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Contabilidade de Custos

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Análise de Custos e a Origem da Contabilidade de Custos Desenvolvimento do material Dayse de Lima Passos 1ª Edição Copyright 2020 Afya Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico mecânico por fotocópia e outros sem a prévia autorização por escrito da Afya Sumário Análise de Custos e a Origem da Contabilidade de Custos Para início de conversa 04 Objetivo 05 1 Definição Genérica 06 2 Escopo da Contabilidade de Custos 09 3 Terminologias 17 31 Desembolso 17 32 Gasto 17 321 Investimento 18 322 Custo 18 323 Despesa 19 33 Perda 20 Referências 22 Para início de conversa Como em todo assunto novo devemos começar conhecendo os jargões próprios do tema Em se tratando de custos não é diferente Neste capítulo serão discutidos os conhecimentos básicos necessários sobre custos empresariais e mais a frente veremos os assuntos mais complexos a serem aprofundados Entenderemos a princípio a origem da Contabilidade de Custos Reconheceremos também a diferença entre Contabilidade Financeira Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial Na sequência veremos as nomenclaturas específicas para entendermos como se classificam os gastos de uma empresa custos despesas ou perdas identificando igualmente os investimentos realizados para obter suas receitas e consequentemente o tão esperado lucro Este capítulo é muito importante para o entendimento dos demais conteúdos de nossa disciplina Não deixe de consultar todos os demais recursos deste capítulo pois eles se complementam e reforçam o seu conhecimento 4 Custos Empresariais Objetivo Entender a origem dos custos 5 Custos Empresariais 1 Definição Genérica Atualmente vivemos em um mundo globalizado com as informações sendo geradas de modo rápido Antigamente as informações chegavam com um atraso de tempo pois os meios de comunicação jornais revistas noticiários de TV eram mais lentos Atualmente continuamos tendo tais fontes mas elas são atualizadas com tanta rapidez que não damos conta de ler ou assistir a tantas notícias novas pois chegam via internet Facebook Instagram Twitter Linkedin jornais e revistas eletrônicas etc Com todo esse volume de informações e tomadas de decisões que mudam a todo instante a rotina do cotidiano das empresas é quase inimaginável Tornase difícil controlar a lucratividade de uma empresa em meio a tantas mudanças ocorridas no mundo corporativo As cotações de Dólar do Euro e de outras moedas mudam frequentemente concorrentes melhoram seus controles e conseguem baixar os preços de seus produtos empresas que mudam de território para angariar incentivos fiscais e melhorar seus transportes recebimentos e entregas etc Tudo isso influencia no dia a dia de uma empresa O controle dos custos de uma empresa é de extrema importância para que ela se mantenha bemsucedida em seus negócios Mas por quê Por meio do controle de custos da empresa os gestores poderão tomar decisões que impactam diretamente no lucro adicionando assim valor às organizações Utilizando a cadeia de valor e as informações a respeito de custos de atividade as empresas podem identificar vantagens estratégicas no mercado em que atuam Se uma empresa puder eliminar atividades que não agregam valor poderá reduzir custos sem ter de reduzir sua margem de lucratividade Ao reduzir custos ela pode baixar o preço que cobra dos consumidores passando a ter uma vantagem sobre seus concorrentes Ou ainda pode utilizar os recursos economizados eliminando atividades que não adicionam valor para aprimorar o serviço prestado à clientela FERREIRA 2007 p16 A contabilidade de custos surgiu com a Revolução Industrial na Inglaterra no final do século XVIII pela necessidade de gerar informações 6 Custos Empresariais contábeis próprias para as indústrias que auxiliassem na determinação do valor dos produtos fabricados auferindo os insumos utilizados para tal e também a mão de obra empregada nessa atividade Antes da Revolução Industrial a maioria das empresas eram comerciais compravam e vendiam e as poucas pessoas ou grupos de pessoas que produziam transformavam algum tipo de bem não eram pessoas jurídicas Nessa época a contabilidade era essencialmente financeira ou geral e estava bem estruturada para atender às empresas comerciais uma vez que estas viviam basicamente do comércio e não da fabricação A apuração dos custos era feita mediante a verificação do montante pago pela compra dos produtos Utilizavase da contagem física dos itens por intermédio de inventário para prover a apuração do custo do período conforme o esquema abaixo Estoques iniciais Compras Estoques finais Custo das mercadorias vendidas no período Entretanto