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Arquitetura e Urbanismo ·
Metodologia da Pesquisa
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i o zm t C LU Fundamentos de Metodologia Científica RESPEITEOAuTOR NÃo FAÇA CÓPIA I r EDITORA ATLAS SA Rua Conselheiro Nébias 1384 Campos Elísios 01203904 São Paulo SP Tel 0 11 33579144 PABX wwwatlasnetcombr MARINA DE ANDRADE MARCONI EVA MARIA LAKATOS Fundamentos de Metodologia Científica 59 Edição SÃO PAULO EDITORA ATLAS SA 2003 1985 by EDITORA ATLAS SA 1 ed 1985 2 ed 1990 3 ed 1991 12ª tiragem 4 ed 2001 5 ed 2003 Capa Paulo Ferreira Leite Composição LinoJato Editoração Gráfica Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Lakatos Eva Maria Fundamentos de metodologia científica 1 Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos 5 ed São Paulo Atlas 2003 Bibliografia ISBN 8522433976 Ciência Metodologia 2 Pesquisa Metodologia I Marconi Marina de Andrade II Título 911926 índices para catálogo sistemático 1 Método científico 5018 2 Metodologia científica 5018 3 Metodologia da pesquisa 00142 4 Pesquisa Metodologia 00142 CDD5018 00142 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio A violação dos direitos de autor Lei nº 961098 é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1825 de 20 de dezembro de 1907 Impresso no BrasillPrinted in Brazil lU E S a i t E t Sumário Notas das autoras 17 1 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS 19 11 Leitura 19 111 Elementos 19 112 Leitura proveitosa 20 113 Objetivos 21 114 Fases 22 115 Exemplo das sucessivas fases da leitura informativa 23 11 6 Sublinhar e resumir 24 117 Exemplo de esquema e resumo 25 12 Análise de texto 27 121 Fases 27 122 Objetivo e procedimento 29 123 Tipos de análise de texto 30 1 24 Tipos de análise de texto 31 125 Exemplo de análise de texto 33 13 Seminário 35 131 Estrutura e funcionamento 35 132 Fontes 36 133 Componentes 37 134 Etapas 37 135 Exemplo do procedimento em seminário 39 136 Exemplo dQ roteiro de seminário 40 Bibliografia básica 42 Bibliografia complementar 42 LITERATURA RECOMENDADA 42 2 PESQUISA BIDLIOGRÁFICA E RESUMOS 44 21 Fases da pesquisa bibliográfica 44 7 211 Escolha do tema 44 212 Elaboração do plano de trabalho 46 213 Identificação 47 214 Localização 47 215 Compilação 48 216 Fichamento 48 2 17 Análise e interpretação 48 218 Redação 49 22 Fichas 49 221 Aspecto físico 50 222 Composição dás fichas 50 2221 Cabeçalho 51 2222 2223 2224 2225 Referência bibliográfica 53 Corpo ou texto 54 Indicação da obra 54 Local 54 223 Conteúdo das fichas 56 2231 Ficha bibliográfica 56 2232 Ficha de citações 57 2233 Fichas de resumo ou de conteúdo 58 2234 Ficha de esboço 59 2235 Ficha de comentário ou analítica 59 224 Exemplos de fichas 60 225 Tipos de fichas de Manzo 66 23 Resumos 68 231 Conceito fmalidade e caráter 68 232 Como resumir 68 233 Tipos 69 234 Exemplos 70 LITERATURA RECOMENDADA 73 3 CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO 75 8 31 O conhecimento éientífico e outros tipos de conhecimento 75 311 Correlação entre conhecimento popular e conhecimento científico 76 312 Características do conhecimento popular 77 313 Os quatro tipos de conhecimento 77 31 31 Conhecimento popular 78 3132 Conhecimento filosófico 78 3133 Conhecimento religioso 79 3134 Conhecimento científico 80 32 Conceito de ciência 80 33 Classificação e divisão da ciência 81 LITERATURA RECOMENDADA 81 4 MÉTODOS CIENTÍFICOS 83 41 Conceito de método 83 42 Desenvolvimento histórico do método 83 43 Método indutivo 86 431 Caracterização 86 432 Leis regras e fases do método indutivo 87 433 Formas de indução 89 44 Método dedutivo 91 441 Argumentos dedutivos e indutivos 91 442 Argumentos condicionais 93 45 Método hipotéticodedutivo 95 451 Etapas do método hipotéticodedutivo segundo Popper 95 4511 Problema 97 4512 Conjecturas 98 4513 Tentativas de falseamento 98 452 O método hipotéticodedutivo segundo Bunge 99 46 Método dialético 100 461 As leis da dialética 100 4611 Ação recíproca 101 4612 Mudança dialética 102 4613 Passagem da qunatidade à qualidade 103 4614 Interpenetração dos contrários 104 47 Métodos específicos das Ciências Sociais 106 471 O método e os métodos 106 472 Método histórico 106 473 Método comparativo 107 474 Método monográfico 108 475 Método estatístico 108 476 Método tipológico 109 477 Método funcionalista 110 478 Método estruturalista 111 479 Métodos e quadro de referência 112 LITERATURA RECOMENDADA 112 5 FATOS LEIS E TEORIA 114 51 Teoria e fatos 114 511 Papel da teoria em relação aos fatos 115 5111 Orienta os objetivos da ciência 115 5112 Oferece um sistema de conceitos 115 9 5113 Resume o conhecimento 116 5114 Prevê fatos 117 511 5 Indica lacunas no conhecimento 118 5 1 2 Papel dos fatos em relação à teoria 118 5121 O fato inicia a teoria 118 5122 O fato reformula e rejeita teorias 119 5123 O fato redefrne e esclarece teorias 120 5124 O fato clarifica os conceitos contidos nas teorias 121 52 Teorias e leis 122 LITERATURA RECOMENDADA 124 6 HIPÓTESES 126 61 Conceito 126 62 Tema problema e hipótese 126 621 Tema e problema 126 622 Problema e hipótese 127 623 Formulação de hipóteses 128 624 Importância das hipóteses 130 625 Função das hipóteses 131 63 Fontes de elaboração de hipóteses 132 631 Conhecimento familiar 132 632 Observação 132 633 Comparação com outros estudos 133 634 Dedução lógica de uma teoria 133 635 A cultura geral na qual a ciência se desenvolve 134 636 Analogias 134 637 Experiência pessoal idiossincrática 135 638 Casos discrepantes na própria teoria 135 LITERATURA RECOMENDADA 135 7 VARIÁVEIS 137 10 71 Conceito 137 72 As variáveis no universo da ciência 137 73 Variáveis independentes e dependentes 138 731 Conceito e diferenciação 138 732 Fatores determinantes do sentido da relação causal entre variáveis independentes e dependentes 141 7321 Ordem temporal 141 7322 Fixidez ou alterabilidade das variáveis 143 74 Variáveis moderadoras e de controle 144 741 Variável moderadora conceito e identificação 144 742 Variável de controle conceito e aplicação 145 75 Variáveis extrínsecas e componentes 147 751 Variáveis extrínsecas e as relações espúrias 147 752 Variáveis componentes e apresentação em bloco 149 76 Variáveis intervenientes e antecedentes 150 761 Variáveis intervenientes 150 762 Variáveis antecedentes 152 LITERATURA RECOMENDADA 153 8 PESQUISA 155 81 Conceito 155 82 Planejamento da pesquisa 155 821 Preparação da pesquisa 156 8211 Decisão 156 8212 Especificação de objetivos 156 8213 Elaboração de um esquema 157 8214 Constituição da equipe de trabalho 157 8215 Levantamento de recursos e cronograma 157 822 Fases da pesquisa 158 8221 Escolha do tema 158 8222 8223 8224 8225 8226 8227 8228 8229 Levantamento de dados 158 Formulação do problema 159 Definição dos termos 160 Construção de hipóteses 161 Indicação de variáveis 162 Delimitação da pesquisa 162 Amostragem 163 Seleção dos métodos e técnicas 163 82210 Organização do instrumental de pesquisa 164 82211 Teste de instrumentos e procedimentos 165 823 Execução da pesquisa 165 8231 Coleta de dados 165 8232 Elaboração dos dados 166 8233 Análise e interpretação dos dados 167 8234 Representação dos dados tabelas quadros e gráficos 169 8235 Conclusões 171 824 Relatório 171 LITERATURA RECOMENDADA 172 9 TÉCNICAS DE PESQUISA 174 91 Documentação indireta 175 11 9 11 Pesquisa documental 174 9111 Fontes de documentos 176 9112 Tipos de documentos 178 912 Pesquisa bibliográfica 183 9121 Tipos e fontes bibliográficas 183 92 Documentação direta 186 921 Pesquisa de campo 186 9211 Tipos de pesquisa de campo 187 922 Pesquisa de laboratório 190 93 Observação direta intensiva 190 931 Observação 190 9311 Observação assistemática 192 9312 Observação sistemática 193 9313 Observação nãoparticipante 193 9314 Observação participante 194 931 5 Observação individual 194 9316 Observação em equipe 194 9317 Observação na vida real 195 931 8 Observação em laboratório 195 932 Entrevista 195 9321 Objetivos 196 9322 9323 9324 9325 Tipos de entrevistas 197 Vantagens e limitações 198 Preparação da entrevista 199 Diretrizes da entrevista 199 94 Observação direta extensiva 201 941 Questionário 201 94 11 Vantagens e desvantagens 201 941 2 Processo de elaboração 202 941 3 O préteste 203 9414 Classificação das perguntas 204 9415 Conteúdo vocabulário bateria 210 9416 Ordem das perguntas 211 942 Formulário 212 9421 Vantagens e desvantagens 212 9422 Apresentação do formulário 213 LITERATURA RECOMENDADA 214 10 PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA 215 101 Noções preliminares 215 102 Estrutura do projeto 216 12 Q 1021 Apresentação 217 1022 Objetivo 218 10221 Tema 218 10222 Delimitação do tema 218 10223 Objetivo geral 219 10224 Objetivos específicos 219 1023 Justificativa 219 1024 Objeto 220 10241 Problema 220 10242 Hipótese básica 220 10243 Hipóteses secundárias 220 10244 Variáveis 221 1025 Metodologia 221 10251 Método de abordagem 221 10252 Métodos de procedimento 221 10253 Técnicas 222 10244 Delimitação do universo descrição da população 223 10255 Tipo de amostragem 223 1026 Embasamento teórico 224 10261 Teoria de base 224 10262 Revisão da bibliografia 225 10263 Definição dos termos 225 1027 Cronograma 226 1028 Orçamento 226 1029 Instrumentos de pesquisa 226 10210 Bibliografia 227 103 Pesquisapiloto ou préteste 227 104 Estrutura do relatório 228 1041 Apresentação 230 1042 Sinopse abstract 230 1043 Sumário 230 1044 Introdução 230 1045 Revisão bibliográfica 230 1046 Metodologia 231 1047 Embasamento teórico 231 1048 Apresentação dos dados e sua análise 231 1049 Interpretação dos resultados 231 10410 Conclusões 232 10411 Recomendações e sugestões 232 10412 Apêndice 232 10413 Anexos 233 13 10414 Bibliografia 233 LITERATURA RECOMENDADA 233 11 TRABALHOS CIENTÍFICOS 234 111 Trabalhos científicos 234 112 Monografia 235 1121 Conceito 235 1122 Características 235 1123 Estrutura da monografia 236 1124 Tipos de monografia 236 1125 Escolha do tema 237 11 3 Dissertação 238 1131 Conceitos 238 1132 Tipos 239 1133 Escolha do tema 240 1134 Problemas hipóteses e variáveis 241 1135 Esquema 243 1136 Avaliação metodológica do trabalho 243 1137 Redação 243 114 Tese 244 1141 Conceitos 244 1142 Objetivos 244 1143 Eficiência do trabalho 245 1144 Estrutura 246 11441 Introdução 246 11442 Desenvolvimento 248 11443 Parte referencial 249 1145 Construção de conceitos 249 11 46 Redação 250 11461 Regras para redação 250 11462 Estilo 250 LITERATURA RECOMENDADA 251 12 PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS 252 14 121 Comunicação trabalhos de congressos 252 1211 Comunicação científica 252 1212 Aspectos da comunicação 253 12121 Finalidade 253 12122 Informações 253 12123 Estrutura 253 12124 Linguagem 254 12125 Abordagem 255 1213 Tipos de comunicação 256 1214 Estrutura da comunicação 256 1215 Elaboração da comunicação 257 1216 Estágios da comunicação 257 121 7 Apresentação formal 258 1218 Exemplo de comunicação 258 122 Artigos científicos 259 1221 Estrutura do artigo 259 1222 Conteúdo do artigo científico 260 1223 Tipos de artigos científicos 261 12231 Argumento teórico 261 12232 Artigo de análise 261 12233 Classificatório 262 1224 Motivação 262 1225 Estilo 262 1226 Avaliação 263 123 Informe científico 263 124 Resenha crítica 264 1241 Conceito e finalidade 264 1242 Requisitos básicos 264 1243 Importância da resenha 265 1244 Estrutura da resenha 265 1245 Modelo de resenha 266 125 Conferência 268 1251 Estrutura da conferência 269 1252 Apresentação 269 1253 Avaliação do tempo 270 LITERATURA RECOMENDADA 270 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 272 Introdução 272 131 Livros 272 1311 Capítulo do livro 275 131 2 Publicações periódicas como um todo 276 13121 Partes de uma publicação periódica volume fascículo caderno etc 277 13122 Artigo ou matéria de revista 277 13123 Artigo eou matéria de jornal 278 13124 Matéria de jornal assinada 278 13125 Matéria de jornal não assinada 278 15 1313 1314 1315 1316 1317 1318 Eventos congressos seminários encontros simpósios semanas etc considerados no todo 279 Evento em meio eletrônico 279 Referências legislativas 279 Outras entradas para referências legislativas 280 Teses e trabalhos de alunos TCCs monografias 281 13 1 7 1 Apostilas programas de cursos monografias 281 13172 Apostilas 282 131 7 3 Resumos 282 13 1 74 Separatas 282 13 1 7 5 Livros 282 13176 Folhetos 282 Filmes 283 13181 Microfilmes 283 13182 Diapositivos 283 13183 Fotografias e cartõespostais 283 1319 Depoimentos e entrevistas 284 13110 Mapas 284 13111 Manuscritos 284 131111 Fontes manuscritas 285 13112 Material de arquivo não manuscrito telegramas recortes de jor nais documentos datilografados etc 285 13 113 Acréscimos ao título e traduções 286 13114 Citações no corpo do trabalho 286 131141 Citações diretas 286 131142 Citações indiretas 287 131143 Citações de citações 288 13115 Notas explicativas 288 13116 Notas de rodapé 289 13117 Notas bibliográficas 289 13118 Repetição das referências 290 13119 Notas explicativasbibliográficas 292 LITERATURA RECOMENDADA 292 Bibliografia 295 Índice remissivo 305 16 Nota das autoras A Metodologia Científica mais do que uma disciplina significa introduzir o dis cente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais base da fonnação tanto do estudioso quanto do profissional pois ambos atuam além da prática no mundo das idéias Podemos afirmar até a prática nasce da concepção sobre o que deve ser realiza do e qualquer tomada de decisão fundamentase naquilo que se afigura como o mais l gico racional eficiente e eficaz Desse modo a condensação da trilogia Metodologia cientfica Técnicas de pes quisa e Metodologia do trabalho cientfico nesta obra procura suprir uma necessida de existente em nossa bibliografia ou seja um trabalho que sintetize ao mesmo tempo procedimentos didáticos fundamentos para trabalhos escolares de fmal de curso e científicos relatórios e memorandos assim como sirva de base para a atividade profis sional que por defmição precisa ser ordenada metódica e lógica As Autoras 17 1 Procedimentos didáticos 11 LEITURA 111 Elementos A leitura constituise em fator decisivo de estudo pois propicia a ampliação de c0 nhecimentos a obtenção de infonnaçóes básicas ou específicas a abertura de novos ho rizontes para a mente a sistematização do pensamento o enriquecimento de vocabulá rio e o melhor entendimento do conteúdo das obras É necessário ler muito continuada e constantemente pois a maior parte dos conhe cimentos é obtida por intennédio da leitura ler significa conhecer intetpretar decifrar distinguir os elementos mais importantes dos secundários e optando pelos mais repre sentativos e sugestivos utilizálos como fonte de novas idéias e do saber através dos processos de busca assimilação retenção crítica comparação verificação e integração do conhecimento Por esse motivo havendo disponíveis muitas fontes para leitura e não sendo todas importantes impõese uma seleção Na busca do material adequado para a leitura há que identificar o texto Para tal existem vários elementos auxiliares como segue a o título apresentase acompanhado ou não por subtítulo estabelece o as sunto e às vezes até a intenção do autor b a data da publicação fornece elementos para certificarse de sua atuali zação e aceitação número de edições exceção feita para textos clássicos onde não é a atualidade que importa c a orelha ou contracapa pennite verificar as credenciais ou qualifi cações do autor é onde se encontra geralmente uma apreciação da obra assim como indicações do público a que se destina d o índice ou sumário apresenta tanto os tópicos abordados na obra quan to as divisões a que o assunto está sujeito 19 e a introdução prefácio ou nota do àutor propicia indícios sobre os ob jetivos do autor e geralmente da metodologia por ele empregada f a bibliografia tanto fmal como as citações de rodapé permite obter uma idéia das obras consultadas e suas características gerais Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas podem ajudar nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm ou oferecer subsídios para a elaboração de trabalhos científicos incluindo seminários trabalhos es colares e monografias Por esse motivo todo estudante na medida do possível deve preocuparse com a formação de uma biblioteca de obras selecionadas já que serão seu instrumento de trabalho Iniciase geralmente por obras clássicas que permitem obter urna fundamentação em qualquer campo da ciência a que se pretende dedicar passando depois para outras mais especializadas e atuais relacionadas com sua área de interesse profissional Somente a seleção de obras não é suficiente A leitura deve conduzir à obtenção de informações tanto básicas quanto específicas variando a maneira de ler segundo os propósitos em vista mas sem perder os seguintes aspectos leitura com objetivo deter minado mantendo as unidades de pensamento avaliando o que se lê preocupação com o conhecimento de todas as palavras utilizando para isso glossários dicionários espe cializados da disciplina ou mesmo dicionário geral interrupção dn leitura quer perió dica quer definitivamente se perceber que as informações não são as que esperava ou não são mais importantes discussão freqüente do que foi lido com colegas professores e outras pessoas 112 Leitura Proveitosa Urna leitura deve ser proveitosa e trazer resultados satisfatórios Para tal alguns as pectos são fundamentais como estes 20 a atenção aplicação cuidadosa e profunda da mente ou do espírito em de terminado objeto buscando o entendimento a assimilação e apreensão dos conteúdos básicos do texto b intenção interesse ou propósito de conseguir algum proveito intelectual por meio da leitura c reflexão consideração e ponderação sobre o que se lê observando todos os ângulos tentando descobrir novos pontos de vista novas perspectivas e relações desse modo favorecese a assimilação das idéias do autor assim como o esclarecimento e o aperfeiçoamento delas o que ajuda a aprofundar o conhecimento d espírito crítico avaliação do texto Implica julgamento comparação aprovação ou não aceitação ou refutação das diferentes colocações e pon tos de vista Ler com espírito crítico significa fazêIo com reflexão não admitindo idéias sem analisar ou ponderar proposições sem discutir nem raciocínio sem examinar consiste em emitir juízo de valor percebendo no texto o bom e o verdadeiro da mesma forma que o fraco o medíocre ou o falso e análise divisão do tema em partes determinação das relações existentes entre elas seguidas do entendimento de toda sua organização f síntese reconstituição das partes decompostas pela análise proceden dose ao resumo dos aspectos essenciais deixando de lado tudo o que for secundário e acessório sem perder a seqüência lógica do pensamento Resumindo uma leitura de estudo nunca deve ser realizada sem se determinar de antemão seu objetivo ou propósito sem entender parte do que se lê mesmo que seja uma ou outra palavra sem avaliar discutir e aplicar o conhecimento emanado da análi se e síntese do texto lido l13 Objetivos Apesar da necessidade de que a leitura seja sempre proveitosa existem várias ma neiras e objetivos para quem pretende lidar com um texto Assim temos a scanning procura de certo tópico da obra utilizando o índice ou sumá rio ou a leitura de algumas linhas parágrafos visando encontrar frases ou palavraschave b skimming captação da tendência geral sem entrar em minúcias valen dose dos títulos subtítulos e ilustrações se houver devese também ler parágrafos tentando encontrar a metodologia e a essência do trabalho c do significado visão ampla do conteúdo principalmente do que interes sa deixando de lado aspectos secundários percorrendo tudo de uma vez sem voltar d de estudo ou informativa absorção mais completa do conteúdo e de to dos os significados devendose ler reler utilizar o dicionário marcar ou sublinhar palavras ou fraseschave e fazer resumos e crítica estudo e formação de ponto de vista sobre o texto comparando as declarações do autor com todo o conhecimento anterior de quem lê ava liação dos dados e informações no que se refere à solidez da argumentação sua fidedignidade sua atualização e também verificação de se estão corre tos e completos Por sua vez o que especificamente nos interessa é a leitura de estudo ou informati va Esta visa à coleta de informações para determinado propósito Apresenta três objeti vos predominantes 21 certificarse do conteúdo do texto constatando o que o autor afirma os da dos que apresenta e as informações que oferece correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o problema em pauta verificar a validade dessas informações 114 Fases A leitura informativa engloba várias fases ou etapas que podem ser assim sintetiza das 22 a de reconhecimento ou prévia leitura rápida cuja finalidade é procurar um assunto de interesse ou verificar a existência de determinadas infor mações Fazse olhando o índice ou sumário verificando os títulos dos capítulos e suas subdivisões b exploratória ou préIeitura leitura de sondagem tendo em vista locali zar as informações uma vez que já se tem conhecimento de sua existência Partese do princípio de que um capítulo ou tópico trata de assunto que nos interessa mas pode omitir o aspecto relacionado diretamente com o pro blema que nos preocupa Examinase a página de rosto a introdução o prefácio as orelhas e a contracapa a bibliografia e as notas de rodapé c seletiva leitura que visa à seleção das informações mais importantes re lacionadas com o problema em questão A determinação prévia dos distin tos propósitos específicos é importante para esta fase que se constitui no último passo de localização do material para exame e no primeiro de uma leitura mais séria e profunda A seleção consiste na eliminação do supérfluo e concentração em informações verdadeiramente pertinentes ao nosso pro blema d reflexiva mais profunda do que as anteriores referese ao reconheci mento e à avaliação das informações das intenções e dos propósitos do au tor Procedese à identificação das fraseschave para saber o que o autor afirma e por que o faz e crítica avalia as informações do autor Implica saber escolher e diferen ciar as idéias principais das secundárias hierarquizandoas pela ordem de importância O propósito é obter de um lado uma visão sincrética e global do texto e de outro descobrir as intenções do autor No primeiro momento da fase de crítica devese entender o que o autor quis transmitir e para tal a análise e o julgamento das idéias dele devem ser feitos em função de seus próprios propósitos e não dos do pesquisador é no segundo momento que devemos com base na compreensão do quê e do porquê de suas propo sições retificar ou ratificar nossos próprios argumentos e conclusões f interpretativa relaciona as afmnações do autor com os problemas para os quais através da leitura de textos estáse buscando uma solução Se de um lado o estudo aprofundado das idéias principais de uma obra é realiza do em função dos propósitos que nortearam seu autor de outro o aprovei tamento integral ou parcial de tais proposições está subordinado às metas de quem estuda ou pesquisa tratase de uma associação de idéias trans ferência de situações e comparação de propósitos mediante os quais sele cionase apenas o que é pertinente e útil o que contribui para resolver os problemas propostos por quem efetua a leitura Assim é pertinente e útil tudo aquilo que tem a função de provar retificar ou negar deftnir delimi tar e dividir conceitos justificar ou desqualificar e auxiliar a interpretação de proposições questões métodos técnicas resultados ou conclusões g explicativa leitura com o intuito de veriftcar os fundamentos de verdade enfocados pelo autor geralmente necessária para a redação de monografias ou teses 115 Exemplos das Sucessivas Fases da Leitura Informativa Partindo da questão A escola se configura sempre como um sistema social aber to encontramos o livro de Alfonso Trujillo Ferrari Fundamentos de sociologia e ve riftcamos no sumário a existência de um capítulo intitulado Sistemas Sociais com uma subdivisão sobre Sistema Social Educacional leitura de reconhecimento a seguir examinamos as páginas 367 a 390 suas chamadas bibliográficas principalmente o sumário do capítulo nas páginas 3867 constatamos que o autor aborda a questão leitu ra explorat6ria lendo mais detidamente os parágrafos podemos observar que a página 368 faz referência a sistemas abertos e fechados e as páginas 3812 ao sistema social educacional e que parte desse material é pertinente razão pela qual sublinhamos os parágrafos leitura seletiva examinamos então as afirmações do autor nas passagens destacadas procurando o cerne de suas afirmações e as razões que o determinam leitu ra reflexiva Na análise seguinte procuramos determinar se as idéias principais de sis tema social aberto e as características do sistema social educacional são descritas sob o enfoque da tendência ao equihbrio e à mudança simultaneamente mas não no que se refere à troca com o meio externo característica de um sistema aberto apresentando assim apenas interesse indireto para o problema que pesquisamos leitura interpretati va finalmente analisamos os fundamentos de sua proposição e o desenvolvimento do raciocínio leitura explicativa 23 116 Sublinhar e Resumir A leitura informativa também é denominada de leitura de estudo Assim o que se pretende é através das técnicas que ela requer demonstrar como o estudante deve pro ceder para melhor estudar e absorver os conteúdos e significados do texto As sucessi vas etapas são o caminho a ser percorrido mas duas outras técnicas são necessárias sa ber como sublinhar e como fazer os resumos da parte lida Em primeiro lugar devemos compreender que cada texto capítulo subdivisão ou mesmo parágrafo têm uma idéia principal um conceito fundamental uma palavracha ve que se apresenta como fio condutor do pensamento Como geralmente não se desta ca do restante descobrilo é a base de toda a aprendizagem Na realidade em cada parágrafo devese captar esse fator essencial pois a leitura que conduz à compreensão é feita de tal modo que as idéias expressas são organizadas numa hierarquia para se descobrir a palavrachave Ao descobrir concretizar e formular as idéias diretrizes dos parágrafos encontrase todo o fio condutor que dá unidade ao texto que desenvolve o raciocínio que demonstra as proposições Por sua vez a idéiamestra não se apresenta desprovida de outras que revelam pormenores importantes gravitando ao seu redor como uma miniatura do sistema solar Nas proximidades da idéia principal aparecem argumentos que a justificam analogias que a esclarecem exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica É necessário discernir este sistema planetário ao redor do sol separandro de fatores menos importantes caso contrário perdese a unidade de pensamento É por esse motivo que o bom leitor utiliza o recurso de sublinhar de assinalar com traços verticais às margens de utilizar cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo Algumas noções básicas da arte de sublinhar podem ser sintetizadas 24 a nunca assinalar nada na primeira leitura cuja fmalidade é apenas organizar o texto na mente de forma hierarquizada para depois destacar o mais im portante b sublinhar apenas as idéias principais e os detalhes importantes usando dois traços para as palavraschave e um para os pormenores mais significativos a fim de destacar as primeiras c quando aparecem passagens que se configuram como um todo relevante pa ra a idéia desenvolvida no texto elas devem ser inteiramente assinaladas com uma linha vertical à margem Da mesma forma passagens que desper tam dúvidas que colidem com o tema exposto e as proposições que o apóiam devem ser assinaladas com um ponto de interrogação pois consti tuem materialbase para a leitura explicativa onde sua veracidade será tes tada interpretada e confrontada com outros textos O que consideramos passível de crítica objeto de reparo ou insustentável dentro do raciocínio desenvolvido deve ser destacado mediante uma interrogação d cada parágrafo deve ser reconstituído a partir das palavras sublinhadas e sua leitura tem de apresentar a continuidade e a plenitude de um texto de telegrama com sentido fluente e concatenado e cada palavra não compreendida deve ser entendida mediante consulta a di cionários e se necessário seu sentido anotado no espaço intermediário pa ra facilitar a leitura O ideal entretanto é que seu significado seja compre endido e a palavra adida ao vocabulário de quem lê Também é aconselhá vel que a leitura não seja interrompida diante da dúvida relativa a uma pa lavra pois o texto que se segue muitas vezes esclarece qual dos sentidos apontados no dicionário mais convém no caso particular Assim durante a primeira leitura devese anotar os termos e antes da segunda consultar a fonte que esclarecerá o sentido deles Nunca é demais repetir que a leitura é um dos meios para ampliar o vocabulário Depois de assinalar com marcas ou cores diferentes as várias partes constitutivas do texto após sucessivas leituras devemos proceder à elaboração de um esquema que respeite a hierarquia emanada do fato de que em cada frase a idéia expressa pode ser condensada em palavraschave em um parágrafo a idéia principal é geralmente expres sa numa frasemestra e finalmente na exposição a sucessão das principais idéias con cretizase nos parágrafoschave No esquema devemos levar em consideração também que se as idéias secundárias têm de ser diferenciadas entre si depois de desprezar as não importantes devese procurar as ligações que unem as idéias sucessivas quer sejam paralelas opostas coordenadas ou subordinadas analisandrse sua seqüência enca deamento lógico e racioçínio desenvolvido Dessa forma o esquema emerge natural mente do trabalho de análise realizado Resumindo o que foi dito acima teríamos a elaboração de um esquema fundamen tase na hierarquia das palavras frase e parágrafoschave que destacados após várias leituras devem apresentar ligações entre as idéias sucessivas para evidenciar o raciocí nio desenvolvido Dessa forma um resumo consiste na capacidade de condensação de um texto pará grafo frase reduzindoo a seus elementos de maior importância Diferente do esquema o resumo forma parágrafos com sentido completo não indica apenas os tópicos mas condensa sua apresentação Por último o resumo facilita o trabalho de captar analisar relacionar fixar e integrar aquilo que se está estudando e serve para expor o assunto inclusive em uma prova 117 Exemplo de Esquema e Resumo LAKATOS Eva Maria Relações sociais no processo de produção ln O traba lho temporário nova forma de relações sociais no trabalho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de LivreDocência p 112 25 Para compreender as diversas fases da organização industrial é necessário distin guir os dois tipos de relações sociais que se encontram no processo de produção as re lações sociais formais de produção mais duradouras e estáveis e as relações sociais no trabalho Ambas tendem a se desenvolver de forma independente e ao mesmo tempo correlata A primeira relações sociais formais de produção resulta dos direitos defInidos de acesso a um particular meio de vida e de participação nos resultados do processo de produção Dessa forma cada tipo de sistema produtivo origina tipos específicos de re lações sociais formais que lhe são peculiares e que determinam os tennos sob os quais as pessoas ingressam no processo produtivo e participam de seus resultados A segunda relações sociais no trabalho compreende aquelas relações que se ori ginam da associação entre indivíduos no processo cooperativc de produção sendo portanto de caráter direto ou primário envolvendo contatos pessoais A tecnologia em pregada no processo produtivo e a divisão de trabalho existente determinam as diferen tes fonnas de relações sociais no trabalho 26 A correlação entre os dois tipos de relações sociais verifIcase de várias fonnas 1 Dependendo da natureza do sistema produtivo as relações sociais no traba lho envolvem os mesmos ou diferentes indivíduos Numa sociedade primi tiva baseada na agricultura o indivíduo não é apenas obrigado a trabalhar para o chefe da fann1ia mas geralmente trabalha com ele no processo produtivo na sociedade industrial ao contrário é raro que os dois tipos de relações sociais se combinem o operário não conhece na maior parte das vezes as pessoas com quem trabalha para quem trabalha 2 Apesar de a tendência de detenninado tipo de relação formal no processo de produção criar um conjunto específico de relações sociais no trabalho geralmente os dois tipos de relações sociais variam independentemente como ocorre no sistema de produção industrial sob as relações formais do industrialismo os trabalhadores têm estabelecido com seus companheiros variadas formas de relações sociais 3 As relações sociais formais de produção têm variado mas com menos freqüência apresentandose mais estáveis e duradouras do que as relações sociais no trabalho Estas baseandose nas condições tecnológicas do pro cesso de produção e na fonna e extensão da divisão do trabalho apresen tam constantes mudanças 4 As alterações nas relações sociais formais de produção são acompanhadas por profundas mudanças sociais globais ou são por elas detenninadas ao passo que as alterações nas relações sociais no trabalho só afetam o grupo restrito de trabalhadores Esquema 1 Processo de produção 11 relações sociais fonnais de produção 12 relações sociais no trabalho 2 Características 3 Correlação 31 indivíduos envolvidos 32 variações 33 freqüência das variações 34 relação com a sociedade global Resumo o processo de produção origina 1 relações sociais formais de produção e 2 re lações sociais no trabalho As primeiras resultam da participação definida nos resultados do processo de pro dução As segundas derivam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção As duas formas de relações sociais correlacionamse de maneiras diferentes a os indivíduos são os mesmos sociedades primitivas ou diferentes socie dades industriais b os dois tipos geralmente varialil de forma independente c as primeiras variam menos do que as segundas d as primeiras relacionamse geralmente com alterações na sociedade global e as segundas não 12 ANÁLISE DE TEXTO 121 Fases Analisar significa estudar decompor dissecar dividir interpretar A análise de um texto referese ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos portanto é decompor um todo em suas partes a fim de poder efetuar um estudo mais completo encontrando o elementochave do au tor determinar as relações que prevalecem nas partes constitutivas compreen 27 dendo a maneira pela qual estão organizadas e estruturar as idéias de maneira hierár quica É a análise que vai permitir observar os componentes de um conjunto perceber suas possíveis relações ou seja passar de uma idéiachave para um conjunto de idéias mais específicas passar à generalização e finalmente à crítica Portanto a primeira parte compreende a decomposição dos elementos essenciais e sua classificação isto é verificação dos componentes de um conjunto e suas possíveis relações Dito de outra forma passase de uma idéiachave geral para um conjunto de idéias mais precisas Exemplo As relações sociais no trabalho no sistema corporativo variam segundo as alte rações da tecnologia e da divisão do trabalho Para detalhar a questão levantamos em relação ao texto as seguintes indagações a tecnologia manual origina algum tipo de trabalho padronizado trabalho rotinizado trabalho especializado a divisão do trabalho ocorre com base no produto mal ou na atuação individual no processo de produção se há alterações na tecnologia e na divisão do trabalho as relações baseiamse no processo produtivo ou na estrutura e valores da organização Texto sobre Relações sociais no trabalho no sistema corporativo Dessa forma podemse concretizar através de uma análise progressiva e cada vez mais concreta as idéias iniciais gerais e mais abstratas Como passar de uma idéia geral para outras idéias gerais depois de cada uma ter sido desmembrada em idéias progressivamente menos gerais Há várias possibilidades sendo as mais comuns por associação por oposição e por semelhança Exemplo Diante do uso e abuso da comunicação de massa invadindo o âmbito das atividades diárias do homem ainda somos livres Quais são as características que a publicidade deve ter para respeitar a liberdade da pessoa humana 28 A veiculação pela TV de anúncios de diamantes em horários de maior audiência da classe de baixo poder aquisitivo não cria frustrações limitando as aspirações do ser humano à eà Passouse da análise da comunicação de massa análise da publicidade análise da utilização de um veículo de comunicação de massa pela publici dade Texto sobre O uso abusivo da TV pela publicidade uma ameaça à liberdade A segunda fase é a generalização Após a classificação fundamentada em traços comuns dos elementos constitutivos podese formular afInnaçães aplicáveis ao conjun to A generalização a permite a classifIcação uma vez que um elemento particular pode ser in cluído no geral b evidencia novas questões dado que uma vez percebido o caráter geral de uma questão podese fragmentála em outras tantas particulares mais sim ples e concretas por outro lado dessas particulares por intennédio da as sociação semelhança e analogia obtémse uma geral que novamente per mite sua divisão e assim por diante Exemplo a mecanização da produção a divisão do trabalho em tarefas simples e repetitivas a exigência da padronização da produção levam o homem a um processo de robotização Texto sobre A produção em série homens trabalhando ou robôs A última fase exige uma análise crítica utilizando instrumental e processos sistemá ticos e controláveis A objetividade a explicação e a justifIcativa são três elementos importantes para se chegar à sua validade 122 Objetivo e Procedimento A análise do texto tem como objetivo levar o estudante a 29 a aprender a ler a ver a escolher o mais importante dentro do texto b reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto c interpretar o texto familiarizandose com idéias estilos vocabulários d chegar a níveis mais profundos de compreensão e reconhecer o valor do material separando o importante do secundário ou acessório f desenvolver a capacidade de distinguir fatos hipóteses e problemas g encontrar as idéias principais ou diretrizes e as secundárias h perceber como as idéias se relacionam i identificar as conclusões e as base que as sustentam Por sua vez o procedimento deve conter as seguintes etapas a para se ter um sentido completo proceder à sua leitura integral com o obje tivo de obter uma visão do todo b reler o texto assinalando ou anotando palavras e expressões desconheci das valendose de UIl dicionário para esclarecer seus significados c dirimidas as dúvidas fazer nova leitura visando à compreensão do todo d tornara ler procurando a idéia principal ou palavrachave que tanto pode estar explícita quanto implícita no texto às vezes encontrase confundida com aspectos secundários ou acessórios e localizar acontecimentos e idéias comparandoos entre si procurando se melhanças e diferenças existentes f agrupálos pelo menos por uma semelhança importante e organizálos em ordem hierárquica de importância g interpretar as idéias eou fenômenos tentanto descobrir conclusões a que o autor chegou e depreender possíveis ilações h proceder à crítica do material como um todo e principalmente das con clusões 123 Partes da Análise de Texto A análise dividese em três partes A primeira é a análise dos elementos consistindo no levantamento de todos os ele mentos básicos constitutivos de um texto visando à sua compreensão Os elementos podem aparecer de modo explicíto ou implícito dependendo de como o autor os apre senta Alguns são facilmente identificáveis outros exigem mais esforço uma leitura 30 continuada análise mais profunda reflexão e em alguns casos pesquisas de outras fontes para melhor entender a mensagem do autor Análise das relações é a segunda parte Tem como objetivo encontrar as principais relações em estabelecer conexões com os diferentes elementos constitutivos do texto Uma análise mais completa exige não só a evidência das partes principais do texto mas também a indicação de quais delas se relacionam com o tema ou hipótese central Esse tipo de análise permite verificar se há ou não coerência em relação aos elementos entre as diferentes partes do texto e entre elas e a idéia central As relações podem ser en contradas entre idéias secundárias fatos específicos que conformam uma opinião pressupostos básicos de uma tese ou reflexão sobre a qual se apóia elementos de causa e efeito elementos de argumentação e afirmações pertinentes ou não A terceira parte é a análise da estrutura Nela verificamse as partes de um todo procurando evidenciar as relações existentes entre elas Esse tipo de análise encontrase em nível mais complexo que os anteriores As estruturas podem ser a estática resultante de um processo de sucessão de fenômenos preestabe lecidos como os textos de História A ordem estrutural estabelece o tipo de disposição enumeração dos elementos constitutivos básicos descrição das relações de todos os elementos como um todo e entre si e análise do pro cesso que os originou b dinâmica geradora de um processo O ordenamento consiste em enume rar as partes constitutivas básicas e descrever seu funcionamento e finali dade Neste tipo estão enquadrados os textos de ciências sociais 124 Tipos de Análise de Texto Muitas vezes a análise de um texto extraído de uma obra maior é proposta como ta refa para uma classe de estudantes Podese decompor tal tarefa em partes individuais e grupais inclusive com participação do professor Apresentamos aqui uma sugestão para um trabalho conjunto Análise textual Iniciase com a atuação do professor dando algumas explicações sobre o autor vocabulário específico e outros fatos que sejam julgados importantes para a compreensão da parte examinada A seguir identificado o texto como uma unidade que apresenta um pensamento completo cada estudante individualmente deve fazer uma leitura rápida para ter uma visão de conjunto da unidade Leituras sucessivas vão 31 permitir em primeiro lugar assinalar e esclarecer palavras desconhecidas e em segun do esquematizar o texto com a finalidade de evidenciar sua estrutura redacional Análise temática Individual Permite maior compreensão do texto fazendo emer gir a idéia central e as secundárias as unidades e subunidades de pensamento sua cor relação e a forma pela qual esta se dá Adentrando no mundo de idéias do autor pode se esquematizar a seqüência das várias idéias reconstituindo a linha de raciocínio do autor e fazendo emergir seu processo lógico de pensamento Análise interpretativa e crítica Individual Procurar associar as idéias expressas pelo autor com outras de conhecimento do estudante sobre o mesmo tema A partir daí fazer Uma crítica do ponto de vista da coerência interna e validade dos argumentos em pregados no texto e da profundidade e originalidade dada à análise do problema reali zar uma apreciação pessoal e mesmo emissão de juízo sobre as idéias expostas e defen didas Elaborar um resumo para discussão Problematização Grupal Pode envolver pequenos grupos de estudo entre 5 e 10 elementos ou a classe como um todo Nesse momento as questões explícitas ou mesmo implícitas no texto são levantadas e debatidas Da mesma forma de modo criativo de batemse questões afins que os estudantes podem associar ao texto Podem também ser colocadas opiniões pessoais dos estudantes e do professor sobre as questões aborda das baseadas em outros textos obras e autores Conclusão pessoal Individual Tratase na realidade de uma verdadeira reelabo ração pessoal da mensagem transmitida pelo texto sob a ótica de todas as contribuições dadas na discussão global Esta etapa finalizase com a elaboração de um texto uma espécie de resumo próprio que contém entretanto crítica e reflexão pessoais 32 Esquematicamente teríamos Aruilise T extuaf a Professor referências do autor esclarecimento do vocabulário específico estabelecimento da unidade de leitura b Estudante leitura rápida do texto todo para obter uma visão global assinalando palavras desconhecidas e dúvidas encontrar o significado das palavras e dirimir as dúvidas formar um esquema visando à estrutura redacional Análise Temática Estudante releitura para apreender o conteúdo nova leitura para separar idéias centrais das secundárias verificar a correlação entre elas seu modo e forma procurar respostas para as questões sobre o que versa este texto O que in flui para lhe dar uma unidade global reconhecer o processo de raciocínio do autor redigir um esquema que revele o pensamento lógico do autor Análise Interpretativa e Crítica Estudante correlacionar as idéias do autor com outras sobre o mesmo tema realizar uma crítica fundamentada em argumentos válidos lógicos e convin centes fazer um resumo para discussão Problematização a Grupo ou Classe debater as questões explícitas ou implícitas do texto levantar novas questões pertinentes ao texto b Todos Professor colocar opiniões pessoais sobre as questões do texto extemar colocações fundamentadas em outras obras e autores Conclusão Pessoal Estudante reelaboração do processo de compreensão da mensagem do autor com in clusão das colocações gerais do item anterior elaboração de novo resumo aduzindo reflexões pessoais e críticas 125 Exemplo de Análise de Texto KERR Clark et alo La élite industrial Buenos Aires EUDEBA 1968 p 56 33 I o industrialismo tem como imperativo máximo a conquista do velho pelo novo e está forçando a humanidade a marchar através da história a um ritmo cada vez mais rá pido Porém fixa somente a direção geral dessa marcha Não fixa pelo menos nesta etapa de sua história o caminho específico nem o ritmo exato a seguir Quais sãó esses caminhos e quais suas ramificações na área das relações entre trabalhadores diretores e Estado necessitase examinar a partir de uma perspectiva de certa amplitude a natureza geral do caminho derme muitos caracteres específicos que de outra maneira aparecem como mistos e inclusive acidentais Outra questão é porque um caminho ou outro é es colhido ou aceito pelos homens ou imposto a eles O industrialismo é introduzido por elites nativas ou estrangeiras grupos de homens I que pretendem conquistar a sociedade através da superioridade dos novos meios de pro dução Ocorre uma guerra entre a sociedade velha e a nova entre as elites antigas e a nova seja conquista interna ou externa A nova ao longo do tempo e sob um ou outro auspício está sempre destinada a ganhar A grande questão dramática não é se o indus I trialismo haverá de obter a supremacia senão em tomo de qual a elite que tomará e manterá o controle do processo e qual será seu enfoque conceituaI da organização da industrialização 34 1 Após uma leitura global colocar pontos de interrogação nas palavras cujo sentido tem de ser esclarecido usar dicionário 2 Após a segunda leitura sublinhar com um traço as idéias principais e com dois as palavraschave fazer um traço horizontal à margem para destacar as idéias centrais que se repetem 3 Esquema industrialismo conquista do velho pelo novo fixa a direção geral da marcha caminho define muitos dos caracteres específicos por que um ou outro é escolhido elite deseja conquistar a sociedade a nova é destinada a ganhar como organizará a industrialização 4 O levantamento do processo de raciocÚlÍo do autor faz emergir um resumo o industrialismo tem como meta a conquista do velho pelo novo o industrialismo fixa um caminho geral por que este ou aquele caminho é escolhido o industrialismo é introduzido por elites novas a luta entre a elite nova e a antiga é vencida pela primeira que elite organizará a industrialização 5 Tema central a elite nova utiliza o industrialismo para conquistar a socie dade As idéias secundárias são complementares o caminho a ser escolhido o enfoque dado à organização da industrialização 6 Há coerência e validade nos argumentos indo do aspecto geral industria lismo para o particular elite que o impõe A fonna do raciocÚlio adotado é o seqüencial com levantamento de questões para discussão A contri buição principal do texto é o de mostrar I a existência de vários caminhos que levam à industrialização 2 que a escolha de um caminho depende da elite que introduz o indus trialismo na sociedade 7 Levantamento de novas questões que elites têm força para melhor impor a industrialização como cada elite organiza as relações entre trabalhadores direção Es tado que caminho particular percorreu o industrialismo no Brasil e que tipo de elite o introduziu 13 SEMINÁRIO Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa discussão e debate sua fi nalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar Essa técnica desenvolve não só a capacidade de pesquisa de análise sistemática de fatos mas também o hábito do raciocfuio da re flexão possibilitando ao estudante a elaboração clara e objetiva de trabalhos científi cos Na preparação do seminário são fonnados grupos que variam ente 5 e 12 integran tes quando não é individual se o número de componentes for maior convém dividilo em subgrupos para maior facilidade de pesquisa e planejamento dos trabalhos 131 Estrutura e Funcionamento No que se refere à estrutura e funcionamento o seminário pode ser individual em que os estudos e pesquisas ficam a cargo de um só estudante que os apresenta à classe sendo que a extensão referese a um dado assunto ou parte dele no último 35 caso o tema subdividido em unidades menores será sucessivamente abordado por vários estudantes individualmente O debate abrangerá a classe toda incluindo o pro fessor a quem cabe introduzir o assunto mais amplo e realizar a apreciação dos traba lhos parciais chegando juntamente com a classe às conclusões finais Dessa forma do fecho participará não só o mestre mas todos os discentes O seminário em grupo apresenta duas modalidades a primeira a cargo de um grupo que fará a exposição através de um elemento escolhido para tal ou dando a palavra sucessivamente a vários ou todos os integrantes As discussões devem abranger todos os componentes da classe Antes delas porém podem usar da palavra um ou um grupo comentador Este pre para o seminário da mesma forma que o grupo expositor mas seu papel será o de ques tionador e crítico da apresentação dando maior profundidade ao seminário e propician do uma crítica mais estruturada A existência dos comentadores não exclui a partici pação do professor A segunda com toda a classe o tema geral será subdividido em subtítulos e formarseão na classe tantos grupos quantos os subtemas Em primeiro lu gar o professor ou um dos grupos apresenta o tema geral para uma visão global de pois cada grupo aprofunda a parte que lhe coube no final fazemse o debate e a dis cussão geral e chegamse a conclusões com o auxílio do mestre Quanto à duração do seminário como se realiza no horário normal das aulas de pendendo da extensão profundidade dos estudos e disponibilidade do tempo pode pro longarse por vários dias Entretanto cada sessão não deve ultrapassar três horas para um melhor aproveitamento Não se pode esquecer que a própria preparação do seminá rio quando é realizado por um grupo requer várias reuniões prévias para distribuição das tarefas procura de fontes bibliográficas quando não há indicação de todas por par te do professor escolha dos relatores e integração dos trabalhos diferenciados atri buídos aos elementos do grupo 132 Fontes O seminário como técnica de estudo pode ser aplicado em qualquer setor do co nhecimento Assim as fontes que originam um assunto para seminário são as mais va riadas 36 a temas constantes de um programa disciplinar mas que necessitam de co nhecimentos mais aprofundados b temas complementares a um programa disciplinar c temas novos divulgados em periódicos especializados referentes à disci plina em questão d temas atuais de interesse geral com idéias renovadoras e temas específicos atualizados adequados a um programa de seminário 133 Componentes Os componentes de um seminário são a Coordenador geralmente o professor Cabe a ele propor os ternas a se rem estudados indicar uma bibliografia inicial em raros casos a global estabelecer uma agenda de trabalhos e fixar a duração das sessões Pode eventualmente orientar as pesquisas mas geralmente preside e coordena a apresentação dos seminários Antes de realizálos pode introduzir o assun to geral do qual é possível que derivem vários subtemas ao final dos deba tes sozinho ou com a participação da classe e do grupo expositor sintetiza as conclusões globais Deve fazer uma apreciação geral dos resultados se necessário complementando alguns itens b Organizador figura que surge apenas quando o seminário é grupal e as tarefas são divididas entre seus integrantes Faz parte de suas atribuições marcar as reuniões prévias coordenar as pesquisas e o material e de pre ferência designar os trabalhos a cada componente c Relator ou Relatores é aquele que expõe os resultados dos estudos po de ser um só elemento vários ou todos do grupo cada um apresentando uma parte Apesar da figura do relator se o seminário é grupal e não indi vidual a responsabilidade pelo seu êxito cabe a todos os elementos Em seminários individuais o relator é o responsável único pela preparação pesquisa e apresentação d Secretário é o estudante designado pelo professor para anotar as con clusões parciais e fmais do seminário após os debates Pode ser substituído pelo organizador ou professor e Comentador pode ser um só estudante ou um grupo diferente do res ponsável pelo seminário Só aparece quando se deseja um aprofundamento crítico dos trabalhos e é escolhido pelo professor Deve estudar com ante cedência o tema a ser apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição antes da discussão e debate dos demais participantes da classe f Debatedores correspondem a todos os alunos da classe Depois da ex posição e da crítica do comentador se houver devem participar fazendo perguntas pedindo esclarecimentos colocando objeções reforçando argu mentos ou dando alguma contribuição 134 Etapas As etapas de um seminário são as seguintes a o coordenador professor propõe determinado estudo indica a bibliografia mínima forma os grupos de seminário escolhe o comentador e o secretário 37 38 b formado o grupo este escolhe o organizador decide se haverá um ou mais relatores divide as tarefas inicia o trabalho de pesquisa de procura de in formações através de bibliografia documentos entrevistas com especialis tas observações etc Depois reúnese diversas vezes sob a coordenação do organizador para discutir o material coletado confrontar pontos de vis ta formular conclusões e organizar os dados disponíveis Sob este aspecto apresentamse as seguintes fases determinação do tema central que como um fio condutor estabelece a ordenação do material divisão do tema central em tópicos análise do material coletado procurando subsídios para os diferentes tópicos sem perder de vista os objetivos derivados do tema central síntese das idéias dos diferentes autores analisados resumo das contri buições visando à exposição que deve apresentar introdução breve exposição do tema central proposição dos oh jetivos e tópicos desenvolvimento apresentação das partes numa seqüência organi zada envolvendo explicação discussão e demonstração conclusão síntese de toda reflexão com as contribuições do grupo para o tema bibliografia incluindo todas as obras e documentos utilizados além de especificação das qualidades dos especialistas consultados c concluídos os estudos e pronto o seminário a classe se reúne sob a orien tação do coordenador d os relatores em plenário classe apresentam os resultados dos estudos obedecendo a seqüência lógica determinada e o comentador após a exposição intervém com objeções subsídios e críti cas f a classe a seguir participa das discussões e debates fazendo indagações reforçando ou refutando afrnnações dando enfim contribuições para o te ma g ao final o coordenador do seminário faz uma síntese e encaminha para as conclusões finais que podem ficar a seu cargo ao do grupo expositor ou de toda a classe Faz a avaliação final e se julgar que o assunto ficou in completo ou faltam alguns ângulos a serem apresentados pode recomendar novo seminário 135 Exemplo do Procedimento em Seminário A PREPARAÇÃO As atividades discentes são desenvolvidas de acordo com os assuntos programados sob a forma de roteiros discutidos e autoavaliados por todos os participantes do grupo Sob a orientação ou não do professor nos termos das fontes consultadas deve ser pre parado com antecedência de pelo menos uma semana um roteiro para o seminário e as respectivas cópias distribuídas não somente entre os participantes mas também o pro fessor e se possível todos os alunos da classe se não pelo menos o comentador ou grupo comentador BROTEIRO Não deve ser mero resumo ou síntese mas expressar o que foi apreendido aquilo que se presta à aprendizagem ou se apresenta como apontamento didático para a consul ta Sua estrutura abrange a plano deve expressar através das unidades com títulos subdivisões as pa lavraschave adequadamente escolhidas tem de provar que se leu com espírito crítico revelando habilidade inte lectual e não confundindo o pensamento do autor com os fatos por ele trabalhados necessita estabelecer correlações para os aspectos comuns ou para que os assuntos interligados espacial e temporalmente sejam apresentados em uma unidade ou divisão precisa dar preferência à indicação das circunstâncias que revelam mu danças na evolução conjuntural do processo b introdução linguagem pessoal na apresentação da proposição central objetividade e concisão c conteúdo deve ser apresentado dividido em unidades com linguagem objetiva e concisa não se deter em pormenores a transcrição de trechos só deve ser feita quando necessário devese evitar a reprodução dos títulos e subtítulos das obras consulta das 39 d conclusão interpretação pessoal linguagem objetiva e concisa e elementos complementares participantes do grupo com indicação do organizador data da apresentação c A V ALIAçÃO A avaliação do professor deve abranger vários itens a sobre o procedimento na elaboração do roteiro exatidão da matéria planejamento unidade e equilíbrio do plano seqüência no desenvolvimento adequação da matéria à classe ao tempo disponível seleção da matéria qualidade quantidade b sobre a exposição oral qualidade da exposição controle de si voz e vocabulário relacionamento com a classe seleção e uso do material didático uso do quadronegro uso de ilustrações textos etc outros recursos didáticos empregados 136 Exemplo de Roteiro de Seminário TEMA MODOS DE PRODUÇÃO E RELAÇÕES SOCIAIS UNIDADE Passagem do Feudalismo ao Capitalismo 40 Introdução Sucessivas fases da organização industrial a partir da Idade Média apre sentam uma ligação entre o modo de produção feudal e o capitalista As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho mostram variações nas diferentes fases Sistemn F amiiar Características produção realizada pelos membros da farru1ia para seu pró prio consumo e não para venda o trabalho não se efetua com o objetivo de atender a trocas Mercado praticamente inexistente Época princípio da Idade Média Características sociais da produção sistema produtivo baseado numa obri gação imposta ao produtor pela força e independentemente de sua própria vontade para que satisfaça certas exigências de um senhor quer tais exigências tomem a forma de serviços a prestar ou taxas a pagar em dinhei ro ou artigos em trabalho ou presentes para a despesa do senhor relações que caracterizam a servidão Atividade econômica a atividade essencial é a agropastoril A produção a distribuição e as trocas efetuamse nos quadros do domínio rural consistin do a terra na única fonte de riqueza e poder O sistema de posse da terra ca racterizase pela existência do feudo As diferentes formas de relações econômicas originam uma mãodeobra diferenciada desde o trabalho com pulsório gratuito permanente servidão doméstica e intermitente corvéias dos rendeiros até o trabalho contratual remunerado assalariado Relações sociais formais de produção entendidas como servidão feudal encontramse aliadas a um baixo nível de técnica com instrumentos de pro dução simples e de baixo custo onde o ato de produção possui caráter indi vidual Relações sociais no trabalho a divisão do trabalho é rudimentar e a coorde nação dos indivíduos na produção tem caráter familiar Sistemn de Corporações S istemn Doméstico Sistemn Fabril 41 Conclusões Foi o sistema fabril de produção que criou as condições para a utilização em grande escala da máquina e da energia e não o contrário A transformação do modo de produção feudal no modo de produção capita lista ocorre em etapas distintas surgindo a segunda com a figura do inter mediário e firmandose com a do capitalista que se apropria da maisvalia produzida pelos trabalhadores assalariados As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho variam de etapa em etapa mas enquanto as primeiras sofrem total modifi cação com a passagem do feudalismo para o capitalismo as segundas diver gem significativamente no seio do mesmo modo de produção BIBLIOGRAFIA BÁSICA LAKA TOS Eva Maria A sociedade préindustrial do feudalismo à revolução indus trial ln O trabalho temporário nova forma de relações sociais no trabalho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de LivreDocên cia BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR HUBERMAN Leo História da riqueza do homem 10 ed Rio de Janeiro Zahar 1975 SWEEZY Paulo M et aI Do feudalismo ao capitalismo São Paulo Martins Fontes 1977 WEBER Max História geral da economia São Paulo Mestre Jou 1968 LITERATURA RECOMENDADA BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza un trabajo monográfico Barcelona EUNIBAR 1979 Parte II Capítulo 2 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 Capítulos 11 e 14 BLOOM Benjamin S et alo Taxonomia de los objetivos de la educación la clasifica ci6n de las metas educacionales Buenos Aires EI Ateneo 1971 Parte II CASTAGNINO Raul H Análise literária São Paulo Mestre Jou 1968 Parte I Capí tulo 3 e Parte II Capítulo 2 42 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientifica 2 ed São Paulo MacGrawHill do Brasil 1978 Capítulo 4 FRAGATA Júlio S I Noções de metodologia para elaboração de um trabalho cientí fico Porto Tavares Martins 1980 Capítulos 2 e 6 GALLIANO A Guilherme Org Método cientifico teoria e prática São Paulo Har per Row do Brasil 1977 Capítulos 6 e 7 HARLOW Eric COMPTON Henry Comunicação processo técnicas e práticas São Paulo Atlas 1980 Capítulos 6 e 11 LARROYO Francisco Pedagogia de la ensenanza superior 2 ed México Porma 1964 MINICUCCI Agostinho Dinâmica de grupo manual de técnicas 3 ed São Paulo Atlas 1977 Capítulo 27 MOISÉS Massaud Guia prático de análise literária São Paulo Cultrix 1970 Capítu los 1 e 2 NÉRICI Imídeo G Metodologia de ensino superior Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1967 Capítulo 15 Introdução à didática geral 10 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1971 v 2 Capítulo 9 Educação e metodologia 2 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1973 Capítulo 3 RUIZ João Álvaro Metodologia cientifica guia para eficiência nos estudos 2 ed São Paulo Atlas 1980 Capítulo 2 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 2 ed Belo Horizonte Interlivros 1972 Parte I Capítulo 2 SAL V ADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 Capítulo 2 SEVERINO Antônio Joaquim Metodologia do trabalho cientifico São Paulo Cortez Moraes 1975 Capítulo 3 VEGA Javier Lasso de la Manual de documentación Barcelona Labor 1969 Parte I Capítulo 4 43 2 Pesquisa bibliográfica e resumos 21 FASES DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA A pesquisa bibliográfica compreende oito fases distintas a escolha do tema b elaboração do plano de trabalho c identificação d localização e compilação f fichamento g análise e interpretação h redação 211 Escolha do Tema o tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver é uma dificuldade ainda sem solução que é mister determinar com precisão para intentar em seguida seu exa me avaliação crítica e solução Asti Vera 197697 44 Escolher um tema significa levar em consideração fatores internos e externos Os internos consistem em a selecionar um assunto de acordo com as inclinações as aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho científico b optar por um assunto compatível com as qualificações pessoais em termos de background da formação universitária e pósgraduada c encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa Os externos requerem a a disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofun dada b a existência de obras pertinentes ao assunto em número suficiente para o estudo global do tema c a possibilidade de consultar especialistas da área para uma orientação tanto na escolha quanto na análise e interpretação da documentação específica Além disso não há necessidade de duplicação de estudos uma vez que há uma vas ta gama de temas a serem pesquisados Devemse evitar assuntos sobre os quais recen temente foram feitos estudos o que toma difícil uma nova abordagem Embora a escolha do tema possa ser determinada ou sugerida pelo professor ou orientador quando se trata de um principiante o mais freqüente é a opção livre As fontes para a escolha do assunto podem originarse da experiência pessoal ou profissional de estudos e leituras da observação da descoberta de discrepâncias entre trabalhos ou da analogia com temas de estudo de outras disciplinas ou áreas científicas Após a escolha do assunto o passo seguinte é a sua delimitação É necessário evi tar a eleição de temas muito amplos que ou são iÓiáveis como objeto de pesquisa apro fundada ou conduzem a divagações discussões intermináveis repetições de lugares comuns ou descobertas já superadas Para Salvador 1980468 a delimitação do assunto implica A Distinguir o sujeito e o objeto da questão O sujeito é a realidade a respeito da qual se deseja saber alguma coisa É o universo de referencia Pode ser constituída de objetos fatos fenômenos ou pessoas a cujo respei to fazse o estudo com dois objetivos principais ou de melhor apreendê los ou com a intenção de agir sobre eles O objeto de um assunto é o tema propriamente dito Corresponde àquilo que se deseja saber ou reali zar a respeito do sujeito É o conteúdo que se focaliza em tomo do qual gira toda a discussão ou indagação Exemplo Organização do Trabalho O sujeito é trabalho o objeto é organização B Especificar os limites da extensão tanto do sujeito quanto do objeto Pode ser realizado através de a Adjetivos eXplicativos ou restritivos Pelos adjetivos explicativos designamse as qualidades condições ou estados essenciais ao sujeito 45 ou objeto Ao contrário pelos adjetivos restritivos indicamse as qua lidades condições ou estados acidentais do sujeito ou objeto O adjeti vo explicativo é um desdobramento das partes constituintes de um ser ao passo que o adjetivo restritivo ou acidental é um acréscimo arbitrá rio Exemplo adjetivo explicativo Organização social do trabalho adjetivo restritivo Organização atual do trabalho b Complementos nominais de especificação São pessoas ou coisas que acrescentadas a substantivos ou adjetivos especificam a ação ou sentimentos que os mesmos substantivos ou adjetivos designam Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal c Determinação das circunstâncias Às vezes pode ser necessário determinar as circunstâncias que limitam mais ainda a extensão do as sunto especialmente as circunstâncias de tempo e espaço Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal durante alda de Média na Europa Ocidental 212 Elaboração do Plano de Trabalho A elaboração do Plano de Trabalho pode preceder o fichamento quando então é provisório ou ocorrer depois de iniciada a coleta de dados bibliográficos quando já se dispõe de mais subsídios para elaboração do plano definitivo o que não quer dizer está tico Isso porque o aprofundamento em determinadas etapas da investigação pode levar a alterações no todo do trabalho Na elaboração do plano devese observar a estrutura de todo o trabalho científico introdução desenvolvimento e conclusão 46 a Introdução Formulação clara e simples do tema sua delimitação im portância caráter justificativa metodologia empregada e apresentação sintética da questão b Desenvolvimento Fundamentação lógica do trabalho cuja finalidade é expor e demonstrar suas principais idéias Apresenta três fases Explicação Explicar é apresentar o sentido de um tema é analisar e compreender procurando suprimir o ambíguo ou o obscuro Discussão É o exame a argumentação e a explicação do tema explica discute fundamenta e enuncia as proposições Demonstração É a dedução lógica do trabalho implicando o exercício do raciocínio O desenvolvimento do tema exige a divisão do mesmo em tópicos logicamente correlacionados As partes do trabalho não podem ter uma organização arbitrá ria mas baseada naestru real ou lógica do tema sendo que as partes devem estar sistematicamente vinculadas entre si e ordenadas em função da unidade de conjunto Para tal é necessário saber distinguir o fundamental do se cundário o principal do subordinado e distribuir eqüitativa e gradualmente as partes segundo este critério Salvador 198062 c Conclusão Consiste no resumo completo mas sintetizado da argumen tação desenvolvida na parte anterior Devem constar da conclusão a relação existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das idéias e ainda a síntese de toda a reflexão A fase da elaboração do plano de trabalho engloba ainda a formulação do proble ma o enunciado de hipóteses e a determinação das variáveis Uma descrição detalhada e exaustiva com exemplos pode ser encontrada na obra Metodologia científica das mesmas autoras Atlas 1982 Capítulos 4 e 5 213 Identificação É a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo O primeiro passo seria a procura de catálogos onde se encontram as relações das obras Podem ser publicados pelas editoras com a indicação dos livros e revistas edita dos ou pertencer a bibliotecas públicas com a listagem por título dos trabalhos Há ainda os catálogos específicos de alguns periódicos com o rol dos artigos publicados anterionnente O segundo passo tendo em mãos o livro ou periódico seria o levantamento pelo Sumário ou Índice dos assuntos nele abordados Outra fonte de informações referese aos abstracts contidos em algumas obras que além de oferecerem elementos para iden tificar o trabalho apresentam um resumo analítico do mesmo O último passo teria em vista a verificação da bibliografia ao final do livro ou do artigo se houver cOnstituída em geral pela indexação de artigos de livros teses fo lhetos periódicos relatórios comunicações e outros documentos sobre o mesmo tema 214 Localização Tendo realizado o levantamento bibliográfico com a identificação das obras que in teressam passase à localização das fichas bibliográficas nos arquivos das bibliotecas públicas nas de faculdades oficiais ou particulares e outras instituições 47 o Catálogo Coletivo Nacional situado no Instituto Brasileiro de Bibliografia e Do cumentação atende a consultas realizadas por carta ou telefone sobre trabalhos exis tentes em diferentes bibliotecas do País Também possui um Banco de Tese cujos tra balhos podem ser consultados ou mesmo reproduzidos com a anuência do autor A re lação das teses consta de um catálogo encontrado em geral nas bibliotecas de facul dades 215 Compilação É a reunião sistemática do material contido em livros revistas publicações avulsas ou trabalhos mimeografados Esse material pode ser obtido por meio de fotocópias xe rox ou microfIlmes 216 Fichamento À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência deve transcrever os dados em fichas com o máximo de exatidão e cuidado A ficha sendo de fácil manipulação permite a ordenação do assunto ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para outro Até certo ponto leva o indiví duo a pôr oem no seu rriaterial Possibilita ainda uma seleção constante da documen tação e de seu ordenamento Em face do exposto devese tentar convencer o aluno da importância necessidade e utilidade das fichas principalmente por facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais 217 Análise eInterpretação A primeira fase da análise e da inteIpretação é a crítica do material bibliográfico sendo considerado um JUÍzo de valor sobre determinado material científico Dividese em crítica externa e interna A crítica externa é feita sobre o significado a importância e o valor histórico de um documento considerado em si mesmo e em função do trabalho que está sendo ela borado Salomon 1972256 Abrange 48 a crítica do texto Averigua se o texto sofreu ou não alterações inteIpo laçóes e falsificações ao longo do tempo Investiga principalmente se o tex to é autógrafo escrito pela mão do autor ou não em caso negativo se foi ou não revisto pelo autor se foi publicado pelo autor ou outra pessoa o fez que modificações ocorreram de edição para edição b crítica da autenticidade Detennina o autor o tempo o lugar e as cir cunstâncias da composição c crítica da proveniência Investiga a proveniência do texto Varia confor me a ciência que a utiliza Em História tem particular importância o estudo de onde provieram os documentos em Filosofia interessa muito mais dis cernir até que ponto uma obra foi mais ou menos decalcada sobre outra Quando se trata de traduções o importante é verificar a fidelidade do texto examinado em relação ao original A crítica interna é aquela que aprecia o sentido e o valor do conteúdo Compre ende a crítica de interpretação ou hermenêutica Averigua o sentido exato que o autor quis exprimir Facilita esse tipo de crítica o conhecimento do voca bulário e da linguagem do autor das circunstâncias históricas ambientais e de pensamento que influenciaram a obra da formação mentalidade cará ter preconceitos e educação do autor Compreender um texto equivale a haver entendido o que o autor quis dizer os problemas que postulou e as soluções que propôs para os mesmos Asti Vera 1979127 b crítica do valor interno do conteúdo Aprecia a obra e forma um juízo sobre a autoridade do autor e o valor que representa o trabalho e as idéias nele contidas A segunda terceira e quarta fases respectivamente decomposição dos elementos essenciais e sua classificação generalização e análise crítica correspondem às três da análise de texto Finalmente a interpretação exige a comprovação ou refutação das hipóteses Am bas só podem ocorrer com base nos dados coletados Devese levar em consideração que os dados porsi só nada dizem é preciso que o cientista os interprete isto é seja capaz de expor seu verdadeiro significado e compreender as ilações mais amplas que podem conter 218 Redação A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de trabalho científi co que se deseja apresentar Pode ser uma monografia uma dissertação ou uma tese 22 FICHAS Para o pesquisador a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível Como o investigador manipula o material bibliográfico que em sua maior parte não lhe perten ce as fichas permitem 49 a identificar as obras b conhecer seu conteúdo c fazer citações d analisar o material e elaborar críticas Criado no século xvn pelo Abade Rozier da Academia Francesa de Ciências o sistema de ficha é atualmente utilizado nas mais diversas instituições para serviços ad ministrativos e nas bibliotecas onde para consulta do público existem fichas de auto res de títulos de séries e de assuntos todas em ordem alfabética 221 Aspecto Físico É desejável que se dê uma atenção especial ao aspecto físico das fichas uma vez que todo o trabalho científico requer a utilização de um grande número delas e sua pre paração pode estenderse por muitos anos Dado o seu contínuo emprego é mais viável ao estudioso a opção por um tamanho único de fichas mesmo que utilize vários fichá rios Os tamanhos mais comuns de fichas são Tipo grande Tipo médio Tipo pequeno internacional 125 cm x 205 cm 105 cm x 155 cm 75 cm x 125 cm Sendo as fichas utilizadas tanto para indicação bibliográfica quanto para resumo entre outras formas é conveniente que a escolha do tamanho seja baseada em carac terísticas individuais ou seja quem tem letra pequena não necessita obviamente de muito espaço para escrever ao contrário dos que possuem letra grande para pessoas mais sintéticas o ideal é a ficha pequena o mesmo não ocorrendo com as muito proli xas que devem escolher fichas médias ou grandes Precisandose utilizar o reverso das fichas para continuar as anotações será mais adequado fazer coincidir a última linha do anverso com a primeira do reverso de forma que a ficha possa ser girada sobre si mesma Essa prática tem a vantagem de permitir a leitura do verso sem retirar a ficha do seu lugar Quando as anotações de uma ficha pre cisam continuar em uma segunda ou mais fichas é imprescindível que se repita o cabe çalho com a indicação em letras maiúsculas da seqüência como se verá mais adiante 222 Composição das Fichas A estrutura das fichas de qualquer tipo compreende três partes principais cabeça lho referência bibliográfica e corpo ou texto As outras optativas são em ordem de 50 seqüência principalmente nas fichas bibliográficas a indicação da obra quem princi palmente deve lla e o local em que ela pode ser encontrada qual biblioteca 2221 CABEÇALHO o cabeçalho compreende o título genérico remoto o título genérico próximo o tí tulo específico o número de classificação da ficha Salvador 1980 1137 e a letra in dicativa da seqüência quando se utiliza mais de uma ficha em continuação Esses elementos são escritos na parte superior da ficha em duas linhas na primeira consta apenas à esquerda o título genérico remoto na segunda em quatro quadrinhos da esquerda para a direita o título genérico próximo o título específico o número de classificação e o código indicativo da seqüência que permanece em branco quando se utiliza uma só ficha frente e frente e verso Para se ter o título específico e o número de classificação da ficha é necessário que se faça ao início de cada estudo um planejamento do assunto que se irá pesquisar com a respectiva divisão de tópicos Exemplo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista 1 Introdução 2 Ocupações Marginais 21 Conceito de Ocupação Marginal 22 Características das Ocupações Marginais 221 Características Econômicas 222 Características Sócioculturais 3 Ocupações Marginais e Mobilidade Social 31 Desigualdade Social 32 Mobilidade Social 321 Modelos Explicativos da Mobilidade Social 322 A Metodologia da Mobilidade 323 Mobilidade e Distância Social 4 Ocupações Marginais na Área Urbana 41 Setor Artesanal 42 Setor de Comércio 43 Setor de Serviços 5 Ocupações Marginais na Área Rural 51 Setor da Agricultura 51 52 52 Setor da Pecuária 53 Setor de Mineração 6 Conclusões Como auxílio do plano podemse compor os cabeçalhos como se segue 1 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Introdução T 1 T 2 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais Conceito de I 21 I 3 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais Características das I 22 I 4 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Características das Características Econômicas 221 5 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Características das Carac Sócioculturais I 222 I A 6 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Características das Carac Sócioculturais 1222l B No exemplo 1 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista como tema geral é o título genérico remoto que permanece constante em todas as fichas Introdução é o tí tulo genérico próximo não há título específico pois essa parte não se subdivide fmal mente o algarismo 1 é o número de classificação da ficha Os exemplos 2 e 3 apresentam como todas as fichas feitas para o mesmo estudo igual título genérico remoto Ocupações Marginais no Nordeste Paulista ambas apre sentam o mesmo título genérico próximo Ocupações Marginais diferenciandose pelo título específico Conceito de e Características das que correspondem à se gunda parte do trabalho Ocupações Marginais os algarismos 1 e 2 que se seguem ao ponto 21 e 22 indicam as subdivisões dessa segunda parte respectivamente Con ceito de e Características das No exemplo 4 verificase uma alteração se o título genérico remoto permanece o mesmo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista o título genérico próximo se mo difica passando a ser o do segundo item da segunda parte Características das O título específico é agora Características EcoTlÔmicas primeira subdivisão do segundo item da segunda parte portanto com o seguinte número de classificação 22 1 É evidente que cada autor consultado para cada parte item e subitens do trabalho terá umaficha separada conservandose o mesmo cabeçalho com o mesmo título gené rico remoto o mesmo título genérico próximo o mesmo título específico e o mesmo número de classificação Assim as fichas distinguirseão uma das outras pelas referên cias bibliográficas que se seguem ao cabeçalho Por sua vez quando o corpo ou o texto não couber em uma só ficha necessitando se de duas ou mais para que as seguintes não se percam devese colocar letras maiús culas indicativas da seqüência logo após o número de classificação da ficha como o ilustram os exemplos 5 e 6 Quando não se tem de antemão um plano elaborado ou se deseja fazêlo depois das consultas bibliográficas a única coisa que é preenchida no cabeçalho é o título genérico remoto deixandose em branco o restante que será completado depois do pla nejamento do trabalho Exemplo I Artesanato 2222 REFERÊNCIA BmLIOGRÁFIcA A referência bibliográfica deve sempre seguir as normas da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas como consta no último capítulo Para procederse cor retamente é importante consultar a Ficha Catalográfica da obra que traz todos os ele 53 mentos necessários e na ausência dela a folha de rosto e outras partes do livro até ob ter as informações completas Quando se trata de revistas e outros periódicos muitas vezes os elementos impor tantes da referência bibliográfica localizamse na lombada Finalmente em caso de jornais a primeira página é que fornece a maioria das indi cações 2223 CORPO OU TEXTO o conteúdo das fichas varia segundo o tipo delas como se verá a seguir 2224 INDICAÇÃO DA OBRA Devese pensar que as fichas depois de utilizadas para a realização de um trabalho poderão ser novamente empregadas na vida acadêmica ou profissional Dessa fonna é desejável a indicação da obra quer para estudos e pesquisas em disciplinas específicas quer para estudantes de determinada área 2225 OC É possível que depois de fichada uma obra haja necessidade de voltar a consultá la Assim é também importante a indicação do local em que se acha disponível o mate rial Exemplo cabeçalho referência bibliográfica corpo ou texto indicação da obra local 54 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista O M e Mobilidade Social 1 3 I PASTORE José Desigualdade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 217 p Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para a disciplina de So ciologia Biblioteca da Faculdade de Ciências Sociais da USP Pelo título da obra que serviu de exemplo podese perceber que o livro de Pastore é utilizável em mais de uma parte ou item do trabalho planejado Quando ocorre caso semelhante fichase o livro como um todo para a parte indicada É a ficha principal Outras apresentarão o fichamento de parte da obra devem ser tantas fichas quantos fo rem os capítulos do livro que dizem respeito a outros tantos itens e subitens do trabalho São as fichas secundárias Exemplo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Mobilidade Social 1 Modelos Explicativos da 321 I PASTORE José Modelos explicativos da inobilidade social ln Desigual dade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 p 1527 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Mobilidade Social I Modelos Explicativos da I 321 I SOROKIN Pitirim A Espaço social distância social e posição social ln CARDOSO Fernando Henrique IANNI Octávio Homem e sociedade 3 ed São Paulo Nacio nal 1966 p 22330 55 223 Conteúdo das Fichas o conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas varia segundo sua fmalidade Pode ser A Bibliográfica que se subdivide em a bibliográfica de obra inteira e b bibliográfica de parte de uma obra B Citações C Resumo ou de Conteúdo D Esboço E Comentário ou Analítica o primeiro passo rá o de descrever cada uma das fonnas para ao mal apresentar exemplos 2231 FICHA BmLIOGRÁFIcA Segundo Salvador 1980118 a ficha bibliográfica de obra inteira ou parte dela pode referirse a alguns ou a todos os seguintes aspectos 56 a o campo do saber que é abordado b os problemas significativos tratados c as conclusões alcançadas d as contribuições especiais em relação ao assunto do trabalho e as fontes dos dados que podem ser documentos literatura existente es tatísticas documentação indireta de fontes primárias ou secundárias docu mentação direta com os dados colhidos pelo autor observação entrevista questionário fonnulário etc f os métodos de abordagem e de procedimento utilizados pelo autor abordagem Indutivo Dedutivo Hipotéticodedutivo Dialético procedimento Histórico Comparativo Monográfico Estatístico Tipológico Funcionalista Estruturalista Etnográfico etc g a modalidade empregada pelo autor Geral Específica Intensiva Extensiva exaustiva Técnica Não Técnica Descritiva Analítica etc h a utilização de recursos ilustrativos tais como tabelas quadros gráficos mapas desenhos etc Salvador ainda recomenda a ser breve Quando se desejam maiores detalhes sobre a obra o ideal é a ficha de resumo ou conteúdo ou melhor ainda a de esboço Na ficha bi bliográfica algumas frases são suficientes b utilizar verbos ativos Para se caracterizar a forma pela qual o autor es creve as idéias principais devem ser precedidas por verbos tais como ana lisa compara contém critica define descreve examina apresenta re gistra revisa sugere e outros c evitar repetições desnecessárias Não há nenhuma necessidade de colocar expressões como este livro esta obra este artigo o autor etc 2232 FICHA DE CITAÇÕES Consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças consideradas relevantes ao estu do em pauta Devemse observar os seguintes cuidados a toda citação tem de vir entre aspas É através desse sinal que se distin gue uma ficha de citações das de outro tipo Além disso a colocação das aspas evita que mais tarde ao utilizar a ficha se transcreva como do fi chador os pensamentos nela contidos b após a citação deve constar o número da página de onde foi extraída Isso permitirá a posterior utilização no trabalho com a correta indicação bibliográfica c a transcrição tem de ser textual Isso inclui os erros de grafia se houver Após eles colocase o termo sic em minúsculas e entre parênteses ou col chetes Exemplo hipotético Chegouse à conclusão de que o garimpeiro é antes de tudo um homem do campo desocado sic para a cidade mas conservador da cultura rural embora venha assimilando gradativamente aspectos da cultura citadina p127 d a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada utilizandose no local da omissão três pontos precedidos e seguidos por espaços no início ou final do texto e entre parênteses no meio 57 Exemplo Essa liberdade é a marca predominante no comportamento do garimpeiro esse desejo de liberdade levao a optar sempre que possível pela garimpagem ao invés do trabalho nas lavouras s6 em última instância o garimpeiro aceita a opção de serviço na roça p 130 e a supressão de um ou mais parágrafos também deve ser assinalada utilizandose uma linha completa de pontos Exemplo A religião está bastante associada a crendices semelhantes às existentes no ambiente rural brasileiro todo o ciclo da vida do nascimento à morte é acompanhado por um conjunto de práticas supersticiosas cercandose o nascimento de uma série de crenças e benzimentos mesmo que se respeite e pratique o batismo Nem sempre a necessidade é de saúde para a pessoa ou familiares mas para a obtenção de sucesso no trabalho arranjar um emprego p 1089 f a frase deve ser complementada se necessário quando se extrai uma parte ou parágrafo de um texto este pode perder seu significado necessi tando de um esclarecimento o qual deve ser intercalado entre colchetes Exemplo Esse rio Sapucaí que limita Patrocínio Paulista com Batatais e Altin6 polis é afluente do Rio Grande pI67 g quando o pensamento transcrito é de outro autor tal fato tem de ser assinalado Muitas vezes o autor fichado cita frases ou parágrafos escritos por outra pessoa Nesse caso é imprescindível indicar entre parênteses a referência bibliográfica da obra da qual foi extraída a citação Exemplo as gupiaras se encontram ora numa ora noutra margem do rio p 36 MACHADO FILHO Aires da Mata O negro e o garimpo em Mi nas Gerais 2 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1964 p 17 2233 FICHAS DE RESUMO OU DE CONTEÚDO Apresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais do autor ou um re sumo dos aspectos essenciais da obra Características 58 a não é um sumário ou índice das partes componentes da obra mas ex posição abreviada das idéias do autor b não é transcrição como na ficha de citações mas é elaborada pelo leitor com suas próprias palavras sendo mais uma interpretação do autor c não é longa apresentamse mais informações do que a ficha bibliográfica que por sua vez é menos extensa do que a do esboço d não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra lendo a obra o estudioso vai fazendo anotações dos pontos principais Ao final redige um resumo contendo a essência do texto 2234 FICHA DE ESBOÇO Tem certa semelhança com a ficha de resumo ou conteúdo pois referese à apresen tação das principais idéias expressas pelo autor ao longo da sua obra ou parte dela porém de forma mais detalhada Aspectos principais a é a mais extensa das fichas apesar de requerer também capacidade de sÚltese pois o conteúdo de uma obra parte dela ou de um artigo mais ex tenso é expresso em uma ou algumas fichas b é a mais detalhada em virtude de a sÚltese das idéias ser realizada quase que de página a página c exige a indicação das páginas em espaço apropriado à esquerda da ficha à medida que se vai sintetizando o material Pode ocorrer que uma idéia do autor venha expressa em mais de uma página Nesse caso a indicação da página será dupla Exemplo 534 Quando em uma ou mais páginas não há nada de interessante elas são pu ladas continuandose a indicação das páginas a partir das seguintes 2235 FICHA DE COMENTÁRIO OU ANALÍTICA Consiste na explicitação ou interpretação crítica pessoal das idéias expressas pelo autor ao longo de seu trabalho ou parte dele Pode apresentar a comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho no que se refere aos aspectos metodológicos b análise crítica do conteúdo tomando como referencial a própria obra c interpretação de um texto obscuro para tomálo mais claro d comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo tema e explicitação da importância da obra para o estudo em pauta 59 g 224 Exemplos de Fichas Ficha Bibliográfica Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural I Setor de Mineração I 53 I MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocinio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 152 p Inserese no campo da Antropologia Cultural Utiliza documentação indireta de fontes secundárias e direta colhidos os dados através de formulário Emprega o método de abordagem indutivo e o de procedimento monográfico e estatístico A modalidade é es pecífica intensiva descritiva e analítica Apresenta a caracterização física do Planalto Nordeste Paulista Analisa a organização econômica do planalto descrevendo o aspecto legal do sistema de trabalho e das formas de contrato assim como a atividade exercida e as ferramentas empregadas em cada fase do trabalho Registra os tipos de equipamentos das habitações e examina o nível de vida das famnias Descreve o tipo de famnia sua composição os laços de parentesco e compadrio e a educação dos filhos Examina a escolaridade e a mobilidade profissional entre gerações Apresenta as práticas religiosas com especial destaque das superstições principalmente as ligadas ao garimpo Discrimina as formas de lazer os hábitos alimentares de higiene e de vestuário Levando em consideração o uso de uma linguagem específica inclui um Glossário Conclui que o garimpeiro ainda conserva a cultura rurícola embora em processo de aculturação Exerce o nomadismo É solidário O traço de irresponsabilidade é mais atenuado do que se esperava Apresenta quadros gráficos mapas e desenhos Esclarece aspectos econômicos e sócioculturais da atividade de mineração de diamantes na região rural de maior número de ga rimpeiros no Nordeste Paulista Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para as disciplinas de Antropologia Cultural e Social Biblioteca Pública Municipal Mário de Andrade Ficha de Citações Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências HUmanas 1978 152 p Entre os diversos tipos humanos característicos existentes no Brasil o garimpeiro apresentase desde os tempos coloniais como um elemento pioneiro desbravador e sob certa forma como agente de integração nacional p 7 Os trabalhos no garimpo são feitos em geral por homens aparecendo a mulher muito raramente e apenas no serviço de lavação ou escolha de cascalho por serem mais suaves do que o de desmonte p 26 indivíduos os garimpeiros que reunidos mais ou menos acidentalmente continuam a viver e trabalhar juntos Normalmente abrangem indivíduos de um s6 sexo e sua organização é mais ou menos influenciada pelos padrões que já existem em nossa cul tura para agrupamentos dessa natureza p 47 LlNTON Ralph O homem uma introdução à antropologia 5 ed São Paulo Martins 1965 p 111 O garimpeiro é ainda um homem rural em processo lento de urbanização com métodos de vida pouco diferentes dos habitan tes da cidade deles não se distanciando notavelmente em nenhum aspecto vestuário alimentação vida familiar p 48 A característica fundamental no comportamento do garimpeiro é a liberdade p 130 O j N Ficha de Resumo ou de Conteúdo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural I Setor de Mineração J 53 I MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocinio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 152 p Pesquisa de campo que se propõe a dar uma visão antropológica do garimpo em Patrocínio Paulista Descreve um tipo humano ca racterístico o garimpeiro em uma abordagem econômica e sóciocultural Enfoca aspectos geográficos e históricos da região desde a fundação do povoado até a constituição do município Enfatiza as ati vidades econômicas da região em que se insere o garimpo sua correlação principalmente com as atividades agrícolas indicando que alguns garimpeiros do local executam o trabalho do garimpo em fins de semana ou no período de entressafra sendo portanto em par te trabalhadores egrícolas apesar da maioria residir na área urbana Dá especial destaque à descrição das fases da atividade de garimpo incluindo as ferramentas utilizadas Apresenta a hierarquia de posições existentes e os tipos de contrato de trabalho que diferem do rural e o respeito do garimpeiro à palavra empenhada Aponta o sentimento de liberdade de garimpeiro e justifica seu nomadismo como conseqüência de sua atividade A análise econômica abrange ainda o nível de vida como sendo de modo geral superior ao do egresso do campo e a descrição das casas e seus equipamentos indicando as diferenças entre ranchos da zona rural e casas da zona urbana Sob o aspecto sóciocultural demonstra a elevação do nível educacional e a mobilidade profissional entre as gerações dificilmente o pai do garimpeiro exerceu essa atividade e as aspirações para os filhos excluem o garimpo Faz referência ao tipo de família mais comum a nuclear aos laços de parentesco e ao papel relevante do compadrio Considera adequados a alimentação e os hábitos de higiene tanto dos garimpeiros quanto de suas famOias No que respeita à saúde comprova a predominância da consulta aos curan deiros e dos medicamentos caseiros Faz um levantamento de crendices e superstições com especial destaque ao que se refere à atividade de trabalho Aponta a in fluência dos sonhos nas práticas diárias Finaliza com um glossário que esclarece a linguagem especial dos garimpeiros Ol ú Ficha de Esboço Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural T Setor de Mineração T 53 T MARCONI Marina de Andrade O garimpeiro aspectos sócioculturais ln Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Pau lista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 p 93126 93 956 97 99 1001 1025 10610 111 112 114 Economicamente independentes pois começam a trabalhar cedo os garimpeiros em geral possuem famnia nu clear Freqüentemente casandose cedo os garimpeiros não vêem com bons olhos o celibato considerando a aquisição de uma esposa como um ideal que lhes confere prestfgio A mulher é a principal encarregada da educação dos filhos que segue padrões diferentes conforme o sexo da criança O cfrculo de amizade é restrito predominando os laços de parentesco e de trabalho A mulher desempenha papel secundário raramente dirigindo a palavra a homens com exceção dos parentes O compadrio é considerado um laço forte unindo famílias sendo as crianças educadas no respeito aos padrinhos cuja relação com os pais aproximase da de parentesco A escolaridade dos garimpeiros é geralmente baixa mas sua preocupação com os filhos e familiares leva à in sistência na escolarização pois aspiram à independência para os mesmos e consideram penosa sua atividade O principal fator da baixa escolaridade é a situação econõmica que conduz à atividade remunerada com pouca idade Porém em média sua escolaridade é mais elevada que a dos pais A quase totalidade dos garimpeiros é católica tal como são ou eram seus pais sendo que as mulheres e filhos re velam maior assiduidade aos cultos Mantêm em suas residências sinais exteriores de suas crenças imagens de santos A prática religiosa está mesclada com crendices mas é comum a fé em promessas Sua religião é um misto de catolicismo e práticas mágicas O garimpeiro é extremamente supersticioso e orienta muitas de suà ações pelos sonhos que têm O receio de mauolhado ligase às etapas e frutos de seu trabalho Muitos garimpeiros consideram a própria atividade de garimpo como uma forma de lazer Verso Ocupações Marginais noNordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural 1 Setor de Mineração 1 53 I 115 1167 118 11920 121 122 123 1245 O principal lazer consiste em grupos de conversas sendo o assunto mais discutido os vários aspectos do ga rimpo Outras formas de lazer festas danças baralho rádio É limitada a leitura de jornais e revistas e praticamente ine xistente a de livros A alimentação básica do garimpeiro é feijão arroz carne e legumes Raros são os casos em que a carne não faça parte do cardápio diário É bastante equilibrada a dieta do garimpeiro que necessita de boa alimentação para agüentar o difícil trabalho do garimpo O preparo da comida fica a cargo de elementos femininos principalmente a esposa Raramente o garimpeiro bebe durante o trabalho fazendoo geralmente nos fins de semana e feriados Na maioria dos casos o garimpeiro tem boa saúde derivada das condições em que exerce sua atividade ar livre e sol Em casos de doença dáse preferência a remédios caseiros rezas e benzimentos O farmacêutico o enfermeiro ou o médico são consultados apenas quando a doença é grave As condições das habitações são adequadas Os garimpeiros têm o hábito do banho diário e escovam os dentes Entretanto não lavam as mãos freqüentemente e em várias ocasiões O J1 Ficha de Comentário ou Analftica Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural 1 Setor de Mineração I 53 I MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocinio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 152 p Caracterizase por uma coerência entre a parte descritiva e analítica entre a consulta bibliográfica e a pesquisa de campo Tal harmonia ditrcil e às vezes não encontrada em todas as obras dá uma feição específica ao trabalho e revela sua importância Os dados obtidos por levantamento próprio com o emprego do formulário e entrevistas caracterizam sua originalidade Foi dado especial destaque à fidelidade das denominações próprias tanto das atividades de garimpo quanto do comportamento e atitudes ligadas ao mesmo O principal mérito é ter dado uma visão global do comportamento do garimpeiro que difere da apresentada pelos escritores que abordam o assunto mais superficiais em suas análises e evidenciando a colaboração que o garimpeiro tem dado não apenas à cidade de Patrocínio Paulista mas a outras regiões pois o fruto de seu trabalho extrapola o município Carece de uma análise mais profunda da interrelação entre o garimpeiro e o rurícola em cujo ambiente às vezes trabalha e o cita dino ao lado de quem vive De todos os trabalhos sobre garimpeiros é o mais detalhado sobretudo nos aspectos sócioculturais porém não permite uma gene ralização por se ter restrito ao garimpo de diamantes em Patrocínio Paulista Essencial na análise das condições econômicas e sócioculturais da atividade de mineração do Nordeste Paulista 225 Tipos de Fichas de Manzo Por sua vez Manzo 1971 16 apresenta cinco tipos de anotações a Comentário Explicitação do conteúdo para sua melhor compreensão b Informação geral Enfoque mais amplo sobte o conteúdo geral c Glosa Explicitação ou interpretação de um texto obscuro para tomálo mais claro d Resumo Síntese bem clara e concisa das idéias principais ou resumo dos aspectos essenciais e Citações Reprodução fiel de palavras ou trechos considerados relevantes e que deverão ser colocados entre aspas devido à sua importância em relação ao estudo em pauta Os itens a e c são muito semelhantes A redação mais usual de fichamento de leitura apresenta duas divisões fundamen tais resumo com as partes principais da obra lida e bibliografia Devese registrar apenas um assunto em cada ficha entretanto se o conteúdo for extenso o registro pode ser feito em duas ou mais que ficarão agrupadas 66 Exemplos a Ficha de Comentário GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortaçãÇl litótica Franca UNESP 119771200 p A A descreve um aspecto do discurso narrativo de grande interesse o estudo da enunciação e do enunciado em obras narradas em primeira pessoa O ponto alto porém é a validação da retórica estrutural como instrumento adequado para o estudo das per sonagens e das situações em que elas atuam É por intermédio da retórica que a A che ga a estabelecer as homologias estruturais da narrativa e a visão do mundo humanista do autor b Ficha de Informação Geral GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771 200 p A obra é resultado de pesquisas visando à elaboração de tese de doutoramento em Letras na Facultade de Filosofia Ciências e Letras e Ciências Humanas da USP Obra didática e necessariamente erudita destinase aos interessados em Literatura e Teoria Literária Valese como apoio metodológico e fundamentação teórica do Estrutu ralismo Genérico de L Goldmann e do Estruturalismo Lingüístico A obra visa à des crição e à interpretação de São Bernardo romance de Graciliano Ramos podendo servir como modelo a análises similares Foi editada pela UNESP Campus de Franca em 1977 na série Teses e Monografias c Ficha de Glosa GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771 200 p Leitura termo utilizado no título da obra não é o ato de ler é termo específico de T eo ria da Literatura significa descrever um texto particular uma obra existente utilizando os instrumentos elaborados pela Poética toda teoria interna da Literatura para eviden ciar sua significação Assim a leitura de São Bernardo significa a descrição da estrutura de São Bernardo d Ficha de Resumo GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771 200 p A A objetiva descrever a construção do discurso narrativo de São Bernardo explici tando as unidades narrativas e os princípios de coesão que fundamentam o romance a A examina mecanismos de verossimilhança e o sistema de motivações para revelar os procedimentos indiciais e as funções das personagens Encontrando na retórica o ins trumento adequado para desvendar a significação do texto a palavra crítica invariante temática de Graciliano Ramos opõe como conclusão a reificação humana existente na sociedade brasileira à visão do mundo humanista proposta pelO narrador e Ficha de CitaÇões GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771200 p Da obra O valor final encontrado é a medida do julgamento dessa ideologia incomunicabili dade solidão e infelicidade foram de fato os resultados de sua busca p 127 O futuro do homem brasileiro presumimos sua autorealização dependerá do co nhecimento de suas próprias limitações e da real tentativa de superáIas mediante uma fundamentação ideológica que não perca de vista os melhoramentos essenciais do ser humano a comunicabilidade e a solidariedade p 173 Na obra 1 de THOMACHEVSKI B Thématique ln EIKEMBAUN et aI Théorie de la litté rature Paris Seuil 1965 p 23 Le processus littéraire sorganise autour de deux moments importants le choix du thême et son élaboration 2 de PROPP V Morphologie du conte Paris Seu ii 1970 p 176 II faut considérer le conte en raport avec son milieu avec les situations dans laquelle ilvit 67 23 RESUMOS Da mesma forma que as fichas para os pesquisadores os resumos são instrumentos obrigatórios de trabalho através dos quais se podem selecionar obras que merecem a lei tura do texto completo Entretanto os resumos só são válidos quando contiverem de forma sintética e clara tanto a natureza da pesquisa realizada quanto os resultados e as conclusões mais importantes em ambos os casos destacandose o valor dos achados ou de sua originalidade 231 Conceito Finalidade e Caráter o resumo é a apresentação concisa e freqüentemente seletiva do texto destacando se os elementos de maior interesse e importância isto é as principais idéias do autor da obra A finalidade do resumo consiste na difusão das informações contidas em livros ar tigos teses etc permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de con sultar o texto completo O caráter de um resumo depende de seus objetivos apresentar um sumário narrativo das partes mais significativas não dispensando a leitura do texto condensação do conteúdo expondo ao mesmo tempo tanto as finalidades e metodologia quanto os resultados obtidos e as conclusões da autoria permitindo a utilização em tra balhos científicos e dispensando portanto a leitura posterior do texto original análise interpretativa de um documento criticando os diferentes aspectos inerentes ao texto 232 Como Resumir Levandose em consideração que quem escreve obedece a um plano lógico através do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica ou seja proposição expli cação discussão e demonstração é aconselhável em uma primeira leitura fazer um es boço do texto tentanto captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento A seguir voltase a ler o trabalho para responder a duas questões principais de que trata este texto O que pretende demonstrar Com isso identificase a idéia central e o propósito que nortearam o autor Em uma terceira leitura a preocupação é com a questão como o disse Em outras palavras tratase de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto Esse passo significa a compreensão das idéias provas exemplos etc que servem como ex plicação discussão e demonstração da proposição original idéia principal É importan te distinguir a ordem em que aparecem as diferentes partes do texto Geralmente quan do o autor passa de uma idéia para outra inicia novo parágrafo entretanto a ligação entre os parágrafos permite identificar 68 a conseqüências quando se empregam palavras tais como em conseqüência por conseguinte portanto por isso em decorrência disso etc b justaposição ou adição identificada com expressões de tipo e da mesma forma da mesma maneira etc c oposição com a utilização das palavras porém entretanto por outra parte sem embargo etc d incorporação de novas idéias e complementação do raciocínio f repetição ou reforço de idéias ou argumentos g justificação de proposições por intermédio de um exemplo comprovação etc h digressão desenvolvimento de idéias até certo ponto alheias ao tema cen tral do trabalho Os três últimos casos devem ser totalmente excluídos do resumo A última leitura deve ser feita com a fmalidade de a compreensão do sentido de cada parte importante b anotação das palavraschave c verificação do tipo de relação entre as partes conseqüência oposição complementação etc Uma vez compreendido o texto selecionadas as palavraschave e entendida a re lação entre as partes essenciais podese passar à elaboração do resumo 233 Tipos Dependendo do caráter do trabalho científico que se pretende realizar o resumo pode ser indicativo ou descritivo informativo ou analítico crítico a indicativo ou descritivo quando faz referência às partes mais importan tes componentes do texto Utiliza frases curtas cada uma correspondendo a um elemento importante da obra Não é simples enumeração do sumário ou índice do trabalho Não dispensa a leitura do texto completo pois ape nas descreve sua natureza forma e propósito b informativo ou analítico quando contém todas as informações princi pais apresentadas no texto e permite dispensar a leitura desse último por tanto é mais amplo do que o indicativo ou descritivo Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais idéias do autor salientando 69 os objetivos e o assunto a menos que se encontre explicitado no título os métodos e as técnicas descritas de forma concisa exceto quando um dos objetivos do trabalho é a apresentação de nova técnica os resultados e as conclusões Sendo uma apresentação condensada do texto esse tipo de resumo não de ve conter comentários pessoais ou julgamentos de valor da mesma maneira que não deve formular críticas Deve ser seletivo e não mera repetição sin tetizada de todas as idéias do autor Utilizamse de preferência as pró prias palavras de quem fez o resumo quando cita as do autor apresentaas entre aspas Não sendo uma enumeração de tópicos o resumo informativo ou analítico deve ser composto de uma seqüência corrente de frases conci sas Ao mal do resumo indicamse as palavraschave do texto Da mesma forma que na redação de fichas procurase evitar expressões tais como o autor disse o autor falou segundo o autor ou segundo ele a seguir este li vro ou artigo ou documento e outras do gênero ou seja todas as pala vras supérfluas Devese dar preferência à forma impessoal c crítico quando se formula um julgamento sobre o trabalho É a crítica da forma no que se refere aos aspectos metodológicos do conteúdo do de senvolvimento da lógica da demonstração da técnica de apresentação das idéias principais No resumo crítico não pode haver citações 234 Exemplos Resumo indicativo ou descritivo LAKA TOS Eva Maria O trabalho temporário nova fonna de relações sociais no tra balho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 2 v Tese de LivreDocência Etapas do desenvolvimento econômico que caracterizam a transição do feudalismo para o capitalismo Distinção entre as relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho segundo as sucessivas fases de organização industrial sistema fami liar de corporações doméstico e fabril também de acordo com a natureza das elites que introduzem ou determinam o processo de industrialização nas diferentes sociedades elite dinástica classe média intelectuais revolucionários administrador colonial líder nacionalista As elites influem ainda no processo de recrutamento da mãodeobra na integração do trabalhador na empresa na autoridade que elabora as normas referentes à relação entre o trabalhador e a direção da empresa e no caráter da atividade da gerência sobre os trabalhadores Conceito de trabalhador temporário Etapas de desenvolvimento econômico das sociedades que influem no processo de trabalho Organização do traba lho e suas alterações causa e conseqüência das transformações da sociedade Surgimen 70 to e desenvolvimento do trabalho temporário segundo as etapas de desenvolvimento económico e da organização do trabalho Metodologia da pesquisa seleção da amostra técnicas de coleta de dados enunciado das hipóteses e variáveis Análise e interpre tação dos dados comprovação ou refutação das hipóteses PerfIl do trabalhador tem porário Resumo informativo ou analítico LAKATOS Eva Maria O trabalho temporário nova forma de relações sociais no tra balho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 19792 v Tese de LivreDocência A partir da Idade Média as sucessivas fases da organização industrial apresentam o sistema familiar onde a produção era realizada pelos membros da família para seu pr prio consumo e não para a venda pois praticamente inexistia mercado o sistema de corporações em que a produção ficava a cargo de mestres artesãos independentes do nos da matériaprima e das ferramentas de trabalho auxiliados por aprendizes atenden do a um mercado pequeno e estável não vendiam seu trabalho mas o produto de sua atividade sistema doméstico com um mercado em expansão onde o mestre artesão perde parte de sua independência surge o intermediário a quem pertence a matériapri ma e em conseqüência o produto acabado sistema fabril atendendo a um mercado ca da vez mais amplo e oscilante onde a produção é realizada em estabelecimentos perten centes ao empregador sendo o trabalhador totalmente dependente pois não é mais dono dos instrumentos de produção vende portanto sua força de trabalho As relações so ciais formais de produção resultam dos direitos definidos de acesso a um particular meio de vida e de participação nos resultados do processo de trabalho As relações so ciais no trabalho compreendem aquelas relações que se originam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção A Revolução Industrial não alterou as relações sociais formais de produção do sistema fabril De acordo com a natureza da elite que orienta introduz ou determina o processo de industrialização as relações so ciais no trabalho recebem diferentes influências As principais são processo empregado no recrutamento da mãodeobra na integração do trabalhador na empresa na autorida de que elabora as normas referentes às relações entre o trabalhador e a direção da em presa no caráter da autoridade da gerência sobre o trabalhador A elite dinástica recru ta baseada em laços familiares utiliza mecanismos paternalistas de integração elabora normas através do Estado e da própria gerência e tem uma preocupação paternalista com os trabalhadores A classe média recruta segundo a habilidade cria mecanismos específicos de integração a elaboração das normas é pluralista e considera o trabalha dor como cidadão Os intelectuais revolucionários realizam um recrutamento apoiados na filiação política a integração dáse através do apelo ideológico a elaboração das normas encontrase sobre a égide do partido e do Estado e a autoridade tem caráter di tatorial de início e mais tarde constitucional Os administradores coloniais recrutam segundo a naturalidade a integração é paternalista as normas são elaboradas pela m 71 tropole e as fonnas de autoridade são ditatorial e paternalista Os líderes nacionalistas recrutam segundo a qualificação profissional e política a integração baseiase na elabo ração de normas consideram o trabalhador como patriota a elaboração de normas des taca o Estado e os dirigentes e a autoridade depende do tipo de gerentes Distinguese o trabalho temporário de outras atividades tais como trabalho parcial recrutamento di reto período de experiência empréstimo de trabalhador subcontratação empreitada trabalhador sazonal diarista trabalhador externo e trabalhador doméstico Na concei tuação de trabalhador temporário fazse referencia a uma relação triangular entre o em pregador agência de mãodeobra temporária fornecedor o trabalhador temporário e a empresa cliente tomador O trabalho temporário é uma conseqüência do sistema fa bril de produção surgindo espontaneamente em determinada etapa do desenvolvimento económico inserindose geralmente em formas específicas de organização do trabalho determinada pela tecnologia e pluralista sob certas condições organização contra tual contratos individuais e baseados na ocupação A sociedade industrialmente de senvolvida favorece o surgimento do trabalho temporário A ampliação deste é incenti vada pelo aumento da divisão do trabalho e pela especialização coincide sua expansão com o aumento do desemprego O trabalhador temporário diferenciase daquele que é fixo por um conjunto de características sendo as mesmas uma decorrência do tipo de atividade exercida assim como do tempo de exercício da função O trabalhador é en caminhado a esta atividade principalmente pela insuficiência de oferta de empregos fi xos O trabalhador temporário é predominantemente do sexo masculino entre 18 e 30 anos com primário completo sem companheiro família pouco numerosa geralmente migrante do próprio Estado renda familiar entre Cr 250000 e Cr 500000 1976 responsável económico da família mora em casa alugada e não possui outra fonte de renda ou bens Palavraschave Sistema familiar de corporações doméstico e fabril Relações so ciais formais de produção Relações sociais no trabalho Revolução Industrial Elite dinástica classe média intelectuais revolucionários administradores coloniais e líderes nacionalistas Trabalho temporário Trabalhadores temporários Características dos tra balhadores temporários Resumo crítico LAKATOS Eva Maria O trabalho temporário nova fonna de relações sociais no tra balho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 2 v Tese de LivreDocência Traça um panorama do trabalho temporário nos dias atuais nos municípios de São Paulo ABC e Rio de Janeiro relacionando as razões históricas sociais e económicas que levaram ao seu aparecimento e desenvolvimento Dividese em duas partes Na primeira geral temse a retrospectiva do trabalho temporário Partindo do surgimento da produção industrial traça um panorama da evolução dos sistemas de trabalho Dessa 72 maneira são enfocadas do ponto de vista sociológico as relações de produção através dos tempos Esse quadro histórico fornece a base para a compreensão dos fatores so ciais e económicos que levaram à existência do trabalho temporário tal como é conheci do hoje no contexto urbano A parte teórica permite também visualizar a realidade s cioeconómica do trabalhador temporário conduzindo em seqüência lógica as pesqui sas de campo apresentadas na segunda parte do trabalho A parte essencial consiste em uma pesquisa realizada em três níveis o trabalhador temporário as agências de mão deobra temporária e as empresas que a utilizam Ao abordar os três elementos atuantes no processo a pesquisa cerca o problema e faz um levantamento profundo do mesmo As técnicas utilizadas para a seleção da amostra e coleta de dados são rigorosamente corretas do ponto de vista metodológico o que dá à pesquisa grande contiabilidade As tabelas apresentadas confirmam ou refutam as hipóteses levantadas permitindo que a cada passo se acompanhe o raciocínio que leva às conclusões do trabalho Estas são apresentadas por tópicos e divididas conforme a parte a que se referem permitindo ao leitor uma confrontação entre o texto comprobatório e a conclusão dele resultante Ao fInal de cada capítulo aparece um glossário com a defInição dos principais conceitos utilizados no texto São ainda apresentadas em anexo a legislação referente ao traba lho temporário o modelo de formulário utilizado na pesquisa e a lista de itens que a in tegra As tabelas que apresentam os resultados da pesquisa fazem parte do segundo vo lume Esse material permite que se conheça em detalhes e se possa reproduzir o proces so de investigação realizado LITERATURA RECOMENDADA ASTI VERA Annando Metodologia da pesquisa cientlfica Porto Alegre Globo 1976 p 1205 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia para redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 Capítulo 11 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientlfica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Parte II Capítulo4 FRAGATA Júlio Noções de Metodologia para a elaboração de um trabalho científi co 3 ed Porto Tavares Martins 1980 Capítulos 5 e 6 GALLIANO A Guilherme Org Método cientlfico teoria e prática São Paulo Har per Row do Brasil 1977 Parte II Capítulo 9 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulo 9 KURY Adriano Gama Elaboração e editoração de trabalhos de nfvel universitário especialmente na área humanística Rio de Janeiro Casa de Rui Barbosa 1980 Capítulo 1 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 Parte l Capítulos 12 e 3 73 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 Capítulo 7 SALOMON Dé1cio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 3 ed Belo Horizonte Interlivros 1973 Parte l Capítulo 3 Parte III Capítulos 3 e 4 SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica ela boração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 Parte l Capítu lo 2 Seção 3 VEGA Javier Lasso de la Manual de documentación Barcelona Labor 1969 Parte III 74 3 Ciência e conhecimento científico 31 o CONHECIMENTO CIENTÍFlCO E OUTROS TIPOS DE CONHECIMENTO Ao se falar em conhecimento científico o primeiro passo consiste em diferenciálo de outros tipos de conhecimento existentes Para tal analisemos uma situação histórica que pode servir de exemplo Desde a Antiguidade até aos nossos dias um camponês mesmo iletrado eou des provido de outros conhecimentos sabe o momento certo da semeadura a época da co lheitaa necessidade da utilização de adubos as providências a serem tomadas para a defesa das plantações de ervas daninhas e pragas e o tipo de solo adequado para as di ferentes culturas Tem também conhecimento de que o cultivo do mesmo tipo todos os anos no mesmo local exaure o solo Já no período feudal o sistema de cultivo era em faixas duas cultivadas e uma terceira em repouso altemandoas de ano para ano nunca cultivando a mesma planta dois anos seguidos numa única faixa O início da Revolução Agrícola não se prende ao aparecimento no século XVIll de melhores ara dos enxadas e outros tipos de maquinaria mas à introdução na segunda metade do sé culo xvn da cultura do nabo e do trevo pois seu plantio evitava o desperdício de dei xar a terra em pousio seu cultivo revitalizava o solo permitindo o uso constante Hoje a agriultura utilizase de sementes selecionadas de adubos quúnicos de defen sivos contra as pragas e tentase até o controle biológico dos insetos daninhos Mesclamse neste exemplo dois tipos de conhecimento o primeiro vulgar ou p0 pular geralmente típico do camponês transmitido de geração para geração por meio da educação informal e baseado em imitação e experiência pessoal portanto empírico e desprovido de conhecimento sobrea composição do solo das causas do desenvolvimen to das plantas da natureza das pragas do ciclo reprodutivo dos insetos etc o segundo científico é transmitido por intermédio de treinamento apropriado sendo um conheci mento obtido de modo racional conduzido por meio de procedimentos científicos Visa expliéar por que e como os fenômenos ocorrem na tentativa de evidenciar os fatos que estão correlacionados numa visão mais globalizante do que a relacionada com um simples fªto uma cultura específica de trigo por exemplo 75 311 Correlação entre Conhecimento Popular e Conhecimento Científico o conhecimento vulgar ou popular às vezes denominado senso comum não se dis tingue do conhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do objeto co nhecido o que os diferencia é a forma o modo ou o método e os instrumentos do co nhecer Saber que detenninada planta necessita de uma quantidade X de água e que se não a receber de forma natural deve ser irrigada pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável mas nem por isso científico Para que isso ocorra é ne cessário ir mais além conhecer a natureza dos vegetais sua composição seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma espécie de outra Dessa forma patenteiamse dóis aspectos a A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade b Um mesmo objeto ou fenômeno uma planta um mineral uma comunida de ou as relações entre chefes e subordinados pode ser matéria de obser vação tanto para o cientista quanto para o homem comum o que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de obser vação Para Bunge 197620 a descontinuidade radical existente entre a Ciência e o co nhecimento popular em numerosos aspectos principalmente no que se refere ao méto do não nos deve fazer ignorar certa continuidade em outros aspectos principalmente quando limitamos o conceito de conhecimento vulgar ao bomsenso Se excluirmos o conhecimento mítico raios e trovões como manifestações de desagrado da divindade pelos comportamentos individuais ou sociais verificamos que tanto o bomsenso quanto a Ciência almejam ser racionais e objetivos são críticos e aspiram à coerência racionalidade e procuram adaptarse aos fatos em vez de pennitirse especulações sem controle objetividade Entretanto o ideal de racionalidade compreendido como uma sistematização coerente de enunciados fundamentados e passíveis de verificação é ob tido muito mais por intermédio de teorias que constituem o núcleo da Ciência do que pelo conhecimento comum entendido como acumulação de partes ou peças de in formação frouxamente vinculadas Por sua vez o ideal de objetividade isto é a cons trução de imagens da realidade verdadeiras e impessoais não pode ser alcançado se não ultrapassar os estreitos limites da vida cotidiana assim como da experiência par ticular é necessário abandonar o ponto de vista antropocêntrico para formular hipóte ses sobre a existência de objetos e fenômenos além da própria percepção de nossos sen tidos submetêlos à verificação planejada e inteIpretada com o auxílio das teorias Por esse motivo é que o senso comum ou o bomsenso não pode conseguir mais do que uma objetividade limitada assim como é limitada sua racionalidade pois está estreita mente vinculado à percepção e à ação 76 312 Características do Conhecimento Popular Se o bomsenso apesar de sua aspiração à racionalidade e objetividade só con segue atingir essa condição de fonna muito limitada podese dizer que o conhecimen to vulgar ou popular latu sensu é o modo comum corrente e espontâneo de conhecer que se adquire no trato direto com as coisaS e os seres humanos é o saber que preen che nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado sem a apli cação de um método e sem se haver refletido sobre algo Babini 195721 Para AnderEgg 1978134 o conhecimento popular caracterizase por ser predo minantemente superficial isto é conformase com a aparência com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas expressase por frases como porque o vi porque o senti porque o disseram porque todo mundo o diz sensitivo ou seja referente a vivências estados de âhimo e emoções da vi da diária subjetivo pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhe cimentos tanto os que adquire por vivência própria quanto os por ouvi di zer assistemático pois esta organização das experiências não visa a uma sis tematização das idéias nem na fonna de adquirilas nem na tentativa de va lidálas acrítico pois verdadeiros ou não a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica 313 Os Quatro Tipos de Conhecimento Verificamos dessa forma que o conhecimento científico diferenciase do popular muito mais no que se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo Essa diferença ocorre também em relação aos conhecimentos filosófico e re ligioso teológico Trujillo 197411 sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento Conhecimento Popular Valorativo Reflexivo Assistemático Verificável Falível Inexaio Conhecimento Científico Real factual Contingente Sistemático Verificável Falível Aproximadamente exato n Conhecimento Filos6fico Valorativo Racional Sistemático Não verificável Infalível Exato 3131 CONHECIMENTO POPULAR Conhecimento Religioso Teo16gico Valorativo Inspiracional Sistemático Não verificável Infalível Exato o conhecimento popular é valorativo por excelência pois se fundamenta numa se leção operada com base em estados de ânimo e emoções como o conhecimento implica uma dualidade de realidades isto é de um lado o sujeito cognoscente e de outro o oh jeto conhecido e este é possuído de certa fOIma pelo cognoscente os valores do sujei to impregnam o objeto conhecido É também reflexivo mas estando limitado pela fami liaridade com o objeto nã0eode ser reduzido a uma formulação geral A característica de assistemático baseiase na organização particular das experiências próprias do su jeito cognoscente e não em uma sistematização das idéias na procura de uma formu lação geral que explique os fenômenos observados aspecto que dificulta a transmissão de pessoa a pessoa desse modo de conhecer É verificável visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no diaadia Finalmen te é falível e inexato pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto Em outras palavras não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas 3132 CONHECIMENTO FILOSÓFICO o conhecimento fIlosófico é valorativo pois seu ponto de partida consiste em hipó teses que não poderão ser submetidas à observação as hipóteses fIlosóficas baseiam se na experiência portanto este conhecimento emerge da experiência e não da experi mentação Trujillo 1974 12 por este motivo o conhecimento fIlosófico é não veri ficável já que os enunciados das hipóteses fIlosóficas ao contrário do que ocorre no campo da ciência não podem ser cOnÍmnados nem refutados É racional em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados Tem a característica de sisterryítico pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada numa tentativa de apreendêIa em sua totalidade Por último é in falível e exato já que quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras quer na defmição do instrumento capaz de apreender a realidade seus postulados assim como suas hipóteses não são submetidos ao decisivo teste da observação experimen tação Portanto o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura 78 para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado uni camente recorrendo às luzes da própria razão humana Assim se o conhecimento cientí fico abrange fatos concretos positivos e fenômenos perceptíveis pelos sentidos através do emprego de instrumentos técnicas e recursos de observação o objeto de análise da fIlosofia são idéias relações conceptuais exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e por essa razão não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta por instrumentos como a que é exigida pela ciência experimental O mé todo por excelência da ciência é o experimental ela caminha apoiada nos fatos reais e concretos afirmando somente aquilo que é autorizado pela experimentação Ao contrá rio a fIlosofia emprega o método racional no qual prevalece o processo dedutivo que antecede a experiência e não exige confrrmação experimental mas somente coerência lógica Ruiz 1979110 O procedimento científico leva a circunscrever delimitar fragmentar e analisar o que se constitui o objeto da pesquisa atingindo segmentos da realidade ao passo que a filosofia encontrase sempre à procura do que é mais geral in teressandose pela formulação de uma concepção unificada e unificante do universo Para tanto procura responder às grandes indagações do espírito humano e até busca as leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência 3133 CONHECIMENTO RELIGIOSO O conhecimento religioso isto é teológico apóiase em doutrinas que contêm pro posições sagradas valorativas por terem sido reveladas pelo sobrenatural inspiracio nal e por esse motivo tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis exa tas é um conhecimento sistemático do mundo origem significado fmalidade e desti no como obra de um criador divino suas evidências não são verificadas está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado Assim o conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis por consistirem em revelações da divindade sobrenatural A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé pois a visão sistemática do mundo é interpretada como decorrente do ato de um criador divino cujas evidências não são postas em dúvi da nem sequer verificáveis A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evo lução das espécies particularmente do Homem demonstra as abordagens diversas de um lado as posições dos teólogos fundamentamse nos ensinamentos de textos sagra dos de outro os dentistas buscam em suas pesquisas fatos concretos capazes de com provar ou refutar suas hipóteses Na realidade vaise mais longe Se o fundamento do conhecimento científico consiste na evidência dos fatos observados e experimentalmen te controlados e o do conhecimento fIlosófico e de seus enunciados na evidência lógi ca fazendo com que em ambos os modos de conhecer deve a evidência resultar da pes quisa dos fatos ou da análise dos conteúdos dos enunciados no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de evidência pois a toma da causa primei ra ou seja da revelação divina 79 3134 CONHECIMENTO CIENTÍFICO Finalmente o conhecimento científico é real factual porque lida com ocorrências ou fatos isto é com toda forma de existência que se manifesta de algum modo fru jillo 197414 Constitui um conhecimento contingente pois suas proposições ou hipó teses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão como ocorre no conhecimento filosófico É sistemático já que se trata de um saber ordenado logicamente formando um sistema de idéias teoria e não conheci mentos dispersos e desconexos Possui a característica da verificabilidade a tal ponto que as afirmações hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência Constituise em conhecimento falível em virtude de não ser definitivo ab soluto ou fmal e por este motivo é aproximadamente exato novas proposições e o de senvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente Apesar da separação metodológica entre os tipos de conhecimento popular fi losófico religioso e científico no processo de apreensão da realidade do objeto o su jeito cognoscente pode penetrar nas diversas áreas ao estudar o homem por exemplo podese tirar uma série de conclusões sobre sua atuação na sociedade baseada no senso comum ou na experiência cotidiana podese analisálo como um ser biológico verifi cando através de investigação experimental as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções podese questionálo quanto à sua origem e destino assim como quanto à sua liberdade finalmente podese observálo como ser criado pela divindade à sua imagem e semelhança e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados Por sua vez estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa um cientista voltado por exemplo ao estudo da física pode ser crente praticante de de terminada religião estar filiado a um sistema fllosófico e em muitos aspectos de sua vida cotidiana agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum 32 CONCEITO DE CIÊNCIA Diversos autores tentaram defmir o que se entende por ciência Consideramos mais precisa a definição de Trujillo Ferrari expressa em seu livro Metodologia da ciência Entendemos por ciência uma sistematização de conhecimentos um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado capaz de ser submetido à verificação 19748 80 As ciências possuem a Objetivo ou rmalidade Preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos b Função Aperfeiçoamento através do crescente acervo de conhecimentos da relação do homem com o seu mundo c Objeto Subdividido em material aquilo que se pretende estudar analisar interpretar ou verifi car de modo geral formal o enfoque especial em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material 33 CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO DA CIÊNOA A complexidade do universo e a diversidade de fenômenos que nele se manifestam aliadas à necessidade do homem de estudálos para poder entendêIos e explicálos le varam ao surgimento de diversos ramos de estudo e ciências específicas Estas necesi tam de uma classificação quer de acordo com sua ordem de complexidade quer de acordo com seu conteúdo objeto ou temas diferença de enunciados e metodologia em pregada CIÊNCIAS Lógica FORMAIS Matemática FACTUAIS Física Química NATURAIS Biologia e outras Antropologia Cultural Direito SOCIAIS Economia Política Psicologia Social Sociologia LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte I Capítulo 1 BARBOSA FILHO Manuel Introdução à pesquisa métodos técnicas e instrumentos 2 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1980 Parte I Capítulos 1 e 2 BUNGE Mário La ciencia su método y su filosofia Buenos Aires Siglo Veinte 1974a Capítulo 1 81 BUNGE Mário La investigaci6n cientffica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelo na Ariel 1976 Parte I Capítulo 1 Parte m Capítulo 9 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientfica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Parte I Capítulo 1 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducci6n a la 16gica y ai método científico 2 ed Buenos Aires Amorrortu 1971 v 2 Capítulo 2 Item 5 GALUANO A Guilherme Org O método cientffico teoria e prática São Paulo Harper Row do Brasil 1977 Capítulo 1 GOODE William J HAIT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulos 1 2 3 e 4 HEGENBERG Leônidas Explicações cientficas introdução à filosofia da ciência 2 ed São Paulo EPUIEDUSP 1973 Capítulo 2 HIRANO Sedi Org Pesquisa social projeto e planejamento São Paulo T A Quei roz 1979 Parte I Capítulo 1 KÕCHE José Carlos Fundamentos de metodologia científica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulos 1 e 2 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulo 1 NAGEL Ernest La estructura de la ciencia problemas de la lógica de la investigaci6n científica 3 ed Buenos Aires Paid6s 1978 Capítulo 1 NÉRICI Imídeo Giuseppe Introdução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte II Capítulo 10 PARDINAS Felipe Metodologia y técnicas de investigaci6n en ciencias sociales Mé xico Siglo Veinteuno 1969 Capítulo 2 RUIZ João Álvaro Metodologia cientfjica guia para eficiência nos estudos São Pau lo Atlas 1979 Capítulos 45 e 6 SOUZA Aluísio José Maria de et al Iniciação à 16gica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulo 1 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 1 82 4 Métodos científicos 41 CONCEITODEMÉTOOO Todas as ciências caracterizamse pela utilização de métodos científicos em con trapartida nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências Dessas afmnações podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos Assim o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e econpmia permite alcançar o objetivo conhecimentos válidos e verdadeiros traçando o caminho a ser seguido detectando erros e auxiliando as de cisões do cientista 42 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO MÉTODO A preocupação em descobrir e portanto explicar a natureza vem desde os primór dios da humanidade quando as duaS principais questões referiamse às forças da natu reza a cuja mercê viviam os homens e à morte O conhecimento mítico voltouse à ex plicação desses fenômenos atribuindoos a entidades de caráter sobrenatural A verda de era impregnada de noções suprahumanas e a explicação fundamentavase em moti vações humanas atribuídas a forças e potências sobrenaturais À medida que o conhecimento religioso se voltou também para a explicação dos fenômenos da natureza e do caráter transcendental da morte como fundamento de suas concepções a verdade revestiuse de caráter dogmático baseada em revelações da di vindade É a tentativa de explicar os acontecimentos através de causas primeiras os deuses sendo o acesso dos homens ao conhecimento derivado da inspiração divina O caráter sagrado das leis da verdade do conhecimento como explicações sobre o ho mem e o universo determina uma aceitação sem crítica dos mesmos deslocando o foco das atenções para a explicação da natureza da divindade 83 o conhecimento filosófico por seu lado voltase para a investigação racional na tentativa de captar a essência imutável do real através da compreensão da forma e das leis da natureza O senso comum aliado à explicação religiosa e ao conhecimento filosófico orien tou as preocupações do homem com o universo Somente no século XVI é que se ini ciou uma linha de pensamento que propunha encontrar um conhecimento embasado em maiores garantias na procura do real Não se buscam mais as causas absolutas ou a na tureza íntima das coisas ao contrário procurase compreender as relações entre elas assim como a explicação dos acontecimentos através da observação científica aliada ao raciocínio Com o passar do tempo muitas modificações foram feitas nos métodos existentes inclusive surgiram outros novos Estudaremos mais adiante esses métodos No momen to o que nos interessa é o conceito moderno de método independente do tipo Para tal consideramos como Bunge que o método científico é a teoria da investigação Esta alcança seus objetivos de forma científica quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas 84 a descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos Se o problema não estiver enunciado com clareza passase à etapa se guinte se o estiver passase à subseqüente b colocação precisa do problema ou ainda a recolocação de um velho problema à luz de novos conhecimentos empíricos ou teóricos substan tivos ou metodológicos c procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema por exemplo dados empíricos teorias aparelhos de medição técnicas de cálculo ou de medição Ou seja exame do conhecido para tentar resolver o problema d tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados Se a tentativa resultar inútil passase para a etapa seguinte em caso con trário à subseqüente e invenção de novas idéias hipóteses teorias ou técnicas ou produção de novos dados empíricos que prometam resolver o problema f obtenção de uma solução exata ou aproximada do problema com auXÍ lio do instrumental conceitual ou empíric disponível g investigação das conseqüências da solução obtida Em se tratando de uma teoria é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxÍ lio Em se tratando de novos dados é o exame das conseqüências que possam ter para as teorias relevantes h prova comprovação da solução confronto da solução com a totalidade das teorias e da informação empírica pertinente Se o resultado é satisfató rio a pesquisa é dada como concluída até novo aviso Do contrário pas sase para a etapa seguinte i correção das hipóteses teorias procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta Esse é naturalmente o começo de um novo ciclo de investigação Bunge 198025 As etapas assim se apresentam de forma esquemática Problema ou lacuna J l Explicação I I Não explicação I I Colocação precisa do problema J I I Procura de conhecimento ou instrumentos relevantes I I 1 Tentativa de SOluÇãO I Satisfatória I I Inútil I I l Invenção de novas idéias ou produção de novos dados empíricos I I I Obtenção de uma solução I I I Prova da solução I I Satisfatória J I Não satisfatória J l Conclusão I I Início I de novo ciclo I 85 43 MÉTODO INDUTIVO 431 Caracterização Indução é um processo mental por intennédio do qual partindo de dados particula res suficientemente constatados inferese uma verdade geral ou universal não contida fias partes examinadas Portanto o objetivo dos argumentos indutivos é levar a con clusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basea ram Uma característica que não pode deixar de ser assinalada é que o argumento induti vo da mesma fonna que o dedutivo fundamentase em premissas Mas se nos deduti vos premissas verdadeiras levam inevitavelmente à conclusão verdadeira nos induti vos conduzem apenas a conclusões prováveis ou no dizer de Cervo e Bervian 197825 podese afinnar que as premissas de um argumento indutivo correto susten tam ou atribuem certa verossimilhança à sua conclusão Assim quando as premissas são verdadeiras o melhor que se pode dizer é que a sua conclusão é provavelmente verda deira Exemplos O corvo 1 é negro O corvo 2 é negro O corvo 3 é negro O corvo n é negro todo corvo é negro Cobre conduz energia Zinco conduz energia Cobalto conduz energia Ora cobre zinco e cobalto são metais Logo todo metal conduz energia Analisando os dois exemplos podemos tirar uma série de conclusões respeitantes ao método indutivo 86 a de premissas que encerram informações acerca de casos ou acontecimentos observados passase para uma conclusão que contém informações sobre casos ou acontecimentos não observados b passase pelo raciocínio dos indícios percebidos a uma realidade desco nhecida por eles revelada c o caminho de passagem vai do especial ao mais geral dos indivíduos às espécies das espécies ao gênero dos fatos às leis ou das leis especiais às leis mais gerais d a extensão dos antecedentes é menor do que a da conclusão que é generalizada pe lo universalizante todo ao passo que os antecedentes enumeram apenas al guns casos verificados e quando descoberta uma relação constante entre duas propriedades ou dois fenôme nos passase dessa descoberta à afmnação de uma relação essencial e em con seqüência universal e necessária entre essas propriedades ou fenômenos 432 Leis Regras e Fases do Método Indutivo Devemos considerar três elementos fundamentais para toda indução isto é a in dução realizase em três etapas fases a observação dos fenômenos nessa etapa observamos os fatos ou fenô menos e os analisamos com a fmalidade de descobrir as causas de sua ma nifestação b descoberta da relação entre eles na segunda etapa procuramos por in termédio da comparação aproximar os fatos ou fenômenos com a fmalida de de descobrir a relação constante existente entre eles c generalização da relação nessa última etapa generalizamos a relação encontrada na precedente elltre os fenômenos e fatos semelhantes muitos dos quais ainda não observamos e muitos inclusive inobserváveis Portanto como primeiro passo observamos atentamente certos fatos ou fenômenos Passamos a seguir à classificação isto é agrupamento dos fatos ou fenômenos da mesma espécie segundo a relação constante que se nota entre eles Finalmente chega mos a uma classificação fruto da generalização da relação observada Exemplo observo que Pedro José João etc são mortais verifico a relação entre ser homem e ser mortal generalizo dizendo que todos os homens são mortais Pedro José João são mortais Ora Pedro José João são homens Logo todos os homens são mortais ou O homem Pedro é mortal O homem José é mortal O homem João é mortal rodo homem é mortal 87 Para que não se cometam equívocos facilmente evitáveis impõemse três etapas que orientam o trabalho de indução a certificarse de que é verdadeiramente essencial a relação que se pretende generalizar evita confusão entre o acidental e o essencial b assegurarse de que sejam idênticos os fenômenos ou fatos dos quais se pretende generalizar uma relação evita aproximações entre fenômenos e fatos diferentes cuja semelhança é acidental c não perder de vista o aspecto quantitativo dos fatos ou fenômenos impõese esta regra já que a ciência é primordialmente quantitativa motivo pelo qual é possível um tratamento objetivo matemático e estatístico As etapas fases e as regras do método indutivo repousam em leis determinis mo observadas na natureza segundo as quais a nas mesmas circunstâncias as mesmas causam produzem os mesmos efei tos b o que é verdade de muitas partes suficientemente enumeradas de um sujei to é verdade para todo esse sujeito universal Nérici 197872 Finalmente uma observação o determinismo da natureza muito mais observável no domínio das ciências físicas e químicas do que no das biológicas e principalmente sociais e psicológicas é um problema propriamente fllosófico mais especificamente da fllosofia das ciências pois no dizer de Jolivet 197989 tratase de justificar o princí pio do determinismo sobre o qual se fundamenta a indução A utilização da indução leva à fonnulação de duas perguntas a Qual a justificativa para as inferências indutivas A resposta é temos expectativas e acreditamos que exista certa regularidade nas coisas e por este motivo o futuro será como o passado b Qual a justificativa para a crença de que o futuro será como o passa do São principalmente as observações feitas no passado Exemplo se o sol vem nascendo há milhões de anos pressupõese que nascerá ama nhã Portanto as observações repetidas feitas no passado geram em nós a expectativa de certa regularidade no mundo no que se refere a fatos e fenômenos Por este motivo analisandose vários casos singulares do mes mo gênero estendese a todos do mesmo gênero as conclusões baseadas nas observações dos primeiros através da constância das leis da nature za ou do princípio do determinismo Para Jolivet 197989 o problema da indução científica é apenas um caso particu lar do problema geral do conhecimento abstrato pois a lei científica não é mais do que um fato geral abstraído da experiência sensível 88 433 Formas de Indução A indução apresenta duas formas a Completa ou formal estabelecida por Aristóteles Ela não induz de al guns casos mas de todos sendo que cada um dos elementos inferiores é comprovado pela experiência Exemplos as faculdades sensitivas exteriores visual auditiva olfativa gustativa e táctil são orgânicas logo toda faculdade sensitiva exterior é orgânica Segunda terça quarta quinta sexta sábado e domingo têm 24 horas Ora segunda terça quarta quinta sexta sábado e domingo são dias da semana Logo todos os dias da semana têm 24 horas Como esta espécie de indução não leva a novos conhecimentos é estéril não passando de um processo de colecionar coisas já conhecidas e portan to não tem influência importância para o progresso da ciência b Incompleta ou científica criada por Galileu e aperfeiçoada por Francis Bacon Não deriva de seus elementos inferiores enumerados ou provados pela experiência mas permite induzir de alguns casos adequadamente ob servados sob circunstâncias diferentes sob vários pontos etc e às vezes de uma só observação aquilo que se pode dizer afirmar ou negar dos restantes da mesma categoria Portanto a indução científica fundamentase na causa ou na lei que rege o fenômeno ou fato constatada em um núme ro significativo de casos um ou mais mas não em todos Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Neiuno e Plutão não têm brilho próprio Ora Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno e Plutão são planetas Logo todos os planetas não têm brilho próprio Referente ao aspecto do método indutivo de necessitar de muitos casos ou de um só Cohen e Nagel 197111104 e 106 registram uma indagação de Mill acerca de por que muitas vezes um número elevado de casos verificados observados analisados se apresenta insuficiente para estabelecer uma adequada generalização por exemplo que todos os corvos sõa negros quando em outras ocasiões poueos casos e até um são suficientes para assegurar uma convicção por exemplo que certos tipos de fungos são venenosos Por que em alguns casos é suficiente um só exemplo para realizar uma indução perfeita enquanto em outros milhares de exemplos coincidentes acerca dos quais não se conhece ou se presume uma só exceção contribuem muito pouco para es tabelecer uma proposição universal Os autores respondem a esta indagação assina 89 lando que se bem que nunca podemos estar completamente seguros de que um caso verificado seja uma amostra imparcial de todos os casos possíveis em algumas cir cunstâncias a probabilidade de que isto seja verdade é muito alta Tal acontece quando o objeto de investigação é homogêneo em certos aspectos importantes Porém em tais ocasiões tornase desnecessário repetir um grande número de vezes o experimento con finnatório de generalização pois se o caso verificado é representativo de todos os ca sos possíveis todos eles são igualmente bons Dois casos que não diferem em sua natu reza representativa contam simplesmente como um só caso Regras de indução incompleta a os casos particulares devem ser provados e experimentados na quantidade suficiente e necessária para que possamos dizer ou negar tudo o que será legitimamente aftrmado sobre a espécie gênero categoria etc b com a ftnalidade de poder aftrmar com certeza que a própria natureza da coisa fato ou fenômeno é que provoca a sua propriedade ou ação além de grande quantidade de observações e experiências é também necessário analisar e destacar a possibilidade de variações provocadas por cir cunstâncias acidentais Se depois disso a propriedade a ação o fato ou o fenômeno continuarem a se manifestar da mesma forma é evidente ou me lhor dizendo é muito provável que a sua causa seja a própria natureza da coisa fato ou fenômeno Para Souza et al 197664 a força indutiva dos argumentos por enumeração tem como justiftcativa os seguintes princípios a quanto maior a amostra maior a força indutiva do argumento b quanto mais representativa a amostra maior a força indutiva do argumen to Sendo a amostra fator importante para a força indutiva do argumento devemos examinar alguns casos em que problemas de amostra interferem na legitimidade da in ferência 90 a Amostra insuficiente ocorre a falácia da amostra insuftciente quando a generalização indutiva é feita a partir de dados insuficientes para sustentar essa generalização Exemplos geralmente preconceitos raciais religiosos ou de nacionalidade desenvolvemse em pessoas predispostas a partir da observação de um ou alguns casos desfavoráveis a partir dos quais se fazem amplas generali zações abrangendo todos os elementos de uma categoria Em um pequeno vilarejo do Estado de São Paulo de 150 moradores em determinado ano duas pessoas morreram uma atropelada por uma carroça puxada a burro e a outra por insuficiência renal Jamais se poderia dizer que 50 da popu lação que falece na vila X são por acidentes de trânsito e 50 por insufi ciência renal Souza et al197664 citam uma pesquisa realizada com alu nos dos colégios de João Pessoa 40 foram pesquisados de diversas esco las e apresentaram quociente de inteligência entre 90 a 110 pontos Pela amostra insuficiente não se poderia concluir que os estudantes de João Pes soa possuem um QI entre 90 e 110 b Amostra tendenciosa a falácia da estatística tendenciosa ocorre quando uma generalização indutiva se baseia em uma amostra não representativa da população Exemplo Salmon 197883 cita o famoso exemplo da prévia eleitoral rea lizada pelo Literary Digest em 1936 quando Landon e Roosevelt eram candidatos à presidência dos EUA A revista distribuiu cerca de dez mi lhões de papeletas indagando da preferência eleitoral e recebeu de volta aproximadamente dois milhões e duzentos e cinqüenta mil A amostra era suficientemente ampla para os objetivos mas os resultados foram desastro sos apontando nítida vantagem de Landon Roosevelt foi eleito Dois desvios ocorreram na pesquisa ambos causados pela classe sócioeconômi ca dos investigados as listas para o envio das papeletas foram retiradas de listas telefônicas e de proprietários de automóvel da mesma forma que uma nova seleção se processou entre os que devolveram a papeleta mais abonados e os que não a devolveram E a classe sócioeconômica mal da amostra era mais favorável a Landon 44 MÉTODO DEDUTIVO 441 Argumentos Dedutivos e Indutivos Dois exemplos servem para ilustrar a diferença entre argumentos dedutivos e indu tivos Dedutivo Todo mamífero tem um coração Ora todos os cães são mamíferos Logo todos os cães têm um coração Indutivo Todos os cães que foram observados tinham um coração Logo todos os cães têm um coração Segundo Salmon 1978301 as duas características básicas que distinguem os ar gumentos dedutivos dos indutivos são 91 DEDUTIVOS INDUTIVOS I Se todas as premissas I Se todas as premissas são verdadeiras a con são verdadeiras a con clusão deve ser verda clusão é provavelmente deira verdadeira mas não ne cessariamente verdadeira II Toda a informação ou II A conclusão encerra in conteúdo fatual da con fonnação que não esta clusão já estava pelo va nem implicitamen menos implicitamente te nas premissas nas premissas Característica I No argumento dedutivo para que a conclusão todos os cães têm um coração fosse falsa uma das ou as duas premissas teriam de ser falsas ou nem todos os cães são mamíferos ou nem todos os mamíferos têm um coração Por outro la do no argumento indutivo é possível que a premissa seja verdadeira e a conclusão fal sa o fato de não ter até o presente encontrado um cão sem coração não é garantia de que todos os cães têm um coração Característica n Quando a conclusão do argumento dedutivo aflllDa que todos os cães têm um coração está dizendo alguma coisa que na verdade já tinha sido dita nas premissas portanto como todo argumento dedutivo refonnula ou enuncia de modo ex plícito a infonnação já contida nas premissas Dessa fonna se a conclusão a rigor não diz mais que as premissas ela tem de ser verdadeira se as premissas o forem Por sua vez no argumento indutivo a premissa referese apenas aos cães já observados ao pas so que a conclusão diz respeito a cães ainda não observados portanto a conclusão enuncia algo não contido na premissa É por este motivo que a conclusão pode ser falsa pois pode ser falso o conteúdo adicional que encerra mesmo que a premissa seja verdadeIra Os dois tipos de argumentos têm fmalidades diversas o dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas o indutivo tem o desígnio de ampliar o alcance dos conhecimentos Analisando isso sob outro enfoque diríamos que os argumentos dedutivos ou estão corretos ou incorretos ou as premissas sustentam de modo completo a conclusão ou quando a fonna é logicamente incorreta não a sustentam de forma al guma portanto não há graduações intennediárias Contrariamente os argumentos indu tivos admitem diferentes graus de força dependendo da capacidade das premissas de sustentarem a conclusão Resumindo os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das premissas com sacrifício da precisão ao passo que os argumentos dedutivos sacri ficam a ampliação do conteúdo para atingir a certeza Os exemplos inicialmente citados mostram as características e a diferença entre os argumentos dedutivos e indutivos mas não expressam sua real importância para a ciên 92 cia Dois exemplos também tomados de Salmon ilustram sua aplicação significativa para o conhecimento científico A relação entre a evidência observacional e a generalização científica é de tipo in dutivo As várias observações destinadas a detenninar a posição do planeta Marte servi ram de evidência para a primeira lei de Kepler segundo a qual a órbita de Marte é elíp tica A lei referese à posição do planeta observada ou não isto é o movimento passa do era elíptico o futuro também o será assim como o é quando o planeta não pode ser observado em decorrência de condições atmosféricas adversas A lei conclusão tem conteúdo muito mais amplo do que as premissas enunciados que descrevem as p0 sições observadas Por sua vez os argumentos matemáticos são dedutivos Na geometria euclidiana do plano os teoremas são todos demonstrados a partir de axiomas e postulados apesar do conteúdo dos teoremas já estar fixado neles esse conteúdo está longe de ser óbvio 442 Argumentos Condicionais Dentre as diferentes formas de argumentos dedutivos que o estudante pode encon trar em manuais de lógica e fIlosofia os que mais nos intessam são os argumentos condicionais válidos Estes ão dois a chamada afirmação do antecedente modus ponens e a denominada negação do conseqüente modus tollens O primeiro tem a seguinte forma Se p então q Orap Então q Denominase afrrmação do antecedente porque a primeira premissa é um enun ciado condicional sendo que a segunda coloca o antecedente desse mesmo condicional a conclusão é o conseqüente da primeira premissa Exemplos Se José tirar nota inferior a 5 será reprovado José tirou nota inferior a 5 José será reprovado Se uma criança for frustrada em seus esforços para conseguir algo então rea girá através da agressão Ora esta criança sofreu frustração Então reagirá com agressão 93 Nem sempre os argumentos são colocados na fonnapadrão mas podem ser reduzi dos a ela Exemplo Esta sociedade apresenta um sistema de castas Apresentará se for dividida m grupos hereditariamente especializados hierarquicamente sobrepostos e mutuamente opostos se se opuser ao mesmo tempo às misturas de sangue às conquis tas de posição e às mudanças de ofício Como tudo isso aparece nesta sociedade a res posta é sim Ou Se uma sociedade for dividida em grupos hereditariamente especializados hie rarquicamente sobrepostos e mutuamente opostos se se opuser ao mesmo tempo às misturas de sangue às conquistas de posição e às mudanças de ofício então a sociedade terá um sistema de castas Ora esta sociedade apresenta tais características Então é uma sociedade de castas O segundo tipo de argumento condicional válido tem a seguinte fonna Se p então q Ora nãoq Então nãop A denominação de negação do conseqüente para este tipo deriva do fato de que a primeira premissa é um condicional sendo a segunda uma negação do conseqüente desse mesmo condicional Exemplos Se a água ferver então a temperatura alcança 100 A temperatura não alcançou 100 Então a água não ferverá Se José for bem nos exames então tinha conhecimento das matérias Ora José não tinha nenhum conhecimento das matérias Então José não foi bem nos exames Salmon 197842 cita um exemplo tirado da peça de Shakespeare Julius Caesar que não apresenta a fonnapadrão e omite uma premissa contudo tomase fácil identi ficála Ele não tomaria a coroa Logo é certo que ele não era ambicioso Ou 94 Se César fosse ambicioso então teria tomado a coroa Ora ele não tomou a coroa Então César não era ambicioso 45 MÉTODO HIPOTÉTICODEDUTIVO 1 Para Karl R Popper o método científico parte de um problema P1 ao qual se oferecesse uma espécie de solução provisória uma teoriatentativa TT passandose depois a criticar a solução com vista à eliminação do erro EE e tal como no caso da dialética esse processo se renovaria a si mesmo dando surgimento a novos problemas P2 Posteriormente diz o autor condensei o exposto no seguinte esquema P1 TT EE P2 Eu gostaria de resumir este esquema dizendo que a ciência começa e termina com problemas 19771401 Já tinha escrito em outro lugar eu tenho tentado de senvolver a tese de que o método científico consiste na escolha de problemas interes santes e na crítica de nossas permanentes tentativas experimentais e provisórias de solu cionálos 1975 14 451 Etapas do Método HipotéticoDedutivo Segundo Pópper O esquema apresentado por Popper no item anterior poderá ser expresso da seguin te maneira EXPECTATIVAS ou CONHECIMENTO r PROBLEMA I CONJECTURAS r FALSEAMENTO PRÉVIO Portanto Popper defende estes momentos no processo investigatório 1 problema que surge em geral de conflitos ante expectativas e teorias existentes 2 solução proposta consistindo numa conjectura nova teoria dedução de conseqüências na forma de proposições passíveis de teste 3 testes de falseamento tentativas de refutação entre outros meios pela ob servação e experimentação 95 Se a hipótese não supera os testes estará falseada refutada e exige nova refonnu lação do problema e da hipótese que se superar os testes rigorosos estará corroborada confinnada provisoriamente não definitivamente como querem os indutivistas Einstein vem em auxílio desta característica da falseabilidade quando escreve a Popper nestes tennos na medida em que um enunciado científico se refere à realidade ele tem que ser falseável na medida em que não é falseável não se refere à realidade Popper 1975a 346 96 De forma completa a proposição de Popper permite a seguinte esquematização Conhecimento Prévio Teorias Existentes Lacuna Contradição ou Problema tl Conjecturas Soluções ou Hipóteses 1 1 Conseqüências Falseáveis Enunciados deduzidos Técnicas de Falsiabilidade Avaliação das Conjecturas Solução ou Hipóteses Refutação rejeição I G J Q Nova Lacuna Contradição ou Problema J A observação não é feita no vácuo Tem papel decisivo na ciência Mas toda obser vação é precedida por um problema uma hipótese enfim algo teórico A observação é ativa e seletiva tendo como critério de seleção as expectativas inatas Só pode ser feita a partir de alguma coisa anterior Esta coisa anterior é nosso conhecimento prévio ou nossas expectativas Qualquer observação escreve Popper é uma atividade com um objetivo encontrar ou verificar alguma regularidade que foi pelo menos vagamente vislumbrada tratase de uma atividade norteada pelos problemas e pelo contexto de expectativas horizonte de expectativas Não há experiência passivá Não existe outra forma de percepção que não seja no contexto de interesses e expectativas e por tanto de regularidades e leis Essas reflexões levaramme à suposição de que a conjec tura ou hipótese precede a observação ou percepção temos expectativas inatas na forma de expectativas latentes que há de ser ativadas por estÚllulos aos quais reagimos via de regra enquanto nos empenhamos na exploração ativa Todo aprendizado é uma modifIcação de algum conhecimento anterior 197758 Podemos dizer que o homem é programado geneticamente e possui o que se chama imprintação Os fIlhotes dos animais possuem um mecanismo inato para chegar a con clusões inabaláveis A tartaruguinha ao sair do ovo corre para o mar sem ninguém tê la advertido do perigo que a ameaça se não mergulhar imediatamente na água o animal quando nasce no mato sem ninguém têlo ensinado corre e procura o lugar apropriado da mãe para alimentarse o recémnascido tem expectativas de carinho e de alimento Os processos de aprendizagem pode dizerse sempre consistem na formação de expec tativas através de tentativas e erros 197750 Concluindo nascemos com expectativas e no contexto dessas expectativas é que se dá a observação quando alguma coisa inesperada acontece quando alguma expecta tiva é frustrada quando alguma teoria cai em dificuldades Portanto a observação não é o ponto de partida da pesquisa mas um problema O crescimento do conhecimento mar cha de velhos problemas para novos por intermédio de conjecturas e refutações 4511 PROBLEMA A primeira etapa do método proposto por Popper é o surgimento do problema Nos so conhecimento consiste no conjunto de expectativas que formam como que uma mol dura A quebra desta provoca uma dillculdade o problema que vai desencadear a pes quisa Toda investigação nasce de algum problema teóricoprático sentido Este dirá o que é relevante ou irrelevante observar os dados que devem ser selecionados Esta se leção exige uma hipótese conjectura eou suposição que servirá de guia ao pesquisa dor Meu ponto de vista é de que a ciência parte de problemas que esses pro blemas aparecem nas tentativas que fazemos para compreender o mundo da nossa expe riência experiência que consiste em grande parte de expectativas ou teorias e também em parte em conhecimento derivado da observação embora ache que não existe conhecimento derivado da observação pura sem mescla de teorias e expectati vas sd181 97 4512 CONJECTURAS Conjectura é uma solução proposta em forma de proposição passível de teste diTe to ou indireto nas suas conseqüências sempre dedutivamente Se então Verifi candose que o antecedente se é verdadeiro também o será forçosamente o con seqüente então isto porque o antecedente consiste numa lei geral e o conseqüente é deduzido dela Exemplo se sempre que um fio é levado a suportar um peso que ex cede àquele que caracteriza a sua resistência à ruptura ele se romperá lei universal o peso para esse fio é de um quilo e a ele foram presos dois quilos condições iniciais Deduzimos este fio se romperá enunciado singular l975a62 A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou nossa curiosi dade intelectual ou dificuldade teórica eou prática No oceano dos fatos só aquele que lança a rede das conjecturas poderá pescar alguma coisa As duas condições essenciais do enunciadoconjectura hipóteses são a compati bilidade com o conhecimento existente e a falseabilidade 4513 TENTATIVA DE FALSEAMENTO Nesta terceira etapa do método hipotéticodedutivo realizamse os testes que con sistem em tentativas de falseamento de eliminação de erros Um dos meios de teste que não é o único é a observação e experimentação Consiste em falsear isto é em tornar falsas as conseqüências deduzidas ou deriváveis da hipótese mediante o modus toUens ou seja se p então q ora nãoq então nãop ou seja se q é deduzível de p mas q é falso logicamente p é falso Quanto mais falseável for uma conjectura mais científica será e será mais falseável quanto mais informativa e maior conteúdo empírico tiver Exemplo amanhã choverá é uma conjectura que informa muito pouco quando como onde etc e por conse guinte difícil de falsear mas também sem maior importância Não é facilmente falseá vel porque em algum lugar do mundo choverá Amanhã em tal lugar a tal hora minu to e segundo choverá torrencialmente é facilmente falseável porque tem grande con teúdo empúico informativo Bastará esperar naquele lugar hora e minuto e constatar a verdade ou falsidade da conjectura Estas conjecturas altamente informativas são as que interessam à ciência É verificando a falsidade de nossas suposições que de fato esta mos em contato com a realidade 1975b331 A indução tenta a todo custo confirmar verificar a hipótese busca acumular todos os casos concretos afirmativos possíveis Popper ao contrário procura evidências empúicas para tornála falsa para derrubála É claro que todos os casos positivos cole tados não confirmarão como quer a indução porém um único caso negativo concreto será suficiente para falsear a hipótese como quer Popper Isto é mais fácil e possível Se a conjectura resistir a testes severos estará corroborada não confirmada como querem os indutivistas 98 o termo corroboração é o correto ConfIrmar uma hipótese é utópico pois tería mos de acumular todos os casos positivos presentes passados e futuros Coisa impossí vel No entanto diremos que a nãHiescoberta de caso concreto negativo corroborará a hipótese o que como afIrma Popper não excede o nível da provisoriedade é válida porquanto superou todos os testes porém não defInitivamente confirmada pois poderá surgir um fato que a invalide como tem acontecido com muitas leis e teorias na história da ciência Toda hipótese é válida conquanto não se recuse a submeterse ao teste empmco e intersubjetivo de falseamento Intersubjetivo defende Popper porque a objetividade não existe Direi que a objetividade dos enunciados científicos está no fato de que p0 dem ser testados intersubjetivamente isto é por meio da crítica 1975a445 452 O Método Hipotéticodedutivo Segundo Bunge Para Bunge 1974a702 as etapas desse método são a Colocação do problema reconhecimento dos fatos exame classifIcação preliminar e se leção dos fatos que com maior probabilidade são relevantes no que respeita a algum aspecto descoberta do problema encontro de lacunas ou incoerências no saber existente formulação do problema colocação de uma questão que tenha al guma probabilidade de ser correta em outras palavras redução do pro blema a um núcleo signifIcativo com probabilidades de ser solucionado e de apresentarse frutífero com o auxílio do conhecimento disponível b Construção de um modelo teórico seleção dos fatores pertinentes invenção de suposições plausíveis que se relacionem a variáveis supostamente pertinentes invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares pro posta de um conjunto de suposições que sejam concernentes a supostos nexos entre as variáveis por exemplo enunciado de leis que se espera possam amoldarse aos fatos ou fenômenos observados c Dedução de conseqüências particulares procura de suportes racionais dedução de conseqüências particula res que no mesmo campo ou campos contíguos possam ter sido verifI cadas 99 procura de suportes empíricos tendo em vista as verificações dis poníveis ou concebíveis elaboração de predições ou retrodiçóes tendo por base o modelo te6rico e dados empíricos d Teste das hipóteses esboço da prova planejamento dos meios para pôr à prova as pre dições e retrodiçóes detenninação tanto das observações medições experimentos quanto das demais operações instrumentais execução da prova realização das operações planejadas e nova cole ta de dados elaboração dos dados procedimentos de classificação análise re dução e outros referentes aos dados empíricos coletados inferência da conclusão à luz do modelo teórico interpretação dos dados já elaborados e Adição ou introdução das conclusões na teoria comparação das conclusões com as predições e retrodições con traste dos resultados da prova com as conseqüências deduzidas do mo delo teórico precisando o grau em que este pode agora ser considera do confmnado ou não inferência provável reajuste do modelo caso necessário eventual correção ou reajuste do modelo sugestões para trabalhos posteriores caso o modelo não tenha sido confmnado procura dos erros ou na teoria ou nos procedimentos empí ricos caso contrário confirmação exame de possíveis extensões ou desdobramentos inclusive em outras áreas do saber 46 MÉTODO DIALÉTICO 461 As Leis da Dialética Os diferentes autores que interpretaram a dialética materialista não estão de aconlo quanto ao número de leis fundamentais do método dialético alguns apontam três e ou tros quatro Quanto à denominação e à ordem de apresentação estas também variam Numa tentativa de unificação diríamos que as quatro leis fundamentais são a ação recíproca unidade polar ou tudo se relaciona b mudança dialética negação da negação ou tudo se transforma c passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa d interpenetração dos contrários contradição ou luta dos contrários 100 4611 AÇÁO RECÍPROCA Ao contrário da metafísica que concebe o mundo como um conjunto de coisas está ticas a dialética o compreende como um conjunto de processos Para Engels ln Polit zer 1979214 a dialética é a grande idéia fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas mas como um complexo de processos em que as coisas na aparência estáveis do mesmo modo que os seus re flexos intelectuais no nosso cérebro as idéias passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência em que finalmente apesar de todos os insucessos aparentes e retro cessos momentâneos um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje Portanto para a dialética as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fi xos mas em movimento nenhuma coisa está acabada encontrandose sempre em vias de se transformar desenvolver o fim de um processo é sempre o começo de outro Por outro lado as coisas não existem isoladas destacadas uma das outras e inde pendentes mas como um todo unido coerente Tanto a natureza quanto a sociedade são compostas de objetos e fenômenos organicamente ligados entre si dependendo uns dos outros e ao mesmo tempo condicionandose reciprocamente Stalin ln Politzer et al sd37 referese a esta interdependência e ação recíproca indicando ser por esse motivo que o método dialético considera que nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido quando encarado isoladamente fora dos fenômenos circundantes porque qualquer fenômeno não importa em que domínio da natureza pode ser convertido num contrasenso quando considerado fora das condições que o cercam quando destacado destas condições ao contrário qualquer fenômeno pode ser compreendido e explicado quando considerado do ponto de vista de sua ligação indis solúvel com os fenômenos que o rodeiam quando considerado tal como ele é condi cionado pelos fenômenos que o circundam Politzer et al sd389 citam dois exemplos práticos referentes à primeira lei do método dialético Determinada mola de metal não pode ser considerada à parte do uni verso que a rodeia Foi produzida pelo homem sociedade com metal extraído da terra natureza Mesmo em repouso a mola não se apresenta independente do ambiente atuam sobre ela a gravidade o calor a oxidação etc condições que podem modificála tanto em sua posição quanto em sua natureza ferrugem Se um pedaço de chumbo for suspenso na mola exercerá sobre ela determinada força distendendoa até seu ponto de resistência o peso age sobre a mola que também age sobre o peso mola e peso formam um todo em que há interação e conexão recíproca A mola é formada por moléculas li gadas entre si por uma força de atração de tal forma que além de certo peso não po dendo distenderse mais a mola se quebra o que significa o rompimento da ligação en tre determinadas moléculas Portanto a mola não distendida a distendida e a rompida apresentam de cada vez um tipo diferente de ligações entre as moléculas Por sua vez se a mola for aquecida haverá uma modificação de outro tipo entre as moléculas dila tação Diremos que em sua natureza e em suas deformações diversas a mola se cons titui por interação dos milhões de moléculas de que se compõe Mas a própria interação 101 está condicionada às relações existentes entre a mola no seu conjunto e o meio am biente a mola e o meio que a rodeia formam um todo há entre eles ação recíproca O segundo exemplo enfoca a planta que fixa o oxigênio do ar mas também interfe re no gás carbônico e no vapor dágua e essa interação modifIca ao mesmo tempo a planta e o ar Além disso utilizando a energia fornecida pela luz solar opera uma sínte se de matérias orgânicas desenvolvendose Ora esse processo de desenvolvimento transforma também o solo Portanto a planta não existe a não ser em unidade e ação recíproca com o meio ambiente Em resumo todos os aspectos da realidade da natureza ou da sociedade pren demse por laços necessários e recíprocos Essa lei leva à necessidade de avaliar uma situação um acontecimento uma tarefa uma coisa do ponto de vista das condições que os determinam e assim os explicam 4612 MUDANÇA DIALÉTICA Todas as coisas implicam um processo como já vimos Esta lei é verdadeira para todo o movimento ou transformação das coisas tanto para as reais quanto para seus re flexos no cérebro idéias Se todas as coisas e idéias se movem se transformam se de senvolvem signifIca que constituem processos e toda extinção das coisas é relativa limitada mas seu movimento transformação ou desenvolvimento é absoluto Porém ao unifIcarse o movimento absoluto coincide com o repouso absoluto Todo movimento transformação ou desenvolvimento operase por meio das contra dições ou mediante a negação de uma coisa essa negação se refere à transformação das coisas Dito de outra forma a negação de uma coisa é o ponto de transformação das coisas em seu contrário Ora a negação por sua vez é negada Por isso se diz que a mudança dialética é a negação da negação A negação da negação tem algo positivo tanto do ponto de vista da lógica no pen samento quanto da realidade sendo negação e afirmação noções polares a negação da afirmação implica negação mas a negação da negação implica afIrmação Quando se nega algo dizse não Esta a primeira negação Mas se se repete a negação isto signi fica sim Segunda negação O resultado é algo positivo Thalheimer 197992 Uma dupla negação em dialética não signillca o restabelecimento da afirmação pri mitiva que conduziria de volta ao ponto de partida mas resulta numa nova coisa O processo da dupla negação engendra novas coisas ou propriedades uma nova forma que suprime e contém ao mesmo tempo as primitivas propriedades Como lei do pensamen to assume a seguinte forma o ponto de partida é a tese proposição positiva essa pro posição se nega ou se transforma em sua contrária a proposição que nega a primeira é a antítese e constitui a segunda fase do processo quando a segunda proposição antíte se é por sua vez negada obtémse a terceira proposição ou síntese que é a negação da tese e antítese mas por intermédio de uma proposição positiva superior a obtida por meio de dupla negação 102 A união dialética não é uma simples adição de propriedades de duas coisas opostas simples mistura de contrários pois isto seria um obstáculo ao desenvolvimento A ca racterística do desenvolvimento dialético é que ele prossegue através de negações Exemplo tomase um grão de trigo Para que ele seja o ponto de partida de um processo de desenvolvimento é posto na terra Com isso o grão de trigo desaparece sendo substituído pela espiga primeira negação o grão de trigo desapareceu trans formandose em planta A seguir a planta cresce produz por sua vez grãos de trigo e morre segunda negação a planta desaparece depois de produzir não somente o grão que a originou mas também outros grãos que podem inclusive ter qualidades novas em pequeno grau mas as pequenas modificações pela sua acumulação segundo a teo ria de Darwin podem originar novas espécies Portanto a dupla negação quando res tabelece o ponto de partida primitivo ela o faz a um nível mais elevado que pode ser quantitativa ou qualitativamente diferente ou ambaS Segundo Engels ln Politzer 1979202 para a dialética não há nada de defmiti vo de absoluto de sagrado apresenta a caducidade de todas as coisas e em todas as coisas e para ela nada existe além do processo ininterrupto do devir e do transitório Nada é sagrado significa que nada é imutável que nada escapa ao movimento à mu dança Devir expressa que tudo tem uma história Tomando como exemplo uma maçã e um lápis veremos que a maçã resulta da flor que resulta da árvore macieira e que de fruto verde a maçã passa a madura cai apodrece liberta sementes que por sua vez darão origem a novas macieiras se nada interromper a seqüência Portanto as fa ses se sucedem necessariamente sob o domínio de forças internas que chamaremos de autodinamismo Por sua vez para que haja um lápis uma árvore tem de ser cortada transformada em prancha adicionandolhe grafite tudo sob a intervenção do homem Dessa forma na história do lápis as fases se justapõem mas a mudança não é dialé tica é mecânica Assim quem diz dialética não diz só movimento mas também autodinamismo Politzer 1979205 4613 PASSAGEM DA QUANTIDADE A QUALIDADE Tratase aqui de analisar a mudança contínua lenta ou a descontínua através de saltos Engels ln Politzer 1979255 afirma que em certos graus de mudança quantitativa produzse subitamente uma conversão qualitativa E exemplifica com o caso da água Partindo por exemplo de 20 se começarmos a elevar sua temperatura teremos sucessivamente 21 22 23 98 Durante este tempo a mudança é contí nua Mas se elevarmos ainda mais a temperatura alcançamos 99 mas ao chegar a 100 ocorre uma mudança brusca qualitativa A água transformase em vapor Agindo ao contrário esfriando a água obteríamos 1 18 1 Chegando a 1 nova mu dança brusca a água se transforma em gelo Assim entre 1 e 99 temos mudanças quantitativas Acima ou abaixo desse limite a mudança é qualitativa 103 Dessa forma a mudança das coisas não pode ser indefinidamente quantitativa transformandose em determinado momento sofrem mudança qualitativa A quantidade transformase em qualidade Um exemplo na sociedade seria o do indivíduo que se apresenta como candidato a determinado mandato Se o número de votos necessário para que seja eleito é 5000 com 4999 continuaria a ser apenas um candidato porque não é eleito Mas se recebesse um voto a mais a mudança quantitativa determinaria a qualitativa de candidato tor narseia um eleito Da mesma forma se um vestibulando necessita de 70 pontos para ser aprovado com 69 será apenas um indivíduo que prestou exame vestibular mas com 70 passará a universitário Denominamos de mudança quantitativa o simples aumento ou diminuição de quan tidade Por sua vez a mudança qualitativa seria a passagem de uma qualidade ou de um estado para outro O importante é lembrar que a mudança qualitativa não é obra do aca so pois decorre necessariamente da mudança quantitativa vontando ao exemplo da água do aumento progressivo do calor ocorre a transformação em vapor a 100 su pondose normal a pressão atmosférica Se ela mudar então como tudo se relaciona primeira lei da dialética muda também o ponto de ebulição Mas para dado corpo e certa pressão atmosférica o ponto de ebulição será sempre o mesmo demonstrando que a mudança de qualidade não é uma ilusão é um fato objetivo material cuja ocorrência obedece a uma lei natural Em conseqüência é previsível a ciência pesquisa e estabe lece quais são as mudanças de quantidade necessárias para que se produza dada mu dança de qualidade Segundo Stalin ln Politzer et al sd58 em oposição à metafísica a dialética considera o processo de desenvolvimento não como um simples processo de crescimen to em que as mudanças quantitativas não chegam a se tomar mudanças qualitativas mas como um desenvolvimento que passa das mudanças quantitativas insignificantes e latentes para as mudanças aparentes e radicais as mudanças qualitativas Por vezes as mudanças qualitativas não são graduais mas rápidas súbitas e se operam por saltos de um estado a outro essas mudanças não são contingentes mas necessárias são o resul tado da acumulação de mudanças quantitativas insensíveis e graduais Essa colocação de Stalin não quer dizer que todas as mudanças qualitativas se operam em forma de crises explosões súbitas Há casos em que a passagem para a qua lidade nova é realizada através de mudanças qualitativas graduais como ocorre com as transformações de uma língua 4614 INTERPENETRAÇÃO DOS CONTRÁRIOS Considerando que toda realidade é movimento e que o movimento sendo univer sal assume as formas quantitativas e qualitativas necessariamente ligadas entre si e que se transformam uma na outra a pergunta que surge é qual o motor da mudança e em 104 particular da transformação da quantidade em qualidade ou de uma qualidade para ou tra nova Politzer et alo sd70l citando Stalin indicam que em oposição à metafísica a dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos da natureza supõem contradições internas porque todos têm um lado negativo e um lado positivo um pas sado e um futuro todos têm elementos que desaparecem e elementos que se desenvol vem a luta desses contrários a luta entre o velho e o novo entre o que morre e o que nasce entre o que perece e o que evolui é o conteúdo interno do processo de desen volvimento da conversão das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas Estudandose a contradição como princípio do desenvolvimento é possível desta car seus principais caracteres a a contradição é interna toda realidade é movimento e não há movimen to que não seja conseqüência de uma luta de contrários de sua contradição interna isto é essência do movimento considerado e não exterior a ele Exemplo a planta surge da semente e o seu aparecimento implica o desapa recimento da semente Isto acontece com toda a realidade se ela muda é por ser em essência algo diferente dela As contradições internas é que geram o movimento e o desenvolvimento das coisas b a contradição é inovadora não basta constatar o caráter interno da con tradição É necessário ainda frisar que essa contradição é a luta entre o velho e o novo entre o que morre e o que nasce entre o que perece e o que se desenvolve Exemplo é na criança e contra ela que cresce o adolescen te é no adolescente e contra ele que amadurece o adulto Não há vitória sem luta O dialético sabe que onde se desenvolve uma contradição lá está a fecundidade lá está a presença do novo a promessa de sua vitória Politzer et al sd74 c unidade dos contrários a contradição encerra dois termos que se opõem para isso é preciso que seja uma unidade a unidade dos contrários Exemplos existe em um dia um período de luz e um período de escuridão Pode ser um dia de 12 horas e uma noite de 12 horas Portanto dia e noite são dois opostos que se excluem entre si que não imptÃe que sejam iguais e constituam as duas partes de um mesmo dia de 24 horas Por sua vez na natureza existem o repouso e o movimento que são contrários entre si Para o físico entretanto o repouso é uma espécie de movimento e reci procamente o movimento pode ser considerado como uma espécie de re pouso Portanto existe unidade entre os contrários apresentandoos em sua unidade indissolúvel Essa unidade dos contrários essa ligação recíproca dos contrários assume um sentido particularmente importante quando em dado momento do processo os contrários se convertem um no outro o dia se transforma em noite e viceversa a unidade dos 105 contrários é condicionada temporária passageira relativa A luta dos contrários que reciprocamente se excluem é absoluta como absolutos são o desenvolvimento e o mo vimento Politzer et alo sd779 47 MÉTODOS FSPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 471 O Método e os Métodos Método e métodos situamse em níveis claramente distintos no que se refere à sua inspiração filosófica ao seu grau de abstração à sua fmalidade mais ou menos explica tiva à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da investigação e ao momento em que se situam Com uma contribuição às tentativas de fazer distinção entre os termos diríamos que o método se caracteriza por uma abordagem mais ampla em nível de abstração mais elevado dos fenômenos da natureza e da sociedade Assim teríamos em primeiro lugar o método de abordagem assim descriminado a método indutivo cuja aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cada vez mais abrangentes indo das constatações mais particu lares às leis e teorias conexão ascendente b método dedutivo que partindo das teorias e leis na maioria das vezes prediz a ocorrência dos fenômenos particulares conexão descendente c método hipotéticodedutivo que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e pelo processo de inferência dedutiva testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangi dos pela hipótese d método dialético que penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialéti ca que ocorre na natureza e na sociedade Por sua vez os métodos de procedimento seriam etapas mais concretas da investi gação com fmalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos e me nos abstratas Dirseia até serem técnicas que pelo uso mais abrangente se erigiram em métodos Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limita dos a um domínio particular São os que veremos a seguir na área restrita das ciências sociais em que geralmente são utilizados vários concomitantemente 472 Método Histórico Promovido por Boas Partindo do princípio de que as atuais formas de vida social as instituições e os costumes têm origem no passado é importante pesquisar suas raízes 106 para compreender sua natureza e função Assim o método histórico consiste em inves tigar acontecimentos processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje pois as instituições alcançaram sua forma atual através de alte rações de suas partes componentes ao longo do tempo influenciadas pelo contexto cul tural particular de cada época Seu estudo para urna melhor compreensão do papel que atualrnente desempenham na sociedade deve remontar aos períodos de sua formação e de suas modificações Exemplos para compreender a noção atual de farm1ia e parentesco pesquisase no passado os diferentes elementos constitutivos dos vários tipos de família e as fases de sua evolução social para descobrir as causas da decadência da aristocracia cafeeira in vestigamse os fatores sócioeconômicos do passado Lakatos 198132 Portanto colocandose os fenômenos corno por exemplo as instituições no am biente social em que nasceram entre as suas condições concomitantes tomase mais fácil a sua análise e compreensão no que diz respeito à gênese e ao desenvolvimento assim corno às sucessivas alterações permitindo a comparação de sociedades diferentes o método histórico preenche os vazios dos fatos e acontecimentos apoiandose em um tempo mesmo que artificialmente reconstruído que assegura a percepção da continui dade e do entrelaçamento dos fenômenos 473 Método Comparativo Empregado por Tylor Considerando que o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos sociedades ou povos contribui para uma melhor compre ensão do comportamento humano este método realiza COmparações com a finalidade de verificar sirnilitudes e explicar divergências O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente no passado ou entre os existentes e os do passado quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvi mento Exemplos modo de vida rural e urbano no Estado de São Paulo características sociais da colonização portuguesa e espanhola na América Latina classes sociais no Brasil na época colonial e atualrnente organização de empresas norteamericanas e ja ponesas a educação entre os povos ágrafos e os tecnologicamente desenvolvidos La katos 198132 Ocupandose da explicação dos fenômenos o método comparativo permite analisar o dado concreto deduzindo do mesmo os elementos constantes abstratos e gerais Constitui urna verdadeira experimentação indireta É empregado em estudos de largo alcance desenvolvimento da sociedade capitalista e de setores concretos comparação de tipos específicos de eleições assim corno para estudos qualitativos diferentes for mas de governo e quantitativos taxa de escolarização de países desenvolvidos e sub desenvolvidos Pode ser utilizado em todas as fases e níveis de investigação num es tudo descritivo pode averiguar a analogia entre ou analisar os ementos de uma estrutu 107 ra regime presidencialista americano e francês nas classificações permite a cons trução de tipologias cultura de folk e civilização fmalmente a nível de explicação pode até certo ponto apontar vínculos causais entre os fatores presentes e ausentes 474 Método Monográfico Criado por Le Play que o empregou ao estudar famílias operárias na Europa Par tindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser consi derado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes o método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos profissões condições ins tituições grupos ou comunidades com a finalidade de obter generalizações A investi gação deve examinar o tema escolhido observando todos os fatores que o influenciaram e analisandoo em todos os seus aspectos Exemplos estudo de delinqüentes juvenis da mãodeobra volante do papel social da mulher ou dos idosos na sociedade de cooperativas de um grupo de índios de bair ro rurais Lakatos 198133 Em seu início o método consistia no exame de aspectos particulares como por exemplo o orçamento familiar as características de profissões ou de indústrias domici liares o custo de vida etc Entretanto o estudo monográfico pode também em vez de se concentrar em um aspecto abranger o conjunto das atividades de um grupo social particular como no exemplo das cooperativas e do grupo indígena A vantagem do mé todo consiste em respeitar a totalidade solidária dos grupos ao estudar em primeiro lugar a vida do grupo na sua unidade concreta evitando portanto a prematura disso ciação de seus elementos São exemplos desse tipo de estudo as monografias regionais as rurais as de aldeia e até as urbanas 475 Método Estatístico Planejado por Quetelet Os processos estatísticos permitem obter de conjuntos complexos representações simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si Assim o método estatístico significa redução de fenômenos sociológi cos políticos econômicos etc a termos quantitativos e a manipulação estatística que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si e obter generalizações sobre sua natureza ocorrência ou significado Exemplos verificar a correlação entre nível de escolaridade e número de filhos pesquisar as classes sociais dos estudantes universitários e o tipo de lazer preferido pe los estudantes de 12 e 22 graus Lakatos 1981 323 O papel do método estatístico é antes de tudo fornecer uma descrição quantitativa da sociedade considerada como um todo organizado Por exemplo defmemse e deli mitamse as elasses sociais especificando as características dos membros dessas elas 108 ses e após medese a sua importância ou a variação ou qualquer outro atributo quanti ficável que contribua para o seu melhor entendimento Mas a estatística pode ser consi derada mais do que apenas um meio de descrição racional é também um método de experimentação e prova pois é método de análise 476 Método Tipológico Habilmente empregado por Max Weber Apresenta certas semelhanças com o m todo comparativo Ao comparar fenômenos sociais complexos o pesquisador cria tipos ou modelos ideais construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade mas servir de modelo para a análise e compreensão de casos concretos realmente existentes Weber através da classificação e comparação de diversos tipos de cidades determinou as característi cas essenciais da cidade da mesma maneira pesquisou as diferentes formas de capita lismo para estabelecer a caracterização ideal do capitalismo moderno e partindo do exame dos tipos de organização apresentou o tipo ideal de organização burocrática Exemplo Estudo de todos os tipos de governo democrático do presente e do pas sado para estabelecer as características típicas ideais da democracia Lakatos 1981334 Para Weber a vocação prioritária do cientista é separar os juízos de realidade o que é e os juízos de valor o que deve ser da análise científica com a fmalidade de perseguir o conhecimento pelo conhecimento Assim o tipo ideal não é uma hipótese pois se configura como uma proposição que corresponde a uma realidade concreta por tanto é abstrato não é uma descrição da realidade pois só retém através de um pr cesso de comparação e seleção de similitudes certos aspectos dela também não pode ser considerado como um termo médio pois seu significado não emerge da noção quantitativa da realidade O tipo ideal não expressa a totalidade da realidade mas seus aspectos significativos os caracteres mais gerais os que se encontram regularmente no fenômeno estudado O tipo ideal segundo Weber diferenciase do conceito porque não se contenta com selecionar a realidade mas também a enriquece O papel do cientista consiste em ampliar certas qualidades e fazer ressaltar certos aspectos do fenômeno que se pretende analisar Entretanto só podem ser objeto de estudo do método tipológico os fenômenos que se prestam a uma divisão a uma dicotomia de tipo e nãtipo Os próprios estudos efetuados por Weber demonstram essa característica cidade outros tipos de povoamento capitalismo outros tipos de estrutura sócionômica organização burocrática organização nãburocrática 109 477 Método Funcionalista Utilizado por Malinowski É a rigor mais um método de interpretação do que de investigação Levandose em consideração que a sociedade é formada por partes com ponentes diferenciadas interrelacionadas e interdependentes satisfazendo cada uma funções essenciais da vida social e que as partes são mais bem entendidas compreen dendose as funções que desempenham no todo o método funcionalista estuda a socie dade do ponto de vista da função de suas unidades isto é como um sistema organizado de atividades Exemplos análise das principais diferenciações de funções que devem existir num pequeno grupo isolado para que o mesmo sobreviva averiguação da função dos usos e costumes no sentido de assegurar a identidade cultural de um grupo Lakatos 198134 O método funcionalista considera de um lado a sociedade como uma estrutura complexa de grupos ou indivíduos reunidos numa trama de ações e reaçóes sociais de outro como um sistema de instituições correlacionadas entre si agindo e reagindo umas em relação às outras Qualquer que seja o enfoque fica claro que o conceito de socie dade é visto como um todo em funcionamento um sistema em operação E o papel das partes nesse todo é compreendido como Junções no complexo de estrutura e organi zação Surgindo com Spencer na sua analogia da sociedade com um organismo biológico a função de uma instituição social toma com Durkheim a característica de uma corres pondência entre ela e as necessidades do organismo social O autor chega a fazer dis tinção entre o funcionamento normal e patológico das instituições Mas é com Ma linowski que a análise funcionalista envolve a afinnação dogmática da integração fun cional de toda a sociedade onde cada parte tem uma função específica a desempenhar no todo Por sua vez Merton critica a concepção do papel indispensável de todas as ativida des normas práticas crenças etc para o funcionamento da sociedade Cria então o conceito de Junções manifestas e Junções latentes Exemplos a função da família é ordenar as relações sexuais atender à repro dução satisfazer as necessidades econômicas de seus membros e as educacionais sob a fonna de socialização e transmissão de status a função da escola é educar a população inclusive no aspecto profissional Estas finalidades pretendidas e esperadas das organi zações são denominadas funções manifestas É evidente que a análise da real atuação das organizações sociais demonstra que ao realizar suas funções manifestas muitas ve zes as mesmas obtêm conseqüências não pretendidas não esperadas e inclusive não reconhecidas denominadas funções latentes Podese citar que a ideologia dominante em uma democracia é a de que todos devem ter as mesmas oportunidades o que leva os componentes da sociedade à crença de que todos são iguais ora a função latente mani festase num aumento de inveja já que até mesmo o sistema educacional amplia as de 110 sigualdades existentes entre os indivíduos de acordo com o grau de escolaridade e as oportunidades reais de obter educação superior são determinadas pela classe social 478 Método Estruturalista Desenvolvido por LéviStrauss O método parte da investigação de um fenômeno concreto elevase a seguir ao nível do abstrato por intermédio da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo retomando por fim ao concreto dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social Con sidera que Ulna linguagem abstrata deve ser indispensável para assegurar a possibilidade de comparar experiências à primeira vista irredutíveis que se assim permanecessem nada poderiam ensinar em outras palavras não poderiam ser estudadas Dessa forma o método estruturalista caminha do concreto para o abstrato e viceversa dispondo na segunda etapa de um modelo para analisar a realidade concreta dos diversos fenôme nos Exemplos Estudo das relações sociais e aposição que estas determinam para os indivíduos e os grupos com a fmalidade de construir um modelo que passa a retratar a estrutura so cial onde ocorrem tais relações verificação das leis que regem o casamento e o sistema de parentesco das sociedades primitivas ou modernas através da construção do modelo que represente os diferentes indivíduos e suas relações no âmbito do matrimôDÍo e pa rentesco no primeiro caso basta um modelo mecânico pois os indivíduos são pouco numerosos no segundo será necessário um modelo estatístico Para penetrar na realidade concreta a mente constrói modelos que não são direta mente observáveis na própria realidade mas a retratam fidedignamente em virtude da razão simplificante do modelo corresponder à razão explicante da mente isto é por baixo de todos os fenômenos existe uma estrutura invariante e é por este motivo que ela é objetiva assim toda análise deve levar a um modelo cuja característica é a possibili dade de explicar a totalidade do fenômeno assim como a sua variabilidade aparente Is to porque por intermédio da simplificação representação simplificada o modelo atin ge o nível inconsciente e invariante resume o fenômeno e propicia sua inteligibilidade U tilizandose o método estruturalista não se analisa mais os elementos em si mas as re lações que entre eles ocorrem pois somente estas são constantes ao passo que os ele mentos podem variar dessa forma não existem fatos isolados passíveis de conhecimen to pois a verdadeira significação resulta da relação entre eles A diferença primordial entre os métodos tipológico e estruturalista é que o tipo ideal do primeiro inexiste na realidade servindo apenas para estudála e o modelo do segundo é a única representação concebível da realidade 111 479 Métodos e Quadro de Referência Diferenciandose do método de abordagem os métodos de procedimento muitas ve zes são utilizados em conjunto com a fmalidade de obter vários enfoques do objeto de estudo Exemplos do uso concomitante dos diversos métodos para analisar o papel que os sindicatos desempenham na sociedade podese pesquisar a origem e o desenvolvimento do sindicato e a forma específica em que aparece nas diferentes sociedades método histórico e comparativo A análise de Garimpos e garimpeiros de Patrodnio Paulista tese de doutoramento da professora Marina de Andrade Marconi foi resultado do em prego dos métodos histórico estatístico e monográfico O tema exigiu a pesquisa no passado das atividades dos garimpeiros suas migrações e métodos de trabalho na in vestigação da característica do garimpeiro de hoje foi empregado o método estatístico e finalmente ao limitar a pesquisa a determinada categoria utilizouse o método mo nográfico Quadro de Referência a questão da metodologia é importante quando se analisa o quadro de referência utilizado este pode ser compreendido como uma totalidade que abrange dada teoria e a metodologia específica dessa teoria Teoria aqui é considerada toda generalização relativa a fenômenos físicos ou sociais estabelecida com o rigor científico necessário para que possa servir de base segura à interpretação da realidade metodologia por sua vez engloba métodos de abordagem e de procedimento e técnicas Assim a teoria do materialismo histórico o Método de abordagem dialético os métodos de procedimento histórico e comparativo juntamente com técnicas específicas de coleta de dados formam o quadro de referência marxista Outro exemplo diz respeito à teoria da evolução Darwin juntamente com Método de abordagem indutivo método de pro cedimento comparativo e respectivas técnicas quadro de referência evolucionista LITERATURA RECOMENDADA BOAVENTURA Jorge O ocidente traúJo São Paulo ImpresLithographica Ypiranga 1979 Capítulo 7 BUNGE Mário Epistemologia curso de atualização São Paulo T A Queiroz EDUSP 1980 Capítulo 2 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia científica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Parte I Capítulo 2 itens 24 e 25 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducción a la lógica y al método cientfico 2 ed Buenos Aires AmoITortu 1971 v 2 Capítulo 14 COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 Parte III Capítulo 13 Item V 112 DEMO Pedro Metodologia cientlfica em ciências sociais São Paulo Atlas 1981 Parte II Capítulo 8 HEGENBERG Leônidas Explicações cientificas introdução à filosofia da ciência 2 ed São Paulo EPUlEDUSP 1973 Parte 11 Capítulo 5 Etapas da investigação cientlfica São Paulo EPUlEDUSP 1976 v 2 Capítulo 4 JOUVEI Régis Curso de filosofia 13 ed Rio de Janeiro Agir 1979 Parte 11 Capí tulo 2 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento São Paulo HerderEDUSP 1969 Capítulo 9 KOcHE José Carlos Fundamentos da metodologia cientifica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 3 KONDER Leandro O que é dialética 2 ed São Paulo Brasiliense 1981 KOPNIN P V A dialética como lógica e teoria do conhecimento Rio de Janeiro Ci vilização Brasileira 1978 Capítulo 2 MAGEE Bryan As idéias de Popper 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulos 123 e 4 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulos 11 e 15 NÉRlCI Imídeo Giuseppelntrodução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte I Capítulo 6 Parte 11 Capítulo 11 itens 111 112 e 113 POLITZER Georges Princípios elementares de filosofia 9 ed Lisboa Prelo 1979 Parte IV Capítulos 1234 e 5 POLITZER Georges et alo Princípios fundamentais de filosofia São Paulo Hemus sd Parte I Capítulos 1 2 34 5 6 e 7 POPPER Karl S A lógica da pesquisa cientlfica 2 ed São Paulo Cultrix 1975a Parte I Capítulos 1 e 2 Parte II Capítulos 3 4 5 e 6 Conhecimento objetivo uma abordagem evolucionária São Paulo Ita tiaiaEDUSP 1975 b Capítulo 1 RUIZ João Álvaro Metodologia cientlfica guia para eficiência nos estudos São Pau lo Atlas 1979 Capítulo 7 SALMON Wesley C Lógica 4 ed Rio de Janeiro Zahar 1978 Capítulos 2 e 3 SOUZA Aluísio José Maria de et alo Iniciação à lógica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulos 3 4 e 5 TELLES Jr Goffredo Tratado da conseqüência curso de lógica formal 5 ed São Paulo José Bushatsky 1980 Parte III Capítulos 2 e 3 THALHEIMER August Introdução ao materialismo dialético São Paulo Ciências Humanas 1979 Capítulo 10 TRUJILLQ FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 2 113 5 Fatos leis e teoria 51 TEORIA E FATOS o senso comum tende a considerar o fato como realidade isto é verdadeiro defini tivo inquestionável e autoevidente Da mesma fonna imagina teoria como especu lação ou seja idéias não comprovadas que uma vez submetidas à verificação se se re velarem verdadeiras passam a constituir fatos e até leis Sob o aspecto científico entretanto se fato é considerado uma observação empiri camente verificada a teoria se refere a relações entre fatos ou em outras palavras à or denação significativa desses fatos consistindo em conceitos classificações corre lações generalizações princípios leis regras teoremas axiomas etc 114 Dessa forma concluise que a teoria e fato não são diametralmente opostos mas inextrincavelmente in terrelacionados consistindo em elementos de um mesmo objetivo a pro cura da verdade sendo indispensáveis à abordagem científica b teoria não é especulação mas um conjunto de princípios fundamentais que se constituem em instrumento científico apropriado na procura e principal mente na explicação dos fatos c ambos teoria e fato são objetos de interesse dos cientistas não existe teo ria sem ser baseada em fatos por sua vez a compilação de fatos ao acaso sem um princípio de classificação teoria não produziria a ciência ter seia um acúmulo de fatos não sistematizados não relacionados mas amor fos e dispersos impossíveis de serem interligados e explicados d o desenvolvimento da ciência pode ser considerado como uma interrelação constante entre teoria e fato Goode e Hatt 1969123 511 Papel da Teoria em Relação aos Fatos Goode e Hatt 1969138 estudaram em detalhes a interdependência entre teoria e fatos indicando o papel daquela em relação a estes nos aspectos relacionados a seguir 5111 ORIENTA OS OBJETIVOS DA CIÊNCIA A teoria serve como orientação para restringir a amplitude dos fatos a serem estu dados a quantidade de dados que podem ser estudados em determinada área da reali dade é infInita Entretanto cada ciência em particular focaliza sua atenção sobre de terminados aspectos delimitados por parâmetros estudando os fenômenos mais impor tantes neles contidos ou seja explorando uma amplitude limitada de coisas ao mesmo tempo que ignora ou faz suposições sobre outras Portanto na orientação da procura dos principais objetos das ciências tomase indispensável a atuação da teoria a Restringindo a amplitude dos fatos a serem estudados em cada campo de conhecimento Na Economia por exemplo orienta as investigações pa ra as atividades humanas no campo da organização de recursos b Defmindo os principais aspectos de uma investigação precisando por tanto os tipos de dados que devem ser abstraídos da realidade como objeto de análise Tomandose como exemplo uma bola de futebol verifi camos que ela pode ser estudada do ponto de vista econômico padrões de oferta e procura do ponto de vista químico exame dos produtos quí micoorgânicos de que é constituída do ponto de vista físico volume pe so pressão e velocidade do ponto de vista social jogo comunicação formação de grupos interação etc 5112 OFERECE UM SISTEMA DE CONCEITOS A teoria serve como sistema de conceptualização e de classificação dos fa tos um fato não é somente uma observação prática ao acaso mas também uma afIr mativa empiricamente verifIcada sobre o fenômeno em pauta dessa forma engloba tan to as observações científicas quanto um quadro de referência teórico conhecido no qual essas observações se enquadram No universo a variedade de fenômenos passíveis de estudo é infInita entretanto a ciência seleciona aqueles que deseja estudar e além dis so os abstrai da realidade escolhendo alguns aspectos do fenômeno massa velocida de graus de socialização etc não estudando portanto todo o fenômeno Constitui assim um ato de abstração separar qualquer fenômeno de tudo aquilo com que está re lacionado Se cada ciência estuda determinados aspectos da realidade e possui um sis tema abstrato de pensamento para interpretar estes segmentos necessita de sistemas 115 conceptuais que expressem os fenômenos de cada área do saber Na realidade concei tos são símbolos verbais característicos conferidos às idéias generalizadas abstraídas da percepção científica sobre os fenômenos como veremos mais adiante Para Barbosa Filho 198017 a teoria como sistema de conceptualização e de classificação dos fa tos tem as seguintes funções a representar os fatos emitindo sua verdadeira concepção Exemplo os componentes de uma sociedade ocupam nela posições diferentes fato status conceito b fornecer um universo vocabular científico próprio de cada ciência fa cilitando a compreensão dos fenômenos e a comunicação entre os cien tistas Exemplo para estudar os fenômenos de mudança cultural a Antro pologia Cultural deve possuir uma terminologia própria que englobe os conceitos de aculturação fusão de duas culturas sincretismo fusão de elementos culturais religiosos ou lingüísticos transculturação troca de elementos culturais etc c expressar uma relação entre fatos estudados Exemplo E mc2 isto é a energia é igual à massa multiplicada pelo quadrado de sua velocidade d classificar e sistematizar os fenômenos acontecimentos aspectos e ob jetos da realidade Exemplo a classificação periódica dos elementos químicos feita por Mendeleev de acordo com seu peso atômico não teria sentido sem os conceitos de átomo próton elétron nêutron etc e resumir a explicação dos fenômenos expressando sua concepção e cor relação Exemplo classe social conjuntos de agentes sociais determi nados principalmente mas não exclusivamente por seu lugar no processo de produção isto é na esfera econômica significando em um e mesmo movimento contradições e luta de classes Poulantzas 5113 RESUME O CONHECIMENTO A teoria serve para resumir sinteticamente o que já se sabe sobre o objeto de estu do através das generalizações empfricas e das interrelações entre afirmações com provadas sumariar sucintamente o que já se sabe sobre o objeto de estudo é outra das tarefas ou papéis da teoria Os resumos podem ser divididos em duas categorias 116 a Generalizações empíricas Embora cada campo de estudo da realidade se ja constituído por uma complexa estrutura de fenômenos interrelacionados que necessita para sua explicação de expressões teóricas sofisticadas Fí sica Quântica uma parte significativa do trabalho científico requer apenas preliminarmente a simples descrição dos fatos explicitados por intermédio de generalizações empíricas mais singulares fundamentadas em experiên cias e até mesmo no senso comum Como exemplos de um lado podemos citar 1 o sociólogo que obtém dados sobre diferenças nas práticas educa cionais dos fIlhos entre as diversas classes s6cioeconômicas 2 o demo gráfo que tabula os nascimentos e mortes durante certo período para verifi car a taxa de crescimento vegetativo Esses fatos colhidos são úteis e de vem ser resumidos em relações teóricas simples ou complexas De outro la do há afIrmações tais como objetos caem madeira flutua estranhos são perigosos Proposições desse tipo não são consideradas nesse nível como teoria mas constituem ponto de partida para ela encerram conheci mentos indispensáveis ao trabalho científico mais profundo b Sistema de interrelações Quando um grupo de afIrmações resumidas se desenvolve é possível ver relações entre as afIrmações originando um sis tema de interrelações contidas nas grandes generalizações que correspon dem a um estágio de desenvolvimento científico bem avançado Periodica mente nas ciências verifIcamse modificações na estrutura de relações en tre as proposições Exemplos mecânica newtoniana mecânica relativista Einstein mecânica quântica 51l4 PREVÊ FATOS A teoria serve para baseandose em fatos e relações já conhecidos prever novos fatos e relações a teoria tomase um meio de prever fatos pois resume os fatos já ob servados e estabelece uma uniformidade geral que ultrapassa as observações imediatas Exemplo verifIcamos que a introdução da tecnologia nos países ocidentais produziu uma acentuada redução na taxa de mortalidade e uma redução não tão marcante na ta xa de nascimentos pelo menos durante as fases iniciais Assim podemos prever que a introdução dessa tecnologia em outros países acarretará o aparecimento desses pa drões Esperamos a ocorrência dos mesmos padrões em virtude de a acreditarmos conhecer quais os fatores que causam esses padrões e b acreditarmos que esses fatores serão encontrados na nova situação Goode e Hatt 196917 o que nos leva a acreditar em tal A razão é que por trás de nossas generalizações empíricas existe uma teoria e esta assevera que nas condições X Y será observado Portanto sempre que encontrarmos as condições X podemos prever o aparecimento de Y Ou de forma mais elaborada se comprovarmos que o fato X leva ao acontecimento Y em dada situação A na situação B semelhante a A X levará novamente ao aconteci mento Y 117 5115 INDICA LACUNAS NO CONHECIMENTO A teoria serve para indicar os fatos e as relações que ainda não estão satisfato riamente explicados e as áreas da realidade que demandam pesquisas é exatamente pelo fato de a teoria resumir os fatos e também prever fatos ainda não observados que se tem a possibilidade de indicar áreas não exploradas da mesma fonna que fatos e re lações até então insatisfatoriamente explicados Assim antes de iniciar wna investi gação o pesquisador necessita conhecer a teoria já existente pois é ela que servirá de indicador para a delimitação do campo ou área mais necessitada de pesquisas Exem plos Barbara Wooton em sua obra Social science and social pathology Bottomore 1970272 selecionou e analisou 21 obras referentes ao crime e à delinqüência e con cluiu que elas indicam 12 diferentes fatores possivelmente relacionados à criminalida de ou à delinqüência e que essa coleção de estudos embora escolhidos pelo seu méri to metodológico comparado só produzem generalizações insuficientes e de fundamen tação duvidosa Por sua vez Edwin H Sutherland Merton 1970 1589 identificou uma grande lacuna no conhecimento do comportamento criminoso verificou que os es tudos até então realizados sobre o comportamento criminoso e suas causas levaram a teoria a correlacionar os crimes entendidos como assassinato incêndio proposital roubo latrocínio e outros com as classes baixas entretanto se crime for conceituado como violação da lei criminal os mesmos estudos deixaram de lado os crimes co metidos pelas classes médias e altas rotulados de white collar resultantes das ativida des comuns de comércio cometidos inclusive pelas poderosas empresas comerciais americanas Tanto em um caso como no outro as preocupações teóricas seguiram novo rumo necessitando de outras investigações sobre os fatos e suas relações por não terem sido satisfatoriamente explicados ou por apresentarem lacunas 512 Papel dos Fatos em Relação à Teoria Desde que se conclui que o desenvolvimento da ciência pode ser considerado como uma interrelação constante entre teoria e fato e desde que verificamos as diferentes fonnas pelas quais a teoria desempenha um papel ativo na explicação dos fatos resta nos verificar de que maneira os fatos podem exercer função significativa na construção e desenvolvimento da teoria 5121 O FATO INICIA A TEORIA Um fato novo uma descoberta pode provocaro iTÚcio de uma nova teoria Ao longo da história podemos tomar conhecimento de indivíduos que observaram e a se guir descreveram fatos muitas vezes encontrados ao acaso e com isso produziram teorias importantes Talvez o caso mais famoso e um dos mais antigos é o de Arqui 118 medes posto perante o problema de como determinar o peso específico dos corpos per cebeu ao se banhar que seus membros mergulhados na água perdiam parte de seu pe so este fato conduziu a um dos princípios da Hidrostática segundo o qual todo corpo mergulhado num fluido sofre da parte deste uma pressão vertical de baixo para cima igual ao peso do volume de fluido que desloca Por sua vez Galileu observando as oscilações de uma lâmpada suspensa na abóbada da catedral de Pisa verificou que ela balançava de um lado para outro em tempo igual enunciando a lei do isocronismo E assim outros exemplos podem ser citados a verificação acidental de que o Penicillium fungos inibe o crescimento das bactérias de que a extirpação do pâncreas do cão é acompanhada por sintomas de diabete de que o elemento rádio impressiona um fIlme fotográfIco mesmo que este esteja protegido por material opaco de que na linguagem falada muitos erros de leitura e de percepção não são acidentais mas têm causas pro fundas e sistemáticas Todos estes fatos observados originaram enunciados de leis e te0 rias signifIcativas nos diversos ramos da Ciência Entretanto retomando o último exemplo muito antes de Freud elaborar uma teoria sobre o fato muitas pessoas tinham conhecimento de que os lapsos de linguagem e os erros eram causados por outros fatores e não por acidente Dessa forma devemos con cluir que os fatos não falam por si é necessário que o observador ou pesquisador vá mais além procurando explicar os fatos e suas correlações para que os mesmos sirvam de base objetiva para a construção de uma teoria Na sociologia podemos citar como exemplo a constatação de que em época de crise ou catástrofe recrudesce a perseguição a grupos minoritários Encontramos aqui uma clara relação entre frustrão decorrente dos problemas sóciopolíticoeconômicos ou da natureza e a agressão ora essa correlação já era há muito estudada pela psicologia Surge porém uma nova teoria específica da sociologia que postula a interferência da própria sociedade inibindo a expressão direta da agressão e fazendo com que esta se desloque para giupos que devido a seu baixo status social não podem impedir a agressão nem exercer represália ou vingarse Agora com o auxílio dos conceitos de frustração agressão inibição e deslocamento podemse dar explicações para fenômenos tão discrepantes como o aumento do linchamento de negros norteamericamos na região sul dos Estados Unidos em situações de crise econômica baixo valor dos produtos agrícolas e da perseguição às bruxas por ocasião de catástrofes naturais Dessa forma foi uma relação observada entre fatos que deu início ao desenvolvimento da teo ria 5122 O FATO REFORMULA E REJEITA TEORIAS Os fatos podem provocar a rejeição ou a reformulação de teorias já existentes Havendo a possibilidade de para incluir um grupo específico de observações serem formuladas várias teorias concluímos que os fatos não determinam completamente a teoria entretanto entre teoria e fatos estes são os mais resistentes pois qualquer teoria 119 deve ajustarse aos fatos Quando isso não ocorre a teoria deve ser refonnulada ou então rejeitada Assim a os fatos não conduzem a conclusões teóricas completas e definitivas por produzirem constantemente novas situações b qualquer teoria é passível de modificação já que se constitui em ex pressão funcional das observações c como a pesquisa é uma atividade contínua a rejeição e a reformulação das teorias tendem a ocorrer simultaneamente com a observação de novos fatos se as teorias existentes não podem ajustar os novos fatos à sua estrutura devem ser reformuladas d as observações são acumuladas gradualmente e o surgimento de novos fatos não abrangidos pela teoria as coloca em dúvida de fonna que enquanto novas verificações são planejadas desenvolvemse novas fonnu lações teóricas que procuram incluir esses fatos Um exemplo da atuação dos fatos em relação à teoria no campo da Sociologia pode ser dado com o trabalho de Durkheim sobre o suicídio Fenômeno largamente estudado por outros cientistas o suicídio foi explicado por teorias que se baseavam na psicopato logia assim como em clima raça e nacionalidade entretanto não abarcavam todos os fatos aceitáveis Durkheim provou que mantendose constante qualquer desses aspec tos a taxa de suicídio ao contrário do preconizado não era constante Partiu portanto para uma nova conceptualização demonstrando que todos os fatos poderiam ser abar cados por uma classificação de tipos diferentes de suicídio egoísta altruísta e anômico e uma teoria nova de desorganização social e pessoal concluindo que a causa básica do suicídio é a deficiência de integração em um grupo social 5123 O FATO REDEFINE E ESCLARECE TEORIAS Os fatos redefinem e esclarecem a teoria previamente estabelecida no sentido de que afirmam em p017nenores o que a teoria afirma em temws bem mais gerais Mesmo que novos fatos descobertos confinnem a teoria existente ela poderá sofrer modifi cações em virtude de 120 a novas situações não previstas conduzirem a observações mais ponnenori zadas não incluídas na teoria b a teoria explicando os fenômenos apenas em tennos mais gerais não in cluir a previsão de aspectos particulares e assim novos fatos mesmo que concordem com a teoria se enfocarem e afinnarem em ponnenores aspec tos que ela afmna apenas em tennos bem gerais levarão à sua redefi nição c surgirem hipóteses específicas dentro do contexto da teoria geral que con duzem a novas inferências exigindo sua explicação a renovação e a rede fInição da teoria d novas técnicas de pesquisa empírica exercerem pressão sobre o foco de in teresse da teoria alterandoo e em conseqüência redefinindo a própria teoria Um exemplo pode ser dado pela previsão teórica geral de que indivíduos quando se transferem da zona rural para o meio urbano sofrem apreciável aumento na desorga nização pessoal Exaustivos estudos sobre os migrantes e seus filhos demonstraram que uma série de fatores é responsável pelo aumento da desorganização tais como aquisição de novos hábitos técnicas costumes valores etc Não sendo alguns desses fatores previstos pela teoria geral uma redefrnição e um esclarecimento se fazem ne cessários Outro exemplo é citado por Merton 1970178 referente às teorias existentes sobre a magia Malinowski estudando os trobriandeses verificou que não recorriam à magia quando realizavam a pesca em sua lagoa interna pois nessa atividade não havia perigo nem incerteza nem acasos incontroláveis a atitude era outra nas pescarias em alto mar esta trazia incerteza e graves perigos e em conseqüência a magia flores cia Portanto as teorias foram redefinidas para incorporarem o surgimento das crenças mágicas em decorrência de incertezas nas buscas práticas do homem para aumentar a confiança para reduzir a angústia para abrir caminhos para escapar a impasses Fi nente novas técnicas de pesquisa como as criadas por Moreno sociométricas alteraram as preocupações teóricas no campo das relações interpeS80aiS 5124 O FATO CLARIFICA OS CONCEITOS CONTIDOS NAS TEORIAS Os fatos descobertos e OJUllisados pela pesquisa empírica exercem pressão para esclarecer conceitos contidos nas teorias pois uma das exigências fundamentais da pesquisa é a de que os conceitos ou variáveis com que lida sejam defrnidos com sufi ciente clareza para permitir o seu prosseguimento Apesar de em geral a clarificação de conceitos pertencer à área privativa do teórico muitas vezes constitui um resultado da pesquisa empírica Se como assinalou Rebecca West ln Merton 1970185 podemos descobrir que A B e C estão entrela çados por certas conexões causais não nos é possível apreender com exatidão a natu reza de A B e C a menos que a teoria esclareça os conceitos relativos a eles Quando tal exigência não é cumprida as pesquisas contribuem para o progresso dos procedi mentos de investigação embora suas descobertas não integrem o repositório da teoria cumulativa da ciência em pauta Um exemplo de como as investigações empíricas forçam a clarificação dos con ceitos pode ser dado em Sociologia as concepções teóricas sustentam que os indivíduos têm múltiplos papéis sociais derivados dos diferentes status ocupados na sociedade e 121 tendem a organizar seu comportamento em termos das expectativas estruturalmente de finidas e atribuídas a cada status e papel Além disso quanto menos integrada estiver a sociedade maior será a freqüência com que os indivíduos se submetem à pressão de papéis sociais incompatíveis Ora o problema de procurar predizer o comportamento do indivíduo decorrente da incompatibilidade dos papéis exigia o esclarecimento dos ter mos conceituais de solidariedade conflito exigências e situação do papel a própria pesquisa elaborando índices de pressões de grupos em conflito e observando o comportamento dos indivíduos em situações específicas forçou a clarificação dos con ceitoschave implícitos no problema 52 TEORIA E LEIS Podemos conceituar teoria como um meio para interpretar criticar e unificar leis estabelecidas modificandoas para se adequarem a dados não previstos quando de sua formulação e para orientar a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas Kaplan 1975302 Ao analisarmos teoria e fatos deixamosde lado uma etapa intermediária constituí da pelas leis Estas assim como as teorias surgem da necessidade que se tem de encon trar explicações para os fenômenos fatos da realidade Os fatos ou fenômenos são apreendidos por meio de suas manifestações e o estudo destas visa conduzir a desco berta de aspectos invariáveis comuns aos diferentes fenômenos por meio da classifi cação e da generalização Duas são as principais funções de uma lei específica a Resumir grande quantidade de fatos b Permitir e prever novos fatos pois se um fato ou fenômeno se enquadra em uma lei ele se comportará conforme o estabelecido pela lei Para Kneller 1980 129 a finalidade da classificação assim como da generali zação é conduzir à formulação de leis enunciados que descrevem regularidades ou normas Assim a palavra lei comporta duas acepções uma regularidade e um enun ciado que pretenda descrevêla portanto um enunciado de lei Uma lei científica é geralmente formulada do seguinte modo Sempre que tiver a propriedade A então terá a propriedade B Dessa fonna a lei pode afirmar que tudo o que tiver A também tem B Exemplo toda barra de ouro tem um ponto de fusão de 1063 Este tipo de lei descreve uma regularidade de coexistência isto é um padrão de coisas Mas a lei também pode aÍmnar que sempre que uma coisa tendo A se encontra em determina da relação com outra coisa de certa espécie esta última tem B Exemplo sempre que uma pedra é jogada na água produzirá na superfície da mesma uma série de ondas concêntricas que se expandem de igual forma do centro à periferia Portanto este se gundo tipo de lei descreve uma regularidade de sucessão ou seja um padrão nos even tos 122 o cientista está enunciando uma lei ao propor as regularidades que se apresentam unifonnemente com as manifestações de uma classe de fenômenos portanto o univer so de uma lei é limitado abrangendo apenas determinada classe de fenômenos Exem plos a lei da queda livre dos corpos de Galileu as leis de Kepler referentes às trajetó rias dos planetas em tomo do Sol indicando que estas se apresentam em fonna de elip se pois os planetas estão sujeitos à atração gravitacional do Sol Devemos levar em consideração que quanto mais restrita uma lei menos provável é a sua permanência como apropriada para utilização em situações práticas de pesquisa significando que suas implicações não podem ser continuamente testadas Como exem plo podemos citar uma lei que englobe certo conjunto de atitudes e valores que caracte rizem uma comunidade hippie A classe de fenômenos descrita para analisar o compor tamento dos hippies da qual decorreria a lei viria a desaparecer quando se desagregas se a última comunidade hippie Assim uma lei teria mais serventia se pudesse classifi car e prever comportamentos descritos como fonna de desvio escapista aplicandose não apenas aos hippies mas também a qualquer grupo com valores e atitudes semelhan tes que viesse a surgir Assim se se pretende encontrar leis razoavelmente gerais sobre o comportamento humano elas terão que ser complexas para que se tomem aplicáveis a uma larga gama de fenômenos específicos Por sua vez a teoria é mais ampla do que a lei surgindo segundo Hempel 197492 quando um estudo prévio de uma classe de fenômenos revelou um sistema de uniformidades que podem ser expressas em fonna de leis empíricas mais amplas Em outras palavras se a lei declara a existência de um padrão estável em eventos e coi sas a teoria assinala o mecanismo responsável por esse padrão Exemplo a teoria da gravitação de Newton é muito mais ampla e abrangente do que as leis de Kepler pois referindose especificamente às trajetórias dos planetas indicou que estas são determi nadas não apenas pela influência gravitacional do Sol mas também de outros planetas a teoria de Newton explica também a lei de Galileu ao postular uma força gravitacio nal que especifica um modo de funcionamento Assim se as leis geralmente expressam enunciados de uma classe isolada de fatos ou fenômenos as teorias caracterizamse pela possibilidade de estruturar as uniformida des e regularidades explicadas e corroboradas pelas leis em um sistema cada vez mais amplo e coerente relacionandoas concatenandoas e sistematizandoas com a vanta gem de corrigilas e de aperfeiçoálas Por outro lado à medida que as teorias se am pliam passam a explicar no universo dos fenômenos cada vez mais uniformidades e regularidades mostrando a interdependência existente entre eles O objetivo das teorias é compreender e explicar os fenômenos de uma forma mais ampla através da reconstrução conceitual das estruturas objetivas dos mesmos Dessa forma de um lado a compreensão e a explicação estabelecem as causas ou condições iniciais de um fenômeno e de outro proporcionam a derivação tanto de conseqüências quanto de efeitos e assim possibilitam a previsão da existência ou do comportamento de outros fenômenos Portanto a teoria fornecenos dois aspectos relacionados com os 123 fenômenos de um lado um sistema de descrição e de outro um sistema de explicações gerais Concluindo a teoria não é uma mera descrição da realidade mas uma abstração Kõche 197941 apresenta um quadro sinótico que permite compreender a relação existente entre fatos ou fenômenos lei e teoria CORRELAÇÃO ENTRE FENÔMENOS LEIS E TEORIA PROCESSODEABSTRAÇÃO c I I F1a 1 F2a F3a Fna F1b 1 F2b F3b Fnb F1C F2c F3c Fnc CFaManifestações invariáveis Regularidades I I I I ASpectos Uniformidades comuns Leis CFb Estrutura I Manifestações Aspectos Sistema Explicação Invariáveis Untformdades J conceituai O EJ Leis Melhor oompreensão Explicação Derivação CFc Previsão de Retrodição conseqüências F fato ou fenômeno CF classe de fenômeno LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte l Capítulo 2 BARBOSA FILHO Manuel Introdução à pesquisa métodos técnicas e instrumentos 2 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1980 Parte l Capítulo 5 BRUYNE Paul de et alo Dinâmica da pesquisa em ciências sociais os pólos da prática metodológica Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 Capítulo 3 BUNGE Mário La ciencia su método y su filosofia Buenos Aires Siglo Veinte 1974a Capítulo 3 Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b Capítulo 4 6 7 e 8 La investigación cientffica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelona Ariel 1976 Parte l Capítulo 2 Parte II Capítulos 6 7 e 8 124 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducción a la lógica y al método cienúfico 2 ed Buenos Aires Amorrortu 1971 v 2 Capítulo 12 COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 Capítulo 4 GALTUNG Johan TeorÚl y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 v 2 Parte II Capítulo 6 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulos 2 e 5 GRAWITZ Madeleine Métodos y técnicas de las ciencias sociales Barcelona Hispa no Europea 1975 v 1 Parte II Capítulo 5 Seção 1 Item 3 HEGENBERG Leônidas Explicações cientjicas introdução à fIlosofia da ciência 2 ed São Paulo EPUEDUSP 1973 Parte II Capítulos 8 e 9 Etapas da investigação cientjica São Paulo EPUEDUSP 1976 v 2 Capítulos 2 e 3 HEMPEL Carl G Filosofia da ciência natural 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1974 Capítulos 5 6 e 7 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento São Paulo HerderEDUSP 1969 Capítulo 2 Itens 6 e 7 Capítulo 8 KERLlNGER Fred N Foundations of behavioral research 2 ed New York Holt Rinehart and Winston 1973 Capítulos 2 3 e 4 KNELLER George F A ciência como atividade humana Rio de Janeiro Zahar São Paulo EDUSP 1980 Capítulo 6 KOCHE José Carlos Fundamentos de metodologia cienúfica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 4 KORN Francis et alo Conceptos y variables en la investigación social Buenos Aires Nueva Visión 1973 Capítulo 3 MERTON Robert K Sociologia teoria e estrutura São Paulo Mestre Jou 1970 Parte I Capítulos 4 e 5 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulo 8 NAGEL Ernest La estructura de la ciencia problemas de la lógica de la investigación científica 3 ed Buenos Aires Paidós 1978 Capítulos 45 e 6 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her derEDUSP 1967 Capítulo 14 SOUZA Aluísio José Maria de et aI Iniciação à 16gica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulo 6 TRUJIUO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 4 Item 41 Capítulo 5 Item 51 ZETTERBERG Hans Teoria y verificación en sociologia Buenos Aires Nueva Vi sión 1973 Capítulos 3 4 5 e 6 125 6 Hipóteses 61 CONCEITO Podemos considerar a hipótese como um enunciado geral de relações entre variá veis fatos fenômenos a formulado como solução provisória para um determinado problema b apresentando caráter ou explicativo ou preditivo c compatível com o conhecimento científico coerência externa e revelan do consistência lógka coerência interna d sendo passível de verificação empírica em suas conseqüências 62 TEMA PROBLEMA E HIPÓTESE Constituindose a hipótese uma suposta provável e provisória resposta a um pro blema cuja adequação comprovação sustentabilidade ou validez será verificada através da pesquisa interessanos o que é e como se formula um problema 621 Tema e Problema o tema de uma pesquisa é o assunto que se deseja provar ou desenvolver é uma dificuldade ainda sem solução que é mister determinar com precisão para intentar em seguida seu exame avaliação crítica e solução Asti Vera 197697 Determinar com precisão significa enunciar um problema isto é determinar o objetivo central da inda gação Assim enquanto o tema de uma pesquisa é uma proposição até certo ponto abrangente a formulação do problema é mais específica indica exatamente qual a difi culdade que se pretende resolver 126 Pormular o problema consiste em dizer de maneira explícita clara compreensível e operacional qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resol ver limitando o seu campo e apresentando suas características Desta forma o objetivo da formulação do problema da pesquisa é tomálo individualizado específico incon fundível Rudio 197875 Exemplos tema O perfil da mãe que deixa o ftlho recémnascido para adoção problema Quais condições exercem mais influência na decisão das mães em dar o ftlho recémnascido para adoção Bardavid 198062 tema A necessi dade de informação ocupacional na escolha da profissão problema A Orientação Profissional dada no curso de 2 Grau influi na segurança certeza em relação à esco lha do curso universitário Santos 1980101 tema A família carente e sua in fluência na origem da marginalização social problema O grau de organização in terna da fann1ia carente influi na conduta marginalização do menor Lellis 1980 TI187 O problema assim consiste em um enunciado explicitado de forma clara compre ensível e operacional cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa ou pode ser re solvido por meio de processos científicos Kerlinger ln Schrader 197418 considera que o problema se constitui em uma pergunta científica quando explicita a relação de dois ou mais fenômenos fatos variáveis entre si adequandose a uma investigação sistemática controlada empírica e crítica Concluise disso que perguntas retóricas especulativas e afirmativas valorativas não são perguntas científicas Exemplos a harmonia racional depende da compreensão mútua o método de educação religiosa A é melhór que o B para aumentar a fé igualdade é tão impor tante quanto liberdade Tais enunciados têm pouco ou nenhum significado para o cientista não há maneira de testar empiricamente tais afirmativas ou perguntas princi palmente quando envolvem julgamentos valorativos Schrader 197420 enumera algumas questões que devem ser formuladas para veri ficar a validade científica de um problema a Pode o problema ser nunciado em forma de pergunta b Corresponde a interesses pessoais sociais e científicos isto é de conteúdo e metodológicos Estes interesses estão harmonizados c Constituise o problema em questão científica ou seja relaciona entre si pelo menos dois fenômenos fatos variáveis d Pode ser objeto de investigação sistemática controlada e crítica e Pode ser empiricamente verificado em suas conseqüências 622 Problema e Hipótese Uma vez formulado o problema com a certeza de ser cientificamente válido propõese uma resposta suposta provável e provisória isto é uma hipótese Ambos 127 problemas e hipóteses são enunciados de relações entre variáveis fatos fenômenos a diferença reside em que o problema constitui sentença interrogativa e a hipótese sen tença afirmativa mais detalhada Exemplos problema Quais condições exercem mais influência na decisão das mães em dar o ftlho recémnascido para adoção mpótese As condições que repre sentam fatores formadores de atitudes exercem maior influência na decisão das mães em dar o filho recémnascido para adoção do que as condições que representam fatores biológicos e sócioeconômicos Bardavid 198063 problema A constante mi gração de grupos familiares carentes influencia em sua organização interna hipótese Se elevado índice de migração de grupos familiares carentes então elevado grau de desorganização familiar Lehfeld 1980 130 623 Formulação de Hipóteses Há várias maneiras de formular hipóteses mas a mais comum é Se x então y onde x e y são variáveis ligadas entre si pelas palavras se e então Exemplos Se privação na infância então deftciência na realização escolar mais tarde Kerlinger 1980 39 Se elevado grau de desorganização interna na família carente então maior probabilidade de marginalização do menor Lellis 1980n187 Os exemplos dados correlacionam apenas duas variáveis Entretanto muitas vezes a correlação ocorre entre mais de duas variáveis A hipótese poderá ser simbolizada de duas formas Se x então y sob as condições r e s ou Se Xl e X2 e Xs então y Exemplos Se incentivo positivo x então aprendizagem awnentada y dado se xo feminino r e classe média s ou Se incentivo positivo xI e sexo feminino X2 e classe média x3 então aumento na aprendizagem y Se elevado grau de desorgani zação interna na família carente x então maior probabilidade de marginalização do menor y dado baixa escolaridade do menor r e elevado grau de mobilidade geográ ftca migração da família s ou se elevado grau de desorganização interna da família carente Xl e baixa escolaridade do menor X e elevado grau de mobilidade geográftca migração da família Xs então maior probabilidade de marginalização do menor y Podemos considerar que todo enunciado que tome a forma de Se x então y é uma hipótese condição suftciente mas não necessária já que muitas hipóteses em vez de expressas de forma condicional o são de maneira categórica embora sejam equivalentes à forma condicional e nela traduzíveis Exemplos A água ferve a l00C É maior a certeza em relação a escolha do curso universitário entre os estudantes que receberam Orientação Proftssional no curso de 22 Grau do que entre os que não a tiveram Santos 1980101 O comportamento de pintar com os dedos é em parte uma função da classe social Kerlinger 197328 128 Se as hipóteses são colocações conjecturais da relação entre duas ou mais variáveis o que denominaremos de condição n 1 devem conduzir a implicações claras para o teste da relação colocada isto é as variáveis devem ser passíveis de mensuração ou po tencialmente mensuráveis condição n 2 especificando a hipótese como estas variá veis estão relacionadas Uma formulação que seja falha em relação a estas característi cas ou a uma delas não é uma hipótese no sentido científico da palavra Kerlinger em sua obra FundatiollS of behavioral research apresenta quatro hipóte ses que podem ser analisadas no que diz respeito a essas características 19732528 a O estudo em grupo contribui para um alto grau de desempenho escolar em que se correlacionam duas variáveis estudo em grupo e grau de de sempenho escolar cuja mensuração é prontamente concebida b O exercício de uma função mental não tem efeito no aprendizado futuro dessa função mental Essa hipótese coloca a relação entre as duas variá veis exercício de uma função mental e aprendizado futuro na forma chamada nula isto é através das palavras não tem efeito no Dito de outra forma Se p então nãoq A possibilidade de resolver o problema de definir as variáveis função mental e aprendizado futuro de manei ra que sejam mensuráveis é que determinará se esse enunciado pode ou não se constituir em hipótese científica c As crianças de classe média evitam a tarefa de pintar com os dedos com mais freqüência do que as crianças de classe baixa Aqui a correlação en tre as variáveis é indireta dissimulada surge na forma de uma colocação em que dois grupos A e B diferem em alguma característica mas pode ser considerada como subhipótese de outra ou seja O comportamento de pintar com os dedos é em parte uma função da classe social Novamente as variáveis são claramente mensuráveis d Indivíduos que têm ocupação igual ou similar terão atitudes similares em relação a um objeto cognitivo significamente relacionado com seu papel ocupacional A hipótese como foi formulada é uma hipótese de dife rença requerendo dois grupos com papel ocupacional diferente para então comparar suas atitudes em relação a um objeto cognitivo relacionado ao papel já que as variáveis correlacionadas são papel ocupacional e atitudes referentes a um objeto cognitivo relacionado ao papel ocupacio nal ambas são mensuráveis entendendose por objetos cognitivos to das as coisas concretas ou abstratas percebidas e conhecidas pelos in divíduos Esta hipótese também pode ser transposta a uma forma relacional geral Atitudes em relação a objetos cognitivos significativamente relacio nados com papéis ocupacionais são em parte uma função do comporta mento e expectativas associadas aos papéis 129 o que ocorre então com uma boa hipótese que não pode ser diretamente testada Por exemplo com a hipótese de que matéria atrai matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado da distância É claro que as variáveis que contém são mensuráveis mas como comprovar a relação entre elas Nesses casos da hipótese prin cipal deverão ser deduzidas outras hipóteses capazes de serem submetidas à verifi cação Dessa forma a hipótese principal satisfaz as duas condições necessárias para ser uma hipóese científica Para Bunge 1976255 a ciência impõe três requisitos principais à formulação das hipóteses 1 a hipótese deve ser formalmente correta e não se apresentar vazia se manticamente 2a hipótese deve estar fundamentada até certo ponto em conhecimento anterior caso contrário volta a imperar o pressuposto já indicado de que deve ser com patível sendo completamente nova em matéria de conteúdo com o corpo de conheci mento científico já existente 3 a hipótese tem de ser empiricamente contrastável por intermédio de procedimentos objetivos da ciência ou seja mediante sua comparação com os dados empíricos por sua vez controlados tanto por técnicas quanto por teorias científicas O autor continua afIrmando que não se deve identifIcar a noção de hipótese com a de fIcção nem contrapôla à de fato a única semelhança é que as hipóteses como as fIcções são criações mentais ao passo que os fatos são exteriores à mente ocorrendo no mundo real As hipóteses factuais apesar de serem proposições podem contrapor se a proposições de outro tipo ou seja proposições empíricas particulares também de nominadas dados isto é elementos de informação Um dado não é uma hipótese muito menos viceversa qualquer hipótese colocase além da evidência dado que pro cura explicar 624 Importância das Hipóteses Kerlinger 19732835 aponta os seguintes fatores que demonstram a importância das hipóteses 130 a são instrumentos de trabalho da teoria pois novas hipóteses podem dela ser deduzidas b podem ser testadas e julgadas como provavelmente verdadeiras ou falsas c constituem instrumentos poderósos para o avanço da ciência pois sua com provação requer que se tomem independentes dos valores e opiniões dos indivíduos d dirigem a investigação indicando ao investigador o que procurar ou pes quisar J e pelo fato de serem comumente formulações relacionais gerais permitem ao pesquisador deduzir manifestações empfricas específicas com elas correla cionadas f desenvolvem o conhecimento científico auxiliando o investigador a con firmar ou não sua teoria pois g incorporam a teoria ou parte dela em forma testável ou quase testável 625 Função das Hipóteses Segundo Jolivert 1979856 a função das hipóteses é a dirigir o trabalho do cientista constituindose em princípio de invenção e progresso à medida que auxilia de fato a imaginar os meios a aplicar e os métodos a utilizar no prosseguimento da pesquisa e na tentativa de se chegar à certeza hipótese preditiva ou antefactum b coordenar os fatos já conhecidos ordenando os materiais acumulados pela observação Aqui a inexistência de uma hipótese levaria ao amontoamento de observações estéreis hipótese preditiva ou explicativa postfactum Considerando que as hipóteses estão presentes em todos os passos da investigação Bunge 1976309316 indica as principais ocasiões em que elas se fazem necessárias e suas funções São necessárias quando a tentamos resumir e generalizar os resultados de nossas investigações b tentamos interpretar generalizações anteriores c tentamos justificar fundamentando nossas opões d planejamos um experimento ou uma investigação para a obtenção de mais dados e pretendemos submeter uma conjuntura à comprovação Suas principais funções são a generalizar uma experiência quer resumindo quer ampliando os dados empfricos disponíveis b desencadear inferências atuando como afirmações ou conjecturas iniciais sobre o caráter a quantidade ou as relações entre os dados c servir de guia à investigação 131 d atuar na tarefa de interpretação hipóteses explicativas de um conjunto de dados ou de outras hipóteses e funcionar como proteção de outras hipóteses 63 FONTES DE ELABORAÇÃO DE HIPÓTESES Não há normas ou regras fixas que limitem a possibilidade de elaborar hipóteses não nos estamos referindo aos requisitos necessários para que uma hipótese seja cientí fica assim como não se limita a criatividade humana ou se estabelecem regras pára ela Entretando há oito fontes fundamentais que podem originar hipóteses 631 Conhecimento Familiar o conhecimento familiar ou as intuições derivadas do senso comum perante si tuações vivenciadas podem levar a correlações entre fenômenos notados e ao desejo de verificar a real correspondência existente entre eles Não se trata aqui de comprovar cientificamente o óbvio ao contrário tratase de averiguar se é óbvio isto é se há ou não uma correlação de fato entre os fenômenos Exemplos O conhecimento popular atribui à idade e ao desejo de afirmação a rebeldia do adolescente na área da Psicologia podemse elaborar hipóteses sobre o as sunto entre elas Em determinada fase do desenvolvimento mental do jovem a neces sidade da afirmação do ego leva à contestação da autoridade dos pais e dos valores da sociedade ou dada a necessidade da afirmação do ego então contestação da autori dade dos pais e dos valores da sociedade Outro exemplo partiria do conhecimento familiar de que as crianças brincando de imitar os adultos aprendem a se comportar na sociedade uma hipótese também na área da Psicologia seria de que a imitação é um dos processos de aprendizagem da vida social 632 Observação Uma fonte rica para a construção de hipóteses é a observação que se realiza dos fa tos ou da correlação existente entre eles As hipóteses terão a função de comprovar ou não essas relações e explicálas Exemplos Partindo da constatação da correlação entre o nível sócioeconômico classe social do aluno e o seu rendimento escolar vários pesquisadores levantàram hipóteses sobre o menor rendimento escolar dos alunos de classe social baixa analisan do a influência da alimentação do ambiente cultural da profissão dos pais do nível de aspiração educacional dos pais e até dos valores que a escola transmite partindo da premissa de que ela acentua as características da classe alta e média 132 Trujillo 1974135 citando Baker e Allen indica outro exemplo Biólogos dos Estados Unidos observaram que o salmão prateado Oncorhyncus Kisutch no nor deste da costa do Pacífico expele seus ovos nos córregos da região Após a incubação os peixinhos se dirigem até o Oceano Pacífico e quando alcançam a maturidade re tomam aos riachos onde nasceram para a desova Com a fmalidade de explicar esse fenômeno biológico alicerçados nas observações sobre os hábitos do salmão dourado os pesquisadores propuseram várias hipóteses entre elas o salmão Oncorhyncus Ki sutch utiliza unicamente o estímulo visual para encontrar o riacho em que nasceu para desovar o salmão Oncorhyncus Kisutch encontra a rota de retomo ao riacho em que nasceu através do cheiro específico das águas 633 Comparação com Outros Estudos Podemse enunciar hipóteses que resultam de o pesquisador basearse nas averi guações de outro estudo ou estudos na perspectiva de que as conexões similares entre duas ou mais variáveis prevalecem no estudo presente Trujillo 197444 Exemplo Sintetizando os pressupostos da obra de Durkheim O suicídio obteremos as seguintes conclusões a a coesão social proporciona apoio psicológico aos membros do grupo submetidos a ansiedades e tensões agudas b os índices de suicídio são função das ansiedades e tensões não aliviadas a que estão sujeitas as pessoas c os católicos têm uma coesão social maior que os protestantes e portanto d é possível prever e antecipar entre católicos um índice menor de suicídio do que entre os protes tantes Um pesquisador no Brasil pode tentar verificar a validade da correlação entre estas variáveis num novo contexto social examinando a coesão social das diferentes profissões religiosas e os índices de suicídio entre seus membros 634 Dedução Lógica de uma Teoria Podemse extrair hipóteses por dedução lógica do contexto de uma teoria isto é de suas proposições gerais é possível chegar a uma hipótese que afirma uma sucessão de eventos fatos fenômenos ou a correlação entre eles em determinado contexto Exemplo Ogbum em suá obra Social change apresenta a teoria da demora cultu ral indicando que a transformação ou o crescimento no movimento total de uma cultu ra não se processa no mesmo ritmo em todos os setores Se urna grande parte da heran ça social do homem é a cultura material para utilizála são necessários ajustamentos culturais denominados cultura adaptativa as transformações nessa última são geralmen te precedidas por transformações na cultura material Se desejarmos realizar uma pes quisa em área rural do Brasil onde a televisão tem penetração podemos partir da hipó tese de que ela transmitindo idéias crenças conhecimentos e valores da sociedade ur bana cultura não material para uma região rural subdesenvolvida com poucas alte 133 rações da cultura material técnicas e artefatos influenciou as transformações da cultu ra adaptativa fazendo com que a cultura material ficasse defasada em relação a ela 635 A Cultura Geral na qual a Ciência se Desenvolve A cultura norteamericana variante da cultura ocidental européia por exemplo dá ênfase à mobilidade e à competição assim como à felicidade individual ao passo que a cultura zum acentua os valores grupais preocupandose menos com a felicidade indivi dual e procurando evitar a competição e até certo ponto a realização individual Esses enfoques dados pela cultura geral podem levar o cientista principalmente na área das ciências sociais a se preocupar mais com determinado aspecto da sociedade originando hipóteses sobre temas específicos Exemplos Goode e Hatt 1968835 apontam uma série de estudos realizados na sociedade norteamericana sobre ajustamento com o sentido de felicidade indivi dual partindo de hipóteses que o correlacionaram com ocupação remuneração edu cação classe social ascendência étnica felicidade dos pais assim como o analisaram nas relações de casamento trabalho e outros grupos sociais Indicam ainda que a raça é considerada fator importante na determinação do comportamento humano principalmente nas sociedades norteamericana e da África do Sul Assim nessas socie dades uma série de estudos científicos teve por base hipóteses relativas às diferenças raciais a menor capacidade intelectual de certas raças foi cientificamente refutada por uma série de testes 636 Analas As observações casuais da natureza assim como a análise do quadro de referência de outra ciência podem ser fontes de hipóteses por analogia Exemplo Os estudos da ecologia das plantas e animais refle no desenvolvi mento da ecologia humana especificamente o fenômeno da segregação conhecido na ecologia da planta originou a hipótese de que atividades específicas e tipos de popu lação semelhantes podem ser encontrados ocupando o mesmo território As análises do desenvolvimento das cidades receberam grande impulso com os autores da chamada Es cola de Chicago cujo enfoque se baseia na ecologia humana por analogia com a eco logia vegetal e animal sendo os principais representantes Park Burgess Hollingshead McKenzie Harris e Ullman Foi Hollingshead que incorporou em sua hipótese sobre os processos que operam na organização de uma cidade o conceito de segregação os pro cessos seriam concentração centralização segregação invasão sucessão descentrali zação e rotinização ou fluidez 134 637 Experiência Pessoal Idiossincrática A maneira particular pela qual o indivíduo reage aos fatos à cultura em que vive à ciência ao quadro de referência de outras ciências e às observações constitui também fonte de novas hipóteses Exemplos Darwin em sua obra A origem das espécies levantou a hipótese de que os seres vivos não são imutáveis oriundos de criações distintas mas que se modifica ram Ora além de suas observações pessoais Darwin reuniu vários fatos que eram co nhecidos em sua época dandolhes uma interpretação pessoal da qual originou sua hipótese Outro exemplo citado por Goode e Hatt 1968889 referese às ciências so ciais especificamente a Thorstein Veblen Sociólogo norteamericano descendente de noruegueses sua visão da sociedade capitalista norteamericana foi influenciada pelas suas origens e pela comunidade norueguesa isolada em que foi criado Conhecedor do positivismo francês e do materialismo histórico desenvolveu um ponto de vis particu lar sobre o capitalismo que expôs em sua obra principal A teoria da classe ociosa 638 Casos Discrepantes na Própria Teoria A teoria empresta direção às pesquisas estabelecendo um elo entre o que é conhe cido e o desconhecido ou da própria teoria tiramse deduções lógicas que representam outros tantos problemas e hipóteses Mas às vezes a fonte das hipóteses são as dis crepâncias apresentadas em relação ao que deve acontecer em decorrência da teoria sobre o assunto Exemplo nas pesquisas sobre comunicação estabeleceuse a teoria baseada nos fa tos de que há pessoas que podem ser classificadas como líderes de opinião A se guir novas pesquisas realimentando a teoria verificaram que essas pessoas possuíam prestígio isto é status elevado na comunidade Sendo que o status é uma decorrência de diversas variáveis levantouse a hipótese de que poderia existir um tipo ideal de pessoa influente Entretanto as pesquisas demonstraram a inexistência de muitas ca racterísticas comuns entre elas Dessa discrepância surgiu a hipótese proposta por Mer ton da existência de duas categorias de pessoas as influentes cosmopolitas e as lo cais apresentando grupos de características distintivas LITERATURA RECOMENDADA BUNGE Mário Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b Capítulo 7 item 1 La irwestigación cientfjica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelona 2 Ariel 1976 Parte n Capítulo 5 cc 135 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientfftca para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHilI do Brasil 1978 Capítulo 2 Item 22 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducción a la lógica y ai método científico 2 ed Buenos Aires AmOITortu 1971 v 2 Capítulo 11 COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 Parte UI Capítulo 13 FERNANDEZ Juan Antonio Rodrigues A hipótese na investigação cientffica o pro blema da formulação da hip6tese e a qualidade da pesquisa São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de Mestrado GALTUNG Johan TeorÚl y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 v 2 Parte II Capítulo 4 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulo 6 GRA WITZ Madeleine Métodos y técnicas de las ciencias sociales Barcelona Hispa no Europea 1975 v 1 Parte II Capítulo 5 item 2 HEMPEL Carl G Filosofia da ciência natural 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1974 Capítulo 3 KERLINGER Fred N Metodologia da pesquisa em ciências sociais um tratamento conceitual São Paulo EPUEDUSP 1980 Capítulo 3 KÓCHE José Carlos Fundamentos de metodologia cientfftca 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 5 KOPNIN P V A dialética como lógica e teoria do conhecimento Rio de Janeiro Ci vilização Brasileira 1978 Capítulo 5 NÉRICI Imídeo Giuseppe Introdução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte II Capítulo 11 Item 116 PARDINAS Felipe MetodologÚl y técnicas de investigación em ciencias sociales México Siglo Vienteuno 1969 Capítulo 5 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa científica 3 ed Petr6polis Vozes 1980 Capítulo 7 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa socialempfrica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Alegre Globo 1974 Capítulos 11 12 e 13 SELLTIZ C et al Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her derl EDUSP 1967 Capítulo 2 SOUZA Aluísio José Maria de et aI Iniciação à lógica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulo 5 Itens 52 e 53 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 5 Item 52 136 7 Variáveis 71 CONCEITO Segundo Lipset e Bendix ln Trujillo 1974144 variável é um conceito opera cional sendo que a recíproca não é verdadeira nem todo conceito operacional consti tuise em variável Para ser definida a variável precisa conter valores Portanto uma variável pode ser considerada como uma classificação ou medida uma quantidade qua varia um conceito operacional que contém ou apresenta valores aspecto propriedade ou fator discernível em um objeto de estudo e passível de mensu ração Os valores que são adicionados ao conceito operacional para transformálo em variável podem ser quantidades qualidades características magnitudes traços etc que se alteram em cada caso particular e são tonte abrangentes e mutuamente ex clusivos Por sua vez o conceito operacional pode ser um objeto processo agente fenômeno problema etc 72 AS VARIÁVEIS NO UNIVERSO DA CIÊNCIA Figurativamente podemos imaginar o universo da ciência como constituído de três níveis 110 primeiro ocorrem as observações de fatos fenômenos comportamentos e atividades reais no segundo encontramos as hipóteses finalmente no terceiro sur gem as teorias hipóteses válidas e sustentáveis O que nos interessa na realidade é a passagem do segundo para o primeiro nível o que ocorre através do enunciado das va riáveis Esquematicamente 137 III Teorias 1 II Hipóteses Variáveis J I Observações fatos fenômenos comportamentos atividades reais 7 3 VARIÁVEIS INDEPENDENTES E DEPENDENTES 731 Conceito e Diferenciação Variável independente X é aquela que influencia determina ou afeta outra variá vel é fator determinante condição ou causa para determinado resultado efeito ou con seqüência é o fator manipulado geralmente pelo investigador na sua tentativa de as segurar a relação do fator com um fenômeno observado ou a ser descoberto para ver que influência exerce sobre um possível resultado Variável dependente Y consiste naqueles valores fenômenos fatores a serem ex plicados ou descobertos em virtude de serem influenciados determinados ou afetados pela variável independente é o fator que aparece desaparece ou varia à medida que o investigador introduz tira ou modifica a variável independente a propriedade ou fator que é efeito resultado conseqüência ou resposta a algo que foi manipulado variável independente Em uma pesquisa a variável independente é o antecedente e a variável dependente é o conseqüente Os cientistas fazem predições a partir de variáveis independentes para variáveis dependentes quando ao contrário querem explicar um fato ou fenômeno en contrado variável dependente procuram a causa variável independente 138 Exemplos a se dennos uma pancada no tendão patelar do joelho dobrado de um indiví duo sua perna esticarseá X pancada dada no tendão patelar do joelho dobrado de um indivíduo y o esticar da perna b os indivíduos cujos pais são débeis mentais têm inteligência inferior à dos indivíduos cujos pais não são débeis mentais X presença ou ausência de debilidade mental nos pais y o grau de inteligência dos indivíduos c em época de guerra os estereótipos relativos às nacionalidades dos parti cipantes do conflito tomamse mais arraigados e universais X época de guerra Y características dos estereótipos mútuos d os indivíduos cujos pais possuem forte preconceito religioso tendem a apre sentar esse tipo de preconceito em grau mais elevado do que aqueles cujos pais são destituídos de preconceito religioso X presença ou ausência de preconceito religioso nos pais Y grau de preconceito religioso dos indivíduos Quando a variável independente apresenta mais de uma condição a utilização dos diagramas apresentados a seguir pennite estabelecer qual a variável independente e qual a dependente VL2 VL1 I VL3 V11 VI2 VD Legenda VL1 primeira condição da variável independente Xl VL2 segunda condição da variável independente X2 VL3 terceira condição da variável independente X VD variável dependente Y Exemplos variável independente com duas condições VD a o tempo de reação a um estímulo visual é significativamente mais rápido do que o tempo de reação a um estímulo auditivo b o controle social empregado num grupo pequeno e íntimo é significativa mente mais natural espontâneo informal do que o empregado por um gru po grande e iinpessoal 139 Luz Som x Tempo de reação y Grupo pequeno Grupo grande e íntimo e impessoal X Característica do controle social y Exemplos variável independente com três condições a as variações no estado físico da matéria determinam o volume que ocupará certa quantidade dela b a existência de estereótipos negativos mútuos entre dois grupos toma suas reações significativamente mais conflituosas do que as que se verificam quando os grupos em contato são destituídos desses estereótipos ou quando os mesmos são positivos Estado líquido X2 Estado Estado sólido gasoso Xl X3 Volume ocupado y Ausência de Estereótipos X2 Estereótipos Estereótipos negativos positivos Xl X3 Características das relações y Podemos encontrar também hipóteses onde há apenas uma variável independente mas mais de uma dependente 140 Exemplos a quando um indivíduo se assusta com um barulho forte e inesperado o seu pulso se acelera ele transpira e as pupilas de seus olhos se dilatam X susto com um barulho forte e inesperado Y aceleração do pulso Y1 transpiração Y2 e dilatação das pupilas Y3 b a contínua migração de grupos familiares carentes ocasiona problemas de orgaruzação interna na família choque cultural reação imediatista aos problemas e clima de preocupação irrealista e mágica X contínua migração de grupos familiares carentes Y problemas de organização interna da família Y1 choque cultural Y2 reação imediatista Y3 e clima de preocupação irrealista e mágica Y4 732 Fatores Determinantes do Sentido da Relação Causal entre Variáveis Independentes e Dependentes Na questão fundamental de saber numa relação qual a variável independente de terminante e qual a dependente determinada parece imporse pela lógica o critério de suscetibilidade à influência ou seja seria dependente aquela variável capaz de ser alterada influenciada ou determinada pela outra que passaria então a ser considerada a independente ou causal Exemplos encontrandose uma relação entre interesse político e sexo no sentido de que os homens manifestam maior grau de interesse político do que as mulheres é óbvio que o nível de interesse político de uma pessoa não pode determinarlhe o sexo em uma relação entre idade e tipo de atitude política em que os idosos se manifestam mais con servadores do que os jovens só podemos supor que a idade por algum motivo seja responsável pela posição ou atitude política pois ser conservador não toma uma pessoa mais velha nem o progressismo rejuvenesce o indivíduo Dessa forma dois fatores distintos encontramse presentes na decisão a respeito do sentido de influência das variáveis a a ordem temporal e b a fixidez ou a alterabilidade das variáveis 7321 ORDEM TEMPORAL Partindo do princípio lógico de que o acontecido depois não pode ter tido influên cia no que ocorreu antes a seqüência temporal apresentase universalmente importante a variável anterior no tempo é a independente e a que se segue é a dependente 141 Exemplos encontrando uma relação entre a duração do noivado e a subseqüente fe licidade conjugal é evidente que a duração do noivado surge antes na seqüência tempo ral sendo indubitavelmente a variável independente se constatarmos que à frustração seguese a agressão a primeira aparece como antecedente na ordem temporal e é a va riável independente Lazarsfeld ln Boudon et al 1979 II 32 pondera que muitas vezes a ordenação temporal sem ser aparente pode entretanto ser reconstituída de forma indireta Exemplos encontrando uma relação inversa entre a renda e a participação em orga nizações por exemplo recreativas supor uma prioridade temporal da condição económica é mais verossúnil do que o contrário dificilmente a fIliação a associações recreativas aumentaria o nível de renda se bem que pode aumentar o status Nesse caso seria interessante verificar uma hipótese que correlacione status e associação a organi zações de prestígio se o mais lógico seria a precedência do status que leva à fIliação a organizações exc1usivistas não se pode excluir que o pertencer a uma associação desse tipo eleva o status portanto a seqüência temporal se inverteria verificando uma re lação entre traços de personalidade relativamente estáveis e certos tipos de êxito escolar ou profissional a reconstituição leva a colocar como antecedente o tipo de persona lidade Outro fator a considerar é que certas variáveis podem ser utilizadas de maneiras di versas e de acordo com o problema pesquisado ocupar posições diferentes na seqüên cia temporal Exemplos no enunciado as pessoas de mais idade têm um nível de escolaridade inferior a idade é a variável independente pois precede a educação o importante é a época em que as pessoas alcançaram a idade de escolarização por outro lado na pro posição há uma relação entre a idade de falecimento e o clima de determinada região a ie é posterior sendo o clima a variável independente Em certos casos a ordem temporal das variáveis é indeterminada Exemplos quando se constata que os republicanos são mais conservadores do que os democratas EUA tomase difícil ordenar no tempo a tendência ao conservadorismo e à filiação política é conservador porque republicano ou tomouse republicano porque era conservador da mesma forma constatandose que os povos agricultores são mais pacíficos levantase a questão são mais pacíficos porque vivem em função da explo ração da terra ou foi a sua debilidade bélica que os levou a se tomarem agricultores Trujillo 1974 149 Finalmente Rosenberg 1976289 indica que apesar de importante o fator tempo não é um guia infalível quando se trata de determinar o sentido da relação causal Exemplos estudandose as características de indivíduos que nasceram negros e p0 bres e assim permaneceram por toda vida não se pode dizer que uma das variáveis te nha precedência temporal entretanto indubitavelmente a raça é a variável independen te não porque apareça primeiro na seqüência temporal mas porque é inalterável ao passo que a condição sócioeconómica pode ser modificada O outro exemplo citado pe 142 lo autor é o da relação entre o processo de educação e o hábito de ver televisão durante os anos em que teve educação formal o indivíuo demonstrou assistir assiduamente a programas de televisão e durante os anos em que mostrou assiduidade junto à televisão freqüentou a escola Novamente apesar da indeterminação temporal podemos decidir o sentido da relação causal é fácil perceber como o nível educacional pode determinar as preferências da pessoa em matéria de lazer e tipo de programa de televisão mas é pou co provável que de forma significativa a preferência por certos tipos de programa de TV determine o nível educacional excluídos é claro os telecursos 7322 FIXIDEZ OU ALTERABILIDADE DAS VARIÁVEIS Existem algumas variáveis muito utilizadas nas ciências biológicas e sociais que são consideradas fixas ou não sujeitas à influência Entre elas sexo raça idade ordem de nascimento nacionalidade Exemplos os homens são mais suscetíveis o enfarte os negros são mais alienados do que os brancos os jovens freqüentam mais o cinema a estatura e o peso da criança ao nascer estão inversamente relacionados com a ordem de nascimento os italianos acham que têm menos controle sobre o governo do que os norteamericanos sofrer ou não um enfarte não determina o sexo a alienação não altera a raça a assiduidade ao cinema não rejuvenesce maior estatura e peso não determinam a ordem de nascimento atitudes para com o governo não são responsáveis pela nacionalidade Outras variáveis importantes são relativamente fixas mas não absolutamente isto é em determinadas circunstâncias tomam possível algum elemento de reciprocidade co mo status religião classe social residência no campo ou na cidade Exemplos correlação entre status e filiação a determinadas entidades é possível que uma pessoa se filie a determinadas entidades visando elevar seu status relação en tre religião e fIliação política e entre religião e saúde mental um político por questões eleitorais poderá converterse assim como o estado de saúde mental pode levar a uma mudança de religião correlação entre estilo de vida e classe social um indiví duo pode alterar seu estilo de vida para freqüentar o círculo adequado obtendo um emprego ou função que o faça ascender na escala social alterandoIhe até a classe social relação entre tradicionalismo e residência rural uma família pode mudar para a área rural exatamente por predominar ali o respeito pela tradição Estes exemplos de reciprocidade entretanto não nos devem enganar geralmen te a influência dominante é o status na fIliaçãoa entidades a religião na fjljação pJ tidária e na relação com a saúde mental a classe social no estilo de vida e a residên cia rural no apego à tradição Bunge inclusive considera que a recusa em aceitar tal maneira de pensar é um atentado ao princípio causal uma grave deficiência da doutrina da causalidade está em desconhecer ela o fato de que todas as açóes conhecidas se acompanham ou vêm segui 143 das de reações isto é que o efeito sempre volta a reagir sobre o estímulo a menos que este tenha deixado de existir Sem embargo um exame dos processos reais sugere que há com freqüência ações predominantemente embora não exclusivamente unidirecio nais ln Rosenberg 197630 Em resumo quando em uma relação entre duas variáveis se encontra uma que é fixa não sujeita à influência ou relativamente fixa podemos considerála como deter minante independente a menos que no caso das relativamente fixas se avolumem provas de uma reciprocidade ou até mesmo da inversão do sentido da relação causal 74 VARIÁVEIS MODERADORAS E DE CONTROLE 741 Variável Moderadora Conceito e Identificação Variável moderadora M é um fator fenômeno ou propriedade que também é con dição causa estímulo ou fator determinante para que ocorra determinado resultado efeito ou conseqüência situandose porém em nível secundário no que respeita à va riável independente X apresentando importância menor do que ela é selecionado manipulado e medido pelo investigador que se preocupa em descobrir se ela tem in fluência ou modifica a relação da variável independente com o fator ou fenômeno ob servado variável dependente Y A variável moderadora revestese de importância em pesquisas cujos problemas são complexos sabendose ou suspeitaodose da existência de vários fatores interrelacio nados Um vez afastada a possibilidade de as relações serem simétricas ou recíprocas a variável moderadora apresentase relevante para saber até que ponto os diferentes fato res têm importância na relação entre as variáveis independente e dependente Tuckman ln Kõche 197955 apresenta um exemplo da atuação da variável mode radora entre estudantes da mesma idade a inteligência o desempenho de habilidades está diretamente relacionado com o número de treinos práticos particularmente entre os meninos mas menos particularmente entre as meninas x número de treinos práticos Y desempenho de habilidades M sexo dos estudantes que modifica a relação entre X e Y A autora num estudo sobre trabalhadores temporários de São Paulo ABC e Rio de Janeiro também identificou variáveis moderadoras na relação entre o tempo de exercí cio da atividade de temporário e a valorização de seu trabalho pela empresa tomadora a empresa que utiliza a mãodeobra temporária entre trabalhadores temporários da mesma área de atuação burocrática ou de produção e tipo de atividade similar o tem po de exercício da atividade está relacionado com o sentimento de valorização de seu 144 trabalho pela empresa tomadora principalmente entre os do sexo masculino e sem companheiro e menos acentuadamente entre os do sexo feminino e com companhei ro x tempo de exercício da atividade de temporário trabalho temporário Y graduação do sentimento de valorização do trabalho pela empresa toma dora M sexo M1 e estado conjugal do trabalhador temporário M2 Marina de Andrade Marconi em sua obra Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista analisou a tão conhecida relação entre a atividade de garimpo e irresponsa bilidade do garimpeiro muito maior do que a de outros elementos ligados às ativida des rurais concluindo que não há diferença acentuada entre a atividade de garimpeiro e outra atividade rural no que se refere à atitude de irresponsabilidade exceto entre os garimpeiros sem companheiro quando é um pouco mais elevada 1978128 x tipo de atividade Y grau de irresponsabilidade M estado conjugal 742 Variável de Controle Conceito e Aplicação Variável de controle C é aquele fator fenômeno ou propriedade que o investiga dor neutraliza ou anula propositadamente em uma pesquisa com a finalidade de impedir que interfIra na análise da relação entre as variáveis independente e dependente A importância da variável de controle aparece na investigação de situações comple xas quando se sabe que um efeito não tem apenas uma causa mas pode sofrer influên cias de vários fatores Não interessando ao investigador ou não sendo possível analisá los todos em determinado experimento tomase necessário neutralizálos para que não interfIram ou não exerçam influência sobre o fenômeno estudado Em uma etapa poste rior ou mesmo em outro estudo tais fatores poderão ser pesquisados em muitos casos sabese através de trabalhos anteriores sua influência no fator ou fenômeno investiga do e quer darse um passo adiante além do fenômeno que exerce influência na variável dependente existem outros fatores Assim anulamse ou neutralizamse os primeiros para estudar a influência dos demais Exemplos voltando ao estudo citado por Tuckman sabese que tanto a idade da criança quanto o seu grau de inteligência têm influência no desempenho de habilidades desejase agora correlacionar este fator desempenho de habilidades com os treinos práticos daí a necessidade de exercer controle sobre a idade e o grau de inteligência Se isso não fosse feito não se poderia avaliar e analisar a relação entre o número de 145 treinos práticos e o desempenho de habilidades Resumindo idade e grau de inteligên cia foram selecionados como variáveis de controle e neutralizados entre estudantes da mesma idade e iteligência para analisar a relação entre variável independente e de pendente o desempenho de habilidades está diretamente relacionado com o número de treinos práticos c idade Cl e grau de inteligência C2 Y número de treinos práticos Y desempenho de habilidades Quanto ao estudo dos trabalhadores temporários suspeitouse que a área de atuação setor burocrático ou setor de produção e a atividade exercida poderiam influenciar sentimento do trabalhador em relação à valorização do seu trabalho pela empresa toma dora Não interessava à investigadora analisar este aspecto da questão mas correlacio nar o tempo de exercício da atividade de trabalhador temporário com o sentimento de valorização do trabalho Assim os dois fatores anteriores foram transformados em va riáveis de controle entre trabalhadores temporários da mesma área de atuação e tipo de atividade similar e neutralizados c área de atuação Cl e atividade C2 X tempo de exercício da atividade de temporário Y graduação no sentimento de valorização do trabalho pela empresa toma dora A professora Gilda Alves Montans está realizando uma pesquisa para verificar dife renças no tipo de aprendizagem musical de alunos que foram ensinados através de dois métodos distintos o método A convencional e o método B criado recentemente Para o seu estudo determinou exercer controle sobre quatro variáveis que podem influenciar o grau de aprendizagem idade do aluno tempo em que está estudando tipo de instru mento temperado como o piano ou de afinação natural coIpO o violino ambiente musical em casa isto é se alguma pessoa toca ou não algum instrumento na família do aluno c idade Cl tempo de estudo C2 tipo de instrumento C3 e ambiente musical C4 X método A Xl e método B X2 Y tipo de aprendizagem Portanto sua hipótese é crianças com a mesma idade mesmo tempo de estudo utilizando o mesmo tipo de instrumento e tendo o mesmo ambiente musical em casa quando submetidas ao método B de ensino apresentam um tipo de aprendizagem sensi velmente diferente do apresentado pelas crianças submetidas ao método A 146 75 VARIÁVEIS EXTRÍNSECAS E COMPONENTES 751 Variáveis Extrínsecas e as Relações Espúrias A primeira e a mais crucial dúvida de um investigador que encontra uma relação entre duas variáveis referese à questão tratase de uma relação real Em outras pa lavras tratase de uma ligação inerente entre as duas variáveis ou ela é devida a uma conexão acidental com uma variável associada Quando este último caso ocorre dize que a relação é espúria na realidade o que é espúria é a interpretação da relação e não a relação em si O que acontece é que à primeira vista a relação é assimétrica mas perante uma análise mais profunda revelase simétrica esta significa que nenhuma das variáveis exerce influência sobre a outra por serem indicadores alternativos do mesmo conceito efeitos de uma causa comum elementos de 1IIla unidade funcional partes ou manifestações de um sistema ou complexo comum ou estão fortuitamente associadas Hyman 1967402403 apresenta dosi exemplos de relações espúrias a Encontrouse uma correlação entre a profundidade do sono e a espécie de humor que a pessoa tinha no dia seguinte Entretanto uma análise mais aprofundada revelou que o resultado era falso pois a facilidade de sono é que era determinada pela espécie de humor com que o indivíduo ia para a cama e que a má disposição permanecia de um dia para outro Esquemati camente Em vez de profundidade no sono X tipo de humor no dia seguinte Y o que havia era Tipo de humor E variável extrínseca Profundidade de sono X Tipo de humor no dia seguinte Y O investigador não necessita abandonar a pesquisa por ter constatado que a reiação originai era espúria pode deslocar seus estudos para questões de como o mau humor perturba o sono Portanto analisa a relação EX b Constatouse que na Suécia existia uma correlação entre o