·

Logística ·

Logística

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Preview text

ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina Procurement e Desenvolvimento de Fornecedores Estudante Turma QUESTÃO 1 QUESTÃO 2 QUESTÃO 3 QUESTÃO 4 1 QUESTÃO 5 Referências bibliográficas 2 Atividade individual Procurement e Desenvolvimento de Forn ATIVIDADE INDIVIDUAL Esta atividade tem como objetivo colocar você futuro profissional de logística diante sua decisão seja bem tomada é necessário analisar vários aspectos tratados ao long agora devem ser aplicados ao cenário a seguir CONTEXTUALIZAÇÃO Há cinco anos a empresa XYC Coral apostou em uma Unidade Estratégica de Negóci informática para a medicina integrando novas tecnologias como biotecnologia pro blockchain e IoT internet of things Essa UEN por meio da sua marca ZSV Tec tem no mercado de tecnologia da saúde ofertando soluções para equipamentos médicos pioneira nesse segmento a implementar conceitos da indústria 40 A UEN fabrica e c para o Brasil e para exportação com fábrica e centro de distribuição estabelecidos n Gerais Apesar de ser uma empresa com apenas cinco anos a ZSV Tec conseguiu estabelece posicionamento no mercado tornandose marca referência nesse tipo de solução O concorrentes são empresas multinacionais com marcas fortes e tradicionais A ZSV T bem a concorrência graças ao diferencial das suas soluções como produtos de exce competitivos Para isso contou com os seguintes diferenciais a sua tecnologia inova com o prazo de entrega e o alto nível de serviço de atendimento ao cliente No entan negócios da empresa XYC Coral é a ZSV Tec que vem enfrentando maiores dificuldad suprimentos No entanto houve um grande aumento na concorrência no último ano que passou a similares e novos produtos com tecnologias inovadoras Ao mesmo tempo a empres problemas diversos com os seus fornecedores e com a logística de suprimentos Os fornecedores são responsáveis pelo suprimento dos componentes e das peças ut produtos Tais componentes e peças são recebidos e estocados em um armazém loc fábric a O desabastecimento tem sido o dilema da fábrica impactando a produção e contrariando dessa maneira um dos seus pilares que é o compromisso com a data procurement não tem contribuído para os melhores resultados da empresa Vários c comprados localmente ou importados não estão disponíveis no momento desejado TAREFA Com base nesse caso preencha a matriz de atividade individual trazendo os seus arg os pontos estudados no conteúdo do ECLASS FGV na apostila e em discussões das ro perspectivas atuais de mercado e a sua vivência profissional quanto a 1 Quais estratégias de compra devem ser consideradas nesta lógist suprimentos Aborde diferentes aspectos que devem ser levantad momento de definir a melhor estratégia a ser adotada Aborde ta importância da escolha de critérios para seleção e avaliação de fo 2 Há uma ponderação recorrente ao longo de toda a cadeia logística na logística de suprimentos centralização versus descentralizaç as circunstâncias em que cada uma dessas modalidades deve ser no caso específico de que forma 3 Explique como os principais modelos adotados para reposição de podem contribuir para a redução de custos e comente os pontos quanto ao estoque mínimo máximo de segurança ponto do ped um bom dimensionamento de estoques 4 Comente sobre o sistema de suprimentos de coleta programada a considerando o seu funcionamento as exigências a serem atendi sejam alcançados os benefícios que esse sistema pode trazer com suprimento enxuto para a situação apresentada acima 5 Levando em consideração as tendências atuais e futuras que imp logística de suprimentos como blockchain servitização internet c robotização entre outras argumente como tais questões podem trazer vantagem competitiva para as organizações que as implem especial no estudo trazido Traga exemplos de algumas implementações bemsucedidas na á Logística MATERIAL DE APOIO Para realizar o seu trabalho além da leitura do conteúdo desta disciplina e das videoc buscar subsídios em outras fontes de consulta e consultar a referência a seguir Clique para acessar o artigo Caracterização do sistema de coleta program run REGISTRO DA ATIVIDADE Registre a sua tarefa na matriz fornecida Clique para acessar a matriz de atividade individual ENTREGA DA ATIVIDADE Você deverá entregar a atividade ao seu Professortutor seguindo as orientações já in Após registrar a sua tarefa na matriz fornecida salve o arquivo contendo as informações do seu trabalho identifique o arquivo com o nome da disciplina e o seu nome procurementdesenvolvimentofornecedoresnomesobrenome e encaminhe o trabalho ao Professortutor para correção Clique para acessar o vídeo Como entrego os meus trabalhos Não se esqueça de verificar a data de entrega desta atividade disciplina Bom trabalho Detalhes da Atividade Você visualizou este tópico Última Visita em 25 de julho de 2024 857 Como citar este material RODRIGUEZ Carlos Manuel Taboada Procurement e desenvolvimento de fornecedores Rio de Janeiro FGV 2024 Todos os direitos reservados Textos vídeos sons imagens gráficos e demais componentes deste material são protegidos por direitos autorais e outros direitos de propriedade intelectual de forma que é proibida a reprodução no todo ou em parte sem a devida autorização INTRODUÇÃO O Banco Mundial elabora a cada dois anos um ranking internacional do desempenho logístico das nações baseado na troca de mercadorias entre os países Vejamos Figura 1 Logomarca e site do Banco Mundial com o LPI O ranking está elaborado com base em um indicador integrativo chamado Logistic Performance Indicator LPI composto de seis dimensões apresentadas a seguir Figura 2 Componentes do LPI Fonte adaptado de Banco Mundial 2018 Os resultados dos dois últimos rankings são mostrados na figura 3 Figura 3 Ranking dos 10 países com melhor desempenho logístico Banco Mundial LPI Alemanha Suécia Bélgica Áustria Japão Holanda Singapura Dinamarca Reino Unido Finlândia 2018 420 405 404 403 403 402 400 399 399 397 Singapura Finlândia Dinamarca Alemanha Holanda Suíça Áustria Bélgica Canadá Hong Kong 2023 43 43 41 41 41 41 40 40 40 40 2023 51º 32 2018 56º 299 2016 55º 309 2014 65º 294 Fonte adaptado de Banco Mundial 2023 Como mostra a figura anterior o Brasil não ocupa uma das melhores posições justamente pelos problemas com logística e infraestrutura do País Eis já um grande desafio para o profissional de logística Muito desse intercâmbio global de mercadorias acontece em forma de suprimentos já que toda organização precisa adquirir insumos ou serviços para o seu correto funcionamento São eles que permitem à organização oferecer produtos e serviços para os seus clientes Uma parcela considerável dos custos totais de uma empresa está dada pelos insumos que são adquiridos e podem chegar no caso do setor industrial a cifras superiores a 60 do valor das vendas BALLOU 2007 Isso oferece uma conotação estratégica para os negócios resultando imprescindível conhecer as características e os princípios que fundamentam esse importante processo da Gestão Empresarial Nos atuais ambientes globalizados resulta ainda um processo de maior complexidade e custos já que podem ser adquiridos insumos em qualquer parte do mundo em que a distância e o tempo aparecem como elementos decisórios junto ao preço Por outra parte com o incremento da consciência ambiental os mercados começam a exigir cada vez mais comportamentos ecologicamente corretos Isso impacta as decisões que devem ser tomadas nas organizações sobre os processos de aquisição A Logística especificamente a Logística de Suprimentos desempenha um importante papel na realização dos processos de insumo já que se ocupa da movimentação dos fluxos físicos de matérias primas materiais componentes e insumos necessários Melhorar a eficiência desses fluxos impacta diretamente o desempenho das organizações e com isso a melhor competitividade das nações Daí a importância para o profissional de logística de conhecer os princípios que sustentam esses processos de abastecimento uma vez que com isso pode melhorar o seu papel na agregação de valores de que a organização precisa Nesta disciplina serão abordados diferentes temas que permitirão maior qualificação ao especialista de logística para o seu exercício profissional Cabe salientar que não serão tratados aspectos correspondentes à atividade de Compras que constitui uma disciplina própria e uma área especializada da empresa Será necessário analisar a interface entre ambas as áreas pela influência que uma tem sobre a outra Comprar afeta indiretamente o fluxo dos produtos no canal de suprimentos físico embora nem todas as atividades de compras sejam do interesse direto do profissional de logística o interrelacionamento entre compras e atividades de movimentação e armazenamento pode ser substancial BALLOU 2001 p 327 A visão que será oferecida nesta disciplina é a de que a atividade de Compras deve ser feita com abordagem logística de forma que vigore a seguinte sentença comprar pelo menor custo e não pelo menor preço No final da disciplina o aluno terá os conhecimentos e as habilidades de que como profissional de logística precisa para estruturar e conduzir de forma eficiente um processo de Suprimentos em plena harmonia com a área de compras da organização Desse modo o objetivo da disciplina é desenvolver nos alunos competências para uma correta gestão logística de suprimentos de forma que contribua a agregar maior valor e com isso resulte em um melhor posicionamento competitivo da organização em que atuem Para tal vamos conhecer os conceitos fundamentais da área de Abastecimento de uma organização identificar a relação entre as atividades de Compras e Logística de Suprimentos conhecer os diferentes tipos de suprimentos aprender a utilizar ferramentas para a seleção de fornecedores aprender a determinar os parâmetros principais para a Gestão de Estoques na Logística de Suprimentos e identificar a influência das tendências e os novos modelos de negócio na Logística de Suprimentos PROCUREM E DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES Carlos Manuel Taboada Rodriguez FGV SUMÁRIO MÓDULO I ALTERNATIVAS PARA O INSUMO DE SUPRIMENTOS E SERVIÇOS NECESSÁRIOS ÀS ORGANIZAÇÕES 9 INTRODUÇÃO 9 BASE CONCEITUAL SOBRE LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS 11 Escolha de fornecedores 12 Relacionamento com fornecedores 13 Quantidades a serem adquiridas 14 Programação das compras 14 Forma física das mercadorias 14 Reciprocidade 16 TRATATIVA COMERCIAL NO SUPRIMENTO 16 TIPOS DE SUPRIMENTO 21 Eficiência versus vulnerabilidade nos processos de suprimentos 21 Quantidade de fornecedores para um produto 22 Rede de fornecedores 23 Centralização versus descentralização do suprimento 24 MÓDULO II TRATAMENTO DE FORNECEDORES 29 INTRODUÇÃO 29 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DE FORNECEDORES 30 Bases para a escolha de fornecedores 30 Critérios para a escolha de fornecedores 30 De caráter técnicoorganizacional 31 De caráter econômico 31 De caráter financeiro 31 Outros critérios 31 MÉTODO AHP PARA A ESCOLHA DE FORNECEDORES 32 COMAKERSHIP COMO FORMA DE RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES 42 MÓDULO III GESTÃO DE ESTOQUES NA LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS 47 INTRODUÇÃO 47 PROBLEMA DOS ESTOQUES 48 PARÂMETROS PARA A GESTÃO DE ESTOQUE 49 Modelos de reposição de estoques 52 ESTOQUE DE SEGURANÇA 53 MÓDULO IV TENDÊNCIAS QUE IMPACTAM A LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS 61 INTRODUÇÃO 61 MILK RUN COMO FORMA DE SUPRIMENTO ENXUTO 62 Conceito de milk run 65 Conceito do suprimento milk run 67 Requisitos básicos para implantar o sistema de suprimento milk run 69 BLOCKCHAIN E A LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS 72 Características da blockchain 72 SERVITIZAÇÃO NA LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS 76 BIBLIOGRAFIA 79 BIBLIOGRAFIA COMENTADA 83 PROFESSORAUTOR 84 CARLOS MANUEL TABOADA RODRIGUEZ 84 Formação acadêmica 84 Experiências profissionais 84 Publicações 84 Neste módulo estabeleceremos a base conceitual sobre a atividade de suprimentos delimitando a relação ou interface entre Compras e Logística e destacando a necessidade de que algumas atividades de compras sejam feitas com abordagem logística Também discutiremos a tratativa comercial das Compras se são feitas na modalidade CIF ou FOB e os impactos que essas estratégias teriam no gerenciamento e nos resultados da Logística de Suprimentos Além disso descreveremos os tipos de suprimentos que podem ser realizados e fundamentaremos a estratégia de centralizar ou descentralizar o suprimento Introdução Para desenvolver este módulo será necessário lançar mão de conhecimentos que já foram tratados em disciplinas anteriores Você aprendeu que a Logística se ocupa da coordenação do fluxo de material desde o fornecedor até o cliente de forma eficiente e efetiva para o qual é preciso realizar um conjunto de processos ou atividades essenciais como é mostrado na figura 4 MÓDULO I ALTERNATIVAS PARA O INSUMO DE SUPRIMENTOS E SERVIÇOS 10 Figura 4 Atividades que compõem a Logística atividades logísticas Tr transportes Ar armazenagem GE gerenciamento de estoques PI processamento de informações Ar armazenagem Fonte Taboada 2009 O fluxo apresentado se compõe de três partes i entrada na organização ii dentro da organização e iii saída da organização formandose os clássicos sistemas Logística de Suprimentos Logística Interna e Distribuição Física de Produtos como se expressa na figura 5 Figura 5 Etapas ou subsistemas da Logística Fonte Taboada 2009 Como a Logística de Suprimentos constitui o objeto da presente disciplina este módulo tem como objetivos i compreender a necessária interface com a atividade de Compras ii conhecer as estratégias para as tratativas comerciais com os fornecedores iii identificar a correlação entre eficiência e vulnerabilidade inerente às decisões sobre o canal de suprimentos e iv conhecer os diferentes tipos de suprimento e a estratégia de centralizar ou descentralizar o suprimento 11 Base conceitual sobre logística de suprimentos Um problema que se apresenta na Administração e na Logística é de caráter semântico já que os conceitos foram elaborados em países de fala inglesa e depois foram traduzidos de diferentes formas para o português criandose até confusões em certos casos ao nomear um mesmo assunto de formas diferentes A Logística de Suprimentos não escapa disso e essa confusão aumenta quando são relacionados alguns aspectos com Compras devido à estreita relação entre ambas as áreas apontadas anteriormente Existem diferentes considerações BALLOU 2007 DIAS 1996 BOWERSOX CLOSS 2001 CHIAVENATO 2014 SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2018 MARTINS ALT 2001 sobre as atividades que devem ser realizas para garantir que os insumos cheguem à organização Dessa forma aparecem termos como Abastecimento Aquisição Aprovisionamento Gestão de Compras e até Procurement palavra do inglês cujo uso temse difundido tanto no meio acadêmico como no meio empresarial Os autores mencionados anteriormente apresentam considerações nas quais Abastecimento é sinônimo de Procurement Aquisição difere de Aprovisionamento outorgando a este último termo uma abrangência mais estratégica e chegase até a associar o termo Procurement a Compras como tal Com a incorporação da internet e de tecnologias de informação e comunicação aparece o conceito de eprocurement que chega também a permear todo o processo de compras e as suas atividades MUFFATTO PAYARO 2004 Em geral os autores antes apontados oferecem as suas considerações com um viés predominantemente de Compras e misturam Logística com Compras Diante de toda essa confusão precisamos adotar uma consideração que seja a mais apropriada para a Gestão Logística deixando de lado as que sejam próprias da abrangência de Compras Nesse sentido utilizaremos o conceito de Suprimentos como aquela parte da Logística que em ampla interação com Compras Produção e até Marketing permite adquirir e trazer para a organização todas as matériasprimas os insumos os sobressalentes os componentes as embalagens etc necessários para o seu funcionamento Logística não se encarrega de comprar isso forma parte do escopo do Departamento de Compras1 mas deve participar na decisão sobre qual fornecedor escolher quais quantidades comprar e outras como veremos na sequência 1 Para maiores conhecimentos sobre o conteúdo da atividade de compras podem ser consultadas as seguintes fontes DIAS M Administração de materiais uma abordagem logística 4 ed São Paulo Atlas 1996 MONTE ALTO C PINHEIRO A ALVES P Técnicas de compras Rio de Janeiro FGV 2009 e BALLOU R Gerenciamento da cadeia de suprimentos planejamento organização e logística empresarial 4 ed Porto Alegre Bookman 2007 12 Ballou 2001 p 327 estabelece claramente a relação entre Compras e Logística quando diz que As decisões relativas à seleção dos pontos de embarque do fornecedor à determinação das quantidades de compra ao tempo do fluxo de suprimentos e à seleção da forma dos produtos e dos métodos de transporte do produto são algumas das decisões importantes que afetam os custos logísticos Neste tópico veremos as atividades de Compras que guardam uma relação muito estreita com a Logística Paura 2012 p 87 reforça a necessidade de interrelação entre Compras e Logística deixando claro que são áreas diferentes No intuito de atingir um grau de serviços elevados muitas vezes o profissional da área de logística pode coordenar esforços com atividades que não estão completamente sob seu controle A aquisição suprimento obtenção de matériaprima são sinônimos porém são processos que pertencem ao setor de compras Compete ao profissional de logística abastecer este setor de informações para que o responsável por ele efetue o que for necessário para a aquisição A seguir serão analisadas essas atividades que devem ser realizadas por ambas as áreas de forma conjunta Escolha de fornecedores2 Tradicionalmente Compras procurava aqueles fornecedores que oferecessem os menores preços no intuito de obter economias importantes da empresa No entanto nessa análise devem se incorporar os impactos que ocasionam um fornecedor no fluxo de materiais adquiridos Pode acontecer de um fornecedor oferecer o menor preço mas estar localizado mais distante do que outros de modo que a decisão de optar por ele ocasionaria uma movimentação de material mais