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O Conceito de Didática e seu Uso AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx O que é educação Quando falamos de educação certamente estamos citando um termo amplo que engloba muitas dimensões humanas individuais e sociais Abordaremos aqui o conceito de educação o objeto de conhecimento da Pedagogia Denir o que é educação é algo complexo já que o fenômeno educativo educar e ser educado é multidimensional Pense comigo os prossionais que de alguma forma estão ligados ao campo educacional como por exemplo psicólogos sociólogos antropólogos ou prossionais da saúde se perguntados sobre sua denição de educação dariam respostas relacionadas a sua área de atuação Um psicólogo provavelmente diria algo relacionado à aprendizagem dos comportamentos das emoções ou mesmo do desenvolvimento dos processos cognitivos Da mesma forma se perguntarmos a uma pessoa que não é do campo educacional O que é educação ou O que é educar sua resposta basearseá em concepções do senso comum como por exemplo ensinar ou aprender sobre boas maneiras aprender ou ensinar coisas dizer ou ouvir de alguém o que se deve ou não fazer O conceito de educação na contemporaneidade assume uma identidade muito abrangente vistos os inúmeros processos nos quais o sujeito está inserido campos social cultural econômico político religioso e cientíco além das questões psicológicas Portanto de acordo com Libâneo 2010 p 30 Educação é o conjunto das ações processos inuências estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social num determinado contexto de relações entre grupos sociais Apoiados em Libâneo 2010 então compreendemos que tudo aquilo que interfere no desenvolvimento integral do ser humano ou de um grupo que o modica é educação A partir dessa compreensão qualquer fator seja natural ou social que transforma o sujeito é educação Assim podemos armar que existem situações intencionais de educação ou seja em que se há sistematização e planejamento a m de educar e situações nãointencionais de educação em que a educação acontece de forma intuitiva nãoplanejada Como a educação se dá em diversos campos da vida Libâneo 2010 classica tais situações em três categorias São elas Educação informal ações e inuências exercidas pelo meio ambiente sociocultural por meio das relações Ex relações familiares Educação nãoformal instituições educativas com certo grau de sistematização e estruturação Ex Meios de comunicação sociais associações de bairro museus Educação formal onde há objetivos educativos explícitos e uma ação educacional institucionalizada estruturada sistemática mesmo que fora do ambiente escolar propriamente dito Ex escolas formais educação prossional educação de adultos De acordo com o dicionário online Michaelis Senso comum FILOS conjunto de ideias opiniões e pontos de vista de um grande número de pessoas em um determinado contexto social que se estabelecem e impõem como naturais e necessárias não admitindo grandes questionamentos nem reexões consenso Após entendermos que a educação acontece nas mais variadas esferas sociais nas famílias nos grupos sociais nas instituições educacionais ou assistenciais nas associações prossionais sindicais e comunitárias nas igrejas nas empresas nos meios de comunicação de massa etc e assume diferentes formas de organização é possível agora compreender que é ela o objeto de estudo da Pedagogia isto é cabe à Pedagogia estudar o fenômeno educativo em sua globalidade propondo teorias e práticas Agora sim caroa alunoa é possível compreender melhor o que é a Pedagogia e o que faz um pedagogo e consequentemente um professor para só então conseguirmos entender a importância da disciplina Didática CONCEITUANDO É importante saber que a educação formal e a nãoformal são sempre perpassadas pela educação informal É função da educação formal considerar de forma crítica as diversas inuências vindas do ambiente natural e sociocultural de seus alunos Também a educação formal e nãoformal se interpenetram pois os alunos das escolas formais são também agentes de outras esferas educativas Assim o professor deve considerar que o aluno é também participante de outras esferas educativas e traz consigo uma bagagem de conhecimentos SAIBA MAIS Para entender melhor o conceito de educação nãoformal conheça o projeto Curumim idealizado pelo SESC SP em 1987 e que permanece ativo Pedagogia a ciência da educação Pedagogia é o campo de conhecimento que estuda a educação Porém dentro do universo cientíco há muitas disciplinas que têm a educação como um de seus focos de estudo como a psicologia as ciências sociais algumas áreas da saúde entre outras Então o que difere a Pedagogia dessas ciências Essas ciências e muitas outras que estudam a educação o fazem abordandoa a partir de suas próprias perspectivas e métodos A Pedagogia estuda o ato educativo em si ou seja os elementos da ação educativa e sua contextualização De acordo com Libâneo 2010 p 38 a Pedagogia analisa então o sujeito que se educa o educador o saber e os contextos em que ocorre Observe o esquema baseado nessa armação Objeto de Estudo da Pedagogia Fonte autora O pedagogo e o professor são especialistas em educação pois não apenas dominam as técnicas de ensino mas compreendem por meio da teoria pedagógica a problemática educativa na sua totalidade além de produzir teoria pedagógica em resposta aos problemas da prática Por isso é que você poderá atuar tanto como professor em sala de aula na gestão escolar coordenação pedagógica direção supervisão e dirigente de ensino como na organização de projetos educativos em empresas e ONGs ou dedicandose à pesquisa acadêmica nas universidades Concluindo A Pedagogia mediante conhecimentos cientícos losócos e técnicoprossionais investiga a realidade educacional em transformação para explicitar objetivos e processos de intervenção metodológica e organizativa referentes à transmissãoassimilação de saberes e modos de ação Ela visa ao entendimento global e intencionalmente dirigido dos problemas educativos e para isso recorre aos aportes teóricos providos pelas demais ciências da educação LIBÂNEO 2010 p 3233 E onde entra a Didática nesse contexto A Didática é uma disciplina da Pedagogia um ramo de estudo dessa ciência Vejamos Didática disciplina da Pedagogia Ao compreendermos que a educação é todo e qualquer processo em que haja modicação intencional ou não no desenvolvimento do sujeito e que a Pedagogia é a ciência que estuda esse processo de modicação analisando todo o contexto em que ele ocorre é possível inferir que a Didática é um ramo da Pedagogia A Didática é uma disciplina da Pedagogia Ela se preocupa basicamente com a investigação e a proposição de teorias acerca do ensino Libâneo 2001 conceitua A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto no qual os objetivos conteúdos métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem signicativa LIBÂNEO 2001 p 2 A Didática então como disciplina da Pedagogia ajuda o professor na orientação de seu trabalho proporcionando a segurança prossional necessária para este árduo ofício Isto porque o professor compreendendo as nalidades do ensino é capaz de selecionar os métodos mais adequados para o sucesso de sua ação educativa É de primordial importância que você futuro professor compreenda que a atividade docente está diretamente ligada com o para que educar Libâneo 2001 Isso porque a educação acontece inserida em uma determinada sociedade composta por grupos sociais diferentes com visões igualmente distintas do sentido da educação É função do professor compreender as relações de disputa para que se posicione criticamente e tenha clareza das nalidades que tem em mente para a educação das crianças Portanto Não há técnica pedagógica sem uma concepção de homem e de sociedade como não há concepção de homem e sociedade sem uma competência técnica para realizála educacionalmente Por isso o planejamento do ensino deve começar com propósitos claros sobre as nalidades do ensino na preparação dos alunos para a vida social que objetivos mais amplos queremos atingir com o nosso trabalho qual o signicado social da matéria que ensinamos o que pretendemos fazer para que meus alunos reais e concretos possam tirar proveito da escola etc As nalidades ou objetivos gerais que o professor deseja atingir vão orientar a seleção e organização de conteúdos e métodos e das atividades propostas aos alunos Essa função orientadora dos objetivos vai aparecer a cada aula perpassando todo o ano letivo LIBÂNEO 2001 p 23 Mais adiante nossas aulas tratarão dos processos relacionados ao ensino e à aprendizagem como a relação professoraluno e os métodos de ensino Antes disso conheceremos um pouco da história da Didática REFLITA O importante sobre a Didática é compreendermos que não se trata de uma disciplina especíca para ensinar técnicas de ensino ao professor apesar de sua importância mas que se propõe a estudar todo o contexto em que o ensino se dá com que objetivo ele ocorre qual conteúdo ele apresenta e como ensinálo considerando o espaço em que ele acontece e as relações desenroladas nesse espaço É para isso que a Didática serve para que o professor consiga realizar intencionalmente o seu ofício de ensinar para além do senso puramente prático de modo que o aluno aprenda de fato Introdução à História Geral da Didática AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx A origem da palavra didática segundo Cordeiro 2007 vem do grego didasko que signica ensinar ou instruir Na Grécia antiga o ensino infantil acontecia de modo bem diferente do que o que hoje entendemos por instrução Vamos compreender um pouco da história do ensino e da Didática Segundo Malheiros 2012 muitos autores consideram Platão como o primeiro professor de que se ouviu falar Considerando que Platão nasceu em por volta de 427 a C as formas e objetivos de ensino mudaram muito nestes aproximadamente 2500 anos É importante conhecer o desenvolvimento histórico da Didática para compreender muitas das ideias atuais de educação Nosso modelo de instrução atual centrase basicamente em paradigmas europeus de educação Por isso centremonos neles Muito da forma de educação da Idade Média séculos V a XV de acordo com Malheiros 2012 vinha da Antiguidade As crianças podiam ser dadas vendidas ou mortas a partir da decisão do pai Com a expansão do cristianismo no entanto a Igreja passou a assumir a tarefa de acolher as crianças garantindo não a educação integral tal qual pensamos hoje mas sua sobrevivência alimentação vestimenta higiene A educação dada era basicamente catequização As corporações medievais que eram associações de pessoas de uma determinada prossão também admitiam crianças para que aprendessem um ofício e futuramente zessem parte da associação Malheiros 2012 explica ainda que a partir do século VI é que a Igreja passou a abrir espaços escolares para garantir a formação cristã nas maiores cidades europeias Neste momento não havia um ensino diferenciado que considerasse a maneira própria das crianças aprenderem A partir dos cinco anos elas aprendiam juntamente com os adultos Foi somente com o início da Idade Moderna no m do século XV que os jesuítas criaram a ideia de seriação As escolas no formato como conhecemos hoje são fruto do modelo europeu de escola consolidado a partir do século XVII Esse século consolida a ideia de professores regentes e grupos mais homogêneos de alunos separados sicamente Foi neste século que se começa a pensar especicamente em conteúdos objetivos e métodos de ensino Vejamos quem deu este passo Jan Amos Comenius 1592 1670 Costumase dizer que a Didática foi fundada no século XVII por um educador da Europa central chamado Comenius Nesse século ele publicou um livro que se chamava Didática Magna tratado da arte universal de ensinar tudo a todos 1632 Por que essa obra tornouse tão importante Por dois motivos pelo seu pioneirismo em propor um método universal que orientasse a prática do professor e por inuenciar muitas teorias e práticas futuras que buscariam tornar o ensino efetivo eciente por meio da racionalização das formas de ensinar Sua obra também é considerada muito relevante porque traz como inovação a aprendizagem do aluno como elemento central na prática educativa além da ideia da prossionalização do ensino ou seja de um conjunto de competências cabíveis ao professor Comenius ou Comênio foi o primeiro educador a ter a intenção de que os conhecimentos fossem difundidos para todos segundo princípios e regras do ensino Libâneo 2013 p 59 salienta que Comênio desenvolveu ideias avançadas para a prática educativa nas escolas numa época em que surgiam novidades no campo da Filosoa e das Ciências e grandes transformações nas técnicas de produção em contraposição às ideias conservadoras CONECTESE Conheça a obra Didática Magna de Comenius com tradução do professor doutor da Faculdade de Letras de Coimbra Joaquim Ferreira Gomes publicado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2001 que está disponível no formato ebook e do clero O sistema de produção capitalista ainda incipiente já inuenciava a organização da vida social política e cultural A Didática de Comenius centravase em determinados princípios Vejamos alguns deles Educação como direito todos os homens merecem a sabedoria a moralidade e a religião A educação é um direito natural de todos Respeito ao desenvolvimento natural humano o homem deve ser educado conforme seu próprio desenvolvimento natural A Didática deve estudar e propor métodos de ensino respeitando tal processo Aprender pelos sentidos a assimilação não é algo mecânico Os conhecimentos devem ser construídos pela observação por meio dos órgãos dos sentidos Do simples para o complexo O planejamento deve seguir o curso da natureza infantil Deve ser ensinada uma coisa de cada vez partindo do conhecido para o desconhecido Considerada a época dessas ideias podemos dizer que são uma grande novidade Embora acreditasse na importância da observação e da experiência dos sentidos Comenius tinha em seus ideais algumas características comuns ao período como o caráter transmissor do ensino o método único e o ensino simultâneo Além disso considerava que a única forma de aprendizagem seria pela experiência sensorial o que o fez desconsiderar a experiência socialmente acumulada Comenius teve uma inuência signicativa por seu empenho ao desenvolvimento dos métodos mais ecientes de instrução e também pelo desejo de que todas as pessoas fossem beneciadas pela aquisição dos conhecimentos Mesmo com as propostas de Comenius no século XVII e também nos seguintes houve ainda a predominância de práticas escolares medievais como o ensino integralmente intelectual verbal e dogmático centrado na memorização e na repetição mecânica do ensino Nessas escolas não havia espaço para ideias próprias dos alunos o ensino era separado da vida mesmo porque ainda era grande o poder da religião na vida social LIBÂNEO 2013 p 60 Ainda de acordo com Libâneo 2013 nesse contexto transformações intensas se sucederam gerando avanços signicativos na ciência e cultura Com isso houve a diminuição do poder da nobreza e do clero e consequentemente a burguesia teve ascensão Com o seu fortalecimento como classe social na disputa pelo poder econômico e político com a nobreza cresceu também a intenção de que o ensino estivesse ligado ao mundo da produção e dos negócios contemplando o desenvolvimento livre das capacidades e dos interesses de cada um Por isso outros tratados didáticos focados no desenvolvimento do sujeito surgem O desenvolvimento da teoria didática Jean Jacques Rousseau 1712 1778 Com a ascensão da burguesia no século XVIII a era moderna começa a se instalar com novas visões de mundo Rousseau um pensador que procurou interpretar esse cenário propôs novas concepções de ensino e de infância com base nos interesses imediatos da criança Rousseau inova quando põe em relevo a natureza da criança e transforma o método num procedimento natural exercido sem pressa e sem livros CASTRO 1991 p 17 São ideias rousseaunianas Para preparar a criança para a vida futura partese do estudo das coisas que reitam seus interesses e necessidades atuais Os verdadeiros professores são a natureza a experiência e o sentimento O contato da criança com o mundo que a rodeia é que desperta o interesse e suas potencialidades naturais LIBÂNEO 2013 p 60 A educação é um processo natural fundamentada no desenvolvimento interno da criança ou jovem As crianças são boas por natureza elas têm uma tendência natural para se desenvolverem LIBÂNEO 2013 p 60 Notase então de acordo com Castro 1991 p 17 que enquanto Comenius ao seguir as pegadas da natureza pensava em domar as paixões das crianças Rousseau parte da ideia da bondade natural do homem corrompido pela sociedade Entretanto cabe ressaltar que Rousseau não colocou em prática tais ideias e também não elaborou uma teoria de ensino Essa tarefa foi cumprida por outro pedagogo o suíço Henrique Pestalozzi que trabalhou até o m da vida na educação de crianças pobres em instituições dirigidas por ele próprio Henrique Pestalozzi 1746 1827 O pedagogo Pestalozzi valorizava o ensino como meio de desenvolver as capacidades humanas seus sentimentos sua mente e seu caráter Haydt 2011 p 15 elucida que ele acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia Sustentava que era preciso tornar esse ambiente o mais próximo possível das condições naturais para que o caráter do indivíduo se desenvolvesse ou fosse formado positivamente Para ele a transformação da sociedade iria se processar através da educação que tinha por nalidade o desenvolvimento natural progressivo e harmonioso de todas as faculdades e aptidões do ser humano Para o pedagogo suíço a educação deve desenvolver a linguagem o senso de observação e de análise de objetos e fenômenos da natureza Além disso dava importância à Psicologia infantil considerandoa como princípio do desenvolvimento do processo de ensino Pestalozzi com tais ideias lança as sementes da Pedagogia Moderna Foi ele o primeiro a formular de forma clara e explícita o princípio de que a educação deveria respeitar o desenvolvimento infantil HAYDT 2011 p 15 Os três pensadores vistos até aqui inuenciaram Herbart 17661841 um pedagogo alemão que na primeira metade do século XIX teve inuência relevante nas práticas docentes Foi considerado e ainda é inspiração da pedagogia conservadora Johann Friedrich Herbart 1746 1827 Para Herbart de acordo como Haydt 2011 p 17 a educação moral decorre da educação intelectual pois são as ideias que formam o caráter O conhecimento produz ideias que moldam a vontade isto é o caráter A este ciclo conhecimento ideiascaráter Herbart chamou de instrução educativa A instrução permite atingir a moralidade entendida como a nalidade da educação Aproveitando as leis da psicologia do conhecimento Herbart formulou um método de ensino estabelecendo quatro passos didáticos que deveriam ser rigorosamente seguidos LIBÂNEO 2013 Vejamos 1º passo Clareza é preciso realizar a preparação e a apresentação do conteúdo novo de forma clara e completa 2º passo Associação é necessário que haja associação das ideias antigas com as novas 3º passo Sistematização deve ocorrer a sistematização dos conhecimentos com vistas à generalização 4º passo Aplicação fazer uso dos conhecimentos adquiridos com exercícios SAIBA MAIS As ideias de Herbart segundo Libâneo 2013 estão presentes nos dias atuais na prática das salas de aula brasileiras Tal concepção de ensino e de aprendizagem valoriza a aquisição de conhecimentos direcionados pelo professor o arquiteto da mente Cabe a ele inserir ideias corretas na cabeça dos alunos de modo que controle seus interesses Posteriormente de acordo com Libâneo 2013 os seguidores de Herbart acrescentaram mais um passo didático a generalização e tal sequência ainda é muito utilizada atualmente Os passos caram na seguinte ordem preparação apresentação assimilação generalização aplicação Libâneo 2013 critica tal sequência armando que a aprendizagem se torna mecânica pois não mobiliza a atividade mental do aluno inibindo a reexão o pensamento independente e a criatividade O sistema pedagógico de Herbart e seus seguidores chamados de herbartianos trouxe esclarecimentos válidos para a organização da prática docente como por exemplo a necessidade de estruturação e ordenação do processo de ensino a exigência de compreensão dos assuntos estudados e não simplesmente memorização o signicado educativo da disciplina na formação do caráter Entretanto o ensino é entendido como repasse de ideias do professor para a cabeça do aluno os alunos devem compreender o que o professor transmite mas apenas com a nalidade de reproduzir a matéria transmitida LIBÂNEO 2013 p 62 Os autores explorados até aqui abordaram a educação a partir de pontos de vista muito diversos Analisaremos a seguir as correntes losócas que explicam como o ser humano aprende cada uma à sua maneira Você conseguirá relacionar tais correntes aos pensamentos vistos até aqui Foco na Aprendizagem Inatismo Empirismo e Associacionismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Você viu até aqui que a nossa disciplina se ocupa de investigar os conteúdos de ensino o que ensinar os objetivos desse ensino por que ensinar e os métodos de ensino como ensinar bem como suas nalidades mais amplas ou seja qual a importância que o que está sendo ensinado tem para a sociedade de forma que o aluno efetivamente aproveite a escola como meio de inserção e interação social e econômica É muito importante que você futuro professor aproveite o máximo de nossas aulas para que ultrapassando as ideias de ensino e escola do senso comum faça boas escolhas preocupadas realmente com a aprendizagem de seus alunos Como as pessoas aprendem Para um professor a resposta a essa pergunta pode determinar suas escolhas didáticas e relação pedagógica Por muito tempo os sujeitos se questionaram e ainda se questionam sobre esse assunto Segundo Malheiros 2012 historicamente as teorias construídas acerca de como se aprende podem ser agrupadas em três blocos Inatismo Impirismo Associacionismo Como as pessoas aprendem O inatismo O inatismo parte do princípio de que todas as características que denem o sujeito nascem com ele Nesta perspectiva as pessoas nascem com mais ou menos potencialidades O desenvolvimento precede a aprendizagem Alguns nascem mais desenvolvidos que outros Essa teoria tem como seu primeiro representante o lósofo Platão 427347 aC Platão defendia que aprender signica desenvolver os dons com os quais as pessoas nascem Assim o meio social não tem inuência no desenvolvimento cognitivo do indivíduo Atualmente quase não há pesquisadores que defendam essa teoria Isso porque ela foi muita utilizada para justicar atos discriminatórios ao longo do tempo embasando a ideia de que pais pouco instruídos passam essa herança a seus lhos mesmo que tivessem crescido em outro contexto social político ou econômico Muitos grupos étnicos foram discriminados ao longo do tempo por conta entre outras coisas dessa ideia Não há evidências cientícas que justiquem essa teoria Por se tratar da mais antiga concepção de aprendizagem está ainda presente no imaginário das pessoas Você certamente já ouviu alguém ou mesmo um professor dizer Tal pessoa não nasceu pra isso Ou mesmo Aquele sujeito consegue realizar tal atividade porque possui um dom A maior crítica que se faz a este tipo de crença é que se o sujeito nasce com determinadas características de forma inata então não é possível mudar O meio portanto não interfere no desenvolvimento cognitivo da pessoa SAIBA MAIS O inatismo acredita que todas as características que denem uma pessoa estão presentes no momento em que esta pessoa nasce Aprender seria portanto estimular características que já existem MALHEIROS 2012 p 9 Como as pessoas aprendem O empirismo O empirismo se opõe completamente ao inatismo pendendo para o outro extremo De acordo com o empirismo nascemos sem saber nada e que as estruturas cognitivas vão sendo construídas a o longo da vida Quanto mais experiências vivenciadas mais informações acumuladas A aprendizagem acompanha o desenvolvimento e não vem depois dele John Locke 16321704 se opôs profundamente ao inatismo e entrou para a história como lósofo da teoria do conhecimento Provavelmente você ouvir falar que a mente humana é uma tábula rasa Foi ele quem deu visibilidade a essa expressão Isso signica dizer que a cognição humana é uma tela em branco a ser preenchida com informação retiradas de sua própria experiência Acontece então uma aprendizagem de fora para dentro ou seja o meio constrói o desenvolvimento cognitivo do sujeito Para Lock a experiência empiria se dá por meio dos sentidos visão olfato paladar tato Por meio da apreciação de um objeto o sujeito constrói o seu conceito A crítica que se faz ao empirismo tem a ver com a forma de apreensão do conhecimento Ora se conhecer é simplesmente entrar em contato com o objeto e descobrir com ele aprender é então apreender decorar receber um conteúdo Assim descartamse as questões subjetivas que permitem ao ser humano reconstruir o conhecimento buscando suas próprias interpretações e respostas A relação entre empirismo e inatismo Observe o quadro que compara as duas teorias vistas até aqui SAIBA MAIS O empirismo acredita que nascemos sem saber absolutamente nada e que construímos nosso conhecimento por meio das experiências MALHEIROS 2012 p 10 Você deve estar se perguntando inatismo e empirismo não reconhecem a relação entre as pessoas como ponto importante para a aprendizagem E a resposta é não Não reconhecem Ainda segundo Malheiros 2012 foi a partir do início do século XIX que alguns pensadores começaram a considerar e a investigar o impacto do meio e das relações sociais no ensino e na aprendizagem Isso se deu porque a psicologia no ocidente começou a se armar como disciplina autônoma e a fortalecer ideias acerca da inuência das interações sociais na formação do indivíduo além da noção de que existia um vínculo entre o meio no qual se vivia e o tipo de educação oferecido A partir de então novas formas de se conceber a aprendizagem e também o ensino passaram a gurar Inatismo Empirismo Conhecimento O conhecimento é préformado e fruto do desenvolvimento biológico O conhecimento é oriundo da experiência captado de fora pelos sentidos Aprendizagem Armazenamento de informações por meio da memória Alteração de comportamentos fruto da experiência Ensino Uso maciço de exposição de conteúdos pelo professor Controle do ambiente para levar o aluno a viver uma experiência Avaliação Mensuração da quantidade de informações retidas pelo aluno Mensuração de respostas modicadas e comportamento alterado Fonte BARROS 2012 p 11 Como as pessoas aprendem O associacionismo A partir das descobertas da psicologia que apontavam para uma inuência do meio no desenvolvimento humano as teorias denominadas associacionistas despontaram O associacionismo a educação acontece por meio de um estímulo e de uma recompensa Por exemplo os pais recompensam seus lhos com uma sobremesa caso estes comam o alimento saudável oferecido durante a refeição Caso não comam verduras e legumes não ganham a sobremesa Dessa forma o resultado esperado é que os lhos compreendam a relação estabelecida entre o estímulo e a recompensa entendendo as consequências positivas e negativas dessa relação e passem a dar respostas positivas a tais estímulos mantendo tal comportamento As ideias associacionistas foram a gênese do comportamentalismo Você pode se perguntar se aprender depende de algo tão simples e mecânico como provocar o estímulo adequado para obter a resposta desejada Pare e pense quando você era criança provavelmente sua professora fazia um elogio em seu caderno esperando que você continuasse a aprender e a esforçarse para isso Entretanto a carinha feliz ou a estrelinha colada em seu caderno provavelmente tinha pouca inuência sobre sua diculdade de aprender determinados conteúdos Mesmo assim séculos depois desta formulação teórica acerca de como aprendemos aparecer ainda há pais professores e psicólogos que se orientam pela concepção associacionista de aprendizagem mãe do comportamentalismo O inatismo o empirismo e o associacionismo são correntes losócas que orientam a forma como se crê que o conhecimento se estabelece Não são métodos Os métodos de ensino são os caminhos utilizados para garantir que o outro aprenda MALHEIROS 2012 p 12 Baseadas nessas três formas de conceber a aprendizagem teorias focadas em como ensinar em métodos foram desenvolvidas Veremos quais são elas a seguir CONECTESE Saiba mais sobre as diversas formas de se compreender a aprendizagem de maneira simples e atrativa acompanhando online os conteúdos da Revista Nova Escola