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COMO FAZER UMA RESENHA CRÍTICA\n\nA resenha (ou resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Por isso, antes de acompor a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando:\n\n1. QUAL O TEMA TRATADO PELO AUTOR?\n\n2. QUAL O PROBLEMA QUE ELE COLOCA?\n\n3. QUAL A POSIÇÃO DEFENDIDA PELO AUTOR COM RELAÇÃO A ESTE PROBLEMA?\n\n4. QUAIS OS ARGUMENTOS CENTRAIS E COMPLEMENTARES UTILIZADOS PELO AUTOR PARA DEFENDER SUA POSIÇÃO?\n\nNo entanto, para se fazer uma RESENHA CRÍTICA ainda falta “A CRÍTICA”, ou seja, a sua ANÁLISE SOBRE O TEXTO. E o que é esta ANÁLISE? A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está sendo analisado. Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:\n\n- INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR, SUAS OUTRAS OBRAS E SUA RELAÇÃO COM OUTROS AUTORES;\n\n- ELEMENTOS PARA CONTRIBUIR PARA UM DEBATE ACERCA DO TEMA EM QUESTÃO;\n\n- CONDIÇÕES DE ESCREVER UM TEXTO COERENTE E COM ORGANICIDADE.\n\nA partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, deve apresentar:\n\nNOS PARÁGRAFOS INICIAIS, UMA INTRODUÇÃO À OBRA RESENHADA, APRESENTANDO:\n\n- O ASSUNTO / TEMA;\n\n- O PROBLEMA ELABORADO PELO AUTOR;\n\n- E A POSIÇÃO DO AUTOR DIANTE DESTE PROBLEMA.\n\nNO DESENVOLVIMENTO, A APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DA OBRA, ENFATIZANDO:\n\n- AS IDEIAS CENTRAIS DO TEXTO;\n\n- OS ARGUMENTOS E IDEIAS SECUNDÁRIAS. POR FIM, UMA CONCLUSÃO APRESENTANDO SUA CRÍTICA PESSOAL, OU SEJA:\n\n- UMA AVALIAÇÃO DAS IDEIAS DO AUTOR FRENTE A OUTROS TEXTOS E AUTORES;\n\n- UMA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO TEXTO, QUANTO À SUA COERÊNCIA, VALIDADE, ORIGINALIDADE, PROFUNDIDADE, ALCANCE, ETC.\n\nSegundo as dicas apresentadas, certamente você fará uma ótima resenha. Então, bons estudos e mãos à obra!!!\n\nOBS: Nunca se esqueça de conferir se sua resenha está de acordo com essas exigências:\n\nExigências de conteúdo\n- Toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a apresentação das principais ideias do autor;\n- Toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto relevante do texto, escolhido pelo resenhista;\n- Toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise empreendida no item acima.\n\nExigências de forma\n- A resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até duas laudas de papel A4 com espaçamento 1,5;\n- A resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por Análise da Palestra do Diplomata Paulo Roberto de Almeida e da Atual Política Externa, por Rafael Mendes Bernardes\n\nPublicado em 10/11/2009 por neicalaborador\n\nNa última sexta-feira (06/11) tivemos o prazer de contar com a presença na Sala da Congregação da Faculdade de Direito da USP, de diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida, que a convite do Prof. Dr. Wagner Menezes proferiu uma palestra intitulada “PENSAMENTO E AÇÃO DA ATUAL DIPLOMACIA BRASILEIRA: QUESTÕES PARA UM DEBATE ACADÊMICO” sobre a política externa brasileira (PEB) dirigida pelo presidente Lula.\n\nPERCEPÇÕES INICIAIS\n\nO evento teve início com o Prof. Titular Paulo Borba Casella cobrindo veementemente o palestrante de elogios, afirmando ser ele, nos dias de hoje, um dos únicos diplomatas críticos existentes no Itamaraty, e com o próprio diplomata dizendo que faria uma \"análise puramente sociológica\" da atual PEB.\n\nDiante das tendências levemente anti-petistas de muitos professores da Nossa Academia e da afirmação de que seria feita uma análise puramente sociológica (quando afirmam isso, fico sempre ciente) de algo que é essencialmente político, confesso que fiquei temeroso pela palestra, pensando que ela poderia vir a se tornar um conflito anti-Lula e anti-Ceiso Amorim. Conforme minhas expectativas, Paulo Roberto de Almeida se mostrou exageradamente crítico quanto à política externa lulista, mas o brilhantismo pessoal do palestrante e a abrangência dos temas tratados na exposição do diplomata tornaram quase que irrelevante certa ausência de imparcialidade, me levando a refletir sobre diversos assuntos. Em pouco menos de uma hora e meia de exposição, passamos por todos os temas de maior relevância da atual PEB (desde logo afirmo que não consegui abordar nesse artigo), e isso me surpreendeu positivamente, pois hoje em dia é raro o dono da concisão e clareza (imagine que nos meios diplomáticos seja mais raro ainda). Não obstante ter sido uma passagem um tanto quanto superficial - estilo bullet points - sobre esses assuntos (talvez devido ao escasso tempo), o evento foi bastante interessante, permitindo aos espectadores que tivessem uma noção ampla do que foi a PEB guiada pelo grande mineiro tupinquin, Luís Inácio “Lula” da Silva.