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O ENSINO DAS ARTES VISUAIS NA ESCOLA Scheila Simone Secretti 1 RESUMO O artigo discorre sobre a formação do arteeducador na atualidade a necessidade em saber arte e saber ser professor de Artes Visuais capaz de adquirir os conhecimentos necessários para mediar intervir e dirigir eficientemente o processo de troca de conhecimentos entre os alunos e o universo artístico Descreve o papel deste profissional e sua função na educação e na escola as competências que o arte educador deve dominar para sensibilizar seus alunos em situações de ensinoaprendizagem e quais as formas possíveis de realizar o trabalho escolar em Artes Visuais na contemporaneidade Também salienta a importância do arteeducador em repensar sua prática e criar novas maneiras de ensinar para que os conhecimentos artísticos façam sentido na vida do aluno Palavraschave Arteeducador Contemporaneidade Artes Visuais Universo artístico Competências INTRODUÇÃO O presente artigo tem por objetivo enfocar o ensino das Artes Visuais como tema relevante e a necessidade do arteeducador em estar preparado para o trabalho escolar dominando a teoria e a prática desta linguagem artística na escola Através deste o professor estará não apenas compreendendo como articular o ensino e a aprendizagem de arte mas também redefinido vários conceitos METODOLOGIA O tema descrito a seguir traz questões sobre a arte a arteeducação e o arteeducador no ensino das Artes Visuais Inicialmente a pesquisa retrata a escola contemporânea e o ensino de arte bem com discorre sobre a presença da arte no currículo escolar revendo sua inserção na história e a tentativa de justificar o ensino da arte como expressão e cultura Na seqüência o texto aborda a formação do Arteeducador apontando as competências 1 Graduada em Artes Visuais pela UNIJUÍ Especialista em Metodologia do Ensino de Artes Modalidade EAD Facinter pela Universidade Internacional de Curitiba UNINTER scheilasecrettiyahoocombr necessários ao professor de arte na atualidade da formação inicial à continuada a docência e as novas tecnologias O objetivo primordial desta revisão bibliográfica é esclarecer dúvidas quanto ao papel do arteeducador ao trabalhar com Artes Visuais e aprofundar os conhecimentos sobre a tarefa deste profissional na educação e na escola a partir de produções bibliográficas de vários profissionais do mundo artístico e arteeducadores conceituados o bastante para enriquecer este artigo e fundamentar esta produção teórica DESENVOLVIMENTO O mundo contemporâneo traz novos desafios com as descobertas científicas e tecnológicas que alteram em muito a vida cotidiana das pessoas o que repercute na escola e no processo de ensinoaprendizagem No entanto alguns princípios devem nortear o ensino de Arte no mundo contemporâneo que vão desde a postura do professor até os conteúdos por ele selecionados devendose considerar de todo modo aquilo que se espera que os alunos desenvolvam ZAGONEL 2008 p79 Isso quer dizer que a educação de hoje requer ser mais significativa que busque a formação de sujeitos mais reflexivos Por muito tempo o Ensino da Arte denominado de Educação Artística moveuse sob duas concepções distintas o ensino Propedêutico que utilizava principalmente o desenho de observação para preparar a mãodeobra para o mercado de trabalho e o ensino de livre expressão que deixava livre as práticas pedagógicas centrandose em atividades baseadas no laissezfaire2 Assim o uso instrumentalizador da arte bem como a ideia de passatempo e inutilidade passou por questionamentos A Semana de Arte Moderna de 1922 influenciou o Ensino da Arte e contribuiu para abrir novos caminhos às artes brasileiras Na década de 60 alguns pensadores internacionais voltaram a sugerir a retomada dos conteúdos nas aulas de arte mas esse movimento aconteceu somente na década de 70 com o aparecimento do DBAE3 nos Estados Unidos e que desencadeou no Brasil a Proposta Triangular4 sistematizada por 2 Expressão usada na educação no séc XIX designando a idéia de deixa fazer 3 Discipline Based Art Education É uma metodologia do ensino da arte criada nos EUA 4 Metodologia Triangular foi o termo inicialmente utilizado por Ana Mae Barbosa para denominar a proposta de arteeducação que contempla o fazer artístico a leitura de imagem e a contextualização histórica Este termo foi mais tarde substituído pela própria autora por Proposta Triangular Ana Mae Barbosa5 no final da década de 80 e que foi fonte inspiradora da orientação metodológica dos PCNs Arte com a nomenclatura adaptada de produção fruição e reflexão Segundo Ana Mae Barbosa 1991 p 3637 esta proposta de ensino corresponde às quatro coisas que as pessoas fazem com a arte Elas a produzem elas a veem elas procuram entender seu lugar na cultura através do tempo elas fazem julgamento a cerca de sua qualidade Assim a arteeducação incorporou a necessidade de conferir uma possibilidade mais crítica e significativa para o aluno enfatizando a arte enquanto linguagem e sua dimensão expressiva e cognitiva A reforma educacional implantada pela Lei 569271 estabeleceu como componente obrigatório a Educação Artística no sentido de tratar sobre a música o teatro a dança e artes plásticas valorizando as quatro linguagens Porém Essa proposta de interrelação das artes não se mostrou eficaz principalmente devido à falta de uma formação especializada tanto pedagógica quanto de conteúdo do profissional dessas diversas áreas requisitadas ZAGONEL 2008 p 52 Já em 1996 o termo Educação Artística foi substituído com a LDB Lei nº 9394 pelo termo Ensino da Arte e essa disciplina passou a ser parte obrigatória do currículo mas apesar de o ensino de Arte ser parte obrigatória do currículo não há interesse por parte de muitas escolas e de seus diretores em que esse ensino se faça com qualidade e seriedade ZAGONEL 2008 p 57 Sua obrigatoriedade não especifica como isso deve ocorrer não distribui as quatro linguagens da arte em períodos no ensino nem tampouco privilegia uma linguagem em detrimento de outras Neste sentido Bernadete Zagonel 2008 p 21 