SAIBA MAIS Inatismo empirismo e associacionismo são correntes losócas que postulam a forma como as pessoas aprendem Não são métodos de ensino MALHEIROS 2012 p 12 Foco no Ensino O Comportamentalismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Já discutimos sobre as principais formas de se conceber a aprendizagem que embasaram os primeiros estudos sobre educação escolar no ocidente Tais correntes deram origem a estudos mais estruturados sobre a aprendizagem que propuseram métodos de ensino Vimos em nossa primeira aula que é função da Didática estudar as nalidades do ensino De posse dessa informação é fundamental que você futuro professor compreenda que dependendo da visão de mundo do educador ou de um sistema organizado de ensino a educação terá determinadas nalidades e utilizará determinados meios para alcançálas Nenhum tipo de educação é neutro Nenhum método de ensino é neutro Sempre há uma concepção de homem e de sociedade para os quais a educação forma Discutiremos nesta aula o comportamentalismo e suas implicações para a educação CONCEITUANDO Método e Metodologia são conceitos diferentes contudo são comumente utilizados no campo da educação como sinônimos Método signica o caminho que se percorre para chegar a um objetivo o passo a passo as estratégias as técnicas Metodologia é um conceito mais amplo que engloba o estudo do método a análise dos procedimentos os conhecimentos teóricolosócos que embasam as técnicas O comportamentalismo estabeleceuse como teoria psicológica armando que todo comportamento pode ser controlado por estímulos Além disso centra seus estudos psicológicos estudando o comportamento que pode ser observado se opondo a outros estudos como a psicanálise freudiana Um cientista que viveu entre os séculos XIX e XX Pavlov foi o primeiro a ser mundialmente conhecido por utilizar cães para comprovar o condicionamento comportamental Uma experiência muito famosa que ele realizou com cães consistia em transferir a resposta de um estímulo para outro estímulo Por exemplo sempre que ele apresentava um pedaço de carne o cão salivava Em seguida ele passou a apresentar um pedaço de carne e tocar um sino simultaneamente Algum tempo depois apenas ao tocar o sino o cão já salivava O grande feito de Pavlov foi mostrar que é possível moldar o comportamento pelo menos em animais o que instigou pesquisadores da psicologia a buscar compreender se esta associação também seria possível em humanos MALHEIROS 2012 p 13 Logo em seguida dando continuidade aos estudos comportamentalistas Watson 18781958 iniciou uma corrente chamada de comportamentalismo ou behaviorismo clássico que acredita ser possível comandar todos os comportamentos humanos a partir da identicação do melhor estímulo Ele armava que qualquer comportamento poderia ser condicionado por meio de estímuloresposta sem contudo conseguir comprovar completamente tal armação Tolman contemporâneo de Watson explanou que entre o estímulo e a resposta há um organismo e que o mesmo estímulo pode desencadear respostas diferentes dependendo do organismo em questão As pesquisas que orientam Tolman o levaram a apresentar o conceito de aprendizagem por mapas cognitivos que são estruturas mentais orientadoras do comportamento a ser manifestado dependendo do objetivo É o que atualmente se chama de behaviorismo cognitivo A relação entre as duas palavras behaviorismo e cognitivo sinaliza que além da importância dada aos estímulos Tolman coloca a cognição dentro da discussão Neste caso a resposta dada a um determinado estímulo dependerá fundamentalmente da intenção do organismo MALHEIROS 2012 p 14 Hull contemporâneo de Watson e Tolman opõese a este último discutindo a ideia de aprendizagem por meio de memorização Para Tolman a manifestação da aprendizagem se dava pela realização de um comportamento que correspondia a uma experiência passada Hull defendia que a experiência provoca alterações neurosiológicas e portanto não se trataria simples mente de um processo de aquisição de memória É possível armar que nesta nova visão do behaviorismo os diversos reforços de comportamento são capazes de alterar a própria morfosiologia daquele que é alvo do experimento Hull é o autor que mais leva sua concepção de aquisição ou modulação de comportamentos para a educação Ao se opor à ideia da separação entre corpo e mente reforça a questão da modulação do comportamento por meio da modulação biológica MALHEIROS 2012 p 14 Foi com o psicólogo Skinner que o comportamentalismo teve sua expressão denominada comportamentalismo radical MALHEIROS 2012 Para este autor haveria uma separação entre corpo e mente A mente decide como agir O corpo recebe os estímulos externos Skinner apresentou o conceito de condicionamento operante Neste condicionamento um estímulo é oferecido visando a uma determinada resposta E essa resposta só existirá se ela gerar um novo estímulo dentro dos desejos deste respondente Para Skinner o comportamento não surge de um estímulo isolado mas da expectativa do estímulo futuro MALHEIROS 2012 p 15 Tal ideia contraria o comportamentalismo clássico pois a resposta não é simplesmente uma resposta siológica a um estímulo mas nasce de uma expectativa de novo estímulo Duas ideias são fundamentais para entender esta forma de entender a aprendizagem reforço e punição O reforço são os estímulos que produzem a ocorrência e a repetição do comportamento A punição são estímulos que fazem com que um comportamento seja evitado Observe a seguir o esquema que representa esse conceito Fonte MALHEIROS 2012 p 15 O esquema explicita que o reforço leva à repetição da mesma resposta se o estímulo for o mesmo e a punição suspende a resposta Esta ideia inuenciou fortemente a educação mais especicamente a escolha de um método de ensino Aceitando que o comportamento pode ser modelado por meio de estímulos basta que se ofereçam aos alunos os estímulos corretos para que apresentem comportamentos socialmente desejáveis e punindo comportamentos indesejáveis Skinner defendia que simplesmente ter contato com o meio não bastava para que houvesse aprendizagem mas que é necessária uma transmissibilidade organizada Malheiros 2012 p16 apresenta o desenvolvimento das ideias comportamentalistas no ensino Em sala de aula o comportamentalismo se manifestou principalmente pela criação e utilização das máquinas de ensinar Estas máquinas apresentavam o conteúdo em uma sequência tal que permitiam que o aluno fosse apresentando as respostas esperadas Os tipos de aprendizado eram categorizados por Skinner em três grupos Comportamento reexo como a dilatação das pupilas diante da mudança na intensidade da luz Neste caso o sujeito não tem controle do comportamento Comportamento operante são voluntários como escrever um texto É controlado pelas consequências dos estímulos Comportamento respondente similar ao comportamento operante mas controlado pelos estímulos que o precedem como correr para atender ao chamado de alguém que chama Mizukami 2014 explica que a abordagem comportamentalista de educação preconiza que o conhecimento está fora do sujeito é uma descoberta A ciência nessa abordagem é uma forma de descobrir a ordem e a natureza dos eventos para utilizála e controlála Por isso o aluno é considerado como um recipiente de informações e reexões MIZUKAMI 2014 p 20 Ensinar é mudar padrões de comportamento através do treinamento de acordo com objetivos predenidos De acordo com a autora neste tipo de abordagem supõese e objetivase que o professor possa aprender a analisar os elementos especícos de seu comportamento seus padrões de interação para dessa forma ganhar controle sobre eles e modicalos em determinadas direções quando necessário ou mesmo desenvolver outros padrões MIZUKAMI 2014 p 21 Para Mizukami 2014 adotar a perspectiva comportamentalista implica em compreender o homem como uma consequência da inuência do meio ambiente Assim a subjetividade do indivíduo é praticamente ignorada O ideal dessa teoria entretanto é que o controle da situação ambiental seja transferido para o próprio indivíduo de modo que ele possua autocontrole porém são as forças externas que continuam a exercer ainda maior controle A visão de mundo dos comportamentalistas é a de que este é uma realidade objetiva construída pronta Que cabe ao homem apenas manipulálo O comportamento pode ser modicado alterandose os elementos ambientais Segundo Mizukami 2014 p 23 Para que a formulação das relações entre um organismo e seu meio seja adequada devemse sempre especicar três aspectos a ocasião na qual a resposta ocorreu a própria resposta e as consequências reforçadoras As relações entre esses três elementos constituem as contingências de reforço São essas contingências de reforço que alteram o comportamento Com relação à sociedade e à cultura os comportamentalistas acreditam que é preciso que haja uma ciência para o planejamento desta última isso porque o centro desta teoria como vimos admite a alteração por meio do controle das contingências Assim por meio do controle dos comportamentos seria possível uma sociedade sem violência sem autoridade sem classes sociais ou propriedades privadas A teoria do reforço garantiria uma nova forma de viver encontrando a eciência ao máximo Ora se o comportamento humano é totalmente determinado pelas forças genéticas e ambientais não é possível haver mérito individual Segundo Mizukami 2104 o indivíduo é então como uma peça de uma máquina controlada realizada a função que se espera dele O comportamentalismo e a educação Você pôde observar estimado aluno que o conhecimento para os comportamentalistas é o resultado direto da experiência Vimos que o maior expoente do comportamentalismo Skinner não se preocupou em investigar de que modo o conhecimento é construído na mente do indivíduo mas lidou com o controle do comportamento observável Assim o comportamentalismo tem uma base empirista que vimos na nossa segunda aula A inteligência para os comportamentalistas foi herdada à medida que contingências de reforço que controlaram as respostas fornecidas pelo homem cujas consequências têm a ver com a sobrevivência da espécie É por esse motivo que a educação nesta abordagem está ligada à transmissão cultural porque se acredita que é impossível que o homem descubra por si mesmo elementos importantes de sua cultura A educação pois deverá transmitir conhecimentos assim comportamentos éticos práticas sociais habilidades consideradas básicas para a manipulação e controle do mundoambiente cultural social etc MIZUKAMI 2014 p 27 Observe como a educação assume um caráter bastante controlador pois nesta teoria saber signica apreender exatamente o que se quer ensinar Nada a mais O sistema educacional portanto tem como objetivo promover mudanças individuais desejáveis adquirindose comportamentos e modicando os já existentes por meio do reforço recompensa e punição O objetivo máximo é que cada indivíduo seja também controlador das contingências de reforço Quanto maior o controle sobre si mais responsabilidade mais liberdade Por isso as contingências de reforço devem ser usadas de forma organizada e sistematizada pelo sistema educacional para o treinamento social eciente Para pôr em prática tais conceitos educacionais a escola explica Mizukami 2014 é o ambiente que deve adotar formas de controle de acordo com o os comportamentos que se deseja instalar e manter isto é aqueles que úteis e desejáveis para a sociedade por isso é que os comportamentalistas criticam uma escola voltada para o saber clássico conteudista mas defende uma escola voltada para as demandas de controle social O desenvolvimento da individualidade é portanto pautado por valores sociais não subjetivos Como aconteceriam os processos de ensinar e aprender nesta abordagem Mizukami 2014 salienta que ensinar é planejar contingências de reforço sobre os quais os estudantes aprendem e o professor é quem deve assegurar esta aprendizagem Os comportamentos desejados dos alunos serão instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários tais como elogios graus notas prêmios reconhecimentos do mestre e dos colegas prestígio etc os quais por sua vez estão associados a uma outra classe de reforçadores mais remotos e generalizados tais como o diploma as vantagens da futura prossão a aprovação nal no curso a possibilidade de ascensão social monetária status prestígio da prossão etc MIZUKAMI 2014 p 30 A organização das contingências realizadas pelo professor vai depender dos comportamentos observáveis um evento anterior uma resposta um reforço e fatores contextuais O foco da proposta de aprendizagem da abordagem comportamentalista se encontra na organização das experiências curriculares Essa organização dirigirá os alunos pelos caminhos adequados para que eles cheguem ao comportamento nal A aprendizagem assim é garantida pela organização Para os comportamentalistas como acontece a relação entre professor e aluno O controle do processo está nas mãos do professor É ele quem planeja e desenvolve o sistema de ensinoaprendizagem a m de maximizar o desempenho do aluno Ele é um planejador e um analista e deve organizar as contingências de reforço de modo a possibilitar a ocorrência de uma resposta aprendida Ao aluno cabe apresentar as respostas esperadas O ensino é individualizado pois parte de um diagnóstico para detecção do melhor planejamento para o alcance da resposta esperada Segundo Mizukami 2014 Skinner propôs uma metodologia de ensino baseada na elaboração de uma tecnologia adequada para isso com vistas a uma maior eciência na aprendizagem Por isso as estratégias pensadas são individualizadas A individualização do ensino surge na abordagem comportamentalista como decorrente de uma coerência teórico metodológica Tal individualização implica especicação de objetivos envolvimento do aluno controle de contingências feedback constante que forneça elementos que especiquem o domínio de uma determinada habilidade apresentação do material em pequenos passos e respeito ao ritmo individual de cada aluno MIZUKAMI 2014 p 33 O comportamentalismo se preocupa com que o maior número possível de alunos atinja níveis altos de eciência Para isso uma das estratégias principais utilizadas é o módulo instrucional como material de ensino Mizukami 2014 Para os comportamentalistas é fundamental que o aluno tenha conhecimento preciso do que dele se espera e dos resultados que ele atingiu no processo O ensino com base na competência é caracterizado por especicação dos objetivos em termos comportamentais especicação dos meios para determinar se o desempenho está de acordo com os níveis indicados de critérios fornecimento de uma ou mais formas de ensino pertinentes aos objetivos conhecimento público dos objetivos critérios formas de atingilas e atividades alternativas A experiência de aprendizagem pois é considerada em termos de competência MIZUKAMI 2014 p 33 Neste formato o módulo de ensino pode ser utilizado para a aquisição de um ou vários objetivos de ensino Os comportamentalistas como se vê não se preocupam em estudar por que o aluno aprende mas em fornecer uma tecnologia que produza mudanças no comportamento e fazer o aluno estudar Como visto a programação é o fundamento do ensino comportamentalista A matéria deve ser dividida em pequenos passos de modo que o professor consiga reforçar todas as respostas e comportamentos operantes emitidos pelo aluno Podemos concluir que uma educação baseada no comportamentalismo objetiva a autonomia do aluno ao dominar os objetivos de ensino mas em nome de algo que é exterior a ele planejado por seu professor garantindo objetivos importantes para o social Vimos uma educação pautada na programação em que o aluno é ativo mas não para objetivos subjetivos E uma educação diretivista Não cooperação entre os alunos A educação é pensada para cada indivíduo SAIBA MAIS A metodologia e os princípios utilizados nessa abordagem derivam da análise experimental do comportamento A aplicação desse tipo de análise ao ensino produziu até o momento grande quantidade de pesquisa básica e aplicada o que a partir dos anos 1950 aproximadamente permitiu a elaboração de uma tecnologia de ensino que por sua vez tem fornecido dados para a própria análise comportamental MIZUKAMI 2014 p 36 Foco no Ensino O Cognitivismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Esta aula traz para você os fundamentos do cognitivismo e suas propostas para a educação O cognitivismo de acordo com Malheiros 2012 passou a ser estruturado pela psicologia também no século XIX e tem em Wundt seu primeiro expoente Os trabalhos desse autor investigavam as atividades que estruturam a mente e a consciência Esta abordagem entende que há algo dentro da mente do sujeito que é responsável pela relação entre as pessoas e das pessoas para com o meio Ao contrário da abordagem da aula anterior o cognitivismo busca conhecer o mundo interno do sujeito já que compreende que a aprendizagem é um processo interior Portanto compreende o processo de aprendizagem como algo individual e orgânico que pode ser estimulado por fatores externos mas que não pode ser controlado O maior objetivo dos pesquisadores cognitivistas é compreender a estrutura da mente humana No campo da educação este entendimento serviria de base para a estruturação de métodos de ensino mais ecientes ante a esta nova compreensão da aprendizagem MALHEIROS 2012 p 17 Segundo Malheiros 2012 foi o biólogo Jean Piaget 18961980 considerado por muitos o nome mais importante da educação do século XX quem deu a maior contribuição a essa teoria Ele dedicou sua vida a compreender as estruturas mentais envolvidas na construção do conhecimento Ele não desenvolveu entretanto um método de ensino Ele aponta para a compreensão do fenômeno cognitivo mas não indica métodos a serem seguidos A epistemologia genética a partir dos trabalhos de Piaget tornouse um campo de investigação que passou a ocupar espaço privilegiado nas teorias de educação Neste campo percebeuse que não se pode fazer uma pessoa aprender um conteúdo para o qual ela não está preparada Tal compreensão serve de subsídio à estruturação de currículos educacionais até os dias de hoje dando prevalência à aprendizagem cumulativa que organiza os conteúdos partindo dos mais simples para os mais complexos Além disso notouse que o interesse pelo conteúdo a ser estudado inuenciaria na construção do conhecimento MALHEIROS 2012 p 17 Perceba caroa alunoa que a ideia de aprendizagem cumulativa do mais simples ao mais complexo interfere completamente na organização dos currículos legitimando a proposta de ensino seriado de modo que Piaget ganhou importância ímpar na área educacional Piaget destacouse por propor que há uma relação intrínseca entre afetividade e cognição e que uma não acontece sem a outra mas sua maior contribuição foi ter comprovado que a aprendizagem é construída pelo aluno e jamais transferida de fora para dentro por outra pessoa um professor ou alguém mais experiente que o sujeito Esta constatação se opõe completamente ao comportamentalismo e inaugura a corrente construtivista de ensino Nela o professor não é um controlador do processo mas um estimulador da construção do saber a partir da criação de situações que motivem o aluno a buscar respostas Piaget descobriu por meio de suas investigações segundo Malheiros 2012 que a construção do conhecimento se dá por meio de dois processos a assimilação e a acomodação que acontecem simultaneamente e de forma interrelacionada em nossa cognição Assimilação o aprendiz identica novos conceitos e busca por meio de seus conhecimentos anteriores enquadrálos em uma lógica dar sentido a eles SAIBA MAIS A expressão epistemologia genética não tem a ver com gene gen mas com a gênese do conhecimento ou seja o conjunto de saberes teóricos acerca de como o conhecimento nasce como ele é internamente construído Acomodação o novo conhecimento é acomodado quando se adéqua às estruturas atuais modicandoas criando ainda novos esquemas Equilibração o novo conhecimento busca sua acomodação na cognição do sujeito fortalecendo as estruturas cognitivas Para que você compreenda melhor todos esses processos que acontecem quando aprendemos um novo conhecimento preste atenção ao exemplo dado por Malheiros 2012 Tente pensar em uma criança que está aprendendo a nomear os animais Ela conhece até este momento o cachorro Quando se depara com um cavalo ela exclama Nossa Que cachorro enorme Isto porque ela possui estruturas cognitivas que fazem com interprete o cavalo como um cachorro grande já que ele também anda sobre quatro patas é marrom tem rabo focinho etc Este é um exemplo do processo de assimilação a criança acessou conhecimentos prévios para tentar dar sentido ao novo conhecimento identicado Imagine agora que um adulto intervenha nessa situação e diga Aquilo não é um cachorro é um cavalo é de outra espécie Então a criança percebe que existem algumas características que diferenciam os animais criando uma nova estrutura cognitiva já que nenhuma estrutura consolidada identicou o cavalo Assim acontece o processo de acomodação no confronto do conhecido com o novo Nesse exemplo os dois processos assimilação e acomodação visam ao processo de equilibração das estruturas cognitivas que é a aprendizagem do conhecimento novo Observe o esquema que exemplica esses processos Fonte MALHEIROS 2012 p 19 Piaget ao explanar os processos de assimilação e acomodação do conhecimento prioriza as estruturas cognitivas em detrimento da aquisição de novos conteúdos explica Malheiros 2012 Deslocase a ênfase dada à inteligência como demonstração de retenção de conteúdos para a capacidade de alterar estruturas mentais Inteligência é portanto não o domínio de um conteúdo como sustentava as formas tradicionais de ensino Observe então como isso revoluciona as formas de se pensar o ensino Ensinar não é transmitir conhecimentos mas promover situações desequilibradoras da cognição para que novas estruturas sejam formadas Por isso o ensino centrado na fala do professor se desloca para a ênfase no aluno porque é nele que o conhecimento é construído daí o nome construtivismo Outra enorme contribuição de Piaget para a educação diz respeito às fases de desenvolvimento da criança organizadas por ele e que ajudariam as escolas a organizarem seus currículos de modo a considerar conteúdos para os quais as crianças estejam cognitivamente preparas para aprenderem Veja SAIBA MAIS Assim como você encontrará atitudes comportamentalistas nas instituições de ensino que você conhecerá em seus estágios você também encontrará muitas escolas dizendose construtivistas e algumas ações pedagógicas nesse sentido também muito mais falas e escritos teóricos do que ações é verdade porque a utilização da metodologia construtivista implica na mudança total da estrutura da escola que temos hoje no geral Vamos compreender um pouco dos estágios de desenvolvimento propostos por Piaget de acordo com Malheiros 2012 p 20 No período sensóriomotor que abrange os meses iniciais da vida da criança acontece a aprendizagem sensorial Esta fase é responsável pela base de conhecimentos e habilidades que serão demandadas para futuras assimilações Desta forma a criança constrói o conhecimento no uso dos reexos coordenações e combinações mentais No período préoperacional a criança já consegue se perceber separada do mundo ligandose ao concreto Tornase portanto capaz de compreender uma situação completa mas ainda não consegue perceber por um ponto de vista que não seja o seu próprio Esta fase é caracterizada pela sensação de integralidade vivida pela criança ou seja acontecimentos deixam de ser fatos isolados O período operacional concreto é marcado pelo pensamento reversível e pelo entendimento de que as ações da criança repercutem no meio no qual estão inseridas Todavia conforme o nome atribuído ao período a criança ainda não é capaz de desenvolver situações em sua mente E o último período apresentado por Piaget é o período operacional formal Esta fase é caracterizada pela capacidade de o pensamento reter o conhecimento e em seguida desenvolver situações exclusivamente no âmbito mental É importante frisar que essa classicação ligando a idade da criança ao potencial de aprendizagem não é algo estanque nem rígido são parâmetros variáveis De posse desses conhecimentos o professor pode pensar no método de ensino adequado para a faixa etária de seus alunos e seu estágio de desenvolvimento Período Idade 1 Sensóriomotor 02 anos 2 Préoperacional 27 anos 3 Operacional concreto 711 anos 4 Operacional formal 1115 anos Fonte MALHEIROS 2012 p 20 Ao perceber por exemplo que aos oito anos de idade a criança não é capaz de abstrair uma situação o método deveria valorizar o concreto Um exemplo seria o ensino das operações básicas na matemática Os números são uma abstração que representa uma quantidade concreta Se a criança não é capaz de abstrair o entendimento de uma operação será extremamente complicado o que pode ser contornado pela utilização de elementos reais em sala de aula Em vez de questionar qual o resultado da operação 22 seria adequado questionar se tenho duas laranjas e comprei mais duas com quantas laranjas quei Melhor ainda se for possível utilizar as laranjas para o ensino MALHEIROS 2012 p 20 21 A abordagem construtivista pede métodos de ensino que proporcionem desequilíbrio cognitivo situaçõesproblema reais a serem desenvolvidos alunos em grupos heterogêneos com relação ao desenvolvimento cognitivo atividades práticas que partam do que as crianças já sabem O construtivismo recebeu críticas de alguns estudiosos da educação no sentido de que Piaget focou demasiadamente seus estudos nos processos internos da aprendizagem sem debruçarse tanto sobre a importância das interações sociais na construção do conhecimento Veremos na próxima aula uma teoria pedagógica denominada socioconstrutivismo que impõe maior peso às relações nos processos cognitivos CONECTESE Assista ao vídeo do professor Yves de La Taille professor da USP um dos expoentes dos estudos piagetianos no Brasil sobre a teoria construtivista do Piaget para a série Grandes Educadores Foco no Ensino O Socioconstrutivismo ou Sociointeracionismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx A corrente socioconstrutivista ou sociointeracionista é juntamente com a construtivista a mais importante e inovadora teoria educacional surgida no século XX O expoente desta teoria é o russo Lev Vygotsky 18961934 Apesar de ter vivido apenas 38 anos seu legado teórico inuenciou e inuencia muitos países na construção de seus sistemas educacionais Do mesmo modo que Piaget Vygotsky não desenvolveu nenhum método de ensino Seu pensamento é fundamentado segundo Malheiros 2012 na ideia de que a aprendizagem está intimamente ligada às interações sociais realizadas pelo indivíduo que interferem mais do que questões biológicas na hora de aprender Você já deve ter ouvido falar nas irmãs indianas Amala e Kamala conhecidas como meninaslobo Tais meninas se comportavam como os animais que viviam e ilustram a forma de Vygotsky compreender a importância das interações sociais para a aprendizagem Para Vygotsky a formação da pessoa acontece apenas na relação com o outro Ele rechaçava as teorias que apregoavam que o homem nasce com o conhecimento potencial inatismo e as empiristascomportamentalistas que acreditam que os estímulos adequados podem inuenciar o desenvolvimento do sujeito como vimos em aulas anteriores De acordo com Malheiros 2014 Vygotsky dividiu o processo de aprendizagem em dois os elementares e os complexos Elementares Correspondem às atitudes inerentes à raça humana e sobre os quais não se tem controle por estímulo respirar por exemplo Complexos São fruto do processo de aprendizagem aliada ao desenvolvimento Ler fazer contas dirigir dentre outras atividades são processos complexos MALHEIROS 2012 p 22 Além dos elementos mediadores entre o sujeito e o mundo Vygotsky também propõe segundo Malheiros 2012 que o próprio sujeito é um mediador entre o estímulo recebido e a resposta que é dada Na perspectiva comportamentalista como vimos o estímulo gera uma resposta Já para o socioconstrutivismo esta relação não é mais linear ou seja é triangular Para Vygotsky entre o estímulo e a resposta está o sujeito Observe a imagem SAIBA MAIS Amala e Kamala caram conhecidas como as meninaslobo Eram duas meninas que viviam em estado selvagem e foram encontradas na Índia em 1920 Quando foram encontradas Amala tinha um ano e meio de idade e Kamala tinha oito anos Ambas cresceram junto a uma matilha de lobos e por isso comportavamse como estes animais Andavam em quatro apoios não falavam não sorriam uivavam para a lua etc Depois de resgatadas foram levadas para um orfanato no qual se iniciaria o processo de socialização Amala morreu