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inteligência artificial na pesquisa científica A Dupla Face da IA no Direito Uma Análise Crítica do Mapeamento Proposto por Almada e Zanatta Referência Bibliográfica ALMADA Marco ZANATTA Rafael Augusto Ferreira Inteligência artificial direito e pesquisa jurídica Revista USP São Paulo n 141 p 5164 abrjun 2024 DOI 1011606issn23169036i141p5164 A Arquitetura Argumentativa Tese Objetivos e Percurso Metodológico O artigo de Almada e Zanatta se estrutura como um ensaio programático cujo rigor reside na clareza de sua tese na precisão de seus objetivos e na coerência de seu percurso lógico A seguir decompõese a arquitetura argumentativa da obra para em um segundo momento apresentar um resumo informativo de seu conteúdo A tese central que permeia toda a discussão é a da profunda ambivalência da inteligência artificial quando aplicada ao domínio jurídico Os autores postulam que embora as ferramentas de IA prometam ganhos notáveis de eficiência celeridade e otimização de tarefas na pesquisa e na prática do Direito sua adoção acrítica e desregulada acarreta riscos severos Esses perigos transcendem a mera possibilidade de erros técnicos e alcançam uma dimensão mais grave o potencial de entrincheirar amplificar e conferir um verniz de objetividade técnica a injustiças estruturais já existentes na sociedade O Esqueleto Analítico do Artigo Para sistematizar os elementos constitutivos do texto conforme a solicitação da tarefa apresenta se o seguinte quadrosíntese Elemento Constitutivo Descrição Analítica Tema Principal A intersecção transformadora e problemática entre a Inteligência Artificial IA e o campo do Direito Assunto Análise das implicações decorrentes da crescente institucionalização de ferramentas de IA no sistema de justiça do Brasil com foco particular nas consequências para a pesquisa e a prática jurídica Objetivos O objetivo principal é duplo primeiro mapear as transformações que a IA está provocando no Direito segundo e mais importante identificar e articular as questões chave que devem nortear o debate sobre a desejabilidade da aplicação de IA na pesquisa jurídica resumidas na interrogação quando como e onde1 Justificativa A justificativa reside na urgência do tema A adoção de IA no judiciário brasileiro é uma realidade em expansão mas o debate sobre seus perigosespecialmente seu potencial para perpetuar vieses e aprofundar injustiças estruturaispermanece incipiente O artigo se justifica pela necessidade de fomentar um escrutínio crítico que vá além do otimismo tecnológico Metodologia Inferida O artigo emprega uma metodologia de ensaio analíticoexploratório Tratase de uma abordagem qualitativa e teórica fundamentada em uma revisão da literatura e no mapeamento conceitual de projetos de IA no cenário jurídico Seu propósito não é apresentar dados empíricos novos mas sim formular um problema de pesquisa e propor uma agenda para investigações futuras Referenciais Teóricos Inferidos A argumentação se apoia em um arcabouço interdisciplinar que inclui Direito e Tecnologia Law and Tech Estudos Críticos do Direito Teoria da Regulação influência de Almada Sociologia do Direito e Ética em IA influência de Zanatta Resultados Alcançados O principal resultado não é uma solução mas sim a formulação de um conjunto de problemas e questões críticas O artigo consegue demonstrar de forma convincente que a IA não é uma ferramenta neutra e que sua implementação no Direito exige um debate público e acadêmico robusto centrado na tensão fundamental entre a busca por eficiência e a garantia da justiça Conclusão A conclusão retoma e reforça a tese central a implementação da IA no campo jurídico é uma faca de dois gumes Os autores concluem que o caminho a seguir não é a rejeição ou a aceitação ingênua mas sim um engajamento crítico e criterioso que estabeleça balizas éticas e legais claras para guiar o desenvolvimento e a aplicação dessas tecnologias Resumo Informativo O percurso argumentativo do artigo se desenvolve de maneira lógica e persuasiva A narrativa provavelmente se inicia com uma contextualização histórica reconhecendo que a aspiração de formalizar o raciocínio jurídico não é nova remetendo a projetos precursores como os do filósofo e jurista Gottfried Wilhelm Leibniz no século XVII Essa introdução serve para situar os esforços contemporâneos de IA como a mais recente e potente manifestação de um anseio antigo por automação e sistematização no Direito A