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Engenharia Agronômica ·
Fisiologia Vegetal
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Texto de pré-visualização
ENXERTIAS\nMANUAL TÉCNICO PARA AMADORES E PROFISSIONAIS\n2ª EDIÇÃO\nAUGUSTO SILVA «Já um dia afirmei em letra redonda que escrever, é o supremo risco que um homem pode\ncorrer, pois se constituiu réu num tribunal perpétuo, de que são juízes os leitos das suc-\ncessivas gerações»\nMiguel Torga, \"XVI Diário\", Coimbra, 23-11-1990, pág. 41\n\n«Escrever é, como todos os que o homem pratica um acto inútil. As palavras estão gastas e\njá foi tudo dito. Pode ter, contudo, algum sentido se nenhuma paixão ou vaidade ou sofisma\nempurrar a caneta.»\nMiguel Torga, \"XVI Diário\", Coimbra, 07-03-1992, pág. 112\n\n«... Escrever é um acto ontológico, que compromete perpetuamente quem o pratica. Que\nnenhum outro implica tanta responsabilidade e tanto risco... »\nMiguel Torga, \"XVI Diário\", Lisboa, 19-03-1992, pág. 114\n\n«O livro é uma árvore que se planta, cresce, vinga ou define mercede uma trama de facto-\nres que lhe apontam um destino... »\nFernando Namora, \"Encontros\", pag. 50 ÍNDICE\n\nINTRODUÇÃO\n\n1ª PARTE\n\n1 - MORFOLOGIA EXTERNA E ANATOMIA VEGETAL. PLANTAS QUE SE\nPODEM ENXERTAR\n1 - Morfologia Externa da Raiz e do Caule\n1.1 - A raiz\n1.2 - O caule\n1.2.1 - Ramificação e prolongamento do caule...\n1.2.2 - Tipos de ramificação\n2 - Anatomia do Caule...\n2.1 - Estrutura primária do caule...\n2.2 - Estrutura secundária do caule...\n2.3 - Relação da estrutura secundária do caule com as enxertias.\nII - FISIOLOGIA VEGETAL\n1 - Noções de interesse para as enxertias...\n2 - A seiva bruta ou ascendente...\n3 - A seiva elaborada ou descendente...\n4 - As reservas nutritivas das plantas\n\n2ª PARTE\n\nENXERTIAS\n\nI - DEFINIÇÃO DE ENXERTIA\nII - FINALIDADES DA ENXERTIA\nIII - CONDIÇÕES A ATENDER NAS ENXERTIAS.\n1 - Coincidência dos câmbios e encosto dos tecidos condutores\n2 - Afinidade botânica entre o cavalo e o enxerto\n3 - Reciprocidade de vigor do cavalo e do enxerto\n4 - Boa constituição, pelo menos, de um gomo no enxerto\n5 - Simultaneidade vegetativa do cavalo e do enxerto\n6 - Escolha e conservação dos enxertos\n7 - Época indicada para as enxertias\n8 - Idade dos porto-enxertos\n9 - Utensílios para enxertar; auxiliares de proteção 9 1 - Princípios uteis indespensáveis à prática das enxertias 44\n9 2 - Materiais auxiliares de proteção 44\n10 - Localização da enxertia; polaridade 47\n11 - Cuidados a dispensar às enxertias 47\n12 - Bom execução da enxertia 48\n12 1 - Contato perfeito dos câmbios 48\n12 2 - Superfícies não em contato preservadas da ação do tempo 49\n12 3 - Preparação e manutenção dos utensílios de enxertia 49\n12 4 - Pessoal qualificado e treinado... 50\n13 - Condições meteorológicas favoráveis. IV - SOBREENXERTIAS 50\nV - REENXERTIAS 51\n3.º PARTE\nPRINCIPAIS PROCESSOS DE ENXERTIA\nENXERTIAS DE APLICAÇÃO ESPECIALIZADA\n1 - Exertícias de enxerto ou aproximação 53\n1 1 - Enxertia de encosto, lateral, simples; estacas em \"Y\" e em \"X\" 54\n1 2 - Enxertia de encosto, lateral, com lingueta ... 