Psicologia Social e Questoes Etnico-Raciais no Brasil - Reflexoes e Aplicacoes

Seu nome Seu curso Fez a atividade relativa ao filme sim ou não Apresentou algum texto da disciplina sim ou não Qual Ficou responsável por qual parte do texto Quero participar da devolutiva junto com a turma se sim demarque Caso não queira não precisa dizer que não quer Critérios de avaliação O principal critério de avaliação é o de que o aluno seja capaz de articular com as suas próprias palavras e vivência o que está sendo proposto O aluno deverá ser capaz vincular seu percurso biográfico sua vida e seu percurso de formação seu curso com o tema escolhido O aluno deverá ser capaz de estruturar o seu argumento demonstrando como pretende debater o tema proposto por ele expondo também o material de referência seja livros filmes artigos etc O aluno deverá demonstrar a importância social e pública de seu tema 1 INTRODUÇÃO Apesar da prática da psicologia estar comumente atrelada a clínica sua aplicabilidade vai além estando presente em diversos setores da sociedade como na escola em hospitais e em comunidades Nessa situação a psicologia social é a corrente da psicologia que estuda cientificamente as manifestações comportamentais de caráter situacional a partir das interações interpessoais considerando o contexto social histórico e econômico que o indivíduo está inserido ASSMAR et al 2022 Nesse viés partindo das bases sócio históricas do Brasil o debate sobre as questões étnicasraciais é extenso Entretanto indo na contramão da vinculação reduzida da psicologia a uma prática clínica pensar sobre as questões étnicas raciais dentro da psicologia se faz imperativo considerando que esses sujeitos têm suas existências e construção da sua subjetividade atravessada pela sua construção étnica Fundamentado nessas concepções a escolha do tema está vinculado à preocupação de uma formação profissional capaz de compreender o seu objeto de estudo o homem dentro do seu contexto sóciocultural pensando em possibilidades de intervenção que reconheçam e ratifiquem a construção total do paciente 2 A OBRA O PACTO DA BRANQUITUDE 21 A OBRA A obra escolhida para compor a interlocução foi o Pacto da Branquitude se trata de uma obra feita a partir da pesquisa realizada pela autora Maria Aparecida Bento para sua tese dentre da área da psicologia escolar e da área do desenvolvimento humano com o título Pactos narcísicos no racismo branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público realizado em 2002 Mesmo com 20 anos de distância no contexto sóciohistórico entre sua tese e a obra é possível perceber a continuidade da relevância do assunto debatido O manuscrito apesar de relativamente curto com apenas 140 páginas dividas em 10 capítulos curtos e uma introdução conta com um enorme densidade resgatando momentos históricos passados em paralelo com o contexto contemporâneo brasileiro por meio de elementos do cotidiano que se relaciona com aspectos fundamentais da teoria etnicaracial 22 A AUTORA Maria Aparecida da Silva Bento natural de bairro da Zona Norte de São Paulo cursou o magistério e se formou em psicologia trabalhou como professora tendo o trabalho com equidade racial na educação básica como seu principal foco de estudo bem como se dedicou à área dos recursos humanos Na psicologia sua área de atuação foi na psicologia escolar e no desenvolvimento humano Ao lado de Ivair Augusto dos Santos e Hédio Silva Júnior fundou em 1990 o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades Em 2002 defendeu seu doutorado por meio da tese Pactos narcísicos no racismo branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público Somado a isso também foi docente visitante da Universidade do Texas em Austin nos Estados Unidos e em 2015 E tem como sua primeira obra pela Companhia das Letras o livro escolhido O pacto da branquitude fazendo a partir dessa obra um paralelo com sua vida pessoal 23 CONTEÚDOS DA OBRA Nesse viés Bento traz em sua obra como as consequencias do processo de estigmatização de individuos negros em determinados contexto sociais entre eles nos cargos de pretigios em presa onde ela percebe uma infima presença desse corpo social Para corroborar com sua tese é apresentado uma pesquisa sobre negras e negros no