número de ce gonhas existentes em determinada área e a taxa de natalidade da mesma área Não há necessidade de pensar duas vezes se há uma relação entre a 147 variável independente número de cegonhas e a dependente número de crianças pois é óbvio que ambas se devem a uma terceira Área rural ou urbana E Número de cegonhas X Número de crianças Y Novamente o resultado no caso absurdo da relação original pode levar a outras investigações Como não há mistérios no fato de a zona rural conter maior número de cegonhas interessa verificar por que essas regiões são caracterizadas por uma alta taxa de natalidade Passamos portanto ao exame da relação E Y Infelizmente são raros os casos em que a relação X Y sendo espúria mostrase tão absurda como no caso anterior Muitas vezes estudos bem fundamentados são publi cados com sobejas provas para se acreditar numa relação assimétrica significativa e inerente entre as variáveis independente e dependente E cabe a outros investigadores levantarem dúvidas sobre os resultados procedendo a novas pesquisas que demonstram a espuriedade da relação indicada Rosenberg 1976478 expõe um caso famoso de relação que se devia a uma variá vel extrínseca Miller e Swanson em sua obra The chaning american parent partiram da hipótese de que a posição ocupada pelos pais no sistema econômico geraria um sis tema de integração familiar que exerceria influência na escolha dos proCessos educacio nais dos fIlhos Dividiram as famílias em empreendedoras e burocráticas sendo as primeiras assim classificadas se o chefe de família trabalhasse ou por conta própria ou numa organização sob reduzido nível de supervisão se grande parte de seus rendimen tos adviesse de lucros gratifIcações ou comissões ou se ele ou a esposa tivesse nasci do na área rural ou fora dos Estados Unidos as demais foram classificadas de burocrá ticas A hipótese explicitava que as famílias empreendedoras dariam maior importância ao autocontrole assim como a uma atitude ativa e independente em relação ao mundo ao passo que as burocráticas dariam ênfase à acomodação e ao ajustamento Os dados comprovaram esta relação tipo de família X determinando o tipo de educação Y Harber questionou esses resultados assinalando que na década de 30 sob a in fluência do behaviorismo a orientação no que se refere à educação das crianças acen tuava a restrição e o controle ao passo que na década seguinte procedimentos mais li berais se difundiram segundo as idéias de Dewey e seus seguidores Não poderiam as sim as diferenças de prática educacional entre famílias empreendedoras e burocráticas provir dos padrões dominantes em épocas diversas em vez de emanar de imperativos 148 ocupacionais e técnicos A resposta residia na faixa etária em que se encontravam os pais empreendedores e burocráticos Os próprios dados de Miller e Swanson con firmaram que os pais das famílias classificadas de empreendedores eram mais idosos que os classificados de burocráticos e assim os primeiros criaram seus filhos predomi nantemente na década de 30 e os segundos na década de 40 Portanto por não levarem em conta a variável extrínseca idade dos pais autores encaminharamse para uma interpretação teórica totalmente errônea Resumindo para saber se houve ou não interpretação enganosa na relação entre va riável independente e variável dependente controlase o fator de teste isto é uma ter ceira variável que pela lógica pode correlacionarse tanto com a independente quanto com a dependente se a relação entre as duas variáveis se desvanece ela se deve à va riável extrínseca E ou seja o fator de teste escolhido 752 Variáveis Componentes e Apresentação em Bloco As variáveis sociológicas assim como as das demais ciências sociais têm a carac terística de se apresentarem em blocos isto é indivíduos grupos associações re giões etc podem ser caracterizados em termos de uma pluralidade de dimensões Por exemplo vários estudos comprovaram que os operários são mais alienados do que os escriturários Mas as palavras conceitos operários e escriturários significam ape nas uma diferença no trabalho executado Ou os operários diferem dos escriturários em vários outros aspectos Como a resposta à segunda questão é positiva temos entre eles diferenças de nível de jnstrução de salário de quocientes de inteligência de capacida de de abstração de pensamento uns são geralmente menos bem educados que outros mais liberais ou menos liberais em questões econômicas políticas e sociais diferem também no estilo de vida nas opções de lazer incluindo a freqüência de leitura de livros revistas e jornais originamse também de famílias mais ou menos numerosas e assim por diante Assim o que especificamente na condição de operário o leva a uma maior alienação Dito de outra forma qual das variáveis componentes P do conceito global operário é a responsável ou a maior responsável pelo efeito observado Portanto o que devemos assinalar é que existem muitos conceitos globais que o in vestigador social manipula e que se compõem de numerosos subconceitos ou variáveis componentes Exemplos o conceito de classe social abrange as variáveis ocupação renda educação família etc A personalidade autoritária engloba convencionalismo visão hierárquica do mundo submissão à autorrbde e agressividade no mando ideali zação dos ancestrais rigidez no pensamento superstição e estereotipia culto à força à dureza e caráter punitivo acentuado tendência para a destruição e cinismo assim como hostilidade e desprezo pela natureza humana excessivo controle dos impulsos etc Assim na análise da relação entre uma variável independente global e uma variável dependente é importante saber qual das variáveis componentes do conceito global ou 149 quais deles associados se configuram como o responsável decisivo pela variável depen dente observada Para Rosenberg 197664 uma das mais poderosas variáveis na análise sociológi ca é por exemplo o conceito de classe social Com marcante coerência a classe social aparece ligada a uma ampla diversidade de variáveis dependentes A classe social compõese todavia de numerosos elementos variáveis componentes Não se pode presumir em conseqüência que estando a classe social relacionada aX e também a Y o mesmo aspecto da classe social exerça efetiva influência Exemplos na relação entre classe e envolvimento em programas públicos tavez o nível de educação seja o elemen to crucial na relação entre classe e propriedade imobiliária talvez seja a renda no que se refere à relação entre classe social e autoestima é provável que seja o prestígio so cial se a classe social se relaciona ao liberalismo econômico talvez o fator de influên cia seja a filiação a sindicatos se a classe está relacionada com a integração de certos grupos talvez a tradição de família seja o fator responsável se a classe se relaciona a certas atitudes talvez os fatores ligados ao estilo de vida tenham implicação fundamen tal Resumindo ao lidar com um conceito global selecionase como fator de teste uma variável componente P que seja expressão aspecto ou elemento da variável indepen dente global com a finalidade de sobre ela exercer controle Se a relação se desvanece então a variável componente era a responsável pelo resultado encontrado se a relação se mantém inalterada essa particular variável componente não tem influência no resul tado observado finalmente se a relação se atenua de forma acentuada como no nosso exemplo de classe social X grau de educação P e autoritarismo Y dizemos que a variável componente é o fator mais importante para explicar o resultado assinalado 7 6 VARIÁVEIS INTERVENIENTES E ANTECEDENTES 761 Variáveis Intervenientes A variável interveniente W é aquela que numa seqüência causal se coloca entre a variável independente X e a dependente Y tendo como função ampliar diminuir ou anular a influência de X sobre Y É portanto encarada como conseqüência da variável independente e determinante da variável dependente Para afirmar que uma variável é intervemiente requerse a presença de três re lações assimétricas 150 a a relação origial entre as variáveis independente e dependente X Y b uma relação entre a variável independente e a variável interveniente X W sendo que a variável interveniente alua como se fosse dependente efeito da independente c uma relação entre a variável interveniente e a variável dependente W Y atuando a interveniente como independente causa da dependente Podemos dar o seguinte exemplo encontrandose uma relação entre morar na área rural ou urbana e dar ênfase na educação das crianças ao elemento obediência é possível levantar a hipótese de que os habitantes do campo valoram a obediência em virtude de o seu tipo de vida conferir importância aos valores tradicionais o apego à tradição significa aceitação sem críticas das normas e regras sociais em vigor a trans missão dessas normas e regras requer por sua vez que se dê ênfase à obediência na educação dos fllhos Para que o tradicionalismo seja considerado variável interveniente precisamos das três relações assimétricas acima descritas a entre residência ruralurba na e ênfase na obediência b entre residência ruralurbana e tradicionalismo c entre tradicionalismo e ênfase na obediência Encontrandose essas relações assimétricas a variável é interveniente e se se exercer controle sobre ela tradicionalismo a relação original entre morar na área rural ou urbana e dar ênfase à obediência deve desaparecer Nesse caso qual a diferença entre uma variável extrínseca E e uma interveniente W se em ambos os casos a relação se deve ao fator de teste Podemos afmnar de saída que a distinção não é estatística os dados comportamse da mesma forma mas tem um cunho lógico e teórico prendese à presumida conexão causal entre as três va riáveis XWY no caso da variável interveniente ao passo que se presume a inexistên cia de relação causal inerente ou intrínseca entre as variáveis independente e depen dente quando se trata de variável extrínseca Esquematicamente Variável Variável independente intervenientei Variável independente Variável extrínseca Variável dependente Variável dependente ou ou XWY E Quando se exerce controle sobre a variável interveniente nem sempre a relação en tre as variáveis independente e dependente se desvanece muitas vezes apenas se ate nua Nestes casos estando presentes as três relações exigidas dizemos que ª vriáve é uma das possíveis intervenientes entre X e Y quando a relação se atenua acentuadamen te é porque encontramos a variável interveniente mais importante A relevância básica da variável interveniente assim como da antecedente que ve remos a seguir prendese ao fato de que toda relação assimétrica entre duas variáveis é uma abstração feita a partir de uma interminável cadeia causal e quanto maior com 151 preensão conseguinnos acerca dos elos dessa cadeia melhor será nossa compreensão acerca dessa relação Rosenberg 197680 As variáveis intervenientes e as antece dentes são elos de cadeias causais 762 Variáveis Antecedéntes A variável antecedente Z tem por fmalidade explicar a relação X Y colocase na cadeia causal antes da variável independente indicando uma influência eficaz e verda deira não afasta a relação X Y mas esclarece as influências que precederam essa relação conforme representação esquemática Variável antecedente4 Variável Independente Variável dependente ou ZXy Para se afirmar que uma variável é antecedente três requisitos estatísticos devem ser satisfeitos a as três variáveis antecedente independente e dependente devem relacio narse 2 X Y b quando se exerce controle sobre a variável antecedente não deve desapare cer a relação entre as variáveis independente e dependente c quando se exerce controle sobre a variável independente deve desaparecer a relação entre as variáveis antecedente e dependente Citemos como exemplo um estudo realizado por Danhone 1980169 sobre Meno res de condutas antisociais e a organização da sociedade A pesquisadora encontrou uma clara relação entre desorganização familiar X e condutas antisociais do menor Y Desejava entretanto saber a principal causa de desorganização familiar Aventou a possibilidade de ser ela influenciada por condições sócireconômicas baixas e precárias e elaborou a hipótese condições sócioeconômicas baixas e precárias Z provocam a desorganização familiar X e esta condutas antisociais no menor Y Confirmada a hipótese postulase que Condições sócioeconõmicasOrganização familiarConduta do menor Temse agora uma compreensão mais ampla da cadeia causal que levou ao com portamento observado conduta antisocial do menor Podese fazer regredir a cadeia causal tanto quanto for significativo do ponto de vista teórico pois cada passo aumen tará a compreensão do processo estudado 152 o procedimento seguido para se assegurar de que uma variável é antecedente de monstra que a diferença entre ela e uma variável extrínseca ao contrário do que ocorre com a interveniente é de cunho estatístico exercendo controle sobre a variável extrín seca a relação entre as variáveis independente e dependente se desvanece da mesma forma que ocorre com a variável interveniente mas controlando a variável antecedente a relação se mantém LITERATURA RECOMENDADA ARAUJO Manuel Mora y et alo El análisis de datos en la investigáción social Buenos Aires Nueva Visión 1973 Capítulos 1 e 6 BLALOCK Jr H M Introdução à pesquisa social 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1976 Capítulo 4 BOUDON Raymond Métodos quantitativos em sociologia Petrópolis Vozes i971 Capítulo 2 Itens 3 e 4 BOUDON Raymond et aI Metodologia de las ciencias sociales 2 ed Barcelona Laia 1979 v 1 Parte I Capítulo 2 v 2 Parte I Capítulo 1 BUNGE Mario Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b Capítulo 3 DA VIS James A Levantamento de dados em sociologia uma análise estatística ele mentar Rio de Janeiro Zabar 1976 Capítulo 1 GALTUNG Johan Teoria y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 v 1 Parte I Capítulo 3 GLOCK Charles Y Disefío y análisis de encuestas en sociologia Buenos Aires Nue va Visi6n 1973 HYMAN Herbert Planejamento e análise da pesquisa princípios casos e processos Rio de Janeiro Lidador 1967 Parte m Capítulos 5 6 e 7 KERLINGER Fred N Metodologia da pesquisa em ciências sociais um tratamento conceituaI São Paulo EPUIEDUSP 1980 Capítulos 2 e 3 KÓCHE José Carlos Fundamentos de metodologia cientfjica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 5 KORN Francis et alo Conceptos y variables en la investigación social Buenos Aires Nueva Visi6n 1973 Capítulos 1 e 2 ROSENBERG Morns A lógica da análise do levantamento de dados São Paulo Cul trixlEDUSP 1976 Capítulos 123 e 4 SCHRADER Achim Introdwão à pesquisa social emplrica um guia para o pla1eja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais 2 ed Porto Alegre GloboUniversidade Federal do Rio Grande do Sul 1974 Capítulo 13 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her derIEDUSP 1967 Capítulo 4 153 TRUJllLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 5 Item 53 Epistemologia e metodologia da sociologia Campinas s e 1977 Capítulo 4 Item 42 ZEISEL Hans Say it withfigures 4 ed New York Harper Row Publishers 1957 Capítulos 8 e 9 q 154 8 Pesquisa 81 CONCEITO Para AnderEgg 197828 a pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou dados relações ou leis em qualquer campo do conheciIpento A pesquisa portanto é um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais O desenvolvimento de um projeto de pesquisa compreende seis passos 1 Seleção do tópico ou problema para a investigação 2 DefInição e diferenciação do problema 3 Levantamento de hipóteses de trabalho 4 Coleta sistematização e classifIcação dos dados 5 Análise e interpretação dos dados 6 Relatório do resultado da pesquisa 82 PLANEJAMENTO DA PESQUISA Preparação da Pesquisa 1 Decisão 2 EspecifIcação dos objetivos 3 Elaboracão de um esquema 4 Constituição da equipe de trabalho 5 Levantamento de recursos e cronograma 155 Fases da Pesquisa 1 Escolha do tema 2 Levantamento de dados 3 Fonnulação do problema 4 Definição dos tennos 5 Construção de hipóteses 6 Indicação de variáveis 7 Delimitação da pesquisa 8 Amostragem 9 Seleção de métodos e técnicas 10 Organização do instrumental de pesquisa 11 Teste de instrumentos e procedimentos Execução da Pesquisa 1 Coleta de dados 2 Elaboração dos dados 3 Análise e interpretação dos dados 4 Representação dos dados 5 Conclusões Relatório de Pesquisa 821 Preparação da Pesquisa 8211 IUS É a primeira etapa de uma pesquisa o momento em que o pesquisador toma a de cisão de realizála no interesse próprio de alguém ou de alguma entidade como por exemplo o CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nem sempre é fácil determinar o que se pretende investigar e a realização da pes quisa é ainda mais difícil pois exige do pesquisador dedicação persistência paciência e esforço contínuo A investigação pressupõe uma série de conhecimentos anteriores e metodologia adequada 8212 ESPCIFICAÇ D BJETIVS Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar Deve partir afinna AnderEgg 197862 de um objetivo 156 limitado e claramente definido sejam estudos formulativos descritivos ou de verifi cação de hipóteses O objetivo toma explícito o problema aumentando os conhecimentos sobre deter minado assunto Para Ackoff 197527 o objetivo da ciência não é somente aumentar o conhecimento mas o de aumentar as nossas possibilidades de continuar aumentando o conhecimento Os objetivos podem defInir a natureza do trabalho o tipo de problema a ser sele cionado o material a coletar Cervo 197849 Podem ser intrínsecos ou extrínsecos teóricos ou práticos gerais ou específicos a curto ou a longo prazo Respondem às perguntas Por quê Para quê Para quem 8213 ELABORAÇÃO DE UM ESQUEMA Desde que se tenha tomado a decisão de realizar uma pesquisa devese pensar na elaboração de um esquema que poderá ser ou não modifIcado e que facilite a sua viabi lidade O esquema auxilia o pesquisador a conseguir uma abordagem mais objetiva im primindo uma ordem lógica do trabalho Para que as fases da pesquisa se processem normalmente tudo deve ser bem estu dado e planejado inclusive a obtenção de recursos materiais humanos e de tempo 8214 CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO Esse é outro aspecto importante no início da pesquisa engloba recrutamento e trei namento de pessoas distribuição das tarefas ou funções indicação de locais de trabalho e todo o equipamento necessário ao pesquisador A pesquisa também pode ser realizada apenas por uma pessoa Responde à pergunta Quem 8215 LEVANTAMENTO DE RECURSOS E CRONOGRAMA Quaíido a pesquisa é solicitada por alguém ou por alguma entidade que vai patro cinála o pesquisador deverá fazer uma previsão de gastos a serem feitos durante a mesma especificando cada um deles Sena portaiifu um orçamento aproXimado do montante de recursos necessários não podendo ser rígido Deve haver recursos fmanceiros para levar a cabo este estudo um cronograma para executar a pesquisa em suas diferentes etapas não poderá faltar Responde às perguntas Quanto Quando 157 822 Fases da Pesquisa 8221 ESCOLHA DO TEMA Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar O trabalho de defmir adequa damente um tema pode inclusive perdurar por toda a pesquisa Nesse caso deverá ser freqüentemente revisto Escolher o tema significa a selecionar um assunto de acordo com as inclinações as possibilidades as aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho cientí fico b encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa O assunto escolhido deve ser exeqüível e adequado em termos tanto dos fatores ex ternos quanto dos internos ou pessoais A disponibilidade de tempo o interesse a utilidade e a determinação para prosse guir o estudo apesar das dificuldades e para tennináIo devem ser levados em conside ração as qualificações pessoais em termos de background da formação universitária também são importantes A escolha de um assunto sobre o qual recentemente foram publicados estudos deve ser evitada pois uma nova abordagem tomase mais difícil O tema deve ser preci so bem determinado e específico Responde à pergunta O que será explorado 8222 LEVANTAMENTO DE DADOS Para obtenção de dados podem ser utilizados três procedimentos pesquisa docu mental pesquisa bibliográfica e contatos diretos A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já reali zados revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados atuais e relevan tes relacionados com o tema O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planifi cação do trabalho evitar publicações e cetos erros e representa uma fonte indispensá vel de informações podendo até orientar as indagações A soma do material coletado aproveitável e adequado variará de acordo com a ha bilidade do investigador de sua experiência e capacidade em descobrir indícios ou subsídios importantes para seu trabalho Antes de iniciar qualquer pesquisa de campo o primeiro passo é a análise minucio sa de todas as fontes documentais que sirvam de suporte à investigação projetada 158 A investigação preliminar estudos exploratórios deve ser realizada através de dois aspectos documentos e contatos diretos Os principais tipos de documentos são a Fontes Primárias dados históricos bibliográficos e estatísticos infor mações pesquisas e material cartográfico arquivos oficiais e particulares registros em geral documentação pessoal diários memórias autobiogra fias correspondência pública ou privada etc b Fontes Secundárias imprensa em geral e obras literárias Os contatos diretos pesquisa de campo ou de laboratório são realizados com pes soas que podem fornecer dados ou sugerir possíveis fontes de informações úteis As duas tarefas pesquisa bibliográfica e de campo podem ser executadas concomi tantemente 8223 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA Problema é uma dificuldade teórica ou prática no conhecimento de alguma coisa de real importância para a qual se deve encontrar uma solução Definir um problema significa especificáIo em detalhes precisos e exatos Na for mulação de um problema deve haver clareza concisã0 e objetividade A colocação cla ra do problema pode facilitar a construção da hipótese central O problema deve ser levantado formulado de preferência em forma interrogativa e delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo de possíveis relações entre si É um processo contínuo de pensar reflexivo cuja formulação requer conhecimentos prévios do assunto materiais informativos ao lado de uma imaginação criadora A proposição do problema é tarefa complexa pois extrapola a mera identificação exigindo os primeiros reparos operacionais isolamento e compreensão dos fatores es pecíficos que constituem o problema no plano de hipóteses e de infornlações A gravidade de um problema depende da importância dos objetivos e da eficácia das alternativas A caracterização do problema define e identifica o assunto em estudo ou seja um problema muito abrangente toma a pesquisa mais complexa quando bem deli mitc1o simrlj flili r uft Ao 6Ü iuv Dõ55 Uma vez formulado o problema devemse seguir as etapas previstas para se atingir o proposto O problema antes de ser considerado apropriado deve ser analisado sob o pecto de sua valoração 159 a Viabilidade Pode ser eficazmente resolvido através da pesquisa b Relevância Deve ser capaz de trazer conhecimentos novos c Novidade Estar adequado ao estádio atual da evolução científica d Exeqüibilidade Pode chegar a uma conclusão válida e Oportunidade Atender a interesses particulares e gerais Uma forma de conceber um problema científico é relacionar vários fatores variá veis independentes com o fenômeno em estudo Tipos de Problemas O problema pode tomar diferentes formas de acordo com o objetivo do trabalho Pardinas apresenta quatro tipos 19771215 1 Problema de Estudos Acadêmicos Estudo descritivo de caráter informa tivo explicativo ou preditivo 2 Problema de Informação Coleta de dados a respeito de estruturas e condutas observáveis dentro de uma área de fenômenos 3 Problemas de Ação Campos de ação onde determinados conhecimentos sejam aplicados com êxito 4 Investigação Pura e Aplicada Estuda um problema relativo ao conheci mento científico ou à sua aplicabilidade Podem chamarse problemas de diagnóstico de propaganda de planificação ou de investigação Responde às perguntas O quê Como 8224 DEFINIÇÃO DOS TERMOS O objetivo principal da definição dos termos é tomálos claros compreensivos e objetivos e adequados É importante definir todos os termos que possam dar margem a interpretações errô neas O uso de termos apropriados de definições corretas contribui para a melhor compreensão da realidade observada Alguns conceitos podem estar perfeitamente ajustados aos objetivos ou aos fatos que eles representam Outros todavia menos usados podem oferecer ambigüidade de intexpretação e ainda há aqueles que precisam ser compreendidos com um significado específico Muitas vezes as divergências de certas palavras ou expressões são devidas às teorias ou áreas do conhecimento que as enfocam sob diferentes aspectos Por isso os termos devem ser definidos esclarecidos explicitados 160 Se o termo utilizado nao condiz ou não satisfaz ao requisito que lhe foi atribuído ou seja não tem o mesmo significado intrínseco causando dúvidas deve ser substituído ou defInido de forma que evite confusão de idéias O pesquisador não está precisamente interessado nas palavras em si mas nos con ceitos que elas indicam nos aspectos da realidade empírica que elas mostram Há dois tipos de defInições a Simples Quando apenas traduzem o significado do termo ou expressão menos conhecida b Operacional Quando além do significado ajuda com exemplos na com preensão do conceito tomando clara a experiência no mundo extensional 8225 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES Hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de respos ta existente para um problema É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória deve ser testada para determinar sua validade Correta ou errada de acordo ou contrária ao senso comum a hipótese sempre conduz a uma verificação empfrica A função da hipótese na pesquisa científica é propor explicações para certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras informações A clareza da defInição dos termos da hipótese é condição de importância fundamen tal para o desenvolvimento da pesquisa Praticamente não há regras para a formulação de hipóteses de trabalho de pesquisa científica mas é necessário que haja embasamento teórico e que ela seja formulada de tal maneira que possa servir de guia na tarefa da investigação Os resultados finais da pesquisa poderão comprovar ou rejeitar as hipóteses neste caso se forem reformuladas outros testes terão de ser realizados para sua compro vação Na formulação de hipóteses úteis há três dificuldades principais apontadas por Goode e Hatt 196975 a ausência ou o desconhecimento de um quadro de referência teórico claro b falta de habilidade para utilizar logicamente esse esquema teórico c desconhecer as técnicas de pesquisa existentes para ser capaz de expressar adequadamente a hipótese No início de qualquer investigação devemse formular hipóteses embora nos es tudos de caráter meramente exploratórios ou descritivos seja dispensável sua explici 161 tação formal Nesse ponto é conhecida como hipótese de trabalho Entretanto a utili zação de uma hipótese é necessária para que a pesquisa apresente resultados úteis ou seja atinja níveis de interpretação mais altos 8226 INDICAÇÃO DE VARIÁVEIS Ao se colocar o problema e a hipótese deve ser feita também a indicação das va riáveis dependentes e independentes Elas devem ser deflnidas com clareza e objetivi dade e de forma operacional Todas as variáveis que podem interferir ou afetar o objeto em estudo devem ser não só levadas em consideração mas também devidamente controladas para impedir comprometimento ou risco de invalidar a pesquisa 8227 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação A pesquisa pode ser limitada em relação a ao assunto selecionando um tópico a fim de impedir que se torne ou muito extenso ou muito complexo b à extensão porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito onde o fato se desenrola c a uma série de fatores meios humanos econômicose de exigüidade de prazo que podem restringir o seu campo de ação Nem sempre há necessidade de delimitação pois o próprio assunto e seus objetivos podem estabelecer limites 162 AnderEgg 197867 apresenta três níveis de limites quanto a ao objeto que consiste na escolha de maior ou menor número de variá veis que intervêm no fenômeno a ser estudado Selecionado o objeto e seus objetivos estes podem condicionar o grau de precisão e especialização do objeto b ao campo de investigação que abrange dois aspectos limite no tempo quando o fato deve ser estudado em determinado momento e limite no es paço quando deve ser analisado em certo lugar Tratase evidentemente da indicação do quadro histórico e geográfico em cujo âmbito se localiza o assunto c ao nível de investigação que engloba três estágios exploratórios de in vestigação e de comprovação de hipóteses já referidos anteriormente Cada um deles exige rigor e refinamento metodológico Após a escolha do assunto o pesquisador pode decidir ou pelo estudo de todo o universo da pesquisa ou apenas sobre uma amostra Neste caso será aquele conjunto de informações que lhe possibilitará a escolha da amostra que deve ser representativa ou significativa Nem sempre há possibilidade de pesquisar todos os indivíduos do grupo ou da c0 munidade que se deseja estudar devido à escassez de recursos pu à premência do tem po Nesse caso utilizase o método da amostragem que consiste em obter um juízo so bre o total universo mediante a compilação e exame de apenas uma parte a amostra selecionada por procedimentos científicos O valor desse sistema vai depender da amostra a se ela for suficientemente representativa ou significativa b se contiver todos os traços característicos numa proporção relativa ao total do universo 8228 AMOSTRAGEM A amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo população é um subconjunto do universo Os processos pelos quais se determina a amostragem são descritos em detalhe no próximo capítulo 8229 SELEÇÃO DOS MÉTODOS E TÉCNICAS Os métodos e as técnicas a serem empregados na pesquisa científica podem ser se lecionados desde a proposição do problema da formulação das hipóteses e da delimi tação do universo ou da amostra A seleção do instrumental metodológico está portanto diretamente relacionada com o problema a ser estudado a escolha dependerá dos vários fatores relacionados com a pesquisa ou seja a natureza dos fenômenos o objeto da pesquisa os recursos financeiros a equipe humana e outros elementos que possam surgir no campo da inves tigação Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequarse ao problema a ser estudado às hipóteses levantadas e que se queira confinnar ao tipo de informantes com que se vai entrar em contato 163 N as investigações em geral nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica e nem somente aqueles que se conhece mas todo os que forem necessários ou apropria dos para determinado caso Na maioria das vezes há uma combinação de dois ou mais deles usados concomitantemente 82210 ORGANIZAÇÃO DO INSTRUMENTAL DE PESQUISA A elaboração ou organização dos instrumentos de investigação não é fácil necessi ta de tempo mas é uma etapa importante no planejamento da pesquisa Em geral as obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos que servem de orientação na montagem dos formulários questionários roteiros de entrevistas esca las de opinião ou de atitudes e outros aspectos além de dar indicações sobre o tempo e o material necessários à realização de uma pesquisa Ao se falar em organização do material de pesquisa dois aspectos devem ser apon tados a Organização do material para investigação anteriormente referido b Organização do material de investigação que seria o arquivamento de idéias reflexões e fatos que o investigador vem acumulando no transcurso de sua vida Iniciadas as tarefas de investigação é necessário preparar não só os instrumentos de observação mas também o dossier de documentação relativo à pesquisa pastas cader nos livretos principalmente fichários Lebret 1961100 indica três tipos de fichários a De pessoas Visitadas ou entrevistadas ou que se pretende visitar com al guns dados essenciais b De documentação Em que aparecem os documentos já lidos ou a serem consultados com as devidas referências c Dos indivíduos pesquisados Ou objetos de pesquisa vistos em sentido estatístico pessoas famílias classes sociais indústrias comércios salários transportes etc o arquivo deve conter também resumos de livros recortes de periódicos notas e outros materiais necessários à ampliação de conhecimentos mas cuidadosamente orga nizados 164 82211 TESTE DE INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS Elaborados os instrumentos de pesquisa o procedimento mais utilizado para averi guar a sua validade é o testepreliminar ou préteste Consiste em testar os instrumentos da pesquisa sobre uma pequena parte da população do universo ou da amostra antes de ser aplicado definitivamente a fIm de evitar que a pesquisa chegue a um resultado falso Seu objetivo portanto é verifIcar até que ponto esses instrumentos têm real mente condições de garantir resultados isentos de erros Em geral é sufIciente realizar a mensuração em 5 ou 10 do tamanho da amostra dependendo é claro do número absoluto dos processos mensurados Deve ser aplicado por investigadores experientes capazes de determinar a validez dos métodos e dos procedimentos utilizados Nem sempre é possível prever todas as difIculdades e problemas decorrentes de uma pesquisa que envolva coleta de dados Questionários podem não funcionar as per guntas serem subjetivas mal formuladas ambíguas de linguagem inacessível reagirem os respondentes ou se mostrarem equívocos a amostra ser inviável grande ou demora da demais Assim a aplicação do pr6teste poderá evidenciar possíveis erros permitindo a reformulação da falha no questionário defInitivo Para que o estudo ofereça boas perspectivas científicas certas exigências devem ser levadas em consideração fIdelidade de aparelhagem precisão e consciência dos testes objetividade e validez das entrevistas e dos questionários ou formulários critérios de seleção da amostra O préteste pode ser aplicado a uma amostra aleatória representativa ou intencional Quando aplicado com muito rigor dá origem ao que se designa por pesquisapiloto 823 Execução da Pesquisa 8231 COLETA DOS DADOS Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas a fIm de se efetuar a coleta dos dados previstos É tarefa cansativa e toma quase sempre mais tempo do que se espera Exige do pesquisador paciência perseverança e esforço pessoal além do cuidadoso registro dos dados e de um bom preparo anterior Outro aspecto importante é o perfeito entrosamento das tarefas organizacionais e administrativas com as científicas obedecendo aos prazos estipulados aos orçamentos previstos ao preparo do pessoal Quanto mais planejamento for feito previamente me nos desperdício de tempo haverá no trabalho de campo propriamente dito facilitando a etapa seguinte 165 o rigoroso controle na aplicação dos instrumentos de pesquisa é fator fundamental para evitar erros e defeitos resultantes de entrevistadores inexperientes ou de informan tes tendenciosos São vários os procedimentos para a realização da coleta de dados que variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação Em linhas gerais as técni cas de pesquisa são 1 Coleta Documental 2 Observação 3 Entrevista 4 Questionário 5 Fonnulário 6 Medidas de Opiniões e de Atitudes 7 Técnicas Mercadológicas 8 Testes 9 Sociometria 10 Análise de Conteúdo 11 História de vida Estas técnicas serão vistas em detalhes no capítulo seguinte 8232 ELABORAÇÃO DOS DADOS Após a coleta dos dados realizada de acordo com os procedimentos indicados ante rionnente eles são elaborados e classificados de forma sistemática Antes da análise e interpretação os dados devem seguir os seguintes passos seleção codificação tabu lação 166 a Seleção É o exame minucioso dos dados De posse do material coletado o pesquisador deve submetêIo a uma verificação crítica a fim de detectar fa lhas ou erros evitando informações confusas distorcidas incompletas que podem prejudicar o resultado da pesquisa Muitas vezes o pesquisador não sabendo quais aspectos são mais impor tantes registra grande quantidade de dados outras vezes talvez por ins truções mal compreendidas os registros ficam incompletos sem detalhes suficientes A seleção cuidadosa pode apontar tanto o excesso como a falta de infonnaçóes Neste caso a volta ao campo para reaplicação do instru mento de observação pode sanar esta falha A seleção concorre também para evitar posteriores problemas de codificação b Codificação É a técnica operacional utilizada para categorizar os dados que se relacionam Mediante a codificação os dados são transfonnados em símbolos podendo ser tabelados e contados A codificação dividese em duas partes 1 classificação dos dados agru pandoos sob determinadas categorias 2 atribuição de um código número ou letra tendo cada um deles um significado Codificar quer dizer trans fonnar o que é qualitativo em quantitativo para facilitar não só a tabulação dos dados mas também sua comunicação A técnica da codificação não é automática pois exige certos critérios ou nonnas por parte do codificador que pode ser ou não o próprio pesquisa dor c Tabulação É a disposição dos dados em tabelas possibilitando maior faci lidade na verificação das interrelações entre eles É uma parte do processo técnico de análise estatística que permite sintetizar os dados de obser vação conseguidos pelas diferentes categorias e representálos grafica mente Dessa forma poderão ser melhor compreendidos e interpretados mais rapidamente Os dados são classificados pela divisão em subgrupos e reunidos de modo que as hipóteses possam ser comprovadas ou refutadas A tabulação pode ser feita a mão ou a máquina Em projetos menos ambiciosos ge ralmente se utiliza a técnica de tabulação manual Requer menos tempo e esforço lida com pequeno número de casos e com poucas tabulações mistas sendo menos dispendio so Em estudos mais amplos com números de casos ou de tabulações mistas bem maio res o emprego da tabulação mecânica é o indicado economiza tempo esforço diminui as margens de erro e nesse caso fica mais econômica 8233 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados o passo seguinte é a análise e interpretação dos mesmos constituindose ambas no núcleo central da pesquisa Para Best 1972152 representa a aplicação lógica dedutiva e indutiva do proces so de investigação A importância dos dados está não em si mesmos mas em propor cionarem respostas às investigações Análise e interpretação são duas atividades distintas mas estreitamente relacionadas e como processo envolvem duas operações que serão vistas a seguir 1 Análise ou explicação É a tentativa de evidenciar as relações existentes en tre o fenômeno estudado e outros fatores Essas relações podem ser estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causafeito produtorproduto de corre lações de análise de conteúdo etc Trujillo 1974178 167 Em síntese a elaboração da análise propriamente dita é realizada em três níveis a Interpretação Verificação das relações entre as variáveis independente e dependente e da variável interveniente anterior à dependente e posterior à independente a ftm de ampliar os conhecimentos sobre o fenômeno va riável dependente b Explicação Esclarecimento sobre a origem da variável dependente e ne cessidade de encontrar a variável antecedente anterior às variáveis inde pendente e dependente c Especificação Explicitação sobre até que ponto as relações entre as variá veis independente e dependente são válidas como onde e quando Na análise o pesquisador entra em maiores detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico a ftm de conseguir respostas às suas indagações e procura estabe lecer as relações necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas Estas são comprovadas ou refutadas mediante a análise 2 Interpretação É a atividade intelectual que procura dar um signiftcado mais amplo às respostas vinculandoas a outros conhecimentos Em geral a interpretação significa a exposição do verdadeiro signiftcado do material apresentado em relação aos objetivos propostos e ao tema Esclarece não só o signiftcado do material mas também faz ilações mais amplas dos dados discutidos Na interpretação dos dados da pesquisa é importante que eles sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e acessível Dois aspectos são importantes a Construção de tipos modelos esquemas Após os procedimentos estatís ticos realizados com as variáveis e a determinação de todas as relações permitidas ou possíveis de acordo com a hipótese ou problema é chegado o momento de utilizar os conhecimentos teóricos a ftm de obter os resulta dos previstos b Ligação com a teoria Esse problema aparece desde o momento inicial da escolha do tema é a ordem metodológica e pressupõe uma deftnição em re lação às alternativas disponíveis de interpretação da realidade social Para proceder à análise e interpretação dos dados devemse levar em consideração dois aspectos 168 planejamento bem elaborado da pesquisa para facilitar a análise e a inter pretação complexidade ou simplicidade das hipóteses ou dos problemas que reque rem abordagem adequada mas diferente a primeira exige mais tempo mais esforço sendo mais difícil sua veriftcação na segunda ocorre o contrário Mesmo com dados válidos é a eficácia da análise e da interpretação que determi nará o valor da pesquisa Best 19721502 aponta alguns aspectos que podem comprometer o êxito da in vestigação 1 Confusão entre afirmações e fatos As afirmações devem ser comprova das tanto quanto possível antes de serem aceitas como fatos 2 Incapacidade de reconhecer limitações Tanto em relação ao grupo quan to pelas situações ou seja tamanho capacidade de representação e a pró pria composição que pode levar a resultados falsos 3 Tabulação descuidada ou incompetente Realizada sem os cuidados ne cessários apresentando por isso traços mal colocados somas equivocadas etc 4 Procedimentos estatísticos inadequados Leva a conclusões sem vali dade em conseqüência de conhecimentos errôneos ou limitações nesse campo 5 Erros de cálculo Os enganos podem ocorrer em virtude de se trabalhar com um número considerável de dados e de realizarem muitas operações 6 Defeitos de lógica Falsos pressupostos podem levar a analogias inadequa das a confusões entre relação e causa eou à inversão de causa e efeito 7 Parcialidade inconsciente do investigador Déixarse envolver pelo pro blema inclinandose mais à omissão de resultados desfavoráveis à hipótese e enfatizando mais os dados favoráveis 8 Falta de imaginação Impede a descoberta de dados significativos eou a capacidade de generalizações sutilezas que não escapariam a um analista mais sagaz A imaginação a intuição e a criatividade podem auxiliar o pes quisador quando bem treinadas 8234 REPRESENTAÇÃO DOS DADOS TABELAS QUADROS E GRÁFIcos Tabelas ou Quadros é um método estatístico sistemático de apresentar os dados em colunas verticais ou fileiras horizontais que obedece à classificação dos objetos ou ma teriais da pesquisa É bom auxiliar na apresentação dos dados uma vez que facilita ao leitor a com preensão e iÍlterpretação rápida da massa de dados podendo apenas com uma olhada apreender importantes detalhes e relações Todavia seu propósito mais importante é ajudar o investigador na distinção de diferenças semelhanças e relações por meio da clareza e destaque que a distribuição lógica e a apresentação gráfica oferecem às classi ficações 169 Quanto mais simples for a tabela ou o quadro concentrandose sobre limitado nú mero de idéias melhor ficam mais claras mais objetivas Quando se têm muitos dados é preferível utilizar um número maior de tabelas para não reduzir o seu valor interpreta tivo O que caracteriza a boa tabela é a capacidade de apresentar idéias e relações inde pendentemente do texto de informações Regras para a utilização das tabelas No texto a tabela deve identificarse pela palavra escrita com letra maiúscula seguida de um algarismo romano correspondente O título se coloca a dois espaços abaixo da palavra TABELA e se ordena em forma de pirâmide invertida não se usando pontuação terminal O título principal deve ser curto indicando claramente a natureza dos dados apresentados esporadicamente pode apare cer um subtítulo As fontes dos dados representados na ilustração devem ser colocadas abaixo da tabela com nome do autor se houver e a data Para muitos autores tabelas e quadros são sinônimos para outros a diferença refe rese ao seguinte aspecto a Tabela É construída utilizandose dados obtidos pelo próprio pesquisador em números absolutos eou percentagens b Quadro É elaborado rendo por base dados secundários isto é obtidos de fontes como o lliGE e outros inclusive livros revistas etc Desta forma o quadro pode ser a transcrição literal desses dados quando então necessitam indicação da fonte Finalmente alguns autores denominam de tabela independentemente da fonte dos dados toda a representação visual que requer números absolutos eou em percenta gens utilizandose o quadro para agrupamento de palavras e frases Gráficos São figuras que servem para a representação dos dados O termo é usado para grande variedade de ilustrações gráficos esquemas mapas diagramas desenhos etc Os gráficos utilizados com habilidade podem evidenciar aspectos visuais dos da dos de forma clara e de fácil compreensão Em geral são empregados para dar desta que a certas relações significativas A representação dos resultados estatísticos com elementos geométricos permite uma descrição imediata do fenômeno Existem numerosos tipos de gráficos estatísticos mas todos eles podem formar dois grupos 170 a Gráficos informativos Objetivam dar ao público ou ao investigador um conhecimento da situação real atual do problema estudado Devem ser fei tos com cuidados tais que o desenho impressione bem tenha algo de atraente mas este cuidado artístico não deve ser exagerado a ponto de pre judicar o observador na apreensão fácil dos dados b Gráficos analíticos históricos políticos geográficos Seu objetivo além do de informar é fornecer ao pesquisador elementos de interpretação cál culos inferências previsões Devem conter o mínimo de construções e ser simples Podem ser usados também como gráficos de informação Serão vistos juntamente com as tabe las de freqüências Tipos de gráficos linear de barras ou colunas circular ou de segmentos de setores diagramas pictóricos cartogramas organogramas etc 8235 CONCLUSÕES Última fase do planejamento e organização do projeto de pesquisa que explicita os resultados finais considerados relevantes As conclusões devem estar vinculadas à hipótese de investigação cujo conteúdo foi comprovado ou refutado Em termos formais é uma exposição factual sobre o que foi investigado analisa do interpretado é uma síntese comentada das idéias essenciais e dos principais resulta dos obtidos explicitados com precisão e clareZa Ao se redigirem as conclusões os problemas que ficaram senvsolução serão apon tados a fim de que no futuro possam ser estudados pelo próprio autor ou por outros Em geral não se restringem a simples conceitos pessoais mas apresentam inferên cias sobre os resultados evidenciando aspectos válidos e aplicáveis a outros fenôme nos indo além dos objetivos imediatos Sem a conclusão o trabalho parece não estar terminado A introdução e a con clusão de qualquer trabalho científico via de regra são as últimas partes a serem redi gidas 824 Itelatório Exposição geral da pesquisa desde o planejamento às conclusões incluindo os processos metodológicos empregados Deve ter como base a lógica a imaginação e a precisão e ser expresso em linguagem simples clara objetiva concisa e coerente Tem a finalidade de dar informações sobre os resultados da pesquisa se possível com detalhes para que eles possam alcançar a sua relevância 171 São importantes a objetividade e o estilo mantendose a expressão impessoal e evi tandose frases qualificativas ou valorativas pois a infonnação deve descrever e expli car mas não intentar convencer Selltiz 1965 517 aponta quatro aspectos que o relatório deve abranger a Apresentação do problema ao qual se destina o estudo b Processos de pesquisa plano de estudo método de manipulação da variá vel independente se o estudo assumir a fonna de uma experiência natu reza da amostra técnicas de coleta de dados método de análise estatísti ca c Os resultados d Conseqüências deduzidas dos resultados LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducci6n a las técnicas de investigaci6n social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte n Capítulo 6 ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa cientlfica 5 ed Porto Alegre Glo bo 1979 Capítulo 1 BEST J W Como investigar en educaci6n 2 ed Madrid Morata 1972 Capítulos 1 e 2 CASTRO Cláudio de Moura A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Bra sil 1978 Capítulo 3 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 3 ed São Paulo Nacional 1969 Capítulo 8 HIRANO Sedi OrgPesquisa social projeto e planejamento São Paulo T A Quei roz 1979 Capítulos 2 e 3 MANZO Abelardo J Manual para la preparaci6n de monografias una guía para pre sentar informes y tesis Buenos Aires Humanitas 1971 Capítulo 2 MARINHO Pedro A pesquisa em ciências humanas Petrópolis Vozes 1980 Capítu los 1 e 2 PHILLIPS Bernard S Pesquisa social estratégias e táticas Rio de Janeiro Agir 1974 Parte n Capítulo 4 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa cientlfica 2 ed Petrópolis Vozes 1979 Capítulos 45 e 6 RUIZ João Álvaro Metodologia científica guia para eficiência nos estudos 2 ed São Paulo Atlas 1980 Capítulo 3 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 Capítulos 2 e 3 172 SALOMON Dé1cio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 2 ed Belo Horizonte Interlivros 1972 Parte II Capítulo 1 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa social empfrica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Alegre Globo 1971 Capítulos 2 e 3 SELLTIZ C et aI Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 Capítulos 12 e 3 TRUnLLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulos 6 e 7 173 9 Técnicas de pesquisa Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou ar te é a habilidade para usar esses preceitos ou nonnas a parte prática Toda ciência uti liza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos 91 DOCUMENTAÇÃO INDlRETA Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas Esse materialfonte geral é útil não só por trazer conhecimentos que servem de background ao campo de interesse como também para evitar possíveis duplicações eou esforços desnecessários pode ainda sugerir problemas e hipóteses e orientar para outras fontes de coleta É a fase da pesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse O levantamento de dados primeiro passo de qualquer pesquisa científica é feito de duas maneiras pesquisa documental ou de fontes primárias e pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias 911 Pesquisa Documental A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restri ta a documentos escritos ou não constituindo o que se denomina de fontes primárias Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre ou depois 174 J J1 C O w z a O a a w Iz o Ü C O i Ü w a C O a Iw a ESCRITOS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS Compilados na ocasião pelo autor Transcritos de fontes primárias contemporâneas Exemplos Exemplos Documentos de arquivos públicos Relatórios de pesquisa baseados em Publicações parlamentares e trabalho de campo de auxiliares administrativas Estudo histórico recorrendo aos Estatísticas censos documentos originais Documentos de arquivos privados Pesquisa estatística baseada em Cartas dados do recenseamento Contratos Pesquisa usando a correspondência de outras pessoas Compilados após o acontecimento Transcritos de fontes primárias pelo autor retrospectivas Exemplos Exemplos Diários Pesquisa recorrendo a diários ou Autobiografias autobiografias Relatos de visitas a instituições Relatos de viagens OUTROS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS Feitos pelo autor Feitos por outros Exemplos Exemplos Fotografias Material cartográfico Gravações em fita Filmes comerciais magnética Rádio Filmes Cinema Gráficos Televisão Mapas Outras ilustrações Analisados pelo autor Feitos por outros Exemplos Exemplos Objetos Filmes comerciais Gravuras Rádio Pinturas Cinema Desenhos Televisão Fotografias Canções Folclóricas Vestuário Folclore Utilizando essas três variáveis fontes escritas ou não fontes primárias ou se cundárias contemporâneas ou retrospectivas podemos apresentar um quadro que auxi lia a compreensão do universo da pesquisa documental É evidente que dados secundá rios obtidos de livros revistas jornais publicações avulsas e teses cuja autoria é co nhecida não se confundem com documentos isto é dados de fontes primárias Existem registros porém em que a característica primária ou secundária não é tão eviden te o mesmo ocorrendo com algumas fontes não escritas Daí nossa tentativa de estabe lecer uma diferenciação O antropólogo ao estudar as sociedades préIetradas encontra grande dificuldade em analisar essas sociedades já que as mesmas não possuem registros escritos Deve o pesquisador de campo além das observações efetuadas lidar com tradições orais Estas tendem ao longo das gerações a adquirir elementos fantasiosos transformandose ge ralmente em lendas e mitos Hoje tanto o antropólogo social quando o sociólogo en contramse em outra situação a maioria das sociedades são complexas letradas onde o acúmulo de documentos vem ocorrendo há séculos Talvez o problema agora seja o ex cesso de documentação Para que o investigador não se perca na floresta das coisas escritas deve iniciar seu estudo com a defInição clara dos objetivos para poder julgar que tipo de documentação será adequada às suas fInalidades Tem de conhecer também os riscos que corre de suas fontes serem inexatas distorcidas ou errôneas Por esse motivo para cada tipo de fonte fornecedora de dados o investigador deve conhecer meios e técnicas para testar tanto a validade quanto a fIdedignidade das informações 9111 FONTES DE DOCUMENTOS A ARQUNOS PÚBLICOS Podem ser municipais estaduais e nacionais Em sua maior parte contêm a Documentos ofIciais tais como ordens régias leis ofícios relatórios cor respondências anuários alvarás etc b Publicações parlamentares atas debates documentos projetos de lei im pressos relatórios etc c Documentos jurídicos oriundos de cartórios registros de nascimentos ca samentos desquites e divórcios mortes escrituras de compra e venda hi potecas falências e concordatas testamentos inventários etc d iconografIa B ARQUIVOS PARTICULARES A primeira distinção a ser feita é entre domicílios e instituições pela diferença de material que se mantém 176 a Domicílios particulares correspondência memórias diários autobiografias etc b Instituições de ordem privada tais como bancos empresas sindicatos par tidos políticos escolas igrejas associações e outros onde se encontram registros ofícios correspondência atas memoriais programas comunica dos etc c Instituições públicas do tipo delegacias postos etc quer voltadas ao tra balho trânsito saúde quer atuando no setor de alistamento militar ativida de eleitoral atividades de bairro e outros podendose colher dados referen tes a criminalidade detenções prisões livramentos condicionais registro de automóveis acidentes contribuições e benefícÍos de seguro social doenças hospitalizações registro de eleitores comparecimento à votação registros profissionais etc C FONTES ESTATÍSTICAS A coleta e elaboração de dados estatísticos inclusive censitários está a cargo de vários órgãos particulares e oficiais entre eles mGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mop Instituto Brasileiro de Opinião Pública Departamentos Munici pais e Estaduais de Estatística Instituto Gallup etc Os dados coletados são os mais di versos a Características da população idade sexo raça escolaridade profissão re ligião estado civil renda etc b Fatores que influem no tamanho da população fertilidaçle nascimentos mortes doenças suicídios emigração imigração etc c Distribuição da população habitat rural e urbano migração densidade de mográfica etc d Fatores econômicos mãodeobra economicamente ativa desemprego dis tribuição dos trabalhadores pelos setores primário secundário e terciário da economia número de empresas renda per capita Produto Interno Bruto etc e Moradia número e estado das moradias número de cômodos infraestrutu ra água luz esgotos etc equipamentos etc t Meios de comunicação rádio televisão telefone gravadores carros etc Os exemplos citados são os mais comuns porém as fontes estatísticas abrangem os mais variados aspectos das atividades de uma sociedade incluindo as manifestações pa tológicas e os problemas sociais 177 9112 TIPOS DE DOCUMENTOS A ESCRITOS 178 a Documentos oficiais constituem geralmente a fonte mais fidedigna de da dos Podem dizer respeito a atos individuais ou ao contrário atos da vida política de alcance municipal estadual ou nacional O cuidado do pesqui sador diz respeito ao fato de que não exerce controle sobre a forma como os documentos foram criados Assim deve não só selecionar o que lhe inte ressa como também interpretar e comparar o material para tomálo utilizá vel b Publicações parlamentares geralmente são registros textuais das diferen tes atividades das Câmaras e do Senado Dificilmente podese questionar sua fidedignidade por contarem com um corpo de taquígrafos qualificados e já em diversos países utilizamse fitas magnéticas para gravação das sessões Entretanto o pesquisador não pode deixar de conhecer exceçóes como as apontadas por Mano 1970678 que reproduz as palavras de Isaac Deutscher sobre o 222 Congresso do Partido Comunista As atas oficiais e enganadoras maciçamente emendadas do Congresso As sim existem países onde a história é regularmente reescrita o mesmo acon tecendo com as publicações parlamentares c Documentos jurídicos constituem uma fonte rica de informes do ponto de vista sociológico mostrando como uma sociedade regula o comportamento de seus membros e de que forma se apresentam os problemas sociais Porém o pesquisador deve saber que decisões jurídicas constantes de do cumentos são a ponta de um iceberg principalmente quando se trata de julgamento por crimes políticos muitos réus chegam ao tribunal com con fissões espontâneas que servem de base para todo o processo posterior assim a decisão jurídica está viciada desde a base d Fontes estatísticas os dados estatísticos são colhidos diretamente e a in tervalos geralmente regulares quer abrangendo a totalidade da população censos quer utilizandose da técnica da amostragem generalizando os re sultados a toda população Em outras palavras em épocas regulares as es tatísticas recolhem dados semelhantes em lugares diferentes A própria ge neralização de dados relevantes sobre a população permite ao investigador procurar correlações entre seus proprios resultados e os que apresentam as estatísticas nacionais ou regionais Partindo do princípio de que as pesqui sas com a utilização de questionários e principalmente formulários são bastante onerosas e geralmente de aplicação limitada o confronto dos da dos obtidos com as estatísticas mais extensas no espaço e no tempo permi te obter resultados mais significativos Por outro lado se as estatísticas são mais abrangentes também são menos precisas Os principais fatores que levam a erros são negligência exemplo alguns erros clássicos em listas eleitorais de vemse ao fato de os falecidos continuarem inscritos aumentando a percentagem de abstencionismo principalmente entre os idosos os jo vens que prestam serviço militar são obrigatoriamente inscritos resul tando em maior abstenção entre rapazes do que moças os militares em atividade não votam e as jovens que se dão ao trabalho de inscreverse geralmente comparecem às umas principalmente em países onde o vo to não é obrigatório forma de coleta de dados exemplo o aumento do número de acidentes de automóvel ocasionados por embriaguez devese principalmente a um controle mais severo das condições do motorista em países subde senvolvidos o aumento de certas taxas como a de câncer analfabetismo e outras provém de diagnósticos mais exatos e registros mais precisos deftnição dos termos exemplo uma modiftcação na deftnição do tipo e faixa de renda suscetível de pagar impostos fará variar o número de indivíduos isentos deles umaalteração da deftnição de população eco nomicamente ativa computandose à parte os que trabalham meio período eou executam trabalhos temporários impedirá a comparação dos resultados estatísticos e modiftcará o nível de desemprego o esta belecimento de categorias proftssionais tendo por base a indicação dos pesquisados levará a muitos desvios se a população não souber exata mente o çonceito empregado pelos órgãos coletores informações recolhidas dos interessados exemplo as principais dis torções ocorrem quando o pesquisado não é capaz de dar a resposta correta número de cabeças de gado em estatísticas rurais ou tem razões para fornecer dados inexatos fraude ftscal pode ocorrer também que o entrevistado deseje valorizarse declarandose bacharel quando só tem diploma de I grau Grawitz l975TI 122 especifIca os principais cuidados que deve tomar o pesquisa dor que se utiliza de fontes estatísticas encontrar a deftnição exata da unidade coleta da e generalizada veriftcar a homogeneidade do elemento generalizado veriftcar a ho mogeneidade da relação entre a quantidade medida mediante o total e seus diversos elementos assim como a quantidade que interessa ao investigador saber com referencia a que devemos calcular as percentagens Diversas são as formas pelas quais as estatísticas podem ser utilizadas pelos pesqui sadores mas as três a seguir exempliftcadas são as principais correlação entre uma pesquisa limitada e os dados censitários J Riley Apud Grawitz 1975 TI 119 cita uma pesquisa em que por intermédio de ques tionários procurouse veriftcar a atitude das mulheres das novas gerações com relação ao trabalho da mulher casada O primeiro passo da pesquisa foi 179 180 um estudo das estatísticas que revelaram um aumento de mulheres casadas economicamente ativas principalmente em correlação com o grau de escola ridade correlação positiva na segunda fase a aplicação do questionário re velou opinião positiva em relação à atividade da mulher casada unifonne mente distribuída entre as jovens independentemente da categoria econômica de seus pais na terceira etapa a análise dos dados estatísticos revelou o au mento do número de mulheres que trabalham em correlação positiva com o nível de instrução porém apontou também um decréscimo de mulheres em pregadas em função da renda do marido Ora esses dois fatores nível de instrução e nível econômico geralmente atuam no mesmo sentido o que não estava ocorrendo fator que só pode ser verificado com a confrontação dos dados colhidos na pesquisa de campo com as estatísticas estudo baseado exclusivamente na análise e interpretação de dados existen tes Kenesaw M Landis Apud Selltiz et al 1967 358 demonstrou o grau de segregação racial existente em Washington utilizando publicações do De partamento de Recenseamento para indicar pressões sobre os negros para que vivessem reunidos em grande número e em pequena área e para exem plificar as más condições de habitação de que dispunham usou estatísticas oficiais de saúde com a fmalidade de apontar as conseqüências advindas de tais condições como maior índice de mortalidade principalmente ocasionada por tuberculose para demonstrar discriminação no trabalho utilizou dados oficiais sobre emprego e registros de uma empresa industrial empregou da dos coligidos pelo Department oi Research oi the Washington Council oi Social Agencies para demonstrar a relação existente entre as más condições de habitação e as prisões de jovens efetuadas pela polícia da cidade utilização dos dados estatísticos existentes para a verificação de uma teoria social em sua obra O Suicídio Émile Durkheim deu um exemplo magistral do emprego de dados estatísticos Outros pesquisadores antes dele já haviam tentado correlacionar os suicídios com estados psicopáticos imitação fatores raciais fatores hereditários fatores cósmicos e clima Durkheim provou que mantendose esses fatores constantes o mesmo não acontecia com a taxa de suicídio Em particular para o clima realizou uma análise mais extensa ve rificou que de fato o índice de suicídios cresce regularmente de janeiro até junho depois declina até dezembro Porém se se deseja correlacionar suicí dios com a temperatura os dados não são consistentes mais suicídios ocor rem na primavera do que no outono quando as temperaturas médias são mais elevadas o pique dos suicídios ocorre em junho e não nos meses mais quentes que são julho e agosto Dessa fonna as regularidades sazonais realmente existentes nos índices de suicídio não podem de fonna alguma ser explicadas pela temperatura Propôs então que o índice de suicídio esta ria ligado às atividades sociais e estas seriam sazonais Postulou que o suicídio varia na razão inversa do grau de integração dos grupos de que faz parte o indivíduo especificamente as sociedades religiosa doméstica e política Durkheim 1973234 A análise dos dados estatísticos comprovou a estatística pois encontramse índices menores de suicídio entre católicos do que entre protestantes entre casados do que entre solteiros entre os que têm fIlhos do que entre os que não os possuem e durante épocas em que é maior o fervor nacional e Publicações administrativas sua fIdedignidade é menor do que a dos documentos ofIciais e jurídicos e das publicações parlamentares Mais do que registro acurado do que se disse e fez visa a imagem da organi zação quando dirigida aos clientes e ao público em geral e a imagem e fIlosofIa do administrador quando é de uso interno É necessário um estudo do momento político interno e externo em que os documentos foram elaborados para compensar certos desvios f Documentos particulares consistindo principalmente de cartas diários memórias e autobiografIas os documentos particulares são importantes sobretudo por seu conteúdo não oferecer apenas fatos mas o signifIcado que estes tiveram para aqueles que os viveram descritos em sua própria linguagem Não é fácil diferenciar diários memórias e autobiografIas pois além de correlacionados uns podem conter partes de outros Diário seria o documento escrito na ocasião dos acontecimentos que descreve memórias consistem em reminiscências do autor em relação a determina do período auxiliado ou não por diários mas ele próprio pode não ser o personagem central autobiografia é um registro cronológico e sistemático da vida do autor que se confIgura como personagem principal Os prin cipais problemas enfrentados pelo pesquisador ao lidar com documentos pessoais são falsifIcação tentativa deliberada de fazer passar por autoria de de terminada pessoa documento escrito por outra que visa criar difIcul dades a um estudioso ou obtenção de lucro apresentação errada do pr6prio autor se se deve a autoengano isto é distorção da visão de si próprio não traz problemas para o pesqui sador que está interessado na autoimagem do autor as discrepâncias entre esta e a imagem que outras pessoas têm do autor podem ser fon te interessante de estudo Porém se o motivo é de autopromoção ocorre distorção deliberada que se confIgura em sério impedimento para análise do autor e seu papel em determinados acontecimentos desconhecimento dos objetivos todo documento pessoal visa a de terminado objetivo expressar idéias e pontos de vista relembrar acontecimentos e sentimentos servir de libelo póstumo contra atos de arbítrio e de terror justifIcativa de decisões tomadas etc Quando o documento visa ao consumo público em data posterior os variados objetivos introduzem diferentes distorções na exposição 181 B OUTROS 182 a Iconografia abrange a documentação por imagem compreendendo gravu ras estampas desenhos pinturas etc porém exclui a fotografia É fonte preciosa sobre o passado pois compreende os únicos testemunhos do as pecto humano da vida permitindo erificar tendências do vestuário e quem o vestia a forma de disposição dos móveis e utensílios assim como outros fatores favorecendo a reconstituição do ambiente e estilo de vida das clas ses sociais do passado da mesma forma que o cotidiano do diaadia de no sos antepassados b Fotografias têm a mesma fmalidade da iconografia porém referemse a um passado menos distante c Objetos principalmente para os etnógrafos os objetos constituem fator primordial de seus estudos Mas outras ciências também fazem deles o cer ne de algumas análises ou abordagens Assim os objetos permitem em re lação às diversas sociedades verificar o nível de evolução objetos de osso barro bronze ferro ou atual mente número de veículos telefones televisores ou aparelhos eletro domésticos o sentido da evolução desde a invenção da roda até os progressos da automatização do cachimbo e 6culos até aviões e robôs os objetos ma teriais desenvolvidos pela tecnologia rudimentar ou avançada permitem obter informações sobre como evolui uma sociedade os meios de produção essencial para a análise marxista por constituir a infraestrutura que determina a superestrutura ou seja as formas que terão as relações sociais políticas etc Atualmente muitos autores inte ressamse pelas diferenciações que se apresentam entre os operários em função dos progressos técnicos especificamente a automatização e a in trodução do uso de robôs na linha de montagem a significação valorativa isto é tanto o sentido do objeto símbolo ca chimbo da paz cruz bandeira quanto os que adquirem um valor em decorrência do uso em determinado contexto anel de noivado e de grau distintivo de associações d Canções folclóricas traduzem os sentimentos e valores de determinada sociedade em dado contexto Por outro lado as canções de autoria conhe cida muito antes da imprensa escrita ou falada têm constituído um meio de expressão para a oposição tanto política como social e Vestuário dependendo da sociedade não constitui apenas um símbolo de status mas também de momentos sociais os enfeites e pinturas de guerra dos nossos indígenas Por outro lado na Índia a sociedade de castas levou ao auge o vestuário como sinal de posição social quantidade de peças qualidade dos tecidos cores disposição enfeites eram características de cada casta e subcasta permitindo ao primeiro olhar a diferenciação e em conseqüência a atitude hierarquizada das pessoas em relação a outras f Folclore constituindose de rico acervo de costumes objetos vestuário cantos danças etc o folclore permite a reconstituição do modo de vida da sociedade no passado tanto de atos ligados a aspectos festivos como de atividades do diaadia 912 Pesquisa Bibliográfica A pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias abrange toda bibliografia já tor nada pública em relação ao tema de estudo desde publicações avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartográfico etc até meios de comunicação orais rádio gravações em fita magnética e audiovisuais filmes e tele visão Sua fmalidadeé colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi es crito dito ou fIlmado sobre determinado assunto inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma fonna quer publicadas quer gravadas Para Manzo 197132 a bibliografia pertinente oferece meios para definir resol ver não somente problemas já conhecidos como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente e tem por objetivo permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações Trujillo 1974230 Dessa fonna a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem chegando a conclusões inovadoras 9121 TIPOS E FONTES BmLIOGRÁFIcAS Da mesma fonna que as fontes de documentos as bibliográficas variam fornecendo ao pesquisador diversos dados e exigindo manipulação e procedimentos diferentes A Imprensa escrita em forma de jornais e revistas para sua utilização ne cessita de análise dos seguintes aspectos independência nos países totalitários com raras exceções toda im prensa está submetida às diretrizes do partido no poder portanto a margem de independência das fontes é praticamente nula Por sua vez o pressuposto teórico dos países democráticos é a independência dos órgãos de infonnação pois o princípio da liberdade de imprensa é con siderado corolário da liberdade de expressão assegurada pelo regime Entretanto existe uma distinção entre o princípio político e a realidade o capital necessário para a manutenção da independência do órgão de 183 184 pende de uma série de fatores sendo o principal a fonte de publicida de que pode efetivamente controlar as diretrizes do órgão da mesma forma os modos de regulamentação e a censura exercem efeitos de maior ou menor influência conteúdo e orientação vários tipos de investigação podem ser levados a cabo sob este aspecto tendências e espaço dedicados à política na cional e internacional fatos diversos notícias locais esporte aconte cimentos policiais publicidade etc como se trata de questões relativas à população como educação saúde etc tom da mensagem pessimis mo otimismo sentimentalismo etc difusão e influência podese verificar a zona geográfica de distri buição e o tipo de população que é influenciada a correlação entre p0 sições do órgão e os resultados eleitorais o prestígio do editorialista e outros profissionais que assinam suas matérias o que as pessoas mais lêem e a influência que sobre elas exercem as opiniões expressas e as informações grupos de interesses na chamada imprensa alternativa e a específica de categorias profissionais podese verificar como estes grupos sociais apresentam as idéias dos dirigentes sobre seus objetivos a atuação dos poderes públicos os interesses regionais nacionais e até internacionais etc B Meios audiovisuais de certa forma o que ficou dito para a imprensa es crita pode ser aplicado para os meios audiovisuais rádio fIlmes televisão Para ambas as formas de comunicação é interessante a análise do conteúdo da própria comunicação que apresenta os seguintes objetivos Berelson Apud Selltiz et al 19673778 Questões referentes às caracterfsticas do conteúdo Descrever tendências no conteúdo da comunicação Delinear o desenvolvimento da erudição Revelar diferenças internacionais no conteúdo da comunicação Comparar os meios ou níveis de comunicação Examinar o conteúdo da comunicação com relação aos objetivos Construir e aplicar padrões de comunicação Auxiliar operações técnicas de pesquisa Revelar as técnicas de propaganda Medir a legibilidade de materiais de comunicação Descobrir características estilísticas Questões referentes aos criadores ou às causas do conteúdo Identificar as intenções e outras características dos transmissores Verificar o estado psicológico de pessoas e grupos Identificar a existência de propaganda fundamentalmente com objetivos legais Obter informação politica e militar Questões referentes à audiência ou efeitos do conteúdo Refletir atitudes interesses e valores padrões culturais de grupos da população Revelar o foco de atenção Descrever as respostas de atitudes e de comportamento às comuni cações C Material cartográfico variará segundo o tipo de investigação que se pre tende Entre os mais importantes que se pode consultar figuram os seguin tes mapa com divisão politica e administrativa mapa hidrográfico mapa de relevo mapa climatológico mapa ecológico mapa etnográfico mapa de densidade de população mapa de rede de comunicação mapa com indicação de cultivos modo de ocupação do solo suas formas de utilização ttc gráfico e pirâmide da população gráfico de importações e exportações Produto Interno Bruto etc D Publicações livros teses monografias publicações avulsas pesquisas etc formam o conjunto de publicações cuja pesquisa compreende quatro fases distintas a identificação b localização c compilação d fichamento 185 92 DOCUMENTAÇÁODlRETA A documentação direta constituise em geral no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras através da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório 921 Pesquisa de Campo Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações eou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta ou de uma hipótese que se queira comprovar ou ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume relevan tes para analisálos A pesquisa de campo propriamente dita não deve ser confundida com a simples coleta de dados este último corresponde à segunda fase de qualquer pesquisa é algo mais que isso pois exige contar com controles adequados e com obje tivos preestabelecidos que descriminam suficientemente o que deve ser coletado Tru jillo 1982229 As fases da pesquisa de campo requerem em primeiro lugar a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão Ela servirá como primeiro passo para se saber em que estado se encontra atua1mente o problema que trabalhos já foram reali zados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto Como segundo pas so permitirá que se estabeleça um modelo teórico inicial de referência da mesma forma que auxiliará na determinação das variáveis e elaboração do plano geral da pesquisa Em segundo lugar de acordo com a natureza da pesquisa devese determinar as técnicas que serão empregadas na coleta de dados e na determinação da amostra que deverá ser representativa e suficiente para apoiar as conclusões Por último antes que se realize a coleta de dados é preciso estabelecer tanto as téc nicas de registro desses dados como as técnicas que serão utilizadas em sua análise pos terior De outro lado se a pesquisa de campo envolver um experimento após a pesquisa bibliográfica devese a selecionar e enunciar um problema levando em consideração a metodologia apropriada b apresentar os objetivos da pesquisa sem perder de vista as metas práticas c estabelecer a amostra correlacionada com a área de pesquisa e o uni verso de seus componentes d estabelecer os grupos experimentais e de controle e in troduzir os estímulos f controlar e medir os efeitos 186 9211 TIPOS DE PESQUISA DE CAMPO Para Tripodi et al 19754271 as pesquisas de campo dividemse em três grandes grupos quantitativodescritivos exploratórios e experimentais com as respectivas sub divisões A QuantitativoDescritivos consistem em investigações de pesquisa empíri ca cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos a avaliação de programas ou o isolamento de va riáveis principais ou chave Qualquer um desses estudos pode utilizar mé todos formais que se aproximam dos projetos experimentais caracteriza dos pela precisão e controle estatísticos com a finalidade de fornecer da dos para a verificação de hipóteses Todos eles empregam artifícios quanti tativos tendo por objetivo a coleta sistemática de dados sobre populações programas ou amostras de populações e programas Utilizam várias técni cas como entrevistas questionários fonnulários etc e empregam proceii mentos de amostragem Subdividemse em a estudos de verificação de hipótese são aqueles estudos quantitativo descritivos que contêm em seu projeto de pesquisa hipóteses explíci tas que devem ser verificadas Essas hipóteses são derivadas da teoria e por esse motivo podem consistir em declarações de associações en tre duas ou mais variáveis sem referencia a uma relação causal entre elas b estudos de avaliação de programa consistem nos estudos quantitati vodescritivos que dizem respeito à procura dos efeitos e resultados de todo um programa ou método específico de atividades de serviços ou auxílio que podem dizer respeito à grande variedade de objetivos re lativos à educação saúde e outros As hipóteses podem ou não estar explicitamente declaradas e com freqüência derivam dos objetivos do programa ou método que está sendo avaliado e não da teoria Empre gam larga gama de procedimentos que podem aproximarse do projeto experimental c estudos de descrição de população são os estudos quantitativodes critivos que possuem como função primordial a exata descrição de certas características quantitativas de populações como um todo orga nizações ou outrás coletividades específicas Geralmente contêm um grande número de variáveis e utilizam técnicas de amostragem para que apresentem caráter representativo Quando pesquisam aspectos qualitativos como atitudes e opiniões empregam escalas que permitem a quantificação 187 188 d estudos de relações de variáveis são uma fonna de estudos quantita tivodescritivos que se referem à descoberta de variáveis pertinentes a detenninada questão ou situação da mesma fonna que à descoberta de relações relevantes entre variáveis Geralmente nem hipóteses prediti vas ante factum nem perguntas específicas são a priori fonnuladas de modo que se inclui no estudo grande número de variáveis poten cialmente relevantes e o interesse se centraliza em encontrar as de va lor preditivo B Exploratórios são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a fonnulação de questões ou de um problema com tripla finalidade desen volver hipóteses aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambien te fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais preci sa ou modificar e clarificar conceitos Empregamse geralmente procedi mentos sistemáticos ou para a obtenção de observações empmcas ou para as análises de dados ou ambas simultaneamente Obtémse freqüente mente descrições tanto quantitativas quanto qualitativas do objeto de estu do e o investigador deve conceituar as interrelações entre as propriedades do fenômeno fato ou ambiente observado Uma variedade de procedimen tos de coleta de dados pode ser utilizada como entrevista observação par ticipante análise de conteúdo etc para o estudo relativamente intensivo de um pequeno número de unidades mas geralmente sem o emprego de técnicas probabilísticas de amostragem Muitas vezes ocorre a manipulação de uma vmiável independente com a finalidade de descobrir seus efeitos potenciais Dividemse em a estudos exploratóriodescritivos combinados são estudos explorató rios que têm por objetivo descrever completamente detenninado fenô meno como por exemplo o estudo de um caso para o qual são reali zadas análises empmcas e teóricas Podem ser encontradas tanto des crições quantitativas eou qualitativas quanto acumulação de infor mações detalhadas como as obtidas por intennédio da observação par ticipante Dáse precedência ao caráter representativo sistemático e em conseqüência os procedimentos de amostragem são flexíveis b estudos usando procedimentos específicos para coleta de dados os estudos que usam procedimentos específicos para coleta de dados para o desenvolvimento de idéias são aqueles estudos exploratórios que uti lizam exclusivamente um dado procedimento como por exemplo aná lise de conteúdo para extrair generalizações com o propósito de pro duzir categorias conceituais que possam vir a ser operacionalizadas em um estudo subseqüente Dessa fonna não apresentam descrições quan titativas exatas entre as variáveis detenninadas c estudos de manipulação experimental consistem naqueles estudos ex ploratórios que têm por fmalidade manipular uma variável independen te a fim de localizar variáveis dependentes que potencialmente estejam associadas a ela estudandose o fenômeno em seu meio natural O propósito desses estudos geralmente é demonstrar a viabilidade de de terminada técnica ou programa como uma solução potencial e viável para detenninados programas práticos Os procedimentos de coleta de dados variam bastante e técnicas de observação podem ser desenvolvi das durante a realização da pesquisa C Experimentais consistem em investigações de pesquisa empírica cujo ob jetivo principal é o teste de hipóteses que dizem respeito a relações de tipo causaefeito Todos os estudos desse tipo utilizam projetos experimentais que incluem os seguintes fatores grupos de controle além do experimen tal seleção da amostra por técnica probabilística e manipulação das variá veis independentes com a finalidade de controlar ao máximo os fatores per tinentes As técnicas rigorosas de amostragem têm o objetivo de possibili tar a generalização das descobertas a que se chega pela experiência Por sua vez para que possam ser descritas quantitativamente as variáveis rele vantes são especificadas Os diversos tipos de estudos experimentais podem ser desenvolvidos tanto em campo ou seja no ambiente natural quanto em laboratório onde o ambiente é rigorosamente controlado O interesse da pesquisa de campo está voltado para o estudo de indivíduos grupos comunidades instituições e outros campos visando à compreensão de vários aspectos da sociedade Ela apresenta vantagens e desvantagens As vantagens seriam a Acúmulo de infonnações sobre detenninado fenômeno que também podem ser analisadas por outros pesquisadores com objetivos diferentes b Facilidade na obtenção de uma amostragem de indivíduos sobre deternri nada população ou classe de fenômenos Desvantagens a Pequeno grau de controle sobre a situação de coleta de dados e a possibili dade de que fatores desconhecidos para o investigador possam interferir nos resultados b O comportainento verbal ser relativamente de pouca confiança pelo fato de os indivíduos poderem falsear suas respostas Entretanto muita coisa pode ser feita para aumentar as vantagens e diminuir as desvantagens por exemplo lançar mão dos prétestes utilizar instrumental mais com pleto etc 189 Diversas ciências e ramos de estudo utilizam a pesquisa de campo para o levanta mento de dados entre elas figuram a Sociologia a Antropologia Cultural e Social a Psicologia Social a Política Serviço Social e outras 922 Pesquisa de Laboratório A pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação mais difícil porém mais exato Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas Exige instrumental específico preciso e ambientes adequados O objetivo da pesquisa de laboratório depende daquilo que se propôs alcançar deve ser previamente estabelecido e relacionado com determinada ciência ou ramo de estudo As técnicas utilizadas também variam de acordo com o estudo a ser feito Na pesquisa de laboratório as experiências são efetuadas em recintos fechados ca sas laboratórios salas ou ao ar livre em ambientes artificiais ou reais de acordo com o campo da ciência que está realizandoas e se restringem a detenninadas manipu lações Quatro aspectos devem ser levados em consideração objeto objetivo instrumental e técnicas Especificamente os de estudo tanto podem ser pessoas ou animais quanto vegetais ou minerais Na pesquisa de laboratório com pessoas estas são colocadas em ambiente controlado pelo pesquisador que efetua a observação sem tomar parte pes soalmente No laboratório o cientista observa mede e pode chegar a certos resultados espera dos ou inesperados Todavia muitos aspectos importantes da conduta humana não p0 dem ser observados em condições idealizadas em laboratório Best 1972114 Às vezes temse de observar o comportamento de indivíduos ou grupos em circunstâncias mais naturais e sob controles menos rígidos A pesquisa de laboratório na observação de indivíduos ou grupos está mais rela cionada ao campo da Psicologia Social e ao da Sociologia 93 OBSERVAÇÃO DlRETA INTENSIVA A observação direta intensiva é realizada através de duas técnicas observação e en trevista 931 Observação A observação é Uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade Não consiste apenas em ver e ouvir mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar 190 É um elemento básico de investigação científica utilizado na pesquisa de campo e se constitui na técnica fundamental da Antropologia A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de obje tivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência mas que orientam seu compor tamento Desempenha papel importante nos processos observacionais no contexto da descoberta e obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade É o ponto de partida da investigação social Para Selltiz 1965233 a observação tomase científica à medida que a convém a um formulado plano de pesquisa b é planejada sistematicamente c é registrada metodicamente eestá relacionada a proposições mais gerais em vez de ser apresentada como uma série de curiosidades interessantes d está sujeita a verificações e controles sobre a validade e segurança Do ponto de vista científico a observação oferece uma série de vantagens e limi tações como as outras técnicas de pesquisa havendo por isso necessidade de se apli car mais de uma técnica ao mesmo tempo Vantagens a Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenômenos b Exige menos do observador do que as outras técnicas c Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas d Depende menos da introspecção ou da reflexão e Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de questionários Limitações As técnicas da observação apresentam uma série de limitações entre as quais se destacam as seguintes a O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no ob servador b A ocorrência espontânea não pode ser prevista o que impede muitas ve zes o observador de presenciar o fato c Fatores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador 191 d A duração dos acontecimentos é variável pode ser rápida ou demorada e os fatos podem ocorrer simultaneamente nos dois casos tomase difícil a co leta dos dados e Vários aspectos da vida cotidiana particular podem não ser acessíveis ao pesquisador Na investigação científica são empregadas várias modalidades de observação que variam de acordo com as circunstâncias AnderEgg 197896 apresenta quatro tipos a Segundo os meios utilizados Observação não estruturada Assistemática Observação estruturada Sistemática b Segundo a participação do observador Observação nãoparticipante Observação participante c Segundo o número de observações Observação individual Observação em equipe d Segundo o lugar onde se realiza Observação efetuada na vida real trabalho de campo Observação efetuada em laboratório 9311 OBSERVAÇÃO ASSISTEMÁTICA A técnica da observação não estruturada ou assistemática também denominada es pontânea informal ordinária simples livre ocasional e acidental consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas É mais empregada em estudos exploratórios e não tem planejamento e controle previamente elaborados O que caracteriza a observação assistemática é o fato de o conhecimento ser obti do através de uma experiência casual sem que se tenha determinado de antemão quais os aspectos relevantes a serem observados e que meios utilizar para observálos Ru dio197935 O êxito da utilização dessa técnica vai depender do observador de estar ele atento aos fenômenos que ocorrem no mundo que o cerca de sua perspicácia discernimento 192 preparo e treino além de ter uma atitude de prontidão Muitas vezes há uma única oportunidade para estudar certo fenômeno outras vezes essas ocasiões são raras To davia a observação não estruturada pode apresentar perigos quando o pesquisador pensa que sabe mais do que o realmente presenciado ou quando se deixa envolver emo cionalmente A fidelidade no registro dos dados é fator importantíssimo na pesquisa científica Para AnderEgg 197897 a observação assistemática não é totalmente espontâ nea ou casual porque um mínimo de interação de sistema e de controle se impõem em todos os casos para chegar a resultados válidos De modo geral o pesquisador sempre sabe o que observar 9312 OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA A observação sistemática também recebe várias designações estruturada planejada controlada Utiliza instrumentos para a coleta dos dados ou fenômenos observados Realizase em condições controladas para responder a propósitos preestabeleci dos Todavia as normas não devem ser padronizadas nem rígidas demais pois tanto as situações quanto os objetos e objetivos da investigação podem ser muito diferentes Deve ser planejada com cuidado e sistematizada Na observação sistemática o observador sabe o que procura e o que carece de im portância em determinada situação deve ser objetivo reconhecer possíveis erros e eli minar sua influência sobre o que vê ou recolhe Vários instrumentos podem ser utilizados na observação sistemática quadros ano tações escalas dispositivos mecânicos etc 9313 OBSERVAÇÃO NÃOPARTICIPANTE Na observação nãoparticipante o pesquisador toma contato com a comunidade grupo ou realidade estudada mas sem integrarse a ela permanece de fora Presencia o fato mas não participa dele não se deixa envolver pelas situações faz mais o papel de espectador Isso porém não quer dizer que a observação não seja consciente dirigida ordenada para um fim determinado O procedimento tem caráter sistemático Alguns autores dão a designação de observação passiva sendo o pesquisador ape nas um elemento a mais 193 9314 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE Consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo Ele se incorpora ao grupo confundese com ele Fica tão próximo quanto um membro do gru po que está estudando e participa das atividades normais deste Para Mann 197096 a observação participante é uma tentativa de colocar o ob servador e o observado do mesmo lado tomandse o observador um membro do grupo de molde a vivenciar o que eles vivenciam e trabalhar dentro do sistema de referência deles o observador participante enfrenta grandes dificuldades para manter a objetividade pelo fato de exercer influência no grupo ser influenciado por antipatias ou simpatias pessoais e pelo choque do quadro de referência entre observador e observado O objetivo inicial seria ganhar a confiança do grupo fazer os indivíduos compreen derem a importâricia da investigação sem ocultar o seu objetivo ou sua missão mas em certas circunstâncias há mais vantagem no anonimato Em geral são apontadas duas formas de observação participante a Natural O observador pertence à mesma comunidade ou grupo que inves tiga b Artificial O observador integrase ao grupo com a fmalidade de obter in formações 9315 OBSERVAÇÃO INDIVIDUAL Como o próprio nome indica é técnica de observação realizada por um pesquisa dor Nesse caso a personalidade dele se projeta sobre o observado fazendo algumas in ferências ou distorções pela limitada possibilidade de controles Por outro lado pode intensificar a objetividade de suas informações indicando ao anotar os dados quais são os eventos reais e quais são as interpretações É uma tarefa difícil mas não im possível Em alguns aspectos a observação só pode ser feita individualmente 9316 OBSERVAÇÃO EM EQUIPE A observação em equipe é mais aconselhável do que a individual pois o grupo p de observar a ocorrência por vários ângulos Quando uma equipe está vigilante registrando o problema na mesma área surge a oportunidade de confrontar seus dados posteriormente para verificar as predisposições 194 A observação em equipe segundo AnderEgg 1978100 pode realizarse de dife rentes formas a todos observam o mesmo com o qual se procura corrigir as distorções que podem advir de cada investigador em particular b cada um observa um aspecto diferente c a equipe recorre à observação mas alguns membros empregam outros procedimentos d constituise uma rede de observadores distribuídos em uma cidade região ou país tratase da técnica denominada de observação maciça ou obser vação em massa 9317 OBSERVAÇÃO NA VIDA REAL Normalmente as observações são feitas no ambiente real registrandose os dados à medida que forem ocorrendo espontaneamente sem a devida preparação A melhor ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre Isto reduz as tendências seletivas e a deturpação na reevocação 9318 OBSERVAÇÃO EM LABORATÓRIO A observação em laboratório é aquela que tenta descobrir a ação e a conduta que teve lugar em condições cuidadosamente dispostas e controladas Entretanto muitos as pectos importantes da vida humana não podem ser observados sob condições idealiza das no laboratório A observação em laboratório tem até certo ponto um caráter artificial mas é im portante estabelecer condições o mais próximo do natural que não sofram influências indevidas pela presença do observador ou por seus aparelhos de medição e registro O uso de instrumentos adequados possibilita a realização de observações mais refi nadas do que aqulas proporcionadas apenas pelos sentidos 932 Entrevista A entrevista é um encontro entre duas pessoas a fim de que uma delas obtenha in formações a respeito de determinado assunto mediante uma conversação de natureza profissional É um procedimento utilizado na investigação social para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social 195 Para Goode e Hatt 1969237 a entrevista consiste no desenvolvimento de pre cisão focalização fidedignidade e validade de certo ato social como a conversação Tratase pois de uma conversação efetuada face a face de maneira metódica pro porciona ao entrevistado verbalmente a informação necessária Alguns autores consideram a entrevista como o instrumento por excelência da in vestigação social Quando realizado por um investigador experiente é muitas vezes superior a outros sistemas de obtenção de dados afirma Best 1972 120 A entrevista é importante instrumento de trabalho nos vários campos das ciências sociais ou de outros setores de atividades como da Sociologia da Antropologia da Psicologia Social da Política do Serviço Social do Jornalismo das Relações Públicas da Pesquisa de Mercado e outras 9321 OBJETIVOS A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevista do sobre determinado assunto ou problema 196 Quanto ao conteúdo Selltiz 196528695 apresenta seis tipos de objetivos a Averiguação de fatos Descobrir se as pessoas que estão de posse de certas informações são capazes de compreendêIas b Determinação das opiniões sobre os fatos Conhecer o que as pessoas pensam cu acreditam que os fatos sejam c Determinação de sentimentos Compreender a conduta de alguém através de seus sentimentos e anseios d Descoberta de planos de ação Descobrir por meio das definições indivi duais dadas qual a conduta adequada em determinadas situações a fim de prever qual seria a sua As definições adequadas da ação apresentam em geral dois componentes os padrões éticos do que deveria ter sido feito e considerações práticas do que é posslvei fazer e Conduta atualou do passado Inferir que conduta a pessoa terá no futuro conhecendo a maneira pela qual ela se comportou no passado ou se com porta no presente em determinadas situações f Motivos conscientes para opiniões sentimentos sistemas ou condutas Descobrir quais fatores podem influenciar as opiniões sentimentos e condu ta e por quê 9322 TIPOS DE ENTREVISTAS Há diferentes tipos de entrevistas que variam de acordo com o propósito do entre vistador a Padronizada ou Estruturada É aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido as perguntas feitas ao indivíduo são pre determinadas Ela se realiza de acordo com um formulário ver mais adian te elaborado e é efetuada de preferência com pessoas selecionadas de acordo com um plano O motivo da padronização é obter dos entrevistados respostas às mesmas perguntas permitindo que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas e que as diferenças devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas Lodi 197416 O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas a determinada si tuação de alterar a ordem dos tópicos ou de fazer outras perguntas b Despadronizada ou nãoestruturada O entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão Em geral as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal Esse tipo de entrevista segundo AnderEgg 1978110 apresenta três mo dalidades Entrevista focalizada Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser sonda razões e motivos dá esclarecimentos não obedecen do a rigor a uma estrutura formal Para isso são necessários habilida de e perspicácia por parte do entrevistador Em geral é utilizada em es tudos de situações de mudança de conduta Entrevista clínica Tratase de estudar os motivos os sentimentos a conduta das pessoas Para esse tipo de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas específicas Não dirigida Há liberdade total por parte do entrevistado que poderá expressar suas opiniões e sentimentos A função do entrevistador é de incentivo levando o informante a falar sobre determinado assunto sem entretanto forçálo a responder c Painel Consiste na repetição de perguntas de tempo em tempo às mesmas pessoas a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa para que o entrevista do não distorça as respostas com essas repetições 197 9323 VANTAGENS E LIMITAÇÕES Como técnica de coleta de dados a entrevista oferece várias vantagens e limitações Vantagens a Pode ser utilizada com todos os segmentos da população analfabetos ou al fabetizados b Fornece uma amostragem muito melhor da população geral o entrevistado não precisa saber ler ou escrever c Há maior flexibilidade podendo o entrevistador repetir ou esclarecer per guntas formular de maneira diferente especificar algum significado como garantia de estar sendo compreendido d Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes condutas podendo o en treviso ser observado naquilo que diz e como diz registro de reações gestos etc e Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em fontes documentais e que sejam relevantes e significativos f Há possibilidade de conseguir informações mais precisas podendo ser comprovadas de imediato as discordâncias g Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento es tatístico Limitações A entrevista apresenta algumas limitações ou desvantagens que podem ser supera das ou minimizadas se o pesquisador for uma pessoa com bastante experiência ou tiver muito bomsenso As limitações são 198 a Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes b Incompreensão por parte do informante do significado das perguntas da pesquisa que pode levar a uma falsa interpretação c Possibilidade de o entrevistado ser influenciado consciente ou inconscien temente pelo questionador pelo seu aspecto físico suas atitudes idéias opiniões etc d Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias e Retenção de alguns dados importantes receando que sua identidade seja revelada f Pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados g Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada 9324 PREPARAÇÃO DA ENTREVISTA A preparação da entrevista é uma etapa importante da pesquisa requer tempo o pesquisador deve ter uma idéia clara da informação de que necessita e exige algumas medidas a Planejamento da entrevista deve ter em vista o objetivo a ser alcançado b Conhecimento prévio do entrevistado objetiva conhecer o grau de familia ridade dele com o assunto c Oportunidade da entrevista marcar com antecedência a hora e o local para assegurarse de que será recebido d Condições favoráveis garantir ao entrevistado o segredo de suas confidên cias e de sua identidade e Contato com líderes esperase obter maior entrosamento com o entrevista do e maior variabilidade de informações f Conhecimento prévio do campo evita desencontros e perda de tempo g Preparação específica organizar roteiro ou formulário com as questões im portantes 9325 DlRETRIZES DA ENTREVISTA A entrevista que visa obter respostas válidas e informações pertinentes é uma ver dadeira arte que se aprimora com o tempo com treino e com experiência Exige habili dade e sensibilidade não é tarefa fácil mas é básica Quando o entrevistador consegue estabelecer certa relação de confiança com o en trevistado pode obter informações que de outra maneira talvez não fossem possíveis Para maior êxito da entrevista devemse observar algumas normas a Contato Inicial O pesquisador deve entrar em contato com o infonnante e estabelecer desde o primeiro momento uma conversação amistosa expli cando a finalidade da pesquisa seu objeto relevância e ressaltar a necessi dade de sua colaboração É importante obter e manter a confiança do entre vistado assegurandolhe o caráter confidencial de suas informações Criar um ambiente que estimule e que leve o entrevistado a ficar à vontade e a fa lar espontânea e naturalmente sem tolhimentos de qualquer ordem A con versa deve ser mantida numa atmosfera de cordialidade e de amizade rap port 199 200 Mediante a técnica da entrevista o pesquisador pode levar o entrevistado a uma penetração maior em sua própria experiência explorando áreas impor tantes mas não previstas no roteiro de perguntas O entrevistado pode falar mas principalmente deve ouvir procurando sem pre manter o controle da entrevista b Formulação de Perguntas As perguntas devem ser feitas de acordo com o tipo da entrevista padronizadas obedecendo ao roteiro ou formulário preestabelecido nãopadronizadas deixando o informante falar à vontade e depois ajudálo com outras perguntas entrando em maiores detalhes Para não confundir o entrevistado devese fazer uma pergunta de cada vez e primeiro as que não tenham probabilidade de ser recusadas Devese permitir ao informante restringir ou limitar suas informações Toda pergun ta que sugira resposta deve ser evitada c Registro de Respostas As respostas se possível devem ser anotadas no momento da entrevista para maior fidelidade e veracidade das informações O uso do gravador é ideal se o informante concordar com a sua utilização A anotação posterior apresenta duas inconveniências falha de memória eou distorção do fato quando não se guardam todos os elementos O registro deve ser feito com as mesmas palavras que o entrevistado usar evitandose resumilas Outra preocupação é manter o entrevistador atento em relação aos erros devendose conferir as respostas sempre que puder Se possível anotar gestos atitudes e inflexões de voz Ter em mãos todo o material necessário para registrar as informações d Término da Entrevista A entrevista deve terminar como começou isto é em ambiente de cordialidade para que o pesquisador se necessário possa voltar e obter novos dados sem que o informante se oponha a isso Uma condição para o êxito da entrevista é que mereça aprovação por parte do informante e Requisitos Importantes As respostas de uma entrevista devem atender aos seguintes requisitos apontados por Lodi 129 validade relevância especificidade e clareza profundidade e extensão Validade Comparação com a fonte externa com a de outro entrevista dor observando as dúvidas incertezas e hesitações demonstradas pelo entrevistado Relevância Importância em relação aos objetivos da pesquisa Especificidade e Clareza Referência a dados data nomes lugares quantidade percentagens prazos etc com objetividade A clareza dos termos colabora na especificidade Profundidade Está relacionada com os sentimentos pensamentos e lembranças do entrevistado sua intensidade e intimidade Extensão Amplitude da resposta 94 OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA A observação diteta extensiva realizase através do questionário do formulário de medidas de opinião e atitudes e de técnicas mercadológicas 941 Questionário Questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série orde nada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevis tador Em geral o pesquisador envia o questionário ao informante pelo correio ou por um portador depois de preenchido o pesquisado devolveo do mesmo modo Junto com o questionário devese enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa sua importância e a necessidade de obter respostas tentando despertar o interesse do recebedor no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável Em média os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25 de devo lução Selltiz 1965 281 aponta alguns fatores que exercem influência no retomo dos questionários O patrocinador a forma atraente a extensão o tipo de carta que o acompanha solicitando colaboração as facilidades para seu preenchimento e sua devo lução pelo correio motivos apresentados para a resposta e tipo de classe de pessoas a quem é enviado o questionário 9411 VANTAGENS E DESVANTAGENS Como toda técnica de coleta de dados o questionário também apresenta uma série de vantagens e desvantagens Vantagens a Economiza tempo viagens e obtém grande número de dados b Atinge maior número de pessoas simultaneamente c Abrange uma área geoca mais ampla d Economiza pessoal tanto em adestramento quanto em trabalho de campo 201 e Obtém respostas mais rápidas e mais precisas f Há maior liberdade nas respostas em razão do anonimato g Há mais segurança pelo fato de as respostas não serem identificadas h Há menos risco de distorção pela não influência do pesquisador i Há mais tempo para responder e em hora mais favorável j Há mais uniformidade na avaliação em virtude da natureza impessoal do instrumento I Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis Desvantagens a Percentagem pequena dos questionários que voltam b Grande número de perguntas sem respostas c Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas d Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas e A dificuldade de compreensão por parte dos informantes leva a uma uni formidade aparente f Na leitura de todas as perguntas antes de respondêlas pode uma questão influenciar a outra g A devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização h O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos toma difícil o controle e a verificação i Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário invalidando portanto as questões j Exige um universo mais homogêneo 9412 PROCESSO DE ELABORAÇÃO A elaboração de um questionário requer a observância de normas precisas a fim de aumentar sua eficácia e validade Em sua organização devemse levar em conta os ti pos a ordem os grupos de perguntas a fonnulação das mesmas e também Utudo aquilo que se sabe sobre percepção estereótipos mecanismos de defesa liderança etc Au gras 1974143 O pesquisador deve conhecer bem o assunto para poder dividilo organizando uma lista de 10 a 12 temas e de cada um deles extrair duas ou três perguntas O processo de elaboração é longo e complexo exige cuidado na seleção das questões levando em consideração a sua importância isto é se oferece condições para 202 a obtenção de informações válidas Os temas escolhidos devem estar de acordo comos objetivos geral e específico O questionário deve ser limitado em extensão e em fInalidade Se for muito longo causa fadiga e desinteresse se curto demais corre o risco de não oferecer sufIcientes informações Deve conter de 20 a 30 perguntas e demorar cerca de 30 minutos para ser respondido É claro que este número não é fIxo varia de acordo com o tipo de pesquisa e dos informantes IdentifIcadas as questões estas devem ser codifIcadas a fIm de facilitar mais tarde a tabulação Outro aspecto importante do questionário é a indicação da entidade ou organização patrocinadora da pesquisa Por exemplo CNPq Deve estar acompanhado por instruções defInidas e notas explicativas para que o informante tome ciência do que se deseja dele O aspecto material e a estética também devem ser observados tamanho facilidade de manipulação espaço sufIcient para as respostas a disposição dos itens de forma a facilitar a computação dos dados 9413 O PRÉTESTE Depois de redigido o questionário precisa ser testado antes de sua utilização defIni tiva aplicandose alguns exemplares em uma pequena população escolhida A análise dos dados após a tabulação evidenciará possíveis falhas existentes in consistência ou complexidade das questões ambigüidade ou linguagem inacessível perguntas supérfluas ou que causam embaraço ao informante se as questões obedecem a determinada ordem ou se são muito numerosas etc VerifIcadas as falhas devese reformular o questionário conservando modifIcan do ampliando ou liminando itens explicitando melhor alguns ou modificando a re dação de outros Perguntas abertas podem ser transformadas em fechadas se não houver variabilidade de respostas O préteste pode ser aplicado mais de uma vez tendo em vista o seu aprimoramento e o aumento de sua validez Deve ser aplicado em populações com caracteríscas seme lhantes mas nunca naquela que será alvo de estudo O préteste serve também para verifIcar se o questionário apresenta três importantes elementos a Fidedignidade Qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos resultados b Validade Os dados recolhidos são necessários à pesquisa c Operatividade Vocabulário acessível e significado claro 203 o préteste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futuros resulta dos 9414 CLASSIFICAÇÃO DAS PERGUNTAS Quanto à forma as perguntas em geral são classificadas em três categorias aber tas fechadas e de múltipla escolha a Perguntas abertas Também chamadas livres ou não limitadas são as que permi tem ao informante responder livremente usando linguagem própria e emitir opi niões Possibilita investigações mais profundas e precisas entretanto apresenta alguns in convenientes dificulta a resposta ao próprio informante que deverá redigila o processo de tabulação o tratamento estatístico e a interpretação A análise é difícil complexa cansativa e demorada Exemplos 1 Qual é sua opinião sobre a legalização do aborto 2 Em sua opinião quais são as principais causas da delinqüência no Brasil b Perguntas fechadas ou dicotômicas Também denominadas limitadas ou de alter nativas fIxas são aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções sim e não Exemplos 1 Os sindicatos devem ou não formar um partido político 1 Sim 2 Não 2 Você é favorável ou contrário ao celibato dos padres 1 favorável 2 contrário 204 Este tipo de pergunta embora restrinja a liberdade das respostas facilita o trabalho do pesquisador e também a tabulação as respostas são mais objetivas Há duas formas de fazer perguntas dicotômicas a primeira seria indicar uma das al ternativas ficando implícita a outra a segunda apresentar as duas alternativas para es colha A maior eficiência desta segunda forma está diretamente relacionada a dois as pectos em primeiro lugar não induzir a resposta e em segundo ao fato de uma per gunta enunciada de forma negativa receber geralmente uma percentagem menor de respostas do que a de forma positiva Boyde e Westfall 19782967 Russ apresenta os resultados de experiências realizadas para testar os efeitos de perguntas com apenas uma alternativa expressa de forma positiva e de forma negativa Forma A Você acha que os Estados Unidos deveriam permitir discursos públicos contra a democracia Forma B Você acha que os Estados Unidos deveriam proibir discursos públicos contra a democracia Os resultados obtidos foram os seguintes Forma A Deveriam permitir Não deveriam permitir Não deram opinião 21 62 17 FormaB Não deveriam proibir Deveriam proibir Não deram opinião 39 46 15 Em conclusão podese dizer que a fórmula que engloba as duas alternativas na própria pergunta é a mais aconselhável pois sendo neutra não induz a resposta Você acha que os Estados Unidos deveriam permitir ou proibir discursos públi cos contra a democracia Quando é acrescentado mais um item não sei a pergunta denominase trlcotô mica Exemplos 1 Você acha que deveria ser permitido ou não aos divorciados mais de um casamento 1 Sim 2 Não 3 Não sei 205 2 Você é favorável ou contrário à política econômica do governo 1 Favorável 2 Contrário 3 Não sei c Perguntas de múltipla escolha São perguntas fechadas mas que apresentam uma série de possíveis respostas abrangendo várias facetas do mesmo assunto 206 Perguntas com mostruário perguntas leque ou cafeterias As respostas possíveis estão estruturadas junto à pergunta devendo o informante assinalar uma ou várias delas Têm a desvantagem de sugerir respostas Explicitar quan do se deseja uma só resposta Exemplos 1 Qual é para você a principal vantagem do trabalho temporário ESCOLHER APENAS UMA RESPOSTA 1 Maior liberdade no trabalho 2 Maior liberdade em relação ao chefe 3 Variações no serviço 4 Poder escolher um bom emprego para se fixar 5 Desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional 6 Maiores salários 2 Quais são as principais causas da inflação no Brasil 1 Procura de produtos maior do que a oferta 2 Correção monetária 3 Aumento dos custos matériaprima salários 4 Manutenção de margem de lucro por empresas que têm certo poder monopolístico indústria de automóveis 5 Expansão do crédito maior do que o crescimento das poupanças 6 Aumento correspondente dos salários sem corresponden te aumento da produção Perguntas de estimação ou avaliação Consistem em emitir um julgamento através de uma escala com vários graus de intensidade para um mesmo item As respostas sugeridas são quantitativas e indicam um grau de intensidade crescente ou decrescente Exemplos 1 As relações com seus companheiros de trabalho são em média 1 Ótimas 2 Boas 3 Regulares 4 Más 5 Péssimas 2 Você se interessa pela política nacional 1 Muito 2 Pouco 3 Nada 3 Você assiste a novelas na TV 1 Sempre 2 Às vezes 3 Raramente 4 Nunca A técnica da escolha múltipla é facilmente tabulável e proporciona uma exploração em profundidade quase tão boa quanto a de perguntas abertas A combinação de rejpostas de múltipla escolha com as respostas abertas possibilita mais informações sobre o assunto sem prejudicar a tabulação Exemplos 1 Você escolhe um livro para ler pelo 1 Assunto 2 Autor 3 Capa e apresentação 4 Texto da orelha 5 Rendação de amigos 6 Divulgação pelos meios de comunicação de massa 7 Outro Qua1 2 Você escolhe um candidato pelo 1 Partido político 2 Qualidades pessoais 207 3 Platafonna política 4 Facilidade de expressão 5 Aparência 6 Outra Qual Quanto ao objetivo as perguntas podem ser a Perguntas de Fato Dizem respeito a questões concretas tangíveis fáceis de preci sar portanto referemse a dados objetivos idade sexo profissão domicílio estado civil ou conjugal religião etc Geralmente não se fazem perguntas diretas sobre ca sos em que o ínfonnante sofra constrangimento Exemplos 1 Qual é a sua profissão 2 Propriedade do domicílio 1 Própria 2 Alugada 3 Cedida b Perguntas de Ação Referemse a atitudes ou decisões tomadas pelo indivíduo 208 São objetivas às vezes diretas demais podendo em alguns casos despertar certa desconfiana por parte do ínfonnante influindo no seu grau de sinceridade Devem ser redigidas com bastante cuidado Exemplos 1 Em qual candidato a deputado estadual você votou na última eleição 2 O que você fez no último fim de semana 1 Viajou 2 Ficou em casa 3 Visitou amigos 4 Praticou esportes 5 Assistiu a algum espetáculo 6 Outro Qual c Perguntas de ou sobre Intenção Tentam averiguar o procedimento do indivíduo em determinadas circunstâncias Não se pode confiar na sinceridade da resposta entretanto os resultados podem ser considerados aproximativos É um tipo de per gunta empregado em grande escala nas pesquisas préeleitorais Exemplos 1 Nas eleições diretas para presidente em quem você votará 2 Em relação ao seu emprego atual pretende 1 Permanecer nele 2 Mudar de empresa 3 Mudar de profissão d Perguntas de Opinião Representam a parte básica da pesquisa Exemplos 1 Em sua opinião devese dar a conhecer a um filho adotivo essa condição 1 Sim 2 Não 3 Não sei 2 Você acha que o cigarro 1 É prejudicial à saúde 2 Não afeta a saúde 3 Não tem opinião e PerguntasÍndice ou PerguntasTeste São utilizadas sobre questões que suscitam medo quando formuladas diretamente fazem parte daquelas consideradas social mente inaceitáveis Mediante este tipo de perguntas procurase estudar um fenôme no através de um sistema ou índice revelador do mesmo É utilizada no caso em que a pergunta direta é considerada imprópria indiscreta Geralmente é errado perguntar diretamente ao entrevistado quanto ele ganha A maioria das organizações de pesquisa classifica os entrevistados em categorias sócio econômicas através de um sistema de pontuação Este é obtido por intermédio de uma série de perguntas englobando na maioria dos casos itens de conforto doméstico apa relhos eletrodomésticos televisão etc carro marca e ano habitação própria ou alu gada escolaridade do chefe de família e renda familiar Para cada resposta é atribuído um valor e a classificação dos pesquisados em nível sócioeconômico obtémse através da soma desses pontos 209 Normalmente perguntas relativas a aspectos íntimos ou a vícios consumo de dro gras etc são consideradas indiscretas da mesma forma que aquelas que abordam as pectos relacionados a preconceitos Para contornar essa dificuldade podese fazer a pergunta de forma indireta dan dose ao entrevistado uma série de opções que até certo ponto podem medir o seu grau de preconceito Exemplos 1 Qual a sua opinião sobre casamento interracial 1 Proibiria seus fIlhos 2 Em geral é contra 3 Em alguns casos é aceitável 4 Não tenho opinião formada 5 É favorável Alguns autores classificam ainda as perguntas em a Direta ou Pessoal Quando formuladas em termos pessoais incluindo a pessoa do informado Exemplo 1 CQmo você b Indireta ou Impessoal Quando formuladas visando a outras pessoas Exemplo 1 Deveriam os brasileiros 9415 CONTEÚDO VOCABULÁRIO BATERIA Em relação ao conteúdo o pesquisador deve estar seguro de que a pergunta ou questão é necessária à investigação se requer ou não apoio de outras perguntas se os entrevistadores têm a informação necessária para responder a pergunta Pardinas 197787 Quanto ao vocabulário as perguntas devem ser formuladas de maneira clara obje tiva precisa em linguagem acessível ou usual do informante para serem entendidas com facilidade Perguntas ambíguas que impliquem ou insinuem respostas ou que in duzam a inferências ou generalizações não podem constar 210 Não há necessidade de as perguntas serem indiscretas mas sempre que possível umas devem confIrmar as outras Precisam ser examinadas também sob o aspecto das al ternativas verifIcar se estão bem expressas eou se provocam reações ou distorções Bateria é uma série de perguntas que têm a fmalidade de aprofundar algum ponto importante da investigação e do questionário ou formulário Não convém colocálas em seguida para evitar o perigo da contaminação ou da distorção 9416 ORDEM DAS PERGUNTAS Outro aspecto que merece atenção é a regra geral de se iniciar o questionário com perguntas gerais chegando pouco a pouco às específicas técnicas do funi e colocar no fInal as questões de fato para não causar insegurança No decorrer do questionário devemse colocar as perguntas pessoais e impessoais alternadas A disposição das perguntas precisa seguir uma progressão lógica aftrmam Goo de e Hatt 1969177 para que o informante a seja conduzido a responder pelo interesse despertado sendo as perguntas atraentes e não controvertidas b seja levado a responder indo dos itens mais fáceis para os mais complexos c não se defronte prematura e subitamente com informações pessoais questões delicadas devem vir mais no fIm d seja levado gradativamente de um quadro de referência a outro facilitan do o entendimento e as respostas As primeiras perguntas de descontração do entrevistado são chamadas de que bragelo porque têm a função de estabelecer contato colocandoo à vontade Devese fugir o quanto possível do chamado efeito do contágio ou seja à in fluência da pergunta precedente sobre a seguinte Augras 1974 156 Exemplos Suponhase que seja apresentada a seguinte seqüência de perguntas Você é católico resposta positiva É praticante resposta positiva C nhece a posição do Vaticano sobre o aborto resposta pJsitiva Tomou conhe cimento da declaração do Papa sobre o aborto resposta positiva Você é fa vorável ou contrário ao aborto A tendência será o aumento de respostas contrário mesmo que a pessoa seja fa vorável a seqüência de perguntas patenteia ao entrevistado sua atitude contraditória al terando sua resposta 211 Para evitar o efeito de contágio as perguntas relativas ao mesmo tema devem apa recer separadas primeiro a opinião e por último as perguntas de fato Pode ocorrer também o contágio emocional e para evitálo devemse alterar as perguntas simples dicotômÍcas ou tricotômÍcas com as perguntas mais complexas abertas ou de múltipla escolha 942 Formulário o formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social cujo sis tema de coleta de dados consiste em obter informações diretamente do entrevistado Nogueira 1968129 define formulário como sendo uma lista formal catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes quer da observação quer de interro gatório cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador à medida que faz as ob servações ou recebe as respostas ou pelo pesquisado sob sua orientação Para Selltiz 1965172 formulário é o nome geral usado para designar uma co leção de questões que são perguntadas e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com outra pessoa Portanto o que caracteriza o formulário é o contato face a face entre pesquisador e informante e ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador no momento da entrevista São três as qualidades essenciais de todo formulário apontadas por AnderEgg 1978125 a Adaptação ao objeto de investigação b Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho c Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório para o objetivo proposto 9421 VANTAGENS E DESVANTAGENS o formulário assim como o questionário apresenta uma série de vantagens e des vantagens 212 Vantagens a Utilizado em quase todo o segmento da população alfabetizados analfabe tos populações heterogêneas etc porque seu preenchimento é feito pelo entrevistador b Oportunidade de estabelecer rapport devido ao contato pessoal c Presença do pesquisador que pode explicar os objetivos da pesquisa orien tar o preenchimento do fonnulário e elucidar significados de perguntas que não estejam muito claras d Flexibilidade para adaptarse às necessidades de cada situação podendo o entrevistador refonnular itens ou ajustar o fonnulário à compreensão de ca da infonnante e Obtenção de dados mais complexos e úteis f Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes em determinado grupo g Uniformidade dos símbolos utilizados pois é preenchido pelo próprio pes quisador Desvantagens a Menos liberdade nas respostas em virtude da presença do entrevistador b Risco de distorções pela influência do aplicador c Menos prazo para responder às perguntas não havendo tempo para pensar elas podem ser invalidadas d Mais demorado por ser aplicado a uma pessoa de cada vez e Insegurança das respostas por falta do anonimato f Pessoas possuidoras de infonnações necessárias podem estar em localidades muito distantes tornando a resposta difícil demorada e dispendiosa 9422 APRESENTAÇÃO DO FORMULÁRIO A observância de alguns aspectos é necessária na construção do fonnulário para facilitar o seu manuseio e sua posterior tabulação Deve ser levado em conta o tipo o tamanho e o fonnato do papel a estética e o espaçamento devem ser observados e cada item deve ter espaço suficinte para a te dação das respostas Os itens e subitens precisam ser indicados com letras ou números e as perguntas ter certa disposição conservando distância razoável entre si Deve ser da tilografado mimeografado ou impresso em uma só face do papel É importante numerar as folhas As formas de registro escolhidas para assinalar as respostas traço círculo qua drado ou parêntesis devem pennanecer sempre as mesmas em todo o instrumento A redação simples clara concisa é ideal Itens em demasia devem ser evitados Causam má impressão questionários ou fonnulários antiestéticos em tennos de papel disposição das perguntas grafia etc afirma Witt 197346 213 LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte III AUGRAS Monique Opinião pública teoria e pesquisa 2 ed Petrópolis Vozes 1974 Parte II BEST J W Como investigar en educación 2 ed Madrid Morata 1972 Capítulo 7 BOYD JÚNIOR Harper W WESTFALL Ralph Pesquisas mercadológicas textos e casos 3 ed Rio de Janeiro Getúlio Vargas 1978 Capítulo 1 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 3 ed São Paulo Nacional 1969 Capítulos 9 a 13 16 e 17 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento 2 ed São Paulo EPUIEDUSP 1975 Capítulos 4 e 5 LODI João Bosco A entrevista teoria e prática 2 ed São Paulo Pioneira 1974 MANN Peter H Métodos de investigação sociológica Rio de Janeiro Zahar 1970 Capítulos 4567 e 8 NOGUEIRA Oracy Pesquisa social introdução às suas técnicas São Paulo Nacio nalIEDUSP 1968 Parte II PARDINAS Felipe Metodologla y técnica de investigación en ciencias sociales in troducción elemental 2 ed México Siglo Veinteuno 1977 Capítulo 3 PHILLIPS Bernard S Pesquisa social estratégias e táticas Rio de Janeiro Agir 1974 Parte II Capítulos 6 7 e 8 Parte III Capítulos 10 11 e 12 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 Capítulos 4 e 9 SELLTIZ C et aI Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 Capítulos 6 7 9 e 10 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 8 WITT Aracy Metodologia de pesquisa questionário e formulário 2 ed São Paulo Resenha Tributária 1975 214 10 Projeto e relatório de pesquisa 101 NOÇÕES PRELIMINARES o projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração execução e apresentação da pesquisa Esta necessita ser planejada com extremo rigor caso contrá rio o investigador em determinada altura encontrarseá perdido num emaranhado de dados colhidos sem saber como dispor dos mesmos ou até desconhecendo seu signifi cado e importância Em uma pesquisa nada se faz ao acaso Desde a escolha do tema fIxação dos obje tivos determinação da metodologia coleta dos dados sua análise e interpretação para a elaboração do relatório fInal tudo é previsto no projeto de pesquisa Este portanto de ve responder às clássicas questões o quê porquê para quê e para quem onde como com quê quanto e quando quem com quanto Entretanto antes de redigir um projeto de pesquisa alguns passos devem ser dados Em primeiro lugar exigeIse estudos preliminares que permitirão verifIcar o estado da questão que se pretende desenvolver sob o aspecto teórico e de outros estudos e pesqui sas já elaborados Tal esforço não será desperdiçado pois qualquer tema de pesquisa necessita de adequada integração na teoria existente e a análise do material já disponí vel será incluída no projeto sob o título de revisão da bibliografIa A seguir elabo rase um anteprojeto de pesquisa cuja fInalidade é a integração dos diferentes elemen tos em quadros teóricos e aspectos metodológicos adequados permitindo também am pliar e especificar os quesitos do projeto a defInição dos termos Finalmente prepa rase o projeto definitivo mais detalhado e apresentando rigor e precisão metodológi cos 215 102 ESTRUTURA DO PROJETO A Apresentação quem a Capa entidade título e subtítulo se houver coordenador es local e data b Relação do Pessoal Técnico entidade nome endereço telefone coordenadores nome endereço telefone pessoal técnico cargo nome endereço telefone B Objetivo para quê para quem a Tema b Delimitação do Tema especificação limitação geográfica e temporal c Objetivo Geral d Objetivos Específicos C Justificativa por quê D Objeto o quê a Problema b Hipótese Básica c Hipóteses Secundárias d Variáveis E Metodologia como com quê onde quanto a Método de Abordagem b Método de Procedimento c Técnicas descrição como será aplicado codificação e tabulação 216 d Delimitação do Universo descrição da população e Tipo de Amostragem caracação seleção F Embasamento Teórico como a Teoria de Base b Revisão da Bibliografia c DefInição dos Termos G Cronograma quando H Orçamento com quanto n Instrumentos de Pesquisa como 1 Bibliografia 1021 Apresentação Apresentação do projeto de pesquisa respondendo à questão quem iniciase com a capa onde são indicados os elementos essenciais à compreensão do estudo que se pretende realizar sob os aupícios de quem ou para quem e ao conhecimento do res ponsável pelo trabalho O nome da entidade instituição organização empresa escola pode corresponder àquela à qual está de algum modo ligado o coordenador e que ofere ce a pesquisa para ser fmanciada ou comprada por pessoas eou entidades ou a que custeia a realização da mesma O título acompanhado ou não por subtítulo difere do tema Enquanto este último sofre um processo de delimitação e especifIcação para tomálo viável à realização da pesquisa o título sintetiza o conteúdo da mesma Portanto o título de uma pesquisa não corresponde ao tema nem à delimitação do tema mas emana dos objetivos geral e específicos quase como uma síntese dos mesmos Pode comportar um subtítulo neste caso o tttulo será mais abrangente fIcan do a caracterização para o subtttulo Toda pesquisa deve ter um responsável que se denomina coordenador Em raros casos mais de uma pessoa partilha essa posição O nome do coordenador deve vir em destaque e freqüentemente é o único que aparece seguido da indicação coord quando uma pesquisa já realizada é publicada Portanto seu âmbito de responsabilidade é muito amplo O local independe daquele em que se pretende coletar os dados Referese à cidade em que se encontra sediada a entidade ou a equipe de pesquisa tendo o coordenador 217 precedência sobre ela A data referese apenas ao ano em que o projeto é apresentado é supérflua a indicação do mês A primeira página do projeto é dedicada à relação do pessoal técnico Iniciase com a repetição do nome da entidade seguido do endereço completo incluindo os telefo nes precedidos do preftxo da cidade para contatos pelo sistema de DOO quando necessário O mesmo cuidado deve ser seguido na indicação do endereço do coordena dor que é o responsável direto por contatos com entidades às quais ou à qual o projeto é dirigido A seguir vem a relação completa do pessoal técnico discriminando os car gos seguidos do nome endereço e telefone de cada um São dispensáveis os elementos identiftcadores quando a equipe de pesquisadores de campo for numerosa Entretanto se pertencerem a uma entidade por exemplo alunos de uma escola podese indicar a lunos do ano diurno eou noturno da Faculdade 1022 Objetivo A especillcação do objetivo de uma pesquisa responde às questões para quê e pa ra quem Apresenta 10221 11E É o assunto que se deseja provar ou desenvolver Pode surgir de uma dillculdade prática enfrentada pelo coordenador da sua curiosidade científica de desaftos encon trados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria Pode ter sido sugerido pela entidade responsável pela parte fmanceira portanto encomendado o que não lhe tira o caráter científico desde que não se interftra no desenrolar da pesquisa ou se encai xar em temas muitos amplos determinados por uma entidade que se dispõe a fmanciar pesquisas e que promove uma concorrência entre pesquisadores distribuindo a verba de que dispõe entre os que apresentam os melhores projetos Independente de sua origem o tema é nessa fase necessariamente amplo precisando bem o assunto geral sobre o qual se deseja realizar a pesquisa 10222 DELIMITÇÃO DO TE Dotado necessariamente de um sujeito e de um objeto o tema passa por um proces so de especillcação O processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação geográftca e espacial com vistas na realização da pesquisa Mui tas vezes as verbas disponíveis determinam uma limitação maior do que o desejado pelo coordenador mas se se pretende um trabalho científico é preferível o aprofundamento à extensão 218 10223 OBJETIVO GERAL Está ligado a uma visão global e abrangente do tema Relacionase com o conteúdo intrínseco quer dos fenômenos e eventos quer das idéias estudadas Vinculase direta mente à própria significação da tese proposta pelo projeto 10224 OBJETIVOS ESPEdFICOS Apresentam caráter mais concreto Têm função intermediária e instrumental permi tindo de um lado atingir o objetivo geral e de outro aplicálo a situações particulares 1023 Justificativa É oúDÍco item do projeto que apresenta respostas à questão por quê De suma im portância geralmente é o elemento que contribui mais diretamente na aceitação da pes quisa pelas pessoas ou entidades que vão manciáIa Consiste numa exposição su cinta porém completa das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tomam importante a realização da pesquisa Deve enfatizar o estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer confirmação geral confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa especificação para casos particulare clarificação da teoria resolução de pontos obscuros etc importância do tema do ponto de vista geral importância do tema para os casos particulares em questão possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema proposto descoberta de soluções para casos gefais eou particulares etc A justificativa difere da revisão da bibliografia e por este motivo não apresenta ci tações de outros autores Difere também da teoria de base que vai servir de elemento unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico da ciência na qual se insere Portanto quando se trata de analisar as razões de ordem teórica ou se referir ao estágio de desenvolvimento da teoria não se pretende explicitar o referencial teórico que se irá adotar mas apenas ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria 219 Deduzse dessas características que ao conhecimento científico do pesquisador somase boa parte de criatividade e capacidade de convencer para a redação da justifi cativa 1024 Objeto Respondendo à pergunta o quê o objeto da pesquisa engloba 10241 PROBLEMA A formulação do problema prendese ao tema proposto ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende resolver por intermédio da pesquisa 10242 IDPÓTESE BÁSICA o ponto básico do tema individualizado e especificado na formulação do problema sendo uma dificuldade sentida compreendida e definida necessita de uma resposta provável suposta e provisória isto é uma hipótese A principal resposta é denomi nada hipótese básica podendo ser complementada por outras que recebem a denomi nação de secundárias Há diferentes formas de hipóteses entre elas as que afirmam em dada situação a presença ou ausência de certos fenô menos as que se referem à natureza ou características de dados fenômenos em uma situação específica as que apontam a existência ou não de determinadas relações entre fenôme nos as que prevêem variação concomitante direta ou inversa entre certos fenô menos etc 10243 IDPÓTESES SECUNDÁRIAS São afirmações toda hipótese é uma afirmação complementares da básica po dendo abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral englobar aspectos não especificados na básica 220 indicar relações deduzidas da primeira decompor em pormenores a afIrmação geral apontar outras relações possíveis de serem encontradas etc 10244 VARIÁVEIS Toda hipótese é o enunciado geral de relações entre pelo menos duas variáveis Por sua vez variável é um conceito que contém ou apresenta valores tais como quan tidades qualidades características magnitudes traços etc sendo o conceito um objeto processo agente fenômeno problema etc Maiores informações sobre problema hipó teses variáveis e conceitos podem ser encontradas nos Capítulos 4 e 5 do livro Metodo logia cientifica das mesmas autoras Atlas 1991 1025 Metodologia A especifIcação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens pois responde a um só tempo às questões como com quê onde quanto Corres ponde aos seguintes componentes 10251 MÉTODO DE ABORDAGEM A maioria dos especialistas faz hoje uma distinção entre método e métodos por se situarem em níveis claramente distintos no que se refere à sua inspiração fIlosófica ao seu grau de abstração à sua fmalidade mais ou menos explicativa à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da investigação e ao momento em que se situam Partindo do pressuposto dessa diferença o método se caracteriza por uma aborda gem mais ampla em nível de abstração mais elevado dos fenômenos da natureza e da sociedade É portanto denominado método de abordagem que engloba o indutivo o dedutivo o hipotéticodedutivo e o dialético 10252 MÉTODOS DE PROCEDIMENTO Constituem etapas mais concretas da investigação com fmalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular Nas ciên cias sociais os principais métodos de procedimento são 221 histórico comparativo monográfico ou estudo de caso estatístico tipológico funcionalista estruturalista Geralmente em uma pesquisa ao lado do método de procedimento estatístico utili zase outro ou outros que devem ser assinalados 10253 TÉCNICAS Consideradas como um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência são também a habilidade para usar esses preceitos ou normas na obtenção de seus propósitos Correspondem portanto à parte prática de coleta de dados Apresen tam duas grandes divisões documentação indireta abrangendo a pesquisa documental e a bibliográfica e documentação direta Esta última subdividese em 222 observação direta intensiva com as técnicas da observação utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade Não consiste apenas em ver e ouvir mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar Pode ser Sistemática As sistemática Participante Nãoparticipante Individual em Equipe na Vida Real em Laboratório entrevista é uma conversação efetuada face a face de maneira metódi ca proporciona ao entrevistador verbalmente a informação necessária Tipos Padronizada ou Estruturada Despadronizada ou NãoEstruturada Painel observação direta extensiva apresentando as técnicas questionário constituído por uma série de perguntas que devem ser res pondidas por escrito e sem a presença do pesquisador formulário roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preen chidas por ele com as respostas do pesquisado medidas de opinião e de atitudes instrumento de padronização por meio do qual se pode assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes com a fmalidade de comparálas testes instrumentos utilizados com a fInalidade de obter dados que per mitam medir o rendimento a freqüência a capacidade ou a conduta de indivíduos de forma quantitativa sociometria técnica quantitativa que procura explicar as relações pes soais entre indivíduos de um grupo análise de conteúdo permite a descrição sistemática objetiva e quantita tiva do conteúdo da comunicação história de vida tenta obter dados relativos à experiência Última de alguém que tenha signifIcado importante para o conhecimento do objeto em estudo pesquisa de mercado é a obtenção de informações sobre o mercado de maneira organizada e sistemática tendo em vista ajudar o processo deci sivo nas empresas minimizando a margem de erros Independentemente