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CÂMBIO REAL E SUA VARIAÇÃO (Governador do BPC) Durante o ano de 2020, o que se observa é que o yuan obteve apreciação considerável frente ao real brasileiro, com uma valorização total de cerca de 18,42% no ano. Em relação ao euro e ao dólar americano, porém, o que se observou foi que ocorreu uma ligeira desvalorização, de 8,65% e 1,15%, respectivamente. À primeira vista, é possível inferir que a desvalorização observada em relação ao dólar e ao euro possa oferecer um incentivo às indústrias chinesas, cuja produção é destinada principalmente à exportação. Porém, deve-se salientar que a China ainda é consideravelmente dependente de equipamentos elétricos e eletrônicos importados, bem como minerais e combustível. Uma desvalorização do yuan frente às moedas americana e europeia representaria um aumento nos custos de produção, pois parcela considerável dos produtos eletrônicos são produzidos nos Estados Unidos e Europa, além dos minerais e petróleo (base dos combustíveis) serem negociados em dólar no mercado internacional. A partir de 2021, a configuração torna-se diferente, com a desvalorização do yuan frente ao dólar se intensificando fortemente, chegando a cerca de 6,3%, e o quadro de valorização frente ao real se inverte, passando a registrar uma desvalorização de 0,75% frente à moeda. Em relação ao euro, o quadro também se inverte, apresentando uma valorização aproximada de 1,8%. Devido aos motivos supracitados, uma desvalorização acentuada em relação ao dólar pode aumentar consideravelmente os custos, punindo principalmente os produtores menores, cuja linha produtiva ainda não apresenta grande escalabilidade e que operam com custos elevados. Além disso, a desvalorização do real frente ao yuan pode prejudicar as exportações para o Brasil. INFLUÊNCIAS DAS VARIAÇÕES NA TAXA DE CÂMBIO PARA A ECONOMIA (Ministra das Finanças) Balança comercial A balança é fortemente influenciada pela taxa cambial. De acordo com o calculado, a moeda chinesa yuan se valorizou frente ao real no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2021, dessa forma, os produtos internos ficaram mais caros do que os do Brasil, em consequência desse fato, aumentou-se as importações e diminuíram-se as exportações. Por outro lado, o yuan se desvalorizou perante o dólar e o euro, sendo propícia a exportação para os Estados Unidos e Argentina. Renda e emprego A desvalorização cambial frente aos Estados Unidos e Argentina acaba sendo benéfica para a economia doméstica Chinesa. Com a diminuição do valor da moeda e o aumento das exportações, tem-se por consequência a geração de mais emprego e renda. Portanto, em razão disso, aumentará o número de consumidores dos produtos ou serviços das empresas internas. Inflação A inflação também sofre consequências em virtude da taxa de câmbio. Quando a moeda nacional está mais desvalorizada, como o yuan em relação ao real no decorrer dos dois anos estudados, os custos para se adquirir produtos estrangeiros encarece, assim precisa-se de mais dinheiro para realizar a compra, aumentando, em consequência, a inflação. A inflação também sofre consequências em virtude da taxa de câmbio. Quando a moeda nacional está mais valorizada, como o yuan em relação ao real no decorrer dos dois anos estudados, os custos para se adquirir produtos estrangeiros ficam mais baratos, assim precisa-se de menos dinheiro para realizar a compra, diminuindo, em consequência, a inflação. Por outro lado, quando há desvalorização da moeda como nos casos do yuan perante ao dólar e ao euro, a inflação é aumentada pois os altos custos para importação provocam a sua diminuição e estimulam o consumo interno. Com a valorização do yuan, que ocorreu em maio de 2020, há o desestímulo das exportações, pois os produtos internos ficam mais caros para os importadores internacionais. Dessa forma, a oferta de produtos nacionalmente acaba aumentando, pois os produtos que seriam destinados à exportação ficam no mercado interno. A maior oferta de insumos e produtos diminui o seu preço, o que acarreta a diminuição da inflação. RELAÇÕES INTERNACIONAIS REFERENTE A NEGÓCIOS AGROPECUÁRIOS ( Ministra da Agricultura e Assuntos Rurais) A industrialização ocorrida nas últimas décadas, assim como a crescente urbanização, elevou a demanda por alimentos e vem forçando o País a preocupar-se cada vez mais com sua segurança alimentar. Sua grande evolução tecnológica permite fornecimento ao Brasil em grande escala e produtos industrializados em geral, enquanto do Brasil é fornecido todos os produtos primários necessários para produção e alimentação. A China é o maior produtor mundial de arroz e fumo, o segundo