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DICIONÁRIO DAS BATALHAS BRASILEIRAS\nDOS CONFLITOS COM INDÍGENAS ÀS GUERRILHAS POLÍTICAS URBANAS E RURAIS\nHernâni Donato Direitos desta edição reservados à\nIBRASA\nINSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE DIFUSÃO CULTURAL LTDA.\nR. Vinte e Um de Abril, 97 - Tel. 92-9639\n03047 - SÃO PAULO - SP\nCopyright © 1986 by\nHERNANI DONATO\nCapa de\nCARLOS CÉZAR\nIlustração da capa:\nBatalha entre Farroupilhas e Imperiais\nÓleo de J. Wasth Rodrigues (Acervo da Prefeitura Municipal de São Paulo)\nPublicado em 1987\nImpresso no Brasil - Printed in Brazil \"Se erro encontrarem os professores,\nmais graça e mercê me fardo de avisar;\ne conhecerão, pela minha docilidade na\nemenda, a nenhuma presunção do autor\".\nAlmeida Garrett. Para\nNelly Martha\n\n- sempre uma presença de paz -\ngrato pela amável paciência com\nque por mais de quinze anos\nsuportou que a pesquisa e o preparo\ndeste dicionário fizesse de nossa\ncasa um quase campo de batalhas.\n\nH. Não, propriamente, uma História Militar. Sim, notícias a propósito de\nquem, onde, quando e com qual resultado jogou necessá\rio o uso da arma\npara garantir o seu modo de pensar e de viver. Mesmo que isso signifique\nlutar contra o irmão.\n\nPopularizou-se noção muito facilitada a respeito de como se formou es-\nte país. Até aceita-se que a independência tenha custado não mais do que\num grito. Também é comum o afirmar que \"Deus é brasileiro\", o que teria\npredisposto o povo a resolver pendências antes pela ênfase da palavra do\nque pela contundência da força; que as conquistas nacionais, pequenas e\ngrandes, são alcançadas por consenso, sem derramamento de sangue; que\n\"somos gente cordial e pacífica\", naturalmente inclinada a tomar as lutas\ncivis menos cruas e ferozes do que as combatidas em outras terras.\n\nPorém a História recolhida nua e simples, sem afeições, atavios ou\nadjetivos, desdobra painel muito diferente. Não foram anjos os que lu-\ntaram, justificando-se com razões e argumentos os mais diversos, de 1500 a\n1974. Foram homens exaltados o suficiente para valorizar o ideal acima da\nvida e admitir a morte como preço bom para a vitória.\n\nDos 365 dias do ano, menos de meia dúzia deixam de lembrar batalhas. Batalhas, mesmo? O rigorista observará que, militarmente considerando,\nas expressões batalha, combate, choque, confronto, entrevero, escaramuça\nreferem-se a situações desiguais. E terá razão. O Dicionário Lello esmiuça:\n\"batalha\" - peleja que se estabelece decisiva entre dois poderosos exércitos,\nesexecutada com várias evoluções, em que se manifesta o talento do general,\no valor e a disciplina de suas tropas. Combate é uma ação particular, às\nvezes nem prevista nem disposta, e de menos importância que batalha. O\nDicionário Melhoramentos atualiza e populariza: \"Batalha, s. f. (1. battu-\nlia) 1. Combate entre exércitos ou armadas. 2. Combate, luta. ... At\nestá.\nNas páginas seguintes, portanto, a palavra batalha terá o sentido de choque\narmado de qualquer proporção e valor militar em que homens desavisados\ntenham posto em risco a vida para defender uma ideia ou situação. Ou, na-\nincum, para impo-lás. Batalha, sinônimo de luta, desespero, sua\ncomplexidade e o número de participantes.\n\nA adição de forma consagrada pelo público foi aplicada igualmente a\nalguns toponímios. Salvador aparece como nome da cidade capital da Ba-\nhia, em acontecimentos corredores ainda em 1530. Para facilitar o entende-\nmento. O mesmo refere-se a flexão dos nomes de tribos. Há convenção re-\ngulamentando se diga \"os caiú\", no singular. Com a devida licença, o leitor\nquanto a expressões designativas dos desencontros que resultaram em ba-\ntalhas: revoluções, revoltas, levantés, insurreições, motins, quarteladas...