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Engenharia Agronômica ·

Fisiologia Vegetal

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DOENÇAS Doenças\n\nFerrugem da soja\nPhakopsora pachyrhizi\n\nSINTOMAS: Formação de lesões verde-acinzentada, bronzeada a marron-escuro ou marron-avermelhada, com elevações que contêm as estruturas reprodutivas do fungo, observadas inicialmente na face inferior das folhas. As lesões tendem a ser angulares, restringidas pelas nervuras foliares. A sua identificação pode ser facilitada pelo uso de lupa de mão com aumento de 20x. Em estágios iniciais da doença, os sintomas da ferrugem podem ser confundidos com os de Septoriose ou do Crestamento bacteriano. A diferença está na presença do halo amarelado ao redor das pontuações, características dessas doenças e a ausência na ferrugem.\n\nA doença ocorre em qualquer estágio de desenvolvimento da planta mas são mais comuns após o florescimento (R2). Lesões são frequentemente associadas com amarelecimento foliar e a alta densidade de lesões resulta em desfolha prematura. Isso, certamente, causará redução no número de vagens por planta, no número de grãos por vagem e no peso dos grãos e, assim, interferindo na produtividade. Pode ocasionar perdas de 10 a 80% nas lavouras. As maiores severidades são observadas durante longos períodos de molhamento foliar, associados a temperatura média diária abaixo de 28°C. CONTROLE E ESTRATÉGIAS DE MANEJO DA DOENÇA:\n1. Utilização de cultivares com gene de resistência (INOX);\n2. Utilização de cultivares de ciclo precoce e semi-precoce;\n3. Semeaduras no início da época recomendada como estratégia de escape;\n4. Evitar a semeadura de soja sobre soja ou soja segunda safra;\n5. Eliminação de plantas de soja voluntárias na entressafra;\n6. Ausência de cultivo de soja na entressafra por meio do vazio sanitario;\n7. Monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura;\n8. Controle químico por meio de fungicidas efetivos;\n9. Utilização de fungicidas protetores associados as mais misturas (sítio-específicos) comerciais;\n10. Trabalhar com intervalos seguros entre as aplicações de fungicidas;\n11. Tecnologia de aplicação adequada;\n12. Adubação equilibrada do sistema e rotação de culturas;\n13. Manejo cultural bem feito.\n\nNecrose da haste da soja\nCowpea mild mottle virus - CPMMV\n\nSINTOMAS: O sintoma desta doença inicia com uma descoloração da haste, com aspecto de encharcamento que, rapidamente, progride para o ápice da planta e adquire a coloração negra. Quando a doença ocorre na fase de plântulas, as mesmas param de crescer devido a morte das gemas apicais e laterais e, posteriormente, acabam morrendo. Ocorre também a deformação do limbo foliar com presença de bolhas, semelhante ao dano causado por estirpe severa do vírus do mosaicum comum da soja (VMCS), porém, no caso do VMCS não se observa o escurecimento da haste. O agente causal desta doença foi identificado como. sendo um vírus do grupo carlavírus. Este vírus é transmitido pela mosca branca (Bemisia tabaci). Desse modo, toda condição que favoreça o desenvolvimento da população do vetor também favorece o surgimento da doença, desde que haja planta hospedeira infectada disponível. Na literatura é descrita a transmissão de CpMMV através das sementes mas, no Brasil, isto ainda não foi confirmado. CONTROLE: Cultivares resistentes e controle de mosca branca. Tombamento Rhizoctonia solani ou Sclerotium rolfsii Sintoma causado por Rhizoctonia solani: inicia pela formação de estrias castanho-avermelhadas na raiz, logo abaixo do nível do solo. As estrias resultam em podridão seca, de coloração castanha a castanho-avermelhada. É frequente a ocorrência de estrangulamento do colo, abaixo do nível do solo, situação na qual as plantas murchem e tombam ou ainda sobreviverem emitindo raízes adventícias acima da região afetada. Sintoma causado por Sclerotium rolfsii: inicia logo abaixo do nível do solo, como uma podridão mole (aquosa). As plantas afetadas murcham e, ao serem puxadas, se destacam com facilidade no ponto de infecção. Sobre a área infectada pode haver o desenvolvimento de um denso micélio branco com pequenas estruturas esféricas (esclerócios) de coloração branca a castanho-escura. CONTROLE: Rotação de culturas, descompactação do solo e incorporação de restos culturais. Mancha Alvo Corynespora cassiicola SINTOMAS: As cultivares suscetíveis apresentam lesões nas folhas, hastas e vagens, podendo sofrer severa desfolha. Os materiais tolerantes apresentam somente lesões foliares com baixa severidade. Nas folhas, a doença inicia por pequenas pontuações de coloração castanho-avermelhadas, com halo amarelo, que evoluem para grandes manchas arredondadas, de coloração castanho-clara, atingindo