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Temática Contábil e Balanços Boletim IOB Bol 312005 TC 1 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Análise crítica de balanços Parte II Prof Eliseu Martins SUMÁRIO 6 O terceiro passo só há de fato dois objetivos na Análise de Balanços 7 O quarto passo o cuidado especial com os problemas de relações entre grandezas e determinadas operações embelezadoras 71 O problema de certas classifi cações 72 O problema de certas operações perto dos balanços 73 Cuidado especial com operações de recebíveis 74 Operações de vendas com cláusula de recompra 75 Operações com EPE Entidade de Propósito Especial 76 Outras operações 8 O quinto passo analisando a liquidez 81 Liquidez a curtíssimo prazo 82 O problema da sazonalidade 83 Liquidez a curto prazo 84 A evolução dos indicadores ao longo do tempo 85 Quais os bons e os maus números dados pelos índices 6 O TERCEIRO PASSO SÓ HÁ DE FATO DOIS OBJETIVOS NA ANÁLISE DE BALANÇOS Toda a Análise de Balanços se resume em dois grandes objetivos conhecer a liquidez e a rentabilidade das empresas Com a análise relativa à liquidez o que se preten de é verifi car a capacidade da empresa de cumprir seus compromissos fi nanceiros com todos os que a provêm de recursos quer sejam fi nanceiros humanos materiais de serviços etc Isso pode incluir análises de liquidez a prazo muitíssimo curto a prazo médio longo etc E com a análise relativa à rentabilidade o que se quer é ver se a empresa remunera efetivamente os capitais nela empregados principalmente o capital pró prio já que o de terceiros está visivelmente exposto nas demonstrações Tanto a incapacidade de remunerar o capital próprio quanto a de responder pelas suas obriga ções signifi cam vida não longa para qualquer sociedade de fi ns lucrativos Uma porção de indicadores de outras naturezas é utilizada como a dos quocientes relativos aos prazos de recebimento de pagamento de giro dos ativos giro dos estoques margens de lucro sobre vendas neces sidade de capital de giro custo dos fi nanciamentos alavancagem fi nanceira alavancagem operacional etc Mas todos eles são na realidade instrumentos secundá rios que ajudam a ver o que é realmente crucial liquidez e rentabilidade É interessante lembrar que em geral liquidez e rentabilidade são objetivos confl itantes já que o máximo da liquidez se consegue com muito recurso fi nanceiro disponível para saldar dívidas e isso automaticamente diminui a rentabilidade dos capitais totais emprega dos A maximização da rentabilidade também implica normalmente trabalhar na corda bamba com muitos recursos de terceiros quando conseguidos com custos abaixo do que os ativos possam produzir mas isso au menta enormemente os riscos e pode provocar sérios e insolúveis problemas de capacidade de liquidação das obrigações nos soluços negociais Não há solução ótima e perfeita para esse dilema há décadas assim mesmo denominado pelos estudiosos de fi nanças e de análise fi nanceira dilema liquidez rentabilidade Voltaremos a este assunto em um Boletim posterior 7 O QUARTO PASSO O CUIDADO ESPECIAL COM OS PROBLEMAS DE RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS E DETERMINADAS OPERAÇÕES EMBELEZADORAS A grande maioria dos índices trabalha com o relacionamento de pelo menos dois conjuntos de valores monetários e muitas vezes da mesma peça contábil o balanço por exemplo Muitas vezes também o analista não percebe que embelezamentos ou gerenciamen tos numa linguagem mais moderna são possíveis com classifi cações ou operações específi cas 71 O problema de certas classificações Tomemos o tradicionalíssimo Índice de Liquidez Corrente como exemplo que divide o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante procurando evidenciar quanto de Ativo Circulante se tem para cada R 100 de Passivo de mesma natureza Suponhamos que existam Ativo Circulante R 20000000 Passivo Circulante R 10000000 2 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 1 R 20000000 20 R 10000000 Ou seja para cada R 100 de dívida a curto pra zo a empresa possui R 200 de Ativo Circulante Porém analisando melhor a composição do Ativo Circulante no próprio balanço ou então nas notas expli cativas o analista pode ver que a conta Clientes apre sentada no balanço por R 10000000 dentro dos R 20000000 do Ativo Circulante é composta por Clientes R 20000000 Duplicatas Descontadas R 10000000 R 10000000 Ora se o analista estiver consciente quanto a essa operação de desconto provavelmente preferirá re classifi car a conta de Duplicatas Descontadas no Passi vo Circulante visto que essa operação se trata de uma captação de recursos com garantia de duplicatas e não uma genuína e efetiva venda de direitos de crédito o que se assina é uma coisa o que se pratica pode ser diferente Basta verifi car que a quase totalidade desses contratos de desconto obriga a empresa vendedora des ses direitos a recomprálos caso o devedor não efetue o pagamento no vencimento Refazendo então essa classifi cação ao passar mos Duplicatas Descontadas para o Passivo Circulante teremos Ativo Circulante R 30000000 Passivo Circulante R 20000000 Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 2 R 30000000 15 R 20000000 O Índice de Liquidez Corrente terá sofrido uma mudança drástica por uma questão de classifi cação contábil apesar de a diferença pura e simples entre Ativo e Passivo Circulantes ter se mantido constante R 10000000 nas duas alternativas Contudo de fato possuir um Capital Circulan te Líquido igual a uma folga fi nanceira de curto pra zo de R 10000000 frente a um Passivo Circulante de R 10000000 é uma coisa e possuir os mesmos R 10000000 frente a um Passivo Circulante de R 20000000 é outra bem diferente Daí a utilização muito mais generalizada da comparação relativa entre valores e não apenas dos valores em termos absolutos 72 O problema de certas operações perto dos balanços Agora suponhamos que continuando o exem plo anterior a empresa tenha utilizado imediatamente antes da data do balanço outras Duplicatas a Rece ber e mais uma soma em dinheiro no montante global de R 20000000 que estavam no Ativo Circulante e tenha pagado uma dívida a um credor de igual valor desconsideramos neste caso o deságio dessa carteira apenas por simplifi cação ou seja desapareceram R 20000000 do Ativo e do Passivo Circulantes Só que a empresa irá recompor esse endividamento logo no iní cio do período seguinte porque precisa do dinheiro e o credor não quer de fato fi car com as duplicatas que recebeu como parte do pagamento Vemos então que imediatamente antes dessa operação os genuínos valo res e mais realistas pelo que vimos desses grupos do balanço e o citado índice eram Ativo Circulante R 50000000 Passivo Circulante R 40000000 Logo o índice um pouco antes da data do balan ço era Índice de Liquidez Corrente 3 R 50000000 125 R 40000000 Assim uma liquidez de 125 real e efetiva aca bou sendo mostrada por 20 parte disso por uma ques tão de classifi cação que se respeitada a legislação e a boa prática contábil aparecerá pela evidenciação da conta de Duplicatas Descontadas mas parte poderá nunca fi car evidenciada uma vez que parte da razão dessa mudança diz respeito a uma operação não visível nas demonstrações fi nanceiras Note novamente outra coisa que ocorreu mudou o índice de liquidez mas a diferença entre o Ativo e o Passivo Circulantes continua a mesma R 10000000 Veja que se o índice de liquidez for inferior a 100 a situação muda tomar empréstimo melhora o indicador aproximando o Índice de Liquidez Corrente da unidade Reclassifi car a citada conta para o Passivo Circulante também Analise a seguinte seqüência A empresa an tes de fechar o balanço verifi ca que tem Ativo Circulante R 20000000 Passivo Circulante R 30000000 Logo apresenta Índice de Liquidez Corrente 1 R 20000000 067 R 30000000 IOB Bol 312005 TC 3 Temática Contábil e Balanços Informações quanto aos descontos Clientes R 20000000 Duplicatas Descontadas R 10000000 R 10000000 Dessa forma a empresa muda a classifi cação da sua conta de Duplicatas Descontadas para o Passivo passando a mostrar Ativo Circulante R 30000000 Passivo Circulante R 40000000 Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 2 R 30000000 075 R 40000000 Este é um número melhor que o anterior 067 E mais realista pelo que comentamos sobre a mais ade quada classifi cação das Duplicatas Descontadas para fi ns de análise Novamente mudou o índice mas a diferença en tre Ativo e Passivo Circulantes continuou a mesma era de R 10000000 e assim continuou Operação ao contrário ao invés de como no exemplo anterior pagar um empréstimo a empresa toma um empréstimo novo de R 20000000 assim passa a ter os seguintes valores de Ativo e Passivo Circulantes Ativo Circulante R 50000000 Passivo Circulante R 60000000 Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 3 R 50000000 083 R 60000000 Assim uma liquidez de 067 cujo valor mais real e efetivo seria 075 acaba sendo mostrada por 083 que é um indicador melhor Nesse caso essa aparente melhora se fez com as Duplicatas Descontadas mostra das no Passivo o que é justifi cável e com a operação de empréstimo tomado provavelmente a ser pago logo após o balanço injustifi cável eticamente porque tende apenas a embelezar o balanço Continua a observação quanto à diferença entre Ativo e Passivo Circulantes permanece o mesmo valor de R 10000000 Coisas semelhantes podem ser feitas com outras situações onde se têm comparações entre diversos valo res ou grupos de valores nas demonstrações contábeis relação entre Ativo Permanente e Patrimônio Líquido en tre Origens e Aplicações na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos Doar etc Dessa forma é obrigatório que o analista entenda que operações dessa natureza e outras podem manipu lar índices Logo estes devem ser sempre tomados com certa cautela e não como representação pura e simples de uma realidade que pode não ser exatamente a de monstrada Bons auditores procurarão é claro evidências de operações desse tipo desfeitas logo após o balanço e deverão evitar essas práticas além de zelar pela unifor me classifi cação das contas Mas o analista nem sem pre pode trabalhar com demonstrações bem auditadas e pode estar exposto a manipulações como essas 73 Cuidado especial com operações de recebíveis Cuidado especial precisa ser tomado com recebí veis de clientes negociados em operações de factoring faturização vendidos para sociedades de propósito es pecial fundos de recebíveis etc quando essas transa ções são feitas de forma a dar a impressão de que repre sentam venda fi nal desses ativos quando na essência são apenas operação de puro e simples fi nanciamento em que esses recebíveis são dados como garantias Ou seja é como se os recebíveis fossem descontados e baixados do Ativo em troca de