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Agronomia ·
Entomologia
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7 MORFOLOGIA O corpo de um inseto está envolto por uma cutícula e é dividido por linhas transversais que delimitam suas partes, denominadas segmentos. Portanto, o corpo de um inseto corresponde a uma sucessão de segmentos ao longo do principal do corpo, totalizando 20 segmentos: 6 da cabeça (antenas, olhos, labro, mandíbulas, maxilas e lábio), 3 do tórax e 11 do abdômen. A esta sucessão de segmentos damos o nome de segmentação ou metamerização. Entre os segmentos, também denominados somitos ou metámeros, há uma membrana articular que permite vários movimentos. Esta membrana pode desaparecer completamente, ficando unidos firmes os segmentos uma sutura que os delimita. Os insetos provavelmente evoluíram a partir de anelídeos aquáticos, que deram origem aos miriápodes e estes aos insetos terrestres. Os primeiros insetos ápteros teriam aparecido cerca de 400 milhões de anos atrás. Como os anelídeos apresentam o corpo dividido em anéis, os insetos conservaram esta característica, embora não tão acentuada. Nos insetos a segmentação é mais externa, isto é, a segmentação se refere principalmente ao exoesqueleto, embora alguns órgãos internos mantenham uma segmentação mais ou menos desenvolvida como a encontrada no neurossoma, no coração, no sistema traqueal e na musculatura do corpo. Divisões de um segmento Um segmento completo do corpo de um inseto apresenta três partes: – uma região dorsal, denominada tergo ou notum, quando situado no tórax; – uma região ventral, denominada esterno; – uma região lateral, composta por um esclerito direito e outro esquerdo, denominada pleura. Toda área que seja endurecida ou esclerotinizada da parede do corpo de um inseto recebe o nome de esclerito. Assim, os tergos ou notos, pleuras e esternos são escleritos e a ligação entre um esclerito e outro, quando ocorre a fissão, é denominada sutura. Junto aos escleritos acima mencionados, podem aparecer escleritos menores, que, conforme a posição em que se encontram, recebem diferentes denominações: — Lórgulos, quando fazem parte do tergo; — esternitos, quando fazem parte dos esternos; — pleuritos, quando fazem parte das pleuras; Entre os segmentos adjacentes, podem haver escleritos que conforme sua posição são denominados:— intertergitos, quando ficam entre dois tergos; — interpleuritos, quando ficam entre duas pleuras; — interesternitos, quando ficam entre dois esternos. BUZZI, Z. J. Processos da parede do corpo Muitos insetos, tanto na fase adulta como na fase jovem, apresentam expansões do corpo, que podem ser pares ou ímpares, segmentadas ou não, às vezes são perfeitamente móveis. Os principais processos da parede do corpo são: – Pseudópodos – também chamados falsos pés. São expansões do corpo, utilizadas principalmente para locomoção, encontradas em larvas de muitos dípteros e lepidópteros. – Escolos – expansões do corpo semelhantes a espinhos, encontradas em larvas de muitos coleópteros e lepidópteros. – Brânquias – expansões do corpo encontradas em muitas larvas e ninfas de insetos aquáticos, relacionadas com a respiração. – Asas – são evaginações da parede do tórax, localizadas entre o mesonoto e a mesopleura, também entre o metanoto e a metapleura. Atingem seu pleno desenvolvimento nos insetos adultos. Regiões do corpo (fig. 7.1 e 7.2) Os segmentos do corpo dos insetos estão divididos em regiões bem definidas: cabeça, tórax e abdômen. Na cabeça estão concentradas as peças bucais relacionadas com a ingestão de alimentos e os órgãos especiais dos sentidos. No tórax estão os órgãos locomotores: as pernas e as asas. No abdômen, estão concentrados os órgãos reprodutores e também a sede de muitos processos metabólicos do corpo. Na maior parte dos insetos há uma região que liga a cabeça com o tórax, semelhante a um pescoço, denominada cervix. Forma do corpo Em geral o corpo de um inseto adulto é alongado e subcilíndrico e, às vezes, são achatados dorso-ventralmente ou comprimidos lateralmente, como as pulgas. Outros apresentam formas ovas, vistos de cima; muitos possuem aspecto globular, ou outras formas que variam enormemente conforme o grupo considerado. Todos eles, no entanto, apresentam simetria bilateral. Orientação Ao descrever a posição relativa das várias partes de um inseto, muitos termos são usados para indicar direção e posição. Certas regiões do corpo são usadas como base para a orientação, principalmente as seguintes: a. Porção anterior – é a porção do corpo que compreende a cabeça ou qualquer parte do corpo que esteja próxima da mesma. Assim podemos falar na parte anterior do tórax referindo-nos à parte do tórax que fica mais perto da cabeça, em contraposição à parte posterior que seria a parte que fica mais afastada da cabeça. b. Porção posterior – a porção mais posterior do inseto é o ápice do abdômen. Podemos falar da porção posterior de qualquer parte do corpo ou órgão, significando a porção do corpo ou órgão que fica mais afastada da cabeça. c. Região dorsal – seria o lado superior do inseto. Podemos falar em região dorsal de qualquer órgão, significando sempre o lado superior. d. Região ventral – significa o lado de baixo do inseto ou de qualquer órgão. Assim podemos falar em região dorsal ou ventral do tórax, do abdômen, da cabeça, do intestino, do esôfago, etc. e. Base e ápice – quando nos referirmos a um apêndice, tomamos em base quando nos referimos à parte que está mais ENTOMOLOGIA DIDÁTICA Fig. 7.2 Estrutura geral de um inseto. A. Cabeça; B. Tórax; C. Abdômen. Cabeça: 1. Olho composto; 2. Ocelos; 3. Antena; 4. Ociptócio; 5. Póe - clipeo; 6. C/ipeo; 7. Labro; 8. Mandíbulas; 9. Maxila (palpo); 10. Lábio (palpo); Tórax: 11. Pronoto; 12. Mesonoto; 13. Metanoto; 14. Proepimero; 15-16-17. Mesopleura (15. episterno; 16. sutura pleural; 17. epimero); 18. Metapleura; 19-20-21. Pernas (anterior, média e posterior); 22. Esterno; Abdômen: 23. Espiráculos; 24. Esternos; 25. Ovipositor; 26. Tergos; 27. Cerco; 28. Epiprocto; 29. Paraprocto. próxima do corpo e, em ápice, aquela parte do apêndice que está afastada. Assim a base de uma asa é a região da asa que se articula com o corpo e ápice; seria o lado oposto. Parede do corpo ou tegumento O tegumento dos insetos se apresenta geralmente como uma carapaça mais ou menos dura e rígida, às vezes, flexível e elástica, brilhante ou opaca, colorida ou não. É um invólucro muito complexo que contém muitos tipos de receptores sensoriais como também possui processas internos que servem para inserção muscular. O tegumento apresenta várias funções: a. Proteção contra influências externas: umidade excessiva (evita a embebição da cutícula, tornando-a impermeável); evita o ressecamento do corpo, impedindo a transpiração e a desidratação; ENTOMOLOGIA DIDÁTICA k. Moniliforme – Os artigos são esféricos ou subovoidais. É encontrada em besouros tenebrionídeos, cupinídeos, etc; l. Pectinada – os artigos com prolongamentos laterais são muito acentuados, dando à antena aspecto de pente. É encontrada em machos de mariposas; m. Plumosa ou peniforme – os artigos apresentam expansões laterais muito finas, dando à antena um aspecto de pluma ou pena. É encontrada em machos de penilongos e em algumas mariposas; n. Serrada – com aspecto de serra. É encontrada em besouros buprestoideis e elaterídeos etc.; o. Setácea ou setiforme – os artigos vão diminuindo gradativamente de diâmetro à medida que se aproximam do ápice. É encontrada em libélulas (Odonata). A antena é denominada composta quando uma mesma apresenta mais de um dos tipos expostos acima. Assim, por exemplo, uma antena pode ser geniculada e ao mesmo tempo apresentar uma clava no ápice, sendo esta antena denominada genículo-clavada. Principais suturas e áreas (fig. 7. 