profunda mais tempo e distância acarretando custos maiores de transporte e estoques já que seria necessário acumular mais estoques na planta para aguardar a chegada dos suprimentos Em outra situação Compras poderia tender a escolher o fornecedor que oferece menor preço mas sem considerar a sua confiabilidade e essa decisão ocasionaria um impacto no nível de estoques que seria necessário manter no armazém de matériasprimas caso esse fornecedor não oferecesse uma alta confiabilidade nas suas entregas ocasionando maiores custos de estoques 2 Esse tema será tratado com maior detalhe no módulo 2 desta apostila 13 De igual forma ocorrem problemas se não é considerada a qualidade das entregas já que um fornecedor com preço baixo poderia realizar entregas incompletas ou com material avariado o que também acarreta elevação dos estoques na planta para compensar irregularidades gerando impacto negativo nos custos logísticos Um tradeoff 3 de custos logísticos ajuda a definir qual seria a melhor opção Relacionamento com fornecedores A forma de se relacionar com os fornecedores tem um impacto no fluxo de materiais no canal de suprimentos já que tem implicações nas quantidades de materiais a se movimentar e na frequência dela Na figura 6 aparecem três formas básicas de se relacionar com o fornecedor Figura 6 Relacionamentos básicos com fornecedores Fonte elaborado pelo autor Na situação anterior o fornecedor Z está distante e se estabelece com ele uma relação meramente contratual regida por um contrato logístico em que se estabelecem todos os aspectos para realizar o suprimento o qual seria em grandes quantidades e com pouca frequência gerando níveis de estoques maiores no cliente Já o fornecedor Y está um pouco mais próximo do cliente de forma que se pode pensar em estruturar um relacionamento Kanban no qual a frequência das entregas é maior com menores quantidades o que diminui o nível de estoques no armazém de almoxarifado do cliente Por último o fornecedor X está bem mais próximo e se estabelece um suprimento na modalidade Justin Time JIT 4 com uma frequência bem maior próximo do momento do consumo reduzindo praticamente a zero os níveis de estoques de matériasprimas e materiais no cliente De novo resulta necessário realizar um tradeoff de custos logísticos para encontrar a melhor solução 3 Para maior conhecimento deste assunto sugerese consultar a seguinte obra BALLOU R Logística empresarial transportes administração de materiais distribuição física São Paulo Atlas 1996 4 Para um rápido e básico conhecimento dessas formas de suprimentos de matériasprimas recomendase consultar a obra BALLOU R Gerenciamento da cadeia de suprimentos planejamento organização e logística empresarial 4 ed Porto Alegre Bookman 2001 p 314319 14 Quantidades a serem adquiridas Muitas vezes a área de compra costuma comprar grandes quantidades de matériasprimas ou matérias procurando redução de preços e dos fretes Em contraposição grandes quantidades adquiridas exigem maior área de armazenagem e ocasionam maior custo de capital imobilizado pelo maior nível de estoque Mais uma vez vigora a necessidade de realizar um tradeoff de custos logísticos para encontrar a solução que melhor equilibre esses custos conflitantes Programação das compras Programar as compras adequadamente atendendo às considerações logísticas poderia levar a economias interessantes para a empresa As quantidades a serem adquiridas podem ser supridas de forma harmônica sem exceder a capacidade dos armazéns de matériasprimas evitando partir para aluguéis temporários de armazéns Por outro lado permite uma melhor negociação de fretes conseguindo valores mais econômicos Em algumas regiões em função de sazonalidades podese chegar a escassear a oferta de transporte o que ocasiona fretes elevados Quando se consegue fechar uma carga programando as compras tais situações podem ser evitadas Forma física das mercadorias O profissional de logística deve ficar atento ao fato de que modificações da forma física do produto que será objeto do processo de abastecimento podem levar a reduções de custos logísticos de transporte armazém ou estoque Essas modificações podem ser no estado físico do produto sólido líquido ou gasoso ou na sua forma Um exemplo pode ser o caso do gás que normalmente é utilizado nos domicílios e que é servido em botijões É feita uma mudança do estado físico do gás que passa ao estado líquido para ser colocado dentro do botijão de forma a armazenar mais massa de gás já que o líquido ocupa menos volume do que o gás Outro exemplo pode ser o caso de empresas que consomem grandes quantidades de açúcar fábricas de refrigerantes ou laboratórios médicos que produzem xaropes em que o açúcar poderia ser fornecido em estado líquido antes de ser cristalizado economizando processos industriais e necessidades de armazém e transporte Na figura 7 vejamos um esquema com essa situação 15 Figura 7 Mudança do suprimento de açúcar sólido para açúcar líquido Fonte elaborado pelo autor Com a mudança do estado físico a usina açucareira economiza nos processos de cristalização e de embalagem já o cliente economiza no processo de dissolução do açúcar Foi necessário mudar radicalmente o tipo de transporte caminhõespipa e o armazém para silos no entanto quando bem dimensionado os resultados oferecem economias substanciosas Outras vezes pode ser mudada a forma do produto logístico de suprimento por meio da embalagem ou de algum elemento de unitização de cargas caixas pallets obtendo interessantes economias de transporte e de armazenagem Na figura 8 aparece um exemplo de como produtos que possuem uma forma esférica adquirem forma quadrada por meio da embalagem o que permite melhor utilização do transporte e do espeço no armazém com as consequentes economias que gera Para o profissional de logística é um desafio constante estar sempre procurando reduções de custos utilizando embalagens para modificar a forma do produto Figura 8 Mudança na forma da embalagem Fonte elaborado pelo autor 16 Reciprocidade Quando se consegue que o transporte de produtos acabados seja o mesmo para transportar o suprimento obtêmse ganhos significativos de frete com a correspondente redução dos custos de transporte Em resumo vimos a necessária interface entre Compras e Logística Sendo áreas diferentes do Gerenciamento Empresarial precisam atuar de forma conjugada em algumas das suas ações a atividade de Compras deve ser feita utilizando um enfoque logístico Com isso podemos evitar a sentença o barato sai caro e o profissional de logística está apto para essa interação sem perder o seu foco ou o seu papel Tratativa comercial no suprimento As práticas do comércio internacional têm estabelecido duas grandes modalidades de compras que têm sido difundidas e aceitas com a sua acepção em inglês Uma delas é a chamada FOB que corresponde ao termo em inglês free on board ou seja livre acima do navio A outra é chamada CIF que significa em inglês cost insurance and freight ou seja custo seguro e frete A diferencia entre ambas as modalidades está em quem é o encarregado de contratar e pagar ao transporte Na modalidade FOB a empresa compradora é a que define o porto e o navio em que o fornecedor deve enviar os seus produtos arcando com os custos de transporte e capatazia portuária Já na modalidade CIF é o fornecedor quem se encarrega de definir o porto de embarque e o armador arcando com todas as despesas para entregar o seu suprimento na empresa compradora ou em um destino prédefinido do país em que ela se encontra5 Na figura 9 vemos um exemplo de uma empresa brasileira que decide comprar uma matéria prima de um fornecedor radicado na cidade de Stuttgart na Alemanha Se a modalidade de compra for FOB o fornecedor fabrica o seu produto contrata o transporte até o porto de Rotterdam definido pelo comprador arca com a capatazia portuária e a partir desse momento o comprador paga e o produto é da sua propriedade o estoque já é seu de forma que corresponde a ele arcar com os custos de transporte e seguro até o Brasil bem como com as despesas portuárias e pagar o transporte até a sua empresa Se a modalidade da compra for CIF toda essa organização e os pagamentos correspondem ao fornecedor Vale salientar que a prática mais difundida nas operações de comércio internacional é a compra na modalidade FOB 5 Para maior conhecimento do assunto recomendase a leitura da obra PIERRE D Logística internacional Tradução da 4 ed norteamericana Rio de Janeiro Cengage Learning 2017 17 Figura 9 Esquema com as modalidades de compra FOB e CIF Fonte elaborado pelo autor No comércio doméstico existe uma carência dessas regulações existentes no comércio internacional embora a sua complexidade seja bem menor dada a ausência de fatores de caráter aduaneiro No entanto essa terminologia já forma parte do jargão empresarial embora os especialistas em Comércio Internacional aleguem não ser a mais pertinente já que a cláusula FOB por exemplo é unicamente aplicável no caso de utilização do transporte aquaviário Dessa forma uma empresa poderia comprar de um fornecedor doméstico tanto na modalidade FOB como na modalidade CIF tal como vemos na figura 10 Figura 10 Formas de compra no suprimento doméstico Fonte elaborado pelo autor Se a compra for feita na modalidade FOB o cliente é o responsável por organizar e pagar o transporte responsabilizandose também pelo seguro e pelo descarregamento da carga O produto é retirado na porta do fornecedor Se a compra fosse realizada na modalidade CIF corresponderia ao fornecedor organizar e pagar o transporte o seguro da carga e o descarregamento no cliente 18 Nesse campo o profissional de logística tem uma oportunidade de realizar o seu papel ao avaliar qual das modalidades de compras das matériasprimas CIF ou FOB oferecem maiores vantagens em termos estratégicos e operacionais para a sua organização Em quais circunstâncias comprar FOB e em quais CIF Vejamos algumas situações que o profissional de logística poderia encontrar a Compra de matériaprima na modalidade FOB Permite ter o domínio do canal de suprimentos É a própria empresa cliente que define o transporte a ser utilizado para procurar as matériasprimas no fornecedor e pode ir acompanhando o que está acontecendo nesse importante canal logístico Tratase de uma decisão de caráter estratégico Facilita a utilização mais eficientes de ativos de transporte caso a empresa compradora possua frota própria Possibilita alcançar economia de escala no transporte ao concentrar em poucas transportadoras o que estaria pulverizado se as compras fossem na modalidade CIF Fica transparente o custo de transporte dentro do custo total da Logística Exige uma organização para realizar essa gestão logística o que implica recursos e gastos bem como competências para a realização eficiente do processo de suprimentos O comprador tem de arcar com o seguro da carga e com os riscos relativos ao processo de transporte desde o fornecedor até a empresa Isso demanda competências para realizar esse gerenciamento de riscos na empresa compradora Caso o transporte seja terceirizado criase um impacto negativo no fluxo de caixa da empresa compradora pelo descompasso entre o momento do recebimento do que seja faturado e o desembolso para o pagamento do frete Em uma linguagem mais simples ter de pagar o frete antes de receber o faturamento da matériaprima já transformada em produto acabado Essa lacuna tem um impacto muito nocivo no fluxo de caixa da empresa o que tem levado algumas a utilizar plenamente a modalidade CIF para a compra dos suprimentos b Compra da matériaprima na modalidade CIF A empresa compradora não teria o domínio do canal de suprimentos já que é organizado dirigido e controlado pelo fornecedor e o transportador que ele contrate Pode levar a uma fragmentação dos fretes cada fornecedor organiza e contrata um transportador pela sua conta o que levaria a fretes maiores do que quando concentrados em menos transportadoras O comprador não tem de se preocupar com o seguro da carga nem com os riscos do transporte desses suprimentos já que quem arcaria com esses custos e quem gerenciaria esse processo seriam os fornecedores 19 A empresa compradora não precisa ter muita expertise na área para acompanhar esse processo de suprimentos Permite ao comprador focar o seu negócio sem despender atenção e esforços no processo de suprimentos que seria organizado e conduzido pelos fornecedores O profissional de logística precisa equacionar esse problema utilizando um enfoque integral baseado na ferramenta de custo total e avaliando os impactos financeiros e operacionais relacionados Podem coexistir ambas as práticas sendo que para alguns fornecedores pode ser mais vantajoso comprar na modalidade FOB e para outros na CIF Essa decisão depende de vários fatores tais como o tipo de matériaprima que fornece tamanho dimensões valor agregado entre outras a localização dos fornecedores a sua confiabilidade no processo de entrega a importância das matériasprimas no processo principal do comprador algumas tem uma elevada criticidade os tipos de riscos que as matériasprimas enfrentam no processo de transporte até o cliente etc Vale salientar que quando se utiliza a modalidade CIF nas compras das matériasprimas os custos de transporte ficam mascarados não visíveis já que a parcela de custos logísticos fica integrada na fatura que o fornecedor apresenta sem discriminar o que é preço de matériaprima e o que é custo de transporte Essa situação pode desvirtuar as análises dos custos logísticos como foi o caso de indústrias de laticínios da região do extremo oeste do estado de Santa Catarina Na figura 11 vemos a localização geográfica dessa região e os resultados obtidos com relação à eficiência econômica da Logística com base na pesquisa de custos logísticos realizada em 2018 Figura 11 Eficiência econômica da Logística na indústria do oeste de Santa Catarina Fonte adaptado do Programa Catarinense de Logística Industrial FIESC 2018 20 A eficiência econômica da Logística tem sido estudada e analisada pelo Laboratório de Desempenho Logístico LDL da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC por mais de 15 anos Essa eficiência é expressa por um indicador integrativo centavos gastos em logística para cada real faturado Na edição de 2018 deste estudo o resultado médio para a indústria catarinense foi de R 013 por real faturado Paradoxalmente as indústrias do oeste catarinense são as que menos gastam em Logística R 010 real faturado sendo as mais distantes da região litorânea onde se encontram os portos e se concentra a maior parte do consumo do estado A explicação para esse paradoxo está no fato de que é praxe dessas indústrias comprar as suas matériasprimas na modalidade CIF sendo os fornecedores os que arcam com os custos de transporte que aparece embutido na fatura repassada para as empresas Por esse motivo não aparecem gastos associados a essa parcela da Logística de Suprimentos na planilha de custos aparentando uma falsa eficiência econômica Isso motivou que as empresas repensassem as suas estratégias de compra Já na edição deste estudo em 2022 foi evidenciado que a eficiência logística da Indústria Catarinense apresentou melhorias O registro apontou um gasto de 11 centavos em logística para cada Real faturado Destacase que as empresas localizadas na região Oeste foram identificadas como as que possuem o maior custo logístico atingindo 14 centavos por cada Real faturado Este resultado foi influenciado pelo aumento da participação de empresas dessa região no estudo as quais adotam a modalidade de compra FOB6 Um exemplo de impacto nos aspectos operacionais aconteceu com uma das empresas produtoras de pisos e revestimentos cerâmicos no sul do Brasil A empresa comprava as suas matériasprimas na modalidade CIF o que teve consequência negativa na área de recebimento na qual se aglomeravam cerca de 200 caminhões de diferentes transportadoras contratados pelos fornecedores com veículos diferentes e culturas diferentes tentando descarregar os seus produtos Isso gerou a necessidade de a empresa de cerâmica criar uma gerência de logística só para atender a essa problemática Concluindo as modalidades de compras das matériasprimas são uma questão estratégica e com impactos também operacionais O profissional de logística deve saber avaliar essas situações determinando junto com os especialistas de Compras em quais casos comprar com a modalidade CIF e em quais com a modalidade FOB Desse modo é possível conseguir mais eficiência nos processos de suprimentos com o impacto que isso ocasiona na competitividade empresarial 6 Para obter informações mais detalhadas consulte o Relatório Final do Estudo disponível em httpsfiesccombrcustos logisticos 21 Tipos de suprimento Agora trataremos das diferentes formas ou tipos de suprimentos que podem ser utilizados se deve ser centralizado ou não e como deve ser considerada a base de fornecedores correspondendo ao profissional de logística analisar qual seria a mais vantajosa para a organização em que atua considerando os aspectos de risco e vulnerabilidade Eficiência versus vulnerabilidade nos processos de suprimentos Decisões que são tomadas no ambiente empresarial oferecem dois resultados que se apresentam de forma conflitante Se por um lado tentase ganhar em eficiência aparece um grau de vulnerabilidade Isto é ganhos em eficiência não se conseguem de graça e existe um preço a ser pago que aparece na forma de vulnerabilidade Com isso tomamos uma série de medidas pretendendo ser mais eficientes e ao mesmo tempo estamos adquirindo maior vulnerabilidade O profissional da Logística não escapa disso A figura 12 representa esse conflito de forma alegórica Figura 12 Relação entre eficiência e vulnerabilidade Fonte elaborado pelo autor Talvez uma forma simples de explicar esses comportamentos conflitantes seja com uma prática do plano individual Uma pessoa tem um recurso financeiro sobrante e decide colocálo no banco Se pretendesse ganhar muito dinheiro com esse depósito ganhar eficiência teria de colocálo em uma aplicação de alto risco na qual pode perder muito e se tornar mais vulnerável Por outro lado se a pessoa pretende não correr o risco de perder dinheiro menos vulnerável colocaria o recurso em uma aplicação que oferece pouco rendimento menos eficiente como a poupança Nas operações logísticas essa situação aparece frequentemente e em particular na Logística de Suprimentos A figura 13 expressa os