nos esclarece que a escola pode trabalhar dentre as quatro linguagens artísticas sugeridas com as que forem de encontro a suas possibilidades e interesses Assim a escola pode determinar como serão trabalhados os conhecimentos em Arte tendo em vista o seu espaço suas condições materiais e recursos humanos seus interesses sociais e educativos bem como levar em consideração o interesse da clientela que atende O aluno deve estar envolvido continuamente por um processo de ensino sustentado pelo fazer e pela criação possibilitando um aprendizado mais eficaz Assim ele pode fazer uso de suas habilidades sempre tornandose cada vez mais criativo e encontrando as soluções necessárias em sua vida pessoal e profissional 5 Professora titular aposentada da USP atuando no doutorado em ArteEducação que implantou na ECA Foi diretora do Museu de Arte Contemporânea Publicou 16 livros sobre Arte e ArteEducação A compreensão que se tem por formação do professor na contemporaneidade abrange bem mais do que a formação acadêmica Um professor não se constitui professor a partir do momento que decide sêlo ou que possui um diploma Para Guarnieri 2000 p 5 apud LAMPERT6 2005 p 150 É no exercício da profissão que se consolida o processo de tornarse professor ou seja o aprendizado da profissão a partir do seu exercício possibilita configurar como vai sendo construído o processo de aprender a ensinar Tal construção ocorre à medida que o professor vai efetivando a articulação entre o conhecimento teórico acadêmico e o contexto escolar com a prática docente A atuação do professor não se restringe somente a docência inclui também a participação no projeto educativo e curricular da escola a produção de conhecimento pedagógico e a participação na comunidade educacional Nesse sentido Fusari 1993 p 49 salienta que O compromisso com um projeto educativo que vise reformulações qualitativas na escola precisa do desenvolvimento em profundidade de saberes necessários para um competente trabalho pedagógico No caso do professor de Arte a sua prática teoria artística e estética deve estar conectada a uma concepção de arte assim como a consistentes propostas pedagógicas Em síntese ele precisa saber arte e saber ser professor de arte Infelizmente a formação do arteeducador a as políticas públicas relacionadas à educação e ao ensino da arte na escola ainda não são suficientes para garantir o ensino de qualidade e a acessibilidade à locais que possuem produções artísticas de maneira satisfatória para todos pois a arte ainda não é considerada como disciplina curricular relevante pois a carga horária do componente curricular Arte é pequena para trabalhar todas as linguagens artísticas e os profissionais que atuam não conseguem dar conta do processo ensino aprendizagem de forma polivalente uma vez que o arteeducador dificilmente tem formação específica em Artes Visuais em Teatro em Música e em Dança também Para Neide P Campos7 2002 p 59 A demanda criada pela atual LDB desvelou uma realidade antiga o ensino de arte vem há muito sendo ministrado por quem não o conhece e que desenvolve uma prática não vivenciada pois não as vivenciou nem como aluno nem como professor 6 Professora do Departamento de Artes Visuais da UFSM Artista Plástica e Licenciada em Desenho e Plástica 7 Arteeducadora e professora de Artes Visuais na Universidade de SC desde 1984 Mestre pela UFSC Hoje novas necessidades foram criadas por leis e documentos oficiais e diante deste contexto os professores têm buscado freqüentemente cursos de formação O que se percebe é que o ensino da arte está relegado ao segundo plano Esta situação vem sendo objeto de reflexão e prática por parte dos arteeducadores interessados em reverter à situação em favor de uma escola que valorize os aspectos educativos contidos no universo da arte Daí a preocupação com a formação de profissionais que vão exercer as funções na formação e orientação de crianças e de jovens Sobre o assunto Ivone Mendes Richter8 apud OLIVEIRA9 2005 p 45 afirma que O Brasil vem passando nas duas últimas décadas por um processo cada vez mais intenso de discussões e reflexões sobre a formação do professor para o ensino das artes Os processos de avaliação do ensino superior que vêm sendo implantados pelo governo federal nos últimos dez anos têm provocado também muitas preocupações especialmente no que concerne às especificidades da arte e de seu ensino Sabemos que para cada área do conhecimento é necessário uma formação específica mas o arteeducador precisa trabalhar de forma polivalente comprometendo o processo de ensinoaprendizagem e privando os alunos dos conhecimentos específicos que um profissional capacitado poderia desenvolver em cada linguagem artística Por isso o arte educador contemporâneo precisa inovar constantemente e ter conhecimento de diferentes didáticas relacionadas às metodologias de ensino atuais estabelecendo como foco principal as habilidades dos alunos e o estímulo à criatividade durante todo o processo de ensino aprendizagem Nesse contexto há ainda a necessidade de ser feito um ensino voltado à estética da arte contemporânea que é a expressão de nosso tempo Para isso é necessário enfocar o uso das tecnologias contemporâneas também integrantes do ensino de Arte na escola ZAGONEL 2008 p 83 Contudo cada professor deve desenvolver seu próprio método de ensino em função da personalidade e da percepção que tem sobre seus alunos Na formação dos arteeducadores e no trabalho com as Artes Visuais na escola é preciso considerar importante o uso dos materiais disponíveis que promovem o aumento de informações de maneira mais rápida mas é preciso planejamento e organização para contemplar a eficácia do ensino da arte e seu valor subjetivo ao educando possibilitando seu desenvolvimento cognitivo e expressivo Zagonel 2008 p 103 afirma que A tecnologia 8 Doutora em Educação pela UNICAMP Mestre em Arteeducação 9 Doutora em História da Arte 1995 pela Universidade de Barcelona não é mais algo distante da vida das pessoas está perto de nós e faz parte do nosso cotidiano É possível usar o que ela pode oferecer