4) A cápsula cefálica está subdividida por várias suturas. São chamadas suturas as impressões existentes no tegumento, mas não as linhas de fusão entre dois segmentos. Algumas das principais suturas e áreas da cápsula cefálica são as do esqueleto anterior: 1. Vértice – área compreendida entre o ápice anterior dos olhos, dorsalmente; 2. Sutura epicranial – é uma sutura em forma de Y, que se inicia na parte posterior da cabeça, cruza o vértice longitudinalmente e se bifurca na fronte formando um Y invertido. Cada ramo do Y é denominado Sutura Frontal e o ramo ímpar é denominado Sutura Epicranial; 3. Fronte – área da cabeça que fica entre ou abaixo das suturas frontais compreendendo também o oceló médio. Ventralmente é limitada pela sutura epistomal ou frontoclipeal, sutura que fica entre a Fronte e o Clipeo; 4. Clipeo – área que fica entre a fronte e o labro, geralmente com forma retangular ou quadrangular. Nunca se articula com a fronte com a qual está intimamente unido. 5. Gena – área que fica abaixo e atrás dos olhos. Há, às vezes, uma sutura geral entre as gena e a fronte; se não houver esta sutura, a separação entre a fronte e a gena é indefinida; 6. Occipício ou arco occipital – área que ocupa quase toda a parte posterior da cabeça. Está separada do vértice e das genas pela sutura occipital. As porções ventrais do occípio são às vezes chamadas postgenas; 7. Postoccípio – um esclerito estreito e semelhante a uma orla que margeia o forâmen occipital. Às vezes discutido como se separa do occípio por uma sutura postoccipital. No postoccípio estão os cóndilos occipitais onde se articulam o esqueleto dos êxtens énd bífido, denominado occipital; 8. Gula – é encontrada em muitas ordens de insetos; é uma ponte transversal ventral na parede posterior da cabeça, onde articula-se o lábio. Peças bucais (figs. 7. 5, 7. 6) Ao conjunto de peças bucais denominamos aparelho bucal. As peças bucais consistem em: um labro às vezes articulado à margem inferior do clipeo, um par de mandíbulas, um par de maxilas, um labelo inferior complexo cujo lóbulo médio é o labio. Estas peças podem se modificar em diferentes ordens tendentes à cavidade oral; Todas as peças bucais citadas acima são móveis, mas às vezes, na forma funcional que possuem nos insetos, estão adaptadas a funções de alimentação do tipo mastigador. As variações dessas peças bucais são comentadas mais adiante, quando são explicadas os vários grupos: 1. Menognatos – insetos cujo aparelho bucal é do tipo mastigador tanto nos jovens como nos adultos. Encontrado em ortópteros, baratas, manídeos, dermápteros, isópteros, psocópteros, neuropteros, coleópteros etc.; 2. Menorricos – insetos cujo aparelho bucal é-picador-suugador, tanto no jovem quanto nos adultos. Encontrado em hemípteros, homópteros, anopluros e isostéricos; 3. Metagnatos – insetos cujas larvas apresentam aparelho bucal mastigador e adultos do tipo bucal suaxoarecido. Encontrado em lepidópteros, himenópteros, dípteros e sifonapteros. A seguir são descritas as várias peças bucais de um aparelho bucal do tipo mastigador. As variações dessas peças bucais são comentadas mais adiante, quando são explicadas 64 BUZZI, Z. J. os vários tipos de aparelhos bucais. Veja figs. 7. 5 e 7. 6. a. Labro – é um esclerito móvel, geralmente de aspecto retangular, semelhante a uma aba, articulado à margem inferior do clipeo. O lado interno do labro forma a parte frontal da cavidade pré-oral e é chamado epifarínge, que frequentemente possui lobos, papilas sensoriais e cerdas; b. Mandíbulas – formam um par, muito esclerotinizada e não segmentadas, situadas logo atrás do labro. Articulam-se com a cápsula cefálica em dois pontos na maioria dos insetos ou num ponto, como ocorre com as traças-saltadoras (Thysanura. Archaeognata ). Movem-se lateralmente. As dos insetos mastigadores podem variar na forma; alguns possuem dentes cortantes, e outros, são longas e falciformes, etc. Em muitos insetos são ausentes, como em tríchoptéros adultos e na maioria dos dípteros. Só ausentes ou vestigiais na maioria dos lepidópteros; c. Maxilas – são estruturas situadas atrás das mandíbulas; são segmentadas e estão divididas em vários escleritos bem marcados: – cardo – esclerito basal triangular, que está ligado à cápsula cefálica e serve como uma articulação para os movimentos da maxila; – estipe – é o esclerito central ou corpo da maxila, em geral com forma sub-retangular. O estipe está situado acima do cardo e nele se articula a gáleia, a lacínea e os palpos; – gáleia – é semelhante a um lobo situado mais externamente no ápice do estipe; – lacínea – é um lobo mais interno, articulando-se ENTOMOLOGIA DIDÁTICA Fig. 7. 5 Aparelhos bucais de insetos: A. Orthaptera (gafanhoto); B. Hemiptera (percevejo); C. Diptera (mosquito); D. Diptera (mosca-doméstica); E. Diptera (mosca-de-estábulo); F. Lepidoptera (borboleta); G. Hymenoptera (abelha) em vista anterior e posterior; H. Diptera (mutuca); I. Siphonaptera (pulga); 1. Antena; 2. Olho composto; 3. Ocelos; 4. Cortes transversais deugonémicos; 5. Labro; 6. Mandíbula; 7. Hipofaringe; 8. Maxila: a. cardo; b. estipe; c. lacínea; d. gálea; e. palpo; 9. Canal salivar; 10. Canal alimentar; 11. Labial: a. submento; b. mento; c. premento; d. glossa; e. palpor; f. paragossa. 12. Clipeo; 13. Fronte; 14. Probóscide; 15. Rostro; 16. Estiletes; 17. Labelo; 18. Flabélio; 19. Epifarínge; 20. Haustelo; 21. Lobo maxilar. (Ver figura 7. 6) 66 BUZZI, Z. J. 3 12 1 11F 11E 11D 18 2 G 5 4 1 2 12 7 19 6 11C 8C 8E 11A 11B 8B 8A 6 8D 11F 17 19 11D 11E 18 B 9 C 10 I Fig. 7. 6 (Legendas, ver figura 7. 5) ENTOMOLOGIA DIDÁTICA 67 também no ápice da estipe. A lacinia tem em geral forma de mandíbula com uma série de espinhos ou dentes ao longo de sua margem interna. — palpo maxilar— semelhante a uma pequena antena; segmentado, com cerca de quatro ou cinco artigos; artícula- se com a estipe através de um pequeno lobo chamado palpífero; f. Lábio - o lábio ou lábio inferior é uma estrutura ínpar e corresponde ao segundo par de maxilas fundidas ao longo do meio para formar uma estrutura simples e funcional. As partes do lábio correspondem àquelas das maxilas e suas homologias têm sido bem estabelecidas. (Veja mais adiante). Apresenta as seguintes partes: postmento e pré-mento. — postmento - é a região basal que liga o lábio à cabeça. E muitas vezes dividido em duas partes, una basal, o submento e una apical, o mento; — pré-mento - é a região apical do lábio, com vários lobos e processos. Na porção apical estão duas estruturas: as glossas, situadas mais internamente e as paraglossa, nas mais externamente. Na porção lateral e mais próxima do baixo, estão os palpos labiais, um a cada lado, que se articulam em um pequeno lobo denominado palpígero e são geralmente trissegmentados. Em muitos insetos (mordedores), as glossas e paraglossa estão fundidas formando uma forma de uma pequena língua e por isso denominada lígula. Tipos de aparelhos bucais As peças bucais dos vários grupos de insetos são sempre as mesmas, mas variam mutito na forma, tamanho e funções, o que mutitas vezes dificulta estabelecer homologias. Os aparelhos bucais podem ser reunidos basicamente em dois grupos: mstigador e sugador. 