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Texto de pré-visualização

Giovanni IsolinoAgência FrancePresse CAPÍTULO 5 Estrutura geológica Fluxos de lava escorrendo do vulcão Etna na Sicília Itália Foto de 2013 103 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 103 5416 959 AM INfOgráfICO Teoria da formação e evolução da Terra 4 3 2 1 Há cerca de 46 bilhões de anos uma densa nuvem de gás e poeira se contraiu e formou o Sol Outras partes dessa nuvem formaram partículas sólidas de gelo e rocha que se uniram e deram origem aos planetas A radioatividade das rochas fez com que a Terra recémconsolidada derretesse O ferro e o níquel se fundiram formando o núcleo da Terra enquanto na superfície flutuavam oceanos de rochas incandescentes Há aproximadamente 4 bilhões de anos a crosta terrestre começou a adquirir forma No princípio havia grande número de pequenas plaquetas sólidas que flutuavam na rocha fundida Com o passar de milhões de anos a crosta terrestre se tornou mais espessa e os vulcões entraram em erupção e começaram a emitir gases que formaram a atmosfera O vapor de água se condensou constituindo os oceanos As rochas mais antigas da Terra datam dessa época Milhões de anos atrás 4 560 4 000 3 000 2 000 Este infográfico nos dá uma ideia da evolução do planeta Terra desde sua origem há aproximadamente 46 bilhões de anos até os dias atuais Ao longo deste capítulo você vai perceber que para o estudo desse tema a noção de tempo que temos dias meses anos séculos não é suficiente é preciso pensar em termos de eras geológicas o que envolve milhões de anos Adaptado de THE DORLING Kindersley Illustrated Factopedia London Dorling Kindersley 1995 p 3839 1 2 3 4 Capítulo 5 104 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 104 5616 355 PM 5 6 Há aproximadamente 35 bilhões de anos a maior parte da crosta terrestre já estava formada mas a configuração dos continentes era muito diferente da atual A Terra continua em transformação A crosta está dividida em enormes placas cujas bordas se modificam constantemente Os continentes estão sempre em movimento como resultado das forças do interior da Terra 1 000 542 251 65 PréCambriana Paleozoica Mesozoica Cenozoica Eras geológicas Atualmente Ilustrações Mario KannoArquivo da editora Observe a duração de cada Era e compare este gráfico com o texto do quadro das páginas 106 e 107 intitulado O anoTerra Quaternário Holoceno ou Recente Éon Era Período Época Pleistoceno Plioceno Neógeno Fanerozoico Proterozoico Arqueano Hadeano Mesozoica Cenozoica Terciário Paleozoica Paleógeno Cretáceo Jurássico Triássico Permiano Carbonífero Devoniano Siluriano Ordoviciano Cambriano Mioceno Oligoceno Eoceno Paleoceno 001 18 53 230 333 558 65 146 200 MILHÕES DE ANOS 251 299 359 416 444 488 542 2 500 3 850 4 566 Adaptado de TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 292 Ilustração esquemática sem escala 5 6 Escala geológica do tempo Estrutura geológica 105 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 105 5616 355 PM 1 A formação da Terra Na natureza nada se cria nada se perde tudo se transformaÓ Antoine Lavoisier 17431794 químico francês O planeta Terra está em constante transformação tanto em seu interior quanto na superfície Durante sua formação como se pode ver nas ilustrações do infográfico da página anterior a configuração da crosta terrestre era completamente diferente da que observamos hoje Essas transformações continuam acontecendo porque o planeta possui muita energia em seu interior e a superfície da crosta terrestre sofre a ação permanente de forças externas como chuva vento e o próprio ser humano que constrói cidades desmata refloresta extrai minérios faz aterros e represas desvia rios etc Tempo histórico Mês Dia Eventos Janeiro 1o Formação da Terra Março 2 Mais antigas evidências de vida Junho 14 Consolidação dos primeiros continentes Termina o Arqueano e inicia o Proterozoico Julho 24 Primeiros organismos eucariontes células mais complexas com núcleo Outubro 12 Eucariontes começam a se diversificar Novembro 18 Início da Era Paleozoica Os grandes continentes como Gonduana se formam Dezembro 3 Primeiros répteis 12 Início da Era Mesozoica e da deriva continental 20 Início da separação entre América e África 26 A extinção dos dinossauros e outros organismos marca o fim da Era Mesozoica e início da Cenozoica 31 Às 19h12min surgimento dos primeiros membros de nosso gênero Homo na África Às 23h59min57s Cabral chega ao Brasil Às 23h59min59s inicia o século XX Adaptado de TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 621623 O anoTerra Ilustrações Banco de imagensArquivo da editora Capítulo 5 106 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 106 5416 959 AM Algumas mudanças de origem natural são facilmente percebidas Por exemplo terremotos e erupções vulcânicas são fenômenos que podem provocar alterações imediatas na paisagem Outras mudanças como o afastamento dos continentes ou o processo de formação das grandes cadeias montanhosas denominado orogênese ocorrem em um intervalo de tempo tão longo que não conseguimos percebêlas em nosso curto período de vida Por isso falamos em tempo geológico que é medido em milhões de anos reveja a escala da página 105 Para entendermos melhor os 46 bilhões de anos de idade da Terra observe o es quema ao lado em que o tempo geológico é comparado proporcionalmente ao tem po histórico medido em meses anos décadas séculos ou milênios Embora os seres humanos tenham surgido há muito pouco tempo quando pen samos na escala geológica alguns cientistas consideram que as transformações provocadas na superfície do planeta principalmente após a Revolução Industrial justificariam a criação de uma nova época denominada Antropoceno A criação dessa nova época e sua in serção na escala do tempo geológico depende da IUGS sigla em inglês da União Internacional de Ciências Geoló gicas na qual uma comissão estuda es sa possibilidade desde 2008 Idade em milhões de anos 4 560 3 800 2 500 2 000 1 000 450 350 248 140 65 2 500 anos 100 anos Tempo geológico A coluna do tempo geolgico A coluna do tempo geológico é dividida em éons eras períodos e épocas Essa divisão não é arbitrária ela reflete grandes acontecimentos que ocorreram nas histórias geológica e biológica da Terra Assim os éons Arqueano e Proterozoico correspondem a grupos de rochas ígneas e metamórficas que formam grande volume da crosta continental com um registro fóssil escasso composto somente de seres microscópicos No final do Proterozoico é que começaram a aparecer os primeiros seres multicelulares Já o éon Fanerozoico significa vida visível refletindo a fase em que a vida se tornou abundante no planeta Cada uma das três eras do éon Fanerozoico Pa leozoica Mesozoica e Cenozoica ilustra um momento especial da história da Terra e o limite entre as eras é pautado por eventos de extinção em massa Dentro da era Paleozoica vida antiga estão vários períodos O nome Cambriano vem de Cambria que é o nome latino para Gales onde suas rochas foram primeira mente estudadas Ordoviciano vem de Ordovices que é o nome de uma antiga tribo celta Siluriano homena geia a tribo dos Silures que habitava uma região de Gales Devoniano é uma homenagem a Devonshire na Inglaterra onde estão ex postas rochas dessa ida de O nome Carbonífero referese aos depósitos de carvão que se encontram acima das rochas devo nianas O nome Permiano foi dado porque as rochas desta idade situavamse próximas à província de Perm na Rússia A Era Paleozoica termina com o maior even to de extinção em massa de todos os tempos A Era Mesozoica vida do meio inclui os períodos Triássico Jurássico e Cretáceo O nome Triássico tem a ver com a divisão em três camadas das rochas dessa idade na Alemanha que se sobrepunham às rochas paleozoicas Jurássico faz referência às montanhas Jura na Suíça já Cretáceo vem do termo latim Creta que significa giz relativo às rochas da França e Inglaterra A Era Cenozoica significa vida recente Ela inicia depois da grande extinção que marcou o final do Pe ríodo Cretáceo Adaptado de SOARES Marina Bento Tempo geológico Departamento de Paleontologia e Estratigrafia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Disponível em wwwufrgsbrpaleodigitalTempogeologico1html Acesso em 2 jul 2015 Outras leituras Orogênese do grego oros que signifi ca montanha e genesis origem Cor responde a processos tectônicos que deformam e elevam a crosta terrestre dando origem a grandes cadeias mon tanhosas Fóssil vestígio de seres orgâ nicos vegetais ou animais encontrados nas rochas Nas estruturas sedimentares as camadas superiores e os fósseis são mais recentes enquanto nas camadas in feriores são mais antigos O estudo dos fósseis permite identificar a idade de um terreno e inferir sua posição na coluna geológica Estrutura geológica 107 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 107 5416 959 AM Pensando no Enem 1 Para o registro de processos naturais e sociais devem ser utilizadas diferentes escalas de tempo Por exem plo para a datação do Sistema Solar é necessária uma escala de bilhões de anos enquanto para a história do Brasil basta uma escala de centenas de anos Assim para os estudos relativos ao surgimento da vida no planeta e para os estudos relativos ao surgimento da escrita seria adequado utilizar respectivamente escalas de a milhares de anos centenas de anos b milhões de anos centenas de anos c milhões de anos milhares de anos d bilhões de anos milhões de anos e bilhões de anos milhares de anos Resolução A alternativa correta é a E Para analisar os processos da natureza temos de considerar basicamente três escalas de tempo biológico que pode ser associado ao tempo de vida dos seres humanos histórico medido em deze nas centenas e milhares de anos e geológico que en volve toda a história geológica do planeta Terra com aproximadamente 46 bilhões de anos Há alterações nos processos naturais visíveis no tempo biológico como a erosão e os terremotos outros são im perceptíveis para os seres humanos como o afastamen to dos continentes 2 No mapa é apresentada a distribuição geográfica de aves de grande porte e que não voam Ema Avestruz Emu Banco de imagensArquivo da editora Há evidências mostrando que essas aves que podem ser originárias de um mesmo ancestral sejam portan to parentes Considerando que de fato tal parentes co ocorra uma explicação possível para a separação geográfica dessas aves como mostrada no mapa poderia ser a a grande atividade vulcânica ocorrida há milhões de anos eliminou essas aves do hemisfério norte b na origem da vida essas aves eram capazes de voar o que permitiu que atravessassem as águas oceâni cas ocupando vários continentes c o ser humano em seus deslocamentos transportou essas aves assim que elas surgiram na Terra distri buindoas pelos diferentes continentes d o afastamento das massas continentais formadas pela ruptura de um continente único dispersou es sas aves que habitavam ambientes adjacentes e a existência de períodos glaciais muito rigorosos no hemisfério norte provocou um gradativo desloca mento dessas aves para o sul mais quente Resolução O afastamento dos continentes iniciouse há aproxima damente 225 milhões de anos época da história geoló gica em que o planeta já possuía variados tipos de for mações vegetais e formas de vida animal Com a deriva continental muitos animais e vegetais que se desenvol veram em determinada situação foram separados e pas saram por processos evolutivos bastante diversos o que promoveu grande diferenciação entre espécies com a mesma origem ancestral Portanto a alternativa correta é a D Considerando a Matriz de Referência do Enem essas ques tões trabalham a Competência de área 6 Compreender a sociedade e a natureza reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos principalmente a habilidade H30 Avaliar as relações en tre preservação e degradação da vida no planeta nas dife rentes escalas Mauricio de SousaMauricio de Sousa Produes Ltda Horácio Disponível em httpturmadamonicauolcombr Acesso em 24 abr 2016 Capítulo 5 108 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 108 5416 959 AM Tipos de rocha As rochas são agregados sólidos naturais compos tos de um ou mais minerais e podem ser classificadas segundo sua formação em magmáticas ou ígneas metamórficas e sedimentares Há aproximadamente 38 bilhões de anos a maté ria incandescente da qual era formada a Terra começou a esfriar e a se solidificar formando a crosta terrestre Consolidaramse assim as primeiras rochas chamadas magmáticas ou ígneas O termo magmática vem de magma massa na tural fluida com temperatura elevada encontrada no interior da Terra O termo ígnea vem da palavra lati na ignis fogo Existem vários tipos de rocha mag mática dependendo da constituição química do magma e de como ele se consolidou Observe a se guir o esquema que mostra o processo de formação desse tipo de rocha Cassiano RödaArquivo da editora Adaptado de PRESS Frank et al Para entender a Terra 