das técnicas escolhidas devese descrever tanto a carac terística quanto a forma de sua aplicação indicando inclusive como se pensa codifIcar e tabular os dados obtidos 10254 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO Conceituando universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanima dos que apresentam pelo mepos uma característica em comum Sendo N o número total de elementos do universo ou população o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X tal que XN Xl X2 X3 XN A delimitação do universo consiste em explicitar que pessoas ou coisas fenômenos etc serão pesquisados enumerando suas características comuns como por exemplo sexo faixa etária organização a que per tencem comunidade onde vivem etc 10255 TIPO DE AMOSTRAGEM Só ocorre quando a pesquisa não é censitária isto é não abrange a totalidade dos componentes do universo surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população O problema da amostragem é portanto escolher uma parte ou amostra de tal forma que ela seja a mais representativa possível do todo e a partir dos resultados obtidos relativos a essa parte poder inferir o mais legitimamente possível os resulta dos da pOpulação total se esta fosse verifIcada O conceito de amostra é ser uma porção ou parcela convenientemente selecionada do universo população é um subconjunto do universo Sendo n o número de elementos da amostra esta pode ser representada pela letra latina minúscula x tal que Xn Xl NJ Xn onde xnXN e n N Há duas grandes divisões no processo de amostragem a nãoprobabilista e a probabilista 223 A primeira não fazendo uso de uma fonna aleatória de seleção não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico o que diminui a possibilidade de inferir para o to do os resultados obtidos para a amostra É por este motivo que a amostragem nãopro babilista é pouco utilizada Apresenta os tipos intencional por juris por tipicidade e por quotas A segunda baseiase na escolha aleatória dos pesquisados significando o aleatório que a seleção se faz de forma que cada membro da população tinha a mesma probabilidade de ser escolhido Esta maneira permite a utilização de tratamento estatís tico que possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a re presentatividade e significância da amostra Dividese em aleatória simples sistemáti ca aleatória de múltiplo estágio por área por conglomerados ou grupos de vários de graus ou estágios múltiplos de fases múltiplas multifásica ou em várias etapas estrati ficada e amostratipo amostra principal amostra a priori ou amostra padrão Final mente se a pesquisa o necessitar podemse selecionar grupos rigorosamente iguais pela técnica de comparação de par comparação de freqüência e randomização Além de caracterizar o tipo de amostragem utilizado devemse descrever as etapas concretas de seleção da amostra 1026 Embasamento Teórico Respondendo ainda à questão como aparecem aqui os elementos de fundamen tação teórica da pesquisa e também a definição dos conceitos empregados 10261 TEORIA DE BASE A fmalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo no que se refere aos dados obtidos Para tal é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico optandose por um modelo teórico que serve de embasamento à inter pretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador o coordenador e os principais elementos de sua equipe funda mentará sua interpretação Podese tomar como exemplo um estudo que correlaciona atitudes individuais e grupais de autoridade e subordinação na organização da empresa tendo como fmalida de discenir comportamentos rotulados como de chefia e liderança relacionandoos com a maior ou menor eficiência no cumprimento dos objetivos da organização Uma das possíveis teorias que se aplicam às atitudes dos componentes da empresa é a do tipo ideal de autoridade legítima descrita por Weber Para o autor a autoridade tradicional fundamentase na crença da santidade das tradições e na legitimidade do status dos que derivam sua autoridade da tradição a au toridade em base racional legal burocrática repousa na crença em normas ou regras 224 impessoais e no direito de comandar dos indivíduos que adquirem autoridade de acordo com essas normas a autoridade carismática tem suas raízes no devotamento à santida de específica e excepcional ao heroísmo ou no caráter exemplar sendo o exemplar determinado pelas circunstâncias e necessidades específicas do grupo de um indivíduo e nos modelos normativos por ele revelados ou determinados O modelo teórico da au toridade legítima não exclui sistemas concretos de autoridade que incorporam dois ou mais elementos dos três tipos 10262 REVISÃO DA BmLIOGRAFIA Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero Mesmo que exploratória isto é de ava liação de uma situação concreta desconhecida em um dado local alguém ou um grupo em algum lugar já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes ou mesmo comple mentares de certos aspectos da pesquisa pretendida Uma procura de tais fontes docu mentais ou bibliográficas tomase imprescindível para a nãHluplicação de esforços a não descoberta de idéias já expressas a nãoinclusão de lugarescomuns no traba lho A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada demonstrar contradições ou reafIrmar comporta mentos e atitudes Tanto a confrrmação em dada comunidade de resultados obtidos em outra sociedade quanto a enumeração das discrepâncias são de grande importância 10263 DEFINIÇÃO DOS TERMOS A ciência lida com conceitos isto é termos simbólicos que sintetizam as coisas e os fenômenos perceptíveis na natureza do mundo psíquico do homem ou na sociedade de forma direta ou indireta Para que se possa esclarecer o fato ou fenômeno que se está investigando e ter possibilidade de comunicálo de forma não ambígua é necessário defInilo com precisão Termos como temperatura QI classe social precisam ser especillcados para a compreensão de todos o que signillcatemperatura elevada Acima de 30C ou 100C A representação do QI compreende os conceitos de capacidade mental criativi dade discernimento etc portanto devem ser esclarecidos E a classe social Entende se por ela a inserção do indivíduo no sistema de produção ou sua distribuição em cama das segundo a renda Até termos como pessoa idosa requerem definição a partir de que idade o indivíduo é considerado idoso para fIns de pesquisa 60 65 70 ou mais Outro fato que deve ser levado em consideração é que os conceitos podem ter signi fIcados diferentes de acordo com o quadro de referência ou a ciência que os emprega por exemplo cultura pode ser entendido como conhecimento literário popular con junto dos aspectos materiais espirituais e psicológicos que caracteriza um grupo So 225 ciologia e Antropologia e cultivo de bactérias Biologia Além disso uma mesma pa lavra por exemplo função pode ter vários significados dentro da própria ciência que a utiliza Dessa forma a defInição dos termos esclarece e indica o emprego dos conceitos na pesquisa 1027 Cronograma A elaboração do cronograma responde à pergunta quando A pesquisa deve ser di vidida em partes fazendose a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra Não esquecer que se determinadas partes podem ser executadas simultaneamen te pelos vários membros da equipe existem outras que dependem das anteriores como é o caso da análise e interpretação cuja realização depende da codifIcação e tabulação só possíveis depois de colhidos os dados 1028 Orçamento Respondendo à questão com quanto o orçamento distribui os gastos por vários itens que devem necessariamente ser separados Inclui pessoal do coordenador aos pesquisadores de campo todos os elementos devem ter computados os seus ganhos quer globais mensais semanais ou por horaatividade incluindo os programadores de computador material subdividido em elementos consumidos no processo de realização da pesquisa como pa pel canetas lápis cartões ou plaquetas de identificação dos pesquisado res de campo horacomputador datilografIa xerox encadernação etc elementos permanentes cuja posse pode retomar à entidade fInanciadora ou serem alugados como máquinas de escrever calculadoras etc 1029 Instrumentos de Pesquisa Ainda indicando como a pesquisa será realizada devemse anexar ao projeto os ins trumentos referentes às técnicas selecionadas para a coleta de dados Desde os tópicos da entrevista passando pelo questionário e formulário até os testes ou escalas de medi da de opiniões e atitudes a apresentação dos instrumentos de pesquisa deve ser feita dispensandose tal quesito apenas no caso em que a técnica escolhida for a de obser vação 226 10210 Bibliografia A bibliografia fmal apresentada no projeto de pesquisa abrange os livros artigos publicações e documentos utilizados nas diferentes fases metodologia da pesquisa instrumental teórico revisão da bibliografia 103 PESQUISAPILOTO OU PRÉTESTE Uma vez tenninado o projeto de pesquisa defmitivo a tentação de iniciar imediata mente a pesquisa é muito grande Todas as etapas foram previstas as hipóteses enun ciadas as variáveis identificadas a metodologia minuciosamente detenninada incluin do as provas estatísticas a que serão submetidos os dados colhidos portanto por que não começar incontinenti a coleta de dados A resposta encontrase em toda parte nenhuma fábrica por exemplo de automó veis lança um novo modelo sem antes construir protótipos e testálos Qual a razão desse comportamento A resposta é que muitos fatos não podem ser previstos em uma prancheta de desenho no que respeita ao desempenho real do carro com seus inúmeros componentes Dessa forma o automóvel deve ser testado em condições concretas de funcionamento pois encontramse defeitos poupamse tempo e dinheiro com seu aper feiçoamento antes que o modelo entre em linha de montagem Com a pesquisa ocorre o mesmo Como exemplo tomese o instrumento de coleta de dados que pode ser o questionário A equipe de especialistas que o preparou viven ciou o problema durante certo espaço de tempo Todas as perguntas parecem necessá rias e bem fonnuladas Mas e o entrevistado Tomará contato com o assunto no momen to da pesquisa Só pensará nele quando um pesquisador o estiver entrevistando Com preenderá ele todas as perguntas Estarão elas redigidas utilizando a linguagem que lhe é comum Ou terá dúvidas sobre o significado das questões e sobre o sentido de algu mas palavras Só a experiência o dirá Dessa fonna a pesquisapiloto tem como uma das principais funções testar o instrumento de coleta de dados É por esse motivo que se recomenda mesmo se o instrumento definitivo for o questionário a utilização no préteste do fonnulário com espaço suficiente para que o pesquisador anote as reações do entrevistado sua dificuldade de entendimento sua tendência para esquivarse de questões polêmicas ou delicadas seu embaraço com questões pessoais etc A pes quisapiloto evidenciará ainda ambigüidade das questões existência de perguntas supérfluas adequação ou não da ordem de apresentação das questões se são muito nu merosas ou ao contrário necessitam ser complementadas etc Uma vez constatadas as falhas reformulase o instrumento conservando modificando ampliando desdobrando ou alterando itens explicitando melhor algumas questões ou modificando a redação de 227 outras perguntas abertas e uma grande parte deve ser aberta na pesquisapi loto podem ser fechadas utilizando as próprias respostas dos entrevistados desde que não haja muita variabilidade Ainda em relação ao questionário o préteste poderá evidenciar se ele apresenta ou não três elementos de suma importância fidedignidade isto é obterseão sempre os mesmo resultados independen temente da pessoa que o aplica validade os dados obtidos são todos necessários à pesquisa Nenhum fato dado ou fenômeno foi deixado de lado na coleta operatividade o vocabulário é acessível a todos os entrevistados e o signi ficado das questões é claro Outra importante finalidade da pesquisapiloto é verificar a adequação do tipo de amostragem escolhido O préteste é sempre aplicado para uma amostra reduzida cujo processo de seleção é idêntico ao previsto para a execução da pesquisa mas os elemen tos entrevistados não poderão figurar na amostra final para evitar contaminação Muitas vezes descobrese que a seleção é por demais onerosa ou viciada Em suma inadequada necessitando ser modificada A aplicação da pesquisapiloto é também um bom teste para os pesquisadores Finalmente o préteste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futu ros resultados podendo inclusive alterar hipóteses modificar variáveis e a relação en tre elas Dessa forma haverá maior segurança e precisão para a execução da pesquisa 104 ESTRUTURA DO RELATÓRIO Após a coleta de dados sua codificação e tabulação tratamento estatístico análise e interpretação os resultados estão prontos para ser redigidos é o relatório de pesquisa Este compreende as seguintes partes A Apresentação a Capa entidade título e subtítulo se houver coordenador es local e data b Página de Rosto entidade título e subtítulo se houver 228 coordenador es equipe técnica local e data B Sinopse Abstract C Sumário D Introdução a Objetivo tema delimitação do tema objetivo geral objetivos específicos b Justificativa c Objeto problema hipótese básica hipóteses secundárias variáveis E Revisão da Bibliografia etodologia a étodo de Abordagem b étodos de Procedimento c Técnicas d Delimitação do Universo e Tipo de Amostragem G Embasamento Teórico a Teoria de Base b DefInição dos Termos H Apresentação dos Dados e sua Análise I Interpretação dos Resultados 1 Conclusões K Recomendações e Sugestões 229 L Apêndices a Tabelas b Quadros c Gráficos d Outras ilustrações e Instrumentos de Pesquisa M Anexos N Bibliografia 1041 Apresentação Poucas diferenças há entre a apresentação do projeto e a do relatório Apenas a fo lha com a relação do pessoal técnico é substituída pela página de rosto que repete os dizeres da capa acrescentando somente ao nome do coordenador em seqüência os no mes e respectivos cargos da equipe técnica 1042 Sinopse Abstract Consiste num resumo de no máximo uma página do conteúdo do relatório Não é uma relação de partes ou capítulos nem a enumeração das conclusões e sim a natureza da pesquisa realizada Deve ser redigida por último 1043 Sumário Relação das partes capítulos itens e subitens do trabalho com a respectiva indi cação do número de páginas iniciais 1044 Introdução A introdução abrange três itens do relatório Objetivo Justificativa e Objeto incor porando as modificações realizadas depois de aplicada a pesquisapiloto 1045 Revisão Bibliográfica Igual à do projeto com os acréscimos de novas obras ou trabalhos que tenham che gado ao conhecimento da equipe já que a pesquisa bibliográfica não se encerra com a elaboração do projeto 230 1046 Metodologia Igual à do projeto exceto as alterações determinadas pelo préteste 1047 Embasamento Teórico o que não foi alterado pela pesquisapiloto deve ser repetido no relatório 1048 Apresentação dos Dados e sua Análise A quantidade e a natureza dos dados a serem apresentados irão determinar a divisão dessa parte A ordem da divisão deve estar relacionada com a colocação das hipóteses isto é das sucessivas afirmações nelas contidas Os dados serão apresentados de acordo com sua análise estatística incorporande no texto apenas as tabelas os quadros os gráficos e outras ilustrações estritamente ne cessárias à compreensão do desenrolar do raciocínio os demais deverão vir em apên dice É importante lembrar que a função de um relatório não é aliciar o leitor mas de monstrar as evidências a que se chegou através da pesquisa Portanto na seleção do material a ser apresentado e terá de haver uma seleção o pesquisador não pode ser di rigido pelo desejo natural de ver confirmadas suas previsões à custa de dados que as re futam Todos os dados pertinentes e significativos devem ser apresentados e se algum resultado for inconclusivo tem de ser apontado As relações e correlações entre os dados obtidos constituem o cerne dessa parte do relatório aqui são oferecidas evidências à verificação das hipóteses que se processa no item seguinte 1049 Interpretação dos Resultados Corresponde à parte mais importante do relatório É aqui que são transcritos os re sultados agora sob fonna de evidências para a confumação ou a refutação das hipóte ses Estas se dão segundo a relevância dos dados demonstrados na parte anterior Quando os dados são irrelevantes inconclusivos insuficientes não se pode nem con firmar nem refutar a hipótese e tal fato deve ser apontado agora não apenas sob o ângu lo da análise estatística mas também correlacionado com a hipótese enunciada É necessário assinalar as discrepâncias entre os fatos obtidos e os previstos nas hipóteses a comprovação ou a refutação da hipótese ou ainda a impossibilidade de realizála 231 especificação da maneira pela qual foi feita a validação das hipóteses no que concerne aos dados qual é o valor da generalização dos resultados para o universo no que se refere aos objetivos determinados maneiras pelas quais se pode maximizar o grau de verdade das generali zações a medida em que a convalidação empírica permite atingir o estágio de enun ciado de leis como as provas obtidas mantêm a sustentabilidade da teoria determinam sua limitação ou até a sua rejeição 10410 Conclusões A apresentação e a análise dos dados assim como a interpretação dos resultados encaminham naturalmente às conclusões Estas devem evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo indicar as limitações e as reconsiderações apontar a relação entre os fatos verificados e a teoria representar a súmula em que os argumentos conceitos fatos hipóteses teorias modelos se unem e se completam Trujillo Ferrari 1982295 A maneira de redigir as conclusões deve ser precisa e categórica sendo as mesmas pertinentes e ligadas às diferentes partes do trabalho Dessa forma não podem perderse em argumentações mas ao contrário têm de refletir a relação entre os dados obtidos e as hipóteses enunciadas 10411 Recomendações e Sugestões As recomendações consistem em indicações de ordem prática de intervenções na natureza ou na sociedade de acordo com as conclusões da pesquisa Por sua vez as sugestões são importantes para o desenvolvimento da ciência apre sentam novas temáticas de pesquisa inclusive levantando novas hipóteses abrindo ca minho a outros pesquisadores 10412 Apêndices Apresentando tabelas quadros gráficos e outras ilustrações que não figuram no texto assim como os instrumentos de pesquisa o apêndice é composto de material trabalhado pelo próprio pesquisador 232 10413 Anexos Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria devem ser limitados in cluindo apenas o estritamente necessário à compreensão de partes do relatório 10414 Bibliografia Inclui todas as obras já apresentadas no projeto acrescidas das que foram sendo su cessivamente utilizadas durante a execução da pesquisa e a redação do relatório LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte II Capítulo 6 e Parte IV Capítulo 26 CASTRO Cláudio de Moura Estrutura e apresentação de publicações cientfficas São Paulo McGrawHill do Brasil 1978b Capítulos 12 e 3 A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Brasil 1978a Capítulo 5 GOODE William J HATI Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulo 21 HlRANOSedi Org Pesquisa social projeto e planejamento São Paulo T A Quei roz 1979 Parte I Cápítulo 3 MARINHO Pedro A pesquisa em ciências humanas Petr6polis Vozes 1980 Capítu lo 2 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 Parte II Capítulos 11 e 13 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa cienttfica 3 ed Petr6polis Vozes 1980 Capítulos 4 e 8 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de pesquisa 3 ed Belo Horizonte Interlivros 1973 Parte II Capítulo 4 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa social empfrica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Alegre Globo Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1974 Capítulos 2 a 15 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her der EDUSP 1967 Capítulos 2 3 12 a 14 SIQUEIRA L Mesquita Pesquisa bibliográfica em tecnologia São José dos Campos ITA 1969 Mimeografado Capítulo 15 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da pesquisa cienttfica São Paulo Mc GrawHill do Brasil 1982 Capítulo 10 233 1 1 Trabalhos científicos 111 TRABALHOS CIENTÍFICOS Os trabalhos científicos devem ser elaborados de acordo com normas preestabeleci das e com os fins a que se destinam Serem inéditos ou originais e contribuírem não só para a ampliação de conhecimentos ou a compreensão de certos problemas mas também servirem de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos Para Salvador 198011 os trabalhos científicos originais devem permitir a outro pesquisador baseado nas informações dadas a reproduzir as experiências e obter os resultados descritos com a mesma precisão e sem ultrapassar a margem de erro indicada pelo autor b repetir as observações e julgar as conclusões do autor c verificar a exatidão das análises e deduções que permitiram ao autor che gar às conclusões Rey 197829 aponta como trabalhos científicos a Observações ou descrições originais de fenômenos naturais espécies novas estruturas e funções mutações e variações dados ecológicos etc b Trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e represen tando uma das mais férteis modalidades de inveetigação por submeter o fenômeno estudado às condições controladas da experiência c Trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos levando à produção de conceitos novos por via indutiva ou dedutiva apresentação de hipóteses teorias etc Os trabalhos científicos podem ser realizados com base em fontes de informações primárias ou secundárias e elaborados de várias formas de acordo com a metodologia e com os objetivos propostos 234 112 MONOGRAFIA 1121 Conceito Descrição ou tratado especial de detenninada parte de uma ciência qualquer disser tação ou trabalho escrito que trata especialmente de detennioado ponto da ciência da arte da história etc ou trabalho sistemático e completo sobre um assunto particular usualmente pormenorizado no tratamento mas não extenso em alcance American Li brary Association Tratase portanto de um estudo sobre um tema específico ou particular com sufi ciente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia Investiga detennioa do assunto não só em profundidade mas também em todos os seus ângulos e aspectos dependendo dos fms a que se destina Tem como base a escolha de uma unidade ou elemento social sob duas circunstân cias 1 ser suficientemente representativo de um todo cujas características se analisa 2 ser capaz de reunir os elementos constitutivos de um sistema social ou de refletir as in cidências e fenômenos de caráter autenticamente coletivo 1122 Características A monografia apresenta algumas características a trabalho escrito sistemático e completo b tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela c estudo pormenorizado e exaustivo abordando vários aspectos e ângulos do caso d tratamento extenso em profundidade mas não em alcance nesse caso é li mitado e metodologia específica f contribuição importante original e pessoal para a ciência A característica essencial não é a extensão como querem alguns autores mas o caráter do trabalho tratamento de um tema delimitado e a qualidade da tarefa isto é o nível da pesquisa que está intimamente ligado aos objetivos propostos para a sua elabo ração A monografia implica originalidade mas até certo ponto uma vez que é impossível obter total novidade em um trabalho isto é relativo pois a ciência sendo acumulativa está sujeita a contínuas revisões 235 1123 Estrutura da Monografia Os trabalhos científicos em geral apresentam a mesma estrutura introdução de senvolvimento e conclusão Pode haver diferenças quanto ao material o enfoque dado a utilização desse ou daquele método dessa ou daquela técnica mas não em relação à forma ou à estrutura a Introdução Formulação clara e simples do tema da investigação é a apre sentação sintética da questão importância da metodologia e rápida referen cia a trabalhos anteriores realizados sobre o mesmo assunto b Desenvolvimento Fundamentação lógica do trabalho de pesquisa cuja fi nalidade é expor e demonstrar No desenvolvimento podemse levar em consideração três fases ou está gios explicação discussão e demonstração Explicação é o ato pelo qual se faz explícito o implícito claro o escu ro simples o complexo Asti Vera 1979169 Explicar é apresentar o sentido de uma noção é analisar e compreender procurando suprimir o ambíguo ou obscuro Discussão é o exame a argumentação e a explicação da pesquisa ex plica discute fundamenta e enuncia as proposições Demonstração é a dedução lógica do trabalho implica o exercício do raciocínio Demonstra que as proposições para atingirem o objetivo formal do trabalho e não se afastarem do tema devem obedecer a uma seqüência lógica c Conclusão Fase final do trabalho de pesquisa mas não somente um fim Como a introdução e o desenvolvimento possui uma estrutura própria A conclusão consiste no resumo completo mas sintetizado da argumentação dos dados e dos exemplos constantes das duas primeiras partes do trabalho Da conclusão devem constar a relação existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das idéias e ainda conter o fecho da introdução ou síntese de toda reflexão 1124 Tipos de Monografias Os estudantes ao longo de suas carreiras precisam apresentar uma série de traba lhos que se diferenciam uns dos outros quanto ao nível de escolaridade e quanto ao conteúdo Via de regra para o término do curso de graduação os estudantes têm o compromisso de elaborar um trabalho baseado geralmente em fontes bibliográficas que não precisa ser extenso nem muito específico À medida que ascendem na carreira 236 universitária esses trabalhos vão exigindo maior embasamento mais reflexão mais am plitude e criatividade Alguns autores apesar de darem o nome genérico de monografia a todos os traba 1hos científicos diferenciam uns dos outros de acordo com o nível da pesquisa a pro fundidade e a finalidade do estudo a metodologia uti1izada e a originalidade do tema e das conclusões Dessa maneira podemse distinguir três tipos monografia dissertação e tese que obedecem a esta ordem ascendente em relação à originalidade à profundidade e à ex tensão Há os que apresentam outra divisão a Monografias escolares ou trabalhos de caráter didático apresentados ao fmal de um curso específico elaborados por alunos iniciantes na autêntica monografia ou de iniciação à pesquisa e como preparação de seminários Salvador 198032 Também chamados trabalhos de média divulgação porque baseados em dados de segunda mão b Monografias científicas Trabalhos científicos apresentados ao final do curso de mestrado com o propósito de obter o título de mestre 1125 Escolha do Tema Na esco1ha o estudante poderá tomar a iniciativa selecionando um assunto ou pro blema de trabalho de acordo com suas preferências evidenciadas durante o curso de graduação Pode aceitar o tema indicado pelo professor ou esco1her um tópico constan te de uma relação oferecida pelo orientador tendo sempre em vista o seu interesse O tema geral de um estudo também pode ser sugerido por alguma vantagem práti ca ou interesse científico ou intelectual em benefício dos conhecimentos sobre certa si tuação particular afrrma Selltiz 1965334 Escolhido o tema a primeira coisa a fazer é procurar conhecer o que a ciência atual sabe sobre o mesmo para não cair no erro de apresentar como novo o que já é conheci do há tempos de demonstrar o óbvio ou de preocuparse em demasia com detalhes sem grande importância desnecessários ao estudo Este trabalho prévio abrange três aspectos a orientação geral sobre a matéria que vai ser desenvolvida b conhecimento da bibliografia pertinente c reunião seleção e ordenação do material levantado 237 A bibliografia relacionada com o estudo muitas vezes é indicada pelo próprio pro fessor eou orientador Nesse caso o estudante tem à sua disposição o material necessá rio ao seu trabalho Outros pontos importantes a serem considerados relevância do assunto áreas con trovertidas ou obscuras natureza e extensão da contribuição No conhecimento da bibliografia fazse necessário consultar ler e fichar os estu dos já realizados sobre o tema com espírito crítico valendose da literatura especializa da a partir dos trabalhos mais gerais e indo a seguir para os estudos mais específicos Quanto ao assunto escolhido devemse ainda observar algumas qualidades impor tantes a ser proporcional em suas partes b ter valor científico c não ser extenso demais ou muito restrito d ser claro e bem delineado As monografias referentes ao grau de conclusão do estudante universitário não po dem ser consideradas verdadeiros trabalhos de pesquisa para o qual os estudantes não estão ainda capacitados salvo raras exceções mas estudos iniciais de pesquisa O trabalho de investigação teórico ou prático bibliográfico ou de campo dá oportunidade ao estudante para explorar determinado tema ou problema levandoo a um estudo com maior ou menor profundidade eou extensão Possibilita o desenvolvi mento de sua capacidade de coletar organizar e relatar informações obtidas e mais de analisar e até de interpretar os dados de maneira lógica e apresentar conclusões 113 DISSERTAÇÃO 1131 Conceitos Dissertação é um estudo teórico de natureza reflexiva que consiste na ordena ção de idéias sobre determinado tema Salvador 198035 aplicação de uma teoria existente para analisar determinado problema Rehfeldt 198062 ou trabalho feito nos moldes da tese com a peculiaridade de ser ainda uma tese inicial ou em miniatu ra Salomon 1999222 Dissertação é portanto um tipo de trabalho científico apresnetado ao final do cur so de pósgraduação visando obter o título de mestre Requer defesa de tese Tem ca ráter didático pois se constitui em um treinamento ou iniciação à investigação 238 Como estudo teórico de natureza reflexiva requer sistematização ordenação e in terpretação dos dados Por ser um estudo formal exige metodologia própria do traba lho científico Situase entre a monografia e a tese porque aborda temas em maior extensão e profundidade do que a primeira e é fruto de reflexão e de rigor científico próprio da tese A estrutura e o plano de trabalho da dissertação praticamente são idênticos aos da tese mas esta distinguese da dissertação pela contribuição significativa na solução de problemas importantes colaborando para o avanço científico na área em que o estudo se realiza 1132 Tipos Para Salomon 1999224 há dois tipos de dissertação a dissertação monográfica ou tratamento escrito de assunto específico com metodologia adequada e de caráter eminentemente didático b dissertação científica ou tratamento escrito original de assunto específi co com metodologia própria que resulte de pesquisa pura ou aplicada Para Salvador 198035 a dissertação pode ser Expositiva Quando reúne e relaciona material obtido de diferentes fontes expondo o assunto com fidedignidade e demonstrando habilidade não só de levantamento mas também de organização Argumentativa Quando requer interpretação das idéias apresentadas e po sicionamento do pesquisador Alguns autores usam os termos tese de mestrado e memória doutoral apondose aos citados anteriormente mas é menos usual A dissertação tese de mestrado é de natureza semelhante à tese memória douto ral no sentido de que contribui de modo substancial na solução de problemas im portantes Além dos aspectos de qualidade existem as limitações de tempo de fundos e de esforços que geralmente restringem a extensão e a quantidade do estudo aspectos que não podem deixar de ser considerados em trabalhos desse tipo 239 1133 Escolha do Tema Dado que o tema de uma dissertação requer tratamento científico deve ser especia lizado Não sendo possível um indivíduo dominar a totalidade de uma ciência específi ca fazse necessário selecionar um tema que possa ser tratado em profundidade São vantagens da especialização a possibilidade de investigar em profundidade uma parte da ciência chegan do a conclusões e deduções mais concretas b facilidade de encontrar um método mais adequado que leve ao conheci mento aprofundado por meio de técnicas e instrumentos de trabalho c viabilidade na consulta de monografias e artigos especializados o que será impossível dada sua quantidade se o campo não for restrito Entretanto não se devem perder de vista os perigos que a especialização apresenta ou seja ela impede o trabalho de síntese e de correlação entre as ciências dá uma visão unilateral das coisas e ainda prejudica no tocante aos outros conhecimentos que extrapolam a especialização d qualidade do tema escolhido adequado à cultura geral às preferências pessoais aos idiomas que conhe ce e à especialidade que domina relativo aos meios físicos tempo e recursos financeiros de que dispõe disponibilidade de orientação acadêmica da área em questão importância do tema Deve estar ligado a uma questão teórica ou concreta que afeta um segmento substancial da sociedade nem demasiado extenso nem muito restrito A extensão prejudica a pro fundidade e a restrição leva ao desenvolvimento de questões sem impor tância claro e bem delimitado para ser bem compreendido e objetivo facilitando o domínio do tema originalidade quer na abordagem quer nas conclusões a que se chega exeqüibilidade Que pode chegar a uma conclusão válida Para uma adequada seieção do tema fazse necessário responder às seguintes ques tões 240 que conhecimento eou experiências possuo do tema de que documentação eou experimentação necessito posso obter a documentação com facilidade existem técnicas adequadas de experimentação que possíveis enfoques prevejo interessome pela procura de soluções para o problema tenho possibilidade de conseguir a orientação de um especialista no assunto Em uma segunda fase devese tentar compreender o tema ou seja levantar conjeturas sobre os possíveis enfoques planejando a estratégia do caminho a percorrer delimitar o tema fugindo das grandes formulações e dos grandes temas assim como de aspectos distantes da experiência pessoal e dos meios de do cumentação analisar a formulação do tema em sua totalidade isto é seu significado li teral explícito e seu significado implícito Barquero 19793435 11 34 Problemas Hipóteses e Variáveis Enquanto o tema de uma pesquisa é uma proposição até certo ponto abrangente a formulação do problema é mais específica indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver Formular o problema consiste em dizer de maneira explícita clara compreensí vel e operacional qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver limitando seu campo e apresentando suas características Desta forma o ob jetivo da formulação do problema da pesquisa é tomálo individualizado específico inconfundível Rudio 197875 O problema antes de ser considerado apropriado deve ser analisado sobre o as pecto de sua valoração a viabilidade Pode ser eficazmente resolvido por meio da pesquisa b relevância Deve ser capaz de trazer conhecimentos novos c novidade Estar adequado ao estágio atuaI da evolução científica e trazer novo enfoque eou soluções d exeqüibilidade Poder chegar a uma conclusão válida e oportunidade Atender a interesses particulares e gerais 241 Uma vez formulado o problema com a certeza de ser cientificamente válido pro põese uma resposta suposta provável e provisória isto é uma hipótese Ambos problemas e hipóteses são enunciados de relações entre variáveis fatos fenômenos a diferença reside em que o probelma se constitui em sentença interrogativa e a hipó tese em sentença afirmativa mais específica A hipótese é um enunciado geral de relações entre variáveis fatos fenômenos formulado com solução provisória para determinado problema apresentando caráter explicativo ou preditivo compatível com o conhecimento científico coerência externa e revelando consistência lógica concorrência interna sendo passível de verificação empírica em suas conseqüências Uma variável pode ser considerada uma classificação ou medida uma quantidade que varia um conceito constructo ou conceito operacional que contém ou apresenta valores aspecto propriedade ou fator discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração Os valores que são adicionados ao conceito constructo ou conceito operacionàl para transformálo em variável podem ser quantidade qualidades carac terísticas magnitude traços etc que se alteram em cada caso particular e são total mente abrangentes e mutuamente exclusivos Por sua vez o conceito operacional pode ser um objeto processo agente fenômeno problema etc Um estudo deve ter pelo menos duas variáveis independente e dependente Para análise dos tipos e relações entre variáveis ver Metodologia científica das mesmas autoras Atlas 2000 242 Exemplo Tema o Artesanato na região de Franca Problema continua o artesanato uma atividade tradicional transmitida de geração em geração ou configurase como uma opção para a mãodeobra ociosa Hipótese o artesanato é uma atividade complementar que tende a uma di minuição em face da concorrência dos produtos industrializados Variáveis X variável independente concorrência dos produtos industria lizados Y 1 primeira variável dependente diminuição da atividade de artesanato Y2 segunda variável dependente transformação do artesanato em atividade complementar 1135 Esquema A elaboração do plano de trabalho esquema obedece à estrutura comum dos tra balhos científicos As partes componentes como foi explicitado ao tratar da monogra fia englobam a Introdução Consiste na formulação do tema delimitação no tempo e no espaço objeto objetivos justificativa metodologia e referência teórica b Desenvolvimento Corpo da dissertação Inclui revisão da literatura for mulação do problema hipóteses e variáveis pressupostos teóricos descri ção dos métodos e técnicas da pesquisa explicitação dos conceitos análise e interpretação dos dados A disposição do corpo da dissertação fazse em três estágios explicação discussão e demonstração O desenvolvimento é subdividido em partes ou capítulos c Conclusões Apresentação dos principais resultados obtidos vinculados à hipótese de investigação cujo conteúdo foi comprovado ou refutado 113 6 Avaliação Metodológica do Trabalho Realizado o primeiro esquema devese revêlo cuidadosamente utilizando as se guintes indagações a A hipótese está explícita b Apresentaramse os antecedentes de observação e leitura que conduziram à hipótese c Os problemas e hipótese foram propostos em termos científicos d O plano de pesquisa foi apresentado em pormenores de modo que sua ló gica seja aparente e As várias subproposições foram derivadas e relacionadas com as observa ções contidas no trabalho t O corpo do trabalho realmente resume e indica nova pesquisa 11 37 Redação A redação do trabalho científico deve estar de acordo com os requisitos do método científico 243 114 TESE Tese é uma das modalidades de trabalho científico cuja origem se encontra na Idade Média Na época das universidades a defesa de tese representava o momento culmi nante de quem aspirava ao título de doutor Salomon 1999211 Hoje a exigência da tese fazse em dois níveis para obtenção do título de doutor ou de livredocente 11 4 1 Conceitos São várias mas não contraditórias as definições de teses formuladas por diferen tes autores Tese é opinião ou posição que alguém sustenta e está preparado para defender Barrass 1979 152 proposição que trata de demonstrar enunciação prévia do assunto ou doutrina objeto de exame e discussão que se deve apresentar sustentar e defender em discussão pública contra objeções que lhe devem opor os examinado res Vega 1969620 proposição clara e terminantemente formulada em um de seus aspectos formal e material e que se submete à discussão ou prova ato culminante do pensar reflexivo Whitney 1958368 Para Leite 19781 a tese é um instrumento de pesquisa destinado a promover a aquisição de novos conhecimentos com o objetivo de interpretação predição e controle do fenômeno em estudo Severino 2000150151 considera que tese é uma abordagem de um único tema que exige pesquisa própria da área científica em que se situa com os instrumentos metodológicos específicos podendo ser de origem experimental histórica ou filosófica versando sempre sobre um tema único específico delimitado e restrito A tese apresenta o mais alto nivel de pesquisa e requer não só exposição e expli cação do material coletado mas também e principalmente análise e interpretação dos dados É um tipo de trabalho científico que levanta coloca e soluciona problemas argu menta e apresenta razões baseadas na evidência dos fatos com o objetivo de provar se as hipóteses levantadas são falsas ou verdadeiras A tese pode ser considerada como um teste de conhecimento para o candidato que deve demonstrar capacidade de imaginação de criatividade e habilidade não só para relatar o trabalho mas também para apresentar soluções para determinado problema 1142 Objetivos o objetivo de uma tese como atividade acadêmica é o de obtenção de um título de doutor ou de livredocente Em si mesmo seria o de adquirir novos conhecimentos e colaborar na solução de dado problema 244 Pode resultar de estudo teórico ou pesquisa de campo de trabalho de laboratório ou experimental A tese sendo um trabalho de pesquisa requer do pesquisador algumas qualidades capacidade de planejar iniciar conduzir e concluir um projeto de pesquisa e saber utilizar os conhecimentos adquiridos Deve ser um estudo exaustivo da literatura científica diretamente relacionado com o tema escolhido e contribuir para o enri quecimento do saber no âmbito do assunto focalizado Leite 1978 1 Requer reflexão iniciativa e persistência no trabalho dado que engloba a exposi ção do problema e sua correspondente solução O pesquisador deve estudar e resol ver uma questão ainda não explorada esforçandose para que a sua tese seja uma ver dadeira contribuição aos conhecimentos humanos existentes Siqueira 196947 Deve conter uma proposição uma teoria que a identifique caracterize e diferencie de outros trabalhos científicos A conclusão assume um caráter mais amplo e abran gente 1143 Eficiência do Trabalho A tese de doutoramento constituise em um trabalho original de pesquisa devendo o estudioso conhecer a fundo quanto já foi dito sobre o mesmo tema Prendese à ma turidade e à capacidade de trabalho do candidato Para uma pesquisa eficiente há que se observar três regras básicas a precisão ou exatidão dos dados no que diz respeito à pesquisa Há que se observar as referências bibliográficas origem dos documentos datas e ou tros detalhes A precisão deve acompanhar o pesquisador em todo o de senrolar de seu trabalho do início ao m evitando dessa forma perda de tempo b exaustão significa exaurir o assunto anotando os dados interessantes ou alguma passagem útil ao trabalho Todavia essas anotações devem estar relacionadas e limitadas ao tema escolhido Uma boa leitura pode indicar as diretrizes e o caminho a seguir para a obtenção da real pesquisa c clareza ou qualidade do que é inteligível transparente distinto Na tese devemse incluir a análise a reflexão a preocupação do pesquisador em informar explicar e descrever ao leitor determinado assunto O objetivo para quem escreve para os outros é dar informações precisas e sérias de modo simples direto objetivo e bem definido 245 11 44 Estrutura A estrutura da tese é semelhante à da monografia e à da dissertação só que o tema deve ser mais amplo e aprofundado A Preliminares B Corpo da tese l Introdução Definição do tema Delimitação Localização no tempo e no espaço Justificativa da escolha Objetivos Definição dos termos Indicação da metodologia 2 Desenvolvimento Revisão da literatura Metodologia ou procedimentos metodológicos Construção dos argumentos Apresentação análise e interpretação dos dados 3 Conclusões e recomendações C Parte Referencial 11441 INTRODUÇÃO a Defmição do tema A idéia central do trabalho deve ser exposta de modo claro objetivo e preciso b Delimitação Nos casos em que o tema é apresentado como problema ou indagação podese na introdução levantar uma ou mais questões cuja resposta será explicitada no decorrer da exposição Estabelecemse limites em relação ao assunto à extensão ao prazo etc O universo ou a população deve ser bem especificado 246 c Localização no tempo e no espaço Tanto nos trabalhos teóricos quanto nos que se voltam para atividades práticas é importante que o pesquisador estabeleça limites no tempo e no espaço Isto porque se torna impossível conhecer e analisar dados referentes a um período muito longo ou área muita extensa O espaço físico precisa ser decididamente considerado d Justificativa da escolha A justificativa deve enfocar um ou mais dos seguintes aspectos relevância do estudo para a ciência esclarecimentos de aspectos obscuros complementação de estudos anteriores contribuição para a solução de problemas originalidade importância viabilidade e disponibilidade e Objetivos A formulação dos objetivos significa definir com precisão o que se visa com o tra balho sobre dois aspectos geral e específico Geral Relacionado à idéia central que serve de fio condutor no estudo proposto de fenômenos e eventos particulares encontrase ligado à compre ensão geral do todo vinculandose diretamente à própria significação da tese que se propôs defender e explanar Específico Em âmbito mais restrito compreende etapas intermediárias que sob aspectos instrumentais permite o objetivo geral t Definição dos termos Tratase do esclarecimento dos termos ou conceito utilizados dando a definição correta ou o ponto de vista adotado Quando o autor não encontra uma terminologia apropriada deve construir um sis tema conceptual próprio e adequado explicitando sua operacionalidade g Indicação da metodologia Exposição dos métodos de abordagem e de procedimentos assim como das técni cas utilizadas 247 11442 DESENVOLVIMENTO Parte principal do corpo da tese Descreve o desenvolvimento e apresenta os re sultados obtidos a Revisão da literatura Consiste em uma síntese a mais completa possível referente ao trabalho e aos da dos pertinentes ao tema dentro de uma seqüência lógica b Metodologia ou procedimentos metodológicos Formulação do problema enunciado de hipóteses determinação das variá veis e indicação dos tipos de relação entre os diversos elementos Explicitação dos procedimentos metodológicos incluindo a descrição dos instrumentos de pesquisa observação questionário formulário testes es calas etc Indicação do tratamento e inferência estatística Seleção do sujeito universo ou amostra Informações sobre a coleta dos dados c Construção dos argumentos Consiste na técnica para expor os argumentos no desenrolar da tese Para Galliano 1977 130131 há três tipos de técnicas de argumentação 1 Oposição Apresentação de duas OpOSlçoes fundamentais no enfoque do assunto fator rico e sugestivo para o desenvolvimento do tema 2 Progressão Relacionamento dos diferentes elementos mas encadeados em seqüência lógica havendo sempre relação entre um elemento e seu antece dente 3 Cronologia Técnica baseada na seqüência temporal dos acontecimentos As técnicas mais empregadas são a oposição e a progressão d Apresentação análise e interpretação dos dados 248 Apresentação e discussão dos resultados alcançados correlacionados com sentido intrínseco das hipóteses da pesquisa Demonstração das relações existentes entre fato ou fenômeno estudados e outros fatores Interpretação crítica dos dados verificando se os mesmos comprovam ou refutam as hipóteses por meio dos testes de hipóteses 11443 PARTE REFERENCIAL a Apêndice eou anexos Tanto no caso do apêndice material elaborado pelo autor quanto no do anexo dados complementares de outra autoria somente o que é essencial à compreensão do desenvolvimento do raciocínio seu fundamento deve ser apresentado b Glossário Dispensável quando na defInição dos termos o autor explicou todos os conceitos adotados c Bibliografia d Índice remissivo de assuntos eou autores É opcional Entretanto facilita a pesquisa e a utilização do conteúdo do trabalho por estudiosos 1145 Construção de Conceitos Os conceitos representam fatos fenômenos ou seus aspectos que são investigados Em conseqüência ao formular uma proposição utilizamse conceitos como símbolos dos fenômenos que estão interrelacionados Trujillo Ferrari considera os conceitos construções lógicas estabelecidas de acordo com o sistema de referência que forma parte dele não são dados pela experiência e por esse motivo é preciso procurálos por meio da análise São considerados ou como instrumentos de trabalho do cientista ou como termos técnicos do vocabulário da ciência Em outras palavras a imagem que se tem do fato ou fenômeno captada pela percepção é que necessita ser objetivo de conceituação pois mediante um dispositivo conceituaI pode tornar inteligíveis os acontecimentos ou experiências que se dão no mundo real Assim a função da conceituação é refletir por meio de conceitos precisos aqui lo que ocorre no mundo dos fenômenos existenciais A conceituação então consiste em ajustar o termo mais adequado capaz de exprimir através de seu signifIcado o que realmente oferece na realidade social e não que a realidade existencial tenha que se ajustar ao conceito Trujillo Ferrari 19749698 249 1146 Redação A redação do trabalho científico consiste na expressão por escrito dos resultados da investigação Tratase de uma exposição bem fundamentada do material coletado estruturado analisado e elaborado de forma objetiva clara e precisa Rá três tipos de redação segundo Salvador 1980 192 a coloquial informal popular b literária estética elegante c técnica cognoscitiva e racional o trabalho científico utiliza linguagem técnica acadêmica e didática cuja finali dade é transmitir conhecimento A linguagem científica deve portanto ser a mais didática possível Requer lingua gem perfeita em relação às regras gramaticais evitando não só o vocabulário popular vulgar mas também o pomposo Se uma das frnalidades é a objetividade o trabalho científico deve ter caráter impessoal 11461 REGRAS PARA REDAÇÃO Para conseguir uma boa redação do trabalho científico devemse observar as se guintes normas a saber o que vai escrever para quê ou quem b escrever sobre o que conhece c concatenar as idéias e informar de maneira lógica d respeitar as regras gramaticais e evitar argumentação demasiadamente abstrata 1 usar vocabulário técnico quando estritamente necessário g evitar a repetição de detalhes supérfluos h manter a unidade e o equilíbrio das partes i rever o que escreveu 11462 ESTILO Embora cada pessoa tenha um estilo próprio devemse observar os seguintes as pectos na redação de um trabalho científico 250 a clareza e objetividade b linguagem direta precisa e acessível c frases curtas e concisas d simplicidade evitandose estilo prolixo retórico ou confuso LITERATURA RECOMENDADA BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza un trabajo monografico Barcelona Eunibar 1979 Segunda Parte Capítulos 1 a 5 BARRAS Robert Os cientistas precisam escrever São Paulo TA Queiroz Edusp 1979 Capítulos 4 a 8 e 12 CASTRO Cláudio de Moura Estrutura e apresentação de publicações científicas São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 GALLIANO A Guilherme O método científico teoria e prática São Paulo Harper Row do Brasil 1979 GARCIA Othon M Comunicação em prosa moderna 18 ed Rio de Janeiro FGV 2000 ECO Umberto Como se faz uma tese São Paulo Perspectiva 1977 LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do trabalho cien tifico São Paulo Atlas 1992 LEITE José Alfredo Américo Metodologia de elaboração de teses São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos rese nhas 4 ed São Paulo Atlas 1979 REY Luís Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blücher 1978 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia 2 ed 9 ed Belo Horizon te Interlivros 1972 1999 SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sullina 1980 SEVERINO Antônio Joaquim Metodologia do trabalho científico 21 ed São Paulo Cortez 2000 SOUZA Maria Suzana de Lemos Guia para redação e apresentação de teses Belo Horizonte Huguette 1992 TRUnLLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Ken nedy 1982 251 12 Publicações Científicas 121 COMUNICAÇÃO TRABALHOS DE CONGRESSOS Processo pelo qual são transmitidas informações ou seja idéias fatos opmlOes Por meio da comunicação podemse compartilhar conhecimentos opiniões sentimen tos e talvez convencer os outros a pensarem como a gente Harlow e Compton 1980 11 1211 Comunicação Científica Referese à informação apresentada em congressos SimpOSIOS semanas reumoes acadeniias sociedades científicas etc a ser posteriormente publicada em anais e revistas A comunicação consiste pois na informação ao público em geral e particular de conhecimentos extraídos e obras de pesquisas científicas eou tratados à maneira cien tífica com o fim de informar Salomon 1999207 É importante apresentar idéias teoria ou experiências novas Pardinas 196938 entende por conhecimento científico aquele voltado para a ob tenção e comunicação de resultados desconhecidos até o momento da publicação do li vro ou do artigo com fms de explicação eou predição do comportamento de certos fenômenos Para Salvador 198023 um texto pertence a essa categoria quando traz infor mações científicas novas mas não permite devido à sua redação que os leitores pos sam verificar informações as notas simplesmente informam A comunicação deve trazer informações científicas novas com certa freqüência ser limitada em sua extensão isto é não ser longa Em congressos simpósios semanas etc geralmente estipulase o tempo para o participante expor seu trabalho de 10 a 20 minutos mais ou menos Embora apresentado 252 oralmente a comunicação científica deve ser escrita principalmente se o autor tiver em mente sua publicação Mas não pode prescindirse de um plano Um dos fatores mais importantes da comunicação é a atualização de um terna ou de um problema pois representa estimável contribuição ao desenvolvimento do conhe cimento afirma Asti Vera 1979164 Pode ser o estudo de um terna novo ou revisão crítica dos estudos realizados A comunicação não precisa de abundantes aspectos analíticos mas é necessário que a experiência as idéias ou a teoria sejam bem fundamentadas O texto das comunicações ao contrário das teses científicas não permite ao leitor reproduzir as experiências e obter os mesmos resultados verificar os resultados da análise ou julgar as conclusões do autor embora contribua com urna ou várias infor mações ou abordagens novas Deve ser claro preciso e exato 1212 Aspectos da Comunicação A comunicação científica deve levar em conta os aspectos 12121 FINALIDADE Comunicar a outras pessoas os frutos de seu saber de seu aprendizado de sua atividade Galliano 197750 Levar as pessoas a pensarem fazendoas perceber as coisas familiares de modo diferente valendose de argumento para influenciar as men tes dos ouvintes 12122 INFORMAÇÕES Apresentar determinados ternas ou problemas originais criativos inéditos a leito res ou ouvintes em geral ou especializados Divulgar os últimos resultados das pesquisas científicas eou do desenvolvimento das ciências É importante saber o que se quer comunicar para quem quando e onde 12123 ESTRUTURA Disposição do informe de acordo com os padrões internacionais estabelecidos para trabalhos científicos Os assuntos podem divergir quanto ao conteúdo ao material mas não em relação aos aspecto formal 253 A estrutura da comunicação abrange três partes organicamente unidas a Introdução Formulação clara e simples do tema da pesquisa Apresentação sintéti ca do problema e ligeira referência a trabalhos anteriores relacionados com ele Inclui justificativa objetivos delimitação ângulo de abordagem e exposição precisa da idéia central Tem por objetivo situar o leitor na questão e deixálo a par da impor tância e do método de abordagem b Desenvolvimento Texto ou corpo do trabalho Apresentação das informações e argu mentos de forma detalhada Consiste na fundamentação lógica do trabalho e tem por objetivo ex por e demonstrar as principais idéias A subdivisão do corpo da comunicação em itens e subi tens permite ao leitor ou ouvinte melhor compreensão É importante observar certo equilí brio entre as frases ou seja longas intercaladas de curtas para evitar o cansaço e favorecer a assimilação b Conclusão Constitui a parte final do processo Apresenta uma síntese completa dos resultados da pesquisa o resumo das principais informações ou argu mentos 12124 LINGUAGEM A comunicação como outro qualquer trabalho científico exige rigor no uso da linguagem obedecendo às normas básicas de conduta da redação O significado das palavras empregadas no texto deve ser claro preciso não dei xando margem a dúvidas As divergências relativas a palavras ou expressões com sig nificados diferentes com algumas teorias ou áreas científicas devem ser esclarecidas a fim de evitar erros de interpretação É pois de suma importância a definição de al guns termos dando a eles seu exato significado Para evitálos aconselha Rudio 197823 Procurase na ciência fazer a comunicação na base dos significados e dos referentes e não apenas da própria palavra O processo de comunicação só é eficaz à medida que ajuda o leitor ou ouvinte a entender o que leu ou viu a compreender aquilo que se deseja transmitir 254 Salomon 1999245 apresenta alguns requisitos básicos próprios da divulgação científica a exatidão b clareza c simplicidade d correção gramatical e linguagem objetiva e estilo direto t equilíbrio na disposição e tamanho das partes g emprego da linguagem técnica necessária evitandose o preciosismo e a pretensão h apresentação dos recursos técnicos da redação para que a apresentação atinja melhor seu fim Robert Barras 19793133 afirma que em primeiro lugar há necessidade de le var em consideração as necessidades do leitor e acrescenta alguns itens a imparcialidade o autor deve indicar como quando e onde obteve os dados de que se valeu e especificar as limitações do trabalho Deixar explícito os pressupostos de sua argumentação b ordem a informação e as idéias devem ser apresentadas numa ordem ló gica para melhor compreensão c acuidade cuidado nas observações preclsao das mensurações e de aten ção no registro das observações medidas Cada experimento pode ser pas sivo de reprodução e cada conclusão deve ser passível de verificação Acuidade e clareza dependem de meticulosa escolha de palavras e de seu precioso emprego De modo geral a ciência valese das palavras que deseja para revelar um pensa mento ou apresentar algum aspecto da realidade utilizandoas tanto para elaboração do pensamento quanto para a comunicação 12125 ABORDAGEM Modo pelo qual o pesquisador interpreta um programa Posição tomada em fase de determinada situação 255 1213 Tipos de Comunicação Salvador 198023 apresenta os seguintes tipos de comunicação a estudos breves sobre algum aspecto da ciência b sugestões para solução de certo problema c textos filosóficos para esclarecer uma questão d apreciação interpretação ou correção dos textos e fixação do enfoque para colocação de questões f recensão particular de um livro abordagem nova g crónicas inéditas de congressos seminários etc h breves apreciações A comunicação deve ser sempre clara precisa e exata 1214 Estrutura da comunicação o preparo da comunicação científica escrita requer a elaboração de um plano de trabalho que deve apresentar as seguintes partes a Folha de rosto Designação do congresso simpósio etc Local de realização Data do evento Patrocinadores Título do trabalho Nome do autor Credenciais do autor b Sinopse Resumo analítico do trabalho redigido pelo próprio autor ou editor e publicado ao mesmo tempo que a obra Pode ser colocado entre o título do texto ou ao fmal da pu blicação Deve ser escrito em português inglês ou outra língua de difusão internacional É mera apresentação condensada do texto de uma publicação ou suas principais idéias sem emissão de juízo de valor Salvador 198016 A redação da sinopse deve 256 facilitar a consulta do periódico que a publicou e tomar o trabalho me nos oneroso e mais rápido conter de forma sucinta os fatos encontrados no trabalho e suas con clusões sem emitir juízo de valor dar ao leitor uma visão global do conteúdo indicar a maneira como o tema foi abordado apontar os fatos novos e as conclusões tiradas ser a mais concisa possível c Conteúdo introdução texto desenvolvimento conclusão ou recomendações d referência bibliográfica 1215 Elaboração da Comunicação Todo trabalho científico requer a elaboração de um plano assim a comunicação escrita não pode fugir à regra Se a comunicação consistir apenas em uma informação ou resumo de obra a ri gor não necessita do plano mas em se tratando de uma comunicação original inédi ta ele é indispensável A escolha do tema se for livre deve recair sobre algo ao alcance do interessado evitandose assuntos ambiciosos complexos ou extensos demais Convém planejar o tempo para a pesquisa documental bibliográfica ou de campo delimitando o objeto o campo e o nível de investigação De posse do material estabelecida a seqüência do assunto dáse início à redação provisória de forma clara mas abrangendo a totalidade de seu problema 1216 Estágios da Comunicação A comunicação obedece a três estágios ou fases a preparação familiaridade e domínio do que se pretende comunicar O au tor deve estar apto portanto para responder às perguntas que poderão ser formuladas 257 b apresentação ler com clareza o que está escrito Imprimir velocidade ra zoável à leitura tentando prender a atenção dos ouvintes Dar ênfase às palavraschaves c argüição prestar bastante atenção às questões formuladas para respon dêlas adequadamente Se não souber a resposta seja sincero reconheça a falta de conhecimento preciso Entretanto podese sugerir uma resposta 1217 Apresentação Formal As comunicações feitas em congressos simpósios e outros eventos científicos têm caráter formal A mesa geralmente é constituída por um presidente um secretário e um orador O tempo da exposição é estabelecido com antecedência assim como o da argüição que pode ser feita por escrito ou oralmente Se as questões forem orais de vem ser anotadas pelo orador para não haver engano de respostas Quando escritas se surgirem muitas envolvendo o mesmo assunto o presidente da mesa pode agrupálas facilitando ao consumidor a resposta 121 8 Exemplo de Comunicação B 17 Sociologia 407 Crianças em situação de rua trabalho e estratégias de sobrevivência Liliane Ca pilé Charbel Novais pesquisa Mestrado em Serviço Social UFBP Professora Auxi liar UFMT CAPESPICD Esta pesquisa se propõe a analisar as estratégias de sobrevivência das crianças em situação de rua Dentro deste recorde pretende enfocar a questão da exclusão social marginalidade urbana e a dualidade do trabalho infantilcriança abandonada buscando identificar a contribuição das ocupações desenvolvidas pelas crianças em situação de rua no orçamento da família trabalhadora como também identificar as representações sociais das diversas formas de ocupação O questionamento principal se situa na com pulsoriedade das estratégias de sobrevivência para as crianças pobres e a condição de criança abandonada enquanto mascaramento do trabalho infantil O locus desta pesqui sa será o trabalho infantil desenvolvido informalmente em um bairro da cidade de Cuiabá MT Será adotada a metodologia da pesquisa qualitativa serão utilizados como instrumento observação sistemática e participante entrevistas semiestruturadas com objetivo de levantar a história de vida desses atores sociais 258 47i Reunião Anual da SBPC Universidade Federal do Maranhão São Luís 9 a 14 de julho Anais v 2 Comunicações 1995 4tI 122 ARTIGOS CIENTÍFICOS Os artigos científicos são pequenos estudos porém completos que tratam de uma questão verdadeiramente científica mas que não se constituem em matéria de um livro Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguemse dos diferentes ti pos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo São publicados em revistas ou periódicos especializados e formam a seção princi pal deles Concluído um trabalho de pesquisa documental bibliográfico ou de campo para que os resultados sejam conhecidos fazse necessário sua publicação Esse tipo de trabalho proporciona não só a ampliação de conhecimentos como também a com preensão de certas questões Os artigos científicos por serem completos permitem ao leitor mediante a des crição da metodologia empregada do processamento utilizado e resultados obtidos re petir a experiência 1221 Estrutura do Artigo O artigo científico tem a mesma estrutura orgânica exigida para trabalhos científi cos Apresenta as seguintes partes 1 PRELIMINARES a Cabeçalho título e subtítulo do trabalho b Autores c Credenciais dos autores d Local de atividades 2 SINOPSE 3 CORPO DO ARTIGO a Introdução apresentação do assunto objetivo metodologia limita ções e proposição b Texto exposição explicação e demonstração do material avaliação dos resultados e comparação com obras anteriores c Comentários e Conclusões dedução lógica baseada e fundamentada no texto de forma resumida 4 PARTE REFERENCIAL a Bibliografia b Apêndices ou anexos quando houver necessidade 259 c Agradecimentos d Data importante para salvaguardar a responsabilidade de quem escre ve um artigo científico em face da rápida evolução da ciência e da tecnologia e demora de certas editoras na publicação de trabalhos A divisão do Corpo do Artigo pode sofrer alterações de acordo com o texto e ser subdividido em mais itens Por exemplo a Introdução b Material e Método c Resultados d Discussão e Conclusões Todavia não convém que os artigos sejam muito subdivididos para que o leitor não perca a seqüência Quando necessário a divisão deve obedecer a uma ordem lógi ca em que cada parte forme um todo e tenha um título adequado 1222 Conteúdo do Artigo Científico o conteúdo pode abranger os mais variados aspectos e em geral apresenta temas ou abordagens novas atuais diferentes Pode a versar sobre um estudo pessoal uma descoberta ou dar um enfoque con trário ao já conhecido b oferecer soluções para questões controvertidas c levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto idéias novas para sondagem de opiniões ou atualização de informes d abordar aspectos secundários levantados em alguma pesquisa mas que não seriam utilizados na mesma o estabelecimento de um esquema para expor de maneira lógica sistemática os diferentes itens do assunto evita repetições ou omissões ao longo da dissertação o público a que se destina o artigo também deve ser levado em consideração isto pode ser mais ou menos previsto conhecendose de antemão a natureza da revista cien tífica didática de divulgação 260 1223 Tipos de Artigos Científicos Quanto à análise do conteúdo os artigos podem ser de três tipos argumento teóri co artigo de análise e artigo classificatório 12231 ARGUMENTO TEÓRICO Tipo de artigo que apresenta argumentos favoráveis ou contrários a uma opinião Inicialmente enfocase um dado argumento e depois os fatos que possam proválo ou refutálo O desenrolar da argumentação leva a uma tomada de posição Essa forma de trabalho requer pesquisa profunda e intensa a fim de coletar dados válidos e suficientes É uma forma de documentação difícil sendo empregada geral mente por especialistas experientes A Roteiro a Exposição da teoria b Fatos apresentados c Síntese dos fatos d Conclusão 12232 ARTIGO DE ANÁLISE Nesse tipo de artigo o autor faz análise de cada elemento constitutivo do assunto e sua relação com o todo O técnico ou cientista procura descobrir e provar a verda deira natureza do assunto e das relações entre suas partes Siqueira 196961 A análise engloba descrição classificação e definição do assunto tendo em vista a estrutura a forma o objetivo e a fmalidade do tema Entra em detalhes e apresenta exemplos Não é muito comum na literatura modema encontrarse um artigo totalmente analítico A Roteiro a Defrnição do assunto b Aspectos principais e secundários c As partes d Relações existentes 261 12233 CLASSIFICATÓRIO o autor nesse caso procura classificar os aspectos de um determinado assunto e explicar suas partes Primeiramente fazse a divisão do tema em forma tabular ou seja em classes com suas características principais Depois apresenta definição des crição objetiva e análise Dentre as formas de documentação técnica é a mais útil A Roteiro a Definição do assunto b Explicação da divisão c Tabulação dos tipos d Definição de cada espécie 1224 Motivação Várias oportunidades podem ser motivo para a redação de um artigo científico Por exemplo quando a certos aspectos de um assunto não foram estudados ou o foram superficial mente ou ainda se já tratados amplamente por outros novos estudos e pesquisas permitem encontrar uma solução diferente b uma questão antiga conhecida pode ser exposta de maneira nova c os resultados de uma pesquisa ainda não se constituem em material sufi ciente para a elaboração de um livro d ao se realizar um trabalho surgem questões secundárias que não serão aproveitadas na obra e o surgimento de um erro ou de assuntos controvertidos permite refutar convenientemente o erro ou resolver de modo satisfatório a controvérsia 1225 Estilo o estilo deve ser claro consiso objetivo a linguagem correta precisa coerente e simples Adjetivos supérfluos rodeios e repetições ou explicações inúteis devem ser evitadas assim como a forma excessivamente compacta que pode prejudicar a com preensão do texto O título também merece atenção precisa corresponder de maneira adequada ao conteúdo 262 1226 Avaliação Várias questões podem ser utilizadas na avaliação do trabalho científico principal mente comunicação e artigos científicos Salomon 1972 175 propõe os seguintes requisitos a conhecimento suficiente do assunto b exatidão na exposição e referência fiel às fontes c adaptabilidade d linguagem acessível ao promédio do público e divulgação e não divulgação Barras 1979 166 apresenta um rol de questões para a avaliação do trabalho cientí fico Entre elas figuram os termos a adequado original inédito completo imparcial b claro conciso preciso coerente objetivo c equilíbrio unidade honestidade e exatidão Devemse avaliar também a metodologia as conclusões e a parte referencial e ve rificar se a contribuição tem realmente algum valor 123 INFORME CIENTÍFICO o informe científico é um tipo de relato escrito que divulga os resultados parciais ou totais de uma pesquisa as descobertas realizadas ou os primeiros resultados de uma investigação em curso É o mais sucinto dos trabalhos científicos e se restringe à descrição de resultados obtidos através da pesquisa de campo de laboratório ou documental o informe consiste pois no relato das atividades de pesquisa desenvolvida e é imprescindível que seja compreendido e aproveitado Deve estar redigido de maneira que a comprovação dos procedimentos técnicas e resultados obtidos ou seja a experiên cia realizada possa ser repetida pelo principiante que se interesse pela investigação 263 124 RESENHA CRÍTICA 1241 Conceito e Finalidade Resenha é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos Rese nha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra Consiste na leitura no resumo na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista A resenha em geral é elaborada por um cientista que além do conhecimento so bre o assunto tem capacidade de juízo crítico Também pode ser realizada por estu dantes nesse caso como um exercício de compreensão e crítica A frnalidade de uma resenha é informar o leitor de maneira objetiva e cortês so bre o assunto tratado no livro evidenciando a contribuição do autor novas aborda gens novos conhecimentos novas teorias A resenha visa portanto apresentar uma síntese das idéias fundamentais da obra o resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de informação encontrados sem entrar em muitos promenores e ao mesmo tempo tecer elogios aos méritos da obra desde que sinceros e ponderados Entretanto mesmo que o resenhista tenha competência na matéria isso não lhe dá o direito de fazer juízo de valor ou deturpar o pensamento do autor o resenhista não deve tentar dizer que poderia ter produzido obra melhor não deve procurar ressaltar suas próprias qualidades às custas de quem escreveu o livro comentado e não há lugar numa resenha científica para perguntas retóricas ou para sarcasmo Barras 1979139 1242 Requisitos Básicos Para a elaboração de uma resenha crítica são necessários alguns requisitos básicos Salvador 1979139 aponta a conhecimento completo da obra b competência na matéria c capacidade de juízo de valor d independência de juízo e correção e urbanidade f fidelidade ao pensamento do autor 264 1243 Importância da Resenha Ante a explosão da literatura técnica e científica e a exigüidade de tempo do traba lho intelectual sem condições de ler tudo o que aparece sobre o campo de seu interes se o recurso é voltarse para a resenha A resenha crítica foi uma das formas encon tradas para solucionar esse problema que afligia os cientistas de modo geral No campo da comunicação técnica e científica a resenha é de grande utilidade porque facilita o trabalho profissional ao trazer um breve comentário sobre a obra e uma avaliação da mesma A informação dada ajuda na decisão da leitura ou não do livro A resenha segundo Barras 1979139 deve responder a uma série de questões Entre elas figuram a assunto características abordagens b conhecimentos anteriores direcionamento c acessível interessante agradável d útil comparável e disposição correta ilustrações adequadas 1244 Estrutura da Resenha Mesmo não fazendo parte dos trabalhos científicos de primeiro nível a resenha crítica apresenta a estrutura descrita abaixo 1 Referência Bibliográfica Autores Título subtítulo Imprensa local da edição editora data Número de páginas Ilustração tabelas gráficos fotos etc 2 Credenciais do Autor Informações gerais sobre o autor Autoridade no campo científico Quem fez o estudo Quando Por quê Onde 3 Conhecimento Resumo detalhado das idéias principais De que trata a obra O que diz Possui alguma característica especial 265 Como foi abordado o assunto Exige conhecimentos prévios para entendêlo 4 Conclusão do Autor O autor faz conclusões ou não Onde foram colocadas fmal do livro ou dos capítulos Quais foram 5 Quadro de Referências do Autor Modelo teórico Que teoria serviu de embasamento Qual o método utilizado 6 Apreciação a Julgamento da obra Como se situa o autor em relação às escolas ou correntes científicas filosóficas culturais às circunstâncias culturais sociais econômicas históricas etc b Mérito da obra Qual a contribuição dada Idéias verdadeiras originais criativas Conhecimentos novos amplos abordagem diferente c Estilo Conciso objetivo simples Claro preciso coerente Linguagem correta Ou o contrário d Forma Lógica sistematizada Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes e Indicação da Obra A quem é dirigida grande público especialistas estudantes 1245 Modelo de Resenha Seguindo a estrutura que se espera de uma resenha crítica o Prof Antonio Rubbo MüIler diretor da Escola PósGraduada de Ciências Socíais da Fundação Escola de 266 Sociologia e Política de São Paulo instituição complementar da Universidade de São Paulo criou um modelo simplificado que apresenta todas as partes necessárias para a perfeita compreensão do texto resenhado Dividese em nove itens assim relacionados I OBRA a autoria autor ou autores b título incluindo o subtítulo se houver c comunidade onde foi publicada d firma publicadora e ano de publicação t edição a partir da segunda g número de páginas ou de volumes h ilustrações tabelas gráficos desenhos etc i formato em cm j preço II CREDENCIAIS DA AUTORIA a nacionalidade b formação universitária ou especializada c títulos d cargos exercidos e outras obras III CONCLUSÕES DA AUTORIA a quer separadas no mal da obra quer apresentadas no final dos ca pítulos devem ser sintetizadas as principais conclusões a que o au tor da obra resenhada chegou em seu trabalho b caso não se apresentem separadas do corpo da obra o resenhista analisando o trabalho deve indicar os principais resultados obtidos pelo autor IV DIGESTO a resumo das principais idéias expressas pelo autor b descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide a obra v METODOLOGIA DA AUTORIA a método de abordagem indutivo dedutivo hipotéticodedutivo dia lético b método de procedimento histório comparativo monográfico es tatístico tipológico funcionalista estruturalista etnográfico etc 267 c modalidade empregada geral específica intensiva extensiva téc nica não técnica descritiva analítica etc d técnicas utilizadas observação entrevista formulários questioná rios escalas de atitudes e de opinião etc VI QUADRO DE REFERÊNCIA DA AUTORIA a corrente de pensamento em que se filia evolucionismo materialis mo histórico historicismo funcionalismo etc b modelo teórico teoria da ação social teoria sistêmica teoria da di nâmica cultural etc VII QUADRO DE REFERÊNCIA DO RESENHISTA O resenhista pode aceitar e utilizar na análise da obra o quadro de re ferência empregado pelo autor ou ao contrário pela sua formação cien tífica possuir outro É necessário a explicitação do quadro de referência do resenhista pois terá influência decisiva tanto na seleção dos tópicos e partes que considera mais importantes para a análise quanto na elabo ração da crítica que se segue VIII CRÍTICA DO RESENHIST A a julgamento da obra do ponto de vista metodológico coerência entre a posição central e a explicação dicussão e de monstração adequado emprego de métodos e técnicas específicas b mérito da obra originalidade contribuição para o desenvolvimento da ciência quer por apre sentar novas idéias eou resultados quer por utilizar abordagem diferente c estilo empregado IX INDICAÇÕES DO RESENHISTA a a quem é dirigida especialistas estudantes leitores em geral b fornece subsídios para o estudo de que disciplinas c pode ser adotado em que tipo de curso 125 CONFERÊNCIA Tratase de uma preleção pública sobre assunto literário ou científico Em geral consiste em uma exposição oral mas pode destinarse à publicação Nesse caso con vém preparar o texto com essa finalidade 268 Se a conferência for oral deve ser mais simples sem muita minúcia para melhor compreensão e assimilação do público Se for escrita poderá posteriormente ser am pliada acrescentandose mais detalhes Os primeiros passos objetivando realizar uma conferência são pensar planejar e depois escrever e rever O orador precisa saber para quem vai falar Pensar e planejar ajudam a iniciar o trabalho e encaminham o autor na direção correta ou seja na complementaçào da tarefa Devemse primeiramente defInir os objetivos e depois selecionar os dados im portantes que precisam ser desenvolvidos em uma seqüência lógica Cabe ao conferencista transmitir as idéias essenciais com clareza Uma boa apre sentação resulta de uma preparação com certa antecedência Na organização da conferência podem constar dados bibliográficos desde que atualizados e também valerse o conferencista de recursos visuais para melhor ex plicação do tema Não deve usar desenhos somente diagramas Geralmente é aos congressos simpósios reuniões etc que os especialistas levam sua contribuição expondo aspectos concretos da pesquisa Com freqüência apresen tam as fases ou os resultados fmais de seu trabalho Na exposição o conferencista deve transmitir as idéias essenciais com clareza mas deve ser breve 1251 Estrutura da Conferência A estrutura da conferência segue o mesmo esquema dos trabalhos científicos ou seja a introdução breve consiste no esboço de uma fmalidade nos objetivos e no problema a ser tratado b desenvolvimento ou corpo do trabalho texto referese à apresentação das principais idéias expostas em frases curtas e claras Repetição do que foi dito na introdução valendose de outras palavras para que os assisten tes possam compreender as etapas da conferência c conclusão aborda os principais tópicos do texto procurando deixar o tema central na mente do ouvinte 1252 Apresentação O conferencista deve permanecer em pé em local apropriado da sala em frente ao público assistente sem fIxar diretamente uma ou outra pessoa tentando atrair a atenção e o respeito daqueles que o ouvem desde o início 269 Evitar cacoetes e tiques variar o tom de voz e a velocidade Falar com autoridade e clareza são outros requisitos importantes Outro ponto que se deve recomendar é o uso do vocabulário técnico porém ade quado compreensível e cuidadosamente escolhido visando ao nível e ao número de pessoas presentes A conferência para grande público tem sempre caráter formal Devese portanto adequar o vocabulário o enfoque do tema e a velocidade da exposição aos interesses da platéia 1253 Avaliação do Tempo A conferência não deve ultrapassar 30 minutos sendo cinco para introdução e cin co para a conclusão Tomase importante relacionar o número de pontos a destacar com o tempo dispo nível e com as expectativas do auditório Do tempo disponível precisam ser reservados alguns minutos para o uso do qua dronegro e algum tempo para os debates esclarecimentos e discussões após a confe rência tendo em vista que o prazo reservado para os debates em geral é curto As questões as respostas e os comentários devem ser breves e as perguntas dos ouvintes precisam ser anotadas para que sejam dadas respostas corretas Ao mal da exposição o conferencista precisa fazer um resumo dos pontos princi pais para levar as pessoas do auditório às conclusões desejadas LITERATURA RECOMENDADA ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1979 Parte III BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza um trabajo monografico Barcelona Eunibar 1979 BARRAS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo TA Queiroz Edusp 1979 CASTRO Cláudio de Moura A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 FONSECA Edson Nery Problemas de comunicação da informação científica São Paulo Thesaurus 1975 270 GALLIANO A Guilherme Org O método científico teoria e prática São Paulo Harper Row do Brasil 1977 GARCIA Othon M Comunicação em prosa moderna 18 ed Rio de Janeiro FGV 2000 LAKA TOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do trabalho científico 4 ed São Paulo Atlas 1992 MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos rese nhas 4 ed São Paulo Atlas 1999 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia 9 ed São Paulo Martins Fontes 1999 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Ken nedy 1982 271 13 Referências Bibliográficas As normas que dizem respeito às referências bibliográficas são fixadas pela Asso ciação Brasileira de Normas Técnicas ABNT A norma atual em vigor data de agos to de 2000 INTRODUÇÃO Os elementos que constituem a citação bibliográfica devem ser obtidos preferen cialmente da folha de rosto do livro Quando o elemento não constar da obra referen ciada deverá figurar entre colchetes por exemplo sd sem data snt sem nota tipográfica Os vários elementos da referência bibliográfica nome do autor título da obra notas tipográficas ou de imprensa notas bibliográficas e notas especiais devem ser separados entre si somente por um espaço Colocase dois pontos após o local e vírgu la nos demais elementos Exemplo DEMO Pedro Introdução à metodologia da ciência São Paulo Atlas 1983 118 p A segunda linha deve ser colocada logo abaixo do sobrenome sem deixar três es paços O número de páginas é considerado complementar podendo ou não ser colocado 131 LIVROS Autor pelo último sobrenome com exceção dos nomes espanhóis que entram pelo penúltimo e dois sobrenomes ligados por traços de união 272 Elementos essenciais Título em negrito sublinhado ou itálico Subtítulo se houver separado do título por dois pontos sem grifo Elementos complementares o nome do diretor tradutor ilustrador organizador etc deve ser acrescentado ao título quando necessário e abreviado dir trad ilustr org etc Número da edição que não a primeira Indicase o número da edição seguido de ponto e da abreviatura da palavra edição ed no idioma da publicação Local de publicação quando há mais de uma cidade indicase a primeira mencio nada na publicação Editora apenas o nome que identifique eliminandose as indicações editor li vraria companhia etc desde que dispensável sua identificação Ano de publicação Número de páginas ou volumes quando a publicação tem apenas um volume in dicase o número de páginas não obrigatório seguido da abreviatura p Quando tem mais de um volume indicase o número deste seguido da abreviatura v Título da série indicamse as séries ou coleções depois das notas bibliográficas entre parênteses tal como figura na publicação O número da publicação na série deve ser indicado com algarismos arábicos mesmo que apareça na publicação em romanos desprezandose as indicações n v etc ESQUEMA AutorTítuloSubtítuloEdiçãoCidade onde foi publicadoEditoraAno de publica çãoNúmero de volumes indicação de tese ou nota de série Os elementos devem ser separados apenas por um espaço a Citação simples DEMO Pedro Introdução à metodologia da ciência São Paulo Atlas 1983 b Citação de livro com subtítulo REHFELDT Gládys Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 273 c Citação de livro com autor espanhol ALONSO GARCIA Manuel Derecho dei trabajo Barcelona Bosh 1960 d Citação de livro com tradutor BODENHEIMER Edgar Trad Enéas Marzano Ciência do direito sociolo gia e metodologia teóricas Rio de Janeiro Forense 1966 e Citação de livro integrado com coleçãosérie MODESTO Clóvis A Inquérito por falta grave 3 ed Curitiba Juruá 1976 Prática processo e jurisprudência 18 f Citação de livro com dois autores HENRIQUES Antonio MEDEIROS João Bosco Monografia no curso de direito São Paulo Atlas 1999 g Citação de livro com três autores TAFNER Malcon Anderson TAFNER José FISHER Julianne Metodolo gia do trabalho acadêmico Curitiba Juruá 1998 h Citação de livro com mais de três autores SELLTIZ C et aI Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 i Citação de livro com o mesmo autor da citação anterior NERI Imideo G Metodologia do ensino superior Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1967 o Educação e metodologia 2 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1973 j Citação de livro cujo autor é uma entidade Quando uma entidade coletiva assume integral responsabilidade por um trabalho ela é tratada como autor 274 INSTITUTO PANAMERICANO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA Venezuela Fontes documentales para la independencia de America Caracas 1976 3 v BRASIL Ministério da Justiça e Negócios Interiores Estabelecimentos penais Brasília Imprensa Nacional 1966 IDGE Diretoria Técnica Geografia do Brasil Rio de Janeiro SergrafIDGE 1977 5 v k Citação de livros anônimos de coletâneas sem editor responsável enciclopédias e dicionários sem editor em destaque entram pelo título não sendo sublinhado I Citação de livros pelo compilador ou organizador TESE BRANDÃO Alfredo de Barros L Comp Modelos de contratos procura ções requerimentos e petições 5 ed São Paulo Trio 1974 Quando se tratar de obras compiladas em que são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico este é apresentado entre os sinais precedido por aspas Disponível em e a data de acesso ao documento precedida pela expressão Aces so em Nota não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas redes Verbete de dicionário POLÍTICA ln DICIONÁRIO da língua portuguesa Lisboa Priberam Infor mática 1988 Disponível em site 333priberamdidlpo Acesso em 8 mar 1999 Parte de monografia SÃO PAULO Estado Secretaria do Meio Ambiente Tratados e organiza ções ambientais de matéria de meio ambiente ln o Entendendo o meio ambiente São Paulo 1999 v 1 Disponível em httpwwwbdtorgbr smaentendoambientes Acesso em 8 mar 1999 13 11 Capítulo de Livro Publicações consideradas em parte como colaborações em obras coletivas atas de congressos volumes capítulos fragmentos trechos ORDEM DOS ELEMENTOS Autor do capítulo ou parte Título do capítulo ou parte sem grifar 275 Palavra ln notese que é o único caso em que se usa ln nunca para artigos de revistas Autor do livro todo se for o mesmo do capítulo é substituído por um travessão Local de publicação Editora Paginação do capítulo ou da parte dentro da obra Obs a pontuação obedece à mesma norma dos livros como um todo ESQUEMA AutorTítulo do capítulo ou parte referenciadaln autor ou editorTítulo na pu blicação no todoEdiçãoLocal de publicaçãoEditoraAno de publicaçãoVolume tomo parte do capítulo eou página inicialfmal da parte referenciada Obs a pontuação obedece à mesma norma dos livros como um todo Exemplos autor do capítulo é o mesmo da obra HIRANO Sedi Org Projeto de estudo e plano de pesquisa ln o Pes quisa social projeto e planejamento São Paulo TAQ 1979 autor do capítulo não é o da obra ABRAMO Perseu Pesquisa em ciências sociais ln HIRANO Sedi Org Pesquisa social projeto e planejamento São Paulo TAQ 1979 1312 Publicações periódicas como um todo Compreendemse aqui fascículo ou número de revistas jornais cadernos etc edi toriais bibliotecas editoras anais de Senado Câmara de Deputados etc número do mesmo jornal caderno etc ORDEM DOS ELEMENTOS 276 Título do periódico título do fascículo em maiúscula ou versaI Local de publicação Volume Número do mês abreviado Editora se não constar do título Data ano do primeiro volume e se a publicação cessou também do último vír gula após instituição se houver Notas especiais títulos anteriores indicações de resumos índices etc Número especial da revista Número do ISSN Elementos complementares informações sobre a periodicidade mudanças de título ou incorporações de outros títulos indicação de índices ISSN Intemational Standard Serial Number etc Exemplos REVISTA BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA São Paulo USP 1986 29 v Anual REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA Rio de Janeiro IBGE 1939 Trimestral Absorveu Boletim Geográfico do IBGE Índice acumulado 19391983 ISSN 0034723X BOLETIM GEOGRÁFICO Rio de Janeiro IBGE 19431978 Trimestral 13121 PARTES DE UMA PUBLICAÇÃO PERIÓDICA volume fascículo caderno etc Elementos essenciais título da publicação título da parte se houver local de pu blicação editora numeração do ano eou volume numeração do fascículo as infor mações de periódicos e datas de sua publicação e as particularidades que identificam a parte Exemplo CONJUNTURA ECONÔMICA As 500 maiores empresas do Brasil Rio de Janeiro FGV v 38 nº 9 set 1984 135 p Edição especial 13122 ARTIGO OU MATÉRIA DE REVISTA Elementos essenciais autor título do artigo ou matéria subtítulo local de publi cação número do volume eou ano fascículo ou número da paginação inicial e fmal do artigo ou matéria as informações de período e data de publicação 277 Exemplos COSTA V R À margem da lei o Programa Comunidade Solidária Em Pau ta Revista da Faculdade de Serviço Social da UFRJ Rio de Janeiro nº 12 p 131148 1998 Com autor CARMONA Carlos Alberto Arbitragem e jurisdição Revista de Processo São Paulo v 15 nº 38 p 3340 abrjun 1990 Sem autor MANDADO de injunção Revista de direito público São Paulo v 23 nº 94 p 146151 abrjun 1990 13123 ARTIGO EOU MATÉRIA DE JORNAL Os elementos essenciais são autor se houver título subtítulo se houver título do jornal local de publicação data de publicação seção caderno ou parte do jornal e paginação correspondente Exemplos Com autor PALERMO Alfredo Vida universitária a saga de uma faculdade Comércio da Franca Franca 30 jun 1991 Caderno D p 40 Sem autor BIBLIOTECA climatiza seu acervo O Globo Rio de Janeiro 4 mar 1989 p 11 13124 MATÉRIA DE JORNAL ASSINADA SILVA I G Pena de morte para o nascituro O Estado de S Paulo São Paulo 19 set 1998 Disponível em httpwwwprovidafamiliaorgpena mortenasciturohtm Acesso em 19 set 1998 13125 MATÉRIA DE JORNAL NÃO ASSINADA 278 ARRANJO Tributário Diário do Nordeste Online Fortaleza 27 novo 1998 Disponível em httpwwwdiariodonordestecombr Acesso em 28 novo 1998 1313 Eventos Congressos Seminários Encontros Simpósios Semanas etc considerados no todo ESQUEMA Os elementos essenciais são autores do trabalho apresentado subtítulo se hou ver seguido da expressão ln título do evento numeração do evento se houver ano e local de realização título do documento anais atas tópico temático etc local editora data de publicação e página inicial e fmal da parte referenciada Exemplos SEMANA DE SERVIÇO SOCIAL 3 2529 abr 1983 Franca ln Anais Franca Unesp IHSS 1984 223 p Antes da publicação ALMEIDA Vicente Unzer de As imigrações internas de populações brasilei ras Trabalho apresentado no Congresso Internacional de Americanistas 31 2328 ago São Paulo 10 p rnimeogr Após a publicação WIEDEMANN Luis Felipe da Silva Crise militar drogas e criminalidade ln SEMANA DE SOCIOLOGIA 9 18 out 1984 ESP 1985 p 3850 1314 Evento em Meio Eletrônico CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA da UFPE 4 ed 1996 Reci fe Anais eletrônicos Recife UFPE 1996 Disponível em httpwwwpro pesqufpebranaisanaishtm Acesso em 21 jan 1997 131 5 Referências Legislativas Leis decretos portarias etc Os elementos essenciais são jurisdição ou cabeçalho da entidade no caso de tratar de normas título numeração e data ementa e dados da publicação Quando necessá rio ao fmal da referência acrescentamse notas relativas a outros dados necessários para identificação do documento 279 Exemplos SÃO PAULO Estado Decreto nº 33161 2 abr 1991 Introduz alterações na legislação do imposto de circulação de mercadorias e prestações de servi ços São Paulo Legislação coletânea de leis e decretos São Paulo v 27 nº 4 p 42 abr 1991 BRASIL Código civil Organização dos textos notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira 46 ed São Paulo Saraiva 1995 Acórdãos decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais ORDEM DOS ELEMENTOS Local país estado ou cidade Nome da Corte ou Tribunal Ementa ou acórdão Tipo e número de recurso agravo de instrumento ou de petição apelação civil apelação criminal embargo habeas corpus mandado de segurança recurso extraordi nário recurso de revista etc Partes litigantes Nome do relator precedido da palavra Relator Data do acórdão sempre que houver Indicação da publicação que divulgou o acórdão decisão sentença etc de acordo com as regras apresentadas no presente livro Exemplo BRASIL Supremo Tribunal Deferimento de pedido de extradição Extradição nº 410 Estados Unidos da América e José Antônio Fernandez Relator Mi nistro Rafael Mayer 21 de março de 1984 Revista Trimestral de Jurisprudên cia Brasília v 109 p 870879 set 1984 131 6 Outras Entradas para Referências Legislativas 280 BRASIL Congresso Câmara dos Deputados SÃO PAULO Estado Assembléia Legislativa BAHIA Tribunal de Contas 1317 Teses e Trabalhos de Alunos TCCs Monografias Monografia no todo Inclui livro folheto trabalho acadêmico teses dissertações entre outros manual guia catálogo enciclopédia dicionários etc Elementos essenciais autores título subtítulo se houver edição local editora e data da publicação Elementos complementares indicações de outros tipos de responsabilidade ilustra dor tradutor revisor adaptador compilador etc informações sobre características físicas do suporte material página eou volume ilustrações dimensões série editorial ou coleção otas de ISBN lntemational Standard Book Numbering e outros Exemplo Tese LAKATOS Eva Maria O trabalho temporário nova forma de relações so ciais São Paulo 1979 2 v Tese Livredocência em Sociologia Escola de Sociologia e Política de São Paulo TRABALHOS DE ALUNOS TCCs Monografias Elementos essenciais autores título ou parte da obra ou como um todo edi ção publicação local editor data informações relativas ao meio físico ou suporte páginas ou volumes categoria grau e área de concentração nome da escola ou uni versidade etc Exemplo HOLANDA Rita de Cássia Percepções da reconceituação no curso de Servi ço Social Franca 1985 57 p Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de História Direito e Serviço Social Unesp Campus de Fran ca para obtenção do título de Assistente Social 13171 APOSTILAS PROGRAMAS DE CURSOS MONOGRAFIAS Exemplo MACEDO Neusa Dias de Orientação bibliográfica material didático para a disciplina bibliográfica São Paulo Departamento de Biblioteconomia e Docu mentação ECA USP 19718 p mimeogr 281 13172 APOSTILAS Exemplo SODRÉ Nélson Wemeck Formação histórica do Brasil São Paulo Brasi liense 1962 Resenhado por GARBUGLIO José Carlos Revista de Letras Assis nº 89 p 319325 1966 13173 RESUMOS Exemplo AGGIO Alberto República e revoluçao ln SEMANA DA HISTÓRIA 8 ed Franca 1989 Resumos Unesp 1989 68 p 13174 SEPARATAS Periódicos Exemplo FRANÇA R Limongi A questão das garagens no condomínio de apartamen tos Separata da Revista dos Tribunais São Paulo v 228p 5160 out 1959 13175 LIVROS Exemplo MUNOZ AMATO P Planejamento Rio de Janeiro FGV 1955 55 p Sepa rata de o lntroducción a la administración pública México Fondo de Cultura Económica 1955 Cap 3 13176 FOLHETOS Geralmente são publicações com o número de páginas reduzido mais ou menos até 40 páginas Exemplos 282 BRASIL Ministério da Ação SoCial Secretaria Nacional de Habitação Políti ca nacional de habitação Brasília 1955 25 p folheto HERMES Gabriel A comunidade lusobrasileira o Marquês de Pombal e a Amazônia Brasília 1982 35 p folheto 131 8 Filmes Se for de produto comercial Exemplo AMAZÔNIA filme Primo Carbonari 1955 11 mino sono color 16 mm sé rie didática Se for cópia única ou rara entra pela instituição na qual se encontra Exemplo SÃO PAULO Universidade Museu Paulista Hábitos alimentares entre os caiçaras filme Projeto Rondon 1970 30 min mudo color 8 mm 13181 MICROFILMES Adotamse as mesmas regras de livros periódicos etc acrescentandose no mal entre parênteses o termo f11icrofilme Exemplo UZTAZIZ Geronimo de Theoria y prática de comercio y de marina Madri Antonio Sanz 1742 microfilme 13182 DIAPOSITIVOS Exemplo URIBURU Teresa História de Espafía Madri Aguilar 1972 Diapositivos 200 fot col 13183 FOTOGRAFIAS E CARTÕESPOSTAIS Se forem comerciais entram pelo título Exemplo RELÓGIO do sol cartãopostal Franca Objetiva Social CoI 15 x 11 cm Se forem únicos e raros entram pela instituição na qual se encontram Exemplo PETRÓPOLIS Museu Imperial Princesa Isabel Retrato 30 x 20cm 283 13 1 9 Depoimentos e Entrevistas Se forem únicos e raros entram pela instituição depositária Exemplo RIO DE JANEIRO Museu da Imagem e do Som Depoimento de Getúlio Vargas disco 1948 Se não forem únicos e raros entram pelo entrevistado ou depoente Exemplo MACEDO Murilo Entrevista concedida à fita mag Franca 1980 13 110 Mapas ESQUEMA AutorTítuloLocal data da publicaçãoMapaCaracterísticas do mapa cor esca la etc Exemplos BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística São Paulo São Paulo 1965 mapa color 11000000 RELLEGARDE Pedro Alcântara Org Carta corographica da província do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1983 mapa 13 111 Manuscritos Cidade onde se localiza a instituição em português se houver o correspondente de uso corrente Nome das instituições na língua de origem Título do documento Palavra manuscrito abreviada manuscr Identificação dentro da instituição Exemplos 284 LISBOA Arquivo Histórico do Ministério das Finanças Copiador de cartas para os administradores e governadores do Pará manuscr Cód 100A RIO DE JANEIRO Biblioteca Nacional Roteiro de Pernambuco ao Mara nhão por Manuel Gonçalves Regeifeiro manuscr 2 31 21 11 Vários manuscritos de uma mesma instituição Se os manuscritos estiverem separados na referência não há necessidade de repe tir a instituição nem a palavra manuscrito Entram por ordem alfabética as designa ções dos arquivos e dentro delas por ordem cronológica ou por outro critério 131111 FONTES MANUSCRITAS SÃO PAULO Arquivo Cúria Metropolitana Baptisados Brancos e libertos 18291849 Livro nº 13 Idem 18801885 Livro nº 19 SÃO PAULO Departamento do Arquivo do Estado Ordens Régias 17651780 Caixa 62 nº 420 Processos da Secretaria da Agricultura 1901 Mar 1 Nos documentos pertenrpntp 1l 20e ert u1 üLüüivü v lluüiê Ua lU leção deve anteceder a identificação do documento Exemplo RIO DE JANEIRO Biblioteca Nacional Seção de Manuscritos Carta de Afonso Sampaio Botelho a D Lins Antônio de Souza São Paulo 1767 ma nuscL Arquivo de Matheus 3 4 568 Arquivos particulares ainda não ligados à instituição entram simplesmente pelo nome Exemplo ARQUIVO SETEMBRINO DE CARVALHO Carta a Assis do Brasil Porto Alegre 1940 manuscL Pasta 2 3 13 112 Material de Arquivo não Manuscrito Telegramas Recortes de Jornais Documentos Datilografados etc Exemplo RIO DE JANEIRO Arquivo histórico do Itamaraty Telegrama de Oswaldo Aranha a Getúlio Vargas Washington 1943 Lata X Mar y 285 13113 Acréscimos ao Título e Traduções Quando necessário acrescentamse ao título outras informações na forma como aparecerem na publicação Exemplo PENA Luiz Carlos Martins Comédias de Martins Pena Edição crítica por Darcy Damasceno com a colaboração de Maria Figueiras Rio de Janeiro Tecnoprint 1966 Tradução do original Indicase o título original no fmal da referência quando mencionado no documen to Caso não haja menção podese indicar apenas a língua original A indicação do tradutor deve ser feita somente quando for relevante caso contrário é elemento se cundário Exemplo HEMINGWAY Ernest Por quem os sinos dobram Trad Monteiro Lobato São Paulo Nacional 1956 Original inglês Tradução com base em outra tradução No caso de tradução feita com base em outra tradução indicase além da língua do texto traduzido a do texto original Exemplo SAADI O jardim das rosas Trad Aurélio Buarque de Holanda Rio de Janei ro José Olympio 1944 Versão francesa de Franz Toussaint Original árabe 13 114 Citações no Corpo do Trabalho 131141 CITAÇÕES DIRETAS Consistem na transcrição literal das palavras do autor respeitando todas as suas características Devem ser transcritas sempre entre aspas e seguidas pelo sobrenome do autor data de publicação e páginas da fonte em que foram retiradas separados por vírgula e entre parênteses Essa citação bibliográfica remete para a referência comple ta que figura no fmal do trabalho 286 Exemplo A elaboração de fichas de leitura relativas às obras lidas é o meio mais tradicional de organização dos textos selecionados Nunes 197753 Quando houver coincidência de autores com o mesmo sobrenome e data acrescen tamse as iniciais de seus prenomes Exemplo Castro B 1989p 56 Castro B 1989 p 21 As citações de diversos documentos de um mesmo autor publicados no mesmo ano são distinguidas pelo acréscimo de letras maiúsculas do alfabeto após a data e sem espacejamento Exemplo BUNGE 1974a 12 BUNGE 1980b 208 Para citações longas com mais de cinco linhas é preferível transcrevêlas em pa rágrafo próprio sem aspas com 16 espaços da margem esquerda e terminando a cinco espaços da margem direita em espaço um Exemplo O conjunto de decisões acerca de um mesmo assunto prolatadas por to das as jurisdições de Direito comum embora contestadas por alguns como fonte abusiva dó Diietor é na realidade uma fonte incontestável que não pode ser negligenciada pelo pesquisador LEITE E O 1977 p 93 131142 CITAÇÕES INDIRETAS Quando se COMENTA o conteúdo e as idéias do texto original Nesse caso é in dispensável o uso de aspas Exemplo O ser humano através de sua capacidade de reflexão crítica procura in terpretar os fenômenos verificados no mundo empírico procurando descobrir as relações de causas e efeitos e princípios Desileck 1980 p 1516 287 131143 CITAÇÕES DE CITAÇÕES Expressões usadas quando se transcrevem palavras textuais ou conceitos de autor sendo ditos por um segundo autor da fonte que se está consultando diretamente Na possibilidade de recuperar todos os dados de suas obras mencionamse entre parênteses o sobrenome do autor do documento original ano e página seguido da ex pressão latina apud e ainda o sobrenome do autor da obra que foi consultada ano e página Nesse caso as duas obras deverão constar da bibliografia separadamente no final do trabalho Exemplo John Dewey Apud RUDIO Franz Victor Introdução ao projeto de pesquisa científica p 17 Na impossibilidade de recuperar os dados do documento original o primeiro ci tamse as informações que possuir seguidas de apud sobrenome do autor da obra consultada a segunda ano e página Exemplo mas este ato foi mais tarde muitas vezes invocado e usado como título de posse ABREU C Capítulo da história colonial Apud Simonsen 1954 p 336 Nesse caso deverá constar da bibliografia a obra de Simonsen e separadamente em ordem alfabética a obra de Abreu Exemplo BIBLIOGRAFIA ABREU C Capítulos da história colonial Apud SIMONSEN Roberto C História econômica do Brasil 15001820 São Paulo Nacional 1957 457 p 13115 Notas Explicativas autor do trabalho pode fazer uso do rodapé quando achar necessário fazer co mentários ou prestar qualquer esclarecimento sobre algum assunto Nesse caso colocase um asterisco no corpo do trabalho remetendoo para o rodapé da página 288 Exemplo ou podemos dizer que a sala de estar capitalista é pequena obrigando a alguns ficar de fora 13116 Notas de Rodapé Na redação de um texto comumente o autor sente necessidade de citar ou utilizar citações de um ou mais autores de trabalhos anteriores sobre o assunto a ser discutido Daí surge a questão como e qual a maneira mais correta de fazer a referência biblio gráfica dos documentos a serem identificados O presente livro se concentrará em duas maneiras atualmente em uso ou seja no tas de rodapé e citação bibliográfica com chamada para o mal do texto As notas de rodapé podem ser de dois tipos notas explicativas e notas bibliográ ficas cada uma atendendo a finalidades diferentes conforme a delimitação de seus nomes 13117 Notas Bibliográficas Localização a Localizase a nota no pé da página ou então logo após o texto no caso de este não ocupar toda a página Separase a nota do texto com uma li nha 20 batidas ou 5 cm começando na margem esquerda na primeira linha abaixo do texto Pelo menos uma entrelinha deve ser deixada entre textolinha de rodapé Exemplo 1 BARBOSA Rui Oração aos moços Rio de Janeiro Casa de Rui Barbosa 1949 p 10 b A nota de rodapé deve ser apresentada precedida do número de chamada em algarismos arábicos e entre parênteses A numeração pode ser reinicia da a cada capítulo ou ser consecutiva em todo texto 1 ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1979 p 20 É o exército individual de reserva que não possui força coletiva para garantir um bom salário para os trabalhadores 289 Quando a obra aparecer pela primeira vez indicamse seus elementos essenciais e as páginas da citação ou informação c Para a apresentação das notas de rodapé recomendase adotar caracteres ou espacejamentos diferentes dos do texto As notas devem ser colocadas na página em que aparece a chamada numérica evitandose continuála nas páginas seguintes d As obras citadas em nota de rodapé deverão constar da lista de referên cia bibliográfica arranjadas em ordem alfabética podendo ou não ser nu meradas 13118 Repetição das Referências Quando houver casos de repetição de referências a obras anteriormente citadas com mudança ou não do número da página é recomendável o uso de expressões lati nas tais como a ido idem do mesmo autor Expressão usada para nota de rodapé cujo autor da obra citada é o mesmo da nota anterior Nesse caso colocase a expressão ido e logo em seguida os demais da dos da referência Exemplo 1 DEMO Pedro Metodologia científica em ciências sociais São Pau lo Atlas 1995 p 112 2 Id p 118 b Ibid Ibidem na mesma obra Expressão usada quando duas ou mais notas de rodapé referemse à mesma obra sendo apresentadas na mesma página uma imediatamente após a outra Devese indi car a página de onde foi retirada a informação ou citação mesmo que coincida com a da nota anterior Exemplo 1 ECO H Como se faz uma tese São Paulo Perspectiva 1977 p 13 2 Ibid p 13 3 Ibid p 95 c Op cito opus citatum na obra citada 290 Essa expressão significa que se está referindo a uma obra citada nas páginas ante riores ou na mesma página tendo ou não outra nota intercalada É usada logo após o nome do autor ou do título quando a obra não tiver autor seguida do número da pá gina da citação ou informação e do número da nota do rodapé a que se está referindo Exemplo 1 Menção posterior apresentada na mesma página Exemplo 2 1 REY L Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blü cher 1972 2 REGO A S Lições de metodologia e críticas históricas Porto Por tucalense 1969 3 REGO A S Op cit p 126 nota 2 Menção posterior apresentada em páginas seguintes Página anterior 1 SALOMON D V Como fazer uma monografia São Paulo Martins Fontes 1999 2 SALVADOR A D Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica 2 ed Porto Alegre Sulina 1970 3 Id Como redigir uma tese Porto Alegre Globo 1990 Página posterior 4 SALOMON D V Op cit p 1149 nota 1 d Passim aqui e ali Essa expressão é usada para indicar que a informação obtida é tratada em várias passagens ao longo do texto referido Exemplo 5 CASTRO C M Estrutura e apresentação de publicações científi cas São Paulo MacGrawHill do Brasil 1990 Passim e Apud citado por Expressão usada quando se transcrevem palavras textuais ou conceitos de um au tor sendo ditos pelo autor da fonte em que se está consultando diretamente 291 Exemplo 1 6 CASTRO 1976 Apud KOTAIT I Editoração científica São Paulo Ática 1981 p 12 Exemplo 2 7 ASTI VERA A Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1973 p 50 Apud SCHIMITH L Sistematização no uso de notas de rodapé e citações bibliográficas de trabalhos acadêmicos Re vista de Biblioteconomia de Brasília Brasília v 9 nº 1 p 3541 janjun 1981 p 36 13 119 Notas ExplicativasBibliográficas a Quando a informação for baseada em dados de outro autor a nota virá acompanhada da referência bibliográfica que poderá aparecer no mal do texto da nota Exemplo 9 O fato é que numa época em que a bibliografia atinge um alto nível de rigor técnico não se pode mais permitir que os livros brasileiros saiam cheios de defeitos ver COUTINHO A Da crítica e da nova crítica Rio de Janeiro Civili zação Brasileira 1975 p 189 b Há casos em que a referência bibliográfica poderá vir intercalada no texto da nota explicativa entre parênteses Exemplo Ângelo Domingos Salvador SALVADOR A D Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 201 p revela que os adendos são matérias elaboradas pelo autor os apêndices são subsídios de outros autores que abor dam e documentam o texto LITERATURA RECOMENDADA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Referências bibliográficas Rio de Janeiro 2000 NBR 6023 292 KURY Adriano Gama Elaboração e editoração de trabalhos de nível universitário es pecialmente na área humanística Rio de Janeiro Fundação Casa de Rui Barbosa 1980 p 3059 LEITE José Alfredo Américo Metodologia de elaboração de teses São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Capítulo 7 MARTINS Joel CELANI Maria Antonieta Alba Subsídio para redação de tese de mestrado e de doutoramento 2 ed São Paulo Cortez Moraes 1979 Capítulo 4 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 Capítulo 4 REY Luís Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blücher 1978 Capí tulo 5 item 58 RUlZ João Álvaro Metodologia científica guia para eficiência nos estudos São Paulo Atlas 1979 Apêndice SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 Segunda Parte Capi tulo 3 itens 4 e 5 SEVERINO Ãntônio Joaquim Metodologia do trabalho cientifico dIretrizes para o tra balho didáticocientífico na universidade 6 ed São Paulo Cortez Autores Associados 1982 Capitulo 5 item 2 293 Bibliografia ACKOFF Russel L Planejamento de pesquisa social São Paulo Herder EDUSP 1967 2 ed São Paulo EPU EDUSP 1975 ACRA FILHO José Antonio A economia cafeeira e a politica oligárquica do muni cípio de Ribeirão Preto subsídios para o estudo das oligarquias cafeeiras paulistas São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1981 Tese de Mes L 1 lllUU ALFONSO Juan Maestre La investigación en antropologia social Madrid Akal 1974 ALVES Danny José O teste sociométrico sociogramas 2 ed Porto Alegre Globo 1974 AMARAL Hélio Soares do Comunicação pesquisa e documentação método e técnica de trabalho acadêmico e de redação jornalística Rio de Janeiro Graal 1981 ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 ARAUJO Manuel Mora y et aI El análisis de datos en la investigación social Buenos Aires Nueva Visión 1973 ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1976 o 5 ed Porto Alegre Globo 1979 AUGRAS Monique Opinião pública teoria e pesquisa 2 ed Petrópolis Vozes 1974 AZEVEDO Amilcar Gomes CAMPOS Paulo H B Estatística básica 3 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1978 BABINI José El saber Buenos Aires Nueva Visión 1957 BARBOSA FILHO Manuel Introdução à pesquisa métodos técnicas e instrumentos 2 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1980 295 BARDAVID Stella o perfil da mãe que deixa o filho recémnascido para adoção São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 Tese de Doutorado BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza un trabajo monográfico Barcelona EUNIBAR 1979 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 BARROS Aidil Jesus Paes de LEHFELD Neide Aparecida de Souza Fundamentos de metodologia um guia para a iniciação científica São Paulo McGrawHill 1986 BASTIDE Roger et aI Pesquisa comparativa e interdisciplinar Rio de Janeiro Fun dação Getúlio Vargas 1976 BASTOS Lília da Rocha et aI Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa teses e dissertações Rio de Janeiro 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Paulo Brasi liense 1985 o Repensando a pesquisa participante 3 ed São Paulo Brasiliense 1987 BRUYNE Paul de et ai Dinâmica da pesquisa em ciências sociais pólos da prática metodológica Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 BUNGE Mário 296 Teoria y realidad Barce Ariel 1972 BUNGE Mário Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b o La ciencia su método y su filosofia Buenos Aires Siglo Veinte 1974a o La investigación científica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelona Ariel 1976 o Epistemologia curso de atualização São Paulo T A Queiroz EDUSP 1980 CALDERON Alor C Antropologia social 4 ed México Oasis 1971 CAMPBELL Donald T STANLEY Julian C Delineamentos experimentais e quase experimentais de pesquisa São Paulo EPU EDUSP 1979 CAPALBO Creusa Metodologia das ciências sociais a fenomenologia de Alfred Schutz Rio de Janeiro Antares 1979 CARDOSO Clodoaldo M DOMINGUES Muricy O trabalho científico fundamentos filosóficos e metodológicos Bauru Jalovi 1980 CASTAGNINO Raul H Análise literária São Paulo Mestre Jou 1968 CASTRO Cláudio de Moura A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Brasil 1978a o Estrutura e apresentação de publicações científicas São Paulo McGrawHill do Brasil 1978b CERRONI Humberto Metodologia y ciencia social Barcelona Martinez Roca 1971 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia científica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 CLARK María Angélica Gallardo La praxis dei trabajo social en una dirección científica teoria metodologia instrumental de campo Buenos Aires Ecro 1973 COHEN Morris NAGEL Emest Introducción a la lógica y al método científico 2 ed Buenos Aires Amorrortu 1971 2 v COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 DANHONE Sueli Terezinha Menores de condutas antisociais e a organização da so ciedade São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 2 v Tese de Mestrado DANIELLI Irene Roteiro de estudo de metodologia científica Brasília Horizonte 1980 DA VIS James A Levantamento de dados em sociologia uma análise estatística ele mentar Rio de Janeiro Zahar 1976 DELORENZO NETO Antonio Da pesquisa nas ciências sociais Separata Ciências Econômicas e Sociais Osasco 5 1 e 2766 janjul 1970 DEMO Pedro Metodologia científica em ciências sociais São Paulo Atlas 1981 297 DUVERGER Maurice Ciência política teoria e método 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1976 ECO Umberto Como se faz uma tese 14 reimp São Paulo Perspectiva 1977 ENGELS Friederich Dialética da natureza 2 ed Lisboa Presença São Paulo Mar tins Fontes 1978 FERNANDES Florestan Elementos de sociologia teórica São Paulo Nacional EDUSP 1970 FERNANDEZ Juan Antonio Rodrigues A hipótese na investigação científica o pro blema da formulação da hipótese e a qualidade da pesquisa São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de Mestrado FESTINGER Leon KA TZ Daniel A pesquisa na psicologia social Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1974 FEYERABEND Paul Contra o método esboço de uma teoria anárquica da teoria do conhecimento Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 FLESCH Rudolf The art of clear thinking London Collica Books 1951 FONSECA Edson Nery Problemas de comunicaçãp da informação científica São Paulo Thesaurus 1975 FRAGATA Júlio S I Noções de metodologia para elaboração de um trabalho cientí fico 3 ed Porto Tavares Martins 1980 GAJARDO Marcela Pesquisa participante na América Latina São Paulo Brasiliense 1986 GALLIANO A Guilherme Org O método científico teoria e prática São Paulo Harpei Row do Brasil 1977 GALTUNG Johan Teoria y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 2 v GARCIA Othom M Comunicação em prosa modema 18 ed Rio de Janeiro FGV 2000 GATTI Bemardete A FERES Nagib Lima Estatistica básica para ciências huma nas São Paulo AlfaOmega 1975 GIBSON Quentin La lógica de la investigación social 2 ed Madrid Tecnos 1964 GIDDENS Antony Novas regras do método sociológico uma crítica positiva das so ciologias compreensivas Rio de 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planejamento São Paulo T A Queiroz 1979 lTOPlIIfAlITlIT lnln t J iivUIu y LJV óUJVJ CH IU õCJuut DalClUlla lCll11lUS 1 HYMAN Herbert Planejamento e análise da pesquisa princípios casos e processos Rio de Janeiro Lidador 1967 JOLIVET Régis Curso de filosofia 13 ed Rio de Janeiro Agir 1979 JUNKER Buford H A importância do trabalho de campo introdução às ciências so ciais Rio de Janeiro Lidador 1971 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento São Paulo Herder EDUSP 1969 o 2 ed São Paulo EPU EDUSP 1975 KAUFMANN Feliz Metodologia das ciências sociais Rio de Janeiro Francisco Al ves 1977 KERLINGER Fred N Foundations of behavioral research 2 ed New York Holt Rinehart and Winston 1973 o Metodologia da pesquisa em ciências sociais um tratamento conceituaI São Paulo EPU EDUSP 1980 KNELLER George F A ciência como atividade humana Rio de Janeiro Zahar São Paulo EDUSP 1980 KOCHE José Carlos Fundamentos de metodologia científica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto 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Manual de encuesta social Madrid Riap 1961 2 v LEFEBVRE Henri Lógica formallógica dialética 2 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1979 LEHFELD Neide Aparecida de Souza Estudo de grupos familiares migrantes caren tes suas formas de organização interna São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 Tese de Mestrado LEITE José Alfredo Américo Metodologia de elaboração de teses São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 LELLIS Regina de Souza A família carente e sua infuência na origem da marginali zação social São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 2 v Tese de Mestrado LIARD L Lógica 9 ed São Paulo Nacional 1979 LODI João Bosco A entrevista teoria e prática 2 ed São Paulo Pioneira 1974 LUNDENBERG George A Técnica de la investigación social México Fondo de Cul tura Económica 1949 MAGEE Bryan As idéias de Popper 3 ed São Paulo Cultrix 1979 MAIR Lucy Introdução à antropologia social 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1972 MANN Peter H Métodos de investigação sociológica Rio de Janeiro Zahar 1970 300 MANZO Abelardo J Manual para la preparación de monografias una guía para pre sentar informes y tesis Buenos Aires Humanitas 1971 o 2 ed Buenos Aires Humanitas 1973 MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista São Paulo Secretaria da Cultura Ciência e Tecnologia 1978 MARINHO Inezil Penna Introdução ao estudo da metodologia científica Brasília Brasil sd MARINHO Pedro A pesquisa em ciências humanas Petrópolis Vozes 1980 MARQUEZ A D Educación comparada teoría y metodologia Buenos Aires Ante co 1972 MARTINS Joel CELANI M Antonieta Alba Subsídio para redação de teses de mes trado e doutoramento 2 ed São Paulo Cortez Moraes 1979 MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos rese nhas São Paulo Atlas 1999 MERTON Robert K Sociologia teoria e estrutura São Paulo Mestre Jou 1970 MINICUCCI Agostinho Dinâmica de grupo manual de técnicas 3 ed São Paulo Atlas 1977 MOISÉS Massaud Guia prático de análise literária São Paulo Cultrix 1970 MONTENEGRO E J Estatística montada passo a passo São Paulo Centrais Impres sora Brasileira 1981 MORAL Ireneo Gonzales Metodologia Santander Sal Terrae 1955 MOREIRA José dos Santos Elementos de estatística São Paulo Atlas 1979 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 NAGEL Emest La estructura de la ciencia problemas de la lógica de la investigación científica 3 ed Buenos Aires Paidós 1978 NÉRICI Imídeo G Metodologia do ensino superior Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1967 o Introdução à didática geral 10 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1971 o Introdução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte I Capítulo 6 Parte II Capítulo 11 itens 111 112 e 113 o Educação e metodologia 2 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1973 NOGUEIRA Oracy Pesquisa social introdução às suas técnicas São Paulo Nacional EDUSP 1968 NUNES Edson de Oliveira Org A aventura sociológica objetividade paixão im proviso e método na pesquisa social Rio de Janeiro Zahar 1978 301 OGBURN William F NIMKOFF Meyer F Sociologia 8 ed Madrid Aguilar 1971 PADUA Jorge et aI Técnicas de investigación aplicadas a las ciencias sociales Mé xico Fondo de Cultura Económica 1979 PARDINAS Felipe Metodología y técnicas de investigación en ciencias sociales Mé xico Siglo Veinteuno 1969 o 2 ed México Siglo Veinteuno 1977 PASTOR Julio Rey QUILLES Ismael Diccionário filosófico Buenos Aires Espa saCalpe 1952 PAULI Evaldo Manual de metodologia cientíca São Paulo Resenha Universitária 1976 PEREIRA Wlademir Coord Manual de introdução à economia São Paulo Saraiva 1981 PHILLIPS Bernard S Pesquisa social estratégias e táticas Rio de Janeiro Agir 1974 PIERSON Donald Teoria e pesquisa em sociologia 9 ed São Paulo Melhoramentos 1965 POLANSKY Norman A Metodologia de la investigación dei trabajo social Madrid Euramérica 1966 POLITZER Georges Princípios elementares de filosofia 9 ed Lisboa Prelo 1979 et aI Princípios fundamentais de filosofia São Paulo Hemus sd POPPER Karl S A lógica da pesquisa científica 2 ed São Paulo Cultrix 1975a o Conhecimento objetivo uma abordagem evolucionária São Paulo Itatiaia EDUSP 1975b o Autobiografia São Paulo Cultrix EDUSP 1977 o A lógica das ciências sociais Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1978 o Conjecturas e refutações Brasília Universidade de Brasília sd PRADO Jr Caio Dialética do conhecimento 2 ed São Paulo Brasiliense 1980 RAMON Y CAJAL Santiago Regias y consejos sobre investigación científica 8 ed Madrid Beltran Príncipe 1940 o Regras e conselhos sobre a investigação científica 3 ed São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 REY Luís Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blücher 1978 RICHARDSON Roberto Jauy e colaboradores Pesquisa social métodos e técnicas São Paulo Atlas 1985 302 RILEY Matilda White NELSON Edward E A observação sociológica uma estraté gia para um novo conhecimento social Rio de Janeiro Zahar 1976 ROSENBERG Morris A lógica da análise de levantamento de dados São Paulo Cul trix EDUSP 1976 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa cientifica 2 ed Petrópolis Vozes 1979 o 3 ed Petrópolis Vozes 1980 RUIZ João Álvaro Metodologia científica guia para eficiência nos estudos São Paulo Atlas 1 9 7 9 o 2 ed São Paulo Atlas 1980 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 RUSSEL Bertrand A perspectiva científica 4 ed São Paulo Nacional 1977 RYAN Alan Filosofia das ciências sociais Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 SALMON Wesley C Lógica 4 ed Rio de Jeiro Zahar 1978 5ALOlviOI Déicio Vieira Como Jazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 2 ed Belo Horizonte Interlivros 1972 o o 3 ed Belo Horizonte Interlivros 1973 o o 9 ed São Paulo Martins Fontes 1999 SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 SANTOS Maria de Lourdes Lúcio dos A necessidade da informação ocupacional na escolha da profissão um estudo de caso São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 Tese de Mestrado SARTRE JeanPaul Questão de método São Paulo Difusão Européia do Livro 1966 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa social empírica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Ale gre Globo 1974 o 2 ed Porto Alegre Globo Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1974 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 o 2 ed São Paulo Herder EDUSP 1967 SEVERINO Antônio Joaquim Metodologia do trabalho científico diretrizes para o trabalho científicodidático na universidade 5 ed São Paulo Cortez Moraes 1980 o o 6 ed São Paulo Cortes Autores Associados 1982 o o 21 ed São Paulo Cortez 2000 303 SIQUElRA L Mesquita Pesquisa bibliográfica em tecnologia São José dos Campos ITA 1969 Mimeografado SMART Barry Sociologia fenomenologia e análise marxista uma discussão crítica da teoria e da prática de uma ciência da sociedade Rio de Janeiro Zahar 1978 SOUZA Aluísio José Maria de et aI Iniciação à lógica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 SOUZA Maria Suzana de Lemos Guia para redação e apresentação de teses Belo Horizonte Huguette 1992 SPINA Segismundo Normas gerais para os trabalhos de grau um breviário para o estudante de pósgraduação São Paulo Fernando Pessoa 1974 TAGLIACARNE Guglielmo Pesquisa de mercado técnica e prática 2 ed São Paulo Atlas 1976 TELLES Jr Goffredo Tratado da conseqüência curso de lógica formal 5 ed São Paulo José Bushatsky 1980 THALHEIMER August Introdução ao materialismo dialético São Paulo Ciências Humanas 1979 THIOLLENT Michel J M Crítica metodológica investigação social enquete operária São Paulo Polis 1980 o Metodologia da pesquisaação 3 ed São Paulo CortezAutores Associados 1986 TRIPODI Tony et aI Análise da pesquisa social diretrizes para o uso de pesquisa em serviço social e em ciências sociais Rio de Janeiro Francisco Alves 1975 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Epistemologia e metodologia da sociologia Campinas se 1977 o Metodologia da pesquisa científica São Paulo McGrawHill do Brasil 1982 VEGA Javier Lasso de la Manual de documentación Barcelona Labor 1969 WHITNEY Frederick L Elementos de investigación Barcelona Omega 1958 WITT Aracy Metodologia de pesquisa questionário e formulário 2 ed São Paulo Resenha Tributária 1973 o o 3 ed São Paulo Resenha Tributária 1975 YOUNG Pauline Métodos cientificos de investigación social México Instituto de In vestigaciones Sociales de la Universidad deI México 1960 ZEISEL Hans Say it withfigures 4 ed New York Harper Row Publishers 1957 ZETTERBERG Hans Teoria y verificación en sociología Buenos Aires Nueva Vi sión 1973 304 índice Remissivo ABSTRACT230 AFIRMAÇÕES E FATOS 169 AMOSTRAGEM163 Tipo de 223 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO Crítica externa 48 Crítica interna 49 ANÁLISE INTERPRETATIVA E CRíTICA 32 33 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 167 ANÁLISE TEMÁTICA 31 33 ANÁLISE DE TEXTO Análise dos elementos 30 Análise da estrutura 31 Análise das relações 31 Conclusão pessoal 32 Dinâmica 31 Estática 31 Fases 27 Objetivo 29 Partes 30 Procedimento 30 Tipos 31 ANÁLISE TEXTUAL 31 32 ANEXOS 233 ANTEPROJETO 215 APÊNDICE 232 ARQUIVOS PARTICULARES 176 ARQUIVOS PÚBLICOS Coleções particulares 177 Documentos jurídicos 176 178 Documentos oficiais 176 Documentos particulares 181 ARTIGO CIENTíFICO Avaliação 263 Argumento teórico 261 Artigo de análise 261 Avaliação 242 Classificatório 262 Conteúdo 260 Estrutura do artigo 259 Motivação 262 Tipos 261 BIBLIOGRAFIA 227 233 Á Elemento que auxilia na escolha de leitura 20 Revisão da 225 CAPA 216 228 CATÁLOGO COLETIVO NACIONAL 48 CIÊNCIA Classificação 81 Conceito 80 Divisão 81 CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTíFICO 75 CITAÇÃO Aspas 57 Supressão de texto 57 COLETA DOS DADOS 165 COMPILAÇÃO 48 CONFERÊNCIA Apresentação 269 Avaliação do tempo 270 Estrutura da conferência 269 CONHECIMENTO Científico 75 76 77 Filosófico 78 Popular 78 305 Religioso 79 Tipos 75 77 CONTRACAPA19 CONTRADiÇÃO Inovadora 105 Interna 105 CRíTICA Externa 48 Interna 49 CRíTICA DE INTERPRETAÇÃO 49 CRíTICA DA PROVENIÊNCIA 49 CRíTICA DO VALOR INTERNO DO CONTEÚDO 49 CRíTICA DO TEXTO 48 DADOS Análise e interpretação dos 167 Elaboração dos 166 Falta de imaginação 169 DATA DA PUBLICAÇÃO 19 DEDU9ÃO Características 92 DEFINiÇÃO Operacional f61 Simples 161 DISSERTAÇÃO Avaliação metodológica do trabalho 243 Conceitos 238 Escolha do tema 240 Esquema 243 Problemas hipóteses e variáveis 241 Redação 243 Tipos 239 DOCUMENTAÇÃO DIRETA Pesquisa de campo 186 Pesquisa de laboratório 190 DOCUMENTAÇÃO INDIRETA Pesquisa bibliográfica 174 Pesquisa documental 174 DOCUMENTOS Fontes primárias 174 ELABORAÇÃO DOS DADOS Codificação 167 Seleção 166 Tabulação 167 ENTREVISTA 195 Clínica 197 306 Contato inicial 199 Despadronizada ou nãoestruturada 197 Diretrizes da 199 Focalizada 197 Formulação de perguntas 200 Padronizada ou estruturada 197 Painel197 Preparação da 199 Registro de respostas 200 Requisitos importantes 200 Término da 200 Vantagens e limitações 198 Não dirigida 197 Tipos de 197 ESTILO 242 ESTRUTURA DO PROJETO Cronograma 216 Embasamento teórico 217 Metodologia 216 Objetivo 216 Justificativa 216 Relação do pessoal técnico 216 ESTUDOS PRELIMINARES 215 FALSEAMENTO Tentativas de 98 FATO Calssificação de conceitos 119 Início da teoria 118 Redefinição de teorias 120 Reformulação da teoria 119 FATOS 114 FICHA Aspecto físico 50 FICHA BIBLIOGRÁFICA 56 FICHA Cabeçalho 51 Citações 57 Comentário ou analítica 59 Composição da 50 Conteúdo 56 58 Corpo ou texto 54 Esboço 59 Glosa 66 Indicação da obra 54 Local54 de Manzo tipos 66 Referência bibliográfica 53 Resumo 58 FICHAMENTO 48 FORMULÁRIO Apresentação do formulário 213 Vantagens e desvantagens 212 FONTES ESTATíSTICAS 177 FONTES NÃO ESCRITAS 168 FONTES PRIMÁRIAS 159 FONTES SECUNDÁRIAS 159 GENERALIZAÇÕES EMPíRICAS 116 GRÁFICOS 169 170 Analíticos 171 Informativos 170 HERMENÊUTICA 49 HIPÓTESE Analogias 134 Antefactum 131 Básica 220 Casos discrepantes 135 Comparação com outros estudos 133 Conceito 126 Conhecimento familiar 132 Cultura geral 134 Dedução lógica de uma teoria 133 Experiência pessoal 135 Fontes de elaboração 132 Formulação 128 Função 131 Importãncia 130 Observação 132 Postfactum 131 Problema 126 Tema 126 IMPRINTAÇÃO97 INDUÇÃO Amostra insuficiente 90 Amostra tendenciosa 91 Formas 89 Regras 90 Favorece na escolha da leitura 20 INFORME CIENTíFICO 263 INTRODUÇÃO 20 JUSTIFICATIVA 219 LEITURA Crítica 21 De estudo 21 24 De significado 21 Elementos 19 Explicativa 23 Exploratória 22 Identificação do texto 19 Informativa 21 Interpretativa 23 Objetivos 21 Proveitosa 20 Reconhecimento 22 Reflexiva 22 Scanning 21 Seletiva 22 Skimming 21 Sublinhar 24 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO Localização 47 MÉTODO COMPARATIVO 107 MÉTODO CIENTíFICOS 83 Conceito 83 Desenvolvimento histórico dos 83 MÉTODO DEDUTIVO Argumento 91 Argumentos condicionais 93 MÉTODO DIALÉTICO Ação recíproca 101 Interpretação dos contrários 104 Leis 100 Mudança dialética 102 Passagem da quantidade à qualidade 103 MÉTODOS ESPECíFICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 106 MÉTODO ESTATíSTICO 108 MÉTODO ESTRUTURALISTA 111 MÉTODO FUNCIONALlSTA 110 MÉTODO HIPOTÉTICODEDUTIVO Conjecturas 98 Etapas 95 Problema 97 Segundo Bunge 99 MÉTODO HISTÓRICO 106 MÉTODO INDUTIVO Caracterização 86 Fases 87 Formas 89 Leis 87 Regras 87 MÉTODO MONOGRÁFICO 108 MÉTODO TIPOLÓGICO 109 307 MODUS TOLLENS 98 MONOGRAFIAS Características 235 Científicas 237 Conceito 235 Escolares 237 Escolha do tema 237 Estrutura 236 Tipos 236 MOTIVAÇÃO 262 OBSERVAÇÃO Assistemática 192 Em equipe 194 Em laboratório 195 Individual 194 Na vida real 195 Não participante 193 Participante 194 Sistemática 193 OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA 201 222 Formulário 212 Questionário 201 OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA 190222 Entrevista 195 Objetivos 196 Observação 190 ORELHA19 PÁGINA DE ROSTO 228 PESQUISA Bibliográfica 183 de campo 186 Conclusões 171 Cronograma 157 Coleta dos dados 165 Conceito 155 Constituição da equipe de trabalho 157 Construção de hipóteses 161 Decisão 156 Definição dos termos 160 Delimitação do assunto 45 155 Elaboração do plano de trabalho 46 Elaboração dos dados 166 Elaboração de um esquema 157 Escolha do tema 44 158 Especificação de objetivos 156 Execução de 165 Fases da 44 156 158 Formulação do problema 159 Indicação de variáveis 162 308 Levantamento de dados 158 Levantamento de recursos 157 Organização do instrumentla de 164 Piloto 227 Planejamento da 155 Preparação da 155 156 Relatório 171 Seleção dos métodos e técnicas 163 Técnicas 222 Teste de instrumentos e procedimentos 165 PESQUISA DOCUMENTAL Fontes não escritas 174 PESQUISA DE LABORATÓRIO 190 PLANO DE TRABALHO Elaboração 46 PRÉTESTE227 PROBLEMA 126 De ação 160 De estudos acadêmicos 160 De informação 160 Exeqüibilidade 160 Hipótese 127 Investigação pura e aplicada 160 Novidade 160 Oportunidade 160 Relevância 160 Tipos 160 Viabilidade 160 PROBLEMATIZAÇÃO 32 e 33 PROJETO Capa 216 Definitivo 215 Estrutura 216 Justificativa 216 PROJETO DE PESQUISA Apresentação 217 Bibliografia 227 Cronograma 226 Definição dos termos 225 Delimitação do universo descrição da população 223 Delimitação do tema 218 Hipótese básica 220 Hipótese secundárias 220 Instrumentos de pesquisa 226 Justificativa 219 Método de abordagem 221 Métodos de procedimento 221 Objetivo 218 Objetivos específicos 219 Objetívo geral 219 Objeto 220 Orçamento 226 Prblema 220 Tema 218 Tipo de amostragem 223 PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA Noções preliminares 215 PROJETO DE PESQUISA Metodologia 221 Variáveis 221 PUBLICAÇÕES CIENTíFICAS Abordagem 255 Apresentação formal 258 Aspectos da comunicação 253 Comunicação 252 Comunicação científica 252 Elaboração da comunicação 257 Estágios da comunicação 257 Estrutura da comunicação 256 Exemplo de comunicação 258 Linguagem 254 Tipos de comunicação 256 QUADROS 169 QUESTIONÁRIO Bateria 210 Classificação das perguntas 204 Conteúdo 210 Elementos de suma importância 228 Ordem das perguntas 211 Préteste 203 Processo de elaboração 202 Vantagens e desvantagens 201 Vocabulário 210 REDAÇÃO49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acréscimos ao título e traduções 286 Apostilas 281 282 Artigo eou matéria de jornal 278 Artigo ou matéria de revista 277 Capítulo de livro 275 Cartãopostal 283 Citações de citações 288 Citações di retas 286 Citações indiretas 287 Citações no corpo do trabalho 286 Depoimentos 284 Diapositivos 283 Entrevistas 284 Evento em meio eletrõnico 279 Filmes 283 Folhetos 282 Fontes manuscritas 285 Fotografia 283 Livro 272 282 Manuscritos 284 Matéria de jornal assinada 278 Matéria de jornal não assinada 278 Microfilmes 283 Monografias 281 Notas de rodapé 289 Notas explicativaslbibliográficas 288 292 Outras entradas para referências legislativas 280 Programas de cursos 281 Referências legislativas 279 Repetição das referências 290 Resumos 282 Separatas 282 Tese 275 Teses e trabalhos de alunos TCCs monografias 281 Tradução com base em outra tradução 286 Tradução do original 286 RELATÓRIOS Anexos 233 Apêndices 232 Apresentação 228 230 Apresentação dos dados e sua análise 231 Bibliografia 233 Capa 228 Conclusões 232 Definição 171 Embasamento teórico 231 Estrutura do 228 Metodologia 231 Recomendações de sugestões 232 Revisão bibliográfica 230 Sfnopse 230 Sumário 230 RELATÓRIO DE PESQUISA Apresentação 217 Gráficos 169 Quadros 169 Tabelas 169 RESENHA Apreciação 266 Conclusão do autor 266 Conhecimento 265 Credenciais do autor 265 Estrutura 265 309 Digesto 267 Importância 265 Modelo 266 Quadro de referência do autor 266 Referência bibliográfica 265 Requisitos básicos 264 RESENHA CRíTICA Conceito e finalidade 264 Estrutura da resenha 267 Importância da resenha 265 Modelo de resenha 267 Requisitos básicos 264 RESENHISTA Crítica 268 RESUMIR24 RESUMO Analítico 69 Caráter68 Como resumir 68 Conceitos 68 Crítico 70 Descritivo 69 Finalidade 68 Indicativo 69 Informativo 69 Tipos 70 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 230 SEMINÁRIO Avaliação 40 Bibliografia 38 Componentes 37 Comentador 37 Conclusão 38 Coordenador 37 Debatedores 37 Desenvolvimento 38 Elemento que favorece na escolha da leitura 20 Estrutura e funcionamento 35 Etapas 37 Fase de identificação 47 Fontes 36 Introdução 38 Organizador 37 Plano 39 Preparação 39 Redação 49 Relator 37 Roteiro 39 Secretário 37 Sinopse 230 310 SUBLINHAR 24 SUMÁRIO 230 TEBELAS 169 Regras para a utilização 170 TABULAÇÃO 167 Descuidada ou incompetente 169 TÉCNICAS DE PESQUISA 174 Documentação direta 186 Documentação indireta 174 Observação di reta extensiva 201 Observação di reta intensiva 190 TEMA 126 218 TENTATIVA DE FALSEAMENTO 98 TEORIA114 de Base 224 Indicação de lacunas no conhecimento 118 TEORIAS E LEIS 122 Orientação para os objetivos da ciência 115 Papel dos fatos 118 Previsão dos fatos 115 Relação dos fatos 115 Resumo do conhecimento 116 Sistema de conceitos 115 TERMOS Definição dos 225 Falseamento 98 TESE Apêndice elou anexos 249 Apresentação análise e interpretação dos dados 248 Bibliografia 249 Conceitos 244 Construção de conceitos 249 Construção dos argumentos 248 Definição dos termos 247 Desenvolvimento 247 Eficiência do trabalho 245 Estrutura 246 Estilo 250 Glossário 249 Indicação da metodologia 247 Introdução 246 Metodologia ou procedimentos metodológicos 248 Objetivos 245 247 Justificativa da escolha 247 Localização no tempo e no espaço 247 Parte referencial 249 Redação 250 Revisão da literatura 248 TEXTO Análise e interpretação 48 TRABALHOS CIENTíFICOS Como devem ser elaborados 234 UNIDADE DOS CONTRÁRIOS 105 VARIÁVEIS Conceito 137 Fixidez 143 No universo da ciência 137 Ordem temporal 141 VARIÁVEIS ANTECEDENTES Finalidade 152 VARIÁVEL DE CONTROLE Conceito 145 VARIÁVEIS DEPENDENTES Conceito 138 Diferenciação 138 Relação causal 141 VARIÁVEIS EXTRíNSECAS Apresentação em bloco 149 Relações espúrias 147 Variáveis componentes 149 VARIÁVEIS INDEPENDENTES Conceito 138 Diferenciação 138 Relação causal 141 VARIÁVEIS INTERVENIENTES Conceito 150 VARIÁVEL MODERADORA Conceito 144 311 r l FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTíFICA Este texto se apresenta como uma introdução geral às disciplinas Metodologia Científica e Métodos e Técnicas depesquisa enfocando procedimentos didáticos aspectos do conhecimento científico técnicas de pesquisa e aspectos metodofógicos dos trabalhos tanto escolares quanto científicos O estilo das autoras é claro simples e objetivo apresentando de forma didática um conteúdo temático rico essencial hoje em dia à atuação dos diferentes especialistas em suas áreas de pesquisa dos profissionais em seu campo de ação e dos estudantes em seus cursos de formação Demonstra que apesar da existência de uma adaptação mútua entre teorias e instrumentos utilizados para enunciáIas a metodologia científica não se perde no estudo abstrato das primeiras mas evidencia sua formação a passos concretos Altamente didático o texto configurase como necessário aos primeiros passos de discentes e profissionais no mundo das idéias cuja aplicação exige sistematização racionalídade e lógica NOTA SOBRE AS AUTORAS MARINA DE ANDRADE MARCONI é graduada em História Pedagogia Estudos Sociais e Educação Artística É doutora em Ciências Antropologia pela Faculdade de História Direito e Serviço Social de Franca Unesp É professora concursada tendo lecionado 16 anos na Unesp de Franca nos cursos de História e Serviço Social É autora do livro Metodologia científica para o curso de direito e coautora de Antropologia uma introdução Metodologia científica Metodologia do trabalho científico Sociologia geral e Técnicas de pesquisa publicados pela Atlas Além desses livros é autora de Garimpos e garimpeiros Folclore do café Brinquedos cantados Artesanato Lin guagem e Folclore I I e III EVA MARIA LAKATOS era graduada em Administração de Empresas e Jornalismo e pósgraduada em Ciências Sociais Mestre e doutora em Ciências Doutora em Filosofia Metodologia Científica e livredocente em Sociologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo onde foi vicediretora Foi professora de Sociologia e Metodologia Científica em gradllação e pósgraduação dessa mesma instituição Autora de Intro dução à sociologia e Sociologia da administração e coautora de Metodologia científica Metodologia dó trabalho científico Sociologia geral e Técnicas de pesquisa publicados pela Atlas APLICAÇÃO Livrotexto para as disciplinas METODOLOGIA CIENTíFICA MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISAe METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTíFICO nos cursos de gradua ção nas áreas de Ciências Humanas e Sociais publicoçoo olloJ wwwatlasnetcombr jf6
