204
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
2
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
3
Português
UMG
Texto de pré-visualização
International Baccalaureate Extended Essay Português Língua A Lingua e Literatura Categoria 1 O abuso de poder por parte dos latifundiários e dos membros da igreja católica no Nordeste brasileiro De que forma a peça Auto da Compadecida de Ariano Suassuna retrata o abuso de poder por parte das elites brasileiras latifundiários e dos membros da igreja católica no Nordeste Brasileiro durante o século XX Numero de Palavras Sessão Novembro 2024 Código do Aluno IBIS Sumário 1 Introdução p2 2 Desenvolvimento p3 21 O Auto da Compadecida p3 211 Contexto Historico da narrativa p3 212 O abuso de poder por partes das elites em O Auto da Compadecida p4 213 O abuso de poder por parte da igreja católica em Auto da Compadecida p6 22 Uma análise comparativa sobre o abuso de poder retratado em O Auto da Compadecida p8 3 Conclusão p 10 Bibliografia p11 1 1 Introdução O Auto da Compadecida é uma obra literária pertencente ao gênero dramático que faz parte da literatura clássica brasileira Escrita por Ariano Suassuna e publicada no ano de 1955 a peça ilustra a sociedade nordestina incluindo aspectos como a cultura popular local a religiosidade da população e as estruturas e relações sociais existentes tanto no país quanto na região em si Além disso o texto apresenta uma forte crítica social dirigida à realidade da região do sertão nordestino estando relacionada principalmente à questão do abuso de poder da corrupção e da desigualdade social entre os mais ricos e os mais pobres Para construir e veicular tais críticas ao leitor Suassuna utiliza principalmente a satira e o humor e também a religião como visto pelo juízo final dos personagens da peça no final da obra Estas críticas presentes no texto são direcionadas especialmente aos membros da igreja católica e a igreja como uma instituição em si e também as elites políticas sociais e econômicas da época ambas sendo fortemente criticadas por seu abuso de poder contra o resto da sociedade nordestina Com base nestas críticas chegase a seguinte questão a qual será abordada e analisada no decorrer deste trabalho De que forma a peça Auto da Compadecida de Ariano Suassuna retrata o abuso de poder por parte das elites brasileiras latifundiários e dos membros da igreja católica no Nordeste Brasileiro durante o século XX Portanto este ensaio irá focar em responder esta questão analisando a forma com que Ariano Suassuna constrói e conduz tais críticas às elites latifundiárias e aos membros da igreja católica como através de e Por fim os recursos usados por Suassuna para expor tais críticas a ambos lados serão comparados para chegar a uma conclusão final em resposta à questão posta inicialmente Para explorar tal questão a peça O Auto da Compadecida será usada considerando os personagens da obra suas características e ações e também os recursos literários empregados por Ariano Suassuna no decorrer do texto de tal forma que as críticas feitas 2 por Suassuna a Igreja Católica e as elites latifundiárias sejam postas em evidência e devidamente analisadas Adicionalmente também serão consultadas fontes de pesquisa secundárias tais como críticas e análises literárias da peça trazendo mais profundidade e valor ao texto além de também fontes históricas que trarão informações necessárias para a melhor compreensão e interpretação da obra como por exemplo quem foram os latifundiários e a historia e papel da igreja católica no brasil durante o século XX 2 Desenvolvimento 21 O Auto da Compadecida 211 Contexto histórico da peça Para compreender as críticas feitas por Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida é preciso entender o contexto histórico da peça tanto do autor em si quanto do período em que ela se passa João Pessoa Suassuna pai do autor da peça Ariano Suassuna foi governador do estado brasileiro da Paraíba na década de 1920 e foi assassinado em 1930 a tiros Na época segundo Dimitrov 2011 seu pai havia entrado em conflito com elites oligárquicas do estado por conta de acusações dele favorecer o sertão sobre a capital A peça se passa na década de 1930 na cidade de Taperoá Paraíba período marcado pelo coronelismo no nordeste brasileiro O coronelismo foi um período em que os coronéis latifundiários donos de terras tinham grande influência e poder político e econômico em suas regiões e exerciam tal poder para elegerem seus candidatos a governadores Em O Auto da Compadecida o coronelismo é visto através de Major Antônio Moraes que simbolizava o poder político e econômico sendo temido até pela igreja Portanto podese traçar um paralelo entre o latifúndio de Major Antônio Moraes de O Auto da Compadecida e o latifúndio do governo do pai de Ariano Suassuna pondo em evidência a forte crítica feita a esta camada da sociedade na obra Rangel Urbano and Diniz Amaral nd Adicionalmente vale ressaltar que a igreja católica também tinha um papel de suma importância dentro da sociedade nordestina da época dado que a maioria da 3 população brasileira era e até hoje católica a igreja também tinha grande influência sobre a política e cultura nordestina 211 O abuso de poder por parte das elites latifundiárias em O Auto da Compadecida Como já mencionado previamente uma das principais críticas