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Química Analítica 3
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LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA SILVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia para obtenção do título de Magister Scientiae VIÇOSA MINAS GERAIS BRASIL 2016 Ficha catalográfica preparada pela Biblioteca Central da Universidade Federal de Viçosa Câmpus Viçosa T Silveira Laura Pereira de Oliveira 1987 S587c 2016 Crescimento e eficiência nutricional do capim marandu adubado com complexo super fosfatoácidos húmicos Laura Pereira de Oliveira Silveira Viçosa MG 2016 ix 74f il 29 cm Orientador Hermínia Emília Prieto Martinez Dissertação mestrado Universidade Federal de Viçosa Inclui bibliografia 1 Plantas forrageiras Nutrição 2 Brachiaria brizantha 3 Capim marandu 4 Ácido húmico 5 Adubação fosfatada I Universidade Federal de Viçosa Departamento de Fitotecnia Programa de Pósgraduação em Fitotecnia II Título CDD 22 ed 6332 LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA SILVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia para obtenção do título de Magister Scientiae APROVADA 17 de junho de 2016 Adriene Woods Pedrosa Reinaldo Bertola Cantarutti Coorientador Leonardo Duarte Pimentel Hermínia Emilia Prieto Martinez Orientadora ii Às razões da minha existência Murilo Heitor e Clarissa pelo amor companhia e apoio incondicional principalmente nos momentos difíceis tão comuns para aqueles que trilham novos caminhos Sem vocês nada valeria a pena Porque eu sou do tamanho do que eu vejo e não do tamanho da minha altura Alberto Caeiro iii AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me abençoar grandiosamente colocando em meu caminho pessoas maravilhosas sem as quais este trabalho não seria possível Murilo obrigada por me ajudar em tudo sempre Por ser a pessoa com quem eu posso contar e pelo pai maravilhoso que você é Mamãe papai e Lívia jamais conseguiria terminar tudo isso se não fosse a imensa ajuda e disponibilidade que vocês tiveram comigo desde o nascimento dos nossos gêmeos Mãe obrigada por ter se dedicado a nós durante todo o tempo que precisei Heitor e Clarissa vocês são minha fonte diária de inspiração e me motivam a ser cada vez melhor amo vocês mais do que eu consigo demonstrar Professora Hermínia obrigada pelo seu tempo seus ensinamentos e principalmente por sua paciência comigo Amigos de Viçosa sem palavras para descrever o quanto vocês são e foram importantes nesta jornada Acredito que construímos laços que serão para sempre A companhia e a amizade de vocês tornaram tudo mais leve obrigada Professor Reinaldo Cantarutti para mim é motivo de muito orgulho e alegria ter tido a honra de ser orientada por um pesquisador cujo trabalho eu sempre li e admirei Por fim meus sinceros agradecimentos a todos os professores funcionários e colegas da Universidade Federal de Viçosa que participaram e contribuíram para a minha formação iv SUMÁRIO RESUMO vi ABSTRACT viii 1 INTRODUÇÃO GERAL 1 2 REVISÃO DE LITERATURA 3 21 Cultivo de forrageiras no Brasil 3 22 O gênero Brachiaria 4 23 Importância do fósforo para as forrageiras 5 231 Fósforo na planta 7 232 Dinâmica do fósforo no solo 8 24 Adubos e a adubação fosfatada de forrageiras 12 241 Fertilizante TopPhos 13 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16 CAPÍTULO 1 25 Crescimento do capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 25 1 Introdução 25 3 Resultados 32 4 Discussão 42 5 Conclusão 45 6 Referências Bibliográficas 46 CAPÍTULO 2 48 Disponibilidade de fósforo no solo produção de biomassa e concentração de fósforo no capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 48 1 Introdução 48 2 Material e Métodos 50 v 3 Resultados 53 4 Discussão 55 6 Referências Bibliográficas 58 CAPÍTULO 3 60 Produção e eficiência nutricional do capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 60 1 Introdução 60 2 Material e Métodos 62 3 Resultados 66 5 Conclusão 71 6 Referências Bibliográficas 72 vi RESUMO SILVEIRA Laura Pereira de Oliveira MSc Universidade Federal de Viçosa junho de 2016 Crescimento e eficiência nutricional do capim marandu adubado com complexo super fosfatoácidos húmicos Orientadora Hermímia Emília Prieto Martinez Coorientador Reinaldo Bertola Cantarutti Os solos tropicais são conhecidos por sua elevada acidez e deficiência em fósforo sendo este nutriente adsorvido fortemente às partículas minerais ocasionando uma baixa disponibilidade às plantas limitando a produção das espécies especialmente as forrageiras que possuem elevada exigência por fósforo graças ao intenso desenvolvimento vegetal Nos últimos anos vem crescendo os estudos no sentido de buscar fontes alternativas para a adubação fosfatada e o uso de fertilizantes fosfatados complexados com ácidos húmicos tem se mostrado como uma alternativa para reduzir a adsorção do P no solo permitindo uma maior disponibilidade deste nutriente para as plantas Neste sentido o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção e eficiência nutricional do capim marandu em função de duas fontes de fósforo e calagem Para tanto cultivaramse plantas de capim marandu em vasos contendo Latossolo Vermelho Distrófico por um período de 58 dias Obteve se três conjuntos de dados que foram avaliados de formas diferentes No primeiro conjunto o delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3x2x6 sendo duas fontes fósforo superfosfato simples fosfato complexado com ácidos húmicos TopPhos e tratamento testemunha solo sem adubação e duas condições de acidez do solo solo ácido e corrigido com parcelas subdivididas no tempo seis épocas de avaliação aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência e quatro repetições Nas épocas de avaliação quatro plantas ao acaso de cada tratamento foram colhidas para análises destrutivas Foram avaliadas as seguintes características taxa de crescimento absoluto TCA taxa assimilatória líquida TAL razão de área foliar RAF área foliar específica AFE razão de massa foliar RMF No segundo conjunto de dados o esquema fatorial considerado foi de 3x2 duas fontes de fósforo e o tratamento testemunha superfosfato simples e fosfato complexado com ácidos húmicos TopPhos e duas condições de acidez do solo com quatro repetições Para vii estes dados as plantas foram coletadas aos 57 dias após a emergência cortadas e estratificadas em parte aérea e raízes para a devida mensuração da concentração de fósforo no tecido vegetal Amostras de solo de cada unidade experimental também foram coletadas para a determinação do teor de P no solo Determinouse também a produção de matéria seca destas plantas e a partir destes dados foram calculadas as seguintes eficiências eficiência de absorção EAB eficiência de utilização de P EUP eficiência de utilização do P disponível EUPD eficiência fisiológica EF eficiência de recuperação ER e eficiência agronômica EAG Todos os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de medias teste de Tukey A adubação fosfatada independentemente da fonte e da realização da calagem foi determinante para o maior crescimento inicial e rápido estabelecimento do capim marandu promovendo aumento da TCA RAF e AFE O fertilizante TopPhos promoveu maior teor de P disponível no solo em comparação com o superfosfato simples sem no entanto resultar em diferença na produção de matéria seca total e na concentração de P na planta O capim marandu utilizou mais eficientemente o fósforo absorvido quando cultivado em solo onde a acidez foi corrigida pela calagem O fertilizante TopPhos promoveu maior acúmulo de P pela planta e maior eficiência de recuperação ao passo que o superfosfato simples promoveu maiores eficiência de utilização e fisiológica Concluise que o fertilizante fosfatado TopPhos pode ser utilizado em substituição ao superfosfato simples por seu incremento no teor de P do solo no entanto outros estudos avaliando o efeito de fertilizantes fosfatados complexados no cultivo do capim marandu deverão ser realizados especialmente pesquisas que avaliem sucessões de cortes e custos de produção viii ABSTRACT SILVEIRA Laura Pereira de Oliveira MSc Universidade Federal de Viçosa June 2016 Growth and nutritional efficiency of palisade grass fertilized with organic complexed superphosphate Advisor Hermímia Emília Prieto Martinez Coadvisor Reinaldo Bertola Cantarutti Tropical soils are known by their high acidity and phosphorus deficiency this nutrient is strongly adsorbed to mineral particles causing a low availability to plants limiting the vegetables production especially the forage which have high demand for phosphorus due to intense plant development In recent years has grown studies searching for alternative sources for phosphate fertilizer besides the use of complexed phosphate fertilizers with humic acid has been shown as an alternative to reduce the adsorption of P in the soil allowing greater availability of this nutrient for plants In this sense the objective of this study was to evaluate the growth production and nutritional efficiency of palisade grass due to the liming and phosphorus fertilization Therefore plants of palisade grass were grown in pots containing an Oxisol for a period of 58 days Three set of data were evaluated in different ways In the first set the experimental design was completely randomized in a factorial 3x2x6 scheme three phosphorus sources superphosphate complexed phosphate with humic acids TopPhos and no soil fertilization and two soil acidity conditions acidic soil and amended soil with split plots six evaluation periods at 21 28 35 43 49 and 57 days after emergence and four replications In each evaluation four plants at random from each treatment were taken for destructive analysis The following characteristics were evaluated absolute growth rate AGR net assimilation rate NAR leaf area ratio LAR specific leaf area SLA leaf mass ratio LMR In the second set of data a 3x2 factorial design was considered with three sources of phosphorus without fertilizer simple superphosphate and phosphate complexed with humic acids TopPhos and two soil acidity conditions with four replications For these data the plants were harvested 57 days after emergence cut and divided into shoots and roots for proper measurement of phosphorus concentration in plant tissue Soil samples from each treatment were also collected to determine the P content in the soil Also was determined ix the dry matter yields of these plants and from these data the following efficiencies were calculated absorption efficiency AE P utilization efficiency PUE utilization efficiency of P available in soil UEAP physiological efficiency PE recovery efficiency RE and agronomic efficiency AGE All set of data were subjected to analysis of variance and mean comparison test Tukey test The phosphorus fertilization regardless of the source and fulfillment of liming was decisive for the higher initial growth and rapid establishment of palisade grass increasing TCA RAF and AFE The TopPhos fertilizer promoted higher P content available in the soil compared with superphosphate without however result in difference in the total dry matter and the concentration of P in the plant The palisade grass used more efficiently phosphorus absorbed when grown in soil where the acidity was corrected by liming The TopPhos fertilizer promoted higher accumulation of P by the plant and higher recovery efficiency while superphosphate promoted greater efficiency of use and physiological efficiency It is concluded that the phosphate fertilizer TopPhos can be used instead of superphosphate by its increase in the P content of the soil however other studies evaluating the effect of phosphate fertilizer complexed in palisade grass cultivation should be conducted especially research evaluating sequences of cuts and production costs 1 1 INTRODUÇÃO GERAL Segundo dados da Organização Mundial das Nações Unidas a população mundial deverá aumentar para mais de 85 bilhões até 2030 ONU 2015 Este aumento no crescimento da população intensificará a pressão sobre a base de recursos naturais do planeta terra água e ar para alcançar maior produção de alimentos Baligar et al 2001 O aumento da produção de alimentos pode ser alcançado por meio da expansão de áreas de cultivo e aumento da produtividade por unidade de área através da intensificação da agricultura Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO até 2050 o Brasil deverá responder por cerca de 40 da produção mundial de alimentos FAO 2015 e para tanto o país deve conseguir lidar com uma série de desafios biológicos climáticos ambientais e econômicos a fim de suprir as demandas internacionais crescentes Uma característica importante da pecuária brasileira é ter a maior parte do seu rebanho criado a pasto Dias Filho 2014 Na região dos Cerrados essa atividade se destaca como uma das mais importantes para a economia onde segundo dados do Anualpec 2011 cerca de 44 do rebanho nacional bovino povoa essa região Concomitantemente os solos dessa região se caracterizam por serem altamente intemperizados ácidos e com baixa disponibilidade de fósforo sendo este último um dos principais fatores nutricionais que mais limita a produção O alto grau de intemperização dos solos do Cerrado gera altos teores de óxidos e sesquióxidos de ferro e alumínio baixo pH altos teores de argilas silicatadas e baixo teor de matéria orgânica que propiciam a adsorção de ânions como o ortofosfato diminuindo a disponibilidade de P Novais et al 2007 Uma vez que as plantas forrageiras demandam grandes quantidades de P para se desenvolverem adequadamente a deficiência generalizada deste nutriente nos solos é um dos fatores que mais restringe a pecuária brasileira Esta grande demanda por P ocorre em virtude da grande produção de biomassa com grande extração e exportação deste nutriente Oliveira et al 2007 2 O fósforo é considerado elemento essencial para as plantas por desempenhar funções importantes na transferência de energia nos processos de respiração e fotossíntese Epstein Bloom 2006 Além disso é componente estrutural de ácidos nucléicos e diversas coenzimas fosfoproteínas e fosfolipídeos Graças as funções desempenhadas pelo P plantas cujo ciclo vegetativo foi marcadamente limitado pela disponibilidade deste nutriente apresentam restrições no seu desenvolvimento das quais não são capazes de recuperarse mesmo tendo acesso a níveis adequados de P posteriormente Zucareli et al 2006 As gramíneas do gênero Brachiaria se destacam e são amplamente difundidas nos sistemas pastoris brasileiros Dentre as plantas deste gênero a mais utilizada na produção animal tem sido a B brizantha pelo seu valor nutritivo satisfatório baixa estacionalidade de produção boa relação folhacolmo capacidade de tolerância ao alumínio tolerância a solos ácidos e relativa adaptação à baixa fertilidade do solo Paulino et al 1994 Monteiro et al 1995 A capacidade de produção de matéria seca de uma forragem é grandemente influenciada pelas condições ambientais às quais as plantas estão submetidas e às práticas de manejo adotadas Assim sendo fatores como temperatura luminosidade disponibilidade de água e nutrientes determinam o potencial fotossintético do dossel implicando em alterações da área foliar e capacidade fotossintética da planta Marcelino et al 2006 Esta prerrogativa leva a crer que as condições ambientais e a baixa fertilidade do solo interferem na produção até mesmo das espécies consideradas mais adaptadas Neste sentido o objetivo deste trabalho foi avaliar se a adubação com fertilizante fosfatado orgânicocomplexado apresenta vantagem comparativa em relação à convencional com superfosfato simples no crescimento e eficiência nutricional do capim marandu em solo com duas condições de acidez 3 2 REVISÃO DE LITERATURA 21 Cultivo de forrageiras no Brasil O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo com um efetivo de aproximadamente 211 milhões de cabeças O país ocupa também o topo do ranking de maior exportador de carne bovina do planeta IBGE 2012 De todo o efetivo criado em território nacional cerca de 90 são terminados à pasto em sistema extensivo de produção tendo a pastagem como base da alimentação As pastagens são consideradas a forma mais econômica e prática de produzir e ofertar alimentos para os animais ruminantes no entanto por muitos anos a pecuária de corte foi conduzida de maneira extrativista na qual as plantas e solo foram explorados de forma indiscriminada resultando em baixos índices produtivos dos animais e alta degradação das pastagens Dados do Anualpec 2013 apontam que as pastagens ocupam cerca de 22 de todo território nacional somando 190 milhões de hectares sendo que 80 destes apresentam algum grau de degradação O manejo inadequado das plantas forrageiras em associação a longos períodos de estiagem se caracterizam como principais causadores da degradação dos pastos Perón Evangelista 2004 De igual modo o uso de prática como queimadas ausência de um adequado controle de plantas invasoras utilização de taxas de lotação não condizentes com a capacidade de suporte e a ausência da adubação podem acelerar o processo de degradação e ocasionar queda na oferta de alimentos aos animais e um impacto negativo no desempenho destes A queda da fertilidade do solo ocasionada pela ausência da adubação é apontada pela Anualpec 2013 como uma das principais causas de degradação dos solos nas regiões centrooeste e norte do Brasil Adubação de pastagens é uma prática ainda pouco frequente entre os pecuaristas brasileiros Estimase que apenas 2 dos fertilizantes que são comercializados no Brasil são destinados a pecuária e apenas 16 das propriedades rurais brasileiras adubam seus pastos 4 Nos últimos anos o aumento da disponibilidade de tecnologia técnicas para recuperação e manejo de pastagens lançamento de cultivares mais produtivos etc e a pressão da opinião pública e de mercado sobre as questões ambientais têm gerado uma mudança de comportamento no setor produtivo de carne no Brasil Assim um número cada vez maior de produtores tem direcionado a pecuária a pasto a uma fase de aprimoramento onde a busca pela maior produtividade ocorre através da intensificação ou seja produzir maior quantidade de carne em menores áreas de pastagem Dias Filho 2014 Para tanto se faz necessário o aumento da capacidade de suporte das plantas forrageiras conseguido principalmente pela escolha da espécie adequada e adubação 22 O gênero Brachiaria As plantas do gênero Brachiaria compreendem os capins mais cultivados no Brasil graças a capacidade destas planta em se adaptar a diversas condições de solo e clima Jank et al 2014 A utilização deste gênero como pastagem proporcionou acréscimos significativos nas taxas de lotação e no desempenho do rebanho brasileiro quando comparadas com as espécies nativas e naturalizadas Este gênero é composto por diversas espécies de interesse forrageiro com diferenças acerca da morfologia e necessidades de manejo Dentro deste gênero se destaca a espécie Brachiaria brizantha Stapf uma das mais utilizadas como planta forrageira na América do Sul Jank et al 2014 A B brizantha ocupa papel de destaque na pecuária nacional devido a sua produtividade e qualidade de cultivares disponíveis no mercado de sementes No entanto independentemente do cultivar as plantas desta espécie são conhecidas por sua alta capacidade de produção Estas possuem um robusto sistema radicular que lhes confere elevada tolerância a seca e capacidade de absorver nutrientes das camadas mais profundas do solo desenvolvendose em condições ambientais em que a maior parte das culturas produtoras de grãos não são capazes de se desenvolver Barducci et al 2009 5 Esta espécie se originou no Leste da África onde ocorre naturalmente nas savanas africanas que possuem clima tropical Vilela 2005 se adaptou bem as regiões CentroOeste Nordeste e Sudeste do Brasil Segundo Ferraz 2003 a importância da B brizantha como gramínea forrageira é observada também em diversas regiões da Ásia Austrália e América do Sul Das cultivares desta espécie a mais utilizada no Brasil é a marandu e foi introduzida em 1967 Ao final da década de 70 foi fornecida à Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias Embrapa para avaliações e distribuição no país Em 1984 foi disponibilizada pela Embrapa para comercialização como alternativa de forrageira adaptada às condições dos solos do cerrado Miles et al 1996 Rapidamente difundiuse entre os produtores brasileiros graças a sua boa adaptação e alta produção de matéria seca Vilela 2005 atribuiu o sucesso dessa cultivar à sua boa cobertura do solo com capacidade de suprimir plantas invasoras e a sua adaptação às condições de baixa luminosidade No entanto a tolerância a cigarrinha das pastagens é a principal característica que contribuiu para a sua dispersão em todo território nacional 23 Importância do fósforo para as forrageiras Se ausente o fósforo é considerado como um dos nutrientes que mais limita a produção de forrageiras Rezende et al 2011 Este nutriente desempenha papel importante em função da intensa atividade meristemática ocorrida durante os estágios iniciais da plântula com o desenvolvimento radicular perfilhamento emissão de estolões além disso o P é fundamental durante a divisão celular graças a suas funções estruturais nos ácidos nucléicos Cantarutti et al 2002 É principalmente durante a fase inicial do desenvolvimento das plantas forrageiras que o fósforo desempenha papel mais importante As espécies de gramíneas foram separadas em grupos segundo o grau de exigência relativa a fertilidade neste contexto as plantas do gênero Brachiaria são classificadas como pouco exigentes apesar de as espécies do 6 gênero Brachiaria brizantha serem consideradas moderadamente exigentes Dias Filho 2012 Níveis críticos de P para o estabelecimento de B decumbens B brizantha e capimcolonião Panicum maximum foram estudados por Corrêa 1991 O autor relata que houve diferenças evidentes nas exigências das plantas em condições de campo onde a B decumbens se destacou como a menos exigente em P para o seu estabelecimento A seguir em ordem crescente de exigência se destacaram o capimcolonião e a B brizantha O crescimento vegetativo de uma gramínea é marcado pelo surgimento de folhas e perfilhos alongamento do colmo e desenvolvimento do sistema radicular Silsbury 1970 Diversas pesquisas comprovam a importância do estado nutricional da planta forrageira durante a fase de crescimento vegetativo O fósforo tem influência direta no perfilhamento e crescimento das raízes e por isso Santos et al 2002 afirmam que a deficiência deste nutriente impacta negativamente o crescimento vegetativo De igual modo Ieiri et al 2010 afirmam que a deficiência em P reduz a capacidade de produção das pastagens Camacho et al 2015 avaliaram a eficiência de produção de matéria seca em genótipos de Brachiaria brizantha sob aplicação de fósforo e constataram que a adubação fosfatada influenciou a produção de matéria seca de todos os genótipos Quando se avaliou a produção de matéria seca de raízes MSR as cultivares marandu capiporã e piatã se mostraram superiores aos demais genótipos estudados demonstrando mais uma vez a importância deste nutriente para a formação do sistema radicular No que diz respeito produção de folhas foi observado que o fósforo promoveu diferença em todos os genótipos estudados indicando que este nutriente está diretamente relacionado com a produção de folhas e consequentemente com a maior qualidade da forrageira Estudos relatam que a adição de fósforo promove maiores produções de matéria seca tanto de folhas quanto da parte aérea como um todo Camacho et al 2015 Esta característica é interessante para a produção de bovinos em pastejo uma vez que folhas são preferidas pelos animais e possuem maior valor nutricional do que colmos Monteiro et al 1995 7 avaliaram a produção de forragem em função do suprimento ou ausência da adubação fosfatada os autores relataram que as plantas oriundas de tratamentos sem fósforo tiveram seu crescimento limitado e consequentemente baixa produção de matéria seca permanecendo raquíticas e sem perfilhos Segundo Santos et al 2009 a produtividade e perenidade das gramíneas forrageiras são garantidas pela sua capacidade em rebrotar após cortes e pastejo sucessivos ou seja é a sua capacidade em emitir folhas de meristemas remanescentes e perfilhar que lhe permitem a sobrevivência graças a formação de uma nova área foliar Em concordância Hodgson 1990 relata que o perfilho é considerado unidade básica de desenvolvimento das plantas forrageiras pois as gramíneas o utilizam como forma de crescimento e desenvolvimento acarretando aumento da produtividade e persistência das pastagens tendo o fósforo comprovada importância neste processo 231 Fósforo na planta O fósforo compõe a fração mineral das plantas e se destaca como um dos principais elementos por sua associação a praticamente todos os processos metabólicos e fisiológicos que acontecem nos vegetais A baixa disponibilidade deste nutriente durante a fase de crescimento vegetativo compromete todo o desenvolvimento subsequente das plantas Grant et al 2001 Logo os danos causados as plantas pela deficiência de P comprometem drasticamente a sua produtividade No solo o P é absorvido pelas raízes através de proteínas transportadoras de H e H2PO4 em sistema simporte Marschner 2012 Após ser absorvido pela célula parte deste fosfato é metabolizado em uma gama de compostos O principal caminho de assimilação do fosfato ocorre no processo de formação de ATP O P está presente na composição da membrana celular fazendo parte dos fosfolipídios e é também componente estrutural dos ácidos nucléicos DNA e RNA estruturas responsáveis pela transferência de informação genética 8 O ATP é a principal fonte energética para a síntese do amido Para a síntese de compostos como a sacarose e celulose são utilizadas moléculas energéticas que também possuem P em sua composição como a urudina difosfato UDP e a guanosina GTP Nas primeiras fases da fotossíntese conhecida como etapa bioquímica o CO2 é incorporado pela ação de enzimas que apresentam fosfato em suas estruturas são elas a ribulose bifosfato carboxilase RUBP em plantas C3 e a fosfoenolpiruvato carboxilase PEPcase em plantas C4 Além destas existem outras inúmeras funções que o P desenvolve no metabolismo das plantas e todas elas demonstram sua importância durante todo o ciclo de vida das culturas Taiz Zeiger 2010 Nas plantas o P é armazenado como polifosfato e fitato sendo o vacúolo o principal reservatório armazena de 85 a 90 do fósforo celular Taiz Zeiger 2010 Quando em condições de deficiência as plantas utilizam o P dos vacúolos até a exaustão sendo capazes também de remobilizálo das estruturas mais velhas para as mais jovens Epstein Bloom 2006 A deficiência de P nos solos promove o esgotamento das reservas inorgânicas de P das células sem afetar no entanto os níveis metabólicos de P orgânico Deficiência nutricional promove estresse nas plantas afetando seu metabolismo gerando diversas alterações fisiológicas que culminam na redução do crescimento e comprometimento da produção de matéria seca 232 Dinâmica do fósforo no solo No solo o fósforo é constituído por compostos derivados de ácido ortofosfórico e pirofosfatos A microbiota presente no solo é responsável por imobilizar ou liberar os íons ortofosfato colaborando para a dinâmica do P no solo que é também dependente de diversos fatores ambientais A maior parte do P do solo se encontra na forma orgânica Po ou na forma mineral Pi adsorvido fracamente aos minerais secundários no entanto em solos jovens e pouco intemperizados é possível encontrar P ligados a minerais primários Santos et al 2008 9 Em solos intemperizados ocorre uma mudança no perfil de cargas que faz com que ele se torne menos eletronegativo e mais eletropositivo consequentemente a capacidade de troca catiônica CTCefetiva e saturação por bases diminuem aumentando a adsorção aniônica e desta forma a imobilização de fosfato sulfato molibidato etc A soma destes fatores faz com que o solo passe gradualmente de fonte para dreno de fósforo Novais et al 2007 Nestes casos como ocorre com os Latossolos no Cerrado as formas inorgânicas do P estão ligadas à fração mineral com alta energia e as formas orgânicas estabilizadas física e quimicamente O grau de estabilidade destes compostos é classificado como lábil e não lábil Santos et al 2008 Na fração lábil os compostos fosfatados são capazes de repor a solução do solo quando este é absorvido pelas raízes das plantas ou incorporado por microrganismos Esta fração é dependente de diversos fatores tais como o grau de intemperização mineralogia textura teor de matéria orgânica características físicoquímicas e atividade biológica do solo Quando o P é retirado do solo seja pela absorção radicular ou mobilização por microrganismos ocorre um desequilíbrio entre a concentração de P na solução do solo e do P que está ligado à superfície do coloide Então o P lábil sofre dessorção e é liberado para a solução restaurando o equilíbrio químico Quando esta reação não ocorre e o P permanece ligado a superfície das partículas ele pode passar para uma forma menos disponível às plantas não contribuindo para o equilíbrio químico da solução do solo Esta forma é conhecida como nãolábil Novais et al 2007 O P seja lábil ou não é retido no solo através de sua precipitação em solução com formas iônicas de Fe Al e Ca e através da adsorção pelos oxidróxidos de Fe Al e Ca que estão presentes em maiores quantidades nos solos tropicais mais intemperizados principalmente nos mais argilosos Eghball et al 1990 A acidez e a elevada concentração de ferro e alumínio dos solos argilosos aumentam a capacidade de fixação do fósforo que está associado à sua grande área superficial Quintero et al 1999 A baixa disponibilidade de P no solo associada à sua alta reatividade representa um dos maiores entraves à produção agrícola nas regiões tropicais e subtropicais Sarwar et al 2014 pois muitas vezes são encontrados nos 10 solos níveis inferiores às necessidades da maioria das culturas Concomitantemente os solos ácidos prejudicam a eficiência dos fertilizantes fosfatados sendo inferior a 20 comprometendo o sucesso da produção agrícola Araújo et al 2003 Ramos et al 2009 De acordo com Costa 2008 as características mineralógicas dos solos tropicais influenciam diretamente a capacidade de fixação do fósforo e este é o principal fator que contribui para a baixa disponibilidade do P para planta A fixação do P por Fe Al e Ca são processos dependentes de diversos fatores dentre eles se destaca principalmente o pH e os minerais existentes na fração argila Andrade et al 2003 Solos com