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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS FACULDADE DE ECONOMIA E NEGÓCIOS FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS NOME DOa ALUNOa TÍTULO DO PRÉPROJETO PréProjeto de Monografia apresentado à Faculdade de Ciências Econômicas da Faculdade de Economia e Negócios da Pontifícia Universidade Católica de Campinas como prérequisito para cursar a disciplina Monografia I CAMPINAS SP 2024 SUMÁRIO 1 Tema 2 Delimitação do Tema 3 Problema de Pesquisa 4 Objetivos 41 Objetivo geral 42 Objetivos específicos 5 Revisão de Literatura 6Referências Bibliográficas 1 TEMA 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA 3 PROBLEMA DE PESQUISA 4 OBJETIVOS 41 Objetivo geral 42 Objetivos específicos 5 REVISÃO DE LITERTURA A revisão de literatura aponta a fundamentação científica que sustenta toda pesquisa O propósito da pesquisa é contribuir para o avanço do conhecimento Para tanto é preciso inicialmente conhecer o que já foi desenvolvido por outros pesquisadores Apresente as ideias centrais dos autores estudados resumo e encerre a revisão de literatura apontando os aspectos nos quais a sua pesquisa é diferente dos demais trabalhos 6REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS ALUNO AS TENTATIVAS DE COMBATER A DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL CAMPINAS SP 2024 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS FACULDADE DE ECONOMIA E NEGÓCIOS FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ALUNO AS TENTATIVAS DE COMBATER A DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas como exigência pela obtenção do grau de Economista Orientador Prof CAMPINAS SP 2024 Ficha catalográfica Solicitar Deve ser elaborada por um bibliotecário do Sistema de Bibliotecas e Informação SBI da PUCCampinas PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS FACULDADE DE ECONOMIA E NEGÓCIOS FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ALUNO AS TENTATIVAS DE COMBATER A DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL Dissertação defendida e aprovada em de de 2024 pela comissão examinadora Profa Dra NOME Orientador e presidente da comissão examinadora Pontifica Universidade Católica de Campinas Profa Dra instituição Profa Dra instituição CAMPINAS SP 2024 Espaço reservado para a dedicatória formatação já esta certa AGRADECIMENTOS Agradeço a Espaço para o Epígrafe RESUMO O fenômeno da desindustrialização no Brasil especialmente a chamada desindustrialização precoce é debatido por economistas que apontam para fatores como abertura comercial políticas neoliberais valorização cambial e altas taxas de juros Autores como Cano BresserPereira e Oreiro sustentam que a rápida integração do Brasil ao comércio internacional e o aumento da dependência de commodities comprometeram a competitividade da indústria nacional Em contrapartida economistas como Nassif e Bonelli defendem que o processo reflete uma modernização industrial e que a participação reduzida da indústria no PIB seria um movimento natural de transição econômica Outros apontam que o Brasil enfrenta além da desindustrialização a Doença Holandesa resultado da valorização cambial gerada pela exportação de commodities Durante os governos Lula e Dilma Rousseff houve tentativas de reverter essa trajetória com programas como o PAC e o PDP mas a crise econômica de 2008 e a recessão de 20142016 enfraqueceram esses esforços Atualmente o Brasil busca políticas industriais mais eficazes para enfrentar os desafios da globalização e da modernização tecnológica Palavraschave Desindustrialização precoce Doença Holandesa Competitividade industrial Política econômica ABSTRACT The phenomenon of deindustrialization in Brazil especially the socalled early deindustrialization is debated by economists who point to factors such as trade liberalization neoliberal policies currency appreciation and high interest rates Authors like Cano BresserPereira and Oreiro argue that Brazils rapid integration into international trade and increasing dependence on commodities have compromised the competitiveness of the national industry In contrast economists such as Nassif and Bonelli defend the view that the process reflects industrial modernization and that the reduced share of industry in GDP is a natural movement of economic transition Others suggest that Brazil faces not only deindustrialization but also the Dutch Disease a result of currency appreciation driven by commodity exports During the governments of Lula and Dilma Rousseff attempts were made to reverse this trend through programs like the PAC and PDP but the 2008 economic crisis and the 20142016 recession weakened these efforts Currently Brazil seeks more effective industrial policies to tackle the challenges of globalization and technological modernization Keywords Early deindustrialization Dutch Disease Industrial competitivenes Economic policy Industrial modernization SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO8 2 A DESINDUSTRIALIZAÇÃO10 21 A Desindustrialização e Doença Holandesa10 22 Desindustrialização Positiva ou Natural x Desindustrialização Negativa ou Precoce12 23 Causas e Consequências13 3 A DESINDUSTRIALIZAÇÃO AO REDOR DO MUNDO17 4 DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL20 41 O governo de Luiz Inácio Lula da Silva24 42 A Política Econômica nos Governos Dilma Rousseff26 43 A atual situação no Brasil27 6 RESULTADOS32 7 DISCUSSÃO35 CONCLUSÃO37 REFERÊNCIAS38 8 1 INTRODUÇÃO A desindustrialização é um fenômeno complexo e multifacetado que tem suscitado intensos debates entre economistas policymakers e especialistas em desenvolvimento econômico especialmente no contexto brasileiro Desde a década de 1980 o Brasil tem enfrentado desafios significativos em sua estrutura industrial refletidos na crescente redução da participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto PIB e na crescente dependência das exportações de commodities Este processo frequentemente denominado de desindustrialização precoce é visto por muitos como um resultado de políticas econômicas inadequadas que priorizaram a abertura comercial e a valorização da moeda em detrimento do fortalecimento da indústria nacional O fenômeno da desindustrialização no Brasil é frequentemente associado a uma série de fatores interligados como a valorização cambial a liberalização do comércio altas taxas de juros e a chamada Doença Holandesa Esses elementos têm comprometido a competitividade das indústrias locais levando a uma diminuição da produção interna e ao aumento da dependência de produtos importados Autores como BresserPereira Cano e Palma argumentam que essa dinâmica resulta de um ambiente econômico que favorece as importações em detrimento do investimento na capacidade produtiva nacional Em contrapartida economistas como Nassif e Bonelli defendem uma visão alternativa sugerindo que a diminuição da indústria pode ser interpretada como um processo de modernização do parque industrial refletindo uma transição para uma economia mais orientada ao setor de serviços com um aumento da eficiência e da produtividade A análise do fenômeno de desindustrialização no Brasil se torna ainda mais pertinente ao considerar as políticas adotadas pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff Ambos os governos tentaram enfrentar esses desafios através de uma série de programas voltados para a recuperação e o fortalecimento do setor industrial O Programa de Aceleração do Crescimento PAC e o Programa de Desenvolvimento Produtivo PDP foram iniciativas que buscaram estimular investimentos em infraestrutura e inovação visando reverter a