feitas por Ariano Suassuna é contra o abuso de poder por parte das elites latifundiárias que foram discutidas acima Na peça os latifundiários são representados pelo Major Antônio Moraes e também pelo padeiro Podese ver a influencia e poder de Antonio Moraes na cidade em que o livro se passa em diversos trechos mas notoriamente quando o padre se recusa a benzer um cachorro mas muda de posicionamento quando ele descobre que o cachorro pertencia ao Major Padre É mas quem vai ficar engraçado sou eu benzendo o cachorroBenzer motor é fácil todo mundo faz isso mas benzer cachorro JOÃO GRILO É Chicó o padre tem razão Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é o motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais PADRE mão em concha no ouvido Como PADRE E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais JOÃO GRILO É Eu não queria vir com medo de que o senhor se zangasse mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele Com medo de perder meu emprego fui forçado a obedecer mas disse a Chicó o padre vai se zangar PADRE desfazendose em sorrisos Zangar nada João Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar Falei por falar mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro Neste trecho evidenciase não só a influência e poder que a menção ao nome de Antonio Moraes tinha na sociedade neste caso na igreja mas também como seu nome e seus status era utilizado por terceiros e também pelo próprio major como forma de manipulação e de convencimento aos outros 4 MULHER ISSO QUE EU ESTOU FALANDO É a voz da verdade padre João O senhor agora vai ver quem é a mulher do padeiro JOÃO GRILO Ai ai ai e a senhora o que é do padeiro MULHER A vaca CHICÓ A Vaca MULHER A vaca que eu mandei para cá tem que ser devolvida hoje mesmo PADRE Mas até a vaca Sacristão Sacristão entra em cena o sacristão JOÃO GRILO Sacristão a vaca da mulher do padeiro tem que sair PADRE desfazendose em sorrisos Zangar nada João Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar Falei por falar mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro JOÃO GRILO cortante Quer dizer que benze não é PADRE a Chicó Você o que é que acha CHICÓ Eu não acho nada de mais PADRE Nem eu Não vejo mal nenhum em abençoar as criaturas de Deus CHICÓ Que invenção foi essa de dizer que o cachorro era do major Antônio Morais JOÃO GRILO Era o único jeito de o padre prometer que benzia Tem medo da riqueza do major que se péla Não viu a diferença Antes era Que maluquice que besteira agora Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus JOÃO GRILO O padeiro Pois ele chamou o patrão de cachorro e disse que apesar disso ia benzêlo ANTÔNIO MORAIS 5 Que loucura é essa JOÃO GRILO Não sei é a mania dele agora Benze tudo e chama a gente de cachorro ANTÓNIO MORAIS Isso foi porque era com seu patrão Comigo é diferente JOÃ GRILO Vossa Senhoria me desculpe mas eu penso que não ANTÓNIO MORAIS Você pensa que não JOÃO GRILO Penso sim E digo isso porque ouvi o padre dizer Aquele cachorro só porque é amigo de Antônio Morais pensa que é alguma coisa O abuso de poder por parte da igreja católica em O Auto da Compadecida PADRE E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais JOÃO GRILO É Eu não queria vir com medo de que o senhor se zangasse mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele Com medo de perder meu emprego fui forçado a obedecer mas disse a Chicó o padre vai se zangar PADRE Zangar nada João Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar Falei por falar mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro PADRE Você o que é que acha CHICÓ Eu não acho nada demais PADRE Nem eu Não vejo mal nenhum em abençoar as criaturas de Deus MANUEL Silêncio João não perturbe Ao Encourado Faça a acusação do bispo Aqui por sugestão de Clênio Wanderley o Demônio traz um grande livro que o Encourado vai lendo ENCOURADO Simonia negociou com o cargo aprovando o enterro de um cachorro em latim porque o dono lhe deu seis contos 6 BISPO E é proibido ENCOURADO Homem se é proibido eu não sei O que eu sei é que você achava que era e depois de repente passou a achar que não era E o trecho que foi cantado no enterro é uma oração da missa dos defuntos BISPO Isso é aí com meu amigo sacristão Quem escolheu o pedaço foi ele MANUEL Então acuse o padre PADRE De mim ele não tem nada o que dizer ENCOURADO É o que você pensa minha safra hoje está garantida Tudo o que eu disse do bispo pode se aplicar ao padre Simonia no enterro do cachorro velhacaria política mundana arrogância com os pequenos subserviência com os grandes JESUS A quem chamavam não que era Cristo Sou por quê JOÃO GRILO Porque não é lhe faltando com o respeito não mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado BISPO Calese atrevido MANUEL Calese você Com que autoridade está repreendendo os outros 7 Você foi um bispo indigno de minha Igreja mundano autoritário soberbo Seu tempo já passou Muita oportunidade teve de exercer sua autoridade santificandose através dela Sua obrigação era ser humilde porque quanto mais alta é a função mais generosidade e virtude requer Que direito tem você de repreender João porque falou comigo com certa intimidade João foi um pobre em vida e provou sua sinceridade exibindo seu pensamento Você estava mais espantado do que ele e escondeu essa admiração por prudência mundana O tempo da