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Medicina Veterinária ·

Fisiologia Animal

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ARTIGO ORIGINAL GETEC v10 n31 p1521632021 SEGREGAÇÃO E DESTINAÇÃO DOS MATERIAIS ESPECIFICADOS DE RISCO NOS ABATEDOUROS DE BOVINOS Medida de Mitigação de Risco para Encefalopatia Espongiforme Bovina Andressa de Castro Souza1 Cassio Toledo Messias2 Patricia Gelli Feres de Marchi3 Giovanna Amorim de Carvalho4 Laryssa Freitas Ribeiro5 RESUMO A Encefalopatia Espongiforme Bovina EEB é uma doença neurodegenerativa progressiva fatal de grande poder e impacto na economia mundial uma vez que acomete bovinos Ademais é considerada uma zoonose desencadeando uma variante da doença de CreutzfeldtJakob vCJD em humanos Seu agente causador é um príon uma proteína modificada que se acumula no Sistema Nervoso Central SNC causando sintomatologia exclusivamente nervosa como agressividade sensibilidade incordenação motora entre outros sintomas inespecíficos Este trabalho teve como objetivo realizar uma breve revisão bibliográfica acerca da doença as medidas de prevenção vigilância e mitigação desenvolvidas para a EEB no Brasil com enfoque nos procedimentos realizados nos abatedouros frigoríficos de bovinos que envolvem a remoção segregação e destruição dos Materiais Especificados de Risco MER Estas medidas são fundamentais para manutenção do status sanitário em que o País se encontra de risco insignificante segundo classificação de risco da Organização Mundial de Saúde Animal OIE Palavraschave MER vaca louca frigorífico ABSTRACT Bovine Spongiform Encephalopathy BSE is a fatal progressive neurodegenerative disease of great power and impact on the world economy as it affects cattle Furthermore it is considered a zoonosis triggering a variant of CreutzfeldtJakob disease vCJD in humans Its causative agent is a prion a modified protein that accumulates in the Central Nervous System CNS causing exclusively nervous symptoms such as aggressiveness sensitivity motor incoordination among other nonspecific symptoms This work aimed to carry out a brief literature review about the disease the prevention surveillance and mitigation measures developed for BSE in Brazil focusing on the procedures performed in slaughterhouses for cattle which involve the removal segregation and destruction of Materials Specified Risk MER These measures are essential for maintaining the sanitary status in which the country 1Médica Veterinária pela Universidade Federal do Acre UFAC pósgraduanda em Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal pela Faculdades Integradas Aparício Carvalho FIMCA e em Gestão da Higiene Tecnologia e Qualidade de Produtos de Origem Animal pelo IFOPE CRMVAC n0457 castrosandressahotmailcom 2 3 4 Universidade Federal do Acre Centro de Ciências da Natureza BR 364 Km 04 Distrito Industrial CEP 69915800 Rio Branco Acre Brasil 5Professora orientadora graduada em Medicina Veterinária mestre e doutora em Medicina Veterinária Universidade Estadual Paulista UNESPJaboticabalSP Professora de Medicina Veterinária Centro Universitário Mário Palmério UNIFUCAMPMonte CarmeloMG laryssaribeiro84gmailcom Destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos 153 GETEC v10 n31 p1521632021 finds itself with an insignificant risk according to the risk classification of the World Organization for Animal Health OIE Keywords MER Crazy Cow fridge INTRODUÇÃO A Encefalopatia Espongiforme Bovina EEB é uma doença neurodegenerativa que acomete bovinos causando clinicamente dificuldade motora e reações exacerbadas à estímulos como a agressividade por isso é conhecida popularmente como Doença da Vaca Louca Essa importante doença faz parte do grupo das Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis EET a qual tem um príon como agente causador agindo na estrutura de proteínas saudáveis modificandoas GOTELIPE 2006 A EEB é uma doença crônica sem tratamento ou vacina que possui um período de incubação muito variável que pode levar de 2 até 8 anos TSUTSUI KASUGA 2006 Devido à essa cronicidade não é possível enquadrar um país ou região sem casos da doença em livre ou não igualmente é praticado para outras doenças como febre aftosa e brucelose ex livre de febre aftosa com vacinação Os países então são avaliados através de uma análise de risco E segundo a Organização Internacional de Saúde Animal OIE podem ser classificados em risco insignificante risco controlado e risco alto Nesta abordagem o Brasil está entre o grupo de países com risco insignificante uma vez que não há relatos de casos da introdução da EEB clássica no rebanho nacional Desde a descoberta da doença nos anos 80 houveram apenas 3 casos de EEB em sua forma atípica forma esta que não compromete o status sanitário do país A atual classificação do País associada às práticas restritivas na alimentação bovina assim como a vigilância ativa e as medidas mitigatórias desenvolvidas nos abatedouros bovinos são responsáveis pela abertura e manutenção de vários mercados internacionais Entretanto um único caso confirmado da doença clássica em território nacional poderia desencadear uma série de embargos no comércio exportador RODRIGUES et al 2013 Sendo assim medidas importantes consideradas mitigatórias para a doença uma vez que esta é também uma zoonose são realizadas nos abatedouros de bovinos Sabese que o príon causador da EEB possui tropismo por alguns órgãos e estruturas onde estará em maior concentração no animal infectado estruturas estas denominadas Materiais Especificados de Risco MER Estes são tecidos do SNC olhos encéfalo e medula e também tecidos como placas de Peyer e tonsilas BRASIL 2017 Nos abatedouros estas estruturas são removidas das carcaças segregadas e destruídas para que ocorra a inativação do agente Este trabalho teve como objetivo realizar uma breve revisão bibliográfica acerca da doença as medidas de prevenção vigilância e mitigação desenvolvidas para a EEB no Brasil com enfoque nos procedimentos realizados nos abatedouros frigoríficos de bovinos que envolvem a remoção segregação e destruição dos Materiais Especificados de Risco MER ETIOLOGIA A Encefalopatia Espongiforme Bovina EEB também conhecida como BSE do acrônimo inglês Bovine Spongiform Encephalopathy é uma doença neurodegenerativa progressiva fatal que afeta o Sistema Nervoso Central SNC bovino GOTELIPE 2006 Acomete também o homem sendo portanto uma zoonose causando uma doença semelhante à variante de CreutzfeldtJakob vCJD O agente etiológico da EEB é descrito como uma forma especial de proteína da membrana das células nervosas denominada príon abreviação SOUZA A C MESSIAS C T MARCHI P G F CARVALO G A RIBEIRO L F GETEC v10 n31 p1521632021 para de proteinaceous infectius particles partícula proteinácea infecciosa SANTOS FUKUDA 2014 O príon é um agente infeccioso que diferente dos vírus e bactérias não possui genes desta forma não possui capacidade de reprodução Tratase portanto de uma proteína que em determinadas condições assume conformações anormais Figura 1 acumulandose no cérebro de forma fatal NOGUEIRA 2010 Ainda se diferenciando dos demais agentes