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Patologia
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Boa noite Preciso de um resumo bem rico e didático sobre Patologia para estudar para a prova com os seguintes assuntos Cicatrização Inflamação Edema Hiperemia Congestão Hemorragia Trombose Hipersensibilidade Neoplasias Sumário INFLAMAÇÃO 1 CICATRIZAÇÃO 7 EDEMA 10 HIPEREMIA e CONGESTÃO 11 HEMORRAGIA 12 TROMBOSE 13 HIPERSENSIBILIDADE 14 NEOPLASIA 16 REFERÊNCIA 17 INFLAMAÇÃO A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias com a finalidade de eliminar os agentes agressores Embora na linguagem comum de médicos e leigos a inflamação sugira uma reação nociva tratase de uma resposta protetora essencial à sobrevivência Destinase a livrar o organismo tanto da causa inicial da lesão celular p ex microrganismos toxinas quanto das respectivas consequências p ex células e tecidos necróticos A maioria dos mediadores de defesa células e proteínas circulam pelo sangue de onde podem ser rapidamente recrutados para qualquer lugar do corpo algumas das células também residem nos próprios tecidos O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos bem como aos invasores estranhos como microrganismos e ativa as células e moléculas recrutadas que então funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas Sem a inflamação as infecções poderiam passar despercebidas feridas poderiam nunca cicatrizar e os tecidos lesados permaneceriam com feridas permanentemente infectadas Areação inflamatória típica se desenvolve por meio de uma série de etapas em sequência O agente agressor que se situa nos tecidos extravasculares é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado Os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora Areação é controlada e concluída O tecido lesado é reparado As inflamações pode ser causas por Infecções bacteriana virótica fúngica parasitária e toxinas microbianas estão entre as causas mais comuns e clinicamente importantes da inflamação Os diferentes patógenos infecciosos suscitam respostas antiinflamatórias variadas desde uma inflamação aguda leve que causa pouco ou nenhum dano duradouro e erradica com sucesso a infecção a reações sistêmicas severas que podem ser fatais até reações crônicas prolongadas que causem lesão tecidual extensa Os resultados são determinados principalmente pelo tipo de patógeno e até certo ponto pelas características do hospedeiro as quais são pouco definidas A necrose dos tecidos propicia a inflamação independentemente da causa da morte celular que pode incluir isquemia fluxo sanguíneo reduzido a causa do infarto do miocárdio trauma e lesões físicas e químicas p ex lesão térmica como ocorre em queimaduras ou congelamento irradiação exposição a algumas substâncias químicas ambientais Sabese que várias moléculas liberadas das células necróticas causam inflamação Corpos estranhos lascas de madeira sujeira suturas podem deflagrar inflamação porque causam lesão tecidual traumática ou transportam microrganismos Até mesmo algumas substâncias endógenas podem ser consideradas potencialmente nocivas se grandes quantidades forem depositadas nos tecidos tais substâncias incluem cristais de urato na doença da gota cristais de colesterol na aterosclerose e lipídios na síndrome metabólica associada à obesidade Reações imunes também chamadas de reações de hipersensibilidade são aquelas em que o sistema imune normalmente protetor causa dano nos próprios tecidos do indivíduo As respostas imunes lesivas são direcionadas contra antígenos próprios causando as doenças autoimunes ou são reações excessivas contra substâncias como em alergias ou contra microrganismos do ambiente A inflamação é a principal causa de lesão tecidual nessas doenças Devido ao fato de os estímulos para as respostas inflamatórias p ex antígenos próprios e ambientais não poderem ser eliminados as reações autoimunes e alérgicas tendem a ser persistentes e dificultar a cura sendo frequentemente associadas à inflamação crônica além de serem causas importantes de morbidade e mortalidade A inflamação é induzida por citocinas produzidas pelos linfócitos T e outras células do sistema imune Componentes da resposta inflamatória Os maiores participantes da reação inflamatória nos tecidos são os vasos sanguíneos e leucócitos Os vasos sanguíneos se dilatam para reduzir o fluxo sanguíneo e ao aumentar sua permeabilidade permitem que proteínas circulatórias selecionadas entrem no local da infecção ou do tecido lesado As características do endotélio vascular também se alteram de tal forma que inicialmente os leucócitos chegam a parar migrando em seguida para os tecidos Os leucócitos uma vez recrutados são ativados e adquirem a habilidade de ingerir e destruir os microrganismos e as células mortas bem como corpos estranhos e outros materiais indesejados nos tecidos O reconhecimento de agentes agressores é o primeiro passo em todas as reações inflamatórias As células e os receptores que realizam essa função de reconhecer os invasores evoluíram como uma adaptação de organismos multicelulares à presença de microorganismos no ambiente e as respostas que provocam são críticas para a sobrevivência dos organismos Vários receptores celulares a proteínas circulatórias são capazes de reconhecer microrganismos e produtos de dano celular e provocar a inflamação Receptores celulares para microrganismos As células expressam receptores na membrana plasmática para microrganismos extracelulares os endossomos para microrganismos ingeridos e o citosol para microrganismos intracelulares que permitem que as células percebam a presença de invasores estranhos em qualquer compartimento celular Sensores de dano celular Todas as células têm receptores citosólicos que reconhecem um conjunto diverso de moléculas que são liberadas ou alteradas como consequência do dano celular Essas moléculas incluem ácido úrico um produto da quebra do DNA ATP liberado da mitocôndria danificada concentrações intracelulares reduzidas de K devido à perda de íons pela lesão da membrana plasmática e até o DNA quando é liberado no citoplasma e não concentrado no núcleo como normalmente deveria ser entre outras Outros receptores celulares envolvidos na inflamação Além dos microrganismos diretamente reconhecidos muitos leucócitos expressam receptores para as caudas Fc dos anticorpos e para as proteínas do complemento Esses receptores reconhecem os microrganismos revestidos com anticorpos e complemento o processo de revestimento recebe o nome de opsonização e promovem a ingestão e a destruição dos microrganismos além de inflamação Proteínas circulatórias O sistema complemento reage contra os microrganismos e produz mediadores de inflamação Uma proteína circulatória chamada lectina ligante de manose mannosebinding lectin reconhece os açúcares dos microrganismos e então promove a respectiva ingestão e a ativação do sistema complemento Outras proteínas chamadas colectinas também se ligam e combatem os microrganismos Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas os produtos lipídicos prostaglandinas e leucotrienos as citocinas incluindo as quimiocinas e os produtos da ativação do complemento O reconhecimento dos microrganismos ou células mortas induz a várias respostas nos leucócitos que em conjunto são chamadas de ativação de leucócitos A ativação resulta em vias de sinalização que são desencadeadas nos leucócitos levando a aumento no Ca2 citosólico e ativação de enzimas como a proteína quinase C e a fosfolipase A2 As respostas funcionais mais importantes para a destruição dos microrganismos e outros agentes lesivos são a fagocitose e a morte intracelular Consequências nocivas da inflamação As reações antiinflamatórias de proteção contra infecções são em geral acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados p ex dor e perda funcional Tipicamente contudo essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo deixando pouco ou nenhum dano Em contraste há muitas doenças em que a reação inflamatória é mal direcionada p ex contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas p ex em alergias ou é inadequadamente controlada Em casos tais a reação inflamatória normalmente protetora se torna a causa da doença e o dano que produz é a característica dominante As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas comuns como artrite reumatoide aterosclerose e fibrose pulmonar assim como de reações de hipersensibilidade a picadas de insetos fármacos e toxinas com risco de morte Por essa razão nossas farmácias estão cheias de fármacos anti inflamatórios que idealmente deveriam controlar as sequelas nocivas da inflamação sem interferir em seus efeitos benéficos De fato a inflamação contribui para uma variedade de doenças que acreditamos ser primariamente metabólicas degenerativas ou alterações genéticas como o diabetes tipo 2 doença de Alzheimer e câncer Inflamação local e sistêmica A reação tecidual é uma resposta local a uma infecção ou a um dano localizado Embora até mesmo essas reações locais possam ter manifestações sistêmicas p ex febre no quadro de faringite bacteriana ou viral a reação é confinada principalmente ao local de infecção ou dano Em situações raras como por exemplo algumas infecções bacterianas disseminadas a reação inflamatória é sistêmica e causa anormalidades patológicas generalizadas A essa reação dáse o nome de sepse que é uma forma de síndrome de resposta inflamatória sistêmica Mediadores da inflamação As reações vasculares e celulares da inflamação são deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por várias células ou derivados de proteínas plasmáticas e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios Microrganismos células necróticas qualquer que seja a causa da morte celular e até mesmo a hipóxia podem estimular a produção de mediadores inflamatórios e então provocar inflamação Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta inflamatória determinando seu padrão severidade e manifestações clínicas e patológicas Inflamação crônica e aguda A rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual é chamada de inflamação aguda A inflamação aguda é rápida no início tipicamente leva minutos e de curta duração persistindo por horas ou poucos dias Suas principais características são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas edema e a emigração de leucócitos predominantemente neutrófilos também chamados de leucócitos polimorfonucleares Quando a inflamação aguda atinge o objetivo desejado de eliminar os agressores a reação é reduzida mas se a resposta não for suficiente para remover o estímulo pode progredir para uma fase prolongada chamada de inflamação crônica O processo inflamatório crônico é de longa duração e está associado a maior destruição tecidual presença de linfócitos e macrófagos proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo Inflamação aguda A inflamação aguda tem três componentes principais 1 Dilatação de pequenos vasos mediada por histaminas levando a aumento no fluxo sanguíneo O resultado é o fluxo sanguíneo aumentado que é a causa do calor e da vermelhidão eritema no local da inflamação 2 Aumento de permeabilidade da microvasculatura que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação 3 Emigração de leucócitos da microcirculação seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor os leucócitos possuem moléculas de adesão que auxiliam na adesão ao endotélio uma vez aderido ao endotélio podem migrar através transmigração ou diapedese Após sair da circulação os leucócitos vão para os tecidos em direção ao local da lesão por meio de um processo chamado quimiotaxia As reações vasculares da inflamação aguda consistem em alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos vasos ambas destinados à maximização do movimento das proteínas e leucócitos do plasma para fora da circulação em direção ao local da infecção ou lesão O deslocamento de fluidos proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das cavidades corporais é conhecido como exsudação Exsudato é o fluido extravascular que apresenta uma elevada concentração proteica e contém resíduos celulares Sua presença implica que há aumento de permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos provocada por algum tipo de lesão tecidual e uma reação inflamatória contínua Em contraste um transudato é um fluido com baixo conteúdo proteico a maior parte composta de albumina pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica Tratase essencialmente de um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que resulta de desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem aumento correspondente na permeabilidade vascular O edema denota excesso de fluido no tecido intersticial ou das cavidades serosas que pode ser ou um exsudato ou um transudato O pus um exsudato purulento é um exsudato inflamatório rico em leucócitos principalmente neutrófilos restos de células mortas e em muitos casos microrganismos Inflamação Crônica A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada semanas ou meses em que a inflamação a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações Ela sucede a inflamação aguda ou pode se iniciar insidiosamente como uma resposta de baixo grau e latente sem nenhuma manifestação prévia de uma reação aguda Ao contrário da inflamação aguda que é marcada por alterações vasculares edema e infiltração predominantemente neutrofílica a inflamação crônica é caracterizada por 1 Infiltração com células mononucleares que incluem macrófagos linfócitos e plasmócitos 2 Destruição tecidual induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias 3 Tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos angiogênese e em particular fibrose As células dominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas são os macrófagos que contribuem com a reação ao secretar citocinas e fatores de crescimento que agem em várias células destruindo invasores estranhos e tecidos bem como ativando outras células em especial os linfócitos T Os produtos dos macrófagos ativados eliminam os agentes lesivos da mesma forma que fazem os microrganismos e o início do processo de reparo mas também são responsáveis por grande parte da lesão tecidual na inflamação crônica Os microrganismos e outros antígenos do ambiente também ativam os linfócitos T e B o que amplifica e propaga a inflamação crônica Em virtude de sua habilidade de secretar citocinas os linfócitos T CD4 promovem inflamação e influenciam a natureza da reação inflamatória Os linfócitos B ativados e os plasmócitos produtores de anticorpos estão presentes com frequência nos locais de inflamação crônica Término da inflamação e início do reparo tecidual A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado A reação se resolve porque os mediadores são esgotados e dissipados e os leucócitos têm vida curta nos tecidos Além disso os mecanismos antiinflamatórios são ativados e servem para controlar a resposta e evitar que cause dano excessivo ao hospedeiro Uma vez que a inflamação tenha atingido seu objetivo de eliminar os agentes agressores também ativa o processo de reparo tecidual O reparo consiste em uma série de eventos que restauram o tecido danificado Nesse processo o tecido lesado é substituído pela regeneração das células sobreviventes e o preenchimento de defeitos residuais por tecido conjuntivo cicatrização Um sistema tão potente de defesa do hospedeiro com capacidade inerente para causar dano tecidual precisa de controle rigoroso a fim de minimizar o dano Em parte a inflamação diminui depois de os agentes agressores serem removidos simplesmente porque os mediadores da inflamação são produzidos em rápidos surtos somente enquanto o estímulo persiste têm meiasvidas curtas e são degradados após sua liberação Os neutrófilos também têm meiavida curta nos tecidos morrendo por apoptose dentro de poucas horas após deixarem o sangue Além disso à medida que a inflamação se desenvolve o próprio processo deflagra uma gama de sinais de alerta que ativamente encerram a reação Esses mecanismos de término ativo incluem um interruptor do tipo de metabólito de ácido araquidônico produzido de leucotrienos próinflamatórios a lipoxinas antiinflamatórias descritas adiante e a liberação de citocinas antiinflamatórias incluindo o fator de crescimento transformante β TGFβ e a IL10 a partir de macrófagos e outras células Outro mecanismo de controle que experimentalmente foi demonstrado inclui os impulsos neurais descarga colinérgica que inibem a produção de TNF em macrófagos CICATRIZAÇÃO O reparo algumas vezes chamado de cura referese à restauração da arquitetura e da função dos tecidos após a lesão O reparo de tecidos lesados ocorre por meio de dois tipos de reação regeneração através da proliferação de células residuais não lesadas e da maturação das célulastronco teciduais e deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz cicatrização Regeneração Alguns tecidos conseguem substituir os componentes danificados e retornar essencialmente ao seu estado normal esse processo é chamado de regeneração A regeneração ocorre por meio da proliferação de células que sobrevivem à lesão e conservam a capacidade de se proliferar por exemplo nos epitélios de rápida divisão da pele e intestinos e também em alguns órgãos parenquimatosos particularmente o fígado Em outros casos as célulastronco dos tecidos podem contribuir para a restauração tecidual Entretanto os mamíferos têm capacidade limitada de regenerar tecidos e órgãos e apenas alguns componentes da maioria dos tecidos conseguem recuperarse plenamente Deposição de tecido conjuntivo formação de cicatriz Se os tecidos lesados não conseguirem restituirse por completo ou se as estruturas de suporte tecidual estiverem severamente lesadas o reparo ocorre pela disposição de tecido conjuntivo fibroso um processo que resulta na formação de cicatrizes Embora a cicatriz fibrosa não seja normal fornece estabilidade estrutural suficiente para que o tecido lesado possa funcionar O termo fibrose é mais comumente utilizado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões fígado rins e outros órgãos como consequência da inflamação crônica ou no miocárdio após necrose isquêmica extensa infarto Se a fibrose se desenvolver em um espaço tecidual ocupado por exsudato inflamatório é chamada de organização como ocorre no caso da pneumonia em organização Reparo por Deposição de Tecido Conjuntivo cicatrização Se o reparo não puder ser alcançado somente pela regeneração ocorre através da substituição das células lesadas por tecido conjuntivo levando à formação de uma cicatriz ou por meio de uma combinação da regeneração de algumas células residuais e formação de cicatriz Pode ocorrer cicatrização quando a lesão tecidual for grave ou crônica resultando em dano às células parenquimatosas ao epitélio e também à estrutura de tecidos conjuntivos ou se as células que não se dividem forem lesadas Ao contrário da regeneração que envolve a restituição dos componentes teciduais a formação de cicatriz é uma resposta que remenda ao invés de restaurar o tecido O termo cicatriz é mais frequentemente associado à cura de feridas na pele porém também é usado para descrever a substituição de células parenquimatosas em qualquer tecido por colágeno como ocorre no coração após infarto do miocárdio Etapas na Formação de Cicatriz O reparo por meio da deposição de tecido conjuntivo consiste em processos sequenciais que se seguem à lesão dos tecidos e à resposta inflamatória A angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos que fornece os nutrientes e o oxigênio necessários ao processo de reparo Os vasos recémformados podem extravasar pelas junções interendoteliais incompletas devido ao VEGF fator de crescimento que aciona a angiogênese e aumenta a permeabilidade vascular Esse extravasamento justifica em parte o edema que pode persistir nas feridas que estão em processo de cura depois de a resposta inflamatória aguda ter sido resolvida Formação do Tecido de Granulação A migração e a proliferação de fibroblastos bem como a deposição de tecido conjuntivo frouxo junto com os vasos e leucócitos entremeados formam o tecido de granulação Sua aparência histológica é caracterizada pela proliferação de fibroblastos e capilares novos e delicados de paredes finas angiogênese em uma matriz extracelular frouxa geralmente com a mistura de células inflamatórias principalmente macrófagos Progressivamente o tecido de granulação invade o local da lesão a quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho do déficit no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação A deposição de tecido conjuntivo ocorre em duas etapas 1 Migração e proliferação de fibroblastos para o local da lesão 2 Deposição das proteínas da MEC produzidas por essas células Remodelamento do Tecido Conjuntivo A maturação e a reorganização do tecido conjuntivo remodelamento produzem a cicatriz fibrosa estável A quantidade de tecido conjuntivo aumenta no tecido de granulação resultando por