alguns meses depois pela difícil adaptação Kamala ainda viveu mais sete anos levou seis anos para aprender a andar e ao morrer com quinze anos de idade tinha um vocabulário de menos de cinquenta palavras Fonte MALHEIROS 2012 p 21 Fonte MALHEIROS 2012 p 22 Vygotsky então preconiza que o homem se relaciona com o mundo não diretamente mas de forma intermediária por meio de signos e instrumentos O papel da escola então de acordo com Malheiros 2012 seria estimular interações entre as pessoas e destas com um ambiente que proporcione o desenvolvimento intelectual A escola deve ser a instituição capacitada para que esse desenvolvimento ocorra Observe por meio deste esquema como acontecem os processos cognitivos da aprendizagem acontecem SAIBA MAIS Para Vygotsky a relação de uma pessoa com o mundo sempre acontece por meio de uma ferramenta ou de um símbolo A linguagem por exemplo é uma estrutura simbólica de mediação MALHEIROS 2012 p 22 Zona de atividade proximal Este esquema demonstra a suprema importância da mediação educacional para a aprendizagem em Vygotsky O papel da cultura e dos símbolos é central na teoria socioconstrutivista Na escola as crianças com habilidades ainda parciais vão desenvolvêlas com a ajuda de um parceiro mais habilitado professores até que tais habilidades passem de parciais para totais Vygotsky valoriza a linguagem como instrumento de comunicação e aprendizagem já que é por meio dela que há interação A linguagem é antes de tudo social Portanto sua função inicial é a comunicação expressão e compreensão Essa função comunicativa está estreitamente combinada com o pensamento A comunicação é uma espécie de função básica porque permite a interação social e ao mesmo tempo organiza o pensamento Para Vygotsky a aquisição da linguagem passa por três fases a linguagem social que seria esta que tem por função denominar e comunicar e seria a primeira linguagem que surge Depois teríamos a linguagem egocêntrica e a linguagem interior intimamente ligada ao pensamento RABELLO PASSOS 2013 p 8 Vygotsky e Piaget foram contemporâneos mas não estabeleceram diálogo entre suas teorias Há no espaço acadêmico muitas tentativas de conuência e contraponto entre os dois Ambos entretanto estavam preocupados com a aprendizagem sendo que Piaget preocupouse mais com elementos internos e Vygotsky preocupouse mais com as formas de mediação intencionais que devem acontecer para que o aluno passe daquilo que ela ainda não sabe para o que ele pode vir a fazer Para J Piaget dentro da reexão construtivista sobre desenvolvimento e aprendizagem tais conceitos se interrelacionam sendo a aprendizagem a alavanca do desenvolvimento A perspectiva piagetiana é considerada maturacionista no sentido de que ela preza o desenvolvimento das funções biológicas que é o desenvolvimento como base para os avanços na aprendizagem Já na chamada perspectiva sociointeracionista sociocultural ou sociohistórica abordada por L Vygotsky a relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver em meio social sendo este a alavanca para estes dois processos Isso quer dizer que os processos caminham juntos ainda que não em paralelo RABELLO PASSOS 2013 p 4 A ideia de que toda criança pode aprender desde que a atuação na Zona de Desenvolvimento Proximal aconteça de forma intencional pelo professor traz para a educação um caráter democrático igualitário não segregador Você pode estar pensando como as concepções do modo de aprender e as correntes pedagógicas estudadas até aqui inuenciaram no pensamento e na prática pedagógicos brasileiros Na próxima aula conversaremos sobre isso CONECTESE Assista ao vídeo da professora Marta Kohl de Oliveira professora da USP um dos expoentes dos estudos vygotskyanos no Brasil sobre a teoria interacionista do Vygotsky para a série Grandes Educadores Sumário Introdução O Ensino e a Aprendizagem no Brasil Tendências Pedagógicas Liberais AUTORIA Mariana Spadoto de Barros 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx O que são Tendências Pedagógicas É sempre bom enfatizar Você já deve ter ouvido alguém dizer Este professor é muito tradicional não permite que ninguém fale na aula dele Grande parte dos professores em sua prática adotam técnicas pedagógicas das próprias vivências como aluno ou se espelham em colegas de prossão com mais experiência Sabe o que isso signica Que nas práticas cotidianas na sala de aula eles seguem pressupostos teóricosmetodológicos implícitos Há também os que entendem sua prática de modo mais amplo e ainda outros que aderem às tendências da moda pouco se importando se possuem ou não relação com as suas crenças LIBÂNEO 1998 Agora estudaremos essas abordagens pedagógicas que aconteceram ou acontecem na atualidade nas escolas brasileiras pela prática dos professores Vale ressaltar que alguns autores usam o termo abordagens pedagógicas ao passo que outros preferem chamar de tendências pedagógicas É importante saber que ambos estão corretos e usaremos os dois nesta unidade A prática escolar sofre inuências sociais e políticas que reetem nas diversas concepções de homem e de sociedade gerando diferentes ideias sobre o papel da escola e do aluno da aprendizagem das relações e dos métodos CONECTESE Você pode ampliar os seus conhecimentos sobre as tendências pedagógicas assistindo ao vídeo Tendências Pedagógicas De maneira resumida e complementar os esquemas apresentados podem ajudálo na compreensão dos conceitos Ele está disponível em Escaneie o QR Code para acessar o link Essa temática pode parecer complexa mas para que você compreenda melhor vamos nos referir 1 à posição que as tendências pedagógicas adotam em relação às circunstâncias sociopolíticas da escola 2 a como a Didática é entendida em cada tendência Muitas pesquisas são realizadas para identificar as formas de perceber como o ensino e a aprendizagem acontecem Malheiros 2012 p 23 esclarece que Nas duas últimas décadas várias teorias foram formuladas para esclarecer a história dos métodos de ensino no Brasil A classificação de Libâneo 1998 ainda parece ser a mais adotada Observe Classificação da corrente Modelo pedagógico Não crítica liberal Ensino tradicional Pedagogia renovada Ensino tecnicista Dialética progressista Pedagogia históricocrítica Pedagogia libertadora Fonte MALHEIROS 2012 p23 De acordo com Malheiros 2012 p 23 grifo nosso As correntes não críticas são definidas como aquelas que utilizam o processo educativo visando à perpetuação do modelo social vigente Nesta compreensão a diferenciação entre os modelos pedagógicos é dada pelo método escolhido não pelo fim do ato educativo Já as correntes dialéticas são caracterizadas pelo foco em levar o educando a construir um conhecimento que o torne passível de mudar a realidade na qual está inserido Vamos explorar a princípio a Tendência Pedagógica Liberal As Tendências Pedagógicas Liberais O foco das Tendências Pedagógicas Liberais ou Pedagogia Liberal é que a escola deve preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais seguindo as aptidões individuais o importante é que os sujeitos se adaptem aos valores e às normas da sociedade de classes assim camua as diferenças de classes e desconsidera a desigualdade de condições existentes Libâneo 1998 p 6 enfatiza que historicamente a educação liberal iniciouse com a pedagogia tradicional e por razões de recomposição da hegemonia da burguesia evoluiu para a pedagogia renovada mas não houve substituição de uma pela outra e ambas são ainda vistas na prática escolar Temos quatro tendências da Pedagogia Liberal Tendência Pedagógica Liberal Tradicional Como a Didática é concebida nessa abordagem Segundo Libâneo 2013 ela reete o conjunto de regras e princípios que regem o ensino e é centrada no professor que explica a matéria na maioria das vezes usando a exposição oral como único recurso Assim o aluno é passivo ao fazer exercícios repetitivos e ouvir a explicação do professor consegue gravar o que lhe é ensinado para depois reproduzir nas provas O papel do aluno é memorizar o conteúdo ensinado desvinculado de sua realidade assim a aprendizagem é receptiva e não estimula a sua capacidade mental Libâneo 2013 p 66 completa essa ideia ao armar que A Didática tradicional tem resistido ao tempo continua prevalecendo na prática escolar É comum nas nossas escolas atribuirse ao ensino a tarefa de mera transmissão de conhecimentos sobrecarregar o aluno de conhecimentos que são decorados sem questionamento dar somente exercícios repetitivos impor externamente a disciplina e usar castigos freepik A primeira delas é a tendência tradicional segundo a qual depende do esforço do próprio aluno o alcance de sua plena realização como pessoa Assim aqueles com menos potencial para as atividades escolares precisam se dedicar para superar suas diculdades e alcançar os mais capazes A escola disciplina os alunos de acordo com os padrões éticos e religiosos incentivando a virtude CANDAU 2010 p 140 Tendência Pedagógica Liberal Renovada É importante saber que essa tendência inclui outras correntes a tendência renovada progressivista ou pragmática e a tendência renovada não diretiva A tendência renovada progressivista difundida pelo movimento escolanovista desenvolveuse nos Estados Unidos e teve como principal representante John Dewey No Brasil as ideias desse educador foram marcantes na liderança de Anísio Teixeira e outros educadores com o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova com atuação importante na formulação da política educacional A Didática da Escola Nova valoriza o aluno como sujeito da aprendizagem identicando como papel do professor o de oferecer situações que partam da necessidade e do interesse do aluno para que assim ele possa por si mesmo buscar conhecimentos Você já percebeu que o centro das práticas educativas não é o professor nem o conteúdo e sim o aluno concebido como um ser ativo De acordo com Haydt 2011 p 25 a Escola Nova pretendia ser um movimento de renovação pedagógicodidática que tentou aplicar na prática educativa e também na organização escolar e nos procedimentos de ensino as conclusões dos estudos das ciências do comportamento Mas ela não era apenas isso pois trazia em seu interior uma visão de homem e de mundo isto é uma concepção losóca Como o professor alia as situações de aprendizagem às necessidades individuais dos alunos a Didática nessa tendência valoriza os métodos e técnicas que possibilitem atividades em grupo pesquisa e experiências Desse modo Libâneo 2013 p 67 reforça que os adeptos da escola nova costumam dizer que o professor não ensina antes ajuda o aluno a aprender freepik Outra tendência da Pedagogia Liberal é a tendência renovada que também valoriza o sentido da cultura para desenvolver as aptidões individuais porém vê a educação como um processo interno que parte dos interesses individuais para a adaptação ao meio A escola renovada valoriza o aluno como sujeito do conhecimento A tendência renovada não diretiva é orientada para os objetivos de autorrealização desenvolvimento pessoal e para as relações interpessoais na formulação do psicólogo norte americano Carl Rogers LIBÂNEO 1998 p 22 Desse modo valoriza as relações e a comunicação em detrimento da transmissão de conteúdos Nessa tendência o aluno é o centro que formará a sua personalidade e aperfeiçoará as características que fazem parte da sua natureza ao passo que o professor colabora para as relações humanas e busca não interferir como forma de aceitar o aluno na sua plenitude Vamos agora conhecer a última tendência liberal A tendência tecnicista visa à preparação de mão de obra para a indústria No Brasil na década de 1950 ganhando mais autonomia nos anos de 1960 foi imposta pelos órgãos ociais pelos interesses econômicos políticos e ideológicos do regime militar LIBÂNEO 2013 Para melhor compreendêla partimos da ideia de que a indústria estabelece cienticamente metas econômicas sociais e políticas por isso cabe à educação treinar cienticamente também nos alunos os comportamentos para atender a essas metas Assim acreditase que a realidade oferece as próprias leis e cabe aos indivíduos descobrilas e aplicálas Neste contexto a realidade não faz mais diferença o que mais importa é a forma as técnicas para a descoberta e aplicação Portanto a educação deve favorecer a promoção do desenvolvimento econômico e isso pode acontecer tanto pela qualicação da mão de obra e pelas questões de renda quanto pelo aumento de produção O importante é planejar a educação e o ensino de maneira a evitar as interferências subjetivas que possam pôr em risco sua eciência Devese operacionalizar os objetivos e em certos aspectos mecanizar o processo PILETTI 2010 p 28 No tecnicismo o papel da Didática está relacionado à tecnologia educacional com a preocupação na ecácia e na eciência do processo de ensino ou seja o foco é a racionalização do ensino por isso a separação entre teoria e prática ca mais evidente O professor é concebido como um executor do planejamento Para que você compreenda melhor as principais características de cada tendência da Pedagogia liberal apontadas por Libâneo 1998 verique o quadro a seguir CONECTESE Assista ao documentário sobre um dos defensores da Escola Nova Anísio Teixeira que pode ampliar sua visão sobre a tendência renovada progressivista Observe ainda para melhor compreensão o quadro adaptado de Malheiros 2012 p 34 Em nossa próxima aula discutiremos as Tendências Progressistas Libertadora e CríticoSocial Tendência Renovada TRADICIONAL PROGRESSIVISTA NÃO DIRETIVA TECNICISTA Aluno educado para atingir plena realização pelo esforço próprio Os conteúdos práticas educativas e relação professoraluno não se aproximam da realidade dos alunos Valorização da palavra do professor e das regras impostas Há o cultivo do aspecto intelectual pautado na repetição e memorização Difundida pelos pioneiros da Escola Nova Usa situações da necessidade e do interesse do aluno para que assim ele possa por si mesmo buscar conhecimentos Prepara o aluno para exercer o seu papel na sociedade Segue a ideia de aprender fazendo e o aluno passa a ser o centro do processo ensino e aprendizagem Valoriza o desenvolvimento pessoal e as relações interpessoais A escola deve formar atitudes a preocupação é com as questões psicológicas Menor importância com os aspectos pedagógicos e sociais O professor deve ajudar o aluno a se organizar sensibilizandoo para que os sentimentos possam aorar Importância voltada à preparação de mão de obra para a indústria As técnicas de descoberta e aplicação são mais importantes que o conteúdo da realidade A educação deve contribuir para o desenvolvimento econômico Os conteúdos são sistematizados nos manuais livros didáticos e outros dispositivos Tendências da Pedagogia Liberal Fonte Libâneo 1998 Tendência Papel da escola Conteúdos Métodos Relacionamento com o professor Pressupostos Manifestações na prática Liberal Tradicional Preparação intelectual e moral do aluno Conhecimentos e valores sociais acumulados Exposição verbal e repetição de exercícios Predomina a autoridade do professor Aprendizagem como ato repetitivo e mecânico Ainda muito viva em nossas escolas Liberal Renovada Suprir o aluno de experiências que o permitam educarse É mais relevante dominar o processo de aquisição do saber do que o saber em si Experimentação aprender fazendo Professor como facilitador Aprendizagem como descoberta Aplicação reduzida na prática e estimulada na teoria Liberal Tecnicista Produzir mão de obra para o mercado Informações princípios cientícos e formas de executar atividades Reforço das respostas corretas punição das erradas Professor como administrador do processo educacional Ensino como condicionamento do comportamento Sólida presença no nal dos anos 1960 Fonte MALHEIROS2012 p 34 O Ensino e a Aprendizagem no Brasil as Tendências Pedagógicas Progressistas AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Apoiados em Libâneo 2013 podemos dizer que a Pedagogia Progressista voltada para atender aos interesses da população no Brasil teve maior solidez em meados dos anos de 1980 e foi considerada como teoria crítica da educação Para ns de contextualização a partir da segunda metade da década de 1970 as modicações na política e as lutas sociais em busca de democratização possibilitaram a discussão de aspectos relacionados à educação em outra perspectiva considerando a crítica ao papel ideológico e excludente da escola na sociedade capitalista Assim houve interesse dos estudiosos e militantes políticos em tornar a escola parceira dos interesses populares nascendo a Pedagogia Progressista que se manifesta em diversas tendências Entre elas estão libertadora e críticosocial dos conteúdos Vamos explorar cada tendência da Pedagogia Progressista A primeira é a tendência libertadora mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire e sua marca é a educação não formal Tendência Pedagógica Progressista Libertadora Paulo Freire 19211997 atualmente é reconhecido como o maior nome da educação brasileira pela consistência teórica de seu trabalho e o alcance mundial que obteve Freire era advogado mas foi no magistério que deixou seu nome marcado na história do Brasil e do mundo De acordo com Malheiros 2012 p 31 A pedagogia libertadora parece inicialmente ser uma nova corrente da pedagogia nova que se opunha ao ensino tradicional e focava no aluno para a construção do conhecimento Contudo o pensamento dos libertadores vai se afastar das correntes liberais quando começar a propor a formação de homens capazes de reetir sobre sua própria realidade visando a mudanças estruturais na sociedade Paulo Freire começou suas experiências em educação popular com a alfabetização de adultos Freire percebeu que ao alfabetizar adultos os professores utilizavam o mesmo método utilizado com crianças e que isso tornava o ensino muito distante da realidade do aluno Paulo Freire então decidiu partir de palavras chamadas geradoras que zessem parte das experiências dessas pessoas E obteve excelentes resultados Freire com a vinda do golpe militar foi exilado em 1964 mas continuou trabalhando com educação popular nos países em que morou As principais ideias da educação libertadora são SAIBA MAIS Paulo Freire cunhou o termo Educação Bancária como uma crítica ao modelo tradicional de ensino no qual o professor deposita o conhecimento em um aluno passivo que se atém exclusivamente a decorar o que lhe é ensinado e a reproduzir tal conteúdo na vida MALHEIROS 2012 p 31 É preciso transformar algo para conhecêlo em sua essência O conhecimento só é construído por meio de uma participação ativa do aprendiz A compreensão de um assunto é a síntese individual que um aluno faz deste assunto Fonte MALHEIROS 2012 p 32 Como Paulo Freire trabalhou com adultos seu método de alfabetização envolvia discussão estudo de caso pesquisa participante debate trabalhos em grupo dentre outros No ano de 1970 no exílio Freire publica sua principal obra Pedagogia do Oprimido Segundo Malheiros 2012 p 32 Sua proposta neste livro é a de que a educação se aproprie de métodos e crenças que façam com que aqueles que se encontram em uma situação de opressão tenham condições de reverter o quadro não se tornando opressores mas libertos A Pedagogia Libertadora não formulou nenhum método mas é possível sintetizala da seguinte maneira Investigar o conteúdo a ser trabalhado a partir das experiências reais dos alunos Selecionar contradições sociais importantes para serem objeto dos instrumentos escolhidos Sistematizar o conteúdo Preparar materiais e equipamentos que serão utilizados nas ações educacionais Propor o desvelamento da realidade social dos alunos A tendência libertadora é contra o autoritarismo na educação e valoriza a experiência vivida a ideia de autogestão pedagógica e a aprendizagem grupal com vistas a aproximar a prática educativa da prática social do povo Assim as discussões são centradas nos temas sociais e políticos É uma didática que busca desenvolver o processo educativo como tarefa que se dá no interior dos grupos sociais e por isso o professor é coordenador ou animador das atividades que se organizam sempre pela ação conjunta LIBÂNEO 2013 p 70 Para Malheiros 2012 p 33 A Pedagogia Libertadora se assenta sobre a relação de horizontalidade entre educador e educando Nesta relação ambos aprendem e ambos ensinam Tratase de uma valorização do processo democrático em sala de aula que norteia as relações para além do espaço pedagógico Também por isso a avaliação mais adotada nesta perspectiva é a autoavaliação ou a avaliação realizada em grupos Dicilmente uma instituição pública de ensino adotaria a pedagogia freireana como perspectiva losóca de trabalho já que esta educação implica em transformação social e consciência crítica da situação de opressão da maioria da população de nosso país Fonte MALHEIROS 2012 p 32 REFLITA A liberdade que é uma conquista e não uma doação exige permanente busca Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz Ninguém tem liberdade para ser livre pelo contrário luta por ela precisamente porque não a tem Ninguém liberta ninguém ninguém se liberta sozinho as pessoas se libertam em comunhão FREIRE 1970 A Tendência CríticoSocial dos Conteúdos Já a Tendência Críticosocial dos Conteúdos com intenção de superar as tendências tradicional e renovada valoriza o contexto pedagógico como parte da prática social concreta A escola serve para fazer a mediação entre o individual e o social espalhando os conhecimentos sistematizados e essa articulação gera o saber criticamente reelaborado Assim a Didática objetiva o direcionamento do processo de ensinar A Pedagogia CríticoSocial de conteúdos possui como nome de referência o professor Dermeval Saviani Surgiu no nal da década de 1970 e no começo da década de 1980 Aparece nas discussões teóricas no Brasil após a consolidação das ideias da Pedagogia Libertadora em todos os campos teóricos relacionados à educação Segundo Malheiros 2012 p 33 é parecida com a pedagogia libertadora na medida em que busca superar a ingenuidade da ação pedagógica que se manifesta na falta de percepção das relações educacionais com as relações políticas Mas também se assemelha à pedagogia nova ao privilegiar os conteúdos Para Malheiros 2012 p 34 tal concepção anuncia uma nova forma de pensamento educacional muito atual Os pensadores que defenderam este modelo pedagógico simplesmente não consideraram suciente que se dominasse a história da humanidade muito menos julgaram satisfatório que o ambiente pedagógico se tornasse um palco de discussões políticas Acreditavam que ambas as perspectivas tinham sua importância e sua razão de existir mas não se excluíam Ao contrário se completavam Buscando esta relação de complementaridade a pedagogia críticosocial se interessa em relacionar os conhecimentos sistematizados à realidade do educando Na concepção críticosocial de conteúdos a educação é o caminho para os avanços cientícos e tecnológicos e deve ser responsabilizada por levar a todos a instrução necessária para uma vida de qualidade Deve ainda se preocupar em desenvolver no educando a capacidade de estudo e o raciocínio cientico Este trajeto é que levará a pessoa a ser capaz de criticar o modelo social e buscar a transformação Observe o quadro que representa as discussões realizadas nesta aula adaptado de Malheiros 2012 p 34 Há ainda algumas correntes contemporâneas que carecem ainda de mais pesquisas por isso nalizamos nossos estudos sobre as Tendências Pedagógicas mais inuentes no Brasil Tendência Papel da escola Conteúdos Métodos Relacionamento com o professor Pressupostos Manifestações na prática Progressista Libertadora Formam o homem crítico de seu papel na sociedade Temas geradores extraídos da realidade do aluno Grupos de discussão trocas de experiênca debates etc Relação de horizontalidade entre professores e alunos Aprender é problematizar a realidade Aplicado na educação de adultos Progressista crítico social Buscar a transformação social apoiandose em conteúdos Cultura universal aliada à crítica Experiência do aluno é relacionada aos conteúdos universais Professor como mediador entre as experiências do aluno aos conteúdos Aprender é desenvolver habilidade para processar informações Está no discurso e em diversas propostas pedagógicas Fonte MALHEIROS 2012 p 34 As Formas de Ensinar Métodos de Ensino AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx De acordo com Libâneo 2013 métodos de ensino são ações realizadas pelo professor e pelos alunos para atingir os objetivos de ensino Para isso planejamento e sistematização são fundamentais para que tais ações cumpram seu propósito a aprendizagem A atual realidade segundo Libâneo 2013 necessita de cidadãos que atuem de forma crítica e criativa daí a importância do direcionamento dos métodos de ensino objetivando a participação máxima dos alunos Para você se forme como um bom professor é importante analisar quais são os métodos de ensino que interagem com a realidade e que devem ser reproduzidos de acordo com a necessidade da atualidade Como salienta Libâneo 2013 p 150 os métodos são meios mais adequados para realizar objetivos A escolha do melhor método assim está condicionada aos seus objetivos O método de ensino expressa a relação conteúdométodo no sentido de que tem como base um conteúdo determinado um fato um processo uma teoria etc O método vai em busca das relações internas de um objeto de um fenômeno de um problema uma vez que esse objeto de estudo fornece as pistas o caminho para conhecê lo LIBÂNEO 2013 p 151 Não é possível adentrar a sala de aula sem que haja clara sistematização dos meios que vão levalo à máxima eciência por isso a importância de conhecer os diferentes métodos de ensino Para Libâneo 2013 p 152 os métodos promovem interação entre ensino e aprendizagem promovem assimilação consciente dos conhecimentos desenvolvem capacidades cognitivas e operacionais dos alunos SAIBA MAIS A prática dos métodos corresponde a uma experiência de atividades tanto do professor quanto do aluno Partem dos objetivos do professor e expressamse em formas de organização do ensino LIBÂNEO 2013 Os diferentes métodos de ensino A escolha da melhor forma de ensinar depende deve se apoiar nas necessidades e características de cada área do conhecimento que será desenvolvida e depende também da abordagem de educação em que o professor se pauta Os métodos mais comuns encontrados nas escolas brasileiras são Método de exposição pelo professor O professor apresenta aos alunos conhecimentos novos sobre determinados conteúdos Tal método recebe críticas por não respeitar o conhecimento prévio do aluno A exposição da matéria contudo é um procedimento necessário cabendo ao docente oportunizar também meios de interação buscando despertar o interesse e o envolvimento dos alunos O método de exposição pelo professor engloba algumas ações como a exposição verbal a demonstração a ilustração e a exemplicação Método de trabalho independente Compreende a realização de tarefas orientadas previamente pelo professor e deve priorizar o estudo independente Libâneo 2013 salienta que este deve servir para a assimilação do conteúdo ou tarefa de elaboração pessoal As tarefas têm como objetivos vericar conhecimentos prévios e despertar o interesse e a curiosidade sobre o assunto a ser tratado Esse tipo de trabalho contribui para que o professor observe como cada aluno demonstra o conhecimento e também para que ocorra sistematização durante seus estudos Método de elaboração conjunta É a interação entre professor e alunos e alunos e alunos visando segundo Libâneo 2013 p 167 a alteração de novos conhecimentos habilidades atitudes e convicções bem como a xação e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos Método de trabalho em grupo Os alunos são organizados em grupo para que desenvolvam as propostas da aula Para que isso seja realizado positivamente é necessária a organização dos grupos seja previamente planejada e que o objetivo da aula seja compatível com este método Como escolher o melhor método De acordo com Vasconcelos 2012 p115 escolher os métodos mais adequados consiste em um posicionamento diante da realidade que se pretende conhecer e atuar nela Para a autora a prática pedagógica tem como desao ao escolher métodos de ensino articular os saberes de cada um dos atores ser responsável pela apropriação e transformação da realidade ocupar um caráter político Ao escolher um método de ensino o educador deve observar qual visão de homem e mundo possui Se sua visão de educação for progressista sua prática deve atender a uma visão crítica e ser instrumento de transformação social Ao escolher métodos de ensino que sejam dinâmicos e possibilitem atender às necessidades de seus alunos o professor desenvolve meios para que