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Arquitetura e Urbanismo ·
Paisagismo
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PROFESSORA Me Jociane Karise Benedett Teoria e História da Arquitetura do Urbanismo e do Paisagismo Brasileiro ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4 Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 PRODUÇÃO DE MATERIAIS Coordenador de Conteúdo Lessyane Rezende de Matos Souza Bonjorno Designer Educacional Rossana Costa Giani Curadoria Maíra Vanessa da Rocha Revisão Textual Carla Cristina Farinha e Elias José Lascoski Editoração Alan da Silva Francisco Lucas Pinna Silveira Lima e Juliana Oliveira Duenha Ilustração Andre Luis Azevedo da Silva e Geison Ferreira da Silva Fotos Shutterstock Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Universidade Cesumar UniCesumar U58 FICHA CATALOGRÁFICA Impresso por Bibliotecária Leila Regina do Nascimento CRB 91722 Núcleo de Educação a Distância Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos peloa autora Teoria e História da Arquitetura do Urbanismo e do Paisagismo Brasileiro Jociane Karise Benedett Indaial SC Arqué 2023 272p il ISBN papel 9788545925408 ISBN digital 9788545925415 Graduação EaD 1 Arquitetura 2 Urbanismo 3 Paisagismo 4 Jociane 5 Arquitetura Brasileira Karise Benedett I Título CDD 7209 AVALIE ESTE LIVRO ACESSE O QRCODE CRIAR MOMENTOS DE APRENDIZAGENS INESQUECÍVEIS É O NOSSO OBJETIVO E POR ISSO GOSTARÍAMOS DE SABER COMO FOI SUA EXPERIÊNCIA Conta para nós leva menos de 2 minutos Vamos lá DIGITE O CÓDIGO 02511473 Aa RESPONDA A PESQUISA Me Jociane Karise Benedett Olá estudante sou Jociane arquiteta mestre em metodologias de projetos e pesquisadora na área de Teoria e História do Urbanismo Meu sonho sempre foi conhecer vários países viajar o mundo então comecei a pro curar concursos de bolsas e oportunidades de intercâmbio Ganhei bolsas de estudos em duas oportunidades em uma passei um ano no Equador quando tinha 17 anos e outra para a Espanha quando tinha 23 Em am bas as situações meu pai foi muito reticente em permitir que eu fosse no entanto eu sempre dizia a ele que puxei este instinto viajante dele já que ele é caminhoneiro e conhece o país todo de olhos fechados e quase literalmente já que é cego de um olho Você pode perguntar a ele sobre qualquer lugar do país do mais remoto no estado de Roraima até sobre os quebramolas da Serra Gaúcha e ele vai saber como são onde estão e o que você encontrará lá Tanto em minhas viagens quanto por ouvir as histórias e viajar com meu pai apaixoneime tanto por arquitetura quanto por história As obras arquitetônicas os edifícios e os espaços urbanos basicamente tudo o que estudamos visto ao vivo imagine Que máximo Com certeza voltaria a todos os lugares que visitei e acredito que meu olhar seria outro pois agora aproveitaria para apreciar com mais calma tiraria menos fotos e observaria mais talvez menos lugares e mais qualidade Então antes de iniciarmos nosso livro deixo duas mensagens não deixe de sonhar busque sempre novas oportunidades e quando conseguir aproveite cada momento aprecie e deseje sempre mais Lattes httplattescnpqbr7322363947823568 Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim além das informações do meu currículo Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor Sempre que encontrar esse ícone esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bemvinda Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados ampliando as discussões sobre os temas RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento você terá a oportunidade de explorar termos e palavraschave do assunto discutido de forma mais objetiva TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA DO URBANISMO E DO PAISAGISMO BRASILEIROS A história do Brasil assim como a dos demais países colonizados por grandes nações imperialistas é sempre contada do ponto de vista dos ganhadores É difícil pensarmos na história da arquitetura do país contada do ponto de vista dos indígenas por exemplo que até pouco tempo não tinham suas construções caracterizadas como Arquitetura Se pensarmos por esse ponto de vista será que a arquitetura do Brasil colonial pode ser definida como uma arquitetura realmente brasileira E os estilos importados da Europa no século XIX Também não seriam apenas estrangeirismos Será que já produzimos ou estamos produzindo uma arquitetura nacional A arquitetura nacional é definida pela tessitura de uma complexa trama de estilos técnicas padrões construtivos estéticas e regionalismos que juntos buscam atender aos contextos ambientais sociais culturais e históricos do país Experimente ir até a edificação de maior relevância e destaque enquanto arquitetura na sua cidade Depois busque na Internet imagens das edificações reconhecidas por sua arquitetura em outros lugares do país Reco nheça as aproximações e os afastamentos quanto a materiais empregados técnicas construtivas estilo e estética Esse exercício fará com que entenda a multiplicidade de padrões que compõem a arquitetura nacional Por exemplo se formos ao Rio Grande do Sul especificamente na região da Serra Gaúcha você verá como é comum ainda hoje as casas com porão alto o uso de telhados em águas sem platibandas o uso de telhas com proteção térmica e a construção de lareiras Já se viermos até o Norte Paraná em Maringá ainda na região Sul do Brasil você verá que lareiras são raras aqui as casas são planejadas para receberem condicionadores de ar há uso de brises para proteção solar e proteção térmica da cobertura sempre pensando na proteção contra a forte insolação Vê a diferença Isso numa mesma região do país não fizemos comparações com a região CentroOeste e Norte Neste apanhado teórico veremos um resumo do que foi e é a história da arquitetura do urbanismo e do paisa gismo brasileiros Nas Unidade 1 e 2 faremos uma retrospectiva pelos períodos PréColonial e Colonial da arqui tetura indígena até a formação dos primeiros núcleos urbanos configurados a partir de edificações civis militares e religiosas Na Unidade 3 estudaremos o período Imperial com a arquitetura de influência Barroca Rococó e de estilo Neoclássico Na Unidade 4 veremos a busca do país de um reconhecimento de sua independência apesar de utilizar para isso estilos europeus neoimitativos como Neoclássico Neorenascentista Neobarroco Neogótico Neocolonial e outros sem buscar imitálos mas partindo de suas referências na tentativa de criar algo novo eclético Na unidade 5 veremos a transição historicista para a modernidade por meio dos estilos Protomodernistas que romperam com os padrões ecléticos como o Art Nouveau o Art Déco e o Neocolonial Na Unidade 6 veremos o percurso da arquitetura nacional brasileira ao seu reconhecimento como internacional única e criativa embasada nos princípios modernistas e caracterizada em duas escolas a Escola Paulista e a Escola Carioca Na unidade 7 veremos como a transição do modernismo para o pósmodernismo sofreu um hiato no Brasil devido ao contexto político e estudaremos a produção arquitetônica das tendências TardoModernistas escultu rista produtivista e regionalista e PósModernistas Historicista Abstrata Revivalista Crítica e Fantasiosa Abstrata Na Unidade 8 faremos um resumo breve da história do urbanismo e do paisagismo no país destacando projetos e profissionais proeminentes em suas áreas Por fim na Unidade 9 abriremos as discussões da arquitetura con temporânea das suas características e das questões a serem definidas no futuro Nossa intenção nesta disciplina não é apenas rever o passado e sim desenvolver importantes referências para a construção de um futuro patrimônio espacial símbolo da cultura nacional Aproveite para se aprofundar nos assuntos que achar mais relevantes e utilizeos como correlatos na sua produção profissional Bons estudos 1 2 4 3 5 6 95 11 67 39 ARQUITETURA INDÍ GENA NO BRASIL E A ARQUITETURA DO BRASIL COLÔNIA 143 MODERNISMO ESCOLA CARIOCA E ESCOLA PAULISTA ARQUITETURA IMPERIAL E ARQUITETURA NEOCLÁSSICA E SUAS INFLUÊNCIAS ARQUITETURA MILITAR RELIGIOSA E CIVIL RURAL E URBANA COLONIAL PERÍODO ECLÉTICO NO BRASIL ARQUITETURA ART NOUVEAU ART DÉCO E NEOCOLONIAL COMO PROTOMODERNISTAS 117 7 8 9 177 229 207 TARDO MODERNISMO E PÓSMODERNISMO ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL PAISAGISMO E URBANISMO NO BRASIL 1 Nesta disciplina estudaremos a historiografia da arquitetura bra sileira de forma ampla e sucinta Ampla no sentido de que recons truiremos a história faremos uma retrospectiva de praticamente seis séculos e sucinta no sentido de que apresentaremos apenas um apanhado um panorama da arquitetura e do urbanismo bra sileiros nesses séculos Nesta unidade identificaremos modos de construir edificar e de apropriar o espaço físico das sociedades indígenas brasileiras e também o processo de aculturação e as influências portuguesas no período Colonial no Brasil Arquitetura Indígena no Brasil e a Arquitetura do Brasil Colônia Me Jociane Karise Benedett 12 Ao ver a foto da residência da Figura 1 a onde você imagina que ela esteja construída Quem a cons truiu Quando Apesar de formas muito modernas a Casa Zunino construída em 2016 e projetada pelos Designers Irmãos Campana foi revestida com Piaçava uma fibra de palmeira que dá à residên cia um aspecto peludo que serve como um escudo contra o calor intenso O projeto foi totalmente inspirado na cultura indígena como podemos perceber pela Figura 1 b de uma típica maloca a b Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 1 a traz uma fotografia colorida tomada ao entardecer de uma residência em formas retangulares revestida e texturizada com piaçava uma fibra de palmeira na cor marrom claro Em primeiro plano há uma passarela de madeira e com faixas de luz que leva até a porta com guardacorpo sob o piso em ambos os lados da passarela À direita no canto superior há um guardacorpo no terraço e abaixo há duas janelas uma guilhotina quadrada e outra retangular de correr No canto direito há o guardacorpo do terraço e sob ele a vedação da parede em vidro retangular que se estende pelos dois andares da residência A Figura 1b traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma maloca residência típica indígena de formato côncavo retangular coberta com piaçava na cor marrom claro uma fibra de palmeira Ao centro da imagem há uma abertura na estrutura de piaçava e no canto esquerdo a copa de uma árvore sob o céu azulclaro Figura 1 a Casa Zunino 2016 de Irmãos Campana b Oca indígena Fonte Maires 2016 online Comparando as imagens e refletindo sobre elas será que podemos considerar as construções indígenas arquitetura E estudar sobre essas construções antigas e vernaculares Pode nos ser útil na contem poraneidade Será que é mesmo importante conhecermos essa história Posso afirmar que essa discussão já foi há muito tempo sanada e sim a arquitetura indígena vernacular definese como arquitetura sendo essa um conjunto complexo cuja essência está na tessitura de suas múltiplas tramas ou partes que constituem um lugar construído Além da sua cons tituição material a arquitetura indígena revela aspectos organizacionais que levam à compreensão do espaço construído e da estrutura social desses povos que tiveram seu protagonismo menospre zado em detrimento da cultura exógena do império colonial Entender a arquitetura desse período PréColonial e Colonial significa aprender a atender ao contexto em que nos inserimos de forma sustentável e tecnologicamente avançada UNICESUMAR UNIDADE 1 13 Aqui podemos levantar uma polêmica ué mas a arquitetura indígena pode ser caracterizada como uma arquitetura tecnologicamente avançada Desde a colonização a ideia de tecnologia avançada se embasa no ideal progressista e universalizante hightech No entanto segundo Wais man 2013 tratase de recursos humanos e materiais que aperfeiçoados garantem o mais alto desenvolvimento do habitat e modo de vida de uma sociedade Apesar de ainda estar à margem das discussões a arquitetura indígena pode representar o eixo sustentável democrático que atende às necessidades contemporâneas sem alto custo agregado às novas tecnologias importadas Você já ouviu falar de LoTEK A arquitetura indígena pode nos ensinar que devemos superar nossos pensamentos retrógrados exógenos e hegemônicos sobre as tecnologias e a estética indígenasvernaculares de que não são tecnologicamente eficientes ou avançados O que antes era uma arquitetura limitada e sem conhecimento técnico profissional hoje vem sendo reconhecida por meio do LoTEK Sugiro que pesquise sobre o termo cunhado por Julia Watson 2020 em seu livro Lo TEK Desenho Indígena Radical e sobre exemplos de tecnologia sustentável resiliente e baseada na na tureza que possamos utilizar ainda hoje na produção da arquitetura Faça suas anotações e croquis em seu Diário de Bordo 14 A arquitetura do Brasil PréColonial Indígena e a arquitetura do Brasil Colônia conformam a nossa arquitetura brasileira vernacular Essa arquitetura pode influenciar a arquitetura contemporânea por meio do uso de materiais exemplos de praticidade estrutural e até mesmo infraestrutura Você deve ter visto na sua pesquisa que as tecnologias sustentáveis indígenas avançam para questões de saneamento tratamento da água e design enquanto a arquitetura colonial traz soluções de conforto ambiental por exemplo A arquitetura autóctone foi colonizada pelos europeus que impuseram suas práticas e estilos de forma precária devido à indisponibilidade de materiais e à ineficiência da mão de obra Essa arquitetura importada acabou sendo contextualizada e apresentando suas próprias particularidades e avanços que estudaremos ao longo desta unidade UNICESUMAR UNIDADE 1 15 Antes de tudo precisamos entender que na arquitetura indígena do Brasil cada tribo originária de determinada região do país desenvolve sua própria maneira de construir suas próprias formas que atendem à sua diversidade cultural ao clima regional e às formas de convivência em sociedade Hoje existem mais de 305 grupos étnicos distribuídos pelo país sendo divididos em duas linhagens Tupi e MacroJê cujas tribos mais conhecidas são Guarani Ticuna Caingangue Macuxi Guajajara Terena Yanomami Xavante Potiguara e Pataxó Todas utilizam materiais locais conhecimentos tradicionais e processos cooperativos ou seja possuem uma tradição construtiva e mesmo assim apresentam uma série de variantes tipológicas CAURN 2016 Devido às construções indígenas serem desenvolvidas com matéria orgânica as evidências de sua existência prescindem da existência de vestígios físicos e materiais por isso por muito tempo desa creditouse sobre o estudo dessa cultura construtiva enquanto arquitetura WEIMER 2014 As primeiras evidências no Brasil da cultura arquitetônica indígena se deram a partir de estudos arqueológicos com base em supostas evoluções migrações e descendências de povos russos e asiáticos e dos chamados buracos de bugres Estes são escavações subterrâneas cujas soluções estruturais ainda são especuladas hoje encontrados no planalto nordeste do Rio Grande do Sul sendo os primeiros indícios de uma arquitetura no país por fornecerem algum tipo de vestígio arqueológico passível de análise BRANCO 1993 As habitações indígenas podem ser consideradas entidades físicas que expressam todas as formas de cultura praticadas e suas conformações variam a depender da tribo e da quantidade de pessoas que a compõem Oca Casa Maloca Casa de Guerra Taba Aldeia Praça Comumente essas são as traduções da língua tupiguarani utilizadas indiscriminadamente no en tanto naquele período quando fomos descobertos havia mais de 400 línguas tendo sobrevivido apenas cerca de 150 e em cada uma dessas línguas há palavras específicas para casa e aldeia Na língua dos Bororó por exemplo Aldeia EIÁO iáo o antes e o depois o adiante Pátio Böroro Casa ÉDA é existência dá lugar da existência moradia Cabana BAI cabana de folhas e galhos aberta em um dos lados como a da Figura 1 Bái casadoshomens no centro da aldeia Fonte adaptado de Branco 1993 16 As principais construções indígenas são as malocas edificações comunais coletivas e as ocas residên cias individuais A distribuição das edificações no espaço determina a composição do que chamamos de aldeia Uma aldeia pode se dar por uma habitação unitária que comporta diversos núcleos familiares ou também mais comumente pelo somatório de diversas unidades entre quatro e dez distribuídas em uma grande praça central ver Figuras 2 e 3 matas córregos Gaiola do gavião real Choça dos homens cemitério dos caciques forma quadricular arredondada também chamada Casa das Flautas cacique e família 4 3 2 1 A B C Descrição da Imagem a figura traz croquis esquemáticos da disposição das habitações indígenas na composição de uma aldeia Na Figura 2 a temos um esquema semicircular com 22 círculos envolta de um círculo central cortado por um eixo Do lado esquerdo há um círculo maior na abertura do semicírculo Do lado esquerdo inferior vemos um conjunto de linhas curvas juntas e do lado esquerdo superior linhas compostas por pontos Na figura 2 b vemos um esquema circular formado por oito elipses com três elementos um quadrado arredondado indicando a choça dos homens com uma flecha indicando o texto forma quadricular arredondada também chamada casa das flautas um triângulo que representa a gaiola do gavião real e uma outra forma que indica o cemitério dos caci ques Ao centro o esquema é cortado por um eixo nortesul na porção oeste as elipses são indicadas por números direcionados para os números 2 e 3 onde estão as matas e os córregos e na porção leste indicado por uma seta o texto cacique e família A Figura 2 c indica uma forma mais orgânica também circular da qual partem quatro eixos desestruturados indicando caminhos na floresta Figura 2 Formas de distribuição das aldeias a Kamaiurá Xingu b Kalapalo Xingu e c Marúbo Rio Paraguaçu Fonte Branco 1993 p 12 UNICESUMAR UNIDADE 1 17 Cada aldeia pode abrigar até 400 pessoas Embora as diversas nações indígenas estejam distribuídas por toda a extensão territorial nacional existe o desenvolvimento de cacicados aldeias interrelacionadas e redes Caracteristicamente a praça circular da aldeia ver Figura 3 é geralmente limpa sem vege tação Nas aldeias do Alto Xingu há em um dos eixos centrais a sepultura dos caciques a chamada casa das flautas espaço para festas cultos danças e cerimônias religiosas e a gaiola do gavião real ave que dá tratamento especial ver Figura 2 b BRANCO 1993 Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia aérea tomada à luz do dia de uma aldeia indígena composta por nove estru turas habitacionais indígenas dispostas em semicírculo estruturas retangulares e côncavas nas cores bege e marrom O piso circular sob o qual estão dispostas as habitações se apresenta na cor bege Ao fundo e nas porções externas ao círculo há uma vegetação rasteira em tons verde claro e árvores agrupadas na porção esquerda inferior e direita superior em tons verde escuro Figura 3 Aldeia Indígena Nas aldeias que se definem a partir de uma única habitação como a dos Tucanos na fronteira entre Brasil e Colômbia as habitações são estruturalmente retangulares porém com fechamentos semicirculares e uma cobertura de duas águas Nesses casos possuem duas aberturas uma para a fachada principal centro da aldeia e outra para os fundos para plantações e rios estruturadas de forma oblíqua As divi sões internas se dão em nichos nos quais se dividem as famílias e são feitas com biombos trançados podendo haver também uma diferenciação por cores amarela para homens e vermelho para mulheres ALMEIDA YAMASHITA 2013 Essas habitações chegavam a medir até 200 metros de comprimento sendo normalmente estruturadas em 150 m de comprimento por 12 de largura CAURN 2016 18 A B C Descrição da Imagem a figura apresenta o desenho da planta do corte e da fachada de um esquema habitacional retangular com fechamentos semicirculares e cobertura de duas águas Na Figura 4 a há a planta da estrutura central retangular composta por três quadrados com pontos indicando os pilares nos cantos No entorno há uma estrutura elíptica composta por oito pilares compondo o retângulo e outros quatro distribuídos em cada uma das pontas compondo o semicírculo Indicados por setas nos eixos há os cortes T nortesul e L lesteoeste Na Figura 4 b há o corte com a estrutura vertical e horizontal esquematizada na parte central e inclinada nos fechamentos semicirculares com uma espécie de marquise estruturada em ambas as pontas Na Figura 4 c há a representação da habitação coberta por um revestimento vegetal Nas Figuras 4 b e 4 c vemos a escala humana desenhada no lado direito do corte e da fachada respectivamente Figura 4 CasaAldeia Marúbo Fonte Almeida e Yamashita 2013 p 2728 UNICESUMAR UNIDADE 1 19 No entorno dispõemse as ocas e no centro são locadas as malocas Nas malocas são realizados eventos e ritos religiosos além de atividades cotidianas Todas as construções focamse na proteção e no conforto térmico contra ataques de inimigos e de animais As habitações coletivas que podiam ser circulares retangulares ou elípticas eram estruturadas a partir de troncos fibras de palmeiras capins sapê folhas de buriti e cipós e demoravam cerca de seis meses para serem construídas Os troncos mais pesados eram cortados junto às aldeias e os mais leves eram extraídos da mata As amarrações feitas com cipós cortados nos períodos de chuva eram mantidas submersas em água até a construção para que se mantivessem flexíveis já que o processo de construção se iniciava apenas após a estação seca As fibras que servem de cobertura e fechamento eram extraídas durante esse período de seca e deixadas na umidade para depois serem trançadas em feixes Como comentado anteriormente por serem usados apenas materiais vegetais sem nenhum tratamen to químico a durabilidade das habitações ficava restrita a no máximo uma década fosse pela ação do tempo que as degradava naturalmente fosse por insetos e animais Quando deterioradas as construções indígenas eram abandonadas e o ecossistema encarregavase de absorvêlas BRANCO 1993 Título A Última Floresta Diretor Luiz Bolognesi Gênero DocumentárioDrama Ano 2021 Sinopse A Última Floresta retrata a vida e os costumes do grupo Yanomami e mostra como a presença ilegal da exploração do ouro no território que voltou a crescer nos últimos dois anos está colocando em risco a população indígena e a floresta Desde 2019 os líderes Yanomami alertam para um novo e ameaçador aumento de garimpeiros no território Comentário o longametragem de pouco mais de uma hora costura uma narrativa que mistura o cotidiano do tempo presente as ameaças do garimpo e a sedução do ouro indo até as origens do povo quando o criador Omama pescou com cipó Thuëyoma um peixe em forma de mulher e se apaixonou por ela O casal gerou os Yanomami Há configurações de ocas circulares ver Figuras 5 e 6 implantadas por tribos como Makuxí Tiriyó Wapitxâna Patamona Arekuma Xavantes Jê e outras cada uma apresentando suas variedades As variedades que vemos na Figura 5 Müne Tukúxipan e Timákötö possuem diferenças na cúpula e na vedação A forma müne por exemplo é cupular e não apresenta variação entre cobertura e paredes enquanto a timákötö possui escoras verticais e laterais que não são revestidas 20 Müne Tukúxipãn Timákötö Müne Tukúxipãn Timákötö Müne Tukúxipãn Timákötö a b c Descrição da Imagem a figura traz croquis de diferentes aspectos de habitações indígenas de configuração circular A Figura 5 a traz as plantas estruturais na da esquerda müne há uma estrutura em X com sete pilares no entorno circular na do centro tukúyapãn há uma estrutura em cruz com dois círculos circunscritos ambos com oito pilares em cada e na da direita timáköró apenas um pilar central com a estrutura de oito pilares no entorno A Figura 5 b traz a disposição da estrutura bem como o número e a forma como estão dispostas as estruturas da figura 5 a A Figura 5 c traz um corte com escala humana de cada uma das variações na da esquerda müne há uma estrutura única do teto ao chão sem diferenciação de cobertura e parede na do centro tukúyapãn há a cobertura vedada porém as paredes sem vedação estão em uma estrutura retangular única e na da direita timáköró há vedação apenas na cobertura e uma estrutura separada cobertura e vedação cobertura oblíqua e vedação retangular Figura 5 Habitações circulares Fonte Almeida e Yamashita 2013 1617 UNICESUMAR UNIDADE 1 21 Além das ocas circulares há ocas de configurações elípticas como as da Figura 6 a seguir que variam estruturalmente entre Paína Karapapúfa e uma variante de cobertura cupular As variações se dão pelo posicionamento dos pilares estruturais e pela locação da estrutura de cobertura Paína Karapapúfa Karapapúfavariante Paína Karapapúfa Karapapúfavariante A B Descrição da Imagem a figura apresenta desenhos esquemáticos das plantas baixas e plantas de cobertura Na Figura 6 a vemos o desenho esquemático das plantas baixas indicando o posicionamento dos pilares estruturais de três tipologias de ocas elípticas sendo elas Paína com quatro pilares locados na porção retangular e dois no eixo nortesul e no centro dos semicírculos há a projeção de três vigas nesse sentido e mais duas sobre os pilares que formam a estrutura retangular central Karapapúfa que repete o mesmo esquema estrutural da Paína porém com um espaçamento maior entre vigas e KarapapúfaVariante com um pilar central entre os eixos nortesullesteoeste Na Figura 6 b vemos a estrutura da cobertura das variações Paína e Karapapúfa muito semelhante com uma distribuição da estrutura da cobertura longitudinalmente sobre a estrutura retangular e de forma radial sobre os semicírculos e na variante cupular com a distribuição da estrutura toda a partir do eixo central Figura 6 Casa Tiriyó Fonte Almeida e Yamashita 2013 1617 As plantas elípticas foram sendo gradualmente modificadas até atingir configurações retangulares excluindo as extremidades arredondadas como as que vemos na Figura 7 Kúna ou Kúntaka e Pakaró tapiri de moradia 22 Küna ou Kúntaka Pakaró tapiri de moradia Planta baixa retangular estrutura Planta baixa retangular encaibramento Fachada frontal Descrição da Imagem a figura traz um esquema gráfico de planta estrutura e fachada de uma habitação do tipo retangular de duas águas Na porção superior há a inscrição Küna ou Kúntaka e abaixo dela uma planta retangular composta por quatro pilares for mando um retângulo circunscrito dois pilares centrais que cortam esse retângulo e mais dois pilares no centro no eixo nortesul da planta Ao lado há a inscrição Pakaró tapiri de moradia uma estrutura retangular com apenas dois pilares centrais Abaixo de ambos os desenhos há a seguinte inscrição planta baixa retangular estrutura Logo abaixo há o desenho do posicionamento dos pilares e caibros e abaixo a inscrição planta baixa retangular encaibramento Por último há o corte com escala vertical que vemos a estrutura triangular da cobertura em duas águas com base retangular e ao lado uma escala humana um desenho em maior e outro em menor escala e sob eles a inscrição fachada frontal Figura 7 Casas retangulares Fonte Almeida e Yamashita 2013 1617 UNICESUMAR UNIDADE 1 23 Além dessas configurações há soluções estruturadas em palafitas e sobre balsas em regiões de grandes lagos e rios cada aldeia constituindose de oito a 12 dessas casasembarcações e casas semicilíndricas ver Figura 8 como as dos Kamaiurá casas de 20 a 25 m por 15 me comprimento x largura com altura de 5 a 8 m de altura BRANCO 1993 ALMEIDA YAMASHITA 2013 Geralmente as casas estão distantes uma das outras em cerca de 5 a 20 m na composição das aldeias Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia tomada à luz do dia de uma estrutura habitacional do tipo tenda circular com uma abertura frontal triangular construída com bambu e fibras de sapê da cor marrom Está estruturada sobre um chão de terra batida com vegetação e bananeiras ao fundo e árvores ao fundo à direita sob um céu azulclaro Figura 8 Oca Indígena estilo Choupana Bai 24 OLHAR CONCEITUAL CASAS INDÍGENAS CARACTERÍSTICA GERAIS Revestimento interno de pauapique sobre estrutura de madeira e cipós e na parte inferior locação de pequenos pedaços de toras de árvore Dimensões médias 20mX10m pédireito de 6 a 7 metros estruturada a partir do eixo central de forma vertical para sustentar a cumieira do teto Formas elípticas retangulares ou circulares Coberturas arredondadas que se prolongam até o chão de sapê e piaçava ou cônicas que não chegam ao chão Sem divisões internas e sem demarcação do que é teto e o que é parede com exceção das casasaldeias que são compartimentadas por nichos com biombos UNICESUMAR UNIDADE 1 25 Nas habitações kalapalo as redes de dormir são amarradas nas escoras centrais e dispostas em leque presas a esteios laterais umas sobre as outras os homens dormem nas de cima Ao lado das redes são acesas fogueiras que enegrecem as cúpulas de fumaça e os pertences ficam suspensos ou dispostos em jiraus Em volta das fogueiras são dispostos grandes panelas de barro esteiras cestos e bancos em forma de animais cocos e cuias que servem de cumbucas e panelinhas Alguns desses ferramentais utilizados pelos indígenas extrapolam sua empregabilidade e atendem a quesitos artísticos bancos zoomorfos e pinturas corporais são exemplos de arte indígena reconhecida mundialmente Figura 9 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens Na Figura 9 a há uma fotografia interna com um fundo cinza escuro em de graus com diferentes alturas e disposição Nela há 37 elementos esculturais em madeira banquetas e esculturas talhadas em madeira sendo decorados de diferentes maneiras e de uso utilitário comercial ritualístico e decorativo em forma de animais dispostos nos degraus Na Figura 9 b há uma fotografia tomada do busto de uma indígena de pele parda sendo possível ver apenas o queixo com brincos longos pendurados nas orelhas e uma parte da roupa e uma mão com um instrumento utilizando para pintar Há o desenho feito em formato de ttrês losangos juntos Figura 9 a Bancos zoomorfos b Pintura corporal indígena Fonte Figura a Tirapeli 2015 online Figura b Unsplash 2020 online Ouça nosso podcast arquitetura vernacular um caminho para a susten tabilidade Nele discutiremos como a apropriação e o uso correto dos materiais das técnicas e das tipologias arquitetônicas indígenas tornaram sua arquitetura tão eficiente e como elas podem hoje nos inspirar na busca de soluções sustentáveis 26 Depois desses exemplos de estruturas habitacionais podemos concordar com Almeida 2017 p 19 quando destaca a pouca importância dada às atuações dos índios e o apagamento de suas identidades étnicas construíramse pari passu com a supervalorização do desempenho dos coloni zadores em narrativas eurocêntricas e preconceituosas e que minimizam atuação indígena como de povos ingênuos Veremos mais adiante que os portugueses e colonizadores em geral em especial os jesuítas tomaram emprestado toda expertise do povo indígena no quesito habitar e ocupar o espaço para a partir daí começar a catequização Após a absorção dos conhecimentos dos indígenas pelos portugueses eles passaram a ser dominados escravizados submetidos e explorados o que resultou em uma caboclização e favelização dessa cultura Como correlato da influência arquitetônica indígena na produção contem porânea atual podemos conhecer diversos projetos que se inspiraram nos saberes indígenas em suas construções seja utilizando os materiais como na casa Zunino que vimos na Figura 1 seja nos processos e nas téc nicas construtivas como no espaço Tekôa em Morretes no Paraná seja ainda nas estruturas e em aspectos relacionados ao conforto ambiental como no caso do Centro de Sustentabilidade do SEBRAE considerado em 2018 o edifício mais sustentável das Américas Acesse o QR Code a seguir para saber mais Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 1 27 Então quando fomos descobertos pelos portugueses ou melhor quando eles invadiram o território nacional já habitado pelos indígenas e impuseram um processo de colonização este defi niu uma série de padrões que molda ram e configuraram as cidades do país A arquitetura desenvolvida entre 1500 e 1530 é comumente estabelecida como précolonial e aquela desenvolvida entre os anos de 1530 e 1830 do estabeleci mento dos portugueses à independência da colônia portuguesa como colonial Essa divisão se dá porque até então os portugueses não intencionavam se fixar de forma permanente no país A partir daí se deu a difusão da Ar quitetura e do Urbanismo no Brasil como a conhecemos um braço do que era desenvolvido na Europa no mesmo período porém com materiais dife rentes e mão de obra ineficiente Em meados de 1500 com o impulso das capitanias hereditárias e dos ciclos de produção ouro prata açúcar co meçam a surgir cidades e vilas Você lembra lá das aulas de História o que eram as capitanias hereditárias Desde sua descoberta o Brasil não foi uma terra que os portugueses pretendiam que progredisse Para eles era um país em que se podia extrair tudo e mais um pouco ou seja o período PréColonial é marcado pela ex ploração do PauBrasil por meio da mão de obra indígena que prestava serviços aos portugueses pelo escambo de itens Porém com o tempo essa troca não era mais interessante para os indígenas e os portugueses começaram a ficar com medo de perder suas terras já que estava ficando cada vez mais difícil proteger o país dos invasores ingleses e franceses Então lá em Portugal o rei Dom João terceiro criou a partir de 1530 as capitanias hereditárias e enviou para o Brasil os primeiros donatários com a missão de produzir canadeaçúcar Nesse período muitas vilas e cidades foram fundadas como Salvador que foi a primeira capital do país 28 Além da arquitetura indígena e colonial podemos dizer que a arquitetura no Brasil do século XVI também recebeu grande influência e contribuição da arquitetura africana Os escravizados além das funções realizadas no cotidiano das casas e dos sobrados eram os responsáveis por sua construção que seguia técnicas construtivas também padronizadas usualmente com paredes de pauapique adobe ou taipa de pilão Essa fusão constituiu a arquitetura nacional no entanto em regiões mais lon gínquas em que o Império não exerceu tanta influência uma arquitetura mais brasileira se constituiu O legado da cultura arquitetônica produzida pela mão de obra escrava e com materiais e condições diferentes das europeias definiu essa arquitetura Ou seja a arquitetura produzida aqui nos três pri meiros séculos de colonização aliou a concepção das cidades portuguesas com as técnicas disponíveis e o entendimento dos materiais e sua adequada aplicação no nosso clima construída por uma mão de obra não especializada De início as tipologias arquitetônicas mais desenvolvidas eram as igrejas os palácios os edifícios públicos no geral e as residenciais urbanas e rurais Construções do estilo colonial foram dando formato às vilas e às cidades que vão nascendo a começar O padrão dessas construções era determinado pelas Cartas Régias vindas de Portugal O documento assinado pelo monarca continha as regras gerais para a colônia Dentro das principais características dessas urbes está o alinhamento das edificações às ruas e aos limites dos lotes que eram geralmente estreitos e profundos o que resultou em cidades com ruas também estreitas e rebuscadas e na inexistência de jardins ou áreas verdes REIS FILHO 2000 Quanto às técnicas de construção as casas eram de taipa ou adobe devido ao baixo custo e nas edificações mais requintadas usavase a alvenaria de pedra e barro ou pedra e cal permitindo a cons trução dos sobrados Portanto a moradia do período Colonial se divide em casas térreas e sobrados ambas construções erguidas sobre o alinhamento predial e sem recuos laterais ver Figura 10 Devido à essa configuração a ventilação se dá apenas em um sentido Apesar da rigidez externa a configuração interna apresentava grande variedade As coberturas em duas águas feitas de telhas de barro com am plos beirais varandas e gelosias e outras soluções permitiam maior conforto às nossas temperaturas UNICESUMAR UNIDADE 1 29 Assim como já falamos que os indígenas se preocupam com o conforto térmico os portugueses também buscaram soluções que facilitassem sua vida porque no Brasil se pensarmos de forma geral estamos num clima equatorial ou tropical no qual as variações de temperatura entre dia e noite são superiores que entre o período mais frio e o mais quente do ano e em grande parte das regiões o calor é o elemento do qual mais precisamos nos proteger além da umidade uma grande vilã do conforto Então estruturas leves permeáveis que retiram o calor em excesso e removem a umidade que embolora e mofa qualquer coisa como as indígenas são muito desejáveis ou ainda estruturas como beirais venezianas e telhas de barro como as coloniais Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia tomada à luz do dia de uma rua de ParatiRJ do período Colonial À esquerda vemos uma casa térrea com uma porta marrom com a borda amarela duas janelas com esquadrias brancas também com as bordas pintadas de amarelo e uma porta amarela com a borda marrom Ao lado há um sobrado de duas águas uma voltada para rua e outra para os fundos No pavimento superior há quatro janelas com esquadrias brancas e bordas marrons e no pavimento térreo três janelas e uma porta todas as aberturas alinhadas Ambas as residências são brancas e se encontram rentes ao alinhamento predial como as demais edificações do entorno Ao lado do sobrado vemos um muro baixo com diversas palmeiras e uma sequência de sobrados e habitações térreas assim como na porção direita da foto O céu aparece azulado com algumas nuvens e um complexo montanhoso verde escuro sobre as habitações visto ao fundo Figura 10 Casa térrea ao lado de um sobrado colonial 30 O número de cômodos das residências se eram sobrados ou térreas identificava o poder aquisitivo das famílias As casas térreas possuíam piso de terra batida e os sobrados assoalhos de madeira Caso você queira conhecer mais sobre a história do país mas de forma mais dinâmica sugiro que acesse o link por meio do QR Code a seguir que traz uma curadoria de conteúdo muito bacana o Brasil e sua história por meio do audiovisual com uma lista de mais de 100 filmes nacionais que contam a história do país Os filmes estão divididos por períodos históricos uma forma bem fácil de identificar e conferir conforme o conteúdo do nosso livro avança Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 1 31 Loja Corredor de entrada para residência Salão Quartos Quartos Quartos Sala de estar ou varanda Cozinha e Serviços Descrição da Imagem a figura traz dois desenhos ilustrativos das residências coloniais A figura 11 a traz a configuração de uma planta baixa de um sobrado colonial com a indicação de números com a legenda 1 loja 2 corredor de entrada para residência 3 sa lão 4 quartos 5 sala de estar ou varanda e 6 cozinha e serviços sendo o térreo a figura da porção direita e o pavimento superior a figura da porção esquerda Na Figura 11 b há um croqui de um corte perspectivado ilustrando a fachada externa com três aberturas térreas e isso se repete no pavimento superior com uma varanda A circulação entre pavimentos é indicada pela escada e pelo acesso aos fundos onde os serviçais escravos tinham acesso Figura 11 Planta da baixa de uma residência colonial com dois pavimentos e corte perspectivado Fonte Reis Filho 2000 p 29 a b 32 As casas térreas eram geralmente definidas por uma porta e duas janelas frontais ver Figura 12 e a configuração térrea era reproduzida no pavimento superior sem qualquer tipo de balanço ou reentrâncias Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 12 a traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma residência colonial simples com duas janelas e uma porta janelas com esquadrias brancas e moldura em verde e porta verde com bandeira branca A casa possui duas águas e revestimento cerâmico do chão até o peitoril das janelas na cor bege Ao fundo há uma série de casas e telhados além da copa de árvores A Figura 12 b traz um croqui esquemático com exemplos de plantas simples e seu rebatimento A figura traz o texto rebatimento dos esquemas de plantas mais simples e sobre a perspectiva das casas telhado em duas águas Flechas na frente da perspectiva indicam o modo como é feito o rebatimento das plantas que é possível vêlo na porção direita inferior da imagem Figura 12 a Casa colonial em Ouro Preto b Esquemas de casas térreas simples Fonte Reis Filho 2000 p 31 Os sobrados geralmente configuramse pelo térreo comercial e o pavimento superior residencial sendo estes de posse das famílias mais abastadas que em sua maioria possuíam escravos que ficavam responsáveis por todo o transporte de mantimentos UNICESUMAR UNIDADE 1 33 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma vista de uma rua da cidade de Ouro PretoMG Nela vemos uma série de seis residenciais sendo cinco sobrados e uma residência térrea todas dispostas sobre o alinhamento predial cujo desnível influi no tamanho dos porões das três primeiras residências A residência mais à esquerda possui aberturas com esquadrias em verde e branco e uma borda azul o pavimento térreo se replica no pavimento superior que possui uma varanda e acima deles um sótão com três aberturas e um segundo telhado Na segunda residência há aberturas térreas duas portas e duas janelas enquanto no pavimento superior há apenas três portas todas em esquadrias brancas e amarelas com bordas marrons e uma varanda A terceira casa no centro é térrea com uma porta e duas janelas com esquadrias nas cores branca e azul royal com bordas azulclaro Na casa seguinte é possível ver o telhado de duas águas com três aberturas no pavimento térreo uma porta e duas janelas alinhadas com as três janelas do pavimento superior Diferentemente das duas primeiras essa residência não possui varanda e guardacorpo é bege com esquadrias branca e borda laranja A quinta casa repete o esquema da primeira com sótão um terceiro pavimento e varanda no pavimento superior replicando o esquema do térreo Figura 13 Ouro PretoMG A arquitetura traduzia de forma clara as distinções sociais como já comentamos fosse por meio da tipologia construtiva fosse por meio de detalhes como os ornamentos dos beirais e guardacorpos em ferro fundido No final do período Colonial as fachadas começaram a apresentar revestimentos cerâmicos nos barrados e de forma geral em tons amarelo e azul devido aos pigmentos disponíveis na época e aos vidros nas janelas antes eram utilizadas apenas venezianas e muxarabis 34 Descrição da Imagem a figura apresenta a fotografia em detalhe de um balcão de uma residência colonial com o guardacorpo muito elaborado com formas orgânicas em ferro fundido uma esquadria branca com moldura e relevo em verde e lâmpadas como arandelas suspensas em ambos os lados da porta Figura 14 GuardaCorpo em ferro fundido O telhado é uma característica marcante das casas desse período com duas águas com telhas cerâmi cas de barro em que a água da chuva era escoada para rua e para os fundos do terreno Com o passar do tempo surgiram os telhados de águas furtadas ou camarinhas que eram utilizados para evitar a necessidade de utilizar calhas e rufos bem como colunas para sustentar a extensão frontal do telhado que além de funcionar como apoio desse funcionava também como uma varanda Uma curiosidade em relação às construções do período é que em algumas residências havia as beiras beirais extensão de telhado que avança no exterior e protege a eira que era uma área ou terreno onde grãos ficavam ao ar livre para secar Essa junção deu origem ao ditado popular sem eira nem beira O ditado indica alguém sem poder aquisitivo porque quem não tinha eira nem beira não tinha casa ou fonte de renda UNICESUMAR UNIDADE 1 35 De modo geral durante os três primeiros séculos a padronização das soluções arquite tônicas e urbanas se pautou no modelo português com uma ou outra influência francesa no começo do século XIX apesar das adaptações convenientes ao contexto brasileiro O registro do desenvolvimento da arquitetura nacional pode ser evidenciado na cidade de São Paulo que viu as edificações evoluírem de taipa para concreto armado e estruturas metálicas em seis séculos Pudemos resumir o período Colonial como rigoroso metricamente com esquadrias repetindose paralelos nos pavimentos com ornamentações detalhistas com fachadas com perfis de estuque as bordas pilastras falsas sacadas inteiriças e ornamentos de ferro Pudemos ver que há certos aspectos do ambiente construído indígena que se mantêm intocados e outros que são registros das mudanças que ocorreram devido à miscigenação de raças e costumes e à aculturação que ocorreu quando os portugueses chegaram Apesar de apresentarmos uma preocupação preservacionista desse acervo que aos poucos vai se dissolvendo é preciso que entendamos que esse modo de construir chegou a atuali dade a despeito das fragilidades dessa arquitetura e da manutenção das culturas desses primeiros povos do país e que o estudo das nossas origens arquiteturais assegurará que busquemos produzir soluções projetuais condizentes com nosso contexto ambiental histórico e cultural Ou seja você verá que nossa intenção nesta disciplina não será apenas rever o passado e sim desenvolver importantes referências para a construção de um patrimônio espacial símbolo da cultura nacional A partir do entendimento da arquitetura indígena e colonial pudemos apreender as técnicas construtivas empregadas com base no material e mão de obras disponíveis para atender às condições físicas topográficas e climáticas uma intenção estética demarcada primeiramente pela cultura autóctone e em seguida pela imperial uma determinação dos programas de necessidades impostas pelas regras e normas socioculturais Todas essas informações reunidas nos permitem desenvolver projetos com um enfo que diferenciado Vimos por exemplo que atualmente está se utilizando da tecnologia LoTEK para o desenvolvimento de projetos bioarquiteturais e sustentáveis e em um momento em que essas questões climáticas e ambientais estão em voga olhar para as práticas vernaculares nos ensina a lidar com elas de forma diversa Um exemplo desses é o da casa Zunino que vimos no início da unidade Sugiro que avalie suas prerrogativas e as utilize como correlato em seus próximos projetos adaptando sempre ao seu contexto à interlocução com as comunidades os materiais e as técnicas locais que na extensão de um país como o nosso e com tamanha diversidade pode ser incrivelmente variado reconhecendo assim a força da prática na valorização dos saberes ancestrais e na preservação Isso nos traz uma nova relação con temporânea com nossos bens de importância cultural apoiados na patrimonialização mas também em sua usabilidade como um fator recente e na revisão de nosso enten dimento de que tecnologia avançada vai além de soluções inovadoras universalizantes muitas vezes importadas 36 Após nossa exploração da arquitetura efetivamente brasileira do início da nossa história convido você a refletir e questionarse sobre o conteúdo aprendido Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada MAPA DE EMPATIA Arquitetura Indígena Colonial O que você pensa e sente sobre a valorização da arquitetura Indígena atualmente O que você escuta das críticas ao desmantelamentoda cultura autóctone nacional Como você vê as produções arquitetônicas contemporâneas que retomam características indígenas e coloniais O que você fala e faz em relação à preservação da nossa arquitetura vernacular Quais são suas críticas à aculturação Portuguesa no Brasil Quais são seus elogios aos processos sustentáveis da arquitetura indígena e colonial 37 1 As casas coloniais apresentavam determinadas características projetuais que as definiram como tal de acordo com materiais construtivos empregados definição do programa de neces sidades organização de fluxos soluções de circulação ventilação e iluminação Defina quais afirmações são corretas em relação ao conforto ambiental I Grandes beirais proteção contra o desgaste das paredes e as intempéries em áreas de maior insolação e níveis de chuvas com paredes de taipa de pilão desempenho térmico adequado aos climas brasileiros II Telhado de telha de cerâmica de fácil execução com uma cummeira alta para aumentar o conforto térmico O material apresenta ótimo desempenho no clima do Brasil III Organização do programa de necessidade em setores social íntimo e de serviço sem grandes áreas de circulação essa se dá por meio dos ambientes Ambientes definidos de acordo com a cultura e os hábitos da época capela quarto de hóspedes separado do fluxo interno da casa o alpendre local importante para socialização e lazer área de serviço ao lado da cozinha e com fluxo direto para área externa todos os dormitórios de fácil acesso e visibilidade para sala IV Disposição das aberturas para que haja ventilação cruzada e iluminação natural V Plantas quadradas ou retangulares devido à facilidade na execução É correto o que se afirma em a II III e V apenas b I II e IV apenas c I IV e V apenas d III e V apenas e I e IV apenas 2 O estudo das nossas origens arquitetônicas assegurará que busquemos produzir soluções projetuais condizentes com nosso contexto ambiental histórico e cultural Sobre a arquitetura indígena précolonial e colonial leia as afirmações a seguir I A arquitetura indígena está isolada de todo o contexto da arquitetura contemporânea brasi leira pois a técnica construtiva foi pautada nos recursos locais II A arquitetura colonial se iniciou com o contato dos colonizadores europeus e a tradição construtiva indígena III A arquitetura colonial é aquela específica produzida pelos colonizadores com materiais e mão de obra importados IV A arquitetura indígena é padronizada independentemente da tribo há habitações circulares elípticas e retangulares V A arquitetura colonial indicava o poder aquisitivo de seus proprietários apenas os mais abas tados possuíam sobrados 38 É correto o que se afirma em a I II e IV apenas b I III e V apenas c I II e V apenas d I III e IV apenas e II III e V apenas 3 A extensão territorial do Brasil sugere uma ampla variação climática equatorialtropical po rém de maneira geral em grande parte do país as questões de calor são as que mais temos que lidar evitando as altas insolações e favorecendo a ventilação além da proteção contra chuvas e inundações Dentre as soluções encontradas na arquitetura colonial para atender às proteções do clima identificamos como verdadeira a alternativa a Gelosias beirais e marquises para aumentar a insolação b Impermeabilização azulejos e marquises para proteção das fortes chuvas c Beirais pilotis no térreo e varandas para proteger da insolação d Gelosias pilotis no térreo e beirais para permitir a insolação e Varandas lâminas de mármore e gelosias para melhorar a ventilação 2 Nesta unidade você irá conhecer um pouco mais a arquitetura co lonial entendendo a definição das estruturas urbanas através dos edifícios que as moldaram as edificações civis públicas religiosas e militares No período colonial não havia um princípio ordenador as edificações administrativas e religiosas eram os marcos definidores do traçado urbano e as edificações militares definiam o aspecto protetivo aos avanços colonizadores de outras nações Arquitetura Militar Religiosa Civil Rural e Civil Urbana Colonial Me Jociane Karise Benedett 40 Quando falamos de história da arquitetura e da cidade buscamos através dos resquícios que se man têm vivos desvendar traços das transformações culturais sociais econômicas e políticas pelas quais passaram as sociedades Alguns traçados desaparecem com as transformações e outros permanecem e se sobrepõem às camadas mutantes que conformam as cidades ou seja por uma série de fatores algumas se mantêm mais preservadas que outras deixando aparentes os vestígios do Brasil Colonial As cidades e os núcleos urbanos históricos permitem que vivenciamos expressões próprias desse período histórico e as políticas de ocupação desses núcleos traduzem essas vivências de diferentes formas Por exemplo vamos pensar em Salvador e Rio de Janeiro duas cidades portuárias que foram capitais do país que possuem núcleos urbanos coloniais que hoje são ocupados de maneiras distintas devido à políticas públicas de ocupação diferentes Um Salvador optou por descentralizar os usos e restaurar o Centro Histórico de forma financiada pelo Governo transformando o local num destino turístico e o outro Rio de Janeiro ocupou com usos múltiplos apropriando localmente o espaço com comércios hotéis restaurantes que são frequentados tanto por turistas como por locais Os resultados são considerados antagônicos no Rio o centro atrai a população da cidade que frequenta os espaços públicos e privados nas noites e finais de semana enquanto em Salvador a população local se afastou do centro e deixouo apenas para os turistas que adoram passear naquele espaço que reproduz uma cidade do século XVIII Qual desses sentidos você acha mais interessante Você acredita que ao ocupar o espaço histórico ele será descaracterizado Acha que é importante questionarmos as políticas de proteção ao patrimônio histórico objeto do nosso estudo A reabilitação requalificação e restauração do patrimônio arquitetônico existente depende da viabi lidade do sistema político que o incentiva financia e atua por trás das ações de preservação O desafio é mesclar usos preservando as edificações e o desenho urbano E por que é importante falarmos disso Porque de nada adianta estudarmos a história desse período hoje se daqui a alguns anos as próximas gerações não possam vivenciar esses espaços da mesma forma que nós Claro que não somos todos que podemos ir para Salvador ou para o Rio de Janeiro conhecer esses núcleos urbanos históricos pessoalmente mas a sua preservação confere material de estudo para pesquisadores restauradores historiadores que ajudam a contar nossa história com uma maior riqueza de detalhes Outro ponto que interfere atualmente na vivência urbana é a gentrificação desses centros históricos discussões muito atuais que perpassam o estudo da história da arquitetura e urbanismo brasileiros Sugiro que você leia o artigo de Eloísa Pinheiro Dois Centros Duas Políticas Dois Resultados acessando o QR Code a seguir UNICESUMAR UNIDADE 2 41 Busque outros dois centros históricos tombados que você pode encontrar na lista produzida por Ro mullo Baratto no artigo Dia Nacional do Patrimônio Histórico conheça a lista de conjuntos urbanos tombados pelo Iphan que você pode acessar através do QR Code a seguir Faça a mesma reflexão como estão sendo ocupados hoje esses centros históricos Busque fotos faça anotações e croquis das diferentes estruturas de ocupação em seu Diário de Bordo Em sua pesquisa você deve ter encontrado diferentes perspectivas de preservação do patrimônio histórico colonial Conhecer a história desse conjunto arquitetônico nos permite avaliar sua impor tância na historiografia nacional e na composição e manutenção dos núcleos urbanos Vale refletir dentro de uma perspectiva hodierna quais os impactos da preservação ou não dos centros históricos que vamos estudar mais a fundo nessa unidade a partir dos edifícios que os com põem as Casas de Câmara e Cadeia suas Igrejas Matrizes edificações comerciais conventos e colégios religiosos das mais diversas ordens edificações rurais dos engenhos casasgrandes senzalas etc 42 Durante os primeiros séculos como já comentado anteriormente houve uma aculturação e uma trans culturação resultante do embate de matrizes culturais múltiplas a nativa os indígenas a europeia por tugueses holandeses franceses e a africana escravos Desse embate a cultura portuguesa se tornou hegemônica apesar de sofrer um processo de síntese e adaptação imposto pela resistência do ambiente A história da Arquitetura e Urbanismo brasileira se constituiu da adaptação do repertório arqui tetônico às especificidades locais e se desenvolveu a partir de 3 pontos principais a do Brasil Colônia 15001822 o período do Brasil Imperial 18221889 que inclui variantes da linguagem clássica importadas pelos europeus e o período Republicano 1889presente que se estende até hoje Quadro 1 Essa divisão é dada a partir de marcos históricos e estilísticos com fins pedagógicos Imagine mudarse para um edifício lindo do período colonial com todas suas peculiaridades e particularidades Apesar de lindo para que possa ser utilizado por você hoje é preciso que ele passe por uma boa refor ma Vamos discutir quais os desafios e benesses de preservar o nosso patrimônio histórico Qual a sua opinião É melhor ocupar mesmo que descaracterizando internamente o lugar ou deixar para o poder público ocupar como museu E se essa ocupação não for feita Será que a falta de manutenção é melhor ou pior que uma restauração malfeita UNICESUMAR UNIDADE 2 43 Brasil Colônia 15001822 Império 18221889 República 1889presente Fatos importantes I Descobrimento e colonização II União Ibérica 15801640 III invasão holandesa 16301654 IV transferência da corte e abertura dos portos I Primeiro reinado II período regencial III segundo reinado IV libertação dos escra vos mas ainda eram dependentes I Primeira República 1889 1930 Café com Leite II Era Vargas 19301945 III República Nova 19451964 IV Regime Militar 19641985 V República Nova 1985 até os dias atuais Arquitetura INDÍGENA COLONIAL précolonial Renascentista Barroca Rococó NEOCLÁSSICO ECLÉTICO Neogótico Neobarroco Francês Neomourisco Neocolonial Art Nouveau PROTOMODERNO MODERNISMO PÓSMODERNISMO CONTEMPORÂNEO Quadro 1 Marcos Históricos e Estilísticos da Arquitetura Brasileira Fonte a autora Predominou num primeiro momento no Brasil a ocupação do Nordeste pelos estrangeiros e lá era onde se mantinham as relações com a metrópole europeia no concernente à atividade canavieira Num segundo momento no século XVII houve uma transferência do polo econômico e político para a região sudeste do país e o surgimento dos diferentes ciclos econômicos do ouro do algodão do café e da borracha enfraqueceu o da canadeaçúcar mas ele não deixou de existir Os inícios e os finais desses ciclos historicamente se definem para fins pedagógicos mas se dão concomitantemente 44 OLHAR CONCEITUAL CICLO DO PAUBRASIL iniciouse no início da colonização num processo de exploração que se deu a partir da negociação com os povos indígenas através do escambo até uma tentativa de escravização dessa população o que gerou inúmeros confitos O declínio dessa exploração se deu com a valorização do potencial lucrativo da atividade canavieira já praticada no país CICLO DA CANA DE AÇÚCAR se concentrou no nordeste brasileiro Bahia e Pernambuco sendo os maiores produtores no sistema plantation ou seja grandes latifúndios focados na monocultura produção a partir de mão de obra escrava e exportação O ciclo começou a enfraquecer no fnal do século XVII CICLO DO OURO se inicia no fnal do século XVII e transfere as atenções da colônia para a região sudeste sendo Minas Gerais o ponto focal e jazidas encontradas também em Goiás e Mato Grosso O lucro das minas era explorado tanto pelos donos destas como também pela Coroa Portuguesa que começa a cobrar impostos sobre as riquezas encontradas O declínio desse ciclo foi gerado pelo esgotamento das jazidas CICLO DA PECUÁRIA se inicia no fnal do século XVII e acrescenta pouco à estrutura material da civilização brasileira mas tem um papel importante na integração da nação através da ocupação da região sul Atendia às necessidades crescentes de gado da área mineradora cafeicultora e canavieira da Região Sudeste CICLO DO ALGODÃO se inicia no século XVIII pós revolução industrial até o começo do século XIX e se dá pelo renascimento agrícola gerado pela demanda de algodão na europa e o amadurecimento da indústria têxtil CICLO DO CAFÉ o ciclo do café que fcou conhecido como ouro negro assim como o algodão fcou conhecido como ouro branco iniciou no fnal do século XVIII e teve seu ápice no século XIX sendo nesse período o responsável pela metade do café consumindo mundialmente A produção se dava nas regiões de terra roxa no oeste paulista no Paraná e no Vale do Paraíba e com mão de obra de imigrantes europeus após a abolição da escravatura CICLO DA BORRACHA se dá entre o fnal do século XIX e início do século XX dividido em dois períodos de 1879 a 1912 e de 19421945 na região norte em Manaus Porto Velho e Belém com foco no mercado externo Americano e europeu UNICESUMAR VIRAR PÁGINA PARA VISUALIZAR UNIDADE 2 45 O deslocamento do eixo políticoeconômico gerou uma alteração na rede urbana influenciada pelo processo migratório de Portugal para o Brasil e intraterritorial com a transferência da capital para o Rio de Janeiro que favoreceu os fluxos comerciais e a fiscalização por parte da Coroa e fragmentou o território ficando o extremo Norte correspondente ao Governo do GrãoPará o Nordeste que abrangia do Ceará até os limites do Rio São Francisco o Centro região que gravitava em torno de Salvador o Rio de janeiro que se estendia pelo Sul e finalmente o interior correspondendo à área das Minas Gerais Mato Grosso e Goiás As cidades eram estruturadas em conexões às edificações e acompanhavam o nível do terreno resultando assim em ruas sinuosas e um traçado irregular Os núcleos urbanos tinham uma estrutura administrativa pequena já que sua função basicamente era armazenar a produção até sua exportação enquanto o resto se dava no campo Os senhores dos engenhos eram os únicos que residiam alter nadamente entre o campo e a cidade Os comerciantes fixos nas cidades eram quem detinha o poder econômico nesse espaço BICCA BICCA 2006 Esse traçado irregular das cidades não era fruto de um desconhecimento dos colonizadores sobre urbanismo mas sim fruto de uma vontade militar resultante do surgimento da pólvora pois para a artilharia não convinha que as ruas fossem retas Com o fracasso das capitanias hereditárias a coroa portuguesa deixou a cargo do arquiteto Luiz Dias o plano da capital do governo português na colônia e a demanda foi de uma fortaleza que cercasse a Baía de Todos os Santos para evitar piratas que assolavam toda a costa e somente nesse espaço de muralhas é que havia um traçado ortogonal e conforme a cidade foi crescendo esse tecido foi se acomodando ao relevo BICCA BICCA 2006 46 Se pensarmos agora no processo de fixação dos portugueses no território nacional não há diver sidade tipológica os programas eram basicamente civis de função pública ou privada religiosos e militares Estilisticamente as primeiras arquiteturas importadas tinham influências barrocas e maneiristas estilos praticados na época em Portugal porém mais austeros devido aos diferentes recursos disponíveis materiais e técnicas Fossem as casas e os comércios que vimos na primeira unidade construídos em pauapique adobe cercados de paliçadas para evitar a investida dos indígenas e aventureiros europeus que dis putavam o comércio fossem as posteriores que compreenderam os complexos agroindustriais para atender as atividades econômicas predominantes de então ou seja os engenhos de canadeaçúcar a casagrande a senzala as oficinas as estrebarias etc eram compreendidas dentro da estrutura social baseada na monocultura escravocrata Descrição da Imagem desenho antigo em tons de sépia e azul representando o mar do plano para a cidade de Salvador As inscri ções na parte central acima à esquerda e à direita da imagem estão em francês com uma fonte caligráfica Acima há uma perspectiva que mostra a costa e os morros com edificações ao fundo e duas embarcações no mar à frente Abaixo está a planta com inscrições à esquerda definindo o tipo de planta e a escala inscrições à direita com legendas ilegíveis e o traçado da Vila de Salvador com um centro quadricular e uma costa com estruturas de muralhas hexagonais Figura 1 Vila de Salvador Vue de la ville de St Salvador du coté de la Baye Amédée François Frézier engenheiro militar 1716 Fonte Bicca e Bicca 2006 p 30 UNICESUMAR UNIDADE 2 47 Entre os engenhos houve variação temporal e tipológica Havia os engenhos nordestinos de canade açúcar e os sudestinos de policulturas que serviam para abastecer os viajantes e os núcleos urbanos próximos geralmente localizados em sítios entre o mar e a serra Esses engenhos sudestinos surgiram no início do século XVIII com a ocupação intraterritorial estando alocados por exemplo na Baixada Santista no Rio de Janeiro entre Ubatuba Paraty e Angra dos Reis e entre o caminho que levava a Minas Gerais e se tornaram importantes durante o ciclo do ouro para escoar a produção para Portu gal Neles havia fazendas com trigais produção de azeite produção e fiação de algodão alambiques abatedouros que produziam carne lã banha e ainda aproveitavam o couro e também a produção de telhas e peças em adobe Geralmente eram implantados próximos à água mas de forma a ficarem protegidos e com boa visibilidade para proteção contraataques Descrição da Imagem fotografia tomada à luz do dia Ao fundo um céu sem nuvens e algumas árvores O edifício possui em primeiro plano uma chaminé utilizada na expulsão da fumaça A edificação é composta de quatro águas com as paredes brancas vedadas até a altura do peitoril cerca de um metro e dez centímetros ou um metro e cinquenta centímetros Do lado esquerdo há a extensão de uma das águas e um anexo de pouca altura com uma água própria voltada para frente e uma portinhola verde Os caminhos e o chão são de grama e terra Figura 2 Engenho Salgado Pernambuco Fonte Gomes 2008 p 22 48 Até o início do século XVIII as casasgrandes e as senzalas ficavam distantes entre si as casasgrandes nas porções mais elevadas dos terrenos depois tornaramse interligadas e as plantas antes quadran gulares tomaram a forma de U ou retangular com pátios internos na parte posterior da residência A prática de construir os edifícios individualmente e espaçados entre si favoreceu uma certa autono mia na escolha das técnicas e materiais empregados nas paredes empregouse enxaimel alvenaria de pedra adobe ou tijolos e a taipa Nos telhados eram utilizadas estruturas compostas de madeira revestida com telha cerâmica ou palha e nos pisos térreos tijolos de barro e lajotas no résdochão e nos pavimentos superiores assoalhos de madeira BICCA BICCA 2006 A definição do sistema construtivo dependia da disponibilidade do material na região das posses do senhor de engenho e da estrutura social que variava também de acordo com a distância que separava o engenho da cidade O senhor podia construir uma casa com muitos cômodos ou uma pequena casa provisória na qual residia somente no período da produção do açúcar Descrição da Imagem foto aérea tomada à luz do dia da disposição das edificações em um terreno amplo de um engenho Em primeiro plano aparece a topografia coberta por relva verdeclara Do canto inferior direito em diagonal para o canto superior esquerdo estão dispostas três edificações pequenas e uma série de árvores em seu entorno À esquerda Temos a casagrande com uma estrutura retangular ampla e no canto superior direito a capela ambas brancas Ao fundo há o céu com diversas nuvens e uma série de ondu lações montanhosas com cobertura verdeescuro Figura 3 Engenho Moreno Pernambuco Fonte Bicca e Bicca 2006 p 96 UNICESUMAR UNIDADE 2 49 No conjunto entre as edificações rurais se conformava uma espécie de praça que tinha como funções a vigília as punições aos escravos o trabalho e o lazer Também havia reunião de pessoas no espaço da varanda e vestíbulo da casagrande e na nave da capela e seu entorno Na casagrande havia salas alcovas quartos de hóspedes e cozinhas grandes e as capelas eram um anexo sempre constante As capelas recebiam um maior investimento por seu valor simbólico e por ela ser o coração da vida social dos antigos engenhos As cozinhas usualmente ficavam deslocadas em direção ao terreiro e os apo sentos voltavamse para uma sala central e posteriormente para um pátio interno sempre pensando na proteção contraataques indígenas decorrentes do tráfico ilegal Os engenhos tinham galinheiros chiqueiros currais hortas pomares e um grande barracão que ficava próximo ao rio ou córrego para utilizar a força motriz da água subdividido de acordo com as etapas do processo de produção da cana e também posteriormente do café armazéns caldeiras moenda etc Descrição da Imagem fotografia aérea tomada à luz do dia do complexo rural de um engenho Vemos dispostas ao redor de uma praça central as edificações todas brancas com coberturas de quatro e duas águas O acesso se dá pelo canto inferior esquerdo onde a estrada se vê ladeada por palmeiras que indicam o caminho até o acesso Ao lado do acesso à esquerda há um casebre e à direita as edificações utilitárias com a chaminé ao canto Ao centro numa posição mais alta em relação à estrada temos a capela e a casagrande com uma praça exclusiva com um conjunto paisagístico envolta por uma cerca branca Ao fundo à direita há árvores e vegetação mais densa Figura 4 Engenho Uruaê em Pernambuco Fonte Bicca e Bicca 2006 p 96 50 A B C D Casasgrandes do século XVII Sítio do Mandu século XVII SP Casasgrandes do século XVIII Casagrande do Engenho da Freguesia BA Casa da fazenda do Capão do Bispo RJ Casagrande em Pernambuco Descrição da Imagem em a e b há desenhos esquemáticos do tipo croqui à esquerda a de casasgrandes do século XVII como a inscrição sugere Sítio do Mandu Século XVII SP e à direita b casasgrandes do século XVIII No canto superior direito CasaGrande do Engenho da Freguesia BA no centro Casa da Fazenda do Capão do Bispo RJ e no canto inferior direito casagrande em Pernam buco Na Figura c uma fotografia tomada à luz do dia do estado atual da residência do Capão do Bispo Nela há um morro coberto de gramíneas com uma vegetação arbustiva no canto esquerdo um caminho curvo em aclive até a residência e a residência com sua estrutura quadrada com o porão varanda e escada lateral Na figura d há uma fotografia tomada à luz do dia do estado atual da re sidência do Engenho da Freguesia na Bahia com a estrutura da rampa de acesso a casa grande com três pavimentos e janelas com balcão no terceiro pavimento Ao fundo à direita está a capela Figura 5 a CasasGrandes do século XVII b CasasGrandes do século XVIII c Casa da fazenda do Capão do Bispo RJ d CasaGrande do Engenho da Freguesia BA Fonte Figura a UNIP s d p 3 Figura b UNIP s d p 3 Figura c UNIP s d p 3 Figura d Wikimapia 2023 online UNICESUMAR UNIDADE 2 51 Nas casasgrandes as varandas como comentado anteriormente eram utilizadas tanto para questões de conforto térmico para proteção dos ventos em São Paulo e da insolação excessiva no Rio de Janeiro como para proteção contra intrusos filtrando a entrada de visitantes A B C Descrição da Imagem três desenhos de fachadas com a disposição diferente das arandas A figura a traz uma residência térrea de duas águas com um recuo frontal sustentado por dois pilares que conformam o espaço da varanda A figura b traz uma residência assobradada com a escadaria de acesso lateral e o entorno da fachada como um todo sustentada por seis pilares que conformam a varanda A figura c traz uma residência assobradada com acesso privativo à varanda já que não é possível ver esse acesso na figura Figura 6 Variação tipológica das varandas nas casasgrandes Fonte UP s d online Além da arquitetura civil privada outras edificações com diferentes funções e soluções formais caracterizaram o território brasileiro durante o período colonial Dentre eles as Casas de Câmara e Cadeia onde ficavam os órgãos administrativos da cidade as fortalezas militares cujo caráter defensivo herdado da Idade Média procurava proteger a região contra invasões estrangeiras e as igrejas que além de possuir uma forte presença nas esferas política econômica e social determinaram de forma marcante o ambiente urbano A B Descrição da Imagem Na figura a temos uma fotografia tomada à luz do dia em um dia nublado com muitas nuvens com o céu cinza do edifício da casa de Câmara e Cadeia da cidade de Mariana Temos uma edificação assobradada com quatro águas e uma água furtada no centro No centro também há uma escadaria suntuosa de três lances ladeada por 3 janelas em cada extremidade Há um portabandeiras à esquerda e à direita um obelisco O prédio é branco com esquadrias pilares balcões e ornamentos em cinza A figura b traz um desenho esquemático em tons de sépia da planta do edifício da figura a Nele vemos a divisão de sete compartimentos quatro na porção norte e três na porção sul de diferentes tamanhos e a estrutura da escadaria no centro Ao lado da estrutura da escadaria há inscrições manuscritas ilegíveis Figura 7 a Fotografia da Fachada b Planta da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015 online Figura b Santos 1762 online 52 As casas de Câmara e cadeia sublinhavam o poder da Metrópole sobre a colônia Um povoado ao elevarse à condição de vila tinha em seguida uma casa de câmara e cadeia construída e um pelourinho onde eram aplicados os castigos e punições em frente a ela Costumavam ficar isoladas dos prédios vizinhos e edificadas em meio às praças Nela cumpriamse funções legislativas executivas e judiciárias A construção dos edifícios das câmaras seguia prerrogativas das ordens régias alvarás e cartas de doações vindas de Portugal Seus funcionários eram responsáveis por todas as tarefas práticas relacio nadas à fiscalização das necessidades públicas de melhorias municipais como a construção de estradas calçadas fontes pontes até saúde bem como as atitudes morais e legais dos habitantes a tomada de decisão quanto ao patrimônio público a concessão de terrenos urbanos datas e rurais sesmarias e a punição quando do não cumprimento das normas CAMPELLO 2012 Os edifícios tinham dois andares com acessos a cada andar de forma independente O acesso ao pavi mento superior geralmente era externo ou interno no hall do edifício de forma suntuosa Geralmente eram construídos com materiais mais resistentes do que as casas normais O telhado quase sempre era de quatro águas com telhas um diferencial no período porém diferentemente dos edifícios prisionais construídos em Portugal no Brasil havia uma simplificação abóbadas e decorações de alvenaria mais complexa e a utilização de materiais nobres como granito e mármore não eram utilizados O que foi introduzido nas construções aqui foram os tijolos maciços de barro bastante utilizados CAMPELLO 2012 O térreo era reservado às prisões abrigava os criminosos e o corpo de guarda e o pavimento su perior abrigava o poder administrativo da câmara e do punitivo do júri Em alguns casos o programa também possuía uma habitação para o carcereiro para evitar a fuga dos presos durante a noite e as celas podiam ser divididas por classe social gênero ou gravidade dos crimes Outros edifícios como bancos escolas e hospitais eram edificados conforme as funções econômicas dos núcleos urbanos e geralmente eram vinculados de forma massiva à Igreja Católica A B Descrição da Imagem A figura a traz uma fotografia tomada à luz do dia da fachada do antigo edifício da Casa de Câmara e Cadeia de Goiana Nela em primeiro plano há dois varais de bandeirolas coloridas penduradas à frente da fachada principal Atrás há uma perspectiva cuja fachada está destacada a edificação geral é pintada em amarelo e detalhes de colunatas e esquadrias vigas e balcões em cinza claro A estrutura retangular traz uma simetria nas esquadrias em quantidade formato e tamanho e possui um elemento escultórico de destaque sobre a platibanda no centro sobre um frontão triangular no topo e em ambos os lados A figura b traz um desenho retilíneo da reprodução da planta baixa do térreo da Casa de Câmara e Cadeia de Goiana onde há as inscrições A e B que separam as celas e C onde fica o corpo de guarda e a escada ao centro Figura 8 a Casa de Câmara b Cadeia de Goiana Pernambuco Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008 online Figura b Campello 2012 p 98 UNICESUMAR UNIDADE 2 53 As casas de Câmara e cadeia se fizeram presentes durante todo o período monárquico e imperial deixando de existir como tais apenas na República Já a arquitetura militar era tida como muito impor tante no sentido da necessidade de defender o territó rio de invasões estrangeiras e por esse motivo estava espalhada por toda a costa nacional e com raríssimas exceções no interior do Brasil e somente mais tarde para proteger as novas fronteiras estipuladas pelo tra tado de Tordesilhas MONTEZUMA 2008 Cerca de 15 fortes foram construídos apenas para proteger Salvador e a Baía de todos os Santos entre os séculos XVI e XVIII cerca de 14 no Rio de Janeiro e pelos menos sete em Belém do Pará e a maioria deles ainda se mantém conservada BURY 2006 A localização dessas fortalezas era definida pelo papel que exerceria em relação a outros fortes e povoados A definição da forma e traçado desses recintos for tificados determinavase pelas técnicas bélicas e de artilharia que a região possuía Pólvora e canhões por exemplo fizeram com que as muralhas fossem mais baixas porém mais grossas Todo o processo era muito funcional não havia espaço para expres são artística todos os edifícios eram muito pragmáticos e funcionalistas A maioria dos fortes eram executados por engenheiros militares que por sua vez influenciaram o desenho das futuras cidades Descrição da Imagem A figura a traz uma fotografia aérea tomada à luz do dia do forte dos Reis Magos onde aparece a edificação próxima à costa e a praia de um azul esverdeado e com a espuma branca das ondas cortando diagonalmente a imagem No centro está o forte com seu formato de estrela com as muralhas na cor branca e a cobertura nas cores vermelho e laranja Na porção diagonal esquerda está a estrada de acesso ao forte e a praia com areia bege A figura b traz um desenho esquemático da planta do forte com a estrutura da muralha em formato de estrela e abaixo dela o corte também esquemático que mostra a espessura das muralhas e seu acesso Na porção inferior da imagem encontrase a escala gráfica Figura 9 a Forte dos Reis Magos b Planta e corte do Forte dos Reis Magos Fonte Montezuma 2008 p 9 A B 54 Especialmente interessante é o Forte dos Reis Magos em Natal Rio Grande do Norte que foi construído em 1598 e reparado em 1614 pelo arquiteto Gaspar de Samperes e depois pelo engenheiro Francisco Frias de Mesquita que fez esse projeto e construiu mais de oito complexos de defesa e além disso o mosteiro de São Bento no Rio de janeiro A construção lembra muito a Fortaleza de Jesus em Mom baça na África com sua forma antropomórfica que faz uma referência consciente à estética relativa às proporções inerentes aos conceitos renascentistas fruto das influências italianas A B Descrição da Imagem duas fotografias aéreas do Forte de São Tiago das Cinco Pontas e do Forte Orange Na figura a temos uma fotografia tomada à luz do dia do forte Em primeiro plano temos um viaduto sobre uma rodovia Ao centro está o forte com suas quatro pontas em formato de flecha constituídas por sua muralha branca cujo centro é ocupado por uma edificação quadrada com um pátio interno no qual é possível ver palmeiras O forte é envolto por uma praça cujo recobrimento do solo é de grama e há árvores esparsas por todo o contorno Na figura b temos uma fotografia aérea perspectivada que engloba além do forte a praia em primeiro plano e toda a cidade ao fundo O forte é composto também por quatro pontas em formato de flecha As muralhas são num tom de cinza e há edificações apenas em uma das extremidades do quadrado que compõe as quatro pontas No entorno do forte localizase a praia de areia clara com palmeiras à esquerda Figura 10 a Forte de São Tiago das Cinco Pontas b Forte Orange na ilha de Itamaracá Fonte Figura a Wikimedia Commons 2016 online Figura b Wikimedia Commons 2006 online Essas referências também se aplicam nos Fortes de Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião no Rio de Janeiro Formas menos estruturadas em formato quadrado hexagonal e triangular não tinham nada a ver com senso estético e sim com estratégias e técnicas de guerras Por exemplo as hexagonais e circulares mais raras como o Forte do Mar de São Marcelo eram reservadas para fortes no mar As construções desses fortes eram feitas com materiais aparentemente precários porém as muralhas de taipa de pilão por exemplo chegaram a ser recomendadas pelos militares por absorverem melhor o impacto dos projéteis que as alvenarias de pedra que se degradam com o impacto Além do mais a seu favor a taipa era um material local e de baixo custo Alguns fortes tiveram lajes submersíveis construídas como no caso do Forte dos Reis Magos em Natal construído originalmente em taipa e areia solta mas que não suportou a erosão das águas do mar e teve de ser reconstruído em pedra e cal em 1608 UNICESUMAR UNIDADE 2 55 A B Descrição da Imagem a figura 11 traz fotografias de duas fortalezas construídas em meio ao mar A figura a traz uma fotografia da vista aérea do forte de São Marcelo onde há um trapiche de acesso realizado somente pelo mar e o formato circular de duas estruturas a muralha externa e um centro cilíndrico interno com quatro palmeiras distribuídas no corredor entre as duas estruturas Em volta da estrutura está o mar em tons turquesa e azul escuro e alguns barcos no canto superior esquerdo A figura b traz uma fotografia tomada em um dia nublado com uma montanha ao fundo e em primeiro plano o mar No centro temos o Forte da Laje uma estrutura ameboide com uma espécie de ponte em concreto cumprindo a função de trapiche Figura 11 Forte do Mar de São Marcelo e Forte da Laje Muitos dos fortes e fortalezas do período histórico colonial e de outros períodos da história do país hoje podem ser visitados e tornaramse pontos turísticos atraindo pessoas em diversas cidades como Natal Salvador Recife Rio de Janeiro e outras Veja 10 dos quais permitem acesso e proporcionam vistas incríveis e um passeio pela história Acesse o QR Code a seguir 56 Os edifícios religiosos tinham um grande signifi cado na cultura colonial expunham a recomen dação da Igreja Católica pós Concílio de Trento e durante a Contrarreforma de atrair fiéis perdidos e acrescentar novos inclusive nas novas terras recémdescobertas e por isso detinham maiores preocupações estéticas funcionais e construti vas Segundo Bury 2006 são catalogadas hoje cerca de 405 igrejas católicas sendo dividas em matrizes catedrais conventos e colégios e capelas em sua maioria pertencentes às ordens benedi tinas franciscana e carmelita encontrandose as capelas mais notáveis nas missões fazendas engenhos e ranchos As diversas composições arquitetônicas desses edifícios se originam nas diferentes ordens religiosas que os gerem jesuí tas franciscanos carmelitas e beneditinos cada qual com suas especificidades e programas que se tornavam mais complexos à medida em que eram associados a colégios e conventos A execução das igrejas e sua autoria em sua maioria provinham de arquitetos religiosos ou engenheiros militares e em lugares mais distantes eram de autoria popular BICCA BICCA 2006 A B Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa e outra interna da igreja considerada mais antiga do Brasil Igreja de São Cosme e São Damião em Igarassu Pernambuco A figura a é uma vista externa na qual aparece a estrutura da nave ao centro e a torre sineira à esquerda A igreja é branca com as esquadrias e detalhes das quinas em bege Na torre sineira há três aberturas e uma cúpula e na capela um frontão triangular com a cruz no topo duas aberturas abaixo e duas reentrâncias com esculturas sob a porta A figura b mostra a parte interna da igreja com uma perspectiva em direção ao altar todo em pedra branca com detalhes pinturas e tecidos em tons dourados vermelhos e verdes O piso é vermelho Figura 12 a Igreja mais antiga do Brasil b Igreja de São Cosme e São Damião em Igarassu PE Fonte Google Streetview 2022 online UNICESUMAR UNIDADE 2 57 As edificações religiosas delimitaram geograficamente os núcleos coloniais e denominaram morros e logra douros Num segundo momento a Igreja esteve intimamente ligada à administração colonial sendo depo sitária de documentações e registros oficiais e o bispo detinha poder superior à autoridade administrativa Além da religião católica nenhuma outra prática religiosa era permitida pela coroa No litoral se es tabeleceram as grandes construções como conventos mosteiros capelas e igrejas das ordens jesuíta franciscana carmelita e beneditina e no interior ficavam as construções mais modestas de irman dades e confrarias chamadas leigas que não tinham vínculo direto com o vaticano mas tinham um compromisso espiritual em cuidar dos desafortunados proviam auxílio financeiro ajudavam órfãos e construíram hospitais Novos elementos foram incluídos no programa das edificações religiosas para atrair o público das colônias o púlpito para que se divulgasse a Bíblia na língua local e elementos da fé local como ima gens de santos venerados ali O púlpito ficava afastado do altar onde a missa ainda era celebrada em latim e as imagens eram distribuídas nas naves laterais O Brasil se tornou um laboratório para experiências religiosas sendo sede de uma nova ordem religiosa a Companhia de Jesus que desempenhou um papel desbravador 58 A arquitetura religiosa colonial se classifica em três períodos o primeiro de 1549 a 1649 cujos mar cos são a fundação de Salvador até a reconstrução do Colégio da Bahia quando a coroa se associou à ordem jesuíta para evangelizar e distribuiu por todo o território litorâneo uma série de conventos da ordem Figura 13 e Figura 14 o segundo de 1620 a 1750 quando iniciase a construção de grandes conventos das diferentes ordens religiosas a renovação de pequenas igrejas até sua consolidação da ocupação do interior m exemplo desse período é o Convento Franciscano de João Pessoa Figura 15 e terceiro de 1700 a 1800 com a construção de Igrejas e Capelas leigas no interior com opulên cia e ostentação financiadas pelas riquezas da exploração do ouro em Minas Gerais e reprodução em menor escala de igrejas votivas ou santuários de peregrinação como por exemplo a Igreja de Santa Efigênia em Ouro Preto MS Figura 16 Descrição da Imagem a figura traz uma perspectiva externa da Igreja e Convento de São Francisco em Salvador Em primeiro plano aparece a praça da igreja ladeada por edificações assobradadas históricas em diversas cores Ao fundo está a igreja com a nave central e duas torres uma de cada lado O centro tem o desenho orgânico com volutas e uma reentrância para uma escultura No topo está a cruz Figura 13 Igreja e Convento de São Francisco em Salvador UNICESUMAR UNIDADE 2 59 A B Descrição da Imagem a figura traz duas perspectivas externas tomadas à luz do dia do Colégio Jesuítico dos Reis Magos A figura a traz uma perspectiva externa da estrutura branca com esquadrias azuis do colégio a porção maior da nave da capela com um frontão à porta e três aberturas superiores com um losango curvo ao centro ladeada pela torre sineira A figura b traz uma perspectiva aérea do colégio na qual está a capela a torre sineira e o pátio interno retangular envolto pela edificação assobradada Figura 14 Colégio Jesuítico dos Reis Magos Nova Almeida atual Serra ES Primeiro período Fonte Wikimedia Commons 2011a online e Ipatrimônio 2023 online O Iphan Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tem constituído um dos maio res acervos bibliográficos documentais e iconográficos do Brasil e além do próprio acervo tem desenvolvido em parceria com profissionais mantenedores do projeto beta do IPatrimônio uma plataforma digital um mapa todos os locais imagens realidade virtual panoramas 360º projetos e histórico de diversos patrimônios nacionais Para saber mais acesse os links do QR Code a seguir IPHAN IPatrimonio 60 As plantas das igrejas das confrarias ordens terceiras e irmandades no século XVIII adotaram nave única retangular corredores laterais púlpitos e capelamor anexada à sacristia o pavimento superior abriga as tribunas coro sobre o nártex entrada com acesso às torres sineiras depósitos e consistório corpo principal da Igreja ou nave Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada de baixo para cima da Igreja de Santa Efigênia e de Nossa Senho ra do Rosário do Alto da Cruz Em primeiro plano aparecem as escadarias ladeadas por palmeiras e fechadas por portões de ferro fundido Ao fundo aparece a igreja ladeada por duas torres com uma cruz em cada topo Figura 16 Igreja de Santa Efigénia e de Nos sa Senhora do Rosário do Alto da Cruz Fonte Wikimedia Commons 2011b online Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do Convento de Santo Antônio tomada de um ângulo sobre um detalhe de pedra do entorno Ao fundo há uma edificação em formato triangular com detalhes orgânicos em volutas e três balcões varandas no pavimento superior e quatro aberturas no pavimento inferior A estrutura da nave é ladeada à esquerda pela torre sineira Figura 15 Centro Cultural Convento de Santo Antônio Fonte Wikimedia Commons 2019 online Perto do final do século XVII e com a descoberta do ouro uma nova fase surgiu na arquitetura religiosa das Minas Gerais um decreto régio proibiu as ordens regulares de se instalarem perto das minas e elas foram substituídas pela igreja secular e irmandades e fraternidades UNICESUMAR UNIDADE 2 61 As igrejas coloniais brasileiras do século XVIII evoluíram de naves em planta retangular para formas poli gonais e até mesmo elípticas movimentação dos planos da fachada rompendo a bidimensionalidade dos modelos jesuíticos profundidade na disposição nova de torres e frontispícios A profusão de templos ligados às ordens terceiras confrarias e irmandades estas últimas locais de auxílio a escravos libertos ou fugidos perseguidos pela tirania da Coroa A evolução das tipologias estava imbuída de mais riqueza exuberância e a tridimensionalidade do espaço barroco A arquitetura passou a transitar entre o maneirismo aplicado às fachadas herdado do discurso jesuítico e o barroco aplicado no desenho de plantas decoração de interiores evoluindo rapidamente para a superfluidade do rococó das cortes francesa e bávara Descrição da Imagem a figura traz uma foto com a imagem do convento e da ca pela da Ordem Terceira de São Francisco À esquerda temos o convento e ao fundo a estrutura do convento À direita temos a capela ladeada pela torre sineira Ambas as estruturas possuem frontões rebuscados com estrutura orgânicas e volutas Figura 17 Convento e Capela da Ordem Ter ceira de São Francisco Marechal Deodoro AL Fonte UNIP s d p 33 Descrição da Imagem a figura 18 traz três desenhos esquemáticos envoltos por três quadrados chanfrados nos cantos em linhas pontilhadas com uma seta direcional entre eles No primeiro quadrado temos uma fachada de base quadrada e topo triangular com um frontão e volutas em ambos os lados de forma simétrica No segundo quadrado uma evolução formal com base quadrada duas torres sineiras nos cantos uma torre com uma cruz no centro e volutas fazendo um acabamento No terceiro uma base baixa retangular e a parte superior triangular e com formas orgânicas e a torre sineira separada da nave Figura 18 Transformações da arquitetura religiosa Fonte Messias 2020 p 25 62 Veremos que os primeiros anos do século XVII e XVIII até a Proclamação da República em 1889 ainda pertencentes ao período colonial são facilmente incorporáveis ao século anterior com a continuidade das soluções arquitetônicas e urbanísticas que caracterizaram o período porém com as variações estilísticas em voga na Europa Vimos nesta unidade que a incorporação e a aculturação da arquitetura europeia pela sociedade brasileira influi ainda hoje nas nossas cidades Temos remanescentes históricos que a depender das soluções de preservação incorporadas definem a nossa paisagem atual Consultando o QRCode a seguir você poderá ter acesso a um manual de Elaboração de Projetos de Restauro e preservação disponibilizado pelo Iphan e pode identificar qual seria sua forma de atuação se convidado a restaurar ou recuperar uma área colonial estudada por nós nesta unidade UNICESUMAR 63 Após nosso estudo do avanço da ocupação colonial costeira até a intraterritorial com a definição das urbes e vilas e as edificações que as compunham civis militares e religiosas convido você a refletir e questionarse sobre o conteúdo aprendido Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e reflexões ARQUITETURA COLONIAL Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos 3 itens cada Fonte a autora 64 1 Os núcleos urbanos tinham uma estrutura administrativa pequena e a ocupação do território nacional iniciouse do litoral para o interior Com relação aos traçados das cidades no Brasil Colonial analise as afirmativas a seguir I Sob a influência da engenharia militar acentuouse a preferência pelos traçados ortogonais nos projetos das povoações coloniais II Na aparente desordem dos traçados das cidades coloniais existe uma incoerência orgânica e uma autonomia formal III Os traçados das cidades coloniais que inicialmente apresentavam perfeita regularidade foram se tornando irregulares devido ao aumento populacional IV As cidades mineiras eram melhores estruturas que as litorâneas devido ao lucro das minas V As estratégias militares exigiam traçados irregulares para facilitar a defesa das cidades Estão corretas as afirmativas a I e II apenas b I II e III apenas c I e III apenas d I II e V apenas 65 2 A arquitetura brasileira apresentou desde o tempo da Colônia até o século XIX poucas al terações no que se refere à tipologia construtiva e materiais empregados nas construções Correlacione as técnicas construtivas aos seus materiais de constituição e modos de fazer I Taipa de pilão II Pauapique III Enxaimel a Estrutura de madeira que articulada horizontal vertical e inclinadamente forma um conjunto rígido e acabado através do encaixe dos caibros de madeira b Alvenaria maciça executada com barro socado no interior de formas de madeira similar às que hoje se utiliza para a confecção de vigas de concreto c Alvenaria de vedação construída com uma malha de madeira preenchida com barro jogado e apertado com as mãos Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA a Ib IIc IIIa b Ib IIa IIIc c Ic IIb IIIa d Ia IIc IIIb 66 3 Na arquitetura de caráter vernacular com predominância no meio rural brasileiro foi lar gamente utilizado um processo construtivo conhecido como taipa de mão Esse processo é caracterizado a pelo enchimento de forma disposta na horizontal com argamassa de cimento cal e areia e depois colocada a prumo b pelo enchimento de uma espécie de gradeamento vazado de madeiras varas bambus ou caules de arbustos com barro amassado c pela compactação do barro através de um pilão entre tábuas ou taipas mantidas a prumo por meio de travessas e cavilhas d pela aplicação de uma argamassa à base de cal virgem nos vazios de uma alvenaria de pedra de mão e pela aplicação de uma argamassa de cimento e areia para preencher os espaços vazios de uma estrutura 4 No que diz respeito à política urbanizadora durante o período colonial brasileiro assinale a alternativa CORRETA a Foi um conjunto de critérios para controlar o processo de urbanização e sempre foi parte da política colonizadora b A partir de 1549 com a criação do Governo Geral e a fundação de Salvador a Metrópole passa a criar cidades em capitanias que reverteram a Coroa c Nas cidades que fundava a administração portuguesa contava com a assistência técnica de mestres construtores e arquitetos ou engenheirosmilitares d Havia duas formas de atuação uma simples para as vilas e outra com padrões técnicos para as cidades da Coroa 3 Nesta unidade identificaremos a arquitetura dos períodos Colonial e Imperial do Brasil por meio dos remanescentes dos movimentos importados da Europa Barroco Rococó e Neoclássico Definiremos características padrões materiais e técnicas construtivos emprega dos que constituem esses estilos e definem a historiografia brasileira do Brasil Colonial entre os séculos XVII e XIX Arquitetura Imperial Arquitetura Neoclássica e suas influências Me Jociane Karise Benedett 68 Voltar no tempo e reconhecer a importância das edificações enquanto representações estilísticas é muito importante e preserválas é necessário Porém a escolha de como isso é feito como já mencionamos anteriormente é uma escolha política Atualmente as obras de restauro mesclam as perspectivas e usos atuais preservando a originalidade dos materiais e do estilo do autor A pinacoteca do estado de São Paulo é uma obra do século XIX que foi construída para receber o Liceu de Artes e Ofícios em 1882 uma iniciativa para instruir a mão de obra da época que depois foi adaptada em 1905 pelo arqui teto Ramos de Azevedo para receber as obras de arte que constituíram a Pinacoteca Desde quando foi inaugurado o prédio foi acometido por diversas ações ofensivas e transformações inadequadas além do descaso por falta de manutenção goteiras entupimentos etc quando deveria ser preservada A obra considerada neoclássica recebeu em 1998 uma atualização produzida pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha que teve como foco a melhora na distribuição e sucessão dos espaços a circulação dos visitantes a luminosidade produzida com os recursos arquitetônicos projetados e a manutenção das características inerentes ao período construtivo Agora perguntolhe você consegue identificar apenas com o ano da construção a qual período ela pertence Quais características identificam nesse caso que a construção se trata de uma obra arquitetônica neoclássica A B Descrição da Imagema figura apresenta duas fotografias tomadas à luz do dia uma externa e outra interna da Pinacoteca do estado de São Paulo A Figura 1 a tratase de uma fotografia externa frontal do edifício da Pinacoteca Em primeiro plano há uma fonte com o chafariz ao centro Ao centro há o frontão com o acesso definido pela escadaria quatro colunatas em cada lado nos dois pavimentos e nos cantos janelas duas no pavimento superior e uma no térreo em ambos os lados No canto direito há uma árvore A Figura 1b apresenta uma fotografia interna que mostra o vão coberto com uma estrutura de vidro os três pésdireitos constituídos de aberturas e colunatas de tijolinhos vermelhos e uma passarela de aço liga os dois lados da edificação Figura 1 Pinacoteca do estado de São Paulo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015a online Figura b Wikimedia Commons 2016a online A identificação dos períodos históricos e estilísticos é marcada por características construtivas que muitas vezes são tão discretas que é impossível dizer com certeza que pertencem a um ou outro No período Colonial com a vinda da coroa Portuguesa para o Brasil que chamamos aqui de período Imperial as construções eram feitas na maioria das vezes por mão de obra escrava Com a vinda da corte e a necessidade de estruturação de uma vida cultural local técnicas materiais e mão de obra começaram a ser importados Entre os séculos XVIII e XIX os europeus radicados no Brasil impor UNICESUMAR UNIDADE 3 69 taram o Barroco com sua dramaticidade o Rococó com sua elaboração decorativa e o Neoclássico com seu requinte e sobriedade Esses adjetivos que citei podem ser percebidos no rebuscamento das formas e estruturas curvas no Barroco no uso de afrescos e cores pastéis nos interiores no Rococó e nas linhas retas e no uso de elementos clássicos como os frontões no Neoclássico Sugiro que você pesquise sobre a obra de restauração apresentada e identifique as características originais do edifício que o constituem como obra neoclássica Faça esboços e croquis produzindo um resumo Utilize seu Diário de Bordo Definir que estudaremos apenas um estilo em cada uma das unidades nos deixaria engessados e presos a uma divisão didática ilusória A transição entre estilos e movimentos arquitetônicos entre os séculos XVII e XIX no Brasil deuse de maneira progressiva e síncrona por isso é importante refletir e ter os elementos característicos principais registrados Anoteos no seu Diário de Bordo e faça esquemas gráficos para deixar registrados e voltar nas anotações sempre que necessário No final do século XVII e início do século XVIII a rotina colonial e a ocupação portuguesa no Brasil sofreram mudanças expressivas a vida urbana se intensificou a comunicação com a Europa e a valori zação do luxo e do conforto importados de lá aumentaram e as riquezas em solo nacional definiram o 70 cenário ideal para o Barroco O Barroco o Rococó e o Neoclássico se fizeram presentes nesses séculos e a transição entre eles é tema de debate ainda hoje Como vimos na segunda metade do século XVI várias igrejas foram erigidas dentro do que hoje se define como Barroco de influência portuguesa francesa italiana e espanhola em suas fachadas e frontões mas a produção do Barroco nacional ocorreu no século XVIII com a exploração do ouro em Minas Gerais já com certa inclinação ao Rococó O Barroco surgiu na Europa por vol ta do ano de 1600 em virtude de con flitos religiosos enquanto no Brasil começou tardiamente com um século de atraso A igreja Católica vinha per dendo espaço para o movimento pro testante e encontrou na arquitetura um meio de atrair novamente a atenção e a confiança dos fiéis Por meio de cons truções que transmitissem grandiosida de por meio de artifícios de imaginação e fantasia dramatização e teatralização das expressões arquitetônicas construí ram um sedutor discurso de alto teor retórico dirigido às massas para influenciar um comporta mento adequado de apoio e subordinação às estruturas de poder O Barroco surgiu no país junto aos jesuítas então está completamente vinculado à religiosidade A maioria das edificações do estilo apresenta elementos de exaltação da fé católica e diversas obras de arte sacra As principais e mais conhecidas obras sacras do período Barroco foram construídas com técnicas e materiais simples pau a pique bambu e madeira e apenas com o tempo foram sendo substituídos pela alvenaria O exterior simples e o interior rebuscado sinalizavam uma virtude cristã tida como necessária pela Igreja BICCA BICCA 2006 Descrição da Imagem a figura traz uma fotogra fia tomada à luz do dia da edificação Convento Santo Antônio do Cairu na Bahia A fotografia traz em primeiro plano o caminho de acesso à edificação em pedras ladeado à esquerda por um gramado Ao centro sob uma estrutura de pedra há uma cruz na cor vermelha Ao fundo há a edificação estruturada com a base retangular com cinco aberturas em arco e sobre ela uma estrutura triangular composta por dois pavimen tos um com três aberturas retangulares com um frontão triangular curvo sobre cada um e o outro com uma reentrância sob a qual há uma escultura de Santo Antônio Nos três pavimen tos há volutas e pináculos nos cantos Atrás à esquerda há a torre sineira Figura 2 Convento Santo Antônio de Cairu na Bahia Fonte Wikimedia Commons 2015b online UNICESUMAR UNIDADE 3 71 A obra precursora do estilo foi o Convento e Igreja de Santo Antônio Cairu desenvolvida pelo frei Daniel de São Francisco ver Figura 3 A B C D Descrição da Imagem a figura traz quatro fotografias da Basílica de Nossa Senhora do Carmo em RecifePE A Figura 3 a traz uma perspectiva externa na qual é possível ver a estrutura de duas torres a da esquerda uma torre sineira ao centro a estrutura de um frontão triangular curvo e a torre da direita com altura inferior à altura do frontão A Figura 3 b traz um detalhe do altar com detalhes em talha dourada nas cores azulclaro bege e amadeirado Na Figura 3 c há um detalhe de uma das paredes com um mural em azulejos nas cores azul e branco com um desenho de uma moldura rebuscada e com formas curvas ladeadas por uma espécie de alto relevo de um vaso de flores brancas à direita e a representação de uma cena sacra ao centro A Figura 3 d traz uma visão interna expandida na qual é possível ver a nave central da Basílica e seu teto com o altar da Figura 3 b ao fundo O teto abobadado possui detalhes dourados e azulceleste Há balcões no pavimento superior e estruturas de confessionário ladeando os bancos e o caminho central até o altar Figura 3 Basílica de Nossa Senhora do Carmo em RecifePE Fonte Figura a Wikimedia Commons 2020 online Figura b Wikimedia Commons 2015c online Figura c Wikimedia Commons 2016b online Figura d Wikimedia Commons 2016c online 72 A arquitetura portuguesa influenciou fortemente a produção barroca no Brasil inserindo elementos bastante utilizados como a azulejaria ver Figura 3 c até a produção brasileira assumir suas próprias características No Brasil o Barroco influenciou diretamente no desenvolvimento do plane jamento urbano tendo como centro das atenções o estado de Minas Gerais pela intensa movimentação econômica gerada pela mineração O auge do movimento foi no chamado Século do Ouro XVIII O maior acervo de arquitetura barroca do país se encontra nas cidades de Ouro Preto Diamantina Mariana e São João Del Rei A primeira vila da região foi Ouro Preto então chamada Vila Rica Os artistas da região aurífera utilizavam madeira pedrasabão e claro ouro para fazer as decorações e estátuas que compunham as edificações O Barroco preservava a irregularidade o uso do movimento de linhas sinuosas e decoradas com pinturas extravagantes e ornamentos com detalhes minuciosos brilhantes e irreais que despertavam a emoção de quem observava a obra Esse aspecto cenográfico do Barroco tinha a intenção de levar os fiéis a um espaço celestial assegurandolhes uma vida diferente da realidade fora daquele ambiente BICCA BICCA 2006 As edificações do período eram pintadas com cores fortes ver Figuras 3 d e 4 b seus telhados eram compostos de muitas águas e as estruturas das paredes eram feitas de pedra e cal taipa ou adobe A B Descrição da Imagem a figura apresentas duas fotografias do Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro Na Figura 4 a há uma fotografia externa tomada à luz do dia Em primeiro plano há o piso e dois canteiros à esquerda com mudas de árvores A fachada do Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro segue o estilo Maneirista do projeto original Ela possui um corpo central com três arcos de entrada e um frontão triangular A entrada é flanqueada por duas torres que são coroadas por pináculos piramidais A Figura 4 b apresenta uma fotografia interna do Mosteiro com o piso quadriculado em preto e branco com colunas entalhadas em tons vermelho e marrom com detalhes dourados Figura 4 Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro Fonte Figura a Wikimedia Commons 2016d online Figura b Wiki media Commons 2016e online UNICESUMAR UNIDADE 3 73 Até a metade do século XVIII o estilo já tomava conta das fachadas não só de igrejas mas também de alguns palácios sobretudo nas regiões Sudeste e Nordeste do país sempre respeitando a religiosidade im posta pelo movimento Em seguida passou a dividir espaço com o estilo Rococó que procurou aliviar um pouco a exuberância do Barroco com cores e linhas mais suaves transmitindo sensibilidade no interior das construções com a manipulação da luz crostas douradas aplicadas sobre superfícies brancas ou carmins e espaços sem surpresas ver Figura 4 b USP 2023 As igrejas de Nossa Senhora do Rosário ver Figura 5 em Ouro Preto e o mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro ver Figura 4 são alguns exemplos No Mosteiro de São Bento o ambiente Barroco é projetado internamente com o uso da talha bar roca dourada em estilo português com motivos foliares anjos e pássaros e a figura dinâmica virgem no retábulomor A aplicação do estilo Rococó em edificações religiosas foi uma exceção brasileira na Europa o referido estilo não tinha nenhum vínculo com a religiosidade Um exemplo de arquitetura religiosa no estilo é a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em SalvadoBA ver Figura 5 e 6 A fachada construída pelo mestre de obras Caetano José da Costa em 1780 tem estilo Rococó O retábulo por sua vez data de 1871 aos moldes neoclássicos do entalhador João Simões F de Souza A B Descrição da Imagem a figura apresentas duas fotografias tomadas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em SalvadorBA uma interna e outra externa Na Figura 5 a há uma perspectiva externa lateral da igreja na qual é possível ver