tendência de desindustrialização e promover um crescimento sustentável No entanto a crise 9 econômica que se instalou em 2014 trouxe à tona questões críticas sobre a eficácia dessas medidas evidenciando a necessidade de uma reavaliação das políticas industriais e uma nova abordagem para revitalizar o setor industrial Diante desse contexto este trabalho busca explorar as nuances da desindustrialização no Brasil analisando suas causas consequências e as respostas políticas ao longo das últimas décadas Através de uma revisão crítica da literatura e de uma análise detalhada das políticas implementadas pretendese entender como o Brasil pode enfrentar os desafios atuais e buscar um caminho sustentável para o desenvolvimento industrial Este estudo não só contribuirá para a compreensão do fenômeno da desindustrialização mas também oferecerá insights sobre como as políticas públicas podem ser formuladas para fomentar um ambiente mais favorável ao crescimento industrial e à inovação no Brasil Assim pretendese promover um debate construtivo sobre o futuro da indústria brasileira e seu papel no desenvolvimento econômico nacional 10 2 A DESINDUSTRIALIZAÇÃO 21 A Desindustrialização e Doença Holandesa A desindustrialização é um fenômeno econômico complexo que pode se manifestar de diferentes formas dependendo das condições estruturais de cada país O conceito clássico de desindustrialização foi introduzido por Rowthorn e Ramaswamy 1999 referindose à diminuição persistente da participação do setor industrial no emprego total de uma nação Este fenômeno é observado quando ao longo do tempo a indústria emprega uma parcela cada vez menor da força de trabalho o que pode sinalizar mudanças significativas na estrutura econômica de um país Tregenna 2009 expandiu esse conceito ao incluir além da redução do emprego industrial a queda persistente da participação da indústria no valor adicionado total da economia Ou seja a desindustrialização não se limita apenas à perda de empregos na indústria mas também à diminuição da importância relativa da indústria de transformação na geração de riqueza de um país Esse enfoque ampliado permite uma análise mais abrangente dos impactos da desindustrialização considerando tanto o emprego quanto a produção econômica Nem sempre a desindustrialização é necessariamente negativa Em muitos casos ela reflete um processo natural de evolução econômica Silva 2014 descreve essa evolução em três fases distintas a primeira é caracterizada pelo crescimento do setor primário agricultura pecuária e mineração a segunda é marcada pela ascensão da indústria de transformação e a terceira fase que muitas economias desenvolvidas atingem é dominada pelo setor terciário com ênfase em serviços modernos e tecnológicos Nesse contexto a desindustrialização pode ser vista como um sinal de amadurecimento econômico onde o setor de serviços ganha preponderância e a indústria embora ainda relevante deixa de ser o principal motor do crescimento Cano 2012 Silva 2014 Contudo a desindustrialização se torna problemática quando ocorre de forma prematura antes que a estrutura produtiva tenha se modernizado e diversificado adequadamente Este cenário conhecido como desindustrialização precoce 11 impede que a indústria evolua para patamares tecnológicos mais avançados limitando a capacidade de inovação e competitividade de um país Palma 2005 destaca a prevalência desse tipo de desindustrialização em países da América Latina onde fatores como mudanças no paradigma tecnológico a terceirização da produção para regiões com mão de obra mais barata e políticas econômicas inadequadas a partir da década de 1980 contribuíram para esse fenômeno Um fator adicional que agrava esse quadro é a Doença Holandesa A Doença Holandesa é um fenômeno econômico que ocorre quando a descoberta e exploração de recursos naturais escassos como petróleo ou gás natural leva à valorização da moeda de um país prejudicando a competitividade da sua indústria Esse termo foi cunhado para descrever a situação da Holanda na década de 1960 após a descoberta de grandes reservas de gás natural que resultou em uma forte apreciação do florim a moeda local desestimulando as exportações industriais e favorecendo as importações Nassif 2006 apud Ferreira 2014 O efeito líquido foi uma reconfiguração da economia com maior dependência de recursos primários e um enfraquecimento da indústria de transformação processo que Oreiro e Feijó 2010 descrevem como uma reprimarização da pauta exportadora A Teoria das Vantagens Comparativas proposta por David Ricardo 1817 apud Ferreira 2014 oferece uma explicação para esse fenômeno Segundo essa teoria os países devem se especializar na produção de bens em que possuem uma vantagem competitiva em relação a outros No entanto no contexto da Doença Holandesa essa especialização tende a ocorrer em setores primários recursos naturais ao invés de setores de alta tecnologia ou valor agregado o que pode contribuir para a desindustrialização de forma negativa A especialização em commodities embora benéfica no curto prazo pode comprometer o desenvolvimento industrial de longo prazo dificultando a competitividade em mercados globais e enfraquecendo a capacidade de inovação A importância da indústria de transformação para o desenvolvimento econômico é amplamente reconhecida Cano 2018 argumenta que a industrialização desempenha um papel central no progresso técnico e na criação de empregos ao mesmo tempo em que fortalece a infraestrutura e estimula a urbanização A indústria tem a capacidade de disseminar inovações tecnológicas 12 para outros setores da economia como serviços e agricultura ampliando a demanda e promovendo um ciclo virtuoso de crescimento Marconi e Rocha 2012 corroboram essa visão ao afirmar que a diversificação industrial é essencial para sustentar o crescimento econômico pois aumenta a competitividade de um país e expande suas capacidades tecnológicas Além disso o setor industrial é um dos maiores empregadores e geradores de renda o que torna sua saúde crucial para a formulação de políticas econômicas de desenvolvimento A desindustrialização precoce ao minar o valor agregado da manufatura pode limitar o crescimento econômico de forma duradoura comprometendo a geração de empregos qualificados e reduzindo a capacidade de inovação tecnológica Portanto é fundamental que os governos implementem políticas que promovam a modernização industrial e evitem a excessiva dependência de recursos naturais a fim de garantir um desenvolvimento econômico sustentável e equilibrado Marconi e Rocha 2012 Diante desses fatores a análise da desindustrialização no Brasil nos últimos anos é crucial para entender se o país está passando por um processo natural de evolução econômica ou se está enfrentando uma desindustrialização precoce com impactos negativos em sua estrutura produtiva e competitividade internacional 22 Desindustrialização Positiva ou Natural x Desindustrialização Negativa ou Precoce Nas economias desenvolvidas a desindustrialização foi vista como um processo natural de evolução econômica Esse fenômeno começou nas décadas de 1960 e 1970 quando os países atingiram um nível elevado de renda per capita Segundo Silva 2012 a transição da indústria para o setor de serviços foi explicada pela elasticidaderenda da demanda conforme a renda aumentava a demanda por produtos industriais inicialmente crescia mas ao alcançar um certo nível de renda per capita o foco da demanda mudava para os serviços Rowthorn 1994 observou que o emprego industrial seguia um padrão de U invertido ele aumentava durante o desenvolvimento econômico até atingir um ponto de inflexão após o qual