a aprendizagem seja signicativa Rangel 2006 defende que diversicar os métodos é importante pois oferece oportunidades de ampliar conhecimento e explorar novas oportunidades Assim o raciocínio lógico a disposição biopsicológica a natureza do conhecimento sua construção sua epistemologia o princípio didático do ensino para a aprendizagem a perspectiva histórica e os fatos da atualidade que dão signicado ao conteúdo que se ensina e aprende são alguns fatores que inuem na opção do método RANGEL 2006 p 10 Um professor progressista e crítico deve escolher um método que seja signicativo para o aluno para que ele também saiba o que se espera dos conteúdos a serem desenvolvidos que a aprendizagem seja favorecida de maneira que as questões possam ser contextualizadas que possam gerar reexões e inspirem uma prática transformadora Para esses ns Rangel 2006 destaca atividades envolvendo questionamentos diálogo exercícios trabalhos de produção de textos Segundo o autor 2006 p 18 existem atividades que podem ser comuns aplicáveis a diversos métodos e técnicas de ensino e aprendizagem exercícios conversação arguição aplicações do conhecimento em trabalhos individuais ou em grupo SAIBA MAIS A articulação ensinopesquisa pode estar presente em todos os métodos sejam grupais sejam individualizados RANGEL 2006 p 18 Aprendendo com o outro Discutimos em nossas aulas anteriores as diversas visões de educação que podem nortear as práticas escolares Tomando que premissa as possibilidades mais contemporâneas de ensino abordaremos aqui os procedimentos de ensino e de aprendizagem socializantes Haydt 2011 destaca O uso de jogos Dramatização Trabalho em grupo Estudo de casos Estudo do meio Os jogos De acordo com Haydt 2011 p 129 o jogo é uma atividade física ou mental organizada por um sistema de regras É uma atividade lúdica pois se joga pelo simples prazer de realizar esse tipo de atividade Jogar é uma atividade natural do ser humano Ao recorrer ao uso de jogos na aprendizagem o professor cria meios de motivação e propicia envolvimento e socialização dos alunos fornecendo meios para que aprendam a conviver e internalizem valores que os acompanharão pela vida HAYDT 2011 O jogo acrescenta Haydt 2011 é um excelente instrumento didático pois favorece vivências de ludicidade que são necessárias e inerentes ao ser humano gera envolvimento emocional de maneira espontânea e prazerosa Desde a antiguidade temos relatos de experiências envolvendo os jogos e o brincar Também desde os primeiros meses de vida os bebês são estimulados a brincar seja com chocalhos seja com brinquedos sonoros e por meio desses estímulos vão se desenvolvendo cognitivamente nos aspectos afetivos sociais e motores Assim acontece com nossos alunos ao brincar experimentam novas situações internalizam regras desenvolvem agilidade e criatividade As dramatizações A dramatização segundo Haydt 2011 é um ato em que de maneira espontaneamente ou planejada os alunos desempenham papéis têm oportunidade de vivenciar situações de seu cotidiano criar personagens ctícios Em momentos de dramatização os alunos podem expressar sentimentos e emoções Além disso a dramatização contribui para o desenvolvimento social e para os processos de ensino e de aprendizagem favorece a aquisição de habilidades especícas de expressão e dá condições para que a interação aconteça naturalmente A partir dela alcançamse objetivos como propiciar vivências de situações reais da vida facilitar a comunicação para analisar e buscar soluções desenvolver capacidade de expressão criatividade e observação Notase que a dramatização pode envolver vários aspectos cognitivos motores e afetivos Para sistematizar as modalidades da dramatização Haydt 2011 as dene de duas maneiras conforme apresentado a seguir CONECTESE No livro Jogos cooperativos de Fábio Otuzi Brotto o autor oferece de maneira lúdica propostas de atividades práticas que você professor possa desenvolver A obra está disponível no link a seguir Modalidades da dramatização Fonte Haydt 2011 O trabalho em grupo É um recurso que contribui para a formação de novos grupos sociais para além da escola É um momento importante da aula pois ao trabalhar em grupos o aluno se socializa tem oportunidades de ouvir diversas opiniões podendo trocar experiências O trabalho em grupo permite que o aluno se expresse e participe de situações que fortalecem o convívio social O estudo de caso É uma técnica que consiste em apresentar aos alunos uma situação real dentro do assunto estudado para que analisem e se for necessário proponham alternativas de solução É uma forma de aplicar os conhecimentos teóricos a situações práticas HAYDT 2011 O estudo do meio O aluno aprende explorando o meio que o cerca tanto por meio de entrevistas quanto de passeios registros de imagens e outros Ao propor para seus alunos uma atividade como esta o educador deve ter trabalhado previamente em sala de aula o conteúdo que será a fonte de pesquisa Você professor poderá explorar muitas destas técnicas para que suas aulas sejam mais signicativas e levem à aprendizagem que deve ser o objetivo primordial Você professor poderá explorar muitas destas técnicas para que suas aulas sejam mais signicativas e levem à aprendizagem que deve ser o objetivo primordial A Relação Pedagógica AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx No decorrer deste curso você depararseá com uma série de métodos práticas e teorias pedagógicas que em tese depois de devidamente escolhidos caso fossem bem assimilados e desenvolvidos por você em sala de aula o tornariam um excelente professor capaz de bem ensinar No outro polo no imaginário dos graduandos de nosso curso pode estar presente a noção de que basta que os alunos possuam condições préviassatisfatórias como motivação e garantia das necessidades básicas que todos eles aprenderiam Ledo engano Essa visão impõe à Didática um papel simplista e puramente técnico Você estudou nas aulas anteriores que a Didática se ocupa das nalidades do ensino isto é para que se ensina dos meios para que ele ocorra da organização das situações de sala de aula e da interação entre os atores do processo educativo Assim consideramos que as escolhas didáticas realizadas pelo professor devem levar em consideração que o ensino e a aprendizagem acontecem por meio da relação entre os agentes deste processo Professor Aluno Cordeiro 2007 chama essa interação de relação pedagógica Para o autor geralmente dáse ênfase à relação professoraluno como a relação central da aula Entretanto essa simplicação acaba maquiando o fato de que a situação de aula é uma situação extremamente complexa que não envolve apenas esses dois atores mas inclui o conteúdo motivo que une professor e aluno De acordo com Cordeiro 2007 é possível analisar a relação pedagógica por meio de três dimensões especícas do ato educativo Conhecimento Linguística Pessoal Cognitiva A Dimensão Linguística do Ato Educativo O discurso o diálogo na sala de aula assume um papel central no ato educativo Muitas vezes a concepção do tipo de interação que o professor defende está implícita nas suas falas Por exemplo se o professor costuma fazer perguntas aos seus alunos cujas respostas consideradas corretas são aquelas copiadas da fala do professor o aluno compreende não pelo conteúdo mas pela forma que o que se valoriza durante a aula não é sua participação mas sua capacidade de memorizar dados prontos Consegue perceber caroa alunoa É a forma do diálogo que impõe a concepção de ensino deste professor mesmo que ele não a explicite claramente Percebe como dessa forma o aluno vai compreendendo que sua fala deve restringir se às expectativas que o professor expõe Assim a passividade vai dando a tônica da escola sem que se diga claramente Alunos e professores sejam passivos não questionem O aluno para ser ouvido pelo professor para assim conseguir receber reconhecimento sobre o que tem a dizer e ser classicado como um bom aluno passa então a reconhecer a autoridade de fala do professor e a responder somente o que o educador quer que ele responda O autor coloca que uma inversão desta lógica pode tornar a relação mais horizontal e fazer com que os alunos compreendam que aprender não é memorizar ideias prontas mas questionálas construílas e reconstruílas Por exemplo solicitando aos alunos que produzam perguntas sobre um determinado tema coisas que eles queiram saber que podem ser inesperadas inclusive para o professor abrindo espaço para investigação Essa inversão é benéca Segundo Cordeiro 2007 p 102 A instauração de outros padrões de diálogo e de relação pedagógica implica a ampliação do espectro e das modalidades de conhecimento que poderão ser abrigados pelo currículo além dos saberes que se adquirem por imitação ou por assimilação deverão ser admitidos também alguns saberes mais indeterminados especulativos que se desenvolvem pela reexão e que terão que ser confrontados com os saberes acumulados SAIBA MAIS Como a educação brasileira no interior das escolas e de suas salas de aula é fortemente inuenciada por uma concepção tradicional de ensino o professor busca deter o controle do diálogo em sala de aula fazendo somente perguntas para as quais ele próprio sabe a resposta pois questionamentos abertos abrangentes podem fazer emergir o fato de que ele não é o detentor absoluto do saber sendo esta uma concepção tradicional do que é ser professor Acontece que são justamente as questões sem respostas que movem a produção de novos conhecimentos e impulsionam as sociedades para as mudanças A dimensão pessoal do ato educativo Quando falamos dos vínculos entre professor e aluno é fácil lembrarse tanto dos positivos como dos negativos de nossas próprias vidas escolares Quais são os fatores envolvidos nos vínculos estabelecidos no ato educativo Como a escola concentrase basicamente na aquisição do conhecimento historicamente acumulado temse por premissa que o professor é a autoridade em sala de aula já que é ele quem detém mais conhecimento de que seus alunos Assim há uma relação de antemão assimétrica desigual Cordeiro 2007 chama essa autoridade de autoridade pedagógica Tal superioridade pode culminar em certa dependência do aluno para com seu professor ou numa atitude de negação confronto Segundo o autor temse buscado apontar na direção de uma relação de caráter afetiva não meramente cuidadora ou supercial descompromissada mas que culmine numa relação pedagógica mais democrática mais livre O conceito de desvelo CORDEIRO 2007 p 104 compreende uma relação entre professor e aluno centrada na dedicação do professor para com seu aluno sem no entanto abrir mão de sua competência técnica e compromisso políticosocial com uma educação crítica O professor movido pelo desvelo direciona toda sua ação em favor da aprendizagem do aluno Nesse sentido há um forte vínculo pessoal entre professor e aluno Outro fator da relação pedagógica que inuencia diretamente na relação entre professor e aluno é a organização física da sala de aula É claro que uma sala organizada na perspectiva tradicional de ensino com carteiras organizadas em leiras e paredes sem produções dos alunos austeras direcionam a relação para o professor no centro Todos estão atentos a ele e é ele quem controla as interações entre os alunos e entre os alunos e ele próprio A organização estrutural física da sala de aula quando a visão de mundo homem educação do professor passa pelas tendências progressivas que você conheceu na aula 8 passa por outra perspectiva De outro lado imaginemos uma sala de aula mais adaptada às pedagogias renovadoras ou às práticas construtivistas não há lugares xos determinados nem mesmo para o professor grandes mesas ocupadas por vários alunos que trabalham em equipes nos cantos da sala outras mesas e estantes com materiais diversos a serem utilizados naquele momento ou em qualquer outro dependendo do desenvolvimento das atividades ou das iniciativas das crianças nas paredes cartazes coloridos exposição de trabalhos realizados pelos alunos fotograas mapas etc CORDEIRO 2007 p 105 Por isso é importante que você futuro professor compreenda o espaço físico da sala de aula como um dispositivo pedagógico No caso citado no parágrafo anterior o professor se desloca em sala de aula consegue estabelecer diálogos coletivos e individuais acompanha bem de perto a evolução dos alunos durante as propostas facilitando a avaliação e tornandoa processual Observe que não basta apenas ter claro seu referencial losóco para a adoção de práticas didáticas mas também com qual tipo de conteúdo se está trabalhando Conteúdos de cunho conceitual por exemplo quando há necessidade de explanação do professor podem ser mais bem assimilados com leitura individual Habilidades executivas precisam ser exercitadas demandando que a sala esteja organizada para a prática dos alunos No caso de conteúdos ligados às atitudes os trabalhos em grupo são bemvindos bem como atividades exploratórias fora da sala de aula em si Cordeiro 2007 nos ajuda na reexão acerca de qual abordagem escolher para tornar a relação pessoal assertiva e positiva para professor e aluno O autor critica o fato de se depreciar determinada abordagem ao exaltar outra As diferentes modalidades de conhecimento com que se lida na escola exigem diferentes posturas pedagógicas dos professores e implicam diferentes formas de relação pedagógica Em várias delas a participação dos alunos pode se revelar mais ou menos decisiva mais ou menos inuente sobre os resultados da aprendizagem Desse modo não há porque postular a adoção de um modelo pedagógico único que implicaria a padronização das relações pessoais na escola na sala de aula e no ensino e aprendizagem CORDEIRO 2007 p 108 É importante frisar que de acordo com Cordeiro 2007 quando pensamos na relação pessoal entre professor e aluno nos deparamos com algo que é inerente à escolarização o aluno não está na escola porque escolheu mas é obrigado a estar ali Por isso antes de qualquer iniciativa do professor acontecer já existem tensões pedagógicas entre ele e seu aluno Para o professor estar na escola é seu trabalho muitas vezes por conta de nossa tradição histórica tal trabalho é entendido por ele como missão Para o aluno é uma imposição estar ali Percebe a contradição O professor preocupase na maior parte do tempo com o cumprimento de seu REFLITA Compreende caroa alunoa como a relação pedagógica se associa às nalidades do ensino A relação entre aluno e professor então está permeada pelas relações com o saber pois quem dá o tom às interações é o tipo de conhecimento com o qual se está trabalhando e como isso está acontecendo planejamento e o aluno oferece resistência Como é possível então haver uma relação saudável entre estes dois atores Cordeiro 2007 sinaliza para que essa tensão seja transmutada para a ideia de jogo de desao Por isso a ludicidade é importante no ambiente escolar A dimensão cognitiva relações com o saber Vimos que a relação pedagógica é triádica professor aluno saber A escola existe em função do saber e segundo Cordeiro 2007 compreender esta importância implica no entendimento que a sociedade e os alunos têm sobre a escola O autor chama a nossa atenção para esta questão porque muitas vezes o entendimento errôneo das propostas progressistas de ensino provocou uma certa confusão sobre o papel da escola socializar Ensinar conceitos Cordeiro 2007 explica que a escola apesar da grande difusão de informação promovida pela Internet é o único espaço de apropriação de aparatos intelectuais que não costumam estar dispostos em outras instituições como livros cientícos literatura e é nela que se deve aprender a leitura a análise e a interpretação deste bem historicamente acumulado Para a maior parte da população brasileira a escola é a única oportunidade de realização deste contato Para Cordeiro 2007 esta questão é central porque diz respeito a algo importante o aluno está na escola para acessar o saber primordialmente E o aluno precisa estar envolvido com este processo para que deseje estar ali efetivamente aberto para aprender Segundo Cordeiro há duas dimensões envolvidas na compreensão de como os alunos se relacionam com a escola Mobilização para a escola o que faz com que o aluno estando na escola o faz estudar ou não ter êxito ou fracassar Os estudos têm mostrado que a demanda CONECTESE Uma boa indicação para a reexão acerca da relação pedagógica professor aluno saber é o lme francês de 2008 Entre os muros da escola Está disponível no YouTube com legenda em português familiar ou seja as expectativas da família em relação ao aluno ou para uma ascensão social ou para manutenção do status prossional da família Embora se saiba que a escola sozinha não melhora as condições econômicas de vida mas sua correlação com outros fatores estruturais econômicos políticos e sociais Assim ao estar na escola o aluno ou atende a essas expectativas ou não Mobilização na escola empenho pessoal ou não na escola inuências de colegas positivas ou não preferência subjetiva pelo estudo por determinados professores ou matérias Observe então que há muitos fatores que conuem para o sucesso ou fracasso escolar que muitas vezes estão além do controle do professor Para Cordeiro 2007 isso não signica renderse à ideia de que nada se pode fazer ao contrário encontrar formas de atuas nessas duas frentes Primeiramente o professor precisa ter clareza a respeito de seus próprios motivos de estar na escola e da relevância dos conteúdos que ensina Esta autoanálise favorece à inovação à criatividade e não simplesmente uma prática automática que pouco contribuirá para ajudar o aluno a conectarse com o saber A reexão aqui proposta ajuda você caroa alunoa a compreender que as relações pedagógicas são produzidas pelos sujeitos aluno professor saber e que cada situação pedagógica é determinada por forças sociais e subjetivas A Dimensão Pessoal em Questão a Relação ProfessorAluno AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Como vimos na aula anterior entre os aspectos da organização da situação didática considerase que a interação positiva entre professor e aluno dentro da dimensão pessoal da relação pedagógica é um aspecto essencial para garantir a aprendizagem dos alunos Por isso vamos nos deter um pouco mais neste aspecto Apreciaremos dois aspectos da interação professor e aluno no cotidiano escolar O aspecto cognoscitivo diz respeito a formas de comunicação dos conteúdos escolares e às tarefas escolares indicadas aos alunos LIBÂNEO 2013 p 274 O aspecto socioemocional se refere às relações pessoais que acontecem entre professor e aluno bem como as normas e regras de disciplina que são muito importantes no ambiente escolar Vamos discutir melhor cada um dos aspectos Os Aspectos Cognoscitivos Relação ProfessorAluno Como explica Libâneo 2013 na escola o trabalho do professor é permeado pelas tarefas cognoscitivas que ele propõe aos alunos e ao mesmo tempo pela condição que os alunos possuem para resolver determinadas tarefas Por isso o professor precisa ter uma comunicação clara e compreensível para apresentar as propostas fazer perguntas e dar orientações aos alunos garantindo assim que eles entendam Isso não signica que o professor e os alunos se entendam plenamente considerando que a situação pedagógica depende de outros fatores mas estabelecer uma comunicação adequada é fundamental para que a interação professoraluno seja positiva Ainda sobre a comunicação vale ressaltar que o professor além de orientar falar perguntar também precisa ouvir os alunos dando atenção suciente para que se expressem exponham opiniões e sintamse à vontade para emitir respostas Sobre isso Libâneo 2013 p 275 acrescenta que O trabalho docente nunca é unidirecional As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do professor às diculdades que encontram na assimilação dos conhecimentos Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas diculdades E como o professor pode atingir uma boa interação no aspecto cognoscitivo Para isso vamos dar algumas dicas Variar o tom de voz Falar de modo mais detalhado sobre temas complexos Explorar o nível de conhecimentos que os alunos possuem previamente Fazer um bom planejamento da aula com objetivos claros Esclarecer aos alunos as expectativas que possui em relação à aprendizagem dos conteúdos ensinados Usar corretamente a Língua Portuguesa tanto ao falar quanto ao escrever LIBÂNEO 2013 Os aspectos socioemocionais da relação professor aluno Os aspectos socioemocionais se referem aos vínculos afetivos entre professor e alunos como também às normas e exigências objetivas que regem a conduta dos alunos na aula disciplina LIBÂNEO 2013 p 276 Quando falamos aqui em vínculo afetivo nos referimos à noção de desvelo discutido na aula anterior em que o professor se dedica ao seu aluno de modo afetuoso sem abrir mão de sua competência técnica e de seus objetivos O professor visando a estimular a autonomia e independência do aluno mistura severidade e respeito ou seja exerce a autoridade pelas qualidades intelectuais e técnicas que possui expõe as normas de forma clara bem como a expectativa dele em relação aos alunos Libâneo 2013 p 277 esclarece que esta autoridade deve fecundar a relação educativa e não cerceála Assim é muito importante compreender que a autoridade do professor e a autonomia do aluno não são contraditórias mas complementares Libâneo 2013 p 256 esclarece que a liberdade é o fundamento da autoridade e a responsabilidade é a síntese da autoridade e da liberdade Assim nas relações entre autoridade e autonomia que perpassam a interação professoraluno sempre haverá deformações ou conitos Você já vivenciou alguma situação em que o professor por ser uma autoridade na sala de aula age com superioridade fazendo imposições ou humilhando os alunos Tais atitudes revelam uma forma de autoritarismo a extrapolação da autoridade que não favorece a evolução dos alunos por isso não pode ser considerada educativa Vale destacar que a disciplina da sala e o interesse pelas propostas do professor estão relacionados ao estilo da prática docente logo sobre a autoridade prossional moral e técnica exercida por ele Vejamos Autoridade prossional referese ao domínio que o professor tem do conteúdo bem como dos métodos e procedimentos de ensino Envolve também a forma como lida com a classe como controla e avalia o trabalho dos alunos Autoridade moral formada pelo conjunto de qualidades do professor tais como dedicação sensibilidade e senso de justiça Autoridade técnica formada pelo conjunto de capacidades e habilidades que permitem ao professor ensinar com ecácia reetindo na aprendizagem autônoma dos alunos Como futuro professor você deve se lembrar de que ao interagir com cada aluno em particular e com a turma geral o professor além de transmitir conhecimentos ensinar conteúdos e conceitos aspecto cognitivo também veicula valores ideais e princípios aspecto afetivoemocional contribuindo para a formação global do aluno É preciso perceber nessa interação o valor pedagógico anal quando os alunos são estimulados respeitados e acolhidos maiores são as chances de sucesso no processo ensinoaprendizagem Os momentos de interação entre aluno e professor são aqueles que mais contribuem para a efetivação do vínculo e consequentemente para a aprendizagem Para Haydt 2011 p 42 são nesses momentos de interação instantes compartilhados e vividos em conjunto que o domínio afetivo se une à esfera cognitiva e o aluno age de forma integral como realmente é como um todo O professor na sua relação cotidiana com os alunos precisa estimular o interesse e orientar o esforço de cada um para o alcance da aprendizagem Desse modo as funções do professor são Função incentivadora e energizante o professor precisa atentarse à curiosidade natural dos alunos para estimular os interesses e mobilizar os esquemas cognitivos Função orientadora o professor deve orientar o aluno de modo que este seja capaz de construir os seus conhecimentos Sabemos que o aluno constrói o seu conhecimento agrega valores e hábitos desenvolve atitudes formas de sentir e agir no mundo o que gera a ampliação de suas estruturas mentais nas relações escolares E o professor como é atingido na relação com o aluno Podemos armar que também aprende com o aluno ao compreender como o educando aprende como interage com o mundo quais conhecimentos já traz do seu ambiente familiar e social Enm nessa relação o docente adquire um novo olhar Haydt 2011 p 44 completa dizendo que o professor pode passar a conhecer novas formas de conceber o mundo que são diferentes da sua Pode também rever comportamentos raticar ou reticar opiniões desfazer preconceitos mudar atitudes alterar posturas Vale lembrar que a postura do educador e a forma como ele opta por relacionarse com os alunos estão intimamente relacionadas com as suas concepções de vida de mundo e de educação Assim não adianta escolher bons métodos de ensino fazer um bom planejamento e conceber o aluno como um ser receptivo e passivo Concordamos com o que diz Haydt 2011 p 46 Quando o professor concebe o aluno como um ser ativo que formula ideias desenvolve conceitos e resolve problemas de vida prática através da sua atividade mental construindo assim seu próprio conhecimento sua relação pedagógica muda Não é mais uma relação unilateral onde um professor transmite verbalmente conteúdos já prontos a um aluno passivo que os memoriza Se o que pretendemos é que o aluno construa seu próprio conhecimento aplicando seus esquemas cognitivos e assimiladores à realidade a ser aprendida e desenvolvendo o seu raciocínio devemos permitir que ele exerça sua atividade mental sobre os objetos e até mesmo uma ação efetiva sobre eles De acordo com Piletti 2010 os alunos preferem as disciplinas cujos professores são mais amigáveis ensinando com situações agradáveis e utilizando recursos atrativos Já professores vistos como antipáticos que geram situações desagradáveis na aula e utilizam recursos inadequados têm as disciplinas menos preferidas pelos alunos Outros dados relevantes são obtidos nos estudos de Cunha 2000 Neles constatou se que para os alunos entre as características dos seus melhores professores estão os que tornam as aulas atraentes incentivam a participação dos alunos se expressam de modo que todos compreendam estimulam a criatividade a crítica e a pesquisa favorecem a participação dos alunos Munido deste conhecimento ao se deparar com seus primeiros alunos em sala de aula será possível estabelecer uma relação sadia que leve à aprendizagem CONECTESE Para ampliar suas reexões acerca deste assunto recomendamos a leitura do artigo A relação professoraluno no processo de ensinoaprendizagem da Revista do Programa de PósGraduação em Educação da Universidade Federal de Goiás UFG Nele é discutida a relevância da relação professoraluno que se desenvolve em sala de aula além do importante papel dos educadores ao ajudar os alunos a estudarem e aprenderem O Planejamento Educacional AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Vimos até agora a importância da ação intencional do professor e o quanto a Didática é fundamental neste processo Um professor que faz escolhas baseado em concepções claras de aprendizagem e em métodos organizados de ensino ligados a essas concepções e a objetivos claramente denidos tem condições de planejar seu trabalho e executálo para garantir aquilo que é primordial na escola a aprendizagem signicativa e efetiva dos alunos Muito se discute sobre a autonomia do professor em relação ao seu planejamento de suas aulas Tal autonomia é relativa já que existem instâncias mais amplas de planejamento educativo que interferem diretamente no dia a dia do professor Vamos compreender isso melhor O que é Planejamento Educacional Haydt 2011 apresenta o planejamento como uma ação pedagógica essencial Ensina que Planejar é analisar uma dada realidade reetindo sobre as condições existentes e prever as formas alternativas de ação para superar as diculdades ou alcançar os objetivos desejados Portanto o planejamento é um processo mental que envolve análise reexão e previsão Nesse sentido planejar é uma atividade tipicamente humana e está presente na vida de todos os indivíduos nos mais variados momentos HAYDT 2011 p 69 O que na prática quer dizer analisar reetir prever Signica pensar em um procedimento adequado para alcançar um determinado m O planejamento na educação requer análise reexão e previsão interagindo entre si Tudo que fazemos exige planejamento mesmo que nem percebamos Piletti 2004 p 59 arma que planejar é uma atividade humana e que ao planejar é preciso responder às perguntas O que pretendo alcançar Em quanto tempo pretendo alcançar Como posso alcançar isso que pretendo O que fazer e como fazer Quais os recursos necessários O