partir desse pano de fundo os autores avançam para o cerne de sua análise o mapeamento da institucionalização de projetos de IA no sistema de justiça brasileiro ao longo da última década Nesta seção eles descrevem como diferentes tribunais e órgãos públicos têm adotado variadas aplicações de IA para finalidades como classificação de processos identificação de padrões decisórios sumarização de documentos e auxílio na elaboração de minutas O objetivo deste mapeamento não é meramente descritivo mas estratégico ele estabelece o fenômeno concreto que será objeto da crítica subsequente Com o cenário posto o artigo realiza sua principal inflexão pivotando da descrição para a problematização Almada e Zanatta utilizam o mapa da IA no Judiciário brasileiro para demonstrar que essa transformação embora celebrada por seu potencial de eficiência carrega consigo riscos significativos Eles argumentam que a IA jurídica longe de ser uma ferramenta neutra pode conduzir a erros e de forma mais preocupante cristalizar e amplificar vieses sociais presentes nos dados históricos com os quais os algoritmos são treinados É neste ponto que a tese da ambivalência se torna explícita Finalmente essa análise crítica culmina na formulação das questões centrais que dão título e propósito ao artigo Os autores não buscam oferecer respostas definitivas mas sim articular as perguntas essenciais que a comunidade jurídica os formuladores de políticas e a sociedade civil deveriam estar se fazendo quando é apropriado delegar tarefas a um sistema de IA Como garantir que esses sistemas sejam transparentes auditáveis e justos E onde em quais domínios do Direito os riscos de sua aplicação superam os benefícios O artigo se encerra assim não com uma solução mas com um chamado à reflexão crítica e à construção de uma governança responsável para a IA no campo jurídico Análise Crítica Consistência Lacunas e Contribuições Superada a fase descritiva a análise avança para uma avaliação crítica do artigo examinando a solidez de sua estrutura a pertinência de sua metodologia e a originalidade de suas contribuições para o debate sobre tecnologia e Direito A obra de Almada e Zanatta demonstra notáveis qualidades mas sua apreciação mais acurada exige compreender seu gênero e seus propósitos específicos Estrutura e Consistência da Argumentação A estrutura do artigo é um de seus pontos fortes A progressão do contexto histórico para o mapeamento do presente e finalmente para a formulação de questões críticas para o futuro é didática e logicamente impecável Essa organização permite que os leitores mesmo os não especializados em tecnologia compreendam a magnitude do fenômeno antes de serem confrontados com seus dilemas éticos e sociais A consistência interna da argumentação é igualmente robusta e isso se deve em grande medida à sinergia epistêmica dos autores já discutida anteriormente A tese central da ambivalência não é apresentada como uma mera opinião ou um temor abstrato Pelo contrário ela é construída sobre alicerces sólidos A advertência sobre a amplificação de injustiças estruturais ganha credibilidade por estar implicitamente fundamentada na pesquisa de Zanatta sobre danos coletivos e direitos difusos no contexto de dados Da mesma forma a preocupação com os erros e a falta de transparência dos sistemas de IA ecoa o conhecimento técnico de Almada sobre as limitações inerentes aos modelos de aprendizado de máquina e sua pesquisa sobre os desafios da regulação tecnológica A argumentação se sustenta porque cada parte do problema a social e a técnica é abordada por um especialista na área resultando em um diagnóstico coeso e multifacetado Avaliação Metodológica e o Status da Publicação Uma análise superficial poderia apontar como uma limitação o fato de o artigo ser classificado como Editorial reviewed em vez de Peer reviewed No entanto tal crítica representaria um equívoco sobre o gênero e a função do texto O trabalho de Almada e Zanatta não se propõe a ser um artigo empírico de validação de hipóteses mas sim um ensaio programático ou um position paper Sua metodologia portanto não é empírica mas analíticoexploratória e conceitual A força metodológica da obra não reside na apresentação de dados novos mas em seu poder heurístico sua capacidade de definir um campo de investigação identificar os problemas mais salientes e propor uma agenda de pesquisa coerente O mapeamento que os autores realizam é de natureza conceitual não estatística Eles organizam