até 2 cm de diâmetro. É comum a ocorrência de anéis concentrícos, isto é, lesões com alternância de área castanha mais clara com áreas mais escuras, com o centro da lesão sempre mais escuro. CONTROLE E ESTRATÉGIAS DE MANEJO DA DOENÇA: 1. Utilização de cultivares tolerantes; 2. Rotação/sucessão de culturas com espécies não hospedeiras (ex: milho, gramíneas); 3. Controle químico por meio de fungicidas efetivos; 4. Tecnologia de aplicação adequada; 5. Manejo cultural bem feito. Oídio Microsphaera diffusa SINTOMAS: Presença de uma fina camada de micélio e esporos do fungo na parte aérea (folhas, hastes e vagens) da planta, em qualquer estágio de desenvolvimento, que podem evoluir de pequenos pontos brancos para a cobertura total das partes infectadas, e provocando a queda prematura das folhas. ocorrência da doença é favorecida em condições de baixa umidade relativa do ar e temperaturas amenas (18-24ºC). Outros fatores, como época de semeadura e fase de desenvolvimento da planta interferem na severidade da doença.\n\nCONTROLE: Cultivares resistentes e/ou aplicação de fungicida na parte aérea. O uso de fungicidas é indicado a partir do momento em que a severidade da doença (área foliar infectada) atinge 20%, até o estádio R6.\n\nMancha parda ou Septoriose\nSeptoria glycines\n\nSINTOMAS: As lesões nas folhas são angulares (delimitadas pelas nervuras), de coloração castanho-avermelhadas e halo amarelado, podendo ocorrer severa desfolha até os primeiros 35 a 40 dias após a emergência. No final de ciclo, surgem pontuações pardas nas folhas verdes que, sob condições favoráveis, aumentam de tamanho e se sobrepõem (muitas vezes associadas ao crestamento foliar de Cercospora), formando o complexo de doenças de final de ciclo (DFC). Provoca desfolha e maturação prematura, com redução no rendimento de grãos.\n\nCONTROLE: Tratamento de sementes, rotação de culturas, manejo do solo, adubação equilibrada (principalmente com relação ao potássio) e aplicação de fungicida na parte aérea.\n\nAntracnose\nColletotrichum truncatum (sin. C. dematium var. truncata)\n\nSINTOMAS: O fungo pode causar a morte de plântulas, necrose dos pecíolos e manchas nas folhas, hastes e vagens. Nas plântulas, pode também causar necrose e manchas depriminadas nos cotilédones. Após o \"fechamento\" ou cobertura total da lavoura pelas plantas de soja, os primeiros sintomas observados são de estrangulamento dos pecíolos na parte sombreada. As vagens infectadas no estágio inicial de formação (R3) adquirem coloração castanho-escura à negra e ficam retorcidas e sem granar. Quando atinge a vagem durante a granação (a partir de R5.1), as lesões iniciam como estrias negras que evoluem e atingem toda a vagem, as quais se abrem permitindo a germinação e o apodrecimento prematuro dos grãos.\n\nControle e Estratégias de Manejo da Doença\n\n- Tratamento químico das sementes\n- Incorporação dos restos culturais\n- Rotação de cultura\n- Adubação equilibrada (principalmente com relação ao potássio)\n- Aumento do espacamento e diminuição da densidade de plantas\n- Deve ser evitado o uso de cultivares onde a alta incidência da doença nas vagens seja frequente.\n\nCrestamento foliar de Cercospora e Mancha Púrpura da Semente\nCercospora kikuchii\n\nSINTOMAS: Ocorre em toda a parte aérea da planta (folhas, hastes, vagens e sementes), causando reduções no rendimento e na qualidade das sementes. Nas folhas, as lesões iniciam como pontuações castanho-avermelhadas, que evoluem para manchas indefinidas, sem halo amarelado. As áreas necróticas das se sobrepõem, adquirindo coloração castanho-escura. As lavouras severamente afetadas passam rapidamente da coloração verde para castanho-escura e aceleram a desfolha e a maturação. O fungo atinge a semente através da vagem, causando a mancha púrpura também no tegumento. CONTROLE: Sementes sadias, tratamento de sementes, rotação de culturas, manejo do solo, adubação equilibrada (principalmente com relação ao potássio) e aplicação de fungicida na parte aérea.\n\nMídio\nPeronospora manshurica\n\nSINTOMAS: O fungo infecta as folhas e as vagens, afetando também os grãos em formação. Os sintomas iniciam como pequenas pontuações amarelas na face superior das folhas, que em situações severas aumentam de tamanho e coalescem, resultando em crestamento da folha. No verso da mancha amarelada, na face inferior da folha, surgem as estruturas reprodutivas do fungo, de aspecto cottonoso, com coloração bege e levemente rosada. A infecção das vagens pode resultar em apodrecimento das sementes, com desenvolvimento do fungo no tegumento, dando a elas uma coloração cinza.\n\nCONTROLE: Rota\u00e7\u00e3o de culturas, destrui\u00e7\u00e3o dos restos culturais, uso do cultivares tolerantes e tratamento de sementes.