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i o zm t C LU Fundamentos de Metodologia Científica RESPEITEOAuTOR NÃo FAÇA CÓPIA I r EDITORA ATLAS SA Rua Conselheiro Nébias 1384 Campos Elísios 01203904 São Paulo SP Tel 0 11 33579144 PABX wwwatlasnetcombr MARINA DE ANDRADE MARCONI EVA MARIA LAKATOS Fundamentos de Metodologia Científica 59 Edição SÃO PAULO EDITORA ATLAS SA 2003 1985 by EDITORA ATLAS SA 1 ed 1985 2 ed 1990 3 ed 1991 12ª tiragem 4 ed 2001 5 ed 2003 Capa Paulo Ferreira Leite Composição LinoJato Editoração Gráfica Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil Lakatos Eva Maria Fundamentos de metodologia científica 1 Marina de Andrade Marconi Eva Maria Lakatos 5 ed São Paulo Atlas 2003 Bibliografia ISBN 8522433976 Ciência Metodologia 2 Pesquisa Metodologia I Marconi Marina de Andrade II Título 911926 índices para catálogo sistemático 1 Método científico 5018 2 Metodologia científica 5018 3 Metodologia da pesquisa 00142 4 Pesquisa Metodologia 00142 CDD5018 00142 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio A violação dos direitos de autor Lei nº 961098 é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1825 de 20 de dezembro de 1907 Impresso no BrasillPrinted in Brazil lU E S a i t E t Sumário Notas das autoras 17 1 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS 19 11 Leitura 19 111 Elementos 19 112 Leitura proveitosa 20 113 Objetivos 21 114 Fases 22 115 Exemplo das sucessivas fases da leitura informativa 23 11 6 Sublinhar e resumir 24 117 Exemplo de esquema e resumo 25 12 Análise de texto 27 121 Fases 27 122 Objetivo e procedimento 29 123 Tipos de análise de texto 30 1 24 Tipos de análise de texto 31 125 Exemplo de análise de texto 33 13 Seminário 35 131 Estrutura e funcionamento 35 132 Fontes 36 133 Componentes 37 134 Etapas 37 135 Exemplo do procedimento em seminário 39 136 Exemplo dQ roteiro de seminário 40 Bibliografia básica 42 Bibliografia complementar 42 LITERATURA RECOMENDADA 42 2 PESQUISA BIDLIOGRÁFICA E RESUMOS 44 21 Fases da pesquisa bibliográfica 44 7 211 Escolha do tema 44 212 Elaboração do plano de trabalho 46 213 Identificação 47 214 Localização 47 215 Compilação 48 216 Fichamento 48 2 17 Análise e interpretação 48 218 Redação 49 22 Fichas 49 221 Aspecto físico 50 222 Composição dás fichas 50 2221 Cabeçalho 51 2222 2223 2224 2225 Referência bibliográfica 53 Corpo ou texto 54 Indicação da obra 54 Local 54 223 Conteúdo das fichas 56 2231 Ficha bibliográfica 56 2232 Ficha de citações 57 2233 Fichas de resumo ou de conteúdo 58 2234 Ficha de esboço 59 2235 Ficha de comentário ou analítica 59 224 Exemplos de fichas 60 225 Tipos de fichas de Manzo 66 23 Resumos 68 231 Conceito fmalidade e caráter 68 232 Como resumir 68 233 Tipos 69 234 Exemplos 70 LITERATURA RECOMENDADA 73 3 CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO 75 8 31 O conhecimento éientífico e outros tipos de conhecimento 75 311 Correlação entre conhecimento popular e conhecimento científico 76 312 Características do conhecimento popular 77 313 Os quatro tipos de conhecimento 77 31 31 Conhecimento popular 78 3132 Conhecimento filosófico 78 3133 Conhecimento religioso 79 3134 Conhecimento científico 80 32 Conceito de ciência 80 33 Classificação e divisão da ciência 81 LITERATURA RECOMENDADA 81 4 MÉTODOS CIENTÍFICOS 83 41 Conceito de método 83 42 Desenvolvimento histórico do método 83 43 Método indutivo 86 431 Caracterização 86 432 Leis regras e fases do método indutivo 87 433 Formas de indução 89 44 Método dedutivo 91 441 Argumentos dedutivos e indutivos 91 442 Argumentos condicionais 93 45 Método hipotéticodedutivo 95 451 Etapas do método hipotéticodedutivo segundo Popper 95 4511 Problema 97 4512 Conjecturas 98 4513 Tentativas de falseamento 98 452 O método hipotéticodedutivo segundo Bunge 99 46 Método dialético 100 461 As leis da dialética 100 4611 Ação recíproca 101 4612 Mudança dialética 102 4613 Passagem da qunatidade à qualidade 103 4614 Interpenetração dos contrários 104 47 Métodos específicos das Ciências Sociais 106 471 O método e os métodos 106 472 Método histórico 106 473 Método comparativo 107 474 Método monográfico 108 475 Método estatístico 108 476 Método tipológico 109 477 Método funcionalista 110 478 Método estruturalista 111 479 Métodos e quadro de referência 112 LITERATURA RECOMENDADA 112 5 FATOS LEIS E TEORIA 114 51 Teoria e fatos 114 511 Papel da teoria em relação aos fatos 115 5111 Orienta os objetivos da ciência 115 5112 Oferece um sistema de conceitos 115 9 5113 Resume o conhecimento 116 5114 Prevê fatos 117 511 5 Indica lacunas no conhecimento 118 5 1 2 Papel dos fatos em relação à teoria 118 5121 O fato inicia a teoria 118 5122 O fato reformula e rejeita teorias 119 5123 O fato redefrne e esclarece teorias 120 5124 O fato clarifica os conceitos contidos nas teorias 121 52 Teorias e leis 122 LITERATURA RECOMENDADA 124 6 HIPÓTESES 126 61 Conceito 126 62 Tema problema e hipótese 126 621 Tema e problema 126 622 Problema e hipótese 127 623 Formulação de hipóteses 128 624 Importância das hipóteses 130 625 Função das hipóteses 131 63 Fontes de elaboração de hipóteses 132 631 Conhecimento familiar 132 632 Observação 132 633 Comparação com outros estudos 133 634 Dedução lógica de uma teoria 133 635 A cultura geral na qual a ciência se desenvolve 134 636 Analogias 134 637 Experiência pessoal idiossincrática 135 638 Casos discrepantes na própria teoria 135 LITERATURA RECOMENDADA 135 7 VARIÁVEIS 137 10 71 Conceito 137 72 As variáveis no universo da ciência 137 73 Variáveis independentes e dependentes 138 731 Conceito e diferenciação 138 732 Fatores determinantes do sentido da relação causal entre variáveis independentes e dependentes 141 7321 Ordem temporal 141 7322 Fixidez ou alterabilidade das variáveis 143 74 Variáveis moderadoras e de controle 144 741 Variável moderadora conceito e identificação 144 742 Variável de controle conceito e aplicação 145 75 Variáveis extrínsecas e componentes 147 751 Variáveis extrínsecas e as relações espúrias 147 752 Variáveis componentes e apresentação em bloco 149 76 Variáveis intervenientes e antecedentes 150 761 Variáveis intervenientes 150 762 Variáveis antecedentes 152 LITERATURA RECOMENDADA 153 8 PESQUISA 155 81 Conceito 155 82 Planejamento da pesquisa 155 821 Preparação da pesquisa 156 8211 Decisão 156 8212 Especificação de objetivos 156 8213 Elaboração de um esquema 157 8214 Constituição da equipe de trabalho 157 8215 Levantamento de recursos e cronograma 157 822 Fases da pesquisa 158 8221 Escolha do tema 158 8222 8223 8224 8225 8226 8227 8228 8229 Levantamento de dados 158 Formulação do problema 159 Definição dos termos 160 Construção de hipóteses 161 Indicação de variáveis 162 Delimitação da pesquisa 162 Amostragem 163 Seleção dos métodos e técnicas 163 82210 Organização do instrumental de pesquisa 164 82211 Teste de instrumentos e procedimentos 165 823 Execução da pesquisa 165 8231 Coleta de dados 165 8232 Elaboração dos dados 166 8233 Análise e interpretação dos dados 167 8234 Representação dos dados tabelas quadros e gráficos 169 8235 Conclusões 171 824 Relatório 171 LITERATURA RECOMENDADA 172 9 TÉCNICAS DE PESQUISA 174 91 Documentação indireta 175 11 9 11 Pesquisa documental 174 9111 Fontes de documentos 176 9112 Tipos de documentos 178 912 Pesquisa bibliográfica 183 9121 Tipos e fontes bibliográficas 183 92 Documentação direta 186 921 Pesquisa de campo 186 9211 Tipos de pesquisa de campo 187 922 Pesquisa de laboratório 190 93 Observação direta intensiva 190 931 Observação 190 9311 Observação assistemática 192 9312 Observação sistemática 193 9313 Observação nãoparticipante 193 9314 Observação participante 194 931 5 Observação individual 194 9316 Observação em equipe 194 9317 Observação na vida real 195 931 8 Observação em laboratório 195 932 Entrevista 195 9321 Objetivos 196 9322 9323 9324 9325 Tipos de entrevistas 197 Vantagens e limitações 198 Preparação da entrevista 199 Diretrizes da entrevista 199 94 Observação direta extensiva 201 941 Questionário 201 94 11 Vantagens e desvantagens 201 941 2 Processo de elaboração 202 941 3 O préteste 203 9414 Classificação das perguntas 204 9415 Conteúdo vocabulário bateria 210 9416 Ordem das perguntas 211 942 Formulário 212 9421 Vantagens e desvantagens 212 9422 Apresentação do formulário 213 LITERATURA RECOMENDADA 214 10 PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA 215 101 Noções preliminares 215 102 Estrutura do projeto 216 12 Q 1021 Apresentação 217 1022 Objetivo 218 10221 Tema 218 10222 Delimitação do tema 218 10223 Objetivo geral 219 10224 Objetivos específicos 219 1023 Justificativa 219 1024 Objeto 220 10241 Problema 220 10242 Hipótese básica 220 10243 Hipóteses secundárias 220 10244 Variáveis 221 1025 Metodologia 221 10251 Método de abordagem 221 10252 Métodos de procedimento 221 10253 Técnicas 222 10244 Delimitação do universo descrição da população 223 10255 Tipo de amostragem 223 1026 Embasamento teórico 224 10261 Teoria de base 224 10262 Revisão da bibliografia 225 10263 Definição dos termos 225 1027 Cronograma 226 1028 Orçamento 226 1029 Instrumentos de pesquisa 226 10210 Bibliografia 227 103 Pesquisapiloto ou préteste 227 104 Estrutura do relatório 228 1041 Apresentação 230 1042 Sinopse abstract 230 1043 Sumário 230 1044 Introdução 230 1045 Revisão bibliográfica 230 1046 Metodologia 231 1047 Embasamento teórico 231 1048 Apresentação dos dados e sua análise 231 1049 Interpretação dos resultados 231 10410 Conclusões 232 10411 Recomendações e sugestões 232 10412 Apêndice 232 10413 Anexos 233 13 10414 Bibliografia 233 LITERATURA RECOMENDADA 233 11 TRABALHOS CIENTÍFICOS 234 111 Trabalhos científicos 234 112 Monografia 235 1121 Conceito 235 1122 Características 235 1123 Estrutura da monografia 236 1124 Tipos de monografia 236 1125 Escolha do tema 237 11 3 Dissertação 238 1131 Conceitos 238 1132 Tipos 239 1133 Escolha do tema 240 1134 Problemas hipóteses e variáveis 241 1135 Esquema 243 1136 Avaliação metodológica do trabalho 243 1137 Redação 243 114 Tese 244 1141 Conceitos 244 1142 Objetivos 244 1143 Eficiência do trabalho 245 1144 Estrutura 246 11441 Introdução 246 11442 Desenvolvimento 248 11443 Parte referencial 249 1145 Construção de conceitos 249 11 46 Redação 250 11461 Regras para redação 250 11462 Estilo 250 LITERATURA RECOMENDADA 251 12 PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS 252 14 121 Comunicação trabalhos de congressos 252 1211 Comunicação científica 252 1212 Aspectos da comunicação 253 12121 Finalidade 253 12122 Informações 253 12123 Estrutura 253 12124 Linguagem 254 12125 Abordagem 255 1213 Tipos de comunicação 256 1214 Estrutura da comunicação 256 1215 Elaboração da comunicação 257 1216 Estágios da comunicação 257 121 7 Apresentação formal 258 1218 Exemplo de comunicação 258 122 Artigos científicos 259 1221 Estrutura do artigo 259 1222 Conteúdo do artigo científico 260 1223 Tipos de artigos científicos 261 12231 Argumento teórico 261 12232 Artigo de análise 261 12233 Classificatório 262 1224 Motivação 262 1225 Estilo 262 1226 Avaliação 263 123 Informe científico 263 124 Resenha crítica 264 1241 Conceito e finalidade 264 1242 Requisitos básicos 264 1243 Importância da resenha 265 1244 Estrutura da resenha 265 1245 Modelo de resenha 266 125 Conferência 268 1251 Estrutura da conferência 269 1252 Apresentação 269 1253 Avaliação do tempo 270 LITERATURA RECOMENDADA 270 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 272 Introdução 272 131 Livros 272 1311 Capítulo do livro 275 131 2 Publicações periódicas como um todo 276 13121 Partes de uma publicação periódica volume fascículo caderno etc 277 13122 Artigo ou matéria de revista 277 13123 Artigo eou matéria de jornal 278 13124 Matéria de jornal assinada 278 13125 Matéria de jornal não assinada 278 15 1313 1314 1315 1316 1317 1318 Eventos congressos seminários encontros simpósios semanas etc considerados no todo 279 Evento em meio eletrônico 279 Referências legislativas 279 Outras entradas para referências legislativas 280 Teses e trabalhos de alunos TCCs monografias 281 13 1 7 1 Apostilas programas de cursos monografias 281 13172 Apostilas 282 131 7 3 Resumos 282 13 1 74 Separatas 282 13 1 7 5 Livros 282 13176 Folhetos 282 Filmes 283 13181 Microfilmes 283 13182 Diapositivos 283 13183 Fotografias e cartõespostais 283 1319 Depoimentos e entrevistas 284 13110 Mapas 284 13111 Manuscritos 284 131111 Fontes manuscritas 285 13112 Material de arquivo não manuscrito telegramas recortes de jor nais documentos datilografados etc 285 13 113 Acréscimos ao título e traduções 286 13114 Citações no corpo do trabalho 286 131141 Citações diretas 286 131142 Citações indiretas 287 131143 Citações de citações 288 13115 Notas explicativas 288 13116 Notas de rodapé 289 13117 Notas bibliográficas 289 13118 Repetição das referências 290 13119 Notas explicativasbibliográficas 292 LITERATURA RECOMENDADA 292 Bibliografia 295 Índice remissivo 305 16 Nota das autoras A Metodologia Científica mais do que uma disciplina significa introduzir o dis cente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais base da fonnação tanto do estudioso quanto do profissional pois ambos atuam além da prática no mundo das idéias Podemos afirmar até a prática nasce da concepção sobre o que deve ser realiza do e qualquer tomada de decisão fundamentase naquilo que se afigura como o mais l gico racional eficiente e eficaz Desse modo a condensação da trilogia Metodologia cientfica Técnicas de pes quisa e Metodologia do trabalho cientfico nesta obra procura suprir uma necessida de existente em nossa bibliografia ou seja um trabalho que sintetize ao mesmo tempo procedimentos didáticos fundamentos para trabalhos escolares de fmal de curso e científicos relatórios e memorandos assim como sirva de base para a atividade profis sional que por defmição precisa ser ordenada metódica e lógica As Autoras 17 1 Procedimentos didáticos 11 LEITURA 111 Elementos A leitura constituise em fator decisivo de estudo pois propicia a ampliação de c0 nhecimentos a obtenção de infonnaçóes básicas ou específicas a abertura de novos ho rizontes para a mente a sistematização do pensamento o enriquecimento de vocabulá rio e o melhor entendimento do conteúdo das obras É necessário ler muito continuada e constantemente pois a maior parte dos conhe cimentos é obtida por intennédio da leitura ler significa conhecer intetpretar decifrar distinguir os elementos mais importantes dos secundários e optando pelos mais repre sentativos e sugestivos utilizálos como fonte de novas idéias e do saber através dos processos de busca assimilação retenção crítica comparação verificação e integração do conhecimento Por esse motivo havendo disponíveis muitas fontes para leitura e não sendo todas importantes impõese uma seleção Na busca do material adequado para a leitura há que identificar o texto Para tal existem vários elementos auxiliares como segue a o título apresentase acompanhado ou não por subtítulo estabelece o as sunto e às vezes até a intenção do autor b a data da publicação fornece elementos para certificarse de sua atuali zação e aceitação número de edições exceção feita para textos clássicos onde não é a atualidade que importa c a orelha ou contracapa pennite verificar as credenciais ou qualifi cações do autor é onde se encontra geralmente uma apreciação da obra assim como indicações do público a que se destina d o índice ou sumário apresenta tanto os tópicos abordados na obra quan to as divisões a que o assunto está sujeito 19 e a introdução prefácio ou nota do àutor propicia indícios sobre os ob jetivos do autor e geralmente da metodologia por ele empregada f a bibliografia tanto fmal como as citações de rodapé permite obter uma idéia das obras consultadas e suas características gerais Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas podem ajudar nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm ou oferecer subsídios para a elaboração de trabalhos científicos incluindo seminários trabalhos es colares e monografias Por esse motivo todo estudante na medida do possível deve preocuparse com a formação de uma biblioteca de obras selecionadas já que serão seu instrumento de trabalho Iniciase geralmente por obras clássicas que permitem obter urna fundamentação em qualquer campo da ciência a que se pretende dedicar passando depois para outras mais especializadas e atuais relacionadas com sua área de interesse profissional Somente a seleção de obras não é suficiente A leitura deve conduzir à obtenção de informações tanto básicas quanto específicas variando a maneira de ler segundo os propósitos em vista mas sem perder os seguintes aspectos leitura com objetivo deter minado mantendo as unidades de pensamento avaliando o que se lê preocupação com o conhecimento de todas as palavras utilizando para isso glossários dicionários espe cializados da disciplina ou mesmo dicionário geral interrupção dn leitura quer perió dica quer definitivamente se perceber que as informações não são as que esperava ou não são mais importantes discussão freqüente do que foi lido com colegas professores e outras pessoas 112 Leitura Proveitosa Urna leitura deve ser proveitosa e trazer resultados satisfatórios Para tal alguns as pectos são fundamentais como estes 20 a atenção aplicação cuidadosa e profunda da mente ou do espírito em de terminado objeto buscando o entendimento a assimilação e apreensão dos conteúdos básicos do texto b intenção interesse ou propósito de conseguir algum proveito intelectual por meio da leitura c reflexão consideração e ponderação sobre o que se lê observando todos os ângulos tentando descobrir novos pontos de vista novas perspectivas e relações desse modo favorecese a assimilação das idéias do autor assim como o esclarecimento e o aperfeiçoamento delas o que ajuda a aprofundar o conhecimento d espírito crítico avaliação do texto Implica julgamento comparação aprovação ou não aceitação ou refutação das diferentes colocações e pon tos de vista Ler com espírito crítico significa fazêIo com reflexão não admitindo idéias sem analisar ou ponderar proposições sem discutir nem raciocínio sem examinar consiste em emitir juízo de valor percebendo no texto o bom e o verdadeiro da mesma forma que o fraco o medíocre ou o falso e análise divisão do tema em partes determinação das relações existentes entre elas seguidas do entendimento de toda sua organização f síntese reconstituição das partes decompostas pela análise proceden dose ao resumo dos aspectos essenciais deixando de lado tudo o que for secundário e acessório sem perder a seqüência lógica do pensamento Resumindo uma leitura de estudo nunca deve ser realizada sem se determinar de antemão seu objetivo ou propósito sem entender parte do que se lê mesmo que seja uma ou outra palavra sem avaliar discutir e aplicar o conhecimento emanado da análi se e síntese do texto lido l13 Objetivos Apesar da necessidade de que a leitura seja sempre proveitosa existem várias ma neiras e objetivos para quem pretende lidar com um texto Assim temos a scanning procura de certo tópico da obra utilizando o índice ou sumá rio ou a leitura de algumas linhas parágrafos visando encontrar frases ou palavraschave b skimming captação da tendência geral sem entrar em minúcias valen dose dos títulos subtítulos e ilustrações se houver devese também ler parágrafos tentando encontrar a metodologia e a essência do trabalho c do significado visão ampla do conteúdo principalmente do que interes sa deixando de lado aspectos secundários percorrendo tudo de uma vez sem voltar d de estudo ou informativa absorção mais completa do conteúdo e de to dos os significados devendose ler reler utilizar o dicionário marcar ou sublinhar palavras ou fraseschave e fazer resumos e crítica estudo e formação de ponto de vista sobre o texto comparando as declarações do autor com todo o conhecimento anterior de quem lê ava liação dos dados e informações no que se refere à solidez da argumentação sua fidedignidade sua atualização e também verificação de se estão corre tos e completos Por sua vez o que especificamente nos interessa é a leitura de estudo ou informati va Esta visa à coleta de informações para determinado propósito Apresenta três objeti vos predominantes 21 certificarse do conteúdo do texto constatando o que o autor afirma os da dos que apresenta e as informações que oferece correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o problema em pauta verificar a validade dessas informações 114 Fases A leitura informativa engloba várias fases ou etapas que podem ser assim sintetiza das 22 a de reconhecimento ou prévia leitura rápida cuja finalidade é procurar um assunto de interesse ou verificar a existência de determinadas infor mações Fazse olhando o índice ou sumário verificando os títulos dos capítulos e suas subdivisões b exploratória ou préIeitura leitura de sondagem tendo em vista locali zar as informações uma vez que já se tem conhecimento de sua existência Partese do princípio de que um capítulo ou tópico trata de assunto que nos interessa mas pode omitir o aspecto relacionado diretamente com o pro blema que nos preocupa Examinase a página de rosto a introdução o prefácio as orelhas e a contracapa a bibliografia e as notas de rodapé c seletiva leitura que visa à seleção das informações mais importantes re lacionadas com o problema em questão A determinação prévia dos distin tos propósitos específicos é importante para esta fase que se constitui no último passo de localização do material para exame e no primeiro de uma leitura mais séria e profunda A seleção consiste na eliminação do supérfluo e concentração em informações verdadeiramente pertinentes ao nosso pro blema d reflexiva mais profunda do que as anteriores referese ao reconheci mento e à avaliação das informações das intenções e dos propósitos do au tor Procedese à identificação das fraseschave para saber o que o autor afirma e por que o faz e crítica avalia as informações do autor Implica saber escolher e diferen ciar as idéias principais das secundárias hierarquizandoas pela ordem de importância O propósito é obter de um lado uma visão sincrética e global do texto e de outro descobrir as intenções do autor No primeiro momento da fase de crítica devese entender o que o autor quis transmitir e para tal a análise e o julgamento das idéias dele devem ser feitos em função de seus próprios propósitos e não dos do pesquisador é no segundo momento que devemos com base na compreensão do quê e do porquê de suas propo sições retificar ou ratificar nossos próprios argumentos e conclusões f interpretativa relaciona as afmnações do autor com os problemas para os quais através da leitura de textos estáse buscando uma solução Se de um lado o estudo aprofundado das idéias principais de uma obra é realiza do em função dos propósitos que nortearam seu autor de outro o aprovei tamento integral ou parcial de tais proposições está subordinado às metas de quem estuda ou pesquisa tratase de uma associação de idéias trans ferência de situações e comparação de propósitos mediante os quais sele cionase apenas o que é pertinente e útil o que contribui para resolver os problemas propostos por quem efetua a leitura Assim é pertinente e útil tudo aquilo que tem a função de provar retificar ou negar deftnir delimi tar e dividir conceitos justificar ou desqualificar e auxiliar a interpretação de proposições questões métodos técnicas resultados ou conclusões g explicativa leitura com o intuito de veriftcar os fundamentos de verdade enfocados pelo autor geralmente necessária para a redação de monografias ou teses 115 Exemplos das Sucessivas Fases da Leitura Informativa Partindo da questão A escola se configura sempre como um sistema social aber to encontramos o livro de Alfonso Trujillo Ferrari Fundamentos de sociologia e ve riftcamos no sumário a existência de um capítulo intitulado Sistemas Sociais com uma subdivisão sobre Sistema Social Educacional leitura de reconhecimento a seguir examinamos as páginas 367 a 390 suas chamadas bibliográficas principalmente o sumário do capítulo nas páginas 3867 constatamos que o autor aborda a questão leitu ra explorat6ria lendo mais detidamente os parágrafos podemos observar que a página 368 faz referência a sistemas abertos e fechados e as páginas 3812 ao sistema social educacional e que parte desse material é pertinente razão pela qual sublinhamos os parágrafos leitura seletiva examinamos então as afirmações do autor nas passagens destacadas procurando o cerne de suas afirmações e as razões que o determinam leitu ra reflexiva Na análise seguinte procuramos determinar se as idéias principais de sis tema social aberto e as características do sistema social educacional são descritas sob o enfoque da tendência ao equihbrio e à mudança simultaneamente mas não no que se refere à troca com o meio externo característica de um sistema aberto apresentando assim apenas interesse indireto para o problema que pesquisamos leitura interpretati va finalmente analisamos os fundamentos de sua proposição e o desenvolvimento do raciocínio leitura explicativa 23 116 Sublinhar e Resumir A leitura informativa também é denominada de leitura de estudo Assim o que se pretende é através das técnicas que ela requer demonstrar como o estudante deve pro ceder para melhor estudar e absorver os conteúdos e significados do texto As sucessi vas etapas são o caminho a ser percorrido mas duas outras técnicas são necessárias sa ber como sublinhar e como fazer os resumos da parte lida Em primeiro lugar devemos compreender que cada texto capítulo subdivisão ou mesmo parágrafo têm uma idéia principal um conceito fundamental uma palavracha ve que se apresenta como fio condutor do pensamento Como geralmente não se desta ca do restante descobrilo é a base de toda a aprendizagem Na realidade em cada parágrafo devese captar esse fator essencial pois a leitura que conduz à compreensão é feita de tal modo que as idéias expressas são organizadas numa hierarquia para se descobrir a palavrachave Ao descobrir concretizar e formular as idéias diretrizes dos parágrafos encontrase todo o fio condutor que dá unidade ao texto que desenvolve o raciocínio que demonstra as proposições Por sua vez a idéiamestra não se apresenta desprovida de outras que revelam pormenores importantes gravitando ao seu redor como uma miniatura do sistema solar Nas proximidades da idéia principal aparecem argumentos que a justificam analogias que a esclarecem exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica É necessário discernir este sistema planetário ao redor do sol separandro de fatores menos importantes caso contrário perdese a unidade de pensamento É por esse motivo que o bom leitor utiliza o recurso de sublinhar de assinalar com traços verticais às margens de utilizar cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo Algumas noções básicas da arte de sublinhar podem ser sintetizadas 24 a nunca assinalar nada na primeira leitura cuja fmalidade é apenas organizar o texto na mente de forma hierarquizada para depois destacar o mais im portante b sublinhar apenas as idéias principais e os detalhes importantes usando dois traços para as palavraschave e um para os pormenores mais significativos a fim de destacar as primeiras c quando aparecem passagens que se configuram como um todo relevante pa ra a idéia desenvolvida no texto elas devem ser inteiramente assinaladas com uma linha vertical à margem Da mesma forma passagens que desper tam dúvidas que colidem com o tema exposto e as proposições que o apóiam devem ser assinaladas com um ponto de interrogação pois consti tuem materialbase para a leitura explicativa onde sua veracidade será tes tada interpretada e confrontada com outros textos O que consideramos passível de crítica objeto de reparo ou insustentável dentro do raciocínio desenvolvido deve ser destacado mediante uma interrogação d cada parágrafo deve ser reconstituído a partir das palavras sublinhadas e sua leitura tem de apresentar a continuidade e a plenitude de um texto de telegrama com sentido fluente e concatenado e cada palavra não compreendida deve ser entendida mediante consulta a di cionários e se necessário seu sentido anotado no espaço intermediário pa ra facilitar a leitura O ideal entretanto é que seu significado seja compre endido e a palavra adida ao vocabulário de quem lê Também é aconselhá vel que a leitura não seja interrompida diante da dúvida relativa a uma pa lavra pois o texto que se segue muitas vezes esclarece qual dos sentidos apontados no dicionário mais convém no caso particular Assim durante a primeira leitura devese anotar os termos e antes da segunda consultar a fonte que esclarecerá o sentido deles Nunca é demais repetir que a leitura é um dos meios para ampliar o vocabulário Depois de assinalar com marcas ou cores diferentes as várias partes constitutivas do texto após sucessivas leituras devemos proceder à elaboração de um esquema que respeite a hierarquia emanada do fato de que em cada frase a idéia expressa pode ser condensada em palavraschave em um parágrafo a idéia principal é geralmente expres sa numa frasemestra e finalmente na exposição a sucessão das principais idéias con cretizase nos parágrafoschave No esquema devemos levar em consideração também que se as idéias secundárias têm de ser diferenciadas entre si depois de desprezar as não importantes devese procurar as ligações que unem as idéias sucessivas quer sejam paralelas opostas coordenadas ou subordinadas analisandrse sua seqüência enca deamento lógico e racioçínio desenvolvido Dessa forma o esquema emerge natural mente do trabalho de análise realizado Resumindo o que foi dito acima teríamos a elaboração de um esquema fundamen tase na hierarquia das palavras frase e parágrafoschave que destacados após várias leituras devem apresentar ligações entre as idéias sucessivas para evidenciar o raciocí nio desenvolvido Dessa forma um resumo consiste na capacidade de condensação de um texto pará grafo frase reduzindoo a seus elementos de maior importância Diferente do esquema o resumo forma parágrafos com sentido completo não indica apenas os tópicos mas condensa sua apresentação Por último o resumo facilita o trabalho de captar analisar relacionar fixar e integrar aquilo que se está estudando e serve para expor o assunto inclusive em uma prova 117 Exemplo de Esquema e Resumo LAKATOS Eva Maria Relações sociais no processo de produção ln O traba lho temporário nova forma de relações sociais no trabalho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de LivreDocência p 112 25 Para compreender as diversas fases da organização industrial é necessário distin guir os dois tipos de relações sociais que se encontram no processo de produção as re lações sociais formais de produção mais duradouras e estáveis e as relações sociais no trabalho Ambas tendem a se desenvolver de forma independente e ao mesmo tempo correlata A primeira relações sociais formais de produção resulta dos direitos defInidos de acesso a um particular meio de vida e de participação nos resultados do processo de produção Dessa forma cada tipo de sistema produtivo origina tipos específicos de re lações sociais formais que lhe são peculiares e que determinam os tennos sob os quais as pessoas ingressam no processo produtivo e participam de seus resultados A segunda relações sociais no trabalho compreende aquelas relações que se ori ginam da associação entre indivíduos no processo cooperativc de produção sendo portanto de caráter direto ou primário envolvendo contatos pessoais A tecnologia em pregada no processo produtivo e a divisão de trabalho existente determinam as diferen tes fonnas de relações sociais no trabalho 26 A correlação entre os dois tipos de relações sociais verifIcase de várias fonnas 1 Dependendo da natureza do sistema produtivo as relações sociais no traba lho envolvem os mesmos ou diferentes indivíduos Numa sociedade primi tiva baseada na agricultura o indivíduo não é apenas obrigado a trabalhar para o chefe da fann1ia mas geralmente trabalha com ele no processo produtivo na sociedade industrial ao contrário é raro que os dois tipos de relações sociais se combinem o operário não conhece na maior parte das vezes as pessoas com quem trabalha para quem trabalha 2 Apesar de a tendência de detenninado tipo de relação formal no processo de produção criar um conjunto específico de relações sociais no trabalho geralmente os dois tipos de relações sociais variam independentemente como ocorre no sistema de produção industrial sob as relações formais do industrialismo os trabalhadores têm estabelecido com seus companheiros variadas formas de relações sociais 3 As relações sociais formais de produção têm variado mas com menos freqüência apresentandose mais estáveis e duradouras do que as relações sociais no trabalho Estas baseandose nas condições tecnológicas do pro cesso de produção e na fonna e extensão da divisão do trabalho apresen tam constantes mudanças 4 As alterações nas relações sociais formais de produção são acompanhadas por profundas mudanças sociais globais ou são por elas detenninadas ao passo que as alterações nas relações sociais no trabalho só afetam o grupo restrito de trabalhadores Esquema 1 Processo de produção 11 relações sociais fonnais de produção 12 relações sociais no trabalho 2 Características 3 Correlação 31 indivíduos envolvidos 32 variações 33 freqüência das variações 34 relação com a sociedade global Resumo o processo de produção origina 1 relações sociais formais de produção e 2 re lações sociais no trabalho As primeiras resultam da participação definida nos resultados do processo de pro dução As segundas derivam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção As duas formas de relações sociais correlacionamse de maneiras diferentes a os indivíduos são os mesmos sociedades primitivas ou diferentes socie dades industriais b os dois tipos geralmente varialil de forma independente c as primeiras variam menos do que as segundas d as primeiras relacionamse geralmente com alterações na sociedade global e as segundas não 12 ANÁLISE DE TEXTO 121 Fases Analisar significa estudar decompor dissecar dividir interpretar A análise de um texto referese ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos portanto é decompor um todo em suas partes a fim de poder efetuar um estudo mais completo encontrando o elementochave do au tor determinar as relações que prevalecem nas partes constitutivas compreen 27 dendo a maneira pela qual estão organizadas e estruturar as idéias de maneira hierár quica É a análise que vai permitir observar os componentes de um conjunto perceber suas possíveis relações ou seja passar de uma idéiachave para um conjunto de idéias mais específicas passar à generalização e finalmente à crítica Portanto a primeira parte compreende a decomposição dos elementos essenciais e sua classificação isto é verificação dos componentes de um conjunto e suas possíveis relações Dito de outra forma passase de uma idéiachave geral para um conjunto de idéias mais precisas Exemplo As relações sociais no trabalho no sistema corporativo variam segundo as alte rações da tecnologia e da divisão do trabalho Para detalhar a questão levantamos em relação ao texto as seguintes indagações a tecnologia manual origina algum tipo de trabalho padronizado trabalho rotinizado trabalho especializado a divisão do trabalho ocorre com base no produto mal ou na atuação individual no processo de produção se há alterações na tecnologia e na divisão do trabalho as relações baseiamse no processo produtivo ou na estrutura e valores da organização Texto sobre Relações sociais no trabalho no sistema corporativo Dessa forma podemse concretizar através de uma análise progressiva e cada vez mais concreta as idéias iniciais gerais e mais abstratas Como passar de uma idéia geral para outras idéias gerais depois de cada uma ter sido desmembrada em idéias progressivamente menos gerais Há várias possibilidades sendo as mais comuns por associação por oposição e por semelhança Exemplo Diante do uso e abuso da comunicação de massa invadindo o âmbito das atividades diárias do homem ainda somos livres Quais são as características que a publicidade deve ter para respeitar a liberdade da pessoa humana 28 A veiculação pela TV de anúncios de diamantes em horários de maior audiência da classe de baixo poder aquisitivo não cria frustrações limitando as aspirações do ser humano à eà Passouse da análise da comunicação de massa análise da publicidade análise da utilização de um veículo de comunicação de massa pela publici dade Texto sobre O uso abusivo da TV pela publicidade uma ameaça à liberdade A segunda fase é a generalização Após a classificação fundamentada em traços comuns dos elementos constitutivos podese formular afInnaçães aplicáveis ao conjun to A generalização a permite a classifIcação uma vez que um elemento particular pode ser in cluído no geral b evidencia novas questões dado que uma vez percebido o caráter geral de uma questão podese fragmentála em outras tantas particulares mais sim ples e concretas por outro lado dessas particulares por intennédio da as sociação semelhança e analogia obtémse uma geral que novamente per mite sua divisão e assim por diante Exemplo a mecanização da produção a divisão do trabalho em tarefas simples e repetitivas a exigência da padronização da produção levam o homem a um processo de robotização Texto sobre A produção em série homens trabalhando ou robôs A última fase exige uma análise crítica utilizando instrumental e processos sistemá ticos e controláveis A objetividade a explicação e a justifIcativa são três elementos importantes para se chegar à sua validade 122 Objetivo e Procedimento A análise do texto tem como objetivo levar o estudante a 29 a aprender a ler a ver a escolher o mais importante dentro do texto b reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto c interpretar o texto familiarizandose com idéias estilos vocabulários d chegar a níveis mais profundos de compreensão e reconhecer o valor do material separando o importante do secundário ou acessório f desenvolver a capacidade de distinguir fatos hipóteses e problemas g encontrar as idéias principais ou diretrizes e as secundárias h perceber como as idéias se relacionam i identificar as conclusões e as base que as sustentam Por sua vez o procedimento deve conter as seguintes etapas a para se ter um sentido completo proceder à sua leitura integral com o obje tivo de obter uma visão do todo b reler o texto assinalando ou anotando palavras e expressões desconheci das valendose de UIl dicionário para esclarecer seus significados c dirimidas as dúvidas fazer nova leitura visando à compreensão do todo d tornara ler procurando a idéia principal ou palavrachave que tanto pode estar explícita quanto implícita no texto às vezes encontrase confundida com aspectos secundários ou acessórios e localizar acontecimentos e idéias comparandoos entre si procurando se melhanças e diferenças existentes f agrupálos pelo menos por uma semelhança importante e organizálos em ordem hierárquica de importância g interpretar as idéias eou fenômenos tentanto descobrir conclusões a que o autor chegou e depreender possíveis ilações h proceder à crítica do material como um todo e principalmente das con clusões 123 Partes da Análise de Texto A análise dividese em três partes A primeira é a análise dos elementos consistindo no levantamento de todos os ele mentos básicos constitutivos de um texto visando à sua compreensão Os elementos podem aparecer de modo explicíto ou implícito dependendo de como o autor os apre senta Alguns são facilmente identificáveis outros exigem mais esforço uma leitura 30 continuada análise mais profunda reflexão e em alguns casos pesquisas de outras fontes para melhor entender a mensagem do autor Análise das relações é a segunda parte Tem como objetivo encontrar as principais relações em estabelecer conexões com os diferentes elementos constitutivos do texto Uma análise mais completa exige não só a evidência das partes principais do texto mas também a indicação de quais delas se relacionam com o tema ou hipótese central Esse tipo de análise permite verificar se há ou não coerência em relação aos elementos entre as diferentes partes do texto e entre elas e a idéia central As relações podem ser en contradas entre idéias secundárias fatos específicos que conformam uma opinião pressupostos básicos de uma tese ou reflexão sobre a qual se apóia elementos de causa e efeito elementos de argumentação e afirmações pertinentes ou não A terceira parte é a análise da estrutura Nela verificamse as partes de um todo procurando evidenciar as relações existentes entre elas Esse tipo de análise encontrase em nível mais complexo que os anteriores As estruturas podem ser a estática resultante de um processo de sucessão de fenômenos preestabe lecidos como os textos de História A ordem estrutural estabelece o tipo de disposição enumeração dos elementos constitutivos básicos descrição das relações de todos os elementos como um todo e entre si e análise do pro cesso que os originou b dinâmica geradora de um processo O ordenamento consiste em enume rar as partes constitutivas básicas e descrever seu funcionamento e finali dade Neste tipo estão enquadrados os textos de ciências sociais 124 Tipos de Análise de Texto Muitas vezes a análise de um texto extraído de uma obra maior é proposta como ta refa para uma classe de estudantes Podese decompor tal tarefa em partes individuais e grupais inclusive com participação do professor Apresentamos aqui uma sugestão para um trabalho conjunto Análise textual Iniciase com a atuação do professor dando algumas explicações sobre o autor vocabulário específico e outros fatos que sejam julgados importantes para a compreensão da parte examinada A seguir identificado o texto como uma unidade que apresenta um pensamento completo cada estudante individualmente deve fazer uma leitura rápida para ter uma visão de conjunto da unidade Leituras sucessivas vão 31 permitir em primeiro lugar assinalar e esclarecer palavras desconhecidas e em segun do esquematizar o texto com a finalidade de evidenciar sua estrutura redacional Análise temática Individual Permite maior compreensão do texto fazendo emer gir a idéia central e as secundárias as unidades e subunidades de pensamento sua cor relação e a forma pela qual esta se dá Adentrando no mundo de idéias do autor pode se esquematizar a seqüência das várias idéias reconstituindo a linha de raciocínio do autor e fazendo emergir seu processo lógico de pensamento Análise interpretativa e crítica Individual Procurar associar as idéias expressas pelo autor com outras de conhecimento do estudante sobre o mesmo tema A partir daí fazer Uma crítica do ponto de vista da coerência interna e validade dos argumentos em pregados no texto e da profundidade e originalidade dada à análise do problema reali zar uma apreciação pessoal e mesmo emissão de juízo sobre as idéias expostas e defen didas Elaborar um resumo para discussão Problematização Grupal Pode envolver pequenos grupos de estudo entre 5 e 10 elementos ou a classe como um todo Nesse momento as questões explícitas ou mesmo implícitas no texto são levantadas e debatidas Da mesma forma de modo criativo de batemse questões afins que os estudantes podem associar ao texto Podem também ser colocadas opiniões pessoais dos estudantes e do professor sobre as questões aborda das baseadas em outros textos obras e autores Conclusão pessoal Individual Tratase na realidade de uma verdadeira reelabo ração pessoal da mensagem transmitida pelo texto sob a ótica de todas as contribuições dadas na discussão global Esta etapa finalizase com a elaboração de um texto uma espécie de resumo próprio que contém entretanto crítica e reflexão pessoais 32 Esquematicamente teríamos Aruilise T extuaf a Professor referências do autor esclarecimento do vocabulário específico estabelecimento da unidade de leitura b Estudante leitura rápida do texto todo para obter uma visão global assinalando palavras desconhecidas e dúvidas encontrar o significado das palavras e dirimir as dúvidas formar um esquema visando à estrutura redacional Análise Temática Estudante releitura para apreender o conteúdo nova leitura para separar idéias centrais das secundárias verificar a correlação entre elas seu modo e forma procurar respostas para as questões sobre o que versa este texto O que in flui para lhe dar uma unidade global reconhecer o processo de raciocínio do autor redigir um esquema que revele o pensamento lógico do autor Análise Interpretativa e Crítica Estudante correlacionar as idéias do autor com outras sobre o mesmo tema realizar uma crítica fundamentada em argumentos válidos lógicos e convin centes fazer um resumo para discussão Problematização a Grupo ou Classe debater as questões explícitas ou implícitas do texto levantar novas questões pertinentes ao texto b Todos Professor colocar opiniões pessoais sobre as questões do texto extemar colocações fundamentadas em outras obras e autores Conclusão Pessoal Estudante reelaboração do processo de compreensão da mensagem do autor com in clusão das colocações gerais do item anterior elaboração de novo resumo aduzindo reflexões pessoais e críticas 125 Exemplo de Análise de Texto KERR Clark et alo La élite industrial Buenos Aires EUDEBA 1968 p 56 33 I o industrialismo tem como imperativo máximo a conquista do velho pelo novo e está forçando a humanidade a marchar através da história a um ritmo cada vez mais rá pido Porém fixa somente a direção geral dessa marcha Não fixa pelo menos nesta etapa de sua história o caminho específico nem o ritmo exato a seguir Quais sãó esses caminhos e quais suas ramificações na área das relações entre trabalhadores diretores e Estado necessitase examinar a partir de uma perspectiva de certa amplitude a natureza geral do caminho derme muitos caracteres específicos que de outra maneira aparecem como mistos e inclusive acidentais Outra questão é porque um caminho ou outro é es colhido ou aceito pelos homens ou imposto a eles O industrialismo é introduzido por elites nativas ou estrangeiras grupos de homens I que pretendem conquistar a sociedade através da superioridade dos novos meios de pro dução Ocorre uma guerra entre a sociedade velha e a nova entre as elites antigas e a nova seja conquista interna ou externa A nova ao longo do tempo e sob um ou outro auspício está sempre destinada a ganhar A grande questão dramática não é se o indus I trialismo haverá de obter a supremacia senão em tomo de qual a elite que tomará e manterá o controle do processo e qual será seu enfoque conceituaI da organização da industrialização 34 1 Após uma leitura global colocar pontos de interrogação nas palavras cujo sentido tem de ser esclarecido usar dicionário 2 Após a segunda leitura sublinhar com um traço as idéias principais e com dois as palavraschave fazer um traço horizontal à margem para destacar as idéias centrais que se repetem 3 Esquema industrialismo conquista do velho pelo novo fixa a direção geral da marcha caminho define muitos dos caracteres específicos por que um ou outro é escolhido elite deseja conquistar a sociedade a nova é destinada a ganhar como organizará a industrialização 4 O levantamento do processo de raciocÚlÍo do autor faz emergir um resumo o industrialismo tem como meta a conquista do velho pelo novo o industrialismo fixa um caminho geral por que este ou aquele caminho é escolhido o industrialismo é introduzido por elites novas a luta entre a elite nova e a antiga é vencida pela primeira que elite organizará a industrialização 5 Tema central a elite nova utiliza o industrialismo para conquistar a socie dade As idéias secundárias são complementares o caminho a ser escolhido o enfoque dado à organização da industrialização 6 Há coerência e validade nos argumentos indo do aspecto geral industria lismo para o particular elite que o impõe A fonna do raciocÚlio adotado é o seqüencial com levantamento de questões para discussão A contri buição principal do texto é o de mostrar I a existência de vários caminhos que levam à industrialização 2 que a escolha de um caminho depende da elite que introduz o indus trialismo na sociedade 7 Levantamento de novas questões que elites têm força para melhor impor a industrialização como cada elite organiza as relações entre trabalhadores direção Es tado que caminho particular percorreu o industrialismo no Brasil e que tipo de elite o introduziu 13 SEMINÁRIO Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa discussão e debate sua fi nalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar Essa técnica desenvolve não só a capacidade de pesquisa de análise sistemática de fatos mas também o hábito do raciocfuio da re flexão possibilitando ao estudante a elaboração clara e objetiva de trabalhos científi cos Na preparação do seminário são fonnados grupos que variam ente 5 e 12 integran tes quando não é individual se o número de componentes for maior convém dividilo em subgrupos para maior facilidade de pesquisa e planejamento dos trabalhos 131 Estrutura e Funcionamento No que se refere à estrutura e funcionamento o seminário pode ser individual em que os estudos e pesquisas ficam a cargo de um só estudante que os apresenta à classe sendo que a extensão referese a um dado assunto ou parte dele no último 35 caso o tema subdividido em unidades menores será sucessivamente abordado por vários estudantes individualmente O debate abrangerá a classe toda incluindo o pro fessor a quem cabe introduzir o assunto mais amplo e realizar a apreciação dos traba lhos parciais chegando juntamente com a classe às conclusões finais Dessa forma do fecho participará não só o mestre mas todos os discentes O seminário em grupo apresenta duas modalidades a primeira a cargo de um grupo que fará a exposição através de um elemento escolhido para tal ou dando a palavra sucessivamente a vários ou todos os integrantes As discussões devem abranger todos os componentes da classe Antes delas porém podem usar da palavra um ou um grupo comentador Este pre para o seminário da mesma forma que o grupo expositor mas seu papel será o de ques tionador e crítico da apresentação dando maior profundidade ao seminário e propician do uma crítica mais estruturada A existência dos comentadores não exclui a partici pação do professor A segunda com toda a classe o tema geral será subdividido em subtítulos e formarseão na classe tantos grupos quantos os subtemas Em primeiro lu gar o professor ou um dos grupos apresenta o tema geral para uma visão global de pois cada grupo aprofunda a parte que lhe coube no final fazemse o debate e a dis cussão geral e chegamse a conclusões com o auxílio do mestre Quanto à duração do seminário como se realiza no horário normal das aulas de pendendo da extensão profundidade dos estudos e disponibilidade do tempo pode pro longarse por vários dias Entretanto cada sessão não deve ultrapassar três horas para um melhor aproveitamento Não se pode esquecer que a própria preparação do seminá rio quando é realizado por um grupo requer várias reuniões prévias para distribuição das tarefas procura de fontes bibliográficas quando não há indicação de todas por par te do professor escolha dos relatores e integração dos trabalhos diferenciados atri buídos aos elementos do grupo 132 Fontes O seminário como técnica de estudo pode ser aplicado em qualquer setor do co nhecimento Assim as fontes que originam um assunto para seminário são as mais va riadas 36 a temas constantes de um programa disciplinar mas que necessitam de co nhecimentos mais aprofundados b temas complementares a um programa disciplinar c temas novos divulgados em periódicos especializados referentes à disci plina em questão d temas atuais de interesse geral com idéias renovadoras e temas específicos atualizados adequados a um programa de seminário 133 Componentes Os componentes de um seminário são a Coordenador geralmente o professor Cabe a ele propor os ternas a se rem estudados indicar uma bibliografia inicial em raros casos a global estabelecer uma agenda de trabalhos e fixar a duração das sessões Pode eventualmente orientar as pesquisas mas geralmente preside e coordena a apresentação dos seminários Antes de realizálos pode introduzir o assun to geral do qual é possível que derivem vários subtemas ao final dos deba tes sozinho ou com a participação da classe e do grupo expositor sintetiza as conclusões globais Deve fazer uma apreciação geral dos resultados se necessário complementando alguns itens b Organizador figura que surge apenas quando o seminário é grupal e as tarefas são divididas entre seus integrantes Faz parte de suas atribuições marcar as reuniões prévias coordenar as pesquisas e o material e de pre ferência designar os trabalhos a cada componente c Relator ou Relatores é aquele que expõe os resultados dos estudos po de ser um só elemento vários ou todos do grupo cada um apresentando uma parte Apesar da figura do relator se o seminário é grupal e não indi vidual a responsabilidade pelo seu êxito cabe a todos os elementos Em seminários individuais o relator é o responsável único pela preparação pesquisa e apresentação d Secretário é o estudante designado pelo professor para anotar as con clusões parciais e fmais do seminário após os debates Pode ser substituído pelo organizador ou professor e Comentador pode ser um só estudante ou um grupo diferente do res ponsável pelo seminário Só aparece quando se deseja um aprofundamento crítico dos trabalhos e é escolhido pelo professor Deve estudar com ante cedência o tema a ser apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição antes da discussão e debate dos demais participantes da classe f Debatedores correspondem a todos os alunos da classe Depois da ex posição e da crítica do comentador se houver devem participar fazendo perguntas pedindo esclarecimentos colocando objeções reforçando argu mentos ou dando alguma contribuição 134 Etapas As etapas de um seminário são as seguintes a o coordenador professor propõe determinado estudo indica a bibliografia mínima forma os grupos de seminário escolhe o comentador e o secretário 37 38 b formado o grupo este escolhe o organizador decide se haverá um ou mais relatores divide as tarefas inicia o trabalho de pesquisa de procura de in formações através de bibliografia documentos entrevistas com especialis tas observações etc Depois reúnese diversas vezes sob a coordenação do organizador para discutir o material coletado confrontar pontos de vis ta formular conclusões e organizar os dados disponíveis Sob este aspecto apresentamse as seguintes fases determinação do tema central que como um fio condutor estabelece a ordenação do material divisão do tema central em tópicos análise do material coletado procurando subsídios para os diferentes tópicos sem perder de vista os objetivos derivados do tema central síntese das idéias dos diferentes autores analisados resumo das contri buições visando à exposição que deve apresentar introdução breve exposição do tema central proposição dos oh jetivos e tópicos desenvolvimento apresentação das partes numa seqüência organi zada envolvendo explicação discussão e demonstração conclusão síntese de toda reflexão com as contribuições do grupo para o tema bibliografia incluindo todas as obras e documentos utilizados além de especificação das qualidades dos especialistas consultados c concluídos os estudos e pronto o seminário a classe se reúne sob a orien tação do coordenador d os relatores em plenário classe apresentam os resultados dos estudos obedecendo a seqüência lógica determinada e o comentador após a exposição intervém com objeções subsídios e críti cas f a classe a seguir participa das discussões e debates fazendo indagações reforçando ou refutando afrnnações dando enfim contribuições para o te ma g ao final o coordenador do seminário faz uma síntese e encaminha para as conclusões finais que podem ficar a seu cargo ao do grupo expositor ou de toda a classe Faz a avaliação final e se julgar que o assunto ficou in completo ou faltam alguns ângulos a serem apresentados pode recomendar novo seminário 135 Exemplo do Procedimento em Seminário A PREPARAÇÃO As atividades discentes são desenvolvidas de acordo com os assuntos programados sob a forma de roteiros discutidos e autoavaliados por todos os participantes do grupo Sob a orientação ou não do professor nos termos das fontes consultadas deve ser pre parado com antecedência de pelo menos uma semana um roteiro para o seminário e as respectivas cópias distribuídas não somente entre os participantes mas também o pro fessor e se possível todos os alunos da classe se não pelo menos o comentador ou grupo comentador BROTEIRO Não deve ser mero resumo ou síntese mas expressar o que foi apreendido aquilo que se presta à aprendizagem ou se apresenta como apontamento didático para a consul ta Sua estrutura abrange a plano deve expressar através das unidades com títulos subdivisões as pa lavraschave adequadamente escolhidas tem de provar que se leu com espírito crítico revelando habilidade inte lectual e não confundindo o pensamento do autor com os fatos por ele trabalhados necessita estabelecer correlações para os aspectos comuns ou para que os assuntos interligados espacial e temporalmente sejam apresentados em uma unidade ou divisão precisa dar preferência à indicação das circunstâncias que revelam mu danças na evolução conjuntural do processo b introdução linguagem pessoal na apresentação da proposição central objetividade e concisão c conteúdo deve ser apresentado dividido em unidades com linguagem objetiva e concisa não se deter em pormenores a transcrição de trechos só deve ser feita quando necessário devese evitar a reprodução dos títulos e subtítulos das obras consulta das 39 d conclusão interpretação pessoal linguagem objetiva e concisa e elementos complementares participantes do grupo com indicação do organizador data da apresentação c A V ALIAçÃO A avaliação do professor deve abranger vários itens a sobre o procedimento na elaboração do roteiro exatidão da matéria planejamento unidade e equilíbrio do plano seqüência no desenvolvimento adequação da matéria à classe ao tempo disponível seleção da matéria qualidade quantidade b sobre a exposição oral qualidade da exposição controle de si voz e vocabulário relacionamento com a classe seleção e uso do material didático uso do quadronegro uso de ilustrações textos etc outros recursos didáticos empregados 136 Exemplo de Roteiro de Seminário TEMA MODOS DE PRODUÇÃO E RELAÇÕES SOCIAIS UNIDADE Passagem do Feudalismo ao Capitalismo 40 Introdução Sucessivas fases da organização industrial a partir da Idade Média apre sentam uma ligação entre o modo de produção feudal e o capitalista As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho mostram variações nas diferentes fases Sistemn F amiiar Características produção realizada pelos membros da farru1ia para seu pró prio consumo e não para venda o trabalho não se efetua com o objetivo de atender a trocas Mercado praticamente inexistente Época princípio da Idade Média Características sociais da produção sistema produtivo baseado numa obri gação imposta ao produtor pela força e independentemente de sua própria vontade para que satisfaça certas exigências de um senhor quer tais exigências tomem a forma de serviços a prestar ou taxas a pagar em dinhei ro ou artigos em trabalho ou presentes para a despesa do senhor relações que caracterizam a servidão Atividade econômica a atividade essencial é a agropastoril A produção a distribuição e as trocas efetuamse nos quadros do domínio rural consistin do a terra na única fonte de riqueza e poder O sistema de posse da terra ca racterizase pela existência do feudo As diferentes formas de relações econômicas originam uma mãodeobra diferenciada desde o trabalho com pulsório gratuito permanente servidão doméstica e intermitente corvéias dos rendeiros até o trabalho contratual remunerado assalariado Relações sociais formais de produção entendidas como servidão feudal encontramse aliadas a um baixo nível de técnica com instrumentos de pro dução simples e de baixo custo onde o ato de produção possui caráter indi vidual Relações sociais no trabalho a divisão do trabalho é rudimentar e a coorde nação dos indivíduos na produção tem caráter familiar Sistemn de Corporações S istemn Doméstico Sistemn Fabril 41 Conclusões Foi o sistema fabril de produção que criou as condições para a utilização em grande escala da máquina e da energia e não o contrário A transformação do modo de produção feudal no modo de produção capita lista ocorre em etapas distintas surgindo a segunda com a figura do inter mediário e firmandose com a do capitalista que se apropria da maisvalia produzida pelos trabalhadores assalariados As relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho variam de etapa em etapa mas enquanto as primeiras sofrem total modifi cação com a passagem do feudalismo para o capitalismo as segundas diver gem significativamente no seio do mesmo modo de produção BIBLIOGRAFIA BÁSICA LAKA TOS Eva Maria A sociedade préindustrial do feudalismo à revolução indus trial ln O trabalho temporário nova forma de relações sociais no trabalho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de LivreDocên cia BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR HUBERMAN Leo História da riqueza do homem 10 ed Rio de Janeiro Zahar 1975 SWEEZY Paulo M et aI Do feudalismo ao capitalismo São Paulo Martins Fontes 1977 WEBER Max História geral da economia São Paulo Mestre Jou 1968 LITERATURA RECOMENDADA BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza un trabajo monográfico Barcelona EUNIBAR 1979 Parte II Capítulo 2 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 Capítulos 11 e 14 BLOOM Benjamin S et alo Taxonomia de los objetivos de la educación la clasifica ci6n de las metas educacionales Buenos Aires EI Ateneo 1971 Parte II CASTAGNINO Raul H Análise literária São Paulo Mestre Jou 1968 Parte I Capí tulo 3 e Parte II Capítulo 2 42 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientifica 2 ed São Paulo MacGrawHill do Brasil 1978 Capítulo 4 FRAGATA Júlio S I Noções de metodologia para elaboração de um trabalho cientí fico Porto Tavares Martins 1980 Capítulos 2 e 6 GALLIANO A Guilherme Org Método cientifico teoria e prática São Paulo Har per Row do Brasil 1977 Capítulos 6 e 7 HARLOW Eric COMPTON Henry Comunicação processo técnicas e práticas São Paulo Atlas 1980 Capítulos 6 e 11 LARROYO Francisco Pedagogia de la ensenanza superior 2 ed México Porma 1964 MINICUCCI Agostinho Dinâmica de grupo manual de técnicas 3 ed São Paulo Atlas 1977 Capítulo 27 MOISÉS Massaud Guia prático de análise literária São Paulo Cultrix 1970 Capítu los 1 e 2 NÉRICI Imídeo G Metodologia de ensino superior Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1967 Capítulo 15 Introdução à didática geral 10 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1971 v 2 Capítulo 9 Educação e metodologia 2 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1973 Capítulo 3 RUIZ João Álvaro Metodologia cientifica guia para eficiência nos estudos 2 ed São Paulo Atlas 1980 Capítulo 2 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 2 ed Belo Horizonte Interlivros 1972 Parte I Capítulo 2 SAL V ADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 Capítulo 2 SEVERINO Antônio Joaquim Metodologia do trabalho cientifico São Paulo Cortez Moraes 1975 Capítulo 3 VEGA Javier Lasso de la Manual de documentación Barcelona Labor 1969 Parte I Capítulo 4 43 2 Pesquisa bibliográfica e resumos 21 FASES DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA A pesquisa bibliográfica compreende oito fases distintas a escolha do tema b elaboração do plano de trabalho c identificação d localização e compilação f fichamento g análise e interpretação h redação 211 Escolha do Tema o tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver é uma dificuldade ainda sem solução que é mister determinar com precisão para intentar em seguida seu exa me avaliação crítica e solução Asti Vera 197697 44 Escolher um tema significa levar em consideração fatores internos e externos Os internos consistem em a selecionar um assunto de acordo com as inclinações as aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho científico b optar por um assunto compatível com as qualificações pessoais em termos de background da formação universitária e pósgraduada c encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa Os externos requerem a a disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofun dada b a existência de obras pertinentes ao assunto em número suficiente para o estudo global do tema c a possibilidade de consultar especialistas da área para uma orientação tanto na escolha quanto na análise e interpretação da documentação específica Além disso não há necessidade de duplicação de estudos uma vez que há uma vas ta gama de temas a serem pesquisados Devemse evitar assuntos sobre os quais recen temente foram feitos estudos o que toma difícil uma nova abordagem Embora a escolha do tema possa ser determinada ou sugerida pelo professor ou orientador quando se trata de um principiante o mais freqüente é a opção livre As fontes para a escolha do assunto podem originarse da experiência pessoal ou profissional de estudos e leituras da observação da descoberta de discrepâncias entre trabalhos ou da analogia com temas de estudo de outras disciplinas ou áreas científicas Após a escolha do assunto o passo seguinte é a sua delimitação É necessário evi tar a eleição de temas muito amplos que ou são iÓiáveis como objeto de pesquisa apro fundada ou conduzem a divagações discussões intermináveis repetições de lugares comuns ou descobertas já superadas Para Salvador 1980468 a delimitação do assunto implica A Distinguir o sujeito e o objeto da questão O sujeito é a realidade a respeito da qual se deseja saber alguma coisa É o universo de referencia Pode ser constituída de objetos fatos fenômenos ou pessoas a cujo respei to fazse o estudo com dois objetivos principais ou de melhor apreendê los ou com a intenção de agir sobre eles O objeto de um assunto é o tema propriamente dito Corresponde àquilo que se deseja saber ou reali zar a respeito do sujeito É o conteúdo que se focaliza em tomo do qual gira toda a discussão ou indagação Exemplo Organização do Trabalho O sujeito é trabalho o objeto é organização B Especificar os limites da extensão tanto do sujeito quanto do objeto Pode ser realizado através de a Adjetivos eXplicativos ou restritivos Pelos adjetivos explicativos designamse as qualidades condições ou estados essenciais ao sujeito 45 ou objeto Ao contrário pelos adjetivos restritivos indicamse as qua lidades condições ou estados acidentais do sujeito ou objeto O adjeti vo explicativo é um desdobramento das partes constituintes de um ser ao passo que o adjetivo restritivo ou acidental é um acréscimo arbitrá rio Exemplo adjetivo explicativo Organização social do trabalho adjetivo restritivo Organização atual do trabalho b Complementos nominais de especificação São pessoas ou coisas que acrescentadas a substantivos ou adjetivos especificam a ação ou sentimentos que os mesmos substantivos ou adjetivos designam Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal c Determinação das circunstâncias Às vezes pode ser necessário determinar as circunstâncias que limitam mais ainda a extensão do as sunto especialmente as circunstâncias de tempo e espaço Exemplo Organização social do trabalho de produção artesanal durante alda de Média na Europa Ocidental 212 Elaboração do Plano de Trabalho A elaboração do Plano de Trabalho pode preceder o fichamento quando então é provisório ou ocorrer depois de iniciada a coleta de dados bibliográficos quando já se dispõe de mais subsídios para elaboração do plano definitivo o que não quer dizer está tico Isso porque o aprofundamento em determinadas etapas da investigação pode levar a alterações no todo do trabalho Na elaboração do plano devese observar a estrutura de todo o trabalho científico introdução desenvolvimento e conclusão 46 a Introdução Formulação clara e simples do tema sua delimitação im portância caráter justificativa metodologia empregada e apresentação sintética da questão b Desenvolvimento Fundamentação lógica do trabalho cuja finalidade é expor e demonstrar suas principais idéias Apresenta três fases Explicação Explicar é apresentar o sentido de um tema é analisar e compreender procurando suprimir o ambíguo ou o obscuro Discussão É o exame a argumentação e a explicação do tema explica discute fundamenta e enuncia as proposições Demonstração É a dedução lógica do trabalho implicando o exercício do raciocínio O desenvolvimento do tema exige a divisão do mesmo em tópicos logicamente correlacionados As partes do trabalho não podem ter uma organização arbitrá ria mas baseada naestru real ou lógica do tema sendo que as partes devem estar sistematicamente vinculadas entre si e ordenadas em função da unidade de conjunto Para tal é necessário saber distinguir o fundamental do se cundário o principal do subordinado e distribuir eqüitativa e gradualmente as partes segundo este critério Salvador 198062 c Conclusão Consiste no resumo completo mas sintetizado da argumen tação desenvolvida na parte anterior Devem constar da conclusão a relação existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das idéias e ainda a síntese de toda a reflexão A fase da elaboração do plano de trabalho engloba ainda a formulação do proble ma o enunciado de hipóteses e a determinação das variáveis Uma descrição detalhada e exaustiva com exemplos pode ser encontrada na obra Metodologia científica das mesmas autoras Atlas 1982 Capítulos 4 e 5 213 Identificação É a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo O primeiro passo seria a procura de catálogos onde se encontram as relações das obras Podem ser publicados pelas editoras com a indicação dos livros e revistas edita dos ou pertencer a bibliotecas públicas com a listagem por título dos trabalhos Há ainda os catálogos específicos de alguns periódicos com o rol dos artigos publicados anterionnente O segundo passo tendo em mãos o livro ou periódico seria o levantamento pelo Sumário ou Índice dos assuntos nele abordados Outra fonte de informações referese aos abstracts contidos em algumas obras que além de oferecerem elementos para iden tificar o trabalho apresentam um resumo analítico do mesmo O último passo teria em vista a verificação da bibliografia ao final do livro ou do artigo se houver cOnstituída em geral pela indexação de artigos de livros teses fo lhetos periódicos relatórios comunicações e outros documentos sobre o mesmo tema 214 Localização Tendo realizado o levantamento bibliográfico com a identificação das obras que in teressam passase à localização das fichas bibliográficas nos arquivos das bibliotecas públicas nas de faculdades oficiais ou particulares e outras instituições 47 o Catálogo Coletivo Nacional situado no Instituto Brasileiro de Bibliografia e Do cumentação atende a consultas realizadas por carta ou telefone sobre trabalhos exis tentes em diferentes bibliotecas do País Também possui um Banco de Tese cujos tra balhos podem ser consultados ou mesmo reproduzidos com a anuência do autor A re lação das teses consta de um catálogo encontrado em geral nas bibliotecas de facul dades 215 Compilação É a reunião sistemática do material contido em livros revistas publicações avulsas ou trabalhos mimeografados Esse material pode ser obtido por meio de fotocópias xe rox ou microfIlmes 216 Fichamento À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência deve transcrever os dados em fichas com o máximo de exatidão e cuidado A ficha sendo de fácil manipulação permite a ordenação do assunto ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para outro Até certo ponto leva o indiví duo a pôr oem no seu rriaterial Possibilita ainda uma seleção constante da documen tação e de seu ordenamento Em face do exposto devese tentar convencer o aluno da importância necessidade e utilidade das fichas principalmente por facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais 217 Análise eInterpretação A primeira fase da análise e da inteIpretação é a crítica do material bibliográfico sendo considerado um JUÍzo de valor sobre determinado material científico Dividese em crítica externa e interna A crítica externa é feita sobre o significado a importância e o valor histórico de um documento considerado em si mesmo e em função do trabalho que está sendo ela borado Salomon 1972256 Abrange 48 a crítica do texto Averigua se o texto sofreu ou não alterações inteIpo laçóes e falsificações ao longo do tempo Investiga principalmente se o tex to é autógrafo escrito pela mão do autor ou não em caso negativo se foi ou não revisto pelo autor se foi publicado pelo autor ou outra pessoa o fez que modificações ocorreram de edição para edição b crítica da autenticidade Detennina o autor o tempo o lugar e as cir cunstâncias da composição c crítica da proveniência Investiga a proveniência do texto Varia confor me a ciência que a utiliza Em História tem particular importância o estudo de onde provieram os documentos em Filosofia interessa muito mais dis cernir até que ponto uma obra foi mais ou menos decalcada sobre outra Quando se trata de traduções o importante é verificar a fidelidade do texto examinado em relação ao original A crítica interna é aquela que aprecia o sentido e o valor do conteúdo Compre ende a crítica de interpretação ou hermenêutica Averigua o sentido exato que o autor quis exprimir Facilita esse tipo de crítica o conhecimento do voca bulário e da linguagem do autor das circunstâncias históricas ambientais e de pensamento que influenciaram a obra da formação mentalidade cará ter preconceitos e educação do autor Compreender um texto equivale a haver entendido o que o autor quis dizer os problemas que postulou e as soluções que propôs para os mesmos Asti Vera 1979127 b crítica do valor interno do conteúdo Aprecia a obra e forma um juízo sobre a autoridade do autor e o valor que representa o trabalho e as idéias nele contidas A segunda terceira e quarta fases respectivamente decomposição dos elementos essenciais e sua classificação generalização e análise crítica correspondem às três da análise de texto Finalmente a interpretação exige a comprovação ou refutação das hipóteses Am bas só podem ocorrer com base nos dados coletados Devese levar em consideração que os dados porsi só nada dizem é preciso que o cientista os interprete isto é seja capaz de expor seu verdadeiro significado e compreender as ilações mais amplas que podem conter 218 Redação A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de trabalho científi co que se deseja apresentar Pode ser uma monografia uma dissertação ou uma tese 22 FICHAS Para o pesquisador a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível Como o investigador manipula o material bibliográfico que em sua maior parte não lhe perten ce as fichas permitem 49 a identificar as obras b conhecer seu conteúdo c fazer citações d analisar o material e elaborar críticas Criado no século xvn pelo Abade Rozier da Academia Francesa de Ciências o sistema de ficha é atualmente utilizado nas mais diversas instituições para serviços ad ministrativos e nas bibliotecas onde para consulta do público existem fichas de auto res de títulos de séries e de assuntos todas em ordem alfabética 221 Aspecto Físico É desejável que se dê uma atenção especial ao aspecto físico das fichas uma vez que todo o trabalho científico requer a utilização de um grande número delas e sua pre paração pode estenderse por muitos anos Dado o seu contínuo emprego é mais viável ao estudioso a opção por um tamanho único de fichas mesmo que utilize vários fichá rios Os tamanhos mais comuns de fichas são Tipo grande Tipo médio Tipo pequeno internacional 125 cm x 205 cm 105 cm x 155 cm 75 cm x 125 cm Sendo as fichas utilizadas tanto para indicação bibliográfica quanto para resumo entre outras formas é conveniente que a escolha do tamanho seja baseada em carac terísticas individuais ou seja quem tem letra pequena não necessita obviamente de muito espaço para escrever ao contrário dos que possuem letra grande para pessoas mais sintéticas o ideal é a ficha pequena o mesmo não ocorrendo com as muito proli xas que devem escolher fichas médias ou grandes Precisandose utilizar o reverso das fichas para continuar as anotações será mais adequado fazer coincidir a última linha do anverso com a primeira do reverso de forma que a ficha possa ser girada sobre si mesma Essa prática tem a vantagem de permitir a leitura do verso sem retirar a ficha do seu lugar Quando as anotações de uma ficha pre cisam continuar em uma segunda ou mais fichas é imprescindível que se repita o cabe çalho com a indicação em letras maiúsculas da seqüência como se verá mais adiante 222 Composição das Fichas A estrutura das fichas de qualquer tipo compreende três partes principais cabeça lho referência bibliográfica e corpo ou texto As outras optativas são em ordem de 50 seqüência principalmente nas fichas bibliográficas a indicação da obra quem princi palmente deve lla e o local em que ela pode ser encontrada qual biblioteca 2221 CABEÇALHO o cabeçalho compreende o título genérico remoto o título genérico próximo o tí tulo específico o número de classificação da ficha Salvador 1980 1137 e a letra in dicativa da seqüência quando se utiliza mais de uma ficha em continuação Esses elementos são escritos na parte superior da ficha em duas linhas na primeira consta apenas à esquerda o título genérico remoto na segunda em quatro quadrinhos da esquerda para a direita o título genérico próximo o título específico o número de classificação e o código indicativo da seqüência que permanece em branco quando se utiliza uma só ficha frente e frente e verso Para se ter o título específico e o número de classificação da ficha é necessário que se faça ao início de cada estudo um planejamento do assunto que se irá pesquisar com a respectiva divisão de tópicos Exemplo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista 1 Introdução 2 Ocupações Marginais 21 Conceito de Ocupação Marginal 22 Características das Ocupações Marginais 221 Características Econômicas 222 Características Sócioculturais 3 Ocupações Marginais e Mobilidade Social 31 Desigualdade Social 32 Mobilidade Social 321 Modelos Explicativos da Mobilidade Social 322 A Metodologia da Mobilidade 323 Mobilidade e Distância Social 4 Ocupações Marginais na Área Urbana 41 Setor Artesanal 42 Setor de Comércio 43 Setor de Serviços 5 Ocupações Marginais na Área Rural 51 Setor da Agricultura 51 52 52 Setor da Pecuária 53 Setor de Mineração 6 Conclusões Como auxílio do plano podemse compor os cabeçalhos como se segue 1 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Introdução T 1 T 2 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais Conceito de I 21 I 3 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais Características das I 22 I 4 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Características das Características Econômicas 221 5 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Características das Carac Sócioculturais I 222 I A 6 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Características das Carac Sócioculturais 1222l B No exemplo 1 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista como tema geral é o título genérico remoto que permanece constante em todas as fichas Introdução é o tí tulo genérico próximo não há título específico pois essa parte não se subdivide fmal mente o algarismo 1 é o número de classificação da ficha Os exemplos 2 e 3 apresentam como todas as fichas feitas para o mesmo estudo igual título genérico remoto Ocupações Marginais no Nordeste Paulista ambas apre sentam o mesmo título genérico próximo Ocupações Marginais diferenciandose pelo título específico Conceito de e Características das que correspondem à se gunda parte do trabalho Ocupações Marginais os algarismos 1 e 2 que se seguem ao ponto 21 e 22 indicam as subdivisões dessa segunda parte respectivamente Con ceito de e Características das No exemplo 4 verificase uma alteração se o título genérico remoto permanece o mesmo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista o título genérico próximo se mo difica passando a ser o do segundo item da segunda parte Características das O título específico é agora Características EcoTlÔmicas primeira subdivisão do segundo item da segunda parte portanto com o seguinte número de classificação 22 1 É evidente que cada autor consultado para cada parte item e subitens do trabalho terá umaficha separada conservandose o mesmo cabeçalho com o mesmo título gené rico remoto o mesmo título genérico próximo o mesmo título específico e o mesmo número de classificação Assim as fichas distinguirseão uma das outras pelas referên cias bibliográficas que se seguem ao cabeçalho Por sua vez quando o corpo ou o texto não couber em uma só ficha necessitando se de duas ou mais para que as seguintes não se percam devese colocar letras maiús culas indicativas da seqüência logo após o número de classificação da ficha como o ilustram os exemplos 5 e 6 Quando não se tem de antemão um plano elaborado ou se deseja fazêlo depois das consultas bibliográficas a única coisa que é preenchida no cabeçalho é o título genérico remoto deixandose em branco o restante que será completado depois do pla nejamento do trabalho Exemplo I Artesanato 2222 REFERÊNCIA BmLIOGRÁFIcA A referência bibliográfica deve sempre seguir as normas da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas como consta no último capítulo Para procederse cor retamente é importante consultar a Ficha Catalográfica da obra que traz todos os ele 53 mentos necessários e na ausência dela a folha de rosto e outras partes do livro até ob ter as informações completas Quando se trata de revistas e outros periódicos muitas vezes os elementos impor tantes da referência bibliográfica localizamse na lombada Finalmente em caso de jornais a primeira página é que fornece a maioria das indi cações 2223 CORPO OU TEXTO o conteúdo das fichas varia segundo o tipo delas como se verá a seguir 2224 INDICAÇÃO DA OBRA Devese pensar que as fichas depois de utilizadas para a realização de um trabalho poderão ser novamente empregadas na vida acadêmica ou profissional Dessa fonna é desejável a indicação da obra quer para estudos e pesquisas em disciplinas específicas quer para estudantes de determinada área 2225 OC É possível que depois de fichada uma obra haja necessidade de voltar a consultá la Assim é também importante a indicação do local em que se acha disponível o mate rial Exemplo cabeçalho referência bibliográfica corpo ou texto indicação da obra local 54 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista O M e Mobilidade Social 1 3 I PASTORE José Desigualdade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 217 p Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para a disciplina de So ciologia Biblioteca da Faculdade de Ciências Sociais da USP Pelo título da obra que serviu de exemplo podese perceber que o livro de Pastore é utilizável em mais de uma parte ou item do trabalho planejado Quando ocorre caso semelhante fichase o livro como um todo para a parte indicada É a ficha principal Outras apresentarão o fichamento de parte da obra devem ser tantas fichas quantos fo rem os capítulos do livro que dizem respeito a outros tantos itens e subitens do trabalho São as fichas secundárias Exemplo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Mobilidade Social 1 Modelos Explicativos da 321 I PASTORE José Modelos explicativos da inobilidade social ln Desigual dade e mobilidade social São Paulo T A Queiroz 1979 p 1527 Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Mobilidade Social I Modelos Explicativos da I 321 I SOROKIN Pitirim A Espaço social distância social e posição social ln CARDOSO Fernando Henrique IANNI Octávio Homem e sociedade 3 ed São Paulo Nacio nal 1966 p 22330 55 223 Conteúdo das Fichas o conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas varia segundo sua fmalidade Pode ser A Bibliográfica que se subdivide em a bibliográfica de obra inteira e b bibliográfica de parte de uma obra B Citações C Resumo ou de Conteúdo D Esboço E Comentário ou Analítica o primeiro passo rá o de descrever cada uma das fonnas para ao mal apresentar exemplos 2231 FICHA BmLIOGRÁFIcA Segundo Salvador 1980118 a ficha bibliográfica de obra inteira ou parte dela pode referirse a alguns ou a todos os seguintes aspectos 56 a o campo do saber que é abordado b os problemas significativos tratados c as conclusões alcançadas d as contribuições especiais em relação ao assunto do trabalho e as fontes dos dados que podem ser documentos literatura existente es tatísticas documentação indireta de fontes primárias ou secundárias docu mentação direta com os dados colhidos pelo autor observação entrevista questionário fonnulário etc f os métodos de abordagem e de procedimento utilizados pelo autor abordagem Indutivo Dedutivo Hipotéticodedutivo Dialético procedimento Histórico Comparativo Monográfico Estatístico Tipológico Funcionalista Estruturalista Etnográfico etc g a modalidade empregada pelo autor Geral Específica Intensiva Extensiva exaustiva Técnica Não Técnica Descritiva Analítica etc h a utilização de recursos ilustrativos tais como tabelas quadros gráficos mapas desenhos etc Salvador ainda recomenda a ser breve Quando se desejam maiores detalhes sobre a obra o ideal é a ficha de resumo ou conteúdo ou melhor ainda a de esboço Na ficha bi bliográfica algumas frases são suficientes b utilizar verbos ativos Para se caracterizar a forma pela qual o autor es creve as idéias principais devem ser precedidas por verbos tais como ana lisa compara contém critica define descreve examina apresenta re gistra revisa sugere e outros c evitar repetições desnecessárias Não há nenhuma necessidade de colocar expressões como este livro esta obra este artigo o autor etc 2232 FICHA DE CITAÇÕES Consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças consideradas relevantes ao estu do em pauta Devemse observar os seguintes cuidados a toda citação tem de vir entre aspas É através desse sinal que se distin gue uma ficha de citações das de outro tipo Além disso a colocação das aspas evita que mais tarde ao utilizar a ficha se transcreva como do fi chador os pensamentos nela contidos b após a citação deve constar o número da página de onde foi extraída Isso permitirá a posterior utilização no trabalho com a correta indicação bibliográfica c a transcrição tem de ser textual Isso inclui os erros de grafia se houver Após eles colocase o termo sic em minúsculas e entre parênteses ou col chetes Exemplo hipotético Chegouse à conclusão de que o garimpeiro é antes de tudo um homem do campo desocado sic para a cidade mas conservador da cultura rural embora venha assimilando gradativamente aspectos da cultura citadina p127 d a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada utilizandose no local da omissão três pontos precedidos e seguidos por espaços no início ou final do texto e entre parênteses no meio 57 Exemplo Essa liberdade é a marca predominante no comportamento do garimpeiro esse desejo de liberdade levao a optar sempre que possível pela garimpagem ao invés do trabalho nas lavouras s6 em última instância o garimpeiro aceita a opção de serviço na roça p 130 e a supressão de um ou mais parágrafos também deve ser assinalada utilizandose uma linha completa de pontos Exemplo A religião está bastante associada a crendices semelhantes às existentes no ambiente rural brasileiro todo o ciclo da vida do nascimento à morte é acompanhado por um conjunto de práticas supersticiosas cercandose o nascimento de uma série de crenças e benzimentos mesmo que se respeite e pratique o batismo Nem sempre a necessidade é de saúde para a pessoa ou familiares mas para a obtenção de sucesso no trabalho arranjar um emprego p 1089 f a frase deve ser complementada se necessário quando se extrai uma parte ou parágrafo de um texto este pode perder seu significado necessi tando de um esclarecimento o qual deve ser intercalado entre colchetes Exemplo Esse rio Sapucaí que limita Patrocínio Paulista com Batatais e Altin6 polis é afluente do Rio Grande pI67 g quando o pensamento transcrito é de outro autor tal fato tem de ser assinalado Muitas vezes o autor fichado cita frases ou parágrafos escritos por outra pessoa Nesse caso é imprescindível indicar entre parênteses a referência bibliográfica da obra da qual foi extraída a citação Exemplo as gupiaras se encontram ora numa ora noutra margem do rio p 36 MACHADO FILHO Aires da Mata O negro e o garimpo em Mi nas Gerais 2 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1964 p 17 2233 FICHAS DE RESUMO OU DE CONTEÚDO Apresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais do autor ou um re sumo dos aspectos essenciais da obra Características 58 a não é um sumário ou índice das partes componentes da obra mas ex posição abreviada das idéias do autor b não é transcrição como na ficha de citações mas é elaborada pelo leitor com suas próprias palavras sendo mais uma interpretação do autor c não é longa apresentamse mais informações do que a ficha bibliográfica que por sua vez é menos extensa do que a do esboço d não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra lendo a obra o estudioso vai fazendo anotações dos pontos principais Ao final redige um resumo contendo a essência do texto 2234 FICHA DE ESBOÇO Tem certa semelhança com a ficha de resumo ou conteúdo pois referese à apresen tação das principais idéias expressas pelo autor ao longo da sua obra ou parte dela porém de forma mais detalhada Aspectos principais a é a mais extensa das fichas apesar de requerer também capacidade de sÚltese pois o conteúdo de uma obra parte dela ou de um artigo mais ex tenso é expresso em uma ou algumas fichas b é a mais detalhada em virtude de a sÚltese das idéias ser realizada quase que de página a página c exige a indicação das páginas em espaço apropriado à esquerda da ficha à medida que se vai sintetizando o material Pode ocorrer que uma idéia do autor venha expressa em mais de uma página Nesse caso a indicação da página será dupla Exemplo 534 Quando em uma ou mais páginas não há nada de interessante elas são pu ladas continuandose a indicação das páginas a partir das seguintes 2235 FICHA DE COMENTÁRIO OU ANALÍTICA Consiste na explicitação ou interpretação crítica pessoal das idéias expressas pelo autor ao longo de seu trabalho ou parte dele Pode apresentar a comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho no que se refere aos aspectos metodológicos b análise crítica do conteúdo tomando como referencial a própria obra c interpretação de um texto obscuro para tomálo mais claro d comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo tema e explicitação da importância da obra para o estudo em pauta 59 g 224 Exemplos de Fichas Ficha Bibliográfica Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural I Setor de Mineração I 53 I MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocinio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 152 p Inserese no campo da Antropologia Cultural Utiliza documentação indireta de fontes secundárias e direta colhidos os dados através de formulário Emprega o método de abordagem indutivo e o de procedimento monográfico e estatístico A modalidade é es pecífica intensiva descritiva e analítica Apresenta a caracterização física do Planalto Nordeste Paulista Analisa a organização econômica do planalto descrevendo o aspecto legal do sistema de trabalho e das formas de contrato assim como a atividade exercida e as ferramentas empregadas em cada fase do trabalho Registra os tipos de equipamentos das habitações e examina o nível de vida das famnias Descreve o tipo de famnia sua composição os laços de parentesco e compadrio e a educação dos filhos Examina a escolaridade e a mobilidade profissional entre gerações Apresenta as práticas religiosas com especial destaque das superstições principalmente as ligadas ao garimpo Discrimina as formas de lazer os hábitos alimentares de higiene e de vestuário Levando em consideração o uso de uma linguagem específica inclui um Glossário Conclui que o garimpeiro ainda conserva a cultura rurícola embora em processo de aculturação Exerce o nomadismo É solidário O traço de irresponsabilidade é mais atenuado do que se esperava Apresenta quadros gráficos mapas e desenhos Esclarece aspectos econômicos e sócioculturais da atividade de mineração de diamantes na região rural de maior número de ga rimpeiros no Nordeste Paulista Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para as disciplinas de Antropologia Cultural e Social Biblioteca Pública Municipal Mário de Andrade Ficha de Citações Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências HUmanas 1978 152 p Entre os diversos tipos humanos característicos existentes no Brasil o garimpeiro apresentase desde os tempos coloniais como um elemento pioneiro desbravador e sob certa forma como agente de integração nacional p 7 Os trabalhos no garimpo são feitos em geral por homens aparecendo a mulher muito raramente e apenas no serviço de lavação ou escolha de cascalho por serem mais suaves do que o de desmonte p 26 indivíduos os garimpeiros que reunidos mais ou menos acidentalmente continuam a viver e trabalhar juntos Normalmente abrangem indivíduos de um s6 sexo e sua organização é mais ou menos influenciada pelos padrões que já existem em nossa cul tura para agrupamentos dessa natureza p 47 LlNTON Ralph O homem uma introdução à antropologia 5 ed São Paulo Martins 1965 p 111 O garimpeiro é ainda um homem rural em processo lento de urbanização com métodos de vida pouco diferentes dos habitan tes da cidade deles não se distanciando notavelmente em nenhum aspecto vestuário alimentação vida familiar p 48 A característica fundamental no comportamento do garimpeiro é a liberdade p 130 O j N Ficha de Resumo ou de Conteúdo Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural I Setor de Mineração J 53 I MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocinio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 152 p Pesquisa de campo que se propõe a dar uma visão antropológica do garimpo em Patrocínio Paulista Descreve um tipo humano ca racterístico o garimpeiro em uma abordagem econômica e sóciocultural Enfoca aspectos geográficos e históricos da região desde a fundação do povoado até a constituição do município Enfatiza as ati vidades econômicas da região em que se insere o garimpo sua correlação principalmente com as atividades agrícolas indicando que alguns garimpeiros do local executam o trabalho do garimpo em fins de semana ou no período de entressafra sendo portanto em par te trabalhadores egrícolas apesar da maioria residir na área urbana Dá especial destaque à descrição das fases da atividade de garimpo incluindo as ferramentas utilizadas Apresenta a hierarquia de posições existentes e os tipos de contrato de trabalho que diferem do rural e o respeito do garimpeiro à palavra empenhada Aponta o sentimento de liberdade de garimpeiro e justifica seu nomadismo como conseqüência de sua atividade A análise econômica abrange ainda o nível de vida como sendo de modo geral superior ao do egresso do campo e a descrição das casas e seus equipamentos indicando as diferenças entre ranchos da zona rural e casas da zona urbana Sob o aspecto sóciocultural demonstra a elevação do nível educacional e a mobilidade profissional entre as gerações dificilmente o pai do garimpeiro exerceu essa atividade e as aspirações para os filhos excluem o garimpo Faz referência ao tipo de família mais comum a nuclear aos laços de parentesco e ao papel relevante do compadrio Considera adequados a alimentação e os hábitos de higiene tanto dos garimpeiros quanto de suas famOias No que respeita à saúde comprova a predominância da consulta aos curan deiros e dos medicamentos caseiros Faz um levantamento de crendices e superstições com especial destaque ao que se refere à atividade de trabalho Aponta a in fluência dos sonhos nas práticas diárias Finaliza com um glossário que esclarece a linguagem especial dos garimpeiros Ol ú Ficha de Esboço Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural T Setor de Mineração T 53 T MARCONI Marina de Andrade O garimpeiro aspectos sócioculturais ln Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Pau lista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 p 93126 93 956 97 99 1001 1025 10610 111 112 114 Economicamente independentes pois começam a trabalhar cedo os garimpeiros em geral possuem famnia nu clear Freqüentemente casandose cedo os garimpeiros não vêem com bons olhos o celibato considerando a aquisição de uma esposa como um ideal que lhes confere prestfgio A mulher é a principal encarregada da educação dos filhos que segue padrões diferentes conforme o sexo da criança O cfrculo de amizade é restrito predominando os laços de parentesco e de trabalho A mulher desempenha papel secundário raramente dirigindo a palavra a homens com exceção dos parentes O compadrio é considerado um laço forte unindo famílias sendo as crianças educadas no respeito aos padrinhos cuja relação com os pais aproximase da de parentesco A escolaridade dos garimpeiros é geralmente baixa mas sua preocupação com os filhos e familiares leva à in sistência na escolarização pois aspiram à independência para os mesmos e consideram penosa sua atividade O principal fator da baixa escolaridade é a situação econõmica que conduz à atividade remunerada com pouca idade Porém em média sua escolaridade é mais elevada que a dos pais A quase totalidade dos garimpeiros é católica tal como são ou eram seus pais sendo que as mulheres e filhos re velam maior assiduidade aos cultos Mantêm em suas residências sinais exteriores de suas crenças imagens de santos A prática religiosa está mesclada com crendices mas é comum a fé em promessas Sua religião é um misto de catolicismo e práticas mágicas O garimpeiro é extremamente supersticioso e orienta muitas de suà ações pelos sonhos que têm O receio de mauolhado ligase às etapas e frutos de seu trabalho Muitos garimpeiros consideram a própria atividade de garimpo como uma forma de lazer Verso Ocupações Marginais noNordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural 1 Setor de Mineração 1 53 I 115 1167 118 11920 121 122 123 1245 O principal lazer consiste em grupos de conversas sendo o assunto mais discutido os vários aspectos do ga rimpo Outras formas de lazer festas danças baralho rádio É limitada a leitura de jornais e revistas e praticamente ine xistente a de livros A alimentação básica do garimpeiro é feijão arroz carne e legumes Raros são os casos em que a carne não faça parte do cardápio diário É bastante equilibrada a dieta do garimpeiro que necessita de boa alimentação para agüentar o difícil trabalho do garimpo O preparo da comida fica a cargo de elementos femininos principalmente a esposa Raramente o garimpeiro bebe durante o trabalho fazendoo geralmente nos fins de semana e feriados Na maioria dos casos o garimpeiro tem boa saúde derivada das condições em que exerce sua atividade ar livre e sol Em casos de doença dáse preferência a remédios caseiros rezas e benzimentos O farmacêutico o enfermeiro ou o médico são consultados apenas quando a doença é grave As condições das habitações são adequadas Os garimpeiros têm o hábito do banho diário e escovam os dentes Entretanto não lavam as mãos freqüentemente e em várias ocasiões O J1 Ficha de Comentário ou Analftica Ocupações Marginais no Nordeste Paulista Ocupações Marginais na Área Rural 1 Setor de Mineração I 53 I MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocinio Paulista São Paulo Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas 1978 152 p Caracterizase por uma coerência entre a parte descritiva e analítica entre a consulta bibliográfica e a pesquisa de campo Tal harmonia ditrcil e às vezes não encontrada em todas as obras dá uma feição específica ao trabalho e revela sua importância Os dados obtidos por levantamento próprio com o emprego do formulário e entrevistas caracterizam sua originalidade Foi dado especial destaque à fidelidade das denominações próprias tanto das atividades de garimpo quanto do comportamento e atitudes ligadas ao mesmo O principal mérito é ter dado uma visão global do comportamento do garimpeiro que difere da apresentada pelos escritores que abordam o assunto mais superficiais em suas análises e evidenciando a colaboração que o garimpeiro tem dado não apenas à cidade de Patrocínio Paulista mas a outras regiões pois o fruto de seu trabalho extrapola o município Carece de uma análise mais profunda da interrelação entre o garimpeiro e o rurícola em cujo ambiente às vezes trabalha e o cita dino ao lado de quem vive De todos os trabalhos sobre garimpeiros é o mais detalhado sobretudo nos aspectos sócioculturais porém não permite uma gene ralização por se ter restrito ao garimpo de diamantes em Patrocínio Paulista Essencial na análise das condições econômicas e sócioculturais da atividade de mineração do Nordeste Paulista 225 Tipos de Fichas de Manzo Por sua vez Manzo 1971 16 apresenta cinco tipos de anotações a Comentário Explicitação do conteúdo para sua melhor compreensão b Informação geral Enfoque mais amplo sobte o conteúdo geral c Glosa Explicitação ou interpretação de um texto obscuro para tomálo mais claro d Resumo Síntese bem clara e concisa das idéias principais ou resumo dos aspectos essenciais e Citações Reprodução fiel de palavras ou trechos considerados relevantes e que deverão ser colocados entre aspas devido à sua importância em relação ao estudo em pauta Os itens a e c são muito semelhantes A redação mais usual de fichamento de leitura apresenta duas divisões fundamen tais resumo com as partes principais da obra lida e bibliografia Devese registrar apenas um assunto em cada ficha entretanto se o conteúdo for extenso o registro pode ser feito em duas ou mais que ficarão agrupadas 66 Exemplos a Ficha de Comentário GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortaçãÇl litótica Franca UNESP 119771200 p A A descreve um aspecto do discurso narrativo de grande interesse o estudo da enunciação e do enunciado em obras narradas em primeira pessoa O ponto alto porém é a validação da retórica estrutural como instrumento adequado para o estudo das per sonagens e das situações em que elas atuam É por intermédio da retórica que a A che ga a estabelecer as homologias estruturais da narrativa e a visão do mundo humanista do autor b Ficha de Informação Geral GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771 200 p A obra é resultado de pesquisas visando à elaboração de tese de doutoramento em Letras na Facultade de Filosofia Ciências e Letras e Ciências Humanas da USP Obra didática e necessariamente erudita destinase aos interessados em Literatura e Teoria Literária Valese como apoio metodológico e fundamentação teórica do Estrutu ralismo Genérico de L Goldmann e do Estruturalismo Lingüístico A obra visa à des crição e à interpretação de São Bernardo romance de Graciliano Ramos podendo servir como modelo a análises similares Foi editada pela UNESP Campus de Franca em 1977 na série Teses e Monografias c Ficha de Glosa GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771 200 p Leitura termo utilizado no título da obra não é o ato de ler é termo específico de T eo ria da Literatura significa descrever um texto particular uma obra existente utilizando os instrumentos elaborados pela Poética toda teoria interna da Literatura para eviden ciar sua significação Assim a leitura de São Bernardo significa a descrição da estrutura de São Bernardo d Ficha de Resumo GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771 200 p A A objetiva descrever a construção do discurso narrativo de São Bernardo explici tando as unidades narrativas e os princípios de coesão que fundamentam o romance a A examina mecanismos de verossimilhança e o sistema de motivações para revelar os procedimentos indiciais e as funções das personagens Encontrando na retórica o ins trumento adequado para desvendar a significação do texto a palavra crítica invariante temática de Graciliano Ramos opõe como conclusão a reificação humana existente na sociedade brasileira à visão do mundo humanista proposta pelO narrador e Ficha de CitaÇões GUARDIANO Paschoa Baldassari Uma leitura de São Bernardo a exortação litótica Franca UNESP 119771200 p Da obra O valor final encontrado é a medida do julgamento dessa ideologia incomunicabili dade solidão e infelicidade foram de fato os resultados de sua busca p 127 O futuro do homem brasileiro presumimos sua autorealização dependerá do co nhecimento de suas próprias limitações e da real tentativa de superáIas mediante uma fundamentação ideológica que não perca de vista os melhoramentos essenciais do ser humano a comunicabilidade e a solidariedade p 173 Na obra 1 de THOMACHEVSKI B Thématique ln EIKEMBAUN et aI Théorie de la litté rature Paris Seuil 1965 p 23 Le processus littéraire sorganise autour de deux moments importants le choix du thême et son élaboration 2 de PROPP V Morphologie du conte Paris Seu ii 1970 p 176 II faut considérer le conte en raport avec son milieu avec les situations dans laquelle ilvit 67 23 RESUMOS Da mesma forma que as fichas para os pesquisadores os resumos são instrumentos obrigatórios de trabalho através dos quais se podem selecionar obras que merecem a lei tura do texto completo Entretanto os resumos só são válidos quando contiverem de forma sintética e clara tanto a natureza da pesquisa realizada quanto os resultados e as conclusões mais importantes em ambos os casos destacandose o valor dos achados ou de sua originalidade 231 Conceito Finalidade e Caráter o resumo é a apresentação concisa e freqüentemente seletiva do texto destacando se os elementos de maior interesse e importância isto é as principais idéias do autor da obra A finalidade do resumo consiste na difusão das informações contidas em livros ar tigos teses etc permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de con sultar o texto completo O caráter de um resumo depende de seus objetivos apresentar um sumário narrativo das partes mais significativas não dispensando a leitura do texto condensação do conteúdo expondo ao mesmo tempo tanto as finalidades e metodologia quanto os resultados obtidos e as conclusões da autoria permitindo a utilização em tra balhos científicos e dispensando portanto a leitura posterior do texto original análise interpretativa de um documento criticando os diferentes aspectos inerentes ao texto 232 Como Resumir Levandose em consideração que quem escreve obedece a um plano lógico através do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica ou seja proposição expli cação discussão e demonstração é aconselhável em uma primeira leitura fazer um es boço do texto tentanto captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento A seguir voltase a ler o trabalho para responder a duas questões principais de que trata este texto O que pretende demonstrar Com isso identificase a idéia central e o propósito que nortearam o autor Em uma terceira leitura a preocupação é com a questão como o disse Em outras palavras tratase de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto Esse passo significa a compreensão das idéias provas exemplos etc que servem como ex plicação discussão e demonstração da proposição original idéia principal É importan te distinguir a ordem em que aparecem as diferentes partes do texto Geralmente quan do o autor passa de uma idéia para outra inicia novo parágrafo entretanto a ligação entre os parágrafos permite identificar 68 a conseqüências quando se empregam palavras tais como em conseqüência por conseguinte portanto por isso em decorrência disso etc b justaposição ou adição identificada com expressões de tipo e da mesma forma da mesma maneira etc c oposição com a utilização das palavras porém entretanto por outra parte sem embargo etc d incorporação de novas idéias e complementação do raciocínio f repetição ou reforço de idéias ou argumentos g justificação de proposições por intermédio de um exemplo comprovação etc h digressão desenvolvimento de idéias até certo ponto alheias ao tema cen tral do trabalho Os três últimos casos devem ser totalmente excluídos do resumo A última leitura deve ser feita com a fmalidade de a compreensão do sentido de cada parte importante b anotação das palavraschave c verificação do tipo de relação entre as partes conseqüência oposição complementação etc Uma vez compreendido o texto selecionadas as palavraschave e entendida a re lação entre as partes essenciais podese passar à elaboração do resumo 233 Tipos Dependendo do caráter do trabalho científico que se pretende realizar o resumo pode ser indicativo ou descritivo informativo ou analítico crítico a indicativo ou descritivo quando faz referência às partes mais importan tes componentes do texto Utiliza frases curtas cada uma correspondendo a um elemento importante da obra Não é simples enumeração do sumário ou índice do trabalho Não dispensa a leitura do texto completo pois ape nas descreve sua natureza forma e propósito b informativo ou analítico quando contém todas as informações princi pais apresentadas no texto e permite dispensar a leitura desse último por tanto é mais amplo do que o indicativo ou descritivo Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais idéias do autor salientando 69 os objetivos e o assunto a menos que se encontre explicitado no título os métodos e as técnicas descritas de forma concisa exceto quando um dos objetivos do trabalho é a apresentação de nova técnica os resultados e as conclusões Sendo uma apresentação condensada do texto esse tipo de resumo não de ve conter comentários pessoais ou julgamentos de valor da mesma maneira que não deve formular críticas Deve ser seletivo e não mera repetição sin tetizada de todas as idéias do autor Utilizamse de preferência as pró prias palavras de quem fez o resumo quando cita as do autor apresentaas entre aspas Não sendo uma enumeração de tópicos o resumo informativo ou analítico deve ser composto de uma seqüência corrente de frases conci sas Ao mal do resumo indicamse as palavraschave do texto Da mesma forma que na redação de fichas procurase evitar expressões tais como o autor disse o autor falou segundo o autor ou segundo ele a seguir este li vro ou artigo ou documento e outras do gênero ou seja todas as pala vras supérfluas Devese dar preferência à forma impessoal c crítico quando se formula um julgamento sobre o trabalho É a crítica da forma no que se refere aos aspectos metodológicos do conteúdo do de senvolvimento da lógica da demonstração da técnica de apresentação das idéias principais No resumo crítico não pode haver citações 234 Exemplos Resumo indicativo ou descritivo LAKA TOS Eva Maria O trabalho temporário nova fonna de relações sociais no tra balho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 2 v Tese de LivreDocência Etapas do desenvolvimento econômico que caracterizam a transição do feudalismo para o capitalismo Distinção entre as relações sociais formais de produção e as relações sociais no trabalho segundo as sucessivas fases de organização industrial sistema fami liar de corporações doméstico e fabril também de acordo com a natureza das elites que introduzem ou determinam o processo de industrialização nas diferentes sociedades elite dinástica classe média intelectuais revolucionários administrador colonial líder nacionalista As elites influem ainda no processo de recrutamento da mãodeobra na integração do trabalhador na empresa na autoridade que elabora as normas referentes à relação entre o trabalhador e a direção da empresa e no caráter da atividade da gerência sobre os trabalhadores Conceito de trabalhador temporário Etapas de desenvolvimento econômico das sociedades que influem no processo de trabalho Organização do traba lho e suas alterações causa e conseqüência das transformações da sociedade Surgimen 70 to e desenvolvimento do trabalho temporário segundo as etapas de desenvolvimento económico e da organização do trabalho Metodologia da pesquisa seleção da amostra técnicas de coleta de dados enunciado das hipóteses e variáveis Análise e interpre tação dos dados comprovação ou refutação das hipóteses PerfIl do trabalhador tem porário Resumo informativo ou analítico LAKATOS Eva Maria O trabalho temporário nova forma de relações sociais no tra balho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 19792 v Tese de LivreDocência A partir da Idade Média as sucessivas fases da organização industrial apresentam o sistema familiar onde a produção era realizada pelos membros da família para seu pr prio consumo e não para a venda pois praticamente inexistia mercado o sistema de corporações em que a produção ficava a cargo de mestres artesãos independentes do nos da matériaprima e das ferramentas de trabalho auxiliados por aprendizes atenden do a um mercado pequeno e estável não vendiam seu trabalho mas o produto de sua atividade sistema doméstico com um mercado em expansão onde o mestre artesão perde parte de sua independência surge o intermediário a quem pertence a matériapri ma e em conseqüência o produto acabado sistema fabril atendendo a um mercado ca da vez mais amplo e oscilante onde a produção é realizada em estabelecimentos perten centes ao empregador sendo o trabalhador totalmente dependente pois não é mais dono dos instrumentos de produção vende portanto sua força de trabalho As relações so ciais formais de produção resultam dos direitos definidos de acesso a um particular meio de vida e de participação nos resultados do processo de trabalho As relações so ciais no trabalho compreendem aquelas relações que se originam da associação entre indivíduos no processo cooperativo de produção A Revolução Industrial não alterou as relações sociais formais de produção do sistema fabril De acordo com a natureza da elite que orienta introduz ou determina o processo de industrialização as relações so ciais no trabalho recebem diferentes influências As principais são processo empregado no recrutamento da mãodeobra na integração do trabalhador na empresa na autorida de que elabora as normas referentes às relações entre o trabalhador e a direção da em presa no caráter da autoridade da gerência sobre o trabalhador A elite dinástica recru ta baseada em laços familiares utiliza mecanismos paternalistas de integração elabora normas através do Estado e da própria gerência e tem uma preocupação paternalista com os trabalhadores A classe média recruta segundo a habilidade cria mecanismos específicos de integração a elaboração das normas é pluralista e considera o trabalha dor como cidadão Os intelectuais revolucionários realizam um recrutamento apoiados na filiação política a integração dáse através do apelo ideológico a elaboração das normas encontrase sobre a égide do partido e do Estado e a autoridade tem caráter di tatorial de início e mais tarde constitucional Os administradores coloniais recrutam segundo a naturalidade a integração é paternalista as normas são elaboradas pela m 71 tropole e as fonnas de autoridade são ditatorial e paternalista Os líderes nacionalistas recrutam segundo a qualificação profissional e política a integração baseiase na elabo ração de normas consideram o trabalhador como patriota a elaboração de normas des taca o Estado e os dirigentes e a autoridade depende do tipo de gerentes Distinguese o trabalho temporário de outras atividades tais como trabalho parcial recrutamento di reto período de experiência empréstimo de trabalhador subcontratação empreitada trabalhador sazonal diarista trabalhador externo e trabalhador doméstico Na concei tuação de trabalhador temporário fazse referencia a uma relação triangular entre o em pregador agência de mãodeobra temporária fornecedor o trabalhador temporário e a empresa cliente tomador O trabalho temporário é uma conseqüência do sistema fa bril de produção surgindo espontaneamente em determinada etapa do desenvolvimento económico inserindose geralmente em formas específicas de organização do trabalho determinada pela tecnologia e pluralista sob certas condições organização contra tual contratos individuais e baseados na ocupação A sociedade industrialmente de senvolvida favorece o surgimento do trabalho temporário A ampliação deste é incenti vada pelo aumento da divisão do trabalho e pela especialização coincide sua expansão com o aumento do desemprego O trabalhador temporário diferenciase daquele que é fixo por um conjunto de características sendo as mesmas uma decorrência do tipo de atividade exercida assim como do tempo de exercício da função O trabalhador é en caminhado a esta atividade principalmente pela insuficiência de oferta de empregos fi xos O trabalhador temporário é predominantemente do sexo masculino entre 18 e 30 anos com primário completo sem companheiro família pouco numerosa geralmente migrante do próprio Estado renda familiar entre Cr 250000 e Cr 500000 1976 responsável económico da família mora em casa alugada e não possui outra fonte de renda ou bens Palavraschave Sistema familiar de corporações doméstico e fabril Relações so ciais formais de produção Relações sociais no trabalho Revolução Industrial Elite dinástica classe média intelectuais revolucionários administradores coloniais e líderes nacionalistas Trabalho temporário Trabalhadores temporários Características dos tra balhadores temporários Resumo crítico LAKATOS Eva Maria O trabalho temporário nova fonna de relações sociais no tra balho São Paulo Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 2 v Tese de LivreDocência Traça um panorama do trabalho temporário nos dias atuais nos municípios de São Paulo ABC e Rio de Janeiro relacionando as razões históricas sociais e económicas que levaram ao seu aparecimento e desenvolvimento Dividese em duas partes Na primeira geral temse a retrospectiva do trabalho temporário Partindo do surgimento da produção industrial traça um panorama da evolução dos sistemas de trabalho Dessa 72 maneira são enfocadas do ponto de vista sociológico as relações de produção através dos tempos Esse quadro histórico fornece a base para a compreensão dos fatores so ciais e económicos que levaram à existência do trabalho temporário tal como é conheci do hoje no contexto urbano A parte teórica permite também visualizar a realidade s cioeconómica do trabalhador temporário conduzindo em seqüência lógica as pesqui sas de campo apresentadas na segunda parte do trabalho A parte essencial consiste em uma pesquisa realizada em três níveis o trabalhador temporário as agências de mão deobra temporária e as empresas que a utilizam Ao abordar os três elementos atuantes no processo a pesquisa cerca o problema e faz um levantamento profundo do mesmo As técnicas utilizadas para a seleção da amostra e coleta de dados são rigorosamente corretas do ponto de vista metodológico o que dá à pesquisa grande contiabilidade As tabelas apresentadas confirmam ou refutam as hipóteses levantadas permitindo que a cada passo se acompanhe o raciocínio que leva às conclusões do trabalho Estas são apresentadas por tópicos e divididas conforme a parte a que se referem permitindo ao leitor uma confrontação entre o texto comprobatório e a conclusão dele resultante Ao fInal de cada capítulo aparece um glossário com a defInição dos principais conceitos utilizados no texto São ainda apresentadas em anexo a legislação referente ao traba lho temporário o modelo de formulário utilizado na pesquisa e a lista de itens que a in tegra As tabelas que apresentam os resultados da pesquisa fazem parte do segundo vo lume Esse material permite que se conheça em detalhes e se possa reproduzir o proces so de investigação realizado LITERATURA RECOMENDADA ASTI VERA Annando Metodologia da pesquisa cientlfica Porto Alegre Globo 1976 p 1205 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia para redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 Capítulo 11 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientlfica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Parte II Capítulo4 FRAGATA Júlio Noções de Metodologia para a elaboração de um trabalho científi co 3 ed Porto Tavares Martins 1980 Capítulos 5 e 6 GALLIANO A Guilherme Org Método cientlfico teoria e prática São Paulo Har per Row do Brasil 1977 Parte II Capítulo 9 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulo 9 KURY Adriano Gama Elaboração e editoração de trabalhos de nfvel universitário especialmente na área humanística Rio de Janeiro Casa de Rui Barbosa 1980 Capítulo 1 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 Parte l Capítulos 12 e 3 73 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 Capítulo 7 SALOMON Dé1cio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 3 ed Belo Horizonte Interlivros 1973 Parte l Capítulo 3 Parte III Capítulos 3 e 4 SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica ela boração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 Parte l Capítu lo 2 Seção 3 VEGA Javier Lasso de la Manual de documentación Barcelona Labor 1969 Parte III 74 3 Ciência e conhecimento científico 31 o CONHECIMENTO CIENTÍFlCO E OUTROS TIPOS DE CONHECIMENTO Ao se falar em conhecimento científico o primeiro passo consiste em diferenciálo de outros tipos de conhecimento existentes Para tal analisemos uma situação histórica que pode servir de exemplo Desde a Antiguidade até aos nossos dias um camponês mesmo iletrado eou des provido de outros conhecimentos sabe o momento certo da semeadura a época da co lheitaa necessidade da utilização de adubos as providências a serem tomadas para a defesa das plantações de ervas daninhas e pragas e o tipo de solo adequado para as di ferentes culturas Tem também conhecimento de que o cultivo do mesmo tipo todos os anos no mesmo local exaure o solo Já no período feudal o sistema de cultivo era em faixas duas cultivadas e uma terceira em repouso altemandoas de ano para ano nunca cultivando a mesma planta dois anos seguidos numa única faixa O início da Revolução Agrícola não se prende ao aparecimento no século XVIll de melhores ara dos enxadas e outros tipos de maquinaria mas à introdução na segunda metade do sé culo xvn da cultura do nabo e do trevo pois seu plantio evitava o desperdício de dei xar a terra em pousio seu cultivo revitalizava o solo permitindo o uso constante Hoje a agriultura utilizase de sementes selecionadas de adubos quúnicos de defen sivos contra as pragas e tentase até o controle biológico dos insetos daninhos Mesclamse neste exemplo dois tipos de conhecimento o primeiro vulgar ou p0 pular geralmente típico do camponês transmitido de geração para geração por meio da educação informal e baseado em imitação e experiência pessoal portanto empírico e desprovido de conhecimento sobrea composição do solo das causas do desenvolvimen to das plantas da natureza das pragas do ciclo reprodutivo dos insetos etc o segundo científico é transmitido por intermédio de treinamento apropriado sendo um conheci mento obtido de modo racional conduzido por meio de procedimentos científicos Visa expliéar por que e como os fenômenos ocorrem na tentativa de evidenciar os fatos que estão correlacionados numa visão mais globalizante do que a relacionada com um simples fªto uma cultura específica de trigo por exemplo 75 311 Correlação entre Conhecimento Popular e Conhecimento Científico o conhecimento vulgar ou popular às vezes denominado senso comum não se dis tingue do conhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do objeto co nhecido o que os diferencia é a forma o modo ou o método e os instrumentos do co nhecer Saber que detenninada planta necessita de uma quantidade X de água e que se não a receber de forma natural deve ser irrigada pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável mas nem por isso científico Para que isso ocorra é ne cessário ir mais além conhecer a natureza dos vegetais sua composição seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma espécie de outra Dessa forma patenteiamse dóis aspectos a A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade b Um mesmo objeto ou fenômeno uma planta um mineral uma comunida de ou as relações entre chefes e subordinados pode ser matéria de obser vação tanto para o cientista quanto para o homem comum o que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de obser vação Para Bunge 197620 a descontinuidade radical existente entre a Ciência e o co nhecimento popular em numerosos aspectos principalmente no que se refere ao méto do não nos deve fazer ignorar certa continuidade em outros aspectos principalmente quando limitamos o conceito de conhecimento vulgar ao bomsenso Se excluirmos o conhecimento mítico raios e trovões como manifestações de desagrado da divindade pelos comportamentos individuais ou sociais verificamos que tanto o bomsenso quanto a Ciência almejam ser racionais e objetivos são críticos e aspiram à coerência racionalidade e procuram adaptarse aos fatos em vez de pennitirse especulações sem controle objetividade Entretanto o ideal de racionalidade compreendido como uma sistematização coerente de enunciados fundamentados e passíveis de verificação é ob tido muito mais por intermédio de teorias que constituem o núcleo da Ciência do que pelo conhecimento comum entendido como acumulação de partes ou peças de in formação frouxamente vinculadas Por sua vez o ideal de objetividade isto é a cons trução de imagens da realidade verdadeiras e impessoais não pode ser alcançado se não ultrapassar os estreitos limites da vida cotidiana assim como da experiência par ticular é necessário abandonar o ponto de vista antropocêntrico para formular hipóte ses sobre a existência de objetos e fenômenos além da própria percepção de nossos sen tidos submetêlos à verificação planejada e inteIpretada com o auxílio das teorias Por esse motivo é que o senso comum ou o bomsenso não pode conseguir mais do que uma objetividade limitada assim como é limitada sua racionalidade pois está estreita mente vinculado à percepção e à ação 76 312 Características do Conhecimento Popular Se o bomsenso apesar de sua aspiração à racionalidade e objetividade só con segue atingir essa condição de fonna muito limitada podese dizer que o conhecimen to vulgar ou popular latu sensu é o modo comum corrente e espontâneo de conhecer que se adquire no trato direto com as coisaS e os seres humanos é o saber que preen che nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado sem a apli cação de um método e sem se haver refletido sobre algo Babini 195721 Para AnderEgg 1978134 o conhecimento popular caracterizase por ser predo minantemente superficial isto é conformase com a aparência com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas expressase por frases como porque o vi porque o senti porque o disseram porque todo mundo o diz sensitivo ou seja referente a vivências estados de âhimo e emoções da vi da diária subjetivo pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhe cimentos tanto os que adquire por vivência própria quanto os por ouvi di zer assistemático pois esta organização das experiências não visa a uma sis tematização das idéias nem na fonna de adquirilas nem na tentativa de va lidálas acrítico pois verdadeiros ou não a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica 313 Os Quatro Tipos de Conhecimento Verificamos dessa forma que o conhecimento científico diferenciase do popular muito mais no que se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo Essa diferença ocorre também em relação aos conhecimentos filosófico e re ligioso teológico Trujillo 197411 sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento Conhecimento Popular Valorativo Reflexivo Assistemático Verificável Falível Inexaio Conhecimento Científico Real factual Contingente Sistemático Verificável Falível Aproximadamente exato n Conhecimento Filos6fico Valorativo Racional Sistemático Não verificável Infalível Exato 3131 CONHECIMENTO POPULAR Conhecimento Religioso Teo16gico Valorativo Inspiracional Sistemático Não verificável Infalível Exato o conhecimento popular é valorativo por excelência pois se fundamenta numa se leção operada com base em estados de ânimo e emoções como o conhecimento implica uma dualidade de realidades isto é de um lado o sujeito cognoscente e de outro o oh jeto conhecido e este é possuído de certa fOIma pelo cognoscente os valores do sujei to impregnam o objeto conhecido É também reflexivo mas estando limitado pela fami liaridade com o objeto nã0eode ser reduzido a uma formulação geral A característica de assistemático baseiase na organização particular das experiências próprias do su jeito cognoscente e não em uma sistematização das idéias na procura de uma formu lação geral que explique os fenômenos observados aspecto que dificulta a transmissão de pessoa a pessoa desse modo de conhecer É verificável visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no diaadia Finalmen te é falível e inexato pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto Em outras palavras não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas 3132 CONHECIMENTO FILOSÓFICO o conhecimento fIlosófico é valorativo pois seu ponto de partida consiste em hipó teses que não poderão ser submetidas à observação as hipóteses fIlosóficas baseiam se na experiência portanto este conhecimento emerge da experiência e não da experi mentação Trujillo 1974 12 por este motivo o conhecimento fIlosófico é não veri ficável já que os enunciados das hipóteses fIlosóficas ao contrário do que ocorre no campo da ciência não podem ser cOnÍmnados nem refutados É racional em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados Tem a característica de sisterryítico pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada numa tentativa de apreendêIa em sua totalidade Por último é in falível e exato já que quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras quer na defmição do instrumento capaz de apreender a realidade seus postulados assim como suas hipóteses não são submetidos ao decisivo teste da observação experimen tação Portanto o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura 78 para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado uni camente recorrendo às luzes da própria razão humana Assim se o conhecimento cientí fico abrange fatos concretos positivos e fenômenos perceptíveis pelos sentidos através do emprego de instrumentos técnicas e recursos de observação o objeto de análise da fIlosofia são idéias relações conceptuais exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e por essa razão não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta por instrumentos como a que é exigida pela ciência experimental O mé todo por excelência da ciência é o experimental ela caminha apoiada nos fatos reais e concretos afirmando somente aquilo que é autorizado pela experimentação Ao contrá rio a fIlosofia emprega o método racional no qual prevalece o processo dedutivo que antecede a experiência e não exige confrrmação experimental mas somente coerência lógica Ruiz 1979110 O procedimento científico leva a circunscrever delimitar fragmentar e analisar o que se constitui o objeto da pesquisa atingindo segmentos da realidade ao passo que a filosofia encontrase sempre à procura do que é mais geral in teressandose pela formulação de uma concepção unificada e unificante do universo Para tanto procura responder às grandes indagações do espírito humano e até busca as leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência 3133 CONHECIMENTO RELIGIOSO O conhecimento religioso isto é teológico apóiase em doutrinas que contêm pro posições sagradas valorativas por terem sido reveladas pelo sobrenatural inspiracio nal e por esse motivo tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis exa tas é um conhecimento sistemático do mundo origem significado fmalidade e desti no como obra de um criador divino suas evidências não são verificadas está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado Assim o conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis por consistirem em revelações da divindade sobrenatural A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé pois a visão sistemática do mundo é interpretada como decorrente do ato de um criador divino cujas evidências não são postas em dúvi da nem sequer verificáveis A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evo lução das espécies particularmente do Homem demonstra as abordagens diversas de um lado as posições dos teólogos fundamentamse nos ensinamentos de textos sagra dos de outro os dentistas buscam em suas pesquisas fatos concretos capazes de com provar ou refutar suas hipóteses Na realidade vaise mais longe Se o fundamento do conhecimento científico consiste na evidência dos fatos observados e experimentalmen te controlados e o do conhecimento fIlosófico e de seus enunciados na evidência lógi ca fazendo com que em ambos os modos de conhecer deve a evidência resultar da pes quisa dos fatos ou da análise dos conteúdos dos enunciados no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de evidência pois a toma da causa primei ra ou seja da revelação divina 79 3134 CONHECIMENTO CIENTÍFICO Finalmente o conhecimento científico é real factual porque lida com ocorrências ou fatos isto é com toda forma de existência que se manifesta de algum modo fru jillo 197414 Constitui um conhecimento contingente pois suas proposições ou hipó teses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão como ocorre no conhecimento filosófico É sistemático já que se trata de um saber ordenado logicamente formando um sistema de idéias teoria e não conheci mentos dispersos e desconexos Possui a característica da verificabilidade a tal ponto que as afirmações hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência Constituise em conhecimento falível em virtude de não ser definitivo ab soluto ou fmal e por este motivo é aproximadamente exato novas proposições e o de senvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente Apesar da separação metodológica entre os tipos de conhecimento popular fi losófico religioso e científico no processo de apreensão da realidade do objeto o su jeito cognoscente pode penetrar nas diversas áreas ao estudar o homem por exemplo podese tirar uma série de conclusões sobre sua atuação na sociedade baseada no senso comum ou na experiência cotidiana podese analisálo como um ser biológico verifi cando através de investigação experimental as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções podese questionálo quanto à sua origem e destino assim como quanto à sua liberdade finalmente podese observálo como ser criado pela divindade à sua imagem e semelhança e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados Por sua vez estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa um cientista voltado por exemplo ao estudo da física pode ser crente praticante de de terminada religião estar filiado a um sistema fllosófico e em muitos aspectos de sua vida cotidiana agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum 32 CONCEITO DE CIÊNCIA Diversos autores tentaram defmir o que se entende por ciência Consideramos mais precisa a definição de Trujillo Ferrari expressa em seu livro Metodologia da ciência Entendemos por ciência uma sistematização de conhecimentos um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado capaz de ser submetido à verificação 19748 80 As ciências possuem a Objetivo ou rmalidade Preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos b Função Aperfeiçoamento através do crescente acervo de conhecimentos da relação do homem com o seu mundo c Objeto Subdividido em material aquilo que se pretende estudar analisar interpretar ou verifi car de modo geral formal o enfoque especial em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material 33 CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO DA CIÊNOA A complexidade do universo e a diversidade de fenômenos que nele se manifestam aliadas à necessidade do homem de estudálos para poder entendêIos e explicálos le varam ao surgimento de diversos ramos de estudo e ciências específicas Estas necesi tam de uma classificação quer de acordo com sua ordem de complexidade quer de acordo com seu conteúdo objeto ou temas diferença de enunciados e metodologia em pregada CIÊNCIAS Lógica FORMAIS Matemática FACTUAIS Física Química NATURAIS Biologia e outras Antropologia Cultural Direito SOCIAIS Economia Política Psicologia Social Sociologia LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte I Capítulo 1 BARBOSA FILHO Manuel Introdução à pesquisa métodos técnicas e instrumentos 2 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1980 Parte I Capítulos 1 e 2 BUNGE Mário La ciencia su método y su filosofia Buenos Aires Siglo Veinte 1974a Capítulo 1 81 BUNGE Mário La investigaci6n cientffica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelo na Ariel 1976 Parte I Capítulo 1 Parte m Capítulo 9 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientfica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Parte I Capítulo 1 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducci6n a la 16gica y ai método científico 2 ed Buenos Aires Amorrortu 1971 v 2 Capítulo 2 Item 5 GALUANO A Guilherme Org O método cientffico teoria e prática São Paulo Harper Row do Brasil 1977 Capítulo 1 GOODE William J HAIT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulos 1 2 3 e 4 HEGENBERG Leônidas Explicações cientficas introdução à filosofia da ciência 2 ed São Paulo EPUIEDUSP 1973 Capítulo 2 HIRANO Sedi Org Pesquisa social projeto e planejamento São Paulo T A Quei roz 1979 Parte I Capítulo 1 KÕCHE José Carlos Fundamentos de metodologia científica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulos 1 e 2 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulo 1 NAGEL Ernest La estructura de la ciencia problemas de la lógica de la investigaci6n científica 3 ed Buenos Aires Paid6s 1978 Capítulo 1 NÉRICI Imídeo Giuseppe Introdução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte II Capítulo 10 PARDINAS Felipe Metodologia y técnicas de investigaci6n en ciencias sociales Mé xico Siglo Veinteuno 1969 Capítulo 2 RUIZ João Álvaro Metodologia cientfjica guia para eficiência nos estudos São Pau lo Atlas 1979 Capítulos 45 e 6 SOUZA Aluísio José Maria de et al Iniciação à 16gica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulo 1 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 1 82 4 Métodos científicos 41 CONCEITODEMÉTOOO Todas as ciências caracterizamse pela utilização de métodos científicos em con trapartida nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências Dessas afmnações podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos Assim o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e econpmia permite alcançar o objetivo conhecimentos válidos e verdadeiros traçando o caminho a ser seguido detectando erros e auxiliando as de cisões do cientista 42 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO MÉTODO A preocupação em descobrir e portanto explicar a natureza vem desde os primór dios da humanidade quando as duaS principais questões referiamse às forças da natu reza a cuja mercê viviam os homens e à morte O conhecimento mítico voltouse à ex plicação desses fenômenos atribuindoos a entidades de caráter sobrenatural A verda de era impregnada de noções suprahumanas e a explicação fundamentavase em moti vações humanas atribuídas a forças e potências sobrenaturais À medida que o conhecimento religioso se voltou também para a explicação dos fenômenos da natureza e do caráter transcendental da morte como fundamento de suas concepções a verdade revestiuse de caráter dogmático baseada em revelações da di vindade É a tentativa de explicar os acontecimentos através de causas primeiras os deuses sendo o acesso dos homens ao conhecimento derivado da inspiração divina O caráter sagrado das leis da verdade do conhecimento como explicações sobre o ho mem e o universo determina uma aceitação sem crítica dos mesmos deslocando o foco das atenções para a explicação da natureza da divindade 83 o conhecimento filosófico por seu lado voltase para a investigação racional na tentativa de captar a essência imutável do real através da compreensão da forma e das leis da natureza O senso comum aliado à explicação religiosa e ao conhecimento filosófico orien tou as preocupações do homem com o universo Somente no século XVI é que se ini ciou uma linha de pensamento que propunha encontrar um conhecimento embasado em maiores garantias na procura do real Não se buscam mais as causas absolutas ou a na tureza íntima das coisas ao contrário procurase compreender as relações entre elas assim como a explicação dos acontecimentos através da observação científica aliada ao raciocínio Com o passar do tempo muitas modificações foram feitas nos métodos existentes inclusive surgiram outros novos Estudaremos mais adiante esses métodos No momen to o que nos interessa é o conceito moderno de método independente do tipo Para tal consideramos como Bunge que o método científico é a teoria da investigação Esta alcança seus objetivos de forma científica quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas 84 a descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos Se o problema não estiver enunciado com clareza passase à etapa se guinte se o estiver passase à subseqüente b colocação precisa do problema ou ainda a recolocação de um velho problema à luz de novos conhecimentos empíricos ou teóricos substan tivos ou metodológicos c procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema por exemplo dados empíricos teorias aparelhos de medição técnicas de cálculo ou de medição Ou seja exame do conhecido para tentar resolver o problema d tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados Se a tentativa resultar inútil passase para a etapa seguinte em caso con trário à subseqüente e invenção de novas idéias hipóteses teorias ou técnicas ou produção de novos dados empíricos que prometam resolver o problema f obtenção de uma solução exata ou aproximada do problema com auXÍ lio do instrumental conceitual ou empíric disponível g investigação das conseqüências da solução obtida Em se tratando de uma teoria é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxÍ lio Em se tratando de novos dados é o exame das conseqüências que possam ter para as teorias relevantes h prova comprovação da solução confronto da solução com a totalidade das teorias e da informação empírica pertinente Se o resultado é satisfató rio a pesquisa é dada como concluída até novo aviso Do contrário pas sase para a etapa seguinte i correção das hipóteses teorias procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta Esse é naturalmente o começo de um novo ciclo de investigação Bunge 198025 As etapas assim se apresentam de forma esquemática Problema ou lacuna J l Explicação I I Não explicação I I Colocação precisa do problema J I I Procura de conhecimento ou instrumentos relevantes I I 1 Tentativa de SOluÇãO I Satisfatória I I Inútil I I l Invenção de novas idéias ou produção de novos dados empíricos I I I Obtenção de uma solução I I I Prova da solução I I Satisfatória J I Não satisfatória J l Conclusão I I Início I de novo ciclo I 85 43 MÉTODO INDUTIVO 431 Caracterização Indução é um processo mental por intennédio do qual partindo de dados particula res suficientemente constatados inferese uma verdade geral ou universal não contida fias partes examinadas Portanto o objetivo dos argumentos indutivos é levar a con clusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basea ram Uma característica que não pode deixar de ser assinalada é que o argumento induti vo da mesma fonna que o dedutivo fundamentase em premissas Mas se nos deduti vos premissas verdadeiras levam inevitavelmente à conclusão verdadeira nos induti vos conduzem apenas a conclusões prováveis ou no dizer de Cervo e Bervian 197825 podese afinnar que as premissas de um argumento indutivo correto susten tam ou atribuem certa verossimilhança à sua conclusão Assim quando as premissas são verdadeiras o melhor que se pode dizer é que a sua conclusão é provavelmente verda deira Exemplos O corvo 1 é negro O corvo 2 é negro O corvo 3 é negro O corvo n é negro todo corvo é negro Cobre conduz energia Zinco conduz energia Cobalto conduz energia Ora cobre zinco e cobalto são metais Logo todo metal conduz energia Analisando os dois exemplos podemos tirar uma série de conclusões respeitantes ao método indutivo 86 a de premissas que encerram informações acerca de casos ou acontecimentos observados passase para uma conclusão que contém informações sobre casos ou acontecimentos não observados b passase pelo raciocínio dos indícios percebidos a uma realidade desco nhecida por eles revelada c o caminho de passagem vai do especial ao mais geral dos indivíduos às espécies das espécies ao gênero dos fatos às leis ou das leis especiais às leis mais gerais d a extensão dos antecedentes é menor do que a da conclusão que é generalizada pe lo universalizante todo ao passo que os antecedentes enumeram apenas al guns casos verificados e quando descoberta uma relação constante entre duas propriedades ou dois fenôme nos passase dessa descoberta à afmnação de uma relação essencial e em con seqüência universal e necessária entre essas propriedades ou fenômenos 432 Leis Regras e Fases do Método Indutivo Devemos considerar três elementos fundamentais para toda indução isto é a in dução realizase em três etapas fases a observação dos fenômenos nessa etapa observamos os fatos ou fenô menos e os analisamos com a fmalidade de descobrir as causas de sua ma nifestação b descoberta da relação entre eles na segunda etapa procuramos por in termédio da comparação aproximar os fatos ou fenômenos com a fmalida de de descobrir a relação constante existente entre eles c generalização da relação nessa última etapa generalizamos a relação encontrada na precedente elltre os fenômenos e fatos semelhantes muitos dos quais ainda não observamos e muitos inclusive inobserváveis Portanto como primeiro passo observamos atentamente certos fatos ou fenômenos Passamos a seguir à classificação isto é agrupamento dos fatos ou fenômenos da mesma espécie segundo a relação constante que se nota entre eles Finalmente chega mos a uma classificação fruto da generalização da relação observada Exemplo observo que Pedro José João etc são mortais verifico a relação entre ser homem e ser mortal generalizo dizendo que todos os homens são mortais Pedro José João são mortais Ora Pedro José João são homens Logo todos os homens são mortais ou O homem Pedro é mortal O homem José é mortal O homem João é mortal rodo homem é mortal 87 Para que não se cometam equívocos facilmente evitáveis impõemse três etapas que orientam o trabalho de indução a certificarse de que é verdadeiramente essencial a relação que se pretende generalizar evita confusão entre o acidental e o essencial b assegurarse de que sejam idênticos os fenômenos ou fatos dos quais se pretende generalizar uma relação evita aproximações entre fenômenos e fatos diferentes cuja semelhança é acidental c não perder de vista o aspecto quantitativo dos fatos ou fenômenos impõese esta regra já que a ciência é primordialmente quantitativa motivo pelo qual é possível um tratamento objetivo matemático e estatístico As etapas fases e as regras do método indutivo repousam em leis determinis mo observadas na natureza segundo as quais a nas mesmas circunstâncias as mesmas causam produzem os mesmos efei tos b o que é verdade de muitas partes suficientemente enumeradas de um sujei to é verdade para todo esse sujeito universal Nérici 197872 Finalmente uma observação o determinismo da natureza muito mais observável no domínio das ciências físicas e químicas do que no das biológicas e principalmente sociais e psicológicas é um problema propriamente fllosófico mais especificamente da fllosofia das ciências pois no dizer de Jolivet 197989 tratase de justificar o princí pio do determinismo sobre o qual se fundamenta a indução A utilização da indução leva à fonnulação de duas perguntas a Qual a justificativa para as inferências indutivas A resposta é temos expectativas e acreditamos que exista certa regularidade nas coisas e por este motivo o futuro será como o passado b Qual a justificativa para a crença de que o futuro será como o passa do São principalmente as observações feitas no passado Exemplo se o sol vem nascendo há milhões de anos pressupõese que nascerá ama nhã Portanto as observações repetidas feitas no passado geram em nós a expectativa de certa regularidade no mundo no que se refere a fatos e fenômenos Por este motivo analisandose vários casos singulares do mes mo gênero estendese a todos do mesmo gênero as conclusões baseadas nas observações dos primeiros através da constância das leis da nature za ou do princípio do determinismo Para Jolivet 197989 o problema da indução científica é apenas um caso particu lar do problema geral do conhecimento abstrato pois a lei científica não é mais do que um fato geral abstraído da experiência sensível 88 433 Formas de Indução A indução apresenta duas formas a Completa ou formal estabelecida por Aristóteles Ela não induz de al guns casos mas de todos sendo que cada um dos elementos inferiores é comprovado pela experiência Exemplos as faculdades sensitivas exteriores visual auditiva olfativa gustativa e táctil são orgânicas logo toda faculdade sensitiva exterior é orgânica Segunda terça quarta quinta sexta sábado e domingo têm 24 horas Ora segunda terça quarta quinta sexta sábado e domingo são dias da semana Logo todos os dias da semana têm 24 horas Como esta espécie de indução não leva a novos conhecimentos é estéril não passando de um processo de colecionar coisas já conhecidas e portan to não tem influência importância para o progresso da ciência b Incompleta ou científica criada por Galileu e aperfeiçoada por Francis Bacon Não deriva de seus elementos inferiores enumerados ou provados pela experiência mas permite induzir de alguns casos adequadamente ob servados sob circunstâncias diferentes sob vários pontos etc e às vezes de uma só observação aquilo que se pode dizer afirmar ou negar dos restantes da mesma categoria Portanto a indução científica fundamentase na causa ou na lei que rege o fenômeno ou fato constatada em um núme ro significativo de casos um ou mais mas não em todos Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Neiuno e Plutão não têm brilho próprio Ora Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno e Plutão são planetas Logo todos os planetas não têm brilho próprio Referente ao aspecto do método indutivo de necessitar de muitos casos ou de um só Cohen e Nagel 197111104 e 106 registram uma indagação de Mill acerca de por que muitas vezes um número elevado de casos verificados observados analisados se apresenta insuficiente para estabelecer uma adequada generalização por exemplo que todos os corvos sõa negros quando em outras ocasiões poueos casos e até um são suficientes para assegurar uma convicção por exemplo que certos tipos de fungos são venenosos Por que em alguns casos é suficiente um só exemplo para realizar uma indução perfeita enquanto em outros milhares de exemplos coincidentes acerca dos quais não se conhece ou se presume uma só exceção contribuem muito pouco para es tabelecer uma proposição universal Os autores respondem a esta indagação assina 89 lando que se bem que nunca podemos estar completamente seguros de que um caso verificado seja uma amostra imparcial de todos os casos possíveis em algumas cir cunstâncias a probabilidade de que isto seja verdade é muito alta Tal acontece quando o objeto de investigação é homogêneo em certos aspectos importantes Porém em tais ocasiões tornase desnecessário repetir um grande número de vezes o experimento con finnatório de generalização pois se o caso verificado é representativo de todos os ca sos possíveis todos eles são igualmente bons Dois casos que não diferem em sua natu reza representativa contam simplesmente como um só caso Regras de indução incompleta a os casos particulares devem ser provados e experimentados na quantidade suficiente e necessária para que possamos dizer ou negar tudo o que será legitimamente aftrmado sobre a espécie gênero categoria etc b com a ftnalidade de poder aftrmar com certeza que a própria natureza da coisa fato ou fenômeno é que provoca a sua propriedade ou ação além de grande quantidade de observações e experiências é também necessário analisar e destacar a possibilidade de variações provocadas por cir cunstâncias acidentais Se depois disso a propriedade a ação o fato ou o fenômeno continuarem a se manifestar da mesma forma é evidente ou me lhor dizendo é muito provável que a sua causa seja a própria natureza da coisa fato ou fenômeno Para Souza et al 197664 a força indutiva dos argumentos por enumeração tem como justiftcativa os seguintes princípios a quanto maior a amostra maior a força indutiva do argumento b quanto mais representativa a amostra maior a força indutiva do argumen to Sendo a amostra fator importante para a força indutiva do argumento devemos examinar alguns casos em que problemas de amostra interferem na legitimidade da in ferência 90 a Amostra insuficiente ocorre a falácia da amostra insuftciente quando a generalização indutiva é feita a partir de dados insuficientes para sustentar essa generalização Exemplos geralmente preconceitos raciais religiosos ou de nacionalidade desenvolvemse em pessoas predispostas a partir da observação de um ou alguns casos desfavoráveis a partir dos quais se fazem amplas generali zações abrangendo todos os elementos de uma categoria Em um pequeno vilarejo do Estado de São Paulo de 150 moradores em determinado ano duas pessoas morreram uma atropelada por uma carroça puxada a burro e a outra por insuficiência renal Jamais se poderia dizer que 50 da popu lação que falece na vila X são por acidentes de trânsito e 50 por insufi ciência renal Souza et al197664 citam uma pesquisa realizada com alu nos dos colégios de João Pessoa 40 foram pesquisados de diversas esco las e apresentaram quociente de inteligência entre 90 a 110 pontos Pela amostra insuficiente não se poderia concluir que os estudantes de João Pes soa possuem um QI entre 90 e 110 b Amostra tendenciosa a falácia da estatística tendenciosa ocorre quando uma generalização indutiva se baseia em uma amostra não representativa da população Exemplo Salmon 197883 cita o famoso exemplo da prévia eleitoral rea lizada pelo Literary Digest em 1936 quando Landon e Roosevelt eram candidatos à presidência dos EUA A revista distribuiu cerca de dez mi lhões de papeletas indagando da preferência eleitoral e recebeu de volta aproximadamente dois milhões e duzentos e cinqüenta mil A amostra era suficientemente ampla para os objetivos mas os resultados foram desastro sos apontando nítida vantagem de Landon Roosevelt foi eleito Dois desvios ocorreram na pesquisa ambos causados pela classe sócioeconômi ca dos investigados as listas para o envio das papeletas foram retiradas de listas telefônicas e de proprietários de automóvel da mesma forma que uma nova seleção se processou entre os que devolveram a papeleta mais abonados e os que não a devolveram E a classe sócioeconômica mal da amostra era mais favorável a Landon 44 MÉTODO DEDUTIVO 441 Argumentos Dedutivos e Indutivos Dois exemplos servem para ilustrar a diferença entre argumentos dedutivos e indu tivos Dedutivo Todo mamífero tem um coração Ora todos os cães são mamíferos Logo todos os cães têm um coração Indutivo Todos os cães que foram observados tinham um coração Logo todos os cães têm um coração Segundo Salmon 1978301 as duas características básicas que distinguem os ar gumentos dedutivos dos indutivos são 91 DEDUTIVOS INDUTIVOS I Se todas as premissas I Se todas as premissas são verdadeiras a con são verdadeiras a con clusão deve ser verda clusão é provavelmente deira verdadeira mas não ne cessariamente verdadeira II Toda a informação ou II A conclusão encerra in conteúdo fatual da con fonnação que não esta clusão já estava pelo va nem implicitamen menos implicitamente te nas premissas nas premissas Característica I No argumento dedutivo para que a conclusão todos os cães têm um coração fosse falsa uma das ou as duas premissas teriam de ser falsas ou nem todos os cães são mamíferos ou nem todos os mamíferos têm um coração Por outro la do no argumento indutivo é possível que a premissa seja verdadeira e a conclusão fal sa o fato de não ter até o presente encontrado um cão sem coração não é garantia de que todos os cães têm um coração Característica n Quando a conclusão do argumento dedutivo aflllDa que todos os cães têm um coração está dizendo alguma coisa que na verdade já tinha sido dita nas premissas portanto como todo argumento dedutivo refonnula ou enuncia de modo ex plícito a infonnação já contida nas premissas Dessa fonna se a conclusão a rigor não diz mais que as premissas ela tem de ser verdadeira se as premissas o forem Por sua vez no argumento indutivo a premissa referese apenas aos cães já observados ao pas so que a conclusão diz respeito a cães ainda não observados portanto a conclusão enuncia algo não contido na premissa É por este motivo que a conclusão pode ser falsa pois pode ser falso o conteúdo adicional que encerra mesmo que a premissa seja verdadeIra Os dois tipos de argumentos têm fmalidades diversas o dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas o indutivo tem o desígnio de ampliar o alcance dos conhecimentos Analisando isso sob outro enfoque diríamos que os argumentos dedutivos ou estão corretos ou incorretos ou as premissas sustentam de modo completo a conclusão ou quando a fonna é logicamente incorreta não a sustentam de forma al guma portanto não há graduações intennediárias Contrariamente os argumentos indu tivos admitem diferentes graus de força dependendo da capacidade das premissas de sustentarem a conclusão Resumindo os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das premissas com sacrifício da precisão ao passo que os argumentos dedutivos sacri ficam a ampliação do conteúdo para atingir a certeza Os exemplos inicialmente citados mostram as características e a diferença entre os argumentos dedutivos e indutivos mas não expressam sua real importância para a ciên 92 cia Dois exemplos também tomados de Salmon ilustram sua aplicação significativa para o conhecimento científico A relação entre a evidência observacional e a generalização científica é de tipo in dutivo As várias observações destinadas a detenninar a posição do planeta Marte servi ram de evidência para a primeira lei de Kepler segundo a qual a órbita de Marte é elíp tica A lei referese à posição do planeta observada ou não isto é o movimento passa do era elíptico o futuro também o será assim como o é quando o planeta não pode ser observado em decorrência de condições atmosféricas adversas A lei conclusão tem conteúdo muito mais amplo do que as premissas enunciados que descrevem as p0 sições observadas Por sua vez os argumentos matemáticos são dedutivos Na geometria euclidiana do plano os teoremas são todos demonstrados a partir de axiomas e postulados apesar do conteúdo dos teoremas já estar fixado neles esse conteúdo está longe de ser óbvio 442 Argumentos Condicionais Dentre as diferentes formas de argumentos dedutivos que o estudante pode encon trar em manuais de lógica e fIlosofia os que mais nos intessam são os argumentos condicionais válidos Estes ão dois a chamada afirmação do antecedente modus ponens e a denominada negação do conseqüente modus tollens O primeiro tem a seguinte forma Se p então q Orap Então q Denominase afrrmação do antecedente porque a primeira premissa é um enun ciado condicional sendo que a segunda coloca o antecedente desse mesmo condicional a conclusão é o conseqüente da primeira premissa Exemplos Se José tirar nota inferior a 5 será reprovado José tirou nota inferior a 5 José será reprovado Se uma criança for frustrada em seus esforços para conseguir algo então rea girá através da agressão Ora esta criança sofreu frustração Então reagirá com agressão 93 Nem sempre os argumentos são colocados na fonnapadrão mas podem ser reduzi dos a ela Exemplo Esta sociedade apresenta um sistema de castas Apresentará se for dividida m grupos hereditariamente especializados hierarquicamente sobrepostos e mutuamente opostos se se opuser ao mesmo tempo às misturas de sangue às conquis tas de posição e às mudanças de ofício Como tudo isso aparece nesta sociedade a res posta é sim Ou Se uma sociedade for dividida em grupos hereditariamente especializados hie rarquicamente sobrepostos e mutuamente opostos se se opuser ao mesmo tempo às misturas de sangue às conquistas de posição e às mudanças de ofício então a sociedade terá um sistema de castas Ora esta sociedade apresenta tais características Então é uma sociedade de castas O segundo tipo de argumento condicional válido tem a seguinte fonna Se p então q Ora nãoq Então nãop A denominação de negação do conseqüente para este tipo deriva do fato de que a primeira premissa é um condicional sendo a segunda uma negação do conseqüente desse mesmo condicional Exemplos Se a água ferver então a temperatura alcança 100 A temperatura não alcançou 100 Então a água não ferverá Se José for bem nos exames então tinha conhecimento das matérias Ora José não tinha nenhum conhecimento das matérias Então José não foi bem nos exames Salmon 197842 cita um exemplo tirado da peça de Shakespeare Julius Caesar que não apresenta a fonnapadrão e omite uma premissa contudo tomase fácil identi ficála Ele não tomaria a coroa Logo é certo que ele não era ambicioso Ou 94 Se César fosse ambicioso então teria tomado a coroa Ora ele não tomou a coroa Então César não era ambicioso 45 MÉTODO HIPOTÉTICODEDUTIVO 1 Para Karl R Popper o método científico parte de um problema P1 ao qual se oferecesse uma espécie de solução provisória uma teoriatentativa TT passandose depois a criticar a solução com vista à eliminação do erro EE e tal como no caso da dialética esse processo se renovaria a si mesmo dando surgimento a novos problemas P2 Posteriormente diz o autor condensei o exposto no seguinte esquema P1 TT EE P2 Eu gostaria de resumir este esquema dizendo que a ciência começa e termina com problemas 19771401 Já tinha escrito em outro lugar eu tenho tentado de senvolver a tese de que o método científico consiste na escolha de problemas interes santes e na crítica de nossas permanentes tentativas experimentais e provisórias de solu cionálos 1975 14 451 Etapas do Método HipotéticoDedutivo Segundo Pópper O esquema apresentado por Popper no item anterior poderá ser expresso da seguin te maneira EXPECTATIVAS ou CONHECIMENTO r PROBLEMA I CONJECTURAS r FALSEAMENTO PRÉVIO Portanto Popper defende estes momentos no processo investigatório 1 problema que surge em geral de conflitos ante expectativas e teorias existentes 2 solução proposta consistindo numa conjectura nova teoria dedução de conseqüências na forma de proposições passíveis de teste 3 testes de falseamento tentativas de refutação entre outros meios pela ob servação e experimentação 95 Se a hipótese não supera os testes estará falseada refutada e exige nova refonnu lação do problema e da hipótese que se superar os testes rigorosos estará corroborada confinnada provisoriamente não definitivamente como querem os indutivistas Einstein vem em auxílio desta característica da falseabilidade quando escreve a Popper nestes tennos na medida em que um enunciado científico se refere à realidade ele tem que ser falseável na medida em que não é falseável não se refere à realidade Popper 1975a 346 96 De forma completa a proposição de Popper permite a seguinte esquematização Conhecimento Prévio Teorias Existentes Lacuna Contradição ou Problema tl Conjecturas Soluções ou Hipóteses 1 1 Conseqüências Falseáveis Enunciados deduzidos Técnicas de Falsiabilidade Avaliação das Conjecturas Solução ou Hipóteses Refutação rejeição I G J Q Nova Lacuna Contradição ou Problema J A observação não é feita no vácuo Tem papel decisivo na ciência Mas toda obser vação é precedida por um problema uma hipótese enfim algo teórico A observação é ativa e seletiva tendo como critério de seleção as expectativas inatas Só pode ser feita a partir de alguma coisa anterior Esta coisa anterior é nosso conhecimento prévio ou nossas expectativas Qualquer observação escreve Popper é uma atividade com um objetivo encontrar ou verificar alguma regularidade que foi pelo menos vagamente vislumbrada tratase de uma atividade norteada pelos problemas e pelo contexto de expectativas horizonte de expectativas Não há experiência passivá Não existe outra forma de percepção que não seja no contexto de interesses e expectativas e por tanto de regularidades e leis Essas reflexões levaramme à suposição de que a conjec tura ou hipótese precede a observação ou percepção temos expectativas inatas na forma de expectativas latentes que há de ser ativadas por estÚllulos aos quais reagimos via de regra enquanto nos empenhamos na exploração ativa Todo aprendizado é uma modifIcação de algum conhecimento anterior 197758 Podemos dizer que o homem é programado geneticamente e possui o que se chama imprintação Os fIlhotes dos animais possuem um mecanismo inato para chegar a con clusões inabaláveis A tartaruguinha ao sair do ovo corre para o mar sem ninguém tê la advertido do perigo que a ameaça se não mergulhar imediatamente na água o animal quando nasce no mato sem ninguém têlo ensinado corre e procura o lugar apropriado da mãe para alimentarse o recémnascido tem expectativas de carinho e de alimento Os processos de aprendizagem pode dizerse sempre consistem na formação de expec tativas através de tentativas e erros 197750 Concluindo nascemos com expectativas e no contexto dessas expectativas é que se dá a observação quando alguma coisa inesperada acontece quando alguma expecta tiva é frustrada quando alguma teoria cai em dificuldades Portanto a observação não é o ponto de partida da pesquisa mas um problema O crescimento do conhecimento mar cha de velhos problemas para novos por intermédio de conjecturas e refutações 4511 PROBLEMA A primeira etapa do método proposto por Popper é o surgimento do problema Nos so conhecimento consiste no conjunto de expectativas que formam como que uma mol dura A quebra desta provoca uma dillculdade o problema que vai desencadear a pes quisa Toda investigação nasce de algum problema teóricoprático sentido Este dirá o que é relevante ou irrelevante observar os dados que devem ser selecionados Esta se leção exige uma hipótese conjectura eou suposição que servirá de guia ao pesquisa dor Meu ponto de vista é de que a ciência parte de problemas que esses pro blemas aparecem nas tentativas que fazemos para compreender o mundo da nossa expe riência experiência que consiste em grande parte de expectativas ou teorias e também em parte em conhecimento derivado da observação embora ache que não existe conhecimento derivado da observação pura sem mescla de teorias e expectati vas sd181 97 4512 CONJECTURAS Conjectura é uma solução proposta em forma de proposição passível de teste diTe to ou indireto nas suas conseqüências sempre dedutivamente Se então Verifi candose que o antecedente se é verdadeiro também o será forçosamente o con seqüente então isto porque o antecedente consiste numa lei geral e o conseqüente é deduzido dela Exemplo se sempre que um fio é levado a suportar um peso que ex cede àquele que caracteriza a sua resistência à ruptura ele se romperá lei universal o peso para esse fio é de um quilo e a ele foram presos dois quilos condições iniciais Deduzimos este fio se romperá enunciado singular l975a62 A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou nossa curiosi dade intelectual ou dificuldade teórica eou prática No oceano dos fatos só aquele que lança a rede das conjecturas poderá pescar alguma coisa As duas condições essenciais do enunciadoconjectura hipóteses são a compati bilidade com o conhecimento existente e a falseabilidade 4513 TENTATIVA DE FALSEAMENTO Nesta terceira etapa do método hipotéticodedutivo realizamse os testes que con sistem em tentativas de falseamento de eliminação de erros Um dos meios de teste que não é o único é a observação e experimentação Consiste em falsear isto é em tornar falsas as conseqüências deduzidas ou deriváveis da hipótese mediante o modus toUens ou seja se p então q ora nãoq então nãop ou seja se q é deduzível de p mas q é falso logicamente p é falso Quanto mais falseável for uma conjectura mais científica será e será mais falseável quanto mais informativa e maior conteúdo empírico tiver Exemplo amanhã choverá é uma conjectura que informa muito pouco quando como onde etc e por conse guinte difícil de falsear mas também sem maior importância Não é facilmente falseá vel porque em algum lugar do mundo choverá Amanhã em tal lugar a tal hora minu to e segundo choverá torrencialmente é facilmente falseável porque tem grande con teúdo empúico informativo Bastará esperar naquele lugar hora e minuto e constatar a verdade ou falsidade da conjectura Estas conjecturas altamente informativas são as que interessam à ciência É verificando a falsidade de nossas suposições que de fato esta mos em contato com a realidade 1975b331 A indução tenta a todo custo confirmar verificar a hipótese busca acumular todos os casos concretos afirmativos possíveis Popper ao contrário procura evidências empúicas para tornála falsa para derrubála É claro que todos os casos positivos cole tados não confirmarão como quer a indução porém um único caso negativo concreto será suficiente para falsear a hipótese como quer Popper Isto é mais fácil e possível Se a conjectura resistir a testes severos estará corroborada não confirmada como querem os indutivistas 98 o termo corroboração é o correto ConfIrmar uma hipótese é utópico pois tería mos de acumular todos os casos positivos presentes passados e futuros Coisa impossí vel No entanto diremos que a nãHiescoberta de caso concreto negativo corroborará a hipótese o que como afIrma Popper não excede o nível da provisoriedade é válida porquanto superou todos os testes porém não defInitivamente confirmada pois poderá surgir um fato que a invalide como tem acontecido com muitas leis e teorias na história da ciência Toda hipótese é válida conquanto não se recuse a submeterse ao teste empmco e intersubjetivo de falseamento Intersubjetivo defende Popper porque a objetividade não existe Direi que a objetividade dos enunciados científicos está no fato de que p0 dem ser testados intersubjetivamente isto é por meio da crítica 1975a445 452 O Método Hipotéticodedutivo Segundo Bunge Para Bunge 1974a702 as etapas desse método são a Colocação do problema reconhecimento dos fatos exame classifIcação preliminar e se leção dos fatos que com maior probabilidade são relevantes no que respeita a algum aspecto descoberta do problema encontro de lacunas ou incoerências no saber existente formulação do problema colocação de uma questão que tenha al guma probabilidade de ser correta em outras palavras redução do pro blema a um núcleo signifIcativo com probabilidades de ser solucionado e de apresentarse frutífero com o auxílio do conhecimento disponível b Construção de um modelo teórico seleção dos fatores pertinentes invenção de suposições plausíveis que se relacionem a variáveis supostamente pertinentes invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares pro posta de um conjunto de suposições que sejam concernentes a supostos nexos entre as variáveis por exemplo enunciado de leis que se espera possam amoldarse aos fatos ou fenômenos observados c Dedução de conseqüências particulares procura de suportes racionais dedução de conseqüências particula res que no mesmo campo ou campos contíguos possam ter sido verifI cadas 99 procura de suportes empíricos tendo em vista as verificações dis poníveis ou concebíveis elaboração de predições ou retrodiçóes tendo por base o modelo te6rico e dados empíricos d Teste das hipóteses esboço da prova planejamento dos meios para pôr à prova as pre dições e retrodiçóes detenninação tanto das observações medições experimentos quanto das demais operações instrumentais execução da prova realização das operações planejadas e nova cole ta de dados elaboração dos dados procedimentos de classificação análise re dução e outros referentes aos dados empíricos coletados inferência da conclusão à luz do modelo teórico interpretação dos dados já elaborados e Adição ou introdução das conclusões na teoria comparação das conclusões com as predições e retrodições con traste dos resultados da prova com as conseqüências deduzidas do mo delo teórico precisando o grau em que este pode agora ser considera do confmnado ou não inferência provável reajuste do modelo caso necessário eventual correção ou reajuste do modelo sugestões para trabalhos posteriores caso o modelo não tenha sido confmnado procura dos erros ou na teoria ou nos procedimentos empí ricos caso contrário confirmação exame de possíveis extensões ou desdobramentos inclusive em outras áreas do saber 46 MÉTODO DIALÉTICO 461 As Leis da Dialética Os diferentes autores que interpretaram a dialética materialista não estão de aconlo quanto ao número de leis fundamentais do método dialético alguns apontam três e ou tros quatro Quanto à denominação e à ordem de apresentação estas também variam Numa tentativa de unificação diríamos que as quatro leis fundamentais são a ação recíproca unidade polar ou tudo se relaciona b mudança dialética negação da negação ou tudo se transforma c passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa d interpenetração dos contrários contradição ou luta dos contrários 100 4611 AÇÁO RECÍPROCA Ao contrário da metafísica que concebe o mundo como um conjunto de coisas está ticas a dialética o compreende como um conjunto de processos Para Engels ln Polit zer 1979214 a dialética é a grande idéia fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas mas como um complexo de processos em que as coisas na aparência estáveis do mesmo modo que os seus re flexos intelectuais no nosso cérebro as idéias passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência em que finalmente apesar de todos os insucessos aparentes e retro cessos momentâneos um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje Portanto para a dialética as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fi xos mas em movimento nenhuma coisa está acabada encontrandose sempre em vias de se transformar desenvolver o fim de um processo é sempre o começo de outro Por outro lado as coisas não existem isoladas destacadas uma das outras e inde pendentes mas como um todo unido coerente Tanto a natureza quanto a sociedade são compostas de objetos e fenômenos organicamente ligados entre si dependendo uns dos outros e ao mesmo tempo condicionandose reciprocamente Stalin ln Politzer et al sd37 referese a esta interdependência e ação recíproca indicando ser por esse motivo que o método dialético considera que nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido quando encarado isoladamente fora dos fenômenos circundantes porque qualquer fenômeno não importa em que domínio da natureza pode ser convertido num contrasenso quando considerado fora das condições que o cercam quando destacado destas condições ao contrário qualquer fenômeno pode ser compreendido e explicado quando considerado do ponto de vista de sua ligação indis solúvel com os fenômenos que o rodeiam quando considerado tal como ele é condi cionado pelos fenômenos que o circundam Politzer et al sd389 citam dois exemplos práticos referentes à primeira lei do método dialético Determinada mola de metal não pode ser considerada à parte do uni verso que a rodeia Foi produzida pelo homem sociedade com metal extraído da terra natureza Mesmo em repouso a mola não se apresenta independente do ambiente atuam sobre ela a gravidade o calor a oxidação etc condições que podem modificála tanto em sua posição quanto em sua natureza ferrugem Se um pedaço de chumbo for suspenso na mola exercerá sobre ela determinada força distendendoa até seu ponto de resistência o peso age sobre a mola que também age sobre o peso mola e peso formam um todo em que há interação e conexão recíproca A mola é formada por moléculas li gadas entre si por uma força de atração de tal forma que além de certo peso não po dendo distenderse mais a mola se quebra o que significa o rompimento da ligação en tre determinadas moléculas Portanto a mola não distendida a distendida e a rompida apresentam de cada vez um tipo diferente de ligações entre as moléculas Por sua vez se a mola for aquecida haverá uma modificação de outro tipo entre as moléculas dila tação Diremos que em sua natureza e em suas deformações diversas a mola se cons titui por interação dos milhões de moléculas de que se compõe Mas a própria interação 101 está condicionada às relações existentes entre a mola no seu conjunto e o meio am biente a mola e o meio que a rodeia formam um todo há entre eles ação recíproca O segundo exemplo enfoca a planta que fixa o oxigênio do ar mas também interfe re no gás carbônico e no vapor dágua e essa interação modifIca ao mesmo tempo a planta e o ar Além disso utilizando a energia fornecida pela luz solar opera uma sínte se de matérias orgânicas desenvolvendose Ora esse processo de desenvolvimento transforma também o solo Portanto a planta não existe a não ser em unidade e ação recíproca com o meio ambiente Em resumo todos os aspectos da realidade da natureza ou da sociedade pren demse por laços necessários e recíprocos Essa lei leva à necessidade de avaliar uma situação um acontecimento uma tarefa uma coisa do ponto de vista das condições que os determinam e assim os explicam 4612 MUDANÇA DIALÉTICA Todas as coisas implicam um processo como já vimos Esta lei é verdadeira para todo o movimento ou transformação das coisas tanto para as reais quanto para seus re flexos no cérebro idéias Se todas as coisas e idéias se movem se transformam se de senvolvem signifIca que constituem processos e toda extinção das coisas é relativa limitada mas seu movimento transformação ou desenvolvimento é absoluto Porém ao unifIcarse o movimento absoluto coincide com o repouso absoluto Todo movimento transformação ou desenvolvimento operase por meio das contra dições ou mediante a negação de uma coisa essa negação se refere à transformação das coisas Dito de outra forma a negação de uma coisa é o ponto de transformação das coisas em seu contrário Ora a negação por sua vez é negada Por isso se diz que a mudança dialética é a negação da negação A negação da negação tem algo positivo tanto do ponto de vista da lógica no pen samento quanto da realidade sendo negação e afirmação noções polares a negação da afirmação implica negação mas a negação da negação implica afIrmação Quando se nega algo dizse não Esta a primeira negação Mas se se repete a negação isto signi fica sim Segunda negação O resultado é algo positivo Thalheimer 197992 Uma dupla negação em dialética não signillca o restabelecimento da afirmação pri mitiva que conduziria de volta ao ponto de partida mas resulta numa nova coisa O processo da dupla negação engendra novas coisas ou propriedades uma nova forma que suprime e contém ao mesmo tempo as primitivas propriedades Como lei do pensamen to assume a seguinte forma o ponto de partida é a tese proposição positiva essa pro posição se nega ou se transforma em sua contrária a proposição que nega a primeira é a antítese e constitui a segunda fase do processo quando a segunda proposição antíte se é por sua vez negada obtémse a terceira proposição ou síntese que é a negação da tese e antítese mas por intermédio de uma proposição positiva superior a obtida por meio de dupla negação 102 A união dialética não é uma simples adição de propriedades de duas coisas opostas simples mistura de contrários pois isto seria um obstáculo ao desenvolvimento A ca racterística do desenvolvimento dialético é que ele prossegue através de negações Exemplo tomase um grão de trigo Para que ele seja o ponto de partida de um processo de desenvolvimento é posto na terra Com isso o grão de trigo desaparece sendo substituído pela espiga primeira negação o grão de trigo desapareceu trans formandose em planta A seguir a planta cresce produz por sua vez grãos de trigo e morre segunda negação a planta desaparece depois de produzir não somente o grão que a originou mas também outros grãos que podem inclusive ter qualidades novas em pequeno grau mas as pequenas modificações pela sua acumulação segundo a teo ria de Darwin podem originar novas espécies Portanto a dupla negação quando res tabelece o ponto de partida primitivo ela o faz a um nível mais elevado que pode ser quantitativa ou qualitativamente diferente ou ambaS Segundo Engels ln Politzer 1979202 para a dialética não há nada de defmiti vo de absoluto de sagrado apresenta a caducidade de todas as coisas e em todas as coisas e para ela nada existe além do processo ininterrupto do devir e do transitório Nada é sagrado significa que nada é imutável que nada escapa ao movimento à mu dança Devir expressa que tudo tem uma história Tomando como exemplo uma maçã e um lápis veremos que a maçã resulta da flor que resulta da árvore macieira e que de fruto verde a maçã passa a madura cai apodrece liberta sementes que por sua vez darão origem a novas macieiras se nada interromper a seqüência Portanto as fa ses se sucedem necessariamente sob o domínio de forças internas que chamaremos de autodinamismo Por sua vez para que haja um lápis uma árvore tem de ser cortada transformada em prancha adicionandolhe grafite tudo sob a intervenção do homem Dessa forma na história do lápis as fases se justapõem mas a mudança não é dialé tica é mecânica Assim quem diz dialética não diz só movimento mas também autodinamismo Politzer 1979205 4613 PASSAGEM DA QUANTIDADE A QUALIDADE Tratase aqui de analisar a mudança contínua lenta ou a descontínua através de saltos Engels ln Politzer 1979255 afirma que em certos graus de mudança quantitativa produzse subitamente uma conversão qualitativa E exemplifica com o caso da água Partindo por exemplo de 20 se começarmos a elevar sua temperatura teremos sucessivamente 21 22 23 98 Durante este tempo a mudança é contí nua Mas se elevarmos ainda mais a temperatura alcançamos 99 mas ao chegar a 100 ocorre uma mudança brusca qualitativa A água transformase em vapor Agindo ao contrário esfriando a água obteríamos 1 18 1 Chegando a 1 nova mu dança brusca a água se transforma em gelo Assim entre 1 e 99 temos mudanças quantitativas Acima ou abaixo desse limite a mudança é qualitativa 103 Dessa forma a mudança das coisas não pode ser indefinidamente quantitativa transformandose em determinado momento sofrem mudança qualitativa A quantidade transformase em qualidade Um exemplo na sociedade seria o do indivíduo que se apresenta como candidato a determinado mandato Se o número de votos necessário para que seja eleito é 5000 com 4999 continuaria a ser apenas um candidato porque não é eleito Mas se recebesse um voto a mais a mudança quantitativa determinaria a qualitativa de candidato tor narseia um eleito Da mesma forma se um vestibulando necessita de 70 pontos para ser aprovado com 69 será apenas um indivíduo que prestou exame vestibular mas com 70 passará a universitário Denominamos de mudança quantitativa o simples aumento ou diminuição de quan tidade Por sua vez a mudança qualitativa seria a passagem de uma qualidade ou de um estado para outro O importante é lembrar que a mudança qualitativa não é obra do aca so pois decorre necessariamente da mudança quantitativa vontando ao exemplo da água do aumento progressivo do calor ocorre a transformação em vapor a 100 su pondose normal a pressão atmosférica Se ela mudar então como tudo se relaciona primeira lei da dialética muda também o ponto de ebulição Mas para dado corpo e certa pressão atmosférica o ponto de ebulição será sempre o mesmo demonstrando que a mudança de qualidade não é uma ilusão é um fato objetivo material cuja ocorrência obedece a uma lei natural Em conseqüência é previsível a ciência pesquisa e estabe lece quais são as mudanças de quantidade necessárias para que se produza dada mu dança de qualidade Segundo Stalin ln Politzer et al sd58 em oposição à metafísica a dialética considera o processo de desenvolvimento não como um simples processo de crescimen to em que as mudanças quantitativas não chegam a se tomar mudanças qualitativas mas como um desenvolvimento que passa das mudanças quantitativas insignificantes e latentes para as mudanças aparentes e radicais as mudanças qualitativas Por vezes as mudanças qualitativas não são graduais mas rápidas súbitas e se operam por saltos de um estado a outro essas mudanças não são contingentes mas necessárias são o resul tado da acumulação de mudanças quantitativas insensíveis e graduais Essa colocação de Stalin não quer dizer que todas as mudanças qualitativas se operam em forma de crises explosões súbitas Há casos em que a passagem para a qua lidade nova é realizada através de mudanças qualitativas graduais como ocorre com as transformações de uma língua 4614 INTERPENETRAÇÃO DOS CONTRÁRIOS Considerando que toda realidade é movimento e que o movimento sendo univer sal assume as formas quantitativas e qualitativas necessariamente ligadas entre si e que se transformam uma na outra a pergunta que surge é qual o motor da mudança e em 104 particular da transformação da quantidade em qualidade ou de uma qualidade para ou tra nova Politzer et alo sd70l citando Stalin indicam que em oposição à metafísica a dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos da natureza supõem contradições internas porque todos têm um lado negativo e um lado positivo um pas sado e um futuro todos têm elementos que desaparecem e elementos que se desenvol vem a luta desses contrários a luta entre o velho e o novo entre o que morre e o que nasce entre o que perece e o que evolui é o conteúdo interno do processo de desen volvimento da conversão das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas Estudandose a contradição como princípio do desenvolvimento é possível desta car seus principais caracteres a a contradição é interna toda realidade é movimento e não há movimen to que não seja conseqüência de uma luta de contrários de sua contradição interna isto é essência do movimento considerado e não exterior a ele Exemplo a planta surge da semente e o seu aparecimento implica o desapa recimento da semente Isto acontece com toda a realidade se ela muda é por ser em essência algo diferente dela As contradições internas é que geram o movimento e o desenvolvimento das coisas b a contradição é inovadora não basta constatar o caráter interno da con tradição É necessário ainda frisar que essa contradição é a luta entre o velho e o novo entre o que morre e o que nasce entre o que perece e o que se desenvolve Exemplo é na criança e contra ela que cresce o adolescen te é no adolescente e contra ele que amadurece o adulto Não há vitória sem luta O dialético sabe que onde se desenvolve uma contradição lá está a fecundidade lá está a presença do novo a promessa de sua vitória Politzer et al sd74 c unidade dos contrários a contradição encerra dois termos que se opõem para isso é preciso que seja uma unidade a unidade dos contrários Exemplos existe em um dia um período de luz e um período de escuridão Pode ser um dia de 12 horas e uma noite de 12 horas Portanto dia e noite são dois opostos que se excluem entre si que não imptÃe que sejam iguais e constituam as duas partes de um mesmo dia de 24 horas Por sua vez na natureza existem o repouso e o movimento que são contrários entre si Para o físico entretanto o repouso é uma espécie de movimento e reci procamente o movimento pode ser considerado como uma espécie de re pouso Portanto existe unidade entre os contrários apresentandoos em sua unidade indissolúvel Essa unidade dos contrários essa ligação recíproca dos contrários assume um sentido particularmente importante quando em dado momento do processo os contrários se convertem um no outro o dia se transforma em noite e viceversa a unidade dos 105 contrários é condicionada temporária passageira relativa A luta dos contrários que reciprocamente se excluem é absoluta como absolutos são o desenvolvimento e o mo vimento Politzer et alo sd779 47 MÉTODOS FSPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 471 O Método e os Métodos Método e métodos situamse em níveis claramente distintos no que se refere à sua inspiração filosófica ao seu grau de abstração à sua fmalidade mais ou menos explica tiva à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da investigação e ao momento em que se situam Com uma contribuição às tentativas de fazer distinção entre os termos diríamos que o método se caracteriza por uma abordagem mais ampla em nível de abstração mais elevado dos fenômenos da natureza e da sociedade Assim teríamos em primeiro lugar o método de abordagem assim descriminado a método indutivo cuja aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cada vez mais abrangentes indo das constatações mais particu lares às leis e teorias conexão ascendente b método dedutivo que partindo das teorias e leis na maioria das vezes prediz a ocorrência dos fenômenos particulares conexão descendente c método hipotéticodedutivo que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e pelo processo de inferência dedutiva testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangi dos pela hipótese d método dialético que penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialéti ca que ocorre na natureza e na sociedade Por sua vez os métodos de procedimento seriam etapas mais concretas da investi gação com fmalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos e me nos abstratas Dirseia até serem técnicas que pelo uso mais abrangente se erigiram em métodos Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limita dos a um domínio particular São os que veremos a seguir na área restrita das ciências sociais em que geralmente são utilizados vários concomitantemente 472 Método Histórico Promovido por Boas Partindo do princípio de que as atuais formas de vida social as instituições e os costumes têm origem no passado é importante pesquisar suas raízes 106 para compreender sua natureza e função Assim o método histórico consiste em inves tigar acontecimentos processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje pois as instituições alcançaram sua forma atual através de alte rações de suas partes componentes ao longo do tempo influenciadas pelo contexto cul tural particular de cada época Seu estudo para urna melhor compreensão do papel que atualrnente desempenham na sociedade deve remontar aos períodos de sua formação e de suas modificações Exemplos para compreender a noção atual de farm1ia e parentesco pesquisase no passado os diferentes elementos constitutivos dos vários tipos de família e as fases de sua evolução social para descobrir as causas da decadência da aristocracia cafeeira in vestigamse os fatores sócioeconômicos do passado Lakatos 198132 Portanto colocandose os fenômenos corno por exemplo as instituições no am biente social em que nasceram entre as suas condições concomitantes tomase mais fácil a sua análise e compreensão no que diz respeito à gênese e ao desenvolvimento assim corno às sucessivas alterações permitindo a comparação de sociedades diferentes o método histórico preenche os vazios dos fatos e acontecimentos apoiandose em um tempo mesmo que artificialmente reconstruído que assegura a percepção da continui dade e do entrelaçamento dos fenômenos 473 Método Comparativo Empregado por Tylor Considerando que o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos sociedades ou povos contribui para uma melhor compre ensão do comportamento humano este método realiza COmparações com a finalidade de verificar sirnilitudes e explicar divergências O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente no passado ou entre os existentes e os do passado quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvi mento Exemplos modo de vida rural e urbano no Estado de São Paulo características sociais da colonização portuguesa e espanhola na América Latina classes sociais no Brasil na época colonial e atualrnente organização de empresas norteamericanas e ja ponesas a educação entre os povos ágrafos e os tecnologicamente desenvolvidos La katos 198132 Ocupandose da explicação dos fenômenos o método comparativo permite analisar o dado concreto deduzindo do mesmo os elementos constantes abstratos e gerais Constitui urna verdadeira experimentação indireta É empregado em estudos de largo alcance desenvolvimento da sociedade capitalista e de setores concretos comparação de tipos específicos de eleições assim corno para estudos qualitativos diferentes for mas de governo e quantitativos taxa de escolarização de países desenvolvidos e sub desenvolvidos Pode ser utilizado em todas as fases e níveis de investigação num es tudo descritivo pode averiguar a analogia entre ou analisar os ementos de uma estrutu 107 ra regime presidencialista americano e francês nas classificações permite a cons trução de tipologias cultura de folk e civilização fmalmente a nível de explicação pode até certo ponto apontar vínculos causais entre os fatores presentes e ausentes 474 Método Monográfico Criado por Le Play que o empregou ao estudar famílias operárias na Europa Par tindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser consi derado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes o método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos profissões condições ins tituições grupos ou comunidades com a finalidade de obter generalizações A investi gação deve examinar o tema escolhido observando todos os fatores que o influenciaram e analisandoo em todos os seus aspectos Exemplos estudo de delinqüentes juvenis da mãodeobra volante do papel social da mulher ou dos idosos na sociedade de cooperativas de um grupo de índios de bair ro rurais Lakatos 198133 Em seu início o método consistia no exame de aspectos particulares como por exemplo o orçamento familiar as características de profissões ou de indústrias domici liares o custo de vida etc Entretanto o estudo monográfico pode também em vez de se concentrar em um aspecto abranger o conjunto das atividades de um grupo social particular como no exemplo das cooperativas e do grupo indígena A vantagem do mé todo consiste em respeitar a totalidade solidária dos grupos ao estudar em primeiro lugar a vida do grupo na sua unidade concreta evitando portanto a prematura disso ciação de seus elementos São exemplos desse tipo de estudo as monografias regionais as rurais as de aldeia e até as urbanas 475 Método Estatístico Planejado por Quetelet Os processos estatísticos permitem obter de conjuntos complexos representações simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si Assim o método estatístico significa redução de fenômenos sociológi cos políticos econômicos etc a termos quantitativos e a manipulação estatística que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si e obter generalizações sobre sua natureza ocorrência ou significado Exemplos verificar a correlação entre nível de escolaridade e número de filhos pesquisar as classes sociais dos estudantes universitários e o tipo de lazer preferido pe los estudantes de 12 e 22 graus Lakatos 1981 323 O papel do método estatístico é antes de tudo fornecer uma descrição quantitativa da sociedade considerada como um todo organizado Por exemplo defmemse e deli mitamse as elasses sociais especificando as características dos membros dessas elas 108 ses e após medese a sua importância ou a variação ou qualquer outro atributo quanti ficável que contribua para o seu melhor entendimento Mas a estatística pode ser consi derada mais do que apenas um meio de descrição racional é também um método de experimentação e prova pois é método de análise 476 Método Tipológico Habilmente empregado por Max Weber Apresenta certas semelhanças com o m todo comparativo Ao comparar fenômenos sociais complexos o pesquisador cria tipos ou modelos ideais construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade mas servir de modelo para a análise e compreensão de casos concretos realmente existentes Weber através da classificação e comparação de diversos tipos de cidades determinou as característi cas essenciais da cidade da mesma maneira pesquisou as diferentes formas de capita lismo para estabelecer a caracterização ideal do capitalismo moderno e partindo do exame dos tipos de organização apresentou o tipo ideal de organização burocrática Exemplo Estudo de todos os tipos de governo democrático do presente e do pas sado para estabelecer as características típicas ideais da democracia Lakatos 1981334 Para Weber a vocação prioritária do cientista é separar os juízos de realidade o que é e os juízos de valor o que deve ser da análise científica com a fmalidade de perseguir o conhecimento pelo conhecimento Assim o tipo ideal não é uma hipótese pois se configura como uma proposição que corresponde a uma realidade concreta por tanto é abstrato não é uma descrição da realidade pois só retém através de um pr cesso de comparação e seleção de similitudes certos aspectos dela também não pode ser considerado como um termo médio pois seu significado não emerge da noção quantitativa da realidade O tipo ideal não expressa a totalidade da realidade mas seus aspectos significativos os caracteres mais gerais os que se encontram regularmente no fenômeno estudado O tipo ideal segundo Weber diferenciase do conceito porque não se contenta com selecionar a realidade mas também a enriquece O papel do cientista consiste em ampliar certas qualidades e fazer ressaltar certos aspectos do fenômeno que se pretende analisar Entretanto só podem ser objeto de estudo do método tipológico os fenômenos que se prestam a uma divisão a uma dicotomia de tipo e nãtipo Os próprios estudos efetuados por Weber demonstram essa característica cidade outros tipos de povoamento capitalismo outros tipos de estrutura sócionômica organização burocrática organização nãburocrática 109 477 Método Funcionalista Utilizado por Malinowski É a rigor mais um método de interpretação do que de investigação Levandose em consideração que a sociedade é formada por partes com ponentes diferenciadas interrelacionadas e interdependentes satisfazendo cada uma funções essenciais da vida social e que as partes são mais bem entendidas compreen dendose as funções que desempenham no todo o método funcionalista estuda a socie dade do ponto de vista da função de suas unidades isto é como um sistema organizado de atividades Exemplos análise das principais diferenciações de funções que devem existir num pequeno grupo isolado para que o mesmo sobreviva averiguação da função dos usos e costumes no sentido de assegurar a identidade cultural de um grupo Lakatos 198134 O método funcionalista considera de um lado a sociedade como uma estrutura complexa de grupos ou indivíduos reunidos numa trama de ações e reaçóes sociais de outro como um sistema de instituições correlacionadas entre si agindo e reagindo umas em relação às outras Qualquer que seja o enfoque fica claro que o conceito de socie dade é visto como um todo em funcionamento um sistema em operação E o papel das partes nesse todo é compreendido como Junções no complexo de estrutura e organi zação Surgindo com Spencer na sua analogia da sociedade com um organismo biológico a função de uma instituição social toma com Durkheim a característica de uma corres pondência entre ela e as necessidades do organismo social O autor chega a fazer dis tinção entre o funcionamento normal e patológico das instituições Mas é com Ma linowski que a análise funcionalista envolve a afinnação dogmática da integração fun cional de toda a sociedade onde cada parte tem uma função específica a desempenhar no todo Por sua vez Merton critica a concepção do papel indispensável de todas as ativida des normas práticas crenças etc para o funcionamento da sociedade Cria então o conceito de Junções manifestas e Junções latentes Exemplos a função da família é ordenar as relações sexuais atender à repro dução satisfazer as necessidades econômicas de seus membros e as educacionais sob a fonna de socialização e transmissão de status a função da escola é educar a população inclusive no aspecto profissional Estas finalidades pretendidas e esperadas das organi zações são denominadas funções manifestas É evidente que a análise da real atuação das organizações sociais demonstra que ao realizar suas funções manifestas muitas ve zes as mesmas obtêm conseqüências não pretendidas não esperadas e inclusive não reconhecidas denominadas funções latentes Podese citar que a ideologia dominante em uma democracia é a de que todos devem ter as mesmas oportunidades o que leva os componentes da sociedade à crença de que todos são iguais ora a função latente mani festase num aumento de inveja já que até mesmo o sistema educacional amplia as de 110 sigualdades existentes entre os indivíduos de acordo com o grau de escolaridade e as oportunidades reais de obter educação superior são determinadas pela classe social 478 Método Estruturalista Desenvolvido por LéviStrauss O método parte da investigação de um fenômeno concreto elevase a seguir ao nível do abstrato por intermédio da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo retomando por fim ao concreto dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social Con sidera que Ulna linguagem abstrata deve ser indispensável para assegurar a possibilidade de comparar experiências à primeira vista irredutíveis que se assim permanecessem nada poderiam ensinar em outras palavras não poderiam ser estudadas Dessa forma o método estruturalista caminha do concreto para o abstrato e viceversa dispondo na segunda etapa de um modelo para analisar a realidade concreta dos diversos fenôme nos Exemplos Estudo das relações sociais e aposição que estas determinam para os indivíduos e os grupos com a fmalidade de construir um modelo que passa a retratar a estrutura so cial onde ocorrem tais relações verificação das leis que regem o casamento e o sistema de parentesco das sociedades primitivas ou modernas através da construção do modelo que represente os diferentes indivíduos e suas relações no âmbito do matrimôDÍo e pa rentesco no primeiro caso basta um modelo mecânico pois os indivíduos são pouco numerosos no segundo será necessário um modelo estatístico Para penetrar na realidade concreta a mente constrói modelos que não são direta mente observáveis na própria realidade mas a retratam fidedignamente em virtude da razão simplificante do modelo corresponder à razão explicante da mente isto é por baixo de todos os fenômenos existe uma estrutura invariante e é por este motivo que ela é objetiva assim toda análise deve levar a um modelo cuja característica é a possibili dade de explicar a totalidade do fenômeno assim como a sua variabilidade aparente Is to porque por intermédio da simplificação representação simplificada o modelo atin ge o nível inconsciente e invariante resume o fenômeno e propicia sua inteligibilidade U tilizandose o método estruturalista não se analisa mais os elementos em si mas as re lações que entre eles ocorrem pois somente estas são constantes ao passo que os ele mentos podem variar dessa forma não existem fatos isolados passíveis de conhecimen to pois a verdadeira significação resulta da relação entre eles A diferença primordial entre os métodos tipológico e estruturalista é que o tipo ideal do primeiro inexiste na realidade servindo apenas para estudála e o modelo do segundo é a única representação concebível da realidade 111 479 Métodos e Quadro de Referência Diferenciandose do método de abordagem os métodos de procedimento muitas ve zes são utilizados em conjunto com a fmalidade de obter vários enfoques do objeto de estudo Exemplos do uso concomitante dos diversos métodos para analisar o papel que os sindicatos desempenham na sociedade podese pesquisar a origem e o desenvolvimento do sindicato e a forma específica em que aparece nas diferentes sociedades método histórico e comparativo A análise de Garimpos e garimpeiros de Patrodnio Paulista tese de doutoramento da professora Marina de Andrade Marconi foi resultado do em prego dos métodos histórico estatístico e monográfico O tema exigiu a pesquisa no passado das atividades dos garimpeiros suas migrações e métodos de trabalho na in vestigação da característica do garimpeiro de hoje foi empregado o método estatístico e finalmente ao limitar a pesquisa a determinada categoria utilizouse o método mo nográfico Quadro de Referência a questão da metodologia é importante quando se analisa o quadro de referência utilizado este pode ser compreendido como uma totalidade que abrange dada teoria e a metodologia específica dessa teoria Teoria aqui é considerada toda generalização relativa a fenômenos físicos ou sociais estabelecida com o rigor científico necessário para que possa servir de base segura à interpretação da realidade metodologia por sua vez engloba métodos de abordagem e de procedimento e técnicas Assim a teoria do materialismo histórico o Método de abordagem dialético os métodos de procedimento histórico e comparativo juntamente com técnicas específicas de coleta de dados formam o quadro de referência marxista Outro exemplo diz respeito à teoria da evolução Darwin juntamente com Método de abordagem indutivo método de pro cedimento comparativo e respectivas técnicas quadro de referência evolucionista LITERATURA RECOMENDADA BOAVENTURA Jorge O ocidente traúJo São Paulo ImpresLithographica Ypiranga 1979 Capítulo 7 BUNGE Mário Epistemologia curso de atualização São Paulo T A Queiroz EDUSP 1980 Capítulo 2 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia científica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Parte I Capítulo 2 itens 24 e 25 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducción a la lógica y al método cientfico 2 ed Buenos Aires AmoITortu 1971 v 2 Capítulo 14 COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 Parte III Capítulo 13 Item V 112 DEMO Pedro Metodologia cientlfica em ciências sociais São Paulo Atlas 1981 Parte II Capítulo 8 HEGENBERG Leônidas Explicações cientificas introdução à filosofia da ciência 2 ed São Paulo EPUlEDUSP 1973 Parte 11 Capítulo 5 Etapas da investigação cientlfica São Paulo EPUlEDUSP 1976 v 2 Capítulo 4 JOUVEI Régis Curso de filosofia 13 ed Rio de Janeiro Agir 1979 Parte 11 Capí tulo 2 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento São Paulo HerderEDUSP 1969 Capítulo 9 KOcHE José Carlos Fundamentos da metodologia cientifica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 3 KONDER Leandro O que é dialética 2 ed São Paulo Brasiliense 1981 KOPNIN P V A dialética como lógica e teoria do conhecimento Rio de Janeiro Ci vilização Brasileira 1978 Capítulo 2 MAGEE Bryan As idéias de Popper 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulos 123 e 4 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulos 11 e 15 NÉRlCI Imídeo Giuseppelntrodução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte I Capítulo 6 Parte 11 Capítulo 11 itens 111 112 e 113 POLITZER Georges Princípios elementares de filosofia 9 ed Lisboa Prelo 1979 Parte IV Capítulos 1234 e 5 POLITZER Georges et alo Princípios fundamentais de filosofia São Paulo Hemus sd Parte I Capítulos 1 2 34 5 6 e 7 POPPER Karl S A lógica da pesquisa cientlfica 2 ed São Paulo Cultrix 1975a Parte I Capítulos 1 e 2 Parte II Capítulos 3 4 5 e 6 Conhecimento objetivo uma abordagem evolucionária São Paulo Ita tiaiaEDUSP 1975 b Capítulo 1 RUIZ João Álvaro Metodologia cientlfica guia para eficiência nos estudos São Pau lo Atlas 1979 Capítulo 7 SALMON Wesley C Lógica 4 ed Rio de Janeiro Zahar 1978 Capítulos 2 e 3 SOUZA Aluísio José Maria de et alo Iniciação à lógica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulos 3 4 e 5 TELLES Jr Goffredo Tratado da conseqüência curso de lógica formal 5 ed São Paulo José Bushatsky 1980 Parte III Capítulos 2 e 3 THALHEIMER August Introdução ao materialismo dialético São Paulo Ciências Humanas 1979 Capítulo 10 TRUJILLQ FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 2 113 5 Fatos leis e teoria 51 TEORIA E FATOS o senso comum tende a considerar o fato como realidade isto é verdadeiro defini tivo inquestionável e autoevidente Da mesma fonna imagina teoria como especu lação ou seja idéias não comprovadas que uma vez submetidas à verificação se se re velarem verdadeiras passam a constituir fatos e até leis Sob o aspecto científico entretanto se fato é considerado uma observação empiri camente verificada a teoria se refere a relações entre fatos ou em outras palavras à or denação significativa desses fatos consistindo em conceitos classificações corre lações generalizações princípios leis regras teoremas axiomas etc 114 Dessa forma concluise que a teoria e fato não são diametralmente opostos mas inextrincavelmente in terrelacionados consistindo em elementos de um mesmo objetivo a pro cura da verdade sendo indispensáveis à abordagem científica b teoria não é especulação mas um conjunto de princípios fundamentais que se constituem em instrumento científico apropriado na procura e principal mente na explicação dos fatos c ambos teoria e fato são objetos de interesse dos cientistas não existe teo ria sem ser baseada em fatos por sua vez a compilação de fatos ao acaso sem um princípio de classificação teoria não produziria a ciência ter seia um acúmulo de fatos não sistematizados não relacionados mas amor fos e dispersos impossíveis de serem interligados e explicados d o desenvolvimento da ciência pode ser considerado como uma interrelação constante entre teoria e fato Goode e Hatt 1969123 511 Papel da Teoria em Relação aos Fatos Goode e Hatt 1969138 estudaram em detalhes a interdependência entre teoria e fatos indicando o papel daquela em relação a estes nos aspectos relacionados a seguir 5111 ORIENTA OS OBJETIVOS DA CIÊNCIA A teoria serve como orientação para restringir a amplitude dos fatos a serem estu dados a quantidade de dados que podem ser estudados em determinada área da reali dade é infInita Entretanto cada ciência em particular focaliza sua atenção sobre de terminados aspectos delimitados por parâmetros estudando os fenômenos mais impor tantes neles contidos ou seja explorando uma amplitude limitada de coisas ao mesmo tempo que ignora ou faz suposições sobre outras Portanto na orientação da procura dos principais objetos das ciências tomase indispensável a atuação da teoria a Restringindo a amplitude dos fatos a serem estudados em cada campo de conhecimento Na Economia por exemplo orienta as investigações pa ra as atividades humanas no campo da organização de recursos b Defmindo os principais aspectos de uma investigação precisando por tanto os tipos de dados que devem ser abstraídos da realidade como objeto de análise Tomandose como exemplo uma bola de futebol verifi camos que ela pode ser estudada do ponto de vista econômico padrões de oferta e procura do ponto de vista químico exame dos produtos quí micoorgânicos de que é constituída do ponto de vista físico volume pe so pressão e velocidade do ponto de vista social jogo comunicação formação de grupos interação etc 5112 OFERECE UM SISTEMA DE CONCEITOS A teoria serve como sistema de conceptualização e de classificação dos fa tos um fato não é somente uma observação prática ao acaso mas também uma afIr mativa empiricamente verifIcada sobre o fenômeno em pauta dessa forma engloba tan to as observações científicas quanto um quadro de referência teórico conhecido no qual essas observações se enquadram No universo a variedade de fenômenos passíveis de estudo é infInita entretanto a ciência seleciona aqueles que deseja estudar e além dis so os abstrai da realidade escolhendo alguns aspectos do fenômeno massa velocida de graus de socialização etc não estudando portanto todo o fenômeno Constitui assim um ato de abstração separar qualquer fenômeno de tudo aquilo com que está re lacionado Se cada ciência estuda determinados aspectos da realidade e possui um sis tema abstrato de pensamento para interpretar estes segmentos necessita de sistemas 115 conceptuais que expressem os fenômenos de cada área do saber Na realidade concei tos são símbolos verbais característicos conferidos às idéias generalizadas abstraídas da percepção científica sobre os fenômenos como veremos mais adiante Para Barbosa Filho 198017 a teoria como sistema de conceptualização e de classificação dos fa tos tem as seguintes funções a representar os fatos emitindo sua verdadeira concepção Exemplo os componentes de uma sociedade ocupam nela posições diferentes fato status conceito b fornecer um universo vocabular científico próprio de cada ciência fa cilitando a compreensão dos fenômenos e a comunicação entre os cien tistas Exemplo para estudar os fenômenos de mudança cultural a Antro pologia Cultural deve possuir uma terminologia própria que englobe os conceitos de aculturação fusão de duas culturas sincretismo fusão de elementos culturais religiosos ou lingüísticos transculturação troca de elementos culturais etc c expressar uma relação entre fatos estudados Exemplo E mc2 isto é a energia é igual à massa multiplicada pelo quadrado de sua velocidade d classificar e sistematizar os fenômenos acontecimentos aspectos e ob jetos da realidade Exemplo a classificação periódica dos elementos químicos feita por Mendeleev de acordo com seu peso atômico não teria sentido sem os conceitos de átomo próton elétron nêutron etc e resumir a explicação dos fenômenos expressando sua concepção e cor relação Exemplo classe social conjuntos de agentes sociais determi nados principalmente mas não exclusivamente por seu lugar no processo de produção isto é na esfera econômica significando em um e mesmo movimento contradições e luta de classes Poulantzas 5113 RESUME O CONHECIMENTO A teoria serve para resumir sinteticamente o que já se sabe sobre o objeto de estu do através das generalizações empfricas e das interrelações entre afirmações com provadas sumariar sucintamente o que já se sabe sobre o objeto de estudo é outra das tarefas ou papéis da teoria Os resumos podem ser divididos em duas categorias 116 a Generalizações empíricas Embora cada campo de estudo da realidade se ja constituído por uma complexa estrutura de fenômenos interrelacionados que necessita para sua explicação de expressões teóricas sofisticadas Fí sica Quântica uma parte significativa do trabalho científico requer apenas preliminarmente a simples descrição dos fatos explicitados por intermédio de generalizações empíricas mais singulares fundamentadas em experiên cias e até mesmo no senso comum Como exemplos de um lado podemos citar 1 o sociólogo que obtém dados sobre diferenças nas práticas educa cionais dos fIlhos entre as diversas classes s6cioeconômicas 2 o demo gráfo que tabula os nascimentos e mortes durante certo período para verifi car a taxa de crescimento vegetativo Esses fatos colhidos são úteis e de vem ser resumidos em relações teóricas simples ou complexas De outro la do há afIrmações tais como objetos caem madeira flutua estranhos são perigosos Proposições desse tipo não são consideradas nesse nível como teoria mas constituem ponto de partida para ela encerram conheci mentos indispensáveis ao trabalho científico mais profundo b Sistema de interrelações Quando um grupo de afIrmações resumidas se desenvolve é possível ver relações entre as afIrmações originando um sis tema de interrelações contidas nas grandes generalizações que correspon dem a um estágio de desenvolvimento científico bem avançado Periodica mente nas ciências verifIcamse modificações na estrutura de relações en tre as proposições Exemplos mecânica newtoniana mecânica relativista Einstein mecânica quântica 51l4 PREVÊ FATOS A teoria serve para baseandose em fatos e relações já conhecidos prever novos fatos e relações a teoria tomase um meio de prever fatos pois resume os fatos já ob servados e estabelece uma uniformidade geral que ultrapassa as observações imediatas Exemplo verifIcamos que a introdução da tecnologia nos países ocidentais produziu uma acentuada redução na taxa de mortalidade e uma redução não tão marcante na ta xa de nascimentos pelo menos durante as fases iniciais Assim podemos prever que a introdução dessa tecnologia em outros países acarretará o aparecimento desses pa drões Esperamos a ocorrência dos mesmos padrões em virtude de a acreditarmos conhecer quais os fatores que causam esses padrões e b acreditarmos que esses fatores serão encontrados na nova situação Goode e Hatt 196917 o que nos leva a acreditar em tal A razão é que por trás de nossas generalizações empíricas existe uma teoria e esta assevera que nas condições X Y será observado Portanto sempre que encontrarmos as condições X podemos prever o aparecimento de Y Ou de forma mais elaborada se comprovarmos que o fato X leva ao acontecimento Y em dada situação A na situação B semelhante a A X levará novamente ao aconteci mento Y 117 5115 INDICA LACUNAS NO CONHECIMENTO A teoria serve para indicar os fatos e as relações que ainda não estão satisfato riamente explicados e as áreas da realidade que demandam pesquisas é exatamente pelo fato de a teoria resumir os fatos e também prever fatos ainda não observados que se tem a possibilidade de indicar áreas não exploradas da mesma fonna que fatos e re lações até então insatisfatoriamente explicados Assim antes de iniciar wna investi gação o pesquisador necessita conhecer a teoria já existente pois é ela que servirá de indicador para a delimitação do campo ou área mais necessitada de pesquisas Exem plos Barbara Wooton em sua obra Social science and social pathology Bottomore 1970272 selecionou e analisou 21 obras referentes ao crime e à delinqüência e con cluiu que elas indicam 12 diferentes fatores possivelmente relacionados à criminalida de ou à delinqüência e que essa coleção de estudos embora escolhidos pelo seu méri to metodológico comparado só produzem generalizações insuficientes e de fundamen tação duvidosa Por sua vez Edwin H Sutherland Merton 1970 1589 identificou uma grande lacuna no conhecimento do comportamento criminoso verificou que os es tudos até então realizados sobre o comportamento criminoso e suas causas levaram a teoria a correlacionar os crimes entendidos como assassinato incêndio proposital roubo latrocínio e outros com as classes baixas entretanto se crime for conceituado como violação da lei criminal os mesmos estudos deixaram de lado os crimes co metidos pelas classes médias e altas rotulados de white collar resultantes das ativida des comuns de comércio cometidos inclusive pelas poderosas empresas comerciais americanas Tanto em um caso como no outro as preocupações teóricas seguiram novo rumo necessitando de outras investigações sobre os fatos e suas relações por não terem sido satisfatoriamente explicados ou por apresentarem lacunas 512 Papel dos Fatos em Relação à Teoria Desde que se conclui que o desenvolvimento da ciência pode ser considerado como uma interrelação constante entre teoria e fato e desde que verificamos as diferentes fonnas pelas quais a teoria desempenha um papel ativo na explicação dos fatos resta nos verificar de que maneira os fatos podem exercer função significativa na construção e desenvolvimento da teoria 5121 O FATO INICIA A TEORIA Um fato novo uma descoberta pode provocaro iTÚcio de uma nova teoria Ao longo da história podemos tomar conhecimento de indivíduos que observaram e a se guir descreveram fatos muitas vezes encontrados ao acaso e com isso produziram teorias importantes Talvez o caso mais famoso e um dos mais antigos é o de Arqui 118 medes posto perante o problema de como determinar o peso específico dos corpos per cebeu ao se banhar que seus membros mergulhados na água perdiam parte de seu pe so este fato conduziu a um dos princípios da Hidrostática segundo o qual todo corpo mergulhado num fluido sofre da parte deste uma pressão vertical de baixo para cima igual ao peso do volume de fluido que desloca Por sua vez Galileu observando as oscilações de uma lâmpada suspensa na abóbada da catedral de Pisa verificou que ela balançava de um lado para outro em tempo igual enunciando a lei do isocronismo E assim outros exemplos podem ser citados a verificação acidental de que o Penicillium fungos inibe o crescimento das bactérias de que a extirpação do pâncreas do cão é acompanhada por sintomas de diabete de que o elemento rádio impressiona um fIlme fotográfIco mesmo que este esteja protegido por material opaco de que na linguagem falada muitos erros de leitura e de percepção não são acidentais mas têm causas pro fundas e sistemáticas Todos estes fatos observados originaram enunciados de leis e te0 rias signifIcativas nos diversos ramos da Ciência Entretanto retomando o último exemplo muito antes de Freud elaborar uma teoria sobre o fato muitas pessoas tinham conhecimento de que os lapsos de linguagem e os erros eram causados por outros fatores e não por acidente Dessa forma devemos con cluir que os fatos não falam por si é necessário que o observador ou pesquisador vá mais além procurando explicar os fatos e suas correlações para que os mesmos sirvam de base objetiva para a construção de uma teoria Na sociologia podemos citar como exemplo a constatação de que em época de crise ou catástrofe recrudesce a perseguição a grupos minoritários Encontramos aqui uma clara relação entre frustrão decorrente dos problemas sóciopolíticoeconômicos ou da natureza e a agressão ora essa correlação já era há muito estudada pela psicologia Surge porém uma nova teoria específica da sociologia que postula a interferência da própria sociedade inibindo a expressão direta da agressão e fazendo com que esta se desloque para giupos que devido a seu baixo status social não podem impedir a agressão nem exercer represália ou vingarse Agora com o auxílio dos conceitos de frustração agressão inibição e deslocamento podemse dar explicações para fenômenos tão discrepantes como o aumento do linchamento de negros norteamericamos na região sul dos Estados Unidos em situações de crise econômica baixo valor dos produtos agrícolas e da perseguição às bruxas por ocasião de catástrofes naturais Dessa forma foi uma relação observada entre fatos que deu início ao desenvolvimento da teo ria 5122 O FATO REFORMULA E REJEITA TEORIAS Os fatos podem provocar a rejeição ou a reformulação de teorias já existentes Havendo a possibilidade de para incluir um grupo específico de observações serem formuladas várias teorias concluímos que os fatos não determinam completamente a teoria entretanto entre teoria e fatos estes são os mais resistentes pois qualquer teoria 119 deve ajustarse aos fatos Quando isso não ocorre a teoria deve ser refonnulada ou então rejeitada Assim a os fatos não conduzem a conclusões teóricas completas e definitivas por produzirem constantemente novas situações b qualquer teoria é passível de modificação já que se constitui em ex pressão funcional das observações c como a pesquisa é uma atividade contínua a rejeição e a reformulação das teorias tendem a ocorrer simultaneamente com a observação de novos fatos se as teorias existentes não podem ajustar os novos fatos à sua estrutura devem ser reformuladas d as observações são acumuladas gradualmente e o surgimento de novos fatos não abrangidos pela teoria as coloca em dúvida de fonna que enquanto novas verificações são planejadas desenvolvemse novas fonnu lações teóricas que procuram incluir esses fatos Um exemplo da atuação dos fatos em relação à teoria no campo da Sociologia pode ser dado com o trabalho de Durkheim sobre o suicídio Fenômeno largamente estudado por outros cientistas o suicídio foi explicado por teorias que se baseavam na psicopato logia assim como em clima raça e nacionalidade entretanto não abarcavam todos os fatos aceitáveis Durkheim provou que mantendose constante qualquer desses aspec tos a taxa de suicídio ao contrário do preconizado não era constante Partiu portanto para uma nova conceptualização demonstrando que todos os fatos poderiam ser abar cados por uma classificação de tipos diferentes de suicídio egoísta altruísta e anômico e uma teoria nova de desorganização social e pessoal concluindo que a causa básica do suicídio é a deficiência de integração em um grupo social 5123 O FATO REDEFINE E ESCLARECE TEORIAS Os fatos redefinem e esclarecem a teoria previamente estabelecida no sentido de que afirmam em p017nenores o que a teoria afirma em temws bem mais gerais Mesmo que novos fatos descobertos confinnem a teoria existente ela poderá sofrer modifi cações em virtude de 120 a novas situações não previstas conduzirem a observações mais ponnenori zadas não incluídas na teoria b a teoria explicando os fenômenos apenas em tennos mais gerais não in cluir a previsão de aspectos particulares e assim novos fatos mesmo que concordem com a teoria se enfocarem e afinnarem em ponnenores aspec tos que ela afmna apenas em tennos bem gerais levarão à sua redefi nição c surgirem hipóteses específicas dentro do contexto da teoria geral que con duzem a novas inferências exigindo sua explicação a renovação e a rede fInição da teoria d novas técnicas de pesquisa empírica exercerem pressão sobre o foco de in teresse da teoria alterandoo e em conseqüência redefinindo a própria teoria Um exemplo pode ser dado pela previsão teórica geral de que indivíduos quando se transferem da zona rural para o meio urbano sofrem apreciável aumento na desorga nização pessoal Exaustivos estudos sobre os migrantes e seus filhos demonstraram que uma série de fatores é responsável pelo aumento da desorganização tais como aquisição de novos hábitos técnicas costumes valores etc Não sendo alguns desses fatores previstos pela teoria geral uma redefrnição e um esclarecimento se fazem ne cessários Outro exemplo é citado por Merton 1970178 referente às teorias existentes sobre a magia Malinowski estudando os trobriandeses verificou que não recorriam à magia quando realizavam a pesca em sua lagoa interna pois nessa atividade não havia perigo nem incerteza nem acasos incontroláveis a atitude era outra nas pescarias em alto mar esta trazia incerteza e graves perigos e em conseqüência a magia flores cia Portanto as teorias foram redefinidas para incorporarem o surgimento das crenças mágicas em decorrência de incertezas nas buscas práticas do homem para aumentar a confiança para reduzir a angústia para abrir caminhos para escapar a impasses Fi nente novas técnicas de pesquisa como as criadas por Moreno sociométricas alteraram as preocupações teóricas no campo das relações interpeS80aiS 5124 O FATO CLARIFICA OS CONCEITOS CONTIDOS NAS TEORIAS Os fatos descobertos e OJUllisados pela pesquisa empírica exercem pressão para esclarecer conceitos contidos nas teorias pois uma das exigências fundamentais da pesquisa é a de que os conceitos ou variáveis com que lida sejam defrnidos com sufi ciente clareza para permitir o seu prosseguimento Apesar de em geral a clarificação de conceitos pertencer à área privativa do teórico muitas vezes constitui um resultado da pesquisa empírica Se como assinalou Rebecca West ln Merton 1970185 podemos descobrir que A B e C estão entrela çados por certas conexões causais não nos é possível apreender com exatidão a natu reza de A B e C a menos que a teoria esclareça os conceitos relativos a eles Quando tal exigência não é cumprida as pesquisas contribuem para o progresso dos procedi mentos de investigação embora suas descobertas não integrem o repositório da teoria cumulativa da ciência em pauta Um exemplo de como as investigações empíricas forçam a clarificação dos con ceitos pode ser dado em Sociologia as concepções teóricas sustentam que os indivíduos têm múltiplos papéis sociais derivados dos diferentes status ocupados na sociedade e 121 tendem a organizar seu comportamento em termos das expectativas estruturalmente de finidas e atribuídas a cada status e papel Além disso quanto menos integrada estiver a sociedade maior será a freqüência com que os indivíduos se submetem à pressão de papéis sociais incompatíveis Ora o problema de procurar predizer o comportamento do indivíduo decorrente da incompatibilidade dos papéis exigia o esclarecimento dos ter mos conceituais de solidariedade conflito exigências e situação do papel a própria pesquisa elaborando índices de pressões de grupos em conflito e observando o comportamento dos indivíduos em situações específicas forçou a clarificação dos con ceitoschave implícitos no problema 52 TEORIA E LEIS Podemos conceituar teoria como um meio para interpretar criticar e unificar leis estabelecidas modificandoas para se adequarem a dados não previstos quando de sua formulação e para orientar a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas Kaplan 1975302 Ao analisarmos teoria e fatos deixamosde lado uma etapa intermediária constituí da pelas leis Estas assim como as teorias surgem da necessidade que se tem de encon trar explicações para os fenômenos fatos da realidade Os fatos ou fenômenos são apreendidos por meio de suas manifestações e o estudo destas visa conduzir a desco berta de aspectos invariáveis comuns aos diferentes fenômenos por meio da classifi cação e da generalização Duas são as principais funções de uma lei específica a Resumir grande quantidade de fatos b Permitir e prever novos fatos pois se um fato ou fenômeno se enquadra em uma lei ele se comportará conforme o estabelecido pela lei Para Kneller 1980 129 a finalidade da classificação assim como da generali zação é conduzir à formulação de leis enunciados que descrevem regularidades ou normas Assim a palavra lei comporta duas acepções uma regularidade e um enun ciado que pretenda descrevêla portanto um enunciado de lei Uma lei científica é geralmente formulada do seguinte modo Sempre que tiver a propriedade A então terá a propriedade B Dessa fonna a lei pode afirmar que tudo o que tiver A também tem B Exemplo toda barra de ouro tem um ponto de fusão de 1063 Este tipo de lei descreve uma regularidade de coexistência isto é um padrão de coisas Mas a lei também pode aÍmnar que sempre que uma coisa tendo A se encontra em determina da relação com outra coisa de certa espécie esta última tem B Exemplo sempre que uma pedra é jogada na água produzirá na superfície da mesma uma série de ondas concêntricas que se expandem de igual forma do centro à periferia Portanto este se gundo tipo de lei descreve uma regularidade de sucessão ou seja um padrão nos even tos 122 o cientista está enunciando uma lei ao propor as regularidades que se apresentam unifonnemente com as manifestações de uma classe de fenômenos portanto o univer so de uma lei é limitado abrangendo apenas determinada classe de fenômenos Exem plos a lei da queda livre dos corpos de Galileu as leis de Kepler referentes às trajetó rias dos planetas em tomo do Sol indicando que estas se apresentam em fonna de elip se pois os planetas estão sujeitos à atração gravitacional do Sol Devemos levar em consideração que quanto mais restrita uma lei menos provável é a sua permanência como apropriada para utilização em situações práticas de pesquisa significando que suas implicações não podem ser continuamente testadas Como exem plo podemos citar uma lei que englobe certo conjunto de atitudes e valores que caracte rizem uma comunidade hippie A classe de fenômenos descrita para analisar o compor tamento dos hippies da qual decorreria a lei viria a desaparecer quando se desagregas se a última comunidade hippie Assim uma lei teria mais serventia se pudesse classifi car e prever comportamentos descritos como fonna de desvio escapista aplicandose não apenas aos hippies mas também a qualquer grupo com valores e atitudes semelhan tes que viesse a surgir Assim se se pretende encontrar leis razoavelmente gerais sobre o comportamento humano elas terão que ser complexas para que se tomem aplicáveis a uma larga gama de fenômenos específicos Por sua vez a teoria é mais ampla do que a lei surgindo segundo Hempel 197492 quando um estudo prévio de uma classe de fenômenos revelou um sistema de uniformidades que podem ser expressas em fonna de leis empíricas mais amplas Em outras palavras se a lei declara a existência de um padrão estável em eventos e coi sas a teoria assinala o mecanismo responsável por esse padrão Exemplo a teoria da gravitação de Newton é muito mais ampla e abrangente do que as leis de Kepler pois referindose especificamente às trajetórias dos planetas indicou que estas são determi nadas não apenas pela influência gravitacional do Sol mas também de outros planetas a teoria de Newton explica também a lei de Galileu ao postular uma força gravitacio nal que especifica um modo de funcionamento Assim se as leis geralmente expressam enunciados de uma classe isolada de fatos ou fenômenos as teorias caracterizamse pela possibilidade de estruturar as uniformida des e regularidades explicadas e corroboradas pelas leis em um sistema cada vez mais amplo e coerente relacionandoas concatenandoas e sistematizandoas com a vanta gem de corrigilas e de aperfeiçoálas Por outro lado à medida que as teorias se am pliam passam a explicar no universo dos fenômenos cada vez mais uniformidades e regularidades mostrando a interdependência existente entre eles O objetivo das teorias é compreender e explicar os fenômenos de uma forma mais ampla através da reconstrução conceitual das estruturas objetivas dos mesmos Dessa forma de um lado a compreensão e a explicação estabelecem as causas ou condições iniciais de um fenômeno e de outro proporcionam a derivação tanto de conseqüências quanto de efeitos e assim possibilitam a previsão da existência ou do comportamento de outros fenômenos Portanto a teoria fornecenos dois aspectos relacionados com os 123 fenômenos de um lado um sistema de descrição e de outro um sistema de explicações gerais Concluindo a teoria não é uma mera descrição da realidade mas uma abstração Kõche 197941 apresenta um quadro sinótico que permite compreender a relação existente entre fatos ou fenômenos lei e teoria CORRELAÇÃO ENTRE FENÔMENOS LEIS E TEORIA PROCESSODEABSTRAÇÃO c I I F1a 1 F2a F3a Fna F1b 1 F2b F3b Fnb F1C F2c F3c Fnc CFaManifestações invariáveis Regularidades I I I I ASpectos Uniformidades comuns Leis CFb Estrutura I Manifestações Aspectos Sistema Explicação Invariáveis Untformdades J conceituai O EJ Leis Melhor oompreensão Explicação Derivação CFc Previsão de Retrodição conseqüências F fato ou fenômeno CF classe de fenômeno LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte l Capítulo 2 BARBOSA FILHO Manuel Introdução à pesquisa métodos técnicas e instrumentos 2 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1980 Parte l Capítulo 5 BRUYNE Paul de et alo Dinâmica da pesquisa em ciências sociais os pólos da prática metodológica Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 Capítulo 3 BUNGE Mário La ciencia su método y su filosofia Buenos Aires Siglo Veinte 1974a Capítulo 3 Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b Capítulo 4 6 7 e 8 La investigación cientffica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelona Ariel 1976 Parte l Capítulo 2 Parte II Capítulos 6 7 e 8 124 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducción a la lógica y al método cienúfico 2 ed Buenos Aires Amorrortu 1971 v 2 Capítulo 12 COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 Capítulo 4 GALTUNG Johan TeorÚl y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 v 2 Parte II Capítulo 6 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulos 2 e 5 GRAWITZ Madeleine Métodos y técnicas de las ciencias sociales Barcelona Hispa no Europea 1975 v 1 Parte II Capítulo 5 Seção 1 Item 3 HEGENBERG Leônidas Explicações cientjicas introdução à fIlosofia da ciência 2 ed São Paulo EPUEDUSP 1973 Parte II Capítulos 8 e 9 Etapas da investigação cientjica São Paulo EPUEDUSP 1976 v 2 Capítulos 2 e 3 HEMPEL Carl G Filosofia da ciência natural 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1974 Capítulos 5 6 e 7 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento São Paulo HerderEDUSP 1969 Capítulo 2 Itens 6 e 7 Capítulo 8 KERLlNGER Fred N Foundations of behavioral research 2 ed New York Holt Rinehart and Winston 1973 Capítulos 2 3 e 4 KNELLER George F A ciência como atividade humana Rio de Janeiro Zahar São Paulo EDUSP 1980 Capítulo 6 KOCHE José Carlos Fundamentos de metodologia cienúfica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 4 KORN Francis et alo Conceptos y variables en la investigación social Buenos Aires Nueva Visión 1973 Capítulo 3 MERTON Robert K Sociologia teoria e estrutura São Paulo Mestre Jou 1970 Parte I Capítulos 4 e 5 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 Capítulo 8 NAGEL Ernest La estructura de la ciencia problemas de la lógica de la investigación científica 3 ed Buenos Aires Paidós 1978 Capítulos 45 e 6 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her derEDUSP 1967 Capítulo 14 SOUZA Aluísio José Maria de et aI Iniciação à 16gica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulo 6 TRUJIUO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 4 Item 41 Capítulo 5 Item 51 ZETTERBERG Hans Teoria y verificación en sociologia Buenos Aires Nueva Vi sión 1973 Capítulos 3 4 5 e 6 125 6 Hipóteses 61 CONCEITO Podemos considerar a hipótese como um enunciado geral de relações entre variá veis fatos fenômenos a formulado como solução provisória para um determinado problema b apresentando caráter ou explicativo ou preditivo c compatível com o conhecimento científico coerência externa e revelan do consistência lógka coerência interna d sendo passível de verificação empírica em suas conseqüências 62 TEMA PROBLEMA E HIPÓTESE Constituindose a hipótese uma suposta provável e provisória resposta a um pro blema cuja adequação comprovação sustentabilidade ou validez será verificada através da pesquisa interessanos o que é e como se formula um problema 621 Tema e Problema o tema de uma pesquisa é o assunto que se deseja provar ou desenvolver é uma dificuldade ainda sem solução que é mister determinar com precisão para intentar em seguida seu exame avaliação crítica e solução Asti Vera 197697 Determinar com precisão significa enunciar um problema isto é determinar o objetivo central da inda gação Assim enquanto o tema de uma pesquisa é uma proposição até certo ponto abrangente a formulação do problema é mais específica indica exatamente qual a difi culdade que se pretende resolver 126 Pormular o problema consiste em dizer de maneira explícita clara compreensível e operacional qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resol ver limitando o seu campo e apresentando suas características Desta forma o objetivo da formulação do problema da pesquisa é tomálo individualizado específico incon fundível Rudio 197875 Exemplos tema O perfil da mãe que deixa o ftlho recémnascido para adoção problema Quais condições exercem mais influência na decisão das mães em dar o ftlho recémnascido para adoção Bardavid 198062 tema A necessi dade de informação ocupacional na escolha da profissão problema A Orientação Profissional dada no curso de 2 Grau influi na segurança certeza em relação à esco lha do curso universitário Santos 1980101 tema A família carente e sua in fluência na origem da marginalização social problema O grau de organização in terna da fann1ia carente influi na conduta marginalização do menor Lellis 1980 TI187 O problema assim consiste em um enunciado explicitado de forma clara compre ensível e operacional cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa ou pode ser re solvido por meio de processos científicos Kerlinger ln Schrader 197418 considera que o problema se constitui em uma pergunta científica quando explicita a relação de dois ou mais fenômenos fatos variáveis entre si adequandose a uma investigação sistemática controlada empírica e crítica Concluise disso que perguntas retóricas especulativas e afirmativas valorativas não são perguntas científicas Exemplos a harmonia racional depende da compreensão mútua o método de educação religiosa A é melhór que o B para aumentar a fé igualdade é tão impor tante quanto liberdade Tais enunciados têm pouco ou nenhum significado para o cientista não há maneira de testar empiricamente tais afirmativas ou perguntas princi palmente quando envolvem julgamentos valorativos Schrader 197420 enumera algumas questões que devem ser formuladas para veri ficar a validade científica de um problema a Pode o problema ser nunciado em forma de pergunta b Corresponde a interesses pessoais sociais e científicos isto é de conteúdo e metodológicos Estes interesses estão harmonizados c Constituise o problema em questão científica ou seja relaciona entre si pelo menos dois fenômenos fatos variáveis d Pode ser objeto de investigação sistemática controlada e crítica e Pode ser empiricamente verificado em suas conseqüências 622 Problema e Hipótese Uma vez formulado o problema com a certeza de ser cientificamente válido propõese uma resposta suposta provável e provisória isto é uma hipótese Ambos 127 problemas e hipóteses são enunciados de relações entre variáveis fatos fenômenos a diferença reside em que o problema constitui sentença interrogativa e a hipótese sen tença afirmativa mais detalhada Exemplos problema Quais condições exercem mais influência na decisão das mães em dar o ftlho recémnascido para adoção mpótese As condições que repre sentam fatores formadores de atitudes exercem maior influência na decisão das mães em dar o filho recémnascido para adoção do que as condições que representam fatores biológicos e sócioeconômicos Bardavid 198063 problema A constante mi gração de grupos familiares carentes influencia em sua organização interna hipótese Se elevado índice de migração de grupos familiares carentes então elevado grau de desorganização familiar Lehfeld 1980 130 623 Formulação de Hipóteses Há várias maneiras de formular hipóteses mas a mais comum é Se x então y onde x e y são variáveis ligadas entre si pelas palavras se e então Exemplos Se privação na infância então deftciência na realização escolar mais tarde Kerlinger 1980 39 Se elevado grau de desorganização interna na família carente então maior probabilidade de marginalização do menor Lellis 1980n187 Os exemplos dados correlacionam apenas duas variáveis Entretanto muitas vezes a correlação ocorre entre mais de duas variáveis A hipótese poderá ser simbolizada de duas formas Se x então y sob as condições r e s ou Se Xl e X2 e Xs então y Exemplos Se incentivo positivo x então aprendizagem awnentada y dado se xo feminino r e classe média s ou Se incentivo positivo xI e sexo feminino X2 e classe média x3 então aumento na aprendizagem y Se elevado grau de desorgani zação interna na família carente x então maior probabilidade de marginalização do menor y dado baixa escolaridade do menor r e elevado grau de mobilidade geográ ftca migração da família s ou se elevado grau de desorganização interna da família carente Xl e baixa escolaridade do menor X e elevado grau de mobilidade geográftca migração da família Xs então maior probabilidade de marginalização do menor y Podemos considerar que todo enunciado que tome a forma de Se x então y é uma hipótese condição suftciente mas não necessária já que muitas hipóteses em vez de expressas de forma condicional o são de maneira categórica embora sejam equivalentes à forma condicional e nela traduzíveis Exemplos A água ferve a l00C É maior a certeza em relação a escolha do curso universitário entre os estudantes que receberam Orientação Proftssional no curso de 22 Grau do que entre os que não a tiveram Santos 1980101 O comportamento de pintar com os dedos é em parte uma função da classe social Kerlinger 197328 128 Se as hipóteses são colocações conjecturais da relação entre duas ou mais variáveis o que denominaremos de condição n 1 devem conduzir a implicações claras para o teste da relação colocada isto é as variáveis devem ser passíveis de mensuração ou po tencialmente mensuráveis condição n 2 especificando a hipótese como estas variá veis estão relacionadas Uma formulação que seja falha em relação a estas característi cas ou a uma delas não é uma hipótese no sentido científico da palavra Kerlinger em sua obra FundatiollS of behavioral research apresenta quatro hipóte ses que podem ser analisadas no que diz respeito a essas características 19732528 a O estudo em grupo contribui para um alto grau de desempenho escolar em que se correlacionam duas variáveis estudo em grupo e grau de de sempenho escolar cuja mensuração é prontamente concebida b O exercício de uma função mental não tem efeito no aprendizado futuro dessa função mental Essa hipótese coloca a relação entre as duas variá veis exercício de uma função mental e aprendizado futuro na forma chamada nula isto é através das palavras não tem efeito no Dito de outra forma Se p então nãoq A possibilidade de resolver o problema de definir as variáveis função mental e aprendizado futuro de manei ra que sejam mensuráveis é que determinará se esse enunciado pode ou não se constituir em hipótese científica c As crianças de classe média evitam a tarefa de pintar com os dedos com mais freqüência do que as crianças de classe baixa Aqui a correlação en tre as variáveis é indireta dissimulada surge na forma de uma colocação em que dois grupos A e B diferem em alguma característica mas pode ser considerada como subhipótese de outra ou seja O comportamento de pintar com os dedos é em parte uma função da classe social Novamente as variáveis são claramente mensuráveis d Indivíduos que têm ocupação igual ou similar terão atitudes similares em relação a um objeto cognitivo significamente relacionado com seu papel ocupacional A hipótese como foi formulada é uma hipótese de dife rença requerendo dois grupos com papel ocupacional diferente para então comparar suas atitudes em relação a um objeto cognitivo relacionado ao papel já que as variáveis correlacionadas são papel ocupacional e atitudes referentes a um objeto cognitivo relacionado ao papel ocupacio nal ambas são mensuráveis entendendose por objetos cognitivos to das as coisas concretas ou abstratas percebidas e conhecidas pelos in divíduos Esta hipótese também pode ser transposta a uma forma relacional geral Atitudes em relação a objetos cognitivos significativamente relacio nados com papéis ocupacionais são em parte uma função do comporta mento e expectativas associadas aos papéis 129 o que ocorre então com uma boa hipótese que não pode ser diretamente testada Por exemplo com a hipótese de que matéria atrai matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado da distância É claro que as variáveis que contém são mensuráveis mas como comprovar a relação entre elas Nesses casos da hipótese prin cipal deverão ser deduzidas outras hipóteses capazes de serem submetidas à verifi cação Dessa forma a hipótese principal satisfaz as duas condições necessárias para ser uma hipóese científica Para Bunge 1976255 a ciência impõe três requisitos principais à formulação das hipóteses 1 a hipótese deve ser formalmente correta e não se apresentar vazia se manticamente 2a hipótese deve estar fundamentada até certo ponto em conhecimento anterior caso contrário volta a imperar o pressuposto já indicado de que deve ser com patível sendo completamente nova em matéria de conteúdo com o corpo de conheci mento científico já existente 3 a hipótese tem de ser empiricamente contrastável por intermédio de procedimentos objetivos da ciência ou seja mediante sua comparação com os dados empíricos por sua vez controlados tanto por técnicas quanto por teorias científicas O autor continua afIrmando que não se deve identifIcar a noção de hipótese com a de fIcção nem contrapôla à de fato a única semelhança é que as hipóteses como as fIcções são criações mentais ao passo que os fatos são exteriores à mente ocorrendo no mundo real As hipóteses factuais apesar de serem proposições podem contrapor se a proposições de outro tipo ou seja proposições empíricas particulares também de nominadas dados isto é elementos de informação Um dado não é uma hipótese muito menos viceversa qualquer hipótese colocase além da evidência dado que pro cura explicar 624 Importância das Hipóteses Kerlinger 19732835 aponta os seguintes fatores que demonstram a importância das hipóteses 130 a são instrumentos de trabalho da teoria pois novas hipóteses podem dela ser deduzidas b podem ser testadas e julgadas como provavelmente verdadeiras ou falsas c constituem instrumentos poderósos para o avanço da ciência pois sua com provação requer que se tomem independentes dos valores e opiniões dos indivíduos d dirigem a investigação indicando ao investigador o que procurar ou pes quisar J e pelo fato de serem comumente formulações relacionais gerais permitem ao pesquisador deduzir manifestações empfricas específicas com elas correla cionadas f desenvolvem o conhecimento científico auxiliando o investigador a con firmar ou não sua teoria pois g incorporam a teoria ou parte dela em forma testável ou quase testável 625 Função das Hipóteses Segundo Jolivert 1979856 a função das hipóteses é a dirigir o trabalho do cientista constituindose em princípio de invenção e progresso à medida que auxilia de fato a imaginar os meios a aplicar e os métodos a utilizar no prosseguimento da pesquisa e na tentativa de se chegar à certeza hipótese preditiva ou antefactum b coordenar os fatos já conhecidos ordenando os materiais acumulados pela observação Aqui a inexistência de uma hipótese levaria ao amontoamento de observações estéreis hipótese preditiva ou explicativa postfactum Considerando que as hipóteses estão presentes em todos os passos da investigação Bunge 1976309316 indica as principais ocasiões em que elas se fazem necessárias e suas funções São necessárias quando a tentamos resumir e generalizar os resultados de nossas investigações b tentamos interpretar generalizações anteriores c tentamos justificar fundamentando nossas opões d planejamos um experimento ou uma investigação para a obtenção de mais dados e pretendemos submeter uma conjuntura à comprovação Suas principais funções são a generalizar uma experiência quer resumindo quer ampliando os dados empfricos disponíveis b desencadear inferências atuando como afirmações ou conjecturas iniciais sobre o caráter a quantidade ou as relações entre os dados c servir de guia à investigação 131 d atuar na tarefa de interpretação hipóteses explicativas de um conjunto de dados ou de outras hipóteses e funcionar como proteção de outras hipóteses 63 FONTES DE ELABORAÇÃO DE HIPÓTESES Não há normas ou regras fixas que limitem a possibilidade de elaborar hipóteses não nos estamos referindo aos requisitos necessários para que uma hipótese seja cientí fica assim como não se limita a criatividade humana ou se estabelecem regras pára ela Entretando há oito fontes fundamentais que podem originar hipóteses 631 Conhecimento Familiar o conhecimento familiar ou as intuições derivadas do senso comum perante si tuações vivenciadas podem levar a correlações entre fenômenos notados e ao desejo de verificar a real correspondência existente entre eles Não se trata aqui de comprovar cientificamente o óbvio ao contrário tratase de averiguar se é óbvio isto é se há ou não uma correlação de fato entre os fenômenos Exemplos O conhecimento popular atribui à idade e ao desejo de afirmação a rebeldia do adolescente na área da Psicologia podemse elaborar hipóteses sobre o as sunto entre elas Em determinada fase do desenvolvimento mental do jovem a neces sidade da afirmação do ego leva à contestação da autoridade dos pais e dos valores da sociedade ou dada a necessidade da afirmação do ego então contestação da autori dade dos pais e dos valores da sociedade Outro exemplo partiria do conhecimento familiar de que as crianças brincando de imitar os adultos aprendem a se comportar na sociedade uma hipótese também na área da Psicologia seria de que a imitação é um dos processos de aprendizagem da vida social 632 Observação Uma fonte rica para a construção de hipóteses é a observação que se realiza dos fa tos ou da correlação existente entre eles As hipóteses terão a função de comprovar ou não essas relações e explicálas Exemplos Partindo da constatação da correlação entre o nível sócioeconômico classe social do aluno e o seu rendimento escolar vários pesquisadores levantàram hipóteses sobre o menor rendimento escolar dos alunos de classe social baixa analisan do a influência da alimentação do ambiente cultural da profissão dos pais do nível de aspiração educacional dos pais e até dos valores que a escola transmite partindo da premissa de que ela acentua as características da classe alta e média 132 Trujillo 1974135 citando Baker e Allen indica outro exemplo Biólogos dos Estados Unidos observaram que o salmão prateado Oncorhyncus Kisutch no nor deste da costa do Pacífico expele seus ovos nos córregos da região Após a incubação os peixinhos se dirigem até o Oceano Pacífico e quando alcançam a maturidade re tomam aos riachos onde nasceram para a desova Com a fmalidade de explicar esse fenômeno biológico alicerçados nas observações sobre os hábitos do salmão dourado os pesquisadores propuseram várias hipóteses entre elas o salmão Oncorhyncus Ki sutch utiliza unicamente o estímulo visual para encontrar o riacho em que nasceu para desovar o salmão Oncorhyncus Kisutch encontra a rota de retomo ao riacho em que nasceu através do cheiro específico das águas 633 Comparação com Outros Estudos Podemse enunciar hipóteses que resultam de o pesquisador basearse nas averi guações de outro estudo ou estudos na perspectiva de que as conexões similares entre duas ou mais variáveis prevalecem no estudo presente Trujillo 197444 Exemplo Sintetizando os pressupostos da obra de Durkheim O suicídio obteremos as seguintes conclusões a a coesão social proporciona apoio psicológico aos membros do grupo submetidos a ansiedades e tensões agudas b os índices de suicídio são função das ansiedades e tensões não aliviadas a que estão sujeitas as pessoas c os católicos têm uma coesão social maior que os protestantes e portanto d é possível prever e antecipar entre católicos um índice menor de suicídio do que entre os protes tantes Um pesquisador no Brasil pode tentar verificar a validade da correlação entre estas variáveis num novo contexto social examinando a coesão social das diferentes profissões religiosas e os índices de suicídio entre seus membros 634 Dedução Lógica de uma Teoria Podemse extrair hipóteses por dedução lógica do contexto de uma teoria isto é de suas proposições gerais é possível chegar a uma hipótese que afirma uma sucessão de eventos fatos fenômenos ou a correlação entre eles em determinado contexto Exemplo Ogbum em suá obra Social change apresenta a teoria da demora cultu ral indicando que a transformação ou o crescimento no movimento total de uma cultu ra não se processa no mesmo ritmo em todos os setores Se urna grande parte da heran ça social do homem é a cultura material para utilizála são necessários ajustamentos culturais denominados cultura adaptativa as transformações nessa última são geralmen te precedidas por transformações na cultura material Se desejarmos realizar uma pes quisa em área rural do Brasil onde a televisão tem penetração podemos partir da hipó tese de que ela transmitindo idéias crenças conhecimentos e valores da sociedade ur bana cultura não material para uma região rural subdesenvolvida com poucas alte 133 rações da cultura material técnicas e artefatos influenciou as transformações da cultu ra adaptativa fazendo com que a cultura material ficasse defasada em relação a ela 635 A Cultura Geral na qual a Ciência se Desenvolve A cultura norteamericana variante da cultura ocidental européia por exemplo dá ênfase à mobilidade e à competição assim como à felicidade individual ao passo que a cultura zum acentua os valores grupais preocupandose menos com a felicidade indivi dual e procurando evitar a competição e até certo ponto a realização individual Esses enfoques dados pela cultura geral podem levar o cientista principalmente na área das ciências sociais a se preocupar mais com determinado aspecto da sociedade originando hipóteses sobre temas específicos Exemplos Goode e Hatt 1968835 apontam uma série de estudos realizados na sociedade norteamericana sobre ajustamento com o sentido de felicidade indivi dual partindo de hipóteses que o correlacionaram com ocupação remuneração edu cação classe social ascendência étnica felicidade dos pais assim como o analisaram nas relações de casamento trabalho e outros grupos sociais Indicam ainda que a raça é considerada fator importante na determinação do comportamento humano principalmente nas sociedades norteamericana e da África do Sul Assim nessas socie dades uma série de estudos científicos teve por base hipóteses relativas às diferenças raciais a menor capacidade intelectual de certas raças foi cientificamente refutada por uma série de testes 636 Analas As observações casuais da natureza assim como a análise do quadro de referência de outra ciência podem ser fontes de hipóteses por analogia Exemplo Os estudos da ecologia das plantas e animais refle no desenvolvi mento da ecologia humana especificamente o fenômeno da segregação conhecido na ecologia da planta originou a hipótese de que atividades específicas e tipos de popu lação semelhantes podem ser encontrados ocupando o mesmo território As análises do desenvolvimento das cidades receberam grande impulso com os autores da chamada Es cola de Chicago cujo enfoque se baseia na ecologia humana por analogia com a eco logia vegetal e animal sendo os principais representantes Park Burgess Hollingshead McKenzie Harris e Ullman Foi Hollingshead que incorporou em sua hipótese sobre os processos que operam na organização de uma cidade o conceito de segregação os pro cessos seriam concentração centralização segregação invasão sucessão descentrali zação e rotinização ou fluidez 134 637 Experiência Pessoal Idiossincrática A maneira particular pela qual o indivíduo reage aos fatos à cultura em que vive à ciência ao quadro de referência de outras ciências e às observações constitui também fonte de novas hipóteses Exemplos Darwin em sua obra A origem das espécies levantou a hipótese de que os seres vivos não são imutáveis oriundos de criações distintas mas que se modifica ram Ora além de suas observações pessoais Darwin reuniu vários fatos que eram co nhecidos em sua época dandolhes uma interpretação pessoal da qual originou sua hipótese Outro exemplo citado por Goode e Hatt 1968889 referese às ciências so ciais especificamente a Thorstein Veblen Sociólogo norteamericano descendente de noruegueses sua visão da sociedade capitalista norteamericana foi influenciada pelas suas origens e pela comunidade norueguesa isolada em que foi criado Conhecedor do positivismo francês e do materialismo histórico desenvolveu um ponto de vis particu lar sobre o capitalismo que expôs em sua obra principal A teoria da classe ociosa 638 Casos Discrepantes na Própria Teoria A teoria empresta direção às pesquisas estabelecendo um elo entre o que é conhe cido e o desconhecido ou da própria teoria tiramse deduções lógicas que representam outros tantos problemas e hipóteses Mas às vezes a fonte das hipóteses são as dis crepâncias apresentadas em relação ao que deve acontecer em decorrência da teoria sobre o assunto Exemplo nas pesquisas sobre comunicação estabeleceuse a teoria baseada nos fa tos de que há pessoas que podem ser classificadas como líderes de opinião A se guir novas pesquisas realimentando a teoria verificaram que essas pessoas possuíam prestígio isto é status elevado na comunidade Sendo que o status é uma decorrência de diversas variáveis levantouse a hipótese de que poderia existir um tipo ideal de pessoa influente Entretanto as pesquisas demonstraram a inexistência de muitas ca racterísticas comuns entre elas Dessa discrepância surgiu a hipótese proposta por Mer ton da existência de duas categorias de pessoas as influentes cosmopolitas e as lo cais apresentando grupos de características distintivas LITERATURA RECOMENDADA BUNGE Mário Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b Capítulo 7 item 1 La irwestigación cientfjica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelona 2 Ariel 1976 Parte n Capítulo 5 cc 135 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia cientfftca para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHilI do Brasil 1978 Capítulo 2 Item 22 COHEN Morris NAGEL Ernest Introducción a la lógica y ai método científico 2 ed Buenos Aires AmOITortu 1971 v 2 Capítulo 11 COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 Parte UI Capítulo 13 FERNANDEZ Juan Antonio Rodrigues A hipótese na investigação cientffica o pro blema da formulação da hip6tese e a qualidade da pesquisa São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de Mestrado GALTUNG Johan TeorÚl y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 v 2 Parte II Capítulo 4 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulo 6 GRA WITZ Madeleine Métodos y técnicas de las ciencias sociales Barcelona Hispa no Europea 1975 v 1 Parte II Capítulo 5 item 2 HEMPEL Carl G Filosofia da ciência natural 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1974 Capítulo 3 KERLINGER Fred N Metodologia da pesquisa em ciências sociais um tratamento conceitual São Paulo EPUEDUSP 1980 Capítulo 3 KÓCHE José Carlos Fundamentos de metodologia cientfftca 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 5 KOPNIN P V A dialética como lógica e teoria do conhecimento Rio de Janeiro Ci vilização Brasileira 1978 Capítulo 5 NÉRICI Imídeo Giuseppe Introdução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte II Capítulo 11 Item 116 PARDINAS Felipe MetodologÚl y técnicas de investigación em ciencias sociales México Siglo Vienteuno 1969 Capítulo 5 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa científica 3 ed Petr6polis Vozes 1980 Capítulo 7 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa socialempfrica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Alegre Globo 1974 Capítulos 11 12 e 13 SELLTIZ C et al Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her derl EDUSP 1967 Capítulo 2 SOUZA Aluísio José Maria de et aI Iniciação à lógica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 Capítulo 5 Itens 52 e 53 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 5 Item 52 136 7 Variáveis 71 CONCEITO Segundo Lipset e Bendix ln Trujillo 1974144 variável é um conceito opera cional sendo que a recíproca não é verdadeira nem todo conceito operacional consti tuise em variável Para ser definida a variável precisa conter valores Portanto uma variável pode ser considerada como uma classificação ou medida uma quantidade qua varia um conceito operacional que contém ou apresenta valores aspecto propriedade ou fator discernível em um objeto de estudo e passível de mensu ração Os valores que são adicionados ao conceito operacional para transformálo em variável podem ser quantidades qualidades características magnitudes traços etc que se alteram em cada caso particular e são tonte abrangentes e mutuamente ex clusivos Por sua vez o conceito operacional pode ser um objeto processo agente fenômeno problema etc 72 AS VARIÁVEIS NO UNIVERSO DA CIÊNCIA Figurativamente podemos imaginar o universo da ciência como constituído de três níveis 110 primeiro ocorrem as observações de fatos fenômenos comportamentos e atividades reais no segundo encontramos as hipóteses finalmente no terceiro sur gem as teorias hipóteses válidas e sustentáveis O que nos interessa na realidade é a passagem do segundo para o primeiro nível o que ocorre através do enunciado das va riáveis Esquematicamente 137 III Teorias 1 II Hipóteses Variáveis J I Observações fatos fenômenos comportamentos atividades reais 7 3 VARIÁVEIS INDEPENDENTES E DEPENDENTES 731 Conceito e Diferenciação Variável independente X é aquela que influencia determina ou afeta outra variá vel é fator determinante condição ou causa para determinado resultado efeito ou con seqüência é o fator manipulado geralmente pelo investigador na sua tentativa de as segurar a relação do fator com um fenômeno observado ou a ser descoberto para ver que influência exerce sobre um possível resultado Variável dependente Y consiste naqueles valores fenômenos fatores a serem ex plicados ou descobertos em virtude de serem influenciados determinados ou afetados pela variável independente é o fator que aparece desaparece ou varia à medida que o investigador introduz tira ou modifica a variável independente a propriedade ou fator que é efeito resultado conseqüência ou resposta a algo que foi manipulado variável independente Em uma pesquisa a variável independente é o antecedente e a variável dependente é o conseqüente Os cientistas fazem predições a partir de variáveis independentes para variáveis dependentes quando ao contrário querem explicar um fato ou fenômeno en contrado variável dependente procuram a causa variável independente 138 Exemplos a se dennos uma pancada no tendão patelar do joelho dobrado de um indiví duo sua perna esticarseá X pancada dada no tendão patelar do joelho dobrado de um indivíduo y o esticar da perna b os indivíduos cujos pais são débeis mentais têm inteligência inferior à dos indivíduos cujos pais não são débeis mentais X presença ou ausência de debilidade mental nos pais y o grau de inteligência dos indivíduos c em época de guerra os estereótipos relativos às nacionalidades dos parti cipantes do conflito tomamse mais arraigados e universais X época de guerra Y características dos estereótipos mútuos d os indivíduos cujos pais possuem forte preconceito religioso tendem a apre sentar esse tipo de preconceito em grau mais elevado do que aqueles cujos pais são destituídos de preconceito religioso X presença ou ausência de preconceito religioso nos pais Y grau de preconceito religioso dos indivíduos Quando a variável independente apresenta mais de uma condição a utilização dos diagramas apresentados a seguir pennite estabelecer qual a variável independente e qual a dependente VL2 VL1 I VL3 V11 VI2 VD Legenda VL1 primeira condição da variável independente Xl VL2 segunda condição da variável independente X2 VL3 terceira condição da variável independente X VD variável dependente Y Exemplos variável independente com duas condições VD a o tempo de reação a um estímulo visual é significativamente mais rápido do que o tempo de reação a um estímulo auditivo b o controle social empregado num grupo pequeno e íntimo é significativa mente mais natural espontâneo informal do que o empregado por um gru po grande e iinpessoal 139 Luz Som x Tempo de reação y Grupo pequeno Grupo grande e íntimo e impessoal X Característica do controle social y Exemplos variável independente com três condições a as variações no estado físico da matéria determinam o volume que ocupará certa quantidade dela b a existência de estereótipos negativos mútuos entre dois grupos toma suas reações significativamente mais conflituosas do que as que se verificam quando os grupos em contato são destituídos desses estereótipos ou quando os mesmos são positivos Estado líquido X2 Estado Estado sólido gasoso Xl X3 Volume ocupado y Ausência de Estereótipos X2 Estereótipos Estereótipos negativos positivos Xl X3 Características das relações y Podemos encontrar também hipóteses onde há apenas uma variável independente mas mais de uma dependente 140 Exemplos a quando um indivíduo se assusta com um barulho forte e inesperado o seu pulso se acelera ele transpira e as pupilas de seus olhos se dilatam X susto com um barulho forte e inesperado Y aceleração do pulso Y1 transpiração Y2 e dilatação das pupilas Y3 b a contínua migração de grupos familiares carentes ocasiona problemas de orgaruzação interna na família choque cultural reação imediatista aos problemas e clima de preocupação irrealista e mágica X contínua migração de grupos familiares carentes Y problemas de organização interna da família Y1 choque cultural Y2 reação imediatista Y3 e clima de preocupação irrealista e mágica Y4 732 Fatores Determinantes do Sentido da Relação Causal entre Variáveis Independentes e Dependentes Na questão fundamental de saber numa relação qual a variável independente de terminante e qual a dependente determinada parece imporse pela lógica o critério de suscetibilidade à influência ou seja seria dependente aquela variável capaz de ser alterada influenciada ou determinada pela outra que passaria então a ser considerada a independente ou causal Exemplos encontrandose uma relação entre interesse político e sexo no sentido de que os homens manifestam maior grau de interesse político do que as mulheres é óbvio que o nível de interesse político de uma pessoa não pode determinarlhe o sexo em uma relação entre idade e tipo de atitude política em que os idosos se manifestam mais con servadores do que os jovens só podemos supor que a idade por algum motivo seja responsável pela posição ou atitude política pois ser conservador não toma uma pessoa mais velha nem o progressismo rejuvenesce o indivíduo Dessa forma dois fatores distintos encontramse presentes na decisão a respeito do sentido de influência das variáveis a a ordem temporal e b a fixidez ou a alterabilidade das variáveis 7321 ORDEM TEMPORAL Partindo do princípio lógico de que o acontecido depois não pode ter tido influên cia no que ocorreu antes a seqüência temporal apresentase universalmente importante a variável anterior no tempo é a independente e a que se segue é a dependente 141 Exemplos encontrando uma relação entre a duração do noivado e a subseqüente fe licidade conjugal é evidente que a duração do noivado surge antes na seqüência tempo ral sendo indubitavelmente a variável independente se constatarmos que à frustração seguese a agressão a primeira aparece como antecedente na ordem temporal e é a va riável independente Lazarsfeld ln Boudon et al 1979 II 32 pondera que muitas vezes a ordenação temporal sem ser aparente pode entretanto ser reconstituída de forma indireta Exemplos encontrando uma relação inversa entre a renda e a participação em orga nizações por exemplo recreativas supor uma prioridade temporal da condição económica é mais verossúnil do que o contrário dificilmente a fIliação a associações recreativas aumentaria o nível de renda se bem que pode aumentar o status Nesse caso seria interessante verificar uma hipótese que correlacione status e associação a organi zações de prestígio se o mais lógico seria a precedência do status que leva à fIliação a organizações exc1usivistas não se pode excluir que o pertencer a uma associação desse tipo eleva o status portanto a seqüência temporal se inverteria verificando uma re lação entre traços de personalidade relativamente estáveis e certos tipos de êxito escolar ou profissional a reconstituição leva a colocar como antecedente o tipo de persona lidade Outro fator a considerar é que certas variáveis podem ser utilizadas de maneiras di versas e de acordo com o problema pesquisado ocupar posições diferentes na seqüên cia temporal Exemplos no enunciado as pessoas de mais idade têm um nível de escolaridade inferior a idade é a variável independente pois precede a educação o importante é a época em que as pessoas alcançaram a idade de escolarização por outro lado na pro posição há uma relação entre a idade de falecimento e o clima de determinada região a ie é posterior sendo o clima a variável independente Em certos casos a ordem temporal das variáveis é indeterminada Exemplos quando se constata que os republicanos são mais conservadores do que os democratas EUA tomase difícil ordenar no tempo a tendência ao conservadorismo e à filiação política é conservador porque republicano ou tomouse republicano porque era conservador da mesma forma constatandose que os povos agricultores são mais pacíficos levantase a questão são mais pacíficos porque vivem em função da explo ração da terra ou foi a sua debilidade bélica que os levou a se tomarem agricultores Trujillo 1974 149 Finalmente Rosenberg 1976289 indica que apesar de importante o fator tempo não é um guia infalível quando se trata de determinar o sentido da relação causal Exemplos estudandose as características de indivíduos que nasceram negros e p0 bres e assim permaneceram por toda vida não se pode dizer que uma das variáveis te nha precedência temporal entretanto indubitavelmente a raça é a variável independen te não porque apareça primeiro na seqüência temporal mas porque é inalterável ao passo que a condição sócioeconómica pode ser modificada O outro exemplo citado pe 142 lo autor é o da relação entre o processo de educação e o hábito de ver televisão durante os anos em que teve educação formal o indivíuo demonstrou assistir assiduamente a programas de televisão e durante os anos em que mostrou assiduidade junto à televisão freqüentou a escola Novamente apesar da indeterminação temporal podemos decidir o sentido da relação causal é fácil perceber como o nível educacional pode determinar as preferências da pessoa em matéria de lazer e tipo de programa de televisão mas é pou co provável que de forma significativa a preferência por certos tipos de programa de TV determine o nível educacional excluídos é claro os telecursos 7322 FIXIDEZ OU ALTERABILIDADE DAS VARIÁVEIS Existem algumas variáveis muito utilizadas nas ciências biológicas e sociais que são consideradas fixas ou não sujeitas à influência Entre elas sexo raça idade ordem de nascimento nacionalidade Exemplos os homens são mais suscetíveis o enfarte os negros são mais alienados do que os brancos os jovens freqüentam mais o cinema a estatura e o peso da criança ao nascer estão inversamente relacionados com a ordem de nascimento os italianos acham que têm menos controle sobre o governo do que os norteamericanos sofrer ou não um enfarte não determina o sexo a alienação não altera a raça a assiduidade ao cinema não rejuvenesce maior estatura e peso não determinam a ordem de nascimento atitudes para com o governo não são responsáveis pela nacionalidade Outras variáveis importantes são relativamente fixas mas não absolutamente isto é em determinadas circunstâncias tomam possível algum elemento de reciprocidade co mo status religião classe social residência no campo ou na cidade Exemplos correlação entre status e filiação a determinadas entidades é possível que uma pessoa se filie a determinadas entidades visando elevar seu status relação en tre religião e fIliação política e entre religião e saúde mental um político por questões eleitorais poderá converterse assim como o estado de saúde mental pode levar a uma mudança de religião correlação entre estilo de vida e classe social um indiví duo pode alterar seu estilo de vida para freqüentar o círculo adequado obtendo um emprego ou função que o faça ascender na escala social alterandoIhe até a classe social relação entre tradicionalismo e residência rural uma família pode mudar para a área rural exatamente por predominar ali o respeito pela tradição Estes exemplos de reciprocidade entretanto não nos devem enganar geralmen te a influência dominante é o status na fIliaçãoa entidades a religião na fjljação pJ tidária e na relação com a saúde mental a classe social no estilo de vida e a residên cia rural no apego à tradição Bunge inclusive considera que a recusa em aceitar tal maneira de pensar é um atentado ao princípio causal uma grave deficiência da doutrina da causalidade está em desconhecer ela o fato de que todas as açóes conhecidas se acompanham ou vêm segui 143 das de reações isto é que o efeito sempre volta a reagir sobre o estímulo a menos que este tenha deixado de existir Sem embargo um exame dos processos reais sugere que há com freqüência ações predominantemente embora não exclusivamente unidirecio nais ln Rosenberg 197630 Em resumo quando em uma relação entre duas variáveis se encontra uma que é fixa não sujeita à influência ou relativamente fixa podemos considerála como deter minante independente a menos que no caso das relativamente fixas se avolumem provas de uma reciprocidade ou até mesmo da inversão do sentido da relação causal 74 VARIÁVEIS MODERADORAS E DE CONTROLE 741 Variável Moderadora Conceito e Identificação Variável moderadora M é um fator fenômeno ou propriedade que também é con dição causa estímulo ou fator determinante para que ocorra determinado resultado efeito ou conseqüência situandose porém em nível secundário no que respeita à va riável independente X apresentando importância menor do que ela é selecionado manipulado e medido pelo investigador que se preocupa em descobrir se ela tem in fluência ou modifica a relação da variável independente com o fator ou fenômeno ob servado variável dependente Y A variável moderadora revestese de importância em pesquisas cujos problemas são complexos sabendose ou suspeitaodose da existência de vários fatores interrelacio nados Um vez afastada a possibilidade de as relações serem simétricas ou recíprocas a variável moderadora apresentase relevante para saber até que ponto os diferentes fato res têm importância na relação entre as variáveis independente e dependente Tuckman ln Kõche 197955 apresenta um exemplo da atuação da variável mode radora entre estudantes da mesma idade a inteligência o desempenho de habilidades está diretamente relacionado com o número de treinos práticos particularmente entre os meninos mas menos particularmente entre as meninas x número de treinos práticos Y desempenho de habilidades M sexo dos estudantes que modifica a relação entre X e Y A autora num estudo sobre trabalhadores temporários de São Paulo ABC e Rio de Janeiro também identificou variáveis moderadoras na relação entre o tempo de exercí cio da atividade de temporário e a valorização de seu trabalho pela empresa tomadora a empresa que utiliza a mãodeobra temporária entre trabalhadores temporários da mesma área de atuação burocrática ou de produção e tipo de atividade similar o tem po de exercício da atividade está relacionado com o sentimento de valorização de seu 144 trabalho pela empresa tomadora principalmente entre os do sexo masculino e sem companheiro e menos acentuadamente entre os do sexo feminino e com companhei ro x tempo de exercício da atividade de temporário trabalho temporário Y graduação do sentimento de valorização do trabalho pela empresa toma dora M sexo M1 e estado conjugal do trabalhador temporário M2 Marina de Andrade Marconi em sua obra Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista analisou a tão conhecida relação entre a atividade de garimpo e irresponsa bilidade do garimpeiro muito maior do que a de outros elementos ligados às ativida des rurais concluindo que não há diferença acentuada entre a atividade de garimpeiro e outra atividade rural no que se refere à atitude de irresponsabilidade exceto entre os garimpeiros sem companheiro quando é um pouco mais elevada 1978128 x tipo de atividade Y grau de irresponsabilidade M estado conjugal 742 Variável de Controle Conceito e Aplicação Variável de controle C é aquele fator fenômeno ou propriedade que o investiga dor neutraliza ou anula propositadamente em uma pesquisa com a finalidade de impedir que interfIra na análise da relação entre as variáveis independente e dependente A importância da variável de controle aparece na investigação de situações comple xas quando se sabe que um efeito não tem apenas uma causa mas pode sofrer influên cias de vários fatores Não interessando ao investigador ou não sendo possível analisá los todos em determinado experimento tomase necessário neutralizálos para que não interfIram ou não exerçam influência sobre o fenômeno estudado Em uma etapa poste rior ou mesmo em outro estudo tais fatores poderão ser pesquisados em muitos casos sabese através de trabalhos anteriores sua influência no fator ou fenômeno investiga do e quer darse um passo adiante além do fenômeno que exerce influência na variável dependente existem outros fatores Assim anulamse ou neutralizamse os primeiros para estudar a influência dos demais Exemplos voltando ao estudo citado por Tuckman sabese que tanto a idade da criança quanto o seu grau de inteligência têm influência no desempenho de habilidades desejase agora correlacionar este fator desempenho de habilidades com os treinos práticos daí a necessidade de exercer controle sobre a idade e o grau de inteligência Se isso não fosse feito não se poderia avaliar e analisar a relação entre o número de 145 treinos práticos e o desempenho de habilidades Resumindo idade e grau de inteligên cia foram selecionados como variáveis de controle e neutralizados entre estudantes da mesma idade e iteligência para analisar a relação entre variável independente e de pendente o desempenho de habilidades está diretamente relacionado com o número de treinos práticos c idade Cl e grau de inteligência C2 Y número de treinos práticos Y desempenho de habilidades Quanto ao estudo dos trabalhadores temporários suspeitouse que a área de atuação setor burocrático ou setor de produção e a atividade exercida poderiam influenciar sentimento do trabalhador em relação à valorização do seu trabalho pela empresa toma dora Não interessava à investigadora analisar este aspecto da questão mas correlacio nar o tempo de exercício da atividade de trabalhador temporário com o sentimento de valorização do trabalho Assim os dois fatores anteriores foram transformados em va riáveis de controle entre trabalhadores temporários da mesma área de atuação e tipo de atividade similar e neutralizados c área de atuação Cl e atividade C2 X tempo de exercício da atividade de temporário Y graduação no sentimento de valorização do trabalho pela empresa toma dora A professora Gilda Alves Montans está realizando uma pesquisa para verificar dife renças no tipo de aprendizagem musical de alunos que foram ensinados através de dois métodos distintos o método A convencional e o método B criado recentemente Para o seu estudo determinou exercer controle sobre quatro variáveis que podem influenciar o grau de aprendizagem idade do aluno tempo em que está estudando tipo de instru mento temperado como o piano ou de afinação natural coIpO o violino ambiente musical em casa isto é se alguma pessoa toca ou não algum instrumento na família do aluno c idade Cl tempo de estudo C2 tipo de instrumento C3 e ambiente musical C4 X método A Xl e método B X2 Y tipo de aprendizagem Portanto sua hipótese é crianças com a mesma idade mesmo tempo de estudo utilizando o mesmo tipo de instrumento e tendo o mesmo ambiente musical em casa quando submetidas ao método B de ensino apresentam um tipo de aprendizagem sensi velmente diferente do apresentado pelas crianças submetidas ao método A 146 75 VARIÁVEIS EXTRÍNSECAS E COMPONENTES 751 Variáveis Extrínsecas e as Relações Espúrias A primeira e a mais crucial dúvida de um investigador que encontra uma relação entre duas variáveis referese à questão tratase de uma relação real Em outras pa lavras tratase de uma ligação inerente entre as duas variáveis ou ela é devida a uma conexão acidental com uma variável associada Quando este último caso ocorre dize que a relação é espúria na realidade o que é espúria é a interpretação da relação e não a relação em si O que acontece é que à primeira vista a relação é assimétrica mas perante uma análise mais profunda revelase simétrica esta significa que nenhuma das variáveis exerce influência sobre a outra por serem indicadores alternativos do mesmo conceito efeitos de uma causa comum elementos de 1IIla unidade funcional partes ou manifestações de um sistema ou complexo comum ou estão fortuitamente associadas Hyman 1967402403 apresenta dosi exemplos de relações espúrias a Encontrouse uma correlação entre a profundidade do sono e a espécie de humor que a pessoa tinha no dia seguinte Entretanto uma análise mais aprofundada revelou que o resultado era falso pois a facilidade de sono é que era determinada pela espécie de humor com que o indivíduo ia para a cama e que a má disposição permanecia de um dia para outro Esquemati camente Em vez de profundidade no sono X tipo de humor no dia seguinte Y o que havia era Tipo de humor E variável extrínseca Profundidade de sono X Tipo de humor no dia seguinte Y O investigador não necessita abandonar a pesquisa por ter constatado que a reiação originai era espúria pode deslocar seus estudos para questões de como o mau humor perturba o sono Portanto analisa a relação EX b Constatouse que na Suécia existia uma correlação entre o número de ce gonhas existentes em determinada área e a taxa de natalidade da mesma área Não há necessidade de pensar duas vezes se há uma relação entre a 147 variável independente número de cegonhas e a dependente número de crianças pois é óbvio que ambas se devem a uma terceira Área rural ou urbana E Número de cegonhas X Número de crianças Y Novamente o resultado no caso absurdo da relação original pode levar a outras investigações Como não há mistérios no fato de a zona rural conter maior número de cegonhas interessa verificar por que essas regiões são caracterizadas por uma alta taxa de natalidade Passamos portanto ao exame da relação E Y Infelizmente são raros os casos em que a relação X Y sendo espúria mostrase tão absurda como no caso anterior Muitas vezes estudos bem fundamentados são publi cados com sobejas provas para se acreditar numa relação assimétrica significativa e inerente entre as variáveis independente e dependente E cabe a outros investigadores levantarem dúvidas sobre os resultados procedendo a novas pesquisas que demonstram a espuriedade da relação indicada Rosenberg 1976478 expõe um caso famoso de relação que se devia a uma variá vel extrínseca Miller e Swanson em sua obra The chaning american parent partiram da hipótese de que a posição