57\n1 3 - Enxertia de encosto, lateral, com ntle de incrustação triangular 58\n1 4 - Enxertia de encosto lateral e terminal, para substituição da copa... 59\n1 5 - Enxertia de aproximação, lateral, para substituição das raízes 59\n2 - Exertícias de ramos destacado ou de garfo 60\n2 1 - Enxertia de fenda 61\n2 2 - Enxertia de coroa ou na coroa 67\n2 3 - Enxertia de incrustação triangular 69\n2 4 - Enxertia de fenda inglesa com sem lingueta 70\n2 5 - Enxertias laterais de fenda e de encosto 71\n2 6 - Enxertia de garfo, terminal. à face: simples, dupla, etc 73\n2 7 - Enxertia de tunco, enxertia sobre ramo lateral 75\n3 - Enxertias de gomo destacado 75\n3 1 - Enxertia de escudo e de borbulha 77\n3 2 - Enxertia de canudo, flauta ou anel 78\n3 3 - Enxertia de placa sem lenho ou placa de liberar 81\n3 4 - Enxertia de placa com lenho, \"chip-buding\" ou escudo-placa 82\n4 - Exertícia de garfo herbáceo e de lançadeira 84\n4 1 - Enxertia de garfo herbáceo 84\n4 2 - Enxertia de lançadeira 84\n5 - Enxertias de revestimento e de transformação de variedades 86\n5 1 - Enxertia de revestimento 86\n5 11 - Enxertia de ramos frutíferos 87\n5 12 - Enxertia para guarnecimento de ramos 87 5 13 - Enxertia para renovação da copa de uma árvore 90\n5 14 - Enxertia de fendas no tronco ou enxertia de ponte 91\n5 15 - Enxertia para substituição de raízes ou reivorgação. 92\n5 2 - Enxertias de transformação de variedades 93\n5 21 - Enxertia de transformação de variedades nas espécies frutícolas 94\n5 22 - Enxertia de transformação de variedades na oliveira 98\n5 23 - Enxertia de transformação de variedades na videira 101\n6 - Sobreenxertias e reenxertias 102\n6 1 - Sobreenxertias 102\n6 11 - Sobreenxertia de ramo destacado ou de garfo... 102\n6 2 - Reenxertias 102\n6 2.1 - Reenxertia de ramo destacado ou de garfo 105\n6 2.2 - Reenxertia de gomo destacado 105\n6.3 - Respiradores ... 105\nII - ENXERTIAS DE APLICAÇÃO ESPECIALIZADA 106\n1 - Exertícias de mesa ou de bancada, enxertos prontos... 107\n1 1 - Produção de videiras ... 107\n1 2 - Procedimentos na produção de enxertos prontos 109\n1 3 - Plantas envasadas para substituição das falhas no local definitivo 110\n1 4 - Produção de outras plantas ... 110\n2 - Minienxertias 111\n2 1 - Definição de minienxertias... 111\n2 2 - Cuidados a seguir a realização das minienxertias ... 117 3 - Exertícias prontas de duplo efeito com aquecimento localizado 117\n3 1 - Definição de enxertias prontas de duplo efeito 117\n3 2 - Aplicação das enxertias prontas de duplo efeito nalgumas espécies vegetais 120\n3 3 - O aquecimento basal localizado, outros fatores 121\n3 31 - Sistemas de aquecimento por condução e por convecção. 121\n3 32 - Aquecimento das bancadas e tabuleiros; contentores para enraizamento. 122\n3 333 - Equipamentos para o aquecimento basal localizado.. 122\n3 4 - Acessórios para rega e nebulização 123\n4 - Quinheiras das enxertias 124\nII - ENXERTIA DO PINHEIRO MANSO 132\n1 - Descrição do processo de enxertia herbácea 133\n2 - Proteção da enxertia 136\n3 - Proteção complementar da enxertia 136\n4 - Desmangão 136\n5 - Coleta de garfos. 137\n6 - Enxertia não herbácea do pinheiro manso 137\nIII - ENXERTIA DE ROSEIRAS 138\n1 - Porta-enxertos 138\n2 - Processos de enxertia 138\n3 - Proteção das enxertias 140\nIV - ENXERTIA DE PLANTAS HERBÁCEAS - HORTÍCOLAS 142\n1 - Processos de enxertia de plantas herbáceas. 142\nA - Solanáceas...... 144\nB - Cucurbitáceas 144\nC - Crucíferas 144\nV - ENXERTIA DE CATOS 146\n1 - Origem dos catos ... 146\n2 - Execução das enxertias... 148\n2 1 - Enxertos e porta-enxertos. 148\n2 2 - Descrição dos processos de enxertia. 151\n2 21 - Enxertias de cunha molhada e de fendas lateral e diametral 151\n2 23 - Enxertias de cunha molhada invertida ou enxertia a cavalo... 