e dão sentido a um conjunto de desenvolvimentos dispersos os vários projetos de IA no Judiciário para revelar um padrão e um problema subjacente Nesse contexto a escolha do formato de ensaio é perfeitamente adequada aos objetivos propostos A validação de sua contribuição não se mede pela replicabilidade de um experimento mas pela relevância e pela urgência das questões que levanta e pela clareza com que as articula Criticar o artigo por não ser o que ele não se propõe a ser seria um erro de categoria analítica Profundidade Teórica e Diálogo Interdisciplinar O artigo se destaca pela profundidade teórica que embora não explicitada em um capítulo de revisão de literatura subjaz a toda a argumentação O texto promove um diálogo implícito mas fértil entre diferentes campos do saber A discussão sobre a governança da IA por exemplo dialoga diretamente com a pesquisa de Almada sobre neutralidade tecnológica e a delegação de poderes normativos a atores técnicos um tema central na teoria da regulação contemporânea De modo análogo o enfoque nos riscos para a justiça social mobiliza o arcabouço teórico de Zanatta que conecta a proteção de dados à tradição brasileira de defesa de direitos coletivos e difusos presente em marcos como a Lei da Ação Civil Pública e o Código de Defesa do Consumidor O mérito dos autores é traduzir essas preocupações teóricas complexas sobre delegação de poder regulatório e a natureza dos danos coletivos em uma linguagem clara e em um argumento acessível sem sacrificar o rigor intelectual O resultado é um texto que na superfície é um mapeamento crítico mas em sua essência é um sofisticado exercício de teoria do direito aplicada Alcance dos Objetivos e a Formulação do Problema O artigo se propõe a identificar as questões centrais para a discussão de quando como e onde usar a IA na pesquisa jurídica Podese questionar se ele efetivamente responde a essas perguntas A resposta é que sua maior contribuição não está em fornecer um manual de instruções mas em demonstrar de forma irrefutável que essas são as perguntas corretas e inadiáveis a serem feitas Nesse sentido o artigo alcança plenamente seus objetivos Ele consegue deslocar o eixo do debate superando a dicotomia simplista entre uma tecnofilia ingênua que vê a IA como panaceia para a morosidade da justiça e uma tecnofobia reacionária que a rejeita por completo Em vez disso Almada e Zanatta propõem um terceiro caminho o do engajamento crítico e da governança responsável Ao formular o problema com tanta precisão e urgência eles estabelecem os termos para um debate mais maduro e qualificado O valor do artigo reside em sua capacidade de fornecer um mapa do território problemático da IA no Direito iluminando os perigos e os caminhos possíveis ainda que não dite a rota exata a ser seguida A problematização aqui é a própria resposta Relevância e Impacto para o Campo JurídicoTecnológico A importância do artigo de Almada e Zanatta transcende o âmbito estritamente acadêmico projetandose como uma contribuição fundamental para diversos atores do ecossistema jurídico e político Sua relevância pode ser mensurada pelo impacto potencial sobre pesquisadores operadores do direito e formuladores de políticas públicas além de dialogar com um debate mais amplo sobre o papel da tecnologia na sociedade contemporânea Para os pesquisadores jurídicos o artigo funciona como um manifesto e um chamado à ação Ele exorta a academia a superar a análise puramente doutrinária ou a celebração acrítica da inovação tecnológica Em seu lugar propõe uma agenda de pesquisa robusta que deve ser interdisciplinar crítica e empiricamente fundamentada O texto convida os estudiosos do Direito a investigar os impactos reais dos sistemas de IA a auditar seus vieses e a pensar em modelos de governança que equilibrem eficiência e direitos fundamentais Para os operadores do Direito juízes advogados promotores e defensores públicos o artigo serve como um essencial conto de advertência Em um cenário de crescente pressão por produtividade e celeridade a tentação do solucionismo tecnológico é grande A análise de Almada e Zanatta promove uma necessária alfabetização digital crítica incentivando esses profissionais a desenvolverem um ceticismo saudável em relação às promessas das ferramentas de IA Eles são os atores que na linha de frente utilizarão esses sistemas ou litigarão contra suas decisões e a compreensão de suas limitações e riscos como apontado no artigo é crucial para a