fim na formação de uma cicatriz que pode remodelarse ao longo do tempo Os macrófagos desempenham papel crucial no reparo ao eliminar os agentes agressores e o tecido morto ao fornecer fatores de crescimento para a proliferação de várias células e ao secretar citocinas que estimulam a proliferação de fibroblastos e a síntese e deposição de tecido conjuntivo Os macrófagos envolvidos no reparo são predominantemente do tipo M2 ativados alternativamente Ainda não está claro como os macrófagos ativados classicamente que dominam na fase de inflamação e estão envolvidos na eliminação dos microrganismos e tecidos mortos são substituídos gradualmente por macrófagos ativados alternativamente os quais servem para terminar a inflamação e induzir o reparo O reparo começa no prazo de 24 horas depois da lesão através da migração de fibroblastos e do estímulo de proliferação fibroblástica e de células endoteliais Do terceiro ao quinto dia o tecido de granulação especializado característico do reparo já é evidente EDEMA Os distúrbios que afetam as funções cardiovascular renal ou hepática geralmente são marcados pelo acúmulo de líquido nos tecidos edemas ou nas cavidades corporais fechadas efusões Sob circunstâncias normais a tendência da pressão hidrostática vascular empurrar água e sais de dentro dos capilares para o espaço intersticial é praticamente balanceada pela tendência de a pressão coloidoosmótica plasmática puxar água e sais de volta para o leito venoso Ocorre habitualmente um pequeno espalhamento de líquido no interstício mas ele é drenado pelos vasos linfáticos e retorna no final para a corrente sanguínea através do ducto torácico mantendo os tecidos secos A pressão hidrostática elevada ou a pressão coloidoosmótica diminuída rompe esse balanço e resulta no aumento da saída de líquido dos vasos Se a taxa da saída de líquido exceder a capacidade de drenagem linfática o líquido se acumulará Nos tecidos isso resulta em edema e se uma superfície serosa estiver envolvida o líquido pode se acumular dentro da cavidade serosa do corpo resultando em uma efusão Líquidos de edema e efusões podem ser inflamatórios ou não inflamatórios Esses exsudatos líquidos ricos em proteína se acumulam devido ao aumento da permeabilidade vascular causada por mediadores inflamatórios Habitualmente os edemas associados à inflamação são localizados em um tecido ou em suas vizinhanças mas em estados de inflamação sistêmica como na sepse que produzem lesão e disfunção endotelial generalizada edema generalizado pode aparecer geralmente com consequências graves Em contraste edemas e efusões não inflamatórios são líquidos pobres em proteínas chamados transudatos Edemas e efusões não inflamatórios são comuns em muitas doenças incluindo insuficiência cardíaca insuficiência hepática doenças renais e desnutrição grave Aumento da Pressão Hidrostática O aumento na pressão hidrostática é causado principalmente por disfunções que impedem o retorno venoso Se a obstrução for localizada p ex trombose venosa profunda TVP em uma extremidade inferior então o edema resultante estará limitado à parte afetada Já as condições que levam ao aumento sistêmico da pressão venosa p ex insuficiência cardíaca congestiva estão compreensivamente associadas com edemas mais generalizados Redução da Pressão Osmótica Plasmática Sob circunstâncias normais a albumina é responsável por quase a metade da proteína total de plasma concluise que as condições que levam à síntese inadequada ou ao aumento da perda da albumina da circulação são causas comuns da redução da pressão oncótica do plasma Independentemente da causa a pressão oncótica plasmática reduzida leva de forma gradativa a edema redução do volume intravascular hipoperfusão renal e hiperaldosteronismo secundário A subsequente retenção de sal e água pelos rins não apenas falha na correção do deficit de volume plasmático como também exacerba o edemapor causa da persistência do defeito primário Retenção de Sódio e Água O aumento da retenção de sal associado obrigatoriamente à retenção de água provoca tanto o aumento da pressão hidrostática devido à expansão de volume líquido intravascular quanto a diminuição da pressão coloidoosmótica vascular devido à diluição A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida como nos distúrbios primários do rim e nos distúrbios cardiovasculares que diminuem a perfusão renal Resumindo Edema O edema é o resultado da saída de líquido dos vasos sanguíneos para dentro do espaço intersticial o líquido pode ser pobre em proteínas transudato ou rico em proteínas exsudato O edema pode ser causado por Aumento da pressão hidrostática p ex insuficiência cardíaca Diminuição da pressão coloidoosmótica pela redução da albumina plasmática devido à diminuição da síntese p ex doença hepática desnutrição proteica ou ao aumento da perda p ex síndrome nefrótica Aumento da permeabilidade vascular p ex inflamação que geralmente é localizado mas pode ocorrer em todo o corpo em estados inflamatórios sistêmicos graves como a sepse Obstrução linfática p ex infecção ou neoplasia Retenção de sódio e água p ex insuficiência renal HIPEREMIA e CONGESTÃO A hiperemia e a congestão decorrem do aumento do volume sanguíneo dentro dos tecidos mas têm mecanismos subjacentes e consequências diferentes A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar p ex como no músculo esquelético durante o exercício ou em locais de inflamação levando a um aumento do fluxo sanguíneo Os tecidos afetados tornamse vermelhos eritema devido ao aumento no fornecimento de sangue oxigenado A congestão é um processo passivo resultante da redução do efluxo sanguíneo de um tecido Ela pode ser sistêmica como na insuficiência cardíaca ou localizada como em uma obstrução venosa isolada A congestão leva frequentemente ao edema como resultado do aumento da pressão hidrostática que provoca Na congestão crônica de longa duração a hipoxia crônica associada pode resultar em lesão tecidual isquêmica e cicatrização A ruptura dos capilares na congestão crônica dos tecidos pode também causar pequenos focos hemorrágicos com subsequente catabolismo das hemácias extravasadas o que pode resultar em grupamentos denunciadores residuais de macrófagos carregados de hemossiderina HEMORRAGIA hemostasia pode ser definida simplesmente como o processo em que o sangue coagula em todos os locais de lesão vascular Ela é essencial para a vida e está desregulada em uma ampla gama de distúrbios que podem ser divididos em dois grupos Nos distúrbios hemorrágicos caracterizados pelo sangramento excessivo os mecanismos hemostáticos ou estão embotados ou são insuficientes para prevenir a perda anormal de sangue Em contraste nos distúrbios trombóticos os coágulos de sangue chamados comumente de trombos formamse dentro dos vasos sanguíneos intactos ou dentro das câmaras cardíacas Hemostasia A hemostasia é um processo precisamente orquestrado envolvendo as plaquetas os fatores da coagulação e o endotélio que ocorre no local da lesão vascular e culmina na formação do tampão fibrinoplaquetário que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento Distúrbios Hemorrágicos Distúrbios associados a hemorragias anormais ocorrem inevitavelmente devido a defeitos primários ou secundários das paredes dos vasos das plaquetas ou dos fatores da coagulação todos os quais devem funcionar de maneira apropriada para garantir a hemostasia Princípios gerais relacionados com hemorragias anormais e suas consequências Defeitos da hemostasia primária defeitos plaquetários ou doença de von Willebrand geralmente se apresentam como pequenos sangramentos na pele ou nas membranas mucosas Essas hemorragias tipicamente assumem a forma de petéquias hemorragias diminutas 1 a 2 mm ou púrpuras que são um pouco maiores 3 mm que as petéquias Acreditase que os capilares das mucosas e da pele sejam particularmente propensos a rupturas que se seguem a traumas discretos e que sob circunstâncias normais as plaquetas vedem esses defeitos quase que imediatamente Os sangramentos das mucosas que estão associados aos defeitos na hemostasia primária também podem tomar a forma de epistaxe sangramento pelo nariz hemorragias gastrointestinais ou menstruação excessiva menorragia Uma complicação temida decorrente da contagem plaquetária muito baixa trombocitopenia é a hemorragia intracerebral que pode ser fatal Defeitos da hemostasia secundária defeitos dos fatores da coagulação estão geralmente presentes como sangramentos nos tecidos das partes moles p ex músculos ou articulações Hemorragia nas articulações hemartrose consequente a um trauma mínimo é particularmente característica da hemofilia Não se sabe porque defeitos graves na hemostasia secundária se apresentam com esse padrão peculiar de hemorragia Assim como nos defeitos plaquetários graves a hemorragia intracraniana às vezes fatal também pode ocorrer Defeitos generalizados envolvendo pequenos vasos geralmente se apresentam como púrpura palpável e equimoses Equimoses muitas vezes chamadas simplesmente de manchas roxas são hemorragias com tamanho entre 1 e 2 cm Tanto na púrpura quanto na equimose o volume de sangue extravasado é suficiente para criar uma massa palpável de sangue conhecida como hematoma A púrpura e a equimose são particularmente características de distúrbios sistêmicos que rompem os vasos sanguíneos pequenos p ex vasculites ou que levam à fragilidade dos vasos sanguíneos p ex amiloidose escorbuto A significância clínica da hemorragia depende do volume do sangramento da velocidade com que ocorre e de sua localização A perda rápida de até 20 do volume sanguíneo pode ter pouco impacto em adultos saudáveis contudo perdas maiores podem causar choque hemorrágico hipovolêmico O sangramento que seria trivial nos tecidos subcutâneos pode levar a óbito se localizado no cérebro pois o crânio é inflexível e a hemorragia intracraniana pode resultar em um aumento de pressão que compromete o suprimento sanguíneo ou causa uma herniação que comprime o tronco cerebral Por fim a perda sanguínea externa recorrente ou crônica p ex úlcera péptica ou sangramento menstrual provoca uma perda de ferro e pode levar a uma anemia por deficiência de ferro Em contrapartida quando as hemácias são retidas p ex hemorragia em cavidades corporais ou tecidos o ferro é recuperado e reutilizado para a síntese de hemoglobina TROMBOSE As anormalidades básicas que levam à trombose são 1 lesões endoteliais 2 estase ou fluxo sanguíneo turbulento e 3 hipercoagulabilidade do sangue conhecidas como tríade de Virchow A trombose é um flagelo do homem moderno pois é a base das formas mais comuns e graves de doenças cardíacas Lesão Endotelial As lesões endoteliais que levam à ativação plaquetária são a base quase inevitável da formação de trombo no coração e na circulação arterial onde a grande velocidade do fluxo sanguíneo impede a formação de coágulos trombos Principais alterações prótrombóticas Alterações prócoagulantes Células endoteliais ativadas por citocinas reduzem a expressão de trombomodulina um importante modulador da atividade da trombina Isto pode resultar em ativação prolongada da trombina que por sua vez através dos PARs pode estimular plaquetas e aumentar a inflamação Além disso na inflamação o endotélio também reduz a expressão de outros anticoagulantes como a proteína C e a proteína inibidora do fator tecidual alterações que podem resultar em um estado prócoagulante Efeitos antifibrinolíticos As células endoteliais ativadas secretam inibidores do ativador do plasminogênio PAIs que limitam a fibrinólise e diminuem a expressão de tPA alterações que também favorecem o desenvolvimento de trombos Alterações no Fluxo Sanguíneo Normal A turbulência contribui para a trombose cardíaca e arterial provocando uma disfunção ou lesão endotelial além de gerar fluxos de contracorrente com a formação de bolsas de estase locais A estase é o principal contribuinte no desenvolvimento da trombose venosa O fluxo sanguíneo normal é laminar de forma que as plaquetas e outros elementos celulares sanguíneos fluem centralmente na luz dos vasos separados do endotélio por uma camada em movimentação mais lenta de plasma Por conseguinte a estase e a turbulência Promovem a ativação endotelial aumentando a atividade prócoagulante e a adesão de leucócitos em parte através de mudanças induzidas pelo fluxo na expressão de moléculas de adesão e de fatores próinflamatórios Rompem o fluxo laminar e permitem que as plaquetas entrem em contato com o endotélio Reduzem a eliminação lavagem e a diluição dos fatores da coagulação ativados pelo afluxo de sangue fresco e por inibidores dos fatores da coagulação O fluxo sanguíneo alterado contribui para a trombose em várias condições clínicas Hipercoagulabilidade A hipercoagulabilidade também chamada de trombofilia pode ser definida genericamente como qualquer distúrbio do sangue que predispõe à trombose A hipercoagulabilidade tem um papel particularmente importante na trombose venosa e pode ser dividida em distúrbios primários genéticos e secundários adquiridos Das causas hereditárias de hipercoagulabilidade as mutações pontuais do gene do fator V e do gene da protrombina são as mais comuns HIPERSENSIBILIDADE As reações imunológicas danosas chamadas de hipersensibilidade são a base da patologia associada às doenças imunológicas Esse termo surgiu da ideia de que indivíduos que já foram expostos a um antígeno manifestam reações detectáveis àquele antígeno e são portanto ditos sensibilizados A hipersensibilidade implica uma reação excessiva ou danosa a um antígeno Há algumas características gerais importantes das doenças por hipersensibilidade As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por antígenos ambientais exógenos microbianos e não microbianos ou autoantígenos endógenos O homem vive em um ambiente repleto de substâncias capazes de suscitar respostas imunológicas Os antígenos exógenos incluem os encontrados na poeira no pólen em alimentos medicamentos microrganismos e vários componentes químicos As respostas imunológicas contra esses antígenos exógenos podem assumir várias formas variando desde um desconforto insignificante como o prurido na pele até doenças potencialmente fatais como a asma brônquica e a anafilaxia Algumas das reações mais comuns aos antígenos ambientais formam o grupo de doenças conhecido como alergia As respostas imunológicas contra antígenos da própria pessoa ou autólogos resultam nas doenças autoimunes A hipersensibilidade geralmente resulta de um desequilíbrio entre os mecanismos efetores das respostas imunológicas e os mecanismos de controle que servem normalmente para limitar tais respostas De fato em muitas doenças por hipersensibilidade suspeitase que a causa seja uma falha da regulação normal Retornaremos a esse conceito quando estudarmos a autoimunidade O desenvolvimento de doenças por hipersensibilidade tanto alérgicas quanto autoimunes costuma associarse à herança de genes de suscetibilidade específicos Os genes HLA e muitos genes não HLA têm sido implicados em diferentes doenças exemplos específicos serão descritos no contexto das doenças Os mecanismos de lesão tecidual nas reações de hipersensibilidade são os mesmos que os mecanismos de defesa efetores contra patógenos infecciosos O problema na hipersensibilidade é o fato de que essas reações são mal controladas excessivas ou mal direcionadas p ex contra antígenos ambientais e autoantígenos normalmente inofensivos As doenças por hipersensibilidade podem ser classificadas com base no mecanismo imunológico que medeia a doença Essa classificação é importante para caracterizar a maneira pela qual a resposta imunológica causa lesão tecidual e doença e as manifestações patológicas e clínicas que as acompanham No entanto reconhecese cada vez mais que múltiplos mecanismos estão ativos em qualquer doença por hipersensibilidade Os principais tipos de reações por hipersensibilidade são os seguintes Na hipersensibilidade imediata hipersensibilidade tipo I a lesão é causada por células TH2 anticorpos IgE mastócitos e outros leucócitos Os mastócitos liberam mediadores que agem nos vasos e no músculo liso e citocinas próinflamatórias que recrutam células inflamatórias Nos distúrbios mediados por anticorpos hipersensibilidade tipo II os anticorpos IgG e IgM secretados causam dano celular pela promoção da sua fagocitose ou lise e dano tecidual pela indução da inflamação Os anticorpos também interferem nas funções celulares e causam doença sem lesão tecidual Nos distúrbios mediados por imunocomplexos hipersensibilidade tipo III os anticorpos IgG e IgM ligamse a antígenos geralmente na circulação e os complexos antígenoanticorpo depositamse nos tecidos e induzem inflamação Os leucócitos que são recrutados neutrófilos e monócitos produzem dano tecidual pela liberação de enzimas lisossômicas e geração de radicais livres tóxicos Nos distúrbios imunológicos mediados por células hipersensibilidade tipo IV linfócitos T sensibilizados células TH1 TH17 e CTLs são a causa da lesão tecidual As células TH2 induzem lesões que fazem parte das reações de hipersensibilidade imediata e não são consideradas uma forma de hipersensibilidade tipo IV NEOPLASIA Neoplasia significa novo crescimento e um novo crescimento é denominado de neoplasma O termo tumor foi originalmente aplicado ao edema causado pela inflamação mas o uso não neoplásico de tumor praticamente desapareceu portanto o termo atualmente se iguala a neoplasia Oncologia do grego oncos tumor é o estudo dos tumores ou neoplasmas Nos tempos modernos uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal As mutações causais fornecem para as células neoplásicas uma vantagem de sobrevivência e de crescimento resultando em proliferação excessiva que é independente de sinais fisiológicos de crescimento autônoma Todos os tumores apresentam dois componentes básicos 1 células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral 2 estroma reativo feito de tecido conjuntivo vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma Em alguns tumores o tecido conjuntivo é escasso e então a neoplasia é macia e carnosa Em outros casos as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante referido como desmoplasia Alguns tumores desmoplásicos por exemplo alguns cânceres da mama feminina são duros como pedra ou cirróticos Tumores Benignos Dizse que um tumor é benigno quando seus aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes significando que ele permanece localizado não se disseminará para outras áreas e geralmente pode ser removido por cirurgia local sendo compreensível que o paciente sobreviva No entanto os tumores benignos podem causar morbidade significativa e às vezes serem até fatais Tumores Malignos Os tumores malignos são referidos coletivamente como cânceres um derivado da palavra latina caranguejo pois costumam se aderir a qualquer região na qual estejam de maneira obstinada Os tumores malignos podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes metastatizar levando à morte Diferenciação e Anaplasia O termo diferenciação referese à extensão com que as células do parênquima neoplásico se assemelham às células parenquimatosas normais correspondentes tanto morfológica quanto funcionalmente a falta de diferenciação é denominada anaplasia Em geral os tumores benignos são bem diferenciados A célula neoplásica em um tumor benigno de adipócitos um lipoma assemelhase tanto à célula normal que pode ser impossível reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão Podese chegar tão perto da árvore que não se enxerga mais a floresta Em tumores bem diferenciados benignos as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal Em contrapartida enquanto as neoplasias malignas exibem uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas a maioria exibe alterações morfológicas que traem sua natureza maligna Entretanto há exceções Em uma extremidade do espectro certos adenocarcinomas bem diferenciados da tireoide por exemplo formam folículos de aspecto normal e alguns carcinomas de células escamosas contêm células que parecem idênticas às células epiteliais escamosas normais Assim a distinção morfológica entre os tumores malignos bem diferenciados e os tumores benignos pode ser bastante sutil Na outra extremidade do espectro estão os tumores que exibem pouca ou nenhuma evidência de diferenciação Entre os dois extremos estão os tumores que são imprecisamente referidos como moderadamente diferenciados Neoplasias malignas que são compostas por células pouco diferenciadas são denominados anaplásicas A falta de diferenciação ou anaplasia é considerada uma marca da malignidade O termo anaplasia significa formarse para trás indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo A questão se a maioria dos cânceres de fato se origina de uma diferenciação reversa das células normais maduras ao invés da diferenciação incompleta de células menos maduras é um item fundamental que é discutido mais adiante A falta de diferenciação ou anaplasia frequentemente está associada a muitas