153\n2 24 - Cuidados posteriores às enxertias de cato... 155\nGLOSSÁRIO 157\nBIBLIOGRAFIA 165 INTRODUÇÃO\n\nOs amantes da jardinagem e da fruticultura que frequentam cursos de enxertia pretendem dedicar-se a essas atividades na forma de ocupação dos tempos livres são pessoas de estatuto social e profissional elevado já libertas das suas ocupações principais ou ainda em pleno desempenho e pessoas ligadas por qualquer vínculo ao meio rural, com reale para o interesse de muitas senhoras, de técnicos ligados ao setor agrícola e de jovens, tornando revelando fortes intenções de participação na aprendizagem, quando frequentam os cursos organizados para o efeito.\n\nNo âmbito da multiplicação de plantas o manual técnico de enxertias para amadores e profissionais poderá ser um precioso auxiliar para quem frequenta os cursos e para aqueles que se dedicam aos trabalhos de propagação vegetativa por enxertia; está orientado segundo dois aspectos: uma componente teórica de fácil assimilação sobre a organografia da raiz e do caule e a fisiologia, a definição e objetivos das enxertias, a identificação dos tecidos vegetais intervenientes, as épocas e as condições a atender na sua realização; uma componente prática exemplificativa com o estudo e execução dos principais processos de integração, as enxertias de aplicação especializada, a utilização dos elementos de proteção das gemas e dos enxertos em desenvolvimento, e os processos mais adequados para exentar algumas espécies vegetais em função do seu desenvolvimento vegetativo.\n\nAs descrições pormenorizadas de alguns assuntos teóricos e dos trabalhos práticos com ilustrações de apoio têm também por finalidade facilitar aos interessados, que não tenham o apoio direto em um formador, a aprendizagem e o desenvolvimento de aptidões para execução das enxertias. O manual pode ainda ser utilizado por alunos dos cursos agrários, por técnicos do setor agrário, e como instrumento de revisão e apoio para os profissionais.\n\nA 1.ª parte, ilustra-se com fotografias e desenhos manuais da raiz e do caule, e constitui por noções muito simplificadas de morfologia externa, de anatomia e fisiologia, em particular das plantas onde se podem exentar dos grupos taxonómicos das Gimnospermas e das Dicotiledóneas como são vistas pelo enxertador. As referências ao câmbio vascular e aos tecidos formados por esse mecanismo nos estudos do caule e por vezes repetidas na 2.ª parte a propósito da coincidência dos tecidos geradores, assim como nalguns processos de enxertia descritos na 3.ª parte, foram intencionais com o objetivo de salientar a importância que o mesmo representa na soldadura das enxertias.\n\nA 2.ª e 3.ª partes compreendem o desenvolvimento de assuntos relativos às enxertias no âmbito teórico-prático com apresentação de ilustrações que facultam a compreensão dos trabalhos expostos em cada parágrafo. Das ilustrações apresentadas no manual, umas correspondem a situações reais de trabalho, outras respeitam as simulações exemplificativas. Algumas ilustrações fotográficas foram inspiradas em trabalhos mencionados na bibliografia alargada que poderá dar novos conhecimentos sobre enxertias em funções ou outras.\n\nParticularmente, alguns temas apresentados na 2.ª parte - Capítulos I, II e III, e na 3.