1. Mstigador É considerado o aparelho bucal mais primitivo e as suas peças foram descritas anteriormente. As mandíbulas movem- se para os lados e o inseto é geralmente capaz de arrancar e mstigar seu alimento. Corore em Tmysanura, Collenboma, Orthoptera, Dermaptera, Pscocoptera, Mallophaga, Ddonata, Piecoptera, lsoaptera, Coleoptera e Hymenoptera adultos, assimo corom estgárias valárias de muitos insetos. (fig. 7. 5. A). 2. Sugor Os insetos com este tipo de aparelho bucal não mastigom o elemento. Suas peças bucais são alongadas, toda ou parte tem em conjunto formula uma proboscídeo ou rostro, através do qual o alimento líquido é sugado. Os prinlipais tipos de aparelhos bucais sugadores correpondem com dois grupos de insetos: A Hemópteros e Hmpterópeos O rostro é do tipo do tipo. O labro, lábio, mandibulas e as maxilas formum um tubo alongado na pátroterior do hemípteros e ne parte posterior da calpeca nos homópteros. Na parte externa do rostro é fomada pela labio, que tem uma espécia de belinha, contendo 4 estiletes picadores: duas mandíbulas e duas maxilas; estas formam ore canal alimenter e o canal salivar O labro e curto na base de rostro, ne horário e e não tam fungão pefur ae de asteletes ao eu aspecté Apar A A Área Apo an A 68 BUZZI, Z. J. lábio não perfura, dobra-se para trás à medida que os estiletes penetram nos tecidos. (fig. 7. 5 C, 7. 6 e 7. H). C- Dípteros superiores Nas peças bucais destes dípteros, faltam as mandíbulas e as maxilas são representadas pelos palpos. A Proboscide consiste no labro, hipofaringe e lábio. Apresentam duas modificações: 1. Tipo perfurador - encontrado na mosca-do- estábulo, (fig. 7. 5 E). Na tes-tésé, na mosca-do-berne e outras. A sua principal estrutura perfuradora é do lábio. O labio e a hipofaringe são fins e alongados, situados num sulco dorsal do labio. Na extremidade do lábio há duas placas, os labelas, armadas com dentes. O canal alimentar está entre o labro e a hipofaringe o canal salivar está na hipofaringe. 2. Tipo lambedor - é do tipo de aparelho bucal da mosca-doméstica (fig. 7. 5. D), das moscas-califóridas e moscas-das-frutas. As peças bucais são presas numa formação cônica, membranosa, denominada rostro. Os palpos maxilas estão prensos nas parte dorsal do rostro, parte da proboscide além dos palpos é denominada haustelo. O labour e a hipofaringe são delados e situam-se num sulco anterior do lábio. Estão na quase parte do haustelo. O canal alimentar está entre do labro e a hipofaringe e o canal salivar está na hipofaringe. No ápice do lábio estão as labelas, ovias ou espatos. Estão derivados das maxilas e processos do pol de inseufectos por espécies diferentes. D - Lngura (fig. 7. 5. E) - a proboscide é geralmente longa e é enrolada em espiral. É formada pelo alongamento das gáleas das maxilas, direita e esquerda, e entre as duas forma-se o canal alimentar. O lábio está reduzido a uma estreita faixa; a hipofaringe e as mandíbulas estão ausentes ou são muito rudimentares; os palpos maxilares são geralmente reduzidos ou ausentes; os palpos labiais bem desenvolvidos e o canal salivar está ausente. Quando em uso a proboscide ou espirotrônca é desenrolada ou esticada pela pressão interna da hemolinfa que penetra na canal interno existente em cada gálea. Este tipo de aparelho bucal é também denominado aparelho bucal sugador-maxilar. E - Abelhas e vespas (fig. 7. 6. G), em vista anterior e posterior) — As mandíbulas e o lábrio são do tipo mstigador e são usadas para prender presas ou morder ou modiar a cera ou outros materiais para fazer o ninho. As maxilas e o lábio são desenvolvidos em estruturas alongadas. A glossa, juntamente com o palpo labial, forma um canal alongado por onde é sugado o néctar. F - Pulgas (fig. 7. 6. I ) - as pulgas, machos e fêmeas, sugam o sangue de seus hospedeiros. Seu aparelho bucal contém, além de outras peças bucais três estiletes perfuradores: uma epifaringe e duas lacinae O canal alimentar está situado entre e gales inferiores das lacíneas. Algumas vezes os aprarrelhos bucais são apropriadados para um número de estiletes que apessilividos. Diqueto - diámetro são simplesmente polo labro (epifaringe) e epifaringe como o mosca-domestica O glease smeste-se em forma de tubo alongado denominado proboscide, que possui na base do anteslânico espedizzila, o olabello. (fig. 7. 5.D.) Ghez dentro dois geates; duas mandíbulas duas maxilas. O labro não os estileiros. Ocorre em Hemiptera e Homoptera. (fig. 7. 5. C). B - TÓRAX O O tórax é a região do corpo que fica entre a cabeça e O abdomén. É composto por três segmentos, o metácarça, íe mesotóra e o metatórax, correspondendo resplecivamente à regiões anterior, média e posterior. Nas ordens em que nunca houve desenvolvimento de asas, os três segmentos são quase iguais na sua estrutura geral. O tergo e o esterno são em forma de placas e os escleritos pleurais são pequenos. ou degenerados. Nos insatos alados, os três segmentos toráxicos estão muito desiguais entre si. O prótorax é enormemente requírese e basicamente tem a mesma estrutura que o dos insetos ápteros. O meso e o metatórax inversão nos insetos alados, uma verdadeira revolução morfológica, relacionada com a musculatura necessária para comibiar o mecanismo do vôo e do caminhar. Muitos novos escleritos aparecerem e mutitos deles ram reagroupados. A- Segmento alado típico (fig. 7. 7) — todo segmento ENTOMOLOGIA DIDÁTICA completo, alado ou não, consta de três partes: tergo (chamado noto, quando aplicado aos segmentos do tórax), esterno e pleura. Cada um tem muitas especializações, mas as da pleura são mais evidentes nas formas aladas. Fig. 7.7 1: tergo de um segmento alar; 2: notopleura; 3: alinoto; 4: postnotum; 5: postalartergito; 6: epimero; 7: sultura pleural; 8: cavidade coxal; 9: esterno; b: base da asa; x: esterno 1. Pleura – este esclerito aumentou muito em tamanho nas formas aladas. No lado ventral tem um processo coxal contra o qual se articula um processo alar contra o qual a base as se articulam. A pleura está dividida numa porção anterior, o episterno, e numa porção posterior, o epimero, separados por uma sutura pleural que se estende do processo coxal ao processo alar. Esta sutura marca a linha de invaginação do exoesqueleto pleural, formando internamente um apódema chamado endopleurito. 