outras alterações morfológicas REFERÊNCIA Robbins Cotran Patologia Bases Patológicas das Doenças 9 edição Prezado Aluno tudo bem Espero que goste Se possível avaliar minha resolução no SITE MEUGURU Espero que nas próximas atividades me escolha novamente ATT Seu amigo GURU Sumário INFLAMAÇÃO1 CICATRIZAÇÃO7 EDEMA10 HIPEREMIA e CONGESTÃO11 HEMORRAGIA12 TROMBOSE13 HIPERSENSIBILIDADE14 NEOPLASIA16 REFERÊNCIA18 INFLAMAÇÃO A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias com a finalidade de eliminar os agentes agressores Embora na linguagem comum de médicos e leigos a inflamação sugira uma reação nociva tratase de uma resposta protetora essencial à sobrevivência Destinase a livrar o organismo tanto da causa inicial da lesão celular p ex microrganismos toxinas quanto das respectivas consequências p ex células e tecidos necróticos A maioria dos mediadores de defesa células e proteínas circulam pelo sangue de onde podem ser rapidamente recrutados para qualquer lugar do corpo algumas das células também residem nos próprios tecidos O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos bem como aos invasores estranhos como microrganismos e ativa as células e moléculas recrutadas que então funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas Sem a inflamação as infecções poderiam passar despercebidas feridas poderiam nunca cicatrizar e os tecidos lesados permaneceriam com feridas permanentemente infectadas Areação inflamatória típica se desenvolve por meio de uma série de etapas em sequência O agente agressor que se situa nos tecidos extravasculares é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado Os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora Areação é controlada e concluída O tecido lesado é reparado As inflamações pode ser causas por Infecções bacteriana virótica fúngica parasitária e toxinas microbianas estão entre as causas mais comuns e clinicamente importantes da inflamação Os diferentes patógenos infecciosos suscitam respostas antiinflamatórias variadas desde uma inflamação aguda leve que causa pouco ou nenhum dano duradouro e erradica com sucesso a infecção a reações sistêmicas severas que podem ser fatais até reações crônicas prolongadas que causem lesão tecidual extensa Os resultados são determinados principalmente pelo tipo de patógeno e até certo ponto pelas características do hospedeiro as quais são pouco definidas A necrose dos tecidos propicia a inflamação independentemente da causa da morte celular que pode incluir isquemia fluxo sanguíneo reduzido a causa do infarto do miocárdio trauma e lesões físicas e químicas p ex lesão térmica como ocorre em queimaduras ou congelamento irradiação exposição a algumas substâncias químicas ambientais Sabese que várias moléculas liberadas das células necróticas causam inflamação Corpos estranhos lascas de madeira sujeira suturas podem deflagrar inflamação porque causam lesão tecidual traumática ou transportam microrganismos Até mesmo algumas substâncias endógenas podem ser consideradas potencialmente nocivas se grandes quantidades forem depositadas nos tecidos tais substâncias incluem cristais de urato na doença da gota cristais de colesterol na aterosclerose e lipídios na síndrome metabólica associada à obesidade Reações imunes também chamadas de reações de hipersensibilidade são aquelas em que o sistema imune normalmente protetor causa dano nos próprios tecidos do indivíduo As respostas imunes lesivas são direcionadas contra antígenos próprios causando as doenças autoimunes ou são reações excessivas contra substâncias como em alergias ou contra microrganismos do ambiente A inflamação é a principal causa de lesão tecidual nessas doenças Devido ao fato de os estímulos para as respostas inflamatórias p ex antígenos próprios e ambientais não poderem ser eliminados as reações autoimunes e alérgicas tendem a ser persistentes e dificultar a cura sendo frequentemente associadas à inflamação crônica além de serem causas importantes de morbidade e mortalidade A inflamação é induzida por citocinas produzidas pelos linfócitos T e outras células do sistema imune Componentes da resposta inflamatória Os maiores participantes da reação inflamatória nos tecidos são os vasos sanguíneos e leucócitos Os vasos sanguíneos se dilatam para reduzir o fluxo sanguíneo e ao aumentar sua permeabilidade permitem que proteínas circulatórias selecionadas entrem no local da infecção ou do tecido lesado As características do endotélio vascular também se alteram de tal forma que inicialmente os leucócitos chegam a parar migrando em seguida para os tecidos Os leucócitos uma vez recrutados são ativados e adquirem a habilidade de ingerir e destruir os microrganismos e as células mortas bem como corpos estranhos e outros materiais indesejados nos tecidos O reconhecimento de agentes agressores é o primeiro passo em todas as reações inflamatórias As células e os receptores que realizam essa função de reconhecer os invasores evoluíram como uma adaptação de organismos multicelulares à presença de microorganismos no ambiente e as respostas que provocam são críticas para a sobrevivência dos organismos Vários receptores celulares a proteínas circulatórias são capazes de reconhecer microrganismos e produtos de dano celular e provocar a inflamação Receptores celulares para microrganismos As células expressam receptores na membrana plasmática para microrganismos extracelulares os endossomos para microrganismos ingeridos e o citosol para microrganismos intracelulares que permitem que as células percebam a presença de invasores estranhos em qualquer compartimento celular Sensores de dano celular Todas as células têm receptores citosólicos que reconhecem um conjunto diverso de moléculas que são liberadas ou alteradas como consequência do dano celular Essas moléculas incluem ácido úrico um produto da quebra do DNA ATP liberado da mitocôndria danificada concentrações intracelulares reduzidas de K devido à perda de íons pela lesão da membrana plasmática e até o DNA quando é liberado no citoplasma e não concentrado no núcleo como normalmente deveria ser entre outras Outros receptores celulares envolvidos na inflamação Além dos microrganismos diretamente reconhecidos muitos leucócitos expressam receptores para as caudas Fc dos anticorpos e para as proteínas do complemento Esses receptores reconhecem os microrganismos revestidos com anticorpos e complemento o processo de revestimento recebe o nome de opsonização e promovem a ingestão e a destruição dos microrganismos além de inflamação Proteínas circulatórias O sistema complemento reage contra os microrganismos e produz mediadores de inflamação Uma proteína circulatória chamada lectina ligante de manose mannosebinding lectin reconhece os açúcares dos microrganismos e então promove a respectiva ingestão e a ativação do sistema complemento Outras proteínas chamadas colectinas também se ligam e combatem os microrganismos Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas os produtos lipídicos prostaglandinas e leucotrienos as citocinas incluindo as quimiocinas e os produtos da ativação do complemento O reconhecimento dos microrganismos ou células mortas induz a várias respostas nos leucócitos que em conjunto são chamadas de ativação de leucócitos A ativação resulta em vias de sinalização que são desencadeadas nos leucócitos levando a aumento no Ca2 citosólico e ativação de enzimas como a proteína quinase C e a fosfolipase A2 As respostas funcionais mais importantes para a destruição dos microrganismos e outros agentes lesivos são a fagocitose e a morte intracelular Consequências nocivas da inflamação As reações antiinflamatórias de proteção contra infecções são em geral acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados p ex dor e perda funcional Tipicamente contudo essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo deixando pouco ou nenhum dano Em contraste há muitas doenças em que a reação inflamatória é mal direcionada p ex contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas p ex em alergias ou é inadequadamente controlada Em casos tais a reação inflamatória normalmente protetora se torna a causa da doença e o dano que produz é a característica dominante As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas comuns como artrite reumatoide aterosclerose e fibrose pulmonar assim como de reações de hipersensibilidade a picadas de insetos fármacos e toxinas com risco de morte Por essa razão nossas farmácias estão cheias de fármacos antiinflamatórios que idealmente deveriam controlar as sequelas nocivas da inflamação sem interferir em seus efeitos benéficos De fato a inflamação contribui para uma variedade de doenças que acreditamos ser primariamente metabólicas degenerativas ou alterações genéticas como o diabetes tipo 2 doença de Alzheimer e câncer Inflamação local e sistêmica A reação tecidual é uma resposta local a uma infecção ou a um dano localizado Embora até mesmo essas reações locais possam ter manifestações sistêmicas p ex febre no quadro de faringite bacteriana ou viral a reação é confinada principalmente ao local de infecção ou dano Em situações raras como por exemplo algumas infecções bacterianas disseminadas a reação inflamatória é sistêmica e causa anormalidades patológicas generalizadas A essa reação dáse o nome de sepse que é uma forma de síndrome de resposta inflamatória sistêmica Mediadores da inflamação As reações vasculares e celulares da inflamação são deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por várias células ou derivados de proteínas plasmáticas e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios Microrganismos células necróticas qualquer que seja a causa da morte celular e até mesmo a hipóxia podem estimular a produção de mediadores inflamatórios e então provocar inflamação Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta inflamatória determinando seu padrão severidade e manifestações clínicas e patológicas Inflamação crônica e aguda A rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual é chamada de inflamação aguda A inflamação aguda é rápida no início tipicamente leva minutos e de curta duração persistindo por horas ou poucos dias Suas principais características são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas edema e a emigração de leucócitos predominantemente neutrófilos também chamados de leucócitos polimorfonucleares Quando a inflamação aguda atinge o objetivo desejado de eliminar os agressores a reação é reduzida mas se a resposta não for suficiente para remover o estímulo pode progredir para uma fase prolongada chamada de inflamação crônica O processo inflamatório crônico é de longa duração e está associado a maior destruição tecidual presença de linfócitos e macrófagos proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo Inflamação aguda A inflamação aguda tem três componentes principais 1 Dilatação de pequenos vasos mediada por histaminas levando a aumento no fluxo sanguíneo O resultado é o fluxo sanguíneo aumentado que é a causa do calor e da vermelhidão eritema no local da inflamação 2 Aumento de permeabilidade da microvasculatura que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação 3 Emigração de leucócitos da microcirculação seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor os leucócitos possuem moléculas de adesão que auxiliam na adesão ao endotélio uma vez aderido ao endotélio podem migrar através transmigração ou diapedese Após sair da circulação os leucócitos vão para os tecidos em direção ao local da lesão por meio de um processo chamado quimiotaxia As reações vasculares da inflamação aguda consistem em alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos vasos ambas destinados à maximização do movimento das proteínas e leucócitos do plasma para fora da circulação em direção ao local da infecção ou lesão O deslocamento de fluidos proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das cavidades corporais é conhecido como exsudação Exsudato é o fluido extravascular que apresenta uma elevada concentração proteica e contém resíduos celulares Sua presença implica que há aumento de permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos provocada por algum tipo de lesão tecidual e uma reação inflamatória contínua Em contraste um transudato é um fluido com baixo conteúdo proteico a maior parte composta de albumina pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica Tratase essencialmente de um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que resulta de desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem aumento correspondente na permeabilidade vascular O edema denota excesso de fluido no tecido intersticial ou das cavidades serosas que pode ser ou um exsudato ou um transudato O pus um exsudato purulento é um exsudato inflamatório rico em leucócitos principalmente neutrófilos restos de células mortas e em muitos casos microrganismos Inflamação Crônica A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada semanas ou meses em que a inflamação a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações Ela sucede a inflamação aguda ou pode se iniciar insidiosamente como uma resposta de baixo grau e latente sem nenhuma manifestação prévia de uma reação aguda Ao contrário da inflamação aguda que é marcada por alterações vasculares edema e infiltração predominantemente neutrofílica a inflamação crônica é caracterizada por 1 Infiltração com células mononucleares que incluem macrófagos linfócitos e plasmócitos 2 Destruição tecidual induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias 3 Tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos angiogênese e em particular fibrose As células dominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas são os macrófagos que contribuem com a reação ao secretar citocinas e fatores de crescimento que agem em várias células destruindo invasores estranhos e tecidos bem como ativando outras células em especial os linfócitos T Os produtos dos macrófagos ativados eliminam os agentes lesivos da mesma forma que fazem os microrganismos e o início do processo de reparo mas também são responsáveis por grande parte da lesão tecidual na inflamação crônica Os microrganismos e outros antígenos do ambiente também ativam os linfócitos T e B o que amplifica e propaga a inflamação crônica Em virtude de sua habilidade de secretar citocinas os linfócitos T CD4 promovem inflamação e influenciam a natureza da reação inflamatória Os linfócitos B ativados e os plasmócitos produtores de anticorpos estão presentes com frequência nos locais de inflamação crônica Término da inflamação e início do reparo tecidual A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado A reação se resolve porque os mediadores são esgotados e dissipados e os leucócitos têm vida curta nos tecidos Além disso os mecanismos antiinflamatórios são ativados e servem para controlar a resposta e evitar que cause dano excessivo ao hospedeiro Uma vez que a inflamação tenha atingido seu objetivo de eliminar os agentes agressores também ativa o processo de reparo tecidual O reparo consiste em uma série de eventos que restauram o tecido danificado Nesse processo o tecido lesado é substituído pela regeneração das células sobreviventes e o preenchimento de defeitos residuais por tecido conjuntivo cicatrização Um sistema tão potente de defesa do hospedeiro com capacidade inerente para causar dano tecidual precisa de controle rigoroso a fim de minimizar o dano Em parte a inflamação diminui depois de os agentes agressores serem removidos simplesmente porque os mediadores da inflamação são produzidos em rápidos surtos somente enquanto o estímulo persiste têm meiasvidas curtas e são degradados após sua liberação Os neutrófilos também têm meiavida curta nos tecidos morrendo por apoptose dentro de poucas horas após deixarem o sangue Além disso à medida que a inflamação se desenvolve o próprio processo deflagra uma gama de sinais de alerta que ativamente encerram a reação Esses mecanismos de término ativo incluem um interruptor do tipo de metabólito de ácido araquidônico produzido de leucotrienos pró inflamatórios a lipoxinas antiinflamatórias descritas adiante e a liberação de citocinas anti inflamatórias incluindo o fator de crescimento transformante β TGFβ e a IL10 a partir de macrófagos e outras células Outro mecanismo de controle que experimentalmente foi demonstrado inclui os impulsos neurais descarga colinérgica que inibem a produção de TNF em macrófagos CICATRIZAÇÃO O reparo algumas vezes chamado de cura referese à restauração da arquitetura e da função dos tecidos após a lesão O reparo de tecidos lesados ocorre por meio de dois tipos de reação regeneração através da proliferação de células residuais não lesadas e da maturação das célulastronco teciduais e deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz cicatrização Regeneração Alguns tecidos conseguem substituir os componentes danificados e retornar essencialmente ao seu estado normal esse processo é chamado de regeneração A regeneração ocorre por meio da proliferação de células que sobrevivem à lesão e conservam a capacidade de se proliferar por exemplo nos epitélios de rápida divisão da pele e intestinos e também em alguns órgãos parenquimatosos particularmente o fígado Em outros casos as célulastronco dos tecidos podem contribuir para a restauração tecidual Entretanto os mamíferos têm capacidade limitada de regenerar tecidos e órgãos e apenas alguns componentes da maioria dos tecidos conseguem recuperarse plenamente Deposição de tecido conjuntivo formação de cicatriz Se os tecidos lesados não conseguirem restituirse por completo ou se as estruturas de suporte tecidual estiverem severamente lesadas o reparo ocorre pela disposição de tecido conjuntivo fibroso um processo que resulta na formação de cicatrizes Embora a cicatriz fibrosa não seja normal fornece estabilidade estrutural suficiente para que o tecido lesado possa funcionar O termo fibrose é mais comumente utilizado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões fígado rins e outros órgãos como consequência da inflamação crônica ou no miocárdio após necrose isquêmica extensa infarto Se a fibrose se desenvolver em um espaço tecidual ocupado por exsudato inflamatório é chamada de organização como ocorre no caso da pneumonia em organização Reparo por Deposição de Tecido Conjuntivo cicatrização Se o reparo não puder ser alcançado somente pela regeneração ocorre através da substituição das células lesadas por tecido conjuntivo levando à formação de uma cicatriz ou por meio de uma combinação da regeneração de algumas células residuais e formação de cicatriz Pode ocorrer cicatrização quando a lesão tecidual for grave ou crônica resultando em dano às células parenquimatosas ao epitélio e também à estrutura de tecidos conjuntivos ou se as células que não se dividem forem lesadas Ao contrário da regeneração que envolve a restituição dos componentes teciduais a formação de cicatriz é uma resposta que remenda ao invés de restaurar o tecido O termo cicatriz é mais frequentemente associado à cura de feridas na pele porém também é usado para descrever a substituição de células parenquimatosas em qualquer tecido por colágeno como ocorre no coração após infarto do miocárdio Etapas na Formação de Cicatriz O reparo por meio da deposição de tecido conjuntivo consiste em processos sequenciais que se seguem à lesão dos tecidos e à resposta inflamatória A angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos que fornece os nutrientes e o oxigênio necessários ao processo de reparo Os vasos recémformados podem extravasar pelas junções interendoteliais incompletas devido ao VEGF fator de crescimento que aciona a angiogênese e aumenta a permeabilidade vascular Esse extravasamento justifica em parte o edema que pode persistir nas feridas que estão em processo de cura depois de a resposta inflamatória aguda ter sido resolvida Formação do Tecido de Granulação A migração e a proliferação de fibroblastos bem como a deposição de tecido conjuntivo frouxo junto com os vasos e leucócitos entremeados formam o tecido de granulação Sua aparência histológica é caracterizada pela proliferação de fibroblastos e capilares novos e delicados de paredes finas angiogênese em uma matriz extracelular frouxa geralmente com a mistura de células inflamatórias principalmente macrófagos Progressivamente o tecido de granulação invade o local da lesão a quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho do déficit no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação A deposição de tecido conjuntivo ocorre em duas etapas 1 Migração e proliferação de fibroblastos para o local da lesão 2 Deposição das proteínas da MEC produzidas por essas células Remodelamento do Tecido Conjuntivo A maturação e a reorganização do tecido conjuntivo remodelamento produzem a cicatriz fibrosa estável A quantidade de tecido conjuntivo aumenta no tecido de granulação resultando por fim na formação de uma cicatriz que pode remodelarse ao longo do tempo