um dos principais problemas decorrentes da evolução do sistema produtivo fabril reside na avaliação dos estoques fator essencial à determinação do resultado das empresas havendo a primazia da avaliação dos estoques por meio da apuração dos custos envolvidos na produção dos bens estocados exigindo que sejam conhecidos os montantes de material de mão de obra e dos gastos gerais de fabricação aplicados na produção de cada um dos bens As empresas comerciais se limitam a revender as mercadorias compradas empresas industriais compram matériasprimas materiais diretos as transformam em produtos diferentes e depois os vendem conforme o fluxo comparativo demonstrado no Quadro 1 EMPRESA COMERCIAL EMPRESA INDUSTRIAL Compra Vende Compra MP Transforma Vende MP Matériaprima Quadro 1 Fluxo comparativo entre empresa comercial e empresa industrial Fonte Elaborado pela autora 7 Custos Empresariais Dessa forma as empresas comerciais e industriais têm suas Demonstrações do Resultado do Exercício DRE estruturadas com algumas diferenças conforme o Quadro 2 Empresa Comercial Empresa Industrial Receita Bruta Deduções impostos sobre vendas vendas canceladas devoluções de vendas etc Receita Líquida Vendas Custo das Mercadorias Vendidas CMV Lucro Bruto Despesas Administrativas Comerciais ReceitasDespesas Financeiras Lucro antes do IR e da CSLL Despesas Tributárias Lucro Líquido do exercício Receita Bruta Deduções impostos sobre vendas vendas canceladas devoluções de vendas etc Receita Líquida Vendas Custo dos Produtos Vendidos CPV Lucro Bruto Despesas Administrativas Comerciais ReceitasDespesas Financeiras Lucro antes do IR e da CSLL Despesas Tributárias Lucro Líquido do exercício IR Imposto de Renda CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Quadro 2 DRE de uma empresa comercial e de uma empresa industrial Fonte Elaborado pela autora Nas empresas comerciais como pode ser visto no Quadro 2 são computados os custos das mercadorias vendida Nas empresas industriais são registrados os custos dos produtos vendidos englobando os valores das matériasprimas utilizadas na transformação desse produto bem como os Custos Indiretos de Fabricação CIF 8 Custos Empresariais 2 Escopo da Contabilidade de Custos Atualmente em um cenário de extrema competitividade a contabilidade de custos tem como objetivo atender às duas mais recentes e provavelmente mais importantes tarefas 1 Auxiliar a administração das empresas no controle de seus gastos internos 2 Propiciar uma série de informações para a tomada de decisão quanto ao preço corte de produtos adoção de novas linhas de produção fabricação interna ou compra de determinados componentes etc Segundo Megliorini 2012 os custos de uma empresa resultam da combinação de diversos fatores entre os quais A capacidade tecnológica e produtiva em relação aos processos aos produtos e à gestão O nível de atualização da estrutura operacional e gerencial A qualificação da mão de obra O cerne da questão da Contabilidade de Custos está portanto na adoção do método de custeio que indique quais custos devem fazer parte da apuração do custo dos produtos e está ligado a duas questões 1 Quais custos devem fazer parte da apuração do custo dos recursos produtos serviços atividades ou departamento 2 Quais os custos de um recurso produto ou serviço final que devam ser ativados enquanto esses bens estão em estoque enquanto não vendidos com o objetivo de apurar o custo de uma unidade do produto fabricado Com base nas informações anteriores é possível entender a diferença entre Contabilidade Financeira Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial 9 Custos Empresariais A Contabilidade Financeira ou Contabilidade Geral surgiu com o desenvolvimento do comércio Seu objetivo fundamental é o controle do patrimônio da empresa e suas variações que são resultantes da apuração do resultado das atividades mercantis comércio por meio da identificação do lucro ou prejuízo A Contabilidade Financeira se concentrava em servir às empresas que na época se limitavam a revender as mercadorias que adquiriam de seus fornecedores empresas também comerciais Com a Revolução Industrial e a consequente multiplicação das empresas industriais a contabilidade se deparou com o desafio de se adaptar para resolver os problemas voltados a tais empresas e assim desenvolver procedimentos necessários para as empresas industriais Antes disso a maioria das empresas eram comerciais e apenas vendiam as mercadorias compradas já prontas Já as empresas industriais tinham o procedimento de comprar matériasprimas e transformálas em novos produtos que seriam o objeto de venda dessas empresas industriais A solução para tal situação foi substituir o item Compras que seria somente as mercadorias