2. Noto – aplica dorsal é chamada Noto (pronto se está for calicional presente no protórax, mesonósto ou meóstora é. Na nos segmentos torácicos. Este aplica Note é antterior ou postdrugadas Chanado Posterior, postnoto. O posto estaa lateralmente ligado com o asa e o postnoto está firmalmente ligado com o epimero, formando uma ponte das asas. 3. Esterno – é o esclerito ventral, juntamente com a pleura, forma a cavidade coxal. A porção central tem um esco que marca a linha de invaginação de um grande esema, chamada furca ou endosternito (mesoendosternito se pertencer ao mesotórax ou metanendosternito se pertencer ao metatórax). Entre a pleura e o alinoto aparecem os escleritos alares, que servem para melhor articular a asa durante o vôo. Nota: todos os escleritos do tórax podem ser identificados usando-se os prefixos pro, meso e meta, conforme pertençam ao protórax, ao mesotórax ou ao metatórax. Assim o noto do protórax será denominado pronoto; o noto do mesotórax, mesonoto e o esterno e a pleura do protórax serão respectivamente denominados prosterno, propleura etc. B. Pernas – todos os insetos, com exceção de alguns ectoparasitas e larvas de alguns grupos, possuem três pares de pernas, um par por segmento torácico. Uma perna consta a partir da base das seguintes partes: coxa, trocânter, fêmur, tíbia e tarso. Veja fig. 7.8 A. A coxa é a parte da perna que se articula com o tórax. O trocânter é em geral muito pequeno e raramente apresentado dois segmentos, fica entre a coxa e o fêmur. Este, juntamente com a tíbia, tem em geral o maior ou as maiores partes das pernas. No ápice da tíbia prende-se ao tarso que forma o “pé” dos insetos, sobre o qual se apóia ao andar. O tarso está subdividido em pequenas partes denominadas tarsômeros, que variam de um a cinco, nos diferentes insetos e, às vezes, no mesmo inseto. Se o tarso tiver só um tarsômero é denominado monotársico; se tiver dois, ditársico; três, tritársico, tetratársico e cinco, pentársico. Se em um dos tarsômeros extremamente reduzido, geralmente o quarto tarsômero, é difícil visualização; estes tarsos são chamados criptotetrâmicos, isto é, você vê quatro tarsômeros, mas na realidade são cinco; tarsos criptotetrâmicos são os que você vê três tarsômeros, mas na realidade são quatro, devido a um dos tarsômeros ser muito reduzido. No ápice do tarsus distal, também chamado tarsômero ungueal (fig. 7.10, A, B, C, D) há sempre uma ou duas unhas ou garras; as unhas podem ser simples, dentadas, pecinadas (quando têm aspecto de pente), bifidas (quando são partidas ao longo do comprimento) etc. Entre as unhas de um mesmo tarso há às vezes uma formação arredondada, semelhante a uma almofada, denominada arrolo, como ocorre nos gafanhotos. Esta serve para aspecto filamentão entre é denominada empódio. As vezes estas almofadas ficam por baixo das unhas, recebendo então a denominação de pulvilos. A maioria dos insetos usa as pernas simplesmente para andar e são denominadas pernas ambulatórias. Além de ambulatórias (fig. 7.8), podem ser natatórias como as dos besouros aquáticos das famílias Dytiscidae, Hydrophilidae e Gyrinidae; fossoriais, como as pernas anteriores da paquinha, que servem para cavar galerias no solo; prensoras ou raptoriais como as pernas anteriores da barata-d’água e do louva-a-deus que servem para prender ou agarrar presas; saltatórias, adaptadas para saltar, como as pernas posteriores do gafanhoto; coletoras que servem para coletar e transportar pólen, como as pernas posteriores das abelhas operárias; escansoriais que servem para andar sobre os pêlos dos hospedeiros, como encontrado nos piolhos anoplouros. Fig. 7.8 Tipos de pernas dos insetos. A. Ambulatória (pernas do bicho-pau); B. Saltatória (perna posterior do gafanhoto); C. Coletora (perna posterior da abelha operária); D. Fossorial (perna anterior da paquinha); E. Raptorial (perna anterior do louva-a-Deus); F. Natatória (besouros aquáticos: distiscidos, hidrólifilos e girinóides); G. Escansorial (piolhos anoplouros); H. Prensora (barata d'água); 1. Coxa; 2. Trocânter; 3. Fêmur; 4. Tíbia; 5. Tarsos com 1 a 5 tarsômeros; 6. Unhas ou garras; 7. Esporões tibiais e tarsais; 8. Corbícula ou “cesto de pólen”. A. B e C – Apêndices do tarsômero ungueal: arólio; emp. empódio; gr. unha ou garra; pu. pulvilo; tr. tarsômero ungueal. Tarsos: D. Penlamére; C. Cripotetrâmico; F. Critopetrâmico; T. tas tarsômeros. C. Asas (fig. 7.10) – os insetos são os únicos animais que desenvolveram um órgão especial para o vôo. Nas aves as asas são adaptações dos membros anteriores... As asas são eivançitas de pesas do corpo, localizadas dorsolateralmente, entre os notos e as pleuras. As asas não têm músculos ligados a elas diretamente e os movimentos alares acontecem sucedendo as modificações das paredes do tórax provocadas nés músculos torácicos. As asas dos insetos, em cada vôo dos insetos, têm um imás interior enquanto os observantes dessas asas como as aves. Nenhum outro invertebrado desenvolveu asas como os insetos. As asas dos insetos basicamente são uma extensão da parede do corpo, com uma membrana superior e uma inferior, entre as quais há um sistema de ‘fibras’, chamadas veias. A base da asa liga-se ao corpo por uma membrana, na qual estão um grupo de pequenos escleritos, chamados escleritos axilares, que auxiliam na articulação da asa junto ao corpo. As asas dos insetos variam grandemente em número, tamanho, forma, venação e posição, quando em repouso. Quanto à consistência, as asas podem ser: membranosas, quando têm aspecto de uma membrana; élitro, quando têm consistência coriácea; tégmina, quando têm consistência intermediária entre a asa membranosa e o élitro; hemiélitro, é a asa que tem a metade basal esclerosada, e a metade distal membranosa. ENTOMOLOGIA DIDÁTICA De acordo com o número de asas, presença ou ausência, funcional ou não, os insetos podem ser classificados em: 1. Ápteros sem asas – anoplouros, malófagos, tisanuros 2. Apetésicos – apesar de terem asas não as utilizam para o vôo. Certos formicídeos e o bicho-da-seda. 3. Tetrápteros – a maioria dos insetos está incluída neste grupo. Apresentam 4 asas: duas mesotorácicas e duas metatorácicas. 4. Dípteros – apresentam um par de asas que podem ser mesotorácicas (Diptera) ou metatorácicas (Strepsíptera). O conjunto de veias ou nervuras de uma asa dá-se o nome de nervação ou venação. As veias podem ter início até o ápice das asas, são as chamadas veias longitudinais; outras, ligam estas veias longitudinais e são chamadas veias transversais. As asas dos insetos têm inúmeras diferenças na venação. E estas diferenças são de grande importância na classificação de certos grupos. Embora existam estas diferenças, é possível estabelecer a homologia das veias e usar um sistema de terminologia aplicável a todos os insetos. Este sistema é chamado sistema Comstock-Needham. As principais veias longitudinais das asas dos insetos são: 1. Costa (C) – uma veia não ramificada que forma, geralmente, a margem anterior ou costal da asa. 2. Subcosta (Sc) – esta veia fica logo abaixo de C e é bifurcada distintamente, sendo os ramos respectivamente denominados: Sc₁, Sc₂. 3. Rádio(R) – veia que vem logo após a Sc. Está dividida em 2 ramos principais, R₁ e o Setor Radial (Rs), Fig. 7.10 Asa de inseto. Veias longitudinais: C: Costa; Sc: Subcosta; Sc₁, Sc₂: Subcosta um - Subcosta dois; R: Radial; R₁, R₂: Radial um a cinco; Rs: Setor Radial; M: Mediana; M₁₋₄: Mediana uma a quatro; Cu: Cubital; Cu₁, Cu₂: Cubital 1a, Cubital 1b, Cubital 1c; Cu₄: Cubital dois; 1A-4A: Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Anais; Veias transversais: r: Veta transversal Radial; s: Veia transversal Radial Setorial; m: Veia transversal Rádio-Mediana; m-cu: Veia Transversal Mediana-Cubital; cu: Veia Transversal Cubital; cu-cu: Veia Transversal Cubital-Anial; a: Veia Transversal Anal. Células: R: célula Radial, 1ᵃ R: 2ᵃ R: Primeira célula Radial; Segunda célula Radial; 1ᵃ M: Primeira Célula Mediana; 2ᵃ M: Segunda célula Mediana.