o emprego na indústria começava a diminuir Essa redução 13 do emprego industrial era vista como um sinal de progresso econômico uma vez que o país passava para uma fase pósindustrial Tregenna 2009 acrescentou a essa análise que a desindustrialização também envolvia a perda de valor adicionado pela indústria em relação ao PIB não apenas a redução no emprego Em países desenvolvidos a desindustrialização ocorreu em grande parte devido ao aumento da produtividade do trabalho impulsionada por avanços tecnológicos Rodrik 2015 apontou que nesses países a indústria conseguiu estabilizar sua produção e manter sua competitividade internacional mesmo com a diminuição do emprego industrial Isso levou à chamada desindustrialização normal ou positiva Cano 2018 na qual o setor industrial continuou a crescer impulsionado por investimentos em ciência e tecnologia CT e por ganhos de produtividade Por outro lado a desindustrialização precoce foi vista como um problema que afetava economias em desenvolvimento Palma 2005 e Rodrik 2015 argumentaram que nesses países o processo de desindustrialização ocorria antes que a indústria tivesse a oportunidade de se consolidar e atingir um nível de maturidade necessário para sustentar o crescimento econômico Em vez de uma transição natural para o setor de serviços como nas economias avançadas essas economias experimentaram uma perda prematura de indústrias resultando em uma economia excessivamente dependente de commodities e de setores de baixa tecnologia A liberalização econômica dos anos 1990 também contribuiu para a desindustrialização precoce em muitos países da América Latina incluindo o Brasil Segundo Palma 2005 a abertura comercial e financeira levou esses países de volta a um modelo baseado em vantagens comparativas especialmente no setor de recursos naturais Isso impediu o desenvolvimento de um setor industrial mais sofisticado e competitivo 23 Causas e Consequências A desindustrialização é um fenômeno que se refere à redução da participação da indústria na economia tanto em termos de produção quanto de emprego Esse 14 processo pode ser causado por uma série de fatores interconectados que variam de mudanças estruturais na economia a políticas macroeconômicas A seguir discutimos algumas das principais causas mantendo as referências pertinentes à literatura 1 Ilusão Estatística Um dos aspectos frequentemente discutidos é a ilusão estatística onde a realocação de empregos da indústria para o setor de serviços é contabilizada de maneira a dar a impressão de que o emprego industrial está em crescimento Isso acontece porque muitas atividades que antes eram realizadas por indústrias são agora terceirizadas para empresas especializadas no setor terciário Assim embora o emprego total possa permanecer estável a contabilização pode mascarar uma verdadeira desindustrialização Rowthorn 1997 1999 Rowthorn Ramaswamy 1999 Bonelli 2005 Palma 2007 2 Elasticidade da Demanda A elasticidade da demanda por produtos industriais tende a diminuir à medida que a renda per capita aumenta Isso resulta em uma perda de participação relativa da indústria no PIB em favor de setores como o de serviços Essa dinâmica é respaldada pela teoria de Clark 1957 e confirmada em estudos subsequentes Rowthorn 1997 1999 Rowthorn Ramaswamy 1999 Dasgupta Singh 2006 Palma 2007 3 Produtividade Outro fator importante é a produtividade A indústria geralmente apresenta uma produtividade maior em comparação com outros setores Isso pode levar a uma queda nos preços dos produtos industriais em relação aos não industriais diminuindo sua participação no PIB Rowthorn 1997 1999 Rowthorn Coutts 2004 Dasgupta Singh 2006 Palma 2007 Bonelli Pessoa 2010 4 Nova Divisão Internacional do Trabalho A nova divisão internacional do trabalho é caracterizada pela competitividade crescente de produtos de países em desenvolvimento muitas vezes 15 devido à mão de obra mais barata Essa dinâmica resulta em uma maior exportação de produtos desses países reduzindo o emprego industrial nos países desenvolvidos Rowthorn 1997 1999 Rowthorn Ramaswamy 1999 Bonelli 2005 Palma 2007 5 Investimento A relação entre investimento e a participação da indústria no PIB é clara quanto maior o nível de investimento maior será a participação da indústria Portanto a falta de investimento pode levar à desindustrialização A taxa de juros que possui uma relação inversa com o investimento também afeta indiretamente esse fenômeno Medeiros 2012 6 Doença Holandesa A doença holandesa referese aos efeitos prejudiciais que o aumento das exportações de recursos naturais pode ter sobre a indústria levando à valorização da moeda e à redução da competitividade industrial BresserPereira 2008 Frankel 2010 Contudo a discussão contemporânea sugere que essa situação pode ser evitada através de políticas que promovam a industrialização e mudanças estruturais na economia evitando a maldição dos recursos naturais Medeiros 2012 7 Questões Macroeconômicas Por fim questões macroeconômicas e políticas públicas têm um papel crucial na desindustrialização Mudanças nas taxas de juros e políticas fiscais podem influenciar diretamente o nível de investimento na indústria afetando sua participação na economia Medeiros 2012 A desindustrialização pode ocorrer mesmo em um contexto de crescimento absoluto da indústria contanto que a sua participação no total do PIB e do emprego cresça a uma taxa menor do que os setores não industriais Em economias em desenvolvimento essa desindustrialização é preocupante pois pode resultar em uma maior informalidade e baixa produtividade em setores chave Dasgupta Singh 2006 16 É fundamental que as políticas econômicas sejam estruturadas de forma a mitigar os efeitos negativos da desindustrialização e promover um crescimento econômico sustentável e inclusivo 17 3 A DESINDUSTRIALIZAÇÃO AO REDOR DO MUNDO Nos países desenvolvidos a desindustrialização é frequentemente explicada por fatores internos e externos Internamente destacase o crescimento da produtividade industrial em comparação com outros setores Rowthorn e Coutts 2004 Externamente o fenômeno está ligado ao processo de globalização e à internacionalização das empresas Singh 1977 Saeger 1997 Alderson 1999 Mesmo que ocorra a redução do grau de industrialização a dinâmica industrial continua presente especialmente pela integração da manufatura com o setor de serviços Um exemplo disso é a desindustrialização positiva que permite o crescimento da renda per capita a longo prazo Cano 2014 Potências industriais como Estados Unidos Alemanha China Coreia do Sul Itália Canadá e Taiwan mantêm a participação de bens de capital entre 30 e 40 Sampaio 2015 enquanto aproximadamente dois terços dos empregos no setor de serviços estão ligados à manufatura Rowthorn 1999 Entre 1970 e 2010 pouca mudança ocorreu entre as principais economias manufatureiras com países como Estados Unidos Japão Alemanha Itália Reino Unido e França liderando o setor Oliveira 2003 No entanto países asiáticos como China e Coreia do Sul emergiram como grandes potências industriais na segunda metade do século XX Sampaio 2015 Oliveira 2006 Nos países em desenvolvimento a literatura internacional atribui a desindustrialização a políticas econômicas adotadas desde os anos 1990 conhecidas como Consenso de Washington Essas políticas incluem a abertura comercial e financeira e a redução da intervenção estatal na economia Como resultado houve uma mudança qualitativa na estrutura produtiva com maior ênfase em recursos naturais e limitações ao crescimento de longo prazo Palma 2005 Shafaeddin 2005 Países como Brasil e Argentina experimentaram a reversão dos ganhos de