pH abaixo de 65 tendem a solubilizar hidróxidos de ferro e alumínio formando fosfatos de ferro e alumínio principalmente em solos com predomínio de argila caulinita e óxidos de ferro e alumínio Quanto mais ácido for o solo maior será a capacidade de reação do fosfato com o ferro e alumínio uma vez que estes elementos estão mais disponíveis em solos com baixo pH O efeito da calagem na disponibilidade de P já é bastante conhecido A maioria das plantas não se desenvolvem nem em condições de solos ácidos pois é baixa a disponibilidade de nutrientes e estes solos se caracterizam pela presença de alumínio tóxico e pela fixação do P pelo ferro Fe e alumínio Al formando compostos insolúveis e não aproveitáveis para as plantas A disponibilidade de nutrientes sofre influência do pH do solo O fósforo tem maior disponibilidade para as plantas em pH 6 a 65 sendo imprescindível para este nutriente a correção da acidez do solo através do calcário Estudos apontam a existência de uma correlação positiva entre os teores de matéria orgânica presentes no solo e a adsorção de P Delgado et al 2002 Wandruszka 2006 Segundo Fontes et al 1992 a maior capacidade de adsorção do P no solo está relacionada à redução dos teores de matéria orgânica através da diminuição de ácidos húmicos e outros ânions capazes de impedir estas reações A matéria orgânica através de seus vários grupamentos funcionais é capaz de reagir com os metais presentes no solo Silva Mendonça 2007 Estas interações entre a matéria orgânica e os metais ocorrem através de uma reação de adsorção catiônica via atração 11 eletrostática ou interações mais complexas formando ligações de coordenação com os ligantes orgânicos Nos solos tropicais os ácidos orgânicos competem pelos sítios de adsorção dos óxidos de Fe e Al formando através da quelatação complexos organometálicos estáveis com o Fe e Al e aumentando a disponibilidade do P Jones 1998 Sposito 1989 Estes complexos formados influenciam na adsorção de P ou seja quanto mais estáveis maior é a eficiência na redução da adsorção de P De acordo com Stevenson 1986 essa maior estabilidade está relacionada com a estrutura dos ácidos orgânicos Ácidos húmicos e fúlvicos por exemplo possuem estrutura mais complexa e são mais estáveis em relação aqueles de cadeia mais simples e dessa forma podem recobrir a superfície dos óxidos de Fe e Al dificultando a adsorção de P aumentando a disponibilidade deste nutriente No entanto este efeito positivo da redução da adsorção do P em função da maior disponibilidade de matéria orgânica não ocorre em todos os casos Nziguheba et al 1998 observaram a redução da adsorção de P com a adição de resíduos de girassol em solos intemperizados porém o mesmo não ocorreu quando aplicouse resíduos de milho Estudos indicam que os mecanismos envolvidos na adsorção de P ocorrem graças a combinação do aumento do pH com diminuição do Al trocável e também com a quantidade de P mineralizável que é liberado pelas fontes de matéria orgânica A presença de ácidos orgânicos em solos ácidos e deficientes em P pode auxiliar na solubilização de fosfatos de Fe e Al de baixa solubilidade considerando a quelação dos metais Costa 2008 Como já citado anteriormente os ácidos orgânicos podem também competir diretamente com o P pelos sítios de adsorção dos metais favorecendo a desorção do P para a solução do solo Silva Mendonça 2007 Estas características resultam em um maior aporte de P para as plantas por isso a aplicação de ácidos orgânicos e húmicos vem sendo amplamente estudadas nos processos de adsorção e precipitação de fosfato bem como seu efeito no crescimento das culturas Apesar da discordância dos dados apresentados na literatura é conhecida que esta capacidade da matéria orgânica em complexar e formar 12 quelatos com os metais são fundamentais para diversos processos que ocorrem no solo como por exemplo o intemperismo a disponibilidade de nutrientes e outros metais e nos aspectos ambientais do solo Costa 2008 24 Adubos e a adubação fosfatada de forrageiras As gramíneas forrageiras são tão ou mais exigentes que as culturas anuais em fósforo graças ao seu rápido crescimento e desta forma a obtenção de quantidades satisfatórias de forragem só é possível se realizada a correção e adubação do solo Silva 1995 A maioria dos solos brasileiros possuem uma deficiência generalizada em P o que compromete o estabelecimento das pastagens em virtude da importância deste nutriente no estabelecimento do sistema radicular e no perfilhamento das plantas tornando a adubação fosfatada fundamental De modo geral maiores respostas em produção são encontradas até a faixa de adubação de 200 kg ha1 de P2O5 Corrêa et al 1997a Corrêa et al 1997b podendo variar em função da espécie forrageira De um modo geral são indicados teores de P no solo pelo método resina de 10 mg dm3 e 20 mg dm3 pelo Mehlich 1 Werner 1971 As variações de indicação são em função do tipo de exploração e do potencial produtivo do solo e da espécie forrageira A adição de P ao solo é imprescindível para o adequado estabelecimento das pastagens na maioria dos solos brasileiros Werner 1971 uma vez que em condições naturais são encontrados teores muito abaixo do necessário para o adequado desenvolvimento das plantas fazendo com que a adubação fosfatada seja um fator limitante ao sistema de produção É recomendado que a adubação seja feita a lanço seguida de incorporação melhorando a distribuição de P no solo Macêdo 2013 As fontes de fósforo mais utilizadas e consideradas mais eficientes são as solúveis onde se enquadram o superfosfato simples com 20 de P2O5 superfosfato triplo com 46 de P2O5 e os fosfatos monoamônio MAP e diamônio DAP com 50 e 46 de P2O5 respectivamente Em seguida os termofosfatos com 18 de P2O5 e os fosfatos parcialmente acidulados 13 cerca de 25 a 30 de P2O5 Os fosfatos naturais brasileiros praticamente não possuem P solúvel em ácido cítrico a 2 ou em água e por isso são menos utilizados em sistemas intensivos de exploração de pastagens Após a dissolução do adubo fosfatado que foi aplicado ao solo uma grande parte do P fica retido na fase sólida formando compostos menos solúveis No entanto boa parte do P retido é aproveitado pelas plantas Essa recuperação do P depende grandemente da espécie cultivada e é afetada pela textura tipos de minerais de argila e acidez do solo além de características relacionadas com o adubo como a dose aplicada a fonte solúvel ou não granulometria e forma de aplicação O sistema de preparo do solo também tem grande influência sobre este processo Sousa et al 2007 Além da adubação durante o estabelecimento da pastagem é fundamental que seja realizada a adubação de manutenção a fim de se garantir a produtividade e o teor adequado de P na forragem Esta adubação deve ser feita em cobertura juntamente com outras adubações e dose utilizada dependerá do nível de exploração e da dose de P aplicado durante o estabelecimento Apesar da baixa mobilidade no solo as pastagens principalmente quando bem adubadas apresentam intenso desenvolvimento de raízes ativas na superfície do solo permitindo uma absorção eficiente do P aplicado em cobertura Corsi Nussio 1993 241 Fertilizante TopPhos Em geral a eficiência média de fertilizantes fosfatados minerais é geralmente inferior a 40 do total de P aplicado ao solo Marschner 2012 Segundo Erro et al 2012 o superfosfato simples possui baixa eficiência agronômica principalmente relacionada a intensa fixação de fósforo no solo Estes autores relatam que o fertilizante TopPhos é uma modificação química do SFS que promove menores taxas de fixação de P no solo e possui maior eficiência agronômica quando comparado ao SFS convencional Segundo Urrutia et al 2014 a disponibilidade de P em diferentes tipos de solo é significativamente influenciada pelas características físicoquímicas de cada 14 solo onde em solos alcalinos prevalece a formação de fosfato monocálcico dicálcico e tricálcico enquanto em solos ácidos a precipitação do P acontece devido a formação de fosfatos de ferro e alumínio Os mecanismos propostos para explicar os efeitos positivos da matéria orgânica sobre a disponibilidade de P no solo são diversos e provavelmente complementares entre si Estes mecanismos incluem 1 a concorrência entre os ânions contidos na matéria orgânica húmicos fúlvicos e ânions orgânicos simples como o ácido cítrico ou oxálico com o fosfato inorgânico para os sítios de adsorção de argilas e óxidos metálicos Staunton Leprince 1996 2 o efeito de HS modificando o padrão de precipitação de sais de P insolúveis como o cálcio em solos calcários ou de ferro e alumínio em solos ácidos Gross Inskeep 1991 3 a capacidade de HS em formar complexos com metais que podem tanto inibir a formação de sais insolúveis em água quanto a formação de complexos fósforometal indisponíveis para as plantas 4 a interação da matéria orgânica ou frações específicas da matéria orgânica com os microorganismos na rizosfera que podem favorecer a proteção do P da fixação do solo Pinton et al 2001 A aplicação de fosfatos combinados com substratos orgânicos tem mostrado aumento na disponibilidade de P para a planta em relação a aplicação de adubos fosfatados que não possuem substratos orgânicos em sua composição Bolan et al 1994 Os motivos pelos quais a matéria orgânica atua beneficamente sobre a solubilização do P não estão bem elucidados embora diversas autores tentam explicar esta dinâmica Além de aumentar a solubilidade do P as substâncias húmicas podem incrementar o crescimento das plantas graças a sua capacidade de formar complexos húmicomineral que disponibilizam nutrientes para as plantas Giovannini et al 2013 A complexação organomineral é dependente da presença de substâncias húmicas no solo descritas como polímeros biológicos oriundos da decomposição de tecidos animais e vegetais e formados por meio de processos químicos e biológicos Sparks 2003 Estas substâncias são resistentes a degradação dos microrganismos e representam uma considerável parte do carbono do solo Baigorri et al 2013 15 Gerke et al 1995 propuseram a teoria da complexação entre substâncias húmicasmetalfosfato que explica a ocorrência de reações de formação de pontes metálicas de Ca Fe ou Al entre fosfato e ácido húmico presentes no solo Os ortofosfatos não se ligam diretamente as moléculas húmicas porém os metais complexados pelas substâncias húmicas formam pontes metálicas com os ânions fosfato onde o Al3 e Fe3 demonstram ser os mais importantes Gerke 2010 Ligações similares ocorrem com os óxidos de Fe e Al onde o ânion H2PO4 substitui o OH ou H2O que está ligada ao metal via troca de ligantes Gerke 1992 Estes mecanismos vêm sendo aplicados na produção de novos fertilizantes como por exemplo os superfosfatos complexados Estes fertilizantes são produzidos da mesma forma que os superfosfatos simples e triplo Urrutia et al 2014 no entanto matéria orgânica é adicionada durante o ataque do ácido na rocha fosfática que originam associações estáveis compostas pelas macromoléculas orgânicas ligadas aos grupos fosfato por pontes de cálcio Desta forma a formação do complexo organomineral impedirá a reação do fosfato com o Fe Al ou Ca livres na solução do solo evitando a precipitação que reduz o P disponível às plantas e também reduzirá a adsorção de P nos óxidos de Fe e Al graças a formação de um complexo estável 16 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andrade F Mendonça E Alvarez V Novais R 2003 F Adição de ácidos orgânicos e húmicos em Latossolos e adsorção de fosfato Revista Brasileira de Ciência do Solo v 27 p 10031011 Anualpec Anuário da Pecuária Brasileira 2011 São Paulo Instituto FNP 378 p Anualpec Anuário da Pecuária Brasileira 2013 São Paulo Instituto FNP 298 p Araújo I Resende A Furtini Neto A et al 2003 Eficiência nutricional do milho em resposta a fontes e modos de aplicação de fósforo Revista Ceres p 27 39 Baigorri R Urrutia O Erro J et al 2013 Structural characterization of anion calciumhumate complexes in phosphatebased fertilizers Chemsuschem v 6 n7 p 12451251 Baligar V Fageria N He Z 2001 Nutrient use efficiency in 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cultivares de Panicum maximum In REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA 34 1997 Juiz de Fora Anais Juiz de Fora Sociedade Brasileira de Zootecnia v2 p157159 Corrêa L Freitas A Vitti G 1997a Resposta de Panicum maximum cv tanzânia a fontes e doses de fósforo no estabelecimento In REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA 34 1997 Juiz de Fora Anais Juiz de Fora Sociedade Brasileira de Zootecnia v2 p 190192 Corrêa L 1991 Níveis críticos de fósforo para o estabelecimento de Brachiaria decumbens Stapf Brachiaria brizantha Stapf cv marandu e Panicum maximum Jacq em latossolo vermelho amarelo álico Tese Doutorado em Solos Piracicaba SP ESALQ 83 p Corsi M Nussio L 1993 Manejo do capimelefante correção e adubação do solo In Simpósio sobre manejo de pastagem 10 1992 Piracicaba Anais Piracicaba FEALQ p 87115 Costa A 2008 S V O Fósforo no sistema soloplanta Governador ValadaresMG Univale 63 p Delgado A Madrid A Kassem S et al 2002 Phosphorus fertilizer recovery from calcareous 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propriedades a pecuária ainda é extrativista onde muito pouco dos nutrientes que são retirados do solo através da produção animal são repostos via adubação e as pastagens são manejadas incorretamente Santos et al 2002 O P desempenha papel importante no crescimento do sistema radicular e no perfilhamento das gramíneas Sendo então fundamental para o estabelecimento e crescimento inicial adequado e ajudará a determinar maior produtividade das forrageiras De acordo com Holford 1997 Este nutriente é o segundo que mais limita a produção agrícola nos solos tropicais onde a disponibilidade natural de P é baixa associada a uma alta capacidade de adsorção e de fixação do mesmo Assim o fósforo é considerado como o elemento que mais limita a produção de forrageiras uma vez que estas plantas possuem uma maior demanda inicial por este nutriente quando comparadas a espécies anuais Malavolta 2006 Diversos trabalhos têm comprovado que o suprimento adequado ou a ausência de fósforo determinam o crescimento das plantas Camacho et al 2015 avaliaram a eficiência de produção de matéria seca em diferentes genótipos de Brachiaria brizantha adubados com fósforo e constataram que houve incremento na produção de matéria seca em todos os genótipos 26 estudados especialmente para a produção de folhas Isso demonstra que a adubação fosfatada contribui para o aumento da área foliar das plantas forrageiras Associado à importância da adubação para um adequado estabelecimento das plantas forrageiras está a necessidade de corrigir a acidez do solo uma vez que o baixo pH torna indisponível grande parte dos nutrientes essenciais às plantas e promove a solubilização de elementos tóxicos como o alumínio As consequências de um solo ácido são os prejuízos causados pelo baixo rendimento das culturas Portanto a correção da acidez do solo através da calagem é considerada uma das práticas que mais contribui para o aumento da eficiência dos adubos e consequentemente aumento da produtividade das plantas Alguns fatores de ambiente como intensidade luminosa e temperatura irão afetar o crescimento inicial e a produção das plantas forrageiras Andrade et al 2005 As condições do ambiente associadas ao estado nutricional das plantas e a idade de crescimento são determinantes no processo de formação crescimento e manutenção dos tecidos principalmente da área foliar De acordo com Radford 1967 as principais características de crescimento das plantas são taxa de crescimento da cultura taxa de crescimento relativo taxa assimilatória líquida razão de área foliar área foliar específica razão de peso foliar índice de área foliar e duração da área foliar Segundo Santos Junior et al 2004 o fundamento da análise de crescimento é a medida sequencial da acumulação de matéria orgânica e sua determinação é realizada por meio da avaliação do acúmulo de matéria seca MS da planta e do crescimento da área foliar Esta determinação é importante uma vez que as folhas são as principais responsáveis pela captação de energia solar e pela produção de matéria orgânica por meio da fotossíntese Tendo em vista a importância da adubação fosfatada e da calagem no crescimento inicial das plantas forrageiras este trabalho objetivou analisar algumas características de crescimento da Brachiaria brizantha cv marandu em função da calagem e adubação com duas fontes de adubo fosfatado 27 2 Material e métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do Departamento de Fitotecnia DFT da Universidade Federal de Viçosa UFV Minas Gerais no período de janeiro a março de 2015 O solo utilizado no experimento foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico de textura muito argilosaremovendose a cobertura vegetal e coletandose a camada arável do solo 0 20 cm Suas características químicas foram determinadas pela análise de uma amostra composta coletada previamente a instalação do experimento A espécie Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada no delineamento experimental inteiramente casualizado em um esquema fatorial 2 x 3 x 6 duas condições de acidez do solo e três composições de adubo fosfatado com parcelas subdivididas seis épocas de avaliação e quatro repetições O fator principal consistiu de duas condições de solo solo ácido e solo corrigido por meio de calagem Para o solo corrigido foi realizado o método de neutralização do alumínio e suprimento de cálcio e magnésio através da utilização de calcário com PRNT de 76 e um período de incubação de 30 dias onde a necessidade de calcário é calculada com base no teor de argila e alumínio do solo Em ambas as condições de solo foram realizados dois tipos de adubação fosfatada uma composta de fosfato complexado com ácidos húmicos Top Phos Timac Agro e outra composta de superfosfato simples e um tratamento testemunha sem a adição de nenhum adubo fosfatado A adubação foi incorporada ao solo na ocasião do enchimento dos vasos nas doses 150 150 60 08 15 35 5 e 015 mg dm 3 respectivamente para N K S B Cu Mn Zn e Mo PA além de 400 mg dm 3 de P seguindo os tratamentos adaptado de Silva et al 2013 Foi feita análise do solo corrigido após o período de incubação com o calcário Os resultados obtidos através da análise do solo antes e após a correção se encontram na tabela 1 28 Tabela 1 Características químicas da camada do solo de 020 cm de profundidade antes da instalação do experimento Características químicas Sem correção Corrigido pH em água 125 43 55 Fósforo P mg dm31 32 27 Potássio K mg dm31 57 51 Cálcio Ca2 cmolc dm32 10 23 Magnésio Mg2 cmolc dm32 01 08 Acidez trocável Al3 cmolc dm32 14 00 Acidez potencial H Al3 cmolc dm34 109 644 Soma de bases SB cmolc dm3 125 323 Capacidade de troca de cátions CTC efetiva t cmolc dm3 215 323 Capacidade de troca de cátions CTC a pH 70 T cmolc dm3 1214 967 Saturação por bases V 10 33 Saturação por alumínio m 42 0 Premanescente mg dm3 116 133 Matéria orgânica dag kg15 542 454 1Extrator Mehlich1 2Extrator KCl 1 molL1 4Extrator Acetato de cálcio 05mol L1 pH 70 5MO COrg x 1724 WalkleyBlack A semeadura foi realizada em vasos de plástico com superfície quadrada aresta de 17 cm e capacidade de 42 dm3 Estes vasos foram preenchidos com solo seco ao ar peneirado destorroado e processados conforme os tratamentos Posteriormente cada vaso foi irrigado com água desionizada até atingir a capacidade de campo Semearamse em cada vaso 25 sementes aproximadamente em profundidade de 05 cm e distribuídas ao acaso na superfície Uma semana após a emergência iniciouse o desbaste das plântulas seguindo desbastes periódicos até a permanência de cinco plantas por vaso Utilizouse como critério para desbaste a sanidade uniformidade e distribuição na superfície do vaso As plantas foram irrigadas todos os dias com água desionizada a fim de se manter a umidade próxima a capacidade de campo Uma vez por semana realizavase amostragem de 25 dos vasos sendo estes pesados em balança digital e verificado a umidade do solo completandose com água desionizada até atingir a capacidade de campo do solo Aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência quatro plantas ao acaso por tratamento foram colhidas para análises destrutivas Após cada dia de coleta uma dose de 30 mg dm3 de NH4NO3 era aplicada nos vasos remanescentes de modo que as plantas retiradas aos 21 dias não receberam esta aplicação ao passo que aquelas retiradas aos 56 dias após a emergência receberam uma dose final de 150 mg dm3 de NH4NO3 As plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato procedendose à coleta da parte aérea e das raízes que foram separadas do solo e lavadas com água corrente e água desionizada utilizandose duas peneiras de malha com diâmetro de 025 e 100 mm O material colhido foi estratificado em folha colmo e raiz A área foliar foi medida utilizando o equipamento LICOR 3100 Inc Lincoln Nebraska USA Posteriormente todo o material foi acondicionado em sacos de papel devidamente identificados e colocados para secar em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65º C até atingir massa constante e em seguida pesados em balança de precisão Com os dados de massa seca g planta1 e área foliar cm2 planta1 foram calculadas as seguintes razões alométricas e análise de crescimento taxa de crescimento absoluto TCA taxa assimilatória líquida TAL razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF utilizouse as fórmulas descritas por Hunt et al 2002 Taxa de crescimento absoluto TCA TCA MST2 MST1 t2 t1 Onde massa seca total MST1 e MST2 são as biomassas secas de duas amostragens sucessivas e t2 e t1 são os dias ocorridos entre as duas observações Taxa assimilatória líquida TAL A taxa assimilatória líquida g cm2 dia1 é a relação entre a matéria seca total MST e a área foliar AF por unidade de tempo Esse índice representa a conversão de matéria seca da planta em relação à AFP e foi calculado a partir da seguinte relação TAL MST2 MST1 AF2 AF1 x lnAF2 lnAF1 t2 t1 Onde MST1 e MST2 AF1 e AF2 representam a variação da massa da matéria seca total e da área foliar em duas amostras consecutivas respectivamente tomadas nos tempos t1 e t2 e ln é o logaritmo neperiano Razão de área foliar RAF A RAF é a razão entre a área foliar AF área responsável pela absorção de luz e CO2 e a massa seca total MST resultado da fotossíntese líquida Este índice representa a área foliar em cm2 que é usada para produzir 1 g de massa seca e foi calculado a partir da seguinte relação RAF AF MST Área foliar específica AFE Este parâmetro é calculado através da razão entre a área foliar AF e a massa seca das folhas MSFol e foi obtido a partir da seguinte relação AFE AF MSFol Razão de massa foliar RMF A razão de massa foliar foi calculada pela relação entre a massa seca folhas e a massa seca total e expressa em g g1 conforme equação 31 RMF MSFol MST Todos os dados foram submetidos à análise de variância seguida de comparação de médias pelo teste de Tukey 5 de significância para comparações qualitativas Empregouse análise de regressão para dados quantitativos para tanto foi utilizado o programa estatístico SISVAR 56 Ferreira 2011 32 3 Resultados Houve efeito significativo p001 da adubação fosfatada e das idades de crescimento sobre a taxa de crescimento absoluto TCA que representa a velocidade de crescimento do capim marandu Tabela 3 A calagem não influenciou a TCA Não houve interação entre calagem e adubação fosfatada no entanto foi realizado o desdobramento desta interação para a variável TCA Tabela 4 assim como para as demais variáveis estudadas neste trabalho independentemente da constatação da significância da interação As demais interações tiveram efeito significativo exceto a interação tripla entre todas as fontes de variação estudadas Tabela 2 Análise de variância da taxa de crescimento absoluto TCA e da taxa assimilatória líquida TAL do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada cultivada no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Fontes de variação G L Quadrados Médios TCA TAL Bloco 3 00128 0000000028NS Solo S 1 00012NS 0000002000 Fonte de P F 2 23150 0000005000 Interação S x F 2 00027NS 0000001000 Erro A 15 00022 0000000061 Idade de Crescimento I 4 01256 0000002000 Interação S x I 4 00054 0000000670 Interação F x I 8 00375 0000000782 Interação S x F x I 8 00030NS 0000000820 Erro B 72 00018 0000000064 CV Parcela 161 274 CV Subparcela 149 282 NS e não significativo e significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F 33 Tabela 3 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para a taxa de crescimento absoluto TCA do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP TCA g dia1 Acidez Natural 0012 aB 0425 aA 0416 aA 0285 Acidez Corrigida 0008 aB 0451 aA 0414 aA 0291 Média 0010 0438 0415 0288 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade A adubação fosfatada independentemente da fonte utilizada aumentou significativamente a TCA em relação ao tratamento que não foi adubado com fósforo As fontes de fósforo utilizadas não diferiram entre si sendo que ambas provocaram aumento na TCA de pelo menos 40 vezes A calagem não influenciou a TCA independentemente da adubação fosfatada e da fonte utilizada Tabela 3 e 4 Na Figura 1 está apresentado o desdobramento da interação entre as fontes de fósforo e as idades de crescimento No tratamento sem aplicação de fósforo a TCA não variou em função das idades crescimento sendo observado um reduzido e constante crescimento Quando foi aplicado fósforo no solo a TCA teve efeito variado em função das idades de crescimento com resposta ajustada ao modelo de regressão linear quadrático para ambas as fontes utilizadas Observase um comportamento semelhante da TCA em função das idades de crescimento independentemente da fonte de fósforo utilizada sendo os valores máximos alcançados aos 427 e 450 dias após a emergência DAE respectivamente para TopPhos TP e superfosfato simples SFS 34 Figura 1 Desdobramento da interação entre as fontes de fósforo e as idades de crescimento sobre a taxa de crescimento absoluto TCA do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Para a taxa assimilatória líquida TAL houve efeito significativo de todos os fatores avaliados Tabela 3 Avaliando a interação entre a calagem e a adubação fosfatada Tabela 5 observase que quando não foi aplicado fósforo no solo a calagem promoveu aumento nos valores médios obtido para a TAL Quando foi fornecido fósforo de ambas as fontes superfosfato simples e TopPhos o aumento da TAL promovido pela calagem não foi significativo Sem a realização da calagem a média do tratamento sem aplicação de fósforo foi superior do que o tratamento que recebeu fósforo da fonte TopPhos já quando foi realizada a calagem o valor médio do tratamento sem fósforo foi superior ao dos tratamentos que receberam fósforo de ambas as fontes utilizadas Superfosfato Simples SFS ŷ 16157 00966 DAE 00011 DAE2 R2 078 PM 450 Top Phos TP ŷ 09334 00669 DAE 00008 DAE2 R2 089 PM 427 Sem Fósforo SP ŷ ȳ 00104 0 01 02 03 04 05 06 07 08 09 1 21 28 35 42 49 56 TCA g dia1 Idades de Crescimento DAE TP SFS SP 35 Tabela 4 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para a taxa assimilatória líquida TAL do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP TAL g cm2 dia1 Acidez Natural 0000934 bA 0000735 aAB 0000602 aB 0000757 Acidez Corrigida 0001663 aA 0000798 aB 0000663 aB 0001041 Média 0001298 0000767 0000633 0000899 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade O desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado em função das idades de crescimento é apresentado na figura 2 Observase tendência de redução linear dos valores de TAL no período de crescimento da cultura estudado exceto para o tratamento em que se realizou a calagem mas não foi aplicado fósforo no qual foi observado aumento dos valores em função do tempo Além do comportamento contrastante entre os tratamentos em que não foi aplicado fósforo observase reduzido grau de ajuste das equações de regressão Porém nos tratamentos em que foi aplicado fósforo melhor ajustado ao modelo de regressão linear foi o comportamento apresentado pela cultura verificandose decréscimo na ordem 0000023 e 0000020 g cm2 dia1 para as fontes SFS e TP respectivamente para ambos as condições de solo com acidez natural SAN ou acidez corrigida SAC 36 Figura 2 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável taxa assimilatória líquida TAL em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Para as variáveis razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF o efeito individual dos fatores estudados foram significativos p001 Tabela 6 Houve interação entre as fontes de variação acidez do solo e fonte de fósforo apenas para RMF p005 A interação simultânea entre as três fontes de variação estudadas foi significativa para RAF e RMF p005 ŷ 000078 0000021 DAE R2 007 00005 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 TAL g cm2 dia1 SAC SP ŷ 000271 0000042 DAE R2 058 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 000175 0000023 DAE R2 096 00005 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 TAL g cm2 dia1 SAC SFS ŷ 000174 0000024 DAE R2 077 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 000160 0000022 DAE R2 091 00005 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 TAL g cm2 dia1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 000136 0000018 DAE R2 093 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 37 Tabela 5 Resumo da análise de variância razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada cultivada no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Fontes de variação G L Quadrados Médios RAF AFE RMF Bloco 3 16099 35776 000520 Solo S 1 29623 112924 000279 Fonte de P F 2 422935 2388240 001422 Interação S x F 2 4565ns 14135ns 000172 Erro A 15 2092 7243 000044 Idade de Crescimento I 5 61163 211566 001025 Interação S x I 5 1753ns 5588ns 000162ns Interação F x I 10 40389 152967 000404 Interação S x F x I 10 3344 9067ns 000229 Erro B 90 1505 5645 000099 C V Parcela 174 145 47 C V Subparcela 148 128 71 NS e não significativo e significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F O desdobramento da interação entre as condições de acidez do solo e a adubação fosfatada apresentou comportamento semelhante para RAF AFE e RMF Tabela 7 onde a calagem promoveu redução na média do tratamento que não foi adubado com fósforo A adubação fosfatada promoveu aumento nas médias de RAF e AFE independente da realização ou não da calagem Já para RMF a adubação fosfatada promoveu redução dos valores médios As variáveis