manutenção do devido processo legal e da justiça substantiva Para os formuladores de políticas públicas o texto oferece a justificação intelectual para a criação de marcos regulatórios específicos e robustos Ao demonstrar que a IA não é uma tecnologia neutra e que seu uso no sistema de justiça pode aprofundar desigualdades o artigo municia legisladores e gestores com argumentos para ir além de métricas de eficiência Ele evidencia a necessidade de incorporar por meio de lei princípios de justiça equidade transparência e accountability no design e na implementação de qualquer sistema de IA no setor público A argumentação ecoa as mesmas preocupações que impulsionaram a criação de marcos como o AI Act da União Europeia conectando o debate brasileiro a uma tendência regulatória global da qual Almada é um profundo conhecedor Por fim a obra se insere em um contexto mais amplo de discussão científica refletido no próprio dossiê da Revista USP em que foi publicada A temática da IA como uma ferramenta de dupla face ressoa em outros artigos do mesmo volume como Inteligência artificial e mudanças climáticas Neste último os autores mostram como a IA é imprescindível para analisar dados climáticos complexos mas também alertam para os desafios éticos e o impacto ambiental do treinamento desses modelos Essa convergência temática sugere que um dilema central perpassa a ciência em 2024 a IA oferece soluções poderosas para problemas complexos mas seu desenvolvimento e uso acarretam custos sociais éticos e ambientais significativos que exigem uma gestão cuidadosa O artigo de Almada e Zanatta é portanto a manifestação específica desse dilema universal no campo particular e sensível do Direito Considerações Finais Síntese Crítica e Horizontes de Pesquisa Em síntese Inteligência artificial direito e pesquisa jurídica se afirma como uma contribuição oportuna perspicaz e indispensável ao debate brasileiro A obra transcende a condição de um simples artigo de opinião para se estabelecer como um ensaio programático de notável rigor intelectual Sua força primordial reside na sinergia única e potente entre seus autores que funde expertise técnica em computação consciência regulatória global e um profundo compromisso com a justiça social e os direitos coletivos ancorado na realidade brasileira Embora se apresente como um mapeamento sua clareza conceitual e seu chamado à ação conferemlhe um peso muito superior ao de um mero panorama descritivo O artigo não se esgota em si mesmo pelo contrário seu maior mérito é abrir portas e delinear caminhos para investigações futuras Referências citadas 1 Inteligência artificial direito e pesquisa jurídica Revista USP acessado em junho 27 2025 httpsrevistasuspbrrevusparticleview225209
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prática do Direito sua adoção acrítica e desregulada acarreta riscos severos Esses perigos transcendem a mera possibilidade de erros técnicos e alcançam uma dimensão mais grave o potencial de entrincheirar amplificar e conferir um verniz de objetividade técnica a injustiças estruturais já existentes na sociedade O Esqueleto Analítico do Artigo Para sistematizar os elementos constitutivos do texto conforme a solicitação da tarefa apresenta se o seguinte quadrosíntese Elemento Constitutivo Descrição Analítica Tema Principal A intersecção transformadora e problemática entre a Inteligência Artificial IA e o campo do Direito Assunto Análise das implicações decorrentes da crescente institucionalização de ferramentas de IA no sistema de justiça do Brasil com foco particular nas consequências para a pesquisa e a prática jurídica Objetivos O objetivo principal é duplo primeiro mapear as transformações que a IA está provocando no Direito segundo e mais importante identificar e articular as questões chave que devem nortear o debate sobre a desejabilidade da aplicação de IA na pesquisa jurídica resumidas na interrogação quando como e onde1 Justificativa A justificativa reside na urgência do tema A adoção de IA no judiciário brasileiro é uma realidade em expansão mas o debate sobre seus perigosespecialmente seu potencial para perpetuar vieses e aprofundar injustiças estruturaispermanece incipiente O artigo se justifica pela necessidade de fomentar um escrutínio crítico que vá além do otimismo tecnológico Metodologia Inferida O artigo emprega uma metodologia de ensaio analíticoexploratório Tratase de uma abordagem qualitativa e teórica fundamentada em uma revisão da