industrialização e crescimento alcançados em décadas anteriores enquanto o México se destacou como uma economia com baixa integração produtiva e com atividades de baixo conteúdo tecnológico Por outro lado países asiáticos de primeira e segunda geração como China Coreia do Sul e Tailândia conseguiram 18 manter o crescimento industrial tornandose potências exportadoras de manufaturados Unctad 2003 Esses estudos internacionais indicam que tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento a desindustrialização é um subproduto do modelo neoliberal Nos países desenvolvidos o processo está ligado à liderança nas transformações econômicas globais enquanto nos países subdesenvolvidos ocorre de forma passiva Em ambos os casos a desindustrialização envolve uma crescente dependência do setor de serviços embora com diferenças substanciais entre os tipos de serviços oferecidos Akyuz 2005 Nos países em desenvolvimento há uma predominância de serviços de baixo valor agregado com maior heterogeneidade produtiva A concentração de capital nas economias desenvolvidas é um fator relevante no debate sobre desindustrialização Vitali Glattfelder e Battiston 2011 demonstraram que um pequeno grupo de 147 corporações controla aproximadamente 40 das empresas transnacionais com 75 dessas corporações sendo instituições financeiras A maior parte dessas empresas está sediada nos Estados Unidos União Europeia e Japão o que reflete a centralização do capital no capitalismo contemporâneo No caso do Brasil a desindustrialização aumentou a dependência e a vulnerabilidade externa com a crescente participação de empresas estrangeiras no mercado local O país passou a atuar como uma plataforma para o capital financeiro exportando recursos naturais e atendendo à demanda de um grande mercado consumidor Sampaio 2015 Este processo também reflete uma perda de autonomia econômica e a adoção de políticas neoliberais que reprimiram a capacidade de desenvolvimento industrial sustentável Antes dos anos 2000 o tema da desindustrialização no Brasil era discutido de forma dispersa Porém a partir da publicação da Unctad 2003 o tema passou a ser tratado com mais profundidade Estudos posteriores como os de Bonelli 2005 e Nassif 2006 ajudaram a ampliar o debate sobre a desindustrialização e as variações no grau de industrialização no Brasil Um marco importante nesse processo foi a crise de 2008 que aprofundou a degradação da indústria de transformação no país consolidando a visão de que o Brasil estava de fato passando por um processo de desindustrialização 19 As abordagens sobre a desindustrialização no Brasil podem ser classificadas em quatro grupos ortodoxos novosdesenvolvimentistas neoschumpeterianos e históricoestruturalistas Autores ortodoxos como Bacha e De Bolle 2013 argumentam que a desindustrialização no Brasil não é grave sugerindo que o país deve adotar mais abertura comercial e reformas no Estado Os novos desenvolvimentistas como BresserPereira 2008 2013 defendem a desvalorização da moeda e a neutralização da doença holandesa como formas de retomar o crescimento industrial Neoschumpeterianos por sua vez enfatizam a importância de políticas industriais ativas e inovação Laplane 2006 Comin 2009 Já a abordagem históricoestrutural baseada nos trabalhos de Furtado 1974 e Cano 2007 critica a inserção passiva do Brasil na globalização e o abandono de políticas industriais após o Plano Real Macedo 2010 Sampaio 2015 Essas diferentes interpretações destacam as várias causas da desindustrialização suas implicações para o desenvolvimento econômico e as possíveis estratégias para a reindustrialização do Brasil 20 4 DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL O fenômeno da desindustrialização no Brasil foi amplamente debatido entre economistas especialmente no que se referia à chamada desindustrialização precoce que segundo alguns estudiosos teria começado na década de 1980 Autores como Palma 2007 Loures Oreiro e Passos 2006 BresserPereira 2008 e Cano 2012 argumentaram que o processo foi impulsionado por políticas de abertura comercial e financeira valorização dos termos de troca altas taxas de juros e apreciação cambial Esses fatores de acordo com essa linha crítica comprometeram a competitividade da indústria de transformação e aceleraram a sua diminuição na economia nacional Esses autores sustentavam que o Brasil ao adotar políticas neoliberais e abrir sua economia ao comércio internacional de maneira rápida e sem uma estratégia robusta de proteção à indústria nacional passou por um processo de desindustrialização precoce A principal tese era que a indústria brasileira perdeu espaço para a importação de produtos industriais mais baratos o que resultou em queda da produção interna e aumento da dependência de commodities No entanto uma corrente contrária a essa perspectiva composta por economistas que viam o processo de outra forma afirmava que o que ocorria no Brasil não era desindustrialização mas sim uma modernização dos parques industriais Autores como Nakahodo e Jank 2006 Nassif 2008 Schwartzman 2009 e Bonelli e Pessoa 2010 defendiam que a valorização cambial ao permitir a importação de máquinas e equipamentos modernos ajudou a elevar a eficiência e a produtividade da indústria Para essa corrente a redução relativa da participação da indústria no PIB e o crescimento do setor de serviços foram considerados parte natural do desenvolvimento econômico brasileiro Eles atribuíram a desaceleração industrial ao aumento dos custos de produção especialmente da mão de obra e à transição para uma economia mais orientada ao setor terciário Nassif 2008 por exemplo refutava a ideia de desindustrialização argumentando que não houve uma realocação significativa de recursos produtivos para setores menos intensivos em tecnologia Segundo sua análise a participação do setor de commodities na economia aumentou de 4626 em 1994 para 4979 21 em 2004 enquanto o setor de maior nível tecnológico teve uma leve queda de 5372 em 1996 para 5015 em 2004 Para Nassif essas variações não eram suficientes para caracterizar um processo de desindustrialização No entanto Oreiro e Feijó 2010 questionaram essa interpretação alegando que Nassif confundia desindustrialização com Doença Holandesa Eles explicavam que a desindustrialização poderia ocorrer independentemente da Doença Holandesa e que o Brasil poderia estar vivenciando ambos os fenômenos O processo de desindustrialização no Brasil é frequentemente classificado como uma desindustrialização precoce e nociva Cano 2011 e pode ser atribuído a quatro fatores principais O primeiro deles é o prevalecimento da política cambial O regime de câmbio fixo instaurado pelo Plano Real em 1994 resultou na perda de competitividade da indústria brasileira em relação a outros países A valorização da moeda brasileira em relação ao dólar encareceu os produtos nacionais no mercado externo dificultando as exportações e favorecendo as importações que se tornaram mais acessíveis Cano 2010 Outro fator relevante é a abertura comercial que teve início em 1990 e resultou na diminuição das barreiras de proteção sobre as importações Essa liberalização associada à queda das tarifas e à falta de mecanismos de proteção expôs a indústria brasileira à concorrência externa tornando mais difícil sua adaptação e crescimento Com o real valorizado os produtos importados passaram a ser mais competitivos prejudicando a indústria nacional Cano 2010 A Doença Holandesa referiase ao impacto da valorização cambial gerada pela descoberta de recursos naturais o que desestimulava a indústria de transformação Segundo BresserPereira e Marconi 2008 esse fenômeno teria