Poder Judiciário realizada pelo Conselho Nacional de Justiça CN de 2021 que mostra que 859 daos magistradas os do Poder Judiciário são brancasos enquanto negrasos são 128 12 amarelasos e 01 indígenas Nesse viés os primeiros capítulos do exemplar tem como o objetivo problematizar e explicar a questão étnicaracial considerando a experiência trabalhista em organizações governamentais sindicatos federação de empregadores da autora Por meio desses capítulos ela inicia a discurssão pontuando que É evidente que os brancos não promovem reuniões secretas às cinco da manhã para definir como vão manter seus privilégios e excluir os negros p 18 reforçando a existencia de pactos tácitos nem sempre visíveis que perpetuam os privilégios de pessoas brancas e excluem todas os aquelases que não fazem parte deste grupo étnicoracialsocial Somado a isso Bento também pontua o papel da meritocracia como instrumento de explicação para o sucesso de certos sujeitos e o fracasso de outros retirando a responsabilidade das estruturas sociais que proporcionam a perpetuação do racismo estrutural e dandoas a sujeito sendo esse o único responsável pelo seu fracasso Bem como para corroborar com todos os pontos trazidos por ela ela faz um apanhado histórico da formação do Brasil que deram base para o racismo estrutural presente até hoje na sociedade bem como iria continuar outros fatores social que corroboram para essa perpetuação como os europeus são vistos como o centro e a representação social da civilização a perspectiva capitalista a partir do espectro racial e as ideológicas validam esse contexto social Vale ainda pontuar que os capítulos 6 7 e 8 trazem respectivamente o racismo estrutural por meio da pesquisa do doutorado da escritora sendo essa realizada no interior de organizações com foco nas lideranças intermediárias e profissionais de recursos humano já no capítulo 7 ela traz para a discussão a questão do gênero com o caso das mulheres expondo e fazendo uma análise crítica sobre o perfil da mulher negra no Brasil onde 68 são domésticas oriundas de famílias de baixa renda e com baixa escolaridade segundo dados do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada Ipea recuperando uma análise histórica desse corpo social Do mesmo modo que o capítulo 8 a história do Ceert é comentada por Cida Bento que foi uma das fundadoras da instituição na década de 1990 na cidade de São Paulo Esse capítulo tem como foco a reflexão sobre a importância de ter pessoas negras em papéis de chefia Sob essa ótica a missa do Ceert é a defesa de direitos da população negra a produção de conhecimentos o desenvolvimento e a execução de projetos voltados à promoção da igualdade de raça e gênero p 95 tendo como foco de ações as relações raciais no trabalho educação justiça racial e juventudes negras p 95 E por fim a partir do capítulo nove a Maria Aparecida Bento começa é iniciar a conclusão da obra refletindo de forma crítica sobre o conceito de diversidade e seus eventuais problemas uma vez que a diversidade está presente de forma estrutural no Brasil por isso esse contexto rege uma ênfase do debate acerca desse fato nas escolas no processo de formação cidadã pautado na equidade conceito esse que a escritora afirma ser pensada paulatinamente Seja em programas sociais na educação ou no mercado de trabalho Já no último capítulo a autora enfatiza o contexto contemporâneo brasileiro afim de que a história da supremacia branca não se repita além de traçar novos elementos sobre a sua abordagem dospactos narcísicos da branquitude 3 INTERLOCUÇÃO ENTRE A ÁREA DE SAÚDE E A OBRA Considerando que toda ciência que tem como objeto o homem sendo esse um ser histórico construído e influenciado pelas dimensões físicas cognitivas e psicossociais o fazer dentro da área de saúde é um ação social Vale ainda pontuar que a provocação que deu origem a composição da obra escolhida O pacto da branquitude de acordo com a autora veio a partir da conversa com o seu filho onde seu colega ve um menino negro limpando o parabrisa de um carro e logo a partir desse contexto conclui que o menino é descendente de escravos e começa a se questionar se também era Logo é possível perceber como essa construção histórica influencia na formação identitária nas