de maneira criativa e tornar o trabalho escolar mais atraente utilizando as crescentes mudanças que ocorrem na sociedade contemporânea principalmente com o avanço da tecnologia A acessibilidade a bens culturais e a apreciação da arte também interferem na formação do professor uma vez que para a maioria dos arteeducadores e principalmente sobre as Artes Visuais a vivência artística ainda é restrita Visitas às exposições museus monumentos históricos e artísticos apreciações de cinemas teatros e concertos são possibilidades distantes dos profissionais por residirem longe dos grandes centros culturais ou por questões financeiras ou também pelo motivo de os professores se sentirem pouco provocados a tal experiência Assim a possibilidade de entrar em contato com produções artísticas e ampliar o conhecimento sobre a arte acabam sendo desperdiçados e a formação do arteeducador é prejudicada pois acreditamos que quanto maior o repertório do professor mais opções ele terá em seu trabalho CORTELAZZO 2008 p 122 Nesse enfoque cabe ressaltar a importância de políticas públicas de educação pois o contrário o compromisso fica somente sobre os ombros do professor O professor precisa ser olhado nas suas qualidades e deficiências de formação compreendido como ser humano que é nas suas dificuldades e condições para então propiciaremse meios para que possa construir o eu sujeitoprofessor CAMPOS 2002 p 65 RESULTADOS E DISCUSSÃO A competência que o professor deve desenvolver ao longo de sua ação docente é exatamente saber mediar a teoria e a prática e utilizálas adequadamente conforme as diferentes situações de ensino Conforme Clermont Gauthier10 1998 p 28 apud OLIVEIRA 2005 p 63 Os saberes profissionais devem resultar da combinação do saber disciplinar do curricular do experiencial da tradição pedagógica e da ciência da educação Todavia mais do que dominar técnicas se faz necessário entender para que servem quando uma determinada linguagem das Artes Visuais é mais adequada do que a outra o que se pretende ensinar através de determinado procedimento e quais as obras que mais dialogam 10 Livro Por uma teoria da Pedagogia pesquisas contemporâneas sobre o saber docente Ijuí Unijuí 1998 com o assunto O educador deve inovar sempre modificar suas aulas afinal criatividade é tudo CORTELAZZO 2008 p 122 É emergente na educação um educador pensador reflexivo e que olha para seu exercício pedagógico sustentandoo na teoria e na prática e reinventandoo sem depender de métodos engessados Segundo Maurice Tardif11 2002 p 295 apud OLIVEIRA 2005 p 60 Aprender a profissão docente supõe estar atento às particularidades e às interfaces da realidade escolar em sua contextualização na sociedade Onde a escola está situada Como são seus alunos Onde moram Como é a comunidade as ruas as casas que perfazem as adjacências da escola Que fatores explicam a constituição desta escola e dessa comunidade Quais os determinantes históricos políticos e culturais dessa realidade Para dar mais sentido à suas aulas o educador também precisa preparálas de acordo com o interesse do educando de forma que o leve a sentirse desafiado a desenvolver a sua criatividade e interesse pelo assunto o que promoverá o seu crescimento intelectual e social Um professor não é competente quando consegue dar uma boa aula somente é competente quando consegue articular os diferentes saberes e dar significado ao que ensina e ter a ação adequada a cada tipo de situação de ensino O professor de Artes Visuais é responsável pelo sucesso dos alunos a melhorarem suas sensibilidades e seus saberes práticos e teóricos de todas as linguagens visuais como na fotografia na escultura no desenho na pintura etc Para Bernadete Zagonel12 2008 p 107 O que podemos esperar sim e almejar é um professor sensível e disposto a enfrentar desafios Um professor apaixonado pelo que faz pelos seus alunos e pela arte Um professor disposto a buscar sempre novos caminhos disposto a interagir disposto a aprender O ensino das Artes Visuais evidencia que os alunos conheçam e vivenciem aspectos técnicos inventivos representacionais e expressivos Para isso é preciso organizar um trabalho consistente através de exercícios artísticos e estéticos de um programa de teoria e história da arte interrelacionados com a sociedade da época e a atual É possível atingir um conhecimento mais amplo e aprofundado da arte incorporando ações como ver ouvir mover se sentir pensar descobrir exprimir e criar a partir dos elementos da natureza e da cultura analisando refletindo formando e transformandoos É com essa abrangência que a arte deve 11 Maurice Tardif Saberes docente e formação profissional Petrópolis Vozes 2002 12 Professora de Educação Musical na UFPR Doutora em música pela Sorbonne Université de Paris IV ser utilizada pelos educandos Para Fusari Ferraz 1993 p 52 o professor de Arte precisa se posicionar com clareza sobre as dimensões estéticas e artísticas que devem conectarse na educação escolar dos estudantes O educador também precisa saber transmitir as informações e conhecimentos de forma clara e acessível ao educando Os conhecimentos artísticos e estéticos que o professor pretende promover aos seus educandos deverão fazerlhes sentido a partir de suas experiências e a partir da provocação que este professor seja capaz de despertar nos seus educandos pois o educando só aprende quando vê algum sentido na aprendizagem Barbosa 1994 p 4 acrescenta que Precisamos arte educação ação e pesquisa para descobrir como nos tornarmos mais eficientes no nosso contexto educacional desenvolvendo o desejo e a capacidade de aprender de nossas crianças A reflexão do professor sobre sua prática é o guia do processo ensinoaprendizagem O aluno precisa sentir que as expectativas e as representações dos professores a seu respeito são positivas ou seja seu desenvolvimento em arte requer confiança e representações favoráveis sobre o contexto de aprendizagem IAVELBERG 2003 p 11 O papel da arte na educação tem relação com o papel do arteeducador na escola pela responsabilidade de ser agente investigador e articulador da