\n\nELABORAÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA\n\nNo início da palestra, Paulo Roberto de Almeida expôs quais são os fatores que concorrem para a elaboração da atual política externa e qual a ordem de importância de cada fator.\n\nO diplomata afirma que o vetor número 1 que concorre para a elaboração do PEB são as posições históricas do Partido dos Trabalhadores, sendo, portanto, um vetor fortemente ideologizado. Em seguida, afirmou o diplomata que outro vetor que possui bastante influência são as preferências políticas pessoais dos dirigentes da Chalana, dizendo, neste momento, o ex-Secretário-Geral do Itamaraty e atual Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, afirmando ser ele um “ideólogo”. Por último, na visão do diplomata, possuindo um papel mínimo nos rumos da política externa, estariam as fontes e tradições diplomáticas do corpo profissional formado no Itamaraty.\n\nNeste âmbito não mérito da hierarquia estabelecida pelo diplomata, principalmente no toque a afirmação de que o Itamaraty foi colocado em último plano, com um “menor um aspecto inovador, que é a diminuição do papel histórico do Itamaraty na condução dos negócios do Estado brasileiro no exterior, o que, não é, em essência, medida do Brasil, a despeito do que muitos analistas afirmam - análise mais elaborada sobre esse assunto, ver item A abaixo “INFLUÊNCIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS SOBRE O ITAMARATY”.\n\nCRÍTICAS À ATUAL PEB\n\nA exposição expôs uma visão crítica quanto a praticamente todos os aspectos da política externa lulista e devido a isso, concentrerei parte considerável do presente artigo nessas críticas e ao que, nas palavras do Prof. Titular Paulo Borba Casella, significa ser uma coragem rara a um diplomata ter uma visão crítica e “não se calar”.\n\nA) INFLUÊNCIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS SOBRE O ITAMARATY\n\nEm diversos momentos da palestra senti um leve preconceito e ironia por parte do diplomata quanto a movimentos sociais (MST, Fórum Social Mundial, entre outros), fazendo críticas um pouco exageradas à PEB, como quando ficou ironicante e entender que o Itamaraty, na gestão do Chanceler Celso Amorim e do Secretário-Geral Samuel Pinheiro Guimarães, é menos aberto à Via Campesina do que ao empresariado nacional.\n\nPara ilustrar uma possível mudança de foco do Itamaraty, foi citado que, na época do Chanceler Luís Felipe Lampréia (governo FHC), ocorreram almoços mensais de alto nível entre o empresariado nacional e funcionários do Itamaraty, o que possivelmente não mais ocorreria, sendo muito mais frequente a interlocução do Itamaraty com MST, Fórum Social Mundial, Via Campesina, entre outros.\n\nAcredito que sejam extremamente importantes críticas ao governo (principalmente ao governo de Lula, o qual se caracterizara por ser altamente personalista) sobre política externa, pois arrem a proporcionam um debate sobre questões que normalmente não ganham grande relevo, conforme o “ditado popular” nos meios políticos de que foreign affairs não dá votos no Brasil.