que e como analisar a situação a m de vericar se o que pretendo foi alcançado Libâneo 2013 dene o planejamento educacional como uma atividade que promove a dinâmica da aprendizagem envolvendo fatores internos e externos Salienta O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino O planejamento é um meio para se programar as ações docentes mas é também um momento de pesquisa e reexão intimamente ligado à avaliação LIBÂNEO 2013 p 245 O autor apresenta quais são os principais requisitos para o planejamento Trataremos a seguir de quatro deles Objetivos e tarefas da escola democrática Libâneo 2013 destaca que uma escola democrática deve atender às necessidades de crianças e jovens preparandoos para a vida e oportunizando condições para que assimilem os conhecimentos cientícos e possam participar ativamente da vida social na prossão na política e culturalmente Se acreditarmos que a educação escolar tem um papel na democratização nas esferas econômica social política e cultural ela será mais democrática quanto mais for universalizada a todos assegurando tanto o acesso e permanência nas séries iniciais quanto o domínio de conhecimentos básicos e socialmente relevantes e o desenvolvimento das capacidades intelectuais por parte dos alunos LIBÂNEO 2013 p 227 Exigências dos planos e programas ozciais A educação é um direito de todo cidadão brasileiro concedido pela Constituição Federal de 1988 Desse modo cabe ao governo assegurar o ensino básico oferecendo condições que promovam recursos nanceiros e materiais a m de que a proposta de educar seja garantida a todos com qualidade Para que isso ocorra a sociedade em geral precisa se organizar e exigir que o governo cumpra seu dever de atender às necessidades da educação brasileira De acordo com o autor A conversão dos planos e programas ociais em planos de ensino para situações docentes especícas não é uma tarefa fácil mas é o que assegura a liberdade e autonomia do professor e a adequação do ensino às realidades locais Além disso nenhum plano geral nenhum guia metodológico nenhum programa social tem respostas pedagógicas e didáticas para garantir a organização do trabalho docente em situações escolares concretas LIBÂNEO 2013 P 228 Condições prévias para a aprendizagem Para Libâneo 2013 a organização do planejamento seja da escola seja do professor deve acontecer de maneira que atenda às necessidades de aprendizagem dos alunos para que os conteúdos trabalhados sirvam como elementos que possam ser assimilados Assim é fundamental para o educador diagnosticar como são seus alunos antes de planejar De acordo com Libâneo 2013 p 229 é necessário Quando se diz que conhecer a realidade do aluno é um dos requisitos para o planejamento isto quer dizer que deve servir como ponto de apoio não apenas para conhecer o meio mas resgatar informações do cotidiano das crianças e jovens que possam contribuir para que utilizem seus conhecimentos prévios como meios de sistematizar os conceitos e assimilar novos conteúdos Libâneo 2013 p 229 arma que A introdução de matéria nova ou a consolidação da matéria anterior requerem Conversar sobre as experiências de seus alunos e seus conhecimentos prévios Perceber suas habilidades e nível de desenvolvimento necessariamente vericar o ponto de preparo em que os alunos se encontram Dessa forma é possível perceber qual o ponto de partida e qual a conduta necessária para todo o processo O educador não deve se apoiar em justicativas para as diculdades no processo de aprendizagem de seus alunos é preciso que sejam previstas tais adversidades e que o educador busque apoio e replaneje Princípios e condições de transmissãoassimilação ativa Planejar e pensar nas situações especícas é um dos princípios básicos para que o educador saiba aonde quer chegar e como pode contribuir para que seus alunos assimilem conteúdos Assim ao descrever e propor situações indicando o meio para que eles se envolvam e participem das aulas e se apropriem do conhecimento favorece a assimilação De acordo com Lopes 2000 um planejamento realmente comprometido com a aprendizagem pressupõe reexão crítica curiosidade cientíca investigaçõ e criatividade Após pensar nos objetivos e conteúdos a serem trabalhados devese reetir a respeito dos procedimentos para colocar o planejamento em ação Aqui se encaixa a criatividade Isto quer dizer que ao educador cabe elaborar meios para que sua aula seja atrativa Lopes 2000 chama atenção para o fato de que caberá ao professor identicar uma metodologia de ensino que leve em conta a variedade de atividades as quais incentivem a criatividade dos alunos Outro aspecto importante é inserir também a sistematização do processo de avaliação da aprendizagem Isso porque conforme salienta Lopes 2000 a qualidade da reelaboração e produção de conhecimento realizada pelos alunos torna possível a denição de quais serão os próximos passos O planejamento escolar O Projeto Político Pedagógico PPP Todas as escolas têm a responsabilidade de elaborar de forma participativa e fazer acontecer executar sua proposta pedagógica É isso que diz o 12º artigo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 939496 Proposta Pedagógica Projeto Pedagógico ou seu nome mais difundido Projeto PolíticoPedagógico são nomes diferentes para um documento construído de forma participativa dentro da escola conduzido pela gestão escolar mas que engloba toda a comunidade que faz parte da escola Tal documento estabelece uma visão conjunta e a direção que vai ser dada ao processo pedagógico da escola Ele expressa a prática pedagógica da escola direcionando as atividades que acontecerão no decorrer dos anos que tipo de educação se deseja promover que tipo de cidadão se pretende formar Segundo Vasconcelos 1995 ele é um instrumento teóricometodológico que organiza a ação educacional do dia a dia da escola tornandoa reetida e sistematizada O PPP dá direção às ações da escola desde a equipe gestora até funcionários em geral além de esclarecer que educação está sendo dada aos lhos dos membros da comunidade local Por ser elaborado de forma coletiva e colaborativa o PPP é continuamente revisado de acordo com a necessidade e o calendário da escola O foco principal do documento é o aluno pois a organização do processo pedagógico tem como objetivo nal promover sua aprendizagem garantir sua formação por isso que a organização curricular ou seja o que o aluno vai aprender e que experiências serão promovidas para que isso aconteça constam deste documento É a partir do PPP que o professor produz seu plano de ensino e plano de aula Por isso é tão importante que a construção da Proposta Pedagógica seja realizada de forma coletiva porque se um professor não corrobora o PPP terá nalidades e estratégias de ensino incoerentes com o tipo de aluno que ser formar Na nossa próxima aula trataremos da realização dos planos de ensino que são a parte do planejamento que cabe ao professor CONECTESE No link a seguir você encontra um exemplo de Projeto Político Pedagógico de uma escola real de Minas Gerais disponibilizado pela revista online Gestão Escolar CONECTESE Quais são os desaos que uma escola enfrenta para elaborar seu Plano PolíticoPedagógico e colocálo em prática Assista a um vídeo produzido pela equipe da revista Gestão Escolar que exemplica tais desaos O Plano de Ensino AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Muitos professores quando chegam às escolas para trabalhar veemse perdidos em meio a tantas demandas suas aspirações educacionais próprias da identidade de sua formação são confrontadas com as demandas reais da escola como um todo de seus alunos das famílias de seus alunos da burocracia escolar Nesta situação estimadoa alunoa caso ela aconteça contigo creio que sim você deve lançar mão das aprendizagens realizadas nesta disciplina de Didática É hora de colocar em prática seus objetivos como prossional da educação É importante recordar o que aprendemos na aula passada planejar é um ato de reexão Por mais que você se veja sufocado pela burocracia a experiência vai leválo a progressivamente dar seu tom à aula de forma coerente com a proposta pedagógica da escola O professor lida com inúmeras demandas ao planejar suas aulas Observe Então por onde começar Pelo PPP Geralmente nas reuniões pedagógicas de início de ano há momentos para a produção ou reavaliação da proposta pedagógica da escola Por isso a construção coletiva deste documento é tão importante já que o professor basearseá nele para a construção de suas aulas Vamos compreender este processo detalhadamente O que é plano de ensino Por muito tempo o plano de ensino caracterizouse por um formulário a ser preenchido com listas de matérias a serem dadas e procedimentos adotados Segundo Gandin 2014 foi a partir de 1960 que passou a ser obrigatório formular planos de ensino nas escolas O modelo de plano de ensino que passou a vigorar desde então comumente encontrado nas escolas basicamente com algumas variações é representado assim Conteúdos Objetivos Estratégias Recursos Avaliação Observação Fonte GANDIN 2014 p 12 SAIBA MAIS Muitas vezes até hoje esse quadrinho é simplesmente reproduzido ano após ano Sequer é possível saber qual professor deu o pontapé inicial em seu preenchimento e em que ano isso aconteceu Ele passa a ser assim um instrumento burocrático desprovido de qualquer reflexão apenas seguido pelo professor cotidianamente Alerta Gandin 2014 p 12 O mais importante contudo é que o modelo nascido quando tudo estava decidido de antemão direcionouse a responder as perguntas sobre o como fazer e sobre o com que fazer Omitiu completamente a possibilidade de reflexão sobre o que fazer e sobre o para que fazêlo Retirou isso dos educadores levandoos se tudo desse certo a pensar sobre o como fazer bem as coisas mas nunca sobre quais são as coisas certas para fazer e muito menos para que vamos fazer estas coisas Assim tal quadro foi perdendo o respeito de seus professores ao longo da história que pensavam não servir para nada além de apresentar ao coordenador que por sua vez apresentava ao supervisor de ensino Isso porque de acordo com Gandin 2014 p 13 1 os conteúdos são préestabelecidos pela cultura escolar e portanto não são questionados dirigem tudo e são necessariamente repetidos ano a ano a sociedade e o pessoal da escola não se importam se não forem trocados temas tão necessários para o ensino básico como por exemplo os oriundos da economia do direito da saúde da política da sociologia 2 como consequência mas também por outros motivos o tal plano passou a ser apenas uma lista de possibilidades e não um plano para ser implantado diz sempre o que poderia ser feito e não o que de fato se vai fazer o tal plano ficou como o de um agricultor que escrevesse plantarei milho trigo arroz feijão e outros vegetais utilizarei para isto enxada trator adubo curvas de nível e outras coisas que forem necessárias ficarei contente se a colheita for boa por isso os melhores planos eram os que mais se pareciam com um livro de didática 3 como resistência por parte dosdas professoresas e como desculpa de quem exige tal lista de intenções desenvolveuse a ideia de que planos de qualquer maneira são flexíveis o estranho conceito de flexibilidade foi e ainda é a salvação da nãoexistência de planejamento porque no final docentes devem fazer planos mas não precisam preocuparse em seguilos Perceba então por que os professores não têm apreço por este instrumento didático O sentido atribuído ao plano de ensino levou a uma descrença no planejamento educacional já que o professor não toma as decisões acerca dos conteúdos e os quais ele domina em seu sentido técnico Para o autor Só há sentido em falar de plano de sala de aula escrito e com ideias que fundamentam a ação se os professores tiverem aspirações maiores do que estabelecerem conteúdos préestabelecidos A questão central do planejamento de sala de aula não pode ser a de saber como se vai passar um conteúdo préestabelecido Ela deve desenvolver ideias mais amplas e mais profundas como debater sobre que conhecimentos que valores e que habilidades seria útil trabalhar com uma criança e com um adolescente em seu tempo de escola GANDIN 2014 p 15 Então na prática como tornar realidade aquele planejamento que discutimos na aula anterior que contribua para a transformação da educação que seja reflexivo e crítico que incentive a investigação e a curiosidade Trarei a proposta de plano de ensino baseado em um dos maiores expoentes da área da Didática no Brasil a de Libâneo 2013 Perceba caroa alunoa que ele reflete um posicionamento teórico progressista de educação Para Libâneo 2013 o plano de ensino ou plano de curso é um roteiro do qual constam os módulos unidades ou blocos didáticos organizados em um semestre ou em um ano O autor explica que ele contém justificativa da disciplina em relação aos objetivos da escola objetivos gerais objetivos específicos conteúdo com a divisão temática de cada unidade tempo provável e desenvolvimento metodológico atividades do professor e dos alunos Veja a seguir um modelo prático do plano de ensino proposto pelo autor No item Justicativa e Objetivos Gerais o professor precisa explicitar para que serve ensinar tal matéria Ela é iniciada com uma breve consideração sobre a função social e pedagógica da educação escolar tendo em vista os objetivos gerais da escola contidos no PPP Depois cita os conteúdos básicos da disciplina e sua relevância social política prossional e cultural Expõese como se fará para que o aluno alcance os objetivos previstos considerando sempre uma assimilação ativa do conhecimento A justicativa responde basicamente por que para que e como ensinar No tópico Objetivos Especícos explicitase os resultados a obter do processo da transmissãoassimilação ativa de conhecimentos conceitos habilidades O professor deve redigir por meio de armações o Resultado esperado e que deve ser atingido por todos os alunos ao término da unidade didática De acordo com Libâneo 2013 p 261 PLANO DE ENSINO ANUALSEMESTRAL Disciplina Série Ano Nº de aulas no ano no semestre Professor Justicativa da disciplina uma ou mais páginas Objetivos gerais Objetivos especícos Conteúdos Nº de aulas Desenvolvimento metodológico Unidade I 1 2 3 4 Unidade II 1 2 3 Bibliograa do professor Livro adotado para estudo dos alunos Fonte LIBÂNEO 2013 p 258 Os resultados são conhecimentos conceitos fatos princípios teorias interpretações ideias organizadas etc e habilidades o que deve aprender para desenvolver suas capacidades intelectuais organizar seu estudo ativo e independente aplicar fórmulas em exercícios observar coletar e organizar informações sobre determinado assunto raciocinar com dados da realidade formular hipóteses usar materiais e instrumentos dirigidos pela aprendizagem da matéria como dicionários mapas réguas etc Veja alguns exemplos de organização dos objetivos trazidos por Libâneo 2013 p 262 263 No conteúdo sobre relação entre os seres vivos e o ambiente Observar e identicar numa certa área da escola ou próxima dela tipos de seres vivos conforme diferentes habitas em que são encontrados no solo no ar em troncos podres debaixo de pedras e outros Após diferenciar os elementos que compõem o ambiente de uma determinada região explicar os seus diversos efeitos sobre os seres vivos Dar exemplos da inuência do ambiente sobre os seres vivos e da interferência do homem sobre o ambiente No conteúdo sobre unidades de medida Relacionar unidades de medida comprimento massa volume tempo valor aos tipos de objetos medidos Saber aplicar adequadamente essas medidas em várias situações sociais reais uso do metro do quilo da dúzia etc No conteúdo sobre concordância verbal Relacionar corretamente sujeito verbo e complementos sabendo fazer uso da norma prática de concordância verbal em que o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa No conteúdo sobre multiplicação Resolver problemas de multiplicação de um número com três algarismos por outro com dois algarismos Em conteúdos de Estudos Sociais Explicar por que os serviços de atendimento às necessidades da população saúde educação transportes etc são direitos do cidadão e obrigação dos órgãos públicos Após o estudo sobre atividades econômicas básicas os alunos deverão explicar a interdependência entre agricultura indústria e comércio dando vários exemplos Ajudar o aluno na compreensão das mudanças que o tempo provoca nas pessoas comparando a sequência de fatos da sua própria experiência de vida linha do tempo com a de amigos de idades diferentes com a da vida da professora dos pais etc É muito importante que você perceba que foram utilizados termos como reconhecer aplicar usar etc Tais termos referemse a operações mentais que os o professor objetiva que o aluno seja capaz de realizar após entrar em contato ativo com os conteúdos Tais operações mentais podem ser simples como listar reproduzir ou complexas como relacionar analisar diferenciar Esses verbos utilizados no plano indicam com clareza tanto para o professor quanto para o aluno o que se espera ao m das unidades Isso motiva os alunos e facilita a avaliação pois demonstra explicitamente o que se deve ensinar e o que se deve aprender Além disso o professor pode indicar também neste tópico as atitudes em relação à matéria ao estudo ao relacionamento humano à realidade social atitude cientíca consciência crítica responsabilidade solidariedade etc Para Libâneo 2013 262 Formular objetivos é uma tarefa que consiste basicamente em descrever os conhecimentos a serem assimilados as habilidades hábitos e atitudes a serem desenvolvidos ao término do estudo de certos conteúdos de ensino Objetivos reetem pois a estrutura do conteúdo da matéria Devem ser redigidos com clareza expressando o que o aluno deve aprender Devem ser realistas isto é expressar resultados de aprendizagem realmente possíveis de serem alcançados no tempo que se dispõe e nas condições em que se realiza o ensino Evidentemente sua formulação e seu conteúdo devem corresponder à capacidade de assimilação dos alunos conforme a sua idade e nível de desenvolvimento mental Estas orientações são importantes de serem levadas em conta pois o que importa é menos a redação formal e muito mais a sua utilidade para motivar e encaminhar a atividade dos alunos No tópico Conteúdos elencase o que será estudado O professor deve consultar para isso os documentos legais que orientarão sua escolha referente à disciplina em questão BNCC Base Nacional Curricular Comum os PCN Parâmetros Curriculares Nacionais as Propostas Curriculares do seu Estado e do seu Município Além disso consultará os livros didáticos escolhidos se houver As unidades didáticas organizam os conteúdos no tempo Cada unidade pode ser bimestral trimestral ou de acordo com a organização especíca combinada na escola Essas unidades devem ser adequadas ao nível de preparo dos alunos dando continuidade aos conteúdos do ano anterior e ao tempo de aula disponível Quanto mais organizados e especícos forem os conteúdos mais claros estarão os conhecimentos e habilidades a serem demonstrados pelos alunos ao m de cada unidade didática Com relação ao Desenvolvimento Metodológico o professor deve esclarecer qual é o conjunto de ações que será desenvolvido para que os conteúdos e os objetivos especícos ganhem vida isto é o que professor e aluno farão em sala de aula É neste espaço que serão explicitados as escolhas metodológicas realizadas pelo professor conectadas com sua concepção de educação de mundo de aprendizagem e suas intenções prossionais Aqui para Libâneo 2013 p 264 as atividades devem ser de cunho teóricoprático Observe A função deste componente do plano de ensino o desenvolvimento metodológico é articular objetivos e conteúdos com métodos e procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos alunos resolução de situações problemas trabalhos de elaboração mental discussões resolução de exercícios aplicação de conhecimentos e habilidades em situações distintas das trabalhadas em classe etc O desenvolvimento metodológico de objetivos e conteúdos estabelece a linha que deve ser seguida no ensino atividade do professor e na assimilação atividade do aluno da matéria de ensino Ao preencher este item do plano de ensino o professor estará respondendo às seguintes questões que atividades os alunos deverão desenvolver para assimilar este assunto da matéria tendo em vista os objetivos Que atividades o professor deve desenvolver de forma a dirigir sistematicamente as atividades dos alunos adequadas à matéria e aos objetivos A primeira tarefa é vericar os objetivos e a matéria a ser ensinada pois eles determinarão os métodos e procedimentos bem como os recursos de ensino a lançar mão Em seguida devem ser especicadas as ações docentes e discentes do professor e do aluno correspondentes a cada passo da sequência de desenvolvimento de uma aula ou conjunto de aulas SAIBA MAIS Caso a escola adote o sistema apostilado há pouca ou nenhuma autonomia do professor na escolha do conteúdo ou ordem em que será trabalhado Alterar propostas prontas confrontandoas com a realidade da escola e dos alunos é algo a ser denido quando da elaboração do PPP do estabelecimento de ensino de acordo com seus propósitos sociais É papel do professor realizar uma apreciação crítica de planos de ensino elaborados fora da escola com vistas a favorecer a aprendizagem dos alunos Anal é ele quem lidará diretamente com os conteúdos Libâneo 2013 ressalta que não podemos esquecer que no processo de ensino a assimilação de novos conhecimentos conceitos e o desenvolvimento de capacidades cognoscitivas como as operações mentais que listamos no tópico objetivos especícos acontecem simultaneamente pelos alunos sob a direção do professor O que deve orientar a ação do professor é a contradição que existe entre aquilo que se quer ensinar e as condições de aprendizagem dos alunos buscando sempre a superação a transformação a aprendizagem efetiva Nunca é demais enfatizar que toda a organização do plano de ensino tem como nalidade principal a aprendizagem dos alunos e não o cumprimento de ações burocráticas Ora se o professor não tiver consigo claramente qual é sua função que princípios deve seguir que conteúdos deve ensinar e quais habilidade precisa ajudar a desenvolver seu trabalho será esvaziado de sentido Desse modo a chance de seu trabalho não se efetivar aumenta muito Nunca é demais relembrar que a autonomia do professor no planejamento do plano de ensino é relativa entretanto sem domínio deste tampouco conquistará mais autonomia Em nossa próxima aula falaremos sobre o plano de ensino efetivado no dia a dia do professor por meio do plano de aula O Plano de Aula AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Para a efetivação do plano de ensino o professor precisa preparar sua aula Geralmente ele prepara um conjunto delas semanalmente ou quinzenalmente e as apresenta a um coordenador pedagógico Estes documentos que podem ser formulários cadernos ou formulários online são analisados e tornamse fonte de diálogo entre a gestão e o professor também uma possibilidade de autorreexão do professor sobre seu processo de ensino Segundo Libâneo 2013 os planos em qualquer instância são instrumentos de ação que devem acontecer em ordem para que a sequência de objetividade coerência e exibilidade atendam ao que se propôs O plano é um guia de orientação contém todo o direcionamento para o educador porém deve ser um instrumento exível permitindo modicações sempre que o professor perceber essa necessidade Sabemos que alguns conteúdos demandam maior tempo sendo necessárias revisões constantes Outros pontos devem ser levados em consideração durante a produção do plano SAIBA MAIS Pode parecer óbvio que é necessário preparar aula Na prática contudo há professores que se orientam pelos roteiros dos livros didáticos ou apostilas por planos de aula de outros professores por vezes por anos a o Tal atitude não é coerente com o que estudamos nas aulas anteriores pois perpetua modos de ensinar inecazes não reete a realidade em que a relação pedagógica acontece e muitas vezes nega ao aluno a oportunidade de aprender direito garantido por lei O plano deve ser objetivo ou seja para realizar seu planejamento o educador deve pensar em ações práticas quando se fala a partir da realidade de seus alunos além de também trabalhar com os recursos humanos e materiais que estiverem ao alcance de nada adianta pensar em estratégias que demandem tempo e desgastes muitas vezes desnecessários O plano deve conter coerência o que signica que para chegar aonde planejamos é necessário pensar em oportunidades de participação e vericação da aprendizagem Apenas as avaliações sistematizadas não contribuem para que as diversas experiências sejam demonstradas por exemplo se se quer desenvolver autonomia devese oferecer situações em que os alunos sejam motivados a isso O plano deve ser exível assim como já foi dito anteriormente o plano não possui uma estrutura rígida nele permitese organizar e reorganizar Ele está sempre em movimento vai passando por transformações toda vez que o educador perceber essa necessidade Terminamos de especicar algumas características e nalidades do planejamento em conformidade com as ideias de Libâneo 2013 A seguir nos aprofundaremos em como o plano é denido Vale relembrar que é preciso que os planos de aula estejam relacionados à prática sendo revistos quando necessário Libâneo 2013 defende que à medida que o professor vai acumulando experiências diante das situações vivenciadas no contexto do ensino a ação dele se torna cada vez mais ecaz O plano de aula é onde está sistematizado detalhadamente o desenvolvimento de determinada aula ou período de aulas Aqui o educador deve considerar o período de sua aula estabelecendo recursos pedagógicos tempo de organização e preparo de cada situação É o momento em que ele pode aliar seu conhecimento teórico com sua prática pedagógica momento também de rever os objetivos e entender que suas aulas devem ser planejadas de maneira que haja continuidade e conexão entre elas Segundo Libâneo 2013 o plano de aula é a oportunidade que o professor tem para reetir sobre sua prática O aprimoramento prossional do professor como em todas as outras prossões depende dessa reexão para ter sua prática aprimorada transformada sempre para melhor Há alguns pontos que se deve levar em consideração segundo Libâneo 2013 no momento de elaborar um plano de aula A aula é um período de tempo variável Um conteúdo não se esgota em uma aula pois a aula passa por fases preparação e apresentação de objetivos conteúdos e tarefas desenvolvimento da matéria nova consolidação xação exercícios recapitulação sistematização aplicação avaliação LIBÂNEO 2013 Por isso devemos planejar um conjunto de aulas módulo bloco semana Reler os objetivos gerais da matéria e a sequência de conteúdos do plano de ensino O professor tem a tarefa de tomar o tópico da unidade e desdobrálo numa sequência lógica na forma de conceitos problemas ideias Isso possibilita ao saber claramente o que vai ser trabalhado Previsão do tempo necessário Essa previsão pode ser alterada no momento de detalhar o desenvolvimento metodológico da aula Redigir um ou mais objetivos especícos tendo em conta os resultados esperados da assimilação de conhecimentos e habilidades fatos conceitos ideias relações métodos e técnicas de estudo princípios atitudes etc Dos objetivos vão depender os métodos e procedimentos de transmissão e assimilação dos conteúdos e as várias formas de avaliação O desenvolvimento metodológico será desdobrado dos seguintes itens para cada assunto novo preparação e introdução do assunto desenvolvimento e estudo ativo do assunto sistematização e aplicação tarefas de casa Como realizar a avaliação de suas aulas ou seja criticálas de forma a aperfeiçoálas Libâneo 2013 p explica que Ao fazer a avaliação das aulas convém ainda levantar questões como estas Os objetivos e conteúdos foram adequados à turma O tempo de duração da aula foi adequado Os métodos e técnicas de ensino foram variados e oportunos para suscitar a atividade mental e prática dos alunos Foram feitas vericações de aprendizagem no decorrer das aulas informais e formais O relacionamento professoraluno foi satisfatório Houve uma organização segura das atividades de modo a ter garantido um clima de trabalho favorável Os alunos realmente consolidaram a aprendizagem da matéria num grau suciente para introduzir matéria nova Foram propiciadas tarefas de estudo ativa e independente dos alunos Observe um exemplo prático desta proposta de plano de aula Indicar em cada um dos itens os métodos procedimentos e materiais didáticos O que professor e alunos farão para alcançar os objetivos Em cada um dos itens prever formas de