dinheiro ao invés de per manecerem lá como recebíveis e surgir no Passivo o empréstimo que explique o aumento de disponibilidade O fato de a vendedora assumir inclusive respon sabilidade quanto à inadimplência desses títulos ne gociados pode mostrar que no fundo o que se tem é uma operação de passivo em que esses recebíveis estão sendo dados como garantia Mas a empresa po derá contabilizar essas operações como baixas puras e simples desses recebíveis e com isso alterar Ativo e Passivo Circulantes e totais também por igual montan te deformando seus indicadores de liquidez Além disso procedimentos diferentes poderão ser utilizados por empresas distintas que serão compa radas pelo analista É fundamental conhecer esses pro cedimentos contábeis se possível mediante contatos com as empresas para se uniformizar os procedimentos 4 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços de análise caso suas notas de práticas contábeis não sejam sufi cientes para o devido esclarecimento 74 Operações de vendas com cláusula de recompra Outra prática problemática é a venda de bens com opção de compra em muitos casos tratase de saleleaseback por exemplo a sociedade vende seu imóvel com valor contábil líquido de R 10 milhões por R 15 milhões alugao de volta por R 300 mil e adqui re o direito a exercer uma opção de compra depois de decorridos 5 anos pelo valor de R 12 milhões Suas demonstrações se elaboradas em conformidade com o contratado somente registrarão o lucro antes dos tribu tos de R 5 milhões no exercício em que houver a venda as despesas de aluguel durante 60 meses e uma aqui sição por R 12 milhões do imóvel ao fi nal dos 5 anos Durante esse período não haverá imobilização alguma nem dívida no seu balanço Ora é visível que o que se fez foi tomar um em préstimo de R 15 milhões à taxa de juros de aproxima damente 241 ao ano dando o imóvel como garantia pagando a fi nanciada 60 prestações de R 300 mil e uma parcela fi nal de R 12 milhões para liquidação do saldo muitas vezes esse saldo fi nal poderá ser nova mente renegociado A formalização da operação de empréstimo como se fosse de venda aumenta a garantia do fi nanciador e permite ao fi nanciado não mostrar seu Ativo Imobilizado nem sua dívida A relação entre imobilizado e capitais próprios aparecerá muito melhor do que de fato é a relação entre capitais de terceiros e próprios também e ainda have rá um resultado positivo no ato da venda que pode rá gerar dividendos e tributos também para desespero dos demais credores resultado esse que na realidade é uma espécie de reavaliação o imóvel seguramente voltará à propriedade formal da empresa na realidade nunca deixará de sêlo porque a vendedora não dei xará de adquirilo ao fi nal ainda mais sabendo que R 12 milhões serão um preço sabidamente inferior ao seu provável valor de mercado O registro contábil se adotado o conceito da prevalência da essência sobre a forma obrigaria a um registro puro e simples do empréstimo de R 15 milhões na fi nanciada com o cálculo e registro das despesas fi nanceiras e a continuação da depreciação do imóvel E cada parcela mensal seria desmembrada em parte como pagamento desses juros e em parte como amorti zação parcial da dívida que seria após os 60 meses no valor dos R 12 milhões Operações como essas embelezam o balanço gerenciam o resultado e deformam a posição eviden ciada pelas demonstrações contábeis Mas às vezes são de fato praticadas Cabe ao analista se conseguir tomar conhecimento delas refazer as demonstrações para uma análise mais acurada 75 Operações com EPE Entidade de Propósito Especial Tem havido a prática de criação por parte da en tidade ou de outra a ela ligada ou diretamente pelo con trolador de uma sociedade com propósito específi co denominada de Entidade ou Sociedade de Propósito Especial Nesse caso a empresa poderia lembrando o exemplo do subitem anterior vender o imóvel para essa entidade criada com o único objetivo de adquirir o citado imóvel e alugálo de volta Transações assim po dem ser feitas com uma fábrica inteira uma usina inteira de geração de energia etc Normalmente essas EPEs têm capital social ínfi mo praticamente nulo obtendo seus recursos mediante operações fi nanceiras de cap tação com as instituições fi nanceiras ou com o mercado debêntures por exemplo Se for essa EPE uma controlada integral do ponto de vista formal da entidade vendedora do imóvel aca bará a investidora reconhecendo nas suas demonstra ções individuais ainda contabilizamos isso assim no Bra sil infelizmente o lucro e tudo o mais como se tivesse sido a operação efetuada com terceiros Mas pela equi valência patrimonial estará reconhecendo como receita o valor contabilizado como aluguel na detentora formal do Ativo Imobilizado e também estará reconhecendo o que ela registrar como depreciação do imóvel Assim estará pela equivalência anulando a sua despesa de aluguel e substituindo a depreciação antiga pela nova maior como ocorre mesmo numa reavaliação de Ativos Mas manterá o registro do lucro em suas demonstra ções Somente em suas demonstrações consolidadas se não for companhia aberta não estará obrigada a isso como regra é que teria de eliminar esse lucro na ven da do ativo e esse excesso de depreciação no resultado de cada período Dessa forma nessas demonstrações consolidadas tudo voltaria ao normal com os tributos na operação de venda aparecendo provavelmente como tributos diferidos no Ativo a serem apropriados paulati namente e o endividamento da controlada também seria evidenciado no balanço consolidado Mas se a EPE não for uma sociedade formalmen te investida da vendedora não haverá esse efeito pela equivalência nem existirão demonstrações consolida das se não for uma companhia aberta e tudo aparecerá como se fosse operação com terceiros com as conse qüências da aparente desimobilização e sem que seja evidenciada a dívida No caso por exemplo de empre IOB Bol 312005 TC 5 Temática Contábil e Balanços sa que tenha outra operação de empréstimo que obrigue a uma limitação no nível dessa imobilização ou de seu endividamento ou de ambos tudo parecerá como nor mal com esse desaparecimento do Ativo Por isso é que a Comissão de Valores Mobiliários CVM determinou numa prática inovadora e elogiável e seguindo exatamente o conceito da essência sobre a forma que essas EPEs no caso de companhias aber tas sejam consolidadas nessas sociedades que podem nem mesmo ser suas formais investidoras de forma a se ter um conjunto de demonstrações muito mais repre sentativo da realidade Tratase da Instrução CVM no 4082004 que merece ser lida 76 Outras operações Há outras operações legais em si nosso ponto aqui não é o referente a fraudes contábeis ou de outra natureza que mesmo tendo essa característica de lega lidade têm como objetivo determinadas conseqüências nas demonstrações contábeis que podem levar o ana lista a não ter uma visão completa da efetiva realidade e pior ainda podem às vezes levar a conclusões er rôneas Conforme já foi dito podemos ter como exemplos de outras situações relação entre Ativo Permanente e Patrimônio Líquido por exemplo ativar ou não ativar uma compra efetuada sob o regime de arrendamento mercantil fi nanceiro leasing fi nanceiro efetuar a reava liação de bens do imobilizado evidenciar no balanço a contrapartida a um imobilizado recebido em doação como redutor desse mesmo Ativo sob o argumento de não ter havido custo na sua aquisição ao invés de re gistrála como Reserva de Capital entre Origens e Apli cações na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Doar colocar um Realizável a Longo Prazo como aplicação e colocar a origem de seu fi nanciamen to uma dívida a longo prazo como origem ou não evi denciar nem uma nem outra coisa sob a alegação de que não alteraram o Capital Circulante Líquido entre capitais próprios e de terceiros como ocorre com a Re avaliação de bens do imobilizado ou pela decisão de captar recursos dos próprios sócios mediante ações res gatáveis versus emissão de debêntures etc Por isso a necessidade de estar sempre alerta e procurar conhecer esses tipos de práticas e princi palmente conhecer o mais de perto possível os admi nistradores e a experiência passada de suas empresas analisadas 8 O QUINTO PASSO ANALISANDO A LIQUIDEZ Depois de vermos como é necessário ter aten ção antes de sair calculando índices e como é obriga tório estar sempre atento antes de extrair qualquer tipo de conclusão vamos à análise de liquidez ou seja da capacidade de a empresa pagar suas obrigações em curto e em longo prazo 81 Liquidez a curtíssimo prazo Esses indicadores são de pouca valia na prática uma vez que na maioria das vezes a informação dis ponibilizada ao usuário acaba sendo posterior ao efeito do número indicado Comparar o que uma empresa em dezembro de 2004 tinha de recursos para fazer em face de seus compromissos no mês de janeiro de 2005 utili zando seu balanço de 31122004 publicado em março de 2005 é uma perda de tempo Mas o problema maior é o seguinte esse balanço não identifi ca quanto de suas obrigações vence em janeiro A classifi cação exigida faz com que sejam evidenciadas todas as obrigações a vencer no prazo de um ano1 Assim o que se tem é algo de não muita utilidade comparar por exemplo o que a empresa tem de dinheiro e valores transformáveis em dinheiro quase que imediatamente com a totalidade das dívidas do Passivo Circulante que abriga as obrigações a vencer em prazo que vai a até um ano 811 Índice de Liquidez Imediata Esse indicador repetimos normalmente de valia muito restrita é costumeiramente denominado de Índice de Liquidez Imediata e é assim expresso Índice de Liquidez Imediata Disponibilidade Passivo Circulante Ocorre que a maioria das empresas possui como recurso prontamente disponível normalmente mais do que o que classifi ca como Disponibilidade dada a exis tência de Aplicações Financeiras passíveis de resgate a curtíssimo prazo O problema é a nãoexistência normal mente de informações sobre os prazos de vencimento dessas aplicações De qualquer forma esse indicador realmente diz pouco 812 Índice de Liquidez de Curtíssimo Prazo Poderia ser desenvolvida essa formulação da li quidez imediata um pouco melhor a fi m de que no nos 1 Em alguns raros casos o prazo é o relativo ao ciclo operacional da empresa quando ele é superior a um ano No Brasil quase não se vê isso na prática apesar de exigido pela nossa Lei das SA na sua parte contábil 6 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços so entender abrangesse todas as aplicações que ven cessem muito rapidamente no máximo em um mês por exemplo e mais as outras que pudessem ser resgata das antecipadamente em caso de necessidade Afi nal as aplicações fi nanceiras de curto prazo podem ser res gatadas antecipadamente mesmo que à custa de algu mas perdas