compradas para revenda pelos fatores que entraram na produçãofabricação na empresa industrial matériaprima consumida no processo de produção salário dos trabalhadores que atuaram na produção e a energia elétrica consumida na fábrica no período de produção portanto todos os gastos utilizados na atividade industrial e que foram chamados de Custos de Produção O ramo da contabilidade que controlava esses gastos passou a se chamar Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos mensura e relata informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela organização voltados para a transformação de produtos eou serviços Ela fornece informação tanto para a Contabilidade Financeira quanto para a Contabilidade Gerencial A Contabilidade de Custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade como auxílio às funções de determinação de desempenho de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões É uma técnica utilizada para identificar mensurar e informar os custos dos produtos eou serviços Ela faz parte da Contabilidade Gerencial e tem por finalidade mostrar os fatos 10 Custos Empresariais ocorridos por meio do controle das operações e dos custos apresentando soluções aos problemas típicos ou específicos da empresa Entre os seus objetivos estão A determinação de rentabilidade e do desempenho das diversas atividades da entidade Controlar os custos das operações de cada atividade minimizar por meio da constante comparação dos dados preestabelecidos Fornecer informações para a tomada de decisões Necessidade de se conhecer os custos do produto fabricado Necessidade de avaliar estoques Necessidade de apurar o resultado das indústrias O objeto da Contabilidade de Custos é o próprio custo Os custos são os gastos relativos aos bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços Entre os seus usuários estão todas entidades públicas ou privadas Segundo Crepaldi e Crepaldi 2018 a Contabilidade de Custos irá determinar nas empresas industriais o custo dos produtos vendidos o estoque de produtos em elaboração também chamados produtos em fabricação o estoque de produtos acabados ou prontos o estoque de insumos matériasprimas materiais de embalagem almoxarifado etc Nas empresas comerciais a contabilidade de custos é simples direta e sem complexidades determinando o custo das mercadorias vendidas o estoque de mercadorias o estoque de bens não destinados à revenda como materiais de consumo etc 11 Custos Empresariais Igualmente podemos falar em contabilidade de custos em empresas prestadoras de serviços que possibilita determinar o custo dos serviços vendidos o estoque de serviços em andamento o custo de materiais adquiridos e não incorporados a serviços em andamento A preocupação inicial de contadores auditores e fiscais em relação à contabilidade de custos foi utilizála como uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques Um eficiente sistema de custos deve constituirse em prioridade de qualquer administração ter instrumentos que a auxilie nos controles e nas tomadas de decisão A contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos gestores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais A contabilidade de custos tinha a função inicial de fornecer subsídios para avaliação dos estoques e apuração do resultado mas posteriormente passou nos últimos tempos a propiciar duas funções muito importantes na contabilidade gerencial a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e tomada de decisões No que diz respeito à função administrativa de controle a contabilidade de custos fornece informações para que padrões sejam preestabelecidos por meio de orçamentos ou previsões e posteriormente possa haver o acompanhamento do que realmente ocorreu havendo a comparação do que foi previsto com o que foi realizado efetivamente real x previsto Com relação à utilização dos dados da contabilidade de custos para a tomada de decisões estes podem ser muito úteis para o administrador mensurar as consequências de questões tais como segundo Viceconti e Neves 2018 p24 1 Se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender a todos os pedidos dos clientes qual produto ou linha de produtos deve ser cortado 2 Como fixar o preço de venda de um produto 3 Devese continuar comprando matériasprimas de terceiros ou interessa fabricálas na empresa 12 Custos Empresariais 4 Devese comprar equipamento novo ou reformar o antigo 5 Devese aceitar um pedido de compra do exterior a um preço inferior ao de venda no mercado interno 6 Quais são os produtos da empresa que lhe dão lucro ou prejuízo A contabilidade gerencial mensura e relata informações financeiras bem como outros tipos de informações que ajudam os gerentes a atingir as metas da organização