vericação do rendimento dos alunos A avaliação é feita no início o que o aluno sabe antes do desenvolvimento de matéria nova durante e no nal de uma unidade didática É importante promover variadas formas de vericação podendo ser informal para ns de diagnóstico e acompanhamento do progresso dos alunos e formal para ns de atribuição de notas ou conceitos Escola Disciplina Português Data Série 2ª Professora Unidade didática Expressão oral leitura e escrita Texto O Domador de Monstros Ana Maria Machado OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS Nº DE AULAS DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO 1 Expressão de opiniões e sentimentos por meio da fala gestos mímica 1 Expressão verbal e não verbal 120 min Conversar com as crianças sobre histórias e guras de monstros que conhecem TV revistas gurinhas etc Pedir que expressem com gestos como imaginam monstros Pedir que contm alguma história de monstros Indagar o que acham dos monstros assustam Dão medo Dão vontade e rir Será que existem mesmo Conversar sobre o título do texto O Domador de Monstros Como será a história Quem será o domador O domador conseguirá domar o monstro etc 2 Compreensão do texto escrito 2 Leitura silenciosa e comentários 120 min Pedir leitura silenciosa do texto A professora esclarecerá dúvidas sobre o vocabukário se solicitada pelos alunos 3 Expressão verbal de experiências 3 Expressão verbal 120 min Após a leitura silenciosa indagar às crianças quem é o domador de monstros O que o domador sentiu O que acham do modo como Sérgio enfrentou o monstro Por que o monstro da parede se assustou e foi embora Como imaginam o monstro representar com getsos e sons Já aconteceu isso com alguém Ampliar a conversação quando se formam as sombras Já utilizaram o corpo o objetos para projetar sombras Que guras foram formadas Já tiveram medo como Sérgio Como foi 4 Leitura em voz alta com expressividade 4 Leitura oral 120 min Pedir leitura oral do trecho que acham mais interessante do diálogo de Sérgio com monstros do nal da história Se necessário a professora pode ler uma vez antes de os alunos lerem 5 Compreensão do texto escrito e dar asas à imaginação 5 Expressão escrita 120 min Pedir aos alunos que escrevam outro nal para a história outra forma de enfrentar o monstro Poderão introduzir outro personagem se quiserem Pedir que façam desenhos de monstros Reproduzir o texto em quadrinhos a história do texto ou a história com outro nal Obs as três últimas tarefas podem ser feitas em casa ou em outra aula Fonte LIBÂNEO 2013 p 270 Na próxima aula traremos uma proposta de plano de aula conhecida como sequência didática muito solicitada por escolas atualmente A Sequência Didática AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Estimado aluno escolhi apresentar uma proposta de plano de aula ligada a uma teoria pedagógica para exemplicar como a Didática contribui para a elucidação de um processo pedagógico ligado a nalidades claras de educação a sequência didática O domínio deste plano tem sido requisitado nos concursos públicos Isso não por acaso Na década de 1990 o Brasil passou por uma reforma educacional que transformou os documentos ociais acerca da educação a ser oferecida nas escolas Destacamse entre esses documentos os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil RCNEIs e principalmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 93941996 LDB Tais documentos ociais receberam inuência notória da Reforma Educacional Espanhola efetivada um pouco antes Isso um porque um dos líderes dessa reforma o professor César Coll assessorou o Ministério da Educação brasileiro nesta empreitada Toda a reforma educacional espanhola foi pautada pela concepção construtivista de educação e foi o construtivismo que embasou as novas propostas didáticas apresentadas pelos PCNs por exemplo Por isso a formação de professores no Brasil voltou os olhos para esta corrente que passou a ser estudada criticada e mesmo refutada A sequência didática é o nome dado a um conjunto de atividades ordenadas estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais que têm um princípio e um m conhecido tanto pelos professores como pelos alunos ZABALA 2010 p 18 Convencionouse chamar de sequência didática a estrutura de aula que tem como base as teorias construtivistasocioconstrutivista de ensino e aprendizagem e possui em sua concepção todos os passos didáticos para explorar os conhecimentos de acordo com a teoria que a suporta Zabala 2010 explicita quais são os elementos que não podem faltar na sequência didática Em primeiro lugar uma sequência didática deve contemplar os três tipos de conteúdo propostos pelos socioconstrutivistas os conteúdos conceituais os REFLITA Você pode estar se perguntando Como o Brasil passou por uma reforma educacional há pouco tempo se a realidade brasileira continua parecida com a de 30 anos atrás A reforma educacional brasileira foi um importante instrumento de maior acesso à educação e de mudanças importantes na formação dos professores Para que ela tivesse um alcance mais efetivo na prática das escolas chegando à sala de aula de fato os governos precisariam mobilizar esforços para uma reforma profunda na estrutura física e humana das escolas oferecendo condições para outra organização didática Todas as mudanças efetivadas aconteceram por esforços dos prossionais da educação de um modo geral ATENÇÃO O modelo de plano de aula apresentado na semana passada também pode ser considerado uma sequência didática pois é um ordenado de atividades com vistas a um determinado m A única diferença didaticamente é que não manifesta exclusivamente o pensamento construtivistasocioconstrutivista procedimentais e os atitudinais O mesmo autor explicita cada um desses conteúdos Conteúdos conceituais é o conhecimento de elementos que respondem à questão O que é Por exemplo O que é densidade O que é demografia Além disso engloba também os princípios como as regras matemáticas Dizer que se sabe um conceito significa dizer que se compreendeu seu significado Exigem forte elaboração pessoal cognitiva a partir dos conhecimentos prévios sobre determinado conceito Os conteúdos conceituais são os mais valorizados pela concepção tradicional de ensino em que saber é saber algo Exemplificados pela expressão saber Conteúdos procedimentais como o próprio nome diz são os conhecimentos relacionados a ações dirigidas para realizar um objetivo como as habilidades em geral Ler desenhar observar calcular são exemplos de conteúdos procedimentais Aprendese a realizar ações fazendoas Assim a aprendizagem de conteúdos procedimentais não se dá por explanações orais e escritas apenas mas por exercitação prática além do ato de refletir sobre essa prática Dizemos que aprendemos um conteúdo procedimental quando conseguimos aplicálo em contextos diferentes Exemplificados pela expressão saber fazer Conteúdos atitudinais são os conhecimentos relacionados aos valores princípios éticos atitudes predisposição a agir corretamente de acordo com valores éticos e normas diferentes regras que devemos seguir em diferentes contextos Sua aprendizagem se dá pela vivência de situações mediada por um sujeito competente capaz de promover reflexão sobre elas por modelos de conduta por envolvimento afetivo Exemplificados pela expressão saber ser Uma sequência didática de acordo com Zabala 2010 deve considerar o trabalho com os três tipos de conteúdo Para isso as atividades propostas precisam completar as diferentes formas aprender cada conteúdo Basicamente a sequência didática obedece ao seguinte método No documento apenas 1 Exposição escrita dos três tipos de conteúdo 2 Exposição escrita dos objetivos específicos para cada tipo de conteúdo No documento e em sala de aula 3 Apresentação da situação problemática relacionada ao tema do professor para os alunos 4 Proposição de problemas ou questões por parte dos alunos conhecimentos prévios 5 Proposta de busca de informações sobre o tema coletiva ou individualmente livros internet o próprio professor 6 Busca de informação e coleta de dados pesquisa realizada pelos alunos 7 Generalização das conclusões e síntese sistematização escrita coletivamente sob direção do professor 8 Exercícios de memorização realizados individualmente pelos alunos 9 Prova ou exame 10 Avaliação durante todo o processo sempre comunicando aos alunos Sequência didática Língua Portuguesa 3º ano do Ensino Fundamental Número de aulas Três aulas Conteúdos Conceituais Conceito do dígrafo RR Procedimentais Utilizar corretamente o dígrafo RR de acordo com seu valor sonoro Atitudinais Exploração do valor respeito quanto às dificuldades de escrita relacionadas à falta de escolarização das pessoas Objetivos Compreender o fenômeno escrito dígrafo RR Aplicar corretamente em situações de escrita social o dígrafo RR Respeitar a condição linguística dos menos escolarizados como condição social Situação Problema Serão apresentadas diversas placas e anúncios comumente encontrados socialmente com os diversos sons do R Em alguns deles o uso do dígrafo estará incorreto Problemas ou Questões Os alunos são instigados a descobrirem os erros e problematizarem os anúncios Conhecimentos prévios Os alunos são instigados a proporem soluções para os problemas encontrados Propostas de fontes de informações Os alunos se organizarão para o recolhimento das fontes de informação na sala de aula e na escola sobre o assunto Busca da informação Os alunos serão organizados em busca farão as pesquisas sobre o dígrafo rr e seu uso Elaboração das conclusões Os alunos registrarão e formato de cartaz as conclusões a que chegaram regra ortográca Ensinar a produzir o gênero cartaz Generalização Apresentação dos cartazes e síntese realizada com a ajuda da professora Exercícios de memorização Atividades individuais e jogos coletivos sobre o conceito aprendido Prova Prova individual sobre o assunto Avaliação Será realizada a todo tempo e unida aos resultados da prova comunicando os resultados processualmente aos alunos A Importância da Avaliação no Processo Didático AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Além do cuidado com a interação com o aluno e a escolha dos métodos e procedimentos para efetivar a aprendizagem o professor também dene os critérios da avaliação dos processos efetivados em sala de aula Avaliar é identicar o que o aluno não aprendeu mas para além disso por que não aprendeu e o que fazer para que ele aprenda Avaliar é também intervir na própria prática docente identicando o que foi falho o que faltou o que precisa melhorar Para que esta ideia de avaliação se torne efetiva nas escolas brasileiras vamos discutir alguns conceitos que envolvem o termo avaliação Avaliar é mais que medir e testar Para começar o assunto entendemos que a avaliação é uma tarefa fundamental e cotidiana da prática docente na trajetória do processo ensinoaprendizagem Imagine a seguinte situação o seu carro começa a apresentar problemas emitindo um barulho intermitente Ao leválo a uma ocina minimamente você espera ter um diagnóstico e saber qual procedimento será realizado para que a situação se resolva Imagine sair da ocina apenas com um papel reetindo uma nota estado geral do veículo 5 Acreditamos que nenhum cliente aceitaria esse tipo de informação E os alunos que frequentam as aulas durante um bimestre será que concordam ao receber apenas uma nota que conrma o seu fracasso por exemplo Será que a avaliação do processo ensinoaprendizagem só serve para medir e conrmar o problema sem identicálo ou contribuir para sua erradicação Precisamos esclarecer alguns conceitos ainda confundidos no contexto escolar testar medir e avaliar Haydt 1997 p 8 esclarece que durante muito tempo o termo avaliar foi usado como sinônimo de medir principalmente por volta da década de 1940 com a importância dada a elaboração e aplicação de testes mas logo deixou transparecer sua limitação é que nem todos os aspectos da educação podem ser medidos A partir de 1960 o termo avaliação voltou a surgir com outras perspectivas como avaliação dos processos e não apenas sobre resultados Observe Perceba que os três conceitos se complementam medir é um termo mais amplo que testar pois os testes constituem uma das formas de medida Enquanto isso avaliar é mais abrangente que os outros dois HAYDT 1997 p 10 Infelizmente muitos educadores ainda aplicam testes para medir o conhecimento adquirido pelos alunos atribuem uma nota para classicálos e assim acreditam estar avaliando Para de fato usar os testes como instrumento de avaliação o professor pode comparar as várias notas entre si a nota atual de cada aluno com as anteriores e perceber além do rendimento os progressos as diculdades e as lacunas que surgiram durante o processo em relação ao objetivo proposto A partir disso pode aperfeiçoar a sua aula repensar as estratégias e os recursos utilizados além de fornecer informações que direcionem o aluno para melhorar a sua performance compreender as suas falhas ou continuar os avanços Tabela Testar medir e avaliar TESTAR MEDIR AVALIAR Testar é submeter alguém ou alguma coisa como por exemplo uma máquina a um teste ou a uma experiência utilizando situações organizadas anteriormente conhecidas como testesAtualmente os testes são muito utilizados em avaliações em larga escala na educaçãoNo cotidiano da escola devem ser utilizados com parcimônia uma vez que a trajetória escolar de cada aluno não pode ser avaliada apenas por meio de testes Medir é determinar a quantidade a extensão ou o grau de alguma coisa tendo por base um sistema de unidades convencionais HAYDT 1997 p 9No cotidiano usamos as medidas como o metro quilo ou litro entre outros que são expressas em números por ser algo objetivo e exatoMedir está ligado ao aspecto quantitativo sendo os testes uma das formas utilizadas para mensurarPor oferecer objetividade e praticidade tornouse um aliado na educação mas vale ressaltar que é insuciente como instrumento de avaliação visto que nem todas as situações didáticas podem ser mensuradas quantitativamente Avaliar é julgar ou fazer uma apreciação sobre alguém ou alguma coisa tendo como base uma escala de valores HAYDT 1997 p 10 A avaliação envolve obter dados quantitativos e qualitativos para interpretálos com base em critérios denidos Você percebeu que avaliar é muito mais do que testar e medir Desse modo envolve tanto a aquisição de conhecimentos dos conteúdos propostos quanto atitudes habilidades interesses e vivência pessoal e social de cada aluno comparado consigo mesmo Fonte Adaptado de Haydt 1997 p 910 pela autora Os pilares da avaliação escolar Sabemos que os avanços nas tendências pedagógicas e na forma de conceber a educação trouxeram progresso também na percepção da avaliação Ela passou a ser vista como parte fundamental para o sucesso nos processos de ensino e de aprendizagem Para que a avaliação possa adquirir a importância que de fato tem tornase relevante explorar alguns princípios dela apoiados por Haydt 1997 A avaliação deve ser contínua e sistemática não pode acontecer esporadicamente ou de modo improvisado Deve ser frequente e planejada visto que se integra ao processo ensinoaprendizagem ocorre durante todo o percurso e não somente ao nal Além disso precisa fornecer feedback ao aluno e prever recuperação quando se zer necessário A avaliação é funcional precisa ocorrer em função dos objetivos propostos acompanhando o desempenho dos alunos A avaliação é orientadora não visa a excluir os alunos mas orientálos durante o processo ensinoaprendizagem para que consigam apresentar bons resultados Assim ao conhecer os erros e acertos eles tendem a apresentar avanços A avaliação é integral analisa e compreende o aluno como um todo ou seja não envolve apenas os aspectos cognitivos mas o afetivo e o psicomotor Temos também em Piletti 2010 mais alguns princípios da avaliação para orientar o trabalho do professor Situar com clareza o que será avaliado Optar por técnicas adequadas e variadas Compreender as possibilidades e limitações das técnicas para a avaliação Admitir a avaliação como um meio para alcançar os ns ou seja ela não é um m em si mesma Os princípios que vimos com apoio de Haydt 1997 e Piletti 2010 devem nortear as ações didáticas do professor Assim o olhar do educador sobre o ato de avaliar reete a sua atitude e consequentemente as relações que tem com seu aluno Além dos princípios da avaliação que destacamos Libâneo 2013 apresenta as características importantes da avaliação escolar deve reetir a integração entre objetivos conteúdos e métodos possibilita revisitar o plano de ensino estimula o desenvolvimento de capacidades e habilidades precisa ser focada nas atividades cotidianas dos alunos necessita de objetividade com instrumentos e técnicas diversicadas ajuda na autopercepção do aluno e do professor reete as expectativas do professor em relação à turma Avaliação da aprendizagem e para a aprendizagem Entendemos que os dados coletados antes durante e depois dos processos de ensino e de aprendizagem precisam ser interpretados O que conhecemos como nota expressa essa interpretação atríbuída de juízos de valor sobre o aproveitamento escolar de cada aluno durante a trajetória de aprendizagem Explicando assim pode parecer simples mas a avaliação é uma tarefa ampla e complexa cujo foco não é aplicar provas e atribuir notas É fundamental entender que mensurar com atribuição de conceitos ou notas é apenas um instrumento útil para uma apreciação qualitativa de diagnóstico e controle do percurso educativo De acordo com Hoffman 1994 p 56 a avaliação enquanto relação dialógica vai conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor como açãoreexãoação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado enriquecido carregado de signicados de compreensão A avaliação deve ser um momento de aprendizagem para os alunos Deve permitir que eles reconheçam os seus avanços saibam onde e por que erraram além de compreender como conseguirão superar as diculdades Usar a avaliação para examinar medir ou controlar não contribui efetivamente para o processo educativo uma vez que não importa a trajetória e sim o resultado nal Ao xar critérios de desempenho unilaterais o professor avalia os alunos pelo seu mérito individual pela sua capacidade de se ajustarem aos seus objetivos independentemente das condições do ensino e dos alunos LIBÂNEO 2013 p 219 Além disso fatores internos e externos que também podem reetir no rendimento escolar são ignorados A avaliação portanto não deve ser somente um instrumento para a aprovação ou reprovação dos alunos ela deve estar a serviço da aprendizagem e para isso o professor precisa utilizar variadas ferramentas que favoreçam a observação e a intervenção estimulando os alunos a que superem as diculdades e avancem nas aprendizagens com os seus ritmos e processos de aprendizagem diferentes Sabemos que na realidade das escolas em que a diversidade e a inclusão se fazem presentes uma única forma de avaliar todos os educandos tornase incoerente Neste contexto é imprescindível que a avaliação siga uma ótica inclusiva e equânime pautada no diálogo na participação e na construção coletiva dos saberes Dada a relevância da avaliação suas garantias são previstas em documentos ociais e Legislações Para ilustrar temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 Entre os assuntos tratados ela aborda a coleta de informações e da avaliação com o objetivo de atuar sobre a qualidade do ensino Vejamos o que diz o artigo 9º Art 9º A União incumbirseá de V coletar analisar e disseminar informações sobre a educação VI assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental médio e superior em colaboração com os sistemas de ensino objetivando a denição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino BRASIL 1996 As denições da LDB sobre a avaliação escolar evidenciam o que tratamos até aqui ela deve trilhar outros caminhos que permitam atingir um novo propósito qual seja o de contribuir para o processo ensinoaprendizagem e não para apenas julgar ou classicar os alunos em momentos pontuais Sabemos que na realidade das escolas em que a diversidade e a inclusão se fazem presentes uma única forma de avaliar todos os educandos tornase incoerente Neste contexto é imprescindível que a avaliação siga uma ótica inclusiva e equânime pautada no diálogo na participação e na construção coletiva dos saberes Dada a relevância da avaliação suas garantias são previstas em documentos ociais e Legislações Para ilustrar temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 Entre os assuntos tratados ela aborda a coleta de informações e da avaliação com o objetivo de atuar sobre a qualidade do ensino Vejamos o que diz o artigo 9º Art 9º A União incumbirseá de V coletar analisar e disseminar informações sobre a educação VI assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental médio e superior em colaboração com os sistemas de ensino objetivando a denição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino BRASIL 1996 As denições da LDB sobre a avaliação escolar evidenciam o que tratamos até aqui ela deve trilhar outros caminhos que permitam atingir um novo propósito qual seja o de contribuir para o processo ensinoaprendizagem e não para apenas julgar ou classicar os alunos em momentos pontuais As funções da avaliação Ao considerarmos as atividades desenvolvidas para alcançar o objetivo de ensinar e aprender podemos dizer que a avaliação tem funções gerais e especícas TURRA et al 2004 as quais estão relacionadas às funções da educação As funções gerais da avaliação são oferecer bases para o planejamento permitir o conhecimento dos saberes de professores e alunos adequar as práticas educativas e as políticas As funções especícas da avaliação são favorecer o diagnóstico oportunizar avanços no processo ensinoaprendizagem proporcionar situações individuais de aprendizagem promover e caracterizar o desenvolvimento dos alunos Como vimos a avaliação no contexto escolar é utilizada com algumas funções diagnosticar controlar e classicar Bloom et al 1971 apud TURRA et al 2004 indicaram tais formas de organização para atender a tais funções Assim temos a avaliação diagnóstica a avaliação formativa e a avaliação somativa As modalidades de avaliação A avaliação diagnóstica exerce a função de diagnóstico e é realizada no início de um curso de um período letivo ou uma unidade de ensino HAYDT 1997 p 17 e assim favorece a constatação dos conhecimentos prévios dos alunos bem como se possuem os prérequisitos básicos para novas aprendizagens É muito útil para individualizar o ensino com vistas à superação de diculdades É também utilizada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e identicar suas possíveis causas numa tentativa de sanálos HAYDT 1997 p 17 A avaliação formativa por sua vez exerce a função de controle e pode acontecer durante todo o período letivo permitindo vericar se os alunos estão atingindo os objetivos e intervir para que avancem ainda mais ou mudar a rota se for necessário A função de controle é exercida no sentido de acompanhar o processo ensinoaprendizagem monitorando a qualidade para assegurar que a cada etapa nova sejam alcançados resultados tão bons ou até melhores do que na anterior Ela contribui durante todo o percurso educativo pois permite que o aluno perceba e entenda os seus erros e acertos oferecendo estímulos sistematizados para a sua evolução A avaliação formativa orienta tanto o trabalho do professor quanto o desenvolvimento cotidiano do aluno evitando as tensões causadas pela avaliação nal De acordo com Turra et al 2004 p 184 para que esse tipo de avaliação ocorra é necessário que professor e aluno adotem o uso de feedback frequente isto é utilizem a informação para corrigir erros insuciências ou para reforçar comportamentos bem sucedidos Por último mas não menos importante temos a Avaliação somativa que exerce a função de classicação Fica claro que tanto a avaliação formativa quanto a diagnóstica podem favorecer a somativa É mais utilizada ao nal de um curso ano letivo ou unidades de ensino justamente por classicar os alunos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos geralmente tendo em vista sua promoção de uma série para outra HAYDT 1997 p 18 É importante você saber que essas formas de avaliação estão ligadas intimamente ou seja o professor precisa fazer uso conjugado dos três tipos em busca de ecácia no processo ensinoaprendizagem Com os conceitos explicados você deve estar se perguntando como os conceitos teóricos sobre a avaliação acontecem na prática Por isso apresentaremos a seguir um quadro que ilustra esta questão qual a função o propósito e a melhor época para aplicar cada tipo de avaliação Nós nos apoiamos em Haydt 1997 p 2025 para encerrar a temática deste tópico ressaltando os propósitos da avaliação ou seja precisamos avaliar para MODALIDADE tipo FUNÇÃO PROPÓSITO para que usar ÉPOCA quando aplicar Diagnóstica Diagnosticar Aferir os prérequisitos para novas descobertas Constatar diculdades especícas e suas possíveis causas No início do ano ou semestre letivo antes de um conteúdo novo e de uma unidade de ensino Formativa Controlar Vericar se os objetivos estão sendo alcançados Conhecer os dados que favoreçam a percepção do processo ensinoaprendizagem Durante todo o ano letivo em qualquer momento do processo educativo Somativa Classicar Classicar os resultados de aprendizagem obtidos comparandoos com os objetivos estabelecidos Ao nal do ano ou semestre letivo também ao nal de uma unidade de ensino Tabela avaliação formativa Fonte Adaptado de Haydt 1997 p 19 Conhecer os alunos Esperamos que você tenha compreendido que a avaliação não deve ser um instrumento de punição para os alunos indisciplinados ou ainda unicamente para medir ou examinar os conhecimentos deles A avaliação deve ser vivenciada no processo como parte da rotina escolar e para enriquecer as possibilidades de ensinar e aprender Determinar se os objetivos previstos para o processo ensinoaprendizagem foram ou não atingidos Aperfeiçoar o processo ensinoaprendizagem Diagnosticar as diculdades de aprendizagem Promover os alunos Espero que você tenha aproveitado esta leitura e que ela tenha contribuído para sua formação Nas primeiras aulas de nosso curso discutimos o lugar da Didática na Pedagogia e sua relevância para a formação do professor Foi possível perceber que a disciplina não trata apenas de técnicas de ensino ou de saber ensinar mas liga teoria e nalidades às técnicas de ensino A Didática tem como princípio e m a aprendizagem signicativa Aprendemos sobre a trajetória histórica da Didática e como ela vem se consolidando como teoria da prática e para a prática com vistas à transformação da realidade educacional brasileira Caminhamos sobre as tendências pedagógicas mais encontradas na educação brasileira e pudemos perceber que as formas de agir em sala de aula estão completamente ligadas a uma concepção de mundo e sociedade É função do professor posta pela LDB propor uma educação assentada na solidariedade e na democracia Pudemos compreender melhor o que são métodos de ensino e como eles podem ser uma ponte entre objetivos e a aprendizagem dos alunos Vericamos que não é possível alcançar tal aprendizagem sem um planejamento reexivo teóricoprático que garanta segurança ao professor para que este enfrente os desaos de sala de aula com a força necessária vinda de uma reexão ativa que leva à ação Aprender a planejar um plano de aula é ferramenta consolidadora de uma educação voltada à aprendizagem efetiva do aluno não pautada pela casualidade e por achismos Finalizando nossa disciplina constatamos que a avaliação formativa é capaz de promover uma melhoria na forma de ensinar do professor e nas aprendizagens dos alunos Conclusão Tais reexões não dão conta sozinhas da complexidade do ato pedagógico e das relações que se estabelecem em sala de aula Além das aprendizagens realizadas nas demais disciplinas de seu curso proponho que você busque sempre aperfeiçoarse utilizando as bibliotecas online disponíveis na plataforma da Faculdade Católica assista aos lmes recomendados e outros tantos que o uso adequado da internet pode proporcionar Dialogue sempre com prossionais da área de educação que já atuam nas áreas pelas quais você se interessa aproximando os relatos que ouvir das aulas que você está tendo realizando uma apreciação crítica dos fenômenos embasada pela teoria pedagógica à qual você está tendo acesso Bons professores se formam quando há uma predisposição à aprendizagem à partilha de seu saber e o desejo de ver outras pessoas se desenvolvendo Seja esse professor Livro Livro Filme Nenhum a Menos Ano 1998 Sinopse Um professor de uma escola rural precisa afastarse por um tempo de seu trabalho