normalmente não muito signifi cativas Lembrese o analista não precisa seguir padrões de indicadores e de classifi cações ele precisa verifi car os que melhor produzem a informação que procura e precisa também efetuar as adaptações às condições de dados aos quais consegue acesso Poderíamos então utilizar um indicador prati camente não citado em bibliografi as que batizaremos como no título deste subitem em que comparamos o que a empresa tem de disponibilidades mais aplicações fi nanceiras de curtíssimo prazo com o valor das obriga ções a curto prazo Poderíamos ter então Índice de Liquidez de Curtíssimo Prazo Disponibilidade Aplicações Financeiras de Curto Prazo Passivo Circulante De qualquer forma o importante é lembrar que boa parte desse Passivo Circulante de fato se vencerá logo após a data do balanço provavelmente nos próxi mos 2 ou 3 meses É o caso dos denominados Passivos Operacionais ou Passivos de Funcionamento expres são antiga mas muitíssimo apropriada que abrange as obrigações para com os Empregados Salários a Pagar Tributos Fornecedores Contas a Pagar aluguéis ser viços de consultoria energia elétrica etc e outros deri vados da atividade operacional da empresa Determina dos passivos operacionais poderão se distribuir por um prazo bem maior mas dentro dos próximos 12 meses se classifi cados no Passivo Circulante como o relativo às Provisões para Férias para Décimo Terceiro Salário quando balanço for de 31 de dezembro e outros Mas a maioria vencerá rapidamente Então para esses casos esse indicador é bastante adequado Já para o caso dos Passivos Financeiros ou Passivos de Financiamento que inclui as operações de captação de recursos a curto prazo e mais a parcela das obrigações contratadas originalmente a longo prazo mas que agora vencem nos próximos 12 meses a situa ção é diferente tanto podem ter parcelas signifi cativas se vencendo logo no dia seguinte ao do balanço como no 364o dia subseqüente ou então estarem distribuídas de alguma forma homogênea ou irregular durante esse ano seguinte Com essas precauções é que se deve utilizar esse indicador se for de fato utilizado Muitas vezes é melhor nem utilizar quando as dúvidas forem muito grandes a não ser para comparar a situação de uma empresa ao longo do tempo ver se essa situação melhorou ou piorou nos últimos 3 anos por exemplo ou nos últimos 4 trimes tres se as informações estiverem disponíveis ou então para comparar na mesma data empresas diferentes desde que do mesmo ramo e operando mais ou menos dentro dos mesmos esquemas quanto a prazos normais de pagamento de suas obrigações operacionais Outro ponto importante a lembrar o Passivo Cir culante não representa é óbvio o total das obrigações a serem liquidadas no próximo ano Representa o total das obrigações a serem liquidadas nos próximos 12 me ses que existiam e já estavam contabilizadas na data do balanço que está sendo analisado Todas as compras recebidas a partir do início do período seguinte todos os serviços e outras transações posteriores vão é claro criar novas obrigações que serão registradas posterior mente em compensação serão baixadas as que forem sendo liquidadas E os recursos aplicados no Ativo tam bém são os que existem na data do balanço em função das transações ocorridas até aquela data Novas transa ções ocorrerão gerando novos Ativos A realidade em presarial é dinâmica com as fotografi as tomadas pelos balanços mostradas como estáticas 82 O problema da sazonalidade Talvez esse assunto já devesse ter sido men cionado mas vamos fazêlo agora O que as disponi bilidades e as aplicações fi nanceiras representam bem como o Passivo Circulante em 31 de dezembro de uma empresa que atua no sudeste brasileiro no ramo da in dústria alcooleira Sua matériaprima o grosso de suas compras chega provavelmente entre maio e setembro e talvez esteja totalmente paga em dezembro Pode a em presa já ter recebido por toda a venda da sua produção e estar então abarrotada de dinheiro porque precisa inclusive reter o sufi ciente para toda uma enorme manu tenção sendo ou a ser feita em suas instalações indus triais para preparação para a próxima safra bem como para sustentar suas despesas operacionais com sua ad ministração e talvez parte do pessoal da produção e das vendas até a safra subseqüente Assim o balanço de 31 de dezembro tem de fato uma representatividade válida apenas para esse momento mas não representa o que ocorre ao longo do ano Um balanço dessa empresa em 30 de junho pode mostrar uma situação absolutamente não compa rável com a do balanço de 31 de dezembro e portanto não se pode tirar conclusões simplórias do tipo piorou melhorou etc IOB Bol 312005 TC 7 Temática Contábil e Balanços Na verdade essas observações relativas à sazo nalidade valem para todos os indicadores de liquidez mas têm uma implicação toda especial sobre os de ren tabilidade quando são analisados períodos inferiores a um exercício social por lei igual a um ano a não ser nos casos especiais de início da empresa ou de alteração da data do encerramento desse exercício social Imagi nese comparar o resultado do primeiro trimestre do ano civil com o do terceiro nesse caso Muitas empresas possuem sazonalidades mas não tão marcantes como no caso das exploradoras de produtos agrícolas são os casos típicos das indústrias de brinquedos de bebidas de chocolate etc Assim há de se conhecer o ramo de negócios em que a empresa atua suas práticas comerciais em termos de prazos de recebimento e pagamento e outras características do segmento ou então há de se conseguir informações da própria empresa analisada caso contrário cuidado com as conclusões 83 Liquidez a curto prazo O indicador de liquidez mais utilizado talvez na prática seja o relativo à comparação entre o Ativo Circu lante e o Passivo Circulante visto no subitem 71 831 Índice de Liquidez Corrente Índice de Liquidez Corrente Ativo Circulante Passivo Circulante Tratase também de uma comparação a ser utili zada com senso crítico O Ativo Circulante possui dispo nibilidades e aplicações fi nanceiras de curtíssimo prazo recebíveis também a curto prazo mas contém estoques que podem ser transformados em dinheiro transforma dos em recebíveis rapidamente ou a serem transfor mados nesses ativos ao longo de vários meses E essa distribuição dos Ativos Circulantes pode não ter muito a ver com a dos Passivos Circulantes Assim pode haver descasamentos entre esses prazos de um lado e de ou tro que só são passíveis de serem percebidos com infor mações da própria empresa ou com um conhecimento forte do setor em que a empresa atua e das práticas co merciais nele utilizadas Vêse que é uma interpretação um tanto quanto simplória traduzir esse indicador por quanto há de R 100 de Ativo a curto prazo para pagamento de cada R 100 de Passivo também de curto prazo O perfi l do Passivo pode ser de uma distribuição temporal que faça com que não estejam de fato disponíveis os recursos para sua liquidação no tempo devido como pode apa rentar o balanço Passivos se vencendo bem mais rapi damente do que o período da transformação dos esto ques e recebíveis em dinheiro no Ativo Lembrese novamente de tudo o que já foi dis cutido sobre os problemas de comparações entre gran dezas e as operações que podem distorcer esse indi cador É fundamental lembrar que o balanço é um mo delo que procura mostrar num certo momento uma si tuação que na realidade é extremamente difícil de ser de fato captada em todas as suas dimensões quer em termos de natureza dos Ativos e Passivos quer em ter mos de distribuições temporais e outros Por exemplo os estoques estão registrados normalmente ao seu custo de aquisição Quando vendidos se transformarão em re cebíveis por valores maiores do que estão apresentados no balanço Logo somar disponibilidades com valores recebíveis nos próximos 90 dias registrados pelo seu valor nominal esperado a ser recebido já é algo que pre cisa ser assimilado para se entender que tipo de soma é essa somar isso tudo ao custo dos estoques é algo mais complexo ainda imagine somar isso ao valor das des pesas antecipadas normalmente no Ativo Circulante Depois comparar isso tudo com obrigações que só são pagáveis em dinheiro exige mesmo uma capacidade de abstração de qualquer usuário das demonstrações con tábeis Mas apesar de todos esses pontos há de se ana lisar o que está disponível porque não há outras fontes para utilizar para saber o que está ocorrendo com a em presa Só que o fundamental é ter a consciência do que se está fazendo e nunca agir mecanicamente porque este ou aquele indicador é sugerido por um professor sério e convincente por um livro de autor famoso etc 832 Folga Financeira de Curto Prazo ou Capital Circulante Líquido CCL Repare que o Índice de Liquidez Corrente divide o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante mas há outro conceito de liquidez que diz respeito à diferença entre o Ativo e o Passivo Circulantes Capital Circulante Líquido CCL Ativo Circulante Passivo Circulante Esse CCL também conhecido como Capital de Giro Líquido é uma forma de medir a liquidez de curto prazo de uma empresa trabalhando exatamente com os mesmos números mas por diferença algébrica e não por meio de um quociente O Capital Circulante Líquido é um conceito que poderíamos numa linguagem simples denominar de Folga Financeira de Curto Prazo que é então o quanto se tem de folga diminuindose as dívidas de curto pra zo dos Ativos também de curto prazo valendo todas as observações já feitas quanto à possível distribuição heterogênea entre os componentes de um grupo e os de outro 8 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços Como já visto no subitem 71 essa diferença não se altera quando transações são efetuadas aumentando ou diminuindo concomitantemente o Ativo e o Passivo Circulantes como no caso de liquidação de dívidas ob tenção de novos empréstimos compra de mercadorias pagamento a fornecedores etc Na realidade um e outro indicadores têm suas utilidades e suas limitações Mas veremos isso melhor mais à frente Esse indicador o CCL tem de ser sempre con siderado em conjunto com os indicadores de liquidez Mas é vital ter em mente que aquele representa um va lor absoluto em moeda e estes representam ordem de grandeza existente entre 2 conjuntos de valores Desse modo um não elimina o outro Ambos pre cisam ser devidamente considerados Outros pontos relativos a essas comparações entre valores serão abor dados posteriormente 833 Índice de Liquidez Seca Por causa dos problemas comentados anterior mente relativos aos estoques que ainda vão ser ven didos para depois os recebíveis se transformarem em dinheiro bem como pela existência de certos valores que não representam recursos aplicados a serem trans formados em disponibilidades como no caso das des pesas antecipadas e