infeciosos o príon não estimula resposta imune que seja detectável ou uma reação inflamatória no hospedeiro Ademais possui alta resistência às formas convencionais de inativação pelo calor SANTOS FUKUDA 2014 Figura 1 Conversão da proteína normal PrPc em príon PrPsc Fonte DRA A MALAGELADA SECKLER httpwwwictusyalzheimercomalzheimeryotrasdemenciastienelaenfermedadde alzheimerunorigeninfeccioso EPIDEMIOLOGIA Descrita pela primeira vez em 1987 a Encefalopatia Espongiforme Bovina foi diagnosticada pela primeira vez em 1986 no Reino Unido WELLS et al 1987 e em seguida foi relatada em mais 25 países Presumese que a doença estivesse presente desde a década de 70 ou antes dado que seu período de incubação é muito extenso e variável OIE 2018 Há duas formas ou cepas descritas a serem distinguidas a EEB clássica e a EEB atípica A primeira ocorre em bovinos após a ingestão de alimento geralmente rações concentradas contaminada com o príon e há uma classificação de status sanitário estabelecido pela OIE para tal forma todo e qualquer caso deve ser relatado conforme indicado no Código Sanitário de Animais Terrestres da OIE Já a segunda acreditase que ocorra de forma espontânea e esporádica nas populações bovinas a uma taxa muito baixa e só são identificadas em animais já em idade avançada durante vigilância ativa não havendo provas de sua transmissibilidade Portanto a atípica não é considerada para fins de reconhecimento oficial do status de risco para EEB OIE 2018 No Brasil até o presente momento foram relatados 3 casos de EEB sendo todos da forma atípica Em dezembro de 2010 no Paraná surgiu a primeira suspeita de um caso da doença Era um animal de 13 anos criado exclusivamente à pasto com um quadro agudo característico da forma atípica sendo que seu óbito ocorreu em menos de 24 horas do seu curso clínico e somente após dois anos depois teve a suspeita confirmada O segundo caso Destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos 155 GETEC v10 n31 p1521632021 ocorreu em 2014 no Mato Grosso em um animal destinado ao abate de emergência MAGALHÃES et al 2017 E o terceiro e mais recente caso ocorreu em 2019 também no Mato Grosso em uma vaca de 17 anos O animal foi abatido e teve os materiais de risco incinerados os produtos identificados e apreendidos preventivamente BRASIL 2019 Estudos epidemiológicos desenvolvidos na década de 80 época de aparecimento dos primeiros casos da doença demonstraram que a principal via de transmissão da EEB se tratava da via oral através do consumo de farinhas de carne e ossos provenientes de carcaças de animais positivos WILESMITH et al 1988 Assim comprovouse que algumas estruturas denominadas Materiais Especificados de Risco MER são os mais prováveis de conter e tão logo desencadear a transmissão do príon OIE 2018 Os materiais descritos como envolvidos nessa contaminação pertencem aos tecidos do Sistema Nervoso Central SNC e órgãos linfoides e são eles encéfalo olhos medula tonsilas palatinas e parte distal do íleo cerca de 70cm Entretanto de acordo com a OIE 2011 o músculo esquelético desossado couro pele sangue sêmen leite gelatina colágeno e sebo são os únicos declarados como não veiculadores do príon causador da doença SINAIS CLINICOS Um ponto importante da EEB tratase do seu período de incubação o qual pode variar de 2 a 8 anos com média de 4 a 5 anos BRASIL 2014 TSUTSUI KASUGA 2006 Desta forma os sinais clínicos são observados em animais adultos ou de idade avançada Os principais sinais são os nervosos que se apresentam através de desordens comportamentais como a agressividade nervosismo falta de coordenação durante a marcha evidenciada principalmente nos membros traseiros decúbito permanente ou com dificuldade ao levantar movimentos espasmódicos tremores e depressão SANTOS FUKUDA 2014 O desenvolvimento clínico da doença ocorre no período entre 3 semanas e 6 meses apresentando acentuação sintomatológica em condições de estresse como manejo inadequado e transporte Estes sinais clínicos se apresentam em decorrência do acúmulo da proteína anormal PrPsc causando cada vez mais danos celulares aglomerandose em placas amiloides causando vacuolização do tecido nervoso e tornando seu aspecto esponjoso à verificação histológica BUELET 1992 DIAGNÓSTICO Até o presente momento não existe método diagnóstico capaz de detectar a EEB em animais vivos Os principais métodos empregados fazem uso da avaliação morfológica do tecido nervoso central do animal ou detectam por meios imunológicos a presença e acúmulo do príon PrPsc GOTELIPE 2006 A confirmação do diagnóstico é feita com métodos imunoquímicos incluindo técnicas de imunohistoquímica IHQ e Western immunoblot OIE 2018 A região da medula oblonga denominada óbex FIGURA 2 é a porção anatômica coletada para realização dos testes diagnósticos SOUZA A C MESSIAS C T MARCHI P G F CARVALO G A RIBEIRO L F GETEC v10 n31 p1521632021 Figura 2 Região de coleta para diagnóstico de EEB óbex sendo mostrado com a seta branca Fonte BRASIL 2014 Ao exame histológico é possível visualizar alterações neurodegenerativas caracterizadas pela presença de vacúolos de aproximadamente 30 a 40 µm de diâmetro GOTELIPE 2006 conferindo o aspecto espongiforme como o nome da doença evidencia Lembrando que estas alterações só são evidenciadas quando o animal apresentou a doença clinicamente caso contrário estas alterações não estarão evidenciadas Já a imunohistoquímica pode ser utilizada na fase préclínica da EEB uma vez que permite a detecção do PrPsc através da ligação de anticorpos antiproteína priônica a apenas um sítio protéico Em contrapartida o método Western Blotting Immunoblot permite uma tipificação e utiliza de proteases para digestão do príon A PrPc é totalmente digerida sendo que a PrPsc é apenas parcialmente assim possibilitando sua visualização através de eletroforese BRASIL 2014 CONTROLE E PREVENÇÃO Como não há tratamento ou vacina que possa impedir a ocorrência e contágio da doença outras medidas de controle foram implementadas para prevenir a exposição humana e animal ao agente da BSE TSUTSUI KASUGA 2006 No Brasil a instituição de algumas legislações e atos normativos foram e vem sendo imprescindíveis na manutenção do status sanitário para EEB Em uma ordem cronológica primeiramente visouse o controle de movimentação e proibição de abate de bovinos importados de países de risco para EEB a partir da implantação da Instrução Normativa nº 18 de 15 de dezembro de 2003 BRASIL 2003 Em seguida Destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos 157 GETEC v10 n31 p1521632021 diante de estudos e a comprovação da infectividade do príon através da alimentação com a publicação da Instrução Normativa nº 08 de 25 de março de 2004 foi decretada a proibição da alimentação de ruminantes com produtos que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal incluindose a cama de aviário e resíduos provenientes da criação de suínos BRASIL 2004 MEDIDAS MITIGATÓRIAS NOS ABATEDOUROS DE BOVINOS Em 2013 com a publicação da Instrução Normativa n44 de 17 de setembro foi incluído no Programa Nacional de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina PNEEB