ª parte, com especial destaque para o parágrafo 5.1 do Capítulo I, devido ao interesse e à importância que lhe atribuímos, foram concebidos de acordo com as orientações expostas pelo Eng. Agrônomo Duilio João Coelho Marques no seu livro \"Manual de Enxertia\" referido na bibliografia e editado pela Livraria Clássica Editora em 1962, com as atualizações que considerámos adequadas.\n\nOs processos de enxertia estudados no Capítulo I da 3.ª parte apesar de não serem exaustivos são, no entanto, os fundamentais para serem executados por amadores e excedem os mais frequentemente utilizados por enxertadores profissionais.\n\nAs enxertias de transformação de variedades de oliveira e na videira, e os diversos métodos para proceder a correções ou deficiências, designadas por enxertias de revestimento, são sobree enxertias e as re enxertias estão descritas também no Capítulo I da 3.ª parte onde salientamos a transformação radial da oliveira pelo processo de placa de alheira e a transformação varietal de videiras adultas pelo processo de gomo destacado.\n\nO Capítulo II da 3.ª parte apresenta o processo de produção de plantas na modalidade de eventos prontos, um estudo dedicado às mini enxertias e um método de multiplicação que designamos por enxertias prontas de duplo efeito; um parágrafo sobre curiosidades das quintas das enxertias completa esse capítulo.\n\nSalientamos ainda que as enxertias prontas de duplo efeito com aquecimento do sub-zamento dos porta-enxertos em simultâneo com a soldadura das enxertias em ambiente protegido, representam um método rápido de produção de plantas. A prática das mini enxertias pareceu-nos oportuna em virtude do interesse que o assunto sempre manifesta, funcionando agora à consideração dos gustos profissionais e por facultar a produtividade de algumas plantas enxertadas nas tabelas do seu crescimento. 1.ª PARTE\n\nI - Morfologias Externa e Anatomia Vegetal. Plantas que se Podem Enxertar.\n\n1 - Morfologia Externa da Raiz e do Caule\n\n1.1 - A raiz\nA raiz é a parte da planta, em geral subterrânea, que tem a sua origem na radícula do embrião, é desprovida de folhas e de clorofília; cresce em sentido descendente e transversal em relação ao nível do solo, em direção oposta ao crescimento do caule, ou seja, possui geotropismo positivo; serve de órgão de fixação da planta, mantendo-a presa ao solo e sub-solo de onde absorve água e nutrientes nela dissolvidos, que no seu conjunto constituem a seiva bruta. A germinação da semente a raiz e o primeiro órgão do embrião que inicia o desenvolvimento da futura planta. A semelhança que acontece com qualquer outro órgão do corpo da planta, a raiz também acumula substâncias nutritivas de reserva.\n\nFigura 1 - Raízes de dicotiledóneas lenhosas e de pináceas. Raízes adventícias de plantas ramosas, respectivamente de (A) oliveira, (B) videira, (C) Rosa indiana; (D) raízes pastoreadas de Eucalyptus alleghaniensis Muell.; (E) raiz de gaseira proveniente de semente; (F) raiz juvenil de pinheiro manso; (G) raiz secundária de pinheiro manso com micorrizas. No que diz respeito às Gimnospérmicas e às Dicotiledóneas - plantas que se podem ex-tar - as suas raízes são apramdas, e caracterizam-se por terem um eixo principal ven-tical no prolongamento do caule, onde saem as raízes laterais, que geralmente acom-panham o desenvolvimento da copa no seu alargamento, para além da zona de ligação da raiz com o caule, chamada colo da raiz. Nas plantas que vivem muitos anos, como os árvores, a raiz principal, por não poder penetrar para além do solo e do sub-solo, é mais curta