outros é que se criou um indicador especial mais restritivo do que o Índice de Liquidez Cor rente mas não tanto quanto o Índice de Liquidez Imedia ta denominado Índice de Liquidez Seca Ativo Circulante Estoques Despesas Antecipadas Outros Passivo Circulante O que se pretende com ele é excluir do Ativo Cir culante os estoques as despesas antecipadas os tribu tos diferidos e valores que a juízo do analista represen tem valores não transformáveis em dinheiro ou por outra razão que não servem à liquidação de obrigações Essa é de fato uma comparação muito interessante também mas que precisa como sempre ser utilizada com co nhecimento da empresa do segmento em que ela atua etc Esse indicador poderia ser montado de outra for ma com a colocação no numerador dos itens que se quer utilizar para a comparação com o Passivo Circulan te Disponibilidade Aplicações Financeiras Contas a Receber Outros Recebíveis por exemplo Vejase agora um caso especial e relevante para se ter uma idéia da necessidade de nunca se aplicar de maneira automática qualquer um desses índices ima gine uma empresa que receba valores signifi cativos de seus clientes na forma de adiantamentos para fi nanciar parte dos custos de produção das encomendas recebi das Ela terá estoques de produtos em elaboração no Ativo Circulante e estoques de matériasprimas e ma teriais diversos a serem utilizados na produção dessas encomendas só que no seu Passivo Circulante existirá a conta de Adiantamento de Clientes que também não será liquidada em dinheiro e sim com a entrega dessas encomendas em andamento Nesse caso o Índice de Liquidez Seca precisa ser utilizado com muito cuidado O Ativo Circulante pode já conter valores signifi cativos de itens estoques de bens em produção de materiais etc que serão utiliza dos para liquidação de uma parte que também pode ser signifi cativa no Passivo Eliminar de um lado esses esto ques e não do outro pode representar erro conceitual a não ser que haja possibilidade de insucesso no término da encomenda e que haja a obrigação de devolução do valor recebido do cliente mas essa não deve ser a si tuação normal Talvez o melhor nesse caso seja a não utilização desse indicador se não existirem informações sufi cientes que permitam saber quanto dos estoques diz respeito aos adiantamentos recebidos e ambos os va lores forem relevantes a empresa poderia no extremo ter recebido dinheiro de um conjunto de clientes e estar utilizando esse valor para produção de bens a serem vendidos para outros clientes jogando com prazos por exemplo Contudo em princípio esse índice de liquidez é interessante em muitas situações quando se quer ver se não há dependência dos estoques para liquidação dos passivos circulantes 834 Índice de Liquidez de Kanitz O Professor de Contabilidade da FEAUSP Stephen Charles Kanitz desenvolveu um indicador para conciliar o Índice de Liquidez Seca e o Corrente2 Índice de Liquidez Seca de Kanitz Ativo Circulante 1 x Estoques Passivo Circulante x de estoques a serem mantidos no cálculo do índice 2 Sobre o Índice de Liquidez de Kanitz veja texto publicado no Boletim no 492002 pág 1 neste Caderno Tematica Contabil e Balangos me 1OB Veja que é uma forma simples mas criativa de igual a duas vezes o Ativo Circulante ou um CCL igual deduzir do Ativo Circulante nao 100 dos estoques a metade do Ativo Circulante Um indice de liquidez de como ocorre no Indice de Liquidez Seca normal Nesse curtissimo prazo superior a 10 6 0 que todo administra caso imaginado por Kanitz eliminase apenas o percen dor financeiro gostaria de ter para satisfazer sua tran tual que se considerar adequado para fins da andlise quilidade em termos de capacidade de pagamento de ividas Por exemplo se vocé como analista nao quer a dlivicas presenca de 100 dos estoques no seu calculo de liqui S6 que indices de liquidez altos podem mostrar dez de curto prazo mas também considera um exage na verdade recursos ociosos no Ativo Circulante o que ro eliminar 100 desses estoques no Indice de Liquidez pode levar a uma redugao da rentabilidade Muito di Seca pode arbitrar qual seria o indice se fossem elimi nheiro aplicado financeiramente pode em certas situa nados por exemplo apenas 30 dos estoques Nesse codes de taxas de juros muitissimo atraentes representar caso como se quer manter 70 dos estoques a formula boa alternativa de aplicagao é verdade como tem ocor fica com o x 70 Obviamente se quiser manter os rido nos Ultimos tempos no Brasil mas numa situagao 100 dos estoques o indice ficara igual ao Indice de de economia normal isso significa comumente obter Liquidez Corrente normal se quiser manter 0 ficara rentabilidade inferior a que a empresa deveria conseguir igual ao Indice de Liquidez Seca normal para remunerar muito o capital utilizado prdprio e de ter Essa formula pode ser adaptada é claro para a celros aplicagao da mesma técnica a outros elementos even Assim indices muito altos podem mostrar incapa tualmente excluidos para calculo da liquidez seca como cidade de aplicagao dos recursos obtidos falta de co despesas antecipadas e outros itens podendo desen ragem ou de oportunidade para efetuar investimentos volvéla para uso de percentuais diferentes para cada bem como podem indicar por outro lado preparagao um dos itens para investimentos futuros atraentes ou uso inteligente de uma situagao de aplicagao financeira excepcional oye nesses casos a situagao de altissima liquidez deveria 84 A evolucio dos indicadores ao longo do obviamente ser transitéria etc Ou seja indices muito tempo altos nao significam sempre situagao boa ou situagao Ponto também relevante uma empresa pode es ruim tar com um Indice de Liquidez Corrente de 15 no final rn de um periodo e outra empresa semelhante também Ja indices baixos normalmente preocupam Mas Tudo estara igual E se a primeira vier de uma evolugao o que sao indices baixos Para isso possivel e neces ao longo dos ultimos anos ou outros periodos por exem sario entrarmos em 2 pontos relevantes a efetiva ne plo 20 17 16 e agora 15 enquanto que a segunda cessidade de indice alto ou baixo conforme as praticas vem de 09 12 13 e agora 15 usuais do segmento econdmico em que esta a empresa e a figura dos indicespadrao A evolugao nao So desses indicadores como a A necessidade de indice de Liquidez Corrente de todos os demais algo que precisa sempre ser con alto implica necessidade de um Capital Circulante Li siderada quido alto E o que é Necessidade de Capital de Giro A empresa esta bem ou mal agora Essa é uma Liquido informagao relevante mas as vezes 0 mais importante é ela esta melhorando ou piorando Esta melhorando mais Continuaremos com esse assunto em um Bo rapidamente do que as demais Etc letim posterior e 85 Quais os bons e os maus numeros dados pelos indices Devemos considerar varios fatores antes de se querer qualificar um determinado numero informado CONTABILIDADE GERAL pelos indices de liquidez como bom ou como mau além da consideragao com relagao a evolugao ae Industrializacao por encomenda E dbvio que quanto maior o indice de liquidez de curtissimo prazo seco corrente ou outro qualquer inclusive que se queira criar para uma situagao particu 1 INTRODUCAO lar melhor do ponto de vista da capacidade de liquida cao das obrigacées Um indice de Liquidez Corrente de E pratica comum entre as empresas indus 20 devera ser considerado para a grande maioria das triais o envio de matériasprimas e produtos semi empresas muito bom mostrando um Passivo Circulante acabados para serem industrializados por terceiros IOB Bol 312005 TC 9 10 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços Neste texto trataremos dos aspectos contá beis relacionados a essa operação tanto sob a ótica da empresa encomendante quanto da empresa exe cutora da industrialização 2 REGISTRO EM CONTAS DE COMPENSAÇÃO Ao realizar uma operação de remessa de ma tériasprimas ou de produtos semiacabados para in dustrialização em outro estabelecimento não é neces sário que a empresa autora da encomenda registre a baixa dos referidos materiais dos seus estoques Do mesmo modo não é necessário que a em presa executora da industrialização registre em seus estoques a entrada dos materiais recebidos para in dustrialização Todavia é recomendável que tanto a empresa autora da encomenda quanto a executora da indus trialização registrem a operação em contas de com pensação Notas 1 Sobre as contas de compensação veja textos publicados nos Boletins nos 492003 pág 4 e 502003 pág 5 ambos neste Caderno 2 No Plano de Contas as contas de compensação em geral são o último grupo Veja modelo completo de Plano de Contas no Boletim no 12005 pág 1 neste Caderno 3 EXEMPLO Consideremos que a Empresa A remetesse 10000 unidades de determinado produto avaliado em R 10000000 constante da nota fi scal de remes sa para industrialização para serem acondicionadas em embalagens promocionais pela a Empresa B que cobrará para a execução desse trabalho a impor tância de R 1000000 Com base nesses dados a contabilização da remessa da devolução e do valor cobrado pela em presa executora da industrialização seria efetuada da seguinte forma I Contabilização pela autora da encomenda 1 Registro em contas de compensação da remessa dos produtos para industrialização D Materiais Remetidos para Industrialização Contas de Compensação Ativas C Remessas para Industrialização Contas de Compensação Passivas R 10000000 2 Registro em contas de compensação do retorno dos produtos remetidos para industrialização D Remessas para Industrialização Contas de Compensação Passivas C Materiais Remetidos para Industrialização Contas de Compensação Ativas R 10000000 3 Registro do valor cobrado pela empresa executora da industrialização D Custos de Produção Industrialização por Encomenda Contas de Resultado C Fornecedores Empresa B Passivo Cir culante R 1000000 II Contabilização pela empresa executora da encomenda 1 Registro em contas de compensação da remessa dos produtos para industrialização D Entradas para Industrialização Contas de Compensação Ativas C Materiais Recebidos para Industrialização Contas de Compensação Passivas R 10000000 2 Registro em contas de compensação do retorno dos produtos remetidos para industrialização D Materiais Recebidos para Industrialização Contas de Compensação Passivas C Entradas para Industrialização Contas de Compensação Ativas R 10000000 3 Registro do valor cobrado pela empresa executora da industrialização D Clientes Empresa A Ativo Circulante C Receita Bruta de Vendas de Mercadorias e Serviços Industrialização por Encomenda Contas de Resultado R 1000000 Aumente a produtividade de sua empresa Treinamento sob medida em diversas áreas Contábil Fiscal Tributária Trabalhista etc Cursos In Company IOB O curso que você precisa onde e quando você quiser Liguenos e faça uma consulta 0800724 7550