maior produtor de trigo e milho e o quarto maior produtor de soja. No início dos anos 2000, a adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC) permitiu que participasse mais do comércio agrícola mundial. Nesse período, para garantir o abastecimento doméstico de alimentos, a China reverteu sua balança comercial de exportadora de alimentos para importadora. No entanto, apesar do crescimento na produção e importação de alimentos, as mudanças de hábitos causadas pela rápida urbanização impactaram negativamente o valor nutricional ingerido pelos agricultores chineses. O atual plano quinquenal prevê uma série de meios para promover o licenciamento da urbanização controlada em certas áreas, principalmente no Noroeste, por meio da expansão das moradias urbanas, além de aumentar a renda rural e modernizar a agricultura de forma ecologicamente sustentável. O plano também busca dar um novo significado aos imigrantes em uma já saturada Costa Leste, onde os imigrantes muitas vezes trabalham em condições precárias e não têm direitos sociais básicos. Até 2020, esse movimento populacional permitirá que 100 milhões de chineses rurais se estabeleçam nas cidades. É provável que esse fluxo migratório reproduza alguns dos padrões dessa transformação que os chineses contemporâneos têm visto, principalmente a ocidentalização dos hábitos alimentares. A partir disso, pode-se inferir que a demanda por alimentos processados, carnes e laticínios aumentará nesse período, assim como a demanda por refeições fora de casa. A elevação da renda dos trabalhadores rurais através da adoção de políticas públicas, notadamente os subsídios agrícolas, pode afetar o preço internacional dos alimentos, sobretudo quando a política é aplicada por um país grande como a China. Em 2000, os subsídios representavam 2,77% de toda receita agrícola chinesa, subindo para 21,34% em 2015. Atualmente, os subsídios agrícolas vêm de várias formas e podem ser concedidos aos produtores em troca da produção agrícola ou como forma de garantir uma renda agrícola básica independentemente do modo de produção. Por exemplo, quando um país se compromete a comprar alguns produtos e estabelece um preço mínimo com base na escala de produção daquele país, a política pode criar uma série de distorções no comércio internacional e na geografia agrícola mundial. O fato de que terras menos férteis estejam disponíveis devido a essa política que distorce o comércio aumentará a demanda mundial por fertilizantes e agroquímicos. Além do valor monetário, a quantidade de terra e água implícita nessas transações. Argumenta-se que uma agricultura global eficiente otimizará o uso dos recursos naturais do mundo, por isso faz sentido manter uma relação positiva com o Brasil nessa área. O Brasil, parceiro comercial indispensável para a China, precisa ter profundo conhecimento da realidade rural do país asiático, é bastante provável que as melhores oportunidades emergirão para esse setor. A China, cuidadosa e pragmática em suas decisões, têm procurado assegurar que o Brasil tenha condições de permanecer provendo sua cota necessária para a segurança alimentar chinesa. Fonte: FGV: O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: CHINA E COMÉRCIO INTERNACIONAL( 2017) Com 135 milhões de hectares de terras aráveis, 9% do total do planeta, a China alimenta 21% da população mundial. Ainda assim, o setor é dominado por milhões de agricultores com pequena parcela de terra, com uma média de apenas 0,6 hectare por unidade produtiva rural. De acordo com a World Wildlife Fund (WWF), 13% dos lagos da China desapareceram nos últimos 40 anos, assim como metade de suas zonas úmidas costeiras. Entre as principais causas, podem-se citar: a grande demanda gerada pela agricultura, o processo de industrialização e urbanização, a distribuição desigual dos recursos hídricos e o alto nível de poluentes depostos nas reservas hídricas. A falta de água já afeta seriamente a produção de grãos, em especial nas regiões áridas e semiáridas da planície do norte da China, área potencial para a expansão da produção de grãos no futuro. Além da escassez, problemas com o sistema de irrigação poderão complicar a capacidade produtiva do agronegócio, pois a China usa tanto os rios como os aquíferos subterrâneos para irrigar suas plantações. Metade das terras cultivadas é irrigada e produz cerca de 75% dos cereais e mais de 90% da produção de algodão, de frutas, de legumes e de outros produtos agrícolas. O Banco Mundial, no entanto, estima que, ao ritmo atual de exploração, os aquíferos no norte do país podem secar em menos de 30 anos. Oportunidades de investimentos no agronegócio chinês Por ser de interesse para