que as raízes laterais, mas distingue-se sempre como eixo vertical nas plantas cuja raiz deriva da radícula do embrião, apresentando duas fases no crescimento: crescimento primário e crescimento secundário. No caso das plantas que possuem ou estão não raíz principal, mas sim várias raízes que se encaminham lateralmente, saídas da base do caule, nas gemas, e quanto a sua origem torna a designação de raízes adventícias ou induzidas; os conjunto das ramificações mais delgadas da raiz de árvores chama-se cabe-lame e as raízes mais superficiais deixam-se por pastadeiras, independentemente do processo da sua origem, Figuras 1 e 2.\n\nNo inverno as raízes entram em dormência, como os ramos das árvores de folha caduca, e na primavera rebatem, emitindo muitas ramificações, na parte nova, com menos de um ano, apresentam a zona pilosa; na extremidade das raízes encontra-se o que é o tecido profundo e de proteção.\n\nOs principais órgãos externos da raiz proveniente da radícula do embrião são: colo da raiz, raiz principal, zona de ramificação e raízes secundárias; a zona pilosa, onde predominam os pelos radiculares, a zona de crescimento e a coifa são comuns a todas as raízes. Nas raízes do pinheiro, uma Gimnospérmica, onde não estão presentes pelos radiculares são os micorrizas que desempenham as funções daquelas numa associação designada simbiose.
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Que\nnenhum outro implica tanta responsabilidade e tanto risco... »\nMiguel Torga, \"XVI Diário\", Lisboa, 19-03-1992, pág. 114\n\n«O livro é uma árvore que se planta, cresce, vinga ou define mercede uma trama de facto-\nres que lhe apontam um destino... »\nFernando Namora, \"Encontros\", pag. 50 ÍNDICE\n\nINTRODUÇÃO\n\n1ª PARTE\n\n1 - MORFOLOGIA EXTERNA E ANATOMIA VEGETAL. PLANTAS QUE SE\nPODEM ENXERTAR\n1 - Morfologia Externa da Raiz e do Caule\n1.1 - A raiz\n1.2 - O caule\n1.2.1 - Ramificação e prolongamento do caule...\n1.2.2 - Tipos de ramificação\n2 - Anatomia do Caule...\n2.1 - Estrutura primária do caule...\n2.2 - Estrutura secundária do caule...\n2.3 - Relação da estrutura secundária do caule com as enxertias.\nII - FISIOLOGIA VEGETAL\n1 - Noções de interesse para as enxertias...\n2 - A seiva bruta ou ascendente...\n3 - A seiva elaborada ou descendente...\n4 - As reservas nutritivas das plantas\n\n2ª PARTE\n\nENXERTIAS\n\nI - DEFINIÇÃO DE ENXERTIA\nII - FINALIDADES DA ENXERTIA\nIII - CONDIÇÕES A ATENDER NAS ENXERTIAS.\n1 - Coincidência dos câmbios e encosto dos tecidos condutores\n2 - Afinidade botânica entre o cavalo e o enxerto\n3 - Reciprocidade de vigor do cavalo e do enxerto\n4 - Boa constituição, pelo menos, de um gomo no enxerto\n5 - Simultaneidade vegetativa do cavalo e do enxerto\n6 - Escolha e conservação dos enxertos\n7 - Época indicada para as enxertias\n8 - Idade dos porto-enxertos\n9 - Utensílios para enxertar; auxiliares de proteção 9 1 - Princípios uteis indespensáveis à prática das enxertias 44\n9 2 - Materiais auxiliares de proteção 44\n10 - Localização da enxertia; polaridade 47\n11 - Cuidados a dispensar às enxertias 47\n12 - Bom execução da enxertia 48\n12 1 - Contato perfeito dos câmbios 48\n12 2 - Superfícies não em contato preservadas da ação do tempo 49\n12 3 - Preparação e manutenção dos utensílios de enxertia 49\n12 4 - Pessoal qualificado e treinado... 50\n13 - Condições meteorológicas favoráveis. IV - SOBREENXERTIAS 50\nV - REENXERTIAS 51\n3.