cultura diante da realidade que possui onde se encontra Somente a ação inteligente e empática do professor pode tornar a Arte ingrediente essencial para favorecer o crescimento individual e o comportamento de cidadão como fruidor de cultura e conhecedor da construção de sua própria nação BARBOSA 2003 p 14 O mundo está repleto de imagens por isso o professor precisa estar atento a essas imagens para desenvolver o olhar crítico de seus educandos Para isso requer estar educado esteticamente e saber como ocorre os processos de compreensão da leitura das imagens pelo sujeito De acordo com Barbosa 1994 p 3435 Temos que alfabetizar para a leitura da imagem Através da leitura das obras de artes plásticas estaremos preparando a criança para a decodificação da gramática visual da imagem fixa e móvel através da leitura do cinema e da televisão a prepararemos para aprender a gramática da imagem em movimento Essa decodificação precisa ser associada ao julgamento da qualidade do que está sendo visto aqui e em relação ao passado Os alunos precisam aprender a decodificar as imagens através de dinâmicas de leitura e questionamentos sobre as representações visuais No caso das aulas de Arte quando for submetida à prática da observação da escuta e à discussão de suas próprias criações artísticas e das criações dos colegas o aluno estará sendo preparado para a análise de obras de arte em geral e consequentemente para suas futuras atividades profissionais ZAGONEL p 95 Trabalhar com obras de arte é indispensável no ensino das artes visuais bem como diz Analice Dutra Pillar 1992 p 12 Uma obra de arte pode levar um aluno a envolverse em profundidade na sua produção individual bem como a um entendimento mais amplo do fazer artístico Esse entendimento mais amplo deveria ser o eixo central de toda aula de arte possibilitar ao educando a compreensão das estruturas das composições e ideias presentes numa imagem Os educandos não aprendem conceitos com desenhos eles constroem esses conceitos pela abstração reflexiva à medida que atuam sobre o objeto Todavia despertar o indivíduo para a experiência estética e sensibilizálo para as artes é mais importante do que lhe transmitir informações teóricas a respeito delas ZAGONEL 2008 p 89 Para ser um arteeducador contemporâneo é necessário criar buscar experimentar e inovar continuamente seu trabalho nas linguagens das Artes Visuais utilizando preferencialmente a Proposta Triangular como um mapa que indica o melhor caminho para que o ensinoaprendizagem da Arte na escola aconteça com sucesso e aplicála com interesse pesquisa e envolvimento Barbosa 1998 p 41 explica que A Proposta Triangular é construtiva interacionista dialogal multiculturalista e é pósmoderna por tudo isto e por articular arte como expressão e como cultura na sala de aula sendo esta articulação o denominador comum de todas as propostas pós modernas do ensino da arte que circulam internacionalmente na contemporaneidade Então o ensino da Artes Visuais na escola precisa de um professor capaz de articular no trabalho pedagógico os três campos conceituais a criaçãoprodução a percepçãoanálise e o conhecimento da produção artísticoestética e culturalmente Esses três campos conceituais estão presentes nos PCN Arte que representam o ensino da arte nas escolas Ana Mae Barbosa13 2003 p 24 confirma que para uma experiência cognocente que impulsiona a percepção da cultura do outro e relativize as normas e valores da cultura de cada um teríamos que considerar o fazer ação a leitura das obras de Arte apreciação e contextualização quer seja histórica cultural social ecológica Para Zagonel 2008 p 93 Essa maneira de ensinar exige do docente uma grande disponibilidade muita atenção e imaginação e um 13 É a principal referência no Brasil para o ensino da Arte nas escolas tendo sido a primeira brasileira com doutorado em Arteeducação defendido em 1977 na Universidade de Boston estado de alerta constante para atender as solicitações de seus alunos O professor deve saber com clareza aonde quer chegar e quais as habilidades que pretende ver desenvolvidas em seus alunos a cada etapa do processo O trabalho pedagógico pode ser organizado livremente na maneira mais apropriada para o tema pois mudar o fluxo de uma aula ou organizála a partir das ideias e curiosidades dos alunos e trabalhar produtivamente em cima de suas sugestões não significa desestruturar o ensino ou tornálo superficial Ao contrário representa lhes dar a oportunidade de criar seu próprio processo de ensinoaprendizagem ZAGONEL 2008 p 93 Um trabalho artístico que parte do interesse e da curiosidade do aluno produz maior envolvimento porque ele sente que o assunto lhe diz respeito e demonstra maior prazer ao realizar as atividades colocando todo seu empenho criativo e emocional CONSIDERAÇÕES FINAIS A compreensão de quais objetivos a educação de hoje se propõe é indispensável ao arteeducador a fim de que a Arte cumpra seu papel social na escola isto é forme educandos capazes de aprender permanentemente com as artes visuais sejam capazes de ler imagens de maneira crítica e tenham os sentidos voltados para o mundo que os rodeia tornandoos sujeitos reflexivos e conhecedores da arte e do mundo Não cabe mais o professor ser apenas técnico Ele precisa ampliar sua capacidade reflexiva ser dono de seu pensar e recuperar a centralidade da educação Uma das posturas que pode vir a efetivar tais mudanças é todo professor ser e ensinar a ser pesquisador REFERÊNCIAS BARBOSA Ana Mae org Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte São Paulo Cortez 2003 Tópicos Utópicos Belo Horizonte Editora CArte 1998 A imagem no Ensino da Arte São Paulo Editora Perspectiva 1994 BISOGNIN Edir Lucia Abordagens metodológicas no ensino da História da Arte IN OLIVEIRA Marilda Oliveira de HERNANDEZ Fernando orgs A formação do Professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 CAMPOS Neide Pelaez A construção do olhar estéticocrítico do educador Florianópolis Ed Da UFSM 2002 CORTELAZZO Patrícia Rita A história da arte por meio da leitura de imagens Curitiba Ibpex 2008 FUSARI