em primeiro plano a rua de pedras com duas mulheres de lado aproximandose da igreja a estrutura do muro baixo com um gradil também baixo e três degraus de escada para o acesso A igreja está pintada em azul com um detalhe em azulejaria central as esquadrias das portas em verde escuro e as bordas esculpidas em pedra A igreja é sistematizada com duas torres sineiras e um frontão curvo com uma cruz no topo A Figura 5 b traz uma vista interna do altar que mostra uma decoração elaborada com curvas volutas em tons verde vermelho e dourado Nas laterais do altar há dois balcões com cortinas vermelhas presas nos cantos Há tecidos roxos dispostos sobre o altar Figura 5 Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em SalvadorBA Fonte Figura a Wikimedia Commons 2018a onli ne Figura b Wikimedia Commons 2019a online 74 Essa mistura gerou obras arquitetônicas que estão presentes em várias cidades do país sendo Minas Gerais com os artistas Antônio Francisco de Lisboa o Aleijadinho escultor e arquiteto que ficou famo so por suas obras em pedrasabão e Manuel da Costa Ataíde o Mestre Ataíde e Francisco Xavier de Brito os maiores representantes da arte e arquitetura no período Todos conquistaram a fama quando o período aurífero de Minas estava em decadência com obras que apresentavam riqueza de detalhes rebuscamento e uso do ouro apenas como recurso decorativo Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia interna da Igreja Matriz de Catas Altas em Minas Gerais Nela há o esquema cromático desenvolvido no teto e nas paredes laterais O teto em madeira em tons de madeiramento claro azul branco e vermelho está distribuído nos entalhes e detalhes esculturais Os bancos em tons mogno complementam a imagem a nível do observador Figura 6 Talha Rococó da Igreja Matriz de Catas Altas em Minas Gerais Fonte Wikimedia Commons 2011a online A Figura 7 traz esquematicamente a evolução das tipologias religiosas cronologicamente dentro do movimento Barroco a partir do amadurecimento das técnicas e da adaptação da mão de obra devido a fatores geográficos influências e mesmo disponibilidade de materiais que resultaram em plantas curvilíneas que evoluíram o Barroco brasileiro para além das decorações internas mas também na concepção arquitetônica BICCA BICCA 2006 UNICESUMAR UNIDADE 3 75 O esquema 1 de formas retangulares e paredes planas é distribuído conforme a tradição barroca nártex ladeado ou não por torres sineiras nave principal com capelas laterais intercomunicáveis ou não altarmór ladeado pela sacristia e consistório com corredores laterais ligando estes últimos às torres e ao nártex O esquema 2 é o que podemos ver nas Igrejas Nossa Senhora do Carmo ver Figura 8 São Francisco de Assis e Nossa Senhora da Conceição em Ouro Preto nas quais o corredor lateral é encurtado ladeando apenas a área do altar e presbitério que se aprofundam muito Os altares laterais desaparecem ou ficam embutidos ou projetados das paredes laterais A sacristia deslocase para trás e o consistório fica acima desta última COISAS DA ARQUITETURA 2012 1 Nártex ou Galilé 2 Torre Sineira 3 Nave 4 Presbitério e Altar Mór 5 Consistório 6 Sacristia 7 Corredor Lateral 8 Capelas laterais Descrição da Imagem a figura traz três desenhos esquemáticos que representam as tipologias formais das igrejas barrocas com suas partes identificadas por meio de uma legenda No esquema 1 há uma estrutura geral retangular composta por 1 nártex ladeado por duas torres sineiras quadradas 2 uma grande nave 3 ladeada por duas capelas laterais 8 e com corredores laterais do tamanho da nave 7 Ao fundo no centro há o presbitério 4 ou altarmor na lateral direita o consistório 5 e na lateral esquerda a sacristia 6 No esquema 2 há a estrutura ainda retangular mais alongada com as torres sineiras redondas 2 a nave quadrada 3 seguida do nártex 1 e anterior ao presbitério 4 que é ladeado por dois corredores laterais 7 Ao fundo dividemse o consistório e a sacristia 5 e 6 No esquema 3 vemos a alteração das formas retangulares para circulares no nártex 1 ladeado por torres sineiras 2 seguidas da nave e anteriores ao altarmor 4 ladeado por corredores laterais 7 mesmo esquema que o 2 porém com formas circulares Figura 7 Esquemas das tipologias religiosas barrocas Fonte Coisas da Arquitetura 2012 online 76 O terceiro esquema é o da dupla oval semelhante ao segundo no posicionamento das peças porém com a nave oval com templos menores de igual suntuosidade interna paredes curvas também com o altar mais profundo e com o consistório acima da sacristia É o caso das Igrejas Nossa Senhora da Glória do Outeiro no Rio de Janeiro e Nossa Senhora do Rosário em Ouro Preto ver Figura 9 cuja autoria é atribuída a Antônio Pereira de Sousa Calheiros e a construção a José Pereira dos Santos de São Pedro dos Clérigos de Mariana COISAS DA ARQUITETURA 2012 BURY 2006 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa da Igreja Nossa Senhora do Carmo tomada em um dia ensolarado de longe Em primeiro plano há as elevações das edificações do entorno ladeando uma via sinuosa com uma fileira de carros no sentido oposto ao da igreja Há a escadaria e no topo a Igreja Nossa Senhora do Carmo cuja nave é retangular e as torres sineiras cilíndricas Figura 8 Igreja Nossa senhora do Carmo Fonte Wikimedia Commons 2017a online UNICESUMAR UNIDADE 3 77 O estilo Barroco predominou até o fim do século XVIII quando em 1763 ocorreu a transferência da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro a fim de facilitar o escoamento da mineração Nesse período a família real portuguesa se instalou no Brasil e o Estilo Neoclássico começou a ser introduzido A B C Descrição da Imagem a figura apresenta três fotografias uma externa e uma interna da Igreja Nossa Senhora do Rosário em Ouro Preto e um desenho esquemático da planta dos dois pavimentos dessa igreja A Figura 9 a traz uma foto de uma perspectiva externa tomada em um dia nublado na qual é possível ver em primeiro plano a via de acesso e três degraus baixos direcionando à entrada A Igreja é composta por uma estrutura de nave nártex torres sineiras e altarmor cilíndrica e curvilínea A Figura 9 b traz uma pers pectiva interna da Igreja em grande parte em tons branco e bege direcionando a perspectiva para o altar com capelas laterais com esculturas de santos estruturadas a nível do observador e bancos em mogno distribuídos com um corredor central A Figura 9 c traz um desenho esquemático das plantas identificando cada parte por números nos dois pavimentos1 Galilé 2 Nave 3 Presbitério 4 Altar 5 Retábulo 6 Corredor Lateral 7 Coro 8 Púlpito 9 Sacristia 10 Consistório e 11 Tribuna Figura 9 Igreja Nossa Senhora do Rosário em Ouro PretoMG Fonte Figura a Wikimedia Commons 2009 online Figura b Wikimedia Commons 2015d online Figura c Coisas da Arquitetura 2012 online A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias externas da Basílica Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas MG A Figura 10 a traz uma perspectiva geral da fachada frontal da Igreja na qual é possível ver a estrutura do muro em que estão locadas as esculturas desenvolvidas em pedrasabão de figuras humanas masculinas produzidas por Aleijadinho A Figura 10 b traz em destaque de forma mais próxima as esculturas Em primeiro plano há uma de frente e duas de lado e ao fundo há a região montanhosa onde está inserida a Igreja Figura 10 Basílica Senhor Bom Jesus de Matosinhos Fonte Figura a Wikimedia Commons 2014a online Figura b Wikimedia Commons 2007a online 78 Para fugir das perseguições de Napoleão Bonaparte a corte chegou ao Brasil em 8 de março de 1808 Com sua chegada o Rio de Janeiro se tornou o principal centro urbano do país O estilo Neoclássico veio atender à necessidade de construir novos prédios públicos com o requinte e a beleza para compor a infraestrutura daquela nova corte DUARTE HORA GODOY 2022 Na Europa o Neoclassicismo era uma resposta aos exageros estilísticos do Barroco e do Rococó com a retomada dos modelos classicistas gregos e romanos e no Brasil as edificações no estilo tratavamse apenas de construções mais refinadas Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada em um dia ensolarado do Palácio dos Leões no Maranhão Em primeiro plano sobre pedestais está distribuída na fachada frontal uma série de esculturas de leões ladeadas por luminárias cujas bases possuem esculturas de pássaros Atrás dessas esculturas há a estrutura do edifício simétrico com um balcãovaranda ao centro com esquadrias no pavimento superior com frontão no contorno e a cobertura com platibanda e as paredes com frisos em baixo relevo Figura 11 Palácio dos Leões no Maranhão Fonte Wikimedia Commons 2006a online Quando a família real e a missão francesa se instalaram no Rio o cenário cultural se estabeleceu e artistas como Jean Baptiste Debret pintor e desenhista francês Johann Moritz Rugendas NicolasAntoine Taunay pintor de paisagens e os arquitetos Grandjean de Montigny e Louis Vauthier começaram a produzir no país Debret foi um dos artistas da Missão Artística Francesa que se destacou por registrar em suas pinturas o cotidiano da corte portuguesa no Brasil e a realidade brasileira e Montigny por projetar os edifícios de maior destaque no período Museu Nacional de BelasArtes 18371838 e a Escola de Belas Artes 1826 UNICESUMAR UNIDADE 3 79 O arquiteto francês Auguste Grandjean de Montigny foi o responsável pelo projeto da Academia Im perial de BelasArtes e por trazer forte influência francesa percebida em construções como o Palácio Imperial em Petrópolis projetado por Júlio Frederico Koeler 18041847 e concluído pelos arqui tetos Joaquim Cândido Guillobel 17871859 e José Maria Jacinto Rebelo 18211871 o edifício da Santa Casa da Misericórdia 1852 o antigo Hospício Pedro II 1852 de Domingos Monteiro e José Maria Jacinto Rabelo 18211871 com intervenção de Guillobel e os Palácios do Itamaraty do Catetinho e da antiga alfândega onde hoje funciona o Centro Cultural Casa FrançaBrasil construídos no período de meados do século XVIII até final do século XIX após o Rio de Janeiro tornarse capital A B Descrição da Imagem a figura apresenta três figuras A figura 12 a traz um desenho esquemático da planta e da fachada principal do Edifício da Academia Imperial de Belas Artes A planta retangular tem um acesso hall curvilíneo estrutura central com dois pavi mentos definidos por um frontão e colunas jônicas Dividido simetricamente com nove esquadrias em cada lado A Figura 12 b traz o frontão remanescente do edifício demolido com o acesso curvo e as colunas jônicas acima que se encontra no Jardim Botânico do Rio de Janeiro Em primeiro plano há o caminho de acesso ladeado por palmeiras imperiais e vegetação ao fundo A Figura 12 c traz uma fotografia de uma perspectiva aérea da edificação do Museu Nacional de Belas Artes e seu entorno próximo Nela há a estrutura retangular da edificação com chanfros circulares em ambas as pontas com uma cúpula quadrada central e claraboias em ambos os lados e um frontal central no acesso A edificação possui quatro pavimentos e uma escadaria alta de acesso necessária devido ao porão alto A calçada e as vias do entorno são bastante vegetadas com árvores em ambos os lados Figura 12 a Planta e fachada da Academia Imperial de Belas Artes b Frontão preservado atualmente locado no Jardim Botânico c Museu Nacional de Belas Artes Fonte Figura a Wikimedia Commons 2011b online Figura b Wikimedia Commons 2016f online Figura c WikiRio 2018 online C 80 O estilo passou por um período de reconhecimento e celebração no contexto da Independência e foi consagrado pelos imperadores Dom Pedro I 18221831 e D Pedro II 18311889 sendo amplamente divulgado com a inauguração da Academia Imperial de Belas Artes em 1826 PECLY ARAÚJO 2014 O estilo teve grande aceitação no país embora tenha sofrido resistência por parte dos intelectuais artistas e arquitetos portugueses na época devido às relações culturais com os franceses no Rio de Janeiro DUARTE HORA GODOY 2022 O Neoclassicismo se embasou na apropriação de forma sóbria equilibrada e simples da linguagem arquitetônica grega e romana e se identificou com essa retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação ao estilo Barroco não só como a retomada de um apelo estético mas também como uma função estrutural na articulação dos edifícios FRANCISCO 2013 O olhar voltado ao Classicismo veio com a missão de aperfeiçoar as técnicas de construção por aqui no momento em que a classe média começava a surgir porém ainda era escravagista Por isso a partir das vivências notouse uma qualificação da mão de obra apesar de essencialmente escrava Esse período foi o auge da importação de materiais como granito e mármore e de novos revestimentos para compor as fachadas Como as edificações eram mais modestas os custos eram menores ainda que volumosos para a realidade brasileira limitandose portanto a empreendimentos isolados públicos ou privados sendo a maior dificuldade dos revivalistas sem dúvidas adaptar os cânones clássicos às demandas da arquitetura da época como bancos igrejas fazendas e residências A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 13 a traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma perspectiva lateral externa da edificação do Palácio Imperial em Petrópolis Nela há a estrutura base do edifício com um pavimento e porão com diversas esquadrias distribuídas simetricamente pela extensão do edifício Na porção central há o acesso conformado por uma escadaria dois pavimentos definidos na porção superior pela platibanda e um frontão no centro com esquadrias simétricas e alinhadas às do pavimento inferior A Figura 13 b traz uma fotografia externa de uma perspectiva aérea da edificação que hoje abriga o Centro Cultural FrançaBrasil Em primeiro plano há as ruas o entorno com uma praça na porção esquerda e um estacionamento de veículos na porção direita Há a estrutura do telhado definido em várias águas com águas furtadas distribuídas por todas as laterais Na porção central há o acesso delimitado por um frontão e uma escadaria de acesso Figura 13 a Palácio Imperial em Petrópolis b Centro Cultural Casa FrançaBrasil Fonte Figura a Wikimedia Commons 2006b online Figura b Wikimedia Commons 2013 online UNICESUMAR UNIDADE 3 81 No caso do setor privado a arquitetura neoclássica atendia à corte aos oficiais e às classes mais abastadas o que estava intimamente ligado à dependência de produtos e técnicas importadas no entanto posteriormente habitações mais humildes fizeram uso do estilo FRANCISCO 2013 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em dia nublado de uma perspectiva externa do edifício do Palácio do Ita maraty Na fotografia há em primeiro plano um espelho dágua com palmeiras imperiais em ambos os lados refletores de iluminação distribuídos no entorno delimitados pela edificação de dois pavimentos ao fundo com um frontão e seis colunas jônicas no acesso principal Na lateral há balcões e estruturas que limitam um corredor A cobertura do edifício é escondida por platibandas Figura 14 Palácio do Itamaraty Fonte Wikimedia Commons 2007b online Hoje o neoclássico é retomado e percebido em diversas formas seja como fato histórico formas criadas pelos gregos e romanos e constantemente reelaboradas desde o Renascimento como patrimônio cultural desde a forma abstrata arquitetura clássica até uma série de edifícios tombados cuja construção remonta a espaços de importância histórica ou monumentos de im portância artístico cultural e como elemento da paisagem urbana atual seja pela manutenção preservação de edifícios considerados bens patrimoniais ou pela contínua construção de edifícios caracterizados pela presença de elementos identificados à arquitetura clássica atualmente Fonte Francisco 2013 p10 82 Embalada pelas atividades mineradoras a nova capital Rio de Janeiro passou por profundas reformas que possibilitaram a abertura de novas ruas e avenidas Enquanto capital a cidade abrigava os principais serviços administrativos da colônia e recebia grande quantidade de europeus por isso dedicaramse a ela a construção de edifícios belos e uma infraestrutura urbana melhorada As construções eram entendidas como símbolo de autoridade e poder não é à toa que muitos membros da burguesia ade riram ao estilo para expressar seus valores Duas construções foram importantes nessa época e hoje são marcos na cidade os arcos da Lapa antigo aqueduto carioca construído para transportar a água e abastecer a população e o Paço Imperial prédio hoje que abriga um centro cultural e foi a sede oficial do governo e residência da família real portuguesa Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 15 a traz uma fotografia panorâmica tomada à luz do dia em um dia ensolarado com o céu sem nuvens da extensão completa do aqueduto dos arcos da lapa Nela há a dimensão quase completa de um ponto a outro dos arcos A Figura 15 b traz uma fotografia de uma perspectiva externa do edifício do Paço Imperial em que há uma estrutura retangular com uns volumes em alturas diferentes com as cantoneiras em pedra No geral há dois pavimentos com balcões com guardacorpos em ferro forjado e no volume central da fachada da esquerda mais um pavimento com uma varanda única para as três portasjanelas alinhadas às esquadrias do andar inferior de forma simétrica Figura 15 a Arcos da Lapa b Paço Imperial Fonte Figura a Wikimedia Commons 2014b online Figura b Wikimedia Commons 2022a online A B UNICESUMAR UNIDADE 3 83 A influência neoclássica se deu também em outras cidades litorâneas que mantinham contato direto com a Europa Nessas cidades a arquitetura integrava os moldes internacionais da época e já nas cida des mais afastadas a precariedade da mão de obra escrava e a dependência da importação de técnicas materiais dificultaram o aperfeiçoamento das construções que só foram introduzidas posteriormente com o Ecletismo Em Recife o destaque foi o engenheiro Louis Vauthier com o teatro Santa Isabel 1850 o Ginásio Pernambucano 1866 o Hospital Pedro II 1861 na Boa Vista e o Liceu de Artes e Ofícios 18711880 SOUZA 2012 DUARTE HORA GODOY 2022 Na região de São Paulo em meados do século XIX começaram a aparecer em alguns edifícios públicos e privados da elite paulistana formas neoclássicas porém tomando força no final do referido século quando na Europa um Historicismo focado no renascimento foi considerado mais adequado para a época FRANCISCO 2013 Destacase a figura de Ramos de Azevedo em projetos e execução de edifícios públicos e da elite paulista FRANCISCO 2013 No contexto mundial do período Neoclássico a produção no Brasil estava relativamente distante das discussões conceituais e desajustada na cronologia Acabouse por adotar os cânones clássicos de maneira menos explícita um exemplo disso é a não adoção do peristilo um elemento que foi característico do Neoclássico europeu A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 16 a traz uma fotografia externa do edifício do Palácio do Catete tomada em um dia nublado com o céu cinza e muitas nuvens O edifício de fachada quadrada apresenta três pavimentos sendo todos alinhados às esquadrias de forma simétrica duas na porção esquerda duas na porção direita e três na parte central onde o primeiro pavimento é substituído por uma porta de acesso Sob as platibandas há cinco esculturas de aves A Figura 16 b traz uma fotografia do interior do que parece ser um salão muito rebuscado decorativamente com lustres e espelhos O teto e as paredes são decorados com cores em tons azulpastel branco e dourado Na porção esquerda há um sofá disposto sob um espelho e diversas portas de acesso aos ambientes anexos Figura 16 Palácio do Catete no Rio de Janeiro Fonte Figura a Wikimedia Commons 2022b online Figura b Wikimedia Commons 2019b online 84 O Neoclássico não chegou a corresponder ao aperfeiçoamento maior da construção do Brasil ainda que tenha provocado transformações de importância e as inovações técnicas maiores foram introdu zidas a partir do Ecletismo após a decadência do trabalho escravo e o início da imigração europeia As edificações do começo do século XIX repetiram a simplicidade dos esquemas do século anterior e por isso é difícil ao observador desprevenido identificar e determinar a data das construções Os avanços técnicos que podiam ser visualizados na época apesar da simplicidade formal eram segundo Duarte Hora e Godoy 2022 e Pecly e Araújo 2014 O recurso de ocultar os telhados adotandose platibandas no lugar de antigos telhados ver Figuras 14 e 16 com uso de condutores e calhas As janelas e as portas se destacavam enquadradas em pedra aparelhada e arrematadas em arco pleno em cujas bandeiras no lugar das velhas gelosias dispunhamse rosáceas mais ou menos complicadas com vidros simples ou coloridos As paredes de pedra ou tijolo eram revestidas e pintadas de cores suaves como branco rosa amarelo e azulpastel valorizando a decoração dos interiores com revestimentos e pinturas Os interiores eram decorados em tons suaves com revestimentos nobres como o mármore ou com pinturas a óleo O eixo central da edificação ganhava destaque e ornamentos marcando a simetria e a proporção do prédio O corpo de entrada das edificações era saliente com escadarias ver Figura 18 cornijas capitéis balaustradas e uso de arco pleno na estrutura das esquadrias ver Figuras 15 e 16 As colunatas e arcos de cantaria eram utilizados apenas pelas elites e pelo Estado Sugiro que você faça o download do livro Arquitetura na Formação do Brasil uma bibliografia bem completa que divide os movimentos arquite tônicos por meio dos ciclos econômicos e regionais do país entrando em detalhes específicos que aqui só pudemos abordar de forma generalizada e com enfoque nos grandes centros urbanos em especial do Sudeste O livro está disponível para download assim como uma vasta bibliografia patrimonial da cultura brasileira por meio do QR Code Outro ponto que marcava o estilo Neoclássico era o uso indiscriminado de frontões tendo a simetria como característica fundamental e o uso de vasos de louça do Porto como compoteiras ou figuras representando as quatro estações do ano os continentes as virtudes etc objetos decorativos estátuas e pequenos obeliscos nas platibandas aprumadas das pilastras ver Figura 16 além de sacadas e guardacorpos forjados em ferro DUARTE HORA GODOY 2022 Houve uma valorização da escada torneada estátuas como elementos de decoração coberturas complexas e laterais alçadas sobre as casas vizinhas PECLY ARAÚJO 2014 UNICESUMAR UNIDADE 3 85 Outra característica das edificações do período era o uso do porão de serviço ver Figura 13 a que aparece sob o térreo marcado pela fileira de óculos alinhados sob as janelas dos salões O porão não era utilizado apenas para guardar as bugigangas mas funcionava como locais de serviço liberando o térreo para utilizálo como cômodos de permanência diurna oferecendo melhor conforto térmico e aumento da higienização nas residências A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 17 a traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma perspectiva externa do edifício Solar da Marquesa de Santos O edifício de dois pavimentos possui uma coloração rosada com esquadrias alinhadas entre o pavimento térreo e o segundo pavimento sob as quais há o elemento estético de frontões e balcões em ferro forjado A Figura 17 b traz uma fotografia tomada do segundo pavimento da edificação em sua porção interna demonstrando um jardim interno retangular no qual há gramíneas e blocos de pedras dispostos aleatoriamente Em todas as paredes que conformam o pátio há os balcões em ferro fundido e as esquadrias brancas simetricamente alinhadas Figura 17 Solar da Marquesa de Santos Fonte Figura a Wikimedia Commons 2021 online Figura b Wikimedia Commons 2015 online Portanto a casa de porão alto foi uma variante que surgiu na tipologia residencial no período Neo clássico Naquele período a parte da frente das residências destinavase aos salões e à área social da casa para dentro ficavam as alcovas os quartos e as salas de jantar e aos fundos o serviço A casa ainda se mantém de frente para a rua e o porão alto é utilizado como transição para solucionar os desníveis entre a rua e o piso da habitação com a inserção de uma escada junto à entrada As paredes continuam grossas com alcovas e corredores telhados elementares e balcões de ferro fundido ver Figura 17 PECLY ARAÚJO 2014 86 A B C D Descrição da Imagem a figura apresenta quatro fotografias tomadas interna e externamente da residência neoclássica atualmente ocupada pelo Museu da Casa Brasileira A Figura 18 a traz uma fotografia externa tomada da vista do observador do acesso principal da edificação Há muros e portões de ferro abertos em primeiro plano ladeados por dois vasos Em segundo plano há a edificação amarela com os detalhes em branco e porta de madeira A Figura 18 b traz uma vista interna de um corredor da edificação com a estrutura abobadada e os arcos decorados com colunatas em ambos os lados do pórtico Há uma sequência de dois tapetes quadros pendurados na parede esquerda e móveis aparadores organicistas e esculturais em ambos os lados Na Figura 18c há uma fotografia do antigo banheiro da edificação com uma decoração em mármore amarelo e um desenho dentro de um octógono no centro em vermelho e branco No lado esquerdo há uma banheira em mármore cinzaclaro e à direita uma pia em coluna também em már more da mesma cor e na parede uma estrutura espelhada A Figura 18 d traz a fotografia de uma escadaria em mármore branco de formato retangular disposta organicamente numa espécie de espiral Figura 18 Casa neoclássica hoje atual Museu da Casa Brasileira em São Paulo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008a online Figura b Wikimedia Commons 2008b online Figura c Wikimedia Commons 2018b online Figura d Wikimedia Commons 2018c online Sabemos que a arquitetura é desenvolvida de forma a atender às ne cessidades das pessoas Agora imagine como seria viver em uma casa como a da Figura 18 Como eram os costumes e o modo de vida da corte real portuguesa no Brasil Como esse estilo de vida moldava a arquitetura daquela época Vamos tentar imaginar Nesse podcast falaremos sobre como seria viver numa residência neoclássica e sobre todo o contexto que a configura UNICESUMAR UNIDADE 3 87 Encontramos um fio condutor ou concepção recorrente nas obras neoclássicas no geral que pode ser verificado nas figuras anteriores volume central e dois volumes adjacentes Os elementos que caracterizam a arquitetura clássica e renascentista se correspondem porém edificações de caracterís ticas renascentistas podem ser enquadradas dentro do período Eclético DUARTE HORA GODOY 2022 A Casa de Frontaria Azulejada ver Figura 19 é um edifício Neoclássico Tardio ou Neoclássico Imperial Há em sua concepção elementos autênticos da arquitetura clássica essencialmente o frontão triangular o entablamento o arco romano e as pseudopilastras A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 19 a traz uma fotografia tomada de baixo para cima da fachada externa da edificação Casa da Frontaria Azulejada Nela há duas porções laterais e um frontão central e os dois pavimentos possuem esquadrias alinhadas Apenas na porção central há uma única porta com a bandeira envidraçada Na Figura 19 b há um detalhe mais próximo da edificação em que há os azulejos que compõem a fachada no geral os guardacorpos em ferro fundido que delimitam os balcões e as esquadrias em marrom avermelhado Figura 19 Casa de Frontaria Azulejada 1865 Fonte Figura a Wikimedia Commons 2018d online Figura b Wikimedia Commons 2016g online O que é entablamento é a superestrutura que se apoia diretamente sobre as colunas e é formado pela associação de três elementos arquitrave friso e cornija Compõe as elevações do edifício e se posiciona nas fachadas principais entre a colunata e o frontão e nas fachadas laterais entre a colunata e a parte inferior do telhado Chegou a ocupar ¼ da altura da elevação principal dos tem plos gregos e é responsável por absorver boa parte da carga que provém da estrutura do telhado e transferila à colunata Fonte Duarte Hora e Godoy 2022 p 17 O Theatro da Paz foi inaugurado em Belém em 1878 quando o ciclo da Borracha estava em seu auge O engenheiro responsável por sua construção foi José Tibúrcio Pereira Magalhães e um destaque deve ser feito à importação das peças de mármore e granito 88 A B C D Descrição da Imagem a figura traz quatro fotografias do Theatro da Paz em Belém do Pará Na Figura 19 a há uma fotografia de uma perspectiva geral externa da edificação de dois pavimentos cuja porção central é delimitada por um frontão A Figura 19 b traz uma vista interna da perspectiva do palco do teatro em relação aos balcões e público A Figura 19 c traz uma fotografia interna de uma perspectiva do acesso com as escadarias os lustres decorativos e as estátuas de busto sob pedestais A Figura 19 d traz uma fotografia externa de um detalhe das colunatas de capitel coríntio e platibanda Figura 20 Theatro da Paz em Belém do ParáPA Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008c online Figura b Wikimedia Commons 2006c online Figura c Wikimedia Commons 2006d online Figura d Wikimedia Commons 2014c online UNICESUMAR UNIDADE 3 89 OLHAR CONCEITUAL BARROCO forte caráter religioso movimento teatralidade dramatismo e emoção representados por talha dourada madeira trabalhada e forrada à folha de ouro plantas complexas elípticas ovais curvas movimento ondulado em fachadas ordens clássicas ornamentadas nichos com estátuas uso de materiais simples como pedrasabão e madeira ao mesmo tempo em que possui riqueza de detalhes e elementos como ouro OLHAR CONCEITUAL ROCOCÓ leveza e suavidade formal ausência de carácter religioso em toda a Europa O Brasil foi exceção design elegante que buscava refnamento e ser exótico proporções formais menores decoração exterior concentrada nas portas e janelas maiores e com arcos cores claras e tons pastéis como rosaclaro e verdeágua inspiração naturalista com folhas e fores NEOCLÁSSICO clareza construtiva inspiração nos cânones clássicos gregos e romanos uso de formas geométricas e simetrias uso de materiais sofsticados como granito e mármore frontões triangulares e colunas abóbadas e cúpulas simplicidade formal e espacial utilização de escadarias Na decoração de interiores uso de cores suaves e revestimentos além do uso de vidros simples ou coloridos em portas e janelas 90 Vimos nesta unidade que tanto o Barroco quanto o Rococó e o Neoclássico apesar de importados da Europa no período ColonoImperial sofreram aculturação e apresentaram características próprias que nos permitem identificálos O Barroco no Brasil ainda hoje possui um legado único devido aos incentivos à valorização das obras do período promovidos por modernistas no início do século XX Minas Gerais é o estado que possui o maior número de exemplares de edificações construídas dentro do período O Rococó no país representou a introdução do estilo dentro da arquitetura sacra O Neoclássico mais que um antecedente ao Eclético a por vir se tornou uma reação racionalista à expres sividade barroca e por meio de um imaginário humanista clássico foi um prelúdio à modernidade Na sua atuação enquanto profissional da arquitetura será preciso que desvende os aspectos iden titários da arquitetura desse período que ainda hoje são considerados icônicos na projeção histórica da arquitetura brasileira e se veem representados na produção atual UNICESUMAR 91 Após estudarmos a aculturação dos movimentos europeus Barroco Rococó e Neoclássico convido você a refletir e questionarse sobre o conteúdo aprendido Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Cada um dos blocos deve ser preenchido com palavras ou expressões que exprimem suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada Quais são seus elogios aos produtos arquitetônicos resultante do período imperial no geral Quais são suas críticas ao estabelecimento da missão francesa no país MAPA DA EMPATIA ARQUITETURA IMPERIAL O que você pensa e sente sobre aplicação dos conceitos barrocos ligados a religiosidade uma forma de ilusão e retenção de féis O que você escuta das críticas à importação de técnicas materiais e mão de obra no período Como você vê as produções arquitetônicas do estilo rococó alinhadas à arquitetura sacra uma exceção do Brasil O que você fala e faz em relação à arquitetura neoclássica e estrutura técnica construtiva daquele momento no Brasil 92 1 O altarmor da Matriz Nossa Senhora do Pilar pode ser apontado como bom exemplo do Barroco brasileiro século XVIII ou Rococó A B Acerca do tema assinale a alternativa correta a Esse movimento arquitetônico foi um instrumento didático de propaganda evangelizadora útil para a Igreja Católica naquele contexto histórico b A arte foi uma das prioridades da administração metropolitana no Brasil uma vez que permitia o desenvolvimento de nossa identidade nacional c O artista português Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho foi enviado ao Brasil para influen ciar a arte brasileira a partir de características das matrizes portuguesas d Não existiu qualquer influência da arte europeia na arquitetura colonial sendo essa conside rada importante foco de resistência ao domínio metropolitano Descrição da Imagem A figura apresenta duas fotografias A Figura 20 a traz uma fotografia tomada em um dia ensola rado com céu azul e nuvens de uma perspectiva externa tomada de baixo para cima da Basílica menor de Nossa Senhora do Pilar em Ouro PretoMG A Figura 20 b traz uma fotografia interna de uma perspectiva da nave para o altar do interior da Igreja no sentido do corredor central com pessoas sentadas nos bancos em ambas laterais e há lustres e a estrutura decorativa se apresenta em bege e dourado Figura 21 Basílica Menor de Nossa Senhora do Pilar em Ouro PretoMG Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015f online Figura b Wikimedia Commons 2017b online 93 2 A estrutura das igrejas barrocas foi sendo alterada com o passar do tempo de acordo com o desenvolvimento cronológico e técnico e a disponibilidade de materiais e mão de obra ade quada Observe a figura a seguir e assinale a alternativa correta A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias uma externa e um desenho esquemático da planta dos dois pavimentos da Igreja Nossa Senhora do Rosário A Figura 21 a traz uma fotografia de uma perspectiva externa tomada em um dia nublado Nela há em primeiro plano a via de acesso e três degraus baixos direcionando à entrada A Igreja é com posta por uma estrutura de nave nártex torres sineiras e altarmor cilíndrica e curvilínea A Figura 21 b traz um desenho esquemático das plantas identificando cada parte por números nos dois pavimentos 1 Galilé 2 Nave 3 Presbitério 4 Altar 5 Retábulo 6 Corredor lateral 7 Coro 8 Púlpito 9 Sacristia 10 Consistório e 11 Tribuna Figura 22 Igreja Nossa Senhora do Rosário Fonte Figura a Wikimedia Commons 2017c online Figura b Coisas da Arquitetura 2012 online a Esta igreja pertence ao Barroco Ibérico b As elipses formam os traços que são relacionados à influência do Barroco europeu e o número 2 se refere à nave central e número 5 a um retábulo na Figura 21 b c As torres siamesas não estão deslocadas em relação à entrada d O altar localizado no número 9 na Figura 21 b era mais retraído e privativo durante o Barroco brasileiro e O número 11 na Figura 21 b referese ao local destinado ao coro da igreja 94 3 O estilo Neoclássico não chegou a definir uma evolução técnica construtiva no Brasil que pode ser percebida de forma mais latente no período Eclético mas representou um maior requinte nas edificações para atender às demandas da corte instalada no país Observe a figura a seguir e assinale a alternativa correta a São elementos que definem a arquitetura Rococó do Teatro Santa Isabel a cor rosada da fachada o uso de esculturas como objeto decorativos e vidros nas bandeiras das esquadrias b Identificamos a edificação como neoclássica pelos elementos inspiração nos cânones clás sicos gregos e romanos uso de formas geométricas e simetrias colunatas e arco pleno nas esquadrias c O uso indiscriminado de frontões e colunatas se refere ao estilo Eclético neorrenascentista d A simplicidade formal e o caráter religioso inserido na edificação fazem com que ela se con figure como uma edificação barroca Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma perspectiva externa do Teatro Santa Isabel no RecifePE O edifício de formato quadrangular possui a fachada bem demarcada por um frontão e o corpo de entrada é saliente com colunatas e esquadrias em arco pleno Figura 23 Teatro Santa Isabel em RecifePE 4 Nesta unidade estudaremos o movimento arquitetônico marcado pela mescla de estilos classicizantes uma tendência que buscava transpor elementos arquiteturais de um estilo neoimitativo para outro como Neoclássico Neorenascentista Neobarroco Neogótico Neocolonial e outros sem buscar imitar mas sim produzir algo novo a partir das referências o Ecletismo Período Eclético no Brasil Me Jociane Karise Benedett 96 Dentro do restauro o qual podemos entender como a atividade metodológica de reconhecimento de uma obra artística ou arquitetônica e a sua conservação visando a sua transmissão ao futuro BRANDI 2003 apud CARMO et al 2016 podemos ver os modelos tridimensionais aplicados na reprodução de obras arquitetônicas que deixaram de existir ou mesmo construções antigas em ruínas A partir de informações que nos permitam reconstruílas o modelo tridimensional nos fornece a percepção real da intervenção a ser executada por meio da superação de limitações que outras formas de representação possuem Essa prática ficou conhecida como restauro virtual em que ferramentas computacionais são utilizadas na recomposição de edifícios de ambientes e até mesmo de cidades inteiras por meio de um repertório de formas já codificadas pelos métodos convencionais A casa de Dona Yayá foi um estudo realizado pelo Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo que propõe um método a ser aplicado em outras edificações Você deve estar pensando lá vem a professora falando de novo de restauro sendo que estamos numa disciplina de História e não de Preservação e Patrimônio Peço desculpas mas para mim não há uma sem a outra E quando falamos em Ecletismo no Brasil a Casa de Dona Yayá que perfaz uma cronologia construtiva de mais de 120 anos denota diversas fases que se relacionam às consecutivas reformas geridas por cada um de seus quatro proprietários ver Figuras 1 2 e 3 Primeiro chalé de tijolos do bairro 1888 José Maria Talon A casa de morada burguesa 18881902 Afonso Augusto Milliet 19021919 João Guerra A casa de saúde privada 19191961 Dona Yayá Descrição da Imagem a figura traz um compilado de três informações A primeira à esquerda é uma fotografia aérea da Casa de Dona Yayá que mostra o grande telhado em várias águas na cor vermelha e as ruas do entorno e uma vegetação arbórea mais à direita Ao centro há um esquema gráfico digital da estrutura da planta em três dimensões identificadas por cores que aparecem como legenda na figura à direita A cor verde no centro da figura do meio aparece na legenda à direita como primeiro chalé de tijolos do bairro 1888 José Maria Talon um dos donos a cor laranjaclaro nos fundos e à direita da figura do meio aparece na legenda à direita como a casa de morada burguesa 18881902 Afonso Augusto Milliet segundo dono a cor laranjaescuro complementa a área laranjaclaro e se estende à esquerda e aparece na legenda à direita como 19021929 João Guerra terceiro dono e por último a cor amarelo que é uma extensão à direita aparece na legenda à direita como a casa de saúde privada 19191961 Dona Yayá considerada a última dos quatro proprietários do período Figura 1 Cronologia construtiva da Casa de Dona Yayá representada virtualmente em 3D Fonte Tirello 2008 p 3 UNICESUMAR UNIDADE 4 97 A casa de Dona Yayá foi construída antes de 1880 atual sede do CPCUSP Centro de Preservação Cul tural da Universidade de São Paulo Foi uma das primeiras construções em tijolo cerâmico no Bairro do Bexiga de imigrantes italianos e apresenta pinturas ornamentais e características arquitetônicas particulares que a definem como eclética pela soma de estilos nela desenvolvidos TIRELLO 2008 Descrição da Imagem a figura apresenta quatro imagens de maquetes digitais que representam as quatro diferentes fases cronológicas da Casa de Dona Yayá passíveis de visualização a partir das fachadas No primeiro quadro no canto superior esquerdo há a fachada principal hoje com anexo da década de 1950 em que há uma vista aérea que permite a visualização da estrutura anexa à residência de formato retangular junto à escadaria de acesso No segundo quadro no canto superior direito há a fachada principal da década de 1920 em que a estrutura de uma varanda aberta com detalhes da platibanda e a escadaria de acesso A casa é pintada assim como no quadro anterior de branco com as estruturas e os detalhes em marromescuro Sob o telhado é possível verificar uma estrutura de platibanda com elementos esculturais nos quatro cantos e no centro do telhado No terceiro quadro no canto inferior esquerdo a coloração da casa muda para um tom amareloclaro na estrutura externa da platibanda e no muro que sustenta a escadaria de aces so e varanda A parte interna da varanda se apresenta em um tom verdeclaro com detalhes em verde escuro No último quadro no canto inferior direito há a volumetria da casa entre 1888 e 1903 por meio de uma vista aérea da edificação sem cobertura o que dá a entender a existência de um jardim interno Não há o uso de platibandas há duas escadarias de acesso menores a varanda é menor e mais baixa e a cor da edificação é bege com as muretas em tijolo aparente e as escadas em pedra Figura 2 Maquete digital que apresenta as diferentes fases cronológicas da edificação representada pela fachada Fonte Tirello 2008 p 8 98 E se os técnicos de restauração da casa de Dona Yayá escolhessem apenas uma das ornamentações das diferentes etapas cronológicas para reconstruir o edifício ou apenas uma das fachadas Isso teria alguma implicação significativa para a perda da integridade histórica do período Eclético na arquitetura brasileira Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias de duas fases distintas de estilos decorativos aplicados na casa de Dona Yayá Em ambas as figuras podemos ver uma sala com piso cerâmico bastante ornamentado em tons bege marrom e vermelho um barrado também cerâmico em tons branco verde e azul Na sala representada há três paredes e em uma delas uma porta com duas folhas e uma bandeira Na figura à esquerda vemos o estilo decorativo utilizado de 1888 a 1902 no qual na parte de cima do barrado há um quadro em bege seguido por um verde escuro e outro branco com as bordas definidas por uma pintura dourada com detalhes nos cantos A porta se apresenta em tons bege e rosa Na figura à direita há o estilo decorativo de 1903 a 1919 que difere do outro nas cores e nos detalhes Sobre o barrado cerâmico há um boiserie e a parede é pintada de verde a porta e a bandeira da porta tam bém em tons verdeclaro e escuro O detalhe decorativo pintado é foral e pintado no centro da parede que é seguido pelos boissiere Figura 3 Ambiente em duas fases decorativas diferentes À esquerda de 1888 a 1902 e à direita de 1903 a 1919 Fonte Tirello 2008 p 7 Na virada do século XIX a busca pela originalidade era baseada na criação de composições mais ou menos inventivas a partir de teorias e vocabulários de estilos anteriores No entanto na Europa no final do século XVIII dependendo do cliente da localização e de outras restrições programáticas o projeto poderia seguir uma linguagem renascentista Revivalismo principalmente adotado pela Inglaterra e Alemanha mais próxima aos estilos de Luís XV ou Luís XVI neoromânica e de forma menos frequente neomanuelina ou neogótica conforme o século XX avançava Ou seja cada estilo teve maior ou menor expressividade dependendo da tradição local e do que se considerava ser a verdadeira arquitetura nacional Se na Europa o Ecletismo é o estilo próprio de uma modernidade que lida com o passado não se pode esquecer que no Brasil o passado para o qual os arquitetos se voltam não era nacional No Brasil essa arquitetura nacional ainda não havia sido definida e partia do princípio de uma arquitetura importada da colônia que sofreu aculturações e mesclas Portanto no país estudarmos o Ecletismo essa mistura estilística importada é antes de tudo estudar uma transição na mentalidade e na histo riografia da arquitetura e do espaço urbano brasileiro do que um ou outro monumento isolado Para UNICESUMAR UNIDADE 4 99 nós tratase do início de uma transição cultural de colônia imperialista para nação republicana com aspectos neogótico neobarroco e neomourisco aplicados Ao revisitar um período da historiografia arquitetônica tão múltipla como veremos é o período Eclético e optarmos por uma ou outra fase ou estilo para agrupar a produção ou basearmos uma obra de restauro seria um erro Sugiro que busque informações sobre os aspectos contextuais que são pano de fundo para as edificações ecléticas e os vincule com os estilos europeus conhecidos O Ecletismo refletiu os paradoxos da vida moderna e por isso tem um valor histórico significativo Resultou de uma reação à Revolução Industrial e do surgimento de uma nova classe social que bus cava um status Além disso a estruturação dos meios de difusão fez circular um interesse histórico a partir de revistas jornais e livros ilustrados que construíram um imaginário pitoresco do passado e permitiram que a sociedade do século XIX transitasse entre passado e presente dividindose e sem prenderse a um ou outro período ou um ou outro momento da História estando aberto a todos eles Uma visão coerente do patrimônio projetado Eclético não é possível sem relacionar a ela algumas condições É inconcebível por exemplo identificar as características específicas de um conjunto ar 100 quitetônico deslocados da história de seu lugar Além disso é importante lembrar que as definições de estilos na arquitetura são baseadas na combinação de diferentes elementos das edificações Portanto ao se pensar no Ecletismo no final do século XIX e início do século XX é preciso ter em mente que as construções às quais o termo se aplica são na maioria das vezes adaptações de estilos na ornamentação de fachadas e interiores Como deve ter encontrado em sua pes quisa a chegada da arquitetura eclética no Brasil foi marcada pelo fim da escravatura pela proclamação da república e pelo cres cente processo de urbanização Mesmo após tornarse independente em 7 de setembro de 1822 o Brasil ainda não abria mão do trabalho escravo que impulsionou a econo mia do café na região Sudeste e do ciclo da borracha na região Norte que perdurou por mais 66 anos até a promulgação da Lei Áurea em 1888 pela Princesa Isabel O Brasil foi um dos últimos países independentes do mundo a abolir a escravidão Já no ano seguinte em 15 de novembro de 1889 aconteceu a queda da monarquia e a proclamação da república Para onde foram os escravos assim que libertos A escravidão não acabou com a simples assinatura da Lei Áurea mas muitos libertos continuaram nas suas antigas vidas e outros foram tentar a sorte e ocuparam antigos edifícios coloniais que acabaram por constituir os famosos cortiços Tornaramse também a mão de obra ideal para as reformas urbanas que estavam sendo produzidas Além disso muitos dos edifícios ocupados por exescravizados estavam sendo demolidos devido às reformas e essa falta de alojamento incentivou a ocupação dos morros que configuram a paisagem do Rio de Janeiro ainda hoje Enquanto assistia a todos esses marcos históricos ver distribuição de estilos na Figura 4 o país ia recebendo uma série de infraestruturas como linhas férreas iluminação a gás linhas de telefone e saneamento básico bem básico mesmo porque até a chegada do século XX as áreas urbanas eram consideradas insalubres Esse quadro só mudou quando profissionais inspirados pelas reforma urbanas de Haussmann um conjunto abrangente de projetos de reurbanização em Paris no século XIX que incluiu abertura de grandes avenidas criação de espaços públicos redesenho e expansão do sistema sanitário padronização das construções etc em busca de tornar a cidade moderna grandiosa e uma paisagem esteticamente imponente e do movimento City Beautiful movimento que aconteceu nos UNICESUMAR UNIDADE 4 101 Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX que buscava criar cidades esteticamente agradáveis funcionais e moralmente elevadas por meio de intervenções urbanas e arquitetônicas que incluíam amplas avenidas praças e parques arborizados monumentos grandiosos boulevares majes tosos e fachadas arquitetônicas imponentes começaram a apresentar propostas de modernização das cidades brasileiras BENEDETT 2018 1808 Missão francesa 1831 1860 1870 1889 Pereira Passos 1922 1945 barroco neoclassicismo ecletismo neocolonial engenharia arquitetura moderna Descrição da Imagem a figura traz um esquema gráfico visual de uma linha do tempo Nele sob as linhas verticais estão os anos e entre essas linhas elementos curvos ameboides esféricos demarcam o período estilístico em voga no ano Sob o ano de 1808 e a Missão Francesa há o Barroco e o Neoclassicismo que se estendem pelos anos 1831 1860 1870 1889 Pereira Passos 1922 e 1945 diminuindo suas proporções De 1870 a 1945 aparece o Ecletismo e em 1922 em destaque num círculo alongado o Neocolonial Abaixo dele entre os anos de 1970 aumentando suas proporções ao aproximarse de 1945 a engenharia e em destaque num círculo alongado a arquitetura moderna de 1922 a 1945 Figura 4 Períodos marcantes da arquitetura brasileira entre 1808 e 1945 Fonte Duarte Hora e Godoy 2022 p 8 Como um movimento artístico as raízes do Ecletismo remontam ao meio do século XIX na França como reação à dominação do estilo Neoclássico Naquele momento houve propostas para explo rar outros modelos históricos incluindo o Gótico o Barroco e o Românico Durante esse período surgiu outro movimento paralelo chamado Revivalismo No entanto como as diferenças entre os dois são sutis alguns historiadores o consideram como parte do Ecletismo Basicamente a distin ção entre eles reside no fato de que o Revivalismo buscava uma reprodução mais fiel dos modelos antigos enquanto o Ecletismo envolvia composições inteiramente novas e imaginativas partindo dos movimentos neo KESSEL 1999 102 Por isso na arquitetura o Ecletismo se define no primeiro quartel do século XIX e caracterizase pela liberdade no uso das manifestações artísticas passadas não como mero ato de se copiar mas como habilidade para se combinar as principais características dos estilos em construções que satisfizessem as demandas da época nos novos tipos de edificações No Brasil a arquitetura eclética surgiu no contexto do Academicismo e apresentou duas correntes distintas a ligada ao movimento BeauxArts que valorizava a simetria o jogo de volumes e a orna mentação exuberante e a ligada à Engenharia que combinava funcionalidade estrutura e eficiência econômica FABRIS 1993 No Brasil os neoclássicos buscaram construir edifícios com o máximo refinamento possível importando materiais e mão de obra especializada No entanto muitas das suas construções foram apenas uma tentativa de disfarçar as complicações decorrentes da precariedade dos serviços no país o que impediu que a arquitetura colonial brasileira alcançasse o mesmo nível construtivo encontrado na Europa na época Com o tempo o estilo Eclético foi gradativamente introduzido no país predo minando durante os séculos XIX e XX Sendo ideologicamente apolítico tornouse bastante popular devido ao fato de que o rompimento com os modelos monarquistas não era uma questão cultural e sim da prática política Assim como o Neoclassicismo o Ecletismo também teve influência interna cional de forma mais contundente francesa pois naquele processo de transição o mais importante era romper o vínculo com Portugal A B Descrição da ImagemA figura traz duas fotografias externas do Palacete dos Leões em CuritibaPR A Figura 5 a apresenta uma vista aérea em que é possível verificar a estrutura do telhado em três águas uma torre ao fundo e uma escadaria imponente à frente O edifício é pintado na cor azulclaro com os detalhes e ornamentos em cinza A Figura 5 b apresenta uma fotografia de uma perspectiva mais próxima que mostra o porão alto desenvolvido sob a varanda e a escadaria imponente a fachada com cinco aberturas desenvolvidas em arco pleno com frisos nas laterais e pilastras ornamentadas entre elas Os detalhes da edificação se apresentam em branco e cinza Figura 5 Palacete dos Leões em CuritibaPR Fonte Figura a Wikimedia Commons 2012 online Figura b Wikimedia Commons 2015 online A arquitetura eclética buscou reinterpretar os estilos do passado libertandose das antigas estruturas formais e redimensionando o conceito de estilo Por ser altamente pessoal variou de acordo com a formação e a visão dos arquitetos sendo considerado um estilo acomodável porém ainda bastante significativo No entanto o que o país ganhou em possibilidades de criação perdeu significativamente UNICESUMAR UNIDADE 4 103 em termos de inovação houve uma proliferação de imitações e obras similares que se dissemi naram amplamente pelo país SOUZA 2012 Na verdade o Ecletismo representou um processo pelo qual os arquitetos tentaram esta belecer uma autoridade no processo de construção por meio da composição sincrética de técnicas de acordo com os desejos e as necessidades da sociedade Porém nem sempre as obras ecléticas eram fruto exclusivo do trabalho do arquiteto Juntos aos profissionais especializados destacouse a presença crescente de profissionais autodidatas que transpuseram o debate e a prática da arquitetura para fora do círculo restrito da academia Por isso também explicase a multiplicidade de modelos e referências utilizados pelo Ecletismo devido à ampliação do quadro de profissionais FABRIS 1993 O arquiteto do século XIX diante dessa variedade de modelos abandonou a ideia de absoluto e passou a operar a partir de uma perspectiva relativa considerando a relação da arquitetura com as demandas do momento histórico SOUZA 2012 Contudo a arquitetura eclética não é meramente representativa também preocupase com a funcionalidade dos ambientes e objetos priorizando o valor que pode coincidir com um conforto estético Nesse sentido destacase pela simetria busca de grandiosidade rigorosa hierarquização dos espaços internos e riqueza decorativa ver Figura 5 Com relação aos processos construtivos e materiais dividese o ecletismo em duas tipologias a popularesca e a importada Importada porque os mais abastados contratavam engenheiros e arquitetos estrangeiros e renomados obtinham o projeto completo e o executavam rigorosamen te seguindo a linguagem e as diretrizes importadas Já a de manifestação popular era produzida pelas camadas mais pobres mas nem tão pobres assim possuíam bons recursos financeiros mas nada se comparado à elite da população Os projetos eram executados e desenvolvidos por profissionais brasileiros formados na única escola nacional Academia Imperial de Belas Artes posteriormente Escola Nacional de Belas Artes por isso geralmente seguiam o Neoclássico ensinado pelo seu fundador Grandjean de Montigny Por conta da difusão do modelo Eclético também surgiram pelo país algumas insti tuições que passaram a promover o estilo como o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo Convencionalmente esses projetos nacionais eram executados de acordo com a mão de obra e os materiais disponíveis e por partes não o projeto completo o que gerava composições arquitetônicas heterogêneas e muitas vezes com adições estilisticamente incompatíveis como cúpulas águas furtadas entre outras fazendo coexistirem soluções pertencentes ao Art Nouveau Neoclássico Art Déco e até mesmo ao Barroco SOUZA 2012 De qualquer sorte o estilo Eclético acabou adaptandose às necessidades nacionais e preen chendo as lacunas de outros estilos que se prendiam em prerrogativas estéticas pouco usuais SOUZA 2012 No período a arquitetura deveria representar e evidenciar externa e estrutu ralmente o status de seu ocupante fosse ele o Estado público ou privado por isso o item mais importante das edificações no período eram as fachadas Mesmo nos bairros menos nobres não apenas nos palacetes e casarões era possível ver uma preocupação estética em contribuir para o embelezamento da cidade FABRIS 1993 104 Nesse sentido a arquitetura possuía um papel de coesão social A riqueza ornamental tinha uma função ilusionista na tentativa de mesclar o pitoresco com o erudito incorporando cada monumento indivi dual à estética de obra de arte total do espaço urbano Essa nova linguagem composta de elementos distintos só foi possível devido à especialização da mão de obra e ao acesso a materiais importados que tinham sido incentivados pelo estilo anterior As ideias importadas de Haussmann se baseavam na ideia de embelezamento das cidades com a criação de parques padronização de fachadas e abertura de largas avenidas No Brasil uma das primei ras experiências nesse sentido foi aplicada em Belo Horizonte mas a mais representativa tentativa de modernização urbana foi a da capital do Rio de Janeiro quando no governo de Pereira Passos incen tivado por Rodrigues Alves Ele tinha como plano acabar com as epidemias e transmitir ao mundo a imagem de que o Brasil e a cidade não deviam em nada a cidades como Paris já que naquela época ser civilizado era seguir os costumes e padrões europeus Além disso a intenção era construir uma vida cultural à altura da nova vida urbana local A operação urbanizadora modernizou a Zona Portuária e criou a Avenida Central hoje Avenida Rio Branco a Avenida BeiraMar e a Avenida Maracanã Título O cortiço Autor Aluísio Azevedo Editora Antofágica 1ª edição 13 junho 2022 Sinopse O Cortiço é um romance naturalista de Aluísio Azeve do publicado em 1890 A história se passa em um cortiço no Rio de Janeiro onde várias famílias pobres e trabalhadores vivem jun tas em condições precárias A obra retrata a exploração dos traba lhadores pelos patrões a luta pela sobrevivência o racismo e a de sigualdade social É uma crítica social à sociedade brasileira do século XIX e uma denúncia às condições desumanas de vida dos pobres e trabalhadores Vamos falar mais sobre a reforma urbana que ocorreu no Rio de Janeiro promovida por Pereira Passos Sabia que ela rasgou a cidade indicando as linhas de força de seu desenvolvimento o que incentivou as futuras reformas promovida pelos Plano Agache Venha ouvir um pouco sobre como esses dois períodos históricos marcantes se conectam escutando nosso podcast UNICESUMAR UNIDADE 4 105 A Avenida Rio Branco que foi considerada símbolo da modernidade foi construída à custa da destrui ção da tradição colonial considerada de mau gosto ainda em 1905 A construção refletia claramente a mentalidade eclética da época que se concentrava na espetacularização do espaço urbano e nos elementos constitutivos do cenário e realizava concurso de fachadas em que a liberdade estilística era acompanhada da imposição de normas de edificação que impediam a construção de prédios modestos O Porto do Rio e a Construção da Alma Carioca é uma produção digital do Museu do Amanhã que compila parte da história do porto do século XVI até sua estrutura atual Conheça e saiba mais por meio do QR Code a seguir O estilo Eclético compôs grande parte das fachadas dos novos prédios construídos na então avenida central como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro ver Figura 6 a Escola Nacional de Belas Artes a Biblioteca Nacional e o Palácio Monroe já demolido ver Figura 7 106 O Palácio Monroe ver Figura 7 foi construído para ser o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Saint Louis em 1904 e ganhou como melhor arquitetura da exposição Porém apesar disso em 1976 após ter sido sede de diversas instituições nacionais foi demolido mesmo ante protesto Hoje onde havia o Palácio Monroe há uma praça entre o Passeio Público e a Cinelândia Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do edifício do Theatro Municipal Nela podemos ver a fachada principal do edifício em formato retangular com as duas laterais circulares com cobertura cupular em cobre com ornamentos em dourado compostos por estruturas de colunas coríntias com frontão e detalhe do brasão da cidade no centro com uma inscrição em latim sobre ela e o título Theatro Municipal em dourado Figura 6 Theatro Municipal do Rio de Janeiro Fonte Wikimedia Commons 2020a online UNICESUMAR UNIDADE 4 107 Descrição da Imagem a figura apresenta um desenho de um antigo cartão postal da cidade do Rio de Janeiro no qual traz a paisagem urbana ruas e postes mar e montanhas ao fundo e o palácio Monroe em uma perspectiva frontal O palácio possui uma estrutura rebuscada formada por pilastras com a cobertura estruturada com pequenas cúpulas nos cantos do edifício e uma grande cúpula que conforma uma varanda ambas envoltas por platibandas ricamente ornamentadas O desenho é todo em preto e branco sendo apenas o mar e as cúpulas do edifício pintadas em azulclaro Figura 7 Postal do Antigo Palácio Monroe hoje demolido Fonte Wikimedia Commons 19121917 online Conto mais uma polêmica envolvendo nosso ilustre Lucio Costa Em 1972 o Iphan lutava para proteger o Palácio Monroe como monumen to arquitetônico porém enquanto alguns batalhavam por ele Lúcio Costa defensor do neocolonial e modernista tenro dizia que o edifício era uma falsa arquitetura uma mera cópia amalgamada de diversos estilos europeus Toda história narrativa e entendimento da perda para a historiografia arquitetônica está registrada no documentário Crônica da Demolição do cineasta Ades Veja o trailer acessando o QR Code a seguir 108 No Brasil a arquitetura eclética influenciou na definição da tipologia de construção da casa urbana As casas ecléticas são comuns em diversas cidades brasileiras principalmente nas áreas urbanas mais antigas Botafogo e Laranjeiras no Rio de Janeiro Vitória em Salvador e Arouche em São Paulo são alguns bairros que conservam estruturas nos moldes do estilo que seguiam as mesmas prerrogativas das demais tipologias como a combinação de estilos a elaboração das fachadas a disposição da en trada etc REIS FILHO 2000 Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma residência térrea na cor azul turquesa com as estruturas os pilares e as vigas em azul mais escuro A entrada é em nível mais alto e o acesso é definido por quatro degraus de um lado e uma rampa de outro com guardacorpo em ferro tubular No centro temos uma porta e duas janelas laterais ambas as esquadrias possuem bandeira estruturada em ferro com detalhe em gesso com tema floral Figura 8 Residência Eclética em Santa Catarina Fonte Wikimedia Commons 2019 online Com o rápido crescimento das cidades as casas passaram a deixar de ter suas fachadas principais alinhadas à testada do lote para possuir acesso e varanda laterais ver Figura 9 além de serem comu mente geminadas com suas vizinhas Isso possibilitou melhor ventilação e iluminação natural REIS FILHO 2000 As edificações não residenciais começaram a utilizar as esquinas como entrada e apesar de não ser uma prerrogativa eclética era muito usual e nas fachadas identificavase o uso do prédio PECLY ARAÚJO 2014 UNICESUMAR UNIDADE 4 109 A taipa foi pouco a pouco substituída por tijolos Novos elementos decorativos foram empregados em que elementos clássicos como guardacorpo com balaústres colunas coríntias e arco romano balaustradas na platibanda e padieira verga em forma de cornija elemento clássico da arquitetura grecoromana acima das janelas eram comuns mas muitas vezes adornados de forma mais rebus cada e orgânica o que quebrava a formalidade do estilo Lambrequins estuques e ornamentos foram adicionados às edificações tradicionais denotando além do gosto pelo exótico o desejo de ser mo derno proporcionado pelo uso de protótipos industriais ver Figuras 9 10 e 11 REIS FILHO 2000 PORÃO ALTO SOBRADO COM PORÃO ALTO Descrição da Imagem a figura apresenta três desenhos No primeiro à esquerda há uma fachada eclética de uma edificação residencial composta por porão alto duas janelasportas com balcões cujo guardacorpo é ornamental comumente executado em ferro fundido as padieiras em forma de cornija com detalhe em estuque central ornamentos em forma de colunatas em ambos os lados com um portão lateral esquerdo indicando o acesso Na figura central aparece uma casa térrea simples indicando a existência do porão alto com acesso por uma escadaria central o telhado em duas águas com uma platibanda ornamentada Na figura da direita há a mesma tipologia porém apresentada em uma edificação assobradada de dois pavimentos com balaústres sobre a platibanda Figura 9 Novas tipologias residenciais porão alto e com acesso lateral Fonte Reis Filho 2000 p 41 e 46 110 A fetichização desses protótipos chegou a tal ponto que se assistiu à inversão de um fenômeno que caracterizava o uso do ferro na Europa Os portões e gradis de ferro eram comuns e as influências de períodos distintos do passado eram evidentes na profusão de ornamentos e no uso de colunas co ríntias e frontões nas elevações Se na Europa o ferro era disfarçado como material nobre no Brasil houve casos de colunas de madeira que fingiam ser de ferro atestando o desejo de participar de uma modernidade evidentemente simbólica Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de um ambiente interno uma sala de estar com dois acessos separados por uma parede de espelhos em que há um armário baixo com vasos sobre ele e um quadro ao centro com moldura rebuscada em dourado O ambiente é decorado nos padrões do estilo Eclético As paredes são revestidas em madeira escura com ornamentos em alto relevo em dourado Cadeiras Luíz XIV são dispostas sobre tapetes Figura 10 Interior do Palácio das Laranjeiras no Rio de Janeiro Fonte Wikimedia Commons 2021 online Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de uma fachada de uma residência no estilo Eclético tomada em um dia ensolarado A fachada é retangular com um elemento curvo central as pilastras pintadas de branco a esquadria central possui um balcão com guardacorpo em ferro forjado e uma estrutura em arco pleno As esquadrias laterais são quadradas e no porão alto simetricamente alinhados os ósculos gradeados Figura 11 Residência Eclética em Santa Catarina Fonte Wikimedia Commons 2020b online UNICESUMAR UNIDADE 4 111 Nos bairros de classe média e até mesmo em áreas mais populares surgiram construções estrutural mente simples porém marcadas por detalhes decorativos que sintetizavam as aspirações de prestígio e ascensão social de seus habitantes bem como o desejo de contribuir na medida do possível para a qualificação e o embelezamento da cidade um patrimônio imaginário comum a toda a sociedade ver Figuras 8 9 10 e 11 SOUZA 2012 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias uma externa e outra interna do edifício da Estação da Luz Na Figura 12 a há uma fotografia tomada à luz do dia em um dia ensolarado com algumas nuvens no céu A edificação retangular de dois pavimentos se estende longitudinalmente e possui distribuídas simetricamente esquadrias em ambos os andares Em frente a ela há diversos carros estacionados Na porção esquerda há duas torres com coberturas de quatro águas sob as quais há uma esquadria Na porção direita há uma torre alta e nela um relógio circular Na Figura 12 b há uma fotografia da parte interna do edifício na qual vemos a estrutura da cobertura semicircular apoiada sobre os balcões do segundo pavimento Abaixo há os corredores de circulação divididos pelos trilhos do trem e na porção direita há um carro de vagões parado Figura 12 Estação da Luz Fonte Figura a Wikimedia Commons 2007 online Figura b Wikimedia Commons 2014 online Assim como Pereira Passos no Rio de Janeiro em São Paulo o nome responsável pelas reformas urba nas era Francisco de Paula Ramos de Azevedo que devido à sua influência entre os poderes públicos e privados conseguiu abrir um dos maiores escritórios de projetos do país no início do século XX em que recebeu a colaboração de diversos profissionais do Brasil e do mundo para conceber os edifícios do Theatro Municipal de São Paulo ver Figura 13 o Mercadão de São Paulo a Estação da Luz ver Figura 12 o Museu do Ipiranga e a Pinacoteca entre tantos outros projetos Descrição da Imagem a figura traz uma foto grafia tomada à luz do dia sobre a sombra de uma perspectiva da fachada frontal do Theatro Municipal de São Paul Nela vemos ao fundo os edifícios do entorno em primeiro plano a rua e as largas escadarias com dois postes ao fim dela O edifício de dois pavimentos tem a base recuada com colunas frisadas e em ambas as pontas há uma estrutura sobressaltada que constitui uma varanda sobre a qual há esculturas elaboradas e um frontão de formas orgânicas Figura 13 Theatro Municipal de São Paulo Fonte Wikimedia Commons 2016 online 112 Vale destacar que já falamos sobre Ramos de Azevedo quando citamos a arquitetura neoclássica no entanto ele também é classificado quanto às suas referências ecléticas Nesse sentido podemos dar como exemplo obras cujas referências e citações da arquitetura grecoromana ultrapassam o caráter inspiracional e se fundamentam enquanto uso literal quase pastiche dentro do que ficou conhecido como estilo Eclético FRANCISCO 2013 Quando Ramos de Azevedo se utiliza de elementos ornamentais de outros estilos específicos é necessário retomarmos que teoricamente o Neoclássico visto anteriormente tratase de referências da Antiguidade Clássica grecoromana enquanto o eclético por exemplo traz propostas neore nascentistas Ao compararmos as três edificações projetadas por ele Figuras 12 13 e 14 vemos claramente a diferença de estilos Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia do portal de acesso ao Cemitério da Consolação O portal é constituído por um pórtico que remonta ao clássico grecoromano com quatro colunas distribuídas sobre uma plataforma sobre uma escada ria duas colunas quadradas e duas centrais circulares Sobre elas há um frontão retangular com platibanda e beiral como cornija Figura 14 Portal do Cemitério da Consolação Fonte Wikimedia Commons 2008 online A arquitetura eclética no país predominou até a Semana de Arte Moderna de 1922 O ecletismo pro pôs uma conciliação entre estilos e foi um veículo estético eficiente para a assimilação de inovações tecnológicas que possibilitaram novas soluções plásticas e construtivas que proporcionaram certo conforto próximo ao das edificações europeias No entanto o estilo recebeu muitas críticas Yves Bruand 2010 por exemplo considerava a arquitetura daquele período 1890 e 1914 início do século XX sem originalidade apenas uma imitação fraca de obras de maior prestígio de um passado tanto recente quanto longínquo e que por voltarse ao passado que não detínhamos como nosso implicava em reconhecer certo complexo de inferioridade o que validaria a velha teoria da dependência ou ainda implicaria na investigação das razões do desejo de ser estrangeiro e da vontade do Brasil em se reconhecer cosmopolita sobretudo após a República Os lemas do Brasil republicano eram simbolizados pelos valores de progresso indústria capital e modernização No entanto esses ideais promovem uma visão de prosperidade que tende a ignorar as diferenças e os conflitos sociais buscando minimizar ou disfarçar as tensões que marcavam a época É importante notar que a adoção desses valores não se resume a uma simples cópia ou imitação com pensatória de um modelo cultural inautêntico Na verdade a questão é bastante complexa e vai além da mera importação de conceitos SALDANHA 2021 UNICESUMAR UNIDADE 4 113 Como ponto positivo o período deu o pontapé inicial para que uma livre interpretação dos estilos desse lugar à exatidão arqueológica no século seguinte nascendo assim no século XIX as ciências históricas por outro lado detêmse nisso e não se aprofunda em estudos éticos ou estéticos Sob a influência do Modernismo todo o arsenal eclético foi considerado torpe e vulgar sendo muitos de seus exemplares demolidos pois pensavam que nada do que se produziu foi brasileiro Apenas recentemente o Ecletismo foi reconhecido como expressão legítima uma fase arquitetônica histórica merecedora de um compromisso para sua preservação No passado tínhamos a tendência de considerar esse período como uma transição para o Moder nismo e só então veríamos o surgimento de uma Arquitetura autenticamente brasileira em oposição à Arquitetura neocolonial No entanto é importante lembrar que nessa época surgiram novas formas de expressão na arquitetura adaptadas às necessidades da época e em sintonia com as possibilidades das inovações tecnológicas Embora tenhamos aprendido lições técnicas construtivas ornamentais e estéticas oriundas de uma história que também inclui a imigração muitas dessas lições foram apagadas e ativamente esquecidas Isso talvez ocorra porque essa produção arquitetônica não pode ser rotulada sob um único rótulo dada a grande variedade de produções presentes porém não podemos negar a legitimidade do mo vimento naquele contexto e hoje podemos recuperar a história fazendo uso dos meios que detemos 114 A riqueza de misturas e efeitos conseguidos por meio das associações de estilos é típica do ecletis mo e fica no limiar entre a imitação descabida e as referências bem colocadas Mesmo que a maio ria elementos possam ser associados a outros estilos o resultado final foi único e após ter estuda do sobre convidoo para que preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e reflexões Fonte a autora Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos 3 itens cada 115 1 O ecletismo representava os paradoxos de uma sociedade emergente Sobre as afirmações a seguir destaque quais são verdadeiras e quais são falsas O processo de urbanização no Brasil está associado ao processo de industrialização A arquitetura eclética é a cópia de estilos anteriores Em sua decoração e ornamentos a arquitetura eclética valoriza a natureza A decadência da arquitetura eclética se dá com o desenvolvimento do modernismo e das vanguardas Diferentemente do neoclássico a arquitetura eclética sugere teoricamente referências re nascentistas ao invés de grecoromanas A sequência correta para a resposta da questão é a F F V F V b V F F V V c V F V F V d V V V F V e V F F V F 2 Revivalismo e ecletismo foram considerados Basicamente a mesma coisa por possuírem ape nas detalhes sutis que os diferenciam Analise as alternativas a seguir e identifique a correta a São iguais só alteral as técnicas construtivas e os materiais empregados b Variam de acordo com os estilos a que remontam neoimitativos neogótico neobarroco etc ou históricos grecoromano barroco gótico c Variam de acordo com a disposição das edificações no lote d Variam de acordo com os projetos produzidos por arquitetos nacionais ou estrangeiros e Variam de acordo com o público que atendem popular ou elite 116 3 Quando o estilo eclético chegou ao Brasil ele foi adaptado às condições locais possuindo variações de acordo com materiais as tipologias construtivas adotadas e a mão de obra em pregada Sobre isso qual é a principal diferença entre a tipologia importada e a popularesca do Ecletismo Analise as alternativas a seguir e identifique a correta a A tipologia importada é caracterizada pela contratação de profissionais estrangeiros renoma dos e pela execução rigorosa do projeto completo seguindo diretrizes e linguagem importadas enquanto a tipologia popularesca é desenvolvida por profissionais brasileiros formados na Academia Imperial de Belas Artes e geralmente segue o estilo Neoclássico b A tipologia importada é caracterizada pela execução dos projetos por profissionais brasileiros formados na Academia Imperial de Belas Artes enquanto a tipologia popularesca envolve a contratação de engenheiros e arquitetos estrangeiros renomados c A tipologia importada é caracterizada pela produção de projetos executados rigorosamente seguindo a linguagem e as diretrizes importadas enquanto a tipologia popularesca é de senvolvida por camadas mais pobres da população e envolve a utilização de mão de obra e materiais disponíveis d A tipologia importada é caracterizada pela execução de projetos completos seguindo estri tamente o estilo Neoclássico ensinado pela Academia Imperial de Belas Artes enquanto a tipologia popularesca envolve a combinação de estilos arquitetônicos heterogêneos como Art Nouveau Neoclássico Art Déco e Barroco 5 Nesta unidade estudaremos os movimentos protomodernistas que fizeram a transição historicista e iniciaram o rompimento com os padrões estilísticos ecléticos o Art Nouveau e o Art Déco assim como o Neocolonial que introduziu a ideia de tradição nacional e a concepção de uma arquitetura identitária Arquitetura Art Nouveau Art Déco e Neocolonial como Protomodernistas Me Jociane Karise Benedett 118 Imagine que no início do século XX o grande objetivo do Brasil era parecer moderno O que até então era o mesmo que imitar as metrópoles europeias começou a encaminharse para um novo entusiasmo por tudo que era produzido pela indústria Por outro lado para os Europeus de onde vinha a inspiração cosmopolita o que era industrializado já estava sendo considerado de mau gosto e muitas vezes era disfarçado para não parecer A produção arquitetônica brasileira desse período foi por muito tempo desprezada pela historio grafia sendo raros os exemplares nos estilos Art Nouveau Art Déco e Protomodernistas em geral que ainda estejam preservados Isso se deu porque até as décadas de 1960 e 1970 essa era uma arquitetura considerada mais uma cópia europeia como todas as do ecletismo das quais a sociedade já estava cansada e não era nada identitária Por que será que os produtos da arquitetura de ferro como ficaram conhecidas as obras da época foram tão bem acolhidos naquele período e renegados posteriormente pela história Levanto sobre isso duas hipóteses num primeiro momento essa arquitetura foi acolhida por se tratar da aplicação de materiais industriais e num segundo por proporcionar a construção de estruturas mo dernas o que introduziu ao país o mito do progresso No entanto no Brasil diferentemente da Europa o Art Nouveau não buscou inovar em sua produção arquitetônica e acabou sendo relegado a mais um dos estilos importados dos quais o país estava cansado tendo sido praticamente esvaziado e adaptado à produção e à sociedade da época Ou seja tratavase de uma expressão burguesa de adequação à UNICESUMAR UNIDADE 5 119 moda europeia e se disseminou mais na decoração de interiores e nos elementos forjados em ferro Apesar de não ter sido um ponto notório da historiografia arquitetônica brasileira os movimentos Art Nouveau e Déco identificaram a ruptura com o século XIX e a imitação estrangeira Portanto estudar a arquitetura protomodernista no Brasil e identificar a adaptação das ideias e elementos dos movimentos europeus às condições e necessidades locais como a utilização de materiais e técnicas construtivas disponíveis na época levanos a entender o desenvolvimento arquitetônico posterior que tornou a arquitetura brasileira notável como tal internacional Busque exemplares da arquitetura protomodernista e identifique seu estilo e suas aracterísticas Ao perceber diferenças sutis que identificam esse período de transição você reconhecerá os elemen tos evolutivos que permeiam a historiografia arquitetônica nacional Defina as particularidades e os atributos de cada estilo e distribuaos em colunas Utilize para isso seu Diário de Bordo 120 No final do século XIX os arquitetos estavam descontentes com o que estava tendo que ser produ zido para agradar ao público seguindo o que estava na moda colunas pilastras cornijas molduras tudo o que remetia ao historicismo Nesse momento a produção arquitetônica se tornou alvo fácil para críticas As cidades estavam crescendo retrato da expansão industrial a demanda da construção civil aumentando e as edificações acabaram relegadas à simples maquiagem sobre a fachada como se os modelos fossem escolhidos num catálogo de estilos históricos e a partir deles definissemse os ornamentos para cobrir uma estrutura funcionalmente adequada Havia de forma simplificada uma oscilação entre um tradicionalismo ultrapassado dos estilos históricos e um naturalismo mal disciplinado fruto da maleabilidade dos novos materiais industriais Com o passar do tempo um número maior de pessoas se conscientizava do contrassenso que era reprodução desses pastiches europeus Havia um cansaço e um desgaste que proporcionaram a busca por novos rumos que resultaram na produção protomodernista que inclui os movimentos Art Nouveau Art Déco e Neocolonial A produção protomodernista especificamente já mais próxima aos anos 1930 já diferenciavase das características historicistas e das experiências dos pioneiros modernistas brasileiros Novas técnicas novos materiais e novos gostos exigiam novas formas que foram representadas naquele momento pelo movimento Art Nouveau ainda de maneira muito ornamental rebuscada com linhas curvas delicadeza sinuosidade linhas entrelaçadas de inspiração naturalista e simetria SOUZA 2012 UNICESUMAR UNIDADE 5 121 O movimento tornouse pontochave da transição ao Modernismo e ao Art Déco e suas linhas mais sóbrias Além disso o movimento neocolonial numa tentativa de construção identitária foi considerado então protomodernista prefixo que indica início precedência assim construíram o início de uma historiografia arquitetônica nacional Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia aproximada da fachada frontal do Theatro José de Alencar Ao centro em primeiro plano há uma estrutura metálica de um poste com duas luminárias uma em cada lado Nas duas laterais do edifício há escadarias e balcões e sobre a estrutura da platibanda curva vitrais coloridos No semicírculo central há a inscrição Theatro José de Alencar em branco e sobre os dois semicírculos menores laterais uma ponteira em ferro forjado de formato organicista Os guardacorpos são todos em ferro forjado no pavimento superior reto com um brasão central e no pavimento inferior compõe uma estrutura circular Figura 1 Fachada externa do segundo bloco do Theatro José de Alencar 1910 Fonte Souza 2012 p 135 O Art Nouveau no Brasil qualificouse pela busca da beleza pela fluidez e pelo requinte na or namentação bem como pela estilização da natureza São algumas características dessa arquitetura presença de uma grande quantidade de elementos decorativos como arabescos vitrais mosaicos e esculturas inspiração em elementos naturais traduzidos em formas vegetais e orgânicas aproxi mandoos da geometria por meio de curvas e ondulações uso de materiais diversos como ferro vidro cerâmica e pedra e incorporação de novas tecnologias construtivas Buscavase integrar fachadas grades portas interiores e mobiliário por meio da leveza da juventude e do otimismo que o representava ver Figura 2 PECLY ARAÚJO 2014 122 O movimento Art Nouveau tentava se aproximar das mudanças sociais da era moderna reagindo contra o academicismo e o sentimentalismo romântico e valorizando a produção em série revalorizando a beleza sofisticada mas de alcance maior Apesar desses preceitos conceituais no Brasil o estilo che gou com menos vitalidade e mais como um estilo exótico que podia ser retomado pelo ecletismo de antes PECLY ARAÚJO 2014 Um exemplo bastante autêntico dessa manifestação arquitetônica é o Teatro José de Alencar ver Figura 1 em Fortaleza no qual se pode notar algumas das características citadas como o uso do ferro fundido e sua estilização orgânica com formas remetendo à natureza o uso de vitrais e metais buscando enfatizar o requinte entre outras Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma edificação residencial assobradada construída no estilo Art Nouveau Nela em primeiro plano há o muro baixo de pedra cinzaescuro e sobre ele e no acesso uma estrutura de ferro fundido escultural em formatos orgânicos na cor vermelho escuro A casa toda em branco possui detalhes em baixo relevo e esqua drias também em vermelho escuro O acesso principal é antevisto por uma varanda cuja entrada é esférica com dois pilares centrais Figura 2 Residência Art Nouveau em Trincheiras Fonte Oliveira 2009 p 35 UNICESUMAR UNIDADE 5 123 A arquitetura Art Nouveau se espalhou pelo país e apresentou exemplares na maioria das capitais brasi leiras No Rio de Janeiro o movimento não foi tão expressivo no entanto possui exemplares marcantes que em sua maioria foram projetados por arquitetos estrangeiros O Edifício Guinle ver Figura 4 a no Rio de Janeiro projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire é um marco da arquitetura Art Nouveau no Rio de Janeiro Construído em 1918 o edifício apresenta detalhes que remetem à uma construção de origem francesa com a cobertura em cobre A fachada apresenta detalhes afrescos e grades trabalhadas em ferro batido Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em um dia nublado de uma perspectiva lateral do mercado de Manaus constituído em duas edificações A estrutura assobradada da esquerda tem platibanda e duas esquadrias alinhadas nas cores amarelo e laranja com frisos em alto relevo A estrutura da direita se apresenta toda em ferro fundido estruturada a partir de formas orgânicas em tons verde com um vitral semicircular colorido No topo há um shed em formato triangular com uma escultura também em ferro e um elemento escultural em alto relevo circular Figura 3 Mercado de Manaus Fonte Wikimedia Commons 2014a online 124 Em residências um exemplar de destaque que mistura exuberância e excentricida de e nos lembra segundo Bruand 2003 as obras singulares do catalão Gaudí é a residên cia Villino Silveira ver Figura 4b projetada pelo arquiteto italiano Virgilio Virzi É uma edificação vertical com uma decoração rica e abundante um pouco mais comedida que as ousadas obras do espanhol mas caracterizada por numerosos arcos volumes sobrepostos e formas irregulares Além disso tem uma variedade de grades e balcões de ferro forjado com linhas sinuosas típicos do estilo Art Nouveau OLIVEIRA 2009 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 4 a traz uma fotografia externa tomada em um dia nublado de uma perspectiva do edifício Praia do Flamengo A edificação branca com barrado em pedra e telhado em cobre de estrutura retangu lar com um chanfro arredondado é vista atrás de um estacionamento de veículos dispostos diagonalmente A Figura 4 b traz uma fotografia frontal da residência Villino Silveira tomada à luz do dia A edificação construída no alinhamento predial na porção do acesso segue a mesma implantação das edificações do entorno A edificação possui um acesso com gradil rebuscado em ferro varanda com guardacorpo elaborado e pilares com detalhes em estuque O edifício se configura verticalmente Figura 4 a Edifício Praia do Flamengo b Residência Villino Silveira Fonte Figura a Google Street View s d apud Ipatrimônio 2023 online Figura b Google Street View online Outro representante clássico do movimento no Rio de Janeiro é a Confeitaria Colombo que abusa de formas tridimensionais delicadas tortuosas ondulantes e irregulares em seu interior UNICESUMAR UNIDADE 5 125 Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias do interior da Confeitaria Colombo A Figura 5 a traz uma perspectiva do segun do pavimento observando o térreo com o guardacorpo em ferro fundido e no teto a claraboia com um mosaico de vitrais coloridos com estrutura de ferro O forro dividido em retângulo possui bordas em gesso e luminárias no centro Mesas estão distribuídas no pavimento térreo que é ladeado por espelhos e no centro há o acesso A Figura 5 b traz uma perspectiva do térreo na altura do observador em que há as pessoas sentadas às mesas os espelhos na porção esquerda o acesso e a vitrine ao centro e mais espelhos com arandelas à direita Figura 5 Confeitaria Colombo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008a online figura b Wikimedia Commons 2021 online A B Título São Paulo A Sinfonia da Metrópole 1929 Ano 1929 Sinopse um documentário mudo que mostra a vida urbana em São Paulo nos anos 1920 Comentário embora não seja sobre arquitetura Art Nouveau o documentário é uma janela para a histó ria da cidade e sua arquitetura da época Acesse o QR Code e assista ao trailer produzido para a Mostra Internacional de Cinema 126 Em São Paulo foi onde o movimento se tornou mais expressivo devido ao capital circulante proveniente da cafeicultura e da relação próxima dos senhores do café com a cultura Europeia absorvida por meio de viagens e publicações Os principais arquitetos do Art Nouveau no país eram estrangeiros Karl Ekman 18661940 sueco e Victor Dubugras 18681933 francês SALDANHA 2021 Karls Ekman chegou no Brasil em 1890 onde se estabeleceu no Rio de Janeiro Dois anos depois mudouse para São Paulo onde construiu uma série de edifícios institucionais como o Teatro São José e a Maternidade de São Paulo e residências sendo a mais importante a construída para a família Álvares Penteado atualmente conhecida como Vila Penteado considerada a primeira edificação Art Nouveau na cidade OLIVEIRA 2009 A Vila Penteado difundiu o estilo por toda a cidade mesmo que de maneira superficial em bairros como Santa Cecília Higienópolis Campos Elíseos e Bela Vista OLIVEIRA 2009 As obras de Ekman possuíam características externamente sóbrias com predominância de linhas retas emprego de arcos e curvas apenas em locais estratégicos Além disso havia decorações florais e em linhas dispostas de forma a destacar as fachadas particularidades associadas à escola austríaca de Otto Wagner Nos interiores a produção apresentou os melhores resultados que podem ser apre ciados nas intervenções da Vila Penteado com destaque para o vestíbulo que possui pédireito duplo e dá acesso aos demais cômodos e traduz os arranjos ornamentais do Art Nouveau com mosaicos serralheria pinturas murais estuques de motivos florais arandelas e lustres em ferro fundido e os arranjos espaciais inspirados nas obras de Victor Horta em Bruxelas A residência ampliou o repertório artístico técnico e construtivo de São Paulo sendo um expoente do movimento BRUAND 2003 A B Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias uma interna e uma externa da Vila Penteado A Figura 6 a traz uma fotografia externa em que é possível ver uma fonte central em frente ao acesso e várias árvores de palmeiras as quais estão impedindo a visão do edifício O edifício se apresenta em begeclaro com as esquadrias em madeira e begeescuro e há um acesso central e uma varanda com o guardacorpo em ferro fundido A Figura 6 b traz uma perspectiva interna tomada do segundo pavimento que permite a visão ao balcão do lado oposto com guardacorpo em madeira estrutura do forro em madeira do qual desce um lustre em ferro fundido As paredes possuem estuques e pinturas murais em formatos de arco pleno assim como o acesso que possui uma bandeira semicircular Figura 6 Vila Penteado Fonte Figura a Projeto Brasil França 2023 online Figura b Wikimedia Commons 2015 online UNICESUMAR UNIDADE 5 127 Victor Dubugras chegou em São Paulo em 1891 e começou a trabalhar com Ramos de Azevedo e deu aulas na Politécnica de São Paulo Em 1902 ao projetar uma residência para Flávio Uchôa optou pelo Art Nouveau em seu interior tanto na ornamentação quanto na organização espacial porém ainda manteve o exterior eclético A transição entre estilos é percebida principalmente no uso do ferro em grades varandas e caixilhos das janelas Em 1910 seu estilo mais maduro apresentou formas cada vez mais circulares OLIVEIRA 2009 Alunoa assista aqui à análise em detalhe do episódio Palacete Horácio Sabino que foi projetado por Victor Dubugras em 1903 Acesse o QR Code A estação Ferroviária de Mayrink foi outro projeto de destaque de Dubugras não apenas pelo projeto mas por ter sido o primeiro edifício totalmente de concreto armado no país um anúncio do que viria em seguida na arquitetura moderna O edifício é constituído de três corpos principais sendo o corpo central de maior altura uma estrutura em abóbada apoiada em quatro torres de função somente estética Essas torres são ancoradas por plataformas em balanço sustentadas por montantes de ferro forjado Os dois corpos laterais são constituídos por estruturas moduladas com lâminas de concreto e são de forma semicircular OLIVEIRA 2009 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia em preto e branco de uma perspectiva externa da Es tação Ferroviária de Mayrink A edi ficação possui uma forma elipsoidal com uma marquise curva que segue a forma sustentada por tirantes O centro possui uma estrutura semicir cular com duas torres em cada facha da com uma plataforma em frente ao edifício com três linhas de trilhos Figura 7 Estação Ferroviária Mayrink Fonte Wikimedia Commons 1910 online 128 Assim como outras tantas obras do período a produção desses dois arquitetos sofreu com uma série de alterações sem o intuito de preservação e outras foram demolidas A Casa Ranzini construída em 1909 e projetada pelo arquiteto italiano Giulio Michetti apresenta uma fachada decorada com azulejos e uma varanda com detalhes em alto relevo A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 8 a traz uma fotografia externa tomada em um dia nublado da fachada da residência Ranzini Nela há fachada com barrado em pedras justapostas e revestimento de tijolinhos uma estrutura de porão alto e dois pavimentos com detalhes decorativos nas varandas e pilares assim como nos beirais e marquises A Figura 8 b mostra uma fotografia tomada à luz do dia de uma perspectiva atual representada pelos semáforos em primeiro plano dispostos frente à edificação A fotografia traz um muro divisório trabalhado em ferro fundido e alvenaria com relevos esculturais Atrás dele há a edificação separada à esquerda da vizinha por uma parede verde A edificação nas cores bege com esquadrias marrons é estru turada em semicírculos e uma torre quadrada à direita A cobertura dos semicírculos escondese atrás de platibandas enquanto a da torre é estruturada em uma escultura cupular Sobre as esquadrias as padieiras eram em forma de cornija e sob elas há esculturas em alto relevo Figura 8 a Casa Ranzini em São Paulo b Palacete na Avenida Brigadeiro Luís Antônio em São Paulo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2018 online Figura b Wikimedia Commons 2008b online No Rio Grande do Sul há o Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre e outros edifícios da universidade e em Curitiba o Palácio de Cristal e o Paço da Liberdade ver Figura 9 Belém devido ao desenvolvimento influenciado pela extração da borra cha e o acúmulo de riqueza e relacionamento internacional advindo disso possui muitos exemplares Art Nouveau como o Palacete Bolonha e os dois Mercados de Ferro destinados à venda de carne e de produtos do mar situados no VeroPeso ambos os projetos do engenheiro Francisco Bolonha UNICESUMAR UNIDADE 5 129 Em comum essas edificações externamente eram mais representadas pelo Ecletismo vigente mas os interiores são o que chamam a atenção e as vinculam ao estilo Art Nouveau como o edifício Paris nAmérica que chama a atenção por sua escada de ferro importada da Europa OLIVEIRA 2009 Durante o mesmo período num contexto de industrialização e expan são urbana acelerada surgiu outro movimento o Art Déco considerado o passo inicial para a produção mo dernista No Brasil o movimento Art Déco aconteceu simultaneamente à Europa e oferecia uma opção mais sim plificada em relação ao Art Nouveau e ao Ecletismo É importante mencionar que esses movimentos ocorreram ao mesmo tempo e muitos autores con sideram o Art Déco e o Art Nouveau como variações do Ecletismo O movimento arquitetônico Art Déco foi visto por muitos como um ca pricho da moda que se distanciava do Descrição da Imagem a figura traz uma fotogra fia tomada à luz do dia de uma perspectiva lateral do edifício Paço da Liberdade em Curitiba Nela há a edificação de três andares com uma estrutura central quadrada que comporta um relógio no topo e o acesso no térreo No pavimento térreo as esquadrias são em arco pleno no segundo são retangulares com os cantos chanfrados e no ter ceiro pavimento são retangulares com a padieira em formato de cornija com uma escultura em alto relevo no centro A edificação é toda na cor bege e possui protuberâncias centrais que configuram uma varanda no terceiro pavimento na fachada frontal e no segundo e terceiro pavimento nas fachadas laterais Figura 9 Paço da Liberdade em Curitiba Fonte Wikimedia Commons 2009 online 130 realismo promovido pela Bauhaus e Le Corbusier por exemplo e se constituiu a partir da síntese de várias fontes e referências como o Cubismo o Expressionismo a arte Africana e a arte Egípcia O Neoplasticismo tomou como inspiração o design de máquinas e navios ficando conhecido também como uma manifestação terminal do Ecletismo PECLY ARAÚJO 2014 Há no nosso texto uma série de contradições no que diz respeito ao posicionamento dos movimen tos Art Nouveau e Art Déco na historiografia arquitetônica brasileira Isso porque eles estão coloca dos num limbo entre uma última manifestação ecletista e uma transição marcante ao Modernismo por isso aqui consideramolos protomodernistas Porém não deixamos de elencálos como uma última transição eclética devido ao fato de ambos os movimentos acontecerem concomitantemente O estilo Art Déco ao adotar uma abordagem que valoriza certos preceitos da tradição acadêmica da arquitetura enquanto elimina elementos considerados supérfluos ou excessivos abriu caminho para uma expressão arquitetônica moderna Essa característica ambígua tornou o Art Déco uma das últimas manifestações do Ecletismo ou uma das primeiras do modernismo de acordo com vários autores Essa ambiguidade aliada a uma imagem de progresso e desenvolvimento provavelmente contribuiu para a ampla aceitação e difusão da arquitetura Art Déco em todo o Brasil Houve uma ampla inserção do movimento no país em todas as camadas sociais sendo bastante aplicado em vilas populares e na arquitetura fabril tendo atingido seu auge nos anos 1930 e 1940 ao propor soluções integradas que atendiam às variedades de climas e contextos do Brasil em relação a distribuições dimensionamento e funcionalidades dos espaços volumes aberturas e uso de materiais PECLY ARAUJO 2014 De forma geral os materiais comumente utilizados eram luxuosos como madeiras nobres ébano e caiobá vidros e espelhos coisas cromadas mármores plásticos e metais como o bronze o latão e a prata A estética nesse período é caracterizada pela geometrização predominância de linhas retas e for mas circulares triangulares e de losangos com reentrâncias e volumes destacados escalonamento de planos estruturas equilibradas e simétricas uso de esculturas e relevos com materiais como o gesso e o metal e outros elementos que configuram o movimento como transição entre o eclético e o mo derno PECLY ARAUJO 2014 O Edifício Martinelli em São Paulo construído em 1929 é um dos marcos da arquitetura Art Decó em São Paulo Com 30 andares foi o primeiro arranhacéu da América Latina e apresenta uma fachada com formas geométricas e materiais luxuosos UNICESUMAR UNIDADE 5 131 O Edifício A Noite foi um dos primeiros arranhacéus brasileiros junto ao Martinelli Foi projetado em 1929 pelo arquiteto francês Joseph Gire com 103 metros O edifício de uso comercial apresenta uma fachada com linhas retas e formas geométricas além de elementos decorativos como frisos detalhes em metal azulejo e vidro principalmente nas esquadrias A simetria e a proporção são características proeminentes criando uma sensação de equilíbrio e harmonia Outro destaque é a iluminação carac terística marcante do Art Déco letreiros neons e fachadas iluminadas eram sempre utilizados o edifício era sempre iluminado à noite fazendoo destacarse na paisagem urbana Apesar do estilo Art Déco ter sido aplicado à estrutura foi um dos pioneiros no uso do concreto armado O edifício passou por um processo de tombamento de 1988 a 2010 porém apenas os andares 21º e 22º foram considerados relevantes na época por abrigarem a Rádio Nacional do Rio de Janeiro Em 2012 o processo foi novamente aberto e você pode inteirarse de todo o parecer técnico no qual a história do edifício e do entorno são discutidos acessando o QR Code a seguir Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada em um dia nublado de uma perspectiva lateral do edifício Martinelli Nela há em primeiro plano tanto no lado esquerdo como no direito duas árvores em frente ao edifício e outras construções baixas alinha das ao nível da fotografia O edifício alto de características estilísticas mescladas possui dois volumes retangulares ambos com chanfro em uma das pontas visíveis e uma estrutura escalonada na cobertura Figura 10 Edifício Martinell Fonte Wikimedia Commons 2014b online 132 O Cine Teatro Capitólio projetado por Alberto Pinto Coelho construído na década de 1930 em Belo Horizonte assim como o Teatro de Goiânia projetado por Jorge Félix construído no início da década de 1940 foram edifícios institucionais marcos da sociedade da época e considerados espaços tradicionais de cultura atualmente Apresentam fachadas geométricas com linhas verticais elegantes ornamentos elaborados em metal e vidro considerados materiais luxuosos para época No Cine Teatro Capitólio o detalhe fica com os vitrais coloridos a iluminação da fachada e a estrutura semicircular do acesso são feitas pela esquina Ambos combinavam elementos tradicionais com uma estética ino vadora típica do movimento Art Déco Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia ex terna tomada em um dia ensolarado e de uma distância considerável da fachada frontal do edifício A Noite Nela há em primeiro plano o mar a orla com vegetação e veículos transitando em frente ao edifício Ao fundo há o edifício com uma série de 16 colunas de janela alinhadas e no topo dele uma série de pórticos define um detalhe ornamental Figura 11 Edifício A Noite no Rio de Janeiro Fonte Wikimedia Commons 2012 online UNICESUMAR UNIDADE 5 133 A cidade de Goiânia foi reconhecida como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2008 por possuir um acervo amplo de edificações e elementos paisagísticos característicos da arquitetura Art Déco resultado da sociedade do começo do século XX Esta de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN em sintonia com a Marcha para o Oeste uma estratégia esta belecida pelo governo de Getúlio Vargas no final dos anos 1930 para impulsionar o desenvolvimento e promover a ocupação do CentroOeste projetou a nova capital do estado de Goiás cujo responsável foi o urbanista Attílio Corrêa Lima A maioria dos primeiros edifícios de Goiânia erguidos nas décadas de 1940 e 1950 foi influenciada pelo estilo Art Déco IPAHN 2023 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 12 a traz uma fotografia tomada em um dia nublado e chuvoso da fachada frontal e lateral do edifício do Cine Teatro Capitólio O edifício é construído em concreto pintado de bege e a fachada frontal do teatro apresenta um ângulo curvilíneo que se destaca na esquina Acima do letreiro Cine Theatro Brasil Vallourec é possível ob servar três vitrais retangulares Esses vitrais apresentam padrões geométricos coloridos contribuindo para a estética geral do teatro A Figura 12 b traz uma fotografia tomada ao entardecer do edifício Teatro Goiânia O edifício é composto por dois volumes principais um semicircular e um retangular cortado por uma marquise de formas onduladas Há ainda uma saliência na estrutura retangular na vertical em que está inscrito o nome do edifício em letras em relevo douradas O edifício é bege com esquadrias quadradas e um barrado cinzaescuro Figura 12 a Cine Teatro Capitólio ou Teatro Brasil em Belo Horizonte bTeatro Goiânia Fonte Figura a Wikimedia Commons 2020 online Figura b Wikimedia Commons 2019 online 134 Apesar de uma produção intensa e que buscava representar a sociedade de então a produção arquite tônica da virada do século foi rotulada como mera imitação de modelos estrangeiros e sem identidade nacional devido ao desgaste do ecletismo e à busca por algo inovador completamente desvinculado do modelo europeu Da mesma forma na Europa o Movimento Moderno vinha defendendo a subs tituição das construções ecléticas por modelos mais minimalistas em busca de uma racionalidade o que no Brasil foi traduzido de forma que aquela produção excessivamente ornamental e importada fosse caracterizada como não contenedora de traços da nossa personalidade Dito isso se seguirmos uma curva evolutiva da arquitetura nacional com certeza o movimento moderno se encontrará no topo e digamos no final e a partir dele avaliavamse até pouco tempo as outras escolas estilísticas praticadas no país Nesse contexto o Neocolonial surgiu como mais uma ESCOLA ESTILÍSTICA obrigatória para entender a transição do que foi a arquitetura do século XX seria o modismo final do Brasil Colônia à Modernidade Alguns o colocam junto no balaio de movi Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em um dia nublado do edifício do Museu Zoroastro Artiaga Nela há a estrutura da edificação retangular com dois volumes centrais quadrados sobressaltados e uma estrutura percebida pela platibanda circular Os três volumes possuem uma escultura em alto relevo como um retângulo branco A edificação é toda pintada em cinzaescuro azulado com detalhes cornijas estruturas e rodapés em branco Figura 13 Museu Zoroastro Artiaga em Goiás Fonte Wikimedia Commons 2010 online UNICESUMAR UNIDADE 5 135 mentos que definem o eclético mas ele é o marco inicial da campanha por uma arquitetura autóctone ainda que com influências estrangeiras FABRIS 1993 Vamos conversar sobre a transição do Brasil para o modernismo E o uso da arquitetura como fator identitário A arquitetura identifica um povo e a falta de uma nacionalização da produção brasileira a caracte rizava como um estrangeirismo Aí podemos pensar será que foi daí que surgiu o complexo de inferioridade nacional em busca sempre do internacional como melhor Vamos refletir sobre isso Nas primeiras décadas do século XX o Brasil entrou no debate identitário Nesse momento propôs se um retorno ao passado colonial brasileiro como fonte de tradição histórica e artística PECLY ARAÚJO 2014 O movimento neocolonial era defendido pelos contrários ao novato Art Nouveau e ao Eclético porque estes não representavam uma tradição local e homogeneizaram a arquitetura não a identificando enquanto brasileira O Neocolonial se desenvolveu a partir de 1910 principalmente no eixo RioSão Paulo depois de uma série de conferências proferidas por Ricardo Severo que dizia ter de extirpar da arquitetura nacio nal o mau gosto eclético e das influências pósPrimeira Guerra Mundial de um instinto nacionalista inclusive com relação às importações de matériaprima e mão de obra FABRIS 1993 Contra essa arquitetura de estilos confusos de mau gosto e inexpressiva segundo Severo seria necessária uma arquitetura simples robusta forte e de linhas calmas e tranquilas que na verdade acabou sendo um último capítulo da arquitetura eclética porque acabou adotando apenas soluções de superfície aplicando novos ornatos de inspiração portuguesa que produzia exteriores bonitinhos 136 FABRIS 1993 A fachada foi um elemento importante da arquitetura neocolonial e é caracterizada por uma simetria rigorosa e uma divisão clara entre os elementos estruturais e decorativos Contextualmente o Neocolonialismo foi uma tentativa de institucionalizar e justificar as inter venções estatais na sociedade como iniciativa da construção de escolas residências prédios públicos e igrejas segundo um cânone estético que visa à regeneração do espírito de um país em vias de deca dência KESSEL 2012 A Exposição Internacional do Centenário da Independência realizada no Rio de Janeiro em 1922 marcou o triunfo do estilo que foi considerado símbolo da emancipação artística do país BRUAND 2003 p 55 Isso porque teve vários pavilhões neocoloniais que chamaram a atenção internacional pelo exotismo das cores nas