Texto de pré-visualização
1 Apresentação da unidade 2 Mercado financeiro e estrutura de capital Nathália Helena Fernandes Laffin Olá caro estudante Você sabe qual a relevância do mercado financeiro na perspectiva das finanças corporativas Por mais que não saiba detalhadamente o que é o mercado financeiro deve imaginar que esses dois conceitos estão relacionados não é mesmo Finanças corporativas correspondem às decisões financeiras no ambiente corporativo e nesse apecto compreendem todos os elementos fundamentais para a tomada de decisão Nesse cenário é importante destacar que as decisões empresariais devem observar as normas delimitadas no ambiente em que as empresas estão inseridas Nesta unidade conheceremos a estrutura e as particularidades do Sistema Financeiro Nacional SFN compreendendo as funções de órgãos como o Banco Central do Brasil Bacen e a Comissão de Valores Mobiliários CVM Isso tudo é muito importante no ambiente de finanças corporativas porque o mercado financeiro é normatizado pelo SFN e esse mercado é o universo que compreende a compra e venda de diferentes ativos financeiros Assim quando uma empresa deseja negociar instrumentos financeiros ela opera nesse mercado composto por mercado de capitais no qual são negociadas por exemplo ações mercado de crédito no qual são negociados empréstimos e financiamentos mercado cambial no qual são negociadas moedas estrangeiras e mercado monetário no qual se busca manter a liquidez da economia Assim ele permite que haja uma conversa entre compradores e vendedores possibilitando uma economia de mercado Além desses dois principais temas você compreenderá a relação entre as fontes de capital das empresas que podem se originar a partir de capital próprio sócios ou acionistas eou a partir de capital de terceiros credores fornecedores financiadores etc Nesse sentido você estudante terá um panorama importante sobre o mercado financeiro brasileiro e a estrutura de capital das empresas conteúdos fundamentais para a compreensão da importância das finanças corporativas em um cenário macroeconômico Sistema Financeiro Nacional SFN Edílson Bezerra das Chagas Introdução Caro estudante a disciplina de Finanças Corporativas nos ajuda a entender melhor o contexto econômico brasileiro uma vez que esse mercado interfere diretamente nas finanças do país e afeta a vida de todos nós por meio de medidas tomadas por instituições como o governo Você sabia que no Brasil existe um sistema que organiza o mercado financeiro Para compreender essa relação dele com a economia e nosso cotidiano veremos ao longo deste tópico o que é o Sistema Financeiro Nacional SFN quais são as instituições que o compõem entenderemos o funcionamento delas e por que elas são tão importantes para a movimentação das finanças nacionais Bons estudos O que é o SFN O SFN é responsável pela organização do mercado financeiro brasileiro Ele desenvolve mecanismos leis e cria órgãos reguladores como o Conselho Monetário Nacional CMN o Banco Central do Brasil Bacen e a Comissão de Valores Mobiliários CVM para sistematizar o funcionamento das instituições financeiras públicas e privadas que intermedieam a captação a distribuição e as transferências de recursos financeiros da sociedade como um todo ASSAF NETO 2014 Assim as decisões desses órgãos impactam a economia e consequentemente toda a sociedade SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Curso de administração financeira dos autores Alexandre Assaf Neto e Fabiano Guasti Lima Editora Atlas Ano 2014 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 O SFN é composto por várias entidades que são integradas e interligadas Para entender sua função e composição podemos observar a figura a seguir que traz todas as instituições que o constituem 1 2 Figura 1 Composição do SFN divisões e hierarquias Fonte Elaborada pelo autor baseado em BRASIL 2018 Para compreender o funcionamento desses órgãos ao longo dos próximos subtópicos estudaremos essas instituições e seus papéis Instituições do SFN O SFN possui três divisões órgãos normativos criam as normas que regem todas as instituições financeiras entidades supervisoras orientam e acompanham as atividades das instituições supervisionandoas operadores são as próprias instituições financeiras Caso haja falhas eles são responsabilizados pelas entidades supervisoras que por sua vez são interpeladas pelos órgãos normativos Confira na figura a seguir o esquema com as funções dessas instituições 3 Confira na figura a seguir o esquema com as funções dessas instituições Figura 2 Funções dos órgãos normativos das entidades supervisoras e dos operadores Fonte Elaborada pelo autor baseado em BRASIL 2018 Essas instituições existem para organizar as mais variadas possibilidades de transações financeiras A partir do conhecimento dos tipos de instituições que compõem o SFN entenderemos com mais afinco as funções dessas entidades Órgãos normativos O CMN é o órgão do SFN com maior poder sendo responsável por determinar as regras para as instituições financeiras que estão submetidas a ele O Bacen e a CVM também são entidades normativas com as funções respectivamente de fiscalizar as instituições financeiras como os bancos e as operações realizadas nas bolsas de valores por exemplo FIQUE ATENTO A Caixa Econômica Federal CEF é uma instituição financeira mas não pode ser classificada como banco Como o seu nome diz é uma caixa econômica ou seja uma empresa totalmente pública Na prática a CEF funciona como um banco comercial por autorização do CMN 4 Podemos concluir então que as instituições normativas do CMN estão interligadas a bancos bolsas de valores e outras instituições financeiras e que o papel do CMN é criar as regras para essas instituições cabendo a seus subordinados o Bacen e a CVM fiscalizar a obediência das instituições operacionais a essas normas O Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP por sua vez determina as regras para outro tipo de instituição as seguradoras Por exemplo o CNSP estabelece critérios para as seguradoras constituírem as chamadas reservas técnicas ou seja fundos especiais para atender a determinadas operações Essas reservas enquanto não são utilizadas são aplicadas no mercado financeiro para garantir segurança rentabilidade e liquidez às seguradoras Já a Superintendência de Seguros Privados Susep diretamente subordinada ao CNSP fiscaliza as instituições que realizam seguros por exemplo resseguradoras entidades de previdência complementar aberta sociedades de seguradoras e sociedades de capitalização Por sua vez o Conselho Nacional de Previdência Complementar CNPC estabelece as normas que devem ser obedecidas por fundos de pensão e planos de previdência complementar fechados Caberá à Superintendência Nacional de Previdência Complementar Previc fiscalizar se elas estão sendo cumpridas pelas instituições que fazem planos de previdência complementar fechados e fundos de pensão Nesse sentido é importante destacar que existem os planos de previdência complementar abertos aqueles em que qualquer pessoa pode contribuir e fechados vinculados a uma empresa Com essa definição das instituições normativas entenderemos agora o papel que cabe a cada uma dessas entidades do SFN Como já vimos cada instituição normativa tem uma área de atuação Veja no quadro a seguir cada uma delas FIQUE ATENTO A previdência complementar também chamada de privada é aquela cuja escolha pela contratação é totalmente do cliente ou seja facultativa Ela é diferente da previdência social que é obrigatória para os funcionários registrados em carteira e regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT 5 Quadro 1 Instituições normativas quais são e seus papéis no mercado financeiro Fonte Elaborado pelo autor baseado em BRASIL 2018 Essas atribuições das instituições normativas fazem com que cada uma delas tenha sua importância no SFN pois regulamentam o funcionamento do SFN modernizam as leis e determinam as garantias que devem ser dadas às pessoas e empresas que operam nesse sistema Para tanto são compostas por diversos membros que deliberam sobre questões importantes do mercado Instituições do sistema de intermediaçãooperacionais Os intermediários financeiros são aquelas instituições que atuam na intermediação de recursos financeiros facilitando o fluxo de recursos entre os agentes econômicos Simplificando o conceito podemos dizer que são instituições que buscam recursos por parte de quem os tem sobrando e os canalizam para quem está precisando Um exemplo clássico são os bancos que aplicam o dinheiro de investidores e emprestam os recursos necessários para quem precisa As instituições financeiras estão divididas em grupos de acordo com sua forma de atuação Veremos agora as principais delas com base nas definições do Bacen BRASIL 2018 6 Quadro 2 Instituições de intermediação quais são e seus papéis no mercado financeiro Fonte Elaborado pelo autor baseado em BRASIL 2018 Como podemos perceber temos como principais agentes intermediadores bancos comerciais bancos de desenvolvimento e investimento instituições que operam no mercado de câmbio cooperativas de crédito seguradoras fundos de previdência complementar arrendamento mercantil e agências de fomento Por estarem em contato direto com os clientes são responsáveis por alocar os recursos dos poupadores investidores para os tomadores que passam a ser devedores Instituições operacionais As instituições operacionais são aquelas que fazem acontecer na prática tudo o que foi decidido pelos órgãos normativos e detalhado pelos órgãos supervisores É por meio delas que pessoas físicas ou jurídicas são atendidas a necessidades relativas a alguma operação financeira Temos como exemplos seguradoras bancos e bolsas de valores Seu papel é em sentido mais amplo de funcionar como intermediadoras ou facilitadoras das atividades que ocorrem no SFN ou seja oferecem ou vendem os serviços prestados pelo sistema financeiro Assim quando desejamos fazer algum tipo de operação financeira é a elas que recorremos Elas fazem a ligação entre a norma e o negócio em si sendo de importância fundamental para que todo o sistema funcione Afinal não haveria nenhuma utilidade prática para os agentes econômicos pessoas empresas governo etc se eles tentassem fazer negócios financeiros com uma estrutura adequada de órgãos contendo governo etc se eles tentassem fazer negócios financeiros com uma estrutura adequada de órgãos contendo cargos leis normas e uma infinidade de controles e os agentes de mercado instituições operacionais não pudessem efetivamente atender às necessidades desses agentes econômicos São importantes portanto para dar credibilidade e transparência ao mercado financeiro Podemos compreender essa relevância utilizando um exemplo prático EXEMPLO Uma pessoa busca uma seguradora para contratar um seguro para seu automóvel cujo valor de mercado é de R 30000 São avaliados os riscos da operação perfil do condutor índices de roubos e acidentes nas regiões onde ele circula etc e a partir disso a seguradora informa ao cliente o valor que deve ser pago para que em caso de incidente ele possa receber uma contrapartida financeira Essas informações devem ser repassadas de forma simples para que o cliente se sinta tranquilo e atendido em suas necessidades Ao longo deste tópico percebemos que o SFN é complexo pois envolve muitos interesses e possui uma estrutura hierárquica rígida altamente regulamentada e com papéis bem definidos Esse sistema precisa ser simples e transparente para oferecer à sociedade o conhecimento e as informações adequadas para atender às suasas necessidades além de todos poderem compreender seu funcionamento Fechamento Concluímos assim a introdução sobre a estrutura do SFN entendendo sua importância seu funcionamento e o papel dos principais agentes que atuam na normatização na execução na fiscalização e no contato direto com os clientes Também entendemos como funcionam suas instituições Todos esses órgãos são importantes para organizar a intermediação financeira da sociedade equilibrando interesses entre os diversos agentes Conheceremos em nosso próximo tópico as instituições subordinadas aos órgãos normativos e supervisores ou seja os órgãos de intermediação e operação Referências ASSAF NETO A Finanças corporativas e valor 7 ed São Paulo Atlas 2014 LIMA F GCurso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 Disponível emhttpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 7 8 BRASIL Banco Central do Brasil Brasília 2018 Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional Disponível em wwwbcbgovbrSFNCOMP Acesso em 21122018 1 Valores mobiliários e ativos financeiros Evandro Castro Pedro Nathália Helena Fernandes Laffin Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante neste tópico estudaremos valores mobiliários e ativos financeiros isto é títulos disponíveis para negociação no mercado financeiro e de capitais Assim compreenderemos o que são ativos financeiros de renda fixa de renda variável emitidos pelo governo ou por organizações privadas quais são seus prazos de vencimentos e principalmente como as pessoas que os adquirem são remuneradas Além disso entenderemos as características das ações das debêntures e das cotas de fundos de investimentos que se constituem como os principais valores mobiliários brasileiros Vamos lá Valores mobiliários Consistem em títulos que se sujeitam às regras e à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários CVM Apesar de haver vários tipos de valores mobiliários de acordo com Assaf Neto e Lima 2014 p 40 valores mobiliários são predominantemente ações debêntures e quotas de fundos de investimento Vamos saber o que são cada um deles Confira O que são ações São títulos emitidos por empresas de capital aberto e que representam uma proporção de participação societária nelas Após comprálas o acionista termo utilizado para se referir ao detentor de uma ação tem garantido o direito de receber dividendos periódicos uma parcela dos lucros da empresa e juros sobre o capital próprio Dependendo do tipo de ação adquirida conforme veremos adiante também existe o direito de voto em decisões societárias Elas podem ser revendidas a terceiros transferindo a eles todos os direitos e todas as obrigações 2 Geralmente elas apresentam grande liquidez pois podem ser facilmente vendidas e compradas no mercado de ações Mellagi Filho e Ishikawa 2003 acrescentam que esse tipo de mercado possibilita a movimentação de recursos entre investidores de países distintos Portanto é possível que investidores estrangeiros participem do mercado brasileiro assim como brasileiros podem participar do mercado de outras nações A liquidez é gerada pela constante movimentação de investimentos entre os países e as diferenças de perspectivas sobre os preços futuros O fluxo de investimentos é intensificado pela presença de especuladores negociantes que buscam ganhos acima da média do mercado por meio das diferenças de expectativas futuras dos investidores Nesse sentido o mercado de ações apresenta movimentos dinâmicos dos preços das ações considerados voláteis devido à instabilidade decorrente da especulação Portanto é possível que crises em outros países afetem o mercado de ações brasileiro e viceversa Tipos de ações As ações podem ser classificadas de duas maneiras conforme suas formas de circulação ou a participação societária dos acionistas Veja na figura a seguir o que significa cada uma delas FIQUE ATENTO Dividendos são lucros distribuídos aos acionistas ao fim de um exercício social Em nossos país a legislação que trata dos dividendos é a Lei n 6404 das Sociedades Anônimas art 202 BRASIL 1976 Esses lucros porém nem sempre são divididos pois podem ser destinados ao próprio investimento da companhia 3 Figura 1 Os cinco tipos de ações Fonte Elaborada pelos autores baseados em MELLAGI FILHO e ISHIKAWA 2003 Como você sabe os acionistas possuem direitos e cada tipo de ação confere um direito específico eles detêm o direito de remuneração de sua parcela de participação nos lucros da empresa Essa remuneração entretanto não é um valor fixo predeterminado no momento de compra da ação pois depende da política de remuneração da companhia