relações interpessoais e consequentemente nas relações dentro da área de saúde Por isso uma formação profissional que cumpri seu compromisso social perpassa a construção de saberes acerca das questões étnicas raciais ratificando a justificativa de escolha do livro para a produção deste trabalho REFERÊNCIAS ASSMAR E RODRIGUES A JABLONSKIB Psicologia Social 33 ed Petrópolis Vozes 2022 BENTO M O pacto da branquitude São Paulo Companhia das letras 2022 1 INTRODUÇÃO Apesar da prática da psicologia estar comumente atrelada a clínica sua aplicabilidade vai além estando presente em diversos setores da sociedade como na escola em hospitais e em comunidades Nessa situação a psicologia social é a corrente da psicologia que estuda cientificamente as manifestações comportamentais de caráter situacional a partir das interações interpessoais considerando o contexto social histórico e econômico que o indivíduo está inserido ASSMAR et al 2022 Nesse viés partindo das bases sócio históricas do Brasil o debate sobre as questões étnicasraciais é extenso Entretanto indo na contramão da vinculação reduzida da psicologia a uma prática clínica pensar sobre as questões étnicasraciais dentro da psicologia se faz imperativo considerando que esses sujeitos têm suas existências e construção da sua subjetividade atravessada pela sua construção étnica Fundamentado nessas concepções a escolha do tema está vinculado à preocupação de uma formação profissional capaz de compreender o seu objeto de estudo o homem dentro do seu contexto sóciocultural pensando em possibilidades de intervenção que reconheçam e ratifiquem a construção total do paciente 2 A OBRA O PACTO DA BRANQUITUDE 21 A OBRA A obra escolhida para compor a interlocução foi o Pacto da Branquitude se trata de uma obra feita a partir da pesquisa realizada pela autora Maria Aparecida Bento para sua tese dentre da área da psicologia escolar e da área do desenvolvimento humano com o título Pactos narcísicos no racismo branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público realizado em 2002 Mesmo com 20 anos de distância no contexto sóciohistórico entre sua tese e a obra é possível perceber a continuidade da relevância do assunto debatido O manuscrito apesar de relativamente curto com apenas 140 páginas dividas em 10 capítulos curtos e uma introdução conta com um enorme densidade resgatando momentos históricos passados em paralelo com o contexto contemporâneo brasileiro por meio de elementos do cotidiano que se relaciona com aspectos fundamentais da teoria etnicaracial 22 A AUTORA Maria Aparecida da Silva Bento natural de bairro da Zona Norte de São Paulo cursou o magistério e se formou em psicologia trabalhou como professora tendo o trabalho com equidade racial na educação básica como seu principal foco de estudo bem como se dedicou à área dos recursos humanos Na psicologia sua área de atuação foi na psicologia escolar e no desenvolvimento humano Ao lado de Ivair Augusto dos Santos e Hédio Silva Júnior fundou em 1990 o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades Em 2002 defendeu seu doutorado por meio da tese Pactos narcísicos no racismo branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público Somado a isso também foi docente visitante da Universidade do Texas em Austin nos Estados Unidos e em 2015 E tem como sua primeira obra pela Companhia das Letras o livro escolhido O pacto da branquitude fazendo a partir dessa obra um paralelo com sua vida pessoal 23 CONTEÚDOS DA OBRA Nesse viés Bento traz em sua obra como as consequencias do processo de estigmatização de individuos negros em determinados contexto sociais entre eles nos cargos de pretigios em presa onde ela percebe uma infima presença desse corpo social Para corroborar com sua tese é apresentado uma pesquisa sobre negras e negros no Poder Judiciário realizada pelo Conselho Nacional de Justiça CN de 2021 que mostra que 859 daos magistradas os do Poder Judiciário são brancasos enquanto negrasos são 128 12 amarelasos e 01 indígenas Nesse viés os primeiros capítulos do exemplar tem como o objetivo problematizar e explicar a questão étnicaracial considerando a experiência trabalhista em organizações governamentais sindicatos federação de empregadores da autora Por meio desses