fachadas e nos interiores e pelas soluções funcionais inseridas para conforto térmico adequadas ao país como telhados inclinados e beirais salientes que proporcionam proteção contra a chuva e o sol e varandas e terraços que proporciona um ambiente ventilado e agradável Fazia uso de materiais tradicionais como a pedra o tijolo o adobe o barro e a telha em uma tentativa de resgatar o modelo português O Neocolonial foi tanto uma iniciativa para conservar e documentar exemplares coloniais quan to a uma formulação das bases de um novo estilo em que se pudesse assentar o legado colonial O percurso do Neocolonial pode ser resumidamente caracterizado como de reação ao estrangeirismo excessivo do eclético na arquitetura e se desenvolve para uma resistência ao modernismo calcada ideologicamente no tradicionalismo conservador Ele se deu com base em uma recuperação seletiva de elementos arquitetônicos promovendo a glorificação da cultura produzida pela aristocracia rural apontada como expressão máxima da nacionalidade KESSEL 2012 Para os teóricos da época a arquitetura e a arte brasileiras eram ramos da expressão cultural portuguesa aclimatada no trópico em todo o seu esplendor durante a época colonial e ultimamente relegada ao abandono em virtude da valorização de padrões estéticos importados da Europa KESSEL 2012 p 24 Lúcio Costa famoso arquiteto modernista produziu obras neocoloniais porém ele dizia que a tradição construtiva do passado se impunha por meio das soluções e dos princípios funcionais mais do que uma estética Ele aplicava os processos construtivos neocoloniais em volumetrias geo metricamente definidas UNICESUMAR UNIDADE 5 137 Durante o período Neocolonial os antigos cortiços transformamse em vilas constituídas por casas térreas e sobrados em torno de uma área comum Os jardins tomam o alinhamento predial e deli mitam as fronteiras com a rua enquanto as disposições internas das residências não sofrem grandes alterações PECLY ARAÚJO 2014 O Neocolonial teve seu desenvolvimento e ápice em curto período de tempo Apesar da grande adesão de intelectuais que forneceram erudição e embasamento teórico ao movimento pôs fim ao período Eclético do país preparandoo para a modernidade que viria a não mais embasarse na his tória e num repertório formal e sim na busca de programas definidos essencialmente em termos de tecnologia FABRIS 1993 Portanto é justo admitir que a visibilidade do neocolonial foi ofuscada pela preeminência do modernismo com o qual trava uma disputa pela legitimação do título de arquitetura identitária nacional KESSEL 2012 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 14 a é representada na imagem como um croqui à mão muito bem dimensionado A imagem é em preto e branco com linhas finas e sombras que destacam as características da fachada do edifício A edificação aparenta ser assobradada com um telhado de quatro águas nas extremidades formando um formato triangular em cada uma delas Podem ser observadas colunas que se sobressaem e se estendem até a altura do telhado Em frente da edificação contém muros com uma parte superior em forma de ondas alinhados com as colunas e com o mesmo estilo da construção No centro da edificação há um telhado de duas águas Em frente a ele não há muro aparente mas sim uma mureta ao lado da qual há um acesso por meio de uma escada No andar inferior existem janelas retangulares enquanto na parte superior as janelas têm uma parte su perior no formato de um arco Por fim no lado direito há um acesso maior em formato de arco com detalhes adicionais A Figura 14 b apresenta um edifício com fachada simétrica e proporções equilibradas que se refere ao projeto neocolonial de Lúcio Costa para a Exposição de 1926 Capturado em uma foto antiga em preto e branco apresenta uma edificação de dois andares Nas extremidades do pavimento superior a altura é normal enquanto no centro do edifício há um pédireito duplo criando uma variação na volumetria que dá a impressão de um terceiro pavimento A permeabilidade do pavimento de acesso é notável com todo o seu perímetro desenhado com aberturas contínuas Infelizmente apenas com a imagem não é possível discernir com precisão o tipo específico de aberturas presentes mas é provável que incluam arcos e portasjanelas em arco pleno A cobertura é composta por grandes telhados de quatro águas com espigão curvo cobertos por telhas de ponta Além disso o edifício exibe cimalhas no beiral e nas aberturas adicionando detalhes decorativos ao conjunto Figura 14 a Projeto de Lucio Costa para a Embaixada do Peru b Projeto neocolonial de Lucio Costa para Exposição de 1926 Fonte Carvalho 2002 p 76 e 94 138 O ideário neocolonial pode ser classificado como conservador elitista e tradicionalista e vinha repre sentar a tentativa de retomada de um contexto em que valores que remontavam ao século XIX foram postos em xeque e as sociedades buscavam novos rumos Simultaneamente buscavamse uma evasão histórica e uma apropriação dela para que fosse uma ferramenta ilusionista que desse a sensação de cristalização do momento e impedisse a passagem do tempo em direção ao progresso KESSEL 2012 Descrição da Imagem a antiga residência de Othon Bezerra de Melo retratada na imagem em um dia ensolarado apresenta uma en trada distintiva Ao lado da entrada há uma área gramada com duas esculturas pequenas uma em cada lado A fachada da residência é simétrica e possui uma atmosfera assombrada A casa é pintada de branco e possui janelas e portas de madeira No pavimento inferior destacamse as aberturas uma em cada extremidade em arco com grades de ferro no parapeito Há uma abertura retangular com dois pilares de cada lado totalizando três aberturas retangulares Essa configuração cria um visual simétrico e equilibrado na fachada da casa seguida por outro arco que alinha essas aberturas à parede de trás Nessa parede existem duas janelas do lado esquerdo uma porta ao centro e mais duas janelas do lado direito Acima das três aberturas retangulares na parte superior da residência é possível observar detalhes aparentemente em gesso Esses detalhes são mais proeminentes na parte central da fachada No andar superior há uma varanda que possui grades de ferro no parapeito nas extremidades O restante da varanda é composto por uma mureta na mesma altura Na fachada do andar superior encontramse três janelas de madeira Acima dessas janelas existem detalhes em gesso que emolduram as janelas Também são visíveis luminárias uma de cada lado da parede Figura 15 Antiga residência Othon Bezerra de Melo Fonte Cantarelli 2018 online UNICESUMAR UNIDADE 5 139 A produção arquitetônica protomodernista que inclui as produções do Art Nouveau Déco e Neoco lonial vinha a afirmar a evolução construtiva do país As arquiteturas Nouveau e Déco manifestavam uma busca por renovar o campo da arquitetura e ao mesmo tempo uma projeção do gosto burguês da sociedade adaptando integrando e opondose aos estilos historicistas ecléticos que vinham se desenvolvendo A partir da evolução proporcionada pela formação profissional disponível no país e a relação ín tima com a Europa que se via naquele momento desgastada gerouse uma tentativa de consolidação da hegemonia nacional com a construção de um estilo próprio Mesmo no início do Art Nouveau os motivos florais e naturais que na Europa representavam folhas de carvalho por exemplo eram substituídos no Brasil por folhas de café na tentativa de demonstrar personalidade criatividade e poderio econômico Sugiro que antes de passar a modernidade leia o texto Razões da Nova Arquitetura no qual Lúcio Costa transcreve um texto documental de 1934 em que diz revelar o clima de guerra Santa profissional que marcaria o início da revolução arquitetônica que vem a seguir Você pode ler o texto acessando o QR Code a seguir e fazer suas reflexões sobre o que está por vir em nosso conteúdo Hoje estudamos esse período ainda com ressalvas como uma transição à arquitetura moderna que foi para muitos a verdadeiramente brasileira somada de forma simplista à neocolonial por isso grande parte da pro dução dessa fase foi apagada ou esquecida muito provavelmente porque não pudemos classificar o período em um único rótulo porque como vimos abrigou produções variadas e concomitantes Um resumo muito interessante e bastante detalhado da história do Neocolonial no Brasil é feito na palestra do professor Carlos Kessel Ar quitetura e identidade nacional o estilo Neocolonial brasileiro Acesse o QR Code a seguir para saber mais 140 Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamen tos suas emoções e suas reflexões Fonte a autora Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada 141 1 Sá 2016 relata que o movimento Art Nouveau que teve seu auge entre o final do século XIX e início do século XX foi uma manifestação artística e arquitetônica que buscava romper com o academicismo e o sentimentalismo romântico valorizando a modernidade e a produção em série No entanto no Brasil o estilo chegou com menos força e vitalidade sendo mais visto como um estilo exótico que poderia ser incorporado ao ecletismo predominante na época Apesar disso ainda é possível encontrar algumas influências e exemplos autênticos do Art Nouveau no país SÁ A L F de Arquitetura do início do século XX no Instituto Butantan Cadernos de História da Ciência v 12 n 2 p 3153 2016 Disponível em httpsdoiorg1047692cadhistcienc2016v1233868 Acesso em 15 jun 2023 Analise as questões e assinale como verdadeiras V ou falsas F O movimento Art Nouveau no Brasil chegou com menos vitalidade e mais como um estilo exótico que podia ser retomado pelo Ecletismo de antes O movimento Art Nouveau valorizava a produção em série e revalorizava a beleza sofisticada O Teatro José de Alencar em Fortaleza é um exemplo autêntico da arquitetura Art Nouveau O uso de ferro fundido e estilização orgânica com formas remetendo à natureza é uma ca racterística comum na arquitetura Art Nouveau A sequência correta para a resposta da questão é a F F V F b V F F V c V F V F d V V V V e V F V V 142 2 Segundo Conduru 2009 a maioria dos estudos sobre a história da arquitetura no Brasil apresenta duas perspectivas predominantes em relação ao movimento Neocolonial ambas as críticas não são necessariamente opostas Uma delas considera o Neocolonial como uma continuação equivocada do Ecletismo e a outra visão reconhece que apesar de suas falhas o Neocolonial contém elementos que influenciaram o surgimento do modernismo arquitetônico CONDURU R Entre histórias e mitos uma revisão do neocolonial Revista Vitruvius ano 8 set 2009 Dispo nível em httpsvitruviuscombrrevistasreadresenhasonline080933025 Acesso em 15 jun 2023 Portanto qual foi o objetivo do estilo neocolonial na Exposição Internacional do Centenário da Independência realizada no Rio de Janeiro em 1922 a Conservar e documentar exemplares coloniais b Promover a adoção de padrões estéticos importados da Europa c Desenvolver uma arquitetura modernista d Valorizar a cultura produzida pela aristocracia rural 3 O estilo Art Déco chegou no Brasil como um academicismo sem supérfluos Analise as afir mativas a seguir I O estilo Art Déco combinava elementos tradicionais e modernos criando uma estética ele gante e sofisticada II O estilo Art Déco se utilizava de materiais modernos como ferro e vidro ornamentos e linhas mais geométricas III A confeitaria Colombo no Rio de Janeiro é um exemplo clássico da estética do estilo Art Déco IV O estilo Art Déco foi inserido no país em todas as camadas sociais sendo bastante aplicado em vilas populares e na arquitetura fabril É correto o que se afirma em a I II III e IV b I II e III apenas c I e IV apenas d I e II apenas e I II e IV apenas 6 Nesta unidade identificaremos os conceitos e princípios que em basaram a difusão do ideário Moderno no Brasil e quais as particu laridades que a tornaram identitária e representante internacional da produção arquitetônica nacional Faremos a distinção das carac terísticas e particularidades das duas vertentes que se definiram a escola Paulista mais sóbria e pesada que optava pela geometria pura e pela simplicidade e que possuía ideais políticos e a Escola Carioca que apresentava uma pureza e leveza formal e estrutural com a profusão do uso de curvas e plasticidade referências sim bólicas e conceituais Modernismo Escola Carioca e Escola Paulista Me Jociane Karise Benedett 144 O ecletismo brasileiro foi absoluto até o século XX e quase não deu abertura para as vanguardas como o Art Nouveau e o Déco Alguns avanços protomodernistas já indicavam uma busca pela difusão de novos ideários e não demorou muito para que o modernismo se difundisse no país muito em conse quência das inovações tecnológicas e construtivas Entre as décadas de 1930 e 1950 a arquitetura moderna prosperou e foi alçada a exemplo inter nacional A arquitetura moderna brasileira deu ao Brasil tal prestígio que o fez merecedor de uma Exposição no Museum of Modern Art de Nova York o MOMA em 1942 que resultou no livro Brazil Builds Architecture New and Old de Philip Goodwin 1943 Essa exaltação da produção modernista brasileira no exterior levou críticos como Mário de Andrade um dos pioneiros das vanguardas da Semana de 22 que até então estava imerso em dualidades como historicismomodernismo univer salnacional e formafunção e muito em dúvida quanto à beleza da arquitetura que vinha sendo produzida a render elogios Admirável também é a coleção de fotografias Brazil Builds que o Museu de Arte Moderna de Nova York acaba de publicar com em geral excelentes comentários do arquiteto Philip L Goodwin Eu creio que este é um dos gestos de humanidade mais fecundos que os Estados Unidos já praticaram em relação a nós os brasileiros Porque ele virá já veio regenerar a nossa confiança em nós e diminuir o desastroso complexo de inferioridade de mestiços que nos prejudica tanto Já escutei muito brasileiro não apenas assombrado mas até mesmo estomagado sic diante desse livro que prova possuirmos uma arquitetura moderna tão boa como os mais avançados países do mundo Brazil Builds é um livro que nos regenera em nosso valor normal Nós não somos nem melhores nem piores que as outras nações O gesto dos Estados Unidos descobrindo para nós Brazil Builds deve nos regenerar A nossa arquitetura moderna é tão boa como a arquitetura moderna dos Estados Unidos ou da França A arquitetura moderna brasileira constitue sic hoje sem dúvida objeto de admiração em todo o mundo O fato de o Museu de Arte Moderno de Nova York ter enviado ao UNICESUMAR UNIDADE 6 145 Brasil uma missão com o fim especial de conhecer de perto o que os arquitétos sic brasileiros fizeram e estão fazendo nesse sentido prova à saciedade sic o interesse que conseguimos despertar entre os norteamericanos pela maneira inteligente imaginosa e livre de preconceitos que foram resolvidos muitos problemas de arquitetura no Brasil Não se trata como póde sic parecer simples amabilidade de bons vizinhos o Museu de Arte Moderna é uma instituição privada que tem procurado reunir tudo o que de melhor se tem feito no mundo no domínio da arte moderna ANDRADE 1944 p 60 Estudando essa e outras críticas lançadas no período como a feita por Max Bill no texto O arqui teto a arquitetura a sociedade que descredita a arquitetura moderna brasileira como original ou por Bruno Zevi que reitera e explica a crítica de Bill em seu texto A moda Corbusiana no Brasil ou ainda pelo italiano Nathan Rogers que vai na contramão dos anteriores e tenta defender a produção brasileira em seu texto Pretextos para uma crítica não formalista ambos passíveis de leitura por meio do QR Code a seguir poderemos entender o quão complexa foi a estruturação de uma arquitetura moderna brasileira autóctone e identitária O contexto social político e econômico que contém a arquitetura moderna é muito amplo vai desde a política de boa vizinhança americana pósSegunda Guerra Mundial até a Guerra Fria 19471991 muito por isso ela foi sendo segmentada em correntes e escolas variantes Será que o orgulho nacional por sermos reconhecidos mundialmente por nossa arquitetura ain da persiste Será que as críticas aos pioneiros modernistas no Brasil fizeram jus à sua empreitada ou acabaram sendo feitas por desdém dos neocolonialistas que não chegaram a ser reconhecidos enquanto arquitetura nacional A arquitetura moderna brasileira assumiu um caráter distinto ao adotar e reinterpretar os princí pios estabelecidos por arquitetos renomados como Le Corbusier Gropius Van der Rohe e Wright Essas influências internacionais tiveram impacto significativo na produção arquitetônica do país complementadas pela rica influência da tradição neocolonial que tinha como aspiração ser reco nhecida como arquitetura brasileira 146 Hoje em dia há constante debate sobre os princípios modernistas e sua relevância na arquitetura contemporânea assim como na época os conceitos clássicos e coloniais vinham sendo discutidos Enquanto alguns argumentam que esses princípios ainda são válidos e essenciais para a criação de espaços funcionais e esteticamente agradáveis outros defendem a necessidade de novas abordagens e soluções arquitetônicas que reflitam as demandas e os valores da sociedade contemporânea Assim como as técnicas e os princípios clássicos foram questionados e desafiados pela arquitetura moderna é natural que os princípios modernistas também sejam avaliados e reavaliados à medida que o mundo evolui Ao estudar a arquitetura moderna teremos em mente que novos conceitos tecnologias e preocupações surgem constantemente o que nos leva a repensar como a arquitetura pode responder a essas mudanças Sugiro que você leia as críticas citadas anteriormente acessando o QR Code a seguir e faça um comparativo entre elas e o contexto em que se deram Busque também críticas posteriores de 1950 e 1960 adiante para verificar se a diferenciação entre escolas Paulista e Carioca trouxeram mais ou menos apoio à produção nacional UNICESUMAR UNIDADE 6 147 A arquitetura moderna brasileira se destacou por sua capacida de de dialogar com a tradição e com a modernidade de forma harmoniosa e inovadora Essa abordagem atraiu a atenção do mundo todo colocando o Brasil no mapa da arquitetura con temporânea Portanto a arquitetura moderna no Brasil surgiu a partir de um equilíbrio entre o bom senso das tradições e as constantes mudanças condicionadas pelas características de um país em pleno processo de construção O Brasil ao ouvir histórias sobre as novas ideias europeias e americanas adicionou sua própria realidade resultando em uma expressão artística única Embora a arquitetura brasilei ra tenha buscado seguir as normas estilísticas europeias foi necessário se adaptar a imposições locais sociais culturais e contextuais Essa necessidade de conciliar influências externas com elementos locais contribuiu para a formação de uma arquitetura moderna brasileira distintiva e autêntica O modernismo assim como os demais movimentos estu dados até aqui tive início na Europa e foi difundido no Brasil por meio da atuação de seus principais representantes e de livros revistas e ideias trazidas por meio de viagens 148 A Semana de Arte Moderna de 1922 foi o estopim para uma mudança do ambiente nacional que já vinha passando por um processo de busca de identidade Os manifestos da vanguarda que foram produzidos no centenário da Independência buscavam romper com as tradições do passado e buscar autonomia em relação à Europa difundindo um novo olhar sobre as artes a arquitetura e a literatura BRUAND 1991 No entanto apesar dessa tentativa de desvincular a produção brasileira da europeia os arquitetos que trouxeram os modelos modernistas eram estrangeiros como Gregori Warchavchik autor da primeira casa modernista e apenas posteriormente nomes brasileiros tiveram a oportuni dade de desenvolver projetos icônicos que se tornaram símbolos da identidade moderna do Brasil e se destacaram no cenário internacional como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer Como aposta na renovação definitiva do panorama arquitetônico nacional a arquitetura modernista começou a ser produzida no país a partir da década de 920 e durante o início dos anos 1930 houve um conflito significativo entre a arquitetura neocolonial e a arquitetura moderna Ao longo desses primeiros anos o Brasil passava por transformações políticas sociais e econômicas e o que contri buiu para a disseminação do estilo modernista no Brasil foi o apoio do governo do Estado Novo que via nesse estilo uma representação de modernidade e de progresso e uma maneira de romper com o passado colonial e criar uma nova imagem para o país O apoio governamental incentivou a adoção desse estilo arquitetônico em diversos projetos e construções como prédios institucionais escolas hospitais e até mesmo projetos urbanísticos No entanto é importante ressaltar que o conflito entre a arquitetura moderna e o neocolonial não se limitou apenas ao apoio estatal Havia uma resistência por parte de grupos conservadores e defenso res da tradição colonial que viam a arquitetura moderna como ameaça à cultura e às raízes do país Essa divergência de opiniões gerou debates acalorados e contribuiu para a complexidade do cenário arquitetônico brasileiro na época Título Arquiteturas no Brasil 19001990 Autor Hugo Segawa Editora EDUSP Sinopse Arquiteturas no Brasil 19001990 é um livro que oferece uma visão abrangente da arquitetura brasileira do século XX O autor Hugo Segawa reinterpreta as diversas vertentes do movimento moderno até a Segunda Guerra Mundial e explora as principais realizações arquitetônicas e protagonistas incluindo figuras renomadas como Oscar Niemeyer Lúcio Costa e Vilanova Artigas O livro analisa também a influência de arquitetos estrangeiros no país e aborda o panorama arquitetônico pósguerra até os tempos atuais incluindo a década perdida dos anos 1980 Comentário É uma leitura atenta e original sobre a aventura de construir espaços e cidades em constante transformação no Brasil UNICESUMAR UNIDADE 6 149 As primeiras investidas dentro do movimento foram do russo Gregori Warchavchik em São Paulo que dizia A nossa arquitetura deve ser apenas racional deve basearse apenas na lógica e esta lógica devemos opôla aos que estão procurando por força imitar na construção algum estilo WARCHAV CHIK 1925 apud PECLY ARAÚJO 2014 p 9 Sua produ ção inicial ignorou as demandas da arquitetura tropical e foi desenvolvida de forma precária sem os materiais ou a técnica necessária apenas com uma estética a divulgar o que causou estranhamento ao público A ideia básica desse primeiro momento do modernismo no Brasil era buscar sintetizar os princípios modernistas eu ropeus e o extrato corbusiano à tradição construtiva colonial brasileira de forma que essa harmonizasse com a paisagem e fosse eficiente e confortável O resultado disso foi uma estética na qual predominam as linhas geométricas simples e puras po rém muitas vezes de forma ousada com uma técnica avançada aplicando o concreto armado o aço e o vidro que assumiram papel notório PECLY ARAÚJO 2014 A primeira casa modernista ver Figura 1 enfrentou de safios e obstáculos porém acabou se tornando um marco na história da arquitetura brasileira Sua construção representou a introdução de uma linguagem estética e conceitual totalmente nova no país exercendo influência significativa nas décadas seguintes A persistência e a determinação de arquitetos como Warchavchik desempenharam papel fundamental ao pavimen tar o caminho para a arquitetura moderna no Brasil superando as dificuldades e contribuindo para o avanço do movimento no contexto nacional 150 Figura 1 Casa modernista na Rua Santa Cruz de Warchavchik 1927 Fonte Wikimedia Commons 2020a online Essa construção ver Figuras 1 e 2 foi produzida utilizando materiais locais e apresentou uma mistura peculiar de influências corbusianas e características brasileiras Além disso conservou alguns aspectos da arquitetura tradicional brasileira como a varanda e a cobertura de telha capacanal utilizadas na face posterior da residência elementos típicos da arquitetura colonial Sua construção enfrentou di versos obstáculos Inicialmente a prefeitura se opôs à aprovação da fachada do projeto Para contornar esse problema o arquiteto Gregori Warchavchik 18961972 teve que apresentar um falso projeto e posteriormente alegar falta de recursos para evitar a inclusão de ornamentos comuns da época Além disso havia escassez de materiais e falta de mão de obra qualificada Elementos que originalmente seriam de concreto por exemplo foram substituídos por tijolos cobertos com cimento branco As esquadrias lisas diferentemente das tradicionais foram feitas de madeira compensada e exigiram que Warchavchik se tornasse quase um mestre de obras ministrando oficinas para ensinar os trabalha dores a executarem os detalhes em colaboração com um mestre de marcenaria alemão Além disso os Descrição da Imagem a figura tratase de uma fotografia em preto e branco de uma residência modernista Em formato geométrico longitudinal visualizamola em perspectiva lateral Vista para o lado esquerdo da imagem temos uma abertura pequena um acesso e uma abertura de canto e no pavimento superior há mais duas aberturas Na fachada frontal há uma porta de acesso ladeada por duas janelas cobertas visualmente pela vegetação do jardim que é limitado por guardacorpos em L No pavimento superior há três aberturas retangulares e sobre elas toldos sobrepostos Em primeiro plano há os caminhos pelos quais levam à residência um gra mado e jardins compostos por cactos e os degraus de acesso à residência UNICESUMAR UNIDADE 6 151 custos dos novos materiais como vidro ferro e cimento eram elevados devido ao subdesenvolvimento industrial e à estagnação técnica do país na época Essa situação dificultou ainda mais a construção da casa e impactou o processo de adoção da arquitetura moderna no Brasil Figura 2 Casa modernista na Rua Santa Cruz de Warchavchik 1927 Fonte Wikimedia Commons 2020b online Depois de inserido no contexto nacional o modernismo brasileiro resultou na investida de um grupo de jovens que produziu um conjunto relevante e numeroso de obras em pouquíssimo tempo com uma técnica avançada no uso do concreto armado que possibilitou estruturas mais leves e elegantes preocupandose com o contexto ambiental local e as formas originais COELHO ODEBRECHT 2007 O pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova York de 1939 ver Figura 3 alçou os projetos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa aos stands do modernismo internacional Esse edifício assim como o prédio do Ministério da Educação e Saúde de 1937 ver Figura 4 no Rio de Janeiro é considerado um grande marco inicial do modernismo no Brasil internacionalmente com sua estética despojada funcionalidade e integração de ambientes BRUAND 1991 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia em preto e branco de uma perspectiva lateral da residência modernista da Rua Santa Cruz Na figura há cactos que envolvem o jardim da edificação Esta é composta por dois blocos retangulares um com dois pa vimentos e outro térreo No pavimento térreo há o acesso e as esquadrias de canto além da estrutura do telhado inclinado em telha capacanal de cerâmica Na estrutura lateral de dois pavimentos há uma proteção à insolação toldos sob as janelas retangulares 152 a Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias em preto e branco Na Figura 3 a temos uma perspectiva externa do Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York Nela em primeiro plano há o pátio da feira com alguns aglomerados de pessoas dispersos pelo espaço A rampa de acesso da fachada ao edifício se apresenta em formato de caixa retangular vazada à esquerda vedada com cobogós A Figura 3 b mostra a vista interna do Pavilhão com o mezanino curvo e pilares brancos cruciformes que os sustentam A vedação da fachada se apresenta em toda em vidro e há pessoas circulando pelo ambiente que mostra os dois pavimentos sendo que no segundo há também o guardacorpo em metal tubular Figura 3 a Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York Fonte Macedo e Benedett 2007 p 3 Vamos conversar sobre a política de boa vizinhança dos Estados Unidos para com o Brasil e o resultado dela como incentivo à nossa arquite tura com o destaque do Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York a exposição no MOMA o reconhecimento de nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e o imaginário brasileiro levado aos EUA com Carmen Miranda e Zé Carioca por exemplo No Rio de Janeiro especialmente a influência de Le Corbusier foi muito marcante desde sua primeira visita ao país em 1931 Os princípios do modernismo iam se espalhando sendo que em 1936 com a cons trução do edifício da sede do Ministério de Educação e Saúde hoje conhecido como Edifício Gustavo Ca panema tendo sido este o próprio o consultor esses princípios se consolidaram b UNICESUMAR UNIDADE 6 153 O edifício projetado durante o Governo de Getúlio Vargas tinha em sua equipe de projetos Oscar Niemeyer Affonso Eduardo Rei dy Carlos Leão Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos liderados por Lúcio Costa Sob a influência de Le Corbusier o edifício do ministério foi projetado de acordo com os princípios modernistas Foi um marco da ruptura com as formas arquitetônicas ornamen tadas simbólicas e historicistas que eram comumente utilizadas na época Fazia uso das cinco regras da arquitetura moderna O uso de pilotis que possuem uma altura de 9 m para dar permeabili dade ao pavimento térreo A estrutura separada da fachada atende à fachadalivre e à planta livre internamente e a planta baixa é caracterizada por um espaço aberto e flexível sem paredes fixas Isso permite maior mobilidade e as divisórias feitas de madeira que não chegam até o teto promovem a ventilação cruzada A fa chada é vedada por cortinas de vidro com brisessoleil horizontais e verticais para evitar a incidência direta da radiação solar Alguns ambientes foram decorados com azulejos e murais pintados pelo artista Cândido Portinari enquanto jardins exibiam esculturas de Lipchitz Bruno Giorgi e Celso Antônio e desenho de Roberto Burle Marx no terraçojardim XAVIER 2003 Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 4 a traz uma fotografia aérea do Palácio Gustavo Capanema em que há a praça o jardim do terraço do volume transversal e as formas ameboide da casa de máquinas sobre o volume do edifício longitudinal O edifício tem a fachada vedada com uma cortina de vidro e coberto por brises verticais e horizontais O bloco é fechado por duas empenas de concreto A Figura 4 b traz uma fotografia tomada de cima para baixo de uma altura considerável a partir da qual há pilotis do térreo da edificação Ao fundo há o painel em azulejos azuis e brancos formando um desenho abstrato na parede além de uma escala humana a partir do posicionamento de uma pessoa vestida de vermelho próxima à um dos pilotis Figura 4 a Palácio Gustavo Capanema antigo Ministério da Educação e saúde 1936 Fonte Figura a Iphan 2016 online b Wikimedia Commons 2004 online a b 154 Figura 5 Palácio Gustavo Capanema antigo Ministério da Educação 1936 Fonte Prestes 2018 online A arquitetura modernista alçou diferentes extratos sociais e todas as regiões do país passou por rein terpretações regionalistas e diversas tendências estilísticas Um exemplo notável é o Rio de Janeiro onde ocorreu a fusão dos princípios do movimento modernista europeu com a rica herança ambiental nativa resultando em uma arquitetura de formas mais livres e expressivas Nesse contexto destacase a originalidade de Oscar Niemeyer 19072012 Descrição da Imagem a figura mostra uma fotografia tomada da altura do observador no térreo em que há o encontro entre os dois blocos da edificação o mais baixo transversal visto da esquerda para o fundo e lateral direita da imagem com mais pavimentos longitudinais ambos com os pilotis e o longitudinal com brises horizontais e verticais nas janelas em que cada módulo da retícula sustenta três brises horizontais e apenas a última fileira da janela contém quatro Título Oscar Niemeyer a vida é um sopro Ano 2007 Sinopse a história de Oscar Niemeyer um dos mais influentes arquitetos brasileiros no século XX É mostrado como Niemeyer revolucionou a Arqui tetura Moderna com a introdução da linha curva e a exploração de novas possibilidades de uso do concreto armado além de seus pensamentos sobre a vida e o ideal de uma sociedade mais justa UNICESUMAR UNIDADE 6 155 Apesar da estruturação de um processo funcional e racionalista a arquitetura de Oscar Niemeyer ia por um caminho original Fui talvez o primeiro a dizer francamente que o funcionalismo ortodoxo não me inte ressava e que a beleza era também uma função e das mais importantes na arquitetura Na verdade o ângulo reto nunca me entusiasmou nem as formas rígidas e repetidas dos primeiros anos da arquitetura contemporânea A curva me atrai intensamente com a sua sensualidade barroca e a nossa tradição colonial e o próprio concreto armado a sugerem e recomendam NIEMEYER 2010 p 13 Figura 6 a Museu de Arte Contemporâ nea em NiteróiRJ b Teatro Popular Oscar Niemeyer em NiteróiRJ c Museu Oscar Niemeyer em CuritibaPR Descrição da Imagem a figura apresenta três fotografias tomadas durante o dia com o céu azul e sem nuvens de perspectivas ex ternas de três edifícios públicos projetados por Oscar Niemeyer A Figura 6 a mostra o Museu de Arte Contemporânea Em primeiro plano temos o piso logo à esquerda há a rampa de acesso e a estrutura em forma de taça ou disco voador e ao entorno da edificação entre a base e a laje temos janelas em fita Na Figura 6 b temos a perspectiva do Teatro Popular Oscar Niemeyer Em pri meiro plano há um gramado e a estrutura da rampa curva é sustentada por um pilar cilíndrico grosso que acessa a edificação em forma de onda em que uma parede está pin tada em amarelo e o restante da edificação toda em branco A Figura 6 c traz a perspec tiva do Museu Oscar Niemeyer em forma de olho envidraçado A estrutura retangular que o sustenta se apresenta em amarelo e as rampas de acesso ao museu como as demais partes apresentadas na cor branca a b c 156 Niemeyer demonstrou completo comprometimento com o formalismo na arquitetura Ele foi além dos limites restritos do funcionalismo predominante na época e adotou a forma livre como sua principal forma de expressão Ao minimizar o uso de formas ortogonais e sólidos em forma de paralelepípedo que eram prevalentes na arquitetura moderna europeia ele conseguiu fascinar e ao mesmo tempo chocar o mundo ocidental com suas famosas linhas curvas Essas inovações marcantes o tornaram uma figura célebre na história da arquitetura mundial do século XX CAMPOS 2013 A Casa das Canoas 1953 por exemplo é considerada uma das casas mais influentes do século XX e teve grande repercussão na época em que foi divulgada nos principais periódicos especializados Niemeyer o arquiteto responsável pelo projeto descreveua como uma de suas favoritas e chegou a morar nela por alguns anos mudandose apenas por questões de segurança e localização O projeto se baseou em utilizar o perfil natural do terreno e a vista para o mar criando espaços de estar junto à pis cina que se conformam com a forma da cobertura Além disso a pedra existente foi aproveitada como solução arquitetônica e elemento decorativo Nessa obra o arquiteto adota o conceito da arquitetura modernista organicista que enfatiza que a arquitetura nasce do lugar Para isso ele faz uso predomi nante de linhas sinuosas e uma fachada com vedação em cortinas de vidro levando em consideração diversas premissas como a integração com o perfil natural do terreno a vista para o mar e a criação de espaços de convivência próximos à piscina o que influenciou a forma da cobertura Além disso a utilização da pedra existente foi incorporada como solução arquitetônica e elemento decorativo contribuindo para a integração harmoniosa da residência com seu entorno natural ALMEIDA 2005 Niemeyer teorizava muito sobre suas obras sobre a Casa de Canoas dizia Minha preocupação foi projetar essa residência com inteira liberdade adaptandoa aos desníveis do terreno sem o modi ficar fazendoa em curvas de forma a permitir que a vegetação nelas penetrasse sem a separação ostensiva da linha reta NIEMEYER 2010 UNICESUMAR UNIDADE 6 157 Descrição da Imagem a figura apresenta quatro fotografias da Casa de Canoas de Oscar Niemeyer Na Figura 7 a temos em primeiro plano a laje do pátio com uma piscina e uma pedra decorativa que começa na piscina e entra na casa Esta em si tem pédireito baixo na cor verde coberta com uma laje ameboide branca A casa é cercada por vegetação e árvores Na Figura 7 b temos o interior da casa com a janela em fita curva a pedra presente na topografia utilizada com estrutura e ornamento a divisória do ambiente que marca a descida da escada e à esquerda há um tapete uma mesa e cadeiras A Figura 7c mostra uma vista da escada com uma poltrona ao final dela Sobre a escada há a figura de uma escultura de mulher deitada sendo que parte dessa figura se apresenta na Figura 7 b A Figura 7 d mostra a perspectiva interna do acesso principal da casa com as paredes curvas as divisórias também curvas com sofás cadeiras e elementos decorativos como quadros e esculturas dispostos pelo ambiente À direita temos a estrutura da pedra tanto interna como externamente a estrutura da laje curva o entorno com vegetação e árvores em abundância um jogo de mesa e cadeiras de área e a piscina ao centro 7 a Casa de Canoas de Oscar Niemeyer Fonte Figura a Ipatrimonio 2023 online Figura b Inepac 2023 online c Wikimedia Commons 2007 online Figura d Descubrir el Arte 2013 online a b c d 158 Graças à sua habilidade em criar formas plásticas Oscar Niemeyer conquistou o apoio do Governo de Minas Ge rais para projetar o Conjunto da Pampulha um marco importante na sua carreira O Complexo da Pampulha foi inaugurado em 1943 durante um período de grande efervescência na consolidação da arquitetura modernis ta em Belo Horizonte Sua criação tinha como objetivo principal ser um espaço de lazer e turismo abrigando uma série de edifícios icônicos Dentre eles destacase a Igreja de São Francisco de Assis a obra principal do complexo da Pampulha Além da igreja o complexo contava com outros ele mentos que complementavam sua proposta de entreteni mento Havia um cassino que foi convertido em Museu de Arte em 1957 um Iate clube cuja construção assimétrica determina uma variação de cheios e vazios e apesar disso apresenta uma modulação dos pilares e uma casa de baile de planta livre e uma fachada aberta com o uso de grandes painéis de vidro que conferem uma sensação de leveza todos contribuindo para a diversão e o lazer dos visitantes Apenas na fachada frontal do museu predominam linhas retas enquanto no encontro da edificação com a Lagoa da Pampulha as linhas são principalmente sinuosas Nieme yer contou com a colaboração de artistas como Cândido Portinari Roberto Burle Marx e Alfredo Ceschiatti Título Conversa de arquiteto Autor Oscar Niemeyer Editoras Revan e UFRJ Comentário você já deve ter lido esse livro um dos primeiros indicados quando você ingressa no curso de Arquitetura e Urbanismo no Brasil Porém se não leu façao agora Ele traz quase que de forma poética o processo de criação de uma das lendas da arquitetura nacional Oscar Niemeyer Nele o arquiteto conta histórias define termos e comenta como constrói o espaço arquitetural Além disso fala sobre ensino de arquitetura técnicas e relações entre a arquitetura bem como de contexto e espaço temporal UNICESUMAR UNIDADE 6 159 Descrição da Imagem a figura apresenta quatro fotografias tomadas durante o dia de perspectivas externas de obras do conjunto da Pampulha projetadas por Oscar Niemeyer A Figura 8 a traz a Igreja São Francisco edifício composto por quatro curvascascas de concreto com a vedação revestida em azulejos brancos e azuis apresentando pinturas nele A Figura 8 b traz a fotografia do antigo cassino visto frontalmente tendo a cobertura sobre a entrada central e a principal e a caixa lateral esquerda da edificação suportadas por pilotis em branco A fachada se apresenta em um cortinamento envidraçado verticalizado e dividido ao meio na horizontal de lado a lado Em primeiro plano temos a visão parcial de um lago com vegetação de plantas aquáticas seguidas por vegetação gramínea e arbustivas antecedendo a frente da edificação Na Figura 8 c temos a fotografia tomada de forma aérea Em primeiro plano há o lago em tom azul esverdeadoescuro em que há a edificação de forma horizontal apresentando a laje de toda estrutura de forma reta pintada em branco com detalhe da edificação na lateral direita em formato arredondado e com aplicação de azulejos mesclados de branco e azul onde seria o pavimento do salão Um braço de formas onduladas sai desse espaço e se projeta para a lateral esquerda da imagem todo estruturado por pilotis como se fosse um caminho coberto À frente uma ponte arqueada faz o acesso para a edi ficação que está dentro do lago sobre uma estrutura montada para recebêla tendo ao seu entorno vegetação rasteira arbustiva e árvores mais para a frente lateral esquerda A ponte liga a via marginal onde temos mais árvores calçamento e vias de acesso assim como outras edificações Por fim na Figura 8 d temos em primeiro plano a vista parcial de um lago em tom esverdeado tendo à sua margem vegetação rasteira e alguns arbustos limitados por uma mureta que abrange toda extensão que antecede a edificação do Iate Clube que se apresenta de forma horizontal A edificação traz o pavimento inferior com sua parede toda trabalhada em azulejos com desenhos geométricos iguais de tons claro e escuro Na lateral esquerda há uma projeção em concreto sendo a rampa de acesso para o pavimento superior e que passa sobre o pavimento inferior Sobre a laje desse pavimento temos toda sua fachada por cortinamen to envidraçado dividido em três fileiras com formato de quadrados para cada espaço de vidro Ao redor da edificação temos várias árvores um conjunto de seis palmeiras vistas à esquerda e atrás da edificação e para o lado direito Atrás dela temos várias cadeiras e mesas em branco e guardasóis em azul Ao extremo fundo mais vegetação arbórea e edificações de formas e tamanhos variados Figura 8 Complexo da Pampulha de Oscar Niemeyer a Igreja São Francisco b Antigo Cassino c Casa de Baile d Iate Clube Fonte Figura a Wikimedia Commons 2013a online Figura b Shutterstock 2023a online Figura c Wikime dia Commons 2005 online Figura d Ipatrimonio 1997 online a b c d 160 Essa realização o levou a liderar a equipe responsável pelos principais edifícios da nova capital do Brasil Brasília A parceria entre Niemeyer e Lúcio Costa autor do Plano Piloto de Brasília consagrou mais uma vez a arquitetura modernista brasileira Niemeyer agora um expoente internacional alcançou reconhecimento a ponto de dispensar novas aprovações de Le Corbusier inclusive superandoo em criatividade no Projeto Urbano de Chandigarh capital dos estados do Punjab e de Haryana na Índia Esse projeto foi realizado no mesmo período de Brasília destacando a proeminência e a genialidade de Niemeyer no cenário mundial Lúcio Costa 19021998 além de autor do plano piloto de Brasil foi mestre e professor da maioria dos renomados nomes da chamada Escola Carioca de Arquitetura que se diferenciou por uma estrutura mais leve e uma plástica mais orgânica Lúcio Costa foi um dos pioneiros na defesa da conciliação entre os ideais modernos e a tradição nacional na arquitetura Como diretor da Escola de Arquitetura da Nacional de Belas Artes ajudou a romper com as influências historicistas na formação dos arquitetos introduzindo o curso de Arquitetura Moderna e difundindo as ideias de Le Corbusier em todo o país Ao longo de sua carreira Lúcio Costa projetou inúmeras obras algumas delas com referências às tradições neocoloniais como a Casa Roberto Marinho 1937 no Rio de Janeiro e o Conjunto Residencial Parque Guinle e Hotel do Parque São Clemente 1944 em Nova FriburgoRJ No entanto sua obra mais importante sem dúvida foi o edifício do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro A atuação de Affonso Eduardo Reidy 19091964 também integrante da equipe do projeto do Ministério de Educação e da Saúde na arquitetura e no urbanismo do Rio de Janeiro foi fundamental para a construção de uma identidade moderna na cidade reconhecido por sua autoria em projetos marcantes como o Conjunto Habitacional Pedregulho e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro MAM Além de diretor do Departamento de Urbanismo da prefeitura Affonso Eduardo Reidy empreendeu projetos importantes incluindo a urbanização do centro do Rio de Janeiro Ele também teve participação significativa no projeto do Aterro do Flamengo em colaboração com o paisagista Burle Marx O Conjunto Residencial Pedregulho projetado por Reidy em 1946 apresenta diversas características particulares de inferência modernista como o uso de pilotis com modulação cobogós formas orgânicas e sinuosas inspiradas no vocabulário formal de Niemeyer e no complexo da Pampulha bem como janelas em fita ins piradas na obra de Le Corbusier Além disso as tecnologias aplicadas à construção bem como a economia e as preocupações funcionais relacionadas às soluções for mais como o controle da luz e da ventilação e a facilidade de circulação também retomam o vocabulário modernista Sua estrutura elevada dá impressão de leveza ao prédio que foi elogiado por Max Bill em 1953 ver crítica citada no início da unidade e pelo próprio Le Corbusier em 1962 UNICESUMAR UNIDADE 6 161 Figura 9 a Complexo Pedregulho b Vista aérea do edifício Pedregulho Fonte Figura a Sintonia P4 2016 online Figura b Nossa Arquitetura 2012 online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias em preto e branco do Complexo Pedregulho tomadas durante o dia porém em ângulos diferentes A Figura 9 a é vista em perspectiva a partir do chão tendo em primeiro plano um espelho dágua com borda sinuosa dando continuidade para o calçamento em pedras com vegetação arbustiva para a esquerda da imagem e vegetação rasteira e algumas pequenas árvores para a direita da imagem Ao fundo é vista a edificação de três complexos sendo o da esquerda com dois pavimentos para o lado direito da imagem outras edificações com pavimentos superiores e mais ao fundo o edifício principal é visto na imagem aérea na Figura 9 b em que há sete andares que se apresentam sobre a edificação de forma ondulada e de grande extensão horizontal Já na Figura 9 b temos a fotografia tomada de forma aérea tendo a visão de todo complexo e mais construções ao entorno como árvores após a edificação principal e terrenos vazios a b 162 O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro MAM 1948 é a obra mais aclamada do arquiteto Affonso Eduardo Reidy com o projeto paisagístico assinado por Burle Marx O design do museu segue a corrente da arquitetura racionalista moderna e destacase por suas linhas retas O MAM reconfigurou os pilotis de Le Corbusier substituindo os cilindros simples por contornos em V o que é considerado um marco da arquitetura nacional ou seja apresenta dois pilares apoiados em uma única base e uma fachada envidraçada protegida por elementos verticais e horizontais de som breamento que impedem a incidência direta da luz solar Sua planta é caracterizada pela ausência de paredes estruturais fixas proporcionando sensação de espaço livre e a fachada aberta estabelece uma conexão visual com o entorno Além disso o térreo do edifício é elevado promovendo a per meabilidade e facilitando o acesso dos pedestres MINDLIN 1999 Figura 10 Museu de Arte Moderna Fonte Wikimedia Commons 2013b online Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia do edifício do Museu de Arte Moderna Em primeiro plano há o acesso ladeado por espelhos dágua em tom esverdeado com vegetação aquática sobre eles e margeando vegetação rasteira e pequenas espécies de árvores Ao fundo há o edifício todo em concreto apresentando uma abertura decorativa suspensa por nove pilares de forma triangular e achatados quando vistos lateralmente presos no topo da edificação e abaixo dela que se apresenta de forma suspensa do solo A fachada em cortinamento de vidro quadriculado separado horizontalmente por uma linha em concreto À frente da edificação temos o caminho de acesso que corta o espelho dágua e as vias que se projetam para a direita e a esquerda do edifício Na lateral para o lado direito da imagem há outra edificação e vegetação arbórea UNICESUMAR UNIDADE 6 163 Sergio Bernardes foi outro renomado arquiteto carioca reconhecido como um dos principais profis sionais da segunda geração da arquitetura moderna no país Ele deixou um impressionante legado de projetos que variavam desde obras executadas até croquis de trabalhos visionários que nunca saíram do papel Seu legado é objeto de reflexão e debate devido à ligação de Bernardes com a Ditadura Mi litar no Brasil diferentemente de seus colegas como Niemeyer e Artigas comunistas Durante esse período o arquiteto se envolveu com o Regime Militar e assinou obras para ele Essa associação com o regime autoritário gerou polêmicas e críticas ao longo de sua vida Título Sérgio Bernardes a Construção de um Sonho Ano 2008 Sinopse produzido por seu neto Thiago Bernardes o documentário abor da de forma contundente e clara a polêmica vida profissional e familiar de Sérgio Bernardes arquiteto urbanista designer escritor poeta e inventor Este deixou um legado significativo em projetos como o edifício do IBGE no Rio de Janeiro Sergio Bernardes deixou uma marca indelével na história da arquitetura brasileira sendo reconhe cido tanto por suas obras impactantes como pelos questionamentos suscitados pela sua relação com a Ditadura Militar No conjunto de sua obra dentre projetos executados e propostas destacamse a Residência Lota Macedo de Soares 1953 o Pavilhão de Bruxelas 1958 o projeto Rio do Futuro 1960 o Pavilhão de São Cristóvão 1960 sua própria residência 1960 o Hotel Tambaú 1962 o Hotel Tropical de Manaus 19631970 o Planetário de Brasília 1974 o Posto de Salvamento da cidade do Rio de Janeiro 1976 e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães 19792002 164 Figura 11 Centro de Convenções Ulysses Guimarães Fonte Wikimedia Commons 2012 online Até a década de 1950 a arquitetura brasileira refletia as características do International Style com ênfase à racionalidade ao universalismo e à tecnologia No entanto houve uma internacionalização dessa produção arquitetônica abrindo espaço para tendências tardo e pósmodernistas como o Brutalismo e o Contextualismo regionalista A primeira alternativa à Escola Carioca surgiu em São Paulo que se estabelecia como a maior metrópole do país enquanto o Rio de Janeiro perdia seu status como capital e centro decisório O grupo conhecido como Escola Paulista era composto não apenas por arquitetos brasileiros atuantes em São Paulo como Rino Levi Oswaldo Bratke e João Baptista Vilanova Artigas mas também por ar quitetos estrangeiros que chegaram ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial como Lina Bo Bardi Fran Heep Bernard Rudofsky e Giancarlo Palanti A Escola Paulista desenvolveu uma arquitetura peculiar introvertida abandonando as superfícies curvas e dando preferência à forma retangular geralmente envolta por grandes painéis de concreto aparente mantendo certas afinidades com o brutalismo de Le Corbusier O Brutalismo foi adotado por membros da Escola Paulista valorizando a força e produzindo contrastes impactantes por meio do uso de elementos construtivos e a relativa simplicidade da forma externa era compensada pelo tratamento dinâmico dos espaços internos COLIN 2020 Com a expansão das ditaduras na América Latina o Brutalismo tornouse uma forma de ma nifestação e protesto questionando a produção arquitetônica nacional O Contextualismo por sua vez intensificou as referências culturais e contextuais criando ambientes monumentais com Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada à luz do dia em um dia ensolarado e sem nuvens de uma pers pectiva externa do Centro de Convenções Ulysses Guimarães A fotografia em primeiro plano mostra a via e o jardim do entorno composto por flores vegetação rasteira e uma linha de palmeiras alinhadas paralelamente ao edifício que possui uma forma monolítica orgânica com uma fachada de vidro UNICESUMAR UNIDADE 6 165 superfícies ásperas e conotações simbólicas A partir da instauração da Ditadura Militar em 1964 a arquitetura moderna brasileira passou a se inclinar para o debate so cial o uso do concreto armado e o engajamento tecnoló gico com destaque para a Escola Paulista que se tornou o principal expoente do Brutalismo Essa mudança de preferências trouxe uma arquitetura mais pesada e sólida em contraste com a leveza e a elegância da Escola Carioca A Escola Paulista se destacava por sua exposição crua e brutal do conteúdo com ênfase à hori zontalidade ao uso do concreto bem como às instalações e às infraestruturas aparentes e destaque para a estrutura resultando em obras com aspecto inacabado e maciço Além disso havia uma preocupação com a organização espacial e a continuidade visual dos espaços interiores em todos os tipos de projetos Vilanova Artigas Lina Bo Bardi Paulo Mendes da Rocha Joaquim Guedes e outros grandes nomes representaram a produção dessa plástica Achillina Bo mais conhecida como Lina Bo Bardi 1914 1992 formada em Arquitetura pela Universidade de Roma chegou ao Brasil em 1946 e desenvolveu projetos em São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro e Salvador Suas obras são exemplos marcantes de uma profunda identificação com a morfologia e a sintaxe da arquitetura brasileira Ela ficou conhecida por sua abordagem humanista e seu compromisso com a valorização da cultura local Ela buscava integrar a ar quitetura com a arte o design a natureza e a vida cotidiana das pessoas Suas obras são caracterizadas por sua sensibilidade em relação ao contexto sua valorização dos materiais locais e sua preocupação com a funcionalidade e a experiência dos usuários A arquitetura pobre de Lina traz um discurso social por meio da criação de espaços públicos O MASP inaugurado em 1947 e projetado por Lina Bo Bardi possui uma arquitetura simples sem esnobismo cultural Nele Lina optou por soluções diretas e despidas como o uso do concreto aparente com a textura das fôrmas a sustentação definida por quatro pilares permitindo que o centro da cidade seja revelado por meio do vão livre de 74 metros aos que passam pela avenida O sistema de proten dido desenvolvido na obra foi inovador para a época 166 Figura 12 a MASP b Casa de Vidro de Lina Bo Bardi Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015 online Figura b Wikimedia Commons 2009a online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias das obras projetadas por Lina Bo Bardi A Figura 12 a mostra o Masp uma caixa de estrutura de concreto re tangular e na horizontal vedada com vidro sustentada por dois pór ticos vermelhos que saem do chão em todas as laterais passando por cima da estrutura da edificação O acesso é feito pelo vão térreo de finido pela estrutura Em primeiro plano temos uma via marginal próximas e sob a edificação temos também algumas pessoas e ao en torno mais edificações de formas e tamanhos variados A Figura 12 b traz a Casa de Vidro Em primeiro plano temos a rampa de acesso em pedra ladeada por vegetação com acesso à escadaria disposta sob a laje em balanço A estrutura da residência é retangular vedada por esquadrias e vidro suspenso sob pilares finos pintados de preto a b UNICESUMAR UNIDADE 6 167 João Vilanova Artigas 19151985 teve uma intensa atuação profissional política e acadêmica desen volveu uma arquitetura marcada por uma abordagem socialmente engajada com foco na integração do espaço público e na valorização do coletivo Ele foi responsável pelas primeiras manifestações modernistas na arquitetura de CuritibaPR Ele se formou como engenheiroarquiteto na Escola Po litécnica da USP e embora tenha atuado principalmente em São Paulo deixou um legado significativo na capital paranaense e em outras regiões do estado Um exemplo notável de sua obra é a antiga estação rodoviária de Londrina que hoje abriga o Museu de Arte Contemporânea da cidade Figura 13 a Casa de Rio Branco Paranhos 1943 b Casa do Arquiteto II Segunda Fase 1949 c Casa Rubens de Mendonça Terceira Fase 1958 Fonte Petrosino 2016 p 33 36 e 37 Descrição da Imagem a figura apresenta três fotografias A Figura 13 a traz uma fotografia em preto e branco tomada de baixo para cima da Casa de Rio Branco Paranhos Nela vemos vo lumes horizontais sobrepostos com telhados de águas sem platibanda baixos pédireito baixo e janelas em fita A Figura 13 b traz uma foto grafia externa da residência Casa do Arquiteto II em que temos uma parte do volume sobre pilotis a estrutura da cobertura em diagonal e a fachada inteira de vidro Em primeiro plano temos o jardim com bastante vegetação e com uma árvore à esquerda A Figura 13c traz uma fotografia externa da fachada da residência Ru bens de Mendonça cuja fachada do volume do pavimento superior é revestida por um grafismo de triângulos azuis e brancos o volume inferior de vidro e na lateral o peitoril em rosa e a janela com uma veneziana branca no andar superior a c b 168 Os projetos das residências desenvolvidos por Artigas são onde ele demonstra a liberdade de desen volver suas ideias aprimorar desenho e conceitos e pesquisar novas técnicas construtivas Na obra do Artigas podemos dividir os projetos residenciais em três fases Na primeira 19371945 notamos seu pragmatismo projetual sua diversidade formal e sua influência significativa da arquitetura de Frank Lloyd Wright Na segunda fase 19461955 observamos a influência do racionalismo de Le Corbusier e maior aproximação formal com a linguagem da Escola Carioca de arquitetura moderna Já na terceira fase 19561984 vemos a maturidade profissional de Artigas onde ele busca novos caminhos para a arquitetura nacional PETROSINO 2016 Além de inúmeras residências edifícios comerciais residenciais instituições e escolas Vilanova Artigas deixou projetos reconhecidos nacionalmente Dentre suas obras mais destacadas estão a sede da Faculdade de Arquitetura da USP em São Paulo em que enfatiza a transparência e a interação entre os espaços com grandes áreas de vidro e elementos estruturais aparentes e o Estádio do Morumbi também na capital paulista Figura 14 FAUUSP 1948 de Vilanova Artigas a Vista externa b Vista interna Fonte Figura a Wikimedia Commons 2010 online b Shutters tock 2023b online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 14 a traz uma fotografia da vista externa do edifício da FAUUSP tomada ao pôrdosol em que há uma estrutura retangular de concreto em tons terrosos e acinzentados com empenas cegas estrutu radas em pilares de formato triangular tridimensional Abaixo dela há a estrutura de dois pavimentos vedada com esquadrias e vidro Ao entorno do edifício há vias de acesso com pessoas circulando e um estacionamento com veículos ao fundo assim como árvores também ao fundo e arbustos mais próximos ao edifício A Figura 14 b traz uma fotografia da vista interna do edifício da FAUUSP mostrando a cobertura nervurada sob a qual são dispostas luminárias a rampa e o piso ladeados pelas estruturas dos pavimentos a b UNICESUMAR UNIDADE 6 169 Paulo Mendes da Rocha 19282021 formado pela Mackenzie iniciou sua carreira trabalhando em parcerias após sua graduação em 1954 No entanto em 1969 seus direitos políticos foram cerceados pelo governo e ele passou a atuar de forma independente Suas obras são marcadas por inovações técnicas e construtivas com destaque para o uso do concreto aparente e iluminação complexos que simbolicamente transmitem certa violência Dentre suas principais obras em São Paulo estão o Gi násio Clube Atlético Paulistano 19581961 a Casa Gaetano Miani 1962 a Casa Fernando Millan 1971 a Casa do Arquiteto no Butantã o Museu de Arte Contemporânea MAC 1975 e o Museu Brasileiro da Escultura MuBE 1985 Figura 15 MuBE de Paulo Mendes da Rocha Fonte Figura a Wikimedia Commons 2009b online Figura b Blog da Arquitetura 2017 online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 15 a traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de céu azul com nuvens do MuBE Nela há em primeiro plano o espelho dágua inserido em uma estrutura de formas triangulares o acesso por uma escadaria à direita e ao lado dela há palmeiras Ao fundo a estrutura do edifício é composta por uma laje disposta sobre duas empenas Entre o vão do piso e a laje há ao fundo algumas edificações e árvores A Figura 15 b traz uma fotografia to mada de um detalhe da estrutura da parede de concreto sob um espelho da água e caminhos de acesso sobre o espelho dágua e a estrutura semienterrada do museu a b 170 O Museu Brasileiro da Escultura conhecido como MuBE inaugurado em 1995 destacase por sua forma contemporânea e sua integração com o entorno Ele reflete a linguagem brutalista característica de Mendes da Rocha assim como a Casa do Butantã que se destaca pela simplicidade e pela ênfase às qualidades espaciais e materiais com elementos estruturais de concreto aparente O acesso pela escada é marcado por um grande bloco de concreto que se projeta para fora da estrutura criando um jogo de volumes e contrastes No interior a casa possui um layout aberto e integrado com poucas divisões e uma conexão fluida entre os espaços A utilização generosa de vidro permite uma abundância de luz natural e uma relação visual com o entorno verde Figura 16 Casa do Butantã de Paulo Mendes da Rocha Fonte Figura a ArquiUrbano 2012 online Figura b Blog da Arquitetura 2017 online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias de di ferentes vistas da casa Butantã ambas tomadas durante a clarida de do dia Na Figura 16 a temos uma vista lateral da casa em pri meiro plano um jardim a estrutura da escada à esquerda o primeiro pavimento e a cobertura com um pergolado de concreto tudo em tons acinzentados Na Figura 16 b temos o detalhe da estrutura da escadaria e do pergolado de concreto e ao entorno desses de talhes árvores a b UNICESUMAR UNIDADE 6 171 Agora depois de estudadas as características do modernismo brasileiro e diferenciadas as escolas se eu pedir para você pensar em Arquitetura Moderna Brasileira o que vem à sua mente Você visualiza o formalismo organicista de Niemeyer ou as formas concretas e brutas de Paulo Mendes da Rocha Figura 17 a Casa das Canoas de Oscar Niemeyer b Croqui desenvolvido aleatório sobre perspectiva Fonte Figura a Almeida 2005 p 1209 Figura b Rocha 2007 p 43 Descrição da Imagem a figura traz os croquis de Oscar Nie meyer e Paulo Mendes da Rocha Na Figura 17 a temos a estrutura de organização do pensamento de Niemeyer em croqui De cima para baixo temos o corte do terreno o po sicionamento dos pavimentos em relação à ele as vistas dos observadores em relação à residência os elementos estru turais em evidência parede curva e a pedra já existente no local e a laje e a piscina em evidência mostrando formas parecidas ameboides A Figura 17 b traz o traço espontâ neo do arquiteto durante sua palestra indicando estruturas posicionamentos terrenos e vistas ao projetar um teatro a b 172 Quando penso em arquitetura moderna brasileira vários edifícios emblemáticos vêm à minha mente A diversidade e a singularidade da arquitetura brasileira são características marcantes influenciadas por diferentes estilos e arquitetos ao longo do tempo Refletindo sobre essas questões fica evidente o caráter singular da arquitetura moderna brasileira no cenário internacional Os arquitetos brasileiros conseguiram incorporar elementos distintos criando uma identidade própria que mescla ousadia criatividade e uma conexão única com o contexto e a cultura brasileira Essa arquitetura singular con quistou reconhecimento global e continua a influenciar o panorama arquitetônico contemporâneo Depois do Golpe Militar de 1964 a arquitetura brasileira se alterou a partir da reorientação polí tica nacional Nesse período a arquitetura cresceu vertiginosamente ganhou eficiência abrangência e presteza amadureceu tecnicamente e pôde se beneficiar de produtos e tecnologias mais avançadas Desenvolveu o projeto de Brasil moderno com a arte a serviço da indústria que tanto encantou as vanguardas modernistas do século XX No entanto perdeu a força expressiva e a criatividade dos primeiros anos mantendose sólida por meio do brutalismo Agora voltemos a pensar na questão lançada lá no início da unidade quanto ao orgulho nacional em relação ao reconhecimento mundial por nossa arquitetura esse sentimento ainda existe mas talvez em diferentes aspectos O Brasil possui uma rica história arquitetônica com nomes icônicos como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa que deixaram um legado significativo No entanto o cenário atual pode ser caracterizado por uma maior diversidade de estilos e influências que refletem a natureza multicultural do país Embora o orgulho possa ser sentido em relação a certos marcos arquitetônicos brasileiros reconhe cidos internacionalmente é importante lembrar que a arquitetura é um campo em constante evolução e que a valorização deve ser estendida a novas obras além de que profissionais contribuem para a cena arquitetônica do país e a você como futuroa profissional no futuro UNICESUMAR 173 Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do Mapa de Empatia você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada O que você pensa e sente sobre a repercussão da arquitetura moderna internacionalmente MAPA DE EMPATIA O que você escuta das críticas ao estilo que buscava teoricamente ser social e tornouse elitista Como você vê as produções arquitetônicas da escola Paulista e da escola Carioca O que você fala e faz em relação ao hiato temporal da chegada da arquitetura pós modernista no Brasil devido a importância da arquitetura moderna no períco Quais são suas críticas ao estabelecimento da arquitetura modernista como identitária nacional Quais são seus elogios aos produtos arquitetônicos resultante da escola modernista Arquitetura modernista 174 1 Leia o trecho a seguir Há duas maneiras distintas de se abordar um projeto arquitetônico podese proceder im buído do conceito orgânicofuncional cujo ponto de partida é a satisfação das determinações de natureza funcional desenvolvendose a obra como um organismo vivo onde a expressão arquitetônica do todo depende de um rigoroso processo de selecção plástica das partes que o constituem e do modo como são entrosadas ou do conceito plásticoideal cuja forma de proceder implica senão o estabelecimento de formas a priori às quais se viriam ajustar de modo sábio e engenhoso às necessidades funcionais academicismo em todo caso a inten ção preconcebida de ordenar racionalmente as conveniências de ordem funcional visando à obtenção de formas livres ou de geometrias ideais ou seja plasticamente puras Estas duas maneiras de conceber e projetar são válidas e no fundo correspondem àquelas duas tendências plásticas fundamentais assinaladas no início desta aula a estática e a dinâmica de uma parte a predominância da disciplina formal de outra a deliberada quebra dessa contenção A tendência agora é contudo no sentido da fusão desses dois conceitos tradicionalmente an tagônicos o jogo das formas livremente delineadas ou geometricamente definidas se processa espontâneo ou intencional ora derramadas ora contidas Daí as possibilidades virtualmente ilimitadas da arquitetura atual LÚCIO COSTA 1972 p 5 grifo nosso Nesta palestra proferida aos alunos da FAU UFRJ em 1972 Lúcio Costa está falando da arqui tetura enquanto disciplina no geral Tratase de uma introdução à arquitetura e faz referência às arquiteturas gótica e clássica No entanto podemos fazer um comparativo com a produção da arquitetura moderna nacional Disserte sobre as aproximações e os distanciamentos que vemos no discurso e nas obras apresentadas na unidade 1 A arquitetura brasileira foi historicamente dividida entre a Escola Carioca e a Escola Paulista cada uma com suas características e preferências construtivas e formais distintas Defina as características de cada uma das escolas 2 Citamos aspectos generalistas sobre a produção da arquitetura residencial de Artigas sugiro que busque analisar com propriedade duas residências de sua escolha com apego à plan ta à circulação à fachada aos materiais etc e defina as características diferentes de cada MEU ESPAÇO 7 Nesta unidade aprenderemos sobre as variações teóricas e práticas que ocorreram nos anos finais do século XX e sobre as produções resultantes delas Falaremos sobre o período entre o Modernismo e o PósModernismo cujas práticas foram chamadas de Tardo Modernistas e divididas nas seguintes tendências esculturismo produtivismo e regionalismo Além disso falaremos sobre o pe ríodo PósModernista em si cujas tendências foram chamadas de Historicismo Abstrato Revivalismo Crítico e Fantasias Abstratas TardoModernismo e PósModernismo Me Jociane Karise Benedett 178 Em um mundo globalizado e pósmoderno o Brasil se viu fragilizado por crises econômicas e políticas decorrentes dos anos de Ditadura Militar Embora o país fosse reconhecido inter nacionalmente pelo pioneirismo e originalidade de sua arquitetura moderna ele se distanciou dos debates disciplinares que dominariam as décadas seguintes A arquitetura e o urbanismo se afastaram da principal motivação que havia direcionado suas narrativas a compreensão do projeto como um instrumento de transformação social Contextualmente o Brasil estava num momento de abertura pósditadura nos anos 1980 porém a produção brasileira seguia sem o mesmo entusiasmo criativo dos anos de ouro do mo dernismo Isso se refletiu na hegemonia modernista e no fato de que ainda hoje pouco sabemos desenvolvemos ou estudamos sobre a produção pósmodernista nacional E se eu lhe perguntar o que você conhece da produção arquitetônica pósmodernista Você reconhece obras e nomes de arquitetos pósmodernistas como ícones da arquitetura nacional Se tivesse que comparar essas duas obras a seguir ver Figura 1 diria que uma é apenas um pastiche da outra ou que se trata de exemplares dignos de memória Ambos os edifícios são educacionais e pósmodernistas um construído no Brasil e outro nos Estados Unidos e a variação de relevância de ambos os projetos para a historiografia arquitetô nica mundial se vê muito atrelada ao contexto Entre 1970 e 1980 a arquitetura moderna após atingir sua completa maturidade começou a avançar por três caminhos distintos o primeiro foi basicamente um continuísmo ortodoxo e insistente do racionalismo funcionalista o segundo se voltou para um hipertecnicismo e para a evolução constante da tecnociência e o terceiro assumiu uma atitude crítica embasada na constatação de que o modernismo antihistoricista e antirregionalista que abordava de forma excessivamente objetiva a realidade não podia mais continuar e aderir ao revisionismo Já entre 1980 e 1990 houve uma evolução dessas tendências críticas que se voltam a um olhar qualitativo sobre a produção arquitetônica Nesse processo há uma revisão do ideário modernista e de seus processos projetuais e formais e se estabelece um antagonismo Esses caminhos evolutivos são denominados Tardo e PósModernismo e conduzem ao conhecimento da postura arquitetônica contemporânea Além disso fornecemnos um panorama do hiato criado pelo governo ditatorial na evolução da nossa produção arquitetônica em paralelo ao que vinha sendo produzido internacionalmente Durante os anos de repressão política conhecidos como anos de chumbo a arquitetura moderna brasileira já era muito admirada nacional e internacionalmente Portanto a produção arquitetônica pósmoderna que chegou ao Brasil a partir dos anos 1980 foi considerada tardia e recebeu críticas significativas dentro do país Isso demonstrou a persistência do modernismo entre os arquitetos e críticos locais Sugiro que analise o contexto social econômico e político que o país se encontrava no pósmi lagre brasileiro e no pósditadura a partir de 1973 e entenda como essa variação contextual se vê refletida na produção arquitetônica nacional e no papel social do arquiteto e em sua atuação Escolha duas obras uma anterior e outra posterior ao contexto de abertura nacional e faça comparativos analise a estratégia projetual as técnicas construtivas empregadas as tendências e os conceitos UNICESUMAR UNIDADE 7 179 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 1 a traz uma fotografia tomada em dia ensolarado e sem nuvens do anexo da PUCMG Ao centro temos uma estrutura cilíndrica cercada ladeada por um bloco retangular marrom que o divide ao meio À frente apresenta outros blocos retangulares chanfrados na ponta há um na cor rosa um com uma face vermelha e outra amarela e um na cor azul petróleo Além disso há um bloco quadrado na cor rosa Todos os blocos retangulares possuem uma porta e uma janela e o bloco quadrado apenas uma porta A Figura 1 b traz uma fotografia tomada ao amanhecer com o céu acinzentado e algumas nuvens de uma perspectiva frontal da St Coletta School projetada por Michael Graves Ela possui uma fachada com uma com posição de formas geométricas distintas Da esquerda para a direita podemos observar uma estrutura triangular em azul um retângulo laranja dois triângulos que formam um V com a fachada na cor amarela e uma seção retangular com a parte superior arredondada em vermelho Por fim há um elemento cilíndrico principal com um cilindro menor em verde posicionado acima dele na cobertura Cada uma dessas formas abriga janelas e portas mantendo a cor azul predominante nas edificações até um pouco acima das portas Figura 1 a Anexo da PUCMG de Éolo Maia e Jô Vasconcellos b St Coletta School de Michael Graves Fonte Figura a Portes 2012 s p Figura b Capitol Hill Corner 2018 online a b 180 Após o chamado milagre brasileiro a abertura política e econômica não trouxe a renovação cultural esperada Embora a qualidade das expressões culturais tenha se mantido problemas econômicos tiveram impacto significativo O crescimento acelerado durante esse período resultou em um empo brecimento generalizado no país Além disso as práticas econômicas internacionais pósindustriais levaram a uma grande desigualdade de renda refletindo a realidade global e agravando ainda mais as disparidades sociais no Brasil Apesar desse contexto desanimador a abertura dos anos 1980 deu lugar às abordagens do pensar pequeno ecológico histórico semântico e fenomenológico que se tornaram alternativas ao pensar racionalistafuncionalista e que se constituíram enquanto tendências hiperformalistas expressionistas tecnológicas preservacionistas e ecológicamente neutras As discussões tardas e pósmodernistas tiveram impacto maior na Europa e nos Estados Unidos enquanto no Brasil tardo o debate em torno desse movimento não ocorreu com a mesma intensidade A forte tradição moderna no país embora bastante desgastada não permitiu muito espaço para uma crítica de qualidade na produção arquitetônica Apesar disso houve discussões diversas no Brasil incluindo ícones modernistas como Vilanova Artigas que embora não tenha se desvinculado comple tamente do movimento Moderno demonstrou uma postura crítica e insatisfeita FLORES et al 2021 UNICESUMAR UNIDADE 7 181 A chamada arquitetura pósmoderna brasi leira refletiuse principalmente na adoção dos elementos formais mais óbvios da manifestação norteamericana do movimento Embora tenha sido criticada pela falta de uma base teórica só lida a adoção do pósmodernismo como estilo desempenhou papel importante ao atenuar a hegemonia da arquitetura moderna no Brasil e apontar para a possibilidade de novos caminhos a serem explorados O TardoModernismo enquanto tendência e contexto entre o modernismo e o pósmoder nismo é diferente de uma continuidade pura e simples do modernismo ou da estética do Estilo Internacional o qual revisitava de modo extre mista ou seja tratavase de um maneirismo modernista superelaborado COLIN 2004 O Estilo Internacional no país foi devotamente traduzido dos grandes mestres embora já não representasse mais o mundo industrial que exis tia ainda era amplamente utilizado e ensinado no Brasil Era adequado para edifícios impes soais projetados por equipes de consultoria e escritórios de grandes empresas Esses edifícios simbolizavam a suposta grandeza do país como hidrelétricas aeroportos rodoviárias fábricas e edifícios comerciais No entanto o uso tardio des sa abordagem arquitetônica racionalista mostrava sua falta de conteúdo ideológico industrialista e sua subcodificação em relação às novas poéticas arquitetônicas Enquanto isso o TardoModer nismo era mais sofisticado pragmático expan sivo e fotogênico ainda mantendo os espaços eficientes e articulados frequentes O edifício Avenida Central no Rio de Janei ro 19581961 projeto de Henrique Mindlin e Associados seguia o modelo formal do Seagram Building de Mies Van der Rohe e utilizava tam bém uma estrutura em aço diferente do concreto a que estávamos acostumados Não só a matriz Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia com o céu sem nuvens de uma perspectiva frontal de uma das fachadas em que temos três andares da base do edifício com janelas em fita e mais o terraço com a estrutura metálica modular Sobre a base há a torre estruturada com estruturas metálicas janelas em fita e revestimentos nas cores cinza e azul turquesa Figura 2 Edifício Avenida Central no Rio de Janeiro 1958 1961 Fonte Wikimedia Commons 2012a online formal foi inovadora como também a estrutura de projeto que não estava mais ligada a um ateliê modelo comum aplicado no país mas sim a um escritório técnico que estava ligado a uma indústria para atender às exigências objetivas que estavam aumentando na época COLIN 2020 O TardoModernismo ao mesmo tempo que reconheceu os princípios vanguardistas redire cionouos para uma aplicação mais rigorosa dos 182 métodos racionalistas com o intuito de simplificar as formas reduzir a complexidade da construção e adotar amplamente o uso de painéis de vidro e slicktechs superfícies lisas e polidas que se utilizam de materiais como ACM aço esmaltado mármore ou granito painéis de alumínio etc substituindo as antigas paredes opacas de alvenaria Isso sugeria implicitamente um tipo de arquitetura que seria a marca do mundo moderno que transcende fronteiras características regionais ou particularidades formais da vizinhança imediata executando as fantasias futuristas das primeiras décadas do século XX COLIN 2020 Internacionalmente o TardoModernismo assumiu diversas estéticas como o tecnicismo o estru turalismo o brutalismo o metabolismo e o High Tech enquanto aqui no Brasil contextualmente estávamos em um momento de cerceamento e portanto as modas internacionais chegaram com certo atraso O High Tech por exemplo não teve muitos adeptos devido ao alto custo por trás dessas estruturas porém com o passar dos anos e o avanço da indústria da construção civil algumas tentativas de inserir o aço e o vidro em arranhacéus foram produzidas como vimos na Figura 2 Essa interação entre tecnologia e produção industrial resultou na vertente tardomodernista Produ tivista Essa prática consistiuse na utilização de sistemas totalmente industrializados para compor um edifício uma parte dele ou seus elementos garantindo assim as qualidades desejadas de acabamento e precisão uma vez que eram obtidos e controlados industrialmente Ou seja buscava unir eficiên cia qualidade e estética por meio da utilização de sistemas industrializados e padronizados além de valorizar a produção em larga escala e o controle preciso dos processos construtivos resultando em edifícios que atendiam tanto aos requisitos funcionais quanto aos aspectos visuais desejados UNICESUMAR UNIDADE 7 183 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 3 a traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma perspectiva aérea do sambó dromo do Rio de Janeiro Nela temos a extensão da via em branco e as arquibancadas moduladas em cinza em ambos os lados Na Figura 3 b há um detalhe da escultura que marca o acesso ao sam bódromo uma estrutura em Y curva cujas pontas do Y se estendem até o chão Figura 3 Sambódromo do Rio de Janeiro Fonte Fi gura a Wikimedia Commmos 2017 online Figura b Shutterstock 2023 online a b 184 A tendência estética da préfabricação e industrialização é anterior a essa citada no entanto o uso de materiais préfabricados padronizados racionalizados e passíveis de produção seriada destacaramse nessa época nas produções de João Filgueiras Lima e seu trabalho na rede de hospitais Sarah Kubits chek ver Figura 4 na Fábrica de Escolas de Oscar Niemeyer nos Sambódromos ver Figura 3 do Rio e de São Paulo e nos CIEPs 1 2 3 4 Galpão para esportes náuticos Internação e outros Centro de Apoio à Paralisia Cerebral Auditório Descrição da Imagem a figura apresenta três imaens A Figura 4 a traz uma fotografia aérea tomada à luz do dia do complexo do hospital Sarah Kubitschek Nela à esquerda há o lago e à direita o complexo metálico com uma estrutura curva que entra em contato com o lago A Figura 4 b traz uma fotografia de uma perspectiva lateral que mostra a estrutura ondulada que entra em contato com o lago e uma parte do complexo com a cobertura em shed A Figura 4 c traz um esquema gráfico em preto e branco no qual apenas o lago é indicado em azul O esquema mostra a distribuição do complexo hospitalar sobre o terreno em aclive com números indicando os usos dos edifícios indicados de baixo para cima 1 Galpão para esportes náuticos 2 Internação e outros 3 Centro de Apoio à Paralisia Cerebral 4 Auditório Figura 4 Hospitais da Rede Sarah Kubitscheck Fonte Figura a França 2012 online Lima 2013 online Figura c adaptada de Lima 2013 a b c UNICESUMAR UNIDADE 7 185 Lelé como também é chamado o arquiteto João Filgueiras Lima 19322014 deixou um legado di versificado em suas obras abrangendo desde residências hospitais escolas e passarelas até mobiliários urbanos Sua abordagem era pautada pela busca de soluções simples para resolver problemas complexos e melhorar a qualidade de vida nos espaços que projetava Na Rede Sarah de Hospitais ver Figura 4 desenvolveu soluções inovadoras para garantir acessibilidade conforto bioclimático e economia de energia elétrica Projetou sistemas de ventilação e circulação de ar eficientes resultando em ambientes hospitalares que proporcionam conforto sem a necessidade de grande consumo de energia No contexto urbano Lelé deixou sua marca nas passarelas de Salvador que representaram uma inovação ao permitir que pedestres atravessassem trechos da cidade separados por vias de tráfego in tenso Além de sua funcionalidade as passarelas também receberam um cuidado estético até então inédito dentro da estética pósmodernista no Brasil Figura 5 Passarelas para pedestres em Salvador projeto de Lelé Fonte Wikimedia Commons 2012b online Estruturalmente as treliças espaciais foram os sistemas mais utilizados na época Essas treliças não apenas conferiam estabilidade e resistência à estrutura mas também influenciavam decisivamente a forma final do edifício De forma eficiente as treliças contribuem para otimizar o uso do espaço e garantir a funcionalidade do edifício Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia aérea que mostra um complexo de vias rodovias e edificações na cidade de Salva dorBA As passarelas em amarelo ultrapassam as vias e conectamse entre si por meio de estruturas circulares também em amarelo 186 Nas fachadas os sistemas mais comumente utilizados eram o Vidro Estrutural Structural Glassing cortinas de vidro sem estrutura aparente e os painéis de ACM Aluminium Composite Material revestimento com chapas de alumínio Essas soluções proporcionavam um aspecto visual moderno ao mesmo tempo que ofereciam resistência e durabilidade além de atender aos padrões estéticos do Estilo Internacional universalizante COLIN 2012 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de uma perspectiva frontal do edifício Banespa na Pra ça da República em São Paulo Em primeiro plano temos as vias e os elementos viários como faixa de pedestres e semáforos À esquerda temos uma árvore frondosa e ao fundo o edifício todo coberto com vi dro espelhado flanqueado por duas torres estruturais Há ainda como elemento decorativo e funcional o recuo da fachada em três andares conformando terraços e varandas nos andares superiores Figura 6 Prédio Banespa na Praça da República Fonte Wikimedia Commons 2012c online Veja quão inovadora foi a concepção da estrutura do edifício do Banespa na Praça da República ver Figura 6 A reportagem a seguir pode ser acessada por meio do QR Code produzida em 1990 O texto exalta as novidades tecnológicas aplicadas UNICESUMAR UNIDADE 7 187 O Esculturismo ou Neoesculturismo outra tendência tardomodernista referese ao desenvol vimento volumétrico do edifício que é caracterizado por um tratamento caprichoso e particular diferenciandoo da forma pura defendida pelo Estilo Internacional Essa tendência buscava alcançar uma individualização para o edifício uma vez que a estética original do movimento Moderno não proporcionava mais essa oportunidade restringindose a padrões rígidos Figura 7 Assembleia Legislativa do Piauí Fonte Wikimedia Commons 2021 online Uma abordagem relacionada ao Esculturismo é o chamado Formalismo Mural que se concentra exclusivamente nos planos da fachada do edifício Nesse caso o arquiteto trata a fachada de forma isolada sem necessariamente buscar uma correspondência racional ou funcional com a planta e combina elementos da linguagem do Estilo Internacional como cortinas de vidro e brises com outros elementos como revestimentos de diferentes materiais ver Figura 8 Descrição da Imagem a figura traz uma perspectiva externa do edifício da Assembleia Legislativa do Piauí Nela temos uma sequência de palmeiras em primeiro plano à direita um monolito prismático com um retângulo de vidro no canto e à esquerda uma estrutura de laje ondulada cuja extensão até ele é toda envidraçada 188 Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias externas de perspectivas laterais diferentes do edifício Panteão da Pátria Tancredo Neves A Figura 8 a traz uma vista lateral na qual temos em primeiro plano um alinhamento de bancos em frente à edi ficação Atrás deles há um monumento escultural de um quadrilátero e uma escultura orgânica sobre ele À direita há o acesso da edificação em rampa o edifício estruturado em uma forma triangular invertida com a cobertura ondulada e uma das fachadas com um mosaico vitral nas cores roxa e fúcsia O edifício é todo revestido em pedra A Figura 8 b traz uma vista mais afastada da mesma lateral onde há um extenso espelho dágua uma estrutura monumental retangular em balanço sobre um quadrado e ao fundo o edifício visto em detalhe na Figura 8 a Figura 8 Panteão da Pátria Tancredo Neves Fonte Figura a Wikimedia Commons 2007 online Figura b Wikimedia Commons 2016 online a b UNICESUMAR UNIDADE 7 189 No Formalismo Mural os materiais e as cores são dispostos de forma a ocultar a representação dos elementos funcionais na fachada contrariando a imposição do racionalismo funcionalista Essa es colha estética busca desviar a atenção das características utilitárias do edifício e priorizar a expressão escultural e individualista Assim a fachada perde a clara legibilidade dos elementos funcionais como janelas portas ou outros detalhes utilitários resultando em uma composição visual mais abstrata e artística Essas abordagens buscavam uma expressividade escultural e individualista desviandose das restrições impostas pelo movimento Moderno que priorizava a forma pura e a racionalidade funcional Ao explorar o potencial escultórico da arquitetura esses estilos procuravam trazer uma nova ca mada de significado e originalidade aos edifícios promovendo uma experiência estética diferenciada e uma interpretação mais subjetiva do edifício mesmo que isso significasse romper com algumas das convenções estabelecidas No limite desse formalismo mural surgiu o Supergrafismo uma abordagem em que a fachada do edifício era transformada em um imenso painel pictórico Nessa forma de expressão as características arquitetônicas tradicionais como a fenestração e a articulação dos elementos funcionais são deixadas de lado em favor de uma abordagem gráfica A fachada se torna uma tela em branco para a criação de composições visuais impactantes e ousadas em que materiais cores e formas se combinam de maneira a criar uma experiência estética única O Supergrafismo desafia as convenções da arquitetura convencional permitindo que o edifício se torne uma obra de arte tridimensional que cativa o olhar e desperta a imaginação ver Figura 9 190 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 9 a traz uma fotografia externa tomada em um dia ensolarado com nuvens de baixo para cima do edifício Empresarial Cidade Jardim Nela temos a estrutura da torre com detalhes em cinzaescuro cinzaclaro amarelo e detalhes nos cantos em azul A Figura 9 b traz uma fotografia externa tomada em um dia ensolarado sem nuvens do edifício Previnor que é composto por duas torres com detalhes gráficos em branco e preto e na torre à esquerda amarelo e na torre à direita vermelho A foto é tomada de baixo para cima de uma perspectiva do acesso Na frente do edifício temos uma série de veículos e transeuntes passando Figura 9 Centro Empresarial Cidade Jardim e Previnor de Fernando Peixoto Fonte Colin 2012 online Outra abordagem tardomodernista internacionalmente definida como pósmodernista é o Regio nalismo que se voltava para uma visão mais conceitual da arquitetura que visava valorizar e resgatar o acervo cultural e arquitetônico nacional e de determinadas regiões Essa abordagem seletiva e crítica buscou estabelecer uma base autóctone ou seja uma base cultural local como ponto de partida para o diálogo com outras influências culturais dominantes que muitas vezes estavam sendo impostas pela intensa globalização e informatização Essa atitude regionalista se contrapunha à homogeneização e ao desgaste dos recursos culturais que muitas vezes eram menosprezados em prol de uma universalização expressa no racionalismo científico e na política neoliberal concentradora O regionalismo arquitetônico buscava preservar as características distintas de cada região resgatando tradições construtivas materiais e estilos arquitetônicos locais Ao incorporar elementos regionais como técnicas construtivas tradicionais materiais locais e formas e detalhes específicos da região o regionalismo arquitetônico contribuiu para a valorização a b UNICESUMAR UNIDADE 7 191 da identidade cultural de um lugar de forma criativa e inovadora adaptandoas às necessidades e às demandas atuais Além disso também pode ser entendido como uma resposta ao contexto de desi gualdade social e econômica do país Ao valorizar as tradições e os recursos locais busca fomentar o desenvolvimento regional fortalecer a economia local e promover a inclusão social por meio da geração de empregos e do resgate do conhecimento tradicional Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias uma interna e uma externa do edifício Sesc Pompéia Na Figura 10 a temos uma foto tomada em um dia nublado da rua interna que dá acesso ao edifício e fornece uma perspectiva das duas torres que com põem o Sesc Pompéia conectadas pelas passarelas O edifício é todo em concreto aparente e possui detalhes orgânicos em vermelho nas torres da esquerda e detalhes quadrados também em vermelho na torre da direita A Figura 10 b traz uma fotografia interna da edificação na qual há os telhados com uma cobertura translúcida a estrutura aparente e os fechamentos da antiga fábrica da qual o edifício se apropria No chão há uma instalação artística de formato orgânico coberta de pedras e água dando a impressão de ser um rio Pendurados no teto há elementos orgânicos vermelhos distribuídos em toda a cobertura Figura 10 Sesc Pompéia de Lina Bo Bardi Fonte Figura a Wikimedia Commons 2005 online Figura b ArqTeoria 2013 online O Sesc Pompéia ver Figura 10 por exemplo projeto de 1978 da arquiteta Lina Bo Bardi pode ser indicado como exemplo dessa tendência Localizado em um bairro de origem operária o projeto foi concebido entre os pavilhões de uma fábrica desativada com o objetivo de unir as estruturas preexis tentes do passado industrial local às novas demandas programáticas do Sesc Para tanto foi criada uma rua na escala do entorno que serve como principal acesso e distribui os usuários pelos diversos espaços a b 192 do edifício O que torna essa obra singular é a busca por elementos de representação que vão além das características locais específicas ou dos ideais da modernidade Lina incorporou elementos de diversas tradições culturais brasileiras provenientes de diferentes lugares e períodos Esses elementos variam desde o artesanato popular até a exuberância estrutural e plástica do concreto aparente inspirada por Artigas Lina demonstrou sensibilidade ao trabalhar com essa conexão entre tradições possivelmente influenciada pelos debates teóricos que permeavam o contexto disciplinar europeu naquela época REINHOLD 2022 Dessa forma podemos dizer que o Modernismo Tardio ou TardoModernis mo como nomeamos até aqui referese a movimentos que surgiram como reação às tendências do modernismo ao mesmo tempo que rejeitavam certos aspectos dele e exploravam o desenvolvimento pleno das potencialidades conceituais do próprio modernismo Já o pósmodernismo em algumas interpretações é considerado um período concluído enquanto em outras é visto como um movi mento contínuo na arte contemporânea ou seja há em andamento a teoria do neopósmodernismo O neopósmodernismo é uma tendência contemporânea internacional que se apega à tendência maximalista pósmoderna que no Brasil teve início na década de 1980 Os artigos 15 Playfully Bold Examples of Post modern Architeture ou em português 15 exemplos brincalhões e ousados da arquitetura pósmoderna e 10 buildings that represent a new age of postmodernism ou em português 10 edifícios que representam uma nova era do pósmodernismo que podem ser acessados por meio do QR Code a seguir trazem exemplos bastante atuais construídos a menos de 15 anos atrás de obras que retomam o conceito pós moderno pelo mundo As tendências pósmodernas que já vinham se desenvolvendo em outros países desde os anos 1960 como vimos anteriormente no Brasil só chegaram a partir da década de 1980 com a abertura política a crise econômica e o alinhamento cultural do país com o resto do mundo Começam a ressurgir no país revistas de arquitetura nacionais e internacionais e livros que tinham sido proibidos pelo cercea mento do governo ditatorial Esses periódicos introduziram as novas tecnologias e a exuberância da arquitetura possíveis por meio da viabilização técnica que vinha sendo produzida internacionalmente Além disso a promulgação da lei da anistia em 1979 permitiu que muitos intelectuais e arquitetos exilados puderam retornar ao país como Niemeyer e Artigas que ao voltarem depararamse com uma estagnação histórica COLIN 2020 FLORES et al 2021 UNICESUMAR UNIDADE 7 193 O movimento PósModernista englobava uma variedade de tendências distintas que iam de manifestações ligadas à Pop Art até manifestações his toricistas regionalistas ou até mesmo bizarras lúdicas e zombeteiras Essas manifestações compartilhavam uma preocupação com o significado ou seja buscavam substituir uma abordagem racionalista e funcionalista por uma abor dagem semântica Uma maneira de compreender a poética pósmoderna é confrontála com a poética maquinista do movimento Moderno Ou seja os princípios do mo vimento Moderno como objetividade funcionalismo racionalidade inter nacionalismo antiindividualismo antimonumentalidade antihistoricismo dessemantização perfeição técnica flexibilidade da planta e uso de materiais industrializados são questionados e substituídos tanto em conjunto como isoladamente pelos pósmodernistas Já uma outra maneira de entendêla é por meio de uma perspectiva semiótica Nesse sentido um edifício pósmoderno sempre terá uma dupla codificação uma linguagem acadêmica direcionada a arquitetos e especialistas e outra mais popular e acessível ao público leigo Ao adotar uma abordagem semântica os arquitetos pósmodernos procuram criar edifícios que sejam comunicativos e cativantes e essa dualidade na linguagem arquitetônica reflete a pluralidade de interpretações e a importância dada ao contexto cultural e social no processo de criação A arquitetura pósmoderna no Brasil pode ser dividida em três vertentes principais o Historicismo Abstrato o Revivalismo Crítico e a Fantasia Abstrata Enquanto as duas primeiras têm foco maior nos valores e nas características locais a última é orientada pela perspectiva formal e pelo uso de materiais de alta tecnologia O aspecto mais relevante a destacar na arquitetura pósmoderna é a valoriza ção da população usuária no processo de concepção e execução dos projetos tornandoa protagonista na elaboração das obras arquitetônicas O arquiteto deixa de ser um mero impositor que impõe de seu trabalho ele passa a com partilhar sua visão com o cliente e entende o conceito de cliente que quer algo único e exclusivo Por meio dessa troca de informações e opiniões surge uma arquitetura mais humana e diversa culturalmente O arquiteto ao envolver ativamente o cliente e a comunidade busca entender suas necessidades seus desejos e sua identidade cultural incorporando esses elementos na concepção do projeto arquitetônico ver Figura 11 194 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 11 a traz uma residência definida por um quadrado azul com detalhes das portas varanda chami né e janelas vermelhas A Figura 11 b traz a fotografia externa de uma perspectiva lateral do Hotel Verdes Mares Nela há a estrutura do edifício de tijolinhos na cor rosa com detalhes em amarelo e azul Figura 11 a Casa Cícero de Éolo Maia e Jô Vasconcellos b Hotel Verdes Mares em Ouro BrancoMG de Jô Vasconcellos Fonte Figura a Portes 2012 s p Figura b Barbosa 2022 online Essa abordagem colaborativa permi te que a arquitetura pósmoderna re flita e respeite a diversidade cultural da população e do contexto em que está inserida Os projetos arquitetô nicos passam a ser mais inclusivos adaptados às demandas e aspirações das pessoas que os utilizarão Dessa forma a arquitetura pósmoderna tornase um reflexo das necessidades e experiências da comunidade con tribuindo para maior identificação e conexão emocional com os espaços construídos Ao valorizar a partici pação ativa da população usuária a arquitetura pósmoderna buscou criar ambientes mais acolhedores funcionais e significativos O Historicismo Abstrato é outra vertente da arquitetura pósmoderna que se caracterizou pelo uso de for mas e motivos históricos da tradição clássica ocidental porém tratados de maneira livre e abstrata Essa aborda gem criou um confronto provocativo com o antihistoricismo modernista assumindo uma perspectiva por ve zes produtivista e monumental e por vezes irônica ou grotesca a b UNICESUMAR UNIDADE 7 195 Essa tendência é considerada uma das mais ricas e também uma das mais criticadas do pósmoder nismo internacional devido ao fato de que nem sempre o uso de elementos históricos foi criterioso e respeitoso Muitas vezes esses elementos são usados de forma superficial e aleatória sem considerar o contexto cultural e histórico específico Isso pode levar a uma arquitetura que é percebida como kitsch caricata ou desconectada de sua herança arquitetônica Não foi amplamente utilizada no Brasil e é frequentemente chamada de PoMo abreviação de pósmodernismo Descrição da Imagem a figura traz uma foto grafia externa do edifício Rio Branco Nela há o edifício definido por um volume retangular fino cujo topo lateral apresenta um frontão triangular A vedação é toda de vidro e os ele mentos estruturais são em bege Figura 12 Edifício Rio Branco de Edson Musa Fonte Colin 2012 online 196 No Historicismo Abstrato elementos arquitetônicos históricos são reinterpretados descontextuali zados e usados de forma não convencional Podese encontrar a utilização de colunas arcos orna mentos e outros detalhes decorativos em combinações inesperadas fora de seu contexto original Essa abordagem busca questionar e subverter a rigidez do modernismo buscando expressar uma estética mais livre e experimental No Rio de Janeiro um exemplo amplamente conhecido é o edifício Rio Branco ver Figura 12 projetado por Edison Musa Esse edifício apresenta características que se tornaram marcas registradas de Philip Johnson como o uso de frontões e a subdivisão do edifício em base corpo e coroamento Da mesma forma o arquiteto mineiro Éolo Maia adota elementos da arquitetura do americano Michael Graves entre outros em seu estilo arquitetônico Maia incorpora um amplo repertório de referências em suas obras Figura 13 Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura Fonte Wikimedia Commons 2013 online O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura ver Figura 13 localizado na praia de Iracema em Fortale zaCE é uma obra relevante da arquitetura pósmoderna brasileira Projetado pelos arquitetos Delberg Ponce de Leon e Fausto Nilo no início dos anos 1990 e inaugurado em 1999 o complexo apresenta Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia aérea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura Nela há a estrutura de diversas quadras de formatos variados separadas por vias A estrutura do Centro Dragão do Mar é envolta por um semicírculo que é conectado por passarelas a uma estrutura em outra quadra A edificação do Centro Cultural é composta por diversos volumes cujos telhados são em quatro águas e lembram um castelo Há um observatório semicircular e um auditório a céu aberto UNICESUMAR UNIDADE 7 197 uma arquitetura marcante e uma complexidade volumétrica com diferentes formas geométricas e o uso predominante do aço como material construtivo Construído em uma antiga área por tuária o Centro Dragão do Mar abriga um amplo centro cultural concebido com o propósito de ser um espaço democrático e de difusão da arte e da cultura Apesar das críticas o Historicismo Abstrato desempenhou papel significativo na evolução da arquitetura pósmoderna Sua abordagem provocativa e experimental abriu caminho para novas possibilidades estéticas e incentivou a discussão sobre a relação entre o passado e o presente na arquitetura Já o Revivalismo Crítico na arquitetura é uma abordagem que busca utilizar elementos estilísticos do passado de maneira crítica e adaptada ao contexto contemporâneo Essa abordagem poética arquitetônica tem como objetivo estabelecer uma conexão entre a tradição e a modernidade e desafiar conceitos convencionais de autenticidade e originalidade resultando em obras que são simultaneamente uma homenagem ao passado e uma expressão do presente que refletem sobre o legado histórico ao mesmo tempo que incorporam novas ideias e conceitos Ao adaptar es tilos do passado ao contexto atual o Revivalismo Crítico renova e reinventa a arquitetura estimulando uma reflexão profunda sobre a relação entre o passado e o presente O pósmodernismo contextualista e revivalista destaca a importância de ir além de uma abordagem puramente racional e intelectual ao compreender as evidências Com base princi palmente na intuição essa abordagem procura reavaliar nossa conexão com a cidade e as estruturas arquitetônicas visan do estabelecer uma relação harmoniosa entre os cidadãos e o ambiente urbano fundamental a cidade COLIN 2020 Essa corrente busca entender e valorizar as particularidades e ca racterísticas únicas de cada contexto urbano reconhecendo a importância da cultura da história e da identidade local na concepção e criação de espaços arquitetônicos À medida que a produção arquitetônica pósmoderna come çou a se destacar no Brasil Belo Horizonte emergiu como uma das pioneiras nesse movimento A cidade produziu algumas das obras mais relevantes de arquitetura pósmoderna no país caracteriza das por fortes influências de Venturi e Aldo Rossi incorporando referências populares e vernaculares DÁVILA 2021 198 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada a distância do Condomínio Officenter Na figura há a base em concreto aparente com a estrutura de rampas em aço azul A estrutura da torre cilíndrica se apresenta em vermelho com um coroa mento metálico em prata e a estrutura de elevadores em azul Figura 14 Condomínio Officenter 1989 Fonte Cecília 2009 online UNICESUMAR UNIDADE 7 199 Dentre os arquitetos que se destacaram no grupo de protesto é possível mencionar o grupo mineiro composto por Éolo Maia 19422002 Maria Josefina de Vasconcellos 1947 e Sylvio Emrich de Podestá 1952 Suas obras ver Figuras 11 14 e 15 de caráter eclético apresentam uma releitura de referências arquitetônicas com planos vazados e superfícies tensas A obra dos arquitetos mineiros Maia Vasconcelos e Podestá destacava a cultura midiática de massas como fonte de inspiração para uma arquitetura pop carregada de ironia conferindo novas características ao estilo popular ANELLI 2010 Essa abordagem arquitetônica demonstra uma expressão criativa e singular refletindo uma interpretação única das tendências da época O trio mineiro pósmodernista Maia Podestá e Jô Vasconcellos possuía uma publicação chamada Revista Pampulha que foi um periódico de destaque no meio arquitetônico do período Sugiro que busque saber mais sobre o periódico e se lhe interessar entender todas as complexi dades contraditórias que se traduzira no pósmodernismo nacional leia Arquitetura Brasileira uma pósmodernidade mais que contraditória de Sônia Marques disponível no QR Code a seguir Nesse texto a autora segue uma linha de raciocínio bastante completa e complexa do modernismo e suas moderni zações até o pósmodernismo e as pósmodernidades As Fantasias Abstratas representam uma outra tendência que trouxe uma ruptura com a abordagem racionalista e uma busca por expressão individual e experimentação arquitetônica Elas proporcionam um espaço para a criatividade e a provocação questionando as normas estabelecidas e desafiando as expectativas do observador A tendência das Fantasias Abstratas na arquitetura se destaca pelo uso de formas ou elementos incomuns estranhos bizarros e extravagantes com o objetivo de surpreender o observador e desafiar a ortodoxia racionalista do modernismo arquitetônico que era associado ao conceito de bom gosto Nesse contexto os arquitetos exploraram a liberdade criativa e expressiva muitas vezes ironizando o produtivismo tecnológico contemporâneo ou a comercialização excessiva da arquitetura Dentro dessa tendência é possível encontrar obras arquitetônicas que apresentam formas inespe radas combinações de materiais contrastantes e composições que desafiam as convenções estéticas estabelecidas Essas construções podem ser interpretadas como crítica ou manifestação de liberdade em relação aos padrões tradicionais da arquitetura moderna 200 Figura 15 Museu de Mineralogia 19841992 conhecido como Rainha da Sucata de Éolo Maia Fonte Cecília 2009 online O atual Museu de Mineralogia Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães projetado por Éolo Maia e Sylvio de Podestá está localizado em uma das esquinas da Praça da Liberdade próximo ao Palácio do Governo em Belo Horizonte Minas Gerais Ele apresenta grande diversidade de mate riais construtivos elementos decorativos e ornamentos fazendo referência aos edifícios ecléticos que foram erguidos ao longo da praça Essa edificação foi construída durante os anos 1980 e inaugurada em 1990 Mesmo durante o processo de construção recebeu diversas críticas de arquitetos e do público em geral o que a tornou amplamente conhecida Muitas pessoas consideravam o edifício desagradável visualmente e o apelido de Rainha da Sucata foi dado por alunos de uma escola próxima durante a exibição de uma famosa novela da Rede Globo em 1990 devido à diversidade de componentes que remetem a materiais rejeitados ou jogados no lixo FLORES et al 2021 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do atual Museu de Mineralogia Nela há uma perspectiva frontal