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3\nAS ORIGENS DA CONSCIÊNCIA NACIONAL\nSe o desenvolvimento da imprensa-como-mercadoria é a chave da geração de idéias inteiramente novas de simultaneidade, ainda assim estamos simplesmente no ponto em que se tornam possíveis comunidades do tipo ‘horizont tal-secular, transversal ao tempo’. Por que, dentro desse tipo, a nação se tornou tão popular? Os fatores envolvidos são obviamente complexos e variados. Pode-se, porém, defender com vigor a primazia do capitalismo.\nComo já foi assinalado, pelo menos 20 milhões de livros já haviam sido impressos em 1500, indicando o surgimento da ‘era da reprodução mecânica’ de Benjamin. Se o conhecimento manuscrito era um saber escasso e misterioso, o conhecimento impresso vivia da reprodutibilidade e da disseminação. Se, como crêem Febvre e Martin, é possível que 200 milhões de volumes já tivessem sido manufaturados por volta de 1600, não é de admirar que Francis Bacon jogasse que a imprensa havia alterado ‘a aparência e o estado do mundo’. Sendo uma das mais antigas formas de empresa capitalista, a edição de livros era afetada por toda a busca incessante de mercados do capitalismo. As primeiras gráficas instalaram filiais por toda a Europa: ‘desse modo, criouse uma verdadeira ‘internacional’ de editoras, que ignorava fronteiras nacionais [sic]’. E como os anos de 1500-1550 foram um período de prosperidade excepcional na Europa, a atividade editorial participou da expansão geral. ‘Mais do que em qualquer outro tempo’ ela foi ‘uma grande indústria sob o controle de abastados capitalistas’. Naturalmente, os ‘livreiros preocupavam-se primordialmente em conseguir lucro e em vender seus produtos e, consequentemente, buscavam primeiramente aquelas obras que fossem de interesse para o maior número possível de seus contemporâneos.’\nO mercado inicial foi a Europa letrada, ampla mas tétra camada de leitores do latim. A saturação desse mercado levou cerca de 150 anos. O fato decisivo quanto ao latim — fora sua sacralidade — é que ele era uma língua de bilíngues e menor número ainda, imaginava-se, sonhava em latim. No século XVI, a proporção de bilíngues na população total da Europa era muito pequena; muito provavelmente não maior do que a proporção na população mundial de hoje — não obstante o internacionalismo proletário nos próximos séculos. Naquela época, como hoje, a grande massa da humanidade é de monoglotas. Assim sendo, a lógica do capitalismo indicava que, uma vez que o mercado de latinos de elite estava saturado, os mercados representariam as massas monoglotas, potencialmente enormes, seriam o atrativo. É certo que a Contra-Reforma estimulou um ressurgimento temporário da atividade editorial em latim, mas, em meados do século XVII, o movimento esta. va em decadência, e saturadas as bibliotecas ardorosamente católicas. Nesse meio tempo, uma escassez de dinheiro por toda a Europa levou as gráficas a pensar cada vez mais em vender edições baratas nas línguas vulgares. \nO impulso revolucionário do capitalismo no sentido da utilização das línguas vulgares recebeu um impulso adicional de três fatores externos, dois dos quais contribuíram diretamente para o surgimento da consciência nacional. O primeiro deles, e em última análise menos importante, foi uma alteração no caráter da própria língua latina. Graças ao labor dos humanistas, fazendo renascer a enorme literatura da antiguidade pré-cristã e disseminando-a por todo o mercado editorial, tornou-se patente, no entanto, que a intelligentsia transeuropeia, uma nova forma de apreciar os elaborados resultados estilísticos dos antigos. O latim que se pretendia escrever tornava-se cada vez mais ciceroniano e, como prova disso, cada vez mais afastado da vida da eclesiástica e da vida quotidiana. Dessa maneira, ele adquiriu uma característica esotérica, muito diversa do latim da Igreja da época medieval. Pois o antigo latim não era obscuro devido a seu conteúdo ou a seu estilo, mas apenas por ser inteiramente escrito, isto é, devido a seu status como texto. Agora, tornava-se obscuro devido ao que era escrito, devido à linguagem em si mesma.