O lucro da organização pode ser destinado ao reinvestimento nela própria valorizando a ação em longo prazo ou à remuneração do acionista o que pode ser um fator de atratividade para novos sócios 4 Há duas formas comuns de os acionistas obterem remuneração sendo que elas podem coexistir dependendo de qual é a estratégia da empresa em relação à atração de novos investidores e aos investimentos a serem realizados dividendos são os lucros distribuídos aos acionistas segundo os resultados da companhia ao fim de cada ano fiscal e os juros sobre o capital próprio juros sobre capital próprio são os juros sobre os lucros retidos em anos anteriores As ações ordinárias também dão a seu detentor o direito de participação societária na companhia assim ele tem direito a voto em assembleias de acionistas que definem o destino dos lucros os membros da diretoria de seu conselho fiscal as mudanças no estatuto social as emissões de debêntures e o aumento de capital A responsabilidade do acionista tanto de ações ordinárias quanto preferenciais limitase à quantidade de ações que ele possui Desse modo segundo Mellagi Filho e Ishikawa 2003 em caso de falência da empresa as perdas se restringem às ações não implicando perdas de bens pessoais No caso específico de acionistas detentores de ações ordinárias quanto mais ações maior o peso de seu voto nas decisões da companhia Além disso as empresas podem alterar a estrutura de seu capital social por meio de diferentes operações sem impactar os direitos dos acionistas Alguns exemplos são listados a seguir Agrupamentos a empresa transforma determinado grupo de ações em uma única ação não alterando o patrimônio total dos acionistas Bonificações a empresa converte suas reservas e seus resultados em novas ações sem representar ganho aos atuais acionistas Desdobramentos a empresa divide uma ação em ações menores não alterando o patrimônio total dos acionistas Subscrições a empresa aumenta seu capital ao emitir novas ações no mercado de ações não alterando a participação já detida por outros sócios Agora que apresentamos seus diversos tipos é fundamental compreendermos o seu valor tema que abordaremos a seguir Valor das ações O valor das ações fundamenta decisões de investidores empresas e instituições que regulam o mercado de ações Conforme Fortuna 2013 as formas mais comuns de atribuilo são 5 Quadro 1 Valores das ações formas de avaliação e atribuição de valor Fonte Elaborado pelos autores baseados em FORTUNA 2013 Podemos concluir que esse valor varia conforme a perspectiva de análise de quem a valora e é utilizado por novos investidores sócios das companhias e fisco entre outros O que são debêntures São valores mobiliários emitidos pelas sociedades por ações e se referem a títulos de dívida dessas empresas Tratase portanto de um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais sendo um título de longo prazo que confere benefícios ao adquirente pela sua parte no financiamento das atividades da empresa 6 Assim ao adquirir uma debênture o investidor se torna um credor da companhia emissora O intuito desse tipo de aplicação financeira é o financiamento das operações da empresa e o adquirente recebe retorno financeiro a partir do pagamento de juros periódicos prêmio e outros rendimentos fixos ou variáveis além do recebimento do valor nominal da debênture na data do seu vencimento O que são cotas de fundos de investimentos Outro ponto importante sobre o mercado financeiro é a possibilidade de juntar esforços uma vez que individualmente nem todos os investidores possuem volume de capital suficiente para operações de maior risco ou que exijam maior comprometimento de recursos Para isso são utilizados os fundos de investimento Fundo é uma modalidade de investimento coletivo sendo geralmente criado por um administrador da carteira de ativos pessoa responsável por definir os objetivos e as políticas de investimento registrados em um regulamento que deverá ser criteriosamente observado pelo administrador ao realizar as operações Basicamente possui as seguintes características FIQUE ATENTO Os fundos são uma aplicação financeira que reúne recursos de um conjunto de investidores cotistas com o objetivo de obter lucro com a compra e venda de títulos e valores mobiliários de cotas de outros fundos ou de bens imobiliários no Brasil e no exterior 7 Figura 2 Características dos fundos de investimentos Fonte Elaborada pelos autores 2019 O responsável pelas escolhas dos ativos que vão compor os investimentos do fundo é chamado de gestor que pode adotar posturas mais conservadoras investir em ativos de menor risco e menores possibilidades de retorno ou agressivas optar por ativos de maior risco mas com maiores possibilidades de retorno O que são ativos financeiros São ativos intangíveis que decorrem de uma obrigação e que podem ser convertidos monetariamente De acordo com Assaf Neto e Lima 2014 p 40 os ativos financeiros negociados no mercado podem ser classificados com relação a renda prazo e emissão Confira no quadro a seguir a que se refere cada uma dessas classificações 8 Quadro 2 Classificações dos ativos financeiros Fonte Elaborado pelos autores baseados em ASSAF NETO e LIMA 2014 Percebemos portanto que os ativos financeiros se constituem como alternativas disponíveis no mercado Percebemos portanto que os ativos financeiros se constituem como alternativas disponíveis no mercado financeiro e de capitais para negociação EXEMPLO Um exemplo de ativo financeiro de renda fixa bastante negociado no Brasil são os certificados de depósitos bancários CDBs As debêntures também são um exemplo de ativo financeiro de renda fixa As ações no entanto são exemplos de ativos financeiros de renda variável Destacamos que entender o mercado financeiro pode ser algo diferencial para os profissionais de finanças e permite atuação em diversas áreas como assessoria de investimento consultoria administração de fundos e regulação Essa é uma tendência que só tem a crescer em longo prazo apresentando oportunidades para profissionais e investidores Fechamento Neste tópico você aprendeu o que são valores mobiliários e ativos financeiros Vamos recapitular Valores mobiliários são predominantemente as ações as debêntures e as cotas de fundos de investimento As ações representam uma parte de uma empresa as debêntures são títulos de dívida de companhias privadas e as cotas de fundos de investimento são compostas por um conjunto de investidores negociando títulos e valores mobiliários Os ativos financeiros por sua vez são valores disponíveis para negociação no mercado financeiro e de capitais classificandose quanto à renda ao prazo e à emissão Todos esses itens são fundamentais para pessoas que estudam ou trabalham no mercado financeiro brasileiro pois se constituem como campo de aplicação de seus conhecimentos Referências ASSAF NETO A LIMA F GCurso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 Disponível emhttpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 BRASIL Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Lei n 6404 de 15 de dezembro de 1976 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03LEISL6404consolhtm Acesso em 1212019 FORTUNA E Mercado financeiro produtos e serviços 17 ed São Paulo Qualitymark 2013 9 10 MELLAGI FILHO A ISHIKAWA S 2 ed São Paulo Atlas 2003 Mercado financeiro e de capitais MORANTE A S JORGE F T decisões de curto prazo decisões de longo prazo Administração financeira indicadores de desempenho São Paulo Atlas 2012 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombr books9788522466573 Acesso em 612019 1 Mercado financeiro Edílson Bezerra das Chagas Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você sabia que a intermediação financeira existe desde muito antes do padrão monetário conhecido atualmente Isso porque há muito tempo a sociedade estabeleceu uma organização na qual era necessário produzir caçar colher plantar e armazenar suprimentos para sua sobrevivência O mercado financeiro é portanto o que propicia a circulação de ativos financeiros locus Quanto aos mercados financeiros Gitman 2010 p 6 afirma que eles representam fóruns que facilitam o fluxo de recursos entre investidores empresa e unidades e agência de governo e são compostos por quatro outros mercados monetário de crédito de capitais e de câmbio Neste tópico saberemos mais sobre cada um deles Vamos lá Mercado monetário As operações no mercado monetário têm o objetivo de captar recursos excedentes no mercado monetário e alocálos para os agentes que necessitam de financiamentos Elas estão divididas em dois grandes grupos títulos públicos destinamse ao financiamento do orçamento público títulos privados destinamse à captação de recursos em especial pelas empresas privadas e pelos bancos Os principais títulos públicos e privados são 2 Figura 1 Títulos públicos e privados disponíveis no mercado monetário Fonte Elaborada pelos autores 2019 As operações do mercado financeiro geram na economia uma dinâmica muito interessante pois aproximam empresas e governos que emitem os títulos e precisam de recursos para financiar projetos e atividades de outras pessoas e empresas que têm sobra de recursos e compram esses títulos com a perspectiva de obter a rentabilidade oferecida pelo emissor Essas operações são importantes para a movimentação de todo o sistema econômico Agora que entendemos o mercado monetário seu conceito e sua importância entenderemos agora como funciona o mercado de crédito 3 Mercado de crédito O mercado de crédito atua principalmente nos financiamentos realizados por famílias empresas e governo com o objetivo de organizar os fluxos financeiros transferindo recursos de que tem sobrando para quem tem necessidade ou proporcionando liquidez ao mercado financeiro Essas transações financeiras entre as partes interessadas têm nos juros seu elemento principal de remuneração O governo também dispõe de recursos do seu orçamento para crédito e financiamento Como exemplo podemos citar parte dos impostos cobrados pelo governo que é direcionada para linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES que por sua vez pertence ao governo O BNDES muitas vezes repassa esses recursos aos demais bancos conveniados que ao fazerem as operações de crédito com seus clientes assumem o risco das operações e recebem uma remuneração por isso Devido à importância do mercado de crédito tratase de uma atividade altamente regulamentada com forte atuação de órgãos governamentais como Ministério da Fazenda Conselho Monetário Nacional CMN e Banco Central Bacen no caso do Brasil Esse mercado é tão relevante que em todo o mundo em momentos de crise o crédito tem sido utilizado como ferramenta de combate e recuperação das nações Sendo assim a política monetária em conjunto com políticas fiscais cambiais e comerciais é um instrumento para combater esses ciclos que afetam a produção das empresas e o consumo das famílias Nesse contexto Securato e Securato 2013 destacam entre as atribuições do crédito a de satisfazer as necessidades de caixa financeiras e monetárias dos vários agentes econômicos nas modalidades de empréstimos e financiamentos considerando questões como prazo taxa e nível de risco Para entender melhor veremos agora alguns exemplos de operações no mercado de crédito Operações no mercado de crédito Securato e Securato 2013 descrevem algumas das principais linhas de crédito oferecidas às empresas pelas instituições financeiras bancos e ressaltam que essas soluções de curto prazo são de modo geral muito parecidas e variam apenas em relação a taxas risco e garantia Vejamos algumas operações de crédito comuns nas empresas FIQUE ATENTO Os bancos são exemplos de operadores no mercado de crédito ou seja são credores neste mercado e têm sua concentração de operações no prazo de 12 meses para reduzir os riscos das operações de sua carteira de crédito 4 Quadro 1 Operações de crédito Fonte Elaborado pelos autores baseados em SECURATO e SECURATO 2013 Neste subtópico vimos o mercado de crédito sua conceituação importância e alguns tipos de operações de empréstimos Conheceremos agora o mercado de capitais Mercado de capitais Está relacionado à comercialização de títulos pelas empresas para que elas arrecadem recursos para o financiamento de seus projetos ou sua estruturação financeira Em contrapartida há uma promessa de pagamento de juros ou de ganhos aos interessados na oportunidade por meio da valorização de suas ações no mercado Para Assaf Neto e Lima 2014 p 46 o mercado de capitais é a grande fonte de recursos de longo prazo para investimentos da economia assumindo um papel relevante no processo de desenvolvimento econômico SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Introdução à administração financeira uma nova visão econômica e financeira para a gestão de negócios das pequenas e médias empresas de Edson Cordeiro da Silva Editora LTC Ano 2009 Disponível emhttpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia564210 Assim o mercado de capitais se constitui como operações com valores mobiliários proporcionando recursos financeiros às empresas emitentes desses papéis para que possam continuar seus projetos e investimentos Em contrapartida essa empresa emitente se compromete a praticar uma gestão que ofereça aos investidores transparência liquidez e minimize os riscos Atuam nesse mercado as bolsas e corretoras de valores e outras instituições financeiras autorizadas FIQUE ATENTO Quem fiscaliza as empresas que atuam no mercado de capitais é a Comissão de Valores Mobiliários CVM ligada ao Ministério da Fazenda com o objetivo de proteger os clientes interessados em participar dessas operações As negociações no mercado de capitais acontecem em dois momentos mercado primário contempla as empresas que estão abrindo seu capital pela primeira vez e os recursos investidos pelos interessados vão diretamente para elas mercado secundário onde são comercializadas as ações a qualquer momento 6 Figura 2 Mercado de capitais Fonte cifotart Shutterstock 2019 No caso do mercado secundário o resultado das vendas vai diretamente para o proprietário da ação e não mais para a empresa A transparência e a profissionalização na gestão empresarial são um legado do mercado de capitais à medida que as empresas que nele atuam são avaliadas em tempo real Aspectos como lucros vendas sazonalidade e até imagem podem influenciar a percepção do investidor e interferir no preço das ações EXEMPLO Podemos pegar como exemplos de operações do mercado de capitais ações opções de ações debêntures notas promissórias contratos futuros de opções e outros commercial papers derivativos 7 Mercado de câmbio Segundo Assaf Neto 2014 mercado de câmbio é o ambiente no qual ocorrem as transações de compra e venda de moedas estrangeiras utilizando como parâmetro de conversão a moeda nacional A principal moeda estrangeira envolvida nessas transações é o dólar e suas formas mais comuns de negociação são Quadro 2 Negociação do dólar Fonte Elaborada pelos autores 2019 A cotação do dólar é definida diariamente pelo mercado ou agentes pelas empresas e pelos corretores que analisam notícias traçam cenários executam suas posições realizam operações de compra e venda e impactam essa movimentação O movimento do mercado de câmbio é altamente influenciado por notícias internas e externas Pessoas do mundo inteiro acompanham esse cenário global e procuram oportunidades de negócios ou fragilidades pontuais ou duradouras para tomar decisões e influenciar as cotações das moedas globalmente As operações de câmbio podem ser representadas de várias formas como uma empresa que exporta produtos e recebe seu pagamento em dólares provenientes de seu cliente no exterior ou uma família brasileira que passará férias nos Estados Unidos e comprará dólares para as despesas e aquisições previstas no país No caso da empresa ela deve entrar em contato com uma instituição financeira autorizada para poder receber o valor em dólares no exterior e convertêlos em reais enviando posteriormente esse crédito ao Brasil Já a família pode procurar uma instituição financeira ou uma casa de câmbio autorizada para efetuar a compra de dólares que serão convertidos pela taxa de câmbio do