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7 MORFOLOGIA O corpo de um inseto está envolto por uma cutícula e é dividido por linhas transversais que delimitam suas partes, denominadas segmentos. Portanto, o corpo de um inseto corresponde a uma sucessão de segmentos ao longo do principal do corpo, totalizando 20 segmentos: 6 da cabeça (antenas, olhos, labro, mandíbulas, maxilas e lábio), 3 do tórax e 11 do abdômen. A esta sucessão de segmentos damos o nome de segmentação ou metamerização. Entre os segmentos, também denominados somitos ou metámeros, há uma membrana articular que permite vários movimentos. Esta membrana pode desaparecer completamente, ficando unidos firmes os segmentos uma sutura que os delimita. Os insetos provavelmente evoluíram a partir de anelídeos aquáticos, que deram origem aos miriápodes e estes aos insetos terrestres. Os primeiros insetos ápteros teriam aparecido cerca de 400 milhões de anos atrás. Como os anelídeos apresentam o corpo dividido em anéis, os insetos conservaram esta característica, embora não tão acentuada. Nos insetos a segmentação é mais externa, isto é, a segmentação se refere principalmente ao exoesqueleto, embora alguns órgãos internos mantenham uma segmentação mais ou menos desenvolvida como a encontrada no neurossoma, no coração, no sistema traqueal e na musculatura do corpo. Divisões de um segmento Um segmento completo do corpo de um inseto apresenta três partes: – uma região dorsal, denominada tergo ou notum, quando situado no tórax; – uma região ventral, denominada esterno; – uma região lateral, composta por um esclerito direito e outro esquerdo, denominada pleura. Toda área que seja endurecida ou esclerotinizada da parede do corpo de um inseto recebe o nome de esclerito. Assim, os tergos ou notos, pleuras e esternos são escleritos e a ligação entre um esclerito e outro, quando ocorre a fissão, é denominada sutura. Junto aos escleritos acima mencionados, podem aparecer escleritos menores, que, conforme a posição em que se encontram, recebem diferentes denominações: — Lórgulos, quando fazem parte do tergo; — esternitos, quando fazem parte dos esternos; — pleuritos, quando fazem parte das pleuras; Entre os segmentos adjacentes, podem haver escleritos que conforme sua posição são denominados:— intertergitos, quando ficam entre dois tergos; — interpleuritos, quando ficam entre duas pleuras; — interesternitos, quando ficam entre dois esternos. BUZZI, Z. J. Processos da parede do corpo Muitos insetos, tanto na fase adulta como na fase jovem, apresentam expansões do corpo, que podem ser pares ou ímpares, segmentadas ou não, às vezes são perfeitamente móveis. Os principais processos da parede do corpo são: – Pseudópodos – também chamados falsos pés. São expansões do corpo, utilizadas principalmente para locomoção, encontradas em larvas de muitos dípteros e lepidópteros. – Escolos – expansões do corpo semelhantes a espinhos, encontradas em larvas de muitos coleópteros e lepidópteros. – Brânquias – expansões do corpo encontradas em muitas larvas e ninfas de insetos aquáticos, relacionadas com a respiração. – Asas – são evaginações da parede do tórax, localizadas entre o mesonoto e a mesopleura, também entre o metanoto e a metapleura. Atingem seu pleno desenvolvimento nos insetos adultos. Regiões do corpo (fig. 7.1 e 7.2) Os segmentos do corpo dos insetos estão divididos em regiões bem definidas: cabeça, tórax e abdômen. Na cabeça estão concentradas as peças bucais relacionadas com a ingestão de alimentos e os órgãos especiais dos sentidos. No tórax estão os órgãos locomotores: as pernas e as asas. No abdômen, estão concentrados os órgãos reprodutores e também a sede de muitos processos metabólicos do corpo. Na maior parte dos insetos há uma região que liga a cabeça com o tórax, semelhante a um pescoço, denominada cervix. Forma do corpo Em geral o corpo de um inseto adulto é alongado e subcilíndrico e, às vezes, são achatados dorso-ventralmente ou comprimidos lateralmente, como as pulgas. Outros apresentam formas ovas, vistos de cima; muitos possuem aspecto globular, ou outras formas que variam enormemente conforme o grupo considerado. Todos eles, no entanto, apresentam simetria bilateral. Orientação Ao descrever a posição relativa das várias partes de um inseto, muitos termos são usados para indicar direção e posição. Certas regiões do corpo são usadas como base para a orientação, principalmente as seguintes: a. Porção anterior – é a porção do corpo que compreende a cabeça ou qualquer parte do corpo que esteja próxima da mesma. Assim podemos falar na parte anterior do tórax referindo-nos à parte do tórax que fica mais perto da cabeça, em contraposição à parte posterior que seria a parte que fica mais afastada da cabeça. b. Porção posterior – a porção mais posterior do inseto é o ápice do abdômen. Podemos falar da porção posterior de qualquer parte do corpo ou órgão, significando a porção do corpo ou órgão que fica mais afastada da cabeça. c. Região dorsal – seria o lado superior do inseto. Podemos falar em região dorsal de qualquer órgão, significando sempre o lado superior. d. Região ventral – significa o lado de baixo do inseto ou de qualquer órgão. Assim podemos falar em região dorsal ou ventral do tórax, do abdômen, da cabeça, do intestino, do esôfago, etc. e. Base e ápice – quando nos referirmos a um apêndice, tomamos em base quando nos referimos à parte que está mais ENTOMOLOGIA DIDÁTICA Fig. 7.2 Estrutura geral de um inseto. A. Cabeça; B. Tórax; C. Abdômen. Cabeça: 1. Olho composto; 2. Ocelos; 3. Antena; 4. Ociptócio; 5. Póe - clipeo; 6. C/ipeo; 7. Labro; 8. Mandíbulas; 9. Maxila (palpo); 10. Lábio (palpo); Tórax: 11. Pronoto; 12. Mesonoto; 13. Metanoto; 14. Proepimero; 15-16-17. Mesopleura (15. episterno; 16. sutura pleural; 17. epimero); 18. Metapleura; 19-20-21. Pernas (anterior, média e posterior); 22. Esterno; Abdômen: 23. Espiráculos; 24. Esternos; 25. Ovipositor; 26. Tergos; 27. Cerco; 28. Epiprocto; 29. Paraprocto. próxima do corpo e, em ápice, aquela parte do apêndice que está afastada. Assim a base de uma asa é a região da asa que se articula com o corpo e ápice; seria o lado oposto. Parede do corpo ou tegumento O tegumento dos insetos se apresenta geralmente como uma carapaça mais ou menos dura e rígida, às vezes, flexível e elástica, brilhante ou opaca, colorida ou não. É um invólucro muito complexo que contém muitos tipos de receptores sensoriais como também possui processas internos que servem para inserção muscular. O tegumento apresenta várias funções: a. Proteção contra influências externas: umidade excessiva (evita a embebição da cutícula, tornando-a impermeável); evita o ressecamento do corpo, impedindo a transpiração e a desidratação; ENTOMOLOGIA DIDÁTICA k. Moniliforme – Os artigos são esféricos ou subovoidais. É encontrada em besouros tenebrionídeos, cupinídeos, etc; l. Pectinada – os artigos com prolongamentos laterais são muito acentuados, dando à antena aspecto de pente. É encontrada em machos de mariposas; m. Plumosa ou peniforme – os artigos apresentam expansões laterais muito finas, dando à antena um aspecto de pluma ou pena. É encontrada em machos de penilongos e em algumas mariposas; n. Serrada – com aspecto de serra. É encontrada em besouros buprestoideis e elaterídeos etc.; o. Setácea ou setiforme – os artigos vão diminuindo gradativamente de diâmetro à medida que se aproximam do ápice. É encontrada em libélulas (Odonata). A antena é denominada composta quando uma mesma apresenta mais de um dos tipos expostos acima. Assim, por exemplo, uma antena pode ser geniculada e ao mesmo tempo apresentar uma clava no ápice, sendo esta antena denominada genículo-clavada. Principais suturas e áreas (fig. 7. 