riscos em uma cadeia logística sendo a Logística de Suprimentos uma das áreas em que esses fenômenos se apresentam 22 Figura 13 Riscos na cadeia logística Fonte adaptada de Christopher 2005 O risco pode ser entendido como um evento que não aparece com frequência mas pode ter efeitos devastadores quando acontece Consiste na aparição de uma perturbação que leva o processo gerenciado a se afastar do seu curso podendo até se interromper Tem uma causa e gera um efeito Existem algumas definições de vulnerabilidade sendo as mais usadas as seguintes i uma propensão a sérias perturbações provocadas por riscos localizados no interior da cadeia de suprimentos bem como de riscos externos à cadeia CHRISTOPHER et al 2002 p 2 i exposição a perturbação grave resultante de riscos da cadeia de suprimentos e afetando a capacidade da cadeia de suprimentos para efetivamente atender o mercado consumidor final JÜTTNER 2005 p 124 A essência desse conceito que poderia chamarse atributo do canal de suprimentos consiste em que o processo quanto mais vulnerável está mais desprotegido da entrada de perturbações e dos seus efeitos negativos Menos vulnerabilidade significa maior confiabilidade no funcionamento dos processos O profissional de logística tem de considerar não só os ganhos em eficiência que uma decisão em Suprimentos pode acarretar mas também a vulnerabilidade gerada com essa decisão A seguir veremos algumas das situações nos processos de Suprimentos nas quais essas tendências conflitantes se manifestam Quantidade de fornecedores para um produto Uma decisão que o profissional de logística deve encarar é se resulta mais vantajoso utilizar para determinada matériaprima múltiplos fornecedores ou um fornecedor único talvez exclusivo como em casos da indústria automotiva 23 Slack Chambers e Johnston 2008 elaboraram uma relação sobre as vantagens e as desvantagens que ocasiona uma ou outra decisão Tal relação foi sintetizada e adaptada por Rocha et al 2011 p 183184 em um quadro que expressa as implicações de cada uma dessas possibilidades No entanto tomando a reflexão anterior sobre eficiência e vulnerabilidade podemos apontar que quando se parte para a solução de ter um único fornecedor para uma matériaprima os ganhos em eficiência aparecem produto da economia de escala que se consegue tanto na manufatura como no transporte e com as possibilidades de maior e mais profunda interação entre o comprador e o fornecedor facilitando a troca de informações e simplificando toda a burocracia para a contratação O controle de qualidade da matériaprima é beneficiado com essa concentração resultando mais focado e menos dispendioso Em contraposição gerase maior vulnerabilidade ao depender de um único fornecedor que pode apresentar alguma falha na fabricação ou no processo de suprimentos gerando afetações no negócio do comprador que poderia em casos extremos até levar à interrupção dos seus processos principais O comprador fica refém desse único fornecedor perdendo flexibilidade na operacionalização dos processos de suprimentos Se a decisão for a de diversificar os fornecedores para uma mesma matériaprima perdemse ganhos na eficiência já que os processos de suprimentos podem resultar fragmentados perdendo os benefícios que podem oferecer economias de escala tanto na produção dos fornecedores como nos processos de suprimentos especialmente no transporte que sofreria com essa fragmentação Gerase também maior ineficiência na tramitação dos contratos com a necessária fragmentação entre fornecedores precisando de maiores equipes para essas tramitações Essa decisão deve ser fundamentada com apoio de outras considerações com relação à localização dos fornecedores à sua exclusividade ao domínio da tecnologia à sua imagem e reputação entre outras Rede de fornecedores Esse assunto sempre estará presente nas análises sobre os processos de suprimentos e está em estreita relação com o que vimos anteriormente Às vezes as redes de fornecedores de uma empresa crescem de forma desordenada sem um planejamento de médiolongo prazo bem fundamentado Para algumas matériasprimas procuramse alternativas de fornecedores talvez pela não plena satisfação com o comportamento de alguns predecessores o que vai gerando um crescimento da rede Além disso a velha concepção de que os fornecedores podem competir entre eles com os derivados benefícios de redução de custos para o comprador Isso tem como alicerce uma estratégia visando aos resultados de curto prazo e focando a redução de custos Quando se dispõe de uma ampla rede de fornecedores os esforços de Logística e Compras são extraordinários precisando despender maiores recursos e equipes tendo também de lidar com diferentes contratos de compras de produtos ou de serviços de transportes Tudo isso pode gerar menor eficiência nos processos de suprimentos 24 O processo de controle de qualidade também se complica com o recebimento de lotes menores e com maior frequência por causa da pulverização dos suprimentos Se por um lado a eficiência dos suprimentos tem uma redução devido a uma ampla rede de fornecedores por outro a vulnerabilidade precisa ser reduzida com um comportamento de maior confiabilidade nesses processos Não obstante nas últimas décadas com as lições que o Sistema Toyota de Fabricação ofereceu tem acontecido uma tendência de redução da rede de fornecedores norteados por uma visão estratégica de longo prazo e procurando aumentar a eficiência nos processos de suprimentos sem aumentar a vulnerabilidade dos mesmos Maior relacionamento entre fornecedores e comprador maior comprometimento esquemas avançados de relacionamento como parcerias têm surgido para compensar o aumento da vulnerabilidade relativa às estratégias de redução da rede de fornecedores Exemplos bemsucedidos nos processos de redução da base de fornecedores são oferecidos pela Rank Xerox multinacional que produz aparelhos de fotocopias A empresa reduziu a sua base de fornecedores de 5 mil para 300 em apenas seis anos SLACK et al 2018 Já o colosso da indústria automotiva a Toyota traçou uma estratégia para manter dois fornecedores para cada tipo de material procurando ganhos na eficiência dos suprimentos e reduzindo a vulnerabilidade ao contar sempre com alternativas de suprimentos LIKER 2007 Esse é outro campo em que o profissional de logística teria possibilidades de atuar analisando a situação específica da sua empresa e chegando a determinar qual seria o melhor tamanho da sua base de fornecedores Centralização versus descentralização do suprimento No caso de uma grande organização que contasse com várias unidades de consumo de suprimentos uma grande empresa com várias fábricas ou uma grande rede do varejo com várias lojas aparece um problema que já é recorrente como fazer o suprimento para essas unidades de forma centralizada ou descentralizada Esse fenômeno também aparece no processo normal de evolução de empresas familiares que iniciaram a sua atividade com uma solitária unidade fábrica ou lojas com um esquema simples de suprimento e depois cresceram de forma robusta disseminando várias unidades por diferentes territórios e adquirindo maior complexidade realizar o suprimento para todas as unidades Por regra conforme foram crescendo o suprimento foi organizado de forma descentralizada de modo que as matériasprimas como tendência adquiridas na modalidade CIF eram entregues diretamente nas unidades de consumo apresentando um esquema de suprimentos descentralizados como vemos na figura 14 25 Figura 14 Suprimento descentralizado Fonte elaborado pelo autor Essa forma de suprimentos é eficiente quando se trata de uma base de fornecedores não muito extensa com um portfólio de produtos matériasprimas materiais etc não muito amplo e com uma rede de pontos de consumo não muito grande Embora fosse muito difícil o fornecedor enviar um veículo com carga fechada lotado para cada ponto de consumo o esquema era relativamente viável pois os pontos de consumo se encontravam relativamente próximos uns dos outros e o veículo de entrega não precisava percorrer grandes distâncias para concluir o suprimento para a rede toda No entanto quando o negócio começa a se expandir crescendo em pontos de consumo em portfólio de produtos e com maior número de fornecedores o modelo fica dispendioso e com ineficiências Dificilmente o fornecedor pode enviar uma carga fechada lotando um veículo para cada ponto de consumo obrigandose a percursos maiores com caminhão subutilizado já que os pontos de consumo começam a ficar mais distantes uns de outros Nessa situação aparece um inevitável problema desequilíbrio de estoques que significa que faltam estoques em um ponto de consumo e sobram os estoques desse mesmo item em outro ponto A solução que é praxe consiste na transferência de estoques de um ponto de consumo para outro não é viável pedir ao fornecedor que faça uma entrega de pequenas quantidades em um ponto de consumo e essa transferência impacta negativamente a eficiência econômica do negócio gerando maiores custos de operação Nesses casos surge a alternativa de ir a um modelo de suprimentos centralizados cuja representação aparece esquematizada na figura 15 26 Figura 15 Modelo centralizado de suprimentos Fonte elaborado pelo autor Nessa situação criase um centro de distribuição CD para o qual todos os fornecedores enviam os seus produtos para serem supridos para as suas unidades de consumo pela própria empresa Isso permite realizar transporte fechado com veículo lotado dos fornecedores até o CD e deste até os pontos de consumo trecho que também pode ser coberto com veículo fechado pois são de menor porte e os destinos estão relativamente próximos do CD A correta localização desse CD precisa de estudos detalhados e baseados em custos totais incorporando elementos tributários na análise Esse é um problema por excelência para ser resolvido pelo profissional de logística Com esse esquema centralizado de suprimentos é possível reduzir o nível de estoque nos pontos de consumo já que o suprimento de quase todos os itens chega a partir de um único centro de consolidação No modelo descentralizado os níveis de estoques necessários nos pontos de consumo são maiores já que o suprimento chega de lugares diferentes e mais distantes com menor frequência e maior demora Comparando os dois modelos de suprimentos podemos perceber algumas características que são sintetizadas no quadro 1 27 Quadro 1 Comparativo entre o modelo centralizado com o descentralizado de suprimentos processos logísticos descentralizado centralizado observações armazém 0 RH 0 transportes carga cheia em ambos os trajetos estoques reduz estoques nas lojas custo total Fonte elaborado pelo autor O modelo centralizado implica um custo de armazém e da mão de obra que nele trabalharia que não existia no modelo descentralizado Por outro lado os custos de transporte no modelo centralizado são menores do que no modelo descentralizado como foi explicado anteriormente pelo fato de transportar a carga fechada em ambos os trajetos Além disso os custos de estoque no sistema diminuem uma vez que quando os estoques são centralizados precisase de menores estoques nos pontos de venda menores estoque de segurança já que o suprimento é mais rápido dentro da própria empresa sem que tenham de mediar complicados processos de compras chegando mais rápido porque a frequência de entrega é bem maior e as distâncias menores do que no modelo descentralizado Se bem dimensionado o sistema bem localizado o CD e bem calculado o tipo e as suas dimensões o custo total no modelo centralizado tende a ser menor do que no modelo descentralizado além de garantir um melhor nível de serviço aos pontos de consumo A própria prática empresarial corrobora essa afirmação ao existirem grandes redes do varejo que funcionam com modelos centralizados de suprimentos Quando uma dessas organizações continua com o seu processo de expansão talvez seja necessário reavaliar a localização desse CD de consolidação de forma a ir acompanhando o baricentro de cargas que com a expansão do negócio vaise deslocando ou se o crescimento for bem mais expressivo talvez seja preciso habilitar outros CDs de consolidação sem perder o caráter de suprimento centralizado Excelente oportunidade para o profissional de logística mostrar que está preparado para encarar um problema dessa natureza Neste tópico foram abordadas questões que permitem ao profissional de logística definir e aprimorar soluções sobre as estratégias que podem ser utilizadas com relação à forma de realizar os suprimentos e à base de fornecedores 28 Em resumo foi estabelecida uma base conceitual para o tratamento desse problema dos suprimentos de maneira que o aluno possa ter os fundamentos que lhe permitam compreender como funciona essa parte tão importante do sistema logístico Da mesma forma foi demostrada a necessária interface entre as áreas de Compras e Logística as quais funcionando cada uma com o seu papel precisam atuar de forma conjunta na tomada de decisão sobre alguns dos parâmetros que constituem o canal de suprimentos Não menos importante foi a estratégia a ser utilizada com relação à modalidade de compras se CIF ou FOB e os seus impactos no desempenho logístico Outra estratégia analisada foi a relacionada com a base de fornecedores e com a centralização ou descentralização do processo de suprimento Uma vez conhecidas todas essas questões o profissional de logística estará mais bem preparado para atuar na operacionalização e na melhoria do canal de suprimentos na organização em que atua podendo oferecer soluções ou recomendações que permitam melhorar o desempenho desse canal Este módulo tem como objetivo discutir um aspecto de extrema relevância na Logística de Suprimentos a escolha de fornecedores Explicaremos os elementos utilizados para essa seleção e como deve ser feita com base nos critérios que devem ser utilizados Além disso explicitaremos um método baseado na técnica de Análise Hierárquica de Processos AHP Por último discutiremos uma forma de relacionamento com fornecedores chamada comakership por meio da qual se atinge a categoria de fornecedor parceiro Introdução Um problema recorrente em todas as organizações sejam produtivas sejam de serviços é o relacionado à escolha de fornecedores cujas fundamentações têm sido negligenciadas utilizando se essencialmente elementos de natureza empírica para a tomada de decisões de algo que tem importância radical não só para a Logística de Suprimentos mas também para o funcionamento adequado do sistema logístico O profissional de logística enfrenta essa situação na qual estão presentes múltiplos critérios tanto de natureza quantitativa como qualitativa e precisa estar preparado para avaliar todos os elementos que interferem na adequada seleção de fornecedores e na condução da forma de relacionamento para patamares que agreguem maior valor e com isso aumentem a competitividade empresarial Os objetivos do presente módulo são i identificar os elementos que sustentam uma adequada escolha de fornecedores ii saber utilizar o método AHP para fundamentar a escolha de fornecedores e iii identificar as características do relacionamento comakership MÓDULO II TRATAMENTO DE FORNECEDORES 30 Critérios para a escolha de fornecedores A escolha de fornecedores e a forma de se relacionar com eles fazem parte de uma decisão de caráter estratégico com um impacto considerável dentro do desempenho do canal de suprimento CHING 1999 DIAS 1996 FRANCISCHINI GURGEL 2002 Paradoxalmente esses têm sido assuntos negligenciados na prática empresarial sendo encarados com base em elementos de caráter empírico sem muitas sustentações que permitam chegar a uma solução mais efetiva e de melhor desempenho Nesta unidade serão oferecidas algumas considerações que possibilitem ao profissional de logística solucionar esse problema com maiores fundamentações Bases para a escolha de fornecedores Primeiramente é necessário estabelecer as bases nas quais se apoia a escolha de fornecedores que são as seguintes a Contribuição aos objetivos estratégicos da organização a organização deve ter a sua estratégia corporativa e qualquer decisão em qualquer um dos segmentos da Gestão Empresarial do qual a logística forma parte deve contribuir com essa estratégia corporativa Se por exemplo a estratégia que a organização definiu para atuar em determinado mercado fosse a de liderança a escolha dos fornecedores deveria estar galgada em como os candidatos contribuem para essa estratégia como ajudariam a trabalhar com os menores custos possíveis Se a estratégia corporativa escolhida fosse a diferenciação os candidatos a fornecedores teriam de contribuir para que a empresa consiga entregar mais rápido do que os seus concorrentes b Possibilidade de estabelecimento de parceria os candidatos a fornecedor devem mostrar as suas possibilidades atitudes e knowhow para se estruturarem como parceiros em uma colaboração mútua de ganhaganha e duradoura c Desempenho histórico do fornecedor é preciso considerar o comportamento histórico dos candidatos a fornecedor como tem evoluído no mercado a sua saúde financeira a sua credibilidade entre outros Critérios para a escolha de fornecedores Existem considerações sobre os critérios que devem ser utilizados para embasar a escolha de fornecedores BALLOU 2001 FRANCISCHINI GURGEL 2002 CHING 1999 DIAS 1996 mas não aprecem de forma estruturada A seguir veremos alguns desses critérios organizados em função de exigências estabelecidas pelo ambiente de negócios 31 De caráter técnicoorganizacional São aqueles que têm a ver com a técnica e a organização que cada candidato a fornecedor oferece Destacamse velocidade com que entregam os produtos prazos de entrega confiabilidade nas suas entregas prazo quantidade e qualidade flexibilidade se o fornecedor se mostra flexível perante mudanças que necessariamente acontecem na execução dos trabalhos na empresa qualidade dos produtos que entrega como atende às especificações solicitadas disponibilidade se o fornecedor está em condições de oferecer os seus produtos próximo ao comprador na mesma cidade em que está localizado o comprador ou dentro da própria empresa que compra e atendimento qual é o serviço de pósvendas que o fornecedor oferece Como seria o seu procedimento para tramitar reclamações Essas seriam questões a esclarecer com os candidatos a fornecedor De caráter econômico São os critérios que se relacionam ou que têm impactos em aspectos econômicos preço