º PARTE\nPRINCIPAIS PROCESSOS DE ENXERTIA\nENXERTIAS DE APLICAÇÃO ESPECIALIZADA\n1 - Exertícias de enxerto ou aproximação 53\n1 1 - Enxertia de encosto, lateral, simples; estacas em \"Y\" e em \"X\" 54\n1 2 - Enxertia de encosto, lateral, com lingueta ... 57\n1 3 - Enxertia de encosto, lateral, com ntle de incrustação triangular 58\n1 4 - Enxertia de encosto lateral e terminal, para substituição da copa... 59\n1 5 - Enxertia de aproximação, lateral, para substituição das raízes 59\n2 - Exertícias de ramos destacado ou de garfo 60\n2 1 - Enxertia de fenda 61\n2 2 - Enxertia de coroa ou na coroa 67\n2 3 - Enxertia de incrustação triangular 69\n2 4 - Enxertia de fenda inglesa com sem lingueta 70\n2 5 - Enxertias laterais de fenda e de encosto 71\n2 6 - Enxertia de garfo, terminal. à face: simples, dupla, etc 73\n2 7 - Enxertia de tunco, enxertia sobre ramo lateral 75\n3 - Enxertias de gomo destacado 75\n3 1 - Enxertia de escudo e de borbulha 77\n3 2 - Enxertia de canudo, flauta ou anel 78\n3 3 - Enxertia de placa sem lenho ou placa de liberar 81\n3 4 - Enxertia de placa com lenho, \"chip-buding\" ou escudo-placa 82\n4 - Exertícia de garfo herbáceo e de lançadeira 84\n4 1 - Enxertia de garfo herbáceo 84\n4 2 - Enxertia de lançadeira 84\n5 - Enxertias de revestimento e de transformação de variedades 86\n5 1 - Enxertia de revestimento 86\n5 11 - Enxertia de ramos frutíferos 87\n5 12 - Enxertia para guarnecimento de ramos 87 5 13 - Enxertia para renovação da copa de uma árvore 90\n5 14 - Enxertia de fendas no tronco ou enxertia de ponte 91\n5 15 - Enxertia para substituição de raízes ou reivorgação. 92\n5 2 - Enxertias de transformação de variedades 93\n5 21 - Enxertia de transformação de variedades nas espécies frutícolas 94\n5 22 - Enxertia de transformação de variedades na oliveira 98\n5 23 - Enxertia de transformação de variedades na videira 101\n6 - Sobreenxertias e reenxertias 102\n6 1 - Sobreenxertias 102\n6 11 - Sobreenxertia de ramo destacado ou de garfo... 102\n6 2 - Reenxertias 102\n6 2.1 - Reenxertia de ramo destacado ou de garfo 105\n6 2.2 - Reenxertia de gomo destacado 105\n6.3 - Respiradores ... 105\nII - ENXERTIAS DE APLICAÇÃO ESPECIALIZADA 106\n1 - Exertícias de mesa ou de bancada, enxertos prontos... 107\n1 1 - Produção de videiras ... 107\n1 2 - Procedimentos na produção de enxertos prontos 109\n1 3 - Plantas envasadas para substituição das falhas no local definitivo 110\n1 4 - Produção de outras plantas ... 110\n2 - Minienxertias 111\n2 1 - Definição de minienxertias... 111\n2 2 - Cuidados a seguir a realização das minienxertias ... 117 3 - Exertícias prontas de duplo efeito com aquecimento localizado 117\n3 1 - Definição de enxertias prontas de duplo efeito 117\n3 2 - Aplicação das enxertias prontas de duplo efeito nalgumas espécies vegetais 120\n3 3 - O aquecimento basal localizado, outros fatores 121\n3 31 - Sistemas de aquecimento por condução e por convecção. 121\n3 32 - Aquecimento das bancadas e tabuleiros; 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está orientado segundo dois aspectos: uma componente teórica de fácil assimilação sobre a organografia da raiz e do caule e a fisiologia, a definição e objetivos das enxertias, a identificação dos tecidos vegetais intervenientes, as épocas e as condições a atender na sua realização; uma componente prática exemplificativa com o estudo e execução dos principais processos de integração, as enxertias de aplicação especializada, a utilização dos elementos de proteção das gemas e dos enxertos em desenvolvimento, e os processos mais adequados para exentar algumas espécies vegetais em função do seu desenvolvimento vegetativo.