a remoção dos materiais de risco passando então a ser uma exigência nos abatedouros de ruminantes O Regulamento de Inspeção e Industrialização de Produtos de Origem Animal RIISPOA em seu artigo 124 ratificando a legislação anteriormente mencionada institui ainda a obrigatoriedade de segregação e inutilização dos MER BRASIL 2017 De acordo com um estudo realizado no Japão independente das demais medidas adotadas na prevenção controle e mitigação da BSE apenas o emprego da remoção dos materiais especificados de risco é capaz de reduzir em 95 o risco de entrada da doença na cadeia alimentar humana TSUTSUI KASUGA 2006 A lista mais atualizada de designação destes materiais em bovinos está presente no OFÍCIOCIRCULAR Nº 292020CGIDIPOASDAMAPA conforme Quadro 1 Quadro 1 Definição de MER segundo legislação de defesa animal Espécie Órgãos partes ou tecidos animais Idade Bovinos e bubalinos Amígdalas tonsilas palatinas e linguais e íleo distal 70 cm Qualquer Bovinos e bubalinos Encéfalo olhos e medula espinhal Igual ou superior a 30 meses Fonte BRASIL 2020 Assim para a retirada destes materiais são adotadas medidas que visam inviabilizar a contaminação durante o processo As operações realizadas diretamente sobre cada um desses MER é desenvolvida por um instrumento como facas e ganchos específicos os quais só podem ser utilizados para a operação de contato com o material de risco Além disso devem haver esterilizadores de facas próprios e os MER são acondicionados em recipientes próprios como sacos bandejas com a identificação MER de forma a serem segregados Portanto todos os materiais e utensílios de manuseio dos MER devem ser devidamente identificados com a cor escolhida pela indústria descrita em seus Programas de Autocontrole para identificação destes produtos ex cabo da faca verde assim como os uniformes dos funcionários deve conter a inscrição MER BRASIL 2007 ACRE 2020 Somandose a isto a primeira etapa de remoção dos materiais mencionados consiste na separação do conjunto cabeçacarcaça Nesta etapa devese realizar o corte das massas musculares com uma faca de cabo em cor branca e a secção da medula deve ser realizada com uma faca específica Figura 3 Importante ressaltar que eventuais resíduos tanto de encéfalo aderido à cabeça pela perfuração do dardo na região frontal Figura 3 eou que possam ser dispersados no ambiente box de atordoamento e praia de vômito durante e após a SOUZA A C MESSIAS C T MARCHI P G F CARVALO G A RIBEIRO L F GETEC v10 n31 p1521632021 insensibilização assim como da medula durante a serragem em meias carcaças devem ser igualmente segregados e dada a mesma destinação ACRE 2020 Figura 3 A Coleta residual de encéfalo após insensibilização B Secção da medula com a faca específica para atividade Fonte Arquivo Pessoal No conjunto da cabeça as tonsilas palatinas e linguais devem ser removidas logo após a inspeção da linha B cabeça e língua Figura 4 Estas estruturas possuem um peso médio de 200 gramas Em seguida realizase a retirada dos olhos com auxílio de gancho para propulsão da estrutura Figura 4 Os olhos possuem peso médio de 150 gramas por animal Figura 4 A Língua com tonsilas removidas B Operação de remoção dos olhos A B Destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos 159 GETEC v10 n31 p1521632021 Fonte Arquivo Pessoal O encéfalo é removido com o auxílio de um aparelho denominado abridor de cabeças Figura 5 ou ainda com uma serra fita aparelho que seja capaz de realizar a abertura da cabeça e possibilitar a remoção do encéfalo em sua totalidade Seu peso médio consiste em 300 gramas A medula é removida após a serragem em meias carcaças e antes da lavagem destas Figura 5 Pode ser utilizado instrumento em formato de espátula ou ainda equipamento que permita sua sucção Após a inspeção dos intestinos na seção da triparia é realizada a remoção dos 70 cm distais do mesmo Geralmente utilizase uma demarcação na mesa de manipulação para medição do material de risco que pesa em torno de 150 gramas BRASIL 2007 Figura 5 A Operação de remoção da medula B Abertura de cabeça com abridor para exposição e remoção do encéfalo A B SOUZA A C MESSIAS C T MARCHI P G F CARVALO G A RIBEIRO L F GETEC v10 n31 p1521632021 Fonte Arquivo Pessoal Após a conclusão das atividades de abate cada material de risco deve ser pesado individualmente ter seu peso anotado para alimentação de uma planilha de dados diária e em seguida devem ser inutilizados através de tratamento térmico adequado Esta destruição pode ser realizada através de um incinerador despejado na caldeira ou ainda em aterro sanitário licenciado BRASIL 2007 Figura 6 Materiais de risco devidamente segregado para realização da pesagem A B Destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos 161 GETEC v10 n31 p1521632021 Fonte Arquivo Pessoal Como parte do largo quadro de medidas adotadas para segurança tanto do rebanho bovino quanto da população humana todos animais destinados ao abate de emergência com apresentação de sintomatologia nervosa devem ainda ter a região do óbex coletada para diagnóstico a fim de detecção do príon BRASIL 2017 CONSIDERAÇÕES FINAIS A EEB é uma doença com grande poderio de impacto na indústria cárnea e comércio entre países no mundo pois um único caso da doença demonstra instabilidade sobre o risco de presença do príon no rebanho nacional e tão logo de seu produto cárneo Assim podendo desencadear o fechamento de mercados por todo o mundo Tendo em vista o risco à saúde humana causado pela EEB as operações de remoção segregação e destruição dos materiais de risco nos abatedouros de bovinos podem mitigar a exposição humana e animal ao agente da BSE A aplicação adequada desta medida associada à todas as outras medidas de prevenção vigilância e mitigação implantadas no país é que tornam possível a manutenção do status sanitário do país em risco insignificante para a doença REFERÊNCIAS ACRE Instrução Normativa IDAF nº 0022020 Estabelece os procedimentos para a remoção segregação e destinação dos Materiais Especificados de Risco MER para Encefalopatia Espongiforme Bovina EEB a serem adotados pelos estabelecimentos de abate de ruminantes bovinos bubalinos ovinos e caprinos no Estado do Acre Diário Oficial do Estado 23 jul 2020 p 75 SOUZA A C MESSIAS C T MARCHI P G F CARVALO G A RIBEIRO L F GETEC v10 n31 p1521632021 BRASIL Decreto nº 9013 de 29 de março de 2017 Aprova o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal RIISPOA Diário Oficial da União Brasília DF 30 mar 2017 Seção 1 p 3 BRASIL Instrução Normativa nº 18 de 15 de dezembro de 2003 Proibi o abate de bovino e bubalino importados de país onde houve ocorrência de caso autóctone da EEB ou de país considerado de risco para esta doença Diário Oficial da União Brasília DF 24 dez 2003 Seção 1 p 22 BRASIL Instrução Normativa nº 08 de 25 de março de 2004 Proibi em todo o território nacional a produção a comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal Diário Oficial da União Brasília DF 26 mar 2004 Seção 1 p 5 BRASIL MemorandoCircular CGIDIPOA nº0012007 Brasília 23 de janeiro de 2007 Estabelece as diretrizes para a remoção segregação e destinação