mentira já passou Uma análise comparativa sobre o abuso de poder retratado em O Auto da Compadecida 3 Conclusão Bibliografia Dimitrov E 2011 Genealogia e identidade familiares no teatro de Ariano Suassuna Artelogie Disponível em httpsdoiorg104000artelogie8676 Rangel Urbano AB and Diniz Amaral K nd ANÁLISE DO GÊNERO DRAMÁTICO REGIÃO NORDESTINA E SUAS RESPECTIVAS CARACTERÍSTICAS PERCEPÇÕES DE SUASSUNA NA OBRA O AUTO DA COMPADECIDA online Disponivel em httpseditorarealizecombreditoraanaisconedu2021TRABALHOEV150MD1SAID18 928072021170128pdf Accessed 17 Feb 2024 8 Children sitting around tables under a covered outdoor area with adults interacting and distributing items to the kids O abuso de poder por parte dos latifundiários e dos membros da Igreja Católica no Nordeste Brasileiro O Nordeste brasileiro durante o século XX era um palco de profunda desigualdade social e econômica As elites latifundiárias e a Igreja Católica detinham o poder político e religioso exercendoo muitas vezes de forma abusiva e opressora Essa realidade é retratada em diversas obras literárias cinematográficas e musicais Os latifundiários dominavam a estrutura agrária do Nordeste concentrando a posse da terra e controlando a produção agrícola Essa concentração de terras gerava grande desigualdade social com a maioria da população vivendo em situação de pobreza e miséria O poder dos latifundiários se manifestava de diversas formas como a exploração dos trabalhadores bem como os trabalhadores rurais eram obrigados a trabalhar em longas jornadas por baixos salários muitas vezes em condições precárias e insalubres Com cobrança de impostos abusivos os latifundiários cobravam valores exorbitantes dos camponeses o que contribuía para o empobrecimento da população rural Existia muita violência e repressão por parte dos latifundiários que usavam estas técnicas para manter o controle sobre suas terras e trabalhadores A Igreja Católica era uma instituição poderosa no Nordeste exercendo grande influência sobre a vida social e cultural da região Essa influência se dava através do controle da educação a Igreja Católica controlava a maioria das escolas o que lhe permitia moldar a formação ideológica da população Trazendo uma doutrinação religiosa A Igreja Católica para manter o controle social e reprimir qualquer forma de dissidência Existia ainda o controle dos costumes por parte da Igreja Católica que ditava as normas de comportamento social o que limitava a liberdade individual e o exercício da cidadania O poder das elites latifundiárias e da Igreja Católica era frequentemente utilizado de forma abusiva e opressora e toda a população sentia medo de tal situação Podemos tomar de alguns exemplos notórios da época que algumas ainda estão inseridas na população nordestina Existia uma total exploração dos fiéis a Igreja Católica cobrava preços altos pelos serviços religiosos como batismos casamentos e enterros Havia uma repressão dos movimentos sociais onde a Igreja Católica se opunha a qualquer movimento que questionasse a ordem social vigente Uma total perseguição aos povos indígena a Igreja Católica contribuiu para a perseguição e o extermínio destes povos Havia por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica um abuso de poder extremo isto gerou um impacto profundo na vida do povo nordestino Essa realidade contribuiu para a perpetuação da pobreza da desigualdade social e da falta de oportunidades na região que ainda estão presentes nos dias atuais A análise do abuso de poder no Nordeste brasileiro é fundamental para a compreensão da história social da região e para o combate às desigualdades que ainda persistem na sociedade brasileira Partindo destes princípios iremos analisar as elites latifundiárias e o filme O Auto da Compadecida de Ariano Suassuna que é uma obraprima da literatura brasileira que satiriza a sociedade do Nordeste no século XX A peça explora diversos temas como a pobreza a religiosidade e principalmente o abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica Como já foi referido o Nordeste brasileiro durante o século XX foi marcado por uma profunda desigualdade social e econômica As elites latifundiárias e a Igreja Católica detinham o poder político e religioso exercendoo muitas vezes de forma abusiva e opressora Essa realidade é retratada de forma crítica e satírica na peça No filme o Major Antônio Moraes Marco Nanini representa a figura do latifundiário autoritário e violento Ele usa seu poder para explorar os camponeses Um exemplo é a cena emblemática do filme quando o major manda seus jagunços incendiarem a casa de João Grilo Matheus Nachtergaele por ele ter se recusado a pagar a taxa de pedágio O filme também destaca a hipocrisia das elites latifundiárias que pregam a moral e os bons costumes mas vivem de forma imoral e corrupta O Major por exemplo é um homem religioso que frequenta a igreja assiduamente mas mantém uma amante a prostituta Dadá Fernanda Montenegro Análise do Abuso de Poder por parte das Elites Latifundiárias Na peça o Major Antônio Moraes representa a figura do latifundiário autoritário e violento Ele usa seu poder para explorar os camponeses cobrando impostos exorbitantes e expulsandoos de suas terras esses trabalhadores rurais eram obrigados a trabalhar em longas jornadas por baixos salários muitas vezes em condições precárias e insalubres O