4) A cápsula cefálica está subdividida por várias suturas. São chamadas suturas as impressões existentes no tegumento, mas não as linhas de fusão entre dois segmentos. Algumas das principais suturas e áreas da cápsula cefálica são as do esqueleto anterior: 1. Vértice – área compreendida entre o ápice anterior dos olhos, dorsalmente; 2. Sutura epicranial – é uma sutura em forma de Y, que se inicia na parte posterior da cabeça, cruza o vértice longitudinalmente e se bifurca na fronte formando um Y invertido. Cada ramo do Y é denominado Sutura Frontal e o ramo ímpar é denominado Sutura Epicranial; 3. Fronte – área da cabeça que fica entre ou abaixo das suturas frontais compreendendo também o oceló médio. Ventralmente é limitada pela sutura epistomal ou frontoclipeal, sutura que fica entre a Fronte e o Clipeo; 4. Clipeo – área que fica entre a fronte e o labro, geralmente com forma retangular ou quadrangular. Nunca se articula com a fronte com a qual está intimamente unido. 5. Gena – área que fica abaixo e atrás dos olhos. Há, às vezes, uma sutura geral entre as gena e a fronte; se não houver esta sutura, a separação entre a fronte e a gena é indefinida; 6. Occipício ou arco occipital – área que ocupa quase toda a parte posterior da cabeça. Está separada do vértice e das genas pela sutura occipital. As porções ventrais do occípio são às vezes chamadas postgenas; 7. Postoccípio – um esclerito estreito e semelhante a uma orla que margeia o forâmen occipital. Às vezes discutido como se separa do occípio por uma sutura postoccipital. No postoccípio estão os cóndilos occipitais onde se articulam o esqueleto dos êxtens énd bífido, denominado occipital; 8. Gula – é encontrada em muitas ordens de insetos; é uma ponte transversal ventral na parede posterior da cabeça, onde articula-se o lábio. Peças bucais (figs. 7. 5, 7. 6) Ao conjunto de peças bucais denominamos aparelho bucal. As peças bucais consistem em: um labro às vezes articulado à margem inferior do clipeo, um par de mandíbulas, um par de maxilas, um labelo inferior complexo cujo lóbulo médio é o labio. Estas peças podem se modificar em diferentes ordens tendentes à cavidade oral; Todas as peças bucais citadas acima são móveis, mas às vezes, na forma funcional que possuem nos insetos, estão adaptadas a funções de alimentação do tipo mastigador. As variações dessas peças bucais são comentadas mais adiante, quando são explicadas os vários grupos: 1. Menognatos – insetos cujo aparelho bucal é do tipo mastigador tanto nos jovens como nos adultos. Encontrado em ortópteros, baratas, manídeos, dermápteros, isópteros, psocópteros, neuropteros, coleópteros etc.; 2. Menorricos – insetos cujo aparelho bucal é-picador-suugador, tanto no jovem quanto nos adultos. Encontrado em hemípteros, homópteros, anopluros e isostéricos; 3. Metagnatos – insetos cujas larvas apresentam aparelho bucal mastigador e adultos do tipo bucal suaxoarecido. Encontrado em lepidópteros, himenópteros, dípteros e sifonapteros. A seguir são descritas as várias peças bucais de um aparelho bucal do tipo mastigador. As variações dessas peças bucais são comentadas mais adiante, quando são explicadas 64 BUZZI, Z. J. os vários tipos de aparelhos bucais. Veja figs. 7. 5 e 7. 6. a. Labro – é um esclerito móvel, geralmente de aspecto retangular, semelhante a uma aba, articulado à margem inferior do clipeo. O lado interno do labro forma a parte frontal da cavidade pré-oral e é chamado epifarínge, que frequentemente possui lobos, papilas sensoriais e cerdas; b. Mandíbulas – formam um par, muito esclerotinizada e não segmentadas, situadas logo atrás do labro. Articulam-se com a cápsula cefálica em dois pontos na maioria dos insetos ou num ponto, como ocorre com as traças-saltadoras (Thysanura. Archaeognata ). Movem-se lateralmente. As dos insetos mastigadores podem variar na forma; alguns possuem dentes cortantes, e outros, são longas e falciformes, etc. Em muitos insetos são ausentes, como em tríchoptéros adultos e na maioria dos dípteros. Só ausentes ou vestigiais na maioria dos lepidópteros; c. Maxilas – são estruturas situadas atrás das mandíbulas; são segmentadas e estão divididas em vários escleritos bem marcados: – cardo – esclerito basal triangular, que está ligado à cápsula cefálica e serve como uma articulação para os movimentos da maxila; – estipe – é o esclerito central ou corpo da maxila, em geral com forma sub-retangular. O estipe está situado acima do cardo e nele se articula a gáleia, a lacínea e os palpos; – gáleia – é semelhante a um lobo situado mais externamente no ápice do estipe; – lacínea – é um lobo mais interno, articulando-se ENTOMOLOGIA DIDÁTICA Fig. 7. 5 Aparelhos bucais de insetos: A. Orthaptera (gafanhoto); B. Hemiptera (percevejo); C. Diptera (mosquito); D. Diptera (mosca-doméstica); E. Diptera (mosca-de-estábulo); F. Lepidoptera (borboleta); G. Hymenoptera (abelha) em vista anterior e posterior; H. Diptera (mutuca); I. Siphonaptera (pulga); 1. Antena; 2. Olho composto; 3. Ocelos; 4. Cortes transversais deugonémicos; 5. Labro; 6. Mandíbula; 7. Hipofaringe; 8. Maxila: a. cardo; b. estipe; c. lacínea; d. gálea; e. palpo; 9. Canal salivar; 10. Canal alimentar; 11. Labial: a. submento; b. mento; c. premento; d. glossa; e. palpor; f. paragossa. 12. Clipeo; 13. Fronte; 14. Probóscide; 15. Rostro; 16. Estiletes; 17. Labelo; 18. Flabélio; 19. Epifarínge; 20. Haustelo; 21. Lobo maxilar. (Ver figura 7. 6) 66 BUZZI, Z. J. 3 12 1 11F 11E 11D 18 2 G 5 4 1 2 12 7 19 6 11C 8C 8E 11A 11B 8B 8A 6 8D 11F 17 19 11D 11E 18 B 9 C 10 I Fig. 7. 6 (Legendas, ver figura 7. 5) ENTOMOLOGIA DIDÁTICA 67 também no ápice da estipe. A lacinia tem em geral forma de mandíbula com uma série de espinhos ou dentes ao longo de sua margem interna. — palpo maxilar— semelhante a uma pequena antena; segmentado, com cerca de quatro ou cinco artigos; artícula- se com a estipe através de um pequeno lobo chamado palpífero; f. Lábio - o lábio ou lábio inferior é uma estrutura ínpar e corresponde ao segundo par de maxilas fundidas ao longo do meio para formar uma estrutura simples e funcional. As partes do lábio correspondem àquelas das maxilas e suas homologias têm sido bem estabelecidas. (Veja mais adiante). Apresenta as seguintes partes: postmento e pré-mento. — postmento - é a região basal que liga o lábio à cabeça. E muitas vezes dividido em duas partes, una basal, o submento e una apical, o mento; — pré-mento - é a região apical do lábio, com vários lobos e processos. Na porção apical estão duas estruturas: as glossas, situadas mais internamente e as paraglossa, nas mais externamente. Na porção lateral e mais próxima do baixo, estão os palpos labiais, um a cada lado, que se articulam em um pequeno lobo denominado palpígero e são geralmente trissegmentados. Em muitos insetos (mordedores), as glossas e paraglossa estão fundidas formando uma forma de uma pequena língua e por isso denominada lígula. Tipos de aparelhos bucais As peças bucais dos vários grupos de insetos são sempre as mesmas, mas variam mutito na forma, tamanho e funções, o que mutitas vezes dificulta estabelecer homologias. Os aparelhos bucais podem ser reunidos basicamente em dois grupos: mstigador e sugador. 