das matériasprimas que está oferecendo e custo logístico de trabalhar com esse fornecedor7 De caráter financeiro Seriam aqueles critérios que têm impacto em assuntos financeiros destacandose facilidade de pagamento juros podem existir fornecedores de diferentes países que operam com taxas de juros também diferentes e saúde financeira de cada candidato a fornecedor Outros critérios Ambientais medese o comportamento ambiental de cada candidato Se uma empresa tem uma estratégia corporativa baseada em um comportamento ambientalista é preciso que os fornecedores que vão ser alinhados a essa empresa também tenham esse comprometimento caso contrário poderá estragar a estratégia corporativa do cliente 7 No módulo anterior esse assunto foi explicado indicando que a seleção deve ser feita não só pelo preço mas também pelo menor custo associado a um fornecedor ou seja custos de transporte e de estoques que geram o fato de trabalhar com um ou outro fornecedor 32 Políticos tem a ver com a política da organização que pode predefinir a escolha Manifestase mais em grandes corporações que possuem múltiplas empresas e por uma questão política definida pela alta hierarquia orientase que tais componentes sejam obrigatoriamente adquiridos de uma das suas empresas Sociais a empresa compradora pode ser cobrada pelos seus mercados a mostrar um comprometimento social e por sua vez tem de transmitir essa exigência para os seus fornecedores Jurídicos obedecem a exigências de caráter jurídico que podem prevalecer e orientar a escolha de um candidato Também se pode manifestar como aspectos tributários que podem determinar uma escolha Lealdade diz respeito ao comportamento de um candidato a fornecedor com relação ao cliente Manterse vinculado em épocas de baixa demanda denota lealdade fornecedor tanto nas épocas boas como nas ruins Comunicação referese às possibilidades que apresenta o candidato a fornecedor de estabelecer uma boa comunicação com o comprador se consegue habilitar uma intranet entre ambos se utiliza sistemas gerenciais que permitam comunicação com cliente se está disposto a implementar RFID Desenvolvimento tecnológico qual atitude cada candidato a fornecedor mantém com relação à sua evolução tecnológica Se o comprador é cobrado pelos seus clientes a ter esse comportamento também deve exigir a mesma atitude dos seus fornecedores e Capacidade para negociação como é a tramitação para negociar com o fornecedor Pode acontecer de alguns candidatos serem de outros países os quais exijam uma burocracia pesada para realizar contratos Como podemos perceber a escolha de fornecedor é uma decisão a ser tomada considerandose múltiplos fatores alguns deles de natureza quantitativa e outros eminentemente qualitativos A seguir explicaremos como solucionar esse problema com uma ferramenta de multicritérios de apoio à decisão Método AHP para a escolha de fornecedores A escolha de fornecedores acontece a partir de múltiplos critérios de natureza e configurações diferentes no que diz respeito às formas de expressão unidades de medição e à sua constituição se são de natureza quantitativa ou qualitativa Tradicionalmente esse tratamento tão amplo tem sido negligenciado e as organizações têm utilizado poucos critérios sendo quase sempre de natureza quantitativa fáceis de se representar com indicadores numéricos Em poucas ocasiões as organizações incorporam de forma meramente complementar algum tipo de consideração de natureza qualitativa mas sem chegar a estabelecer ponderações adequadas que possam levar à melhor tomada de decisão 33 Para cobrir essa lacuna o profissional de logística pode lançar mão de poderosas ferramentas que permitem incorporar maior quantidade de elementos influenciadores no momento da tomada de decisões especialmente na escolha de fornecedores Talvez uma das de maior possibilidade de aplicação no ambiente empresarial seja o método Analytic Hierarchy Process AHP8 ou Processo de Análise Hierárquico Explicar os detalhes e as profundas argumentações desse método escapam das possibilidades da presente apostila de modo que explicaremos a essência do seu funcionamento para fácil compreensão do aluno9 Podese sintetizar o método AHP da seguinte forma Uma abordagem da tomada de decisão que envolve a estruturação de critérios de escolha múltipla em uma hierarquia avaliando a importância relativa desses critérios comparando alternativas para cada critério e determinando um ranking geral das alternativas DSS 2019 Em outras palavras o método estabelece hierarquias que não devem ser violadas dividindo o problema em níveis e facilitando a sua compreensão Em seguida são colocados abaixo delas os critérios que devem ser utilizados para a escolha Finalmente no último nível hierárquico colocam se as alternativas no nosso caso os possíveis fornecedores Vale salientar que são realizadas comparações paritárias ou seja elemento com elemento dos que intervêm no processo de decisão tornando possível misturar elementos de natureza quantitativa com os de natureza qualitativa já que o método como está estruturado consegue dar pontuações a todos os elementos embora fossem de cunho qualitativo De forma abreviada o funcionamento da ferramenta consiste em estabelecer o objetivo a alcançar no nosso caso escolha de fornecedor estabelecer os critérios que serão utilizados para a escolha e a sua ponderação que deve ser estabelecida por um grupo de representantes das diferentes áreas da empresa liderados pelo profissional de logística chegando a conclusões por consenso por fim identificar as alternativas nesse caso os fornecedores que entrariam no processo Com essas informações procedese à construção da árvore de decisão com a estrutura em níveis sendo o superior o objetivo ou a meta seguido do seguinte nível os critérios e subcritérios se for o caso para no último nível hierárquico colocar as alternativas a serem avaliadas A figura 16 mostra uma representação da construção desta árvore de decisão 8 Método criado na década de 1970 pelo matemático iraquiano nacionalizado norteamericano Thomas Saaty 9 Para mais informações sobre o fundamento da ferramenta sugeremse as seguintes obras SAATY T L Método de análise hierárquica São Paulo McGrawHill 1991 ROSAS E SILVA D Aplicação do Método AHP para avaliação de projetos industriais 2007 Dissertação Mestrado em Engenharia Industrial Programa de PósGraduação em Engenharia Industrial Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2007 Disponível em httpswebtecgrafpucriobrpress publicationRosaSilva2007RosaeSilva2007pdf Acesso em jul 2019 34 Figura 16 Árvore de decisão do método AHP Fonte Grupo de Estudos Logísticos da UFSC Disponível em wwwldlufscbr O método está baseado na lógica e no raciocínio a partir dos quais são construídas as hierarquias estabelecidas as prioridades e checado se o princípio da consistência lógica foi mantido Para explicar o princípio da consistência lógica tomemos a comparação de três elementos A B e C Se A for classificado como muito mais importante do que B e por sua vez B for mais importante do que C então A tem de ser extremamente mais importante do que C Se os julgadores não respeitam esse raciocínio o método acusa inconsistência tratamento mostrado nas seguintes expressões 𝐼𝐼𝐼𝐼 𝜆𝜆𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑛𝑛 𝑛𝑛 1 RCICIR Sendo que o IR é tabelado e o RC deve ser menor ou igual a 01 Se for maior significa uma inconsistência no julgamento que deve ser refeito até atingir um valor de RC 01 Vale salientar que quem realiza o cálculo de inconsistência é o próprio método não sendo necessário ao julgador fazêlo Por último o método oferece intervalos de comparação para facilitar a escolha do julgador que ele mesmo transforma em números tal como aparece na tabela 1 35 Tabela 1 Comparações do método AHP valor definição explicação 1 igual importância Os dois critérios contribuem de forma idêntica para o objetivo 3 pouco mais importante A análise e a experiência mostram que um critério é um pouco mais importante do que o outro 5 muito mais importante A análise e a experiência mostram que um critério é claramente mais importante do que o outro 7 bastante mais importante A análise e a experiência mostram que um dos critérios é predominante para o objetivo 9 extremamente mais importante Sem qualquer dúvida um dos critérios é absolutamente predominante para o objetivo 2 4 6 8 valores recíprocos dos anteriores valores intermediários Também podem ser utilizados Fonte adaptado de Saaty 1980 Vamos tentar explicar como funciona essa ferramenta na prática Cabe acrescentar que a ferramenta tem uma utilização muito ampla não só em assuntos logísticos mas também em outras esferas poderia ser utilizado até pelo departamento de Recursos Humanos no processo de seleção de candidatos para uma vaga Tomemos uma situação bem simples um aluno que vai iniciar os seus estudos em uma universidade localizada em uma cidade diferente da que ele mora de forma que ele precisa conseguir uma moradia em caráter de aluguel Para isso o aluno como julgador estabelece que vai utilizar três critérios para estabelecer a sua escolha preço conforto e distância da universidade Em seguida determina quais seriam as alternativas para moradia que avaliaria que seriam apartamento moradia universitária kitnet ou uma casa Já com esses elementos procedese a construir a árvore decisória como vemos na figura 17 36 Figura 17 Árvore decisória para a escolha de uma moradia universitária Fonte adaptado do Grupo de Estudos Logísticos da UFSC Disponível em wwwgelogufscbr Agora o julgador neste caso o estudante que pretende alugar um lugar para morar procede a estabelecer a ponderação entre os critérios ainda não com as alternativas e expressa os seus julgamentos na tabela 2 Tabela 2 Ponderação dos critérios no caso de escolha de moradia matriz comparação dos critérios conforto preço distância conforto 1 ½ 3 preço 2 1 4 distância 13 ¼ 1 soma 103 74 8 Fonte Gelog Vale salientar que esses foram os pesos dados pelo estudante para esses critérios Outro estudante poderia dar outros pesos diferentes com base nas suas considerações próprias Com uma tabela dessa natureza sempre aparece o número 1 na diagonal já que seria a comparação de um critério com ele mesmo o que significa que são iguais em importância Se avaliamos por coluna observase que o julgador estabeleceu que o preço é 2 vezes mais importante do que o conforto e que a distância é 3 vezes menos importante do que o conforto Por tal razão aparece 13 Isso significa que quando o elemento na fila é julgado como melhor do que o elemento da coluna com o que se compara o número é inteiro baseado na tabela 1 Se o elemento da fila é menos importante do que o elemento da coluna o número que aparece é fracionário 37 De igual forma procedese com as células que estão por cima da diagonal mas considerando sempre a necessária correspondência com o que foi já julgado nas células por baixo da diagonal Observe que se vamos por filas na primeira fila o conforto aparece como 3 vezes mais importante ou pouco mais importante segundo a tabela 1 do que a distância já que no julgamento feito na terceira fila o aluno decidiu que a distância tem um peso de 13 três vezes menos do que o conforto Na continuação e aos efeitos de realizar comparações em igualdade de condições procedese a normalizar esses valores o que se obtêm por colunas dividindo cada um dos valores de cada célula da tabela pela soma da coluna10 Esse resultado que o próprio método calcula aparece na tabela 3 Tabela 3 Matriz de comparação normalizada matriz comparação normalizada conforto preço distância conforto 310 27 38 preço 35 47 ½ distância 110 17 18 Fonte Gelog Na sequência o próprio método calcula o vetor de prioridades que representa o valor médio dos pesos de cada critério Calculase somando os valores em cada fila e dividendo essa soma pelo número de colunas como apresentado na seguinte expressão W1 310 27 383 03202 W2 35 47 123 05571 W3 110 17 183 01226 Nesse caso o critério preço W2 é o que maior valor tem recebido com base ao julgamento feito pelo aluno Depois disso procedese à realização dos cálculos semelhantes para cada critério por separado em cada uma das alternativas 10 A normalização é uma prática para evitar que o seu procedimento fique com um viés para as variáveis com maior ordem de grandeza Resulta muito útil ao apresentar vetores relativos a cada fator em uma escala de fácil interpretação ao gestor No caso do exemplo que estamos utilizando essa parametrização se obtém por colunas mas podem ser feitas também normalizações por filas 38 Na parte final do procedimento esse vetor será retomado em forma de matriz para a definição dos pesos finais de cada alternativa No critério preço o aluno estabeleceu os seus valores atribuindo o maior valor à moradia estudantil que é a mais barata e os outros em função da sua percepção calculando também a prioridade relativa como vemos na tabela 4 a seguir Tabela 4 Matriz comparativa das alternativas com relação ao critério preço matriz comparação critério preço prioridade relat apartamento kitnet casa moradia apartamento 1 13 ½ 16 0076 kitnet 3 1 2 ¼ 0203 casa 2 ½ 1 15 0123 moradia 6 4 5 1 0598 soma 12 356 172 9760 soma 12 583 85 162 Fonte Gelog Vale salientar que para facilitar a melhor compreensão e o manejo desta tabela e das outras as somas das colunas são expressas tanto em valores em forma de inteiros e quebrados primeira fila da soma em correspondência com os valores colocados pelo julgador nas células da matriz Além disso e visando facilitar o processo de normalização da matriz essa soma foi expressa também em valores inteiros e fracionários segunda fila da soma Os valores das células dessas matrizes se mantêm expressados em forma inteira ou em quebrados facilitando assim o julgamento por parte do decisor neste caso o aluno De forma análoga procedese com os dois outros critérios para cada alternativa cujos resultados se mostram na tabela 5 39 Tabela 5 Matriz comparativa das alternativas nos critérios conforto e distância matriz comparação critério conforto prioridade relat apartamento kitnet casa moradia apartamento 1 2 5 1 0374 kitnet ½ 1 3 ½ 0196 casa 15 13 1 ¼ 0076 moradia 1 2 4 1 0354 soma 2710 163 13 114 soma 270 533 13 275 matriz comparação critério distância prioridade relat apartamento kitnet casa moradia apartamento 1 2 4 ½ 0267 kitnet ½ 1 2 ¼ 0133 casa ¼ ½ 1 18 0067 moradia 2 4 8 1 0533 soma 103 74 15 8 soma 375 1 750 15 188 Fonte Gelog O próximo passo que o próprio método contempla e realiza é sumarizar em uma tabela os cálculos das prioridades relativas que foram obtidas anteriormente e multiplicálas pelo vetor de prioridades calculado no início do procedimento quando foram ponderados os critérios Salienta se que antes da multiplicação a composição dessa matriz deve corresponder com a do vetor de prioridade calculado nos passos anteriores ou seja a ordem das colunas deve ser conforto preço e distância que é a mesma ordem das filas do vetor de prioridade Observe a tabela 6 40 Tabela 6 Obtenção das prioridades das alternativas conforto preço distância vetor prioridade apartamento 0373 0076 0267 x w103202 conforto kitnet 0196 0203 0133 w205571 preço casa 0076 0123 0067 w301226 distância moradia 0354 0598 0533 Fonte Gelog Os resultados desse cálculo são mostrados na tabela 7 Tabela 7 Resultados finais apartamento 0194 kitnet 0192 casa 0101 moradia 0512 Fonte Gelog Como se observa a alternativa que melhor reúne todos os elementos considerados no julgamento realizado por esse aluno é a moradia estudantil Em outras palavras usando as bases estabelecidas para o julgamento os critérios os seus pesos os valores de cada alternativa em cada critério chegase à conclusão de que a alternativa que melhor reúne todas essas considerações de forma conjunta é a moradia Chama a atenção o fato de que tanto o apartamento como a kitnet recebem o mesmo peso o que abre outra possibilidade de análise complementar para o decisor Neste caso o aluno que pretende definir o lugar no qual deverá morar Essas duas alternativas apartamento e kitnet diferem em alguns aspectos específicos por exemplo no critério conforto o apartamento tem um peso uma preferência maior com valor de 0177 ao restarem os valores de ambas as alternativas na coluna correspondente Já no quesito preço é a kitnet que tem maior preferência com um valor de 0127 de novo restando os valores de ambos na coluna preço e neste caso com valor negativo mas no critério distância de novo é o apartamento que tem maior preferência ao se encontrar mais próximo da universidade segundo a consideração dada pelo julgador o aluno com um valor de 0133 41 Se essas diferenças entre ambas as alternativas 0177 0127 0134 são multiplicadas pelos vetores de preferência dos critérios os que foram identificados como W1 W2 e W3 respectivamente obtêmse valores que ao serem somados chegam a ser zero o que significa que ambas as alternativas isto é apartamento e kitnet têm o mesmo grau de importância no total para o julgamento realizado sendo que o decisor poderia escolher qualquer uma Todos os cálculos anteriores são realizados pelo método cabendo ao julgador alimentar os seus juízos de valor com relação aos critérios e aos valores de cada alternativa e em cada um dos critérios Como foi explicado o método oferece resultados que permitem aos julgadores se auxiliarem na tomada de decisões o método pertence à família de Métodos Multicritérios de Apoio as Decisões Além disso ele oferece a possiblidade de incorporar critérios de caráter qualitativo presentes na prática empresarial e que por desconhecimento da ferramenta são negligenciados nos momentos da tomada de decisão ou são incorporados sem uma adequada estruturação Pode acontecer de fornecedores sediados no exterior no momento de considerar a sua participação no processo de escolha serem incorporados a partir desse método aspectos tais como estabilidade política e econômica do país em que se encontram a sua disponibilidade para entrar em processo de parceria entre outros elementos A sua aplicação com a ferramenta Excel disponível de forma gratuita no LDL da UFSC11 é relativamente fácil em um ambiente amigável As células da tabela que devem ser preenchidas já vão sendo indicadas de forma que o julgador se limita a construir a árvore decisória e oferecer os pesos para os critérios e as alternativas Na sua vida profissional o autor tem utilizado essa ferramenta para vários propósitos sendo