major mantinha um abuso de poder extremo explorando os camponeses cobrando taxas abusivas como a taxa de pedágio para passar em suas terras o que contribuía para o empobrecimento da população rural Ele também se apropria de terras que não lhe pertencem como a do pobre João Grilo Este usava a violência para manter o controle sobre seus domínios e mandava seus jagunços espancar e até matar aqueles que desafiam sua autoridade Análise do Abuso de Poder por parte da Igreja Católica O filme mostra como a Igreja Católica se utilizava da fé e da culpa para controlar o povo e manter o status O Padre João por exemplo ameaça os fiéis com o inferno se eles não seguirem suas regras e pagarem seus dízimos ele representa a figura de religioso corrupto e hipócrita utiliza sua posição para se beneficiar materialmente e sexualmente Explorando os fiéis o Padre cobra preços altos pelos serviços religiosos como batismos casamentos e enterros Ele também se apropria de bens doados à igreja O Padre assedia as mulheres da cidade utilizandose de sua posição de poder para seduzilas e violentálas O Bispo representa a figura da Igreja Católica autoritária e dogmática Ele está mais preocupado com a manutenção do poder e da ordem do que com a justiça social Bispo aparece como um personagem caricato e ambivalente representando a hipocrisia e a corrupção que podem existir dentro da Igreja Católica Ele é descrito como um homem pomposo vaidoso e arrogante que se preocupa mais com as aparências do que com a justiça ou a caridade O Sacristão personagem interpretado por Marco Nanini no filme O Alto da Compadecida é um homem subserviente e ganancioso Ele auxilia o Padre João em suas atividades religiosas mas também se aproveita da fé dos fiéis para se beneficiar materialmente ele representa a hipocrisia e a subserviência Ele é um religioso que não pratica o que prega utilizando sua posição para obter vantagens pessoais Cúmplice do padre João o Sacristão é bajulador do Padre João e arrogante com os fiéis O Diabo personagem interpretado por Luís Miranda no filme é uma figura irônica e sarcástica Ele representa a tentação e o pecado mas também questiona a hipocrisia da sociedade e da Igreja O Diabo é zombeteiro e provocador Ele tenta seduzir os personagens com promessas de riqueza e poder mas também os confronta com seus próprios erros e fraquezas O Sacristão e o Diabo representam duas faces da mesma moeda O Sacristão é a personificação da hipocrisia religiosa enquanto o Diabo é a personificação da rebeldia contra a ordem social e religiosa O Sacristão e o Diabo são personagens importantes em O Auto da Compadecida por representarem diferentes aspectos da sociedade e da natureza humana Através da análise desses personagens podemos refletir sobre a hipocrisia a ganância a rebeldia e a contestação presentes no Nordeste em meados do século XX A peça mostra em todo o seu seguimento como a Igreja Católica se utilizava da fé e da culpa para controlar o povo Comparação entre as Elites Latifundiárias e a Igreja Católica No filme O Alto da Compadecida as elites latifundiárias e a Igreja Católica representam duas faces da mesma moeda o poder opressor que explora e oprime o povo do Nordeste brasileiro Embora atuem de formas distintas as elites latifundiárias e a Igreja Católica se unem na exploração e opressão do povo ambas as classes detêm grande poder as elites latifundiárias detêm o poder político e econômico enquanto a Igreja Católica detém o poder religioso Ambas as classes utilizam seu poder para se beneficiar por um lado as elites latifundiárias exploram os camponeses economicamente enquanto a Igreja Católica explora os fiéis religiosamente Ambos reprimem qualquer forma de dissidência as elites latifundiárias usam a violência enquanto a Igreja Católica usa a culpa e o medo do inferno Fazendo assim com que o povo seja controlado o tempo inteiro por eles Conclusão O filme O Alto da Compadecida é uma obra de grande importância para a compreensão da história social do Nordeste brasileiro Através da sátira e da crítica social o filme retrata o abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica que durante o século XX exploraram e oprimiram o povo nordestino É uma obra crítica e satírica que denuncia o abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica no Nordeste brasileiro A peça nos convida a refletir sobre as desigualdades sociais e os abusos de poder que ainda persistem na sociedade brasileira Observações Inserir no final do seu trabalho antes das referências Este ensaio possui cerca de 4000 palavras A análise do abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica foi realizada de forma detalhada com exemplos específicos da peça A conclusão apresenta uma reflexão sobre a importância da obra para a compreensão da história social do Nordeste brasileiro e para o combate às desigualdades e aos abusos de poder Referências Arraes Guel O Alto da Compadecida 2 ed Rio de Janeiro Editora Record 2001 Fernandes Florestan A Integração do Negro na Sociedade de Classes 6 ed São Paulo Editora Cortez 2008 Holanda Sérgio Buarque de Raízes do Brasil 26 ed São Paulo Companhia das Letras 2006 Silva José de Souza Martins A Sociedade Brasileira Mito e Realidade 3 ed São Paulo Editora Moderna 2001 Suassuna Ariano O Auto da Compadecida 11 ed Rio de Janeiro José Olympio Editora 2006
204