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Temática Contábil e Balanços Boletim IOB Bol 312005 TC 1 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Análise crítica de balanços Parte II Prof Eliseu Martins SUMÁRIO 6 O terceiro passo só há de fato dois objetivos na Análise de Balanços 7 O quarto passo o cuidado especial com os problemas de relações entre grandezas e determinadas operações embelezadoras 71 O problema de certas classifi cações 72 O problema de certas operações perto dos balanços 73 Cuidado especial com operações de recebíveis 74 Operações de vendas com cláusula de recompra 75 Operações com EPE Entidade de Propósito Especial 76 Outras operações 8 O quinto passo analisando a liquidez 81 Liquidez a curtíssimo prazo 82 O problema da sazonalidade 83 Liquidez a curto prazo 84 A evolução dos indicadores ao longo do tempo 85 Quais os bons e os maus números dados pelos índices 6 O TERCEIRO PASSO SÓ HÁ DE FATO DOIS OBJETIVOS NA ANÁLISE DE BALANÇOS Toda a Análise de Balanços se resume em dois grandes objetivos conhecer a liquidez e a rentabilidade das empresas Com a análise relativa à liquidez o que se preten de é verifi car a capacidade da empresa de cumprir seus compromissos fi nanceiros com todos os que a provêm de recursos quer sejam fi nanceiros humanos materiais de serviços etc Isso pode incluir análises de liquidez a prazo muitíssimo curto a prazo médio longo etc E com a análise relativa à rentabilidade o que se quer é ver se a empresa remunera efetivamente os capitais nela empregados principalmente o capital pró prio já que o de terceiros está visivelmente exposto nas demonstrações Tanto a incapacidade de remunerar o capital próprio quanto a de responder pelas suas obriga ções signifi cam vida não longa para qualquer sociedade de fi ns lucrativos Uma porção de indicadores de outras naturezas é utilizada como a dos quocientes relativos aos prazos de recebimento de pagamento de giro dos ativos giro dos estoques margens de lucro sobre vendas neces sidade de capital de giro custo dos fi nanciamentos alavancagem fi nanceira alavancagem operacional etc Mas todos eles são na realidade instrumentos secundá rios que ajudam a ver o que é realmente crucial liquidez e rentabilidade É interessante lembrar que em geral liquidez e rentabilidade são objetivos confl itantes já que o máximo da liquidez se consegue com muito recurso fi nanceiro disponível para saldar dívidas e isso automaticamente diminui a rentabilidade dos capitais totais emprega dos A maximização da rentabilidade também implica normalmente trabalhar na corda bamba com muitos recursos de terceiros quando conseguidos com custos abaixo do que os ativos possam produzir mas isso au menta enormemente os riscos e pode provocar sérios e insolúveis problemas de capacidade de liquidação das obrigações nos soluços negociais Não há solução ótima e perfeita para esse dilema há décadas assim mesmo denominado pelos estudiosos de fi nanças e de análise fi nanceira dilema liquidez rentabilidade Voltaremos a este assunto em um Boletim posterior 7 O QUARTO PASSO O CUIDADO ESPECIAL COM OS PROBLEMAS DE RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS E DETERMINADAS OPERAÇÕES EMBELEZADORAS A grande maioria dos índices trabalha com o relacionamento de pelo menos dois conjuntos de valores monetários e muitas vezes da mesma peça contábil o balanço por exemplo Muitas vezes também o analista não percebe que embelezamentos ou gerenciamen tos numa linguagem mais moderna são possíveis com classifi cações ou operações específi cas 71 O problema de certas classificações Tomemos o tradicionalíssimo Índice de Liquidez Corrente como exemplo que divide o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante procurando evidenciar quanto de Ativo Circulante se tem para cada R 100 de Passivo de mesma natureza Suponhamos que existam Ativo Circulante R 20000000 Passivo Circulante R 10000000 2 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 1 R 20000000 20 R 10000000 Ou seja para cada R 100 de dívida a curto pra zo a empresa possui R 200 de Ativo Circulante Porém analisando melhor a composição do Ativo Circulante no próprio balanço ou então nas notas expli cativas o analista pode ver que a conta Clientes apre sentada no balanço por R 10000000 dentro dos R 20000000 do Ativo Circulante é composta por Clientes R 20000000 Duplicatas Descontadas R 10000000 R 10000000 Ora se o analista estiver consciente quanto a essa operação de desconto provavelmente preferirá re classifi car a conta de Duplicatas Descontadas no Passi vo Circulante visto que essa operação se trata de uma captação de recursos com garantia de duplicatas e não uma genuína e efetiva venda de direitos de crédito o que se assina é uma coisa o que se pratica pode ser diferente Basta verifi car que a quase totalidade desses contratos de desconto obriga a empresa vendedora des ses direitos a recomprálos caso o devedor não efetue o pagamento no vencimento Refazendo então essa classifi cação ao passar mos Duplicatas Descontadas para o Passivo Circulante teremos Ativo Circulante R 30000000 Passivo Circulante R 20000000 Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 2 R 30000000 15 R 20000000 O Índice de Liquidez Corrente terá sofrido uma mudança drástica por uma questão de classifi cação contábil apesar de a diferença pura e simples entre Ativo e Passivo Circulantes ter se mantido constante R 10000000 nas duas alternativas Contudo de fato possuir um Capital Circulan te Líquido igual a uma folga fi nanceira de curto pra zo de R 10000000 frente a um Passivo Circulante de R 10000000 é uma coisa e possuir os mesmos R 10000000 frente a um Passivo Circulante de R 20000000 é outra bem diferente Daí a utilização muito mais generalizada da comparação relativa entre valores e não apenas dos valores em termos absolutos 72 O problema de certas operações perto dos balanços Agora suponhamos que continuando o exem plo anterior a empresa tenha utilizado imediatamente antes da data do balanço outras Duplicatas a Rece ber e mais uma soma em dinheiro no montante global de R 20000000 que estavam no Ativo Circulante e tenha pagado uma dívida a um credor de igual valor desconsideramos neste caso o deságio dessa carteira apenas por simplifi cação ou seja desapareceram R 20000000 do Ativo e do Passivo Circulantes Só que a empresa irá recompor esse endividamento logo no iní cio do período seguinte porque precisa do dinheiro e o credor não quer de fato fi car com as duplicatas que recebeu como parte do pagamento Vemos então que imediatamente antes dessa operação os genuínos valo res e mais realistas pelo que vimos desses grupos do balanço e o citado índice eram Ativo Circulante R 50000000 Passivo Circulante R 40000000 Logo o índice um pouco antes da data do balan ço era Índice de Liquidez Corrente 3 R 50000000 125 R 40000000 Assim uma liquidez de 125 real e efetiva aca bou sendo mostrada por 20 parte disso por uma ques tão de classifi cação que se respeitada a legislação e a boa prática contábil aparecerá pela evidenciação da conta de Duplicatas Descontadas mas parte poderá nunca fi car evidenciada uma vez que parte da razão dessa mudança diz respeito a uma operação não visível nas demonstrações fi nanceiras Note novamente outra coisa que ocorreu mudou o índice de liquidez mas a diferença entre o Ativo e o Passivo Circulantes continua a mesma R 10000000 Veja que se o índice de liquidez for inferior a 100 a situação muda tomar empréstimo melhora o indicador aproximando o Índice de Liquidez Corrente da unidade Reclassifi car a citada conta para o Passivo Circulante também Analise a seguinte seqüência A empresa an tes de fechar o balanço verifi ca que tem Ativo Circulante R 20000000 Passivo Circulante R 30000000 Logo apresenta Índice de Liquidez Corrente 1 R 20000000 067 R 30000000 IOB Bol 312005 TC 3 Temática Contábil e Balanços Informações quanto aos descontos Clientes R 20000000 Duplicatas Descontadas R 10000000 R 10000000 Dessa forma a empresa muda a classifi cação da sua conta de Duplicatas Descontadas para o Passivo passando a mostrar Ativo Circulante R 30000000 Passivo Circulante R 40000000 Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 2 R 30000000 075 R 40000000 Este é um número melhor que o anterior 067 E mais realista pelo que comentamos sobre a mais ade quada classifi cação das Duplicatas Descontadas para fi ns de análise Novamente mudou o índice mas a diferença en tre Ativo e Passivo Circulantes continuou a mesma era de R 10000000 e assim continuou Operação ao contrário ao invés de como no exemplo anterior pagar um empréstimo a empresa toma um empréstimo novo de R 20000000 assim passa a ter os seguintes valores de Ativo e Passivo Circulantes Ativo Circulante R 50000000 Passivo Circulante R 60000000 Logo teremos Índice de Liquidez Corrente 3 R 50000000 083 R 60000000 Assim uma liquidez de 067 cujo valor mais real e efetivo seria 075 acaba sendo mostrada por 083 que é um indicador melhor Nesse caso essa aparente melhora se fez com as Duplicatas Descontadas mostra das no Passivo o que é justifi cável e com a operação de empréstimo tomado provavelmente a ser pago logo após o balanço injustifi cável eticamente porque tende apenas a embelezar o balanço Continua a observação quanto à diferença entre Ativo e Passivo Circulantes permanece o mesmo valor de R 10000000 Coisas semelhantes podem ser feitas com outras situações onde se têm comparações entre diversos valo res ou grupos de valores nas demonstrações contábeis relação entre Ativo Permanente e Patrimônio Líquido en tre Origens e Aplicações na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos Doar etc Dessa forma é obrigatório que o analista entenda que operações dessa natureza e outras podem manipu lar índices Logo estes devem ser sempre tomados com certa cautela e não como representação pura e simples de uma realidade que pode não ser exatamente a de monstrada Bons auditores procurarão é claro evidências de operações desse tipo desfeitas logo após o balanço e deverão evitar essas práticas além de zelar pela unifor me classifi cação das contas Mas o analista nem sem pre pode trabalhar com demonstrações bem auditadas e pode estar exposto a manipulações como essas 73 Cuidado especial com operações de recebíveis Cuidado especial precisa ser tomado com recebí veis de clientes negociados em operações de factoring faturização vendidos para sociedades de propósito es pecial fundos de recebíveis etc quando essas transa ções são feitas de forma a dar a impressão de que repre sentam venda fi nal desses ativos quando na essência são apenas operação de puro e simples fi nanciamento em que esses recebíveis são dados como garantias Ou seja é como se os recebíveis fossem descontados e baixados do Ativo em troca de dinheiro