capítulos ela inicia a discurssão pontuando que É evidente que os brancos não promovem reuniões secretas às cinco da manhã para definir como vão manter seus privilégios e excluir os negros p 18 reforçando a existencia de pactos tácitos nem sempre visíveis que perpetuam os privilégios de pessoas brancas e excluem todas os aquelases que não fazem parte deste grupo étnicoracialsocial Somado a isso Bento também pontua o papel da meritocracia como instrumento de explicação para o sucesso de certos sujeitos e o fracasso de outros retirando a responsabilidade das estruturas sociais que proporcionam a perpetuação do racismo estrutural e dandoas a sujeito sendo esse o único responsável pelo seu fracasso Bem como para corroborar com todos os pontos trazidos por ela ela faz um apanhado histórico da formação do Brasil que deram base para o racismo estrutural presente até hoje na sociedade bem como iria continuar outros fatores social que corroboram para essa perpetuação como os europeus são vistos como o centro e a representação social da civilização a perspectiva capitalista a partir do espectro racial e as ideológicas validam esse contexto social Vale ainda pontuar que os capítulos 6 7 e 8 trazem respectivamente o racismo estrutural por meio da pesquisa do doutorado da escritora sendo essa realizada no interior de organizações com foco nas lideranças intermediárias e profissionais de recursos humano já no capítulo 7 ela traz para a discussão a questão do gênero com o caso das mulheres expondo e fazendo uma análise crítica sobre o perfil da mulher negra no Brasil onde 68 são domésticas oriundas de famílias de baixa renda e com baixa escolaridade segundo dados do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada Ipea recuperando uma análise histórica desse corpo social Do mesmo modo que o capítulo 8 a história do Ceert é comentada por Cida Bento que foi uma das fundadoras da instituição na década de 1990 na cidade de São Paulo Esse capítulo tem como foco a reflexão sobre a importância de ter pessoas negras em papéis de chefia Sob essa ótica a missa do Ceert é a defesa de direitos da população negra a produção de conhecimentos o desenvolvimento e a execução de projetos voltados à promoção da igualdade de raça e gênero p 95 tendo como foco de ações as relações raciais no trabalho educação justiça racial e juventudes negras p 95 E por fim a partir do capítulo nove a Maria Aparecida Bento começa é iniciar a conclusão da obra refletindo de forma crítica sobre o conceito de diversidade e seus eventuais problemas uma vez que a diversidade está presente de forma estrutural no Brasil por isso esse contexto rege uma ênfase do debate acerca desse fato nas escolas no processo de formação cidadã pautado na equidade conceito esse que a escritora afirma ser pensada paulatinamente Seja em programas sociais na educação ou no mercado de trabalho Já no último capítulo a autora enfatiza o contexto contemporâneo brasileiro afim de que a história da supremacia branca não se repita além de traçar novos elementos sobre a sua abordagem dospactos narcísicos da branquitude 3 INTERLOCUÇÃO ENTRE A ÁREA DE SAÚDE E A OBRA Considerando que toda ciência que tem como objeto o homem sendo esse um ser histórico construído e influenciado pelas dimensões físicas cognitivas e psicossociais o fazer dentro da área de saúde é um ação social Vale ainda pontuar que a provocação que deu origem a composição da obra escolhida O pacto da branquitude de acordo com a autora veio a partir da conversa com o seu filho onde seu colega ve um menino negro limpando o parabrisa de um carro e logo a partir desse contexto conclui que o menino é descendente de escravos e começa a se questionar se também era Logo é possível perceber como essa construção histórica influencia na formação identitária nas relações interpessoais e consequentemente nas relações dentro da área de saúde Por isso uma formação profissional que cumpri seu compromisso social perpassa a construção de saberes acerca das questões étnicas raciais ratificando a justificativa de escolha do livro para a produção deste trabalho REFERÊNCIAS ASSMAR E RODRIGUES A JABLONSKIB Psicologia Social 33 ed Petrópolis Vozes 2022 BENTO M O pacto da branquitude São Paulo Companhia das letras 2022