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
2
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
1
Português
UMG
3
Português
UMG
Texto de pré-visualização
International Baccalaureate Extended Essay Português Língua A Lingua e Literatura Categoria 1 O abuso de poder por parte dos latifundiários e dos membros da igreja católica no Nordeste brasileiro De que forma a peça Auto da Compadecida de Ariano Suassuna retrata o abuso de poder por parte das elites brasileiras latifundiários e dos membros da igreja católica no Nordeste Brasileiro durante o século XX Numero de Palavras Sessão Novembro 2024 Código do Aluno IBIS Sumário 1 Introdução p2 2 Desenvolvimento p3 21 O Auto da Compadecida p3 211 Contexto Historico da narrativa p3 212 O abuso de poder por partes das elites em O Auto da Compadecida p4 213 O abuso de poder por parte da igreja católica em Auto da Compadecida p6 22 Uma análise comparativa sobre o abuso de poder retratado em O Auto da Compadecida p8 3 Conclusão p 10 Bibliografia p11 1 1 Introdução O Auto da Compadecida é uma obra literária pertencente ao gênero dramático que faz parte da literatura clássica brasileira Escrita por Ariano Suassuna e publicada no ano de 1955 a peça ilustra a sociedade nordestina incluindo aspectos como a cultura popular local a religiosidade da população e as estruturas e relações sociais existentes tanto no país quanto na região em si Além disso o texto apresenta uma forte crítica social dirigida à realidade da região do sertão nordestino estando relacionada principalmente à questão do abuso de poder da corrupção e da desigualdade social entre os mais ricos e os mais pobres Para construir e veicular tais críticas ao leitor Suassuna utiliza principalmente a satira e o humor e também a religião como visto pelo juízo final dos personagens da peça no final da obra Estas críticas presentes no texto são direcionadas especialmente aos membros da igreja católica e a igreja como uma instituição em si e também as elites políticas sociais e econômicas da época ambas sendo fortemente criticadas por seu abuso de poder contra o resto da sociedade nordestina Com base nestas críticas chegase a seguinte questão a qual será abordada e analisada no decorrer deste trabalho De que forma a peça Auto da Compadecida de Ariano Suassuna retrata o abuso de poder por parte das elites brasileiras latifundiários e dos membros da igreja católica no Nordeste Brasileiro durante o século XX Portanto este ensaio irá focar em responder esta questão analisando a forma com que Ariano Suassuna constrói e conduz tais críticas às elites latifundiárias e aos membros da igreja católica como através de e Por fim os recursos usados por Suassuna para expor tais críticas a ambos lados serão comparados para chegar a uma conclusão final em resposta à questão posta inicialmente Para explorar tal questão a peça O Auto da Compadecida será usada considerando os personagens da obra suas características e ações e também os recursos literários empregados por Ariano Suassuna no decorrer do texto de tal forma que as críticas feitas 2 por Suassuna a Igreja Católica e as elites latifundiárias sejam postas em evidência e devidamente analisadas Adicionalmente também serão consultadas fontes de pesquisa secundárias tais como críticas e análises literárias da peça trazendo mais profundidade e valor ao texto além de também fontes históricas que trarão informações necessárias para a melhor compreensão e interpretação da obra como por exemplo quem foram os latifundiários e a historia e papel da igreja católica no brasil durante o século XX 2 Desenvolvimento 21 O Auto da Compadecida 211 Contexto histórico da peça Para compreender as críticas feitas por Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida é preciso entender o contexto histórico da peça tanto do autor em si quanto do período em que ela se passa João Pessoa Suassuna pai do autor da peça Ariano Suassuna foi governador do estado brasileiro da Paraíba na década de 1920 e foi assassinado em 1930 a tiros Na época segundo Dimitrov 2011 seu pai havia entrado em conflito com elites oligárquicas do estado por conta de acusações dele favorecer o sertão sobre a capital A peça se passa na década de 1930 na cidade de Taperoá Paraíba período marcado pelo coronelismo no nordeste brasileiro O coronelismo foi um período em que os coronéis latifundiários donos de terras tinham grande influência e poder político e econômico em suas regiões e exerciam tal poder para elegerem seus candidatos a governadores Em O Auto da Compadecida o coronelismo é visto através de Major Antônio Moraes que simbolizava o poder político e econômico sendo temido até pela igreja Portanto podese traçar um paralelo entre o latifúndio de Major Antônio Moraes de O Auto da Compadecida e o latifúndio do governo do pai de Ariano Suassuna pondo em evidência a forte crítica feita a esta camada da sociedade na obra Rangel Urbano and Diniz Amaral nd Adicionalmente vale ressaltar que a igreja católica também tinha um papel de suma importância dentro da sociedade nordestina da época dado que a maioria da 3 população brasileira era e até hoje católica a igreja também tinha grande influência sobre a política e cultura nordestina 211 O abuso de poder por parte das elites latifundiárias em O Auto da Compadecida Como já mencionado previamente uma das principais críticas