dos materiais especificados de risco MER para Encefalopatia Espongiforme Bovina EEB BRASIL OfícioCircular nº292020CGIDIPOASDAMAPA Brasília 22 de setembro de 2020 Estabelece as Diretrizes sobre classificação e remoção de Materiais Especificados de Risco MER BRASIL Ocorrência de caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina no Mato Grosso Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 2019 Disponível em httpswwwgovbragriculturaptbrassuntosnoticiasocorrenciadecasoatipicode encefalopatiaespongiformebovinanomatogrosso Acesso em 22 abr 2021 BRASIL Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Cartilha sobre Encefalopatia Espongiforme Bovina Sistema Brasileiro de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina EEB Abr 2014 BUELER H FISCHER M LANGET Y et al Normal development and behaviour of mice lacking the neuronal cellsurface PrP protein Nature v 356 p 577582 1992 GOTELIPE FMS Avaliação do Sistema de Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina no Brasil 2006 99p Dissertação Mestrado em Ciências Agrárias Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária Universidade de Brasília Brasília LAURINDO E E BARROS FILHO I R Encefalopatia espongiforme bovina atípica uma revisão Arquivos do Instituto Biológico v 84 2017 MAGALHÃES B E BUENO F N S SILVA P R Remoção segregação e destinação de materiais de risco específico para encefalopatia espongiforme bovina em abatedouros Simpósio de TCC e Seminário de IC 2017 MALAGELADA A S TIENE LA ENFERMEDAD DE ALZHEIMER UN ORIGEN INFECCIOSO Disponível em httpwwwictusyalzheimercomalzheimery otrasdemenciastienelaenfermedaddealzheimerunorigeninfeccioso Acesso em 10 abr 2021 NOGUEIRA G D Prevenção da encefalopatia espongiforme bovina EEB no Brasil Informativo técnico n10 ano 01 de dezembro de 2010 Secretaria Estadual de Agricultura Pecuária Pesca e Agronegócio do Rio Grande do Sul OIE Bovine spongiform encephalopathy BSE Disponível em httpswwwoieintenanimalhealthintheworldanimaldiseasesBovinespongiform encephalopathy Acesso em 01 abr 2021 OIE ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE SANIDAD ANIMAL Encefalopatia Espongiforme Bovina Código Sanitário para los Animales Terrestres 18ed Paris OIE 2011 p601633 Destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos 163 GETEC v10 n31 p1521632021 ORTOLANI E L Encefalite Espongiforme Bovina considerações epizootiológicas etiológicas e clínicas Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMVSP v 2 p 38 1999 RODRIGUES D L BARROS FILHO I R WARTH J F G OLLHOFF RD et al Análise das importações brasileiras como fatores de risco de difusão da encefalopatia espongiforme bovina no país Arquivos do Instituto Biológico v 80 p 5157 2013 SANTOS I F FUKUDA R T Patologia Aplicada à Inspeção de Carnes Niterói Editora da UFF 2014 TSUTSUI T KASUGA F Assessment of the impact of cattle testing strategies on human exposure to BSE agents in Japan International journal of food microbiology v 107 p 256264 2006 WELLS GAH SCOTT AC JOHNSON CT et al A novel progressive spongiform encephalopathy in cattle Veterinary Record v121 p419420 1987 WILESMITH JW WELLS GAH CRANWELL MP et al Bovine spongiform encephalopathy epidemiological studies Veterinary Record v123 p638644 1988 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 1 Aspectos gerais da Anemia Infecciosa Equina AIE General aspects of Equine Infectious Anemia EIA Aspectos generales de la Anemia Infecciosa Equina EIA Recebido 24032022 Revisado 03042022 Aceito 08042022 Publicado 18042022 Tiago Silva Lima ORCID httpsorcidorg0000000309835533 Universidade Federal da Bahia Brasil Email medvettiagogmailcom Leonardo Ribas Pacheco ORCID httpsorcidorg0000000273261514 Universidade Federal da Bahia Brasil Email leorp2206gmailcom Regiane Pereira Benevides Silva ORCID httpsorcidorg0000000202210437 Universidade Federal da Bahia Brasil Email regianebenevideshotmailcom Melyssa Silva Souza ORCID httpsorcidorg000000021504831X Universidade Federal da Bahia Brasil Email melyssafelixhotmailcom Raquel Moreira Oliveira ORCID httpsorcidorg000000030816036X Universidade Federal da Bahia Brasil Email raquel123123hotmailcom Cristiane de Jesus Barbosa ORCID httpsorcidorg0000000327456588 Embrapa Mandioca e Fruticultura Brasil Email cristianebarbosaembrapabr Jorge Raimundo Lins Ribas ORCID httpsorcidorg0000000161424059 Agência de Defesa Veterinária da Bahia Brasil Email jrlribasgmailcom Luciana Veiga Barbosa ORCID httpsorcidorg0000000264147322 Universidade Federal da Bahia Brasil Email veigaufbabr Resumo A Anemia Infecciosa Eqüina AIE causada pelo Equine infectious anemia virus EIAV é uma das principais doenças virais que acometem equinos asininos e muares É encontrada em todas as regiões do Brasil O vírus é propagado por insetos hematófagos do gênero Tabanus sp e por Stomoxys calcitrans A AIE é até o momento uma doença incurável não existindo vacina ou tratamento eficiente Em virtude dos sinais clínicos inespecíficos e da possibilidade da presença de animais infectados assintomáticos é fundamental a realização periódica dos testes sorológicos visando a detectar precocemente os animais portadores do vírus Considerando a severidade da AIE este artigo tem por objetivos discutir aspectos da doença como histórico e epidemiologia características do agente etiológico transmissão patogenia sinais clínicos diagnóstico e consequências uma vez que animais infectados podem se tornar potenciais transmissores do EIAV Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Google Acadêmico PubVet e Scielo nos idiomas português e inglês considerando os últimos 22 anos Os termos de pesquisa e descritores utilizados foram anemia infecciosa equina eou soroprevalência eou prevalência eou vírus eou EIAV eou diagnóstico Inicialmente foram préselecionadas 40 publicações e posteriormente 28 foram selecionadas para embasar este estudo Palavraschave Lentivirus ELISA Imunodifusão em Gel de Ágar IDGA Abstract Equine Infectious Anemia EIA caused by Equine infectious anemia virus EIAV is one of the main viral diseases that affect horses donkeys and mules It is found in all regions of Brazil The virus is spread by hematophagous insects of the genera Tabanus sp and Stomoxys calcitrans EIA is to date an incurable disease and there is no vaccine or treatment for it Due to its nonspecific clinical signs and the possibility of the presence of asymptomatic infected animals it is essential periodically to perform serological tests to early detect the animals carrying the virus Taking into account the severity of EIA this article aims to discuss some aspects of it considering the history and epidemiology Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 2 characteristics of the etiologic agent transmission pathogenesis clinical signs diagnosis and consequences since infected animals can become potential transmitters of EIAV A bibliographic search was carried out in the Google Scholar PubVet and Scielo databases in Portuguese and English considering the last 22 years The search terms and descriptors used were equine infectious anemia andor seroprevalence andor prevalence andor virus andor