que mostra a estrutura metálica do edifício sustentada por dois pilares centrais cilíndricos azuis duas estruturas laterais uma cilíndrica e outra retangular a cilíndrica é revestida em amarelo e a retangular em bronze Um revestimento modular quadrado em cinza confere um fechamento em detalhe na fachada e compõe um semicírculo no topo UNICESUMAR UNIDADE 7 201 Outro exemplo da tendência Fantasias Abstratas é o Hotel Unique projetado pelo renomado arquiteto brasileiro Ruy Ohtake Este faleceu aos 83 anos em 2021 deixando um legado arquitetônico dentro da arquitetura pósmoderna e contemporânea Filho de Tomie Ohtake grande artista plástica nacional reconhe cida internacionalmente o arquiteto foi aluno de Vilanova Artigas e desenvolveu sua arquitetura de forma criativa e inovadora O Hotel Unique tem seu formato de barco por meio do seu arco invertido com 100 metros de comprimento e 25 metros de altura suspenso entre duas placas de concreto que alcançam o solo Na fachada estão dispostas janelas circulares do tipo vigia totalizando 70 unidades cada uma com 180 metros de diâmetro Essas janelas são complementadas por vidros coloridos que ocultam as colunas estruturais A intenção do projeto é criar uma sensação de transparência e definição volumétrica enfatizada pela continuidade da madeira que cobre o bojo do arco Esse revestimento em madeira também é replicado nos quartos lo calizados nas extremidades do edifício mantendo uma linguagem estética coesa O acesso ao edifício é localizado em cada extremidade do volume em relação às placas verticais de concreto o que resulta na formação de dois átrios externos Vamos conversar um pouco sobre Jô Vasconcellos É a única do trio mineiro reconhecido nacionalmente como o promotor da arquitetura pósmodernista no Brasil Entenderemos o papel dela como única mulher de destaque dentro do panorama pósmodernista e sua posição dentro de um meio machista 202 Figura 16 Hotel Unique Fonte Wikimedia Commons 2011 online O movimento PósModerno no Brasil começou a perder força no início dos anos 2000 Em uma en trevista realizada em 2002 o arquiteto Éolo Maia afirmou que o pósmoderno acabou No entanto é importante ressaltar que Maia nunca se autodeclarou como pósmoderno Em uma palestra nos anos 1980 cerca de 18 anos antes dessa afirmação ele enfatizou sua abordagem de fazer arquitetura com prazer e contemporaneidade sem se classificar em uma corrente específica Segundo Maia a vida é dinâmica e a arquitetura reflete essa dinâmica em seu trabalho Ele valorizava a liberdade total e criticava a rigidez das fórmulas e a busca por estar na moda FLORES et al 2021 De acordo com Hugo Segawa a afirmação de que o pósmoderno estava morto também foi feita por Denise Scott Brown cerca de dez anos antes no início dos anos 1990 SEGAWA 2002 Essas declarações de Maia e Scott Brown indicavam uma reflexão crítica sobre o pósmodernismo e sugerem uma mudança de perspectiva dentro da arquitetura brasileira apontando para a necessidade de novas abordagens e liberdade criativa além dos rótulos preestabelecidos FLORES et al 2021 Devido à variedade apresentada no período de abordagens e tendências a busca por uma unidade ou simplificação desse panorama já não era mais o objetivo principal da arquitetura como foi no mo dernismo Cada uma dessas abordagens e tendências arquitetônicas traziam consigo características distintas interpretações e propósitos próprios Essa pluralidade refletia a natureza complexa e em constante evolução da arquitetura em que a diversidade de expressões e perspectivas vinha sendo Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do edifício do Hotel Unique sustentado em ambas laterais por empenas de concreto e conformado por um arco revestido de madeira e vedado com cobre e uma série de janelas circulares UNICESUMAR UNIDADE 7 203 valorizada encorajando uma abordagem mais aberta e criativa para a construção do ambiente construído Portanto tornounos desafiador delinear claramente o movimento Tardio e PósMo derno uma vez que incorporaram elementos de diversas correntes arquitetônicas inclusive o modernismo apesar de criticálo em muitos aspectos Embora o pósmodernismo tenha sido criticado pela fragili dade de sua base teórica ele desempenhou no país papel impor tante ao atenuar a hegemonia da arquitetura moderna e apontar a possibilidade de novos caminhos Algumas vezes perdeu força e argumentação ao associarse a imagens historicistas com desenhos e cores vibrantes que ilustravam certa intenção de deboche porém algumas de suas vertentes eram bem fundamentadas e questio navam o ambiente construído de maneira crítica e desafiadora Essa tensão que existiu entre o moderno e o pósmoderno foi um elemento essencial desse período e deixou uma marca indelével nas posições teóricas do país nas décadas de 1980 e 1990 e hoje nos fazem refletir no caminho teórico que tomaremos daqui em diante Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que refletem seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do Mapa de Empatia você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada COMO VOCÊ PENSA E SENTE Sobre o atraso do desenvolvimento da arquitetura PósModerna no Brasil em relação ao panorama internacional O QUE VOCÊ ESCUTA Sobre a pouca repercussão e a falta de identificação dos arquitetos com a arquitetura pósmoderna O QUE VOCÊ FALA E FAZ em relação à hegemonia modernista e a produção tardomodernista sem as mesmas condições de desenvolvimento COMO VOCÊ VÊ As produções arquitetônicas do estilo PósModernista hoje Quais são suas críticas à falta de uma produção teórica alinhada à produção arquitetônica tardo e pósmodernista Quais são seus elogios aos produtos arquitetônicos resultantes dos projetos do Trio Mineiro Maia Podestá e Jô Vasconcellos 205 1 O movimento PósModernista englobava uma variedade de tendências distintas que iam de manifestações ligadas à Pop Art até manifestações historicistas regionalistas ou até mesmo bizarras lúdicas e zombeteiras Essas manifestações compartilhavam uma preocupação com o significado ou seja buscavam substituir uma abordagem racionalista e funcionalista por uma abordagem semântica Defina essa variação por meio do questionamento dos princípios modernistas e da semiótica 2 As tendências Tardo e PósModernistas se confundem quando pensamos no contexto inter nacional e nacional Dentro do contexto nacional podemos dividir as tendências TardoMo dernistas em três produtivista esculturista e regionalista Defina cada uma 3 A arquitetura PósModerna no Brasil pode ser dividida em três vertentes principais o Histori cismo Abstrato o Revivalismo Crítico e a Fantasia Abstrata Enquanto as duas primeiras têm foco maior nos valores e nas características locais a última é orientada pela perspectiva formal e pelo uso de materiais de alta tecnologia Analise as afirmativas a seguir I As Fantasias Abstratas representam uma ruptura com a abordagem racionalista e uma busca por expressão individual e experimentação arquitetônica II Belo Horizonte foi destaque na produção arquitetônica pósmodernista brasileira com in fluências de Venturi e Aldo Rossi III O Revivalismo Crítico na arquitetura é uma abordagem que busca utilizar elementos estilísticos do passado de maneira crítica e adaptada ao contexto contemporâneo IV PoMo é a abreviação para a tendência pósmodernista Historicista Abstrata V No Historicismo Abstrato elementos arquitetônicos históricos são reinterpretados contex tualizados e usados de forma convencional É correto o que se afirma em a I II III IV e V b I II IV e V apenas c II IV e V apenas d I II III e IV apenas e II III IV e V apenas 8 Nesta unidade veremos um apanhado histórico conceitual dos pro cessos evolutivos do urbanismo e do paisagismo brasileiros identi ficando de maneira cronológica estruturas e personagens pontuais que foram destaque nessa evolução como Burle Marx e seu papel na admiração da nossa produção paisagística internacionalmente e Brasília como exemplo icônico do urbanismo racionalista Paisagismo e Urbanismo no Brasil Me Jociane Karise Benedett 208 Na construção das cidades brasileiras tivemos diversas fases e estas definem a tentativa de desen volvimento racional do traçado da infraestrutura da morfologia dos usos por meio da técnica e do planejamento e da projeção dos espaços urbanos Se olharmos para as nossas cidades principalmente as metrópoles poderíamos dizer que todas as utopias urbanas desenhadas por teóricos estrangeiros a partir do século XIX realizaramse A função social do urbanista aplicada por meio das técnicas foi suficiente para resolver os problemas de habitação transporte trabalho e lazer Podemos então entender os movimentos de ruptura e transições entre filosofias de planejamento gerados pelos de sencantos da prática E o paisagismo Comportase como uma intervenção urbana ou arquitetônica É possível indicar a relevância do paisagismo na construção do espaço urbano O conceito de urbanismo ampliouse para abranger uma ampla gama de aspectos relacionados à cidade incluindo obras públicas morfologia urbana planos urbanos práticas sociais pensamento urbano legislação e direito urbanos O paisagismo se refere ao estudo ao planejamento e ao design de espaços externos visando criar ambientes agradáveis e funcionais Ele envolve a seleção de elementos naturais e construídos como plantas caminhos e mobiliário urbano para promover uma interação equilibrada entre a natureza e o ambiente construído Seu objetivo é proporcionar espaços que melho rem a qualidade de vida das pessoas oferecendo áreas de lazer contemplação e convívio social levando em consideração a sustentabilidade e a preservação ambiental Atrelar as duas áreas de conhecimento é de fundamental importância para a promoção de espaços de qualidade ambiental social e cultural UNICESUMAR UNIDADE 8 209 Sugiro que busque projetos nacionais que conectam urbanismo e paisagismo sem ser num es copo de um parque Veja quais as características que chamam a atenção e definem a excelência de um projeto integrado A qualidade do espaço urbano perpassa à promoção de ambientes pai sagísticos interessantes além do atendimento às prerrogativas de desen volvimento urbanístico ideal Vale destacarmos iniciativas de produção de bulevares e parques lineares e a substituição de vias passagem de automó veis por vias de pedestres Veja por exemplo o Parque Linear do Córrego Grande em Florianópolis acessando o QR Code a seguir 210 A B C Descrição da Imagem a figura apresenta três imagens A Figura 1 a traz um desenho orgânico de um mapa turístico da cidade de Ouro Preto em que vemos em amarelo os espaços construídos e em branco as vias Pontualmente coloridos estão distribuídos os monumentos A Figura 1 b retrata uma cena distante da Praça Tiradentes em Ouro PretoMG Na imagem é possível observar uma rua movimentada com carros estacionados tanto no centro quanto nas laterais da via Há também uma significativa circulação de veículos e pessoas ao redor da praça No centro há o monumento sem muitos detalhes pela distância da fotografia A Praça Tiradentes se apresenta em formato quadrangular e é cercada por uma arquitetura magnífica composta por belos prédios coloniais e casarões históricos A Figura 1 c mostra uma vista panorâmica de Ouro Preto típica cidade que oferece uma visão deslumbrante de seus te lhados de telha vermelha igrejas barrocas colinas verdes e ruas sinuosas Figura 1 a Mapa turístico de Ouro Preto b Praça Tiradentes c Overview de Ouro Preto Fonte Figura a Visitei Gostei 2023 online Figura b Wikimedia Commons 2009 online Figura b Wikimedia Commons 2016 online Durante o período Colonial as cidades brasileiras foram estabelecidas principalmente como centros administrativos e comerciais O traçado urbano seguia um padrão radial com uma praça central e ruas que se irradiavam a partir dela e se conformavam a partir do alinhamento das edificações Exemplos desse modelo são as cidades de Salvador Olinda e Ouro Preto Quanto à configuração da área urbana e à definição de um processo de urbanização o Brasil passou por diferentes períodos ao longo do tempo que numa primeira fase podemos dividir em três períodos antes de iniciar uma segunda fase TOPAN RUSCHEL 2017 No primeiro período destacavase a intenção de realizar melhorias em áreas urbanas específicas das cidades Durante o século XIX período Imperial de 1822 a 1889 as cidades brasileiras começa ram a passar por transformações significativas O urbanismo neoclássico influenciou o planejamento urbano com a construção de praças jardins e boulevards e com a atuação de profissionais da área de engenharia na tentativa de aprimorar as áreas urbanas A cidade do Rio de Janeiro então capital do Brasil passou por grandes reformas com a chegada da corte portuguesa incluindo a criação da UNICESUMAR UNIDADE 8 211 Avenida Central atual Avenida Rio Branco e o desenvolvimento do bairro de Copacabana Em São Paulo a Avenida Paulista foi criada e tornouse símbolo da urbanização porém se apresentava menos cosmopolita que a Avenida Rio Branco no mesmo período A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 2 a retrata uma foto tirada de frente em preto e branco da Avenida Rio Branco em 1910 A avenida é uma ampla via com um projeto urbanístico elegante e arquitetura influenciada pelo estilo da época Ao longo da avenida podem ser observados edifícios de múltiplos andares com fachadas ornamentadas e detalhes arquitetônicos elaborados A presença de pedestres e carros antigos com modelo parecido de uma carruagem indica uma cena agitada repleta de pessoas Também há arborização calçadas e postes de iluminação elegantes estão presentes A Figura 2 b retrata uma foto tirada de cima em preto e branco da Avenida Paulista em 1910 Na imagem podese observar uma avenida larga e arborizada dos dois lados com calçadas amplas e ausência de pedestres e carros que transmite uma sensação de serenidade e tranquilidade permitindo que se apreciem a arquitetura e a paisagem da avenida sem distrações Figura 2 a Avenida Rio Branco 1910 b Avenida Paulista 1910 Fonte Figura a Wikimedia Commons 19091920 online Figura b Wikimedia Commons 1910 online A institucionalização do urbanismo nas administrações municipais brasileiras começou também nessa época com as primeiras Comissões de Melhoramentos e Diretorias de Engenharia e Obras Públicas Os profissionais atuaram principalmente na infraestruturação e modernização urbana incluindo intervenções em canalização de rios sistemas ferroviários abastecimento de água e esgoto iluminação pública e ajardinamento de áreas livres Nesse período houve um diálogo internacional que contribuiu para o desenvolvimento conceitual do urbanismo no país especialmente durante a contratação de Alfred Agache para o Plano de Remo delação Embelezamento e Extensão do Rio de Janeiro Esses planos urbanísticos de Melhoramentos e Embelezamento implementados em várias cidades brasileiras como São Paulo Curitiba Porto Alegre Santos Belém e Manaus visavam melhorar as condições sanitárias e estéticas dos bairros mais pobres No entanto essas intervenções acabaram sendo usadas para expulsar gradualmente a população de baixa renda das áreas centrais concentrandoa em regiões periféricas com menos infraestrutura Isso resultou em desigualdades sociais e espaciais contribuindo para a gentrificação e a exclusão socioes pacial Embora esse plano tenha trazido algumas melhorias visíveis é crucial reconhecer o impacto negativo que tive nas comunidades mais pobres 212 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A figura 3 a traz um desenho esquemático do plano de Agache Nele há a inscrição no canto superior direito sob um fundo azul que indica o mar Rio de Janeiro Esplanada do Castello e Ponta do Calabouço Abaixo há a escala gráfica e Projeto organizado pelo arquiteto urbanista Dalf Agache As áreas destinadas a uso público e parques em verde edificações em salmão e vias em bege sob o mar a um traçado de prolongamento do projeto A Figura 3 b retrata um croqui do projeto arquitetônico de Le Corbusier no Rio de Janeiro Nela podemos observar um viaduto sinuoso com pilotis é possível observar duas vias que se estendem em direções opostas uma para o lado direito e outra para o lado esquerdo Elas se encontram e percorrem um trecho juntas antes de se separarem novamente de grande altura e extensão que se destaca como elemento central da composição No lado esquerdo da ponte contém três blocos que representam edifícios que estão localizados na área adjacente ao viaduto Eles são dispostos de forma paralela e à medida que se elevam conectamse à ponte de maneira transversal No lado esquerdo da imagem podemos observar a presença da cor azul que provavelmente representa o litoral Essa tonalidade azul traz um contraste marcante em relação à estrutura do viaduto e cria uma sensação de conexão com o ambiente costeiro Também há traços de rochedos rosados na cena que adicionam uma característica natural e peculiar à paisagem e também a vegetação representada na cor verde Figura 3 a Plano para o Rio de Janeiro 1930 de Alfred Agache b Croqui Le Corbusier Fonte Figura a Agache 1930 p 215 Figura b Zuliam 2015 p 1 O segundo período ocorreu entre os anos 1930 e 1950 e foi marcado pela elaboração de planos urbanísticos com o objetivo de planejar a expansão das cidades por meio de sistemas viários e inte gração dos bairros Inspirados pelo urbanismo europeu foram implementados projetos de reforma das cidades com o objetivo de tornálas mais higiênicas e funcionais Foi nessa época em que foram criados os primeiros planos e propostas de zoneamento também uma influência internacional de Le Corbusier que desenvolveu croquis para a então Capital Federal Rio de Janeiro e deu palpites no projeto da nova Capital Brasília UNICESUMAR UNIDADE 8 213 O movimento Modernista e a Carta de Atenas desenvolvida nos CIAMS influenciaram fortemente o urbanismo no Brasil A Carta de Atenas resumia os princípios do Urbanismo Racionalista Essa abordagem preconizava o planejamento regional e intraurbano obrigatório a primazia dos interesses coletivos sobre a propriedade privada do solo urbano a industrialização e a padronização das cons truções e a concentração adequada das edificações em áreas verdes espaçosas Além disso defendia o uso avançado da tecnologia na organização das cidades o zoneamento funcional a separação do tráfego de veículos e pedestres a eliminação das ruas corredor e uma estética baseada em formas geométricas Brasília projeto de Lúcio Costa é um exemplo icônico desse urbanismo com suas zonas urbanas claramente definidas e separadas para edifícios públicos residenciais hoteleiros comerciais e bancários espaços amplos entre as construções e um sistema de circulação eficiente O projeto de Lúcio Costa foi o vencedor em um concurso que começou a ser pensado entre os anos de 1946 e 1953 período em que foram nomeadas comissões com o objetivo de buscar um novo local para a capital do Brasil no interior do país A ideia era encontrar um projeto que transmitisse con temporaneidade e ousadia características esperadas para a nova capital entre os 26 projetos inscritos O projeto foi o de Lúcio Costa propunha o encontro de dois eixos na cidade O plano urbanístico foi concebido em quatro escalas estruturais a monumental que abriga a área políticoadministrativa do país a gregária representada pelos setores de convergência da população a residencial composta pelas Superquadras Sul e Norte e a bucólica que permeia as outras três destinada a gramados praças áreas de lazer orla do Lago Paranoá e jardins tropicais projetados por Burle Marx Título A Invenção da Cidade Ano 2018 Sinopse a cidade utópica de Brasília está em tran sição mais de meio século depois Como é viver na ideia de outra pessoa Uma reflexão sobre viver em uma das cidades mais planejadas do mundo Brasília é diferente de qualquer outra cidade uma utopia de concreto projetada pelo arquiteto Oscar Nieme yer e pelo urbanista Lúcio Costa que surgiu no meio do deserto Com uma trilha sonora envolvente e imagens que nos levam profundamente para dentro da cidade este documentário traz um rosto humano ao ideal utópico Assista ao trailer acessando o QR Code a seguir 214 Título Brasília Antologia Crítica Ano 2012 Autores Alberto Xavier e Julio Katinsky Editora Cosac Naify Sinopse o livro faz pela primeira vez um balanço da repercussão crítica e teórica da capital do Brasil em âmbito nacional e internacional São textos que datam desde antes de sua fundação até análises contemporâneas escritos por mais de 60 autores ensaístas arquitetos urbanistas en genheiros historiadores sociólogos políticos e escritores como Mário Pedrosa Joaquim Cardozo Gilberto Freyre André Malraux Sibyl Moholy Nagy Françoise Choay Bruno Zevi Sigfried Giedion Alberto Moravia Max Bense Reyner Banham Milton Santos Lina Bo Bardi Lucio Costa Oscar Niemeyer Clarice Lispector Joaquim Guedes Umberto Eco Roberto Se gre Luis Espallargas Gimenez Ítalo Campofiorito James Holston Sophia S Telles Otília Beatriz Fiori ArantesGuilherme Wisnik Hugo Segawa Sérgio Ferro Adrián Gorelik e Kenneth Frampton entre outros Comentário sugiro que leia o trecho disponível no QR Code a seguir que traz a introdução e o texto de Adrián Gorelik Brasília Museu da Modernidade Lúcio Costa eliminou cruzamentos para permitir que o tráfego de automóveis fluísse livremente e projetou prédios residenciais com altura uniforme e construídos sobre pilotis de forma a não obstruir a circulação de pessoas Brasília é uma cidade rodoviária com amplas avenidas e um horizonte amplo valorizando o paisagismo e os jardins Para complementar o plano urbanístico Oscar Niemeyer proje tou monumentos marcantes considerados a melhor expressão da arquitetura moderna brasileira Em 1987 a Unesco reconheceu seu valor patrimonial e incluiu a cidade na lista de bens de valor universal concedendolhe o título de Patrimônio Cultural da Humanidade UNICESUMAR UNIDADE 8 215 Após a redemocratização o fim do Estado Novo e após a Constituição Municipalista foram criados Departamentos de Urbanismo em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e iniciouse um debate sobre planejamento municipal e regional considerando a cooperação entre municípios e estados Portanto o terceiro período que ocorreu entre os anos de 1950 e 1964 foi marcado pelo início dos planos regionais Nesse período o Brasil passou por um rápido processo de urbanização com o crescimento acelerado das cidades Ele foi marcado por desafios urbanos complexos diretamente associados ao processo de industrialização de forma tardia no país e ao capitalismo As edificações e construções das cidades tinham como principal objetivo o aumento das verbas econômicas a prioridade era construir rapi damente as cidades visando o crescimento populacional e o aumento do comércio e serviços Nesse processo foram deixadas de lado questões importantes que resultaram em um crescimento desorde nado no adensamento populacional na falta de infraestrutura adequada na segregação socioespacial na degradação socioambiental na formação de favelas e no aumento da violência o que gerou a necessidade da elaboração de planos com a intenção de planejar as extensões das áreas urbanas que já estavam sofrendo com o processo de conurbação COLIN 2020 O processo de conurbação é aquele que se dá quando duas ou mais cidades se juntam num pro cesso de crescimento urbano horizontal Nos anos 1970 e 1980 iniciouse uma nova fase do urbanismo no Brasil que se deu com a mudança de perspectiva da habitação para a cidade ou seja devese entender o micro para consolidar e planejar o todo Nesse processo de institucionalização do urbanismo foi incorporada pelo governo federal a criação do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo SERFHAU e do Banco Nacional de Habitação A partir desse período foram estabelecidas outras instituições e iniciativas como a Comissão Nacional de Políticas Urbanas e Regiões Metropolitanas que promoveram a interlocução multidisciplinar e contribuíram para o debate urbanístico no país FARIA CERASOLI 2013 O planejamento urbano tornouse cada vez mais importante para enfrentar os desafios como a mobi lidade urbana a revitalização de áreas degradadas a regularização fundiária a preservação do patrimônio histórico e a busca por cidades mais sustentáveis e inclusivas Hoje há uma demanda crescente por pla nejamento participativo envolvendo a sociedade civil na tomada de decisões sobre o futuro das cidades 216 Descrição da Imagem A figura traz o desenho de uma representação visual feita com ilustrações de linhas Ele apresenta uma pirâmide invertida fragmentada em dife rentes níveis de bases amarelas que são organizadas de cima para baixo No topo da pirâmide na parte mais alta há um grupo de pessoas sobre uma base representando pedestres Abaixo dessa camada há uma base com pes soas andando de bicicleta identificadas como ciclistas Na camada subsequente encontramos um desenho de um ônibus e uma fila de pessoas indicando o transporte público A seguir há a traseira de um caminhão fechado e ao lado outro caminhão com a traseira carregada re presentando transportes de carga Na base inferior da pirâmide a menor camada há uma representação de uma moto e um carro indicando carros e motos Figura 4 Desestímulo ao uso do automóvel Fonte ITDP 2017 online Embora o impacto inicial da abordagem historicista contextualista dos anos 1980 tenha perdido força na arquitetura em pouco tempo a tensão entre urban design e planejamento urbano continuou pre sente No entanto durante o processo de redemocratização do país o planejamento urbano também sofreu um enfraquecimento político ANELLI 2010 Destacase a contemporaneidade existente entre a construção de Brasília e o fenômeno de metropolização de São Paulo Diante disso os arqui tetos se encontravam polarizados politicamente divididos entre posturas de inserção na dinâmica do desenvolvimento urbano e produtivo ou de transformação dessa mesma dinâmica Destacamse as mudanças nas atividades do Estado em relação à promoção do planejamento urbano e desenvolvimento nacional a partir de 1990 e suas implicações na dinâmica urbana e social brasileira ANELLI 2010 A falta de uma política urbana nacional tornouse evidente devido ao hiato entre a apresentação da emenda popular de reforma urbana à Assembleia Constituinte de 1988 e a promulgação do Estatuto da Cidade em 2001 Nesse intervalo as ações de planejamento ficaram limitadas às iniciativas municipais acentuando a fragmentação da política urbana brasileira ANELLI 2010 O agravamento dos conflitos urbanos acompanhou a rápida expansão das periferias pobres e a construção de condomínios fechados para a alta renda ampliando as cidades para áreas rurais ou naturais e esvaziando os centros urbanos tradicionais A cidade escapou do alcance dos arquitetos para intervenção apesar da abundância de produção teórica sobre o tema Com poucas exceções o UNICESUMAR UNIDADE 8 217 vínculo entre arquitetura e urbanismo que caracterizou a produção brasileira em décadas anteriores enfraqueceuse ANELLI 2010 Atualmente as grandes cidades enfrentam um dos desafios mais significativos a questão da po luição em suas diversas formas como a poluição do ar visual e sonora assim como a degradação ambiental causada pelo excesso de veículos poluentes a concentração de atividades econômicas e o crescimento populacional acelerado Esses fatores combinados têm impactos negativos na qualidade de vida e no equilíbrio ambiental das áreas urbanas Atualmente uma das iniciativas mais frequentes no campo do urbanismo é a revitalização de rios nas grandes cidades Essas intervenções têm como objetivo restaurar a natureza degradada pela poluição e reintegrar os rios à vida urbana de forma mais harmoniosa A recuperação de rios dentro das metrópoles envolve ações que visam a despoluição das águas a remoção de resíduos e a revitalização das margens Por meio de projetos de renaturalização os rios são transformados em espaços públicos e de lazer proporcionando áreas verdes trilhas para caminhadas ciclovias e espaços de convivência para a população Vamos falar sobre as novas propostas de intervenções urbanas no Brasil Após a pandemia da Covid19 projetos de reestruturação das cidades estiveram sendo muito discutidos houve uma abertura a discussões sobre meios de minimizar as demandas sociais de mobilidade segurança e lazer Nesse podcast vamos analisar algumas propostas interessantes e sua viabilidade Após 2020 a questão da pandemia mundial da Covid19 escancarou a importância do Urbanismo frente os desafios sociais em relação à prevenção à propagação e à contenção multiescalar da doen ça e os aspectos interdependentes das cidades A forma urbana a densidade a infraestrutura e os padrões de mobilidade bem como as características apresentadas pelas redes urbanas impactaram na disseminação da Covid19 em cidades áreas metropolitanas e regiões Fatores socioeconômicos e demográficos urbanos como pobreza desigualdade justiça social estrutura etária e segregação socioespacial aumentaram a vulnerabilidade de cidades e regiões à pandemia Sathler e Leiva 2022 destacam por exemplo que cidades compactas como Nova York sofreram mais no estágio inicial de propagação da doença enquanto cidades com desigualdade social maior em que muitas pessoas dependem do serviço de transporte público como São Paulo e Rio de Janeiro sofreram com a difi culdade de contenção por meio do isolamento social Diagrama resumido os principais elementos que associam os aspectos urbanos multiescala e a disseminação da Covid19 UNIDADE 8 219 Esses planos buscam equilibrar as demandas sociais econômicas e ambientais proporcionando dire trizes claras para o crescimento sustentável das áreas urbanas Questionase qual é o tipo de urbanismo adequado para as cidades modernas especialmente nos países em desenvolvimento O termo urbanismo é frequentemente utilizado apenas em situações em que se planeja projetar uma nova cidade a partir de um espaço vazio e desocupado No entanto isso não é comum especialmente nos países em desenvolvimento onde se busca realizar intervenções urbanas em áreas já existentes com recursos limitados e considerando todas as condicionantes sociais e políticas Nesse sentido a abordagem urbana está se afastando cada vez mais do urbanismo clássico e se aproximando de uma compreensão da cidade como um empreendimento FARIA CESAROLI 2013 A cidade como um empreendimento deve atender às necessidades individuais e coletivas de sua população em diversos setores Para isso é necessário articular recursos humanos financeiros institucionais políticos e naturais para sua produção seu funcionamento e sua manutenção Esse processo direcionado para operar a cidade é chamado de gestão urbana FARIA CESAROLI 2013 A gestão urbana é portanto uma ação política que faz parte do governo da cidade Ela é responsável pela formulação de políticas públicas e sua implementação e feita por meio de programas e execução de projetos relacionados ao desenvolvimento urbano FARIA CESAROLI 2013 A conexão entre Paisagismo e Urbanismo nem sempre é evidente mas a colaboração das áreas permite melhorar a qualidade de vida das pessoas proporcionando ambientes agradáveis saudáveis e equilibrados em termos estéticos e ambientais Podemos ver um exemplo prático com o projeto que vemos a seguir antes de iniciarmos nosso entendimento sobre o histórico da produção paisagística no Brasil Descrição da Imagem a figura traz uma vista da rua Tiers atualmente à esquerda e uma vista do projeto urbano a ser construído nela à direita Na figura da esquerda temos as fachadas à esquerda com toldos azuis e uma série de comunicações visuais Ao cen tro temos uma série de pessoas e carros circulando pela via carregando carrinhos de transporte de cargas guardasóis Na figura da direita vemos uma uniformização das barraquinhas de venda com uma cobertura metálica branca estruturada em vigas diagonais Figura 6 Proposta de Boulevard na Rua Tiers Fonte Quintella 2021 online 220 Desde o início do século XX o Brás e a Lapa eram os bairros onde se concentrava a população operária principalmente devido à sua proximidade com a estrada de ferro inglesa o que tornava atrativo a im plantação de fábricas Além disso esses bairros estavam localizados nas várzeas dos rios Tamanduateí e Tietê o que resultava em frequentes alagamentos e consequentemente tornavaos menos atraentes para o assentamento das elites As elites preferiam se concentrar nos bairros nobres Atualmente o padrão de ocupação não foi alterado e focase no comércio popular Dentro das políticas contempo râneas de projetos pontuais para a solução de problemas urbanos a Rua Tiers localizada no bairro do Brás em São Paulo receberá um novo calçadão que se estenderá por cinco quarteirões uma iniciativa faz parte de um projeto mais amplo de requalificação do bairro O projeto arquitetônico será assinado por Jayme Lago e a inauguração está programada para ocorrer em dezembro de 2023 Esse boulevard destinado exclusivamente aos pedestres contará com um projeto paisagístico e uma cobertura que proporcionarão proteção contra o sol e a chuva QUINTELLA 2021 No Brasil os trabalhos de paisagismo possuem longa tradição tendo raríssimos projetos pai sagísticos nos primeiros séculos da colonização Nessa paisagem caracterizada por residências e cidades extremamente modestas e por cultura e conhecimento básicos as praças ou os antigos adros das igrejas eram simplesmente áreas vazias no meio do tecido urbano Não havia calça mento árvores ou iluminação pública As raízes do paisagismo remontam ao final do século XVIII com o projeto para o Passeio Público do Rio de Janeiro idealizado por Mestre Valentim Inspirado no projeto do Passeio Público de Lisboa ele procurou criar espaços ajardinados delimitados por caminhos que formavam eixos e diagonais influenciados pelo estilo BarrocoIluminista Surpreendentemente ele também incorporou algumas plantas tropicais e esculturas de uma árvore de mamão e de jacarés próximos à fonte Essas esculturas eram frequentemente descritas nos relatos de viajantes que visitaram o Brasil nas primeiras décadas do século XIX ARAGÃO 2014 Ao longo do século XIX à medida que a nação brasileira se desenvolvia as populações urbanas cresciam e os hábitos sociais mudavam o campo do paisagismo urbano se consolidou no país A elite do Império e da República Velha como clientes e mecenas desempenhou papel fundamental patrocinando o embelezamento e o tratamento paisagístico de suas áreas residenciais Isso levou ao calçamento de algumas ruas à inserção da iluminação pública e à criação de praças parques públicos e privados boulevards promenades e jardins sofisticados onde as famílias abastadas da época passeavam ARAGÃO 2014 No que diz respeito ao desenho das áreas ajardinadas podese observar que nas primeiras décadas do século XIX predominou a influência do estilo de jardim francês com sua simetria de eixos uma fonte central repetição de módulos uso de topiárias e a criação de parterres Já na segunda metade do século XIX prevaleceu a influência do estilo de jardim inglês com traçados sinuosos disposição da vegetação de forma mais natural uso de maciços arbóreos e a criação de cenários com elementos como cascatas artificiais gazebos e pontes de cimento imitando madeira buscando um efeito cênico UNICESUMAR UNIDADE 8 221 É impossível não relacionar esse processo de transformação dos jardins e das praças com a chegada da Missão Artística Francesa em 1816 e a difusão do neoclássico nas artes e na arquitetura resultante do trabalho dos artistas e arquitetos que lecionaram na Academia Imperial de Belas Artes Além disso a influência do jardim inglês coincidiu com o período do Ecletismo que se propagou na arquitetura e nas artes no final do século XIX Vale lembrar que foi nesse momento em que a pintura de paisagens também se difundiu especialmente devido ao intenso processo de imigração após a abolição da escravatura A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 7 a traz um desenho em branco e preto da planta da praça estru turada em um losango com um círculo central e uma linha vertical e horizontal ladeadas por árvores e conectadas em vias diagonais também ladeadas por árvores A Figura 7 b traz um desenho antigo em sépia que mostra uma das vias do passeio conformando uma perspectiva ladeada por árvores e maciços arbustivos Figura 7a O traçado de Valentim na planta da cidade do Rio de Janeiro de Francisco Betancourt 1791 b O Passeio Público em aquarela de Thomas Ender 1818 Fonte Passeio Público 2023 online A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 8 a traz um desenho de uma planta com os caminhos em bege lagos em azul e elementos vegetais em verde O desenho é estruturado em formas orgânicas circulares e elipsoides conformando uma estrutura que lembra a proporção áurea A Figura 8 b traz um desenho em preto e branco com um gazebo ao centro de um lago e em volta ao lago estão dispostas árvores e uma edificação ao fundo Figura 8 a Projeto para jardim do Palácio Imperial de Petrópolis não executado b Palacete Leopoldina jardim da resi dência dos Duques de Saxe na hoje Rua General Canabarro Tijuca demolida Fonte Figura a Casa Rui Barbosa 2023a online Figura b Casa Rui Barbosa 2023b online 222 Um dos principais paisagistas do Império foi o francês Auguste François Marie Glaziou contratado por Dom Pedro II em 1858 Glaziou projetou diversos parques na Corte incluindo a Quinta da Boa Vista São Cristóvão o Palácio de Verão de Petrópolis o Barão de Nova Friburgo em Nova Friburgo o Parque São Clemente entre outros Sua obra de alta qualidade incorporou a tradição anglosaxônica do tratamento da paisagem combinada com a vegetação tropical local criando uma perfeita simbiose entre a flora existente diferentes espécies de palmeiras por exemplo e os princípios românticos de seu estilo de projeto Ao longo dos séculos XIX e XX muitos paisagistas deixaram sua marca no campo do paisagismo brasileiro Durante a Primeira República destacaramse nomes como Paul Villon Arsene Puttmans e Reynaldo Dierberger que produziram trabalhos tanto para clientes particulares quanto para o Estado especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo A tradição cultural desse período fortemente influenciada pelas tradições europeias como as francesas italianas e inglesas teve impacto direto na configuração dos projetos paisagísticos nacionais Esses projetos resultaram de uma constante mistura de ideais formas materiais e vegetação tropical ou não Esse modo de pensar e conceber o projeto paisagístico é chamado de estilo eclético e possui três correntes principais clássica romântica e mista clássicoromântica No século XX inspirada pela Semana de Arte Moderna de 1922 e pelas transformações signi ficativas no campo das artes a atividade paisagística no Brasil se consolidou Houve um aumento da demanda por espaços urbanos tratados paisagisticamente ao mesmo tempo que as opções e a diversidade de lazer aumentavam para a sociedade em geral e a demanda por espaços ao ar livre e recreação crescia entre os diferentes segmentos sociais Surgiram equipamentos específicos para o lazer como playgrounds quadras esportivas e piscinas principalmente em edifícios de classe média e alta além dos tradicionais banhos de mar e encontros nas praias das cidades litorâneas brasileiras A preocupação com o espaço do pedestre e a implantação de amplas áreas para circulação exclusiva de pedestres também foram temas discutidos As praças e os parques deixaram de ser exclusividade das elites e passaram a ser solicitados e geridos também nos bairros e subúrbios populares distantes que careciam de estruturas mínimas de lazer As rupturas formais no paisagismo iniciaramse com a valorização dos elementos nativos da cultura local e das paisagens regionais e com a busca por uma prática verdadeiramente nacional com inspi ração local para o desenho da paisagem O período marcado pela Escola Modernista foi fortemente influenciado pelo trabalho geométrico e funcionalista de paisagistas californianos como Church Eckbo e Halprin e pelos traçados plásticos de Roberto Burle Marx CAMPOS 2021 Mina Warchavchik com o emprego dos cactos em seus jardins e Roberto Burle Marx romperam com a dependência excessiva dos padrões estéticos europeus promovendo uma linguagem artística autêntica que refletia as peculiaridades e a essência do Brasil Suas obras eram baseadas em um forte sentimento nacionalista e com diferenciação formal pensando espaços livres únicos para cada lugar com uma fun ção adequada atendendo às características do clima e relevo locais sem repetir os padrões europeus O uso dos cactos nos jardins projetados por Mina era paralelo à valorização da nossa flora por Burle Marx UNICESUMAR UNIDADE 8 223 Burle Marx tornouse um ícone da modernidade da época Ele foi constantemente chamado para colaborar em grandes projetos durante o período do governo de Getúlio Vargas e nos primórdios da Nova República e até sua morte em 1994 Sua obra de alta qualidade porte visibilidade e volume garantiramlhe papel fundamental na história do paisagismo nacional e internacional Ele era um artista versátil recémchegado da Europa onde teve contato com o que havia de melhor na produção artística internacional e encontrou inspiração em seus experimentos artísticos que eram transferi dos para os jardins e viceversa Assim deu início a uma carreira singular Sua familiaridade com a flora local foi adquirida por meio de explorações pelo interior do estado onde coletava observava e buscava compreender cada vez mais as características e as possibilidades de uso paisagístico de várias espécies Roberto também incorporou árvores e espécies aquáticas da região amazônica como na praça da Casa Forte e utilizou espécies do cerrado como cactáceas na praça Euclides da Cunha Em seus projetos ele aplicava coerência ecológica uma característica que permeou suas obras ao longo de sua carreira e influenciou numerosos paisagistas Título Paisagem Um Olhar Sobre Roberto Burle Marx Ano 2018 Sinopse passeando pela arte e personalidade do paisagista pintor e es cultor brasileiro Roberto Burle Marx o documentário apresenta suas ideias em forma de homenagem com uma sucessão de paisagens sensoriais A narração do documentário baseada em falas e textos de Burle Marx acompanha imagens das obras do paisagista Os destaques ficam para o Sítio Burle Marx o Parque do Flamengo e o Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro a fazenda Tacaruna e Vargem Grande além da Praça Euclides da Cunha em Recife o Ministério das Relações Exteriores em Brasília e projetos na França e Venezuela Paralelamente ao trabalho de Burle Marx inúmeros projetos de qualidade foram desenvolvidos por outros profissionais em diferentes estados Destacamse nomes como Miranda Magnoli Rosa Kliass Benedito Abbud Azevedo Neto Luis Emygdio Roberto Cardozo Fernando Chacel e Maria de Lour des Nogueira Além disso dentro das universidades públicas foram estabelecidos e consolidados os conceitos e métodos do paisagismo principalmente a partir de 1975 com o trabalho de Miranda Magnoli e sua equipe na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo Rosa Kliass e Jorge Wilheim foram premiados no concurso de projetos para a reurbanização do Vale do Anhangabaú em São Paulo O projeto destacouse pela valorização do espaço para pedestres tendência que se consolidaria entre os arquitetos paisagistas e pode ser observada em projetos paisa gísticos posteriores em todo o Brasil 224 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 9 a traz uma perspectiva aérea do Viaduto do Chá Nela temos o desenho paisagístico com arbustos e gramíneas com apenas poucas árvores no canto direito O desenho do projeto é definido por formas abstratas retilíneas e ameboides que são ladeadas por edifícios e em primeiro plano pela via de veículos no nível inferior A Figura 9 b traz um desenho da planta do Viaduto com o fundo preto e as linhas em branco Neste desenho temos a estrutura das vias e o desenho dos canteiros Figura 9 a Viaduto do Chá e Praça Ramos de Azevedo b Planta do Viaduto do Chá Fonte Meneghetti 2013 p 59 e 61 Com a ascensão do pósmodernismo na arquitetura e nas artes como reação aos princípios restritivos do modernismo observase uma retomada de elementos de movimentos anteriores na arquitetura e no paisagismo Nos espaços livres de construções surgem pórticos coloridos que criam cenários intrigantes e provocativos Há uma retomada da colagem de padrões e modelos europeus e uso do figurativo e do inusitado elementos que jamais seriam aceitos pelos modernistas convictos Além disso notase uma crescente preocupação com o meio ambiente na criação de parques onde se busca preservar a natureza existente por meio de intervenções que visam minimizar as interferências no local e se adequar à paisagem dos ecossistemas locais A B UNICESUMAR UNIDADE 8 225 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A figura da esquerda traz um desenho em preto e branco de uma planta da Praça Itália definida em um quadrado com uma divisão no meio entre estruturas ortogonais na porção superior e estruturas orgânicas na porção inferior A figura da direita traz uma perspectiva aérea da Praça já executada com um lago que divide a porção ortogonal da orgânica Nesta figura as porções se dividem ortogonais à esquerda e orgânicas à direita O parque é estruturado em tons bege e vermelho e as vegetações árvores e gramíneas em verde Figura 10 Praça Itália Fonte Meneghetti 2013 p 5 REALIDADE AUMENTADA Nesta realidade aumentada você verá a relação entre a projeção e a execução de um projeto paisagístico por meio da obra do Palácio Gustavo Capanema projetada por Burle Marx Essa forma de projetar redirecionou o trabalho de muitos dos pio neiros do paisagismo modernista que passaram a utilizar novos ícones projetuais e atender às demandas de clientes particulares e agências governamentais gerando uma série de projetos com essa abordagem Exemplos desse estilo incluem a maioria das intervenções do projeto RioCidade na década de 1990 no Rio de Janeiro a nova orla de Salvador alguns parques de Curitiba centenas de jardins particulares e a Praça Itália em Porto Alegre projetada por Carlos Fayet e sua equipe em 1992 considerada um marco dessa nova geração projetual A outra ruptura formal estritamente formal resultou na cha mada linha projetual Contemporânea Essa linha começou a surgir timidamente nos anos 1980 com a introdução de conceitos ecológicos no país e a influência de novos projetos realizados no exterior especialmente nos Estados Unidos na França na Es panha e no Japão Essa abordagem se estrutura em três correntes básicas o paisagismo com ênfase na arquitetura da paisagem o paisagismo ambiental e o paisagismo com ênfase na percepção Na arquitetura da paisagem o foco está na organização do espaço utilizando estratégias estéticas como ritmo simetria e equilíbrio 226 Nessa abordagem os elementos do paisagismo são explorados para criar analogias espaciais com os elementos arquitetônicos SOUZA et al 2019 A vertente do paisagismo ambiental enfoca as questões ecológicas buscando práticas paisagísticas de baixo impacto e sustentáveis Essa abordagem considera a interação entre sociedade e natureza reconhecendo a importância dos processos naturais dos ecossiste mas para a urbanização contemporânea São desenvolvidas tecnologias e infraestruturas verdes que visam reduzir o impacto ambiental e promover a integração com o meio natural SOUZA et al 2019 A terceira vertente é o paisagismo com ênfase na percepção que considera as relações entre o ser humano e o ambiente Essa abordagem leva em conta as interações psicológicas e sociais e é in fluenciada pelas ciências sociais A concepção do espaço é baseada no atendimento das expectativas sociais levando em consideração não apenas os aspectos visuais mas também os sentidos do tato da audição do olfato e do paladar Essa abordagem busca criar ambientes que proporcionem bemestar e considerem a experiência individual do usuário SOUZA et al 2019 Embora cada vertente tenha sua ênfase específica é importante ressaltar que todas buscam equilibrar a estética a funcionalidade e a sustentabilidade nos projetos paisagísticos ARAGÃO 2014 SOUZA et al 2019 Ao longo de sua história o urbanismo no Brasil tem sido influenciado por diferentes correntes e movimentos refletindo as transformações sociais econômicas e culturais do país Reescrevendo o debate sobre melhoramentos urbanos planos urbanísticos diretores e regionais desenvolvimento socialurbano e construçãoinstitucionalização do urbanismo no Brasil com foco na institucionali zação do campo disciplinar do urbanismo como prática profissional de atuação nas administrações municipais para solucionar os problemas urbanos as cidades brasileiras continuam a evoluir en frentando desafios e buscando soluções para criar ambientes urbanos mais equilibrados funcionais e de qualidade para seus habitantes Ao analisar projetos paisagísticos diversos aspectos são considerados para alcançar um resultado harmonioso A unidade do projeto é avaliada verificando se há uma linguagem coerente em todo o conjunto Além disso a escolha entre linhas retas curvas ou uma combinação delas bem como a har monia ou desarmonia resultante desempenham papel fundamental A articulação entre os elementos como as linhas dos canteiros e pisos e a distribuição de árvores e mobiliário é cuidadosamente avalia da junto à composição paisagística em si Nesse processo o trabalho estético e plástico com árvores palmeiras arbustos forrações e grama é realizado com atenção à dialética de cores texturas massas e volumes buscando criar uma atmosfera esteticamente agradável e equilibrada Vimos que todas essas prerrogativas são bem empregadas nos projetos dos nossos profissionais paisagistas de destaque UNICESUMAR Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões 228 1 Leia o trecho Eu acho que o urbanismo tem diversas opções Ele pode ser horizontal pode ser vertical Qualquer solução pode ser boa Eu acho que o arquiteto deve ter sensibilidade para procurar ser útil para a comunidade e o urbanismo deve ser uma solução solução que vise a proteção do homem do tra balho Eu acho que a Arquitetura mudou muito Eu acho que depois do concreto armado qualquer outro tipo de arquitetura não interessa mais eu não acredito em uma arquitetura que sirva a todos que seja uma arquitetura ideal NIEMEYER 2010 p 20 Nesse trecho Niemeyer parece atestar que a utopia de uma arquitetura para todos do mo vimento moderno não era capaz de se concretizar Explique quais aspectos do movimento modernista foram aplicados em Brasília e recebem críticas até hoje 2 As obras de Burle Marx e Oscar Niemeyer possuem a organicidade em comum Escolha uma das obras de Niemeyer que tiveram a participação de Burle Marx como paisagista e identifique as aproximações conceituais entre os dois profissionais 3 Durante o século XIX período Imperial de 1822 a 1889 as cidades brasileiras começaram a passar por transformações significativas Qual estilo urbanístico influenciou a urbanização brasileira 9 Nesta unidade estudaremos a produção arquitetônica contemporâ nea brasileira desenvolvida dos anos 2000 até hoje e identificare mos suas características seus conceitos suas formas seus atores suas perspectivas e suascríticas Arquitetura Contemporânea no Brasil Me Jociane Karise Benedett 230 O que é contemporâneo Há textos e mais textos tentando entender o que é contemporaneidade e essa discussão não se prende apenas à arquitetura filósofos poetas escritores tentam há anos definir o que é contemporâneo Nietzsche por exemplo fala que o contemporâneo é o intempestivo AGAM BEN 2009 p 58 Agamben um filósofo italiano em 2009 ao fazer um seminário inaugural para uma turma de Filosofia na Faculdade de Arte e Designer na IUAV de Veneza fez o seguinte recorte Pertence verdadeiramente ao seu tempo é verdadeiramente contemporâneo aquele que não coincide perfeitamente com este nem está adequado às suas pretensões e é portanto nesse sentido inatual mas exatamente por isso exatamente através desse deslocamento e desse anacronismo ele é capaz mais do que os outros de perceber e apreender o seu tempo A contemporaneidade portanto é uma singular relação com o próprio tem po que adere a este e ao mesmo tempo dele toma distâncias mais precisamente essa é a relação com o tempo que a este adere através de uma dissociação e um anacronismo AGAMBEN 2009 p 59 O que eu entendo dessa fala Que se estamos estudando a arquitetura contemporânea ela já não nos é contemporânea ela já faz parte do nosso passado e por isso com ela podemos aprender Portanto a arquitetura que hoje nos é contemporânea ainda não será aqui citada e sim fará parte do futuro dos futuros estudantes de arquitetura que talvez lá na frente não chamem o conteúdo que estamos vendo hoje ainda de arquitetura contemporânea talvez tenha outro nome Blá blá blá Muita filosofia e pouca arquitetura você deve estar pensando Então vamos lá O que vamos chamar aqui de arquitetura contemporânea Brasileira A arquitetura contemporânea está em constante desenvolvimento e construção ao redor do mundo o que ainda suscita reflexões sobre sua definição precisa No entanto já se reconhecem diversos elementos que a caracterizam de maneira geral globalismo ousadia formal uso de alta tecnologia e individualismo projetual Diante dessas características surgem questões importantes que requerem reflexão Uma delas é se dada a sua natu reza global é possível falar em identidade regional na arquitetura contemporânea Podemos ter uma arquitetura contemporânea brasileira com traços distintos que refletem nossa identidade sociocultural Essas questões abrem espaço para um debate mais amplo sobre o papel e as características da arqui tetura contemporânea bem como sobre sua relação com a identidade regional suas prioridades e suas interações com correntes arquitetônicas anteriores À medida que a arquitetura contemporânea continua evoluindo essas reflexões ajudam a compreender e moldar sua trajetória em constante transformação A definição adotada para o termo contemporâneo não tem a intenção de contrastálo com uma noção de moderno já esgotado ou ultrapassado Ao se referir a algo como contemporâneo estamos simplesmente indicando um período de tempo em que podemos observar construções disputas críticas e renovações entre diferentes posições historicamente estabelecidas No contexto brasileiro também é importante refletir sobre como a arquitetura modernista convive com a arquitetura con temporânea muitas vezes coexistindo em um mesmo projeto arquitetônico portanto não esgotada Em que medida essas duas correntes dialogam e se influenciam mutuamente UNICESUMAR UNIDADE 9 231 No início do século XXI podemos perceber que há um projeto inconcluso da modernidade e as metrópoles se tornaram o cenário de uma nova linguagem arquitetônica na qual o olhar e o espetacu lar se sobrepuseram à formalidade racional Nessa nova abordagem há uma profusão de referências anteriores que são simuladas e exageradas resultando em uma arquitetura rica em informações Nosso contato com a arquitetura passou de tátil para ótico em que diversas correntes buscam soluções para as contradições insolúveis da racionalidade Nesse contexto não há correntes hegemônicas que possam oferecer soluções únicas mas sim grupos que questionam os desafios da atualidade Esses grupos exploram diferentes abordagens e perspectivas buscando encontrar respostas para os desafios e as demandas do mundo contemporâneo Essa diversidade de correntes e abordagens reflete a complexidade e a pluralidade da arquitetura atual em que as soluções não são unificadas mas sim fragmentadas e multifacetadas Ficou evidente para nós nas unidades anteriores que muitas das correntes fundamentais que carac terizariam a produção arquitetônica brasileira já estavam presentes no momento em que a hegemonia moderna se consolidou e que seguem presentes mesmo que sutilmente na produção contemporânea Sugiro que busque elementos nas tendências e nos movimentos arquitetônicos estudados anterior mente e os identifique nos projetos atuais e contemporâneos Monte um moodboard ou um quadro de referências utilizando seu Diário de Bordo e utilizeo em seus futuros projetos 232 A herança pósmoderna deixou uma era de grande liberdade No entanto na época atual caracteri zada pela diversidade de tribos em que cada indivíduo vive de acordo com seus próprios princípios o valetudo já não tem o mesmo valor É politicamente incorreto criar uma arquitetura irresponsável que ignore os problemas ambientais desperdice materiais e energia não se integre ao contexto não tenha rigor na formulação de seus conceitos e princípios de composição e não se preocupe em cons truir espaços para a vida e a convivência humanas O período que estudamos nesta unidade é caracterizado por influentes marcas políticas como a rup tura institucional do regime democrático que se estendeu por 20 anos a desestruturação do Estado Nacional após o fim da Ditadura Militar em um processo que envolveu o fortalecimento da sociedade civil a ascensão do neoliberalismo e por fim a retomada do desenvolvimento do país após décadas de estagnação econômica além da crise imobiliária mundial em 2008 COHEN 2013 MENEZES 2007 Esses momentos não são períodos isolados mas se entrelaçam de maneira articulada apresentando continuidades e transformações Portanto Modernismo PósModernismo e Contemporaneidade não são movimentos estanques ou mesmo iniciamse e encerramse em determinado período são fluidos e podem servir de referência podendo ser como crítica ou modelo No Brasil há um convívio entre a arquitetura moderna e a arquitetura contemporânea A forte influência do modernismo continua presente isso é fato agora é preciso deixar de ignorar e tentar descobrir as razões em que essa força dinâmica recorrente se fundamenta Há críticos e teóricos como Roberto Segre que segundo Luccas 2008 definem a arquitetura contemporânea nacional como UNICESUMAR UNIDADE 9 233 neomodernista já que expressa grandes referências das Escolas Carioca e Paulista e faz com que desse modo preservese o repertório modernista Dentro das leis ditadas pelo modernismo o ser diferente era um imperativo porém a história construída a partir dessa singularidade acabou por reduzir a produção a mais dele LIERNUR 2011 Na arquitetura contemporânea no Brasil não é mais necessário se desvincular completamente do passado e criar algo completamente novo Pelo contrário o contemporâneo é caracterizado por uma releitura de tendências passadas especialmente do modernismo e do pósmodernismo buscando assimilar estilos e significados populares de outras épocas Mesmo não querendo que pareça que esse repertório está sendo utilizado ele está porém de uma forma que dá a impressão de um retorno à abstração presente naturalmente no processo de projeto Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia da fachada lateral da Casa na Vila Romana do escritório de arquitetura MMBB Nela temos uma caixa de concreto aparente sus pensos caixilhos em fita de um lado a outro sobre dois pilares que deli mitam a escadaria Do lado esquer do ao fundo temos a paisagem do entorno e do lado direito o jardim Figura 1 Casa na Vila Romana de MMBB 2006 Fonte Comover 2012 online Um dos indícios dessa neomodernidade é a revalorização de objetos de design desenvolvidos por grandes arquitetos como Mies van der Rohe Le Corbusier Charlotte Perriand Arne Jacobsen Achille Castiglioni Harry Bertoia e Eames e nomes nacionais como Sérgio Rodrigues José Zanine Caldas e Joaquim Tenreiro inclusive no mercado nacional com a produção atual e local bastante conexa com essas referências LUCCAS 2008 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de uma Chaise Long estruturada com duas empenas de madeira semicirculares com três es truturas retangulares com moldura de madeira e juntas flexíveis e palha trança de revestimento Figura 2 Chaise Long em Jacarandá 1950 Fonte Bleich 2016 p 8 234 Uma arquitetura contemporânea pode apresentar ampla gama de estilos e tendências desde o decons trutivismo até o neomodernismo passando por abordagens historicistas e até mesmo incorporando elementos comerciais ou kitsch de forma intelectualizada Ela é capaz de se adaptar às demandas tecnológicas e estéticas do momento em que vivemos incorporando inovações e novas formas de pensar Esse equilíbrio entre o respeito ao passado e o desejo de olhar para o futuro levou muitos a se referirem à arquitetura contemporânea como a arquitetura do caos controlado Nesse sentido a arquitetura contemporânea abraça a complexidade a diversidade e a experimentação e ao mesmo tempo busca um senso de harmonia e equilíbrio Nesse contexto a arquitetura contemporânea no Brasil busca estabelecer diálogos entre dife rentes épocas estilos e significados ou seja não há uma linguagem única e cada artista tem sua forma de reinterpretar o passado resultando em criações que são simultaneamente inovadoras e reverentes ao passado que levam em consideração a importância do contexto da sustentabilidade e do envolvimento com a comunidade Essa abordagem é caracterizada por otimismo e determinação em criar uma perspectiva com um horizonte mais amplo recusandose a imporse limites conhecidos já que atualmente não é aceitável que os antecedentes exemplares se tornem ideais platônicos ou limites intransponíveis para as novas obras Ela deve permitir maior diversidade de expressões arquitetônicas inovadoras e contextualmente relevantes Uma síntese entre o passado e o futuro que combina referências históricas com a exploração de novas tecnologias materiais e formas resultando em uma expressão arquitetônica única e dinâmica As principais características da arquitetura contemporânea brasileira compartilham semelhanças com as tendências globais como tentativa de integração do ambiente natural ao ambiente construído bus cando promover sustentabilidade ícone relevante do debate contemporâneo e espaços funcionais esteticamente agradáveis e ergonômicos ou seja reconhecer a importância de se considerarem questões como problemas ambientais eficiência de recursos bem como contexto e qualidade de vida humana Por um lado esses projetos possuem uma abordagem global pois não estão restritos a um local específico e estão integrados ao contexto em que são construídos Eles refletem as influências e tendências da arquitetura em escala mundial incorporando elementos e ideias de diferentes lugares e culturas Essa abertura global permite que a arquitetura contemporânea dialogue com questões globais buscando ser adaptáveis A arquitetura contemporânea está se tornando mais séria e erudita com um retorno ao estudo da história e da teoria da arquitetura ou seja não se aceita mais a arquitetura sem um pensamento estruturado por trás dela Isso implica que os arquitetos estão novamente valorizando a compreensão profunda dos princípios e conceitos arquitetônicos além de incorporar abordagens mais rigorosas em sua prática PECLY ARAÚJO 2014 A herança pósmoderna na arquitetura caracterizada por uma rejeição da rigidez dos estilos tradicionais e pela ênfase à diversidade à pluralidade e à desconstrução realmente abriu caminho para experimentações e interpretações mais livres na criação arquitetônica No entanto com o tempo surgiram preocupações sobre as consequências dessas abordagens como a falta de consideração pelos problemas ambientais e sociais UNICESUMAR UNIDADE 9 235 Uma das características fundamentais da arquitetura contemporânea é o pluralismo moderno que se manifesta pela ausência de padrões arquitetônicos definidos seguidos pelos arquitetos Cada edifício contemporâneo possui uma singularidade própria não seguindo um modelo universal preestabele cido como ocorria no tempo do Modernismo Cada edifício é concebido levando em consideração as necessidades do cliente as características do local e as intenções criativas do arquiteto resultando em uma expressão arquitetônica singular individual e personalizada Esses aspectos caracterizam as produções dos Stararchitects fenômeno que tem surgido nas últimas décadas que se trata de uma forma usada para descrever um arquiteto como celebridade aclamado pela crítica que se transformou em um ídolo do mundo da arquitetura e também do público em geral Vamos conversar sobre como se criam os Starchitects e conjecturar a partir de algumas críticas arquitetônicas se é possível termos uma es trelinha nacional no panorama internacional e se já temos algum a nível nacional Existe algum arquiteto brasileiro vivo que se você perguntar para sua tia ela vai saber quem é No âmbito formal e construtivo a arquitetura contemporânea brasileira é muito marcada pelo minima lismo apesar de termos algumas transposições dos limites da inovação e funcionalidade com formas irregulares fragmentadas monolíticas ou distorcidas proporcionadas pelas tecnologias digitais BIM Building Information Modelling bem como lasers e algoritmos que além de aperfeiçoar o design permitem simulações da resistência de materiais e melhoram a eficiência do resultado final Todas essas novidades tecnológicas e construtivas avançadas têm e tiveram dificuldades ao adentrar no país o que favoreceu a continuidade do uso de soluções diversas muitas vezes de menor custo mas que ainda apresentam características singulares Devido a essas questões mencionadas como o custo elevado e a dificuldade de acesso às novas tecnologias projetuais e construtivas em nosso país há teóricos que questionam a plena caracteriza ção da arquitetura produzida recentemente no Brasil como sendo legitimamente representativa da arquitetura contemporânea global Essas tecnologias avançadas muitas vezes requerem investimentos significativos não só na técnica em si mas também no treinamento da mão de obra na infraestrutura adequada o que pode limitar sua utilização em grande escala No ano de 2020 a presidência da república lançou um decreto instituindo a obrigatoriedade do uso de sistemas BIM na aprovação de projetos em órgãos públicos ou pertencentes a processos licitatórios claro a implementação sugere ser gradual sendo a data limite para aplicação da lei 2028 BRASIL 2020 236 É importante ressaltar no entanto que a arquitetura contemporânea vai além do uso de tecnologias sofisticadas Ela também envolve questões conceituais estéticas e sociais Nesse sentido a arquitetura brasileira contemporânea pode se destacar por abordar problemas e desafios específicos do país como a adaptação ao clima a utilização de materiais sustentáveis e a valorização da cultura e das tradições locais Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia à sombra de árvores do acesso e da edificação da Galeria Miguel Rio Branco Nela temos a escadaria de acesso cercada por um talude bastante íngreme e a edificação revestida em aço corten de formato diamantado posicionada no alto do talude com as sombras das árvores projetadas sobre ela e uma série de árvores ao fundo Figura 3 Galeria Miguel Rio Branco Fonte Arquitetos Associados 2012 online Atreladas às discussões tecnológicas e de sustentabilidade vêm sempre as questões sociais e hu manas das edificações A produção arquitetônica atual consegue atender a todas as prerrogativas UNICESUMAR UNIDADE 9 237 Além disso destacase a importância da sustentabilidade que se traduz numa arquitetura verde LoTek na Bioarquitetura e outras tendências que buscam certificações para zero consumo e emissão de carbono uso de materiais recicláveis e que não agridem o meio ambiente reutilização e descarte consciente de resíduos sistemas autossuficientes de geração de energia como painéis de energia solar sistemas de captação de água isolamentos térmicos eficientes sistemas vernaculares com mão de obra técnicas e materiais regionais etc O uso do conceito sustentável ultrapassa a ânsia de preservação ambiental e passa a ser uma estética desejável além de funcionalmente há a necessidade de um conforto e ergonomia traduzidos no design orgânico Existe ainda como mencionado o LoTek uma arquitetura contemporânea brasileira que se caracteriza pela presença tanto de edifícios e projetos urbanos com influências globais quanto pelo uso de soluções típicas do Brasil Essas soluções podem incluir uso de materiais construtivos locais e técnicas tradicionais que conferem uma identidade única aos projetos brasileiros Cohen 2013 fala de um processo de internacionalização que a arquitetura sofreu prépandemia e atualmente num segundo momento póspandêmico vemos o movimento contrário O mundo dos anos 1990 até dois ou três anos atrás com a crise pandêmica da Covid19 parecia ser um terreno fértil para o jogo empresarial em que era possível construir praticamente qualquer coisa em qualquer lugar Nesse contexto uma série de arquitetos brasileiros da nova geração se destacaram internacionalmente como Isay Weinfeld Marcio Kogan Gustavo Penna e Flávio Castro que foram finalistas de diversos prêmios internacionais como o World Architecture Festival além é claro do destaque internacional de Paulo Mendes da Rocha por exemplo Ícone da Escola Paulista Brutalista o arquiteto ganhou o prêmio Pritzker em 2006 e produziu grandes obras no exterior CAUMT 2013 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia com um céu azul e o horizonte acin zentado da torre do Edifício Resi dencial 360º A torre posicionada no canto esquerdo da imagem é constituída por uma série de caixas de concreto com peitoril em con creto aparente e vidro revestindo o restante das fachadas posicionadas de forma diversa e com tamanhos variados Entre o posicionamento das caixas há espaços destinados a jardins com vegetação e espaço para circulação de ar Figura 4 Edifício Residencial 360º Fonte CAUMT 2013 online Isay Weinfeld em 2019 inaugurou seu primeiro edifício em Nova York Destaque internacional com seu estilo minimalista o edifício com nome Jardim apostou em um exterior de concreto e vidro em uma das fachadas e na outra tijolinhos e vidro Assim como neste edifício em Nova York no Residen cial 360º em São Paulo Weinfeld também apostou no jardim suspenso e nos quintais nos aparta 238 mentos para trazer o elemento verde para sua arquitetura A inovação de deslocar os blocos dos apartamentos para criar jardins internos como é possível ver no corte disponível no QR Code a seguir trouxe ambientes residenciais exclusivos Descrição da Imagem a figura traz uma figura digital produzida com softwares de renderização tridimensional do projeto escolhido para ser construído como Pavilhão do Brasil em Osaka em 2025 Na fotografia no canto direito superior temos a logo da exposição um círculo vermelho orgânico e as inscrições EXPO OSAKA PAVILHÃO DO BRASIL 1º LUGAR Studio MK 27 Magnestoscópio Abaixo da figura há uma série de inscrições que indicam os patrocinadores e organizadores da exposição do concurso e da participação bra sileira na exposição IAB Institutos de Arquitetura do Brasil IABDF e apexBrasil O edifício representado traz uma estrutura modular de cor acobreada com uma cobertura convexa fixa com estruturas que parecem ser cabos de aço um fechamento lateral centralizado em branco e ao fundo fechamentos translúcidos também brancos Ao fundo e à frente da imagem temos algumas vegetações dispostas em verde Figura 5 Pavilhão do Brasil em Osaka 2025 Fonte Apex Brasil 2022 online UNICESUMAR UNIDADE 9 239 Nesse mesmo diálogo há a internacionalização da arquitetura de Márcio Kogan e o Studio MK27 que produz obras que exibem um refinamento estético que cativa Por meio da simetria e da proporção características recorrentes nas obras de Kogan ele cria uma sensação de equilíbrio e harmonia visual Suas obras se des tacam pela notável plasticidade caracterizada pela leveza pela simetria pelo refinamento e pelo cuidado na seleção de sua paleta de materiais que resulta em espaços que transmitem uma atmosfera sofisticada Kogan venceu o concurso nacional para escolher o Pavilhão do Brasil na Expo Osaka de 2025 O tema principal da Expo Osaka é Designing Future Society for Our Lives Projetando a Sociedade Futura para Nossas Vidas e é complementado por três subtemas Saving Lives Salvando Vidas Empowering Lives Empoderando Vidas e Connecting Lives Conectando Vidas Esses subtemas delimitam áreas geográficas dentro do parque de exposições O Pavilhão do Brasil estará situado no distrito Empowering Lives O objetivo do Pavilhão do Brasil na Expo Osaka é destacar as iniciativas que capacitam e fortalecem a vida das pessoas O pavilhão oferecerá uma visão abrangente das realizações das inovações e dos avanços brasileiros em diversos setores como tecnologia sustentabilidade cultura e economia Além disso ele fornecerá um espaço para intercâmbio e conexão entre os participantes promovendo a cooperação e a compreensão mútua entre os países Ser escolhido como arquiteto representante do país nessas feiras internacionais já rendeu frutos como os que vimos para Oscar Niemeyer e Lúcio Costa em 1939 na Feira Mundial de Nova York e Paulo Mendes da Rocha em 1970 em Osaka projetos que são reverenciados e estudados até hoje Como uma via de mão dupla a era da globalização também abriu oportunidades para arquitetos europeus norteamericanos e japoneses encontrarem grandes canteiros de obras no Brasil em pleno desenvolvimento Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada ao entardecer da parte frontal do edifí cio do Museu do Amanhã Na figura temos em primeiro plano o espelho dágua no qual há uma escultura em formato de estrela metálica croma da a estrutura da cobertura metá lica branca com aletas móveis e o acesso com o segundo pavimento todo envidraçado Ao fundo temos a paisagem edificada composta por edifícios históricos de baixa altura Figura 6 Museu do Amanhã Fonte Wikimedia Commons 2016 online Um exemplo disso é o Museu do Amanhã ver Figura 6 localizado no píer da Praça Mauá no Rio de Janeiro Apesar de ser assinado por um espanhol o arquiteto Santiago Calatrava o museu foi idealizado de acordo com os traços históricos e culturais da capital carioca além de aspectos nativos da flora e da fauna do país O edifício tem mais de 15 mil metros quadrados de área construída uma 240 área de exposição de 5000 m² destinada a exposições temporárias e permanentes junto à uma ampla praça de 7600 m² que envolve a estrutura e se estende ao longo do cais O edifício é caracterizado por um grande balanço com 75 metros de comprimento voltados para a praça e 45 metros voltados para o mar destacando assim a sua imponência Em seus dois andares além da área de exposições há ambientes educativos auditório café e restaurante bilheteria e loja A localização do Museu do Amanhã oferece uma visão privilegiada da Praça Mauá que passou por uma restauração completa A demolição do viaduto da Perimetral que anteriormente degradava e poluía a área permitiu a exposição de praças e edifícios históricos incluindo o icônico edifício A Noite o primeiro arranhacéu do Rio de Janeiro Essa intervenção revitalizou todo o entorno e trouxe à tona a importância desses elementos históricos A altura total do edifício é limitada a 18 metros para preservar a vista da baía para o Mosteiro de São Bento que é reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO A cobertura do edifício possui grandes asas móveis que mudam de posição de acordo com a inci dência de luz solar O objetivo é fazer com que o ambiente seja iluminado naturalmente e alimente a usina fotovoltaica que gera parte da energia utilizada pelo edifício A cobertura se estende ao longo de quase toda a extensão do cais enfatizando a ligação com a Baía de Guanabara e ao mesmo tempo reduzindo a percepção da largura do edifício Os perfis metálicos que formam a cobertura têm um formato parecido com o casco de um navio invertido Um espelho dágua ao redor do edifício localizado no lado externo além de filtrar a água bombeada da baía e devolvêla no final do cais proporciona aos visitantes a sensação de que o museu está flutuando O museu foi projetado de acordo com critérios de sustentabilidade ambiental social e econômica Sempre que possível foram utilizados materiais de baixa toxicidade e alta durabilidade para evitar desperdício Além disso muitos itens foram reciclados e os resíduos destinados corretamente ARCHDAILY 2016 UNICESUMAR UNIDADE 9 241 Descrição da Imagem a figura apresenta três imagens A Figura 7 a traz uma fotografia tomada à luz do dia com o céu bastante iluminado de uma perspectiva alta do edifício Rosewood Tower com vista ao fundo para os edifícios do entorno O edifício com uma estrutura de revestimento estilo brise quadriculado é definido de forma escalonada com jardins em cada um dos níveis e uma cober tura estilo pergolado também quadriculada O edifício é todo marrom com cinza nos guardacorpos A Figura 7 b traz uma fotografia tomada no nível da rua do edifício do futuro Museu da Imagem e do Som Tratase de um edifício composto por blocos de concreto interconectados por rampas e fechados com concreto aparente e as fachadas são vedadas com vidro O edifício tem uma forma or gânica porém com linhas retas A Figura 7 c mostra uma área de acesso lateral onde as pessoas estão circulando Nesse espaço é possível observar um piso em tom cinza proporcionando uma base neutra para o ambiente Também temos uma escultura feita de madeira composta por varetas que formam um círculo na vertical além de várias outras varetas dispostas horizontalmente em dife rentes alturas A fachada lateral é descrita de baixo para cima em um formato retangular No lado direito há uma porta fechada que se destaca por ter um tom preto mais escuro em relação ao restante da fachada que possui uma tonalidade de preto mais suave em contraste com a entrada do lado esquerdo do edifício que contém madeiras do lado esquerdo trazendo iluminação natural Acima a fachada é composta por cobogós feitos de concreto com fibra Esses cobogós criam uma aparência elegante e sofisticada formando linhas irregulares e proporcionando uma interação visual interessante entre a luz e a sombra Do lado esquerdo na mesma altura dos cobogós temos o uso de madeira As peças de madeira estão dispostas tanto na vertical como na horizontal em diferentes disposições de forma irregular mas com larguras uniformes Figura 7 a Rosewood Tower de Jean Nouvel b Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro de Diller Scofidio Renfro c Japan House de Kengo Kuma Associates FGMF Fonte Figura a Google 2023 online Figura b Casa e Jardim 2021 online Figura c Soiral 2020 online A B C 242 Os Edifícios Rosewood Tower em São Paulo um complexo hoteleiro de luxo projetado por Jean Nouvel arquiteto Francês o Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro projetado por Diller Scofidio Renfro americanos e a Japan House São Paulo projetada por Kengo Kuma Associates FGMF são mais alguns exemplos de produções arquitetônicas de escritórios internacionais no Brasil Apesar do crescimento das empresas de arquitetura verdadeiramente multinacionais ou transna cionais que operam globalmente hoje em dia para sobreviver firmas médias e pequenas estão tendo que atuar em escala transcontinental Poucos arquitetos resistem à tentação de trabalhar a distância mesmo em ambientes desconhecidos ou para clientes com ambições políticas suspeitas ou condená veis Esse tipo de arquitetura muitas vezes recorre a uma simplificação um primitivismo icônico que permite que ela seja instantaneamente compreensível e vendável nas telas dos smartphones e nas redes sociais COHEN 2013 O edifício Platina 220 projetado pelo escritório Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados inaugurado em 2023 e considerado até então o prédio mais alto de São Paulo com 172 metros de altura não traz nenhuma referência de que seja paulista sua simplificação em uma única torre com uma variedade de usos lojas no térreo hotel e unidades residenciais no terço mais baixo da edi ficação conjuntos comerciais na parte intermediária e lajes corporativas na parte superior é um exemplo do primitivismo icônico referenciado por Cohen 2013 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada ao pôr do sol com o sol rosa e roxo de uma perspectiva aérea do Edifício Platina 220 O edifício é uma torre retangular bege com diversas esquadrias de diferentes tamanhos locadas de forma diversa em cada andar com dois retângulos finos compondo a base do edifício que vai até um terço de sua altura Ao fundo temos o skyline da cidade de São Paulo com os edifícios todos mais baixos e num primeiro plano di versas coberturas de edifícios próximo ao Platina 220 Figura 8 Edifício Platina 220 Königsberger Vannuc chi Arquitetos Fonte Google 2023b online UNICESUMAR UNIDADE 9 243 No momento póspandêmico uma das consequências notáveis foi nos vermos obrigados a considerar com prudência nossa relação com o entorno habitável para criar edifícios e espaços públicos inte ligentes que reduzissem o risco de infecções A experiência dos últimos anos também nos levou a revalorizar conceitos que pareciam esquecidos como a flexibilidade o reuso adaptativo a construção modular a arquitetura leve a construção salutar entre outros com uma perspectiva diferente da cidade em termos de densidade gestão mobilidade e muitos outros aspectos que poderiam contribuir para a sustentabilidade do ambiente construído TUMA 2020 Essa nova perspectiva gerou o surgimento de um novo regionalismo uma vez que os arquitetos estão trabalhando de forma mais localizada e a projeção de uma arquitetura internacional indiscriminada foi desacelerada durante o período de quarentena e isolamento FAIRS 2021 Essa nova abordagem reconhece a importância de considerar o contexto em que uma estrutura será construída levando em conta fatores como a cultura local o ambiente natural e a interação com a co munidade circundante O local e o regional coexistem e fazem parte do contexto global e são valorizados Gerson Castelo Branco é um arquiteto paraibano autodidata que promove a arquitetura regional no país Suas paraqueiras nome dado por ele mesmo para suas construções artesanais e regionais eram de início casas simples com espaços integrados que se utilizavam de troncos de carnaúbas de demolições e de mão de obra local de carpinteiros que faziam as canoas dos pescadores Castelo Branco recebeu destaque ainda nos anos 1980 e assim como outros profissionais como Severiano Porto Cláudio Bernardes Zanine Caldas e Janete Costa buscava dar mais brasilidade a seus projetos Descrição da Imagema figura traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma residência chamada Paraquei ra Lagoa do Uruaú A residência está construída sobre um espelho dágua toda em madeira A estrutura e as es quadrias se apresentam em madeira natural em troncos com fechamento em vidro O piso triangular da varanda sobressai sobre o lago Há uma chaise e um vaso vietinamita sobre a varanda e ao fundo há uma floreira azul e o piso em pedra de formas curvas à direita Figura 9 Paraqueira Lagoa do Uruaú de Gerson Castelo Branco Fonte Jeremias 2012 online Outros escritórios que são destaque em periódicos contemporâneos por sua atuação no país são Brasil Arquitetura que se destaca por evocar uma sensação de leveza em suas obras fazer uso de assimetria e formas geométricas e por combinar estilos anteriores Arthur Casas Studio Arthur Casas que combina o racionalismo com toques decorativos sutis usando madeiras texturizadas com habilidade que adiciona um interesse visual e tátil sem comprometer a clareza arquitetônica equilibrando fun cionalidade e estética e valorizando a simplicidade elegante a organização espacial e as linhas limpas Gustavo Penna que se apropria de uma abordagem contextual em que diz que a arquitetura deve 244 acumular histórias referências e simbologias e Angelo Bucci e sua referência clara às obras de Paulo Mendes da Rocha Uma nova geração de arquitetos também tem surgido e alguns são considerados mais influentes da América Latina como Carla Juaçaba Marko Brajovic BLOCO Arquitetos Base Urbana Arquitetos Associados SPBR Arquitetos MMBB 23 SUL Arquitetura e Flavio Castro Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada à luz do dia de uma perspectiva frontal da Clínica Odontológica em Orlândia Nela temos o céu azul com diversas nuvens ao fundo Uma caixa retangular composta por três empenas de concreto aparente e um fe chamento com brise metálico bronze O acesso em um nível mais alto acessado por uma escada junto à abertura qua drada à direita Em um primeiro plano temos a via com o piso tátil Figura 10 Clínica Odontológica em Orlân dia 1998 MMBB Fonte Arquitetura do Brasil 2023 online A arquitetura contemporânea também enfatiza a criação de espaços que promovam a vivência e a convivência humana valorizando o bemestar e a qualidade de vida dos ocupantes Essa preocupação foi contemplada no projeto da Pinacoteca Contemporânea ver Figura 11 A B Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia com o céu claro e muitas nuvens de uma perspectiva lateral da Pinacoteca Contemporânea A figura mostra em primeiro plano à direita uma arquibancada de cinco degraus em cinza com o muro de fechamento ao lado No centro há uma rua cujo piso é desenhado em tons cinza e bege e à esquerda um talude O edifício se apoia na altura do talude e no ponto mais alto da arquibancada formando um vão que é definido por um andar com pédireito duplo aberto cercado apenas pelo guardacorpo e um segundo andar com fechamento de vidro A cobertura se apresenta em madeira e material translúcido e é vista em detalhe na Figura 11 b Na Figura 11b temos uma perspectiva interna da Pinacoteca Contemporânea na parte interna descreve uma praça central coberta por uma grande estrutura de madeira explorando a luz filtrada Pessoas circulam pela escada e pelo andar inferior com pisos aparentemente feitos de madeira laminada e parapeitos de ferro em cinza na parte infe rior e com textura e coloração semelhante à madeira na parte superior Os pilares do edifício são feitos de ferro e apresentam uma coloração cinza que se integra ao conjunto arquitetônico Figura 11 Pinacoteca Contemporânea Fonte Google 2023c online UNICESUMAR UNIDADE 9 245 O escritório Arquitetos Associados foi responsável pela projeção da nova Pinacoteca Contemporânea inaugurada em 2023 O edifício faz parte do complexo cultural que abriga a Pinacoteca de São Paulo a Pina Luz a Pina Estação e agora o Pina Contemporâneo Esse complexo além de espaços de exposição traz espaços para convivência e apresentações que estimulam a presença e a interação dos usuários No ano de 2020 a frase que dominou foi fique em casa Essa expressão trouxe uma nova perspectiva ao conceito de lar realçando a importância e a necessidade de proteção e refúgio GHISLENI 2021 Fazendo um fechamento ao desenvolvimento do perfil residencial discutido em todas as unidades podemos dizer que espaços como banheiros e cozinhas passaram de anexos a partes importantes nas residências banheiros passaram a ser vários e grandes e as cozinhas muitas vezes integradas às salas de estar As garagens deixaram de ser escondidas nos fundos do lote e ganharam espaço de destaque em que os residentes os expõem como símbolo de ascensão social PECLY ARAÚJO 2014 Mesmo sem utilizar as tecnologias mais avançadas a arquitetura contemporânea brasileira pode ser reconhecida por sua criatividade inovação e busca por soluções arquitetônicas que dialoguem com o contexto social cultural e ambiental do país A utilização de materiais e técnicas construtivas locais a valorização da mão de obra artesanal e a busca por alternativas sustentáveis podem ser características marcantes da arquitetura contemporânea brasileira Portanto embora a limitação de acesso às novas tecnologias possa influenciar a representatividade plena da arquitetura contemporânea no Brasil é possível encontrar expressões arquitetônicas contem porâneas que dialogam com as demandas e a identidade do país contribuindo para a construção de uma arquitetura única e significativa em nosso contexto Em suma a arquitetura contemporânea está se distanciando do relativismo pósmoderno e ado tando uma abordagem mais consciente responsável e contextualizada O estudo da história e da teoria arquitetônica é valorizado novamente e os arquitetos estão comprometidos em criar espaços que considerem os problemas ambientais economizem recursos atendam às necessidades humanas e se integrem harmoniosamente ao seu entorno Durante os mais de 500 anos de história documentada do país foi possível definir uma série de formas de projetar na constituição da arquitetura identitária nacional que é múltipla e variável den tro de um regionalismo continental Algumas formas mais sutis e outras mais marcantes tanto na composição plástica quanto na técnica a arquitetura brasileira passou de uma importação dos valores estéticos europeus à uma busca por uma identidade e um debate para o aperfeiçoamento técnico e estilístico da arquitetura do país Indígena Colonial Neoclássico Moderno Contemporâneo 1500 1800 1922 1950 Figura 12 Linha do tempo estilística da produção arquitetônica brasileira Fonte adaptada de Lange 2016 246 Dos sobrados coloniais dos engenhos escravagistas às casas térreas de pauapique aos ricos casarões neoclássicos e neocoloniais aos casebres dos cortiços e vilas das mansões modernistas e seus panos de vidro às casinhas das favelas De forma geral com maior ou menor abrangência cada um dos es tilos arquitetônicos mencionados no nosso livro tive sua importância na formação do panorama da arquitetura atual do país Desse modo nossa pretensão é motivar discussões sensibilizar o espírito preservacionista e crítico intragerações em técnicos e criadores entendendo que o exercício da crítica deve ser motivado nas instâncias do projeto do canteiro de obras e da vivência dos ambientes sob o entendimento de que é o valor de arquitetura que motiva esse incontestável significado social do nosso patrimônio arquitetônico e urbanístico sobre o qual devem continuar a se debruçar teoria e prática a fim de manter viva a história do país O desafio de antecipar as próximas décadas será fundamental na arquitetura contemporânea É necessário criar oportunidades para concretizála e esse desafio tem sido enfrentado há algum tempo UNICESUMAR 247 Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do MAPA de EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada Arquitetura Contemporânea O que você pensa e sente sobre as novas propostas da arquitetura Contemporânea O que você escuta da nova geração quanto ao debate atual do papel do arquiteto na sociedade Como você vê as produções da nova geração e a sua popularização das mídias O que você fala e faz sobre os desafos e prerrogativas envolvidas na produção arquitetônica do futuro Quais são suas críticas ao retorno aos modelos modernistas e historicistas Quais são seus elogios à união da estética sustentável e a tecnologia 248 1 Como a arquitetura contemporânea brasileira incorpora práticas sustentáveis e busca uma identidade única por meio do uso de materiais construtivos locais e técnicas tradicionais Além disso como a pandemia da Covid19 impactou a internacionalização da arquitetura brasileira e como os arquitetos brasileiros têm se destacado tanto nacional quanto internacionalmente 2 Qual é a abordagem da arquitetura contemporânea no Brasil em relação à fusão de estilos contextos e significados e como isso se reflete na criação de obras arquitetônicas inovadoras e contextualmente relevantes 3 A experiência pandêmica nos levou a revalorizar conceitos que pareciam esquecidos como a flexibilidade o reuso adaptativo a construção modular a arquitetura leve construção salutar entre outros com uma perspectiva diferente da cidade em termos de densidade gestão mobilidade e muitos outros aspectos que poderiam contribuir para a sustentabilidade do ambiente construído O que essas novas perspectivas geraram na produção arquitetônica 249 UNIDADE 1 ALMEIDA F W YAMASHITA A Arquitetura Indígena Revista de Ciências Exatas e da Terra UNI GRAN v 2 n 2 2013 Disponível em httpsdocplayercombr6677992Arquiteturaindigenahtml Acesso em 18 maio 2023 ALMEIDA M R C A atuação dos indígenas na 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WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileCasadeCC3A2maraeCadeiafachadaprincipaljpg Acesso em 13 dez 2022 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileFortedasCincoPontasjpg Acesso em 13 dez 2022 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2019 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileCentroCulturalConventodeSantoAntoniojpg Acesso em 13 dez 2022 UNIDADE 3 BICCA B BICCA P org Arquitetura na Formação do Brasil Brasília Unesco 2006 BURY J Arquitetura e Arte no Brasil Colonial Brasília DF IPHAN 2006 COISAS DA ARQUITETURA Morfologia das Igrejas Barrocas II 9 maio 2012 Disponível em httpscoi sasdaarquiteturawordpresscom20120509morfologiadasigrejasbarrocasii Acesso em 6 jun 2023 DUARTE C W HORA J F da GODOY M G G Retratos do Patrimônio Arquitetônico Neoclássico Brasi leiro a Casa de Frontaria Azulejada de Santos e proximidades visuais Veredas Revista Interdisciplinar de Humanidades v 5 n 9 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orgwikiFile20150228Pinacotecajpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimediaorg wikiFileConventoeIgrejadeSantoAntC3B4niodoCairufachada03jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileAltardeNossaSenhoradoCarmoRecifejpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015d 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejadeNossaSenhoradoRosC3A1riodosHomensPretos4interiorjpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015e 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileJardimdoSolardaMarquesadeSantos01jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015f 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejaMatrizdeNossaSenhoradoPilarOuroPretoMGjpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileInteriorPinacotecajpg Acesso em 6 jun 2023 253 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileAzulejosdaBasC3ADlicadeNossaSenhoradoCarmoRecifePernambucoBrasil2 jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileAltarmordaBasC3ADlicadeNossaSenhoradoCarmoRecifePernambucoBrasil jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016d 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMosteirodeSC3A3oBento01jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016e 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMosteirodeSC3A3oBento02jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016f 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFilePC3B3rticoDaAntigaAcademiaImperialdeBelasArtesporMarianaCristinaAd C3A3ojpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016g 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileFachadaazulejadajpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2017a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimediaorg wikiFileIgrejadaVOTdeNSradoCarmoemOuroPretojpguselangde Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2017b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejadoPilarOuroPretoMGjpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2017c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimediaorg wikiFileIgrejadeNossaSenhoradoRosC3A1rioOuroPretoporRodrigoTetsuoArgenton04 jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2018a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejadeNossaSenhoradoRosC3A1riodosPretosSalvador20181153jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2018b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMuseudaCasaBrasileira2018045jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2018c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMuseudaCasaBrasileira2018085jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 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httpscommonswikimedia orgwikiFilePalaceteLeC3A3oJuniorjpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileTeatroMunicipaldeSC3A3oPauloBraziljpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2019 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFilePrefeituraMunicipaldeUrussangaSCjpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2020a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileTeatroMunicipaldoRiodeJaneiro2020jpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2020b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileCasaMiotellodatadade1943jpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2021 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFilePalaciodasLaranjeirasAlaSocial03122020162406jpg Acesso em 13 jun 2023 UNIDADE 5 BRUAND Y Arquitetura Contemporânea no Brasil São Paulo Perspectiva 2003 CANTARELLI R Revivalismo e a arquitetura neocolonial do Recife 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poder ilusório dos estilos BARROCO e Rococó para reter e angariar mais fiéis 2 B As curvas indicam sim uma influência do Barroco europeu e os números da Figura 21 b indicam a seguinte sequência 1 Galilé 2 Nave 3 Presbitério 4 Altar 5 Retábulo 6 Corredor Lateral 7 Coro 8 Púlpito 9 Sacristia 10 Consistório e 11 Tribuna 3 B A alternativa atende às prerrogativas e características da arquitetura neoclássica 267 UNIDADE 4 1 B A afirmativa II é falsa pois incorpora referências criando um estilo único A afirmativa III é falsa pois há o uso de ornamentos curvilíneos mas não especificamente exaltando a natureza 2 B No revivalismo os estilos a serem revividos são específicos e podem ser neoimitativos ou seja uma nova interpretação dos estilos históricos como o neogótico ou o neobarroco Já o ecletismo não se limita a um estilo específico e pode combinar elementos de diferentes estilos históricos como o GrecoRomano o Barroco o Gótico entre outros 3 C A tipologia importada é caracterizada pela produção de projetos executados rigorosamente seguindo a linguagem e as diretrizes importadas enquanto a tipologia popularesca é desenvolvida por camadas mais pobres da população e envolve a utilização de mão de obra e materiais disponíveis UNIDADE 5 1 D 2 A 3 E A afirmativa III está incorreta porque a Confeitaria Colombo no Rio de Janeiro é um exemplo do movimento Art Nouveau UNIDADE 6 1 Você pode fazer uma comparação entre as Escolas Paulista e Carioca que revelará diferenças e apro ximações interessantes A Escola Carioca representada por Lúcio Costa enfatiza a projeção plástica ideal buscando uma abordagem mais expressiva e idealizada da arquitetura Essa escola valoriza a integração com o entorno natural a fluidez espacial e o aproveitamento das vistas como podemos observar nas obras de Oscar Niemeyer com seus traços curvilíneos e suas formas esculturais Outra figura importante que pode ser comparada é Lina Bo Bardi que traz uma abordagem humanista e culturalmente engajada explorando a relação entre arquitetura e sociedade porém com uma abor dagem mais sólida e funcional com ênfase à estrutura e à expressão das qualidades construtivas 268 2 A Escola Carioca é conhecida por sua leveza e elegância Suas principais características incluem o uso de estruturas de concreto armado fachadas envidraçadas varandas pilotis e a integração entre o interior e o exterior Os arquitetos da Escola Carioca valorizam o aproveitamento das vistas e a exploração da paisagem buscando harmonia com o ambiente natural O estilo carioca também se destaca pelo uso de curvas suaves e linhas orgânicas trazendo sensação de fluidez e movimento às construções Por outro lado a Escola Paulista é marcada por uma abordagem mais brutalista e sólida Os arquitetos dessa corrente valorizam o concreto aparente as linhas retas e a geometria rigorosa Suas obras são caracterizadas pela expressão crua e direta dos elementos construtivos com uma estética mais pesada e robusta A Escola Paulista busca uma arquitetura de impacto visual utilizando contrastes de luz e sombra jogos de volumes e texturas Enquanto a Escola Carioca prioriza a integração com a natureza e a fluidez espacial a Escola Paulista enfatiza a força expressiva da arquitetura explorando as qualidades esculturais do concreto e a solidez das formas Ambas as correntes contribuíram de forma significativa para a arquitetura brasileira 3 Sugiro para análise duas residências de períodos e fases diferentes da produção de Artigas a Casa Elza Berquó projetada em 1967 e a Casa do Arquiteto II Há inúmeras dissertações e teses que es miúçam todo o trabalho de Artigas Sugiro que busque por elas para ter um embasamento teórico maior e definir as características diferentes de cada período UNIDADE 7 1 OA alunoa poderá desenvolver mais a resposta mas poderá encontrar um norte neste trecho uma maneira de compreender a poética pósmoderna é confrontála com a poética maquinista do movimento Moderno Ou seja os princípios do movimento Moderno como objetividade funciona lismo racionalidade internacionalismo antiindividualismo antimonumentalidade antihistoricismo dessemantização perfeição técnica flexibilidade da planta e uso de materiais industrializados são questionados e substituídos tanto em conjunto como isoladamente pelos pósmodernistas Já uma outra maneira de entendêla é por meio de uma perspectiva semiótica Nesse sentido um edifício pósmoderno sempre terá uma dupla codificação uma linguagem acadêmica direcionada a arquitetos e especialistas e outra mais popular e acessível ao público leigo Ao adotar uma abordagem semântica os arquitetos pósmodernos procuram criar edifícios que sejam comunicativos e cativantes e essa dualidade na linguagem arquitetônica reflete a pluralidade de interpretações e a importância dada ao contexto cultural e social no processo de criação 2 Produtivista estética que soma eficiência qualidade e estética por meio da utilização de sistemas industrializados e padronizados além de valorizar a produção em larga escala e o controle preciso dos processos construtivos resultando em edifícios que atendiam tanto aos requisitos funcionais quanto aos aspectos visuais desejados Esculturista foca no desenvolvimento volumétrico do edifício que é caracterizado por um tratamento caprichoso e particular diferenciandoo da forma pura defendida pelo Estilo Internacional Essa ten dência buscava alcançar uma individualização para o edifício e trazer uma nova camada de significado e originalidade aos edifícios promovendo uma experiência estética diferenciada e uma interpretação mais subjetiva do edifício mesmo que isso significasse romper com algumas das convenções estabelecidas 269 Regionalista voltavase para uma visão mais conceitual da arquitetura que visava valorizar e resgatar o acervo cultural e arquitetônico nacional e de determinadas regiões Essa abordagem seletiva e crítica buscou estabelecer uma base autóctone ou seja uma base cultural local como ponto de partida para o diálogo com outras influências culturais dominantes 3 D A afirmativa V está incorreta porque no Historicismo Abstrato elementos arquitetônicos históricos são reinterpretados descontextualizados e usados de forma não convencional UNIDADE 8 1 Recebem críticas o zoneamento funcional a separação do tráfego de veículos e pedestres a eliminação das ruascorredor e uma estética baseada em formas geométricas 2 A Residência Edmundo Cavanelas é um exemplo que pode ser analisado em que os dois arquitetos trabalham juntos 3 O urbanismo neoclássico influenciou o planejamento urbano com a construção de praças jardins e boulevards e com a atuação de profissionais da área de engenharia na tentativa de aprimorar as áreas urbanas UNIDADE 9 1 A arquitetura contemporânea no Brasil busca estabelecer diálogos entre diferentes épocas estilos e significados resultando em obras arquitetônicas inovadoras e contextualmente relevantes Essa abordagem combina referências históricas com a exploração de novas tecnologias materiais e for mas levando em consideração o contexto a sustentabilidade e o envolvimento com a comunidade O resultado é uma expressão arquitetônica única e dinâmica que sintetiza o passado e o futuro de forma harmoniosa 2 A arquitetura contemporânea brasileira incorpora práticas sustentáveis por meio do uso de materiais construtivos locais e técnicas tradicionais visando a preservação ambiental e a criação de uma iden tidade única que reflete a cultura e a história do país Quanto à internacionalização a pandemia da Covid19 impactou negativamente a expansão dos arquitetos brasileiros além das fronteiras mas antes disso arquitetos como Isay Weinfeld Marcio Kogan Gustavo Penna e Flávio Castro já tinham se destacado internacionalmente demonstrando talento e inovação no cenário global 3 Essa nova perspectiva gerou o surgimento de um novo regionalismo uma vez que os arquitetos estão trabalhando de forma mais localizada e a projeção de uma arquitetura internacional indiscriminada foi desacelerada durante o período de quarentena e isolamento MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO
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PROFESSORA Me Jociane Karise Benedett Teoria e História da Arquitetura do Urbanismo e do Paisagismo Brasileiro ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4 Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 PRODUÇÃO DE MATERIAIS Coordenador de Conteúdo Lessyane Rezende de Matos Souza Bonjorno Designer Educacional Rossana Costa Giani Curadoria Maíra Vanessa da Rocha Revisão Textual Carla Cristina Farinha e Elias José Lascoski Editoração Alan da Silva Francisco Lucas Pinna Silveira Lima e Juliana Oliveira Duenha Ilustração Andre Luis Azevedo da Silva e Geison Ferreira da Silva Fotos Shutterstock Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Universidade Cesumar UniCesumar U58 FICHA CATALOGRÁFICA Impresso por Bibliotecária Leila Regina do Nascimento CRB 91722 Núcleo de Educação a Distância Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos peloa autora Teoria e História da Arquitetura do Urbanismo e do Paisagismo Brasileiro Jociane Karise Benedett Indaial SC Arqué 2023 272p il ISBN papel 9788545925408 ISBN digital 9788545925415 Graduação EaD 1 Arquitetura 2 Urbanismo 3 Paisagismo 4 Jociane 5 Arquitetura Brasileira Karise Benedett I Título CDD 7209 AVALIE ESTE LIVRO ACESSE O QRCODE CRIAR MOMENTOS DE APRENDIZAGENS INESQUECÍVEIS É O NOSSO OBJETIVO E POR ISSO GOSTARÍAMOS DE SABER COMO FOI SUA EXPERIÊNCIA Conta para nós leva menos de 2 minutos Vamos lá DIGITE O CÓDIGO 02511473 Aa RESPONDA A PESQUISA Me Jociane Karise Benedett Olá estudante sou Jociane arquiteta mestre em metodologias de projetos e pesquisadora na área de Teoria e História do Urbanismo Meu sonho sempre foi conhecer vários países viajar o mundo então comecei a pro curar concursos de bolsas e oportunidades de intercâmbio Ganhei bolsas de estudos em duas oportunidades em uma passei um ano no Equador quando tinha 17 anos e outra para a Espanha quando tinha 23 Em am bas as situações meu pai foi muito reticente em permitir que eu fosse no entanto eu sempre dizia a ele que puxei este instinto viajante dele já que ele é caminhoneiro e conhece o país todo de olhos fechados e quase literalmente já que é cego de um olho Você pode perguntar a ele sobre qualquer lugar do país do mais remoto no estado de Roraima até sobre os quebramolas da Serra Gaúcha e ele vai saber como são onde estão e o que você encontrará lá Tanto em minhas viagens quanto por ouvir as histórias e viajar com meu pai apaixoneime tanto por arquitetura quanto por história As obras arquitetônicas os edifícios e os espaços urbanos basicamente tudo o que estudamos visto ao vivo imagine Que máximo Com certeza voltaria a todos os lugares que visitei e acredito que meu olhar seria outro pois agora aproveitaria para apreciar com mais calma tiraria menos fotos e observaria mais talvez menos lugares e mais qualidade Então antes de iniciarmos nosso livro deixo duas mensagens não deixe de sonhar busque sempre novas oportunidades e quando conseguir aproveite cada momento aprecie e deseje sempre mais Lattes httplattescnpqbr7322363947823568 Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim além das informações do meu currículo Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor Sempre que encontrar esse ícone esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bemvinda Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados ampliando as discussões sobre os temas RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento você terá a oportunidade de explorar termos e palavraschave do assunto discutido de forma mais objetiva TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA DO URBANISMO E DO PAISAGISMO BRASILEIROS A história do Brasil assim como a dos demais países colonizados por grandes nações imperialistas é sempre contada do ponto de vista dos ganhadores É difícil pensarmos na história da arquitetura do país contada do ponto de vista dos indígenas por exemplo que até pouco tempo não tinham suas construções caracterizadas como Arquitetura Se pensarmos por esse ponto de vista será que a arquitetura do Brasil colonial pode ser definida como uma arquitetura realmente brasileira E os estilos importados da Europa no século XIX Também não seriam apenas estrangeirismos Será que já produzimos ou estamos produzindo uma arquitetura nacional A arquitetura nacional é definida pela tessitura de uma complexa trama de estilos técnicas padrões construtivos estéticas e regionalismos que juntos buscam atender aos contextos ambientais sociais culturais e históricos do país Experimente ir até a edificação de maior relevância e destaque enquanto arquitetura na sua cidade Depois busque na Internet imagens das edificações reconhecidas por sua arquitetura em outros lugares do país Reco nheça as aproximações e os afastamentos quanto a materiais empregados técnicas construtivas estilo e estética Esse exercício fará com que entenda a multiplicidade de padrões que compõem a arquitetura nacional Por exemplo se formos ao Rio Grande do Sul especificamente na região da Serra Gaúcha você verá como é comum ainda hoje as casas com porão alto o uso de telhados em águas sem platibandas o uso de telhas com proteção térmica e a construção de lareiras Já se viermos até o Norte Paraná em Maringá ainda na região Sul do Brasil você verá que lareiras são raras aqui as casas são planejadas para receberem condicionadores de ar há uso de brises para proteção solar e proteção térmica da cobertura sempre pensando na proteção contra a forte insolação Vê a diferença Isso numa mesma região do país não fizemos comparações com a região CentroOeste e Norte Neste apanhado teórico veremos um resumo do que foi e é a história da arquitetura do urbanismo e do paisa gismo brasileiros Nas Unidade 1 e 2 faremos uma retrospectiva pelos períodos PréColonial e Colonial da arqui tetura indígena até a formação dos primeiros núcleos urbanos configurados a partir de edificações civis militares e religiosas Na Unidade 3 estudaremos o período Imperial com a arquitetura de influência Barroca Rococó e de estilo Neoclássico Na Unidade 4 veremos a busca do país de um reconhecimento de sua independência apesar de utilizar para isso estilos europeus neoimitativos como Neoclássico Neorenascentista Neobarroco Neogótico Neocolonial e outros sem buscar imitálos mas partindo de suas referências na tentativa de criar algo novo eclético Na unidade 5 veremos a transição historicista para a modernidade por meio dos estilos Protomodernistas que romperam com os padrões ecléticos como o Art Nouveau o Art Déco e o Neocolonial Na Unidade 6 veremos o percurso da arquitetura nacional brasileira ao seu reconhecimento como internacional única e criativa embasada nos princípios modernistas e caracterizada em duas escolas a Escola Paulista e a Escola Carioca Na unidade 7 veremos como a transição do modernismo para o pósmodernismo sofreu um hiato no Brasil devido ao contexto político e estudaremos a produção arquitetônica das tendências TardoModernistas escultu rista produtivista e regionalista e PósModernistas Historicista Abstrata Revivalista Crítica e Fantasiosa Abstrata Na Unidade 8 faremos um resumo breve da história do urbanismo e do paisagismo no país destacando projetos e profissionais proeminentes em suas áreas Por fim na Unidade 9 abriremos as discussões da arquitetura con temporânea das suas características e das questões a serem definidas no futuro Nossa intenção nesta disciplina não é apenas rever o passado e sim desenvolver importantes referências para a construção de um futuro patrimônio espacial símbolo da cultura nacional Aproveite para se aprofundar nos assuntos que achar mais relevantes e utilizeos como correlatos na sua produção profissional Bons estudos 1 2 4 3 5 6 95 11 67 39 ARQUITETURA INDÍ GENA NO BRASIL E A ARQUITETURA DO BRASIL COLÔNIA 143 MODERNISMO ESCOLA CARIOCA E ESCOLA PAULISTA ARQUITETURA IMPERIAL E ARQUITETURA NEOCLÁSSICA E SUAS INFLUÊNCIAS ARQUITETURA MILITAR RELIGIOSA E CIVIL RURAL E URBANA COLONIAL PERÍODO ECLÉTICO NO BRASIL ARQUITETURA ART NOUVEAU ART DÉCO E NEOCOLONIAL COMO PROTOMODERNISTAS 117 7 8 9 177 229 207 TARDO MODERNISMO E PÓSMODERNISMO ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL PAISAGISMO E URBANISMO NO BRASIL 1 Nesta disciplina estudaremos a historiografia da arquitetura bra sileira de forma ampla e sucinta Ampla no sentido de que recons truiremos a história faremos uma retrospectiva de praticamente seis séculos e sucinta no sentido de que apresentaremos apenas um apanhado um panorama da arquitetura e do urbanismo bra sileiros nesses séculos Nesta unidade identificaremos modos de construir edificar e de apropriar o espaço físico das sociedades indígenas brasileiras e também o processo de aculturação e as influências portuguesas no período Colonial no Brasil Arquitetura Indígena no Brasil e a Arquitetura do Brasil Colônia Me Jociane Karise Benedett 12 Ao ver a foto da residência da Figura 1 a onde você imagina que ela esteja construída Quem a cons truiu Quando Apesar de formas muito modernas a Casa Zunino construída em 2016 e projetada pelos Designers Irmãos Campana foi revestida com Piaçava uma fibra de palmeira que dá à residên cia um aspecto peludo que serve como um escudo contra o calor intenso O projeto foi totalmente inspirado na cultura indígena como podemos perceber pela Figura 1 b de uma típica maloca a b Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 1 a traz uma fotografia colorida tomada ao entardecer de uma residência em formas retangulares revestida e texturizada com piaçava uma fibra de palmeira na cor marrom claro Em primeiro plano há uma passarela de madeira e com faixas de luz que leva até a porta com guardacorpo sob o piso em ambos os lados da passarela À direita no canto superior há um guardacorpo no terraço e abaixo há duas janelas uma guilhotina quadrada e outra retangular de correr No canto direito há o guardacorpo do terraço e sob ele a vedação da parede em vidro retangular que se estende pelos dois andares da residência A Figura 1b traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma maloca residência típica indígena de formato côncavo retangular coberta com piaçava na cor marrom claro uma fibra de palmeira Ao centro da imagem há uma abertura na estrutura de piaçava e no canto esquerdo a copa de uma árvore sob o céu azulclaro Figura 1 a Casa Zunino 2016 de Irmãos Campana b Oca indígena Fonte Maires 2016 online Comparando as imagens e refletindo sobre elas será que podemos considerar as construções indígenas arquitetura E estudar sobre essas construções antigas e vernaculares Pode nos ser útil na contem poraneidade Será que é mesmo importante conhecermos essa história Posso afirmar que essa discussão já foi há muito tempo sanada e sim a arquitetura indígena vernacular definese como arquitetura sendo essa um conjunto complexo cuja essência está na tessitura de suas múltiplas tramas ou partes que constituem um lugar construído Além da sua cons tituição material a arquitetura indígena revela aspectos organizacionais que levam à compreensão do espaço construído e da estrutura social desses povos que tiveram seu protagonismo menospre zado em detrimento da cultura exógena do império colonial Entender a arquitetura desse período PréColonial e Colonial significa aprender a atender ao contexto em que nos inserimos de forma sustentável e tecnologicamente avançada UNICESUMAR UNIDADE 1 13 Aqui podemos levantar uma polêmica ué mas a arquitetura indígena pode ser caracterizada como uma arquitetura tecnologicamente avançada Desde a colonização a ideia de tecnologia avançada se embasa no ideal progressista e universalizante hightech No entanto segundo Wais man 2013 tratase de recursos humanos e materiais que aperfeiçoados garantem o mais alto desenvolvimento do habitat e modo de vida de uma sociedade Apesar de ainda estar à margem das discussões a arquitetura indígena pode representar o eixo sustentável democrático que atende às necessidades contemporâneas sem alto custo agregado às novas tecnologias importadas Você já ouviu falar de LoTEK A arquitetura indígena pode nos ensinar que devemos superar nossos pensamentos retrógrados exógenos e hegemônicos sobre as tecnologias e a estética indígenasvernaculares de que não são tecnologicamente eficientes ou avançados O que antes era uma arquitetura limitada e sem conhecimento técnico profissional hoje vem sendo reconhecida por meio do LoTEK Sugiro que pesquise sobre o termo cunhado por Julia Watson 2020 em seu livro Lo TEK Desenho Indígena Radical e sobre exemplos de tecnologia sustentável resiliente e baseada na na tureza que possamos utilizar ainda hoje na produção da arquitetura Faça suas anotações e croquis em seu Diário de Bordo 14 A arquitetura do Brasil PréColonial Indígena e a arquitetura do Brasil Colônia conformam a nossa arquitetura brasileira vernacular Essa arquitetura pode influenciar a arquitetura contemporânea por meio do uso de materiais exemplos de praticidade estrutural e até mesmo infraestrutura Você deve ter visto na sua pesquisa que as tecnologias sustentáveis indígenas avançam para questões de saneamento tratamento da água e design enquanto a arquitetura colonial traz soluções de conforto ambiental por exemplo A arquitetura autóctone foi colonizada pelos europeus que impuseram suas práticas e estilos de forma precária devido à indisponibilidade de materiais e à ineficiência da mão de obra Essa arquitetura importada acabou sendo contextualizada e apresentando suas próprias particularidades e avanços que estudaremos ao longo desta unidade UNICESUMAR UNIDADE 1 15 Antes de tudo precisamos entender que na arquitetura indígena do Brasil cada tribo originária de determinada região do país desenvolve sua própria maneira de construir suas próprias formas que atendem à sua diversidade cultural ao clima regional e às formas de convivência em sociedade Hoje existem mais de 305 grupos étnicos distribuídos pelo país sendo divididos em duas linhagens Tupi e MacroJê cujas tribos mais conhecidas são Guarani Ticuna Caingangue Macuxi Guajajara Terena Yanomami Xavante Potiguara e Pataxó Todas utilizam materiais locais conhecimentos tradicionais e processos cooperativos ou seja possuem uma tradição construtiva e mesmo assim apresentam uma série de variantes tipológicas CAURN 2016 Devido às construções indígenas serem desenvolvidas com matéria orgânica as evidências de sua existência prescindem da existência de vestígios físicos e materiais por isso por muito tempo desa creditouse sobre o estudo dessa cultura construtiva enquanto arquitetura WEIMER 2014 As primeiras evidências no Brasil da cultura arquitetônica indígena se deram a partir de estudos arqueológicos com base em supostas evoluções migrações e descendências de povos russos e asiáticos e dos chamados buracos de bugres Estes são escavações subterrâneas cujas soluções estruturais ainda são especuladas hoje encontrados no planalto nordeste do Rio Grande do Sul sendo os primeiros indícios de uma arquitetura no país por fornecerem algum tipo de vestígio arqueológico passível de análise BRANCO 1993 As habitações indígenas podem ser consideradas entidades físicas que expressam todas as formas de cultura praticadas e suas conformações variam a depender da tribo e da quantidade de pessoas que a compõem Oca Casa Maloca Casa de Guerra Taba Aldeia Praça Comumente essas são as traduções da língua tupiguarani utilizadas indiscriminadamente no en tanto naquele período quando fomos descobertos havia mais de 400 línguas tendo sobrevivido apenas cerca de 150 e em cada uma dessas línguas há palavras específicas para casa e aldeia Na língua dos Bororó por exemplo Aldeia EIÁO iáo o antes e o depois o adiante Pátio Böroro Casa ÉDA é existência dá lugar da existência moradia Cabana BAI cabana de folhas e galhos aberta em um dos lados como a da Figura 1 Bái casadoshomens no centro da aldeia Fonte adaptado de Branco 1993 16 As principais construções indígenas são as malocas edificações comunais coletivas e as ocas residên cias individuais A distribuição das edificações no espaço determina a composição do que chamamos de aldeia Uma aldeia pode se dar por uma habitação unitária que comporta diversos núcleos familiares ou também mais comumente pelo somatório de diversas unidades entre quatro e dez distribuídas em uma grande praça central ver Figuras 2 e 3 matas córregos Gaiola do gavião real Choça dos homens cemitério dos caciques forma quadricular arredondada também chamada Casa das Flautas cacique e família 4 3 2 1 A B C Descrição da Imagem a figura traz croquis esquemáticos da disposição das habitações indígenas na composição de uma aldeia Na Figura 2 a temos um esquema semicircular com 22 círculos envolta de um círculo central cortado por um eixo Do lado esquerdo há um círculo maior na abertura do semicírculo Do lado esquerdo inferior vemos um conjunto de linhas curvas juntas e do lado esquerdo superior linhas compostas por pontos Na figura 2 b vemos um esquema circular formado por oito elipses com três elementos um quadrado arredondado indicando a choça dos homens com uma flecha indicando o texto forma quadricular arredondada também chamada casa das flautas um triângulo que representa a gaiola do gavião real e uma outra forma que indica o cemitério dos caci ques Ao centro o esquema é cortado por um eixo nortesul na porção oeste as elipses são indicadas por números direcionados para os números 2 e 3 onde estão as matas e os córregos e na porção leste indicado por uma seta o texto cacique e família A Figura 2 c indica uma forma mais orgânica também circular da qual partem quatro eixos desestruturados indicando caminhos na floresta Figura 2 Formas de distribuição das aldeias a Kamaiurá Xingu b Kalapalo Xingu e c Marúbo Rio Paraguaçu Fonte Branco 1993 p 12 UNICESUMAR UNIDADE 1 17 Cada aldeia pode abrigar até 400 pessoas Embora as diversas nações indígenas estejam distribuídas por toda a extensão territorial nacional existe o desenvolvimento de cacicados aldeias interrelacionadas e redes Caracteristicamente a praça circular da aldeia ver Figura 3 é geralmente limpa sem vege tação Nas aldeias do Alto Xingu há em um dos eixos centrais a sepultura dos caciques a chamada casa das flautas espaço para festas cultos danças e cerimônias religiosas e a gaiola do gavião real ave que dá tratamento especial ver Figura 2 b BRANCO 1993 Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia aérea tomada à luz do dia de uma aldeia indígena composta por nove estru turas habitacionais indígenas dispostas em semicírculo estruturas retangulares e côncavas nas cores bege e marrom O piso circular sob o qual estão dispostas as habitações se apresenta na cor bege Ao fundo e nas porções externas ao círculo há uma vegetação rasteira em tons verde claro e árvores agrupadas na porção esquerda inferior e direita superior em tons verde escuro Figura 3 Aldeia Indígena Nas aldeias que se definem a partir de uma única habitação como a dos Tucanos na fronteira entre Brasil e Colômbia as habitações são estruturalmente retangulares porém com fechamentos semicirculares e uma cobertura de duas águas Nesses casos possuem duas aberturas uma para a fachada principal centro da aldeia e outra para os fundos para plantações e rios estruturadas de forma oblíqua As divi sões internas se dão em nichos nos quais se dividem as famílias e são feitas com biombos trançados podendo haver também uma diferenciação por cores amarela para homens e vermelho para mulheres ALMEIDA YAMASHITA 2013 Essas habitações chegavam a medir até 200 metros de comprimento sendo normalmente estruturadas em 150 m de comprimento por 12 de largura CAURN 2016 18 A B C Descrição da Imagem a figura apresenta o desenho da planta do corte e da fachada de um esquema habitacional retangular com fechamentos semicirculares e cobertura de duas águas Na Figura 4 a há a planta da estrutura central retangular composta por três quadrados com pontos indicando os pilares nos cantos No entorno há uma estrutura elíptica composta por oito pilares compondo o retângulo e outros quatro distribuídos em cada uma das pontas compondo o semicírculo Indicados por setas nos eixos há os cortes T nortesul e L lesteoeste Na Figura 4 b há o corte com a estrutura vertical e horizontal esquematizada na parte central e inclinada nos fechamentos semicirculares com uma espécie de marquise estruturada em ambas as pontas Na Figura 4 c há a representação da habitação coberta por um revestimento vegetal Nas Figuras 4 b e 4 c vemos a escala humana desenhada no lado direito do corte e da fachada respectivamente Figura 4 CasaAldeia Marúbo Fonte Almeida e Yamashita 2013 p 2728 UNICESUMAR UNIDADE 1 19 No entorno dispõemse as ocas e no centro são locadas as malocas Nas malocas são realizados eventos e ritos religiosos além de atividades cotidianas Todas as construções focamse na proteção e no conforto térmico contra ataques de inimigos e de animais As habitações coletivas que podiam ser circulares retangulares ou elípticas eram estruturadas a partir de troncos fibras de palmeiras capins sapê folhas de buriti e cipós e demoravam cerca de seis meses para serem construídas Os troncos mais pesados eram cortados junto às aldeias e os mais leves eram extraídos da mata As amarrações feitas com cipós cortados nos períodos de chuva eram mantidas submersas em água até a construção para que se mantivessem flexíveis já que o processo de construção se iniciava apenas após a estação seca As fibras que servem de cobertura e fechamento eram extraídas durante esse período de seca e deixadas na umidade para depois serem trançadas em feixes Como comentado anteriormente por serem usados apenas materiais vegetais sem nenhum tratamen to químico a durabilidade das habitações ficava restrita a no máximo uma década fosse pela ação do tempo que as degradava naturalmente fosse por insetos e animais Quando deterioradas as construções indígenas eram abandonadas e o ecossistema encarregavase de absorvêlas BRANCO 1993 Título A Última Floresta Diretor Luiz Bolognesi Gênero DocumentárioDrama Ano 2021 Sinopse A Última Floresta retrata a vida e os costumes do grupo Yanomami e mostra como a presença ilegal da exploração do ouro no território que voltou a crescer nos últimos dois anos está colocando em risco a população indígena e a floresta Desde 2019 os líderes Yanomami alertam para um novo e ameaçador aumento de garimpeiros no território Comentário o longametragem de pouco mais de uma hora costura uma narrativa que mistura o cotidiano do tempo presente as ameaças do garimpo e a sedução do ouro indo até as origens do povo quando o criador Omama pescou com cipó Thuëyoma um peixe em forma de mulher e se apaixonou por ela O casal gerou os Yanomami Há configurações de ocas circulares ver Figuras 5 e 6 implantadas por tribos como Makuxí Tiriyó Wapitxâna Patamona Arekuma Xavantes Jê e outras cada uma apresentando suas variedades As variedades que vemos na Figura 5 Müne Tukúxipan e Timákötö possuem diferenças na cúpula e na vedação A forma müne por exemplo é cupular e não apresenta variação entre cobertura e paredes enquanto a timákötö possui escoras verticais e laterais que não são revestidas 20 Müne Tukúxipãn Timákötö Müne Tukúxipãn Timákötö Müne Tukúxipãn Timákötö a b c Descrição da Imagem a figura traz croquis de diferentes aspectos de habitações indígenas de configuração circular A Figura 5 a traz as plantas estruturais na da esquerda müne há uma estrutura em X com sete pilares no entorno circular na do centro tukúyapãn há uma estrutura em cruz com dois círculos circunscritos ambos com oito pilares em cada e na da direita timáköró apenas um pilar central com a estrutura de oito pilares no entorno A Figura 5 b traz a disposição da estrutura bem como o número e a forma como estão dispostas as estruturas da figura 5 a A Figura 5 c traz um corte com escala humana de cada uma das variações na da esquerda müne há uma estrutura única do teto ao chão sem diferenciação de cobertura e parede na do centro tukúyapãn há a cobertura vedada porém as paredes sem vedação estão em uma estrutura retangular única e na da direita timáköró há vedação apenas na cobertura e uma estrutura separada cobertura e vedação cobertura oblíqua e vedação retangular Figura 5 Habitações circulares Fonte Almeida e Yamashita 2013 1617 UNICESUMAR UNIDADE 1 21 Além das ocas circulares há ocas de configurações elípticas como as da Figura 6 a seguir que variam estruturalmente entre Paína Karapapúfa e uma variante de cobertura cupular As variações se dão pelo posicionamento dos pilares estruturais e pela locação da estrutura de cobertura Paína Karapapúfa Karapapúfavariante Paína Karapapúfa Karapapúfavariante A B Descrição da Imagem a figura apresenta desenhos esquemáticos das plantas baixas e plantas de cobertura Na Figura 6 a vemos o desenho esquemático das plantas baixas indicando o posicionamento dos pilares estruturais de três tipologias de ocas elípticas sendo elas Paína com quatro pilares locados na porção retangular e dois no eixo nortesul e no centro dos semicírculos há a projeção de três vigas nesse sentido e mais duas sobre os pilares que formam a estrutura retangular central Karapapúfa que repete o mesmo esquema estrutural da Paína porém com um espaçamento maior entre vigas e KarapapúfaVariante com um pilar central entre os eixos nortesullesteoeste Na Figura 6 b vemos a estrutura da cobertura das variações Paína e Karapapúfa muito semelhante com uma distribuição da estrutura da cobertura longitudinalmente sobre a estrutura retangular e de forma radial sobre os semicírculos e na variante cupular com a distribuição da estrutura toda a partir do eixo central Figura 6 Casa Tiriyó Fonte Almeida e Yamashita 2013 1617 As plantas elípticas foram sendo gradualmente modificadas até atingir configurações retangulares excluindo as extremidades arredondadas como as que vemos na Figura 7 Kúna ou Kúntaka e Pakaró tapiri de moradia 22 Küna ou Kúntaka Pakaró tapiri de moradia Planta baixa retangular estrutura Planta baixa retangular encaibramento Fachada frontal Descrição da Imagem a figura traz um esquema gráfico de planta estrutura e fachada de uma habitação do tipo retangular de duas águas Na porção superior há a inscrição Küna ou Kúntaka e abaixo dela uma planta retangular composta por quatro pilares for mando um retângulo circunscrito dois pilares centrais que cortam esse retângulo e mais dois pilares no centro no eixo nortesul da planta Ao lado há a inscrição Pakaró tapiri de moradia uma estrutura retangular com apenas dois pilares centrais Abaixo de ambos os desenhos há a seguinte inscrição planta baixa retangular estrutura Logo abaixo há o desenho do posicionamento dos pilares e caibros e abaixo a inscrição planta baixa retangular encaibramento Por último há o corte com escala vertical que vemos a estrutura triangular da cobertura em duas águas com base retangular e ao lado uma escala humana um desenho em maior e outro em menor escala e sob eles a inscrição fachada frontal Figura 7 Casas retangulares Fonte Almeida e Yamashita 2013 1617 UNICESUMAR UNIDADE 1 23 Além dessas configurações há soluções estruturadas em palafitas e sobre balsas em regiões de grandes lagos e rios cada aldeia constituindose de oito a 12 dessas casasembarcações e casas semicilíndricas ver Figura 8 como as dos Kamaiurá casas de 20 a 25 m por 15 me comprimento x largura com altura de 5 a 8 m de altura BRANCO 1993 ALMEIDA YAMASHITA 2013 Geralmente as casas estão distantes uma das outras em cerca de 5 a 20 m na composição das aldeias Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia tomada à luz do dia de uma estrutura habitacional do tipo tenda circular com uma abertura frontal triangular construída com bambu e fibras de sapê da cor marrom Está estruturada sobre um chão de terra batida com vegetação e bananeiras ao fundo e árvores ao fundo à direita sob um céu azulclaro Figura 8 Oca Indígena estilo Choupana Bai 24 OLHAR CONCEITUAL CASAS INDÍGENAS CARACTERÍSTICA GERAIS Revestimento interno de pauapique sobre estrutura de madeira e cipós e na parte inferior locação de pequenos pedaços de toras de árvore Dimensões médias 20mX10m pédireito de 6 a 7 metros estruturada a partir do eixo central de forma vertical para sustentar a cumieira do teto Formas elípticas retangulares ou circulares Coberturas arredondadas que se prolongam até o chão de sapê e piaçava ou cônicas que não chegam ao chão Sem divisões internas e sem demarcação do que é teto e o que é parede com exceção das casasaldeias que são compartimentadas por nichos com biombos UNICESUMAR UNIDADE 1 25 Nas habitações kalapalo as redes de dormir são amarradas nas escoras centrais e dispostas em leque presas a esteios laterais umas sobre as outras os homens dormem nas de cima Ao lado das redes são acesas fogueiras que enegrecem as cúpulas de fumaça e os pertences ficam suspensos ou dispostos em jiraus Em volta das fogueiras são dispostos grandes panelas de barro esteiras cestos e bancos em forma de animais cocos e cuias que servem de cumbucas e panelinhas Alguns desses ferramentais utilizados pelos indígenas extrapolam sua empregabilidade e atendem a quesitos artísticos bancos zoomorfos e pinturas corporais são exemplos de arte indígena reconhecida mundialmente Figura 9 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens Na Figura 9 a há uma fotografia interna com um fundo cinza escuro em de graus com diferentes alturas e disposição Nela há 37 elementos esculturais em madeira banquetas e esculturas talhadas em madeira sendo decorados de diferentes maneiras e de uso utilitário comercial ritualístico e decorativo em forma de animais dispostos nos degraus Na Figura 9 b há uma fotografia tomada do busto de uma indígena de pele parda sendo possível ver apenas o queixo com brincos longos pendurados nas orelhas e uma parte da roupa e uma mão com um instrumento utilizando para pintar Há o desenho feito em formato de ttrês losangos juntos Figura 9 a Bancos zoomorfos b Pintura corporal indígena Fonte Figura a Tirapeli 2015 online Figura b Unsplash 2020 online Ouça nosso podcast arquitetura vernacular um caminho para a susten tabilidade Nele discutiremos como a apropriação e o uso correto dos materiais das técnicas e das tipologias arquitetônicas indígenas tornaram sua arquitetura tão eficiente e como elas podem hoje nos inspirar na busca de soluções sustentáveis 26 Depois desses exemplos de estruturas habitacionais podemos concordar com Almeida 2017 p 19 quando destaca a pouca importância dada às atuações dos índios e o apagamento de suas identidades étnicas construíramse pari passu com a supervalorização do desempenho dos coloni zadores em narrativas eurocêntricas e preconceituosas e que minimizam atuação indígena como de povos ingênuos Veremos mais adiante que os portugueses e colonizadores em geral em especial os jesuítas tomaram emprestado toda expertise do povo indígena no quesito habitar e ocupar o espaço para a partir daí começar a catequização Após a absorção dos conhecimentos dos indígenas pelos portugueses eles passaram a ser dominados escravizados submetidos e explorados o que resultou em uma caboclização e favelização dessa cultura Como correlato da influência arquitetônica indígena na produção contem porânea atual podemos conhecer diversos projetos que se inspiraram nos saberes indígenas em suas construções seja utilizando os materiais como na casa Zunino que vimos na Figura 1 seja nos processos e nas téc nicas construtivas como no espaço Tekôa em Morretes no Paraná seja ainda nas estruturas e em aspectos relacionados ao conforto ambiental como no caso do Centro de Sustentabilidade do SEBRAE considerado em 2018 o edifício mais sustentável das Américas Acesse o QR Code a seguir para saber mais Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 1 27 Então quando fomos descobertos pelos portugueses ou melhor quando eles invadiram o território nacional já habitado pelos indígenas e impuseram um processo de colonização este defi niu uma série de padrões que molda ram e configuraram as cidades do país A arquitetura desenvolvida entre 1500 e 1530 é comumente estabelecida como précolonial e aquela desenvolvida entre os anos de 1530 e 1830 do estabeleci mento dos portugueses à independência da colônia portuguesa como colonial Essa divisão se dá porque até então os portugueses não intencionavam se fixar de forma permanente no país A partir daí se deu a difusão da Ar quitetura e do Urbanismo no Brasil como a conhecemos um braço do que era desenvolvido na Europa no mesmo período porém com materiais dife rentes e mão de obra ineficiente Em meados de 1500 com o impulso das capitanias hereditárias e dos ciclos de produção ouro prata açúcar co meçam a surgir cidades e vilas Você lembra lá das aulas de História o que eram as capitanias hereditárias Desde sua descoberta o Brasil não foi uma terra que os portugueses pretendiam que progredisse Para eles era um país em que se podia extrair tudo e mais um pouco ou seja o período PréColonial é marcado pela ex ploração do PauBrasil por meio da mão de obra indígena que prestava serviços aos portugueses pelo escambo de itens Porém com o tempo essa troca não era mais interessante para os indígenas e os portugueses começaram a ficar com medo de perder suas terras já que estava ficando cada vez mais difícil proteger o país dos invasores ingleses e franceses Então lá em Portugal o rei Dom João terceiro criou a partir de 1530 as capitanias hereditárias e enviou para o Brasil os primeiros donatários com a missão de produzir canadeaçúcar Nesse período muitas vilas e cidades foram fundadas como Salvador que foi a primeira capital do país 28 Além da arquitetura indígena e colonial podemos dizer que a arquitetura no Brasil do século XVI também recebeu grande influência e contribuição da arquitetura africana Os escravizados além das funções realizadas no cotidiano das casas e dos sobrados eram os responsáveis por sua construção que seguia técnicas construtivas também padronizadas usualmente com paredes de pauapique adobe ou taipa de pilão Essa fusão constituiu a arquitetura nacional no entanto em regiões mais lon gínquas em que o Império não exerceu tanta influência uma arquitetura mais brasileira se constituiu O legado da cultura arquitetônica produzida pela mão de obra escrava e com materiais e condições diferentes das europeias definiu essa arquitetura Ou seja a arquitetura produzida aqui nos três pri meiros séculos de colonização aliou a concepção das cidades portuguesas com as técnicas disponíveis e o entendimento dos materiais e sua adequada aplicação no nosso clima construída por uma mão de obra não especializada De início as tipologias arquitetônicas mais desenvolvidas eram as igrejas os palácios os edifícios públicos no geral e as residenciais urbanas e rurais Construções do estilo colonial foram dando formato às vilas e às cidades que vão nascendo a começar O padrão dessas construções era determinado pelas Cartas Régias vindas de Portugal O documento assinado pelo monarca continha as regras gerais para a colônia Dentro das principais características dessas urbes está o alinhamento das edificações às ruas e aos limites dos lotes que eram geralmente estreitos e profundos o que resultou em cidades com ruas também estreitas e rebuscadas e na inexistência de jardins ou áreas verdes REIS FILHO 2000 Quanto às técnicas de construção as casas eram de taipa ou adobe devido ao baixo custo e nas edificações mais requintadas usavase a alvenaria de pedra e barro ou pedra e cal permitindo a cons trução dos sobrados Portanto a moradia do período Colonial se divide em casas térreas e sobrados ambas construções erguidas sobre o alinhamento predial e sem recuos laterais ver Figura 10 Devido à essa configuração a ventilação se dá apenas em um sentido Apesar da rigidez externa a configuração interna apresentava grande variedade As coberturas em duas águas feitas de telhas de barro com am plos beirais varandas e gelosias e outras soluções permitiam maior conforto às nossas temperaturas UNICESUMAR UNIDADE 1 29 Assim como já falamos que os indígenas se preocupam com o conforto térmico os portugueses também buscaram soluções que facilitassem sua vida porque no Brasil se pensarmos de forma geral estamos num clima equatorial ou tropical no qual as variações de temperatura entre dia e noite são superiores que entre o período mais frio e o mais quente do ano e em grande parte das regiões o calor é o elemento do qual mais precisamos nos proteger além da umidade uma grande vilã do conforto Então estruturas leves permeáveis que retiram o calor em excesso e removem a umidade que embolora e mofa qualquer coisa como as indígenas são muito desejáveis ou ainda estruturas como beirais venezianas e telhas de barro como as coloniais Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia tomada à luz do dia de uma rua de ParatiRJ do período Colonial À esquerda vemos uma casa térrea com uma porta marrom com a borda amarela duas janelas com esquadrias brancas também com as bordas pintadas de amarelo e uma porta amarela com a borda marrom Ao lado há um sobrado de duas águas uma voltada para rua e outra para os fundos No pavimento superior há quatro janelas com esquadrias brancas e bordas marrons e no pavimento térreo três janelas e uma porta todas as aberturas alinhadas Ambas as residências são brancas e se encontram rentes ao alinhamento predial como as demais edificações do entorno Ao lado do sobrado vemos um muro baixo com diversas palmeiras e uma sequência de sobrados e habitações térreas assim como na porção direita da foto O céu aparece azulado com algumas nuvens e um complexo montanhoso verde escuro sobre as habitações visto ao fundo Figura 10 Casa térrea ao lado de um sobrado colonial 30 O número de cômodos das residências se eram sobrados ou térreas identificava o poder aquisitivo das famílias As casas térreas possuíam piso de terra batida e os sobrados assoalhos de madeira Caso você queira conhecer mais sobre a história do país mas de forma mais dinâmica sugiro que acesse o link por meio do QR Code a seguir que traz uma curadoria de conteúdo muito bacana o Brasil e sua história por meio do audiovisual com uma lista de mais de 100 filmes nacionais que contam a história do país Os filmes estão divididos por períodos históricos uma forma bem fácil de identificar e conferir conforme o conteúdo do nosso livro avança Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 1 31 Loja Corredor de entrada para residência Salão Quartos Quartos Quartos Sala de estar ou varanda Cozinha e Serviços Descrição da Imagem a figura traz dois desenhos ilustrativos das residências coloniais A figura 11 a traz a configuração de uma planta baixa de um sobrado colonial com a indicação de números com a legenda 1 loja 2 corredor de entrada para residência 3 sa lão 4 quartos 5 sala de estar ou varanda e 6 cozinha e serviços sendo o térreo a figura da porção direita e o pavimento superior a figura da porção esquerda Na Figura 11 b há um croqui de um corte perspectivado ilustrando a fachada externa com três aberturas térreas e isso se repete no pavimento superior com uma varanda A circulação entre pavimentos é indicada pela escada e pelo acesso aos fundos onde os serviçais escravos tinham acesso Figura 11 Planta da baixa de uma residência colonial com dois pavimentos e corte perspectivado Fonte Reis Filho 2000 p 29 a b 32 As casas térreas eram geralmente definidas por uma porta e duas janelas frontais ver Figura 12 e a configuração térrea era reproduzida no pavimento superior sem qualquer tipo de balanço ou reentrâncias Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 12 a traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma residência colonial simples com duas janelas e uma porta janelas com esquadrias brancas e moldura em verde e porta verde com bandeira branca A casa possui duas águas e revestimento cerâmico do chão até o peitoril das janelas na cor bege Ao fundo há uma série de casas e telhados além da copa de árvores A Figura 12 b traz um croqui esquemático com exemplos de plantas simples e seu rebatimento A figura traz o texto rebatimento dos esquemas de plantas mais simples e sobre a perspectiva das casas telhado em duas águas Flechas na frente da perspectiva indicam o modo como é feito o rebatimento das plantas que é possível vêlo na porção direita inferior da imagem Figura 12 a Casa colonial em Ouro Preto b Esquemas de casas térreas simples Fonte Reis Filho 2000 p 31 Os sobrados geralmente configuramse pelo térreo comercial e o pavimento superior residencial sendo estes de posse das famílias mais abastadas que em sua maioria possuíam escravos que ficavam responsáveis por todo o transporte de mantimentos UNICESUMAR UNIDADE 1 33 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma vista de uma rua da cidade de Ouro PretoMG Nela vemos uma série de seis residenciais sendo cinco sobrados e uma residência térrea todas dispostas sobre o alinhamento predial cujo desnível influi no tamanho dos porões das três primeiras residências A residência mais à esquerda possui aberturas com esquadrias em verde e branco e uma borda azul o pavimento térreo se replica no pavimento superior que possui uma varanda e acima deles um sótão com três aberturas e um segundo telhado Na segunda residência há aberturas térreas duas portas e duas janelas enquanto no pavimento superior há apenas três portas todas em esquadrias brancas e amarelas com bordas marrons e uma varanda A terceira casa no centro é térrea com uma porta e duas janelas com esquadrias nas cores branca e azul royal com bordas azulclaro Na casa seguinte é possível ver o telhado de duas águas com três aberturas no pavimento térreo uma porta e duas janelas alinhadas com as três janelas do pavimento superior Diferentemente das duas primeiras essa residência não possui varanda e guardacorpo é bege com esquadrias branca e borda laranja A quinta casa repete o esquema da primeira com sótão um terceiro pavimento e varanda no pavimento superior replicando o esquema do térreo Figura 13 Ouro PretoMG A arquitetura traduzia de forma clara as distinções sociais como já comentamos fosse por meio da tipologia construtiva fosse por meio de detalhes como os ornamentos dos beirais e guardacorpos em ferro fundido No final do período Colonial as fachadas começaram a apresentar revestimentos cerâmicos nos barrados e de forma geral em tons amarelo e azul devido aos pigmentos disponíveis na época e aos vidros nas janelas antes eram utilizadas apenas venezianas e muxarabis 34 Descrição da Imagem a figura apresenta a fotografia em detalhe de um balcão de uma residência colonial com o guardacorpo muito elaborado com formas orgânicas em ferro fundido uma esquadria branca com moldura e relevo em verde e lâmpadas como arandelas suspensas em ambos os lados da porta Figura 14 GuardaCorpo em ferro fundido O telhado é uma característica marcante das casas desse período com duas águas com telhas cerâmi cas de barro em que a água da chuva era escoada para rua e para os fundos do terreno Com o passar do tempo surgiram os telhados de águas furtadas ou camarinhas que eram utilizados para evitar a necessidade de utilizar calhas e rufos bem como colunas para sustentar a extensão frontal do telhado que além de funcionar como apoio desse funcionava também como uma varanda Uma curiosidade em relação às construções do período é que em algumas residências havia as beiras beirais extensão de telhado que avança no exterior e protege a eira que era uma área ou terreno onde grãos ficavam ao ar livre para secar Essa junção deu origem ao ditado popular sem eira nem beira O ditado indica alguém sem poder aquisitivo porque quem não tinha eira nem beira não tinha casa ou fonte de renda UNICESUMAR UNIDADE 1 35 De modo geral durante os três primeiros séculos a padronização das soluções arquite tônicas e urbanas se pautou no modelo português com uma ou outra influência francesa no começo do século XIX apesar das adaptações convenientes ao contexto brasileiro O registro do desenvolvimento da arquitetura nacional pode ser evidenciado na cidade de São Paulo que viu as edificações evoluírem de taipa para concreto armado e estruturas metálicas em seis séculos Pudemos resumir o período Colonial como rigoroso metricamente com esquadrias repetindose paralelos nos pavimentos com ornamentações detalhistas com fachadas com perfis de estuque as bordas pilastras falsas sacadas inteiriças e ornamentos de ferro Pudemos ver que há certos aspectos do ambiente construído indígena que se mantêm intocados e outros que são registros das mudanças que ocorreram devido à miscigenação de raças e costumes e à aculturação que ocorreu quando os portugueses chegaram Apesar de apresentarmos uma preocupação preservacionista desse acervo que aos poucos vai se dissolvendo é preciso que entendamos que esse modo de construir chegou a atuali dade a despeito das fragilidades dessa arquitetura e da manutenção das culturas desses primeiros povos do país e que o estudo das nossas origens arquiteturais assegurará que busquemos produzir soluções projetuais condizentes com nosso contexto ambiental histórico e cultural Ou seja você verá que nossa intenção nesta disciplina não será apenas rever o passado e sim desenvolver importantes referências para a construção de um patrimônio espacial símbolo da cultura nacional A partir do entendimento da arquitetura indígena e colonial pudemos apreender as técnicas construtivas empregadas com base no material e mão de obras disponíveis para atender às condições físicas topográficas e climáticas uma intenção estética demarcada primeiramente pela cultura autóctone e em seguida pela imperial uma determinação dos programas de necessidades impostas pelas regras e normas socioculturais Todas essas informações reunidas nos permitem desenvolver projetos com um enfo que diferenciado Vimos por exemplo que atualmente está se utilizando da tecnologia LoTEK para o desenvolvimento de projetos bioarquiteturais e sustentáveis e em um momento em que essas questões climáticas e ambientais estão em voga olhar para as práticas vernaculares nos ensina a lidar com elas de forma diversa Um exemplo desses é o da casa Zunino que vimos no início da unidade Sugiro que avalie suas prerrogativas e as utilize como correlato em seus próximos projetos adaptando sempre ao seu contexto à interlocução com as comunidades os materiais e as técnicas locais que na extensão de um país como o nosso e com tamanha diversidade pode ser incrivelmente variado reconhecendo assim a força da prática na valorização dos saberes ancestrais e na preservação Isso nos traz uma nova relação con temporânea com nossos bens de importância cultural apoiados na patrimonialização mas também em sua usabilidade como um fator recente e na revisão de nosso enten dimento de que tecnologia avançada vai além de soluções inovadoras universalizantes muitas vezes importadas 36 Após nossa exploração da arquitetura efetivamente brasileira do início da nossa história convido você a refletir e questionarse sobre o conteúdo aprendido Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada MAPA DE EMPATIA Arquitetura Indígena Colonial O que você pensa e sente sobre a valorização da arquitetura Indígena atualmente O que você escuta das críticas ao desmantelamentoda cultura autóctone nacional Como você vê as produções arquitetônicas contemporâneas que retomam características indígenas e coloniais O que você fala e faz em relação à preservação da nossa arquitetura vernacular Quais são suas críticas à aculturação Portuguesa no Brasil Quais são seus elogios aos processos sustentáveis da arquitetura indígena e colonial 37 1 As casas coloniais apresentavam determinadas características projetuais que as definiram como tal de acordo com materiais construtivos empregados definição do programa de neces sidades organização de fluxos soluções de circulação ventilação e iluminação Defina quais afirmações são corretas em relação ao conforto ambiental I Grandes beirais proteção contra o desgaste das paredes e as intempéries em áreas de maior insolação e níveis de chuvas com paredes de taipa de pilão desempenho térmico adequado aos climas brasileiros II Telhado de telha de cerâmica de fácil execução com uma cummeira alta para aumentar o conforto térmico O material apresenta ótimo desempenho no clima do Brasil III Organização do programa de necessidade em setores social íntimo e de serviço sem grandes áreas de circulação essa se dá por meio dos ambientes Ambientes definidos de acordo com a cultura e os hábitos da época capela quarto de hóspedes separado do fluxo interno da casa o alpendre local importante para socialização e lazer área de serviço ao lado da cozinha e com fluxo direto para área externa todos os dormitórios de fácil acesso e visibilidade para sala IV Disposição das aberturas para que haja ventilação cruzada e iluminação natural V Plantas quadradas ou retangulares devido à facilidade na execução É correto o que se afirma em a II III e V apenas b I II e IV apenas c I IV e V apenas d III e V apenas e I e IV apenas 2 O estudo das nossas origens arquitetônicas assegurará que busquemos produzir soluções projetuais condizentes com nosso contexto ambiental histórico e cultural Sobre a arquitetura indígena précolonial e colonial leia as afirmações a seguir I A arquitetura indígena está isolada de todo o contexto da arquitetura contemporânea brasi leira pois a técnica construtiva foi pautada nos recursos locais II A arquitetura colonial se iniciou com o contato dos colonizadores europeus e a tradição construtiva indígena III A arquitetura colonial é aquela específica produzida pelos colonizadores com materiais e mão de obra importados IV A arquitetura indígena é padronizada independentemente da tribo há habitações circulares elípticas e retangulares V A arquitetura colonial indicava o poder aquisitivo de seus proprietários apenas os mais abas tados possuíam sobrados 38 É correto o que se afirma em a I II e IV apenas b I III e V apenas c I II e V apenas d I III e IV apenas e II III e V apenas 3 A extensão territorial do Brasil sugere uma ampla variação climática equatorialtropical po rém de maneira geral em grande parte do país as questões de calor são as que mais temos que lidar evitando as altas insolações e favorecendo a ventilação além da proteção contra chuvas e inundações Dentre as soluções encontradas na arquitetura colonial para atender às proteções do clima identificamos como verdadeira a alternativa a Gelosias beirais e marquises para aumentar a insolação b Impermeabilização azulejos e marquises para proteção das fortes chuvas c Beirais pilotis no térreo e varandas para proteger da insolação d Gelosias pilotis no térreo e beirais para permitir a insolação e Varandas lâminas de mármore e gelosias para melhorar a ventilação 2 Nesta unidade você irá conhecer um pouco mais a arquitetura co lonial entendendo a definição das estruturas urbanas através dos edifícios que as moldaram as edificações civis públicas religiosas e militares No período colonial não havia um princípio ordenador as edificações administrativas e religiosas eram os marcos definidores do traçado urbano e as edificações militares definiam o aspecto protetivo aos avanços colonizadores de outras nações Arquitetura Militar Religiosa Civil Rural e Civil Urbana Colonial Me Jociane Karise Benedett 40 Quando falamos de história da arquitetura e da cidade buscamos através dos resquícios que se man têm vivos desvendar traços das transformações culturais sociais econômicas e políticas pelas quais passaram as sociedades Alguns traçados desaparecem com as transformações e outros permanecem e se sobrepõem às camadas mutantes que conformam as cidades ou seja por uma série de fatores algumas se mantêm mais preservadas que outras deixando aparentes os vestígios do Brasil Colonial As cidades e os núcleos urbanos históricos permitem que vivenciamos expressões próprias desse período histórico e as políticas de ocupação desses núcleos traduzem essas vivências de diferentes formas Por exemplo vamos pensar em Salvador e Rio de Janeiro duas cidades portuárias que foram capitais do país que possuem núcleos urbanos coloniais que hoje são ocupados de maneiras distintas devido à políticas públicas de ocupação diferentes Um Salvador optou por descentralizar os usos e restaurar o Centro Histórico de forma financiada pelo Governo transformando o local num destino turístico e o outro Rio de Janeiro ocupou com usos múltiplos apropriando localmente o espaço com comércios hotéis restaurantes que são frequentados tanto por turistas como por locais Os resultados são considerados antagônicos no Rio o centro atrai a população da cidade que frequenta os espaços públicos e privados nas noites e finais de semana enquanto em Salvador a população local se afastou do centro e deixouo apenas para os turistas que adoram passear naquele espaço que reproduz uma cidade do século XVIII Qual desses sentidos você acha mais interessante Você acredita que ao ocupar o espaço histórico ele será descaracterizado Acha que é importante questionarmos as políticas de proteção ao patrimônio histórico objeto do nosso estudo A reabilitação requalificação e restauração do patrimônio arquitetônico existente depende da viabi lidade do sistema político que o incentiva financia e atua por trás das ações de preservação O desafio é mesclar usos preservando as edificações e o desenho urbano E por que é importante falarmos disso Porque de nada adianta estudarmos a história desse período hoje se daqui a alguns anos as próximas gerações não possam vivenciar esses espaços da mesma forma que nós Claro que não somos todos que podemos ir para Salvador ou para o Rio de Janeiro conhecer esses núcleos urbanos históricos pessoalmente mas a sua preservação confere material de estudo para pesquisadores restauradores historiadores que ajudam a contar nossa história com uma maior riqueza de detalhes Outro ponto que interfere atualmente na vivência urbana é a gentrificação desses centros históricos discussões muito atuais que perpassam o estudo da história da arquitetura e urbanismo brasileiros Sugiro que você leia o artigo de Eloísa Pinheiro Dois Centros Duas Políticas Dois Resultados acessando o QR Code a seguir UNICESUMAR UNIDADE 2 41 Busque outros dois centros históricos tombados que você pode encontrar na lista produzida por Ro mullo Baratto no artigo Dia Nacional do Patrimônio Histórico conheça a lista de conjuntos urbanos tombados pelo Iphan que você pode acessar através do QR Code a seguir Faça a mesma reflexão como estão sendo ocupados hoje esses centros históricos Busque fotos faça anotações e croquis das diferentes estruturas de ocupação em seu Diário de Bordo Em sua pesquisa você deve ter encontrado diferentes perspectivas de preservação do patrimônio histórico colonial Conhecer a história desse conjunto arquitetônico nos permite avaliar sua impor tância na historiografia nacional e na composição e manutenção dos núcleos urbanos Vale refletir dentro de uma perspectiva hodierna quais os impactos da preservação ou não dos centros históricos que vamos estudar mais a fundo nessa unidade a partir dos edifícios que os com põem as Casas de Câmara e Cadeia suas Igrejas Matrizes edificações comerciais conventos e colégios religiosos das mais diversas ordens edificações rurais dos engenhos casasgrandes senzalas etc 42 Durante os primeiros séculos como já comentado anteriormente houve uma aculturação e uma trans culturação resultante do embate de matrizes culturais múltiplas a nativa os indígenas a europeia por tugueses holandeses franceses e a africana escravos Desse embate a cultura portuguesa se tornou hegemônica apesar de sofrer um processo de síntese e adaptação imposto pela resistência do ambiente A história da Arquitetura e Urbanismo brasileira se constituiu da adaptação do repertório arqui tetônico às especificidades locais e se desenvolveu a partir de 3 pontos principais a do Brasil Colônia 15001822 o período do Brasil Imperial 18221889 que inclui variantes da linguagem clássica importadas pelos europeus e o período Republicano 1889presente que se estende até hoje Quadro 1 Essa divisão é dada a partir de marcos históricos e estilísticos com fins pedagógicos Imagine mudarse para um edifício lindo do período colonial com todas suas peculiaridades e particularidades Apesar de lindo para que possa ser utilizado por você hoje é preciso que ele passe por uma boa refor ma Vamos discutir quais os desafios e benesses de preservar o nosso patrimônio histórico Qual a sua opinião É melhor ocupar mesmo que descaracterizando internamente o lugar ou deixar para o poder público ocupar como museu E se essa ocupação não for feita Será que a falta de manutenção é melhor ou pior que uma restauração malfeita UNICESUMAR UNIDADE 2 43 Brasil Colônia 15001822 Império 18221889 República 1889presente Fatos importantes I Descobrimento e colonização II União Ibérica 15801640 III invasão holandesa 16301654 IV transferência da corte e abertura dos portos I Primeiro reinado II período regencial III segundo reinado IV libertação dos escra vos mas ainda eram dependentes I Primeira República 1889 1930 Café com Leite II Era Vargas 19301945 III República Nova 19451964 IV Regime Militar 19641985 V República Nova 1985 até os dias atuais Arquitetura INDÍGENA COLONIAL précolonial Renascentista Barroca Rococó NEOCLÁSSICO ECLÉTICO Neogótico Neobarroco Francês Neomourisco Neocolonial Art Nouveau PROTOMODERNO MODERNISMO PÓSMODERNISMO CONTEMPORÂNEO Quadro 1 Marcos Históricos e Estilísticos da Arquitetura Brasileira Fonte a autora Predominou num primeiro momento no Brasil a ocupação do Nordeste pelos estrangeiros e lá era onde se mantinham as relações com a metrópole europeia no concernente à atividade canavieira Num segundo momento no século XVII houve uma transferência do polo econômico e político para a região sudeste do país e o surgimento dos diferentes ciclos econômicos do ouro do algodão do café e da borracha enfraqueceu o da canadeaçúcar mas ele não deixou de existir Os inícios e os finais desses ciclos historicamente se definem para fins pedagógicos mas se dão concomitantemente 44 OLHAR CONCEITUAL CICLO DO PAUBRASIL iniciouse no início da colonização num processo de exploração que se deu a partir da negociação com os povos indígenas através do escambo até uma tentativa de escravização dessa população o que gerou inúmeros confitos O declínio dessa exploração se deu com a valorização do potencial lucrativo da atividade canavieira já praticada no país CICLO DA CANA DE AÇÚCAR se concentrou no nordeste brasileiro Bahia e Pernambuco sendo os maiores produtores no sistema plantation ou seja grandes latifúndios focados na monocultura produção a partir de mão de obra escrava e exportação O ciclo começou a enfraquecer no fnal do século XVII CICLO DO OURO se inicia no fnal do século XVII e transfere as atenções da colônia para a região sudeste sendo Minas Gerais o ponto focal e jazidas encontradas também em Goiás e Mato Grosso O lucro das minas era explorado tanto pelos donos destas como também pela Coroa Portuguesa que começa a cobrar impostos sobre as riquezas encontradas O declínio desse ciclo foi gerado pelo esgotamento das jazidas CICLO DA PECUÁRIA se inicia no fnal do século XVII e acrescenta pouco à estrutura material da civilização brasileira mas tem um papel importante na integração da nação através da ocupação da região sul Atendia às necessidades crescentes de gado da área mineradora cafeicultora e canavieira da Região Sudeste CICLO DO ALGODÃO se inicia no século XVIII pós revolução industrial até o começo do século XIX e se dá pelo renascimento agrícola gerado pela demanda de algodão na europa e o amadurecimento da indústria têxtil CICLO DO CAFÉ o ciclo do café que fcou conhecido como ouro negro assim como o algodão fcou conhecido como ouro branco iniciou no fnal do século XVIII e teve seu ápice no século XIX sendo nesse período o responsável pela metade do café consumindo mundialmente A produção se dava nas regiões de terra roxa no oeste paulista no Paraná e no Vale do Paraíba e com mão de obra de imigrantes europeus após a abolição da escravatura CICLO DA BORRACHA se dá entre o fnal do século XIX e início do século XX dividido em dois períodos de 1879 a 1912 e de 19421945 na região norte em Manaus Porto Velho e Belém com foco no mercado externo Americano e europeu UNICESUMAR VIRAR PÁGINA PARA VISUALIZAR UNIDADE 2 45 O deslocamento do eixo políticoeconômico gerou uma alteração na rede urbana influenciada pelo processo migratório de Portugal para o Brasil e intraterritorial com a transferência da capital para o Rio de Janeiro que favoreceu os fluxos comerciais e a fiscalização por parte da Coroa e fragmentou o território ficando o extremo Norte correspondente ao Governo do GrãoPará o Nordeste que abrangia do Ceará até os limites do Rio São Francisco o Centro região que gravitava em torno de Salvador o Rio de janeiro que se estendia pelo Sul e finalmente o interior correspondendo à área das Minas Gerais Mato Grosso e Goiás As cidades eram estruturadas em conexões às edificações e acompanhavam o nível do terreno resultando assim em ruas sinuosas e um traçado irregular Os núcleos urbanos tinham uma estrutura administrativa pequena já que sua função basicamente era armazenar a produção até sua exportação enquanto o resto se dava no campo Os senhores dos engenhos eram os únicos que residiam alter nadamente entre o campo e a cidade Os comerciantes fixos nas cidades eram quem detinha o poder econômico nesse espaço BICCA BICCA 2006 Esse traçado irregular das cidades não era fruto de um desconhecimento dos colonizadores sobre urbanismo mas sim fruto de uma vontade militar resultante do surgimento da pólvora pois para a artilharia não convinha que as ruas fossem retas Com o fracasso das capitanias hereditárias a coroa portuguesa deixou a cargo do arquiteto Luiz Dias o plano da capital do governo português na colônia e a demanda foi de uma fortaleza que cercasse a Baía de Todos os Santos para evitar piratas que assolavam toda a costa e somente nesse espaço de muralhas é que havia um traçado ortogonal e conforme a cidade foi crescendo esse tecido foi se acomodando ao relevo BICCA BICCA 2006 46 Se pensarmos agora no processo de fixação dos portugueses no território nacional não há diver sidade tipológica os programas eram basicamente civis de função pública ou privada religiosos e militares Estilisticamente as primeiras arquiteturas importadas tinham influências barrocas e maneiristas estilos praticados na época em Portugal porém mais austeros devido aos diferentes recursos disponíveis materiais e técnicas Fossem as casas e os comércios que vimos na primeira unidade construídos em pauapique adobe cercados de paliçadas para evitar a investida dos indígenas e aventureiros europeus que dis putavam o comércio fossem as posteriores que compreenderam os complexos agroindustriais para atender as atividades econômicas predominantes de então ou seja os engenhos de canadeaçúcar a casagrande a senzala as oficinas as estrebarias etc eram compreendidas dentro da estrutura social baseada na monocultura escravocrata Descrição da Imagem desenho antigo em tons de sépia e azul representando o mar do plano para a cidade de Salvador As inscri ções na parte central acima à esquerda e à direita da imagem estão em francês com uma fonte caligráfica Acima há uma perspectiva que mostra a costa e os morros com edificações ao fundo e duas embarcações no mar à frente Abaixo está a planta com inscrições à esquerda definindo o tipo de planta e a escala inscrições à direita com legendas ilegíveis e o traçado da Vila de Salvador com um centro quadricular e uma costa com estruturas de muralhas hexagonais Figura 1 Vila de Salvador Vue de la ville de St Salvador du coté de la Baye Amédée François Frézier engenheiro militar 1716 Fonte Bicca e Bicca 2006 p 30 UNICESUMAR UNIDADE 2 47 Entre os engenhos houve variação temporal e tipológica Havia os engenhos nordestinos de canade açúcar e os sudestinos de policulturas que serviam para abastecer os viajantes e os núcleos urbanos próximos geralmente localizados em sítios entre o mar e a serra Esses engenhos sudestinos surgiram no início do século XVIII com a ocupação intraterritorial estando alocados por exemplo na Baixada Santista no Rio de Janeiro entre Ubatuba Paraty e Angra dos Reis e entre o caminho que levava a Minas Gerais e se tornaram importantes durante o ciclo do ouro para escoar a produção para Portu gal Neles havia fazendas com trigais produção de azeite produção e fiação de algodão alambiques abatedouros que produziam carne lã banha e ainda aproveitavam o couro e também a produção de telhas e peças em adobe Geralmente eram implantados próximos à água mas de forma a ficarem protegidos e com boa visibilidade para proteção contraataques Descrição da Imagem fotografia tomada à luz do dia Ao fundo um céu sem nuvens e algumas árvores O edifício possui em primeiro plano uma chaminé utilizada na expulsão da fumaça A edificação é composta de quatro águas com as paredes brancas vedadas até a altura do peitoril cerca de um metro e dez centímetros ou um metro e cinquenta centímetros Do lado esquerdo há a extensão de uma das águas e um anexo de pouca altura com uma água própria voltada para frente e uma portinhola verde Os caminhos e o chão são de grama e terra Figura 2 Engenho Salgado Pernambuco Fonte Gomes 2008 p 22 48 Até o início do século XVIII as casasgrandes e as senzalas ficavam distantes entre si as casasgrandes nas porções mais elevadas dos terrenos depois tornaramse interligadas e as plantas antes quadran gulares tomaram a forma de U ou retangular com pátios internos na parte posterior da residência A prática de construir os edifícios individualmente e espaçados entre si favoreceu uma certa autono mia na escolha das técnicas e materiais empregados nas paredes empregouse enxaimel alvenaria de pedra adobe ou tijolos e a taipa Nos telhados eram utilizadas estruturas compostas de madeira revestida com telha cerâmica ou palha e nos pisos térreos tijolos de barro e lajotas no résdochão e nos pavimentos superiores assoalhos de madeira BICCA BICCA 2006 A definição do sistema construtivo dependia da disponibilidade do material na região das posses do senhor de engenho e da estrutura social que variava também de acordo com a distância que separava o engenho da cidade O senhor podia construir uma casa com muitos cômodos ou uma pequena casa provisória na qual residia somente no período da produção do açúcar Descrição da Imagem foto aérea tomada à luz do dia da disposição das edificações em um terreno amplo de um engenho Em primeiro plano aparece a topografia coberta por relva verdeclara Do canto inferior direito em diagonal para o canto superior esquerdo estão dispostas três edificações pequenas e uma série de árvores em seu entorno À esquerda Temos a casagrande com uma estrutura retangular ampla e no canto superior direito a capela ambas brancas Ao fundo há o céu com diversas nuvens e uma série de ondu lações montanhosas com cobertura verdeescuro Figura 3 Engenho Moreno Pernambuco Fonte Bicca e Bicca 2006 p 96 UNICESUMAR UNIDADE 2 49 No conjunto entre as edificações rurais se conformava uma espécie de praça que tinha como funções a vigília as punições aos escravos o trabalho e o lazer Também havia reunião de pessoas no espaço da varanda e vestíbulo da casagrande e na nave da capela e seu entorno Na casagrande havia salas alcovas quartos de hóspedes e cozinhas grandes e as capelas eram um anexo sempre constante As capelas recebiam um maior investimento por seu valor simbólico e por ela ser o coração da vida social dos antigos engenhos As cozinhas usualmente ficavam deslocadas em direção ao terreiro e os apo sentos voltavamse para uma sala central e posteriormente para um pátio interno sempre pensando na proteção contraataques indígenas decorrentes do tráfico ilegal Os engenhos tinham galinheiros chiqueiros currais hortas pomares e um grande barracão que ficava próximo ao rio ou córrego para utilizar a força motriz da água subdividido de acordo com as etapas do processo de produção da cana e também posteriormente do café armazéns caldeiras moenda etc Descrição da Imagem fotografia aérea tomada à luz do dia do complexo rural de um engenho Vemos dispostas ao redor de uma praça central as edificações todas brancas com coberturas de quatro e duas águas O acesso se dá pelo canto inferior esquerdo onde a estrada se vê ladeada por palmeiras que indicam o caminho até o acesso Ao lado do acesso à esquerda há um casebre e à direita as edificações utilitárias com a chaminé ao canto Ao centro numa posição mais alta em relação à estrada temos a capela e a casagrande com uma praça exclusiva com um conjunto paisagístico envolta por uma cerca branca Ao fundo à direita há árvores e vegetação mais densa Figura 4 Engenho Uruaê em Pernambuco Fonte Bicca e Bicca 2006 p 96 50 A B C D Casasgrandes do século XVII Sítio do Mandu século XVII SP Casasgrandes do século XVIII Casagrande do Engenho da Freguesia BA Casa da fazenda do Capão do Bispo RJ Casagrande em Pernambuco Descrição da Imagem em a e b há desenhos esquemáticos do tipo croqui à esquerda a de casasgrandes do século XVII como a inscrição sugere Sítio do Mandu Século XVII SP e à direita b casasgrandes do século XVIII No canto superior direito CasaGrande do Engenho da Freguesia BA no centro Casa da Fazenda do Capão do Bispo RJ e no canto inferior direito casagrande em Pernam buco Na Figura c uma fotografia tomada à luz do dia do estado atual da residência do Capão do Bispo Nela há um morro coberto de gramíneas com uma vegetação arbustiva no canto esquerdo um caminho curvo em aclive até a residência e a residência com sua estrutura quadrada com o porão varanda e escada lateral Na figura d há uma fotografia tomada à luz do dia do estado atual da re sidência do Engenho da Freguesia na Bahia com a estrutura da rampa de acesso a casa grande com três pavimentos e janelas com balcão no terceiro pavimento Ao fundo à direita está a capela Figura 5 a CasasGrandes do século XVII b CasasGrandes do século XVIII c Casa da fazenda do Capão do Bispo RJ d CasaGrande do Engenho da Freguesia BA Fonte Figura a UNIP s d p 3 Figura b UNIP s d p 3 Figura c UNIP s d p 3 Figura d Wikimapia 2023 online UNICESUMAR UNIDADE 2 51 Nas casasgrandes as varandas como comentado anteriormente eram utilizadas tanto para questões de conforto térmico para proteção dos ventos em São Paulo e da insolação excessiva no Rio de Janeiro como para proteção contra intrusos filtrando a entrada de visitantes A B C Descrição da Imagem três desenhos de fachadas com a disposição diferente das arandas A figura a traz uma residência térrea de duas águas com um recuo frontal sustentado por dois pilares que conformam o espaço da varanda A figura b traz uma residência assobradada com a escadaria de acesso lateral e o entorno da fachada como um todo sustentada por seis pilares que conformam a varanda A figura c traz uma residência assobradada com acesso privativo à varanda já que não é possível ver esse acesso na figura Figura 6 Variação tipológica das varandas nas casasgrandes Fonte UP s d online Além da arquitetura civil privada outras edificações com diferentes funções e soluções formais caracterizaram o território brasileiro durante o período colonial Dentre eles as Casas de Câmara e Cadeia onde ficavam os órgãos administrativos da cidade as fortalezas militares cujo caráter defensivo herdado da Idade Média procurava proteger a região contra invasões estrangeiras e as igrejas que além de possuir uma forte presença nas esferas política econômica e social determinaram de forma marcante o ambiente urbano A B Descrição da Imagem Na figura a temos uma fotografia tomada à luz do dia em um dia nublado com muitas nuvens com o céu cinza do edifício da casa de Câmara e Cadeia da cidade de Mariana Temos uma edificação assobradada com quatro águas e uma água furtada no centro No centro também há uma escadaria suntuosa de três lances ladeada por 3 janelas em cada extremidade Há um portabandeiras à esquerda e à direita um obelisco O prédio é branco com esquadrias pilares balcões e ornamentos em cinza A figura b traz um desenho esquemático em tons de sépia da planta do edifício da figura a Nele vemos a divisão de sete compartimentos quatro na porção norte e três na porção sul de diferentes tamanhos e a estrutura da escadaria no centro Ao lado da estrutura da escadaria há inscrições manuscritas ilegíveis Figura 7 a Fotografia da Fachada b Planta da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015 online Figura b Santos 1762 online 52 As casas de Câmara e cadeia sublinhavam o poder da Metrópole sobre a colônia Um povoado ao elevarse à condição de vila tinha em seguida uma casa de câmara e cadeia construída e um pelourinho onde eram aplicados os castigos e punições em frente a ela Costumavam ficar isoladas dos prédios vizinhos e edificadas em meio às praças Nela cumpriamse funções legislativas executivas e judiciárias A construção dos edifícios das câmaras seguia prerrogativas das ordens régias alvarás e cartas de doações vindas de Portugal Seus funcionários eram responsáveis por todas as tarefas práticas relacio nadas à fiscalização das necessidades públicas de melhorias municipais como a construção de estradas calçadas fontes pontes até saúde bem como as atitudes morais e legais dos habitantes a tomada de decisão quanto ao patrimônio público a concessão de terrenos urbanos datas e rurais sesmarias e a punição quando do não cumprimento das normas CAMPELLO 2012 Os edifícios tinham dois andares com acessos a cada andar de forma independente O acesso ao pavi mento superior geralmente era externo ou interno no hall do edifício de forma suntuosa Geralmente eram construídos com materiais mais resistentes do que as casas normais O telhado quase sempre era de quatro águas com telhas um diferencial no período porém diferentemente dos edifícios prisionais construídos em Portugal no Brasil havia uma simplificação abóbadas e decorações de alvenaria mais complexa e a utilização de materiais nobres como granito e mármore não eram utilizados O que foi introduzido nas construções aqui foram os tijolos maciços de barro bastante utilizados CAMPELLO 2012 O térreo era reservado às prisões abrigava os criminosos e o corpo de guarda e o pavimento su perior abrigava o poder administrativo da câmara e do punitivo do júri Em alguns casos o programa também possuía uma habitação para o carcereiro para evitar a fuga dos presos durante a noite e as celas podiam ser divididas por classe social gênero ou gravidade dos crimes Outros edifícios como bancos escolas e hospitais eram edificados conforme as funções econômicas dos núcleos urbanos e geralmente eram vinculados de forma massiva à Igreja Católica A B Descrição da Imagem A figura a traz uma fotografia tomada à luz do dia da fachada do antigo edifício da Casa de Câmara e Cadeia de Goiana Nela em primeiro plano há dois varais de bandeirolas coloridas penduradas à frente da fachada principal Atrás há uma perspectiva cuja fachada está destacada a edificação geral é pintada em amarelo e detalhes de colunatas e esquadrias vigas e balcões em cinza claro A estrutura retangular traz uma simetria nas esquadrias em quantidade formato e tamanho e possui um elemento escultórico de destaque sobre a platibanda no centro sobre um frontão triangular no topo e em ambos os lados A figura b traz um desenho retilíneo da reprodução da planta baixa do térreo da Casa de Câmara e Cadeia de Goiana onde há as inscrições A e B que separam as celas e C onde fica o corpo de guarda e a escada ao centro Figura 8 a Casa de Câmara b Cadeia de Goiana Pernambuco Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008 online Figura b Campello 2012 p 98 UNICESUMAR UNIDADE 2 53 As casas de Câmara e cadeia se fizeram presentes durante todo o período monárquico e imperial deixando de existir como tais apenas na República Já a arquitetura militar era tida como muito impor tante no sentido da necessidade de defender o territó rio de invasões estrangeiras e por esse motivo estava espalhada por toda a costa nacional e com raríssimas exceções no interior do Brasil e somente mais tarde para proteger as novas fronteiras estipuladas pelo tra tado de Tordesilhas MONTEZUMA 2008 Cerca de 15 fortes foram construídos apenas para proteger Salvador e a Baía de todos os Santos entre os séculos XVI e XVIII cerca de 14 no Rio de Janeiro e pelos menos sete em Belém do Pará e a maioria deles ainda se mantém conservada BURY 2006 A localização dessas fortalezas era definida pelo papel que exerceria em relação a outros fortes e povoados A definição da forma e traçado desses recintos for tificados determinavase pelas técnicas bélicas e de artilharia que a região possuía Pólvora e canhões por exemplo fizeram com que as muralhas fossem mais baixas porém mais grossas Todo o processo era muito funcional não havia espaço para expres são artística todos os edifícios eram muito pragmáticos e funcionalistas A maioria dos fortes eram executados por engenheiros militares que por sua vez influenciaram o desenho das futuras cidades Descrição da Imagem A figura a traz uma fotografia aérea tomada à luz do dia do forte dos Reis Magos onde aparece a edificação próxima à costa e a praia de um azul esverdeado e com a espuma branca das ondas cortando diagonalmente a imagem No centro está o forte com seu formato de estrela com as muralhas na cor branca e a cobertura nas cores vermelho e laranja Na porção diagonal esquerda está a estrada de acesso ao forte e a praia com areia bege A figura b traz um desenho esquemático da planta do forte com a estrutura da muralha em formato de estrela e abaixo dela o corte também esquemático que mostra a espessura das muralhas e seu acesso Na porção inferior da imagem encontrase a escala gráfica Figura 9 a Forte dos Reis Magos b Planta e corte do Forte dos Reis Magos Fonte Montezuma 2008 p 9 A B 54 Especialmente interessante é o Forte dos Reis Magos em Natal Rio Grande do Norte que foi construído em 1598 e reparado em 1614 pelo arquiteto Gaspar de Samperes e depois pelo engenheiro Francisco Frias de Mesquita que fez esse projeto e construiu mais de oito complexos de defesa e além disso o mosteiro de São Bento no Rio de janeiro A construção lembra muito a Fortaleza de Jesus em Mom baça na África com sua forma antropomórfica que faz uma referência consciente à estética relativa às proporções inerentes aos conceitos renascentistas fruto das influências italianas A B Descrição da Imagem duas fotografias aéreas do Forte de São Tiago das Cinco Pontas e do Forte Orange Na figura a temos uma fotografia tomada à luz do dia do forte Em primeiro plano temos um viaduto sobre uma rodovia Ao centro está o forte com suas quatro pontas em formato de flecha constituídas por sua muralha branca cujo centro é ocupado por uma edificação quadrada com um pátio interno no qual é possível ver palmeiras O forte é envolto por uma praça cujo recobrimento do solo é de grama e há árvores esparsas por todo o contorno Na figura b temos uma fotografia aérea perspectivada que engloba além do forte a praia em primeiro plano e toda a cidade ao fundo O forte é composto também por quatro pontas em formato de flecha As muralhas são num tom de cinza e há edificações apenas em uma das extremidades do quadrado que compõe as quatro pontas No entorno do forte localizase a praia de areia clara com palmeiras à esquerda Figura 10 a Forte de São Tiago das Cinco Pontas b Forte Orange na ilha de Itamaracá Fonte Figura a Wikimedia Commons 2016 online Figura b Wikimedia Commons 2006 online Essas referências também se aplicam nos Fortes de Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião no Rio de Janeiro Formas menos estruturadas em formato quadrado hexagonal e triangular não tinham nada a ver com senso estético e sim com estratégias e técnicas de guerras Por exemplo as hexagonais e circulares mais raras como o Forte do Mar de São Marcelo eram reservadas para fortes no mar As construções desses fortes eram feitas com materiais aparentemente precários porém as muralhas de taipa de pilão por exemplo chegaram a ser recomendadas pelos militares por absorverem melhor o impacto dos projéteis que as alvenarias de pedra que se degradam com o impacto Além do mais a seu favor a taipa era um material local e de baixo custo Alguns fortes tiveram lajes submersíveis construídas como no caso do Forte dos Reis Magos em Natal construído originalmente em taipa e areia solta mas que não suportou a erosão das águas do mar e teve de ser reconstruído em pedra e cal em 1608 UNICESUMAR UNIDADE 2 55 A B Descrição da Imagem a figura 11 traz fotografias de duas fortalezas construídas em meio ao mar A figura a traz uma fotografia da vista aérea do forte de São Marcelo onde há um trapiche de acesso realizado somente pelo mar e o formato circular de duas estruturas a muralha externa e um centro cilíndrico interno com quatro palmeiras distribuídas no corredor entre as duas estruturas Em volta da estrutura está o mar em tons turquesa e azul escuro e alguns barcos no canto superior esquerdo A figura b traz uma fotografia tomada em um dia nublado com uma montanha ao fundo e em primeiro plano o mar No centro temos o Forte da Laje uma estrutura ameboide com uma espécie de ponte em concreto cumprindo a função de trapiche Figura 11 Forte do Mar de São Marcelo e Forte da Laje Muitos dos fortes e fortalezas do período histórico colonial e de outros períodos da história do país hoje podem ser visitados e tornaramse pontos turísticos atraindo pessoas em diversas cidades como Natal Salvador Recife Rio de Janeiro e outras Veja 10 dos quais permitem acesso e proporcionam vistas incríveis e um passeio pela história Acesse o QR Code a seguir 56 Os edifícios religiosos tinham um grande signifi cado na cultura colonial expunham a recomen dação da Igreja Católica pós Concílio de Trento e durante a Contrarreforma de atrair fiéis perdidos e acrescentar novos inclusive nas novas terras recémdescobertas e por isso detinham maiores preocupações estéticas funcionais e construti vas Segundo Bury 2006 são catalogadas hoje cerca de 405 igrejas católicas sendo dividas em matrizes catedrais conventos e colégios e capelas em sua maioria pertencentes às ordens benedi tinas franciscana e carmelita encontrandose as capelas mais notáveis nas missões fazendas engenhos e ranchos As diversas composições arquitetônicas desses edifícios se originam nas diferentes ordens religiosas que os gerem jesuí tas franciscanos carmelitas e beneditinos cada qual com suas especificidades e programas que se tornavam mais complexos à medida em que eram associados a colégios e conventos A execução das igrejas e sua autoria em sua maioria provinham de arquitetos religiosos ou engenheiros militares e em lugares mais distantes eram de autoria popular BICCA BICCA 2006 A B Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa e outra interna da igreja considerada mais antiga do Brasil Igreja de São Cosme e São Damião em Igarassu Pernambuco A figura a é uma vista externa na qual aparece a estrutura da nave ao centro e a torre sineira à esquerda A igreja é branca com as esquadrias e detalhes das quinas em bege Na torre sineira há três aberturas e uma cúpula e na capela um frontão triangular com a cruz no topo duas aberturas abaixo e duas reentrâncias com esculturas sob a porta A figura b mostra a parte interna da igreja com uma perspectiva em direção ao altar todo em pedra branca com detalhes pinturas e tecidos em tons dourados vermelhos e verdes O piso é vermelho Figura 12 a Igreja mais antiga do Brasil b Igreja de São Cosme e São Damião em Igarassu PE Fonte Google Streetview 2022 online UNICESUMAR UNIDADE 2 57 As edificações religiosas delimitaram geograficamente os núcleos coloniais e denominaram morros e logra douros Num segundo momento a Igreja esteve intimamente ligada à administração colonial sendo depo sitária de documentações e registros oficiais e o bispo detinha poder superior à autoridade administrativa Além da religião católica nenhuma outra prática religiosa era permitida pela coroa No litoral se es tabeleceram as grandes construções como conventos mosteiros capelas e igrejas das ordens jesuíta franciscana carmelita e beneditina e no interior ficavam as construções mais modestas de irman dades e confrarias chamadas leigas que não tinham vínculo direto com o vaticano mas tinham um compromisso espiritual em cuidar dos desafortunados proviam auxílio financeiro ajudavam órfãos e construíram hospitais Novos elementos foram incluídos no programa das edificações religiosas para atrair o público das colônias o púlpito para que se divulgasse a Bíblia na língua local e elementos da fé local como ima gens de santos venerados ali O púlpito ficava afastado do altar onde a missa ainda era celebrada em latim e as imagens eram distribuídas nas naves laterais O Brasil se tornou um laboratório para experiências religiosas sendo sede de uma nova ordem religiosa a Companhia de Jesus que desempenhou um papel desbravador 58 A arquitetura religiosa colonial se classifica em três períodos o primeiro de 1549 a 1649 cujos mar cos são a fundação de Salvador até a reconstrução do Colégio da Bahia quando a coroa se associou à ordem jesuíta para evangelizar e distribuiu por todo o território litorâneo uma série de conventos da ordem Figura 13 e Figura 14 o segundo de 1620 a 1750 quando iniciase a construção de grandes conventos das diferentes ordens religiosas a renovação de pequenas igrejas até sua consolidação da ocupação do interior m exemplo desse período é o Convento Franciscano de João Pessoa Figura 15 e terceiro de 1700 a 1800 com a construção de Igrejas e Capelas leigas no interior com opulên cia e ostentação financiadas pelas riquezas da exploração do ouro em Minas Gerais e reprodução em menor escala de igrejas votivas ou santuários de peregrinação como por exemplo a Igreja de Santa Efigênia em Ouro Preto MS Figura 16 Descrição da Imagem a figura traz uma perspectiva externa da Igreja e Convento de São Francisco em Salvador Em primeiro plano aparece a praça da igreja ladeada por edificações assobradadas históricas em diversas cores Ao fundo está a igreja com a nave central e duas torres uma de cada lado O centro tem o desenho orgânico com volutas e uma reentrância para uma escultura No topo está a cruz Figura 13 Igreja e Convento de São Francisco em Salvador UNICESUMAR UNIDADE 2 59 A B Descrição da Imagem a figura traz duas perspectivas externas tomadas à luz do dia do Colégio Jesuítico dos Reis Magos A figura a traz uma perspectiva externa da estrutura branca com esquadrias azuis do colégio a porção maior da nave da capela com um frontão à porta e três aberturas superiores com um losango curvo ao centro ladeada pela torre sineira A figura b traz uma perspectiva aérea do colégio na qual está a capela a torre sineira e o pátio interno retangular envolto pela edificação assobradada Figura 14 Colégio Jesuítico dos Reis Magos Nova Almeida atual Serra ES Primeiro período Fonte Wikimedia Commons 2011a online e Ipatrimônio 2023 online O Iphan Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tem constituído um dos maio res acervos bibliográficos documentais e iconográficos do Brasil e além do próprio acervo tem desenvolvido em parceria com profissionais mantenedores do projeto beta do IPatrimônio uma plataforma digital um mapa todos os locais imagens realidade virtual panoramas 360º projetos e histórico de diversos patrimônios nacionais Para saber mais acesse os links do QR Code a seguir IPHAN IPatrimonio 60 As plantas das igrejas das confrarias ordens terceiras e irmandades no século XVIII adotaram nave única retangular corredores laterais púlpitos e capelamor anexada à sacristia o pavimento superior abriga as tribunas coro sobre o nártex entrada com acesso às torres sineiras depósitos e consistório corpo principal da Igreja ou nave Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada de baixo para cima da Igreja de Santa Efigênia e de Nossa Senho ra do Rosário do Alto da Cruz Em primeiro plano aparecem as escadarias ladeadas por palmeiras e fechadas por portões de ferro fundido Ao fundo aparece a igreja ladeada por duas torres com uma cruz em cada topo Figura 16 Igreja de Santa Efigénia e de Nos sa Senhora do Rosário do Alto da Cruz Fonte Wikimedia Commons 2011b online Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do Convento de Santo Antônio tomada de um ângulo sobre um detalhe de pedra do entorno Ao fundo há uma edificação em formato triangular com detalhes orgânicos em volutas e três balcões varandas no pavimento superior e quatro aberturas no pavimento inferior A estrutura da nave é ladeada à esquerda pela torre sineira Figura 15 Centro Cultural Convento de Santo Antônio Fonte Wikimedia Commons 2019 online Perto do final do século XVII e com a descoberta do ouro uma nova fase surgiu na arquitetura religiosa das Minas Gerais um decreto régio proibiu as ordens regulares de se instalarem perto das minas e elas foram substituídas pela igreja secular e irmandades e fraternidades UNICESUMAR UNIDADE 2 61 As igrejas coloniais brasileiras do século XVIII evoluíram de naves em planta retangular para formas poli gonais e até mesmo elípticas movimentação dos planos da fachada rompendo a bidimensionalidade dos modelos jesuíticos profundidade na disposição nova de torres e frontispícios A profusão de templos ligados às ordens terceiras confrarias e irmandades estas últimas locais de auxílio a escravos libertos ou fugidos perseguidos pela tirania da Coroa A evolução das tipologias estava imbuída de mais riqueza exuberância e a tridimensionalidade do espaço barroco A arquitetura passou a transitar entre o maneirismo aplicado às fachadas herdado do discurso jesuítico e o barroco aplicado no desenho de plantas decoração de interiores evoluindo rapidamente para a superfluidade do rococó das cortes francesa e bávara Descrição da Imagem a figura traz uma foto com a imagem do convento e da ca pela da Ordem Terceira de São Francisco À esquerda temos o convento e ao fundo a estrutura do convento À direita temos a capela ladeada pela torre sineira Ambas as estruturas possuem frontões rebuscados com estrutura orgânicas e volutas Figura 17 Convento e Capela da Ordem Ter ceira de São Francisco Marechal Deodoro AL Fonte UNIP s d p 33 Descrição da Imagem a figura 18 traz três desenhos esquemáticos envoltos por três quadrados chanfrados nos cantos em linhas pontilhadas com uma seta direcional entre eles No primeiro quadrado temos uma fachada de base quadrada e topo triangular com um frontão e volutas em ambos os lados de forma simétrica No segundo quadrado uma evolução formal com base quadrada duas torres sineiras nos cantos uma torre com uma cruz no centro e volutas fazendo um acabamento No terceiro uma base baixa retangular e a parte superior triangular e com formas orgânicas e a torre sineira separada da nave Figura 18 Transformações da arquitetura religiosa Fonte Messias 2020 p 25 62 Veremos que os primeiros anos do século XVII e XVIII até a Proclamação da República em 1889 ainda pertencentes ao período colonial são facilmente incorporáveis ao século anterior com a continuidade das soluções arquitetônicas e urbanísticas que caracterizaram o período porém com as variações estilísticas em voga na Europa Vimos nesta unidade que a incorporação e a aculturação da arquitetura europeia pela sociedade brasileira influi ainda hoje nas nossas cidades Temos remanescentes históricos que a depender das soluções de preservação incorporadas definem a nossa paisagem atual Consultando o QRCode a seguir você poderá ter acesso a um manual de Elaboração de Projetos de Restauro e preservação disponibilizado pelo Iphan e pode identificar qual seria sua forma de atuação se convidado a restaurar ou recuperar uma área colonial estudada por nós nesta unidade UNICESUMAR 63 Após nosso estudo do avanço da ocupação colonial costeira até a intraterritorial com a definição das urbes e vilas e as edificações que as compunham civis militares e religiosas convido você a refletir e questionarse sobre o conteúdo aprendido Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e reflexões ARQUITETURA COLONIAL Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos 3 itens cada Fonte a autora 64 1 Os núcleos urbanos tinham uma estrutura administrativa pequena e a ocupação do território nacional iniciouse do litoral para o interior Com relação aos traçados das cidades no Brasil Colonial analise as afirmativas a seguir I Sob a influência da engenharia militar acentuouse a preferência pelos traçados ortogonais nos projetos das povoações coloniais II Na aparente desordem dos traçados das cidades coloniais existe uma incoerência orgânica e uma autonomia formal III Os traçados das cidades coloniais que inicialmente apresentavam perfeita regularidade foram se tornando irregulares devido ao aumento populacional IV As cidades mineiras eram melhores estruturas que as litorâneas devido ao lucro das minas V As estratégias militares exigiam traçados irregulares para facilitar a defesa das cidades Estão corretas as afirmativas a I e II apenas b I II e III apenas c I e III apenas d I II e V apenas 65 2 A arquitetura brasileira apresentou desde o tempo da Colônia até o século XIX poucas al terações no que se refere à tipologia construtiva e materiais empregados nas construções Correlacione as técnicas construtivas aos seus materiais de constituição e modos de fazer I Taipa de pilão II Pauapique III Enxaimel a Estrutura de madeira que articulada horizontal vertical e inclinadamente forma um conjunto rígido e acabado através do encaixe dos caibros de madeira b Alvenaria maciça executada com barro socado no interior de formas de madeira similar às que hoje se utiliza para a confecção de vigas de concreto c Alvenaria de vedação construída com uma malha de madeira preenchida com barro jogado e apertado com as mãos Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA a Ib IIc IIIa b Ib IIa IIIc c Ic IIb IIIa d Ia IIc IIIb 66 3 Na arquitetura de caráter vernacular com predominância no meio rural brasileiro foi lar gamente utilizado um processo construtivo conhecido como taipa de mão Esse processo é caracterizado a pelo enchimento de forma disposta na horizontal com argamassa de cimento cal e areia e depois colocada a prumo b pelo enchimento de uma espécie de gradeamento vazado de madeiras varas bambus ou caules de arbustos com barro amassado c pela compactação do barro através de um pilão entre tábuas ou taipas mantidas a prumo por meio de travessas e cavilhas d pela aplicação de uma argamassa à base de cal virgem nos vazios de uma alvenaria de pedra de mão e pela aplicação de uma argamassa de cimento e areia para preencher os espaços vazios de uma estrutura 4 No que diz respeito à política urbanizadora durante o período colonial brasileiro assinale a alternativa CORRETA a Foi um conjunto de critérios para controlar o processo de urbanização e sempre foi parte da política colonizadora b A partir de 1549 com a criação do Governo Geral e a fundação de Salvador a Metrópole passa a criar cidades em capitanias que reverteram a Coroa c Nas cidades que fundava a administração portuguesa contava com a assistência técnica de mestres construtores e arquitetos ou engenheirosmilitares d Havia duas formas de atuação uma simples para as vilas e outra com padrões técnicos para as cidades da Coroa 3 Nesta unidade identificaremos a arquitetura dos períodos Colonial e Imperial do Brasil por meio dos remanescentes dos movimentos importados da Europa Barroco Rococó e Neoclássico Definiremos características padrões materiais e técnicas construtivos emprega dos que constituem esses estilos e definem a historiografia brasileira do Brasil Colonial entre os séculos XVII e XIX Arquitetura Imperial Arquitetura Neoclássica e suas influências Me Jociane Karise Benedett 68 Voltar no tempo e reconhecer a importância das edificações enquanto representações estilísticas é muito importante e preserválas é necessário Porém a escolha de como isso é feito como já mencionamos anteriormente é uma escolha política Atualmente as obras de restauro mesclam as perspectivas e usos atuais preservando a originalidade dos materiais e do estilo do autor A pinacoteca do estado de São Paulo é uma obra do século XIX que foi construída para receber o Liceu de Artes e Ofícios em 1882 uma iniciativa para instruir a mão de obra da época que depois foi adaptada em 1905 pelo arqui teto Ramos de Azevedo para receber as obras de arte que constituíram a Pinacoteca Desde quando foi inaugurado o prédio foi acometido por diversas ações ofensivas e transformações inadequadas além do descaso por falta de manutenção goteiras entupimentos etc quando deveria ser preservada A obra considerada neoclássica recebeu em 1998 uma atualização produzida pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha que teve como foco a melhora na distribuição e sucessão dos espaços a circulação dos visitantes a luminosidade produzida com os recursos arquitetônicos projetados e a manutenção das características inerentes ao período construtivo Agora perguntolhe você consegue identificar apenas com o ano da construção a qual período ela pertence Quais características identificam nesse caso que a construção se trata de uma obra arquitetônica neoclássica A B Descrição da Imagema figura apresenta duas fotografias tomadas à luz do dia uma externa e outra interna da Pinacoteca do estado de São Paulo A Figura 1 a tratase de uma fotografia externa frontal do edifício da Pinacoteca Em primeiro plano há uma fonte com o chafariz ao centro Ao centro há o frontão com o acesso definido pela escadaria quatro colunatas em cada lado nos dois pavimentos e nos cantos janelas duas no pavimento superior e uma no térreo em ambos os lados No canto direito há uma árvore A Figura 1b apresenta uma fotografia interna que mostra o vão coberto com uma estrutura de vidro os três pésdireitos constituídos de aberturas e colunatas de tijolinhos vermelhos e uma passarela de aço liga os dois lados da edificação Figura 1 Pinacoteca do estado de São Paulo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015a online Figura b Wikimedia Commons 2016a online A identificação dos períodos históricos e estilísticos é marcada por características construtivas que muitas vezes são tão discretas que é impossível dizer com certeza que pertencem a um ou outro No período Colonial com a vinda da coroa Portuguesa para o Brasil que chamamos aqui de período Imperial as construções eram feitas na maioria das vezes por mão de obra escrava Com a vinda da corte e a necessidade de estruturação de uma vida cultural local técnicas materiais e mão de obra começaram a ser importados Entre os séculos XVIII e XIX os europeus radicados no Brasil impor UNICESUMAR UNIDADE 3 69 taram o Barroco com sua dramaticidade o Rococó com sua elaboração decorativa e o Neoclássico com seu requinte e sobriedade Esses adjetivos que citei podem ser percebidos no rebuscamento das formas e estruturas curvas no Barroco no uso de afrescos e cores pastéis nos interiores no Rococó e nas linhas retas e no uso de elementos clássicos como os frontões no Neoclássico Sugiro que você pesquise sobre a obra de restauração apresentada e identifique as características originais do edifício que o constituem como obra neoclássica Faça esboços e croquis produzindo um resumo Utilize seu Diário de Bordo Definir que estudaremos apenas um estilo em cada uma das unidades nos deixaria engessados e presos a uma divisão didática ilusória A transição entre estilos e movimentos arquitetônicos entre os séculos XVII e XIX no Brasil deuse de maneira progressiva e síncrona por isso é importante refletir e ter os elementos característicos principais registrados Anoteos no seu Diário de Bordo e faça esquemas gráficos para deixar registrados e voltar nas anotações sempre que necessário No final do século XVII e início do século XVIII a rotina colonial e a ocupação portuguesa no Brasil sofreram mudanças expressivas a vida urbana se intensificou a comunicação com a Europa e a valori zação do luxo e do conforto importados de lá aumentaram e as riquezas em solo nacional definiram o 70 cenário ideal para o Barroco O Barroco o Rococó e o Neoclássico se fizeram presentes nesses séculos e a transição entre eles é tema de debate ainda hoje Como vimos na segunda metade do século XVI várias igrejas foram erigidas dentro do que hoje se define como Barroco de influência portuguesa francesa italiana e espanhola em suas fachadas e frontões mas a produção do Barroco nacional ocorreu no século XVIII com a exploração do ouro em Minas Gerais já com certa inclinação ao Rococó O Barroco surgiu na Europa por vol ta do ano de 1600 em virtude de con flitos religiosos enquanto no Brasil começou tardiamente com um século de atraso A igreja Católica vinha per dendo espaço para o movimento pro testante e encontrou na arquitetura um meio de atrair novamente a atenção e a confiança dos fiéis Por meio de cons truções que transmitissem grandiosida de por meio de artifícios de imaginação e fantasia dramatização e teatralização das expressões arquitetônicas construí ram um sedutor discurso de alto teor retórico dirigido às massas para influenciar um comporta mento adequado de apoio e subordinação às estruturas de poder O Barroco surgiu no país junto aos jesuítas então está completamente vinculado à religiosidade A maioria das edificações do estilo apresenta elementos de exaltação da fé católica e diversas obras de arte sacra As principais e mais conhecidas obras sacras do período Barroco foram construídas com técnicas e materiais simples pau a pique bambu e madeira e apenas com o tempo foram sendo substituídos pela alvenaria O exterior simples e o interior rebuscado sinalizavam uma virtude cristã tida como necessária pela Igreja BICCA BICCA 2006 Descrição da Imagem a figura traz uma fotogra fia tomada à luz do dia da edificação Convento Santo Antônio do Cairu na Bahia A fotografia traz em primeiro plano o caminho de acesso à edificação em pedras ladeado à esquerda por um gramado Ao centro sob uma estrutura de pedra há uma cruz na cor vermelha Ao fundo há a edificação estruturada com a base retangular com cinco aberturas em arco e sobre ela uma estrutura triangular composta por dois pavimen tos um com três aberturas retangulares com um frontão triangular curvo sobre cada um e o outro com uma reentrância sob a qual há uma escultura de Santo Antônio Nos três pavimen tos há volutas e pináculos nos cantos Atrás à esquerda há a torre sineira Figura 2 Convento Santo Antônio de Cairu na Bahia Fonte Wikimedia Commons 2015b online UNICESUMAR UNIDADE 3 71 A obra precursora do estilo foi o Convento e Igreja de Santo Antônio Cairu desenvolvida pelo frei Daniel de São Francisco ver Figura 3 A B C D Descrição da Imagem a figura traz quatro fotografias da Basílica de Nossa Senhora do Carmo em RecifePE A Figura 3 a traz uma perspectiva externa na qual é possível ver a estrutura de duas torres a da esquerda uma torre sineira ao centro a estrutura de um frontão triangular curvo e a torre da direita com altura inferior à altura do frontão A Figura 3 b traz um detalhe do altar com detalhes em talha dourada nas cores azulclaro bege e amadeirado Na Figura 3 c há um detalhe de uma das paredes com um mural em azulejos nas cores azul e branco com um desenho de uma moldura rebuscada e com formas curvas ladeadas por uma espécie de alto relevo de um vaso de flores brancas à direita e a representação de uma cena sacra ao centro A Figura 3 d traz uma visão interna expandida na qual é possível ver a nave central da Basílica e seu teto com o altar da Figura 3 b ao fundo O teto abobadado possui detalhes dourados e azulceleste Há balcões no pavimento superior e estruturas de confessionário ladeando os bancos e o caminho central até o altar Figura 3 Basílica de Nossa Senhora do Carmo em RecifePE Fonte Figura a Wikimedia Commons 2020 online Figura b Wikimedia Commons 2015c online Figura c Wikimedia Commons 2016b online Figura d Wikimedia Commons 2016c online 72 A arquitetura portuguesa influenciou fortemente a produção barroca no Brasil inserindo elementos bastante utilizados como a azulejaria ver Figura 3 c até a produção brasileira assumir suas próprias características No Brasil o Barroco influenciou diretamente no desenvolvimento do plane jamento urbano tendo como centro das atenções o estado de Minas Gerais pela intensa movimentação econômica gerada pela mineração O auge do movimento foi no chamado Século do Ouro XVIII O maior acervo de arquitetura barroca do país se encontra nas cidades de Ouro Preto Diamantina Mariana e São João Del Rei A primeira vila da região foi Ouro Preto então chamada Vila Rica Os artistas da região aurífera utilizavam madeira pedrasabão e claro ouro para fazer as decorações e estátuas que compunham as edificações O Barroco preservava a irregularidade o uso do movimento de linhas sinuosas e decoradas com pinturas extravagantes e ornamentos com detalhes minuciosos brilhantes e irreais que despertavam a emoção de quem observava a obra Esse aspecto cenográfico do Barroco tinha a intenção de levar os fiéis a um espaço celestial assegurandolhes uma vida diferente da realidade fora daquele ambiente BICCA BICCA 2006 As edificações do período eram pintadas com cores fortes ver Figuras 3 d e 4 b seus telhados eram compostos de muitas águas e as estruturas das paredes eram feitas de pedra e cal taipa ou adobe A B Descrição da Imagem a figura apresentas duas fotografias do Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro Na Figura 4 a há uma fotografia externa tomada à luz do dia Em primeiro plano há o piso e dois canteiros à esquerda com mudas de árvores A fachada do Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro segue o estilo Maneirista do projeto original Ela possui um corpo central com três arcos de entrada e um frontão triangular A entrada é flanqueada por duas torres que são coroadas por pináculos piramidais A Figura 4 b apresenta uma fotografia interna do Mosteiro com o piso quadriculado em preto e branco com colunas entalhadas em tons vermelho e marrom com detalhes dourados Figura 4 Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro Fonte Figura a Wikimedia Commons 2016d online Figura b Wiki media Commons 2016e online UNICESUMAR UNIDADE 3 73 Até a metade do século XVIII o estilo já tomava conta das fachadas não só de igrejas mas também de alguns palácios sobretudo nas regiões Sudeste e Nordeste do país sempre respeitando a religiosidade im posta pelo movimento Em seguida passou a dividir espaço com o estilo Rococó que procurou aliviar um pouco a exuberância do Barroco com cores e linhas mais suaves transmitindo sensibilidade no interior das construções com a manipulação da luz crostas douradas aplicadas sobre superfícies brancas ou carmins e espaços sem surpresas ver Figura 4 b USP 2023 As igrejas de Nossa Senhora do Rosário ver Figura 5 em Ouro Preto e o mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro ver Figura 4 são alguns exemplos No Mosteiro de São Bento o ambiente Barroco é projetado internamente com o uso da talha bar roca dourada em estilo português com motivos foliares anjos e pássaros e a figura dinâmica virgem no retábulomor A aplicação do estilo Rococó em edificações religiosas foi uma exceção brasileira na Europa o referido estilo não tinha nenhum vínculo com a religiosidade Um exemplo de arquitetura religiosa no estilo é a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em SalvadoBA ver Figura 5 e 6 A fachada construída pelo mestre de obras Caetano José da Costa em 1780 tem estilo Rococó O retábulo por sua vez data de 1871 aos moldes neoclássicos do entalhador João Simões F de Souza A B Descrição da Imagem a figura apresentas duas fotografias tomadas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em SalvadorBA uma interna e outra externa Na Figura 5 a há uma perspectiva externa lateral da igreja na qual é possível ver em primeiro plano a rua de pedras com duas mulheres de lado aproximandose da igreja a estrutura do muro baixo com um gradil também baixo e três degraus de escada para o acesso A igreja está pintada em azul com um detalhe em azulejaria central as esquadrias das portas em verde escuro e as bordas esculpidas em pedra A igreja é sistematizada com duas torres sineiras e um frontão curvo com uma cruz no topo A Figura 5 b traz uma vista interna do altar que mostra uma decoração elaborada com curvas volutas em tons verde vermelho e dourado Nas laterais do altar há dois balcões com cortinas vermelhas presas nos cantos Há tecidos roxos dispostos sobre o altar Figura 5 Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em SalvadorBA Fonte Figura a Wikimedia Commons 2018a onli ne Figura b Wikimedia Commons 2019a online 74 Essa mistura gerou obras arquitetônicas que estão presentes em várias cidades do país sendo Minas Gerais com os artistas Antônio Francisco de Lisboa o Aleijadinho escultor e arquiteto que ficou famo so por suas obras em pedrasabão e Manuel da Costa Ataíde o Mestre Ataíde e Francisco Xavier de Brito os maiores representantes da arte e arquitetura no período Todos conquistaram a fama quando o período aurífero de Minas estava em decadência com obras que apresentavam riqueza de detalhes rebuscamento e uso do ouro apenas como recurso decorativo Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia interna da Igreja Matriz de Catas Altas em Minas Gerais Nela há o esquema cromático desenvolvido no teto e nas paredes laterais O teto em madeira em tons de madeiramento claro azul branco e vermelho está distribuído nos entalhes e detalhes esculturais Os bancos em tons mogno complementam a imagem a nível do observador Figura 6 Talha Rococó da Igreja Matriz de Catas Altas em Minas Gerais Fonte Wikimedia Commons 2011a online A Figura 7 traz esquematicamente a evolução das tipologias religiosas cronologicamente dentro do movimento Barroco a partir do amadurecimento das técnicas e da adaptação da mão de obra devido a fatores geográficos influências e mesmo disponibilidade de materiais que resultaram em plantas curvilíneas que evoluíram o Barroco brasileiro para além das decorações internas mas também na concepção arquitetônica BICCA BICCA 2006 UNICESUMAR UNIDADE 3 75 O esquema 1 de formas retangulares e paredes planas é distribuído conforme a tradição barroca nártex ladeado ou não por torres sineiras nave principal com capelas laterais intercomunicáveis ou não altarmór ladeado pela sacristia e consistório com corredores laterais ligando estes últimos às torres e ao nártex O esquema 2 é o que podemos ver nas Igrejas Nossa Senhora do Carmo ver Figura 8 São Francisco de Assis e Nossa Senhora da Conceição em Ouro Preto nas quais o corredor lateral é encurtado ladeando apenas a área do altar e presbitério que se aprofundam muito Os altares laterais desaparecem ou ficam embutidos ou projetados das paredes laterais A sacristia deslocase para trás e o consistório fica acima desta última COISAS DA ARQUITETURA 2012 1 Nártex ou Galilé 2 Torre Sineira 3 Nave 4 Presbitério e Altar Mór 5 Consistório 6 Sacristia 7 Corredor Lateral 8 Capelas laterais Descrição da Imagem a figura traz três desenhos esquemáticos que representam as tipologias formais das igrejas barrocas com suas partes identificadas por meio de uma legenda No esquema 1 há uma estrutura geral retangular composta