Os macrófagos desempenham papel crucial no reparo ao eliminar os agentes agressores e o tecido morto ao fornecer fatores de crescimento para a proliferação de várias células e ao secretar citocinas que estimulam a proliferação de fibroblastos e a síntese e deposição de tecido conjuntivo Os macrófagos envolvidos no reparo são predominantemente do tipo M2 ativados alternativamente Ainda não está claro como os macrófagos ativados classicamente que dominam na fase de inflamação e estão envolvidos na eliminação dos microrganismos e tecidos mortos são substituídos gradualmente por macrófagos ativados alternativamente os quais servem para terminar a inflamação e induzir o reparo O reparo começa no prazo de 24 horas depois da lesão através da migração de fibroblastos e do estímulo de proliferação fibroblástica e de células endoteliais Do terceiro ao quinto dia o tecido de granulação especializado característico do reparo já é evidente EDEMA Os distúrbios que afetam as funções cardiovascular renal ou hepática geralmente são marcados pelo acúmulo de líquido nos tecidos edemas ou nas cavidades corporais fechadas efusões Sob circunstâncias normais a tendência da pressão hidrostática vascular empurrar água e sais de dentro dos capilares para o espaço intersticial é praticamente balanceada pela tendência de a pressão coloidoosmótica plasmática puxar água e sais de volta para o leito venoso Ocorre habitualmente um pequeno espalhamento de líquido no interstício mas ele é drenado pelos vasos linfáticos e retorna no final para a corrente sanguínea através do ducto torácico mantendo os tecidos secos A pressão hidrostática elevada ou a pressão coloidoosmótica diminuída rompe esse balanço e resulta no aumento da saída de líquido dos vasos Se a taxa da saída de líquido exceder a capacidade de drenagem linfática o líquido se acumulará Nos tecidos isso resulta em edema e se uma superfície serosa estiver envolvida o líquido pode se acumular dentro da cavidade serosa do corpo resultando em uma efusão Líquidos de edema e efusões podem ser inflamatórios ou não inflamatórios Esses exsudatos líquidos ricos em proteína se acumulam devido ao aumento da permeabilidade vascular causada por mediadores inflamatórios Habitualmente os edemas associados à inflamação são localizados em um tecido ou em suas vizinhanças mas em estados de inflamação sistêmica como na sepse que produzem lesão e disfunção endotelial generalizada edema generalizado pode aparecer geralmente com consequências graves Em contraste edemas e efusões não inflamatórios são líquidos pobres em proteínas chamados transudatos Edemas e efusões não inflamatórios são comuns em muitas doenças incluindo insuficiência cardíaca insuficiência hepática doenças renais e desnutrição grave Aumento da Pressão Hidrostática O aumento na pressão hidrostática é causado principalmente por disfunções que impedem o retorno venoso Se a obstrução for localizada p ex trombose venosa profunda TVP em uma extremidade inferior então o edema resultante estará limitado à parte afetada Já as condições que levam ao aumento sistêmico da pressão venosa p ex insuficiência cardíaca congestiva estão compreensivamente associadas com edemas mais generalizados Redução da Pressão Osmótica Plasmática Sob circunstâncias normais a albumina é responsável por quase a metade da proteína total de plasma concluise que as condições que levam à síntese inadequada ou ao aumento da perda da albumina da circulação são causas comuns da redução da pressão oncótica do plasma Independentemente da causa a pressão oncótica plasmática reduzida leva de forma gradativa a edema redução do volume intravascular hipoperfusão renal e hiperaldosteronismo secundário A subsequente retenção de sal e água pelos rins não apenas falha na correção do deficit de volume plasmático como também exacerba o edemapor causa da persistência do defeito primário Retenção de Sódio e Água O aumento da retenção de sal associado obrigatoriamente à retenção de água provoca tanto o aumento da pressão hidrostática devido à expansão de volume líquido intravascular quanto a diminuição da pressão coloidoosmótica vascular devido à diluição A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida como nos distúrbios primários do rim e nos distúrbios cardiovasculares que diminuem a perfusão renal Resumindo Edema O edema é o resultado da saída de líquido dos vasos sanguíneos para dentro do espaço intersticial o líquido pode ser pobre em proteínas transudato ou rico em proteínas exsudato O edema pode ser causado por Aumento da pressão hidrostática p ex insuficiência cardíaca Diminuição da pressão coloidoosmótica pela redução da albumina plasmática devido à diminuição da síntese p ex doença hepática desnutrição proteica ou ao aumento da perda p ex síndrome nefrótica Aumento da permeabilidade vascular p ex inflamação que geralmente é localizado mas pode ocorrer em todo o corpo em estados inflamatórios sistêmicos graves como a sepse Obstrução linfática p ex infecção ou neoplasia Retenção de sódio e água p ex insuficiência renal HIPEREMIA e CONGESTÃO A hiperemia e a congestão decorrem do aumento do volume sanguíneo dentro dos tecidos mas têm mecanismos subjacentes e consequências diferentes A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar p ex como no músculo esquelético durante o exercício ou em locais de inflamação levando a um aumento do fluxo sanguíneo Os tecidos afetados tornamse vermelhos eritema devido ao aumento no fornecimento de sangue oxigenado A congestão é um processo passivo resultante da redução do efluxo sanguíneo de um tecido Ela pode ser sistêmica como na insuficiência cardíaca ou localizada como em uma obstrução venosa isolada A congestão leva frequentemente ao edema como resultado do aumento da pressão hidrostática que provoca Na congestão crônica de longa duração a hipoxia crônica associada pode resultar em lesão tecidual isquêmica e cicatrização A ruptura dos capilares na congestão crônica dos tecidos pode também causar pequenos focos hemorrágicos com subsequente catabolismo das hemácias extravasadas o que pode resultar em grupamentos denunciadores residuais de macrófagos carregados de hemossiderina HEMORRAGIA hemostasia pode ser definida simplesmente como o processo em que o sangue coagula em todos os locais de lesão vascular Ela é essencial para a vida e está desregulada em uma ampla gama de distúrbios que podem ser divididos em dois grupos Nos distúrbios hemorrágicos caracterizados pelo sangramento excessivo os mecanismos hemostáticos ou estão embotados ou são insuficientes para prevenir a perda anormal de sangue Em contraste nos distúrbios trombóticos os coágulos de sangue chamados comumente de trombos formamse dentro dos vasos sanguíneos intactos ou dentro das câmaras cardíacas Hemostasia A hemostasia é um processo precisamente orquestrado envolvendo as plaquetas os fatores da coagulação e o endotélio que ocorre no local da lesão vascular e culmina na formação do tampão fibrinoplaquetário que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento Distúrbios Hemorrágicos Distúrbios associados a hemorragias anormais ocorrem inevitavelmente devido a defeitos primários ou secundários das paredes dos vasos das plaquetas ou dos fatores da coagulação todos os quais devem funcionar de maneira apropriada para garantir a hemostasia Princípios gerais relacionados com hemorragias anormais e suas consequências Defeitos da hemostasia primária defeitos plaquetários ou doença de von Willebrand geralmente se apresentam como pequenos sangramentos na pele ou nas membranas mucosas Essas hemorragias tipicamente assumem a forma de petéquias hemorragias diminutas 1 a 2 mm ou púrpuras que são um pouco maiores 3 mm que as petéquias Acreditase que os capilares das mucosas e da pele sejam particularmente propensos a rupturas que se seguem a traumas discretos e que sob circunstâncias normais as plaquetas vedem esses defeitos quase que imediatamente Os sangramentos das mucosas que estão associados aos defeitos na hemostasia primária também podem tomar a forma de epistaxe sangramento pelo nariz hemorragias gastrointestinais ou menstruação excessiva menorragia Uma complicação temida decorrente da contagem plaquetária muito baixa trombocitopenia é a hemorragia intracerebral que pode ser fatal Defeitos da hemostasia secundária defeitos dos fatores da coagulação estão geralmente presentes como sangramentos nos tecidos das partes moles p ex músculos ou articulações Hemorragia nas articulações hemartrose consequente a um trauma mínimo é particularmente característica da hemofilia Não se sabe porque defeitos graves na hemostasia secundária se apresentam com esse padrão peculiar de hemorragia Assim como nos defeitos plaquetários graves a hemorragia intracraniana às vezes fatal também pode ocorrer Defeitos generalizados envolvendo pequenos vasos geralmente se apresentam como púrpura palpável e equimoses Equimoses muitas vezes chamadas simplesmente de manchas roxas são hemorragias com tamanho entre 1 e 2 cm Tanto na púrpura quanto na equimose o volume de sangue extravasado é suficiente para criar uma massa palpável de sangue conhecida como hematoma A púrpura e a equimose são particularmente características de distúrbios sistêmicos que rompem os vasos sanguíneos pequenos p ex vasculites ou que levam à fragilidade dos vasos sanguíneos p ex amiloidose escorbuto A significância clínica da hemorragia depende do volume do sangramento da velocidade com que ocorre e de sua localização A perda rápida de até 20 do volume sanguíneo pode ter pouco impacto em adultos saudáveis contudo perdas maiores podem causar choque hemorrágico hipovolêmico O sangramento que seria trivial nos tecidos subcutâneos pode levar a óbito se localizado no cérebro pois o crânio é inflexível e a hemorragia intracraniana pode resultar em um aumento de pressão que compromete o suprimento sanguíneo ou causa uma herniação que comprime o tronco cerebral Por fim a perda sanguínea externa recorrente ou crônica p ex úlcera péptica ou sangramento menstrual provoca uma perda de ferro e pode levar a uma anemia por deficiência de ferro Em contrapartida quando as hemácias são retidas p ex hemorragia em cavidades corporais ou tecidos o ferro é recuperado e reutilizado para a síntese de hemoglobina TROMBOSE As anormalidades básicas que levam à trombose são 1 lesões endoteliais 2 estase ou fluxo sanguíneo turbulento e 3 hipercoagulabilidade do sangue conhecidas como tríade de Virchow A trombose é um flagelo do homem moderno pois é a base das formas mais comuns e graves de doenças cardíacas Lesão Endotelial As lesões endoteliais que levam à ativação plaquetária são a base quase inevitável da formação de trombo no coração e na circulação arterial onde a grande velocidade do fluxo sanguíneo impede a formação de coágulos trombos Principais alterações prótrombóticas Alterações prócoagulantes Células endoteliais ativadas por citocinas reduzem a expressão de trombomodulina um importante modulador da atividade da trombina Isto pode resultar em ativação prolongada da trombina que por sua vez através dos PARs pode estimular plaquetas e aumentar a inflamação Além disso na inflamação o endotélio também reduz a expressão de outros anticoagulantes como a proteína C e a proteína inibidora do fator tecidual alterações que podem resultar em um estado prócoagulante Efeitos antifibrinolíticos As células endoteliais ativadas secretam inibidores do ativador do plasminogênio PAIs que limitam a fibrinólise e diminuem a expressão de tPA alterações que também favorecem o desenvolvimento de trombos Alterações no Fluxo Sanguíneo Normal A turbulência contribui para a trombose cardíaca e arterial provocando uma disfunção ou lesão endotelial além de gerar fluxos de contracorrente com a formação de bolsas de estase locais A estase é o principal contribuinte no desenvolvimento da trombose venosa O fluxo sanguíneo normal é laminar de forma que as plaquetas e outros elementos celulares sanguíneos fluem centralmente na luz dos vasos separados do endotélio por uma camada em movimentação mais lenta de plasma Por conseguinte a estase e a turbulência Promovem a ativação endotelial aumentando a atividade prócoagulante e a adesão de leucócitos em parte através de mudanças induzidas pelo fluxo na expressão de moléculas de adesão e de fatores próinflamatórios Rompem o fluxo laminar e permitem que as plaquetas entrem em contato com o endotélio Reduzem a eliminação lavagem e a diluição dos fatores da coagulação ativados pelo afluxo de sangue fresco e por inibidores dos fatores da coagulação O fluxo sanguíneo alterado contribui para a trombose em várias condições clínicas Hipercoagulabilidade A hipercoagulabilidade também chamada de trombofilia pode ser definida genericamente como qualquer distúrbio do sangue que predispõe à trombose A hipercoagulabilidade tem um papel particularmente importante na trombose venosa e pode ser dividida em distúrbios primários genéticos e secundários adquiridos Das causas hereditárias de hipercoagulabilidade as mutações pontuais do gene do fator V e do gene da protrombina são as mais comuns HIPERSENSIBILIDADE As reações imunológicas danosas chamadas de hipersensibilidade são a base da patologia associada às doenças imunológicas Esse termo surgiu da ideia de que indivíduos que já foram expostos a um antígeno manifestam reações detectáveis àquele antígeno e são portanto ditos sensibilizados A hipersensibilidade implica uma reação excessiva ou danosa a um antígeno Há algumas características gerais importantes das doenças por hipersensibilidade As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por antígenos ambientais exógenos microbianos e não microbianos ou autoantígenos endógenos O homem vive em um ambiente repleto de substâncias capazes de suscitar respostas imunológicas Os antígenos exógenos incluem os encontrados na poeira no pólen em alimentos medicamentos microrganismos e vários componentes químicos As respostas imunológicas contra esses antígenos exógenos podem assumir várias formas variando desde um desconforto insignificante como o prurido na pele até doenças potencialmente fatais como a asma brônquica e a anafilaxia Algumas das reações mais comuns aos antígenos ambientais formam o grupo de doenças conhecido como alergia As respostas imunológicas contra antígenos da própria pessoa ou autólogos resultam nas doenças autoimunes A hipersensibilidade geralmente resulta de um desequilíbrio entre os mecanismos efetores das respostas imunológicas e os mecanismos de controle que servem normalmente para limitar tais respostas De fato em muitas doenças por hipersensibilidade suspeitase que a causa seja uma falha da regulação normal Retornaremos a esse conceito quando estudarmos a autoimunidade O desenvolvimento de doenças por hipersensibilidade tanto alérgicas quanto autoimunes costuma associarse à herança de genes de suscetibilidade específicos Os genes HLA e muitos genes não HLA têm sido implicados em diferentes doenças exemplos específicos serão descritos no contexto das doenças Os mecanismos de lesão tecidual nas reações de hipersensibilidade são os mesmos que os mecanismos de defesa efetores contra patógenos infecciosos O problema na hipersensibilidade é o fato de que essas reações são mal controladas excessivas ou mal direcionadas p ex contra antígenos ambientais e autoantígenos normalmente inofensivos As doenças por hipersensibilidade podem ser classificadas com base no mecanismo imunológico que medeia a doença Essa classificação é importante para caracterizar a maneira pela qual a resposta imunológica causa lesão tecidual e doença e as manifestações patológicas e clínicas que as acompanham No entanto reconhecese cada vez mais que múltiplos mecanismos estão ativos em qualquer doença por hipersensibilidade Os principais tipos de reações por hipersensibilidade são os seguintes Na hipersensibilidade imediata hipersensibilidade tipo I a lesão é causada por células TH2 anticorpos IgE mastócitos e outros leucócitos Os mastócitos liberam mediadores que agem nos vasos e no músculo liso e citocinas próinflamatórias que recrutam células inflamatórias Nos distúrbios mediados por anticorpos hipersensibilidade tipo II os anticorpos IgG e IgM secretados causam dano celular pela promoção da sua fagocitose ou lise e dano tecidual pela indução da inflamação Os anticorpos também interferem nas funções celulares e causam doença sem lesão tecidual Nos distúrbios mediados por imunocomplexos hipersensibilidade tipo III os anticorpos IgG e IgM ligamse a antígenos geralmente na circulação e os complexos antígeno anticorpo depositamse nos tecidos e induzem inflamação Os leucócitos que são recrutados neutrófilos e monócitos produzem dano tecidual pela liberação de enzimas lisossômicas e geração de radicais livres tóxicos Nos distúrbios imunológicos mediados por células hipersensibilidade tipo IV linfócitos T sensibilizados células TH1 TH17 e CTLs são a causa da lesão tecidual As células TH2 induzem lesões que fazem parte das reações de hipersensibilidade imediata e não são consideradas uma forma de hipersensibilidade tipo IV NEOPLASIA Neoplasia significa novo crescimento e um novo crescimento é denominado de neoplasma O termo tumor foi originalmente aplicado ao edema causado pela inflamação mas o uso não neoplásico de tumor praticamente desapareceu portanto o termo atualmente se iguala a neoplasia Oncologia do grego oncos tumor é o estudo dos tumores ou neoplasmas Nos tempos modernos uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal As mutações causais fornecem para as células neoplásicas uma vantagem de sobrevivência e de crescimento resultando em proliferação excessiva que é independente de sinais fisiológicos de crescimento autônoma Todos os tumores apresentam dois componentes básicos 1 células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral 2 estroma reativo feito de tecido conjuntivo vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma Em alguns tumores o tecido conjuntivo é escasso e então a neoplasia é macia e carnosa Em outros casos as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante referido como desmoplasia Alguns tumores desmoplásicos por exemplo alguns cânceres da mama feminina são duros como pedra ou cirróticos Tumores Benignos Dizse que um tumor é benigno quando seus aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes significando que ele permanece localizado não se disseminará para outras áreas e geralmente pode ser removido por cirurgia local sendo compreensível que o paciente sobreviva No entanto os tumores benignos podem causar morbidade significativa e às vezes serem até fatais Tumores Malignos Os tumores malignos são referidos coletivamente como cânceres um derivado da palavra latina caranguejo pois costumam se aderir a qualquer região na qual estejam de maneira obstinada Os tumores malignos podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes metastatizar levando à morte Diferenciação e Anaplasia O termo diferenciação referese à extensão com que as células do parênquima neoplásico se assemelham às células parenquimatosas normais correspondentes tanto morfológica quanto funcionalmente a falta de diferenciação é denominada anaplasia Em geral os tumores benignos são bem diferenciados A célula neoplásica em um tumor benigno de adipócitos um lipoma assemelhase tanto à célula normal que pode ser impossível reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão Podese chegar tão perto da árvore que não se enxerga mais a floresta Em tumores bem diferenciados benignos as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal Em contrapartida enquanto as neoplasias malignas exibem uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas a maioria exibe alterações morfológicas que traem sua natureza maligna Entretanto há exceções Em uma extremidade do espectro certos adenocarcinomas bem diferenciados da tireoide por exemplo formam folículos de aspecto normal e alguns carcinomas de células escamosas contêm células que parecem idênticas às células epiteliais escamosas normais Assim a distinção morfológica entre os tumores malignos bem diferenciados e os tumores benignos pode ser bastante sutil Na outra extremidade do espectro estão os tumores que exibem pouca ou nenhuma evidência de diferenciação Entre os dois extremos estão os tumores que são imprecisamente referidos como moderadamente diferenciados Neoplasias malignas que são compostas por células pouco diferenciadas são denominados anaplásicas A falta de diferenciação ou anaplasia é considerada uma marca da malignidade O termo anaplasia significa formarse para trás indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo A questão se a maioria dos cânceres de fato se origina de uma diferenciação reversa das células normais maduras ao invés da diferenciação incompleta de células menos maduras é um item fundamental que é discutido mais adiante A falta de diferenciação ou anaplasia frequentemente está associada a muitas outras alterações morfológicas REFERÊNCIA Robbins Cotran Patologia Bases Patológicas das Doenças 9 edição