Maria F de Rezende e FERRAZ Maria Heloísa C de T Arte na Educação escolar São Paulo Cortez 1993 IAVELBERG Rosa Para gostar de aprender arte sala de aula e formação de professores Porto Alegre Artmed 2003 LAMPERT Jociele Estágio supervisionado andarilhando no caminho das Artes Visuais IN OLIVEIRA Marilda Oliveira de Hernàndez Fernando org Formação do professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 OLIVEIRA Marilda Oliveira de HERNANDEZ Fernando orgs A formação do Professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 PILLAR Analice Dutra org A educação do Olhar no Ensino das Artes Porto Alegre Editora Mediação 1999 RICHTER Ivone Mendes A formação do professor de Artes Visuais e uma perspectiva internacional implicações para o ensino de arte no Brasil IN OLIVEIRA Marilda Oliveira de Hernàndez Fernando org Formação do professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 ZAGONEL Bernadete Arte na educação escolar Curitiba Ibpex 2008
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como tema relevante e a necessidade do arteeducador em estar preparado para o trabalho escolar dominando a teoria e a prática desta linguagem artística na escola Através deste o professor estará não apenas compreendendo como articular o ensino e a aprendizagem de arte mas também redefinido vários conceitos METODOLOGIA O tema descrito a seguir traz questões sobre a arte a arteeducação e o arteeducador no ensino das Artes Visuais Inicialmente a pesquisa retrata a escola contemporânea e o ensino de arte bem com discorre sobre a presença da arte no currículo escolar revendo sua inserção na história e a tentativa de justificar o ensino da arte como expressão e cultura Na seqüência o texto aborda a formação do Arteeducador apontando as competências 1 Graduada em Artes Visuais pela UNIJUÍ Especialista em Metodologia do Ensino de Artes Modalidade EAD Facinter pela Universidade Internacional de Curitiba UNINTER scheilasecrettiyahoocombr necessários ao professor de arte na atualidade da formação inicial à continuada a docência e as novas tecnologias O objetivo primordial desta revisão bibliográfica é esclarecer dúvidas quanto ao papel do arteeducador ao trabalhar com Artes Visuais e aprofundar os conhecimentos sobre a tarefa deste profissional na educação e na escola a partir de produções bibliográficas de vários profissionais do mundo artístico e arteeducadores conceituados o bastante para enriquecer este artigo e fundamentar esta produção teórica DESENVOLVIMENTO O mundo contemporâneo traz novos desafios com as descobertas científicas e tecnológicas que alteram em muito a vida cotidiana das pessoas o que repercute na escola e no processo de ensinoaprendizagem No entanto alguns princípios devem nortear o ensino de Arte no mundo contemporâneo que vão desde a postura do professor até os conteúdos por ele selecionados devendose considerar de todo modo aquilo que se espera que os alunos desenvolvam ZAGONEL 2008 p79 Isso quer dizer que a educação de hoje requer ser mais significativa que busque a formação de sujeitos mais reflexivos Por muito tempo o Ensino da Arte denominado de Educação Artística moveuse sob duas concepções distintas o ensino Propedêutico que utilizava principalmente o desenho de observação para preparar a mãodeobra para o mercado de trabalho e o ensino de livre expressão que deixava livre as práticas pedagógicas centrandose em atividades baseadas no laissezfaire2 Assim o uso instrumentalizador da arte bem como a ideia de passatempo e inutilidade passou por questionamentos A Semana de Arte Moderna de 1922 influenciou o Ensino da Arte e contribuiu para abrir novos caminhos às artes brasileiras Na década de 60 alguns pensadores internacionais voltaram a sugerir a retomada dos conteúdos nas aulas de arte mas esse movimento aconteceu somente na década de 70 com o aparecimento do DBAE3 nos Estados Unidos e que desencadeou no Brasil a Proposta Triangular4 sistematizada por 2 Expressão usada na educação no séc XIX designando a idéia de deixa fazer 3 Discipline Based Art Education É uma metodologia do ensino da arte criada nos EUA 4 Metodologia Triangular foi o termo inicialmente utilizado por Ana Mae Barbosa para denominar a proposta de arteeducação que contempla o fazer artístico a leitura de imagem e a contextualização histórica Este termo foi mais tarde substituído pela própria autora por Proposta Triangular Ana Mae Barbosa5 no final da década de 80 e que foi fonte inspiradora da orientação metodológica dos PCNs Arte com a nomenclatura adaptada de produção fruição e reflexão Segundo Ana Mae Barbosa 1991 p 3637 esta proposta de ensino corresponde às quatro coisas que as pessoas fazem com a arte Elas a produzem elas a veem elas procuram entender seu lugar na cultura através do tempo elas fazem julgamento a cerca de sua qualidade Assim a arteeducação incorporou a necessidade de conferir uma possibilidade mais crítica e significativa para o aluno enfatizando a arte enquanto linguagem e sua dimensão expressiva e 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outras Neste sentido Bernadete Zagonel 2008 p 21 nos esclarece que a escola pode trabalhar dentre as quatro linguagens artísticas sugeridas com as que forem de encontro a suas possibilidades e interesses Assim a escola pode determinar como serão trabalhados os conhecimentos em Arte tendo em vista o seu espaço suas condições materiais e recursos humanos seus interesses sociais e educativos bem como levar em consideração o interesse da clientela que atende O aluno deve estar envolvido continuamente por um processo de ensino sustentado pelo fazer e pela criação possibilitando um aprendizado mais eficaz Assim ele pode fazer uso de suas habilidades sempre tornandose cada vez mais criativo e encontrando as soluções necessárias em sua vida pessoal e profissional 5 Professora titular aposentada da USP atuando no doutorado em ArteEducação que implantou na ECA Foi diretora do Museu de Arte Contemporânea Publicou 16 livros sobre Arte e ArteEducação A compreensão que se tem por formação do professor na contemporaneidade