por 1 nártex ladeado por duas torres sineiras quadradas 2 uma grande nave 3 ladeada por duas capelas laterais 8 e com corredores laterais do tamanho da nave 7 Ao fundo no centro há o presbitério 4 ou altarmor na lateral direita o consistório 5 e na lateral esquerda a sacristia 6 No esquema 2 há a estrutura ainda retangular mais alongada com as torres sineiras redondas 2 a nave quadrada 3 seguida do nártex 1 e anterior ao presbitério 4 que é ladeado por dois corredores laterais 7 Ao fundo dividemse o consistório e a sacristia 5 e 6 No esquema 3 vemos a alteração das formas retangulares para circulares no nártex 1 ladeado por torres sineiras 2 seguidas da nave e anteriores ao altarmor 4 ladeado por corredores laterais 7 mesmo esquema que o 2 porém com formas circulares Figura 7 Esquemas das tipologias religiosas barrocas Fonte Coisas da Arquitetura 2012 online 76 O terceiro esquema é o da dupla oval semelhante ao segundo no posicionamento das peças porém com a nave oval com templos menores de igual suntuosidade interna paredes curvas também com o altar mais profundo e com o consistório acima da sacristia É o caso das Igrejas Nossa Senhora da Glória do Outeiro no Rio de Janeiro e Nossa Senhora do Rosário em Ouro Preto ver Figura 9 cuja autoria é atribuída a Antônio Pereira de Sousa Calheiros e a construção a José Pereira dos Santos de São Pedro dos Clérigos de Mariana COISAS DA ARQUITETURA 2012 BURY 2006 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa da Igreja Nossa Senhora do Carmo tomada em um dia ensolarado de longe Em primeiro plano há as elevações das edificações do entorno ladeando uma via sinuosa com uma fileira de carros no sentido oposto ao da igreja Há a escadaria e no topo a Igreja Nossa Senhora do Carmo cuja nave é retangular e as torres sineiras cilíndricas Figura 8 Igreja Nossa senhora do Carmo Fonte Wikimedia Commons 2017a online UNICESUMAR UNIDADE 3 77 O estilo Barroco predominou até o fim do século XVIII quando em 1763 ocorreu a transferência da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro a fim de facilitar o escoamento da mineração Nesse período a família real portuguesa se instalou no Brasil e o Estilo Neoclássico começou a ser introduzido A B C Descrição da Imagem a figura apresenta três fotografias uma externa e uma interna da Igreja Nossa Senhora do Rosário em Ouro Preto e um desenho esquemático da planta dos dois pavimentos dessa igreja A Figura 9 a traz uma foto de uma perspectiva externa tomada em um dia nublado na qual é possível ver em primeiro plano a via de acesso e três degraus baixos direcionando à entrada A Igreja é composta por uma estrutura de nave nártex torres sineiras e altarmor cilíndrica e curvilínea A Figura 9 b traz uma pers pectiva interna da Igreja em grande parte em tons branco e bege direcionando a perspectiva para o altar com capelas laterais com esculturas de santos estruturadas a nível do observador e bancos em mogno distribuídos com um corredor central A Figura 9 c traz um desenho esquemático das plantas identificando cada parte por números nos dois pavimentos1 Galilé 2 Nave 3 Presbitério 4 Altar 5 Retábulo 6 Corredor Lateral 7 Coro 8 Púlpito 9 Sacristia 10 Consistório e 11 Tribuna Figura 9 Igreja Nossa Senhora do Rosário em Ouro PretoMG Fonte Figura a Wikimedia Commons 2009 online Figura b Wikimedia Commons 2015d online Figura c Coisas da Arquitetura 2012 online A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias externas da Basílica Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas MG A Figura 10 a traz uma perspectiva geral da fachada frontal da Igreja na qual é possível ver a estrutura do muro em que estão locadas as esculturas desenvolvidas em pedrasabão de figuras humanas masculinas produzidas por Aleijadinho A Figura 10 b traz em destaque de forma mais próxima as esculturas Em primeiro plano há uma de frente e duas de lado e ao fundo há a região montanhosa onde está inserida a Igreja Figura 10 Basílica Senhor Bom Jesus de Matosinhos Fonte Figura a Wikimedia Commons 2014a online Figura b Wikimedia Commons 2007a online 78 Para fugir das perseguições de Napoleão Bonaparte a corte chegou ao Brasil em 8 de março de 1808 Com sua chegada o Rio de Janeiro se tornou o principal centro urbano do país O estilo Neoclássico veio atender à necessidade de construir novos prédios públicos com o requinte e a beleza para compor a infraestrutura daquela nova corte DUARTE HORA GODOY 2022 Na Europa o Neoclassicismo era uma resposta aos exageros estilísticos do Barroco e do Rococó com a retomada dos modelos classicistas gregos e romanos e no Brasil as edificações no estilo tratavamse apenas de construções mais refinadas Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada em um dia ensolarado do Palácio dos Leões no Maranhão Em primeiro plano sobre pedestais está distribuída na fachada frontal uma série de esculturas de leões ladeadas por luminárias cujas bases possuem esculturas de pássaros Atrás dessas esculturas há a estrutura do edifício simétrico com um balcãovaranda ao centro com esquadrias no pavimento superior com frontão no contorno e a cobertura com platibanda e as paredes com frisos em baixo relevo Figura 11 Palácio dos Leões no Maranhão Fonte Wikimedia Commons 2006a online Quando a família real e a missão francesa se instalaram no Rio o cenário cultural se estabeleceu e artistas como Jean Baptiste Debret pintor e desenhista francês Johann Moritz Rugendas NicolasAntoine Taunay pintor de paisagens e os arquitetos Grandjean de Montigny e Louis Vauthier começaram a produzir no país Debret foi um dos artistas da Missão Artística Francesa que se destacou por registrar em suas pinturas o cotidiano da corte portuguesa no Brasil e a realidade brasileira e Montigny por projetar os edifícios de maior destaque no período Museu Nacional de BelasArtes 18371838 e a Escola de Belas Artes 1826 UNICESUMAR UNIDADE 3 79 O arquiteto francês Auguste Grandjean de Montigny foi o responsável pelo projeto da Academia Im perial de BelasArtes e por trazer forte influência francesa percebida em construções como o Palácio Imperial em Petrópolis projetado por Júlio Frederico Koeler 18041847 e concluído pelos arqui tetos Joaquim Cândido Guillobel 17871859 e José Maria Jacinto Rebelo 18211871 o edifício da Santa Casa da Misericórdia 1852 o antigo Hospício Pedro II 1852 de Domingos Monteiro e José Maria Jacinto Rabelo 18211871 com intervenção de Guillobel e os Palácios do Itamaraty do Catetinho e da antiga alfândega onde hoje funciona o Centro Cultural Casa FrançaBrasil construídos no período de meados do século XVIII até final do século XIX após o Rio de Janeiro tornarse capital A B Descrição da Imagem a figura apresenta três figuras A figura 12 a traz um desenho esquemático da planta e da fachada principal do Edifício da Academia Imperial de Belas Artes A planta retangular tem um acesso hall curvilíneo estrutura central com dois pavi mentos definidos por um frontão e colunas jônicas Dividido simetricamente com nove esquadrias em cada lado A Figura 12 b traz o frontão remanescente do edifício demolido com o acesso curvo e as colunas jônicas acima que se encontra no Jardim Botânico do Rio de Janeiro Em primeiro plano há o caminho de acesso ladeado por palmeiras imperiais e vegetação ao fundo A Figura 12 c traz uma fotografia de uma perspectiva aérea da edificação do Museu Nacional de Belas Artes e seu entorno próximo Nela há a estrutura retangular da edificação com chanfros circulares em ambas as pontas com uma cúpula quadrada central e claraboias em ambos os lados e um frontal central no acesso A edificação possui quatro pavimentos e uma escadaria alta de acesso necessária devido ao porão alto A calçada e as vias do entorno são bastante vegetadas com árvores em ambos os lados Figura 12 a Planta e fachada da Academia Imperial de Belas Artes b Frontão preservado atualmente locado no Jardim Botânico c Museu Nacional de Belas Artes Fonte Figura a Wikimedia Commons 2011b online Figura b Wikimedia Commons 2016f online Figura c WikiRio 2018 online C 80 O estilo passou por um período de reconhecimento e celebração no contexto da Independência e foi consagrado pelos imperadores Dom Pedro I 18221831 e D Pedro II 18311889 sendo amplamente divulgado com a inauguração da Academia Imperial de Belas Artes em 1826 PECLY ARAÚJO 2014 O estilo teve grande aceitação no país embora tenha sofrido resistência por parte dos intelectuais artistas e arquitetos portugueses na época devido às relações culturais com os franceses no Rio de Janeiro DUARTE HORA GODOY 2022 O Neoclassicismo se embasou na apropriação de forma sóbria equilibrada e simples da linguagem arquitetônica grega e romana e se identificou com essa retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação ao estilo Barroco não só como a retomada de um apelo estético mas também como uma função estrutural na articulação dos edifícios FRANCISCO 2013 O olhar voltado ao Classicismo veio com a missão de aperfeiçoar as técnicas de construção por aqui no momento em que a classe média começava a surgir porém ainda era escravagista Por isso a partir das vivências notouse uma qualificação da mão de obra apesar de essencialmente escrava Esse período foi o auge da importação de materiais como granito e mármore e de novos revestimentos para compor as fachadas Como as edificações eram mais modestas os custos eram menores ainda que volumosos para a realidade brasileira limitandose portanto a empreendimentos isolados públicos ou privados sendo a maior dificuldade dos revivalistas sem dúvidas adaptar os cânones clássicos às demandas da arquitetura da época como bancos igrejas fazendas e residências A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 13 a traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma perspectiva lateral externa da edificação do Palácio Imperial em Petrópolis Nela há a estrutura base do edifício com um pavimento e porão com diversas esquadrias distribuídas simetricamente pela extensão do edifício Na porção central há o acesso conformado por uma escadaria dois pavimentos definidos na porção superior pela platibanda e um frontão no centro com esquadrias simétricas e alinhadas às do pavimento inferior A Figura 13 b traz uma fotografia externa de uma perspectiva aérea da edificação que hoje abriga o Centro Cultural FrançaBrasil Em primeiro plano há as ruas o entorno com uma praça na porção esquerda e um estacionamento de veículos na porção direita Há a estrutura do telhado definido em várias águas com águas furtadas distribuídas por todas as laterais Na porção central há o acesso delimitado por um frontão e uma escadaria de acesso Figura 13 a Palácio Imperial em Petrópolis b Centro Cultural Casa FrançaBrasil Fonte Figura a Wikimedia Commons 2006b online Figura b Wikimedia Commons 2013 online UNICESUMAR UNIDADE 3 81 No caso do setor privado a arquitetura neoclássica atendia à corte aos oficiais e às classes mais abastadas o que estava intimamente ligado à dependência de produtos e técnicas importadas no entanto posteriormente habitações mais humildes fizeram uso do estilo FRANCISCO 2013 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em dia nublado de uma perspectiva externa do edifício do Palácio do Ita maraty Na fotografia há em primeiro plano um espelho dágua com palmeiras imperiais em ambos os lados refletores de iluminação distribuídos no entorno delimitados pela edificação de dois pavimentos ao fundo com um frontão e seis colunas jônicas no acesso principal Na lateral há balcões e estruturas que limitam um corredor A cobertura do edifício é escondida por platibandas Figura 14 Palácio do Itamaraty Fonte Wikimedia Commons 2007b online Hoje o neoclássico é retomado e percebido em diversas formas seja como fato histórico formas criadas pelos gregos e romanos e constantemente reelaboradas desde o Renascimento como patrimônio cultural desde a forma abstrata arquitetura clássica até uma série de edifícios tombados cuja construção remonta a espaços de importância histórica ou monumentos de im portância artístico cultural e como elemento da paisagem urbana atual seja pela manutenção preservação de edifícios considerados bens patrimoniais ou pela contínua construção de edifícios caracterizados pela presença de elementos identificados à arquitetura clássica atualmente Fonte Francisco 2013 p10 82 Embalada pelas atividades mineradoras a nova capital Rio de Janeiro passou por profundas reformas que possibilitaram a abertura de novas ruas e avenidas Enquanto capital a cidade abrigava os principais serviços administrativos da colônia e recebia grande quantidade de europeus por isso dedicaramse a ela a construção de edifícios belos e uma infraestrutura urbana melhorada As construções eram entendidas como símbolo de autoridade e poder não é à toa que muitos membros da burguesia ade riram ao estilo para expressar seus valores Duas construções foram importantes nessa época e hoje são marcos na cidade os arcos da Lapa antigo aqueduto carioca construído para transportar a água e abastecer a população e o Paço Imperial prédio hoje que abriga um centro cultural e foi a sede oficial do governo e residência da família real portuguesa Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 15 a traz uma fotografia panorâmica tomada à luz do dia em um dia ensolarado com o céu sem nuvens da extensão completa do aqueduto dos arcos da lapa Nela há a dimensão quase completa de um ponto a outro dos arcos A Figura 15 b traz uma fotografia de uma perspectiva externa do edifício do Paço Imperial em que há uma estrutura retangular com uns volumes em alturas diferentes com as cantoneiras em pedra No geral há dois pavimentos com balcões com guardacorpos em ferro forjado e no volume central da fachada da esquerda mais um pavimento com uma varanda única para as três portasjanelas alinhadas às esquadrias do andar inferior de forma simétrica Figura 15 a Arcos da Lapa b Paço Imperial Fonte Figura a Wikimedia Commons 2014b online Figura b Wikimedia Commons 2022a online A B UNICESUMAR UNIDADE 3 83 A influência neoclássica se deu também em outras cidades litorâneas que mantinham contato direto com a Europa Nessas cidades a arquitetura integrava os moldes internacionais da época e já nas cida des mais afastadas a precariedade da mão de obra escrava e a dependência da importação de técnicas materiais dificultaram o aperfeiçoamento das construções que só foram introduzidas posteriormente com o Ecletismo Em Recife o destaque foi o engenheiro Louis Vauthier com o teatro Santa Isabel 1850 o Ginásio Pernambucano 1866 o Hospital Pedro II 1861 na Boa Vista e o Liceu de Artes e Ofícios 18711880 SOUZA 2012 DUARTE HORA GODOY 2022 Na região de São Paulo em meados do século XIX começaram a aparecer em alguns edifícios públicos e privados da elite paulistana formas neoclássicas porém tomando força no final do referido século quando na Europa um Historicismo focado no renascimento foi considerado mais adequado para a época FRANCISCO 2013 Destacase a figura de Ramos de Azevedo em projetos e execução de edifícios públicos e da elite paulista FRANCISCO 2013 No contexto mundial do período Neoclássico a produção no Brasil estava relativamente distante das discussões conceituais e desajustada na cronologia Acabouse por adotar os cânones clássicos de maneira menos explícita um exemplo disso é a não adoção do peristilo um elemento que foi característico do Neoclássico europeu A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 16 a traz uma fotografia externa do edifício do Palácio do Catete tomada em um dia nublado com o céu cinza e muitas nuvens O edifício de fachada quadrada apresenta três pavimentos sendo todos alinhados às esquadrias de forma simétrica duas na porção esquerda duas na porção direita e três na parte central onde o primeiro pavimento é substituído por uma porta de acesso Sob as platibandas há cinco esculturas de aves A Figura 16 b traz uma fotografia do interior do que parece ser um salão muito rebuscado decorativamente com lustres e espelhos O teto e as paredes são decorados com cores em tons azulpastel branco e dourado Na porção esquerda há um sofá disposto sob um espelho e diversas portas de acesso aos ambientes anexos Figura 16 Palácio do Catete no Rio de Janeiro Fonte Figura a Wikimedia Commons 2022b online Figura b Wikimedia Commons 2019b online 84 O Neoclássico não chegou a corresponder ao aperfeiçoamento maior da construção do Brasil ainda que tenha provocado transformações de importância e as inovações técnicas maiores foram introdu zidas a partir do Ecletismo após a decadência do trabalho escravo e o início da imigração europeia As edificações do começo do século XIX repetiram a simplicidade dos esquemas do século anterior e por isso é difícil ao observador desprevenido identificar e determinar a data das construções Os avanços técnicos que podiam ser visualizados na época apesar da simplicidade formal eram segundo Duarte Hora e Godoy 2022 e Pecly e Araújo 2014 O recurso de ocultar os telhados adotandose platibandas no lugar de antigos telhados ver Figuras 14 e 16 com uso de condutores e calhas As janelas e as portas se destacavam enquadradas em pedra aparelhada e arrematadas em arco pleno em cujas bandeiras no lugar das velhas gelosias dispunhamse rosáceas mais ou menos complicadas com vidros simples ou coloridos As paredes de pedra ou tijolo eram revestidas e pintadas de cores suaves como branco rosa amarelo e azulpastel valorizando a decoração dos interiores com revestimentos e pinturas Os interiores eram decorados em tons suaves com revestimentos nobres como o mármore ou com pinturas a óleo O eixo central da edificação ganhava destaque e ornamentos marcando a simetria e a proporção do prédio O corpo de entrada das edificações era saliente com escadarias ver Figura 18 cornijas capitéis balaustradas e uso de arco pleno na estrutura das esquadrias ver Figuras 15 e 16 As colunatas e arcos de cantaria eram utilizados apenas pelas elites e pelo Estado Sugiro que você faça o download do livro Arquitetura na Formação do Brasil uma bibliografia bem completa que divide os movimentos arquite tônicos por meio dos ciclos econômicos e regionais do país entrando em detalhes específicos que aqui só pudemos abordar de forma generalizada e com enfoque nos grandes centros urbanos em especial do Sudeste O livro está disponível para download assim como uma vasta bibliografia patrimonial da cultura brasileira por meio do QR Code Outro ponto que marcava o estilo Neoclássico era o uso indiscriminado de frontões tendo a simetria como característica fundamental e o uso de vasos de louça do Porto como compoteiras ou figuras representando as quatro estações do ano os continentes as virtudes etc objetos decorativos estátuas e pequenos obeliscos nas platibandas aprumadas das pilastras ver Figura 16 além de sacadas e guardacorpos forjados em ferro DUARTE HORA GODOY 2022 Houve uma valorização da escada torneada estátuas como elementos de decoração coberturas complexas e laterais alçadas sobre as casas vizinhas PECLY ARAÚJO 2014 UNICESUMAR UNIDADE 3 85 Outra característica das edificações do período era o uso do porão de serviço ver Figura 13 a que aparece sob o térreo marcado pela fileira de óculos alinhados sob as janelas dos salões O porão não era utilizado apenas para guardar as bugigangas mas funcionava como locais de serviço liberando o térreo para utilizálo como cômodos de permanência diurna oferecendo melhor conforto térmico e aumento da higienização nas residências A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 17 a traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma perspectiva externa do edifício Solar da Marquesa de Santos O edifício de dois pavimentos possui uma coloração rosada com esquadrias alinhadas entre o pavimento térreo e o segundo pavimento sob as quais há o elemento estético de frontões e balcões em ferro forjado A Figura 17 b traz uma fotografia tomada do segundo pavimento da edificação em sua porção interna demonstrando um jardim interno retangular no qual há gramíneas e blocos de pedras dispostos aleatoriamente Em todas as paredes que conformam o pátio há os balcões em ferro fundido e as esquadrias brancas simetricamente alinhadas Figura 17 Solar da Marquesa de Santos Fonte Figura a Wikimedia Commons 2021 online Figura b Wikimedia Commons 2015 online Portanto a casa de porão alto foi uma variante que surgiu na tipologia residencial no período Neo clássico Naquele período a parte da frente das residências destinavase aos salões e à área social da casa para dentro ficavam as alcovas os quartos e as salas de jantar e aos fundos o serviço A casa ainda se mantém de frente para a rua e o porão alto é utilizado como transição para solucionar os desníveis entre a rua e o piso da habitação com a inserção de uma escada junto à entrada As paredes continuam grossas com alcovas e corredores telhados elementares e balcões de ferro fundido ver Figura 17 PECLY ARAÚJO 2014 86 A B C D Descrição da Imagem a figura apresenta quatro fotografias tomadas interna e externamente da residência neoclássica atualmente ocupada pelo Museu da Casa Brasileira A Figura 18 a traz uma fotografia externa tomada da vista do observador do acesso principal da edificação Há muros e portões de ferro abertos em primeiro plano ladeados por dois vasos Em segundo plano há a edificação amarela com os detalhes em branco e porta de madeira A Figura 18 b traz uma vista interna de um corredor da edificação com a estrutura abobadada e os arcos decorados com colunatas em ambos os lados do pórtico Há uma sequência de dois tapetes quadros pendurados na parede esquerda e móveis aparadores organicistas e esculturais em ambos os lados Na Figura 18c há uma fotografia do antigo banheiro da edificação com uma decoração em mármore amarelo e um desenho dentro de um octógono no centro em vermelho e branco No lado esquerdo há uma banheira em mármore cinzaclaro e à direita uma pia em coluna também em már more da mesma cor e na parede uma estrutura espelhada A Figura 18 d traz a fotografia de uma escadaria em mármore branco de formato retangular disposta organicamente numa espécie de espiral Figura 18 Casa neoclássica hoje atual Museu da Casa Brasileira em São Paulo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008a online Figura b Wikimedia Commons 2008b online Figura c Wikimedia Commons 2018b online Figura d Wikimedia Commons 2018c online Sabemos que a arquitetura é desenvolvida de forma a atender às ne cessidades das pessoas Agora imagine como seria viver em uma casa como a da Figura 18 Como eram os costumes e o modo de vida da corte real portuguesa no Brasil Como esse estilo de vida moldava a arquitetura daquela época Vamos tentar imaginar Nesse podcast falaremos sobre como seria viver numa residência neoclássica e sobre todo o contexto que a configura UNICESUMAR UNIDADE 3 87 Encontramos um fio condutor ou concepção recorrente nas obras neoclássicas no geral que pode ser verificado nas figuras anteriores volume central e dois volumes adjacentes Os elementos que caracterizam a arquitetura clássica e renascentista se correspondem porém edificações de caracterís ticas renascentistas podem ser enquadradas dentro do período Eclético DUARTE HORA GODOY 2022 A Casa de Frontaria Azulejada ver Figura 19 é um edifício Neoclássico Tardio ou Neoclássico Imperial Há em sua concepção elementos autênticos da arquitetura clássica essencialmente o frontão triangular o entablamento o arco romano e as pseudopilastras A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 19 a traz uma fotografia tomada de baixo para cima da fachada externa da edificação Casa da Frontaria Azulejada Nela há duas porções laterais e um frontão central e os dois pavimentos possuem esquadrias alinhadas Apenas na porção central há uma única porta com a bandeira envidraçada Na Figura 19 b há um detalhe mais próximo da edificação em que há os azulejos que compõem a fachada no geral os guardacorpos em ferro fundido que delimitam os balcões e as esquadrias em marrom avermelhado Figura 19 Casa de Frontaria Azulejada 1865 Fonte Figura a Wikimedia Commons 2018d online Figura b Wikimedia Commons 2016g online O que é entablamento é a superestrutura que se apoia diretamente sobre as colunas e é formado pela associação de três elementos arquitrave friso e cornija Compõe as elevações do edifício e se posiciona nas fachadas principais entre a colunata e o frontão e nas fachadas laterais entre a colunata e a parte inferior do telhado Chegou a ocupar ¼ da altura da elevação principal dos tem plos gregos e é responsável por absorver boa parte da carga que provém da estrutura do telhado e transferila à colunata Fonte Duarte Hora e Godoy 2022 p 17 O Theatro da Paz foi inaugurado em Belém em 1878 quando o ciclo da Borracha estava em seu auge O engenheiro responsável por sua construção foi José Tibúrcio Pereira Magalhães e um destaque deve ser feito à importação das peças de mármore e granito 88 A B C D Descrição da Imagem a figura traz quatro fotografias do Theatro da Paz em Belém do Pará Na Figura 19 a há uma fotografia de uma perspectiva geral externa da edificação de dois pavimentos cuja porção central é delimitada por um frontão A Figura 19 b traz uma vista interna da perspectiva do palco do teatro em relação aos balcões e público A Figura 19 c traz uma fotografia interna de uma perspectiva do acesso com as escadarias os lustres decorativos e as estátuas de busto sob pedestais A Figura 19 d traz uma fotografia externa de um detalhe das colunatas de capitel coríntio e platibanda Figura 20 Theatro da Paz em Belém do ParáPA Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008c online Figura b Wikimedia Commons 2006c online Figura c Wikimedia Commons 2006d online Figura d Wikimedia Commons 2014c online UNICESUMAR UNIDADE 3 89 OLHAR CONCEITUAL BARROCO forte caráter religioso movimento teatralidade dramatismo e emoção representados por talha dourada madeira trabalhada e forrada à folha de ouro plantas complexas elípticas ovais curvas movimento ondulado em fachadas ordens clássicas ornamentadas nichos com estátuas uso de materiais simples como pedrasabão e madeira ao mesmo tempo em que possui riqueza de detalhes e elementos como ouro OLHAR CONCEITUAL ROCOCÓ leveza e suavidade formal ausência de carácter religioso em toda a Europa O Brasil foi exceção design elegante que buscava refnamento e ser exótico proporções formais menores decoração exterior concentrada nas portas e janelas maiores e com arcos cores claras e tons pastéis como rosaclaro e verdeágua inspiração naturalista com folhas e fores NEOCLÁSSICO clareza construtiva inspiração nos cânones clássicos gregos e romanos uso de formas geométricas e simetrias uso de materiais sofsticados como granito e mármore frontões triangulares e colunas abóbadas e cúpulas simplicidade formal e espacial utilização de escadarias Na decoração de interiores uso de cores suaves e revestimentos além do uso de vidros simples ou coloridos em portas e janelas 90 Vimos nesta unidade que tanto o Barroco quanto o Rococó e o Neoclássico apesar de importados da Europa no período ColonoImperial sofreram aculturação e apresentaram características próprias que nos permitem identificálos O Barroco no Brasil ainda hoje possui um legado único devido aos incentivos à valorização das obras do período promovidos por modernistas no início do século XX Minas Gerais é o estado que possui o maior número de exemplares de edificações construídas dentro do período O Rococó no país representou a introdução do estilo dentro da arquitetura sacra O Neoclássico mais que um antecedente ao Eclético a por vir se tornou uma reação racionalista à expres sividade barroca e por meio de um imaginário humanista clássico foi um prelúdio à modernidade Na sua atuação enquanto profissional da arquitetura será preciso que desvende os aspectos iden titários da arquitetura desse período que ainda hoje são considerados icônicos na projeção histórica da arquitetura brasileira e se veem representados na produção atual UNICESUMAR 91 Após estudarmos a aculturação dos movimentos europeus Barroco Rococó e Neoclássico convido você a refletir e questionarse sobre o conteúdo aprendido Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Cada um dos blocos deve ser preenchido com palavras ou expressões que exprimem suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada Quais são seus elogios aos produtos arquitetônicos resultante do período imperial no geral Quais são suas críticas ao estabelecimento da missão francesa no país MAPA DA EMPATIA ARQUITETURA IMPERIAL O que você pensa e sente sobre aplicação dos conceitos barrocos ligados a religiosidade uma forma de ilusão e retenção de féis O que você escuta das críticas à importação de técnicas materiais e mão de obra no período Como você vê as produções arquitetônicas do estilo rococó alinhadas à arquitetura sacra uma exceção do Brasil O que você fala e faz em relação à arquitetura neoclássica e estrutura técnica construtiva daquele momento no Brasil 92 1 O altarmor da Matriz Nossa Senhora do Pilar pode ser apontado como bom exemplo do Barroco brasileiro século XVIII ou Rococó A B Acerca do tema assinale a alternativa correta a Esse movimento arquitetônico foi um instrumento didático de propaganda evangelizadora útil para a Igreja Católica naquele contexto histórico b A arte foi uma das prioridades da administração metropolitana no Brasil uma vez que permitia o desenvolvimento de nossa identidade nacional c O artista português Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho foi enviado ao Brasil para influen ciar a arte brasileira a partir de características das matrizes portuguesas d Não existiu qualquer influência da arte europeia na arquitetura colonial sendo essa conside rada importante foco de resistência ao domínio metropolitano Descrição da Imagem A figura apresenta duas fotografias A Figura 20 a traz uma fotografia tomada em um dia ensola rado com céu azul e nuvens de uma perspectiva externa tomada de baixo para cima da Basílica menor de Nossa Senhora do Pilar em Ouro PretoMG A Figura 20 b traz uma fotografia interna de uma perspectiva da nave para o altar do interior da Igreja no sentido do corredor central com pessoas sentadas nos bancos em ambas laterais e há lustres e a estrutura decorativa se apresenta em bege e dourado Figura 21 Basílica Menor de Nossa Senhora do Pilar em Ouro PretoMG Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015f online Figura b Wikimedia Commons 2017b online 93 2 A estrutura das igrejas barrocas foi sendo alterada com o passar do tempo de acordo com o desenvolvimento cronológico e técnico e a disponibilidade de materiais e mão de obra ade quada Observe a figura a seguir e assinale a alternativa correta A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias uma externa e um desenho esquemático da planta dos dois pavimentos da Igreja Nossa Senhora do Rosário A Figura 21 a traz uma fotografia de uma perspectiva externa tomada em um dia nublado Nela há em primeiro plano a via de acesso e três degraus baixos direcionando à entrada A Igreja é com posta por uma estrutura de nave nártex torres sineiras e altarmor cilíndrica e curvilínea A Figura 21 b traz um desenho esquemático das plantas identificando cada parte por números nos dois pavimentos 1 Galilé 2 Nave 3 Presbitério 4 Altar 5 Retábulo 6 Corredor lateral 7 Coro 8 Púlpito 9 Sacristia 10 Consistório e 11 Tribuna Figura 22 Igreja Nossa Senhora do Rosário Fonte Figura a Wikimedia Commons 2017c online Figura b Coisas da Arquitetura 2012 online a Esta igreja pertence ao Barroco Ibérico b As elipses formam os traços que são relacionados à influência do Barroco europeu e o número 2 se refere à nave central e número 5 a um retábulo na Figura 21 b c As torres siamesas não estão deslocadas em relação à entrada d O altar localizado no número 9 na Figura 21 b era mais retraído e privativo durante o Barroco brasileiro e O número 11 na Figura 21 b referese ao local destinado ao coro da igreja 94 3 O estilo Neoclássico não chegou a definir uma evolução técnica construtiva no Brasil que pode ser percebida de forma mais latente no período Eclético mas representou um maior requinte nas edificações para atender às demandas da corte instalada no país Observe a figura a seguir e assinale a alternativa correta a São elementos que definem a arquitetura Rococó do Teatro Santa Isabel a cor rosada da fachada o uso de esculturas como objeto decorativos e vidros nas bandeiras das esquadrias b Identificamos a edificação como neoclássica pelos elementos inspiração nos cânones clás sicos gregos e romanos uso de formas geométricas e simetrias colunatas e arco pleno nas esquadrias c O uso indiscriminado de frontões e colunatas se refere ao estilo Eclético neorrenascentista d A simplicidade formal e o caráter religioso inserido na edificação fazem com que ela se con figure como uma edificação barroca Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma perspectiva externa do Teatro Santa Isabel no RecifePE O edifício de formato quadrangular possui a fachada bem demarcada por um frontão e o corpo de entrada é saliente com colunatas e esquadrias em arco pleno Figura 23 Teatro Santa Isabel em RecifePE 4 Nesta unidade estudaremos o movimento arquitetônico marcado pela mescla de estilos classicizantes uma tendência que buscava transpor elementos arquiteturais de um estilo neoimitativo para outro como Neoclássico Neorenascentista Neobarroco Neogótico Neocolonial e outros sem buscar imitar mas sim produzir algo novo a partir das referências o Ecletismo Período Eclético no Brasil Me Jociane Karise Benedett 96 Dentro do restauro o qual podemos entender como a atividade metodológica de reconhecimento de uma obra artística ou arquitetônica e a sua conservação visando a sua transmissão ao futuro BRANDI 2003 apud CARMO et al 2016 podemos ver os modelos tridimensionais aplicados na reprodução de obras arquitetônicas que deixaram de existir ou mesmo construções antigas em ruínas A partir de informações que nos permitam reconstruílas o modelo tridimensional nos fornece a percepção real da intervenção a ser executada por meio da superação de limitações que outras formas de representação possuem Essa prática ficou conhecida como restauro virtual em que ferramentas computacionais são utilizadas na recomposição de edifícios de ambientes e até mesmo de cidades inteiras por meio de um repertório de formas já codificadas pelos métodos convencionais A casa de Dona Yayá foi um estudo realizado pelo Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo que propõe um método a ser aplicado em outras edificações Você deve estar pensando lá vem a professora falando de novo de restauro sendo que estamos numa disciplina de História e não de Preservação e Patrimônio Peço desculpas mas para mim não há uma sem a outra E quando falamos em Ecletismo no Brasil a Casa de Dona Yayá que perfaz uma cronologia construtiva de mais de 120 anos denota diversas fases que se relacionam às consecutivas reformas geridas por cada um de seus quatro proprietários ver Figuras 1 2 e 3 Primeiro chalé de tijolos do bairro 1888 José Maria Talon A casa de morada burguesa 18881902 Afonso Augusto Milliet 19021919 João Guerra A casa de saúde privada 19191961 Dona Yayá Descrição da Imagem a figura traz um compilado de três informações A primeira à esquerda é uma fotografia aérea da Casa de Dona Yayá que mostra o grande telhado em várias águas na cor vermelha e as ruas do entorno e uma vegetação arbórea mais à direita Ao centro há um esquema gráfico digital da estrutura da planta em três dimensões identificadas por cores que aparecem como legenda na figura à direita A cor verde no centro da figura do meio aparece na legenda à direita como primeiro chalé de tijolos do bairro 1888 José Maria Talon um dos donos a cor laranjaclaro nos fundos e à direita da figura do meio aparece na legenda à direita como a casa de morada burguesa 18881902 Afonso Augusto Milliet segundo dono a cor laranjaescuro complementa a área laranjaclaro e se estende à esquerda e aparece na legenda à direita como 19021929 João Guerra terceiro dono e por último a cor amarelo que é uma extensão à direita aparece na legenda à direita como a casa de saúde privada 19191961 Dona Yayá considerada a última dos quatro proprietários do período Figura 1 Cronologia construtiva da Casa de Dona Yayá representada virtualmente em 3D Fonte Tirello 2008 p 3 UNICESUMAR UNIDADE 4 97 A casa de Dona Yayá foi construída antes de 1880 atual sede do CPCUSP Centro de Preservação Cul tural da Universidade de São Paulo Foi uma das primeiras construções em tijolo cerâmico no Bairro do Bexiga de imigrantes italianos e apresenta pinturas ornamentais e características arquitetônicas particulares que a definem como eclética pela soma de estilos nela desenvolvidos TIRELLO 2008 Descrição da Imagem a figura apresenta quatro imagens de maquetes digitais que representam as quatro diferentes fases cronológicas da Casa de Dona Yayá passíveis de visualização a partir das fachadas No primeiro quadro no canto superior esquerdo há a fachada principal hoje com anexo da década de 1950 em que há uma vista aérea que permite a visualização da estrutura anexa à residência de formato retangular junto à escadaria de acesso No segundo quadro no canto superior direito há a fachada principal da década de 1920 em que a estrutura de uma varanda aberta com detalhes da platibanda e a escadaria de acesso A casa é pintada assim como no quadro anterior de branco com as estruturas e os detalhes em marromescuro Sob o telhado é possível verificar uma estrutura de platibanda com elementos esculturais nos quatro cantos e no centro do telhado No terceiro quadro no canto inferior esquerdo a coloração da casa muda para um tom amareloclaro na estrutura externa da platibanda e no muro que sustenta a escadaria de aces so e varanda A parte interna da varanda se apresenta em um tom verdeclaro com detalhes em verde escuro No último quadro no canto inferior direito há a volumetria da casa entre 1888 e 1903 por meio de uma vista aérea da edificação sem cobertura o que dá a entender a existência de um jardim interno Não há o uso de platibandas há duas escadarias de acesso menores a varanda é menor e mais baixa e a cor da edificação é bege com as muretas em tijolo aparente e as escadas em pedra Figura 2 Maquete digital que apresenta as diferentes fases cronológicas da edificação representada pela fachada Fonte Tirello 2008 p 8 98 E se os técnicos de restauração da casa de Dona Yayá escolhessem apenas uma das ornamentações das diferentes etapas cronológicas para reconstruir o edifício ou apenas uma das fachadas Isso teria alguma implicação significativa para a perda da integridade histórica do período Eclético na arquitetura brasileira Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias de duas fases distintas de estilos decorativos aplicados na casa de Dona Yayá Em ambas as figuras podemos ver uma sala com piso cerâmico bastante ornamentado em tons bege marrom e vermelho um barrado também cerâmico em tons branco verde e azul Na sala representada há três paredes e em uma delas uma porta com duas folhas e uma bandeira Na figura à esquerda vemos o estilo decorativo utilizado de 1888 a 1902 no qual na parte de cima do barrado há um quadro em bege seguido por um verde escuro e outro branco com as bordas definidas por uma pintura dourada com detalhes nos cantos A porta se apresenta em tons bege e rosa Na figura à direita há o estilo decorativo de 1903 a 1919 que difere do outro nas cores e nos detalhes Sobre o barrado cerâmico há um boiserie e a parede é pintada de verde a porta e a bandeira da porta tam bém em tons verdeclaro e escuro O detalhe decorativo pintado é foral e pintado no centro da parede que é seguido pelos boissiere Figura 3 Ambiente em duas fases decorativas diferentes À esquerda de 1888 a 1902 e à direita de 1903 a 1919 Fonte Tirello 2008 p 7 Na virada do século XIX a busca pela originalidade era baseada na criação de composições mais ou menos inventivas a partir de teorias e vocabulários de estilos anteriores No entanto na Europa no final do século XVIII dependendo do cliente da localização e de outras restrições programáticas o projeto poderia seguir uma linguagem renascentista Revivalismo principalmente adotado pela Inglaterra e Alemanha mais próxima aos estilos de Luís XV ou Luís XVI neoromânica e de forma menos frequente neomanuelina ou neogótica conforme o século XX avançava Ou seja cada estilo teve maior ou menor expressividade dependendo da tradição local e do que se considerava ser a verdadeira arquitetura nacional Se na Europa o Ecletismo é o estilo próprio de uma modernidade que lida com o passado não se pode esquecer que no Brasil o passado para o qual os arquitetos se voltam não era nacional No Brasil essa arquitetura nacional ainda não havia sido definida e partia do princípio de uma arquitetura importada da colônia que sofreu aculturações e mesclas Portanto no país estudarmos o Ecletismo essa mistura estilística importada é antes de tudo estudar uma transição na mentalidade e na histo riografia da arquitetura e do espaço urbano brasileiro do que um ou outro monumento isolado Para UNICESUMAR UNIDADE 4 99 nós tratase do início de uma transição cultural de colônia imperialista para nação republicana com aspectos neogótico neobarroco e neomourisco aplicados Ao revisitar um período da historiografia arquitetônica tão múltipla como veremos é o período Eclético e optarmos por uma ou outra fase ou estilo para agrupar a produção ou basearmos uma obra de restauro seria um erro Sugiro que busque informações sobre os aspectos contextuais que são pano de fundo para as edificações ecléticas e os vincule com os estilos europeus conhecidos O Ecletismo refletiu os paradoxos da vida moderna e por isso tem um valor histórico significativo Resultou de uma reação à Revolução Industrial e do surgimento de uma nova classe social que bus cava um status Além disso a estruturação dos meios de difusão fez circular um interesse histórico a partir de revistas jornais e livros ilustrados que construíram um imaginário pitoresco do passado e permitiram que a sociedade do século XIX transitasse entre passado e presente dividindose e sem prenderse a um ou outro período ou um ou outro momento da História estando aberto a todos eles Uma visão coerente do patrimônio projetado Eclético não é possível sem relacionar a ela algumas condições É inconcebível por exemplo identificar as características específicas de um conjunto ar 100 quitetônico deslocados da história de seu lugar Além disso é importante lembrar que as definições de estilos na arquitetura são baseadas na combinação de diferentes elementos das edificações Portanto ao se pensar no Ecletismo no final do século XIX e início do século XX é preciso ter em mente que as construções às quais o termo se aplica são na maioria das vezes adaptações de estilos na ornamentação de fachadas e interiores Como deve ter encontrado em sua pes quisa a chegada da arquitetura eclética no Brasil foi marcada pelo fim da escravatura pela proclamação da república e pelo cres cente processo de urbanização Mesmo após tornarse independente em 7 de setembro de 1822 o Brasil ainda não abria mão do trabalho escravo que impulsionou a econo mia do café na região Sudeste e do ciclo da borracha na região Norte que perdurou por mais 66 anos até a promulgação da Lei Áurea em 1888 pela Princesa Isabel O Brasil foi um dos últimos países independentes do mundo a abolir a escravidão Já no ano seguinte em 15 de novembro de 1889 aconteceu a queda da monarquia e a proclamação da república Para onde foram os escravos assim que libertos A escravidão não acabou com a simples assinatura da Lei Áurea mas muitos libertos continuaram nas suas antigas vidas e outros foram tentar a sorte e ocuparam antigos edifícios coloniais que acabaram por constituir os famosos cortiços Tornaramse também a mão de obra ideal para as reformas urbanas que estavam sendo produzidas Além disso muitos dos edifícios ocupados por exescravizados estavam sendo demolidos devido às reformas e essa falta de alojamento incentivou a ocupação dos morros que configuram a paisagem do Rio de Janeiro ainda hoje Enquanto assistia a todos esses marcos históricos ver distribuição de estilos na Figura 4 o país ia recebendo uma série de infraestruturas como linhas férreas iluminação a gás linhas de telefone e saneamento básico bem básico mesmo porque até a chegada do século XX as áreas urbanas eram consideradas insalubres Esse quadro só mudou quando profissionais inspirados pelas reforma urbanas de Haussmann um conjunto abrangente de projetos de reurbanização em Paris no século XIX que incluiu abertura de grandes avenidas criação de espaços públicos redesenho e expansão do sistema sanitário padronização das construções etc em busca de tornar a cidade moderna grandiosa e uma paisagem esteticamente imponente e do movimento City Beautiful movimento que aconteceu nos UNICESUMAR UNIDADE 4 101 Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX que buscava criar cidades esteticamente agradáveis funcionais e moralmente elevadas por meio de intervenções urbanas e arquitetônicas que incluíam amplas avenidas praças e parques arborizados monumentos grandiosos boulevares majes tosos e fachadas arquitetônicas imponentes começaram a apresentar propostas de modernização das cidades brasileiras BENEDETT 2018 1808 Missão francesa 1831 1860 1870 1889 Pereira Passos 1922 1945 barroco neoclassicismo ecletismo neocolonial engenharia arquitetura moderna Descrição da Imagem a figura traz um esquema gráfico visual de uma linha do tempo Nele sob as linhas verticais estão os anos e entre essas linhas elementos curvos ameboides esféricos demarcam o período estilístico em voga no ano Sob o ano de 1808 e a Missão Francesa há o Barroco e o Neoclassicismo que se estendem pelos anos 1831 1860 1870 1889 Pereira Passos 1922 e 1945 diminuindo suas proporções De 1870 a 1945 aparece o Ecletismo e em 1922 em destaque num círculo alongado o Neocolonial Abaixo dele entre os anos de 1970 aumentando suas proporções ao aproximarse de 1945 a engenharia e em destaque num círculo alongado a arquitetura moderna de 1922 a 1945 Figura 4 Períodos marcantes da arquitetura brasileira entre 1808 e 1945 Fonte Duarte Hora e Godoy 2022 p 8 Como um movimento artístico as raízes do Ecletismo remontam ao meio do século XIX na França como reação à dominação do estilo Neoclássico Naquele momento houve propostas para explo rar outros modelos históricos incluindo o Gótico o Barroco e o Românico Durante esse período surgiu outro movimento paralelo chamado Revivalismo No entanto como as diferenças entre os dois são sutis alguns historiadores o consideram como parte do Ecletismo Basicamente a distin ção entre eles reside no fato de que o Revivalismo buscava uma reprodução mais fiel dos modelos antigos enquanto o Ecletismo envolvia composições inteiramente novas e imaginativas partindo dos movimentos neo KESSEL 1999 102 Por isso na arquitetura o Ecletismo se define no primeiro quartel do século XIX e caracterizase pela liberdade no uso das manifestações artísticas passadas não como mero ato de se copiar mas como habilidade para se combinar as principais características dos estilos em construções que satisfizessem as demandas da época nos novos tipos de edificações No Brasil a arquitetura eclética surgiu no contexto do Academicismo e apresentou duas correntes distintas a ligada ao movimento BeauxArts que valorizava a simetria o jogo de volumes e a orna mentação exuberante e a ligada à Engenharia que combinava funcionalidade estrutura e eficiência econômica FABRIS 1993 No Brasil os neoclássicos buscaram construir edifícios com o máximo refinamento possível importando materiais e mão de obra especializada No entanto muitas das suas construções foram apenas uma tentativa de disfarçar as complicações decorrentes da precariedade dos serviços no país o que impediu que a arquitetura colonial brasileira alcançasse o mesmo nível construtivo encontrado na Europa na época Com o tempo o estilo Eclético foi gradativamente introduzido no país predo minando durante os séculos XIX e XX Sendo ideologicamente apolítico tornouse bastante popular devido ao fato de que o rompimento com os modelos monarquistas não era uma questão cultural e sim da prática política Assim como o Neoclassicismo o Ecletismo também teve influência interna cional de forma mais contundente francesa pois naquele processo de transição o mais importante era romper o vínculo com Portugal A B Descrição da ImagemA figura traz duas fotografias externas do Palacete dos Leões em CuritibaPR A Figura 5 a apresenta uma vista aérea em que é possível verificar a estrutura do telhado em três águas uma torre ao fundo e uma escadaria imponente à frente O edifício é pintado na cor azulclaro com os detalhes e ornamentos em cinza A Figura 5 b apresenta uma fotografia de uma perspectiva mais próxima que mostra o porão alto desenvolvido sob a varanda e a escadaria imponente a fachada com cinco aberturas desenvolvidas em arco pleno com frisos nas laterais e pilastras ornamentadas entre elas Os detalhes da edificação se apresentam em branco e cinza Figura 5 Palacete dos Leões em CuritibaPR Fonte Figura a Wikimedia Commons 2012 online Figura b Wikimedia Commons 2015 online A arquitetura eclética buscou reinterpretar os estilos do passado libertandose das antigas estruturas formais e redimensionando o conceito de estilo Por ser altamente pessoal variou de acordo com a formação e a visão dos arquitetos sendo considerado um estilo acomodável porém ainda bastante significativo No entanto o que o país ganhou em possibilidades de criação perdeu significativamente UNICESUMAR UNIDADE 4 103 em termos de inovação houve uma proliferação de imitações e obras similares que se dissemi naram amplamente pelo país SOUZA 2012 Na verdade o Ecletismo representou um processo pelo qual os arquitetos tentaram esta belecer uma autoridade no processo de construção por meio da composição sincrética de técnicas de acordo com os desejos e as necessidades da sociedade Porém nem sempre as obras ecléticas eram fruto exclusivo do trabalho do arquiteto Juntos aos profissionais especializados destacouse a presença crescente de profissionais autodidatas que transpuseram o debate e a prática da arquitetura para fora do círculo restrito da academia Por isso também explicase a multiplicidade de modelos e referências utilizados pelo Ecletismo devido à ampliação do quadro de profissionais FABRIS 1993 O arquiteto do século XIX diante dessa variedade de modelos abandonou a ideia de absoluto e passou a operar a partir de uma perspectiva relativa considerando a relação da arquitetura com as demandas do momento histórico SOUZA 2012 Contudo a arquitetura eclética não é meramente representativa também preocupase com a funcionalidade dos ambientes e objetos priorizando o valor que pode coincidir com um conforto estético Nesse sentido destacase pela simetria busca de grandiosidade rigorosa hierarquização dos espaços internos e riqueza decorativa ver Figura 5 Com relação aos processos construtivos e materiais dividese o ecletismo em duas tipologias a popularesca e a importada Importada porque os mais abastados contratavam engenheiros e arquitetos estrangeiros e renomados obtinham o projeto completo e o executavam rigorosamen te seguindo a linguagem e as diretrizes importadas Já a de manifestação popular era produzida pelas camadas mais pobres mas nem tão pobres assim possuíam bons recursos financeiros mas nada se comparado à elite da população Os projetos eram executados e desenvolvidos por profissionais brasileiros formados na única escola nacional Academia Imperial de Belas Artes posteriormente Escola Nacional de Belas Artes por isso geralmente seguiam o Neoclássico ensinado pelo seu fundador Grandjean de Montigny Por conta da difusão do modelo Eclético também surgiram pelo país algumas insti tuições que passaram a promover o estilo como o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo Convencionalmente esses projetos nacionais eram executados de acordo com a mão de obra e os materiais disponíveis e por partes não o projeto completo o que gerava composições arquitetônicas heterogêneas e muitas vezes com adições estilisticamente incompatíveis como cúpulas águas furtadas entre outras fazendo coexistirem soluções pertencentes ao Art Nouveau Neoclássico Art Déco e até mesmo ao Barroco SOUZA 2012 De qualquer sorte o estilo Eclético acabou adaptandose às necessidades nacionais e preen chendo as lacunas de outros estilos que se prendiam em prerrogativas estéticas pouco usuais SOUZA 2012 No período a arquitetura deveria representar e evidenciar externa e estrutu ralmente o status de seu ocupante fosse ele o Estado público ou privado por isso o item mais importante das edificações no período eram as fachadas Mesmo nos bairros menos nobres não apenas nos palacetes e casarões era possível ver uma preocupação estética em contribuir para o embelezamento da cidade FABRIS 1993 104 Nesse sentido a arquitetura possuía um papel de coesão social A riqueza ornamental tinha uma função ilusionista na tentativa de mesclar o pitoresco com o erudito incorporando cada monumento indivi dual à estética de obra de arte total do espaço urbano Essa nova linguagem composta de elementos distintos só foi possível devido à especialização da mão de obra e ao acesso a materiais importados que tinham sido incentivados pelo estilo anterior As ideias importadas de Haussmann se baseavam na ideia de embelezamento das cidades com a criação de parques padronização de fachadas e abertura de largas avenidas No Brasil uma das primei ras experiências nesse sentido foi aplicada em Belo Horizonte mas a mais representativa tentativa de modernização urbana foi a da capital do Rio de Janeiro quando no governo de Pereira Passos incen tivado por Rodrigues Alves Ele tinha como plano acabar com as epidemias e transmitir ao mundo a imagem de que o Brasil e a cidade não deviam em nada a cidades como Paris já que naquela época ser civilizado era seguir os costumes e padrões europeus Além disso a intenção era construir uma vida cultural à altura da nova vida urbana local A operação urbanizadora modernizou a Zona Portuária e criou a Avenida Central hoje Avenida Rio Branco a Avenida BeiraMar e a Avenida Maracanã Título O cortiço Autor Aluísio Azevedo Editora Antofágica 1ª edição 13 junho 2022 Sinopse O Cortiço é um romance naturalista de Aluísio Azeve do publicado em 1890 A história se passa em um cortiço no Rio de Janeiro onde várias famílias pobres e trabalhadores vivem jun tas em condições precárias A obra retrata a exploração dos traba lhadores pelos patrões a luta pela sobrevivência o racismo e a de sigualdade social É uma crítica social à sociedade brasileira do século XIX e uma denúncia às condições desumanas de vida dos pobres e trabalhadores Vamos falar mais sobre a reforma urbana que ocorreu no Rio de Janeiro promovida por Pereira Passos Sabia que ela rasgou a cidade indicando as linhas de força de seu desenvolvimento o que incentivou as futuras reformas promovida pelos Plano Agache Venha ouvir um pouco sobre como esses dois períodos históricos marcantes se conectam escutando nosso podcast UNICESUMAR UNIDADE 4 105 A Avenida Rio Branco que foi considerada símbolo da modernidade foi construída à custa da destrui ção da tradição colonial considerada de mau gosto ainda em 1905 A construção refletia claramente a mentalidade eclética da época que se concentrava na espetacularização do espaço urbano e nos elementos constitutivos do cenário e realizava concurso de fachadas em que a liberdade estilística era acompanhada da imposição de normas de edificação que impediam a construção de prédios modestos O Porto do Rio e a Construção da Alma Carioca é uma produção digital do Museu do Amanhã que compila parte da história do porto do século XVI até sua estrutura atual Conheça e saiba mais por meio do QR Code a seguir O estilo Eclético compôs grande parte das fachadas dos novos prédios construídos na então avenida central como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro ver Figura 6 a Escola Nacional de Belas Artes a Biblioteca Nacional e o Palácio Monroe já demolido ver Figura 7 106 O Palácio Monroe ver Figura 7 foi construído para ser o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Saint Louis em 1904 e ganhou como melhor arquitetura da exposição Porém apesar disso em 1976 após ter sido sede de diversas instituições nacionais foi demolido mesmo ante protesto Hoje onde havia o Palácio Monroe há uma praça entre o Passeio Público e a Cinelândia Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do edifício do Theatro Municipal Nela podemos ver a fachada principal do edifício em formato retangular com as duas laterais circulares com cobertura cupular em cobre com ornamentos em dourado compostos por estruturas de colunas coríntias com frontão e detalhe do brasão da cidade no centro com uma inscrição em latim sobre ela e o título Theatro Municipal em dourado Figura 6 Theatro Municipal do Rio de Janeiro Fonte Wikimedia Commons 2020a online UNICESUMAR UNIDADE 4 107 Descrição da Imagem a figura apresenta um desenho de um antigo cartão postal da cidade do Rio de Janeiro no qual traz a paisagem urbana ruas e postes mar e montanhas ao fundo e o palácio Monroe em uma perspectiva frontal O palácio possui uma estrutura rebuscada formada por pilastras com a cobertura estruturada com pequenas cúpulas nos cantos do edifício e uma grande cúpula que conforma uma varanda ambas envoltas por platibandas ricamente ornamentadas O desenho é todo em preto e branco sendo apenas o mar e as cúpulas do edifício pintadas em azulclaro Figura 7 Postal do Antigo Palácio Monroe hoje demolido Fonte Wikimedia Commons 19121917 online Conto mais uma polêmica envolvendo nosso ilustre Lucio Costa Em 1972 o Iphan lutava para proteger o Palácio Monroe como monumen to arquitetônico porém enquanto alguns batalhavam por ele Lúcio Costa defensor do neocolonial e modernista tenro dizia que o edifício era uma falsa arquitetura uma mera cópia amalgamada de diversos estilos europeus Toda história narrativa e entendimento da perda para a historiografia arquitetônica está registrada no documentário Crônica da Demolição do cineasta Ades Veja o trailer acessando o QR Code a seguir 108 No Brasil a arquitetura eclética influenciou na definição da tipologia de construção da casa urbana As casas ecléticas são comuns em diversas cidades brasileiras principalmente nas áreas urbanas mais antigas Botafogo e Laranjeiras no Rio de Janeiro Vitória em Salvador e Arouche em São Paulo são alguns bairros que conservam estruturas nos moldes do estilo que seguiam as mesmas prerrogativas das demais tipologias como a combinação de estilos a elaboração das fachadas a disposição da en trada etc REIS FILHO 2000 Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia tomada em um dia ensolarado de uma residência térrea na cor azul turquesa com as estruturas os pilares e as vigas em azul mais escuro A entrada é em nível mais alto e o acesso é definido por quatro degraus de um lado e uma rampa de outro com guardacorpo em ferro tubular No centro temos uma porta e duas janelas laterais ambas as esquadrias possuem bandeira estruturada em ferro com detalhe em gesso com tema floral Figura 8 Residência Eclética em Santa Catarina Fonte Wikimedia Commons 2019 online Com o rápido crescimento das cidades as casas passaram a deixar de ter suas fachadas principais alinhadas à testada do lote para possuir acesso e varanda laterais ver Figura 9 além de serem comu mente geminadas com suas vizinhas Isso possibilitou melhor ventilação e iluminação natural REIS FILHO 2000 As edificações não residenciais começaram a utilizar as esquinas como entrada e apesar de não ser uma prerrogativa eclética era muito usual e nas fachadas identificavase o uso do prédio PECLY ARAÚJO 2014 UNICESUMAR UNIDADE 4 109 A taipa foi pouco a pouco substituída por tijolos Novos elementos decorativos foram empregados em que elementos clássicos como guardacorpo com balaústres colunas coríntias e arco romano balaustradas na platibanda e padieira verga em forma de cornija elemento clássico da arquitetura grecoromana acima das janelas eram comuns mas muitas vezes adornados de forma mais rebus cada e orgânica o que quebrava a formalidade do estilo Lambrequins estuques e ornamentos foram adicionados às edificações tradicionais denotando além do gosto pelo exótico o desejo de ser mo derno proporcionado pelo uso de protótipos industriais ver Figuras 9 10 e 11 REIS FILHO 2000 PORÃO ALTO SOBRADO COM PORÃO ALTO Descrição da Imagem a figura apresenta três desenhos No primeiro à esquerda há uma fachada eclética de uma edificação residencial composta por porão alto duas janelasportas com balcões cujo guardacorpo é ornamental comumente executado em ferro fundido as padieiras em forma de cornija com detalhe em estuque central ornamentos em forma de colunatas em ambos os lados com um portão lateral esquerdo indicando o acesso Na figura central aparece uma casa térrea simples indicando a existência do porão alto com acesso por uma escadaria central o telhado em duas águas com uma platibanda ornamentada Na figura da direita há a mesma tipologia porém apresentada em uma edificação assobradada de dois pavimentos com balaústres sobre a platibanda Figura 9 Novas tipologias residenciais porão alto e com acesso lateral Fonte Reis Filho 2000 p 41 e 46 110 A fetichização desses protótipos chegou a tal ponto que se assistiu à inversão de um fenômeno que caracterizava o uso do ferro na Europa Os portões e gradis de ferro eram comuns e as influências de períodos distintos do passado eram evidentes na profusão de ornamentos e no uso de colunas co ríntias e frontões nas elevações Se na Europa o ferro era disfarçado como material nobre no Brasil houve casos de colunas de madeira que fingiam ser de ferro atestando o desejo de participar de uma modernidade evidentemente simbólica Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de um ambiente interno uma sala de estar com dois acessos separados por uma parede de espelhos em que há um armário baixo com vasos sobre ele e um quadro ao centro com moldura rebuscada em dourado O ambiente é decorado nos padrões do estilo Eclético As paredes são revestidas em madeira escura com ornamentos em alto relevo em dourado Cadeiras Luíz XIV são dispostas sobre tapetes Figura 10 Interior do Palácio das Laranjeiras no Rio de Janeiro Fonte Wikimedia Commons 2021 online Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de uma fachada de uma residência no estilo Eclético tomada em um dia ensolarado A fachada é retangular com um elemento curvo central as pilastras pintadas de branco a esquadria central possui um balcão com guardacorpo em ferro forjado e uma estrutura em arco pleno As esquadrias laterais são quadradas e no porão alto simetricamente alinhados os ósculos gradeados Figura 11 Residência Eclética em Santa Catarina Fonte Wikimedia Commons 2020b online UNICESUMAR UNIDADE 4 111 Nos bairros de classe média e até mesmo em áreas mais populares surgiram construções estrutural mente simples porém marcadas por detalhes decorativos que sintetizavam as aspirações de prestígio e ascensão social de seus habitantes bem como o desejo de contribuir na medida do possível para a qualificação e o embelezamento da cidade um patrimônio imaginário comum a toda a sociedade ver Figuras 8 9 10 e 11 SOUZA 2012 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias uma externa e outra interna do edifício da Estação da Luz Na Figura 12 a há uma fotografia tomada à luz do dia em um dia ensolarado com algumas nuvens no céu A edificação retangular de dois pavimentos se estende longitudinalmente e possui distribuídas simetricamente esquadrias em ambos os andares Em frente a ela há diversos carros estacionados Na porção esquerda há duas torres com coberturas de quatro águas sob as quais há uma esquadria Na porção direita há uma torre alta e nela um relógio circular Na Figura 12 b há uma fotografia da parte interna do edifício na qual vemos a estrutura da cobertura semicircular apoiada sobre os balcões do segundo pavimento Abaixo há os corredores de circulação divididos pelos trilhos do trem e na porção direita há um carro de vagões parado Figura 12 Estação da Luz Fonte Figura a Wikimedia Commons 2007 online Figura b Wikimedia Commons 2014 online Assim como Pereira Passos no Rio de Janeiro em São Paulo o nome responsável pelas reformas urba nas era Francisco de Paula Ramos de Azevedo que devido à sua influência entre os poderes públicos e privados conseguiu abrir um dos maiores escritórios de projetos do país no início do século XX em que recebeu a colaboração de diversos profissionais do Brasil e do mundo para conceber os edifícios do Theatro Municipal de São Paulo ver Figura 13 o Mercadão de São Paulo a Estação da Luz ver Figura 12 o Museu do Ipiranga e a Pinacoteca entre tantos outros projetos Descrição da Imagem a figura traz uma foto grafia tomada à luz do dia sobre a sombra de uma perspectiva da fachada frontal do Theatro Municipal de São Paul Nela vemos ao fundo os edifícios do entorno em primeiro plano a rua e as largas escadarias com dois postes ao fim dela O edifício de dois pavimentos tem a base recuada com colunas frisadas e em ambas as pontas há uma estrutura sobressaltada que constitui uma varanda sobre a qual há esculturas elaboradas e um frontão de formas orgânicas Figura 13 Theatro Municipal de São Paulo Fonte Wikimedia Commons 2016 online 112 Vale destacar que já falamos sobre Ramos de Azevedo quando citamos a arquitetura neoclássica no entanto ele também é classificado quanto às suas referências ecléticas Nesse sentido podemos dar como exemplo obras cujas referências e citações da arquitetura grecoromana ultrapassam o caráter inspiracional e se fundamentam enquanto uso literal quase pastiche dentro do que ficou conhecido como estilo Eclético FRANCISCO 2013 Quando Ramos de Azevedo se utiliza de elementos ornamentais de outros estilos específicos é necessário retomarmos que teoricamente o Neoclássico visto anteriormente tratase de referências da Antiguidade Clássica grecoromana enquanto o eclético por exemplo traz propostas neore nascentistas Ao compararmos as três edificações projetadas por ele Figuras 12 13 e 14 vemos claramente a diferença de estilos Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia do portal de acesso ao Cemitério da Consolação O portal é constituído por um pórtico que remonta ao clássico grecoromano com quatro colunas distribuídas sobre uma plataforma sobre uma escada ria duas colunas quadradas e duas centrais circulares Sobre elas há um frontão retangular com platibanda e beiral como cornija Figura 14 Portal do Cemitério da Consolação Fonte Wikimedia Commons 2008 online A arquitetura eclética no país predominou até a Semana de Arte Moderna de 1922 O ecletismo pro pôs uma conciliação entre estilos e foi um veículo estético eficiente para a assimilação de inovações tecnológicas que possibilitaram novas soluções plásticas e construtivas que proporcionaram certo conforto próximo ao das edificações europeias No entanto o estilo recebeu muitas críticas Yves Bruand 2010 por exemplo considerava a arquitetura daquele período 1890 e 1914 início do século XX sem originalidade apenas uma imitação fraca de obras de maior prestígio de um passado tanto recente quanto longínquo e que por voltarse ao passado que não detínhamos como nosso implicava em reconhecer certo complexo de inferioridade o que validaria a velha teoria da dependência ou ainda implicaria na investigação das razões do desejo de ser estrangeiro e da vontade do Brasil em se reconhecer cosmopolita sobretudo após a República Os lemas do Brasil republicano eram simbolizados pelos valores de progresso indústria capital e modernização No entanto esses ideais promovem uma visão de prosperidade que tende a ignorar as diferenças e os conflitos sociais buscando minimizar ou disfarçar as tensões que marcavam a época É importante notar que a adoção desses valores não se resume a uma simples cópia ou imitação com pensatória de um modelo cultural inautêntico Na verdade a questão é bastante complexa e vai além da mera importação de conceitos SALDANHA 2021 UNICESUMAR UNIDADE 4 113 Como ponto positivo o período deu o pontapé inicial para que uma livre interpretação dos estilos desse lugar à exatidão arqueológica no século seguinte nascendo assim no século XIX as ciências históricas por outro lado detêmse nisso e não se aprofunda em estudos éticos ou estéticos Sob a influência do Modernismo todo o arsenal eclético foi considerado torpe e vulgar sendo muitos de seus exemplares demolidos pois pensavam que nada do que se produziu foi brasileiro Apenas recentemente o Ecletismo foi reconhecido como expressão legítima uma fase arquitetônica histórica merecedora de um compromisso para sua preservação No passado tínhamos a tendência de considerar esse período como uma transição para o Moder nismo e só então veríamos o surgimento de uma Arquitetura autenticamente brasileira em oposição à Arquitetura neocolonial No entanto é importante lembrar que nessa época surgiram novas formas de expressão na arquitetura adaptadas às necessidades da época e em sintonia com as possibilidades das inovações tecnológicas Embora tenhamos aprendido lições técnicas construtivas ornamentais e estéticas oriundas de uma história que também inclui a imigração muitas dessas lições foram apagadas e ativamente esquecidas Isso talvez ocorra porque essa produção arquitetônica não pode ser rotulada sob um único rótulo dada a grande variedade de produções presentes porém não podemos negar a legitimidade do mo vimento naquele contexto e hoje podemos recuperar a história fazendo uso dos meios que detemos 114 A riqueza de misturas e efeitos conseguidos por meio das associações de estilos é típica do ecletis mo e fica no limiar entre a imitação descabida e as referências bem colocadas Mesmo que a maio ria elementos possam ser associados a outros estilos o resultado final foi único e após ter estuda do sobre convidoo para que preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e reflexões Fonte a autora Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos 3 itens cada 115 1 O ecletismo representava os paradoxos de uma sociedade emergente Sobre as afirmações a seguir destaque quais são verdadeiras e quais são falsas O processo de urbanização no Brasil está associado ao processo de industrialização A arquitetura eclética é a cópia de estilos anteriores Em sua decoração e ornamentos a arquitetura eclética valoriza a natureza A decadência da arquitetura eclética se dá com o desenvolvimento do modernismo e das vanguardas Diferentemente do neoclássico a arquitetura eclética sugere teoricamente referências re nascentistas ao invés de grecoromanas A sequência correta para a resposta da questão é a F F V F V b V F F V V c V F V F V d V V V F V e V F F V F 2 Revivalismo e ecletismo foram considerados Basicamente a mesma coisa por possuírem ape nas detalhes sutis que os diferenciam Analise as alternativas a seguir e identifique a correta a São iguais só alteral as técnicas construtivas e os materiais empregados b Variam de acordo com os estilos a que remontam neoimitativos neogótico neobarroco etc ou históricos grecoromano barroco gótico c Variam de acordo com a disposição das edificações no lote d Variam de acordo com os projetos produzidos por arquitetos nacionais ou estrangeiros e Variam de acordo com o público que atendem popular ou elite 116 3 Quando o estilo eclético chegou ao Brasil ele foi adaptado às condições locais possuindo variações de acordo com materiais as tipologias construtivas adotadas e a mão de obra em pregada Sobre isso qual é a principal diferença entre a tipologia importada e a popularesca do Ecletismo Analise as alternativas a seguir e identifique a correta a A tipologia importada é caracterizada pela contratação de profissionais estrangeiros renoma dos e pela execução rigorosa do projeto completo seguindo diretrizes e linguagem importadas enquanto a tipologia popularesca é desenvolvida por profissionais brasileiros formados na Academia Imperial de Belas Artes e geralmente segue o estilo Neoclássico b A tipologia importada é caracterizada pela execução dos projetos por profissionais brasileiros formados na Academia Imperial de Belas Artes enquanto a tipologia popularesca envolve a contratação de engenheiros e arquitetos estrangeiros renomados c A tipologia importada é caracterizada pela produção de projetos executados rigorosamente seguindo a linguagem e as diretrizes importadas enquanto a tipologia popularesca é de senvolvida por camadas mais pobres da população e envolve a utilização de mão de obra e materiais disponíveis d A tipologia importada é caracterizada pela execução de projetos completos seguindo estri tamente o estilo Neoclássico ensinado pela Academia Imperial de Belas Artes enquanto a tipologia popularesca envolve a combinação de estilos arquitetônicos heterogêneos como Art Nouveau Neoclássico Art Déco e Barroco 5 Nesta unidade estudaremos os movimentos protomodernistas que fizeram a transição historicista e iniciaram o rompimento com os padrões estilísticos ecléticos o Art Nouveau e o Art Déco assim como o Neocolonial que introduziu a ideia de tradição nacional e a concepção de uma arquitetura identitária Arquitetura Art Nouveau Art Déco e Neocolonial como Protomodernistas Me Jociane Karise Benedett 118 Imagine que no início do século XX o grande objetivo do Brasil era parecer moderno O que até então era o mesmo que imitar as metrópoles europeias começou a encaminharse para um novo entusiasmo por tudo que era produzido pela indústria Por outro lado para os Europeus de onde vinha a inspiração cosmopolita o que era industrializado já estava sendo considerado de mau gosto e muitas vezes era disfarçado para não parecer A produção arquitetônica brasileira desse período foi por muito tempo desprezada pela historio grafia sendo raros os exemplares nos estilos Art Nouveau Art Déco e Protomodernistas em geral que ainda estejam preservados Isso se deu porque até as décadas de 1960 e 1970 essa era uma arquitetura considerada mais uma cópia europeia como todas as do ecletismo das quais a sociedade já estava cansada e não era nada identitária Por que será que os produtos da arquitetura de ferro como ficaram conhecidas as obras da época foram tão bem acolhidos naquele período e renegados posteriormente pela história Levanto sobre isso duas hipóteses num primeiro momento essa arquitetura foi acolhida por se tratar da aplicação de materiais industriais e num segundo por proporcionar a construção de estruturas mo dernas o que introduziu ao país o mito do progresso No entanto no Brasil diferentemente da Europa o Art Nouveau não buscou inovar em sua produção arquitetônica e acabou sendo relegado a mais um dos estilos importados dos quais o país estava cansado tendo sido praticamente esvaziado e adaptado à produção e à sociedade da época Ou seja tratavase de uma expressão burguesa de adequação à UNICESUMAR UNIDADE 5 119 moda europeia e se disseminou mais na decoração de interiores e nos elementos forjados em ferro Apesar de não ter sido um ponto notório da historiografia arquitetônica brasileira os movimentos Art Nouveau e Déco identificaram a ruptura com o século XIX e a imitação estrangeira Portanto estudar a arquitetura protomodernista no Brasil e identificar a adaptação das ideias e elementos dos movimentos europeus às condições e necessidades locais como a utilização de materiais e técnicas construtivas disponíveis na época levanos a entender o desenvolvimento arquitetônico posterior que tornou a arquitetura brasileira notável como tal internacional Busque exemplares da arquitetura protomodernista e identifique seu estilo e suas aracterísticas Ao perceber diferenças sutis que identificam esse período de transição você reconhecerá os elemen tos evolutivos que permeiam a historiografia arquitetônica nacional Defina as particularidades e os atributos de cada estilo e distribuaos em colunas Utilize para isso seu Diário de Bordo 120 No final do século XIX os arquitetos estavam descontentes com o que estava tendo que ser produ zido para agradar ao público seguindo o que estava na moda colunas pilastras cornijas molduras tudo o que remetia ao historicismo Nesse momento a produção arquitetônica se tornou alvo fácil para críticas As cidades estavam crescendo retrato da expansão industrial a demanda da construção civil aumentando e as edificações acabaram relegadas à simples maquiagem sobre a fachada como se os modelos fossem escolhidos num catálogo de estilos históricos e a partir deles definissemse os ornamentos para cobrir uma estrutura funcionalmente adequada Havia de forma simplificada uma oscilação entre um tradicionalismo ultrapassado dos estilos históricos e um naturalismo mal disciplinado fruto da maleabilidade dos novos materiais industriais Com o passar do tempo um número maior de pessoas se conscientizava do contrassenso que era reprodução desses pastiches europeus Havia um cansaço e um desgaste que proporcionaram a busca por novos rumos que resultaram na produção protomodernista que inclui os movimentos Art Nouveau Art Déco e Neocolonial A produção protomodernista especificamente já mais próxima aos anos 1930 já diferenciavase das características historicistas e das experiências dos pioneiros modernistas brasileiros Novas técnicas novos materiais e novos gostos exigiam novas formas que foram representadas naquele momento pelo movimento Art Nouveau ainda de maneira muito ornamental rebuscada com linhas curvas delicadeza sinuosidade linhas entrelaçadas de inspiração naturalista e simetria SOUZA 2012 UNICESUMAR UNIDADE 5 121 O movimento tornouse pontochave da transição ao Modernismo e ao Art Déco e suas linhas mais sóbrias Além disso o movimento neocolonial numa tentativa de construção identitária foi considerado então protomodernista prefixo que indica início precedência assim construíram o início de uma historiografia arquitetônica nacional Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia aproximada da fachada frontal do Theatro José de Alencar Ao centro em primeiro plano há uma estrutura metálica de um poste com duas luminárias uma em cada lado Nas duas laterais do edifício há escadarias e balcões e sobre a estrutura da platibanda curva vitrais coloridos No semicírculo central há a inscrição Theatro José de Alencar em branco e sobre os dois semicírculos menores laterais uma ponteira em ferro forjado de formato organicista Os guardacorpos são todos em ferro forjado no pavimento superior reto com um brasão central e no pavimento inferior compõe uma estrutura circular Figura 1 Fachada externa do segundo bloco do Theatro José de Alencar 1910 Fonte Souza 2012 p 135 O Art Nouveau no Brasil qualificouse pela busca da beleza pela fluidez e pelo requinte na or namentação bem como pela estilização da natureza São algumas características dessa arquitetura presença de uma grande quantidade de elementos decorativos como arabescos vitrais mosaicos e esculturas inspiração em elementos naturais traduzidos em formas vegetais e orgânicas aproxi mandoos da geometria por meio de curvas e ondulações uso de materiais diversos como ferro vidro cerâmica e pedra e incorporação de novas tecnologias construtivas Buscavase integrar fachadas grades portas interiores e mobiliário por meio da leveza da juventude e do otimismo que o representava ver Figura 2 PECLY ARAÚJO 2014 122 O movimento Art Nouveau tentava se aproximar das mudanças sociais da era moderna reagindo contra o academicismo e o sentimentalismo romântico e valorizando a produção em série revalorizando a beleza sofisticada mas de alcance maior Apesar desses preceitos conceituais no Brasil o estilo che gou com menos vitalidade e mais como um estilo exótico que podia ser retomado pelo ecletismo de antes PECLY ARAÚJO 2014 Um exemplo bastante autêntico dessa manifestação arquitetônica é o Teatro José de Alencar ver Figura 1 em Fortaleza no qual se pode notar algumas das características citadas como o uso do ferro fundido e sua estilização orgânica com formas remetendo à natureza o uso de vitrais e metais buscando enfatizar o requinte entre outras Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma edificação residencial assobradada construída no estilo Art Nouveau Nela em primeiro plano há o muro baixo de pedra cinzaescuro e sobre ele e no acesso uma estrutura de ferro fundido escultural em formatos orgânicos na cor vermelho escuro A casa toda em branco possui detalhes em baixo relevo e esqua drias também em vermelho escuro O acesso principal é antevisto por uma varanda cuja entrada é esférica com dois pilares centrais Figura 2 Residência Art Nouveau em Trincheiras Fonte Oliveira 2009 p 35 UNICESUMAR UNIDADE 5 123 A arquitetura Art Nouveau se espalhou pelo país e apresentou exemplares na maioria das capitais brasi leiras No Rio de Janeiro o movimento não foi tão expressivo no entanto possui exemplares marcantes que em sua maioria foram projetados por arquitetos estrangeiros O Edifício Guinle ver Figura 4 a no Rio de Janeiro projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire é um marco da arquitetura Art Nouveau no Rio de Janeiro Construído em 1918 o edifício apresenta detalhes que remetem à uma construção de origem francesa com a cobertura em cobre A fachada apresenta detalhes afrescos e grades trabalhadas em ferro batido Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em um dia nublado de uma perspectiva lateral do mercado de Manaus constituído em duas edificações A estrutura assobradada da esquerda tem platibanda e duas esquadrias alinhadas nas cores amarelo e laranja com frisos em alto relevo A estrutura da direita se apresenta toda em ferro fundido estruturada a partir de formas orgânicas em tons verde com um vitral semicircular colorido No topo há um shed em formato triangular com uma escultura também em ferro e um elemento escultural em alto relevo circular Figura 3 Mercado de Manaus Fonte Wikimedia Commons 2014a online 124 Em residências um exemplar de destaque que mistura exuberância e excentricida de e nos lembra segundo Bruand 2003 as obras singulares do catalão Gaudí é a residên cia Villino Silveira ver Figura 4b projetada pelo arquiteto italiano Virgilio Virzi É uma edificação vertical com uma decoração rica e abundante um pouco mais comedida que as ousadas obras do espanhol mas caracterizada por numerosos arcos volumes sobrepostos e formas irregulares Além disso tem uma variedade de grades e balcões de ferro forjado com linhas sinuosas típicos do estilo Art Nouveau OLIVEIRA 2009 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 4 a traz uma fotografia externa tomada em um dia nublado de uma perspectiva do edifício Praia do Flamengo A edificação branca com barrado em pedra e telhado em cobre de estrutura retangu lar com um chanfro arredondado é vista atrás de um estacionamento de veículos dispostos diagonalmente A Figura 4 b traz uma fotografia frontal da residência Villino Silveira tomada à luz do dia A edificação construída no alinhamento predial na porção do acesso segue a mesma implantação das edificações do entorno A edificação possui um acesso com gradil rebuscado em ferro varanda com guardacorpo elaborado e pilares com detalhes em estuque O edifício se configura verticalmente Figura 4 a Edifício Praia do Flamengo b Residência Villino Silveira Fonte Figura a Google Street View s d apud Ipatrimônio 2023 online Figura b Google Street View online Outro representante clássico do movimento no Rio de Janeiro é a Confeitaria Colombo que abusa de formas tridimensionais delicadas tortuosas ondulantes e irregulares em seu interior UNICESUMAR UNIDADE 5 125 Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias do interior da Confeitaria Colombo A Figura 5 a traz uma perspectiva do segun do pavimento observando o térreo com o guardacorpo em ferro fundido e no teto a claraboia com um mosaico de vitrais coloridos com estrutura de ferro O forro dividido em retângulo possui bordas em gesso e luminárias no centro Mesas estão distribuídas no pavimento térreo que é ladeado por espelhos e no centro há o acesso A Figura 5 b traz uma perspectiva do térreo na altura do observador em que há as pessoas sentadas às mesas os espelhos na porção esquerda o acesso e a vitrine ao centro e mais espelhos com arandelas à direita Figura 5 Confeitaria Colombo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2008a online figura b Wikimedia Commons 2021 online A B Título São Paulo A Sinfonia da Metrópole 1929 Ano 1929 Sinopse um documentário mudo que mostra a vida urbana em São Paulo nos anos 1920 Comentário embora não seja sobre arquitetura Art Nouveau o documentário é uma janela para a histó ria da cidade e sua arquitetura da época Acesse o QR Code e assista ao trailer produzido para a Mostra Internacional de Cinema 126 Em São Paulo foi onde o movimento se tornou mais expressivo devido ao capital circulante proveniente da cafeicultura e da relação próxima dos senhores do café com a cultura Europeia absorvida por meio de viagens e publicações Os principais arquitetos do Art Nouveau no país eram estrangeiros Karl Ekman 18661940 sueco e Victor Dubugras 18681933 francês SALDANHA 2021 Karls Ekman chegou no Brasil em 1890 onde se estabeleceu no Rio de Janeiro Dois anos depois mudouse para São Paulo onde construiu uma série de edifícios institucionais como o Teatro São José e a Maternidade de São Paulo e residências sendo a mais importante a construída para a família Álvares Penteado atualmente conhecida como Vila Penteado considerada a primeira edificação Art Nouveau na cidade OLIVEIRA 2009 A Vila Penteado difundiu o estilo por toda a cidade mesmo que de maneira superficial em bairros como Santa Cecília Higienópolis Campos Elíseos e Bela Vista OLIVEIRA 2009 As obras de Ekman possuíam características externamente sóbrias com predominância de linhas retas emprego de arcos e curvas apenas em locais estratégicos Além disso havia decorações florais e em linhas dispostas de forma a destacar as fachadas particularidades associadas à escola austríaca de Otto Wagner Nos interiores a produção apresentou os melhores resultados que podem ser apre ciados nas intervenções da Vila Penteado com destaque para o vestíbulo que possui pédireito duplo e dá acesso aos demais cômodos e traduz os arranjos ornamentais do Art Nouveau com mosaicos serralheria pinturas murais estuques de motivos florais arandelas e lustres em ferro fundido e os arranjos espaciais inspirados nas obras de Victor Horta em Bruxelas A residência ampliou o repertório artístico técnico e construtivo de São Paulo sendo um expoente do movimento BRUAND 2003 A B Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias uma interna e uma externa da Vila Penteado A Figura 6 a traz uma fotografia externa em que é possível ver uma fonte central em frente ao acesso e várias árvores de palmeiras as quais estão impedindo a visão do edifício O edifício se apresenta em begeclaro com as esquadrias em madeira e begeescuro e há um acesso central e uma varanda com o guardacorpo em ferro fundido A Figura 6 b traz uma perspectiva interna tomada do segundo pavimento que permite a visão ao balcão do lado oposto com guardacorpo em madeira estrutura do forro em madeira do qual desce um lustre em ferro fundido As paredes possuem estuques e pinturas murais em formatos de arco pleno assim como o acesso que possui uma bandeira semicircular Figura 6 Vila Penteado Fonte Figura a Projeto Brasil França 2023 online Figura b Wikimedia Commons 2015 online UNICESUMAR UNIDADE 5 127 Victor Dubugras chegou em São Paulo em 1891 e começou a trabalhar com Ramos de Azevedo e deu aulas na Politécnica de São Paulo Em 1902 ao projetar uma residência para Flávio Uchôa optou pelo Art Nouveau em seu interior tanto na ornamentação quanto na organização espacial porém ainda manteve o exterior eclético A transição entre estilos é percebida principalmente no uso do ferro em grades varandas e caixilhos das janelas Em 1910 seu estilo mais maduro apresentou formas cada vez mais circulares OLIVEIRA 2009 Alunoa assista aqui à análise em detalhe do episódio Palacete Horácio Sabino que foi projetado por Victor Dubugras em 1903 Acesse o QR Code A estação Ferroviária de Mayrink foi outro projeto de destaque de Dubugras não apenas pelo projeto mas por ter sido o primeiro edifício totalmente de concreto armado no país um anúncio do que viria em seguida na arquitetura moderna O edifício é constituído de três corpos principais sendo o corpo central de maior altura uma estrutura em abóbada apoiada em quatro torres de função somente estética Essas torres são ancoradas por plataformas em balanço sustentadas por montantes de ferro forjado Os dois corpos laterais são constituídos por estruturas moduladas com lâminas de concreto e são de forma semicircular OLIVEIRA 2009 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia em preto e branco de uma perspectiva externa da Es tação Ferroviária de Mayrink A edi ficação possui uma forma elipsoidal com uma marquise curva que segue a forma sustentada por tirantes O centro possui uma estrutura semicir cular com duas torres em cada facha da com uma plataforma em frente ao edifício com três linhas de trilhos Figura 7 Estação Ferroviária Mayrink Fonte Wikimedia Commons 1910 online 128 Assim como outras tantas obras do período a produção desses dois arquitetos sofreu com uma série de alterações sem o intuito de preservação e outras foram demolidas A Casa Ranzini construída em 1909 e projetada pelo arquiteto italiano Giulio Michetti apresenta uma fachada decorada com azulejos e uma varanda com detalhes em alto relevo A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 8 a traz uma fotografia externa tomada em um dia nublado da fachada da residência Ranzini Nela há fachada com barrado em pedras justapostas e revestimento de tijolinhos uma estrutura de porão alto e dois pavimentos com detalhes decorativos nas varandas e pilares assim como nos beirais e marquises A Figura 8 b mostra uma fotografia tomada à luz do dia de uma perspectiva atual representada pelos semáforos em primeiro plano dispostos frente à edificação A fotografia traz um muro divisório trabalhado em ferro fundido e alvenaria com relevos esculturais Atrás dele há a edificação separada à esquerda da vizinha por uma parede verde A edificação nas cores bege com esquadrias marrons é estru turada em semicírculos e uma torre quadrada à direita A cobertura dos semicírculos escondese atrás de platibandas enquanto a da torre é estruturada em uma escultura cupular Sobre as esquadrias as padieiras eram em forma de cornija e sob elas há esculturas em alto relevo Figura 8 a Casa Ranzini em São Paulo b Palacete na Avenida Brigadeiro Luís Antônio em São Paulo Fonte Figura a Wikimedia Commons 2018 online Figura b Wikimedia Commons 2008b online No Rio Grande do Sul há o Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre e outros edifícios da universidade e em Curitiba o Palácio de Cristal e o Paço da Liberdade ver Figura 9 Belém devido ao desenvolvimento influenciado pela extração da borra cha e o acúmulo de riqueza e relacionamento internacional advindo disso possui muitos exemplares Art Nouveau como o Palacete Bolonha e os dois Mercados de Ferro destinados à venda de carne e de produtos do mar situados no VeroPeso ambos os projetos do engenheiro Francisco Bolonha UNICESUMAR UNIDADE 5 129 Em comum essas edificações externamente eram mais representadas pelo Ecletismo vigente mas os interiores são o que chamam a atenção e as vinculam ao estilo Art Nouveau como o edifício Paris nAmérica que chama a atenção por sua escada de ferro importada da Europa OLIVEIRA 2009 Durante o mesmo período num contexto de industrialização e expan são urbana acelerada surgiu outro movimento o Art Déco considerado o passo inicial para a produção mo dernista No Brasil o movimento Art Déco aconteceu simultaneamente à Europa e oferecia uma opção mais sim plificada em relação ao Art Nouveau e ao Ecletismo É importante mencionar que esses movimentos ocorreram ao mesmo tempo e muitos autores con sideram o Art Déco e o Art Nouveau como variações do Ecletismo O movimento arquitetônico Art Déco foi visto por muitos como um ca pricho da moda que se distanciava do Descrição da Imagem a figura traz uma fotogra fia tomada à luz do dia de uma perspectiva lateral do edifício Paço da Liberdade em Curitiba Nela há a edificação de três andares com uma estrutura central quadrada que comporta um relógio no topo e o acesso no térreo No pavimento térreo as esquadrias são em arco pleno no segundo são retangulares com os cantos chanfrados e no ter ceiro pavimento são retangulares com a padieira em formato de cornija com uma escultura em alto relevo no centro A edificação é toda na cor bege e possui protuberâncias centrais que configuram uma varanda no terceiro pavimento na fachada frontal e no segundo e terceiro pavimento nas fachadas laterais Figura 9 Paço da Liberdade em Curitiba Fonte Wikimedia Commons 2009 online 130 realismo promovido pela Bauhaus e Le Corbusier por exemplo e se constituiu a partir da síntese de várias fontes e referências como o Cubismo o Expressionismo a arte Africana e a arte Egípcia O Neoplasticismo tomou como inspiração o design de máquinas e navios ficando conhecido também como uma manifestação terminal do Ecletismo PECLY ARAÚJO 2014 Há no nosso texto uma série de contradições no que diz respeito ao posicionamento dos movimen tos Art Nouveau e Art Déco na historiografia arquitetônica brasileira Isso porque eles estão coloca dos num limbo entre uma última manifestação ecletista e uma transição marcante ao Modernismo por isso aqui consideramolos protomodernistas Porém não deixamos de elencálos como uma última transição eclética devido ao fato de ambos os movimentos acontecerem concomitantemente O estilo Art Déco ao adotar uma abordagem que valoriza certos preceitos da tradição acadêmica da arquitetura enquanto elimina elementos considerados supérfluos ou excessivos abriu caminho para uma expressão arquitetônica moderna Essa característica ambígua tornou o Art Déco uma das últimas manifestações do Ecletismo ou uma das primeiras do modernismo de acordo com vários autores Essa ambiguidade aliada a uma imagem de progresso e desenvolvimento provavelmente contribuiu para a ampla aceitação e difusão da arquitetura Art Déco em todo o Brasil Houve uma ampla inserção do movimento no país em todas as camadas sociais sendo bastante aplicado em vilas populares e na arquitetura fabril tendo atingido seu auge nos anos 1930 e 1940 ao propor soluções integradas que atendiam às variedades de climas e contextos do Brasil em relação a distribuições dimensionamento e funcionalidades dos espaços volumes aberturas e uso de materiais PECLY ARAUJO 2014 De forma geral os materiais comumente utilizados eram luxuosos como madeiras nobres ébano e caiobá vidros e espelhos coisas cromadas mármores plásticos e metais como o bronze o latão e a prata A estética nesse período é caracterizada pela geometrização predominância de linhas retas e for mas circulares triangulares e de losangos com reentrâncias e volumes destacados escalonamento de planos estruturas equilibradas e simétricas uso de esculturas e relevos com materiais como o gesso e o metal e outros elementos que configuram o movimento como transição entre o eclético e o mo derno PECLY ARAUJO 2014 O Edifício Martinelli em São Paulo construído em 1929 é um dos marcos da arquitetura Art Decó em São Paulo Com 30 andares foi o primeiro arranhacéu da América Latina e apresenta uma fachada com formas geométricas e materiais luxuosos UNICESUMAR UNIDADE 5 131 O Edifício A Noite foi um dos primeiros arranhacéus brasileiros junto ao Martinelli Foi projetado em 1929 pelo arquiteto francês Joseph Gire com 103 metros O edifício de uso comercial apresenta uma fachada com linhas retas e formas geométricas além de elementos decorativos como frisos detalhes em metal azulejo e vidro principalmente nas esquadrias A simetria e a proporção são características proeminentes criando uma sensação de equilíbrio e harmonia Outro destaque é a iluminação carac terística marcante do Art Déco letreiros neons e fachadas iluminadas eram sempre utilizados o edifício era sempre iluminado à noite fazendoo destacarse na paisagem urbana Apesar do estilo Art Déco ter sido aplicado à estrutura foi um dos pioneiros no uso do concreto armado O edifício passou por um processo de tombamento de 1988 a 2010 porém apenas os andares 21º e 22º foram considerados relevantes na época por abrigarem a Rádio Nacional do Rio de Janeiro Em 2012 o processo foi novamente aberto e você pode inteirarse de todo o parecer técnico no qual a história do edifício e do entorno são discutidos acessando o QR Code a seguir Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada em um dia nublado de uma perspectiva lateral do edifício Martinelli Nela há em primeiro plano tanto no lado esquerdo como no direito duas árvores em frente ao edifício e outras construções baixas alinha das ao nível da fotografia O edifício alto de características estilísticas mescladas possui dois volumes retangulares ambos com chanfro em uma das pontas visíveis e uma estrutura escalonada na cobertura Figura 10 Edifício Martinell Fonte Wikimedia Commons 2014b online 132 O Cine Teatro Capitólio projetado por Alberto Pinto Coelho construído na década de 1930 em Belo Horizonte assim como o Teatro de Goiânia projetado por Jorge Félix construído no início da década de 1940 foram edifícios institucionais marcos da sociedade da época e considerados espaços tradicionais de cultura atualmente Apresentam fachadas geométricas com linhas verticais elegantes ornamentos elaborados em metal e vidro considerados materiais luxuosos para época No Cine Teatro Capitólio o detalhe fica com os vitrais coloridos a iluminação da fachada e a estrutura semicircular do acesso são feitas pela esquina Ambos combinavam elementos tradicionais com uma estética ino vadora típica do movimento Art Déco Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia ex terna tomada em um dia ensolarado e de uma distância considerável da fachada frontal do edifício A Noite Nela há em primeiro plano o mar a orla com vegetação e veículos transitando em frente ao edifício Ao fundo há o edifício com uma série de 16 colunas de janela alinhadas e no topo dele uma série de pórticos define um detalhe ornamental Figura 11 Edifício A Noite no Rio de Janeiro Fonte Wikimedia Commons 2012 online UNICESUMAR UNIDADE 5 133 A cidade de Goiânia foi reconhecida como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2008 por possuir um acervo amplo de edificações e elementos paisagísticos característicos da arquitetura Art Déco resultado da sociedade do começo do século XX Esta de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN em sintonia com a Marcha para o Oeste uma estratégia esta belecida pelo governo de Getúlio Vargas no final dos anos 1930 para impulsionar o desenvolvimento e promover a ocupação do CentroOeste projetou a nova capital do estado de Goiás cujo responsável foi o urbanista Attílio Corrêa Lima A maioria dos primeiros edifícios de Goiânia erguidos nas décadas de 1940 e 1950 foi influenciada pelo estilo Art Déco IPAHN 2023 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 12 a traz uma fotografia tomada em um dia nublado e chuvoso da fachada frontal e lateral do edifício do Cine Teatro Capitólio O edifício é construído em concreto pintado de bege e a fachada frontal do teatro apresenta um ângulo curvilíneo que se destaca na esquina Acima do letreiro Cine Theatro Brasil Vallourec é possível ob servar três vitrais retangulares Esses vitrais apresentam padrões geométricos coloridos contribuindo para a estética geral do teatro A Figura 12 b traz uma fotografia tomada ao entardecer do edifício Teatro Goiânia O edifício é composto por dois volumes principais um semicircular e um retangular cortado por uma marquise de formas onduladas Há ainda uma saliência na estrutura retangular na vertical em que está inscrito o nome do edifício em letras em relevo douradas O edifício é bege com esquadrias quadradas e um barrado cinzaescuro Figura 12 a Cine Teatro Capitólio ou Teatro Brasil em Belo Horizonte bTeatro Goiânia Fonte Figura a Wikimedia Commons 2020 online Figura b Wikimedia Commons 2019 online 134 Apesar de uma produção intensa e que buscava representar a sociedade de então a produção arquite tônica da virada do século foi rotulada como mera imitação de modelos estrangeiros e sem identidade nacional devido ao desgaste do ecletismo e à busca por algo inovador completamente desvinculado do modelo europeu Da mesma forma na Europa o Movimento Moderno vinha defendendo a subs tituição das construções ecléticas por modelos mais minimalistas em busca de uma racionalidade o que no Brasil foi traduzido de forma que aquela produção excessivamente ornamental e importada fosse caracterizada como não contenedora de traços da nossa personalidade Dito isso se seguirmos uma curva evolutiva da arquitetura nacional com certeza o movimento moderno se encontrará no topo e digamos no final e a partir dele avaliavamse até pouco tempo as outras escolas estilísticas praticadas no país Nesse contexto o Neocolonial surgiu como mais uma ESCOLA ESTILÍSTICA obrigatória para entender a transição do que foi a arquitetura do século XX seria o modismo final do Brasil Colônia à Modernidade Alguns o colocam junto no balaio de movi Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada em um dia nublado do edifício do Museu Zoroastro Artiaga Nela há a estrutura da edificação retangular com dois volumes centrais quadrados sobressaltados e uma estrutura percebida pela platibanda circular Os três volumes possuem uma escultura em alto relevo como um retângulo branco A edificação é toda pintada em cinzaescuro azulado com detalhes cornijas estruturas e rodapés em branco Figura 13 Museu Zoroastro Artiaga em Goiás Fonte Wikimedia Commons 2010 online UNICESUMAR UNIDADE 5 135 mentos que definem o eclético mas ele é o marco inicial da campanha por uma arquitetura autóctone ainda que com influências estrangeiras FABRIS 1993 Vamos conversar sobre a transição do Brasil para o modernismo E o uso da arquitetura como fator identitário A arquitetura identifica um povo e a falta de uma nacionalização da produção brasileira a caracte rizava como um estrangeirismo Aí podemos pensar será que foi daí que surgiu o complexo de inferioridade nacional em busca sempre do internacional como melhor Vamos refletir sobre isso Nas primeiras décadas do século XX o Brasil entrou no debate identitário Nesse momento propôs se um retorno ao passado colonial brasileiro como fonte de tradição histórica e artística PECLY ARAÚJO 2014 O movimento neocolonial era defendido pelos contrários ao novato Art Nouveau e ao Eclético porque estes não representavam uma tradição local e homogeneizaram a arquitetura não a identificando enquanto brasileira O Neocolonial se desenvolveu a partir de 1910 principalmente no eixo RioSão Paulo depois de uma série de conferências proferidas por Ricardo Severo que dizia ter de extirpar da arquitetura nacio nal o mau gosto eclético e das influências pósPrimeira Guerra Mundial de um instinto nacionalista inclusive com relação às importações de matériaprima e mão de obra FABRIS 1993 Contra essa arquitetura de estilos confusos de mau gosto e inexpressiva segundo Severo seria necessária uma arquitetura simples robusta forte e de linhas calmas e tranquilas que na verdade acabou sendo um último capítulo da arquitetura eclética porque acabou adotando apenas soluções de superfície aplicando novos ornatos de inspiração portuguesa que produzia exteriores bonitinhos 136 FABRIS 1993 A fachada foi um elemento importante da arquitetura neocolonial e é caracterizada por uma simetria rigorosa e uma divisão clara entre os elementos estruturais e decorativos Contextualmente o Neocolonialismo foi uma tentativa de institucionalizar e justificar as inter venções estatais na sociedade como iniciativa da construção de escolas residências prédios públicos e igrejas segundo um cânone estético que visa à regeneração do espírito de um país em vias de deca dência KESSEL 2012 A Exposição Internacional do Centenário da Independência realizada no Rio de Janeiro em 1922 marcou o triunfo do estilo que foi considerado símbolo da emancipação artística do país BRUAND 2003 p 55 Isso porque teve vários pavilhões neocoloniais que chamaram a atenção internacional pelo exotismo das cores nas fachadas e nos interiores e pelas soluções funcionais inseridas para conforto térmico adequadas ao país como telhados inclinados e beirais salientes que proporcionam proteção contra a chuva e o sol e varandas e terraços que proporciona um ambiente ventilado e agradável Fazia uso de materiais tradicionais como a pedra o tijolo o adobe o barro e a telha em uma tentativa de resgatar o modelo português O Neocolonial foi tanto uma iniciativa para conservar e documentar exemplares coloniais quan to a uma formulação das bases de um novo estilo em que se pudesse assentar o legado colonial O percurso do Neocolonial pode ser resumidamente caracterizado como de reação ao estrangeirismo excessivo do eclético na arquitetura e se desenvolve para uma resistência ao modernismo calcada ideologicamente no tradicionalismo conservador Ele se deu com base em uma recuperação seletiva de elementos arquitetônicos promovendo a glorificação da cultura produzida pela aristocracia rural apontada como expressão máxima da nacionalidade KESSEL 2012 Para os teóricos da época a arquitetura e a arte brasileiras eram ramos da expressão cultural portuguesa aclimatada no trópico em todo o seu esplendor durante a época colonial e ultimamente relegada ao abandono em virtude da valorização de padrões estéticos importados da Europa KESSEL 2012 p 24 Lúcio Costa famoso arquiteto modernista produziu obras neocoloniais porém ele dizia que a tradição construtiva do passado se impunha por meio das soluções e dos princípios funcionais mais do que uma estética Ele aplicava os processos construtivos neocoloniais em volumetrias geo metricamente definidas UNICESUMAR UNIDADE 5 137 Durante o período Neocolonial os antigos cortiços transformamse em vilas constituídas por casas térreas e sobrados em torno de uma área comum Os jardins tomam o alinhamento predial e deli mitam as fronteiras com a rua enquanto as disposições internas das residências não sofrem grandes alterações PECLY ARAÚJO 2014 O Neocolonial teve seu desenvolvimento e ápice em curto período de tempo Apesar da grande adesão de intelectuais que forneceram erudição e embasamento teórico ao movimento pôs fim ao período Eclético do país preparandoo para a modernidade que viria a não mais embasarse na his tória e num repertório formal e sim na busca de programas definidos essencialmente em termos de tecnologia FABRIS 1993 Portanto é justo admitir que a visibilidade do neocolonial foi ofuscada pela preeminência do modernismo com o qual trava uma disputa pela legitimação do título de arquitetura identitária nacional KESSEL 2012 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 14 a é representada na imagem como um croqui à mão muito bem dimensionado A imagem é em preto e branco com linhas finas e sombras que destacam as características da fachada do edifício A edificação aparenta ser assobradada com um telhado de quatro águas nas extremidades formando um formato triangular em cada uma delas Podem ser observadas colunas que se sobressaem e se estendem até a altura do telhado Em frente da edificação contém muros com uma parte superior em forma de ondas alinhados com as colunas e com o mesmo estilo da construção No centro da edificação há um telhado de duas águas Em frente a ele não há muro aparente mas sim uma mureta ao lado da qual há um acesso por meio de uma escada No andar inferior existem janelas retangulares enquanto na parte