dólar turismo Existem ainda transações como a compra com cartão de crédito no exterior Nesses casos a compra é efetuada e convertida em dólares mas como as instituições financeiras demoram alguns dias para repassar os recursos às administradoras podem fazer mais de um lançamento débito ou crédito em meses diferentes referentes à variação da moeda no momento do repasse do recurso ao favorecido no exterior EXEMPLO Os proprietários de uma empresa pretendem financiar uma parte dos R 50 milhões totais de ativo e solicitam um empréstimo no valor de R 25 milhões ou seja 50 serão financiados com recursos de terceiros a uma taxa de 12 ao ano custo do capital de terceiros anual R 2500000000 x 0012 R 300000000 Nessa situação qual o retorno produzido pelos ativos Ele deve ser apurado antes ou após os encargos financeiros ROA antes das despesas financeiras R 800000000 R 5000000000 16 ROA após as despesas financeiras R 500000000 R 5000000000 10 Por esse exemplo podemos perceber pelo ROA após as despesas financeiras que ao incorporar o custo do capital de terceiros na estrutura de capital o retorno do ativo total tem uma redução considerável Gitman 2010 Ross et al 2012 e Assaf Neto 2014 concordam que o custo do capital é estimado em um momento específico e reflete o custo futuro médio de fundos em longo prazo e que embora as empresas geralmente captem recursos para determinados lotes de produção o custo do capital deve refletir a interrelação das atividades de financiamento SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Estudos de casos em finanças gestão para criação de valor corporativo do autor Robert E Bruner Editora AMGH Ano 2010 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia563605 Uma medida que pode ser usada no caso do custo do capital próprio é o valor da taxa obtida no modelo de precificação de ativos financeiros MPAF o qual mostra que o custo do capital próprio é o retorno exigido pelos investidores como recompensa pelo risco não diversificável da empresa medido pelo beta que é a volatilidade do investimento em comparação ao mercado como um todo GITMAN 2010 1 Fontes de capital capital próprio e capital de terceiros Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você sabe como podemos analisar o custo de oportunidade do capital próprio na estrutura de capital da empresa e do projeto O custo do capital tem um papel fundamental na tomada de decisão financeira por isso abordaremos a estrutura de capital que é o ponto de partida para a verificação dos custos analisando sua relação com o capital próprio Assim neste material analisaremos o custo de oportunidade do capital próprio na estrutura de capital da empresa e do projeto visando auxiliar o investidor na melhor tomada de decisão Vamos lá Estrutura de capital O termo capital está relacionado aos fundos de longo prazo de uma empresa e estes podem se dividir de acordo com Gitman 2010 entre capital próprio é o foco deste material e se refere aos fundos de curto e longo prazo proporcionados pelos proprietários acionistas da empresa capital de terceiros é oriundo de empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo contraídos pela empresa A análise do custo de oportunidade do capital próprio de empresasprojetos passa pela compreensão da estrutura de capital que segundo Gitman 2010 p 445 é uma das áreas mais complexas da tomada de decisões financeiras por causa de sua interação com outras variáveis de decisão em finanças O autor salienta que decisões erradas acerca da estrutura de capital podem resultar em um custo elevado reduzindo o retorno ou até inviabilizando determinados projetos enquanto as eficazes podem influenciar na redução do custo do capital melhorando o resultado em termos de retorno que por sua vez impacta positivamente no valor da empresa Para entender como podemos estruturar o capital de uma empresaprojeto utilizaremos um balanço patrimonial simplificado com o qual podemos ilustrar os dois componentes que compõem a estrutura básica de capital o capital próprio e o capital de terceiros Observe a figura a seguir 2 Figura 1 Estrutura de capital balanço patrimonial simplificado Fonte Elaborada pela autora baseada em GITMAN 2010 No caso do capital próprio existem duas fontes básicas ações preferenciais capital de acionistas ordinários o que incluem as e os lucros retidos ações ordinárias Vejamos os conceitos de cada componente de acordo com Assaf Neto 2012 e Hoji 2014 ações constituem a menor parcela do capital social de uma sociedade anônima ações ordinárias têm como principal característica o direito a voto além de ter direito à distribuição de lucros após distribuição aos acionistas preferenciais ações preferenciais embora não tenham direito a voto são caracterizadas pela preferência no recebimento de dividendos Na estrutura de capital de empresa a relação entre capital de terceiros e capital próprio tem um peso importante uma vez que em função da posição secundária em relação ao capital de terceiros o capital próprio precisa ser recompensado com retornos esperados mais altos e deve permanecer na empresa por um período indefinidamente longo FIQUE ATENTO De acordo com Gitman 2010 em uma escala simples o capital obtido com a emissão de ações ordinárias é geralmente a forma mais cara de capital próprio seguida pelos lucros retidos e pelas ações preferenciais 3 indefinidamente longo Ross et al 2012 analisam a composição da estrutura de capital por meio da teoria da pizza Observe Figura 2 Teoria da pizza Fonte Elaborada pela autora baseada em ROSS et al 2012 A distribuição de valores nas pizzas corresponde à combinação de valores dos direitos financeiros sobre a empresa dívidas e ações Conforme Hoji 2014 a melhor estrutura de capital de uma empresa é aquela em que a relação entre o exigível de longo prazo e o patrimônio líquido produza o menor custo do capital Nas análises financeiras também devemos considerar as diferenças básicas existentes entre as duas fontes de recursos de terceiros e próprios conforme a figura a seguir 4 Quadro 1 Diferenças básicas entre recursos de terceiros e próprios Fonte Elaborado pela autora baseada em GITMAN 2010 Hoji 2014 salienta que investimentos com prazo de retorno longo ou alto grau de risco devem ser financiados com capital próprio uma vez que em caso de insucesso das operações a empresa sofrerá menos com uma crise de liquidez Independentemente de quanto seja o percentual de capital próprio que fará parte da estrutura de capital o custo do capital deve ser acompanhado de forma persistente Custo do capital da empresa Nas análises financeiras o custo do capital é um elemento sempre presente Ele se refere à taxa de retorno que uma empresa deve conseguir nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua ação Também pode ser considerado a taxa de retorno exigida pelos fornecedores de capital no mercado para que seus fundos sejam atraídos GITMAN 2010 Para melhor expormos o tema dividiremos este tópico em outros dois subtópicos Acompanhe Custo do capital da empresaprojeto Vincula as decisões de investimento de longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietários determinada pelos investidores no mercado 5 Para identificar a estrutura básica do custo do capital Gitman 2012 apresenta algumas hipóteses básicas em relação ao risco e ao imposto de renda Quadro 2 Hipóteses básicas do custo do capital Fonte Elaborado pela autora baseada em GITMAN 2010 Se o risco for mantido constante os projetos com taxa de retorno superior ao custo do capital elevarão o valor da FIQUE ATENTO O custo do capital é um conceito dinâmico afetado por uma variedade de fatores econômicos gerais e específicos à empresa Nos grifos de Gitman 2010 o custo do capital é o número mágico usado para decidir se um investimento proposto permitirá aumentar ou reduzir o preço da ação 6 Se o risco for mantido constante os projetos com taxa de retorno superior ao custo do capital elevarão o valor da empresa e aqueles com taxa inferior o reduzirão Custo de oportunidade do capital próprio As empresas têm por objetivo oferecer retorno aos seus investimentos que possam cobrir pelo menos a expectativa mínima de ganhos almejada pelo seu proprietário Por isso o custo do capital determinado pela combinação dos custos de oportunidade do capital próprio e do capital de terceiros devem ser considerados Ele representa a taxa de retorno da melhor proposta de investimento disponível de forma alternativa à proposta em consideração de risco similar Para o acionista esse conceito se iguala ao retorno da melhor oportunidade de investimento abandonada quando da decisão de realizar o investimento na empresa ASSAF NETO 2014 O custo de oportunidade do capital próprio ou o retorno do investimento pode ser medido em duas instâncias se tudo for financiado com capital próprio e se um percentual do total da estrutura de capital for financiado por capital de terceiros Utilizando os indicadores de retorno do ativo total ROA e retorno do capital próprio ROE podemos analisar o retorno sobre os investimentos da empresa Consideramos que os proprietários pretendem financiar os R 50 milhões totais de ativo com seus próprios investimentos patrimônio líquido ou seja apenas com recursos próprios Para esse caso o ROA é igual ao ROE Vejamos os conceitos desses índices de acordo com Assaf Neto 2014 ROA mostra o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos É o lucro disponível para acionistas ordináriosativo total ROE mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários em que para cada unidade monetária de recursos próprios patrimônio líquido investida na empresa medese o quanto o acionista aufere de lucro É o lucro disponível para acionistas ordináriospatrimônio dos acionistas ordinários Supondo também que o lucro originado desse investimento seja de R 8 milhões teremos neste caso como taxa de retorno Fechamento Ao longo deste tópico percebemos a dimensão do mercado financeiro e sua influência para o desenvolvimento de uma sociedade Estudamos as transações de compra e venda de produtos e serviços que fazem a moeda circular e entendemos o conceito de mercado monetário em seus contextos histórico e teórico Vimos também o papel do crédito como alavanca de negócios as diferentes formas de obtêlo e o funcionamento do mercado de câmbio Por fim compreendemos que o mercado de capitais é importante não só pela possibilidade de ganhos mas também como fonte de financiamento das empresas em longo prazo de forma complementar a outras fontes como as instituições financeiras que atuam mais fortemente em curto e médio prazos Referências ASSAF NETO A Finanças corporativas e valor 7 ed São Paulo Atlas 2014 ASSAF NETO A LIMA F GCurso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 GITMAN L J Princípios de administração financeira Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 12 ed São Paulo Pearson Addison Wesley 2010 Disponível em httpsbv4digitalpagescombr filtroautorestermgitmansearchpage1fromautor2F2912FGitman2C252520Lawrence 252520Jpage0ion0edicao327 Acesso em 1412019 SECURATO J C SECURATO J R Mercado financeiro conceitos cálculos e análise de investimento 3 ed São Paulo Saint Paul 2013 SILVA E C Introdução à administração financeira uma nova visão econômica e financeira para a gestão de negócios das pequenas e médias empresas Rio de Janeiro LTC 2009 Disponível em https bibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia564210 Fechamento Neste material apresentamos elementos importantes que podem ser utilizados para analisar o custo de oportunidade do capital próprio na estrutura de capital da empresaprojeto Primeiramente apresentamos o conceito de estrutura de capital com a divisão clássica em capital próprio e capital de terceiros sendo que a combinação deles deve prezar que a relação entre o exigível de longo prazo e o patrimônio líquido produza o menor custo do capital Por fim abordamos o conceito de custo do capital com foco no capital próprio e para a fixação do conteúdo aplicamos os índices de retorno do ativo total ROA e retorno do capital próprio ROE Referências ASSAF NETO A Mercado financeiro 11 ed São Paulo Atlas 2012 Finanças corporativas e valor 7 ed São Paulo Atlas 2014 BRUNER R E Estudos de casos em finanças gestão para criação de valor competitivo Tradução de José Carlos Barbosa 5 ed Porto Alegre AMGH 2010 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexasp codigosophia563605 GITMAN L J Princípios de administração financeira Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 10 ed São Paulo Pearson Addison Wesley 2012 HOJI M Administração financeira e orçamentária matemática financeira aplicada estratégia financeira orçamento empresarial 11 ed São Paulo Atlas 2014 ROSS S A et al Administração financeira São Paulo Atlas 2012 1 Custo médio ponderado de capital CMPC Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você sabe por que é necessário determinar o custo médio ponderado de capital CMPC de uma empresa Como já estudamos na composição da estrutura de capital de uma empresaprojeto podemos encontrar custos relativos ao capital próprio e ao capital de terceiros Quando a composição leva em conta as duas fontes podemos calcular o CMPC que servirá como base do custo de oportunidade do investimento Nesse contexto neste material apresentaremos elementos que permitirão realizar o cálculo do CMPC na estrutura de capital da empresa e do projeto Vamos lá Custo de capital de terceiros Muitas empresas necessitam captar recursos externos no momento de realizar investimentos Casarotto Filho 2010 afirma que esses recursos de investimentos provêm de várias fontes entre as quais acionistas capital próprio da empresa ou patrimônio líquido empréstimos debêntures As duas últimas se chamam capital de terceiros e a utilização de todos esses recursos requer uma remuneração ou seja cada uma dessas fontes de recurso tem um custo aos acionistas cabem os lucros enquanto os empréstimos e as debêntures são remunerados com juros O custo de capital de terceiros é relativamente menor comparado a outras formas de financiamento pois os credores são os fornecedores de capital de longo prazo que assumem menos risco isto é eles têm preferência sobre quaisquer lucros ou ativos disponíveis para pagamento Basicamente o custo do financiamento com capital de terceiros resulta segundo Gitman 2010 da maior probabilidade de causada por obrigações de dívida falência da de ação da empresa pelos custos de agência do credor restrição da liberdade dos custos associados ao fato de que os administradores têm mais informações sobre as perspectivas da empresa do que seus investidores informação assimétrica 2 Ainda nessa relação com os credores podemos citar os custos de que são oriundos da seguinte monitoramento situação caso a empresa invista em ativos de alto risco e tenha bons resultados os proprietários receberão todos os benefícios mas se o investimento fracassar os credores compartilharão os custos Em função dessa possível ocorrência os credores impõem determinados custos de monitoramento aos tomadores por exemplo aumentar o custo de empréstimos futuros negar solicitações posteriores de empréstimo e impor cláusulas restritivas nos contratos de empréstimo GITMAN 2010 Casarotto Filho 2010 salienta que os investimentos da empresa deverão render o suficiente para pagar os juros dos capitais de terceiros e proporcionar um lucro compatível com as expectativas dos acionistas Em outras palavras a taxa mínima de atratividade da empresa aquela a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros deverá ser maior ou igual ao seu custo de capital Na análise financeira de uma proposta de investimento deve ser considerada a perda da oportunidade de aplicar esse capital em outros projetos por isso o investimento escolhido deve render no mínimo a taxa de juros obtida em aplicações de baixo risco Geralmente as empresas captam recursos por meio da venda de obrigações e título e alguns elementos relacionados a esses capitais de terceiros merecem destaque como os recebimentos líquidos e o custo de capital de terceiros antes do imposto de renda Descrevemos a explicação desses elementos no quadro a seguir FIQUE ATENTO Os custos de agência