\n\nAs descrições pormenorizadas de alguns assuntos teóricos e dos trabalhos práticos com ilustrações de apoio têm também por finalidade facilitar aos interessados, que não tenham o apoio direto em um formador, a aprendizagem e o desenvolvimento de aptidões para execução das enxertias. O manual pode ainda ser utilizado por alunos dos cursos agrários, por técnicos do setor agrário, e como instrumento de revisão e apoio para os profissionais.\n\nA 1.ª parte, ilustra-se com fotografias e desenhos manuais da raiz e do caule, e constitui por noções muito simplificadas de morfologia externa, de anatomia e fisiologia, em particular das plantas onde se podem exentar dos grupos taxonómicos das Gimnospermas e das Dicotiledóneas como são vistas pelo enxertador. As referências ao câmbio vascular e aos tecidos formados por esse mecanismo nos estudos do caule e por vezes repetidas na 2.ª parte a propósito da coincidência dos tecidos geradores, assim como nalguns processos de enxertia descritos na 3.ª parte, foram intencionais com o objetivo de salientar a importância que o mesmo representa na soldadura das enxertias.\n\nA 2.ª e 3.ª partes compreendem o desenvolvimento de assuntos relativos às enxertias no âmbito teórico-prático com apresentação de ilustrações que facultam a compreensão dos trabalhos expostos em cada parágrafo. Das ilustrações apresentadas no manual, umas correspondem a situações reais de trabalho, outras respeitam as simulações exemplificativas. Algumas ilustrações fotográficas foram inspiradas em trabalhos mencionados na bibliografia alargada que poderá dar novos conhecimentos sobre enxertias em funções ou outras.\n\nParticularmente, alguns temas apresentados na 2.ª parte - Capítulos I, II e III, e na 3.ª parte, com especial destaque para o parágrafo 5.1 do Capítulo I, devido ao interesse e à importância que lhe atribuímos, foram concebidos de acordo com as orientações expostas pelo Eng. Agrônomo Duilio João Coelho Marques no seu livro \"Manual de Enxertia\" referido na bibliografia e editado pela Livraria Clássica Editora em 1962, com as atualizações que considerámos adequadas.\n\nOs processos de enxertia estudados no Capítulo I da 3.ª parte apesar de não serem exaustivos são, no entanto, os fundamentais para serem executados por amadores e excedem os mais frequentemente utilizados por enxertadores profissionais.\n\nAs enxertias de transformação de variedades de oliveira e na videira, e os diversos métodos para proceder a correções ou deficiências, designadas por enxertias de revestimento, são sobree enxertias e as re enxertias estão descritas também no Capítulo I da 3.ª parte onde salientamos a transformação radial da oliveira pelo processo de placa de alheira e a transformação varietal de videiras adultas pelo processo de gomo destacado.\n\nO Capítulo II da 3.ª parte apresenta o processo de produção de plantas na modalidade de eventos prontos, um estudo dedicado às mini enxertias e um método de multiplicação que designamos por enxertias prontas de duplo efeito; um parágrafo sobre curiosidades das quintas das enxertias completa esse capítulo.