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 p 106 Ilustração esquemática sem escala O magma esfria lentamente e se solidifica dentro da crosta terrestre Nessas rochas os minerais se agrupam e formam cristais visíveis a olho nu como na maioria dos granitos utilizados na construção civil nos quais conseguimos ver três componentes quartzo feldspato e cristais de mica Fabio ColombiniMuseu de Ciências Naturais Caxias do Sul RS O magma atinge a superfície terrestre em forma de lava pela erupção de um vulcão e se esfria rapidamente Sempre que isso ocorre não conseguimos distinguir a olho nu os minerais componentes de uma rocha Esse é o caso do basalto Extrusão lava Litosfera placa continental Manto Rocha metamórfica Rocha sedimentar Intrusão Naturais Caxias do Sul RS pela erupção de um vulcão e Naturais Caxias do Sul RS pela erupção de um vulcão e basalto minerais se agrupam e visíveis a olho nu como na maioria dos granitos quais conseguimos ver minerais se agrupam e visíveis a olho nu como na maioria dos granitos quais conseguimos ver Fabio ColombiniAcervo do fotógrafo granito Rochas extrusivas Rochas intrusivas Cristal corpo que apre senta formas geométricas constituído por faces pla nas e arestas retilíneas Calvin e Haroldo by Bill Watterson Bill WattersonDist By Atlantic SyndicationUniversal Uclick O melhor de Calvin Bill Watterson Disponível em httpdepositodetirinhastumblrcompost36880830702porbillwatersonviaestadao Acesso em 24 abr 2016 Estrutura geológica 109 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 109 5416 959 AM As rochas metamórficas assim como as magmáticas formamse no interior da crosta terrestre A pressão e a temperatura muito elevadas os fortes atritos ou a combinação química de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas já formadas o que dá origem às rochas metamórficas como o mármore a ar dósia o quartzito e o gnaisse Esse processo não deve ser confundido com a fusão de rochas que só ocorre no manto camada abaixo da crosta onde as temperaturas são mais elevadas Nos primórdios da história geológica do planeta a crosta terrestre era formada por rochas magmáticas e metamórficas Os minerais que as compõem no processo de consolidação formaram cristais Por isso essas rochas também são em conjunto chamadas cristalinas É preciso lembrar que esse processo de formação de rochas está sempre acon tecendo pois faz parte da dinâmica da Terra No entanto não podemos observálo pois é um processo lento que ocorre no interior da crosta diferentemente das erupções vulcânicas em que a solidificação da lava ocorre na superfície O terceiro tipo de rocha presente na crosta terrestre são as sedimentares constituídas de sedimentos Conforme a superfície da Terra se resfriava gases como nitrogênio oxigênio hidrogênio e outros foram liberados e formaram a atmosfera A partir de então começaram a ocorrer as chuvas e com elas iniciouse o processo de intemperismo químico importante agente no processo de formação das rochas sedimentares Observe o esquema abaixo que mostra o processo de formação desse tipo de rocha da crosta terrestre A pressão e a temperatura muito elevadas os fortes atritos ou a combinação química de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas da crosta terrestre A pressão e a temperatura muito elevadas os fortes atritos ou a combinação química de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas Leonardo Carneiro Arquivo da editora Igor TerekhovShutterstockGlow Images Fabio ColombiniAcervo do fotógrafo Na foto 1 exemplo de gnaisse que se origina do metamorfismo transformação do granito rocha magmática Na foto 2 pia de mármore O mármore se origina da transformação do calcário rocha sedimentar que aparece na foto 3 Esse metamorfismo altera cor textura e dureza das rochas entre outras transformações As rochas metamórficas são muito utilizadas na construção civil como material de acabamento como pisos e revestimentos Rocha magmática Rocha sedimentar Rocha metamórfica 1 O intemperismo decompõe e desagrega partículas de rocha o que propicia a formação dos solos conforme estudaremos no Capítulo 7 2 Ao longo de milhões de anos as partículas de rocha foram transportadas pela ação do vento e das águas Esse processo que envolve intemperismo transporte e sedimentação chamado erosão ocorre continuamente 3 As partículas de rocha são depositadas como camadas de sedimento no solo e na água 4 Ao longo do tempo camadas paralelas de sedimentos se formaram originando grandes depósitos sedimentares Muitos desses depósitos soterraram antigos ambientes aquáticos como lagos e oceanos 5 A compactação física e a transformação química das partículas dos sedimentos deram origem às rochas sedimentares como o arenito e o calcário Grande parte dos fósseis é encontrada aprisionada nas rochas sedimentares Luis MouraArquivo da editora Adaptado de GROTZINGER John JORDAN Tom Para entender a Terra 6 ed Porto Alegre Bookman 2013 p 121 Ilustração esquemática sem escala 1 2 3 1 2 3 5 4 Capítulo 5 110 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 110 5416 959 AM Paleontologia Arqueologia Ciênciasirmãs com enfoques diferentes A Paleontologia é uma especialidade interdisciplinar que faz uso de qualquer evidência direta ou indireta de organismos ex tintos em rochas sedimentares para compreender a história geológica da vida e da Terra Ainda contribui de maneira funda mental para nosso entendimento dos ambientes arranjos geográ ficos biodiversidade e ecossistemas do passado e permite ordenar e correlacionar temporalmente rochas estratificadas no mundo in teiro Às vezes o leigo confunde a Arqueologia com a Paleontologia duas ciênciasirmãs que utilizam as mesmas técnicas de investigação mas que diferem nos objetos que estudam Os paleontólogos concentramse no registro fóssil de organismos extintos geralmente do passado remoto enquanto os ar queólogos investigam evidências das culturas humanas bem mais recentes principalmente dos últimos 10 mil anos O limite de 10 mil anos adotado para distinguir entre objetos arqueológicos e paleontológicos é uma escolha de conveniência pois existem exceções tanto na Arqueologia as belas pinturas em cavernas da Europa como na Paleonto logia ossadas de animais extintos em cavernas e cacimbas poços no Brasil Mesmo assim esta data revestese de grande significância temporal porque coincide aproximadamente com o advento do Holoceno a mais recente época geológica que se iniciou no término da última fase glacial do Pleistoceno A melhora no clima global do Holoceno favoreceu a expansão demográfica que desencadeou grandes transformações culturais culminando na civilização glo balizada do presente O registro arqueológico da grande jornada humana ao contrário do registro paleontológico compreende comumente artefatos e ossos humanos associados a restos de animais e plantas comuns até hoje preservados em materiais pouco consolidados solos sedimentos escombros etc Essa asso ciação frequente facilita a reconstituição não somente das relações entre os homens da época mas entre o homem e a natureza também FAIRCHILD Thomas R TEIXEIRA Wilson BABINSKI Marly Geologia e a descoberta da magnitude do tempo In TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 291 Outras leituras As rochas sedimentares podem apresentarse estratificadas ou seja em camadas com idade e composição diferentes Pesquisando essas estratificações os geólogos conseguem identificar as variações climáticas que se processaram no decorrer da história geológica de determinada região Na foto de 2013 a antiga pedreira no Parque do Varvito em Itu SP Essa rocha sedimentar é um testemunho de que essa região do planeta passou por um período de glaciação entre os Períodos Carbonífero e Permiano ficos biodiversidade e ecossistemas do passado e permite ordenar e correlacionar temporalmente rochas estratificadas no mundo in teiro Às vezes o leigo confunde a Arqueologia com a Paleontologia duas ciênciasirmãs que utilizam as mesmas técnicas de investigação mas que diferem nos objetos que estudam Os paleontólogos concentramse no registro Rubens ChavesPulsar Imagens Mo ha me d A bd El Gh an yR eu te rs La tin sto ck Fóssil marinho encontrado no deserto do Saara a sudoeste do Cairo Egito 2016 Entre outras é uma prova de que essa região já esteve no fundo do mar 111 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 111 5416 959 AM 2 Estrutura da Terra Vimos os tipos de rocha que formam a crosta terrestre que é apenas uma pequena parte do planeta Na figura a seguir podemos observar sua estrutura completa Didaticamente o planeta Terra pode ser comparado a um ovo não em termos de forma mas de proporção de suas estruturas sua casca extremamente fina seria a crosta terrestre a clara seria o manto e a gema o núcleo A crosta terrestre possui espessura média de 25 km por volta de 6 km em algumas partes do assoalho oceâ nico e de 70 km nas regiões de cadeias montanhosas O manto com 2 900 km de espessura média é for mado por magma pastoso e denso em estado de fusão O núcleo é formado predominantemente por níquel e ferro É subdividido em duas partes o núcleo externo em estado de fusão e o núcleo interno a parte mais densa do planeta também chamado de nife Este ape sar das elevadas temperaturas encontrase em estado sólido em razão da alta pressão no centro da Terra Vamos imaginar agora que o ovo de nossa com paração foi cozido e acabamos de retirálo do fogo Onda sísmica onda de choque que se irradia em círculos concêntricos a partir do foco de um abalo sísmico o epicentro Cassiano RödaArquivo da editora Adaptado de ENCICLOPÉDIA do estudante ciências da Terra e do Universo São Paulo Moderna 2008 p 23 Ilustração esquemática sem escala Modelo baseado na composição química das camadas Modelo baseado no comportamento mecânico dos materiais Crosta oceânica 612 km Crosta continental 2570 km Manto superior Zona de transição Manto inferior Núcleo externo Núcleo externo Zona de transição Zona de transição Núcleo interno Núcleo interno Mesosfera Astenosfera Litosfera 75100 km 670 km 2 900 km 5 120 km 6 378 km Endosfera Nas figuras você pode observar cortes esquemáticos mostrando as camadas do interior do planeta de acordo com dois modelos o primeiro baseado na composição química das camadas e o outro no comportamento mecânico dos materiais como sua resistência e dureza A descoberta das variações da composição e das características físicas dos materiais que constituem o interior da Terra foi possível por meio do estudo da velocidade de propagação de ondas sísmicas e a sua forma de transmissão liberadas nos terremotos ou em explosões controladas Nós o batemos muito quente e cheio de energia em seu interior numa mesa A casca fica totalmente ra chada mas continua presa à clara Assim é a crosta terrestre Ela não é inteiriça como a casca de um ovo cru mas rachada como a de um ovo cozido batido numa mesa Os vários pedaços de casca rachada se riam as placas tectônicas Seus limites disformes as rachaduras seriam as falhas geológicas rupturas nas camadas rochosas da crosta que delimitam as pla cas detalhadas na página 116 A litosfera do grego lithos que significa pedra rocha compreende as rochas da esfera terrestre da crosta continental e oceânica e é formada por placas rígidas e móveis as placas tectônicas Logo abaixo dela encontramos a astenosfera do grego sthenos sem força fraco que é constituída por rochas par cialmente fundidas Ao contrário da litosfera é uma camada menos rígida e com temperaturas mais ele vadas São essas características que dão mobilidade às placas tectônicas Capítulo 5 112 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 112 5416 959 AM Consulte o site do IBGE e do Instituto Astronômico e Geofísico USP Veja orientações na seção Sugestões de leitura filmes e sites 3 Deriva continental e tectnica de placas Adaptado de CHARLIER Jacques Dir Atlas du 21e siècle édition 2012 Groningen WoltersNoordhoff Paris Éditions Nathan 2011 p 179 Ilustração esquemática sem escala Há 225 milhões de anos fim do Período Permiano Há 135 milhões de anos início do Período Cretáceo Atualmente Há 180 milhões de anos início do Período Jurássico Há 65 milhões de anos início do Período Terciário Há 225 milhões de anos Mar de Mar de Tétis Tétis OCEANO OCEANO PANTALASSA PANTALASSA Há 135 milhões de anos Adaptado de CHARLIER Jacques Dir Atlas du 21 Groningen WoltersNoordhoff Paris Éditions Nathan 2011 p 179 Atualmente Há 65 milhões início do Período Terciário Há 180 milhões de anos Mar de Mar de Tétis Tétis 65 milhões de anos Há 65 milhões No século XVI quando foram confeccionados os primeiros mapasmúndi com relativa precisão observouse a coin cidência entre os contornos da costa leste sulamericana e da costa oeste africana Surgiram então hipóteses de que os continentes não estiveram sempre em suas atuais posições Entretanto somente em 1915 o deslocamento dos continentes foi apresentado como tese científica a teoria da deriva continental por um meteorologista alemão chamado Alfred Wegener 