retratam os custos trazidos pelos interesses conflitantes agency cost entre as partes Sobre eles Gitman 2010 nos aponta que a taxa de juros cobrada aquela que os credores cobram das empresas tem por base a avaliação do risco do negócio feita pelos próprios credores 3 Quadro 1 Descrição de elementos relacionados ao uso de capital de terceiros Fonte Elaborado pela autora baseada em GITMAN 2010 Entendendo o uso de cotação de custo quando os recebimentos líquidos com a venda de uma obrigação são iguais ao seu valor de face o custo antes do imposto de renda se iguala à taxa de cupom Por exemplo uma obrigação com cupom igual a 10 e que gera recebimentos iguais ao valor de face de R 1000 teria um custo antes do imposto de renda igual a 10 Uma segunda cotação usada às vezes é o retorno esperado até o vencimento de uma obrigação com risco semelhante Se uma obrigação com risco semelhante tem um retorno esperado de 97 esse valor pode ser empregado como custo de capital de terceiros antes do imposto de renda Agora considerando o custo de capital de terceiros depois do imposto de renda também conhecido como custo específico de financiamento os juros do capital de terceiros são dedutíveis para fins de apuração de imposto de renda por isso podemos encontrar o custo multiplicando o custo antes do imposto de renda por 1 menos a alíquota do imposto de renda de acordo com a equação a seguir Em que Ki custo de capital de terceiros depois do imposto de renda Kd custo de capital de terceiros antes do imposto de renda T alíquota do imposto de renda 4 É permitido deduzir os pagamentos de juros do lucro tributável base do imposto de renda as empresas reduzem a parcela de seus lucros paga ao imposto de renda Isso aumenta os fluxos de caixa e deixa maior valor disponível aos investidores Em essência o governo está subsidiando o custo do financiamento com capital de terceiros em relação ao financiamento com capital próprio GITMAN 2010 Figura 1 Estrutura de capital Fonte ESB Professional Shutterstock 2019 A teoria financeira indica que embora as empresas estabeleçam metas para estrutura de capital que minimizará seu custo de capital ainda não existe um método consagrado no uso da determinação da estrutura de capital ideal para a empresa A prática que permeia as análises financeiras é que a estrutura de capital ótima de uma EXEMPLO Supondo que a alíquota de imposto de renda da empresa ChicTotal seja de 40 Usando o custo de capital de terceiros de 94 antes do imposto de renda determinado anteriormente isso resulta no custo de capital de terceiros depois do imposto de renda 94 x 1040 56 ideal para a empresa A prática que permeia as análises financeiras é que a estrutura de capital ótima de uma empresa necessita equilibrar os benefícios e os custos do financiamento com capital de terceiros Nesse sentido o valor de uma empresa é maximizado quando se minimiza o custo de seu capital ROSS et al 2012 Mas atenção uma vez composta a estrutura de capital temos como calcular o CMPC o que possibilita ao investidor um referencial de análise para a maximização do valor da empresa Critérios do peso dos custos na estrutura de CMPC Em longo prazo uma empresa deve realizar investimentos que maximizem seu valor Para isso é necessário empreender em projetos que gerem retornos que excedam o custo médio ponderado que compõem a estrutura de seu capital SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Princípios de administração financeira do autor Lawrence J Gitman Editora Pearson Adisson Wesley Ano 2010 Disponível em O custo do capital da empresa deve portanto levar em conta a composição do capital ou seja deve ser calculado o CMPC FIQUE ATENTO A estrutura de capital de uma empresaprojeto pode ser formada por duas formas somente por capital próprio ou pela composição de capital próprio e capital de terceiros Nesse segundo caso podemos calcular o CMPC Para realizar o cálculo do CMPC vamos entender a equação a seguir de acordo com Assaf Neto 2014 considerando a estrutura de capital da empresa ChicTotal CMPC wIcit wIpa Wscp Em que 6 wi participação do capital de terceiros wp participação das ações preferenciais ws participação do capital próprio r custo do capital de terceiros ct r custos das ações preferenciais a r custo do capital próprio cp Geralmente esses pesos são as metas percentuais de capital de terceiros e de capital próprio que minimizarão o custo geral de levantamento de fundos da empresa 7 Quadro 2 Bases para ponderação de custos na estrutura de capital da empresa Fonte Elaborado pela autora baseada em ROSS et al 2012 e ASSAF NETO 2014 Considerando que a empresa ChicTotal tenha um custo de capital de terceiros de 4 custo de ações preferenciais de 7 e custo de capital próprio de 14 Usando os custos já calculados com os pesos do valor de mercado no quadro anterior podemos calcular o CMPC da seguinte forma 8 Tabela 1 Cálculo do CMPC Fonte Elaborada pela autora 2019 O valor do CMPC de 93 serve para referenciar tanto aos investidores quanto aos credores da empresa ChicTotal o custo de oportunidade do investimento Sobre esse valor a empresa poderá colocar metas por exemplo 10 como gestão de riscos Então se acrescentarmos 10 ao CPMC temos 110 x 93 1023 que pode ser considerada a taxa mínima de atratividade ou seja o retorno esperado da empresa precisa ser superior a essa taxa para valer a pena o empreendimento Assim encerramos este tópico no qual apresentamos o custo de capital de terceiros e o CMPC Fechamento Neste tópico pontuamos que os recursos de investimentos utilizados pelas empresas provêm de várias fontes entre elas as externas por meio geralmente dos empréstimos e da emissão de debêntures Em seguida apresentamos os fatores básicos que resultam no custo de capital de terceiros e ainda demonstramos como calculálo antes e depois do imposto de renda Por fim abordamos o tema relacionado aos pesos dos custos na estrutura de capital que podem ter como critérios os valores contábeis ou os valores de mercado E demonstramos uma equação básica para o cálculo do CMPC importante elemento na análise financeira de projetos Referências 9 ASSAF NETO A 7 ed São Paulo Atlas 2014 Finanças corporativas e valor CASAROTTO FILHO N 11 ed São Paulo Atlas 2010 Análise de investimentos GITMAN L J Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 12 ed Princípios de administração financeira São Paulo Pearson Addison Wesley 2010 Disponível em httpsbv4digitalpagescombr filtroautorestermgitmansearchpage1fromautor2F2912FGitman2C252520Lawrence Acesso em 1412019 252520Jpage0section0edicao327 ROSS S A et al Administração financeira São Paulo Atlas 2012 1 Alavancagem empresarial Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você já ouviu falar em alavancagem Esse importante conceito financeiro consiste na utilização de itens patrimoniais e de resultado para alavancar o resultado da empresa ou seja o uso de ativos ou fundos para aumentar os retornos de um determinado investimento Neste tópico estudaremos o que é a alavancagem empresarial e quais são as três formas de analisála a operacional a financeira e a total Além disso compreenderemos o que é grau de alavancagem e como ele é calculado e interpretado Bons estudos Alavancagem Alavancagem empresarial é o resultado da utilização de ativos ou fundos a custo fixo para aumentar os retornos de um investimento As empresas podem usar os custos fixos operacionais para obter a alavancagem operacional assim como os custos fixos financeiros custo do financiamento para obter a alavancagem financeira ao final obtémse a alavancagem total GITMAN 2010 Veja na figura a seguir o que está imbricado em cada uma delas 2 Figura 1 Alavancagem operacional financeira e total Fonte GITMAN 2010 p 434 Sua análise é realizada a partir dos registros contábeis contidos na demonstração de resultado do exercício DRE a alavancagem operacional está relacionada ao impacto no lucro antes de juros e imposto de renda Lajir enquanto a alavancagem financeira impacta no resultado após o desconto das despesas financeiras Gitman 2010 salienta que aumentos de alavancagem resultam em elevações de retorno e risco ao passo que diminuições de alavancagem provocam reduções de retorno e risco Vamos conhecer um pouco mais sobre o tema Continue a leitura Alavancagem operacional Resulta do uso dos custos fixos operacionais para melhorar o Lajir Somente as empresas que possuem custos fixos em seus processos de produção de bens e de serviços apresentam alavancagem operacional Veja na figura seguinte um exemplo dela 3 Figura 2 Exemplo de alavancagem operacional Fonte GITMAN 2010 p 439 Podemos observar pela tabela anterior que uma empresa tem previsão de vendas de mil unidades e um Lajir previsto de R 2500 Por outro lado considerando um cenário favorável a vendas um aumento de 50 nas vendas resultaria em 1500 unidades Para o caso 1 o Lajir previsto é de R 5000 ou seja um aumento de 100 Vamos entender os custos operacionais que são variáveis aumentam proporcionalmente 50 de valor isto é passam de R 5000 para R 7500 Os custos operacionais fixos porém por sua natureza permanecem os mesmos nas duas situações Como impacto temos que o Lajir passa de R 2500 para R 5000 o dobro do valor Por outro lado a análise do caso 2 permite observar que se a previsão de vendas cair em 50 a empresa terá uma redução de 100 no Lajir Esse impacto também está relacionado aos custos fixos operacionais que permanecem os mesmos independentemente do volume de vendas Analisaremos agora a alavancagem financeira FIQUE ATENTO O lucro por ação LPA é o resultado da divisão do lucro disponível para os acionistas ordinários auferido contabilmente pela empresa em um determinado período sobre o número de ações emitidas por ela no mercado ASSAF NETO 2012 4 Alavancagem financeira Segundo Gitman 2010 a alavancagem financeira é a variação do Lajir sobre o lucro líquido ou sobre o LPA quando a empresa registra custos financeiros fixos juros de dívidas e os dividendos de ações preferenciais Veja na figura a seguir um exemplo dela Figura 3 Exemplo de alavancagem financeira Fonte GITMAN 2010 p 442 Na tabela que apresentamos uma empresa tem previsão de Lajir de R 10000 e um LPA previsto de R 240 Todavia considerando um cenário favorável caso 1 o Lajir pode obter um aumento de 40 o que resulta em um LPA de R 480 ou seja um aumento de 100 na lucratividade Mas o que permitiu esse resultado Observe que a previsão de aumento de 40 nas vendas impacta o Lajir mas os juros e os dividendos preferenciais permanecem os mesmos uma vez que são custos fixos financeiros Dessa forma um aumento no Lajir impacta positivamente no LPA porque a estrutura de custos fixos financeiros permanece a mesma Por outro lado a análise do caso 2 permite observar que se o Lajir previsto sofrer redução de 40 haverá um impacto em redução de 100 no LPA também em função de que os custos fixos financeiros permanecerão no mesmo montante independentemente do resultado no Lajir SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Princípios de administração financeira de Lawrence Jeffrey Gitman Editora Pearson Addison Wesley Ano 2010 Disponível em Note também que no caso dos juros o desconto é antes do imposto de renda o que também impacta no resultado final da lucratividade uma vez que o desconto dos juros reduz a base de cálculo para o imposto de renda Assim a alavancagem operacional relaciona a variação nas vendas com a variação no Lajir Já a alavancagem financeira relaciona a variação no Lajir com a variação no LPA Podemos portanto analisálas a partir do grau de relacionamento na estrutura de capital da empresa Assim o grau de alavancagem mede a sensibilidade na atividade lucrativa da empresa Vamos conhecêlos Segundo Gitman 2010 e Ross et al 2012 temos três tipos Grau de alavancagem operacional GAO mede a sensibilidade de variações de Lajir às variações de vendas Salientamos que somente as empresas que possuem custos fixos em seus processos produtivos têm alavancagem operacional Grau de alavancagem financeira GAF mede a sensibilidade de variações de LPA às variações de Lajir Salientamos que somente as empresas que usam capital de terceiros ou outras formas de financiamento com custo fixo como ações preferenciais têm alavancagem financeira A fórmula do GAO é GAO variações de Lajir variações de vendas A fórmula do GAF é GAF variações de LPA variações de Lajir Na tabela apresentada a seguir temos na parte do GAO o cenário 2 como cenário realista em que as vendas líquidas estão no patamar de R 700000 sem variação O cenário 1 é um cenário pessimista e indica uma redução de 10 nas vendas líquidas o que resulta em um decréscimo de 35 do Lajir 6 Tabela 1 GAO e GAF exemplo de cálculo Fonte Elaborada pela autora baseada em GITMAN 2010 O cenário 3 é um cenário otimista e indica um aumento de 10 nas vendas líquidas o que resulta em um acréscimo de 35 do Lajir Como exemplo vamos aplicar o cálculo do GAO ao cenário 3 7 A interpretação do valor do GAO de 350 mostra que o Lajir variou 35 vezes o valor da variação nas vendas Na figura anterior na parte do GAF temos o cenário 2 como cenário realista em que o Lajir é de R 80000 sem variação O cenário 1 é um cenário pessimista e indica uma redução de 35 no Lajir o que resulta em um decréscimo de 4667 do LPA O cenário 3 é um cenário otimista e indica um aumento de 35 no Lajir o que resulta em um acréscimo de 4667 do Lajir Como exemplo vamos aplicar o cálculo do GAF ao cenário 3 Em função da presença de custos fixos financeiros no processo de produção da empresa um aumento de 35 no Lajir resultará em um aumento de 4667 no LPA A interpretação do valor do GAF de 133 mostra que os acionistas estão com uma taxa de retorno que é 33 superior à taxa geradora de ativos da empresa O LPA variou em torno de 133 vezes o valor da variação no Lajir Finalmente o terceiro tipo de grau de alavancagem Grau de alavancagem total GAT é obtido a partir da combinação de capital de terceiros com capital próprio ou seja a alavancagem total resulta do efeito combinado do uso de custos fixos tanto operacionais quanto financeiros para amplificar o efeito de variações de vendas sobre os lucros por ação da empresa A fórmula do GAT é Vamos utilizar o exemplo da figura anterior na parte do GAF para a aplicação do GAT em que temos EXEMPLO Gitman 2010 explica que uma vez que a empresa possui custos fixos operacionais se as vendas aumentarem 10 o impacto sobre o Lajir será de 35 No entanto o autor ressalta se a empresa não possuir custos fixos operacionais o GAO será igual a 1 Nesse caso se as vendas aumentassem em 10 o Lajir sofreria uma variação na ordem de 10 FIQUE ATENTO Segundo Gitman 2010 e Ross et al 2012 a alavancagem total pode ser considerada como uma medida do impacto total dos custos fixos na estrutura operacional e financeira da empresa 8 A interpretação do valor do GAT de 467 mostra um GAT maior que 1 indicando a presença tanto de custos fixos operacionais quanto de financiamento Dessa forma ao aplicar as fórmulas apresentadas podemos ter uma relação de indicadores GAO GAF e GAT que nos permitem analisar os impactos da alavancagem da empresa a partir do uso dos custos fixos na estrutura de capital Fechamento Neste tópico estudamos o que é alavancagem empresarial compreendendo sua importância para a gestão das empresas Dentre os conteúdos abordados vimos a alavancagem operacional calculada a partir dos custos fixos operacionais a alavancagem financeira calculada a partir dos custos fixos financeiros a alavancagem total que é uma composição das duas anteriores Contemplamos todos os principais aspectos deste conteúdo mas é importante ressaltar ao estudante de administração financeira que sempre é necessário ampliar os estudos para obter um melhor desempenho no mercado de trabalho Referências ASSAF NETO A 11 ed São Paulo Atlas 2012 Mercado financeiro GITMAN L J Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 12 ed Princípios de administração financeira São Paulo Pearson Addison Wesley 2010 Disponível em httpsbv4digitalpagescombr filtroautorestermgitmansearchpage1fromautor2F2912FGitman2C252520Lawrence Acesso em 1412019 252520Jpage0section0edicao327 ROSS S A et al Administração financeira São Paulo Atlas 2012