RAF AFE e RMF apresentaram padrão de redução linear dos valores médios observados com o aumento das idades de crescimento Figuras 3 4 e 5 No entanto para RAF e AFE quando não foi aplicado fósforo no solo houve aumento dos valores observados com o aumento das idades de crescimento Observouse que quando as plantas receberam a adubação com fósforo os valores observados e sua variação em função das idades de crescimento foram semelhantes 38 Tabela 6 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para as variáveis razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP RAF cm2 g1 Acidez Natural 5668 aB 10013 aA 10553 aA 8745 Acidez Corrigida 4073 bB 9608 aA 9832 aA 7837 Média 4871 9810 10192 8291 AFE cm2 g1 Acidez Natural 11985 aB 22976 aA 23530 aA 19497 Acidez Corrigida 8961 bB 21827 aA 22390 aA 17726 Média 10473 22401 22960 18612 RMF g g1 Acidez Natural 0475 aA 0431 aB 0444 aB 0450 Acidez Corrigida 0455 bA 0435 aB 0434 aB 0441 Média 0465 0433 0439 0445 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade 39 Figura 3 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável razão de área foliar RAF em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG ŷ 4516 1165 DAE R2 077 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 RAF cm2 g1 SAC SP ŷ 32991 0610 DAE R2 036 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 171290 1937 DAE R2 084 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 RAF cm2 g1 SAC SFS ŷ 178032 2006 DAE R2 095 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 172318 1906 DAE R2 087 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 RAF cm2 g1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 183988 2020 DAE R2 078 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 40 Figura 4 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável área foliar específica AFE em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG ŷ 2038 2360 DAE R2 078 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 AFE cm2 g1 SAC SP ŷ 61306 1508 DAE R2 045 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 353573 3484 DAE R2 083 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 AFE cm2 g1 SAC SFS ŷ 377619 3808 DAE R2 096 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 358819 3474 DAE R2 086 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 AFE cm2 g1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 386447 3892 DAE R2 079 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 41 Figura 5 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável razão de massa foliar RMF em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG ŷ 04741 000049ns DAE R2 002 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 RMF g g1 SAC SP ŷ 05105 000091º R2 019 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 05138 000204 DAE R2 087 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 RMF g g1 SAC SFS ŷ 04957 000167 DAE R2 071 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 05070 000188 DAE R2 088 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 RMF g g1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 04929 000125 DAE R2 076 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 42 4 Discussão Em concordância com os resultados obtidos neste trabalho Gomide et al 2003 estudando capim mombaça observaram que os valores médios de TCA velocidade de crescimento do capim marandu TAL expressa a taxa de fotossíntese líquida em termos de massa seca produzida e RAF área foliar em uso pela planta para produzir um grama de massa seca reduziram com o avanço da idade das plantas Os autores justificaram o resultado obtido em função da senescência e morte dos tecidos e estabilização no acúmulo de matéria seca após algumas semanas de crescimento Gomide Gomide 1999 obtiveram respostas compatíveis e justificam que a queda destes parâmetros se deve à competição por luz autossombreamento avanço da idade da planta e incremento das demandas respiratórias A queda na RAF que representa a área foliar útil para a fotossíntese para produzir um grama de massa seca total reflete segundo Santos Junior et al 2004 a diminuição da capacidade fotossintética em relação ao aumento da massa total da planta o que segundo os autores representa um detrimento da produção de folhas em função da maior redistribuição de fotoassimilados para o crescimento da planta como colmos raízes e perfilhos órgãos que respiram mas não contribuem para a fotossíntese Gomide Gomide 1999 também relataram queda abrupta nos valores de RAF para as cultivares mombaça tanzânia e vencedor Santos Júnior et al 2004 em estudo com capim marandu relatam que o máximo valor da RAF ocorreu aos 21 dias com queda significativa até os 53 dias De acordo com Gomide et al 2003 nas primeiras semanas após a emergência a massa seca de folhas representa mais da metade da massa seca total indicando a preferência da planta para alocar fotoassimilados para o meristema apical e as folhas em expansão Após este período a representatividade da matéria seca de folhas cai em relação à da matéria seca total da planta destacandose o aumento na participação de outras estruturas colmos e raízes Diversos trabalhos que comparam fontes alternativas de fósforo aos fertilizantes mais solúveis relatam um desempenho inferior dos fosfatos 43 alternativos em comparação com o superfosfato simples ou triplo Oliveira et al 2012 avaliaram diferentes fontes de fósforo fosfato natural reativo de Arad farinha de ossos e superfosfato simples no estabelecimento e produtividade de forrageiras Os autores relatam que houve superioridade do SS para a maioria das variáveis analisadas Também Maciel et al 2007 em um estudo que avaliou diferentes fontes de fósforo no cultivo do capim marandu relatam que as fontes mais solúveis apresentaram as melhores respostas Neste trabalho as fontes fosfatadas não diferiram entre si no que diz respeito ao crescimento inicial do capim marandu tendo todos os parâmetros avaliados o mesmo comportamento tanto para o tratamento que foi adubado com o superfosfato simples quanto o adubado com o TopPhos Esse fator demonstra um desempenho promissor do fertilizante TopPhos uma vez que uma nova fonte fosfatada é sempre avaliada em comparação com os adubos mais solúveis apesar de outros estudos serem necessários para avaliar a viabilidade econômica da adubação com o TopPhos Independentemente da fonte os tratamentos que receberam adubação fosfatada foram superiores em relação a testemunha para as variáveis TCA RAF AFE demonstrando a importância do fósforo no crescimento das plantas e na produção de aparato fotossintético uma vez que a RAF e a AFE são quantificadas levando em consideração a área foliar sobre a matéria seca sendo matéria seca total para a RAF e matéria seca de folhas no caso da AFE Lira et al 1994 descreve que o fósforo desempenha papel importante no desenvolvimento do sistema radicular e perfilhamento das gramíneas e por isso promove aumento da taxa de crescimento inicial e favorece o estabelecimento das forrageiras Camacho et al 2015 relatam também que a adubação fosfatada promoveu incremento na produção de matéria seca de folhas do capim marandu contribuindo para maiores valores de RAF e AFE nos tratamentos que receberam fósforo A TAL e a RMF foram maiores para o tratamento testemunha que não recebeu adubação fosfatada Esses valores podem ser justificados pelo fato das duas variáveis considerarem para efeito de cálculo a matéria seca total MST das plantas Para a RAF por exemplo a representatividade das folhas 44 no total do peso da planta é maior em razão do valor diminuto da MST o mesmo ocorre com a TAL Segundo Santos Junior et al 2004 a taxa fotossintética da cultura não é necessariamente uma função direta de sua área foliar visto a contribuição desigual de folhas de diversas idades e os atributos morfológicos como ângulo de disposição de folhas que interferem na interceptação luminosa Desse modo duas plantas com a mesma área de folhas podem interceptar mais ou menos luz variando sua TAL em função do ângulo de inserção das folhas No presente trabalho as plantas que não receberam adubação fosfatada apresentaram menor autossombreamento havendo maior interceptação de luzfolha apesar de a interceptação de luzplanta ter sido menor em comparação com os tratamentos que receberam adubação fosfatada Esse fator talvez possa justificar uma maior TAL no tratamento sem fósforo 45 5 Conclusão A adubação fosfatada independentemente da fonte e da realização da calagem é determinante para o maior crescimento inicial rápido estabelecimento e produção do capim marandu Estudos posteriores sobre a viabilidade econômica da utilização das fontes de fósforo estudadas e sua fixação no solo são necessários 46 6 Referências Bibliográficas Andrade A Fonseca D Lopes R et al 2005 Análise de crescimento do capimelefante Napier adubado e irrigado Ciência e Agrotecnologia v29 n2 p 415423 Camacho M Silveira L Silveira M 2015 Eficiência de genótipos de Brachiaria brizantha Stapf Syn Urochloa brizantha na produção de biomassa sob aplicação de fósforo Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia v67 n4 p 11331140 Ferreira D 2011 Sisvar a computer statistical analysis system Ciência e Agrotecnologia v 35 n6 p 10391042 Gomide C Gomide J 1999 Análise de crescimento de cultivares de Panicum maximum Jacq Revista Brasileira de Zootecnia v28 n4 p 675 680 Gomide C Gomide J Alexandrino E 2003 Índices morfogênicos e de crescimento durante o estabelecimento e a rebrotação do capimMombaça Panicum maximum Jacq Revista Brasileira de Zootecnia v 32 n 4 p 795 803 Holford I 1997 Soil phosphorus its measurement and its uptake by plants Australian Journal of Soil Research v35 p 227239 Hunt R Causton DR Shipley B Askew P 2002 A modern tool for classical plant growth analysis technical note Annals of Botany v 90 p 485488 Lira M Farias I Fernandes A 1994 Estabilidade de resposta do capim Braquiária Brachiaria decumbens Stapf sob níveis crescentes de nitrogênio e fósforo Revista Brasileira de Zootecnia v29 n8 p 11511157 47 Maciel G Costa S Furtini Neto A et al 2007 Efeitos de diferentes fontes de fósforo na Brachiaria brizantha cv Marandu cultivada em dois tipos de solos Ciencia Animal Brasileira v8 p 227233 Malavolta E 2006 Manual de nutrição mineral de plantas São Paulo Editora Agronômica Ceres 638 p Oliveira S Caione G Camargo M et al 2012 Fontes de fósforo no estabelecimento e produtividade de forrageiras na região de alta floresta MT Global Science and Technology v5 n1 p 0110 Radford P 1967 J Growth analysis formulae their use and abuse Crop Science v7 n3 p171175 Santos H Fonseca D Cantarutti R et al 2002 Níveis críticos de fósforo no solo e na planta para gramíneas forrageiras tropicais em diferentes idades Revista Brasileira de Ciência do Solo n26 p 173182 Santos Junior J Monteiro F Lavres Junior J 2004 Análise de crescimento do capimmarandu submetido a doses de nitrogênio Revista Brasileira de Zootecnia Viçosa v33 n6 p 19851991 Silva J Silva I Rodas C Carvalho J 2013 Critical levels for Brachiaria brizantha and Panicum Maximum using different sources of phosphorus IDESIA v31 n1 p 5965 48 CAPÍTULO 2 Disponibilidade de fósforo no solo produção de biomassa e concentração de fósforo no capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 1 Introdução Em regiões de clima tropical os solos geralmente se caracterizam por serem ácidos e pobres em fósforo disponível às culturas agrícolas em função da capacidade de adsorção deste nutriente pelo solo Nesta reação as moléculas de P adicionadas ao solo na forma de fosfato PO43 reagem com a fase sólida mineral do solo formando uma ligação química muito forte de caráter covalente Pajara 2014 Ainda em condições de pH elevado e altos valores de cálcio disponível o fosfato pode reagir com o cálcio precipitando na forma de fosfato tricálcio forma insolúvel de P Estas reações de adsorção e precipitação tornam o P indisponível às plantas mesmo após a aplicação de doses elevadas de adubos fosfatados Mesmo nos solos que apresentam alto teor de Ptotal esses valores não se refletem na disponibilidade deste nutriente para as plantas limitando o desenvolvimento da maior parte dos cultivos de importância agrícola Esta baixa disponibilidade devese ao fato do P ligarse com os colóides do solo na forma de complexos de esfera interna com compostos estáveis de ligação muito forte refletindo em pouca disponibilidade às plantas A eficiência da adubação fosfatada é limitada sendo o aproveitamento máximo deste nutriente na ordem dos 25 do total aplicado Raij 2004 Na agricultura brasileira predomina o uso dos fertilizantes fosfatados totalmente acidulados e solúveis em água obtidos a partir do tratamento ácido de rochas fosfáticas Os principais são o superfostato triplo SFT com 41 de P2O5 e o superfosfato simples SSP com 18 de P2O5 Os dois representam aproximadamente 50 dos fertilizantes fosfatados fabricados no mundo Fassbender Bornemisza 1994 A eficiência destes fosfatos 49 depende de fatores relacionados com suas propriedades com os atributos do solo com as práticas de manejo e com as características das plantas A eficiência agronômica dos fertilizantes fosfatados solúveis é em média 20 Araújo et al 2003 por causa desta baixa eficiência nos últimos anos foram estudados e disponibilizados novos fertilizantes com P que dispõem de diferentes tecnologias embutidas no processo de fabricação com o objetivo de melhorar a eficiência agronômica do P aplicado Estes mecanismos que visam diminuir a adsorção no solo e aumentar a eficiência são muito variados e vão desde a alteração da composição química do P presente no adubo até a limitação do contato com o solo através da restrição física por constituintes do fertilizante fosfatado Alguns destes fertilizantes alternativos são produzidos através da modificação da rota de fabricação de produtos tradicionais como por exemplo o superfosfato simples e o superfosfato triplo Pajara 2014 Este processo se dá através da adição de componentes fontes orgânicas e óxidos de magnésio no processo de acidulação do P ou por granulação conjunta com fontes orgânicas carbonatos de cálcio e fosfatos naturais reativos Formulações contendo fontes solúveis e pouco solúveis de P em água estão disponíveis com a justificativa no sentido de que diferentes solubilidades das fontes fornecem P de maneira gradual às culturas implantadas aumentando o índice de aproveitamento deste nutriente no solo e conferindo maior eficiência a estes produtos Estas características teoricamente influenciam o efeito residual do P aplicado no solo aumentando a sua eficiência agronômica quando em comparação às fontes de P tradicionais Nesse sentido objetivouse verificar o efeito da calagem e da adubação superfosfato complexado TopPhos em comparação com fonte de P tradicional superfosfato simples sobre a disponibilidade de fósforo no solo e na produção de matéria seca do capim marandu 50 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do Departamento de Fitotecnia DFT da Universidade Federal de Viçosa UFV Minas Gerais no período de janeiro a março de 2015 O solo utilizado no experimento foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico de textura muito argilosa removendose a cobertura vegetal e coletandose a camada arável do solo 0 20 cm Suas características químicas foram determinadas pela análise de uma amostra composta coletada previamente a instalação do experimento sendo os resultados estão apresentados na Tabela 1 do segundo capítulo A espécie Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada no delineamento experimental inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3x2 três composições de adubo fosfatado e duas condições de acidez do solo e quatro repetições O fator principal consistiu de duas condições de solo solo ácido e solo corrigido por meio de calagem Para o solo corrigido foi realizado o método de neutralização do alumínio e suprimento de cálcio e magnésio através da utilização de calcário com PRNT de 76 e um período de incubação de 30 dias onde a necessidade de calcário foi calculada com base no teor de argila e alumínio do solo Em ambas as condições de solo foram realizados dois tipos de adubação fosfatada uma composta de fosfato complexado com ácidos húmicos Top Phos Timac Agro e outra composta de superfosfato simples e um tratamento testemunha sem a adição de nenhum adubo fosfatado Os adubos foram incorporados ao solo na ocasião do enchimento dos vasos nas doses 150 150 60 08 15 35 5 e 015 mg dm3 respectivamente para N K S B Cu Mn Zn e Mo PA além de 400 mg dm3 de P seguindo os tratamentos adaptado de Silva et al 2013 A análise do solo corrigido foi realizada após o período de incubação com o calcário Os dados da análise do solo corrigido se encontram na Tabela 1 do primeiro capítulo O experimento foi conduzido em vaso de plástico com superfície quadrada aresta de 17 cm e capacidade de 42 dm3 Estes vasos foram 51 preenchidos com solo seco ao ar peneirado destorroado e processados conforme os tratamentos estudados Posteriormente cada vaso foi irrigado com água desionizada até atingir a capacidade de campo Semearamse em cada vaso 25 sementes aproximadamente em profundidade de 05 cm e distribuídas ao acaso na superfície Uma semana após a emergência iniciouse o desbaste das plântulas seguindo desbastes periódicos até a permanência de cinco plantas por vaso Como critério para desbaste utilizouse a sanidade uniformidade e distribuição na superfície do vaso As plantas foram irrigadas todos os dias com água desionizada a fim de se manter a umidade próxima a capacidade de campo Uma vez por semana realizavase amostragem de 25 dos vasos sendo estes pesados em balança digital e verificada a umidade do solo completando com água desionizada até atingir a capacidade de campo do solo As plantas receberam ao longo dos dias de cultivo uma dose de 30 mg dm3 de NH4NO3 aplicados semanalmente até que ao final do período do experimento 57 dias após a emergência cada planta recebeu uma quantidade final de 150 mg dm3 de NH4NO3 Aos 57 dias após a emergência as plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato procedendose à coleta da parte aérea e das raízes que foram separadas do solo e lavadas com água corrente e água desionizada utilizandose duas peneiras de malha com diâmetro de 025 e 100 mm O material colhido foi estratificado em folha colmo e raiz Posteriormente todo o material foi acondicionado em sacos de papel devidamente identificados e secos em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65 ºC até atingir massa constante após foram pesados em balança de precisão O material vegetal foi encaminhado ao Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas da UFV para quantificação da concentração de fósforo no tecido vegetal Foi realizada digestão nitricoperclórica do tecido vegetal seguida de determinação da concentração do fósforo pelo método de redução do fosfomolibdato pela vitamina C conforme descrito por Braga e Defelipo 1974 A determinação do teor de P no solo foi feita através da extração do P 52 pelo método Mehlich 1 A quantificação do teor de P nos extratos de solo foi realizada empregandose o mesmo método usado para o material vegetal As leituras dos teores de P no solo e na planta foram feitas por espectofotômetro de absorção molecular A produção do capim marandu foi estimada através da quantificação da matéria seca total MST de cada planta Todos os dados foram submetidos à análise de variância seguida de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5 de significância Foi utilizado o programa estatístico SISVAR 56 Ferreira 2011 53 3 Resultados Houve efeito significativo p001 da adubação fosfatada sobre as variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST a concentração de fósforo na planta TPP do capim marandu Tabela 1 A calagem não influenciou nenhuma das variáveis estudadas e não houve interação entre a calagem e a adubação fosfatada no entanto foi realizado o desdobramento das interações para todas as variáveis independente da constatação da significância da interação Tabela 1 Análise de variância das variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST e concentração de fósforo na planta TPP do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada cultivada no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Fontes de variação G L Quadrados Médios PDS MST TPP Bloco 3 3221NS 6891 0355 Solo S 1 3267NS 0067NS 0018NS Fonte de P F 2 1232972 603898 5035 Interação S x F 2 728NS 0065NS 0133NS Resíduo 15 5463 1332 0060 C V 155 110 125 No desdobramento da interação entre as fontes de fósforo e a calagem para as variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST e concentração de fósforo na planta TPP Observouse variação em relação ao teor de PDS proporcionado pelas diferentes fontes aplicadas sendo que o fertilizante TopPhos proporcionou maior teor de P no solo 2586 mg dm3 extraído pelo método Mehlich1 seguido pelo superfosfato simples 1786 mg dm3 Tabela 2 O tratamento que não recebeu fósforo apresentou o menor teor deste elemento no solo 151 mg dm3 Apesar da maior disponibilidade de P no solo oferecida pelo adubo TopPhos no que diz respeito a concentração de P na planta TPP não houve diferença entre as fontes de fósforo avaliadas assim como a produção do capim marandu estimada através da MST não foi influenciada pelos adubos 54 fosfatados O tratamento que não recebeu P apresentou as médias mais baixas para todas as variáveis estudadas Tabela 2 Tabela 2 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para as variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST e concentração de fósforo na planta TPP do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP PDS mg dm3 Acidez Natural 160 1855 2619 1545 a Acidez Corrigida 141 1717 2554 1471 a Média 151 C 1786 B 2586 A 1508 MST g planta1 Acidez Natural 047 1533 1545 1042 a Acidez Corrigida 041 1542 1574 1052 a Média 044 B 1537 A 1560 A 1047 TPP mg kg1 Acidez Natural 092 238 263 198 a Acidez Corrigida 116 221 240 192 a Média 104 B 229 A 251 A 195 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade 55 4 Discussão Substâncias húmicas SH são moléculas derivadas de biopolímeros formados no solo durante a decomposição dos resíduos vegetais e animais por meio de processos químicos e biológicos e são resistentes a degradação microbiana Baigorri et al 2013 SH são amplamente utilizadas em práticas agrícolas seja através da aplicação direta de soluções que contenham SH ou através de aditivos orgânicos de compostagem Um dos efeitos mais importantes das SH no solo é o aumento do potencial de biodisponibilidade de nutrientes minerais devido a sua capacidade de formar complexos organo minerais estáveis Estudos como os de Urrutia et al 2014 Gerke 1992 Gerke Meyer 1995 entre outros descrevem a formação de complexos estáveis e solúveis em água de fósforometalhúmus Estes também demonstram também que os complexos estáveis quando formados impedem a fixação de fósforo no solo e melhoram a absorção de fósforo pela raiz das plantas Outros estudos indicaram a possibilidade de preparar adubos fosfatados como o superfosfato simples SFS e superfosfato triplo SPT que contenham complexos de fósforometalhúmus Estes fertilizantes chamados por Baigorri et al 2013 de superfosfato orgânico complexado TopPhos demonstram uma maior eficiência como fonte de fósforo para as plantas do que os fertilizantes tradicionais SSP e STP confirmando os resultados encontrados no presente trabalho onde o teor de fósforo disponível no solo PDS foi de 2586 mg dm 3 para o fertilizante TopPhos e 1786 mg dm3 para o SFS Gerke 1992 Gerke Meyer 1995 e Gerke et al 1995 observaram que o nível de P na solução do solo está associado com a presença de SH Fe3 e Al3 na solução do solo A primeira explicação para este fato sugere que o P se torna protegido por SH a partir da interação com o Fe e Al por meio da complexação com estes cátions De acordo com a hipótese destes autores estes compostos seriam estáveis e solúveis em solução do solo e deste modo o P complexado também estaria disponível para a absorção das plantas através da interação dos ácidos orgânicos naturais secretados e liberados pelas raízes tais como o ácido cítrico ou oxálico com o metal 56 presente nos complexos Estes trabalhos podem explicar os dados encontrados neste estudo onde o adubo complexado com HS propiciou teores mais elevados de P disponível para as plantas no solo Em conformidade com os dados obtidos neste trabalho Urrutia et al 2014 afirmam que estes tipos de complexos formados por fósforo metais e ácidos húmicos são capazes de reduzir significativamente o grau de fixação de P nos solos com diferentes características físicoquímicas e valores de pH Por outro lado esses autores relatam que em relação a disponibilidade de P complexado para absorção pelas plantas diversos estudos demonstram que diferentes espécies de plantas foram capazes de adquirir P a partir destes complexos pelo menos ao mesmo nível que o obtido através de fontes de fósforo convencionais Estes dados corroboram os dados obtidos neste trabalho onde apesar da maior disponibilidade de fósforo no solo no tratamento com o fertilizante TopPhos a produção de matéria seca total MST bem como o teor de fósforo na planta TPP foram semelhantes nos dois tratamentos cujas plantas receberam fósforo independentemente da fonte Tabela 2 A eficiência da absorção do P balanço entre o nutriente absorvido pela planta e o nutriente disponível na rizosfera é mais elevada para as plantas recebem fósforo de fontes convencionais este fato é explicado porque o P incluído nos complexos PmetalSH não é livre mas complexado e por tanto as raízes das plantas necessitam competir com estes complexos para obtenção do P Urrutia et al 2014 Apesar da diferença significante entre o SFS e o TopPhos no que diz respeito ao PDS os fertilizantes promoveram maiores teores de P para as plantas quando comparados ao tratamento que não recebeu adubação fosfatada confirmando os dados da literatura que relatam a baixa disponibilidade de P na maioria dos solos brasileiros e a baixa ineficiência das plantas em aproveitar o P retido nestes solos uma vez que as variáveis MST e TPP também apresentaram média inferior no tratamento sem adubação em relação aos tratamentos que receberam adubação fosfatada demonstrando mais uma vez a importância do P no desenvolvimento e produção de MS e qualidade nutricional das plantas forrageiras 57 5 Conclusão O fertilizante Top Phos promove maior teor de P disponível no solo em comparação ao superfosfato simples sem no entanto resultar em diferença na produção de matéria seca total e na concentração de fósforo na planta Outros estudos necessitam ser realizados para avaliar o efeito da maior disponibilidade do P oferecida pelo Top Phos para a rebrota das plantas forrageiras após cortes consecutivos 58 6 Referências Bibliográficas Araújo I Resende A Furtini Neto A et al 2003 Eficiência Nutricional do Milho em Resposta a Fontes e Modos de Aplicação de Fósforo Revista Ceres v 50 2739 pp Baigorri R Urrutia O Erro J et al 2013 Structural characterization of anion calciumhumate complexes in phosphatebased fertilizers ChemSusChem v6 12451251 pp Braga J Defelipo B 1974 Determinação espectrofotométrica de fósforo em extrato de solo e material vegetal Revista Ceres v 21 p 7385 Fassbender H Bornemisza E 1994 Química de suelos Com énfasis en suelos de América Latina 2ed San José IICA 420 pp Ferreira D 2011 Sisvar a computer statistical analysis system Ciência e Agrotecnologia v 35 n6 p 10391042 Gerke J Meyer U 1995 Phosphate acquisition by red clover and black mustard on humic podzol Journal of Plant Nutrition v18 24092429 pp Gerke J Meyer U Romer W 1995 Phosphate fe and mn uptake of n2 fixing redclover and ryegrass from na oxisol as affected by p and model humic substances application1 plantparameters and soil solution composition Zeitschrift Fur Pflanzenernahrung Und Bodenkunde v 158 n 3 261268 pp Gerke J 1992 Phosphate aluminium and iron in the soil solution of three diferente soils in relation to varying concentrations of citric acid Zeitschrift Fur Pflanzenernahrung Und Bodenkunde v 155 339443 pp 59 Pajara F 2014 Disponibilidade de fósforo no solo em função da aplicação de adubos fosfatados minerais e organominerais Dissertação de mestrado Universidade do Estado de Santa Catarina LagesRS 83 pp Raij B 2004 Fósforo no Solo e Interação com Outros Elementos In Yamada T Abdalla S Eds Fósforo na Agricultura Brasileira Piracicaba Potafos 107 108 pp Silva J Silva I Rodas C Carvalho J 2013 Critical levels for Brachiaria brizantha and Panicum Maximum using different sources of phosphorus IDESIA v31 n1 5965 pp Urrutia O Erro J Guardado I et al 2014 Physicochemical characterization of humicmetalphosphate complexes and their potential application to the manufacture of new types of phosphatebased fertilizers Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 177 128136 pp 60 CAPÍTULO 3 Produção e eficiência nutricional do capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 1 Introdução A produção de forragem como resultado dos processos de crescimento e desenvolvimento pode ter sua eficiência substancialmente melhorada com o uso de fertilizantes sobretudo fósforo e nitrogênio por seus efeitos positivos na produção de biomassa Duru Ducrocq 2000 Segundo Werner 1986 a deficiência de P provoca graves perturbações no metabolismo e desenvolvimento de gramíneas como o crescimento lento e baixo perfilhamento minando a produtividade A adubação fosfatada é portanto considerada vital para o estabelecimento de gramíneas O manejo da fertilidade do solo é de grande importância para alcançar a sustentabilidade na exploração de forrageiras A adubação de áreas de pastagens é uma forma de fornecer os nutrientes para atender as necessidades metabólicas e promover o melhor desenvolvimento das plantas forrageiras Monteiro 2004 Em virtude da grande importância do P para a construção da fertilidade do solo e consequentemente para o estabelecimento das pastagens torna se fundamental o conhecimento da eficiência nutricional e do aproveitamento do P pelas gramíneas forrageiras para que se mantenham em condições de sustentabilidade e produtividade rentável Segundo Fageria 1998 a eficiência nutricional expressa à relação entre a produção obtida e os insumos aplicados o que significa que a eficiência nutricional é quantidade de matéria seca produzida por unidade de nutriente aplicado A eficiência nutricional pode ser definida como a capacidade da planta em adquirir e utilizar os nutrientes para a produção de fibras grãos ou forragem Gourley et al 1994 e tem dois componentes básicos eficiência