1. Mstigador É considerado o aparelho bucal mais primitivo e as suas peças foram descritas anteriormente. As mandíbulas movem- se para os lados e o inseto é geralmente capaz de arrancar e mstigar seu alimento. Corore em Tmysanura, Collenboma, Orthoptera, Dermaptera, Pscocoptera, Mallophaga, Ddonata, Piecoptera, lsoaptera, Coleoptera e Hymenoptera adultos, assimo corom estgárias valárias de muitos insetos. (fig. 7. 5. A). 2. Sugor Os insetos com este tipo de aparelho bucal não mastigom o elemento. Suas peças bucais são alongadas, toda ou parte tem em conjunto formula uma proboscídeo ou rostro, através do qual o alimento líquido é sugado. Os prinlipais tipos de aparelhos bucais sugadores correpondem com dois grupos de insetos: A Hemópteros e Hmpterópeos O rostro é do tipo do tipo. O labro, lábio, mandibulas e as maxilas formum um tubo alongado na pátroterior do hemípteros e ne parte posterior da calpeca nos homópteros. Na parte externa do rostro é fomada pela labio, que tem uma espécia de belinha, contendo 4 estiletes picadores: duas mandíbulas e duas maxilas; estas formam ore canal alimenter e o canal salivar O labro e curto na base de rostro, ne horário e e não tam fungão pefur ae de asteletes ao eu aspecté Apar A A Área Apo an A 68 BUZZI, Z. J. lábio não perfura, dobra-se para trás à medida que os estiletes penetram nos tecidos. (fig. 7. 5 C, 7. 6 e 7. H). C- Dípteros superiores Nas peças bucais destes dípteros, faltam as mandíbulas e as maxilas são representadas pelos palpos. A Proboscide consiste no labro, hipofaringe e lábio. Apresentam duas modificações: 1. Tipo perfurador - encontrado na mosca-do- estábulo, (fig. 7. 5 E). Na tes-tésé, na mosca-do-berne e outras. A sua principal estrutura perfuradora é do lábio. O labio e a hipofaringe são fins e alongados, situados num sulco dorsal do labio. Na extremidade do lábio há duas placas, os labelas, armadas com dentes. O canal alimentar está entre o labro e a hipofaringe o canal salivar está na hipofaringe. 2. Tipo lambedor - é do tipo de aparelho bucal da mosca-doméstica (fig. 7. 5. D), das moscas-califóridas e moscas-das-frutas. As peças bucais são presas numa formação cônica, membranosa, denominada rostro. Os palpos maxilas estão prensos nas parte dorsal do rostro, parte da proboscide além dos palpos é denominada haustelo. O labour e a hipofaringe são delados e situam-se num sulco anterior do lábio. Estão na quase parte do haustelo. O canal alimentar está entre do labro e a hipofaringe e o canal salivar está na hipofaringe. No ápice do lábio estão as labelas, ovias ou espatos. Estão derivados das maxilas e processos do pol de inseufectos por espécies diferentes. D - Lngura (fig. 7. 5. E) - a proboscide é geralmente longa e é enrolada em espiral. É formada pelo alongamento das gáleas das maxilas, direita e esquerda, e entre as duas forma-se o canal alimentar. O lábio está reduzido a uma estreita faixa; a hipofaringe e as mandíbulas estão ausentes ou são muito rudimentares; os palpos maxilares são geralmente reduzidos ou ausentes; os palpos labiais bem desenvolvidos e o canal salivar está ausente. Quando em uso a proboscide ou espirotrônca é desenrolada ou esticada pela pressão interna da hemolinfa que penetra na canal interno existente em cada gálea. Este tipo de aparelho bucal é também denominado aparelho bucal sugador-maxilar. E - Abelhas e vespas (fig. 7. 6. G), em vista anterior e posterior) — As mandíbulas e o lábrio são do tipo mstigador e são usadas para prender presas ou morder ou modiar a cera ou outros materiais para fazer o ninho. As maxilas e o lábio são desenvolvidos em estruturas alongadas. A glossa, juntamente com o palpo labial, forma um canal alongado por onde é sugado o néctar. F - Pulgas (fig. 7. 6. I ) - as pulgas, machos e fêmeas, sugam o sangue de seus hospedeiros. Seu aparelho bucal contém, além de outras peças bucais três estiletes perfuradores: uma epifaringe e duas lacinae O canal alimentar está situado entre e gales inferiores das lacíneas. Algumas vezes os aprarrelhos bucais são apropriadados para um número de estiletes que apessilividos. Diqueto - diámetro são simplesmente polo labro (epifaringe) e epifaringe como o mosca-domestica O glease smeste-se em forma de tubo alongado denominado proboscide, que possui na base do anteslânico espedizzila, o olabello. (fig. 7. 5.D.) Ghez dentro dois geates; duas mandíbulas duas maxilas. O labro não os estileiros. Ocorre em Hemiptera e Homoptera. (fig. 7. 5. C). B - TÓRAX O O tórax é a região do corpo que fica entre a cabeça e O abdomén. É composto por três segmentos, o metácarça, íe mesotóra e o metatórax, correspondendo resplecivamente à regiões anterior, média e posterior. Nas ordens em que nunca houve desenvolvimento de asas, os três segmentos são quase iguais na sua estrutura geral. O tergo e o esterno são em forma de placas e os escleritos pleurais são pequenos. ou degenerados. Nos insatos alados, os três segmentos toráxicos estão muito desiguais entre si. O prótorax é enormemente requírese e basicamente tem a mesma estrutura que o dos insetos ápteros. O meso e o metatórax inversão nos insetos alados, uma verdadeira revolução morfológica, relacionada com a musculatura necessária para comibiar o mecanismo do vôo e do caminhar. Muitos novos escleritos aparecerem e mutitos deles ram reagroupados. A- Segmento alado típico (fig. 7. 7) — todo segmento ENTOMOLOGIA DIDÁTICA completo, alado ou não, consta de três partes: tergo (chamado noto, quando aplicado aos segmentos do tórax), esterno e pleura. Cada um tem muitas especializações, mas as da pleura são mais evidentes nas formas aladas. Fig. 7.7 1: tergo de um segmento alar; 2: notopleura; 3: alinoto; 4: postnotum; 5: postalartergito; 6: epimero; 7: sultura pleural; 8: cavidade coxal; 9: esterno; b: base da asa; x: esterno 1. Pleura – este esclerito aumentou muito em tamanho nas formas aladas. No lado ventral tem um processo coxal contra o qual se articula um processo alar contra o qual a base as se articulam. A pleura está dividida numa porção anterior, o episterno, e numa porção posterior, o epimero, separados por uma sutura pleural que se estende do processo coxal ao processo alar. Esta sutura marca a linha de invaginação do exoesqueleto pleural, formando internamente um apódema chamado endopleurito. 