os agentes do agronegócio brasileiro, é importante detalhar minimamente a política de incentivo ao investimento direto estrangeiro no setor agrícola. O investimento estrangeiro direto (IED) na China é regido principalmente pelo Catálogo de Investimento Estrangeiro, com a emenda mais recente feita em 2015. O documento classifica indústrias em categorias nas quais o investimento é encorajado, restrito ou proibido: • No setor agrícola, a China encoraja o IED para elevar a capacidade produtiva ou desenvolver tecnologia destinada a reduzir a poluição; • As restrições aplicam-se ao desenvolvimento de sementes convencionais, venda por atacado de grãos e algodão, processamento de sementes oleaginosas, beneficiamento de arroz, trigo, açúcar bruto e milho, bem como produção de biocombustíveis (etanol e biodiesel); e • O catálogo proíbe o IED no desenvolvimento e na produção de plantas agrícolas e animais geneticamente modificados. Impactos da China no mundo A urbanização acelerada da China (10 milhões deixam o campo a cada ano), a elevação da renda, as mudanças nos hábitos alimentares (mais lácteos e mais carnes) e a insuficiente produção doméstica de certos itens de demanda crescente levaram o país a assumir compromissos na OMC que ampliaram o acesso a seu mercado. Apesar de as tradings estatais continuarem desempenhando um papel importante no mercado de algumas commodities como grãos e algodão, o comércio de produtos agrícolas chineses exibiu novos padrões nas categorias de matérias-primas, refletindo mudanças na estrutura de produção. O saldo do comércio agrícola da China evoluiu de US$ 15 bilhões em superavit, no ano de pico de 2006, para US$ 18,5 bilhões em deficit , em 2013. Essa mudança é coerente com a vantagem comparativa da agricultura chinesa, uma vez que é vantajoso importar culturas e produtos com uso intensivo de terra, tais como sementes oleaginosas e óleos comestíveis, e exportar produtos processados intensivos em trabalho, tais como alimentos industrializados, artigos de couro, móveis e produtos têxteis. Em outras palavras, o desafio para o agronegócio brasileiro para conquistar o mercado de alimentos na China é bem maior do que o de fornecedor de matérias-primas mais básicas. No setor pecuário, a China poderá aumentar as exportações de carne suína e de aves para países da Ásia Oriental, da União Europeia e do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), enquanto suas importações provenientes da Austrália, Nova Zelândia, Nafta e América do Sul registraram significativo crescimento. CNDR - Departamento de cooperação internacional (Diretora) - Relação de cooperação entre China e Brasil China e Brasil são grandes parceiros comerciais, sendo que em Janeiro de 2022, o Brasil exportou US$4,22 bilhões e importou US$5,11 bilhões da China. O principal país de destino de exportações brasileiras é a China, e a tendência é que a cooperação de ambos os países seja de longo prazo, apesar de a China ter planos de diversificar os mercados de importação, aumentar a sua autossuficiência e segurança alimentar. Em Janeiro de 2022, as principais exportações do Brasil para a China foram minério de ferro, soja, petróleo bruto e carne bovina congelada. E as principais importações do Brasil da China foram dispositivos semicondutores, telefones, materiais médicos e pesticidas. O Brasil vende majoritariamente commodities de baixo valor agregado e importa produtos de maior valor agregado. A China é a maior consumidora de soja do mundo e apesar de ter uma grande extensão territorial a sua extensão de terras aráveis é pequena, assim ficando dependente das importações da soja brasileira. Para o Brasil, as exportações foram benéficas devido à alta dos preços internacionais, mas não ocorreu diversificação de suas commodities, sendo 80% da exportação representada por soja, minério de ferro e petróleo bruto. Uma das iniciativas de cooperação da China é a Iniciativa Belt and Road, o Brasil decidiu não se juntar apesar de reconhecer a contribuição da iniciativa para a cooperação global. Apesar dos grandes investimentos chineses no Brasil, o país não considerou necessário vincular a iniciativa para manter a boa relação com a China. Apesar disso, a relação de cooperação dos dois países é grande. São parceiros no BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), no G-20 e no BASIC (Brasil, África do Sul, índia e China), onde coordenam posições sobre a temática da mudança do clima. Ademais, possuem uma parceria no setor técnico-científico espacial com o projeto CBERS, sigla em inglês de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres. A cooperação entre os dois países também conta com