ou do cromossomo da depressão ou da violência Junto a essa espécie de determinismo genético a polêmica da clonagem de células humanas despertaria centenas de fantasias suscitando questões do que é o eu e do que é o outro até onde o sujeito é de fato singular Menos existencial e mais prática é a idéia de se produzir através da clonagem tecidos e órgãos fora do corpo para implantes e transplantes que sendo desenvolvidos a partir das próprias células do paciente teriam míni mas chances de rejeição Seria quase como trocar peças com defeito por outras novas e em perfeito funcionamento levando a pensar antes de tudo no desejo da saúde eterna e de se prolongar a vida o tanto quanto possível Nos capítulos 5 e 6 de Adeus ao corpo o autor propõe uma reflexão a respeito do ciberespaço como lugar de desaparecimento do corpo Nesse espaço imaterial indivíduos espacialmente distanciados entram em contato A única forma de toque é a das pontas dos dedos no teclado e a única imagem aquela vista através da tela do computador A virtualidade então seria por excelência um espaço onde o corpo fisiológico fica pendente Ladieu au corps Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 4 n 8 p 182 198 junho de 1998 284 Horizontes Antropológicos Porto Alegre ano 7 n 15 p 281284 julho de 2001 provisoriamente esquecido enquanto matéria É o território das imagens e dos signos onde coexistem em virtualidade inúmeros corpos em potencial Tratando da sexualidade no ciberespaço e o autor fala em cibersexua lidade podese pensar em um erotismo fora do corpo que encontra sen tido não no encontro entre corpos mas em uma interação de imagens cri ando personagens situações e mesmo ações a partir de palavras O corpo físico é então desnecessário e mesmo indesejável em um mundo onde se pode potencialmente vestir qualquer máscara tornarse qualquer persona gem ter qualquer forma cor toque e cheiro imaginável e imaginado O último capítulo do livro tem início com uma discussão a respeito da inteligência artificial e do ideal de criar máquinas cada vez mais pró ximas do homem mais autônomas e mais humanizadas através da robótica e cibernética Acaba seguindo a trilha entretanto de uma espécie de con clusão na medida em que Le Breton propõe que pensemos o próprio ho mem contemporâneo como um cyborg A palavra assusta um pouco talvez por remeter o pensamento aos robôs prateados que tomam o lugar do homem nos antigos filmes de ficção científica mas quer dizer apenas cybernetic organism e não fica assim tão distante da realidade que a ar gumentação do autor constrói ao longo do livro modificações corporais próteses estéticas ou corretivas engenharia genética e interação sem a necessidade da presença física Em alguma medida seria possível dizer que Adeus ao corpo traz algumas previsões do que está por vir mas acima de tudo traz a visão de uma realidade presente e concreta E nela de que forma se configuram os dados antropológicos com os quais estamos acostumados a trabalhar Há alguma alteração Como ficam oposições tão caras ao pensamento como naturalartificial homemmáquina vidamorte realvirtual euoutro O livro de David Le Breton parece trazer um aviso e um conselho é preciso dar atenção aos novos movimentos que tomam forma refletir sobre o lugar das novas tecnologias das formas de viver e pensar que se transformam com elas que transformações são essas e até mesmo em que medida há realmente grandes modificações Temos aqui então uma pista um caminho ainda não muito definido mas que sugere às Ciências Sociais questões que não devem ficar restritas as discussões da Medicina Genética ou Tecnociências E que há muito deixaram de povoar apenas a mente de romancistas e visionários Débora Krischke Leitão