ocupada pelos pais no sistema econômico geraria um sis tema de integração familiar que exerceria influência na escolha dos proCessos educacio nais dos fIlhos Dividiram as famílias em empreendedoras e burocráticas sendo as primeiras assim classificadas se o chefe de família trabalhasse ou por conta própria ou numa organização sob reduzido nível de supervisão se grande parte de seus rendimen tos adviesse de lucros gratifIcações ou comissões ou se ele ou a esposa tivesse nasci do na área rural ou fora dos Estados Unidos as demais foram classificadas de burocrá ticas A hipótese explicitava que as famílias empreendedoras dariam maior importância ao autocontrole assim como a uma atitude ativa e independente em relação ao mundo ao passo que as burocráticas dariam ênfase à acomodação e ao ajustamento Os dados comprovaram esta relação tipo de família X determinando o tipo de educação Y Harber questionou esses resultados assinalando que na década de 30 sob a in fluência do behaviorismo a orientação no que se refere à educação das crianças acen tuava a restrição e o controle ao passo que na década seguinte procedimentos mais li berais se difundiram segundo as idéias de Dewey e seus seguidores Não poderiam as sim as diferenças de prática educacional entre famílias empreendedoras e burocráticas provir dos padrões dominantes em épocas diversas em vez de emanar de imperativos 148 ocupacionais e técnicos A resposta residia na faixa etária em que se encontravam os pais empreendedores e burocráticos Os próprios dados de Miller e Swanson con firmaram que os pais das famílias classificadas de empreendedores eram mais idosos que os classificados de burocráticos e assim os primeiros criaram seus filhos predomi nantemente na década de 30 e os segundos na década de 40 Portanto por não levarem em conta a variável extrínseca idade dos pais autores encaminharamse para uma interpretação teórica totalmente errônea Resumindo para saber se houve ou não interpretação enganosa na relação entre va riável independente e variável dependente controlase o fator de teste isto é uma ter ceira variável que pela lógica pode correlacionarse tanto com a independente quanto com a dependente se a relação entre as duas variáveis se desvanece ela se deve à va riável extrínseca E ou seja o fator de teste escolhido 752 Variáveis Componentes e Apresentação em Bloco As variáveis sociológicas assim como as das demais ciências sociais têm a carac terística de se apresentarem em blocos isto é indivíduos grupos associações re giões etc podem ser caracterizados em termos de uma pluralidade de dimensões Por exemplo vários estudos comprovaram que os operários são mais alienados do que os escriturários Mas as palavras conceitos operários e escriturários significam ape nas uma diferença no trabalho executado Ou os operários diferem dos escriturários em vários outros aspectos Como a resposta à segunda questão é positiva temos entre eles diferenças de nível de jnstrução de salário de quocientes de inteligência de capacida de de abstração de pensamento uns são geralmente menos bem educados que outros mais liberais ou menos liberais em questões econômicas políticas e sociais diferem também no estilo de vida nas opções de lazer incluindo a freqüência de leitura de livros revistas e jornais originamse também de famílias mais ou menos numerosas e assim por diante Assim o que especificamente na condição de operário o leva a uma maior alienação Dito de outra forma qual das variáveis componentes P do conceito global operário é a responsável ou a maior responsável pelo efeito observado Portanto o que devemos assinalar é que existem muitos conceitos globais que o in vestigador social manipula e que se compõem de numerosos subconceitos ou variáveis componentes Exemplos o conceito de classe social abrange as variáveis ocupação renda educação família etc A personalidade autoritária engloba convencionalismo visão hierárquica do mundo submissão à autorrbde e agressividade no mando ideali zação dos ancestrais rigidez no pensamento superstição e estereotipia culto à força à dureza e caráter punitivo acentuado tendência para a destruição e cinismo assim como hostilidade e desprezo pela natureza humana excessivo controle dos impulsos etc Assim na análise da relação entre uma variável independente global e uma variável dependente é importante saber qual das variáveis componentes do conceito global ou 149 quais deles associados se configuram como o responsável decisivo pela variável depen dente observada Para Rosenberg 197664 uma das mais poderosas variáveis na análise sociológi ca é por exemplo o conceito de classe social Com marcante coerência a classe social aparece ligada a uma ampla diversidade de variáveis dependentes A classe social compõese todavia de numerosos elementos variáveis componentes Não se pode presumir em conseqüência que estando a classe social relacionada aX e também a Y o mesmo aspecto da classe social exerça efetiva influência Exemplos na relação entre classe e envolvimento em programas públicos tavez o nível de educação seja o elemen to crucial na relação entre classe e propriedade imobiliária talvez seja a renda no que se refere à relação entre classe social e autoestima é provável que seja o prestígio so cial se a classe social se relaciona ao liberalismo econômico talvez o fator de influên cia seja a filiação a sindicatos se a classe está relacionada com a integração de certos grupos talvez a tradição de família seja o fator responsável se a classe se relaciona a certas atitudes talvez os fatores ligados ao estilo de vida tenham implicação fundamen tal Resumindo ao lidar com um conceito global selecionase como fator de teste uma variável componente P que seja expressão aspecto ou elemento da variável indepen dente global com a finalidade de sobre ela exercer controle Se a relação se desvanece então a variável componente era a responsável pelo resultado encontrado se a relação se mantém inalterada essa particular variável componente não tem influência no resul tado observado finalmente se a relação se atenua de forma acentuada como no nosso exemplo de classe social X grau de educação P e autoritarismo Y dizemos que a variável componente é o fator mais importante para explicar o resultado assinalado 7 6 VARIÁVEIS INTERVENIENTES E ANTECEDENTES 761 Variáveis Intervenientes A variável interveniente W é aquela que numa seqüência causal se coloca entre a variável independente X e a dependente Y tendo como função ampliar diminuir ou anular a influência de X sobre Y É portanto encarada como conseqüência da variável independente e determinante da variável dependente Para afirmar que uma variável é intervemiente requerse a presença de três re lações assimétricas 150 a a relação origial entre as variáveis independente e dependente X Y b uma relação entre a variável independente e a variável interveniente X W sendo que a variável interveniente alua como se fosse dependente efeito da independente c uma relação entre a variável interveniente e a variável dependente W Y atuando a interveniente como independente causa da dependente Podemos dar o seguinte exemplo encontrandose uma relação entre morar na área rural ou urbana e dar ênfase na educação das crianças ao elemento obediência é possível levantar a hipótese de que os habitantes do campo valoram a obediência em virtude de o seu tipo de vida conferir importância aos valores tradicionais o apego à tradição significa aceitação sem críticas das normas e regras sociais em vigor a trans missão dessas normas e regras requer por sua vez que se dê ênfase à obediência na educação dos fllhos Para que o tradicionalismo seja considerado variável interveniente precisamos das três relações assimétricas acima descritas a entre residência ruralurba na e ênfase na obediência b entre residência ruralurbana e tradicionalismo c entre tradicionalismo e ênfase na obediência Encontrandose essas relações assimétricas a variável é interveniente e se se exercer controle sobre ela tradicionalismo a relação original entre morar na área rural ou urbana e dar ênfase à obediência deve desaparecer Nesse caso qual a diferença entre uma variável extrínseca E e uma interveniente W se em ambos os casos a relação se deve ao fator de teste Podemos afmnar de saída que a distinção não é estatística os dados comportamse da mesma forma mas tem um cunho lógico e teórico prendese à presumida conexão causal entre as três va riáveis XWY no caso da variável interveniente ao passo que se presume a inexistên cia de relação causal inerente ou intrínseca entre as variáveis independente e depen dente quando se trata de variável extrínseca Esquematicamente Variável Variável independente intervenientei Variável independente Variável extrínseca Variável dependente Variável dependente ou ou XWY E Quando se exerce controle sobre a variável interveniente nem sempre a relação en tre as variáveis independente e dependente se desvanece muitas vezes apenas se ate nua Nestes casos estando presentes as três relações exigidas dizemos que ª vriáve é uma das possíveis intervenientes entre X e Y quando a relação se atenua acentuadamen te é porque encontramos a variável interveniente mais importante A relevância básica da variável interveniente assim como da antecedente que ve remos a seguir prendese ao fato de que toda relação assimétrica entre duas variáveis é uma abstração feita a partir de uma interminável cadeia causal e quanto maior com 151 preensão conseguinnos acerca dos elos dessa cadeia melhor será nossa compreensão acerca dessa relação Rosenberg 197680 As variáveis intervenientes e as antece dentes são elos de cadeias causais 762 Variáveis Antecedéntes A variável antecedente Z tem por fmalidade explicar a relação X Y colocase na cadeia causal antes da variável independente indicando uma influência eficaz e verda deira não afasta a relação X Y mas esclarece as influências que precederam essa relação conforme representação esquemática Variável antecedente4 Variável Independente Variável dependente ou ZXy Para se afirmar que uma variável é antecedente três requisitos estatísticos devem ser satisfeitos a as três variáveis antecedente independente e dependente devem relacio narse 2 X Y b quando se exerce controle sobre a variável antecedente não deve desapare cer a relação entre as variáveis independente e dependente c quando se exerce controle sobre a variável independente deve desaparecer a relação entre as variáveis antecedente e dependente Citemos como exemplo um estudo realizado por Danhone 1980169 sobre Meno res de condutas antisociais e a organização da sociedade A pesquisadora encontrou uma clara relação entre desorganização familiar X e condutas antisociais do menor Y Desejava entretanto saber a principal causa de desorganização familiar Aventou a possibilidade de ser ela influenciada por condições sócireconômicas baixas e precárias e elaborou a hipótese condições sócioeconômicas baixas e precárias Z provocam a desorganização familiar X e esta condutas antisociais no menor Y Confirmada a hipótese postulase que Condições sócioeconõmicasOrganização familiarConduta do menor Temse agora uma compreensão mais ampla da cadeia causal que levou ao com portamento observado conduta antisocial do menor Podese fazer regredir a cadeia causal tanto quanto for significativo do ponto de vista teórico pois cada passo aumen tará a compreensão do processo estudado 152 o procedimento seguido para se assegurar de que uma variável é antecedente de monstra que a diferença entre ela e uma variável extrínseca ao contrário do que ocorre com a interveniente é de cunho estatístico exercendo controle sobre a variável extrín seca a relação entre as variáveis independente e dependente se desvanece da mesma forma que ocorre com a variável interveniente mas controlando a variável antecedente a relação se mantém LITERATURA RECOMENDADA ARAUJO Manuel Mora y et alo El análisis de datos en la investigáción social Buenos Aires Nueva Visión 1973 Capítulos 1 e 6 BLALOCK Jr H M Introdução à pesquisa social 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1976 Capítulo 4 BOUDON Raymond Métodos quantitativos em sociologia Petrópolis Vozes i971 Capítulo 2 Itens 3 e 4 BOUDON Raymond et aI Metodologia de las ciencias sociales 2 ed Barcelona Laia 1979 v 1 Parte I Capítulo 2 v 2 Parte I Capítulo 1 BUNGE Mario Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b Capítulo 3 DA VIS James A Levantamento de dados em sociologia uma análise estatística ele mentar Rio de Janeiro Zabar 1976 Capítulo 1 GALTUNG Johan Teoria y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 v 1 Parte I Capítulo 3 GLOCK Charles Y Disefío y análisis de encuestas en sociologia Buenos Aires Nue va Visi6n 1973 HYMAN Herbert Planejamento e análise da pesquisa princípios casos e processos Rio de Janeiro Lidador 1967 Parte m Capítulos 5 6 e 7 KERLINGER Fred N Metodologia da pesquisa em ciências sociais um tratamento conceituaI São Paulo EPUIEDUSP 1980 Capítulos 2 e 3 KÓCHE José Carlos Fundamentos de metodologia cientfjica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto Alegre EST 1979 Capítulo 5 KORN Francis et alo Conceptos y variables en la investigación social Buenos Aires Nueva Visi6n 1973 Capítulos 1 e 2 ROSENBERG Morns A lógica da análise do levantamento de dados São Paulo Cul trixlEDUSP 1976 Capítulos 123 e 4 SCHRADER Achim Introdwão à pesquisa social emplrica um guia para o pla1eja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais 2 ed Porto Alegre GloboUniversidade Federal do Rio Grande do Sul 1974 Capítulo 13 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her derIEDUSP 1967 Capítulo 4 153 TRUJllLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 2 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 5 Item 53 Epistemologia e metodologia da sociologia Campinas s e 1977 Capítulo 4 Item 42 ZEISEL Hans Say it withfigures 4 ed New York Harper Row Publishers 1957 Capítulos 8 e 9 q 154 8 Pesquisa 81 CONCEITO Para AnderEgg 197828 a pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou dados relações ou leis em qualquer campo do conheciIpento A pesquisa portanto é um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais O desenvolvimento de um projeto de pesquisa compreende seis passos 1 Seleção do tópico ou problema para a investigação 2 DefInição e diferenciação do problema 3 Levantamento de hipóteses de trabalho 4 Coleta sistematização e classifIcação dos dados 5 Análise e interpretação dos dados 6 Relatório do resultado da pesquisa 82 PLANEJAMENTO DA PESQUISA Preparação da Pesquisa 1 Decisão 2 EspecifIcação dos objetivos 3 Elaboracão de um esquema 4 Constituição da equipe de trabalho 5 Levantamento de recursos e cronograma 155 Fases da Pesquisa 1 Escolha do tema 2 Levantamento de dados 3 Fonnulação do problema 4 Definição dos tennos 5 Construção de hipóteses 6 Indicação de variáveis 7 Delimitação da pesquisa 8 Amostragem 9 Seleção de métodos e técnicas 10 Organização do instrumental de pesquisa 11 Teste de instrumentos e procedimentos Execução da Pesquisa 1 Coleta de dados 2 Elaboração dos dados 3 Análise e interpretação dos dados 4 Representação dos dados 5 Conclusões Relatório de Pesquisa 821 Preparação da Pesquisa 8211 IUS É a primeira etapa de uma pesquisa o momento em que o pesquisador toma a de cisão de realizála no interesse próprio de alguém ou de alguma entidade como por exemplo o CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nem sempre é fácil determinar o que se pretende investigar e a realização da pes quisa é ainda mais difícil pois exige do pesquisador dedicação persistência paciência e esforço contínuo A investigação pressupõe uma série de conhecimentos anteriores e metodologia adequada 8212 ESPCIFICAÇ D BJETIVS Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar Deve partir afinna AnderEgg 197862 de um objetivo 156 limitado e claramente definido sejam estudos formulativos descritivos ou de verifi cação de hipóteses O objetivo toma explícito o problema aumentando os conhecimentos sobre deter minado assunto Para Ackoff 197527 o objetivo da ciência não é somente aumentar o conhecimento mas o de aumentar as nossas possibilidades de continuar aumentando o conhecimento Os objetivos podem defInir a natureza do trabalho o tipo de problema a ser sele cionado o material a coletar Cervo 197849 Podem ser intrínsecos ou extrínsecos teóricos ou práticos gerais ou específicos a curto ou a longo prazo Respondem às perguntas Por quê Para quê Para quem 8213 ELABORAÇÃO DE UM ESQUEMA Desde que se tenha tomado a decisão de realizar uma pesquisa devese pensar na elaboração de um esquema que poderá ser ou não modifIcado e que facilite a sua viabi lidade O esquema auxilia o pesquisador a conseguir uma abordagem mais objetiva im primindo uma ordem lógica do trabalho Para que as fases da pesquisa se processem normalmente tudo deve ser bem estu dado e planejado inclusive a obtenção de recursos materiais humanos e de tempo 8214 CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO Esse é outro aspecto importante no início da pesquisa engloba recrutamento e trei namento de pessoas distribuição das tarefas ou funções indicação de locais de trabalho e todo o equipamento necessário ao pesquisador A pesquisa também pode ser realizada apenas por uma pessoa Responde à pergunta Quem 8215 LEVANTAMENTO DE RECURSOS E CRONOGRAMA Quaíido a pesquisa é solicitada por alguém ou por alguma entidade que vai patro cinála o pesquisador deverá fazer uma previsão de gastos a serem feitos durante a mesma especificando cada um deles Sena portaiifu um orçamento aproXimado do montante de recursos necessários não podendo ser rígido Deve haver recursos fmanceiros para levar a cabo este estudo um cronograma para executar a pesquisa em suas diferentes etapas não poderá faltar Responde às perguntas Quanto Quando 157 822 Fases da Pesquisa 8221 ESCOLHA DO TEMA Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar O trabalho de defmir adequa damente um tema pode inclusive perdurar por toda a pesquisa Nesse caso deverá ser freqüentemente revisto Escolher o tema significa a selecionar um assunto de acordo com as inclinações as possibilidades as aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho cientí fico b encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa O assunto escolhido deve ser exeqüível e adequado em termos tanto dos fatores ex ternos quanto dos internos ou pessoais A disponibilidade de tempo o interesse a utilidade e a determinação para prosse guir o estudo apesar das dificuldades e para tennináIo devem ser levados em conside ração as qualificações pessoais em termos de background da formação universitária também são importantes A escolha de um assunto sobre o qual recentemente foram publicados estudos deve ser evitada pois uma nova abordagem tomase mais difícil O tema deve ser preci so bem determinado e específico Responde à pergunta O que será explorado 8222 LEVANTAMENTO DE DADOS Para obtenção de dados podem ser utilizados três procedimentos pesquisa docu mental pesquisa bibliográfica e contatos diretos A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já reali zados revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados atuais e relevan tes relacionados com o tema O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planifi cação do trabalho evitar publicações e cetos erros e representa uma fonte indispensá vel de informações podendo até orientar as indagações A soma do material coletado aproveitável e adequado variará de acordo com a ha bilidade do investigador de sua experiência e capacidade em descobrir indícios ou subsídios importantes para seu trabalho Antes de iniciar qualquer pesquisa de campo o primeiro passo é a análise minucio sa de todas as fontes documentais que sirvam de suporte à investigação projetada 158 A investigação preliminar estudos exploratórios deve ser realizada através de dois aspectos documentos e contatos diretos Os principais tipos de documentos são a Fontes Primárias dados históricos bibliográficos e estatísticos infor mações pesquisas e material cartográfico arquivos oficiais e particulares registros em geral documentação pessoal diários memórias autobiogra fias correspondência pública ou privada etc b Fontes Secundárias imprensa em geral e obras literárias Os contatos diretos pesquisa de campo ou de laboratório são realizados com pes soas que podem fornecer dados ou sugerir possíveis fontes de informações úteis As duas tarefas pesquisa bibliográfica e de campo podem ser executadas concomi tantemente 8223 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA Problema é uma dificuldade teórica ou prática no conhecimento de alguma coisa de real importância para a qual se deve encontrar uma solução Definir um problema significa especificáIo em detalhes precisos e exatos Na for mulação de um problema deve haver clareza concisã0 e objetividade A colocação cla ra do problema pode facilitar a construção da hipótese central O problema deve ser levantado formulado de preferência em forma interrogativa e delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo de possíveis relações entre si É um processo contínuo de pensar reflexivo cuja formulação requer conhecimentos prévios do assunto materiais informativos ao lado de uma imaginação criadora A proposição do problema é tarefa complexa pois extrapola a mera identificação exigindo os primeiros reparos operacionais isolamento e compreensão dos fatores es pecíficos que constituem o problema no plano de hipóteses e de infornlações A gravidade de um problema depende da importância dos objetivos e da eficácia das alternativas A caracterização do problema define e identifica o assunto em estudo ou seja um problema muito abrangente toma a pesquisa mais complexa quando bem deli mitc1o simrlj flili r uft Ao 6Ü iuv Dõ55 Uma vez formulado o problema devemse seguir as etapas previstas para se atingir o proposto O problema antes de ser considerado apropriado deve ser analisado sob o pecto de sua valoração 159 a Viabilidade Pode ser eficazmente resolvido através da pesquisa b Relevância Deve ser capaz de trazer conhecimentos novos c Novidade Estar adequado ao estádio atual da evolução científica d Exeqüibilidade Pode chegar a uma conclusão válida e Oportunidade Atender a interesses particulares e gerais Uma forma de conceber um problema científico é relacionar vários fatores variá veis independentes com o fenômeno em estudo Tipos de Problemas O problema pode tomar diferentes formas de acordo com o objetivo do trabalho Pardinas apresenta quatro tipos 19771215 1 Problema de Estudos Acadêmicos Estudo descritivo de caráter informa tivo explicativo ou preditivo 2 Problema de Informação Coleta de dados a respeito de estruturas e condutas observáveis dentro de uma área de fenômenos 3 Problemas de Ação Campos de ação onde determinados conhecimentos sejam aplicados com êxito 4 Investigação Pura e Aplicada Estuda um problema relativo ao conheci mento científico ou à sua aplicabilidade Podem chamarse problemas de diagnóstico de propaganda de planificação ou de investigação Responde às perguntas O quê Como 8224 DEFINIÇÃO DOS TERMOS O objetivo principal da definição dos termos é tomálos claros compreensivos e objetivos e adequados É importante definir todos os termos que possam dar margem a interpretações errô neas O uso de termos apropriados de definições corretas contribui para a melhor compreensão da realidade observada Alguns conceitos podem estar perfeitamente ajustados aos objetivos ou aos fatos que eles representam Outros todavia menos usados podem oferecer ambigüidade de intexpretação e ainda há aqueles que precisam ser compreendidos com um significado específico Muitas vezes as divergências de certas palavras ou expressões são devidas às teorias ou áreas do conhecimento que as enfocam sob diferentes aspectos Por isso os termos devem ser definidos esclarecidos explicitados 160 Se o termo utilizado nao condiz ou não satisfaz ao requisito que lhe foi atribuído ou seja não tem o mesmo significado intrínseco causando dúvidas deve ser substituído ou defInido de forma que evite confusão de idéias O pesquisador não está precisamente interessado nas palavras em si mas nos con ceitos que elas indicam nos aspectos da realidade empírica que elas mostram Há dois tipos de defInições a Simples Quando apenas traduzem o significado do termo ou expressão menos conhecida b Operacional Quando além do significado ajuda com exemplos na com preensão do conceito tomando clara a experiência no mundo extensional 8225 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES Hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de respos ta existente para um problema É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória deve ser testada para determinar sua validade Correta ou errada de acordo ou contrária ao senso comum a hipótese sempre conduz a uma verificação empfrica A função da hipótese na pesquisa científica é propor explicações para certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras informações A clareza da defInição dos termos da hipótese é condição de importância fundamen tal para o desenvolvimento da pesquisa Praticamente não há regras para a formulação de hipóteses de trabalho de pesquisa científica mas é necessário que haja embasamento teórico e que ela seja formulada de tal maneira que possa servir de guia na tarefa da investigação Os resultados finais da pesquisa poderão comprovar ou rejeitar as hipóteses neste caso se forem reformuladas outros testes terão de ser realizados para sua compro vação Na formulação de hipóteses úteis há três dificuldades principais apontadas por Goode e Hatt 196975 a ausência ou o desconhecimento de um quadro de referência teórico claro b falta de habilidade para utilizar logicamente esse esquema teórico c desconhecer as técnicas de pesquisa existentes para ser capaz de expressar adequadamente a hipótese No início de qualquer investigação devemse formular hipóteses embora nos es tudos de caráter meramente exploratórios ou descritivos seja dispensável sua explici 161 tação formal Nesse ponto é conhecida como hipótese de trabalho Entretanto a utili zação de uma hipótese é necessária para que a pesquisa apresente resultados úteis ou seja atinja níveis de interpretação mais altos 8226 INDICAÇÃO DE VARIÁVEIS Ao se colocar o problema e a hipótese deve ser feita também a indicação das va riáveis dependentes e independentes Elas devem ser deflnidas com clareza e objetivi dade e de forma operacional Todas as variáveis que podem interferir ou afetar o objeto em estudo devem ser não só levadas em consideração mas também devidamente controladas para impedir comprometimento ou risco de invalidar a pesquisa 8227 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação A pesquisa pode ser limitada em relação a ao assunto selecionando um tópico a fim de impedir que se torne ou muito extenso ou muito complexo b à extensão porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito onde o fato se desenrola c a uma série de fatores meios humanos econômicose de exigüidade de prazo que podem restringir o seu campo de ação Nem sempre há necessidade de delimitação pois o próprio assunto e seus objetivos podem estabelecer limites 162 AnderEgg 197867 apresenta três níveis de limites quanto a ao objeto que consiste na escolha de maior ou menor número de variá veis que intervêm no fenômeno a ser estudado Selecionado o objeto e seus objetivos estes podem condicionar o grau de precisão e especialização do objeto b ao campo de investigação que abrange dois aspectos limite no tempo quando o fato deve ser estudado em determinado momento e limite no es paço quando deve ser analisado em certo lugar Tratase evidentemente da indicação do quadro histórico e geográfico em cujo âmbito se localiza o assunto c ao nível de investigação que engloba três estágios exploratórios de in vestigação e de comprovação de hipóteses já referidos anteriormente Cada um deles exige rigor e refinamento metodológico Após a escolha do assunto o pesquisador pode decidir ou pelo estudo de todo o universo da pesquisa ou apenas sobre uma amostra Neste caso será aquele conjunto de informações que lhe possibilitará a escolha da amostra que deve ser representativa ou significativa Nem sempre há possibilidade de pesquisar todos os indivíduos do grupo ou da c0 munidade que se deseja estudar devido à escassez de recursos pu à premência do tem po Nesse caso utilizase o método da amostragem que consiste em obter um juízo so bre o total universo mediante a compilação e exame de apenas uma parte a amostra selecionada por procedimentos científicos O valor desse sistema vai depender da amostra a se ela for suficientemente representativa ou significativa b se contiver todos os traços característicos numa proporção relativa ao total do universo 8228 AMOSTRAGEM A amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo população é um subconjunto do universo Os processos pelos quais se determina a amostragem são descritos em detalhe no próximo capítulo 8229 SELEÇÃO DOS MÉTODOS E TÉCNICAS Os métodos e as técnicas a serem empregados na pesquisa científica podem ser se lecionados desde a proposição do problema da formulação das hipóteses e da delimi tação do universo ou da amostra A seleção do instrumental metodológico está portanto diretamente relacionada com o problema a ser estudado a escolha dependerá dos vários fatores relacionados com a pesquisa ou seja a natureza dos fenômenos o objeto da pesquisa os recursos financeiros a equipe humana e outros elementos que possam surgir no campo da inves tigação Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequarse ao problema a ser estudado às hipóteses levantadas e que se queira confinnar ao tipo de informantes com que se vai entrar em contato 163 N as investigações em geral nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica e nem somente aqueles que se conhece mas todo os que forem necessários ou apropria dos para determinado caso Na maioria das vezes há uma combinação de dois ou mais deles usados concomitantemente 82210 ORGANIZAÇÃO DO INSTRUMENTAL DE PESQUISA A elaboração ou organização dos instrumentos de investigação não é fácil necessi ta de tempo mas é uma etapa importante no planejamento da pesquisa Em geral as obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos que servem de orientação na montagem dos formulários questionários roteiros de entrevistas esca las de opinião ou de atitudes e outros aspectos além de dar indicações sobre o tempo e o material necessários à realização de uma pesquisa Ao se falar em organização do material de pesquisa dois aspectos devem ser apon tados a Organização do material para investigação anteriormente referido b Organização do material de investigação que seria o arquivamento de idéias reflexões e fatos que o investigador vem acumulando no transcurso de sua vida Iniciadas as tarefas de investigação é necessário preparar não só os instrumentos de observação mas também o dossier de documentação relativo à pesquisa pastas cader nos livretos principalmente fichários Lebret 1961100 indica três tipos de fichários a De pessoas Visitadas ou entrevistadas ou que se pretende visitar com al guns dados essenciais b De documentação Em que aparecem os documentos já lidos ou a serem consultados com as devidas referências c Dos indivíduos pesquisados Ou objetos de pesquisa vistos em sentido estatístico pessoas famílias classes sociais indústrias comércios salários transportes etc o arquivo deve conter também resumos de livros recortes de periódicos notas e outros materiais necessários à ampliação de conhecimentos mas cuidadosamente orga nizados 164 82211 TESTE DE INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS Elaborados os instrumentos de pesquisa o procedimento mais utilizado para averi guar a sua validade é o testepreliminar ou préteste Consiste em testar os instrumentos da pesquisa sobre uma pequena parte da população do universo ou da amostra antes de ser aplicado definitivamente a fIm de evitar que a pesquisa chegue a um resultado falso Seu objetivo portanto é verifIcar até que ponto esses instrumentos têm real mente condições de garantir resultados isentos de erros Em geral é sufIciente realizar a mensuração em 5 ou 10 do tamanho da amostra dependendo é claro do número absoluto dos processos mensurados Deve ser aplicado por investigadores experientes capazes de determinar a validez dos métodos e dos procedimentos utilizados Nem sempre é possível prever todas as difIculdades e problemas decorrentes de uma pesquisa que envolva coleta de dados Questionários podem não funcionar as per guntas serem subjetivas mal formuladas ambíguas de linguagem inacessível reagirem os respondentes ou se mostrarem equívocos a amostra ser inviável grande ou demora da demais Assim a aplicação do pr6teste poderá evidenciar possíveis erros permitindo a reformulação da falha no questionário defInitivo Para que o estudo ofereça boas perspectivas científicas certas exigências devem ser levadas em consideração fIdelidade de aparelhagem precisão e consciência dos testes objetividade e validez das entrevistas e dos questionários ou formulários critérios de seleção da amostra O préteste pode ser aplicado a uma amostra aleatória representativa ou intencional Quando aplicado com muito rigor dá origem ao que se designa por pesquisapiloto 823 Execução da Pesquisa 8231 COLETA DOS DADOS Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas a fIm de se efetuar a coleta dos dados previstos É tarefa cansativa e toma quase sempre mais tempo do que se espera Exige do pesquisador paciência perseverança e esforço pessoal além do cuidadoso registro dos dados e de um bom preparo anterior Outro aspecto importante é o perfeito entrosamento das tarefas organizacionais e administrativas com as científicas obedecendo aos prazos estipulados aos orçamentos previstos ao preparo do pessoal Quanto mais planejamento for feito previamente me nos desperdício de tempo haverá no trabalho de campo propriamente dito facilitando a etapa seguinte 165 o rigoroso controle na aplicação dos instrumentos de pesquisa é fator fundamental para evitar erros e defeitos resultantes de entrevistadores inexperientes ou de informan tes tendenciosos São vários os procedimentos para a realização da coleta de dados que variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação Em linhas gerais as técni cas de pesquisa são 1 Coleta Documental 2 Observação 3 Entrevista 4 Questionário 5 Fonnulário 6 Medidas de Opiniões e de Atitudes 7 Técnicas Mercadológicas 8 Testes 9 Sociometria 10 Análise de Conteúdo 11 História de vida Estas técnicas serão vistas em detalhes no capítulo seguinte 8232 ELABORAÇÃO DOS DADOS Após a coleta dos dados realizada de acordo com os procedimentos indicados ante rionnente eles são elaborados e classificados de forma sistemática Antes da análise e interpretação os dados devem seguir os seguintes passos seleção codificação tabu lação 166 a Seleção É o exame minucioso dos dados De posse do material coletado o pesquisador deve submetêIo a uma verificação crítica a fim de detectar fa lhas ou erros evitando informações confusas distorcidas incompletas que podem prejudicar o resultado da pesquisa Muitas vezes o pesquisador não sabendo quais aspectos são mais impor tantes registra grande quantidade de dados outras vezes talvez por ins truções mal compreendidas os registros ficam incompletos sem detalhes suficientes A seleção cuidadosa pode apontar tanto o excesso como a falta de infonnaçóes Neste caso a volta ao campo para reaplicação do instru mento de observação pode sanar esta falha A seleção concorre também para evitar posteriores problemas de codificação b Codificação É a técnica operacional utilizada para categorizar os dados que se relacionam Mediante a codificação os dados são transfonnados em símbolos podendo ser tabelados e contados A codificação dividese em duas partes 1 classificação dos dados agru pandoos sob determinadas categorias 2 atribuição de um código número ou letra tendo cada um deles um significado Codificar quer dizer trans fonnar o que é qualitativo em quantitativo para facilitar não só a tabulação dos dados mas também sua comunicação A técnica da codificação não é automática pois exige certos critérios ou nonnas por parte do codificador que pode ser ou não o próprio pesquisa dor c Tabulação É a disposição dos dados em tabelas possibilitando maior faci lidade na verificação das interrelações entre eles É uma parte do processo técnico de análise estatística que permite sintetizar os dados de obser vação conseguidos pelas diferentes categorias e representálos grafica mente Dessa forma poderão ser melhor compreendidos e interpretados mais rapidamente Os dados são classificados pela divisão em subgrupos e reunidos de modo que as hipóteses possam ser comprovadas ou refutadas A tabulação pode ser feita a mão ou a máquina Em projetos menos ambiciosos ge ralmente se utiliza a técnica de tabulação manual Requer menos tempo e esforço lida com pequeno número de casos e com poucas tabulações mistas sendo menos dispendio so Em estudos mais amplos com números de casos ou de tabulações mistas bem maio res o emprego da tabulação mecânica é o indicado economiza tempo esforço diminui as margens de erro e nesse caso fica mais econômica 8233 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados o passo seguinte é a análise e interpretação dos mesmos constituindose ambas no núcleo central da pesquisa Para Best 1972152 representa a aplicação lógica dedutiva e indutiva do proces so de investigação A importância dos dados está não em si mesmos mas em propor cionarem respostas às investigações Análise e interpretação são duas atividades distintas mas estreitamente relacionadas e como processo envolvem duas operações que serão vistas a seguir 1 Análise ou explicação É a tentativa de evidenciar as relações existentes en tre o fenômeno estudado e outros fatores Essas relações podem ser estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causafeito produtorproduto de corre lações de análise de conteúdo etc Trujillo 1974178 167 Em síntese a elaboração da análise propriamente dita é realizada em três níveis a Interpretação Verificação das relações entre as variáveis independente e dependente e da variável interveniente anterior à dependente e posterior à independente a ftm de ampliar os conhecimentos sobre o fenômeno va riável dependente b Explicação Esclarecimento sobre a origem da variável dependente e ne cessidade de encontrar a variável antecedente anterior às variáveis inde pendente e dependente c Especificação Explicitação sobre até que ponto as relações entre as variá veis independente e dependente são válidas como onde e quando Na análise o pesquisador entra em maiores detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico a ftm de conseguir respostas às suas indagações e procura estabe lecer as relações necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas Estas são comprovadas ou refutadas mediante a análise 2 Interpretação É a atividade intelectual que procura dar um signiftcado mais amplo às respostas vinculandoas a outros conhecimentos Em geral a interpretação significa a exposição do verdadeiro signiftcado do material apresentado em relação aos objetivos propostos e ao tema Esclarece não só o signiftcado do material mas também faz ilações mais amplas dos dados discutidos Na interpretação dos dados da pesquisa é importante que eles sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e acessível Dois aspectos são importantes a Construção de tipos modelos esquemas Após os procedimentos estatís ticos realizados com as variáveis e a determinação de todas as relações permitidas ou possíveis de acordo com a hipótese ou problema é chegado o momento de utilizar os conhecimentos teóricos a ftm de obter os resulta dos previstos b Ligação com a teoria Esse problema aparece desde o momento inicial da escolha do tema é a ordem metodológica e pressupõe uma deftnição em re lação às alternativas disponíveis de interpretação da realidade social Para proceder à análise e interpretação dos dados devemse levar em consideração dois aspectos 168 planejamento bem elaborado da pesquisa para facilitar a análise e a inter pretação complexidade ou simplicidade das hipóteses ou dos problemas que reque rem abordagem adequada mas diferente a primeira exige mais tempo mais esforço sendo mais difícil sua veriftcação na segunda ocorre o contrário Mesmo com dados válidos é a eficácia da análise e da interpretação que determi nará o valor da pesquisa Best 19721502 aponta alguns aspectos que podem comprometer o êxito da in vestigação 1 Confusão entre afirmações e fatos As afirmações devem ser comprova das tanto quanto possível antes de serem aceitas como fatos 2 Incapacidade de reconhecer limitações Tanto em relação ao grupo quan to pelas situações ou seja tamanho capacidade de representação e a pró pria composição que pode levar a resultados falsos 3 Tabulação descuidada ou incompetente Realizada sem os cuidados ne cessários apresentando por isso traços mal colocados somas equivocadas etc 4 Procedimentos estatísticos inadequados Leva a conclusões sem vali dade em conseqüência de conhecimentos errôneos ou limitações nesse campo 5 Erros de cálculo Os enganos podem ocorrer em virtude de se trabalhar com um número considerável de dados e de realizarem muitas operações 6 Defeitos de lógica Falsos pressupostos podem levar a analogias inadequa das a confusões entre relação e causa eou à inversão de causa e efeito 7 Parcialidade inconsciente do investigador Déixarse envolver pelo pro blema inclinandose mais à omissão de resultados desfavoráveis à hipótese e enfatizando mais os dados favoráveis 8 Falta de imaginação Impede a descoberta de dados significativos eou a capacidade de generalizações sutilezas que não escapariam a um analista mais sagaz A imaginação a intuição e a criatividade podem auxiliar o pes quisador quando bem treinadas 8234 REPRESENTAÇÃO DOS DADOS TABELAS QUADROS E GRÁFIcos Tabelas ou Quadros é um método estatístico sistemático de apresentar os dados em colunas verticais ou fileiras horizontais que obedece à classificação dos objetos ou ma teriais da pesquisa É bom auxiliar na apresentação dos dados uma vez que facilita ao leitor a com preensão e iÍlterpretação rápida da massa de dados podendo apenas com uma olhada apreender importantes detalhes e relações Todavia seu propósito mais importante é ajudar o investigador na distinção de diferenças semelhanças e relações por meio da clareza e destaque que a distribuição lógica e a apresentação gráfica oferecem às classi ficações 169 Quanto mais simples for a tabela ou o quadro concentrandose sobre limitado nú mero de idéias melhor ficam mais claras mais objetivas Quando se têm muitos dados é preferível utilizar um número maior de tabelas para não reduzir o seu valor interpreta tivo O que caracteriza a boa tabela é a capacidade de apresentar idéias e relações inde pendentemente do texto de informações Regras para a utilização das tabelas No texto a tabela deve identificarse pela palavra escrita com letra maiúscula seguida de um algarismo romano correspondente O título se coloca a dois espaços abaixo da palavra TABELA e se ordena em forma de pirâmide invertida não se usando pontuação terminal O título principal deve ser curto indicando claramente a natureza dos dados apresentados esporadicamente pode apare cer um subtítulo As fontes dos dados representados na ilustração devem ser colocadas abaixo da tabela com nome do autor se houver e a data Para muitos autores tabelas e quadros são sinônimos para outros a diferença refe rese ao seguinte aspecto a Tabela É construída utilizandose dados obtidos pelo próprio pesquisador em números absolutos eou percentagens b Quadro É elaborado rendo por base dados secundários isto é obtidos de fontes como o lliGE e outros inclusive livros revistas etc Desta forma o quadro pode ser a transcrição literal desses dados quando então necessitam indicação da fonte Finalmente alguns autores denominam de tabela independentemente da fonte dos dados toda a representação visual que requer números absolutos eou em percenta gens utilizandose o quadro para agrupamento de palavras e frases Gráficos São figuras que servem para a representação dos dados O termo é usado para grande variedade de ilustrações gráficos esquemas mapas diagramas desenhos etc Os gráficos utilizados com habilidade podem evidenciar aspectos visuais dos da dos de forma clara e de fácil compreensão Em geral são empregados para dar desta que a certas relações significativas A representação dos resultados estatísticos com elementos geométricos permite uma descrição imediata do fenômeno Existem numerosos tipos de gráficos estatísticos mas todos eles podem formar dois grupos 170 a Gráficos informativos Objetivam dar ao público ou ao investigador um conhecimento da situação real atual do problema estudado Devem ser fei tos com cuidados tais que o desenho impressione bem tenha algo de atraente mas este cuidado artístico não deve ser exagerado a ponto de pre judicar o observador na apreensão fácil dos dados b Gráficos analíticos históricos políticos geográficos Seu objetivo além do de informar é fornecer ao pesquisador elementos de interpretação cál culos inferências previsões Devem conter o mínimo de construções e ser simples Podem ser usados também como gráficos de informação Serão vistos juntamente com as tabe las de freqüências Tipos de gráficos linear de barras ou colunas circular ou de segmentos de setores diagramas pictóricos cartogramas organogramas etc 8235 CONCLUSÕES Última fase do planejamento e organização do projeto de pesquisa que explicita os resultados finais considerados relevantes As conclusões devem estar vinculadas à hipótese de investigação cujo conteúdo foi comprovado ou refutado Em termos formais é uma exposição factual sobre o que foi investigado analisa do interpretado é uma síntese comentada das idéias essenciais e dos principais resulta dos obtidos explicitados com precisão e clareZa Ao se redigirem as conclusões os problemas que ficaram senvsolução serão apon tados a fim de que no futuro possam ser estudados pelo próprio autor ou por outros Em geral não se restringem a simples conceitos pessoais mas apresentam inferên cias sobre os resultados evidenciando aspectos válidos e aplicáveis a outros fenôme nos indo além dos objetivos imediatos Sem a conclusão o trabalho parece não estar terminado A introdução e a con clusão de qualquer trabalho científico via de regra são as últimas partes a serem redi gidas 824 Itelatório Exposição geral da pesquisa desde o planejamento às conclusões incluindo os processos metodológicos empregados Deve ter como base a lógica a imaginação e a precisão e ser expresso em linguagem simples clara objetiva concisa e coerente Tem a finalidade de dar informações sobre os resultados da pesquisa se possível com detalhes para que eles possam alcançar a sua relevância 171 São importantes a objetividade e o estilo mantendose a expressão impessoal e evi tandose frases qualificativas ou valorativas pois a infonnação deve descrever e expli car mas não intentar convencer Selltiz 1965 517 aponta quatro aspectos que o relatório deve abranger a Apresentação do problema ao qual se destina o estudo b Processos de pesquisa plano de estudo método de manipulação da variá vel independente se o estudo assumir a fonna de uma experiência natu reza da amostra técnicas de coleta de dados método de análise estatísti ca c Os resultados d Conseqüências deduzidas dos resultados LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducci6n a las técnicas de investigaci6n social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte n Capítulo 6 ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa cientlfica 5 ed Porto Alegre Glo bo 1979 Capítulo 1 BEST J W Como investigar en educaci6n 2 ed Madrid Morata 1972 Capítulos 1 e 2 CASTRO Cláudio de Moura A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Bra sil 1978 Capítulo 3 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 3 ed São Paulo Nacional 1969 Capítulo 8 HIRANO Sedi OrgPesquisa social projeto e planejamento São Paulo T A Quei roz 1979 Capítulos 2 e 3 MANZO Abelardo J Manual para la preparaci6n de monografias una guía para pre sentar informes y tesis Buenos Aires Humanitas 1971 Capítulo 2 MARINHO Pedro A pesquisa em ciências humanas Petrópolis Vozes 1980 Capítu los 1 e 2 PHILLIPS Bernard S Pesquisa social estratégias e táticas Rio de Janeiro Agir 1974 Parte n Capítulo 4 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa cientlfica 2 ed Petrópolis Vozes 1979 Capítulos 45 e 6 RUIZ João Álvaro Metodologia científica guia para eficiência nos estudos 2 ed São Paulo Atlas 1980 Capítulo 3 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 Capítulos 2 e 3 172 SALOMON Dé1cio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 2 ed Belo Horizonte Interlivros 1972 Parte II Capítulo 1 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa social empfrica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Alegre Globo 1971 Capítulos 2 e 3 SELLTIZ C et aI Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 Capítulos 12 e 3 TRUnLLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulos 6 e 7 173 9 Técnicas de pesquisa Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou ar te é a habilidade para usar esses preceitos ou nonnas a parte prática Toda ciência uti liza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos 91 DOCUMENTAÇÃO INDlRETA Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas Esse materialfonte geral é útil não só por trazer conhecimentos que servem de background ao campo de interesse como também para evitar possíveis duplicações eou esforços desnecessários pode ainda sugerir problemas e hipóteses e orientar para outras fontes de coleta É a fase da pesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse O levantamento de dados primeiro passo de qualquer pesquisa científica é feito de duas maneiras pesquisa documental ou de fontes primárias e pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias 911 Pesquisa Documental A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restri ta a documentos escritos ou não constituindo o que se denomina de fontes primárias Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre ou depois 174 J J1 C O w z a O a a w Iz o Ü C O i Ü w a C O a Iw a ESCRITOS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS Compilados na ocasião pelo autor Transcritos de fontes primárias contemporâneas Exemplos Exemplos Documentos de arquivos públicos Relatórios de pesquisa baseados em Publicações parlamentares e trabalho de campo de auxiliares administrativas Estudo histórico recorrendo aos Estatísticas censos documentos originais Documentos de arquivos privados Pesquisa estatística baseada em Cartas dados do recenseamento Contratos Pesquisa usando a correspondência de outras pessoas Compilados após o acontecimento Transcritos de fontes primárias pelo autor retrospectivas Exemplos Exemplos Diários Pesquisa recorrendo a diários ou Autobiografias autobiografias Relatos de visitas a instituições Relatos de viagens OUTROS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS Feitos pelo autor Feitos por outros Exemplos Exemplos Fotografias Material cartográfico Gravações em fita Filmes comerciais magnética Rádio Filmes Cinema Gráficos Televisão Mapas Outras ilustrações Analisados pelo autor Feitos por outros Exemplos Exemplos Objetos Filmes comerciais Gravuras Rádio Pinturas Cinema Desenhos Televisão Fotografias Canções Folclóricas Vestuário Folclore Utilizando essas três variáveis fontes escritas ou não fontes primárias ou se cundárias contemporâneas ou retrospectivas podemos apresentar um quadro que auxi lia a compreensão do universo da pesquisa documental É evidente que dados secundá rios obtidos de livros revistas jornais publicações avulsas e teses cuja autoria é co nhecida não se confundem com documentos isto é dados de fontes primárias Existem registros porém em que a característica primária ou secundária não é tão eviden te o mesmo ocorrendo com algumas fontes não escritas Daí nossa tentativa de estabe lecer uma diferenciação O antropólogo ao estudar as sociedades préIetradas encontra grande dificuldade em analisar essas sociedades já que as mesmas não possuem registros escritos Deve o pesquisador de campo além das observações efetuadas lidar com tradições orais Estas tendem ao longo das gerações a adquirir elementos fantasiosos transformandose ge ralmente em lendas e mitos Hoje tanto o antropólogo social quando o sociólogo en contramse em outra situação a maioria das sociedades são complexas letradas onde o acúmulo de documentos vem ocorrendo há séculos Talvez o problema agora seja o ex cesso de documentação Para que o investigador não se perca na floresta das coisas escritas deve iniciar seu estudo com a defInição clara dos objetivos para poder julgar que tipo de documentação será adequada às suas fInalidades Tem de conhecer também os riscos que corre de suas fontes serem inexatas distorcidas ou errôneas Por esse motivo para cada tipo de fonte fornecedora de dados o investigador deve conhecer meios e técnicas para testar tanto a validade quanto a fIdedignidade das informações 9111 FONTES DE DOCUMENTOS A ARQUNOS PÚBLICOS Podem ser municipais estaduais e nacionais Em sua maior parte contêm a Documentos ofIciais tais como ordens régias leis ofícios relatórios cor respondências anuários alvarás etc b Publicações parlamentares atas debates documentos projetos de lei im pressos relatórios etc c Documentos jurídicos oriundos de cartórios registros de nascimentos ca samentos desquites e divórcios mortes escrituras de compra e venda hi potecas falências e concordatas testamentos inventários etc d iconografIa B ARQUIVOS PARTICULARES A primeira distinção a ser feita é entre domicílios e instituições pela diferença de material que se mantém 176 a Domicílios particulares correspondência memórias diários autobiografias etc b Instituições de ordem privada tais como bancos empresas sindicatos par tidos políticos escolas igrejas associações e outros onde se encontram registros ofícios correspondência atas memoriais programas comunica dos etc c Instituições públicas do tipo delegacias postos etc quer voltadas ao tra balho trânsito saúde quer atuando no setor de alistamento militar ativida de eleitoral atividades de bairro e outros podendose colher dados referen tes a criminalidade detenções prisões livramentos condicionais registro de automóveis acidentes contribuições e benefícÍos de seguro social doenças hospitalizações registro de eleitores comparecimento à votação registros profissionais etc C FONTES ESTATÍSTICAS A coleta e elaboração de dados estatísticos inclusive censitários está a cargo de vários órgãos particulares e oficiais entre eles mGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mop Instituto Brasileiro de Opinião Pública Departamentos Munici pais e Estaduais de Estatística Instituto Gallup etc Os dados coletados são os mais di versos a Características da população idade sexo raça escolaridade profissão re ligião estado civil renda etc b Fatores que influem no tamanho da população fertilidaçle nascimentos mortes doenças suicídios emigração imigração etc c Distribuição da população habitat rural e urbano migração densidade de mográfica etc d Fatores econômicos mãodeobra economicamente ativa desemprego dis tribuição dos trabalhadores pelos setores primário secundário e terciário da economia número de empresas renda per capita Produto Interno Bruto etc e Moradia número e estado das moradias número de cômodos infraestrutu ra água luz esgotos etc equipamentos etc t Meios de comunicação rádio televisão telefone gravadores carros etc Os exemplos citados são os mais comuns porém as fontes estatísticas abrangem os mais variados aspectos das atividades de uma sociedade incluindo as manifestações pa tológicas e os problemas sociais 177 9112 TIPOS DE DOCUMENTOS A ESCRITOS 178 a Documentos oficiais constituem geralmente a fonte mais fidedigna de da dos Podem dizer respeito a atos individuais ou ao contrário atos da vida política de alcance municipal estadual ou nacional O cuidado do pesqui sador diz respeito ao fato de que não exerce controle sobre a forma como os documentos foram criados Assim deve não só selecionar o que lhe inte ressa como também interpretar e comparar o material para tomálo utilizá vel b Publicações parlamentares geralmente são registros textuais das diferen tes atividades das Câmaras e do Senado Dificilmente podese questionar sua fidedignidade por contarem com um corpo de taquígrafos qualificados e já em diversos países utilizamse fitas magnéticas para gravação das sessões Entretanto o pesquisador não pode deixar de conhecer exceçóes como as apontadas por Mano 1970678 que reproduz as palavras de Isaac Deutscher sobre o 222 Congresso do Partido Comunista As atas oficiais e enganadoras maciçamente emendadas do Congresso As sim existem países onde a história é regularmente reescrita o mesmo acon tecendo com as publicações parlamentares c Documentos jurídicos constituem uma fonte rica de informes do ponto de vista sociológico mostrando como uma sociedade regula o comportamento de seus membros e de que forma se apresentam os problemas sociais Porém o pesquisador deve saber que decisões jurídicas constantes de do cumentos são a ponta de um iceberg principalmente quando se trata de julgamento por crimes políticos muitos réus chegam ao tribunal com con fissões espontâneas que servem de base para todo o processo posterior assim a decisão jurídica está viciada desde a base d Fontes estatísticas os dados estatísticos são colhidos diretamente e a in tervalos geralmente regulares quer abrangendo a totalidade da população censos quer utilizandose da técnica da amostragem generalizando os re sultados a toda população Em outras palavras em épocas regulares as es tatísticas recolhem dados semelhantes em lugares diferentes A própria ge neralização de dados relevantes sobre a população permite ao investigador procurar correlações entre seus proprios resultados e os que apresentam as estatísticas nacionais ou regionais Partindo do princípio de que as pesqui sas com a utilização de questionários e principalmente formulários são bastante onerosas e geralmente de aplicação limitada o confronto dos da dos obtidos com as estatísticas mais extensas no espaço e no tempo permi te obter resultados mais significativos Por outro lado se as estatísticas são mais abrangentes também são menos precisas Os principais fatores que levam a erros são negligência exemplo alguns erros clássicos em listas eleitorais de vemse ao fato de os falecidos continuarem inscritos aumentando a percentagem de abstencionismo principalmente entre os idosos os jo vens que prestam serviço militar são obrigatoriamente inscritos resul tando em maior abstenção entre rapazes do que moças os militares em atividade não votam e as jovens que se dão ao trabalho de inscreverse geralmente comparecem às umas principalmente em países onde o vo to não é obrigatório forma de coleta de dados exemplo o aumento do número de acidentes de automóvel ocasionados por embriaguez devese principalmente a um controle mais severo das condições do motorista em países subde senvolvidos o aumento de certas taxas como a de câncer analfabetismo e outras provém de diagnósticos mais exatos e registros mais precisos deftnição dos termos exemplo uma modiftcação na deftnição do tipo e faixa de renda suscetível de pagar impostos fará variar o número de indivíduos isentos deles umaalteração da deftnição de população eco nomicamente ativa computandose à parte os que trabalham meio período eou executam trabalhos temporários impedirá a comparação dos resultados estatísticos e modiftcará o nível de desemprego o esta belecimento de categorias proftssionais tendo por base a indicação dos pesquisados levará a muitos desvios se a população não souber exata mente o çonceito empregado pelos órgãos coletores informações recolhidas dos interessados exemplo as principais dis torções ocorrem quando o pesquisado não é capaz de dar a resposta correta número de cabeças de gado em estatísticas rurais ou tem razões para fornecer dados inexatos fraude ftscal pode ocorrer também que o entrevistado deseje valorizarse declarandose bacharel quando só tem diploma de I grau Grawitz l975TI 122 especifIca os principais cuidados que deve tomar o pesquisa dor que se utiliza de fontes estatísticas encontrar a deftnição exata da unidade coleta da e generalizada veriftcar a homogeneidade do elemento generalizado veriftcar a ho mogeneidade da relação entre a quantidade medida mediante o total e seus diversos elementos assim como a quantidade que interessa ao investigador saber com referencia a que devemos calcular as percentagens Diversas são as formas pelas quais as estatísticas podem ser utilizadas pelos pesqui sadores mas as três a seguir exempliftcadas são as principais correlação entre uma pesquisa limitada e os dados censitários J Riley Apud Grawitz 1975 TI 119 cita uma pesquisa em que por intermédio de ques tionários procurouse veriftcar a atitude das mulheres das novas gerações com relação ao trabalho da mulher casada O primeiro passo da pesquisa foi 179 180 um estudo das estatísticas que revelaram um aumento de mulheres casadas economicamente ativas principalmente em correlação com o grau de escola ridade correlação positiva na segunda fase a aplicação do questionário re velou opinião positiva em relação à atividade da mulher casada unifonne mente distribuída entre as jovens independentemente da categoria econômica de seus pais na terceira etapa a análise dos dados estatísticos revelou o au mento do número de mulheres que trabalham em correlação positiva com o nível de instrução porém apontou também um decréscimo de mulheres em pregadas em função da renda do marido Ora esses dois fatores nível de instrução e nível econômico geralmente atuam no mesmo sentido o que não estava ocorrendo fator que só pode ser verificado com a confrontação dos dados colhidos na pesquisa de campo com as estatísticas estudo baseado exclusivamente na análise e interpretação de dados existen tes Kenesaw M Landis Apud Selltiz et al 1967 358 demonstrou o grau de segregação racial existente em Washington utilizando publicações do De partamento de Recenseamento para indicar pressões sobre os negros para que vivessem reunidos em grande número e em pequena área e para exem plificar as más condições de habitação de que dispunham usou estatísticas oficiais de saúde com a fmalidade de apontar as conseqüências advindas de tais condições como maior índice de mortalidade principalmente ocasionada por tuberculose para demonstrar discriminação no trabalho utilizou dados oficiais sobre emprego e registros de uma empresa industrial empregou da dos coligidos pelo Department oi Research oi the Washington Council oi Social Agencies para demonstrar a relação existente entre as más condições de habitação e as prisões de jovens efetuadas pela polícia da cidade utilização dos dados estatísticos existentes para a verificação de uma teoria social em sua obra O Suicídio Émile Durkheim deu um exemplo magistral do emprego de dados estatísticos Outros pesquisadores antes dele já haviam tentado correlacionar os suicídios com estados psicopáticos imitação fatores raciais fatores hereditários fatores cósmicos e clima Durkheim provou que mantendose esses fatores constantes o mesmo não acontecia com a taxa de suicídio Em particular para o clima realizou uma análise mais extensa ve rificou que de fato o índice de suicídios cresce regularmente de janeiro até junho depois declina até dezembro Porém se se deseja correlacionar suicí dios com a temperatura os dados não são consistentes mais suicídios ocor rem na primavera do que no outono quando as temperaturas médias são mais elevadas o pique dos suicídios ocorre em junho e não nos meses mais quentes que são julho e agosto Dessa fonna as regularidades sazonais realmente existentes nos índices de suicídio não podem de fonna alguma ser explicadas pela temperatura Propôs então que o índice de suicídio esta ria ligado às atividades sociais e estas seriam sazonais Postulou que o suicídio varia na razão inversa do grau de integração dos grupos de que faz parte o indivíduo especificamente as sociedades religiosa doméstica e política Durkheim 1973234 A análise dos dados estatísticos comprovou a estatística pois encontramse índices menores de suicídio entre católicos do que entre protestantes entre casados do que entre solteiros entre os que têm fIlhos do que entre os que não os possuem e durante épocas em que é maior o fervor nacional e Publicações administrativas sua fIdedignidade é menor do que a dos documentos ofIciais e jurídicos e das publicações parlamentares Mais do que registro acurado do que se disse e fez visa a imagem da organi zação quando dirigida aos clientes e ao público em geral e a imagem e fIlosofIa do administrador quando é de uso interno É necessário um estudo do momento político interno e externo em que os documentos foram elaborados para compensar certos desvios f Documentos particulares consistindo principalmente de cartas diários memórias e autobiografIas os documentos particulares são importantes sobretudo por seu conteúdo não oferecer apenas fatos mas o signifIcado que estes tiveram para aqueles que os viveram descritos em sua própria linguagem Não é fácil diferenciar diários memórias e autobiografIas pois além de correlacionados uns podem conter partes de outros Diário seria o documento escrito na ocasião dos acontecimentos que descreve memórias consistem em reminiscências do autor em relação a determina do período auxiliado ou não por diários mas ele próprio pode não ser o personagem central autobiografia é um registro cronológico e sistemático da vida do autor que se confIgura como personagem principal Os prin cipais problemas enfrentados pelo pesquisador ao lidar com documentos pessoais são falsifIcação tentativa deliberada de fazer passar por autoria de de terminada pessoa documento escrito por outra que visa criar difIcul dades a um estudioso ou obtenção de lucro apresentação errada do pr6prio autor se se deve a autoengano isto é distorção da visão de si próprio não traz problemas para o pesqui sador que está interessado na autoimagem do autor as discrepâncias entre esta e a imagem que outras pessoas têm do autor podem ser fon te interessante de estudo Porém se o motivo é de autopromoção ocorre distorção deliberada que se confIgura em sério impedimento para análise do autor e seu papel em determinados acontecimentos desconhecimento dos objetivos todo documento pessoal visa a de terminado objetivo expressar idéias e pontos de vista relembrar acontecimentos e sentimentos servir de libelo póstumo contra atos de arbítrio e de terror justifIcativa de decisões tomadas etc Quando o documento visa ao consumo público em data posterior os variados objetivos introduzem diferentes distorções na exposição 181 B OUTROS 182 a Iconografia abrange a documentação por imagem compreendendo gravu ras estampas desenhos pinturas etc porém exclui a fotografia É fonte preciosa sobre o passado pois compreende os únicos testemunhos do as pecto humano da vida permitindo erificar tendências do vestuário e quem o vestia a forma de disposição dos móveis e utensílios assim como outros fatores favorecendo a reconstituição do ambiente e estilo de vida das clas ses sociais do passado da mesma forma que o cotidiano do diaadia de no sos antepassados b Fotografias têm a mesma fmalidade da iconografia porém referemse a um passado menos distante c Objetos principalmente para os etnógrafos os objetos constituem fator primordial de seus estudos Mas outras ciências também fazem deles o cer ne de algumas análises ou abordagens Assim os objetos permitem em re lação às diversas sociedades verificar o nível de evolução objetos de osso barro bronze ferro ou atual mente número de veículos telefones televisores ou aparelhos eletro domésticos o sentido da evolução desde a invenção da roda até os progressos da automatização do cachimbo e 6culos até aviões e robôs os objetos ma teriais desenvolvidos pela tecnologia rudimentar ou avançada permitem obter informações sobre como evolui uma sociedade os meios de produção essencial para a análise marxista por constituir a infraestrutura que determina a superestrutura ou seja as formas que terão as relações sociais políticas etc Atualmente muitos autores inte ressamse pelas diferenciações que se apresentam entre os operários em função dos progressos técnicos especificamente a automatização e a in trodução do uso de robôs na linha de montagem a significação valorativa isto é tanto o sentido do objeto símbolo ca chimbo da paz cruz bandeira quanto os que adquirem um valor em decorrência do uso em determinado contexto anel de noivado e de grau distintivo de associações d Canções folclóricas traduzem os sentimentos e valores de determinada sociedade em dado contexto Por outro lado as canções de autoria conhe cida muito antes da imprensa escrita ou falada têm constituído um meio de expressão para a oposição tanto política como social e Vestuário dependendo da sociedade não constitui apenas um símbolo de status mas também de momentos sociais os enfeites e pinturas de guerra dos nossos indígenas Por outro lado na Índia a sociedade de castas levou ao auge o vestuário como sinal de posição social quantidade de peças qualidade dos tecidos cores disposição enfeites eram características de cada casta e subcasta permitindo ao primeiro olhar a diferenciação e em conseqüência a atitude hierarquizada das pessoas em relação a outras f Folclore constituindose de rico acervo de costumes objetos vestuário cantos danças etc o folclore permite a reconstituição do modo de vida da sociedade no passado tanto de atos ligados a aspectos festivos como de atividades do diaadia 912 Pesquisa Bibliográfica A pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias abrange toda bibliografia já tor nada pública em relação ao tema de estudo desde publicações avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartográfico etc até meios de comunicação orais rádio gravações em fita magnética e audiovisuais filmes e tele visão Sua fmalidadeé colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi es crito dito ou fIlmado sobre determinado assunto inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma fonna quer publicadas quer gravadas Para Manzo 197132 a bibliografia pertinente oferece meios para definir resol ver não somente problemas já conhecidos como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente e tem por objetivo permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações Trujillo 1974230 Dessa fonna a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem chegando a conclusões inovadoras 9121 TIPOS E FONTES BmLIOGRÁFIcAS Da mesma fonna que as fontes de documentos as bibliográficas variam fornecendo ao pesquisador diversos dados e exigindo manipulação e procedimentos diferentes A Imprensa escrita em forma de jornais e revistas para sua utilização ne cessita de análise dos seguintes aspectos independência nos países totalitários com raras exceções toda im prensa está submetida às diretrizes do partido no poder portanto a margem de independência das fontes é praticamente nula Por sua vez o pressuposto teórico dos países democráticos é a independência dos órgãos de infonnação pois o princípio da liberdade de imprensa é con siderado corolário da liberdade de expressão assegurada pelo regime Entretanto existe uma distinção entre o princípio político e a realidade o capital necessário para a manutenção da independência do órgão de 183 184 pende de uma série de fatores sendo o principal a fonte de publicida de que pode efetivamente controlar as diretrizes do órgão da mesma forma os modos de regulamentação e a censura exercem efeitos de maior ou menor influência conteúdo e orientação vários tipos de investigação podem ser levados a cabo sob este aspecto tendências e espaço dedicados à política na cional e internacional fatos diversos notícias locais esporte aconte cimentos policiais publicidade etc como se trata de questões relativas à população como educação saúde etc tom da mensagem pessimis mo otimismo sentimentalismo etc difusão e influência podese verificar a zona geográfica de distri buição e o tipo de população que é influenciada a correlação entre p0 sições do órgão e os resultados eleitorais o prestígio do editorialista e outros profissionais que assinam suas matérias o que as pessoas mais lêem e a influência que sobre elas exercem as opiniões expressas e as informações grupos de interesses na chamada imprensa alternativa e a específica de categorias profissionais podese verificar como estes grupos sociais apresentam as idéias dos dirigentes sobre seus objetivos a atuação dos poderes públicos os interesses regionais nacionais e até internacionais etc B Meios audiovisuais de certa forma o que ficou dito para a imprensa es crita pode ser aplicado para os meios audiovisuais rádio fIlmes televisão Para ambas as formas de comunicação é interessante a análise do conteúdo da própria comunicação que apresenta os seguintes objetivos Berelson Apud Selltiz et al 19673778 Questões referentes às caracterfsticas do conteúdo Descrever tendências no conteúdo da comunicação Delinear o desenvolvimento da erudição Revelar diferenças internacionais no conteúdo da comunicação Comparar os meios ou níveis de comunicação Examinar o conteúdo da comunicação com relação aos objetivos Construir e aplicar padrões de comunicação Auxiliar operações técnicas de pesquisa Revelar as técnicas de propaganda Medir a legibilidade de materiais de comunicação Descobrir características estilísticas Questões referentes aos criadores ou às causas do conteúdo Identificar as intenções e outras características dos transmissores Verificar o estado psicológico de pessoas e grupos Identificar a existência de propaganda fundamentalmente com objetivos legais Obter informação politica e militar Questões referentes à audiência ou efeitos do conteúdo Refletir atitudes interesses e valores padrões culturais de grupos da população Revelar o foco de atenção Descrever as respostas de atitudes e de comportamento às comuni cações C Material cartográfico variará segundo o tipo de investigação que se pre tende Entre os mais importantes que se pode consultar figuram os seguin tes mapa com divisão politica e administrativa mapa hidrográfico mapa de relevo mapa climatológico mapa ecológico mapa etnográfico mapa de densidade de população mapa de rede de comunicação mapa com indicação de cultivos modo de ocupação do solo suas formas de utilização ttc gráfico e pirâmide da população gráfico de importações e exportações Produto Interno Bruto etc D Publicações livros teses monografias publicações avulsas pesquisas etc formam o conjunto de publicações cuja pesquisa compreende quatro fases distintas a identificação b localização c compilação d fichamento 185 92 DOCUMENTAÇÁODlRETA A documentação direta constituise em geral no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras através da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório 921 Pesquisa de Campo Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações eou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta ou de uma hipótese que se queira comprovar ou ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume relevan tes para analisálos A pesquisa de campo propriamente dita não deve ser confundida com a simples coleta de dados este último corresponde à segunda fase de qualquer pesquisa é algo mais que isso pois exige contar com controles adequados e com obje tivos preestabelecidos que descriminam suficientemente o que deve ser coletado Tru jillo 1982229 As fases da pesquisa de campo requerem em primeiro lugar a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão Ela servirá como primeiro passo para se saber em que estado se encontra atua1mente o problema que trabalhos já foram reali zados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto Como segundo pas so permitirá que se estabeleça um modelo teórico inicial de referência da mesma forma que auxiliará na determinação das variáveis e elaboração do plano geral da pesquisa Em segundo lugar de acordo com a natureza da pesquisa devese determinar as técnicas que serão empregadas na coleta de dados e na determinação da amostra que deverá ser representativa e suficiente para apoiar as conclusões Por último antes que se realize a coleta de dados é preciso estabelecer tanto as téc nicas de registro desses dados como as técnicas que serão utilizadas em sua análise pos terior De outro lado se a pesquisa de campo envolver um experimento após a pesquisa bibliográfica devese a selecionar e enunciar um problema levando em consideração a metodologia apropriada b apresentar os objetivos da pesquisa sem perder de vista as metas práticas c estabelecer a amostra correlacionada com a área de pesquisa e o uni verso de seus componentes d estabelecer os grupos experimentais e de controle e in troduzir os estímulos f controlar e medir os efeitos 186 9211 TIPOS DE PESQUISA DE CAMPO Para Tripodi et al 19754271 as pesquisas de campo dividemse em três grandes grupos quantitativodescritivos exploratórios e experimentais com as respectivas sub divisões A QuantitativoDescritivos consistem em investigações de pesquisa empíri ca cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos a avaliação de programas ou o isolamento de va riáveis principais ou chave Qualquer um desses estudos pode utilizar mé todos formais que se aproximam dos projetos experimentais caracteriza dos pela precisão e controle estatísticos com a finalidade de fornecer da dos para a verificação de hipóteses Todos eles empregam artifícios quanti tativos tendo por objetivo a coleta sistemática de dados sobre populações programas ou amostras de populações e programas Utilizam várias técni cas como entrevistas questionários fonnulários etc e empregam proceii mentos de amostragem Subdividemse em a estudos de verificação de hipótese são aqueles estudos quantitativo descritivos que contêm em seu projeto de pesquisa hipóteses explíci tas que devem ser verificadas Essas hipóteses são derivadas da teoria e por esse motivo podem consistir em declarações de associações en tre duas ou mais variáveis sem referencia a uma relação causal entre elas b estudos de avaliação de programa consistem nos estudos quantitati vodescritivos que dizem respeito à procura dos efeitos e resultados de todo um programa ou método específico de atividades de serviços ou auxílio que podem dizer respeito à grande variedade de objetivos re lativos à educação saúde e outros As hipóteses podem ou não estar explicitamente declaradas e com freqüência derivam dos objetivos do programa ou método que está sendo avaliado e não da teoria Empre gam larga gama de procedimentos que podem aproximarse do projeto experimental c estudos de descrição de população são os estudos quantitativodes critivos que possuem como função primordial a exata descrição de certas características quantitativas de populações como um todo orga nizações ou outrás coletividades específicas Geralmente contêm um grande número de variáveis e utilizam técnicas de amostragem para que apresentem caráter representativo Quando pesquisam aspectos qualitativos como atitudes e opiniões empregam escalas que permitem a quantificação 187 188 d estudos de relações de variáveis são uma fonna de estudos quantita tivodescritivos que se referem à descoberta de variáveis pertinentes a detenninada questão ou situação da mesma fonna que à descoberta de relações relevantes entre variáveis Geralmente nem hipóteses prediti vas ante factum nem perguntas específicas são a priori fonnuladas de modo que se inclui no estudo grande número de variáveis poten cialmente relevantes e o interesse se centraliza em encontrar as de va lor preditivo B Exploratórios são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a fonnulação de questões ou de um problema com tripla finalidade desen volver hipóteses aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambien te fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais preci sa ou modificar e clarificar conceitos Empregamse geralmente procedi mentos sistemáticos ou para a obtenção de observações empmcas ou para as análises de dados ou ambas simultaneamente Obtémse freqüente mente descrições tanto quantitativas quanto qualitativas do objeto de estu do e o investigador deve conceituar as interrelações entre as propriedades do fenômeno fato ou ambiente observado Uma variedade de procedimen tos de coleta de dados pode ser utilizada como entrevista observação par ticipante análise de conteúdo etc para o estudo relativamente intensivo de um pequeno número de unidades mas geralmente sem o emprego de técnicas probabilísticas de amostragem Muitas vezes ocorre a manipulação de uma vmiável independente com a finalidade de descobrir seus efeitos potenciais Dividemse em a estudos exploratóriodescritivos combinados são estudos explorató rios que têm por objetivo descrever completamente detenninado fenô meno como por exemplo o estudo de um caso para o qual são reali zadas análises empmcas e teóricas Podem ser encontradas tanto des crições quantitativas eou qualitativas quanto acumulação de infor mações detalhadas como as obtidas por intennédio da observação par ticipante Dáse precedência ao caráter representativo sistemático e em conseqüência os procedimentos de amostragem são flexíveis b estudos usando procedimentos específicos para coleta de dados os estudos que usam procedimentos específicos para coleta de dados para o desenvolvimento de idéias são aqueles estudos exploratórios que uti lizam exclusivamente um dado procedimento como por exemplo aná lise de conteúdo para extrair generalizações com o propósito de pro duzir categorias conceituais que possam vir a ser operacionalizadas em um estudo subseqüente Dessa fonna não apresentam descrições quan titativas exatas entre as variáveis detenninadas c estudos de manipulação experimental consistem naqueles estudos ex ploratórios que têm por fmalidade manipular uma variável independen te a fim de localizar variáveis dependentes que potencialmente estejam associadas a ela estudandose o fenômeno em seu meio natural O propósito desses estudos geralmente é demonstrar a viabilidade de de terminada técnica ou programa como uma solução potencial e viável para detenninados programas práticos Os procedimentos de coleta de dados variam bastante e técnicas de observação podem ser desenvolvi das durante a realização da pesquisa C Experimentais consistem em investigações de pesquisa empírica cujo ob jetivo principal é o teste de hipóteses que dizem respeito a relações de tipo causaefeito Todos os estudos desse tipo utilizam projetos experimentais que incluem os seguintes fatores grupos de controle além do experimen tal seleção da amostra por técnica probabilística e manipulação das variá veis independentes com a finalidade de controlar ao máximo os fatores per tinentes As técnicas rigorosas de amostragem têm o objetivo de possibili tar a generalização das descobertas a que se chega pela experiência Por sua vez para que possam ser descritas quantitativamente as variáveis rele vantes são especificadas Os diversos tipos de estudos experimentais podem ser desenvolvidos tanto em campo ou seja no ambiente natural quanto em laboratório onde o ambiente é rigorosamente controlado O interesse da pesquisa de campo está voltado para o estudo de indivíduos grupos comunidades instituições e outros campos visando à compreensão de vários aspectos da sociedade Ela apresenta vantagens e desvantagens As vantagens seriam a Acúmulo de infonnações sobre detenninado fenômeno que também podem ser analisadas por outros pesquisadores com objetivos diferentes b Facilidade na obtenção de uma amostragem de indivíduos sobre deternri nada população ou classe de fenômenos Desvantagens a Pequeno grau de controle sobre a situação de coleta de dados e a possibili dade de que fatores desconhecidos para o investigador possam interferir nos resultados b O comportainento verbal ser relativamente de pouca confiança pelo fato de os indivíduos poderem falsear suas respostas Entretanto muita coisa pode ser feita para aumentar as vantagens e diminuir as desvantagens por exemplo lançar mão dos prétestes utilizar instrumental mais com pleto etc 189 Diversas ciências e ramos de estudo utilizam a pesquisa de campo para o levanta mento de dados entre elas figuram a Sociologia a Antropologia Cultural e Social a Psicologia Social a Política Serviço Social e outras 922 Pesquisa de Laboratório A pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação mais difícil porém mais exato Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas Exige instrumental específico preciso e ambientes adequados O objetivo da pesquisa de laboratório depende daquilo que se propôs alcançar deve ser previamente estabelecido e relacionado com determinada ciência ou ramo de estudo As técnicas utilizadas também variam de acordo com o estudo a ser feito Na pesquisa de laboratório as experiências são efetuadas em recintos fechados ca sas laboratórios salas ou ao ar livre em ambientes artificiais ou reais de acordo com o campo da ciência que está realizandoas e se restringem a detenninadas manipu lações Quatro aspectos devem ser levados em consideração objeto objetivo instrumental e técnicas Especificamente os de estudo tanto podem ser pessoas ou animais quanto vegetais ou minerais Na pesquisa de laboratório com pessoas estas são colocadas em ambiente controlado pelo pesquisador que efetua a observação sem tomar parte pes soalmente No laboratório o cientista observa mede e pode chegar a certos resultados espera dos ou inesperados Todavia muitos aspectos importantes da conduta humana não p0 dem ser observados em condições idealizadas em laboratório Best 1972114 Às vezes temse de observar o comportamento de indivíduos ou grupos em circunstâncias mais naturais e sob controles menos rígidos A pesquisa de laboratório na observação de indivíduos ou grupos está mais rela cionada ao campo da Psicologia Social e ao da Sociologia 93 OBSERVAÇÃO DlRETA INTENSIVA A observação direta intensiva é realizada através de duas técnicas observação e en trevista 931 Observação A observação é Uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade Não consiste apenas em ver e ouvir mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar 190 É um elemento básico de investigação científica utilizado na pesquisa de campo e se constitui na técnica fundamental da Antropologia A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de obje tivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência mas que orientam seu compor tamento Desempenha papel importante nos processos observacionais no contexto da descoberta e obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade É o ponto de partida da investigação social Para Selltiz 1965233 a observação tomase científica à medida que a convém a um formulado plano de pesquisa b é planejada sistematicamente c é registrada metodicamente eestá relacionada a proposições mais gerais em vez de ser apresentada como uma série de curiosidades interessantes d está sujeita a verificações e controles sobre a validade e segurança Do ponto de vista científico a observação oferece uma série de vantagens e limi tações como as outras técnicas de pesquisa havendo por isso necessidade de se apli car mais de uma técnica ao mesmo tempo Vantagens a Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenômenos b Exige menos do observador do que as outras técnicas c Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas d Depende menos da introspecção ou da reflexão e Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de questionários Limitações As técnicas da observação apresentam uma série de limitações entre as quais se destacam as seguintes a O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no ob servador b A ocorrência espontânea não pode ser prevista o que impede muitas ve zes o observador de presenciar o fato c Fatores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador 191 d A duração dos acontecimentos é variável pode ser rápida ou demorada e os fatos podem ocorrer simultaneamente nos dois casos tomase difícil a co leta dos dados e Vários aspectos da vida cotidiana particular podem não ser acessíveis ao pesquisador Na investigação científica são empregadas várias modalidades de observação que variam de acordo com as circunstâncias AnderEgg 197896 apresenta quatro tipos a Segundo os meios utilizados Observação não estruturada Assistemática Observação estruturada Sistemática b Segundo a participação do observador Observação nãoparticipante Observação participante c Segundo o número de observações Observação individual Observação em equipe d Segundo o lugar onde se realiza Observação efetuada na vida real trabalho de campo Observação efetuada em laboratório 9311 OBSERVAÇÃO ASSISTEMÁTICA A técnica da observação não estruturada ou assistemática também denominada es pontânea informal ordinária simples livre ocasional e acidental consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas É mais empregada em estudos exploratórios e não tem planejamento e controle previamente elaborados O que caracteriza a observação assistemática é o fato de o conhecimento ser obti do através de uma experiência casual sem que se tenha determinado de antemão quais os aspectos relevantes a serem observados e que meios utilizar para observálos Ru dio197935 O êxito da utilização dessa técnica vai depender do observador de estar ele atento aos fenômenos que ocorrem no mundo que o cerca de sua perspicácia discernimento 192 preparo e treino além de ter uma atitude de prontidão Muitas vezes há uma única oportunidade para estudar certo fenômeno outras vezes essas ocasiões são raras To davia a observação não estruturada pode apresentar perigos quando o pesquisador pensa que sabe mais do que o realmente presenciado ou quando se deixa envolver emo cionalmente A fidelidade no registro dos dados é fator importantíssimo na pesquisa científica Para AnderEgg 197897 a observação assistemática não é totalmente espontâ nea ou casual porque um mínimo de interação de sistema e de controle se impõem em todos os casos para chegar a resultados válidos De modo geral o pesquisador sempre sabe o que observar 9312 OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA A observação sistemática também recebe várias designações estruturada planejada controlada Utiliza instrumentos para a coleta dos dados ou fenômenos observados Realizase em condições controladas para responder a propósitos preestabeleci dos Todavia as normas não devem ser padronizadas nem rígidas demais pois tanto as situações quanto os objetos e objetivos da investigação podem ser muito diferentes Deve ser planejada com cuidado e sistematizada Na observação sistemática o observador sabe o que procura e o que carece de im portância em determinada situação deve ser objetivo reconhecer possíveis erros e eli minar sua influência sobre o que vê ou recolhe Vários instrumentos podem ser utilizados na observação sistemática quadros ano tações escalas dispositivos mecânicos etc 9313 OBSERVAÇÃO NÃOPARTICIPANTE Na observação nãoparticipante o pesquisador toma contato com a comunidade grupo ou realidade estudada mas sem integrarse a ela permanece de fora Presencia o fato mas não participa dele não se deixa envolver pelas situações faz mais o papel de espectador Isso porém não quer dizer que a observação não seja consciente dirigida ordenada para um fim determinado O procedimento tem caráter sistemático Alguns autores dão a designação de observação passiva sendo o pesquisador ape nas um elemento a mais 193 9314 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE Consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo Ele se incorpora ao grupo confundese com ele Fica tão próximo quanto um membro do gru po que está estudando e participa das atividades normais deste Para Mann 197096 a observação participante é uma tentativa de colocar o ob servador e o observado do mesmo lado tomandse o observador um membro do grupo de molde a vivenciar o que eles vivenciam e trabalhar dentro do sistema de referência deles o observador participante enfrenta grandes dificuldades para manter a objetividade pelo fato de exercer influência no grupo ser influenciado por antipatias ou simpatias pessoais e pelo choque do quadro de referência entre observador e observado O objetivo inicial seria ganhar a confiança do grupo fazer os indivíduos compreen derem a importâricia da investigação sem ocultar o seu objetivo ou sua missão mas em certas circunstâncias há mais vantagem no anonimato Em geral são apontadas duas formas de observação participante a Natural O observador pertence à mesma comunidade ou grupo que inves tiga b Artificial O observador integrase ao grupo com a fmalidade de obter in formações 9315 OBSERVAÇÃO INDIVIDUAL Como o próprio nome indica é técnica de observação realizada por um pesquisa dor Nesse caso a personalidade dele se projeta sobre o observado fazendo algumas in ferências ou distorções pela limitada possibilidade de controles Por outro lado pode intensificar a objetividade de suas informações indicando ao anotar os dados quais são os eventos reais e quais são as interpretações É uma tarefa difícil mas não im possível Em alguns aspectos a observação só pode ser feita individualmente 9316 OBSERVAÇÃO EM EQUIPE A observação em equipe é mais aconselhável do que a individual pois o grupo p de observar a ocorrência por vários ângulos Quando uma equipe está vigilante registrando o problema na mesma área surge a oportunidade de confrontar seus dados posteriormente para verificar as predisposições 194 A observação em equipe segundo AnderEgg 1978100 pode realizarse de dife rentes formas a todos observam o mesmo com o qual se procura corrigir as distorções que podem advir de cada investigador em particular b cada um observa um aspecto diferente c a equipe recorre à observação mas alguns membros empregam outros procedimentos d constituise uma rede de observadores distribuídos em uma cidade região ou país tratase da técnica denominada de observação maciça ou obser vação em massa 9317 OBSERVAÇÃO NA VIDA REAL Normalmente as observações são feitas no ambiente real registrandose os dados à medida que forem ocorrendo espontaneamente sem a devida preparação A melhor ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre Isto reduz as tendências seletivas e a deturpação na reevocação 9318 OBSERVAÇÃO EM LABORATÓRIO A observação em laboratório é aquela que tenta descobrir a ação e a conduta que teve lugar em condições cuidadosamente dispostas e controladas Entretanto muitos as pectos importantes da vida humana não podem ser observados sob condições idealiza das no laboratório A observação em laboratório tem até certo ponto um caráter artificial mas é im portante estabelecer condições o mais próximo do natural que não sofram influências indevidas pela presença do observador ou por seus aparelhos de medição e registro O uso de instrumentos adequados possibilita a realização de observações mais refi nadas do que aqulas proporcionadas apenas pelos sentidos 932 Entrevista A entrevista é um encontro entre duas pessoas a fim de que uma delas obtenha in formações a respeito de determinado assunto mediante uma conversação de natureza profissional É um procedimento utilizado na investigação social para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social 195 Para Goode e Hatt 1969237 a entrevista consiste no desenvolvimento de pre cisão focalização fidedignidade e validade de certo ato social como a conversação Tratase pois de uma conversação efetuada face a face de maneira metódica pro porciona ao entrevistado verbalmente a informação necessária Alguns autores consideram a entrevista como o instrumento por excelência da in vestigação social Quando realizado por um investigador experiente é muitas vezes superior a outros sistemas de obtenção de dados afirma Best 1972 120 A entrevista é importante instrumento de trabalho nos vários campos das ciências sociais ou de outros setores de atividades como da Sociologia da Antropologia da Psicologia Social da Política do Serviço Social do Jornalismo das Relações Públicas da Pesquisa de Mercado e outras 9321 OBJETIVOS A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevista do sobre determinado assunto ou problema 196 Quanto ao conteúdo Selltiz 196528695 apresenta seis tipos de objetivos a Averiguação de fatos Descobrir se as pessoas que estão de posse de certas informações são capazes de compreendêIas b Determinação das opiniões sobre os fatos Conhecer o que as pessoas pensam cu acreditam que os fatos sejam c Determinação de sentimentos Compreender a conduta de alguém através de seus sentimentos e anseios d Descoberta de planos de ação Descobrir por meio das definições indivi duais dadas qual a conduta adequada em determinadas situações a fim de prever qual seria a sua As definições adequadas da ação apresentam em geral dois componentes os padrões éticos do que deveria ter sido feito e considerações práticas do que é posslvei fazer e Conduta atualou do passado Inferir que conduta a pessoa terá no futuro conhecendo a maneira pela qual ela se comportou no passado ou se com porta no presente em determinadas situações f Motivos conscientes para opiniões sentimentos sistemas ou condutas Descobrir quais fatores podem influenciar as opiniões sentimentos e condu ta e por quê 9322 TIPOS DE ENTREVISTAS Há diferentes tipos de entrevistas que variam de acordo com o propósito do entre vistador a Padronizada ou Estruturada É aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido as perguntas feitas ao indivíduo são pre determinadas Ela se realiza de acordo com um formulário ver mais adian te elaborado e é efetuada de preferência com pessoas selecionadas de acordo com um plano O motivo da padronização é obter dos entrevistados respostas às mesmas perguntas permitindo que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas e que as diferenças devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas Lodi 197416 O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas a determinada si tuação de alterar a ordem dos tópicos ou de fazer outras perguntas b Despadronizada ou nãoestruturada O entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão Em geral as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal Esse tipo de entrevista segundo AnderEgg 1978110 apresenta três mo dalidades Entrevista focalizada Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser sonda razões e motivos dá esclarecimentos não obedecen do a rigor a uma estrutura formal Para isso são necessários habilida de e perspicácia por parte do entrevistador Em geral é utilizada em es tudos de situações de mudança de conduta Entrevista clínica Tratase de estudar os motivos os sentimentos a conduta das pessoas Para esse tipo de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas específicas Não dirigida Há liberdade total por parte do entrevistado que poderá expressar suas opiniões e sentimentos A função do entrevistador é de incentivo levando o informante a falar sobre determinado assunto sem entretanto forçálo a responder c Painel Consiste na repetição de perguntas de tempo em tempo às mesmas pessoas a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa para que o entrevista do não distorça as respostas com essas repetições 197 9323 VANTAGENS E LIMITAÇÕES Como técnica de coleta de dados a entrevista oferece várias vantagens e limitações Vantagens a Pode ser utilizada com todos os segmentos da população analfabetos ou al fabetizados b Fornece uma amostragem muito melhor da população geral o entrevistado não precisa saber ler ou escrever c Há maior flexibilidade podendo o entrevistador repetir ou esclarecer per guntas formular de maneira diferente especificar algum significado como garantia de estar sendo compreendido d Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes condutas podendo o en treviso ser observado naquilo que diz e como diz registro de reações gestos etc e Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em fontes documentais e que sejam relevantes e significativos f Há possibilidade de conseguir informações mais precisas podendo ser comprovadas de imediato as discordâncias g Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento es tatístico Limitações A entrevista apresenta algumas limitações ou desvantagens que podem ser supera das ou minimizadas se o pesquisador for uma pessoa com bastante experiência ou tiver muito bomsenso As limitações são 198 a Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes b Incompreensão por parte do informante do significado das perguntas da pesquisa que pode levar a uma falsa interpretação c Possibilidade de o entrevistado ser influenciado consciente ou inconscien temente pelo questionador pelo seu aspecto físico suas atitudes idéias opiniões etc d Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias e Retenção de alguns dados importantes receando que sua identidade seja revelada f Pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados g Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada 9324 PREPARAÇÃO DA ENTREVISTA A preparação da entrevista é uma etapa importante da pesquisa requer tempo o pesquisador deve ter uma idéia clara da informação de que necessita e exige algumas medidas a Planejamento da entrevista deve ter em vista o objetivo a ser alcançado b Conhecimento prévio do entrevistado objetiva conhecer o grau de familia ridade dele com o assunto c Oportunidade da entrevista marcar com antecedência a hora e o local para assegurarse de que será recebido d Condições favoráveis garantir ao entrevistado o segredo de suas confidên cias e de sua identidade e Contato com líderes esperase obter maior entrosamento com o entrevista do e maior variabilidade de informações f Conhecimento prévio do campo evita desencontros e perda de tempo g Preparação específica organizar roteiro ou formulário com as questões im portantes 9325 DlRETRIZES DA ENTREVISTA A entrevista que visa obter respostas válidas e informações pertinentes é uma ver dadeira arte que se aprimora com o tempo com treino e com experiência Exige habili dade e sensibilidade não é tarefa fácil mas é básica Quando o entrevistador consegue estabelecer certa relação de confiança com o en trevistado pode obter informações que de outra maneira talvez não fossem possíveis Para maior êxito da entrevista devemse observar algumas normas a Contato Inicial O pesquisador deve entrar em contato com o infonnante e estabelecer desde o primeiro momento uma conversação amistosa expli cando a finalidade da pesquisa seu objeto relevância e ressaltar a necessi dade de sua colaboração É importante obter e manter a confiança do entre vistado assegurandolhe o caráter confidencial de suas informações Criar um ambiente que estimule e que leve o entrevistado a ficar à vontade e a fa lar espontânea e naturalmente sem tolhimentos de qualquer ordem A con versa deve ser mantida numa atmosfera de cordialidade e de amizade rap port 199 200 Mediante a técnica da entrevista o pesquisador pode levar o entrevistado a uma penetração maior em sua própria experiência explorando áreas impor tantes mas não previstas no roteiro de perguntas O entrevistado pode falar mas principalmente deve ouvir procurando sem pre manter o controle da entrevista b Formulação de Perguntas As perguntas devem ser feitas de acordo com o tipo da entrevista padronizadas obedecendo ao roteiro ou formulário preestabelecido nãopadronizadas deixando o informante falar à vontade e depois ajudálo com outras perguntas entrando em maiores detalhes Para não confundir o entrevistado devese fazer uma pergunta de cada vez e primeiro as que não tenham probabilidade de ser recusadas Devese permitir ao informante restringir ou limitar suas informações Toda pergun ta que sugira resposta deve ser evitada c Registro de Respostas As respostas se possível devem ser anotadas no momento da entrevista para maior fidelidade e veracidade das informações O uso do gravador é ideal se o informante concordar com a sua utilização A anotação posterior apresenta duas inconveniências falha de memória eou distorção do fato quando não se guardam todos os elementos O registro deve ser feito com as mesmas palavras que o entrevistado usar evitandose resumilas Outra preocupação é manter o entrevistador atento em relação aos erros devendose conferir as respostas sempre que puder Se possível anotar gestos atitudes e inflexões de voz Ter em mãos todo o material necessário para registrar as informações d Término da Entrevista A entrevista deve terminar como começou isto é em ambiente de cordialidade para que o pesquisador se necessário possa voltar e obter novos dados sem que o informante se oponha a isso Uma condição para o êxito da entrevista é que mereça aprovação por parte do informante e Requisitos Importantes As respostas de uma entrevista devem atender aos seguintes requisitos apontados por Lodi 129 validade relevância especificidade e clareza profundidade e extensão Validade Comparação com a fonte externa com a de outro entrevista dor observando as dúvidas incertezas e hesitações demonstradas pelo entrevistado Relevância Importância em relação aos objetivos da pesquisa Especificidade e Clareza Referência a dados data nomes lugares quantidade percentagens prazos etc com objetividade A clareza dos termos colabora na especificidade Profundidade Está relacionada com os sentimentos pensamentos e lembranças do entrevistado sua intensidade e intimidade Extensão Amplitude da resposta 94 OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA A observação diteta extensiva realizase através do questionário do formulário de medidas de opinião e atitudes e de técnicas mercadológicas 941 Questionário Questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série orde nada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevis tador Em geral o pesquisador envia o questionário ao informante pelo correio ou por um portador depois de preenchido o pesquisado devolveo do mesmo modo Junto com o questionário devese enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa sua importância e a necessidade de obter respostas tentando despertar o interesse do recebedor no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável Em média os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25 de devo lução Selltiz 1965 281 aponta alguns fatores que exercem influência no retomo dos questionários O patrocinador a forma atraente a extensão o tipo de carta que o acompanha solicitando colaboração as facilidades para seu preenchimento e sua devo lução pelo correio motivos apresentados para a resposta e tipo de classe de pessoas a quem é enviado o questionário 9411 VANTAGENS E DESVANTAGENS Como toda técnica de coleta de dados o questionário também apresenta uma série de vantagens e desvantagens Vantagens a Economiza tempo viagens e obtém grande número de dados b Atinge maior número de pessoas simultaneamente c Abrange uma área geoca mais ampla d Economiza pessoal tanto em adestramento quanto em trabalho de campo 201 e Obtém respostas mais rápidas e mais precisas f Há maior liberdade nas respostas em razão do anonimato g Há mais segurança pelo fato de as respostas não serem identificadas h Há menos risco de distorção pela não influência do pesquisador i Há mais tempo para responder e em hora mais favorável j Há mais uniformidade na avaliação em virtude da natureza impessoal do instrumento I Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis Desvantagens a Percentagem pequena dos questionários que voltam b Grande número de perguntas sem respostas c Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas d Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas e A dificuldade de compreensão por parte dos informantes leva a uma uni formidade aparente f Na leitura de todas as perguntas antes de respondêlas pode uma questão influenciar a outra g A devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização h O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos toma difícil o controle e a verificação i Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário invalidando portanto as questões j Exige um universo mais homogêneo 9412 PROCESSO DE ELABORAÇÃO A elaboração de um questionário requer a observância de normas precisas a fim de aumentar sua eficácia e validade Em sua organização devemse levar em conta os ti pos a ordem os grupos de perguntas a fonnulação das mesmas e também Utudo aquilo que se sabe sobre percepção estereótipos mecanismos de defesa liderança etc Au gras 1974143 O pesquisador deve conhecer bem o assunto para poder dividilo organizando uma lista de 10 a 12 temas e de cada um deles extrair duas ou três perguntas O processo de elaboração é longo e complexo exige cuidado na seleção das questões levando em consideração a sua importância isto é se oferece condições para 202 a obtenção de informações válidas Os temas escolhidos devem estar de acordo comos objetivos geral e específico O questionário deve ser limitado em extensão e em fInalidade Se for muito longo causa fadiga e desinteresse se curto demais corre o risco de não oferecer sufIcientes informações Deve conter de 20 a 30 perguntas e demorar cerca de 30 minutos para ser respondido É claro que este número não é fIxo varia de acordo com o tipo de pesquisa e dos informantes IdentifIcadas as questões estas devem ser codifIcadas a fIm de facilitar mais tarde a tabulação Outro aspecto importante do questionário é a indicação da entidade ou organização patrocinadora da pesquisa Por exemplo CNPq Deve estar acompanhado por instruções defInidas e notas explicativas para que o informante tome ciência do que se deseja dele O aspecto material e a estética também devem ser observados tamanho facilidade de manipulação espaço sufIcient para as respostas a disposição dos itens de forma a facilitar a computação dos dados 9413 O PRÉTESTE Depois de redigido o questionário precisa ser testado antes de sua utilização defIni tiva aplicandose alguns exemplares em uma pequena população escolhida A análise dos dados após a tabulação evidenciará possíveis falhas existentes in consistência ou complexidade das questões ambigüidade ou linguagem inacessível perguntas supérfluas ou que causam embaraço ao informante se as questões obedecem a determinada ordem ou se são muito numerosas etc VerifIcadas as falhas devese reformular o questionário conservando modifIcan do ampliando ou liminando itens explicitando melhor alguns ou modificando a re dação de outros Perguntas abertas podem ser transformadas em fechadas se não houver variabilidade de respostas O préteste pode ser aplicado mais de uma vez tendo em vista o seu aprimoramento e o aumento de sua validez Deve ser aplicado em populações com caracteríscas seme lhantes mas nunca naquela que será alvo de estudo O préteste serve também para verifIcar se o questionário apresenta três importantes elementos a Fidedignidade Qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos resultados b Validade Os dados recolhidos são necessários à pesquisa c Operatividade Vocabulário acessível e significado claro 203 o préteste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futuros resulta dos 9414 CLASSIFICAÇÃO DAS PERGUNTAS Quanto à forma as perguntas em geral são classificadas em três categorias aber tas fechadas e de múltipla escolha a Perguntas abertas Também chamadas livres ou não limitadas são as que permi tem ao informante responder livremente usando linguagem própria e emitir opi niões Possibilita investigações mais profundas e precisas entretanto apresenta alguns in convenientes dificulta a resposta ao próprio informante que deverá redigila o processo de tabulação o tratamento estatístico e a interpretação A análise é difícil complexa cansativa e demorada Exemplos 1 Qual é sua opinião sobre a legalização do aborto 2 Em sua opinião quais são as principais causas da delinqüência no Brasil b Perguntas fechadas ou dicotômicas Também denominadas limitadas ou de alter nativas fIxas são aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções sim e não Exemplos 1 Os sindicatos devem ou não formar um partido político 1 Sim 2 Não 2 Você é favorável ou contrário ao celibato dos padres 1 favorável 2 contrário 204 Este tipo de pergunta embora restrinja a liberdade das respostas facilita o trabalho do pesquisador e também a tabulação as respostas são mais objetivas Há duas formas de fazer perguntas dicotômicas a primeira seria indicar uma das al ternativas ficando implícita a outra a segunda apresentar as duas alternativas para es colha A maior eficiência desta segunda forma está diretamente relacionada a dois as pectos em primeiro lugar não induzir a resposta e em segundo ao fato de uma per gunta enunciada de forma negativa receber geralmente uma percentagem menor de respostas do que a de forma positiva Boyde e Westfall 19782967 Russ apresenta os resultados de experiências realizadas para testar os efeitos de perguntas com apenas uma alternativa expressa de forma positiva e de forma negativa Forma A Você acha que os Estados Unidos deveriam permitir discursos públicos contra a democracia Forma B Você acha que os Estados Unidos deveriam proibir discursos públicos contra a democracia Os resultados obtidos foram os seguintes Forma A Deveriam permitir Não deveriam permitir Não deram opinião 21 62 17 FormaB Não deveriam proibir Deveriam proibir Não deram opinião 39 46 15 Em conclusão podese dizer que a fórmula que engloba as duas alternativas na própria pergunta é a mais aconselhável pois sendo neutra não induz a resposta Você acha que os Estados Unidos deveriam permitir ou proibir discursos públi cos contra a democracia Quando é acrescentado mais um item não sei a pergunta denominase trlcotô mica Exemplos 1 Você acha que deveria ser permitido ou não aos divorciados mais de um casamento 1 Sim 2 Não 3 Não sei 205 2 Você é favorável ou contrário à política econômica do governo 1 Favorável 2 Contrário 3 Não sei c Perguntas de múltipla escolha São perguntas fechadas mas que apresentam uma série de possíveis respostas abrangendo várias facetas do mesmo assunto 206 Perguntas com mostruário perguntas leque ou cafeterias As respostas possíveis estão estruturadas junto à pergunta devendo o informante assinalar uma ou várias delas Têm a desvantagem de sugerir respostas Explicitar quan do se deseja uma só resposta Exemplos 1 Qual é para você a principal vantagem do trabalho temporário ESCOLHER APENAS UMA RESPOSTA 1 Maior liberdade no trabalho 2 Maior liberdade em relação ao chefe 3 Variações no serviço 4 Poder escolher um bom emprego para se fixar 5 Desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional 6 Maiores salários 2 Quais são as principais causas da inflação no Brasil 1 Procura de produtos maior do que a oferta 2 Correção monetária 3 Aumento dos custos matériaprima salários 4 Manutenção de margem de lucro por empresas que têm certo poder monopolístico indústria de automóveis 5 Expansão do crédito maior do que o crescimento das poupanças 6 Aumento correspondente dos salários sem corresponden te aumento da produção Perguntas de estimação ou avaliação Consistem em emitir um julgamento através de uma escala com vários graus de intensidade para um mesmo item As respostas sugeridas são quantitativas e indicam um grau de intensidade crescente ou decrescente Exemplos 1 As relações com seus companheiros de trabalho são em média 1 Ótimas 2 Boas 3 Regulares 4 Más 5 Péssimas 2 Você se interessa pela política nacional 1 Muito 2 Pouco 3 Nada 3 Você assiste a novelas na TV 1 Sempre 2 Às vezes 3 Raramente 4 Nunca A técnica da escolha múltipla é facilmente tabulável e proporciona uma exploração em profundidade quase tão boa quanto a de perguntas abertas A combinação de rejpostas de múltipla escolha com as respostas abertas possibilita mais informações sobre o assunto sem prejudicar a tabulação Exemplos 1 Você escolhe um livro para ler pelo 1 Assunto 2 Autor 3 Capa e apresentação 4 Texto da orelha 5 Rendação de amigos 6 Divulgação pelos meios de comunicação de massa 7 Outro Qua1 2 Você escolhe um candidato pelo 1 Partido político 2 Qualidades pessoais 207 3 Platafonna política 4 Facilidade de expressão 5 Aparência 6 Outra Qual Quanto ao objetivo as perguntas podem ser a Perguntas de Fato Dizem respeito a questões concretas tangíveis fáceis de preci sar portanto referemse a dados objetivos idade sexo profissão domicílio estado civil ou conjugal religião etc Geralmente não se fazem perguntas diretas sobre ca sos em que o ínfonnante sofra constrangimento Exemplos 1 Qual é a sua profissão 2 Propriedade do domicílio 1 Própria 2 Alugada 3 Cedida b Perguntas de Ação Referemse a atitudes ou decisões tomadas pelo indivíduo 208 São objetivas às vezes diretas demais podendo em alguns casos despertar certa desconfiana por parte do ínfonnante influindo no seu grau de sinceridade Devem ser redigidas com bastante cuidado Exemplos 1 Em qual candidato a deputado estadual você votou na última eleição 2 O que você fez no último fim de semana 1 Viajou 2 Ficou em casa 3 Visitou amigos 4 Praticou esportes 5 Assistiu a algum espetáculo 6 Outro Qual c Perguntas de ou sobre Intenção Tentam averiguar o procedimento do indivíduo em determinadas circunstâncias Não se pode confiar na sinceridade da resposta entretanto os resultados podem ser considerados aproximativos É um tipo de per gunta empregado em grande escala nas pesquisas préeleitorais Exemplos 1 Nas eleições diretas para presidente em quem você votará 2 Em relação ao seu emprego atual pretende 1 Permanecer nele 2 Mudar de empresa 3 Mudar de profissão d Perguntas de Opinião Representam a parte básica da pesquisa Exemplos 1 Em sua opinião devese dar a conhecer a um filho adotivo essa condição 1 Sim 2 Não 3 Não sei 2 Você acha que o cigarro 1 É prejudicial à saúde 2 Não afeta a saúde 3 Não tem opinião e PerguntasÍndice ou PerguntasTeste São utilizadas sobre questões que suscitam medo quando formuladas diretamente fazem parte daquelas consideradas social mente inaceitáveis Mediante este tipo de perguntas procurase estudar um fenôme no através de um sistema ou índice revelador do mesmo É utilizada no caso em que a pergunta direta é considerada imprópria indiscreta Geralmente é errado perguntar diretamente ao entrevistado quanto ele ganha A maioria das organizações de pesquisa classifica os entrevistados em categorias sócio econômicas através de um sistema de pontuação Este é obtido por intermédio de uma série de perguntas englobando na maioria dos casos itens de conforto doméstico apa relhos eletrodomésticos televisão etc carro marca e ano habitação própria ou alu gada escolaridade do chefe de família e renda familiar Para cada resposta é atribuído um valor e a classificação dos pesquisados em nível sócioeconômico obtémse através da soma desses pontos 209 Normalmente perguntas relativas a aspectos íntimos ou a vícios consumo de dro gras etc são consideradas indiscretas da mesma forma que aquelas que abordam as pectos relacionados a preconceitos Para contornar essa dificuldade podese fazer a pergunta de forma indireta dan dose ao entrevistado uma série de opções que até certo ponto podem medir o seu grau de preconceito Exemplos 1 Qual a sua opinião sobre casamento interracial 1 Proibiria seus fIlhos 2 Em geral é contra 3 Em alguns casos é aceitável 4 Não tenho opinião formada 5 É favorável Alguns autores classificam ainda as perguntas em a Direta ou Pessoal Quando formuladas em termos pessoais incluindo a pessoa do informado Exemplo 1 CQmo você b Indireta ou Impessoal Quando formuladas visando a outras pessoas Exemplo 1 Deveriam os brasileiros 9415 CONTEÚDO VOCABULÁRIO BATERIA Em relação ao conteúdo o pesquisador deve estar seguro de que a pergunta ou questão é necessária à investigação se requer ou não apoio de outras perguntas se os entrevistadores têm a informação necessária para responder a pergunta Pardinas 197787 Quanto ao vocabulário as perguntas devem ser formuladas de maneira clara obje tiva precisa em linguagem acessível ou usual do informante para serem entendidas com facilidade Perguntas ambíguas que impliquem ou insinuem respostas ou que in duzam a inferências ou generalizações não podem constar 210 Não há necessidade de as perguntas serem indiscretas mas sempre que possível umas devem confIrmar as outras Precisam ser examinadas também sob o aspecto das al ternativas verifIcar se estão bem expressas eou se provocam reações ou distorções Bateria é uma série de perguntas que têm a fmalidade de aprofundar algum ponto importante da investigação e do questionário ou formulário Não convém colocálas em seguida para evitar o perigo da contaminação ou da distorção 9416 ORDEM DAS PERGUNTAS Outro aspecto que merece atenção é a regra geral de se iniciar o questionário com perguntas gerais chegando pouco a pouco às específicas técnicas do funi e colocar no fInal as questões de fato para não causar insegurança No decorrer do questionário devemse colocar as perguntas pessoais e impessoais alternadas A disposição das perguntas precisa seguir uma progressão lógica aftrmam Goo de e Hatt 1969177 para que o informante a seja conduzido a responder pelo interesse despertado sendo as perguntas atraentes e não controvertidas b seja levado a responder indo dos itens mais fáceis para os mais complexos c não se defronte prematura e subitamente com informações pessoais questões delicadas devem vir mais no fIm d seja levado gradativamente de um quadro de referência a outro facilitan do o entendimento e as respostas As primeiras perguntas de descontração do entrevistado são chamadas de que bragelo porque têm a função de estabelecer contato colocandoo à vontade Devese fugir o quanto possível do chamado efeito do contágio ou seja à in fluência da pergunta precedente sobre a seguinte Augras 1974 156 Exemplos Suponhase que seja apresentada a seguinte seqüência de perguntas Você é católico resposta positiva É praticante resposta positiva C nhece a posição do Vaticano sobre o aborto resposta pJsitiva Tomou conhe cimento da declaração do Papa sobre o aborto resposta positiva Você é fa vorável ou contrário ao aborto A tendência será o aumento de respostas contrário mesmo que a pessoa seja fa vorável a seqüência de perguntas patenteia ao entrevistado sua atitude contraditória al terando sua resposta 211 Para evitar o efeito de contágio as perguntas relativas ao mesmo tema devem apa recer separadas primeiro a opinião e por último as perguntas de fato Pode ocorrer também o contágio emocional e para evitálo devemse alterar as perguntas simples dicotômÍcas ou tricotômÍcas com as perguntas mais complexas abertas ou de múltipla escolha 942 Formulário o formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social cujo sis tema de coleta de dados consiste em obter informações diretamente do entrevistado Nogueira 1968129 define formulário como sendo uma lista formal catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes quer da observação quer de interro gatório cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador à medida que faz as ob servações ou recebe as respostas ou pelo pesquisado sob sua orientação Para Selltiz 1965172 formulário é o nome geral usado para designar uma co leção de questões que são perguntadas e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com outra pessoa Portanto o que caracteriza o formulário é o contato face a face entre pesquisador e informante e ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador no momento da entrevista São três as qualidades essenciais de todo formulário apontadas por AnderEgg 1978125 a Adaptação ao objeto de investigação b Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho c Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório para o objetivo proposto 9421 VANTAGENS E DESVANTAGENS o formulário assim como o questionário apresenta uma série de vantagens e des vantagens 212 Vantagens a Utilizado em quase todo o segmento da população alfabetizados analfabe tos populações heterogêneas etc porque seu preenchimento é feito pelo entrevistador b Oportunidade de estabelecer rapport devido ao contato pessoal c Presença do pesquisador que pode explicar os objetivos da pesquisa orien tar o preenchimento do fonnulário e elucidar significados de perguntas que não estejam muito claras d Flexibilidade para adaptarse às necessidades de cada situação podendo o entrevistador refonnular itens ou ajustar o fonnulário à compreensão de ca da infonnante e Obtenção de dados mais complexos e úteis f Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes em determinado grupo g Uniformidade dos símbolos utilizados pois é preenchido pelo próprio pes quisador Desvantagens a Menos liberdade nas respostas em virtude da presença do entrevistador b Risco de distorções pela influência do aplicador c Menos prazo para responder às perguntas não havendo tempo para pensar elas podem ser invalidadas d Mais demorado por ser aplicado a uma pessoa de cada vez e Insegurança das respostas por falta do anonimato f Pessoas possuidoras de infonnações necessárias podem estar em localidades muito distantes tornando a resposta difícil demorada e dispendiosa 9422 APRESENTAÇÃO DO FORMULÁRIO A observância de alguns aspectos é necessária na construção do fonnulário para facilitar o seu manuseio e sua posterior tabulação Deve ser levado em conta o tipo o tamanho e o fonnato do papel a estética e o espaçamento devem ser observados e cada item deve ter espaço suficinte para a te dação das respostas Os itens e subitens precisam ser indicados com letras ou números e as perguntas ter certa disposição conservando distância razoável entre si Deve ser da tilografado mimeografado ou impresso em uma só face do papel É importante numerar as folhas As formas de registro escolhidas para assinalar as respostas traço círculo qua drado ou parêntesis devem pennanecer sempre as mesmas em todo o instrumento A redação simples clara concisa é ideal Itens em demasia devem ser evitados Causam má impressão questionários ou fonnulários antiestéticos em tennos de papel disposição das perguntas grafia etc afirma Witt 197346 213 LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte III AUGRAS Monique Opinião pública teoria e pesquisa 2 ed Petrópolis Vozes 1974 Parte II BEST J W Como investigar en educación 2 ed Madrid Morata 1972 Capítulo 7 BOYD JÚNIOR Harper W WESTFALL Ralph Pesquisas mercadológicas textos e casos 3 ed Rio de Janeiro Getúlio Vargas 1978 Capítulo 1 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 3 ed São Paulo Nacional 1969 Capítulos 9 a 13 16 e 17 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento 2 ed São Paulo EPUIEDUSP 1975 Capítulos 4 e 5 LODI João Bosco A entrevista teoria e prática 2 ed São Paulo Pioneira 1974 MANN Peter H Métodos de investigação sociológica Rio de Janeiro Zahar 1970 Capítulos 4567 e 8 NOGUEIRA Oracy Pesquisa social introdução às suas técnicas São Paulo Nacio nalIEDUSP 1968 Parte II PARDINAS Felipe Metodologla y técnica de investigación en ciencias sociales in troducción elemental 2 ed México Siglo Veinteuno 1977 Capítulo 3 PHILLIPS Bernard S Pesquisa social estratégias e táticas Rio de Janeiro Agir 1974 Parte II Capítulos 6 7 e 8 Parte III Capítulos 10 11 e 12 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 Capítulos 4 e 9 SELLTIZ C et aI Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 Capítulos 6 7 9 e 10 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Capítulo 8 WITT Aracy Metodologia de pesquisa questionário e formulário 2 ed São Paulo Resenha Tributária 1975 214 10 Projeto e relatório de pesquisa 101 NOÇÕES PRELIMINARES o projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração execução e apresentação da pesquisa Esta necessita ser planejada com extremo rigor caso contrá rio o investigador em determinada altura encontrarseá perdido num emaranhado de dados colhidos sem saber como dispor dos mesmos ou até desconhecendo seu signifi cado e importância Em uma pesquisa nada se faz ao acaso Desde a escolha do tema fIxação dos obje tivos determinação da metodologia coleta dos dados sua análise e interpretação para a elaboração do relatório fInal tudo é previsto no projeto de pesquisa Este portanto de ve responder às clássicas questões o quê porquê para quê e para quem onde como com quê quanto e quando quem com quanto Entretanto antes de redigir um projeto de pesquisa alguns passos devem ser dados Em primeiro lugar exigeIse estudos preliminares que permitirão verifIcar o estado da questão que se pretende desenvolver sob o aspecto teórico e de outros estudos e pesqui sas já elaborados Tal esforço não será desperdiçado pois qualquer tema de pesquisa necessita de adequada integração na teoria existente e a análise do material já disponí vel será incluída no projeto sob o título de revisão da bibliografIa A seguir elabo rase um anteprojeto de pesquisa cuja fInalidade é a integração dos diferentes elemen tos em quadros teóricos e aspectos metodológicos adequados permitindo também am pliar e especificar os quesitos do projeto a defInição dos termos Finalmente prepa rase o projeto definitivo mais detalhado e apresentando rigor e precisão metodológi cos 215 102 ESTRUTURA DO PROJETO A Apresentação quem a Capa entidade título e subtítulo se houver coordenador es local e data b Relação do Pessoal Técnico entidade nome endereço telefone coordenadores nome endereço telefone pessoal técnico cargo nome endereço telefone B Objetivo para quê para quem a Tema b Delimitação do Tema especificação limitação geográfica e temporal c Objetivo Geral d Objetivos Específicos C Justificativa por quê D Objeto o quê a Problema b Hipótese Básica c Hipóteses Secundárias d Variáveis E Metodologia como com quê onde quanto a Método de Abordagem b Método de Procedimento c Técnicas descrição como será aplicado codificação e tabulação 216 d Delimitação do Universo descrição da população e Tipo de Amostragem caracação seleção F Embasamento Teórico como a Teoria de Base b Revisão da Bibliografia c DefInição dos Termos G Cronograma quando H Orçamento com quanto n Instrumentos de Pesquisa como 1 Bibliografia 1021 Apresentação Apresentação do projeto de pesquisa respondendo à questão quem iniciase com a capa onde são indicados os elementos essenciais à compreensão do estudo que se pretende realizar sob os aupícios de quem ou para quem e ao conhecimento do res ponsável pelo trabalho O nome da entidade instituição organização empresa escola pode corresponder àquela à qual está de algum modo ligado o coordenador e que ofere ce a pesquisa para ser fmanciada ou comprada por pessoas eou entidades ou a que custeia a realização da mesma O título acompanhado ou não por subtítulo difere do tema Enquanto este último sofre um processo de delimitação e especifIcação para tomálo viável à realização da pesquisa o título sintetiza o conteúdo da mesma Portanto o título de uma pesquisa não corresponde ao tema nem à delimitação do tema mas emana dos objetivos geral e específicos quase como uma síntese dos mesmos Pode comportar um subtítulo neste caso o tttulo será mais abrangente fIcan do a caracterização para o subtttulo Toda pesquisa deve ter um responsável que se denomina coordenador Em raros casos mais de uma pessoa partilha essa posição O nome do coordenador deve vir em destaque e freqüentemente é o único que aparece seguido da indicação coord quando uma pesquisa já realizada é publicada Portanto seu âmbito de responsabilidade é muito amplo O local independe daquele em que se pretende coletar os dados Referese à cidade em que se encontra sediada a entidade ou a equipe de pesquisa tendo o coordenador 217 precedência sobre ela A data referese apenas ao ano em que o projeto é apresentado é supérflua a indicação do mês A primeira página do projeto é dedicada à relação do pessoal técnico Iniciase com a repetição do nome da entidade seguido do endereço completo incluindo os telefo nes precedidos do preftxo da cidade para contatos pelo sistema de DOO quando necessário O mesmo cuidado deve ser seguido na indicação do endereço do coordena dor que é o responsável direto por contatos com entidades às quais ou à qual o projeto é dirigido A seguir vem a relação completa do pessoal técnico discriminando os car gos seguidos do nome endereço e telefone de cada um São dispensáveis os elementos identiftcadores quando a equipe de pesquisadores de campo for numerosa Entretanto se pertencerem a uma entidade por exemplo alunos de uma escola podese indicar a lunos do ano diurno eou noturno da Faculdade 1022 Objetivo A especillcação do objetivo de uma pesquisa responde às questões para quê e pa ra quem Apresenta 10221 11E É o assunto que se deseja provar ou desenvolver Pode surgir de uma dillculdade prática enfrentada pelo coordenador da sua curiosidade científica de desaftos encon trados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria Pode ter sido sugerido pela entidade responsável pela parte fmanceira portanto encomendado o que não lhe tira o caráter científico desde que não se interftra no desenrolar da pesquisa ou se encai xar em temas muitos amplos determinados por uma entidade que se dispõe a fmanciar pesquisas e que promove uma concorrência entre pesquisadores distribuindo a verba de que dispõe entre os que apresentam os melhores projetos Independente de sua origem o tema é nessa fase necessariamente amplo precisando bem o assunto geral sobre o qual se deseja realizar a pesquisa 10222 DELIMITÇÃO DO TE Dotado necessariamente de um sujeito e de um objeto o tema passa por um proces so de especillcação O processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação geográftca e espacial com vistas na realização da pesquisa Mui tas vezes as verbas disponíveis determinam uma limitação maior do que o desejado pelo coordenador mas se se pretende um trabalho científico é preferível o aprofundamento à extensão 218 10223 OBJETIVO GERAL Está ligado a uma visão global e abrangente do tema Relacionase com o conteúdo intrínseco quer dos fenômenos e eventos quer das idéias estudadas Vinculase direta mente à própria significação da tese proposta pelo projeto 10224 OBJETIVOS ESPEdFICOS Apresentam caráter mais concreto Têm função intermediária e instrumental permi tindo de um lado atingir o objetivo geral e de outro aplicálo a situações particulares 1023 Justificativa É oúDÍco item do projeto que apresenta respostas à questão por quê De suma im portância geralmente é o elemento que contribui mais diretamente na aceitação da pes quisa pelas pessoas ou entidades que vão manciáIa Consiste numa exposição su cinta porém completa das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tomam importante a realização da pesquisa Deve enfatizar o estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer confirmação geral confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa especificação para casos particulare clarificação da teoria resolução de pontos obscuros etc importância do tema do ponto de vista geral importância do tema para os casos particulares em questão possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema proposto descoberta de soluções para casos gefais eou particulares etc A justificativa difere da revisão da bibliografia e por este motivo não apresenta ci tações de outros autores Difere também da teoria de base que vai servir de elemento unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico da ciência na qual se insere Portanto quando se trata de analisar as razões de ordem teórica ou se referir ao estágio de desenvolvimento da teoria não se pretende explicitar o referencial teórico que se irá adotar mas apenas ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria 219 Deduzse dessas características que ao conhecimento científico do pesquisador somase boa parte de criatividade e capacidade de convencer para a redação da justifi cativa 1024 Objeto Respondendo à pergunta o quê o objeto da pesquisa engloba 10241 PROBLEMA A formulação do problema prendese ao tema proposto ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende resolver por intermédio da pesquisa 10242 IDPÓTESE BÁSICA o ponto básico do tema individualizado e especificado na formulação do problema sendo uma dificuldade sentida compreendida e definida necessita de uma resposta provável suposta e provisória isto é uma hipótese A principal resposta é denomi nada hipótese básica podendo ser complementada por outras que recebem a denomi nação de secundárias Há diferentes formas de hipóteses entre elas as que afirmam em dada situação a presença ou ausência de certos fenô menos as que se referem à natureza ou características de dados fenômenos em uma situação específica as que apontam a existência ou não de determinadas relações entre fenôme nos as que prevêem variação concomitante direta ou inversa entre certos fenô menos etc 10243 IDPÓTESES SECUNDÁRIAS São afirmações toda hipótese é uma afirmação complementares da básica po dendo abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral englobar aspectos não especificados na básica 220 indicar relações deduzidas da primeira decompor em pormenores a afIrmação geral apontar outras relações possíveis de serem encontradas etc 10244 VARIÁVEIS Toda hipótese é o enunciado geral de relações entre pelo menos duas variáveis Por sua vez variável é um conceito que contém ou apresenta valores tais como quan tidades qualidades características magnitudes traços etc sendo o conceito um objeto processo agente fenômeno problema etc Maiores informações sobre problema hipó teses variáveis e conceitos podem ser encontradas nos Capítulos 4 e 5 do livro Metodo logia cientifica das mesmas autoras Atlas 1991 1025 Metodologia A especifIcação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens pois responde a um só tempo às questões como com quê onde quanto Corres ponde aos seguintes componentes 10251 MÉTODO DE ABORDAGEM A maioria dos especialistas faz hoje uma distinção entre método e métodos por se situarem em níveis claramente distintos no que se refere à sua inspiração fIlosófica ao seu grau de abstração à sua fmalidade mais ou menos explicativa à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da investigação e ao momento em que se situam Partindo do pressuposto dessa diferença o método se caracteriza por uma aborda gem mais ampla em nível de abstração mais elevado dos fenômenos da natureza e da sociedade É portanto denominado método de abordagem que engloba o indutivo o dedutivo o hipotéticodedutivo e o dialético 10252 MÉTODOS DE PROCEDIMENTO Constituem etapas mais concretas da investigação com fmalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular Nas ciên cias sociais os principais métodos de procedimento são 221 histórico comparativo monográfico ou estudo de caso estatístico tipológico funcionalista estruturalista Geralmente em uma pesquisa ao lado do método de procedimento estatístico utili zase outro ou outros que devem ser assinalados 10253 TÉCNICAS Consideradas como um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência são também a habilidade para usar esses preceitos ou normas na obtenção de seus propósitos Correspondem portanto à parte prática de coleta de dados Apresen tam duas grandes divisões documentação indireta abrangendo a pesquisa documental e a bibliográfica e documentação direta Esta última subdividese em 222 observação direta intensiva com as técnicas da observação utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade Não consiste apenas em ver e ouvir mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar Pode ser Sistemática As sistemática Participante Nãoparticipante Individual em Equipe na Vida Real em Laboratório entrevista é uma conversação efetuada face a face de maneira metódi ca proporciona ao entrevistador verbalmente a informação necessária Tipos Padronizada ou Estruturada Despadronizada ou NãoEstruturada Painel observação direta extensiva apresentando as técnicas questionário constituído por uma série de perguntas que devem ser res pondidas por escrito e sem a presença do pesquisador formulário roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preen chidas por ele com as respostas do pesquisado medidas de opinião e de atitudes instrumento de padronização por meio do qual se pode assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes com a fmalidade de comparálas testes instrumentos utilizados com a fInalidade de obter dados que per mitam medir o rendimento a freqüência a capacidade ou a conduta de indivíduos de forma quantitativa sociometria técnica quantitativa que procura explicar as relações pes soais entre indivíduos de um grupo análise de conteúdo permite a descrição sistemática objetiva e quantita tiva do conteúdo da comunicação história de vida tenta obter dados relativos à experiência Última de alguém que tenha signifIcado importante para o conhecimento do objeto em estudo pesquisa de mercado é a obtenção de informações sobre o mercado de maneira organizada e sistemática tendo em vista ajudar o processo deci sivo nas empresas minimizando a margem de erros Independentemente das técnicas escolhidas devese descrever tanto a carac terística quanto a forma de sua aplicação indicando inclusive como se pensa codifIcar e tabular os dados obtidos 10254 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO Conceituando universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanima dos que apresentam pelo mepos uma característica em comum Sendo N o número total de elementos do universo ou população o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X tal que XN Xl X2 X3 XN A delimitação do universo consiste em explicitar que pessoas ou coisas fenômenos etc serão pesquisados enumerando suas características comuns como por exemplo sexo faixa etária organização a que per tencem comunidade onde vivem etc 10255 TIPO DE AMOSTRAGEM Só ocorre quando a pesquisa não é censitária isto é não abrange a totalidade dos componentes do universo surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população O problema da amostragem é portanto escolher uma parte ou amostra de tal forma que ela seja a mais representativa possível do todo e a partir dos resultados obtidos relativos a essa parte poder inferir o mais legitimamente possível os resulta dos da