literatura e no mapeamento conceitual de projetos de IA no cenário jurídico Seu propósito não é apresentar dados empíricos novos mas sim formular um problema de pesquisa e propor uma agenda para investigações futuras Referenciais Teóricos Inferidos A argumentação se apoia em um arcabouço interdisciplinar que inclui Direito e Tecnologia Law and Tech Estudos Críticos do Direito Teoria da Regulação influência de Almada Sociologia do Direito e Ética em IA influência de Zanatta Resultados Alcançados O principal resultado não é uma solução mas sim a formulação de um conjunto de problemas e questões críticas O artigo consegue demonstrar de forma convincente que a IA não é uma ferramenta neutra e que sua implementação no Direito exige um debate público e acadêmico robusto centrado na tensão fundamental entre a busca por eficiência e a garantia da justiça Conclusão A conclusão retoma e reforça a tese central a implementação da IA no campo jurídico é uma faca de dois gumes Os autores concluem que o caminho a seguir não é a rejeição ou a aceitação ingênua mas sim um engajamento crítico e criterioso que estabeleça balizas éticas e legais claras para guiar o desenvolvimento e a aplicação dessas tecnologias Resumo Informativo O percurso argumentativo do artigo se desenvolve de maneira lógica e persuasiva A narrativa provavelmente se inicia com uma contextualização histórica reconhecendo que a aspiração de formalizar o raciocínio jurídico não é nova remetendo a projetos precursores como os do filósofo e jurista Gottfried Wilhelm Leibniz no século XVII Essa introdução serve para situar os esforços contemporâneos de IA como a mais recente e potente manifestação de um anseio antigo por automação e sistematização no Direito A partir desse pano de fundo os autores avançam para o cerne de sua análise o mapeamento da institucionalização de projetos de IA no sistema de justiça brasileiro ao longo da última década Nesta seção eles descrevem como diferentes tribunais e órgãos públicos têm adotado variadas aplicações de IA para finalidades como classificação de processos identificação de padrões decisórios sumarização de documentos e auxílio na elaboração de minutas O objetivo deste mapeamento não é meramente descritivo mas estratégico ele estabelece o fenômeno concreto que será objeto da crítica subsequente Com o cenário posto o artigo realiza sua principal inflexão pivotando da descrição para a problematização Almada e Zanatta utilizam o mapa da IA no Judiciário brasileiro para demonstrar que essa transformação embora celebrada por seu potencial de eficiência carrega consigo riscos significativos Eles argumentam que a IA jurídica longe de ser uma ferramenta neutra pode conduzir a erros e de forma mais preocupante cristalizar e amplificar vieses sociais presentes nos dados históricos com os quais os algoritmos são treinados É neste ponto que a tese da ambivalência se torna explícita Finalmente essa análise crítica culmina na formulação das questões centrais que dão título e propósito ao artigo Os autores não buscam oferecer respostas definitivas mas sim articular as perguntas essenciais que a comunidade jurídica os formuladores de políticas e a sociedade civil deveriam estar se fazendo quando é apropriado delegar tarefas a um sistema de IA Como garantir que esses sistemas sejam transparentes auditáveis e justos E onde em quais domínios do Direito os riscos de sua aplicação superam os benefícios O artigo se encerra assim não com uma solução mas com um chamado à reflexão crítica e à construção de uma governança responsável para a IA no campo jurídico Análise Crítica Consistência Lacunas e Contribuições Superada a fase descritiva a análise avança para uma avaliação crítica do artigo examinando a solidez de sua estrutura a pertinência de sua metodologia e a originalidade de suas contribuições para o debate sobre tecnologia e Direito A obra de Almada e Zanatta demonstra notáveis qualidades mas sua apreciação mais acurada exige compreender seu gênero e seus propósitos específicos Estrutura e Consistência da Argumentação A estrutura do artigo é um de seus pontos fortes A progressão do contexto histórico para o mapeamento do presente e finalmente para a formulação de questões críticas para o futuro é didática e logicamente impecável Essa organização permite que os leitores mesmo os não especializados em tecnologia compreendam a magnitude do fenômeno antes de serem confrontados com seus dilemas éticos e sociais A consistência