alguns deles para a escolha de fornecedores de algumas empresas O método permite em certo grau realizar uma avaliação do comportamento dos fornecedores ao comparálos uns com os outros e obter as referidas tabelas de vetor de prioridades anteriormente estudadas Outra forma de escolher os fornecedores é baseada na utilização de um indicador integrativo que reúne os elementos influenciadores Esse método é pertinente quando todos os critérios em juízo são de natureza quantitativa 11 O Grupo de Estudos Logísticos da UFSC vinculado ao Laboratório de Desempenho Logístico LDL dessa mesma universidade desenvolveu uma versão em Excel utilizando esse método Essa ferramenta está disponível de forma gratuita no site do LDL httpslaboratoriodedesempenhologisticopaginasufscbrlogisticaempresarial Na página você encontrará o link Ferramenta AHPGELOG que abre a tabela Para acessála é necessário fazer o download para o computador do leitor escolhendo a opção Microsoft Excel xlsm 42 Comakership como forma de relacionamento com fornecedores O relacionamento com os fornecedores é uma questão de primordial importância para o funcionamento competitivo de uma organização Antes do ambiente globalizado dos tempos atuais os clientes criavam uma extensa base de fornecedores para que competissem entre si a fim de conseguir vantagens nos preços mais reduzidos gerados pela voracidade na competição Era o modelo ocidental clássico no qual o cliente enxergava os fornecedores como adversários que tentavam por todas as vias conseguir ganhos até aproveitando negligências do cliente nesse voraz relacionamento Foi assim que as empresas cresceram e se desenvolveram durante décadas nas quais primava o ganho individual de cada uma das partes e a relação era centrada no preço do produto Quando o fornecedor conseguia menor preço para seus produtos era muito bem valorizado pelo cliente sem considerar outras eventuais ineficiências associadas às questões de qualidade ou da confiabilidade nas entregas dos fornecedores Era uma visão de curto prazo visando ao ganho imediato sem ter uma projeção de longo prazo Uma parte perde e a outra ganha Uma relação de desconfiança Com a disseminação da globalização a entrada de players internacionais para os países foi favorecida e isso permitiu que boas práticas competitivas se espalhassem junto com a aparição de novas e maiores exigências dos mercados Começa a vigorar a necessidade de agregar valor maior valor a ser oferecido ao mercado Entre as componentes do valor encontrase o esforço econômico que o cliente tem de realizar para obter um produto ou serviço tendo o preço do produto como o seu maior expoente A forma tradicional de as empresas se relacionarem com os seus fornecedores visando ao ganho de uma das partes não sustentava mais a satisfação das novas exigências do mercado Para agregar o valor que estava sendo demandado não se conseguiria trabalhando cada um pelo seu lado tal qual inimigos Foi necessário começar um longo processo de integração entre fornecedor e cliente de modo que entre os dois fosse agregado o valor que estava sendo exigido Algumas manifestações para conseguir essa aproximação foram as certificações dos fornecedores outorgadas pelos clientes que estabeleciam uma série de requisitos e aqueles fornecedores que melhor os atendiam recebiam homenagens em forma de diplomas certificados ou reconhecimentos que eram entregues em solenidades Essa estratégia foi propiciando maior conhecimento de cada parte sobre a outra maior comprometimento entre ambas e um estímulo aos fornecedores por atender cada vez mais e melhor a esses requisitos que lhes outorgavam a classificação de certificado e com isso maiores possibilidades de contratos duradouros Dessa forma começou o processo de aproximação que depois acelerouse com a configuração das parcerias 43 A semelhança do que ocorre com as parcerias a certificação do fornecedor tem metas muito parecidas Ela visa a eliminação de desperdícios seja de material máquinas ou mão de obra o oferecimento do produto certo no lugar certo na quantidade certa na qualidade certa e na hora certa Tudo de acordo com as necessidades do cliente a prevenção de defeitos a redução de estoques o menor custo total a melhor qualidade e a maior lucratividade CHING 1999 p 183 As radicais mudanças nos modelos de negócio impostas pela globalização exigiram maior integração entre clientes e fornecedores surgindo o formato de parcerias o que significou um salto qualitativo na maneira de se relacionarem conseguindose agregar maior valor melhorar os lucros de ambas as partes e muito importante compartilhar riscos Esse último aspecto sempre foi um elemento gerador de divisões entre as duas partes já que uma queria que os riscos fossem assumidos pela outra Com esse novo formato derrubouse o preconceito e começouse a encarar como algo de interesse em ser contornado por ambas as partes Essa nova e intensa aproximação gera uma dependência mútua o que cria um clima favorável para continuar a integração e obter maiores resultados A contínua evolução para maior relação entre cliente e fornecedor derivou no surgimento de um estado mais avançado da parceria que passou a ser chamado de comaker com uma visão mais estratégica baseada em vínculos mais duradouros e com plena confiança um no outro Caracteriza se por participação conjunta no desenvolvimento de produtos e tecnologias Um caso que exemplificou esse relacionamento foi com a fabricação do primeiro automóvel mundial que foi o Ford Fiesta montado em Valencia Espanha Existia um componente de determinada borracha para fixar o motor do carro no chassi e o fornecedor recebia as especificações do produto e da qualidade que o cliente lhe enviava No entanto chegou o momento em que o cliente a montadora decidiu convidar o fornecedor para dentro da montadora mostrandolhe detalhes das condições de temperatura umidade torque a que estavam submetidas as peças de fixação do motor Nesse momento o fornecedor que é quem conhece e domina a tecnologia de fabricação o produto definiu que era capaz de fabricar um componente melhor do que esse que a montadora cliente estavalhe solicitando Dessa forma começou um processo de coprodução de comaker com ganhos para ambas as partes 44 Nesse processo de profunda integração o cliente costuma avaliar o fornecedor fazendo visitas nas instalações checando as instalações de manufatura e armazenagem de que dispõe e às vezes as condições de trabalho e atendimento da sua mão de obra No polo industrial de Manaus uma empresa que fabricava componentes de plástico para uma multinacional asiática recebia esse tipo de visita com certo caráter de auditoria e checava até as condições do refeitório dos trabalhadores os almoços e as merendas que eram fornecidos Na figura 18 vemos um esquema representativo da evolução do relacionamento entre clientes e fornecedores até atingir o grau de parceria Figura 18 Evolução do relacionamento clientefornecedor evolução fornecedor parceiro fornecedor com qualidade assegurada fornecedor com qualidade supervisionada fornecedor em desenvolvimentoo Fonte elaborado pelo autor Talvez o maior expoente dessa forma superior de relacionamento seja o italiano Giorgio Merli consultor de Milão quem estruturou de maneira lógica e fundamentada os tipos de relacionamento e a sua evolução O chamado Modelo de Merli estabelece vários níveis de relacionamento clientefornecedor MERLI 1994 e consiste em estabelecer três classes ou categorias baseadas na intensidade do relacionamento Sendo assim estabelece que na Classe III agrupamse os fornecedores normais na Classe II são contemplados os fornecedores de longo prazo e por fim na Classe I está o grupo dos fornecedores com maior integração Os fornecedores normais da Classe III são aqueles com menor grau de integração para os quais o foco ainda é o preço e recebem especificações de qualidade por parte do cliente A qualidade dos seus suprimentos é inspecionada com frequência pelo que assume a total responsabilidade dos casos de não concordância e o vínculo é de mais curto prazo 45 Os fornecedores da Classe II são chamados de habituais e o vínculo é duradouro Conseguem uma qualidade assegurada recebendo a certificação como fornecedor com base em critérios fixados por mútuo acordo Os seus suprimentos não são inspecionados Já os fornecedores da Classe I chamados de fornecedor comaker possuem um grau de integração e de participação muito maior que chega a se manifestar no desenvolvimento conjunto de novos produtos e tecnologias chegando ao caso de realizar codesign o que denota um pleno grau de integração compartilhando informações Este módulo foi dedicado ao estudo dos relacionamentos entre clientes e fornecedores bem como das suas tendências servindo para o profissional em logística saber como conseguir ganhos mútuos e aumento de competitividade empty page Neste módulo trataremos do problema dos estoques na Logística de Suprimentos fundamentando quando o estoque é necessário e agrega valor Também estudaremos os parâmetros utilizados na Gestão de Estoques e por fim o estoque de segurança Nesse caso veremos quando ele é necessário e como calculálo em condições probabilísticas que são as que acontecem no mundo empresarial Introdução Um dos aspectos de maior relevância no tratamento logístico é constituído pelos estoques No caso da Logística de Suprimentos os estoques de matériaprima sobressalentes embalagens materiais e insumos ocupam um peso significativo nos custos totais da organização Um problema que o profissional de logística deve solucionar é o nível de estoques da organização no armazém de matériasprimas Níveis de estoques baixos procurando economias podem ter consequências catastróficas ao interromper a produção pela falta deles Níveis de estoques elevados visando não ocasionar interrupções na manufatura geram gastos excessivos por capital imobilizado e também por eventuais obsolescências Daí procurar o nível adequado de estoques é um desafio para o profissional de logística Agora veremos alguns subsídios para tomar decisões adequadas no tratamento de estoques no almoxarifado da empresa em que atua Nesse sentido os objetivos do módulo são os seguintes i compreender o papel dos estoques de matériasprimas como elementos de agregação de valores e que por sua vez são geradores de custos ii estabelecer os parâmetros principais para a gestão de estoques de matériasprimas e materiais e iii determinar de forma fundamentada o nível de estoque de segurança em ambientes reais probabilísticos e dos demais parâmetros da gestão de estoques MÓDULO III GESTÃO DE ESTOQUES NA LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS 48 Problema dos estoques Os estoques são um elemento presente em todas as etapas da cadeia logística como vemos na figura 19 Figura 19 Estoques ao longo da cadeia logística Fonte elaborado pelo autor Estão presentes na Logística de Suprimentos no armazém de matériasprimas e no trânsito caso as compras sejam na modalidade FOB O estudo feito em 2018 pelo LDL da UFSC junto à Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Fiesc com relação ao custo logístico demostrou que 62 dos custos logísticos totais correspondem aos estoques na indústria catarinense No entanto analisando só a Logística de Suprimentos essa proporção passa para 75 o que realça a importância de um correto tratamento do problema FIESC 2019 Justo nessa área o especialista em logística encontra um campo amplo para realizações profissionais O estoque é considerado uma ineficiência um desperdiço um gasto desnecessário mas quando é corretamente dimensionado pode tornarse uma via para economias Primeiramente o estoque pode ser um elemento que permite aumentar o nível de serviço oferecido ao cliente por meio da disponibilização de estoques próximos do cliente de forma que lhe permita ter um atendimento mais rápido agregando utilidade de tempo O estoque também funciona como pulmão entre oferta e procura e pode significar economias na manufatura e no transporte 49 O fato de ter estoques de matériasprimas acumulados pode permitir que o processo de produção seja realizado sem interrupções O fato de acumular estoques para lotar um caminhão de grande porte pode significar que o processo de transporte seja realizado de forma mais econômica ao permitir carregamento completo do veículo O estoque de segurança bem dimensionado permite um estoque médio menor o que impacta positivamente o fluxo financeiro da organização Em contraposição estoques superdimensionados ocasionam impactos negativos no fluxo financeiro da empresa pelo peso do capital imobilizado estar acima do necessário Estoques subdimensionados podem acarretar grandes prejuízos por interrupções dos processos básicos da organização e ainda pior danos irreparáveis na imagem com as consequentes perdas de mercado Para um adequado tratamento do problema dos estoques devemos identificar as dimensões vinculadas a ele Primeiramente existe uma dimensão material que é o estoque físico como tal Também existe uma dimensão informacional já que todo estoque tem uma informação atrelada a ele Por último o estoque tem uma dimensão financeira quando é considerado capital imobilizado Vale salientar que considerações da contabilidade levam a considerar o estoque como um ativo necessário para que o processo básico da organização manufatura por exemplo possa ser efetuado No entanto na Logística considerase um custo já que significa um capital parado imobilizado que a organização precisaria para outros fins De outro ponto de vista o estoque pode ser agente de concretização de estratégias de centralização ou descentralização ao concentrálo em determinados pontos ou pulverizálo pelo território próximo dos clientes Por último o estoque pode ser agente para concretizar uma estratégia de terceirização quando um terceiro um operador logístico por exemplo se encarrega do controle de estoques Resumindo o estoque constitui um dos processos logísticos mais importantes especialmente na Logística de Suprimentos pelo que significa em custos capital imobilizado e pelo impacto no nível de serviço Essa dupla perspectiva deve ser compreendida pelo profissional de logística já que um elemento que consiga reduzir os custos e aumentar o nível de serviço constitui uma fonte para melhorar a competitividade Parâmetros para a gestão de estoque Para entender e gerenciar o problema dos estoques vamos lançar mão dos gráficos de estoque que mostram o comportamento dinâmico desse recurso 50 Na figura 20 tentase refletir sobre esse comportamento Figura 20 Gráfico de estoques Fonte elaborado pelo autor A representação é feita em um gráfico em que o eixo das abscissas representa o tempo e o eixo das ordenadas registra as quantidades em estoque Os parâmetros t1 t2 etc representam intervalos Os parâmetros D1 D2 e D3 representam a demanda nesse caso a razão de consumo do estoque acumulado e o parâmetro Q expressa a quantidade de reposição Nesse caso lote econômico de compras Para facilitar a compreensão vamos considerar que o quadro anterior corresponde ao estoque de calças jeans no armazém central de uma grande rede do varejo O lote econômico de compras Q está fixado em 10 mil calças jeans a Demanda D1 é de 12 calças por dia e os intervalos t1 t2 representam semanas Estabelecese que a demanda se comporta de forma constante durante o período na realidade em um dia poderiam ser vendidas oito calças em outro 16 etc que o suprimento chega no final do intervalo na realidade poderia chegar uma quinta ou sextafeira e que o suprimento é instantâneo ou seja que tudo é descarregado e habilitado nesse último momento Por isso o nível de estoque sobe instantaneamente no final do período No intervalo t2 por alguma razão as vendas desse produto despencaram e estão sendo vendidas sete calças por dia No gráfico demora mais a ser feito o suprimento que é realizado no final do intervalo 4 e o estoque sobe de novo Já no intervalo 5 por alguma outra razão a demanda teve um aumento brusco e estão sendo vendidas 20 calças por dia na rede toda Estamos supondo que tanto o lote de compras como os intervalos entre pedidos e o tempo de atendimento chamado como lead time têm um comportamento estático ou seja são fixos A ideia seria conseguir manter a flutuação dos níveis de estoques entre um valor máximo e um valor mínimo para dominálo como mostra a figura 21 51 Figura 21 Flutuação do nível de estoque entre um estoque máximo e um mínimo Gráfico simplificado Fonte adaptado de Dias 2010 Dessa forma podem ser identificados outros parâmetros no gráfico como o Estoque Médio Em o Ponto de Pedido PP o tempo de atendimento Ta ou lead time e o Intervalo entre Pedidos IP como mostra a figura 22 Figura 22 Parâmetros dos estoques Gráfico simplificado Fonte adaptado de Dias 2010 52 Podese observar que o Estoque de Segurança que é o Estoque Mínimo influencia todos os demais parâmetros de estoque Estoque Máximo Estoque Médio Ponto de Pedido A relação entre eles é a seguinte Emax ES Q Emed Es Q2 PP Es TaD IP 1N N DQ Modelos de reposição de estoques Existem dois modelos básicos para fazer a reposição de estoques o suprimento a Modelo de reposição contínua chamado de Sistemática Q no qual a quantidade que se solicita sempre é fixa e o intervalo entre pedidos pode resultar variável Esse modelo costuma ser utilizado quando o lote econômico de compras tem um peso ou quando o fornecedor estabelece uma quantidade mínima para vender b Modelo de revisão periódica chamado de Sistemática P no qual o que resulta fixo é o intervalo em que se faz a revisão e o pedido e tem comportamento variável a quantidade Q a solicitar Esse modelo costuma ser utilizado em farmácias ou em redes de franquias Na figura 23 vemos um esquema com o comportamento do estoque quando é utilizado um modelo de reposição contínua Figura 23 Gráfico da variação do estoque com um modelo de reposição contínua Modelo de reposição contínua Fonte elaborado pelo autor 53 Nesse caso a demanda com uma razão de consumo D1 atinge o Ponto de Pedido PP e então deve ser feita uma ordem de reposição e o suprimento chega um tempo depois e eleva o nível de estoque de novo Depois disso a demanda D2 cai e o estoque demora mais para atingir o PP por isso o intervalo IP2 é maior que o intervalo IP1 Demorase mais a solicitar um pedido de novo Quando é feita a reposição a demanda D3 cai ainda mais e o sistema demora muito mais a atingir o PP Por sua vez na figura 24 vemos um esquema com o comportamento