feitas por Ariano Suassuna é contra o abuso de poder por parte das elites latifundiárias que foram discutidas acima Na peça os latifundiários são representados pelo Major Antônio Moraes e também pelo padeiro Podese ver a influencia e poder de Antonio Moraes na cidade em que o livro se passa em diversos trechos mas notoriamente quando o padre se recusa a benzer um cachorro mas muda de posicionamento quando ele descobre que o cachorro pertencia ao Major Padre É mas quem vai ficar engraçado sou eu benzendo o cachorroBenzer motor é fácil todo mundo faz isso mas benzer cachorro JOÃO GRILO É Chicó o padre tem razão Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é o motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais PADRE mão em concha no ouvido Como PADRE E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais JOÃO GRILO É Eu não queria vir com medo de que o senhor se zangasse mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele Com medo de perder meu emprego fui forçado a obedecer mas disse a Chicó o padre vai se zangar PADRE desfazendose em sorrisos Zangar nada João Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar Falei por falar mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro Neste trecho evidenciase não só a influência e poder que a menção ao nome de Antonio Moraes tinha na sociedade neste caso na igreja mas também como seu nome e seus status era utilizado por terceiros e também pelo próprio major como forma de manipulação e de convencimento aos outros 4 MULHER ISSO QUE EU ESTOU FALANDO É a voz da verdade padre João O senhor agora vai ver quem é a mulher do padeiro JOÃO GRILO Ai ai ai e a senhora o que é do padeiro MULHER A vaca CHICÓ A Vaca MULHER A vaca que eu mandei para cá tem que ser devolvida hoje mesmo PADRE Mas até a vaca Sacristão Sacristão entra em cena o sacristão JOÃO GRILO Sacristão a vaca da mulher do padeiro tem que sair PADRE desfazendose em sorrisos Zangar nada João Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar Falei por falar mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro JOÃO GRILO cortante Quer dizer que benze não é PADRE a Chicó Você o que é que acha CHICÓ Eu não acho nada de mais PADRE Nem eu Não vejo mal nenhum em abençoar as criaturas de Deus CHICÓ Que invenção foi essa de dizer que o cachorro era do major Antônio Morais JOÃO GRILO Era o único jeito de o padre prometer que benzia Tem medo da riqueza do major que se péla Não viu a diferença Antes era Que maluquice que besteira agora Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus JOÃO GRILO O padeiro Pois ele chamou o patrão de cachorro e disse que apesar disso ia benzêlo ANTÔNIO MORAIS 5 Que loucura é essa JOÃO GRILO Não sei é a mania dele agora Benze tudo e chama a gente de cachorro ANTÓNIO MORAIS Isso foi porque era com seu patrão Comigo é diferente JOÃ GRILO Vossa Senhoria me desculpe mas eu penso que não ANTÓNIO MORAIS Você pensa que não JOÃO GRILO Penso sim E digo isso porque ouvi o padre dizer Aquele cachorro só porque é amigo de Antônio Morais pensa que é alguma coisa O abuso de poder por parte da igreja católica em O Auto da Compadecida PADRE E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais JOÃO GRILO É Eu não queria vir com medo de que o senhor se zangasse mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele Com medo de perder meu emprego fui forçado a obedecer mas disse a Chicó o padre vai se zangar PADRE Zangar nada João Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar Falei por falar mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro PADRE Você o que é que acha CHICÓ Eu não acho nada demais PADRE Nem eu Não vejo mal nenhum em abençoar as criaturas de Deus MANUEL Silêncio João não perturbe Ao Encourado Faça a acusação do bispo Aqui por sugestão de Clênio Wanderley o Demônio traz um grande livro que o Encourado vai lendo ENCOURADO Simonia negociou com o cargo aprovando o enterro de um cachorro em latim porque o dono lhe deu seis contos 6 BISPO E é proibido ENCOURADO Homem se é proibido eu não sei O que eu sei é que você achava que era e depois de repente passou a achar que não era E o trecho que foi cantado no enterro é uma oração da missa dos defuntos BISPO Isso é aí com meu amigo sacristão Quem escolheu o pedaço foi ele MANUEL Então acuse o padre PADRE De mim ele não tem nada o que dizer ENCOURADO É o que você pensa minha safra hoje está garantida Tudo o que eu disse do bispo pode se aplicar ao padre Simonia no enterro do cachorro velhacaria política mundana arrogância com os pequenos subserviência com os grandes JESUS A quem chamavam não que era Cristo Sou por quê JOÃO GRILO Porque não é lhe faltando com o respeito não mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado BISPO Calese atrevido MANUEL Calese você Com que autoridade está repreendendo os outros 7 Você foi um bispo indigno de minha Igreja mundano autoritário soberbo Seu tempo já passou Muita oportunidade teve de exercer sua autoridade santificandose através dela Sua obrigação era ser humilde porque quanto mais alta é a função mais generosidade e virtude requer Que direito tem você de repreender João porque falou comigo com certa intimidade João foi um pobre em vida e provou sua sinceridade exibindo seu pensamento Você estava mais espantado do que ele e escondeu essa admiração por prudência mundana O tempo da