\nA tendência brasileira foi definida claramente em 1905 por Gonzaga Du-\nque (Revoluções brasileiras): \"... as guerras civis que, como guerras, são\nmeios violentos de reação, e como insurreições alteram a ordem estabele-\cida, estão compreendidas neste termo (revolução) que é genérico e tem a\nsanção vulgar... no falar do povo ela representa a forma genérica de todas\nas perturbações intestinas...\"\n\nClaro, o dicionário não estará absolutamente completo nem mudamen-\nte preciso. No tocante a isso, pedindo e agradecendo indicações, faço coro\ncom Felipe Nunes - o da Arte da pintura: \"emende e acrescente quem\nsoubér; aprenda quem não souber e todos dêem glória...\"\n\nH. D.\n\nFevereiro, 1986\nSanta Martha do Capão Bonito CRONOLOGIA DOS CONFLITOS\n\n1500 - Conflitos com indígenas.\n1500-1845 - Corsários, contrabandistas, piratas.\n1500-1895 - Presença francesa.\n1516-1526 - Expedições guarda-costas.\n1532 - Franceses em Itamaracá, PE.\n1534 - Guerra de Igaupe, contra espanhóis, SP.\n1542-1813 - Ataques e intrusões de ingleses.\n1555-1567 - França Antártica, RJ.\n1556-1556 - Campanha contra os caetés.\n1558-1576 - Guerras de Mem de Sá contra indígenas, BA, ES.\n1562 - Ataques de indígenas contra São Paulo, SP.\n1572 - Ataques de franceses e de ingleses contra ES e RJ.\n1575 - Guerra de Aperipê ou a conquista de Sergipe.\n1579-1696 - Campanhas contra indígenas na conquista do Norte-Nordeste.\n1584-1587 - Campanha de incorporação da Paraíba.\n1585-1682 - Bandeiras de apresamento e dilatação do território.\n1586-1567 - Campanha final da conquista de Sergipe.\n1597 - Campanha do Potengi contra franceses e portugueses na conquista do Rio Grande do Norte.\n1597 - Tomada de Cabeludo por franceses, PB.\n1599-1680 - Holandeses: piratas, corsários, conquistadores.\n1603-1604 - Campanha contra franceses e indígenas seus aliados, CE.\n1611 - Campanha de consolidação da conquista do Ceará.\n1624-1627 - Holandeses na Bahia.\n1629 - Holandeses em Fernando de Noronha.\n1630-1634 - Holandeses no Norte-Nordeste.\n1638 - Holandeses na Bahia. Nassau.\n1644-1648 - Reconquista de Angola aos holandeses. África.\n1645 - Holandeses no Pará.\n1646-1649 - Holandeses no Reconcavo Baiano.\n1663-1686 - Palmares, período pernambucano de repressão. AL, PE.\n1665 - Revolta do Sal. BA.\n1670 - Motim de Nosso Pai, Recife, PE.\n1671 - Campanha contra índios anciãos, na conquista de Goiás.\n1674 - Conquista do Piauí.\n 1680 - Colônia do Sacramento, primeira campanha.\n1683-1713 - Guerra dos Bárbaros ou do Açu ou da Confederação dos Carriris, CE.\n1684 - Revolta maranhense contra a Companhia de Comércio, Beckman.\n1687-1695 - Palmares, período vicentino de repressão. AL.\n1697 - Intrusão francesa no Amapá.\n1700-1783 - Ingleses na Ilha da Trindade.\n1704-1705 - Colônia do Sacramento, segunda campanha.\n1708-1709 - Guerra dos Emboabas, MG.\n1709-1710 - Campanha amazônica contra espanhóis e índios cambebas.\n1710-1714 - Guerra dos mascates, PE.\n1710-1711 - Corsários franceses no Rio de Janeiro: Dulerce, Duguay-Trouin.\n1711 - Motim contra o estanco do sal de Santos, SP.\n1711 - Motins do Maneta, PE.\n1715-1720 - Motins mineiros contra a arrecadação de ouro, MG.\n1720 - Revoltas contra o donatário, na Paraíba do Sul.\n1732-1737 - Guerra de Ajuricaba, na Amazônia.\n1734-1742 - Campanha contra os indígenas paiaguás, MT.\n1735-1736 - Colônia do Sacramento, terceira campanha.\n1740-1741 - Campanha contra os caipós e tapiripés. Conquista de Goiás.\n1754-1756 - Guerra guaranítica, RS.\n1762-1763 - Invasão espanhola do Rio Grande do Sul. Cevallos.\n1763 - Colônia do Sacramento, ação naval luso-britânica.\n1763-1766 - Reconquista do Guaoporé aos espanhóis.\n1773-1774 - Invasão espanhola do Rio Grande do Sul. Vertiz e Salcedo.\n1775-1776 - Reconquista de parte do Rio Grande do Sul aos espanhóis.\n1777 - Invasão espanhola da Ilha de Santa Catarina.\n1777 - Fim do Presídio de Iguatemi, MS.\n1778 - Franceses contra Porto Seguro, BA.\n1801 - Conquista das Missões Orientais, RS.