EIAV andor diagnosis Initially 40 publications were preselected and later 28 were selected to support this study Keywords Lentivirus ELISA Agar Gel Immunodiffusion AGID Resumen La Anemia Infecciosa Equina EIA causada por el Equine infectious anemia virus EIAV es una de las principales enfermidades virais que afectan a caballos burros y mulos Se encuentra en todas las regiones de Brasil siendo propagada por los insectos hematófagos de lo género Tabanus sp y Stomoxys calcitrans La EIA es hasta la fecha una enfermedad incurable sin vacuna ni tratamiento Debido a su clínica inespecífica y a la posibilidad de la presencia de animales infectados asintomáticos es fundamental la realización periódica de pruebas serológicas para detectar precozmente a los animales portadores del virus Frente a la gravedad de la enfermedad este artículo tiene como objetivos discutir aspectos de la enfermidad considerando la historia y la epidemiología así como las características del agente etiológico la transmisión la patogenia los signos clínicos diagnóstico y las consecuencias ya que los animales pueden convertirse en potenciales transmisores del EIAV Se realizó una búsqueda bibliográfica en las bases de datos Google Scholar PubVet y Scielo en portugués e inglés considerando los últimos 22 años Los términos de búsqueda y descriptores utilizados fueron anemia infecciosa equina yo seroprevalencia yo prevalencia yo virus yo EIAV yo diagnóstico Inicialmente se preseleccionaron 40 publicaciones y posteriormente se seleccionaron 28 para apoyar este estudio Palabras clave Lentivirus ELISA Inmunodifusión en Gel de Agar IDGA 1 Introdução A Anemia Infecciosa Equina AIE conhecida também por febre dos pântanos malária equina mal do cochilo AIDS do cavalo é uma doença causada por vírus do gênero Lentivirus família Retroviridae o Equine infectious anemia virus EIAV A AIE possui ocorrência mundial sendo uma das 11 doenças de equídeos de notificação obrigatória pela Organização Mundial de Saúde Animal OIE Cursino 2019 Apresentase de maneira aguda crônica ou inaparente afetando equinos asininos e muares O EIAV possui distribuição mundial sendo encontrado especialmente em regiões úmidas e pantanosas com grande quantidade de insetos vetores Esse vírus ocasiona desordem no sistema hematopoiético dos animais causando diversos sinais clínicos que podem se manifestar em distintos estágios de infecção Durante a fase aguda que pode ocorrer de 7 a 30 dias pós infecção os animais apresentam febre trombocitopenia letargia inapetência porém estes sinais podem ser completamente ausentes ou limitados apenas a sintomas leves e febre quase inaparente Em casos graves apresentam petéquias anemia hemolítica e epistaxe Bueno 2019 Na fase crônica ocorrem episódios de febre que podem ser acompanhados de depressão emagrecimento progressivo edema de membros inferiores anorexia letargia diarreia edema hemorragias glomerulonefrites trombocitopenia e leucopenia Costa 2018 AIE é até o momento doença incurável Em virtude dos sinais clínicos inespecíficos e da possibilidade da presença de animais infectados assintomáticos é fundamental realizar testes sorológicos periódicos visando a detecção precoce dos animais infectados conforme descrito na Instrução Normativa Nº 52 DE 26 de novembro de 2018 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MAPA O diagnóstico pode ser realizado por duas técnicas Ensaio de Imunoabsorção Enzimática Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay ELISA e Imunodifusão em Gel de Ágar IDGA O teste de ELISA é considerado maior sensibilidade que o IDGA no entanto mesmo diante de um resultado positivo de ELISA deverá ser realizado um teste de IDGA como forma de comprovar o resultado prevalecendo o resultado do IDGA como comprobatório em caso de divergência entre os testes Rodrigues 2019 Bueno 2019 Caso os testes sorológicos sejam positivos o animal entra no processo de abate sanitário e a propriedade é interditada e proibido o trânsito de equídeos provenientes da propriedade e a movimentação de objetos veiculadores do vírus Maia et al 2011 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 3 Com o abate sanitário do equídeo portador todos os animais são testados para a doença assim como é feita a análise do histórico de trânsito de animais A desinterdição da propriedade é concedida a partir da realização de duas séries de exames com resultado não reagente com intervalo de 30 dias e 60 dias após o resultado do animal portador conforme estabelecido no Programa Nacional de Sanidade Animal dos Equídeos PNSE no MAPA Uma vez que a medida profilática é o abate sanitário dos animais sororreagentes o que gera prejuízo econômico significativo ao mercado de equídeo nacional seja na forma de auxílio nas atividades diárias de uma fazenda exposições de animais e lazer Moraes et al 2017 Neste sentido o estudo das taxas relacionadas à morbidade e à mortalidade além do estudo da tendência desses indicadores é ferramenta essencial para melhor compreender a epidemiologia da doença e auxiliar no seu controle Costa 2018 Frente a gravidade doença é evidente a importância do diagnóstico laboratorial para identificação dos animais com AIE Por se tratar de uma doença incurável e altamente transmissível ela se torna obstáculo para o desenvolvimento da equideocultura nas regiões onde se faz presente Neste sentido este artigo discute aspectos da AIE a partir de informações obtidas em pesquisas bibliográficas em diferentes bases de dados considerando o histórico epidemiologia características do agente etiológico transmissão patogenia sinais clínicos e diagnóstico pontos relevantes para a compreensão da doença e para a adoção de medidas eficazes no seu controle 2 Metodologia Foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados Google Acadêmico PubVet e Scielo nos idiomas português e inglês considerando o período de 2000 até 2021 Pereira et al 2018 Os termos de pesquisa e descritores utilizados foram anemia infecciosa equina eou soroprevalência eou prevalência eou vírus eou EIAV eou diagnóstico Este levantamento priorizou trabalhos de até 21 anos porém algumas publicações antigas também foram incluídas assim como teses de mestrado e doutorado Inicialmente foram préselecionadas 40 publicações e posteriormente 12 foram excluídas por não se encaixarem no objetivo deste trabalho ou por apresentarem conteúdos repetidos resultando em 28 publicações selecionadas para embasar este estudo 3 Resultados e Discussão A AIE foi identificada como doença em 1843 por Lignée na França como a Febre dos Pântanos sendo a primeira doença animal associada à etiologia viral Vallé e Carré 1904 No Brasil em 1968 ocorreu o primeiro diagnóstico no extinto estado da Guanabara Dupont et al 1968 No mesmo período a doença foi descrita por Silva et al 1968 em animais do Clube Hípico Fluminense e em um animal da cavalaria da Polícia Militar na cidade de Niterói no estado do Rio de Janeiro Ainda em 1968 também foi observado o primeiro caso no Estado do Rio Grande do Sul Guerreiro et al 1968 A AIE possui distribuição mundial na forma enzoótica em 23 dos países Bicout et al 