Texto de pré-visualização
1 Apresentação da unidade 2 Mercado financeiro e estrutura de capital Nathália Helena Fernandes Laffin Olá caro estudante Você sabe qual a relevância do mercado financeiro na perspectiva das finanças corporativas Por mais que não saiba detalhadamente o que é o mercado financeiro deve imaginar que esses dois conceitos estão relacionados não é mesmo Finanças corporativas correspondem às decisões financeiras no ambiente corporativo e nesse apecto compreendem todos os elementos fundamentais para a tomada de decisão Nesse cenário é importante destacar que as decisões empresariais devem observar as normas delimitadas no ambiente em que as empresas estão inseridas Nesta unidade conheceremos a estrutura e as particularidades do Sistema Financeiro Nacional SFN compreendendo as funções de órgãos como o Banco Central do Brasil Bacen e a Comissão de Valores Mobiliários CVM Isso tudo é muito importante no ambiente de finanças corporativas porque o mercado financeiro é normatizado pelo SFN e esse mercado é o universo que compreende a compra e venda de diferentes ativos financeiros Assim quando uma empresa deseja negociar instrumentos financeiros ela opera nesse mercado composto por mercado de capitais no qual são negociadas por exemplo ações mercado de crédito no qual são negociados empréstimos e financiamentos mercado cambial no qual são negociadas moedas estrangeiras e mercado monetário no qual se busca manter a liquidez da economia Assim ele permite que haja uma conversa entre compradores e vendedores possibilitando uma economia de mercado Além desses dois principais temas você compreenderá a relação entre as fontes de capital das empresas que podem se originar a partir de capital próprio sócios ou acionistas eou a partir de capital de terceiros credores fornecedores financiadores etc Nesse sentido você estudante terá um panorama importante sobre o mercado financeiro brasileiro e a estrutura de capital das empresas conteúdos fundamentais para a compreensão da importância das finanças corporativas em um cenário macroeconômico Sistema Financeiro Nacional SFN Edílson Bezerra das Chagas Introdução Caro estudante a disciplina de Finanças Corporativas nos ajuda a entender melhor o contexto econômico brasileiro uma vez que esse mercado interfere diretamente nas finanças do país e afeta a vida de todos nós por meio de medidas tomadas por instituições como o governo Você sabia que no Brasil existe um sistema que organiza o mercado financeiro Para compreender essa relação dele com a economia e nosso cotidiano veremos ao longo deste tópico o que é o Sistema Financeiro Nacional SFN quais são as instituições que o compõem entenderemos o funcionamento delas e por que elas são tão importantes para a movimentação das finanças nacionais Bons estudos O que é o SFN O SFN é responsável pela organização do mercado financeiro brasileiro Ele desenvolve mecanismos leis e cria órgãos reguladores como o Conselho Monetário Nacional CMN o Banco Central do Brasil Bacen e a Comissão de Valores Mobiliários CVM para sistematizar o funcionamento das instituições financeiras públicas e privadas que intermedieam a captação a distribuição e as transferências de recursos financeiros da sociedade como um todo ASSAF NETO 2014 Assim as decisões desses órgãos impactam a economia e consequentemente toda a sociedade SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Curso de administração financeira dos autores Alexandre Assaf Neto e Fabiano Guasti Lima Editora Atlas Ano 2014 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 O SFN é composto por várias entidades que são integradas e interligadas Para entender sua função e composição podemos observar a figura a seguir que traz todas as instituições que o constituem 1 2 Figura 1 Composição do SFN divisões e hierarquias Fonte Elaborada pelo autor baseado em BRASIL 2018 Para compreender o funcionamento desses órgãos ao longo dos próximos subtópicos estudaremos essas instituições e seus papéis Instituições do SFN O SFN possui três divisões órgãos normativos criam as normas que regem todas as instituições financeiras entidades supervisoras orientam e acompanham as atividades das instituições supervisionandoas operadores são as próprias instituições financeiras Caso haja falhas eles são responsabilizados pelas entidades supervisoras que por sua vez são interpeladas pelos órgãos normativos Confira na figura a seguir o esquema com as funções dessas instituições 3 Confira na figura a seguir o esquema com as funções dessas instituições Figura 2 Funções dos órgãos normativos das entidades supervisoras e dos operadores Fonte Elaborada pelo autor baseado em BRASIL 2018 Essas instituições existem para organizar as mais variadas possibilidades de transações financeiras A partir do conhecimento dos tipos de instituições que compõem o SFN entenderemos com mais afinco as funções dessas entidades Órgãos normativos O CMN é o órgão do SFN com maior poder sendo responsável por determinar as regras para as instituições financeiras que estão submetidas a ele O Bacen e a CVM também são entidades normativas com as funções respectivamente de fiscalizar as instituições financeiras como os bancos e as operações realizadas nas bolsas de valores por exemplo FIQUE ATENTO A Caixa Econômica Federal CEF é uma instituição financeira mas não pode ser classificada como banco Como o seu nome diz é uma caixa econômica ou seja uma empresa totalmente pública Na prática a CEF funciona como um banco comercial por autorização do CMN 4 Podemos concluir então que as instituições normativas do CMN estão interligadas a bancos bolsas de valores e outras instituições financeiras e que o papel do CMN é criar as regras para essas instituições cabendo a seus subordinados o Bacen e a CVM fiscalizar a obediência das instituições operacionais a essas normas O Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP por sua vez determina as regras para outro tipo de instituição as seguradoras Por exemplo o CNSP estabelece critérios para as seguradoras constituírem as chamadas reservas técnicas ou seja fundos especiais para atender a determinadas operações Essas reservas enquanto não são utilizadas são aplicadas no mercado financeiro para garantir segurança rentabilidade e liquidez às seguradoras Já a Superintendência de Seguros Privados Susep diretamente subordinada ao CNSP fiscaliza as instituições que realizam seguros por exemplo resseguradoras entidades de previdência complementar aberta sociedades de seguradoras e sociedades de capitalização Por sua vez o Conselho Nacional de Previdência Complementar CNPC estabelece as normas que devem ser obedecidas por fundos de pensão e planos de previdência complementar fechados Caberá à Superintendência Nacional de Previdência Complementar Previc fiscalizar se elas estão sendo cumpridas pelas instituições que fazem planos de previdência complementar fechados e fundos de pensão Nesse sentido é importante destacar que existem os planos de previdência complementar abertos aqueles em que qualquer pessoa pode contribuir e fechados vinculados a uma empresa Com essa definição das instituições normativas entenderemos agora o papel que cabe a cada uma dessas entidades do SFN Como já vimos cada instituição normativa tem uma área de atuação Veja no quadro a seguir cada uma delas FIQUE ATENTO A previdência complementar também chamada de privada é aquela cuja escolha pela contratação é totalmente do cliente ou seja facultativa Ela é diferente da previdência social que é obrigatória para os funcionários registrados em carteira e regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT 5 Quadro 1 Instituições normativas quais são e seus papéis no mercado financeiro Fonte Elaborado pelo autor baseado em BRASIL 2018 Essas atribuições das instituições normativas fazem com que cada uma delas tenha sua importância no SFN pois regulamentam o funcionamento do SFN modernizam as leis e determinam as garantias que devem ser dadas às pessoas e empresas que operam nesse sistema Para tanto são compostas por diversos membros que deliberam sobre questões importantes do mercado Instituições do sistema de intermediaçãooperacionais Os intermediários financeiros são aquelas instituições que atuam na intermediação de recursos financeiros facilitando o fluxo de recursos entre os agentes econômicos Simplificando o conceito podemos dizer que são instituições que buscam recursos por parte de quem os tem sobrando e os canalizam para quem está precisando Um exemplo clássico são os bancos que aplicam o dinheiro de investidores e emprestam os recursos necessários para quem precisa As instituições financeiras estão divididas em grupos de acordo com sua forma de atuação Veremos agora as principais delas com base nas definições do Bacen BRASIL 2018 6 Quadro 2 Instituições de intermediação quais são e seus papéis no mercado financeiro Fonte Elaborado pelo autor baseado em BRASIL 2018 Como podemos perceber temos como principais agentes intermediadores bancos comerciais bancos de desenvolvimento e investimento instituições que operam no mercado de câmbio cooperativas de crédito seguradoras fundos de previdência complementar arrendamento mercantil e agências de fomento Por estarem em contato direto com os clientes são responsáveis por alocar os recursos dos poupadores investidores para os tomadores que passam a ser devedores Instituições operacionais As instituições operacionais são aquelas que fazem acontecer na prática tudo o que foi decidido pelos órgãos normativos e detalhado pelos órgãos supervisores É por meio delas que pessoas físicas ou jurídicas são atendidas a necessidades relativas a alguma operação financeira Temos como exemplos seguradoras bancos e bolsas de valores Seu papel é em sentido mais amplo de funcionar como intermediadoras ou facilitadoras das atividades que ocorrem no SFN ou seja oferecem ou vendem os serviços prestados pelo sistema financeiro Assim quando desejamos fazer algum tipo de operação financeira é a elas que recorremos Elas fazem a ligação entre a norma e o negócio em si sendo de importância fundamental para que todo o sistema funcione Afinal não haveria nenhuma utilidade prática para os agentes econômicos pessoas empresas governo etc se eles tentassem fazer negócios financeiros com uma estrutura adequada de órgãos contendo governo etc se eles tentassem fazer negócios financeiros com uma estrutura adequada de órgãos contendo cargos leis normas e uma infinidade de controles e os agentes de mercado instituições operacionais não pudessem efetivamente atender às necessidades desses agentes econômicos São importantes portanto para dar credibilidade e transparência ao mercado financeiro Podemos compreender essa relevância utilizando um exemplo prático EXEMPLO Uma pessoa busca uma seguradora para contratar um seguro para seu automóvel cujo valor de mercado é de R 30000 São avaliados os riscos da operação perfil do condutor índices de roubos e acidentes nas regiões onde ele circula etc e a partir disso a seguradora informa ao cliente o valor que deve ser pago para que em caso de incidente ele possa receber uma contrapartida financeira Essas informações devem ser repassadas de forma simples para que o cliente se sinta tranquilo e atendido em suas necessidades Ao longo deste tópico percebemos que o SFN é complexo pois envolve muitos interesses e possui uma estrutura hierárquica rígida altamente regulamentada e com papéis bem definidos Esse sistema precisa ser simples e transparente para oferecer à sociedade o conhecimento e as informações adequadas para atender às suasas necessidades além de todos poderem compreender seu funcionamento Fechamento Concluímos assim a introdução sobre a estrutura do SFN entendendo sua importância seu funcionamento e o papel dos principais agentes que atuam na normatização na execução na fiscalização e no contato direto com os clientes Também entendemos como funcionam suas instituições Todos esses órgãos são importantes para organizar a intermediação financeira da sociedade equilibrando interesses entre os diversos agentes Conheceremos em nosso próximo tópico as instituições subordinadas aos órgãos normativos e supervisores ou seja os órgãos de intermediação e operação Referências ASSAF NETO A Finanças corporativas e valor 7 ed São Paulo Atlas 2014 LIMA F GCurso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 Disponível emhttpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 7 8 BRASIL Banco Central do Brasil Brasília 2018 Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional Disponível em wwwbcbgovbrSFNCOMP Acesso em 21122018 1 Valores mobiliários e ativos financeiros Evandro Castro Pedro Nathália Helena Fernandes Laffin Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante neste tópico estudaremos valores mobiliários e ativos financeiros isto é títulos disponíveis para negociação no mercado financeiro e de capitais Assim compreenderemos o que são ativos financeiros de renda fixa de renda variável emitidos pelo governo ou por organizações privadas quais são seus prazos de vencimentos e principalmente como as pessoas que os adquirem são remuneradas Além disso entenderemos as características das ações das debêntures e das cotas de fundos de investimentos que se constituem como os principais valores mobiliários brasileiros Vamos lá Valores mobiliários Consistem em títulos que se sujeitam às regras e à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários CVM Apesar de haver vários tipos de valores mobiliários de acordo com Assaf Neto e Lima 2014 p 40 valores mobiliários são predominantemente ações debêntures e quotas de fundos de investimento Vamos saber o que são cada um deles Confira O que são ações São títulos emitidos por empresas de capital aberto e que representam uma proporção de participação societária nelas Após comprálas o acionista termo utilizado para se referir ao detentor de uma ação tem garantido o direito de receber dividendos periódicos uma parcela dos lucros da empresa e juros sobre o capital próprio Dependendo do tipo de ação adquirida conforme veremos adiante também existe o direito de voto em decisões societárias Elas podem ser revendidas a terceiros transferindo a eles todos os direitos e todas as obrigações 2 Geralmente elas apresentam grande liquidez pois podem ser facilmente vendidas e compradas no mercado de ações Mellagi Filho e Ishikawa 2003 acrescentam que esse tipo de mercado possibilita a movimentação de recursos entre investidores de países distintos Portanto é possível que investidores estrangeiros participem do mercado brasileiro assim como brasileiros podem participar do mercado de outras nações A liquidez é gerada pela constante movimentação de investimentos entre os países e as diferenças de perspectivas sobre os preços futuros O fluxo de investimentos é intensificado pela presença de especuladores negociantes que buscam ganhos acima da média do mercado por meio das diferenças de expectativas futuras dos investidores Nesse sentido o mercado de ações apresenta movimentos dinâmicos dos preços das ações considerados voláteis devido à instabilidade decorrente da especulação Portanto é possível que crises em outros países afetem o mercado de ações brasileiro e viceversa Tipos de ações As ações podem ser classificadas de duas maneiras conforme suas formas de circulação ou a participação societária dos acionistas Veja na figura a seguir o que significa cada uma delas FIQUE ATENTO Dividendos são lucros distribuídos aos acionistas ao fim de um exercício social Em nossos país a legislação que trata dos dividendos é a Lei n 6404 das Sociedades Anônimas art 202 BRASIL 1976 Esses lucros porém nem sempre são divididos pois podem ser destinados ao próprio investimento da companhia 3 Figura 1 Os cinco tipos de ações Fonte Elaborada pelos autores baseados em MELLAGI FILHO e ISHIKAWA 2003 Como você sabe os acionistas possuem direitos e cada tipo de ação confere um direito específico eles detêm o direito de remuneração de sua parcela de participação nos lucros da empresa Essa remuneração entretanto não é um valor fixo predeterminado no momento de compra da ação pois depende da política de remuneração da companhia