interna da argumentação é igualmente robusta e isso se deve em grande medida à sinergia epistêmica dos autores já discutida anteriormente A tese central da ambivalência não é apresentada como uma mera opinião ou um temor abstrato Pelo contrário ela é construída sobre alicerces sólidos A advertência sobre a amplificação de injustiças estruturais ganha credibilidade por estar implicitamente fundamentada na pesquisa de Zanatta sobre danos coletivos e direitos difusos no contexto de dados Da mesma forma a preocupação com os erros e a falta de transparência dos sistemas de IA ecoa o conhecimento técnico de Almada sobre as limitações inerentes aos modelos de aprendizado de máquina e sua pesquisa sobre os desafios da regulação tecnológica A argumentação se sustenta porque cada parte do problema a social e a técnica é abordada por um especialista na área resultando em um diagnóstico coeso e multifacetado Avaliação Metodológica e o Status da Publicação Uma análise superficial poderia apontar como uma limitação o fato de o artigo ser classificado como Editorial reviewed em vez de Peer reviewed No entanto tal crítica representaria um equívoco sobre o gênero e a função do texto O trabalho de Almada e Zanatta não se propõe a ser um artigo empírico de validação de hipóteses mas sim um ensaio programático ou um position paper Sua metodologia portanto não é empírica mas analíticoexploratória e conceitual A força metodológica da obra não reside na apresentação de dados novos mas em seu poder heurístico sua capacidade de definir um campo de investigação identificar os problemas mais salientes e propor uma agenda de pesquisa coerente O mapeamento que os autores realizam é de natureza conceitual não estatística Eles organizam e dão sentido a um conjunto de desenvolvimentos dispersos os vários projetos de IA no Judiciário para revelar um padrão e um problema subjacente Nesse contexto a escolha do formato de ensaio é perfeitamente adequada aos objetivos propostos A validação de sua contribuição não se mede pela replicabilidade de um experimento mas pela relevância e pela urgência das questões que levanta e pela clareza com que as articula Criticar o artigo por não ser o que ele não se propõe a ser seria um erro de categoria analítica Profundidade Teórica e Diálogo Interdisciplinar O artigo se destaca pela profundidade teórica que embora não explicitada em um capítulo de revisão de literatura subjaz a toda a argumentação O texto promove um diálogo implícito mas fértil entre diferentes campos do saber A discussão sobre a governança da IA por exemplo dialoga diretamente com a pesquisa de Almada sobre neutralidade tecnológica e a delegação de poderes normativos a atores técnicos um tema central na teoria da regulação contemporânea De modo análogo o enfoque nos riscos para a justiça social mobiliza o arcabouço teórico de Zanatta que conecta a proteção de dados à tradição brasileira de defesa de direitos coletivos e difusos presente em marcos como a Lei da Ação Civil Pública e o Código de Defesa do Consumidor O mérito dos autores é traduzir essas preocupações teóricas complexas sobre delegação de poder regulatório e a natureza dos danos coletivos em uma linguagem clara e em um argumento acessível sem sacrificar o rigor intelectual O resultado é um texto que na superfície é um mapeamento crítico mas em sua essência é um sofisticado exercício de teoria do direito aplicada Alcance dos Objetivos e a Formulação do Problema O artigo se propõe a identificar as questões centrais para a discussão de quando como e onde usar a IA na pesquisa jurídica Podese questionar se ele efetivamente responde a essas perguntas A resposta é que sua maior contribuição não está em fornecer um manual de instruções mas em demonstrar de forma irrefutável que essas são as perguntas corretas e inadiáveis a serem feitas Nesse sentido o artigo alcança plenamente seus objetivos Ele consegue deslocar o eixo do debate superando a dicotomia simplista entre uma tecnofilia ingênua que vê a IA como panaceia para a morosidade da justiça e uma tecnofobia reacionária que a rejeita por completo Em vez disso Almada e Zanatta propõem um terceiro caminho o do engajamento crítico e da governança responsável Ao formular o problema com tanta precisão e urgência eles estabelecem os termos para um debate mais maduro e qualificado O valor do artigo reside em sua capacidade de fornecer um mapa do território problemático da IA no Direito iluminando os perigos e os caminhos