2006 Na Europa surtos ocorreram nos anos de 2007 e 2014 na Alemanha Bélgica França Romênia Itália Inglaterra e Irlanda após a aquisição de produtos biológicos equinos plasma sanguíneo eou sêmen contaminados importados da Itália e Romênia Machado 2021 Na América do Norte foi descrita no Canadá em 1882 Briceño et al 2015 mas somente em 1971 a doença passou a ser considerada de notificação obrigatória Já nos Estados Unidos os estados da Costa do Golfo do México são os que possuem as maiores prevalências pois as características ambientais dessas localidades favorecem a transmissão via insetos hematófagos Machado 2021 Na América do Sul entre 1930 e 1940 a infecção foi diagnosticada na Colômbia e Venezuela e no Chile reportada em 1980 Em 1988 o Chile foi considerado país livre Briceño et al 2015 mas em 2019 a infecção reemergiu na província de Santiago OIE 2019a O mesmo ocorreu no Uruguai que foi considerado livre em 2007 mas em 2019 foi observada a Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 4 reintrodução do vírus em Montevideo OIE 2019b Na Argentina a AIE foi notificada nas províncias de Chaco 29 Corrientes e Missiones 43 Santa Fé 35 e Entre Rios 29 porcentagens de infecção consideradas elevadas Senasa 2008 A infecção dos equídeos pelo vírus da AIE está presente em grande parte do país mas o estudo da prevalência é variável e discrepante Barzoni et al 2018 Em áreas endêmicas a prevalência pode atingir 70 dos animais adultos com porcentagens variando de moderada a alta em regiões com populações numerosas e permanentes dos insetos vetores Ravazzolo e Costa 2017 A inexistência de levantamentos epidemiológicos nos animais de trabalho que são a maior parcela dos acometidos é um entrave para os estudos sobre a prevalência da AIE no Brasil pois na maioria das vezes esses animais nunca saíram da propriedade de origem e provavelmente nunca foram testados Barzoni et al 2018 A legislação brasileira exige o diagnóstico para AIE basicamente de equídeos que serão submetidos ao comércio trânsito ou participação em eventos Animais de serviço que representam a maior parcela do rebanho nacional normalmente não são testados e quando são o método diagnóstico utilizado é o IDGA Desse modo os dados oficiais não representam a real prevalência da doença no país Existem poucos trabalhos que relatam o status da AIE no Brasil no entanto estimase que seja alta em algumas regiões Resende 2021 Na região Nordeste estudo desenvolvido em 2010 sobre a frequência de equinos reagentes para AIE considerou 5615 animais de 209 municípios da Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará Dos examinados 151 27 foram soropositivos para a AIE As proporções de positivos por estado foram Paraíba com 29 Rio Grande do Norte 13 e no Ceará 31 Silva et al 2013 No estado da Bahia foi realizado estudo soroepidemiológico em 68 municípios localizados na mesorregião Sul Foram analisadas por meio da técnica de IDGA 2457 amostras de sangue de equídeos entre janeiro a dezembro de 2009 Foram observados 59 dos municípios testados 1452457 com animais positivos para a doença Guimarães et al 2011 Esses dados mostraram que a AIE se encontra disseminada na região Nordeste Os resultados reforçaram a necessidade de realização de diagnósticos laboratoriais para a detecção da resposta ao agente etiológico O agente etiológico da AIE é o Equine infectious anemia virus EIAV pertence à família Retroviridae gênero Lentivirus Relacionase com outros Lentivírus incluindo Caprine arthritis encephalitis virus e MaediVisna virus dos ovinos os quais formam o complexo Lentivírus de pequenos ruminantes além de Feline immunodeficiency virus Bovine immunodeficiency virus e Human Immunodeficiency Virus Maia et al 2011 Tigre 2017 O nome da família é associado à presença da enzima transcriptase reversa no vírion sendo codificada no genoma viral São vírus envelopados de 80100 nm de diâmetro com estrutura única de tripla camada a mais interna forma o complexo de nucleoproteínas genômicas que inclui por volta de 30 moléculas de transcriptase reversa com simetria helicoidal envolvida por capsídeo icosaédrico de aproximadamente 60 nm de diâmetro recoberto por envelope derivado da membrana celular hospedeira no qual se projetam peplômeros glicoproteicos O genoma viral é diplóide composto por um dímero invertido de moléculas de RNA fita simples em sentido positivo e cada monômero tem 711pb Os detalhes na organização deste genoma podem variar amplamente entre os retrovírus porém todos possuem os genes gag pal e env Os Lentivirus apresentam adicionalmente complexo arranjo de seis ou mais genes acessórios Franco e Paes 2011 O genoma do EIAV possui aproximadamente 82kb o menor genoma entre os lentivírus descritos até o momento Tigre 2017 O EIAV possui distribuição mundial sobretudo em regiões de clima tropical com condições propícias para a multiplicação de vetores mecânicos como as moscas Tabanus spp e Stomoxys calcitrans Além desses vetores a transmissão pode ocorrer por uso de agulhas e instrumentos contaminados e por formas de disseminação viral de menor importância epidemiológica como via transfusão sanguínea transplacentária ingestão de leite e por meio do sêmen Franco e Paes 2011 De acordo com Franco e Paes 2011 a transmissão do EIAV é geralmente relacionada com a transferência de sangue de Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 5 equídeo infectado ao receptor sadio o qual pode desenvolver sinais clínicos da doença em torno de 15 a 60 dias após a exposição antes mesmo do primeiro animal vir a ser diagnosticado como positivo Após a infecção EIAV replicase em macrófagos maduros de tecidos com abundância de macrófagos como hepático esplênico pumonar renal de nódulos linfáticos e glândulas adrenais Maia et al 2011 O vírus adentra na circulação sanguínea por brotamento podendo ser adsorvido por eritrócitos do hospedeiro Nesse processo há a ação das proteínas env sendo gp90 responsável por conectar o vírus com a célula por meio do equine lentivirus receptor1 ELR1 um membro da família de receptores do fator de necrose tumoral TNF Resende 2021 A partir da adsorção imunoglobulinas IgG e IgM reagem com o complexo viral ativando o Sistema Complemento e induzindo hemólise intra e extravascular causadora de anemia Além desta os equídeos infectados podem desenvolver glomerulonefrite hepatite e linfadenopatia Os animais são incapazes de remover completamente o vírus do organismo portanto a infecção é considerada vitalícia O sistema imune do hospedeiro de forma humoral e celular responde ao EIAV e por consequência diversos sinais clínicos podem ser relacionados a esta forte reação e não diretamente à multiplicação viral Franco Paes 2011 Embora a rápida variação antigênica seja determinante para a persistência viral outros fatores estão envolvidos A formação do próvírus o DNA cromossomal do hospedeiro com uma cópia do DNA viral inserida pode não se manifestar por período de tempo longo ocasionando pouca ou nenhuma transcrição e tradução dos genes do agente Quando a célula não expressa o antígeno viral esta não será detectada como infectada por meio da vigilância do