18801930 Ele propôs que há cerca de 200 milhões de anos teria existido apenas um continente a Pangeia toda a terra que em determinado momento começou a se fragmentar Alexander du Toit 18781948 geólogo que lecionou na Universidade de Johannesburgo na África do Sul foi um dos maiores defensores da teoria de Wegener Ele considerava que a Pangeia se dividiu primeiramen te em dois grandes continentes a Laurásia no hemis fério norte e Gonduana no hemisfério sul que con tinuaram a se fragmentar originando os continentes atuais Observe as ilustrações ao lado que mostram essa sequência Além de se basear na coincidência entre os contornos das costas atlânticas sulamericana e africana Wegener tinha outro argumento para defender sua teoria as semelhanças entre os tipos de rocha e de fósseis de plantas e animais encon trados nos dois continentes separados pelo oceano Atlântico ou seja por milhares de quilômetros A presença de fósseis idênticos ao longo dessas costas era a prova que faltava para demonstrar que no passado África e América do Sul formaram um único continente A descoberta de fósseis de plantas tropicais na Antártida também indicava que essa área atualmente coberta de gelo já esteve bem mais próxima do Equador Ilust raçõ es B anco de im ag ens A rq ui v o d a e di t o r a Estrutura geológica 113 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 113 5416 959 AM Apesar das evidências a teoria proposta por We gener não foi bem recebida pela comunidade científica da época Isso ocorreu principalmente porque ele não conseguiu explicar a força que fraturou a litosfera e impulsionou os continentes Havia um clima de inten so debate sobre a questão na época e os físicos con venceram a maioria dos geólogos de que as camadas da Terra eram muito rígidas para que a deriva conti nental ocorresse Somente na década de 1960 mais de trinta anos depois da morte de Wegener o tema voltou a ser abor dado O desenvolvimento de novas tecnologias permi tiu o mapeamento do fundo do oceano por meio de expedições submarinas Tal mapeamento levou à des coberta de evidências que comprovaram a deriva con tinental e ao desenvolvimento da teoria da tectônica de placas Leia a seguir em Outras leituras um texto que retrata esse processo Expansão do assoalho oceânico A evidência geológica da deriva continental não convenceu os céticos os quais mantiveram que a deriva continental era fisicamente impossível Ninguém havia proposto ainda uma força motora plausível que pudesse ter fragmentado a Pangeia e separado os continentes Wegener por exemplo pensava que os continentes flutuavam como barcos sobre a crosta oceânica sólida arrastados pelas forças das marés do Sol e da Lua Porém sua hipótese foi rapidamente rejeitada porque pode ser demonstrado que as forças da maré são fracas demais para mover continentes A mudança revolucionária ocorreu quando os cientistas deramse conta de que a convecção do manto da Terra poderia empurrar e puxar os continentes à parte formando uma nova crosta oceânica por meio do processo de expansão do assoalho oceânico Essas evidências emergiram como um resultado da intensa exploração do fundo oceânico ocorrida após a Segunda Guerra Mundial O geólogo marinho Maurice Doc Ewing demonstrou que o fundo oceânico do Atlântico é composto de basalto novo e não de granito antigo como alguns geólogos haviam pensado Além disso o mapeamento de uma cadeia submarina de montanhas chamada Dorsal Mesoatlântica levou à des coberta de um vale profundo na forma de fenda ou rifte estendendose ao longo de seu centro Dois dos geólogos que mapearam essa feição foram Bruce Heezen e Marie Tharp colegas de Doc Ewing na Universi dade de Colúmbia Achei que poderia ser um vale em rifte Tharp disse anos mais tarde A princípio Heezen descartou a ideia mas logo descobriram que quase todos os terremotos no oceano Atlântico ocorreram próximos ao rifte confirmando o palpite de Tharp Uma vez que a maioria dos terremotos é gerada por falha mento tectônico esses resultados indicaram que o rifte era uma feição tectonicamente ativa Outras dorsais mesoceânicas com formas e atividades sísmicas similares foram encontradas nos oceanos Pacífico e Índico No início da década de 1960 Harry Hess da Universidade de Princeton e Robert Dietz da Instituição Scripps de Oceanografia propuseram que a crosta separase ao longo de riftes nas dorsais mesoceânicas e que o novo fundo oceânico formase pela ascensão de uma nova crosta quente nessas fraturas O novo assoalho oceânico na verdade o topo da nova litosfera criada expandese lateralmente a partir do rifte e é substituído por uma crosta ainda mais nova num processo contínuo de formação de placa GROTZINGER John JORDAN Tom Para entender a Terra 6 ed Porto Alegre Bookman 2013 p 2829 Outras leituras Como vimos no texto acima Hess e Dietz defen deram que a movimentação do manto carrega consigo as grandes placas tectônicas que compõem a crosta terrestre Essas placas se deslocam sobre a astenosfera e provocam a deriva dos continentes Na década de 1960 a exploração de petróleo em alto mar ajudou a confirmar a expansão do assoalho oceânico corroborando a teoria da deriva continental e da tectônica de placas Ao se determinar a idade de algumas rochas retiradas do fundo do mar obtevese a evidência que faltava para comprovar as duas teorias À medida que aumentava a distância entre o local onde as amos tras foram retiradas e a Dorsal Atlântica cadeia de monta nhas submersa no meio do oceano Atlântico tanto para leste quanto para oeste aumentava também a idade das rochas como se pode observar no mapa a seguir Capítulo 5 114 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 114 5416 959 AM Essa descoberta prova que há uma falha no assoalho oceânico dividindoo em duas enormes placas que se afastam uma da outra provocando o alargamento do fundo do mar a ampliação do oceano Atlântico e um dis tanciamento maior entre os continentes localizados em seus dois extremos As idades geocronológicas do oceano Atlântico Agora observe o esquema abaixo Ele representa o movimento do manto terrestre Banco de imagensArquivo da editora Adaptado de TASSINARI Colombo C G Tectônica global In TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 84 Distribuição das idades geocronológicas do fundo oceânico num trecho entre a América do Norte e a África Note que quanto mais próximas da Dorsal Atlântica menor é a idade das rochas em milhões de anos Adaptado de PRESS Frank et al Para entender a Terra 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 p 39 Ilustração esquemática sem escala corrente de convecção placa placa Próximo da superfície se resfria levando as placas a se formar por meio do endurecimento da litosfera e divergir Quando há convergência de placas uma placa resfriada é arrastada sob a placa vizinha Em seguida ela afunda na astenosfera e arrasta material de volta para o manto dando início a um novo processo O material quente do manto ascende Luís MouraArquivo da editora O material magmático do manto movimentase lentamente formando correntes de convecção respon sáveis pelo deslocamento das placas tectônicas Ao se mover as placas podem se chocar placas convergen tes se afastar placas divergentes ou simplesmente deslizar lateralmente entre si placas conservativas Para entender como esses processos ocorrem observe as ilustrações a seguir Elas representam de maneira esquemática o que ocorre com as bordas das placas tectônicas conforme o tipo de contato entre elas AMÉRICA DO SUL 0 680 1 360 km 180 155 155 135 135 155 180 135 81 63 53 38 9 9 38 53 63 81 Bermudas Açores AMÉRICA DO NORTE CUBA PORTO RICO Placa Norte Americana Eixo da Dorsal Atlântica Placa Africana ÁFRICA 40 O Sentido do movimento das placas tectônicas 180 Idade em milhões de anos Trópico de Câncer em milhões de anos DO NOR DO NOR CUBA OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO D o r s a l A t l â n ti ca EUROPA AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA DO SUL ÁFRICA Trópico de Câncer Equador Trópico de Capricórnio 40 O 0 2 375 km Estrutura geológica 115 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 115 5416 959 AM Adaptado de SALGADOLABOURIAU Maria Lea História ecológica da Terra São Paulo Edgard Blücher 2005 p 78 Ilustrações esquemáticas sem escala Ilustrações Mario KannoArquivo da editora Crista Fossa Fossa Bordas convergentes Zona de metamorfismo Placas continentais Placas oceânicas Placas oceânicas Duas placas continentais ou oceânicas Placas oceânica e continental Bordas divergentes Bordas conservativas O magma é expelido para a superfície no caso o fundo do oceano e transformado em rocha constituindo novas bordas uma de cada lado que formam as dorsais oceânicas A placa se desloca em relação à outra em decorrência de movimentos tectônicos ao longo de uma falha nesses casos as bordas se mantêm A placa oceânica sobrepõese a outra movimento de subducção e se forma uma fossa A placa oceânica que é mais densa mergulha sob a continental formando uma zona de subducção no assoalho marinho e uma fossa marinha na placa continental ocorre o levantamento de montanhas A placa continental penetra sob outra também continental resultando em metamorfismo terremotos e dobramentos Zona de subducção Zona de subducção Zona de expansão Capítulo 5 116 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 116 5416 1000 AM Atualmente a crosta terrestre é constituída por sete grandes placas tectônicas e outras menores Há milhões de anos no início de sua movimentação é provável que as placas fossem em menor número conforme vimos na página 113 Observe no mapa a seguir a distribuição geo gráfica das placas tectônicas hoje conhecidas Banco de imagensArquivo da editora Placas tectnicas Adaptado de CHARLIER Jacques Dir Atlas du 21e siècle édition 2012 Groningen WoltersNoordhoff Paris Éditions Nathan 2011 p 178 Como vimos nas ilustrações da página ao lado na faixa de contato entre placas convergentes por exemplo as placas SulAmericana e de Nazca a placa oceânica mais densa mergulha sob a continental Esse fenômeno conhecido como subducção dá origem às fossas mari nhas como a de Atacama no oceano Pacífico Ao mergulhar em direção ao manto a placa oceâni ca é destruída porque se funde novamente Já a placa continental em razão da pressão da placa que mergu lhou soerguese dobrase ou enrugase É justamente nessas porções menos rígidas da crosta que ocorrem desde pelo menos a Era Mesozoica os movimentos oro genéticos Foi assim que se originaram as grandes ca deias montanhosas do planeta formadas pelo enruga mento ou pelo soerguimento de extensas porções da crosta No caso das placas SulAmericana e de Nazca por exemplo o encontro entre elas deu origem à cordilheira dos Andes Quando localizadas no oceano as placas tec tônicas podem formar cadeias montanhosas submersas ao se encontrarem Observe que as regiões de atividade sísmica intensa estão sobre limites de placas O mesmo ocorre com a quase totalidade dos vulcões ativos como o que você viu na abertura deste capítulo Isso acontece porque nas zonas de encontro dessas placas a crosta é mais frágil permitindo o escape de magma que dá origem aos vulcões Além disso em razão do movimento das placas a crosta fica sujeita a abalos sísmicos Jeff Schmaltz LANCEEOSDIS MODISGSFCNASA Os topos das cadeias oceânicas podem formar arcos de ilhas vulcânicas como ocorre com o arquipélago do Havaí Estados Unidos Foto de 2014 0 2 480 4 960 km Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico Equador Meridiano de Greenwich 0 0 Placa do Pacífico Placa do Caribe Placa de Cocos ANDES HIMALAIA ALPES MONTANHAS ROCHOSAS Placa NorteAmericana Placa SulAmericana Placa Africana Placa Antártica Placa EuroAsiática Placa IndoAustraliana Placa do Pacífico Placa das Filipinas Placa do Irã Placa da Grécia e Turquia Placa da Arábia Placa de Nazca OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Regiões de atividade sísmica intensa Regiões sujeitas a tremores de terra Vulcões em atividade Principais locais de terremotos após 1900 Sentido do movimento das placas Limites das placas tectônicas Estrutura geológica 117 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 117 5416 1000 AM Nos limites convergentes há ainda outro tipo de evento geológico envolvendo duas placas cujos limites são continentais Nesse caso ao se encontrarem a mais densa penetra sob a menos densa porém as placas não vão em direção ao manto elas se dobram e dão origem a cadeias montanhosas É o caso do Himalaia entre as placas EuroAsiática e IndoAustraliana região de fortes abalos sísmicos e metamorfismo Na zona de encontro entre duas placas divergentes o magma aflora lentamente formando ao longo de milhares de anos uma cadeia montanhosa chamada dorsal É o caso das placas NorteAmericana e Africa na cujo contato se dá no meio do oceano Atlântico formando a Dorsal Atlântica mostrada no mapa da página 115 Quando as placas deslizam lateralmente entre si como fazem a placa NorteAmericana e a do Pacífico não ocorre