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Boa noite Preciso de um resumo bem rico e didático sobre Patologia para estudar para a prova com os seguintes assuntos Cicatrização Inflamação Edema Hiperemia Congestão Hemorragia Trombose Hipersensibilidade Neoplasias Sumário INFLAMAÇÃO 1 CICATRIZAÇÃO 7 EDEMA 10 HIPEREMIA e CONGESTÃO 11 HEMORRAGIA 12 TROMBOSE 13 HIPERSENSIBILIDADE 14 NEOPLASIA 16 REFERÊNCIA 17 INFLAMAÇÃO A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias com a finalidade de eliminar os agentes agressores Embora na linguagem comum de médicos e leigos a inflamação sugira uma reação nociva tratase de uma resposta protetora essencial à sobrevivência Destinase a livrar o organismo tanto da causa inicial da lesão celular p ex microrganismos toxinas quanto das respectivas consequências p ex células e tecidos necróticos A maioria dos mediadores de defesa células e proteínas circulam pelo sangue de onde podem ser rapidamente recrutados para qualquer lugar do corpo algumas das células também residem nos próprios tecidos O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos bem como aos invasores estranhos como microrganismos e ativa as células e moléculas recrutadas que então funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas Sem a inflamação as infecções poderiam passar despercebidas feridas poderiam nunca cicatrizar e os tecidos lesados permaneceriam com feridas permanentemente infectadas Areação inflamatória típica se desenvolve por meio de uma série de etapas em sequência O agente agressor que se situa nos tecidos extravasculares é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado Os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora Areação é controlada e concluída O tecido lesado é reparado As inflamações pode ser causas por Infecções bacteriana virótica fúngica parasitária e toxinas microbianas estão entre as causas mais comuns e clinicamente importantes da inflamação Os diferentes patógenos infecciosos suscitam respostas antiinflamatórias variadas desde uma inflamação aguda leve que causa pouco ou nenhum dano duradouro e erradica com sucesso a infecção a reações sistêmicas severas que podem ser fatais até reações crônicas prolongadas que causem lesão tecidual extensa Os resultados são determinados principalmente pelo tipo de patógeno e até certo ponto pelas características do hospedeiro as quais são pouco definidas A necrose dos tecidos propicia a inflamação independentemente da causa da morte celular que pode incluir isquemia fluxo sanguíneo reduzido a causa do infarto do miocárdio trauma e lesões físicas e químicas p ex lesão térmica como ocorre em queimaduras ou congelamento irradiação exposição a algumas substâncias químicas ambientais Sabese que várias moléculas liberadas das células necróticas causam inflamação Corpos estranhos lascas de madeira sujeira suturas podem deflagrar inflamação porque causam lesão tecidual traumática ou transportam microrganismos Até mesmo algumas substâncias endógenas podem ser consideradas potencialmente nocivas se grandes quantidades forem depositadas nos tecidos tais substâncias incluem cristais de urato na doença da gota cristais de colesterol na aterosclerose e lipídios na síndrome metabólica associada à obesidade Reações imunes também chamadas de reações de hipersensibilidade são aquelas em que o sistema imune normalmente protetor causa dano nos próprios tecidos do indivíduo As respostas imunes lesivas são direcionadas contra antígenos próprios causando as doenças autoimunes ou são reações excessivas contra substâncias como em alergias ou contra microrganismos do ambiente A inflamação é a principal causa de lesão tecidual nessas doenças Devido ao fato de os estímulos para as respostas inflamatórias p ex antígenos próprios e ambientais não poderem ser eliminados as reações autoimunes e alérgicas tendem a ser persistentes e dificultar a cura sendo frequentemente associadas à inflamação crônica além de serem causas importantes de morbidade e mortalidade A inflamação é induzida por citocinas produzidas pelos linfócitos T e outras células do sistema imune Componentes da resposta inflamatória Os maiores participantes da reação inflamatória nos tecidos são os vasos sanguíneos e leucócitos Os vasos sanguíneos se dilatam para reduzir o fluxo sanguíneo e ao aumentar sua permeabilidade permitem que proteínas circulatórias selecionadas entrem no local da infecção ou do tecido lesado As características do endotélio vascular também se alteram de tal forma que inicialmente os leucócitos chegam a parar migrando em seguida para os tecidos Os leucócitos uma vez recrutados são ativados e adquirem a habilidade de ingerir e destruir os microrganismos e as células mortas bem como corpos estranhos e outros materiais indesejados nos tecidos O reconhecimento de agentes agressores é o primeiro passo em todas as reações inflamatórias As células e os receptores que realizam essa função de reconhecer os invasores evoluíram como uma adaptação de organismos multicelulares à presença de microorganismos no ambiente e as respostas que provocam são críticas para a sobrevivência dos organismos Vários receptores celulares a proteínas circulatórias são capazes de reconhecer microrganismos e produtos de dano celular e provocar a inflamação Receptores celulares para microrganismos As células expressam receptores na membrana plasmática para microrganismos extracelulares os endossomos para microrganismos ingeridos e o citosol para microrganismos intracelulares que permitem que as células percebam a presença de invasores estranhos em qualquer compartimento celular Sensores de dano celular Todas as células têm receptores citosólicos que reconhecem um conjunto diverso de moléculas que são liberadas ou alteradas como consequência do dano celular Essas moléculas incluem ácido úrico um produto da quebra do DNA ATP liberado da mitocôndria danificada concentrações intracelulares reduzidas de K devido à perda de íons pela lesão da membrana plasmática e até o DNA quando é liberado no citoplasma e não concentrado no núcleo como normalmente deveria ser entre outras Outros receptores celulares envolvidos na inflamação Além dos microrganismos diretamente reconhecidos muitos leucócitos expressam receptores para as caudas Fc dos anticorpos e para as proteínas do complemento Esses receptores reconhecem os microrganismos revestidos com anticorpos e complemento o processo de revestimento recebe o nome de opsonização e promovem a ingestão e a destruição dos microrganismos além de inflamação Proteínas circulatórias O sistema complemento reage contra os microrganismos e produz mediadores de inflamação Uma proteína circulatória chamada lectina ligante de manose mannosebinding lectin reconhece os açúcares dos microrganismos e então promove a respectiva ingestão e a ativação do sistema complemento Outras proteínas chamadas colectinas também se ligam e combatem os microrganismos Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas os produtos lipídicos prostaglandinas e leucotrienos as citocinas incluindo as quimiocinas e os produtos da ativação do complemento O reconhecimento dos microrganismos ou células mortas induz a várias respostas nos leucócitos que em conjunto são chamadas de ativação de leucócitos A ativação resulta em vias de sinalização que são desencadeadas nos leucócitos levando a aumento no Ca2 citosólico e ativação de enzimas como a proteína quinase C e a fosfolipase A2 As respostas funcionais mais importantes para a destruição dos microrganismos e outros agentes lesivos são a fagocitose e a morte intracelular Consequências nocivas da inflamação As reações antiinflamatórias de proteção contra infecções são em geral acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados p ex dor e perda funcional Tipicamente contudo essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo deixando pouco ou nenhum dano Em contraste há muitas doenças em que a reação inflamatória é mal direcionada p ex contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas p ex em alergias ou é inadequadamente controlada Em casos tais a reação inflamatória normalmente protetora se torna a causa da doença e o dano que produz é a característica dominante As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas comuns como artrite reumatoide aterosclerose e fibrose pulmonar assim como de reações de hipersensibilidade a picadas de insetos fármacos e toxinas com risco de morte Por essa razão nossas farmácias estão cheias de fármacos anti inflamatórios que idealmente deveriam controlar as sequelas nocivas da inflamação sem interferir em seus efeitos benéficos De fato a inflamação contribui para uma variedade de doenças que acreditamos ser primariamente metabólicas degenerativas ou alterações genéticas como o diabetes tipo 2 doença de Alzheimer e câncer Inflamação local e sistêmica A reação tecidual é uma resposta local a uma infecção ou a um dano localizado Embora até mesmo essas reações locais possam ter manifestações sistêmicas p ex febre no quadro de faringite bacteriana ou viral a reação é confinada principalmente ao local de infecção ou dano Em situações raras como por exemplo algumas infecções bacterianas disseminadas a reação inflamatória é sistêmica e causa anormalidades patológicas generalizadas A essa reação dáse o nome de sepse que é uma forma de síndrome de resposta inflamatória sistêmica Mediadores da inflamação As reações vasculares e celulares da inflamação são deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por várias células ou derivados de proteínas plasmáticas e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios Microrganismos células necróticas qualquer que seja a causa da morte celular e até mesmo a hipóxia podem estimular a produção de mediadores inflamatórios e então provocar inflamação Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta inflamatória determinando seu padrão severidade e manifestações clínicas e patológicas Inflamação crônica e aguda A rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual é chamada de inflamação aguda A inflamação aguda é rápida no início tipicamente leva minutos e de curta duração persistindo por horas ou poucos dias Suas principais características são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas edema e a emigração de leucócitos predominantemente neutrófilos também chamados de leucócitos polimorfonucleares Quando a inflamação aguda atinge o objetivo desejado de eliminar os agressores a reação é reduzida mas se a resposta não for suficiente para remover o estímulo pode progredir para uma fase prolongada chamada de inflamação crônica O processo inflamatório crônico é de longa duração e está associado a maior destruição tecidual presença de linfócitos e macrófagos proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo Inflamação aguda A inflamação aguda tem três componentes principais 1 Dilatação de pequenos vasos mediada por histaminas levando a aumento no fluxo sanguíneo O resultado é o fluxo sanguíneo aumentado que é a causa do calor e da vermelhidão eritema no local da inflamação 2 Aumento de permeabilidade da microvasculatura que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação 3 Emigração de leucócitos da microcirculação seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor os leucócitos possuem moléculas de adesão que auxiliam na adesão ao endotélio uma vez aderido ao endotélio podem migrar através transmigração ou diapedese Após sair da circulação os leucócitos vão para os tecidos em direção ao local da lesão por meio de um processo chamado quimiotaxia As reações vasculares da inflamação aguda consistem em alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos vasos ambas destinados à maximização do movimento das proteínas e leucócitos do plasma para fora da circulação em direção ao local da infecção ou lesão O deslocamento de fluidos proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das cavidades corporais é conhecido como exsudação Exsudato é o fluido extravascular que apresenta uma elevada concentração proteica e contém resíduos celulares Sua presença implica que há aumento de permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos provocada por algum tipo de lesão tecidual e uma reação inflamatória contínua Em contraste um transudato é um fluido com baixo conteúdo proteico a maior parte composta de albumina pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica Tratase essencialmente de um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que resulta de desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem aumento correspondente na permeabilidade vascular O edema denota excesso de fluido no tecido intersticial ou das cavidades serosas que pode ser ou um exsudato ou um transudato O pus um exsudato purulento é um exsudato inflamatório rico em leucócitos principalmente neutrófilos restos de células mortas e em muitos casos microrganismos Inflamação Crônica A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada semanas ou meses em que a inflamação a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações Ela sucede a inflamação aguda ou pode se iniciar insidiosamente como uma resposta de baixo grau e latente sem nenhuma manifestação prévia de uma reação aguda Ao contrário da inflamação aguda que é marcada por alterações vasculares edema e infiltração predominantemente neutrofílica a inflamação crônica é caracterizada por 1 Infiltração com células mononucleares que incluem macrófagos linfócitos e plasmócitos 2 Destruição tecidual induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias 3 Tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos angiogênese e em particular fibrose As células dominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas são os macrófagos que contribuem com a reação ao secretar citocinas e fatores de crescimento que agem em várias células destruindo invasores estranhos e tecidos bem como ativando outras células em especial os linfócitos T Os produtos dos macrófagos ativados eliminam os agentes lesivos da mesma forma que fazem os microrganismos e o início do processo de reparo mas também são responsáveis por grande parte da lesão tecidual na inflamação crônica Os microrganismos e outros antígenos do ambiente também ativam os linfócitos T e B o que amplifica e propaga a inflamação crônica Em virtude de sua habilidade de secretar citocinas os linfócitos T CD4 promovem inflamação e influenciam a natureza da reação inflamatória Os linfócitos B ativados e os plasmócitos produtores de anticorpos estão presentes com frequência nos locais de inflamação crônica Término da inflamação e início do reparo tecidual A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado A reação se resolve porque os mediadores são esgotados e dissipados e os leucócitos têm vida curta nos tecidos Além disso os mecanismos antiinflamatórios são ativados e servem para controlar a resposta e evitar que cause dano excessivo ao hospedeiro Uma vez que a inflamação tenha atingido seu objetivo de eliminar os agentes agressores também ativa o processo de reparo tecidual O reparo consiste em uma série de eventos que restauram o tecido danificado Nesse processo o tecido lesado é substituído pela regeneração das células sobreviventes e o preenchimento de defeitos residuais por tecido conjuntivo cicatrização Um sistema tão potente de defesa do hospedeiro com capacidade inerente para causar dano tecidual precisa de controle rigoroso a fim de minimizar o dano Em parte a inflamação diminui depois de os agentes agressores serem removidos simplesmente porque os mediadores da inflamação são produzidos em rápidos surtos somente enquanto o estímulo persiste têm meiasvidas curtas e são degradados após sua liberação Os neutrófilos também têm meiavida curta nos tecidos morrendo por apoptose dentro de poucas horas após deixarem o sangue Além disso à medida que a inflamação se desenvolve o próprio processo deflagra uma gama de sinais de alerta que ativamente encerram a reação Esses mecanismos de término ativo incluem um interruptor do tipo de metabólito de ácido araquidônico produzido de leucotrienos próinflamatórios a lipoxinas antiinflamatórias descritas adiante e a liberação de citocinas antiinflamatórias incluindo o fator de crescimento transformante β TGFβ e a IL10 a partir de macrófagos e outras células Outro mecanismo de controle que experimentalmente foi demonstrado inclui os impulsos neurais descarga colinérgica que inibem a produção de TNF em macrófagos CICATRIZAÇÃO O reparo algumas vezes chamado de cura referese à restauração da arquitetura e da função dos tecidos após a lesão O reparo de tecidos lesados ocorre por meio de dois tipos de reação regeneração através da proliferação de células residuais não lesadas e da maturação das célulastronco teciduais e deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz cicatrização Regeneração Alguns tecidos conseguem substituir os componentes danificados e retornar essencialmente ao seu estado normal esse processo é chamado de regeneração A regeneração ocorre por meio da proliferação de células que sobrevivem à lesão e conservam a capacidade de se proliferar por exemplo nos epitélios de rápida divisão da pele e intestinos e também em alguns órgãos parenquimatosos particularmente o fígado Em outros casos as célulastronco dos tecidos podem contribuir para a restauração tecidual Entretanto os mamíferos têm capacidade limitada de regenerar tecidos e órgãos e apenas alguns componentes da maioria dos tecidos conseguem recuperarse plenamente Deposição de tecido conjuntivo formação de cicatriz Se os tecidos lesados não conseguirem restituirse por completo ou se as estruturas de suporte tecidual estiverem severamente lesadas o reparo ocorre pela disposição de tecido conjuntivo fibroso um processo que resulta na formação de cicatrizes Embora a cicatriz fibrosa não seja normal fornece estabilidade estrutural suficiente para que o tecido lesado possa funcionar O termo fibrose é mais comumente utilizado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões fígado rins e outros órgãos como consequência da inflamação crônica ou no miocárdio após necrose isquêmica extensa infarto Se a fibrose se desenvolver em um espaço tecidual ocupado por exsudato inflamatório é chamada de organização como ocorre no caso da pneumonia em organização Reparo por Deposição de Tecido Conjuntivo cicatrização Se o reparo não puder ser alcançado somente pela regeneração ocorre através da substituição das células lesadas por tecido conjuntivo levando à formação de uma cicatriz ou por meio de uma combinação da regeneração de algumas células residuais e formação de cicatriz Pode ocorrer cicatrização quando a lesão tecidual for grave ou crônica resultando em dano às células parenquimatosas ao epitélio e também à estrutura de tecidos conjuntivos ou se as células que não se dividem forem lesadas Ao contrário da regeneração que envolve a restituição dos componentes teciduais a formação de cicatriz é uma resposta que remenda ao invés de restaurar o tecido O termo cicatriz é mais frequentemente associado à cura de feridas na pele porém também é usado para descrever a substituição de células parenquimatosas em qualquer tecido por colágeno como ocorre no coração após infarto do miocárdio Etapas na Formação de Cicatriz O reparo por meio da deposição de tecido conjuntivo consiste em processos sequenciais que se seguem à lesão dos tecidos e à resposta inflamatória A angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos que fornece os nutrientes e o oxigênio necessários ao processo de reparo Os vasos recémformados podem extravasar pelas junções interendoteliais incompletas devido ao VEGF fator de crescimento que aciona a angiogênese e aumenta a permeabilidade vascular Esse extravasamento justifica em parte o edema que pode persistir nas feridas que estão em processo de cura depois de a resposta inflamatória aguda ter sido resolvida Formação do Tecido de Granulação A migração e a proliferação de fibroblastos bem como a deposição de tecido conjuntivo frouxo junto com os vasos e leucócitos entremeados formam o tecido de granulação Sua aparência histológica é caracterizada pela proliferação de fibroblastos e capilares novos e delicados de paredes finas angiogênese em uma matriz extracelular frouxa geralmente com a mistura de células inflamatórias principalmente macrófagos Progressivamente o tecido de granulação invade o local da lesão a quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho do déficit no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação A deposição de tecido conjuntivo ocorre em duas etapas 1 Migração e proliferação de fibroblastos para o local da lesão 2 Deposição das proteínas da MEC produzidas por essas células Remodelamento do Tecido Conjuntivo A maturação e a reorganização do tecido conjuntivo remodelamento produzem a cicatriz fibrosa estável A quantidade de tecido conjuntivo aumenta no tecido de granulação resultando por fim na formação de uma cicatriz que pode remodelarse ao longo do tempo Os macrófagos desempenham papel crucial no reparo ao eliminar os agentes agressores e o tecido morto ao fornecer fatores de crescimento para a proliferação de várias células e ao secretar citocinas que estimulam a proliferação de fibroblastos e a síntese e deposição de tecido conjuntivo Os macrófagos envolvidos no reparo são predominantemente do tipo M2 ativados alternativamente Ainda não está claro como os macrófagos ativados classicamente que dominam na fase de inflamação e estão envolvidos na eliminação dos microrganismos e tecidos mortos são substituídos gradualmente por macrófagos ativados alternativamente os quais servem para terminar a inflamação e induzir o reparo O reparo começa no prazo de 24 horas depois da lesão através da migração de fibroblastos e do estímulo de proliferação fibroblástica e de células endoteliais Do terceiro ao quinto dia o tecido de granulação especializado característico do reparo já é evidente EDEMA Os distúrbios que afetam as funções cardiovascular renal ou hepática geralmente são marcados pelo acúmulo de líquido nos tecidos edemas ou nas cavidades corporais fechadas efusões Sob circunstâncias normais a tendência da pressão hidrostática vascular empurrar água e sais de dentro dos capilares para o espaço intersticial é praticamente balanceada pela tendência de a pressão coloidoosmótica plasmática puxar água e sais de volta para o leito venoso Ocorre habitualmente um pequeno espalhamento de líquido no interstício mas ele é drenado pelos vasos linfáticos e retorna no final para a corrente sanguínea através do ducto torácico mantendo os tecidos secos A pressão hidrostática elevada ou a pressão coloidoosmótica diminuída rompe esse balanço e resulta no aumento da saída de líquido dos vasos Se a taxa da saída de líquido exceder a capacidade de drenagem linfática o líquido se acumulará Nos tecidos isso resulta em edema e se uma superfície serosa estiver envolvida o líquido pode se acumular dentro da cavidade serosa do corpo resultando em uma efusão Líquidos de edema e efusões podem ser inflamatórios ou não inflamatórios Esses exsudatos líquidos ricos em proteína se acumulam devido ao aumento da permeabilidade vascular causada por mediadores inflamatórios Habitualmente os edemas associados à inflamação são localizados em um tecido ou em suas vizinhanças mas em estados de inflamação sistêmica como na sepse que produzem lesão e disfunção endotelial generalizada edema generalizado pode aparecer geralmente com consequências graves Em contraste edemas e efusões não inflamatórios são líquidos pobres em proteínas chamados transudatos Edemas e efusões não inflamatórios são comuns em muitas doenças incluindo insuficiência cardíaca insuficiência hepática doenças renais e desnutrição grave Aumento da Pressão Hidrostática O aumento na pressão hidrostática é causado principalmente por disfunções que impedem o retorno venoso Se a obstrução for localizada p ex trombose venosa profunda TVP em uma extremidade inferior então o edema resultante estará limitado à parte afetada Já as condições que levam ao aumento sistêmico da pressão venosa p ex insuficiência cardíaca congestiva estão compreensivamente associadas com edemas mais generalizados Redução da Pressão Osmótica Plasmática Sob circunstâncias normais a albumina é responsável por quase a metade da proteína total de plasma concluise que as condições que levam à síntese inadequada ou ao aumento da perda da albumina da circulação são causas comuns da redução da pressão oncótica do plasma Independentemente da causa a pressão oncótica plasmática reduzida leva de forma gradativa a edema redução do volume intravascular hipoperfusão renal e hiperaldosteronismo secundário A subsequente retenção de sal e água pelos rins não apenas falha na correção do deficit de volume plasmático como também exacerba o edemapor causa da persistência do defeito primário Retenção de Sódio e Água O aumento da retenção de sal associado obrigatoriamente à retenção de água provoca tanto o aumento da pressão hidrostática devido à expansão de volume líquido intravascular quanto a diminuição da pressão coloidoosmótica vascular devido à diluição A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida como nos distúrbios primários do rim e nos distúrbios cardiovasculares que diminuem a perfusão renal Resumindo Edema O edema é o resultado da saída de líquido dos vasos sanguíneos para dentro do espaço intersticial o líquido pode ser pobre em proteínas transudato ou rico em proteínas exsudato O edema pode ser causado por Aumento da pressão hidrostática p ex insuficiência cardíaca Diminuição da pressão coloidoosmótica pela redução da albumina plasmática devido à diminuição da síntese p ex doença hepática desnutrição proteica ou ao aumento da perda p ex síndrome nefrótica Aumento da permeabilidade vascular p ex inflamação que geralmente é localizado mas pode ocorrer em todo o corpo em estados inflamatórios sistêmicos graves como a sepse Obstrução linfática p ex infecção ou neoplasia Retenção de sódio e água p ex insuficiência renal HIPEREMIA e CONGESTÃO A hiperemia e a congestão decorrem do aumento do volume sanguíneo dentro dos tecidos mas têm mecanismos subjacentes e consequências diferentes A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar p ex como no músculo esquelético durante o exercício ou em locais de inflamação levando a um aumento do fluxo sanguíneo Os tecidos afetados tornamse vermelhos eritema devido ao aumento no fornecimento de sangue oxigenado A congestão é um processo passivo resultante da redução do efluxo sanguíneo de um tecido Ela pode ser sistêmica como na insuficiência cardíaca ou localizada como em uma obstrução venosa isolada A congestão leva frequentemente ao edema como resultado do aumento da pressão hidrostática que provoca Na congestão crônica de longa duração a hipoxia crônica associada pode resultar em lesão tecidual isquêmica e cicatrização A ruptura dos capilares na congestão crônica dos tecidos pode também causar pequenos focos hemorrágicos com subsequente catabolismo das hemácias extravasadas o que pode resultar em grupamentos denunciadores residuais de macrófagos carregados de hemossiderina HEMORRAGIA hemostasia pode ser definida simplesmente como o processo em que o sangue coagula em todos os locais de lesão vascular Ela é essencial para a vida e está desregulada em uma ampla gama de distúrbios que podem ser divididos em dois grupos Nos distúrbios hemorrágicos caracterizados pelo sangramento excessivo os mecanismos hemostáticos ou estão embotados ou são insuficientes para prevenir a perda anormal de sangue Em contraste nos distúrbios trombóticos os coágulos de sangue chamados comumente de trombos formamse dentro dos vasos sanguíneos intactos ou dentro das câmaras cardíacas Hemostasia A hemostasia é um processo precisamente orquestrado envolvendo as plaquetas os fatores da coagulação e o endotélio que ocorre no local da lesão vascular e culmina na formação do tampão fibrinoplaquetário que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento Distúrbios Hemorrágicos Distúrbios associados a hemorragias anormais ocorrem inevitavelmente devido a defeitos primários ou secundários das paredes dos vasos das plaquetas ou dos fatores da coagulação todos os quais devem funcionar de maneira apropriada para garantir a hemostasia Princípios gerais relacionados com hemorragias anormais e suas consequências Defeitos da hemostasia primária defeitos plaquetários ou doença de von Willebrand geralmente se apresentam como pequenos sangramentos na pele ou nas membranas mucosas Essas hemorragias tipicamente assumem a forma de petéquias hemorragias diminutas 1 a 2 mm ou púrpuras que são um pouco maiores 3 mm que as petéquias Acreditase que os capilares das mucosas e da pele sejam particularmente propensos a rupturas que se seguem a traumas discretos e que sob circunstâncias normais as plaquetas vedem esses defeitos quase que imediatamente Os sangramentos das mucosas que estão associados aos defeitos na hemostasia primária também podem tomar a forma de epistaxe sangramento pelo nariz hemorragias gastrointestinais ou menstruação excessiva menorragia Uma complicação temida decorrente da contagem plaquetária muito baixa trombocitopenia é a hemorragia intracerebral que pode ser fatal Defeitos da hemostasia secundária defeitos dos fatores da coagulação estão geralmente presentes como sangramentos nos tecidos das partes moles p ex músculos ou articulações Hemorragia nas articulações hemartrose consequente a um trauma mínimo é particularmente característica da hemofilia Não se sabe porque defeitos graves na hemostasia secundária se apresentam com esse padrão peculiar de hemorragia Assim como nos defeitos plaquetários graves a hemorragia intracraniana às vezes fatal também pode ocorrer Defeitos generalizados envolvendo pequenos vasos geralmente se apresentam como púrpura palpável e equimoses Equimoses muitas vezes chamadas simplesmente de manchas roxas são hemorragias com tamanho entre 1 e 2 cm Tanto na púrpura quanto na equimose o volume de sangue extravasado é suficiente para criar uma massa palpável de sangue conhecida como hematoma A púrpura e a equimose são particularmente características de distúrbios sistêmicos que rompem os vasos sanguíneos pequenos p ex vasculites ou que levam à fragilidade dos vasos sanguíneos p ex amiloidose escorbuto A significância clínica da hemorragia depende do volume do sangramento da velocidade com que ocorre e de sua localização A perda rápida de até 20 do volume sanguíneo pode ter pouco impacto em adultos saudáveis contudo perdas maiores podem causar choque hemorrágico hipovolêmico O sangramento que seria trivial nos tecidos subcutâneos pode levar a óbito se localizado no cérebro pois o crânio é inflexível e a hemorragia intracraniana pode resultar em um aumento de pressão que compromete o suprimento sanguíneo ou causa uma herniação que comprime o tronco cerebral Por fim a perda sanguínea externa recorrente ou crônica p ex úlcera péptica ou sangramento menstrual provoca uma perda de ferro e pode levar a uma anemia por deficiência de ferro Em contrapartida quando as hemácias são retidas p ex hemorragia em cavidades corporais ou tecidos o ferro é recuperado e reutilizado para a síntese de hemoglobina TROMBOSE As anormalidades básicas que levam à trombose são 1 lesões endoteliais 2 estase ou fluxo sanguíneo turbulento e 3 hipercoagulabilidade do sangue conhecidas como tríade de Virchow A trombose é um flagelo do homem moderno pois é a base das formas mais comuns e graves de doenças cardíacas Lesão Endotelial As lesões endoteliais que levam à ativação plaquetária são a base quase inevitável da formação de trombo no coração e na circulação arterial onde a grande velocidade do fluxo sanguíneo impede a formação de coágulos trombos Principais alterações prótrombóticas Alterações prócoagulantes Células endoteliais ativadas por citocinas reduzem a expressão de trombomodulina um importante modulador da atividade da trombina Isto pode resultar em ativação prolongada da trombina que por sua vez através dos PARs pode estimular plaquetas e aumentar a inflamação Além disso na inflamação o endotélio também reduz a expressão de outros anticoagulantes como a proteína C e a proteína inibidora do fator tecidual alterações que podem resultar em um estado prócoagulante Efeitos antifibrinolíticos As células endoteliais ativadas secretam inibidores do ativador do plasminogênio PAIs que limitam a fibrinólise e diminuem a expressão de tPA alterações que também favorecem o desenvolvimento de trombos Alterações no Fluxo Sanguíneo Normal A turbulência contribui para a trombose cardíaca e arterial provocando uma disfunção ou lesão endotelial além de gerar fluxos de contracorrente com a formação de bolsas de estase locais A estase é o principal contribuinte no desenvolvimento da trombose venosa O fluxo sanguíneo normal é laminar de forma que as plaquetas e outros elementos celulares sanguíneos fluem centralmente na luz dos vasos separados do endotélio por uma camada em movimentação mais lenta de plasma Por conseguinte a estase e a turbulência Promovem a ativação endotelial aumentando a atividade prócoagulante e a adesão de leucócitos em parte através de mudanças induzidas pelo fluxo na expressão de moléculas de adesão e de fatores próinflamatórios Rompem o fluxo laminar e permitem que as plaquetas entrem em contato com o endotélio Reduzem a eliminação lavagem e a diluição dos fatores da coagulação ativados pelo afluxo de sangue fresco e por inibidores dos fatores da coagulação O fluxo sanguíneo alterado contribui para a trombose em várias condições clínicas Hipercoagulabilidade A hipercoagulabilidade também chamada de trombofilia pode ser definida genericamente como qualquer distúrbio do sangue que predispõe à trombose A hipercoagulabilidade tem um papel particularmente importante na trombose venosa e pode ser dividida em distúrbios primários genéticos e secundários adquiridos Das causas hereditárias de hipercoagulabilidade as mutações pontuais do gene do fator V e do gene da protrombina são as mais comuns HIPERSENSIBILIDADE As reações imunológicas danosas chamadas de hipersensibilidade são a base da patologia associada às doenças imunológicas Esse termo surgiu da ideia de que indivíduos que já foram expostos a um antígeno manifestam reações detectáveis àquele antígeno e são portanto ditos sensibilizados A hipersensibilidade implica uma reação excessiva ou danosa a um antígeno Há algumas características gerais importantes das doenças por hipersensibilidade As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por antígenos ambientais exógenos microbianos e não microbianos ou autoantígenos endógenos O homem vive em um ambiente repleto de substâncias capazes de suscitar respostas imunológicas Os antígenos exógenos incluem os encontrados na poeira no pólen em alimentos medicamentos microrganismos e vários componentes químicos As respostas imunológicas contra esses antígenos exógenos podem assumir várias formas variando desde um desconforto insignificante como o prurido na pele até doenças potencialmente fatais como a asma brônquica e a anafilaxia Algumas das reações mais comuns aos antígenos ambientais formam o grupo de doenças conhecido como alergia As respostas imunológicas contra antígenos da própria pessoa ou autólogos resultam nas doenças autoimunes A hipersensibilidade geralmente resulta de um desequilíbrio entre os mecanismos efetores das respostas imunológicas e os mecanismos de controle que servem normalmente para limitar tais respostas De fato em muitas doenças por hipersensibilidade suspeitase que a causa seja uma falha da regulação normal Retornaremos a esse conceito quando estudarmos a autoimunidade O desenvolvimento de doenças por hipersensibilidade tanto alérgicas quanto autoimunes costuma associarse à herança de genes de suscetibilidade específicos Os genes HLA e muitos genes não HLA têm sido implicados em diferentes doenças exemplos específicos serão descritos no contexto das doenças Os mecanismos de lesão tecidual nas reações de hipersensibilidade são os mesmos que os mecanismos de defesa efetores contra patógenos infecciosos O problema na hipersensibilidade é o fato de que essas reações são mal controladas excessivas ou mal direcionadas p ex contra antígenos ambientais e autoantígenos normalmente inofensivos As doenças por hipersensibilidade podem ser classificadas com base no mecanismo imunológico que medeia a doença Essa classificação é importante para caracterizar a maneira pela qual a resposta imunológica causa lesão tecidual e doença e as manifestações patológicas e clínicas que as acompanham No entanto reconhecese cada vez mais que múltiplos mecanismos estão ativos em qualquer doença por hipersensibilidade Os principais tipos de reações por hipersensibilidade são os seguintes Na hipersensibilidade imediata hipersensibilidade tipo I a lesão é causada por células TH2 anticorpos IgE mastócitos e outros leucócitos Os mastócitos liberam mediadores que agem nos vasos e no músculo liso e citocinas próinflamatórias que recrutam células inflamatórias Nos distúrbios mediados por anticorpos hipersensibilidade tipo II os anticorpos IgG e IgM secretados causam dano celular pela promoção da sua fagocitose ou lise e dano tecidual pela indução da inflamação Os anticorpos também interferem nas funções celulares e causam doença sem lesão tecidual Nos distúrbios mediados por imunocomplexos hipersensibilidade tipo III os anticorpos IgG e IgM ligamse a antígenos geralmente na circulação e os complexos antígenoanticorpo depositamse nos tecidos e induzem inflamação Os leucócitos que são recrutados neutrófilos e monócitos produzem dano tecidual pela liberação de enzimas lisossômicas e geração de radicais livres tóxicos Nos distúrbios imunológicos mediados por células hipersensibilidade tipo IV linfócitos T sensibilizados células TH1 TH17 e CTLs são a causa da lesão tecidual As células TH2 induzem lesões que fazem parte das reações de hipersensibilidade imediata e não são consideradas uma forma de hipersensibilidade tipo IV NEOPLASIA Neoplasia significa novo crescimento e um novo crescimento é denominado de neoplasma O termo tumor foi originalmente aplicado ao edema causado pela inflamação mas o uso não neoplásico de tumor praticamente desapareceu portanto o termo atualmente se iguala a neoplasia Oncologia do grego oncos tumor é o estudo dos tumores ou neoplasmas Nos tempos modernos uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal As mutações causais fornecem para as células neoplásicas uma vantagem de sobrevivência e de crescimento resultando em proliferação excessiva que é independente de sinais fisiológicos de crescimento autônoma Todos os tumores apresentam dois componentes básicos 1 células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral 2 estroma reativo feito de tecido conjuntivo vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma Em alguns tumores o tecido conjuntivo é escasso e então a neoplasia é macia e carnosa Em outros casos as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante referido como desmoplasia Alguns tumores desmoplásicos por exemplo alguns cânceres da mama feminina são duros como pedra ou cirróticos Tumores Benignos Dizse que um tumor é benigno quando seus aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes significando que ele permanece localizado não se disseminará para outras áreas e geralmente pode ser removido por cirurgia local sendo compreensível que o paciente sobreviva No entanto os tumores benignos podem causar morbidade significativa e às vezes serem até fatais Tumores Malignos Os tumores malignos são referidos coletivamente como cânceres um derivado da palavra latina caranguejo pois costumam se aderir a qualquer região na qual estejam de maneira obstinada Os tumores malignos podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes metastatizar levando à morte Diferenciação e Anaplasia O termo diferenciação referese à extensão com que as células do parênquima neoplásico se assemelham às células parenquimatosas normais correspondentes tanto morfológica quanto funcionalmente a falta de diferenciação é denominada anaplasia Em geral os tumores benignos são bem diferenciados A célula neoplásica em um tumor benigno de adipócitos um lipoma assemelhase tanto à célula normal que pode ser impossível reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão Podese chegar tão perto da árvore que não se enxerga mais a floresta Em tumores bem diferenciados benignos as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal Em contrapartida enquanto as neoplasias malignas exibem uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas a maioria exibe alterações morfológicas que traem sua natureza maligna Entretanto há exceções Em uma extremidade do espectro certos adenocarcinomas bem diferenciados da tireoide por exemplo formam folículos de aspecto normal e alguns carcinomas de células escamosas contêm células que parecem idênticas às células epiteliais escamosas normais Assim a distinção morfológica entre os tumores malignos bem diferenciados e os tumores benignos pode ser bastante sutil Na outra extremidade do espectro estão os tumores que exibem pouca ou nenhuma evidência de diferenciação Entre os dois extremos estão os tumores que são imprecisamente referidos como moderadamente diferenciados Neoplasias malignas que são compostas por células pouco diferenciadas são denominados anaplásicas A falta de diferenciação ou anaplasia é considerada uma marca da malignidade O termo anaplasia significa formarse para trás indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo A questão se a maioria dos cânceres de fato se origina de uma diferenciação reversa das células normais maduras ao invés da diferenciação incompleta de células menos maduras é um item fundamental que é discutido mais adiante A falta de diferenciação ou anaplasia frequentemente está associada a muitas outras alterações morfológicas