\n\nSalientamos ainda que as enxertias prontas de duplo efeito com aquecimento do sub-zamento dos porta-enxertos em simultâneo com a soldadura das enxertias em ambiente protegido, representam um método rápido de produção de plantas. A prática das mini enxertias pareceu-nos oportuna em virtude do interesse que o assunto sempre manifesta, funcionando agora à consideração dos gustos profissionais e por facultar a produtividade de algumas plantas enxertadas nas tabelas do seu crescimento. 1.ª PARTE\n\nI - Morfologias Externa e Anatomia Vegetal. Plantas que se Podem Enxertar.\n\n1 - Morfologia Externa da Raiz e do Caule\n\n1.1 - A raiz\nA raiz é a parte da planta, em geral subterrânea, que tem a sua origem na radícula do embrião, é desprovida de folhas e de clorofília; cresce em sentido descendente e transversal em relação ao nível do solo, em direção oposta ao crescimento do caule, ou seja, possui geotropismo positivo; serve de órgão de fixação da planta, mantendo-a presa ao solo e sub-solo de onde absorve água e nutrientes nela dissolvidos, que no seu conjunto constituem a seiva bruta. A germinação da semente a raiz e o primeiro órgão do embrião que inicia o desenvolvimento da futura planta. A semelhança que acontece com qualquer outro órgão do corpo da planta, a raiz também acumula substâncias nutritivas de reserva.\n\nFigura 1 - Raízes de dicotiledóneas lenhosas e de pináceas. Raízes adventícias de plantas ramosas, respectivamente de (A) oliveira, (B) videira, (C) Rosa indiana; (D) raízes pastoreadas de Eucalyptus alleghaniensis Muell.; (E) raiz de gaseira proveniente de semente; (F) raiz juvenil de pinheiro manso; (G) raiz secundária de pinheiro manso com micorrizas. No que diz respeito às Gimnospérmicas e às Dicotiledóneas - plantas que se podem ex-tar - as suas raízes são apramdas, e caracterizam-se por terem um eixo principal ven-tical no prolongamento do caule, onde saem as raízes laterais, que geralmente acom-panham o desenvolvimento da copa no seu alargamento, para além da zona de ligação da raiz com o caule, chamada colo da raiz. Nas plantas que vivem muitos anos, como os árvores, a raiz principal, por não poder penetrar para além do solo e do sub-solo, é mais curta que as raízes laterais, mas distingue-se sempre como eixo vertical nas plantas cuja raiz deriva da radícula do embrião, apresentando duas fases no crescimento: crescimento primário e crescimento secundário. No caso das plantas que possuem ou estão não raíz principal, mas sim várias raízes que se encaminham lateralmente, saídas da base do caule, nas gemas, e quanto a sua origem torna a designação de raízes adventícias ou induzidas; os conjunto das ramificações mais delgadas da raiz de árvores chama-se cabe-lame e as raízes mais superficiais deixam-se por pastadeiras, independentemente do processo da sua origem, Figuras 1 e 2.\n\nNo inverno as raízes entram em dormência, como os ramos das árvores de folha caduca, e na primavera rebatem, emitindo muitas ramificações, na parte nova, com menos de um ano, apresentam a zona pilosa; na extremidade das raízes encontra-se o que é o tecido profundo e de proteção.\n\nOs principais órgãos externos da raiz proveniente da radícula do embrião são: colo da raiz, raiz principal, zona de ramificação e raízes secundárias; a zona pilosa, onde predominam os pelos radiculares, a zona de crescimento e a coifa são comuns a todas as raízes. Nas raízes do pinheiro, uma Gimnospérmica, onde não estão presentes pelos radiculares são os micorrizas que desempenham as funções daquelas numa associação designada simbiose.