O lucro da organização pode ser destinado ao reinvestimento nela própria valorizando a ação em longo prazo ou à remuneração do acionista o que pode ser um fator de atratividade para novos sócios 4 Há duas formas comuns de os acionistas obterem remuneração sendo que elas podem coexistir dependendo de qual é a estratégia da empresa em relação à atração de novos investidores e aos investimentos a serem realizados dividendos são os lucros distribuídos aos acionistas segundo os resultados da companhia ao fim de cada ano fiscal e os juros sobre o capital próprio juros sobre capital próprio são os juros sobre os lucros retidos em anos anteriores As ações ordinárias também dão a seu detentor o direito de participação societária na companhia assim ele tem direito a voto em assembleias de acionistas que definem o destino dos lucros os membros da diretoria de seu conselho fiscal as mudanças no estatuto social as emissões de debêntures e o aumento de capital A responsabilidade do acionista tanto de ações ordinárias quanto preferenciais limitase à quantidade de ações que ele possui Desse modo segundo Mellagi Filho e Ishikawa 2003 em caso de falência da empresa as perdas se restringem às ações não implicando perdas de bens pessoais No caso específico de acionistas detentores de ações ordinárias quanto mais ações maior o peso de seu voto nas decisões da companhia Além disso as empresas podem alterar a estrutura de seu capital social por meio de diferentes operações sem impactar os direitos dos acionistas Alguns exemplos são listados a seguir Agrupamentos a empresa transforma determinado grupo de ações em uma única ação não alterando o patrimônio total dos acionistas Bonificações a empresa converte suas reservas e seus resultados em novas ações sem representar ganho aos atuais acionistas Desdobramentos a empresa divide uma ação em ações menores não alterando o patrimônio total dos acionistas Subscrições a empresa aumenta seu capital ao emitir novas ações no mercado de ações não alterando a participação já detida por outros sócios Agora que apresentamos seus diversos tipos é fundamental compreendermos o seu valor tema que abordaremos a seguir Valor das ações O valor das ações fundamenta decisões de investidores empresas e instituições que regulam o mercado de ações Conforme Fortuna 2013 as formas mais comuns de atribuilo são 5 Quadro 1 Valores das ações formas de avaliação e atribuição de valor Fonte Elaborado pelos autores baseados em FORTUNA 2013 Podemos concluir que esse valor varia conforme a perspectiva de análise de quem a valora e é utilizado por novos investidores sócios das companhias e fisco entre outros O que são debêntures São valores mobiliários emitidos pelas sociedades por ações e se referem a títulos de dívida dessas empresas Tratase portanto de um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais sendo um título de longo prazo que confere benefícios ao adquirente pela sua parte no financiamento das atividades da empresa 6 Assim ao adquirir uma debênture o investidor se torna um credor da companhia emissora O intuito desse tipo de aplicação financeira é o financiamento das operações da empresa e o adquirente recebe retorno financeiro a partir do pagamento de juros periódicos prêmio e outros rendimentos fixos ou variáveis além do recebimento do valor nominal da debênture na data do seu vencimento O que são cotas de fundos de investimentos Outro ponto importante sobre o mercado financeiro é a possibilidade de juntar esforços uma vez que individualmente nem todos os investidores possuem volume de capital suficiente para operações de maior risco ou que exijam maior comprometimento de recursos Para isso são utilizados os fundos de investimento Fundo é uma modalidade de investimento coletivo sendo geralmente criado por um administrador da carteira de ativos pessoa responsável por definir os objetivos e as políticas de investimento registrados em um regulamento que deverá ser criteriosamente observado pelo administrador ao realizar as operações Basicamente possui as seguintes características FIQUE ATENTO Os fundos são uma aplicação financeira que reúne recursos de um conjunto de investidores cotistas com o objetivo de obter lucro com a compra e venda de títulos e valores mobiliários de cotas de outros fundos ou de bens imobiliários no Brasil e no exterior 7 Figura 2 Características dos fundos de investimentos Fonte Elaborada pelos autores 2019 O responsável pelas escolhas dos ativos que vão compor os investimentos do fundo é chamado de gestor que pode adotar posturas mais conservadoras investir em ativos de menor risco e menores possibilidades de retorno ou agressivas optar por ativos de maior risco mas com maiores possibilidades de retorno O que são ativos financeiros São ativos intangíveis que decorrem de uma obrigação e que podem ser convertidos monetariamente De acordo com Assaf Neto e Lima 2014 p 40 os ativos financeiros negociados no mercado podem ser classificados com relação a renda prazo e emissão Confira no quadro a seguir a que se refere cada uma dessas classificações 8 Quadro 2 Classificações dos ativos financeiros Fonte Elaborado pelos autores baseados em ASSAF NETO e LIMA 2014 Percebemos portanto que os ativos financeiros se constituem como alternativas disponíveis no mercado Percebemos portanto que os ativos financeiros se constituem como alternativas disponíveis no mercado financeiro e de capitais para negociação EXEMPLO Um exemplo de ativo financeiro de renda fixa bastante negociado no Brasil são os certificados de depósitos bancários CDBs As debêntures também são um exemplo de ativo financeiro de renda fixa As ações no entanto são exemplos de ativos financeiros de renda variável Destacamos que entender o mercado financeiro pode ser algo diferencial para os profissionais de finanças e permite atuação em diversas áreas como assessoria de investimento consultoria administração de fundos e regulação Essa é uma tendência que só tem a crescer em longo prazo apresentando oportunidades para profissionais e investidores Fechamento Neste tópico você aprendeu o que são valores mobiliários e ativos financeiros Vamos recapitular Valores mobiliários são predominantemente as ações as debêntures e as cotas de fundos de investimento As ações representam uma parte de uma empresa as debêntures são títulos de dívida de companhias privadas e as cotas de fundos de investimento são compostas por um conjunto de investidores negociando títulos e valores mobiliários Os ativos financeiros por sua vez são valores disponíveis para negociação no mercado financeiro e de capitais classificandose quanto à renda ao prazo e à emissão Todos esses itens são fundamentais para pessoas que estudam ou trabalham no mercado financeiro brasileiro pois se constituem como campo de aplicação de seus conhecimentos Referências ASSAF NETO A LIMA F GCurso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 Disponível emhttpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 BRASIL Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Lei n 6404 de 15 de dezembro de 1976 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03LEISL6404consolhtm Acesso em 1212019 FORTUNA E Mercado financeiro produtos e serviços 17 ed São Paulo Qualitymark 2013 9 10 MELLAGI FILHO A ISHIKAWA S 2 ed São Paulo Atlas 2003 Mercado financeiro e de capitais MORANTE A S JORGE F T decisões de curto prazo decisões de longo prazo Administração financeira indicadores de desempenho São Paulo Atlas 2012 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombr books9788522466573 Acesso em 612019 1 Mercado financeiro Edílson Bezerra das Chagas Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você sabia que a intermediação financeira existe desde muito antes do padrão monetário conhecido atualmente Isso porque há muito tempo a sociedade estabeleceu uma organização na qual era necessário produzir caçar colher plantar e armazenar suprimentos para sua sobrevivência O mercado financeiro é portanto o que propicia a circulação de ativos financeiros locus Quanto aos mercados financeiros Gitman 2010 p 6 afirma que eles representam fóruns que facilitam o fluxo de recursos entre investidores empresa e unidades e agência de governo e são compostos por quatro outros mercados monetário de crédito de capitais e de câmbio Neste tópico saberemos mais sobre cada um deles Vamos lá Mercado monetário As operações no mercado monetário têm o objetivo de captar recursos excedentes no mercado monetário e alocálos para os agentes que necessitam de financiamentos Elas estão divididas em dois grandes grupos títulos públicos destinamse ao financiamento do orçamento público títulos privados destinamse à captação de recursos em especial pelas empresas privadas e pelos bancos Os principais títulos públicos e privados são 2 Figura 1 Títulos públicos e privados disponíveis no mercado monetário Fonte Elaborada pelos autores 2019 As operações do mercado financeiro geram na economia uma dinâmica muito interessante pois aproximam empresas e governos que emitem os títulos e precisam de recursos para financiar projetos e atividades de outras pessoas e empresas que têm sobra de recursos e compram esses títulos com a perspectiva de obter a rentabilidade oferecida pelo emissor Essas operações são importantes para a movimentação de todo o sistema econômico Agora que entendemos o mercado monetário seu conceito e sua importância entenderemos agora como funciona o mercado de crédito 3 Mercado de crédito O mercado de crédito atua principalmente nos financiamentos realizados por famílias empresas e governo com o objetivo de organizar os fluxos financeiros transferindo recursos de que tem sobrando para quem tem necessidade ou proporcionando liquidez ao mercado financeiro Essas transações financeiras entre as partes interessadas têm nos juros seu elemento principal de remuneração O governo também dispõe de recursos do seu orçamento para crédito e financiamento Como exemplo podemos citar parte dos impostos cobrados pelo governo que é direcionada para linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES que por sua vez pertence ao governo O BNDES muitas vezes repassa esses recursos aos demais bancos conveniados que ao fazerem as operações de crédito com seus clientes assumem o risco das operações e recebem uma remuneração por isso Devido à importância do mercado de crédito tratase de uma atividade altamente regulamentada com forte atuação de órgãos governamentais como Ministério da Fazenda Conselho Monetário Nacional CMN e Banco Central Bacen no caso do Brasil Esse mercado é tão relevante que em todo o mundo em momentos de crise o crédito tem sido utilizado como ferramenta de combate e recuperação das nações Sendo assim a política monetária em conjunto com políticas fiscais cambiais e comerciais é um instrumento para combater esses ciclos que afetam a produção das empresas e o consumo das famílias Nesse contexto Securato e Securato 2013 destacam entre as atribuições do crédito a de satisfazer as necessidades de caixa financeiras e monetárias dos vários agentes econômicos nas modalidades de empréstimos e financiamentos considerando questões como prazo taxa e nível de risco Para entender melhor veremos agora alguns exemplos de operações no mercado de crédito Operações no mercado de crédito Securato e Securato 2013 descrevem algumas das principais linhas de crédito oferecidas às empresas pelas instituições financeiras bancos e ressaltam que essas soluções de curto prazo são de modo geral muito parecidas e variam apenas em relação a taxas risco e garantia Vejamos algumas operações de crédito comuns nas empresas FIQUE ATENTO Os bancos são exemplos de operadores no mercado de crédito ou seja são credores neste mercado e têm sua concentração de operações no prazo de 12 meses para reduzir os riscos das operações de sua carteira de crédito 4 Quadro 1 Operações de crédito Fonte Elaborado pelos autores baseados em SECURATO e SECURATO 2013 Neste subtópico vimos o mercado de crédito sua conceituação importância e alguns tipos de operações de empréstimos Conheceremos agora o mercado de capitais Mercado de capitais Está relacionado à comercialização de títulos pelas empresas para que elas arrecadem recursos para o financiamento de seus projetos ou sua estruturação financeira Em contrapartida há uma promessa de pagamento de juros ou de ganhos aos interessados na oportunidade por meio da valorização de suas ações no mercado Para Assaf Neto e Lima 2014 p 46 o mercado de capitais é a grande fonte de recursos de longo prazo para investimentos da economia assumindo um papel relevante no processo de desenvolvimento econômico SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Introdução à administração financeira uma nova visão econômica e financeira para a gestão de negócios das pequenas e médias empresas de Edson Cordeiro da Silva Editora LTC Ano 2009 Disponível emhttpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia564210 Assim o mercado de capitais se constitui como operações com valores mobiliários proporcionando recursos financeiros às empresas emitentes desses papéis para que possam continuar seus projetos e investimentos Em contrapartida essa empresa emitente se compromete a praticar uma gestão que ofereça aos investidores transparência liquidez e minimize os riscos Atuam nesse mercado as bolsas e corretoras de valores e outras instituições financeiras autorizadas FIQUE ATENTO Quem fiscaliza as empresas que atuam no mercado de capitais é a Comissão de Valores Mobiliários CVM ligada ao Ministério da Fazenda com o objetivo de proteger os clientes interessados em participar dessas operações As negociações no mercado de capitais acontecem em dois momentos mercado primário contempla as empresas que estão abrindo seu capital pela primeira vez e os recursos investidos pelos interessados vão diretamente para elas mercado secundário onde são comercializadas as ações a qualquer momento 6 Figura 2 Mercado de capitais Fonte cifotart Shutterstock 2019 No caso do mercado secundário o resultado das vendas vai diretamente para o proprietário da ação e não mais para a empresa A transparência e a profissionalização na gestão empresarial são um legado do mercado de capitais à medida que as empresas que nele atuam são avaliadas em tempo real Aspectos como lucros vendas sazonalidade e até imagem podem influenciar a percepção do investidor e interferir no preço das ações EXEMPLO Podemos pegar como exemplos de operações do mercado de capitais ações opções de ações debêntures notas promissórias contratos futuros de opções e outros commercial papers derivativos 7 Mercado de câmbio Segundo Assaf Neto 2014 mercado de câmbio é o ambiente no qual ocorrem as transações de compra e venda de moedas estrangeiras utilizando como parâmetro de conversão a moeda nacional A principal moeda estrangeira envolvida nessas transações é o dólar e suas formas mais comuns de negociação são Quadro 2 Negociação do dólar Fonte Elaborada pelos autores 2019 A cotação do dólar é definida diariamente pelo mercado ou agentes pelas empresas e pelos corretores que analisam notícias traçam cenários executam suas posições realizam operações de compra e venda e impactam essa movimentação O movimento do mercado de câmbio é altamente influenciado por notícias internas e externas Pessoas do mundo inteiro acompanham esse cenário global e procuram oportunidades de negócios ou fragilidades pontuais ou duradouras para tomar decisões e influenciar as cotações das moedas globalmente As operações de câmbio podem ser representadas de várias formas como uma empresa que exporta produtos e recebe seu pagamento em dólares provenientes de seu cliente no exterior ou uma família brasileira que passará férias nos Estados Unidos e comprará dólares para as despesas e aquisições previstas no país No caso da empresa ela deve entrar em contato com uma instituição financeira autorizada para poder receber o valor em dólares no exterior e convertêlos em reais enviando posteriormente esse crédito ao Brasil Já a família pode procurar uma instituição financeira ou uma casa de câmbio autorizada para efetuar a compra de dólares que serão convertidos pela taxa de câmbio