quem irá substituílo é uma garota de apenas 13 anos que recebe como orientação que não deixe que seus alunos abandonem a escola Filme Extraordinário Ano 2017 Sinopse O filme conta a história de um garoto que nasceu com uma deficiência na face e por muito tempo não frequentou a escola Filme Como Estrelas na Terra Toda Criança é Especial Ano 2007 Sinopse O filme aborda o preconceito da sociedade na crença de que a educação tem o papel de ensinar por meio da memorização Também demonstra o sofrimento e a pressão que as crianças experimentam por não se enquadrar no perfil da Pedagogia Tradicional O protagonista é uma criança indiana de nove anos de idade que apresentava dificuldade na leitura e escrita entretanto tinha muita imaginação e criatividade em áreas que infelizmente não faziam parte do currículo escolar A situação de exclusão foi eliminada quando um professor enxergou o seu potencial criador e artístico Filme Escritores da Liberdade Ano 2007 Sinopse O filme aborda a história de uma professora muito dedicada que busca sucesso no processo ensinoaprendizagem de uma turma de alunos jovens que apresenta problemas de aprendizagem Ela tenta motiválos a estudarem e a acreditarem em si mesmos Tal motivação é fundamental pois há grandes chances de serem reprovados Web O Vídeo Didática e a formação do professor apresenta de forma lúdica os conceitos de Didática e Pedagogia revelando o seu objeto de estudo Ao assistirlhe você também aprenderá sobre a trajetória da Didática e as tendências pedagógicas Web Acesse o link a seguir para ampliar seus estudos sobre Conhecimentos Pedagógicos o vídeo apresenta de forma simples todos os passos que podem contribuir para a sua construção de conhecimentos como educador Web Pelo que você estudou até aqui acredita que afetividade vínculo e aprendizagem estão relacionados O professor e filósofo Mário Sergio Cortella aborda esta temática de maneira clara e evolvente Assista ao vídeo Referências BRASIL Ministério de Educação LDB Lei nº 939496 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional Brasília DF MEC 1996 CANDAU Vera Maria Rumo a uma nova didática 20 ed Petrópolis Vozes 2010 Org A didática e a formação de educadores Da exaltação à negação a busca da relevância In CANDAU V M Org A didática em questão Petrópolis Vozes 2012 p 1324 CASTRO Amélia Domingues A Trajetória Histórica da Didática Centro de Referência em Educação Mario Covas Série Ideias n 11 São Paulo FDE 1991 Disponível em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias11p015025cpdf Acesso em 16 nov 2017 CORDEIRO Jaime Didática São Paulo Contexto 2007 CUNHA Maria Isabel da A relação professoraluno In VEIGA Ilma P Alencastro Org Repensando a didática 12 ed São Paulo Papirus 2000 p 145158 GANDIN Danilo Planejamento na sala de aula Petrópolis RJ Vozes 2014 HAYDT Regina Célia Cazaux Curso de Didática Geral São Paulo Ática 2011 HOFFMANN Jussara Maria L Avaliação mediadora uma relação dialógica na construção do conhecimento Centro de Referência em Educação Mario Covas Série Ideias n 22 São Paulo FDE 1994 p 5159 Disponível em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias22p051059cpdf Acesso em 17 nov 2017 KENSKI Vani Moreira Avaliação da aprendizagem In VEIGA Ilma P Alencastro Org Repensando a Didática 12 ed São Paulo Papirus 2000 p 131144 LIBÂNEO José Carlos Democratização da escola pública a pedagogia críticosocial dos conteúdos São Paulo Loyola 1998 LOPES Antonia Osima Planejamento do ensino numa perspectiva crítica da educação In VEIGA Ilma P Alencastro Org Repensando a Didática 12 ed São Paulo Papirus 2000 p 4152 O essencial da didática e o trabalho de professor em busca de novos caminhos Disponível em httpwwwucgbrsitedocenteedulibaneopdfdidaticadoprofpdf Acesso em 28 dez 2018 Pedagogia e pedagogos para quê São Paulo Cortez 2010 Didática São Paulo Cortez 2013 LUCKESI Cipriano Carlos Avaliação da Aprendizagem Escolar estudos e proposições São Paulo Cortez 2011 MALHEIROS Bruno Tarantos Didática Geral Rio de Janeiro Grupo Editora Nacional 2012 MIZUKAMI Maria da Graça Nicoletti Ensino as abordagens do processo São Paulo Editora Pedagógica e Universitária 2014 PILETTI Claudino Didática Geral São Paulo Ática 2010 VASCONCELOS Iolani A metodologia enquanto ato político da prática educativa In CANDAU Vera M Rumo a uma nova didática 20 ed Petrópolis Vozes 2012 p 112120 VASCONCELLOS Celso Planejamento plano de ensinoaprendizagem e projeto educativo São Paulo Libertad 1995 2 ed RABELLO Elaine T PASSOS José Silveira Vygotsky e o desenvolvimento humano Disponível em httpsjosesilveiracomwpcontentuploads201807ArtigoVygotskyeodesenvolvimentohumanopdf Acesso em 16 jan 2019 RANGEL Mary Métodos de Ensino para a aprendizagem e a dinamização das aulas 2 ed Papirus São Paulo 2006 TURRA Clódia M G et al Planejamento de ensino e avaliação Porto Alegre Sagra Luzzatto 2004 ZABALA Antoni A prática educativa como ensinar Porto Alegre Artmed 2010
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O Conceito de Didática e seu Uso AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx O que é educação Quando falamos de educação certamente estamos citando um termo amplo que engloba muitas dimensões humanas individuais e sociais Abordaremos aqui o conceito de educação o objeto de conhecimento da Pedagogia Denir o que é educação é algo complexo já que o fenômeno educativo educar e ser educado é multidimensional Pense comigo os prossionais que de alguma forma estão ligados ao campo educacional como por exemplo psicólogos sociólogos antropólogos ou prossionais da saúde se perguntados sobre sua denição de educação dariam respostas relacionadas a sua área de atuação Um psicólogo provavelmente diria algo relacionado à aprendizagem dos comportamentos das emoções ou mesmo do desenvolvimento dos processos cognitivos Da mesma forma se perguntarmos a uma pessoa que não é do campo educacional O que é educação ou O que é educar sua resposta basearseá em concepções do senso comum como por exemplo ensinar ou aprender sobre boas maneiras aprender ou ensinar coisas dizer ou ouvir de alguém o que se deve ou não fazer O conceito de educação na contemporaneidade assume uma identidade muito abrangente vistos os inúmeros processos nos quais o sujeito está inserido campos social cultural econômico político religioso e cientíco além das questões psicológicas Portanto de acordo com Libâneo 2010 p 30 Educação é o conjunto das ações processos inuências estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social num determinado contexto de relações entre grupos sociais Apoiados em Libâneo 2010 então compreendemos que tudo aquilo que interfere no desenvolvimento integral do ser humano ou de um grupo que o modica é educação A partir dessa compreensão qualquer fator seja natural ou social que transforma o sujeito é educação Assim podemos armar que existem situações intencionais de educação ou seja em que se há sistematização e planejamento a m de educar e situações nãointencionais de educação em que a educação acontece de forma intuitiva nãoplanejada Como a educação se dá em diversos campos da vida Libâneo 2010 classica tais situações em três categorias São elas Educação informal ações e inuências exercidas pelo meio ambiente sociocultural por meio das relações Ex relações familiares Educação nãoformal instituições educativas com certo grau de sistematização e estruturação Ex Meios de comunicação sociais associações de bairro museus Educação formal onde há objetivos educativos explícitos e uma ação educacional institucionalizada estruturada sistemática mesmo que fora do ambiente escolar propriamente dito Ex escolas formais educação prossional educação de adultos De acordo com o dicionário online Michaelis Senso comum FILOS conjunto de ideias opiniões e pontos de vista de um grande número de pessoas em um determinado contexto social que se estabelecem e impõem como naturais e necessárias não admitindo grandes questionamentos nem reexões consenso Após entendermos que a educação acontece nas mais variadas esferas sociais nas famílias nos grupos sociais nas instituições educacionais ou assistenciais nas associações prossionais sindicais e comunitárias nas igrejas nas empresas nos meios de comunicação de massa etc e assume diferentes formas de organização é possível agora compreender que é ela o objeto de estudo da Pedagogia isto é cabe à Pedagogia estudar o fenômeno educativo em sua globalidade propondo teorias e práticas Agora sim caroa alunoa é possível compreender melhor o que é a Pedagogia e o que faz um pedagogo e consequentemente um professor para só então conseguirmos entender a importância da disciplina Didática CONCEITUANDO É importante saber que a educação formal e a nãoformal são sempre perpassadas pela educação informal É função da educação formal considerar de forma crítica as diversas inuências vindas do ambiente natural e sociocultural de seus alunos Também a educação formal e nãoformal se interpenetram pois os alunos das escolas formais são também agentes de outras esferas educativas Assim o professor deve considerar que o aluno é também participante de outras esferas educativas e traz consigo uma bagagem de conhecimentos SAIBA MAIS Para entender melhor o conceito de educação nãoformal conheça o projeto Curumim idealizado pelo SESC SP em 1987 e que permanece ativo Pedagogia a ciência da educação Pedagogia é o campo de conhecimento que estuda a educação Porém dentro do universo cientíco há muitas disciplinas que têm a educação como um de seus focos de estudo como a psicologia as ciências sociais algumas áreas da saúde entre outras Então o que difere a Pedagogia dessas ciências Essas ciências e muitas outras que estudam a educação o fazem abordandoa a partir de suas próprias perspectivas e métodos A Pedagogia estuda o ato educativo em si ou seja os elementos da ação educativa e sua contextualização De acordo com Libâneo 2010 p 38 a Pedagogia analisa então o sujeito que se educa o educador o saber e os contextos em que ocorre Observe o esquema baseado nessa armação Objeto de Estudo da Pedagogia Fonte autora O pedagogo e o professor são especialistas em educação pois não apenas dominam as técnicas de ensino mas compreendem por meio da teoria pedagógica a problemática educativa na sua totalidade além de produzir teoria pedagógica em resposta aos problemas da prática Por isso é que você poderá atuar tanto como professor em sala de aula na gestão escolar coordenação pedagógica direção supervisão e dirigente de ensino como na organização de projetos educativos em empresas e ONGs ou dedicandose à pesquisa acadêmica nas universidades Concluindo A Pedagogia mediante conhecimentos cientícos losócos e técnicoprossionais investiga a realidade educacional em transformação para explicitar objetivos e processos de intervenção metodológica e organizativa referentes à transmissãoassimilação de saberes e modos de ação Ela visa ao entendimento global e intencionalmente dirigido dos problemas educativos e para isso recorre aos aportes teóricos providos pelas demais ciências da educação LIBÂNEO 2010 p 3233 E onde entra a Didática nesse contexto A Didática é uma disciplina da Pedagogia um ramo de estudo dessa ciência Vejamos Didática disciplina da Pedagogia Ao compreendermos que a educação é todo e qualquer processo em que haja modicação intencional ou não no desenvolvimento do sujeito e que a Pedagogia é a ciência que estuda esse processo de modicação analisando todo o contexto em que ele ocorre é possível inferir que a Didática é um ramo da Pedagogia A Didática é uma disciplina da Pedagogia Ela se preocupa basicamente com a investigação e a proposição de teorias acerca do ensino Libâneo 2001 conceitua A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto no qual os objetivos conteúdos métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem signicativa LIBÂNEO 2001 p 2 A Didática então como disciplina da Pedagogia ajuda o professor na orientação de seu trabalho proporcionando a segurança prossional necessária para este árduo ofício Isto porque o professor compreendendo as nalidades do ensino é capaz de selecionar os métodos mais adequados para o sucesso de sua ação educativa É de primordial importância que você futuro professor compreenda que a atividade docente está diretamente ligada com o para que educar Libâneo 2001 Isso porque a educação acontece inserida em uma determinada sociedade composta por grupos sociais diferentes com visões igualmente distintas do sentido da educação É função do professor compreender as relações de disputa para que se posicione criticamente e tenha clareza das nalidades que tem em mente para a educação das crianças Portanto Não há técnica pedagógica sem uma concepção de homem e de sociedade como não há concepção de homem e sociedade sem uma competência técnica para realizála educacionalmente Por isso o planejamento do ensino deve começar com propósitos claros sobre as nalidades do ensino na preparação dos alunos para a vida social que objetivos mais amplos queremos atingir com o nosso trabalho qual o signicado social da matéria que ensinamos o que pretendemos fazer para que meus alunos reais e concretos possam tirar proveito da escola etc As nalidades ou objetivos gerais que o professor deseja atingir vão orientar a seleção e organização de conteúdos e métodos e das atividades propostas aos alunos Essa função orientadora dos objetivos vai aparecer a cada aula perpassando todo o ano letivo LIBÂNEO 2001 p 23 Mais adiante nossas aulas tratarão dos processos relacionados ao ensino e à aprendizagem como a relação professoraluno e os métodos de ensino Antes disso conheceremos um pouco da história da Didática REFLITA O importante sobre a Didática é compreendermos que não se trata de uma disciplina especíca para ensinar técnicas de ensino ao professor apesar de sua importância mas que se propõe a estudar todo o contexto em que o ensino se dá com que objetivo ele ocorre qual conteúdo ele apresenta e como ensinálo considerando o espaço em que ele acontece e as relações desenroladas nesse espaço É para isso que a Didática serve para que o professor consiga realizar intencionalmente o seu ofício de ensinar para além do senso puramente prático de modo que o aluno aprenda de fato Introdução à História Geral da Didática AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx A origem da palavra didática segundo Cordeiro 2007 vem do grego didasko que signica ensinar ou instruir Na Grécia antiga o ensino infantil acontecia de modo bem diferente do que o que hoje entendemos por instrução Vamos compreender um pouco da história do ensino e da Didática Segundo Malheiros 2012 muitos autores consideram Platão como o primeiro professor de que se ouviu falar Considerando que Platão nasceu em por volta de 427 a C as formas e objetivos de ensino mudaram muito nestes aproximadamente 2500 anos É importante conhecer o desenvolvimento histórico da Didática para compreender muitas das ideias atuais de educação Nosso modelo de instrução atual centrase basicamente em paradigmas europeus de educação Por isso centremonos neles Muito da forma de educação da Idade Média séculos V a XV de acordo com Malheiros 2012 vinha da Antiguidade As crianças podiam ser dadas vendidas ou mortas a partir da decisão do pai Com a expansão do cristianismo no entanto a Igreja passou a assumir a tarefa de acolher as crianças garantindo não a educação integral tal qual pensamos hoje mas sua sobrevivência alimentação vestimenta higiene A educação dada era basicamente catequização As corporações medievais que eram associações de pessoas de uma determinada prossão também admitiam crianças para que aprendessem um ofício e futuramente zessem parte da associação Malheiros 2012 explica ainda que a partir do século VI é que a Igreja passou a abrir espaços escolares para garantir a formação cristã nas maiores cidades europeias Neste momento não havia um ensino diferenciado que considerasse a maneira própria das crianças aprenderem A partir dos cinco anos elas aprendiam juntamente com os adultos Foi somente com o início da Idade Moderna no m do século XV que os jesuítas criaram a ideia de seriação As escolas no formato como conhecemos hoje são fruto do modelo europeu de escola consolidado a partir do século XVII Esse século consolida a ideia de professores regentes e grupos mais homogêneos de alunos separados sicamente Foi neste século que se começa a pensar especicamente em conteúdos objetivos e métodos de ensino Vejamos quem deu este passo Jan Amos Comenius 1592 1670 Costumase dizer que a Didática foi fundada no século XVII por um educador da Europa central chamado Comenius Nesse século ele publicou um livro que se chamava Didática Magna tratado da arte universal de ensinar tudo a todos 1632 Por que essa obra tornouse tão importante Por dois motivos pelo seu pioneirismo em propor um método universal que orientasse a prática do professor e por inuenciar muitas teorias e práticas futuras que buscariam tornar o ensino efetivo eciente por meio da racionalização das formas de ensinar Sua obra também é considerada muito relevante porque traz como inovação a aprendizagem do aluno como elemento central na prática educativa além da ideia da prossionalização do ensino ou seja de um conjunto de competências cabíveis ao professor Comenius ou Comênio foi o primeiro educador a ter a intenção de que os conhecimentos fossem difundidos para todos segundo princípios e regras do ensino Libâneo 2013 p 59 salienta que Comênio desenvolveu ideias avançadas para a prática educativa nas escolas numa época em que surgiam novidades no campo da Filosoa e das Ciências e grandes transformações nas técnicas de produção em contraposição às ideias conservadoras CONECTESE Conheça a obra Didática Magna de Comenius com tradução do professor doutor da Faculdade de Letras de Coimbra Joaquim Ferreira Gomes publicado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2001 que está disponível no formato ebook e do clero O sistema de produção capitalista ainda incipiente já inuenciava a organização da vida social política e cultural A Didática de Comenius centravase em determinados princípios Vejamos alguns deles Educação como direito todos os homens merecem a sabedoria a moralidade e a religião A educação é um direito natural de todos Respeito ao desenvolvimento natural humano o homem deve ser educado conforme seu próprio desenvolvimento natural A Didática deve estudar e propor métodos de ensino respeitando tal processo Aprender pelos sentidos a assimilação não é algo mecânico Os conhecimentos devem ser construídos pela observação por meio dos órgãos dos sentidos Do simples para o complexo O planejamento deve seguir o curso da natureza infantil Deve ser ensinada uma coisa de cada vez partindo do conhecido para o desconhecido Considerada a época dessas ideias podemos dizer que são uma grande novidade Embora acreditasse na importância da observação e da experiência dos sentidos Comenius tinha em seus ideais algumas características comuns ao período como o caráter transmissor do ensino o método único e o ensino simultâneo Além disso considerava que a única forma de aprendizagem seria pela experiência sensorial o que o fez desconsiderar a experiência socialmente acumulada Comenius teve uma inuência signicativa por seu empenho ao desenvolvimento dos métodos mais ecientes de instrução e também pelo desejo de que todas as pessoas fossem beneciadas pela aquisição dos conhecimentos Mesmo com as propostas de Comenius no século XVII e também nos seguintes houve ainda a predominância de práticas escolares medievais como o ensino integralmente intelectual verbal e dogmático centrado na memorização e na repetição mecânica do ensino Nessas escolas não havia espaço para ideias próprias dos alunos o ensino era separado da vida mesmo porque ainda era grande o poder da religião na vida social LIBÂNEO 2013 p 60 Ainda de acordo com Libâneo 2013 nesse contexto transformações intensas se sucederam gerando avanços signicativos na ciência e cultura Com isso houve a diminuição do poder da nobreza e do clero e consequentemente a burguesia teve ascensão Com o seu fortalecimento como classe social na disputa pelo poder econômico e político com a nobreza cresceu também a intenção de que o ensino estivesse ligado ao mundo da produção e dos negócios contemplando o desenvolvimento livre das capacidades e dos interesses de cada um Por isso outros tratados didáticos focados no desenvolvimento do sujeito surgem O desenvolvimento da teoria didática Jean Jacques Rousseau 1712 1778 Com a ascensão da burguesia no século XVIII a era moderna começa a se instalar com novas visões de mundo Rousseau um pensador que procurou interpretar esse cenário propôs novas concepções de ensino e de infância com base nos interesses imediatos da criança Rousseau inova quando põe em relevo a natureza da criança e transforma o método num procedimento natural exercido sem pressa e sem livros CASTRO 1991 p 17 São ideias rousseaunianas Para preparar a criança para a vida futura partese do estudo das coisas que reitam seus interesses e necessidades atuais Os verdadeiros professores são a natureza a experiência e o sentimento O contato da criança com o mundo que a rodeia é que desperta o interesse e suas potencialidades naturais LIBÂNEO 2013 p 60 A educação é um processo natural fundamentada no desenvolvimento interno da criança ou jovem As crianças são boas por natureza elas têm uma tendência natural para se desenvolverem LIBÂNEO 2013 p 60 Notase então de acordo com Castro 1991 p 17 que enquanto Comenius ao seguir as pegadas da natureza pensava em domar as paixões das crianças Rousseau parte da ideia da bondade natural do homem corrompido pela sociedade Entretanto cabe ressaltar que Rousseau não colocou em prática tais ideias e também não elaborou uma teoria de ensino Essa tarefa foi cumprida por outro pedagogo o suíço Henrique Pestalozzi que trabalhou até o m da vida na educação de crianças pobres em instituições dirigidas por ele próprio Henrique Pestalozzi 1746 1827 O pedagogo Pestalozzi valorizava o ensino como meio de desenvolver as capacidades humanas seus sentimentos sua mente e seu caráter Haydt 2011 p 15 elucida que ele acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia Sustentava que era preciso tornar esse ambiente o mais próximo possível das condições naturais para que o caráter do indivíduo se desenvolvesse ou fosse formado positivamente Para ele a transformação da sociedade iria se processar através da educação que tinha por nalidade o desenvolvimento natural progressivo e harmonioso de todas as faculdades e aptidões do ser humano Para o pedagogo suíço a educação deve desenvolver a linguagem o senso de observação e de análise de objetos e fenômenos da natureza Além disso dava importância à Psicologia infantil considerandoa como princípio do desenvolvimento do processo de ensino Pestalozzi com tais ideias lança as sementes da Pedagogia Moderna Foi ele o primeiro a formular de forma clara e explícita o princípio de que a educação deveria respeitar o desenvolvimento infantil HAYDT 2011 p 15 Os três pensadores vistos até aqui inuenciaram Herbart 17661841 um pedagogo alemão que na primeira metade do século XIX teve inuência relevante nas práticas docentes Foi considerado e ainda é inspiração da pedagogia conservadora Johann Friedrich Herbart 1746 1827 Para Herbart de acordo como Haydt 2011 p 17 a educação moral decorre da educação intelectual pois são as ideias que formam o caráter O conhecimento produz ideias que moldam a vontade isto é o caráter A este ciclo conhecimento ideiascaráter Herbart chamou de instrução educativa A instrução permite atingir a moralidade entendida como a nalidade da educação Aproveitando as leis da psicologia do conhecimento Herbart formulou um método de ensino estabelecendo quatro passos didáticos que deveriam ser rigorosamente seguidos LIBÂNEO 2013 Vejamos 1º passo Clareza é preciso realizar a preparação e a apresentação do conteúdo novo de forma clara e completa 2º passo Associação é necessário que haja associação das ideias antigas com as novas 3º passo Sistematização deve ocorrer a sistematização dos conhecimentos com vistas à generalização 4º passo Aplicação fazer uso dos conhecimentos adquiridos com exercícios SAIBA MAIS As ideias de Herbart segundo Libâneo 2013 estão presentes nos dias atuais na prática das salas de aula brasileiras Tal concepção de ensino e de aprendizagem valoriza a aquisição de conhecimentos direcionados pelo professor o arquiteto da mente Cabe a ele inserir ideias corretas na cabeça dos alunos de modo que controle seus interesses Posteriormente de acordo com Libâneo 2013 os seguidores de Herbart acrescentaram mais um passo didático a generalização e tal sequência ainda é muito utilizada atualmente Os passos caram na seguinte ordem preparação apresentação assimilação generalização aplicação Libâneo 2013 critica tal sequência armando que a aprendizagem se torna mecânica pois não mobiliza a atividade mental do aluno inibindo a reexão o pensamento independente e a criatividade O sistema pedagógico de Herbart e seus seguidores chamados de herbartianos trouxe esclarecimentos válidos para a organização da prática docente como por exemplo a necessidade de estruturação e ordenação do processo de ensino a exigência de compreensão dos assuntos estudados e não simplesmente memorização o signicado educativo da disciplina na formação do caráter Entretanto o ensino é entendido como repasse de ideias do professor para a cabeça do aluno os alunos devem compreender o que o professor transmite mas apenas com a nalidade de reproduzir a matéria transmitida LIBÂNEO 2013 p 62 Os autores explorados até aqui abordaram a educação a partir de pontos de vista muito diversos Analisaremos a seguir as correntes losócas que explicam como o ser humano aprende cada uma à sua maneira Você conseguirá relacionar tais correntes aos pensamentos vistos até aqui Foco na Aprendizagem Inatismo Empirismo e Associacionismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Você viu até aqui que a nossa disciplina se ocupa de investigar os conteúdos de ensino o que ensinar os objetivos desse ensino por que ensinar e os métodos de ensino como ensinar bem como suas nalidades mais amplas ou seja qual a importância que o que está sendo ensinado tem para a sociedade de forma que o aluno efetivamente aproveite a escola como meio de inserção e interação social e econômica É muito importante que você futuro professor aproveite o máximo de nossas aulas para que ultrapassando as ideias de ensino e escola do senso comum faça boas escolhas preocupadas realmente com a aprendizagem de seus alunos Como as pessoas aprendem Para um professor a resposta a essa pergunta pode determinar suas escolhas didáticas e relação pedagógica Por muito tempo os sujeitos se questionaram e ainda se questionam sobre esse assunto Segundo Malheiros 2012 historicamente as teorias construídas acerca de como se aprende podem ser agrupadas em três blocos Inatismo Impirismo Associacionismo Como as pessoas aprendem O inatismo O inatismo parte do princípio de que todas as características que denem o sujeito nascem com ele Nesta perspectiva as pessoas nascem com mais ou menos potencialidades O desenvolvimento precede a aprendizagem Alguns nascem mais desenvolvidos que outros Essa teoria tem como seu primeiro representante o lósofo Platão 427347 aC Platão defendia que aprender signica desenvolver os dons com os quais as pessoas nascem Assim o meio social não tem inuência no desenvolvimento cognitivo do indivíduo Atualmente quase não há pesquisadores que defendam essa teoria Isso porque ela foi muita utilizada para justicar atos discriminatórios ao longo do tempo embasando a ideia de que pais pouco instruídos passam essa herança a seus lhos mesmo que tivessem crescido em outro contexto social político ou econômico Muitos grupos étnicos foram discriminados ao longo do tempo por conta entre outras coisas dessa ideia Não há evidências cientícas que justiquem essa teoria Por se tratar da mais antiga concepção de aprendizagem está ainda presente no imaginário das pessoas Você certamente já ouviu alguém ou mesmo um professor dizer Tal pessoa não nasceu pra isso Ou mesmo Aquele sujeito consegue realizar tal atividade porque possui um dom A maior crítica que se faz a este tipo de crença é que se o sujeito nasce com determinadas características de forma inata então não é possível mudar O meio portanto não interfere no desenvolvimento cognitivo da pessoa SAIBA MAIS O inatismo acredita que todas as características que denem uma pessoa estão presentes no momento em que esta pessoa nasce Aprender seria portanto estimular características que já existem MALHEIROS 2012 p 9 Como as pessoas