superior as janelas têm uma parte su perior no formato de um arco Por fim no lado direito há um acesso maior em formato de arco com detalhes adicionais A Figura 14 b apresenta um edifício com fachada simétrica e proporções equilibradas que se refere ao projeto neocolonial de Lúcio Costa para a Exposição de 1926 Capturado em uma foto antiga em preto e branco apresenta uma edificação de dois andares Nas extremidades do pavimento superior a altura é normal enquanto no centro do edifício há um pédireito duplo criando uma variação na volumetria que dá a impressão de um terceiro pavimento A permeabilidade do pavimento de acesso é notável com todo o seu perímetro desenhado com aberturas contínuas Infelizmente apenas com a imagem não é possível discernir com precisão o tipo específico de aberturas presentes mas é provável que incluam arcos e portasjanelas em arco pleno A cobertura é composta por grandes telhados de quatro águas com espigão curvo cobertos por telhas de ponta Além disso o edifício exibe cimalhas no beiral e nas aberturas adicionando detalhes decorativos ao conjunto Figura 14 a Projeto de Lucio Costa para a Embaixada do Peru b Projeto neocolonial de Lucio Costa para Exposição de 1926 Fonte Carvalho 2002 p 76 e 94 138 O ideário neocolonial pode ser classificado como conservador elitista e tradicionalista e vinha repre sentar a tentativa de retomada de um contexto em que valores que remontavam ao século XIX foram postos em xeque e as sociedades buscavam novos rumos Simultaneamente buscavamse uma evasão histórica e uma apropriação dela para que fosse uma ferramenta ilusionista que desse a sensação de cristalização do momento e impedisse a passagem do tempo em direção ao progresso KESSEL 2012 Descrição da Imagem a antiga residência de Othon Bezerra de Melo retratada na imagem em um dia ensolarado apresenta uma en trada distintiva Ao lado da entrada há uma área gramada com duas esculturas pequenas uma em cada lado A fachada da residência é simétrica e possui uma atmosfera assombrada A casa é pintada de branco e possui janelas e portas de madeira No pavimento inferior destacamse as aberturas uma em cada extremidade em arco com grades de ferro no parapeito Há uma abertura retangular com dois pilares de cada lado totalizando três aberturas retangulares Essa configuração cria um visual simétrico e equilibrado na fachada da casa seguida por outro arco que alinha essas aberturas à parede de trás Nessa parede existem duas janelas do lado esquerdo uma porta ao centro e mais duas janelas do lado direito Acima das três aberturas retangulares na parte superior da residência é possível observar detalhes aparentemente em gesso Esses detalhes são mais proeminentes na parte central da fachada No andar superior há uma varanda que possui grades de ferro no parapeito nas extremidades O restante da varanda é composto por uma mureta na mesma altura Na fachada do andar superior encontramse três janelas de madeira Acima dessas janelas existem detalhes em gesso que emolduram as janelas Também são visíveis luminárias uma de cada lado da parede Figura 15 Antiga residência Othon Bezerra de Melo Fonte Cantarelli 2018 online UNICESUMAR UNIDADE 5 139 A produção arquitetônica protomodernista que inclui as produções do Art Nouveau Déco e Neoco lonial vinha a afirmar a evolução construtiva do país As arquiteturas Nouveau e Déco manifestavam uma busca por renovar o campo da arquitetura e ao mesmo tempo uma projeção do gosto burguês da sociedade adaptando integrando e opondose aos estilos historicistas ecléticos que vinham se desenvolvendo A partir da evolução proporcionada pela formação profissional disponível no país e a relação ín tima com a Europa que se via naquele momento desgastada gerouse uma tentativa de consolidação da hegemonia nacional com a construção de um estilo próprio Mesmo no início do Art Nouveau os motivos florais e naturais que na Europa representavam folhas de carvalho por exemplo eram substituídos no Brasil por folhas de café na tentativa de demonstrar personalidade criatividade e poderio econômico Sugiro que antes de passar a modernidade leia o texto Razões da Nova Arquitetura no qual Lúcio Costa transcreve um texto documental de 1934 em que diz revelar o clima de guerra Santa profissional que marcaria o início da revolução arquitetônica que vem a seguir Você pode ler o texto acessando o QR Code a seguir e fazer suas reflexões sobre o que está por vir em nosso conteúdo Hoje estudamos esse período ainda com ressalvas como uma transição à arquitetura moderna que foi para muitos a verdadeiramente brasileira somada de forma simplista à neocolonial por isso grande parte da pro dução dessa fase foi apagada ou esquecida muito provavelmente porque não pudemos classificar o período em um único rótulo porque como vimos abrigou produções variadas e concomitantes Um resumo muito interessante e bastante detalhado da história do Neocolonial no Brasil é feito na palestra do professor Carlos Kessel Ar quitetura e identidade nacional o estilo Neocolonial brasileiro Acesse o QR Code a seguir para saber mais 140 Preencha o MAPA DE EMPATIA a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamen tos suas emoções e suas reflexões Fonte a autora Para o preenchimento do MAPA DA EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada 141 1 Sá 2016 relata que o movimento Art Nouveau que teve seu auge entre o final do século XIX e início do século XX foi uma manifestação artística e arquitetônica que buscava romper com o academicismo e o sentimentalismo romântico valorizando a modernidade e a produção em série No entanto no Brasil o estilo chegou com menos força e vitalidade sendo mais visto como um estilo exótico que poderia ser incorporado ao ecletismo predominante na época Apesar disso ainda é possível encontrar algumas influências e exemplos autênticos do Art Nouveau no país SÁ A L F de Arquitetura do início do século XX no Instituto Butantan Cadernos de História da Ciência v 12 n 2 p 3153 2016 Disponível em httpsdoiorg1047692cadhistcienc2016v1233868 Acesso em 15 jun 2023 Analise as questões e assinale como verdadeiras V ou falsas F O movimento Art Nouveau no Brasil chegou com menos vitalidade e mais como um estilo exótico que podia ser retomado pelo Ecletismo de antes O movimento Art Nouveau valorizava a produção em série e revalorizava a beleza sofisticada O Teatro José de Alencar em Fortaleza é um exemplo autêntico da arquitetura Art Nouveau O uso de ferro fundido e estilização orgânica com formas remetendo à natureza é uma ca racterística comum na arquitetura Art Nouveau A sequência correta para a resposta da questão é a F F V F b V F F V c V F V F d V V V V e V F V V 142 2 Segundo Conduru 2009 a maioria dos estudos sobre a história da arquitetura no Brasil apresenta duas perspectivas predominantes em relação ao movimento Neocolonial ambas as críticas não são necessariamente opostas Uma delas considera o Neocolonial como uma continuação equivocada do Ecletismo e a outra visão reconhece que apesar de suas falhas o Neocolonial contém elementos que influenciaram o surgimento do modernismo arquitetônico CONDURU R Entre histórias e mitos uma revisão do neocolonial Revista Vitruvius ano 8 set 2009 Dispo nível em httpsvitruviuscombrrevistasreadresenhasonline080933025 Acesso em 15 jun 2023 Portanto qual foi o objetivo do estilo neocolonial na Exposição Internacional do Centenário da Independência realizada no Rio de Janeiro em 1922 a Conservar e documentar exemplares coloniais b Promover a adoção de padrões estéticos importados da Europa c Desenvolver uma arquitetura modernista d Valorizar a cultura produzida pela aristocracia rural 3 O estilo Art Déco chegou no Brasil como um academicismo sem supérfluos Analise as afir mativas a seguir I O estilo Art Déco combinava elementos tradicionais e modernos criando uma estética ele gante e sofisticada II O estilo Art Déco se utilizava de materiais modernos como ferro e vidro ornamentos e linhas mais geométricas III A confeitaria Colombo no Rio de Janeiro é um exemplo clássico da estética do estilo Art Déco IV O estilo Art Déco foi inserido no país em todas as camadas sociais sendo bastante aplicado em vilas populares e na arquitetura fabril É correto o que se afirma em a I II III e IV b I II e III apenas c I e IV apenas d I e II apenas e I II e IV apenas 6 Nesta unidade identificaremos os conceitos e princípios que em basaram a difusão do ideário Moderno no Brasil e quais as particu laridades que a tornaram identitária e representante internacional da produção arquitetônica nacional Faremos a distinção das carac terísticas e particularidades das duas vertentes que se definiram a escola Paulista mais sóbria e pesada que optava pela geometria pura e pela simplicidade e que possuía ideais políticos e a Escola Carioca que apresentava uma pureza e leveza formal e estrutural com a profusão do uso de curvas e plasticidade referências sim bólicas e conceituais Modernismo Escola Carioca e Escola Paulista Me Jociane Karise Benedett 144 O ecletismo brasileiro foi absoluto até o século XX e quase não deu abertura para as vanguardas como o Art Nouveau e o Déco Alguns avanços protomodernistas já indicavam uma busca pela difusão de novos ideários e não demorou muito para que o modernismo se difundisse no país muito em conse quência das inovações tecnológicas e construtivas Entre as décadas de 1930 e 1950 a arquitetura moderna prosperou e foi alçada a exemplo inter nacional A arquitetura moderna brasileira deu ao Brasil tal prestígio que o fez merecedor de uma Exposição no Museum of Modern Art de Nova York o MOMA em 1942 que resultou no livro Brazil Builds Architecture New and Old de Philip Goodwin 1943 Essa exaltação da produção modernista brasileira no exterior levou críticos como Mário de Andrade um dos pioneiros das vanguardas da Semana de 22 que até então estava imerso em dualidades como historicismomodernismo univer salnacional e formafunção e muito em dúvida quanto à beleza da arquitetura que vinha sendo produzida a render elogios Admirável também é a coleção de fotografias Brazil Builds que o Museu de Arte Moderna de Nova York acaba de publicar com em geral excelentes comentários do arquiteto Philip L Goodwin Eu creio que este é um dos gestos de humanidade mais fecundos que os Estados Unidos já praticaram em relação a nós os brasileiros Porque ele virá já veio regenerar a nossa confiança em nós e diminuir o desastroso complexo de inferioridade de mestiços que nos prejudica tanto Já escutei muito brasileiro não apenas assombrado mas até mesmo estomagado sic diante desse livro que prova possuirmos uma arquitetura moderna tão boa como os mais avançados países do mundo Brazil Builds é um livro que nos regenera em nosso valor normal Nós não somos nem melhores nem piores que as outras nações O gesto dos Estados Unidos descobrindo para nós Brazil Builds deve nos regenerar A nossa arquitetura moderna é tão boa como a arquitetura moderna dos Estados Unidos ou da França A arquitetura moderna brasileira constitue sic hoje sem dúvida objeto de admiração em todo o mundo O fato de o Museu de Arte Moderno de Nova York ter enviado ao UNICESUMAR UNIDADE 6 145 Brasil uma missão com o fim especial de conhecer de perto o que os arquitétos sic brasileiros fizeram e estão fazendo nesse sentido prova à saciedade sic o interesse que conseguimos despertar entre os norteamericanos pela maneira inteligente imaginosa e livre de preconceitos que foram resolvidos muitos problemas de arquitetura no Brasil Não se trata como póde sic parecer simples amabilidade de bons vizinhos o Museu de Arte Moderna é uma instituição privada que tem procurado reunir tudo o que de melhor se tem feito no mundo no domínio da arte moderna ANDRADE 1944 p 60 Estudando essa e outras críticas lançadas no período como a feita por Max Bill no texto O arqui teto a arquitetura a sociedade que descredita a arquitetura moderna brasileira como original ou por Bruno Zevi que reitera e explica a crítica de Bill em seu texto A moda Corbusiana no Brasil ou ainda pelo italiano Nathan Rogers que vai na contramão dos anteriores e tenta defender a produção brasileira em seu texto Pretextos para uma crítica não formalista ambos passíveis de leitura por meio do QR Code a seguir poderemos entender o quão complexa foi a estruturação de uma arquitetura moderna brasileira autóctone e identitária O contexto social político e econômico que contém a arquitetura moderna é muito amplo vai desde a política de boa vizinhança americana pósSegunda Guerra Mundial até a Guerra Fria 19471991 muito por isso ela foi sendo segmentada em correntes e escolas variantes Será que o orgulho nacional por sermos reconhecidos mundialmente por nossa arquitetura ain da persiste Será que as críticas aos pioneiros modernistas no Brasil fizeram jus à sua empreitada ou acabaram sendo feitas por desdém dos neocolonialistas que não chegaram a ser reconhecidos enquanto arquitetura nacional A arquitetura moderna brasileira assumiu um caráter distinto ao adotar e reinterpretar os princí pios estabelecidos por arquitetos renomados como Le Corbusier Gropius Van der Rohe e Wright Essas influências internacionais tiveram impacto significativo na produção arquitetônica do país complementadas pela rica influência da tradição neocolonial que tinha como aspiração ser reco nhecida como arquitetura brasileira 146 Hoje em dia há constante debate sobre os princípios modernistas e sua relevância na arquitetura contemporânea assim como na época os conceitos clássicos e coloniais vinham sendo discutidos Enquanto alguns argumentam que esses princípios ainda são válidos e essenciais para a criação de espaços funcionais e esteticamente agradáveis outros defendem a necessidade de novas abordagens e soluções arquitetônicas que reflitam as demandas e os valores da sociedade contemporânea Assim como as técnicas e os princípios clássicos foram questionados e desafiados pela arquitetura moderna é natural que os princípios modernistas também sejam avaliados e reavaliados à medida que o mundo evolui Ao estudar a arquitetura moderna teremos em mente que novos conceitos tecnologias e preocupações surgem constantemente o que nos leva a repensar como a arquitetura pode responder a essas mudanças Sugiro que você leia as críticas citadas anteriormente acessando o QR Code a seguir e faça um comparativo entre elas e o contexto em que se deram Busque também críticas posteriores de 1950 e 1960 adiante para verificar se a diferenciação entre escolas Paulista e Carioca trouxeram mais ou menos apoio à produção nacional UNICESUMAR UNIDADE 6 147 A arquitetura moderna brasileira se destacou por sua capacida de de dialogar com a tradição e com a modernidade de forma harmoniosa e inovadora Essa abordagem atraiu a atenção do mundo todo colocando o Brasil no mapa da arquitetura con temporânea Portanto a arquitetura moderna no Brasil surgiu a partir de um equilíbrio entre o bom senso das tradições e as constantes mudanças condicionadas pelas características de um país em pleno processo de construção O Brasil ao ouvir histórias sobre as novas ideias europeias e americanas adicionou sua própria realidade resultando em uma expressão artística única Embora a arquitetura brasilei ra tenha buscado seguir as normas estilísticas europeias foi necessário se adaptar a imposições locais sociais culturais e contextuais Essa necessidade de conciliar influências externas com elementos locais contribuiu para a formação de uma arquitetura moderna brasileira distintiva e autêntica O modernismo assim como os demais movimentos estu dados até aqui tive início na Europa e foi difundido no Brasil por meio da atuação de seus principais representantes e de livros revistas e ideias trazidas por meio de viagens 148 A Semana de Arte Moderna de 1922 foi o estopim para uma mudança do ambiente nacional que já vinha passando por um processo de busca de identidade Os manifestos da vanguarda que foram produzidos no centenário da Independência buscavam romper com as tradições do passado e buscar autonomia em relação à Europa difundindo um novo olhar sobre as artes a arquitetura e a literatura BRUAND 1991 No entanto apesar dessa tentativa de desvincular a produção brasileira da europeia os arquitetos que trouxeram os modelos modernistas eram estrangeiros como Gregori Warchavchik autor da primeira casa modernista e apenas posteriormente nomes brasileiros tiveram a oportuni dade de desenvolver projetos icônicos que se tornaram símbolos da identidade moderna do Brasil e se destacaram no cenário internacional como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer Como aposta na renovação definitiva do panorama arquitetônico nacional a arquitetura modernista começou a ser produzida no país a partir da década de 920 e durante o início dos anos 1930 houve um conflito significativo entre a arquitetura neocolonial e a arquitetura moderna Ao longo desses primeiros anos o Brasil passava por transformações políticas sociais e econômicas e o que contri buiu para a disseminação do estilo modernista no Brasil foi o apoio do governo do Estado Novo que via nesse estilo uma representação de modernidade e de progresso e uma maneira de romper com o passado colonial e criar uma nova imagem para o país O apoio governamental incentivou a adoção desse estilo arquitetônico em diversos projetos e construções como prédios institucionais escolas hospitais e até mesmo projetos urbanísticos No entanto é importante ressaltar que o conflito entre a arquitetura moderna e o neocolonial não se limitou apenas ao apoio estatal Havia uma resistência por parte de grupos conservadores e defenso res da tradição colonial que viam a arquitetura moderna como ameaça à cultura e às raízes do país Essa divergência de opiniões gerou debates acalorados e contribuiu para a complexidade do cenário arquitetônico brasileiro na época Título Arquiteturas no Brasil 19001990 Autor Hugo Segawa Editora EDUSP Sinopse Arquiteturas no Brasil 19001990 é um livro que oferece uma visão abrangente da arquitetura brasileira do século XX O autor Hugo Segawa reinterpreta as diversas vertentes do movimento moderno até a Segunda Guerra Mundial e explora as principais realizações arquitetônicas e protagonistas incluindo figuras renomadas como Oscar Niemeyer Lúcio Costa e Vilanova Artigas O livro analisa também a influência de arquitetos estrangeiros no país e aborda o panorama arquitetônico pósguerra até os tempos atuais incluindo a década perdida dos anos 1980 Comentário É uma leitura atenta e original sobre a aventura de construir espaços e cidades em constante transformação no Brasil UNICESUMAR UNIDADE 6 149 As primeiras investidas dentro do movimento foram do russo Gregori Warchavchik em São Paulo que dizia A nossa arquitetura deve ser apenas racional deve basearse apenas na lógica e esta lógica devemos opôla aos que estão procurando por força imitar na construção algum estilo WARCHAV CHIK 1925 apud PECLY ARAÚJO 2014 p 9 Sua produ ção inicial ignorou as demandas da arquitetura tropical e foi desenvolvida de forma precária sem os materiais ou a técnica necessária apenas com uma estética a divulgar o que causou estranhamento ao público A ideia básica desse primeiro momento do modernismo no Brasil era buscar sintetizar os princípios modernistas eu ropeus e o extrato corbusiano à tradição construtiva colonial brasileira de forma que essa harmonizasse com a paisagem e fosse eficiente e confortável O resultado disso foi uma estética na qual predominam as linhas geométricas simples e puras po rém muitas vezes de forma ousada com uma técnica avançada aplicando o concreto armado o aço e o vidro que assumiram papel notório PECLY ARAÚJO 2014 A primeira casa modernista ver Figura 1 enfrentou de safios e obstáculos porém acabou se tornando um marco na história da arquitetura brasileira Sua construção representou a introdução de uma linguagem estética e conceitual totalmente nova no país exercendo influência significativa nas décadas seguintes A persistência e a determinação de arquitetos como Warchavchik desempenharam papel fundamental ao pavimen tar o caminho para a arquitetura moderna no Brasil superando as dificuldades e contribuindo para o avanço do movimento no contexto nacional 150 Figura 1 Casa modernista na Rua Santa Cruz de Warchavchik 1927 Fonte Wikimedia Commons 2020a online Essa construção ver Figuras 1 e 2 foi produzida utilizando materiais locais e apresentou uma mistura peculiar de influências corbusianas e características brasileiras Além disso conservou alguns aspectos da arquitetura tradicional brasileira como a varanda e a cobertura de telha capacanal utilizadas na face posterior da residência elementos típicos da arquitetura colonial Sua construção enfrentou di versos obstáculos Inicialmente a prefeitura se opôs à aprovação da fachada do projeto Para contornar esse problema o arquiteto Gregori Warchavchik 18961972 teve que apresentar um falso projeto e posteriormente alegar falta de recursos para evitar a inclusão de ornamentos comuns da época Além disso havia escassez de materiais e falta de mão de obra qualificada Elementos que originalmente seriam de concreto por exemplo foram substituídos por tijolos cobertos com cimento branco As esquadrias lisas diferentemente das tradicionais foram feitas de madeira compensada e exigiram que Warchavchik se tornasse quase um mestre de obras ministrando oficinas para ensinar os trabalha dores a executarem os detalhes em colaboração com um mestre de marcenaria alemão Além disso os Descrição da Imagem a figura tratase de uma fotografia em preto e branco de uma residência modernista Em formato geométrico longitudinal visualizamola em perspectiva lateral Vista para o lado esquerdo da imagem temos uma abertura pequena um acesso e uma abertura de canto e no pavimento superior há mais duas aberturas Na fachada frontal há uma porta de acesso ladeada por duas janelas cobertas visualmente pela vegetação do jardim que é limitado por guardacorpos em L No pavimento superior há três aberturas retangulares e sobre elas toldos sobrepostos Em primeiro plano há os caminhos pelos quais levam à residência um gra mado e jardins compostos por cactos e os degraus de acesso à residência UNICESUMAR UNIDADE 6 151 custos dos novos materiais como vidro ferro e cimento eram elevados devido ao subdesenvolvimento industrial e à estagnação técnica do país na época Essa situação dificultou ainda mais a construção da casa e impactou o processo de adoção da arquitetura moderna no Brasil Figura 2 Casa modernista na Rua Santa Cruz de Warchavchik 1927 Fonte Wikimedia Commons 2020b online Depois de inserido no contexto nacional o modernismo brasileiro resultou na investida de um grupo de jovens que produziu um conjunto relevante e numeroso de obras em pouquíssimo tempo com uma técnica avançada no uso do concreto armado que possibilitou estruturas mais leves e elegantes preocupandose com o contexto ambiental local e as formas originais COELHO ODEBRECHT 2007 O pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova York de 1939 ver Figura 3 alçou os projetos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa aos stands do modernismo internacional Esse edifício assim como o prédio do Ministério da Educação e Saúde de 1937 ver Figura 4 no Rio de Janeiro é considerado um grande marco inicial do modernismo no Brasil internacionalmente com sua estética despojada funcionalidade e integração de ambientes BRUAND 1991 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia em preto e branco de uma perspectiva lateral da residência modernista da Rua Santa Cruz Na figura há cactos que envolvem o jardim da edificação Esta é composta por dois blocos retangulares um com dois pa vimentos e outro térreo No pavimento térreo há o acesso e as esquadrias de canto além da estrutura do telhado inclinado em telha capacanal de cerâmica Na estrutura lateral de dois pavimentos há uma proteção à insolação toldos sob as janelas retangulares 152 a Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias em preto e branco Na Figura 3 a temos uma perspectiva externa do Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York Nela em primeiro plano há o pátio da feira com alguns aglomerados de pessoas dispersos pelo espaço A rampa de acesso da fachada ao edifício se apresenta em formato de caixa retangular vazada à esquerda vedada com cobogós A Figura 3 b mostra a vista interna do Pavilhão com o mezanino curvo e pilares brancos cruciformes que os sustentam A vedação da fachada se apresenta em toda em vidro e há pessoas circulando pelo ambiente que mostra os dois pavimentos sendo que no segundo há também o guardacorpo em metal tubular Figura 3 a Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York Fonte Macedo e Benedett 2007 p 3 Vamos conversar sobre a política de boa vizinhança dos Estados Unidos para com o Brasil e o resultado dela como incentivo à nossa arquite tura com o destaque do Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York a exposição no MOMA o reconhecimento de nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e o imaginário brasileiro levado aos EUA com Carmen Miranda e Zé Carioca por exemplo No Rio de Janeiro especialmente a influência de Le Corbusier foi muito marcante desde sua primeira visita ao país em 1931 Os princípios do modernismo iam se espalhando sendo que em 1936 com a cons trução do edifício da sede do Ministério de Educação e Saúde hoje conhecido como Edifício Gustavo Ca panema tendo sido este o próprio o consultor esses princípios se consolidaram b UNICESUMAR UNIDADE 6 153 O edifício projetado durante o Governo de Getúlio Vargas tinha em sua equipe de projetos Oscar Niemeyer Affonso Eduardo Rei dy Carlos Leão Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos liderados por Lúcio Costa Sob a influência de Le Corbusier o edifício do ministério foi projetado de acordo com os princípios modernistas Foi um marco da ruptura com as formas arquitetônicas ornamen tadas simbólicas e historicistas que eram comumente utilizadas na época Fazia uso das cinco regras da arquitetura moderna O uso de pilotis que possuem uma altura de 9 m para dar permeabili dade ao pavimento térreo A estrutura separada da fachada atende à fachadalivre e à planta livre internamente e a planta baixa é caracterizada por um espaço aberto e flexível sem paredes fixas Isso permite maior mobilidade e as divisórias feitas de madeira que não chegam até o teto promovem a ventilação cruzada A fa chada é vedada por cortinas de vidro com brisessoleil horizontais e verticais para evitar a incidência direta da radiação solar Alguns ambientes foram decorados com azulejos e murais pintados pelo artista Cândido Portinari enquanto jardins exibiam esculturas de Lipchitz Bruno Giorgi e Celso Antônio e desenho de Roberto Burle Marx no terraçojardim XAVIER 2003 Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 4 a traz uma fotografia aérea do Palácio Gustavo Capanema em que há a praça o jardim do terraço do volume transversal e as formas ameboide da casa de máquinas sobre o volume do edifício longitudinal O edifício tem a fachada vedada com uma cortina de vidro e coberto por brises verticais e horizontais O bloco é fechado por duas empenas de concreto A Figura 4 b traz uma fotografia tomada de cima para baixo de uma altura considerável a partir da qual há pilotis do térreo da edificação Ao fundo há o painel em azulejos azuis e brancos formando um desenho abstrato na parede além de uma escala humana a partir do posicionamento de uma pessoa vestida de vermelho próxima à um dos pilotis Figura 4 a Palácio Gustavo Capanema antigo Ministério da Educação e saúde 1936 Fonte Figura a Iphan 2016 online b Wikimedia Commons 2004 online a b 154 Figura 5 Palácio Gustavo Capanema antigo Ministério da Educação 1936 Fonte Prestes 2018 online A arquitetura modernista alçou diferentes extratos sociais e todas as regiões do país passou por rein terpretações regionalistas e diversas tendências estilísticas Um exemplo notável é o Rio de Janeiro onde ocorreu a fusão dos princípios do movimento modernista europeu com a rica herança ambiental nativa resultando em uma arquitetura de formas mais livres e expressivas Nesse contexto destacase a originalidade de Oscar Niemeyer 19072012 Descrição da Imagem a figura mostra uma fotografia tomada da altura do observador no térreo em que há o encontro entre os dois blocos da edificação o mais baixo transversal visto da esquerda para o fundo e lateral direita da imagem com mais pavimentos longitudinais ambos com os pilotis e o longitudinal com brises horizontais e verticais nas janelas em que cada módulo da retícula sustenta três brises horizontais e apenas a última fileira da janela contém quatro Título Oscar Niemeyer a vida é um sopro Ano 2007 Sinopse a história de Oscar Niemeyer um dos mais influentes arquitetos brasileiros no século XX É mostrado como Niemeyer revolucionou a Arqui tetura Moderna com a introdução da linha curva e a exploração de novas possibilidades de uso do concreto armado além de seus pensamentos sobre a vida e o ideal de uma sociedade mais justa UNICESUMAR UNIDADE 6 155 Apesar da estruturação de um processo funcional e racionalista a arquitetura de Oscar Niemeyer ia por um caminho original Fui talvez o primeiro a dizer francamente que o funcionalismo ortodoxo não me inte ressava e que a beleza era também uma função e das mais importantes na arquitetura Na verdade o ângulo reto nunca me entusiasmou nem as formas rígidas e repetidas dos primeiros anos da arquitetura contemporânea A curva me atrai intensamente com a sua sensualidade barroca e a nossa tradição colonial e o próprio concreto armado a sugerem e recomendam NIEMEYER 2010 p 13 Figura 6 a Museu de Arte Contemporâ nea em NiteróiRJ b Teatro Popular Oscar Niemeyer em NiteróiRJ c Museu Oscar Niemeyer em CuritibaPR Descrição da Imagem a figura apresenta três fotografias tomadas durante o dia com o céu azul e sem nuvens de perspectivas ex ternas de três edifícios públicos projetados por Oscar Niemeyer A Figura 6 a mostra o Museu de Arte Contemporânea Em primeiro plano temos o piso logo à esquerda há a rampa de acesso e a estrutura em forma de taça ou disco voador e ao entorno da edificação entre a base e a laje temos janelas em fita Na Figura 6 b temos a perspectiva do Teatro Popular Oscar Niemeyer Em pri meiro plano há um gramado e a estrutura da rampa curva é sustentada por um pilar cilíndrico grosso que acessa a edificação em forma de onda em que uma parede está pin tada em amarelo e o restante da edificação toda em branco A Figura 6 c traz a perspec tiva do Museu Oscar Niemeyer em forma de olho envidraçado A estrutura retangular que o sustenta se apresenta em amarelo e as rampas de acesso ao museu como as demais partes apresentadas na cor branca a b c 156 Niemeyer demonstrou completo comprometimento com o formalismo na arquitetura Ele foi além dos limites restritos do funcionalismo predominante na época e adotou a forma livre como sua principal forma de expressão Ao minimizar o uso de formas ortogonais e sólidos em forma de paralelepípedo que eram prevalentes na arquitetura moderna europeia ele conseguiu fascinar e ao mesmo tempo chocar o mundo ocidental com suas famosas linhas curvas Essas inovações marcantes o tornaram uma figura célebre na história da arquitetura mundial do século XX CAMPOS 2013 A Casa das Canoas 1953 por exemplo é considerada uma das casas mais influentes do século XX e teve grande repercussão na época em que foi divulgada nos principais periódicos especializados Niemeyer o arquiteto responsável pelo projeto descreveua como uma de suas favoritas e chegou a morar nela por alguns anos mudandose apenas por questões de segurança e localização O projeto se baseou em utilizar o perfil natural do terreno e a vista para o mar criando espaços de estar junto à pis cina que se conformam com a forma da cobertura Além disso a pedra existente foi aproveitada como solução arquitetônica e elemento decorativo Nessa obra o arquiteto adota o conceito da arquitetura modernista organicista que enfatiza que a arquitetura nasce do lugar Para isso ele faz uso predomi nante de linhas sinuosas e uma fachada com vedação em cortinas de vidro levando em consideração diversas premissas como a integração com o perfil natural do terreno a vista para o mar e a criação de espaços de convivência próximos à piscina o que influenciou a forma da cobertura Além disso a utilização da pedra existente foi incorporada como solução arquitetônica e elemento decorativo contribuindo para a integração harmoniosa da residência com seu entorno natural ALMEIDA 2005 Niemeyer teorizava muito sobre suas obras sobre a Casa de Canoas dizia Minha preocupação foi projetar essa residência com inteira liberdade adaptandoa aos desníveis do terreno sem o modi ficar fazendoa em curvas de forma a permitir que a vegetação nelas penetrasse sem a separação ostensiva da linha reta NIEMEYER 2010 UNICESUMAR UNIDADE 6 157 Descrição da Imagem a figura apresenta quatro fotografias da Casa de Canoas de Oscar Niemeyer Na Figura 7 a temos em primeiro plano a laje do pátio com uma piscina e uma pedra decorativa que começa na piscina e entra na casa Esta em si tem pédireito baixo na cor verde coberta com uma laje ameboide branca A casa é cercada por vegetação e árvores Na Figura 7 b temos o interior da casa com a janela em fita curva a pedra presente na topografia utilizada com estrutura e ornamento a divisória do ambiente que marca a descida da escada e à esquerda há um tapete uma mesa e cadeiras A Figura 7c mostra uma vista da escada com uma poltrona ao final dela Sobre a escada há a figura de uma escultura de mulher deitada sendo que parte dessa figura se apresenta na Figura 7 b A Figura 7 d mostra a perspectiva interna do acesso principal da casa com as paredes curvas as divisórias também curvas com sofás cadeiras e elementos decorativos como quadros e esculturas dispostos pelo ambiente À direita temos a estrutura da pedra tanto interna como externamente a estrutura da laje curva o entorno com vegetação e árvores em abundância um jogo de mesa e cadeiras de área e a piscina ao centro 7 a Casa de Canoas de Oscar Niemeyer Fonte Figura a Ipatrimonio 2023 online Figura b Inepac 2023 online c Wikimedia Commons 2007 online Figura d Descubrir el Arte 2013 online a b c d 158 Graças à sua habilidade em criar formas plásticas Oscar Niemeyer conquistou o apoio do Governo de Minas Ge rais para projetar o Conjunto da Pampulha um marco importante na sua carreira O Complexo da Pampulha foi inaugurado em 1943 durante um período de grande efervescência na consolidação da arquitetura modernis ta em Belo Horizonte Sua criação tinha como objetivo principal ser um espaço de lazer e turismo abrigando uma série de edifícios icônicos Dentre eles destacase a Igreja de São Francisco de Assis a obra principal do complexo da Pampulha Além da igreja o complexo contava com outros ele mentos que complementavam sua proposta de entreteni mento Havia um cassino que foi convertido em Museu de Arte em 1957 um Iate clube cuja construção assimétrica determina uma variação de cheios e vazios e apesar disso apresenta uma modulação dos pilares e uma casa de baile de planta livre e uma fachada aberta com o uso de grandes painéis de vidro que conferem uma sensação de leveza todos contribuindo para a diversão e o lazer dos visitantes Apenas na fachada frontal do museu predominam linhas retas enquanto no encontro da edificação com a Lagoa da Pampulha as linhas são principalmente sinuosas Nieme yer contou com a colaboração de artistas como Cândido Portinari Roberto Burle Marx e Alfredo Ceschiatti Título Conversa de arquiteto Autor Oscar Niemeyer Editoras Revan e UFRJ Comentário você já deve ter lido esse livro um dos primeiros indicados quando você ingressa no curso de Arquitetura e Urbanismo no Brasil Porém se não leu façao agora Ele traz quase que de forma poética o processo de criação de uma das lendas da arquitetura nacional Oscar Niemeyer Nele o arquiteto conta histórias define termos e comenta como constrói o espaço arquitetural Além disso fala sobre ensino de arquitetura técnicas e relações entre a arquitetura bem como de contexto e espaço temporal UNICESUMAR UNIDADE 6 159 Descrição da Imagem a figura apresenta quatro fotografias tomadas durante o dia de perspectivas externas de obras do conjunto da Pampulha projetadas por Oscar Niemeyer A Figura 8 a traz a Igreja São Francisco edifício composto por quatro curvascascas de concreto com a vedação revestida em azulejos brancos e azuis apresentando pinturas nele A Figura 8 b traz a fotografia do antigo cassino visto frontalmente tendo a cobertura sobre a entrada central e a principal e a caixa lateral esquerda da edificação suportadas por pilotis em branco A fachada se apresenta em um cortinamento envidraçado verticalizado e dividido ao meio na horizontal de lado a lado Em primeiro plano temos a visão parcial de um lago com vegetação de plantas aquáticas seguidas por vegetação gramínea e arbustivas antecedendo a frente da edificação Na Figura 8 c temos a fotografia tomada de forma aérea Em primeiro plano há o lago em tom azul esverdeadoescuro em que há a edificação de forma horizontal apresentando a laje de toda estrutura de forma reta pintada em branco com detalhe da edificação na lateral direita em formato arredondado e com aplicação de azulejos mesclados de branco e azul onde seria o pavimento do salão Um braço de formas onduladas sai desse espaço e se projeta para a lateral esquerda da imagem todo estruturado por pilotis como se fosse um caminho coberto À frente uma ponte arqueada faz o acesso para a edi ficação que está dentro do lago sobre uma estrutura montada para recebêla tendo ao seu entorno vegetação rasteira arbustiva e árvores mais para a frente lateral esquerda A ponte liga a via marginal onde temos mais árvores calçamento e vias de acesso assim como outras edificações Por fim na Figura 8 d temos em primeiro plano a vista parcial de um lago em tom esverdeado tendo à sua margem vegetação rasteira e alguns arbustos limitados por uma mureta que abrange toda extensão que antecede a edificação do Iate Clube que se apresenta de forma horizontal A edificação traz o pavimento inferior com sua parede toda trabalhada em azulejos com desenhos geométricos iguais de tons claro e escuro Na lateral esquerda há uma projeção em concreto sendo a rampa de acesso para o pavimento superior e que passa sobre o pavimento inferior Sobre a laje desse pavimento temos toda sua fachada por cortinamen to envidraçado dividido em três fileiras com formato de quadrados para cada espaço de vidro Ao redor da edificação temos várias árvores um conjunto de seis palmeiras vistas à esquerda e atrás da edificação e para o lado direito Atrás dela temos várias cadeiras e mesas em branco e guardasóis em azul Ao extremo fundo mais vegetação arbórea e edificações de formas e tamanhos variados Figura 8 Complexo da Pampulha de Oscar Niemeyer a Igreja São Francisco b Antigo Cassino c Casa de Baile d Iate Clube Fonte Figura a Wikimedia Commons 2013a online Figura b Shutterstock 2023a online Figura c Wikime dia Commons 2005 online Figura d Ipatrimonio 1997 online a b c d 160 Essa realização o levou a liderar a equipe responsável pelos principais edifícios da nova capital do Brasil Brasília A parceria entre Niemeyer e Lúcio Costa autor do Plano Piloto de Brasília consagrou mais uma vez a arquitetura modernista brasileira Niemeyer agora um expoente internacional alcançou reconhecimento a ponto de dispensar novas aprovações de Le Corbusier inclusive superandoo em criatividade no Projeto Urbano de Chandigarh capital dos estados do Punjab e de Haryana na Índia Esse projeto foi realizado no mesmo período de Brasília destacando a proeminência e a genialidade de Niemeyer no cenário mundial Lúcio Costa 19021998 além de autor do plano piloto de Brasil foi mestre e professor da maioria dos renomados nomes da chamada Escola Carioca de Arquitetura que se diferenciou por uma estrutura mais leve e uma plástica mais orgânica Lúcio Costa foi um dos pioneiros na defesa da conciliação entre os ideais modernos e a tradição nacional na arquitetura Como diretor da Escola de Arquitetura da Nacional de Belas Artes ajudou a romper com as influências historicistas na formação dos arquitetos introduzindo o curso de Arquitetura Moderna e difundindo as ideias de Le Corbusier em todo o país Ao longo de sua carreira Lúcio Costa projetou inúmeras obras algumas delas com referências às tradições neocoloniais como a Casa Roberto Marinho 1937 no Rio de Janeiro e o Conjunto Residencial Parque Guinle e Hotel do Parque São Clemente 1944 em Nova FriburgoRJ No entanto sua obra mais importante sem dúvida foi o edifício do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro A atuação de Affonso Eduardo Reidy 19091964 também integrante da equipe do projeto do Ministério de Educação e da Saúde na arquitetura e no urbanismo do Rio de Janeiro foi fundamental para a construção de uma identidade moderna na cidade reconhecido por sua autoria em projetos marcantes como o Conjunto Habitacional Pedregulho e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro MAM Além de diretor do Departamento de Urbanismo da prefeitura Affonso Eduardo Reidy empreendeu projetos importantes incluindo a urbanização do centro do Rio de Janeiro Ele também teve participação significativa no projeto do Aterro do Flamengo em colaboração com o paisagista Burle Marx O Conjunto Residencial Pedregulho projetado por Reidy em 1946 apresenta diversas características particulares de inferência modernista como o uso de pilotis com modulação cobogós formas orgânicas e sinuosas inspiradas no vocabulário formal de Niemeyer e no complexo da Pampulha bem como janelas em fita ins piradas na obra de Le Corbusier Além disso as tecnologias aplicadas à construção bem como a economia e as preocupações funcionais relacionadas às soluções for mais como o controle da luz e da ventilação e a facilidade de circulação também retomam o vocabulário modernista Sua estrutura elevada dá impressão de leveza ao prédio que foi elogiado por Max Bill em 1953 ver crítica citada no início da unidade e pelo próprio Le Corbusier em 1962 UNICESUMAR UNIDADE 6 161 Figura 9 a Complexo Pedregulho b Vista aérea do edifício Pedregulho Fonte Figura a Sintonia P4 2016 online Figura b Nossa Arquitetura 2012 online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias em preto e branco do Complexo Pedregulho tomadas durante o dia porém em ângulos diferentes A Figura 9 a é vista em perspectiva a partir do chão tendo em primeiro plano um espelho dágua com borda sinuosa dando continuidade para o calçamento em pedras com vegetação arbustiva para a esquerda da imagem e vegetação rasteira e algumas pequenas árvores para a direita da imagem Ao fundo é vista a edificação de três complexos sendo o da esquerda com dois pavimentos para o lado direito da imagem outras edificações com pavimentos superiores e mais ao fundo o edifício principal é visto na imagem aérea na Figura 9 b em que há sete andares que se apresentam sobre a edificação de forma ondulada e de grande extensão horizontal Já na Figura 9 b temos a fotografia tomada de forma aérea tendo a visão de todo complexo e mais construções ao entorno como árvores após a edificação principal e terrenos vazios a b 162 O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro MAM 1948 é a obra mais aclamada do arquiteto Affonso Eduardo Reidy com o projeto paisagístico assinado por Burle Marx O design do museu segue a corrente da arquitetura racionalista moderna e destacase por suas linhas retas O MAM reconfigurou os pilotis de Le Corbusier substituindo os cilindros simples por contornos em V o que é considerado um marco da arquitetura nacional ou seja apresenta dois pilares apoiados em uma única base e uma fachada envidraçada protegida por elementos verticais e horizontais de som breamento que impedem a incidência direta da luz solar Sua planta é caracterizada pela ausência de paredes estruturais fixas proporcionando sensação de espaço livre e a fachada aberta estabelece uma conexão visual com o entorno Além disso o térreo do edifício é elevado promovendo a per meabilidade e facilitando o acesso dos pedestres MINDLIN 1999 Figura 10 Museu de Arte Moderna Fonte Wikimedia Commons 2013b online Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia do edifício do Museu de Arte Moderna Em primeiro plano há o acesso ladeado por espelhos dágua em tom esverdeado com vegetação aquática sobre eles e margeando vegetação rasteira e pequenas espécies de árvores Ao fundo há o edifício todo em concreto apresentando uma abertura decorativa suspensa por nove pilares de forma triangular e achatados quando vistos lateralmente presos no topo da edificação e abaixo dela que se apresenta de forma suspensa do solo A fachada em cortinamento de vidro quadriculado separado horizontalmente por uma linha em concreto À frente da edificação temos o caminho de acesso que corta o espelho dágua e as vias que se projetam para a direita e a esquerda do edifício Na lateral para o lado direito da imagem há outra edificação e vegetação arbórea UNICESUMAR UNIDADE 6 163 Sergio Bernardes foi outro renomado arquiteto carioca reconhecido como um dos principais profis sionais da segunda geração da arquitetura moderna no país Ele deixou um impressionante legado de projetos que variavam desde obras executadas até croquis de trabalhos visionários que nunca saíram do papel Seu legado é objeto de reflexão e debate devido à ligação de Bernardes com a Ditadura Mi litar no Brasil diferentemente de seus colegas como Niemeyer e Artigas comunistas Durante esse período o arquiteto se envolveu com o Regime Militar e assinou obras para ele Essa associação com o regime autoritário gerou polêmicas e críticas ao longo de sua vida Título Sérgio Bernardes a Construção de um Sonho Ano 2008 Sinopse produzido por seu neto Thiago Bernardes o documentário abor da de forma contundente e clara a polêmica vida profissional e familiar de Sérgio Bernardes arquiteto urbanista designer escritor poeta e inventor Este deixou um legado significativo em projetos como o edifício do IBGE no Rio de Janeiro Sergio Bernardes deixou uma marca indelével na história da arquitetura brasileira sendo reconhe cido tanto por suas obras impactantes como pelos questionamentos suscitados pela sua relação com a Ditadura Militar No conjunto de sua obra dentre projetos executados e propostas destacamse a Residência Lota Macedo de Soares 1953 o Pavilhão de Bruxelas 1958 o projeto Rio do Futuro 1960 o Pavilhão de São Cristóvão 1960 sua própria residência 1960 o Hotel Tambaú 1962 o Hotel Tropical de Manaus 19631970 o Planetário de Brasília 1974 o Posto de Salvamento da cidade do Rio de Janeiro 1976 e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães 19792002 164 Figura 11 Centro de Convenções Ulysses Guimarães Fonte Wikimedia Commons 2012 online Até a década de 1950 a arquitetura brasileira refletia as características do International Style com ênfase à racionalidade ao universalismo e à tecnologia No entanto houve uma internacionalização dessa produção arquitetônica abrindo espaço para tendências tardo e pósmodernistas como o Brutalismo e o Contextualismo regionalista A primeira alternativa à Escola Carioca surgiu em São Paulo que se estabelecia como a maior metrópole do país enquanto o Rio de Janeiro perdia seu status como capital e centro decisório O grupo conhecido como Escola Paulista era composto não apenas por arquitetos brasileiros atuantes em São Paulo como Rino Levi Oswaldo Bratke e João Baptista Vilanova Artigas mas também por ar quitetos estrangeiros que chegaram ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial como Lina Bo Bardi Fran Heep Bernard Rudofsky e Giancarlo Palanti A Escola Paulista desenvolveu uma arquitetura peculiar introvertida abandonando as superfícies curvas e dando preferência à forma retangular geralmente envolta por grandes painéis de concreto aparente mantendo certas afinidades com o brutalismo de Le Corbusier O Brutalismo foi adotado por membros da Escola Paulista valorizando a força e produzindo contrastes impactantes por meio do uso de elementos construtivos e a relativa simplicidade da forma externa era compensada pelo tratamento dinâmico dos espaços internos COLIN 2020 Com a expansão das ditaduras na América Latina o Brutalismo tornouse uma forma de ma nifestação e protesto questionando a produção arquitetônica nacional O Contextualismo por sua vez intensificou as referências culturais e contextuais criando ambientes monumentais com Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada à luz do dia em um dia ensolarado e sem nuvens de uma pers pectiva externa do Centro de Convenções Ulysses Guimarães A fotografia em primeiro plano mostra a via e o jardim do entorno composto por flores vegetação rasteira e uma linha de palmeiras alinhadas paralelamente ao edifício que possui uma forma monolítica orgânica com uma fachada de vidro UNICESUMAR UNIDADE 6 165 superfícies ásperas e conotações simbólicas A partir da instauração da Ditadura Militar em 1964 a arquitetura moderna brasileira passou a se inclinar para o debate so cial o uso do concreto armado e o engajamento tecnoló gico com destaque para a Escola Paulista que se tornou o principal expoente do Brutalismo Essa mudança de preferências trouxe uma arquitetura mais pesada e sólida em contraste com a leveza e a elegância da Escola Carioca A Escola Paulista se destacava por sua exposição crua e brutal do conteúdo com ênfase à hori zontalidade ao uso do concreto bem como às instalações e às infraestruturas aparentes e destaque para a estrutura resultando em obras com aspecto inacabado e maciço Além disso havia uma preocupação com a organização espacial e a continuidade visual dos espaços interiores em todos os tipos de projetos Vilanova Artigas Lina Bo Bardi Paulo Mendes da Rocha Joaquim Guedes e outros grandes nomes representaram a produção dessa plástica Achillina Bo mais conhecida como Lina Bo Bardi 1914 1992 formada em Arquitetura pela Universidade de Roma chegou ao Brasil em 1946 e desenvolveu projetos em São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro e Salvador Suas obras são exemplos marcantes de uma profunda identificação com a morfologia e a sintaxe da arquitetura brasileira Ela ficou conhecida por sua abordagem humanista e seu compromisso com a valorização da cultura local Ela buscava integrar a ar quitetura com a arte o design a natureza e a vida cotidiana das pessoas Suas obras são caracterizadas por sua sensibilidade em relação ao contexto sua valorização dos materiais locais e sua preocupação com a funcionalidade e a experiência dos usuários A arquitetura pobre de Lina traz um discurso social por meio da criação de espaços públicos O MASP inaugurado em 1947 e projetado por Lina Bo Bardi possui uma arquitetura simples sem esnobismo cultural Nele Lina optou por soluções diretas e despidas como o uso do concreto aparente com a textura das fôrmas a sustentação definida por quatro pilares permitindo que o centro da cidade seja revelado por meio do vão livre de 74 metros aos que passam pela avenida O sistema de proten dido desenvolvido na obra foi inovador para a época 166 Figura 12 a MASP b Casa de Vidro de Lina Bo Bardi Fonte Figura a Wikimedia Commons 2015 online Figura b Wikimedia Commons 2009a online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias das obras projetadas por Lina Bo Bardi A Figura 12 a mostra o Masp uma caixa de estrutura de concreto re tangular e na horizontal vedada com vidro sustentada por dois pór ticos vermelhos que saem do chão em todas as laterais passando por cima da estrutura da edificação O acesso é feito pelo vão térreo de finido pela estrutura Em primeiro plano temos uma via marginal próximas e sob a edificação temos também algumas pessoas e ao en torno mais edificações de formas e tamanhos variados A Figura 12 b traz a Casa de Vidro Em primeiro plano temos a rampa de acesso em pedra ladeada por vegetação com acesso à escadaria disposta sob a laje em balanço A estrutura da residência é retangular vedada por esquadrias e vidro suspenso sob pilares finos pintados de preto a b UNICESUMAR UNIDADE 6 167 João Vilanova Artigas 19151985 teve uma intensa atuação profissional política e acadêmica desen volveu uma arquitetura marcada por uma abordagem socialmente engajada com foco na integração do espaço público e na valorização do coletivo Ele foi responsável pelas primeiras manifestações modernistas na arquitetura de CuritibaPR Ele se formou como engenheiroarquiteto na Escola Po litécnica da USP e embora tenha atuado principalmente em São Paulo deixou um legado significativo na capital paranaense e em outras regiões do estado Um exemplo notável de sua obra é a antiga estação rodoviária de Londrina que hoje abriga o Museu de Arte Contemporânea da cidade Figura 13 a Casa de Rio Branco Paranhos 1943 b Casa do Arquiteto II Segunda Fase 1949 c Casa Rubens de Mendonça Terceira Fase 1958 Fonte Petrosino 2016 p 33 36 e 37 Descrição da Imagem a figura apresenta três fotografias A Figura 13 a traz uma fotografia em preto e branco tomada de baixo para cima da Casa de Rio Branco Paranhos Nela vemos vo lumes horizontais sobrepostos com telhados de águas sem platibanda baixos pédireito baixo e janelas em fita A Figura 13 b traz uma foto grafia externa da residência Casa do Arquiteto II em que temos uma parte do volume sobre pilotis a estrutura da cobertura em diagonal e a fachada inteira de vidro Em primeiro plano temos o jardim com bastante vegetação e com uma árvore à esquerda A Figura 13c traz uma fotografia externa da fachada da residência Ru bens de Mendonça cuja fachada do volume do pavimento superior é revestida por um grafismo de triângulos azuis e brancos o volume inferior de vidro e na lateral o peitoril em rosa e a janela com uma veneziana branca no andar superior a c b 168 Os projetos das residências desenvolvidos por Artigas são onde ele demonstra a liberdade de desen volver suas ideias aprimorar desenho e conceitos e pesquisar novas técnicas construtivas Na obra do Artigas podemos dividir os projetos residenciais em três fases Na primeira 19371945 notamos seu pragmatismo projetual sua diversidade formal e sua influência significativa da arquitetura de Frank Lloyd Wright Na segunda fase 19461955 observamos a influência do racionalismo de Le Corbusier e maior aproximação formal com a linguagem da Escola Carioca de arquitetura moderna Já na terceira fase 19561984 vemos a maturidade profissional de Artigas onde ele busca novos caminhos para a arquitetura nacional PETROSINO 2016 Além de inúmeras residências edifícios comerciais residenciais instituições e escolas Vilanova Artigas deixou projetos reconhecidos nacionalmente Dentre suas obras mais destacadas estão a sede da Faculdade de Arquitetura da USP em São Paulo em que enfatiza a transparência e a interação entre os espaços com grandes áreas de vidro e elementos estruturais aparentes e o Estádio do Morumbi também na capital paulista Figura 14 FAUUSP 1948 de Vilanova Artigas a Vista externa b Vista interna Fonte Figura a Wikimedia Commons 2010 online b Shutters tock 2023b online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 14 a traz uma fotografia da vista externa do edifício da FAUUSP tomada ao pôrdosol em que há uma estrutura retangular de concreto em tons terrosos e acinzentados com empenas cegas estrutu radas em pilares de formato triangular tridimensional Abaixo dela há a estrutura de dois pavimentos vedada com esquadrias e vidro Ao entorno do edifício há vias de acesso com pessoas circulando e um estacionamento com veículos ao fundo assim como árvores também ao fundo e arbustos mais próximos ao edifício A Figura 14 b traz uma fotografia da vista interna do edifício da FAUUSP mostrando a cobertura nervurada sob a qual são dispostas luminárias a rampa e o piso ladeados pelas estruturas dos pavimentos a b UNICESUMAR UNIDADE 6 169 Paulo Mendes da Rocha 19282021 formado pela Mackenzie iniciou sua carreira trabalhando em parcerias após sua graduação em 1954 No entanto em 1969 seus direitos políticos foram cerceados pelo governo e ele passou a atuar de forma independente Suas obras são marcadas por inovações técnicas e construtivas com destaque para o uso do concreto aparente e iluminação complexos que simbolicamente transmitem certa violência Dentre suas principais obras em São Paulo estão o Gi násio Clube Atlético Paulistano 19581961 a Casa Gaetano Miani 1962 a Casa Fernando Millan 1971 a Casa do Arquiteto no Butantã o Museu de Arte Contemporânea MAC 1975 e o Museu Brasileiro da Escultura MuBE 1985 Figura 15 MuBE de Paulo Mendes da Rocha Fonte Figura a Wikimedia Commons 2009b online Figura b Blog da Arquitetura 2017 online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias A Figura 15 a traz uma fotografia tomada em um dia ensolarado de céu azul com nuvens do MuBE Nela há em primeiro plano o espelho dágua inserido em uma estrutura de formas triangulares o acesso por uma escadaria à direita e ao lado dela há palmeiras Ao fundo a estrutura do edifício é composta por uma laje disposta sobre duas empenas Entre o vão do piso e a laje há ao fundo algumas edificações e árvores A Figura 15 b traz uma fotografia to mada de um detalhe da estrutura da parede de concreto sob um espelho da água e caminhos de acesso sobre o espelho dágua e a estrutura semienterrada do museu a b 170 O Museu Brasileiro da Escultura conhecido como MuBE inaugurado em 1995 destacase por sua forma contemporânea e sua integração com o entorno Ele reflete a linguagem brutalista característica de Mendes da Rocha assim como a Casa do Butantã que se destaca pela simplicidade e pela ênfase às qualidades espaciais e materiais com elementos estruturais de concreto aparente O acesso pela escada é marcado por um grande bloco de concreto que se projeta para fora da estrutura criando um jogo de volumes e contrastes No interior a casa possui um layout aberto e integrado com poucas divisões e uma conexão fluida entre os espaços A utilização generosa de vidro permite uma abundância de luz natural e uma relação visual com o entorno verde Figura 16 Casa do Butantã de Paulo Mendes da Rocha Fonte Figura a ArquiUrbano 2012 online Figura b Blog da Arquitetura 2017 online Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias de di ferentes vistas da casa Butantã ambas tomadas durante a clarida de do dia Na Figura 16 a temos uma vista lateral da casa em pri meiro plano um jardim a estrutura da escada à esquerda o primeiro pavimento e a cobertura com um pergolado de concreto tudo em tons acinzentados Na Figura 16 b temos o detalhe da estrutura da escadaria e do pergolado de concreto e ao entorno desses de talhes árvores a b UNICESUMAR UNIDADE 6 171 Agora depois de estudadas as características do modernismo brasileiro e diferenciadas as escolas se eu pedir para você pensar em Arquitetura Moderna Brasileira o que vem à sua mente Você visualiza o formalismo organicista de Niemeyer ou as formas concretas e brutas de Paulo Mendes da Rocha Figura 17 a Casa das Canoas de Oscar Niemeyer b Croqui desenvolvido aleatório sobre perspectiva Fonte Figura a Almeida 2005 p 1209 Figura b Rocha 2007 p 43 Descrição da Imagem a figura traz os croquis de Oscar Nie meyer e Paulo Mendes da Rocha Na Figura 17 a temos a estrutura de organização do pensamento de Niemeyer em croqui De cima para baixo temos o corte do terreno o po sicionamento dos pavimentos em relação à ele as vistas dos observadores em relação à residência os elementos estru turais em evidência parede curva e a pedra já existente no local e a laje e a piscina em evidência mostrando formas parecidas ameboides A Figura 17 b traz o traço espontâ neo do arquiteto durante sua palestra indicando estruturas posicionamentos terrenos e vistas ao projetar um teatro a b 172 Quando penso em arquitetura moderna brasileira vários edifícios emblemáticos vêm à minha mente A diversidade e a singularidade da arquitetura brasileira são características marcantes influenciadas por diferentes estilos e arquitetos ao longo do tempo Refletindo sobre essas questões fica evidente o caráter singular da arquitetura moderna brasileira no cenário internacional Os arquitetos brasileiros conseguiram incorporar elementos distintos criando uma identidade própria que mescla ousadia criatividade e uma conexão única com o contexto e a cultura brasileira Essa arquitetura singular con quistou reconhecimento global e continua a influenciar o panorama arquitetônico contemporâneo Depois do Golpe Militar de 1964 a arquitetura brasileira se alterou a partir da reorientação polí tica nacional Nesse período a arquitetura cresceu vertiginosamente ganhou eficiência abrangência e presteza amadureceu tecnicamente e pôde se beneficiar de produtos e tecnologias mais avançadas Desenvolveu o projeto de Brasil moderno com a arte a serviço da indústria que tanto encantou as vanguardas modernistas do século XX No entanto perdeu a força expressiva e a criatividade dos primeiros anos mantendose sólida por meio do brutalismo Agora voltemos a pensar na questão lançada lá no início da unidade quanto ao orgulho nacional em relação ao reconhecimento mundial por nossa arquitetura esse sentimento ainda existe mas talvez em diferentes aspectos O Brasil possui uma rica história arquitetônica com nomes icônicos como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa que deixaram um legado significativo No entanto o cenário atual pode ser caracterizado por uma maior diversidade de estilos e influências que refletem a natureza multicultural do país Embora o orgulho possa ser sentido em relação a certos marcos arquitetônicos brasileiros reconhe cidos internacionalmente é importante lembrar que a arquitetura é um campo em constante evolução e que a valorização deve ser estendida a novas obras além de que profissionais contribuem para a cena arquitetônica do país e a você como futuroa profissional no futuro UNICESUMAR 173 Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do Mapa de Empatia você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada O que você pensa e sente sobre a repercussão da arquitetura moderna internacionalmente MAPA DE EMPATIA O que você escuta das críticas ao estilo que buscava teoricamente ser social e tornouse elitista Como você vê as produções arquitetônicas da escola Paulista e da escola Carioca O que você fala e faz em relação ao hiato temporal da chegada da arquitetura pós modernista no Brasil devido a importância da arquitetura moderna no períco Quais são suas críticas ao estabelecimento da arquitetura modernista como identitária nacional Quais são seus elogios aos produtos arquitetônicos resultante da escola modernista Arquitetura modernista 174 1 Leia o trecho a seguir Há duas maneiras distintas de se abordar um projeto arquitetônico podese proceder im buído do conceito orgânicofuncional cujo ponto de partida é a satisfação das determinações de natureza funcional desenvolvendose a obra como um organismo vivo onde a expressão arquitetônica do todo depende de um rigoroso processo de selecção plástica das partes que o constituem e do modo como são entrosadas ou do conceito plásticoideal cuja forma de proceder implica senão o estabelecimento de formas a priori às quais se viriam ajustar de modo sábio e engenhoso às necessidades funcionais academicismo em todo caso a inten ção preconcebida de ordenar racionalmente as conveniências de ordem funcional visando à obtenção de formas livres ou de geometrias ideais ou seja plasticamente puras Estas duas maneiras de conceber e projetar são válidas e no fundo correspondem àquelas duas tendências plásticas fundamentais assinaladas no início desta aula a estática e a dinâmica de uma parte a predominância da disciplina formal de outra a deliberada quebra dessa contenção A tendência agora é contudo no sentido da fusão desses dois conceitos tradicionalmente an tagônicos o jogo das formas livremente delineadas ou geometricamente definidas se processa espontâneo ou intencional ora derramadas ora contidas Daí as possibilidades virtualmente ilimitadas da arquitetura atual LÚCIO COSTA 1972 p 5 grifo nosso Nesta palestra proferida aos alunos da FAU UFRJ em 1972 Lúcio Costa está falando da arqui tetura enquanto disciplina no geral Tratase de uma introdução à arquitetura e faz referência às arquiteturas gótica e clássica No entanto podemos fazer um comparativo com a produção da arquitetura moderna nacional Disserte sobre as aproximações e os distanciamentos que vemos no discurso e nas obras apresentadas na unidade 1 A arquitetura brasileira foi historicamente dividida entre a Escola Carioca e a Escola Paulista cada uma com suas características e preferências construtivas e formais distintas Defina as características de cada uma das escolas 2 Citamos aspectos generalistas sobre a produção da arquitetura residencial de Artigas sugiro que busque analisar com propriedade duas residências de sua escolha com apego à plan ta à circulação à fachada aos materiais etc e defina as características diferentes de cada MEU ESPAÇO 7 Nesta unidade aprenderemos sobre as variações teóricas e práticas que ocorreram nos anos finais do século XX e sobre as produções resultantes delas Falaremos sobre o período entre o Modernismo e o PósModernismo cujas práticas foram chamadas de Tardo Modernistas e divididas nas seguintes tendências esculturismo produtivismo e regionalismo Além disso falaremos sobre o pe ríodo PósModernista em si cujas tendências foram chamadas de Historicismo Abstrato Revivalismo Crítico e Fantasias Abstratas TardoModernismo e PósModernismo Me Jociane Karise Benedett 178 Em um mundo globalizado e pósmoderno o Brasil se viu fragilizado por crises econômicas e políticas decorrentes dos anos de Ditadura Militar Embora o país fosse reconhecido inter nacionalmente pelo pioneirismo e originalidade de sua arquitetura moderna ele se distanciou dos debates disciplinares que dominariam as décadas seguintes A arquitetura e o urbanismo se afastaram da principal motivação que havia direcionado suas narrativas a compreensão do projeto como um instrumento de transformação social Contextualmente o Brasil estava num momento de abertura pósditadura nos anos 1980 porém a produção brasileira seguia sem o mesmo entusiasmo criativo dos anos de ouro do mo dernismo Isso se refletiu na hegemonia modernista e no fato de que ainda hoje pouco sabemos desenvolvemos ou estudamos sobre a produção pósmodernista nacional E se eu lhe perguntar o que você conhece da produção arquitetônica pósmodernista Você reconhece obras e nomes de arquitetos pósmodernistas como ícones da arquitetura nacional Se tivesse que comparar essas duas obras a seguir ver Figura 1 diria que uma é apenas um pastiche da outra ou que se trata de exemplares dignos de memória Ambos os edifícios são educacionais e pósmodernistas um construído no Brasil e outro nos Estados Unidos e a variação de relevância de ambos os projetos para a historiografia arquitetô nica mundial se vê muito atrelada ao contexto Entre 1970 e 1980 a arquitetura moderna após atingir sua completa maturidade começou a avançar por três caminhos distintos o primeiro foi basicamente um continuísmo ortodoxo e insistente do racionalismo funcionalista o segundo se voltou para um hipertecnicismo e para a evolução constante da tecnociência e o terceiro assumiu uma atitude crítica embasada na constatação de que o modernismo antihistoricista e antirregionalista que abordava de forma excessivamente objetiva a realidade não podia mais continuar e aderir ao revisionismo Já entre 1980 e 1990 houve uma evolução dessas tendências críticas que se voltam a um olhar qualitativo sobre a produção arquitetônica Nesse processo há uma revisão do ideário modernista e de seus processos projetuais e formais e se estabelece um antagonismo Esses caminhos evolutivos são denominados Tardo e PósModernismo e conduzem ao conhecimento da postura arquitetônica contemporânea Além disso fornecemnos um panorama do hiato criado pelo governo ditatorial na evolução da nossa produção arquitetônica em paralelo ao que vinha sendo produzido internacionalmente Durante os anos de repressão política conhecidos como anos de chumbo a arquitetura moderna brasileira já era muito admirada nacional e internacionalmente Portanto a produção arquitetônica pósmoderna que chegou ao Brasil a partir dos anos 1980 foi considerada tardia e recebeu críticas significativas dentro do país Isso demonstrou a persistência do modernismo entre os arquitetos e críticos locais Sugiro que analise o contexto social econômico e político que o país se encontrava no pósmi lagre brasileiro e no pósditadura a partir de 1973 e entenda como essa variação contextual se vê refletida na produção arquitetônica nacional e no papel social do arquiteto e em sua atuação Escolha duas obras uma anterior e outra posterior ao contexto de abertura nacional e faça comparativos analise a estratégia projetual as técnicas construtivas empregadas as tendências e os conceitos UNICESUMAR UNIDADE 7 179 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 1 a traz uma fotografia tomada em dia ensolarado e sem nuvens do anexo da PUCMG Ao centro temos uma estrutura cilíndrica cercada ladeada por um bloco retangular marrom que o divide ao meio À frente apresenta outros blocos retangulares chanfrados na ponta há um na cor rosa um com uma face vermelha e outra amarela e um na cor azul petróleo Além disso há um bloco quadrado na cor rosa Todos os blocos retangulares possuem uma porta e uma janela e o bloco quadrado apenas uma porta A Figura 1 b traz uma fotografia tomada ao amanhecer com o céu acinzentado e algumas nuvens de uma perspectiva frontal da St Coletta School projetada por Michael Graves Ela possui uma fachada com uma com posição de formas geométricas distintas Da esquerda para a direita podemos observar uma estrutura triangular em azul um retângulo laranja dois triângulos que formam um V com a fachada na cor amarela e uma seção retangular com a parte superior arredondada em vermelho Por fim há um elemento cilíndrico principal com um cilindro menor em verde posicionado acima dele na cobertura Cada uma dessas formas abriga janelas e portas mantendo a cor azul predominante nas edificações até um pouco acima das portas Figura 1 a Anexo da PUCMG de Éolo Maia e Jô Vasconcellos b St Coletta School de Michael Graves Fonte Figura a Portes 2012 s p Figura b Capitol Hill Corner 2018 online a b 180 Após o chamado milagre brasileiro a abertura política e econômica não trouxe a renovação cultural esperada Embora a qualidade das expressões culturais tenha se mantido problemas econômicos tiveram impacto significativo O crescimento acelerado durante esse período resultou em um empo brecimento generalizado no país Além disso as práticas econômicas internacionais pósindustriais levaram a uma grande desigualdade de renda refletindo a realidade global e agravando ainda mais as disparidades sociais no Brasil Apesar desse contexto desanimador a abertura dos anos 1980 deu lugar às abordagens do pensar pequeno ecológico histórico semântico e fenomenológico que se tornaram alternativas ao pensar racionalistafuncionalista e que se constituíram enquanto tendências hiperformalistas expressionistas tecnológicas preservacionistas e ecológicamente neutras As discussões tardas e pósmodernistas tiveram impacto maior na Europa e nos Estados Unidos enquanto no Brasil tardo o debate em torno desse movimento não ocorreu com a mesma intensidade A forte tradição moderna no país embora bastante desgastada não permitiu muito espaço para uma crítica de qualidade na produção arquitetônica Apesar disso houve discussões diversas no Brasil incluindo ícones modernistas como Vilanova Artigas que embora não tenha se desvinculado comple tamente do movimento Moderno demonstrou uma postura crítica e insatisfeita FLORES et al 2021 UNICESUMAR UNIDADE 7 181 A chamada arquitetura pósmoderna brasi leira refletiuse principalmente na adoção dos elementos formais mais óbvios da manifestação norteamericana do movimento Embora tenha sido criticada pela falta de uma base teórica só lida a adoção do pósmodernismo como estilo desempenhou papel importante ao atenuar a hegemonia da arquitetura moderna no Brasil e apontar para a possibilidade de novos caminhos a serem explorados O TardoModernismo enquanto tendência e contexto entre o modernismo e o pósmoder nismo é diferente de uma continuidade pura e simples do modernismo ou da estética do Estilo Internacional o qual revisitava de modo extre mista ou seja tratavase de um maneirismo modernista superelaborado COLIN 2004 O Estilo Internacional no país foi devotamente traduzido dos grandes mestres embora já não representasse mais o mundo industrial que exis tia ainda era amplamente utilizado e ensinado no Brasil Era adequado para edifícios impes soais projetados por equipes de consultoria e escritórios de grandes empresas Esses edifícios simbolizavam a suposta grandeza do país como hidrelétricas aeroportos rodoviárias fábricas e edifícios comerciais No entanto o uso tardio des sa abordagem arquitetônica racionalista mostrava sua falta de conteúdo ideológico industrialista e sua subcodificação em relação às novas poéticas arquitetônicas Enquanto isso o TardoModer nismo era mais sofisticado pragmático expan sivo e fotogênico ainda mantendo os espaços eficientes e articulados frequentes O edifício Avenida Central no Rio de Janei ro 19581961 projeto de Henrique Mindlin e Associados seguia o modelo formal do Seagram Building de Mies Van der Rohe e utilizava tam bém uma estrutura em aço diferente do concreto a que estávamos acostumados Não só a matriz Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia com o céu sem nuvens de uma perspectiva frontal de uma das fachadas em que temos três andares da base do edifício com janelas em fita e mais o terraço com a estrutura metálica modular Sobre a base há a torre estruturada com estruturas metálicas janelas em fita e revestimentos nas cores cinza e azul turquesa Figura 2 Edifício Avenida Central no Rio de Janeiro 1958 1961 Fonte Wikimedia Commons 2012a online formal foi inovadora como também a estrutura de projeto que não estava mais ligada a um ateliê modelo comum aplicado no país mas sim a um escritório técnico que estava ligado a uma indústria para atender às exigências objetivas que estavam aumentando na época COLIN 2020 O TardoModernismo ao mesmo tempo que reconheceu os princípios vanguardistas redire cionouos para uma aplicação mais rigorosa dos 182 métodos racionalistas com o intuito de simplificar as formas reduzir a complexidade da construção e adotar amplamente o uso de painéis de vidro e slicktechs superfícies lisas e polidas que se utilizam de materiais como ACM aço esmaltado mármore ou granito painéis de alumínio etc substituindo as antigas paredes opacas de alvenaria Isso sugeria implicitamente um tipo de arquitetura que seria a marca do mundo moderno que transcende fronteiras características regionais ou particularidades formais da vizinhança imediata executando as fantasias futuristas das primeiras décadas do século XX COLIN 2020 Internacionalmente o TardoModernismo assumiu diversas estéticas como o tecnicismo o estru turalismo o brutalismo o metabolismo e o High Tech enquanto aqui no Brasil contextualmente estávamos em um momento de cerceamento e portanto as modas internacionais chegaram com certo atraso O High Tech por exemplo não teve muitos adeptos devido ao alto custo por trás dessas estruturas porém com o passar dos anos e o avanço da indústria da construção civil algumas tentativas de inserir o aço e o vidro em arranhacéus foram produzidas como vimos na Figura 2 Essa interação entre tecnologia e produção industrial resultou na vertente tardomodernista Produ tivista Essa prática consistiuse na utilização de sistemas totalmente industrializados para compor um edifício uma parte dele ou seus elementos garantindo assim as qualidades desejadas de acabamento e precisão uma vez que eram obtidos e controlados industrialmente Ou seja buscava unir eficiên cia qualidade e estética por meio da utilização de sistemas industrializados e padronizados além de valorizar a produção em larga escala e o controle preciso dos processos construtivos resultando em edifícios que atendiam tanto aos requisitos funcionais quanto aos aspectos visuais desejados UNICESUMAR UNIDADE 7 183 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 3 a traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma perspectiva aérea do sambó dromo do Rio de Janeiro Nela temos a extensão da via em branco e as arquibancadas moduladas em cinza em ambos os lados Na Figura 3 b há um detalhe da escultura que marca o acesso ao sam bódromo uma estrutura em Y curva cujas pontas do Y se estendem até o chão Figura 3 Sambódromo do Rio de Janeiro Fonte Fi gura a Wikimedia Commmos 2017 online Figura b Shutterstock 2023 online a b 184 A tendência estética da préfabricação e industrialização é anterior a essa citada no entanto o uso de materiais préfabricados padronizados racionalizados e passíveis de produção seriada destacaramse nessa época nas produções de João Filgueiras Lima e seu trabalho na rede de hospitais Sarah Kubits chek ver Figura 4 na Fábrica de Escolas de Oscar Niemeyer nos Sambódromos ver Figura 3 do Rio e de São Paulo e nos CIEPs 1 2 3 4 Galpão para esportes náuticos Internação e outros Centro de Apoio à Paralisia Cerebral Auditório Descrição da Imagem a figura apresenta três imaens A Figura 4 a traz uma fotografia aérea tomada à luz do dia do complexo do hospital Sarah Kubitschek Nela à esquerda há o lago e à direita o complexo metálico com uma estrutura curva que entra em contato com o lago A Figura 4 b traz uma fotografia de uma perspectiva lateral que mostra a estrutura ondulada que entra em contato com o lago e uma parte do complexo com a cobertura em shed A Figura 4 c traz um esquema gráfico em preto e branco no qual apenas o lago é indicado em azul O esquema mostra a distribuição do complexo hospitalar sobre o terreno em aclive com números indicando os usos dos edifícios indicados de baixo para cima 1 Galpão para esportes náuticos 2 Internação e outros 3 Centro de Apoio à Paralisia Cerebral 4 Auditório Figura 4 Hospitais da Rede Sarah Kubitscheck Fonte Figura a França 2012 online Lima 2013 online Figura c adaptada de Lima 2013 a b c UNICESUMAR UNIDADE 7 185 Lelé como também é chamado o arquiteto João Filgueiras Lima 19322014 deixou um legado di versificado em suas obras abrangendo desde residências hospitais escolas e passarelas até mobiliários urbanos Sua abordagem era pautada pela busca de soluções simples para resolver problemas complexos e melhorar a qualidade de vida nos espaços que projetava Na Rede Sarah de Hospitais ver Figura 4 desenvolveu soluções inovadoras para garantir acessibilidade conforto bioclimático e economia de energia elétrica Projetou sistemas de ventilação e circulação de ar eficientes resultando em ambientes hospitalares que proporcionam conforto sem a necessidade de grande consumo de energia No contexto urbano Lelé deixou sua marca nas passarelas de Salvador que representaram uma inovação ao permitir que pedestres atravessassem trechos da cidade separados por vias de tráfego in tenso Além de sua funcionalidade as passarelas também receberam um cuidado estético até então inédito dentro da estética pósmodernista no Brasil Figura 5 Passarelas para pedestres em Salvador projeto de Lelé Fonte Wikimedia Commons 2012b online Estruturalmente as treliças espaciais foram os sistemas mais utilizados na época Essas treliças não apenas conferiam estabilidade e resistência à estrutura mas também influenciavam decisivamente a forma final do edifício De forma eficiente as treliças contribuem para otimizar o uso do espaço e garantir a funcionalidade do edifício Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia aérea que mostra um complexo de vias rodovias e edificações na cidade de Salva dorBA As passarelas em amarelo ultrapassam as vias e conectamse entre si por meio de estruturas circulares também em amarelo 186 Nas fachadas os sistemas mais comumente utilizados eram o Vidro Estrutural Structural Glassing cortinas de vidro sem estrutura aparente e os painéis de ACM Aluminium Composite Material revestimento com chapas de alumínio Essas soluções proporcionavam um aspecto visual moderno ao mesmo tempo que ofereciam resistência e durabilidade além de atender aos padrões estéticos do Estilo Internacional universalizante COLIN 2012 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de uma perspectiva frontal do edifício Banespa na Pra ça da República em São Paulo Em primeiro plano temos as vias e os elementos viários como faixa de pedestres e semáforos À esquerda temos uma árvore frondosa e ao fundo o edifício todo coberto com vi dro espelhado flanqueado por duas torres estruturais Há ainda como elemento decorativo e funcional o recuo da fachada em três andares conformando terraços e varandas nos andares superiores Figura 6 Prédio Banespa na Praça da República Fonte Wikimedia Commons 2012c online Veja quão inovadora foi a concepção da estrutura do edifício do Banespa na Praça da República ver Figura 6 A reportagem a seguir pode ser acessada por meio do QR Code produzida em 1990 O texto exalta as novidades tecnológicas aplicadas UNICESUMAR UNIDADE 7 187 O Esculturismo ou Neoesculturismo outra tendência tardomodernista referese ao desenvol vimento volumétrico do edifício que é caracterizado por um tratamento caprichoso e particular diferenciandoo da forma pura defendida pelo Estilo Internacional Essa tendência buscava alcançar uma individualização para o edifício uma vez que a estética original do movimento Moderno não proporcionava mais essa oportunidade restringindose a padrões rígidos Figura 7 Assembleia Legislativa do Piauí Fonte Wikimedia Commons 2021 online Uma abordagem relacionada ao Esculturismo é o chamado Formalismo Mural que se concentra exclusivamente nos planos da fachada do edifício Nesse caso o arquiteto trata a fachada de forma isolada sem necessariamente buscar uma correspondência racional ou funcional com a planta e combina elementos da linguagem do Estilo Internacional como cortinas de vidro e brises com outros elementos como revestimentos de diferentes materiais ver Figura 8 Descrição da Imagem a figura traz uma perspectiva externa do edifício da Assembleia Legislativa do Piauí Nela temos uma sequência de palmeiras em primeiro plano à direita um monolito prismático com um retângulo de vidro no canto e à esquerda uma estrutura de laje ondulada cuja extensão até ele é toda envidraçada 188 Descrição da Imagem a figura apresenta duas fotografias externas de perspectivas laterais diferentes do edifício Panteão da Pátria Tancredo Neves A Figura 8 a traz uma vista lateral na qual temos em primeiro plano um alinhamento de bancos em frente à edi ficação Atrás deles há um monumento escultural de um quadrilátero e uma escultura orgânica sobre ele À direita há o acesso da edificação em rampa o edifício estruturado em uma forma triangular invertida com a cobertura ondulada e uma das fachadas com um mosaico vitral nas cores roxa e fúcsia O edifício é todo revestido em pedra A Figura 8 b traz uma vista mais afastada da mesma lateral onde há um extenso espelho dágua uma estrutura monumental retangular em balanço sobre um quadrado e ao fundo o edifício visto em detalhe na Figura 8 a Figura 8 Panteão da Pátria Tancredo Neves Fonte Figura a Wikimedia Commons 2007 online Figura b Wikimedia Commons 2016 online a b UNICESUMAR UNIDADE 7 189 No Formalismo Mural os materiais e as cores são dispostos de forma a ocultar a representação dos elementos funcionais na fachada contrariando a imposição do racionalismo funcionalista Essa es colha estética busca desviar a atenção das características utilitárias do edifício e priorizar a expressão escultural e individualista Assim a fachada perde a clara legibilidade dos elementos funcionais como janelas portas ou outros detalhes utilitários resultando em uma composição visual mais abstrata e artística Essas abordagens buscavam uma expressividade escultural e individualista desviandose das restrições impostas pelo movimento Moderno que priorizava a forma pura e a racionalidade funcional Ao explorar o potencial escultórico da arquitetura esses estilos procuravam trazer uma nova ca mada de significado e originalidade aos edifícios promovendo uma experiência estética diferenciada e uma interpretação mais subjetiva do edifício mesmo que isso significasse romper com algumas das convenções estabelecidas No limite desse formalismo mural surgiu o Supergrafismo uma abordagem em que a fachada do edifício era transformada em um imenso painel pictórico Nessa forma de expressão as características arquitetônicas tradicionais como a fenestração e a articulação dos elementos funcionais são deixadas de lado em favor de uma abordagem gráfica A fachada se torna uma tela em branco para a criação de composições visuais impactantes e ousadas em que materiais cores e formas se combinam de maneira a criar uma experiência estética única O Supergrafismo desafia as convenções da arquitetura convencional permitindo que o edifício se torne uma obra de arte tridimensional que cativa o olhar e desperta a imaginação ver Figura 9 190 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 9 a traz uma fotografia externa tomada em um dia ensolarado com nuvens de baixo para cima do edifício Empresarial Cidade Jardim Nela temos a estrutura da torre com detalhes em cinzaescuro cinzaclaro amarelo e detalhes nos cantos em azul A Figura 9 b traz uma fotografia externa tomada em um dia ensolarado sem nuvens do edifício Previnor que é composto por duas torres com detalhes gráficos em branco e preto e na torre à esquerda amarelo e na torre à direita vermelho A foto é tomada de baixo para cima de uma perspectiva do acesso Na frente do edifício temos uma série de veículos e transeuntes passando Figura 9 Centro Empresarial Cidade Jardim e Previnor de Fernando Peixoto Fonte Colin 2012 online Outra abordagem tardomodernista internacionalmente definida como pósmodernista é o Regio nalismo que se voltava para uma visão mais conceitual da arquitetura que visava valorizar e resgatar o acervo cultural e arquitetônico nacional e de determinadas regiões Essa abordagem seletiva e crítica buscou estabelecer uma base autóctone ou seja uma base cultural local como ponto de partida para o diálogo com outras influências culturais dominantes que muitas vezes estavam sendo impostas pela intensa globalização e informatização Essa atitude regionalista se contrapunha à homogeneização e ao desgaste dos recursos culturais que muitas vezes eram menosprezados em prol de uma universalização expressa no racionalismo científico e na política neoliberal concentradora O regionalismo arquitetônico buscava preservar as características distintas de cada região resgatando tradições construtivas materiais e estilos arquitetônicos locais Ao incorporar elementos regionais como técnicas construtivas tradicionais materiais locais e formas e detalhes específicos da região o regionalismo arquitetônico contribuiu para a valorização a b UNICESUMAR UNIDADE 7 191 da identidade cultural de um lugar de forma criativa e inovadora adaptandoas às necessidades e às demandas atuais Além disso também pode ser entendido como uma resposta ao contexto de desi gualdade social e econômica do país Ao valorizar as tradições e os recursos locais busca fomentar o desenvolvimento regional fortalecer a economia local e promover a inclusão social por meio da geração de empregos e do resgate do conhecimento tradicional Descrição da Imagem a figura traz duas fotografias uma interna e uma externa do edifício Sesc Pompéia Na Figura 10 a temos uma foto tomada em um dia nublado da rua interna que dá acesso ao edifício e fornece uma perspectiva das duas torres que com põem o Sesc Pompéia conectadas pelas passarelas O edifício é todo em concreto aparente e possui detalhes orgânicos em vermelho nas torres da esquerda e detalhes quadrados também em vermelho na torre da direita A Figura 10 b traz uma fotografia interna da edificação na qual há os telhados com uma cobertura translúcida a estrutura aparente e os fechamentos da antiga fábrica da qual o edifício se apropria No chão há uma instalação artística de formato orgânico coberta de pedras e água dando a impressão de ser um rio Pendurados no teto há elementos orgânicos vermelhos distribuídos em toda a cobertura Figura 10 Sesc Pompéia de Lina Bo Bardi Fonte Figura a Wikimedia Commons 2005 online Figura b ArqTeoria 2013 online O Sesc Pompéia ver Figura 10 por exemplo projeto de 1978 da arquiteta Lina Bo Bardi pode ser indicado como exemplo dessa tendência Localizado em um bairro de origem operária o projeto foi concebido entre os pavilhões de uma fábrica desativada com o objetivo de unir as estruturas preexis tentes do passado industrial local às novas demandas programáticas do Sesc Para tanto foi criada uma rua na escala do entorno que serve como principal acesso e distribui os usuários pelos diversos espaços a b 192 do edifício O que torna essa obra singular é a busca por elementos de representação que vão além das características locais específicas ou dos ideais da modernidade Lina incorporou elementos de diversas tradições culturais brasileiras provenientes de diferentes lugares e períodos Esses elementos variam desde o artesanato popular até a exuberância estrutural e plástica do concreto aparente inspirada por Artigas Lina demonstrou sensibilidade ao trabalhar com essa conexão entre tradições possivelmente influenciada pelos debates teóricos que permeavam o contexto disciplinar europeu naquela época REINHOLD 2022 Dessa forma podemos dizer que o Modernismo Tardio ou TardoModernis mo como nomeamos até aqui referese a movimentos que surgiram como reação às tendências do modernismo ao mesmo tempo que rejeitavam certos aspectos dele e exploravam o desenvolvimento pleno das potencialidades conceituais do próprio modernismo Já o pósmodernismo em algumas interpretações é considerado um período concluído enquanto em outras é visto como um movi mento contínuo na arte contemporânea ou seja há em andamento a teoria do neopósmodernismo O neopósmodernismo é uma tendência contemporânea internacional que se apega à tendência maximalista pósmoderna que no Brasil teve início na década de 1980 Os artigos 15 Playfully Bold Examples of Post modern Architeture ou em português 15 exemplos brincalhões e ousados da arquitetura pósmoderna e 10 buildings that represent a new age of postmodernism ou em português 10 edifícios que representam uma nova era do pósmodernismo que podem ser acessados por meio do QR Code a seguir trazem exemplos bastante atuais construídos a menos de 15 anos atrás de obras que retomam o conceito pós moderno pelo mundo As tendências pósmodernas que já vinham se desenvolvendo em outros países desde os anos 1960 como vimos anteriormente no Brasil só chegaram a partir da década de 1980 com a abertura política a crise econômica e o alinhamento cultural do país com o resto do mundo Começam a ressurgir no país revistas de arquitetura nacionais e internacionais e livros que tinham sido proibidos pelo cercea mento do governo ditatorial Esses periódicos introduziram as novas tecnologias e a exuberância da arquitetura possíveis por meio da viabilização técnica que vinha sendo produzida internacionalmente Além disso a promulgação da lei da anistia em 1979 permitiu que muitos intelectuais e arquitetos exilados puderam retornar ao país como Niemeyer e Artigas que ao voltarem depararamse com uma estagnação histórica COLIN 2020 FLORES et al 2021 UNICESUMAR UNIDADE 7 193 O movimento PósModernista englobava uma variedade de tendências distintas que iam de manifestações ligadas à Pop Art até manifestações his toricistas regionalistas ou até mesmo bizarras lúdicas e zombeteiras Essas manifestações compartilhavam uma preocupação com o significado ou seja buscavam substituir uma abordagem racionalista e funcionalista por uma abor dagem semântica Uma maneira de compreender a poética pósmoderna é confrontála com a poética maquinista do movimento Moderno Ou seja os princípios do mo vimento Moderno como objetividade funcionalismo racionalidade inter nacionalismo antiindividualismo antimonumentalidade antihistoricismo dessemantização perfeição técnica flexibilidade da planta e uso de materiais industrializados são questionados e substituídos tanto em conjunto como isoladamente pelos pósmodernistas Já uma outra maneira de entendêla é por meio de uma perspectiva semiótica Nesse sentido um edifício pósmoderno sempre terá uma dupla codificação uma linguagem acadêmica direcionada a arquitetos e especialistas e outra mais popular e acessível ao público leigo Ao adotar uma abordagem semântica os arquitetos pósmodernos procuram criar edifícios que sejam comunicativos e cativantes e essa dualidade na linguagem arquitetônica reflete a pluralidade de interpretações e a importância dada ao contexto cultural e social no processo de criação A arquitetura pósmoderna no Brasil pode ser dividida em três vertentes principais o Historicismo Abstrato o Revivalismo Crítico e a Fantasia Abstrata Enquanto as duas primeiras têm foco maior nos valores e nas características locais a última é orientada pela perspectiva formal e pelo uso de materiais de alta tecnologia O aspecto mais relevante a destacar na arquitetura pósmoderna é a valoriza ção da população usuária no processo de concepção e execução dos projetos tornandoa protagonista na elaboração das obras arquitetônicas O arquiteto deixa de ser um mero impositor que impõe de seu trabalho ele passa a com partilhar sua visão com o cliente e entende o conceito de cliente que quer algo único e exclusivo Por meio dessa troca de informações e opiniões surge uma arquitetura mais humana e diversa culturalmente O arquiteto ao envolver ativamente o cliente e a comunidade busca entender suas necessidades seus desejos e sua identidade cultural incorporando esses elementos na concepção do projeto arquitetônico ver Figura 11 194 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 11 a traz uma residência definida por um quadrado azul com detalhes das portas varanda chami né e janelas vermelhas A Figura 11 b traz a fotografia externa de uma perspectiva lateral do Hotel Verdes Mares Nela há a estrutura do edifício de tijolinhos na cor rosa com detalhes em amarelo e azul Figura 11 a Casa Cícero de Éolo Maia e Jô Vasconcellos b Hotel Verdes Mares em Ouro BrancoMG de Jô Vasconcellos Fonte Figura a Portes 2012 s p Figura b Barbosa 2022 online Essa abordagem colaborativa permi te que a arquitetura pósmoderna re flita e respeite a diversidade cultural da população e do contexto em que está inserida Os projetos arquitetô nicos passam a ser mais inclusivos adaptados às demandas e aspirações das pessoas que os utilizarão Dessa forma a arquitetura pósmoderna tornase um reflexo das necessidades e experiências da comunidade con tribuindo para maior identificação e conexão emocional com os espaços construídos Ao valorizar a partici pação ativa da população usuária a arquitetura pósmoderna buscou criar ambientes mais acolhedores funcionais e significativos O Historicismo Abstrato é outra vertente da arquitetura pósmoderna que se caracterizou pelo uso de for mas e motivos históricos da tradição clássica ocidental porém tratados de maneira livre e abstrata Essa aborda gem criou um confronto provocativo com o antihistoricismo modernista assumindo uma perspectiva por ve zes produtivista e monumental e por vezes irônica ou grotesca a b UNICESUMAR UNIDADE 7 195 Essa tendência é considerada uma das mais ricas e também uma das mais criticadas do pósmoder nismo internacional devido ao fato de que nem sempre o uso de elementos históricos foi criterioso e respeitoso Muitas vezes esses elementos são usados de forma superficial e aleatória sem considerar o contexto cultural e histórico específico Isso pode levar a uma arquitetura que é percebida como kitsch caricata ou desconectada de sua herança arquitetônica Não foi amplamente utilizada no Brasil e é frequentemente chamada de PoMo abreviação de pósmodernismo Descrição da Imagem a figura traz uma foto grafia externa do edifício Rio Branco Nela há o edifício definido por um volume retangular fino cujo topo lateral apresenta um frontão triangular A vedação é toda de vidro e os ele mentos estruturais são em bege Figura 12 Edifício Rio Branco de Edson Musa Fonte Colin 2012 online 196 No Historicismo Abstrato elementos arquitetônicos históricos são reinterpretados descontextuali zados e usados de forma não convencional Podese encontrar a utilização de colunas arcos orna mentos e outros detalhes decorativos em combinações inesperadas fora de seu contexto original Essa abordagem busca questionar e subverter a rigidez do modernismo buscando expressar uma estética mais livre e experimental No Rio de Janeiro um exemplo amplamente conhecido é o edifício Rio Branco ver Figura 12 projetado por Edison Musa Esse edifício apresenta características que se tornaram marcas registradas de Philip Johnson como o uso de frontões e a subdivisão do edifício em base corpo e coroamento Da mesma forma o arquiteto mineiro Éolo Maia adota elementos da arquitetura do americano Michael Graves entre outros em seu estilo arquitetônico Maia incorpora um amplo repertório de referências em suas obras Figura 13 Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura Fonte Wikimedia Commons 2013 online O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura ver Figura 13 localizado na praia de Iracema em Fortale zaCE é uma obra relevante da arquitetura pósmoderna brasileira Projetado pelos arquitetos Delberg Ponce de Leon e Fausto Nilo no início dos anos 1990 e inaugurado em 1999 o complexo apresenta Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia aérea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura Nela há a estrutura de diversas quadras de formatos variados separadas por vias A estrutura do Centro Dragão do Mar é envolta por um semicírculo que é conectado por passarelas a uma estrutura em outra quadra A edificação do Centro Cultural é composta por diversos volumes cujos telhados são em quatro águas e lembram um castelo Há um observatório semicircular e um auditório a céu aberto UNICESUMAR UNIDADE 7 197 uma arquitetura marcante e uma complexidade volumétrica com diferentes formas geométricas e o uso predominante do aço como material construtivo Construído em uma antiga área por tuária o Centro Dragão do Mar abriga um amplo centro cultural concebido com o propósito de ser um espaço democrático e de difusão da arte e da cultura Apesar das críticas o Historicismo Abstrato desempenhou papel significativo na evolução da arquitetura pósmoderna Sua abordagem provocativa e experimental abriu caminho para novas possibilidades estéticas e incentivou a discussão sobre a relação entre o passado e o presente na arquitetura Já o Revivalismo Crítico na arquitetura é uma abordagem que busca utilizar elementos estilísticos do passado de maneira crítica e adaptada ao contexto contemporâneo Essa abordagem poética arquitetônica tem como objetivo estabelecer uma conexão entre a tradição e a modernidade e desafiar conceitos convencionais de autenticidade e originalidade resultando em obras que são simultaneamente uma homenagem ao passado e uma expressão do presente que refletem sobre o legado histórico ao mesmo tempo que incorporam novas ideias e conceitos Ao adaptar es tilos do passado ao contexto atual o Revivalismo Crítico renova e reinventa a arquitetura estimulando uma reflexão profunda sobre a relação entre o passado e o presente O pósmodernismo contextualista e revivalista destaca a importância de ir além de uma abordagem puramente racional e intelectual ao compreender as evidências Com base princi palmente na intuição essa abordagem procura reavaliar nossa conexão com a cidade e as estruturas arquitetônicas visan do estabelecer uma relação harmoniosa entre os cidadãos e o ambiente urbano fundamental a cidade COLIN 2020 Essa corrente busca entender e valorizar as particularidades e ca racterísticas únicas de cada contexto urbano reconhecendo a importância da cultura da história e da identidade local na concepção e criação de espaços arquitetônicos À medida que a produção arquitetônica pósmoderna come çou a se destacar no Brasil Belo Horizonte emergiu como uma das pioneiras nesse movimento A cidade produziu algumas das obras mais relevantes de arquitetura pósmoderna no país caracteriza das por fortes influências de Venturi e Aldo Rossi incorporando referências populares e vernaculares DÁVILA 2021 198 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada a distância do Condomínio Officenter Na figura há a base em concreto aparente com a estrutura de rampas em aço azul A estrutura da torre cilíndrica se apresenta em vermelho com um coroa mento metálico em prata e a estrutura de elevadores em azul Figura 14 Condomínio Officenter 1989 Fonte Cecília 2009 online UNICESUMAR UNIDADE 7 199 Dentre os arquitetos que se destacaram no grupo de protesto é possível mencionar o grupo mineiro composto por Éolo Maia 19422002 Maria Josefina de Vasconcellos 1947 e Sylvio Emrich de Podestá 1952 Suas obras ver Figuras 11 14 e 15 de caráter eclético apresentam uma releitura de referências arquitetônicas com planos vazados e superfícies tensas A obra dos arquitetos mineiros Maia Vasconcelos e Podestá destacava a cultura midiática de massas como fonte de inspiração para uma arquitetura pop carregada de ironia conferindo novas características ao estilo popular ANELLI 2010 Essa abordagem arquitetônica demonstra uma expressão criativa e singular refletindo uma interpretação única das tendências da época O trio mineiro pósmodernista Maia Podestá e Jô Vasconcellos possuía uma publicação chamada Revista Pampulha que foi um periódico de destaque no meio arquitetônico do período Sugiro que busque saber mais sobre o periódico e se lhe interessar entender todas as complexi dades contraditórias que se traduzira no pósmodernismo nacional leia Arquitetura Brasileira uma pósmodernidade mais que contraditória de Sônia Marques disponível no QR Code a seguir Nesse texto a autora segue uma linha de raciocínio bastante completa e complexa do modernismo e suas moderni zações até o pósmodernismo e as pósmodernidades As Fantasias Abstratas representam uma outra tendência que trouxe uma ruptura com a abordagem racionalista e uma busca por expressão individual e experimentação arquitetônica Elas proporcionam um espaço para a criatividade e a provocação questionando as normas estabelecidas e desafiando as expectativas do observador A tendência das Fantasias Abstratas na arquitetura se destaca pelo uso de formas ou elementos incomuns estranhos bizarros e extravagantes com o objetivo de surpreender o observador e desafiar a ortodoxia racionalista do modernismo arquitetônico que era associado ao conceito de bom gosto Nesse contexto os arquitetos exploraram a liberdade criativa e expressiva muitas vezes ironizando o produtivismo tecnológico contemporâneo ou a comercialização excessiva da arquitetura Dentro dessa tendência é possível encontrar obras arquitetônicas que apresentam formas inespe radas combinações de materiais contrastantes e composições que desafiam as convenções estéticas estabelecidas Essas construções podem ser interpretadas como crítica ou manifestação de liberdade em relação aos padrões tradicionais da arquitetura moderna 200 Figura 15 Museu de Mineralogia 19841992 conhecido como Rainha da Sucata de Éolo Maia Fonte Cecília 2009 online O atual Museu de Mineralogia Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães projetado por Éolo Maia e Sylvio de Podestá está localizado em uma das esquinas da Praça da Liberdade próximo ao Palácio do Governo em Belo Horizonte Minas Gerais Ele apresenta grande diversidade de mate riais construtivos elementos decorativos e ornamentos fazendo referência aos edifícios ecléticos que foram erguidos ao longo da praça Essa edificação foi construída durante os anos 1980 e inaugurada em 1990 Mesmo durante o processo de construção recebeu diversas críticas de arquitetos e do público em geral o que a tornou amplamente conhecida Muitas pessoas consideravam o edifício desagradável visualmente e o apelido de Rainha da Sucata foi dado por alunos de uma escola próxima durante a exibição de uma famosa novela da Rede Globo em 1990 devido à diversidade de componentes que remetem a materiais rejeitados ou jogados no lixo FLORES et al 2021 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do atual Museu de Mineralogia Nela há uma perspectiva frontal que mostra a estrutura metálica do edifício sustentada por dois pilares centrais cilíndricos azuis duas estruturas laterais uma cilíndrica e outra retangular a cilíndrica é revestida em amarelo e a retangular em bronze Um revestimento modular quadrado em cinza confere um fechamento em detalhe na fachada e compõe um semicírculo no topo UNICESUMAR UNIDADE 7 201 Outro exemplo da tendência Fantasias Abstratas é o Hotel Unique projetado pelo renomado arquiteto brasileiro Ruy Ohtake Este faleceu aos 83 anos em 2021 deixando um legado arquitetônico dentro da arquitetura pósmoderna e contemporânea Filho de Tomie Ohtake grande artista plástica nacional reconhe cida internacionalmente o arquiteto foi aluno de Vilanova Artigas e desenvolveu sua arquitetura de forma criativa e inovadora O Hotel Unique tem seu formato de barco por meio do seu arco invertido com 100 metros de comprimento e 25 metros de altura suspenso entre duas placas de concreto que alcançam o solo Na fachada estão dispostas janelas circulares do tipo vigia totalizando 70 unidades cada uma com 180 metros de diâmetro Essas janelas são complementadas por vidros coloridos que ocultam as colunas estruturais A intenção do projeto é criar uma sensação de transparência e definição volumétrica enfatizada pela continuidade da madeira que cobre o bojo do arco Esse revestimento em madeira também é replicado nos quartos lo calizados nas extremidades do edifício mantendo uma linguagem estética coesa O acesso ao edifício é localizado em cada extremidade do volume em relação às placas verticais de concreto o que resulta na formação de dois átrios externos Vamos conversar um pouco sobre Jô Vasconcellos É a única do trio mineiro reconhecido nacionalmente como o promotor da arquitetura pósmodernista no Brasil Entenderemos o papel dela como única mulher de destaque dentro do panorama pósmodernista e sua posição dentro de um meio machista 202 Figura 16 Hotel Unique Fonte Wikimedia Commons 2011 online O movimento PósModerno no Brasil começou a perder força no início dos anos 2000 Em uma en trevista realizada em 2002 o arquiteto Éolo Maia afirmou que o pósmoderno acabou No entanto é importante ressaltar que Maia nunca se autodeclarou como pósmoderno Em uma palestra nos anos 1980 cerca de 18 anos antes dessa afirmação ele enfatizou sua abordagem de fazer arquitetura com prazer e contemporaneidade sem se classificar em uma corrente específica Segundo Maia a vida é dinâmica e a arquitetura reflete essa dinâmica em seu trabalho Ele valorizava a liberdade total e criticava a rigidez das fórmulas e a busca por estar na moda FLORES et al 2021 De acordo com Hugo Segawa a afirmação de que o pósmoderno estava morto também foi feita por Denise Scott Brown cerca de dez anos antes no início dos anos 1990 SEGAWA 2002 Essas declarações de Maia e Scott Brown indicavam uma reflexão crítica sobre o pósmodernismo e sugerem uma mudança de perspectiva dentro da arquitetura brasileira apontando para a necessidade de novas abordagens e liberdade criativa além dos rótulos preestabelecidos FLORES et al 2021 Devido à variedade apresentada no período de abordagens e tendências a busca por uma unidade ou simplificação desse panorama já não era mais o objetivo principal da arquitetura como foi no mo dernismo Cada uma dessas abordagens e tendências arquitetônicas traziam consigo