sistema imunológico do hospedeiro Maia 2011 Na fase aguda da doença ocorre febre letargia e perda de apetite Grande parte dos animais acometidos apresenta no mínimo trombocitopenia transitória Alguns após se recuperarem da fase aguda tornamse assintomáticos e outros podem permanecer com febre por alguns dias ou semanas As manifestações febris estão relacionadas com as frequentes mutações de glicoproteínas de superfície do vírus resultando em novas linhagens antigênicas de EIAV e resposta imune adaptativa do hospedeiro No quadro de infecção crônica além dos sintomas da fase aguda o animal apresenta edemas gravitacionais depressão trombocitopenia hipoalbuminemia e hiperglobulinemia podendo ocorrer hemorragias petequiais e epixtase Franco Paes 2011 Além disso os níveis de IgG apresentamse incomumente baixos Franco Paes 2011 Em alguns casos equídeos soropositivos podem se apresentar assintomáticos pelo resto da vida Isso ocorre porque esses portadores possuem resposta imunológica específica efetiva contra os antígenos do vírus mantendo condição corporal aparentemente normal podendo até ter algum desempenho atlético Franco Paes 2011 Um estudo desenvolvido por Andrade 2018 por sua vez mostrou que equinos infectados pelo EIAV têm desempenho físico alterado quando comparados aos animais não infectados com menor capacidade aeróbica e consequentemente o menor desempenho no trabalho de lida com o gado No Brasil é obrigatório testar para AIE equídeos submetidos ao comércio trânsito e aglomeração em eventos O diagnóstico é dependente de exames laboratoriais pois os sinais clínicos são inespecíficos alguns animais soropositivos podem ser assintomáticos não existem vacinas disponíveis e nem tratamentos para indivíduos diagnosticados com AIE Sendo assim medidas de controle e profilaxia devem ser tomadas de acordo com as condições epidemiológicas de cada Unidade da Federação UF avaliadas por serviço veterinário Gomes et al 2021 A OIE 2013 recomenda os testes ELISA e o IDGA para diagnósticos de AIE enfatizando que para o diagnóstico definitivo os resultados positivos no teste ELISA precisam ser confirmados por IDGA que possui mais especificidade Resende 2021 O equídeo soropositivo à prova de IDGA é considerado portador da enfermidade e o resultado deve ser imediatamente comunicado pelo laboratório oficial ao serviço de defesa sanitária animal local o qual adotará as medidas previstas em lei Resende 2021 Além disso os animais soropositivos devem ser separados e isolados dos testados negativos para prevenir a transmissão vetorial Bueno et al 2020 No período inicial a doença não é detectada pelo IDGA podendo haver reações cruzadas com outros vírus do gênero Lentivirus Bueno et al 2020 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 6 O médico veterinário responsável por realizar a colheita e os exames laboratoriais precisa ser credenciado no Ministério da Agricultura e do Abastecimento MAPA O antígeno usado na prova de imunodifusão é a proteína de envelope viral p26 altamente conservada em diferentes variantes isoladas Maia et al 2011 Em situações em que não é possível realizar os exames sorológicos recomendase o uso da reação em cadeia da polimerase PCR A técnica de PCR pode ser utilizada em outras situações como em infecções em estágio inicial resultados conflitantes em testes sorológicos infecção suspeita com sorologia negativa e como garantia que cavalos doadores de sangue ou usados para produção de antissoro estejam livres do vírus Resende 2021 4 Considerações Finais A AIE é uma das enfermidades mais importantes dos membros da família Equidae Por ser na maioria das vezes assintomática e cuja medida profilática é o abate dos animais soropositivos é evidente a necessidade da vigilância sanitária realizada por serviço oficial visando ao controle mais rigoroso e a conscientização nas regiões onde o número de casos é persistente Outra importante ação seria desenvolver atividades de extensão nas propriedades rurais junto aos produtores Essa atividade além de ampliar o conhecimento sobre a AIE fornece informações sobre estratégias para a sua prevenção e eliminação dos reservatórios do vírus Como a AIE gera embargos para movimentação de equídeos conhecer aspectos biológicos epidemiológicos e profiláticos da doença é fundamental para o sucesso da equinocultura de qualquer país ou região onde está presente Referências Andrade D R F 2018 Desempenho físico de equinos soropositivos para anemia infecciosa equina Dissertação de mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG httpsrepositorioufmgbrhandle1843BUOSBC6PMM Barzoni C S Nogueira D M P Marques G D Diehl G N Pellegrini D C P Brum M C S 2018 Equine infectious anemia in the western region of Rio Grande do Sul Brasil Ciência Rural 48 6 httpsdoiorg10159001038478cr20170809 Bicout D J Carvalho R ChalvetMonfray K Sabatier P 2006 Distribution of Equine Infectious Anemia in Horses in the North of Minas Gerais State Brazil Journal of Veterinary Diagnostic Investigation 18 5 479482 httpspubmedncbinlmnihgov17037619 Briceño A M Sánchez A M Briceño M M 2015 Anemia Infecciosa Equina Una Revisión Revista del Instituto Nacional de Higiene Rafael Rangel 46 p 6474 httpvescieloorgscielophpscriptsciabstractpidS079804772015000100008lngptnrmitlnges Bueno B L 2019 Caracterização imunohistoquímica e molecular de equídeos naturalmente infectados pelo vírus da anemia infecciosa equina Dissertação de mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Belo HorizonteMG httpsrepositorioufmgbrhandle1843SMOCBB3HAB Bueno B L Câmara R J F Moreira M V L Galinari G C F Souto F M Victor R M Bicalho J M Ecco R Reis J K P 2020 Molecular detection histopathological analysis and immunohistochemical characterization of equine infectious anemia virus in naturally infected equids Archives of Virology 110 httpslinkspringercomarticle101007s00705020046164 Costa A M P S 2018 Análise temporal da ocorrência da anemia infecciosa equina no Brasil no período de 2005 a 2016 Dissertação de mestrado Unesp SP httpsrepositoriounespbrbitstreamhandle11449180494costaampsmejabopdfsequence5isAllowedy Cursino A E 2019 Caracterização molecular e análise filogenética de regiões parciais do genoma do Equine infectious anemia virus circulante em equídeos brasileiros Tese de doutorado Universidade Federal de Minas Gerais Belo HorizonteMG httpsrepositorioufmgbrhandle184339073 Dupont O Dacorso P Muchaluat M A Langenegger J 1968 Diagnóstico da anemia infecciosa equina no Rio de Janeiro In Anais Congresso Fluminense de Medicina Veterinária pp 160161 Niterói RJ Franco M M J Paes A C 2011 Anemia infecciosa equina Veterinária e Zootecnia 18 2 197207 2011 httpsdoiorg 1035172rvz2011v18389 Gomes R L Silva G R Ferreira A L M 2021 Doenças de notificação obrigatória de relevância em equídeos no Brasil Enciplopédia Biosfera 1835 81 Guerreiro M G Bauer A G Gloss R M Vidor T Farias M T Trein E Mancuso PC 1968 Simpósio sobre anemia infecciosa equina Boletim do Instituto de Pesquisa Veterinária Desidério Finamor Porto Alegre 12 34 Guimarães L A Bezerra R A Mendonça C E D A DAfosenca W O Albuquerque G R 2011 Prevalência do vírus