\n\nEntretanto, quanto à crítica sobre influência de movimentos sociais no Itamaraty, tenho discordado do diplomata, já que uma das faces não tão admiráveis do Itamaraty é o seu caráter fechado e às vezes arrogante da política externa brasileira. Não concordo com a visão de que a existência de “interlocutores informais” informando o Itamaraty (denominada dada pelo próprio Paulo Roberto de Almeida); como “empresários, líderes de opinião pública, representantes de ONGs”; seja essencialmente ruim no que diz respeito aos rumos da política externa nacional. Nos últimos convênios não temos tido tanto sucesso e benefício relacionado à sociedade civil (através de ONGs, movimentos sociais e outros sujeitos civis) no que tange a assuntos nacionais importantes (temos no meio ambiente e no Greenpeace um exemplo paradigmático dessa atuação). Entretanto, a política externa está atrasada nesses quesito, a interação permitida pelo Itamaraty sempre foi pequena, se limitando à interação com os empresários nacionais.\n\nSem dúvida alguma, é extremamente importante e natural; diria até imprescindível; que os “capitalistas nacionais” interajam com os diplomatas, de modo a promover os interesses econômicos tanto dos empresários quanto da própria nação. Entretanto, seria bastante útil se outros sujeitos da sociedade civil também tivessem certo poder de influência sobre a direção de nossa política externa, de modo a democratizá-la.\n\nIsso, lido por um diplomata, pode ser interpretado como ingenuidade e romantismo inconsciente, dado a complexidade das questões nas quais o Itamaraty se vê envolvido claramente, mesmo assim, acredito que um envolvimento ou um interesse maior da sociedade civil nesses assuntos seriam benéficos ao próprio Itamaraty, já que alimentaria RETÓRICA DE MUDANÇA, ou seja, provocar uma mudança real que é o “terceiro-mundismo instintivo”, que seria uma “união dos povos oprimidos”; um “soberanismo retórico”; “limitação da cooperação bilateral”. Discordo também do diplomata quando ele afirma que existe um forte anti-americanismo na atual diplomacia brasileira. A crítica que normalmente se faz é que o Brasil não concentrou os devidos esforços em conversações comerciais com a maior economia do mundo, preferindo os EUA a outras economias menores como a Europa e a China. De fato, o comércio internacional brasileiro que sempre teve como grande parceiro o EUA, começou a ver suas parceiras diminuir, mas isso não significa prejuízo para o Brasil, pois estamos atualmente o México e PhD nesse questão) que ter apenas um grande parceiro comercial torna a economia de um país extremamente vulnerável.\n\nC) AGENDA AMBIENTAL\n\nOutro ponto interessante abordado na palestra foi sobre a questão da agenda ambiental, sendo essa, inclusive, um dos aspectos do Itamaraty mais criticados nos últimos dias.\n\nQuem vem acompanhando a questão da COP-15 sabe que o pessoal do Itamaraty sobre pela parece quando alguém diz algo que não condiz com metas -\" e digo isso sendo apenas uma reflexão, acredito que nenhum no governo é imprudente o bastante para falar essa palavra para alguém diplomata, tendo uma reação histórica.\n\nTal comportamento poderia ser explicado como uma forma de jogo diplomático, ou seja, alguns assim, os diplomatas brasileiros conseguiram bagnar mais, garantindo um acordo melhor para o Brasil. O problema é que negociações sobre o clima não são internamente adequadas, não e me parece que o pessoal de Brasília não conseguiu entender a questão. O que está sendo discutido é o futuro do planeta, e um futuro não tão distante assim.\n\nSobre isso, Paulo Roberto de Almeida afirma que essa posição do Brasil, por meio da tese das \"responsabilidades comuns, mas diferenciadas\" beneficiaria basicamente países como a China e a Índia. Faz todo sentido tal afirmação, já que a maior parte das emissões de gás carbono do Brasil poderia ser evitada de uma forma extremamente mais fácil do que a maioria dos países do globo: redução do desmatamento. Ou seja, a despeito de uma maior facilidade do Brasil assumir metas quanto à redução de gás carbono, até o momento o Itamaraty tem recusado tal compromisso. Esperamos que nas reuniões governamentais marcadas para essa semana em Brasília, o Itamaraty e o Presidente Lula consigam ser convencidos da importância da COP-15 e assumir responsabilidades antecipadas como forma de impulsionar essa convenção que ao que tudo indica até o momento, está fadada ao fracasso.