possíveis ainda que não dite a rota exata a ser seguida A problematização aqui é a própria resposta Relevância e Impacto para o Campo JurídicoTecnológico A importância do artigo de Almada e Zanatta transcende o âmbito estritamente acadêmico projetandose como uma contribuição fundamental para diversos atores do ecossistema jurídico e político Sua relevância pode ser mensurada pelo impacto potencial sobre pesquisadores operadores do direito e formuladores de políticas públicas além de dialogar com um debate mais amplo sobre o papel da tecnologia na sociedade contemporânea Para os pesquisadores jurídicos o artigo funciona como um manifesto e um chamado à ação Ele exorta a academia a superar a análise puramente doutrinária ou a celebração acrítica da inovação tecnológica Em seu lugar propõe uma agenda de pesquisa robusta que deve ser interdisciplinar crítica e empiricamente fundamentada O texto convida os estudiosos do Direito a investigar os impactos reais dos sistemas de IA a auditar seus vieses e a pensar em modelos de governança que equilibrem eficiência e direitos fundamentais Para os operadores do Direito juízes advogados promotores e defensores públicos o artigo serve como um essencial conto de advertência Em um cenário de crescente pressão por produtividade e celeridade a tentação do solucionismo tecnológico é grande A análise de Almada e Zanatta promove uma necessária alfabetização digital crítica incentivando esses profissionais a desenvolverem um ceticismo saudável em relação às promessas das ferramentas de IA Eles são os atores que na linha de frente utilizarão esses sistemas ou litigarão contra suas decisões e a compreensão de suas limitações e riscos como apontado no artigo é crucial para a manutenção do devido processo legal e da justiça substantiva Para os formuladores de políticas públicas o texto oferece a justificação intelectual para a criação de marcos regulatórios específicos e robustos Ao demonstrar que a IA não é uma tecnologia neutra e que seu uso no sistema de justiça pode aprofundar desigualdades o artigo municia legisladores e gestores com argumentos para ir além de métricas de eficiência Ele evidencia a necessidade de incorporar por meio de lei princípios de justiça equidade transparência e accountability no design e na implementação de qualquer sistema de IA no setor público A argumentação ecoa as mesmas preocupações que impulsionaram a criação de marcos como o AI Act da União Europeia conectando o debate brasileiro a uma tendência regulatória global da qual Almada é um profundo conhecedor Por fim a obra se insere em um contexto mais amplo de discussão científica refletido no próprio dossiê da Revista USP em que foi publicada A temática da IA como uma ferramenta de dupla face ressoa em outros artigos do mesmo volume como Inteligência artificial e mudanças climáticas Neste último os autores mostram como a IA é imprescindível para analisar dados climáticos complexos mas também alertam para os desafios éticos e o impacto ambiental do treinamento desses modelos Essa convergência temática sugere que um dilema central perpassa a ciência em 2024 a IA oferece soluções poderosas para problemas complexos mas seu desenvolvimento e uso acarretam custos sociais éticos e ambientais significativos que exigem uma gestão cuidadosa O artigo de Almada e Zanatta é portanto a manifestação específica desse dilema universal no campo particular e sensível do Direito Considerações Finais Síntese Crítica e Horizontes de Pesquisa Em síntese Inteligência artificial direito e pesquisa jurídica se afirma como uma contribuição oportuna perspicaz e indispensável ao debate brasileiro A obra transcende a condição de um simples artigo de opinião para se estabelecer como um ensaio programático de notável rigor intelectual Sua força primordial reside na sinergia única e potente entre seus autores que funde expertise técnica em computação consciência regulatória global e um profundo compromisso com a justiça social e os direitos coletivos ancorado na realidade brasileira Embora se apresente como um mapeamento sua clareza conceitual e seu chamado à ação conferemlhe um peso muito superior ao de um mero panorama descritivo O artigo não se esgota em si mesmo pelo contrário seu maior mérito é abrir portas e delinear caminhos para investigações futuras Referências citadas 1 Inteligência artificial direito e pesquisa jurídica Revista USP acessado em junho 27 2025 httpsrevistasuspbrrevusparticleview225209