abrange bem mais do que a formação acadêmica Um professor não se constitui professor a partir do momento que decide sêlo ou que possui um diploma Para Guarnieri 2000 p 5 apud LAMPERT6 2005 p 150 É no exercício da profissão que se consolida o processo de tornarse professor ou seja o aprendizado da profissão a partir do seu exercício possibilita configurar como vai sendo construído o processo de aprender a ensinar Tal construção ocorre à medida que o professor vai efetivando a articulação entre o conhecimento teórico acadêmico e o contexto escolar com a prática docente A atuação do professor não se restringe somente a docência inclui também a participação no projeto educativo e curricular da escola a produção de conhecimento pedagógico e a participação na comunidade educacional Nesse sentido Fusari 1993 p 49 salienta que O compromisso com um projeto educativo que vise reformulações qualitativas na escola precisa do desenvolvimento em profundidade de saberes necessários para um competente trabalho pedagógico No caso do professor de Arte a sua prática teoria artística e estética deve estar conectada a uma concepção de arte assim como a consistentes propostas pedagógicas Em síntese ele precisa saber arte e saber ser professor de arte Infelizmente a formação do arteeducador a as políticas públicas relacionadas à educação e ao ensino da arte na escola ainda não são suficientes para garantir o ensino de qualidade e a acessibilidade à locais que possuem produções artísticas de maneira satisfatória para todos pois a arte ainda não é considerada como disciplina curricular relevante pois a carga horária do componente curricular Arte é pequena para trabalhar todas as linguagens artísticas e os profissionais que atuam não conseguem dar conta do processo ensino aprendizagem de forma polivalente uma vez que o arteeducador dificilmente tem formação específica em Artes Visuais em Teatro em Música e em Dança também Para Neide P Campos7 2002 p 59 A demanda criada pela atual LDB desvelou uma realidade antiga o ensino de arte vem há muito sendo ministrado por quem não o conhece e que desenvolve uma prática não vivenciada pois não as vivenciou nem como aluno nem como professor 6 Professora do Departamento de Artes Visuais da UFSM Artista Plástica e Licenciada em Desenho e Plástica 7 Arteeducadora e professora de Artes Visuais na Universidade de SC desde 1984 Mestre pela UFSC Hoje novas necessidades foram criadas por leis e documentos oficiais e diante deste contexto os professores têm buscado freqüentemente cursos de formação O que se percebe é que o ensino da arte está relegado ao segundo plano Esta situação vem sendo objeto de reflexão e prática por parte dos arteeducadores interessados em reverter à situação em favor de uma escola que valorize os aspectos educativos contidos no universo da arte Daí a preocupação com a formação de profissionais que vão exercer as funções na formação e orientação de crianças e de jovens Sobre o assunto Ivone Mendes Richter8 apud OLIVEIRA9 2005 p 45 afirma que O Brasil vem passando nas duas últimas décadas por um processo cada vez mais intenso de discussões e reflexões sobre a formação do professor para o ensino das artes Os processos de avaliação do ensino superior que vêm sendo implantados pelo governo federal nos últimos dez anos têm provocado também muitas preocupações especialmente no que concerne às especificidades da arte e de seu ensino Sabemos que para cada área do conhecimento é necessário uma formação específica mas o arteeducador precisa trabalhar de forma polivalente comprometendo o processo de ensinoaprendizagem e privando os alunos dos conhecimentos específicos que um profissional capacitado poderia desenvolver em cada linguagem artística Por isso o arte educador contemporâneo precisa inovar constantemente e ter conhecimento de diferentes didáticas relacionadas às metodologias de ensino atuais estabelecendo como foco principal as habilidades dos alunos e o estímulo à criatividade durante todo o processo de ensino aprendizagem Nesse contexto há ainda a necessidade de ser feito um ensino voltado à estética da arte contemporânea que é a expressão de nosso tempo Para isso é necessário enfocar o uso das tecnologias contemporâneas também integrantes do ensino de Arte na escola ZAGONEL 2008 p 83 Contudo cada professor deve desenvolver seu próprio método de ensino em função da personalidade e da percepção que tem sobre seus alunos Na formação dos arteeducadores e no trabalho com as Artes Visuais na escola é preciso considerar importante o uso dos materiais disponíveis que promovem o aumento de informações de maneira mais rápida mas é preciso planejamento e organização para contemplar a eficácia do ensino da arte e seu valor subjetivo ao educando possibilitando seu desenvolvimento cognitivo e expressivo Zagonel 2008 p 103 afirma que A tecnologia 8 Doutora em Educação pela UNICAMP Mestre em Arteeducação 9 Doutora em História da Arte 1995 pela Universidade de Barcelona não é mais algo distante da vida das pessoas está perto de nós e faz parte do nosso cotidiano É possível usar o que ela pode oferecer de maneira criativa e tornar o trabalho escolar mais atraente utilizando as crescentes mudanças que ocorrem na sociedade contemporânea principalmente com o avanço da tecnologia A acessibilidade a bens culturais e a apreciação da arte também interferem na formação do professor uma vez que para a maioria dos arteeducadores e principalmente sobre as Artes Visuais a vivência artística ainda é restrita Visitas às exposições museus monumentos históricos e artísticos apreciações de cinemas teatros e concertos são possibilidades distantes dos profissionais por residirem longe dos grandes centros culturais ou por questões financeiras ou também pelo motivo de os professores se sentirem pouco provocados a tal experiência Assim a possibilidade de entrar em contato com produções artísticas e ampliar o conhecimento sobre a arte acabam sendo desperdiçados e a formação do arteeducador é prejudicada pois acreditamos que quanto maior o repertório do professor mais opções ele