\n\nOUTROS ASPECTOS DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA\n\nAcho que me empreguei um pouco e escrevi muito, opinei demais, deixando de lado o objetivo do artigo que é relatar a presença do diplomata Paulo Roberto de Almeida na nossa Faculdade de Direito ao Largo de São Francisco, portanto, nessa parte final do artigo vou tentar abordar as outras questões que nos foi exposto, evitando fazer comentários e análises sobre tais aspectos.\n\nO professor e diplomata nos listou os principais objetivos perseguidos pela atual política externa: a) Reforço e expansão do Mercosul, ressaltando ele que o Brasil não aferiu resultados expressivos nessa empreitada; b) Busca de um assentamento permanente no Conselho de Segurança; c) Busca de acordos comerciais de modo a auxiliar nos crescimento econômico nacional; d) Estímulo à integração regional; e) Aprimoramento da diplomacia Sul-Sul; f) Protagonismo Mundial; g) Reforço das instituições econômicas internacionais; h) Rodada Doha. Sobre um ativismo Sul-Sul e a liderança regional do Brasil, o diplomata citou as Cúpulas corriqueiras com países da África e da Ásia, a multiplicação das viagens e visitas presidenciais, votações nos organismos multilaterais nas quais o Brasil buscou certa concentração com outros países do Sul pobre e também a diplomacia da generosidade regional (como exemplo, a recomendação de Lula para importarmos malhas da América do Sul, a despeito de não isso significar pagarmos pelos mesmos produtos).\n\nE por fim, Paulo Roberto de Almeida alertou sobre alguns problemas do Brasil na área da política internacional, como a insuficiência de estudos especializados nessa área, a ausência de Think-Tanks, a baixa capacidade crítica da Academia e o desespero dos jornalistas em questões internacionais.\n\nCONCLUSÃO\n\nO diplomata de carreira Paulo Roberto de Almeida realizou uma excelente palestra, extremamente abrangente e com uma visão crítica impelada. Como o próprio nome da palestra deixa clara, \"Questões para um Debate Acadêmico\", não era de se esperar que os espectadores concordassem com tudo que ele disse, e sim que, a partir da exposição, se grassem discussões e reflexões a cerca da atual política externa brasileira. Aos que lerem até o final, muito obrigado pelo esforço.
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COMO FAZER UMA RESENHA CRÍTICA\n\nA resenha (ou resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Por isso, antes de acompor a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando:\n\n1. QUAL O TEMA TRATADO PELO AUTOR?\n\n2. QUAL O PROBLEMA QUE ELE COLOCA?\n\n3. QUAL A POSIÇÃO DEFENDIDA PELO AUTOR COM RELAÇÃO A ESTE PROBLEMA?\n\n4. QUAIS OS ARGUMENTOS CENTRAIS E COMPLEMENTARES UTILIZADOS PELO AUTOR PARA DEFENDER SUA POSIÇÃO?\n\nNo entanto, para se fazer uma RESENHA CRÍTICA ainda falta “A CRÍTICA”, ou seja, a sua ANÁLISE SOBRE O TEXTO. E o que é esta ANÁLISE? A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está sendo analisado. Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:\n\n- INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR, SUAS OUTRAS OBRAS E SUA RELAÇÃO COM OUTROS AUTORES;\n\n- ELEMENTOS PARA CONTRIBUIR PARA UM DEBATE ACERCA DO TEMA EM QUESTÃO;\n\n- CONDIÇÕES DE ESCREVER UM TEXTO COERENTE E COM ORGANICIDADE.\n\nA partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, deve apresentar:\n\nNOS PARÁGRAFOS INICIAIS, UMA INTRODUÇÃO À OBRA RESENHADA, APRESENTANDO:\n\n- O ASSUNTO / TEMA;\n\n- O PROBLEMA ELABORADO PELO AUTOR;\n\n- E A POSIÇÃO DO AUTOR DIANTE DESTE PROBLEMA.\n\nNO DESENVOLVIMENTO, A APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DA OBRA, ENFATIZANDO:\n\n- AS IDEIAS CENTRAIS DO TEXTO;\n\n- OS ARGUMENTOS E IDEIAS SECUNDÁRIAS. POR FIM, UMA CONCLUSÃO APRESENTANDO SUA CRÍTICA PESSOAL, OU SEJA:\n\n- UMA AVALIAÇÃO DAS IDEIAS DO AUTOR FRENTE A OUTROS TEXTOS E AUTORES;\n\n- UMA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO TEXTO, QUANTO À SUA COERÊNCIA, VALIDADE, ORIGINALIDADE, PROFUNDIDADE, ALCANCE, ETC.\n\nSegundo as dicas apresentadas, certamente você fará uma ótima resenha. Então, bons estudos e mãos à obra!!!\n\nOBS: Nunca se esqueça de conferir se sua resenha está de acordo com essas exigências:\n\nExigências de conteúdo\n- Toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a apresentação das principais ideias do autor;\n- Toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto relevante do texto, escolhido pelo resenhista;\n- Toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise empreendida no item acima.