do dólar turismo Existem ainda transações como a compra com cartão de crédito no exterior Nesses casos a compra é efetuada e convertida em dólares mas como as instituições financeiras demoram alguns dias para repassar os recursos às administradoras podem fazer mais de um lançamento débito ou crédito em meses diferentes referentes à variação da moeda no momento do repasse do recurso ao favorecido no exterior EXEMPLO Os proprietários de uma empresa pretendem financiar uma parte dos R 50 milhões totais de ativo e solicitam um empréstimo no valor de R 25 milhões ou seja 50 serão financiados com recursos de terceiros a uma taxa de 12 ao ano custo do capital de terceiros anual R 2500000000 x 0012 R 300000000 Nessa situação qual o retorno produzido pelos ativos Ele deve ser apurado antes ou após os encargos financeiros ROA antes das despesas financeiras R 800000000 R 5000000000 16 ROA após as despesas financeiras R 500000000 R 5000000000 10 Por esse exemplo podemos perceber pelo ROA após as despesas financeiras que ao incorporar o custo do capital de terceiros na estrutura de capital o retorno do ativo total tem uma redução considerável Gitman 2010 Ross et al 2012 e Assaf Neto 2014 concordam que o custo do capital é estimado em um momento específico e reflete o custo futuro médio de fundos em longo prazo e que embora as empresas geralmente captem recursos para determinados lotes de produção o custo do capital deve refletir a interrelação das atividades de financiamento SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Estudos de casos em finanças gestão para criação de valor corporativo do autor Robert E Bruner Editora AMGH Ano 2010 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia563605 Uma medida que pode ser usada no caso do custo do capital próprio é o valor da taxa obtida no modelo de precificação de ativos financeiros MPAF o qual mostra que o custo do capital próprio é o retorno exigido pelos investidores como recompensa pelo risco não diversificável da empresa medido pelo beta que é a volatilidade do investimento em comparação ao mercado como um todo GITMAN 2010 1 Fontes de capital capital próprio e capital de terceiros Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você sabe como podemos analisar o custo de oportunidade do capital próprio na estrutura de capital da empresa e do projeto O custo do capital tem um papel fundamental na tomada de decisão financeira por isso abordaremos a estrutura de capital que é o ponto de partida para a verificação dos custos analisando sua relação com o capital próprio Assim neste material analisaremos o custo de oportunidade do capital próprio na estrutura de capital da empresa e do projeto visando auxiliar o investidor na melhor tomada de decisão Vamos lá Estrutura de capital O termo capital está relacionado aos fundos de longo prazo de uma empresa e estes podem se dividir de acordo com Gitman 2010 entre capital próprio é o foco deste material e se refere aos fundos de curto e longo prazo proporcionados pelos proprietários acionistas da empresa capital de terceiros é oriundo de empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo contraídos pela empresa A análise do custo de oportunidade do capital próprio de empresasprojetos passa pela compreensão da estrutura de capital que segundo Gitman 2010 p 445 é uma das áreas mais complexas da tomada de decisões financeiras por causa de sua interação com outras variáveis de decisão em finanças O autor salienta que decisões erradas acerca da estrutura de capital podem resultar em um custo elevado reduzindo o retorno ou até inviabilizando determinados projetos enquanto as eficazes podem influenciar na redução do custo do capital melhorando o resultado em termos de retorno que por sua vez impacta positivamente no valor da empresa Para entender como podemos estruturar o capital de uma empresaprojeto utilizaremos um balanço patrimonial simplificado com o qual podemos ilustrar os dois componentes que compõem a estrutura básica de capital o capital próprio e o capital de terceiros Observe a figura a seguir 2 Figura 1 Estrutura de capital balanço patrimonial simplificado Fonte Elaborada pela autora baseada em GITMAN 2010 No caso do capital próprio existem duas fontes básicas ações preferenciais capital de acionistas ordinários o que incluem as e os lucros retidos ações ordinárias Vejamos os conceitos de cada componente de acordo com Assaf Neto 2012 e Hoji 2014 ações constituem a menor parcela do capital social de uma sociedade anônima ações ordinárias têm como principal característica o direito a voto além de ter direito à distribuição de lucros após distribuição aos acionistas preferenciais ações preferenciais embora não tenham direito a voto são caracterizadas pela preferência no recebimento de dividendos Na estrutura de capital de empresa a relação entre capital de terceiros e capital próprio tem um peso importante uma vez que em função da posição secundária em relação ao capital de terceiros o capital próprio precisa ser recompensado com retornos esperados mais altos e deve permanecer na empresa por um período indefinidamente longo FIQUE ATENTO De acordo com Gitman 2010 em uma escala simples o capital obtido com a emissão de ações ordinárias é geralmente a forma mais cara de capital próprio seguida pelos lucros retidos e pelas ações preferenciais 3 indefinidamente longo Ross et al 2012 analisam a composição da estrutura de capital por meio da teoria da pizza Observe Figura 2 Teoria da pizza Fonte Elaborada pela autora baseada em ROSS et al 2012 A distribuição de valores nas pizzas corresponde à combinação de valores dos direitos financeiros sobre a empresa dívidas e ações Conforme Hoji 2014 a melhor estrutura de capital de uma empresa é aquela em que a relação entre o exigível de longo prazo e o patrimônio líquido produza o menor custo do capital Nas análises financeiras também devemos considerar as diferenças básicas existentes entre as duas fontes de recursos de terceiros e próprios conforme a figura a seguir 4 Quadro 1 Diferenças básicas entre recursos de terceiros e próprios Fonte Elaborado pela autora baseada em GITMAN 2010 Hoji 2014 salienta que investimentos com prazo de retorno longo ou alto grau de risco devem ser financiados com capital próprio uma vez que em caso de insucesso das operações a empresa sofrerá menos com uma crise de liquidez Independentemente de quanto seja o percentual de capital próprio que fará parte da estrutura de capital o custo do capital deve ser acompanhado de forma persistente Custo do capital da empresa Nas análises financeiras o custo do capital é um elemento sempre presente Ele se refere à taxa de retorno que uma empresa deve conseguir nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua ação Também pode ser considerado a taxa de retorno exigida pelos fornecedores de capital no mercado para que seus fundos sejam atraídos GITMAN 2010 Para melhor expormos o tema dividiremos este tópico em outros dois subtópicos Acompanhe Custo do capital da empresaprojeto Vincula as decisões de investimento de longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietários determinada pelos investidores no mercado 5 Para identificar a estrutura básica do custo do capital Gitman 2012 apresenta algumas hipóteses básicas em relação ao risco e ao imposto de renda Quadro 2 Hipóteses básicas do custo do capital Fonte Elaborado pela autora baseada em GITMAN 2010 Se o risco for mantido constante os projetos com taxa de retorno superior ao custo do capital elevarão o valor da FIQUE ATENTO O custo do capital é um conceito dinâmico afetado por uma variedade de fatores econômicos gerais e específicos à empresa Nos grifos de Gitman 2010 o custo do capital é o número mágico usado para decidir se um investimento proposto permitirá aumentar ou reduzir o preço da ação 6 Se o risco for mantido constante os projetos com taxa de retorno superior ao custo do capital elevarão o valor da empresa e aqueles com taxa inferior o reduzirão Custo de oportunidade do capital próprio As empresas têm por objetivo oferecer retorno aos seus investimentos que possam cobrir pelo menos a expectativa mínima de ganhos almejada pelo seu proprietário Por isso o custo do capital determinado pela combinação dos custos de oportunidade do capital próprio e do capital de terceiros devem ser considerados Ele representa a taxa de retorno da melhor proposta de investimento disponível de forma alternativa à proposta em consideração de risco similar Para o acionista esse conceito se iguala ao retorno da melhor oportunidade de investimento abandonada quando da decisão de realizar o investimento na empresa ASSAF NETO 2014 O custo de oportunidade do capital próprio ou o retorno do investimento pode ser medido em duas instâncias se tudo for financiado com capital próprio e se um percentual do total da estrutura de capital for financiado por capital de terceiros Utilizando os indicadores de retorno do ativo total ROA e retorno do capital próprio ROE podemos analisar o retorno sobre os investimentos da empresa Consideramos que os proprietários pretendem financiar os R 50 milhões totais de ativo com seus próprios investimentos patrimônio líquido ou seja apenas com recursos próprios Para esse caso o ROA é igual ao ROE Vejamos os conceitos desses índices de acordo com Assaf Neto 2014 ROA mostra o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos É o lucro disponível para acionistas ordináriosativo total ROE mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários em que para cada unidade monetária de recursos próprios patrimônio líquido investida na empresa medese o quanto o acionista aufere de lucro É o lucro disponível para acionistas ordináriospatrimônio dos acionistas ordinários Supondo também que o lucro originado desse investimento seja de R 8 milhões teremos neste caso como taxa de retorno Fechamento Ao longo deste tópico percebemos a dimensão do mercado financeiro e sua influência para o desenvolvimento de uma sociedade Estudamos as transações de compra e venda de produtos e serviços que fazem a moeda circular e entendemos o conceito de mercado monetário em seus contextos histórico e teórico Vimos também o papel do crédito como alavanca de negócios as diferentes formas de obtêlo e o funcionamento do mercado de câmbio Por fim compreendemos que o mercado de capitais é importante não só pela possibilidade de ganhos mas também como fonte de financiamento das empresas em longo prazo de forma complementar a outras fontes como as instituições financeiras que atuam mais fortemente em curto e médio prazos Referências ASSAF NETO A Finanças corporativas e valor 7 ed São Paulo Atlas 2014 ASSAF NETO A LIMA F GCurso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia571222 GITMAN L J Princípios de administração financeira Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 12 ed São Paulo Pearson Addison Wesley 2010 Disponível em httpsbv4digitalpagescombr filtroautorestermgitmansearchpage1fromautor2F2912FGitman2C252520Lawrence 252520Jpage0ion0edicao327 Acesso em 1412019 SECURATO J C SECURATO J R Mercado financeiro conceitos cálculos e análise de investimento 3 ed São Paulo Saint Paul 2013 SILVA E C Introdução à administração financeira uma nova visão econômica e financeira para a gestão de negócios das pequenas e médias empresas Rio de Janeiro LTC 2009 Disponível em https bibliotecasophiacombr9198indexaspcodigosophia564210 Fechamento Neste material apresentamos elementos importantes que podem ser utilizados para analisar o custo de oportunidade do capital próprio na estrutura de capital da empresaprojeto Primeiramente apresentamos o conceito de estrutura de capital com a divisão clássica em capital próprio e capital de terceiros sendo que a combinação deles deve prezar que a relação entre o exigível de longo prazo e o patrimônio líquido produza o menor custo do capital Por fim abordamos o conceito de custo do capital com foco no capital próprio e para a fixação do conteúdo aplicamos os índices de retorno do ativo total ROA e retorno do capital próprio ROE Referências ASSAF NETO A Mercado financeiro 11 ed São Paulo Atlas 2012 Finanças corporativas e valor 7 ed São Paulo Atlas 2014 BRUNER R E Estudos de casos em finanças gestão para criação de valor competitivo Tradução de José Carlos Barbosa 5 ed Porto Alegre AMGH 2010 Disponível em httpsbibliotecasophiacombr9198indexasp codigosophia563605 GITMAN L J Princípios de administração financeira Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 10 ed São Paulo Pearson Addison Wesley 2012 HOJI M Administração financeira e orçamentária matemática financeira aplicada estratégia financeira orçamento empresarial 11 ed São Paulo Atlas 2014 ROSS S A et al Administração financeira São Paulo Atlas 2012 1 Custo médio ponderado de capital CMPC Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você sabe por que é necessário determinar o custo médio ponderado de capital CMPC de uma empresa Como já estudamos na composição da estrutura de capital de uma empresaprojeto podemos encontrar custos relativos ao capital próprio e ao capital de terceiros Quando a composição leva em conta as duas fontes podemos calcular o CMPC que servirá como base do custo de oportunidade do investimento Nesse contexto neste material apresentaremos elementos que permitirão realizar o cálculo do CMPC na estrutura de capital da empresa e do projeto Vamos lá Custo de capital de terceiros Muitas empresas necessitam captar recursos externos no momento de realizar investimentos Casarotto Filho 2010 afirma que esses recursos de investimentos provêm de várias fontes entre as quais acionistas capital próprio da empresa ou patrimônio líquido empréstimos debêntures As duas últimas se chamam capital de terceiros e a utilização de todos esses recursos requer uma remuneração ou seja cada uma dessas fontes de recurso tem um custo aos acionistas cabem os lucros enquanto os empréstimos e as debêntures são remunerados com juros O custo de capital de terceiros é relativamente menor comparado a outras formas de financiamento pois os credores são os fornecedores de capital de longo prazo que assumem menos risco isto é eles têm preferência sobre quaisquer lucros ou ativos disponíveis para pagamento Basicamente o custo do financiamento com capital de terceiros resulta segundo Gitman 2010 da maior probabilidade de causada por obrigações de dívida falência da de ação da empresa pelos custos de agência do credor restrição da liberdade dos custos associados ao fato de que os administradores têm mais informações sobre as perspectivas da empresa do que seus investidores informação assimétrica 2 Ainda nessa relação com os credores podemos citar os custos de que são oriundos da seguinte monitoramento situação caso a empresa invista em ativos de alto risco e tenha bons resultados os proprietários receberão todos os benefícios mas se o investimento fracassar os credores compartilharão os custos Em função dessa possível ocorrência os credores impõem determinados custos de monitoramento aos tomadores por exemplo aumentar o custo de empréstimos futuros negar solicitações posteriores de empréstimo e impor cláusulas restritivas nos contratos de empréstimo GITMAN 2010 Casarotto Filho 2010 salienta que os investimentos da empresa deverão render o suficiente para pagar os juros dos capitais de terceiros e proporcionar um lucro compatível com as expectativas dos acionistas Em outras palavras a taxa mínima de atratividade da empresa aquela a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros deverá ser maior ou igual ao seu custo de capital Na análise financeira de uma proposta de investimento deve ser considerada a perda da oportunidade de aplicar esse capital em outros projetos por isso o investimento escolhido deve render no mínimo a taxa de juros obtida em aplicações de baixo risco Geralmente as empresas captam recursos por meio da venda de obrigações e título e alguns elementos relacionados a esses capitais de terceiros merecem destaque como os recebimentos líquidos e o custo de capital de terceiros antes do imposto de renda Descrevemos a explicação desses elementos no quadro a seguir FIQUE ATENTO Os custos de agência retratam