do estoque caso seja usado um sistema de reposição periódica Figura 24 Gráfico da variação do estoque quando utilizado um modelo de reposição periódica Fonte elaborado pelo autor Observase que os intervalos de revisão não variam são iguais mas as quantidades a serem solicitadas sim No primeiro intervalo solicitase a quantidade Q1 que seria o que falta para levar o estoque de novo ao nível máximo e já no segundo intervalo a quantidade que se solicita de reposição Q2 é maior já que por causa do consumo no intervalo falta mais para votar ao nível máximo Estoque de segurança Como foi visto anteriormente o estoque de segurança influencia quase todos os parâmetros de estoque por isso a importância de apreender a calculálo Vale salientar que esse é um assunto pouco subsidiado na prática empresarial em que o nível de estoque de segurança é definido de forma empírica na maior parte das vezes sem um sustento que leve a estabelecer de forma fundamentada o nível de estoque necessário para constituir essa categoria 54 Muitas vezes não existe a consciência de que o estoque de segurança existe idealmente para não ter de usálo Acontece o mesmo quando alguém paga o seguro do carro A pretensão é não ter de usar o seguro nunca mas ter o seguro caso aconteça alguma perturbação Na prática empresarial também funciona assim o estoque de segurança existe para preparar a empresa para eventuais perturbações tanto na demanda como no lead time ou tempo de atendimento Na figura 25 apresentamos os fatores que influenciam o nível do estoque de segurança Figura 25 Fatores que influenciam no nível do estoque de segurança Fonte elaborado pelo autor Em outras palavras vai depender da relação entre o que entra e o que sai mas com influência direta dos seguintes parâmetros demanda D e variabilidade da demanda σD e na entrada do tempo de atendimento ou lead time Ta e da variabilidade do mesmo σTa Outro fator que influencia é o Nível de Confiança que se pretende obter na decisão Por exemplo um nível de confiança de 90 significa que a cada 100 pedidos devese ter estoques para atender a 90 O fenômeno do estoque de segurança se manifesta após atingido o ponto de pedido PP e feita a ordem de reposição Continuando o exemplo do armazém central de uma rede de lojas que comercializa calças jeans como foi dito no cenário simulado o lote de compra é de 8 mil calças jeans e o tempo de suprimentos é de 21 dias já que o fornecedor está na Ásia Uma vez colocado o pedido de suprimentos a demanda poderia comportarse como o previsto poderia ser maior ou até menor do que o previsto Outro tanto acontece com o lead time o tempo de atendimento que pode comportarse como previsto demorar mais por eventuais perturbações ou até ser menor do que o previsto Todas essas possibilidades são resumidas na figura 26 Figura 26 Comportamento do estoque depois do ponto de pedido com a influência de variabilidade da demanda e do lead time Es D variável e Ta variável Estoques PP Es Ta1 Ta Ta2 Fonte elaborado pelo autor Equacionando todos esses elementos nas fórmulas clássicas de variância e desvio padrão podese chegar ao seguinte resultado Quadro 2 Estoque de segurança com variabilidade da demanda e do lead time Es D variável e Ta variável Es Z Ta σD² D² σTa² σD desvio padrão da demanda σTa desvio padrão do tempo de atendimento Z variável normal padronizada Fonte adaptado de Dias 2010 O parâmetro Z significa a parte do mercado que não poderá ser atendida com esse nível de confiança estabelecido Representa a quantidade de desvios padrões na direita do valor médio da demanda e esses valores já foram calculados e colocados em uma tabela como a que vemos na tabela 8 56 Tabela 8 Tabela da distribuição normal segunda decimal de z z 000 001 002 003 004 005 006 007 008 009 00 05000 04960 04920 04880 04840 04801 04761 04721 04681 04641 01 04602 04562 04522 04483 04443 04404 04364 04325 04286 04247 02 04207 04168 04129 04090 04052 04013 03974 03936 03897 03859 03 03821 03783 03745 03707 03669 03632 03594 03557 03520 03483 04 03446 03409 03372 03336 03300 03264 03228 03192 03156 03121 05 03085 03050 03015 02981 02946 02912 02877 02842 02810 02776 06 02743 02709 02676 02643 02611 02578 02546 02514 02483 02415 07 02420 02389 02358 02327 02296 02266 02236 02206 02177 02148 08 02119 02090 02061 02033 02005 01977 01949 01922 01894 01867 09 01841 01814 01788 01762 01736 01711 01685 01660 01635 01611 10 01587 01562 01539 01515 01492 01469 01446 01423 01401 01379 11 01357 01335 01314 01292 01271 01251 01230 01210 01190 01170 12 01151 01131 01112 01093 01075 01056 01038 01020 01003 00985 13 00968 00951 00934 00918 00901 00885 00869 00853 00838 00823 14 00808 00793 00778 00764 00749 00735 00722 00708 00694 00681 15 00668 00655 00643 00630 00618 00606 00594 00582 00571 00559 16 00548 00537 00526 00516 00505 00495 00485 00475 00465 00455 17 00446 00436 00427 00418 00409 00401 00392 00384 00375 00367 18 00359 00352 00344 00336 00329 00322 00314 00307 00301 00294 19 00287 00281 00274 00268 00262 00256 00250 00244 00239 00233 57 segunda decimal de z 20 00228 00222 00217 00212 00207 00202 00197 00192 00188 00183 21 00179 00174 00170 00166 00162 00158 00154 00150 00146 00143 22 00139 00136 00132 00129 00125 00122 00119 00116 00113 00110 23 00107 00104 00102 00099 00096 00094 00091 00089 00087 00084 24 00082 00080 00078 00075 00073 00071 00069 00068 00066 00064 25 00062 00060 00059 00057 00055 00054 00052 00051 00049 00048 26 00047 00045 00044 00043 00041 00040 00039 00038 00037 00036 27 00035 00034 00033 00032 00031 00030 00029 00028 00027 00026 28 00026 00025 00024 00023 00023 00022 00021 00021 00020 00019 29 00019 00018 00017 00017 00016 00016 00015 00015 00014 00014 30 000135 35 0000 233 40 0000 031 7 45 0000 0030 40 50 0000 000 287 Fonte Ballou 2007 Apêndice B p 517518 O procedimento de cálculo do valor do Z é o seguinte 1 deduzir de 10 o valor do Nível de Serviço ou confiança em fração 2 procurar na tabela o valor que mais se aproxima ao anterior 3 identificar a fila e a coluna onde se encontra o valor obtido no passo anterior e 4 somar a fila e a coluna identificadas anteriormente chegando ao valor do Z Vejamos com um exemplo Qual será o valor do Z para um Nível de Confiança ou de serviço de 90 Seguindo os passos anteriores 1 deduzir de 10 o valor do Nível de Serviço 10 09 01 2 valor na tabela mais próximo ao anterior 01003 3 identificar na tabela a fila e a coluna em que se encontra o calor anterior fila 12 e coluna 008 e 4 somando os valores anteriores obtémse o valor do Z Z 12 008 12 Significa que para um Nível de Confiança de 90 teríamos de trabalhar com um valor equivalente à média mais 128 vezes o desvio padrão Na figura 27 resumese essa situação graficamente Figura 27 Representação gráfica para um nível de confiança de 90 área tabulada Z 128 σ NC09 Fonte adaptado de Ballou 2007 Agora vejamos um exemplo para demostrar o cálculo dos parâmetros de estoque Suponhamos que um item tem uma demanda estimada de 20 itensdia com um desvio padrão de 2 itens que o tempo de atendimento do fornecedor tem um valor médio de 10 dias com um desvio padrão de um dia e que o lote econômico de compras foi fixado em 3 mil itens Pretendese um nível de confiança de serviço de 92 Os parâmetros de gestão de estoques desse item são os seguintes primeiro temos de calcular o Estoque de Segurança Es para o qual resulta necessário calcular o valor da variável normal padronizada Z Como explicado anteriormente o procedimento para calcular Z 1 092 008 Valor mais próximo de 008 na tabela de distribuição normal é 00793 cuja célula está na fila 14 e na coluna 001 de forma que o valor de Z 13 001 logo Z 141 Agora partimos para o cálculo do Estoque de Segurança com a fórmula discutida Es 14110 2² 20² 1² Es 295 mas é preciso sempre arredondar para cima porque não pode existir meio estoque Então Es 30 itens Daí partimos para o cálculo do resto dos parâmetros utilizando as fórmulas já vistas 59 Emax 30 3000 Emax 3030 itens Emed 30 30002 Emed 1530 itens PP 30 10 20 PP 230 itens Em outras palavras nas condições anteriores precisase de um estoque de segurança de 30 itens e quando se atinge um nível de estoque de 230 itens é feito um pedido de reposição ordem de compra de 3 mil itens que chegam aproximadamente aos 10 dias de ter sido feito o pedido elevando o estoque até um valor máximo de 3300 itens Tudo isso gera um estoque médio de 1530 itens Vale salientar que no Excel existem comandos que permitem calcular o valor do Z para qualquer nível de confiança que se estabeleça sem precisar mais do uso da tabela estatística antes comentada O uso dessa tabela foi justificado com o propósito de poder explicar a fundamentação estatística de todo esse processo Com esses conhecimentos o profissional de logística está apto a realizar uma gestão de estoques de matériasprimas de forma fundamentada evitando empirismos que levem a custos desnecessários Em síntese dedicouse atenção a um dos aspectos que resulta de vital importância na logística e no desempenho da organização os estoques Sem eles a organização pode colapsar paralisando os seus processos básicos Com excesso deles a organização pode asfixiarse financeiramente pelos dispêndios que resultam desses recursos Por isso a importância de poder dar um tratamento fundamentado a esse assunto Neste módulo estudamos toda a fundamentação básica dos estoques permitido que aluno que possa compreender o papel dos estoques como elemento de agregação de valores e evitar que se convertam em geradores de custos desnecessários Foram expostas as principais considerações que permitem calcular o nível de estoque de segurança em condições probabilísticas que são as que se apresentam na vida real no meio empresarial Com esses conhecimentos o profissional de logística se torna mais qualificado para exercer o seu papel nesse delicado assunto de estoques na parte inicial da logística da sua organização Neste módulo identificaremos algumas tendências nos modelos de negócios contemporâneos e como influenciam a Gestão Logística de Suprimentos Primeiramente estudaremos o modelo de coleta programada como forma de suprimento enxuta Na sequência analisaremos o que significa Blockchain e como a Logística de Suprimentos teria de se adaptar a essa forma de trabalho das organizações De igual forma caracterizaremos a servitização nos insumos de suprimentos e definiremos como uma nova forma de agregar valor a toda a atividade empresarial Introdução O ambiente empresarial contemporâneo está absorvendo cada vez mais a disseminação da filosofia lean manufacturing manufatura enxuta que ultrapassa as fronteiras das empresas industriais e já se expande nas suas aplicações para setores de serviços como o chamado lean healthcare na saúde e até em um plano mais geral o Lean thinking A Logística não escapa dessa influência e já estão sendo estruturadas soluções no formato Logística Lean Essa tendência impõe ao profissional de logística a necessidade de desenvolver competências nesse campo em todas as etapas da logística sendo uma delas a que interessa ao escopo desta disciplina a Logística de Suprimentos Concomitantemente estãose impondo tendências baseadas no uso intenso da tecnologia e com elevada valorização do capital humano Nesse contexto surge o conceito da Nova Economia que está colocando mudanças radicais no ambiente empresarial nas suas tradicionais formas de se organizar e de trabalhar MÓDULO IV TENDÊNCIAS QUE IMPACTAM A LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS 62 A nova economia foi vista como uma mudança de uma economia de manufatura e baseada em commodities para uma que utilizou tecnologia para criar novos produtos e serviços a uma taxa que a economia tradicional de manufatura não poderia igualar A nova economia foi anunciada como a economia do conhecimento a economia de dados a economia de comércio eletrônico e assim por diante INVESTOPEDIA 2019 Fenômenos como a desmaterialização das coisas já não são exceções começando pelo dinheiro que tem tido uma drástica mudança nas transações financeiras entre negócios convertendose de elementos tangíveis notas e moedas para elementos digitais intangíveis Soluções disruptivas estão sendo assimiladas pelas empresas e exigindo ao seu capital humano preparo para trabalhar nesse novo ambiente Na Logística o impacto dessas tendências começa a se manifestar e corresponde ao profissional de logística especificamente ao que atua na Logística de Suprimentos prepararse para assimilar essas vigorosas tendências desenvolvendo competências que lhe permitam trabalhar em tais ambientes disruptivos São objetivo deste módulo i conhecer as características do funcionamento do milk run como logística de suprimento enxuta ii identificar as características e as funcionalidades da blockchain e como uma Logística de Suprimento se encaixa nesse novo formato e iii conhecer as características do processo de servitização avaliando se seria melhor adquirir de um fornecedor o produto que este fabrica ou o serviço que possa oferecer Milk Run como forma de suprimento enxuto No módulo 1 mencionamos que uma das possíveis formas de relacionamento com o fornecedor seria com a filosofia JIT que prega a redução ao mínimo praticamente a zero dos estoques Continuando nesse assunto podemos estabelecer que dentro da pretensão da filosofia JIT poderiam ser concretizadas três formas de realizar o suprimento dos fornecedores O suprimento direto se caracteriza por altos volumes de matériasprimas entregues diretamente ao cliente por cada fornecedor Esses fornecedores estão localizados relativamente próximos do comprador Na figura 28 vemos um esquema com essa situação 63 Figura 28 Suprimento direto Fonte elaborado pelo autor Em outra situação os fornecedores não se encontram tão próximos do cliente e as quantidades de matériasprimas ou componentes a entregar não são elevadas Nesse caso pratica se um suprimento com montagem no qual um dos fornecedores mais próximos do cliente se encarrega de receber os suprimentos dos fornecedores restantes e pode até realizar a montagem de alguns componentes para entregar ao cliente Poderia acontecer de não ser um fornecedor mas sim um depósito para realizar essa consolidação e a montagem prévia de componentes Na figura 29 vemos um esquema com essa situação Figura 29 Suprimento com montagem Fonte elaborado pelo autor Já no caso de uma mistura das duas situações anteriores em que os fornecedores estão relativamente próximos do cliente e devem entregar volumes pequenos de peças e componentes pode ser organizado um suprimento de coleta programada comumente chamado de milk run Nessa situação elaborase uma rota para que veículos de transporte organizados pelo cliente façam o percurso visitando cada fornecedor e recolhendo o suprimento deles para fazer a entrega direto no cliente 64 Na figura 30 vemos um esquema representando essa situação Figura 30 Suprimento milk run Fonte elaborado pelo autor No quadro 3 a seguir mostramos um indicativo das condições de volume de produtos e distância que são mais aconselháveis para um ou outro tipo desses suprimentos Quadro 3 Tipo de suprimento em função da distância e do volume volume anual alto direto direto baixo milk run montagem pequena pequena distância entre fornecedor e cliente Fonte Stenger e Fenrrin 1989 apud Moura 2000 p 119 No processo de suprimentos as empresas compradoras encontram alguns problemas sendo os principais altos custos de estoques ocasionados pelo acúmulo de suprimentos gerados por frequências de transporte demoradas e carregando grandes quantidades de suprimentos desnivelamento nos fluxos de entrega de suprimentos que ocasionam fretes emergenciais para compensar as faltas podendo chegar a interrupções no processo principal do comprador pela falta de algum dos componentes e 65 saturação do espaço físico do armazém pelo fato de chegarem quantidades maiores do que as necessárias e das desproporções em tempo de entrega pelos fornecedores Esse problema pode levar a contratos emergenciais de áreas de armazenamento O problema mais expressivo está entre os custos de transporte e de estoques que se apresentam de forma confiante Visando às economias de frete carregamse os veículos o mais plenamente possível de modo a reduzir a frequência das entregas o que se traduz em menos viagens diminuindo o custo total de transporte No entanto isso ocasiona maior nível de estoque no cliente por terem sido entregue maiores quantidades em cada veículo que chega o que gera elevação dos custos de estoques Por outro lado visando reduzir os custos de estoques organizamse processos de transporte com maior frequência carregando menos volume de produtos o que se traduz em maiores custos de transportes Na figura 31 vemos esse conflito de forma gráfica Figura 31 Conflito entre custos de transporte e custos de estoque Fonte adaptado de Taboada 2009 Para solucionar esse problema existem vários métodos entre eles o suprimento milk run que consegue balancear ambas as tendências desses dois elementos de custos logísticos Essa forma de suprimento será estudada a seguir Conceito de milk run O nome dessa forma de suprimentos remonta ao início do século XX quando as cooperativas de leiteiros nos Estados Unidos tinham de reduzir os custos de transporte que estavam impactando o desempenho negativamente Com um esquema descentralizado12 cada produtor de leite realizava o suprimento para o pasteurizador diretamente Foi assim que a cooperativa decidiu fazer uma reconversão desse esquema substituindo o modelo descentralizado por um modelo centralizado 12 Este conceito já foi estudado na unidade 3 no módulo 1 desta apostila 66 no qual a própria cooperativa se encarregava de com um veículo disposto por ela passar por todas as fazendas coletando o leite deixando embalagens vazias para o próximo dia e levando o produto coletado para o pasteurizador Como consequência houve uma substancial redução dos custos de transporte e um impacto positivo no preço do produto para o seu cliente A figura 32 oferece um veículo de época fazendo o percurso Figura 32 Veículo percorrendo fazendas para coletar o leite e deixar uma embalagem vazia Fonte domínio público Na foto notase que o veículo está transportando galões alguns deles cheios de leite coletados nas fazendas outros vazios para ir deixando nas próximas fazendas no momento de coletar o galão cheio Em outras palavras o próprio veículo de coleta é utilizado para levar de volta as embalagens vazias que permitem ao produtor de