\nEm segundo lugar, foi o impacto da Reforma que, ao mesmo tempo, deveu muito de seu êxito ao capitalismo editorial. Antes da era da imprensa, Roma ganhava facilmente todas as guerras contra a heresia na Europa ocidental, porque sempre teve linhas internas de comunicação melhores que seus desafiantes. Quando, porém, em 1517, Martinho Lutero fixou suas teses na porta da capela em Wittenberg, elas foram impressas em tradução para o alemão e, ‘no espaço de quinze dias [haviam sido] conhecidas em todos os cantos do país’. Nas duas décadas de 1520-1540, foram editados três vezes mais livros na Alemanha do que no período de 1500-1520, transformação espantosa, para a qual Lutero foi absolutamente fundamental. Suas obras representaram nada menos do que um terço de todos os livros em alemão vendidos entre 1518 e 1525. Entre 1522 e 1546, foram publicadas 430 edições (integras ou parciais) de suas traduções da Bíblia. \"Temos aí, pela primeira vez, uma verdadeira massa de leitores e uma literatura popular ao alcance de todo o mundo.\" De fato, Lutero tornou-se o primeiro autor de grande vendagem conhecido como tal. Ou, em outras palavras, o primeiro escritor que vendia seus livros novos com base no próprio nome. Onde Lutero foi o primeiro, outros rapidamente o seguiram, dando início a colossal propaganda religiosa que avassalou a Europa toda no correr do século seguinte. Nas gigantesca \"luta para conquistar o pensamento dos homens\", o protestantismo sempre esteve basicamente na ofensiva, precisamente porque sabia como utilizar o crescente mercado da imprensa em língua vulgar que o capitalismo cria, embora que a Contra-Reforma defendia a cidade do latim. Símbolo disso é o Index Librorum Prohibitorum do Vaticano - que não tinha correspondência no protestantismo -, catálogo singular que se fez necessário devido ao maciço volume de subversão impressa. Nada transmite melhor o sentido dessa mentalidade de assédio do que a aterrorizante proibição de Francisco I, em 1535, que vedava a impressão de todo e qualquer livro em seu reino sob pena de morte por enforcemento! A razão para essa proibição, e para sua inaplicabilidade, está em que, na época, as fronteiras orientais de seu reino estavam cercadas por Estados e cidades protestantes que produziam uma torrente maciça de material impresso contrabandeável. Para nos atermos à Genebra de Calvino: entre 1533 e 1540, haviam sido publicadas ali apenas 42 edições, mas esse número subiu para 527, entre 1550 e 1564, e nesta última dita não havia menos de quarenta gráficas distintas trabalhando em horas extras. A coalizão entre o protestantismo e o capitalismo editorial, que explorava edições populares baratas, criou rapidamente grandes públicos leitores novos - inclusive entre mercadores e mulheres, que tipicamente pouco ou nada conheciam de latim - e simultaneamente mobilizava-os para fins político-religiosos. Inevitavelmente, não era apenas a Igreja que se abalava em seus fundamentos. O mesmo terremoto produziu os primeiros Estados europeus não dinásticos e não cidades-Estado de importância, na República da Holanda e na Comunidade dos Puritanos. (O pânico de Francisco I era tão político quanto religioso.) Em terceiro lugar, havia a disseminação, lenta e geograficamente desigual, de línguas vulgares específicas como instrumento de centralização administrativa por determinados pseudomonarcas absolutos presumitivos bem posicionados. É conveniente que se lembre, aqui, que a universalidade do latim na Europa ocidental medieval jamais correspondeu a um sistema político universal. É instrutivo