2. Noto – aplica dorsal é chamada Noto (pronto se está for calicional presente no protórax, mesonósto ou meóstora é. Na nos segmentos torácicos. Este aplica Note é antterior ou postdrugadas Chanado Posterior, postnoto. O posto estaa lateralmente ligado com o asa e o postnoto está firmalmente ligado com o epimero, formando uma ponte das asas. 3. Esterno – é o esclerito ventral, juntamente com a pleura, forma a cavidade coxal. A porção central tem um esco que marca a linha de invaginação de um grande esema, chamada furca ou endosternito (mesoendosternito se pertencer ao mesotórax ou metanendosternito se pertencer ao metatórax). Entre a pleura e o alinoto aparecem os escleritos alares, que servem para melhor articular a asa durante o vôo. Nota: todos os escleritos do tórax podem ser identificados usando-se os prefixos pro, meso e meta, conforme pertençam ao protórax, ao mesotórax ou ao metatórax. Assim o noto do protórax será denominado pronoto; o noto do mesotórax, mesonoto e o esterno e a pleura do protórax serão respectivamente denominados prosterno, propleura etc. B. Pernas – todos os insetos, com exceção de alguns ectoparasitas e larvas de alguns grupos, possuem três pares de pernas, um par por segmento torácico. Uma perna consta a partir da base das seguintes partes: coxa, trocânter, fêmur, tíbia e tarso. Veja fig. 7.8 A. A coxa é a parte da perna que se articula com o tórax. O trocânter é em geral muito pequeno e raramente apresentado dois segmentos, fica entre a coxa e o fêmur. Este, juntamente com a tíbia, tem em geral o maior ou as maiores partes das pernas. No ápice da tíbia prende-se ao tarso que forma o “pé” dos insetos, sobre o qual se apóia ao andar. O tarso está subdividido em pequenas partes denominadas tarsômeros, que variam de um a cinco, nos diferentes insetos e, às vezes, no mesmo inseto. Se o tarso tiver só um tarsômero é denominado monotársico; se tiver dois, ditársico; três, tritársico, tetratársico e cinco, pentársico. Se em um dos tarsômeros extremamente reduzido, geralmente o quarto tarsômero, é difícil visualização; estes tarsos são chamados criptotetrâmicos, isto é, você vê quatro tarsômeros, mas na realidade são cinco; tarsos criptotetrâmicos são os que você vê três tarsômeros, mas na realidade são quatro, devido a um dos tarsômeros ser muito reduzido. No ápice do tarsus distal, também chamado tarsômero ungueal (fig. 7.10, A, B, C, D) há sempre uma ou duas unhas ou garras; as unhas podem ser simples, dentadas, pecinadas (quando têm aspecto de pente), bifidas (quando são partidas ao longo do comprimento) etc. Entre as unhas de um mesmo tarso há às vezes uma formação arredondada, semelhante a uma almofada, denominada arrolo, como ocorre nos gafanhotos. Esta serve para aspecto filamentão entre é denominada empódio. As vezes estas almofadas ficam por baixo das unhas, recebendo então a denominação de pulvilos. A maioria dos insetos usa as pernas simplesmente para andar e são denominadas pernas ambulatórias. Além de ambulatórias (fig. 7.8), podem ser natatórias como as dos besouros aquáticos das famílias Dytiscidae, Hydrophilidae e Gyrinidae; fossoriais, como as pernas anteriores da paquinha, que servem para cavar galerias no solo; prensoras ou raptoriais como as pernas anteriores da barata-d’água e do louva-a-deus que servem para prender ou agarrar presas; saltatórias, adaptadas para saltar, como as pernas posteriores do gafanhoto; coletoras que servem para coletar e transportar pólen, como as pernas posteriores das abelhas operárias; escansoriais que servem para andar sobre os pêlos dos hospedeiros, como encontrado nos piolhos anoplouros. Fig. 7.8 Tipos de pernas dos insetos. A. Ambulatória (pernas do bicho-pau); B. Saltatória (perna posterior do gafanhoto); C. Coletora (perna posterior da abelha operária); D. Fossorial (perna anterior da paquinha); E. Raptorial (perna anterior do louva-a-Deus); F. Natatória (besouros aquáticos: distiscidos, hidrólifilos e girinóides); G. Escansorial (piolhos anoplouros); H. Prensora (barata d'água); 1. Coxa; 2. Trocânter; 3. Fêmur; 4. Tíbia; 5. Tarsos com 1 a 5 tarsômeros; 6. Unhas ou garras; 7. Esporões tibiais e tarsais; 8. Corbícula ou “cesto de pólen”. A. B e C – Apêndices do tarsômero ungueal: arólio; emp. empódio; gr. unha ou garra; pu. pulvilo; tr. tarsômero ungueal. Tarsos: D. Penlamére; C. Cripotetrâmico; F. Critopetrâmico; T. tas tarsômeros. C. Asas (fig. 7.10) – os insetos são os únicos animais que desenvolveram um órgão especial para o vôo. Nas aves as asas são adaptações dos membros anteriores... As asas são eivançitas de pesas do corpo, localizadas dorsolateralmente, entre os notos e as pleuras. As asas não têm músculos ligados a elas diretamente e os movimentos alares acontecem sucedendo as modificações das paredes do tórax provocadas nés músculos torácicos. As asas dos insetos, em cada vôo dos insetos, têm um imás interior enquanto os observantes dessas asas como as aves. Nenhum outro invertebrado desenvolveu asas como os insetos. As asas dos insetos basicamente são uma extensão da parede do corpo, com uma membrana superior e uma inferior, entre as quais há um sistema de ‘fibras’, chamadas veias. A base da asa liga-se ao corpo por uma membrana, na qual estão um grupo de pequenos escleritos, chamados escleritos axilares, que auxiliam na articulação da asa junto ao corpo. As asas dos insetos variam grandemente em número, tamanho, forma, venação e posição, quando em repouso. Quanto à consistência, as asas podem ser: membranosas, quando têm aspecto de uma membrana; élitro, quando têm consistência coriácea; tégmina, quando têm consistência intermediária entre a asa membranosa e o élitro; hemiélitro, é a asa que tem a metade basal esclerosada, e a metade distal membranosa. ENTOMOLOGIA DIDÁTICA De acordo com o número de asas, presença ou ausência, funcional ou não, os insetos podem ser classificados em: 1. Ápteros sem asas – anoplouros, malófagos, tisanuros 2. Apetésicos – apesar de terem asas não as utilizam para o vôo. Certos formicídeos e o bicho-da-seda. 3. Tetrápteros – a maioria dos insetos está incluída neste grupo. Apresentam 4 asas: duas mesotorácicas e duas metatorácicas. 4. Dípteros – apresentam um par de asas que podem ser mesotorácicas (Diptera) ou metatorácicas (Strepsíptera). O conjunto de veias ou nervuras de uma asa dá-se o nome de nervação ou venação. As veias podem ter início até o ápice das asas, são as chamadas veias longitudinais; outras, ligam estas veias longitudinais e são chamadas veias transversais. As asas dos insetos têm inúmeras diferenças na venação. E estas diferenças são de grande importância na classificação de certos grupos. Embora existam estas diferenças, é possível estabelecer a homologia das veias e usar um sistema de terminologia aplicável a todos os insetos. Este sistema é chamado sistema Comstock-Needham. As principais veias longitudinais das asas dos insetos são: 1. Costa (C) – uma veia não ramificada que forma, geralmente, a margem anterior ou costal da asa. 2. Subcosta (Sc) – esta veia fica logo abaixo de C e é bifurcada distintamente, sendo os ramos respectivamente denominados: Sc₁, Sc₂. 3. Rádio(R) – veia que vem logo após a Sc. Está dividida em 2 ramos principais, R₁ e o Setor Radial (Rs), Fig. 7.10 Asa de inseto. Veias longitudinais: C: Costa; Sc: Subcosta; Sc₁, Sc₂: Subcosta um - Subcosta dois; R: Radial; R₁, R₂: Radial um a cinco; Rs: Setor Radial; M: Mediana; M₁₋₄: Mediana uma a quatro; Cu: Cubital; Cu₁, Cu₂: Cubital 1a, Cubital 1b, Cubital 1c; Cu₄: Cubital dois; 1A-4A: Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Anais; Veias transversais: r: Veta transversal Radial; s: Veia transversal Radial Setorial; m: Veia transversal Rádio-Mediana; m-cu: Veia Transversal Mediana-Cubital; cu: Veia Transversal Cubital; cu-cu: Veia Transversal Cubital-Anial; a: Veia Transversal Anal. Células: R: célula Radial, 1ᵃ R: 2ᵃ R: Primeira célula Radial; Segunda célula Radial; 1ᵃ M: Primeira Célula Mediana; 2ᵃ M: Segunda célula Mediana.