destruição nem formação de crosta Trata se de placas conservativas que como o próprio nome sugere não produzem grandes alterações de relevo embora provoquem falhas e terremotos como mos tram as fotos O deslizamento das placas NorteAmericana e do Pacífico provoca terremotos e grandes prejuízos nas cidades atingidas como Oakland Califórnia mostrada nesta foto de 1989 Lloyd CluffCorbisLatinstock Kevin SchaferMinden PicturesBiosphotoAgência FrancePresse Kevin SchaferMinden PicturesBiosphotoAgência FrancePresse Falha de San Andreas na Califórnia Estados Unidos em 2014 As setas indicam descolamento conservativo das placas Esta falha é a zona de contato entre a placa NorteAmericana e a do Pacífico 118 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 118 5416 1000 AM O vulcanismo e os abalos sísmicos que também são responsáveis por alterações do relevo estão associados à tectônica de placas A ascensão do magma à superfície dá origem aos vulcões montanhas com formato de cone e alturas variadas O vulcão Etna no sul da Itália por exem plo tem 3 280 m de altura dos quais 3 070 m são consti tuídos de material oriundo de suas próprias erupções O Mauna Loa no Havaí atinge aproximadamente 9 000 m de altura total e sua base está a cerca de 5 000 m abaixo do nível do mar no oceano Pacífico Os vulcões e terremotos têm um grande poder destrutivo veja no infográfico das páginas 120 e 121 como se formam os tsunamis No entanto o avanço das técnicas de detecção o treinamento da população que vive em áreas de risco e sua rápida retirada pelo governo em caso de erupções vulcânicas e tsunamis bem como o desenvolvimento de novas tecnologias de construção criadas para amenizar o impacto de abalos sísmicos evitaram a morte de milhares de pessoas nas últimas décadas em diversos países Giovanni IsolinoAgência FrancePresse Vulcão Etna em Catania Itália em 2015 Erupção e emissão de cinzas na cratera sudeste do Etna em Catania Itália em 2015 Consulte o site do Global Volcanism Program e do Incorporated Research Institutions of Seismology Iris Veja orientações na seção Sugestões de leitura filmes e sites Ma rco Re stiv oD em otix Co rbi sL ati nst ock 119 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 119 5416 1000 AM A ocorrência de terremotos ou erupções vulcânicas sob os oceanos pode ocasionar a formação de ondas gigantescas chamadas tsunamis palavra em japonês que significa onda de porto ou maremotos Menor do que 1 detectado apenas pelo sismógrafo ESCALA RICHTER A magnitude grandeza de um sismo pode ser medida por um instrumento chamado sismógrafo utilizandose a Escala Richter que mede a força de um terremoto em termos de energia liberada Essa escala é logarítmica ou seja de um grau para o grau seguinte a diferença na amplitude das vibrações é de dez vezes Apesar de não indicar os níveis de estragos causados é possível estabelecer uma relação entre os graus e seus efeitos sobre objetos e construções A ocorrência de terremotos ou erupções vulcânicas sob os oceanos pode ocasionar a formação de ondas gigantescas chamadas tsunamis palavra em japonês que significa onda de porto ou maremotos ESCALA RICHTER 2 De 2 a 3 pequeno tremor percebido pelas pessoas GRANDE PROFUNDIDADE DO OCEANO A propagação de ondas sísmicas liberadas por um terremoto provoca primeiramente um deslocamento vertical de grande volume de água A partir daí são formadas ondas que em altomar têm grande comprimento até 160 km alta velocidade até 800 kmh e baixa altura até 05 m Essas ondas podem atravessar o oceano em poucas horas deslocamento de grande volume de água As ondas são geradas em todas as direções Roger RessmeyerCorbisLatinstock movimento da placa tectônica A movimento da placa tectônica B epicentro ondas sísmicas hipocentro falha A fonte da qual partem as ondas sísmicas é denominada hipocentro ou foco e o ponto da superfície localizado diretamente sobre o foco é o epicentro 2 pequeno tremor percebido pelas pessoas INFOGRÁFICO Tsunamis 1 2 3 Adaptado de Superinteressante Disponível em httpsuperabrilcombrondasatingemmaisde30me trosdealtura Acesso em 25 abr 2016 Capítulo 5 120 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 120 5416 1000 AM Ilustração esquemática sem escala Adaptado de ASSUMPÇÃO M DIAS NETO C H Sismicidade e estrutura interna da Terra In TEIXEIRA W et al Decifrando a Terra São Paulo Oficina de Textos 2000 p 52 Orla marítima em condições normais com uma estreita faixa de areia utilizada pelos banhistas Momentos antes de elevarse e atingir a costa o tsunami em razão do grande comprimento de onda pode provocar um rebaixamento do nível do mar que recua significativamente a diminuição da velocidade na base da onda é mais pronunciada e o topo tende a tomar a dianteira em relação à base As ondas gigantes avançam sobre o continente Dependendo da magnitude do terremoto e da localização do epicentro as consequências podem ser sentidas na outra extremidade do oceano Nesse mapa vemos uma simulação que mostra o momento em que a onda chega à Nova Zelândia cerca de 13 horas após a sua formação Os tsunamis atingem até 800 kmh e por isso percorrem grandes distâncias em pouco tempo O epicentro do terremoto que provocou esse tsunami estava próximo à costa do Chile na outra extremidade do oceano Pacífico Acima de 7 grande poder de destruição De 5 a 7 perigoso sobretudo em áreas populosas De 3 a 5 moderado podendo causar alguns danos em construções PEQUENA PROFUNDIDADE DO OCEANO À medida que se aproximam do continente e o mar fica mais raso as ondas vão desacelerando por causa do atrito com o fundo diminuindo de comprimento e aumentando de altura como longe da costa a velocidade das ondas continua alta as ondas se juntam e a massa de água se acumula comprimento da onda altura da onda Quando chegam ao litoral as ondas podem atingir mais de 10 m de altura com imenso volume de água A partir de então a água invade o continente e avança por terra destruindo quase tudo por onde passa Fotos DigitalGlobeNasa ReproduçãoNOAA Ilustrações Erika OnoderaArquivo da editora OCEANO PACÍFICO AUSTRÁLIA NOVA ZELÂNDIA AMÉRICA DO NORTE Ilustrações Erika OnoderaArquivo da editora A sequência de imagens 1 2 e 3 mostra um trecho da orla marítima de Kalutara no Sri Lanka em 26 de dezembro de 2004 quando o efeito de um terremoto de magnitude 90 com epicentro na costa oeste de Sumatra propagouse por milhares de quilômetros 1 2 3 4 5 6 7 Estrutura geológica 121 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 121 5416 1000 AM 4 As províncias geológicas Brasil estrutura geológica Banco de imagensArquivo da editora Ed ViggianiPulsar Imagens Adaptado de VASCONCELOS Regina ALVES FILHO Ailton P Atlas geográfico ilustrado e comentado São Paulo FTD 1999 p 30 Serra do Mar e praia de Prumirim em Ubatuba SP 2014 Os processos tectônicos estudados con dicionam estruturas na superfície das terras emersas do planeta Elas podem ser classifi cadas em três grandes províncias geológicas ou seja áreas com a mesma origem e forma ção geológica escudos cristalinos dobra mentos modernos e bacias sedimentares Os escudos cristalinos são encontrados nas áreas de consolidação da crosta terres tre e compõem sua formação mais antiga São constituídos por minerais não metáli cos granito ardósia quartzo argilas etc e metálicos ferro manganês ouro cobre etc en contrados nos escudos datados do Proterozoico e início da Era Paleozoica O Brasil por exemplo possui 36 da superfície de seu território em estruturas de escudo cristalino Nos estados de Minas Gerais e do Pará encontrase grande concentra ção de recursos minerais metálicos Observe o mapa OCEANO ATLÂNTICO Equador ESCUDO DAS GUIANAS ESCUDO DO BRASIL CENTRAL ESCUDO ATLÂNTICO BACIA SEDIMENTAR DO PARANÁ BACIA SEDIMENTAR AMAZÔNICA BACIA SEDIMENTAR DO MARANHÃO DOBRAMENTOS NORDESTE DOBRAMENTOS ATLÂNTICO DOBRAMENTOS BRASÍLIA Predomínio de rochas sedimentares Cenozoico Quaternárias Paleozoico Mesozoico e Cenozoico Terciárias Faixas de dobramentos e coberturas de plataforma Embasamento em estruturas complexas Predomínio de rochas cristalinas Fanerozoico PréCambriano Milhões de anos 163 570 700 4500 Trópico de Capri córn io Equador 0º 60º O 0 525 1 050 km acima e note que os dobramentos fazem parte de es truturas cristalinas antigas Apenas as formas do relevo são recentes porque resultam de movimentos associa dos à tectônica de placas que se iniciou na Era Mesozoi ca Esse movimento da crosta ocorreu associado aos movimentos orogenéticos da porção oeste de nosso continente que soergueram as rochas formando a cor dilheira dos Andes e originaram várias falhas geológicas com consequente surgimento de escarpas de falhas das quais uma das mais evidentes é a serra do Mar 122 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 122 5416 1000 AM Como vimos em consequência da movimentação das placas a formação de grandes cadeias orogênicas ocorreu no início do Período Terciário final da Era Me sozoica e início da Cenozoica Em relação à história geológica do planeta essas ocorrências são relativa mente recentes por isso convencionouse denominá las dobramentos modernos ou dobramentos terciá rios Tais cadeias como a cordilheira dos Andes a do Himalaia a dos Alpes e as montanhas Rochosas apre sentam elevadas altitudes e forte instabilidade tectô nica e podem conter vários tipos de minerais metálicos e não metálicos O Brasil por se localizar no meio da placa tectônica SulAmericana não possui dobramen tos modernos nem vulcões ativos e os abalos sísmicos de maior intensidade são pouco frequentes no país As bacias sedimentares são depressões do relevo preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas e por sedimentos orgânicos estes últimos ao longo do tempo geológico podem transformarse em combustí veis fósseis No caso de soterramentos ocorridos em antigos mares e lagos ambientes aquáticos ricos em plâncton e algas é possível encontrar petróleo a pla taforma continental brasileira possui grandes depósitos desse combustível Já no caso do soterramento de anti gos pântanos e florestas ricos em celulose há a possi bilidade de ocorrência de carvão mineral No Brasil esses depósitos são pequenos e ocorrem principalmente na região Sul A estrutura geológica das terras emersas bra sileiras é constituída predominantemente por bacias sedimentares que recobrem 64 de sua superfície on de podem ser encontrados petróleo e carvão mineral As principais reservas petrolíferas e carboníferas do planeta datam respectivamente das Eras Mesozoi ca Período Cretáceo e Paleozoica Período Carbonífe ro Nas bacias sedimentares ainda podese encontrar o xisto betuminoso rocha sedimentar que possui be tume em sua composição e da qual se extrai óleo com bustível além de vários recursos minerais não metá licos amplamente utilizados na construção civil como argila areia e calcário Mauricio SimonettiPulsar Imagens Consulte o site da Sociedade Brasileira de Geologia Veja orientações na seção Sugestões de leitura filmes e sites Extração de petróleo em poço terrestre em Canto do Amaro Mossoró RN 2012 Estrutura geológica 123 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 123 5416 1000 AM Atividades Compreendendo conteúdos 1 Descreva como se formam as rochas magmáticas metamórficas e sedimentares 2 Explique a teoria de Wegener sobre a deriva continental 3 Explique a tectônica de placas e relacionea com a hipótese da deriva continental 4 Quais são as províncias geológicas do planeta Como elas se formaram 5 Destaque a importância econômica das diferentes províncias geológicas para a obtenção de recursos minerais 6 Caracterize a estrutura geológica do território brasileiro Desenvolvendo habilidades 7 Observe novamente o esquema que mostra o anoTerra nas páginas 106 e 107 e responda existe a possibilidade de os seres humanos terem convivido com os dinossauros ao longo da história geológica do planeta como aparece em filmes de ficção científica Justifique 8 Releia a frase de Lavoisier na página 106 Quais exemplos de transformações geológicas em nosso planeta você poderia citar para comprovar essa afirmação 9 Suponha que um determinado município esteja localizado em uma formação geológica de escudos cristalinos antigos O poder público pretende estimular a pesquisa e o aproveitamento econômico dessa área e montar um parque industrial a Quais recursos minerais poderiam ser encontrados nesse tipo de formação geológica b Quais indústrias poderiam ser implantadas na hipótese de se confirmar a existência de minérios 10 Compare esta fotografia com a da abertura deste capítulo e descreva as prin cipais diferenças dos im pactos que podem ser cau sados nas duas situações Vulcão submarino em erupção forma uma nova ilha na costa de Nishinoshima uma pequena ilha desabitada na cadeia de ilhas Ogasawara mil quilômetros ao sul de Tóquio no Japão Foto de 2013 KyodoReutersLatinstock atenção Não escreva no seu livro 124 Capítulo 5 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 124 5416 1000 AM