o caso dos mandarin e dos caracteres desenhados coincidiam em grande medida. Com efeito, a fragmentação política da Europa ocidental, após o colapso do Império do Ocidente, significa que nenhum soberano poderia monopolizar o latim e torná-lo sua língua oficial exclusiva e, desse modo, a autoridade religiosa do latim nunca possuiu um verdadeiro correspondente político. A coalizão entre o protestantismo e o capitalismo editorial, que explorava edições populares baratas, criou rapidamente grandes públicos leitores novos - inclusive entre mercadores e mulheres, que tipicamente pouco ou nada conheciam de latim - e simultaneamente mobilizava-os para fins político-religiosos. Inevitavelmente, não era apenas a Igreja que se abalava em seus fundamentos. O mesmo terremoto produziu os primeiros Estados europeus não dinásticos e não cidades-Estado de importância, na República da Holanda e na Comunidade dos Puritanos. (O pânico de Francisco I era tão político quanto religioso.) Em terceiro lugar, havia a disseminação, lenta e geograficamente desigual, de línguas vulgares específicas como instrumento de centralização administrativa por determinados pseudomonarcas absolutos presumitivos bem posicionados. É conveniente que se lembre, aqui, que a universalidade do latim na Europa ocidental medieval jamais correspondeu a um sistema político universal. É instrutivo o caso dos mandarin e dos caracteres desenhados coincidiam em grande medida. Com efeito, a fragmentação política da Europa ocidental, após o colapso do Império do Ocidente, significa que nenhum soberano poderia monopolizar o latim e torná-lo sua língua oficial exclusiva e, desse modo, a autoridade religiosa do latim nunca possuiu um verdadeiro correspondente político. cial foi substituído pelo francês normando. Enquanto isso, uma lenta fusão entre essa língua de uma classe dirigente estrangeira e o anglo-saxão da população submetida deu origem ao inglês primitivo. Essa fusão tornou possível que a nova língua, após 1362, visse a ser a língua da corte - e para a abertura do parlamento. Veio a seguir, em 1382, a Bíblia manuscrita em língua vulgar, de Wycliffe. 12 É fundamental que se tenha em mente que essa sequência constitui uma série de línguas \"de Estado\", e não \"nacionais\"; e que o Estado envolvido abrangia, em épocas diversas, não apenas a Inglaterra e o País de Gales de hoje, mas também partes da Irlanda, da Escócia e da França. Obviamente, enormes parcelas das populações submetidas conheciam pouco ou nada de latim, francês normando, ou inglês primitivo. 13 Só depois de quase um século após a entronização política do inglês primitivo é que o poder de Londres foi varrido para fora da \"França\". No Sena, teve lugar movimento semelhante, ainda que em ritmo mais lento. Como diz ironicamente Bloch, \"o francês, vale dizer uma língua que, uma vez que era encarada meramente como forma adulterada do latim, levou diversos séculos para erguer-se à dignidade literária\", 14 apenas se tornou a língua oficial dos tribunaus de justiça em 1539, quando Francisco I expediu o Edito de Villers-Cotterêts. 15 Em outros reinos dinásticos, o latim sobreviveu por muito mais tempo - sob os Habsburgos até bem tardiamente no século XIX. Em outros, ainda, línguas vulgares \"estrangeiras\" se impuseram: no século XVIII, as línguas da corte dos Romanovs eram o francês e o alemão. 16 Em todo caso, a \"escolha\" da língua parece constituir-se num desenvolvimento gradual, não deliberado, pragmático, para não dizer casual. Como tal, era inteiramente diferente das políticas linguísticas deliberadas perseguidas pelos dinastas do século XIX, que enfrentavam ascenso de nacionalismos linguísticos populares hostis. (Ver mais adiante, Cap. 6.) Sinal claro dessa diferença é que as antigas línguas administrativas eram precisamente isto: línguas utilzadas pelo mundo oficial, por sua própria conveniência interna. Não havia qualquer ideia de se impor sistematicamente a língua às diversas populações submetidas ao dinasta. 