a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação ( Cosban ). Na oitava reunião da comissão os países concordaram em continuar a cooperar em vários campos, frisando que as economias chinesa e brasileira são altamente complementares e que existem amplas perspectivas para cooperação mutuamente benéfica. Os representantes chineses enfatizaram que a China está pronta para trabalhar com o Brasil na Iniciativa Belt and Road e no Programa de Parceria de Investimento do Brasil, gerar mais investimentos em economia digital e desenvolvimento verde e proteger os interesses dos países em desenvolvimento. A China também convida o país a participar de grandes exposições para continuar a expandir a cooperação prática, e espera que o Brasil continue a proporcionar às empresas chinesas um ambiente de mercado aberto, justo e não discriminatório. E os representantes brasileiros enfatizaram a disposição do país em cooperar com a China em áreas como infraestrutura e aviação, e que a cooperação dos países em relação a vacinas está progredindo bem e convidou empresas chinesas a investirem no país. - Iniciativas de cooperação internacional da CNDR em 2021-2022 A China busca promover acordos de cooperação com países da América do Sul, em Janeiro de 2022 ocorreu o quinto diálogo estratégico entre China e Argentina para cooperação e coordenação econômica. Os dois países contam com um bom histórico de iniciativas de cooperação e concordaram em fortalecer intercâmbios econômicos, promover projetos no âmbito da IBR e expandir a cooperação em infraestrutura, energia, informação e comunicações. China e Síria assinaram um memorando de entendimento sobre a Iniciativa Belt and Road, que ajudará a impulsionar a cooperação bilateral com a China e a cooperação multilateral com outros países. Ocorreu também a primeira reunião do mecanismo de coordenação China e África para a implementação da IBR, além de discussão de cooperação em outras áreas como alimentos, energia e infraestrutura. Em Dezembro de 2021, ocorreu reunião do terceiro Comitê de Cooperação Intergovernamental China-Polônia onde foi discutida a cooperação bilateral no campo da conectividade de transporte, incluindo o Expresso Ferroviário China-Europa, aviação civil e transporte marítimo. Ademais, os governos chinês e cubano assinaram plano de cooperação na promoção da Iniciativa Belt and Road. Esse plano de cooperação se concentra na coordenação de políticas, comércio desimpedido, integração financeira e estabelece cronogramas para a cooperação da IBR. - Políticas e práticas comerciais da China na OMC A China é membro da Organização Mundial do Comércio que é responsável pela regulamentação do comércio internacional. Em 2021, foi realizada a oitava revisão das políticas e práticas comerciais do país. Nelas o país se propôs a explorar perspectivas de cooperação mutuamente benéficas e criar oportunidades para que todos os países compartilhem da alta qualidade do desenvolvimento da economia chinesa. Entre as principais medidas adotadas estão: - Medidas de facilitação do comércio em relação ao registro de importação, documentação e requerimentos de inspeção. - Reduções tarifárias em quase todas as categorias de produtos e tratamento tarifário preferencial as importações de países menos desenvolvidos. - Alterações na legislação em relação a medidas antidumping. Até o fim de 2020, estava aplicando 113 medidas antidumping afetando as importações de 16 países. - Foi adotada uma nova lei de controle de exportação, restringindo a exportação de produtos militares e nucleares. - Não manteve nem adotou subsídios à exportação de produtos agrícolas. - Entre Janeiro de 2018 e Abril de 2021, apresentou 344 barreiras ao comércio. - Implementação de regulamento de segurança alimentar de 2015 e lei de 2009. Durante o período de revisão, 13 preocupações comerciais foram levantadas. - Os empreendimentos comerciais estatais da China têm o direito exclusivo de importar ou exportar os seguintes produtos: trigo, milho, açúcar, tabaco, arroz, algodão, petróleo, carvão refinado e prata. A propriedade estatal se manteve muito importante na economia chinesa. - A China continua a ser um grande importador de produtos agrícolas e continua a fazer uso de cotas tarifárias sobre trigo, milho, arroz, açúcar e lã, que são administrados por licenças de importação. E continua a implementar uma política de preço mínimo de compra de arroz e trigo. Referências https://oec.world/en/profile/bilateral-country/bra/partner/chn https://www.kcl.ac.uk/lci/assets/ksspplcipolicypaper0122-brazil-china-trade.pdf http://english.mofcom.gov.cn/article/newsrelease/significantnews/202111/20211103220286.shtml https://en.ndrc.gov.cn/news/pressreleases/