\n\nExigências de forma\n- A resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até duas laudas de papel A4 com espaçamento 1,5;\n- A resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por Análise da Palestra do Diplomata Paulo Roberto de Almeida e da Atual Política Externa, por Rafael Mendes Bernardes\n\nPublicado em 10/11/2009 por neicalaborador\n\nNa última sexta-feira (06/11) tivemos o prazer de contar com a presença na Sala da Congregação da Faculdade de Direito da USP, de diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida, que a convite do Prof. Dr. Wagner Menezes proferiu uma palestra intitulada “PENSAMENTO E AÇÃO DA ATUAL DIPLOMACIA BRASILEIRA: QUESTÕES PARA UM DEBATE ACADÊMICO” sobre a política externa brasileira (PEB) dirigida pelo presidente Lula.\n\nPERCEPÇÕES INICIAIS\n\nO evento teve início com o Prof. Titular Paulo Borba Casella cobrindo veementemente o palestrante de elogios, afirmando ser ele, nos dias de hoje, um dos únicos diplomatas críticos existentes no Itamaraty, e com o próprio diplomata dizendo que faria uma \"análise puramente sociológica\" da atual PEB.\n\nDiante das tendências levemente anti-petistas de muitos professores da Nossa Academia e da afirmação de que seria feita uma análise puramente sociológica (quando afirmam isso, fico sempre ciente) de algo que é essencialmente político, confesso que fiquei temeroso pela palestra, pensando que ela poderia vir a se tornar um conflito anti-Lula e anti-Ceiso Amorim. Conforme minhas expectativas, Paulo Roberto de Almeida se mostrou exageradamente crítico quanto à política externa lulista, mas o brilhantismo pessoal do palestrante e a abrangência dos temas tratados na exposição do diplomata tornaram quase que irrelevante certa ausência de imparcialidade, me levando a refletir sobre diversos assuntos. Em pouco menos de uma hora e meia de exposição, passamos por todos os temas de maior relevância da atual PEB (desde logo afirmo que não consegui abordar nesse artigo), e isso me surpreendeu positivamente, pois hoje em dia é raro o dono da concisão e clareza (imagine que nos meios diplomáticos seja mais raro ainda). Não obstante ter sido uma passagem um tanto quanto superficial - estilo bullet points - sobre esses assuntos (talvez devido ao escasso tempo), o evento foi bastante interessante, permitindo aos espectadores que tivessem uma noção ampla do que foi a PEB guiada pelo grande mineiro tupinquin, Luís Inácio “Lula” da Silva.\n\nELABORAÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA\n\nNo início da palestra, Paulo Roberto de Almeida expôs quais são os fatores que concorrem para a elaboração da atual política externa e qual a ordem de importância de cada fator.\n\nO diplomata afirma que o vetor número 1 que concorre para a elaboração do PEB são as posições históricas do Partido dos Trabalhadores, sendo, portanto, um vetor fortemente ideologizado. Em seguida, afirmou o diplomata que outro vetor que possui bastante influência são as preferências políticas pessoais dos dirigentes da Chalana, dizendo, neste momento, o ex-Secretário-Geral do Itamaraty e atual Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, afirmando ser ele um “ideólogo”. Por último, na visão do diplomata, possuindo um papel mínimo nos rumos da política externa, estariam as fontes e tradições diplomáticas do corpo profissional formado no Itamaraty.\n\nNeste âmbito não mérito da hierarquia estabelecida pelo diplomata, principalmente no toque a afirmação de que o Itamaraty foi colocado em último plano, com um “menor um aspecto inovador, que é a diminuição do papel histórico do Itamaraty na condução dos negócios do Estado brasileiro no exterior, o que, não é, em essência, medida do Brasil, a despeito do que muitos analistas afirmam - análise mais elaborada sobre esse assunto, ver item A abaixo “INFLUÊNCIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS SOBRE O ITAMARATY”.