da anemia infecciosa equina na mesorregião do Sul Baiano Bahia Brasil Brazilian Journal of Veterinary Medicine 332 8588 httpsrbmvorgBJVMarticleview795651 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 7 Maia C A Garcia C A Rossi D A de Melo R T Mendonça E P Coelho L R Monteiro G P Nalevaiko P C 2011 Anemia Infecciosa Eqüina Revisão de literatura PUBVET 5 Art1065 httpswwwpubvetcombrartigo1550anemiainfecciosaequumlinandashrevisatildeodeliteratura Machado RC 2021 Características epidemiológicas da anemia infecciosa equina na fronteira oeste do Rio Grande do Sul Brasil Dissertação de mestrado Universidade Federal do Pampa Uruguaiana RS httpscursosunipampaedubrcursosppgcafiles202112ppgcadissertacaorafaelamachadopdfpdf Moraes D D Gonçalves V S Mota A L A D A Borges J R J 2017 Situação epidemiológica da anemia infecciosa equina em equídeos de tração do Distrito Federal Pesquisa Veterinária Brasileira 37 10741078 httpsdoiorg101590S0100736X2017001000006 Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2013 Paris OIE Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2019a Paris OIE Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2019b Paris OIE Pereira A S Shitsuka D M Parreira F J Shitsuka R 2018 Metodologia da pesquisa científica UFSM httpsrepositorioufsmbrbitstreamhandle115824LicComputacaoMetodologiaPesquisaCientificapdfsequence1 Ravazzolo AP Costa UM 2017 Retroviridae In Flores ED org Virologia Veterinária Ed UFSM Santa Maria p809838 Resende C 2021 Modelo para controle de anemia infecciosa equina na região Amazônica Tese de doutorado Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG httpsrepositorioufmgbrhandle184338366 Rodrigues D D S 2019 Anemia infecciosa equina revisão de literatura Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Federal Rural de Pernambuco RecifePE httpsrepositoryufrpebrhandle1234567891971 Senasa 2008 Situación de la anemia infecciosa equina en la República Argentina durante el año de 2008 httpswwwargentinagobarsitesdefaultfilesfile2946equinospdf Silva R A Silva N M Freitas W M 1968 Ocorrência da Anemia Infecciosa no Estado do Rio de Janeiro In Anais Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária pp 173182 Silva C F Pequeno N F Clementino I J Azevedo S S Silva A 2013 Frequência de anemia infecciosa equina em equinos nos estados da Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará durante o ano de 2010 Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science 50 1 1217 httpsdoiorg1011606issn23183659v50i1p1217 Tigre D M 2017 Diagnóstico e caracterização molecular do Vírus da Anemia Infecciosa Equina na Bahia Brasil Tese de Doutorado Universidade Federal da Bahia SalvadorBA httpsrepositorioufbabrhandleri24111 Vallé J Carré H 1904 Sur la nature infectieuse de lanemie du cheval Conseil Régional Académie des Sciences 139 33133 SÍNTESE DOS ARTIGOS O artigo denominado Aspectos gerais da Anemia Infecciosa Equina aborda sobre a anemia infecciosa doença que acomete equinos asininos e muares em nível mundial Seus sintomas podem caracterizar formatos sintomáticos e assintomáticos Alguns dos sintomas analisados envolvem febre inapetência e trombocipotenia que podem caracterizar alterações no peso do animal e edemas em regiões específicas O vírus é encontrado em localidades úmidas e pantanosas é transmitido a partir de insetos Os estudos atuais ainda não apresentam cura para a doença sendo assim é sugestivo que ao se perceber sintomas nos animais sejam feitos exames específicos cujo objetivo é controlar a doença em seus estágios iniciais Vale ressaltar que a contaminação ocorre muito rápido por isso exige atenção específica O diagnóstico pode ser feito através de dois formatos O primeiro denominado Ensaio de Imunoabsorção Enzimática e o segundo através da Imunodifusão em Gel de Ágar Após a testagem ser positiva posicionamentos específicos devem ser tomados Sendo assim analisar dados epidemiológicos podem contribuir significativamente para controle de presença da doença e suas consequências socioeconômicas e transmissíveis A partir desse cenário o objetivo do estudo foi discutir aspectos da doença bem como o histórico e a epidemiologia além de seu mecanismo de transmissão patogenia sinais clínicos diagnóstico e consequências O método utilizado pelo artigo foi levantamento bibliográfico em formato qualitativo cujas bases de dados utilizadas foram Scielo Google Acadêmico e PubVet Os artigos envolveram linguagem inglesa e portuguesa O período selecionado foi de 2000 até 2021 além de artigos foram utilizadas dissertações de metrado e teses de doutorado As palavras chaves utilizadas foram anemia infecciona equina e soroprevalência prevalência vírus diagnóstico Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão apenas 28 artigos restaram e foram utilizados Em conclusão devido não existir cura para a doença e sua transmissão ocorrer de forma acelerada a principal e única medida a ser tomada é o abate do animal após testagem positiva Para a prevenção se torna interessante o compartilhamento de informações que possam auxiliar a diminuição de qualquer reservatório do vírus sendo um dos principais agentes a Vigilância Sanitária O outro artigo por sua vez denominado Segregação e destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos Medida de Mitigação de Risco para Encefalopatia Espongiforme Bovina trata da Encefalopatia Espongiforme Bovina que acomete principalmente bovinos gerando sinais degenerativos na atividade motora o que sugere comportamentos agressivos pelo animal Ainda não há cura para a doença e não existem vacinas para prevenção A incubação do vírus pode durar de dois a oito anos Sua localidade é ampla devido seu longo período de incubação sendo assim para compreender os riscos e aspectos epidemiológicos da doença são propostas análises de risco cujas classificações podem ser de baixo risco a alto risco Em relação ao Brasil sua incidência é baixa e controlada sendo uma das justificativas a presença efetiva da Vigilância Sanitária Um dos riscos da doença é que ela também acomete seres humanos O objetivo desse artigo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre a doença no que diz respeito a prevenção e vigilância da mesma Quanto aos formatos de diagnóstico envolvem exames específicos morfológicos do sistema nervoso central do animal ou também exames que busquem analisar a concentração de uma substância específica denominada príon A testagem positiva é feita a partir de processos enzimáticos Uma das formas apontadas pelo estudo de mitigar a doença é destruir possíveis materiais que possam corroborar com a transmissão entre os animais e de animais para humanos REFERÊNCIAS SOUZA A C MESSIAS C T MARCHI P G F CARVALHO G A RIBEIRO L F Segregação e destinação dos materiais especificados de risco nos abatedouros de bovinos Medida de Mitigação de Risco para Encefalopatia Espongiforme Bovina Revista Gestão Tecnologia e Ciências v 10 n 31 p 152163 2021 LIMA T S PACHECO L R SILVA R P B SOUZA M S OLIVEIRA R M BARBOSA C J RIBAS J R L BARBOSA L V Aspectos gerais da Anemia Infecciosa Equina Research Society and Development v 11 n 05 2022