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Texto de pré-visualização

Giovanni IsolinoAgência FrancePresse CAPÍTULO 5 Estrutura geológica Fluxos de lava escorrendo do vulcão Etna na Sicília Itália Foto de 2013 103 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 103 5416 959 AM INfOgráfICO Teoria da formação e evolução da Terra 4 3 2 1 Há cerca de 46 bilhões de anos uma densa nuvem de gás e poeira se contraiu e formou o Sol Outras partes dessa nuvem formaram partículas sólidas de gelo e rocha que se uniram e deram origem aos planetas A radioatividade das rochas fez com que a Terra recémconsolidada derretesse O ferro e o níquel se fundiram formando o núcleo da Terra enquanto na superfície flutuavam oceanos de rochas incandescentes Há aproximadamente 4 bilhões de anos a crosta terrestre começou a adquirir forma No princípio havia grande número de pequenas plaquetas sólidas que flutuavam na rocha fundida Com o passar de milhões de anos a crosta terrestre se tornou mais espessa e os vulcões entraram em erupção e começaram a emitir gases que formaram a atmosfera O vapor de água se condensou constituindo os oceanos As rochas mais antigas da Terra datam dessa época Milhões de anos atrás 4 560 4 000 3 000 2 000 Este infográfico nos dá uma ideia da evolução do planeta Terra desde sua origem há aproximadamente 46 bilhões de anos até os dias atuais Ao longo deste capítulo você vai perceber que para o estudo desse tema a noção de tempo que temos dias meses anos séculos não é suficiente é preciso pensar em termos de eras geológicas o que envolve milhões de anos Adaptado de THE DORLING Kindersley Illustrated Factopedia London Dorling Kindersley 1995 p 3839 1 2 3 4 Capítulo 5 104 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 104 5616 355 PM 5 6 Há aproximadamente 35 bilhões de anos a maior parte da crosta terrestre já estava formada mas a configuração dos continentes era muito diferente da atual A Terra continua em transformação A crosta está dividida em enormes placas cujas bordas se modificam constantemente Os continentes estão sempre em movimento como resultado das forças do interior da Terra 1 000 542 251 65 PréCambriana Paleozoica Mesozoica Cenozoica Eras geológicas Atualmente Ilustrações Mario KannoArquivo da editora Observe a duração de cada Era e compare este gráfico com o texto do quadro das páginas 106 e 107 intitulado O anoTerra Quaternário Holoceno ou Recente Éon Era Período Época Pleistoceno Plioceno Neógeno Fanerozoico Proterozoico Arqueano Hadeano Mesozoica Cenozoica Terciário Paleozoica Paleógeno Cretáceo Jurássico Triássico Permiano Carbonífero Devoniano Siluriano Ordoviciano Cambriano Mioceno Oligoceno Eoceno Paleoceno 001 18 53 230 333 558 65 146 200 MILHÕES DE ANOS 251 299 359 416 444 488 542 2 500 3 850 4 566 Adaptado de TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 292 Ilustração esquemática sem escala 5 6 Escala geológica do tempo Estrutura geológica 105 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 105 5616 355 PM 1 A formação da Terra Na natureza nada se cria nada se perde tudo se transformaÓ Antoine Lavoisier 17431794 químico francês O planeta Terra está em constante transformação tanto em seu interior quanto na superfície Durante sua formação como se pode ver nas ilustrações do infográfico da página anterior a configuração da crosta terrestre era completamente diferente da que observamos hoje Essas transformações continuam acontecendo porque o planeta possui muita energia em seu interior e a superfície da crosta terrestre sofre a ação permanente de forças externas como chuva vento e o próprio ser humano que constrói cidades desmata refloresta extrai minérios faz aterros e represas desvia rios etc Tempo histórico Mês Dia Eventos Janeiro 1o Formação da Terra Março 2 Mais antigas evidências de vida Junho 14 Consolidação dos primeiros continentes Termina o Arqueano e inicia o Proterozoico Julho 24 Primeiros organismos eucariontes células mais complexas com núcleo Outubro 12 Eucariontes começam a se diversificar Novembro 18 Início da Era Paleozoica Os grandes continentes como Gonduana se formam Dezembro 3 Primeiros répteis 12 Início da Era Mesozoica e da deriva continental 20 Início da separação entre América e África 26 A extinção dos dinossauros e outros organismos marca o fim da Era Mesozoica e início da Cenozoica 31 Às 19h12min surgimento dos primeiros membros de nosso gênero Homo na África Às 23h59min57s Cabral chega ao Brasil Às 23h59min59s inicia o século XX Adaptado de TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 621623 O anoTerra Ilustrações Banco de imagensArquivo da editora Capítulo 5 106 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 106 5416 959 AM Algumas mudanças de origem natural são facilmente percebidas Por exemplo terremotos e erupções vulcânicas são fenômenos que podem provocar alterações imediatas na paisagem Outras mudanças como o afastamento dos continentes ou o processo de formação das grandes cadeias montanhosas denominado orogênese ocorrem em um intervalo de tempo tão longo que não conseguimos percebêlas em nosso curto período de vida Por isso falamos em tempo geológico que é medido em milhões de anos reveja a escala da página 105 Para entendermos melhor os 46 bilhões de anos de idade da Terra observe o es quema ao lado em que o tempo geológico é comparado proporcionalmente ao tem po histórico medido em meses anos décadas séculos ou milênios Embora os seres humanos tenham surgido há muito pouco tempo quando pen samos na escala geológica alguns cientistas consideram que as transformações provocadas na superfície do planeta principalmente após a Revolução Industrial justificariam a criação de uma nova época denominada Antropoceno A criação dessa nova época e sua in serção na escala do tempo geológico depende da IUGS sigla em inglês da União Internacional de Ciências Geoló gicas na qual uma comissão estuda es sa possibilidade desde 2008 Idade em milhões de anos 4 560 3 800 2 500 2 000 1 000 450 350 248 140 65 2 500 anos 100 anos Tempo geológico A coluna do tempo geolgico A coluna do tempo geológico é dividida em éons eras períodos e épocas Essa divisão não é arbitrária ela reflete grandes acontecimentos que ocorreram nas histórias geológica e biológica da Terra Assim os éons Arqueano e Proterozoico correspondem a grupos de rochas ígneas e metamórficas que formam grande volume da crosta continental com um registro fóssil escasso composto somente de seres microscópicos No final do Proterozoico é que começaram a aparecer os primeiros seres multicelulares Já o éon Fanerozoico significa vida visível refletindo a fase em que a vida se tornou abundante no planeta Cada uma das três eras do éon Fanerozoico Pa leozoica Mesozoica e Cenozoica ilustra um momento especial da história da Terra e o limite entre as eras é pautado por eventos de extinção em massa Dentro da era Paleozoica vida antiga estão vários períodos O nome Cambriano vem de Cambria que é o nome latino para Gales onde suas rochas foram primeira mente estudadas Ordoviciano vem de Ordovices que é o nome de uma antiga tribo celta Siluriano homena geia a tribo dos Silures que habitava uma região de Gales Devoniano é uma homenagem a Devonshire na Inglaterra onde estão ex postas rochas dessa ida de O nome Carbonífero referese aos depósitos de carvão que se encontram acima das rochas devo nianas O nome Permiano foi dado porque as rochas desta idade situavamse próximas à província de Perm na Rússia A Era Paleozoica termina com o maior even to de extinção em massa de todos os tempos A Era Mesozoica vida do meio inclui os períodos Triássico Jurássico e Cretáceo O nome Triássico tem a ver com a divisão em três camadas das rochas dessa idade na Alemanha que se sobrepunham às rochas paleozoicas Jurássico faz referência às montanhas Jura na Suíça já Cretáceo vem do termo latim Creta que significa giz relativo às rochas da França e Inglaterra A Era Cenozoica significa vida recente Ela inicia depois da grande extinção que marcou o final do Pe ríodo Cretáceo Adaptado de SOARES Marina Bento Tempo geológico Departamento de Paleontologia e Estratigrafia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Disponível em wwwufrgsbrpaleodigitalTempogeologico1html Acesso em 2 jul 2015 Outras leituras Orogênese do grego oros que signifi ca montanha e genesis origem Cor responde a processos tectônicos que deformam e elevam a crosta terrestre dando origem a grandes cadeias mon tanhosas Fóssil vestígio de seres orgâ nicos vegetais ou animais encontrados nas rochas Nas estruturas sedimentares as camadas superiores e os fósseis são mais recentes enquanto nas camadas in feriores são mais antigos O estudo dos fósseis permite identificar a idade de um terreno e inferir sua posição na coluna geológica Estrutura geológica 107 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 107 5416 959 AM Pensando no Enem 1 Para o registro de processos naturais e sociais devem ser utilizadas diferentes escalas de tempo Por exem plo para a datação do Sistema Solar é necessária uma escala de bilhões de anos enquanto para a história do Brasil basta uma escala de centenas de anos Assim para os estudos relativos ao surgimento da vida no planeta e para os estudos relativos ao surgimento da escrita seria adequado utilizar respectivamente escalas de a milhares de anos centenas de anos b milhões de anos centenas de anos c milhões de anos milhares de anos d bilhões de anos milhões de anos e bilhões de anos milhares de anos Resolução A alternativa correta é a E Para analisar os processos da natureza temos de considerar basicamente três escalas de tempo biológico que pode ser associado ao tempo de vida dos seres humanos histórico medido em deze nas centenas e milhares de anos e geológico que en volve toda a história geológica do planeta Terra com aproximadamente 46 bilhões de anos Há alterações nos processos naturais visíveis no tempo biológico como a erosão e os terremotos outros são im perceptíveis para os seres humanos como o afastamen to dos continentes 2 No mapa é apresentada a distribuição geográfica de aves de grande porte e que não voam Ema Avestruz Emu Banco de imagensArquivo da editora Há evidências mostrando que essas aves que podem ser originárias de um mesmo ancestral sejam portan to parentes Considerando que de fato tal parentes co ocorra uma explicação possível para a separação geográfica dessas aves como mostrada no mapa poderia ser a a grande atividade vulcânica ocorrida há milhões de anos eliminou essas aves do hemisfério norte b na origem da vida essas aves eram capazes de voar o que permitiu que atravessassem as águas oceâni cas ocupando vários continentes c o ser humano em seus deslocamentos transportou essas aves assim que elas surgiram na Terra distri buindoas pelos diferentes continentes d o afastamento das massas continentais formadas pela ruptura de um continente único dispersou es sas aves que habitavam ambientes adjacentes e a existência de períodos glaciais muito rigorosos no hemisfério norte provocou um gradativo desloca mento dessas aves para o sul mais quente Resolução O afastamento dos continentes iniciouse há aproxima damente 225 milhões de anos época da história geoló gica em que o planeta já possuía variados tipos de for mações vegetais e formas de vida animal Com a deriva continental muitos animais e vegetais que se desenvol veram em determinada situação foram separados e pas saram por processos evolutivos bastante diversos o que promoveu grande diferenciação entre espécies com a mesma origem ancestral Portanto a alternativa correta é a D Considerando a Matriz de Referência do Enem essas ques tões trabalham a Competência de área 6 Compreender a sociedade e a natureza reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos principalmente a habilidade H30 Avaliar as relações en tre preservação e degradação da vida no planeta nas dife rentes escalas Mauricio de SousaMauricio de Sousa Produes Ltda Horácio Disponível em httpturmadamonicauolcombr Acesso em 24 abr 2016 Capítulo 5 108 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 108 5416 959 AM Tipos de rocha As rochas são agregados sólidos naturais compos tos de um ou mais minerais e podem ser classificadas segundo sua formação em magmáticas ou ígneas metamórficas e sedimentares Há aproximadamente 38 bilhões de anos a maté ria incandescente da qual era formada a Terra começou a esfriar e a se solidificar formando a crosta terrestre Consolidaramse assim as primeiras rochas chamadas magmáticas ou ígneas O termo magmática vem de magma massa na tural fluida com temperatura elevada encontrada no interior da Terra O termo ígnea vem da palavra lati na ignis fogo Existem vários tipos de rocha mag mática dependendo da constituição química do magma e de como ele se consolidou Observe a se guir o esquema que mostra o processo de formação desse tipo de rocha Cassiano RödaArquivo da editora Adaptado de PRESS Frank et al Para entender a Terra 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 