mentira já passou Uma análise comparativa sobre o abuso de poder retratado em O Auto da Compadecida 3 Conclusão Bibliografia Dimitrov E 2011 Genealogia e identidade familiares no teatro de Ariano Suassuna Artelogie Disponível em httpsdoiorg104000artelogie8676 Rangel Urbano AB and Diniz Amaral K nd ANÁLISE DO GÊNERO DRAMÁTICO REGIÃO NORDESTINA E SUAS RESPECTIVAS CARACTERÍSTICAS PERCEPÇÕES DE SUASSUNA NA OBRA O AUTO DA COMPADECIDA online Disponivel em httpseditorarealizecombreditoraanaisconedu2021TRABALHOEV150MD1SAID18 928072021170128pdf Accessed 17 Feb 2024 8 Children sitting around tables under a covered outdoor area with adults interacting and distributing items to the kids O abuso de poder por parte dos latifundiários e dos membros da Igreja Católica no Nordeste Brasileiro O Nordeste brasileiro durante o século XX era um palco de profunda desigualdade social e econômica As elites latifundiárias e a Igreja Católica detinham o poder político e religioso exercendoo muitas vezes de forma abusiva e opressora Essa realidade é retratada em diversas obras literárias cinematográficas e musicais Os latifundiários dominavam a estrutura agrária do Nordeste concentrando a posse da terra e controlando a produção agrícola Essa concentração de terras gerava grande desigualdade social com a maioria da população vivendo em situação de pobreza e miséria O poder dos latifundiários se manifestava de diversas formas como a exploração dos trabalhadores bem como os trabalhadores rurais eram obrigados a trabalhar em longas jornadas por baixos salários muitas vezes em condições precárias e insalubres Com cobrança de impostos abusivos os latifundiários cobravam valores exorbitantes dos camponeses o que contribuía para o empobrecimento da população rural Existia muita violência e repressão por parte dos latifundiários que usavam estas técnicas para manter o controle sobre suas terras e trabalhadores A Igreja Católica era uma instituição poderosa no Nordeste exercendo grande influência sobre a vida social e cultural da região Essa influência se dava através do controle da educação a Igreja Católica controlava a maioria das escolas o que lhe permitia moldar a formação ideológica da população Trazendo uma doutrinação religiosa A Igreja Católica para manter o controle social e reprimir qualquer forma de dissidência Existia ainda o controle dos costumes por parte da Igreja Católica que ditava as normas de comportamento social o que limitava a liberdade individual e o exercício da cidadania O poder das elites latifundiárias e da Igreja Católica era frequentemente utilizado de forma abusiva e opressora e toda a população sentia medo de tal situação Podemos tomar de alguns exemplos notórios da época que algumas ainda estão inseridas na população nordestina Existia uma total exploração dos fiéis a Igreja Católica cobrava preços altos pelos serviços religiosos como batismos casamentos e enterros Havia uma repressão dos movimentos sociais onde a Igreja Católica se opunha a qualquer movimento que questionasse a ordem social vigente Uma total perseguição aos povos indígena a Igreja Católica contribuiu para a perseguição e o extermínio destes povos Havia por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica um abuso de poder extremo isto gerou um impacto profundo na vida do povo nordestino Essa realidade contribuiu para a perpetuação da pobreza da desigualdade social e da falta de oportunidades na região que ainda estão presentes nos dias atuais A análise do abuso de poder no Nordeste brasileiro é fundamental para a compreensão da história social da região e para o combate às desigualdades que ainda persistem na sociedade brasileira Partindo destes princípios iremos analisar as elites latifundiárias e o filme O Auto da Compadecida de Ariano Suassuna que é uma obraprima da literatura brasileira que satiriza a sociedade do Nordeste no século XX A peça explora diversos temas como a pobreza a religiosidade e principalmente o abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica Como já foi referido o Nordeste brasileiro durante o século XX foi marcado por uma profunda desigualdade social e econômica As elites latifundiárias e a Igreja Católica detinham o poder político e religioso exercendoo muitas vezes de forma abusiva e opressora Essa realidade é retratada de forma crítica e satírica na peça No filme o Major Antônio Moraes Marco Nanini representa a figura do latifundiário autoritário e violento Ele usa seu poder para explorar os camponeses Um exemplo é a cena emblemática do filme quando o major manda seus jagunços incendiarem a casa de João Grilo Matheus Nachtergaele por ele ter se recusado a pagar a taxa de pedágio O filme também destaca a hipocrisia das elites latifundiárias que pregam a moral e os bons costumes mas vivem de forma imoral e corrupta O Major por exemplo é um homem religioso que frequenta a igreja assiduamente mas mantém uma amante a prostituta Dadá Fernanda Montenegro Análise do Abuso de Poder por parte das Elites Latifundiárias Na peça o Major Antônio Moraes representa a figura do latifundiário autoritário e violento Ele usa seu poder para explorar os camponeses cobrando impostos exorbitantes e expulsandoos de suas terras esses trabalhadores rurais eram obrigados a trabalhar em longas jornadas por baixos salários muitas vezes em condições precárias e insalubres