Vale a pena relembrar que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das organizações e as contabilidades financeira de custos e gerencial são desdobramentos desta contabilidade Sendo assim a contabilidade de custos segue alguns princípios importantes da contabilidade como o princípio da entidade o princípio da continuidade o princípio da oportunidade o princípio do registro pelo valor original o princípio da competência e o princípio da prudência A Resolução 75093 que trata dos princípios de contabilidade foi revogada porém os princípios de contabilidade são mencionados dentro dos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC então continuam tendo validade para a contabilidade e seus devidos registros O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a autonomia patrimonial a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes independentemente de pertencer a uma pessoa a um conjunto de pessoas a uma sociedade ou a instituição de qualquer natureza ou finalidade com ou sem fins lucrativos Por consequência nesse ponto de vista o patrimônio não se confunde com aquele de seus sócios ou proprietários no caso de sociedade ou instituição De acordo com Crepaldi e Crepaldi 2018 p6 há dois pontos cruciais para a compreensão e o uso correto do conceito de entidade 1 Uma vez definida uma entidade não se devem misturar seus recursos direitos e obrigações com os de outras entidades Por exemplo uma empresa e seus sócios são entidades distintas Não se deve confundir o caixa do dono com o da empresa Importante 13 Custos Empresariais 2 Devemse olhar todos os fenômenos patrimoniais do ponto de vista da entidade Se uma empresa compra mercadorias de seu fornecedor sua contabilidade vai registrar uma obrigação ou dívida a saldar a do fornecedor por outro lado terá um direito ou crédito a receber Cada uma terá como se deduz registros contábeis diferentes O princípio da continuidade pressupõe que a entidade permanecerá em operação no futuro e portanto a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta essa circunstância A continuidade ou não da entidade bem como sua vida estabelecida ou provável deve ser considerada quando da classificação das mutações patrimoniais quantitativas e qualitativas Influencia o valor econômico dos ativos e em muitos casos o valor ou o vencimento dos passivos especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado previsto ou previsível A observância do princípio da continuidade é indispensável à correta aplicação do princípio da competência por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado Quando se faz a contabilidade de uma entidade partese do pressuposto de que ela continuará existindo por tempo indeterminado O princípio da oportunidade referese ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação Referese simultaneamente à tempestividade e à integridade do registro das mutações patrimoniais determinando que este seja feito no tempo certo e com a extensão correta O princípio do registro pelo valor original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações expressos em moeda nacional As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas ao longo do tempo de diferentes formas 14 Custos Empresariais 1 Custo histórico Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquirilos na data da aquisição Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou em algumas circunstâncias pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações 2 Variação do custo histórico Uma vez integrado ao patrimônio os componentes patrimoniais ativos e passivos podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores Custo corrente Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa não descontados que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis Valor realizável Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa não descontados que se espera que fossem pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade Valor presente Os ativos são mantidos pelo valor presente descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera que seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade Os passivos são mantidos pelo valor presente descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera que seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade Valor justo É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado entre as partes conhecedoras dispostas a isso em uma transação sem favorecimentos 15 Custos Empresariais Atualização monetária Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais O princípio da competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem independentemente do recebimento ou pagamento Pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas A fim de atingir seus objetivos as demonstrações contábeis são preparadas conforme o princípio contábil de competência Segundo esse regime os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro Dessa forma apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários nas tomadas de decisão econômicas O regime de competência pressupõe a confrontação entre receitas e despesas Para todos os efeitos as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competência como único parâmetro válido portanto de utilização compulsória no meio empresarial Segundo determinações da Lei no 640476 art 187 o resultado deverá ser apurado segundo o regime de competência isto é as receitas e os rendimentos ganhos no período deverão ser computados no resultado independentemente de sua realização em moeda Serão também computados os custos despesas encargos e perdas pagos ou incorridos correspondentes a essas receitas e rendimentos É de fundamental importância quanto ao regime de competência o princípio da competência CREPALDI CREPALDI 2018 p10 16 Custos Empresariais O princípio da prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais 3 Terminologias Toda ciência tem seus termos próprios que para alguns assuntos podem significar uma coisa e para outros podem ter significado diferente Assim sendo vamos determinar alguns conceitos e algumas nomenclaturas aplicáveis à contabilidade de custos 31 Desembolso O desembolso corresponde à saída de numerário que seria a saída de dinheiro da empresa para aquisição de bens ou serviços podendo também ser para a remuneração de capitais de terceiros Exemplo Aquisição de bens pagamento de matériaprima Aquisição de serviços pagamento de mão de obra funcionário Remuneração de capitais de terceiros pagamento do aluguel da fábrica O desembolso pode ser imediato no ato da aquisição à vista após a aquisição a prazo ou antes da aquisição antecipado 32 Gasto O gasto é todo sacrifício patrimonial para aquisição de bens ou serviços bem como para remuneração de capitais de terceiros 17 Custos Empresariais Existe um gasto quando há alteração patrimonial pela redução das disponibilidades financeiras da empresa que pode ser no Caixa no Banco ou nas aplicações de curto prazo Existe também um gasto quando a empresa registra uma compra a prazo aumentando o seu passivo suas obrigações adquirindo bens ou serviços bem como tendo que remunerar capitais de terceiros Os gastos quanto à sua aplicação podem ser Investimentos Custos ou Despesas 321 Investimento Investimento é todo o gasto na obtenção de bens os quais no caso de uma indústria de uma empresa comercial ou de uma empresa prestadora de serviços integrarão seus respectivos Ativos Dessa forma esperase que por meio desse investimento sejam geradas receitas futuras Exemplos Se uma empresa comercial adquire mercadorias para revenda ela espera gerar receitas lucro com a venda dessas mercadorias Ativo Circulante na conta de Estoques Se uma empresa adquire matériaprima para a fabricação de um produto ela enseja que pela venda de tal produto sejam recebidos benefícios futuros receitas Ativo Circulante na conta de matériaprima Se uma empresa adquire uma máquina ela espera que a mesma gere benefícios futuros como produzir diversos produtos que serão vendidos pela empresa e consequentemente gerarão receitas Ativo não Circulante no grupo Imobilizado na conta Máquinas e Equipamentos 322 Custo Custo é todo o gasto na aquisição de bens ou serviços ou na remuneração de capitais de terceiros para a produção de outros bens e produtos 18 Custos Empresariais De acordo com Martins 2015 o custo também é um gasto todavia ele somente é reconhecido como tal no momento em que há o efetivo consumo dos fatores produtivos no processo de produção Vamos a um exemplo aquela compra de matériaprima que foi um gasto que gerou um desembolso e que é um investimento ativado no Balanço Patrimonial em Ativo Circulante na conta MatériaPrima que trará benefícios futuros para a empresa no momento em que está sendo usada no processo produtivo passa a ser um custo Vamos considerar mais um exemplo para esclarecer o assunto Suponhamos que uma empresa industrial no ramo de sapatos precise comprar couro para a fabricação desse produto sapatos Quando há a compra do couro é gerado um gasto para a empresa que acarretará em um desembolso de numerário dinheiro Quando o couro chega nas dependências da indústria com a devida nota fiscal eletrônica este produto vai ser ativado registrado no Ativo Circulante da empresa que pode ser visto pelo Balanço Patrimonial da empresa na conta contábil MatériaPrima No linguajar da contabilidade de custos essa matériaprima é considerada um investimento para a empresa pois ela trará receitas lucros para a empresa Esse