\n\nCRÍTICAS À ATUAL PEB\n\nA exposição expôs uma visão crítica quanto a praticamente todos os aspectos da política externa lulista e devido a isso, concentrerei parte considerável do presente artigo nessas críticas e ao que, nas palavras do Prof. Titular Paulo Borba Casella, significa ser uma coragem rara a um diplomata ter uma visão crítica e “não se calar”.\n\nA) INFLUÊNCIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS SOBRE O ITAMARATY\n\nEm diversos momentos da palestra senti um leve preconceito e ironia por parte do diplomata quanto a movimentos sociais (MST, Fórum Social Mundial, entre outros), fazendo críticas um pouco exageradas à PEB, como quando ficou ironicante e entender que o Itamaraty, na gestão do Chanceler Celso Amorim e do Secretário-Geral Samuel Pinheiro Guimarães, é menos aberto à Via Campesina do que ao empresariado nacional.\n\nPara ilustrar uma possível mudança de foco do Itamaraty, foi citado que, na época do Chanceler Luís Felipe Lampréia (governo FHC), ocorreram almoços mensais de alto nível entre o empresariado nacional e funcionários do Itamaraty, o que possivelmente não mais ocorreria, sendo muito mais frequente a interlocução do Itamaraty com MST, Fórum Social Mundial, Via Campesina, entre outros.\n\nAcredito que sejam extremamente importantes críticas ao governo (principalmente ao governo de Lula, o qual se caracterizara por ser altamente personalista) sobre política externa, pois arrem a proporcionam um debate sobre questões que normalmente não ganham grande relevo, conforme o “ditado popular” nos meios políticos de que foreign affairs não dá votos no Brasil.\n\nEntretanto, quanto à crítica sobre influência de movimentos sociais no Itamaraty, tenho discordado do diplomata, já que uma das faces não tão admiráveis do Itamaraty é o seu caráter fechado e às vezes arrogante da política externa brasileira. Não concordo com a visão de que a existência de “interlocutores informais” informando o Itamaraty (denominada dada pelo próprio Paulo Roberto de Almeida); como “empresários, líderes de opinião pública, representantes de ONGs”; seja essencialmente ruim no que diz respeito aos rumos da política externa nacional. Nos últimos convênios não temos tido tanto sucesso e benefício relacionado à sociedade civil (através de ONGs, movimentos sociais e outros sujeitos civis) no que tange a assuntos nacionais importantes (temos no meio ambiente e no Greenpeace um exemplo paradigmático dessa atuação). Entretanto, a política externa está atrasada nesses quesito, a interação permitida pelo Itamaraty sempre foi pequena, se limitando à interação com os empresários nacionais.\n\nSem dúvida alguma, é extremamente importante e natural; diria até imprescindível; que os “capitalistas nacionais” interajam com os diplomatas, de modo a promover os interesses econômicos tanto dos empresários quanto da própria nação. Entretanto, seria bastante útil se outros sujeitos da sociedade civil também tivessem certo poder de influência sobre a direção de nossa política externa, de modo a democratizá-la.\n\nIsso, lido por um diplomata, pode ser interpretado como ingenuidade e romantismo inconsciente, dado a complexidade das questões nas quais o Itamaraty se vê envolvido claramente, mesmo assim, acredito que um envolvimento ou um interesse maior da sociedade civil nesses assuntos seriam benéficos ao próprio Itamaraty, já que alimentaria RETÓRICA DE MUDANÇA, ou seja, provocar uma mudança real que é o “terceiro-mundismo instintivo”, que seria uma “união dos povos oprimidos”; um “soberanismo retórico”; “limitação da cooperação bilateral”. Discordo também do diplomata quando ele afirma que existe um forte anti-americanismo na atual diplomacia brasileira. A crítica que normalmente se faz é que o Brasil não concentrou os devidos esforços em conversações comerciais com a maior economia do mundo, preferindo os EUA a outras economias menores como a Europa e a China. De fato, o comércio internacional brasileiro que sempre teve como grande parceiro o EUA, começou a ver suas parceiras diminuir, mas isso não significa prejuízo para o Brasil, pois estamos atualmente o México e PhD nesse questão) que ter apenas um grande parceiro comercial torna a economia de um país extremamente vulnerável.