terá em seu trabalho CORTELAZZO 2008 p 122 Nesse enfoque cabe ressaltar a importância de políticas públicas de educação pois o contrário o compromisso fica somente sobre os ombros do professor O professor precisa ser olhado nas suas qualidades e deficiências de formação compreendido como ser humano que é nas suas dificuldades e condições para então propiciaremse meios para que possa construir o eu sujeitoprofessor CAMPOS 2002 p 65 RESULTADOS E DISCUSSÃO A competência que o professor deve desenvolver ao longo de sua ação docente é exatamente saber mediar a teoria e a prática e utilizálas adequadamente conforme as diferentes situações de ensino Conforme Clermont Gauthier10 1998 p 28 apud OLIVEIRA 2005 p 63 Os saberes profissionais devem resultar da combinação do saber disciplinar do curricular do experiencial da tradição pedagógica e da ciência da educação Todavia mais do que dominar técnicas se faz necessário entender para que servem quando uma determinada linguagem das Artes Visuais é mais adequada do que a outra o que se pretende ensinar através de determinado procedimento e quais as obras que mais dialogam 10 Livro Por uma teoria da Pedagogia pesquisas contemporâneas sobre o saber docente Ijuí Unijuí 1998 com o assunto O educador deve inovar sempre modificar suas aulas afinal criatividade é tudo CORTELAZZO 2008 p 122 É emergente na educação um educador pensador reflexivo e que olha para seu exercício pedagógico sustentandoo na teoria e na prática e reinventandoo sem depender de métodos engessados Segundo Maurice Tardif11 2002 p 295 apud OLIVEIRA 2005 p 60 Aprender a profissão docente supõe estar atento às particularidades e às interfaces da realidade escolar em sua contextualização na sociedade Onde a escola está situada Como são seus alunos Onde moram Como é a comunidade as ruas as casas que perfazem as adjacências da escola Que fatores explicam a constituição desta escola e dessa comunidade Quais os determinantes históricos políticos e culturais dessa realidade Para dar mais sentido à suas aulas o educador também precisa preparálas de acordo com o interesse do educando de forma que o leve a sentirse desafiado a desenvolver a sua criatividade e interesse pelo assunto o que promoverá o seu crescimento intelectual e social Um professor não é competente quando consegue dar uma boa aula somente é competente quando consegue articular os diferentes saberes e dar significado ao que ensina e ter a ação adequada a cada tipo de situação de ensino O professor de Artes Visuais é responsável pelo sucesso dos alunos a melhorarem suas sensibilidades e seus saberes práticos e teóricos de todas as linguagens visuais como na fotografia na escultura no desenho na pintura etc Para Bernadete Zagonel12 2008 p 107 O que podemos esperar sim e almejar é um professor sensível e disposto a enfrentar desafios Um professor apaixonado pelo que faz pelos seus alunos e pela arte Um professor disposto a buscar sempre novos caminhos disposto a interagir disposto a aprender O ensino das Artes Visuais evidencia que os alunos conheçam e vivenciem aspectos técnicos inventivos representacionais e expressivos Para isso é preciso organizar um trabalho consistente através de exercícios artísticos e estéticos de um programa de teoria e história da arte interrelacionados com a sociedade da época e a atual É possível atingir um conhecimento mais amplo e aprofundado da arte incorporando ações como ver ouvir mover se sentir pensar descobrir exprimir e criar a partir dos elementos da natureza e da cultura analisando refletindo formando e transformandoos É com essa abrangência que a arte deve 11 Maurice Tardif Saberes docente e formação profissional Petrópolis Vozes 2002 12 Professora de Educação Musical na UFPR Doutora em música pela Sorbonne Université de Paris IV ser utilizada pelos educandos Para Fusari Ferraz 1993 p 52 o professor de Arte precisa se posicionar com clareza sobre as dimensões estéticas e artísticas que devem conectarse na educação escolar dos estudantes O educador também precisa saber transmitir as informações e conhecimentos de forma clara e acessível ao educando Os conhecimentos artísticos e estéticos que o professor pretende promover aos seus educandos deverão fazerlhes sentido a partir de suas experiências e a partir da provocação que este professor seja capaz de despertar nos seus educandos pois o educando só aprende quando vê algum sentido na aprendizagem Barbosa 1994 p 4 acrescenta que Precisamos arte educação ação e pesquisa para descobrir como nos tornarmos mais eficientes no nosso contexto educacional desenvolvendo o desejo e a capacidade de aprender de nossas crianças A reflexão do professor sobre sua prática é o guia do processo ensinoaprendizagem O aluno precisa sentir que as expectativas e as representações dos professores a seu respeito são positivas ou seja seu desenvolvimento em arte requer confiança e representações favoráveis sobre o contexto de aprendizagem IAVELBERG 2003 p 11 O papel da arte na educação tem relação com o papel do arteeducador na escola pela responsabilidade de ser agente investigador e articulador da cultura diante da realidade que possui onde se encontra Somente a ação inteligente e empática do professor pode tornar a Arte ingrediente essencial para favorecer o crescimento individual e o comportamento de cidadão como fruidor de cultura e conhecedor da construção de sua própria nação BARBOSA 2003 p 14 O mundo está repleto de imagens por isso o professor precisa estar atento a essas imagens para desenvolver o olhar crítico de seus educandos Para isso requer estar educado esteticamente e saber como ocorre os processos de compreensão da leitura das imagens pelo sujeito De acordo com Barbosa 1994 p 3435 Temos que alfabetizar para a leitura da imagem Através da leitura das obras de artes plásticas estaremos preparando a criança para a decodificação da gramática visual da imagem fixa e móvel através da leitura do cinema e da televisão a prepararemos para aprender a gramática da imagem em movimento Essa decodificação precisa ser associada ao julgamento da qualidade do que está sendo visto aqui e em relação ao passado Os alunos precisam aprender a decodificar as imagens através de dinâmicas de leitura e questionamentos sobre as representações visuais No caso das aulas de Arte quando for submetida à prática da observação da escuta e à discussão de suas próprias criações artísticas e das criações dos colegas o aluno estará sendo preparado para a análise de obras de arte em geral e consequentemente para suas futuras atividades profissionais ZAGONEL p 95 Trabalhar com obras de arte é indispensável no ensino das artes visuais bem como diz Analice Dutra Pillar 1992 p 12 Uma obra de arte pode levar um aluno a envolverse em profundidade na sua produção individual bem como a um entendimento mais amplo do fazer artístico Esse entendimento mais amplo deveria ser o eixo central de toda aula de arte possibilitar ao educando a compreensão das estruturas das composições e ideias presentes numa imagem Os educandos não aprendem conceitos com desenhos eles constroem esses conceitos pela abstração reflexiva à medida que atuam sobre o objeto Todavia despertar o indivíduo para a experiência estética e sensibilizálo para as artes é mais importante do que lhe transmitir informações teóricas a respeito delas ZAGONEL 2008 p 89 Para ser um arteeducador contemporâneo é necessário criar buscar experimentar e inovar continuamente seu trabalho nas linguagens das Artes Visuais utilizando preferencialmente a Proposta Triangular como um mapa que indica o melhor caminho para que o ensinoaprendizagem da Arte na escola aconteça com sucesso e aplicála com interesse pesquisa e envolvimento Barbosa 1998 p 41 explica que A Proposta Triangular é construtiva interacionista dialogal multiculturalista e é pósmoderna por tudo isto e por articular arte como expressão e como cultura na sala de aula sendo esta articulação o denominador comum de todas as propostas pós modernas do ensino da arte que circulam internacionalmente na contemporaneidade Então o ensino da Artes Visuais na escola precisa de um professor capaz de articular no trabalho pedagógico os três campos conceituais a criaçãoprodução a percepçãoanálise e o conhecimento da produção artísticoestética e culturalmente Esses três campos conceituais estão presentes nos PCN Arte que representam o ensino da arte nas escolas Ana Mae Barbosa13 2003 p 24 confirma que para uma experiência cognocente que impulsiona a percepção da cultura do outro e relativize as normas e valores da cultura de cada um teríamos que considerar o fazer ação a leitura das obras de Arte apreciação e contextualização quer seja histórica cultural social ecológica Para Zagonel 2008 p 93 Essa maneira de ensinar exige do docente uma grande disponibilidade muita atenção e imaginação e um 13 É a principal referência no Brasil para o ensino da Arte nas escolas tendo sido a primeira brasileira com doutorado em Arteeducação defendido em 1977 na Universidade de Boston estado de alerta constante para atender as solicitações de seus alunos O professor deve saber com clareza aonde quer chegar e quais as habilidades que pretende ver desenvolvidas em seus alunos a cada etapa do processo O trabalho pedagógico pode ser organizado livremente na maneira mais apropriada para o tema pois mudar o fluxo de uma aula ou organizála a partir das ideias e curiosidades dos alunos e trabalhar produtivamente em cima de suas sugestões não significa desestruturar o ensino ou tornálo superficial Ao contrário representa lhes dar a oportunidade de criar seu próprio processo de ensinoaprendizagem ZAGONEL 2008 p 93 Um trabalho artístico que parte do interesse e da curiosidade do aluno produz maior envolvimento porque ele sente que o assunto lhe diz respeito e demonstra maior prazer ao realizar as atividades colocando todo seu empenho criativo e emocional CONSIDERAÇÕES FINAIS A compreensão de quais objetivos a educação de hoje se propõe é indispensável ao arteeducador a fim de que a Arte cumpra seu papel social na escola isto é forme educandos capazes de aprender permanentemente com as artes visuais sejam capazes de ler imagens de maneira crítica e tenham os sentidos voltados para o mundo que os rodeia tornandoos sujeitos reflexivos e conhecedores da arte e do mundo Não cabe mais o professor ser apenas técnico Ele precisa ampliar sua capacidade reflexiva ser dono de seu pensar e recuperar a centralidade da educação Uma das posturas que pode vir a efetivar tais mudanças é todo professor ser e ensinar a ser pesquisador REFERÊNCIAS BARBOSA Ana Mae org Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte São Paulo Cortez 2003 Tópicos Utópicos Belo Horizonte Editora CArte 1998 A imagem no Ensino da Arte São Paulo Editora Perspectiva 1994 BISOGNIN Edir Lucia Abordagens metodológicas no ensino da História da Arte IN OLIVEIRA Marilda Oliveira de HERNANDEZ Fernando orgs A formação do Professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 CAMPOS Neide Pelaez A construção do olhar estéticocrítico do educador Florianópolis Ed Da UFSM 2002 CORTELAZZO Patrícia Rita A história da arte por meio da leitura de imagens Curitiba Ibpex 2008 FUSARI Maria F de Rezende e FERRAZ Maria Heloísa C de T Arte na Educação escolar São Paulo Cortez 1993 IAVELBERG Rosa Para gostar de aprender arte sala de aula e formação de professores Porto Alegre Artmed 2003 LAMPERT Jociele Estágio supervisionado andarilhando no caminho das Artes Visuais IN OLIVEIRA Marilda Oliveira de Hernàndez Fernando org Formação do professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 OLIVEIRA Marilda Oliveira de HERNANDEZ Fernando orgs A formação do Professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 PILLAR Analice Dutra org A educação do Olhar no Ensino das Artes Porto Alegre Editora Mediação 1999 RICHTER Ivone Mendes A formação do professor de Artes Visuais e uma perspectiva internacional implicações para o ensino de arte no Brasil IN OLIVEIRA Marilda Oliveira de Hernàndez Fernando org Formação do professor e o Ensino das Artes Visuais Santa Maria Ed UFSM 2005 ZAGONEL Bernadete Arte na educação escolar Curitiba Ibpex 2008