ao invés de per manecerem lá como recebíveis e surgir no Passivo o empréstimo que explique o aumento de disponibilidade O fato de a vendedora assumir inclusive respon sabilidade quanto à inadimplência desses títulos ne gociados pode mostrar que no fundo o que se tem é uma operação de passivo em que esses recebíveis estão sendo dados como garantia Mas a empresa po derá contabilizar essas operações como baixas puras e simples desses recebíveis e com isso alterar Ativo e Passivo Circulantes e totais também por igual montan te deformando seus indicadores de liquidez Além disso procedimentos diferentes poderão ser utilizados por empresas distintas que serão compa radas pelo analista É fundamental conhecer esses pro cedimentos contábeis se possível mediante contatos com as empresas para se uniformizar os procedimentos 4 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços de análise caso suas notas de práticas contábeis não sejam sufi cientes para o devido esclarecimento 74 Operações de vendas com cláusula de recompra Outra prática problemática é a venda de bens com opção de compra em muitos casos tratase de saleleaseback por exemplo a sociedade vende seu imóvel com valor contábil líquido de R 10 milhões por R 15 milhões alugao de volta por R 300 mil e adqui re o direito a exercer uma opção de compra depois de decorridos 5 anos pelo valor de R 12 milhões Suas demonstrações se elaboradas em conformidade com o contratado somente registrarão o lucro antes dos tribu tos de R 5 milhões no exercício em que houver a venda as despesas de aluguel durante 60 meses e uma aqui sição por R 12 milhões do imóvel ao fi nal dos 5 anos Durante esse período não haverá imobilização alguma nem dívida no seu balanço Ora é visível que o que se fez foi tomar um em préstimo de R 15 milhões à taxa de juros de aproxima damente 241 ao ano dando o imóvel como garantia pagando a fi nanciada 60 prestações de R 300 mil e uma parcela fi nal de R 12 milhões para liquidação do saldo muitas vezes esse saldo fi nal poderá ser nova mente renegociado A formalização da operação de empréstimo como se fosse de venda aumenta a garantia do fi nanciador e permite ao fi nanciado não mostrar seu Ativo Imobilizado nem sua dívida A relação entre imobilizado e capitais próprios aparecerá muito melhor do que de fato é a relação entre capitais de terceiros e próprios também e ainda have rá um resultado positivo no ato da venda que pode rá gerar dividendos e tributos também para desespero dos demais credores resultado esse que na realidade é uma espécie de reavaliação o imóvel seguramente voltará à propriedade formal da empresa na realidade nunca deixará de sêlo porque a vendedora não dei xará de adquirilo ao fi nal ainda mais sabendo que R 12 milhões serão um preço sabidamente inferior ao seu provável valor de mercado O registro contábil se adotado o conceito da prevalência da essência sobre a forma obrigaria a um registro puro e simples do empréstimo de R 15 milhões na fi nanciada com o cálculo e registro das despesas fi nanceiras e a continuação da depreciação do imóvel E cada parcela mensal seria desmembrada em parte como pagamento desses juros e em parte como amorti zação parcial da dívida que seria após os 60 meses no valor dos R 12 milhões Operações como essas embelezam o balanço gerenciam o resultado e deformam a posição eviden ciada pelas demonstrações contábeis Mas às vezes são de fato praticadas Cabe ao analista se conseguir tomar conhecimento delas refazer as demonstrações para uma análise mais acurada 75 Operações com EPE Entidade de Propósito Especial Tem havido a prática de criação por parte da en tidade ou de outra a ela ligada ou diretamente pelo con trolador de uma sociedade com propósito específi co denominada de Entidade ou Sociedade de Propósito Especial Nesse caso a empresa poderia lembrando o exemplo do subitem anterior vender o imóvel para essa entidade criada com o único objetivo de adquirir o citado imóvel e alugálo de volta Transações assim po dem ser feitas com uma fábrica inteira uma usina inteira de geração de energia etc Normalmente essas EPEs têm capital social ínfi mo praticamente nulo obtendo seus recursos mediante operações fi nanceiras de cap tação com as instituições fi nanceiras ou com o mercado debêntures por exemplo Se for essa EPE uma controlada integral do ponto de vista formal da entidade vendedora do imóvel aca bará a investidora reconhecendo nas suas demonstra ções individuais ainda contabilizamos isso assim no Bra sil infelizmente o lucro e tudo o mais como se tivesse sido a operação efetuada com terceiros Mas pela equi valência patrimonial estará reconhecendo como receita o valor contabilizado como aluguel na detentora formal do Ativo Imobilizado e também estará reconhecendo o que ela registrar como depreciação do imóvel Assim estará pela equivalência anulando a sua despesa de aluguel e substituindo a depreciação antiga pela nova maior como ocorre mesmo numa reavaliação de Ativos Mas manterá o registro do lucro em suas demonstra ções Somente em suas demonstrações consolidadas se não for companhia aberta não estará obrigada a isso como regra é que teria de eliminar esse lucro na ven da do ativo e esse excesso de depreciação no resultado de cada período Dessa forma nessas demonstrações consolidadas tudo voltaria ao normal com os tributos na operação de venda aparecendo provavelmente como tributos diferidos no Ativo a serem apropriados paulati namente e o endividamento da controlada também seria evidenciado no balanço consolidado Mas se a EPE não for uma sociedade formalmen te investida da vendedora não haverá esse efeito pela equivalência nem existirão demonstrações consolida das se não for uma companhia aberta e tudo aparecerá como se fosse operação com terceiros com as conse qüências da aparente desimobilização e sem que seja evidenciada a dívida No caso por exemplo de empre IOB Bol 312005 TC 5 Temática Contábil e Balanços sa que tenha outra operação de empréstimo que obrigue a uma limitação no nível dessa imobilização ou de seu endividamento ou de ambos tudo parecerá como nor mal com esse desaparecimento do Ativo Por isso é que a Comissão de Valores Mobiliários CVM determinou numa prática inovadora e elogiável e seguindo exatamente o conceito da essência sobre a forma que essas EPEs no caso de companhias aber tas sejam consolidadas nessas sociedades que podem nem mesmo ser suas formais investidoras de forma a se ter um conjunto de demonstrações muito mais repre sentativo da realidade Tratase da Instrução CVM no 4082004 que merece ser lida 76 Outras operações Há outras operações legais em si nosso ponto aqui não é o referente a fraudes contábeis ou de outra natureza que mesmo tendo essa característica de lega lidade têm como objetivo determinadas conseqüências nas demonstrações contábeis que podem levar o ana lista a não ter uma visão completa da efetiva realidade e pior ainda podem às vezes levar a conclusões er rôneas Conforme já foi dito podemos ter como exemplos de outras situações relação entre Ativo Permanente e Patrimônio Líquido por exemplo ativar ou não ativar uma compra efetuada sob o regime de arrendamento mercantil fi nanceiro leasing fi nanceiro efetuar a reava liação de bens do imobilizado evidenciar no balanço a contrapartida a um imobilizado recebido em doação como redutor desse mesmo Ativo sob o argumento de não ter havido custo na sua aquisição ao invés de re gistrála como Reserva de Capital entre Origens e Apli cações na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Doar colocar um Realizável a Longo Prazo como aplicação e colocar a origem de seu fi nanciamen to uma dívida a longo prazo como origem ou não evi denciar nem uma nem outra coisa sob a alegação de que não alteraram o Capital Circulante Líquido entre capitais próprios e de terceiros como ocorre com a Re avaliação de bens do imobilizado ou pela decisão de captar recursos dos próprios sócios mediante ações res gatáveis versus emissão de debêntures etc Por isso a necessidade de estar sempre alerta e procurar conhecer esses tipos de práticas e princi palmente conhecer o mais de perto possível os admi nistradores e a experiência passada de suas empresas analisadas 8 O QUINTO PASSO ANALISANDO A LIQUIDEZ Depois de vermos como é necessário ter aten ção antes de sair calculando índices e como é obriga tório estar sempre atento antes de extrair qualquer tipo de conclusão vamos à análise de liquidez ou seja da capacidade de a empresa pagar suas obrigações em curto e em longo prazo 81 Liquidez a curtíssimo prazo Esses indicadores são de pouca valia na prática uma vez que na maioria das vezes a informação dis ponibilizada ao usuário acaba sendo posterior ao efeito do número indicado Comparar o que uma empresa em dezembro de 2004 tinha de recursos para fazer em face de seus compromissos no mês de janeiro de 2005 utili zando seu balanço de 31122004 publicado em março de 2005 é uma perda de tempo Mas o problema maior é o seguinte esse balanço não identifi ca quanto de suas obrigações vence em janeiro A classifi cação exigida faz com que sejam evidenciadas todas as obrigações a vencer no prazo de um ano1 Assim o que se tem é algo de não muita utilidade comparar por exemplo o que a empresa tem de dinheiro e valores transformáveis em dinheiro quase que imediatamente com a totalidade das dívidas do Passivo Circulante que abriga as obrigações a vencer em prazo que vai a até um ano 811 Índice de Liquidez Imediata Esse indicador repetimos normalmente de valia muito restrita é costumeiramente denominado de Índice de Liquidez Imediata e é assim expresso Índice de Liquidez Imediata Disponibilidade Passivo Circulante Ocorre que a maioria das empresas possui como recurso prontamente disponível normalmente mais do que o que classifi ca como Disponibilidade dada a exis tência de Aplicações Financeiras passíveis de resgate a curtíssimo prazo O problema é a nãoexistência normal mente de informações sobre os prazos de vencimento dessas aplicações De qualquer forma esse indicador realmente diz pouco 812 Índice de Liquidez de Curtíssimo Prazo Poderia ser desenvolvida essa formulação da li quidez imediata um pouco melhor a fi m de que no nos 1 Em alguns raros casos o prazo é o relativo ao ciclo operacional da empresa quando ele é superior a um ano No Brasil quase não se vê isso na prática apesar de exigido pela nossa Lei das SA na sua parte contábil 6 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços so entender abrangesse todas as aplicações que ven cessem muito rapidamente no máximo em um mês por exemplo e mais as outras que pudessem ser resgata das antecipadamente em caso de necessidade Afi nal as aplicações fi nanceiras de curto prazo podem ser res gatadas antecipadamente mesmo que à custa de algu mas perdas