\n1801-1802 - Intrusão espanhola em MS. Nova Coimbra.\n1808-1817 - Ocupação do Guiana Francesa.\n1809-1849 - Revoltas de escravos.\n1811-1812 - Campanha Pacificadora do Uruguai.\n1816-1820 - Guerra com Artigas. Invasão uruguaia do Rio Grande do Sul.\n1817-1818 - Revolta nativista, PE.\n1821 - Pronunciamentos pró-Constituição. PA, BA e RJ.\n 1821 - Motim do 1º Batalhão de Caçadores de Santos, SP.\n1821 - Campanha nativista da Junta de Goiana, PE.\n1821 - Revolta de escravos constitucionalistas de Argoim ou das Lavras ou do Fanado, MG.\n1822 - Motins de Manoel Pedro, BA.\n1822-1823 - Guerra da Independência. BA, PI, MA, Cisplatina.\n1823 - Quarteladas de Belém, PA.\n1824 - Agitação nativista pré-cabanaagem na Amazônia.\n1824 - Confederação do Equador. PE, PB, RN, CE, PI.\n1825-1828 - Guerra da Cisplatina. Independência do Uruguai.\n1828 - Motim de mercenários, RJ.\n1831-1832 - Levantes de \"exaltados\" ou restauradores radicais. RJ, CE, MG.\n1831-1832 - Sestembrada, Novembro, Abrilada, PE.\n1832-1833 - Revolta dos Gunaís ou Federais Baianos, BA.\n1833 - Sublevação do 10º Batalhão de Caçadores, Salvador, BA.\n1834 - Insurreição restauradora do Crato, CE.\n1834-1840 - Cabanagem, PE, AL.\n1834 - Levante restaurador de Ouro Preto, MG.\n1835 - Levante do Forte do Mar, Salvador, BA.\n1837-1838 - Carmeiradas, MT.\n1840 - Russas de Cuiabá, MT.\n1840 - Cabanagem, PA, AM.\n1839 - Revolta de escravos nagos, males, tapas, BA.\n1845 - Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, RS, SC.\n1838 - Sabinada, BA.\n1838 - Anselmada da França, SP.\n1838-1841 - Balaizada, MA, CE, PI.\n1840 - Levante de Sobral ou de Torres-Jacarandá, CE.\n1842 - Revolta dos Liberais, SP, MG.\n1843 - 1850 - \"Califórmias\" de Chico Pedro, RS, Uruguai.\n1844 - Revolta dos Lisos, AL.\n1848-1850 - Insurreição Praieira, PE.\n1849 - Revolta de escravos de Queimados, ES.\n1850-1851 - Incidentes do Bill Aberdeen ou do tráfico de escravos, RJ, PR, SP.\n1850 - Incidente fronteiriço com o Paraguai, Fecho dos Morros, MS.\n1851 - Campanha de Pacificação do Uruguai. Oribe. 1851-1852 - Campanha na Argentina contra Rosas. 1852 - Levante dos Marimbondos ou de Pau-d'Alho, PE. 1864-1865 - Campanha no Uruguai contra Aguirre. 1872-1874 - Guerra do Paraguai. 1872-1874 - Insubmissão dos mucker ou Campanha do Morro de Ferra-brás, RS. 1874-1875 - Arruaças do Quebra-Quito, AL, PB, PE. 1880 - Motim do Vintém, RJ. 1892 - Levante Deodorista da Fortaleza de Santa Cruz, RJ. 1892 - Bombardeio de Porto Alegre pela canhoneira Marajó, RS. 1893-1894 - Revolta da Armada, RJ, SP, PR, SC, RS. 1893-1895 - Revolta dos Federalistas, RS, SC, PR. 1895 - Intrusão de franceses no Amapá. 1895-1897 - Canudos, BA. 1896-1911 - Levantes pró-emancipação do sul de Mato Grosso. 1900-1903 - Campanha do Acre. 1901 - Revolta político-militar em Mato Grosso, MT, MS. 1905 - Incidente na fronteira peruana, Nuevo Iquitos, AC. 1904-1906 - Arruaças contra a vacina obrigatória, RJ, BA. 1906 - Correiras de \"coronéis\", Norte-Nordeste. 1906 - Revolta de Generoso Ponce, MS, MT. 1910 - Revolta do Batalhão Naval, RJ. 1912-1915 - Campanha do Contestado, PR, SC. 1913-1914 - Revolta de Juazeiro ou dos Jagunços, CE. 1916 - Revolta do Xandoca, ES. 1914-1918 - Primeira Guerra Mundial. 1918 - Levante de anarquistas, RJ. 1922 - Levante do Forte de Copacabana ou dos 18 do Forte, RJ. 1923 - Revolta dos Libertadores, RS. 1924-1925 - Revolta de São Paulo ou dos Tenentes ou do General Isi-doro. SP, MS, PR. 1924 - Revoltas tenentistas. RS, AM, SE. 1924 - Revolta do coragem São Paulo, RJ. 1925 - Assalto tenentista ao quartel do III/RJ, RJ. 1925-1927 - Coluna Prestes. PR, MS, MT, GO, MG, BA, MA, PI, CE, PE, PB. 1926-1927 - Revolta no Rio Grande do Sul. 1926 - Levante do Batalhão de Caçadores de Aracaju, SE. 1927-1940 - Campanha contra o cangão, RN, PB, PE, AL, SE, BA. 1930 - Levante de Princesa, PB. 1930 - Revolução Liberal Nacional.