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Liro: Manual de Economia\nEquipe Professora da USP\n1º período noturno\n\nO final dos anos 1950 pode ser considerado a era dos grandes modelos macroeconômicos, os anos 1970 e 1980 são marcados por grandes debates sobre a prática econômica, mobilizando argumentos para a controvérsia entre keynesianos, monetaristas e a nova macreoeconomia clássica.\n\nEm outras palavras, o keynesianismo, que ainda dominava a cena, não mais se via... rompendo com a escola clássica, mas em um instrumento cada vez mais sofisticado...\n\n... a síntese neoclássica, também denominada nova macroeconomia clássica, apresenta as seguintes características gerais:\n\n... as teorias pré-keynesianas, embora algumas das proposições já houvessem sido enunciadas nos anos 1930...\n\n... interação entre micro e macroeconomia, com atribuição de fundamentos microeconômicos que já se encontravam na abordagem neoclássica tradicional...\n\ndesenvolvimento de uma visão: monetarista alternativa da teoria keynesiana...\n Todavia, apesar do ambiente intelectual desfavorável, as críticas heterodoxas foram crescendo aos poucos. E nos anos 1970, várias certezas que apoiavam o intervencionismo keynesiano começaram a ser abaladas por críticas de economistas com orientações políticas diferentes, tanto daqueles considerados de esquerda quanto de economistas de direita.\n\nNo conjunto das oposições, entretanto, a Universidade de Chicago passou a se destacar por sua cultura iconoclasta como notável laboratório de ideias revolucionárias. Entre seus professores...\n\nAos poucos o keynesianismo foi se afastando do modelo teórico elaborado por Keynes. Mantendo-se, porém, como importante ponto de convergência de diversos aspectos do chamado \"pensamento keynesiano\"...\n\nEm sentido amplo, o keynesianismo chegou até a abrigar objetivos que Keynes havia combatido...\n Além dos estudos de economia marcados pela heterodoxia pós-keynesiana, outros surgiram da renovação dos correntes marxistas e também da persistência do institucionalismo, ou seja:\n\nA corrente pós-keynesiana procura uma análise alternativa de prolongamento da obra de Keynes no movimento de ruptura com os clássicos...\n\nEntre os autores identificados como pós-keynesianos, merece destaque a rejeição aos sintese e aos modos gerais, a iniciativa de políticas econômicas que conduzem a mudanças estruturais...\n\nOs grandes modelos macroeconômicos foram celebrados pelos autores da síntese neoclássica...\n\nCom o refluxo do intervencionismo de inspiração keynesiana, a política econômica neoliberal foi implantada no mundo inteiro principalmente no último decênio. Sua base principal é o desregulamento da economia...\n Washington e em outras cidades que sediaram reuniões da Organização Mundial do Comércio, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, G7 e grupo dos países mais industrializados do mundo etc. O ponto culminante das contestações, entretanto, ocorreu na última semana de janeiro de 2001, quando Porto Alegre tornou-se, por alguns dias, a sede mundial da oposição à globalização neoliberal.\n\nRealmente, o Fórum Social Mundial de Porto Alegre surgiu como contraponto ao Fórum Econômico de Davos, que há três décadas vem reunindo o establishment do mundo financeiro, econômico e político. Em geral, a presença de algumas ONGs discrepantes contribuiria, na realidade, para realçar alguns argumentos favoráveis às necessidades de reformas do Estado, a total liberalização das forças do mercado e a posição predominante pela alta fineza internacional e dos governos das políticas capitalistas. A crítica continuada a Davos resumia-se, de modo geral, em reclamações às quais não alçavam aos problemas sociais, enxergando o foco do evento concentrar-se em problemas de risco de investimentos em países emergentes e em desrespeito ao direito de participação.\n\nPorto Alegre significou, então, uma agenda alternativa repleta de reflexões para propostas de construção de um outro mundo possível, nem de exclusão social, nem de hegemonia financeira do capitalismo.\n\nEntretanto, era difícil qualquer consenso quanto à sugestão de medidas práticas visando a multiplicidade de propostas e a heterogeneidade de interesses representados, desde ambientalistas, feministas, socialistas, guerrilheiros camponeses, agricultores, contestadores poderosos (anti-FMI, anti-Banco Mundial e outros) até ativistas mais transgênicos, como o francês Bové à frente.\n\nO Fórum do Porto Alegre marcou várias posições interessantes, entre as quais ressaltaram-se o neoliberalismo, criticar o mercado como capital exclusivo, defender a democracia e a educacionalidade como manifestos por um desenvolvimento sustentável, etc.\n\nEm síntese, os debates das grandes questões que limitam o desenvolvimento humano, com a participação de pessoas de países mais diferenciados, apresentaram nova matriz de estudo e o reflexo para análises posteriores. Assim, por exemplo, os debates sobre o exercício da cidadania plena apresentam importantes prospectos de políticas públicas (declarando melhor qualidade de vida), de políticas sociais (considerando a reinserção dos excluídos), de políticas econômicas (considerando a restrituição de renda), de políticas ambientais (considerando tudo de bom que a natureza oferece) e de políticas culturais (considerando as mais variadas manifestações da humanidade e o modo de respeitá-las).\n\nO Fórum Social de Porto Alegre apontou também algumas alternativas, tais como a Tobin tax (de James Tobin, Prêmio Nobel de Economia, 1978) que, no campo financeiro, propõe a cobrança do imposto de 0,1% a 0,5% sobre as transações; e outras medidas, como controle social dos orçamentos públicos, estímulo ao desenvolvimento científico, universalização dos direitos humanos, cidadania planetária.\n\nAs grandes questões\n\nAs mudanças que estão ocorrendo coherentemnte, em nossa época, indicariam tendências mais profundas? Estaríamos em condições de avaliar, do ponto de vista econômico, fatos tão próximos e, ao mesmo tempo, tão complexos?