couro ao ser retirado do estoque de matéria prima e ser empregado no processo de fabricação dos sapatos passa a ser considerado um custo se integrando ao custo de fabricação dos sapatos Uma empresa que é de prestação de serviços também tem custos envolvidos em suas atividades como por exemplo as empresas de aviação que precisam ter pilotos comissárias de bordo etc portanto os gastos referentes aos salários desses funcionários compõem o custo dos serviços prestados de aviação Não vamos explorar os custos envolvidos nas empresas prestadoras de serviços mas não poderíamos deixar de comentar sobre eles 323 Despesa Despesa é todo gasto no consumo de bens ou serviços após a produção dos bens fora da fábrica os quais consideramos os gastos na administração da empresa envolvendo as pessoas ou insumos que não estão ligados diretamente à produção como por exemplo na administração de vendas na administração financeira na administração de marketing etc 19 Custos Empresariais Podese dizer também que Despesa é o consumo de bem ou serviço o qual direta ou indiretamente visa à obtenção direta ou indireta de receitas o que não acontece com o custo de produção o qual representa consumo de bem ou serviço para obtenção de outro bem ou serviço Exemplos Em uma empresa metalúrgica o salário do soldador compõe o custo de produção no entanto o salário do vendedor é uma despesa sendo essa comercial Em uma empresa metalúrgica o gasto com energia elétrica da fábrica é um custo de produção mas o gasto com energia elétrica do escritório é uma despesa administrativa Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos geram despesa Costumamos chamálo de Custo do Produto Vendido e assim fazemolo aparecer na Demonstração de Resultados o significado mais correto seria Despesa que é o somatório dos itens que compuseram o custo de fabricação do produto vendido Cada componente que fora custo no processo de produção agora na baixa tornase despesa no Resultado existem Receitas e Despesas às vezes Ganhos e Perdas mas não Custos A mercadoria adquirida pela loja comercial gera um gasto genericamente um investimento especificamente que se transforma em uma despesa no momento do reconhecimento da receita trazida pela venda sem passar pela fase de custo Logo o nome Custo das Mercadorias Vendidas não é em termos técnicos rigorosamente correto 33 Perda Perda é todo gasto involuntário É um gasto relativo ao consumo de um bem ou de um serviço que se deu de forma anormal ou involuntária Por exemplo em um incêndio ou inundação havendo a perda involuntária de matériasprimas insumos Algumas pequenas perdas no processo de fabricação são previstas e tratadas também como custo de fabricação porém as perdas involuntárias anormais e de valores expressivos são considerados como despesas 20 Custos Empresariais Exemplo Uma empresa que fabrica perfumes tem algumas perdas previstas com a evaporação dos perfumes assim as considerando como custos de produção Se a mesma empresa por acaso tiver perdas por vazamento dos perfumes estocados essas perdas deverão ser consideradas como despesas A legislação do Imposto de Renda não faz distinção entre as perdas normais e as anormais impondo que qualquer perda na área fabril seja computada como custos de produção e não como despesas Se essa perda for computada como despesa o Fisco a considera como despesa indedutível tanto para o Imposto de Renda IR quanto para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL tendo assim que adicionar tal despesa para a apuração desses tributos Vimos que a contabilidade de custos originouse na época da Revolução Industrial pois anteriormente a contabilidade financeira atendia às necessidades das empresas que eram até aquele momento na maioria comerciais Evidenciamos que a contabilidade gerencial surgiu da contabilidade de custos realçando a importância da tomada de decisões dos gestores originada pelos custos empresariais e os devidos controles e ações envolvidos para a manutenção e melhoria das empresas tendo como foco a lucratividade e continuidade das mesmas Compreendemos que as empresas possuem gastos que podem ser custos despesas ou perdas e que estes gastos geram desembolsos de recursos e que muitos deles são considerados investimentos pois trarão benefícios futuros para essas empresas Importante 21 Custos Empresariais Referências CREPALDI S A CREPALDI G S Contabilidade de custos 6 ed São Paulo Atlas 2018 FERREIRA J A S Contabilidade de custos São Paulo Pearson Prentice Hall 2007 MARTINS E Contabilidade de custos 11 ed São Paulo Atlas 2015 MEGLIORINI E Custos São Paulo Pearson Education do Brasil 2012 VICECONTI P NEVES S Contabilidade de custos um enfoque direto e objetivo 12 ed São Paulo Saraiva 2018 22 Custos Empresariais