ocorrido no Brasil com o aumento das exportações de commodities desde os anos 1990 Entre 1992 e 2007 o superávit comercial de commodities subiu de US 11 bilhões para US 46 bilhões enquanto o superávit da indústria de transformação aumentou mais lentamente de US 4 bilhões para US 97 bilhões Ao mesmo tempo o setor de alta tecnologia apresentou um déficit crescente passando de US 700 mil para US 20 milhões Esses autores sugeriram que o aumento da participação das commodities na pauta exportadora combinado com a perda de relevância da indústria de transformação poderia ser um indicativo de que a desindustrialização no Brasil estava relacionada à Doença Holandesa 22 Conforme Sampaio 2015 o relatório da UNCTAD 2003 já sinalizava a diminuição da participação da indústria de transformação no valor agregado nacional desde os anos 2000 Essa tendência é observada em vários estudos que identificam uma redução do emprego e do valor adicionado na indústria especialmente em segmentos tecnologicamente mais sofisticados Lamonica e Feijó 2007 Marconi e Barbi 2010 entre outros Contudo existem controvérsias sobre a natureza desse processo Nassif 2008 questiona a desindustrialização argumentando que não há uma perda duradoura e generalizada na participação industrial Oreiro e Feijó 2010 propõem que essa desindustrialização é na verdade uma transformação estrutural movendose para setores menos intensivos em tecnologia A valorização do real e as políticas macroeconômicas são frequentemente citadas como fatores que contribuem para essa dinâmica inibindo a competitividade da indústria nacional frente a produtos importados Marconi e Rocha 2011 Cano 2012 Entre 2003 e 2008 o Brasil viveu um período de crescimento econômico mas a crise do subprime em 2008 provocou desaceleração Historicamente a dependência do Brasil em relação a importações para financiamento e insumos tem limitado a autonomia do setor industrial evidenciando uma falta de inovação e capacidade de se autosustentar Arend e Fonseca 2012 Hartmann et al 2020 A partir dos anos 2000 a queda nas exportações de produtos manufaturados se tornou notável enquanto as importações aumentaram refletindo uma reprimarização da pauta exportadora Oreiro e Feijó 2010 Silva 2014 Essa dinâmica é caracterizada pela predominância de atividades com baixa produtividade e valor agregado enquanto o Brasil continua a importar tecnologia e componentes Morceiro e Guilhoto 2019 A alta taxa de juros no Brasil é o terceiro fator a ser considerado Com a taxa de lucro da indústria frequentemente contida os empresários tendem a investir apenas quando necessário principalmente diante de taxas de juros elevadas Essa situação impacta negativamente os níveis de investimento deixando a indústria vulnerável e obsoleta em termos de progresso técnico e produtividade Cano 2010 Por último o investimento direto estrangeiro é uma variável de suma importância Embora o Brasil tenha atraído fluxos de capital significativos muitas vezes o foco está apenas no volume total sem considerar que uma parte substancial desses 23 investimentos vai para a especulação financeira e não para o desenvolvimento industrial Cano 2010 A análise de Oreiro e Feijó 2010 revela que entre 1996 e 2008 o crescimento da indústria superou o do PIB em apenas três anos evidenciando uma perda de dinâmica significativa Desde 2004 a participação da indústria no PIB apresentou uma queda embora as taxas de crescimento tenham sido satisfatórias entre 2005 e 2010 impulsionadas pelo boom das commodities Esse fenômeno descrito como doença holandesa foi exacerbado pela valorização do real em um contexto de alta demanda global por recursos naturais especialmente da China BresserPereira 2019 Sarti e Hiratuka 2010 discutem como a indústria brasileira se relaciona com a reorganização das corporações globais Enquanto países como China e os do Leste Asiático conseguiram capitalizar essas oportunidades o Brasil não se beneficiou da mesma forma No entanto não se pode afirmar que a desindustrialização no Brasil seja irreversível A estrutura industrial do país com sua complexidade e capacidade de encadeamentos produtivos mantém uma posição relativamente sólida em comparação a outras economias latinoamericanas como México e Argentina Sarti e Hiratuka 2010 Analisando o Valor Adicionado Bruto VAB por setor notase que a agropecuária oscilou entre 2002 e 2021 mas terminou com uma participação de 77 em 2021 A indústria extrativa por sua vez teve um aumento de participação alcançando 551 em 2021 impulsionada pela demanda global por recursos naturais Lino Britto Nascimento 2021 A indústria de transformação apresentou uma trajetória instável com uma participação de 123 em 2013 e nunca mais alcançou os altos níveis de 2004 Ribeiro Cardozo Martins 2021 Em contrapartida o setor de serviços mostrou um crescimento consistente passando de 672 do VAB total em 2002 para 733 em 2019 Essa expansão reflete a abrangência do setor e sua interconexão com outras atividades econômicas destacando sua importância no contexto econômico brasileiro FEE 2016 A falta de uma política industrial eficaz e a incapacidade de se adaptar às novas demandas tecnológicas da Indústria 40 acentuam a desindustrialização prematura e a estagnação do setor produtivo Vieira et al 2020 Países que 24 investiram em tecnologias avançadas e políticas industriais bem direcionadas como a Coreia do Sul e a Finlândia contrastam com a situação brasileira que se vê em um ciclo de perda de competitividade e qualidade industrial Oreiro e Feijó 2010 também destacaram as dificuldades de medir o processo de desindustrialização no Brasil principalmente devido às mudanças metodológicas introduzidas pelo IBGE a partir de 2007 no cálculo do PIB Isso impossibilitou comparações precisas entre períodos anteriores e posteriores a 1995 levando alguns autores a questionarem se o Brasil de fato passou por um processo de desindustrialização Entretanto os dados indicaram que entre 1999 e 2004 houve uma recuperação parcial da indústria manufatureira o que alguns economistas interpretaram como um indício de reindustrialização do país Diante desse cenário a desindustrialização do Brasil embora complexa não é um destino inevitável As interações entre políticas econômicas condições externas e a estrutura da indústria nacional são fundamentais para entender esse fenômeno Enquanto alguns setores enfrentam desafios significativos outros podem ainda ter potencial para crescimento e inovação dependendo das escolhas políticas e econômicas que forem feitas no futuro 41 O governo de Luiz Inácio Lula da Silva Conforme Gremaud Toneto e Vasconcellos 2017 o governo FHC terminou com instabilidade econômica aceleração da inflação e câmbio desfavorável onde as elevações nas taxas de juros para combater a inflação alteraram a dívida pública Nesse cenário os autores mencionam que a redução de entrada de capitais gerou mudanças nas variáveis inflação e taxa de câmbio e aumentou o desemprego O novo governo teve várias demandas entre elas estabilizar a economia reverter a tendência de crescimento da dívida pública e buscar o crescimento econômico Para Giambiagi et al 2016 o desempenho da economia brasileira a partir de 2003 foi influenciado pela evolução da economia internacional pela continuidade do regime de metas da inflação iniciado em 1999 e pela manutenção da taxa de câmbio O comportamento favorável da taxa de câmbio e a rígida política monetária adotada pelo Banco Central ocasionaram a queda da inflação em 12 meses fechando 2003 em 93 pouco acima da meta de 85 25 Conforme os autores mencionam a taxa de juros real média medida pela Selic foi semelhante à do