leite ter capacidade de embalagem para colocar a produção que será coletada no dia seguinte Podese observar também na foto a necessidade de padronização das embalagens já que se isso não existisse a utilização do veículo seria comprometida não conseguiria ser carregado plenamente com o consequente efeito negativo no custo desse transporte Na figura 33 esquematizamos o percurso criando uma volta completa o que motivou o nome dessa forma de suprimento milk run que significa volta do leiteiro 67 Figura 33 Volta do leiteiro Fonte Ribeiro e Marins 2003 Resultou analisar em detalhe como deveria ser essa rota de coleta para evitar que o veículo passasse em duas ou mais fazendas sem fazer cruzamento do caminho e dessa forma otimizar o percurso do veículo Mais tarde os japoneses incorporam essa ideia da cooperativa dos leiteiros americanos à sua indústria especificamente a Toyota que partindo desse conceito desenvolveu o Toyota Production System que lhe permitiu realizar um suprimento de peças dos seus fornecedores na modalidade que denominaram JIT como estoque zero Essa experiência da Toyota foise expandindo a outras montadoras e mais tarde a outros setores especialmente o eletroeletrônico e o de automação conseguindose com isso uma generalização na utilização desse princípio Conceito do suprimento milk run É um sistema no qual se realiza uma coleta no fornecedor de forma programada Por isso a sua definição é a seguinte É um sistema de suprimento que consiste na realização de uma coleta entre os fornecedores de peças ou componentes de forma programada percorrendo rotas que também foram definidas com antecedência com o propósito de reduzir os custos de estoque e ao mesmo tempo os custos de transporte sem deixar de abastecer o cliente e chamado também de sistema de coleta programada TABOADA 2009 p 25 e 26 68 O seu rasgo mais distintivo é que o próprio cliente organiza e realiza a coleta nos fornecedores definindo rotas quantidades a serem coletadas horários estabelecendo a sequência dessa coleta e definindo janelas de tempo para as mesmas tudo programado o que justifica o nome atribuído ao sistema Para isso o requisito inicial é que as compras sejam feitas na modalidade FOB já discutida em módulo anterior na qual o cliente procura os produtos nos fornecedores e cabe a ele organizar e definir o transporte Como é o cliente quem define o que vai ser coletado não serão carregados produtos que não foram solicitados impactando positivamente o nível de estoque no cliente com a consequente redução de custos nesse aspecto Aumentase também a produtividade na área de recebimento já que não se formam fileiras de caminhões diferentes que podem chegar de forma desorganizada Moura e Botter 2002 realizaram uma excelente descrição desse método e apontam que no propósito de reduzir os custos de transporte devese conseguir a plena utilização da capacidade de transporte e ao mesmo tempo as rotas da coleta devemse otimizar De igual forma esses autores insistem em que o transporte dessas matériasprimas ou desses componentes deve ser realizado unicamente quando for solicitado e carregando exclusivamente a quantidade necessária que foi preestabelecida e definida pelo cliente Existem várias formas de realizar a coleta programada e os próprios autores Moura e Botter 2002 conseguem sintetizar definindo que são Coleta realizada pelo cliente utiliza veículos próprios e define a rota que vai utilizar as quantidades e os tipos de peças a coletar em cada fornecedor o horário sempre na tentativa de conseguir a melhor utilização da capacidade do veículo Coleta realizada por um terceiro seria um transportador contratado pelo cliente Esse transportador realizará apenas a coleta correspondendo ao cliente a definição do roteiro as quantidades a coletar os horários etc e Coleta realizada por operador logístico nesse caso o próprio cliente continua definindo as quantidades de peças a serem coletadas nos diferentes fornecedores e corresponde a um operador logístico contratado por esse definir os roteiros e os horários de coleta A figura 34 representa por um esquema como se procede com essa forma de suprimentos 69 Figura 34 Esquema do suprimento milk run Fonte Ribeiro e Marins 2003 Requisitos básicos para implantar o sistema de suprimento milk run Nem sempre é pertinente adotar essa forma de suprimentos Por exemplo casos específicos em que as peças a suprir por um fornecedor comprometem a utilização da capacidade do veículo de coleta peças de grande volume ou de geometria que dificulta a acomodação de outras peças e que não permitem uma adequada utilização da capacidade de carga do veículo não justificam a utilização desse sistema de coleta programada Por outra parte se não existe um consumo reiterado de peças ou componentes do mesmo fornecedor também não é eficiente utilizar esse sistema Não dá para pensar em fazer coletas a cada sete ou oito dias em determinado fornecedor Existem algumas considerações mínimas para poder estruturar esse sistema de suprimento que Moura e Botter 2002 e Taboada 2009 comentam Quantidade e localização de fornecedores não devem ser muitos e devem estar localizados relativamente próximos uns dos outros e principalmente do cliente Fornecedores muito distantes começam a estender o ciclo de entrega atrasando o transporte e ocasionando custos maiores tanto no transporte como nos estoques que se acumulam necessariamente no cliente como resultado do aumento do ciclo de suprimento Confiabilidade dos fornecedores e transportadores é vital para que o sistema funcione já que existem janelas de tempo estritas que se não se cumprem geram efeitos cascata afetando o ciclo completo Os fornecedores têm de ter prontos os produtos que lhe foram solicitados com a qualidade requerida e a sua documentação O transporte também deve ser rigoroso no cumprimento dos prazos pelas rotas em que transitem Competências dos envolvidos tanto fornecedores como transportadores devem possuir conhecimentos habilidades e atitudes que lhes permitam trabalhar de forma integrada com disciplina e comprometimento 70 Qualidade da documentação se a documentação que acompanha os pedidos a serem coletados não está pronta no momento da coleta ou apresenta problemas no preenchimento de algum campo a coleta não pode ser feita e se paralisa o processo completo gerando um efeito cascata nos pontos de coleta restantes com a consequente afetação ao cliente podendo ser desastroso para ele Embalagens padronizadas como foi apontado no começo deste tópico as embalagens têm de estar padronizadas de forma que permitam a melhor utilização da capacidade do veículo de transporte e com isso atender a um dos princípios desse método que é reduzir os custos de transporte O transportador deve escolher o veículo mais apropriado para as embalagens que serão carregadas no intuito de aproveitar ao máximo essa capacidade Se acontecer uma necessária mudança em algumas das embalagens por parte de um fornecedor isso deve ser comunicado imediatamente ao transportador para que ele analise qual será o veículo mais apropriado para essa nova situação e Compartilhamento de informações é vital para conseguir um funcionamento harmônico entre os envolvidos O sistema de coleta programada exige uma estrita sincronização do trabalho dos participantes e compartilhar informações é imprescindível para isso Além disso compartilhar informações com antecedência informações do cliente do que pretende fabricar etc possibilita aos fornecedores principalmente que se preparem para garantir que quando chegue o veículo a realizar a coleta tudo esteja pronto Quando existe alguma dispersão entre os fornecedores pode ser útil a implementação de mais de uma rota de coleta cada uma se encarregando dos fornecedores que estejam mais próximo da rota Na figura 35 vemos um esquema dessa situação Figura 35 Milk run com duas rotas Fonte elaborado pelo autor 71 Outra situação específica que pode ser organizada com essa forma de suprimentos é quando um grupo de fornecedores está mais distante Nessa situação um dos pontos da rota básica da coleta é designado para receber os produtos coletados desses fornecedores mais distantes com outra rota complementar Com isso conseguem o acesso à rota principal de coleta em um ponto único Em algumas situações esse ponto concentrador que pode ser um fornecedor realiza uma pré montagem de vários componentes coletados na rota complementar para entregar um subconjunto para o cliente Na figura 36 vemos um esquema com essa situação Figura 36 Milk run com prémontagem Fonte elaborado pelo autor Milk run é uma forma de suprimento enxuta já que permite eliminar desperdícios de estoques de transporte e de tempo reduzindo os custos totais A sua essência é que consegue equilibrar os elementos de custos logísticos conflitantes custos de transporte e custo de estoques e serve para preparar condições para um suprimento JIT Neste tópico explicamos os aspectos que fundamentam o eficiente processo de suprimentos e o profissional de logística deve sempre avaliar os custos que pode acarretar para determinar a viabilidade de aplicálo Nesse campo o profissional de logística tem excelentes oportunidades para o seu exercício profissional já que se bemfeito é uma forma de agregar valor à organização 72 Blockchain e a logística de suprimentos Como foi colocado no início do bloco está surgindo uma nova economia com ênfase no uso de novas tecnologias para alavancarem os negócios A utilização tão intensa das tecnologias está adquirindo caráter disruptivo que leva a questionar paradigmas de funcionamento dos negócios até agora considerados consolidados e eficientes Na área da Logística esses impactos também se manifestam de forma disruptiva de modo que é preciso adaptação a essas novas exigências de funcionamento do mercado O profissional de logística terá de adquirir conhecimentos a respeito para exercer a sua profissão nesses ambientes de forma bemsucedida Uma dessas tendências é a chamada blockchain Características da blockchain As redes de empresas e de negócios atuais se arquitetam em bases de dados com caráter centralizado e com conectividade entre elas Isso impõe aos que participam dessas redes a necessidade de utilizar uma terceira entidade para garantir privacidade e segurança aos seus dados digitais criando um grau de dependência com esse terceiro KUHI KAARE KOPPEL 2018 A tecnologia blockchain oferece uma solução para a dependência e a insegurança dos dados que de forma centralizada são coordenados permitindo que o compartilhamento de dados e transações entre entidades desconhecidas e por isso não confiáveis seja feita em segurança sem a necessária participação de um terceiro que assuma o papel de autoridade Essa tecnologia passou a ser amplamente conhecida quando Satoshi Nakamoto publicou um artigo em que introduzia a criptomoeda Bitcoin que utilizava a blockchain e garantia por meio dela a segurança das transações Com relação ao momento da aparição da blockchain Tijan et al 2019 expressam que essa ideia já estava sendo utilizada desde 1991 quando Stuart Haber e Scott Stornetta publicaram um trabalho sobre um encadeamento de bloco criptograficamente seguros e um ano depois utilizaram o desenho de uma Árvore de Merkle para esse encadeamento possibilitando que vários documentos fossem coletados em um único bloco A Bitcoin criou uma revolução no mundo dos negócios no que diz respeito às formas de realizar as transações comerciais Mostramos de forma bem resumida essa função na figura 37 73 Figura 37 Essência da utilização da Bitcoin Permite troca direta entre PARCEIROS e FORNECEDORES exigindo pouca estrutura de serviços principalmente BANCÁRIOS Fonte adaptado de FONTES 2018 Só um ano depois apareceram alternativas para realizar transações para diferentes propósitos mas utilizando a mesma plataforma de blockchain que havia sido criada para as Bitcoins Na figura 38 aparecem algumas das mais conhecidas Figura 38 Outras moedas para transações virtuais mesmo conceito usado por outras pessoas Funcionam porque empresas envolvidas dão a credibilidade necessária para se aderir Fonte adaptado de Fontes 2018 O processo de transferência de Bitcoins foi sintetizado de forma ilustrativa por Huges et al 2009 mostrado no quadro 4 a seguir 74 Quadro Processo de transferência de Bitcoins Fonte adaptado de Hughes et al 2019 O professor Orlando Fontes da Universidade Estadual de Campinas Unicamp oferece uma importantíssima reflexão sobre o assunto Tentando leválo para o ambiente logístico projeta os pilares fundamentais desse tipo de sistema FONTES 2019 cujos conteúdos se expressam de forma resumida na figura 39 Figura 39 Pilares que sustentam a plataforma blockchain Fonte adaptado de Fontes 2018 75 Salientamos que o nível de serviço que o mercado está exigindo vai demandar o aumento das conexões digitais entre os agentes envolvidos na entrega de produtos tanto físicos como digitais Como se trata de um assunto ainda em consolidação existem definições não coincidente plenamente Uma delas pela sua formulação bastante completa é a seguinte Uma blockchain é um tipo de banco de dados que armazena qualquer coisa que tenha valor digital Cada nova transação é salva em um bloco que por sua vez é adicionado a uma cadeia de registros existentes Uma blockchain típica duplica os dados por uma rede aberta de modo que todas as pessoas na blockchain possam ver suas atualizações simultaneamente e todas as atualizações sejam validadas através de um processo de verificação pública que garante precisão sem a necessidade de uma autoridade central como um banco SAS 2019 Dessa definição podese apreciar o caráter plenamente digital do conceito a potencialidade no armazenamento e no tratamento de dados e o acesso totalmente confiável dos envolvidos bem como a necessária transparência ao estar lidando com pessoas ou entidades desconhecidas Mais simplificada e sucinta resulta a seguinte definição Uma rede descentralizada e criptografada certifica e guarda todas as informações transacionais entre as pessoas de forma imutável RIBEIRO 2019 Sobre os impactos que esse fenômeno pode acarretar à Logística o próprio professor Fontes afirma que esse potencial disruptivo da blockchain vai criar mudanças radicais na Logística que conhecemos atualmente e chama a atenção ao processo de economia compartilhada na qual os elementos individuais se integram até constituir processos coletivos de significância Como exemplo temos o Uber em que tanto os usuários passageiros como os prestadores motoristas se cadastram na plataforma sem se conhecer e de forma independente um para consumir e o outro para oferecer serviço de transporte LIMA 2018 Impactos radicais vãose manifestar nas clássicas operações logísticas que conhecemos atualmente A Logística de Suprimentos será uma das áreas da Logística que terá impactos transformadores já que pela sua natureza precisa interatuar com fornecedores transportadores e o modelo de transação tradicional terá de ceder passo a um modelo de transação de blockchain Na figura 40 vemos a síntese de ambos os modelos 76 Figura 40 Modelos tradicional e de blockchain para as transações modelos transacionais modelo de transação tradicional modelo de transação blockchain atributos do blockchain 1 tecnologia de registro distribuído 2 conceito peer to peer 3 criptografia Transações são validadas por uma autoridade central ex banco ou trader Dados transacionais são armazenados pela autoridade central Transações são transferidas diretamente entre as duas partes Dados transacionais são armazenados em um blockchain distribuído nos computadores dos participantes 1 transparente 2 descentralizado e 3 seguro Fonte adaptado de Fontes 2018 Neste tópico vimos uma das tendências baseadas no uso intenso de tecnologia que vai revolucionar a forma de realizar a Logística e dentro dela a Logística de Suprimentos Por tal razão o aluno deve continuar o seu aprofundamento nesse assunto à medida que se consolide para se manter competitivo nessa área Servitização na logística de suprimentos Outra tendência que já se manifesta com impactos específicos na Logística de Suprimentos é a servitização Durante décadas a forma natural de fazer os negócios tem sido que o cliente adquire um produto de um fornecedor um equipamento ou um maquinário arca com esse ativo para realizar algum tipo de atividade com ele Pensando na agregação de valores e tendo em conta que o valor é a força que une a empresa com o mercado caberia ao profissional de logística se perguntar se para a sua empresa seria melhor continuar adquirindo de fornecedores os produtos ou se seria melhor comprar o serviço ficando o produto nas mãos do próprio fornecedor que teria a posse do produto Um caminho que está chegando e o profissional de logística deve estar preparado para isso 77 No formato tradicional um fornecedor que vende um equipamento a um cliente se vê na obrigação de lhe oferecer serviços de manutenção de peças e às vezes até de treinamentos aos funcionários do cliente para que aprendam como utilizálo Lay 2014 comenta que esses serviços eram considerados um mal necessário que tinha de ser feito mas não como um ativo estratégico Baines et al 2009 estabelecem que o termo servitização foi construído para que os fabricantes se tornassem provedores de serviços já que constitui uma fonte de agregação de valor Os clientes desejam mais do que o próprio produto as soluções as funcionalidades que um produto lhes oferece mas o que está acontecendo é que mediante mercadorias estão vendendo soluções aos clientes Dessa forma surge o conceito de servitização que significa oferecer pacotes em que se combinam o produto e os serviços de acompanhamento do produto atendimento e repasse de knowhow para o cliente São muito comentados os casos da Xerox que em vez de vender fotocopiadoras vende o serviço de fotocópias feito em ilhas de impressão colocadas nas empresas e que são de propriedade da Xerox pagando o cliente só pelo serviço que recebido nesse caso quantidade de fotocopias O ativo não pertence ao cliente mas sim ao fabricante Correa 2018 estabelece que o processo de servitização oferece ganhos e benefícios tanto ao fabricante como ao comprador Quando bem estruturado ambas as partes podem obter resultados positivos incentivando ainda mais essa prática Além disso o autor elenca esses elementos motivadores Para o fornecedor o serviço é mais difícil de se copiar como era o caso do produto físico ou bem material O serviço também tem menos possibilidades de se commoditizar Afirma que também para o cliente comprar o serviço significa algumas vantagens sendo a primeira que não teria de arcar com ativos podendo concentrarse nos custos variáveis O cliente também pode concentrarse na sua atividade principal não tendo de dispensar esforços para aquelas atividades que anteriormente à servitização tinha de realizar com relação à manutenção do equipamento Lay 2014 por sua vez afirma que os elementos motivadores para a servitização são crescimento inovação e lucro A figura 41 mostra esses elementos motivadores em dois níveis 78 Figura 41 Elementos motivadores para a adopção da servitização Fonte adaptado de Lay 2014 Um importante aspecto que não deve deixar de ser considerado nos processos de servitização é o de caráter ambiental já que em geral ambas as partes fornecedor e cliente sempre olham todo tipo de negócio sob a ótica do lucro O fornecedor servitizado poderá fazer um melhor uso e reúso do produto que fabricou já que uma vez que se esgote a sua vida útil o fornecedor terá de reciclálo ou remanufaturálo por se tratar de um ativo da sua propriedade Por isso processos de servitização podem ter a sua contribuição à sustentabilidade da organização Na Logística de Suprimentos existem amplas possibilidades de concretizar esses processos e o profissional de logística desempenha um papel protagonista tentando estabelecer parcerias com alguns dos seus fornecedores que possam lhe oferecer pacotes combinando o bem material com o serviço de modo que Uma servitização bemsucedida pode ajudar um cliente a reduzir custos em até 2530 LIVEWORK 2019 Neste tópico vimos de maneira simples um processo que requer transformação de mentalidade tanto do fornecedor como do cliente Esse assunto abre uma perspectiva de grandes possibilidades ao profissional de logística que se preparado poderá aproveitálas Como resumo do módulo foram avaliadas algumas tendências sendo uma delas como resultado da expansão da filosofia Lean ou de manufatura enxuta que pode gerar impactos positivos na Logística de Suprimentos Também avaliamos algumas novas tecnologias que estão aparecendo nos negócios e como elas impactam a Logística de Suprimentos Com isso o profissional de logística adquire conhecimentos para conseguir um melhor posicionamento competitivo na organização em que atua 79 BIBLIOGRAFIA ASBJORNSLETT B E Assessing the vulnerability of supply chains a handbook of assessment management and performance New York Springer 2009 BAINES T S LIGHTFOOT H W BENEDETTINI O KAY J M The servitization of manufacturing a review of literature and reflection on future challenges Journal of Manufacturing Technology Management v 20 n 5 p 547567 2009 BALLOU R Logística empresarial transportes administração de materiais distribuição física São Paulo Atlas 1996 Gerenciamento da cadeia de suprimentos planejamento organização e logística empresarial 4 ed Porto Alegre Bookman 2001 Gerenciamento da cadeia de suprimentos logística empresarial 5 ed Porto Alegre Bookman 2007 BANCO MUNDIAL Global Rankings 2018 logistics performance index 2018 Disponível em httpslpiworldbankorginternationalglobal Acesso em 22 jan 2024 BOWERSOX D J CLOSS D J Logística empresarial São Paulo Atlas 2001 CHAPMAN P JÜTTNER U BOLUMOLE V Supply chain vulnerability Report for department of transport local government and the regions Cranfield University Cranfield 2002 CHIAVENATO I Introdução à teoria geral da administração 9 ed Rio de Janeiro Elsevier 2014 CHING H Y Gestão de estoques na cadeia logística integrada São Paulo Atlas 1999 CHRISTOPHER M G et al Managing risk to avoid supplychain breakdown In Sloan Management Review Fall 2004 CORREA H Quando a servitização se encontra com a sustentabilidade nas cadeias de suprimentos Revista Mundo Logística ano XII n 67 p 1417 DIAS M A Administração de materiais uma abordagem logística 4 ed São Paulo Atlas 2010 80 DECISION SUPPORT SYSTEMS GLOSSARY DSS Disponível em wwwdssresourcescom Acesso em 22 jan 2024 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA Fiesc Programa catarinense de logística industrial 2018 Disponível em httpfiesccombrptbrpublicacoesda camaraparaassuntosdetransporteelogistica Acesso em 22 jan 2024 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA Fiesc Programa catarinense de logística industrial 2022 Disponível em httpsfiesccombrcustoslogisticos Acesso em 22 jan 2024 FONTES O Blockchain tecnologia disruptiva para a supply chain Revista Mundo Logística ano 10 n 64 p 6669 2018 FRANCISCHINI P GURGEL F Administração de materiais e do patrimônio São Paulo Thomson Pioneira 2002 GAITHER N FRAIZER G Administração da produção e operações 8 ed São Paulo Pioeira 2001 HUGHES L et al Blockchain research practice and policy applications benefits limitations emerging research themes and research agenda International Journal of Information Management sl v 49 p 114129 dez 2019 Elsevier BV Disponível em httpdxdoiorg101016 jijinfomgt201902005 Acesso em 22 jan 2024 KUHI K KAARE K KOPPEL O Ensuring performance measurement integrity in logistics using blockchain 2018 IEEE International Conference on Service Operations and Logistics And Informatics soli sl p 256261 jul 2018 IEEE Disponível em httpdxdoiorg101109 soli20188476737 Acesso em 22 jan 2024 JÜTTNER U Supply chain risk management understanding the business requirements from a practitioner perspective The International Journal of Logistics Management v 16 n 1 p 120141 2005 LAY G Servitization in industry Berlin Springer 2014 LIKER J O modelo Toyota 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo Porto Alegre Bookman 2007 81 LIVEWORK Servitização a mudança de produtos para pacotes de serviços de produtos em B2B Disponível em httpwwwliveworkstudiocombr Acesso em jun 2019 MARTINS P ALT P Administração de materais e recursos patrimoniais São Paulo Saraiva 2001 MERLI G Comakership a nova estratégia para o suprimento Rio de Janeiro Qualitymark 1994 MOURA D A Caracterização e análise de um sistema de coleta programada de peças Milk Run na indústria automotiva nacional 2000 Dissertação Mestrado em Engenharia Escola Politécnica Universidade de São Paulo São Paulo 2000 Disponível em httpswwwtesesuspbrteses disponiveis33135tde29102001122751publicoTDEpdf Acesso em 22 jan 2024 MOURA D BOTTER R Caraterização do sistema de coleta programada de peças milk run RAE eletrônica São Paulo v 1 n 1 janjun 2002 Disponível em httpswwwscielobrjraeela BSjWqCfCGVTDX7jsZPyZmDkformatpdf Acesso em 22 jan 2024 MONTE ALTO C PINHEIRO A ALVES P Técnicas de compras Rio de Janeiro FGV 2009 MUFFATTO M PAYARO A Implementation of eprocurement and efulfillment processes A comparison of cases in the motorcycle industry International Journal of Production Economics Amsterdam v 89 n 3 p 338351 2004 PAURA G Fundamentos da logística Curitiba Instituto Federal do Paraná 2012 Disponível em httpredeetecmecgovbrimagesstoriespdfproejafundamentoslogisticapdf Acesso 22 jan 2024 PIERRE D Logística internacional gestão de operações de comércio internacional Tradução da 4 ed norteamericana Rio de Janeiro Cengage Learning 2017 PIRES S SACOMANO NETO M Características estruturais relacionais e gerenciais na cadeia de suprimentos de um condomínio industrial na indústria automobilística In Revista Produção v 20 n 2 p 172185 2010 RIBEIRO F MARINS F Sistema de coleta programada milk run em uma unidade produtiva do setor automotive In XXXV Simposio Brasileiro de Pesquisa Operacional Natal 2003 Disponível em wwwslidesharenetromeuzinhaula15milkrun Acesso em jun 2019 RIBEIRO M A revolucionária tecnologia blockchain muito muito mesmo além de bitcoins Disponível em httpsplugacoblogfinanceirotecnologiablockchain Acesso em 22 jan 2024 82 ROCHA D et al Planejamento de cenários logísticos Curitiba Iesde 2011 SAATY T L Método de análise hierárquica São Paulo McGrawHill 1991 p 367 Disponível em httpswwwsascomptbrinsightsanalyticsblockchainhtml Acesso em 22 jan 2024 SLACK N CHAMBERS S JOHNSTON R Administração da produção 2 ed São Paulo Atlas 2018 STENGER A J FERRIN B C The impact of the carrier selection decisión on tracking and controlling materials flow inc JIT supply systems American Prouction and Inventory Control Society Inc Justintime Seminar Proceeding July 2426 p 148152 1989 TABOADA C Gestão de tecnologia em logística Curitiba Iesde 2009 TIJAN E et al Blockchain technology implementation in logistics Sustainability Sl v 11 n 4 p 113 23 fev 2019 MDPI AG Disponível em httpdxdoiorg103390su11041185 Acesso em jun 2019 WANKE P Gestão de estoques na cadeia de suprimento Coleção Coppead de Administração São Paulo Atlas 2003 83 BIBLIOGRAFIA COMENTADA BALLOU R Gerenciamento da cadeia de suprimentos planejamento organização e logística empresarial 4 ed Porto Alegre Bookman 2007 Essa obra constitui um clássico para o aprendizado de logística Oferece uma visão completa e fundamentada da Cadeia Logística dedicando um tratamento amplo à Logística de Suprimentos e oferecendo uma visão operacional tudo com muitos exemplos que contribuem para consolidar o aprendizado BOWERSOX D CLOSS D Logística empresarial o processo de integração da cadeia de suprimentos São Paulo Atlas 2001 Esse livro é outro clássico para o estudo da Logística Oferece uma visão bem estruturada do sistema logístico é um excelente tratamento ao problema de estoques e mostra muitos casos que reforçam o aprendizado DIAS M A Administração de materiais uma abordagem logística 4 ed São Paulo Atlas 2010 Esse livro oferece uma visão completa e estruturada sobre o problema de estoques e o seu adequado tratamento Oferece subsídios para o cálculo de todos os parâmetros de estoques principalmente para o estoque de segurança em condições probabilísticas MERLI G Comakership a nova estratégia para o suprimento Rio de Janeiro Qualitymark 1994 Essa obra é outro clássico para o tratamento de fornecedores e o estabelecimento de alianças Tem sido utilizado em várias partes do mundo pela sua didática e condução sobre o assunto TABOADA C Gestão de tecnologia em logística Curitiba Iesde 2009 Essa obra contempla as manifestações dos processos de inovação tecnológica na Logística e dentro dela na Logística de Suprimentos Oferece uma detalhada análise do sistema de suprimento milk run WANKE P Gestão de estoques na cadeia de suprimento Coleção Coppead de Administração São Paulo Atlas 2003 Essa obra oferece uma visão robusta sobre o tratamento de estoques com uma série de ferramentas e modelos que permitem uma análise profunda dos níveis de estoque a serem fixados em determinadas circunstâncias 84 PROFESSORAUTOR Carlos Manuel Taboada Rodriguez Formação acadêmica PósDoutor pela Universidade Politécnica de Madri Espanha Doutor pela Universidade Técnica de Dresden Alemanha Engenheiro industrial pela Universidade de Havana Cuba Experiências profissionais Professor titular de Logística no Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Coordenadorgeral do LDL da UFSC Líder do Grupo Nacional de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq sobre Desempenho Logístico Coordenador do Programa Catarinense de Logística Empresarial Consultor em diversas empresas como Brahma Pepsi Petrobras Fiat Automóveis do Brasil Intelbras e Whirlpool Foi professor convidado da Universidade Jaume I em Castellon Valencia Espanha da Universidade Católica de Temuco Chile da Universidade Nacional de Assunção Paraguai da Universidade Eafit Medellin Colômbia da Universidade Autônoma de Occidente Cali Colômbia da Universidade do Vale Cali Colômbia da Universidade Livre Barranquilla Colòmbia e da Universidade da Costa Barranquilla Colômbia Publicações Autor de três livros e coautor de outros 11 Autor de mais de 60 artigos em revistas nacionais e internacionais Apresentou mais de 80 trabalhos em eventos científicos nacionais e internacionais Seu nome foi incluído na lista dos pesquisadores mais influentes da América Latina no ranking elaborado pela AD Scientific Index 2021 Siga as nossas redes sociais ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina Procurement e Desenvolvimento de Fornecedores Estudante Turma QUESTÃO 1 Para a ZSV Tec a definição de estratégias de compra robustas é essencial para enfrentar os desafios atuais da logística de suprimentos Dada a alta competitividade do mercado e os problemas com o desabastecimento é fundamental considerar 1 Estratégia de Sourcing Global vs Local A empresa deve avaliar os benefícios de uma estratégia de sourcing global que pode oferecer componentes a custos mais baixos mas com maior tempo de lead time em contraste com o sourcing local que pode proporcionar maior agilidade na reposição embora a um custo potencialmente mais elevado A análise de tradeoffs entre custo tempo de entrega e confiabilidade dos fornecedores deve ser realizada com base em critérios rigorosos 2 Análise de Risco de Fornecedores A ZSV Tec deve priorizar uma análise detalhada de riscos de seus fornecedores Critérios como capacidade produtiva estabilidade financeira localização geográfica e histórico de desempenho logístico são cruciais Implementar uma matriz de risco para avaliar e classificar os fornecedores permitirá uma visão mais estratégica especialmente em cenários de incerteza global 3 Contratos de Longo Prazo e Parcerias Estratégicas Para mitigar os riscos de desabastecimento a ZSV Tec poderia considerar o estabelecimento de contratos de longo prazo com fornecedoreschave Esses contratos podem incluir cláusulas de flexibilidade de fornecimento garantindo a continuidade dos insumos mesmo em momentos de crise Além disso parcerias estratégicas com fornecedores podem levar à coinovação e ao desenvolvimento conjunto de novos produtos 1 4 Critérios de Seleção e Avaliação de Fornecedores A empresa deve adotar critérios claros e mensuráveis para a seleção e avaliação contínua dos fornecedores tais como o Qualidade Conformidade dos materiais com as especificações técnicas o Custo Comparação entre diferentes fornecedores para garantir competitividade o Confiabilidade Capacidade de entrega no prazo acordado o Sustentabilidade Compromisso dos fornecedores com práticas sustentáveis QUESTÃO 2 A escolha entre centralização e descentralização depende de diversos fatores tais como o tipo de produto a demanda e a estrutura da cadeia logística Centralização Favorece um maior controle sobre os estoques redução de custos operacionais e uma melhor alocação de recursos No entanto pode levar a um aumento nos tempos de entrega e a riscos associados à concentração de estoques em um único ponto Descentralização Pode ser benéfica em cenários onde a rapidez na entrega é crítica permitindo que a ZSV Tec reduza lead times e melhore o atendimento ao cliente No entanto esta abordagem pode aumentar os custos logísticos e a complexidade da gestão de estoques Para a ZSV Tec a centralização das atividades de procurement pode ser mais vantajosa uma vez que permite uma visão consolidada das necessidades de suprimento e facilita a negociação com fornecedores Contudo a empresa deve considerar a descentralização parcial em mercados externos ou para produtos com alta variação de demanda onde a proximidade ao cliente final é essencial QUESTÃO 3 Os modelos de reposição de estoques como JustinTime JIT Estoque Mínimo e Máximo e Estoque de Segurança são cruciais para reduzir custos e melhorar a eficiência operacional JustinTime JIT Visa minimizar os estoques recebendo componentes exatamente no momento necessário para a produção Essa abordagem reduz custos de armazenagem mas depende de uma cadeia de suprimentos extremamente confiável Para a ZSV Tec o JIT pode ser aplicado para componentes de alta rotatividade e fornecedores próximos 2 Estoque Mínimo e Máximo Define limites claros para quando os pedidos devem ser feitos evitando tanto a falta quanto o excesso de estoque O ponto de pedido deve ser calculado com base no lead time e na demanda média enquanto o estoque de segurança deve considerar variabilidades de demanda e incertezas no fornecimento Estoque de Segurança É crucial em um cenário onde há problemas frequentes de desabastecimento Para a ZSV Tec manter um estoque de segurança para itens críticos pode assegurar a continuidade da produção e o cumprimento dos prazos de entrega QUESTÃO 4 O milk run é uma estratégia eficiente para o suprimento de peças e componentes especialmente em ambientes de produção enxuta como o da ZSV Tec Esse sistema consiste em programar coletas regulares em diferentes fornecedores otimizando a rota de transporte e reduzindo custos logísticos Para implementar o milk run com sucesso a ZSV Tec deve Sincronizar as coletas com o cronograma de produção garantindo que os materiais sejam entregues em lotes pequenos e frequentes evitando excesso de estoque Implementar ferramentas de monitoramento em tempo real IoT para rastrear os veículos e os componentes durante o transporte aumentando a previsibilidade e reduzindo o risco de atrasos Negociar com os fornecedores para adaptar suas operações às frequências de coleta assegurando a disponibilidade contínua dos componentes 3 QUESTÃO 5 As tendências tecnológicas como blockchain servitização IoT e robotização têm o potencial de transformar a logística de suprimentos e oferecer vantagens competitivas significativas para a ZSV Tec Blockchain Pode ser utilizado para rastrear a cadeia de suprimentos de ponta a ponta garantindo a autenticidade dos produtos e a conformidade com normas regulatórias Um exemplo bemsucedido é a implementação de blockchain pela IBM na rastreabilidade de alimentos o que reduziu o tempo de rastreamento de dias para segundos Internet das Coisas IoT Permite a monitorização em tempo real de estoques condições de transporte e operações de fábrica A DHL por exemplo implementou IoT para rastreamento de temperatura em transporte de produtos farmacêuticos sensíveis melhorando a eficiência e reduzindo perdas Robotização A automação dos centros de distribuição com o uso de robôs para picking e packing pode aumentar a velocidade de atendimento e reduzir erros A Amazon é um exemplo clássico da aplicação dessa tecnologia em larga escala Implementar essas tecnologias na ZSV Tec pode aumentar a eficiência operacional reduzir custos e proporcionar um diferencial competitivo frente aos concorrentes multinacionais Referências bibliográficas Fundação Getulio Vargas Curso de Logística de Suprimentos Apostila São Paulo FGV Milk Run Um Estudo de Caso sobre a Implementação e Benefícios na Logística de Suprimentos 4