características distintas interpretações e propósitos próprios Essa pluralidade refletia a natureza complexa e em constante evolução da arquitetura em que a diversidade de expressões e perspectivas vinha sendo Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa do edifício do Hotel Unique sustentado em ambas laterais por empenas de concreto e conformado por um arco revestido de madeira e vedado com cobre e uma série de janelas circulares UNICESUMAR UNIDADE 7 203 valorizada encorajando uma abordagem mais aberta e criativa para a construção do ambiente construído Portanto tornounos desafiador delinear claramente o movimento Tardio e PósMo derno uma vez que incorporaram elementos de diversas correntes arquitetônicas inclusive o modernismo apesar de criticálo em muitos aspectos Embora o pósmodernismo tenha sido criticado pela fragili dade de sua base teórica ele desempenhou no país papel impor tante ao atenuar a hegemonia da arquitetura moderna e apontar a possibilidade de novos caminhos Algumas vezes perdeu força e argumentação ao associarse a imagens historicistas com desenhos e cores vibrantes que ilustravam certa intenção de deboche porém algumas de suas vertentes eram bem fundamentadas e questio navam o ambiente construído de maneira crítica e desafiadora Essa tensão que existiu entre o moderno e o pósmoderno foi um elemento essencial desse período e deixou uma marca indelével nas posições teóricas do país nas décadas de 1980 e 1990 e hoje nos fazem refletir no caminho teórico que tomaremos daqui em diante Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que refletem seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do Mapa de Empatia você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada COMO VOCÊ PENSA E SENTE Sobre o atraso do desenvolvimento da arquitetura PósModerna no Brasil em relação ao panorama internacional O QUE VOCÊ ESCUTA Sobre a pouca repercussão e a falta de identificação dos arquitetos com a arquitetura pósmoderna O QUE VOCÊ FALA E FAZ em relação à hegemonia modernista e a produção tardomodernista sem as mesmas condições de desenvolvimento COMO VOCÊ VÊ As produções arquitetônicas do estilo PósModernista hoje Quais são suas críticas à falta de uma produção teórica alinhada à produção arquitetônica tardo e pósmodernista Quais são seus elogios aos produtos arquitetônicos resultantes dos projetos do Trio Mineiro Maia Podestá e Jô Vasconcellos 205 1 O movimento PósModernista englobava uma variedade de tendências distintas que iam de manifestações ligadas à Pop Art até manifestações historicistas regionalistas ou até mesmo bizarras lúdicas e zombeteiras Essas manifestações compartilhavam uma preocupação com o significado ou seja buscavam substituir uma abordagem racionalista e funcionalista por uma abordagem semântica Defina essa variação por meio do questionamento dos princípios modernistas e da semiótica 2 As tendências Tardo e PósModernistas se confundem quando pensamos no contexto inter nacional e nacional Dentro do contexto nacional podemos dividir as tendências TardoMo dernistas em três produtivista esculturista e regionalista Defina cada uma 3 A arquitetura PósModerna no Brasil pode ser dividida em três vertentes principais o Histori cismo Abstrato o Revivalismo Crítico e a Fantasia Abstrata Enquanto as duas primeiras têm foco maior nos valores e nas características locais a última é orientada pela perspectiva formal e pelo uso de materiais de alta tecnologia Analise as afirmativas a seguir I As Fantasias Abstratas representam uma ruptura com a abordagem racionalista e uma busca por expressão individual e experimentação arquitetônica II Belo Horizonte foi destaque na produção arquitetônica pósmodernista brasileira com in fluências de Venturi e Aldo Rossi III O Revivalismo Crítico na arquitetura é uma abordagem que busca utilizar elementos estilísticos do passado de maneira crítica e adaptada ao contexto contemporâneo IV PoMo é a abreviação para a tendência pósmodernista Historicista Abstrata V No Historicismo Abstrato elementos arquitetônicos históricos são reinterpretados contex tualizados e usados de forma convencional É correto o que se afirma em a I II III IV e V b I II IV e V apenas c II IV e V apenas d I II III e IV apenas e II III IV e V apenas 8 Nesta unidade veremos um apanhado histórico conceitual dos pro cessos evolutivos do urbanismo e do paisagismo brasileiros identi ficando de maneira cronológica estruturas e personagens pontuais que foram destaque nessa evolução como Burle Marx e seu papel na admiração da nossa produção paisagística internacionalmente e Brasília como exemplo icônico do urbanismo racionalista Paisagismo e Urbanismo no Brasil Me Jociane Karise Benedett 208 Na construção das cidades brasileiras tivemos diversas fases e estas definem a tentativa de desen volvimento racional do traçado da infraestrutura da morfologia dos usos por meio da técnica e do planejamento e da projeção dos espaços urbanos Se olharmos para as nossas cidades principalmente as metrópoles poderíamos dizer que todas as utopias urbanas desenhadas por teóricos estrangeiros a partir do século XIX realizaramse A função social do urbanista aplicada por meio das técnicas foi suficiente para resolver os problemas de habitação transporte trabalho e lazer Podemos então entender os movimentos de ruptura e transições entre filosofias de planejamento gerados pelos de sencantos da prática E o paisagismo Comportase como uma intervenção urbana ou arquitetônica É possível indicar a relevância do paisagismo na construção do espaço urbano O conceito de urbanismo ampliouse para abranger uma ampla gama de aspectos relacionados à cidade incluindo obras públicas morfologia urbana planos urbanos práticas sociais pensamento urbano legislação e direito urbanos O paisagismo se refere ao estudo ao planejamento e ao design de espaços externos visando criar ambientes agradáveis e funcionais Ele envolve a seleção de elementos naturais e construídos como plantas caminhos e mobiliário urbano para promover uma interação equilibrada entre a natureza e o ambiente construído Seu objetivo é proporcionar espaços que melho rem a qualidade de vida das pessoas oferecendo áreas de lazer contemplação e convívio social levando em consideração a sustentabilidade e a preservação ambiental Atrelar as duas áreas de conhecimento é de fundamental importância para a promoção de espaços de qualidade ambiental social e cultural UNICESUMAR UNIDADE 8 209 Sugiro que busque projetos nacionais que conectam urbanismo e paisagismo sem ser num es copo de um parque Veja quais as características que chamam a atenção e definem a excelência de um projeto integrado A qualidade do espaço urbano perpassa à promoção de ambientes pai sagísticos interessantes além do atendimento às prerrogativas de desen volvimento urbanístico ideal Vale destacarmos iniciativas de produção de bulevares e parques lineares e a substituição de vias passagem de automó veis por vias de pedestres Veja por exemplo o Parque Linear do Córrego Grande em Florianópolis acessando o QR Code a seguir 210 A B C Descrição da Imagem a figura apresenta três imagens A Figura 1 a traz um desenho orgânico de um mapa turístico da cidade de Ouro Preto em que vemos em amarelo os espaços construídos e em branco as vias Pontualmente coloridos estão distribuídos os monumentos A Figura 1 b retrata uma cena distante da Praça Tiradentes em Ouro PretoMG Na imagem é possível observar uma rua movimentada com carros estacionados tanto no centro quanto nas laterais da via Há também uma significativa circulação de veículos e pessoas ao redor da praça No centro há o monumento sem muitos detalhes pela distância da fotografia A Praça Tiradentes se apresenta em formato quadrangular e é cercada por uma arquitetura magnífica composta por belos prédios coloniais e casarões históricos A Figura 1 c mostra uma vista panorâmica de Ouro Preto típica cidade que oferece uma visão deslumbrante de seus te lhados de telha vermelha igrejas barrocas colinas verdes e ruas sinuosas Figura 1 a Mapa turístico de Ouro Preto b Praça Tiradentes c Overview de Ouro Preto Fonte Figura a Visitei Gostei 2023 online Figura b Wikimedia Commons 2009 online Figura b Wikimedia Commons 2016 online Durante o período Colonial as cidades brasileiras foram estabelecidas principalmente como centros administrativos e comerciais O traçado urbano seguia um padrão radial com uma praça central e ruas que se irradiavam a partir dela e se conformavam a partir do alinhamento das edificações Exemplos desse modelo são as cidades de Salvador Olinda e Ouro Preto Quanto à configuração da área urbana e à definição de um processo de urbanização o Brasil passou por diferentes períodos ao longo do tempo que numa primeira fase podemos dividir em três períodos antes de iniciar uma segunda fase TOPAN RUSCHEL 2017 No primeiro período destacavase a intenção de realizar melhorias em áreas urbanas específicas das cidades Durante o século XIX período Imperial de 1822 a 1889 as cidades brasileiras começa ram a passar por transformações significativas O urbanismo neoclássico influenciou o planejamento urbano com a construção de praças jardins e boulevards e com a atuação de profissionais da área de engenharia na tentativa de aprimorar as áreas urbanas A cidade do Rio de Janeiro então capital do Brasil passou por grandes reformas com a chegada da corte portuguesa incluindo a criação da UNICESUMAR UNIDADE 8 211 Avenida Central atual Avenida Rio Branco e o desenvolvimento do bairro de Copacabana Em São Paulo a Avenida Paulista foi criada e tornouse símbolo da urbanização porém se apresentava menos cosmopolita que a Avenida Rio Branco no mesmo período A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 2 a retrata uma foto tirada de frente em preto e branco da Avenida Rio Branco em 1910 A avenida é uma ampla via com um projeto urbanístico elegante e arquitetura influenciada pelo estilo da época Ao longo da avenida podem ser observados edifícios de múltiplos andares com fachadas ornamentadas e detalhes arquitetônicos elaborados A presença de pedestres e carros antigos com modelo parecido de uma carruagem indica uma cena agitada repleta de pessoas Também há arborização calçadas e postes de iluminação elegantes estão presentes A Figura 2 b retrata uma foto tirada de cima em preto e branco da Avenida Paulista em 1910 Na imagem podese observar uma avenida larga e arborizada dos dois lados com calçadas amplas e ausência de pedestres e carros que transmite uma sensação de serenidade e tranquilidade permitindo que se apreciem a arquitetura e a paisagem da avenida sem distrações Figura 2 a Avenida Rio Branco 1910 b Avenida Paulista 1910 Fonte Figura a Wikimedia Commons 19091920 online Figura b Wikimedia Commons 1910 online A institucionalização do urbanismo nas administrações municipais brasileiras começou também nessa época com as primeiras Comissões de Melhoramentos e Diretorias de Engenharia e Obras Públicas Os profissionais atuaram principalmente na infraestruturação e modernização urbana incluindo intervenções em canalização de rios sistemas ferroviários abastecimento de água e esgoto iluminação pública e ajardinamento de áreas livres Nesse período houve um diálogo internacional que contribuiu para o desenvolvimento conceitual do urbanismo no país especialmente durante a contratação de Alfred Agache para o Plano de Remo delação Embelezamento e Extensão do Rio de Janeiro Esses planos urbanísticos de Melhoramentos e Embelezamento implementados em várias cidades brasileiras como São Paulo Curitiba Porto Alegre Santos Belém e Manaus visavam melhorar as condições sanitárias e estéticas dos bairros mais pobres No entanto essas intervenções acabaram sendo usadas para expulsar gradualmente a população de baixa renda das áreas centrais concentrandoa em regiões periféricas com menos infraestrutura Isso resultou em desigualdades sociais e espaciais contribuindo para a gentrificação e a exclusão socioes pacial Embora esse plano tenha trazido algumas melhorias visíveis é crucial reconhecer o impacto negativo que tive nas comunidades mais pobres 212 A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A figura 3 a traz um desenho esquemático do plano de Agache Nele há a inscrição no canto superior direito sob um fundo azul que indica o mar Rio de Janeiro Esplanada do Castello e Ponta do Calabouço Abaixo há a escala gráfica e Projeto organizado pelo arquiteto urbanista Dalf Agache As áreas destinadas a uso público e parques em verde edificações em salmão e vias em bege sob o mar a um traçado de prolongamento do projeto A Figura 3 b retrata um croqui do projeto arquitetônico de Le Corbusier no Rio de Janeiro Nela podemos observar um viaduto sinuoso com pilotis é possível observar duas vias que se estendem em direções opostas uma para o lado direito e outra para o lado esquerdo Elas se encontram e percorrem um trecho juntas antes de se separarem novamente de grande altura e extensão que se destaca como elemento central da composição No lado esquerdo da ponte contém três blocos que representam edifícios que estão localizados na área adjacente ao viaduto Eles são dispostos de forma paralela e à medida que se elevam conectamse à ponte de maneira transversal No lado esquerdo da imagem podemos observar a presença da cor azul que provavelmente representa o litoral Essa tonalidade azul traz um contraste marcante em relação à estrutura do viaduto e cria uma sensação de conexão com o ambiente costeiro Também há traços de rochedos rosados na cena que adicionam uma característica natural e peculiar à paisagem e também a vegetação representada na cor verde Figura 3 a Plano para o Rio de Janeiro 1930 de Alfred Agache b Croqui Le Corbusier Fonte Figura a Agache 1930 p 215 Figura b Zuliam 2015 p 1 O segundo período ocorreu entre os anos 1930 e 1950 e foi marcado pela elaboração de planos urbanísticos com o objetivo de planejar a expansão das cidades por meio de sistemas viários e inte gração dos bairros Inspirados pelo urbanismo europeu foram implementados projetos de reforma das cidades com o objetivo de tornálas mais higiênicas e funcionais Foi nessa época em que foram criados os primeiros planos e propostas de zoneamento também uma influência internacional de Le Corbusier que desenvolveu croquis para a então Capital Federal Rio de Janeiro e deu palpites no projeto da nova Capital Brasília UNICESUMAR UNIDADE 8 213 O movimento Modernista e a Carta de Atenas desenvolvida nos CIAMS influenciaram fortemente o urbanismo no Brasil A Carta de Atenas resumia os princípios do Urbanismo Racionalista Essa abordagem preconizava o planejamento regional e intraurbano obrigatório a primazia dos interesses coletivos sobre a propriedade privada do solo urbano a industrialização e a padronização das cons truções e a concentração adequada das edificações em áreas verdes espaçosas Além disso defendia o uso avançado da tecnologia na organização das cidades o zoneamento funcional a separação do tráfego de veículos e pedestres a eliminação das ruas corredor e uma estética baseada em formas geométricas Brasília projeto de Lúcio Costa é um exemplo icônico desse urbanismo com suas zonas urbanas claramente definidas e separadas para edifícios públicos residenciais hoteleiros comerciais e bancários espaços amplos entre as construções e um sistema de circulação eficiente O projeto de Lúcio Costa foi o vencedor em um concurso que começou a ser pensado entre os anos de 1946 e 1953 período em que foram nomeadas comissões com o objetivo de buscar um novo local para a capital do Brasil no interior do país A ideia era encontrar um projeto que transmitisse con temporaneidade e ousadia características esperadas para a nova capital entre os 26 projetos inscritos O projeto foi o de Lúcio Costa propunha o encontro de dois eixos na cidade O plano urbanístico foi concebido em quatro escalas estruturais a monumental que abriga a área políticoadministrativa do país a gregária representada pelos setores de convergência da população a residencial composta pelas Superquadras Sul e Norte e a bucólica que permeia as outras três destinada a gramados praças áreas de lazer orla do Lago Paranoá e jardins tropicais projetados por Burle Marx Título A Invenção da Cidade Ano 2018 Sinopse a cidade utópica de Brasília está em tran sição mais de meio século depois Como é viver na ideia de outra pessoa Uma reflexão sobre viver em uma das cidades mais planejadas do mundo Brasília é diferente de qualquer outra cidade uma utopia de concreto projetada pelo arquiteto Oscar Nieme yer e pelo urbanista Lúcio Costa que surgiu no meio do deserto Com uma trilha sonora envolvente e imagens que nos levam profundamente para dentro da cidade este documentário traz um rosto humano ao ideal utópico Assista ao trailer acessando o QR Code a seguir 214 Título Brasília Antologia Crítica Ano 2012 Autores Alberto Xavier e Julio Katinsky Editora Cosac Naify Sinopse o livro faz pela primeira vez um balanço da repercussão crítica e teórica da capital do Brasil em âmbito nacional e internacional São textos que datam desde antes de sua fundação até análises contemporâneas escritos por mais de 60 autores ensaístas arquitetos urbanistas en genheiros historiadores sociólogos políticos e escritores como Mário Pedrosa Joaquim Cardozo Gilberto Freyre André Malraux Sibyl Moholy Nagy Françoise Choay Bruno Zevi Sigfried Giedion Alberto Moravia Max Bense Reyner Banham Milton Santos Lina Bo Bardi Lucio Costa Oscar Niemeyer Clarice Lispector Joaquim Guedes Umberto Eco Roberto Se gre Luis Espallargas Gimenez Ítalo Campofiorito James Holston Sophia S Telles Otília Beatriz Fiori ArantesGuilherme Wisnik Hugo Segawa Sérgio Ferro Adrián Gorelik e Kenneth Frampton entre outros Comentário sugiro que leia o trecho disponível no QR Code a seguir que traz a introdução e o texto de Adrián Gorelik Brasília Museu da Modernidade Lúcio Costa eliminou cruzamentos para permitir que o tráfego de automóveis fluísse livremente e projetou prédios residenciais com altura uniforme e construídos sobre pilotis de forma a não obstruir a circulação de pessoas Brasília é uma cidade rodoviária com amplas avenidas e um horizonte amplo valorizando o paisagismo e os jardins Para complementar o plano urbanístico Oscar Niemeyer proje tou monumentos marcantes considerados a melhor expressão da arquitetura moderna brasileira Em 1987 a Unesco reconheceu seu valor patrimonial e incluiu a cidade na lista de bens de valor universal concedendolhe o título de Patrimônio Cultural da Humanidade UNICESUMAR UNIDADE 8 215 Após a redemocratização o fim do Estado Novo e após a Constituição Municipalista foram criados Departamentos de Urbanismo em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e iniciouse um debate sobre planejamento municipal e regional considerando a cooperação entre municípios e estados Portanto o terceiro período que ocorreu entre os anos de 1950 e 1964 foi marcado pelo início dos planos regionais Nesse período o Brasil passou por um rápido processo de urbanização com o crescimento acelerado das cidades Ele foi marcado por desafios urbanos complexos diretamente associados ao processo de industrialização de forma tardia no país e ao capitalismo As edificações e construções das cidades tinham como principal objetivo o aumento das verbas econômicas a prioridade era construir rapi damente as cidades visando o crescimento populacional e o aumento do comércio e serviços Nesse processo foram deixadas de lado questões importantes que resultaram em um crescimento desorde nado no adensamento populacional na falta de infraestrutura adequada na segregação socioespacial na degradação socioambiental na formação de favelas e no aumento da violência o que gerou a necessidade da elaboração de planos com a intenção de planejar as extensões das áreas urbanas que já estavam sofrendo com o processo de conurbação COLIN 2020 O processo de conurbação é aquele que se dá quando duas ou mais cidades se juntam num pro cesso de crescimento urbano horizontal Nos anos 1970 e 1980 iniciouse uma nova fase do urbanismo no Brasil que se deu com a mudança de perspectiva da habitação para a cidade ou seja devese entender o micro para consolidar e planejar o todo Nesse processo de institucionalização do urbanismo foi incorporada pelo governo federal a criação do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo SERFHAU e do Banco Nacional de Habitação A partir desse período foram estabelecidas outras instituições e iniciativas como a Comissão Nacional de Políticas Urbanas e Regiões Metropolitanas que promoveram a interlocução multidisciplinar e contribuíram para o debate urbanístico no país FARIA CERASOLI 2013 O planejamento urbano tornouse cada vez mais importante para enfrentar os desafios como a mobi lidade urbana a revitalização de áreas degradadas a regularização fundiária a preservação do patrimônio histórico e a busca por cidades mais sustentáveis e inclusivas Hoje há uma demanda crescente por pla nejamento participativo envolvendo a sociedade civil na tomada de decisões sobre o futuro das cidades 216 Descrição da Imagem A figura traz o desenho de uma representação visual feita com ilustrações de linhas Ele apresenta uma pirâmide invertida fragmentada em dife rentes níveis de bases amarelas que são organizadas de cima para baixo No topo da pirâmide na parte mais alta há um grupo de pessoas sobre uma base representando pedestres Abaixo dessa camada há uma base com pes soas andando de bicicleta identificadas como ciclistas Na camada subsequente encontramos um desenho de um ônibus e uma fila de pessoas indicando o transporte público A seguir há a traseira de um caminhão fechado e ao lado outro caminhão com a traseira carregada re presentando transportes de carga Na base inferior da pirâmide a menor camada há uma representação de uma moto e um carro indicando carros e motos Figura 4 Desestímulo ao uso do automóvel Fonte ITDP 2017 online Embora o impacto inicial da abordagem historicista contextualista dos anos 1980 tenha perdido força na arquitetura em pouco tempo a tensão entre urban design e planejamento urbano continuou pre sente No entanto durante o processo de redemocratização do país o planejamento urbano também sofreu um enfraquecimento político ANELLI 2010 Destacase a contemporaneidade existente entre a construção de Brasília e o fenômeno de metropolização de São Paulo Diante disso os arqui tetos se encontravam polarizados politicamente divididos entre posturas de inserção na dinâmica do desenvolvimento urbano e produtivo ou de transformação dessa mesma dinâmica Destacamse as mudanças nas atividades do Estado em relação à promoção do planejamento urbano e desenvolvimento nacional a partir de 1990 e suas implicações na dinâmica urbana e social brasileira ANELLI 2010 A falta de uma política urbana nacional tornouse evidente devido ao hiato entre a apresentação da emenda popular de reforma urbana à Assembleia Constituinte de 1988 e a promulgação do Estatuto da Cidade em 2001 Nesse intervalo as ações de planejamento ficaram limitadas às iniciativas municipais acentuando a fragmentação da política urbana brasileira ANELLI 2010 O agravamento dos conflitos urbanos acompanhou a rápida expansão das periferias pobres e a construção de condomínios fechados para a alta renda ampliando as cidades para áreas rurais ou naturais e esvaziando os centros urbanos tradicionais A cidade escapou do alcance dos arquitetos para intervenção apesar da abundância de produção teórica sobre o tema Com poucas exceções o UNICESUMAR UNIDADE 8 217 vínculo entre arquitetura e urbanismo que caracterizou a produção brasileira em décadas anteriores enfraqueceuse ANELLI 2010 Atualmente as grandes cidades enfrentam um dos desafios mais significativos a questão da po luição em suas diversas formas como a poluição do ar visual e sonora assim como a degradação ambiental causada pelo excesso de veículos poluentes a concentração de atividades econômicas e o crescimento populacional acelerado Esses fatores combinados têm impactos negativos na qualidade de vida e no equilíbrio ambiental das áreas urbanas Atualmente uma das iniciativas mais frequentes no campo do urbanismo é a revitalização de rios nas grandes cidades Essas intervenções têm como objetivo restaurar a natureza degradada pela poluição e reintegrar os rios à vida urbana de forma mais harmoniosa A recuperação de rios dentro das metrópoles envolve ações que visam a despoluição das águas a remoção de resíduos e a revitalização das margens Por meio de projetos de renaturalização os rios são transformados em espaços públicos e de lazer proporcionando áreas verdes trilhas para caminhadas ciclovias e espaços de convivência para a população Vamos falar sobre as novas propostas de intervenções urbanas no Brasil Após a pandemia da Covid19 projetos de reestruturação das cidades estiveram sendo muito discutidos houve uma abertura a discussões sobre meios de minimizar as demandas sociais de mobilidade segurança e lazer Nesse podcast vamos analisar algumas propostas interessantes e sua viabilidade Após 2020 a questão da pandemia mundial da Covid19 escancarou a importância do Urbanismo frente os desafios sociais em relação à prevenção à propagação e à contenção multiescalar da doen ça e os aspectos interdependentes das cidades A forma urbana a densidade a infraestrutura e os padrões de mobilidade bem como as características apresentadas pelas redes urbanas impactaram na disseminação da Covid19 em cidades áreas metropolitanas e regiões Fatores socioeconômicos e demográficos urbanos como pobreza desigualdade justiça social estrutura etária e segregação socioespacial aumentaram a vulnerabilidade de cidades e regiões à pandemia Sathler e Leiva 2022 destacam por exemplo que cidades compactas como Nova York sofreram mais no estágio inicial de propagação da doença enquanto cidades com desigualdade social maior em que muitas pessoas dependem do serviço de transporte público como São Paulo e Rio de Janeiro sofreram com a difi culdade de contenção por meio do isolamento social Diagrama resumido os principais elementos que associam os aspectos urbanos multiescala e a disseminação da Covid19 UNIDADE 8 219 Esses planos buscam equilibrar as demandas sociais econômicas e ambientais proporcionando dire trizes claras para o crescimento sustentável das áreas urbanas Questionase qual é o tipo de urbanismo adequado para as cidades modernas especialmente nos países em desenvolvimento O termo urbanismo é frequentemente utilizado apenas em situações em que se planeja projetar uma nova cidade a partir de um espaço vazio e desocupado No entanto isso não é comum especialmente nos países em desenvolvimento onde se busca realizar intervenções urbanas em áreas já existentes com recursos limitados e considerando todas as condicionantes sociais e políticas Nesse sentido a abordagem urbana está se afastando cada vez mais do urbanismo clássico e se aproximando de uma compreensão da cidade como um empreendimento FARIA CESAROLI 2013 A cidade como um empreendimento deve atender às necessidades individuais e coletivas de sua população em diversos setores Para isso é necessário articular recursos humanos financeiros institucionais políticos e naturais para sua produção seu funcionamento e sua manutenção Esse processo direcionado para operar a cidade é chamado de gestão urbana FARIA CESAROLI 2013 A gestão urbana é portanto uma ação política que faz parte do governo da cidade Ela é responsável pela formulação de políticas públicas e sua implementação e feita por meio de programas e execução de projetos relacionados ao desenvolvimento urbano FARIA CESAROLI 2013 A conexão entre Paisagismo e Urbanismo nem sempre é evidente mas a colaboração das áreas permite melhorar a qualidade de vida das pessoas proporcionando ambientes agradáveis saudáveis e equilibrados em termos estéticos e ambientais Podemos ver um exemplo prático com o projeto que vemos a seguir antes de iniciarmos nosso entendimento sobre o histórico da produção paisagística no Brasil Descrição da Imagem a figura traz uma vista da rua Tiers atualmente à esquerda e uma vista do projeto urbano a ser construído nela à direita Na figura da esquerda temos as fachadas à esquerda com toldos azuis e uma série de comunicações visuais Ao cen tro temos uma série de pessoas e carros circulando pela via carregando carrinhos de transporte de cargas guardasóis Na figura da direita vemos uma uniformização das barraquinhas de venda com uma cobertura metálica branca estruturada em vigas diagonais Figura 6 Proposta de Boulevard na Rua Tiers Fonte Quintella 2021 online 220 Desde o início do século XX o Brás e a Lapa eram os bairros onde se concentrava a população operária principalmente devido à sua proximidade com a estrada de ferro inglesa o que tornava atrativo a im plantação de fábricas Além disso esses bairros estavam localizados nas várzeas dos rios Tamanduateí e Tietê o que resultava em frequentes alagamentos e consequentemente tornavaos menos atraentes para o assentamento das elites As elites preferiam se concentrar nos bairros nobres Atualmente o padrão de ocupação não foi alterado e focase no comércio popular Dentro das políticas contempo râneas de projetos pontuais para a solução de problemas urbanos a Rua Tiers localizada no bairro do Brás em São Paulo receberá um novo calçadão que se estenderá por cinco quarteirões uma iniciativa faz parte de um projeto mais amplo de requalificação do bairro O projeto arquitetônico será assinado por Jayme Lago e a inauguração está programada para ocorrer em dezembro de 2023 Esse boulevard destinado exclusivamente aos pedestres contará com um projeto paisagístico e uma cobertura que proporcionarão proteção contra o sol e a chuva QUINTELLA 2021 No Brasil os trabalhos de paisagismo possuem longa tradição tendo raríssimos projetos pai sagísticos nos primeiros séculos da colonização Nessa paisagem caracterizada por residências e cidades extremamente modestas e por cultura e conhecimento básicos as praças ou os antigos adros das igrejas eram simplesmente áreas vazias no meio do tecido urbano Não havia calça mento árvores ou iluminação pública As raízes do paisagismo remontam ao final do século XVIII com o projeto para o Passeio Público do Rio de Janeiro idealizado por Mestre Valentim Inspirado no projeto do Passeio Público de Lisboa ele procurou criar espaços ajardinados delimitados por caminhos que formavam eixos e diagonais influenciados pelo estilo BarrocoIluminista Surpreendentemente ele também incorporou algumas plantas tropicais e esculturas de uma árvore de mamão e de jacarés próximos à fonte Essas esculturas eram frequentemente descritas nos relatos de viajantes que visitaram o Brasil nas primeiras décadas do século XIX ARAGÃO 2014 Ao longo do século XIX à medida que a nação brasileira se desenvolvia as populações urbanas cresciam e os hábitos sociais mudavam o campo do paisagismo urbano se consolidou no país A elite do Império e da República Velha como clientes e mecenas desempenhou papel fundamental patrocinando o embelezamento e o tratamento paisagístico de suas áreas residenciais Isso levou ao calçamento de algumas ruas à inserção da iluminação pública e à criação de praças parques públicos e privados boulevards promenades e jardins sofisticados onde as famílias abastadas da época passeavam ARAGÃO 2014 No que diz respeito ao desenho das áreas ajardinadas podese observar que nas primeiras décadas do século XIX predominou a influência do estilo de jardim francês com sua simetria de eixos uma fonte central repetição de módulos uso de topiárias e a criação de parterres Já na segunda metade do século XIX prevaleceu a influência do estilo de jardim inglês com traçados sinuosos disposição da vegetação de forma mais natural uso de maciços arbóreos e a criação de cenários com elementos como cascatas artificiais gazebos e pontes de cimento imitando madeira buscando um efeito cênico UNICESUMAR UNIDADE 8 221 É impossível não relacionar esse processo de transformação dos jardins e das praças com a chegada da Missão Artística Francesa em 1816 e a difusão do neoclássico nas artes e na arquitetura resultante do trabalho dos artistas e arquitetos que lecionaram na Academia Imperial de Belas Artes Além disso a influência do jardim inglês coincidiu com o período do Ecletismo que se propagou na arquitetura e nas artes no final do século XIX Vale lembrar que foi nesse momento em que a pintura de paisagens também se difundiu especialmente devido ao intenso processo de imigração após a abolição da escravatura A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 7 a traz um desenho em branco e preto da planta da praça estru turada em um losango com um círculo central e uma linha vertical e horizontal ladeadas por árvores e conectadas em vias diagonais também ladeadas por árvores A Figura 7 b traz um desenho antigo em sépia que mostra uma das vias do passeio conformando uma perspectiva ladeada por árvores e maciços arbustivos Figura 7a O traçado de Valentim na planta da cidade do Rio de Janeiro de Francisco Betancourt 1791 b O Passeio Público em aquarela de Thomas Ender 1818 Fonte Passeio Público 2023 online A B Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 8 a traz um desenho de uma planta com os caminhos em bege lagos em azul e elementos vegetais em verde O desenho é estruturado em formas orgânicas circulares e elipsoides conformando uma estrutura que lembra a proporção áurea A Figura 8 b traz um desenho em preto e branco com um gazebo ao centro de um lago e em volta ao lago estão dispostas árvores e uma edificação ao fundo Figura 8 a Projeto para jardim do Palácio Imperial de Petrópolis não executado b Palacete Leopoldina jardim da resi dência dos Duques de Saxe na hoje Rua General Canabarro Tijuca demolida Fonte Figura a Casa Rui Barbosa 2023a online Figura b Casa Rui Barbosa 2023b online 222 Um dos principais paisagistas do Império foi o francês Auguste François Marie Glaziou contratado por Dom Pedro II em 1858 Glaziou projetou diversos parques na Corte incluindo a Quinta da Boa Vista São Cristóvão o Palácio de Verão de Petrópolis o Barão de Nova Friburgo em Nova Friburgo o Parque São Clemente entre outros Sua obra de alta qualidade incorporou a tradição anglosaxônica do tratamento da paisagem combinada com a vegetação tropical local criando uma perfeita simbiose entre a flora existente diferentes espécies de palmeiras por exemplo e os princípios românticos de seu estilo de projeto Ao longo dos séculos XIX e XX muitos paisagistas deixaram sua marca no campo do paisagismo brasileiro Durante a Primeira República destacaramse nomes como Paul Villon Arsene Puttmans e Reynaldo Dierberger que produziram trabalhos tanto para clientes particulares quanto para o Estado especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo A tradição cultural desse período fortemente influenciada pelas tradições europeias como as francesas italianas e inglesas teve impacto direto na configuração dos projetos paisagísticos nacionais Esses projetos resultaram de uma constante mistura de ideais formas materiais e vegetação tropical ou não Esse modo de pensar e conceber o projeto paisagístico é chamado de estilo eclético e possui três correntes principais clássica romântica e mista clássicoromântica No século XX inspirada pela Semana de Arte Moderna de 1922 e pelas transformações signi ficativas no campo das artes a atividade paisagística no Brasil se consolidou Houve um aumento da demanda por espaços urbanos tratados paisagisticamente ao mesmo tempo que as opções e a diversidade de lazer aumentavam para a sociedade em geral e a demanda por espaços ao ar livre e recreação crescia entre os diferentes segmentos sociais Surgiram equipamentos específicos para o lazer como playgrounds quadras esportivas e piscinas principalmente em edifícios de classe média e alta além dos tradicionais banhos de mar e encontros nas praias das cidades litorâneas brasileiras A preocupação com o espaço do pedestre e a implantação de amplas áreas para circulação exclusiva de pedestres também foram temas discutidos As praças e os parques deixaram de ser exclusividade das elites e passaram a ser solicitados e geridos também nos bairros e subúrbios populares distantes que careciam de estruturas mínimas de lazer As rupturas formais no paisagismo iniciaramse com a valorização dos elementos nativos da cultura local e das paisagens regionais e com a busca por uma prática verdadeiramente nacional com inspi ração local para o desenho da paisagem O período marcado pela Escola Modernista foi fortemente influenciado pelo trabalho geométrico e funcionalista de paisagistas californianos como Church Eckbo e Halprin e pelos traçados plásticos de Roberto Burle Marx CAMPOS 2021 Mina Warchavchik com o emprego dos cactos em seus jardins e Roberto Burle Marx romperam com a dependência excessiva dos padrões estéticos europeus promovendo uma linguagem artística autêntica que refletia as peculiaridades e a essência do Brasil Suas obras eram baseadas em um forte sentimento nacionalista e com diferenciação formal pensando espaços livres únicos para cada lugar com uma fun ção adequada atendendo às características do clima e relevo locais sem repetir os padrões europeus O uso dos cactos nos jardins projetados por Mina era paralelo à valorização da nossa flora por Burle Marx UNICESUMAR UNIDADE 8 223 Burle Marx tornouse um ícone da modernidade da época Ele foi constantemente chamado para colaborar em grandes projetos durante o período do governo de Getúlio Vargas e nos primórdios da Nova República e até sua morte em 1994 Sua obra de alta qualidade porte visibilidade e volume garantiramlhe papel fundamental na história do paisagismo nacional e internacional Ele era um artista versátil recémchegado da Europa onde teve contato com o que havia de melhor na produção artística internacional e encontrou inspiração em seus experimentos artísticos que eram transferi dos para os jardins e viceversa Assim deu início a uma carreira singular Sua familiaridade com a flora local foi adquirida por meio de explorações pelo interior do estado onde coletava observava e buscava compreender cada vez mais as características e as possibilidades de uso paisagístico de várias espécies Roberto também incorporou árvores e espécies aquáticas da região amazônica como na praça da Casa Forte e utilizou espécies do cerrado como cactáceas na praça Euclides da Cunha Em seus projetos ele aplicava coerência ecológica uma característica que permeou suas obras ao longo de sua carreira e influenciou numerosos paisagistas Título Paisagem Um Olhar Sobre Roberto Burle Marx Ano 2018 Sinopse passeando pela arte e personalidade do paisagista pintor e es cultor brasileiro Roberto Burle Marx o documentário apresenta suas ideias em forma de homenagem com uma sucessão de paisagens sensoriais A narração do documentário baseada em falas e textos de Burle Marx acompanha imagens das obras do paisagista Os destaques ficam para o Sítio Burle Marx o Parque do Flamengo e o Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro a fazenda Tacaruna e Vargem Grande além da Praça Euclides da Cunha em Recife o Ministério das Relações Exteriores em Brasília e projetos na França e Venezuela Paralelamente ao trabalho de Burle Marx inúmeros projetos de qualidade foram desenvolvidos por outros profissionais em diferentes estados Destacamse nomes como Miranda Magnoli Rosa Kliass Benedito Abbud Azevedo Neto Luis Emygdio Roberto Cardozo Fernando Chacel e Maria de Lour des Nogueira Além disso dentro das universidades públicas foram estabelecidos e consolidados os conceitos e métodos do paisagismo principalmente a partir de 1975 com o trabalho de Miranda Magnoli e sua equipe na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo Rosa Kliass e Jorge Wilheim foram premiados no concurso de projetos para a reurbanização do Vale do Anhangabaú em São Paulo O projeto destacouse pela valorização do espaço para pedestres tendência que se consolidaria entre os arquitetos paisagistas e pode ser observada em projetos paisa gísticos posteriores em todo o Brasil 224 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A Figura 9 a traz uma perspectiva aérea do Viaduto do Chá Nela temos o desenho paisagístico com arbustos e gramíneas com apenas poucas árvores no canto direito O desenho do projeto é definido por formas abstratas retilíneas e ameboides que são ladeadas por edifícios e em primeiro plano pela via de veículos no nível inferior A Figura 9 b traz um desenho da planta do Viaduto com o fundo preto e as linhas em branco Neste desenho temos a estrutura das vias e o desenho dos canteiros Figura 9 a Viaduto do Chá e Praça Ramos de Azevedo b Planta do Viaduto do Chá Fonte Meneghetti 2013 p 59 e 61 Com a ascensão do pósmodernismo na arquitetura e nas artes como reação aos princípios restritivos do modernismo observase uma retomada de elementos de movimentos anteriores na arquitetura e no paisagismo Nos espaços livres de construções surgem pórticos coloridos que criam cenários intrigantes e provocativos Há uma retomada da colagem de padrões e modelos europeus e uso do figurativo e do inusitado elementos que jamais seriam aceitos pelos modernistas convictos Além disso notase uma crescente preocupação com o meio ambiente na criação de parques onde se busca preservar a natureza existente por meio de intervenções que visam minimizar as interferências no local e se adequar à paisagem dos ecossistemas locais A B UNICESUMAR UNIDADE 8 225 Descrição da Imagem a figura apresenta duas imagens A figura da esquerda traz um desenho em preto e branco de uma planta da Praça Itália definida em um quadrado com uma divisão no meio entre estruturas ortogonais na porção superior e estruturas orgânicas na porção inferior A figura da direita traz uma perspectiva aérea da Praça já executada com um lago que divide a porção ortogonal da orgânica Nesta figura as porções se dividem ortogonais à esquerda e orgânicas à direita O parque é estruturado em tons bege e vermelho e as vegetações árvores e gramíneas em verde Figura 10 Praça Itália Fonte Meneghetti 2013 p 5 REALIDADE AUMENTADA Nesta realidade aumentada você verá a relação entre a projeção e a execução de um projeto paisagístico por meio da obra do Palácio Gustavo Capanema projetada por Burle Marx Essa forma de projetar redirecionou o trabalho de muitos dos pio neiros do paisagismo modernista que passaram a utilizar novos ícones projetuais e atender às demandas de clientes particulares e agências governamentais gerando uma série de projetos com essa abordagem Exemplos desse estilo incluem a maioria das intervenções do projeto RioCidade na década de 1990 no Rio de Janeiro a nova orla de Salvador alguns parques de Curitiba centenas de jardins particulares e a Praça Itália em Porto Alegre projetada por Carlos Fayet e sua equipe em 1992 considerada um marco dessa nova geração projetual A outra ruptura formal estritamente formal resultou na cha mada linha projetual Contemporânea Essa linha começou a surgir timidamente nos anos 1980 com a introdução de conceitos ecológicos no país e a influência de novos projetos realizados no exterior especialmente nos Estados Unidos na França na Es panha e no Japão Essa abordagem se estrutura em três correntes básicas o paisagismo com ênfase na arquitetura da paisagem o paisagismo ambiental e o paisagismo com ênfase na percepção Na arquitetura da paisagem o foco está na organização do espaço utilizando estratégias estéticas como ritmo simetria e equilíbrio 226 Nessa abordagem os elementos do paisagismo são explorados para criar analogias espaciais com os elementos arquitetônicos SOUZA et al 2019 A vertente do paisagismo ambiental enfoca as questões ecológicas buscando práticas paisagísticas de baixo impacto e sustentáveis Essa abordagem considera a interação entre sociedade e natureza reconhecendo a importância dos processos naturais dos ecossiste mas para a urbanização contemporânea São desenvolvidas tecnologias e infraestruturas verdes que visam reduzir o impacto ambiental e promover a integração com o meio natural SOUZA et al 2019 A terceira vertente é o paisagismo com ênfase na percepção que considera as relações entre o ser humano e o ambiente Essa abordagem leva em conta as interações psicológicas e sociais e é in fluenciada pelas ciências sociais A concepção do espaço é baseada no atendimento das expectativas sociais levando em consideração não apenas os aspectos visuais mas também os sentidos do tato da audição do olfato e do paladar Essa abordagem busca criar ambientes que proporcionem bemestar e considerem a experiência individual do usuário SOUZA et al 2019 Embora cada vertente tenha sua ênfase específica é importante ressaltar que todas buscam equilibrar a estética a funcionalidade e a sustentabilidade nos projetos paisagísticos ARAGÃO 2014 SOUZA et al 2019 Ao longo de sua história o urbanismo no Brasil tem sido influenciado por diferentes correntes e movimentos refletindo as transformações sociais econômicas e culturais do país Reescrevendo o debate sobre melhoramentos urbanos planos urbanísticos diretores e regionais desenvolvimento socialurbano e construçãoinstitucionalização do urbanismo no Brasil com foco na institucionali zação do campo disciplinar do urbanismo como prática profissional de atuação nas administrações municipais para solucionar os problemas urbanos as cidades brasileiras continuam a evoluir en frentando desafios e buscando soluções para criar ambientes urbanos mais equilibrados funcionais e de qualidade para seus habitantes Ao analisar projetos paisagísticos diversos aspectos são considerados para alcançar um resultado harmonioso A unidade do projeto é avaliada verificando se há uma linguagem coerente em todo o conjunto Além disso a escolha entre linhas retas curvas ou uma combinação delas bem como a har monia ou desarmonia resultante desempenham papel fundamental A articulação entre os elementos como as linhas dos canteiros e pisos e a distribuição de árvores e mobiliário é cuidadosamente avalia da junto à composição paisagística em si Nesse processo o trabalho estético e plástico com árvores palmeiras arbustos forrações e grama é realizado com atenção à dialética de cores texturas massas e volumes buscando criar uma atmosfera esteticamente agradável e equilibrada Vimos que todas essas prerrogativas são bem empregadas nos projetos dos nossos profissionais paisagistas de destaque UNICESUMAR Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões 228 1 Leia o trecho Eu acho que o urbanismo tem diversas opções Ele pode ser horizontal pode ser vertical Qualquer solução pode ser boa Eu acho que o arquiteto deve ter sensibilidade para procurar ser útil para a comunidade e o urbanismo deve ser uma solução solução que vise a proteção do homem do tra balho Eu acho que a Arquitetura mudou muito Eu acho que depois do concreto armado qualquer outro tipo de arquitetura não interessa mais eu não acredito em uma arquitetura que sirva a todos que seja uma arquitetura ideal NIEMEYER 2010 p 20 Nesse trecho Niemeyer parece atestar que a utopia de uma arquitetura para todos do mo vimento moderno não era capaz de se concretizar Explique quais aspectos do movimento modernista foram aplicados em Brasília e recebem críticas até hoje 2 As obras de Burle Marx e Oscar Niemeyer possuem a organicidade em comum Escolha uma das obras de Niemeyer que tiveram a participação de Burle Marx como paisagista e identifique as aproximações conceituais entre os dois profissionais 3 Durante o século XIX período Imperial de 1822 a 1889 as cidades brasileiras começaram a passar por transformações significativas Qual estilo urbanístico influenciou a urbanização brasileira 9 Nesta unidade estudaremos a produção arquitetônica contemporâ nea brasileira desenvolvida dos anos 2000 até hoje e identificare mos suas características seus conceitos suas formas seus atores suas perspectivas e suascríticas Arquitetura Contemporânea no Brasil Me Jociane Karise Benedett 230 O que é contemporâneo Há textos e mais textos tentando entender o que é contemporaneidade e essa discussão não se prende apenas à arquitetura filósofos poetas escritores tentam há anos definir o que é contemporâneo Nietzsche por exemplo fala que o contemporâneo é o intempestivo AGAM BEN 2009 p 58 Agamben um filósofo italiano em 2009 ao fazer um seminário inaugural para uma turma de Filosofia na Faculdade de Arte e Designer na IUAV de Veneza fez o seguinte recorte Pertence verdadeiramente ao seu tempo é verdadeiramente contemporâneo aquele que não coincide perfeitamente com este nem está adequado às suas pretensões e é portanto nesse sentido inatual mas exatamente por isso exatamente através desse deslocamento e desse anacronismo ele é capaz mais do que os outros de perceber e apreender o seu tempo A contemporaneidade portanto é uma singular relação com o próprio tem po que adere a este e ao mesmo tempo dele toma distâncias mais precisamente essa é a relação com o tempo que a este adere através de uma dissociação e um anacronismo AGAMBEN 2009 p 59 O que eu entendo dessa fala Que se estamos estudando a arquitetura contemporânea ela já não nos é contemporânea ela já faz parte do nosso passado e por isso com ela podemos aprender Portanto a arquitetura que hoje nos é contemporânea ainda não será aqui citada e sim fará parte do futuro dos futuros estudantes de arquitetura que talvez lá na frente não chamem o conteúdo que estamos vendo hoje ainda de arquitetura contemporânea talvez tenha outro nome Blá blá blá Muita filosofia e pouca arquitetura você deve estar pensando Então vamos lá O que vamos chamar aqui de arquitetura contemporânea Brasileira A arquitetura contemporânea está em constante desenvolvimento e construção ao redor do mundo o que ainda suscita reflexões sobre sua definição precisa No entanto já se reconhecem diversos elementos que a caracterizam de maneira geral globalismo ousadia formal uso de alta tecnologia e individualismo projetual Diante dessas características surgem questões importantes que requerem reflexão Uma delas é se dada a sua natu reza global é possível falar em identidade regional na arquitetura contemporânea Podemos ter uma arquitetura contemporânea brasileira com traços distintos que refletem nossa identidade sociocultural Essas questões abrem espaço para um debate mais amplo sobre o papel e as características da arqui tetura contemporânea bem como sobre sua relação com a identidade regional suas prioridades e suas interações com correntes arquitetônicas anteriores À medida que a arquitetura contemporânea continua evoluindo essas reflexões ajudam a compreender e moldar sua trajetória em constante transformação A definição adotada para o termo contemporâneo não tem a intenção de contrastálo com uma noção de moderno já esgotado ou ultrapassado Ao se referir a algo como contemporâneo estamos simplesmente indicando um período de tempo em que podemos observar construções disputas críticas e renovações entre diferentes posições historicamente estabelecidas No contexto brasileiro também é importante refletir sobre como a arquitetura modernista convive com a arquitetura con temporânea muitas vezes coexistindo em um mesmo projeto arquitetônico portanto não esgotada Em que medida essas duas correntes dialogam e se influenciam mutuamente UNICESUMAR UNIDADE 9 231 No início do século XXI podemos perceber que há um projeto inconcluso da modernidade e as metrópoles se tornaram o cenário de uma nova linguagem arquitetônica na qual o olhar e o espetacu lar se sobrepuseram à formalidade racional Nessa nova abordagem há uma profusão de referências anteriores que são simuladas e exageradas resultando em uma arquitetura rica em informações Nosso contato com a arquitetura passou de tátil para ótico em que diversas correntes buscam soluções para as contradições insolúveis da racionalidade Nesse contexto não há correntes hegemônicas que possam oferecer soluções únicas mas sim grupos que questionam os desafios da atualidade Esses grupos exploram diferentes abordagens e perspectivas buscando encontrar respostas para os desafios e as demandas do mundo contemporâneo Essa diversidade de correntes e abordagens reflete a complexidade e a pluralidade da arquitetura atual em que as soluções não são unificadas mas sim fragmentadas e multifacetadas Ficou evidente para nós nas unidades anteriores que muitas das correntes fundamentais que carac terizariam a produção arquitetônica brasileira já estavam presentes no momento em que a hegemonia moderna se consolidou e que seguem presentes mesmo que sutilmente na produção contemporânea Sugiro que busque elementos nas tendências e nos movimentos arquitetônicos estudados anterior mente e os identifique nos projetos atuais e contemporâneos Monte um moodboard ou um quadro de referências utilizando seu Diário de Bordo e utilizeo em seus futuros projetos 232 A herança pósmoderna deixou uma era de grande liberdade No entanto na época atual caracteri zada pela diversidade de tribos em que cada indivíduo vive de acordo com seus próprios princípios o valetudo já não tem o mesmo valor É politicamente incorreto criar uma arquitetura irresponsável que ignore os problemas ambientais desperdice materiais e energia não se integre ao contexto não tenha rigor na formulação de seus conceitos e princípios de composição e não se preocupe em cons truir espaços para a vida e a convivência humanas O período que estudamos nesta unidade é caracterizado por influentes marcas políticas como a rup tura institucional do regime democrático que se estendeu por 20 anos a desestruturação do Estado Nacional após o fim da Ditadura Militar em um processo que envolveu o fortalecimento da sociedade civil a ascensão do neoliberalismo e por fim a retomada do desenvolvimento do país após décadas de estagnação econômica além da crise imobiliária mundial em 2008 COHEN 2013 MENEZES 2007 Esses momentos não são períodos isolados mas se entrelaçam de maneira articulada apresentando continuidades e transformações Portanto Modernismo PósModernismo e Contemporaneidade não são movimentos estanques ou mesmo iniciamse e encerramse em determinado período são fluidos e podem servir de referência podendo ser como crítica ou modelo No Brasil há um convívio entre a arquitetura moderna e a arquitetura contemporânea A forte influência do modernismo continua presente isso é fato agora é preciso deixar de ignorar e tentar descobrir as razões em que essa força dinâmica recorrente se fundamenta Há críticos e teóricos como Roberto Segre que segundo Luccas 2008 definem a arquitetura contemporânea nacional como UNICESUMAR UNIDADE 9 233 neomodernista já que expressa grandes referências das Escolas Carioca e Paulista e faz com que desse modo preservese o repertório modernista Dentro das leis ditadas pelo modernismo o ser diferente era um imperativo porém a história construída a partir dessa singularidade acabou por reduzir a produção a mais dele LIERNUR 2011 Na arquitetura contemporânea no Brasil não é mais necessário se desvincular completamente do passado e criar algo completamente novo Pelo contrário o contemporâneo é caracterizado por uma releitura de tendências passadas especialmente do modernismo e do pósmodernismo buscando assimilar estilos e significados populares de outras épocas Mesmo não querendo que pareça que esse repertório está sendo utilizado ele está porém de uma forma que dá a impressão de um retorno à abstração presente naturalmente no processo de projeto Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia da fachada lateral da Casa na Vila Romana do escritório de arquitetura MMBB Nela temos uma caixa de concreto aparente sus pensos caixilhos em fita de um lado a outro sobre dois pilares que deli mitam a escadaria Do lado esquer do ao fundo temos a paisagem do entorno e do lado direito o jardim Figura 1 Casa na Vila Romana de MMBB 2006 Fonte Comover 2012 online Um dos indícios dessa neomodernidade é a revalorização de objetos de design desenvolvidos por grandes arquitetos como Mies van der Rohe Le Corbusier Charlotte Perriand Arne Jacobsen Achille Castiglioni Harry Bertoia e Eames e nomes nacionais como Sérgio Rodrigues José Zanine Caldas e Joaquim Tenreiro inclusive no mercado nacional com a produção atual e local bastante conexa com essas referências LUCCAS 2008 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia de uma Chaise Long estruturada com duas empenas de madeira semicirculares com três es truturas retangulares com moldura de madeira e juntas flexíveis e palha trança de revestimento Figura 2 Chaise Long em Jacarandá 1950 Fonte Bleich 2016 p 8 234 Uma arquitetura contemporânea pode apresentar ampla gama de estilos e tendências desde o decons trutivismo até o neomodernismo passando por abordagens historicistas e até mesmo incorporando elementos comerciais ou kitsch de forma intelectualizada Ela é capaz de se adaptar às demandas tecnológicas e estéticas do momento em que vivemos incorporando inovações e novas formas de pensar Esse equilíbrio entre o respeito ao passado e o desejo de olhar para o futuro levou muitos a se referirem à arquitetura contemporânea como a arquitetura do caos controlado Nesse sentido a arquitetura contemporânea abraça a complexidade a diversidade e a experimentação e ao mesmo tempo busca um senso de harmonia e equilíbrio Nesse contexto a arquitetura contemporânea no Brasil busca estabelecer diálogos entre dife rentes épocas estilos e significados ou seja não há uma linguagem única e cada artista tem sua forma de reinterpretar o passado resultando em criações que são simultaneamente inovadoras e reverentes ao passado que levam em consideração a importância do contexto da sustentabilidade e do envolvimento com a comunidade Essa abordagem é caracterizada por otimismo e determinação em criar uma perspectiva com um horizonte mais amplo recusandose a imporse limites conhecidos já que atualmente não é aceitável que os antecedentes exemplares se tornem ideais platônicos ou limites intransponíveis para as novas obras Ela deve permitir maior diversidade de expressões arquitetônicas inovadoras e contextualmente relevantes Uma síntese entre o passado e o futuro que combina referências históricas com a exploração de novas tecnologias materiais e formas resultando em uma expressão arquitetônica única e dinâmica As principais características da arquitetura contemporânea brasileira compartilham semelhanças com as tendências globais como tentativa de integração do ambiente natural ao ambiente construído bus cando promover sustentabilidade ícone relevante do debate contemporâneo e espaços funcionais esteticamente agradáveis e ergonômicos ou seja reconhecer a importância de se considerarem questões como problemas ambientais eficiência de recursos bem como contexto e qualidade de vida humana Por um lado esses projetos possuem uma abordagem global pois não estão restritos a um local específico e estão integrados ao contexto em que são construídos Eles refletem as influências e tendências da arquitetura em escala mundial incorporando elementos e ideias de diferentes lugares e culturas Essa abertura global permite que a arquitetura contemporânea dialogue com questões globais buscando ser adaptáveis A arquitetura contemporânea está se tornando mais séria e erudita com um retorno ao estudo da história e da teoria da arquitetura ou seja não se aceita mais a arquitetura sem um pensamento estruturado por trás dela Isso implica que os arquitetos estão novamente valorizando a compreensão profunda dos princípios e conceitos arquitetônicos além de incorporar abordagens mais rigorosas em sua prática PECLY ARAÚJO 2014 A herança pósmoderna na arquitetura caracterizada por uma rejeição da rigidez dos estilos tradicionais e pela ênfase à diversidade à pluralidade e à desconstrução realmente abriu caminho para experimentações e interpretações mais livres na criação arquitetônica No entanto com o tempo surgiram preocupações sobre as consequências dessas abordagens como a falta de consideração pelos problemas ambientais e sociais UNICESUMAR UNIDADE 9 235 Uma das características fundamentais da arquitetura contemporânea é o pluralismo moderno que se manifesta pela ausência de padrões arquitetônicos definidos seguidos pelos arquitetos Cada edifício contemporâneo possui uma singularidade própria não seguindo um modelo universal preestabele cido como ocorria no tempo do Modernismo Cada edifício é concebido levando em consideração as necessidades do cliente as características do local e as intenções criativas do arquiteto resultando em uma expressão arquitetônica singular individual e personalizada Esses aspectos caracterizam as produções dos Stararchitects fenômeno que tem surgido nas últimas décadas que se trata de uma forma usada para descrever um arquiteto como celebridade aclamado pela crítica que se transformou em um ídolo do mundo da arquitetura e também do público em geral Vamos conversar sobre como se criam os Starchitects e conjecturar a partir de algumas críticas arquitetônicas se é possível termos uma es trelinha nacional no panorama internacional e se já temos algum a nível nacional Existe algum arquiteto brasileiro vivo que se você perguntar para sua tia ela vai saber quem é No âmbito formal e construtivo a arquitetura contemporânea brasileira é muito marcada pelo minima lismo apesar de termos algumas transposições dos limites da inovação e funcionalidade com formas irregulares fragmentadas monolíticas ou distorcidas proporcionadas pelas tecnologias digitais BIM Building Information Modelling bem como lasers e algoritmos que além de aperfeiçoar o design permitem simulações da resistência de materiais e melhoram a eficiência do resultado final Todas essas novidades tecnológicas e construtivas avançadas têm e tiveram dificuldades ao adentrar no país o que favoreceu a continuidade do uso de soluções diversas muitas vezes de menor custo mas que ainda apresentam características singulares Devido a essas questões mencionadas como o custo elevado e a dificuldade de acesso às novas tecnologias projetuais e construtivas em nosso país há teóricos que questionam a plena caracteriza ção da arquitetura produzida recentemente no Brasil como sendo legitimamente representativa da arquitetura contemporânea global Essas tecnologias avançadas muitas vezes requerem investimentos significativos não só na técnica em si mas também no treinamento da mão de obra na infraestrutura adequada o que pode limitar sua utilização em grande escala No ano de 2020 a presidência da república lançou um decreto instituindo a obrigatoriedade do uso de sistemas BIM na aprovação de projetos em órgãos públicos ou pertencentes a processos licitatórios claro a implementação sugere ser gradual sendo a data limite para aplicação da lei 2028 BRASIL 2020 236 É importante ressaltar no entanto que a arquitetura contemporânea vai além do uso de tecnologias sofisticadas Ela também envolve questões conceituais estéticas e sociais Nesse sentido a arquitetura brasileira contemporânea pode se destacar por abordar problemas e desafios específicos do país como a adaptação ao clima a utilização de materiais sustentáveis e a valorização da cultura e das tradições locais Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia à sombra de árvores do acesso e da edificação da Galeria Miguel Rio Branco Nela temos a escadaria de acesso cercada por um talude bastante íngreme e a edificação revestida em aço corten de formato diamantado posicionada no alto do talude com as sombras das árvores projetadas sobre ela e uma série de árvores ao fundo Figura 3 Galeria Miguel Rio Branco Fonte Arquitetos Associados 2012 online Atreladas às discussões tecnológicas e de sustentabilidade vêm sempre as questões sociais e hu manas das edificações A produção arquitetônica atual consegue atender a todas as prerrogativas UNICESUMAR UNIDADE 9 237 Além disso destacase a importância da sustentabilidade que se traduz numa arquitetura verde LoTek na Bioarquitetura e outras tendências que buscam certificações para zero consumo e emissão de carbono uso de materiais recicláveis e que não agridem o meio ambiente reutilização e descarte consciente de resíduos sistemas autossuficientes de geração de energia como painéis de energia solar sistemas de captação de água isolamentos térmicos eficientes sistemas vernaculares com mão de obra técnicas e materiais regionais etc O uso do conceito sustentável ultrapassa a ânsia de preservação ambiental e passa a ser uma estética desejável além de funcionalmente há a necessidade de um conforto e ergonomia traduzidos no design orgânico Existe ainda como mencionado o LoTek uma arquitetura contemporânea brasileira que se caracteriza pela presença tanto de edifícios e projetos urbanos com influências globais quanto pelo uso de soluções típicas do Brasil Essas soluções podem incluir uso de materiais construtivos locais e técnicas tradicionais que conferem uma identidade única aos projetos brasileiros Cohen 2013 fala de um processo de internacionalização que a arquitetura sofreu prépandemia e atualmente num segundo momento póspandêmico vemos o movimento contrário O mundo dos anos 1990 até dois ou três anos atrás com a crise pandêmica da Covid19 parecia ser um terreno fértil para o jogo empresarial em que era possível construir praticamente qualquer coisa em qualquer lugar Nesse contexto uma série de arquitetos brasileiros da nova geração se destacaram internacionalmente como Isay Weinfeld Marcio Kogan Gustavo Penna e Flávio Castro que foram finalistas de diversos prêmios internacionais como o World Architecture Festival além é claro do destaque internacional de Paulo Mendes da Rocha por exemplo Ícone da Escola Paulista Brutalista o arquiteto ganhou o prêmio Pritzker em 2006 e produziu grandes obras no exterior CAUMT 2013 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia com um céu azul e o horizonte acin zentado da torre do Edifício Resi dencial 360º A torre posicionada no canto esquerdo da imagem é constituída por uma série de caixas de concreto com peitoril em con creto aparente e vidro revestindo o restante das fachadas posicionadas de forma diversa e com tamanhos variados Entre o posicionamento das caixas há espaços destinados a jardins com vegetação e espaço para circulação de ar Figura 4 Edifício Residencial 360º Fonte CAUMT 2013 online Isay Weinfeld em 2019 inaugurou seu primeiro edifício em Nova York Destaque internacional com seu estilo minimalista o edifício com nome Jardim apostou em um exterior de concreto e vidro em uma das fachadas e na outra tijolinhos e vidro Assim como neste edifício em Nova York no Residen cial 360º em São Paulo Weinfeld também apostou no jardim suspenso e nos quintais nos aparta 238 mentos para trazer o elemento verde para sua arquitetura A inovação de deslocar os blocos dos apartamentos para criar jardins internos como é possível ver no corte disponível no QR Code a seguir trouxe ambientes residenciais exclusivos Descrição da Imagem a figura traz uma figura digital produzida com softwares de renderização tridimensional do projeto escolhido para ser construído como Pavilhão do Brasil em Osaka em 2025 Na fotografia no canto direito superior temos a logo da exposição um círculo vermelho orgânico e as inscrições EXPO OSAKA PAVILHÃO DO BRASIL 1º LUGAR Studio MK 27 Magnestoscópio Abaixo da figura há uma série de inscrições que indicam os patrocinadores e organizadores da exposição do concurso e da participação bra sileira na exposição IAB Institutos de Arquitetura do Brasil IABDF e apexBrasil O edifício representado traz uma estrutura modular de cor acobreada com uma cobertura convexa fixa com estruturas que parecem ser cabos de aço um fechamento lateral centralizado em branco e ao fundo fechamentos translúcidos também brancos Ao fundo e à frente da imagem temos algumas vegetações dispostas em verde Figura 5 Pavilhão do Brasil em Osaka 2025 Fonte Apex Brasil 2022 online UNICESUMAR UNIDADE 9 239 Nesse mesmo diálogo há a internacionalização da arquitetura de Márcio Kogan e o Studio MK27 que produz obras que exibem um refinamento estético que cativa Por meio da simetria e da proporção características recorrentes nas obras de Kogan ele cria uma sensação de equilíbrio e harmonia visual Suas obras se des tacam pela notável plasticidade caracterizada pela leveza pela simetria pelo refinamento e pelo cuidado na seleção de sua paleta de materiais que resulta em espaços que transmitem uma atmosfera sofisticada Kogan venceu o concurso nacional para escolher o Pavilhão do Brasil na Expo Osaka de 2025 O tema principal da Expo Osaka é Designing Future Society for Our Lives Projetando a Sociedade Futura para Nossas Vidas e é complementado por três subtemas Saving Lives Salvando Vidas Empowering Lives Empoderando Vidas e Connecting Lives Conectando Vidas Esses subtemas delimitam áreas geográficas dentro do parque de exposições O Pavilhão do Brasil estará situado no distrito Empowering Lives O objetivo do Pavilhão do Brasil na Expo Osaka é destacar as iniciativas que capacitam e fortalecem a vida das pessoas O pavilhão oferecerá uma visão abrangente das realizações das inovações e dos avanços brasileiros em diversos setores como tecnologia sustentabilidade cultura e economia Além disso ele fornecerá um espaço para intercâmbio e conexão entre os participantes promovendo a cooperação e a compreensão mútua entre os países Ser escolhido como arquiteto representante do país nessas feiras internacionais já rendeu frutos como os que vimos para Oscar Niemeyer e Lúcio Costa em 1939 na Feira Mundial de Nova York e Paulo Mendes da Rocha em 1970 em Osaka projetos que são reverenciados e estudados até hoje Como uma via de mão dupla a era da globalização também abriu oportunidades para arquitetos europeus norteamericanos e japoneses encontrarem grandes canteiros de obras no Brasil em pleno desenvolvimento Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada ao entardecer da parte frontal do edifí cio do Museu do Amanhã Na figura temos em primeiro plano o espelho dágua no qual há uma escultura em formato de estrela metálica croma da a estrutura da cobertura metá lica branca com aletas móveis e o acesso com o segundo pavimento todo envidraçado Ao fundo temos a paisagem edificada composta por edifícios históricos de baixa altura Figura 6 Museu do Amanhã Fonte Wikimedia Commons 2016 online Um exemplo disso é o Museu do Amanhã ver Figura 6 localizado no píer da Praça Mauá no Rio de Janeiro Apesar de ser assinado por um espanhol o arquiteto Santiago Calatrava o museu foi idealizado de acordo com os traços históricos e culturais da capital carioca além de aspectos nativos da flora e da fauna do país O edifício tem mais de 15 mil metros quadrados de área construída uma 240 área de exposição de 5000 m² destinada a exposições temporárias e permanentes junto à uma ampla praça de 7600 m² que envolve a estrutura e se estende ao longo do cais O edifício é caracterizado por um grande balanço com 75 metros de comprimento voltados para a praça e 45 metros voltados para o mar destacando assim a sua imponência Em seus dois andares além da área de exposições há ambientes educativos auditório café e restaurante bilheteria e loja A localização do Museu do Amanhã oferece uma visão privilegiada da Praça Mauá que passou por uma restauração completa A demolição do viaduto da Perimetral que anteriormente degradava e poluía a área permitiu a exposição de praças e edifícios históricos incluindo o icônico edifício A Noite o primeiro arranhacéu do Rio de Janeiro Essa intervenção revitalizou todo o entorno e trouxe à tona a importância desses elementos históricos A altura total do edifício é limitada a 18 metros para preservar a vista da baía para o Mosteiro de São Bento que é reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO A cobertura do edifício possui grandes asas móveis que mudam de posição de acordo com a inci dência de luz solar O objetivo é fazer com que o ambiente seja iluminado naturalmente e alimente a usina fotovoltaica que gera parte da energia utilizada pelo edifício A cobertura se estende ao longo de quase toda a extensão do cais enfatizando a ligação com a Baía de Guanabara e ao mesmo tempo reduzindo a percepção da largura do edifício Os perfis metálicos que formam a cobertura têm um formato parecido com o casco de um navio invertido Um espelho dágua ao redor do edifício localizado no lado externo além de filtrar a água bombeada da baía e devolvêla no final do cais proporciona aos visitantes a sensação de que o museu está flutuando O museu foi projetado de acordo com critérios de sustentabilidade ambiental social e econômica Sempre que possível foram utilizados materiais de baixa toxicidade e alta durabilidade para evitar desperdício Além disso muitos itens foram reciclados e os resíduos destinados corretamente ARCHDAILY 2016 UNICESUMAR UNIDADE 9 241 Descrição da Imagem a figura apresenta três imagens A Figura 7 a traz uma fotografia tomada à luz do dia com o céu bastante iluminado de uma perspectiva alta do edifício Rosewood Tower com vista ao fundo para os edifícios do entorno O edifício com uma estrutura de revestimento estilo brise quadriculado é definido de forma escalonada com jardins em cada um dos níveis e uma cober tura estilo pergolado também quadriculada O edifício é todo marrom com cinza nos guardacorpos A Figura 7 b traz uma fotografia tomada no nível da rua do edifício do futuro Museu da Imagem e do Som Tratase de um edifício composto por blocos de concreto interconectados por rampas e fechados com concreto aparente e as fachadas são vedadas com vidro O edifício tem uma forma or gânica porém com linhas retas A Figura 7 c mostra uma área de acesso lateral onde as pessoas estão circulando Nesse espaço é possível observar um piso em tom cinza proporcionando uma base neutra para o ambiente Também temos uma escultura feita de madeira composta por varetas que formam um círculo na vertical além de várias outras varetas dispostas horizontalmente em dife rentes alturas A fachada lateral é descrita de baixo para cima em um formato retangular No lado direito há uma porta fechada que se destaca por ter um tom preto mais escuro em relação ao restante da fachada que possui uma tonalidade de preto mais suave em contraste com a entrada do lado esquerdo do edifício que contém madeiras do lado esquerdo trazendo iluminação natural Acima a fachada é composta por cobogós feitos de concreto com fibra Esses cobogós criam uma aparência elegante e sofisticada formando linhas irregulares e proporcionando uma interação visual interessante entre a luz e a sombra Do lado esquerdo na mesma altura dos cobogós temos o uso de madeira As peças de madeira estão dispostas tanto na vertical como na horizontal em diferentes disposições de forma irregular mas com larguras uniformes Figura 7 a Rosewood Tower de Jean Nouvel b Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro de Diller Scofidio Renfro c Japan House de Kengo Kuma Associates FGMF Fonte Figura a Google 2023 online Figura b Casa e Jardim 2021 online Figura c Soiral 2020 online A B C 242 Os Edifícios Rosewood Tower em São Paulo um complexo hoteleiro de luxo projetado por Jean Nouvel arquiteto Francês o Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro projetado por Diller Scofidio Renfro americanos e a Japan House São Paulo projetada por Kengo Kuma Associates FGMF são mais alguns exemplos de produções arquitetônicas de escritórios internacionais no Brasil Apesar do crescimento das empresas de arquitetura verdadeiramente multinacionais ou transna cionais que operam globalmente hoje em dia para sobreviver firmas médias e pequenas estão tendo que atuar em escala transcontinental Poucos arquitetos resistem à tentação de trabalhar a distância mesmo em ambientes desconhecidos ou para clientes com ambições políticas suspeitas ou condená veis Esse tipo de arquitetura muitas vezes recorre a uma simplificação um primitivismo icônico que permite que ela seja instantaneamente compreensível e vendável nas telas dos smartphones e nas redes sociais COHEN 2013 O edifício Platina 220 projetado pelo escritório Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados inaugurado em 2023 e considerado até então o prédio mais alto de São Paulo com 172 metros de altura não traz nenhuma referência de que seja paulista sua simplificação em uma única torre com uma variedade de usos lojas no térreo hotel e unidades residenciais no terço mais baixo da edi ficação conjuntos comerciais na parte intermediária e lajes corporativas na parte superior é um exemplo do primitivismo icônico referenciado por Cohen 2013 Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada ao pôr do sol com o sol rosa e roxo de uma perspectiva aérea do Edifício Platina 220 O edifício é uma torre retangular bege com diversas esquadrias de diferentes tamanhos locadas de forma diversa em cada andar com dois retângulos finos compondo a base do edifício que vai até um terço de sua altura Ao fundo temos o skyline da cidade de São Paulo com os edifícios todos mais baixos e num primeiro plano di versas coberturas de edifícios próximo ao Platina 220 Figura 8 Edifício Platina 220 Königsberger Vannuc chi Arquitetos Fonte Google 2023b online UNICESUMAR UNIDADE 9 243 No momento póspandêmico uma das consequências notáveis foi nos vermos obrigados a considerar com prudência nossa relação com o entorno habitável para criar edifícios e espaços públicos inte ligentes que reduzissem o risco de infecções A experiência dos últimos anos também nos levou a revalorizar conceitos que pareciam esquecidos como a flexibilidade o reuso adaptativo a construção modular a arquitetura leve a construção salutar entre outros com uma perspectiva diferente da cidade em termos de densidade gestão mobilidade e muitos outros aspectos que poderiam contribuir para a sustentabilidade do ambiente construído TUMA 2020 Essa nova perspectiva gerou o surgimento de um novo regionalismo uma vez que os arquitetos estão trabalhando de forma mais localizada e a projeção de uma arquitetura internacional indiscriminada foi desacelerada durante o período de quarentena e isolamento FAIRS 2021 Essa nova abordagem reconhece a importância de considerar o contexto em que uma estrutura será construída levando em conta fatores como a cultura local o ambiente natural e a interação com a co munidade circundante O local e o regional coexistem e fazem parte do contexto global e são valorizados Gerson Castelo Branco é um arquiteto paraibano autodidata que promove a arquitetura regional no país Suas paraqueiras nome dado por ele mesmo para suas construções artesanais e regionais eram de início casas simples com espaços integrados que se utilizavam de troncos de carnaúbas de demolições e de mão de obra local de carpinteiros que faziam as canoas dos pescadores Castelo Branco recebeu destaque ainda nos anos 1980 e assim como outros profissionais como Severiano Porto Cláudio Bernardes Zanine Caldas e Janete Costa buscava dar mais brasilidade a seus projetos Descrição da Imagema figura traz uma fotografia tomada à luz do dia de uma residência chamada Paraquei ra Lagoa do Uruaú A residência está construída sobre um espelho dágua toda em madeira A estrutura e as es quadrias se apresentam em madeira natural em troncos com fechamento em vidro O piso triangular da varanda sobressai sobre o lago Há uma chaise e um vaso vietinamita sobre a varanda e ao fundo há uma floreira azul e o piso em pedra de formas curvas à direita Figura 9 Paraqueira Lagoa do Uruaú de Gerson Castelo Branco Fonte Jeremias 2012 online Outros escritórios que são destaque em periódicos contemporâneos por sua atuação no país são Brasil Arquitetura que se destaca por evocar uma sensação de leveza em suas obras fazer uso de assimetria e formas geométricas e por combinar estilos anteriores Arthur Casas Studio Arthur Casas que combina o racionalismo com toques decorativos sutis usando madeiras texturizadas com habilidade que adiciona um interesse visual e tátil sem comprometer a clareza arquitetônica equilibrando fun cionalidade e estética e valorizando a simplicidade elegante a organização espacial e as linhas limpas Gustavo Penna que se apropria de uma abordagem contextual em que diz que a arquitetura deve 244 acumular histórias referências e simbologias e Angelo Bucci e sua referência clara às obras de Paulo Mendes da Rocha Uma nova geração de arquitetos também tem surgido e alguns são considerados mais influentes da América Latina como Carla Juaçaba Marko Brajovic BLOCO Arquitetos Base Urbana Arquitetos Associados SPBR Arquitetos MMBB 23 SUL Arquitetura e Flavio Castro Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia externa tomada à luz do dia de uma perspectiva frontal da Clínica Odontológica em Orlândia Nela temos o céu azul com diversas nuvens ao fundo Uma caixa retangular composta por três empenas de concreto aparente e um fe chamento com brise metálico bronze O acesso em um nível mais alto acessado por uma escada junto à abertura qua drada à direita Em um primeiro plano temos a via com o piso tátil Figura 10 Clínica Odontológica em Orlân dia 1998 MMBB Fonte Arquitetura do Brasil 2023 online A arquitetura contemporânea também enfatiza a criação de espaços que promovam a vivência e a convivência humana valorizando o bemestar e a qualidade de vida dos ocupantes Essa preocupação foi contemplada no projeto da Pinacoteca Contemporânea ver Figura 11 A B Descrição da Imagem a figura traz uma fotografia tomada à luz do dia com o céu claro e muitas nuvens de uma perspectiva lateral da Pinacoteca Contemporânea A figura mostra em primeiro plano à direita uma arquibancada de cinco degraus em cinza com o muro de fechamento ao lado No centro há uma rua cujo piso é desenhado em tons cinza e bege e à esquerda um talude O edifício se apoia na altura do talude e no ponto mais alto da arquibancada formando um vão que é definido por um andar com pédireito duplo aberto cercado apenas pelo guardacorpo e um segundo andar com fechamento de vidro A cobertura se apresenta em madeira e material translúcido e é vista em detalhe na Figura 11 b Na Figura 11b temos uma perspectiva interna da Pinacoteca Contemporânea na parte interna descreve uma praça central coberta por uma grande estrutura de madeira explorando a luz filtrada Pessoas circulam pela escada e pelo andar inferior com pisos aparentemente feitos de madeira laminada e parapeitos de ferro em cinza na parte infe rior e com textura e coloração semelhante à madeira na parte superior Os pilares do edifício são feitos de ferro e apresentam uma coloração cinza que se integra ao conjunto arquitetônico Figura 11 Pinacoteca Contemporânea Fonte Google 2023c online UNICESUMAR UNIDADE 9 245 O escritório Arquitetos Associados foi responsável pela projeção da nova Pinacoteca Contemporânea inaugurada em 2023 O edifício faz parte do complexo cultural que abriga a Pinacoteca de São Paulo a Pina Luz a Pina Estação e agora o Pina Contemporâneo Esse complexo além de espaços de exposição traz espaços para convivência e apresentações que estimulam a presença e a interação dos usuários No ano de 2020 a frase que dominou foi fique em casa Essa expressão trouxe uma nova perspectiva ao conceito de lar realçando a importância e a necessidade de proteção e refúgio GHISLENI 2021 Fazendo um fechamento ao desenvolvimento do perfil residencial discutido em todas as unidades podemos dizer que espaços como banheiros e cozinhas passaram de anexos a partes importantes nas residências banheiros passaram a ser vários e grandes e as cozinhas muitas vezes integradas às salas de estar As garagens deixaram de ser escondidas nos fundos do lote e ganharam espaço de destaque em que os residentes os expõem como símbolo de ascensão social PECLY ARAÚJO 2014 Mesmo sem utilizar as tecnologias mais avançadas a arquitetura contemporânea brasileira pode ser reconhecida por sua criatividade inovação e busca por soluções arquitetônicas que dialoguem com o contexto social cultural e ambiental do país A utilização de materiais e técnicas construtivas locais a valorização da mão de obra artesanal e a busca por alternativas sustentáveis podem ser características marcantes da arquitetura contemporânea brasileira Portanto embora a limitação de acesso às novas tecnologias possa influenciar a representatividade plena da arquitetura contemporânea no Brasil é possível encontrar expressões arquitetônicas contem porâneas que dialogam com as demandas e a identidade do país contribuindo para a construção de uma arquitetura única e significativa em nosso contexto Em suma a arquitetura contemporânea está se distanciando do relativismo pósmoderno e ado tando uma abordagem mais consciente responsável e contextualizada O estudo da história e da teoria arquitetônica é valorizado novamente e os arquitetos estão comprometidos em criar espaços que considerem os problemas ambientais economizem recursos atendam às necessidades humanas e se integrem harmoniosamente ao seu entorno Durante os mais de 500 anos de história documentada do país foi possível definir uma série de formas de projetar na constituição da arquitetura identitária nacional que é múltipla e variável den tro de um regionalismo continental Algumas formas mais sutis e outras mais marcantes tanto na composição plástica quanto na técnica a arquitetura brasileira passou de uma importação dos valores estéticos europeus à uma busca por uma identidade e um debate para o aperfeiçoamento técnico e estilístico da arquitetura do país Indígena Colonial Neoclássico Moderno Contemporâneo 1500 1800 1922 1950 Figura 12 Linha do tempo estilística da produção arquitetônica brasileira Fonte adaptada de Lange 2016 246 Dos sobrados coloniais dos engenhos escravagistas às casas térreas de pauapique aos ricos casarões neoclássicos e neocoloniais aos casebres dos cortiços e vilas das mansões modernistas e seus panos de vidro às casinhas das favelas De forma geral com maior ou menor abrangência cada um dos es tilos arquitetônicos mencionados no nosso livro tive sua importância na formação do panorama da arquitetura atual do país Desse modo nossa pretensão é motivar discussões sensibilizar o espírito preservacionista e crítico intragerações em técnicos e criadores entendendo que o exercício da crítica deve ser motivado nas instâncias do projeto do canteiro de obras e da vivência dos ambientes sob o entendimento de que é o valor de arquitetura que motiva esse incontestável significado social do nosso patrimônio arquitetônico e urbanístico sobre o qual devem continuar a se debruçar teoria e prática a fim de manter viva a história do país O desafio de antecipar as próximas décadas será fundamental na arquitetura contemporânea É necessário criar oportunidades para concretizála e esse desafio tem sido enfrentado há algum tempo UNICESUMAR 247 Preencha o Mapa de Empatia a seguir com palavras e expressões que reflitam seus pensamentos suas emoções e suas reflexões Para o preenchimento do MAPA de EMPATIA você está no centro do processo de análise Em cada um dos blocos você deve preencher com palavras ou expressões que exprimam suas emoções bem como suas atitudesações a partir do que foi colocado Por ser uma autorreflexão não existe certo ou errado no preenchimento desde que feito de forma sintética e objetiva Cada bloco deve ser completado com pelo menos três itens cada Arquitetura Contemporânea O que você pensa e sente sobre as novas propostas da arquitetura Contemporânea O que você escuta da nova geração quanto ao debate atual do papel do arquiteto na sociedade Como você vê as produções da nova geração e a sua popularização das mídias O que você fala e faz sobre os desafos e prerrogativas envolvidas na produção arquitetônica do futuro Quais são suas críticas ao retorno aos modelos modernistas e historicistas Quais são seus elogios à união da estética sustentável e a tecnologia 248 1 Como a arquitetura contemporânea brasileira incorpora práticas sustentáveis e busca uma identidade única por meio do uso de materiais construtivos locais e técnicas tradicionais Além disso como a pandemia da Covid19 impactou a internacionalização da arquitetura brasileira e como os arquitetos brasileiros têm se destacado tanto nacional quanto internacionalmente 2 Qual é a abordagem da arquitetura contemporânea no Brasil em relação à fusão de estilos contextos e significados e como isso se reflete na criação de obras arquitetônicas inovadoras e contextualmente relevantes 3 A experiência pandêmica nos levou a revalorizar conceitos que pareciam esquecidos como a flexibilidade o reuso adaptativo a construção modular a arquitetura leve construção salutar entre outros com uma perspectiva diferente da cidade em termos de densidade gestão mobilidade e muitos outros aspectos que poderiam contribuir para a sustentabilidade do ambiente construído O que essas novas perspectivas geraram na produção arquitetônica 249 UNIDADE 1 ALMEIDA F W YAMASHITA A Arquitetura Indígena Revista de Ciências Exatas e da Terra UNI GRAN v 2 n 2 2013 Disponível em httpsdocplayercombr6677992Arquiteturaindigenahtml Acesso em 18 maio 2023 ALMEIDA M R C A atuação dos indígenas na História do Brasil revisões historiográficas Revista Bra sileira de História São Paulo v 37 n 75 p 1738 maio 2017 Disponível em httpswwwscielobrj rbhab7Z47VbMMmvPQwWhbHfdkprformatpdflangpt Acesso em 18 maio 2023 BRANCO B C Arquitetura Indígena brasileira da descoberta aos dias atuais Revista de Arqueologia São Paulo 1993 CAURN Arquitetura Indígena no Brasil 2016 Disponível em httpswwwcaurngovbrp10213 Acesso em 18 maio 2023 MAIRES J Campana brothers use palm fibre to give hairy texture to São Paulo house Dezeen 19 jul 2016 Disponível em httpswwwdezeencom20160719fernandohumbertocampanabrotherspal mfibrehousesaopaulobrazilhairytexture Acesso em 18 maio 2023 MAIZTEGUI B LoTEK Desenho de indigenismo radical recuperando técnicas indígenas de trabalho com a natureza Arch Daily 16 out 2020 Disponível em httpswwwarchdailycombrbr949223 lotekdesenhodeindigenismoradicalrecuperandotecnicasindigenasdetrabalhocomanatureza Acesso em 18 maio 2023 REIS FILHO N G Quadro da arquitetura no Brasil São Paulo Perspectiva 2000 TIRAPELI P Acervo Barroco Memória Viva 2015 1 fotografia Disponível em httpsacervodigital unespbrhandleunesp252294localeesEScontrast Acesso em 18 maio 2023 UNSPLASH Sem título 2020 1 fotografia Disponível em httpsunsplashcomptbrfotografiasq Mh2X4BlZk Acesso em 18 maio 2023 WAISMAN M O interior da história historiografia arquitetônica para uso de latinoamericanos São Paulo Perspectiva 2013 WEIMER G Evolução da arquitetura indígena Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul 13 maio 2014 Disponível em httpswwwihgrgsorgbrartigosmembrosGC3BCnter20 Weimer2020EvoluC3A7C3A3o20da20Arquitetura20IndC3ADgena202014pdf Acesso em 18 maio 2023 250 UNIDADE 2 BICCA B BICCA P org Arquitetura na Formação do Brasil Brasília Unesco 2006 BURY J Arquitetura e Arte no Brasil Colonial Brasília IPHAN 2006 CAMPELLO C B C Casas de Câmara e Cadeia uma análise tipológica de portugal à colônia 2012 Dissertação Mestrado em Arqueologia Universidade Federal de Pernambuco Recife 2012 GOMES G Linguagem Clássica Classicalism In MONTEZUMA R Arquitetura Brasil 500 anos 1 ed Recife UFPE 2008 GOOGLE STREETVIEW Igreja dos Santos Cosme e Damião 2022 1 fotografia Dispo nível em httpswwwgooglecommapsplaceIgrejadosSantosCosmeeDami C3A3o7834012349061513a75y90tdata3m81e23m61sAF1QipN0Etxbash 7CHUSVoifQtGye9uGPyhjxnnlb2Ya2e103e126shttps2F2Flh5googleusercontent com2Fp2FAF1QipN0Etxbash7CHUSVoifQtGye9uGPyhjxnnlb2Ya3Dw129h86kno7i51848i3456 4m73m61s0x7ab6adff3e2672b0x831755db89e245d68m23d78340124d3490615110e516s 2Fg2F11bztbv00 Acesso em 4 abr 2023 IPATRIMÔNIO Serra Igreja dos Reis Magos e Residência 2023 1 fotografia Disponível em https wwwipatrimonioorgserraigrejadosreismagoseresidenciamap38329 Acesso em 4 abr 2023 MESSIAS P Arquitetura Colonial Religiosa São Paulo UniFSP 2020 MONTEZUMA R Arquitetura Brasil 500 anos 1 ed Recife UFPE 2008 SANTOS J P dos Planta B da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana 1762 1 fotografia Disponível em httpsartsandculturegooglecomassetplantabdacasadecC3A2maraecadeiademariana josC3A9pereiradossantosTgEamTYWgNiHQ Acesso em 13 dez 2022 UNIP História da Arquitetura no Brasil HAB 745S Aula 3 Arquitetura Civil e Religiosa no Período Colonial S l UNIP s d WIKIMAPIA Museu do Recôncavo Antigo Engenho Freguesia 2023 1 fotografia Disponível em httpwikimapiaorg7855398ptMuseudoReconcavoAntigoEngenhoFreguesia Acesso em 4 abr 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2006 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileForteOrangenailhadeItamaracC3A1jpg Acesso em 13 dez 2022 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2008 1 fotografia Disponível em httpsptmwikipediaorgwiki FicheiroGoianaPEjpg Acesso em 13 dez 2022 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2011a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileNovaAlmeidaESBrasilIgrejadosReisMagosjpg Acesso em 4 abr 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2011b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileii6289495484jpg Acesso em 12 dez 2022 251 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileCasadeCC3A2maraeCadeiafachadaprincipaljpg Acesso em 13 dez 2022 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileFortedasCincoPontasjpg Acesso em 13 dez 2022 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2019 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileCentroCulturalConventodeSantoAntoniojpg Acesso em 13 dez 2022 UNIDADE 3 BICCA B BICCA P org Arquitetura na Formação do Brasil Brasília Unesco 2006 BURY J Arquitetura e Arte no Brasil Colonial Brasília DF IPHAN 2006 COISAS DA ARQUITETURA Morfologia das Igrejas Barrocas II 9 maio 2012 Disponível em httpscoi sasdaarquiteturawordpresscom20120509morfologiadasigrejasbarrocasii Acesso em 6 jun 2023 DUARTE C W HORA J F da GODOY M G G Retratos do Patrimônio Arquitetônico Neoclássico Brasi leiro a Casa de Frontaria Azulejada de Santos e proximidades visuais Veredas Revista Interdisciplinar de Humanidades v 5 n 9 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orgwikiFile20150228Pinacotecajpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimediaorg wikiFileConventoeIgrejadeSantoAntC3B4niodoCairufachada03jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileAltardeNossaSenhoradoCarmoRecifejpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015d 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejadeNossaSenhoradoRosC3A1riodosHomensPretos4interiorjpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015e 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileJardimdoSolardaMarquesadeSantos01jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2015f 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejaMatrizdeNossaSenhoradoPilarOuroPretoMGjpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileInteriorPinacotecajpg Acesso em 6 jun 2023 253 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileAzulejosdaBasC3ADlicadeNossaSenhoradoCarmoRecifePernambucoBrasil2 jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileAltarmordaBasC3ADlicadeNossaSenhoradoCarmoRecifePernambucoBrasil jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016d 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMosteirodeSC3A3oBento01jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016e 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMosteirodeSC3A3oBento02jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016f 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFilePC3B3rticoDaAntigaAcademiaImperialdeBelasArtesporMarianaCristinaAd C3A3ojpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016g 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileFachadaazulejadajpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2017a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimediaorg wikiFileIgrejadaVOTdeNSradoCarmoemOuroPretojpguselangde Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2017b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejadoPilarOuroPretoMGjpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2017c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimediaorg wikiFileIgrejadeNossaSenhoradoRosC3A1rioOuroPretoporRodrigoTetsuoArgenton04 jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2018a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileIgrejadeNossaSenhoradoRosC3A1riodosPretosSalvador20181153jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2018b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMuseudaCasaBrasileira2018045jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2018c 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileMuseudaCasaBrasileira2018085jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 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Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFilePalC3A1ciodoCateteRiodeJaneiro20220826065059jpg Acesso em 6 jun 2023 WIKIRIO Museu Nacional de Belas Artes 2 set 2018 Disponível em httpswwwwikiriocombr MuseuNacionaldeBelasArtes Acesso em 6 jun 2023 UNIDADE 4 BENEDETT J K O Urbanismo na Ditadura 2018 Dissertação Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Universidade Estadual de Maringá Maringá 2018 BRUAND Y Arquitetura Contemporânea do Brasil 5 ed São Paulo Perspectiva 2010 CARMO F H et al Cesare Brandi Uma releitura da teoria do restauro crítico sob a ótica da fenome nologia Revista Vitruvius ano 16 fev 2016 Disponível emhttpsvitruviuscombrrevistasread arquitextos161895946 Acesso em 13 jun 2023 DUARTE C W HORA J F da GODOY M G G Retratos do Patrimônio Arquitetônico Neoclássico Brasileiro a Casa de Frontaria Azulejada de Santos e proximidades visuais Veredas Revista Interdis ciplinar de Humanidades v 5 n 9 p 176195 janjun 2022 FABRIS Arquitetura eclética no Brasil o cenário da modernização São 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httpscommonswikimedia orgwikiFilePalaceteLeC3A3oJuniorjpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2016 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileTeatroMunicipaldeSC3A3oPauloBraziljpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2019 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFilePrefeituraMunicipaldeUrussangaSCjpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2020a 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileTeatroMunicipaldoRiodeJaneiro2020jpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2020b 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFileCasaMiotellodatadade1943jpg Acesso em 13 jun 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2021 1 fotografia Disponível em httpscommonswikimedia orgwikiFilePalaciodasLaranjeirasAlaSocial03122020162406jpg Acesso em 13 jun 2023 UNIDADE 5 BRUAND Y Arquitetura Contemporânea no Brasil São Paulo Perspectiva 2003 CANTARELLI R Revivalismo e a arquitetura neocolonial do Recife 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SambC3B3dromo1byDiegoBaravellijpg Acesso em 4 jul 2023 WIKIMEDIA COMMONS Sem título 2021 Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFi lePalC3A1cioPetrC3B4nioPortelajpg Acesso em 4 jul 2023 UNIDADE 8 AGACHE A Cidade do Rio de Janeiro ExtensãoRemodelaçãoEmbellezamento Paris Foyer Brésilien 1930 ANELLI R L S Architettura Contemporanea Brasile arquitetura brasileira entre 19572007 In Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Arquitetura e Urbanismo 2010 Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro ANPARQ 2010 ARAGÃO S de História da Arte e História do Paisagismo no Brasil interrelações na análise de projetos paisagísticos In ENCONTRO DE HISTÓRIA DA ARTE ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES E MÉTODOS DE ANÁLISE 10 2014 Campinas Anais Campinas Unicamp 2014 CAMPOS A C de A Eckbo Halprin Kliass São Paulo USP 2021 75 slides color Disponível em https edisciplinasuspbrpluginfilephp7228480modresourcecontent1Eckbo2C20Halprin2C20 Kliasspdf Acesso em jun 2023 CASA RUI BARBOSA Glaziou o 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poder ilusório dos estilos BARROCO e Rococó para reter e angariar mais fiéis 2 B As curvas indicam sim uma influência do Barroco europeu e os números da Figura 21 b indicam a seguinte sequência 1 Galilé 2 Nave 3 Presbitério 4 Altar 5 Retábulo 6 Corredor Lateral 7 Coro 8 Púlpito 9 Sacristia 10 Consistório e 11 Tribuna 3 B A alternativa atende às prerrogativas e características da arquitetura neoclássica 267 UNIDADE 4 1 B A afirmativa II é falsa pois incorpora referências criando um estilo único A afirmativa III é falsa pois há o uso de ornamentos curvilíneos mas não especificamente exaltando a natureza 2 B No revivalismo os estilos a serem revividos são específicos e podem ser neoimitativos ou seja uma nova interpretação dos estilos históricos como o neogótico ou o neobarroco Já o ecletismo não se limita a um estilo específico e pode combinar elementos de diferentes estilos históricos como o GrecoRomano o Barroco o Gótico entre outros 3 C A tipologia importada é caracterizada pela produção de projetos executados rigorosamente seguindo a linguagem e as diretrizes importadas enquanto a tipologia popularesca é desenvolvida por camadas mais pobres da população e envolve a utilização de mão de obra e materiais disponíveis UNIDADE 5 1 D 2 A 3 E A afirmativa III está incorreta porque a Confeitaria Colombo no Rio de Janeiro é um exemplo do movimento Art Nouveau UNIDADE 6 1 Você pode fazer uma comparação entre as Escolas Paulista e Carioca que revelará diferenças e apro ximações interessantes A Escola Carioca representada por Lúcio Costa enfatiza a projeção plástica ideal buscando uma abordagem mais expressiva e idealizada da arquitetura Essa escola valoriza a integração com o entorno natural a fluidez espacial e o aproveitamento das vistas como podemos observar nas obras de Oscar Niemeyer com seus traços curvilíneos e suas formas esculturais Outra figura importante que pode ser comparada é Lina Bo Bardi que traz uma abordagem humanista e culturalmente engajada explorando a relação entre arquitetura e sociedade porém com uma abor dagem mais sólida e funcional com ênfase à estrutura e à expressão das qualidades construtivas 268 2 A Escola Carioca é conhecida por sua leveza e elegância Suas principais características incluem o uso de estruturas de concreto armado fachadas envidraçadas varandas pilotis e a integração entre o interior e o exterior Os arquitetos da Escola Carioca valorizam o aproveitamento das vistas e a exploração da paisagem buscando harmonia com o ambiente natural O estilo carioca também se destaca pelo uso de curvas suaves e linhas orgânicas trazendo sensação de fluidez e movimento às construções Por outro lado a Escola Paulista é marcada por uma abordagem mais brutalista e sólida Os arquitetos dessa corrente valorizam o concreto aparente as linhas retas e a geometria rigorosa Suas obras são caracterizadas pela expressão crua e direta dos elementos construtivos com uma estética mais pesada e robusta A Escola Paulista busca uma arquitetura de impacto visual utilizando contrastes de luz e sombra jogos de volumes e texturas Enquanto a Escola Carioca prioriza a integração com a natureza e a fluidez espacial a Escola Paulista enfatiza a força expressiva da arquitetura explorando as qualidades esculturais do concreto e a solidez das formas Ambas as correntes contribuíram de forma significativa para a arquitetura brasileira 3 Sugiro para análise duas residências de períodos e fases diferentes da produção de Artigas a Casa Elza Berquó projetada em 1967 e a Casa do Arquiteto II Há inúmeras dissertações e teses que es miúçam todo o trabalho de Artigas Sugiro que busque por elas para ter um embasamento teórico maior e definir as características diferentes de cada período UNIDADE 7 1 OA alunoa poderá desenvolver mais a resposta mas poderá encontrar um norte neste trecho uma maneira de compreender a poética pósmoderna é confrontála com a poética maquinista do movimento Moderno Ou seja os princípios do movimento Moderno como objetividade funciona lismo racionalidade internacionalismo antiindividualismo antimonumentalidade antihistoricismo dessemantização perfeição técnica flexibilidade da planta e uso de materiais industrializados são questionados e substituídos tanto em conjunto como isoladamente pelos pósmodernistas Já uma outra maneira de entendêla é por meio de uma perspectiva semiótica Nesse sentido um edifício pósmoderno sempre terá uma dupla codificação uma linguagem acadêmica direcionada a arquitetos e especialistas e outra mais popular e acessível ao público leigo Ao adotar uma abordagem semântica os arquitetos pósmodernos procuram criar edifícios que sejam comunicativos e cativantes e essa dualidade na linguagem arquitetônica reflete a pluralidade de interpretações e a importância dada ao contexto cultural e social no processo de criação 2 Produtivista estética que soma eficiência qualidade e estética por meio da utilização de sistemas industrializados e padronizados além de valorizar a produção em larga escala e o controle preciso dos processos construtivos resultando em edifícios que atendiam tanto aos requisitos funcionais quanto aos aspectos visuais desejados Esculturista foca no desenvolvimento volumétrico do edifício que é caracterizado por um tratamento caprichoso e particular diferenciandoo da forma pura defendida pelo Estilo Internacional Essa ten dência buscava alcançar uma individualização para o edifício e trazer uma nova camada de significado e originalidade aos edifícios promovendo uma experiência estética diferenciada e uma interpretação mais subjetiva do edifício mesmo que isso significasse romper com algumas das convenções estabelecidas 269 Regionalista voltavase para uma visão mais conceitual da arquitetura que visava valorizar e resgatar o acervo cultural e arquitetônico nacional e de determinadas regiões Essa abordagem seletiva e crítica buscou estabelecer uma base autóctone ou seja uma base cultural local como ponto de partida para o diálogo com outras influências culturais dominantes 3 D A afirmativa V está incorreta porque no Historicismo Abstrato elementos arquitetônicos históricos são reinterpretados descontextualizados e usados de forma não convencional UNIDADE 8 1 Recebem críticas o zoneamento funcional a separação do tráfego de veículos e pedestres a eliminação das ruascorredor e uma estética baseada em formas geométricas 2 A Residência Edmundo Cavanelas é um exemplo que pode ser analisado em que os dois arquitetos trabalham juntos 3 O urbanismo neoclássico influenciou o planejamento urbano com a construção de praças jardins e boulevards e com a atuação de profissionais da área de engenharia na tentativa de aprimorar as áreas urbanas UNIDADE 9 1 A arquitetura contemporânea no Brasil busca estabelecer diálogos entre diferentes épocas estilos e significados resultando em obras arquitetônicas inovadoras e contextualmente relevantes Essa abordagem combina referências históricas com a exploração de novas tecnologias materiais e for mas levando em consideração o contexto a sustentabilidade e o envolvimento com a comunidade O resultado é uma expressão arquitetônica única e dinâmica que sintetiza o passado e o futuro de forma harmoniosa 2 A arquitetura contemporânea brasileira incorpora práticas sustentáveis por meio do uso de materiais construtivos locais e técnicas tradicionais visando a preservação ambiental e a criação de uma iden tidade única que reflete a cultura e a história do país Quanto à internacionalização a pandemia da Covid19 impactou negativamente a expansão dos arquitetos brasileiros além das fronteiras mas antes disso arquitetos como Isay Weinfeld Marcio Kogan Gustavo Penna e Flávio Castro já tinham se destacado internacionalmente demonstrando talento e inovação no cenário global 3 Essa nova perspectiva gerou o surgimento de um novo regionalismo uma vez que os arquitetos estão trabalhando de forma mais localizada e a projeção de uma arquitetura internacional indiscriminada foi desacelerada durante o período de quarentena e isolamento MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO