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Direito das Sucessões

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Manual de Normalizacao e Metodologia de Pesquisa Academica - Guia Completo

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Manual de Normalizacao e Metodologia de Pesquisa Academica - Guia Completo

Direito das Sucessões

ESDHC

Texto de pré-visualização

O dom da produção acadêmica manual de normalização e metodologia de pesquisa Anacélia Santos Rocha Beatriz Souza Costa Maria Aparecida Leite Mendes Cota Mariza Rios Sebastien Kiwonghi Bizawu ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA GRADUAÇÃO E PÓSGRADUAÇÃO Anacélia Santos Rocha Beatriz Souza Costa Maria Aparecida Leite Mendes Cota Mariza Rios Sebastien Kiwonghi Bizawu O DOM DA PRODUÇÃO ACADÊMICA MANUAL DE NORMALIZAÇÃO E METODOLOGIA DE PESQUISA Belo Horizonte 2020 Anacélia Santos Rocha Beatriz Souza Costa Maria Aparecida Leite Mendes Cota Mariza Rios Sebastien Kiwonghi Bizawu O dom da produção acadêmica manual de normalização e metodologia de pesquisa Belo Horizonte 2020 REITOR Prof Dr Paulo Umberto Stumpf Vicereitor Estevão DÁvila Freitas PRÓREITORA DE ENSINO DE GRADUA ÇÃO Profª Anacélia Santos Rocha PRÓREITORA DE PÓSGRADUAÇÃO Prof Dr Sebastien Kiwonghi Bizawu PRÓREITORA DE PESQUISA Profª Dra Beatriz Souza Costa PRÓREITORA DE ADMINISTRAÇÃO Profª Cácia Rita Stumpf PRÓREITOR DE EXTENSÃO Prof Francisco Haas REVISORES da 2ª edição Christiane Costa Assis Revisora Geral Ana Paula Fonseca Vignoli Revisora de Por tuguês ORGANIZADORES da 1ª edição Mariza Rios Newton Teixeira Carvalho COLABORADORES da 1ª edição Acácia Barbosa Cunha Émilien Vilas Boas Reis Maria Carolina Ferreira Reis Sebastien Kiwonghi Bizawu REVISORES da edição atual Maria Carolina Ferreira Reis Lucas Martins de Freitas Junior ORGANIZADORES da edição atual ANACÉLIA SANTOS ROCHA PróReitora de Ensino de Graduação BEATRIZ SOUZA COSTA PróReitora de Pesquisa MARIA APARECIDA LEITE MENDES COTA Professora de Português e de Metodologia de Pesquisa da Graduação MARIZA RIOS Professora de Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação SEBASTIEN KIWONGHI BIZAWU PróReitor de PósGraduação D666 O Dom da produção acadêmica manual de normalização e metodologia de pesquisa Anacélia Santos Rocha et al Belo Horizonte Dom Helder 2020 120 p Inclui bibliografia 1 Metodologia 2 Trabalhos científicos 3 Métodos de estudo I Costa Beatriz Souza II Cota Maria Aparecida Leite Mendes III Rios Mariza IV Bizawu Sebastien Kiwonghi V Título CDU 0018 CDD 00142 Bibliotecário responsável Lucas Martins de Freitas Junior CRB63621 Fazer tudo bem Trabalhar sempre com alma E com toda alma Quer se trate de conduzir às estrelas Uma nave espacial Ou de fazer Uma simples ponta de lápis CÂMARA 1983 p 15 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Esquema de leitura analítica 32 Figura 2 Delineamento da metodologia 58 Figura 3 Recuo da citação direta longa 80 Figura 4 Citação direta regras gerais de apresentação 81 Figura 5 Referência de livro elementos essenciais 88 Figura 6 Capítulo de livro elementos essenciais 90 Figura 7 Referência de artigo científico elementos essenciais 91 Figura 8 Referência de artigo de jornal elementos essenciais 92 Figura 9 Referência de dissertação elementos essenciais 93 Figura 10 Exemplos de referências online 95 Figura 11 Referência de trabalho apresentado em evento elementos essenciais 96 Figura 12 Estrutura do trabalho acadêmico 97 Figura 13 Modelo de capa 99 Figura 14 Modelo de folha de rosto 100 Figura 15 Posição da ficha catalográfica 101 Figura 16 Modelo de folha de aprovação 102 Figura 17 Posição do texto da Dedicatória 103 Figura 18 Modelo da página com Agradecimentos 104 Figura 19 Configuração da página 110 Figura 20 Configuração das margens no Microsoft Office Word 112 Figura 21 Configuração do parágrafo 113 Figura 22 Configuração da numeração das páginas 114 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Conectivos 24 Quadro 2 Diferenças entre resumo e resenha 29 Quadro 3 Paráfrases sem plágios Exemplos 33 Quadro 4 Critérios de cientificidade 36 Quadro 5 Níveis de conhecimento jurídico 37 Quadro 6 Condições de produção de textos acadêmicos 38 Quadro 7 Etapas implicadas na atividade de escrita 39 Quadro 8 Exemplo de parágrafo dissertativo 45 Quadro 9 A citação direta como desenvolvimento do parágrafo 46 Quadro 10 A citação indireta como desenvolvimento do parágrafo 47 Quadro 11 A citação de citação como desenvolvimento do parágrafo 47 Quadro 12 Pesquisa quantitativa ou qualitativa 59 Quadro 13 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa 60 Quadro 15 Elementos essenciais das referências 88 Quadro 16 Elementos dos trabalhos acadêmicos 98 Quadro 17 Apresentação de tabelas e quadros 108 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 8 PARTE I 11 O PESQUISADOR E A PRODUÇÃO DO 11 CoNHECIMENTO CIENTÍFICO 11 1 FONTES DE PESQUISA 12 11 Diferença entre fontes primárias e secundárias 12 12O uso de manuais como fontes de pesquisa 13 13 Revistas científicas 13 14 Consulta a livros 13 15 Consulta a trabalhos acadêmicos 15 16 Consulta à biblioteca digital de teses e dissertações 16 17 Endereços eletrônicos de centros de pesquisa e bancos de dados online 16 2 FICHAMENTO RESUMO E RESENHA COMO FERRAMENTAS DE PESQUISA 18 21 Conceito de fichamento 18 22 O fichamento como matériaprima para o texto acadêmicocientífico 19 23 O esquema como tipo de fichamento 19 24 O passo a passo do fichamento 19 25 A técnica da sublinha 20 26 O fichamento de citação 21 27 O fichamento de resumo 22 28 Dicas para a produção de resumos fiéis às ideias dos autores pesquisados 23 29 O fichamento de resenha 26 210 Diferença entre resenha crítica e resenha descritiva 27 211 Diferença entre resumo e resenha 29 212 A resenha temática 30 213 A diferença entre as ideias do autor e os comentários feitos pelo pesquisador 31 214 O plágio de ideias dos autores pesquisados 32 2141 Tipos de práticas que caracterizam o plágio 33 3 A PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS 35 31 Critérios de cientificidade dos textos 36 32 Diferença entre a linguagem técnica e linguagem científica 37 33 Os gêneros textuais que circulam no contexto acadêmico 38 34 Planejar escrever e reescrever o texto 39 35 A neutralidade e a imparcialidade do pesquisador o uso da 3ª pessoa do singular 40 351 A concordância dos verbos na voz passiva sintética 40 352 Evitar o uso de expressões que explicitem a interpelação ao leitor 41 353 Evitar formas elogiosas para se referir aos autores pesquisados 41 354 Evitar o uso de palavras valorativas 42 355 Apontar claramente os sujeitos das orações 42 36 O emprego dos pronomes demonstrativos 43 37 O emprego dos tempos verbais no texto científicoacadêmico 43 38 A função do parágrafo na construção do texto 44 381 As qualidades do parágrafo 45 382 As citações como desenvolvimento do parágrafo 46 39 A coesão textual e o diálogo entre autores 47 310 Regras práticas para escrever com clareza e objetividade 49 4 PROJETO DE PESQUISA NBR 152872011 52 41 Estrutura do projeto de pesquisa 53 411 Introdução 53 412 Problema 53 413 Hipótese 54 414 Objetivos 54 4141 O objetivo geral 54 4142 Os objetivos específicos 55 415 Justificativa 55 416 Revisão da literatura encontrando o referencial teórico 55 417 Metodologia 57 4171 Pesquisa de natureza quantitativa ou qualitativa 58 4172 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa 59 4173 Métodos 61 4174 Técnicas 62 4175 Instrumentos de coleta de dados 68 418 Cronograma 69 419 Referências 69 5 MONOGRAFIA DISSERTAÇÃO TESE E ARTIGO CIENTÍFICO 71 51 A monografia MECCES 2112004 71 52 A dissertação NBR 60222003 71 53 A tese 72 54 O artigo científico NBR 60222018 73 PARTE III 77 NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS 77 6 CITAÇÕES NOTAS DE REFERÊNCIA NOTAS DE RODAPÉ E NOTAS EXPLICATIVAS NBR 105202002 78 61 Tipos de citação 78 611 Citação indireta 78 612 Citação direta 79 6121 Citação direta curta 79 6122 Citação direta longa 79 613 Citação de citação 82 614 Citação em língua estrangeira 82 615 Citações de um ou mais autores e referência 83 616 Citação de informação verbal 84 617 Citação de entidades e jurisdições como autores 84 62 Notas de referência 86 63 Notas de rodapé 86 64 Notas explicativas 86 7 Apresentação das referências NBR 60232018 88 71 Referências de livros um ou mais autores 88 72 Referência de artigos científicos 91 73 Referências de documentos cujo autor é uma entidade 91 74 Referência de artigo de jornal e revista 92 75 Referência de monografiadissertaçãotese 93 76 Referências de documentos jurídicos 93 77 Referência de documentos eletrônicos 94 78 Congressos e outros eventos 96 79 Referências da Bíblia 96 8 ESTRUTURA DE TRABALHOS ACADÊMICOS NBR 147242011 97 81 Elementos prétextuais 98 811 Capa 98 812 Folha de Rosto 99 813 Verso da folha de rosto 100 814 Folha de aprovação 101 815 Dedicatória 102 816 Agradecimentos 103 817 Epígrafe 104 818 Resumo na língua vernácula graduação e mestrado 104 8181 Resumo em língua estrangeira mestrado e doutorado 105 819 Sumário 105 82 Elemento textual NBR 152872011 106 821 Introdução 106 822 Revisão da literatura Referencial teórico 107 823 Análise e discussão de resultados 107 8231 Apresentação dos dados ilustrações gráficos quadros tabelas e figuras 107 824 Considerações finais 109 83 Elementos póstextuais 109 831 Referências 109 832 Anexo e Apêndice 109 84 Apresentação gráfica ABNT NBR 147242011 110 85 Formatação em Microsoft Office Word 111 851 Margens 111 852 Parágrafos 112 853 Numeração de páginas 113 854 Notas de rodapé 114 855 Encadernação 115 REFERÊNCIAS 116 8 APRESENTAÇÃO Partindo do princípio básico da pedagogia inaciana de desenvolver o espírito críticoreflexivo a fim de atingir o magis idealizase uma nova edição do manual de norma lização e metodologia da pesquisa que auxilie o discente não só na elaboração e na adequa ção formal de trabalhos acadêmicos mas sobretudo na reconstrução do conhecimento Acreditamos que tal construção deva ser pautada no protagonismo discente que requer as ações de saber pensar e aprender a aprender de forma a que seja capaz de produzir o debate entre o conhecimento científico a realidade social e as normas do Direito É nesse sentido de desenvolver uma educação voltada para o pensar que advém a proposta da Escola Superior Dom Helder Câmara ESDHC Cabe à Escola apontar estra tégias que auxiliem o discente a conduzir com autonomia o seu processo de produção de conhecimento a fim de desenvolver habilidades de leitura e escrita o raciocínio e o pensa mento crítico Por isso na primeira parte deste manual apresentamse alguns princípios con siderados essenciais para a formação de autores Não é por acaso que nesta nova edição o título O dom da produção acadêmica não tenha sido alterado Ainda se mantém a crença de que qualquer trabalho acadêmico científico requer do pesquisador os dons da escuta da leitura incansável e reflexiva e do pensar para agir na busca de respostas aos problemas mais instigantes da sociedade Defendese assim como Demo 2008 que a pesquisa seja uma das conquistas de cidadania e uma forma de politização e de inserção social Portanto a meta não é formar pesquisadores profissionais mas profissionais pesquisadores aptos a ler e a produzir tex tos que circulam na esfera acadêmica e sobretudo capazes de produzir e divulgar conheci mento Nosso objetivo é desenvolver sujeitos críticos e éticos com autonomia para pensar para aprender e para produzir trabalhos com maior rigor científico e técnico Este manual está dividido em três partes Na primeira apontamse habilidades do pesquisador fontes de pesquisa técnicas para fichamento e dicas para a produção de textos acadêmicos Na segunda tratase de projeto de pesquisa e de trabalhos acadêmicos Na terceira parte é apresentada a estrutura dos trabalhos acadêmicos e as normas de forma tação específicas para a produção de conhecimento científico como a forma de fazer cita ções e referências com o objetivo de orientar o pesquisador na produção de monografias artigos científicos dissertações e teses 9 Esperase que esta nova edição do manual colabore para que a prática da pes quisa seja cada vez mais aprimorada e que novas descobertas contribuam para a formação de sujeitos sociais mais atuantes Afinal acreditamos como SzentGyörgyi que A desco berta consiste em ver o que todos viram e em pensar no que ninguém pensou Os organizadores PARTE I O PESQUISADOR E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO Você vai encontrar nesta parte informações sobre 1 Fontes de Pesquisa 12 2 Fichamento resumo e resenha como ferramentas de pesquisa 18 3 A produção de textos acadêmicos 35 11 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico PARTE I O PESQUISADOR E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Na sociedade da informação e do conhecimento o desafio não é mais o acesso a fontes de pesquisas visto que a Internet veicula uma gama infindável de dados e de infor mações Cabe ao pesquisador a tarefa de avaliálos criticamente a fim de selecionar fontes de pesquisa fidedignas que lhe auxiliarão na produção do conhecimento De um lado circula o discurso de opinião fruto de crenças valores e ideologias socialmente partilhados pelo senso comum o não científico de outro o discurso científico que é fruto de estudos siste matizados de discussões lógicas e bem fundamentadas Daí advém a importância do olhar atento para a seleção das fontes de pesquisa Para discernir o discurso científico do não ci entífico é importante primeiramente saber identificar a natureza das fontes pesquisadas 12 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 1 FONTES DE PESQUISA Uma das principais formas de construção do conhecimento consiste em eleger um tema de pesquisa e em buscar informação sobre esse tema daí a necessidade de apren der a reconhecer e a utilizar de forma eficaz as fontes de pesquisa de acordo com os critérios de cientificidade Não há como escrever sobre um tema sem antes definir termos esta belecer conceitos conhecer pesquisas já realizadas Por isso nesta fase denominada de levantamento bibliográfico o pesquisador seleciona fontes diversas dicionários enciclo pédias livros revistas artigos monografias dissertações teses legislação e jurisprudência 11 Diferença entre fontes primárias e secundárias Um dos passos importantes nesse processo é saber distinguir fontes primárias de primeira mão que ainda não foram objeto de investigação e análise de fontes secun dárias de segunda mão que já foram submetidas a análises anteriores Gil 2009 p 45 46 denomina como documental a pesquisa baseada em fontes primárias e como bibliográ fica a constituída a partir de fontes secundárias Queiroz 2015 exemplifica se meu tema de pesquisa é a definição da vida como bem jurídico na juris prudência do Supremo Tribunal Federal o acórdão da ADI 3510 células tronco será uma fonte primária de pesquisa pois é o próprio objeto de minha análise Já as notícias da mídia os comentários doutrinários e a literatura crítica produzida a respeito desse acórdão serão minhas fontes secundárias Se por outro lado quero avaliar como determinados veículos de mídia cobriram um determinado julga mento do STF as matérias jornalísticas sobre esse julgamento que seriam fontes secundárias no primeiro caso serão fontes primárias nessa segunda hipótese pois se converteram no próprio objeto da pesquisa QUEIROZ 2015 p 8182 grifos nossos Assim ao recorrer à doutrina ou à literatura crítica sobre seu tema de pesquisa o pesquisador faz uso de fontes secundárias e realiza a pesquisa bibliográfica e quando opta por analisar o ordenamento jurídico faz pesquisa documental uma vez que utiliza fontes primárias Observe o recuo na citação direta 2 cm Observe o recuo de 2 cm no parágrafo 4 cm 13 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 12 O uso de manuais como fontes de pesquisa Os manuais por serem segundo Gil 2009 p 65 obras compactas que tratam concisamente da essência de um assunto não constituem fontes muito adequadas para informações referentes a avanços ou progresso recentes Por isso não se recomenda o uso desse tipo de fonte na fundamentação teórica dos trabalhos acadêmicos 13 Revistas científicas Já as revistas científicas são fontes confiáveis de pesquisa Isso porque se trata de publicações periódicas de artigos científicos de pesquisadores cujo objetivo é divulgar resultados de pesquisas realizadas em instituições acadêmicas Essas revistas são submetidas a avaliações rigorosas para serem classificadas de acordo com o sistema Qualis periódicos Até o momento o sistema Qualis de classificação é composto por 8 níveis ou estratos A1 mais elevado A2 B1 B2 B3 B4 B5 C peso zero Assim os artigos científicos publicados em revistas com um Qualis mais eleva dos são recomendados para fundamentação teórica da pesquisa devido à credibilidade que advém dos critérios estabelecidos para a admissão de sua publicação Todo artigo é subme tido à avaliação de um conselho editorial formado por especialistas da área de conhecimento os quais avaliam o conteúdo do documento Isso significa que a pesquisa é submetida ao reconhecimento e à aprovação dos pares A revista Veredas do Direito Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentá vel revista científica vinculada ao Programa de Pósgraduação stricto sensu em Direito da Dom Helder Câmara Escola de Direito possui Qualis A1 e é portanto uma fonte qualifi cada de pesquisa e fundamentação consistente para a elaboração de trabalhos acadêmico científicos Para acessála httpwwwdomhelderedubrrevistaindexphpveredasindex 14 Consulta a livros O levantamento bibliográfico requer do pesquisador algumas ações que facilitem esse procedimento Cota 2010 sugere alguns passos e ações que devem nortear a pesquisa em livros 15 cm Observe o espaço de 15 cm entre seções e entre o título das seções e o texto 15 cm 14 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Analisar o status do autor biografia e bibliografia Ação identificar o nome do autor observar cargo que ocupa se é pesquisador professor economista jurista sociólogo a instituição a que está vinculado obras já publicadas qualificação títulos e premiações Esses dados ajudam a verificar a autoridade do autor sobre o tema e sua credibilidade na área de co nhecimento em que atua Identificar o título e o subtítulo da obra Ação observar a abrangência do título e subtítulo sua relevância e a relação que possuem com o tema da pesquisa Investigar o número e data da edição do livro Ação observar se a edição é recente ou se foi revista ampliada e atualizada É importante observar também a data da primeira edição principalmente se o livro não passou por revisão e atualização Ler a contracapa Ação analisar o texto apresentado para reconhecer o conteúdo do documento Essa parte geralmente contém um resumo ou apresentação do livro e do autor e facilita a compreensão da obra como um todo Ler as orelhas Ação analisar os dados biográficos e bibliográficos do autor os comentários sobre a obra o tipo de leitor a que se destina Essa leitura é importante para a contextualização da obra Examinar o sumário Ação observar o conteúdo do documento e verificar como as informações foram hierarquizadas A análise minuciosa do sumário contribui para o reconhecimento da obra como um todo e para a seleção de capítulos a serem estudados Estudar a introdução do documento Ação conhecer detalhes sobre a obra e sua relevância assim como o objetivo do autor a metodologia adotada a abordagem sobre o tema e o breve resumo dos capítulos O resumo é usual em livros organizados por um ou mais autores Conhecer as referências 15 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Ação descobrir a lista de publicações que foram consultadas Essa análise con tribui para o conhecimento do ponto de vista teórico adotado pelo autor além de oferecer outras fontes de pesquisa que podem ser consultadas Avaliar o conteúdo da obra Ações observar a hierarquia dos capítulos o objetivo do capítulo e sua relação com a obra como um todo a abordagem teórica adotada as referências e citações essas informações indicam as teorias que são utilizadas na pesquisa 15 Consulta a trabalhos acadêmicos Monografias dissertações e teses constituem o produto de leituras observações investigações reflexões e críticas desenvolvidas nos cursos de graduação e pósgraduação e fornecem importantes subsídios para a pesquisa pois apresentam levantamento bibliográfico sobre o tema escolhido Isso possibilita o acesso ao conhecimento produzido na área da pes quisa em questão ATENÇÃO Monografias dissertações teses e artigos científicos são introduzidos por um elemento prétextual denominado Resumo Abstract que funciona como eficaz ferramenta de pesquisa já que auxilia o pesquisador a localizar infor mações relevantes no texto sem que precise ler todo o documento Este tipo de resumo contém a seguinte estrutura 1 Tema do trabalho o quê 2 Natureza do trabalho que tipo de trabalho artigo tese dissertação 3 Objetivo geral da pesquisa para quê Qual o ponto de partida 4 Métodos e técnicas utilizados como foi realizada a pesquisa 5 Resultados obtidos o que foi encontrado Confirmase a hipótese levan tada 6 Conclusão resposta ao problema e ao objetivo geral propostos na introdu ção 16 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico No resumo a seguir Giraldi e Carvalho 2009 descrevem as partes que com põem o artigo científico de sua autoria RESUMO 1 Dentre os vários elementos que influenciam o consumidor na compra e no consumo de um produto está o seu país de origem 2 e 3 Neste artigo propõese a compreender a in fluência da imagem de um país nas intenções de compra com relação aos produtos fabricados nesse país verificando se existem diferenças na magnitude do efeito país de origem depen dendo da familiaridade dos consumidores com o país contribuindo assim para o aprofunda mento do conhecimento do tema Para tanto 4 foi efetuado um estudo quantitativo com abordagem descritiva sobre os efeitos que a imagem do Brasil exerce nas intenções de com pra do consumidor estrangeiro com relação a produtos brasileiros A amostra utilizada foi composta por estudantes universitários holandeses 5 Os resultados apontam que houve uma influência da imagem do Brasil em todos os produtos brasileiros pesquisados carne bovina frutas frescas calçados e móveis com diferenças na magnitude da influência da imagem do Brasil dependendo da familiaridade dos respondentes com o Brasil 6 As con clusões alcançadas por esta pesquisa podem ajudar as empresas brasileiras a adotar estraté gias mais efetivas na comercialização de seus produtos no exterior Palavraschave Imagem de país Intenções de compra Comportamento do consumidor 16 Consulta à biblioteca digital de teses e dissertações O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT oferece ao pesquisador acesso na íntegra a amplo acervo de teses e dissertações de instituições de pósgraduação httptededomhelderedubr A Dom Helder Escola de Direito conta com uma biblioteca digital que abriga as teses dissertações e trabalhos de conclusão mais bem avaliados por meio de critérios esta belecidos por uma Comissão de professores 17 Endereços eletrônicos de centros de pesquisa e bancos de dados online Biblioteca da Faculdade de Direito da USP httpwwwdireitouspbrbiblifd 17 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Consulta Online de Artigos de Periódicos Ebooks e Bases de Dados Eletrôni cos SIBiUSP httpmlbsfxsibiuspbr3410sfxlcl41az Biblioteca Digital da FGV httpsistemabibliotecasbdigitalfgvbr Conselho Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Direito wwwconpediorgbr Essas são algumas das fontes mais comuns que auxiliam o pesquisador tanto na pesquisa teórica que se apoia nas teorias desenvolvidas por pesquisadores reconhecidos quanto na pesquisa documental que analisa outros tipos de documentos como legislação e jurisprudência PARA SABER MAIS 1 Sobre fontes de pesquisa consulte QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pes quisa redação formatação São Paulo Método 2015 cap 5 2 Sobre pesquisa em jurisprudência e organização de informações coletadas em documen tos consulte a obra 3 QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo FEFERBAUM Marina Coord Metodologia ju rídica um roteiro prático para os trabalhos de conclusão de curso São Paulo Saraiva 2013 cap 7 e 14 4 Sobre o delineamento das pesquisas bibliográfica e documental consulte GIL Antônio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed São Paulo Atlas 2009 cap 5 e 6 ATENÇÃO Ao terminar a pesquisa lembrese sempre de anotar o ende reço pesquisado e a data do acesso ao site 18 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 2 FICHAMENTO RESUMO E RESENHA COMO FERRAMENTAS DE PESQUISA Depois da escolha do tema e da realização do levantamento bibliográfico em diversas fontes de pesquisa é hora de se debruçar sobre os textos e iniciar os fichamentos Essa é uma das etapas mais importantes da pesquisa uma vez que auxilia o pesquisador a construir seu acervo de informações e a partir da leitura atenta e das anotações registradas interpretar o texto lido de forma a reescrevêlo e a reproduzir o que outros já pesquisaram Além disso o fichamento auxilia o pesquisador iniciante a se familiarizar com o estilo da linguagem acadêmica e a desenvolver habilidades de leitura e de escrita 21 Conceito de fichamento Fichar segundo Weg 2006 é o ato de selecionar organizar e registrar infor mações a partir da leitura do textofonte de forma a constituir uma documentação que atenda aos objetivos do leitor ao fazer a leitura remeta ao textofonte possa ser consultada posteriormente auxilie na elaboração de um texto posterior DICAS Nunca comece um fichamento sem obedecer a um planejamento prévio de leitura e sem anotar as referências da obra pesquisada Perguntese sempre Com que objetivo estou lendo este texto Qual a relevância do textoautor para a fundamentação da minha pesquisa Quais subsídios o autor pode oferecer para minha pesquisa Essas perguntas auxiliam o pesquisador a fazer a leitura mais seletiva e pontual 19 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 22 O fichamento como matériaprima para o texto acadêmicocientífico O fichamento é uma ferramenta essencial pois auxilia o pesquisador a disciplinar os estudos organizar material de consulta sistematizar ideias ampliar conhecimentos sobre o tema pesquisado aprimorar habilidades de leitura e escrita compreender analisar sintetizar e avaliar ideias apreender as ideias dos autores lidos e a confrontálas com as suas próprias posicionarse criticamente frente aos autores pesquisados delimitar as vozes do texto voz do autor e do pesquisador organizar o pensamento 23 O esquema como tipo de fichamento O esquema é também um tipo de fichamento e consiste em uma forma eficaz de se registrarem as informações consideradas essenciais Pode ser feito por meio de setas cha ves mapas mentais diagramas numeração classificatória ou enumeração de tópicos por meio de recorte das ideias principais ou dos tópicos frasais dos parágrafos DICA Os esquemas são ferramentas de estudo facilitam a compreensão a aná lise a síntese e a avaliação das informações mas não podem ser usados nos textos definitivos Os textos acadêmicos devem ser desenvolvidos em forma de parágrafos conforme apresentado no item 38 deste manual 24 O passo a passo do fichamento Contextualize a obra e seu autor folheie o texto para reconhecer sua extensão estrutura e organização 20 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico faça uma leitura exploratória sem sublinhar ou anotar nada para verificar a estrutura geral do texto leia o texto destacando as ideias principais e recorrendo ao dicionário quando necessário faça anotações nas margens do texto exceto em livros de bibliotecas leia as ideias destacadas e tente resumilas em voz alta anote antes de iniciar o fichamento físico ou eletrônico as referências biblio gráficas do livro ou artigo científico consultado de acordo com as normas da ABNT CUIDADO Deixar para fazer a referência ao final do fichamento implica o risco de perda de informação 25 A técnica da sublinha A sublinha consiste em destacar no texto as ideias principais e informações re levantes apagando informações secundárias É uma das principais ferramentas para a ela boração de fichamentos Observe no exemplo de fichamento a seguir como Weg 2006 p 2627 desta cou as ideias principais de um texto Referência completa do capítulo lido ABREU Antônio Suarez Argumen tar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argumen tar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 Argumentar é a arte de convencer e persuadir Convencer é saber gerenciar informação é falar à razão do outro demonstrando provando Etimologica mente significa vencer junto com o outro com vencer e não contra o outro Persuadir é saber gerenciar relação é falar à emoção do outro A origem dessa palavra está ligada à preposição per por meio de e a Suada deusa romana da persuasão Significava fazer algo por meio do auxílio divino Mas em que convencer se diferencia de persuadir Convencer é construir algo no campo das ideias Quando convencemos alguém esse alguém passa a pensar como nós Persuadir é construir no terreno das emoções é sensibilizar o outro para agir 21 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Quando persuadimos alguém esse alguém realiza algo que desejamos que ele realize Muitas vezes conseguimos convencer as pessoas mas não consegui mos persuadilas Podemos convencer um filho de que o estudo é importante e apesar disso ele continuar negligenciando suas tarefas escolares Podemos convencer um fumante de que o cigarro faz mal à saúde e apesar disso ele continuar fumando Algumas vezes uma pessoa já está persuadida a fazer al guma coisa e precisa apenas ser convencida Precisa de um empurrãozinho ra cional de sua própria consciência ou da de outra pessoa para fazer o que deseja É o caso de um amigo que quer comprar um carro de luxo tem dinheiro para isso mas hesita em fazêlo por achar mera vaidade Precisamos apenas dar lhe uma boa razão para que ele faça o negócio Às vezes uma pessoa pode ser persuadida a fazer alguma coisa sem estar convencida É o caso de alguém que consulta uma cartomante ou vai a um curandeiro apesar de racionalmente não acreditar em nada disso Argumentar é pois em última análise a arte de gerenciando informação convencer o outro de alguma coisa no plano das ideias e de gerenciando relação persuadilo no plano das emoções a fazer alguma coisa que nós desejamos que ele faça Após a sublinha releia as partes destacadas observe se é possível entender as ideias principais do trecho lido A partir dessas ideias é possível elaborar esquemas com setas ou tópicos ou reconstruir um novo texto em forma de resumofichamento de resumo 26 O fichamento de citação O fichamento de citações diretas consulte na Parte II deste Manual item 26 a formatação das citações diretas curtas e longas consiste em registrar trechos dos textos lidos para facilitar uma consulta posterior Observe o exemplo Referência completa do texto citado ABREU Antônio Suarez Argumentar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 2 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 Citação direta curta Conforme Abreu 2004 p25 convencer é construir algo no campo das ideias Quando convencemos alguém esse alguém passa a 22 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico pensar como nós Persuadir é construir no terreno das emoções é sensibilizar o outro para agir OU Convencer é construir algo no campo das ideias Quando convencemos al guém esse alguém passa a pensar como nós Persuadir é construir no terreno das emoções é sensibilizar o outro para agir ABREU 2004 p 25 DICAS Comece o fichamento sempre pelas referências pois as citações registradas nos fichamentos serão utilizadas posteriormente no capítulo de revisão bibliográficareferencial teórico e precisam ser referenciadas no final do trabalho na lista de referências Ao transcrever o trecho do texto use aspas e anote o número da página quando esta for indicada no documento original 27 O fichamento de resumo O fichamento de resumo apresenta sinteticamente as ideias principais do texto sem a presença de comentários ou julgamentos Ao contrário do fichamento de citação não há cópia de trechos O pesquisador reconstrói o percurso do texto sem acrescentar informações novas Referência completa do texto resumido ABREU Antônio Suarez Argu mentar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argu mentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 Resumo Abreu 2004 define a argumentação como a arte de convencer e per suadir e explica a diferença entre esses dois termos convencer é atingir a razão do interlocutor persuadir é tocar sua emoção O autor destaca que convencer é trabalhar no campo das ideias de forma a conquistar a adesão do outro persu adir é criar estratégias para atingir o sentimento Mas ressalta que nem sempre é possível convencer e persuadir alguém Assim o autor conclui que a arte de 23 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico argumentar consiste em gerenciar a informação de forma a convencer e a ge renciar a relação com o outro a fim de persuadilo a fazer algo que queremos DICA O fichamento de resumo pode ser utilizado como citação indireta no referencial teórico Observe que não se emite opinião sobre o texto e é essencial usar verbos que traduzem as ações do autor Este é o papel do pesquisador entender como o autor desenvolve o raciocínio e descrever as ações adotadas 28 Dicas para a produção de resumos fiéis às ideias dos autores pesquisados Ao produzir um resumo o pesquisador deve estar atento à estrutura geral do texto para saber identificar as partes que o compõem a relação entre elas bem como a or ganização e a progressão textuais Além disso o resumidor realiza um processo mental essencial que envolve se gundo Machado Lousada e AbreuTardelli 2004b três operações a sumarização a ge neralização e o apagamento A sumarização consiste em excluir ou apagar conteúdos facilmente inferíveis a partir do nosso conhecimento de mundo palavras ou expressões que indiquem sinônimos ou explicações exemplos justificativas de uma afirmação argumentos contrários à posição do autor ATENÇÃO nunca use expressões como ou seja isto é por exemplo jamais copie trechos e expressões não faça citações não emita opinião pessoal limitese a apresentar as ideias do autor use linguagem objetiva clara e concisa identifique com clareza a ideia central do texto a tese e as ideias secun dárias ou argumentos 24 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico faça sempre menção ao autor do texto resumido fique atento aos conectivos pois são essenciais ao processo de compreen são e de sumarização do texto conforme Quadro 1 Quadro 1 Conectivos Conectivos que indicam contraste entre ideias ou argumentos contrários Conectivos que introduzem Conclusões Conectivos que introduzem argumentos justificativas e causas No entanto Logo Já que Entretanto Assim Uma vez que Todavia Portanto Pelo fato de Apesar de Isso posto Devido a Ainda que Assim sendo Por isso Porém Dessa forma Como Contudo Por conseguinte Pois Fonte MACHADO LOUSADA ABREUTARDELLI 2004b p64 Além dos conectivos há organizadores textuais que auxiliam o pesquisador a reconhecer a arquitetura do texto em primeiro lugar em seguida por último além disso pelo fato de diante de de um lado por outro lado em suma dentre outros O resumo é um texto sobre outro texto por isso Machado Lousada e Abreu Tardelli 2004b esclarecem que se deve ter o cuidado de mencionar sempre o autor para evitar que o leitor atribua ao resumidor as ideias que pertencem ao autor do texto lido As autoras esclarecem que no resumo o autor do texto original aparece como se estivesse realizando vários tipos de atos que não são explicitados no texto original O trabalho do resumidor consiste portanto em interpretar esses atos e apresentálos ao leitor por meio de verbos que apontem as ações do autor Afirma nega acredita duvida indicam posição do autor sobre o que é dito Aborda trata indicam o conteúdo geral do texto Define classifica enumera argumenta organizam as ideias do texto Enfatiza ressalta indicam a relevância de uma ideia no texto Incita busca levar a ação do autor em relação ao leitor 25 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Observe a seguir no exemplo apresentado pelas autoras como os verbos tradu zem essas ações Referência completa do texto resumido BOFF Leonardo A cultura da paz 2001 ou 2002 Disponível em httpwwwleonardo boffcomsitevista20012002culturapazhtm Acesso em 9 out 2016 Leonardo Boff inicia o artigo A cultura da paz apontando o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violên cia Diante disso o autor levanta a questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não Inicialmente ele apresenta argumentos que susten tam a tese de que seria impossível pois as próprias características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam essa cultura da violência tornando difícil sua superação Mas mesmo reconhecendo o poder dessas forças Boff considera que nesse momento é indispensável estabele cermos uma cultura de paz contra a da violência pois essa estaria nos levando à extinção da vida humana no planeta Segundo o autor seria possível cons truir essa cultura pelo fato de que os seres humanos são providos de compo nentes genéticos que nos permitem sermos sociais cooperativos criadores e dotados de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o cuidado definido pelo autor como sendo uma relação amorosa com a realidade que poderia levar à superação da violência A partir dessas constata ções o teólogo conclui incitandonos a despertar as potencialidades humanas para a paz como projeto pessoal e coletivo Fonte MACHADO LOUSADA ABREUTARDELLI 2004b p16 Além dos verbos destacados as autoras apresentam outros que podem ser utiliza dos para indicar diferentes atos do autor do texto original apontar definir descrever elencar enumerar classificar caracterizar dar características exemplificar dar exemplos contrapor confrontar comparar opor diferenciar começar iniciar introduzir desenvolver finalizar terminar concluir pensar acreditar julgar afirmar negar 26 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico questionar criticar descrever narrar relatar explicar expor compro var provar defender a tese argumentar dar argumentos justificar dar justificativas apresentar mostrar tratar de abordar discorrer esclare cer convidar sugerir incitar levar a O fichamento de resenha O fichamento de resenha contém além da descrição dos pontos principais da obra uma avaliação crítica um posicionamento do pesquisador sobre a obra lida conforme negritado na resenha produzida por Miranda 2007 a seguir Referência completa do texto resenhado ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Edito rial 2004 Resenha Antônio Suárez Abreu em sua obra A arte de argumentar detém se a levar aos leitores o conhecimento acerca das estratégias argumentati vas Oferece uma leitura prazerosa e simplificada para quem quer saber um pouco a respeito do assunto Primeiramente parte da explicação da palavra argumentar que é obter aquilo que queremos mas de modo cooperativo e construtivo p 10 desmistificando o senso comum que permite o significado de que argumentar é vencer alguém Segundo o autor o ato de transformar as informações recebidas pe los diversos meios é mais importante que as próprias informações pois desta forma podese perceber a manipulação ou a visão distorcida acerca de um as sunto Assim devese aprender a gerenciar as informações que são veiculadas no meio de comunicação Abreu também observa que há de se aprender a gerenciar as rela ções com o outro uma vez que não podemos viver isolados sem contato com a sociedade Partindo deste pressuposto se vivemos em sociedade e com partilhamos relações necessitamos assim da argumentação para convencer e persuadir o outro Persuadir para o autor é falar à emoção p 25 e convencer é falar à razão p 25 logo a argumentação é o ato de convencer o outro por 27 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico meio do gerenciamento da informação já que usamos argumentos racionais e persuadir por meio do gerenciamento da relação pois presumimos os valores do outro Por fim podemos destacar a importância da obra como re curso para auxiliar o leitor a reconhecer os recursos argumentativos nos textos que circulam na sociedade e a gerenciar as informações e a relação com o outro Tratase portanto de um livro que retoma e resume os estudos da Retórica de Aristóteles e da Nova Retórica de Perelman e Olbrechts Tyteca Tem o objetivo de simplificar os conceitos em uma só obra com leitura agradável e clara de forma objetiva contendo exemplos atuais que possibilitam maior aprendizagem sobre argumentação e como utilizá la no dia a dia DICA Inicie a resenha com um breve resumo da obra Em seguida apresente sua opinião Faça citações de trechos discutaos a partir do seu ponto de vista ou faça citações de outros autores para fundamentar sua opinião sobre a obra ou texto resenhado A resenha pode ser utilizada no referencial teórico para o confronto e discussão de ideias dos autores citados 209 Diferença entre resenha crítica e resenha descritiva No contexto acadêmico a resenha se configura como texto de natureza técnica Segundo a NBR 6028 ABNT 2003 a resenha pode ser descritiva ou crítica A descritiva assim como o resumo não apresenta nenhum tipo de avaliação por parte do resenhador Já a crítica além da parte descritiva contém avaliação e julgamento pautados em conhecimen tos da área de especialização em questão É um documento redigido por especialistas por isso requer argumentos consistentes e racionais que transcendam aos comentários simplistas como gostei ou não gostei Por isso a resenha exige maior rigor e conhecimento sobre o assunto costuma ser solicitada como instrumento de avaliação tanto na graduação quanto na pósgraduação 28 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico para verificar a compreensão do texto lido e precede a produção de trabalhos mais comple xos como monografias dissertações teses e artigos científicos Saber resenhar significa sa ber ler compreender a obra destacar as ideias principais resumir assumir posicionamento crítico frente ao que se leu Afinal de acordo com Demo 2008 lemos autores para nos tornamos autores e não vassalos de ideias de outrem Para tanto vale destacar alguns as pectos das condições de produção da resenha quem escreve para quem para quê e como Machado 2003 explica que o resenhador mobiliza ações de linguagem da seguinte forma QUEM ESCREVE um especialista na sua área de conhecimento PARA QUEM se escreve para outros especialistas da área PARA QUE se escreve para apontar aspectos fundamentais da obra de outro especialista e para convencer os destinatários da validade de seu posiciona mento COMO se escreve Interpretando o conteúdo lido tese e argumentos do autor para mobilizá lo mobilizando conteúdos de outras obras que lhe permitam estabelecer com parações e efetuar sua avaliação apresentando argumentos consistentes para convencer os destinatários da validade de sua opinião sobre a obra resenhada ATENÇÃO Nunca inicie uma resenha sem antes identificar 1 Qual o tema tratado pelo autor 2 Qual o problema proposto pelo autor 3 Qual a tese defendida pelo autor com relação àquele problema 4 Quais os argumentos utilizados pelo autor para defender sua posição A resenha crítica por ser escrita por especialistas da área é publicada em revis tas especializadas com o objetivo de fornecer ao leitor subsídios para a seleção de suas leituras ao apresentarlhe uma apreciação sobre obras recémlançadas Para conhecer um exemplo de resenha crítica consulte 29 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico VITORINO Monique Alves Resenha Fórum Linguístico Florianópolis v 11 n 4 p 492494 outdez 2014 Disponível em httpdxdoiorg1050071984 84122014v11n4p492 Acesso em 9 mar 2016 210 Diferença entre resumo e resenha Ao produzir textos acadêmicos ou fichamentos o pesquisador deve ficar atento às diferenças que caracterizam cada um desses gêneros textuais Quadro 2 Diferenças entre resumo e resenha Continua Resumo indicativo Resumo informativo abstract Resenha crítica É um tipo de fichamento ou registro pessoal de leitura É um elemento prétextual de traba lhos acadêmicos É publicada em revistas especia lizadas com o objetivo de avaliar livros recémlançados Síntese que contempla as ideias principais do docu mento lido Informa a natureza do trabalho o tema o objetivo geral a metodolo gia os resultados obtidos e a con clusão Deve descrever a estrutura do do cumento partes eou capítulos Reprodução fiel das ideias do autor não admite avaliação crítica Reproduz de forma fiel a estrutura do documento apresentado Requer avaliação crítica julga mentos e comentários Não admite cópia de trechos ou citações Evita transcrição literal das partes com exceção do objetivo geral Admite cópias de trechos e cita ções de outros autores para funda mentar a avaliação Não admite acréscimo de in formações novas Não admite acréscimo de informa ções não contidas no documento apresentado Permite o acréscimo de informa ções novas incluindo citações de outras obras Meramente descritivo Meramente descritivo Contém parte descritiva seguida de avalição crítica Não dispensa a leitura do ori ginal Pode dispensar a leitura do original Estimula a leitura do documento resenhado Fonte Elaborado pelos autores 2016 30 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Conclusão Resumo indicativo Resumo informativo abstract Resenha crítica Facilita a redação de citações indiretas Facilita a triagem de fontes para a pesquisa bibliográfica Facilita a triagem de fontes para a pesquisa bibliográfica Não possui estrutura rígida Possui estrutura rígida conforme a ABNT contém palavraschave e número restrito de palavras con forme documento que o descreve Não possui estrutura rígida Pode ser usado como citação indireta nos trabalhos acadê micos Auxilia o pesquisador a realizar le vantamento bibliográfico Pode ser usada como citação in direta e citação de citação nos trabalhos acadêmicos Fonte Elaborado pelos autores 2016 ATENÇÃO O resumo indicativo não pode ser confundido com miniaturização do textofonte nem deve configurarse como coleção de melhores momentos do autor 211 A resenha temática A resenha temática consiste em uma síntese de textos ou obras que versam so bre o mesmo tema e pode ser utilizada como ferramenta de estudo ou de avaliação de leitura Köche Boff e Marinello 2009 p105 afirmam que esse tipo de resenha possibilita o apro fundamento de um tema a partir da concatenação de textos distintos assim como de dife rentes teóricos Consiste em uma forma de apresentar ao leitor a posição de vários autores sobre um único tema As autoras explicam que ela é descritiva quando o resenhista se limita a descrever os aspectos principais dos textos selecionados e crítica quando for seguida de posicionamento crítico Os passos são um pouco mais simples 1º Apresente o tema dos textos que serão tratados e o motivo pelo qual foram escolhidos 2º Resuma os textos apresente os autores as teses defendidas e os argumentos 3º Conclua apresente seu ponto de vista e tente chegar a uma conclusão sobre o tema tratado 4º Mostre as fontes coloque as referências de cada um dos textos apresentados 31 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Por fim vale destacar os muitos benefícios que a prática de produção de resumos e resenhas traz Aprimora a escrita promove a interpretação das fontes pesquisadas e ainda facilita a produção dos capítulos de revisão bibliográfica e referencial teórico 212 A diferença entre as ideias do autor e os comentários feitos pelo pesquisador A resenha comporta além da reprodução fiel do conteúdo lido a avalição crítica do pesquisador O importante é saber distinguir a ideia original do autor dos comentários do pesquisador Conforme sugere Queiroz 2015 destaque as ideias com cores distintas escreva em preto ou azul as ideias do texto original escreva em vermelho os comentários as críticas as dúvidas ou as hipóteses in terpretativas do pesquisador use aspas para indicar os as citações diretas ou literais faça sempre a referência ao texto e à página respectiva quando ele for utilizado como citação direta A resenha é um gênero textual eficaz para desenvolver habilidades de leitura e produção de textos já que para produzila são necessárias várias ações do leitor sobre o texto a ser resenhado Severino 2007 p64 representa essas ações em etapas distintas as quais ele denomina Diretrizes de leitura análise e interpretação de textos conforme a Figura 1 32 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Figura 1 Esquema de leitura analítica Fonte SEVERINO 2007 p64 A resenha portanto se constitui como a síntese resultante do processo de leitura e pesquisa 213 O plágio de ideias dos autores pesquisados No contexto acadêmico um dos aspectos mais importantes é saber citar os au tores lidos o que significa dizer que a ideia apresentada pertence a outrem ou foi criada a partir do pensamento de outros autores que já pesquisaram o tema É importante salientar que o ato de citar não desvaloriza o texto nem deprecia o caráter do pesquisador como pensam alguns Ao contrário a citação denota atitude ética e seriedade do pesquisador que se debruçou sobre o tema a fim de conhecer argumentos já adotados por outros Essa postura reflete além da busca de reconhecimento do pesquisa dor pelos seus pares a transparência adotada na pesquisa uma vez que se deixa claro para o Preparação do texto Visão de conjunto Busca de esclarecimento Vocabulário doutrinas fatos autores Esquematização do texto 1 Análise textual Compreensão da mensagem do autor Tema problema tese reciocínio e ideias secundárias 2 Análise temática Interpretação da mensagem do autor Situação filosófica e influências pressupostos associação de ideias e críticas 3 Análise interpretativa Levantamento e discussões de problemas relacionados com a mensagem do autor 4 Problematização Reelaboração da mensagem com base na reflexão pessoal 5 Síntese 33 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico leitor o caminho adotado ao longo do processo para atingir o resultado a conclusão da pes quisa Diante disso é preciso ficar atento para não se apropriar indevidamente das ideias lidas de forma a cometer plágios O Quadro 3 auxilia o pesquisador a entender o mecanismo de produção da paráfrase ou citação indireta e a reconhecer o plágio Quadro 3 Paráfrases sem plágios Exemplos Trecho original Paráfrase arriscada excessiva mente próxima da literalidade do trecho original Paráfrase segura uso da ideia original mas não de sua forma literal de expres são Certo que mesmo na era do ius commune as funções de julgar e legislar eram separadas O julga mento em matérias de justiça e lei fora confiado a corpos especi ais composto de letrados douto res juristas LOPES 2010 p 15 Segundo Lopes 2010 p 15 já na era do ius commune separavamse as fun ções de julgamento e legislação sendo que em matérias de justiça e lei a ta refa de julgar foi confiada a grupos es pecíficos que contavam com letrados doutores e juristas Segundo Lopes 2010 p 15 na era do ius commune já se confiavam os julga mentos a entidades especí ficas de juristas formal mente treinados A Nova República começou em clima de otimismo embalada pelo entusiasmo das grandes de monstrações cívicas em favor das eleições diretas CARVALHO 2008 p 200 O clima predominante no começo da Nova República era de otimismo im pulsionado pela empolgação de passe atas cívicas a favor das eleições dire tas CARVALHO 2008 p 200 Segundo Carvalho 2008 p 200 percebiase em meados da década de 1980 o clima popular favorável à redemocratização Fonte BOOTH COLOMB WILLIAMS 2005 p 22 apud QUEIROZ 2015 p145 É importante destacar que ao parafrasear o texto o pesquisador revela habilida des para interpretar e sintetizar com fidelidade as ideias lidas Diante disso vale ficar atento às práticas adotadas muitas vezes de forma inconsciente 2131 Tipos de práticas que caracterizam o plágio O pesquisador comete plágio sempre que a faz no corpo do texto a transcrição literal de ideias de outrem sem nenhuma indicação de fonte mas indica a referência completa do autor ao final do traba lho Esse recurso não funciona como fator de proteção de autoria b identifica o nome do autor e o ano da publicação e transcreve literalmente o trecho sem usar aspas ou recuo de forma a induzir o leitor a acreditar que foi feita uma citação indireta 34 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico c copia literalmente sem indicar autoria o trecho de outrem e depois substitui algumas palavras por sinônimos sem alterar a essência do enunciado d copia citações de livros e artigos e omite que está fazendo citação de citação fingindo que leu o original citado por outrem e faz citação indireta e insere sua opinião sem distinguir os diferentes pontos de vista do autor citado e do produtor f faz a citação indireta por meio de paráfrase e acredita que pelo fato de ter tra duzido as ideias citadas não é necessário citar a fonte g cria um texto constituído por um amontoado de citações geralmente recortadas de artigos científicos fingindo ter lido todas as obras citadas h copia ou adota as próprias ideias já publicadas em trabalhos anteriores sem fazer menção ao próprio trabalho Esta prática é denominada autoplágio Atualmente a Dom Helder utiliza o Turnitin para a avaliação de trabalhos da graduação Projetos de Pesquisa Trabalho de Conclusão e Peças Jurídicas entre outros O Turnitin de acordo com o criador desta ferramenta é um software que aponta similaridades entre o texto apresentado e outros textos ou seja é um meca nismo de prevenção de plágio Para saber mais sobre plágio consulte KROKOSCZ Marcelo Autoria e plágio um guia prático para estudantes professores pesquisadores e editores São Paulo Atlas 2012 35 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 3 A PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS A linguagem acadêmica possui características próprias que a tornam diferente da linguagem usada em outras situações do cotidiano Por isso é importante desde o pro cesso da leitura de textos observar suas características produzir anotações conforme o pa drão formal da língua portuguesa e adotar vocabulário mais técnico e estruturas mais elabo radas Possenti 2004 p 243 afirma que a linguagem é sempre a grade através da qual o sujeito de conhecimento vê o mundo Isso significa que a competência do pesquisador para produzir conhecimento está diretamente ligada à capacidade de uso adequado da linguagem No contexto acadêmico a linguagem científica é o principal recurso adotado na produção de textos Para Possenti 2004 p 238 o critério de cientificidade de um enunci ado não é a verdade da proposição que ele veicula mas seu sistema de produção Ou seja estão em jogo as regras de produção dos enunciados o como dizer Não basta fazer a pes quisa e responder ao problema proposto é necessário saber escrever nos parâmetros da ciência Daí a importância de saber identificar as condições de produção do texto acadê mico Quem escreve Alguém que quer se incluir ou ser reconhecido na comunidade acadêmica Qual o ethos ou imagem o autor pretende construir sobre si mesmo Ima gem de seriedade de comprometimento e competência para se inserir ou ser re conhecido nessa comunidade Para quem escreve Para um especialista da área membro da comunidade Com que objetivo Qual tese o autor pretende demonstrar Em que contexto Em que realidade social se constituem os sujeitos e o objeto de pesquisa Qual a forma adequada de dizer Como organizar sistematizar criticar e analisar dados de forma descritiva Identificadas as condições que norteiam a produção acadêmica fazse necessá rio também que o pesquisador tenha consciência dos critérios que emprestam ao seu texto um caráter científico 36 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 31 Critérios de cientificidade dos textos Saber se o texto pesquisado possui ou não um caráter científico é essencial não só no processo de escrita mas também no discernimento das fontes de pesquisa Demo 2000 e 2008 divide os critérios em formais e políticos Os primeiros esclarece o autor referem se à qualidade formal da pesquisa já que pesquisar é formalizar objetos de estudo porque nossa mente entende o que ordena padroniza DEMO 2008 p 74 Já os segundos dizem respeito ao sentido ético do conhecimento e sua relação com a cidadania uma vez que inter ferem de maneira direta na vida social Quadro 4 Critérios de cientificidade CRITÉRIOS FORMAIS CRITÉRIOS POLÍTICOS Coerência ausência de contradição unidade entre as partes fluência entre premissas e conclusões Coerên cia entre os pressupostos admitidos pelo pesquisador e os enunciados que ele quer construir racionalidade Intersubjetividade consenso de pesquisadores sobre a validade da pesquisa Consistência capacidade de apresentar argumentos consistentes que resistem à contraargumentação de fundamentar justificar e validar ideias Autoridade por mérito reconhecimento dos pa res sobre a validade de argumentos defendidos por autoridades no assunto Valor moral ou intelectual Originalidade inovação do conhecimento no sentido reconstrutivo sem cópias Capacidade de interpreta ção própria Não deve ser confundido com ineditismo Relevância social temas de interesse comum que contribuam para o desenvolvimento social e propi ciem a relação entre a teoria jurídica e a prática so cial Sistematicidade organização do conteúdo de forma clara objetiva coesa e coerente partes ordenadas ideias articuladas sistematização baseada em método aceito pela comunidade científica Ética direcionamento da pesquisa para o bem co mum Compromisso com a comunidade científica e com a sociedade Está atrelada à honestidade e à humildade intelectuais Objetivação reconhecimento da realidade sem con taminála com ideias préconcebidas juízos de valor ou verdades inquestionáveis Discutibilidade possibilidade de discussão dos da dos Fundamentações e argumentos passíveis ao questionamento Capacidade para gerar argumentos e contraargumentos O conhecimento só é científico se for discutível Fonte Adaptado de BARRAL 2007 DEMO 2000 2008 O autor esclarece que os critérios políticos não eliminam os critérios formais e que O papel da ciência é questionar depois propor mas propor coisas questionáveis DEMO 2000 p78 Isso significa que o pesquisador deve estar aberto ao questionamento reconstrutivo e para tanto precisa saber se confrontar com a realidade social afinal escla rece ao autor a ordem é da mente e não da realidade 37 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Por isso não basta segundo o autor apenas resumir citar autores renomados coletar dados oficiais descrever fenômenos sociais revisar bibliografia sobre o tema A pes quisa exige um duplo movimento o de desconstrução e o da construção Desconstruir para o autor é questionar a teoria que embora seja essencial para explicar a realidade não pode ser considerada como fortaleza à prova de bala mas como um convite ao debate e ao confronto de ideias Enfim A regra é produzir textos bem discutidos e discutíveis DEMO 2008 p 78 Para tanto o primeiro passo consiste na escolha criteriosa de fontes de pesquisa conforme indicado no capítulo 1 deste manual o segundo na produção de ar gumentos claros objetivos e consistentes capazes de sustentar um debate coerente e ade quado à situação comunicativa proposta 32 Diferença entre a linguagem técnica e linguagem científica A linguagem técnica é a linguagem adotada nos tribunais e nos manuais de Di reito e é predominantemente retórica Já a linguagem científica tende a ser mais objetiva prioriza argumentos de natureza racional e possui um caráter descritivo ao contrário da lin guagem técnica essencialmente prescritiva Barral 2007 propõe a seguinte distinção Quadro 5 Níveis de conhecimento jurídico CONCEITO DEFINIÇÃO EXEMPLO Conhecimento téc nico Destinado a informar sistematizado mas acrítico sem profundidade teórica Manuais coletâneas de jurisprudência comentários de lei conjunto de modelos Conhecimento ci entífico Busca construir ou validar um enunci ado a partir de metodologia científica Monografias dissertações e teses Fonte Adaptado de BARRAL 2007 A partir desta classificação o autor avalia o nível das publicações jurídicas no Brasil e destaca que boa parte destinase a informar e a facilitar o cotidiano o que não lhes garante o caráter de trabalho científico Nesse sentido podese recorrer também a Carvalho 2013 p 38 que explica que o fato de o Direito se caracterizar como ciência social aplicada cria no pesquisador a falsa ideia de que ele deve reproduzir nos trabalhos acadêmicos as mesmas técnicas argumentativas adotadas na prática jurídica 38 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 33 Os gêneros textuais que circulam no contexto acadêmico Para desenvolver a competência comunicativa o pesquisador precisa aprender a observar as condições de produção dos textos que circulam no contexto acadêmico de forma a identificar o gênero textual o públicoalvo e o objetivo do texto que será produzido con forme Quadro 6 Quadro 6 Condições de produção de textos acadêmicos Gênero textual Públicoalvo Objetivos e habilidades a serem demonstradas pelo pesquisador Projeto de pesquisa Professores orientadores Planejar a pesquisa e apresentar métodos e técnicas que serão adotados na resolução do problema proposto Resenha crítica Leitores de revista especiali zada ou professoravaliador Resumir e avaliar livros da área de conhecimento em questão Monografia Professor orientador eou banca examinadora com posta Apresentar resultado de pesquisa demonstrando domínio sobre o tema capacidade de reflexão crítica de análise consistente e interpretação própria Dissertação Defesa pública para banca composta por dois examina dores mestres ou doutores Apresentar resultado de pesquisa demonstrando capaci dade de reflexão crítica de análise consistente e interpre tação própria por meio de métodos e técnicas de pesquisa mais apuradas Tese Defesa pública para banca examinadora composta por doutores Apresentar resultado de pesquisa demonstrando domínio sobre o tema habilidade para utilizar métodos e técnicas de pesquisa e capacidade de inovação de conhecimento para a área de pesquisa Artigo científico Leitores de revista especiali zada Produzir e divulgar conhecimento científico fruto de no vos resultados obtidos em pesquisa de temas pouco explo rados Fonte Elaborado pelos autores 2016 Como podemos observar não há diferenças significativas entre os vários tipos de textos acadêmicos O que varia é o grau de complexidade das reflexões realizadas por isso a linguagem do texto acadêmico deve ser cada vez mais aprimorada e diferenciada da linguagem dos manuais Esses têm como objetivo ensinar ou sistematizar conteúdo o que é totalmente distinto dos objetivos da pesquisa problematizar levantar hipóteses e obje tivos revisar bibliografia e definir referencial teórico analisar dados para confirma ção ou refutação de hipóteses e apontar conclusões de forma a desenvolver progressiva mente a autonomia e a formulação própria Isso significa atender ao critério de cientifici dade da originalidade que ao contrário do que muitos pensam não significa ser criativo a ponto de inventar uma abordagem nova para determinado tema mas de buscar a AU TORIA a elaboração própria o SABER DIZER 39 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 34 Planejar escrever e reescrever o texto Muitos pesquisadores acreditam que para escrever textos consistentes basta ter ideias ou domínio de conteúdo Essa é uma condição essencial mas que não dispensa o planejamento do texto sua releitura e consequente reescrita A partir de Antunes 2003 formularamse alguns passos que norteiam o processo da produção textual conforme Qua dro 7 Quadro 7 Etapas implicadas na atividade de escrita Continua 1 PLANEJAR 2 ESCREVER 3 REESCREVER É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito DIS TANCIARSE do texto para Conhecer a estrutura e as ca racterísticas do texto a ser produzido Adquirir e selecionar infor mações sobre o tema e hie rarquizálas em forma de su mário Delimitar o tema escolher o ponto de vista a ser tratado e problematizar Eleger a finalidade com que vai escrever o objetivo geral e as etapas a serem atingidas ao longo da pesquisa Escolher os critérios de orde nação das ideias das infor mações os métodos e técni cas a serem adotados Prever as condições e expec tativas dos possíveis leitores em relação ao tema abor dado Considerar a situação em que o texto vai circular Decidir as estratégias textu ais que podem deixar o texto adequado às exigências do meio acadêmico Pôr no papel o que foi plane jado de forma a indicar a rela ção estabelecida entre as in formações Adotar linguagem simples e direta em 3ª pessoa do singu lar Não usar linguagem figurada reticências e ponto de excla mação e evitar o uso de adje tivos valorativos e do etc Utilizar elementos de coesão a fim de garantir a unidade do texto Desenvolver apenas uma ideia principal a cada pará grafo Evitar artifícios retóricos e opiniões pessoais Apoiarse sempre em dados e provas Comentar eou discutir cita ções Evitar ambiguidades e perí odos longos Rever o que foi escrito Avaliar a coerência e a con sistência do projeto textual proposto Ajustar o texto à estrutura do gênero textual proposto Cf QUADRO 6 Reler o texto cortar e acres centar ideias confirmar se os objetivos foram cumpridos Avaliar a continuidade temá tica a coesão a unidade de sentido entre os parágrafos e as partes que compõem o texto de forma a obter uma sequência lógica e ordenada Verificar se os itens planeja dos foram todos cumpridos Avaliar a clareza do que foi comunicado e a adequação do texto às condições da situação comunicativa e às expectati vas do leitor Rever a fidelidade de sua for mulação linguística às nor mas da sintaxe e da semân tica conforme prevê a gramá tica da língua observar a im pessoalidade e objetividade da linguagem utilizada Rever aspectos da superfície do texto tais como pontua ção ortografia e paragrafa ção Fonte Adaptado de ANTUNES 2003 40 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Conclusão 1 PLANEJAR 2 ESCREVER 3 REESCREVER É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito DISTAN CIARSE do texto para Selecionar citações baseando se no critério da autoridade acadêmica do autor Dialogar com autores ci tados comentando e dis cutindo ideias Verificar a adequação do texto às normas da ABNT a diferenciação das vozes do pes quisador e do autor citado Fonte Adaptado de ANTUNES 2003 É preciso portanto que o pesquisador se aproprie de seu texto e dele se distancie para avaliálo com precisão observando algumas regras que serão apontadas a seguir 35 A neutralidade e a imparcialidade do pesquisador o uso da 3ª pessoa do singular Os textos acadêmicocientíficos podem ser escritos na 1ª pessoa do plural ou do singular mas a Escola Superior Dom Helder Câmara opta pela redação na 3ª pessoa do singular o que gera um efeito de distanciamento do objeto de estudo imprimindo ao texto um caráter de objetividade além de conferirlhe impessoalidade e neutralização da presença do enunciador É importante destacar que a impessoalidadeneutralidade do pesquisador diante de seu objeto de pesquisa é um mito uma vez que a escolha da teoria o recorte das citações a hierarquização das ideias e a seleção vocabular constituem fortes indícios de subjetividade O uso de 3ª pessoa do singular consiste portanto em uma estratégia argumentativa O pes quisador deve nesse caso ficar atento às regras de concordância verbal e ao uso das vozes do verbo 351 A concordância dos verbos na voz passiva sintética Ao produzir o texto em 3ª pessoa devese lembrar da necessidade de distancia mento em relação ao objeto pesquisado Isso acarreta mudanças na concordância verbal Conforme se verifica Eu analisei os dados Voz ativa uso da 1ª pessoa do singular forma não recomendada devido à parcialidade e subjetividade do pesquisador Os dados foram analisados por mim Voz passiva analítica Apesar do uso da 3ª pessoa a subjetividade do pesquisador não foi apagada 41 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Analisaramse os dados Voz passiva sintética A omissão do agente da pas siva por mim gera um efeito de neutralidade e de imparcialidade Atentese para a concordância Analisaramse os dados e NÃO analisouse os dados Detectaramse falhas e NÃO detectouse falhas Apresentaramse provas e NÃO apresentouse provas Verificaramse os fatos e NÃO verificouse os fatos ATENÇÃO Há outra regra básica de concordância verbal que deve sempre ser observada sujeito no plural verbo no plural Portanto ao citar dois ou mais autores use os verbos no plural Medeiros e Vieira 2003 constatam que e NÃO cons tata que Além desses aspectos é importante destacar outros em relação ao uso da lin guagem objetiva e imparcial os quais serão citados a seguir 352 Evitar o uso de expressões que explicitem a interpelação ao leitor Ao invés de escrever observe o parecer a seguir escreva O parecer do CNJ demonstra que Ao invés de fique atento escreva É importante ressaltar que Ao invés de vamos mostrar agora escreva Na próxima seção destacase 353 Evitar formas elogiosas para se referir aos autores pesquisados Muitos pesquisadores adotam como recurso de estilo forma elogiosa para se referir aos autores citados Ao contrário do que se pensa essa forma não contribui para o reconhecimento do mérito do autor citado conforme ressalta Queiroz 2015 p 134 Não chame autores ou instituições por apelidos elogiosos em um trabalho cien tífico ninguém deve ser tratado com reverência capaz de blindar suas ideias contra a crítica ou tentativa de refutação Pois é justamente isso que fazemos querendo ou não quando tratamos conhecidos autores ou instituições de elevada hierarquia política tribunais superiores por exemplo como se fossem arautos da verdade jurídica e transmissores de doutrinas infalíveis São exageros de práticas não menos erradas de chamar autores e decisões de doutas ilustres ou festejadas Mais do que uma questão de estilo essas práticas implicam verdadeiros defeitos metodológicos porque tratam hipóteses acadêmicas como causas defendidas em Observe o recuo na citação direta 4 cm 42 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico juízo além de revestirem as ideias retratadas com o manto do argumento de autoridade QUEIROZ 2015 p 134 grifo nosso Para evitar esse tipo de inadequação o caminho é citar o sobrenome do autor conforme a norma NBR 10520 ABNT 2002 ou se referir ao autor fazendo menção a sua função social jurista filósofo sociólogo teólogo dentre outros O importante é manter a objetividade e a imparcialidade 354 Evitar o uso de palavras valorativas Para criar um efeito de objetividade e imparcialidade diante do objeto analisado o pesquisador deve selecionar com cuidado seu vocabulário Devemse evitar pois palavras que revelem juízo de valor como condições aviltantes indignas injustas é intensa enorme grandiosa a repercussão do caso atitude imoral errônea incorreta modelo inadequado desproporcionalverdadeiro pessoa mácruel criminosa boa afável amável pesquisa de grande relevância demasiada importância certamente evidentemente obviamente intensamente inteiramente feliz mente sinceramente a pessoa trabalha demais muito pouco com aptidão com presteza aparência tranquila alegre tristecansada tumultuada 355 Apontar claramente os sujeitos das orações É comum nos textos acadêmicos encontrar formas como a Constituição diz ou fala Os verbos dizer ou falar além de se caracterizarem como formas da lingua gem coloquial revelam falta de clareza dos agentes das ações citadas 43 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico A doutrina diz que tal norma é constitucional A doutrina não diz nada porque a doutrina não existe senão como uma entidade metafísica usualmente legitima dora nos discursos dos juristas O mesmo vale para a jurisprudência Quem disse Quem julgou e como Esquivarse de dizer quem fez ou disse algo mais do que uma forma imprópria de escrever é cientificamente problemática BECKER 2007 apud QUEIROZ 2015 p 134 grifo nosso Para evitar essa inadequação podem ser usados os verbos estabelecer expli citar mostrar expor determinar assegurar Assim ao invés de se afirmar que a Constituição diz ou fala afirmese que a Constituição estabelece explicita asse gura dentre outros 36 O emprego dos pronomes demonstrativos Ao fazer menção ao próprio trabalho surge a dúvida este ou esse trabalho Este trabalho esta pesquisa e NÃO esse trabalho ou essa pesquisa Além disso vale lembrar que os pronomes esse essa e isso têm valor ana fórico são usados para a retomada de informações que já foram mencionadas anteriormente no texto Já os pronomes este esta e isto são catafóricos indicam informações novas que serão anunciadas Exemplos O texto acadêmico obedece a critérios da ABNT e isso garante a credibilidade do pesquisador O pronome destacado retoma o que foi dito antes É necessário ressaltar isto o texto acadêmico deve obedecer às normas da ABNT O pronome destacado anuncia uma informação nova 37 O emprego dos tempos verbais no texto científicoacadêmico O tempo verbal adotado ao longo do trabalho é o presente do indicativo Mas em algumas seções devemse observar algumas exceções Na introdução do projeto de pesquisa a metodologia deve ser redigida no fu turo do presente do modo indicativo indicando ações que serão realizadas posteriormente Ex Será utilizado o método hipotéticodedutivo ou Os dados serão cole tados Observe o recuo na citação direta 4 cm 44 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Na seção de análise e discussão de dados de monografia artigo científico acadêmico dissertação ou tese as ações devem ser descritas no pretérito per feito do indicativo Ex Foi utilizado o método hipotéticodedutivo Os dados foram coleta dos No resumo o procedimento é o mesmo comece com o tempo presente Este artigo tem como objetivo ou O objetivo desta monografiadissertação é Obs O tempo presente permite que o trabalho se atualize aos olhos do leitor a cada leitura o que lhe imprime um efeito de verdade Ex Este artigo aborda a questão dos direitos fundamentais dos moradores de rua 38 A função do parágrafo na construção do texto É importante lembrar que a estruturação de um texto em introdução desenvol vimento e conclusão é fundamental para a produção de sentido Portanto depois de estabe lecidas as seções e subseções que vão integrar o texto o pesquisador deve organizar suas ideias e informações em parágrafos estando atento à coesão entre eles e à progressão textual Cada parágrafo deve conter uma única ideia central enunciada por meio de um período denominado tópico frasal o qual orienta o restante do parágrafo dele nascem ou tros períodos secundários Portanto o tópico frasal deve ser o roteiro para o produtor de textos desenvolver e concluir o parágrafo O parágrafo dissertativo tem como núcleo uma única ideia Essa ideia é ex posta na introdução do parágrafo desenvolvida ao longo dele e reforçada na sua conclusão A introduçãotópico frasal normalmente é constituída de uma ou duas frases curtas que expressam de maneira sintética a ideia principal do parágrafo definindo seu objetivo O desenvolvimento corresponde a uma ampliação da ideia principal com apre sentação de ideias secundárias que a fundamentam ou esclarecem A conclusão retoma a ideia central levando em consideração os diversos aspec tos selecionados no desenvolvimento O parágrafo ideal deve ter no mínimo três períodos um para cada uma das partes que o constituem 45 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Quadro 8 Exemplo de parágrafo dissertativo Tópico frasal A realidade demonstra dessa forma que a construção de um direito dos desastres sob a ótica da garantia dos direitos dos seres humanos ainda necessita de uma maior evo lução no cenário internacional Desenvolvi mento Contudo a mesma realidade traz à tona a necessidade da intrínseca relação entre essas temáticas visto ser sempre o homem a parte vulnerável dentro dessa lógica Conclusão O empoderamento humano tornase então importante na medida em que será a força motriz a impulsionar essa indispensável criação jurídica Fonte DERANI VIEIRA 2014 Depois de apresentar a ideia principal o pesquisador pode escolher o critério para desenvolvêla enumerar aspectos do objeto comparálo a outro apresentar fatores positivos ou negativos posicionarse a favor ou contra determinada situação É importante ressaltar seguindo as orientações de Emediato 2004 que os pro cedimentos acima não só auxiliam o produtor a fazer o levantamento de conhecimentos pré vios sobre o assunto proposto como também a delimitar os tópicos de desenvolvimento a decidir quais itens focalizar em que momento eles serão utilizados ou ainda de que forma serão apresentados ao leitor Portanto ao planejar e redigir textos é necessário organizar de maneira sequen cial as ideias de forma a fixar um único objetivo para cada período e para cada pará grafo Esse planejamento contribui para a produção de textos adequados às exigências de um texto acadêmico 381 As qualidades do parágrafo Uma das principais qualidades do parágrafo é a unidade que consiste em dizer uma coisa de cada vez omitindose ideias que não são essenciais ou não se relacionam com a ideia central do parágrafo Como conseguir a unidade do texto delimitar o assunto fixar o objetivo usar tópico frasal explícito evitar pormenores desnecessários evitar frases entrecortadas 46 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Outra característica é a clareza a expressão das ideias de maneira compreensí vel inequívoca de modo a produzir uma só interpretação para aquilo que se enunciou Ela dependerá em grande parte da escolha das palavras e de sua combinação e distribuição na frase Como conseguir clareza escrever com simplicidade objetividade e propriedade evitar vocabulário rebuscado e pouco conhecido palavras ou expressões vagas negócio coisa repetição da mesma ideia tautologia períodos muito longos orações intercaladas palavras ou expressões ambíguas 382 As citações como desenvolvimento do parágrafo Nos textos acadêmicos e científicos é comum encontrar parágrafos compostos apenas por citações Essa prática compromete a coesão textual e sobretudo a progressão das ideias Por isso recomendase o uso de citações como recurso para desenvolver o tópico frasal e fundamentar as ideias Observe Quadro 9 A citação direta como desenvolvimento do parágrafo Tópico frasal Os problemas éticos caracterizamse pela sua generalidade e isso os distingue dos problemas morais da vida cotidiana Desenvolvi mento De acordo com Vazquez 1985 p 10 Por causa de seu caráter prático tentou se ver na ética uma disciplina normativa cuja função fundamental seria a de indicar o comportamento melhor do ponto de vista moral Conclusão Assim o ético tornarseia uma espécie de legislador do comportamento moral dos indivíduos ou da comunidade Fonte GODINHO CAMBAÚVA MAK 2006 47 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Quadro 10 A citação indireta como desenvolvimento do parágrafo Tópico frasal Procurarei sustentar por que a compreensão tradicional dos direitos humanos não é suficientemente consistente para dar conta do seu ponto cego percebido por Arendt 2004 Desenvolvi mento A autora demonstrou como esta concepção de direitos humanos abalizada pela ideia de nacionalidade e ancorada pela abstração da dignidade da pessoa humana não consegue abarcar a dimensão categorial do apátrida Conclusão Em outras palavras a situação da apatridia torna impossível qualquer fundamentação que se baseie na ideia de dignidade Fonte PEREIRA 2012 Quadro 11 A citação de citação como desenvolvimento do parágrafo Tópico frasal O reconhecimento da diferença é condição essencial para a construção de uma socie dade mais humana e justa Desenvolvi mento Damatta 1997 p 24 apud PEREIRA 2012 p 25 afirma que apesar das diferenças e por causa delas nós sempre nos reconhecemos nos outros e eu estou inclinado a acreditar que a distância é o elemento fundamental na percepção da igualdade entre os homens Conclusão Portanto não há como pensar em direitos humanos e em igualdade sem priorizar o outro sem valorizar suas diferenças em relação a mim mesmo Fonte Elaborado pelos autores 2016 É importante lembrar que segundo Gomes 2003 na citação direta o pesqui sador assume o papel de portavoz das palavras de outrem Já na citação indireta seu papel é o de tradutor das ideias Além disso a autora destaca que pesquisadores citam especialistas como estratégia para a argumentação Isso significa que as citações não podem figurar no texto como simples recortes de ideias de outrem ou como amontoados de trechos descone xos Vale ainda destacar que a citação de citação deve ser evitada já que não houve consulta à fonte original Isso pode gerar além de equívocos de interpretação o comprome timento da imagem do pesquisador e a falta de credibilidade da pesquisa produzida 39 A coesão textual e o diálogo entre autores O texto acadêmico requer do pesquisador habilidades para interpretar analisar criticar e confrontar as ideias dos autores lidos de forma a compor um debate que sustente a argumentação proposta Assim o texto deve apresentar ao leitor o resultado desse diálogo estabelecido entre o pesquisador e os diferentes pontos de vista dos autores lidos ou entre esses autores e os dados coletados em caso de pesquisas empíricas Por isso não basta so mente aterse à coesão das ideias mas sobretudo à distinção entre as vozes do produtor do 48 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico texto e as do autor citado É bom lembrar que toda citação deve ser comentada ou discu tida A lista de expressões a seguir auxilia nesse processo Nessa na mesma linha de raciocínio Gonçalves 2000 demonstra que Por sua vez Oliveira 1990 declara que ou apresenta de forma similardiversa seu pensamento sobre Enfatizando esses aspectos Oliveira 1999 destacapostula que De forma análogasemelhante Andrade 2007 argumenta Em contraposição a essas ideias Oliveira 2006 mostradefende que Na concepção de Silva 2003 cidadania consiste em já para Costa 2005 Inferesedepreendese do exposto que Nesse sentido Barral 2007 enfatiza que Diante disso fica evidente que Além da importância disso para compreender o processo de investigação pode se destacarobservar também que conforme Freitas 2013 No que concerne à análise do parecer podese afirmar que Tomando por base esse contexto é importante frisar que Em relação à abordagem desse problema vale salientar que Em se tratando de podese constatar que Devese portanto dedicar atenção especial a Podese afirmar que Como se pode notarobservar Ferraz Júnior 2000 explicita sua tese Na perspectiva de Reale 2010 Direito pode ser definido como Depois de elucidar tais questões é importante recorrer à concepção de Reale 2010 segundo o qual Apesar das diferentes perspectivas adotadas pelos autores até então focalizados podese notar que A fim de compreender melhor o problema Moreira 2014 destaca que Em contrapartida percebese que Barros 2000 assume diferente perspectiva ao afirmar que É importante ressaltar ainda que Ao se contraporem tais ideias podese verificar que 49 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 310 Regras práticas para escrever com clareza e objetividade Ao revisar o texto a prioridade do pesquisador deve ser a observância da clareza e da objetividade Para se verificarem esses aspectos é essencial seguir as regras propostas por Valenti 2015 1 Escreva sempre na ordem direta sujeito verbo complemento 2 Escreva sempre frases curtas e simples Abuse dos pontos 3 Prefira colocar ponto e iniciar nova frase a usar vírgulas Uma frase repleta de vírgulas está pedindo pontos Na dúvida use o ponto Se a informação não me rece nova frase não é importante e pode ser eliminada 4 Evite orações intercaladas parênteses e travessões 5 Corte todas as palavras inúteis ou que acrescentem pouco ao conteúdo 6 Use apenas os adjetivos e advérbios extremamente necessários pois adjetivos expressam juízos de valor 7 Só use palavras precisas e específicas Dentre elas prefira as mais simples usu ais e curtas 8 Evite usar substantivos aumentativos diminutivos e superlativos 9 Evite ecos avaliação da produção e cacófatos uma por cada tratamento uma por cada 10 Prefira frases afirmativas Para saber mais consulte FEITOSA Vera Cristina Redação de textos científicos Campinas Papi rus 1995 GARCIA Othon Moacyr Comunicação em prosa moderna aprender a escrever aprendendo a pensar 17 ed Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1997 50 PARTE II ORGANIZANDO A PESQUISA Você vai aprender nesta parte 4 Projeto de pesquisa NBR 152872011 52 5 Monografia dissertação tese e artigo científico 71 51 Parte II Organizando a pesquisa PARTE II ORGANIZANDO A PESQUISA Um dos critérios de cientificidade da pesquisa diz respeito a sua coerência Por isso o projeto de pesquisa é o caminho essencial a ser percorrido para se traçarem os con tornos da pesquisa sua dimensão e viabilidade acadêmica de forma lógica e coerente 52 Parte II Organizando a pesquisa 4 PROJETO DE PESQUISA NBR 152872011 Projetar é organizar o caminho deixando claros os pontos mais importantes do trajeto cujo objetivo é chegar ao produto pretendido seja na monografia dissertação tese ou no artigo científico Portanto um projeto é um instrumento para avançar até um objetivo até um resultado Projetar envolve definir dois pontos o de partida onde estamos e o de chegada aonde queremos chegar O projeto de pesquisa para Barral 2003 p 61 é uma parte fundamental da pesquisa e serve como um balizador das pretensões do estudante O projeto de pesquisa tem a função de esclarecer ao pesquisador a viabilidade de sua pesquisa Nesse sentido seu processo de elaboração é um aprendizado que pode apontar possíveis dificuldades a serem enfrentadas acerca do conhecimento do tema Um projeto bem formulado acaba por validar a proposta de trabalho mostrando que o tema escolhido além de interessante é realizável Para tanto a coerência e adaptabilidade são características importantes inerentes ao projeto de pesquisa Entendese por coerência como afirma Barral 2007 p 49 um encadeamento lógico entre o tema escolhido os objetivos perseguidos e a forma de execução do projeto Já a adaptabilidade permite modificações que não comprometem a linha básica do projeto e que devem servir para melhor adaptar o trabalho às condições de sua exequibi lidade Em relação ao Projeto de Pesquisa o regimento da Escola Superior Dom Helder Câmara prevê Art 189 O aluno apresentará o Projeto de Pesquisa do TC a um dos Pro fessores da Escola conforme calendário de avaliação colhendolhe o aceite com o orienta dor em formulário próprio ESDHC 2010 Já na pósgraduação o projeto de pesquisa será depositado conforme regimento Quanto à escolha do tema de pesquisa advertem Costa Marco e Costa Maria 2011 que ele pode ser definido de forma mais clara quando se faz a pergunta O que vou pesquisar Nesse sentido definem os autores Escolher um tema nada mais é do que esco lher um assunto delimitado sobre o qual será definido um problema de pesquisa COSTA Marco COSTA Maria 2011 p 23 Afirmam também que delimitar é deixar claros os limites conceituais do tema Para estabelecer esses limites sugerese que o pesquisador bus que relacionar o tema a subtemas a ele relacionados ou utilizar variáveis ou teorias para o estudo mais específico do tema ou seja agindo assim o pesquisador transforma seu tema 53 Parte II Organizando a pesquisa em temaproblema de pesquisa Por exemplo se um pesquisador seleciona o tema mineração para um trabalho em Direito é necessário relacionálo com outros temas para que se tenha a possibilidade de uma pesquisa científica Nesse sentido o pesquisador pode adotar como subtemas a legislação ambiental brasileira os órgãos de regulamentação da atividade mine rária e a partir da relação entre eles formulará o seu problema de pesquisa Para saber mais consulte COSTA Marco Antônio F da COSTA Maria de Fátima Barroso da Projeto de Pesquisa entenda e faça Rio de Janeiro Vozes 2011 41 Estrutura do projeto de pesquisa O projeto de pesquisa deve conter além dos elementos capa folha de rosto e sumário a parte textual composta por introdução problema hipótese objetivos geral e específicos justificativa revisão bibliográficareferencial teórico metodologia cronograma e parte pós textual composta pelas referências ATENÇÃO Projeto de pesquisa não tem conclusão nem requer apresentação de dados como entrevistas ou roteiros de perguntas para questionários ou entrevistas 411 Introdução A introdução é a parte inicial do projeto apresentase em texto breve o tema da pesquisa seguido de sua contextualização e delimitação Delimitar o tema significa situálo no tempo e no espaço ou no âmbito da discussão teórica 412 Problema Este item diz respeito à formulação de um problema de pesquisa a partir da re lação que se faz entre o tema e subtemas ou variáveis como fatores efeitos características 54 Parte II Organizando a pesquisa semelhanças diferenças entre outras Problematizar o tema é um passo importante na indi cação do direcionamento a ser dado a toda a pesquisa mas devese tomar cuidado para que o problema tenha cunho científico e não pessoal seja passível de solução e não seja vago O problema de pesquisa segundo Barral 2007 relacionase com o foco do tra balho Traduz a pergunta que se pretende responder ao final do trabalho científico Para facilitar sugerese que se formule o problema em forma de pergunta questionamento Assim ao final da pesquisa o pesquisador responderá ao questionamento proposto Em sín tese o problema se constitui de uma pergunta que irá nortear toda a pesquisa Usando ainda como exemplo a relação entre o tema atividade minerária a legislação ambiental e órgãos reguladores dessa atividade poderíamos formular um problema da seguinte forma A atua ção dos órgãos reguladores garantida pela legislação ambiental tem sido eficaz em relação a atividade minerária em Minas Gerais 413 Hipótese Elaborado o problema levantase também a hipótese A hipótese é a oferta de uma solução possível ao problema formulado em relação ao objeto da pesquisa explicam Gustin e Dias 2006 p 68 Severino 2007 p130 por sua vez afirma que A hipótese se vincula aos objetivos ou seja aos resultados que precisam ser alcançados para que se cons trua toda a demonstração Sendo assim é uma resposta prévia que poderá ou não ser con firmada no decorrer do trabalho 414 Objetivos Uma vez delimitado o foco da pesquisa devemse apresentar os objetivos do trabalho ou seja o que se pretende com a proposta apresentada Para a formulação dos ob jetivos sugerese o uso de verbos no infinitivo Há que se observar todavia que os objeti vos podem ser inúmeros e variam conforme o tema de pesquisa Por isso devem ser subdi vididos levandose em conta a linha de pesquisa e o problema que se pretende resolver 4141 O objetivo geral O objetivo geral relacionase diretamente com o problema esclarecendo e dire cionando o foco central da pesquisa É a meta principal da pesquisa É a ação que deverá 55 Parte II Organizando a pesquisa ser definida por um verbo no infinitivo de natureza semântica mais ampla demonstrar desenvolver explicar discutir analisar avaliar dentre outros 4142 Os objetivos específicos Os objetivos específicos definem as diferentes etapas a serem alcançadas vi sando a atingir o objetivo geral Aqui os verbos que podem ser utilizados são apontar identificar realizar descrever elaborar observar enumerar interpre tar caracterizar comparar determinar justificar mensurar deduzir definir coletar relacionar reconhecer relatar resumir tabular verificar indicar exa minar entrevistar aplicar questionário dentre outros 415 Justificativa A justificativa do projeto de pesquisa é a seção na qual se fundamentam os mo tivos de ordem teórica e prática que apontem para a relevância do tema escolhido pelo pes quisador Apresentase principalmente a importância científica e social do problema pro posto Ou seja devese responder à questão por quê Por que o tema é realmente signi ficante Por que o autor do projeto se interessou por ele Por que o trabalho pode apresentar contribuição original à área de conhecimento BARRAL 2007 p 59 Pode apontar tam bém a relevância do tema para a sociedade ou para o Direito 416 Revisão da literatura encontrando o referencial teórico A Dom Helder Escola de Direito exige a revisão da bibliografia básica do tema escolhido Neste aspecto não basta fazer uma lista de autores e livros que abordem o tema mas sim a descrição do conhecimento produzido pelo pesquisador para responder ao pro blema de pesquisa proposto Assim a revisão deve corresponder aos conhecimentos sobre o assunto acumulados até a atualidade E aqui uma dica uma revisão bibliográfica bemfeita poderá ser uma parte consi derável do capítulo 1 da monografia Sobretudo num trabalho com estrutura dedu tiva o capítulo 1 costuma ser o capítulo introdutório aos principais conceitos re lacionados ao tema BARRAL 2007 p 61 Observe o recuo na citação direta 4 cm 56 Parte II Organizando a pesquisa Para Costa Marco e Costa Maria 2011 as perguntas a serem feitas a fim de deixar claro o significado da revisão e do referencial teórico podem ser assim definidas O que já foi escrito sobre o tema revisão da literatura Qual a fundamentação teórica para estudar esta realidade referencial teó rico Revisão da literatura Dessa forma para delimitar um temaproblema que possibilite uma pesquisa com resultado relevante e consistente é fundamental uma revisão abrangente e sistematizada da literatura e uma construção de um referencial teórico bem direcionado Nessa mesma linha de raciocínio Roesch 2007 p105 esclarece que o capítulo ou seção de revisão da literatura engloba tudo o que a for relevante e necessário para esclarecer e justificar o problema em estudo b servir para orientar o método do traba lho e os procedimentos de coleta e análise dos dados Assim a revisão bibliográfica é o passo inicial para a construção do refe rencial teórico por isso ainda segundo a autora é usual o pesquisador ao iniciar a pesquisa selecionar e resumir os textos relacionados ao tema do projeto e produzir um texto com esta síntese mas sempre estabelecendo diálogos com o tema o objeto ou o problema da pesquisa Como já dito no início desta seção é preciso ficar atento para que a revisão da literatura não se torne um mosaico de citações sobre o tema de pesquisa Para que isso não ocorra podese por exemplo citar um conceito relacionado ao tema e determinar se tal definição é objetiva ou subjetiva se é ampla ou restrita se é adequada ao escopo de sua pesquisa ou não Podemse também avaliar definições de um mesmo termo feitas por dife rentes autores semelhanças e diferenças A superficialidade ou não da definição também poderá ser investigada Refletir sobre a caracterização do objeto de pesquisa a partir de es tudos anteriores relacionados a ele também pode ser feito na seção de revisão da literatura Quando se têm textos mais curtos como artigos científicos ou trabalhos de con clusão de graduação a revisão da literatura e o referencial teórico podem vir em um mesmo tópico do texto Já em dissertações e teses podese optar por redigir capítulos em separado para eles Referencial teórico Feita a revisão da literatura iniciase o processo de filtragem em que o pesqui sador focalizará os conteúdos necessários para responder ao problema proposto O refe rencial teórico é a direção teórica da pesquisa ou seja neste momento o pesquisador mostra 57 Parte II Organizando a pesquisa quais autores e teorias são os mais adequados para analisar e explicar o problema da pesquisa e verificar as hipóteses e como este referencial teórico pode contribuir para a solução do problema A seção do referencial teórico não precisa ser muito extensa mas deve apresen tar os principais aspectos da teoria adotada que se relacionam com a pesquisa Esquema para o tópico da revisão da literatura RL e referencial teórico RT 1 resumo do conhecimento atual sobre o problema RL 2 citações dos principais autores que produziram evidências científicas sobre o problema RL 3 conceitos pertinentes ao temaproblema da pesquisa RL 4 citação das controvérsias na literatura sobre o problema RL 5 descrição dos fundamentos teóricos dos principais indicadores de resultados que serão utilizados na pesquisa RT Nesse sentido o objetivo da revisão da literatura é mostrar a pertinência cientí fica da proposta de pesquisa e o do referencial teórico é apontar os fundamentos e delimita ções teóricas mais adequados para responder ao problema de pesquisa Para avaliar esses dois itens do projeto de pesquisa é necessário verificar se gundo Roesch 2007 se todos os termos importantes foram definidos o autor apresentou evidências para embasar seus argumentos o texto apresenta lógica interna houve análise interpretativa dos autores citados existe relação entre as citações ou se elas aparecem soltas no texto 417 Metodologia A metodologia é a seção em que o pesquisador deverá descrever com clareza como a pesquisa será realizada Devese partir dos objetivos específicos a fim de evidenciar o que será feito métodos e como será feito técnicas ou procedimentos bem como quais os instrumentos de coleta de dados serão utilizados para se obterem os resultados esperados e se atingirem os objetivos propostos 58 Parte II Organizando a pesquisa A proposta metodológica oferecida neste manual possui segundo Gustin e Dias 2006 um sentido amplo que é o de representar um conjunto de normas e procedimentos utilizados para a construção do trabalho científico Assim a metodologia consiste no caminho de verificação da hipótese de pes quisa Galuppo 2008 explica que a metodologia deve orientar como responder ao problema proposto e definir caminhos para se alcançarem os objetivos da pesquisa Já para Mezzaroba e Monteiro 2009 p 58 a utilização de métodos implica oferecer transparência e objetividade à investigação que assim poderá ser submetida à ve rificação uma vez que explicita com clareza os critérios metodológicos adotados A partir dessas constatações o pesquisador deve iniciar o delineamento de sua pesquisa a fim de tornar o problema passível de ser pesquisado A seção Metodologia pode ser esquematizada conforme a Figura 2 Figura 2 Delineamento da metodologia Fonte Elaborado pelos autores 2016 4171 Pesquisa de natureza quantitativa ou qualitativa Após a formulação do problema o pesquisador deve escolher a abordagem que adotará em sua pesquisa quantitativa ou qualitativa Abordagem do problema pesquisa qualitativa ou quantitativa Quanto aos objetivos pesquisa exploratória explicativa ou descritiva Quanto aos métodos dedutivo indutivo hipotéticodedutivo dialético e comparativo Quanto às técnicas pesquisa bibliográfica documental de campo estudo de caso Quanto aos instrumentos de coleta de dados entrevista questionário observação participante ou não participante análise de conteúdo e história de vida 59 Parte II Organizando a pesquisa A pesquisa quantitativa é aquela que utiliza diferentes técnicas estatísticas para quantificar opiniões e informações para um determinado estudo Ela é realizada para com preender e enfatizar o raciocínio lógico e todas as informações que se possam mensurar sobre as experiências humanas Por outro lado Antônio Chizzoti mostra que A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependência viva entre o sujeito e o ob jeto um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeitoobservador é parte integrante do processo de conheci mento e interpreta os fenômenos atribuindolhes um significado O objeto não é um dado inerte e neutro está possuído de significados e relações que sujeitos con cretos criam em suas ações CHIZZOTTI 1995 p 79 Assim no quadro 12 sintetizamse as diferenças entre a pesquisa quantitativa e qualitativa Quadro 12 Pesquisa quantitativa ou qualitativa PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA Apoiase na filosofia positivista comportamentalista empirista Apoiase na filosofia fenomenológica Estabelece relações e explica mudanças Compreende fenômenos sociais segundo a perspectiva dos participantes As investigações visam sobretudo a generalizações universais As ações são influenciadas pelo contexto em que ocor rem são generalizações contextualizadas Ênfase nos resultados ou produtos da investigação Ênfase no processo da investigação Amostras amplas Amostras pequenas não representativas Recolhe dados para confirmar hipóteses previamente construídas Instrumentos de coleta de dados mais utilizados ques tionário e entrevista estruturada Não recolhe dados ou provas para confirmar hipóteses construídas previamente Instrumentos de coleta de dados mais utilizados ob servação entrevista história de vida Fonte Adaptado de SILVA 2006 p 32 4172 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa As pesquisas podem ser segundo Gil 2009 classificadas com base no objetivo geral e se dividem em exploratória descritiva e explicativa 60 Parte II Organizando a pesquisa Quadro 13 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa PESQUISA EXPLORATÓRIA PESQUISA DESCRITIVA PESQUISA EXPLICATIVA Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o pro blema com vistas a tornálo mais explícito ou a construir hipóteses A maioria das pesquisas desse tipo envolvem levantamento bibliográfico entrevistas com pessoas que ti veram experiências práticas com o problema pesquisado análise de exemplos que esti mulem a compreensão Descreve características de deter minada população ou fenômeno distribuição por idade sexo pro cedência nível de escolaridade estado de saúde nível de atendi mento de órgãos públicos de uma comunidade as condições de habi tação índices de criminalidade le vantamento de opiniões Preocupase em identificar os fa tores que determinam ou contri buem para a ocorrência dos fenô menos Explica o porquê das coisas por meio dos resultados oferecidos Pode ser a continuação de outra descritiva posto que a identifica ção de fatores que determinam um fenômeno exige que este es teja suficientemente descrito e detalhado Fonte GIL 2009 p 4142 A relevância dessa classificação segundo Gil 2009 p43 consiste no auxílio para a construção do referencial teórico A pesquisa exploratória frequentemente se estabe lece em uma fase preliminar do trabalho acadêmico quando ainda se está delimitando o objeto de estudo e o problema e portanto não é empregada isoladamente Já a pesquisa descritiva tem como meta observar registrar analisar e correlacionar fenômenos ou fatos sem interferência no ambiente analisado ou seja os fenômenos são investigados com sem que sejam manipulados pelo pesquisador A pesquisa explicativa por outro lado busca estabelecer relações entre os objetivos geral e específicos assim como identificar fatores que determinam certos fenômenos ou analisar suas consequências É importante salientar que o pesquisador ao formular o objetivo geral e os ob jetivos específicos da pesquisa já determina também qual a abordagem que irá adotar Ob jetivos como descrever verificar investigar caracterizar apontam para uma abordagem descritiva já objetivos como analisar discutir avaliar explicar são objetivos que demandam uma abordagem explicativa A partir daí tornase possível traçar o delineamento da pesquisa ou seja o seu desenvolvimento quanto ao método técnicas e instrumentos adotados para a coleta de dados É importante que a seleção dos procedimentos a serem adotados seja feita conjuntamente com o orientador para que se possa traçar o caminho mais adequado à produção da pesquisa de acordo com os parâmetros científicos Nas seções a seguir apresentase um resumo desses procedimentos com desta que para os estudos de Severino 2007 e Marconi e Lakatos 2009 61 Parte II Organizando a pesquisa 4173 Métodos Os métodos são as formas de organização do raciocínio que permitem alcançar o objetivo e traçar o caminho a ser seguido Eles podem ser indutivo dedutivo hipotético dedutivo e comparativo Indutivo procedimento lógico pelo qual se passa de fatos particulares a um princípio geral Estabelecese uma lei geral a partir de repetição constatada de regularidade em vários casos particulares Fases 1 observação dos fenômenos 2 descoberta de relação entre eles 3 generalização da relação Dedutivo Procedimento lógico raciocínio pelo qual se pode tirar de uma ou de várias proposições premissas tidas como verdadeiras uma conclusão que delas decorre por força puramente lógica Na pesquisa um estudo estritamente dedutivo é raro pois geral mente as premissas em um estudo científico são geralmente apresentadas como hipóteses ou seja passíveis de serem verificadas mas podese dizer que um estudo quantitativo que investiga a aplicação de uma lei para determinar sua eficácia emprega o método dedutivo Hipotéticodedutivo procedimento com características comuns aos dois ante riores Partese da percepção de uma lacuna nos conhecimentos o que resulta na formulação de hipóteses A diferença entre o método dedutivo e o hipotéticodedutivo está justamente no valor das premissas como já dito no método estritamente dedutivo as premissas têm valor de verdade enquanto no método hipotéticodedutivo as premissas são hipóteses a se rem testadas pelo método dedutivo Por isso este método é mais frequentemente empregado nas pesquisas científicas Dialético Dialética é um termo de origem grega que significa a arte do diálogo a arte de debater de persuadir Dialética é um debate em que ideias diferentes são apresen tadas em que um posicionamento é defendido e contradito imediatamente Para os gregos a dialética era separar fatos dividir as ideias para poder discutilas com maior discernimento Assim no método dialético buscase uma conclusão a partir de um debate entre diversas 62 Parte II Organizando a pesquisa posições teóricas nas quais duas situações ou teorias são confrontadas buscandose possí veis similitudes e distinções Nas pesquisas da área do Direito esse método é largamente usado pois o Direito tem na sua essência a dialética Comparativo estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos sociedades ou povos No âmbito do Direito Comparado estudos por exemplo en tre a legislação brasileira e de outros países sobre determinado tema ou da prática jurídica entre dois ou mais contextos empregam este método 4174 Técnicas São procedimentos operacionais que servem de mediação prática para a reali zação das pesquisas Os principais são Pesquisa bibliográfica elaborada a partir de fontes secundárias livros artigos e outros meios de informação como periódicos revistas boletins jornais outras pesquisas que podem ser encontradas em bibliotecas sites da Internet Abrange toda a bibliografia já tornada pública Essa técnica está presente em toda e qualquer pesquisa pois é ela que ali menta a revisão bibliográfica e o referencial teórico ou seja serve para a compreensão das teorias já desenvolvidas sobre determinado assunto Ao se empregar essa técnica buscase resolver um problema a partir dos resultados já obtidos por outros pesquisadores Como já dito nas seções específicas deste manual as fontes devem ser muito bem selecionadas e referenciadas Além disso devese ter o cuidado para que não se tenha um uso indevido das fontes como o plágio ou a deturpação das ideias dos autores seleciona dos Pesquisa documental é a investigação feita na fonte primária elaborada a par tir de materiais não fraudados que não receberam tratamento analítico relatórios tabelas fotos vídeos cartas discursos e no Direito os documentos como leis sentenças acórdãos pareceres portarias que podem ser encontrados em arquivos públicos ou particulares bi bliotecas sites da Internet nos órgãos públicos ou privados A pesquisa documental é utili zada em abordagens históricas e a análise pode ser feita em documentos antigos ou atuais Servem para estabelecer uma contextualização não só histórica mas também cultural social 63 Parte II Organizando a pesquisa e econômica de um local uma instituição ou um grupo de indivíduos Ainda sobre pesquisa documental como técnica investigativa é importante perceber que A pesquisa documental enquanto método de investigação da realidade social não traz uma única concepção filosófica de pesquisa pode ser utilizada tanto nas abor dagens de natureza positivista como também naquelas de caráter compreensivo com enfoque mais crítico Essa característica toma corpo de acordo com o refe rencial teórico que nutre o pensamento do pesquisador pois não só os documentos escolhidos mas a análise deles deve responder às questões da pesquisa exigindo do pesquisador uma capacidade reflexiva e criativa não só na forma como com preende o problema mas nas relações que consegue estabelecer entre este e seu contexto no modo como elabora suas conclusões e como as comunica Todo este percurso está marcado pela concepção epistemológica a qual se filia o investiga dor SILVA et al 2009 p 4556 Para aplicação dessa técnica devese ter em mente que ela é composta das seguintes fases de acordo com Bardin 1979 préanálise exploração do material e tratamento dos resulta dos Na préanálise devese fazer a organização do material escolha e seleção dos docu mentos corpus de análise a formulação de hipóteses eou objetivos e elaborar indicadores que fundamentem a interpretação final dos dados Já a fase de exploração do material con siste no estudo aprofundado orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos a escolha das unidades de contagem codificação seleção das regras de contagem classificação e a es colha de categorias categorização de análise A última fase é o tratamento ou análise dos resultados em que há uma interpretação do conteúdo das fontes pesquisadas e uma análise do conteúdo latente dos documentos por meio de inferências elaboradas a partir do conte údo explícito desses documentos A pesquisa documental embora muito importante tem resultados limitados e não pode assim estar dissociada da pesquisa bibliográfica que auxilia na comparação de dados entre autores diferentes ou na busca por posicionamentos teóricos que respaldem a análise empreendida Estudo de caso estudo de um caso particular considerado representativo de um conjunto de casos análogos A escolha deve pautarse em caso significativo e representativo apto a fundamentar uma generalização para situações análogas autorizando inferências O estudo de caso é muito utilizado nas pesquisas que visam se aprofundar em um tema espe cífico ou em uma teoria e sua viabilidade Na pesquisa jurídica no Brasil o estudo de caso ainda é pouco empregado devido a uma visão equivocada de que é uma técnica de menor rigor científico De acordo com Robert Yin 2015 o que ocorre é que no estudo de caso o 64 Parte II Organizando a pesquisa controle que o investigador tem sobre os eventos é muito reduzido e muitas vezes o foco temporal está em fenômenos contemporâneos dentro do contexto de vida real No entanto o referido estudo constitui técnica apropriada para as situações em que o pesquisador precisa responder às questões como e por que Maísa Silveira 2005 citando os estudos de Chizzotti 1995 afirma que a téc nica do estudo de caso deve abranger três fases a primeira é a seleção e delimitação do caso a segunda fase é a coleta e organização de informações relacionadas ao caso por meio de instrumentos como entrevistas questionários análises de documentos ou de casos de ou tros estudos A última fase seria a redação do relatório Sobre o emprego dessa técnica na pesquisa jurídica no Brasil com Maísa Sil veira salienta que o estudo de caso consiste na análise de situações reais que possibilite a delimitação dos problemas delas decorrentes e até eventualmente a proposta de soluções Por tanto tal técnica é plenamente cabível e importante na pesquisa jurídica porque permite uma aproximação da própria realidade na qual serão aplicados os resulta dos do trabalho científico Aliás o estudo de caso conforme já se afirmou serve à busca de respostas às questões Como e Por que Ora diversos trabalhos ci entíficos na área do Direito são realizados justamente nesse sentido podese ofer tar como exemplo a pesquisa em que se investiga a intenção do legislador ao ela borar determinada norma objetivandose uma aplicação mais favorável dessa Ademais é técnica bastante abrangente no que tange aos resultados possíveis já que pode ser elaborado para servir a várias finalidades como preparação para pes quisa posterior ou de forma autônoma Por tudo isso o estudo de caso é cabível e deveria ser utilizado com maior frequência nas pesquisas jurídicas SIL VEIRA 2005 Por fim é necessário atentar para as limitações desta técnica como a dificuldade de generalização dos resultados obtidos a impossibilidade de se analisar a totalidade do caso e a aplicação de teorias ad hoc para explicação dos casos Dessa forma recomendase ao pesquisador que ao decidir empregar essa técnica submetase a uma capacitação específica por meio de leituras adequadas e estudos mais aprofundados Pesquisa de campo É a técnica de pesquisa que corresponde à observação co leta análise e interpretação de fatos e fenômenos que ocorrem dentro de seus nichos cená rios e ambientes naturais de vivência De acordo com Fayga Bedê e Robson de Sousa 2018 p 792 a pesquisa de campo qualifica a produção de conhecimento ao confrontar crenças por meio de evidências 65 Parte II Organizando a pesquisa Tem como objetivo adquirir informações sobre um problema a ser resolvido ou sobre hipótese a ser confirmada Os fatos ou fenômenos são observados sem intervenção do pesquisador Deve ser precedida por pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão Marconi e Lakatos 2002 p 8387 classificam a pesquisa de campo em três tipos exploratória quantitativodescritiva e experimental A pesquisa de campo exploratória é uma investigação preliminar cuja finali dade seria o levantamento de questões ou hipóteses para o problema Esse tipo de pesquisa de campo funcionaria como uma investigaçãopiloto para familiarizar o pesquisador com o ambiente ou fenômeno testar instrumentos de coletas de dados para uma pesquisa futura Por isso muitas vezes uma variedade de procedimentos de coleta de dados pode ser utilizada em um estudo intensivo e com uma pequena amostra Depois de realizada o pesquisador terá mais condições de determinar quais hipóteses e instrumentos de investigação são mais pertinentes Dessa forma este tipo de pesquisa tornase geralmente uma primeira etapa da pesquisa de campo definitiva Já a pesquisa quantitativadescritiva tem como objetivo a caracterização de fatos ou fenômenos a avaliação de produtos ou políticas públicas ou até mesmo a eficácia de leis e regulamentações Recorre a artifícios quantitativos tendo por objetivo a coleta sis temática de dados sobre amostras de populações programas ambientes Utilizam várias téc nicas como entrevistas questionários formulários etc e empregam procedimentos estatísti cos O tipo experimental consiste em pesquisa empírica para testar hipóteses que di zem respeito a relações de tipo causaefeito O projeto experimental inclui grupo de controle além do experimental seleção da amostra por técnica probabilística e manipulação de va riáveis independentes com a finalidade de controlar ao máximo os fatores pertinentes As etapas de uma pesquisa de campo são assim descritas sucintamente Primeiramente devese realizar uma pesquisa bibliográfica aprofundada prin cipalmente para conhecer melhor o seu objeto de pesquisa a seguir deve definir tendo em vista o objeto de pesquisa qual será o ambiente ou cenário em que a pesquisa de campo será realizada bem como selecionar quais instrumentos de coleta de dados são mais adequados para a pesquisa o públicoalvo os sujeitos desta pesquisa e o tamanho da amostra A ela boração dos instrumentos de coleta de dados é outra etapa importante da pesquisa ver seção 4175 Após a coleta de dados partese para análise desses dados tendo como suporte o referencial teórico previamente desenvolvido 66 Parte II Organizando a pesquisa A pesquisa de campo tem como aspectos positivos a possibilidade de o pesqui sador aproximar sua pesquisa da realidade dos fenômenos confrontando teorias e saberes diversos fortalecendo o caráter interdisciplinar da pesquisa e a comprovação empírica das hipóteses levantadas Por isso essa técnica deveria ser mais adotada por pesquisadores da área jurídica principalmente pelo fato de o Direito ser uma ciência social aplicada Como exemplo de aplicação desta técnica em um trabalho acadêmico na área do Direito apresentase aqui o trabalho da professora Dra Maraluce Custódio 2012 p 247 250 O texto a seguir é parte do capítulo em que ela descreve o trabalho de campo feito para sua tese de Doutoramento Nesta pesquisa serão analisadas as respostas às entrevistas realizadas no trabalho de campo levado a cabo em cinco cidades no Brasil no segundo semestre de 2010 A ideia inicial era visualizar algo de concreto em relação à paisagem e sua relação com a sociedade no Brasil saindo um pouco da perspectiva unicamente bibliográfica para refletir e fazer não apenas a pesquisadora mas também outros indivíduos refle tirem sobre o que a paisagem representa para o brasileiro Para esse fim procurouse identificar processos judiciais que levassem em consideração a proteção da paisagem nas argumentações sobre o caso Devido à imensidão do território brasileiro e às grandes diferenças culturais em cada região deparouse com o dilema de quais processos escolher Inicialmente ve rificouse pela internet a existência de processos no âmbito federal já que esta é a delimitação do problema aventado na tese Foram pesquisados processos em todos os tribunais regionais nas cinco regiões judiciárias sendo selecionados aqueles que usa vam o termo paisagem em seu bojo procedendose à primeira seleção de casos Num segundo momento depois de lidas todas as decisões e analisados os casos encontrados definiuse junto com o orientador que deveria ser buscada na seleção dos casos a representatividade de cada região geográfica brasileira Norte Sul Su deste Nordeste e Centrooeste Em seguida foram considerados os custos de tal pro cesso investigativo decidindose analisar apenas um caso por região uma vez que os custos da investigação seriam suportados pela pesquisadora Ficando definido assim enfrentouse logo a seguir um outro grande problema pois em termos de decisão judicial nada havia sido encontrado sobre paisagem na região Norte e Sul pois os processos que remetiam ao termo paisagem nessas regiões não demonstravam nenhuma relação com o objeto da pesquisa Resolveuse o impasse iniciandose para essas duas regiões um processo de busca de casos que apesar de não serem judiciais teriam interesse jurídico paisagístico chegandose finalmente aos casos estudados contandose sempre com a supervisão e anuência do orientador Desse modo foram analisadas as decisões judiciais em âmbito federal esco lhendose três casos cada um em uma região distinta do País Na região Sudeste a proteção contra a obstrução da vista do Pão de Açúcar pelo lado da Baía de Guana bara realizada pela ampliação da Marina da Glória no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro Na região Centrooeste a proposição de construção de um estacionamento na área tombada do plano piloto de Brasília Na região Nordeste a substituição do cal çamento original da ladeira do Morro da Banca primeira rua de acesso a São Cristo vão por placas de concreto Na região Norte entretanto não foi encontrado nenhum caso que tratasse da paisagem assim escolhendose um caso que por certo se tornará judicial em breve em Manaus que é o aumento de prédios de luxo e construção de uma praça de lazer na margem do rio Negro em substituição às barracas tradicionais e obstruindo a vista do rio Na região Sul o caso versa sobre a proteção ao ponto de visibilidade do monumento e ponto turístico central da Cidade de Florianópolis a ponte Hercílio Alves Quanto à metodologia adotada para a realização desta pesquisa foi utilizado o método dialético partindose da premissa de que o mundo não é um complexo de 67 Parte II Organizando a pesquisa coisas acabadas mas uma construção que se dá por processos em que as coisas estão aparentemente estáveis Seus reflexos entretanto o levam a mudanças ininterruptas de devir e decadência uma vez que apesar dos insucessos aparentes suscitam um desenvolvimento progressivo gerando uma passagem da quantidade à qualidade Pro cedeuse a um estudo qualitativo de cunho exploratório da compreensão da socie dade sobre a paisagem e sua importância por si e para a vida da comunidade de uma região Optouse pelo modelo de pesquisa bibliográfica documental e de campo uti lizandose metodologia descritiva com a adoção de técnicas de observação intensiva realizada por meio de entrevista bem como observação direita extensiva a partir da medida de opinião e de atitudes A escolha das cidades para realizar o trabalho de campo se baseou em duas pers pectivas primeiro que deveria haver representação de todas as regiões brasileiras Norte Nordeste CentroOeste Sudeste e Sul e segundo que deveriam ser escolhi das a partir de processos judiciais debatidos na Justiça Federal no mínimo em segunda instância que tivessem a proteção da paisagem como elemento analisado Infeliz mente nas regiões Norte e Sul nenhum processo que cumprisse os requisitos foi en contrado por isso foram selecionados casos que foram analisados cientificamente e que podem ou poderiam vir a se tornar processos judiciais por descumprimento da legislação vigente Na investigação desses casos realizouse um trabalho de campo de natureza ex ploratória para se produzir maior familiaridade com o problema analisandose os dados não apenas pela perspectiva teórica mas por meio de contato direto com a po pulação dos locais e autoridades competentes relacionadas aos casos Devido ao pouco tempo e recursos disponíveis para realização da pesquisa de campo resolveu se realizar uma entrevista com as partes envolvidas no processo judicial bem como conversar informalmente com alguns populares dos locais analisados utilizandose também a entrevista como instrumento para coleta dos dados Embora a metodologia adotada possa sofrer críticas devido a suas limitações deve ser considerado que foi imposta em razão do curto espaço de tempo para desenvolvi mento da pesquisa da insuficiência de literatura científica produzida no País sobre essa temática específica na área do Direito bem como da falta de investimento insti tucional e de uma equipe indispensáveis para um empreendimento dessa magnitude Desse modo o presente estudo deve ser visto como uma incitação a uma pesquisa de grande porte que poderá vir a ser empreendida nos próximos anos em um pósdouto ramento ou em aprofundamentos de estudo por parte de outros pesquisadores Deve se ver esta pesquisa portanto como um ponto inicial uma contribuição a ensejar no vos trabalhos sobre o tema fulcro de uma tese e não como algo finito e acabado Assim em cada caso já citado o local foi visitado a fim de que as autoridades quando dispostas pudessem ser ouvidas para darem sua perspectiva sobre o caso e sobre o que concebiam ser paisagem Ao todo foram selecionados 30 cidadãos como informantes escolhidos aleatoriamente por viverem no local do fato que gerou o pro cesso judicial e quando não possível por se situarem em sua proximidade para se rem entrevistados sobre o caso e darem sua perspectiva sobre a paisagem Neste capítulo cada caso será descrito como foi narrado nos processos afins para em seguida ser mostrada a perspectiva de cada uma das partes envolvidas no processo procurandose neles compreender como as partes veem a questão da paisagem Do mesmo modo procederemos em relação à perspectiva dos entrevistados em cada ci dade Sobre a perspectiva da paisagem concluiuse ao final a respeito das entrevistas haver vários pontos de convergência e divergência quanto aos que os cidadãos conce bem sobre paisagem e a perspectiva científica Ressaltese que os casos selecionados são apenas um ponto inicial para analisar a perspectiva da paisagem nos locais selecionados já que a proteção à paisagem foi trazida nos processos como preocupação buscandose entender por que neles essa preocupação se insere 68 Parte II Organizando a pesquisa 4175Instrumentos de coleta de dados Os instrumentos de coleta de dados são ferramentas para a produção de infor mações e levantamento de dados Entrevista coleta de informações por meio de interação entre pesquisador e sujeitos pesquisados Pode ser 1 estruturada quando são direcionadas e previamente estabelecidas Não há li berdade do pesquisador para adaptar as perguntas É realizada de acordo com formulário As respostas são padronizadas 2 semiestruturada quando o pesquisador tem liberdade para estabelecer con versação informal O pesquisador mantém escuta atenta e registra informações Questionário conjunto de questões que se destinam a levantar informações es critas por parte de sujeitos pesquisados As questões devem ser fechadas ou abertas Deve ser previamente testado para ser avaliado eou revisado Observação 1 Participante para observar os fenômenos o pesquisador se incorpora ao grupo compartilha a vivência dos sujeitos pesquisados de forma sistemática e permanente ao longo do tempo da pesquisa Registramse neste processo de interação além dos elemen tos observados análises e considerações do pesquisador Pode ser natural quando o pesqui sador pertence ao grupo e artificial quando não pertence 2 Não participante o pesquisador toma contato com a comunidade sem inte grarse a ela tem uma visão de fora História de vida coleta de informações sobre a vida pessoal de um ou vários informantes Pode assumir forma de autobiografia memorial crônicas a fim de se apre sentarem as trajetórias pessoais dos sujeitos Análise de conteúdo consiste na análise de discursos proferidos pelos sujeitos pesquisados Descreve analisa e interpreta os implícitos dos discursos obtidos por meio de entrevistas depoimentos e histórias de vida Conforme mostrado o delineamento e o desenvolvimento da metodologia é um processo complexo que exige do pesquisador um conhecimento amplo das várias possibili dades e uma avaliação cuidadosa sobre a metodologia adotada Assim ao redigir o tópico 69 Parte II Organizando a pesquisa destinado a relatar a metodologia a ser empregada no trabalho de pesquisa devese não só indicar se a pesquisa será quantitativa ou qualitativa exploratória descritiva ou explicativa e quais técnicas métodos e instrumentos serão usados mas também mostrar por que esses recursos metodológicos são os mais indicados e como eles deverão ser empregados Para saber mais Sobre estudo de caso consulte YIN Robert K Estudo de caso planejamento e métodos 5 ed Porto Alegre Bookman 2015 Sobre técnicas de pesquisa consulte MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de me todologia científica 6 ed São Paulo Atlas 2009 Sobre delineamento de pesquisa consulte GIL Antônio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed São Paulo Atlas 2009 418 Cronograma O cronograma contém a descrição das atividades a serem realizadas especifi candose o período de tempo para o término dos trabalhos científicos e acadêmicos em semanas meses e anos Podese fazer o cronograma em forma de quadro 419 Referências Seção não numerada do projeto por isso o título será centralizado Consiste na apresentação de listagem das obras consultadas na elaboração do projeto de pesquisa Devem ser referenciadas todas as obras citadas no corpo do texto As referências devem ser apre sentadas em ordem alfabética com espaçamento simples entre linhas alinhadas à es querda separadas entre si por um espaço simples Devem ser elaboradas a partir das normas especificadas neste manual As obras que não foram citadas no corpo do texto mas foram lidas não devem figurar na lista de referências caso o autor queira citálas deve abrir uma lista denominada 70 Parte II Organizando a pesquisa bibliografia Por fim vale lembrar que o projeto de pesquisa se constitui como primeiro passo para se produzirem trabalhos acadêmicos As informações nele contidas com exceção da revisão bibliográfica referencial teórico e cronograma são apresentadas na introdu ção da monografia dissertação tese e artigo científico 71 Parte II Organizando a pesquisa 5 MONOGRAFIA DISSERTAÇÃO TESE E ARTIGO CIENTÍFICO Todo trabalho acadêmico deve ser o produto de leituras pesquisas análises e investigações realizadas durante os cursos de graduação ou pósgraduação Nesse sentido o texto acadêmico se constitui como resultado de pesquisa cujo objetivo é a produção e a di vulgação de conhecimento Por essa razão em primeiro lugar o trabalho acadêmico deve retomar o conhe cimento existente e em seguida apontar novas possibilidades É por isso que se afirma que o conhecimento é dinâmico e tem a função de olhar para frente apontar novos e possíveis horizontes 51 A monografia MECCES 2112004 Para a conclusão de cursos de especialização assim como de graduação é exi gida a apresentação de um trabalho também chamado de monografia Na verdade o que distingue uma tese ou uma dissertação de uma monografia é o nível de profundidade e originalidade bem como a exigência ou não de defesa pública FRANÇA VASCON CELLOS 2013 p 34 O Trabalho de Conclusão TC conforme parecer CNECES 2112004 é com ponente curricular obrigatório para a graduação em Direito e tem como objetivo oferecer ao discente a oportunidade de aprofundamento do domínio da linguagem jurídica com a preci são terminológica da ciência jurídica A Escola Superior Dom Helder Câmara estabelece as regras para o Trabalho de Conclusão em portarias específicas publicadas em seu portal acadêmico 52 A dissertação NBR 60222003 O título de mestre tem como exigência a feitura e defesa de uma dissertação que consiste na exposição de um tema relevante em uma das áreas do conhecimento científico De acordo com Galuppo 2008 p 31 É um estudo recapitulativo Objetiva a organi zação sistemática do assunto De caráter eminentemente didático como treino e inicia ção não implica a comunicação de uma ordem teórica nova Para Leite 2011 esta tem a 72 Parte II Organizando a pesquisa função pedagógica de treinar o pesquisador na iniciação científica Nesse sentido afirma o autor que dissertação é Estudo recapitulativo analítico interpretativo a respeito de um tema bem especí fico e delimitado como pretende a American Library Association é um tra tado sistemático e completo sobre um assunto particular usualmente pormenori zado no tratamento mas não extenso no alcance a reflexão e o rigor científico deverão acompanhar necessariamente a investigação para não se transformar no que chamou Salomon um mero relatório de procedimento de pesquisa ou com pilação de obras alheias ou finalmente medíocre divulgação LEITE 2011 p 22 Para a NBR 14724 ABNT 2011 p2 dissertação é Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo de tema único e bem delimitado em sua extensão com o objetivo de reunir analisar e interpretar informações Deve evi denciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato É feito sob a coordenação de um orientador doutor visando à obtenção do título de mestre ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR MAS TÉCNICAS 2011 p2 Em síntese a dissertação é a exigência para se alcançar o título de mestre 53 A tese O título de doutor tem como exigência a produção de uma tese É um documento que representa o resultado de um trabalho científico Para Galuppo 2008 p31 na tese o pesquisador ultrapassa a tarefa de sistematizar propõe demostrar e provar analisar fatos e ideias através de sólida argumentação conduzindo o leitor a concluir com o autor na tomada de posição de um tema que se concretizará na tese Deve ser elaborado com base em pesquisa original constituindose em real contribuição dentro de uma ou mais áreas de conhecimento uma pesquisa mais aprofundada do tema escolhido com o objetivo de apresentar uma posição pessoal e nova no cenário da produção científica Sobre a tese afirma Leite é realmente uma obra científica não se ocupa tão somente da descrição ou análise de um instituto ou questões jurídicas mas e sobretudo de uma contri buição pessoal do autor a uma determinada área do conhecimento vai além da pura análise dos dados e redunda inexoravelmente na apresentação de uma nova teoria desconhecida e inteiramente nova do que se produziu até então LEITE 2011 p 23 Para a NBR 14724 ABNT 2011 p4 tese é Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado Deve ser elaborado com base em investigação original constituindose em real contribuição para a especi alidade em questão É feito sob a coordenação de um orientador doutor e visa à Observe o recuo na citação direta 4 cm 73 Parte II Organizando a pesquisa obtenção do título de doutor ou similar ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS 2011 p4 A tese é então um dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em alguma área de conhecimento 54 O artigo científico NBR 60222018 A produção de conhecimento se materializa por meio de um vasto leque de for mas e modelos de documentos que podem ser publicados a título de pesquisas acadêmicas dentre os quais está o artigo científico texto que apresenta a um determinado público uma pesquisa sobre determinado tema O artigo científico segundo Azevedo 2001 p 82 é um texto escrito para ser publicado num periódico especializado e tem o objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa Dessa forma ele poderá ser apresentado como original ou de revisão sendo o primeiro constituído de temas originais e o segundo de análise e discussão de trabalhos já publicados A forma original tem como característica básica a discussão de ideias dentro de um tema original e o artigo de revisão constitui uma revisão de tema e tem como subsídios trabalhos já produzidos sobre o assunto O cerne do artigo de revisão é o olhar do autor sobre o que já foi divulgado Já para NBR 60222018 artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada que apresenta e discute ideias métodos técnicas processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento ABNT 2018 p 2 Em 2018 houve uma atualização da norma para elaboração de artigos científicos que trouxe alterações na própria estrutura do artigo e acréscimos de itens obrigatórios Apre sentase aqui a estrutura do artigo já com as atualizações da NBR 6022 de 2018 74 Parte II Organizando a pesquisa Quadro 14 Estrutura do artigo científico NBR 60222018 Elementos prétextuais Título no idioma do documento obrigatório Título em outro idioma opcional Autor obrigatório Resumo no idioma do documento obrigatório Resumo em outro idioma opcional Datas de submissão e aprovação do artigo obrigatório Identificação e disponibilidade DOI ou endereço eletrônico opcional Elementos textuais Introdução obrigatório Desenvolvimento obrigatório Considerações finais obrigatório Referências obrigatório Glossário opcional Elementos póstextuais Apêndice opcional Anexo opcional Agradecimentos opcional Adaptado de NBR 60222018 ABNT 2018 Ainda de acordo com a norma os itens devem aparecer no trabalho na mesma ordem que estão dispostos nessa estrutura apresentada A seguir mostramos mais detalhada mente as alterações No que diz respeito ao item 3 da norma em que se descrevem os termos e defi nições a primeira alteração é em relação ao termo agradecimento cuja explicação salienta que seu uso no artigo deve se limitar a dar créditos a quem contribuiu de forma relevante para o estudo Este item deve ser o último dos elementos póstextuais Em relação aos elementos prétextuais houve a inclusão como item obrigatório 75 Parte II Organizando a pesquisa Datas de submissão e aprovação do artigo e como item opcional a Identificação e dispo nibilidade DOI digital object identifier ou endereço eletrônico O título e o resumo em língua estrangeira foram movidos para os elementos prétextuais e aparecem logo após as versões vernáculas Nos elementos textuais houve a alteração da nomenclatura a Conclusão pas sou a ser Considerações finais Na versão de 2018 da norma não há menção às palavraschave após o resumo possivelmente porque não houve alteração em relação à norma de 2003 A nova norma ape nas remete à NBR 60282003 de resumos que já oferece diretrizes para a apresentação das palavraschave As notas explicativas não mais são consideradas elementos póstextuais mesmo porque raramente se usam notas de fim em artigos Os elementos póstextuais con tinuam sendo as referências o glossário os apêndices e os anexos ATENÇÃO Cada revista científica possui normas específicas para a publicação de artigos cabe ao pesquisador consultálas antes da submissão de artigos para publicação PARTE III NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Você vai aprender nesta parte 6 Citações notas de referência notas de rodapé e notas explicativas NBR 105202002 78 7 Apresentação das referências 88 8 Estrutura de trabalhos acadêmicos NBR 147242011 97 77 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos PARTE III NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Todo e qualquer trabalho acadêmico possui orientações normativas que têm a função de seguir as principais orientações da ABNT as quais visam a indicar orientação técnica prevista em normas Dessa maneira nesta Parte III encontramse as principais nor mas que orientam a construção de trabalhos acadêmicos na Escola Superior Dom Helder Câmara 78 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 6 CITAÇÕES NOTAS DE REFERÊNCIA NOTAS DE RODAPÉ E NOTAS EXPLICATIVAS NBR 105202002 Citações são trechos transcritos ou informações retiradas de obras consultadas durante a elaboração do trabalho A NBR 10520 ABNT 2002 p1 define citação como menção de uma informação extraída de outra fonte já a NBR 10719 ABNT 2011 p 6 dispõe que As citações bibliográficas textuais servem para dar maior clareza e autoridade ao texto relacionando as ideias expostas com ideias defendidas em outros trabalhos por outros autores A partir dessa concepção o pesquisador deve adotar a citação como recurso de discussão teórica não como mera exigência acadêmica Pesquisadores no início de atividades acadêmicas tendem a acreditar que a cita ção desabona o texto e o torna enfadonho Charaudeau 2008 ao tratar dos modos de orga nização do discurso afirma que é por meio de citações de outros autores considerados au toridades na área de estudo em questão é que se garante a credibilidade e a autenticidade do texto científico Caso contrário ressalta o autor o texto será considerado mera ficção 61 Tipos de citação De acordo com a NBR 10520 ABNT 2002 as citações se classificam como citação indireta citação direta longa citação direta curta e citação de citação 611 Citação indireta Texto baseado na obra do autor consultado Não se transcrevem as palavras do autor mas se interpretam suas ideias e raciocínios por meio da paráfrase Não se usam aspas Indicase o sobrenome do autor e o ano da edição Observe o exemplo Para Gustin e Dias 2006 o primeiro passo para a pesquisa científica é a escolha de uma situaçãoproblema relevante o que pode ser feito por meio da revisão bibliográfica 79 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 40 cm Como deve aparecer na seção de Referências GUSTIN Miracy Barbosa Sousa DIAS Maria Tereza Fonseca Repen sando a pesquisa jurídica Belo Horizonte Del Rey 2006 612 Citação direta Transcrição textual literal de parte da obra que foi consultada A citação direta pode ser feita de duas formas distintas 6121 Citação direta curta De até 3 linhas deve ser inserida no corpo do texto com fonte tamanho 12 entre aspas duplas Exemplo De acordo com Queiroz 2015 p80 o objetivo do pesquisador do Direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam ex trair informações ou dados sobre as práticas jurídicas 6122 Citação direta longa Aquela com mais de 3 linhas que não poderá ultrapassar a marca de 15 linhas Deverá ser destacada com recuo de 40 cm a partir da margem esquerda redigida em fonte tamanho 10 com espaçamento simples 10 texto justificado e sem aspas A Figura 3 exemplifica o recuo que deve ser adotado nas citações diretas longas Exemplo Sobre a escolha do tema Galuppo afirma que O tema que o pesquisador escolheu não deve ser encarado como camisadeforça mas apenas como um ponto de partida Portanto nada impede que ele mude no vamente de tema e consequentemente de projeto de pesquisa Se o aluno depositou um projeto e este foi aceito já demonstrou que desenvolveu essa habi lidade de forma adequada dispensandose novo depósito É claro que ele terá de elaborar pelo menos conceitualmente e idealmente por escrito um novo projeto e certamente terá de discutilo com o professororientador GALUPPO 2008 p44 80 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 3 Recuo da citação direta longa Fonte Elaborado pelos autores 2016 Os exemplos a seguir mostram como se utilizam as letras maiúsculas e minús culas para a indicação do sobrenome do autor pesquisado Exemplo 1 De acordo com Queiroz 2015 p80 o objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as práticas jurídicas que em momento seguinte serão objeto de tratamento em pes quisas jurídicas Citação direta longa Recuo de 4 cm fonte tamanho 10 parágrafo justificado espaço simples entrelinhas sem uso de aspas duplas 3 cm 4 cm 3 cm 2 cm 2 cm 81 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Exemplo 2 O objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as práticas jurídicas que em momento seguinte serão objeto de tratamento em pesquisas jurídicas QUEIROZ 2015 p80 Como deve aparecer nas referências QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 ATENÇÃO O sobrenome dos autores só é escrito em maiúsculas quando dentro de parênteses Observe exemplos 1 e 2 A Figura 4 mostra como as citações diretas curtas devem ser introduzidas no corpo do texto Figura 4 Citação direta regras gerais de apresentação Citações diretas curtas com até três linhas Devem ser inseridas entre aspas duplas no texto Lopes e Batista 2000 p 32 confirmam os argumentos anteriores ao declararem que a mudança de rumo das atividades realizadas é preocupante Muitos professores pensam que estão fazendo pesquisa quando na verdade estão apenas fazendo um relatório com algumas notas de rodapé MCGREGOR 1999 p 1 Autores Ano página Ano página Autor Fonte ALVES LOPES 2006 82 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 613 Citação de citação A citação de citação consiste na reprodução de informação a cuja obra original não se teve acesso Como fazer No texto colocase o sobrenome do autor do documento que não foi consultado seguido do ano da publicação das expressões citado por apud e o sobrenome do autor do documento efetivamente consultado em letras maiúscu las Salomon 1973 p 219 apud SEVERINO 2007 p 200 considera como monografia aquele trabalho que reduz sua abordagem a um único assunto a um único problema com tratamento especificado A citação de citação deve figurar na lista de referências de duas formas distin tas SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 3ed Belo Horizonte Interlivros 1973 apud SEVERINO Joaquim An tônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 SEVERINO Joaquim Antônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 ATENÇÃO Segundo França e Vasconcellos 2013 p140 nas referências de citação de citação devemse incluir as duas entradas na listagem de referências a uma relacio nando o documento não consultado seguido da expressão apud citado por e os dados do documento efetivamente consultado b outra entrada será feita relacio nando apenas os dados da fonte consultada 614 Citação em língua estrangeira A citação de textos em idioma estrangeiro deve ser feita no corpo do texto obe decendo ao mesmo padrão de citação direta curta ou longa Em nota de rodapé apresenta se a tradução seguida apenas da expressão tradução nossa dentro de parênteses 83 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 615 Citações de um ou mais autores e referência Ao fazer as citações o pesquisador deve ficar atento ao número de autores da obra pesquisada e à forma de se apresentarem as referências ao final do trabalho Obras com um autor Exemplo De acordo com Queiroz 2015 p80 o objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as prá ticas jurídicas que em momento seguinte serão objeto de tratamento em pesquisas jurídi cas Como deve aparecer nas referências QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 Obras com dois ou três autores Quando a citação feita for de autoria de dois ou três autores devemse separar os sobrenomes por ponto e vírgula Exemplo O pesquisador deve assumir o compromisso de apresentar todos os pressupostos e premis sas utilizadas na construção de seu raciocínio para que possa se fazer compreender MEZZAROBA MONTEIRO 2009 p 59 Como deve aparecer nas referências MEZZAROBA Orides MONTEIRO Cláudia Servilha Manual de Metodologia da pes quisa no Direito 5 ed São Paulo Saraiva 2009 Mais de três autores Citase o primeiro autor e acrescentase a expressão latina et al em itálico e outros 84 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Flores et al 2008 p37 concebem a enunciação como um acontecimento irrepetível por que são irrepetíveis as condições de tempo espaço e pessoa de cada enunciação Como deve aparecer nas referências FLORES Waldir do Nascimento et al Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 CUIDADO Caso haja coincidência de sobrenomes de autores devemse indicar as iniciais de seus prenomes Silva J 2015 Silva P 2015 Se a coincidência persistir acrescentamse os prenomes por ex tenso Silva Joaquim 2015 Silva Pedro 2015 Em casos de citação direta de documentos eletrônicos sem indica ção de páginas indicase somente o ano da publicação 616 Citação de informação verbal Os dados obtidos por informação verbal palestras entrevistas debates aulas comunicações e outros devem ser mencionados no texto seguidos da expressão informação verbal entre parênteses Os dados disponíveis sobre a fonte devem ser mencionados apenas em notas de rodapé No texto O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre Informação verbal ¹ No rodapé da página indicase ¹ Informação fornecida por John A Smith no Congresso Internacional de Engenharia Genética em Londres outubro de 2001 617 Citação de entidades e jurisdições como autores Quando se fizer citação de documento de autoria de órgão de administração di reta do governo cuja referência se inicia pelo nome geográfico do país estado ou município devese citar o nome geográfico seguido da data do documento Exemplo Brasil 2006 Minas Gerais 2014 Belo Horizonte 2015 85 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Ao fazer citação de entidades coletivas conhecidas por siglas devese citar o nome da entidade por extenso acompanhado da sigla A partir daí usase apenas o a sigla Exemplos A Ordem dos Advogados do Brasil OAB 2014 afirma que de acordo com a OAB Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE 2012 apon tam que para o IBGE Quando se fizer citação de entidade coletiva cuja denominação não seja consti tuída por sigla citase inicialmente o nome completo Nas demais citações indicase so mente a primeira palavra Exemplo Dados da Vallourec Tubos do Brasil SA 2014 apontam que a indústria produz o equivalente a RECOMENDAÇÕES Supressões interpolações comentários ênfases ou destaques devem ser in dicados do seguinte modo Supressões ou cortes de trechos do texto Interpolações acréscimos comentários inserese a palavra ou expressão desejada Para enfatizar um trecho da citação do autor devese destacálo e usar após a chamada da citação o termo grifo nosso Caso o destaque já faça parte do trecho citado o procedimento é o mesmo acrescentase a expressão grifo do autor Exemplo O objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as práticas jurídicas QUEIROZ 2015 p80 grifo nosso 86 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos MAIS RECOMENDAÇÕES 1 Quando a citação indireta fizer menção a vários trabalhos de um mesmo autor escritos em datas diferentes citase o nome do autor seguido das datas entre parênteses Exemplo Pereira 2010 2013 2015 constata que 2 Para a citação de vários trabalhos de um mesmo autor com a mesma data usamse letras minúsculas acompanhando a data Exemplo Pereira 2014a Pereira 2014b Pereira 2014c 3 Quando se tratar de citação indireta de mais de um documento de vários autores devese indicálos em ordem alfabética seguidos das datas de suas publicações Devem ser separados por ponto e vírgula Exemplo O tema da pesquisa já foi estudado por Campos 2010 Ferreira 2012 Parreira 2013 Silva 2015 4 Quando o sobrenome do autor indicar parentesco utilizamse os dois últi mos sobrenomes sempre em letras maiúsculas Exemplos MOREIRA NETO FERRAZ JÚNIOR LOUREIRO FILHO 62 Notas de referência Notas de referências indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado 63 Notas de rodapé Notas de rodapé consistem em indicações observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor tradutor ou editor 64 Notas explicativas Notas explicativas são as notas usadas para comentários esclarecimentos ou ex planações que não possam ser incluídos no texto 87 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos ATENÇÃO Emediato 2004 sugere algumas ações para a inserção de citação no texto A citação é argumento que vem reforçar ou abonar a argumentação de quem escreve portanto deve ser documentada com precisão Constitui o desenvolvimento da ideia principal ou argumento que discute e com prova a questão em estudo Veja orientação sobre fichamentos na seção 26 deste manual Não deve ser usada para iniciar texto e parágrafo Insira a citação so mente no desenvolvimento de parágrafos conforme orientação da seção 382 deste manual A prática da citação seguida do comentário mostra o efetivo entendi mento dos trechos citados e explicita a interpretação Não comentar ou discutir uma citação pode deixar transparecer dificuldade de fazêlo ou delegação desta responsabilidade para o leitor 88 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 7 APRESENTAÇÃO DAS REFERÊNCIAS NBR 60232018 Referência é o conjunto de elementos que identificam as obras citadas no texto A lista de referências é o primeiro elemento póstextual e apresenta os sobrenomes dos au tores em ordem alfabética O espaçamento entre linhas é simples e aplicase um espaço sim ples para separar as obras entre si A lista de referências deve ser alinhada à esquerda As referências de documentos apresentam informações que permitem identificar as fontes consultadas Ao explicar como se fazem as referências Alves e Lopes 2006 es quematizam as informações essenciais no Quadro 15 Quadro 14 Elementos essenciais das referências PERGUNTA ELEMENTOS DA REFERÊNCIA EXEMPLO QUEM Autor DEMO Pedro O QUÊ Título Pesquisa e construção do conheci mento ONDE Fonte Rio de Janeiro Atlas QUANDO Data 1997 Fonte Adaptado de ALVES LOPES 2006 NOTA Não se indica a primeira edição de uma obra a indicação se dá somente a partir da segunda edição 71 Referências de livros um ou mais autores As referências de livros devem conter os seguintes elementos de acordo com a Figura 5 Figura 5 Referência de livro elementos essenciais SAMPAIO José Adércio Leite Direitos fundamentais retórica e historicidade 2 ed Belo Horizonte Del Rey 2010 436p Autor Título Edição Local editora ano Número de páginas Fonte Elaborado pelos autores 2016 89 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos ATENÇÃO A indicação do número total de páginas da obra 436p no exemplo acima é opcional Quando apenas uma parte da obra é consultada a referência dessa parte é obri gatória Nesse caso indicase o número da página inicial e da página final da parte consultada Exemplo p 7298 Obras com um autor Exemplo SILVA José Afonso da Comentário contextual à constituição 9 ed São Paulo Ma lheiros 2014 Obras com dois ou três autores Exemplo TOLEDO André Paiva RIBEIRO José Cláudio Junqueira THOMÉ Romeu Acidentes com barragens de rejeitos da mineração e o princípio da prevenção de Trento Itália a Mariana Brasil Rio de Janeiro Lumen Juris 2016 Mais de três autores A NBR 6023 ABNT 2018 diz que Quando houver quatro ou mais autores convém in dicar todos Permitese que se indique apenas o primeiro seguido da expressão et al Exemplo FLORES Waldir do Nascimento et al Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 OU FLORES Waldir do Nascimento WEIGER Thais LICHTENBERG Sonia SILVA Sil vana Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 Já as referências de capítulos de livros seguem de acordo com a NBR 6023 ABNT 2018 a sequência indicada na Figura 6 90 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 6 Capítulo de livro elementos essenciais COSTA Beatriz Souza Direitos fundamentais In COSTA Beatriz Souza Meio ambiente como direito à vida Brasil Portugal e Espanha 3 ed Rio de Janeiro Lumen Juris 2016 cap 1 p 537 Autor do capítulo Título do livro Local editora ano Páginas Capítulo Autor do livro Título do capítulo Edição Título do livro cont Fonte Elaborado pelos autores 2016 Exemplo MACHADO Paulo Affonso Leme Introdução In COSTA Beatriz Souza Org PanAmazônia o ordenamento jurídico na perspectiva das questões socioambientais e da proteção ambiental Belo Horizonte Dom Helder 2016 cap 1 p 1720 Livro coordenado ou organizado por Exemplo SAMPAIO José Adércio Leite Coord Jurisdição constitucional e direitos funda mentais Belo Horizonte Del Rey 2003 Se o livro for organizado pelo autor usase Org Livro no prelo Exemplo RIOS Mariza REIS Émilien Vilas Boas CARVALHO Newton Teixeira Org Es tado de exceção ambiental Belo Horizonte Del Rey 2016 no prelo ATENÇÃO Em caso de edição revista ampliada e atualizada devese indicar da seguinte forma 2 ed rev ampl atual 91 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 72 Referência de artigos científicos Figura 7 Referência de artigo científico elementos essenciais MACHADO Paulo Affonso Leme Inovações na legislação ambiental brasileira a proteção das florestas Veredas do Direito Belo Horizonte v 10 n 29 p 1121 janjun 2013 Autor do artigo Título do artigo Local volume número Páginas Mês Ano Título do periódico Título do artigo Fonte Elaborado pelos autores 2016 Artigo de revista científica impressa Exemplo RIOS Mariza Território quilombola uma propriedade especial Veredas do Direito Belo Horizonte v 3 n 5 p 6584 janjun 2006 Artigo de revista científica eletrônica Exemplo REIS Émilien Vilas Boas NAVES Bruno Torquato de Oliveira Epigenetics and Envi ronmental Bioethics Veredas do Direito Belo Horizonte v13 n26 p6180 maioago 2016 Disponível em httpwwwdomhelderedubrrevistaindexphpveredasarti cleview863 Acesso em 07 nov 2016 73 Referências de documentos cujo autor é uma entidade Quando a autoria é de uma entidade a entrada é pelo seu próprio nome por ex tenso e todo em letras maiúsculas Exemplo ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA Cadernos de integração da graduação e pósgraduação produção acadêmica selecionada e resumida 20132016 Belo Horizonte Dom Helder 2016 92 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 74 Referência de artigo de jornal e revista Figura 8 Referência de artigo de jornal elementos essenciais MELLO Patrícia Campos Embaixada nos EUA produz cartilha sobre impeachment Folha de São Paulo São Paulo 7 nov 2016 Caderno poder p A6 Autor do artigo Local data Página Caderno Título do artigo Título do jornal Fonte Elaborado pelos autores 2016 Artigo de jornal com autoria Exemplo BIAL Pedro Independência do magistrado O Estado de São Paulo São Paulo 12 set 2009 Caderno 3 p 4 Artigo de jornal sem autoria Se o artigo não for assinado a entrada é pelo título e a primeira palavra será grafada em letras maiúsculas Exemplo BELO HORIZONTE vai sediar a Copa Mundial de 2014 Gazeta do Povo Curi tiba 2 abr 2009 p 3 Revista Exemplo SAYURI Juliana FLORESTI Felipe Erros da justiça Superinteressante São Paulo ed 366 out 2016 p 2837 93 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 75 Referência de monografiadissertaçãotese Figura 9 Referência de monografia elementos essenciais NAVES Bruno Torquato de Oliveira Do sufrágio 2000 71 f Monografia Graduação Faculdade de Direito Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Belo Horizonte 2000 Ano e número de folhas Título do trabalho Autor Local ano de entrega Nome da faculdade e da universidade Categoria Fonte Elaborado pelos autores 2016 ROCHA Anacélia Santos Uma escola brasileira em um acampamento no Ira que o exercício da docência em espaços socioculturais diferenciados 2006 262f Dissertação Mestrado Programa de PósGraduação em Educação Pontifícia Uni versidade Católica de Minas Gerais Belo Horizonte 2006 76 Referências de documentos jurídicos Constituições Exemplos BRASIL Constituição 1988 Constituição da República Federativa do Brasil Brasília Senado Federal Centro Gráfico 1988 MINAS GERAIS Constituição 1989 Constituição do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte Assembleia Legislativa 1990 Decretos leis portarias e resoluções Exemplo BRASIL Lei n 11079 de 30 de dezembro de 2004 Institui normas gerais para lici tação e contratação de parceria públicoprivada no âmbito da administração pública Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03ato2004 20062004LeiL11079compiladohtm Acesso em 28 out 2016 94 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos SAMPAIO José Adécio Leite org Justiça ambiental mdanças climáticas e judiciário Belo Horizonte Dom Helder 20116 Ebook Decisões judiciais acórdãosentençadecisão monocráticaoutros Exemplo BRASIL Supremo Tribunal Federal Ação Direta de Inconstitucionalidade 4277DF Relator Ayres Britto Diário de Justiça Eletrônico 14 de outubro de 2011 Disponí vel em httpredirstfjusbrpaginadorpubpaginadorjspdocTPACdocID628635 Acesso em 28 out 2016 MINAS GERAIS Tribunal de Justiça Agravo de Instrumento 0599623 8420168130000 Decisão Monocrática Relator Wilson Benevides Belo Horizonte 27 de outubro de 2016 Disponível em httpwww4tjmgjusbrjuridicosfprocresul tado2jsplistaProcessos10713130089863001 Acesso em 28 out 2016 Jurisprudência Exemplo BRASIL Tribunal Regional Federal 1ª Região Processo AMS 0032442 1020124013500GO Relator Néviton Guedes Goiânia 14 de outubro de 2016 Disponível em httpwwwtrf1jusbrProcessosProcessos TRFctrf1procctrf1procphpUFproc324421020124013500 Acesso em 28 out 2016 Códigos Exemplos BRASIL Código de Processo Civil 2015 Lei n 13105 de 16 de março de 2015 Código de Processo Civil Disponível em httpwwwplanaltogovbrcci vil03ato201520182015leil13105htm Acesso em 28 out 2016 BRASIL Código de processo penal 1941 Código de processo penal In VADE MECUM 11 ed rev ampl e atual São Paulo Revista dos Tribunais 2015 p 607669 VADE MECUM 19 ed atual e ampl São Paulo Saraiva 2015 77 Referência de documentos eletrônicos Ebooks Exemplo 95 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 10 Exemplos de referências online ARTIGOS DE PERIÓDICOS ONLINE CUSTÓDIO Maraluce Maria OLIVEIRA Marcio Luís de Ecoefficiency in bidding processes to purchase everyday supplies for the Brazilian Federal Administration Vere das do Direito Belo Horizonte v 12 n 24 p 3361 jan 2016 DOI httpdxdoiorg1018623rvdv12i24647 Disponível em httpwwwdomhel deredubrrevistaindexphpveredasarticleviewFile647454 Acesso em 25 nov 2016 ARTIGOS DE JORNAIS ONLINE CIENTISTAS descobrem mecanismo que acelera derretimento de geleiras Estado de Minas Belo Horizonte 23 nov 2016 Disponível em httpwwwemcombrappnoti cianacional20161123internanacional826300cientistasdescobremmecanismoque aceleraderretimentodegeleirasshtml Acesso em 25 nov 2016 HOMEPAGE ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA Grade curricular Apresenta a grade curricular da Graduação em Direito Disponível em httpdomhelderedubrpa ginaphppagId72pag Acesso em 25 nov 2016 Fonte Elaborado pelos autores 2016 BRASIL Supremo Tribunal Federal Súmula 701 Diário de Justiça Brasília 09 out 2003 Disponível em httpwwwstfjusbrportaljurisprudencialistarJurisprudenciaasps1701NUME20N AO20SFLSVbasebaseSumulas Acesso em 02 dez 2016 BRASIL Lei Complementar n 166 de 31 de julho de 2003 Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza de competência dos Municípios e do Distrito Federal e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília 1º ago 2003 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisLCPLcp116htm Acesso em 02 dez 2016 CAMARGO Andrea Marques VARELA Rafael Novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa Vade Mecum Acadêmico de Direito 16 ed São Paulo Rideel 2013 1 CD ROM 96 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Filmes Exemplo 12 HOMENS e uma sentença Estados Unidos OrionNova Productions 1957 1 DVD 96 min son pb ATENÇÃO Caso o filme seja colorido substituir o pb por color Entrevista Exemplo ROCHA Carmen Lúcia Antunes Entrevista São Paulo 17 out 2016 Entrevista concedida ao programa Roda Viva Disponível em httpsyoutubeOuBqmkSq34 Acesso em 05 dez 2016 78 Congressos e outros eventos Figura 11 Referência de trabalho apresentado em evento elementos essenciais GOMES Magno Federici Acesso à jurisdição e averbação prémonitória da execução In CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI 19 2010 Florianópolis Anais Florianópolis Fundação Boiteux 2010 p 248261 v1 Local responsável pela publicação ano Páginas Nome da publicação Título do artigo Autor do artigo Nome do evento edição ano local Fonte Elaborado pelos autores 2016 79 Referências da Bíblia BÍBLIA SAGRADA AT Gênesis 34 ed São Paulo Editora Paulinas 1993 cap 20 p 69 97 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 8 ESTRUTURA DE TRABALHOS ACADÊMICOS NBR 147242011 O trabalho acadêmico tem estrutura própria que de forma metodológica com preende o prétexto o texto e o póstexto Ou seja antes do texto o texto propriamente dito e ao final o póstexto A Figura 12 apresenta a estrutura do trabalho acadêmico Figura 12 Estrutura do trabalho acadêmico ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA GRADUAÇÃO E PÓSGRADUAÇÃO Nome do pesquisador TÍTULO DA PESQUISA SUBTÍTULO DA PESQUISA Cidade Ano CAPA FOLHA DE ROSTO FOLHA DE APROVAÇÃO VERSO DA FOLHA DE APROVAÇÃO DEDICATÓRIA opcional EPÍGRAFE opcional RESUMOS SUMÁRIO INTRODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE ANEXOS ELEMENTOS PRÉTEXTUAIS ELEMENTOS TEXTUAIS ELEMENTOS PÓSTEXTUAIS PARTE EXTERNA Fonte Elaborado pelos autores 2016 98 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 81 Elementos prétextuais De acordo com a ABNT os elementos prétextuais são a parte que antecede o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho ABNT 2011 p 2 Segundo Gustin e Dias 2006 p 47 as partes que compõem o prétexto são utilizadas para indicar e identificar sumariamente as partes do projeto e são elementos complementares ao corpo do texto para facilitar a compreensão dos temas e propostas a serem apresentados Ainda conforme as normas da ABNT As folhas ou páginas prétextuais devem ser contadas mas não numeradas ABNT 2011 p 7 De acordo com a NBR 147242011 a capa compõe a parte externa do trabalho portanto não é contada nem numerada O Quadro 16 apresenta a estrutura da monografia os elementos obrigatórios e os opcionais Quadro 15 Elementos dos trabalhos acadêmicos ELEMENTOS PRÉTEXTUAIS ELEMENTOS TEXTUAIS TODOS OS ITENS SÃO OBRIGATÓRIOS ELEMENTOS PÓS TEXTUAIS Folha de rosto OB Folha de aprovação OB Errata OP Dedicatória OP Agradecimentos OP Epígrafe OP Resumo em Língua Vernácula OB Resumo em Língua Estrangeira OB para mestrado Lista de ilustrações OP Lista de tabelas OP Lista de abreviaturas e siglas OP Lista de símbolos OP Sumário OB Introdução Revisão bibliográfica refe rencial teórico Desenvolvimento do objeto de estudo análise resulta dos e discussão Considerações finais Referências OB Anexos OP Apêndices OP Glossário OP Índice OP OB obrigatório OP opcional Elaborado pelos autores Fonte GUSTIN DIAS 2006 p 47 811 Capa Elemento obrigatório do trabalho Contém a denominação da instituição em que o trabalho será apresentado no alto da página em CAIXA ALTA negrito tamanho 12 centralizado nome doa autora título e subtítulo colocados no centro da página em ne grito tamanho 12 e embaixo da página colocase o local cidade e o ano de depósito ou 99 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos de apresentação do trabalho ambos os elementos centralizados e apenas com iniciais em maiúsculas no tamanho 12 A Figura 13 apresenta um modelo de capa Figura 13 Modelo de capa 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA GRADUAÇÃO E PÓSGRADUAÇÃO Nome do pesquisador TÍTULO DA PESQUISA SUBTÍTULO DA PESQUISA Cidade Ano CAIXA ALTA negrito centralizado fonte tamanho 12 CAIXA ALTA negrito centralizado fonte tamanho 12 Negrito centralizado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Fonte Elaborado pelos autores 2016 812 Folha de Rosto A NBR 15287 ABNT 2011 p3 indica que folha de rosto é a folha que con tém os elementos essenciais à identificação do trabalho Ela contém os mesmos elementos da capa exceto o nome da instituição Um modelo de folha de rosto é apresentado na Figura 14 Substituise o nome da instituição no alto da folha pelo nome do a autora do trabalho com apenas as iniciais em maiúsculas com fonte de tamanho 12 O título e subtítulo se houver serão centralizados em tamanho 12 100 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos À direita da página com alinhamento justificado e recuo de 75 cm contados a partir da margem de 3 cm escrevese a natureza do trabalho projeto de pesquisa monogra fia trabalho de conclusão dissertação ou tese sua finalidade obtenção de curso nome da instituição nome do professor ou orientador Todas essas informações devem ser apre sentadas em fonte de tamanho 12 e em espaço simples Figura 14 Modelo de folha de rosto 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm Nome do pesquisador Título da pesquisa subtítulo Natureza do trabalho projeto de pesquisa monografia trabalho de conclusão Cidade Ano 75 cm Justificado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Negrito centralizado fonte tamanho 12 Fonte Elaborado pelos autores 2016 813 Verso da folha de rosto O verso da folha de rosto deve conter a ficha catalográfica Essa ficha apresenta os elementos identificadores da publicação que são nome do autor título edição local de publicação editora data número de páginas assunto e notas complementares Ela deve ser 101 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos elaborada por profissional bibliotecário A Figura 15 indica a posição da ficha catalográ fica na página Figura 15 Posição da ficha catalográfica Ficha catalográfica Fonte tamanho 10 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm Fonte Elaborado pelos autores 2016 814 Folha de aprovação Utilizada para teses e dissertações a folha de aprovação deve conter a natureza do trabalho e nome dos professores membros da banca assim como o nome das instituições a que pertencem No caso de trabalho de conclusão há um professor membro da banca e na dissertação são dois professores além do orientador Para os alunos de graduação que não são avaliados por banca apresentase somente o nome do orientador Na Figura 16 consta um modelo de folha de aprovação 102 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 16 Modelo de folha de aprovação 2 cm 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA Nome do pesquisador Título da pesquisa subtítulo Cidade Ano Natureza do trabalho projeto de pesquisa monografia trabalho de conclusão 75 cm Orientador Professor Membro da Banca Professor Membro da Banca Aprovado em Nota CAIXA ALTA centralizado fonte tamanho 12 Negrito centralizado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Justificado fonte tamanho 12 Fonte Elaborado pelos autores 2016 815 Dedicatória É a homenagem prestada a determinada pessoa ou grupo de pessoas Pode ser homenagem póstuma A Figura 17 indica a posição do texto da Dedicatória na página Exemplo A meus pais pelo incentivo e carinho 103 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 17 Posição do texto da Dedicatória Dedicatória 3 cm 4 cm 3 cm 2 cm 2 cm Justificado fonte tamanho 12 espaço simples entrelinhas Fonte Elaborado pelos autores 2016 816 Agradecimentos A seção de agradecimentos é dirigida a pessoas que contribuíram para a elabo ração do trabalho Usase o verbo na primeira pessoa do singular fonte tamanho 12 espaço entre linhas de 15 cm A Figura 18 apresenta um modelo da página com a seção de Agra decimentos 104 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 18 Modelo da página com Agradecimentos Agradeço a 3 cm 4 cm 3 cm 2 cm AGRADECIMENTOS CAIXA ALTA centralizado fonte tamanho 12 Justificado fonte tamanho 12 espaço simples entrelinhas dois espaços simples entre parágrafos Fonte Elaborado pelos autores 2016 817 Epígrafe Tratase de uma citação relacionada ao tema desenvolvido É alinhada à direita no espaço inferior da página tamanho 12 com indicação do autor obra ano e página Essa obra consultada deve ser listada nas referências 818 Resumo na língua vernácula graduação e mestrado O Resumo segundo a ABNT NBR 6028 2003 consiste na descrição da estru tura do trabalho científico deve conter natureza do trabalho tema objetivo geral metodo logia resultados e conclusão É redigido em parágrafo único em espaço simples contendo de 150 a 500 palavras para monografia dissertação e tese de 100 a 250 palavras para artigos de periódicos 105 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos O resumo deve ser escrito em apenas um parágrafo sem recuo em espaço simples e seguido de no mínimo três e no máximo seis palavraschave separadas entre si por ponto final As palavraschave devem figurar logo abaixo do resumo antecedidas da expressão palavrachave conforme exemplo de artigo publicado por Costa e Rocha 2014 RESUMO Este artigo tem por objetivo analisar o desenvolvimento da educação formal brasileira assim como a educação ambiental tendo por base o histórico político constitucional do país Ana lisase a história do Brasil Colônia ao Brasil República e verificase o relacionamento das formas de governo o regime democrático e os impactos delas no processo educacional Construída esta base verificase que a educação ambiental teve seu nascedouro por meio de políticas públicas e ainda obtém um desenvolvimento atrelado a elas Conforme se descreve o ensino brasileiro teve sua origem numa educação elitista excludente e quando houve sua ampliação o objetivo foi capacitar mãodeobra para o projeto de desenvolvimento do país Esse fato prejudica sua emancipação O estudo foi desenvolvido com metodologia jurídico teórica e raciocínio dedutivo com técnicas de pesquisa bibliográfica e documental Con cluiuse que o Brasil ainda não possui uma democracia plena e por consequência o processo educacional tem um longo caminha a percorrer para alcançar a educação formal emancipa tória e transformadora Palavraschave Educação Formal Educação Ambiental Emancipação Democracia NOTA Na seção 15 há outo exemplo de resumo 8181 Resumo em língua estrangeira mestrado e doutorado Para o mestrado e doutorado o resumo também deverá ser redigido em uma língua estrangeira Abstract inglês Resumen espanhol ou Résumé francês Será a tra dução literal daquele Resumo que se escreveu na língua vernácula 819 Sumário O sumário é o retrato do conteúdo do trabalho é a seção em que o leitor poderá reconhecer os aspectos do tema que o pesquisador trabalhou Para Gustin e Dias 2006 p 106 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 51 sumário é a listagem das principais divisões seções e outras partes de um docu mento refletindo a organização da matéria no texto acompanhada dos respectivos números de páginas em que serão localizados no texto do documento Segundo a NBR 14724 ABNT 2011 p 4 é a enumeração das divisões seções e outras partes do trabalho na mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede O sumário é a lista dos títulos e seções dos capítulos e suas respectivas páginas com numeração progressiva Utilizamse somente algarismos arábicos Os elementos que antecedem o sumário ou seja dedicatória agradecimentos resumo epígrafe não são listados Todos os capítulos da introdução desenvolvimento e con clusão terão numeração progressiva conforme já foi visto Os elementos póstextuais como referências apêndice anexo não são numerados Devem ser centralizados 82 Elemento textual NBR 15287 2011 O elemento textual consiste na parte do trabalho em que se expõe o conteúdo da pesquisa É constituído pela introdução revisão bibliográfica e referencial teórico análise e discussão de resultados e considerações finais 821 Introdução A introdução apresenta os elementos já mencionados no projeto de pesquisa que devem ser expostos de forma breve o objeto de estudo apresentação do tema e pro blema a hipótese objetivos a serem atingidos a justificativa e a metodologia para a realização da pesquisa Na introdução de um trabalho mais extenso como a dissertação e a tese não há problema em se fazerem citações de autores na seção da introdução desde que sejam cita ções relacionadas à contextualização do tema ou que seja apresentado algum conceito mais básico relevante para o entendimento do problema ou tema Nos últimos parágrafos da introdução fazse uma breve descrição dos capítulos do trabalho de conclusão da dissertação ou da tese Esta seção não deve ser subdividida em subseções 107 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 822 Revisão da literatura Referencial teórico A seção de revisão de literatura e referencial teórico conforme já descrita no tópico 416 deste manual constituise no embasamento que dá sustentação ao objeto do estudo Este elemento textual pode ser dividido em seções de acordo com a necessidade identificada pelo autor de modo a apresentar os aspectos teóricos claros e consistentes O referencial teórico é resultante das pesquisas bibliográficas realizadas tem como foco a aná lise de autores que abordam o tema e o problema em questão Deve ser organizado de forma a permitir que o leitor do trabalho científico identifique as ideias nas quais o autor do trabalho apoiou sua reflexão e sua argumentação Este elemento textual deverá responder às seguintes questões quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto quais aspectos já foram abordados e quais as lacunas existentes na literatura É no referencial teórico que se concentra a maioria das citações di retas e indiretas No entanto as citações devem sempre ser comentadas estabelecendo relações entre essas e as ideias do autor da monografia O autor pode também apresentar ideias de outros autores com opiniões distintas mostrando qual ponto de vista será adotado ou qual é mais adequado para solucionar o problema Portanto as citações não podem vir soltas no texto mas integradas ao parágrafo conforme orientações da seção 382 823 Análise e discussão de resultados Esta seção pode ser feita em um ou mais capítulos É o cerne do trabalho de pesquisa com a elaboração de uma análise que busca responder ao problema proposto De vemse seguir os passos indicados na metodologia de forma a confirmar ou a refutar a hipótese Os dados coletados devem ser interpretados à luz do referencial teórico 8231 Apresentação dos dados ilustrações gráficos quadros tabelas e figuras Os dados podem também ser apresentados em forma de figuras fotografias ma pas organogramas esquema fluxograma planta imagem gráficos quadros e tabelas De acordo com a NBR 10719 ABNT 2011 p10 as ilustrações constituem parte integrante do desenvolvimento e desempenham papel significativo na expressão de ideias científicas e técnicas Todas as ilustrações ou quadros essenciais à compreensão do texto devem ser 108 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos incluídos nesta parte do trabalho Além disso a NBR 10719 ABNT 2011 dispõe que as ilustrações devem estar localizadas o mais próximo possível da parte do texto em que é citada devem ter numeração arábica sequencial ao longo da parte textual independen temente para as tabelas e para as figuras não devem ser incluídas caso não sejam citadas no texto O Quadro 17 apresenta o formato de apresentação das tabelas e quadros Quadro 16 Apresentação de tabelas e quadros TABELAS QUADROS Dados numéricos Dados textuais Título indicativo deve aparecer na parte superior Numerar sequencialmente em algarismos arábicos Fonte obrigatória na parte inferior Dois traços duplos horizontais delimitam o início e o fim Traço simples vertical separam as colunas do cabeçalho Traço simples horizontal separa o cabeçalho do corpo Linhas não fecham as tabelas e quadros lateralmente Tabela 1 ou TABELA 1 Quadro 1 ou QUADRO 1 Espaço simples e fonte menor Fonte Elaborado pelos autores 2016 OBSERVAÇÕES 1 Quando as ilustrações eou informações forem retiradas de outras fontes devese indicar na parte inferior a fonte pesquisada com o sobrenome do autor ano e página em fonte tamanho 10 Exemplo Fonte GIL 2009 p 4142 2 Quando as ilustrações forem elaboradas a partir dos dados coletados na pesquisa devese informar Fonte Dados da pesquisa 2016 3 Toda ilustração deve ser precedida de identificação gráfico figura quadro tabela seguida de número e título sem negrito Figura 1 Delineamento da pesquisa 109 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 824 Considerações finais É a parte em que se retomam os objetivos geral e específicos de forma a respon der ao problema proposto Além disso podemse apresentar perspectivas para novas pesqui sas De acordo com a NBR 10719 ABNT 2011 p5 Nesta seção devem figurar clara e ordenadamente as deduções obtidas dos resultados do trabalho ou levantadas ao longo da discussão do assunto Esta norma estabelece ainda que Dados quantitativos não devem aparecer na conclusão nem tampouco resultados comprometidos e passíveis de discussão Além disso também não se recomenda nesta parte do trabalho a inserção de citações Este é o momento em que o pesquisador apresenta suas deduções síntese possíveis recomenda ções ou propostas para pesquisas futuras 83 Elementos póstextuais Os elementos póstextuais são de suma importância no trabalho acadêmico Eles informam as fontes consultadas referências e além disso podem ser objeto de consulta para o leitor para novas pesquisas 831 Referências Devem ser referenciadas todas as obras citadas no corpo do texto As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética com espaçamento simples entre linhas alinha das à esquerda e devem ser separadas entre si por um espaço simples 832 Anexo e Apêndice O Anexo é um tipo de documento elaborado por terceiros e o Apêndice é de autoria do próprio pesquisador Ambos devem ser identificados por letras maiúsculas ANEXO A ANEXO B O título ANEXOS deve figurar centralizado em página em branco No Sumário o Anexo e o Apêndice aparecem após as referências e não são nume rados 110 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 84 Apresentação gráfica ABNT NBR 147242011 Papel os trabalhos deverão ser impressos em papel branco ou reciclado tamanho A4 210 cm x 297 cm densidade 75gm2 devidamente encadernados e na po sição vertical Margem Configuração de página margens superior e esquerda 30 cm infe rior e direita 20 cm A Figura 19 exemplifica essa configuração das margens na página Figura 19 Configuração da página 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm Fonte Elaborado pelos autores 2016 Fonte o tipo de letra fonte utilizado em todo o trabalho deve ser Times New Roman tamanho 12 para os títulos parágrafos capa e folha de rosto Nas cita ções recuadas aquelas com mais de 3 linhas nas notas de rodapé legenda de figuras quadros e tabelas devese aplicar o tamanho 10 Parágrafo recuo de 2 cm e alinhamento justificado Recuo das citações 40 cm e alinhamento justificado conforme ilustrado no item 6122 Citação direta longa 111 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Espaçamento entre linhas 15 cm para o texto simples 10 para citações lon gas recuadas notas de rodapé referências legendas de figuras quadros e tabe las Palavras ou expressões em destaque para destacar alguma palavra ou expres são devese utilizar o sublinhado ou o negrito reservandose o itálico para as expressões em língua estrangeira e para as seções ternárias Títulos sem numeração Agradecimentos Resumo Abstract Sumário Ane xos Referências etc devem ser centralizados grafados com letra maiúsculas e sem ponto final Títulos das seções ao inserir um novo título numerado devese dar um espaço de 15 cm antes e 15 cm depois texto ajustado à margem esquerda justificado sem ponto depois do último algarismo Utilizar numeração progressiva e desta car os títulos da seguinte forma 1 SEÇÃO PRIMÁRIA CAIXA ALTA NEGRITO TAMANHO 12 11 Seção secundária caixa baixa negrito tamanho 12 111 Seção terciária caixa baixa itálico tamanho 12 1111 Seção quaternária caixa baixa sublinhado tamanho 12 11111 Seção quinária caixa baixa sem negrito tamanho 12 85 Formatação em Microsoft Office Word 851 Margens Para configurar as margens Figura 20 1 Clicar em exibição 2 Selecionar régua 3 Clicar duas vezes na parte cinza da régua 4 Ajustar as medidas superior e esquerda 3 cm inferior e direita 2 cm 112 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Fonte Elaborado pelos autores 2016 852 Parágrafos Para configurar os parágrafos Figura 21 1 Clicar acima da régua dentro do campo de parágrafo na seta no canto inferior direito desse campo 2 Ajustar alinhamento do texto para justificado 3 Recuo do parágrafo clicar em especial selecionar 1ª linha e eleger recuo de 20 cm 4 Espaçamento antes e depois sempre 0 pt 5 Espaçamento entre linhas de 15 cm Figura 20 Configuração das margens no Microsoft Office Word 113 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 21 Configuração do parágrafo Fonte Elaborado pelos autores 2016 853 Numeração de páginas Para ajustar a numeração de páginas Figura 22 1 Clicar em inserir e em seguida número de página e início da página 2 Selecionar a terceira formatação número no alto da página no canto direito 3 Em seguida clicar em formatar número de página como não se conta capa ini cie com o número dois ou mais dependendo da quantidade de páginas que apa recerem antes da introdução e depois da capa 114 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 22 Configuração da numeração das páginas Fonte Elaborado pelos autores 2016 ATENÇÃO Todas as folhas devem ser contadas sequencialmente a partir da folha de rosto porém a numeração das páginas deve figurar somente a partir da primeira folha da parte textual ou seja na introdução em algarismos arábicos no canto superior direito da folha a 20 cm da borda superior 854 Notas de rodapé 1 Clicar em referências 2 Inserir notas de rodapé 3 Obs as notas de rodapé devem ser usadas para explicações curtas ou para se transcrever citação em língua estrangeira ou versão de trechos traduzidos 115 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 855 Encadernação Os trabalhos devem ser encadernados obedecendo a especificações Graduação capa dura na cor preta e com letras douradas Mestrado capa dura na cor vermelha e com letras douradas Doutorado capa dura na cor azul e com letras douradas Depois de tantas normas tantas exigências tantas cobranças trabalho pronto Envolto em capa dura grafado em letras douradas Ele traduz o amplo esforço do trabalho árduo muitas vezes desgastante O olhar de júbilo e contentamento sobre ele é natural e merecido A sensação é de leveza e bemestar Missão cumprida Por enquanto sim Mas outros virão Também os organizadores deste manual têm essa mesma sensação mas ao final de todo o processo surge mais um desafio já enunciado por Santos 2000 em suas reflexões sobre a ciência pósmoderna Compreender assim a ciência não é fundála dogmaticamente em qualquer dos princípios absolutos ou a priori que a filosofia da ciência nos tem vindo a fornecer Ao contrário tratase de compreendêla enquanto prática social de conheci mento uma tarefa que se vai cumprindo em diálogo com o mundo e que é afinal fundada nas vicissitudes nas opressões e nas lutas que o compõem e a nós incomodados ou revoltados SANTOS 2000 p 1112 grifo nosso Fica por fim a responsabilidade de todos fazer com que o diálogo com a reali dade social se instaure na prática do pesquisador e que o Direito se fortaleça cada vez mais como ciência social aplicada Como referenciar este manual ROCHA Anacélia Santos et al O dom da produção acadêmica manual de normaliza ção e metodologia da pesquisa Belo Horizonte Escola Superior Dom Helder Câmara 2016 Disponível em link Acesso em data de acesso 116 REFERÊNCIAS ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 Resenha de MIRANDA Daniela da Silveira Linha dágua São Paulo n 20 2007 Disponível em httpwwwrevistasuspbrlinhadaguaarti cleviewFile3730840028 Acesso em 19 ago 2015 ABREU Antônio Suarez Argumentar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 apud WEG Rosana Morais Fichamento São Paulo Paulistana 2006 ALVES Maria Bernadete Martins ARRUDA Susana Margareth Como fazer referên cias bibliográficas eletrônicas e demais formas de documento Florianópolis Universi dade Federal de Santa Catarina Biblioteca Universitária 2001 Disponível em httpufscbrframereferhtml Acesso em 23 abr 2016 ALVES Maria Bernadete Martins LOPES Marili I Lopes Procedimentos para apre sentação e normalização de trabalhos acadêmicos referências Florianópolis UFSC 2006 Disponível em wwwbuufscbrdesignModulo1Referenciasppt Acesso em 9 out 2016 ANTUNES Irandé Assumindo a dimensão interacional da linguagem In ANTUNES Irandé Aula de português encontro e interação São Paulo Parábola 2003 cap 2 p 54 60 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 14724 informa ção e documentação trabalhos acadêmicos apresentação Rio de Janeiro ABNT 2011 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6023 informa ção e documentação referências elaboração Rio de Janeiro ABNT 2018 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6028 Informa ção e documentação Resumo Apresentação Rio de Janeiro ABNT 2003 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 10520 Informa ção e documentação citações em documentos Apresentação Rio de Janeiro ABNT 2002 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 10719 Apresen tação de relatórios técnicoscientíficos Rio de Janeiro ABNT 2011 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 15287 Informa ção e documentação projeto de pesquisa apresentação Rio de Janeiro ABNT 2011 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6022 Informa ção e documentação artigo em publicação periódica científica impressa Apresentação Rio de Janeiro ABNT 2018 117 AZEVEDO Israel Belo de O prazer da produção científica descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos científicos São Paulo Hagnos 2001 BARDIN Laurence 1979 Análise de conteúdo Lisboa Edições 70 1979 BARRAL Welber Oliveira Metodologia da pesquisa jurídica 3 ed rev atual e ampl Belo Horizonte Del Rey 2007 BARRAL Welber Oliveira Metodologia da pesquisa jurídica 2 ed Florianópolis Fundação Boitex 2003 BECKER Howard Saul Writing for social scientists how to start and finish your thesis book or article 2 ed Chicago The University of Chicago Press 2007 apud QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação for matação São Paulo Método 2015 p134 BEDÊ Fayga Silveira SOUSA Robson Sabino de Por que a área do direito não tem cul tura de pesquisa de campo no Brasil Rev Bras Polít Públicas Brasília v 8 nº 1 2018 p781796 BOOTH Wayne C COLOMB Gregory G WILLIAMS Joseph M A arte da pesquisa São Paulo Martins Fontes 2005 p 22 apud QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monogra fia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 p 145 BRASIL Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Superior Resolução CNECES 10 de 16 de dezembro de 2004 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis bacharelado e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília 28 de dezembro de 2004 Seção 1 p 15 CÂMARA Dom Helder Mil razões para viver 6 ed Rio de Janeiro Civilização Brasi leira SA 1983 101p CARVALHO Salo de Como não se faz um trabalho de conclusão provocações úteis para orientadores e estudantes de Direito 2 ed São Paulo Saraiva 2013 187p CHARAUDEAU Patrick Linguagem e discurso modos de organização São Paulo Contexto 2008 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais 2ed São Pualo Cor tez 1995 COSTA Beatriz Souza ROCHA Anacélia Santos Da educação formal à educação ambi ental o desafio da consolidação da democracia frente ao histórico de desconstrução do ensino na história do Brasil In OLEGÁRIO Maria da Luz RAMALHO Antônio Germano TASSIGNY Mônica Mota Org Direito educação ensino e metodologia II Paraíba CONPEDI 2014 v 2 p 383413 COSTA Marco Antônio F da COSTA Maria de Fátima Barrozo da Projeto de Pes quisa entenda e faça Rio de Janeiro Vozes 2011 118 COTA Maria Aparecida Leite Mendes Os dez mandamentos da boa leitura Belo Hori zonte 2010 Não publicado CUSTÓDIO Maraluce Maria Conceito Jurídico de Paisagem Contribuições ao seu es tudo no direito brasileiro Tese Doutorado em Geografia 370f Belo Horizonte Instituto de Geociências Universidade Federal de Minas Gerais 2012 DEMO Pedro Definindo conhecimento científico In DEMO Pedro Metodologia do co nhecimento científico São Paulo Atlas 2000 cap1 p1344 DEMO Pedro Pesquisa e construção do conhecimento metodologia científica no cami nho de Habermas 6 ed Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 2004 125p DEMO Pedro Saber Pensar In DEMO Pedro Metodologia para quem quer aprender São Paulo Atlas 2008 cap2 p 51106 DERANI Cristiane VIEIRA Lígia Ribeiro Os direitos humanos e a emergência das ca tástrofes ambientais uma relação necessária Veredas do Direito Belo Horizonte v 11 n 22 p 143174 juldez 2014 EMEDIATO Wander A fórmula do texto redação argumentação e leitura técnicas iné ditas de redação para alunos de graduação e ensino médio São Paulo Geração Editorial 2004 ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA ESDHC Regimento interno Belo Horizonte ESDCH 2010 Disponível em httpwwwdomhelderedubrpaginaphppa gId212 Acesso em 15 nov 2011 FLORES Waldir do Nascimento et al Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 FRANÇA Júnia Lessa VASCONCELLOS Ana Cristina de Manual para normalização de publicações técnicocientíficas 9 ed Belo Horizonte UFMG 2013 GALUPPO Marcelo Campos Da idéia à defesa monografias e teses jurídicas 2 ed Belo Horizonte Mandamentos 2008 GIL Antônio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed São Paulo Atlas 2009 175p GIRALDI Janaina de Moura Engracia CARVALHO Dirceu Tornavoi de A Imagem do Brasil no Exterior e sua Influência nas Intenções de Compra RAC Eletrônica Curitiba v 3 n 1 p 2240 janabr 2009 Disponível em httpanpadorgbrperiodicoscontentre sumosphprevistaid3artigoid832 Acesso em 12 fev 2009 GODINHO Hugo Domith CAMBAÚVA Gustavo Froelich MAK Alessandra Perez A Ética aplicada para o sucesso nos negócios 2006 Disponível em httpsistemase meadcombr9semeadresultadosemeadtrabalhosPDF436pdf Acesso em 18 ago 2009 GOMES Isaltina O discurso do outro na divulgação científica 2003 Disponível em httpwwwunicapbrgtpsmidartigosisaltinapdf Acesso em 18 set 2015 119 GUSTIN Miracy Barbosa Sousa DIAS Maria Tereza Fonseca Repensando a pesquisa jurídica 2ed rev ampl e atual Belo Horizonte Del Rey 2006 KÖCHE Vanilda Salton BOFF Odete Maria Benetti MARINELLO Adiane Fogali Prá tica textual 6 ed Petrópolis Vozes 2009 KROKOSCZ Marcelo Autoria e plágio um guia prático para estudantes professores pesquisadores e editores São Paulo Atlas 2012 LEITE Eduardo de Oliveira Monografia Jurídica 9 ed rev ampl e atual São Paulo Revista dos Tribunais 2011 Série Métodos em Direito v1 MACHADO Ana Rachel Org LOUSADA Eliane TARDELLI Lília Santos Abreu Planejar gêneros acadêmicos São Paulo Parábola 2005 MACHADO Anna Rachel Org LOUSADA Eliane ABREUTARDELLI Lília Santos Resenha São Paulo Parábola Editorial 2004a MACHADO Anna Rachel Org LOUSADA Eliane ABREUTARDELLI Lília Santos Resumo São Paulo Parábola Editorial 2004b MACHADO Anna Raquel Os textos de alunos como índices para avaliação das capacida des de linguagem In MARI Hugo Análise do discurso em perspectivas Belo Hori zonte FALEUFMG 2003 p 215229 MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de metodologia científica 6 ed São Paulo Atlas 2009 MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de metodologia científica 2 ed São Paulo Atlas 2002 MEZZAROBA Orides MONTEIRO Cláudia Servilha Manual de Metodologia da pes quisa no Direito 5 ed São Paulo Saraiva 2009 MIRANDA Daniela da Silveira A arte de argumentar Linha dágua São Paulo n 20 2007 Disponível em httpwwwrevistasuspbrlinhadaguaarticleviewFile3730840028 Acesso em 19 ago 2015 OLIVEIRA NETO Olavo de Manual de monografia jurídica São Paulo Quartier La tin 2007 PEREIRA Gustavo Oliveira de Lima Apátridas e refugiados Instituto Humanitas Unisi nos São Leopoldo ano 10 n 181 2012 POSSENTI Sírio Sobre a linguagem científica e linguagem comum In POSSENTI Sírio Os limites do discurso ensaios sobre discurso e sujeitos 2ed Curitiba Criar edi ções 2004 cap 16 p235 252 QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 120 QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo BEICKER Flávio Como a internet pode ajudar na exe cução da pesquisa In QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo FEFERBAUM Marina Coord Metodologia jurídica um roteiro prático para os trabalhos de conclusão de curso São Paulo Saraiva 2013 cap15 p315347 ROESCH Sylvia Maria Azevedo Projetos de estágio e de pesquisa em Administração guia para estágios trabalhos de conclusão dissertações e estudos de caso 3ed São Paulo Atlas 2007 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 3ed Belo Horizonte Interlivros 1973 apud SEVERINO Joaquim Antônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 SANTOS Boaventura Sousa Introdução a uma ciência pósmoderna 2000 Disponível em htthttpwwwboaventuradesousasantosptmediaIntroducaopdf Acesso em 24 abr 2016 SEVERINO Joaquim Antônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 SILVA Carlos Ribeiro da Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade orienta ções de estudos projetos artigos relatórios monografias dissertações e teses 2ed São Paulo Atlas 2006 SILVA Lidiane Rodrigues Campêlo da et al Pesquisa documental alternativa investiga tiva na formação docente In CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 9 EDU CERD ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA 3 2009 Curitiba Anais Curitiba PUCPR 2009 Disponível em httpseducerebruccombrar quivopdf200931241712pdf Acesso em 18 mar 2020 VALENTI Wagner Cotroni Guia de estilo para redação científica 2015 Disponível em httpvideoaulasepiunipbravisosINSTRUCIONAL20CUIDA DOS20AO20ESCREVERpdf Acesso em 18 set 2015 VALVERDE Alda da Graça Marques FETZNER Néli Luiza Cavalieri Coord TAVARES JUNIOR Nelson Carlos Lições de argumentação jurídica da teoria à prá tica 4 ed rev atual ampl Rio de Janeiro Forense 2015 WEG Rosana Morais Fichamento São Paulo Paulistana 2006 YIN Robert K Estudo de caso planejamento e métodos Tradução de Daniel Grassi 3 ed Porto Alegre Bookman 2005 121

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O dom da produção acadêmica manual de normalização e metodologia de pesquisa Anacélia Santos Rocha Beatriz Souza Costa Maria Aparecida Leite Mendes Cota Mariza Rios Sebastien Kiwonghi Bizawu ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA GRADUAÇÃO E PÓSGRADUAÇÃO Anacélia Santos Rocha Beatriz Souza Costa Maria Aparecida Leite Mendes Cota Mariza Rios Sebastien Kiwonghi Bizawu O DOM DA PRODUÇÃO ACADÊMICA MANUAL DE NORMALIZAÇÃO E METODOLOGIA DE PESQUISA Belo Horizonte 2020 Anacélia Santos Rocha Beatriz Souza Costa Maria Aparecida Leite Mendes Cota Mariza Rios Sebastien Kiwonghi Bizawu O dom da produção acadêmica manual de normalização e metodologia de pesquisa Belo Horizonte 2020 REITOR Prof Dr Paulo Umberto Stumpf Vicereitor Estevão DÁvila Freitas PRÓREITORA DE ENSINO DE GRADUA ÇÃO Profª Anacélia Santos Rocha PRÓREITORA DE PÓSGRADUAÇÃO Prof Dr Sebastien Kiwonghi Bizawu PRÓREITORA DE PESQUISA Profª Dra Beatriz Souza Costa PRÓREITORA DE ADMINISTRAÇÃO Profª Cácia Rita Stumpf PRÓREITOR DE EXTENSÃO Prof Francisco Haas REVISORES da 2ª edição Christiane Costa Assis Revisora Geral Ana Paula Fonseca Vignoli Revisora de Por tuguês ORGANIZADORES da 1ª edição Mariza Rios Newton Teixeira Carvalho COLABORADORES da 1ª edição Acácia Barbosa Cunha Émilien Vilas Boas Reis Maria Carolina Ferreira Reis Sebastien Kiwonghi Bizawu REVISORES da edição atual Maria Carolina Ferreira Reis Lucas Martins de Freitas Junior ORGANIZADORES da edição atual ANACÉLIA SANTOS ROCHA PróReitora de Ensino de Graduação BEATRIZ SOUZA COSTA PróReitora de Pesquisa MARIA APARECIDA LEITE MENDES COTA Professora de Português e de Metodologia de Pesquisa da Graduação MARIZA RIOS Professora de Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação SEBASTIEN KIWONGHI BIZAWU PróReitor de PósGraduação D666 O Dom da produção acadêmica manual de normalização e metodologia de pesquisa Anacélia Santos Rocha et al Belo Horizonte Dom Helder 2020 120 p Inclui bibliografia 1 Metodologia 2 Trabalhos científicos 3 Métodos de estudo I Costa Beatriz Souza II Cota Maria Aparecida Leite Mendes III Rios Mariza IV Bizawu Sebastien Kiwonghi V Título CDU 0018 CDD 00142 Bibliotecário responsável Lucas Martins de Freitas Junior CRB63621 Fazer tudo bem Trabalhar sempre com alma E com toda alma Quer se trate de conduzir às estrelas Uma nave espacial Ou de fazer Uma simples ponta de lápis CÂMARA 1983 p 15 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Esquema de leitura analítica 32 Figura 2 Delineamento da metodologia 58 Figura 3 Recuo da citação direta longa 80 Figura 4 Citação direta regras gerais de apresentação 81 Figura 5 Referência de livro elementos essenciais 88 Figura 6 Capítulo de livro elementos essenciais 90 Figura 7 Referência de artigo científico elementos essenciais 91 Figura 8 Referência de artigo de jornal elementos essenciais 92 Figura 9 Referência de dissertação elementos essenciais 93 Figura 10 Exemplos de referências online 95 Figura 11 Referência de trabalho apresentado em evento elementos essenciais 96 Figura 12 Estrutura do trabalho acadêmico 97 Figura 13 Modelo de capa 99 Figura 14 Modelo de folha de rosto 100 Figura 15 Posição da ficha catalográfica 101 Figura 16 Modelo de folha de aprovação 102 Figura 17 Posição do texto da Dedicatória 103 Figura 18 Modelo da página com Agradecimentos 104 Figura 19 Configuração da página 110 Figura 20 Configuração das margens no Microsoft Office Word 112 Figura 21 Configuração do parágrafo 113 Figura 22 Configuração da numeração das páginas 114 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Conectivos 24 Quadro 2 Diferenças entre resumo e resenha 29 Quadro 3 Paráfrases sem plágios Exemplos 33 Quadro 4 Critérios de cientificidade 36 Quadro 5 Níveis de conhecimento jurídico 37 Quadro 6 Condições de produção de textos acadêmicos 38 Quadro 7 Etapas implicadas na atividade de escrita 39 Quadro 8 Exemplo de parágrafo dissertativo 45 Quadro 9 A citação direta como desenvolvimento do parágrafo 46 Quadro 10 A citação indireta como desenvolvimento do parágrafo 47 Quadro 11 A citação de citação como desenvolvimento do parágrafo 47 Quadro 12 Pesquisa quantitativa ou qualitativa 59 Quadro 13 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa 60 Quadro 15 Elementos essenciais das referências 88 Quadro 16 Elementos dos trabalhos acadêmicos 98 Quadro 17 Apresentação de tabelas e quadros 108 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 8 PARTE I 11 O PESQUISADOR E A PRODUÇÃO DO 11 CoNHECIMENTO CIENTÍFICO 11 1 FONTES DE PESQUISA 12 11 Diferença entre fontes primárias e secundárias 12 12O uso de manuais como fontes de pesquisa 13 13 Revistas científicas 13 14 Consulta a livros 13 15 Consulta a trabalhos acadêmicos 15 16 Consulta à biblioteca digital de teses e dissertações 16 17 Endereços eletrônicos de centros de pesquisa e bancos de dados online 16 2 FICHAMENTO RESUMO E RESENHA COMO FERRAMENTAS DE PESQUISA 18 21 Conceito de fichamento 18 22 O fichamento como matériaprima para o texto acadêmicocientífico 19 23 O esquema como tipo de fichamento 19 24 O passo a passo do fichamento 19 25 A técnica da sublinha 20 26 O fichamento de citação 21 27 O fichamento de resumo 22 28 Dicas para a produção de resumos fiéis às ideias dos autores pesquisados 23 29 O fichamento de resenha 26 210 Diferença entre resenha crítica e resenha descritiva 27 211 Diferença entre resumo e resenha 29 212 A resenha temática 30 213 A diferença entre as ideias do autor e os comentários feitos pelo pesquisador 31 214 O plágio de ideias dos autores pesquisados 32 2141 Tipos de práticas que caracterizam o plágio 33 3 A PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS 35 31 Critérios de cientificidade dos textos 36 32 Diferença entre a linguagem técnica e linguagem científica 37 33 Os gêneros textuais que circulam no contexto acadêmico 38 34 Planejar escrever e reescrever o texto 39 35 A neutralidade e a imparcialidade do pesquisador o uso da 3ª pessoa do singular 40 351 A concordância dos verbos na voz passiva sintética 40 352 Evitar o uso de expressões que explicitem a interpelação ao leitor 41 353 Evitar formas elogiosas para se referir aos autores pesquisados 41 354 Evitar o uso de palavras valorativas 42 355 Apontar claramente os sujeitos das orações 42 36 O emprego dos pronomes demonstrativos 43 37 O emprego dos tempos verbais no texto científicoacadêmico 43 38 A função do parágrafo na construção do texto 44 381 As qualidades do parágrafo 45 382 As citações como desenvolvimento do parágrafo 46 39 A coesão textual e o diálogo entre autores 47 310 Regras práticas para escrever com clareza e objetividade 49 4 PROJETO DE PESQUISA NBR 152872011 52 41 Estrutura do projeto de pesquisa 53 411 Introdução 53 412 Problema 53 413 Hipótese 54 414 Objetivos 54 4141 O objetivo geral 54 4142 Os objetivos específicos 55 415 Justificativa 55 416 Revisão da literatura encontrando o referencial teórico 55 417 Metodologia 57 4171 Pesquisa de natureza quantitativa ou qualitativa 58 4172 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa 59 4173 Métodos 61 4174 Técnicas 62 4175 Instrumentos de coleta de dados 68 418 Cronograma 69 419 Referências 69 5 MONOGRAFIA DISSERTAÇÃO TESE E ARTIGO CIENTÍFICO 71 51 A monografia MECCES 2112004 71 52 A dissertação NBR 60222003 71 53 A tese 72 54 O artigo científico NBR 60222018 73 PARTE III 77 NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS 77 6 CITAÇÕES NOTAS DE REFERÊNCIA NOTAS DE RODAPÉ E NOTAS EXPLICATIVAS NBR 105202002 78 61 Tipos de citação 78 611 Citação indireta 78 612 Citação direta 79 6121 Citação direta curta 79 6122 Citação direta longa 79 613 Citação de citação 82 614 Citação em língua estrangeira 82 615 Citações de um ou mais autores e referência 83 616 Citação de informação verbal 84 617 Citação de entidades e jurisdições como autores 84 62 Notas de referência 86 63 Notas de rodapé 86 64 Notas explicativas 86 7 Apresentação das referências NBR 60232018 88 71 Referências de livros um ou mais autores 88 72 Referência de artigos científicos 91 73 Referências de documentos cujo autor é uma entidade 91 74 Referência de artigo de jornal e revista 92 75 Referência de monografiadissertaçãotese 93 76 Referências de documentos jurídicos 93 77 Referência de documentos eletrônicos 94 78 Congressos e outros eventos 96 79 Referências da Bíblia 96 8 ESTRUTURA DE TRABALHOS ACADÊMICOS NBR 147242011 97 81 Elementos prétextuais 98 811 Capa 98 812 Folha de Rosto 99 813 Verso da folha de rosto 100 814 Folha de aprovação 101 815 Dedicatória 102 816 Agradecimentos 103 817 Epígrafe 104 818 Resumo na língua vernácula graduação e mestrado 104 8181 Resumo em língua estrangeira mestrado e doutorado 105 819 Sumário 105 82 Elemento textual NBR 152872011 106 821 Introdução 106 822 Revisão da literatura Referencial teórico 107 823 Análise e discussão de resultados 107 8231 Apresentação dos dados ilustrações gráficos quadros tabelas e figuras 107 824 Considerações finais 109 83 Elementos póstextuais 109 831 Referências 109 832 Anexo e Apêndice 109 84 Apresentação gráfica ABNT NBR 147242011 110 85 Formatação em Microsoft Office Word 111 851 Margens 111 852 Parágrafos 112 853 Numeração de páginas 113 854 Notas de rodapé 114 855 Encadernação 115 REFERÊNCIAS 116 8 APRESENTAÇÃO Partindo do princípio básico da pedagogia inaciana de desenvolver o espírito críticoreflexivo a fim de atingir o magis idealizase uma nova edição do manual de norma lização e metodologia da pesquisa que auxilie o discente não só na elaboração e na adequa ção formal de trabalhos acadêmicos mas sobretudo na reconstrução do conhecimento Acreditamos que tal construção deva ser pautada no protagonismo discente que requer as ações de saber pensar e aprender a aprender de forma a que seja capaz de produzir o debate entre o conhecimento científico a realidade social e as normas do Direito É nesse sentido de desenvolver uma educação voltada para o pensar que advém a proposta da Escola Superior Dom Helder Câmara ESDHC Cabe à Escola apontar estra tégias que auxiliem o discente a conduzir com autonomia o seu processo de produção de conhecimento a fim de desenvolver habilidades de leitura e escrita o raciocínio e o pensa mento crítico Por isso na primeira parte deste manual apresentamse alguns princípios con siderados essenciais para a formação de autores Não é por acaso que nesta nova edição o título O dom da produção acadêmica não tenha sido alterado Ainda se mantém a crença de que qualquer trabalho acadêmico científico requer do pesquisador os dons da escuta da leitura incansável e reflexiva e do pensar para agir na busca de respostas aos problemas mais instigantes da sociedade Defendese assim como Demo 2008 que a pesquisa seja uma das conquistas de cidadania e uma forma de politização e de inserção social Portanto a meta não é formar pesquisadores profissionais mas profissionais pesquisadores aptos a ler e a produzir tex tos que circulam na esfera acadêmica e sobretudo capazes de produzir e divulgar conheci mento Nosso objetivo é desenvolver sujeitos críticos e éticos com autonomia para pensar para aprender e para produzir trabalhos com maior rigor científico e técnico Este manual está dividido em três partes Na primeira apontamse habilidades do pesquisador fontes de pesquisa técnicas para fichamento e dicas para a produção de textos acadêmicos Na segunda tratase de projeto de pesquisa e de trabalhos acadêmicos Na terceira parte é apresentada a estrutura dos trabalhos acadêmicos e as normas de forma tação específicas para a produção de conhecimento científico como a forma de fazer cita ções e referências com o objetivo de orientar o pesquisador na produção de monografias artigos científicos dissertações e teses 9 Esperase que esta nova edição do manual colabore para que a prática da pes quisa seja cada vez mais aprimorada e que novas descobertas contribuam para a formação de sujeitos sociais mais atuantes Afinal acreditamos como SzentGyörgyi que A desco berta consiste em ver o que todos viram e em pensar no que ninguém pensou Os organizadores PARTE I O PESQUISADOR E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO Você vai encontrar nesta parte informações sobre 1 Fontes de Pesquisa 12 2 Fichamento resumo e resenha como ferramentas de pesquisa 18 3 A produção de textos acadêmicos 35 11 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico PARTE I O PESQUISADOR E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Na sociedade da informação e do conhecimento o desafio não é mais o acesso a fontes de pesquisas visto que a Internet veicula uma gama infindável de dados e de infor mações Cabe ao pesquisador a tarefa de avaliálos criticamente a fim de selecionar fontes de pesquisa fidedignas que lhe auxiliarão na produção do conhecimento De um lado circula o discurso de opinião fruto de crenças valores e ideologias socialmente partilhados pelo senso comum o não científico de outro o discurso científico que é fruto de estudos siste matizados de discussões lógicas e bem fundamentadas Daí advém a importância do olhar atento para a seleção das fontes de pesquisa Para discernir o discurso científico do não ci entífico é importante primeiramente saber identificar a natureza das fontes pesquisadas 12 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 1 FONTES DE PESQUISA Uma das principais formas de construção do conhecimento consiste em eleger um tema de pesquisa e em buscar informação sobre esse tema daí a necessidade de apren der a reconhecer e a utilizar de forma eficaz as fontes de pesquisa de acordo com os critérios de cientificidade Não há como escrever sobre um tema sem antes definir termos esta belecer conceitos conhecer pesquisas já realizadas Por isso nesta fase denominada de levantamento bibliográfico o pesquisador seleciona fontes diversas dicionários enciclo pédias livros revistas artigos monografias dissertações teses legislação e jurisprudência 11 Diferença entre fontes primárias e secundárias Um dos passos importantes nesse processo é saber distinguir fontes primárias de primeira mão que ainda não foram objeto de investigação e análise de fontes secun dárias de segunda mão que já foram submetidas a análises anteriores Gil 2009 p 45 46 denomina como documental a pesquisa baseada em fontes primárias e como bibliográ fica a constituída a partir de fontes secundárias Queiroz 2015 exemplifica se meu tema de pesquisa é a definição da vida como bem jurídico na juris prudência do Supremo Tribunal Federal o acórdão da ADI 3510 células tronco será uma fonte primária de pesquisa pois é o próprio objeto de minha análise Já as notícias da mídia os comentários doutrinários e a literatura crítica produzida a respeito desse acórdão serão minhas fontes secundárias Se por outro lado quero avaliar como determinados veículos de mídia cobriram um determinado julga mento do STF as matérias jornalísticas sobre esse julgamento que seriam fontes secundárias no primeiro caso serão fontes primárias nessa segunda hipótese pois se converteram no próprio objeto da pesquisa QUEIROZ 2015 p 8182 grifos nossos Assim ao recorrer à doutrina ou à literatura crítica sobre seu tema de pesquisa o pesquisador faz uso de fontes secundárias e realiza a pesquisa bibliográfica e quando opta por analisar o ordenamento jurídico faz pesquisa documental uma vez que utiliza fontes primárias Observe o recuo na citação direta 2 cm Observe o recuo de 2 cm no parágrafo 4 cm 13 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 12 O uso de manuais como fontes de pesquisa Os manuais por serem segundo Gil 2009 p 65 obras compactas que tratam concisamente da essência de um assunto não constituem fontes muito adequadas para informações referentes a avanços ou progresso recentes Por isso não se recomenda o uso desse tipo de fonte na fundamentação teórica dos trabalhos acadêmicos 13 Revistas científicas Já as revistas científicas são fontes confiáveis de pesquisa Isso porque se trata de publicações periódicas de artigos científicos de pesquisadores cujo objetivo é divulgar resultados de pesquisas realizadas em instituições acadêmicas Essas revistas são submetidas a avaliações rigorosas para serem classificadas de acordo com o sistema Qualis periódicos Até o momento o sistema Qualis de classificação é composto por 8 níveis ou estratos A1 mais elevado A2 B1 B2 B3 B4 B5 C peso zero Assim os artigos científicos publicados em revistas com um Qualis mais eleva dos são recomendados para fundamentação teórica da pesquisa devido à credibilidade que advém dos critérios estabelecidos para a admissão de sua publicação Todo artigo é subme tido à avaliação de um conselho editorial formado por especialistas da área de conhecimento os quais avaliam o conteúdo do documento Isso significa que a pesquisa é submetida ao reconhecimento e à aprovação dos pares A revista Veredas do Direito Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentá vel revista científica vinculada ao Programa de Pósgraduação stricto sensu em Direito da Dom Helder Câmara Escola de Direito possui Qualis A1 e é portanto uma fonte qualifi cada de pesquisa e fundamentação consistente para a elaboração de trabalhos acadêmico científicos Para acessála httpwwwdomhelderedubrrevistaindexphpveredasindex 14 Consulta a livros O levantamento bibliográfico requer do pesquisador algumas ações que facilitem esse procedimento Cota 2010 sugere alguns passos e ações que devem nortear a pesquisa em livros 15 cm Observe o espaço de 15 cm entre seções e entre o título das seções e o texto 15 cm 14 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Analisar o status do autor biografia e bibliografia Ação identificar o nome do autor observar cargo que ocupa se é pesquisador professor economista jurista sociólogo a instituição a que está vinculado obras já publicadas qualificação títulos e premiações Esses dados ajudam a verificar a autoridade do autor sobre o tema e sua credibilidade na área de co nhecimento em que atua Identificar o título e o subtítulo da obra Ação observar a abrangência do título e subtítulo sua relevância e a relação que possuem com o tema da pesquisa Investigar o número e data da edição do livro Ação observar se a edição é recente ou se foi revista ampliada e atualizada É importante observar também a data da primeira edição principalmente se o livro não passou por revisão e atualização Ler a contracapa Ação analisar o texto apresentado para reconhecer o conteúdo do documento Essa parte geralmente contém um resumo ou apresentação do livro e do autor e facilita a compreensão da obra como um todo Ler as orelhas Ação analisar os dados biográficos e bibliográficos do autor os comentários sobre a obra o tipo de leitor a que se destina Essa leitura é importante para a contextualização da obra Examinar o sumário Ação observar o conteúdo do documento e verificar como as informações foram hierarquizadas A análise minuciosa do sumário contribui para o reconhecimento da obra como um todo e para a seleção de capítulos a serem estudados Estudar a introdução do documento Ação conhecer detalhes sobre a obra e sua relevância assim como o objetivo do autor a metodologia adotada a abordagem sobre o tema e o breve resumo dos capítulos O resumo é usual em livros organizados por um ou mais autores Conhecer as referências 15 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Ação descobrir a lista de publicações que foram consultadas Essa análise con tribui para o conhecimento do ponto de vista teórico adotado pelo autor além de oferecer outras fontes de pesquisa que podem ser consultadas Avaliar o conteúdo da obra Ações observar a hierarquia dos capítulos o objetivo do capítulo e sua relação com a obra como um todo a abordagem teórica adotada as referências e citações essas informações indicam as teorias que são utilizadas na pesquisa 15 Consulta a trabalhos acadêmicos Monografias dissertações e teses constituem o produto de leituras observações investigações reflexões e críticas desenvolvidas nos cursos de graduação e pósgraduação e fornecem importantes subsídios para a pesquisa pois apresentam levantamento bibliográfico sobre o tema escolhido Isso possibilita o acesso ao conhecimento produzido na área da pes quisa em questão ATENÇÃO Monografias dissertações teses e artigos científicos são introduzidos por um elemento prétextual denominado Resumo Abstract que funciona como eficaz ferramenta de pesquisa já que auxilia o pesquisador a localizar infor mações relevantes no texto sem que precise ler todo o documento Este tipo de resumo contém a seguinte estrutura 1 Tema do trabalho o quê 2 Natureza do trabalho que tipo de trabalho artigo tese dissertação 3 Objetivo geral da pesquisa para quê Qual o ponto de partida 4 Métodos e técnicas utilizados como foi realizada a pesquisa 5 Resultados obtidos o que foi encontrado Confirmase a hipótese levan tada 6 Conclusão resposta ao problema e ao objetivo geral propostos na introdu ção 16 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico No resumo a seguir Giraldi e Carvalho 2009 descrevem as partes que com põem o artigo científico de sua autoria RESUMO 1 Dentre os vários elementos que influenciam o consumidor na compra e no consumo de um produto está o seu país de origem 2 e 3 Neste artigo propõese a compreender a in fluência da imagem de um país nas intenções de compra com relação aos produtos fabricados nesse país verificando se existem diferenças na magnitude do efeito país de origem depen dendo da familiaridade dos consumidores com o país contribuindo assim para o aprofunda mento do conhecimento do tema Para tanto 4 foi efetuado um estudo quantitativo com abordagem descritiva sobre os efeitos que a imagem do Brasil exerce nas intenções de com pra do consumidor estrangeiro com relação a produtos brasileiros A amostra utilizada foi composta por estudantes universitários holandeses 5 Os resultados apontam que houve uma influência da imagem do Brasil em todos os produtos brasileiros pesquisados carne bovina frutas frescas calçados e móveis com diferenças na magnitude da influência da imagem do Brasil dependendo da familiaridade dos respondentes com o Brasil 6 As con clusões alcançadas por esta pesquisa podem ajudar as empresas brasileiras a adotar estraté gias mais efetivas na comercialização de seus produtos no exterior Palavraschave Imagem de país Intenções de compra Comportamento do consumidor 16 Consulta à biblioteca digital de teses e dissertações O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT oferece ao pesquisador acesso na íntegra a amplo acervo de teses e dissertações de instituições de pósgraduação httptededomhelderedubr A Dom Helder Escola de Direito conta com uma biblioteca digital que abriga as teses dissertações e trabalhos de conclusão mais bem avaliados por meio de critérios esta belecidos por uma Comissão de professores 17 Endereços eletrônicos de centros de pesquisa e bancos de dados online Biblioteca da Faculdade de Direito da USP httpwwwdireitouspbrbiblifd 17 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Consulta Online de Artigos de Periódicos Ebooks e Bases de Dados Eletrôni cos SIBiUSP httpmlbsfxsibiuspbr3410sfxlcl41az Biblioteca Digital da FGV httpsistemabibliotecasbdigitalfgvbr Conselho Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Direito wwwconpediorgbr Essas são algumas das fontes mais comuns que auxiliam o pesquisador tanto na pesquisa teórica que se apoia nas teorias desenvolvidas por pesquisadores reconhecidos quanto na pesquisa documental que analisa outros tipos de documentos como legislação e jurisprudência PARA SABER MAIS 1 Sobre fontes de pesquisa consulte QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pes quisa redação formatação São Paulo Método 2015 cap 5 2 Sobre pesquisa em jurisprudência e organização de informações coletadas em documen tos consulte a obra 3 QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo FEFERBAUM Marina Coord Metodologia ju rídica um roteiro prático para os trabalhos de conclusão de curso São Paulo Saraiva 2013 cap 7 e 14 4 Sobre o delineamento das pesquisas bibliográfica e documental consulte GIL Antônio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed São Paulo Atlas 2009 cap 5 e 6 ATENÇÃO Ao terminar a pesquisa lembrese sempre de anotar o ende reço pesquisado e a data do acesso ao site 18 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 2 FICHAMENTO RESUMO E RESENHA COMO FERRAMENTAS DE PESQUISA Depois da escolha do tema e da realização do levantamento bibliográfico em diversas fontes de pesquisa é hora de se debruçar sobre os textos e iniciar os fichamentos Essa é uma das etapas mais importantes da pesquisa uma vez que auxilia o pesquisador a construir seu acervo de informações e a partir da leitura atenta e das anotações registradas interpretar o texto lido de forma a reescrevêlo e a reproduzir o que outros já pesquisaram Além disso o fichamento auxilia o pesquisador iniciante a se familiarizar com o estilo da linguagem acadêmica e a desenvolver habilidades de leitura e de escrita 21 Conceito de fichamento Fichar segundo Weg 2006 é o ato de selecionar organizar e registrar infor mações a partir da leitura do textofonte de forma a constituir uma documentação que atenda aos objetivos do leitor ao fazer a leitura remeta ao textofonte possa ser consultada posteriormente auxilie na elaboração de um texto posterior DICAS Nunca comece um fichamento sem obedecer a um planejamento prévio de leitura e sem anotar as referências da obra pesquisada Perguntese sempre Com que objetivo estou lendo este texto Qual a relevância do textoautor para a fundamentação da minha pesquisa Quais subsídios o autor pode oferecer para minha pesquisa Essas perguntas auxiliam o pesquisador a fazer a leitura mais seletiva e pontual 19 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 22 O fichamento como matériaprima para o texto acadêmicocientífico O fichamento é uma ferramenta essencial pois auxilia o pesquisador a disciplinar os estudos organizar material de consulta sistematizar ideias ampliar conhecimentos sobre o tema pesquisado aprimorar habilidades de leitura e escrita compreender analisar sintetizar e avaliar ideias apreender as ideias dos autores lidos e a confrontálas com as suas próprias posicionarse criticamente frente aos autores pesquisados delimitar as vozes do texto voz do autor e do pesquisador organizar o pensamento 23 O esquema como tipo de fichamento O esquema é também um tipo de fichamento e consiste em uma forma eficaz de se registrarem as informações consideradas essenciais Pode ser feito por meio de setas cha ves mapas mentais diagramas numeração classificatória ou enumeração de tópicos por meio de recorte das ideias principais ou dos tópicos frasais dos parágrafos DICA Os esquemas são ferramentas de estudo facilitam a compreensão a aná lise a síntese e a avaliação das informações mas não podem ser usados nos textos definitivos Os textos acadêmicos devem ser desenvolvidos em forma de parágrafos conforme apresentado no item 38 deste manual 24 O passo a passo do fichamento Contextualize a obra e seu autor folheie o texto para reconhecer sua extensão estrutura e organização 20 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico faça uma leitura exploratória sem sublinhar ou anotar nada para verificar a estrutura geral do texto leia o texto destacando as ideias principais e recorrendo ao dicionário quando necessário faça anotações nas margens do texto exceto em livros de bibliotecas leia as ideias destacadas e tente resumilas em voz alta anote antes de iniciar o fichamento físico ou eletrônico as referências biblio gráficas do livro ou artigo científico consultado de acordo com as normas da ABNT CUIDADO Deixar para fazer a referência ao final do fichamento implica o risco de perda de informação 25 A técnica da sublinha A sublinha consiste em destacar no texto as ideias principais e informações re levantes apagando informações secundárias É uma das principais ferramentas para a ela boração de fichamentos Observe no exemplo de fichamento a seguir como Weg 2006 p 2627 desta cou as ideias principais de um texto Referência completa do capítulo lido ABREU Antônio Suarez Argumen tar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argumen tar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 Argumentar é a arte de convencer e persuadir Convencer é saber gerenciar informação é falar à razão do outro demonstrando provando Etimologica mente significa vencer junto com o outro com vencer e não contra o outro Persuadir é saber gerenciar relação é falar à emoção do outro A origem dessa palavra está ligada à preposição per por meio de e a Suada deusa romana da persuasão Significava fazer algo por meio do auxílio divino Mas em que convencer se diferencia de persuadir Convencer é construir algo no campo das ideias Quando convencemos alguém esse alguém passa a pensar como nós Persuadir é construir no terreno das emoções é sensibilizar o outro para agir 21 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Quando persuadimos alguém esse alguém realiza algo que desejamos que ele realize Muitas vezes conseguimos convencer as pessoas mas não consegui mos persuadilas Podemos convencer um filho de que o estudo é importante e apesar disso ele continuar negligenciando suas tarefas escolares Podemos convencer um fumante de que o cigarro faz mal à saúde e apesar disso ele continuar fumando Algumas vezes uma pessoa já está persuadida a fazer al guma coisa e precisa apenas ser convencida Precisa de um empurrãozinho ra cional de sua própria consciência ou da de outra pessoa para fazer o que deseja É o caso de um amigo que quer comprar um carro de luxo tem dinheiro para isso mas hesita em fazêlo por achar mera vaidade Precisamos apenas dar lhe uma boa razão para que ele faça o negócio Às vezes uma pessoa pode ser persuadida a fazer alguma coisa sem estar convencida É o caso de alguém que consulta uma cartomante ou vai a um curandeiro apesar de racionalmente não acreditar em nada disso Argumentar é pois em última análise a arte de gerenciando informação convencer o outro de alguma coisa no plano das ideias e de gerenciando relação persuadilo no plano das emoções a fazer alguma coisa que nós desejamos que ele faça Após a sublinha releia as partes destacadas observe se é possível entender as ideias principais do trecho lido A partir dessas ideias é possível elaborar esquemas com setas ou tópicos ou reconstruir um novo texto em forma de resumofichamento de resumo 26 O fichamento de citação O fichamento de citações diretas consulte na Parte II deste Manual item 26 a formatação das citações diretas curtas e longas consiste em registrar trechos dos textos lidos para facilitar uma consulta posterior Observe o exemplo Referência completa do texto citado ABREU Antônio Suarez Argumentar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 2 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 Citação direta curta Conforme Abreu 2004 p25 convencer é construir algo no campo das ideias Quando convencemos alguém esse alguém passa a 22 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico pensar como nós Persuadir é construir no terreno das emoções é sensibilizar o outro para agir OU Convencer é construir algo no campo das ideias Quando convencemos al guém esse alguém passa a pensar como nós Persuadir é construir no terreno das emoções é sensibilizar o outro para agir ABREU 2004 p 25 DICAS Comece o fichamento sempre pelas referências pois as citações registradas nos fichamentos serão utilizadas posteriormente no capítulo de revisão bibliográficareferencial teórico e precisam ser referenciadas no final do trabalho na lista de referências Ao transcrever o trecho do texto use aspas e anote o número da página quando esta for indicada no documento original 27 O fichamento de resumo O fichamento de resumo apresenta sinteticamente as ideias principais do texto sem a presença de comentários ou julgamentos Ao contrário do fichamento de citação não há cópia de trechos O pesquisador reconstrói o percurso do texto sem acrescentar informações novas Referência completa do texto resumido ABREU Antônio Suarez Argu mentar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argu mentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 Resumo Abreu 2004 define a argumentação como a arte de convencer e per suadir e explica a diferença entre esses dois termos convencer é atingir a razão do interlocutor persuadir é tocar sua emoção O autor destaca que convencer é trabalhar no campo das ideias de forma a conquistar a adesão do outro persu adir é criar estratégias para atingir o sentimento Mas ressalta que nem sempre é possível convencer e persuadir alguém Assim o autor conclui que a arte de 23 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico argumentar consiste em gerenciar a informação de forma a convencer e a ge renciar a relação com o outro a fim de persuadilo a fazer algo que queremos DICA O fichamento de resumo pode ser utilizado como citação indireta no referencial teórico Observe que não se emite opinião sobre o texto e é essencial usar verbos que traduzem as ações do autor Este é o papel do pesquisador entender como o autor desenvolve o raciocínio e descrever as ações adotadas 28 Dicas para a produção de resumos fiéis às ideias dos autores pesquisados Ao produzir um resumo o pesquisador deve estar atento à estrutura geral do texto para saber identificar as partes que o compõem a relação entre elas bem como a or ganização e a progressão textuais Além disso o resumidor realiza um processo mental essencial que envolve se gundo Machado Lousada e AbreuTardelli 2004b três operações a sumarização a ge neralização e o apagamento A sumarização consiste em excluir ou apagar conteúdos facilmente inferíveis a partir do nosso conhecimento de mundo palavras ou expressões que indiquem sinônimos ou explicações exemplos justificativas de uma afirmação argumentos contrários à posição do autor ATENÇÃO nunca use expressões como ou seja isto é por exemplo jamais copie trechos e expressões não faça citações não emita opinião pessoal limitese a apresentar as ideias do autor use linguagem objetiva clara e concisa identifique com clareza a ideia central do texto a tese e as ideias secun dárias ou argumentos 24 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico faça sempre menção ao autor do texto resumido fique atento aos conectivos pois são essenciais ao processo de compreen são e de sumarização do texto conforme Quadro 1 Quadro 1 Conectivos Conectivos que indicam contraste entre ideias ou argumentos contrários Conectivos que introduzem Conclusões Conectivos que introduzem argumentos justificativas e causas No entanto Logo Já que Entretanto Assim Uma vez que Todavia Portanto Pelo fato de Apesar de Isso posto Devido a Ainda que Assim sendo Por isso Porém Dessa forma Como Contudo Por conseguinte Pois Fonte MACHADO LOUSADA ABREUTARDELLI 2004b p64 Além dos conectivos há organizadores textuais que auxiliam o pesquisador a reconhecer a arquitetura do texto em primeiro lugar em seguida por último além disso pelo fato de diante de de um lado por outro lado em suma dentre outros O resumo é um texto sobre outro texto por isso Machado Lousada e Abreu Tardelli 2004b esclarecem que se deve ter o cuidado de mencionar sempre o autor para evitar que o leitor atribua ao resumidor as ideias que pertencem ao autor do texto lido As autoras esclarecem que no resumo o autor do texto original aparece como se estivesse realizando vários tipos de atos que não são explicitados no texto original O trabalho do resumidor consiste portanto em interpretar esses atos e apresentálos ao leitor por meio de verbos que apontem as ações do autor Afirma nega acredita duvida indicam posição do autor sobre o que é dito Aborda trata indicam o conteúdo geral do texto Define classifica enumera argumenta organizam as ideias do texto Enfatiza ressalta indicam a relevância de uma ideia no texto Incita busca levar a ação do autor em relação ao leitor 25 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Observe a seguir no exemplo apresentado pelas autoras como os verbos tradu zem essas ações Referência completa do texto resumido BOFF Leonardo A cultura da paz 2001 ou 2002 Disponível em httpwwwleonardo boffcomsitevista20012002culturapazhtm Acesso em 9 out 2016 Leonardo Boff inicia o artigo A cultura da paz apontando o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violên cia Diante disso o autor levanta a questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não Inicialmente ele apresenta argumentos que susten tam a tese de que seria impossível pois as próprias características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam essa cultura da violência tornando difícil sua superação Mas mesmo reconhecendo o poder dessas forças Boff considera que nesse momento é indispensável estabele cermos uma cultura de paz contra a da violência pois essa estaria nos levando à extinção da vida humana no planeta Segundo o autor seria possível cons truir essa cultura pelo fato de que os seres humanos são providos de compo nentes genéticos que nos permitem sermos sociais cooperativos criadores e dotados de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o cuidado definido pelo autor como sendo uma relação amorosa com a realidade que poderia levar à superação da violência A partir dessas constata ções o teólogo conclui incitandonos a despertar as potencialidades humanas para a paz como projeto pessoal e coletivo Fonte MACHADO LOUSADA ABREUTARDELLI 2004b p16 Além dos verbos destacados as autoras apresentam outros que podem ser utiliza dos para indicar diferentes atos do autor do texto original apontar definir descrever elencar enumerar classificar caracterizar dar características exemplificar dar exemplos contrapor confrontar comparar opor diferenciar começar iniciar introduzir desenvolver finalizar terminar concluir pensar acreditar julgar afirmar negar 26 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico questionar criticar descrever narrar relatar explicar expor compro var provar defender a tese argumentar dar argumentos justificar dar justificativas apresentar mostrar tratar de abordar discorrer esclare cer convidar sugerir incitar levar a O fichamento de resenha O fichamento de resenha contém além da descrição dos pontos principais da obra uma avaliação crítica um posicionamento do pesquisador sobre a obra lida conforme negritado na resenha produzida por Miranda 2007 a seguir Referência completa do texto resenhado ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Edito rial 2004 Resenha Antônio Suárez Abreu em sua obra A arte de argumentar detém se a levar aos leitores o conhecimento acerca das estratégias argumentati vas Oferece uma leitura prazerosa e simplificada para quem quer saber um pouco a respeito do assunto Primeiramente parte da explicação da palavra argumentar que é obter aquilo que queremos mas de modo cooperativo e construtivo p 10 desmistificando o senso comum que permite o significado de que argumentar é vencer alguém Segundo o autor o ato de transformar as informações recebidas pe los diversos meios é mais importante que as próprias informações pois desta forma podese perceber a manipulação ou a visão distorcida acerca de um as sunto Assim devese aprender a gerenciar as informações que são veiculadas no meio de comunicação Abreu também observa que há de se aprender a gerenciar as rela ções com o outro uma vez que não podemos viver isolados sem contato com a sociedade Partindo deste pressuposto se vivemos em sociedade e com partilhamos relações necessitamos assim da argumentação para convencer e persuadir o outro Persuadir para o autor é falar à emoção p 25 e convencer é falar à razão p 25 logo a argumentação é o ato de convencer o outro por 27 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico meio do gerenciamento da informação já que usamos argumentos racionais e persuadir por meio do gerenciamento da relação pois presumimos os valores do outro Por fim podemos destacar a importância da obra como re curso para auxiliar o leitor a reconhecer os recursos argumentativos nos textos que circulam na sociedade e a gerenciar as informações e a relação com o outro Tratase portanto de um livro que retoma e resume os estudos da Retórica de Aristóteles e da Nova Retórica de Perelman e Olbrechts Tyteca Tem o objetivo de simplificar os conceitos em uma só obra com leitura agradável e clara de forma objetiva contendo exemplos atuais que possibilitam maior aprendizagem sobre argumentação e como utilizá la no dia a dia DICA Inicie a resenha com um breve resumo da obra Em seguida apresente sua opinião Faça citações de trechos discutaos a partir do seu ponto de vista ou faça citações de outros autores para fundamentar sua opinião sobre a obra ou texto resenhado A resenha pode ser utilizada no referencial teórico para o confronto e discussão de ideias dos autores citados 209 Diferença entre resenha crítica e resenha descritiva No contexto acadêmico a resenha se configura como texto de natureza técnica Segundo a NBR 6028 ABNT 2003 a resenha pode ser descritiva ou crítica A descritiva assim como o resumo não apresenta nenhum tipo de avaliação por parte do resenhador Já a crítica além da parte descritiva contém avaliação e julgamento pautados em conhecimen tos da área de especialização em questão É um documento redigido por especialistas por isso requer argumentos consistentes e racionais que transcendam aos comentários simplistas como gostei ou não gostei Por isso a resenha exige maior rigor e conhecimento sobre o assunto costuma ser solicitada como instrumento de avaliação tanto na graduação quanto na pósgraduação 28 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico para verificar a compreensão do texto lido e precede a produção de trabalhos mais comple xos como monografias dissertações teses e artigos científicos Saber resenhar significa sa ber ler compreender a obra destacar as ideias principais resumir assumir posicionamento crítico frente ao que se leu Afinal de acordo com Demo 2008 lemos autores para nos tornamos autores e não vassalos de ideias de outrem Para tanto vale destacar alguns as pectos das condições de produção da resenha quem escreve para quem para quê e como Machado 2003 explica que o resenhador mobiliza ações de linguagem da seguinte forma QUEM ESCREVE um especialista na sua área de conhecimento PARA QUEM se escreve para outros especialistas da área PARA QUE se escreve para apontar aspectos fundamentais da obra de outro especialista e para convencer os destinatários da validade de seu posiciona mento COMO se escreve Interpretando o conteúdo lido tese e argumentos do autor para mobilizá lo mobilizando conteúdos de outras obras que lhe permitam estabelecer com parações e efetuar sua avaliação apresentando argumentos consistentes para convencer os destinatários da validade de sua opinião sobre a obra resenhada ATENÇÃO Nunca inicie uma resenha sem antes identificar 1 Qual o tema tratado pelo autor 2 Qual o problema proposto pelo autor 3 Qual a tese defendida pelo autor com relação àquele problema 4 Quais os argumentos utilizados pelo autor para defender sua posição A resenha crítica por ser escrita por especialistas da área é publicada em revis tas especializadas com o objetivo de fornecer ao leitor subsídios para a seleção de suas leituras ao apresentarlhe uma apreciação sobre obras recémlançadas Para conhecer um exemplo de resenha crítica consulte 29 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico VITORINO Monique Alves Resenha Fórum Linguístico Florianópolis v 11 n 4 p 492494 outdez 2014 Disponível em httpdxdoiorg1050071984 84122014v11n4p492 Acesso em 9 mar 2016 210 Diferença entre resumo e resenha Ao produzir textos acadêmicos ou fichamentos o pesquisador deve ficar atento às diferenças que caracterizam cada um desses gêneros textuais Quadro 2 Diferenças entre resumo e resenha Continua Resumo indicativo Resumo informativo abstract Resenha crítica É um tipo de fichamento ou registro pessoal de leitura É um elemento prétextual de traba lhos acadêmicos É publicada em revistas especia lizadas com o objetivo de avaliar livros recémlançados Síntese que contempla as ideias principais do docu mento lido Informa a natureza do trabalho o tema o objetivo geral a metodolo gia os resultados obtidos e a con clusão Deve descrever a estrutura do do cumento partes eou capítulos Reprodução fiel das ideias do autor não admite avaliação crítica Reproduz de forma fiel a estrutura do documento apresentado Requer avaliação crítica julga mentos e comentários Não admite cópia de trechos ou citações Evita transcrição literal das partes com exceção do objetivo geral Admite cópias de trechos e cita ções de outros autores para funda mentar a avaliação Não admite acréscimo de in formações novas Não admite acréscimo de informa ções não contidas no documento apresentado Permite o acréscimo de informa ções novas incluindo citações de outras obras Meramente descritivo Meramente descritivo Contém parte descritiva seguida de avalição crítica Não dispensa a leitura do ori ginal Pode dispensar a leitura do original Estimula a leitura do documento resenhado Fonte Elaborado pelos autores 2016 30 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Conclusão Resumo indicativo Resumo informativo abstract Resenha crítica Facilita a redação de citações indiretas Facilita a triagem de fontes para a pesquisa bibliográfica Facilita a triagem de fontes para a pesquisa bibliográfica Não possui estrutura rígida Possui estrutura rígida conforme a ABNT contém palavraschave e número restrito de palavras con forme documento que o descreve Não possui estrutura rígida Pode ser usado como citação indireta nos trabalhos acadê micos Auxilia o pesquisador a realizar le vantamento bibliográfico Pode ser usada como citação in direta e citação de citação nos trabalhos acadêmicos Fonte Elaborado pelos autores 2016 ATENÇÃO O resumo indicativo não pode ser confundido com miniaturização do textofonte nem deve configurarse como coleção de melhores momentos do autor 211 A resenha temática A resenha temática consiste em uma síntese de textos ou obras que versam so bre o mesmo tema e pode ser utilizada como ferramenta de estudo ou de avaliação de leitura Köche Boff e Marinello 2009 p105 afirmam que esse tipo de resenha possibilita o apro fundamento de um tema a partir da concatenação de textos distintos assim como de dife rentes teóricos Consiste em uma forma de apresentar ao leitor a posição de vários autores sobre um único tema As autoras explicam que ela é descritiva quando o resenhista se limita a descrever os aspectos principais dos textos selecionados e crítica quando for seguida de posicionamento crítico Os passos são um pouco mais simples 1º Apresente o tema dos textos que serão tratados e o motivo pelo qual foram escolhidos 2º Resuma os textos apresente os autores as teses defendidas e os argumentos 3º Conclua apresente seu ponto de vista e tente chegar a uma conclusão sobre o tema tratado 4º Mostre as fontes coloque as referências de cada um dos textos apresentados 31 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Por fim vale destacar os muitos benefícios que a prática de produção de resumos e resenhas traz Aprimora a escrita promove a interpretação das fontes pesquisadas e ainda facilita a produção dos capítulos de revisão bibliográfica e referencial teórico 212 A diferença entre as ideias do autor e os comentários feitos pelo pesquisador A resenha comporta além da reprodução fiel do conteúdo lido a avalição crítica do pesquisador O importante é saber distinguir a ideia original do autor dos comentários do pesquisador Conforme sugere Queiroz 2015 destaque as ideias com cores distintas escreva em preto ou azul as ideias do texto original escreva em vermelho os comentários as críticas as dúvidas ou as hipóteses in terpretativas do pesquisador use aspas para indicar os as citações diretas ou literais faça sempre a referência ao texto e à página respectiva quando ele for utilizado como citação direta A resenha é um gênero textual eficaz para desenvolver habilidades de leitura e produção de textos já que para produzila são necessárias várias ações do leitor sobre o texto a ser resenhado Severino 2007 p64 representa essas ações em etapas distintas as quais ele denomina Diretrizes de leitura análise e interpretação de textos conforme a Figura 1 32 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Figura 1 Esquema de leitura analítica Fonte SEVERINO 2007 p64 A resenha portanto se constitui como a síntese resultante do processo de leitura e pesquisa 213 O plágio de ideias dos autores pesquisados No contexto acadêmico um dos aspectos mais importantes é saber citar os au tores lidos o que significa dizer que a ideia apresentada pertence a outrem ou foi criada a partir do pensamento de outros autores que já pesquisaram o tema É importante salientar que o ato de citar não desvaloriza o texto nem deprecia o caráter do pesquisador como pensam alguns Ao contrário a citação denota atitude ética e seriedade do pesquisador que se debruçou sobre o tema a fim de conhecer argumentos já adotados por outros Essa postura reflete além da busca de reconhecimento do pesquisa dor pelos seus pares a transparência adotada na pesquisa uma vez que se deixa claro para o Preparação do texto Visão de conjunto Busca de esclarecimento Vocabulário doutrinas fatos autores Esquematização do texto 1 Análise textual Compreensão da mensagem do autor Tema problema tese reciocínio e ideias secundárias 2 Análise temática Interpretação da mensagem do autor Situação filosófica e influências pressupostos associação de ideias e críticas 3 Análise interpretativa Levantamento e discussões de problemas relacionados com a mensagem do autor 4 Problematização Reelaboração da mensagem com base na reflexão pessoal 5 Síntese 33 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico leitor o caminho adotado ao longo do processo para atingir o resultado a conclusão da pes quisa Diante disso é preciso ficar atento para não se apropriar indevidamente das ideias lidas de forma a cometer plágios O Quadro 3 auxilia o pesquisador a entender o mecanismo de produção da paráfrase ou citação indireta e a reconhecer o plágio Quadro 3 Paráfrases sem plágios Exemplos Trecho original Paráfrase arriscada excessiva mente próxima da literalidade do trecho original Paráfrase segura uso da ideia original mas não de sua forma literal de expres são Certo que mesmo na era do ius commune as funções de julgar e legislar eram separadas O julga mento em matérias de justiça e lei fora confiado a corpos especi ais composto de letrados douto res juristas LOPES 2010 p 15 Segundo Lopes 2010 p 15 já na era do ius commune separavamse as fun ções de julgamento e legislação sendo que em matérias de justiça e lei a ta refa de julgar foi confiada a grupos es pecíficos que contavam com letrados doutores e juristas Segundo Lopes 2010 p 15 na era do ius commune já se confiavam os julga mentos a entidades especí ficas de juristas formal mente treinados A Nova República começou em clima de otimismo embalada pelo entusiasmo das grandes de monstrações cívicas em favor das eleições diretas CARVALHO 2008 p 200 O clima predominante no começo da Nova República era de otimismo im pulsionado pela empolgação de passe atas cívicas a favor das eleições dire tas CARVALHO 2008 p 200 Segundo Carvalho 2008 p 200 percebiase em meados da década de 1980 o clima popular favorável à redemocratização Fonte BOOTH COLOMB WILLIAMS 2005 p 22 apud QUEIROZ 2015 p145 É importante destacar que ao parafrasear o texto o pesquisador revela habilida des para interpretar e sintetizar com fidelidade as ideias lidas Diante disso vale ficar atento às práticas adotadas muitas vezes de forma inconsciente 2131 Tipos de práticas que caracterizam o plágio O pesquisador comete plágio sempre que a faz no corpo do texto a transcrição literal de ideias de outrem sem nenhuma indicação de fonte mas indica a referência completa do autor ao final do traba lho Esse recurso não funciona como fator de proteção de autoria b identifica o nome do autor e o ano da publicação e transcreve literalmente o trecho sem usar aspas ou recuo de forma a induzir o leitor a acreditar que foi feita uma citação indireta 34 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico c copia literalmente sem indicar autoria o trecho de outrem e depois substitui algumas palavras por sinônimos sem alterar a essência do enunciado d copia citações de livros e artigos e omite que está fazendo citação de citação fingindo que leu o original citado por outrem e faz citação indireta e insere sua opinião sem distinguir os diferentes pontos de vista do autor citado e do produtor f faz a citação indireta por meio de paráfrase e acredita que pelo fato de ter tra duzido as ideias citadas não é necessário citar a fonte g cria um texto constituído por um amontoado de citações geralmente recortadas de artigos científicos fingindo ter lido todas as obras citadas h copia ou adota as próprias ideias já publicadas em trabalhos anteriores sem fazer menção ao próprio trabalho Esta prática é denominada autoplágio Atualmente a Dom Helder utiliza o Turnitin para a avaliação de trabalhos da graduação Projetos de Pesquisa Trabalho de Conclusão e Peças Jurídicas entre outros O Turnitin de acordo com o criador desta ferramenta é um software que aponta similaridades entre o texto apresentado e outros textos ou seja é um meca nismo de prevenção de plágio Para saber mais sobre plágio consulte KROKOSCZ Marcelo Autoria e plágio um guia prático para estudantes professores pesquisadores e editores São Paulo Atlas 2012 35 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 3 A PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS A linguagem acadêmica possui características próprias que a tornam diferente da linguagem usada em outras situações do cotidiano Por isso é importante desde o pro cesso da leitura de textos observar suas características produzir anotações conforme o pa drão formal da língua portuguesa e adotar vocabulário mais técnico e estruturas mais elabo radas Possenti 2004 p 243 afirma que a linguagem é sempre a grade através da qual o sujeito de conhecimento vê o mundo Isso significa que a competência do pesquisador para produzir conhecimento está diretamente ligada à capacidade de uso adequado da linguagem No contexto acadêmico a linguagem científica é o principal recurso adotado na produção de textos Para Possenti 2004 p 238 o critério de cientificidade de um enunci ado não é a verdade da proposição que ele veicula mas seu sistema de produção Ou seja estão em jogo as regras de produção dos enunciados o como dizer Não basta fazer a pes quisa e responder ao problema proposto é necessário saber escrever nos parâmetros da ciência Daí a importância de saber identificar as condições de produção do texto acadê mico Quem escreve Alguém que quer se incluir ou ser reconhecido na comunidade acadêmica Qual o ethos ou imagem o autor pretende construir sobre si mesmo Ima gem de seriedade de comprometimento e competência para se inserir ou ser re conhecido nessa comunidade Para quem escreve Para um especialista da área membro da comunidade Com que objetivo Qual tese o autor pretende demonstrar Em que contexto Em que realidade social se constituem os sujeitos e o objeto de pesquisa Qual a forma adequada de dizer Como organizar sistematizar criticar e analisar dados de forma descritiva Identificadas as condições que norteiam a produção acadêmica fazse necessá rio também que o pesquisador tenha consciência dos critérios que emprestam ao seu texto um caráter científico 36 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 31 Critérios de cientificidade dos textos Saber se o texto pesquisado possui ou não um caráter científico é essencial não só no processo de escrita mas também no discernimento das fontes de pesquisa Demo 2000 e 2008 divide os critérios em formais e políticos Os primeiros esclarece o autor referem se à qualidade formal da pesquisa já que pesquisar é formalizar objetos de estudo porque nossa mente entende o que ordena padroniza DEMO 2008 p 74 Já os segundos dizem respeito ao sentido ético do conhecimento e sua relação com a cidadania uma vez que inter ferem de maneira direta na vida social Quadro 4 Critérios de cientificidade CRITÉRIOS FORMAIS CRITÉRIOS POLÍTICOS Coerência ausência de contradição unidade entre as partes fluência entre premissas e conclusões Coerên cia entre os pressupostos admitidos pelo pesquisador e os enunciados que ele quer construir racionalidade Intersubjetividade consenso de pesquisadores sobre a validade da pesquisa Consistência capacidade de apresentar argumentos consistentes que resistem à contraargumentação de fundamentar justificar e validar ideias Autoridade por mérito reconhecimento dos pa res sobre a validade de argumentos defendidos por autoridades no assunto Valor moral ou intelectual Originalidade inovação do conhecimento no sentido reconstrutivo sem cópias Capacidade de interpreta ção própria Não deve ser confundido com ineditismo Relevância social temas de interesse comum que contribuam para o desenvolvimento social e propi ciem a relação entre a teoria jurídica e a prática so cial Sistematicidade organização do conteúdo de forma clara objetiva coesa e coerente partes ordenadas ideias articuladas sistematização baseada em método aceito pela comunidade científica Ética direcionamento da pesquisa para o bem co mum Compromisso com a comunidade científica e com a sociedade Está atrelada à honestidade e à humildade intelectuais Objetivação reconhecimento da realidade sem con taminála com ideias préconcebidas juízos de valor ou verdades inquestionáveis Discutibilidade possibilidade de discussão dos da dos Fundamentações e argumentos passíveis ao questionamento Capacidade para gerar argumentos e contraargumentos O conhecimento só é científico se for discutível Fonte Adaptado de BARRAL 2007 DEMO 2000 2008 O autor esclarece que os critérios políticos não eliminam os critérios formais e que O papel da ciência é questionar depois propor mas propor coisas questionáveis DEMO 2000 p78 Isso significa que o pesquisador deve estar aberto ao questionamento reconstrutivo e para tanto precisa saber se confrontar com a realidade social afinal escla rece ao autor a ordem é da mente e não da realidade 37 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Por isso não basta segundo o autor apenas resumir citar autores renomados coletar dados oficiais descrever fenômenos sociais revisar bibliografia sobre o tema A pes quisa exige um duplo movimento o de desconstrução e o da construção Desconstruir para o autor é questionar a teoria que embora seja essencial para explicar a realidade não pode ser considerada como fortaleza à prova de bala mas como um convite ao debate e ao confronto de ideias Enfim A regra é produzir textos bem discutidos e discutíveis DEMO 2008 p 78 Para tanto o primeiro passo consiste na escolha criteriosa de fontes de pesquisa conforme indicado no capítulo 1 deste manual o segundo na produção de ar gumentos claros objetivos e consistentes capazes de sustentar um debate coerente e ade quado à situação comunicativa proposta 32 Diferença entre a linguagem técnica e linguagem científica A linguagem técnica é a linguagem adotada nos tribunais e nos manuais de Di reito e é predominantemente retórica Já a linguagem científica tende a ser mais objetiva prioriza argumentos de natureza racional e possui um caráter descritivo ao contrário da lin guagem técnica essencialmente prescritiva Barral 2007 propõe a seguinte distinção Quadro 5 Níveis de conhecimento jurídico CONCEITO DEFINIÇÃO EXEMPLO Conhecimento téc nico Destinado a informar sistematizado mas acrítico sem profundidade teórica Manuais coletâneas de jurisprudência comentários de lei conjunto de modelos Conhecimento ci entífico Busca construir ou validar um enunci ado a partir de metodologia científica Monografias dissertações e teses Fonte Adaptado de BARRAL 2007 A partir desta classificação o autor avalia o nível das publicações jurídicas no Brasil e destaca que boa parte destinase a informar e a facilitar o cotidiano o que não lhes garante o caráter de trabalho científico Nesse sentido podese recorrer também a Carvalho 2013 p 38 que explica que o fato de o Direito se caracterizar como ciência social aplicada cria no pesquisador a falsa ideia de que ele deve reproduzir nos trabalhos acadêmicos as mesmas técnicas argumentativas adotadas na prática jurídica 38 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 33 Os gêneros textuais que circulam no contexto acadêmico Para desenvolver a competência comunicativa o pesquisador precisa aprender a observar as condições de produção dos textos que circulam no contexto acadêmico de forma a identificar o gênero textual o públicoalvo e o objetivo do texto que será produzido con forme Quadro 6 Quadro 6 Condições de produção de textos acadêmicos Gênero textual Públicoalvo Objetivos e habilidades a serem demonstradas pelo pesquisador Projeto de pesquisa Professores orientadores Planejar a pesquisa e apresentar métodos e técnicas que serão adotados na resolução do problema proposto Resenha crítica Leitores de revista especiali zada ou professoravaliador Resumir e avaliar livros da área de conhecimento em questão Monografia Professor orientador eou banca examinadora com posta Apresentar resultado de pesquisa demonstrando domínio sobre o tema capacidade de reflexão crítica de análise consistente e interpretação própria Dissertação Defesa pública para banca composta por dois examina dores mestres ou doutores Apresentar resultado de pesquisa demonstrando capaci dade de reflexão crítica de análise consistente e interpre tação própria por meio de métodos e técnicas de pesquisa mais apuradas Tese Defesa pública para banca examinadora composta por doutores Apresentar resultado de pesquisa demonstrando domínio sobre o tema habilidade para utilizar métodos e técnicas de pesquisa e capacidade de inovação de conhecimento para a área de pesquisa Artigo científico Leitores de revista especiali zada Produzir e divulgar conhecimento científico fruto de no vos resultados obtidos em pesquisa de temas pouco explo rados Fonte Elaborado pelos autores 2016 Como podemos observar não há diferenças significativas entre os vários tipos de textos acadêmicos O que varia é o grau de complexidade das reflexões realizadas por isso a linguagem do texto acadêmico deve ser cada vez mais aprimorada e diferenciada da linguagem dos manuais Esses têm como objetivo ensinar ou sistematizar conteúdo o que é totalmente distinto dos objetivos da pesquisa problematizar levantar hipóteses e obje tivos revisar bibliografia e definir referencial teórico analisar dados para confirma ção ou refutação de hipóteses e apontar conclusões de forma a desenvolver progressiva mente a autonomia e a formulação própria Isso significa atender ao critério de cientifici dade da originalidade que ao contrário do que muitos pensam não significa ser criativo a ponto de inventar uma abordagem nova para determinado tema mas de buscar a AU TORIA a elaboração própria o SABER DIZER 39 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 34 Planejar escrever e reescrever o texto Muitos pesquisadores acreditam que para escrever textos consistentes basta ter ideias ou domínio de conteúdo Essa é uma condição essencial mas que não dispensa o planejamento do texto sua releitura e consequente reescrita A partir de Antunes 2003 formularamse alguns passos que norteiam o processo da produção textual conforme Qua dro 7 Quadro 7 Etapas implicadas na atividade de escrita Continua 1 PLANEJAR 2 ESCREVER 3 REESCREVER É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito DIS TANCIARSE do texto para Conhecer a estrutura e as ca racterísticas do texto a ser produzido Adquirir e selecionar infor mações sobre o tema e hie rarquizálas em forma de su mário Delimitar o tema escolher o ponto de vista a ser tratado e problematizar Eleger a finalidade com que vai escrever o objetivo geral e as etapas a serem atingidas ao longo da pesquisa Escolher os critérios de orde nação das ideias das infor mações os métodos e técni cas a serem adotados Prever as condições e expec tativas dos possíveis leitores em relação ao tema abor dado Considerar a situação em que o texto vai circular Decidir as estratégias textu ais que podem deixar o texto adequado às exigências do meio acadêmico Pôr no papel o que foi plane jado de forma a indicar a rela ção estabelecida entre as in formações Adotar linguagem simples e direta em 3ª pessoa do singu lar Não usar linguagem figurada reticências e ponto de excla mação e evitar o uso de adje tivos valorativos e do etc Utilizar elementos de coesão a fim de garantir a unidade do texto Desenvolver apenas uma ideia principal a cada pará grafo Evitar artifícios retóricos e opiniões pessoais Apoiarse sempre em dados e provas Comentar eou discutir cita ções Evitar ambiguidades e perí odos longos Rever o que foi escrito Avaliar a coerência e a con sistência do projeto textual proposto Ajustar o texto à estrutura do gênero textual proposto Cf QUADRO 6 Reler o texto cortar e acres centar ideias confirmar se os objetivos foram cumpridos Avaliar a continuidade temá tica a coesão a unidade de sentido entre os parágrafos e as partes que compõem o texto de forma a obter uma sequência lógica e ordenada Verificar se os itens planeja dos foram todos cumpridos Avaliar a clareza do que foi comunicado e a adequação do texto às condições da situação comunicativa e às expectati vas do leitor Rever a fidelidade de sua for mulação linguística às nor mas da sintaxe e da semân tica conforme prevê a gramá tica da língua observar a im pessoalidade e objetividade da linguagem utilizada Rever aspectos da superfície do texto tais como pontua ção ortografia e paragrafa ção Fonte Adaptado de ANTUNES 2003 40 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Conclusão 1 PLANEJAR 2 ESCREVER 3 REESCREVER É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito É a etapa para o sujeito DISTAN CIARSE do texto para Selecionar citações baseando se no critério da autoridade acadêmica do autor Dialogar com autores ci tados comentando e dis cutindo ideias Verificar a adequação do texto às normas da ABNT a diferenciação das vozes do pes quisador e do autor citado Fonte Adaptado de ANTUNES 2003 É preciso portanto que o pesquisador se aproprie de seu texto e dele se distancie para avaliálo com precisão observando algumas regras que serão apontadas a seguir 35 A neutralidade e a imparcialidade do pesquisador o uso da 3ª pessoa do singular Os textos acadêmicocientíficos podem ser escritos na 1ª pessoa do plural ou do singular mas a Escola Superior Dom Helder Câmara opta pela redação na 3ª pessoa do singular o que gera um efeito de distanciamento do objeto de estudo imprimindo ao texto um caráter de objetividade além de conferirlhe impessoalidade e neutralização da presença do enunciador É importante destacar que a impessoalidadeneutralidade do pesquisador diante de seu objeto de pesquisa é um mito uma vez que a escolha da teoria o recorte das citações a hierarquização das ideias e a seleção vocabular constituem fortes indícios de subjetividade O uso de 3ª pessoa do singular consiste portanto em uma estratégia argumentativa O pes quisador deve nesse caso ficar atento às regras de concordância verbal e ao uso das vozes do verbo 351 A concordância dos verbos na voz passiva sintética Ao produzir o texto em 3ª pessoa devese lembrar da necessidade de distancia mento em relação ao objeto pesquisado Isso acarreta mudanças na concordância verbal Conforme se verifica Eu analisei os dados Voz ativa uso da 1ª pessoa do singular forma não recomendada devido à parcialidade e subjetividade do pesquisador Os dados foram analisados por mim Voz passiva analítica Apesar do uso da 3ª pessoa a subjetividade do pesquisador não foi apagada 41 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Analisaramse os dados Voz passiva sintética A omissão do agente da pas siva por mim gera um efeito de neutralidade e de imparcialidade Atentese para a concordância Analisaramse os dados e NÃO analisouse os dados Detectaramse falhas e NÃO detectouse falhas Apresentaramse provas e NÃO apresentouse provas Verificaramse os fatos e NÃO verificouse os fatos ATENÇÃO Há outra regra básica de concordância verbal que deve sempre ser observada sujeito no plural verbo no plural Portanto ao citar dois ou mais autores use os verbos no plural Medeiros e Vieira 2003 constatam que e NÃO cons tata que Além desses aspectos é importante destacar outros em relação ao uso da lin guagem objetiva e imparcial os quais serão citados a seguir 352 Evitar o uso de expressões que explicitem a interpelação ao leitor Ao invés de escrever observe o parecer a seguir escreva O parecer do CNJ demonstra que Ao invés de fique atento escreva É importante ressaltar que Ao invés de vamos mostrar agora escreva Na próxima seção destacase 353 Evitar formas elogiosas para se referir aos autores pesquisados Muitos pesquisadores adotam como recurso de estilo forma elogiosa para se referir aos autores citados Ao contrário do que se pensa essa forma não contribui para o reconhecimento do mérito do autor citado conforme ressalta Queiroz 2015 p 134 Não chame autores ou instituições por apelidos elogiosos em um trabalho cien tífico ninguém deve ser tratado com reverência capaz de blindar suas ideias contra a crítica ou tentativa de refutação Pois é justamente isso que fazemos querendo ou não quando tratamos conhecidos autores ou instituições de elevada hierarquia política tribunais superiores por exemplo como se fossem arautos da verdade jurídica e transmissores de doutrinas infalíveis São exageros de práticas não menos erradas de chamar autores e decisões de doutas ilustres ou festejadas Mais do que uma questão de estilo essas práticas implicam verdadeiros defeitos metodológicos porque tratam hipóteses acadêmicas como causas defendidas em Observe o recuo na citação direta 4 cm 42 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico juízo além de revestirem as ideias retratadas com o manto do argumento de autoridade QUEIROZ 2015 p 134 grifo nosso Para evitar esse tipo de inadequação o caminho é citar o sobrenome do autor conforme a norma NBR 10520 ABNT 2002 ou se referir ao autor fazendo menção a sua função social jurista filósofo sociólogo teólogo dentre outros O importante é manter a objetividade e a imparcialidade 354 Evitar o uso de palavras valorativas Para criar um efeito de objetividade e imparcialidade diante do objeto analisado o pesquisador deve selecionar com cuidado seu vocabulário Devemse evitar pois palavras que revelem juízo de valor como condições aviltantes indignas injustas é intensa enorme grandiosa a repercussão do caso atitude imoral errônea incorreta modelo inadequado desproporcionalverdadeiro pessoa mácruel criminosa boa afável amável pesquisa de grande relevância demasiada importância certamente evidentemente obviamente intensamente inteiramente feliz mente sinceramente a pessoa trabalha demais muito pouco com aptidão com presteza aparência tranquila alegre tristecansada tumultuada 355 Apontar claramente os sujeitos das orações É comum nos textos acadêmicos encontrar formas como a Constituição diz ou fala Os verbos dizer ou falar além de se caracterizarem como formas da lingua gem coloquial revelam falta de clareza dos agentes das ações citadas 43 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico A doutrina diz que tal norma é constitucional A doutrina não diz nada porque a doutrina não existe senão como uma entidade metafísica usualmente legitima dora nos discursos dos juristas O mesmo vale para a jurisprudência Quem disse Quem julgou e como Esquivarse de dizer quem fez ou disse algo mais do que uma forma imprópria de escrever é cientificamente problemática BECKER 2007 apud QUEIROZ 2015 p 134 grifo nosso Para evitar essa inadequação podem ser usados os verbos estabelecer expli citar mostrar expor determinar assegurar Assim ao invés de se afirmar que a Constituição diz ou fala afirmese que a Constituição estabelece explicita asse gura dentre outros 36 O emprego dos pronomes demonstrativos Ao fazer menção ao próprio trabalho surge a dúvida este ou esse trabalho Este trabalho esta pesquisa e NÃO esse trabalho ou essa pesquisa Além disso vale lembrar que os pronomes esse essa e isso têm valor ana fórico são usados para a retomada de informações que já foram mencionadas anteriormente no texto Já os pronomes este esta e isto são catafóricos indicam informações novas que serão anunciadas Exemplos O texto acadêmico obedece a critérios da ABNT e isso garante a credibilidade do pesquisador O pronome destacado retoma o que foi dito antes É necessário ressaltar isto o texto acadêmico deve obedecer às normas da ABNT O pronome destacado anuncia uma informação nova 37 O emprego dos tempos verbais no texto científicoacadêmico O tempo verbal adotado ao longo do trabalho é o presente do indicativo Mas em algumas seções devemse observar algumas exceções Na introdução do projeto de pesquisa a metodologia deve ser redigida no fu turo do presente do modo indicativo indicando ações que serão realizadas posteriormente Ex Será utilizado o método hipotéticodedutivo ou Os dados serão cole tados Observe o recuo na citação direta 4 cm 44 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Na seção de análise e discussão de dados de monografia artigo científico acadêmico dissertação ou tese as ações devem ser descritas no pretérito per feito do indicativo Ex Foi utilizado o método hipotéticodedutivo Os dados foram coleta dos No resumo o procedimento é o mesmo comece com o tempo presente Este artigo tem como objetivo ou O objetivo desta monografiadissertação é Obs O tempo presente permite que o trabalho se atualize aos olhos do leitor a cada leitura o que lhe imprime um efeito de verdade Ex Este artigo aborda a questão dos direitos fundamentais dos moradores de rua 38 A função do parágrafo na construção do texto É importante lembrar que a estruturação de um texto em introdução desenvol vimento e conclusão é fundamental para a produção de sentido Portanto depois de estabe lecidas as seções e subseções que vão integrar o texto o pesquisador deve organizar suas ideias e informações em parágrafos estando atento à coesão entre eles e à progressão textual Cada parágrafo deve conter uma única ideia central enunciada por meio de um período denominado tópico frasal o qual orienta o restante do parágrafo dele nascem ou tros períodos secundários Portanto o tópico frasal deve ser o roteiro para o produtor de textos desenvolver e concluir o parágrafo O parágrafo dissertativo tem como núcleo uma única ideia Essa ideia é ex posta na introdução do parágrafo desenvolvida ao longo dele e reforçada na sua conclusão A introduçãotópico frasal normalmente é constituída de uma ou duas frases curtas que expressam de maneira sintética a ideia principal do parágrafo definindo seu objetivo O desenvolvimento corresponde a uma ampliação da ideia principal com apre sentação de ideias secundárias que a fundamentam ou esclarecem A conclusão retoma a ideia central levando em consideração os diversos aspec tos selecionados no desenvolvimento O parágrafo ideal deve ter no mínimo três períodos um para cada uma das partes que o constituem 45 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Quadro 8 Exemplo de parágrafo dissertativo Tópico frasal A realidade demonstra dessa forma que a construção de um direito dos desastres sob a ótica da garantia dos direitos dos seres humanos ainda necessita de uma maior evo lução no cenário internacional Desenvolvi mento Contudo a mesma realidade traz à tona a necessidade da intrínseca relação entre essas temáticas visto ser sempre o homem a parte vulnerável dentro dessa lógica Conclusão O empoderamento humano tornase então importante na medida em que será a força motriz a impulsionar essa indispensável criação jurídica Fonte DERANI VIEIRA 2014 Depois de apresentar a ideia principal o pesquisador pode escolher o critério para desenvolvêla enumerar aspectos do objeto comparálo a outro apresentar fatores positivos ou negativos posicionarse a favor ou contra determinada situação É importante ressaltar seguindo as orientações de Emediato 2004 que os pro cedimentos acima não só auxiliam o produtor a fazer o levantamento de conhecimentos pré vios sobre o assunto proposto como também a delimitar os tópicos de desenvolvimento a decidir quais itens focalizar em que momento eles serão utilizados ou ainda de que forma serão apresentados ao leitor Portanto ao planejar e redigir textos é necessário organizar de maneira sequen cial as ideias de forma a fixar um único objetivo para cada período e para cada pará grafo Esse planejamento contribui para a produção de textos adequados às exigências de um texto acadêmico 381 As qualidades do parágrafo Uma das principais qualidades do parágrafo é a unidade que consiste em dizer uma coisa de cada vez omitindose ideias que não são essenciais ou não se relacionam com a ideia central do parágrafo Como conseguir a unidade do texto delimitar o assunto fixar o objetivo usar tópico frasal explícito evitar pormenores desnecessários evitar frases entrecortadas 46 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Outra característica é a clareza a expressão das ideias de maneira compreensí vel inequívoca de modo a produzir uma só interpretação para aquilo que se enunciou Ela dependerá em grande parte da escolha das palavras e de sua combinação e distribuição na frase Como conseguir clareza escrever com simplicidade objetividade e propriedade evitar vocabulário rebuscado e pouco conhecido palavras ou expressões vagas negócio coisa repetição da mesma ideia tautologia períodos muito longos orações intercaladas palavras ou expressões ambíguas 382 As citações como desenvolvimento do parágrafo Nos textos acadêmicos e científicos é comum encontrar parágrafos compostos apenas por citações Essa prática compromete a coesão textual e sobretudo a progressão das ideias Por isso recomendase o uso de citações como recurso para desenvolver o tópico frasal e fundamentar as ideias Observe Quadro 9 A citação direta como desenvolvimento do parágrafo Tópico frasal Os problemas éticos caracterizamse pela sua generalidade e isso os distingue dos problemas morais da vida cotidiana Desenvolvi mento De acordo com Vazquez 1985 p 10 Por causa de seu caráter prático tentou se ver na ética uma disciplina normativa cuja função fundamental seria a de indicar o comportamento melhor do ponto de vista moral Conclusão Assim o ético tornarseia uma espécie de legislador do comportamento moral dos indivíduos ou da comunidade Fonte GODINHO CAMBAÚVA MAK 2006 47 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico Quadro 10 A citação indireta como desenvolvimento do parágrafo Tópico frasal Procurarei sustentar por que a compreensão tradicional dos direitos humanos não é suficientemente consistente para dar conta do seu ponto cego percebido por Arendt 2004 Desenvolvi mento A autora demonstrou como esta concepção de direitos humanos abalizada pela ideia de nacionalidade e ancorada pela abstração da dignidade da pessoa humana não consegue abarcar a dimensão categorial do apátrida Conclusão Em outras palavras a situação da apatridia torna impossível qualquer fundamentação que se baseie na ideia de dignidade Fonte PEREIRA 2012 Quadro 11 A citação de citação como desenvolvimento do parágrafo Tópico frasal O reconhecimento da diferença é condição essencial para a construção de uma socie dade mais humana e justa Desenvolvi mento Damatta 1997 p 24 apud PEREIRA 2012 p 25 afirma que apesar das diferenças e por causa delas nós sempre nos reconhecemos nos outros e eu estou inclinado a acreditar que a distância é o elemento fundamental na percepção da igualdade entre os homens Conclusão Portanto não há como pensar em direitos humanos e em igualdade sem priorizar o outro sem valorizar suas diferenças em relação a mim mesmo Fonte Elaborado pelos autores 2016 É importante lembrar que segundo Gomes 2003 na citação direta o pesqui sador assume o papel de portavoz das palavras de outrem Já na citação indireta seu papel é o de tradutor das ideias Além disso a autora destaca que pesquisadores citam especialistas como estratégia para a argumentação Isso significa que as citações não podem figurar no texto como simples recortes de ideias de outrem ou como amontoados de trechos descone xos Vale ainda destacar que a citação de citação deve ser evitada já que não houve consulta à fonte original Isso pode gerar além de equívocos de interpretação o comprome timento da imagem do pesquisador e a falta de credibilidade da pesquisa produzida 39 A coesão textual e o diálogo entre autores O texto acadêmico requer do pesquisador habilidades para interpretar analisar criticar e confrontar as ideias dos autores lidos de forma a compor um debate que sustente a argumentação proposta Assim o texto deve apresentar ao leitor o resultado desse diálogo estabelecido entre o pesquisador e os diferentes pontos de vista dos autores lidos ou entre esses autores e os dados coletados em caso de pesquisas empíricas Por isso não basta so mente aterse à coesão das ideias mas sobretudo à distinção entre as vozes do produtor do 48 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico texto e as do autor citado É bom lembrar que toda citação deve ser comentada ou discu tida A lista de expressões a seguir auxilia nesse processo Nessa na mesma linha de raciocínio Gonçalves 2000 demonstra que Por sua vez Oliveira 1990 declara que ou apresenta de forma similardiversa seu pensamento sobre Enfatizando esses aspectos Oliveira 1999 destacapostula que De forma análogasemelhante Andrade 2007 argumenta Em contraposição a essas ideias Oliveira 2006 mostradefende que Na concepção de Silva 2003 cidadania consiste em já para Costa 2005 Inferesedepreendese do exposto que Nesse sentido Barral 2007 enfatiza que Diante disso fica evidente que Além da importância disso para compreender o processo de investigação pode se destacarobservar também que conforme Freitas 2013 No que concerne à análise do parecer podese afirmar que Tomando por base esse contexto é importante frisar que Em relação à abordagem desse problema vale salientar que Em se tratando de podese constatar que Devese portanto dedicar atenção especial a Podese afirmar que Como se pode notarobservar Ferraz Júnior 2000 explicita sua tese Na perspectiva de Reale 2010 Direito pode ser definido como Depois de elucidar tais questões é importante recorrer à concepção de Reale 2010 segundo o qual Apesar das diferentes perspectivas adotadas pelos autores até então focalizados podese notar que A fim de compreender melhor o problema Moreira 2014 destaca que Em contrapartida percebese que Barros 2000 assume diferente perspectiva ao afirmar que É importante ressaltar ainda que Ao se contraporem tais ideias podese verificar que 49 Parte I O pesquisador e a produção de conhecimento científico 310 Regras práticas para escrever com clareza e objetividade Ao revisar o texto a prioridade do pesquisador deve ser a observância da clareza e da objetividade Para se verificarem esses aspectos é essencial seguir as regras propostas por Valenti 2015 1 Escreva sempre na ordem direta sujeito verbo complemento 2 Escreva sempre frases curtas e simples Abuse dos pontos 3 Prefira colocar ponto e iniciar nova frase a usar vírgulas Uma frase repleta de vírgulas está pedindo pontos Na dúvida use o ponto Se a informação não me rece nova frase não é importante e pode ser eliminada 4 Evite orações intercaladas parênteses e travessões 5 Corte todas as palavras inúteis ou que acrescentem pouco ao conteúdo 6 Use apenas os adjetivos e advérbios extremamente necessários pois adjetivos expressam juízos de valor 7 Só use palavras precisas e específicas Dentre elas prefira as mais simples usu ais e curtas 8 Evite usar substantivos aumentativos diminutivos e superlativos 9 Evite ecos avaliação da produção e cacófatos uma por cada tratamento uma por cada 10 Prefira frases afirmativas Para saber mais consulte FEITOSA Vera Cristina Redação de textos científicos Campinas Papi rus 1995 GARCIA Othon Moacyr Comunicação em prosa moderna aprender a escrever aprendendo a pensar 17 ed Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1997 50 PARTE II ORGANIZANDO A PESQUISA Você vai aprender nesta parte 4 Projeto de pesquisa NBR 152872011 52 5 Monografia dissertação tese e artigo científico 71 51 Parte II Organizando a pesquisa PARTE II ORGANIZANDO A PESQUISA Um dos critérios de cientificidade da pesquisa diz respeito a sua coerência Por isso o projeto de pesquisa é o caminho essencial a ser percorrido para se traçarem os con tornos da pesquisa sua dimensão e viabilidade acadêmica de forma lógica e coerente 52 Parte II Organizando a pesquisa 4 PROJETO DE PESQUISA NBR 152872011 Projetar é organizar o caminho deixando claros os pontos mais importantes do trajeto cujo objetivo é chegar ao produto pretendido seja na monografia dissertação tese ou no artigo científico Portanto um projeto é um instrumento para avançar até um objetivo até um resultado Projetar envolve definir dois pontos o de partida onde estamos e o de chegada aonde queremos chegar O projeto de pesquisa para Barral 2003 p 61 é uma parte fundamental da pesquisa e serve como um balizador das pretensões do estudante O projeto de pesquisa tem a função de esclarecer ao pesquisador a viabilidade de sua pesquisa Nesse sentido seu processo de elaboração é um aprendizado que pode apontar possíveis dificuldades a serem enfrentadas acerca do conhecimento do tema Um projeto bem formulado acaba por validar a proposta de trabalho mostrando que o tema escolhido além de interessante é realizável Para tanto a coerência e adaptabilidade são características importantes inerentes ao projeto de pesquisa Entendese por coerência como afirma Barral 2007 p 49 um encadeamento lógico entre o tema escolhido os objetivos perseguidos e a forma de execução do projeto Já a adaptabilidade permite modificações que não comprometem a linha básica do projeto e que devem servir para melhor adaptar o trabalho às condições de sua exequibi lidade Em relação ao Projeto de Pesquisa o regimento da Escola Superior Dom Helder Câmara prevê Art 189 O aluno apresentará o Projeto de Pesquisa do TC a um dos Pro fessores da Escola conforme calendário de avaliação colhendolhe o aceite com o orienta dor em formulário próprio ESDHC 2010 Já na pósgraduação o projeto de pesquisa será depositado conforme regimento Quanto à escolha do tema de pesquisa advertem Costa Marco e Costa Maria 2011 que ele pode ser definido de forma mais clara quando se faz a pergunta O que vou pesquisar Nesse sentido definem os autores Escolher um tema nada mais é do que esco lher um assunto delimitado sobre o qual será definido um problema de pesquisa COSTA Marco COSTA Maria 2011 p 23 Afirmam também que delimitar é deixar claros os limites conceituais do tema Para estabelecer esses limites sugerese que o pesquisador bus que relacionar o tema a subtemas a ele relacionados ou utilizar variáveis ou teorias para o estudo mais específico do tema ou seja agindo assim o pesquisador transforma seu tema 53 Parte II Organizando a pesquisa em temaproblema de pesquisa Por exemplo se um pesquisador seleciona o tema mineração para um trabalho em Direito é necessário relacionálo com outros temas para que se tenha a possibilidade de uma pesquisa científica Nesse sentido o pesquisador pode adotar como subtemas a legislação ambiental brasileira os órgãos de regulamentação da atividade mine rária e a partir da relação entre eles formulará o seu problema de pesquisa Para saber mais consulte COSTA Marco Antônio F da COSTA Maria de Fátima Barroso da Projeto de Pesquisa entenda e faça Rio de Janeiro Vozes 2011 41 Estrutura do projeto de pesquisa O projeto de pesquisa deve conter além dos elementos capa folha de rosto e sumário a parte textual composta por introdução problema hipótese objetivos geral e específicos justificativa revisão bibliográficareferencial teórico metodologia cronograma e parte pós textual composta pelas referências ATENÇÃO Projeto de pesquisa não tem conclusão nem requer apresentação de dados como entrevistas ou roteiros de perguntas para questionários ou entrevistas 411 Introdução A introdução é a parte inicial do projeto apresentase em texto breve o tema da pesquisa seguido de sua contextualização e delimitação Delimitar o tema significa situálo no tempo e no espaço ou no âmbito da discussão teórica 412 Problema Este item diz respeito à formulação de um problema de pesquisa a partir da re lação que se faz entre o tema e subtemas ou variáveis como fatores efeitos características 54 Parte II Organizando a pesquisa semelhanças diferenças entre outras Problematizar o tema é um passo importante na indi cação do direcionamento a ser dado a toda a pesquisa mas devese tomar cuidado para que o problema tenha cunho científico e não pessoal seja passível de solução e não seja vago O problema de pesquisa segundo Barral 2007 relacionase com o foco do tra balho Traduz a pergunta que se pretende responder ao final do trabalho científico Para facilitar sugerese que se formule o problema em forma de pergunta questionamento Assim ao final da pesquisa o pesquisador responderá ao questionamento proposto Em sín tese o problema se constitui de uma pergunta que irá nortear toda a pesquisa Usando ainda como exemplo a relação entre o tema atividade minerária a legislação ambiental e órgãos reguladores dessa atividade poderíamos formular um problema da seguinte forma A atua ção dos órgãos reguladores garantida pela legislação ambiental tem sido eficaz em relação a atividade minerária em Minas Gerais 413 Hipótese Elaborado o problema levantase também a hipótese A hipótese é a oferta de uma solução possível ao problema formulado em relação ao objeto da pesquisa explicam Gustin e Dias 2006 p 68 Severino 2007 p130 por sua vez afirma que A hipótese se vincula aos objetivos ou seja aos resultados que precisam ser alcançados para que se cons trua toda a demonstração Sendo assim é uma resposta prévia que poderá ou não ser con firmada no decorrer do trabalho 414 Objetivos Uma vez delimitado o foco da pesquisa devemse apresentar os objetivos do trabalho ou seja o que se pretende com a proposta apresentada Para a formulação dos ob jetivos sugerese o uso de verbos no infinitivo Há que se observar todavia que os objeti vos podem ser inúmeros e variam conforme o tema de pesquisa Por isso devem ser subdi vididos levandose em conta a linha de pesquisa e o problema que se pretende resolver 4141 O objetivo geral O objetivo geral relacionase diretamente com o problema esclarecendo e dire cionando o foco central da pesquisa É a meta principal da pesquisa É a ação que deverá 55 Parte II Organizando a pesquisa ser definida por um verbo no infinitivo de natureza semântica mais ampla demonstrar desenvolver explicar discutir analisar avaliar dentre outros 4142 Os objetivos específicos Os objetivos específicos definem as diferentes etapas a serem alcançadas vi sando a atingir o objetivo geral Aqui os verbos que podem ser utilizados são apontar identificar realizar descrever elaborar observar enumerar interpre tar caracterizar comparar determinar justificar mensurar deduzir definir coletar relacionar reconhecer relatar resumir tabular verificar indicar exa minar entrevistar aplicar questionário dentre outros 415 Justificativa A justificativa do projeto de pesquisa é a seção na qual se fundamentam os mo tivos de ordem teórica e prática que apontem para a relevância do tema escolhido pelo pes quisador Apresentase principalmente a importância científica e social do problema pro posto Ou seja devese responder à questão por quê Por que o tema é realmente signi ficante Por que o autor do projeto se interessou por ele Por que o trabalho pode apresentar contribuição original à área de conhecimento BARRAL 2007 p 59 Pode apontar tam bém a relevância do tema para a sociedade ou para o Direito 416 Revisão da literatura encontrando o referencial teórico A Dom Helder Escola de Direito exige a revisão da bibliografia básica do tema escolhido Neste aspecto não basta fazer uma lista de autores e livros que abordem o tema mas sim a descrição do conhecimento produzido pelo pesquisador para responder ao pro blema de pesquisa proposto Assim a revisão deve corresponder aos conhecimentos sobre o assunto acumulados até a atualidade E aqui uma dica uma revisão bibliográfica bemfeita poderá ser uma parte consi derável do capítulo 1 da monografia Sobretudo num trabalho com estrutura dedu tiva o capítulo 1 costuma ser o capítulo introdutório aos principais conceitos re lacionados ao tema BARRAL 2007 p 61 Observe o recuo na citação direta 4 cm 56 Parte II Organizando a pesquisa Para Costa Marco e Costa Maria 2011 as perguntas a serem feitas a fim de deixar claro o significado da revisão e do referencial teórico podem ser assim definidas O que já foi escrito sobre o tema revisão da literatura Qual a fundamentação teórica para estudar esta realidade referencial teó rico Revisão da literatura Dessa forma para delimitar um temaproblema que possibilite uma pesquisa com resultado relevante e consistente é fundamental uma revisão abrangente e sistematizada da literatura e uma construção de um referencial teórico bem direcionado Nessa mesma linha de raciocínio Roesch 2007 p105 esclarece que o capítulo ou seção de revisão da literatura engloba tudo o que a for relevante e necessário para esclarecer e justificar o problema em estudo b servir para orientar o método do traba lho e os procedimentos de coleta e análise dos dados Assim a revisão bibliográfica é o passo inicial para a construção do refe rencial teórico por isso ainda segundo a autora é usual o pesquisador ao iniciar a pesquisa selecionar e resumir os textos relacionados ao tema do projeto e produzir um texto com esta síntese mas sempre estabelecendo diálogos com o tema o objeto ou o problema da pesquisa Como já dito no início desta seção é preciso ficar atento para que a revisão da literatura não se torne um mosaico de citações sobre o tema de pesquisa Para que isso não ocorra podese por exemplo citar um conceito relacionado ao tema e determinar se tal definição é objetiva ou subjetiva se é ampla ou restrita se é adequada ao escopo de sua pesquisa ou não Podemse também avaliar definições de um mesmo termo feitas por dife rentes autores semelhanças e diferenças A superficialidade ou não da definição também poderá ser investigada Refletir sobre a caracterização do objeto de pesquisa a partir de es tudos anteriores relacionados a ele também pode ser feito na seção de revisão da literatura Quando se têm textos mais curtos como artigos científicos ou trabalhos de con clusão de graduação a revisão da literatura e o referencial teórico podem vir em um mesmo tópico do texto Já em dissertações e teses podese optar por redigir capítulos em separado para eles Referencial teórico Feita a revisão da literatura iniciase o processo de filtragem em que o pesqui sador focalizará os conteúdos necessários para responder ao problema proposto O refe rencial teórico é a direção teórica da pesquisa ou seja neste momento o pesquisador mostra 57 Parte II Organizando a pesquisa quais autores e teorias são os mais adequados para analisar e explicar o problema da pesquisa e verificar as hipóteses e como este referencial teórico pode contribuir para a solução do problema A seção do referencial teórico não precisa ser muito extensa mas deve apresen tar os principais aspectos da teoria adotada que se relacionam com a pesquisa Esquema para o tópico da revisão da literatura RL e referencial teórico RT 1 resumo do conhecimento atual sobre o problema RL 2 citações dos principais autores que produziram evidências científicas sobre o problema RL 3 conceitos pertinentes ao temaproblema da pesquisa RL 4 citação das controvérsias na literatura sobre o problema RL 5 descrição dos fundamentos teóricos dos principais indicadores de resultados que serão utilizados na pesquisa RT Nesse sentido o objetivo da revisão da literatura é mostrar a pertinência cientí fica da proposta de pesquisa e o do referencial teórico é apontar os fundamentos e delimita ções teóricas mais adequados para responder ao problema de pesquisa Para avaliar esses dois itens do projeto de pesquisa é necessário verificar se gundo Roesch 2007 se todos os termos importantes foram definidos o autor apresentou evidências para embasar seus argumentos o texto apresenta lógica interna houve análise interpretativa dos autores citados existe relação entre as citações ou se elas aparecem soltas no texto 417 Metodologia A metodologia é a seção em que o pesquisador deverá descrever com clareza como a pesquisa será realizada Devese partir dos objetivos específicos a fim de evidenciar o que será feito métodos e como será feito técnicas ou procedimentos bem como quais os instrumentos de coleta de dados serão utilizados para se obterem os resultados esperados e se atingirem os objetivos propostos 58 Parte II Organizando a pesquisa A proposta metodológica oferecida neste manual possui segundo Gustin e Dias 2006 um sentido amplo que é o de representar um conjunto de normas e procedimentos utilizados para a construção do trabalho científico Assim a metodologia consiste no caminho de verificação da hipótese de pes quisa Galuppo 2008 explica que a metodologia deve orientar como responder ao problema proposto e definir caminhos para se alcançarem os objetivos da pesquisa Já para Mezzaroba e Monteiro 2009 p 58 a utilização de métodos implica oferecer transparência e objetividade à investigação que assim poderá ser submetida à ve rificação uma vez que explicita com clareza os critérios metodológicos adotados A partir dessas constatações o pesquisador deve iniciar o delineamento de sua pesquisa a fim de tornar o problema passível de ser pesquisado A seção Metodologia pode ser esquematizada conforme a Figura 2 Figura 2 Delineamento da metodologia Fonte Elaborado pelos autores 2016 4171 Pesquisa de natureza quantitativa ou qualitativa Após a formulação do problema o pesquisador deve escolher a abordagem que adotará em sua pesquisa quantitativa ou qualitativa Abordagem do problema pesquisa qualitativa ou quantitativa Quanto aos objetivos pesquisa exploratória explicativa ou descritiva Quanto aos métodos dedutivo indutivo hipotéticodedutivo dialético e comparativo Quanto às técnicas pesquisa bibliográfica documental de campo estudo de caso Quanto aos instrumentos de coleta de dados entrevista questionário observação participante ou não participante análise de conteúdo e história de vida 59 Parte II Organizando a pesquisa A pesquisa quantitativa é aquela que utiliza diferentes técnicas estatísticas para quantificar opiniões e informações para um determinado estudo Ela é realizada para com preender e enfatizar o raciocínio lógico e todas as informações que se possam mensurar sobre as experiências humanas Por outro lado Antônio Chizzoti mostra que A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependência viva entre o sujeito e o ob jeto um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeitoobservador é parte integrante do processo de conheci mento e interpreta os fenômenos atribuindolhes um significado O objeto não é um dado inerte e neutro está possuído de significados e relações que sujeitos con cretos criam em suas ações CHIZZOTTI 1995 p 79 Assim no quadro 12 sintetizamse as diferenças entre a pesquisa quantitativa e qualitativa Quadro 12 Pesquisa quantitativa ou qualitativa PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA Apoiase na filosofia positivista comportamentalista empirista Apoiase na filosofia fenomenológica Estabelece relações e explica mudanças Compreende fenômenos sociais segundo a perspectiva dos participantes As investigações visam sobretudo a generalizações universais As ações são influenciadas pelo contexto em que ocor rem são generalizações contextualizadas Ênfase nos resultados ou produtos da investigação Ênfase no processo da investigação Amostras amplas Amostras pequenas não representativas Recolhe dados para confirmar hipóteses previamente construídas Instrumentos de coleta de dados mais utilizados ques tionário e entrevista estruturada Não recolhe dados ou provas para confirmar hipóteses construídas previamente Instrumentos de coleta de dados mais utilizados ob servação entrevista história de vida Fonte Adaptado de SILVA 2006 p 32 4172 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa As pesquisas podem ser segundo Gil 2009 classificadas com base no objetivo geral e se dividem em exploratória descritiva e explicativa 60 Parte II Organizando a pesquisa Quadro 13 Pesquisa exploratória descritiva e explicativa PESQUISA EXPLORATÓRIA PESQUISA DESCRITIVA PESQUISA EXPLICATIVA Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o pro blema com vistas a tornálo mais explícito ou a construir hipóteses A maioria das pesquisas desse tipo envolvem levantamento bibliográfico entrevistas com pessoas que ti veram experiências práticas com o problema pesquisado análise de exemplos que esti mulem a compreensão Descreve características de deter minada população ou fenômeno distribuição por idade sexo pro cedência nível de escolaridade estado de saúde nível de atendi mento de órgãos públicos de uma comunidade as condições de habi tação índices de criminalidade le vantamento de opiniões Preocupase em identificar os fa tores que determinam ou contri buem para a ocorrência dos fenô menos Explica o porquê das coisas por meio dos resultados oferecidos Pode ser a continuação de outra descritiva posto que a identifica ção de fatores que determinam um fenômeno exige que este es teja suficientemente descrito e detalhado Fonte GIL 2009 p 4142 A relevância dessa classificação segundo Gil 2009 p43 consiste no auxílio para a construção do referencial teórico A pesquisa exploratória frequentemente se estabe lece em uma fase preliminar do trabalho acadêmico quando ainda se está delimitando o objeto de estudo e o problema e portanto não é empregada isoladamente Já a pesquisa descritiva tem como meta observar registrar analisar e correlacionar fenômenos ou fatos sem interferência no ambiente analisado ou seja os fenômenos são investigados com sem que sejam manipulados pelo pesquisador A pesquisa explicativa por outro lado busca estabelecer relações entre os objetivos geral e específicos assim como identificar fatores que determinam certos fenômenos ou analisar suas consequências É importante salientar que o pesquisador ao formular o objetivo geral e os ob jetivos específicos da pesquisa já determina também qual a abordagem que irá adotar Ob jetivos como descrever verificar investigar caracterizar apontam para uma abordagem descritiva já objetivos como analisar discutir avaliar explicar são objetivos que demandam uma abordagem explicativa A partir daí tornase possível traçar o delineamento da pesquisa ou seja o seu desenvolvimento quanto ao método técnicas e instrumentos adotados para a coleta de dados É importante que a seleção dos procedimentos a serem adotados seja feita conjuntamente com o orientador para que se possa traçar o caminho mais adequado à produção da pesquisa de acordo com os parâmetros científicos Nas seções a seguir apresentase um resumo desses procedimentos com desta que para os estudos de Severino 2007 e Marconi e Lakatos 2009 61 Parte II Organizando a pesquisa 4173 Métodos Os métodos são as formas de organização do raciocínio que permitem alcançar o objetivo e traçar o caminho a ser seguido Eles podem ser indutivo dedutivo hipotético dedutivo e comparativo Indutivo procedimento lógico pelo qual se passa de fatos particulares a um princípio geral Estabelecese uma lei geral a partir de repetição constatada de regularidade em vários casos particulares Fases 1 observação dos fenômenos 2 descoberta de relação entre eles 3 generalização da relação Dedutivo Procedimento lógico raciocínio pelo qual se pode tirar de uma ou de várias proposições premissas tidas como verdadeiras uma conclusão que delas decorre por força puramente lógica Na pesquisa um estudo estritamente dedutivo é raro pois geral mente as premissas em um estudo científico são geralmente apresentadas como hipóteses ou seja passíveis de serem verificadas mas podese dizer que um estudo quantitativo que investiga a aplicação de uma lei para determinar sua eficácia emprega o método dedutivo Hipotéticodedutivo procedimento com características comuns aos dois ante riores Partese da percepção de uma lacuna nos conhecimentos o que resulta na formulação de hipóteses A diferença entre o método dedutivo e o hipotéticodedutivo está justamente no valor das premissas como já dito no método estritamente dedutivo as premissas têm valor de verdade enquanto no método hipotéticodedutivo as premissas são hipóteses a se rem testadas pelo método dedutivo Por isso este método é mais frequentemente empregado nas pesquisas científicas Dialético Dialética é um termo de origem grega que significa a arte do diálogo a arte de debater de persuadir Dialética é um debate em que ideias diferentes são apresen tadas em que um posicionamento é defendido e contradito imediatamente Para os gregos a dialética era separar fatos dividir as ideias para poder discutilas com maior discernimento Assim no método dialético buscase uma conclusão a partir de um debate entre diversas 62 Parte II Organizando a pesquisa posições teóricas nas quais duas situações ou teorias são confrontadas buscandose possí veis similitudes e distinções Nas pesquisas da área do Direito esse método é largamente usado pois o Direito tem na sua essência a dialética Comparativo estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos sociedades ou povos No âmbito do Direito Comparado estudos por exemplo en tre a legislação brasileira e de outros países sobre determinado tema ou da prática jurídica entre dois ou mais contextos empregam este método 4174 Técnicas São procedimentos operacionais que servem de mediação prática para a reali zação das pesquisas Os principais são Pesquisa bibliográfica elaborada a partir de fontes secundárias livros artigos e outros meios de informação como periódicos revistas boletins jornais outras pesquisas que podem ser encontradas em bibliotecas sites da Internet Abrange toda a bibliografia já tornada pública Essa técnica está presente em toda e qualquer pesquisa pois é ela que ali menta a revisão bibliográfica e o referencial teórico ou seja serve para a compreensão das teorias já desenvolvidas sobre determinado assunto Ao se empregar essa técnica buscase resolver um problema a partir dos resultados já obtidos por outros pesquisadores Como já dito nas seções específicas deste manual as fontes devem ser muito bem selecionadas e referenciadas Além disso devese ter o cuidado para que não se tenha um uso indevido das fontes como o plágio ou a deturpação das ideias dos autores seleciona dos Pesquisa documental é a investigação feita na fonte primária elaborada a par tir de materiais não fraudados que não receberam tratamento analítico relatórios tabelas fotos vídeos cartas discursos e no Direito os documentos como leis sentenças acórdãos pareceres portarias que podem ser encontrados em arquivos públicos ou particulares bi bliotecas sites da Internet nos órgãos públicos ou privados A pesquisa documental é utili zada em abordagens históricas e a análise pode ser feita em documentos antigos ou atuais Servem para estabelecer uma contextualização não só histórica mas também cultural social 63 Parte II Organizando a pesquisa e econômica de um local uma instituição ou um grupo de indivíduos Ainda sobre pesquisa documental como técnica investigativa é importante perceber que A pesquisa documental enquanto método de investigação da realidade social não traz uma única concepção filosófica de pesquisa pode ser utilizada tanto nas abor dagens de natureza positivista como também naquelas de caráter compreensivo com enfoque mais crítico Essa característica toma corpo de acordo com o refe rencial teórico que nutre o pensamento do pesquisador pois não só os documentos escolhidos mas a análise deles deve responder às questões da pesquisa exigindo do pesquisador uma capacidade reflexiva e criativa não só na forma como com preende o problema mas nas relações que consegue estabelecer entre este e seu contexto no modo como elabora suas conclusões e como as comunica Todo este percurso está marcado pela concepção epistemológica a qual se filia o investiga dor SILVA et al 2009 p 4556 Para aplicação dessa técnica devese ter em mente que ela é composta das seguintes fases de acordo com Bardin 1979 préanálise exploração do material e tratamento dos resulta dos Na préanálise devese fazer a organização do material escolha e seleção dos docu mentos corpus de análise a formulação de hipóteses eou objetivos e elaborar indicadores que fundamentem a interpretação final dos dados Já a fase de exploração do material con siste no estudo aprofundado orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos a escolha das unidades de contagem codificação seleção das regras de contagem classificação e a es colha de categorias categorização de análise A última fase é o tratamento ou análise dos resultados em que há uma interpretação do conteúdo das fontes pesquisadas e uma análise do conteúdo latente dos documentos por meio de inferências elaboradas a partir do conte údo explícito desses documentos A pesquisa documental embora muito importante tem resultados limitados e não pode assim estar dissociada da pesquisa bibliográfica que auxilia na comparação de dados entre autores diferentes ou na busca por posicionamentos teóricos que respaldem a análise empreendida Estudo de caso estudo de um caso particular considerado representativo de um conjunto de casos análogos A escolha deve pautarse em caso significativo e representativo apto a fundamentar uma generalização para situações análogas autorizando inferências O estudo de caso é muito utilizado nas pesquisas que visam se aprofundar em um tema espe cífico ou em uma teoria e sua viabilidade Na pesquisa jurídica no Brasil o estudo de caso ainda é pouco empregado devido a uma visão equivocada de que é uma técnica de menor rigor científico De acordo com Robert Yin 2015 o que ocorre é que no estudo de caso o 64 Parte II Organizando a pesquisa controle que o investigador tem sobre os eventos é muito reduzido e muitas vezes o foco temporal está em fenômenos contemporâneos dentro do contexto de vida real No entanto o referido estudo constitui técnica apropriada para as situações em que o pesquisador precisa responder às questões como e por que Maísa Silveira 2005 citando os estudos de Chizzotti 1995 afirma que a téc nica do estudo de caso deve abranger três fases a primeira é a seleção e delimitação do caso a segunda fase é a coleta e organização de informações relacionadas ao caso por meio de instrumentos como entrevistas questionários análises de documentos ou de casos de ou tros estudos A última fase seria a redação do relatório Sobre o emprego dessa técnica na pesquisa jurídica no Brasil com Maísa Sil veira salienta que o estudo de caso consiste na análise de situações reais que possibilite a delimitação dos problemas delas decorrentes e até eventualmente a proposta de soluções Por tanto tal técnica é plenamente cabível e importante na pesquisa jurídica porque permite uma aproximação da própria realidade na qual serão aplicados os resulta dos do trabalho científico Aliás o estudo de caso conforme já se afirmou serve à busca de respostas às questões Como e Por que Ora diversos trabalhos ci entíficos na área do Direito são realizados justamente nesse sentido podese ofer tar como exemplo a pesquisa em que se investiga a intenção do legislador ao ela borar determinada norma objetivandose uma aplicação mais favorável dessa Ademais é técnica bastante abrangente no que tange aos resultados possíveis já que pode ser elaborado para servir a várias finalidades como preparação para pes quisa posterior ou de forma autônoma Por tudo isso o estudo de caso é cabível e deveria ser utilizado com maior frequência nas pesquisas jurídicas SIL VEIRA 2005 Por fim é necessário atentar para as limitações desta técnica como a dificuldade de generalização dos resultados obtidos a impossibilidade de se analisar a totalidade do caso e a aplicação de teorias ad hoc para explicação dos casos Dessa forma recomendase ao pesquisador que ao decidir empregar essa técnica submetase a uma capacitação específica por meio de leituras adequadas e estudos mais aprofundados Pesquisa de campo É a técnica de pesquisa que corresponde à observação co leta análise e interpretação de fatos e fenômenos que ocorrem dentro de seus nichos cená rios e ambientes naturais de vivência De acordo com Fayga Bedê e Robson de Sousa 2018 p 792 a pesquisa de campo qualifica a produção de conhecimento ao confrontar crenças por meio de evidências 65 Parte II Organizando a pesquisa Tem como objetivo adquirir informações sobre um problema a ser resolvido ou sobre hipótese a ser confirmada Os fatos ou fenômenos são observados sem intervenção do pesquisador Deve ser precedida por pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão Marconi e Lakatos 2002 p 8387 classificam a pesquisa de campo em três tipos exploratória quantitativodescritiva e experimental A pesquisa de campo exploratória é uma investigação preliminar cuja finali dade seria o levantamento de questões ou hipóteses para o problema Esse tipo de pesquisa de campo funcionaria como uma investigaçãopiloto para familiarizar o pesquisador com o ambiente ou fenômeno testar instrumentos de coletas de dados para uma pesquisa futura Por isso muitas vezes uma variedade de procedimentos de coleta de dados pode ser utilizada em um estudo intensivo e com uma pequena amostra Depois de realizada o pesquisador terá mais condições de determinar quais hipóteses e instrumentos de investigação são mais pertinentes Dessa forma este tipo de pesquisa tornase geralmente uma primeira etapa da pesquisa de campo definitiva Já a pesquisa quantitativadescritiva tem como objetivo a caracterização de fatos ou fenômenos a avaliação de produtos ou políticas públicas ou até mesmo a eficácia de leis e regulamentações Recorre a artifícios quantitativos tendo por objetivo a coleta sis temática de dados sobre amostras de populações programas ambientes Utilizam várias téc nicas como entrevistas questionários formulários etc e empregam procedimentos estatísti cos O tipo experimental consiste em pesquisa empírica para testar hipóteses que di zem respeito a relações de tipo causaefeito O projeto experimental inclui grupo de controle além do experimental seleção da amostra por técnica probabilística e manipulação de va riáveis independentes com a finalidade de controlar ao máximo os fatores pertinentes As etapas de uma pesquisa de campo são assim descritas sucintamente Primeiramente devese realizar uma pesquisa bibliográfica aprofundada prin cipalmente para conhecer melhor o seu objeto de pesquisa a seguir deve definir tendo em vista o objeto de pesquisa qual será o ambiente ou cenário em que a pesquisa de campo será realizada bem como selecionar quais instrumentos de coleta de dados são mais adequados para a pesquisa o públicoalvo os sujeitos desta pesquisa e o tamanho da amostra A ela boração dos instrumentos de coleta de dados é outra etapa importante da pesquisa ver seção 4175 Após a coleta de dados partese para análise desses dados tendo como suporte o referencial teórico previamente desenvolvido 66 Parte II Organizando a pesquisa A pesquisa de campo tem como aspectos positivos a possibilidade de o pesqui sador aproximar sua pesquisa da realidade dos fenômenos confrontando teorias e saberes diversos fortalecendo o caráter interdisciplinar da pesquisa e a comprovação empírica das hipóteses levantadas Por isso essa técnica deveria ser mais adotada por pesquisadores da área jurídica principalmente pelo fato de o Direito ser uma ciência social aplicada Como exemplo de aplicação desta técnica em um trabalho acadêmico na área do Direito apresentase aqui o trabalho da professora Dra Maraluce Custódio 2012 p 247 250 O texto a seguir é parte do capítulo em que ela descreve o trabalho de campo feito para sua tese de Doutoramento Nesta pesquisa serão analisadas as respostas às entrevistas realizadas no trabalho de campo levado a cabo em cinco cidades no Brasil no segundo semestre de 2010 A ideia inicial era visualizar algo de concreto em relação à paisagem e sua relação com a sociedade no Brasil saindo um pouco da perspectiva unicamente bibliográfica para refletir e fazer não apenas a pesquisadora mas também outros indivíduos refle tirem sobre o que a paisagem representa para o brasileiro Para esse fim procurouse identificar processos judiciais que levassem em consideração a proteção da paisagem nas argumentações sobre o caso Devido à imensidão do território brasileiro e às grandes diferenças culturais em cada região deparouse com o dilema de quais processos escolher Inicialmente ve rificouse pela internet a existência de processos no âmbito federal já que esta é a delimitação do problema aventado na tese Foram pesquisados processos em todos os tribunais regionais nas cinco regiões judiciárias sendo selecionados aqueles que usa vam o termo paisagem em seu bojo procedendose à primeira seleção de casos Num segundo momento depois de lidas todas as decisões e analisados os casos encontrados definiuse junto com o orientador que deveria ser buscada na seleção dos casos a representatividade de cada região geográfica brasileira Norte Sul Su deste Nordeste e Centrooeste Em seguida foram considerados os custos de tal pro cesso investigativo decidindose analisar apenas um caso por região uma vez que os custos da investigação seriam suportados pela pesquisadora Ficando definido assim enfrentouse logo a seguir um outro grande problema pois em termos de decisão judicial nada havia sido encontrado sobre paisagem na região Norte e Sul pois os processos que remetiam ao termo paisagem nessas regiões não demonstravam nenhuma relação com o objeto da pesquisa Resolveuse o impasse iniciandose para essas duas regiões um processo de busca de casos que apesar de não serem judiciais teriam interesse jurídico paisagístico chegandose finalmente aos casos estudados contandose sempre com a supervisão e anuência do orientador Desse modo foram analisadas as decisões judiciais em âmbito federal esco lhendose três casos cada um em uma região distinta do País Na região Sudeste a proteção contra a obstrução da vista do Pão de Açúcar pelo lado da Baía de Guana bara realizada pela ampliação da Marina da Glória no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro Na região Centrooeste a proposição de construção de um estacionamento na área tombada do plano piloto de Brasília Na região Nordeste a substituição do cal çamento original da ladeira do Morro da Banca primeira rua de acesso a São Cristo vão por placas de concreto Na região Norte entretanto não foi encontrado nenhum caso que tratasse da paisagem assim escolhendose um caso que por certo se tornará judicial em breve em Manaus que é o aumento de prédios de luxo e construção de uma praça de lazer na margem do rio Negro em substituição às barracas tradicionais e obstruindo a vista do rio Na região Sul o caso versa sobre a proteção ao ponto de visibilidade do monumento e ponto turístico central da Cidade de Florianópolis a ponte Hercílio Alves Quanto à metodologia adotada para a realização desta pesquisa foi utilizado o método dialético partindose da premissa de que o mundo não é um complexo de 67 Parte II Organizando a pesquisa coisas acabadas mas uma construção que se dá por processos em que as coisas estão aparentemente estáveis Seus reflexos entretanto o levam a mudanças ininterruptas de devir e decadência uma vez que apesar dos insucessos aparentes suscitam um desenvolvimento progressivo gerando uma passagem da quantidade à qualidade Pro cedeuse a um estudo qualitativo de cunho exploratório da compreensão da socie dade sobre a paisagem e sua importância por si e para a vida da comunidade de uma região Optouse pelo modelo de pesquisa bibliográfica documental e de campo uti lizandose metodologia descritiva com a adoção de técnicas de observação intensiva realizada por meio de entrevista bem como observação direita extensiva a partir da medida de opinião e de atitudes A escolha das cidades para realizar o trabalho de campo se baseou em duas pers pectivas primeiro que deveria haver representação de todas as regiões brasileiras Norte Nordeste CentroOeste Sudeste e Sul e segundo que deveriam ser escolhi das a partir de processos judiciais debatidos na Justiça Federal no mínimo em segunda instância que tivessem a proteção da paisagem como elemento analisado Infeliz mente nas regiões Norte e Sul nenhum processo que cumprisse os requisitos foi en contrado por isso foram selecionados casos que foram analisados cientificamente e que podem ou poderiam vir a se tornar processos judiciais por descumprimento da legislação vigente Na investigação desses casos realizouse um trabalho de campo de natureza ex ploratória para se produzir maior familiaridade com o problema analisandose os dados não apenas pela perspectiva teórica mas por meio de contato direto com a po pulação dos locais e autoridades competentes relacionadas aos casos Devido ao pouco tempo e recursos disponíveis para realização da pesquisa de campo resolveu se realizar uma entrevista com as partes envolvidas no processo judicial bem como conversar informalmente com alguns populares dos locais analisados utilizandose também a entrevista como instrumento para coleta dos dados Embora a metodologia adotada possa sofrer críticas devido a suas limitações deve ser considerado que foi imposta em razão do curto espaço de tempo para desenvolvi mento da pesquisa da insuficiência de literatura científica produzida no País sobre essa temática específica na área do Direito bem como da falta de investimento insti tucional e de uma equipe indispensáveis para um empreendimento dessa magnitude Desse modo o presente estudo deve ser visto como uma incitação a uma pesquisa de grande porte que poderá vir a ser empreendida nos próximos anos em um pósdouto ramento ou em aprofundamentos de estudo por parte de outros pesquisadores Deve se ver esta pesquisa portanto como um ponto inicial uma contribuição a ensejar no vos trabalhos sobre o tema fulcro de uma tese e não como algo finito e acabado Assim em cada caso já citado o local foi visitado a fim de que as autoridades quando dispostas pudessem ser ouvidas para darem sua perspectiva sobre o caso e sobre o que concebiam ser paisagem Ao todo foram selecionados 30 cidadãos como informantes escolhidos aleatoriamente por viverem no local do fato que gerou o pro cesso judicial e quando não possível por se situarem em sua proximidade para se rem entrevistados sobre o caso e darem sua perspectiva sobre a paisagem Neste capítulo cada caso será descrito como foi narrado nos processos afins para em seguida ser mostrada a perspectiva de cada uma das partes envolvidas no processo procurandose neles compreender como as partes veem a questão da paisagem Do mesmo modo procederemos em relação à perspectiva dos entrevistados em cada ci dade Sobre a perspectiva da paisagem concluiuse ao final a respeito das entrevistas haver vários pontos de convergência e divergência quanto aos que os cidadãos conce bem sobre paisagem e a perspectiva científica Ressaltese que os casos selecionados são apenas um ponto inicial para analisar a perspectiva da paisagem nos locais selecionados já que a proteção à paisagem foi trazida nos processos como preocupação buscandose entender por que neles essa preocupação se insere 68 Parte II Organizando a pesquisa 4175Instrumentos de coleta de dados Os instrumentos de coleta de dados são ferramentas para a produção de infor mações e levantamento de dados Entrevista coleta de informações por meio de interação entre pesquisador e sujeitos pesquisados Pode ser 1 estruturada quando são direcionadas e previamente estabelecidas Não há li berdade do pesquisador para adaptar as perguntas É realizada de acordo com formulário As respostas são padronizadas 2 semiestruturada quando o pesquisador tem liberdade para estabelecer con versação informal O pesquisador mantém escuta atenta e registra informações Questionário conjunto de questões que se destinam a levantar informações es critas por parte de sujeitos pesquisados As questões devem ser fechadas ou abertas Deve ser previamente testado para ser avaliado eou revisado Observação 1 Participante para observar os fenômenos o pesquisador se incorpora ao grupo compartilha a vivência dos sujeitos pesquisados de forma sistemática e permanente ao longo do tempo da pesquisa Registramse neste processo de interação além dos elemen tos observados análises e considerações do pesquisador Pode ser natural quando o pesqui sador pertence ao grupo e artificial quando não pertence 2 Não participante o pesquisador toma contato com a comunidade sem inte grarse a ela tem uma visão de fora História de vida coleta de informações sobre a vida pessoal de um ou vários informantes Pode assumir forma de autobiografia memorial crônicas a fim de se apre sentarem as trajetórias pessoais dos sujeitos Análise de conteúdo consiste na análise de discursos proferidos pelos sujeitos pesquisados Descreve analisa e interpreta os implícitos dos discursos obtidos por meio de entrevistas depoimentos e histórias de vida Conforme mostrado o delineamento e o desenvolvimento da metodologia é um processo complexo que exige do pesquisador um conhecimento amplo das várias possibili dades e uma avaliação cuidadosa sobre a metodologia adotada Assim ao redigir o tópico 69 Parte II Organizando a pesquisa destinado a relatar a metodologia a ser empregada no trabalho de pesquisa devese não só indicar se a pesquisa será quantitativa ou qualitativa exploratória descritiva ou explicativa e quais técnicas métodos e instrumentos serão usados mas também mostrar por que esses recursos metodológicos são os mais indicados e como eles deverão ser empregados Para saber mais Sobre estudo de caso consulte YIN Robert K Estudo de caso planejamento e métodos 5 ed Porto Alegre Bookman 2015 Sobre técnicas de pesquisa consulte MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de me todologia científica 6 ed São Paulo Atlas 2009 Sobre delineamento de pesquisa consulte GIL Antônio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed São Paulo Atlas 2009 418 Cronograma O cronograma contém a descrição das atividades a serem realizadas especifi candose o período de tempo para o término dos trabalhos científicos e acadêmicos em semanas meses e anos Podese fazer o cronograma em forma de quadro 419 Referências Seção não numerada do projeto por isso o título será centralizado Consiste na apresentação de listagem das obras consultadas na elaboração do projeto de pesquisa Devem ser referenciadas todas as obras citadas no corpo do texto As referências devem ser apre sentadas em ordem alfabética com espaçamento simples entre linhas alinhadas à es querda separadas entre si por um espaço simples Devem ser elaboradas a partir das normas especificadas neste manual As obras que não foram citadas no corpo do texto mas foram lidas não devem figurar na lista de referências caso o autor queira citálas deve abrir uma lista denominada 70 Parte II Organizando a pesquisa bibliografia Por fim vale lembrar que o projeto de pesquisa se constitui como primeiro passo para se produzirem trabalhos acadêmicos As informações nele contidas com exceção da revisão bibliográfica referencial teórico e cronograma são apresentadas na introdu ção da monografia dissertação tese e artigo científico 71 Parte II Organizando a pesquisa 5 MONOGRAFIA DISSERTAÇÃO TESE E ARTIGO CIENTÍFICO Todo trabalho acadêmico deve ser o produto de leituras pesquisas análises e investigações realizadas durante os cursos de graduação ou pósgraduação Nesse sentido o texto acadêmico se constitui como resultado de pesquisa cujo objetivo é a produção e a di vulgação de conhecimento Por essa razão em primeiro lugar o trabalho acadêmico deve retomar o conhe cimento existente e em seguida apontar novas possibilidades É por isso que se afirma que o conhecimento é dinâmico e tem a função de olhar para frente apontar novos e possíveis horizontes 51 A monografia MECCES 2112004 Para a conclusão de cursos de especialização assim como de graduação é exi gida a apresentação de um trabalho também chamado de monografia Na verdade o que distingue uma tese ou uma dissertação de uma monografia é o nível de profundidade e originalidade bem como a exigência ou não de defesa pública FRANÇA VASCON CELLOS 2013 p 34 O Trabalho de Conclusão TC conforme parecer CNECES 2112004 é com ponente curricular obrigatório para a graduação em Direito e tem como objetivo oferecer ao discente a oportunidade de aprofundamento do domínio da linguagem jurídica com a preci são terminológica da ciência jurídica A Escola Superior Dom Helder Câmara estabelece as regras para o Trabalho de Conclusão em portarias específicas publicadas em seu portal acadêmico 52 A dissertação NBR 60222003 O título de mestre tem como exigência a feitura e defesa de uma dissertação que consiste na exposição de um tema relevante em uma das áreas do conhecimento científico De acordo com Galuppo 2008 p 31 É um estudo recapitulativo Objetiva a organi zação sistemática do assunto De caráter eminentemente didático como treino e inicia ção não implica a comunicação de uma ordem teórica nova Para Leite 2011 esta tem a 72 Parte II Organizando a pesquisa função pedagógica de treinar o pesquisador na iniciação científica Nesse sentido afirma o autor que dissertação é Estudo recapitulativo analítico interpretativo a respeito de um tema bem especí fico e delimitado como pretende a American Library Association é um tra tado sistemático e completo sobre um assunto particular usualmente pormenori zado no tratamento mas não extenso no alcance a reflexão e o rigor científico deverão acompanhar necessariamente a investigação para não se transformar no que chamou Salomon um mero relatório de procedimento de pesquisa ou com pilação de obras alheias ou finalmente medíocre divulgação LEITE 2011 p 22 Para a NBR 14724 ABNT 2011 p2 dissertação é Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo de tema único e bem delimitado em sua extensão com o objetivo de reunir analisar e interpretar informações Deve evi denciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato É feito sob a coordenação de um orientador doutor visando à obtenção do título de mestre ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR MAS TÉCNICAS 2011 p2 Em síntese a dissertação é a exigência para se alcançar o título de mestre 53 A tese O título de doutor tem como exigência a produção de uma tese É um documento que representa o resultado de um trabalho científico Para Galuppo 2008 p31 na tese o pesquisador ultrapassa a tarefa de sistematizar propõe demostrar e provar analisar fatos e ideias através de sólida argumentação conduzindo o leitor a concluir com o autor na tomada de posição de um tema que se concretizará na tese Deve ser elaborado com base em pesquisa original constituindose em real contribuição dentro de uma ou mais áreas de conhecimento uma pesquisa mais aprofundada do tema escolhido com o objetivo de apresentar uma posição pessoal e nova no cenário da produção científica Sobre a tese afirma Leite é realmente uma obra científica não se ocupa tão somente da descrição ou análise de um instituto ou questões jurídicas mas e sobretudo de uma contri buição pessoal do autor a uma determinada área do conhecimento vai além da pura análise dos dados e redunda inexoravelmente na apresentação de uma nova teoria desconhecida e inteiramente nova do que se produziu até então LEITE 2011 p 23 Para a NBR 14724 ABNT 2011 p4 tese é Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado Deve ser elaborado com base em investigação original constituindose em real contribuição para a especi alidade em questão É feito sob a coordenação de um orientador doutor e visa à Observe o recuo na citação direta 4 cm 73 Parte II Organizando a pesquisa obtenção do título de doutor ou similar ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS 2011 p4 A tese é então um dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em alguma área de conhecimento 54 O artigo científico NBR 60222018 A produção de conhecimento se materializa por meio de um vasto leque de for mas e modelos de documentos que podem ser publicados a título de pesquisas acadêmicas dentre os quais está o artigo científico texto que apresenta a um determinado público uma pesquisa sobre determinado tema O artigo científico segundo Azevedo 2001 p 82 é um texto escrito para ser publicado num periódico especializado e tem o objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa Dessa forma ele poderá ser apresentado como original ou de revisão sendo o primeiro constituído de temas originais e o segundo de análise e discussão de trabalhos já publicados A forma original tem como característica básica a discussão de ideias dentro de um tema original e o artigo de revisão constitui uma revisão de tema e tem como subsídios trabalhos já produzidos sobre o assunto O cerne do artigo de revisão é o olhar do autor sobre o que já foi divulgado Já para NBR 60222018 artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada que apresenta e discute ideias métodos técnicas processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento ABNT 2018 p 2 Em 2018 houve uma atualização da norma para elaboração de artigos científicos que trouxe alterações na própria estrutura do artigo e acréscimos de itens obrigatórios Apre sentase aqui a estrutura do artigo já com as atualizações da NBR 6022 de 2018 74 Parte II Organizando a pesquisa Quadro 14 Estrutura do artigo científico NBR 60222018 Elementos prétextuais Título no idioma do documento obrigatório Título em outro idioma opcional Autor obrigatório Resumo no idioma do documento obrigatório Resumo em outro idioma opcional Datas de submissão e aprovação do artigo obrigatório Identificação e disponibilidade DOI ou endereço eletrônico opcional Elementos textuais Introdução obrigatório Desenvolvimento obrigatório Considerações finais obrigatório Referências obrigatório Glossário opcional Elementos póstextuais Apêndice opcional Anexo opcional Agradecimentos opcional Adaptado de NBR 60222018 ABNT 2018 Ainda de acordo com a norma os itens devem aparecer no trabalho na mesma ordem que estão dispostos nessa estrutura apresentada A seguir mostramos mais detalhada mente as alterações No que diz respeito ao item 3 da norma em que se descrevem os termos e defi nições a primeira alteração é em relação ao termo agradecimento cuja explicação salienta que seu uso no artigo deve se limitar a dar créditos a quem contribuiu de forma relevante para o estudo Este item deve ser o último dos elementos póstextuais Em relação aos elementos prétextuais houve a inclusão como item obrigatório 75 Parte II Organizando a pesquisa Datas de submissão e aprovação do artigo e como item opcional a Identificação e dispo nibilidade DOI digital object identifier ou endereço eletrônico O título e o resumo em língua estrangeira foram movidos para os elementos prétextuais e aparecem logo após as versões vernáculas Nos elementos textuais houve a alteração da nomenclatura a Conclusão pas sou a ser Considerações finais Na versão de 2018 da norma não há menção às palavraschave após o resumo possivelmente porque não houve alteração em relação à norma de 2003 A nova norma ape nas remete à NBR 60282003 de resumos que já oferece diretrizes para a apresentação das palavraschave As notas explicativas não mais são consideradas elementos póstextuais mesmo porque raramente se usam notas de fim em artigos Os elementos póstextuais con tinuam sendo as referências o glossário os apêndices e os anexos ATENÇÃO Cada revista científica possui normas específicas para a publicação de artigos cabe ao pesquisador consultálas antes da submissão de artigos para publicação PARTE III NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Você vai aprender nesta parte 6 Citações notas de referência notas de rodapé e notas explicativas NBR 105202002 78 7 Apresentação das referências 88 8 Estrutura de trabalhos acadêmicos NBR 147242011 97 77 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos PARTE III NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Todo e qualquer trabalho acadêmico possui orientações normativas que têm a função de seguir as principais orientações da ABNT as quais visam a indicar orientação técnica prevista em normas Dessa maneira nesta Parte III encontramse as principais nor mas que orientam a construção de trabalhos acadêmicos na Escola Superior Dom Helder Câmara 78 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 6 CITAÇÕES NOTAS DE REFERÊNCIA NOTAS DE RODAPÉ E NOTAS EXPLICATIVAS NBR 105202002 Citações são trechos transcritos ou informações retiradas de obras consultadas durante a elaboração do trabalho A NBR 10520 ABNT 2002 p1 define citação como menção de uma informação extraída de outra fonte já a NBR 10719 ABNT 2011 p 6 dispõe que As citações bibliográficas textuais servem para dar maior clareza e autoridade ao texto relacionando as ideias expostas com ideias defendidas em outros trabalhos por outros autores A partir dessa concepção o pesquisador deve adotar a citação como recurso de discussão teórica não como mera exigência acadêmica Pesquisadores no início de atividades acadêmicas tendem a acreditar que a cita ção desabona o texto e o torna enfadonho Charaudeau 2008 ao tratar dos modos de orga nização do discurso afirma que é por meio de citações de outros autores considerados au toridades na área de estudo em questão é que se garante a credibilidade e a autenticidade do texto científico Caso contrário ressalta o autor o texto será considerado mera ficção 61 Tipos de citação De acordo com a NBR 10520 ABNT 2002 as citações se classificam como citação indireta citação direta longa citação direta curta e citação de citação 611 Citação indireta Texto baseado na obra do autor consultado Não se transcrevem as palavras do autor mas se interpretam suas ideias e raciocínios por meio da paráfrase Não se usam aspas Indicase o sobrenome do autor e o ano da edição Observe o exemplo Para Gustin e Dias 2006 o primeiro passo para a pesquisa científica é a escolha de uma situaçãoproblema relevante o que pode ser feito por meio da revisão bibliográfica 79 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 40 cm Como deve aparecer na seção de Referências GUSTIN Miracy Barbosa Sousa DIAS Maria Tereza Fonseca Repen sando a pesquisa jurídica Belo Horizonte Del Rey 2006 612 Citação direta Transcrição textual literal de parte da obra que foi consultada A citação direta pode ser feita de duas formas distintas 6121 Citação direta curta De até 3 linhas deve ser inserida no corpo do texto com fonte tamanho 12 entre aspas duplas Exemplo De acordo com Queiroz 2015 p80 o objetivo do pesquisador do Direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam ex trair informações ou dados sobre as práticas jurídicas 6122 Citação direta longa Aquela com mais de 3 linhas que não poderá ultrapassar a marca de 15 linhas Deverá ser destacada com recuo de 40 cm a partir da margem esquerda redigida em fonte tamanho 10 com espaçamento simples 10 texto justificado e sem aspas A Figura 3 exemplifica o recuo que deve ser adotado nas citações diretas longas Exemplo Sobre a escolha do tema Galuppo afirma que O tema que o pesquisador escolheu não deve ser encarado como camisadeforça mas apenas como um ponto de partida Portanto nada impede que ele mude no vamente de tema e consequentemente de projeto de pesquisa Se o aluno depositou um projeto e este foi aceito já demonstrou que desenvolveu essa habi lidade de forma adequada dispensandose novo depósito É claro que ele terá de elaborar pelo menos conceitualmente e idealmente por escrito um novo projeto e certamente terá de discutilo com o professororientador GALUPPO 2008 p44 80 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 3 Recuo da citação direta longa Fonte Elaborado pelos autores 2016 Os exemplos a seguir mostram como se utilizam as letras maiúsculas e minús culas para a indicação do sobrenome do autor pesquisado Exemplo 1 De acordo com Queiroz 2015 p80 o objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as práticas jurídicas que em momento seguinte serão objeto de tratamento em pes quisas jurídicas Citação direta longa Recuo de 4 cm fonte tamanho 10 parágrafo justificado espaço simples entrelinhas sem uso de aspas duplas 3 cm 4 cm 3 cm 2 cm 2 cm 81 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Exemplo 2 O objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as práticas jurídicas que em momento seguinte serão objeto de tratamento em pesquisas jurídicas QUEIROZ 2015 p80 Como deve aparecer nas referências QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 ATENÇÃO O sobrenome dos autores só é escrito em maiúsculas quando dentro de parênteses Observe exemplos 1 e 2 A Figura 4 mostra como as citações diretas curtas devem ser introduzidas no corpo do texto Figura 4 Citação direta regras gerais de apresentação Citações diretas curtas com até três linhas Devem ser inseridas entre aspas duplas no texto Lopes e Batista 2000 p 32 confirmam os argumentos anteriores ao declararem que a mudança de rumo das atividades realizadas é preocupante Muitos professores pensam que estão fazendo pesquisa quando na verdade estão apenas fazendo um relatório com algumas notas de rodapé MCGREGOR 1999 p 1 Autores Ano página Ano página Autor Fonte ALVES LOPES 2006 82 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 613 Citação de citação A citação de citação consiste na reprodução de informação a cuja obra original não se teve acesso Como fazer No texto colocase o sobrenome do autor do documento que não foi consultado seguido do ano da publicação das expressões citado por apud e o sobrenome do autor do documento efetivamente consultado em letras maiúscu las Salomon 1973 p 219 apud SEVERINO 2007 p 200 considera como monografia aquele trabalho que reduz sua abordagem a um único assunto a um único problema com tratamento especificado A citação de citação deve figurar na lista de referências de duas formas distin tas SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 3ed Belo Horizonte Interlivros 1973 apud SEVERINO Joaquim An tônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 SEVERINO Joaquim Antônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 ATENÇÃO Segundo França e Vasconcellos 2013 p140 nas referências de citação de citação devemse incluir as duas entradas na listagem de referências a uma relacio nando o documento não consultado seguido da expressão apud citado por e os dados do documento efetivamente consultado b outra entrada será feita relacio nando apenas os dados da fonte consultada 614 Citação em língua estrangeira A citação de textos em idioma estrangeiro deve ser feita no corpo do texto obe decendo ao mesmo padrão de citação direta curta ou longa Em nota de rodapé apresenta se a tradução seguida apenas da expressão tradução nossa dentro de parênteses 83 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 615 Citações de um ou mais autores e referência Ao fazer as citações o pesquisador deve ficar atento ao número de autores da obra pesquisada e à forma de se apresentarem as referências ao final do trabalho Obras com um autor Exemplo De acordo com Queiroz 2015 p80 o objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as prá ticas jurídicas que em momento seguinte serão objeto de tratamento em pesquisas jurídi cas Como deve aparecer nas referências QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 Obras com dois ou três autores Quando a citação feita for de autoria de dois ou três autores devemse separar os sobrenomes por ponto e vírgula Exemplo O pesquisador deve assumir o compromisso de apresentar todos os pressupostos e premis sas utilizadas na construção de seu raciocínio para que possa se fazer compreender MEZZAROBA MONTEIRO 2009 p 59 Como deve aparecer nas referências MEZZAROBA Orides MONTEIRO Cláudia Servilha Manual de Metodologia da pes quisa no Direito 5 ed São Paulo Saraiva 2009 Mais de três autores Citase o primeiro autor e acrescentase a expressão latina et al em itálico e outros 84 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Flores et al 2008 p37 concebem a enunciação como um acontecimento irrepetível por que são irrepetíveis as condições de tempo espaço e pessoa de cada enunciação Como deve aparecer nas referências FLORES Waldir do Nascimento et al Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 CUIDADO Caso haja coincidência de sobrenomes de autores devemse indicar as iniciais de seus prenomes Silva J 2015 Silva P 2015 Se a coincidência persistir acrescentamse os prenomes por ex tenso Silva Joaquim 2015 Silva Pedro 2015 Em casos de citação direta de documentos eletrônicos sem indica ção de páginas indicase somente o ano da publicação 616 Citação de informação verbal Os dados obtidos por informação verbal palestras entrevistas debates aulas comunicações e outros devem ser mencionados no texto seguidos da expressão informação verbal entre parênteses Os dados disponíveis sobre a fonte devem ser mencionados apenas em notas de rodapé No texto O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre Informação verbal ¹ No rodapé da página indicase ¹ Informação fornecida por John A Smith no Congresso Internacional de Engenharia Genética em Londres outubro de 2001 617 Citação de entidades e jurisdições como autores Quando se fizer citação de documento de autoria de órgão de administração di reta do governo cuja referência se inicia pelo nome geográfico do país estado ou município devese citar o nome geográfico seguido da data do documento Exemplo Brasil 2006 Minas Gerais 