p 106 Ilustração esquemática sem escala O magma esfria lentamente e se solidifica dentro da crosta terrestre Nessas rochas os minerais se agrupam e formam cristais visíveis a olho nu como na maioria dos granitos utilizados na construção civil nos quais conseguimos ver três componentes quartzo feldspato e cristais de mica Fabio ColombiniMuseu de Ciências Naturais Caxias do Sul RS O magma atinge a superfície terrestre em forma de lava pela erupção de um vulcão e se esfria rapidamente Sempre que isso ocorre não conseguimos distinguir a olho nu os minerais componentes de uma rocha Esse é o caso do basalto Extrusão lava Litosfera placa continental Manto Rocha metamórfica Rocha sedimentar Intrusão Naturais Caxias do Sul RS pela erupção de um vulcão e Naturais Caxias do Sul RS pela erupção de um vulcão e basalto minerais se agrupam e visíveis a olho nu como na maioria dos granitos quais conseguimos ver minerais se agrupam e visíveis a olho nu como na maioria dos granitos quais conseguimos ver Fabio ColombiniAcervo do fotógrafo granito Rochas extrusivas Rochas intrusivas Cristal corpo que apre senta formas geométricas constituído por faces pla nas e arestas retilíneas Calvin e Haroldo by Bill Watterson Bill WattersonDist By Atlantic SyndicationUniversal Uclick O melhor de Calvin Bill Watterson Disponível em httpdepositodetirinhastumblrcompost36880830702porbillwatersonviaestadao Acesso em 24 abr 2016 Estrutura geológica 109 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 109 5416 959 AM As rochas metamórficas assim como as magmáticas formamse no interior da crosta terrestre A pressão e a temperatura muito elevadas os fortes atritos ou a combinação química de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas já formadas o que dá origem às rochas metamórficas como o mármore a ar dósia o quartzito e o gnaisse Esse processo não deve ser confundido com a fusão de rochas que só ocorre no manto camada abaixo da crosta onde as temperaturas são mais elevadas Nos primórdios da história geológica do planeta a crosta terrestre era formada por rochas magmáticas e metamórficas Os minerais que as compõem no processo de consolidação formaram cristais Por isso essas rochas também são em conjunto chamadas cristalinas É preciso lembrar que esse processo de formação de rochas está sempre acon tecendo pois faz parte da dinâmica da Terra No entanto não podemos observálo pois é um processo lento que ocorre no interior da crosta diferentemente das erupções vulcânicas em que a solidificação da lava ocorre na superfície O terceiro tipo de rocha presente na crosta terrestre são as sedimentares constituídas de sedimentos Conforme a superfície da Terra se resfriava gases como nitrogênio oxigênio hidrogênio e outros foram liberados e formaram a atmosfera A partir de então começaram a ocorrer as chuvas e com elas iniciouse o processo de intemperismo químico importante agente no processo de formação das rochas sedimentares Observe o esquema abaixo que mostra o processo de formação desse tipo de rocha da crosta terrestre A pressão e a temperatura muito elevadas os fortes atritos ou a combinação química de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas da crosta terrestre A pressão e a temperatura muito elevadas os fortes atritos ou a combinação química de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas Leonardo Carneiro Arquivo da editora Igor TerekhovShutterstockGlow Images Fabio ColombiniAcervo do fotógrafo Na foto 1 exemplo de gnaisse que se origina do metamorfismo transformação do granito rocha magmática Na foto 2 pia de mármore O mármore se origina da transformação do calcário rocha sedimentar que aparece na foto 3 Esse metamorfismo altera cor textura e dureza das rochas entre outras transformações As rochas metamórficas são muito utilizadas na construção civil como material de acabamento como pisos e revestimentos Rocha magmática Rocha sedimentar Rocha metamórfica 1 O intemperismo decompõe e desagrega partículas de rocha o que propicia a formação dos solos conforme estudaremos no Capítulo 7 2 Ao longo de milhões de anos as partículas de rocha foram transportadas pela ação do vento e das águas Esse processo que envolve intemperismo transporte e sedimentação chamado erosão ocorre continuamente 3 As partículas de rocha são depositadas como camadas de sedimento no solo e na água 4 Ao longo do tempo camadas paralelas de sedimentos se formaram originando grandes depósitos sedimentares Muitos desses depósitos soterraram antigos ambientes aquáticos como lagos e oceanos 5 A compactação física e a transformação química das partículas dos sedimentos deram origem às rochas sedimentares como o arenito e o calcário Grande parte dos fósseis é encontrada aprisionada nas rochas sedimentares Luis MouraArquivo da editora Adaptado de GROTZINGER John JORDAN Tom Para entender a Terra 6 ed Porto Alegre Bookman 2013 p 121 Ilustração esquemática sem escala 1 2 3 1 2 3 5 4 Capítulo 5 110 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 110 5416 959 AM Paleontologia Arqueologia Ciênciasirmãs com enfoques diferentes A Paleontologia é uma especialidade interdisciplinar que faz uso de qualquer evidência direta ou indireta de organismos ex tintos em rochas sedimentares para compreender a história geológica da vida e da Terra Ainda contribui de maneira funda mental para nosso entendimento dos ambientes arranjos geográ ficos biodiversidade e ecossistemas do passado e permite ordenar e correlacionar temporalmente rochas estratificadas no mundo in teiro Às vezes o leigo confunde a Arqueologia com a Paleontologia duas ciênciasirmãs que utilizam as mesmas técnicas de investigação mas que diferem nos objetos que estudam Os paleontólogos concentramse no registro fóssil de organismos extintos geralmente do passado remoto enquanto os ar queólogos investigam evidências das culturas humanas bem mais recentes principalmente dos últimos 10 mil anos O limite de 10 mil anos adotado para distinguir entre objetos arqueológicos e paleontológicos é uma escolha de conveniência pois existem exceções tanto na Arqueologia as belas pinturas em cavernas da Europa como na Paleonto logia ossadas de animais extintos em cavernas e cacimbas poços no Brasil Mesmo assim esta data revestese de grande significância temporal porque coincide aproximadamente com o advento do Holoceno a mais recente época geológica que se iniciou no término da última fase glacial do Pleistoceno A melhora no clima global do Holoceno favoreceu a expansão demográfica que desencadeou grandes transformações culturais culminando na civilização glo balizada do presente O registro arqueológico da grande jornada humana ao contrário do registro paleontológico compreende comumente artefatos e ossos humanos associados a restos de animais e plantas comuns até hoje preservados em materiais pouco consolidados solos sedimentos escombros etc Essa asso ciação frequente facilita a reconstituição não somente das relações entre os homens da época mas entre o homem e a natureza também FAIRCHILD Thomas R TEIXEIRA Wilson BABINSKI Marly Geologia e a descoberta da magnitude do tempo In TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 291 Outras leituras As rochas sedimentares podem apresentarse estratificadas ou seja em camadas com idade e composição diferentes Pesquisando essas estratificações os geólogos conseguem identificar as variações climáticas que se processaram no decorrer da história geológica de determinada região Na foto de 2013 a antiga pedreira no Parque do Varvito em Itu SP Essa rocha sedimentar é um testemunho de que essa região do planeta passou por um período de glaciação entre os Períodos Carbonífero e Permiano ficos biodiversidade e ecossistemas do passado e permite ordenar e correlacionar temporalmente rochas estratificadas no mundo in teiro Às vezes o leigo confunde a Arqueologia com a Paleontologia duas ciênciasirmãs que utilizam as mesmas técnicas de investigação mas que diferem nos objetos que estudam Os paleontólogos concentramse no registro Rubens ChavesPulsar Imagens Mo ha me d A bd El Gh an yR eu te rs La tin sto ck Fóssil marinho encontrado no deserto do Saara a sudoeste do Cairo Egito 2016 Entre outras é uma prova de que essa região já esteve no fundo do mar 111 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 111 5416 959 AM 2 Estrutura da Terra Vimos os tipos de rocha que formam a crosta terrestre que é apenas uma pequena parte do planeta Na figura a seguir podemos observar sua estrutura completa Didaticamente o planeta Terra pode ser comparado a um ovo não em termos de forma mas de proporção de suas estruturas sua casca extremamente fina seria a crosta terrestre a clara seria o manto e a gema o núcleo A crosta terrestre possui espessura média de 25 km por volta de 6 km em algumas partes do assoalho oceâ nico e de 70 km nas regiões de cadeias montanhosas O manto com 2 900 km de espessura média é for mado por magma pastoso e denso em estado de fusão O núcleo é formado predominantemente por níquel e ferro É subdividido em duas partes o núcleo externo em estado de fusão e o núcleo interno a parte mais densa do planeta também chamado de nife Este ape sar das elevadas temperaturas encontrase em estado sólido em razão da alta pressão no centro da Terra Vamos imaginar agora que o ovo de nossa com paração foi cozido e acabamos de retirálo do fogo Onda sísmica onda de choque que se irradia em círculos concêntricos a partir do foco de um abalo sísmico o epicentro Cassiano RödaArquivo da editora Adaptado de ENCICLOPÉDIA do estudante ciências da Terra e do Universo São Paulo Moderna 2008 p 23 Ilustração esquemática sem escala Modelo baseado na composição química das camadas Modelo baseado no comportamento mecânico dos materiais Crosta oceânica 612 km Crosta continental 2570 km Manto superior Zona de transição Manto inferior Núcleo externo Núcleo externo Zona de transição Zona de transição Núcleo interno Núcleo interno Mesosfera Astenosfera Litosfera 75100 km 670 km 2 900 km 5 120 km 6 378 km Endosfera Nas figuras você pode observar cortes esquemáticos mostrando as camadas do interior do planeta de acordo com dois modelos o primeiro baseado na composição química das camadas e o outro no comportamento mecânico dos materiais como sua resistência e dureza A descoberta das variações da composição e das características físicas dos materiais que constituem o interior da Terra foi possível por meio do estudo da velocidade de propagação de ondas sísmicas e a sua forma de transmissão liberadas nos terremotos ou em explosões controladas Nós o batemos muito quente e cheio de energia em seu interior numa mesa A casca fica totalmente ra chada mas continua presa à clara Assim é a crosta terrestre Ela não é inteiriça como a casca de um ovo cru mas rachada como a de um ovo cozido batido numa mesa Os vários pedaços de casca rachada se riam as placas tectônicas Seus limites disformes as rachaduras seriam as falhas geológicas rupturas nas camadas rochosas da crosta que delimitam as pla cas detalhadas na página 116 A litosfera do grego lithos que significa pedra rocha compreende as rochas da esfera terrestre da crosta continental e oceânica e é formada por placas rígidas e móveis as placas tectônicas Logo abaixo dela encontramos a astenosfera do grego sthenos sem força fraco que é constituída por rochas par cialmente fundidas Ao contrário da litosfera é uma camada menos rígida e com temperaturas mais ele vadas São essas características que dão mobilidade às placas tectônicas Capítulo 5 112 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 112 5416 959 AM Consulte o site do IBGE e do Instituto Astronômico e Geofísico USP Veja orientações na seção Sugestões de leitura filmes e sites 3 Deriva continental e tectnica de placas Adaptado de CHARLIER Jacques Dir Atlas du 21e siècle édition 2012 Groningen WoltersNoordhoff Paris Éditions Nathan 2011 p 179 Ilustração esquemática sem escala Há 225 milhões de anos fim do Período Permiano Há 135 milhões de anos início do Período Cretáceo Atualmente Há 180 milhões de anos início do Período Jurássico Há 65 milhões de anos início do Período Terciário Há 225 milhões de anos Mar de Mar de Tétis Tétis OCEANO OCEANO PANTALASSA PANTALASSA Há 135 milhões de anos Adaptado de CHARLIER Jacques Dir Atlas du 21 Groningen WoltersNoordhoff Paris Éditions Nathan 2011 p 179 Atualmente Há 65 milhões início do Período Terciário Há 180 milhões de anos Mar de Mar de Tétis Tétis 65 milhões de anos Há 65 milhões No século XVI quando foram confeccionados os primeiros mapasmúndi com relativa precisão observouse a coin cidência entre os contornos da costa leste sulamericana e da costa oeste africana Surgiram então hipóteses de que os continentes não estiveram sempre em suas atuais posições Entretanto somente em 1915 o deslocamento dos continentes foi apresentado como tese científica a teoria da deriva continental por um meteorologista alemão chamado Alfred Wegener 18801930 Ele propôs que há cerca de 200 