segundo governo FHC Entre os anos de 19951998 a taxa Selic foi de 22 aa caindo para 10 aa no período 19992002 e subindo para 13 aa em 2003 com queda para 8 em 2004 A partir de 2003 observouse uma expansão na oferta de crédito no país reduções nas taxas de juros e ampliações de prazos o que possibilitou o aumento na venda de eletrodomésticos veículos e outros bens de maior valor Segundo Gremaud Toneto e Vasconcellos 2017 essas medidas voltadas ao crédito estimularam o aumento do consumo das famílias em razão das transferências de renda por meio de programas assistenciais ampliação do mercado de trabalho aumentos no saláriomínimo e expansão do crédito para pessoas físicas e de menores rendimentos Essa expansão elevou o número de famílias com poder de compra diversificando seu padrão de consumo A massificação dos bens duráveis ampliação do transporte privado e aumento dos gastos em serviços em todas as faixas de renda expressam essas transformações Gremaud Toneto e Vasconcellos 2017 Medeiros 2015 Gremaud Toneto e Vasconcellos 2017 mencionam que em 2007 a inflação estava sob controle e os indicadores fiscais apresentavam melhora o que facilitou a atuação do governo enquanto a economia mundial apresentava elevadas taxas de crescimento Nesse período no início do segundo mandato a retomada do crescimento tornouse o objetivo por meio do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento PAC e da redefinição da política industrial Além do PAC o governo lançou o Programa de Desenvolvimento Produtivo PDP que incluiu metas para setores estratégicos para expandir a liderança e fortalecer a competitividade da indústria brasileira Através desses programas o governo expôs que o crescimento dependia da recuperação do investimento em infraestrutura e de setores econômicos com foco em inovação e ganhos de produtividade tendo como consequência a estabilidade econômica Gremaud Toneto e Vasconcellos 2017 No setor industrial houve avanço em setores de bens de capital eletrônicos automóveis informática e equipamentos de escritório com a expansão do crédito e a retomada do investimento sendo fatores importantes Conforme Curado 2011 26 após o impacto da crise de 2008 a economia brasileira retomou o crescimento em 2010 favorecida pela ampliação do mercado consumidor e melhorias na distribuição de renda ligadas às políticas públicas implementadas no período De acordo com Giambiagi et al 2016 o otimismo com a evolução da economia elevou a demanda por emprego e a taxa de desemprego que era de 12 em 2002 passou para 7 em 2010 Essa queda do desemprego pressionou a inflação e para combater essa aceleração inflacionária o Banco Central aumentou a taxa Selic em 2010 além de restringir a expansão de crédito para reduzir a dependência de aumento das taxas de juros no controle da demanda Gremaud Toneto e Vasconcellos 2017 Apesar da ampliação da taxa de crescimento no segundo mandato do governo Lula o país continuou buscando uma trajetória de desenvolvimento sustentável ainda dependente de maiores taxas de investimento e ganhos de produtividade 42 A Política Econômica nos Governos Dilma Rousseff A política econômica implementada nos governos de Dilma Rousseff entre 2011 e 2016 pode ser dividida em dois períodos distintos O primeiro governo 2011 2014 foi caracterizado por uma tentativa de manter o crescimento econômico herdado do governo Lula promovendo uma política de estímulo ao desenvolvimento industrial e ao aumento dos gastos públicos Por outro lado o segundo mandato iniciado em 2015 foi marcado por uma guinada em direção à austeridade fiscal adotando medidas de contração da demanda doméstica e de ajuste econômico No primeiro mandato Dilma lançou a chamada nova matriz econômica que abandonava o tripé macroeconômico adotado desde 1999 composto por metas de inflação câmbio flutuante e superávit fiscal A nova política baseavase em quatro pilares principais uma política monetária expansionista com a redução dos juros desvalorização da moeda para aumentar a competitividade das exportações controle dos preços de energia e combustíveis e um programa de desoneração tributária O governo utilizou bancos públicos para reduzir o spread bancário e expandiu o crédito do BNDES o que por um tempo incentivou o crescimento do 27 setor produtivo No entanto como aponta Arnóbio Cavalcanti 2024 os efeitos a longo prazo não foram sustentáveis A economia brasileira entrou em recessão em 2014 com uma queda no PIB de apenas 05 o que culminou na grande recessão de 20152016 quando o PIB retraiuse em 35 e 33 respectivamente De acordo com Cavalcanti 2024 a crise foi exacerbada por fatores internos e externos Internamente a nova matriz econômica esgotouse com a redução artificial da taxa de juros o aumento dos gastos públicos e as intervenções nos preços de energia e combustível resultando em queda de produtividade e aumento da dívida pública Externamente o fim do ciclo de alta das commodities e o desaquecimento da economia global contribuíram para a perda de dinamismo da economia brasileira A tentativa de Dilma de implementar um ajuste fiscal liberal no segundo mandato cortando gastos públicos em mais de R 70 bilhões e atingindo áreas como educação e saúde não surtiu o efeito esperado O aumento do desemprego e a queda dos investimentos resultaram em uma crise econômica profunda com impactos diretos sobre a população e sobre o próprio governo que culminou no processo de impeachment em 2016 O uso das chamadas pedaladas fiscais que violaram a Lei de Responsabilidade Fiscal foi o argumento jurídico central para a destituição de Dilma do cargo Cavalcanti 2024 Portanto a recessão enfrentada no final do governo Dilma foi o resultado de uma combinação de fatores A adoção de políticas econômicas equivocadas o esgotamento da nova matriz econômica e o contexto internacional desfavorável contribuíram para a maior crise econômica desde a década de 1930 Ainda que o impeachment tenha sido um processo político a instabilidade econômica e a recessão certamente desempenharam um papel crucial no desenrolar dos acontecimentos 43 A atual situação no Brasil O programa Nova Indústria Brasil recentemente lançado pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria Comércio e Serviços tem sido alvo de críticas e questionamentos especialmente por economistas de vertente liberal Alguns 28 enxergam nessa iniciativa uma tentativa de retomar antigas práticas de desenvolvimento econômico e industrial que em governos anteriores não trouxeram os resultados esperados Como aponta José Eduardo Campos Faria professor da Faculdade de Direito da USP o ceticismo em relação ao programa está relacionado à falta de clareza em torno de suas diretrizes e objetivos bem como à eficácia das medidas propostas Faria 2024 Uma questão central levantada é a contínua queda da participação do setor industrial no Produto Interno Bruto PIB do Brasil que passou de 30 no início da década de 1980 para apenas 10 atualmente Faria 2024 Esse processo de desindustrialização é preocupante uma vez que afeta diretamente a competitividade do país no cenário global O autor ressalta que o sucesso do Nova Indústria Brasil dependerá de uma coordenação eficiente por parte do governo com uma definição clara de prioridades e metas algo que segundo ele faltou em programas anteriores como o 2º Plano Nacional de Desenvolvimento PND lançado pelo governo Geisel na década de 1970 e nas políticas industriais dos governos de Lula e Dilma Faria 2024 Outro ponto de destaque é a forma como serão escolhidos os setores e grupos empresariais que receberão benefícios como subsídios e créditos tributários Faria 2024 alerta que decisões equivocadas