normalmente não muito signifi cativas Lembrese o analista não precisa seguir padrões de indicadores e de classifi cações ele precisa verifi car os que melhor produzem a informação que procura e precisa também efetuar as adaptações às condições de dados aos quais consegue acesso Poderíamos então utilizar um indicador prati camente não citado em bibliografi as que batizaremos como no título deste subitem em que comparamos o que a empresa tem de disponibilidades mais aplicações fi nanceiras de curtíssimo prazo com o valor das obriga ções a curto prazo Poderíamos ter então Índice de Liquidez de Curtíssimo Prazo Disponibilidade Aplicações Financeiras de Curto Prazo Passivo Circulante De qualquer forma o importante é lembrar que boa parte desse Passivo Circulante de fato se vencerá logo após a data do balanço provavelmente nos próxi mos 2 ou 3 meses É o caso dos denominados Passivos Operacionais ou Passivos de Funcionamento expres são antiga mas muitíssimo apropriada que abrange as obrigações para com os Empregados Salários a Pagar Tributos Fornecedores Contas a Pagar aluguéis ser viços de consultoria energia elétrica etc e outros deri vados da atividade operacional da empresa Determina dos passivos operacionais poderão se distribuir por um prazo bem maior mas dentro dos próximos 12 meses se classifi cados no Passivo Circulante como o relativo às Provisões para Férias para Décimo Terceiro Salário quando balanço for de 31 de dezembro e outros Mas a maioria vencerá rapidamente Então para esses casos esse indicador é bastante adequado Já para o caso dos Passivos Financeiros ou Passivos de Financiamento que inclui as operações de captação de recursos a curto prazo e mais a parcela das obrigações contratadas originalmente a longo prazo mas que agora vencem nos próximos 12 meses a situa ção é diferente tanto podem ter parcelas signifi cativas se vencendo logo no dia seguinte ao do balanço como no 364o dia subseqüente ou então estarem distribuídas de alguma forma homogênea ou irregular durante esse ano seguinte Com essas precauções é que se deve utilizar esse indicador se for de fato utilizado Muitas vezes é melhor nem utilizar quando as dúvidas forem muito grandes a não ser para comparar a situação de uma empresa ao longo do tempo ver se essa situação melhorou ou piorou nos últimos 3 anos por exemplo ou nos últimos 4 trimes tres se as informações estiverem disponíveis ou então para comparar na mesma data empresas diferentes desde que do mesmo ramo e operando mais ou menos dentro dos mesmos esquemas quanto a prazos normais de pagamento de suas obrigações operacionais Outro ponto importante a lembrar o Passivo Cir culante não representa é óbvio o total das obrigações a serem liquidadas no próximo ano Representa o total das obrigações a serem liquidadas nos próximos 12 me ses que existiam e já estavam contabilizadas na data do balanço que está sendo analisado Todas as compras recebidas a partir do início do período seguinte todos os serviços e outras transações posteriores vão é claro criar novas obrigações que serão registradas posterior mente em compensação serão baixadas as que forem sendo liquidadas E os recursos aplicados no Ativo tam bém são os que existem na data do balanço em função das transações ocorridas até aquela data Novas transa ções ocorrerão gerando novos Ativos A realidade em presarial é dinâmica com as fotografi as tomadas pelos balanços mostradas como estáticas 82 O problema da sazonalidade Talvez esse assunto já devesse ter sido men cionado mas vamos fazêlo agora O que as disponi bilidades e as aplicações fi nanceiras representam bem como o Passivo Circulante em 31 de dezembro de uma empresa que atua no sudeste brasileiro no ramo da in dústria alcooleira Sua matériaprima o grosso de suas compras chega provavelmente entre maio e setembro e talvez esteja totalmente paga em dezembro Pode a em presa já ter recebido por toda a venda da sua produção e estar então abarrotada de dinheiro porque precisa inclusive reter o sufi ciente para toda uma enorme manu tenção sendo ou a ser feita em suas instalações indus triais para preparação para a próxima safra bem como para sustentar suas despesas operacionais com sua ad ministração e talvez parte do pessoal da produção e das vendas até a safra subseqüente Assim o balanço de 31 de dezembro tem de fato uma representatividade válida apenas para esse momento mas não representa o que ocorre ao longo do ano Um balanço dessa empresa em 30 de junho pode mostrar uma situação absolutamente não compa rável com a do balanço de 31 de dezembro e portanto não se pode tirar conclusões simplórias do tipo piorou melhorou etc IOB Bol 312005 TC 7 Temática Contábil e Balanços Na verdade essas observações relativas à sazo nalidade valem para todos os indicadores de liquidez mas têm uma implicação toda especial sobre os de ren tabilidade quando são analisados períodos inferiores a um exercício social por lei igual a um ano a não ser nos casos especiais de início da empresa ou de alteração da data do encerramento desse exercício social Imagi nese comparar o resultado do primeiro trimestre do ano civil com o do terceiro nesse caso Muitas empresas possuem sazonalidades mas não tão marcantes como no caso das exploradoras de produtos agrícolas são os casos típicos das indústrias de brinquedos de bebidas de chocolate etc Assim há de se conhecer o ramo de negócios em que a empresa atua suas práticas comerciais em termos de prazos de recebimento e pagamento e outras características do segmento ou então há de se conseguir informações da própria empresa analisada caso contrário cuidado com as conclusões 83 Liquidez a curto prazo O indicador de liquidez mais utilizado talvez na prática seja o relativo à comparação entre o Ativo Circu lante e o Passivo Circulante visto no subitem 71 831 Índice de Liquidez Corrente Índice de Liquidez Corrente Ativo Circulante Passivo Circulante Tratase também de uma comparação a ser utili zada com senso crítico O Ativo Circulante possui dispo nibilidades e aplicações fi nanceiras de curtíssimo prazo recebíveis também a curto prazo mas contém estoques que podem ser transformados em dinheiro transforma dos em recebíveis rapidamente ou a serem transfor mados nesses ativos ao longo de vários meses E essa distribuição dos Ativos Circulantes pode não ter muito a ver com a dos Passivos Circulantes Assim pode haver descasamentos entre esses prazos de um lado e de ou tro que só são passíveis de serem percebidos com infor mações da própria empresa ou com um conhecimento forte do setor em que a empresa atua e das práticas co merciais nele utilizadas Vêse que é uma interpretação um tanto quanto simplória traduzir esse indicador por quanto há de R 100 de Ativo a curto prazo para pagamento de cada R 100 de Passivo também de curto prazo O perfi l do Passivo pode ser de uma distribuição temporal que faça com que não estejam de fato disponíveis os recursos para sua liquidação no tempo devido como pode apa rentar o balanço Passivos se vencendo bem mais rapi damente do que o período da transformação dos esto ques e recebíveis em dinheiro no Ativo Lembrese novamente de tudo o que já foi dis cutido sobre os problemas de comparações entre gran dezas e as operações que podem distorcer esse indi cador É fundamental lembrar que o balanço é um mo delo que procura mostrar num certo momento uma si tuação que na realidade é extremamente difícil de ser de fato captada em todas as suas dimensões quer em termos de natureza dos Ativos e Passivos quer em ter mos de distribuições temporais e outros Por exemplo os estoques estão registrados normalmente ao seu custo de aquisição Quando vendidos se transformarão em re cebíveis por valores maiores do que estão apresentados no balanço Logo somar disponibilidades com valores recebíveis nos próximos 90 dias registrados pelo seu valor nominal esperado a ser recebido já é algo que pre cisa ser assimilado para se entender que tipo de soma é essa somar isso tudo ao custo dos estoques é algo mais complexo ainda imagine somar isso ao valor das des pesas antecipadas normalmente no Ativo Circulante Depois comparar isso tudo com obrigações que só são pagáveis em dinheiro exige mesmo uma capacidade de abstração de qualquer usuário das demonstrações con tábeis Mas apesar de todos esses pontos há de se ana lisar o que está disponível porque não há outras fontes para utilizar para saber o que está ocorrendo com a em presa Só que o fundamental é ter a consciência do que se está fazendo e nunca agir mecanicamente porque este ou aquele indicador é sugerido por um professor sério e convincente por um livro de autor famoso etc 832 Folga Financeira de Curto Prazo ou Capital Circulante Líquido CCL Repare que o Índice de Liquidez Corrente divide o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante mas há outro conceito de liquidez que diz respeito à diferença entre o Ativo e o Passivo Circulantes Capital Circulante Líquido CCL Ativo Circulante Passivo Circulante Esse CCL também conhecido como Capital de Giro Líquido é uma forma de medir a liquidez de curto prazo de uma empresa trabalhando exatamente com os mesmos números mas por diferença algébrica e não por meio de um quociente O Capital Circulante Líquido é um conceito que poderíamos numa linguagem simples denominar de Folga Financeira de Curto Prazo que é então o quanto se tem de folga diminuindose as dívidas de curto pra zo dos Ativos também de curto prazo valendo todas as observações já feitas quanto à possível distribuição heterogênea entre os componentes de um grupo e os de outro 8 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços Como já visto no subitem 71 essa diferença não se altera quando transações são efetuadas aumentando ou diminuindo concomitantemente o Ativo e o Passivo Circulantes como no caso de liquidação de dívidas ob tenção de novos empréstimos compra de mercadorias pagamento a fornecedores etc Na realidade um e outro indicadores têm suas utilidades e suas limitações Mas veremos isso melhor mais à frente Esse indicador o CCL tem de ser sempre con siderado em conjunto com os indicadores de liquidez Mas é vital ter em mente que aquele representa um va lor absoluto em moeda e estes representam ordem de grandeza existente entre 2 conjuntos de valores Desse modo um não elimina o outro Ambos pre cisam ser devidamente considerados Outros pontos relativos a essas comparações entre valores serão abor dados posteriormente 833 Índice de Liquidez Seca Por causa dos problemas comentados anterior mente relativos aos estoques que ainda vão ser ven didos para depois os recebíveis se transformarem em dinheiro bem como pela existência de certos valores que não representam recursos aplicados a serem trans formados em disponibilidades como no caso das des pesas antecipadas e