17 Não obstante, a promoção dessas línguas vulgares ao status de línguas-do-poder, onde, em certo sentido, eram concorrentes do latim (o francês, em Paris, o inglês [primitivo], em Londres), contribuiu a sua maneira para a decadência da comunidade imaginada da cristandade. No fundo, é provável que a esotericização do latim, a Reforma e o desenvolvimento casual das línguas vulgares administrativas sejam significativos, neste contexto, primordialmente em sentido negativo - como tendo contribuído para o destronamento do latim e para a erosão da comunidade sagrada da cristandade. É perfeitamente possível conceber o surgimento das novas comunidades nacionais imaginadas, sem sentido positivo, o que tornou imagináveis as novas comunidades foi uma interação semiformal, mas explosiva, entre um sistema de produção e de relações produtivas (capitalismo), uma tecnologia de comunicações (imprensa) e a fatalidade da diversidade linguística do homem. Essas línguas impressas lançaram as bases para a cons-ciencia nacional de três modos diferentes. Antes de mais nada, criaram campos unificados de intercâmbio e comuni-cação abaixo do latim e acima das línguas vulgares faladas. Os falantes de enorme variedade de línguas francesas, in-glesas, ou espanholas, que podiam achar dificil, ou até mesmo impossivel, compreender-se reciprocamente em con-versa, tornaram-se capazes de compreender-se via imprim- sa e papel. No correr do processo, tornaram-se gradativa- mente conscientes das centenas de milhares, até mesmo mi-lhões, de pessoas existentes em seu determinado campo lin-güístico e, ao mesmo tempo, que apenas essas centena de milhares, ou milhões, a ele pertenciam. Esses co-leitores, a que estavam ligados pela imprensa, formavam, em sua visível invisibilidade secular e peculiar, o embrião da con- ideia nacionalmente imaginada.\n\nEm segundo lugar, o capitalismo editorial atribuiu no-va fixidez à língua, que, a longo prazo, ajudou a construir aquela imagem de antiguidade, tão essencial à ideia subjetiva de nação. Como nos fazem lembrar Févbre e Martin, o livro impresso mantém uma forma permanente, passível de reprodução virtualmente infinita, temporal e espa-cialmente. Já não estava mais sujeito aos hábitos individualiza-dores e “inconscientemente modernizadores” dos escribas monásticos. Desse modo, enquanto o francês do século XII distingue-se acentuadamente do francês escrito por Villon no século XV, a proporção de mudança diminuiu decisivamente no século XVI. “No século XVII as línguas da Europa haviam, de modo geral, assumido suas formas modernas.”\n22 Em outras palavras, no decorrer de três séculos, essas línguas impressas estabilizadas foram se sedimen-tando; as palavras de nossos antepassados do século XVII nos são acessíveis de um modo que não eram, a Villon, seus ancestrais do século XII.\n\n navam suas formas finais. Suas parentes em desvantagem, ainda assim assimiláveis à língua impressa que surgia, per-diam prestígio, antes de mais nada por não serem bem-sucedidas (ou serem apenas relativamente bem-sucedidas) ao in-sistir em suas próprias formas impressas. O “alemão do no-roeste” tornou-se o Platt Deutsch, largamente falado, e as-sim um alemão subordinado, porque era assimilável ao ele-mento impresso de uma maneira em que não o era o checo fa-lado da Boêmia. O alto alemão, o inglês do rei e, mais tar-de, o tai central foram consequentemente elevados à posse va proeminência político-cultural. (Daí as lutas, na Europa desse fim do século XX, de determinadas “sub”-nacionalida-des para alterar seu status subordinado forçado vigorosa-mente a entrada na imprensa — e no rádio.)