milhões de anos teria existido apenas um continente a Pangeia toda a terra que em determinado momento começou a se fragmentar Alexander du Toit 18781948 geólogo que lecionou na Universidade de Johannesburgo na África do Sul foi um dos maiores defensores da teoria de Wegener Ele considerava que a Pangeia se dividiu primeiramen te em dois grandes continentes a Laurásia no hemis fério norte e Gonduana no hemisfério sul que con tinuaram a se fragmentar originando os continentes atuais Observe as ilustrações ao lado que mostram essa sequência Além de se basear na coincidência entre os contornos das costas atlânticas sulamericana e africana Wegener tinha outro argumento para defender sua teoria as semelhanças entre os tipos de rocha e de fósseis de plantas e animais encon trados nos dois continentes separados pelo oceano Atlântico ou seja por milhares de quilômetros A presença de fósseis idênticos ao longo dessas costas era a prova que faltava para demonstrar que no passado África e América do Sul formaram um único continente A descoberta de fósseis de plantas tropicais na Antártida também indicava que essa área atualmente coberta de gelo já esteve bem mais próxima do Equador Ilust raçõ es B anco de im ag ens A rq ui v o d a e di t o r a Estrutura geológica 113 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 113 5416 959 AM Apesar das evidências a teoria proposta por We gener não foi bem recebida pela comunidade científica da época Isso ocorreu principalmente porque ele não conseguiu explicar a força que fraturou a litosfera e impulsionou os continentes Havia um clima de inten so debate sobre a questão na época e os físicos con venceram a maioria dos geólogos de que as camadas da Terra eram muito rígidas para que a deriva conti nental ocorresse Somente na década de 1960 mais de trinta anos depois da morte de Wegener o tema voltou a ser abor dado O desenvolvimento de novas tecnologias permi tiu o mapeamento do fundo do oceano por meio de expedições submarinas Tal mapeamento levou à des coberta de evidências que comprovaram a deriva con tinental e ao desenvolvimento da teoria da tectônica de placas Leia a seguir em Outras leituras um texto que retrata esse processo Expansão do assoalho oceânico A evidência geológica da deriva continental não convenceu os céticos os quais mantiveram que a deriva continental era fisicamente impossível Ninguém havia proposto ainda uma força motora plausível que pudesse ter fragmentado a Pangeia e separado os continentes Wegener por exemplo pensava que os continentes flutuavam como barcos sobre a crosta oceânica sólida arrastados pelas forças das marés do Sol e da Lua Porém sua hipótese foi rapidamente rejeitada porque pode ser demonstrado que as forças da maré são fracas demais para mover continentes A mudança revolucionária ocorreu quando os cientistas deramse conta de que a convecção do manto da Terra poderia empurrar e puxar os continentes à parte formando uma nova crosta oceânica por meio do processo de expansão do assoalho oceânico Essas evidências emergiram como um resultado da intensa exploração do fundo oceânico ocorrida após a Segunda Guerra Mundial O geólogo marinho Maurice Doc Ewing demonstrou que o fundo oceânico do Atlântico é composto de basalto novo e não de granito antigo como alguns geólogos haviam pensado Além disso o mapeamento de uma cadeia submarina de montanhas chamada Dorsal Mesoatlântica levou à des coberta de um vale profundo na forma de fenda ou rifte estendendose ao longo de seu centro Dois dos geólogos que mapearam essa feição foram Bruce Heezen e Marie Tharp colegas de Doc Ewing na Universi dade de Colúmbia Achei que poderia ser um vale em rifte Tharp disse anos mais tarde A princípio Heezen descartou a ideia mas logo descobriram que quase todos os terremotos no oceano Atlântico ocorreram próximos ao rifte confirmando o palpite de Tharp Uma vez que a maioria dos terremotos é gerada por falha mento tectônico esses resultados indicaram que o rifte era uma feição tectonicamente ativa Outras dorsais mesoceânicas com formas e atividades sísmicas similares foram encontradas nos oceanos Pacífico e Índico No início da década de 1960 Harry Hess da Universidade de Princeton e Robert Dietz da Instituição Scripps de Oceanografia propuseram que a crosta separase ao longo de riftes nas dorsais mesoceânicas e que o novo fundo oceânico formase pela ascensão de uma nova crosta quente nessas fraturas O novo assoalho oceânico na verdade o topo da nova litosfera criada expandese lateralmente a partir do rifte e é substituído por uma crosta ainda mais nova num processo contínuo de formação de placa GROTZINGER John JORDAN Tom Para entender a Terra 6 ed Porto Alegre Bookman 2013 p 2829 Outras leituras Como vimos no texto acima Hess e Dietz defen deram que a movimentação do manto carrega consigo as grandes placas tectônicas que compõem a crosta terrestre Essas placas se deslocam sobre a astenosfera e provocam a deriva dos continentes Na década de 1960 a exploração de petróleo em alto mar ajudou a confirmar a expansão do assoalho oceânico corroborando a teoria da deriva continental e da tectônica de placas Ao se determinar a idade de algumas rochas retiradas do fundo do mar obtevese a evidência que faltava para comprovar as duas teorias À medida que aumentava a distância entre o local onde as amos tras foram retiradas e a Dorsal Atlântica cadeia de monta nhas submersa no meio do oceano Atlântico tanto para leste quanto para oeste aumentava também a idade das rochas como se pode observar no mapa a seguir Capítulo 5 114 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 114 5416 959 AM Essa descoberta prova que há uma falha no assoalho oceânico dividindoo em duas enormes placas que se afastam uma da outra provocando o alargamento do fundo do mar a ampliação do oceano Atlântico e um dis tanciamento maior entre os continentes localizados em seus dois extremos As idades geocronológicas do oceano Atlântico Agora observe o esquema abaixo Ele representa o movimento do manto terrestre Banco de imagensArquivo da editora Adaptado de TASSINARI Colombo C G Tectônica global In TEIXEIRA Wilson et al Org Decifrando a Terra 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2009 p 84 Distribuição das idades geocronológicas do fundo oceânico num trecho entre a América do Norte e a África Note que quanto mais próximas da Dorsal Atlântica menor é a idade das rochas em milhões de anos Adaptado de PRESS Frank et al Para entender a Terra 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 p 39 Ilustração esquemática sem escala corrente de convecção placa placa Próximo da superfície se resfria levando as placas a se formar por meio do endurecimento da litosfera e divergir Quando há convergência de placas uma placa resfriada é arrastada sob a placa vizinha Em seguida ela afunda na astenosfera e arrasta material de volta para o manto dando início a um novo processo O material quente do manto ascende Luís MouraArquivo da editora O material magmático do manto movimentase lentamente formando correntes de convecção respon sáveis pelo deslocamento das placas tectônicas Ao se mover as placas podem se chocar placas convergen tes se afastar placas divergentes ou simplesmente deslizar lateralmente entre si placas conservativas Para entender como esses processos ocorrem observe as ilustrações a seguir Elas representam de maneira esquemática o que ocorre com as bordas das placas tectônicas conforme o tipo de contato entre elas AMÉRICA DO SUL 0 680 1 360 km 180 155 155 135 135 155 180 135 81 63 53 38 9 9 38 53 63 81 Bermudas Açores AMÉRICA DO NORTE CUBA PORTO RICO Placa Norte Americana Eixo da Dorsal Atlântica Placa Africana ÁFRICA 40 O Sentido do movimento das placas tectônicas 180 Idade em milhões de anos Trópico de Câncer em milhões de anos DO NOR DO NOR CUBA OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO D o r s a l A t l â n ti ca EUROPA AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA DO SUL ÁFRICA Trópico de Câncer Equador Trópico de Capricórnio 40 O 0 2 375 km Estrutura geológica 115 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 115 5416 959 AM Adaptado de SALGADOLABOURIAU Maria Lea História ecológica da Terra São Paulo Edgard Blücher 2005 p 78 Ilustrações esquemáticas sem escala Ilustrações Mario KannoArquivo da editora Crista Fossa Fossa Bordas convergentes Zona de metamorfismo Placas continentais Placas oceânicas Placas oceânicas Duas placas continentais ou oceânicas Placas oceânica e continental Bordas divergentes Bordas conservativas O magma é expelido para a superfície no caso o fundo do oceano e transformado em rocha constituindo novas bordas uma de cada lado que formam as dorsais oceânicas A placa se desloca em relação à outra em decorrência de movimentos tectônicos ao longo de uma falha nesses casos as bordas se mantêm A placa oceânica sobrepõese a outra movimento de subducção e se forma uma fossa A placa oceânica que é mais densa mergulha sob a continental formando uma zona de subducção no assoalho marinho e uma fossa marinha na placa continental ocorre o levantamento de montanhas A placa continental penetra sob outra também continental resultando em metamorfismo terremotos e dobramentos Zona de subducção Zona de subducção Zona de expansão Capítulo 5 116 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 116 5416 1000 AM Atualmente a crosta terrestre é constituída por sete grandes placas tectônicas e outras menores Há milhões de anos no início de sua movimentação é provável que as placas fossem em menor número conforme vimos na página 113 Observe no mapa a seguir a distribuição geo gráfica das placas tectônicas hoje conhecidas Banco de imagensArquivo da editora Placas tectnicas Adaptado de CHARLIER Jacques Dir Atlas du 21e siècle édition 2012 Groningen WoltersNoordhoff Paris Éditions Nathan 2011 p 178 Como vimos nas ilustrações da página ao lado na faixa de contato entre placas convergentes por exemplo as placas SulAmericana e de Nazca a placa oceânica mais densa mergulha sob a continental Esse fenômeno conhecido como subducção dá origem às fossas mari nhas como a de Atacama no oceano Pacífico Ao mergulhar em direção ao manto a placa oceâni ca é destruída porque se funde novamente Já a placa continental em razão da pressão da placa que mergu lhou soerguese dobrase ou enrugase É justamente nessas porções menos rígidas da crosta que ocorrem desde pelo menos a Era Mesozoica os movimentos oro genéticos Foi assim que se originaram as grandes ca deias montanhosas do planeta formadas pelo enruga mento ou pelo soerguimento de extensas porções da crosta No caso das placas SulAmericana e de Nazca por exemplo o encontro entre elas deu origem à cordilheira dos Andes Quando localizadas no oceano as placas tec tônicas podem formar cadeias montanhosas submersas ao se encontrarem Observe que as regiões de atividade sísmica intensa estão sobre limites de placas O mesmo ocorre com a quase totalidade dos vulcões ativos como o que você viu na abertura deste capítulo Isso acontece porque nas zonas de encontro dessas placas a crosta é mais frágil permitindo o escape de magma que dá origem aos vulcões Além disso em razão do movimento das placas a crosta fica sujeita a abalos sísmicos Jeff Schmaltz LANCEEOSDIS MODISGSFCNASA Os topos das cadeias oceânicas podem formar arcos de ilhas vulcânicas como ocorre com o arquipélago do Havaí Estados Unidos Foto de 2014 0 2 480 4 960 km Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico Equador Meridiano de Greenwich 0 0 Placa do Pacífico Placa do Caribe Placa de Cocos ANDES HIMALAIA ALPES MONTANHAS ROCHOSAS Placa NorteAmericana Placa SulAmericana Placa Africana Placa Antártica Placa EuroAsiática Placa IndoAustraliana Placa do Pacífico Placa das Filipinas Placa do Irã Placa da Grécia e Turquia Placa da Arábia Placa de Nazca OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Regiões de atividade sísmica intensa Regiões sujeitas a tremores de terra Vulcões em atividade Principais locais de terremotos após 1900 Sentido do movimento das placas Limites das placas tectônicas Estrutura geológica 117 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 117 5416 1000 AM Nos limites convergentes há ainda outro tipo de evento geológico envolvendo duas placas cujos limites são continentais Nesse caso ao se encontrarem a mais densa penetra sob a menos densa porém as placas não vão em direção ao manto elas se dobram e dão origem a cadeias montanhosas É o caso do Himalaia entre as placas EuroAsiática e IndoAustraliana região de fortes abalos sísmicos e metamorfismo Na zona de encontro entre duas placas divergentes o magma aflora lentamente formando ao longo de milhares de anos uma cadeia montanhosa chamada dorsal É o caso das placas NorteAmericana e Africa na cujo contato se dá no meio do oceano Atlântico formando a Dorsal Atlântica mostrada no mapa da página 115 Quando as placas deslizam lateralmente entre si como fazem a placa NorteAmericana e a do Pacífico