REFERÊNCIA Robbins Cotran Patologia Bases Patológicas das Doenças 9 edição Prezado Aluno tudo bem Espero que goste Se possível avaliar minha resolução no SITE MEUGURU Espero que nas próximas atividades me escolha novamente ATT Seu amigo GURU Sumário INFLAMAÇÃO1 CICATRIZAÇÃO7 EDEMA10 HIPEREMIA e CONGESTÃO11 HEMORRAGIA12 TROMBOSE13 HIPERSENSIBILIDADE14 NEOPLASIA16 REFERÊNCIA18 INFLAMAÇÃO A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias com a finalidade de eliminar os agentes agressores Embora na linguagem comum de médicos e leigos a inflamação sugira uma reação nociva tratase de uma resposta protetora essencial à sobrevivência Destinase a livrar o organismo tanto da causa inicial da lesão celular p ex microrganismos toxinas quanto das respectivas consequências p ex células e tecidos necróticos A maioria dos mediadores de defesa células e proteínas circulam pelo sangue de onde podem ser rapidamente recrutados para qualquer lugar do corpo algumas das células também residem nos próprios tecidos O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos bem como aos invasores estranhos como microrganismos e ativa as células e moléculas recrutadas que então funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas Sem a inflamação as infecções poderiam passar despercebidas feridas poderiam nunca cicatrizar e os tecidos lesados permaneceriam com feridas permanentemente infectadas Areação inflamatória típica se desenvolve por meio de uma série de etapas em sequência O agente agressor que se situa nos tecidos extravasculares é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado Os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora Areação é controlada e concluída O tecido lesado é reparado As inflamações pode ser causas por Infecções bacteriana virótica fúngica parasitária e toxinas microbianas estão entre as causas mais comuns e clinicamente importantes da inflamação Os diferentes patógenos infecciosos suscitam respostas antiinflamatórias variadas desde uma inflamação aguda leve que causa pouco ou nenhum dano duradouro e erradica com sucesso a infecção a reações sistêmicas severas que podem ser fatais até reações crônicas prolongadas que causem lesão tecidual extensa Os resultados são determinados principalmente pelo tipo de patógeno e até certo ponto pelas características do hospedeiro as quais são pouco definidas A necrose dos tecidos propicia a inflamação independentemente da causa da morte celular que pode incluir isquemia fluxo sanguíneo reduzido a causa do infarto do miocárdio trauma e lesões físicas e químicas p ex lesão térmica como ocorre em queimaduras ou congelamento irradiação exposição a algumas substâncias químicas ambientais Sabese que várias moléculas liberadas das células necróticas causam inflamação Corpos estranhos lascas de madeira sujeira suturas podem deflagrar inflamação porque causam lesão tecidual traumática ou transportam microrganismos Até mesmo algumas substâncias endógenas podem ser consideradas potencialmente nocivas se grandes quantidades forem depositadas nos tecidos tais substâncias incluem cristais de urato na doença da gota cristais de colesterol na aterosclerose e lipídios na síndrome metabólica associada à obesidade Reações imunes também chamadas de reações de hipersensibilidade são aquelas em que o sistema imune normalmente protetor causa dano nos próprios tecidos do indivíduo As respostas imunes lesivas são direcionadas contra antígenos próprios causando as doenças autoimunes ou são reações excessivas contra substâncias como em alergias ou contra microrganismos do ambiente A inflamação é a principal causa de lesão tecidual nessas doenças Devido ao fato de os estímulos para as respostas inflamatórias p ex antígenos próprios e ambientais não poderem ser eliminados as reações autoimunes e alérgicas tendem a ser persistentes e dificultar a cura sendo frequentemente associadas à inflamação crônica além de serem causas importantes de morbidade e mortalidade A inflamação é induzida por citocinas produzidas pelos linfócitos T e outras células do sistema imune Componentes da resposta inflamatória Os maiores participantes da reação inflamatória nos tecidos são os vasos sanguíneos e leucócitos Os vasos sanguíneos se dilatam para reduzir o fluxo sanguíneo e ao aumentar sua permeabilidade permitem que proteínas circulatórias selecionadas entrem no local da infecção ou do tecido lesado As características do endotélio vascular também se alteram de tal forma que inicialmente os leucócitos chegam a parar migrando em seguida para os tecidos Os leucócitos uma vez recrutados são ativados e adquirem a habilidade de ingerir e destruir os microrganismos e as células mortas bem como corpos estranhos e outros materiais indesejados nos tecidos O reconhecimento de agentes agressores é o primeiro passo em todas as reações inflamatórias As células e os receptores que realizam essa função de reconhecer os invasores evoluíram como uma adaptação de organismos multicelulares à presença de microorganismos no ambiente e as respostas que provocam são críticas para a sobrevivência dos organismos Vários receptores celulares a proteínas circulatórias são capazes de reconhecer microrganismos e produtos de dano celular e provocar a inflamação Receptores celulares para microrganismos As células expressam receptores na membrana plasmática para microrganismos extracelulares os endossomos para microrganismos ingeridos e o citosol para microrganismos intracelulares que permitem que as células percebam a presença de invasores estranhos em qualquer compartimento celular Sensores de dano celular Todas as células têm receptores citosólicos que reconhecem um conjunto diverso de moléculas que são liberadas ou alteradas como consequência do dano celular Essas moléculas incluem ácido úrico um produto da quebra do DNA ATP liberado da mitocôndria danificada concentrações intracelulares reduzidas de K devido à perda de íons pela lesão da membrana plasmática e até o DNA quando é liberado no citoplasma e não concentrado no núcleo como normalmente deveria ser entre outras Outros receptores celulares envolvidos na inflamação Além dos microrganismos diretamente reconhecidos muitos leucócitos expressam receptores para as caudas Fc dos anticorpos e para as proteínas do complemento Esses receptores reconhecem os microrganismos revestidos com anticorpos e complemento o processo de revestimento recebe o nome de opsonização e promovem a ingestão e a destruição dos microrganismos além de inflamação Proteínas circulatórias O sistema complemento reage contra os microrganismos e produz mediadores de inflamação Uma proteína circulatória chamada lectina ligante de manose mannosebinding lectin reconhece os açúcares dos microrganismos e então promove a respectiva ingestão e a ativação do sistema complemento Outras proteínas chamadas colectinas também se ligam e combatem os microrganismos Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas os produtos lipídicos prostaglandinas e leucotrienos as citocinas incluindo as quimiocinas e os produtos da ativação do complemento O reconhecimento dos microrganismos ou células mortas induz a várias respostas nos leucócitos que em conjunto são chamadas de ativação de leucócitos A ativação resulta em vias de sinalização que são desencadeadas nos leucócitos levando a aumento no Ca2 citosólico e ativação de enzimas como a proteína quinase C e a fosfolipase A2 As respostas funcionais mais importantes para a destruição dos microrganismos e outros agentes lesivos são a fagocitose e a morte intracelular Consequências nocivas da inflamação As reações antiinflamatórias de proteção contra infecções são em geral acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados p ex dor e perda funcional Tipicamente contudo essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo deixando pouco ou nenhum dano Em contraste há muitas doenças em que a reação inflamatória é mal direcionada p ex contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas p ex em alergias ou é inadequadamente controlada Em casos tais a reação inflamatória normalmente protetora se torna a causa da doença e o dano que produz é a característica dominante As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas comuns como artrite reumatoide aterosclerose e fibrose pulmonar assim como de reações de hipersensibilidade a picadas de insetos fármacos e toxinas com risco de morte Por essa razão nossas farmácias estão cheias de fármacos antiinflamatórios que idealmente deveriam controlar as sequelas nocivas da inflamação sem interferir em seus efeitos benéficos De fato a inflamação contribui para uma variedade de doenças que acreditamos ser primariamente metabólicas degenerativas ou alterações genéticas como o diabetes tipo 2 doença de Alzheimer e câncer Inflamação local e sistêmica A reação tecidual é uma resposta local a uma infecção ou a um dano localizado Embora até mesmo essas reações locais possam ter manifestações sistêmicas p ex febre no quadro de faringite bacteriana ou viral a reação é confinada principalmente ao local de infecção ou dano Em situações raras como por exemplo algumas infecções bacterianas disseminadas a reação inflamatória é sistêmica e causa anormalidades patológicas generalizadas A essa reação dáse o nome de sepse que é uma forma de síndrome de resposta inflamatória sistêmica Mediadores da inflamação As reações vasculares e celulares da inflamação são deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por várias células ou derivados de proteínas plasmáticas e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios Microrganismos células necróticas qualquer que seja a causa da morte celular e até mesmo a hipóxia podem estimular a produção de mediadores inflamatórios e então provocar inflamação Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta inflamatória determinando seu padrão severidade e manifestações clínicas e patológicas Inflamação crônica e aguda A rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual é chamada de inflamação aguda A inflamação aguda é rápida no início tipicamente leva minutos e de curta duração persistindo por horas ou poucos dias Suas principais características são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas edema e a emigração de leucócitos predominantemente neutrófilos também chamados de leucócitos polimorfonucleares Quando a inflamação aguda atinge o objetivo desejado de eliminar os agressores a reação é reduzida mas se a resposta não for suficiente para remover o estímulo pode progredir para uma fase prolongada chamada de inflamação crônica O processo inflamatório crônico é de longa duração e está associado a maior destruição tecidual presença de linfócitos e macrófagos proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo Inflamação aguda A inflamação aguda tem três componentes principais 1 Dilatação de pequenos vasos mediada por histaminas levando a aumento no fluxo sanguíneo O resultado é o fluxo sanguíneo aumentado que é a causa do calor e da vermelhidão eritema no local da inflamação 2 Aumento de permeabilidade da microvasculatura que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação 3 Emigração de leucócitos da microcirculação seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor os leucócitos possuem moléculas de adesão que auxiliam na adesão ao endotélio uma vez aderido ao endotélio podem migrar através transmigração ou diapedese Após sair da circulação os leucócitos vão para os tecidos em direção ao local da lesão por meio de um processo chamado quimiotaxia As reações vasculares da inflamação aguda consistem em alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos vasos ambas destinados à maximização do movimento das proteínas e leucócitos do plasma para fora da circulação em direção ao local da infecção ou lesão O deslocamento de fluidos proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das cavidades corporais é conhecido como exsudação Exsudato é o fluido extravascular que apresenta uma elevada concentração proteica e contém resíduos celulares Sua presença implica que há aumento de permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos provocada por algum tipo de lesão tecidual e uma reação inflamatória contínua Em contraste um transudato é um fluido com baixo conteúdo proteico a maior parte composta de albumina pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica Tratase essencialmente de um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que resulta de desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem aumento correspondente na permeabilidade vascular O edema denota excesso de fluido no tecido intersticial ou das cavidades serosas que pode ser ou um exsudato ou um transudato O pus um exsudato purulento é um exsudato inflamatório rico em leucócitos principalmente neutrófilos restos de células mortas e em muitos casos microrganismos Inflamação Crônica A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada semanas ou meses em que a inflamação a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações Ela sucede a inflamação aguda ou pode se iniciar insidiosamente como uma resposta de baixo grau e latente sem nenhuma manifestação prévia de uma reação aguda Ao contrário da inflamação aguda que é marcada por alterações vasculares edema e infiltração predominantemente neutrofílica a inflamação crônica é caracterizada por 1 Infiltração com células mononucleares que incluem macrófagos linfócitos e plasmócitos 2 Destruição tecidual induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias 3 Tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos angiogênese e em particular fibrose As células dominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas são os macrófagos que contribuem com a reação ao secretar citocinas e fatores de crescimento que agem em várias células destruindo invasores estranhos e tecidos bem como ativando outras células em especial os linfócitos T Os produtos dos macrófagos ativados eliminam os agentes lesivos da mesma forma que fazem os microrganismos e o início do processo de reparo mas também são responsáveis por grande parte da lesão tecidual na inflamação crônica Os microrganismos e outros antígenos do ambiente também ativam os linfócitos T e B o que amplifica e propaga a inflamação crônica Em virtude de sua habilidade de secretar citocinas os linfócitos T CD4 promovem inflamação e influenciam a natureza da reação inflamatória Os linfócitos B ativados e os plasmócitos produtores de anticorpos estão presentes com frequência nos locais de inflamação crônica Término da inflamação e início do reparo tecidual A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado A reação se resolve porque os mediadores são esgotados e dissipados e os leucócitos têm vida curta nos tecidos Além disso os mecanismos antiinflamatórios são ativados e servem para controlar a resposta e evitar que cause dano excessivo ao hospedeiro Uma vez que a inflamação tenha atingido seu objetivo de eliminar os agentes agressores também ativa o processo de reparo tecidual O reparo consiste em uma série de eventos que restauram o tecido danificado Nesse processo o tecido lesado é substituído pela regeneração das células sobreviventes e o preenchimento de defeitos residuais por tecido conjuntivo cicatrização Um sistema tão potente de defesa do hospedeiro com capacidade inerente para causar dano tecidual precisa de controle rigoroso a fim de minimizar o dano Em parte a inflamação diminui depois de os agentes agressores serem removidos simplesmente porque os mediadores da inflamação são produzidos em rápidos surtos somente enquanto o estímulo persiste têm meiasvidas curtas e são degradados após sua liberação Os neutrófilos também têm meiavida curta nos tecidos morrendo por apoptose dentro de poucas horas após deixarem o sangue Além disso à medida que a inflamação se desenvolve o próprio processo deflagra uma gama de sinais de alerta que ativamente encerram a reação Esses mecanismos de término ativo incluem um interruptor do tipo de metabólito de ácido araquidônico produzido de leucotrienos pró inflamatórios a lipoxinas antiinflamatórias descritas adiante e a liberação de citocinas anti inflamatórias incluindo o fator de crescimento transformante β TGFβ e a IL10 a partir de macrófagos e outras células Outro mecanismo de controle que experimentalmente foi demonstrado inclui os impulsos neurais descarga colinérgica que inibem a produção de TNF em macrófagos CICATRIZAÇÃO O reparo algumas vezes chamado de cura referese à restauração da arquitetura e da função dos tecidos após a lesão O reparo de tecidos lesados ocorre por meio de dois tipos de reação regeneração através da proliferação de células residuais não lesadas e da maturação das célulastronco teciduais e deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz cicatrização Regeneração Alguns tecidos conseguem substituir os componentes danificados e retornar essencialmente ao seu estado normal esse processo é chamado de regeneração A regeneração ocorre por meio da proliferação de células que sobrevivem à lesão e conservam a capacidade de se proliferar por exemplo nos epitélios de rápida divisão da pele e intestinos e também em alguns órgãos parenquimatosos particularmente o fígado Em outros casos as célulastronco dos tecidos podem contribuir para a restauração tecidual Entretanto os mamíferos têm capacidade limitada de regenerar tecidos e órgãos e apenas alguns componentes da maioria dos tecidos conseguem recuperarse plenamente Deposição de tecido conjuntivo formação de cicatriz Se os tecidos lesados não conseguirem restituirse por completo ou se as estruturas de suporte tecidual estiverem severamente lesadas o reparo ocorre pela disposição de tecido conjuntivo fibroso um processo que resulta na formação de cicatrizes Embora a cicatriz fibrosa não seja normal fornece estabilidade estrutural suficiente para que o tecido lesado possa funcionar O termo fibrose é mais comumente utilizado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões fígado rins e outros órgãos como consequência da inflamação crônica ou no miocárdio após necrose isquêmica extensa infarto Se a fibrose se desenvolver em um espaço tecidual ocupado por exsudato inflamatório é chamada de organização como ocorre no caso da pneumonia em organização Reparo por Deposição de Tecido Conjuntivo cicatrização Se o reparo não puder ser alcançado somente pela regeneração ocorre através da substituição das células lesadas por tecido conjuntivo levando à formação de uma cicatriz ou por meio de uma combinação da regeneração de algumas células residuais e formação de cicatriz Pode ocorrer cicatrização quando a lesão tecidual for grave ou crônica resultando em dano às células parenquimatosas ao epitélio e também à estrutura de tecidos conjuntivos ou se as células que não se dividem forem lesadas Ao contrário da regeneração que envolve a restituição dos componentes teciduais a formação de cicatriz é uma resposta que remenda ao invés de restaurar o tecido O termo cicatriz é mais frequentemente associado à cura de feridas na pele porém também é usado para descrever a substituição de células parenquimatosas em qualquer tecido por colágeno como ocorre no coração após infarto do miocárdio Etapas na Formação de Cicatriz O reparo por meio da deposição de tecido conjuntivo consiste em processos sequenciais que se seguem à lesão dos tecidos e à resposta inflamatória A angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos que fornece os nutrientes e o oxigênio necessários ao processo de reparo Os vasos recémformados podem extravasar pelas junções interendoteliais incompletas devido ao VEGF fator de crescimento que aciona a angiogênese e aumenta a permeabilidade vascular Esse extravasamento justifica em parte o edema que pode persistir nas feridas que estão em processo de cura depois de a resposta inflamatória aguda ter sido resolvida Formação do Tecido de Granulação A migração e a proliferação de fibroblastos bem como a deposição de tecido conjuntivo frouxo junto com os vasos e leucócitos entremeados formam o tecido de granulação Sua aparência histológica é caracterizada pela proliferação de fibroblastos e capilares novos e delicados de paredes finas angiogênese em uma matriz extracelular frouxa geralmente com a mistura de células inflamatórias principalmente macrófagos Progressivamente o tecido de granulação invade o local da lesão a quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho do déficit no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação A deposição de tecido conjuntivo ocorre em duas etapas 1 Migração e proliferação de fibroblastos para o local da lesão 2 Deposição das proteínas da MEC produzidas por essas células Remodelamento do Tecido Conjuntivo A maturação e a reorganização do tecido conjuntivo remodelamento produzem a cicatriz fibrosa estável A quantidade de tecido conjuntivo aumenta no tecido de granulação resultando por fim na formação de uma cicatriz que pode remodelarse ao longo do tempo Os macrófagos desempenham papel