\n\nResta apenas salientar que, em suas origens, a fixação das línguas impressas e a diferenciação de status entre elas foram, em grande medida, processos não-intencionais que resultaram da interação explosiva entre o capitalismo, a tec-nologia e a diversidade linguística humana. Mas, como tan-to coisa mais na história do nacionalismo, uma vez “ali”, classes se tornaram modelos formais a serem imitados, o qual do vantajoso, conscientemente exploradas dentro de um es-prito maquiavélico. Hoje em dia, o governo tai desestimula ativamente as tentativas de missionários estrangeiros de oferecer a suas minorias tribais das montanhas sistemas próprios de transcrição, e de desenvolver publicações em suas próprias línguas: esse mesmo governo é em grande me-dida indiferente ao que essas minorias falam. O destino dos povos de fala túrquica nas zonas incorporadas à Tur-quia, Irã, Iraque e URSS atuais é especialmente exemplar. Família de línguas faladas, outrora agrupável por toda par-ticularmente a partir de uma ortografia ará-bica, perdeu aquela unidade em consequência de manipula-cões deliberadas. Para exaltar a consciência nacional da Turquia turca em detrimento de qualquer identificação mus-culmana mais ampla, Atatürk impôs uma romanização com-pulsória.\n mana e antipersa e, a seguir, na década stalinizante de 1930, com uma cirilização russificante compulsória.\n\nPodemos resumir as conclusões que se podem tirar da exposição até este ponto, dizendo que a convergência do capitalismo e da tecnologia da imprensa sobre a diversi-dade fatal das línguas humanas criou a possibilidade de uma nova forma de comunidade imaginada que, em sua morfologia básica, prepara o cenário da nação moderna. A extensão potencial dessas comunidades era inertemente limitada e, ao mesmo tempo, não mantinha senão a mais fortuita relação com as fronteiras políticas existentes (que eram, em geral, o ponto culminante dos expansio-nismos dinásticos).\n\nContudo, é óbvio que, embora hoje em dia quase to-das as pretensas nações — e também as nações-Estado — possuam “línguas impressas nacionais”, muitas delas pos-suem essas línguas em comum e, em outras, apenas uma fração mínima da população “usa” a língua nacional em conversa ou no papel. Os Estados-nação da América Espa-nhola, ou os da “família anglo-saxônica” são exemplos pré-taveis do primeiro resultado; muitos ex-Estados coloniais, particularmente na África, do segundo. Em outras pa-lavras, a formação concreta dos Estados-nação contemporâ-neos não é de modo algum iso-morfico com o alcance este-belecido de determinadas línguas impressas. Para explica-se a descontinuidade-em-conexão entre línguas impressas, consciências nacionais e Estados-nação, é necessário voltar-se para o amplo conjunto das novas entidades políticas que brotaram no hemisfério ocidental entre 1776 e 1838, to-das as quais se definiram conscientemente como nações e, com a curiosa exceção do Brasil, como repúblicas (não di-násticas). Pois não apenas eram elas historicamente os pri-meiros Estados desse tipo a surgir no mundo, e por isso forneceram inevitavelmente os primeiros modelos reais de como deveriam esses Estados “se parecerem”, como tam-bém o número delas e seu aparecimento simultâneo ofere-cem terreno fértil para um estudo comparativo. Benedict Anderson\nNAÇÃO E CONSCIÊNCIA NACIONAL\nTradução de Lúlio Lourenço de Oliveira Série\nTemas\nvolume 9\nEstudos políticos\n© Benedict Anderson, 1983\nTítulo do original em inglês:\nImagined Communities. Reflections on\nthe Origin and Spread of Nationalism\nPrimeira edição por Verso Editions and\nNLB 15 Greek Street, London W1\nProdução gráfica\nRené E. Ardanuy\nComposição/paginação em vídeo\nEliana Aparecida Fernandes Santos\nWander Camargo\nCapa\nEttore Bottini\nISBN 85 08 03316 8\n1989\nTodos os direitos reservados\nEditora Ática S.A. — Rua Barão de Iguape, 110\nTel.: (PABX) 278-9322 — Caixa Postal 8566\nEnd. Telegrafico \"Bomlivro\" — São Paulo