pOpulação total se esta fosse verifIcada O conceito de amostra é ser uma porção ou parcela convenientemente selecionada do universo população é um subconjunto do universo Sendo n o número de elementos da amostra esta pode ser representada pela letra latina minúscula x tal que Xn Xl NJ Xn onde xnXN e n N Há duas grandes divisões no processo de amostragem a nãoprobabilista e a probabilista 223 A primeira não fazendo uso de uma fonna aleatória de seleção não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico o que diminui a possibilidade de inferir para o to do os resultados obtidos para a amostra É por este motivo que a amostragem nãopro babilista é pouco utilizada Apresenta os tipos intencional por juris por tipicidade e por quotas A segunda baseiase na escolha aleatória dos pesquisados significando o aleatório que a seleção se faz de forma que cada membro da população tinha a mesma probabilidade de ser escolhido Esta maneira permite a utilização de tratamento estatís tico que possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a re presentatividade e significância da amostra Dividese em aleatória simples sistemáti ca aleatória de múltiplo estágio por área por conglomerados ou grupos de vários de graus ou estágios múltiplos de fases múltiplas multifásica ou em várias etapas estrati ficada e amostratipo amostra principal amostra a priori ou amostra padrão Final mente se a pesquisa o necessitar podemse selecionar grupos rigorosamente iguais pela técnica de comparação de par comparação de freqüência e randomização Além de caracterizar o tipo de amostragem utilizado devemse descrever as etapas concretas de seleção da amostra 1026 Embasamento Teórico Respondendo ainda à questão como aparecem aqui os elementos de fundamen tação teórica da pesquisa e também a definição dos conceitos empregados 10261 TEORIA DE BASE A fmalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo no que se refere aos dados obtidos Para tal é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico optandose por um modelo teórico que serve de embasamento à inter pretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador o coordenador e os principais elementos de sua equipe funda mentará sua interpretação Podese tomar como exemplo um estudo que correlaciona atitudes individuais e grupais de autoridade e subordinação na organização da empresa tendo como fmalida de discenir comportamentos rotulados como de chefia e liderança relacionandoos com a maior ou menor eficiência no cumprimento dos objetivos da organização Uma das possíveis teorias que se aplicam às atitudes dos componentes da empresa é a do tipo ideal de autoridade legítima descrita por Weber Para o autor a autoridade tradicional fundamentase na crença da santidade das tradições e na legitimidade do status dos que derivam sua autoridade da tradição a au toridade em base racional legal burocrática repousa na crença em normas ou regras 224 impessoais e no direito de comandar dos indivíduos que adquirem autoridade de acordo com essas normas a autoridade carismática tem suas raízes no devotamento à santida de específica e excepcional ao heroísmo ou no caráter exemplar sendo o exemplar determinado pelas circunstâncias e necessidades específicas do grupo de um indivíduo e nos modelos normativos por ele revelados ou determinados O modelo teórico da au toridade legítima não exclui sistemas concretos de autoridade que incorporam dois ou mais elementos dos três tipos 10262 REVISÃO DA BmLIOGRAFIA Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero Mesmo que exploratória isto é de ava liação de uma situação concreta desconhecida em um dado local alguém ou um grupo em algum lugar já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes ou mesmo comple mentares de certos aspectos da pesquisa pretendida Uma procura de tais fontes docu mentais ou bibliográficas tomase imprescindível para a nãHluplicação de esforços a não descoberta de idéias já expressas a nãoinclusão de lugarescomuns no traba lho A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada demonstrar contradições ou reafIrmar comporta mentos e atitudes Tanto a confrrmação em dada comunidade de resultados obtidos em outra sociedade quanto a enumeração das discrepâncias são de grande importância 10263 DEFINIÇÃO DOS TERMOS A ciência lida com conceitos isto é termos simbólicos que sintetizam as coisas e os fenômenos perceptíveis na natureza do mundo psíquico do homem ou na sociedade de forma direta ou indireta Para que se possa esclarecer o fato ou fenômeno que se está investigando e ter possibilidade de comunicálo de forma não ambígua é necessário defInilo com precisão Termos como temperatura QI classe social precisam ser especillcados para a compreensão de todos o que signillcatemperatura elevada Acima de 30C ou 100C A representação do QI compreende os conceitos de capacidade mental criativi dade discernimento etc portanto devem ser esclarecidos E a classe social Entende se por ela a inserção do indivíduo no sistema de produção ou sua distribuição em cama das segundo a renda Até termos como pessoa idosa requerem definição a partir de que idade o indivíduo é considerado idoso para fIns de pesquisa 60 65 70 ou mais Outro fato que deve ser levado em consideração é que os conceitos podem ter signi fIcados diferentes de acordo com o quadro de referência ou a ciência que os emprega por exemplo cultura pode ser entendido como conhecimento literário popular con junto dos aspectos materiais espirituais e psicológicos que caracteriza um grupo So 225 ciologia e Antropologia e cultivo de bactérias Biologia Além disso uma mesma pa lavra por exemplo função pode ter vários significados dentro da própria ciência que a utiliza Dessa forma a defInição dos termos esclarece e indica o emprego dos conceitos na pesquisa 1027 Cronograma A elaboração do cronograma responde à pergunta quando A pesquisa deve ser di vidida em partes fazendose a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra Não esquecer que se determinadas partes podem ser executadas simultaneamen te pelos vários membros da equipe existem outras que dependem das anteriores como é o caso da análise e interpretação cuja realização depende da codifIcação e tabulação só possíveis depois de colhidos os dados 1028 Orçamento Respondendo à questão com quanto o orçamento distribui os gastos por vários itens que devem necessariamente ser separados Inclui pessoal do coordenador aos pesquisadores de campo todos os elementos devem ter computados os seus ganhos quer globais mensais semanais ou por horaatividade incluindo os programadores de computador material subdividido em elementos consumidos no processo de realização da pesquisa como pa pel canetas lápis cartões ou plaquetas de identificação dos pesquisado res de campo horacomputador datilografIa xerox encadernação etc elementos permanentes cuja posse pode retomar à entidade fInanciadora ou serem alugados como máquinas de escrever calculadoras etc 1029 Instrumentos de Pesquisa Ainda indicando como a pesquisa será realizada devemse anexar ao projeto os ins trumentos referentes às técnicas selecionadas para a coleta de dados Desde os tópicos da entrevista passando pelo questionário e formulário até os testes ou escalas de medi da de opiniões e atitudes a apresentação dos instrumentos de pesquisa deve ser feita dispensandose tal quesito apenas no caso em que a técnica escolhida for a de obser vação 226 10210 Bibliografia A bibliografia fmal apresentada no projeto de pesquisa abrange os livros artigos publicações e documentos utilizados nas diferentes fases metodologia da pesquisa instrumental teórico revisão da bibliografia 103 PESQUISAPILOTO OU PRÉTESTE Uma vez tenninado o projeto de pesquisa defmitivo a tentação de iniciar imediata mente a pesquisa é muito grande Todas as etapas foram previstas as hipóteses enun ciadas as variáveis identificadas a metodologia minuciosamente detenninada incluin do as provas estatísticas a que serão submetidos os dados colhidos portanto por que não começar incontinenti a coleta de dados A resposta encontrase em toda parte nenhuma fábrica por exemplo de automó veis lança um novo modelo sem antes construir protótipos e testálos Qual a razão desse comportamento A resposta é que muitos fatos não podem ser previstos em uma prancheta de desenho no que respeita ao desempenho real do carro com seus inúmeros componentes Dessa forma o automóvel deve ser testado em condições concretas de funcionamento pois encontramse defeitos poupamse tempo e dinheiro com seu aper feiçoamento antes que o modelo entre em linha de montagem Com a pesquisa ocorre o mesmo Como exemplo tomese o instrumento de coleta de dados que pode ser o questionário A equipe de especialistas que o preparou viven ciou o problema durante certo espaço de tempo Todas as perguntas parecem necessá rias e bem fonnuladas Mas e o entrevistado Tomará contato com o assunto no momen to da pesquisa Só pensará nele quando um pesquisador o estiver entrevistando Com preenderá ele todas as perguntas Estarão elas redigidas utilizando a linguagem que lhe é comum Ou terá dúvidas sobre o significado das questões e sobre o sentido de algu mas palavras Só a experiência o dirá Dessa fonna a pesquisapiloto tem como uma das principais funções testar o instrumento de coleta de dados É por esse motivo que se recomenda mesmo se o instrumento definitivo for o questionário a utilização no préteste do fonnulário com espaço suficiente para que o pesquisador anote as reações do entrevistado sua dificuldade de entendimento sua tendência para esquivarse de questões polêmicas ou delicadas seu embaraço com questões pessoais etc A pes quisapiloto evidenciará ainda ambigüidade das questões existência de perguntas supérfluas adequação ou não da ordem de apresentação das questões se são muito nu merosas ou ao contrário necessitam ser complementadas etc Uma vez constatadas as falhas reformulase o instrumento conservando modificando ampliando desdobrando ou alterando itens explicitando melhor algumas questões ou modificando a redação de 227 outras perguntas abertas e uma grande parte deve ser aberta na pesquisapi loto podem ser fechadas utilizando as próprias respostas dos entrevistados desde que não haja muita variabilidade Ainda em relação ao questionário o préteste poderá evidenciar se ele apresenta ou não três elementos de suma importância fidedignidade isto é obterseão sempre os mesmo resultados independen temente da pessoa que o aplica validade os dados obtidos são todos necessários à pesquisa Nenhum fato dado ou fenômeno foi deixado de lado na coleta operatividade o vocabulário é acessível a todos os entrevistados e o signi ficado das questões é claro Outra importante finalidade da pesquisapiloto é verificar a adequação do tipo de amostragem escolhido O préteste é sempre aplicado para uma amostra reduzida cujo processo de seleção é idêntico ao previsto para a execução da pesquisa mas os elemen tos entrevistados não poderão figurar na amostra final para evitar contaminação Muitas vezes descobrese que a seleção é por demais onerosa ou viciada Em suma inadequada necessitando ser modificada A aplicação da pesquisapiloto é também um bom teste para os pesquisadores Finalmente o préteste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futu ros resultados podendo inclusive alterar hipóteses modificar variáveis e a relação en tre elas Dessa forma haverá maior segurança e precisão para a execução da pesquisa 104 ESTRUTURA DO RELATÓRIO Após a coleta de dados sua codificação e tabulação tratamento estatístico análise e interpretação os resultados estão prontos para ser redigidos é o relatório de pesquisa Este compreende as seguintes partes A Apresentação a Capa entidade título e subtítulo se houver coordenador es local e data b Página de Rosto entidade título e subtítulo se houver 228 coordenador es equipe técnica local e data B Sinopse Abstract C Sumário D Introdução a Objetivo tema delimitação do tema objetivo geral objetivos específicos b Justificativa c Objeto problema hipótese básica hipóteses secundárias variáveis E Revisão da Bibliografia etodologia a étodo de Abordagem b étodos de Procedimento c Técnicas d Delimitação do Universo e Tipo de Amostragem G Embasamento Teórico a Teoria de Base b DefInição dos Termos H Apresentação dos Dados e sua Análise I Interpretação dos Resultados 1 Conclusões K Recomendações e Sugestões 229 L Apêndices a Tabelas b Quadros c Gráficos d Outras ilustrações e Instrumentos de Pesquisa M Anexos N Bibliografia 1041 Apresentação Poucas diferenças há entre a apresentação do projeto e a do relatório Apenas a fo lha com a relação do pessoal técnico é substituída pela página de rosto que repete os dizeres da capa acrescentando somente ao nome do coordenador em seqüência os no mes e respectivos cargos da equipe técnica 1042 Sinopse Abstract Consiste num resumo de no máximo uma página do conteúdo do relatório Não é uma relação de partes ou capítulos nem a enumeração das conclusões e sim a natureza da pesquisa realizada Deve ser redigida por último 1043 Sumário Relação das partes capítulos itens e subitens do trabalho com a respectiva indi cação do número de páginas iniciais 1044 Introdução A introdução abrange três itens do relatório Objetivo Justificativa e Objeto incor porando as modificações realizadas depois de aplicada a pesquisapiloto 1045 Revisão Bibliográfica Igual à do projeto com os acréscimos de novas obras ou trabalhos que tenham che gado ao conhecimento da equipe já que a pesquisa bibliográfica não se encerra com a elaboração do projeto 230 1046 Metodologia Igual à do projeto exceto as alterações determinadas pelo préteste 1047 Embasamento Teórico o que não foi alterado pela pesquisapiloto deve ser repetido no relatório 1048 Apresentação dos Dados e sua Análise A quantidade e a natureza dos dados a serem apresentados irão determinar a divisão dessa parte A ordem da divisão deve estar relacionada com a colocação das hipóteses isto é das sucessivas afirmações nelas contidas Os dados serão apresentados de acordo com sua análise estatística incorporande no texto apenas as tabelas os quadros os gráficos e outras ilustrações estritamente ne cessárias à compreensão do desenrolar do raciocínio os demais deverão vir em apên dice É importante lembrar que a função de um relatório não é aliciar o leitor mas de monstrar as evidências a que se chegou através da pesquisa Portanto na seleção do material a ser apresentado e terá de haver uma seleção o pesquisador não pode ser di rigido pelo desejo natural de ver confirmadas suas previsões à custa de dados que as re futam Todos os dados pertinentes e significativos devem ser apresentados e se algum resultado for inconclusivo tem de ser apontado As relações e correlações entre os dados obtidos constituem o cerne dessa parte do relatório aqui são oferecidas evidências à verificação das hipóteses que se processa no item seguinte 1049 Interpretação dos Resultados Corresponde à parte mais importante do relatório É aqui que são transcritos os re sultados agora sob fonna de evidências para a confumação ou a refutação das hipóte ses Estas se dão segundo a relevância dos dados demonstrados na parte anterior Quando os dados são irrelevantes inconclusivos insuficientes não se pode nem con firmar nem refutar a hipótese e tal fato deve ser apontado agora não apenas sob o ângu lo da análise estatística mas também correlacionado com a hipótese enunciada É necessário assinalar as discrepâncias entre os fatos obtidos e os previstos nas hipóteses a comprovação ou a refutação da hipótese ou ainda a impossibilidade de realizála 231 especificação da maneira pela qual foi feita a validação das hipóteses no que concerne aos dados qual é o valor da generalização dos resultados para o universo no que se refere aos objetivos determinados maneiras pelas quais se pode maximizar o grau de verdade das generali zações a medida em que a convalidação empírica permite atingir o estágio de enun ciado de leis como as provas obtidas mantêm a sustentabilidade da teoria determinam sua limitação ou até a sua rejeição 10410 Conclusões A apresentação e a análise dos dados assim como a interpretação dos resultados encaminham naturalmente às conclusões Estas devem evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo indicar as limitações e as reconsiderações apontar a relação entre os fatos verificados e a teoria representar a súmula em que os argumentos conceitos fatos hipóteses teorias modelos se unem e se completam Trujillo Ferrari 1982295 A maneira de redigir as conclusões deve ser precisa e categórica sendo as mesmas pertinentes e ligadas às diferentes partes do trabalho Dessa forma não podem perderse em argumentações mas ao contrário têm de refletir a relação entre os dados obtidos e as hipóteses enunciadas 10411 Recomendações e Sugestões As recomendações consistem em indicações de ordem prática de intervenções na natureza ou na sociedade de acordo com as conclusões da pesquisa Por sua vez as sugestões são importantes para o desenvolvimento da ciência apre sentam novas temáticas de pesquisa inclusive levantando novas hipóteses abrindo ca minho a outros pesquisadores 10412 Apêndices Apresentando tabelas quadros gráficos e outras ilustrações que não figuram no texto assim como os instrumentos de pesquisa o apêndice é composto de material trabalhado pelo próprio pesquisador 232 10413 Anexos Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria devem ser limitados in cluindo apenas o estritamente necessário à compreensão de partes do relatório 10414 Bibliografia Inclui todas as obras já apresentadas no projeto acrescidas das que foram sendo su cessivamente utilizadas durante a execução da pesquisa e a redação do relatório LITERATURA RECOMENDADA ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 Parte II Capítulo 6 e Parte IV Capítulo 26 CASTRO Cláudio de Moura Estrutura e apresentação de publicações cientfficas São Paulo McGrawHill do Brasil 1978b Capítulos 12 e 3 A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Brasil 1978a Capítulo 5 GOODE William J HATI Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 Capítulo 21 HlRANOSedi Org Pesquisa social projeto e planejamento São Paulo T A Quei roz 1979 Parte I Cápítulo 3 MARINHO Pedro A pesquisa em ciências humanas Petr6polis Vozes 1980 Capítu lo 2 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 Parte II Capítulos 11 e 13 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa cienttfica 3 ed Petr6polis Vozes 1980 Capítulos 4 e 8 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de pesquisa 3 ed Belo Horizonte Interlivros 1973 Parte II Capítulo 4 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa social empfrica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Alegre Globo Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1974 Capítulos 2 a 15 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais 2 ed São Paulo Her der EDUSP 1967 Capítulos 2 3 12 a 14 SIQUEIRA L Mesquita Pesquisa bibliográfica em tecnologia São José dos Campos ITA 1969 Mimeografado Capítulo 15 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da pesquisa cienttfica São Paulo Mc GrawHill do Brasil 1982 Capítulo 10 233 1 1 Trabalhos científicos 111 TRABALHOS CIENTÍFICOS Os trabalhos científicos devem ser elaborados de acordo com normas preestabeleci das e com os fins a que se destinam Serem inéditos ou originais e contribuírem não só para a ampliação de conhecimentos ou a compreensão de certos problemas mas também servirem de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos Para Salvador 198011 os trabalhos científicos originais devem permitir a outro pesquisador baseado nas informações dadas a reproduzir as experiências e obter os resultados descritos com a mesma precisão e sem ultrapassar a margem de erro indicada pelo autor b repetir as observações e julgar as conclusões do autor c verificar a exatidão das análises e deduções que permitiram ao autor che gar às conclusões Rey 197829 aponta como trabalhos científicos a Observações ou descrições originais de fenômenos naturais espécies novas estruturas e funções mutações e variações dados ecológicos etc b Trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e represen tando uma das mais férteis modalidades de inveetigação por submeter o fenômeno estudado às condições controladas da experiência c Trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos levando à produção de conceitos novos por via indutiva ou dedutiva apresentação de hipóteses teorias etc Os trabalhos científicos podem ser realizados com base em fontes de informações primárias ou secundárias e elaborados de várias formas de acordo com a metodologia e com os objetivos propostos 234 112 MONOGRAFIA 1121 Conceito Descrição ou tratado especial de detenninada parte de uma ciência qualquer disser tação ou trabalho escrito que trata especialmente de detennioado ponto da ciência da arte da história etc ou trabalho sistemático e completo sobre um assunto particular usualmente pormenorizado no tratamento mas não extenso em alcance American Li brary Association Tratase portanto de um estudo sobre um tema específico ou particular com sufi ciente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia Investiga detennioa do assunto não só em profundidade mas também em todos os seus ângulos e aspectos dependendo dos fms a que se destina Tem como base a escolha de uma unidade ou elemento social sob duas circunstân cias 1 ser suficientemente representativo de um todo cujas características se analisa 2 ser capaz de reunir os elementos constitutivos de um sistema social ou de refletir as in cidências e fenômenos de caráter autenticamente coletivo 1122 Características A monografia apresenta algumas características a trabalho escrito sistemático e completo b tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela c estudo pormenorizado e exaustivo abordando vários aspectos e ângulos do caso d tratamento extenso em profundidade mas não em alcance nesse caso é li mitado e metodologia específica f contribuição importante original e pessoal para a ciência A característica essencial não é a extensão como querem alguns autores mas o caráter do trabalho tratamento de um tema delimitado e a qualidade da tarefa isto é o nível da pesquisa que está intimamente ligado aos objetivos propostos para a sua elabo ração A monografia implica originalidade mas até certo ponto uma vez que é impossível obter total novidade em um trabalho isto é relativo pois a ciência sendo acumulativa está sujeita a contínuas revisões 235 1123 Estrutura da Monografia Os trabalhos científicos em geral apresentam a mesma estrutura introdução de senvolvimento e conclusão Pode haver diferenças quanto ao material o enfoque dado a utilização desse ou daquele método dessa ou daquela técnica mas não em relação à forma ou à estrutura a Introdução Formulação clara e simples do tema da investigação é a apre sentação sintética da questão importância da metodologia e rápida referen cia a trabalhos anteriores realizados sobre o mesmo assunto b Desenvolvimento Fundamentação lógica do trabalho de pesquisa cuja fi nalidade é expor e demonstrar No desenvolvimento podemse levar em consideração três fases ou está gios explicação discussão e demonstração Explicação é o ato pelo qual se faz explícito o implícito claro o escu ro simples o complexo Asti Vera 1979169 Explicar é apresentar o sentido de uma noção é analisar e compreender procurando suprimir o ambíguo ou obscuro Discussão é o exame a argumentação e a explicação da pesquisa ex plica discute fundamenta e enuncia as proposições Demonstração é a dedução lógica do trabalho implica o exercício do raciocínio Demonstra que as proposições para atingirem o objetivo formal do trabalho e não se afastarem do tema devem obedecer a uma seqüência lógica c Conclusão Fase final do trabalho de pesquisa mas não somente um fim Como a introdução e o desenvolvimento possui uma estrutura própria A conclusão consiste no resumo completo mas sintetizado da argumentação dos dados e dos exemplos constantes das duas primeiras partes do trabalho Da conclusão devem constar a relação existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das idéias e ainda conter o fecho da introdução ou síntese de toda reflexão 1124 Tipos de Monografias Os estudantes ao longo de suas carreiras precisam apresentar uma série de traba lhos que se diferenciam uns dos outros quanto ao nível de escolaridade e quanto ao conteúdo Via de regra para o término do curso de graduação os estudantes têm o compromisso de elaborar um trabalho baseado geralmente em fontes bibliográficas que não precisa ser extenso nem muito específico À medida que ascendem na carreira 236 universitária esses trabalhos vão exigindo maior embasamento mais reflexão mais am plitude e criatividade Alguns autores apesar de darem o nome genérico de monografia a todos os traba 1hos científicos diferenciam uns dos outros de acordo com o nível da pesquisa a pro fundidade e a finalidade do estudo a metodologia uti1izada e a originalidade do tema e das conclusões Dessa maneira podemse distinguir três tipos monografia dissertação e tese que obedecem a esta ordem ascendente em relação à originalidade à profundidade e à ex tensão Há os que apresentam outra divisão a Monografias escolares ou trabalhos de caráter didático apresentados ao fmal de um curso específico elaborados por alunos iniciantes na autêntica monografia ou de iniciação à pesquisa e como preparação de seminários Salvador 198032 Também chamados trabalhos de média divulgação porque baseados em dados de segunda mão b Monografias científicas Trabalhos científicos apresentados ao final do curso de mestrado com o propósito de obter o título de mestre 1125 Escolha do Tema Na esco1ha o estudante poderá tomar a iniciativa selecionando um assunto ou pro blema de trabalho de acordo com suas preferências evidenciadas durante o curso de graduação Pode aceitar o tema indicado pelo professor ou esco1her um tópico constan te de uma relação oferecida pelo orientador tendo sempre em vista o seu interesse O tema geral de um estudo também pode ser sugerido por alguma vantagem práti ca ou interesse científico ou intelectual em benefício dos conhecimentos sobre certa si tuação particular afrrma Selltiz 1965334 Escolhido o tema a primeira coisa a fazer é procurar conhecer o que a ciência atual sabe sobre o mesmo para não cair no erro de apresentar como novo o que já é conheci do há tempos de demonstrar o óbvio ou de preocuparse em demasia com detalhes sem grande importância desnecessários ao estudo Este trabalho prévio abrange três aspectos a orientação geral sobre a matéria que vai ser desenvolvida b conhecimento da bibliografia pertinente c reunião seleção e ordenação do material levantado 237 A bibliografia relacionada com o estudo muitas vezes é indicada pelo próprio pro fessor eou orientador Nesse caso o estudante tem à sua disposição o material necessá rio ao seu trabalho Outros pontos importantes a serem considerados relevância do assunto áreas con trovertidas ou obscuras natureza e extensão da contribuição No conhecimento da bibliografia fazse necessário consultar ler e fichar os estu dos já realizados sobre o tema com espírito crítico valendose da literatura especializa da a partir dos trabalhos mais gerais e indo a seguir para os estudos mais específicos Quanto ao assunto escolhido devemse ainda observar algumas qualidades impor tantes a ser proporcional em suas partes b ter valor científico c não ser extenso demais ou muito restrito d ser claro e bem delineado As monografias referentes ao grau de conclusão do estudante universitário não po dem ser consideradas verdadeiros trabalhos de pesquisa para o qual os estudantes não estão ainda capacitados salvo raras exceções mas estudos iniciais de pesquisa O trabalho de investigação teórico ou prático bibliográfico ou de campo dá oportunidade ao estudante para explorar determinado tema ou problema levandoo a um estudo com maior ou menor profundidade eou extensão Possibilita o desenvolvi mento de sua capacidade de coletar organizar e relatar informações obtidas e mais de analisar e até de interpretar os dados de maneira lógica e apresentar conclusões 113 DISSERTAÇÃO 1131 Conceitos Dissertação é um estudo teórico de natureza reflexiva que consiste na ordena ção de idéias sobre determinado tema Salvador 198035 aplicação de uma teoria existente para analisar determinado problema Rehfeldt 198062 ou trabalho feito nos moldes da tese com a peculiaridade de ser ainda uma tese inicial ou em miniatu ra Salomon 1999222 Dissertação é portanto um tipo de trabalho científico apresnetado ao final do cur so de pósgraduação visando obter o título de mestre Requer defesa de tese Tem ca ráter didático pois se constitui em um treinamento ou iniciação à investigação 238 Como estudo teórico de natureza reflexiva requer sistematização ordenação e in terpretação dos dados Por ser um estudo formal exige metodologia própria do traba lho científico Situase entre a monografia e a tese porque aborda temas em maior extensão e profundidade do que a primeira e é fruto de reflexão e de rigor científico próprio da tese A estrutura e o plano de trabalho da dissertação praticamente são idênticos aos da tese mas esta distinguese da dissertação pela contribuição significativa na solução de problemas importantes colaborando para o avanço científico na área em que o estudo se realiza 1132 Tipos Para Salomon 1999224 há dois tipos de dissertação a dissertação monográfica ou tratamento escrito de assunto específico com metodologia adequada e de caráter eminentemente didático b dissertação científica ou tratamento escrito original de assunto específi co com metodologia própria que resulte de pesquisa pura ou aplicada Para Salvador 198035 a dissertação pode ser Expositiva Quando reúne e relaciona material obtido de diferentes fontes expondo o assunto com fidedignidade e demonstrando habilidade não só de levantamento mas também de organização Argumentativa Quando requer interpretação das idéias apresentadas e po sicionamento do pesquisador Alguns autores usam os termos tese de mestrado e memória doutoral apondose aos citados anteriormente mas é menos usual A dissertação tese de mestrado é de natureza semelhante à tese memória douto ral no sentido de que contribui de modo substancial na solução de problemas im portantes Além dos aspectos de qualidade existem as limitações de tempo de fundos e de esforços que geralmente restringem a extensão e a quantidade do estudo aspectos que não podem deixar de ser considerados em trabalhos desse tipo 239 1133 Escolha do Tema Dado que o tema de uma dissertação requer tratamento científico deve ser especia lizado Não sendo possível um indivíduo dominar a totalidade de uma ciência específi ca fazse necessário selecionar um tema que possa ser tratado em profundidade São vantagens da especialização a possibilidade de investigar em profundidade uma parte da ciência chegan do a conclusões e deduções mais concretas b facilidade de encontrar um método mais adequado que leve ao conheci mento aprofundado por meio de técnicas e instrumentos de trabalho c viabilidade na consulta de monografias e artigos especializados o que será impossível dada sua quantidade se o campo não for restrito Entretanto não se devem perder de vista os perigos que a especialização apresenta ou seja ela impede o trabalho de síntese e de correlação entre as ciências dá uma visão unilateral das coisas e ainda prejudica no tocante aos outros conhecimentos que extrapolam a especialização d qualidade do tema escolhido adequado à cultura geral às preferências pessoais aos idiomas que conhe ce e à especialidade que domina relativo aos meios físicos tempo e recursos financeiros de que dispõe disponibilidade de orientação acadêmica da área em questão importância do tema Deve estar ligado a uma questão teórica ou concreta que afeta um segmento substancial da sociedade nem demasiado extenso nem muito restrito A extensão prejudica a pro fundidade e a restrição leva ao desenvolvimento de questões sem impor tância claro e bem delimitado para ser bem compreendido e objetivo facilitando o domínio do tema originalidade quer na abordagem quer nas conclusões a que se chega exeqüibilidade Que pode chegar a uma conclusão válida Para uma adequada seieção do tema fazse necessário responder às seguintes ques tões 240 que conhecimento eou experiências possuo do tema de que documentação eou experimentação necessito posso obter a documentação com facilidade existem técnicas adequadas de experimentação que possíveis enfoques prevejo interessome pela procura de soluções para o problema tenho possibilidade de conseguir a orientação de um especialista no assunto Em uma segunda fase devese tentar compreender o tema ou seja levantar conjeturas sobre os possíveis enfoques planejando a estratégia do caminho a percorrer delimitar o tema fugindo das grandes formulações e dos grandes temas assim como de aspectos distantes da experiência pessoal e dos meios de do cumentação analisar a formulação do tema em sua totalidade isto é seu significado li teral explícito e seu significado implícito Barquero 19793435 11 34 Problemas Hipóteses e Variáveis Enquanto o tema de uma pesquisa é uma proposição até certo ponto abrangente a formulação do problema é mais específica indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver Formular o problema consiste em dizer de maneira explícita clara compreensí vel e operacional qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver limitando seu campo e apresentando suas características Desta forma o ob jetivo da formulação do problema da pesquisa é tomálo individualizado específico inconfundível Rudio 197875 O problema antes de ser considerado apropriado deve ser analisado sobre o as pecto de sua valoração a viabilidade Pode ser eficazmente resolvido por meio da pesquisa b relevância Deve ser capaz de trazer conhecimentos novos c novidade Estar adequado ao estágio atuaI da evolução científica e trazer novo enfoque eou soluções d exeqüibilidade Poder chegar a uma conclusão válida e oportunidade Atender a interesses particulares e gerais 241 Uma vez formulado o problema com a certeza de ser cientificamente válido pro põese uma resposta suposta provável e provisória isto é uma hipótese Ambos problemas e hipóteses são enunciados de relações entre variáveis fatos fenômenos a diferença reside em que o probelma se constitui em sentença interrogativa e a hipó tese em sentença afirmativa mais específica A hipótese é um enunciado geral de relações entre variáveis fatos fenômenos formulado com solução provisória para determinado problema apresentando caráter explicativo ou preditivo compatível com o conhecimento científico coerência externa e revelando consistência lógica concorrência interna sendo passível de verificação empírica em suas conseqüências Uma variável pode ser considerada uma classificação ou medida uma quantidade que varia um conceito constructo ou conceito operacional que contém ou apresenta valores aspecto propriedade ou fator discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração Os valores que são adicionados ao conceito constructo ou conceito operacionàl para transformálo em variável podem ser quantidade qualidades carac terísticas magnitude traços etc que se alteram em cada caso particular e são total mente abrangentes e mutuamente exclusivos Por sua vez o conceito operacional pode ser um objeto processo agente fenômeno problema etc Um estudo deve ter pelo menos duas variáveis independente e dependente Para análise dos tipos e relações entre variáveis ver Metodologia científica das mesmas autoras Atlas 2000 242 Exemplo Tema o Artesanato na região de Franca Problema continua o artesanato uma atividade tradicional transmitida de geração em geração ou configurase como uma opção para a mãodeobra ociosa Hipótese o artesanato é uma atividade complementar que tende a uma di minuição em face da concorrência dos produtos industrializados Variáveis X variável independente concorrência dos produtos industria lizados Y 1 primeira variável dependente diminuição da atividade de artesanato Y2 segunda variável dependente transformação do artesanato em atividade complementar 1135 Esquema A elaboração do plano de trabalho esquema obedece à estrutura comum dos tra balhos científicos As partes componentes como foi explicitado ao tratar da monogra fia englobam a Introdução Consiste na formulação do tema delimitação no tempo e no espaço objeto objetivos justificativa metodologia e referência teórica b Desenvolvimento Corpo da dissertação Inclui revisão da literatura for mulação do problema hipóteses e variáveis pressupostos teóricos descri ção dos métodos e técnicas da pesquisa explicitação dos conceitos análise e interpretação dos dados A disposição do corpo da dissertação fazse em três estágios explicação discussão e demonstração O desenvolvimento é subdividido em partes ou capítulos c Conclusões Apresentação dos principais resultados obtidos vinculados à hipótese de investigação cujo conteúdo foi comprovado ou refutado 113 6 Avaliação Metodológica do Trabalho Realizado o primeiro esquema devese revêlo cuidadosamente utilizando as se guintes indagações a A hipótese está explícita b Apresentaramse os antecedentes de observação e leitura que conduziram à hipótese c Os problemas e hipótese foram propostos em termos científicos d O plano de pesquisa foi apresentado em pormenores de modo que sua ló gica seja aparente e As várias subproposições foram derivadas e relacionadas com as observa ções contidas no trabalho t O corpo do trabalho realmente resume e indica nova pesquisa 11 37 Redação A redação do trabalho científico deve estar de acordo com os requisitos do método científico 243 114 TESE Tese é uma das modalidades de trabalho científico cuja origem se encontra na Idade Média Na época das universidades a defesa de tese representava o momento culmi nante de quem aspirava ao título de doutor Salomon 1999211 Hoje a exigência da tese fazse em dois níveis para obtenção do título de doutor ou de livredocente 11 4 1 Conceitos São várias mas não contraditórias as definições de teses formuladas por diferen tes autores Tese é opinião ou posição que alguém sustenta e está preparado para defender Barrass 1979 152 proposição que trata de demonstrar enunciação prévia do assunto ou doutrina objeto de exame e discussão que se deve apresentar sustentar e defender em discussão pública contra objeções que lhe devem opor os examinado res Vega 1969620 proposição clara e terminantemente formulada em um de seus aspectos formal e material e que se submete à discussão ou prova ato culminante do pensar reflexivo Whitney 1958368 Para Leite 19781 a tese é um instrumento de pesquisa destinado a promover a aquisição de novos conhecimentos com o objetivo de interpretação predição e controle do fenômeno em estudo Severino 2000150151 considera que tese é uma abordagem de um único tema que exige pesquisa própria da área científica em que se situa com os instrumentos metodológicos específicos podendo ser de origem experimental histórica ou filosófica versando sempre sobre um tema único específico delimitado e restrito A tese apresenta o mais alto nivel de pesquisa e requer não só exposição e expli cação do material coletado mas também e principalmente análise e interpretação dos dados É um tipo de trabalho científico que levanta coloca e soluciona problemas argu menta e apresenta razões baseadas na evidência dos fatos com o objetivo de provar se as hipóteses levantadas são falsas ou verdadeiras A tese pode ser considerada como um teste de conhecimento para o candidato que deve demonstrar capacidade de imaginação de criatividade e habilidade não só para relatar o trabalho mas também para apresentar soluções para determinado problema 1142 Objetivos o objetivo de uma tese como atividade acadêmica é o de obtenção de um título de doutor ou de livredocente Em si mesmo seria o de adquirir novos conhecimentos e colaborar na solução de dado problema 244 Pode resultar de estudo teórico ou pesquisa de campo de trabalho de laboratório ou experimental A tese sendo um trabalho de pesquisa requer do pesquisador algumas qualidades capacidade de planejar iniciar conduzir e concluir um projeto de pesquisa e saber utilizar os conhecimentos adquiridos Deve ser um estudo exaustivo da literatura científica diretamente relacionado com o tema escolhido e contribuir para o enri quecimento do saber no âmbito do assunto focalizado Leite 1978 1 Requer reflexão iniciativa e persistência no trabalho dado que engloba a exposi ção do problema e sua correspondente solução O pesquisador deve estudar e resol ver uma questão ainda não explorada esforçandose para que a sua tese seja uma ver dadeira contribuição aos conhecimentos humanos existentes Siqueira 196947 Deve conter uma proposição uma teoria que a identifique caracterize e diferencie de outros trabalhos científicos A conclusão assume um caráter mais amplo e abran gente 1143 Eficiência do Trabalho A tese de doutoramento constituise em um trabalho original de pesquisa devendo o estudioso conhecer a fundo quanto já foi dito sobre o mesmo tema Prendese à ma turidade e à capacidade de trabalho do candidato Para uma pesquisa eficiente há que se observar três regras básicas a precisão ou exatidão dos dados no que diz respeito à pesquisa Há que se observar as referências bibliográficas origem dos documentos datas e ou tros detalhes A precisão deve acompanhar o pesquisador em todo o de senrolar de seu trabalho do início ao m evitando dessa forma perda de tempo b exaustão significa exaurir o assunto anotando os dados interessantes ou alguma passagem útil ao trabalho Todavia essas anotações devem estar relacionadas e limitadas ao tema escolhido Uma boa leitura pode indicar as diretrizes e o caminho a seguir para a obtenção da real pesquisa c clareza ou qualidade do que é inteligível transparente distinto Na tese devemse incluir a análise a reflexão a preocupação do pesquisador em informar explicar e descrever ao leitor determinado assunto O objetivo para quem escreve para os outros é dar informações precisas e sérias de modo simples direto objetivo e bem definido 245 11 44 Estrutura A estrutura da tese é semelhante à da monografia e à da dissertação só que o tema deve ser mais amplo e aprofundado A Preliminares B Corpo da tese l Introdução Definição do tema Delimitação Localização no tempo e no espaço Justificativa da escolha Objetivos Definição dos termos Indicação da metodologia 2 Desenvolvimento Revisão da literatura Metodologia ou procedimentos metodológicos Construção dos argumentos Apresentação análise e interpretação dos dados 3 Conclusões e recomendações C Parte Referencial 11441 INTRODUÇÃO a Defmição do tema A idéia central do trabalho deve ser exposta de modo claro objetivo e preciso b Delimitação Nos casos em que o tema é apresentado como problema ou indagação podese na introdução levantar uma ou mais questões cuja resposta será explicitada no decorrer da exposição Estabelecemse limites em relação ao assunto à extensão ao prazo etc O universo ou a população deve ser bem especificado 246 c Localização no tempo e no espaço Tanto nos trabalhos teóricos quanto nos que se voltam para atividades práticas é importante que o pesquisador estabeleça limites no tempo e no espaço Isto porque se torna impossível conhecer e analisar dados referentes a um período muito longo ou área muita extensa O espaço físico precisa ser decididamente considerado d Justificativa da escolha A justificativa deve enfocar um ou mais dos seguintes aspectos relevância do estudo para a ciência esclarecimentos de aspectos obscuros complementação de estudos anteriores contribuição para a solução de problemas originalidade importância viabilidade e disponibilidade e Objetivos A formulação dos objetivos significa definir com precisão o que se visa com o tra balho sobre dois aspectos geral e específico Geral Relacionado à idéia central que serve de fio condutor no estudo proposto de fenômenos e eventos particulares encontrase ligado à compre ensão geral do todo vinculandose diretamente à própria significação da tese que se propôs defender e explanar Específico Em âmbito mais restrito compreende etapas intermediárias que sob aspectos instrumentais permite o objetivo geral t Definição dos termos Tratase do esclarecimento dos termos ou conceito utilizados dando a definição correta ou o ponto de vista adotado Quando o autor não encontra uma terminologia apropriada deve construir um sis tema conceptual próprio e adequado explicitando sua operacionalidade g Indicação da metodologia Exposição dos métodos de abordagem e de procedimentos assim como das técni cas utilizadas 247 11442 DESENVOLVIMENTO Parte principal do corpo da tese Descreve o desenvolvimento e apresenta os re sultados obtidos a Revisão da literatura Consiste em uma síntese a mais completa possível referente ao trabalho e aos da dos pertinentes ao tema dentro de uma seqüência lógica b Metodologia ou procedimentos metodológicos Formulação do problema enunciado de hipóteses determinação das variá veis e indicação dos tipos de relação entre os diversos elementos Explicitação dos procedimentos metodológicos incluindo a descrição dos instrumentos de pesquisa observação questionário formulário testes es calas etc Indicação do tratamento e inferência estatística Seleção do sujeito universo ou amostra Informações sobre a coleta dos dados c Construção dos argumentos Consiste na técnica para expor os argumentos no desenrolar da tese Para Galliano 1977 130131 há três tipos de técnicas de argumentação 1 Oposição Apresentação de duas OpOSlçoes fundamentais no enfoque do assunto fator rico e sugestivo para o desenvolvimento do tema 2 Progressão Relacionamento dos diferentes elementos mas encadeados em seqüência lógica havendo sempre relação entre um elemento e seu antece dente 3 Cronologia Técnica baseada na seqüência temporal dos acontecimentos As técnicas mais empregadas são a oposição e a progressão d Apresentação análise e interpretação dos dados 248 Apresentação e discussão dos resultados alcançados correlacionados com sentido intrínseco das hipóteses da pesquisa Demonstração das relações existentes entre fato ou fenômeno estudados e outros fatores Interpretação crítica dos dados verificando se os mesmos comprovam ou refutam as hipóteses por meio dos testes de hipóteses 11443 PARTE REFERENCIAL a Apêndice eou anexos Tanto no caso do apêndice material elaborado pelo autor quanto no do anexo dados complementares de outra autoria somente o que é essencial à compreensão do desenvolvimento do raciocínio seu fundamento deve ser apresentado b Glossário Dispensável quando na defInição dos termos o autor explicou todos os conceitos adotados c Bibliografia d Índice remissivo de assuntos eou autores É opcional Entretanto facilita a pesquisa e a utilização do conteúdo do trabalho por estudiosos 1145 Construção de Conceitos Os conceitos representam fatos fenômenos ou seus aspectos que são investigados Em conseqüência ao formular uma proposição utilizamse conceitos como símbolos dos fenômenos que estão interrelacionados Trujillo Ferrari considera os conceitos construções lógicas estabelecidas de acordo com o sistema de referência que forma parte dele não são dados pela experiência e por esse motivo é preciso procurálos por meio da análise São considerados ou como instrumentos de trabalho do cientista ou como termos técnicos do vocabulário da ciência Em outras palavras a imagem que se tem do fato ou fenômeno captada pela percepção é que necessita ser objetivo de conceituação pois mediante um dispositivo conceituaI pode tornar inteligíveis os acontecimentos ou experiências que se dão no mundo real Assim a função da conceituação é refletir por meio de conceitos precisos aqui lo que ocorre no mundo dos fenômenos existenciais A conceituação então consiste em ajustar o termo mais adequado capaz de exprimir através de seu signifIcado o que realmente oferece na realidade social e não que a realidade existencial tenha que se ajustar ao conceito Trujillo Ferrari 19749698 249 1146 Redação A redação do trabalho científico consiste na expressão por escrito dos resultados da investigação Tratase de uma exposição bem fundamentada do material coletado estruturado analisado e elaborado de forma objetiva clara e precisa Rá três tipos de redação segundo Salvador 1980 192 a coloquial informal popular b literária estética elegante c técnica cognoscitiva e racional o trabalho científico utiliza linguagem técnica acadêmica e didática cuja finali dade é transmitir conhecimento A linguagem científica deve portanto ser a mais didática possível Requer lingua gem perfeita em relação às regras gramaticais evitando não só o vocabulário popular vulgar mas também o pomposo Se uma das frnalidades é a objetividade o trabalho científico deve ter caráter impessoal 11461 REGRAS PARA REDAÇÃO Para conseguir uma boa redação do trabalho científico devemse observar as se guintes normas a saber o que vai escrever para quê ou quem b escrever sobre o que conhece c concatenar as idéias e informar de maneira lógica d respeitar as regras gramaticais e evitar argumentação demasiadamente abstrata 1 usar vocabulário técnico quando estritamente necessário g evitar a repetição de detalhes supérfluos h manter a unidade e o equilíbrio das partes i rever o que escreveu 11462 ESTILO Embora cada pessoa tenha um estilo próprio devemse observar os seguintes as pectos na redação de um trabalho científico 250 a clareza e objetividade b linguagem direta precisa e acessível c frases curtas e concisas d simplicidade evitandose estilo prolixo retórico ou confuso LITERATURA RECOMENDADA BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza un trabajo monografico Barcelona Eunibar 1979 Segunda Parte Capítulos 1 a 5 BARRAS Robert Os cientistas precisam escrever São Paulo TA Queiroz Edusp 1979 Capítulos 4 a 8 e 12 CASTRO Cláudio de Moura Estrutura e apresentação de publicações científicas São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 GALLIANO A Guilherme O método científico teoria e prática São Paulo Harper Row do Brasil 1979 GARCIA Othon M Comunicação em prosa moderna 18 ed Rio de Janeiro FGV 2000 ECO Umberto Como se faz uma tese São Paulo Perspectiva 1977 LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do trabalho cien tifico São Paulo Atlas 1992 LEITE José Alfredo Américo Metodologia de elaboração de teses São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos rese nhas 4 ed São Paulo Atlas 1979 REY Luís Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blücher 1978 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia 2 ed 9 ed Belo Horizon te Interlivros 1972 1999 SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sullina 1980 SEVERINO Antônio Joaquim Metodologia do trabalho científico 21 ed São Paulo Cortez 2000 SOUZA Maria Suzana de Lemos Guia para redação e apresentação de teses Belo Horizonte Huguette 1992 TRUnLLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Ken nedy 1982 251 12 Publicações Científicas 121 COMUNICAÇÃO TRABALHOS DE CONGRESSOS Processo pelo qual são transmitidas informações ou seja idéias fatos opmlOes Por meio da comunicação podemse compartilhar conhecimentos opiniões sentimen tos e talvez convencer os outros a pensarem como a gente Harlow e Compton 1980 11 1211 Comunicação Científica Referese à informação apresentada em congressos SimpOSIOS semanas reumoes acadeniias sociedades científicas etc a ser posteriormente publicada em anais e revistas A comunicação consiste pois na informação ao público em geral e particular de conhecimentos extraídos e obras de pesquisas científicas eou tratados à maneira cien tífica com o fim de informar Salomon 1999207 É importante apresentar idéias teoria ou experiências novas Pardinas 196938 entende por conhecimento científico aquele voltado para a ob tenção e comunicação de resultados desconhecidos até o momento da publicação do li vro ou do artigo com fms de explicação eou predição do comportamento de certos fenômenos Para Salvador 198023 um texto pertence a essa categoria quando traz infor mações científicas novas mas não permite devido à sua redação que os leitores pos sam verificar informações as notas simplesmente informam A comunicação deve trazer informações científicas novas com certa freqüência ser limitada em sua extensão isto é não ser longa Em congressos simpósios semanas etc geralmente estipulase o tempo para o participante expor seu trabalho de 10 a 20 minutos mais ou menos Embora apresentado 252 oralmente a comunicação científica deve ser escrita principalmente se o autor tiver em mente sua publicação Mas não pode prescindirse de um plano Um dos fatores mais importantes da comunicação é a atualização de um terna ou de um problema pois representa estimável contribuição ao desenvolvimento do conhe cimento afirma Asti Vera 1979164 Pode ser o estudo de um terna novo ou revisão crítica dos estudos realizados A comunicação não precisa de abundantes aspectos analíticos mas é necessário que a experiência as idéias ou a teoria sejam bem fundamentadas O texto das comunicações ao contrário das teses científicas não permite ao leitor reproduzir as experiências e obter os mesmos resultados verificar os resultados da análise ou julgar as conclusões do autor embora contribua com urna ou várias infor mações ou abordagens novas Deve ser claro preciso e exato 1212 Aspectos da Comunicação A comunicação científica deve levar em conta os aspectos 12121 FINALIDADE Comunicar a outras pessoas os frutos de seu saber de seu aprendizado de sua atividade Galliano 197750 Levar as pessoas a pensarem fazendoas perceber as coisas familiares de modo diferente valendose de argumento para influenciar as men tes dos ouvintes 12122 INFORMAÇÕES Apresentar determinados ternas ou problemas originais criativos inéditos a leito res ou ouvintes em geral ou especializados Divulgar os últimos resultados das pesquisas científicas eou do desenvolvimento das ciências É importante saber o que se quer comunicar para quem quando e onde 12123 ESTRUTURA Disposição do informe de acordo com os padrões internacionais estabelecidos para trabalhos científicos Os assuntos podem divergir quanto ao conteúdo ao material mas não em relação aos aspecto formal 253 A estrutura da comunicação abrange três partes organicamente unidas a Introdução Formulação clara e simples do tema da pesquisa Apresentação sintéti ca do problema e ligeira referência a trabalhos anteriores relacionados com ele Inclui justificativa objetivos delimitação ângulo de abordagem e exposição precisa da idéia central Tem por objetivo situar o leitor na questão e deixálo a par da impor tância e do método de abordagem b Desenvolvimento Texto ou corpo do trabalho Apresentação das informações e argu mentos de forma detalhada Consiste na fundamentação lógica do trabalho e tem por objetivo ex por e demonstrar as principais idéias A subdivisão do corpo da comunicação em itens e subi tens permite ao leitor ou ouvinte melhor compreensão É importante observar certo equilí brio entre as frases ou seja longas intercaladas de curtas para evitar o cansaço e favorecer a assimilação b Conclusão Constitui a parte final do processo Apresenta uma síntese completa dos resultados da pesquisa o resumo das principais informações ou argu mentos 12124 LINGUAGEM A comunicação como outro qualquer trabalho científico exige rigor no uso da linguagem obedecendo às normas básicas de conduta da redação O significado das palavras empregadas no texto deve ser claro preciso não dei xando margem a dúvidas As divergências relativas a palavras ou expressões com sig nificados diferentes com algumas teorias ou áreas científicas devem ser esclarecidas a fim de evitar erros de interpretação É pois de suma importância a definição de al guns termos dando a eles seu exato significado Para evitálos aconselha Rudio 197823 Procurase na ciência fazer a comunicação na base dos significados e dos referentes e não apenas da própria palavra O processo de comunicação só é eficaz à medida que ajuda o leitor ou ouvinte a entender o que leu ou viu a compreender aquilo que se deseja transmitir 254 Salomon 1999245 apresenta alguns requisitos básicos próprios da divulgação científica a exatidão b clareza c simplicidade d correção gramatical e linguagem objetiva e estilo direto t equilíbrio na disposição e tamanho das partes g emprego da linguagem técnica necessária evitandose o preciosismo e a pretensão h apresentação dos recursos técnicos da redação para que a apresentação atinja melhor seu fim Robert Barras 19793133 afirma que em primeiro lugar há necessidade de le var em consideração as necessidades do leitor e acrescenta alguns itens a imparcialidade o autor deve indicar como quando e onde obteve os dados de que se valeu e especificar as limitações do trabalho Deixar explícito os pressupostos de sua argumentação b ordem a informação e as idéias devem ser apresentadas numa ordem ló gica para melhor compreensão c acuidade cuidado nas observações preclsao das mensurações e de aten ção no registro das observações medidas Cada experimento pode ser pas sivo de reprodução e cada conclusão deve ser passível de verificação Acuidade e clareza dependem de meticulosa escolha de palavras e de seu precioso emprego De modo geral a ciência valese das palavras que deseja para revelar um pensa mento ou apresentar algum aspecto da realidade utilizandoas tanto para elaboração do pensamento quanto para a comunicação 12125 ABORDAGEM Modo pelo qual o pesquisador interpreta um programa Posição tomada em fase de determinada situação 255 1213 Tipos de Comunicação Salvador 198023 apresenta os seguintes tipos de comunicação a estudos breves sobre algum aspecto da ciência b sugestões para solução de certo problema c textos filosóficos para esclarecer uma questão d apreciação interpretação ou correção dos textos e fixação do enfoque para colocação de questões f recensão particular de um livro abordagem nova g crónicas inéditas de congressos seminários etc h breves apreciações A comunicação deve ser sempre clara precisa e exata 1214 Estrutura da comunicação o preparo da comunicação científica escrita requer a elaboração de um plano de trabalho que deve apresentar as seguintes partes a Folha de rosto Designação do congresso simpósio etc Local de realização Data do evento Patrocinadores Título do trabalho Nome do autor Credenciais do autor b Sinopse Resumo analítico do trabalho redigido pelo próprio autor ou editor e publicado ao mesmo tempo que a obra Pode ser colocado entre o título do texto ou ao fmal da pu blicação Deve ser escrito em português inglês ou outra língua de difusão internacional É mera apresentação condensada do texto de uma publicação ou suas principais idéias sem emissão de juízo de valor Salvador 198016 A redação da sinopse deve 256 facilitar a consulta do periódico que a publicou e tomar o trabalho me nos oneroso e mais rápido conter de forma sucinta os fatos encontrados no trabalho e suas con clusões sem emitir juízo de valor dar ao leitor uma visão global do conteúdo indicar a maneira como o tema foi abordado apontar os fatos novos e as conclusões tiradas ser a mais concisa possível c Conteúdo introdução texto desenvolvimento conclusão ou recomendações d referência bibliográfica 1215 Elaboração da Comunicação Todo trabalho científico requer a elaboração de um plano assim a comunicação escrita não pode fugir à regra Se a comunicação consistir apenas em uma informação ou resumo de obra a ri gor não necessita do plano mas em se tratando de uma comunicação original inédi ta ele é indispensável A escolha do tema se for livre deve recair sobre algo ao alcance do interessado evitandose assuntos ambiciosos complexos ou extensos demais Convém planejar o tempo para a pesquisa documental bibliográfica ou de campo delimitando o objeto o campo e o nível de investigação De posse do material estabelecida a seqüência do assunto dáse início à redação provisória de forma clara mas abrangendo a totalidade de seu problema 1216 Estágios da Comunicação A comunicação obedece a três estágios ou fases a preparação familiaridade e domínio do que se pretende comunicar O au tor deve estar apto portanto para responder às perguntas que poderão ser formuladas 257 b apresentação ler com clareza o que está escrito Imprimir velocidade ra zoável à leitura tentando prender a atenção dos ouvintes Dar ênfase às palavraschaves c argüição prestar bastante atenção às questões formuladas para respon dêlas adequadamente Se não souber a resposta seja sincero reconheça a falta de conhecimento preciso Entretanto podese sugerir uma resposta 1217 Apresentação Formal As comunicações feitas em congressos simpósios e outros eventos científicos têm caráter formal A mesa geralmente é constituída por um presidente um secretário e um orador O tempo da exposição é estabelecido com antecedência assim como o da argüição que pode ser feita por escrito ou oralmente Se as questões forem orais de vem ser anotadas pelo orador para não haver engano de respostas Quando escritas se surgirem muitas envolvendo o mesmo assunto o presidente da mesa pode agrupálas facilitando ao consumidor a resposta 121 8 Exemplo de Comunicação B 17 Sociologia 407 Crianças em situação de rua trabalho e estratégias de sobrevivência Liliane Ca pilé Charbel Novais pesquisa Mestrado em Serviço Social UFBP Professora Auxi liar UFMT CAPESPICD Esta pesquisa se propõe a analisar as estratégias de sobrevivência das crianças em situação de rua Dentro deste recorde pretende enfocar a questão da exclusão social marginalidade urbana e a dualidade do trabalho infantilcriança abandonada buscando identificar a contribuição das ocupações desenvolvidas pelas crianças em situação de rua no orçamento da família trabalhadora como também identificar as representações sociais das diversas formas de ocupação O questionamento principal se situa na com pulsoriedade das estratégias de sobrevivência para as crianças pobres e a condição de criança abandonada enquanto mascaramento do trabalho infantil O locus desta pesqui sa será o trabalho infantil desenvolvido informalmente em um bairro da cidade de Cuiabá MT Será adotada a metodologia da pesquisa qualitativa serão utilizados como instrumento observação sistemática e participante entrevistas semiestruturadas com objetivo de levantar a história de vida desses atores sociais 258 47i Reunião Anual da SBPC Universidade Federal do Maranhão São Luís 9 a 14 de julho Anais v 2 Comunicações 1995 4tI 122 ARTIGOS CIENTÍFICOS Os artigos científicos são pequenos estudos porém completos que tratam de uma questão verdadeiramente científica mas que não se constituem em matéria de um livro Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguemse dos diferentes ti pos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo São publicados em revistas ou periódicos especializados e formam a seção princi pal deles Concluído um trabalho de pesquisa documental bibliográfico ou de campo para que os resultados sejam conhecidos fazse necessário sua publicação Esse tipo de trabalho proporciona não só a ampliação de conhecimentos como também a com preensão de certas questões Os artigos científicos por serem completos permitem ao leitor mediante a des crição da metodologia empregada do processamento utilizado e resultados obtidos re petir a experiência 1221 Estrutura do Artigo O artigo científico tem a mesma estrutura orgânica exigida para trabalhos científi cos Apresenta as seguintes partes 1 PRELIMINARES a Cabeçalho título e subtítulo do trabalho b Autores c Credenciais dos autores d Local de atividades 2 SINOPSE 3 CORPO DO ARTIGO a Introdução apresentação do assunto objetivo metodologia limita ções e proposição b Texto exposição explicação e demonstração do material avaliação dos resultados e comparação com obras anteriores c Comentários e Conclusões dedução lógica baseada e fundamentada no texto de forma resumida 4 PARTE REFERENCIAL a Bibliografia b Apêndices ou anexos quando houver necessidade 259 c Agradecimentos d Data importante para salvaguardar a responsabilidade de quem escre ve um artigo científico em face da rápida evolução da ciência e da tecnologia e demora de certas editoras na publicação de trabalhos A divisão do Corpo do Artigo pode sofrer alterações de acordo com o texto e ser subdividido em mais itens Por exemplo a Introdução b Material e Método c Resultados d Discussão e Conclusões Todavia não convém que os artigos sejam muito subdivididos para que o leitor não perca a seqüência Quando necessário a divisão deve obedecer a uma ordem lógi ca em que cada parte forme um todo e tenha um título adequado 1222 Conteúdo do Artigo Científico o conteúdo pode abranger os mais variados aspectos e em geral apresenta temas ou abordagens novas atuais diferentes Pode a versar sobre um estudo pessoal uma descoberta ou dar um enfoque con trário ao já conhecido b oferecer soluções para questões controvertidas c levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto idéias novas para sondagem de opiniões ou atualização de informes d abordar aspectos secundários levantados em alguma pesquisa mas que não seriam utilizados na mesma o estabelecimento de um esquema para expor de maneira lógica sistemática os diferentes itens do assunto evita repetições ou omissões ao longo da dissertação o público a que se destina o artigo também deve ser levado em consideração isto pode ser mais ou menos previsto conhecendose de antemão a natureza da revista cien tífica didática de divulgação 260 1223 Tipos de Artigos Científicos Quanto à análise do conteúdo os artigos podem ser de três tipos argumento teóri co artigo de análise e artigo classificatório 12231 ARGUMENTO TEÓRICO Tipo de artigo que apresenta argumentos favoráveis ou contrários a uma opinião Inicialmente enfocase um dado argumento e depois os fatos que possam proválo ou refutálo O desenrolar da argumentação leva a uma tomada de posição Essa forma de trabalho requer pesquisa profunda e intensa a fim de coletar dados válidos e suficientes É uma forma de documentação difícil sendo empregada geral mente por especialistas experientes A Roteiro a Exposição da teoria b Fatos apresentados c Síntese dos fatos d Conclusão 12232 ARTIGO DE ANÁLISE Nesse tipo de artigo o autor faz análise de cada elemento constitutivo do assunto e sua relação com o todo O técnico ou cientista procura descobrir e provar a verda deira natureza do assunto e das relações entre suas partes Siqueira 196961 A análise engloba descrição classificação e definição do assunto tendo em vista a estrutura a forma o objetivo e a fmalidade do tema Entra em detalhes e apresenta exemplos Não é muito comum na literatura modema encontrarse um artigo totalmente analítico A Roteiro a Defrnição do assunto b Aspectos principais e secundários c As partes d Relações existentes 261 12233 CLASSIFICATÓRIO o autor nesse caso procura classificar os aspectos de um determinado assunto e explicar suas partes Primeiramente fazse a divisão do tema em forma tabular ou seja em classes com suas características principais Depois apresenta definição des crição objetiva e análise Dentre as formas de documentação técnica é a mais útil A Roteiro a Definição do assunto b Explicação da divisão c Tabulação dos tipos d Definição de cada espécie 1224 Motivação Várias oportunidades podem ser motivo para a redação de um artigo científico Por exemplo quando a certos aspectos de um assunto não foram estudados ou o foram superficial mente ou ainda se já tratados amplamente por outros novos estudos e pesquisas permitem encontrar uma solução diferente b uma questão antiga conhecida pode ser exposta de maneira nova c os resultados de uma pesquisa ainda não se constituem em material sufi ciente para a elaboração de um livro d ao se realizar um trabalho surgem questões secundárias que não serão aproveitadas na obra e o surgimento de um erro ou de assuntos controvertidos permite refutar convenientemente o erro ou resolver de modo satisfatório a controvérsia 1225 Estilo o estilo deve ser claro consiso objetivo a linguagem correta precisa coerente e simples Adjetivos supérfluos rodeios e repetições ou explicações inúteis devem ser evitadas assim como a forma excessivamente compacta que pode prejudicar a com preensão do texto O título também merece atenção precisa corresponder de maneira adequada ao conteúdo 262 1226 Avaliação Várias questões podem ser utilizadas na avaliação do trabalho científico principal mente comunicação e artigos científicos Salomon 1972 175 propõe os seguintes requisitos a conhecimento suficiente do assunto b exatidão na exposição e referência fiel às fontes c adaptabilidade d linguagem acessível ao promédio do público e divulgação e não divulgação Barras 1979 166 apresenta um rol de questões para a avaliação do trabalho cientí fico Entre elas figuram os termos a adequado original inédito completo imparcial b claro conciso preciso coerente objetivo c equilíbrio unidade honestidade e exatidão Devemse avaliar também a metodologia as conclusões e a parte referencial e ve rificar se a contribuição tem realmente algum valor 123 INFORME CIENTÍFICO o informe científico é um tipo de relato escrito que divulga os resultados parciais ou totais de uma pesquisa as descobertas realizadas ou os primeiros resultados de uma investigação em curso É o mais sucinto dos trabalhos científicos e se restringe à descrição de resultados obtidos através da pesquisa de campo de laboratório ou documental o informe consiste pois no relato das atividades de pesquisa desenvolvida e é imprescindível que seja compreendido e aproveitado Deve estar redigido de maneira que a comprovação dos procedimentos técnicas e resultados obtidos ou seja a experiên cia realizada possa ser repetida pelo principiante que se interesse pela investigação 263 124 RESENHA CRÍTICA 1241 Conceito e Finalidade Resenha é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos Rese nha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra Consiste na leitura no resumo na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista A resenha em geral é elaborada por um cientista que além do conhecimento so bre o assunto tem capacidade de juízo crítico Também pode ser realizada por estu dantes nesse caso como um exercício de compreensão e crítica A frnalidade de uma resenha é informar o leitor de maneira objetiva e cortês so bre o assunto tratado no livro evidenciando a contribuição do autor novas aborda gens novos conhecimentos novas teorias A resenha visa portanto apresentar uma síntese das idéias fundamentais da obra o resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de informação encontrados sem entrar em muitos promenores e ao mesmo tempo tecer elogios aos méritos da obra desde que sinceros e ponderados Entretanto mesmo que o resenhista tenha competência na matéria isso não lhe dá o direito de fazer juízo de valor ou deturpar o pensamento do autor o resenhista não deve tentar dizer que poderia ter produzido obra melhor não deve procurar ressaltar suas próprias qualidades às custas de quem escreveu o livro comentado e não há lugar numa resenha científica para perguntas retóricas ou para sarcasmo Barras 1979139 1242 Requisitos Básicos Para a elaboração de uma resenha crítica são necessários alguns requisitos básicos Salvador 1979139 aponta a conhecimento completo da obra b competência na matéria c capacidade de juízo de valor d independência de juízo e correção e urbanidade f fidelidade ao pensamento do autor 264 1243 Importância da Resenha Ante a explosão da literatura técnica e científica e a exigüidade de tempo do traba lho intelectual sem condições de ler tudo o que aparece sobre o campo de seu interes se o recurso é voltarse para a resenha A resenha crítica foi uma das formas encon tradas para solucionar esse problema que afligia os cientistas de modo geral No campo da comunicação técnica e científica a resenha é de grande utilidade porque facilita o trabalho profissional ao trazer um breve comentário sobre a obra e uma avaliação da mesma A informação dada ajuda na decisão da leitura ou não do livro A resenha segundo Barras 1979139 deve responder a uma série de questões Entre elas figuram a assunto características abordagens b conhecimentos anteriores direcionamento c acessível interessante agradável d útil comparável e disposição correta ilustrações adequadas 1244 Estrutura da Resenha Mesmo não fazendo parte dos trabalhos científicos de primeiro nível a resenha crítica apresenta a estrutura descrita abaixo 1 Referência Bibliográfica Autores Título subtítulo Imprensa local da edição editora data Número de páginas Ilustração tabelas gráficos fotos etc 2 Credenciais do Autor Informações gerais sobre o autor Autoridade no campo científico Quem fez o estudo Quando Por quê Onde 3 Conhecimento Resumo detalhado das idéias principais De que trata a obra O que diz Possui alguma característica especial 265 Como foi abordado o assunto Exige conhecimentos prévios para entendêlo 4 Conclusão do Autor O autor faz conclusões ou não Onde foram colocadas fmal do livro ou dos capítulos Quais foram 5 Quadro de Referências do Autor Modelo teórico Que teoria serviu de embasamento Qual o método utilizado 6 Apreciação a Julgamento da obra Como se situa o autor em relação às escolas ou correntes científicas filosóficas culturais às circunstâncias culturais sociais econômicas históricas etc b Mérito da obra Qual a contribuição dada Idéias verdadeiras originais criativas Conhecimentos novos amplos abordagem diferente c Estilo Conciso objetivo simples Claro preciso coerente Linguagem correta Ou o contrário d Forma Lógica sistematizada Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes e Indicação da Obra A quem é dirigida grande público especialistas estudantes 1245 Modelo de Resenha Seguindo a estrutura que se espera de uma resenha crítica o Prof Antonio Rubbo MüIler diretor da Escola PósGraduada de Ciências Socíais da Fundação Escola de 266 Sociologia e Política de São Paulo instituição complementar da Universidade de São Paulo criou um modelo simplificado que apresenta todas as partes necessárias para a perfeita compreensão do texto resenhado Dividese em nove itens assim relacionados I OBRA a autoria autor ou autores b título incluindo o subtítulo se houver c comunidade onde foi publicada d firma publicadora e ano de publicação t edição a partir da segunda g número de páginas ou de volumes h ilustrações tabelas gráficos desenhos etc i formato em cm j preço II CREDENCIAIS DA AUTORIA a nacionalidade b formação universitária ou especializada c títulos d cargos exercidos e outras obras III CONCLUSÕES DA AUTORIA a quer separadas no mal da obra quer apresentadas no final dos ca pítulos devem ser sintetizadas as principais conclusões a que o au tor da obra resenhada chegou em seu trabalho b caso não se apresentem separadas do corpo da obra o resenhista analisando o trabalho deve indicar os principais resultados obtidos pelo autor IV DIGESTO a resumo das principais idéias expressas pelo autor b descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide a obra v METODOLOGIA DA AUTORIA a método de abordagem indutivo dedutivo hipotéticodedutivo dia lético b método de procedimento histório comparativo monográfico es tatístico tipológico funcionalista estruturalista etnográfico etc 267 c modalidade empregada geral específica intensiva extensiva téc nica não técnica descritiva analítica etc d técnicas utilizadas observação entrevista formulários questioná rios escalas de atitudes e de opinião etc VI QUADRO DE REFERÊNCIA DA AUTORIA a corrente de pensamento em que se filia evolucionismo materialis mo histórico historicismo funcionalismo etc b modelo teórico teoria da ação social teoria sistêmica teoria da di nâmica cultural etc VII QUADRO DE REFERÊNCIA DO RESENHISTA O resenhista pode aceitar e utilizar na análise da obra o quadro de re ferência empregado pelo autor ou ao contrário pela sua formação cien tífica possuir outro É necessário a explicitação do quadro de referência do resenhista pois terá influência decisiva tanto na seleção dos tópicos e partes que considera mais importantes para a análise quanto na elabo ração da crítica que se segue VIII CRÍTICA DO RESENHIST A a julgamento da obra do ponto de vista metodológico coerência entre a posição central e a explicação dicussão e de monstração adequado emprego de métodos e técnicas específicas b mérito da obra originalidade contribuição para o desenvolvimento da ciência quer por apre sentar novas idéias eou resultados quer por utilizar abordagem diferente c estilo empregado IX INDICAÇÕES DO RESENHISTA a a quem é dirigida especialistas estudantes leitores em geral b fornece subsídios para o estudo de que disciplinas c pode ser adotado em que tipo de curso 125 CONFERÊNCIA Tratase de uma preleção pública sobre assunto literário ou científico Em geral consiste em uma exposição oral mas pode destinarse à publicação Nesse caso con vém preparar o texto com essa finalidade 268 Se a conferência for oral deve ser mais simples sem muita minúcia para melhor compreensão e assimilação do público Se for escrita poderá posteriormente ser am pliada acrescentandose mais detalhes Os primeiros passos objetivando realizar uma conferência são pensar planejar e depois escrever e rever O orador precisa saber para quem vai falar Pensar e planejar ajudam a iniciar o trabalho e encaminham o autor na direção correta ou seja na complementaçào da tarefa Devemse primeiramente defInir os objetivos e depois selecionar os dados im portantes que precisam ser desenvolvidos em uma seqüência lógica Cabe ao conferencista transmitir as idéias essenciais com clareza Uma boa apre sentação resulta de uma preparação com certa antecedência Na organização da conferência podem constar dados bibliográficos desde que atualizados e também valerse o conferencista de recursos visuais para melhor ex plicação do tema Não deve usar desenhos somente diagramas Geralmente é aos congressos simpósios reuniões etc que os especialistas levam sua contribuição expondo aspectos concretos da pesquisa Com freqüência apresen tam as fases ou os resultados fmais de seu trabalho Na exposição o conferencista deve transmitir as idéias essenciais com clareza mas deve ser breve 1251 Estrutura da Conferência A estrutura da conferência segue o mesmo esquema dos trabalhos científicos ou seja a introdução breve consiste no esboço de uma fmalidade nos objetivos e no problema a ser tratado b desenvolvimento ou corpo do trabalho texto referese à apresentação das principais idéias expostas em frases curtas e claras Repetição do que foi dito na introdução valendose de outras palavras para que os assisten tes possam compreender as etapas da conferência c conclusão aborda os principais tópicos do texto procurando deixar o tema central na mente do ouvinte 1252 Apresentação O conferencista deve permanecer em pé em local apropriado da sala em frente ao público assistente sem fIxar diretamente uma ou outra pessoa tentando atrair a atenção e o respeito daqueles que o ouvem desde o início 269 Evitar cacoetes e tiques variar o tom de voz e a velocidade Falar com autoridade e clareza são outros requisitos importantes Outro ponto que se deve recomendar é o uso do vocabulário técnico porém ade quado compreensível e cuidadosamente escolhido visando ao nível e ao número de pessoas presentes A conferência para grande público tem sempre caráter formal Devese portanto adequar o vocabulário o enfoque do tema e a velocidade da exposição aos interesses da platéia 1253 Avaliação do Tempo A conferência não deve ultrapassar 30 minutos sendo cinco para introdução e cin co para a conclusão Tomase importante relacionar o número de pontos a destacar com o tempo dispo nível e com as expectativas do auditório Do tempo disponível precisam ser reservados alguns minutos para o uso do qua dronegro e algum tempo para os debates esclarecimentos e discussões após a confe rência tendo em vista que o prazo reservado para os debates em geral é curto As questões as respostas e os comentários devem ser breves e as perguntas dos ouvintes precisam ser anotadas para que sejam dadas respostas corretas Ao mal da exposição o conferencista precisa fazer um resumo dos pontos princi pais para levar as pessoas do auditório às conclusões desejadas LITERATURA RECOMENDADA ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1979 Parte III BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza um trabajo monografico Barcelona Eunibar 1979 BARRAS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo TA Queiroz Edusp 1979 CASTRO Cláudio de Moura A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 FONSECA Edson Nery Problemas de comunicação da informação científica São Paulo Thesaurus 1975 270 GALLIANO A Guilherme Org O método científico teoria e prática São Paulo Harper Row do Brasil 1977 GARCIA Othon M Comunicação em prosa moderna 18 ed Rio de Janeiro FGV 2000 LAKA TOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do trabalho científico 4 ed São Paulo Atlas 1992 MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos rese nhas 4 ed São Paulo Atlas 1999 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia 9 ed São Paulo Martins Fontes 1999 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Ken nedy 1982 271 13 Referências Bibliográficas As normas que dizem respeito às referências bibliográficas são fixadas pela Asso ciação Brasileira de Normas Técnicas ABNT A norma atual em vigor data de agos to de 2000 INTRODUÇÃO Os elementos que constituem a citação bibliográfica devem ser obtidos preferen cialmente da folha de rosto do livro Quando o elemento não constar da obra referen ciada deverá figurar entre colchetes por exemplo sd sem data snt sem nota tipográfica Os vários elementos da referência bibliográfica nome do autor título da obra notas tipográficas ou de imprensa notas bibliográficas e notas especiais devem ser separados entre si somente por um espaço Colocase dois pontos após o local e vírgu la nos demais elementos Exemplo DEMO Pedro Introdução à metodologia da ciência São Paulo Atlas 1983 118 p A segunda linha deve ser colocada logo abaixo do sobrenome sem deixar três es paços O número de páginas é considerado complementar podendo ou não ser colocado 131 LIVROS Autor pelo último sobrenome com exceção dos nomes espanhóis que entram pelo penúltimo e dois sobrenomes ligados por traços de união 272 Elementos essenciais Título em negrito sublinhado ou itálico Subtítulo se houver separado do título por dois pontos sem grifo Elementos complementares o nome do diretor tradutor ilustrador organizador etc deve ser acrescentado ao título quando necessário e abreviado dir trad ilustr org etc Número da edição que não a primeira Indicase o número da edição seguido de ponto e da abreviatura da palavra edição ed no idioma da publicação Local de publicação quando há mais de uma cidade indicase a primeira mencio nada na publicação Editora apenas o nome que identifique eliminandose as indicações editor li vraria companhia etc desde que dispensável sua identificação Ano de publicação Número de páginas ou volumes quando a publicação tem apenas um volume in dicase o número de páginas não obrigatório seguido da abreviatura p Quando tem mais de um volume indicase o número deste seguido da abreviatura v Título da série indicamse as séries ou coleções depois das notas bibliográficas entre parênteses tal como figura na publicação O número da publicação na série deve ser indicado com algarismos arábicos mesmo que apareça na publicação em romanos desprezandose as indicações n v etc ESQUEMA AutorTítuloSubtítuloEdiçãoCidade onde foi publicadoEditoraAno de publica çãoNúmero de volumes indicação de tese ou nota de série Os elementos devem ser separados apenas por um espaço a Citação simples DEMO Pedro Introdução à metodologia da ciência São Paulo Atlas 1983 b Citação de livro com subtítulo REHFELDT Gládys Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 273 c Citação de livro com autor espanhol ALONSO GARCIA Manuel Derecho dei trabajo Barcelona Bosh 1960 d Citação de livro com tradutor BODENHEIMER Edgar Trad Enéas Marzano Ciência do direito sociolo gia e metodologia teóricas Rio de Janeiro Forense 1966 e Citação de livro integrado com coleçãosérie MODESTO Clóvis A Inquérito por falta grave 3 ed Curitiba Juruá 1976 Prática processo e jurisprudência 18 f Citação de livro com dois autores HENRIQUES Antonio MEDEIROS João Bosco Monografia no curso de direito São Paulo Atlas 1999 g Citação de livro com três autores TAFNER Malcon Anderson TAFNER José FISHER Julianne Metodolo gia do trabalho acadêmico Curitiba Juruá 1998 h Citação de livro com mais de três autores SELLTIZ C et aI Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 i Citação de livro com o mesmo autor da citação anterior NERI Imideo G Metodologia do ensino superior Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1967 o Educação e metodologia 2 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1973 j Citação de livro cujo autor é uma entidade Quando uma entidade coletiva assume integral responsabilidade por um trabalho ela é tratada como autor 274 INSTITUTO PANAMERICANO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA Venezuela Fontes documentales para la independencia de America Caracas 1976 3 v BRASIL Ministério da Justiça e Negócios Interiores Estabelecimentos penais Brasília Imprensa Nacional 1966 IDGE Diretoria Técnica Geografia do Brasil Rio de Janeiro SergrafIDGE 1977 5 v k Citação de livros anônimos de coletâneas sem editor responsável enciclopédias e dicionários sem editor em destaque entram pelo título não sendo sublinhado I Citação de livros pelo compilador ou organizador TESE BRANDÃO Alfredo de Barros L Comp Modelos de contratos procura ções requerimentos e petições 5 ed São Paulo Trio 1974 Quando se tratar de obras compiladas em que são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico este é apresentado entre os sinais precedido por aspas Disponível em e a data de acesso ao documento precedida pela expressão Aces so em Nota não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas redes Verbete de dicionário POLÍTICA ln DICIONÁRIO da língua portuguesa Lisboa Priberam Infor mática 1988 Disponível em site 333priberamdidlpo Acesso em 8 mar 1999 Parte de monografia SÃO PAULO Estado Secretaria do Meio Ambiente Tratados e organiza ções ambientais de matéria de meio ambiente ln o Entendendo o meio ambiente São Paulo 1999 v 1 Disponível em httpwwwbdtorgbr smaentendoambientes Acesso em 8 mar 1999 13 11 Capítulo de Livro Publicações consideradas em parte como colaborações em obras coletivas atas de congressos volumes capítulos fragmentos trechos ORDEM DOS ELEMENTOS Autor do capítulo ou parte Título do capítulo ou parte sem grifar 275 Palavra ln notese que é o único caso em que se usa ln nunca para artigos de revistas Autor do livro todo se for o mesmo do capítulo é substituído por um travessão Local de publicação Editora Paginação do capítulo ou da parte dentro da obra Obs a pontuação obedece à mesma norma dos livros como um todo ESQUEMA AutorTítulo do capítulo ou parte referenciadaln autor ou editorTítulo na pu blicação no todoEdiçãoLocal de publicaçãoEditoraAno de publicaçãoVolume tomo parte do capítulo eou página inicialfmal da parte referenciada Obs a pontuação obedece à mesma norma dos livros como um todo Exemplos autor do capítulo é o mesmo da obra HIRANO Sedi Org Projeto de estudo e plano de pesquisa ln o Pes quisa social projeto e planejamento São Paulo TAQ 1979 autor do capítulo não é o da obra ABRAMO Perseu Pesquisa em ciências sociais ln HIRANO Sedi Org Pesquisa social projeto e planejamento São Paulo TAQ 1979 1312 Publicações periódicas como um todo Compreendemse aqui fascículo ou número de revistas jornais cadernos etc edi toriais bibliotecas editoras anais de Senado Câmara de Deputados etc número do mesmo jornal caderno etc ORDEM DOS ELEMENTOS 276 Título do periódico título do fascículo em maiúscula ou versaI Local de publicação Volume Número do mês abreviado Editora se não constar do título Data ano do primeiro volume e se a publicação cessou também do último vír gula após instituição se houver Notas especiais títulos anteriores indicações de resumos índices etc Número especial da revista Número do ISSN Elementos complementares informações sobre a periodicidade mudanças de título ou incorporações de outros títulos indicação de índices ISSN Intemational Standard Serial Number etc Exemplos REVISTA BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA São Paulo USP 1986 29 v Anual REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA Rio de Janeiro IBGE 1939 Trimestral Absorveu Boletim Geográfico do IBGE Índice acumulado 19391983 ISSN 0034723X BOLETIM GEOGRÁFICO Rio de Janeiro IBGE 19431978 Trimestral 13121 PARTES DE UMA PUBLICAÇÃO PERIÓDICA volume fascículo caderno etc Elementos essenciais título da publicação título da parte se houver local de pu blicação editora numeração do ano eou volume numeração do fascículo as infor mações de periódicos e datas de sua publicação e as particularidades que identificam a parte Exemplo CONJUNTURA ECONÔMICA As 500 maiores empresas do Brasil Rio de Janeiro FGV v 38 nº 9 set 1984 135 p Edição especial 13122 ARTIGO OU MATÉRIA DE REVISTA Elementos essenciais autor título do artigo ou matéria subtítulo local de publi cação número do volume eou ano fascículo ou número da paginação inicial e fmal do artigo ou matéria as informações de período e data de publicação 277 Exemplos COSTA V R À margem da lei o Programa Comunidade Solidária Em Pau ta Revista da Faculdade de Serviço Social da UFRJ Rio de Janeiro nº 12 p 131148 1998 Com autor CARMONA Carlos Alberto Arbitragem e jurisdição Revista de Processo São Paulo v 15 nº 38 p 3340 abrjun 1990 Sem autor MANDADO de injunção Revista de direito público São Paulo v 23 nº 94 p 146151 abrjun 1990 13123 ARTIGO EOU MATÉRIA DE JORNAL Os elementos essenciais são autor se houver título subtítulo se houver título do jornal local de publicação data de publicação seção caderno ou parte do jornal e paginação correspondente Exemplos Com autor PALERMO Alfredo Vida universitária a saga de uma faculdade Comércio da Franca Franca 30 jun 1991 Caderno D p 40 Sem autor BIBLIOTECA climatiza seu acervo O Globo Rio de Janeiro 4 mar 1989 p 11 13124 MATÉRIA DE JORNAL ASSINADA SILVA I G Pena de morte para o nascituro O Estado de S Paulo São Paulo 19 set 1998 Disponível em httpwwwprovidafamiliaorgpena mortenasciturohtm Acesso em 19 set 1998 13125 MATÉRIA DE JORNAL NÃO ASSINADA 278 ARRANJO Tributário Diário do Nordeste Online Fortaleza 27 novo 1998 Disponível em httpwwwdiariodonordestecombr Acesso em 28 novo 1998 1313 Eventos Congressos Seminários Encontros Simpósios Semanas etc considerados no todo ESQUEMA Os elementos essenciais são autores do trabalho apresentado subtítulo se hou ver seguido da expressão ln título do evento numeração do evento se houver ano e local de realização título do documento anais atas tópico temático etc local editora data de publicação e página inicial e fmal da parte referenciada Exemplos SEMANA DE SERVIÇO SOCIAL 3 2529 abr 1983 Franca ln Anais Franca Unesp IHSS 1984 223 p Antes da publicação ALMEIDA Vicente Unzer de As imigrações internas de populações brasilei ras Trabalho apresentado no Congresso Internacional de Americanistas 31 2328 ago São Paulo 10 p rnimeogr Após a publicação WIEDEMANN Luis Felipe da Silva Crise militar drogas e criminalidade ln SEMANA DE SOCIOLOGIA 9 18 out 1984 ESP 1985 p 3850 1314 Evento em Meio Eletrônico CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA da UFPE 4 ed 1996 Reci fe Anais eletrônicos Recife UFPE 1996 Disponível em httpwwwpro pesqufpebranaisanaishtm Acesso em 21 jan 1997 131 5 Referências Legislativas Leis decretos portarias etc Os elementos essenciais são jurisdição ou cabeçalho da entidade no caso de tratar de normas título numeração e data ementa e dados da publicação Quando necessá rio ao fmal da referência acrescentamse notas relativas a outros dados necessários para identificação do documento 279 Exemplos SÃO PAULO Estado Decreto nº 33161 2 abr 1991 Introduz alterações na legislação do imposto de circulação de mercadorias e prestações de servi ços São Paulo Legislação coletânea de leis e decretos São Paulo v 27 nº 4 p 42 abr 1991 BRASIL Código civil Organização dos textos notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira 46 ed São Paulo Saraiva 1995 Acórdãos decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais ORDEM DOS ELEMENTOS Local país estado ou cidade Nome da Corte ou Tribunal Ementa ou acórdão Tipo e número de recurso agravo de instrumento ou de petição apelação civil apelação criminal embargo habeas corpus mandado de segurança recurso extraordi nário recurso de revista etc Partes litigantes Nome do relator precedido da palavra Relator Data do acórdão sempre que houver Indicação da publicação que divulgou o acórdão decisão sentença etc de acordo com as regras apresentadas no presente livro Exemplo BRASIL Supremo Tribunal Deferimento de pedido de extradição Extradição nº 410 Estados Unidos da América e José Antônio Fernandez Relator Mi nistro Rafael Mayer 21 de março de 1984 Revista Trimestral de Jurisprudên cia Brasília v 109 p 870879 set 1984 131 6 Outras Entradas para Referências Legislativas 280 BRASIL Congresso Câmara dos Deputados SÃO PAULO Estado Assembléia Legislativa BAHIA Tribunal de Contas 1317 Teses e Trabalhos de Alunos TCCs Monografias Monografia no todo Inclui livro folheto trabalho acadêmico teses dissertações entre outros manual guia catálogo enciclopédia dicionários etc Elementos essenciais autores título subtítulo se houver edição local editora e data da publicação Elementos complementares indicações de outros tipos de responsabilidade ilustra dor tradutor revisor adaptador compilador etc informações sobre características físicas do suporte material página eou volume ilustrações dimensões série editorial ou coleção otas de ISBN lntemational Standard Book Numbering e outros Exemplo Tese LAKATOS Eva Maria O trabalho temporário nova forma de relações so ciais São Paulo 1979 2 v Tese Livredocência em Sociologia Escola de Sociologia e Política de São Paulo TRABALHOS DE ALUNOS TCCs Monografias Elementos essenciais autores título ou parte da obra ou como um todo edi ção publicação local editor data informações relativas ao meio físico ou suporte páginas ou volumes categoria grau e área de concentração nome da escola ou uni versidade etc Exemplo HOLANDA Rita de Cássia Percepções da reconceituação no curso de Servi ço Social Franca 1985 57 p Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de História Direito e Serviço Social Unesp Campus de Fran ca para obtenção do título de Assistente Social 13171 APOSTILAS PROGRAMAS DE CURSOS MONOGRAFIAS Exemplo MACEDO Neusa Dias de Orientação bibliográfica material didático para a disciplina bibliográfica São Paulo Departamento de Biblioteconomia e Docu mentação ECA USP 19718 p mimeogr 281 13172 APOSTILAS Exemplo SODRÉ Nélson Wemeck Formação histórica do Brasil São Paulo Brasi liense 1962 Resenhado por GARBUGLIO José Carlos Revista de Letras Assis nº 89 p 319325 1966 13173 RESUMOS Exemplo AGGIO Alberto República e revoluçao ln SEMANA DA HISTÓRIA 8 ed Franca 1989 Resumos Unesp 1989 68 p 13174 SEPARATAS Periódicos Exemplo FRANÇA R Limongi A questão das garagens no condomínio de apartamen tos Separata da Revista dos Tribunais São Paulo v 228p 5160 out 1959 13175 LIVROS Exemplo MUNOZ AMATO P Planejamento Rio de Janeiro FGV 1955 55 p Sepa rata de o lntroducción a la administración pública México Fondo de Cultura Económica 1955 Cap 3 13176 FOLHETOS Geralmente são publicações com o número de páginas reduzido mais ou menos até 40 páginas Exemplos 282 BRASIL Ministério da Ação SoCial Secretaria Nacional de Habitação Políti ca nacional de habitação Brasília 1955 25 p folheto HERMES Gabriel A comunidade lusobrasileira o Marquês de Pombal e a Amazônia Brasília 1982 35 p folheto 131 8 Filmes Se for de produto comercial Exemplo AMAZÔNIA filme Primo Carbonari 1955 11 mino sono color 16 mm sé rie didática Se for cópia única ou rara entra pela instituição na qual se encontra Exemplo SÃO PAULO Universidade Museu Paulista Hábitos alimentares entre os caiçaras filme Projeto Rondon 1970 30 min mudo color 8 mm 13181 MICROFILMES Adotamse as mesmas regras de livros periódicos etc acrescentandose no mal entre parênteses o termo f11icrofilme Exemplo UZTAZIZ Geronimo de Theoria y prática de comercio y de marina Madri Antonio Sanz 1742 microfilme 13182 DIAPOSITIVOS Exemplo URIBURU Teresa História de Espafía Madri Aguilar 1972 Diapositivos 200 fot col 13183 FOTOGRAFIAS E CARTÕESPOSTAIS Se forem comerciais entram pelo título Exemplo RELÓGIO do sol cartãopostal Franca Objetiva Social CoI 15 x 11 cm Se forem únicos e raros entram pela instituição na qual se encontram Exemplo PETRÓPOLIS Museu Imperial Princesa Isabel Retrato 30 x 20cm 283 13 1 9 Depoimentos e Entrevistas Se forem únicos e raros entram pela instituição depositária Exemplo RIO DE JANEIRO Museu da Imagem e do Som Depoimento de Getúlio Vargas disco 1948 Se não forem únicos e raros entram pelo entrevistado ou depoente Exemplo MACEDO Murilo Entrevista concedida à fita mag Franca 1980 13 110 Mapas ESQUEMA AutorTítuloLocal data da publicaçãoMapaCaracterísticas do mapa cor esca la etc Exemplos BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística São Paulo São Paulo 1965 mapa color 11000000 RELLEGARDE Pedro Alcântara Org Carta corographica da província do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1983 mapa 13 111 Manuscritos Cidade onde se localiza a instituição em português se houver o correspondente de uso corrente Nome das instituições na língua de origem Título do documento Palavra manuscrito abreviada manuscr Identificação dentro da instituição Exemplos 284 LISBOA Arquivo Histórico do Ministério das Finanças Copiador de cartas para os administradores e governadores do Pará manuscr Cód 100A RIO DE JANEIRO Biblioteca Nacional Roteiro de Pernambuco ao Mara nhão por Manuel Gonçalves Regeifeiro manuscr 2 31 21 11 Vários manuscritos de uma mesma instituição Se os manuscritos estiverem separados na referência não há necessidade de repe tir a instituição nem a palavra manuscrito Entram por ordem alfabética as designa ções dos arquivos e dentro delas por ordem cronológica ou por outro critério 131111 FONTES MANUSCRITAS SÃO PAULO Arquivo Cúria Metropolitana Baptisados Brancos e libertos 18291849 Livro nº 13 Idem 18801885 Livro nº 19 SÃO PAULO Departamento do Arquivo do Estado Ordens Régias 17651780 Caixa 62 nº 420 Processos da Secretaria da Agricultura 1901 Mar 1 Nos documentos pertenrpntp 1l 20e ert u1 üLüüivü v lluüiê Ua lU leção deve anteceder a identificação do documento Exemplo RIO DE JANEIRO Biblioteca Nacional Seção de Manuscritos Carta de Afonso Sampaio Botelho a D Lins Antônio de Souza São Paulo 1767 ma nuscL Arquivo de Matheus 3 4 568 Arquivos particulares ainda não ligados à instituição entram simplesmente pelo nome Exemplo ARQUIVO SETEMBRINO DE CARVALHO Carta a Assis do Brasil Porto Alegre 1940 manuscL Pasta 2 3 13 112 Material de Arquivo não Manuscrito Telegramas Recortes de Jornais Documentos Datilografados etc Exemplo RIO DE JANEIRO Arquivo histórico do Itamaraty Telegrama de Oswaldo Aranha a Getúlio Vargas Washington 1943 Lata X Mar y 285 13113 Acréscimos ao Título e Traduções Quando necessário acrescentamse ao título outras informações na forma como aparecerem na publicação Exemplo PENA Luiz Carlos Martins Comédias de Martins Pena Edição crítica por Darcy Damasceno com a colaboração de Maria Figueiras Rio de Janeiro Tecnoprint 1966 Tradução do original Indicase o título original no fmal da referência quando mencionado no documen to Caso não haja menção podese indicar apenas a língua original A indicação do tradutor deve ser feita somente quando for relevante caso contrário é elemento se cundário Exemplo HEMINGWAY Ernest Por quem os sinos dobram Trad Monteiro Lobato São Paulo Nacional 1956 Original inglês Tradução com base em outra tradução No caso de tradução feita com base em outra tradução indicase além da língua do texto traduzido a do texto original Exemplo SAADI O jardim das rosas Trad Aurélio Buarque de Holanda Rio de Janei ro José Olympio 1944 Versão francesa de Franz Toussaint Original árabe 13 114 Citações no Corpo do Trabalho 131141 CITAÇÕES DIRETAS Consistem na transcrição literal das palavras do autor respeitando todas as suas características Devem ser transcritas sempre entre aspas e seguidas pelo sobrenome do autor data de publicação e páginas da fonte em que foram retiradas separados por vírgula e entre parênteses Essa citação bibliográfica remete para a referência comple ta que figura no fmal do trabalho 286 Exemplo A elaboração de fichas de leitura relativas às obras lidas é o meio mais tradicional de organização dos textos selecionados Nunes 197753 Quando houver coincidência de autores com o mesmo sobrenome e data acrescen tamse as iniciais de seus prenomes Exemplo Castro B 1989p 56 Castro B 1989 p 21 As citações de diversos documentos de um mesmo autor publicados no mesmo ano são distinguidas pelo acréscimo de letras maiúsculas do alfabeto após a data e sem espacejamento Exemplo BUNGE 1974a 12 BUNGE 1980b 208 Para citações longas com mais de cinco linhas é preferível transcrevêlas em pa rágrafo próprio sem aspas com 16 espaços da margem esquerda e terminando a cinco espaços da margem direita em espaço um Exemplo O conjunto de decisões acerca de um mesmo assunto prolatadas por to das as jurisdições de Direito comum embora contestadas por alguns como fonte abusiva dó Diietor é na realidade uma fonte incontestável que não pode ser negligenciada pelo pesquisador LEITE E O 1977 p 93 131142 CITAÇÕES INDIRETAS Quando se COMENTA o conteúdo e as idéias do texto original Nesse caso é in dispensável o uso de aspas Exemplo O ser humano através de sua capacidade de reflexão crítica procura in terpretar os fenômenos verificados no mundo empírico procurando descobrir as relações de causas e efeitos e princípios Desileck 1980 p 1516 287 131143 CITAÇÕES DE CITAÇÕES Expressões usadas quando se transcrevem palavras textuais ou conceitos de autor sendo ditos por um segundo autor da fonte que se está consultando diretamente Na possibilidade de recuperar todos os dados de suas obras mencionamse entre parênteses o sobrenome do autor do documento original ano e página seguido da ex pressão latina apud e ainda o sobrenome do autor da obra que foi consultada ano e página Nesse caso as duas obras deverão constar da bibliografia separadamente no final do trabalho Exemplo John Dewey Apud RUDIO Franz Victor Introdução ao projeto de pesquisa científica p 17 Na impossibilidade de recuperar os dados do documento original o primeiro ci tamse as informações que possuir seguidas de apud sobrenome do autor da obra consultada a segunda ano e página Exemplo mas este ato foi mais tarde muitas vezes invocado e usado como título de posse ABREU C Capítulo da história colonial Apud Simonsen 1954 p 336 Nesse caso deverá constar da bibliografia a obra de Simonsen e separadamente em ordem alfabética a obra de Abreu Exemplo BIBLIOGRAFIA ABREU C Capítulos da história colonial Apud SIMONSEN Roberto C História econômica do Brasil 15001820 São Paulo Nacional 1957 457 p 13115 Notas Explicativas autor do trabalho pode fazer uso do rodapé quando achar necessário fazer co mentários ou prestar qualquer esclarecimento sobre algum assunto Nesse caso colocase um asterisco no corpo do trabalho remetendoo para o rodapé da página 288 Exemplo ou podemos dizer que a sala de estar capitalista é pequena obrigando a alguns ficar de fora 13116 Notas de Rodapé Na redação de um texto comumente o autor sente necessidade de citar ou utilizar citações de um ou mais autores de trabalhos anteriores sobre o assunto a ser discutido Daí surge a questão como e qual a maneira mais correta de fazer a referência biblio gráfica dos documentos a serem identificados O presente livro se concentrará em duas maneiras atualmente em uso ou seja no tas de rodapé e citação bibliográfica com chamada para o mal do texto As notas de rodapé podem ser de dois tipos notas explicativas e notas bibliográ ficas cada uma atendendo a finalidades diferentes conforme a delimitação de seus nomes 13117 Notas Bibliográficas Localização a Localizase a nota no pé da página ou então logo após o texto no caso de este não ocupar toda a página Separase a nota do texto com uma li nha 20 batidas ou 5 cm começando na margem esquerda na primeira linha abaixo do texto Pelo menos uma entrelinha deve ser deixada entre textolinha de rodapé Exemplo 1 BARBOSA Rui Oração aos moços Rio de Janeiro Casa de Rui Barbosa 1949 p 10 b A nota de rodapé deve ser apresentada precedida do número de chamada em algarismos arábicos e entre parênteses A numeração pode ser reinicia da a cada capítulo ou ser consecutiva em todo texto 1 ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1979 p 20 É o exército individual de reserva que não possui força coletiva para garantir um bom salário para os trabalhadores 289 Quando a obra aparecer pela primeira vez indicamse seus elementos essenciais e as páginas da citação ou informação c Para a apresentação das notas de rodapé recomendase adotar caracteres ou espacejamentos diferentes dos do texto As notas devem ser colocadas na página em que aparece a chamada numérica evitandose continuála nas páginas seguintes d As obras citadas em nota de rodapé deverão constar da lista de referên cia bibliográfica arranjadas em ordem alfabética podendo ou não ser nu meradas 13118 Repetição das Referências Quando houver casos de repetição de referências a obras anteriormente citadas com mudança ou não do número da página é recomendável o uso de expressões lati nas tais como a ido idem do mesmo autor Expressão usada para nota de rodapé cujo autor da obra citada é o mesmo da nota anterior Nesse caso colocase a expressão ido e logo em seguida os demais da dos da referência Exemplo 1 DEMO Pedro Metodologia científica em ciências sociais São Pau lo Atlas 1995 p 112 2 Id p 118 b Ibid Ibidem na mesma obra Expressão usada quando duas ou mais notas de rodapé referemse à mesma obra sendo apresentadas na mesma página uma imediatamente após a outra Devese indi car a página de onde foi retirada a informação ou citação mesmo que coincida com a da nota anterior Exemplo 1 ECO H Como se faz uma tese São Paulo Perspectiva 1977 p 13 2 Ibid p 13 3 Ibid p 95 c Op cito opus citatum na obra citada 290 Essa expressão significa que se está referindo a uma obra citada nas páginas ante riores ou na mesma página tendo ou não outra nota intercalada É usada logo após o nome do autor ou do título quando a obra não tiver autor seguida do número da pá gina da citação ou informação e do número da nota do rodapé a que se está referindo Exemplo 1 Menção posterior apresentada na mesma página Exemplo 2 1 REY L Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blü cher 1972 2 REGO A S Lições de metodologia e críticas históricas Porto Por tucalense 1969 3 REGO A S Op cit p 126 nota 2 Menção posterior apresentada em páginas seguintes Página anterior 1 SALOMON D V Como fazer uma monografia São Paulo Martins Fontes 1999 2 SALVADOR A D Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica 2 ed Porto Alegre Sulina 1970 3 Id Como redigir uma tese Porto Alegre Globo 1990 Página posterior 4 SALOMON D V Op cit p 1149 nota 1 d Passim aqui e ali Essa expressão é usada para indicar que a informação obtida é tratada em várias passagens ao longo do texto referido Exemplo 5 CASTRO C M Estrutura e apresentação de publicações científi cas São Paulo MacGrawHill do Brasil 1990 Passim e Apud citado por Expressão usada quando se transcrevem palavras textuais ou conceitos de um au tor sendo ditos pelo autor da fonte em que se está consultando diretamente 291 Exemplo 1 6 CASTRO 1976 Apud KOTAIT I Editoração científica São Paulo Ática 1981 p 12 Exemplo 2 7 ASTI VERA A Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1973 p 50 Apud SCHIMITH L Sistematização no uso de notas de rodapé e citações bibliográficas de trabalhos acadêmicos Re vista de Biblioteconomia de Brasília Brasília v 9 nº 1 p 3541 janjun 1981 p 36 13 119 Notas ExplicativasBibliográficas a Quando a informação for baseada em dados de outro autor a nota virá acompanhada da referência bibliográfica que poderá aparecer no mal do texto da nota Exemplo 9 O fato é que numa época em que a bibliografia atinge um alto nível de rigor técnico não se pode mais permitir que os livros brasileiros saiam cheios de defeitos ver COUTINHO A Da crítica e da nova crítica Rio de Janeiro Civili zação Brasileira 1975 p 189 b Há casos em que a referência bibliográfica poderá vir intercalada no texto da nota explicativa entre parênteses Exemplo Ângelo Domingos Salvador SALVADOR A D Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 201 p revela que os adendos são matérias elaboradas pelo autor os apêndices são subsídios de outros autores que abor dam e documentam o texto LITERATURA RECOMENDADA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Referências bibliográficas Rio de Janeiro 2000 NBR 6023 292 KURY Adriano Gama Elaboração e editoração de trabalhos de nível universitário es pecialmente na área humanística Rio de Janeiro Fundação Casa de Rui Barbosa 1980 p 3059 LEITE José Alfredo Américo Metodologia de elaboração de teses São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 Capítulo 7 MARTINS Joel CELANI Maria Antonieta Alba Subsídio para redação de tese de mestrado e de doutoramento 2 ed São Paulo Cortez Moraes 1979 Capítulo 4 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 Capítulo 4 REY Luís Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blücher 1978 Capí tulo 5 item 58 RUlZ João Álvaro Metodologia científica guia para eficiência nos estudos São Paulo Atlas 1979 Apêndice SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 Segunda Parte Capi tulo 3 itens 4 e 5 SEVERINO Ãntônio Joaquim Metodologia do trabalho cientifico dIretrizes para o tra balho didáticocientífico na universidade 6 ed São Paulo Cortez Autores Associados 1982 Capitulo 5 item 2 293 Bibliografia ACKOFF Russel L Planejamento de pesquisa social São Paulo Herder EDUSP 1967 2 ed São Paulo EPU EDUSP 1975 ACRA FILHO José Antonio A economia cafeeira e a politica oligárquica do muni cípio de Ribeirão Preto subsídios para o estudo das oligarquias cafeeiras paulistas São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1981 Tese de Mes L 1 lllUU ALFONSO Juan Maestre La investigación en antropologia social Madrid Akal 1974 ALVES Danny José O teste sociométrico sociogramas 2 ed Porto Alegre Globo 1974 AMARAL Hélio Soares do Comunicação pesquisa e documentação método e técnica de trabalho acadêmico e de redação jornalística Rio de Janeiro Graal 1981 ANDEREGG Ezequiel Introducción a las técnicas de investigación social para tra bajadores sociales 7 ed Buenos Aires Humanitas 1978 ARAUJO Manuel Mora y et aI El análisis de datos en la investigación social Buenos Aires Nueva Visión 1973 ASTI VERA Armando Metodologia da pesquisa científica Porto Alegre Globo 1976 o 5 ed Porto Alegre Globo 1979 AUGRAS Monique Opinião pública teoria e pesquisa 2 ed Petrópolis Vozes 1974 AZEVEDO Amilcar Gomes CAMPOS Paulo H B Estatística básica 3 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1978 BABINI José El saber Buenos Aires Nueva Visión 1957 BARBOSA FILHO Manuel Introdução à pesquisa métodos técnicas e instrumentos 2 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 1980 295 BARDAVID Stella o perfil da mãe que deixa o filho recémnascido para adoção São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 Tese de Doutorado BARQUERO Ricardo Velilla Como se realiza un trabajo monográfico Barcelona EUNIBAR 1979 BARRASS Robert Os cientistas precisam escrever guia de redação para cientistas engenheiros e estudantes São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 BARROS Aidil Jesus Paes de LEHFELD Neide Aparecida de Souza Fundamentos de metodologia um guia para a iniciação científica São Paulo McGrawHill 1986 BASTIDE Roger et aI Pesquisa comparativa e interdisciplinar Rio de Janeiro Fun dação Getúlio Vargas 1976 BASTOS Lília da Rocha et aI Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa teses e dissertações Rio de Janeiro Zahar 1979 BEATTIE John Introdução à antropologia social São Paulo Nacional EDUSP 1971 BELTRÃO Pedro Calderon Demografia ciência da população análise teoria Porto Alegre Sulina 1972 BERQUÓ Elza Salvatori et ai Bioestatística São Paulo EPU 1980 BEST J W Como investigar en educación 2 ed Madrid Morata 1972 BLALOCK Jr H M Introdução à pesquisa social 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1976 BLOOM Benjamin S et aI Taxonomia de los objetivos de la educación la classifi cación de las metas educacionales Buenos Aires EI Ateneo 1971 BOAVENTURA Jorge O ocidente traído São Paulo ImpresLithographica Ypiranga 1979 BOTTOMORE T B Introdução à sociologia Rio de Janeiro Zahar 1965 BOUDON Raymond Métodos quantitativos em sociologia Petrópolis Vozes 1971 BOUDON Raymond et ai Metodologia de las ciencias sociales 2 ed Barcelona Laia 1979 3 v BOYD J HARPER W WESTFALL Ralph Pesquisas mercadológicas textos e ca sos 3 ed Rio de Janeiro Getúlio Vargas 1978 BRANDÃO Carlos Rodrigues Org Pesquisa participante 5 ed São Paulo Brasi liense 1985 o Repensando a pesquisa participante 3 ed São Paulo Brasiliense 1987 BRUYNE Paul de et ai Dinâmica da pesquisa em ciências sociais pólos da prática metodológica Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 BUNGE Mário 296 Teoria y realidad Barce Ariel 1972 BUNGE Mário Teoria e realidade São Paulo Perspectiva 1974b o La ciencia su método y su filosofia Buenos Aires Siglo Veinte 1974a o La investigación científica su estrategia y su filosofia 5 ed Barcelona Ariel 1976 o Epistemologia curso de atualização São Paulo T A Queiroz EDUSP 1980 CALDERON Alor C Antropologia social 4 ed México Oasis 1971 CAMPBELL Donald T STANLEY Julian C Delineamentos experimentais e quase experimentais de pesquisa São Paulo EPU EDUSP 1979 CAPALBO Creusa Metodologia das ciências sociais a fenomenologia de Alfred Schutz Rio de Janeiro Antares 1979 CARDOSO Clodoaldo M DOMINGUES Muricy O trabalho científico fundamentos filosóficos e metodológicos Bauru Jalovi 1980 CASTAGNINO Raul H Análise literária São Paulo Mestre Jou 1968 CASTRO Cláudio de Moura A prática da pesquisa São Paulo McGrawHill do Brasil 1978a o Estrutura e apresentação de publicações científicas São Paulo McGrawHill do Brasil 1978b CERRONI Humberto Metodologia y ciencia social Barcelona Martinez Roca 1971 CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia científica para uso dos estudantes universitários 2 ed São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 CLARK María Angélica Gallardo La praxis dei trabajo social en una dirección científica teoria metodologia instrumental de campo Buenos Aires Ecro 1973 COHEN Morris NAGEL Emest Introducción a la lógica y al método científico 2 ed Buenos Aires Amorrortu 1971 2 v COPI Irving M Introdução à lógica São Paulo Mestre Jou 1974 DANHONE Sueli Terezinha Menores de condutas antisociais e a organização da so ciedade São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 2 v Tese de Mestrado DANIELLI Irene Roteiro de estudo de metodologia científica Brasília Horizonte 1980 DA VIS James A Levantamento de dados em sociologia uma análise estatística ele mentar Rio de Janeiro Zahar 1976 DELORENZO NETO Antonio Da pesquisa nas ciências sociais Separata Ciências Econômicas e Sociais Osasco 5 1 e 2766 janjul 1970 DEMO Pedro Metodologia científica em ciências sociais São Paulo Atlas 1981 297 DUVERGER Maurice Ciência política teoria e método 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1976 ECO Umberto Como se faz uma tese 14 reimp São Paulo Perspectiva 1977 ENGELS Friederich Dialética da natureza 2 ed Lisboa Presença São Paulo Mar tins Fontes 1978 FERNANDES Florestan Elementos de sociologia teórica São Paulo Nacional EDUSP 1970 FERNANDEZ Juan Antonio Rodrigues A hipótese na investigação científica o pro blema da formulação da hipótese e a qualidade da pesquisa São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1979 Tese de Mestrado FESTINGER Leon KA TZ Daniel A pesquisa na psicologia social Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1974 FEYERABEND Paul Contra o método esboço de uma teoria anárquica da teoria do conhecimento Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 FLESCH Rudolf The art of clear thinking London Collica Books 1951 FONSECA Edson Nery Problemas de comunicaçãp da informação científica São Paulo Thesaurus 1975 FRAGATA Júlio S I Noções de metodologia para elaboração de um trabalho cientí fico 3 ed Porto Tavares Martins 1980 GAJARDO Marcela Pesquisa participante na América Latina São Paulo Brasiliense 1986 GALLIANO A Guilherme Org O método científico teoria e prática São Paulo Harpei Row do Brasil 1977 GALTUNG Johan Teoria y métodos de la investigación social 5 ed Buenos Aires EUDEBA 1978 2 v GARCIA Othom M Comunicação em prosa modema 18 ed Rio de Janeiro FGV 2000 GATTI Bemardete A FERES Nagib Lima Estatistica básica para ciências huma nas São Paulo AlfaOmega 1975 GIBSON Quentin La lógica de la investigación social 2 ed Madrid Tecnos 1964 GIDDENS Antony Novas regras do método sociológico uma crítica positiva das so ciologias compreensivas Rio de Janeiro Zahar 1978 GIL Antonio Carlos Métodos e técnicas de pesquisa social São Paulo Atlas 1987 o Como elaborar projetos de pesquisa São Paulo Atlas 1988 GLOCK Charles Y Disefío y análisis de encuestas en sociologia Buenos Aires Nueva Visión 1973 GOLDMANN Lucien Dialética e ciências humanas Lisboa Presença 1972 2 v 298 GOODE William J HATT Paul K Métodos em pesquisa social 2 ed São Paulo Nacional 1968 o 3 ed São Paulo Nacional 1969 GRAGNER Gaston Gilles Lógica e filosofia das ciências São Paulo Melhoramentos 1955 GRA WITZ Madeleine Métodos y técnicas de las ciencias sociales Barcelona Hispano Europea 1975 2 v HARLOW Eric COMPTON Henry Comunicação processo técnicas e práticas São Paulo Atlas 1980 HEGENBERG Leônidas Explicações científicas introdução à filosofia da ciência 2 ed São Paulo EPU EDUSP 1973 o Etapas da investigação científica São Paulo EPU EDUSP 19762 v HEMPEL Carl G Filosofia da ciência natural 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1974 HlRANO Sedi Org Pesquisa social projeto e planejamento São Paulo T A Queiroz 1979 lTOPlIIfAlITlIT lnln t J iivUIu y LJV óUJVJ CH IU õCJuut DalClUlla lCll11lUS 1 HYMAN Herbert Planejamento e análise da pesquisa princípios casos e processos Rio de Janeiro Lidador 1967 JOLIVET Régis Curso de filosofia 13 ed Rio de Janeiro Agir 1979 JUNKER Buford H A importância do trabalho de campo introdução às ciências so ciais Rio de Janeiro Lidador 1971 KAPLAN Abraham A conduta na pesquisa metodologia para as ciências do compor tamento São Paulo Herder EDUSP 1969 o 2 ed São Paulo EPU EDUSP 1975 KAUFMANN Feliz Metodologia das ciências sociais Rio de Janeiro Francisco Al ves 1977 KERLINGER Fred N Foundations of behavioral research 2 ed New York Holt Rinehart and Winston 1973 o Metodologia da pesquisa em ciências sociais um tratamento conceituaI São Paulo EPU EDUSP 1980 KNELLER George F A ciência como atividade humana Rio de Janeiro Zahar São Paulo EDUSP 1980 KOCHE José Carlos Fundamentos de metodologia científica 3 ed Caxias do Sul UCS Porto 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Manual de encuesta social Madrid Riap 1961 2 v LEFEBVRE Henri Lógica formallógica dialética 2 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1979 LEHFELD Neide Aparecida de Souza Estudo de grupos familiares migrantes caren tes suas formas de organização interna São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 Tese de Mestrado LEITE José Alfredo Américo Metodologia de elaboração de teses São Paulo McGrawHill do Brasil 1978 LELLIS Regina de Souza A família carente e sua infuência na origem da marginali zação social São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 2 v Tese de Mestrado LIARD L Lógica 9 ed São Paulo Nacional 1979 LODI João Bosco A entrevista teoria e prática 2 ed São Paulo Pioneira 1974 LUNDENBERG George A Técnica de la investigación social México Fondo de Cul tura Económica 1949 MAGEE Bryan As idéias de Popper 3 ed São Paulo Cultrix 1979 MAIR Lucy Introdução à antropologia social 2 ed Rio de Janeiro Zahar 1972 MANN Peter H Métodos de investigação sociológica Rio de Janeiro Zahar 1970 300 MANZO Abelardo J Manual para la preparación de monografias una guía para pre sentar informes y tesis Buenos Aires Humanitas 1971 o 2 ed Buenos Aires Humanitas 1973 MARCONI Marina de Andrade Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista São Paulo Secretaria da Cultura Ciência e Tecnologia 1978 MARINHO Inezil Penna Introdução ao estudo da metodologia científica Brasília Brasil sd MARINHO Pedro A pesquisa em ciências humanas Petrópolis Vozes 1980 MARQUEZ A D Educación comparada teoría y metodologia Buenos Aires Ante co 1972 MARTINS Joel CELANI M Antonieta Alba Subsídio para redação de teses de mes trado e doutoramento 2 ed São Paulo Cortez Moraes 1979 MEDEIROS João Bosco Redação científica a prática de fichamentos resumos rese nhas São Paulo Atlas 1999 MERTON Robert K Sociologia teoria e estrutura São Paulo Mestre Jou 1970 MINICUCCI Agostinho Dinâmica de grupo manual de técnicas 3 ed São Paulo Atlas 1977 MOISÉS Massaud Guia prático de análise literária São Paulo Cultrix 1970 MONTENEGRO E J Estatística montada passo a passo São Paulo Centrais Impres sora Brasileira 1981 MORAL Ireneo Gonzales Metodologia Santander Sal Terrae 1955 MOREIRA José dos Santos Elementos de estatística São Paulo Atlas 1979 MORGENBESSER Sidney Org Filosofia da ciência 3 ed São Paulo Cultrix 1979 NAGEL Emest La estructura de la ciencia problemas de la lógica de la investigación científica 3 ed Buenos Aires Paidós 1978 NÉRICI Imídeo G Metodologia do ensino superior Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1967 o Introdução à didática geral 10 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1971 o Introdução à lógica 5 ed São Paulo Nobel 1978 Parte I Capítulo 6 Parte II Capítulo 11 itens 111 112 e 113 o Educação e metodologia 2 ed Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1973 NOGUEIRA Oracy Pesquisa social introdução às suas técnicas São Paulo Nacional EDUSP 1968 NUNES Edson de Oliveira Org A aventura sociológica objetividade paixão im proviso e método na pesquisa social Rio de Janeiro Zahar 1978 301 OGBURN William F NIMKOFF Meyer F Sociologia 8 ed Madrid Aguilar 1971 PADUA Jorge et aI Técnicas de investigación aplicadas a las ciencias sociales Mé xico Fondo de Cultura Económica 1979 PARDINAS Felipe Metodología y técnicas de investigación en ciencias sociales Mé xico Siglo Veinteuno 1969 o 2 ed México Siglo Veinteuno 1977 PASTOR Julio Rey QUILLES Ismael Diccionário filosófico Buenos Aires Espa saCalpe 1952 PAULI Evaldo Manual de metodologia cientíca São Paulo Resenha Universitária 1976 PEREIRA Wlademir Coord Manual de introdução à economia São Paulo Saraiva 1981 PHILLIPS Bernard S Pesquisa social estratégias e táticas Rio de Janeiro Agir 1974 PIERSON Donald Teoria e pesquisa em sociologia 9 ed São Paulo Melhoramentos 1965 POLANSKY Norman A Metodologia de la investigación dei trabajo social Madrid Euramérica 1966 POLITZER Georges Princípios elementares de filosofia 9 ed Lisboa Prelo 1979 et aI Princípios fundamentais de filosofia São Paulo Hemus sd POPPER Karl S A lógica da pesquisa científica 2 ed São Paulo Cultrix 1975a o Conhecimento objetivo uma abordagem evolucionária São Paulo Itatiaia EDUSP 1975b o Autobiografia São Paulo Cultrix EDUSP 1977 o A lógica das ciências sociais Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1978 o Conjecturas e refutações Brasília Universidade de Brasília sd PRADO Jr Caio Dialética do conhecimento 2 ed São Paulo Brasiliense 1980 RAMON Y CAJAL Santiago Regias y consejos sobre investigación científica 8 ed Madrid Beltran Príncipe 1940 o Regras e conselhos sobre a investigação científica 3 ed São Paulo T A Queiroz EDUSP 1979 REHFELDT Gládis Knak Monografia e tese guia prático Porto Alegre Sulina 1980 REY Luís Como redigir trabalhos científicos São Paulo Edgard Blücher 1978 RICHARDSON Roberto Jauy e colaboradores Pesquisa social métodos e técnicas São Paulo Atlas 1985 302 RILEY Matilda White NELSON Edward E A observação sociológica uma estraté gia para um novo conhecimento social Rio de Janeiro Zahar 1976 ROSENBERG Morris A lógica da análise de levantamento de dados São Paulo Cul trix EDUSP 1976 RUDIO Franz Víctor Introdução ao projeto de pesquisa cientifica 2 ed Petrópolis Vozes 1979 o 3 ed Petrópolis Vozes 1980 RUIZ João Álvaro Metodologia científica guia para eficiência nos estudos São Paulo Atlas 1 9 7 9 o 2 ed São Paulo Atlas 1980 RUMMEL J Francis Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação 3 ed Porto Alegre Globo 1977 RUSSEL Bertrand A perspectiva científica 4 ed São Paulo Nacional 1977 RYAN Alan Filosofia das ciências sociais Rio de Janeiro Francisco Alves 1977 SALMON Wesley C Lógica 4 ed Rio de Jeiro Zahar 1978 5ALOlviOI Déicio Vieira Como Jazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 2 ed Belo Horizonte Interlivros 1972 o o 3 ed Belo Horizonte Interlivros 1973 o o 9 ed São Paulo Martins Fontes 1999 SALVADOR Ângelo Domingos Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica elabo ração de trabalhos científicos 8 ed Porto Alegre Sulina 1980 SANTOS Maria de Lourdes Lúcio dos A necessidade da informação ocupacional na escolha da profissão um estudo de caso São Paulo Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo 1980 Tese de Mestrado SARTRE JeanPaul Questão de método São Paulo Difusão Européia do Livro 1966 SCHRADER Achim Introdução à pesquisa social empírica um guia para o planeja mento a execução e a avaliação de projetos de pesquisa não experimentais Porto Ale gre Globo 1974 o 2 ed Porto Alegre Globo Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1974 SELLTIZ C et alo Métodos de pesquisa nas relações sociais São Paulo Herder 1965 o 2 ed São Paulo Herder EDUSP 1967 SEVERINO Antônio Joaquim Metodologia do trabalho científico diretrizes para o trabalho científicodidático na universidade 5 ed São Paulo Cortez Moraes 1980 o o 6 ed São Paulo Cortes Autores Associados 1982 o o 21 ed São Paulo Cortez 2000 303 SIQUElRA L Mesquita Pesquisa bibliográfica em tecnologia São José dos Campos ITA 1969 Mimeografado SMART Barry Sociologia fenomenologia e análise marxista uma discussão crítica da teoria e da prática de uma ciência da sociedade Rio de Janeiro Zahar 1978 SOUZA Aluísio José Maria de et aI Iniciação à lógica e à metodologia da ciência São Paulo Cultrix 1976 SOUZA Maria Suzana de Lemos Guia para redação e apresentação de teses Belo Horizonte Huguette 1992 SPINA Segismundo Normas gerais para os trabalhos de grau um breviário para o estudante de pósgraduação São Paulo Fernando Pessoa 1974 TAGLIACARNE Guglielmo Pesquisa de mercado técnica e prática 2 ed São Paulo Atlas 1976 TELLES Jr Goffredo Tratado da conseqüência curso de lógica formal 5 ed São Paulo José Bushatsky 1980 THALHEIMER August Introdução ao materialismo dialético São Paulo Ciências Humanas 1979 THIOLLENT Michel J M Crítica metodológica investigação social enquete operária São Paulo Polis 1980 o Metodologia da pesquisaação 3 ed São Paulo CortezAutores Associados 1986 TRIPODI Tony et aI Análise da pesquisa social diretrizes para o uso de pesquisa em serviço social e em ciências sociais Rio de Janeiro Francisco Alves 1975 TRUJILLO FERRARI Alfonso Metodologia da ciência 3 ed Rio de Janeiro Kennedy 1974 Epistemologia e metodologia da sociologia Campinas se 1977 o Metodologia da pesquisa científica São Paulo McGrawHill do Brasil 1982 VEGA Javier Lasso de la Manual de documentación Barcelona Labor 1969 WHITNEY Frederick L Elementos de investigación Barcelona Omega 1958 WITT Aracy Metodologia de pesquisa questionário e formulário 2 ed São Paulo Resenha Tributária 1973 o o 3 ed São Paulo Resenha Tributária 1975 YOUNG Pauline Métodos cientificos de investigación social México Instituto de In vestigaciones Sociales de la Universidad deI México 1960 ZEISEL Hans Say it withfigures 4 ed New York Harper Row Publishers 1957 ZETTERBERG Hans Teoria y verificación en sociología Buenos Aires Nueva Vi sión 1973 304 índice Remissivo ABSTRACT230 AFIRMAÇÕES E FATOS 169 AMOSTRAGEM163 Tipo de 223 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO Crítica externa 48 Crítica interna 49 ANÁLISE INTERPRETATIVA E CRíTICA 32 33 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 167 ANÁLISE TEMÁTICA 31 33 ANÁLISE DE TEXTO Análise dos elementos 30 Análise da estrutura 31 Análise das relações 31 Conclusão pessoal 32 Dinâmica 31 Estática 31 Fases 27 Objetivo 29 Partes 30 Procedimento 30 Tipos 31 ANÁLISE TEXTUAL 31 32 ANEXOS 233 ANTEPROJETO 215 APÊNDICE 232 ARQUIVOS PARTICULARES 176 ARQUIVOS PÚBLICOS Coleções particulares 177 Documentos jurídicos 176 178 Documentos oficiais 176 Documentos particulares 181 ARTIGO CIENTíFICO Avaliação 263 Argumento teórico 261 Artigo de análise 261 Avaliação 242 Classificatório 262 Conteúdo 260 Estrutura do artigo 259 Motivação 262 Tipos 261 BIBLIOGRAFIA 227 233 Á Elemento que auxilia na escolha de leitura 20 Revisão da 225 CAPA 216 228 CATÁLOGO COLETIVO NACIONAL 48 CIÊNCIA Classificação 81 Conceito 80 Divisão 81 CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTíFICO 75 CITAÇÃO Aspas 57 Supressão de texto 57 COLETA DOS DADOS 165 COMPILAÇÃO 48 CONFERÊNCIA Apresentação 269 Avaliação do tempo 270 Estrutura da conferência 269 CONHECIMENTO Científico 75 76 77 Filosófico 78 Popular 78 305 Religioso 79 Tipos 75 77 CONTRACAPA19 CONTRADiÇÃO Inovadora 105 Interna 105 CRíTICA Externa 48 Interna 49 CRíTICA DE INTERPRETAÇÃO 49 CRíTICA DA PROVENIÊNCIA 49 CRíTICA DO VALOR INTERNO DO CONTEÚDO 49 CRíTICA DO TEXTO 48 DADOS Análise e interpretação dos 167 Elaboração dos 166 Falta de imaginação 169 DATA DA PUBLICAÇÃO 19 DEDU9ÃO Características 92 DEFINiÇÃO Operacional f61 Simples 161 DISSERTAÇÃO Avaliação metodológica do trabalho 243 Conceitos 238 Escolha do tema 240 Esquema 243 Problemas hipóteses e variáveis 241 Redação 243 Tipos 239 DOCUMENTAÇÃO DIRETA Pesquisa de campo 186 Pesquisa de laboratório 190 DOCUMENTAÇÃO INDIRETA Pesquisa bibliográfica 174 Pesquisa documental 174 DOCUMENTOS Fontes primárias 174 ELABORAÇÃO DOS DADOS Codificação 167 Seleção 166 Tabulação 167 ENTREVISTA 195 Clínica 197 306 Contato inicial 199 Despadronizada ou nãoestruturada 197 Diretrizes da 199 Focalizada 197 Formulação de perguntas 200 Padronizada ou estruturada 197 Painel197 Preparação da 199 Registro de respostas 200 Requisitos importantes 200 Término da 200 Vantagens e limitações 198 Não dirigida 197 Tipos de 197 ESTILO 242 ESTRUTURA DO PROJETO Cronograma 216 Embasamento teórico 217 Metodologia 216 Objetivo 216 Justificativa 216 Relação do pessoal técnico 216 ESTUDOS PRELIMINARES 215 FALSEAMENTO Tentativas de 98 FATO Calssificação de conceitos 119 Início da teoria 118 Redefinição de teorias 120 Reformulação da teoria 119 FATOS 114 FICHA Aspecto físico 50 FICHA BIBLIOGRÁFICA 56 FICHA Cabeçalho 51 Citações 57 Comentário ou analítica 59 Composição da 50 Conteúdo 56 58 Corpo ou texto 54 Esboço 59 Glosa 66 Indicação da obra 54 Local54 de Manzo tipos 66 Referência bibliográfica 53 Resumo 58 FICHAMENTO 48 FORMULÁRIO Apresentação do formulário 213 Vantagens e desvantagens 212 FONTES ESTATíSTICAS 177 FONTES NÃO ESCRITAS 168 FONTES PRIMÁRIAS 159 FONTES SECUNDÁRIAS 159 GENERALIZAÇÕES EMPíRICAS 116 GRÁFICOS 169 170 Analíticos 171 Informativos 170 HERMENÊUTICA 49 HIPÓTESE Analogias 134 Antefactum 131 Básica 220 Casos discrepantes 135 Comparação com outros estudos 133 Conceito 126 Conhecimento familiar 132 Cultura geral 134 Dedução lógica de uma teoria 133 Experiência pessoal 135 Fontes de elaboração 132 Formulação 128 Função 131 Importãncia 130 Observação 132 Postfactum 131 Problema 126 Tema 126 IMPRINTAÇÃO97 INDUÇÃO Amostra insuficiente 90 Amostra tendenciosa 91 Formas 89 Regras 90 Favorece na escolha da leitura 20 INFORME CIENTíFICO 263 INTRODUÇÃO 20 JUSTIFICATIVA 219 LEITURA Crítica 21 De estudo 21 24 De significado 21 Elementos 19 Explicativa 23 Exploratória 22 Identificação do texto 19 Informativa 21 Interpretativa 23 Objetivos 21 Proveitosa 20 Reconhecimento 22 Reflexiva 22 Scanning 21 Seletiva 22 Skimming 21 Sublinhar 24 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO Localização 47 MÉTODO COMPARATIVO 107 MÉTODO CIENTíFICOS 83 Conceito 83 Desenvolvimento histórico dos 83 MÉTODO DEDUTIVO Argumento 91 Argumentos condicionais 93 MÉTODO DIALÉTICO Ação recíproca 101 Interpretação dos contrários 104 Leis 100 Mudança dialética 102 Passagem da quantidade à qualidade 103 MÉTODOS ESPECíFICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 106 MÉTODO ESTATíSTICO 108 MÉTODO ESTRUTURALISTA 111 MÉTODO FUNCIONALlSTA 110 MÉTODO HIPOTÉTICODEDUTIVO Conjecturas 98 Etapas 95 Problema 97 Segundo Bunge 99 MÉTODO HISTÓRICO 106 MÉTODO INDUTIVO Caracterização 86 Fases 87 Formas 89 Leis 87 Regras 87 MÉTODO MONOGRÁFICO 108 MÉTODO TIPOLÓGICO 109 307 MODUS TOLLENS 98 MONOGRAFIAS Características 235 Científicas 237 Conceito 235 Escolares 237 Escolha do tema 237 Estrutura 236 Tipos 236 MOTIVAÇÃO 262 OBSERVAÇÃO Assistemática 192 Em equipe 194 Em laboratório 195 Individual 194 Na vida real 195 Não participante 193 Participante 194 Sistemática 193 OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA 201 222 Formulário 212 Questionário 201 OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA 190222 Entrevista 195 Objetivos 196 Observação 190 ORELHA19 PÁGINA DE ROSTO 228 PESQUISA Bibliográfica 183 de campo 186 Conclusões 171 Cronograma 157 Coleta dos dados 165 Conceito 155 Constituição da equipe de trabalho 157 Construção de hipóteses 161 Decisão 156 Definição dos termos 160 Delimitação do assunto 45 155 Elaboração do plano de trabalho 46 Elaboração dos dados 166 Elaboração de um esquema 157 Escolha do tema 44 158 Especificação de objetivos 156 Execução de 165 Fases da 44 156 158 Formulação do problema 159 Indicação de variáveis 162 308 Levantamento de dados 158 Levantamento de recursos 157 Organização do instrumentla de 164 Piloto 227 Planejamento da 155 Preparação da 155 156 Relatório 171 Seleção dos métodos e técnicas 163 Técnicas 222 Teste de instrumentos e procedimentos 165 PESQUISA DOCUMENTAL Fontes não escritas 174 PESQUISA DE LABORATÓRIO 190 PLANO DE TRABALHO Elaboração 46 PRÉTESTE227 PROBLEMA 126 De ação 160 De estudos acadêmicos 160 De informação 160 Exeqüibilidade 160 Hipótese 127 Investigação pura e aplicada 160 Novidade 160 Oportunidade 160 Relevância 160 Tipos 160 Viabilidade 160 PROBLEMATIZAÇÃO 32 e 33 PROJETO Capa 216 Definitivo 215 Estrutura 216 Justificativa 216 PROJETO DE PESQUISA Apresentação 217 Bibliografia 227 Cronograma 226 Definição dos termos 225 Delimitação do universo descrição da população 223 Delimitação do tema 218 Hipótese básica 220 Hipótese secundárias 220 Instrumentos de pesquisa 226 Justificativa 219 Método de abordagem 221 Métodos de procedimento 221 Objetivo 218 Objetivos específicos 219 Objetívo geral 219 Objeto 220 Orçamento 226 Prblema 220 Tema 218 Tipo de amostragem 223 PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA Noções preliminares 215 PROJETO DE PESQUISA Metodologia 221 Variáveis 221 PUBLICAÇÕES CIENTíFICAS Abordagem 255 Apresentação formal 258 Aspectos da comunicação 253 Comunicação 252 Comunicação científica 252 Elaboração da comunicação 257 Estágios da comunicação 257 Estrutura da comunicação 256 Exemplo de comunicação 258 Linguagem 254 Tipos de comunicação 256 QUADROS 169 QUESTIONÁRIO Bateria 210 Classificação das perguntas 204 Conteúdo 210 Elementos de suma importância 228 Ordem das perguntas 211 Préteste 203 Processo de elaboração 202 Vantagens e desvantagens 201 Vocabulário 210 REDAÇÃO49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acréscimos ao título e traduções 286 Apostilas 281 282 Artigo eou matéria de jornal 278 Artigo ou matéria de revista 277 Capítulo de livro 275 Cartãopostal 283 Citações de citações 288 Citações di retas 286 Citações indiretas 287 Citações no corpo do trabalho 286 Depoimentos 284 Diapositivos 283 Entrevistas 284 Evento em meio eletrõnico 279 Filmes 283 Folhetos 282 Fontes manuscritas 285 Fotografia 283 Livro 272 282 Manuscritos 284 Matéria de jornal assinada 278 Matéria de jornal não assinada 278 Microfilmes 283 Monografias 281 Notas de rodapé 289 Notas explicativaslbibliográficas 288 292 Outras entradas para referências legislativas 280 Programas de cursos 281 Referências legislativas 279 Repetição das referências 290 Resumos 282 Separatas 282 Tese 275 Teses e trabalhos de alunos TCCs monografias 281 Tradução com base em outra tradução 286 Tradução do original 286 RELATÓRIOS Anexos 233 Apêndices 232 Apresentação 228 230 Apresentação dos dados e sua análise 231 Bibliografia 233 Capa 228 Conclusões 232 Definição 171 Embasamento teórico 231 Estrutura do 228 Metodologia 231 Recomendações de sugestões 232 Revisão bibliográfica 230 Sfnopse 230 Sumário 230 RELATÓRIO DE PESQUISA Apresentação 217 Gráficos 169 Quadros 169 Tabelas 169 RESENHA Apreciação 266 Conclusão do autor 266 Conhecimento 265 Credenciais do autor 265 Estrutura 265 309 Digesto 267 Importância 265 Modelo 266 Quadro de referência do autor 266 Referência bibliográfica 265 Requisitos básicos 264 RESENHA CRíTICA Conceito e finalidade 264 Estrutura da resenha 267 Importância da resenha 265 Modelo de resenha 267 Requisitos básicos 264 RESENHISTA Crítica 268 RESUMIR24 RESUMO Analítico 69 Caráter68 Como resumir 68 Conceitos 68 Crítico 70 Descritivo 69 Finalidade 68 Indicativo 69 Informativo 69 Tipos 70 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 230 SEMINÁRIO Avaliação 40 Bibliografia 38 Componentes 37 Comentador 37 Conclusão 38 Coordenador 37 Debatedores 37 Desenvolvimento 38 Elemento que favorece na escolha da leitura 20 Estrutura e funcionamento 35 Etapas 37 Fase de identificação 47 Fontes 36 Introdução 38 Organizador 37 Plano 39 Preparação 39 Redação 49 Relator 37 Roteiro 39 Secretário 37 Sinopse 230 310 SUBLINHAR 24 SUMÁRIO 230 TEBELAS 169 Regras para a utilização 170 TABULAÇÃO 167 Descuidada ou incompetente 169 TÉCNICAS DE PESQUISA 174 Documentação direta 186 Documentação indireta 174 Observação di reta extensiva 201 Observação di reta intensiva 190 TEMA 126 218 TENTATIVA DE FALSEAMENTO 98 TEORIA114 de Base 224 Indicação de lacunas no conhecimento 118 TEORIAS E LEIS 122 Orientação para os objetivos da ciência 115 Papel dos fatos 118 Previsão dos fatos 115 Relação dos fatos 115 Resumo do conhecimento 116 Sistema de conceitos 115 TERMOS Definição dos 225 Falseamento 98 TESE Apêndice elou anexos 249 Apresentação análise e interpretação dos dados 248 Bibliografia 249 Conceitos 244 Construção de conceitos 249 Construção dos argumentos 248 Definição dos termos 247 Desenvolvimento 247 Eficiência do trabalho 245 Estrutura 246 Estilo 250 Glossário 249 Indicação da metodologia 247 Introdução 246 Metodologia ou procedimentos metodológicos 248 Objetivos 245 247 Justificativa da escolha 247 Localização no tempo e no espaço 247 Parte referencial 249 Redação 250 Revisão da literatura 248 TEXTO Análise e interpretação 48 TRABALHOS CIENTíFICOS Como devem ser elaborados 234 UNIDADE DOS CONTRÁRIOS 105 VARIÁVEIS Conceito 137 Fixidez 143 No universo da ciência 137 Ordem temporal 141 VARIÁVEIS ANTECEDENTES Finalidade 152 VARIÁVEL DE CONTROLE Conceito 145 VARIÁVEIS DEPENDENTES Conceito 138 Diferenciação 138 Relação causal 141 VARIÁVEIS EXTRíNSECAS Apresentação em bloco 149 Relações espúrias 147 Variáveis componentes 149 VARIÁVEIS INDEPENDENTES Conceito 138 Diferenciação 138 Relação causal 141 VARIÁVEIS INTERVENIENTES Conceito 150 VARIÁVEL MODERADORA Conceito 144 311 r l FUNDAMENTOS DE METODOLOGIA CIENTíFICA Este texto se apresenta como uma introdução geral às disciplinas Metodologia Científica e Métodos e Técnicas depesquisa enfocando procedimentos didáticos aspectos do conhecimento científico técnicas de pesquisa e aspectos metodofógicos dos trabalhos tanto escolares quanto científicos O estilo das autoras é claro simples e objetivo apresentando de forma didática um conteúdo temático rico essencial hoje em dia à atuação dos diferentes especialistas em suas áreas de pesquisa dos profissionais em seu campo de ação e dos estudantes em seus cursos de formação Demonstra que apesar da existência de uma adaptação mútua entre teorias e instrumentos utilizados para enunciáIas a metodologia científica não se perde no estudo abstrato das primeiras mas evidencia sua formação a passos concretos Altamente didático o texto configurase como necessário aos primeiros passos de discentes e profissionais no mundo das idéias cuja aplicação exige sistematização racionalídade e lógica NOTA SOBRE AS AUTORAS MARINA DE ANDRADE MARCONI é graduada em História Pedagogia Estudos Sociais e Educação Artística É doutora em Ciências Antropologia pela Faculdade de História Direito e Serviço Social de Franca Unesp É professora concursada tendo lecionado 16 anos na Unesp de Franca nos cursos de História e Serviço Social É autora do livro Metodologia científica para o curso de direito e coautora de Antropologia uma introdução Metodologia científica Metodologia do trabalho científico Sociologia geral e Técnicas de pesquisa publicados pela Atlas Além desses livros é autora de Garimpos e garimpeiros Folclore do café Brinquedos cantados Artesanato Lin guagem e Folclore I I e III EVA MARIA LAKATOS era graduada em Administração de Empresas e Jornalismo e pósgraduada em Ciências Sociais Mestre e doutora em Ciências Doutora em Filosofia Metodologia Científica e livredocente em Sociologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo onde foi vicediretora Foi professora de Sociologia e Metodologia Científica em gradllação e pósgraduação dessa mesma instituição Autora de Intro dução à sociologia e Sociologia da administração e coautora de Metodologia científica Metodologia dó trabalho científico Sociologia geral e Técnicas de pesquisa publicados pela Atlas APLICAÇÃO Livrotexto para as disciplinas METODOLOGIA CIENTíFICA MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISAe METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTíFICO nos cursos de gradua ção nas áreas de Ciências Humanas e Sociais publicoçoo olloJ wwwatlasnetcombr jf6