outros é que se criou um indicador especial mais restritivo do que o Índice de Liquidez Cor rente mas não tanto quanto o Índice de Liquidez Imedia ta denominado Índice de Liquidez Seca Ativo Circulante Estoques Despesas Antecipadas Outros Passivo Circulante O que se pretende com ele é excluir do Ativo Cir culante os estoques as despesas antecipadas os tribu tos diferidos e valores que a juízo do analista represen tem valores não transformáveis em dinheiro ou por outra razão que não servem à liquidação de obrigações Essa é de fato uma comparação muito interessante também mas que precisa como sempre ser utilizada com co nhecimento da empresa do segmento em que ela atua etc Esse indicador poderia ser montado de outra for ma com a colocação no numerador dos itens que se quer utilizar para a comparação com o Passivo Circulan te Disponibilidade Aplicações Financeiras Contas a Receber Outros Recebíveis por exemplo Vejase agora um caso especial e relevante para se ter uma idéia da necessidade de nunca se aplicar de maneira automática qualquer um desses índices ima gine uma empresa que receba valores signifi cativos de seus clientes na forma de adiantamentos para fi nanciar parte dos custos de produção das encomendas recebi das Ela terá estoques de produtos em elaboração no Ativo Circulante e estoques de matériasprimas e ma teriais diversos a serem utilizados na produção dessas encomendas só que no seu Passivo Circulante existirá a conta de Adiantamento de Clientes que também não será liquidada em dinheiro e sim com a entrega dessas encomendas em andamento Nesse caso o Índice de Liquidez Seca precisa ser utilizado com muito cuidado O Ativo Circulante pode já conter valores signifi cativos de itens estoques de bens em produção de materiais etc que serão utiliza dos para liquidação de uma parte que também pode ser signifi cativa no Passivo Eliminar de um lado esses esto ques e não do outro pode representar erro conceitual a não ser que haja possibilidade de insucesso no término da encomenda e que haja a obrigação de devolução do valor recebido do cliente mas essa não deve ser a si tuação normal Talvez o melhor nesse caso seja a não utilização desse indicador se não existirem informações sufi cientes que permitam saber quanto dos estoques diz respeito aos adiantamentos recebidos e ambos os va lores forem relevantes a empresa poderia no extremo ter recebido dinheiro de um conjunto de clientes e estar utilizando esse valor para produção de bens a serem vendidos para outros clientes jogando com prazos por exemplo Contudo em princípio esse índice de liquidez é interessante em muitas situações quando se quer ver se não há dependência dos estoques para liquidação dos passivos circulantes 834 Índice de Liquidez de Kanitz O Professor de Contabilidade da FEAUSP Stephen Charles Kanitz desenvolveu um indicador para conciliar o Índice de Liquidez Seca e o Corrente2 Índice de Liquidez Seca de Kanitz Ativo Circulante 1 x Estoques Passivo Circulante x de estoques a serem mantidos no cálculo do índice 2 Sobre o Índice de Liquidez de Kanitz veja texto publicado no Boletim no 492002 pág 1 neste Caderno Tematica Contabil e Balangos me 1OB Veja que é uma forma simples mas criativa de igual a duas vezes o Ativo Circulante ou um CCL igual deduzir do Ativo Circulante nao 100 dos estoques a metade do Ativo Circulante Um indice de liquidez de como ocorre no Indice de Liquidez Seca normal Nesse curtissimo prazo superior a 10 6 0 que todo administra caso imaginado por Kanitz eliminase apenas o percen dor financeiro gostaria de ter para satisfazer sua tran tual que se considerar adequado para fins da andlise quilidade em termos de capacidade de pagamento de ividas Por exemplo se vocé como analista nao quer a dlivicas presenca de 100 dos estoques no seu calculo de liqui S6 que indices de liquidez altos podem mostrar dez de curto prazo mas também considera um exage na verdade recursos ociosos no Ativo Circulante o que ro eliminar 100 desses estoques no Indice de Liquidez pode levar a uma redugao da rentabilidade Muito di Seca pode arbitrar qual seria o indice se fossem elimi nheiro aplicado financeiramente pode em certas situa nados por exemplo apenas 30 dos estoques Nesse codes de taxas de juros muitissimo atraentes representar caso como se quer manter 70 dos estoques a formula boa alternativa de aplicagao é verdade como tem ocor fica com o x 70 Obviamente se quiser manter os rido nos Ultimos tempos no Brasil mas numa situagao 100 dos estoques o indice ficara igual ao Indice de de economia normal isso significa comumente obter Liquidez Corrente normal se quiser manter 0 ficara rentabilidade inferior a que a empresa deveria conseguir igual ao Indice de Liquidez Seca normal para remunerar muito o capital utilizado prdprio e de ter Essa formula pode ser adaptada é claro para a celros aplicagao da mesma técnica a outros elementos even Assim indices muito altos podem mostrar incapa tualmente excluidos para calculo da liquidez seca como cidade de aplicagao dos recursos obtidos falta de co despesas antecipadas e outros itens podendo desen ragem ou de oportunidade para efetuar investimentos volvéla para uso de percentuais diferentes para cada bem como podem indicar por outro lado preparagao um dos itens para investimentos futuros atraentes ou uso inteligente de uma situagao de aplicagao financeira excepcional oye nesses casos a situagao de altissima liquidez deveria 84 A evolucio dos indicadores ao longo do obviamente ser transitéria etc Ou seja indices muito tempo altos nao significam sempre situagao boa ou situagao Ponto também relevante uma empresa pode es ruim tar com um Indice de Liquidez Corrente de 15 no final rn de um periodo e outra empresa semelhante também Ja indices baixos normalmente preocupam Mas Tudo estara igual E se a primeira vier de uma evolugao o que sao indices baixos Para isso possivel e neces ao longo dos ultimos anos ou outros periodos por exem sario entrarmos em 2 pontos relevantes a efetiva ne plo 20 17 16 e agora 15 enquanto que a segunda cessidade de indice alto ou baixo conforme as praticas vem de 09 12 13 e agora 15 usuais do segmento econdmico em que esta a empresa e a figura dos indicespadrao A evolugao nao So desses indicadores como a A necessidade de indice de Liquidez Corrente de todos os demais algo que precisa sempre ser con alto implica necessidade de um Capital Circulante Li siderada quido alto E o que é Necessidade de Capital de Giro A empresa esta bem ou mal agora Essa é uma Liquido informagao relevante mas as vezes 0 mais importante é ela esta melhorando ou piorando Esta melhorando mais Continuaremos com esse assunto em um Bo rapidamente do que as demais Etc letim posterior e 85 Quais os bons e os maus numeros dados pelos indices Devemos considerar varios fatores antes de se querer qualificar um determinado numero informado CONTABILIDADE GERAL pelos indices de liquidez como bom ou como mau além da consideragao com relagao a evolugao ae Industrializacao por encomenda E dbvio que quanto maior o indice de liquidez de curtissimo prazo seco corrente ou outro qualquer inclusive que se queira criar para uma situagao particu 1 INTRODUCAO lar melhor do ponto de vista da capacidade de liquida cao das obrigacées Um indice de Liquidez Corrente de E pratica comum entre as empresas indus 20 devera ser considerado para a grande maioria das triais o envio de matériasprimas e produtos semi empresas muito bom mostrando um Passivo Circulante acabados para serem industrializados por terceiros IOB Bol 312005 TC 9 10 TC IOB Bol 312005 Temática Contábil e Balanços Neste texto trataremos dos aspectos contá beis relacionados a essa operação tanto sob a ótica da empresa encomendante quanto da empresa exe cutora da industrialização 2 REGISTRO EM CONTAS DE COMPENSAÇÃO Ao realizar uma operação de remessa de ma tériasprimas ou de produtos semiacabados para in dustrialização em outro estabelecimento não é neces sário que a empresa autora da encomenda registre a baixa dos referidos materiais dos seus estoques Do mesmo modo não é necessário que a em presa executora da industrialização registre em seus estoques a entrada dos materiais recebidos para in dustrialização Todavia é recomendável que tanto a empresa autora da encomenda quanto a executora da indus trialização registrem a operação em contas de com pensação Notas 1 Sobre as contas de compensação veja textos publicados nos Boletins nos 492003 pág 4 e 502003 pág 5 ambos neste Caderno 2 No Plano de Contas as contas de compensação em geral são o último grupo Veja modelo completo de Plano de Contas no Boletim no 12005 pág 1 neste Caderno 3 EXEMPLO Consideremos que a Empresa A remetesse 10000 unidades de determinado produto avaliado em R 10000000 constante da nota fi scal de remes sa para industrialização para serem acondicionadas em embalagens promocionais pela a Empresa B que cobrará para a execução desse trabalho a impor tância de R 1000000 Com base nesses dados a contabilização da remessa da devolução e do valor cobrado pela em presa executora da industrialização seria efetuada da seguinte forma I Contabilização pela autora da encomenda 1 Registro em contas de compensação da remessa dos produtos para industrialização D Materiais Remetidos para Industrialização Contas de Compensação Ativas C Remessas para Industrialização Contas de Compensação Passivas R 10000000 2 Registro em contas de compensação do retorno dos produtos remetidos para industrialização D Remessas para Industrialização Contas de Compensação Passivas C Materiais Remetidos para Industrialização Contas de Compensação Ativas R 10000000 3 Registro do valor cobrado pela empresa executora da industrialização D Custos de Produção Industrialização por Encomenda Contas de Resultado C Fornecedores Empresa B Passivo Cir culante R 1000000 II Contabilização pela empresa executora da encomenda 1 Registro em contas de compensação da remessa dos produtos para industrialização D Entradas para Industrialização Contas de Compensação Ativas C Materiais Recebidos para Industrialização Contas de Compensação Passivas R 10000000 2 Registro em contas de compensação do retorno dos produtos remetidos para industrialização D Materiais Recebidos para Industrialização Contas de Compensação Passivas C Entradas para Industrialização Contas de Compensação Ativas R 10000000 3 Registro do valor cobrado pela empresa executora da industrialização D Clientes Empresa A Ativo Circulante C Receita Bruta de Vendas de Mercadorias e Serviços Industrialização por Encomenda Contas de Resultado R 1000000 Aumente a produtividade de sua empresa Treinamento sob medida em diversas áreas Contábil Fiscal Tributária Trabalhista etc Cursos In Company IOB O curso que você precisa onde e quando você quiser Liguenos e faça uma consulta 0800724 7550