não ocorre destruição nem formação de crosta Trata se de placas conservativas que como o próprio nome sugere não produzem grandes alterações de relevo embora provoquem falhas e terremotos como mos tram as fotos O deslizamento das placas NorteAmericana e do Pacífico provoca terremotos e grandes prejuízos nas cidades atingidas como Oakland Califórnia mostrada nesta foto de 1989 Lloyd CluffCorbisLatinstock Kevin SchaferMinden PicturesBiosphotoAgência FrancePresse Kevin SchaferMinden PicturesBiosphotoAgência FrancePresse Falha de San Andreas na Califórnia Estados Unidos em 2014 As setas indicam descolamento conservativo das placas Esta falha é a zona de contato entre a placa NorteAmericana e a do Pacífico 118 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 118 5416 1000 AM O vulcanismo e os abalos sísmicos que também são responsáveis por alterações do relevo estão associados à tectônica de placas A ascensão do magma à superfície dá origem aos vulcões montanhas com formato de cone e alturas variadas O vulcão Etna no sul da Itália por exem plo tem 3 280 m de altura dos quais 3 070 m são consti tuídos de material oriundo de suas próprias erupções O Mauna Loa no Havaí atinge aproximadamente 9 000 m de altura total e sua base está a cerca de 5 000 m abaixo do nível do mar no oceano Pacífico Os vulcões e terremotos têm um grande poder destrutivo veja no infográfico das páginas 120 e 121 como se formam os tsunamis No entanto o avanço das técnicas de detecção o treinamento da população que vive em áreas de risco e sua rápida retirada pelo governo em caso de erupções vulcânicas e tsunamis bem como o desenvolvimento de novas tecnologias de construção criadas para amenizar o impacto de abalos sísmicos evitaram a morte de milhares de pessoas nas últimas décadas em diversos países Giovanni IsolinoAgência FrancePresse Vulcão Etna em Catania Itália em 2015 Erupção e emissão de cinzas na cratera sudeste do Etna em Catania Itália em 2015 Consulte o site do Global Volcanism Program e do Incorporated Research Institutions of Seismology Iris Veja orientações na seção Sugestões de leitura filmes e sites Ma rco Re stiv oD em otix Co rbi sL ati nst ock 119 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 119 5416 1000 AM A ocorrência de terremotos ou erupções vulcânicas sob os oceanos pode ocasionar a formação de ondas gigantescas chamadas tsunamis palavra em japonês que significa onda de porto ou maremotos Menor do que 1 detectado apenas pelo sismógrafo ESCALA RICHTER A magnitude grandeza de um sismo pode ser medida por um instrumento chamado sismógrafo utilizandose a Escala Richter que mede a força de um terremoto em termos de energia liberada Essa escala é logarítmica ou seja de um grau para o grau seguinte a diferença na amplitude das vibrações é de dez vezes Apesar de não indicar os níveis de estragos causados é possível estabelecer uma relação entre os graus e seus efeitos sobre objetos e construções A ocorrência de terremotos ou erupções vulcânicas sob os oceanos pode ocasionar a formação de ondas gigantescas chamadas tsunamis palavra em japonês que significa onda de porto ou maremotos ESCALA RICHTER 2 De 2 a 3 pequeno tremor percebido pelas pessoas GRANDE PROFUNDIDADE DO OCEANO A propagação de ondas sísmicas liberadas por um terremoto provoca primeiramente um deslocamento vertical de grande volume de água A partir daí são formadas ondas que em altomar têm grande comprimento até 160 km alta velocidade até 800 kmh e baixa altura até 05 m Essas ondas podem atravessar o oceano em poucas horas deslocamento de grande volume de água As ondas são geradas em todas as direções Roger RessmeyerCorbisLatinstock movimento da placa tectônica A movimento da placa tectônica B epicentro ondas sísmicas hipocentro falha A fonte da qual partem as ondas sísmicas é denominada hipocentro ou foco e o ponto da superfície localizado diretamente sobre o foco é o epicentro 2 pequeno tremor percebido pelas pessoas INFOGRÁFICO Tsunamis 1 2 3 Adaptado de Superinteressante Disponível em httpsuperabrilcombrondasatingemmaisde30me trosdealtura Acesso em 25 abr 2016 Capítulo 5 120 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 120 5416 1000 AM Ilustração esquemática sem escala Adaptado de ASSUMPÇÃO M DIAS NETO C H Sismicidade e estrutura interna da Terra In TEIXEIRA W et al Decifrando a Terra São Paulo Oficina de Textos 2000 p 52 Orla marítima em condições normais com uma estreita faixa de areia utilizada pelos banhistas Momentos antes de elevarse e atingir a costa o tsunami em razão do grande comprimento de onda pode provocar um rebaixamento do nível do mar que recua significativamente a diminuição da velocidade na base da onda é mais pronunciada e o topo tende a tomar a dianteira em relação à base As ondas gigantes avançam sobre o continente Dependendo da magnitude do terremoto e da localização do epicentro as consequências podem ser sentidas na outra extremidade do oceano Nesse mapa vemos uma simulação que mostra o momento em que a onda chega à Nova Zelândia cerca de 13 horas após a sua formação Os tsunamis atingem até 800 kmh e por isso percorrem grandes distâncias em pouco tempo O epicentro do terremoto que provocou esse tsunami estava próximo à costa do Chile na outra extremidade do oceano Pacífico Acima de 7 grande poder de destruição De 5 a 7 perigoso sobretudo em áreas populosas De 3 a 5 moderado podendo causar alguns danos em construções PEQUENA PROFUNDIDADE DO OCEANO À medida que se aproximam do continente e o mar fica mais raso as ondas vão desacelerando por causa do atrito com o fundo diminuindo de comprimento e aumentando de altura como longe da costa a velocidade das ondas continua alta as ondas se juntam e a massa de água se acumula comprimento da onda altura da onda Quando chegam ao litoral as ondas podem atingir mais de 10 m de altura com imenso volume de água A partir de então a água invade o continente e avança por terra destruindo quase tudo por onde passa Fotos DigitalGlobeNasa ReproduçãoNOAA Ilustrações Erika OnoderaArquivo da editora OCEANO PACÍFICO AUSTRÁLIA NOVA ZELÂNDIA AMÉRICA DO NORTE Ilustrações Erika OnoderaArquivo da editora A sequência de imagens 1 2 e 3 mostra um trecho da orla marítima de Kalutara no Sri Lanka em 26 de dezembro de 2004 quando o efeito de um terremoto de magnitude 90 com epicentro na costa oeste de Sumatra propagouse por milhares de quilômetros 1 2 3 4 5 6 7 Estrutura geológica 121 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 121 5416 1000 AM 4 As províncias geológicas Brasil estrutura geológica Banco de imagensArquivo da editora Ed ViggianiPulsar Imagens Adaptado de VASCONCELOS Regina ALVES FILHO Ailton P Atlas geográfico ilustrado e comentado São Paulo FTD 1999 p 30 Serra do Mar e praia de Prumirim em Ubatuba SP 2014 Os processos tectônicos estudados con dicionam estruturas na superfície das terras emersas do planeta Elas podem ser classifi cadas em três grandes províncias geológicas ou seja áreas com a mesma origem e forma ção geológica escudos cristalinos dobra mentos modernos e bacias sedimentares Os escudos cristalinos são encontrados nas áreas de consolidação da crosta terres tre e compõem sua formação mais antiga São constituídos por minerais não metáli cos granito ardósia quartzo argilas etc e metálicos ferro manganês ouro cobre etc en contrados nos escudos datados do Proterozoico e início da Era Paleozoica O Brasil por exemplo possui 36 da superfície de seu território em estruturas de escudo cristalino Nos estados de Minas Gerais e do Pará encontrase grande concentra ção de recursos minerais metálicos Observe o mapa OCEANO ATLÂNTICO Equador ESCUDO DAS GUIANAS ESCUDO DO BRASIL CENTRAL ESCUDO ATLÂNTICO BACIA SEDIMENTAR DO PARANÁ BACIA SEDIMENTAR AMAZÔNICA BACIA SEDIMENTAR DO MARANHÃO DOBRAMENTOS NORDESTE DOBRAMENTOS ATLÂNTICO DOBRAMENTOS BRASÍLIA Predomínio de rochas sedimentares Cenozoico Quaternárias Paleozoico Mesozoico e Cenozoico Terciárias Faixas de dobramentos e coberturas de plataforma Embasamento em estruturas complexas Predomínio de rochas cristalinas Fanerozoico PréCambriano Milhões de anos 163 570 700 4500 Trópico de Capri córn io Equador 0º 60º O 0 525 1 050 km acima e note que os dobramentos fazem parte de es truturas cristalinas antigas Apenas as formas do relevo são recentes porque resultam de movimentos associa dos à tectônica de placas que se iniciou na Era Mesozoi ca Esse movimento da crosta ocorreu associado aos movimentos orogenéticos da porção oeste de nosso continente que soergueram as rochas formando a cor dilheira dos Andes e originaram várias falhas geológicas com consequente surgimento de escarpas de falhas das quais uma das mais evidentes é a serra do Mar 122 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 122 5416 1000 AM Como vimos em consequência da movimentação das placas a formação de grandes cadeias orogênicas ocorreu no início do Período Terciário final da Era Me sozoica e início da Cenozoica Em relação à história geológica do planeta essas ocorrências são relativa mente recentes por isso convencionouse denominá las dobramentos modernos ou dobramentos terciá rios Tais cadeias como a cordilheira dos Andes a do Himalaia a dos Alpes e as montanhas Rochosas apre sentam elevadas altitudes e forte instabilidade tectô nica e podem conter vários tipos de minerais metálicos e não metálicos O Brasil por se localizar no meio da placa tectônica SulAmericana não possui dobramen tos modernos nem vulcões ativos e os abalos sísmicos de maior intensidade são pouco frequentes no país As bacias sedimentares são depressões do relevo preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas e por sedimentos orgânicos estes últimos ao longo do tempo geológico podem transformarse em combustí veis fósseis No caso de soterramentos ocorridos em antigos mares e lagos ambientes aquáticos ricos em plâncton e algas é possível encontrar petróleo a pla taforma continental brasileira possui grandes depósitos desse combustível Já no caso do soterramento de anti gos pântanos e florestas ricos em celulose há a possi bilidade de ocorrência de carvão mineral No Brasil esses depósitos são pequenos e ocorrem principalmente na região Sul A estrutura geológica das terras emersas bra sileiras é constituída predominantemente por bacias sedimentares que recobrem 64 de sua superfície on de podem ser encontrados petróleo e carvão mineral As principais reservas petrolíferas e carboníferas do planeta datam respectivamente das Eras Mesozoi ca Período Cretáceo e Paleozoica Período Carbonífe ro Nas bacias sedimentares ainda podese encontrar o xisto betuminoso rocha sedimentar que possui be tume em sua composição e da qual se extrai óleo com bustível além de vários recursos minerais não metá licos amplamente utilizados na construção civil como argila areia e calcário Mauricio SimonettiPulsar Imagens Consulte o site da Sociedade Brasileira de Geologia Veja orientações na seção Sugestões de leitura filmes e sites Extração de petróleo em poço terrestre em Canto do Amaro Mossoró RN 2012 Estrutura geológica 123 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 123 5416 1000 AM Atividades Compreendendo conteúdos 1 Descreva como se formam as rochas magmáticas metamórficas e sedimentares 2 Explique a teoria de Wegener sobre a deriva continental 3 Explique a tectônica de placas e relacionea com a hipótese da deriva continental 4 Quais são as províncias geológicas do planeta Como elas se formaram 5 Destaque a importância econômica das diferentes províncias geológicas para a obtenção de recursos minerais 6 Caracterize a estrutura geológica do território brasileiro Desenvolvendo habilidades 7 Observe novamente o esquema que mostra o anoTerra nas páginas 106 e 107 e responda existe a possibilidade de os seres humanos terem convivido com os dinossauros ao longo da história geológica do planeta como aparece em filmes de ficção científica Justifique 8 Releia a frase de Lavoisier na página 106 Quais exemplos de transformações geológicas em nosso planeta você poderia citar para comprovar essa afirmação 9 Suponha que um determinado município esteja localizado em uma formação geológica de escudos cristalinos antigos O poder público pretende estimular a pesquisa e o aproveitamento econômico dessa área e montar um parque industrial a Quais recursos minerais poderiam ser encontrados nesse tipo de formação geológica b Quais indústrias poderiam ser implantadas na hipótese de se confirmar a existência de minérios 10 Compare esta fotografia com a da abertura deste capítulo e descreva as prin cipais diferenças dos im pactos que podem ser cau sados nas duas situações Vulcão submarino em erupção forma uma nova ilha na costa de Nishinoshima uma pequena ilha desabitada na cadeia de ilhas Ogasawara mil quilômetros ao sul de Tóquio no Japão Foto de 2013 KyodoReutersLatinstock atenção Não escreva no seu livro 124 Capítulo 5 GGBv1PNLD2018102a124U2C05indd 124 5416 1000 AM

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