baseadas em pressões de grupos de interesse ou em critérios técnicos frágeis podem resultar em mais problemas do que soluções contribuindo para a reprimarização da economia brasileira e para a redução da competitividade industrial Além disso Faria 2024 explora as dificuldades enfrentadas por países como o Brasil de renda média e com baixa produtividade ao tentar implementar políticas industriais em um contexto de economia globalizada Ele questiona se a estratégia de uma política industrial ativa adotada pelo governo atual é viável diante das rápidas transformações tecnológicas e da crescente autonomia das redes econômicas globais Em síntese o texto de Faria 2024 aponta que o programa Nova Indústria Brasil tem potencial mas também enfrenta desafios significativos O sucesso dependerá de como o governo coordenará suas ações estabelecendo prioridades claras e evitando os erros do passado Ainda que o programa possa parecer em alguns aspectos uma reedição de antigas políticas há uma possibilidade de 29 inovação e de criação de novos ecossistemas produtivos que podem contribuir para o desenvolvimento do país e para a recuperação do setor industrial Portanto é fundamental que o governo adote uma abordagem técnica embasada em critérios sólidos para garantir que o Nova Indústria Brasil atinja seus objetivos e promova um crescimento industrial sustentável 30 5 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS Neste trabalho foram adotados procedimentos metodológicos que envolvem uma abordagem qualitativa e descritiva centrandose na análise de documentos e na revisão da literatura relacionada à desindustrialização no Brasil A primeira etapa consistiu na revisão da literatura existente onde foi realizada uma busca abrangente de textos acadêmicos relatórios de organizações internacionais e estudos de caso que discutem as causas e efeitos da desindustrialização no contexto brasileiro O objetivo foi entender as diferentes perspectivas sobre o fenômeno e identificar as principais teorias em debate Durante essa fase foram consultados autores renomados que contribuíram significativamente para a discussão permitindo uma visão crítica e fundamentada sobre a temática A análise documental foi a segunda etapa do processo na qual foram coletados e examinados documentos relevantes como relatórios de políticas públicas dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE e publicações do Ministério da Economia Essa análise proporcionou um panorama detalhado das políticas econômicas implementadas ao longo das últimas décadas e de como essas medidas impactaram o setor industrial Os dados estatísticos disponíveis ajudaram a embasar a discussão sobre a evolução da participação da indústria no PIB e as tendências observadas na economia brasileira Além disso foi realizado um levantamento bibliográfico que envolveu a seleção criteriosa de livros e artigos científicos sobre desindustrialização Esse levantamento buscou compilar informações sobre os principais debates e teorias existentes na literatura possibilitando uma análise mais robusta e contextualizada do fenômeno Através da pesquisa foram identificadas as principais obras que abordam a desindustrialização precoce e as consequências das políticas econômicas proporcionando um embasamento teórico sólido para a pesquisa As principais plataformas de pesquisa utilizadas durante esse processo incluíram Google Scholar Scielo JSTOR IBGE e UNCTAD O Google Scholar foi fundamental para acessar artigos acadêmicos e publicações científicas enquanto o Scielo e o JSTOR ofereceram acesso a periódicos acadêmicos e livros relevantes Os dados do IBGE forneceram informações estatísticas essenciais sobre a 31 economia brasileira e os relatórios da UNCTAD foram cruciais para entender o comércio e o desenvolvimento econômico no contexto global Para guiar as pesquisas foram definidas palavraschave específicas que incluíram desindustrialização indústria brasileira política econômica Doença Holandesa modernização industrial competitividade setor de serviços PIB Produto Interno Bruto abertura comercial e taxa de juros Essas palavraschave permitiram uma busca mais direcionada e eficaz garantindo que as fontes consultadas fossem pertinentes e relevantes para a temática em questão Em resumo o compromisso com a utilização de dados atuais e fontes confiáveis ao longo do trabalho assegurou que as conclusões apresentadas fossem fundamentadas em evidências concretas e pertinentes ao contexto econômico brasileiro Esse enfoque metodológico possibilitou uma compreensão mais aprofundada da desindustrialização e das potencialidades para um futuro desenvolvimento industrial no país 32 6 RESULTADOS Os resultados deste trabalho proporcionam uma compreensão detalhada do fenômeno da desindustrialização no Brasil identificando suas origens impactos e as direções que podem ser seguidas para a reindustrialização A análise realizada abrangeu um extenso levantamento bibliográfico e pesquisa documental permitindo uma visão abrangente e crítica sobre as mudanças que afetaram o setor industrial brasileiro nas últimas décadas Um dos principais achados da pesquisa foi a identificação das causas multifacetadas da desindustrialização que começou a se acentuar na década de 1980 Fatores como a liberalização econômica a abertura de mercado e a política cambial foram cruciais nesse processo A abertura comercial promovida na década de 1990 em particular expôs a indústria brasileira a uma concorrência internacional acirrada resultando na diminuição da participação da indústria no Produto Interno Bruto PIB que passou de cerca de 30 no início da década de 1980 para aproximadamente 10 atualmente Adicionalmente a valorização do câmbio especialmente em períodos de alta nos preços das commodities levou à Doença Holandesa onde a crescente dependência da exportação de produtos primários desestimulou a competitividade da indústria de transformação Os dados analisados indicaram que entre 2000 e 2021 o setor de serviços experimentou um crescimento robusto ampliando sua participação no VAB enquanto a indústria de transformação enfrentou um declínio persistente refletindo uma mudança estrutural na economia Os impactos da desindustrialização no Brasil não se restringem apenas à economia mas também têm consequências significativas para o mercado de trabalho e a sociedade como um todo O setor industrial tradicionalmente é uma fonte de empregos mais qualificados e melhor remunerados À medida que a indústria foi perdendo espaço houve uma queda na qualidade dos empregos disponíveis com um aumento na informalidade e a precarização do trabalho no setor de serviços A pesquisa também revelou uma correlação entre a desindustrialização e a crescente desigualdade social A diminuição de empregos industriais e o aumento da 33 concentração de renda nos setores de serviços mais baixos contribuem para um cenário de desigualdade que pode ter efeitos de longo prazo no desenvolvimento social e econômico do país Outro aspecto crucial abordado no trabalho foi a análise das políticas públicas e do papel do Estado na reversão desse processo Os esforços para revitalizar a indústria frequentemente foram desarticulados e pontuais carecendo de uma visão estratégica e de longo prazo Programas como o PAC e o Nova Indústria Brasil embora apresentem algumas iniciativas promissoras muitas vezes falharam em criar um ambiente de negócios que favorecesse a inovação e o investimento industrial Os resultados indicam que para uma reindustrialização bemsucedida é fundamental que as políticas públicas sejam integradas e que incluam investimentos robustos em educação pesquisa e desenvolvimento