de absorção e eficiência de utilização dos nutrientes 61 Para as espécies forrageiras a eficiência nutricional depende de vários fatores dentre eles a fonte utilizada as condições do solo e clima o grau de fracionamento e dose aplicada o potencial de resposta da planta presença do animal entre outros Lupatini et al 1998 Estes fatores que interferem na taxa de acúmulo e na recuperação do nutriente pela planta também influenciam a eficiência de utilização deste nutriente Soares Restle 2002 Maranville et al 1980 Siddiqi Glass 1981 Craswell Godwin 1984 e Fageria 1992 relataram que a eficiência nutricional pode ser expressa e calculada de diversas maneiras dentre estas podese citar a recuperação do nutriente aplicado que representa a quantidade do nutriente acumulado por unidade de nutriente aplicado a eficiência agronômica que é a razão entre produção econômica obtida por unidade de nutriente aplicado e a eficiência fisiológica ou biológica que é a produção biológica por unidade de nutriente acumulado Em pastagens manejadas intensivamente demandando elevadas quantidades de nutrientes o conhecimento da eficiência nutricional das plantas tornase importante para a criação de estratégias afim de se maximizar a eficiência de uso dos fertilizantes e minimizar o impacto ambiental Diante do exposto o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de matéria seca e a eficiência nutricional do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada 62 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do Departamento de Fitotecnia DFT da Universidade Federal de Viçosa UFV Minas Gerais no período de janeiro a março de 2015 O solo utilizado no experimento foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico de textura muito argilosa e foi obtido através da remoção da cobertura vegetal e coleta da camada arável do solo 0 20 cm Suas características químicas foram determinadas pela análise de uma amostra composta coletada previamente a instalação do experimento sendo os resultados apresentados na Tabela 1 do primeiro capítulo A espécie Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada no delineamento experimental inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3x2 três composições de adubo fosfatado e duas condições de acidez do solo e quatro repetições Um dos fatores consistiu de duas condições de solo solo ácido e solo corrigido por meio de calagem Para o solo corrigido foi realizado o método de neutralização do alumínio e suprimento de cálcio e magnésio através da utilização de calcário com PRNT de 76 e um período de incubação de 30 dias onde a necessidade de calcário foi calculada com base no teor de argila e alumínio do solo Em ambas as condições de solo foi realizada a adubação fosfatada com duas fontes de P fosfato complexado com ácidos húmicos TopPhos Timac Agro superfosfato simples e um tratamento testemunha sem a adição de nenhum adubo fosfatado A adubação foi incorporada ao solo na ocasião do enchimento dos vasos nas doses 150 150 60 08 15 35 5 e 015 mg dm3 respectivamente para N K S B Cu Mn Zn e Mo PA além de 400 mg dm3 de P seguindo os tratamentos adaptado de Silva et al 2013 A análise do solo corrigido foi realizada após o período de incubação com o calcário Os dados da análise do solo corrigido se encontram na Tabela 1 do primeiro capítulo O experimento foi conduzido em vaso de plástico com superfície quadrada aresta de 17 cm e capacidade de 42 dm3 Estes vasos foram 63 preenchidos com solo seco ao ar peneirado destorroado e processados conforme os tratamentos estudados Posteriormente cada vaso foi irrigado com água desionizada até atingir a capacidade de campo Semearamse em cada vaso 25 sementes aproximadamente em profundidade de 05 cm e distribuídas ao acaso na superfície Uma semana após a emergência iniciouse o desbaste das plântulas seguindo desbastes periódicos até a permanência de cinco plantas por vaso Utilizouse como critério para desbaste a sanidade uniformidade e distribuição na superfície do vaso As plantas foram irrigadas todos os dias com água desionizada a fim de se manter a umidade próxima à capacidade de campo Uma vez por semana realizavase amostragem de 25 dos vasos sendo estes pesados em balança digital e verificado a umidade do solo completando com água desionizada até atingir a capacidade de campo do solo As plantas receberam ao longo dos dias de cultivo uma dose de 30 mg dm3 de NH4NO3 aplicados semanalmente até que ao final do período do experimento 57 dias após a emergência cada planta recebeu uma quantidade final de 150 mg dm3 Aos 57 dias após a emergência as plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato procedendose à coleta da parte aérea e das raízes que foram separadas do solo e lavadas com água corrente e água desionizada utilizandose duas peneiras de malha com diâmetro de 025 e 100 mm O material colhido foi estratificado em folha colmo e raiz Posteriormente todo o material foi acondicionado em sacos de papel devidamente identificados e colocados para secar em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65º C até atingir massa constante após foram pesados em balança de precisão O material vegetal foi encaminhado ao Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas da UFV para quantificação da concentração de fósforo Foi realizada digestão nitricoperclórica do tecido vegetal seguida de determinação da concentração do fósforo pelo método de redução do fosfomolibdato pela vitamina C conforme descrito por Braga e Defelipo 1974 A produção do capim marandu foi estimada através da quantificação da matéria seca total MST de cada planta A partir dos dados obtidos teor de P no tecido vegetal e matéria seca da planta foram calculadas as eficiências de absorção EAB Eficiência de utilização do P EUP Eficiência de utilização do fósforo disponível EUPD eficiência fisiológica EF eficiência de recuperação ER e eficiência agronômica EAG Para as estimativas destas eficiências utilizouse as seguintes fórmulas Eficiência de absorção EAB mg g1 Swiader et al 1994 EAB Conteúdo de P na planta mg Matéria seca de raiz g Eficiência de utilização do P EUP g2 mg1 Siddiqi Glass 1981 EUP Matéria seca total da planta g2 Conteúdo de P na planta mg Eficiência de utilização do P disponível EUPD g mg1 Procópio et al 2005 EUPD Matéria seca total da planta g Conteúdo de P no solo mg Eficiência fisiológica EF g mg1 Baligar et al 2001 EF MST adubado MST não adubado CPT adubado CPT não adubado MST Matéria seca total CPT Conteúdo de P na planta mg Eficiência de recuperação ER mg mg1 Fageria 1998 ER CPT adubado CPT não adubado Quantidade de P aplicado Eficiência agronômica EAG g g1 Fageria 1998 EAG MST adubado MST não adubado Quantidade de P aplicado Todos os dados foram submetidos à análise de variância seguida de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5 de significância O programa estatístico utilizado foi o SISVAR 56 Ferreira 2011 66 3 Resultados Não houve efeito significativo p010 da interação entre as fontes e as variáveis estudadas acidez do solo e fontes de fósforo Realizouse a comparação entre os tratamentos dentro de cada fator individualmente e apresentase os valores médios observados dos desdobramentos Tabela 1 A correção da acidez do solo através da calagem promoveu aumento significativo nos valores médios observados para as variáveis eficiência de utilização do P disponível EUPD e eficiência fisiológica EF Para as demais variáveis não houve diferença com a realização ou não da calagem A produção de matéria seca total MST não foi significativamente afetada pelas fontes de fósforo bem como a eficiência de absorção EAB eficiência de uso EUP e eficiência agronômica EAG O adubo TopPhos promoveu maior conteúdo de fósforo na planta CPT e maior eficiência de recuperação ER ao passo que o superfosfato simples foi superior para as variáveis eficiência de utilização do P disponível EUPD e eficiência fisiológica EF 67 Tabela 1 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para as variáveis matéria seca total MST conteúdo de fósforo na planta CPT eficiência de absorção EAB eficiência de uso EUSO eficiência de utilização EU eficiência fisiológica EF eficiência de recuperação ER e eficiência agronômica do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média SFS TP MST g planta1 Acidez Natural 153 155 154 a Acidez Corrigida 154 157 156 a Média 154 A 156 A 155 CPT mg planta1 Acidez Natural 364 402 383 a Acidez Corrigida 334 376 355 a Média 349 B 389 A 369 EAB mg g1 Acidez Natural 789 911 850 a Acidez Corrigida 769 815 792 a Média 779 A 863 A 821 EUP g2 mg1 Acidez Natural 657 605 631 a Acidez Corrigida 727 669 698 a Média 692 A 637 A 665 EUPD g mg1 Acidez Natural 0428 0388 0408 b Acidez Corrigida 0464 0423 0444 a Média 0446 A 0406 B 0426 EF g mg1 Acidez Natural 0420 0381 0400 b Acidez Corrigida 0459 0418 0438 a Média 0439 A 0399 B 0419 ER mg mg1 Acidez Natural 0107 0118 0113 a Acidez Corrigida 0098 0110 0104 a Média 0102 B 0114 A 0108 EAG g g1 Acidez Natural 4422 4458 4440 a Acidez Corrigida 4469 4565 4517 a Média 4445 A 4512 A 4478 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade 68 4 Discussão O crescimento de uma planta está relacionado à concentração do nutriente nos tecidos e não somente na quantidade absoluta acumulada uma vez que o crescimento ocorre a partir de uma concentração mínima no tecido vegetal que é diferente entre espécies ou variedades Siddiqi Glass 1981 Fonseca 1987 relata que em geral as plantas são mais eficientes em utilizar um nutriente quando este está em menor disponibilidade porém necessitam de um teor mínimo no solo para expressar sua máxima utilização Estas afirmações talvez expliquem os valores obtidos para EUP e EUPD sendo que no caso da primeira não houve diferença significativa entre os dois adubos e para a segunda as plantas provenientes do tratamento com superfosfato simples mostraram melhor desempenho Para evitar a seleção de plantas com eficiência de uso de altas concentrações de nutrientes mas com baixo rendimento Siddiqi Glass 1981 propuseram o cálculo da eficiência de uso EUNutr como relacionado com a concentração de nutrientes na matéria seca Ramos et al 2009 em um trabalho que avaliou duas fontes de P e várias espécies forrageiras dentre elas a Brachiaria brizantha descreveram que em geral para as duas fontes de P a produção de MST e a EUNutr da Brachiaria brizantha foi superior as demais espécies apesar de o conteúdo de P acumulado tenha sido relativamente pequeno Estes dados mostram que dentre as espécies avaliadas por Ramos et al 2009 a Brachiaria brizantha possui uma boa taxa de eficiência de uso de P na produção de matéria seca dado que pode justificar o fato de não ter havido diferença significativa para a produção de MST e EUP A Recuperação do nutriente aplicado ER referese à percentagem do total de P aplicado pelas fontes que foi absorvida e acumulada adicionalmente pelas plantas das parcelas adubadas em relação às não adubadas De acordo com Primavesi et al 2006 esse índice é de fácil estimativa e de baixo custo pois utiliza apenas o teor de P total da planta e a massa seca da forragem de parcelas adubadas e não adubadas Em pastagens manejadas intensivamente conhecer a recuperação do P do fertilizante pelas plantas 69 tornase importante para maximizar a sua eficiência de recuperação e minimizar o impacto ambiental Neste trabalho as plantas adubadas com adubo TopPhos apresentaram uma ER significativamente superior aquelas adubadas com superfosfato simples o que demonstra que estas plantas absorveram e acumularam uma quantidade maior de P deste tratamento fato que talvez pode ser explicado pela maior disponibilidade de P no solo promovida pelo fertilizante TopPhos conforme os resultados expostos no terceiro capítulo deste trabalho No que diz respeito à eficiência de absorção de fósforo EAB onde não houve diferença significativa entre as fontes de fósforo utilizadas Goerdert et al 1986 e Sousa et al 2007 relatam que a Brachiaria brizantha é considerada uma forrageira muito eficiente na absorção de P mesmo em solos com menores teores de P disponível ou quando expostas a fontes de P menos solúveis Esta afirmação talvez explique o fato de que mesmo com maior teor de P no solo promovido pelo fertilizante TopPhos não ter havido diferença para esta variável A capacidade que uma planta tem em absorver nutrientes do solo depende principalmente da magnitude e da morfologia do seu sistema radicular e da eficiência na absorção de nutrientes Anghinoni et al 1989 Sistemas radiculares mais desenvolvidos são particularmente importantes em solos de baixa fertilidade considerandose o maior volume de solo a ser explorado Moody 1981 Em solos férteis e sem restrições hídricas a eficiência das raízes na absorção de nutrientes está mais relacionada ao desenvolvimento da parte aérea A rápida acumulação de matéria seca na parte aérea aumenta a demanda e consequentemente a capacidade de absorção de nutrientes pelas raízes Chapin 1980 Camacho et al 2015 em um experimento com Brachiaria brizantha cultivada em presença e ausência de adubação fosfatada relatam que o P promoveu incremento significativo na produção de raízes demonstrando a importância deste nutriente na construção de um eficiente sistema radicular Neste trabalho não apenas a EAB foi semelhante para os dois adubos mas também a produção de MST Considerando a importância do P no crescimento radicular e consequentemente na EAB e levando em conta que 70 a produção de parte aérea inclusa no cálculo de MST influencia diretamente na EAB podese dizer que a presença de fósforo no solo independentemente da fonte utilizada é capaz de promover uma absorção adequada desse nutriente 71 5 Conclusão Estando o P no solo em quantidades satisfatórias a correção da acidez do solo através da calagem não promove incrementos na produção de biomassa e acúmulo de fósforo pelo capim marandu O capim marandu apresenta maior eficiência fisiológica de uso de P e de utilização do P disponível quando cultivado em solos onde a acidez foi corrigida pela calagem A fonte de fósforo TopPhos promove maior acúmulo de fósforo pela planta e maior eficiência de recuperação ao passo que o adubo superfosfato simples promove maiores eficiência de utilização e eficiência fisiológica 72 6 Referências Bibliográficas Anghinoni I Volkart C Fattore N et al 1989 Morfologia de raízes e cinética da absorção de nutrientes em diversas espécies e genótipos de plantas Revista Brasileira de Ciência do Solo Campinas v 13 n3 355361 pp Baligar V Fageria N He Z 2001 Nutrient use efficiency in plants Communications in Soil Science Plant Analysis V 32 921950 pp Braga J Defelipo B 1974 Determinação espectrofotométrica de fósforo em extrato de solo e material vegetal Revista Ceres v 21 p 7385 Camacho M Silveira L Silveira M 2015 Eficiência de genótipos de Brachiaria brizantha Stapf Syn Urochloa brizantha na produção de biomassa sob aplicação de fósforo Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia v67 n4 11331140 pp Chapin F 1980 The mineral nutrition of wild plants Annual Review of Ecology Evolution and Systematics v11 233260 pp Craswell E Godwin D 1984 The efficiency of nitrogen fertilizers applied to cereals in different climates In Tinker P Lauchi A Ed Advances in plant nutrition New York Praeger 155 pp Duru M Ducrocq H 2000 Growth and senescence of the successive leaves on a Cocksfoot tiller Ontogenic development and effect of temperature Annals of Botany v85 635643 pp Fageria N 1992 Maximizing crop yields New York M Dekker 274 pp Fageria N 1998 Otimização da eficiência nutricional na produção das culturas Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental v2 616 pp 73 Ferreira D 2011 Sisvar a computer statistical analysis system Ciência e Agrotecnologia v 35 n6 p 10391042 Fonseca D 1987 Níveis críticos de fósforo em amostras de solo para o estabelecimento de antropogon gayanus brachiaria decumbens e hyparrhenia rufa 1987 146f Dissertação Mestrado Universidade Federal de Viçosa Viçosa 4958 pp Goedert W Souza D Thomaz A 1986 Princípios metodológicos para avaliação agronômica de fontes de fósforo Planaltina Embrapa Gourley C Allan D Russelle M 1994 Plant nutrient efficiency a comparison of definitions and suggested improvement Plant Soil v158 n1 2937 pp Lupatini G Restle J Ceretta M et al 1998 Avaliação da mistura de aveia preta e azevém sob pastejo submetida a níveis de nitrogênio I Produção e qualidade de forragem Pesquisa Agropecuária Brasileira v33 n11 1939 1943 pp Maranville J Clarkk R Ross W 1980 Nitrogen efficiency in grain sorghum Jornal of Plant Nutrition New York v2 577589 pp Monteiro F 2004 Concentração e distribuição de nutrientes em gramíneas e leguminosas forrageiras In SIMPÓSIO SOBRE MANEJO ESTRATÉGIVO DA PASTAGEM 2 2004 Viçosa Anais Universidade Federal de Viçosa Viçosa 71107 pp Moody K 1981 Weedfertilizer interactions in rice Manila IRRI 1981 35 pp Peel M Finlayson B Mcmahon T 2007 Updated world map of the Köppen Geiger climate classification Australia Hydrology and Earth System Sciences v 11 16331644 pp 74 Primavesi A et al 2006 Nutrientes na fitomassa de capim marandu em função de fontes e doses de nitrogênio Revista Ciência e Agrotecnologia v30 n3 562568 pp Procópio S Santos J Pires F et al 2005 Absorção e utilização do fósforo pelas culturas da soja e do feijão e por plantas daninhas Revista Brasileira de Ciência do Solo v29 911921 pp Ramos S Faquin V Rodrigues C et al 2009 Biomass produto and phosphorus use of forage grasses fertilized with two phosphorus sources Revista Brasileira de Ciência do Solo v 33 335343 pp Siddiqi M Glass A 1981 Utilization índex a modified approach to the estimation and comparison of nutrient utilization efficiency in plant Journal of Plant Nutrition v4 n3 289302 pp Silva J Silva I Rodas C Carvalho J 2013 Critical levels for Brachiaria brizantha and Panicum Maximum using different sources of phosphorus IDESIA v31 n1 5965 pp Soares A Restle J 2002 Adubação nitrogenada em pastagem de Triticale e Azevém sob pastejo com lotação contínua recuperação de nitrogênio e eficiência na produção de forragem Revista Brasileira de Zootecnia v31 n1 4351 pp Sousa D Martha Júnior G Vilela L 2007 Adubação fosfatada In Martha Júnior G Vilela L Sousa D Cerrado uso eficiente de corretivos e fertilizantes em pastagens 1ed Planaltina 145176 pp Swiader J et al 1994 Genotypic differences in nitrate uptake and utilization efficiency in pumpkin hybrids J Plant Nutrit New York v 17 16871699 pp QUESTÃO 1 Metaloenzimas são enzimas que possuem metais em sua estrutura os quais estão presentes no sítio ativo da enzima O sítio ativo é a região onde ocorre a interação entre a enzima e seu substrato permitindo a catálise da reação As metaloenzimas estão presentes em diversos processos no organismo dentre elas podese citar a citocromo oxidase responsável por um passo essencial na respiração celular a catálise da redução do oxigênio a água SENGER 2002 𝑂2 4 𝐻 4 𝑒 𝑐𝑖𝑡𝑜𝑐𝑟𝑜𝑚𝑜 𝑜𝑥𝑖𝑑𝑎𝑠𝑒 2 𝐻2𝑂 QUESTÃO 2 A Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe define a fotossíntese como o processo de captura de energia luminosa para produção de energia que ocorre em duas fases a fase luminosa onde a energia luminosa é capturada e usada para gerar ATP E NADPH2 e a fase escura onde o dióxido de carbono é fixado e convertido em moléculas orgânicas como a glicose AESE 2018 Na etapa luminosa ou fotoquímica a energia contida na luz promove a excitação de alguns elétrons ou seja os elétrons passam para níveis energéticos mais altos e conseguem escapar das moléculas de clorofila A partir disso os elétrons podem ser transferidos pela ação de uma série de enzimas A energia dos elétrons excitados promove a quebra moléculas de água que se oxida a oxigênios que se desprendem Os hidrogênios liberados pela oxidação da água são captados por uma substância aceptora a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato NADP que se converte em NADPH2 Na etapa escura ou química temse a formação de moléculas orgânicas pela incorporação do gás carbônico do ambiente Os ATP formados na etapa luminosa são responsáveis pelo fornecimento da energia necessária para promover a ligação das moléculas de C02 a moléculas de ribulosefosfato um açúcar de 5 carbonos formando assim moléculas de 6 carbonos que se quebram em duas moléculas de 3 carbonos Cada uma das moléculas de 3 carbonos formadas recebe hidrogênios do NADPH2 e se torna um fosfoglicerato QUESTÃO 3 No trabalho de Silveira 2016 conduziuse um experimento na casa de vegetação da Universidade Federal de Viçosa Minas Gerais de janeiro a março de 2015 tendo como objetivo avaliar a produção e eficiência nutricional do capim marandu em função de duas fontes de fósforo e calagem A espécie vegetal Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada em solo utilizado classificado como Latossolo Vermelho Distrófico muito argiloso sob diferentes condições de acidez e composições de adubo fosfatado com seis épocas de avaliação e quatro repetições O solo foi corrigido recebendo calcário para neutralizar o alumínio e suprir cálcio e magnésio A semeadura foi realizada em vasos de plástico com capacidade de 42 dm³ preenchidos com solo seco peneirado e destorroado Cada vaso recebeu 25 sementes e foi realizado o desbaste das plântulas até ficarem apenas cinco por vaso As plantas foram irrigadas diariamente para manter a umidade próxima à capacidade de campo Amostras dos vasos foram pesadas e a umidade do solo verificada uma vez por semana Aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência quatro plantas por tratamento foram colhidas para análises Após cada coleta uma dose de NH4NO3 foi aplicada nos vasos remanescentes As plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato separadas em partes aéreas e raízes e secas em estufa Com base nos dados de massa seca e área foliar foram calculadas diversas razões alométricas e realizada a análise de crescimento A partir dos resultados do estudo foi possível concluir que independente da fonte de adubação fosfatada e da realização da calagem tevese um maior crescimento inicial permitindo um rápido estabelecimento e produção do capim marandu Dentre as vantagens do método adotado podese citar a obtenção de plantas em solo ácido e o crescimento significativo em relação aos métodos convencionais Como desvantagem temse a necessidade de controle e ajuste de diversos parâmetros para realização do método QUESTÃO 4 Com base na Apostila de Fisiologia e Saúde Humana o processo de transporte de oxigênio no sangue se dá mediante o mecanismo de transporte de gases que se dá com base nas seguintes etapas 1 O oxigênio é inalado e chega aos alvéolos pulmonares onde parra para os capilares sanguíneos por difusão simples 2 Em seguida o oxigênio penetra nas hemácias e se coordena a hemoglobina formando o complexo oxiemoglobina o qual aumenta a quantidade de oxigênio transportado no sangue entre 30 e 100 vezes 3 O oxigênio coordenado a hemoglobina é transportado até os capilares dos tecidos onde é liberado 4 O oxigênio presente nos tecidos é usado nas células para produzir o gás carbônico 5 O gás carbônico é então liberado nos capilares dos tecidos onde se liga a hemoglobina e forma o complexo carboemoglobina responsável pelo transporte do dióxido de carbono no sangue 6 O sangue venoso passa pelo coração e retorna ao pulmão onde o dióxido de carbono é liberado e passa para o interior dos alvéolos por difusão através do qual é expelido juntamente do ar expirado REFERÊNCIAS AESE ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS AGRONOMOS DE SERGIPE O que é fotossíntese fases resumo 2018 Disponível em httpswwwaeaseorgbrp1518 Acesso em 01 de jul de 2023 Apostila de Fisiologia e Saúde Humana Transporte de oxigênio e gás carbônico O mecanismo de transporte de gases USP edisciplinas Disponível em httpsedisciplinasuspbrmodbookviewphpid2434148chapterid19959text O20oxigC3AAnio20que20chega20aosdifusC3A3o20de20oxig C3AAnio20no20sangue Acesso em 01 de jul de 2023 SENGER Clóvis Clenio Diesel PAPEL DOS MINERAIS COMO COFATORES ENZIMÁTICOS Seminário apresentado na disciplina Bioquímica do Tecido Animal VET00036 do Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias da UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2022 Disponível em httpswwwufrgsbrlacvetsitewpcontentuploads202011mineraiscofatorespdf Acesso em 01 de jul de 2023 SILVEIRA LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS 2016 85 f Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia VIÇOSA 2016 QUESTÃO 1 Metaloenzimas são enzimas que possuem metais em sua estrutura os quais estão presentes no sítio ativo da enzima O sítio ativo é a região onde ocorre a interação entre a enzima e seu substrato permitindo a catálise da reação As metaloenzimas estão presentes em diversos processos no organismo dentre elas podese citar a citocromo oxidase responsável por um passo essencial na respiração celular a catálise da redução do oxigênio a água SENGER 2002 O24 H 4e citocromo oxidase2 H 2O QUESTÃO 2 A Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe define a fotossíntese como o processo de captura de energia luminosa para produção de energia que ocorre em duas fases a fase luminosa onde a energia luminosa é capturada e usada para gerar ATP E NADPH2 e a fase escura onde o dióxido de carbono é fixado e convertido em moléculas orgânicas como a glicose AESE 2018 Na etapa luminosa ou fotoquímica a energia contida na luz promove a excitação de alguns elétrons ou seja os elétrons passam para níveis energéticos mais altos e conseguem escapar das moléculas de clorofila A partir disso os elétrons podem ser transferidos pela ação de uma série de enzimas A energia dos elétrons excitados promove a quebra moléculas de água que se oxida a oxigênios que se desprendem Os hidrogênios liberados pela oxidação da água são captados por uma substância aceptora a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato NADP que se converte em NADPH2 Na etapa escura ou química temse a formação de moléculas orgânicas pela incorporação do gás carbônico do ambiente Os ATP formados na etapa luminosa são responsáveis pelo fornecimento da energia necessária para promover a ligação das moléculas de C02 a moléculas de ribulosefosfato um açúcar de 5 carbonos formando assim moléculas de 6 carbonos que se quebram em duas moléculas de 3 carbonos Cada uma das moléculas de 3 carbonos formadas recebe hidrogênios do NADPH2 e se torna um fosfoglicerato QUESTÃO 3 No trabalho de Silveira 2016 conduziuse um experimento na casa de vegetação da Universidade Federal de Viçosa Minas Gerais de janeiro a março de 2015 tendo como objetivo avaliar a produção e eficiência nutricional do capim marandu em função de duas fontes de fósforo e calagem A espécie vegetal Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada em solo utilizado classificado como Latossolo Vermelho Distrófico muito argiloso sob diferentes condições de acidez e composições de adubo fosfatado com seis épocas de avaliação e quatro repetições O solo foi corrigido recebendo calcário para neutralizar o alumínio e suprir cálcio e magnésio A semeadura foi realizada em vasos de plástico com capacidade de 42 dm³ preenchidos com solo seco peneirado e destorroado Cada vaso recebeu 25 sementes e foi realizado o desbaste das plântulas até ficarem apenas cinco por vaso As plantas foram irrigadas diariamente para manter a umidade próxima à capacidade de campo Amostras dos vasos foram pesadas e a umidade do solo verificada uma vez por semana Aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência quatro plantas por tratamento foram colhidas para análises Após cada coleta uma dose de NH4NO3 foi aplicada nos vasos remanescentes As plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato separadas em partes aéreas e raízes e secas em estufa Com base nos dados de massa seca e área foliar foram calculadas diversas razões alométricas e realizada a análise de crescimento A partir dos resultados do estudo foi possível concluir que independente da fonte de adubação fosfatada e da realização da calagem tevese um maior crescimento inicial permitindo um rápido estabelecimento e produção do capim marandu Dentre as vantagens do método adotado podese citar a obtenção de plantas em solo ácido e o crescimento significativo em relação aos métodos convencionais Como desvantagem temse a necessidade de controle e ajuste de diversos parâmetros para realização do método QUESTÃO 4 Com base na Apostila de Fisiologia e Saúde Humana o processo de transporte de oxigênio no sangue se dá mediante o mecanismo de transporte de gases que se dá com base nas seguintes etapas 1 O oxigênio é inalado e chega aos alvéolos pulmonares onde parra para os capilares sanguíneos por difusão simples 2 Em seguida o oxigênio penetra nas hemácias e se coordena a hemoglobina formando o complexo oxiemoglobina o qual aumenta a quantidade de oxigênio transportado no sangue entre 30 e 100 vezes 3 O oxigênio coordenado a hemoglobina é transportado até os capilares dos tecidos onde é liberado 4 O oxigênio presente nos tecidos é usado nas células para produzir o gás carbônico 5 O gás carbônico é então liberado nos capilares dos tecidos onde se liga a hemoglobina e forma o complexo carboemoglobina responsável pelo transporte do dióxido de carbono no sangue 6 O sangue venoso passa pelo coração e retorna ao pulmão onde o dióxido de carbono é liberado e passa para o interior dos alvéolos por difusão através do qual é expelido juntamente do ar expirado REFERÊNCIAS AESE ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS AGRONOMOS DE SERGIPE O que é fotossíntese fases resumo 2018 Disponível em httpswwwaeaseorgbr p1518 Acesso em 01 de jul de 2023 Apostila de Fisiologia e Saúde Humana Transporte de oxigênio e gás carbônico O mecanismo de transporte de gases USP edisciplinas Disponível em httpsedisciplinasuspbrmodbookviewphp id2434148chapterid19959textO20oxigC3AAnio20que20chega 20aosdifusC3A3o20de20oxigC3AAnio20no20sangue Acesso em 01 de jul de 2023 SENGER Clóvis Clenio Diesel PAPEL DOS MINERAIS COMO COFATORES ENZIMÁTICOS Seminário apresentado na disciplina Bioquímica do Tecido Animal VET00036 do Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias da UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2022 Disponível em httpswwwufrgsbrlacvetsitewpcontentuploads202011mineraiscofatorespdf Acesso em 01 de jul de 2023 SILVEIRA LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS 2016 85 f Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia VIÇOSA 2016
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LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA SILVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia para obtenção do título de Magister Scientiae VIÇOSA MINAS GERAIS BRASIL 2016 Ficha catalográfica preparada pela Biblioteca Central da Universidade Federal de Viçosa Câmpus Viçosa T Silveira Laura Pereira de Oliveira 1987 S587c 2016 Crescimento e eficiência nutricional do capim marandu adubado com complexo super fosfatoácidos húmicos Laura Pereira de Oliveira Silveira Viçosa MG 2016 ix 74f il 29 cm Orientador Hermínia Emília Prieto Martinez Dissertação mestrado Universidade Federal de Viçosa Inclui bibliografia 1 Plantas forrageiras Nutrição 2 Brachiaria brizantha 3 Capim marandu 4 Ácido húmico 5 Adubação fosfatada I Universidade Federal de Viçosa Departamento de Fitotecnia Programa de Pósgraduação em Fitotecnia II Título CDD 22 ed 6332 LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA SILVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia para obtenção do título de Magister Scientiae APROVADA 17 de junho de 2016 Adriene Woods Pedrosa Reinaldo Bertola Cantarutti Coorientador Leonardo Duarte Pimentel Hermínia Emilia Prieto Martinez Orientadora ii Às razões da minha existência Murilo Heitor e Clarissa pelo amor companhia e apoio incondicional principalmente nos momentos difíceis tão comuns para aqueles que trilham novos caminhos Sem vocês nada valeria a pena Porque eu sou do tamanho do que eu vejo e não do tamanho da minha altura Alberto Caeiro iii AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me abençoar grandiosamente colocando em meu caminho pessoas maravilhosas sem as quais este trabalho não seria possível Murilo obrigada por me ajudar em tudo sempre Por ser a pessoa com quem eu posso contar e pelo pai maravilhoso que você é Mamãe papai e Lívia jamais conseguiria terminar tudo isso se não fosse a imensa ajuda e disponibilidade que vocês tiveram comigo desde o nascimento dos nossos gêmeos Mãe obrigada por ter se dedicado a nós durante todo o tempo que precisei Heitor e Clarissa vocês são minha fonte diária de inspiração e me motivam a ser cada vez melhor amo vocês mais do que eu consigo demonstrar Professora Hermínia obrigada pelo seu tempo seus ensinamentos e principalmente por sua paciência comigo Amigos de Viçosa sem palavras para descrever o quanto vocês são e foram importantes nesta jornada Acredito que construímos laços que serão para sempre A companhia e a amizade de vocês tornaram tudo mais leve obrigada Professor Reinaldo Cantarutti para mim é motivo de muito orgulho e alegria ter tido a honra de ser orientada por um pesquisador cujo trabalho eu sempre li e admirei Por fim meus sinceros agradecimentos a todos os professores funcionários e colegas da Universidade Federal de Viçosa que participaram e contribuíram para a minha formação iv SUMÁRIO RESUMO vi ABSTRACT viii 1 INTRODUÇÃO GERAL 1 2 REVISÃO DE LITERATURA 3 21 Cultivo de forrageiras no Brasil 3 22 O gênero Brachiaria 4 23 Importância do fósforo para as forrageiras 5 231 Fósforo na planta 7 232 Dinâmica do fósforo no solo 8 24 Adubos e a adubação fosfatada de forrageiras 12 241 Fertilizante TopPhos 13 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16 CAPÍTULO 1 25 Crescimento do capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 25 1 Introdução 25 3 Resultados 32 4 Discussão 42 5 Conclusão 45 6 Referências Bibliográficas 46 CAPÍTULO 2 48 Disponibilidade de fósforo no solo produção de biomassa e concentração de fósforo no capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 48 1 Introdução 48 2 Material e Métodos 50 v 3 Resultados 53 4 Discussão 55 6 Referências Bibliográficas 58 CAPÍTULO 3 60 Produção e eficiência nutricional do capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 60 1 Introdução 60 2 Material e Métodos 62 3 Resultados 66 5 Conclusão 71 6 Referências Bibliográficas 72 vi RESUMO SILVEIRA Laura Pereira de Oliveira MSc Universidade Federal de Viçosa junho de 2016 Crescimento e eficiência nutricional do capim marandu adubado com complexo super fosfatoácidos húmicos Orientadora Hermímia Emília Prieto Martinez Coorientador Reinaldo Bertola Cantarutti Os solos tropicais são conhecidos por sua elevada acidez e deficiência em fósforo sendo este nutriente adsorvido fortemente às partículas minerais ocasionando uma baixa disponibilidade às plantas limitando a produção das espécies especialmente as forrageiras que possuem elevada exigência por fósforo graças ao intenso desenvolvimento vegetal Nos últimos anos vem crescendo os estudos no sentido de buscar fontes alternativas para a adubação fosfatada e o uso de fertilizantes fosfatados complexados com ácidos húmicos tem se mostrado como uma alternativa para reduzir a adsorção do P no solo permitindo uma maior disponibilidade deste nutriente para as plantas Neste sentido o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção e eficiência nutricional do capim marandu em função de duas fontes de fósforo e calagem Para tanto cultivaramse plantas de capim marandu em vasos contendo Latossolo Vermelho Distrófico por um período de 58 dias Obteve se três conjuntos de dados que foram avaliados de formas diferentes No primeiro conjunto o delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3x2x6 sendo duas fontes fósforo superfosfato simples fosfato complexado com ácidos húmicos TopPhos e tratamento testemunha solo sem adubação e duas condições de acidez do solo solo ácido e corrigido com parcelas subdivididas no tempo seis épocas de avaliação aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência e quatro repetições Nas épocas de avaliação quatro plantas ao acaso de cada tratamento foram colhidas para análises destrutivas Foram avaliadas as seguintes características taxa de crescimento absoluto TCA taxa assimilatória líquida TAL razão de área foliar RAF área foliar específica AFE razão de massa foliar RMF No segundo conjunto de dados o esquema fatorial considerado foi de 3x2 duas fontes de fósforo e o tratamento testemunha superfosfato simples e fosfato complexado com ácidos húmicos TopPhos e duas condições de acidez do solo com quatro repetições Para vii estes dados as plantas foram coletadas aos 57 dias após a emergência cortadas e estratificadas em parte aérea e raízes para a devida mensuração da concentração de fósforo no tecido vegetal Amostras de solo de cada unidade experimental também foram coletadas para a determinação do teor de P no solo Determinouse também a produção de matéria seca destas plantas e a partir destes dados foram calculadas as seguintes eficiências eficiência de absorção EAB eficiência de utilização de P EUP eficiência de utilização do P disponível EUPD eficiência fisiológica EF eficiência de recuperação ER e eficiência agronômica EAG Todos os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de medias teste de Tukey A adubação fosfatada independentemente da fonte e da realização da calagem foi determinante para o maior crescimento inicial e rápido estabelecimento do capim marandu promovendo aumento da TCA RAF e AFE O fertilizante TopPhos promoveu maior teor de P disponível no solo em comparação com o superfosfato simples sem no entanto resultar em diferença na produção de matéria seca total e na concentração de P na planta O capim marandu utilizou mais eficientemente o fósforo absorvido quando cultivado em solo onde a acidez foi corrigida pela calagem O fertilizante TopPhos promoveu maior acúmulo de P pela planta e maior eficiência de recuperação ao passo que o superfosfato simples promoveu maiores eficiência de utilização e fisiológica Concluise que o fertilizante fosfatado TopPhos pode ser utilizado em substituição ao superfosfato simples por seu incremento no teor de P do solo no entanto outros estudos avaliando o efeito de fertilizantes fosfatados complexados no cultivo do capim marandu deverão ser realizados especialmente pesquisas que avaliem sucessões de cortes e custos de produção viii ABSTRACT SILVEIRA Laura Pereira de Oliveira MSc Universidade Federal de Viçosa June 2016 Growth and nutritional efficiency of palisade grass fertilized with organic complexed superphosphate Advisor Hermímia Emília Prieto Martinez Coadvisor Reinaldo Bertola Cantarutti Tropical soils are known by their high acidity and phosphorus deficiency this nutrient is strongly adsorbed to mineral particles causing a low availability to plants limiting the vegetables production especially the forage which have high demand for phosphorus due to intense plant development In recent years has grown studies searching for alternative sources for phosphate fertilizer besides the use of complexed phosphate fertilizers with humic acid has been shown as an alternative to reduce the adsorption of P in the soil allowing greater availability of this nutrient for plants In this sense the objective of this study was to evaluate the growth production and nutritional efficiency of palisade grass due to the liming and phosphorus fertilization Therefore plants of palisade grass were grown in pots containing an Oxisol for a period of 58 days Three set of data were evaluated in different ways In the first set the experimental design was completely randomized in a factorial 3x2x6 scheme three phosphorus sources superphosphate complexed phosphate with humic acids TopPhos and no soil fertilization and two soil acidity conditions acidic soil and amended soil with split plots six evaluation periods at 21 28 35 43 49 and 57 days after emergence and four replications In each evaluation four plants at random from each treatment were taken for destructive analysis The following characteristics were evaluated absolute growth rate AGR net assimilation rate NAR leaf area ratio LAR specific leaf area SLA leaf mass ratio LMR In the second set of data a 3x2 factorial design was considered with three sources of phosphorus without fertilizer simple superphosphate and phosphate complexed with humic acids TopPhos and two soil acidity conditions with four replications For these data the plants were harvested 57 days after emergence cut and divided into shoots and roots for proper measurement of phosphorus concentration in plant tissue Soil samples from each treatment were also collected to determine the P content in the soil Also was determined ix the dry matter yields of these plants and from these data the following efficiencies were calculated absorption efficiency AE P utilization efficiency PUE utilization efficiency of P available in soil UEAP physiological efficiency PE recovery efficiency RE and agronomic efficiency AGE All set of data were subjected to analysis of variance and mean comparison test Tukey test The phosphorus fertilization regardless of the source and fulfillment of liming was decisive for the higher initial growth and rapid establishment of palisade grass increasing TCA RAF and AFE The TopPhos fertilizer promoted higher P content available in the soil compared with superphosphate without however result in difference in the total dry matter and the concentration of P in the plant The palisade grass used more efficiently phosphorus absorbed when grown in soil where the acidity was corrected by liming The TopPhos fertilizer promoted higher accumulation of P by the plant and higher recovery efficiency while superphosphate promoted greater efficiency of use and physiological efficiency It is concluded that the phosphate fertilizer TopPhos can be used instead of superphosphate by its increase in the P content of the soil however other studies evaluating the effect of phosphate fertilizer complexed in palisade grass cultivation should be conducted especially research evaluating sequences of cuts and production costs 1 1 INTRODUÇÃO GERAL Segundo dados da Organização Mundial das Nações Unidas a população mundial deverá aumentar para mais de 85 bilhões até 2030 ONU 2015 Este aumento no crescimento da população intensificará a pressão sobre a base de recursos naturais do planeta terra água e ar para alcançar maior produção de alimentos Baligar et al 2001 O aumento da produção de alimentos pode ser alcançado por meio da expansão de áreas de cultivo e aumento da produtividade por unidade de área através da intensificação da agricultura Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO até 2050 o Brasil deverá responder por cerca de 40 da produção mundial de alimentos FAO 2015 e para tanto o país deve conseguir lidar com uma série de desafios biológicos climáticos ambientais e econômicos a fim de suprir as demandas internacionais crescentes Uma característica importante da pecuária brasileira é ter a maior parte do seu rebanho criado a pasto Dias Filho 2014 Na região dos Cerrados essa atividade se destaca como uma das mais importantes para a economia onde segundo dados do Anualpec 2011 cerca de 44 do rebanho nacional bovino povoa essa região Concomitantemente os solos dessa região se caracterizam por serem altamente intemperizados ácidos e com baixa disponibilidade de fósforo sendo este último um dos principais fatores nutricionais que mais limita a produção O alto grau de intemperização dos solos do Cerrado gera altos teores de óxidos e sesquióxidos de ferro e alumínio baixo pH altos teores de argilas silicatadas e baixo teor de matéria orgânica que propiciam a adsorção de ânions como o ortofosfato diminuindo a disponibilidade de P Novais et al 2007 Uma vez que as plantas forrageiras demandam grandes quantidades de P para se desenvolverem adequadamente a deficiência generalizada deste nutriente nos solos é um dos fatores que mais restringe a pecuária brasileira Esta grande demanda por P ocorre em virtude da grande produção de biomassa com grande extração e exportação deste nutriente Oliveira et al 2007 2 O fósforo é considerado elemento essencial para as plantas por desempenhar funções importantes na transferência de energia nos processos de respiração e fotossíntese Epstein Bloom 2006 Além disso é componente estrutural de ácidos nucléicos e diversas coenzimas fosfoproteínas e fosfolipídeos Graças as funções desempenhadas pelo P plantas cujo ciclo vegetativo foi marcadamente limitado pela disponibilidade deste nutriente apresentam restrições no seu desenvolvimento das quais não são capazes de recuperarse mesmo tendo acesso a níveis adequados de P posteriormente Zucareli et al 2006 As gramíneas do gênero Brachiaria se destacam e são amplamente difundidas nos sistemas pastoris brasileiros Dentre as plantas deste gênero a mais utilizada na produção animal tem sido a B brizantha pelo seu valor nutritivo satisfatório baixa estacionalidade de produção boa relação folhacolmo capacidade de tolerância ao alumínio tolerância a solos ácidos e relativa adaptação à baixa fertilidade do solo Paulino et al 1994 Monteiro et al 1995 A capacidade de produção de matéria seca de uma forragem é grandemente influenciada pelas condições ambientais às quais as plantas estão submetidas e às práticas de manejo adotadas Assim sendo fatores como temperatura luminosidade disponibilidade de água e nutrientes determinam o potencial fotossintético do dossel implicando em alterações da área foliar e capacidade fotossintética da planta Marcelino et al 2006 Esta prerrogativa leva a crer que as condições ambientais e a baixa fertilidade do solo interferem na produção até mesmo das espécies consideradas mais adaptadas Neste sentido o objetivo deste trabalho foi avaliar se a adubação com fertilizante fosfatado orgânicocomplexado apresenta vantagem comparativa em relação à convencional com superfosfato simples no crescimento e eficiência nutricional do capim marandu em solo com duas condições de acidez 3 2 REVISÃO DE LITERATURA 21 Cultivo de forrageiras no Brasil O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo com um efetivo de aproximadamente 211 milhões de cabeças O país ocupa também o topo do ranking de maior exportador de carne bovina do planeta IBGE 2012 De todo o efetivo criado em território nacional cerca de 90 são terminados à pasto em sistema extensivo de produção tendo a pastagem como base da alimentação As pastagens são consideradas a forma mais econômica e prática de produzir e ofertar alimentos para os animais ruminantes no entanto por muitos anos a pecuária de corte foi conduzida de maneira extrativista na qual as plantas e solo foram explorados de forma indiscriminada resultando em baixos índices produtivos dos animais e alta degradação das pastagens Dados do Anualpec 2013 apontam que as pastagens ocupam cerca de 22 de todo território nacional somando 190 milhões de hectares sendo que 80 destes apresentam algum grau de degradação O manejo inadequado das plantas forrageiras em associação a longos períodos de estiagem se caracterizam como principais causadores da degradação dos pastos Perón Evangelista 2004 De igual modo o uso de prática como queimadas ausência de um adequado controle de plantas invasoras utilização de taxas de lotação não condizentes com a capacidade de suporte e a ausência da adubação podem acelerar o processo de degradação e ocasionar queda na oferta de alimentos aos animais e um impacto negativo no desempenho destes A queda da fertilidade do solo ocasionada pela ausência da adubação é apontada pela Anualpec 2013 como uma das principais causas de degradação dos solos nas regiões centrooeste e norte do Brasil Adubação de pastagens é uma prática ainda pouco frequente entre os pecuaristas brasileiros Estimase que apenas 2 dos fertilizantes que são comercializados no Brasil são destinados a pecuária e apenas 16 das propriedades rurais brasileiras adubam seus pastos 4 Nos últimos anos o aumento da disponibilidade de tecnologia técnicas para recuperação e manejo de pastagens lançamento de cultivares mais produtivos etc e a pressão da opinião pública e de mercado sobre as questões ambientais têm gerado uma mudança de comportamento no setor produtivo de carne no Brasil Assim um número cada vez maior de produtores tem direcionado a pecuária a pasto a uma fase de aprimoramento onde a busca pela maior produtividade ocorre através da intensificação ou seja produzir maior quantidade de carne em menores áreas de pastagem Dias Filho 2014 Para tanto se faz necessário o aumento da capacidade de suporte das plantas forrageiras conseguido principalmente pela escolha da espécie adequada e adubação 22 O gênero Brachiaria As plantas do gênero Brachiaria compreendem os capins mais cultivados no Brasil graças a capacidade destas planta em se adaptar a diversas condições de solo e clima Jank et al 2014 A utilização deste gênero como pastagem proporcionou acréscimos significativos nas taxas de lotação e no desempenho do rebanho brasileiro quando comparadas com as espécies nativas e naturalizadas Este gênero é composto por diversas espécies de interesse forrageiro com diferenças acerca da morfologia e necessidades de manejo Dentro deste gênero se destaca a espécie Brachiaria brizantha Stapf uma das mais utilizadas como planta forrageira na América do Sul Jank et al 2014 A B brizantha ocupa papel de destaque na pecuária nacional devido a sua produtividade e qualidade de cultivares disponíveis no mercado de sementes No entanto independentemente do cultivar as plantas desta espécie são conhecidas por sua alta capacidade de produção Estas possuem um robusto sistema radicular que lhes confere elevada tolerância a seca e capacidade de absorver nutrientes das camadas mais profundas do solo desenvolvendose em condições ambientais em que a maior parte das culturas produtoras de grãos não são capazes de se desenvolver Barducci et al 2009 5 Esta espécie se originou no Leste da África onde ocorre naturalmente nas savanas africanas que possuem clima tropical Vilela 2005 se adaptou bem as regiões CentroOeste Nordeste e Sudeste do Brasil Segundo Ferraz 2003 a importância da B brizantha como gramínea forrageira é observada também em diversas regiões da Ásia Austrália e América do Sul Das cultivares desta espécie a mais utilizada no Brasil é a marandu e foi introduzida em 1967 Ao final da década de 70 foi fornecida à Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias Embrapa para avaliações e distribuição no país Em 1984 foi disponibilizada pela Embrapa para comercialização como alternativa de forrageira adaptada às condições dos solos do cerrado Miles et al 1996 Rapidamente difundiuse entre os produtores brasileiros graças a sua boa adaptação e alta produção de matéria seca Vilela 2005 atribuiu o sucesso dessa cultivar à sua boa cobertura do solo com capacidade de suprimir plantas invasoras e a sua adaptação às condições de baixa luminosidade No entanto a tolerância a cigarrinha das pastagens é a principal característica que contribuiu para a sua dispersão em todo território nacional 23 Importância do fósforo para as forrageiras Se ausente o fósforo é considerado como um dos nutrientes que mais limita a produção de forrageiras Rezende et al 2011 Este nutriente desempenha papel importante em função da intensa atividade meristemática ocorrida durante os estágios iniciais da plântula com o desenvolvimento radicular perfilhamento emissão de estolões além disso o P é fundamental durante a divisão celular graças a suas funções estruturais nos ácidos nucléicos Cantarutti et al 2002 É principalmente durante a fase inicial do desenvolvimento das plantas forrageiras que o fósforo desempenha papel mais importante As espécies de gramíneas foram separadas em grupos segundo o grau de exigência relativa a fertilidade neste contexto as plantas do gênero Brachiaria são classificadas como pouco exigentes apesar de as espécies do 6 gênero Brachiaria brizantha serem consideradas moderadamente exigentes Dias Filho 2012 Níveis críticos de P para o estabelecimento de B decumbens B brizantha e capimcolonião Panicum maximum foram estudados por Corrêa 1991 O autor relata que houve diferenças evidentes nas exigências das plantas em condições de campo onde a B decumbens se destacou como a menos exigente em P para o seu estabelecimento A seguir em ordem crescente de exigência se destacaram o capimcolonião e a B brizantha O crescimento vegetativo de uma gramínea é marcado pelo surgimento de folhas e perfilhos alongamento do colmo e desenvolvimento do sistema radicular Silsbury 1970 Diversas pesquisas comprovam a importância do estado nutricional da planta forrageira durante a fase de crescimento vegetativo O fósforo tem influência direta no perfilhamento e crescimento das raízes e por isso Santos et al 2002 afirmam que a deficiência deste nutriente impacta negativamente o crescimento vegetativo De igual modo Ieiri et al 2010 afirmam que a deficiência em P reduz a capacidade de produção das pastagens Camacho et al 2015 avaliaram a eficiência de produção de matéria seca em genótipos de Brachiaria brizantha sob aplicação de fósforo e constataram que a adubação fosfatada influenciou a produção de matéria seca de todos os genótipos Quando se avaliou a produção de matéria seca de raízes MSR as cultivares marandu capiporã e piatã se mostraram superiores aos demais genótipos estudados demonstrando mais uma vez a importância deste nutriente para a formação do sistema radicular No que diz respeito produção de folhas foi observado que o fósforo promoveu diferença em todos os genótipos estudados indicando que este nutriente está diretamente relacionado com a produção de folhas e consequentemente com a maior qualidade da forrageira Estudos relatam que a adição de fósforo promove maiores produções de matéria seca tanto de folhas quanto da parte aérea como um todo Camacho et al 2015 Esta característica é interessante para a produção de bovinos em pastejo uma vez que folhas são preferidas pelos animais e possuem maior valor nutricional do que colmos Monteiro et al 1995 7 avaliaram a produção de forragem em função do suprimento ou ausência da adubação fosfatada os autores relataram que as plantas oriundas de tratamentos sem fósforo tiveram seu crescimento limitado e consequentemente baixa produção de matéria seca permanecendo raquíticas e sem perfilhos Segundo Santos et al 2009 a produtividade e perenidade das gramíneas forrageiras são garantidas pela sua capacidade em rebrotar após cortes e pastejo sucessivos ou seja é a sua capacidade em emitir folhas de meristemas remanescentes e perfilhar que lhe permitem a sobrevivência graças a formação de uma nova área foliar Em concordância Hodgson 1990 relata que o perfilho é considerado unidade básica de desenvolvimento das plantas forrageiras pois as gramíneas o utilizam como forma de crescimento e desenvolvimento acarretando aumento da produtividade e persistência das pastagens tendo o fósforo comprovada importância neste processo 231 Fósforo na planta O fósforo compõe a fração mineral das plantas e se destaca como um dos principais elementos por sua associação a praticamente todos os processos metabólicos e fisiológicos que acontecem nos vegetais A baixa disponibilidade deste nutriente durante a fase de crescimento vegetativo compromete todo o desenvolvimento subsequente das plantas Grant et al 2001 Logo os danos causados as plantas pela deficiência de P comprometem drasticamente a sua produtividade No solo o P é absorvido pelas raízes através de proteínas transportadoras de H e H2PO4 em sistema simporte Marschner 2012 Após ser absorvido pela célula parte deste fosfato é metabolizado em uma gama de compostos O principal caminho de assimilação do fosfato ocorre no processo de formação de ATP O P está presente na composição da membrana celular fazendo parte dos fosfolipídios e é também componente estrutural dos ácidos nucléicos DNA e RNA estruturas responsáveis pela transferência de informação genética 8 O ATP é a principal fonte energética para a síntese do amido Para a síntese de compostos como a sacarose e celulose são utilizadas moléculas energéticas que também possuem P em sua composição como a urudina difosfato UDP e a guanosina GTP Nas primeiras fases da fotossíntese conhecida como etapa bioquímica o CO2 é incorporado pela ação de enzimas que apresentam fosfato em suas estruturas são elas a ribulose bifosfato carboxilase RUBP em plantas C3 e a fosfoenolpiruvato carboxilase PEPcase em plantas C4 Além destas existem outras inúmeras funções que o P desenvolve no metabolismo das plantas e todas elas demonstram sua importância durante todo o ciclo de vida das culturas Taiz Zeiger 2010 Nas plantas o P é armazenado como polifosfato e fitato sendo o vacúolo o principal reservatório armazena de 85 a 90 do fósforo celular Taiz Zeiger 2010 Quando em condições de deficiência as plantas utilizam o P dos vacúolos até a exaustão sendo capazes também de remobilizálo das estruturas mais velhas para as mais jovens Epstein Bloom 2006 A deficiência de P nos solos promove o esgotamento das reservas inorgânicas de P das células sem afetar no entanto os níveis metabólicos de P orgânico Deficiência nutricional promove estresse nas plantas afetando seu metabolismo gerando diversas alterações fisiológicas que culminam na redução do crescimento e comprometimento da produção de matéria seca 232 Dinâmica do fósforo no solo No solo o fósforo é constituído por compostos derivados de ácido ortofosfórico e pirofosfatos A microbiota presente no solo é responsável por imobilizar ou liberar os íons ortofosfato colaborando para a dinâmica do P no solo que é também dependente de diversos fatores ambientais A maior parte do P do solo se encontra na forma orgânica Po ou na forma mineral Pi adsorvido fracamente aos minerais secundários no entanto em solos jovens e pouco intemperizados é possível encontrar P ligados a minerais primários Santos et al 2008 9 Em solos intemperizados ocorre uma mudança no perfil de cargas que faz com que ele se torne menos eletronegativo e mais eletropositivo consequentemente a capacidade de troca catiônica CTCefetiva e saturação por bases diminuem aumentando a adsorção aniônica e desta forma a imobilização de fosfato sulfato molibidato etc A soma destes fatores faz com que o solo passe gradualmente de fonte para dreno de fósforo Novais et al 2007 Nestes casos como ocorre com os Latossolos no Cerrado as formas inorgânicas do P estão ligadas à fração mineral com alta energia e as formas orgânicas estabilizadas física e quimicamente O grau de estabilidade destes compostos é classificado como lábil e não lábil Santos et al 2008 Na fração lábil os compostos fosfatados são capazes de repor a solução do solo quando este é absorvido pelas raízes das plantas ou incorporado por microrganismos Esta fração é dependente de diversos fatores tais como o grau de intemperização mineralogia textura teor de matéria orgânica características físicoquímicas e atividade biológica do solo Quando o P é retirado do solo seja pela absorção radicular ou mobilização por microrganismos ocorre um desequilíbrio entre a concentração de P na solução do solo e do P que está ligado à superfície do coloide Então o P lábil sofre dessorção e é liberado para a solução restaurando o equilíbrio químico Quando esta reação não ocorre e o P permanece ligado a superfície das partículas ele pode passar para uma forma menos disponível às plantas não contribuindo para o equilíbrio químico da solução do solo Esta forma é conhecida como nãolábil Novais et al 2007 O P seja lábil ou não é retido no solo através de sua precipitação em solução com formas iônicas de Fe Al e Ca e através da adsorção pelos oxidróxidos de Fe Al e Ca que estão presentes em maiores quantidades nos solos tropicais mais intemperizados principalmente nos mais argilosos Eghball et al 1990 A acidez e a elevada concentração de ferro e alumínio dos solos argilosos aumentam a capacidade de fixação do fósforo que está associado à sua grande área superficial Quintero et al 1999 A baixa disponibilidade de P no solo associada à sua alta reatividade representa um dos maiores entraves à produção agrícola nas regiões tropicais e subtropicais Sarwar et al 2014 pois muitas vezes são encontrados nos 10 solos níveis inferiores às necessidades da maioria das culturas Concomitantemente os solos ácidos prejudicam a eficiência dos fertilizantes fosfatados sendo inferior a 20 comprometendo o sucesso da produção agrícola Araújo et al 2003 Ramos et al 2009 De acordo com Costa 2008 as características mineralógicas dos solos tropicais influenciam diretamente a capacidade de fixação do fósforo e este é o principal fator que contribui para a baixa disponibilidade do P para planta A fixação do P por Fe Al e Ca são processos dependentes de diversos fatores dentre eles se destaca principalmente o pH e os minerais existentes na fração argila Andrade et al 2003 Solos com pH abaixo de 65 tendem a solubilizar hidróxidos de ferro e alumínio formando fosfatos de ferro e alumínio principalmente em solos com predomínio de argila caulinita e óxidos de ferro e alumínio Quanto mais ácido for o solo maior será a capacidade de reação do fosfato com o ferro e alumínio uma vez que estes elementos estão mais disponíveis em solos com baixo pH O efeito da calagem na disponibilidade de P já é bastante conhecido A maioria das plantas não se desenvolvem nem em condições de solos ácidos pois é baixa a disponibilidade de nutrientes e estes solos se caracterizam pela presença de alumínio tóxico e pela fixação do P pelo ferro Fe e alumínio Al formando compostos insolúveis e não aproveitáveis para as plantas A disponibilidade de nutrientes sofre influência do pH do solo O fósforo tem maior disponibilidade para as plantas em pH 6 a 65 sendo imprescindível para este nutriente a correção da acidez do solo através do calcário Estudos apontam a existência de uma correlação positiva entre os teores de matéria orgânica presentes no solo e a adsorção de P Delgado et al 2002 Wandruszka 2006 Segundo Fontes et al 1992 a maior capacidade de adsorção do P no solo está relacionada à redução dos teores de matéria orgânica através da diminuição de ácidos húmicos e outros ânions capazes de impedir estas reações A matéria orgânica através de seus vários grupamentos funcionais é capaz de reagir com os metais presentes no solo Silva Mendonça 2007 Estas interações entre a matéria orgânica e os metais ocorrem através de uma reação de adsorção catiônica via atração 11 eletrostática ou interações mais complexas formando ligações de coordenação com os ligantes orgânicos Nos solos tropicais os ácidos orgânicos competem pelos sítios de adsorção dos óxidos de Fe e Al formando através da quelatação complexos organometálicos estáveis com o Fe e Al e aumentando a disponibilidade do P Jones 1998 Sposito 1989 Estes complexos formados influenciam na adsorção de P ou seja quanto mais estáveis maior é a eficiência na redução da adsorção de P De acordo com Stevenson 1986 essa maior estabilidade está relacionada com a estrutura dos ácidos orgânicos Ácidos húmicos e fúlvicos por exemplo possuem estrutura mais complexa e são mais estáveis em relação aqueles de cadeia mais simples e dessa forma podem recobrir a superfície dos óxidos de Fe e Al dificultando a adsorção de P aumentando a disponibilidade deste nutriente No entanto este efeito positivo da redução da adsorção do P em função da maior disponibilidade de matéria orgânica não ocorre em todos os casos Nziguheba et al 1998 observaram a redução da adsorção de P com a adição de resíduos de girassol em solos intemperizados porém o mesmo não ocorreu quando aplicouse resíduos de milho Estudos indicam que os mecanismos envolvidos na adsorção de P ocorrem graças a combinação do aumento do pH com diminuição do Al trocável e também com a quantidade de P mineralizável que é liberado pelas fontes de matéria orgânica A presença de ácidos orgânicos em solos ácidos e deficientes em P pode auxiliar na solubilização de fosfatos de Fe e Al de baixa solubilidade considerando a quelação dos metais Costa 2008 Como já citado anteriormente os ácidos orgânicos podem também competir diretamente com o P pelos sítios de adsorção dos metais favorecendo a desorção do P para a solução do solo Silva Mendonça 2007 Estas características resultam em um maior aporte de P para as plantas por isso a aplicação de ácidos orgânicos e húmicos vem sendo amplamente estudadas nos processos de adsorção e precipitação de fosfato bem como seu efeito no crescimento das culturas Apesar da discordância dos dados apresentados na literatura é conhecida que esta capacidade da matéria orgânica em complexar e formar 12 quelatos com os metais são fundamentais para diversos processos que ocorrem no solo como por exemplo o intemperismo a disponibilidade de nutrientes e outros metais e nos aspectos ambientais do solo Costa 2008 24 Adubos e a adubação fosfatada de forrageiras As gramíneas forrageiras são tão ou mais exigentes que as culturas anuais em fósforo graças ao seu rápido crescimento e desta forma a obtenção de quantidades satisfatórias de forragem só é possível se realizada a correção e adubação do solo Silva 1995 A maioria dos solos brasileiros possuem uma deficiência generalizada em P o que compromete o estabelecimento das pastagens em virtude da importância deste nutriente no estabelecimento do sistema radicular e no perfilhamento das plantas tornando a adubação fosfatada fundamental De modo geral maiores respostas em produção são encontradas até a faixa de adubação de 200 kg ha1 de P2O5 Corrêa et al 1997a Corrêa et al 1997b podendo variar em função da espécie forrageira De um modo geral são indicados teores de P no solo pelo método resina de 10 mg dm3 e 20 mg dm3 pelo Mehlich 1 Werner 1971 As variações de indicação são em função do tipo de exploração e do potencial produtivo do solo e da espécie forrageira A adição de P ao solo é imprescindível para o adequado estabelecimento das pastagens na maioria dos solos brasileiros Werner 1971 uma vez que em condições naturais são encontrados teores muito abaixo do necessário para o adequado desenvolvimento das plantas fazendo com que a adubação fosfatada seja um fator limitante ao sistema de produção É recomendado que a adubação seja feita a lanço seguida de incorporação melhorando a distribuição de P no solo Macêdo 2013 As fontes de fósforo mais utilizadas e consideradas mais eficientes são as solúveis onde se enquadram o superfosfato simples com 20 de P2O5 superfosfato triplo com 46 de P2O5 e os fosfatos monoamônio MAP e diamônio DAP com 50 e 46 de P2O5 respectivamente Em seguida os termofosfatos com 18 de P2O5 e os fosfatos parcialmente acidulados 13 cerca de 25 a 30 de P2O5 Os fosfatos naturais brasileiros praticamente não possuem P solúvel em ácido cítrico a 2 ou em água e por isso são menos utilizados em sistemas intensivos de exploração de pastagens Após a dissolução do adubo fosfatado que foi aplicado ao solo uma grande parte do P fica retido na fase sólida formando compostos menos solúveis No entanto boa parte do P retido é aproveitado pelas plantas Essa recuperação do P depende grandemente da espécie cultivada e é afetada pela textura tipos de minerais de argila e acidez do solo além de características relacionadas com o adubo como a dose aplicada a fonte solúvel ou não granulometria e forma de aplicação O sistema de preparo do solo também tem grande influência sobre este processo Sousa et al 2007 Além da adubação durante o estabelecimento da pastagem é fundamental que seja realizada a adubação de manutenção a fim de se garantir a produtividade e o teor adequado de P na forragem Esta adubação deve ser feita em cobertura juntamente com outras adubações e dose utilizada dependerá do nível de exploração e da dose de P aplicado durante o estabelecimento Apesar da baixa mobilidade no solo as pastagens principalmente quando bem adubadas apresentam intenso desenvolvimento de raízes ativas na superfície do solo permitindo uma absorção eficiente do P aplicado em cobertura Corsi Nussio 1993 241 Fertilizante TopPhos Em geral a eficiência média de fertilizantes fosfatados minerais é geralmente inferior a 40 do total de P aplicado ao solo Marschner 2012 Segundo Erro et al 2012 o superfosfato simples possui baixa eficiência agronômica principalmente relacionada a intensa fixação de fósforo no solo Estes autores relatam que o fertilizante TopPhos é uma modificação química do SFS que promove menores taxas de fixação de P no solo e possui maior eficiência agronômica quando comparado ao SFS convencional Segundo Urrutia et al 2014 a disponibilidade de P em diferentes tipos de solo é significativamente influenciada pelas características físicoquímicas de cada 14 solo onde em solos alcalinos prevalece a formação de fosfato monocálcico dicálcico e tricálcico enquanto em solos ácidos a precipitação do P acontece devido a formação de fosfatos de ferro e alumínio Os mecanismos propostos para explicar os efeitos positivos da matéria orgânica sobre a disponibilidade de P no solo são diversos e provavelmente complementares entre si Estes mecanismos incluem 1 a concorrência entre os ânions contidos na matéria orgânica húmicos fúlvicos e ânions orgânicos simples como o ácido cítrico ou oxálico com o fosfato inorgânico para os sítios de adsorção de argilas e óxidos metálicos Staunton Leprince 1996 2 o efeito de HS modificando o padrão de precipitação de sais de P insolúveis como o cálcio em solos calcários ou de ferro e alumínio em solos ácidos Gross Inskeep 1991 3 a capacidade de HS em formar complexos com metais que podem tanto inibir a formação de sais insolúveis em água quanto a formação de complexos fósforometal indisponíveis para as plantas 4 a interação da matéria orgânica ou frações específicas da matéria orgânica com os microorganismos na rizosfera que podem favorecer a proteção do P da fixação do solo Pinton et al 2001 A aplicação de fosfatos combinados com substratos orgânicos tem mostrado aumento na disponibilidade de P para a planta em relação a aplicação de adubos fosfatados que não possuem substratos orgânicos em sua composição Bolan et al 1994 Os motivos pelos quais a matéria orgânica atua beneficamente sobre a solubilização do P não estão bem elucidados embora diversas autores tentam explicar esta dinâmica Além de aumentar a solubilidade do P as substâncias húmicas podem incrementar o crescimento das plantas graças a sua capacidade de formar complexos húmicomineral que disponibilizam nutrientes para as plantas Giovannini et al 2013 A complexação organomineral é dependente da presença de substâncias húmicas no solo descritas como polímeros biológicos oriundos da decomposição de tecidos animais e vegetais e formados por meio de processos químicos e biológicos Sparks 2003 Estas substâncias são resistentes a degradação dos microrganismos e representam uma considerável parte do carbono do solo Baigorri et al 2013 15 Gerke et al 1995 propuseram a teoria da complexação entre substâncias húmicasmetalfosfato que explica a ocorrência de reações de formação de pontes metálicas de Ca Fe ou Al entre fosfato e ácido húmico presentes no solo Os ortofosfatos não se ligam diretamente as moléculas húmicas porém os metais complexados pelas substâncias húmicas formam pontes metálicas com os ânions fosfato onde o Al3 e Fe3 demonstram ser os mais importantes Gerke 2010 Ligações similares ocorrem com os óxidos de Fe e Al onde o ânion H2PO4 substitui o OH ou H2O que está ligada ao metal via troca de ligantes Gerke 1992 Estes mecanismos vêm sendo aplicados na produção de novos fertilizantes como por exemplo os superfosfatos complexados Estes fertilizantes são produzidos da mesma forma que os superfosfatos simples e triplo Urrutia et al 2014 no entanto matéria orgânica é adicionada durante o ataque do ácido na rocha fosfática que originam associações estáveis compostas pelas macromoléculas orgânicas ligadas aos grupos fosfato por pontes de cálcio Desta forma a formação do complexo organomineral impedirá a reação do fosfato com o Fe Al ou Ca livres na solução do solo evitando a precipitação que reduz o P disponível às plantas e também reduzirá a adsorção de P nos óxidos de Fe e Al graças a formação de um complexo estável 16 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andrade F Mendonça E Alvarez V Novais R 2003 F Adição de ácidos orgânicos e húmicos em Latossolos e adsorção de fosfato Revista Brasileira de Ciência do Solo v 27 p 10031011 Anualpec Anuário da Pecuária Brasileira 2011 São Paulo Instituto FNP 378 p Anualpec Anuário da Pecuária Brasileira 2013 São Paulo Instituto FNP 298 p Araújo I Resende A Furtini Neto A et al 2003 Eficiência nutricional do milho em resposta a fontes e modos de aplicação de fósforo Revista Ceres p 27 39 Baigorri R Urrutia O Erro J et al 2013 Structural characterization of anion calciumhumate complexes in phosphatebased fertilizers Chemsuschem v 6 n7 p 12451251 Baligar V Fageria N He Z 2001 Nutrient use efficiency in plants Communications in Soil Science Plant Analysis p 921950 Barducci R Costa C Crusciol C et al 2009 Produção de Brachiaria brizantha e Panicum maximum com milho e adubação nitrogenada Archivos de Zootecnia v 58 n 222 p 211222 Bolan N Naidu R Mahimairaja S Baskaran S 1994 Influence of low molecularweight organic acids on the solubilization of phosohates Biology and Fertility of Soil v 18 n 4 p 311319 Camacho M Silveira L Silveira M 2015 Eficiência de genótipos de Brachiaria brizantha Stapf Syn Urochloa brizantha na produção de biomassa sob 17 aplicação de fósforo Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia v67 n4 p 11331140 Cantarutti R Tarré M Macedo R et al 2002 The effect of grazing intensity and the presence of a forage legume on nitrogen dynamics in Brachiaria pastures in the Atlantic forest region of the South of Bahia Brazil Nutrient Cycling in Agroecosystem v64 n11 p 257271 Corrêa L Freitas A 1997b Adubação fosfatada na produção e teor de fósforo em quatro 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propriedades a pecuária ainda é extrativista onde muito pouco dos nutrientes que são retirados do solo através da produção animal são repostos via adubação e as pastagens são manejadas incorretamente Santos et al 2002 O P desempenha papel importante no crescimento do sistema radicular e no perfilhamento das gramíneas Sendo então fundamental para o estabelecimento e crescimento inicial adequado e ajudará a determinar maior produtividade das forrageiras De acordo com Holford 1997 Este nutriente é o segundo que mais limita a produção agrícola nos solos tropicais onde a disponibilidade natural de P é baixa associada a uma alta capacidade de adsorção e de fixação do mesmo Assim o fósforo é considerado como o elemento que mais limita a produção de forrageiras uma vez que estas plantas possuem uma maior demanda inicial por este nutriente quando comparadas a espécies anuais Malavolta 2006 Diversos trabalhos têm comprovado que o suprimento adequado ou a ausência de fósforo determinam o crescimento das plantas Camacho et al 2015 avaliaram a eficiência de produção de matéria seca em diferentes genótipos de Brachiaria brizantha adubados com fósforo e constataram que houve incremento na produção de matéria seca em todos os genótipos 26 estudados especialmente para a produção de folhas Isso demonstra que a adubação fosfatada contribui para o aumento da área foliar das plantas forrageiras Associado à importância da adubação para um adequado estabelecimento das plantas forrageiras está a necessidade de corrigir a acidez do solo uma vez que o baixo pH torna indisponível grande parte dos nutrientes essenciais às plantas e promove a solubilização de elementos tóxicos como o alumínio As consequências de um solo ácido são os prejuízos causados pelo baixo rendimento das culturas Portanto a correção da acidez do solo através da calagem é considerada uma das práticas que mais contribui para o aumento da eficiência dos adubos e consequentemente aumento da produtividade das plantas Alguns fatores de ambiente como intensidade luminosa e temperatura irão afetar o crescimento inicial e a produção das plantas forrageiras Andrade et al 2005 As condições do ambiente associadas ao estado nutricional das plantas e a idade de crescimento são determinantes no processo de formação crescimento e manutenção dos tecidos principalmente da área foliar De acordo com Radford 1967 as principais características de crescimento das plantas são taxa de crescimento da cultura taxa de crescimento relativo taxa assimilatória líquida razão de área foliar área foliar específica razão de peso foliar índice de área foliar e duração da área foliar Segundo Santos Junior et al 2004 o fundamento da análise de crescimento é a medida sequencial da acumulação de matéria orgânica e sua determinação é realizada por meio da avaliação do acúmulo de matéria seca MS da planta e do crescimento da área foliar Esta determinação é importante uma vez que as folhas são as principais responsáveis pela captação de energia solar e pela produção de matéria orgânica por meio da fotossíntese Tendo em vista a importância da adubação fosfatada e da calagem no crescimento inicial das plantas forrageiras este trabalho objetivou analisar algumas características de crescimento da Brachiaria brizantha cv marandu em função da calagem e adubação com duas fontes de adubo fosfatado 27 2 Material e métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do Departamento de Fitotecnia DFT da Universidade Federal de Viçosa UFV Minas Gerais no período de janeiro a março de 2015 O solo utilizado no experimento foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico de textura muito argilosaremovendose a cobertura vegetal e coletandose a camada arável do solo 0 20 cm Suas características químicas foram determinadas pela análise de uma amostra composta coletada previamente a instalação do experimento A espécie Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada no delineamento experimental inteiramente casualizado em um esquema fatorial 2 x 3 x 6 duas condições de acidez do solo e três composições de adubo fosfatado com parcelas subdivididas seis épocas de avaliação e quatro repetições O fator principal consistiu de duas condições de solo solo ácido e solo corrigido por meio de calagem Para o solo corrigido foi realizado o método de neutralização do alumínio e suprimento de cálcio e magnésio através da utilização de calcário com PRNT de 76 e um período de incubação de 30 dias onde a necessidade de calcário é calculada com base no teor de argila e alumínio do solo Em ambas as condições de solo foram realizados dois tipos de adubação fosfatada uma composta de fosfato complexado com ácidos húmicos Top Phos Timac Agro e outra composta de superfosfato simples e um tratamento testemunha sem a adição de nenhum adubo fosfatado A adubação foi incorporada ao solo na ocasião do enchimento dos vasos nas doses 150 150 60 08 15 35 5 e 015 mg dm 3 respectivamente para N K S B Cu Mn Zn e Mo PA além de 400 mg dm 3 de P seguindo os tratamentos adaptado de Silva et al 2013 Foi feita análise do solo corrigido após o período de incubação com o calcário Os resultados obtidos através da análise do solo antes e após a correção se encontram na tabela 1 28 Tabela 1 Características químicas da camada do solo de 020 cm de profundidade antes da instalação do experimento Características químicas Sem correção Corrigido pH em água 125 43 55 Fósforo P mg dm31 32 27 Potássio K mg dm31 57 51 Cálcio Ca2 cmolc dm32 10 23 Magnésio Mg2 cmolc dm32 01 08 Acidez trocável Al3 cmolc dm32 14 00 Acidez potencial H Al3 cmolc dm34 109 644 Soma de bases SB cmolc dm3 125 323 Capacidade de troca de cátions CTC efetiva t cmolc dm3 215 323 Capacidade de troca de cátions CTC a pH 70 T cmolc dm3 1214 967 Saturação por bases V 10 33 Saturação por alumínio m 42 0 Premanescente mg dm3 116 133 Matéria orgânica dag kg15 542 454 1Extrator Mehlich1 2Extrator KCl 1 molL1 4Extrator Acetato de cálcio 05mol L1 pH 70 5MO COrg x 1724 WalkleyBlack A semeadura foi realizada em vasos de plástico com superfície quadrada aresta de 17 cm e capacidade de 42 dm3 Estes vasos foram preenchidos com solo seco ao ar peneirado destorroado e processados conforme os tratamentos Posteriormente cada vaso foi irrigado com água desionizada até atingir a capacidade de campo Semearamse em cada vaso 25 sementes aproximadamente em profundidade de 05 cm e distribuídas ao acaso na superfície Uma semana após a emergência iniciouse o desbaste das plântulas seguindo desbastes periódicos até a permanência de cinco plantas por vaso Utilizouse como critério para desbaste a sanidade uniformidade e distribuição na superfície do vaso As plantas foram irrigadas todos os dias com água desionizada a fim de se manter a umidade próxima a capacidade de campo Uma vez por semana realizavase amostragem de 25 dos vasos sendo estes pesados em balança digital e verificado a umidade do solo completandose com água desionizada até atingir a capacidade de campo do solo Aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência quatro plantas ao acaso por tratamento foram colhidas para análises destrutivas Após cada dia de coleta uma dose de 30 mg dm3 de NH4NO3 era aplicada nos vasos remanescentes de modo que as plantas retiradas aos 21 dias não receberam esta aplicação ao passo que aquelas retiradas aos 56 dias após a emergência receberam uma dose final de 150 mg dm3 de NH4NO3 As plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato procedendose à coleta da parte aérea e das raízes que foram separadas do solo e lavadas com água corrente e água desionizada utilizandose duas peneiras de malha com diâmetro de 025 e 100 mm O material colhido foi estratificado em folha colmo e raiz A área foliar foi medida utilizando o equipamento LICOR 3100 Inc Lincoln Nebraska USA Posteriormente todo o material foi acondicionado em sacos de papel devidamente identificados e colocados para secar em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65º C até atingir massa constante e em seguida pesados em balança de precisão Com os dados de massa seca g planta1 e área foliar cm2 planta1 foram calculadas as seguintes razões alométricas e análise de crescimento taxa de crescimento absoluto TCA taxa assimilatória líquida TAL razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF utilizouse as fórmulas descritas por Hunt et al 2002 Taxa de crescimento absoluto TCA TCA MST2 MST1 t2 t1 Onde massa seca total MST1 e MST2 são as biomassas secas de duas amostragens sucessivas e t2 e t1 são os dias ocorridos entre as duas observações Taxa assimilatória líquida TAL A taxa assimilatória líquida g cm2 dia1 é a relação entre a matéria seca total MST e a área foliar AF por unidade de tempo Esse índice representa a conversão de matéria seca da planta em relação à AFP e foi calculado a partir da seguinte relação TAL MST2 MST1 AF2 AF1 x lnAF2 lnAF1 t2 t1 Onde MST1 e MST2 AF1 e AF2 representam a variação da massa da matéria seca total e da área foliar em duas amostras consecutivas respectivamente tomadas nos tempos t1 e t2 e ln é o logaritmo neperiano Razão de área foliar RAF A RAF é a razão entre a área foliar AF área responsável pela absorção de luz e CO2 e a massa seca total MST resultado da fotossíntese líquida Este índice representa a área foliar em cm2 que é usada para produzir 1 g de massa seca e foi calculado a partir da seguinte relação RAF AF MST Área foliar específica AFE Este parâmetro é calculado através da razão entre a área foliar AF e a massa seca das folhas MSFol e foi obtido a partir da seguinte relação AFE AF MSFol Razão de massa foliar RMF A razão de massa foliar foi calculada pela relação entre a massa seca folhas e a massa seca total e expressa em g g1 conforme equação 31 RMF MSFol MST Todos os dados foram submetidos à análise de variância seguida de comparação de médias pelo teste de Tukey 5 de significância para comparações qualitativas Empregouse análise de regressão para dados quantitativos para tanto foi utilizado o programa estatístico SISVAR 56 Ferreira 2011 32 3 Resultados Houve efeito significativo p001 da adubação fosfatada e das idades de crescimento sobre a taxa de crescimento absoluto TCA que representa a velocidade de crescimento do capim marandu Tabela 3 A calagem não influenciou a TCA Não houve interação entre calagem e adubação fosfatada no entanto foi realizado o desdobramento desta interação para a variável TCA Tabela 4 assim como para as demais variáveis estudadas neste trabalho independentemente da constatação da significância da interação As demais interações tiveram efeito significativo exceto a interação tripla entre todas as fontes de variação estudadas Tabela 2 Análise de variância da taxa de crescimento absoluto TCA e da taxa assimilatória líquida TAL do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada cultivada no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Fontes de variação G L Quadrados Médios TCA TAL Bloco 3 00128 0000000028NS Solo S 1 00012NS 0000002000 Fonte de P F 2 23150 0000005000 Interação S x F 2 00027NS 0000001000 Erro A 15 00022 0000000061 Idade de Crescimento I 4 01256 0000002000 Interação S x I 4 00054 0000000670 Interação F x I 8 00375 0000000782 Interação S x F x I 8 00030NS 0000000820 Erro B 72 00018 0000000064 CV Parcela 161 274 CV Subparcela 149 282 NS e não significativo e significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F 33 Tabela 3 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para a taxa de crescimento absoluto TCA do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP TCA g dia1 Acidez Natural 0012 aB 0425 aA 0416 aA 0285 Acidez Corrigida 0008 aB 0451 aA 0414 aA 0291 Média 0010 0438 0415 0288 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade A adubação fosfatada independentemente da fonte utilizada aumentou significativamente a TCA em relação ao tratamento que não foi adubado com fósforo As fontes de fósforo utilizadas não diferiram entre si sendo que ambas provocaram aumento na TCA de pelo menos 40 vezes A calagem não influenciou a TCA independentemente da adubação fosfatada e da fonte utilizada Tabela 3 e 4 Na Figura 1 está apresentado o desdobramento da interação entre as fontes de fósforo e as idades de crescimento No tratamento sem aplicação de fósforo a TCA não variou em função das idades crescimento sendo observado um reduzido e constante crescimento Quando foi aplicado fósforo no solo a TCA teve efeito variado em função das idades de crescimento com resposta ajustada ao modelo de regressão linear quadrático para ambas as fontes utilizadas Observase um comportamento semelhante da TCA em função das idades de crescimento independentemente da fonte de fósforo utilizada sendo os valores máximos alcançados aos 427 e 450 dias após a emergência DAE respectivamente para TopPhos TP e superfosfato simples SFS 34 Figura 1 Desdobramento da interação entre as fontes de fósforo e as idades de crescimento sobre a taxa de crescimento absoluto TCA do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Para a taxa assimilatória líquida TAL houve efeito significativo de todos os fatores avaliados Tabela 3 Avaliando a interação entre a calagem e a adubação fosfatada Tabela 5 observase que quando não foi aplicado fósforo no solo a calagem promoveu aumento nos valores médios obtido para a TAL Quando foi fornecido fósforo de ambas as fontes superfosfato simples e TopPhos o aumento da TAL promovido pela calagem não foi significativo Sem a realização da calagem a média do tratamento sem aplicação de fósforo foi superior do que o tratamento que recebeu fósforo da fonte TopPhos já quando foi realizada a calagem o valor médio do tratamento sem fósforo foi superior ao dos tratamentos que receberam fósforo de ambas as fontes utilizadas Superfosfato Simples SFS ŷ 16157 00966 DAE 00011 DAE2 R2 078 PM 450 Top Phos TP ŷ 09334 00669 DAE 00008 DAE2 R2 089 PM 427 Sem Fósforo SP ŷ ȳ 00104 0 01 02 03 04 05 06 07 08 09 1 21 28 35 42 49 56 TCA g dia1 Idades de Crescimento DAE TP SFS SP 35 Tabela 4 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para a taxa assimilatória líquida TAL do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP TAL g cm2 dia1 Acidez Natural 0000934 bA 0000735 aAB 0000602 aB 0000757 Acidez Corrigida 0001663 aA 0000798 aB 0000663 aB 0001041 Média 0001298 0000767 0000633 0000899 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade O desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado em função das idades de crescimento é apresentado na figura 2 Observase tendência de redução linear dos valores de TAL no período de crescimento da cultura estudado exceto para o tratamento em que se realizou a calagem mas não foi aplicado fósforo no qual foi observado aumento dos valores em função do tempo Além do comportamento contrastante entre os tratamentos em que não foi aplicado fósforo observase reduzido grau de ajuste das equações de regressão Porém nos tratamentos em que foi aplicado fósforo melhor ajustado ao modelo de regressão linear foi o comportamento apresentado pela cultura verificandose decréscimo na ordem 0000023 e 0000020 g cm2 dia1 para as fontes SFS e TP respectivamente para ambos as condições de solo com acidez natural SAN ou acidez corrigida SAC 36 Figura 2 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável taxa assimilatória líquida TAL em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Para as variáveis razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF o efeito individual dos fatores estudados foram significativos p001 Tabela 6 Houve interação entre as fontes de variação acidez do solo e fonte de fósforo apenas para RMF p005 A interação simultânea entre as três fontes de variação estudadas foi significativa para RAF e RMF p005 ŷ 000078 0000021 DAE R2 007 00005 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 TAL g cm2 dia1 SAC SP ŷ 000271 0000042 DAE R2 058 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 000175 0000023 DAE R2 096 00005 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 TAL g cm2 dia1 SAC SFS ŷ 000174 0000024 DAE R2 077 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 000160 0000022 DAE R2 091 00005 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 TAL g cm2 dia1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 000136 0000018 DAE R2 093 00000 00005 00010 00015 00020 00025 00030 00035 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 37 Tabela 5 Resumo da análise de variância razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada cultivada no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Fontes de variação G L Quadrados Médios RAF AFE RMF Bloco 3 16099 35776 000520 Solo S 1 29623 112924 000279 Fonte de P F 2 422935 2388240 001422 Interação S x F 2 4565ns 14135ns 000172 Erro A 15 2092 7243 000044 Idade de Crescimento I 5 61163 211566 001025 Interação S x I 5 1753ns 5588ns 000162ns Interação F x I 10 40389 152967 000404 Interação S x F x I 10 3344 9067ns 000229 Erro B 90 1505 5645 000099 C V Parcela 174 145 47 C V Subparcela 148 128 71 NS e não significativo e significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F O desdobramento da interação entre as condições de acidez do solo e a adubação fosfatada apresentou comportamento semelhante para RAF AFE e RMF Tabela 7 onde a calagem promoveu redução na média do tratamento que não foi adubado com fósforo A adubação fosfatada promoveu aumento nas médias de RAF e AFE independente da realização ou não da calagem Já para RMF a adubação fosfatada promoveu redução dos valores médios As variáveis RAF AFE e RMF apresentaram padrão de redução linear dos valores médios observados com o aumento das idades de crescimento Figuras 3 4 e 5 No entanto para RAF e AFE quando não foi aplicado fósforo no solo houve aumento dos valores observados com o aumento das idades de crescimento Observouse que quando as plantas receberam a adubação com fósforo os valores observados e sua variação em função das idades de crescimento foram semelhantes 38 Tabela 6 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para as variáveis razão de área foliar RAF área foliar específica AFE e razão de massa foliar RMF do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP RAF cm2 g1 Acidez Natural 5668 aB 10013 aA 10553 aA 8745 Acidez Corrigida 4073 bB 9608 aA 9832 aA 7837 Média 4871 9810 10192 8291 AFE cm2 g1 Acidez Natural 11985 aB 22976 aA 23530 aA 19497 Acidez Corrigida 8961 bB 21827 aA 22390 aA 17726 Média 10473 22401 22960 18612 RMF g g1 Acidez Natural 0475 aA 0431 aB 0444 aB 0450 Acidez Corrigida 0455 bA 0435 aB 0434 aB 0441 Média 0465 0433 0439 0445 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade 39 Figura 3 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável razão de área foliar RAF em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG ŷ 4516 1165 DAE R2 077 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 RAF cm2 g1 SAC SP ŷ 32991 0610 DAE R2 036 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 171290 1937 DAE R2 084 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 RAF cm2 g1 SAC SFS ŷ 178032 2006 DAE R2 095 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 172318 1906 DAE R2 087 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 RAF cm2 g1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 183988 2020 DAE R2 078 0 20 40 60 80 100 120 140 160 21 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 40 Figura 4 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável área foliar específica AFE em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG ŷ 2038 2360 DAE R2 078 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 AFE cm2 g1 SAC SP ŷ 61306 1508 DAE R2 045 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 353573 3484 DAE R2 083 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 AFE cm2 g1 SAC SFS ŷ 377619 3808 DAE R2 096 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 358819 3474 DAE R2 086 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 AFE cm2 g1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 386447 3892 DAE R2 079 0 50 100 150 200 250 300 350 21 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 41 Figura 5 Desdobramento da interação entre os tratamentos de correção de acidez do solo e fontes de adubo fosfatado para a variável razão de massa foliar RMF em função das idades de crescimento do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG ŷ 04741 000049ns DAE R2 002 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 RMF g g1 SAC SP ŷ 05105 000091º R2 019 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 SAN SP ŷ 05138 000204 DAE R2 087 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 RMF g g1 SAC SFS ŷ 04957 000167 DAE R2 071 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 SAN SFS ŷ 05070 000188 DAE R2 088 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 RMF g g1 Idades de Crescimento DAE SAC TP ŷ 04929 000125 DAE R2 076 000 005 010 015 020 025 030 035 040 045 050 055 21 28 35 42 49 56 Idades de Crescimento DAE SAN TP 42 4 Discussão Em concordância com os resultados obtidos neste trabalho Gomide et al 2003 estudando capim mombaça observaram que os valores médios de TCA velocidade de crescimento do capim marandu TAL expressa a taxa de fotossíntese líquida em termos de massa seca produzida e RAF área foliar em uso pela planta para produzir um grama de massa seca reduziram com o avanço da idade das plantas Os autores justificaram o resultado obtido em função da senescência e morte dos tecidos e estabilização no acúmulo de matéria seca após algumas semanas de crescimento Gomide Gomide 1999 obtiveram respostas compatíveis e justificam que a queda destes parâmetros se deve à competição por luz autossombreamento avanço da idade da planta e incremento das demandas respiratórias A queda na RAF que representa a área foliar útil para a fotossíntese para produzir um grama de massa seca total reflete segundo Santos Junior et al 2004 a diminuição da capacidade fotossintética em relação ao aumento da massa total da planta o que segundo os autores representa um detrimento da produção de folhas em função da maior redistribuição de fotoassimilados para o crescimento da planta como colmos raízes e perfilhos órgãos que respiram mas não contribuem para a fotossíntese Gomide Gomide 1999 também relataram queda abrupta nos valores de RAF para as cultivares mombaça tanzânia e vencedor Santos Júnior et al 2004 em estudo com capim marandu relatam que o máximo valor da RAF ocorreu aos 21 dias com queda significativa até os 53 dias De acordo com Gomide et al 2003 nas primeiras semanas após a emergência a massa seca de folhas representa mais da metade da massa seca total indicando a preferência da planta para alocar fotoassimilados para o meristema apical e as folhas em expansão Após este período a representatividade da matéria seca de folhas cai em relação à da matéria seca total da planta destacandose o aumento na participação de outras estruturas colmos e raízes Diversos trabalhos que comparam fontes alternativas de fósforo aos fertilizantes mais solúveis relatam um desempenho inferior dos fosfatos 43 alternativos em comparação com o superfosfato simples ou triplo Oliveira et al 2012 avaliaram diferentes fontes de fósforo fosfato natural reativo de Arad farinha de ossos e superfosfato simples no estabelecimento e produtividade de forrageiras Os autores relatam que houve superioridade do SS para a maioria das variáveis analisadas Também Maciel et al 2007 em um estudo que avaliou diferentes fontes de fósforo no cultivo do capim marandu relatam que as fontes mais solúveis apresentaram as melhores respostas Neste trabalho as fontes fosfatadas não diferiram entre si no que diz respeito ao crescimento inicial do capim marandu tendo todos os parâmetros avaliados o mesmo comportamento tanto para o tratamento que foi adubado com o superfosfato simples quanto o adubado com o TopPhos Esse fator demonstra um desempenho promissor do fertilizante TopPhos uma vez que uma nova fonte fosfatada é sempre avaliada em comparação com os adubos mais solúveis apesar de outros estudos serem necessários para avaliar a viabilidade econômica da adubação com o TopPhos Independentemente da fonte os tratamentos que receberam adubação fosfatada foram superiores em relação a testemunha para as variáveis TCA RAF AFE demonstrando a importância do fósforo no crescimento das plantas e na produção de aparato fotossintético uma vez que a RAF e a AFE são quantificadas levando em consideração a área foliar sobre a matéria seca sendo matéria seca total para a RAF e matéria seca de folhas no caso da AFE Lira et al 1994 descreve que o fósforo desempenha papel importante no desenvolvimento do sistema radicular e perfilhamento das gramíneas e por isso promove aumento da taxa de crescimento inicial e favorece o estabelecimento das forrageiras Camacho et al 2015 relatam também que a adubação fosfatada promoveu incremento na produção de matéria seca de folhas do capim marandu contribuindo para maiores valores de RAF e AFE nos tratamentos que receberam fósforo A TAL e a RMF foram maiores para o tratamento testemunha que não recebeu adubação fosfatada Esses valores podem ser justificados pelo fato das duas variáveis considerarem para efeito de cálculo a matéria seca total MST das plantas Para a RAF por exemplo a representatividade das folhas 44 no total do peso da planta é maior em razão do valor diminuto da MST o mesmo ocorre com a TAL Segundo Santos Junior et al 2004 a taxa fotossintética da cultura não é necessariamente uma função direta de sua área foliar visto a contribuição desigual de folhas de diversas idades e os atributos morfológicos como ângulo de disposição de folhas que interferem na interceptação luminosa Desse modo duas plantas com a mesma área de folhas podem interceptar mais ou menos luz variando sua TAL em função do ângulo de inserção das folhas No presente trabalho as plantas que não receberam adubação fosfatada apresentaram menor autossombreamento havendo maior interceptação de luzfolha apesar de a interceptação de luzplanta ter sido menor em comparação com os tratamentos que receberam adubação fosfatada Esse fator talvez possa justificar uma maior TAL no tratamento sem fósforo 45 5 Conclusão A adubação fosfatada independentemente da fonte e da realização da calagem é determinante para o maior crescimento inicial rápido estabelecimento e produção do capim marandu Estudos posteriores sobre a viabilidade econômica da utilização das fontes de fósforo estudadas e sua fixação no solo são necessários 46 6 Referências Bibliográficas Andrade A Fonseca D Lopes R et al 2005 Análise de crescimento do capimelefante Napier adubado e irrigado Ciência e Agrotecnologia v29 n2 p 415423 Camacho M Silveira L Silveira M 2015 Eficiência de genótipos de Brachiaria brizantha Stapf Syn Urochloa brizantha na produção de biomassa sob aplicação de fósforo Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia v67 n4 p 11331140 Ferreira D 2011 Sisvar a computer statistical analysis system Ciência e Agrotecnologia v 35 n6 p 10391042 Gomide C Gomide J 1999 Análise de crescimento de cultivares de Panicum maximum Jacq Revista Brasileira de Zootecnia v28 n4 p 675 680 Gomide C Gomide J Alexandrino E 2003 Índices morfogênicos e de crescimento durante o estabelecimento e a rebrotação do capimMombaça Panicum maximum Jacq Revista Brasileira de Zootecnia v 32 n 4 p 795 803 Holford I 1997 Soil phosphorus its measurement and its uptake by plants Australian Journal of Soil Research v35 p 227239 Hunt R Causton DR Shipley B Askew P 2002 A modern tool for classical plant growth analysis technical note Annals of Botany v 90 p 485488 Lira M Farias I Fernandes A 1994 Estabilidade de resposta do capim Braquiária Brachiaria decumbens Stapf sob níveis crescentes de nitrogênio e fósforo Revista Brasileira de Zootecnia v29 n8 p 11511157 47 Maciel G Costa S Furtini Neto A et al 2007 Efeitos de diferentes fontes de fósforo na Brachiaria brizantha cv Marandu cultivada em dois tipos de solos Ciencia Animal Brasileira v8 p 227233 Malavolta E 2006 Manual de nutrição mineral de plantas São Paulo Editora Agronômica Ceres 638 p Oliveira S Caione G Camargo M et al 2012 Fontes de fósforo no estabelecimento e produtividade de forrageiras na região de alta floresta MT Global Science and Technology v5 n1 p 0110 Radford P 1967 J Growth analysis formulae their use and abuse Crop Science v7 n3 p171175 Santos H Fonseca D Cantarutti R et al 2002 Níveis críticos de fósforo no solo e na planta para gramíneas forrageiras tropicais em diferentes idades Revista Brasileira de Ciência do Solo n26 p 173182 Santos Junior J Monteiro F Lavres Junior J 2004 Análise de crescimento do capimmarandu submetido a doses de nitrogênio Revista Brasileira de Zootecnia Viçosa v33 n6 p 19851991 Silva J Silva I Rodas C Carvalho J 2013 Critical levels for Brachiaria brizantha and Panicum Maximum using different sources of phosphorus IDESIA v31 n1 p 5965 48 CAPÍTULO 2 Disponibilidade de fósforo no solo produção de biomassa e concentração de fósforo no capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 1 Introdução Em regiões de clima tropical os solos geralmente se caracterizam por serem ácidos e pobres em fósforo disponível às culturas agrícolas em função da capacidade de adsorção deste nutriente pelo solo Nesta reação as moléculas de P adicionadas ao solo na forma de fosfato PO43 reagem com a fase sólida mineral do solo formando uma ligação química muito forte de caráter covalente Pajara 2014 Ainda em condições de pH elevado e altos valores de cálcio disponível o fosfato pode reagir com o cálcio precipitando na forma de fosfato tricálcio forma insolúvel de P Estas reações de adsorção e precipitação tornam o P indisponível às plantas mesmo após a aplicação de doses elevadas de adubos fosfatados Mesmo nos solos que apresentam alto teor de Ptotal esses valores não se refletem na disponibilidade deste nutriente para as plantas limitando o desenvolvimento da maior parte dos cultivos de importância agrícola Esta baixa disponibilidade devese ao fato do P ligarse com os colóides do solo na forma de complexos de esfera interna com compostos estáveis de ligação muito forte refletindo em pouca disponibilidade às plantas A eficiência da adubação fosfatada é limitada sendo o aproveitamento máximo deste nutriente na ordem dos 25 do total aplicado Raij 2004 Na agricultura brasileira predomina o uso dos fertilizantes fosfatados totalmente acidulados e solúveis em água obtidos a partir do tratamento ácido de rochas fosfáticas Os principais são o superfostato triplo SFT com 41 de P2O5 e o superfosfato simples SSP com 18 de P2O5 Os dois representam aproximadamente 50 dos fertilizantes fosfatados fabricados no mundo Fassbender Bornemisza 1994 A eficiência destes fosfatos 49 depende de fatores relacionados com suas propriedades com os atributos do solo com as práticas de manejo e com as características das plantas A eficiência agronômica dos fertilizantes fosfatados solúveis é em média 20 Araújo et al 2003 por causa desta baixa eficiência nos últimos anos foram estudados e disponibilizados novos fertilizantes com P que dispõem de diferentes tecnologias embutidas no processo de fabricação com o objetivo de melhorar a eficiência agronômica do P aplicado Estes mecanismos que visam diminuir a adsorção no solo e aumentar a eficiência são muito variados e vão desde a alteração da composição química do P presente no adubo até a limitação do contato com o solo através da restrição física por constituintes do fertilizante fosfatado Alguns destes fertilizantes alternativos são produzidos através da modificação da rota de fabricação de produtos tradicionais como por exemplo o superfosfato simples e o superfosfato triplo Pajara 2014 Este processo se dá através da adição de componentes fontes orgânicas e óxidos de magnésio no processo de acidulação do P ou por granulação conjunta com fontes orgânicas carbonatos de cálcio e fosfatos naturais reativos Formulações contendo fontes solúveis e pouco solúveis de P em água estão disponíveis com a justificativa no sentido de que diferentes solubilidades das fontes fornecem P de maneira gradual às culturas implantadas aumentando o índice de aproveitamento deste nutriente no solo e conferindo maior eficiência a estes produtos Estas características teoricamente influenciam o efeito residual do P aplicado no solo aumentando a sua eficiência agronômica quando em comparação às fontes de P tradicionais Nesse sentido objetivouse verificar o efeito da calagem e da adubação superfosfato complexado TopPhos em comparação com fonte de P tradicional superfosfato simples sobre a disponibilidade de fósforo no solo e na produção de matéria seca do capim marandu 50 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do Departamento de Fitotecnia DFT da Universidade Federal de Viçosa UFV Minas Gerais no período de janeiro a março de 2015 O solo utilizado no experimento foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico de textura muito argilosa removendose a cobertura vegetal e coletandose a camada arável do solo 0 20 cm Suas características químicas foram determinadas pela análise de uma amostra composta coletada previamente a instalação do experimento sendo os resultados estão apresentados na Tabela 1 do segundo capítulo A espécie Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada no delineamento experimental inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3x2 três composições de adubo fosfatado e duas condições de acidez do solo e quatro repetições O fator principal consistiu de duas condições de solo solo ácido e solo corrigido por meio de calagem Para o solo corrigido foi realizado o método de neutralização do alumínio e suprimento de cálcio e magnésio através da utilização de calcário com PRNT de 76 e um período de incubação de 30 dias onde a necessidade de calcário foi calculada com base no teor de argila e alumínio do solo Em ambas as condições de solo foram realizados dois tipos de adubação fosfatada uma composta de fosfato complexado com ácidos húmicos Top Phos Timac Agro e outra composta de superfosfato simples e um tratamento testemunha sem a adição de nenhum adubo fosfatado Os adubos foram incorporados ao solo na ocasião do enchimento dos vasos nas doses 150 150 60 08 15 35 5 e 015 mg dm3 respectivamente para N K S B Cu Mn Zn e Mo PA além de 400 mg dm3 de P seguindo os tratamentos adaptado de Silva et al 2013 A análise do solo corrigido foi realizada após o período de incubação com o calcário Os dados da análise do solo corrigido se encontram na Tabela 1 do primeiro capítulo O experimento foi conduzido em vaso de plástico com superfície quadrada aresta de 17 cm e capacidade de 42 dm3 Estes vasos foram 51 preenchidos com solo seco ao ar peneirado destorroado e processados conforme os tratamentos estudados Posteriormente cada vaso foi irrigado com água desionizada até atingir a capacidade de campo Semearamse em cada vaso 25 sementes aproximadamente em profundidade de 05 cm e distribuídas ao acaso na superfície Uma semana após a emergência iniciouse o desbaste das plântulas seguindo desbastes periódicos até a permanência de cinco plantas por vaso Como critério para desbaste utilizouse a sanidade uniformidade e distribuição na superfície do vaso As plantas foram irrigadas todos os dias com água desionizada a fim de se manter a umidade próxima a capacidade de campo Uma vez por semana realizavase amostragem de 25 dos vasos sendo estes pesados em balança digital e verificada a umidade do solo completando com água desionizada até atingir a capacidade de campo do solo As plantas receberam ao longo dos dias de cultivo uma dose de 30 mg dm3 de NH4NO3 aplicados semanalmente até que ao final do período do experimento 57 dias após a emergência cada planta recebeu uma quantidade final de 150 mg dm3 de NH4NO3 Aos 57 dias após a emergência as plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato procedendose à coleta da parte aérea e das raízes que foram separadas do solo e lavadas com água corrente e água desionizada utilizandose duas peneiras de malha com diâmetro de 025 e 100 mm O material colhido foi estratificado em folha colmo e raiz Posteriormente todo o material foi acondicionado em sacos de papel devidamente identificados e secos em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65 ºC até atingir massa constante após foram pesados em balança de precisão O material vegetal foi encaminhado ao Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas da UFV para quantificação da concentração de fósforo no tecido vegetal Foi realizada digestão nitricoperclórica do tecido vegetal seguida de determinação da concentração do fósforo pelo método de redução do fosfomolibdato pela vitamina C conforme descrito por Braga e Defelipo 1974 A determinação do teor de P no solo foi feita através da extração do P 52 pelo método Mehlich 1 A quantificação do teor de P nos extratos de solo foi realizada empregandose o mesmo método usado para o material vegetal As leituras dos teores de P no solo e na planta foram feitas por espectofotômetro de absorção molecular A produção do capim marandu foi estimada através da quantificação da matéria seca total MST de cada planta Todos os dados foram submetidos à análise de variância seguida de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5 de significância Foi utilizado o programa estatístico SISVAR 56 Ferreira 2011 53 3 Resultados Houve efeito significativo p001 da adubação fosfatada sobre as variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST a concentração de fósforo na planta TPP do capim marandu Tabela 1 A calagem não influenciou nenhuma das variáveis estudadas e não houve interação entre a calagem e a adubação fosfatada no entanto foi realizado o desdobramento das interações para todas as variáveis independente da constatação da significância da interação Tabela 1 Análise de variância das variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST e concentração de fósforo na planta TPP do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada cultivada no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Fontes de variação G L Quadrados Médios PDS MST TPP Bloco 3 3221NS 6891 0355 Solo S 1 3267NS 0067NS 0018NS Fonte de P F 2 1232972 603898 5035 Interação S x F 2 728NS 0065NS 0133NS Resíduo 15 5463 1332 0060 C V 155 110 125 No desdobramento da interação entre as fontes de fósforo e a calagem para as variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST e concentração de fósforo na planta TPP Observouse variação em relação ao teor de PDS proporcionado pelas diferentes fontes aplicadas sendo que o fertilizante TopPhos proporcionou maior teor de P no solo 2586 mg dm3 extraído pelo método Mehlich1 seguido pelo superfosfato simples 1786 mg dm3 Tabela 2 O tratamento que não recebeu fósforo apresentou o menor teor deste elemento no solo 151 mg dm3 Apesar da maior disponibilidade de P no solo oferecida pelo adubo TopPhos no que diz respeito a concentração de P na planta TPP não houve diferença entre as fontes de fósforo avaliadas assim como a produção do capim marandu estimada através da MST não foi influenciada pelos adubos 54 fosfatados O tratamento que não recebeu P apresentou as médias mais baixas para todas as variáveis estudadas Tabela 2 Tabela 2 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para as variáveis fósforo disponível no solo PDS matéria seca total MST e concentração de fósforo na planta TPP do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média Sem P SFS TP PDS mg dm3 Acidez Natural 160 1855 2619 1545 a Acidez Corrigida 141 1717 2554 1471 a Média 151 C 1786 B 2586 A 1508 MST g planta1 Acidez Natural 047 1533 1545 1042 a Acidez Corrigida 041 1542 1574 1052 a Média 044 B 1537 A 1560 A 1047 TPP mg kg1 Acidez Natural 092 238 263 198 a Acidez Corrigida 116 221 240 192 a Média 104 B 229 A 251 A 195 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade 55 4 Discussão Substâncias húmicas SH são moléculas derivadas de biopolímeros formados no solo durante a decomposição dos resíduos vegetais e animais por meio de processos químicos e biológicos e são resistentes a degradação microbiana Baigorri et al 2013 SH são amplamente utilizadas em práticas agrícolas seja através da aplicação direta de soluções que contenham SH ou através de aditivos orgânicos de compostagem Um dos efeitos mais importantes das SH no solo é o aumento do potencial de biodisponibilidade de nutrientes minerais devido a sua capacidade de formar complexos organo minerais estáveis Estudos como os de Urrutia et al 2014 Gerke 1992 Gerke Meyer 1995 entre outros descrevem a formação de complexos estáveis e solúveis em água de fósforometalhúmus Estes também demonstram também que os complexos estáveis quando formados impedem a fixação de fósforo no solo e melhoram a absorção de fósforo pela raiz das plantas Outros estudos indicaram a possibilidade de preparar adubos fosfatados como o superfosfato simples SFS e superfosfato triplo SPT que contenham complexos de fósforometalhúmus Estes fertilizantes chamados por Baigorri et al 2013 de superfosfato orgânico complexado TopPhos demonstram uma maior eficiência como fonte de fósforo para as plantas do que os fertilizantes tradicionais SSP e STP confirmando os resultados encontrados no presente trabalho onde o teor de fósforo disponível no solo PDS foi de 2586 mg dm 3 para o fertilizante TopPhos e 1786 mg dm3 para o SFS Gerke 1992 Gerke Meyer 1995 e Gerke et al 1995 observaram que o nível de P na solução do solo está associado com a presença de SH Fe3 e Al3 na solução do solo A primeira explicação para este fato sugere que o P se torna protegido por SH a partir da interação com o Fe e Al por meio da complexação com estes cátions De acordo com a hipótese destes autores estes compostos seriam estáveis e solúveis em solução do solo e deste modo o P complexado também estaria disponível para a absorção das plantas através da interação dos ácidos orgânicos naturais secretados e liberados pelas raízes tais como o ácido cítrico ou oxálico com o metal 56 presente nos complexos Estes trabalhos podem explicar os dados encontrados neste estudo onde o adubo complexado com HS propiciou teores mais elevados de P disponível para as plantas no solo Em conformidade com os dados obtidos neste trabalho Urrutia et al 2014 afirmam que estes tipos de complexos formados por fósforo metais e ácidos húmicos são capazes de reduzir significativamente o grau de fixação de P nos solos com diferentes características físicoquímicas e valores de pH Por outro lado esses autores relatam que em relação a disponibilidade de P complexado para absorção pelas plantas diversos estudos demonstram que diferentes espécies de plantas foram capazes de adquirir P a partir destes complexos pelo menos ao mesmo nível que o obtido através de fontes de fósforo convencionais Estes dados corroboram os dados obtidos neste trabalho onde apesar da maior disponibilidade de fósforo no solo no tratamento com o fertilizante TopPhos a produção de matéria seca total MST bem como o teor de fósforo na planta TPP foram semelhantes nos dois tratamentos cujas plantas receberam fósforo independentemente da fonte Tabela 2 A eficiência da absorção do P balanço entre o nutriente absorvido pela planta e o nutriente disponível na rizosfera é mais elevada para as plantas recebem fósforo de fontes convencionais este fato é explicado porque o P incluído nos complexos PmetalSH não é livre mas complexado e por tanto as raízes das plantas necessitam competir com estes complexos para obtenção do P Urrutia et al 2014 Apesar da diferença significante entre o SFS e o TopPhos no que diz respeito ao PDS os fertilizantes promoveram maiores teores de P para as plantas quando comparados ao tratamento que não recebeu adubação fosfatada confirmando os dados da literatura que relatam a baixa disponibilidade de P na maioria dos solos brasileiros e a baixa ineficiência das plantas em aproveitar o P retido nestes solos uma vez que as variáveis MST e TPP também apresentaram média inferior no tratamento sem adubação em relação aos tratamentos que receberam adubação fosfatada demonstrando mais uma vez a importância do P no desenvolvimento e produção de MS e qualidade nutricional das plantas forrageiras 57 5 Conclusão O fertilizante Top Phos promove maior teor de P disponível no solo em comparação ao superfosfato simples sem no entanto resultar em diferença na produção de matéria seca total e na concentração de fósforo na planta Outros estudos necessitam ser realizados para avaliar o efeito da maior disponibilidade do P oferecida pelo Top Phos para a rebrota das plantas forrageiras após cortes consecutivos 58 6 Referências Bibliográficas Araújo I Resende A Furtini Neto A et al 2003 Eficiência Nutricional do Milho em Resposta a Fontes e Modos de Aplicação de Fósforo Revista Ceres v 50 2739 pp Baigorri R Urrutia O Erro J et al 2013 Structural characterization of anion calciumhumate complexes in phosphatebased fertilizers ChemSusChem v6 12451251 pp Braga J Defelipo B 1974 Determinação espectrofotométrica de fósforo em extrato de solo e material vegetal Revista Ceres v 21 p 7385 Fassbender H Bornemisza E 1994 Química de suelos Com énfasis en suelos de América Latina 2ed San José IICA 420 pp Ferreira D 2011 Sisvar a computer statistical analysis system Ciência e Agrotecnologia v 35 n6 p 10391042 Gerke J Meyer U 1995 Phosphate acquisition by red clover and black mustard on humic podzol Journal of Plant Nutrition v18 24092429 pp Gerke J Meyer U Romer W 1995 Phosphate fe and mn uptake of n2 fixing redclover and ryegrass from na oxisol as affected by p and model humic substances application1 plantparameters and soil solution composition Zeitschrift Fur Pflanzenernahrung Und Bodenkunde v 158 n 3 261268 pp Gerke J 1992 Phosphate aluminium and iron in the soil solution of three diferente soils in relation to varying concentrations of citric acid Zeitschrift Fur Pflanzenernahrung Und Bodenkunde v 155 339443 pp 59 Pajara F 2014 Disponibilidade de fósforo no solo em função da aplicação de adubos fosfatados minerais e organominerais Dissertação de mestrado Universidade do Estado de Santa Catarina LagesRS 83 pp Raij B 2004 Fósforo no Solo e Interação com Outros Elementos In Yamada T Abdalla S Eds Fósforo na Agricultura Brasileira Piracicaba Potafos 107 108 pp Silva J Silva I Rodas C Carvalho J 2013 Critical levels for Brachiaria brizantha and Panicum Maximum using different sources of phosphorus IDESIA v31 n1 5965 pp Urrutia O Erro J Guardado I et al 2014 Physicochemical characterization of humicmetalphosphate complexes and their potential application to the manufacture of new types of phosphatebased fertilizers Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 177 128136 pp 60 CAPÍTULO 3 Produção e eficiência nutricional do capim marandu em função da calagem e adubação fosfatada 1 Introdução A produção de forragem como resultado dos processos de crescimento e desenvolvimento pode ter sua eficiência substancialmente melhorada com o uso de fertilizantes sobretudo fósforo e nitrogênio por seus efeitos positivos na produção de biomassa Duru Ducrocq 2000 Segundo Werner 1986 a deficiência de P provoca graves perturbações no metabolismo e desenvolvimento de gramíneas como o crescimento lento e baixo perfilhamento minando a produtividade A adubação fosfatada é portanto considerada vital para o estabelecimento de gramíneas O manejo da fertilidade do solo é de grande importância para alcançar a sustentabilidade na exploração de forrageiras A adubação de áreas de pastagens é uma forma de fornecer os nutrientes para atender as necessidades metabólicas e promover o melhor desenvolvimento das plantas forrageiras Monteiro 2004 Em virtude da grande importância do P para a construção da fertilidade do solo e consequentemente para o estabelecimento das pastagens torna se fundamental o conhecimento da eficiência nutricional e do aproveitamento do P pelas gramíneas forrageiras para que se mantenham em condições de sustentabilidade e produtividade rentável Segundo Fageria 1998 a eficiência nutricional expressa à relação entre a produção obtida e os insumos aplicados o que significa que a eficiência nutricional é quantidade de matéria seca produzida por unidade de nutriente aplicado A eficiência nutricional pode ser definida como a capacidade da planta em adquirir e utilizar os nutrientes para a produção de fibras grãos ou forragem Gourley et al 1994 e tem dois componentes básicos eficiência de absorção e eficiência de utilização dos nutrientes 61 Para as espécies forrageiras a eficiência nutricional depende de vários fatores dentre eles a fonte utilizada as condições do solo e clima o grau de fracionamento e dose aplicada o potencial de resposta da planta presença do animal entre outros Lupatini et al 1998 Estes fatores que interferem na taxa de acúmulo e na recuperação do nutriente pela planta também influenciam a eficiência de utilização deste nutriente Soares Restle 2002 Maranville et al 1980 Siddiqi Glass 1981 Craswell Godwin 1984 e Fageria 1992 relataram que a eficiência nutricional pode ser expressa e calculada de diversas maneiras dentre estas podese citar a recuperação do nutriente aplicado que representa a quantidade do nutriente acumulado por unidade de nutriente aplicado a eficiência agronômica que é a razão entre produção econômica obtida por unidade de nutriente aplicado e a eficiência fisiológica ou biológica que é a produção biológica por unidade de nutriente acumulado Em pastagens manejadas intensivamente demandando elevadas quantidades de nutrientes o conhecimento da eficiência nutricional das plantas tornase importante para a criação de estratégias afim de se maximizar a eficiência de uso dos fertilizantes e minimizar o impacto ambiental Diante do exposto o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de matéria seca e a eficiência nutricional do capim marandu em função da calagem e da adubação fosfatada 62 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do Departamento de Fitotecnia DFT da Universidade Federal de Viçosa UFV Minas Gerais no período de janeiro a março de 2015 O solo utilizado no experimento foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico de textura muito argilosa e foi obtido através da remoção da cobertura vegetal e coleta da camada arável do solo 0 20 cm Suas características químicas foram determinadas pela análise de uma amostra composta coletada previamente a instalação do experimento sendo os resultados apresentados na Tabela 1 do primeiro capítulo A espécie Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada no delineamento experimental inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3x2 três composições de adubo fosfatado e duas condições de acidez do solo e quatro repetições Um dos fatores consistiu de duas condições de solo solo ácido e solo corrigido por meio de calagem Para o solo corrigido foi realizado o método de neutralização do alumínio e suprimento de cálcio e magnésio através da utilização de calcário com PRNT de 76 e um período de incubação de 30 dias onde a necessidade de calcário foi calculada com base no teor de argila e alumínio do solo Em ambas as condições de solo foi realizada a adubação fosfatada com duas fontes de P fosfato complexado com ácidos húmicos TopPhos Timac Agro superfosfato simples e um tratamento testemunha sem a adição de nenhum adubo fosfatado A adubação foi incorporada ao solo na ocasião do enchimento dos vasos nas doses 150 150 60 08 15 35 5 e 015 mg dm3 respectivamente para N K S B Cu Mn Zn e Mo PA além de 400 mg dm3 de P seguindo os tratamentos adaptado de Silva et al 2013 A análise do solo corrigido foi realizada após o período de incubação com o calcário Os dados da análise do solo corrigido se encontram na Tabela 1 do primeiro capítulo O experimento foi conduzido em vaso de plástico com superfície quadrada aresta de 17 cm e capacidade de 42 dm3 Estes vasos foram 63 preenchidos com solo seco ao ar peneirado destorroado e processados conforme os tratamentos estudados Posteriormente cada vaso foi irrigado com água desionizada até atingir a capacidade de campo Semearamse em cada vaso 25 sementes aproximadamente em profundidade de 05 cm e distribuídas ao acaso na superfície Uma semana após a emergência iniciouse o desbaste das plântulas seguindo desbastes periódicos até a permanência de cinco plantas por vaso Utilizouse como critério para desbaste a sanidade uniformidade e distribuição na superfície do vaso As plantas foram irrigadas todos os dias com água desionizada a fim de se manter a umidade próxima à capacidade de campo Uma vez por semana realizavase amostragem de 25 dos vasos sendo estes pesados em balança digital e verificado a umidade do solo completando com água desionizada até atingir a capacidade de campo do solo As plantas receberam ao longo dos dias de cultivo uma dose de 30 mg dm3 de NH4NO3 aplicados semanalmente até que ao final do período do experimento 57 dias após a emergência cada planta recebeu uma quantidade final de 150 mg dm3 Aos 57 dias após a emergência as plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato procedendose à coleta da parte aérea e das raízes que foram separadas do solo e lavadas com água corrente e água desionizada utilizandose duas peneiras de malha com diâmetro de 025 e 100 mm O material colhido foi estratificado em folha colmo e raiz Posteriormente todo o material foi acondicionado em sacos de papel devidamente identificados e colocados para secar em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65º C até atingir massa constante após foram pesados em balança de precisão O material vegetal foi encaminhado ao Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas da UFV para quantificação da concentração de fósforo Foi realizada digestão nitricoperclórica do tecido vegetal seguida de determinação da concentração do fósforo pelo método de redução do fosfomolibdato pela vitamina C conforme descrito por Braga e Defelipo 1974 A produção do capim marandu foi estimada através da quantificação da matéria seca total MST de cada planta A partir dos dados obtidos teor de P no tecido vegetal e matéria seca da planta foram calculadas as eficiências de absorção EAB Eficiência de utilização do P EUP Eficiência de utilização do fósforo disponível EUPD eficiência fisiológica EF eficiência de recuperação ER e eficiência agronômica EAG Para as estimativas destas eficiências utilizouse as seguintes fórmulas Eficiência de absorção EAB mg g1 Swiader et al 1994 EAB Conteúdo de P na planta mg Matéria seca de raiz g Eficiência de utilização do P EUP g2 mg1 Siddiqi Glass 1981 EUP Matéria seca total da planta g2 Conteúdo de P na planta mg Eficiência de utilização do P disponível EUPD g mg1 Procópio et al 2005 EUPD Matéria seca total da planta g Conteúdo de P no solo mg Eficiência fisiológica EF g mg1 Baligar et al 2001 EF MST adubado MST não adubado CPT adubado CPT não adubado MST Matéria seca total CPT Conteúdo de P na planta mg Eficiência de recuperação ER mg mg1 Fageria 1998 ER CPT adubado CPT não adubado Quantidade de P aplicado Eficiência agronômica EAG g g1 Fageria 1998 EAG MST adubado MST não adubado Quantidade de P aplicado Todos os dados foram submetidos à análise de variância seguida de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5 de significância O programa estatístico utilizado foi o SISVAR 56 Ferreira 2011 66 3 Resultados Não houve efeito significativo p010 da interação entre as fontes e as variáveis estudadas acidez do solo e fontes de fósforo Realizouse a comparação entre os tratamentos dentro de cada fator individualmente e apresentase os valores médios observados dos desdobramentos Tabela 1 A correção da acidez do solo através da calagem promoveu aumento significativo nos valores médios observados para as variáveis eficiência de utilização do P disponível EUPD e eficiência fisiológica EF Para as demais variáveis não houve diferença com a realização ou não da calagem A produção de matéria seca total MST não foi significativamente afetada pelas fontes de fósforo bem como a eficiência de absorção EAB eficiência de uso EUP e eficiência agronômica EAG O adubo TopPhos promoveu maior conteúdo de fósforo na planta CPT e maior eficiência de recuperação ER ao passo que o superfosfato simples foi superior para as variáveis eficiência de utilização do P disponível EUPD e eficiência fisiológica EF 67 Tabela 1 Desdobramento da interação entre calagem e adubação fosfatada para as variáveis matéria seca total MST conteúdo de fósforo na planta CPT eficiência de absorção EAB eficiência de uso EUSO eficiência de utilização EU eficiência fisiológica EF eficiência de recuperação ER e eficiência agronômica do capim marandu cultivado no período de janeiro a março de 2015 em Viçosa MG Solo Fontes de Fósforo Média SFS TP MST g planta1 Acidez Natural 153 155 154 a Acidez Corrigida 154 157 156 a Média 154 A 156 A 155 CPT mg planta1 Acidez Natural 364 402 383 a Acidez Corrigida 334 376 355 a Média 349 B 389 A 369 EAB mg g1 Acidez Natural 789 911 850 a Acidez Corrigida 769 815 792 a Média 779 A 863 A 821 EUP g2 mg1 Acidez Natural 657 605 631 a Acidez Corrigida 727 669 698 a Média 692 A 637 A 665 EUPD g mg1 Acidez Natural 0428 0388 0408 b Acidez Corrigida 0464 0423 0444 a Média 0446 A 0406 B 0426 EF g mg1 Acidez Natural 0420 0381 0400 b Acidez Corrigida 0459 0418 0438 a Média 0439 A 0399 B 0419 ER mg mg1 Acidez Natural 0107 0118 0113 a Acidez Corrigida 0098 0110 0104 a Média 0102 B 0114 A 0108 EAG g g1 Acidez Natural 4422 4458 4440 a Acidez Corrigida 4469 4565 4517 a Média 4445 A 4512 A 4478 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5 de probabilidade 68 4 Discussão O crescimento de uma planta está relacionado à concentração do nutriente nos tecidos e não somente na quantidade absoluta acumulada uma vez que o crescimento ocorre a partir de uma concentração mínima no tecido vegetal que é diferente entre espécies ou variedades Siddiqi Glass 1981 Fonseca 1987 relata que em geral as plantas são mais eficientes em utilizar um nutriente quando este está em menor disponibilidade porém necessitam de um teor mínimo no solo para expressar sua máxima utilização Estas afirmações talvez expliquem os valores obtidos para EUP e EUPD sendo que no caso da primeira não houve diferença significativa entre os dois adubos e para a segunda as plantas provenientes do tratamento com superfosfato simples mostraram melhor desempenho Para evitar a seleção de plantas com eficiência de uso de altas concentrações de nutrientes mas com baixo rendimento Siddiqi Glass 1981 propuseram o cálculo da eficiência de uso EUNutr como relacionado com a concentração de nutrientes na matéria seca Ramos et al 2009 em um trabalho que avaliou duas fontes de P e várias espécies forrageiras dentre elas a Brachiaria brizantha descreveram que em geral para as duas fontes de P a produção de MST e a EUNutr da Brachiaria brizantha foi superior as demais espécies apesar de o conteúdo de P acumulado tenha sido relativamente pequeno Estes dados mostram que dentre as espécies avaliadas por Ramos et al 2009 a Brachiaria brizantha possui uma boa taxa de eficiência de uso de P na produção de matéria seca dado que pode justificar o fato de não ter havido diferença significativa para a produção de MST e EUP A Recuperação do nutriente aplicado ER referese à percentagem do total de P aplicado pelas fontes que foi absorvida e acumulada adicionalmente pelas plantas das parcelas adubadas em relação às não adubadas De acordo com Primavesi et al 2006 esse índice é de fácil estimativa e de baixo custo pois utiliza apenas o teor de P total da planta e a massa seca da forragem de parcelas adubadas e não adubadas Em pastagens manejadas intensivamente conhecer a recuperação do P do fertilizante pelas plantas 69 tornase importante para maximizar a sua eficiência de recuperação e minimizar o impacto ambiental Neste trabalho as plantas adubadas com adubo TopPhos apresentaram uma ER significativamente superior aquelas adubadas com superfosfato simples o que demonstra que estas plantas absorveram e acumularam uma quantidade maior de P deste tratamento fato que talvez pode ser explicado pela maior disponibilidade de P no solo promovida pelo fertilizante TopPhos conforme os resultados expostos no terceiro capítulo deste trabalho No que diz respeito à eficiência de absorção de fósforo EAB onde não houve diferença significativa entre as fontes de fósforo utilizadas Goerdert et al 1986 e Sousa et al 2007 relatam que a Brachiaria brizantha é considerada uma forrageira muito eficiente na absorção de P mesmo em solos com menores teores de P disponível ou quando expostas a fontes de P menos solúveis Esta afirmação talvez explique o fato de que mesmo com maior teor de P no solo promovido pelo fertilizante TopPhos não ter havido diferença para esta variável A capacidade que uma planta tem em absorver nutrientes do solo depende principalmente da magnitude e da morfologia do seu sistema radicular e da eficiência na absorção de nutrientes Anghinoni et al 1989 Sistemas radiculares mais desenvolvidos são particularmente importantes em solos de baixa fertilidade considerandose o maior volume de solo a ser explorado Moody 1981 Em solos férteis e sem restrições hídricas a eficiência das raízes na absorção de nutrientes está mais relacionada ao desenvolvimento da parte aérea A rápida acumulação de matéria seca na parte aérea aumenta a demanda e consequentemente a capacidade de absorção de nutrientes pelas raízes Chapin 1980 Camacho et al 2015 em um experimento com Brachiaria brizantha cultivada em presença e ausência de adubação fosfatada relatam que o P promoveu incremento significativo na produção de raízes demonstrando a importância deste nutriente na construção de um eficiente sistema radicular Neste trabalho não apenas a EAB foi semelhante para os dois adubos mas também a produção de MST Considerando a importância do P no crescimento radicular e consequentemente na EAB e levando em conta que 70 a produção de parte aérea inclusa no cálculo de MST influencia diretamente na EAB podese dizer que a presença de fósforo no solo independentemente da fonte utilizada é capaz de promover uma absorção adequada desse nutriente 71 5 Conclusão Estando o P no solo em quantidades satisfatórias a correção da acidez do solo através da calagem não promove incrementos na produção de biomassa e acúmulo de fósforo pelo capim marandu O capim marandu apresenta maior eficiência fisiológica de uso de P e de utilização do P disponível quando cultivado em solos onde a acidez foi corrigida pela calagem A fonte de fósforo TopPhos promove maior acúmulo de fósforo pela planta e maior eficiência de recuperação ao passo que o adubo superfosfato simples promove maiores eficiência de utilização e eficiência fisiológica 72 6 Referências Bibliográficas Anghinoni I Volkart C Fattore N et al 1989 Morfologia de raízes e cinética da absorção de nutrientes em diversas espécies e genótipos de plantas Revista Brasileira de Ciência do Solo Campinas v 13 n3 355361 pp Baligar V Fageria N He Z 2001 Nutrient use efficiency in plants Communications in Soil Science Plant Analysis V 32 921950 pp Braga J Defelipo B 1974 Determinação espectrofotométrica de fósforo em extrato de solo e material vegetal Revista Ceres v 21 p 7385 Camacho M Silveira L Silveira M 2015 Eficiência de genótipos de Brachiaria brizantha Stapf Syn Urochloa brizantha na produção de biomassa sob aplicação de fósforo Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia v67 n4 11331140 pp Chapin F 1980 The mineral nutrition of wild plants Annual Review of Ecology Evolution and Systematics v11 233260 pp Craswell E Godwin D 1984 The efficiency of nitrogen fertilizers applied to cereals in different climates In Tinker P Lauchi A Ed Advances in plant nutrition New York Praeger 155 pp Duru M Ducrocq H 2000 Growth and senescence of the successive leaves on a Cocksfoot tiller Ontogenic development and effect of temperature Annals of Botany v85 635643 pp Fageria N 1992 Maximizing crop yields New York M Dekker 274 pp Fageria N 1998 Otimização da eficiência nutricional na produção das culturas Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental v2 616 pp 73 Ferreira D 2011 Sisvar a computer statistical analysis system Ciência e Agrotecnologia v 35 n6 p 10391042 Fonseca D 1987 Níveis críticos de fósforo em amostras de solo para o estabelecimento de antropogon gayanus brachiaria decumbens e hyparrhenia rufa 1987 146f Dissertação Mestrado Universidade Federal de Viçosa Viçosa 4958 pp Goedert W Souza D Thomaz A 1986 Princípios metodológicos para avaliação agronômica de fontes de fósforo Planaltina Embrapa Gourley C Allan D Russelle M 1994 Plant nutrient efficiency a comparison of definitions and suggested improvement Plant Soil v158 n1 2937 pp Lupatini G Restle J Ceretta M et al 1998 Avaliação da mistura de aveia preta e azevém sob pastejo submetida a níveis de nitrogênio I Produção e qualidade de forragem Pesquisa Agropecuária Brasileira v33 n11 1939 1943 pp Maranville J Clarkk R Ross W 1980 Nitrogen efficiency in grain sorghum Jornal of Plant Nutrition New York v2 577589 pp Monteiro F 2004 Concentração e distribuição de nutrientes em gramíneas e leguminosas forrageiras In SIMPÓSIO SOBRE MANEJO ESTRATÉGIVO DA PASTAGEM 2 2004 Viçosa Anais Universidade Federal de Viçosa Viçosa 71107 pp Moody K 1981 Weedfertilizer interactions in rice Manila IRRI 1981 35 pp Peel M Finlayson B Mcmahon T 2007 Updated world map of the Köppen Geiger climate classification Australia Hydrology and Earth System Sciences v 11 16331644 pp 74 Primavesi A et al 2006 Nutrientes na fitomassa de capim marandu em função de fontes e doses de nitrogênio Revista Ciência e Agrotecnologia v30 n3 562568 pp Procópio S Santos J Pires F et al 2005 Absorção e utilização do fósforo pelas culturas da soja e do feijão e por plantas daninhas Revista Brasileira de Ciência do Solo v29 911921 pp Ramos S Faquin V Rodrigues C et al 2009 Biomass produto and phosphorus use of forage grasses fertilized with two phosphorus sources Revista Brasileira de Ciência do Solo v 33 335343 pp Siddiqi M Glass A 1981 Utilization índex a modified approach to the estimation and comparison of nutrient utilization efficiency in plant Journal of Plant Nutrition v4 n3 289302 pp Silva J Silva I Rodas C Carvalho J 2013 Critical levels for Brachiaria brizantha and Panicum Maximum using different sources of phosphorus IDESIA v31 n1 5965 pp Soares A Restle J 2002 Adubação nitrogenada em pastagem de Triticale e Azevém sob pastejo com lotação contínua recuperação de nitrogênio e eficiência na produção de forragem Revista Brasileira de Zootecnia v31 n1 4351 pp Sousa D Martha Júnior G Vilela L 2007 Adubação fosfatada In Martha Júnior G Vilela L Sousa D Cerrado uso eficiente de corretivos e fertilizantes em pastagens 1ed Planaltina 145176 pp Swiader J et al 1994 Genotypic differences in nitrate uptake and utilization efficiency in pumpkin hybrids J Plant Nutrit New York v 17 16871699 pp QUESTÃO 1 Metaloenzimas são enzimas que possuem metais em sua estrutura os quais estão presentes no sítio ativo da enzima O sítio ativo é a região onde ocorre a interação entre a enzima e seu substrato permitindo a catálise da reação As metaloenzimas estão presentes em diversos processos no organismo dentre elas podese citar a citocromo oxidase responsável por um passo essencial na respiração celular a catálise da redução do oxigênio a água SENGER 2002 𝑂2 4 𝐻 4 𝑒 𝑐𝑖𝑡𝑜𝑐𝑟𝑜𝑚𝑜 𝑜𝑥𝑖𝑑𝑎𝑠𝑒 2 𝐻2𝑂 QUESTÃO 2 A Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe define a fotossíntese como o processo de captura de energia luminosa para produção de energia que ocorre em duas fases a fase luminosa onde a energia luminosa é capturada e usada para gerar ATP E NADPH2 e a fase escura onde o dióxido de carbono é fixado e convertido em moléculas orgânicas como a glicose AESE 2018 Na etapa luminosa ou fotoquímica a energia contida na luz promove a excitação de alguns elétrons ou seja os elétrons passam para níveis energéticos mais altos e conseguem escapar das moléculas de clorofila A partir disso os elétrons podem ser transferidos pela ação de uma série de enzimas A energia dos elétrons excitados promove a quebra moléculas de água que se oxida a oxigênios que se desprendem Os hidrogênios liberados pela oxidação da água são captados por uma substância aceptora a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato NADP que se converte em NADPH2 Na etapa escura ou química temse a formação de moléculas orgânicas pela incorporação do gás carbônico do ambiente Os ATP formados na etapa luminosa são responsáveis pelo fornecimento da energia necessária para promover a ligação das moléculas de C02 a moléculas de ribulosefosfato um açúcar de 5 carbonos formando assim moléculas de 6 carbonos que se quebram em duas moléculas de 3 carbonos Cada uma das moléculas de 3 carbonos formadas recebe hidrogênios do NADPH2 e se torna um fosfoglicerato QUESTÃO 3 No trabalho de Silveira 2016 conduziuse um experimento na casa de vegetação da Universidade Federal de Viçosa Minas Gerais de janeiro a março de 2015 tendo como objetivo avaliar a produção e eficiência nutricional do capim marandu em função de duas fontes de fósforo e calagem A espécie vegetal Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada em solo utilizado classificado como Latossolo Vermelho Distrófico muito argiloso sob diferentes condições de acidez e composições de adubo fosfatado com seis épocas de avaliação e quatro repetições O solo foi corrigido recebendo calcário para neutralizar o alumínio e suprir cálcio e magnésio A semeadura foi realizada em vasos de plástico com capacidade de 42 dm³ preenchidos com solo seco peneirado e destorroado Cada vaso recebeu 25 sementes e foi realizado o desbaste das plântulas até ficarem apenas cinco por vaso As plantas foram irrigadas diariamente para manter a umidade próxima à capacidade de campo Amostras dos vasos foram pesadas e a umidade do solo verificada uma vez por semana Aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência quatro plantas por tratamento foram colhidas para análises Após cada coleta uma dose de NH4NO3 foi aplicada nos vasos remanescentes As plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato separadas em partes aéreas e raízes e secas em estufa Com base nos dados de massa seca e área foliar foram calculadas diversas razões alométricas e realizada a análise de crescimento A partir dos resultados do estudo foi possível concluir que independente da fonte de adubação fosfatada e da realização da calagem tevese um maior crescimento inicial permitindo um rápido estabelecimento e produção do capim marandu Dentre as vantagens do método adotado podese citar a obtenção de plantas em solo ácido e o crescimento significativo em relação aos métodos convencionais Como desvantagem temse a necessidade de controle e ajuste de diversos parâmetros para realização do método QUESTÃO 4 Com base na Apostila de Fisiologia e Saúde Humana o processo de transporte de oxigênio no sangue se dá mediante o mecanismo de transporte de gases que se dá com base nas seguintes etapas 1 O oxigênio é inalado e chega aos alvéolos pulmonares onde parra para os capilares sanguíneos por difusão simples 2 Em seguida o oxigênio penetra nas hemácias e se coordena a hemoglobina formando o complexo oxiemoglobina o qual aumenta a quantidade de oxigênio transportado no sangue entre 30 e 100 vezes 3 O oxigênio coordenado a hemoglobina é transportado até os capilares dos tecidos onde é liberado 4 O oxigênio presente nos tecidos é usado nas células para produzir o gás carbônico 5 O gás carbônico é então liberado nos capilares dos tecidos onde se liga a hemoglobina e forma o complexo carboemoglobina responsável pelo transporte do dióxido de carbono no sangue 6 O sangue venoso passa pelo coração e retorna ao pulmão onde o dióxido de carbono é liberado e passa para o interior dos alvéolos por difusão através do qual é expelido juntamente do ar expirado REFERÊNCIAS AESE ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS AGRONOMOS DE SERGIPE O que é fotossíntese fases resumo 2018 Disponível em httpswwwaeaseorgbrp1518 Acesso em 01 de jul de 2023 Apostila de Fisiologia e Saúde Humana Transporte de oxigênio e gás carbônico O mecanismo de transporte de gases USP edisciplinas Disponível em httpsedisciplinasuspbrmodbookviewphpid2434148chapterid19959text O20oxigC3AAnio20que20chega20aosdifusC3A3o20de20oxig C3AAnio20no20sangue Acesso em 01 de jul de 2023 SENGER Clóvis Clenio Diesel PAPEL DOS MINERAIS COMO COFATORES ENZIMÁTICOS Seminário apresentado na disciplina Bioquímica do Tecido Animal VET00036 do Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias da UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2022 Disponível em httpswwwufrgsbrlacvetsitewpcontentuploads202011mineraiscofatorespdf Acesso em 01 de jul de 2023 SILVEIRA LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS 2016 85 f Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia VIÇOSA 2016 QUESTÃO 1 Metaloenzimas são enzimas que possuem metais em sua estrutura os quais estão presentes no sítio ativo da enzima O sítio ativo é a região onde ocorre a interação entre a enzima e seu substrato permitindo a catálise da reação As metaloenzimas estão presentes em diversos processos no organismo dentre elas podese citar a citocromo oxidase responsável por um passo essencial na respiração celular a catálise da redução do oxigênio a água SENGER 2002 O24 H 4e citocromo oxidase2 H 2O QUESTÃO 2 A Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe define a fotossíntese como o processo de captura de energia luminosa para produção de energia que ocorre em duas fases a fase luminosa onde a energia luminosa é capturada e usada para gerar ATP E NADPH2 e a fase escura onde o dióxido de carbono é fixado e convertido em moléculas orgânicas como a glicose AESE 2018 Na etapa luminosa ou fotoquímica a energia contida na luz promove a excitação de alguns elétrons ou seja os elétrons passam para níveis energéticos mais altos e conseguem escapar das moléculas de clorofila A partir disso os elétrons podem ser transferidos pela ação de uma série de enzimas A energia dos elétrons excitados promove a quebra moléculas de água que se oxida a oxigênios que se desprendem Os hidrogênios liberados pela oxidação da água são captados por uma substância aceptora a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato NADP que se converte em NADPH2 Na etapa escura ou química temse a formação de moléculas orgânicas pela incorporação do gás carbônico do ambiente Os ATP formados na etapa luminosa são responsáveis pelo fornecimento da energia necessária para promover a ligação das moléculas de C02 a moléculas de ribulosefosfato um açúcar de 5 carbonos formando assim moléculas de 6 carbonos que se quebram em duas moléculas de 3 carbonos Cada uma das moléculas de 3 carbonos formadas recebe hidrogênios do NADPH2 e se torna um fosfoglicerato QUESTÃO 3 No trabalho de Silveira 2016 conduziuse um experimento na casa de vegetação da Universidade Federal de Viçosa Minas Gerais de janeiro a março de 2015 tendo como objetivo avaliar a produção e eficiência nutricional do capim marandu em função de duas fontes de fósforo e calagem A espécie vegetal Brachiaria brizantha Stapf cv marandu foi cultivada em solo utilizado classificado como Latossolo Vermelho Distrófico muito argiloso sob diferentes condições de acidez e composições de adubo fosfatado com seis épocas de avaliação e quatro repetições O solo foi corrigido recebendo calcário para neutralizar o alumínio e suprir cálcio e magnésio A semeadura foi realizada em vasos de plástico com capacidade de 42 dm³ preenchidos com solo seco peneirado e destorroado Cada vaso recebeu 25 sementes e foi realizado o desbaste das plântulas até ficarem apenas cinco por vaso As plantas foram irrigadas diariamente para manter a umidade próxima à capacidade de campo Amostras dos vasos foram pesadas e a umidade do solo verificada uma vez por semana Aos 21 28 35 43 49 e 57 dias após a emergência quatro plantas por tratamento foram colhidas para análises Após cada coleta uma dose de NH4NO3 foi aplicada nos vasos remanescentes As plantas foram cortadas rentes à superfície do substrato separadas em partes aéreas e raízes e secas em estufa Com base nos dados de massa seca e área foliar foram calculadas diversas razões alométricas e realizada a análise de crescimento A partir dos resultados do estudo foi possível concluir que independente da fonte de adubação fosfatada e da realização da calagem tevese um maior crescimento inicial permitindo um rápido estabelecimento e produção do capim marandu Dentre as vantagens do método adotado podese citar a obtenção de plantas em solo ácido e o crescimento significativo em relação aos métodos convencionais Como desvantagem temse a necessidade de controle e ajuste de diversos parâmetros para realização do método QUESTÃO 4 Com base na Apostila de Fisiologia e Saúde Humana o processo de transporte de oxigênio no sangue se dá mediante o mecanismo de transporte de gases que se dá com base nas seguintes etapas 1 O oxigênio é inalado e chega aos alvéolos pulmonares onde parra para os capilares sanguíneos por difusão simples 2 Em seguida o oxigênio penetra nas hemácias e se coordena a hemoglobina formando o complexo oxiemoglobina o qual aumenta a quantidade de oxigênio transportado no sangue entre 30 e 100 vezes 3 O oxigênio coordenado a hemoglobina é transportado até os capilares dos tecidos onde é liberado 4 O oxigênio presente nos tecidos é usado nas células para produzir o gás carbônico 5 O gás carbônico é então liberado nos capilares dos tecidos onde se liga a hemoglobina e forma o complexo carboemoglobina responsável pelo transporte do dióxido de carbono no sangue 6 O sangue venoso passa pelo coração e retorna ao pulmão onde o dióxido de carbono é liberado e passa para o interior dos alvéolos por difusão através do qual é expelido juntamente do ar expirado REFERÊNCIAS AESE ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS AGRONOMOS DE SERGIPE O que é fotossíntese fases resumo 2018 Disponível em httpswwwaeaseorgbr p1518 Acesso em 01 de jul de 2023 Apostila de Fisiologia e Saúde Humana Transporte de oxigênio e gás carbônico O mecanismo de transporte de gases USP edisciplinas Disponível em httpsedisciplinasuspbrmodbookviewphp id2434148chapterid19959textO20oxigC3AAnio20que20chega 20aosdifusC3A3o20de20oxigC3AAnio20no20sangue Acesso em 01 de jul de 2023 SENGER Clóvis Clenio Diesel PAPEL DOS MINERAIS COMO COFATORES ENZIMÁTICOS Seminário apresentado na disciplina Bioquímica do Tecido Animal VET00036 do Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias da UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2022 Disponível em httpswwwufrgsbrlacvetsitewpcontentuploads202011mineraiscofatorespdf Acesso em 01 de jul de 2023 SILVEIRA LAURA PEREIRA DE OLIVEIRA CRESCIMENTO E EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO CAPIM MARANDU ADUBADO COM COMPLEXO SUPER FOSFATOÁCIDOS HÚMICOS 2016 85 f Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Fitotecnia VIÇOSA 2016