os custos trazidos pelos interesses conflitantes agency cost entre as partes Sobre eles Gitman 2010 nos aponta que a taxa de juros cobrada aquela que os credores cobram das empresas tem por base a avaliação do risco do negócio feita pelos próprios credores 3 Quadro 1 Descrição de elementos relacionados ao uso de capital de terceiros Fonte Elaborado pela autora baseada em GITMAN 2010 Entendendo o uso de cotação de custo quando os recebimentos líquidos com a venda de uma obrigação são iguais ao seu valor de face o custo antes do imposto de renda se iguala à taxa de cupom Por exemplo uma obrigação com cupom igual a 10 e que gera recebimentos iguais ao valor de face de R 1000 teria um custo antes do imposto de renda igual a 10 Uma segunda cotação usada às vezes é o retorno esperado até o vencimento de uma obrigação com risco semelhante Se uma obrigação com risco semelhante tem um retorno esperado de 97 esse valor pode ser empregado como custo de capital de terceiros antes do imposto de renda Agora considerando o custo de capital de terceiros depois do imposto de renda também conhecido como custo específico de financiamento os juros do capital de terceiros são dedutíveis para fins de apuração de imposto de renda por isso podemos encontrar o custo multiplicando o custo antes do imposto de renda por 1 menos a alíquota do imposto de renda de acordo com a equação a seguir Em que Ki custo de capital de terceiros depois do imposto de renda Kd custo de capital de terceiros antes do imposto de renda T alíquota do imposto de renda 4 É permitido deduzir os pagamentos de juros do lucro tributável base do imposto de renda as empresas reduzem a parcela de seus lucros paga ao imposto de renda Isso aumenta os fluxos de caixa e deixa maior valor disponível aos investidores Em essência o governo está subsidiando o custo do financiamento com capital de terceiros em relação ao financiamento com capital próprio GITMAN 2010 Figura 1 Estrutura de capital Fonte ESB Professional Shutterstock 2019 A teoria financeira indica que embora as empresas estabeleçam metas para estrutura de capital que minimizará seu custo de capital ainda não existe um método consagrado no uso da determinação da estrutura de capital ideal para a empresa A prática que permeia as análises financeiras é que a estrutura de capital ótima de uma EXEMPLO Supondo que a alíquota de imposto de renda da empresa ChicTotal seja de 40 Usando o custo de capital de terceiros de 94 antes do imposto de renda determinado anteriormente isso resulta no custo de capital de terceiros depois do imposto de renda 94 x 1040 56 ideal para a empresa A prática que permeia as análises financeiras é que a estrutura de capital ótima de uma empresa necessita equilibrar os benefícios e os custos do financiamento com capital de terceiros Nesse sentido o valor de uma empresa é maximizado quando se minimiza o custo de seu capital ROSS et al 2012 Mas atenção uma vez composta a estrutura de capital temos como calcular o CMPC o que possibilita ao investidor um referencial de análise para a maximização do valor da empresa Critérios do peso dos custos na estrutura de CMPC Em longo prazo uma empresa deve realizar investimentos que maximizem seu valor Para isso é necessário empreender em projetos que gerem retornos que excedam o custo médio ponderado que compõem a estrutura de seu capital SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Princípios de administração financeira do autor Lawrence J Gitman Editora Pearson Adisson Wesley Ano 2010 Disponível em O custo do capital da empresa deve portanto levar em conta a composição do capital ou seja deve ser calculado o CMPC FIQUE ATENTO A estrutura de capital de uma empresaprojeto pode ser formada por duas formas somente por capital próprio ou pela composição de capital próprio e capital de terceiros Nesse segundo caso podemos calcular o CMPC Para realizar o cálculo do CMPC vamos entender a equação a seguir de acordo com Assaf Neto 2014 considerando a estrutura de capital da empresa ChicTotal CMPC wIcit wIpa Wscp Em que 6 wi participação do capital de terceiros wp participação das ações preferenciais ws participação do capital próprio r custo do capital de terceiros ct r custos das ações preferenciais a r custo do capital próprio cp Geralmente esses pesos são as metas percentuais de capital de terceiros e de capital próprio que minimizarão o custo geral de levantamento de fundos da empresa 7 Quadro 2 Bases para ponderação de custos na estrutura de capital da empresa Fonte Elaborado pela autora baseada em ROSS et al 2012 e ASSAF NETO 2014 Considerando que a empresa ChicTotal tenha um custo de capital de terceiros de 4 custo de ações preferenciais de 7 e custo de capital próprio de 14 Usando os custos já calculados com os pesos do valor de mercado no quadro anterior podemos calcular o CMPC da seguinte forma 8 Tabela 1 Cálculo do CMPC Fonte Elaborada pela autora 2019 O valor do CMPC de 93 serve para referenciar tanto aos investidores quanto aos credores da empresa ChicTotal o custo de oportunidade do investimento Sobre esse valor a empresa poderá colocar metas por exemplo 10 como gestão de riscos Então se acrescentarmos 10 ao CPMC temos 110 x 93 1023 que pode ser considerada a taxa mínima de atratividade ou seja o retorno esperado da empresa precisa ser superior a essa taxa para valer a pena o empreendimento Assim encerramos este tópico no qual apresentamos o custo de capital de terceiros e o CMPC Fechamento Neste tópico pontuamos que os recursos de investimentos utilizados pelas empresas provêm de várias fontes entre elas as externas por meio geralmente dos empréstimos e da emissão de debêntures Em seguida apresentamos os fatores básicos que resultam no custo de capital de terceiros e ainda demonstramos como calculálo antes e depois do imposto de renda Por fim abordamos o tema relacionado aos pesos dos custos na estrutura de capital que podem ter como critérios os valores contábeis ou os valores de mercado E demonstramos uma equação básica para o cálculo do CMPC importante elemento na análise financeira de projetos Referências 9 ASSAF NETO A 7 ed São Paulo Atlas 2014 Finanças corporativas e valor CASAROTTO FILHO N 11 ed São Paulo Atlas 2010 Análise de investimentos GITMAN L J Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 12 ed Princípios de administração financeira São Paulo Pearson Addison Wesley 2010 Disponível em httpsbv4digitalpagescombr filtroautorestermgitmansearchpage1fromautor2F2912FGitman2C252520Lawrence Acesso em 1412019 252520Jpage0section0edicao327 ROSS S A et al Administração financeira São Paulo Atlas 2012 1 Alavancagem empresarial Ivoneti da Silva Ramos Introdução Caro estudante você já ouviu falar em alavancagem Esse importante conceito financeiro consiste na utilização de itens patrimoniais e de resultado para alavancar o resultado da empresa ou seja o uso de ativos ou fundos para aumentar os retornos de um determinado investimento Neste tópico estudaremos o que é a alavancagem empresarial e quais são as três formas de analisála a operacional a financeira e a total Além disso compreenderemos o que é grau de alavancagem e como ele é calculado e interpretado Bons estudos Alavancagem Alavancagem empresarial é o resultado da utilização de ativos ou fundos a custo fixo para aumentar os retornos de um investimento As empresas podem usar os custos fixos operacionais para obter a alavancagem operacional assim como os custos fixos financeiros custo do financiamento para obter a alavancagem financeira ao final obtémse a alavancagem total GITMAN 2010 Veja na figura a seguir o que está imbricado em cada uma delas 2 Figura 1 Alavancagem operacional financeira e total Fonte GITMAN 2010 p 434 Sua análise é realizada a partir dos registros contábeis contidos na demonstração de resultado do exercício DRE a alavancagem operacional está relacionada ao impacto no lucro antes de juros e imposto de renda Lajir enquanto a alavancagem financeira impacta no resultado após o desconto das despesas financeiras Gitman 2010 salienta que aumentos de alavancagem resultam em elevações de retorno e risco ao passo que diminuições de alavancagem provocam reduções de retorno e risco Vamos conhecer um pouco mais sobre o tema Continue a leitura Alavancagem operacional Resulta do uso dos custos fixos operacionais para melhorar o Lajir Somente as empresas que possuem custos fixos em seus processos de produção de bens e de serviços apresentam alavancagem operacional Veja na figura seguinte um exemplo dela 3 Figura 2 Exemplo de alavancagem operacional Fonte GITMAN 2010 p 439 Podemos observar pela tabela anterior que uma empresa tem previsão de vendas de mil unidades e um Lajir previsto de R 2500 Por outro lado considerando um cenário favorável a vendas um aumento de 50 nas vendas resultaria em 1500 unidades Para o caso 1 o Lajir previsto é de R 5000 ou seja um aumento de 100 Vamos entender os custos operacionais que são variáveis aumentam proporcionalmente 50 de valor isto é passam de R 5000 para R 7500 Os custos operacionais fixos porém por sua natureza permanecem os mesmos nas duas situações Como impacto temos que o Lajir passa de R 2500 para R 5000 o dobro do valor Por outro lado a análise do caso 2 permite observar que se a previsão de vendas cair em 50 a empresa terá uma redução de 100 no Lajir Esse impacto também está relacionado aos custos fixos operacionais que permanecem os mesmos independentemente do volume de vendas Analisaremos agora a alavancagem financeira FIQUE ATENTO O lucro por ação LPA é o resultado da divisão do lucro disponível para os acionistas ordinários auferido contabilmente pela empresa em um determinado período sobre o número de ações emitidas por ela no mercado ASSAF NETO 2012 4 Alavancagem financeira Segundo Gitman 2010 a alavancagem financeira é a variação do Lajir sobre o lucro líquido ou sobre o LPA quando a empresa registra custos financeiros fixos juros de dívidas e os dividendos de ações preferenciais Veja na figura a seguir um exemplo dela Figura 3 Exemplo de alavancagem financeira Fonte GITMAN 2010 p 442 Na tabela que apresentamos uma empresa tem previsão de Lajir de R 10000 e um LPA previsto de R 240 Todavia considerando um cenário favorável caso 1 o Lajir pode obter um aumento de 40 o que resulta em um LPA de R 480 ou seja um aumento de 100 na lucratividade Mas o que permitiu esse resultado Observe que a previsão de aumento de 40 nas vendas impacta o Lajir mas os juros e os dividendos preferenciais permanecem os mesmos uma vez que são custos fixos financeiros Dessa forma um aumento no Lajir impacta positivamente no LPA porque a estrutura de custos fixos financeiros permanece a mesma Por outro lado a análise do caso 2 permite observar que se o Lajir previsto sofrer redução de 40 haverá um impacto em redução de 100 no LPA também em função de que os custos fixos financeiros permanecerão no mesmo montante independentemente do resultado no Lajir SAIBA MAIS Para se aprofundar sobre o tema indicamos a leitura do livro Princípios de administração financeira de Lawrence Jeffrey Gitman Editora Pearson Addison Wesley Ano 2010 Disponível em Note também que no caso dos juros o desconto é antes do imposto de renda o que também impacta no resultado final da lucratividade uma vez que o desconto dos juros reduz a base de cálculo para o imposto de renda Assim a alavancagem operacional relaciona a variação nas vendas com a variação no Lajir Já a alavancagem financeira relaciona a variação no Lajir com a variação no LPA Podemos portanto analisálas a partir do grau de relacionamento na estrutura de capital da empresa Assim o grau de alavancagem mede a sensibilidade na atividade lucrativa da empresa Vamos conhecêlos Segundo Gitman 2010 e Ross et al 2012 temos três tipos Grau de alavancagem operacional GAO mede a sensibilidade de variações de Lajir às variações de vendas Salientamos que somente as empresas que possuem custos fixos em seus processos produtivos têm alavancagem operacional Grau de alavancagem financeira GAF mede a sensibilidade de variações de LPA às variações de Lajir Salientamos que somente as empresas que usam capital de terceiros ou outras formas de financiamento com custo fixo como ações preferenciais têm alavancagem financeira A fórmula do GAO é GAO variações de Lajir variações de vendas A fórmula do GAF é GAF variações de LPA variações de Lajir Na tabela apresentada a seguir temos na parte do GAO o cenário 2 como cenário realista em que as vendas líquidas estão no patamar de R 700000 sem variação O cenário 1 é um cenário pessimista e indica uma redução de 10 nas vendas líquidas o que resulta em um decréscimo de 35 do Lajir 6 Tabela 1 GAO e GAF exemplo de cálculo Fonte Elaborada pela autora baseada em GITMAN 2010 O cenário 3 é um cenário otimista e indica um aumento de 10 nas vendas líquidas o que resulta em um acréscimo de 35 do Lajir Como exemplo vamos aplicar o cálculo do GAO ao cenário 3 7 A interpretação do valor do GAO de 350 mostra que o Lajir variou 35 vezes o valor da variação nas vendas Na figura anterior na parte do GAF temos o cenário 2 como cenário realista em que o Lajir é de R 80000 sem variação O cenário 1 é um cenário pessimista e indica uma redução de 35 no Lajir o que resulta em um decréscimo de 4667 do LPA O cenário 3 é um cenário otimista e indica um aumento de 35 no Lajir o que resulta em um acréscimo de 4667 do Lajir Como exemplo vamos aplicar o cálculo do GAF ao cenário 3 Em função da presença de custos fixos financeiros no processo de produção da empresa um aumento de 35 no Lajir resultará em um aumento de 4667 no LPA A interpretação do valor do GAF de 133 mostra que os acionistas estão com uma taxa de retorno que é 33 superior à taxa geradora de ativos da empresa O LPA variou em torno de 133 vezes o valor da variação no Lajir Finalmente o terceiro tipo de grau de alavancagem Grau de alavancagem total GAT é obtido a partir da combinação de capital de terceiros com capital próprio ou seja a alavancagem total resulta do efeito combinado do uso de custos fixos tanto operacionais quanto financeiros para amplificar o efeito de variações de vendas sobre os lucros por ação da empresa A fórmula do GAT é Vamos utilizar o exemplo da figura anterior na parte do GAF para a aplicação do GAT em que temos EXEMPLO Gitman 2010 explica que uma vez que a empresa possui custos fixos operacionais se as vendas aumentarem 10 o impacto sobre o Lajir será de 35 No entanto o autor ressalta se a empresa não possuir custos fixos operacionais o GAO será igual a 1 Nesse caso se as vendas aumentassem em 10 o Lajir sofreria uma variação na ordem de 10 FIQUE ATENTO Segundo Gitman 2010 e Ross et al 2012 a alavancagem total pode ser considerada como uma medida do impacto total dos custos fixos na estrutura operacional e financeira da empresa 8 A interpretação do valor do GAT de 467 mostra um GAT maior que 1 indicando a presença tanto de custos fixos operacionais quanto de financiamento Dessa forma ao aplicar as fórmulas apresentadas podemos ter uma relação de indicadores GAO GAF e GAT que nos permitem analisar os impactos da alavancagem da empresa a partir do uso dos custos fixos na estrutura de capital Fechamento Neste tópico estudamos o que é alavancagem empresarial compreendendo sua importância para a gestão das empresas Dentre os conteúdos abordados vimos a alavancagem operacional calculada a partir dos custos fixos operacionais a alavancagem financeira calculada a partir dos custos fixos financeiros a alavancagem total que é uma composição das duas anteriores Contemplamos todos os principais aspectos deste conteúdo mas é importante ressaltar ao estudante de administração financeira que sempre é necessário ampliar os estudos para obter um melhor desempenho no mercado de trabalho Referências ASSAF NETO A 11 ed São Paulo Atlas 2012 Mercado financeiro GITMAN L J Tradução técnica de Antonio Zoratto Sanvicente 12 ed Princípios de administração financeira São Paulo Pearson Addison Wesley 2010 Disponível em httpsbv4digitalpagescombr filtroautorestermgitmansearchpage1fromautor2F2912FGitman2C252520Lawrence Acesso em 1412019 252520Jpage0section0edicao327 ROSS S A et al Administração financeira São Paulo Atlas 2012