além de infraestrutura O fortalecimento das instituições que regulam e promovem a indústria também é essencial para criar um ambiente que favoreça o crescimento e a modernização Os achados deste trabalho destacam a necessidade de uma abordagem inovadora para a reindustrialização É imperativo que o Brasil adote estratégias que vão além da mera recuperação da indústria de transformação promovendo uma nova era de inovação tecnológica e modernização A transição para uma economia digital e a incorporação de tecnologias emergentes como a Indústria 40 são fundamentais para reposicionar o Brasil no cenário global Além disso é necessário fomentar uma cultura de inovação que envolva a colaboração entre o setor público as universidades e as empresas A criação de ecossistemas produtivos que integrem diferentes setores pode impulsionar a competitividade e promover o desenvolvimento de novos produtos e processos Em síntese os resultados deste trabalho revelam que a desindustrialização no Brasil é um fenômeno complexo resultado de uma combinação de fatores estruturais econômicos e sociais O futuro da indústria brasileira depende da capacidade de adotar uma abordagem integrada que considere as necessidades do mercado interno e as pressões globais A recuperação e a modernização da base industrial são essenciais para garantir um crescimento econômico sustentável e inclusivo Para que o Brasil possa se reerguer como uma potência industrial será necessário implementar políticas eficazes e inovadoras que respondam aos desafios 34 contemporâneos e que promovam um desenvolvimento equilibrado em todas as esferas da sociedade 35 7 DISCUSSÃO Um ponto central da pesquisa é a relação entre desindustrialização e políticas econômicas As escolhas feitas ao longo das décadas especialmente em relação à abertura de mercados e à política cambial impactaram a competitividade da indústria nacional A priorização de setores como o agronegócio em detrimento da indústria resultou em um modelo de desenvolvimento que embora tenha trazido crescimento em alguns períodos falhou em garantir uma base industrial sólida e diversificada Isso aponta para a necessidade de uma revisão crítica das políticas priorizando um ambiente que favoreça o crescimento industrial e a inovação Os impactos sociais da desindustrialização também merecem destaque A redução da capacidade da indústria de gerar empregos de qualidade levou ao aumento da informalidade e à precarização do trabalho A transformação da economia brasileira para um modelo mais dependente de serviços de baixa remuneração intensificou a desigualdade social Para enfrentar esses desafios é crucial implementar políticas que promovam a qualificação da mão de obra e o acesso a empregos mais qualificados com foco em educação e formação profissional A reindustrialização surge como um desafio estratégico O Brasil precisa adotar uma abordagem integrada que considere suas especificidades e as demandas globais Essa reindustrialização deve ir além da recuperação da atividade industrial anterior buscando uma transformação que inclua novas tecnologias e paradigmas de produção A implementação de tecnologias emergentes como automação e inteligência artificial pode revitalizar a indústria mas isso requer um compromisso entre governo empresas e instituições de pesquisa Parcerias e ecossistemas de inovação serão essenciais para garantir a competitividade da indústria brasileira Por fim a sustentabilidade é um tema central na reindustrialização O futuro da indústria deve considerar não apenas a eficiência econômica mas também o impacto ambiental das atividades produtivas A transição para uma economia de baixo carbono e a adoção de práticas sustentáveis devem estar integradas nas estratégias de desenvolvimento industrial Isso pode criar novas oportunidades de 36 emprego e inovação contribuindo para o bemestar social Políticas públicas que incentivem a eficiência no uso de recursos e a redução de resíduos são fundamentais para alinhar o desenvolvimento industrial às demandas contemporâneas Em resumo a discussão sobre desindustrialização e reindustrialização no Brasil evidencia a necessidade de uma abordagem multidimensional que aborde questões econômicas sociais e ambientais O país enfrenta um desafio complexo mas com políticas públicas adequadas e um compromisso coletivo entre todos os setores da sociedade é possível vislumbrar um futuro em que a indústria se recupere e se reinvente promovendo um crescimento sustentável e inclusivo para todos os brasileiros 37 CONCLUSÃO A análise da desindustrialização no Brasil revela um fenômeno multifacetado que transcende as esferas econômicas e toca aspectos sociais e ambientais cruciais A partir dos dados levantados e discutidos fica claro que a desindustrialização não é apenas um reflexo de decisões políticas de curto prazo mas sim uma consequência de um modelo de desenvolvimento que negligenciou a importância da indústria na estrutura econômica nacional Os resultados demonstraram que a perda de capacidade industrial impactou diretamente a geração de empregos de qualidade e ampliou a desigualdade social criando um cenário onde a informalidade se tornou a norma para muitos trabalhadores A priorização do agronegócio e a abertura comercial embora tenham trazido benefícios em alguns setores comprometeram a competitividade da indústria e a diversificação da economia Entretanto a reindustrialização se apresenta não apenas como um desafio mas como uma oportunidade Para que o Brasil possa reconstruir sua base industrial será necessário implementar políticas que promovam inovação tecnologia e sustentabilidade A colaboração entre governo setor privado e instituições de pesquisa é essencial para criar um ambiente propício ao crescimento industrial que considere as novas demandas do mercado e os desafios ambientais A formação e qualificação da mão de obra devem ser prioridade garantindo que os trabalhadores estejam preparados para os empregos do futuro especialmente em um cenário onde as tecnologias emergentes ganham cada vez mais espaço A adoção de práticas sustentáveis por sua vez é crucial para alinhar o desenvolvimento industrial às metas globais de redução de impactos ambientais O caminho a seguir exige uma abordagem integrada e de longo prazo capaz de transformar os desafios atuais em oportunidades para um desenvolvimento econômico mais inclusivo e sustentável O Brasil ao reimaginar sua trajetória industrial pode não apenas revitalizar sua economia mas também garantir um futuro mais justo e próspero para sua população 38 REFERÊNCIAS AKYUZ Y Impasses do desenvolvimento Novos Estudos Cebrap n 72 p 4156 jul 2005 AREND Marcelo O Brasil e o longo século XX condicionantes sistêmicos para estratégias nacionais de desenvolvimento O Brasil a China e os EUA na atual conjuntura da economiamundo capitalista Marília Cultura Acadêmica p 135 171 2013 AREND Marcelo FONSECA Pedro Cezar Dutra Brasil 19552005 25 anos de catching up 25 anos de falling behind Brazilian Journal of Political Economy v 32 n 1 p 3354 2012 BACHA E DE BOLLE M B Org O futuro da indústria no Brasil a desindustrialização em debate Rio de Janeiro Civilização Brasileira 2013 BONELLI R PESSOA S MATOS S Desindustrialização no Brasil fatos e interpretação In BACHA E DE BOLLE M B Org O futuro da indústria no Brasil a desindustrialização em debate Rio de Janeiro Civilização Brasileira 2013 BRESSERPEREIRA L The Dutch disease and it is neutralization a Ricardian approach Revista de Economia Política v 28 n 1 São Paulo JanMar 2008 BRESSERPEREIRA L C OREIRO J L MARCONI N Developmental 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