2014 Belo Horizonte 2015 85 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Ao fazer citação de entidades coletivas conhecidas por siglas devese citar o nome da entidade por extenso acompanhado da sigla A partir daí usase apenas o a sigla Exemplos A Ordem dos Advogados do Brasil OAB 2014 afirma que de acordo com a OAB Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE 2012 apon tam que para o IBGE Quando se fizer citação de entidade coletiva cuja denominação não seja consti tuída por sigla citase inicialmente o nome completo Nas demais citações indicase so mente a primeira palavra Exemplo Dados da Vallourec Tubos do Brasil SA 2014 apontam que a indústria produz o equivalente a RECOMENDAÇÕES Supressões interpolações comentários ênfases ou destaques devem ser in dicados do seguinte modo Supressões ou cortes de trechos do texto Interpolações acréscimos comentários inserese a palavra ou expressão desejada Para enfatizar um trecho da citação do autor devese destacálo e usar após a chamada da citação o termo grifo nosso Caso o destaque já faça parte do trecho citado o procedimento é o mesmo acrescentase a expressão grifo do autor Exemplo O objetivo do pesquisador do direito é identificar todo e qualquer fenômeno social do qual possam extrair informações ou dados sobre as práticas jurídicas QUEIROZ 2015 p80 grifo nosso 86 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos MAIS RECOMENDAÇÕES 1 Quando a citação indireta fizer menção a vários trabalhos de um mesmo autor escritos em datas diferentes citase o nome do autor seguido das datas entre parênteses Exemplo Pereira 2010 2013 2015 constata que 2 Para a citação de vários trabalhos de um mesmo autor com a mesma data usamse letras minúsculas acompanhando a data Exemplo Pereira 2014a Pereira 2014b Pereira 2014c 3 Quando se tratar de citação indireta de mais de um documento de vários autores devese indicálos em ordem alfabética seguidos das datas de suas publicações Devem ser separados por ponto e vírgula Exemplo O tema da pesquisa já foi estudado por Campos 2010 Ferreira 2012 Parreira 2013 Silva 2015 4 Quando o sobrenome do autor indicar parentesco utilizamse os dois últi mos sobrenomes sempre em letras maiúsculas Exemplos MOREIRA NETO FERRAZ JÚNIOR LOUREIRO FILHO 62 Notas de referência Notas de referências indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado 63 Notas de rodapé Notas de rodapé consistem em indicações observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor tradutor ou editor 64 Notas explicativas Notas explicativas são as notas usadas para comentários esclarecimentos ou ex planações que não possam ser incluídos no texto 87 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos ATENÇÃO Emediato 2004 sugere algumas ações para a inserção de citação no texto A citação é argumento que vem reforçar ou abonar a argumentação de quem escreve portanto deve ser documentada com precisão Constitui o desenvolvimento da ideia principal ou argumento que discute e com prova a questão em estudo Veja orientação sobre fichamentos na seção 26 deste manual Não deve ser usada para iniciar texto e parágrafo Insira a citação so mente no desenvolvimento de parágrafos conforme orientação da seção 382 deste manual A prática da citação seguida do comentário mostra o efetivo entendi mento dos trechos citados e explicita a interpretação Não comentar ou discutir uma citação pode deixar transparecer dificuldade de fazêlo ou delegação desta responsabilidade para o leitor 88 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 7 APRESENTAÇÃO DAS REFERÊNCIAS NBR 60232018 Referência é o conjunto de elementos que identificam as obras citadas no texto A lista de referências é o primeiro elemento póstextual e apresenta os sobrenomes dos au tores em ordem alfabética O espaçamento entre linhas é simples e aplicase um espaço sim ples para separar as obras entre si A lista de referências deve ser alinhada à esquerda As referências de documentos apresentam informações que permitem identificar as fontes consultadas Ao explicar como se fazem as referências Alves e Lopes 2006 es quematizam as informações essenciais no Quadro 15 Quadro 14 Elementos essenciais das referências PERGUNTA ELEMENTOS DA REFERÊNCIA EXEMPLO QUEM Autor DEMO Pedro O QUÊ Título Pesquisa e construção do conheci mento ONDE Fonte Rio de Janeiro Atlas QUANDO Data 1997 Fonte Adaptado de ALVES LOPES 2006 NOTA Não se indica a primeira edição de uma obra a indicação se dá somente a partir da segunda edição 71 Referências de livros um ou mais autores As referências de livros devem conter os seguintes elementos de acordo com a Figura 5 Figura 5 Referência de livro elementos essenciais SAMPAIO José Adércio Leite Direitos fundamentais retórica e historicidade 2 ed Belo Horizonte Del Rey 2010 436p Autor Título Edição Local editora ano Número de páginas Fonte Elaborado pelos autores 2016 89 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos ATENÇÃO A indicação do número total de páginas da obra 436p no exemplo acima é opcional Quando apenas uma parte da obra é consultada a referência dessa parte é obri gatória Nesse caso indicase o número da página inicial e da página final da parte consultada Exemplo p 7298 Obras com um autor Exemplo SILVA José Afonso da Comentário contextual à constituição 9 ed São Paulo Ma lheiros 2014 Obras com dois ou três autores Exemplo TOLEDO André Paiva RIBEIRO José Cláudio Junqueira THOMÉ Romeu Acidentes com barragens de rejeitos da mineração e o princípio da prevenção de Trento Itália a Mariana Brasil Rio de Janeiro Lumen Juris 2016 Mais de três autores A NBR 6023 ABNT 2018 diz que Quando houver quatro ou mais autores convém in dicar todos Permitese que se indique apenas o primeiro seguido da expressão et al Exemplo FLORES Waldir do Nascimento et al Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 OU FLORES Waldir do Nascimento WEIGER Thais LICHTENBERG Sonia SILVA Sil vana Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 Já as referências de capítulos de livros seguem de acordo com a NBR 6023 ABNT 2018 a sequência indicada na Figura 6 90 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 6 Capítulo de livro elementos essenciais COSTA Beatriz Souza Direitos fundamentais In COSTA Beatriz Souza Meio ambiente como direito à vida Brasil Portugal e Espanha 3 ed Rio de Janeiro Lumen Juris 2016 cap 1 p 537 Autor do capítulo Título do livro Local editora ano Páginas Capítulo Autor do livro Título do capítulo Edição Título do livro cont Fonte Elaborado pelos autores 2016 Exemplo MACHADO Paulo Affonso Leme Introdução In COSTA Beatriz Souza Org PanAmazônia o ordenamento jurídico na perspectiva das questões socioambientais e da proteção ambiental Belo Horizonte Dom Helder 2016 cap 1 p 1720 Livro coordenado ou organizado por Exemplo SAMPAIO José Adércio Leite Coord Jurisdição constitucional e direitos funda mentais Belo Horizonte Del Rey 2003 Se o livro for organizado pelo autor usase Org Livro no prelo Exemplo RIOS Mariza REIS Émilien Vilas Boas CARVALHO Newton Teixeira Org Es tado de exceção ambiental Belo Horizonte Del Rey 2016 no prelo ATENÇÃO Em caso de edição revista ampliada e atualizada devese indicar da seguinte forma 2 ed rev ampl atual 91 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 72 Referência de artigos científicos Figura 7 Referência de artigo científico elementos essenciais MACHADO Paulo Affonso Leme Inovações na legislação ambiental brasileira a proteção das florestas Veredas do Direito Belo Horizonte v 10 n 29 p 1121 janjun 2013 Autor do artigo Título do artigo Local volume número Páginas Mês Ano Título do periódico Título do artigo Fonte Elaborado pelos autores 2016 Artigo de revista científica impressa Exemplo RIOS Mariza Território quilombola uma propriedade especial Veredas do Direito Belo Horizonte v 3 n 5 p 6584 janjun 2006 Artigo de revista científica eletrônica Exemplo REIS Émilien Vilas Boas NAVES Bruno Torquato de Oliveira Epigenetics and Envi ronmental Bioethics Veredas do Direito Belo Horizonte v13 n26 p6180 maioago 2016 Disponível em httpwwwdomhelderedubrrevistaindexphpveredasarti cleview863 Acesso em 07 nov 2016 73 Referências de documentos cujo autor é uma entidade Quando a autoria é de uma entidade a entrada é pelo seu próprio nome por ex tenso e todo em letras maiúsculas Exemplo ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA Cadernos de integração da graduação e pósgraduação produção acadêmica selecionada e resumida 20132016 Belo Horizonte Dom Helder 2016 92 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 74 Referência de artigo de jornal e revista Figura 8 Referência de artigo de jornal elementos essenciais MELLO Patrícia Campos Embaixada nos EUA produz cartilha sobre impeachment Folha de São Paulo São Paulo 7 nov 2016 Caderno poder p A6 Autor do artigo Local data Página Caderno Título do artigo Título do jornal Fonte Elaborado pelos autores 2016 Artigo de jornal com autoria Exemplo BIAL Pedro Independência do magistrado O Estado de São Paulo São Paulo 12 set 2009 Caderno 3 p 4 Artigo de jornal sem autoria Se o artigo não for assinado a entrada é pelo título e a primeira palavra será grafada em letras maiúsculas Exemplo BELO HORIZONTE vai sediar a Copa Mundial de 2014 Gazeta do Povo Curi tiba 2 abr 2009 p 3 Revista Exemplo SAYURI Juliana FLORESTI Felipe Erros da justiça Superinteressante São Paulo ed 366 out 2016 p 2837 93 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 75 Referência de monografiadissertaçãotese Figura 9 Referência de monografia elementos essenciais NAVES Bruno Torquato de Oliveira Do sufrágio 2000 71 f Monografia Graduação Faculdade de Direito Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Belo Horizonte 2000 Ano e número de folhas Título do trabalho Autor Local ano de entrega Nome da faculdade e da universidade Categoria Fonte Elaborado pelos autores 2016 ROCHA Anacélia Santos Uma escola brasileira em um acampamento no Ira que o exercício da docência em espaços socioculturais diferenciados 2006 262f Dissertação Mestrado Programa de PósGraduação em Educação Pontifícia Uni versidade Católica de Minas Gerais Belo Horizonte 2006 76 Referências de documentos jurídicos Constituições Exemplos BRASIL Constituição 1988 Constituição da República Federativa do Brasil Brasília Senado Federal Centro Gráfico 1988 MINAS GERAIS Constituição 1989 Constituição do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte Assembleia Legislativa 1990 Decretos leis portarias e resoluções Exemplo BRASIL Lei n 11079 de 30 de dezembro de 2004 Institui normas gerais para lici tação e contratação de parceria públicoprivada no âmbito da administração pública Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03ato2004 20062004LeiL11079compiladohtm Acesso em 28 out 2016 94 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos SAMPAIO José Adécio Leite org Justiça ambiental mdanças climáticas e judiciário Belo Horizonte Dom Helder 20116 Ebook Decisões judiciais acórdãosentençadecisão monocráticaoutros Exemplo BRASIL Supremo Tribunal Federal Ação Direta de Inconstitucionalidade 4277DF Relator Ayres Britto Diário de Justiça Eletrônico 14 de outubro de 2011 Disponí vel em httpredirstfjusbrpaginadorpubpaginadorjspdocTPACdocID628635 Acesso em 28 out 2016 MINAS GERAIS Tribunal de Justiça Agravo de Instrumento 0599623 8420168130000 Decisão Monocrática Relator Wilson Benevides Belo Horizonte 27 de outubro de 2016 Disponível em httpwww4tjmgjusbrjuridicosfprocresul tado2jsplistaProcessos10713130089863001 Acesso em 28 out 2016 Jurisprudência Exemplo BRASIL Tribunal Regional Federal 1ª Região Processo AMS 0032442 1020124013500GO Relator Néviton Guedes Goiânia 14 de outubro de 2016 Disponível em httpwwwtrf1jusbrProcessosProcessos TRFctrf1procctrf1procphpUFproc324421020124013500 Acesso em 28 out 2016 Códigos Exemplos BRASIL Código de Processo Civil 2015 Lei n 13105 de 16 de março de 2015 Código de Processo Civil Disponível em httpwwwplanaltogovbrcci vil03ato201520182015leil13105htm Acesso em 28 out 2016 BRASIL Código de processo penal 1941 Código de processo penal In VADE MECUM 11 ed rev ampl e atual São Paulo Revista dos Tribunais 2015 p 607669 VADE MECUM 19 ed atual e ampl São Paulo Saraiva 2015 77 Referência de documentos eletrônicos Ebooks Exemplo 95 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 10 Exemplos de referências online ARTIGOS DE PERIÓDICOS ONLINE CUSTÓDIO Maraluce Maria OLIVEIRA Marcio Luís de Ecoefficiency in bidding processes to purchase everyday supplies for the Brazilian Federal Administration Vere das do Direito Belo Horizonte v 12 n 24 p 3361 jan 2016 DOI httpdxdoiorg1018623rvdv12i24647 Disponível em httpwwwdomhel deredubrrevistaindexphpveredasarticleviewFile647454 Acesso em 25 nov 2016 ARTIGOS DE JORNAIS ONLINE CIENTISTAS descobrem mecanismo que acelera derretimento de geleiras Estado de Minas Belo Horizonte 23 nov 2016 Disponível em httpwwwemcombrappnoti cianacional20161123internanacional826300cientistasdescobremmecanismoque aceleraderretimentodegeleirasshtml Acesso em 25 nov 2016 HOMEPAGE ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA Grade curricular Apresenta a grade curricular da Graduação em Direito Disponível em httpdomhelderedubrpa ginaphppagId72pag Acesso em 25 nov 2016 Fonte Elaborado pelos autores 2016 BRASIL Supremo Tribunal Federal Súmula 701 Diário de Justiça Brasília 09 out 2003 Disponível em httpwwwstfjusbrportaljurisprudencialistarJurisprudenciaasps1701NUME20N AO20SFLSVbasebaseSumulas Acesso em 02 dez 2016 BRASIL Lei Complementar n 166 de 31 de julho de 2003 Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza de competência dos Municípios e do Distrito Federal e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília 1º ago 2003 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisLCPLcp116htm Acesso em 02 dez 2016 CAMARGO Andrea Marques VARELA Rafael Novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa Vade Mecum Acadêmico de Direito 16 ed São Paulo Rideel 2013 1 CD ROM 96 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Filmes Exemplo 12 HOMENS e uma sentença Estados Unidos OrionNova Productions 1957 1 DVD 96 min son pb ATENÇÃO Caso o filme seja colorido substituir o pb por color Entrevista Exemplo ROCHA Carmen Lúcia Antunes Entrevista São Paulo 17 out 2016 Entrevista concedida ao programa Roda Viva Disponível em httpsyoutubeOuBqmkSq34 Acesso em 05 dez 2016 78 Congressos e outros eventos Figura 11 Referência de trabalho apresentado em evento elementos essenciais GOMES Magno Federici Acesso à jurisdição e averbação prémonitória da execução In CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI 19 2010 Florianópolis Anais Florianópolis Fundação Boiteux 2010 p 248261 v1 Local responsável pela publicação ano Páginas Nome da publicação Título do artigo Autor do artigo Nome do evento edição ano local Fonte Elaborado pelos autores 2016 79 Referências da Bíblia BÍBLIA SAGRADA AT Gênesis 34 ed São Paulo Editora Paulinas 1993 cap 20 p 69 97 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 8 ESTRUTURA DE TRABALHOS ACADÊMICOS NBR 147242011 O trabalho acadêmico tem estrutura própria que de forma metodológica com preende o prétexto o texto e o póstexto Ou seja antes do texto o texto propriamente dito e ao final o póstexto A Figura 12 apresenta a estrutura do trabalho acadêmico Figura 12 Estrutura do trabalho acadêmico ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA GRADUAÇÃO E PÓSGRADUAÇÃO Nome do pesquisador TÍTULO DA PESQUISA SUBTÍTULO DA PESQUISA Cidade Ano CAPA FOLHA DE ROSTO FOLHA DE APROVAÇÃO VERSO DA FOLHA DE APROVAÇÃO DEDICATÓRIA opcional EPÍGRAFE opcional RESUMOS SUMÁRIO INTRODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE ANEXOS ELEMENTOS PRÉTEXTUAIS ELEMENTOS TEXTUAIS ELEMENTOS PÓSTEXTUAIS PARTE EXTERNA Fonte Elaborado pelos autores 2016 98 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 81 Elementos prétextuais De acordo com a ABNT os elementos prétextuais são a parte que antecede o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho ABNT 2011 p 2 Segundo Gustin e Dias 2006 p 47 as partes que compõem o prétexto são utilizadas para indicar e identificar sumariamente as partes do projeto e são elementos complementares ao corpo do texto para facilitar a compreensão dos temas e propostas a serem apresentados Ainda conforme as normas da ABNT As folhas ou páginas prétextuais devem ser contadas mas não numeradas ABNT 2011 p 7 De acordo com a NBR 147242011 a capa compõe a parte externa do trabalho portanto não é contada nem numerada O Quadro 16 apresenta a estrutura da monografia os elementos obrigatórios e os opcionais Quadro 15 Elementos dos trabalhos acadêmicos ELEMENTOS PRÉTEXTUAIS ELEMENTOS TEXTUAIS TODOS OS ITENS SÃO OBRIGATÓRIOS ELEMENTOS PÓS TEXTUAIS Folha de rosto OB Folha de aprovação OB Errata OP Dedicatória OP Agradecimentos OP Epígrafe OP Resumo em Língua Vernácula OB Resumo em Língua Estrangeira OB para mestrado Lista de ilustrações OP Lista de tabelas OP Lista de abreviaturas e siglas OP Lista de símbolos OP Sumário OB Introdução Revisão bibliográfica refe rencial teórico Desenvolvimento do objeto de estudo análise resulta dos e discussão Considerações finais Referências OB Anexos OP Apêndices OP Glossário OP Índice OP OB obrigatório OP opcional Elaborado pelos autores Fonte GUSTIN DIAS 2006 p 47 811 Capa Elemento obrigatório do trabalho Contém a denominação da instituição em que o trabalho será apresentado no alto da página em CAIXA ALTA negrito tamanho 12 centralizado nome doa autora título e subtítulo colocados no centro da página em ne grito tamanho 12 e embaixo da página colocase o local cidade e o ano de depósito ou 99 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos de apresentação do trabalho ambos os elementos centralizados e apenas com iniciais em maiúsculas no tamanho 12 A Figura 13 apresenta um modelo de capa Figura 13 Modelo de capa 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA GRADUAÇÃO E PÓSGRADUAÇÃO Nome do pesquisador TÍTULO DA PESQUISA SUBTÍTULO DA PESQUISA Cidade Ano CAIXA ALTA negrito centralizado fonte tamanho 12 CAIXA ALTA negrito centralizado fonte tamanho 12 Negrito centralizado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Fonte Elaborado pelos autores 2016 812 Folha de Rosto A NBR 15287 ABNT 2011 p3 indica que folha de rosto é a folha que con tém os elementos essenciais à identificação do trabalho Ela contém os mesmos elementos da capa exceto o nome da instituição Um modelo de folha de rosto é apresentado na Figura 14 Substituise o nome da instituição no alto da folha pelo nome do a autora do trabalho com apenas as iniciais em maiúsculas com fonte de tamanho 12 O título e subtítulo se houver serão centralizados em tamanho 12 100 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos À direita da página com alinhamento justificado e recuo de 75 cm contados a partir da margem de 3 cm escrevese a natureza do trabalho projeto de pesquisa monogra fia trabalho de conclusão dissertação ou tese sua finalidade obtenção de curso nome da instituição nome do professor ou orientador Todas essas informações devem ser apre sentadas em fonte de tamanho 12 e em espaço simples Figura 14 Modelo de folha de rosto 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm Nome do pesquisador Título da pesquisa subtítulo Natureza do trabalho projeto de pesquisa monografia trabalho de conclusão Cidade Ano 75 cm Justificado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Negrito centralizado fonte tamanho 12 Fonte Elaborado pelos autores 2016 813 Verso da folha de rosto O verso da folha de rosto deve conter a ficha catalográfica Essa ficha apresenta os elementos identificadores da publicação que são nome do autor título edição local de publicação editora data número de páginas assunto e notas complementares Ela deve ser 101 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos elaborada por profissional bibliotecário A Figura 15 indica a posição da ficha catalográ fica na página Figura 15 Posição da ficha catalográfica Ficha catalográfica Fonte tamanho 10 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm Fonte Elaborado pelos autores 2016 814 Folha de aprovação Utilizada para teses e dissertações a folha de aprovação deve conter a natureza do trabalho e nome dos professores membros da banca assim como o nome das instituições a que pertencem No caso de trabalho de conclusão há um professor membro da banca e na dissertação são dois professores além do orientador Para os alunos de graduação que não são avaliados por banca apresentase somente o nome do orientador Na Figura 16 consta um modelo de folha de aprovação 102 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 16 Modelo de folha de aprovação 2 cm 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA Nome do pesquisador Título da pesquisa subtítulo Cidade Ano Natureza do trabalho projeto de pesquisa monografia trabalho de conclusão 75 cm Orientador Professor Membro da Banca Professor Membro da Banca Aprovado em Nota CAIXA ALTA centralizado fonte tamanho 12 Negrito centralizado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Centralizado fonte tamanho 12 Justificado fonte tamanho 12 Fonte Elaborado pelos autores 2016 815 Dedicatória É a homenagem prestada a determinada pessoa ou grupo de pessoas Pode ser homenagem póstuma A Figura 17 indica a posição do texto da Dedicatória na página Exemplo A meus pais pelo incentivo e carinho 103 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 17 Posição do texto da Dedicatória Dedicatória 3 cm 4 cm 3 cm 2 cm 2 cm Justificado fonte tamanho 12 espaço simples entrelinhas Fonte Elaborado pelos autores 2016 816 Agradecimentos A seção de agradecimentos é dirigida a pessoas que contribuíram para a elabo ração do trabalho Usase o verbo na primeira pessoa do singular fonte tamanho 12 espaço entre linhas de 15 cm A Figura 18 apresenta um modelo da página com a seção de Agra decimentos 104 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 18 Modelo da página com Agradecimentos Agradeço a 3 cm 4 cm 3 cm 2 cm AGRADECIMENTOS CAIXA ALTA centralizado fonte tamanho 12 Justificado fonte tamanho 12 espaço simples entrelinhas dois espaços simples entre parágrafos Fonte Elaborado pelos autores 2016 817 Epígrafe Tratase de uma citação relacionada ao tema desenvolvido É alinhada à direita no espaço inferior da página tamanho 12 com indicação do autor obra ano e página Essa obra consultada deve ser listada nas referências 818 Resumo na língua vernácula graduação e mestrado O Resumo segundo a ABNT NBR 6028 2003 consiste na descrição da estru tura do trabalho científico deve conter natureza do trabalho tema objetivo geral metodo logia resultados e conclusão É redigido em parágrafo único em espaço simples contendo de 150 a 500 palavras para monografia dissertação e tese de 100 a 250 palavras para artigos de periódicos 105 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos O resumo deve ser escrito em apenas um parágrafo sem recuo em espaço simples e seguido de no mínimo três e no máximo seis palavraschave separadas entre si por ponto final As palavraschave devem figurar logo abaixo do resumo antecedidas da expressão palavrachave conforme exemplo de artigo publicado por Costa e Rocha 2014 RESUMO Este artigo tem por objetivo analisar o desenvolvimento da educação formal brasileira assim como a educação ambiental tendo por base o histórico político constitucional do país Ana lisase a história do Brasil Colônia ao Brasil República e verificase o relacionamento das formas de governo o regime democrático e os impactos delas no processo educacional Construída esta base verificase que a educação ambiental teve seu nascedouro por meio de políticas públicas e ainda obtém um desenvolvimento atrelado a elas Conforme se descreve o ensino brasileiro teve sua origem numa educação elitista excludente e quando houve sua ampliação o objetivo foi capacitar mãodeobra para o projeto de desenvolvimento do país Esse fato prejudica sua emancipação O estudo foi desenvolvido com metodologia jurídico teórica e raciocínio dedutivo com técnicas de pesquisa bibliográfica e documental Con cluiuse que o Brasil ainda não possui uma democracia plena e por consequência o processo educacional tem um longo caminha a percorrer para alcançar a educação formal emancipa tória e transformadora Palavraschave Educação Formal Educação Ambiental Emancipação Democracia NOTA Na seção 15 há outo exemplo de resumo 8181 Resumo em língua estrangeira mestrado e doutorado Para o mestrado e doutorado o resumo também deverá ser redigido em uma língua estrangeira Abstract inglês Resumen espanhol ou Résumé francês Será a tra dução literal daquele Resumo que se escreveu na língua vernácula 819 Sumário O sumário é o retrato do conteúdo do trabalho é a seção em que o leitor poderá reconhecer os aspectos do tema que o pesquisador trabalhou Para Gustin e Dias 2006 p 106 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 51 sumário é a listagem das principais divisões seções e outras partes de um docu mento refletindo a organização da matéria no texto acompanhada dos respectivos números de páginas em que serão localizados no texto do documento Segundo a NBR 14724 ABNT 2011 p 4 é a enumeração das divisões seções e outras partes do trabalho na mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede O sumário é a lista dos títulos e seções dos capítulos e suas respectivas páginas com numeração progressiva Utilizamse somente algarismos arábicos Os elementos que antecedem o sumário ou seja dedicatória agradecimentos resumo epígrafe não são listados Todos os capítulos da introdução desenvolvimento e con clusão terão numeração progressiva conforme já foi visto Os elementos póstextuais como referências apêndice anexo não são numerados Devem ser centralizados 82 Elemento textual NBR 15287 2011 O elemento textual consiste na parte do trabalho em que se expõe o conteúdo da pesquisa É constituído pela introdução revisão bibliográfica e referencial teórico análise e discussão de resultados e considerações finais 821 Introdução A introdução apresenta os elementos já mencionados no projeto de pesquisa que devem ser expostos de forma breve o objeto de estudo apresentação do tema e pro blema a hipótese objetivos a serem atingidos a justificativa e a metodologia para a realização da pesquisa Na introdução de um trabalho mais extenso como a dissertação e a tese não há problema em se fazerem citações de autores na seção da introdução desde que sejam cita ções relacionadas à contextualização do tema ou que seja apresentado algum conceito mais básico relevante para o entendimento do problema ou tema Nos últimos parágrafos da introdução fazse uma breve descrição dos capítulos do trabalho de conclusão da dissertação ou da tese Esta seção não deve ser subdividida em subseções 107 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 822 Revisão da literatura Referencial teórico A seção de revisão de literatura e referencial teórico conforme já descrita no tópico 416 deste manual constituise no embasamento que dá sustentação ao objeto do estudo Este elemento textual pode ser dividido em seções de acordo com a necessidade identificada pelo autor de modo a apresentar os aspectos teóricos claros e consistentes O referencial teórico é resultante das pesquisas bibliográficas realizadas tem como foco a aná lise de autores que abordam o tema e o problema em questão Deve ser organizado de forma a permitir que o leitor do trabalho científico identifique as ideias nas quais o autor do trabalho apoiou sua reflexão e sua argumentação Este elemento textual deverá responder às seguintes questões quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto quais aspectos já foram abordados e quais as lacunas existentes na literatura É no referencial teórico que se concentra a maioria das citações di retas e indiretas No entanto as citações devem sempre ser comentadas estabelecendo relações entre essas e as ideias do autor da monografia O autor pode também apresentar ideias de outros autores com opiniões distintas mostrando qual ponto de vista será adotado ou qual é mais adequado para solucionar o problema Portanto as citações não podem vir soltas no texto mas integradas ao parágrafo conforme orientações da seção 382 823 Análise e discussão de resultados Esta seção pode ser feita em um ou mais capítulos É o cerne do trabalho de pesquisa com a elaboração de uma análise que busca responder ao problema proposto De vemse seguir os passos indicados na metodologia de forma a confirmar ou a refutar a hipótese Os dados coletados devem ser interpretados à luz do referencial teórico 8231 Apresentação dos dados ilustrações gráficos quadros tabelas e figuras Os dados podem também ser apresentados em forma de figuras fotografias ma pas organogramas esquema fluxograma planta imagem gráficos quadros e tabelas De acordo com a NBR 10719 ABNT 2011 p10 as ilustrações constituem parte integrante do desenvolvimento e desempenham papel significativo na expressão de ideias científicas e técnicas Todas as ilustrações ou quadros essenciais à compreensão do texto devem ser 108 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos incluídos nesta parte do trabalho Além disso a NBR 10719 ABNT 2011 dispõe que as ilustrações devem estar localizadas o mais próximo possível da parte do texto em que é citada devem ter numeração arábica sequencial ao longo da parte textual independen temente para as tabelas e para as figuras não devem ser incluídas caso não sejam citadas no texto O Quadro 17 apresenta o formato de apresentação das tabelas e quadros Quadro 16 Apresentação de tabelas e quadros TABELAS QUADROS Dados numéricos Dados textuais Título indicativo deve aparecer na parte superior Numerar sequencialmente em algarismos arábicos Fonte obrigatória na parte inferior Dois traços duplos horizontais delimitam o início e o fim Traço simples vertical separam as colunas do cabeçalho Traço simples horizontal separa o cabeçalho do corpo Linhas não fecham as tabelas e quadros lateralmente Tabela 1 ou TABELA 1 Quadro 1 ou QUADRO 1 Espaço simples e fonte menor Fonte Elaborado pelos autores 2016 OBSERVAÇÕES 1 Quando as ilustrações eou informações forem retiradas de outras fontes devese indicar na parte inferior a fonte pesquisada com o sobrenome do autor ano e página em fonte tamanho 10 Exemplo Fonte GIL 2009 p 4142 2 Quando as ilustrações forem elaboradas a partir dos dados coletados na pesquisa devese informar Fonte Dados da pesquisa 2016 3 Toda ilustração deve ser precedida de identificação gráfico figura quadro tabela seguida de número e título sem negrito Figura 1 Delineamento da pesquisa 109 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 824 Considerações finais É a parte em que se retomam os objetivos geral e específicos de forma a respon der ao problema proposto Além disso podemse apresentar perspectivas para novas pesqui sas De acordo com a NBR 10719 ABNT 2011 p5 Nesta seção devem figurar clara e ordenadamente as deduções obtidas dos resultados do trabalho ou levantadas ao longo da discussão do assunto Esta norma estabelece ainda que Dados quantitativos não devem aparecer na conclusão nem tampouco resultados comprometidos e passíveis de discussão Além disso também não se recomenda nesta parte do trabalho a inserção de citações Este é o momento em que o pesquisador apresenta suas deduções síntese possíveis recomenda ções ou propostas para pesquisas futuras 83 Elementos póstextuais Os elementos póstextuais são de suma importância no trabalho acadêmico Eles informam as fontes consultadas referências e além disso podem ser objeto de consulta para o leitor para novas pesquisas 831 Referências Devem ser referenciadas todas as obras citadas no corpo do texto As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética com espaçamento simples entre linhas alinha das à esquerda e devem ser separadas entre si por um espaço simples 832 Anexo e Apêndice O Anexo é um tipo de documento elaborado por terceiros e o Apêndice é de autoria do próprio pesquisador Ambos devem ser identificados por letras maiúsculas ANEXO A ANEXO B O título ANEXOS deve figurar centralizado em página em branco No Sumário o Anexo e o Apêndice aparecem após as referências e não são nume rados 110 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 84 Apresentação gráfica ABNT NBR 147242011 Papel os trabalhos deverão ser impressos em papel branco ou reciclado tamanho A4 210 cm x 297 cm densidade 75gm2 devidamente encadernados e na po sição vertical Margem Configuração de página margens superior e esquerda 30 cm infe rior e direita 20 cm A Figura 19 exemplifica essa configuração das margens na página Figura 19 Configuração da página 3 cm 3 cm 2 cm 2 cm Fonte Elaborado pelos autores 2016 Fonte o tipo de letra fonte utilizado em todo o trabalho deve ser Times New Roman tamanho 12 para os títulos parágrafos capa e folha de rosto Nas cita ções recuadas aquelas com mais de 3 linhas nas notas de rodapé legenda de figuras quadros e tabelas devese aplicar o tamanho 10 Parágrafo recuo de 2 cm e alinhamento justificado Recuo das citações 40 cm e alinhamento justificado conforme ilustrado no item 6122 Citação direta longa 111 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Espaçamento entre linhas 15 cm para o texto simples 10 para citações lon gas recuadas notas de rodapé referências legendas de figuras quadros e tabe las Palavras ou expressões em destaque para destacar alguma palavra ou expres são devese utilizar o sublinhado ou o negrito reservandose o itálico para as expressões em língua estrangeira e para as seções ternárias Títulos sem numeração Agradecimentos Resumo Abstract Sumário Ane xos Referências etc devem ser centralizados grafados com letra maiúsculas e sem ponto final Títulos das seções ao inserir um novo título numerado devese dar um espaço de 15 cm antes e 15 cm depois texto ajustado à margem esquerda justificado sem ponto depois do último algarismo Utilizar numeração progressiva e desta car os títulos da seguinte forma 1 SEÇÃO PRIMÁRIA CAIXA ALTA NEGRITO TAMANHO 12 11 Seção secundária caixa baixa negrito tamanho 12 111 Seção terciária caixa baixa itálico tamanho 12 1111 Seção quaternária caixa baixa sublinhado tamanho 12 11111 Seção quinária caixa baixa sem negrito tamanho 12 85 Formatação em Microsoft Office Word 851 Margens Para configurar as margens Figura 20 1 Clicar em exibição 2 Selecionar régua 3 Clicar duas vezes na parte cinza da régua 4 Ajustar as medidas superior e esquerda 3 cm inferior e direita 2 cm 112 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Fonte Elaborado pelos autores 2016 852 Parágrafos Para configurar os parágrafos Figura 21 1 Clicar acima da régua dentro do campo de parágrafo na seta no canto inferior direito desse campo 2 Ajustar alinhamento do texto para justificado 3 Recuo do parágrafo clicar em especial selecionar 1ª linha e eleger recuo de 20 cm 4 Espaçamento antes e depois sempre 0 pt 5 Espaçamento entre linhas de 15 cm Figura 20 Configuração das margens no Microsoft Office Word 113 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 21 Configuração do parágrafo Fonte Elaborado pelos autores 2016 853 Numeração de páginas Para ajustar a numeração de páginas Figura 22 1 Clicar em inserir e em seguida número de página e início da página 2 Selecionar a terceira formatação número no alto da página no canto direito 3 Em seguida clicar em formatar número de página como não se conta capa ini cie com o número dois ou mais dependendo da quantidade de páginas que apa recerem antes da introdução e depois da capa 114 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos Figura 22 Configuração da numeração das páginas Fonte Elaborado pelos autores 2016 ATENÇÃO Todas as folhas devem ser contadas sequencialmente a partir da folha de rosto porém a numeração das páginas deve figurar somente a partir da primeira folha da parte textual ou seja na introdução em algarismos arábicos no canto superior direito da folha a 20 cm da borda superior 854 Notas de rodapé 1 Clicar em referências 2 Inserir notas de rodapé 3 Obs as notas de rodapé devem ser usadas para explicações curtas ou para se transcrever citação em língua estrangeira ou versão de trechos traduzidos 115 Parte III Normalização de trabalhos acadêmicos 855 Encadernação Os trabalhos devem ser encadernados obedecendo a especificações Graduação capa dura na cor preta e com letras douradas Mestrado capa dura na cor vermelha e com letras douradas Doutorado capa dura na cor azul e com letras douradas Depois de tantas normas tantas exigências tantas cobranças trabalho pronto Envolto em capa dura grafado em letras douradas Ele traduz o amplo esforço do trabalho árduo muitas vezes desgastante O olhar de júbilo e contentamento sobre ele é natural e merecido A sensação é de leveza e bemestar Missão cumprida Por enquanto sim Mas outros virão Também os organizadores deste manual têm essa mesma sensação mas ao final de todo o processo surge mais um desafio já enunciado por Santos 2000 em suas reflexões sobre a ciência pósmoderna Compreender assim a ciência não é fundála dogmaticamente em qualquer dos princípios absolutos ou a priori que a filosofia da ciência nos tem vindo a fornecer Ao contrário tratase de compreendêla enquanto prática social de conheci mento uma tarefa que se vai cumprindo em diálogo com o mundo e que é afinal fundada nas vicissitudes nas opressões e nas lutas que o compõem e a nós incomodados ou revoltados SANTOS 2000 p 1112 grifo nosso Fica por fim a responsabilidade de todos fazer com que o diálogo com a reali dade social se instaure na prática do pesquisador e que o Direito se fortaleça cada vez mais como ciência social aplicada Como referenciar este manual ROCHA Anacélia Santos et al O dom da produção acadêmica manual de normaliza ção e metodologia da pesquisa Belo Horizonte Escola Superior Dom Helder Câmara 2016 Disponível em link Acesso em data de acesso 116 REFERÊNCIAS ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 Resenha de MIRANDA Daniela da Silveira Linha dágua São Paulo n 20 2007 Disponível em httpwwwrevistasuspbrlinhadaguaarti cleviewFile3730840028 Acesso em 19 ago 2015 ABREU Antônio Suarez Argumentar convencer e persuadir In ABREU Antônio Suarez A arte de argumentar gerenciando razão e emoção 13 ed São Paulo Ateliê Editorial 2004 p 2526 apud WEG Rosana Morais Fichamento São Paulo Paulistana 2006 ALVES Maria Bernadete Martins ARRUDA Susana Margareth Como fazer referên cias bibliográficas eletrônicas e demais formas de documento Florianópolis Universi dade Federal de Santa Catarina Biblioteca Universitária 2001 Disponível em httpufscbrframereferhtml Acesso em 23 abr 2016 ALVES Maria Bernadete Martins LOPES Marili I Lopes Procedimentos para apre sentação e normalização de trabalhos acadêmicos referências Florianópolis UFSC 2006 Disponível em wwwbuufscbrdesignModulo1Referenciasppt Acesso em 9 out 2016 ANTUNES Irandé Assumindo a dimensão interacional da linguagem In ANTUNES Irandé Aula de português encontro e interação São Paulo Parábola 2003 cap 2 p 54 60 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 14724 informa ção e documentação trabalhos acadêmicos apresentação Rio de Janeiro ABNT 2011 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6023 informa ção e documentação referências elaboração Rio de Janeiro ABNT 2018 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6028 Informa ção e documentação Resumo Apresentação Rio de Janeiro ABNT 2003 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 10520 Informa ção e documentação citações em documentos Apresentação Rio de Janeiro ABNT 2002 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 10719 Apresen tação de relatórios técnicoscientíficos Rio de Janeiro ABNT 2011 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 15287 Informa ção e documentação projeto de pesquisa apresentação Rio de Janeiro ABNT 2011 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6022 Informa ção e documentação artigo em publicação periódica científica impressa Apresentação Rio de Janeiro ABNT 2018 117 AZEVEDO Israel Belo de O prazer da produção científica descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos científicos São Paulo Hagnos 2001 BARDIN Laurence 1979 Análise de conteúdo Lisboa Edições 70 1979 BARRAL Welber Oliveira Metodologia da pesquisa jurídica 3 ed rev atual e ampl Belo Horizonte Del Rey 2007 BARRAL Welber Oliveira Metodologia da pesquisa jurídica 2 ed Florianópolis Fundação Boitex 2003 BECKER Howard Saul Writing for social scientists how to start and finish your thesis book or article 2 ed Chicago The University of Chicago Press 2007 apud QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação for matação São Paulo Método 2015 p134 BEDÊ Fayga Silveira SOUSA Robson Sabino de Por que a área do direito não tem cul tura de pesquisa de campo no Brasil Rev Bras Polít Públicas Brasília v 8 nº 1 2018 p781796 BOOTH Wayne C COLOMB Gregory G WILLIAMS Joseph M A arte da pesquisa São Paulo Martins Fontes 2005 p 22 apud QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monogra fia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 p 145 BRASIL Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Superior Resolução CNECES 10 de 16 de dezembro de 2004 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis bacharelado e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília 28 de dezembro de 2004 Seção 1 p 15 CÂMARA Dom Helder Mil razões para viver 6 ed Rio de Janeiro Civilização Brasi leira SA 1983 101p CARVALHO Salo de Como não se faz um trabalho de conclusão provocações úteis para orientadores e estudantes de Direito 2 ed São Paulo Saraiva 2013 187p CHARAUDEAU Patrick Linguagem e discurso modos de organização São Paulo Contexto 2008 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais 2ed São Pualo Cor tez 1995 COSTA Beatriz Souza ROCHA Anacélia Santos Da educação formal à educação ambi ental o desafio da consolidação da democracia frente ao histórico de desconstrução do ensino na história do Brasil In OLEGÁRIO Maria da Luz RAMALHO Antônio Germano TASSIGNY Mônica Mota Org Direito educação ensino e metodologia II Paraíba CONPEDI 2014 v 2 p 383413 COSTA Marco Antônio F da COSTA Maria de Fátima Barrozo da Projeto de Pes quisa entenda e faça Rio de Janeiro Vozes 2011 118 COTA Maria Aparecida Leite Mendes Os dez mandamentos da boa leitura Belo Hori zonte 2010 Não publicado CUSTÓDIO Maraluce Maria Conceito Jurídico de Paisagem Contribuições ao seu es tudo no direito brasileiro Tese Doutorado em Geografia 370f Belo Horizonte Instituto de Geociências Universidade Federal de Minas Gerais 2012 DEMO Pedro Definindo conhecimento científico In DEMO Pedro Metodologia do co nhecimento científico São Paulo Atlas 2000 cap1 p1344 DEMO Pedro Pesquisa e construção do conhecimento metodologia científica no cami nho de Habermas 6 ed Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 2004 125p DEMO Pedro Saber Pensar In DEMO Pedro Metodologia para quem quer aprender São Paulo Atlas 2008 cap2 p 51106 DERANI Cristiane VIEIRA Lígia Ribeiro Os direitos humanos e a emergência das ca tástrofes ambientais uma relação necessária Veredas do Direito Belo Horizonte v 11 n 22 p 143174 juldez 2014 EMEDIATO Wander A fórmula do texto redação argumentação e leitura técnicas iné ditas de redação para alunos de graduação e ensino médio São Paulo Geração Editorial 2004 ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA ESDHC Regimento interno Belo Horizonte ESDCH 2010 Disponível em httpwwwdomhelderedubrpaginaphppa gId212 Acesso em 15 nov 2011 FLORES Waldir do Nascimento et al Enunciação e gramática São Paulo Contexto 2008 FRANÇA Júnia Lessa VASCONCELLOS Ana Cristina de Manual para normalização de publicações técnicocientíficas 9 ed Belo Horizonte UFMG 2013 GALUPPO Marcelo Campos Da idéia à defesa monografias e teses jurídicas 2 ed Belo Horizonte Mandamentos 2008 GIL Antônio Carlos Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed São Paulo Atlas 2009 175p GIRALDI Janaina de Moura Engracia CARVALHO Dirceu Tornavoi de A Imagem do Brasil no Exterior e sua Influência nas Intenções de Compra RAC Eletrônica Curitiba v 3 n 1 p 2240 janabr 2009 Disponível em httpanpadorgbrperiodicoscontentre sumosphprevistaid3artigoid832 Acesso em 12 fev 2009 GODINHO Hugo Domith CAMBAÚVA Gustavo Froelich MAK Alessandra Perez A Ética aplicada para o sucesso nos negócios 2006 Disponível em httpsistemase meadcombr9semeadresultadosemeadtrabalhosPDF436pdf Acesso em 18 ago 2009 GOMES Isaltina O discurso do outro na divulgação científica 2003 Disponível em httpwwwunicapbrgtpsmidartigosisaltinapdf Acesso em 18 set 2015 119 GUSTIN Miracy Barbosa Sousa DIAS Maria Tereza Fonseca Repensando a pesquisa jurídica 2ed rev ampl e atual Belo Horizonte Del Rey 2006 KÖCHE Vanilda Salton BOFF Odete Maria Benetti MARINELLO Adiane Fogali Prá tica textual 6 ed Petrópolis Vozes 2009 KROKOSCZ Marcelo Autoria e plágio um guia prático para estudantes professores pesquisadores e editores São Paulo Atlas 2012 LEITE Eduardo de Oliveira Monografia Jurídica 9 ed rev ampl e atual São Paulo Revista dos Tribunais 2011 Série Métodos em Direito v1 MACHADO Ana Rachel Org LOUSADA Eliane TARDELLI Lília Santos Abreu Planejar gêneros acadêmicos São Paulo Parábola 2005 MACHADO Anna Rachel Org LOUSADA Eliane ABREUTARDELLI Lília Santos Resenha São Paulo Parábola Editorial 2004a MACHADO Anna Rachel Org LOUSADA Eliane ABREUTARDELLI Lília Santos Resumo São Paulo Parábola Editorial 2004b MACHADO Anna Raquel Os textos de alunos como índices para avaliação das capacida des de linguagem In MARI Hugo Análise do discurso em perspectivas Belo Hori zonte FALEUFMG 2003 p 215229 MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de metodologia científica 6 ed São Paulo Atlas 2009 MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de metodologia científica 2 ed São Paulo Atlas 2002 MEZZAROBA Orides MONTEIRO Cláudia Servilha Manual de Metodologia da pes quisa no Direito 5 ed São Paulo Saraiva 2009 MIRANDA Daniela da Silveira A arte de argumentar Linha dágua São Paulo n 20 2007 Disponível em httpwwwrevistasuspbrlinhadaguaarticleviewFile3730840028 Acesso em 19 ago 2015 OLIVEIRA NETO Olavo de Manual de monografia jurídica São Paulo Quartier La tin 2007 PEREIRA Gustavo Oliveira de Lima Apátridas e refugiados Instituto Humanitas Unisi nos São Leopoldo ano 10 n 181 2012 POSSENTI Sírio Sobre a linguagem científica e linguagem comum In POSSENTI Sírio Os limites do discurso ensaios sobre discurso e sujeitos 2ed Curitiba Criar edi ções 2004 cap 16 p235 252 QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo Monografia jurídica passo a passo projeto pesquisa redação formatação São Paulo Método 2015 120 QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo BEICKER Flávio Como a internet pode ajudar na exe cução da pesquisa In QUEIROZ Rafael Mafei Rabelo FEFERBAUM Marina Coord Metodologia jurídica um roteiro prático para os trabalhos de conclusão de curso São Paulo Saraiva 2013 cap15 p315347 ROESCH Sylvia Maria Azevedo Projetos de estágio e de pesquisa em Administração guia para estágios trabalhos de conclusão dissertações e estudos de caso 3ed São Paulo Atlas 2007 SALOMON Délcio Vieira Como fazer uma monografia elementos de metodologia do trabalho científico 3ed Belo Horizonte Interlivros 1973 apud SEVERINO Joaquim Antônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 SANTOS Boaventura Sousa Introdução a uma ciência pósmoderna 2000 Disponível em htthttpwwwboaventuradesousasantosptmediaIntroducaopdf Acesso em 24 abr 2016 SEVERINO Joaquim Antônio Metodologia do trabalho científico 23 ed rev atual São Paulo Cortez 2007 SILVA Carlos Ribeiro da Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade orienta ções de estudos projetos artigos relatórios monografias dissertações e teses 2ed São Paulo Atlas 2006 SILVA Lidiane Rodrigues Campêlo da et al Pesquisa documental alternativa investiga tiva na formação docente In CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 9 EDU CERD ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA 3 2009 Curitiba Anais Curitiba PUCPR 2009 Disponível em httpseducerebruccombrar quivopdf200931241712pdf Acesso em 18 mar 2020 VALENTI Wagner Cotroni Guia de estilo para redação científica 2015 Disponível em httpvideoaulasepiunipbravisosINSTRUCIONAL20CUIDA DOS20AO20ESCREVERpdf Acesso em 18 set 2015 VALVERDE Alda da Graça Marques FETZNER Néli Luiza Cavalieri Coord TAVARES JUNIOR Nelson Carlos Lições de argumentação jurídica da teoria à prá tica 4 ed rev atual ampl Rio de Janeiro Forense 2015 WEG Rosana Morais Fichamento São Paulo Paulistana 2006 YIN Robert K Estudo de caso planejamento e métodos Tradução de Daniel Grassi 3 ed Porto Alegre Bookman 2005 121

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