\n\nC) AGENDA AMBIENTAL\n\nOutro ponto interessante abordado na palestra foi sobre a questão da agenda ambiental, sendo essa, inclusive, um dos aspectos do Itamaraty mais criticados nos últimos dias.\n\nQuem vem acompanhando a questão da COP-15 sabe que o pessoal do Itamaraty sobre pela parece quando alguém diz algo que não condiz com metas -\" e digo isso sendo apenas uma reflexão, acredito que nenhum no governo é imprudente o bastante para falar essa palavra para alguém diplomata, tendo uma reação histórica.\n\nTal comportamento poderia ser explicado como uma forma de jogo diplomático, ou seja, alguns assim, os diplomatas brasileiros conseguiram bagnar mais, garantindo um acordo melhor para o Brasil. O problema é que negociações sobre o clima não são internamente adequadas, não e me parece que o pessoal de Brasília não conseguiu entender a questão. O que está sendo discutido é o futuro do planeta, e um futuro não tão distante assim.\n\nSobre isso, Paulo Roberto de Almeida afirma que essa posição do Brasil, por meio da tese das \"responsabilidades comuns, mas diferenciadas\" beneficiaria basicamente países como a China e a Índia. Faz todo sentido tal afirmação, já que a maior parte das emissões de gás carbono do Brasil poderia ser evitada de uma forma extremamente mais fácil do que a maioria dos países do globo: redução do desmatamento. Ou seja, a despeito de uma maior facilidade do Brasil assumir metas quanto à redução de gás carbono, até o momento o Itamaraty tem recusado tal compromisso. Esperamos que nas reuniões governamentais marcadas para essa semana em Brasília, o Itamaraty e o Presidente Lula consigam ser convencidos da importância da COP-15 e assumir responsabilidades antecipadas como forma de impulsionar essa convenção que ao que tudo indica até o momento, está fadada ao fracasso.\n\nOUTROS ASPECTOS DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA\n\nAcho que me empreguei um pouco e escrevi muito, opinei demais, deixando de lado o objetivo do artigo que é relatar a presença do diplomata Paulo Roberto de Almeida na nossa Faculdade de Direito ao Largo de São Francisco, portanto, nessa parte final do artigo vou tentar abordar as outras questões que nos foi exposto, evitando fazer comentários e análises sobre tais aspectos.\n\nO professor e diplomata nos listou os principais objetivos perseguidos pela atual política externa: a) Reforço e expansão do Mercosul, ressaltando ele que o Brasil não aferiu resultados expressivos nessa empreitada; b) Busca de um assentamento permanente no Conselho de Segurança; c) Busca de acordos comerciais de modo a auxiliar nos crescimento econômico nacional; d) Estímulo à integração regional; e) Aprimoramento da diplomacia Sul-Sul; f) Protagonismo Mundial; g) Reforço das instituições econômicas internacionais; h) Rodada Doha. Sobre um ativismo Sul-Sul e a liderança regional do Brasil, o diplomata citou as Cúpulas corriqueiras com países da África e da Ásia, a multiplicação das viagens e visitas presidenciais, votações nos organismos multilaterais nas quais o Brasil buscou certa concentração com outros países do Sul pobre e também a diplomacia da generosidade regional (como exemplo, a recomendação de Lula para importarmos malhas da América do Sul, a despeito de não isso significar pagarmos pelos mesmos produtos).\n\nE por fim, Paulo Roberto de Almeida alertou sobre alguns problemas do Brasil na área da política internacional, como a insuficiência de estudos especializados nessa área, a ausência de Think-Tanks, a baixa capacidade crítica da Academia e o desespero dos jornalistas em questões internacionais.\n\nCONCLUSÃO\n\nO diplomata de carreira Paulo Roberto de Almeida realizou uma excelente palestra, extremamente abrangente e com uma visão crítica impelada. Como o próprio nome da palestra deixa clara, \"Questões para um Debate Acadêmico\", não era de se esperar que os espectadores concordassem com tudo que ele disse, e sim que, a partir da exposição, se grassem discussões e reflexões a cerca da atual política externa brasileira. Aos que lerem até o final, muito obrigado pelo esforço.