crucial no reparo ao eliminar os agentes agressores e o tecido morto ao fornecer fatores de crescimento para a proliferação de várias células e ao secretar citocinas que estimulam a proliferação de fibroblastos e a síntese e deposição de tecido conjuntivo Os macrófagos envolvidos no reparo são predominantemente do tipo M2 ativados alternativamente Ainda não está claro como os macrófagos ativados classicamente que dominam na fase de inflamação e estão envolvidos na eliminação dos microrganismos e tecidos mortos são substituídos gradualmente por macrófagos ativados alternativamente os quais servem para terminar a inflamação e induzir o reparo O reparo começa no prazo de 24 horas depois da lesão através da migração de fibroblastos e do estímulo de proliferação fibroblástica e de células endoteliais Do terceiro ao quinto dia o tecido de granulação especializado característico do reparo já é evidente EDEMA Os distúrbios que afetam as funções cardiovascular renal ou hepática geralmente são marcados pelo acúmulo de líquido nos tecidos edemas ou nas cavidades corporais fechadas efusões Sob circunstâncias normais a tendência da pressão hidrostática vascular empurrar água e sais de dentro dos capilares para o espaço intersticial é praticamente balanceada pela tendência de a pressão coloidoosmótica plasmática puxar água e sais de volta para o leito venoso Ocorre habitualmente um pequeno espalhamento de líquido no interstício mas ele é drenado pelos vasos linfáticos e retorna no final para a corrente sanguínea através do ducto torácico mantendo os tecidos secos A pressão hidrostática elevada ou a pressão coloidoosmótica diminuída rompe esse balanço e resulta no aumento da saída de líquido dos vasos Se a taxa da saída de líquido exceder a capacidade de drenagem linfática o líquido se acumulará Nos tecidos isso resulta em edema e se uma superfície serosa estiver envolvida o líquido pode se acumular dentro da cavidade serosa do corpo resultando em uma efusão Líquidos de edema e efusões podem ser inflamatórios ou não inflamatórios Esses exsudatos líquidos ricos em proteína se acumulam devido ao aumento da permeabilidade vascular causada por mediadores inflamatórios Habitualmente os edemas associados à inflamação são localizados em um tecido ou em suas vizinhanças mas em estados de inflamação sistêmica como na sepse que produzem lesão e disfunção endotelial generalizada edema generalizado pode aparecer geralmente com consequências graves Em contraste edemas e efusões não inflamatórios são líquidos pobres em proteínas chamados transudatos Edemas e efusões não inflamatórios são comuns em muitas doenças incluindo insuficiência cardíaca insuficiência hepática doenças renais e desnutrição grave Aumento da Pressão Hidrostática O aumento na pressão hidrostática é causado principalmente por disfunções que impedem o retorno venoso Se a obstrução for localizada p ex trombose venosa profunda TVP em uma extremidade inferior então o edema resultante estará limitado à parte afetada Já as condições que levam ao aumento sistêmico da pressão venosa p ex insuficiência cardíaca congestiva estão compreensivamente associadas com edemas mais generalizados Redução da Pressão Osmótica Plasmática Sob circunstâncias normais a albumina é responsável por quase a metade da proteína total de plasma concluise que as condições que levam à síntese inadequada ou ao aumento da perda da albumina da circulação são causas comuns da redução da pressão oncótica do plasma Independentemente da causa a pressão oncótica plasmática reduzida leva de forma gradativa a edema redução do volume intravascular hipoperfusão renal e hiperaldosteronismo secundário A subsequente retenção de sal e água pelos rins não apenas falha na correção do deficit de volume plasmático como também exacerba o edemapor causa da persistência do defeito primário Retenção de Sódio e Água O aumento da retenção de sal associado obrigatoriamente à retenção de água provoca tanto o aumento da pressão hidrostática devido à expansão de volume líquido intravascular quanto a diminuição da pressão coloidoosmótica vascular devido à diluição A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida como nos distúrbios primários do rim e nos distúrbios cardiovasculares que diminuem a perfusão renal Resumindo Edema O edema é o resultado da saída de líquido dos vasos sanguíneos para dentro do espaço intersticial o líquido pode ser pobre em proteínas transudato ou rico em proteínas exsudato O edema pode ser causado por Aumento da pressão hidrostática p ex insuficiência cardíaca Diminuição da pressão coloidoosmótica pela redução da albumina plasmática devido à diminuição da síntese p ex doença hepática desnutrição proteica ou ao aumento da perda p ex síndrome nefrótica Aumento da permeabilidade vascular p ex inflamação que geralmente é localizado mas pode ocorrer em todo o corpo em estados inflamatórios sistêmicos graves como a sepse Obstrução linfática p ex infecção ou neoplasia Retenção de sódio e água p ex insuficiência renal HIPEREMIA e CONGESTÃO A hiperemia e a congestão decorrem do aumento do volume sanguíneo dentro dos tecidos mas têm mecanismos subjacentes e consequências diferentes A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar p ex como no músculo esquelético durante o exercício ou em locais de inflamação levando a um aumento do fluxo sanguíneo Os tecidos afetados tornamse vermelhos eritema devido ao aumento no fornecimento de sangue oxigenado A congestão é um processo passivo resultante da redução do efluxo sanguíneo de um tecido Ela pode ser sistêmica como na insuficiência cardíaca ou localizada como em uma obstrução venosa isolada A congestão leva frequentemente ao edema como resultado do aumento da pressão hidrostática que provoca Na congestão crônica de longa duração a hipoxia crônica associada pode resultar em lesão tecidual isquêmica e cicatrização A ruptura dos capilares na congestão crônica dos tecidos pode também causar pequenos focos hemorrágicos com subsequente catabolismo das hemácias extravasadas o que pode resultar em grupamentos denunciadores residuais de macrófagos carregados de hemossiderina HEMORRAGIA hemostasia pode ser definida simplesmente como o processo em que o sangue coagula em todos os locais de lesão vascular Ela é essencial para a vida e está desregulada em uma ampla gama de distúrbios que podem ser divididos em dois grupos Nos distúrbios hemorrágicos caracterizados pelo sangramento excessivo os mecanismos hemostáticos ou estão embotados ou são insuficientes para prevenir a perda anormal de sangue Em contraste nos distúrbios trombóticos os coágulos de sangue chamados comumente de trombos formamse dentro dos vasos sanguíneos intactos ou dentro das câmaras cardíacas Hemostasia A hemostasia é um processo precisamente orquestrado envolvendo as plaquetas os fatores da coagulação e o endotélio que ocorre no local da lesão vascular e culmina na formação do tampão fibrinoplaquetário que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento Distúrbios Hemorrágicos Distúrbios associados a hemorragias anormais ocorrem inevitavelmente devido a defeitos primários ou secundários das paredes dos vasos das plaquetas ou dos fatores da coagulação todos os quais devem funcionar de maneira apropriada para garantir a hemostasia Princípios gerais relacionados com hemorragias anormais e suas consequências Defeitos da hemostasia primária defeitos plaquetários ou doença de von Willebrand geralmente se apresentam como pequenos sangramentos na pele ou nas membranas mucosas Essas hemorragias tipicamente assumem a forma de petéquias hemorragias diminutas 1 a 2 mm ou púrpuras que são um pouco maiores 3 mm que as petéquias Acreditase que os capilares das mucosas e da pele sejam particularmente propensos a rupturas que se seguem a traumas discretos e que sob circunstâncias normais as plaquetas vedem esses defeitos quase que imediatamente Os sangramentos das mucosas que estão associados aos defeitos na hemostasia primária também podem tomar a forma de epistaxe sangramento pelo nariz hemorragias gastrointestinais ou menstruação excessiva menorragia Uma complicação temida decorrente da contagem plaquetária muito baixa trombocitopenia é a hemorragia intracerebral que pode ser fatal Defeitos da hemostasia secundária defeitos dos fatores da coagulação estão geralmente presentes como sangramentos nos tecidos das partes moles p ex músculos ou articulações Hemorragia nas articulações hemartrose consequente a um trauma mínimo é particularmente característica da hemofilia Não se sabe porque defeitos graves na hemostasia secundária se apresentam com esse padrão peculiar de hemorragia Assim como nos defeitos plaquetários graves a hemorragia intracraniana às vezes fatal também pode ocorrer Defeitos generalizados envolvendo pequenos vasos geralmente se apresentam como púrpura palpável e equimoses Equimoses muitas vezes chamadas simplesmente de manchas roxas são hemorragias com tamanho entre 1 e 2 cm Tanto na púrpura quanto na equimose o volume de sangue extravasado é suficiente para criar uma massa palpável de sangue conhecida como hematoma A púrpura e a equimose são particularmente características de distúrbios sistêmicos que rompem os vasos sanguíneos pequenos p ex vasculites ou que levam à fragilidade dos vasos sanguíneos p ex amiloidose escorbuto A significância clínica da hemorragia depende do volume do sangramento da velocidade com que ocorre e de sua localização A perda rápida de até 20 do volume sanguíneo pode ter pouco impacto em adultos saudáveis contudo perdas maiores podem causar choque hemorrágico hipovolêmico O sangramento que seria trivial nos tecidos subcutâneos pode levar a óbito se localizado no cérebro pois o crânio é inflexível e a hemorragia intracraniana pode resultar em um aumento de pressão que compromete o suprimento sanguíneo ou causa uma herniação que comprime o tronco cerebral Por fim a perda sanguínea externa recorrente ou crônica p ex úlcera péptica ou sangramento menstrual provoca uma perda de ferro e pode levar a uma anemia por deficiência de ferro Em contrapartida quando as hemácias são retidas p ex hemorragia em cavidades corporais ou tecidos o ferro é recuperado e reutilizado para a síntese de hemoglobina TROMBOSE As anormalidades básicas que levam à trombose são 1 lesões endoteliais 2 estase ou fluxo sanguíneo turbulento e 3 hipercoagulabilidade do sangue conhecidas como tríade de Virchow A trombose é um flagelo do homem moderno pois é a base das formas mais comuns e graves de doenças cardíacas Lesão Endotelial As lesões endoteliais que levam à ativação plaquetária são a base quase inevitável da formação de trombo no coração e na circulação arterial onde a grande velocidade do fluxo sanguíneo impede a formação de coágulos trombos Principais alterações prótrombóticas Alterações prócoagulantes Células endoteliais ativadas por citocinas reduzem a expressão de trombomodulina um importante modulador da atividade da trombina Isto pode resultar em ativação prolongada da trombina que por sua vez através dos PARs pode estimular plaquetas e aumentar a inflamação Além disso na inflamação o endotélio também reduz a expressão de outros anticoagulantes como a proteína C e a proteína inibidora do fator tecidual alterações que podem resultar em um estado prócoagulante Efeitos antifibrinolíticos As células endoteliais ativadas secretam inibidores do ativador do plasminogênio PAIs que limitam a fibrinólise e diminuem a expressão de tPA alterações que também favorecem o desenvolvimento de trombos Alterações no Fluxo Sanguíneo Normal A turbulência contribui para a trombose cardíaca e arterial provocando uma disfunção ou lesão endotelial além de gerar fluxos de contracorrente com a formação de bolsas de estase locais A estase é o principal contribuinte no desenvolvimento da trombose venosa O fluxo sanguíneo normal é laminar de forma que as plaquetas e outros elementos celulares sanguíneos fluem centralmente na luz dos vasos separados do endotélio por uma camada em movimentação mais lenta de plasma Por conseguinte a estase e a turbulência Promovem a ativação endotelial aumentando a atividade prócoagulante e a adesão de leucócitos em parte através de mudanças induzidas pelo fluxo na expressão de moléculas de adesão e de fatores próinflamatórios Rompem o fluxo laminar e permitem que as plaquetas entrem em contato com o endotélio Reduzem a eliminação lavagem e a diluição dos fatores da coagulação ativados pelo afluxo de sangue fresco e por inibidores dos fatores da coagulação O fluxo sanguíneo alterado contribui para a trombose em várias condições clínicas Hipercoagulabilidade A hipercoagulabilidade também chamada de trombofilia pode ser definida genericamente como qualquer distúrbio do sangue que predispõe à trombose A hipercoagulabilidade tem um papel particularmente importante na trombose venosa e pode ser dividida em distúrbios primários genéticos e secundários adquiridos Das causas hereditárias de hipercoagulabilidade as mutações pontuais do gene do fator V e do gene da protrombina são as mais comuns HIPERSENSIBILIDADE As reações imunológicas danosas chamadas de hipersensibilidade são a base da patologia associada às doenças imunológicas Esse termo surgiu da ideia de que indivíduos que já foram expostos a um antígeno manifestam reações detectáveis àquele antígeno e são portanto ditos sensibilizados A hipersensibilidade implica uma reação excessiva ou danosa a um antígeno Há algumas características gerais importantes das doenças por hipersensibilidade As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por antígenos ambientais exógenos microbianos e não microbianos ou autoantígenos endógenos O homem vive em um ambiente repleto de substâncias capazes de suscitar respostas imunológicas Os antígenos exógenos incluem os encontrados na poeira no pólen em alimentos medicamentos microrganismos e vários componentes químicos As respostas imunológicas contra esses antígenos exógenos podem assumir várias formas variando desde um desconforto insignificante como o prurido na pele até doenças potencialmente fatais como a asma brônquica e a anafilaxia Algumas das reações mais comuns aos antígenos ambientais formam o grupo de doenças conhecido como alergia As respostas imunológicas contra antígenos da própria pessoa ou autólogos resultam nas doenças autoimunes A hipersensibilidade geralmente resulta de um desequilíbrio entre os mecanismos efetores das respostas imunológicas e os mecanismos de controle que servem normalmente para limitar tais respostas De fato em muitas doenças por hipersensibilidade suspeitase que a causa seja uma falha da regulação normal Retornaremos a esse conceito quando estudarmos a autoimunidade O desenvolvimento de doenças por hipersensibilidade tanto alérgicas quanto autoimunes costuma associarse à herança de genes de suscetibilidade específicos Os genes HLA e muitos genes não HLA têm sido implicados em diferentes doenças exemplos específicos serão descritos no contexto das doenças Os mecanismos de lesão tecidual nas reações de hipersensibilidade são os mesmos que os mecanismos de defesa efetores contra patógenos infecciosos O problema na hipersensibilidade é o fato de que essas reações são mal controladas excessivas ou mal direcionadas p ex contra antígenos ambientais e autoantígenos normalmente inofensivos As doenças por hipersensibilidade podem ser classificadas com base no mecanismo imunológico que medeia a doença Essa classificação é importante para caracterizar a maneira pela qual a resposta imunológica causa lesão tecidual e doença e as manifestações patológicas e clínicas que as acompanham No entanto reconhecese cada vez mais que múltiplos mecanismos estão ativos em qualquer doença por hipersensibilidade Os principais tipos de reações por hipersensibilidade são os seguintes Na hipersensibilidade imediata hipersensibilidade tipo I a lesão é causada por células TH2 anticorpos IgE mastócitos e outros leucócitos Os mastócitos liberam mediadores que agem nos vasos e no músculo liso e citocinas próinflamatórias que recrutam células inflamatórias Nos distúrbios mediados por anticorpos hipersensibilidade tipo II os anticorpos IgG e IgM secretados causam dano celular pela promoção da sua fagocitose ou lise e dano tecidual pela indução da inflamação Os anticorpos também interferem nas funções celulares e causam doença sem lesão tecidual Nos distúrbios mediados por imunocomplexos hipersensibilidade tipo III os anticorpos IgG e IgM ligamse a antígenos geralmente na circulação e os complexos antígeno anticorpo depositamse nos tecidos e induzem inflamação Os leucócitos que são recrutados neutrófilos e monócitos produzem dano tecidual pela liberação de enzimas lisossômicas e geração de radicais livres tóxicos Nos distúrbios imunológicos mediados por células hipersensibilidade tipo IV linfócitos T sensibilizados células TH1 TH17 e CTLs são a causa da lesão tecidual As células TH2 induzem lesões que fazem parte das reações de hipersensibilidade imediata e não são consideradas uma forma de hipersensibilidade tipo IV NEOPLASIA Neoplasia significa novo crescimento e um novo crescimento é denominado de neoplasma O termo tumor foi originalmente aplicado ao edema causado pela inflamação mas o uso não neoplásico de tumor praticamente desapareceu portanto o termo atualmente se iguala a neoplasia Oncologia do grego oncos tumor é o estudo dos tumores ou neoplasmas Nos tempos modernos uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal As mutações causais fornecem para as células neoplásicas uma vantagem de sobrevivência e de crescimento resultando em proliferação excessiva que é independente de sinais fisiológicos de crescimento autônoma Todos os tumores apresentam dois componentes básicos 1 células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral 2 estroma reativo feito de tecido conjuntivo vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma Em alguns tumores o tecido conjuntivo é escasso e então a neoplasia é macia e carnosa Em outros casos as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante referido como desmoplasia Alguns tumores desmoplásicos por exemplo alguns cânceres da mama feminina são duros como pedra ou cirróticos Tumores Benignos Dizse que um tumor é benigno quando seus aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes significando que ele permanece localizado não se disseminará para outras áreas e geralmente pode ser removido por cirurgia local sendo compreensível que o paciente sobreviva No entanto os tumores benignos podem causar morbidade significativa e às vezes serem até fatais Tumores Malignos Os tumores malignos são referidos coletivamente como cânceres um derivado da palavra latina caranguejo pois costumam se aderir a qualquer região na qual estejam de maneira obstinada Os tumores malignos podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes metastatizar levando à morte Diferenciação e Anaplasia O termo diferenciação referese à extensão com que as células do parênquima neoplásico se assemelham às células parenquimatosas normais correspondentes tanto morfológica quanto funcionalmente a falta de diferenciação é denominada anaplasia Em geral os tumores benignos são bem diferenciados A célula neoplásica em um tumor benigno de adipócitos um lipoma assemelhase tanto à célula normal que pode ser impossível reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão Podese chegar tão perto da árvore que não se enxerga mais a floresta Em tumores bem diferenciados benignos as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal Em contrapartida enquanto as neoplasias malignas exibem uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas a maioria exibe alterações morfológicas que traem sua natureza maligna Entretanto há exceções Em uma extremidade do espectro certos adenocarcinomas bem diferenciados da tireoide por exemplo formam folículos de aspecto normal e alguns carcinomas de células escamosas contêm células que parecem idênticas às células epiteliais escamosas normais Assim a distinção morfológica entre os tumores malignos bem diferenciados e os tumores benignos pode ser bastante sutil Na outra extremidade do espectro estão os tumores que exibem pouca ou nenhuma evidência de diferenciação Entre os dois extremos estão os tumores que são imprecisamente referidos como moderadamente diferenciados Neoplasias malignas que são compostas por células pouco diferenciadas são denominados anaplásicas A falta de diferenciação ou anaplasia é considerada uma marca da malignidade O termo anaplasia significa formarse para trás indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo A questão se a maioria dos cânceres de fato se origina de uma diferenciação reversa das células normais maduras ao invés da diferenciação incompleta de células menos maduras é um item fundamental que é discutido mais adiante A falta de diferenciação ou anaplasia frequentemente está associada a muitas outras alterações morfológicas REFERÊNCIA Robbins Cotran Patologia Bases Patológicas das Doenças 9 edição