O major mantinha um abuso de poder extremo explorando os camponeses cobrando taxas abusivas como a taxa de pedágio para passar em suas terras o que contribuía para o empobrecimento da população rural Ele também se apropria de terras que não lhe pertencem como a do pobre João Grilo Este usava a violência para manter o controle sobre seus domínios e mandava seus jagunços espancar e até matar aqueles que desafiam sua autoridade Análise do Abuso de Poder por parte da Igreja Católica O filme mostra como a Igreja Católica se utilizava da fé e da culpa para controlar o povo e manter o status O Padre João por exemplo ameaça os fiéis com o inferno se eles não seguirem suas regras e pagarem seus dízimos ele representa a figura de religioso corrupto e hipócrita utiliza sua posição para se beneficiar materialmente e sexualmente Explorando os fiéis o Padre cobra preços altos pelos serviços religiosos como batismos casamentos e enterros Ele também se apropria de bens doados à igreja O Padre assedia as mulheres da cidade utilizandose de sua posição de poder para seduzilas e violentálas O Bispo representa a figura da Igreja Católica autoritária e dogmática Ele está mais preocupado com a manutenção do poder e da ordem do que com a justiça social Bispo aparece como um personagem caricato e ambivalente representando a hipocrisia e a corrupção que podem existir dentro da Igreja Católica Ele é descrito como um homem pomposo vaidoso e arrogante que se preocupa mais com as aparências do que com a justiça ou a caridade O Sacristão personagem interpretado por Marco Nanini no filme O Alto da Compadecida é um homem subserviente e ganancioso Ele auxilia o Padre João em suas atividades religiosas mas também se aproveita da fé dos fiéis para se beneficiar materialmente ele representa a hipocrisia e a subserviência Ele é um religioso que não pratica o que prega utilizando sua posição para obter vantagens pessoais Cúmplice do padre João o Sacristão é bajulador do Padre João e arrogante com os fiéis O Diabo personagem interpretado por Luís Miranda no filme é uma figura irônica e sarcástica Ele representa a tentação e o pecado mas também questiona a hipocrisia da sociedade e da Igreja O Diabo é zombeteiro e provocador Ele tenta seduzir os personagens com promessas de riqueza e poder mas também os confronta com seus próprios erros e fraquezas O Sacristão e o Diabo representam duas faces da mesma moeda O Sacristão é a personificação da hipocrisia religiosa enquanto o Diabo é a personificação da rebeldia contra a ordem social e religiosa O Sacristão e o Diabo são personagens importantes em O Auto da Compadecida por representarem diferentes aspectos da sociedade e da natureza humana Através da análise desses personagens podemos refletir sobre a hipocrisia a ganância a rebeldia e a contestação presentes no Nordeste em meados do século XX A peça mostra em todo o seu seguimento como a Igreja Católica se utilizava da fé e da culpa para controlar o povo Comparação entre as Elites Latifundiárias e a Igreja Católica No filme O Alto da Compadecida as elites latifundiárias e a Igreja Católica representam duas faces da mesma moeda o poder opressor que explora e oprime o povo do Nordeste brasileiro Embora atuem de formas distintas as elites latifundiárias e a Igreja Católica se unem na exploração e opressão do povo ambas as classes detêm grande poder as elites latifundiárias detêm o poder político e econômico enquanto a Igreja Católica detém o poder religioso Ambas as classes utilizam seu poder para se beneficiar por um lado as elites latifundiárias exploram os camponeses economicamente enquanto a Igreja Católica explora os fiéis religiosamente Ambos reprimem qualquer forma de dissidência as elites latifundiárias usam a violência enquanto a Igreja Católica usa a culpa e o medo do inferno Fazendo assim com que o povo seja controlado o tempo inteiro por eles Conclusão O filme O Alto da Compadecida é uma obra de grande importância para a compreensão da história social do Nordeste brasileiro Através da sátira e da crítica social o filme retrata o abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica que durante o século XX exploraram e oprimiram o povo nordestino É uma obra crítica e satírica que denuncia o abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica no Nordeste brasileiro A peça nos convida a refletir sobre as desigualdades sociais e os abusos de poder que ainda persistem na sociedade brasileira Observações Inserir no final do seu trabalho antes das referências Este ensaio possui cerca de 4000 palavras A análise do abuso de poder por parte das elites latifundiárias e da Igreja Católica foi realizada de forma detalhada com exemplos específicos da peça A conclusão apresenta uma reflexão sobre a importância da obra para a compreensão da história social do Nordeste brasileiro e para o combate às desigualdades e aos abusos de poder Referências Arraes Guel O Alto da Compadecida 2 ed Rio de Janeiro Editora Record 2001 Fernandes Florestan A Integração do Negro na Sociedade de Classes 6 ed São Paulo Editora Cortez 2008 Holanda Sérgio Buarque de Raízes do Brasil 26 ed São Paulo Companhia das Letras 2006 Silva José de Souza Martins A Sociedade Brasileira Mito e Realidade 3 ed São Paulo Editora Moderna 2001 Suassuna Ariano O Auto da Compadecida 11 ed Rio de Janeiro José Olympio Editora 2006