aprendem O empirismo O empirismo se opõe completamente ao inatismo pendendo para o outro extremo De acordo com o empirismo nascemos sem saber nada e que as estruturas cognitivas vão sendo construídas a o longo da vida Quanto mais experiências vivenciadas mais informações acumuladas A aprendizagem acompanha o desenvolvimento e não vem depois dele John Locke 16321704 se opôs profundamente ao inatismo e entrou para a história como lósofo da teoria do conhecimento Provavelmente você ouvir falar que a mente humana é uma tábula rasa Foi ele quem deu visibilidade a essa expressão Isso signica dizer que a cognição humana é uma tela em branco a ser preenchida com informação retiradas de sua própria experiência Acontece então uma aprendizagem de fora para dentro ou seja o meio constrói o desenvolvimento cognitivo do sujeito Para Lock a experiência empiria se dá por meio dos sentidos visão olfato paladar tato Por meio da apreciação de um objeto o sujeito constrói o seu conceito A crítica que se faz ao empirismo tem a ver com a forma de apreensão do conhecimento Ora se conhecer é simplesmente entrar em contato com o objeto e descobrir com ele aprender é então apreender decorar receber um conteúdo Assim descartamse as questões subjetivas que permitem ao ser humano reconstruir o conhecimento buscando suas próprias interpretações e respostas A relação entre empirismo e inatismo Observe o quadro que compara as duas teorias vistas até aqui SAIBA MAIS O empirismo acredita que nascemos sem saber absolutamente nada e que construímos nosso conhecimento por meio das experiências MALHEIROS 2012 p 10 Você deve estar se perguntando inatismo e empirismo não reconhecem a relação entre as pessoas como ponto importante para a aprendizagem E a resposta é não Não reconhecem Ainda segundo Malheiros 2012 foi a partir do início do século XIX que alguns pensadores começaram a considerar e a investigar o impacto do meio e das relações sociais no ensino e na aprendizagem Isso se deu porque a psicologia no ocidente começou a se armar como disciplina autônoma e a fortalecer ideias acerca da inuência das interações sociais na formação do indivíduo além da noção de que existia um vínculo entre o meio no qual se vivia e o tipo de educação oferecido A partir de então novas formas de se conceber a aprendizagem e também o ensino passaram a gurar Inatismo Empirismo Conhecimento O conhecimento é préformado e fruto do desenvolvimento biológico O conhecimento é oriundo da experiência captado de fora pelos sentidos Aprendizagem Armazenamento de informações por meio da memória Alteração de comportamentos fruto da experiência Ensino Uso maciço de exposição de conteúdos pelo professor Controle do ambiente para levar o aluno a viver uma experiência Avaliação Mensuração da quantidade de informações retidas pelo aluno Mensuração de respostas modicadas e comportamento alterado Fonte BARROS 2012 p 11 Como as pessoas aprendem O associacionismo A partir das descobertas da psicologia que apontavam para uma inuência do meio no desenvolvimento humano as teorias denominadas associacionistas despontaram O associacionismo a educação acontece por meio de um estímulo e de uma recompensa Por exemplo os pais recompensam seus lhos com uma sobremesa caso estes comam o alimento saudável oferecido durante a refeição Caso não comam verduras e legumes não ganham a sobremesa Dessa forma o resultado esperado é que os lhos compreendam a relação estabelecida entre o estímulo e a recompensa entendendo as consequências positivas e negativas dessa relação e passem a dar respostas positivas a tais estímulos mantendo tal comportamento As ideias associacionistas foram a gênese do comportamentalismo Você pode se perguntar se aprender depende de algo tão simples e mecânico como provocar o estímulo adequado para obter a resposta desejada Pare e pense quando você era criança provavelmente sua professora fazia um elogio em seu caderno esperando que você continuasse a aprender e a esforçarse para isso Entretanto a carinha feliz ou a estrelinha colada em seu caderno provavelmente tinha pouca inuência sobre sua diculdade de aprender determinados conteúdos Mesmo assim séculos depois desta formulação teórica acerca de como aprendemos aparecer ainda há pais professores e psicólogos que se orientam pela concepção associacionista de aprendizagem mãe do comportamentalismo O inatismo o empirismo e o associacionismo são correntes losócas que orientam a forma como se crê que o conhecimento se estabelece Não são métodos Os métodos de ensino são os caminhos utilizados para garantir que o outro aprenda MALHEIROS 2012 p 12 Baseadas nessas três formas de conceber a aprendizagem teorias focadas em como ensinar em métodos foram desenvolvidas Veremos quais são elas a seguir CONECTESE Saiba mais sobre as diversas formas de se compreender a aprendizagem de maneira simples e atrativa acompanhando online os conteúdos da Revista Nova Escola SAIBA MAIS Inatismo empirismo e associacionismo são correntes losócas que postulam a forma como as pessoas aprendem Não são métodos de ensino MALHEIROS 2012 p 12 Foco no Ensino O Comportamentalismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Já discutimos sobre as principais formas de se conceber a aprendizagem que embasaram os primeiros estudos sobre educação escolar no ocidente Tais correntes deram origem a estudos mais estruturados sobre a aprendizagem que propuseram métodos de ensino Vimos em nossa primeira aula que é função da Didática estudar as nalidades do ensino De posse dessa informação é fundamental que você futuro professor compreenda que dependendo da visão de mundo do educador ou de um sistema organizado de ensino a educação terá determinadas nalidades e utilizará determinados meios para alcançálas Nenhum tipo de educação é neutro Nenhum método de ensino é neutro Sempre há uma concepção de homem e de sociedade para os quais a educação forma Discutiremos nesta aula o comportamentalismo e suas implicações para a educação CONCEITUANDO Método e Metodologia são conceitos diferentes contudo são comumente utilizados no campo da educação como sinônimos Método signica o caminho que se percorre para chegar a um objetivo o passo a passo as estratégias as técnicas Metodologia é um conceito mais amplo que engloba o estudo do método a análise dos procedimentos os conhecimentos teóricolosócos que embasam as técnicas O comportamentalismo estabeleceuse como teoria psicológica armando que todo comportamento pode ser controlado por estímulos Além disso centra seus estudos psicológicos estudando o comportamento que pode ser observado se opondo a outros estudos como a psicanálise freudiana Um cientista que viveu entre os séculos XIX e XX Pavlov foi o primeiro a ser mundialmente conhecido por utilizar cães para comprovar o condicionamento comportamental Uma experiência muito famosa que ele realizou com cães consistia em transferir a resposta de um estímulo para outro estímulo Por exemplo sempre que ele apresentava um pedaço de carne o cão salivava Em seguida ele passou a apresentar um pedaço de carne e tocar um sino simultaneamente Algum tempo depois apenas ao tocar o sino o cão já salivava O grande feito de Pavlov foi mostrar que é possível moldar o comportamento pelo menos em animais o que instigou pesquisadores da psicologia a buscar compreender se esta associação também seria possível em humanos MALHEIROS 2012 p 13 Logo em seguida dando continuidade aos estudos comportamentalistas Watson 18781958 iniciou uma corrente chamada de comportamentalismo ou behaviorismo clássico que acredita ser possível comandar todos os comportamentos humanos a partir da identicação do melhor estímulo Ele armava que qualquer comportamento poderia ser condicionado por meio de estímuloresposta sem contudo conseguir comprovar completamente tal armação Tolman contemporâneo de Watson explanou que entre o estímulo e a resposta há um organismo e que o mesmo estímulo pode desencadear respostas diferentes dependendo do organismo em questão As pesquisas que orientam Tolman o levaram a apresentar o conceito de aprendizagem por mapas cognitivos que são estruturas mentais orientadoras do comportamento a ser manifestado dependendo do objetivo É o que atualmente se chama de behaviorismo cognitivo A relação entre as duas palavras behaviorismo e cognitivo sinaliza que além da importância dada aos estímulos Tolman coloca a cognição dentro da discussão Neste caso a resposta dada a um determinado estímulo dependerá fundamentalmente da intenção do organismo MALHEIROS 2012 p 14 Hull contemporâneo de Watson e Tolman opõese a este último discutindo a ideia de aprendizagem por meio de memorização Para Tolman a manifestação da aprendizagem se dava pela realização de um comportamento que correspondia a uma experiência passada Hull defendia que a experiência provoca alterações neurosiológicas e portanto não se trataria simples mente de um processo de aquisição de memória É possível armar que nesta nova visão do behaviorismo os diversos reforços de comportamento são capazes de alterar a própria morfosiologia daquele que é alvo do experimento Hull é o autor que mais leva sua concepção de aquisição ou modulação de comportamentos para a educação Ao se opor à ideia da separação entre corpo e mente reforça a questão da modulação do comportamento por meio da modulação biológica MALHEIROS 2012 p 14 Foi com o psicólogo Skinner que o comportamentalismo teve sua expressão denominada comportamentalismo radical MALHEIROS 2012 Para este autor haveria uma separação entre corpo e mente A mente decide como agir O corpo recebe os estímulos externos Skinner apresentou o conceito de condicionamento operante Neste condicionamento um estímulo é oferecido visando a uma determinada resposta E essa resposta só existirá se ela gerar um novo estímulo dentro dos desejos deste respondente Para Skinner o comportamento não surge de um estímulo isolado mas da expectativa do estímulo futuro MALHEIROS 2012 p 15 Tal ideia contraria o comportamentalismo clássico pois a resposta não é simplesmente uma resposta siológica a um estímulo mas nasce de uma expectativa de novo estímulo Duas ideias são fundamentais para entender esta forma de entender a aprendizagem reforço e punição O reforço são os estímulos que produzem a ocorrência e a repetição do comportamento A punição são estímulos que fazem com que um comportamento seja evitado Observe a seguir o esquema que representa esse conceito Fonte MALHEIROS 2012 p 15 O esquema explicita que o reforço leva à repetição da mesma resposta se o estímulo for o mesmo e a punição suspende a resposta Esta ideia inuenciou fortemente a educação mais especicamente a escolha de um método de ensino Aceitando que o comportamento pode ser modelado por meio de estímulos basta que se ofereçam aos alunos os estímulos corretos para que apresentem comportamentos socialmente desejáveis e punindo comportamentos indesejáveis Skinner defendia que simplesmente ter contato com o meio não bastava para que houvesse aprendizagem mas que é necessária uma transmissibilidade organizada Malheiros 2012 p16 apresenta o desenvolvimento das ideias comportamentalistas no ensino Em sala de aula o comportamentalismo se manifestou principalmente pela criação e utilização das máquinas de ensinar Estas máquinas apresentavam o conteúdo em uma sequência tal que permitiam que o aluno fosse apresentando as respostas esperadas Os tipos de aprendizado eram categorizados por Skinner em três grupos Comportamento reexo como a dilatação das pupilas diante da mudança na intensidade da luz Neste caso o sujeito não tem controle do comportamento Comportamento operante são voluntários como escrever um texto É controlado pelas consequências dos estímulos Comportamento respondente similar ao comportamento operante mas controlado pelos estímulos que o precedem como correr para atender ao chamado de alguém que chama Mizukami 2014 explica que a abordagem comportamentalista de educação preconiza que o conhecimento está fora do sujeito é uma descoberta A ciência nessa abordagem é uma forma de descobrir a ordem e a natureza dos eventos para utilizála e controlála Por isso o aluno é considerado como um recipiente de informações e reexões MIZUKAMI 2014 p 20 Ensinar é mudar padrões de comportamento através do treinamento de acordo com objetivos predenidos De acordo com a autora neste tipo de abordagem supõese e objetivase que o professor possa aprender a analisar os elementos especícos de seu comportamento seus padrões de interação para dessa forma ganhar controle sobre eles e modicalos em determinadas direções quando necessário ou mesmo desenvolver outros padrões MIZUKAMI 2014 p 21 Para Mizukami 2014 adotar a perspectiva comportamentalista implica em compreender o homem como uma consequência da inuência do meio ambiente Assim a subjetividade do indivíduo é praticamente ignorada O ideal dessa teoria entretanto é que o controle da situação ambiental seja transferido para o próprio indivíduo de modo que ele possua autocontrole porém são as forças externas que continuam a exercer ainda maior controle A visão de mundo dos comportamentalistas é a de que este é uma realidade objetiva construída pronta Que cabe ao homem apenas manipulálo O comportamento pode ser modicado alterandose os elementos ambientais Segundo Mizukami 2014 p 23 Para que a formulação das relações entre um organismo e seu meio seja adequada devemse sempre especicar três aspectos a ocasião na qual a resposta ocorreu a própria resposta e as consequências reforçadoras As relações entre esses três elementos constituem as contingências de reforço São essas contingências de reforço que alteram o comportamento Com relação à sociedade e à cultura os comportamentalistas acreditam que é preciso que haja uma ciência para o planejamento desta última isso porque o centro desta teoria como vimos admite a alteração por meio do controle das contingências Assim por meio do controle dos comportamentos seria possível uma sociedade sem violência sem autoridade sem classes sociais ou propriedades privadas A teoria do reforço garantiria uma nova forma de viver encontrando a eciência ao máximo Ora se o comportamento humano é totalmente determinado pelas forças genéticas e ambientais não é possível haver mérito individual Segundo Mizukami 2104 o indivíduo é então como uma peça de uma máquina controlada realizada a função que se espera dele O comportamentalismo e a educação Você pôde observar estimado aluno que o conhecimento para os comportamentalistas é o resultado direto da experiência Vimos que o maior expoente do comportamentalismo Skinner não se preocupou em investigar de que modo o conhecimento é construído na mente do indivíduo mas lidou com o controle do comportamento observável Assim o comportamentalismo tem uma base empirista que vimos na nossa segunda aula A inteligência para os comportamentalistas foi herdada à medida que contingências de reforço que controlaram as respostas fornecidas pelo homem cujas consequências têm a ver com a sobrevivência da espécie É por esse motivo que a educação nesta abordagem está ligada à transmissão cultural porque se acredita que é impossível que o homem descubra por si mesmo elementos importantes de sua cultura A educação pois deverá transmitir conhecimentos assim comportamentos éticos práticas sociais habilidades consideradas básicas para a manipulação e controle do mundoambiente cultural social etc MIZUKAMI 2014 p 27 Observe como a educação assume um caráter bastante controlador pois nesta teoria saber signica apreender exatamente o que se quer ensinar Nada a mais O sistema educacional portanto tem como objetivo promover mudanças individuais desejáveis adquirindose comportamentos e modicando os já existentes por meio do reforço recompensa e punição O objetivo máximo é que cada indivíduo seja também controlador das contingências de reforço Quanto maior o controle sobre si mais responsabilidade mais liberdade Por isso as contingências de reforço devem ser usadas de forma organizada e sistematizada pelo sistema educacional para o treinamento social eciente Para pôr em prática tais conceitos educacionais a escola explica Mizukami 2014 é o ambiente que deve adotar formas de controle de acordo com o os comportamentos que se deseja instalar e manter isto é aqueles que úteis e desejáveis para a sociedade por isso é que os comportamentalistas criticam uma escola voltada para o saber clássico conteudista mas defende uma escola voltada para as demandas de controle social O desenvolvimento da individualidade é portanto pautado por valores sociais não subjetivos Como aconteceriam os processos de ensinar e aprender nesta abordagem Mizukami 2014 salienta que ensinar é planejar contingências de reforço sobre os quais os estudantes aprendem e o professor é quem deve assegurar esta aprendizagem Os comportamentos desejados dos alunos serão instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários tais como elogios graus notas prêmios reconhecimentos do mestre e dos colegas prestígio etc os quais por sua vez estão associados a uma outra classe de reforçadores mais remotos e generalizados tais como o diploma as vantagens da futura prossão a aprovação nal no curso a possibilidade de ascensão social monetária status prestígio da prossão etc MIZUKAMI 2014 p 30 A organização das contingências realizadas pelo professor vai depender dos comportamentos observáveis um evento anterior uma resposta um reforço e fatores contextuais O foco da proposta de aprendizagem da abordagem comportamentalista se encontra na organização das experiências curriculares Essa organização dirigirá os alunos pelos caminhos adequados para que eles cheguem ao comportamento nal A aprendizagem assim é garantida pela organização Para os comportamentalistas como acontece a relação entre professor e aluno O controle do processo está nas mãos do professor É ele quem planeja e desenvolve o sistema de ensinoaprendizagem a m de maximizar o desempenho do aluno Ele é um planejador e um analista e deve organizar as contingências de reforço de modo a possibilitar a ocorrência de uma resposta aprendida Ao aluno cabe apresentar as respostas esperadas O ensino é individualizado pois parte de um diagnóstico para detecção do melhor planejamento para o alcance da resposta esperada Segundo Mizukami 2014 Skinner propôs uma metodologia de ensino baseada na elaboração de uma tecnologia adequada para isso com vistas a uma maior eciência na aprendizagem Por isso as estratégias pensadas são individualizadas A individualização do ensino surge na abordagem comportamentalista como decorrente de uma coerência teórico metodológica Tal individualização implica especicação de objetivos envolvimento do aluno controle de contingências feedback constante que forneça elementos que especiquem o domínio de uma determinada habilidade apresentação do material em pequenos passos e respeito ao ritmo individual de cada aluno MIZUKAMI 2014 p 33 O comportamentalismo se preocupa com que o maior número possível de alunos atinja níveis altos de eciência Para isso uma das estratégias principais utilizadas é o módulo instrucional como material de ensino Mizukami 2014 Para os comportamentalistas é fundamental que o aluno tenha conhecimento preciso do que dele se espera e dos resultados que ele atingiu no processo O ensino com base na competência é caracterizado por especicação dos objetivos em termos comportamentais especicação dos meios para determinar se o desempenho está de acordo com os níveis indicados de critérios fornecimento de uma ou mais formas de ensino pertinentes aos objetivos conhecimento público dos objetivos critérios formas de atingilas e atividades alternativas A experiência de aprendizagem pois é considerada em termos de competência MIZUKAMI 2014 p 33 Neste formato o módulo de ensino pode ser utilizado para a aquisição de um ou vários objetivos de ensino Os comportamentalistas como se vê não se preocupam em estudar por que o aluno aprende mas em fornecer uma tecnologia que produza mudanças no comportamento e fazer o aluno estudar Como visto a programação é o fundamento do ensino comportamentalista A matéria deve ser dividida em pequenos passos de modo que o professor consiga reforçar todas as respostas e comportamentos operantes emitidos pelo aluno Podemos concluir que uma educação baseada no comportamentalismo objetiva a autonomia do aluno ao dominar os objetivos de ensino mas em nome de algo que é exterior a ele planejado por seu professor garantindo objetivos importantes para o social Vimos uma educação pautada na programação em que o aluno é ativo mas não para objetivos subjetivos E uma educação diretivista Não cooperação entre os alunos A educação é pensada para cada indivíduo SAIBA MAIS A metodologia e os princípios utilizados nessa abordagem derivam da análise experimental do comportamento A aplicação desse tipo de análise ao ensino produziu até o momento grande quantidade de pesquisa básica e aplicada o que a partir dos anos 1950 aproximadamente permitiu a elaboração de uma tecnologia de ensino que por sua vez tem fornecido dados para a própria análise comportamental MIZUKAMI 2014 p 36 Foco no Ensino O Cognitivismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Esta aula traz para você os fundamentos do cognitivismo e suas propostas para a educação O cognitivismo de acordo com Malheiros 2012 passou a ser estruturado pela psicologia também no século XIX e tem em Wundt seu primeiro expoente Os trabalhos desse autor investigavam as atividades que estruturam a mente e a consciência Esta abordagem entende que há algo dentro da mente do sujeito que é responsável pela relação entre as pessoas e das pessoas para com o meio Ao contrário da abordagem da aula anterior o cognitivismo busca conhecer o mundo interno do sujeito já que compreende que a aprendizagem é um processo interior Portanto compreende o processo de aprendizagem como algo individual e orgânico que pode ser estimulado por fatores externos mas que não pode ser controlado O maior objetivo dos pesquisadores cognitivistas é compreender a estrutura da mente humana No campo da educação este entendimento serviria de base para a estruturação de métodos de ensino mais ecientes ante a esta nova compreensão da aprendizagem MALHEIROS 2012 p 17 Segundo Malheiros 2012 foi o biólogo Jean Piaget 18961980 considerado por muitos o nome mais importante da educação do século XX quem deu a maior contribuição a essa teoria Ele dedicou sua vida a compreender as estruturas mentais envolvidas na construção do conhecimento Ele não desenvolveu entretanto um método de ensino Ele aponta para a compreensão do fenômeno cognitivo mas não indica métodos a serem seguidos A epistemologia genética a partir dos trabalhos de Piaget tornouse um campo de investigação que passou a ocupar espaço privilegiado nas teorias de educação Neste campo percebeuse que não se pode fazer uma pessoa aprender um conteúdo para o qual ela não está preparada Tal compreensão serve de subsídio à estruturação de currículos educacionais até os dias de hoje dando prevalência à aprendizagem cumulativa que organiza os conteúdos partindo dos mais simples para os mais complexos Além disso notouse que o interesse pelo conteúdo a ser estudado inuenciaria na construção do conhecimento MALHEIROS 2012 p 17 Perceba caroa alunoa que a ideia de aprendizagem cumulativa do mais simples ao mais complexo interfere completamente na organização dos currículos legitimando a proposta de ensino seriado de modo que Piaget ganhou importância ímpar na área educacional Piaget destacouse por propor que há uma relação intrínseca entre afetividade e cognição e que uma não acontece sem a outra mas sua maior contribuição foi ter comprovado que a aprendizagem é construída pelo aluno e jamais transferida de fora para dentro por outra pessoa um professor ou alguém mais experiente que o sujeito Esta constatação se opõe completamente ao comportamentalismo e inaugura a corrente construtivista de ensino Nela o professor não é um controlador do processo mas um estimulador da construção do saber a partir da criação de situações que motivem o aluno a buscar respostas Piaget descobriu por meio de suas investigações segundo Malheiros 2012 que a construção do conhecimento se dá por meio de dois processos a assimilação e a acomodação que acontecem simultaneamente e de forma interrelacionada em nossa cognição Assimilação o aprendiz identica novos conceitos e busca por meio de seus conhecimentos anteriores enquadrálos em uma lógica dar sentido a eles SAIBA MAIS A expressão epistemologia genética não tem a ver com gene gen mas com a gênese do conhecimento ou seja o conjunto de saberes teóricos acerca de como o conhecimento nasce como ele é internamente construído Acomodação o novo conhecimento é acomodado quando se adéqua às estruturas atuais modicandoas criando ainda novos esquemas Equilibração o novo conhecimento busca sua acomodação na cognição do sujeito fortalecendo as estruturas cognitivas Para que você compreenda melhor todos esses processos que acontecem quando aprendemos um novo conhecimento preste atenção ao exemplo dado por Malheiros 2012 Tente pensar em uma criança que está aprendendo a nomear os animais Ela conhece até este momento o cachorro Quando se depara com um cavalo ela exclama Nossa Que cachorro enorme Isto porque ela possui estruturas cognitivas que fazem com interprete o cavalo como um cachorro grande já que ele também anda sobre quatro patas é marrom tem rabo focinho etc Este é um exemplo do processo de assimilação a criança acessou conhecimentos prévios para tentar dar sentido ao novo conhecimento identicado Imagine agora que um adulto intervenha nessa situação e diga Aquilo não é um cachorro é um cavalo é de outra espécie Então a criança percebe que existem algumas características que diferenciam os animais criando uma nova estrutura cognitiva já que nenhuma estrutura consolidada identicou o cavalo Assim acontece o processo de acomodação no confronto do conhecido com o novo Nesse exemplo os dois processos assimilação e acomodação visam ao processo de equilibração das estruturas cognitivas que é a aprendizagem do conhecimento novo Observe o esquema que exemplica esses processos Fonte MALHEIROS 2012 p 19 Piaget ao explanar os processos de assimilação e acomodação do conhecimento prioriza as estruturas cognitivas em detrimento da aquisição de novos conteúdos explica Malheiros 2012 Deslocase a ênfase dada à inteligência como demonstração de retenção de conteúdos para a capacidade de alterar estruturas mentais Inteligência é portanto não o domínio de um conteúdo como sustentava as formas tradicionais de ensino Observe então como isso revoluciona as formas de se pensar o ensino Ensinar não é transmitir conhecimentos mas promover situações desequilibradoras da cognição para que novas estruturas sejam formadas Por isso o ensino centrado na fala do professor se desloca para a ênfase no aluno porque é nele que o conhecimento é construído daí o nome construtivismo Outra enorme contribuição de Piaget para a educação diz respeito às fases de desenvolvimento da criança organizadas por ele e que ajudariam as escolas a organizarem seus currículos de modo a considerar conteúdos para os quais as crianças estejam cognitivamente preparas para aprenderem Veja SAIBA MAIS Assim como você encontrará atitudes comportamentalistas nas instituições de ensino que você conhecerá em seus estágios você também encontrará muitas escolas dizendose construtivistas e algumas ações pedagógicas nesse sentido também muito mais falas e escritos teóricos do que ações é verdade porque a utilização da metodologia construtivista implica na mudança total da estrutura da escola que temos hoje no geral Vamos compreender um pouco dos estágios de desenvolvimento propostos por Piaget de acordo com Malheiros 2012 p 20 No período sensóriomotor que abrange os meses iniciais da vida da criança acontece a aprendizagem sensorial Esta fase é responsável pela base de conhecimentos e habilidades que serão demandadas para futuras assimilações Desta forma a criança constrói o conhecimento no uso dos reexos coordenações e combinações mentais No período préoperacional a criança já consegue se perceber separada do mundo ligandose ao concreto Tornase portanto capaz de compreender uma situação completa mas ainda não consegue perceber por um ponto de vista que não seja o seu próprio Esta fase é caracterizada pela sensação de integralidade vivida pela criança ou seja acontecimentos deixam de ser fatos isolados O período operacional concreto é marcado pelo pensamento reversível e pelo entendimento de que as ações da criança repercutem no meio no qual estão inseridas Todavia conforme o nome atribuído ao período a criança ainda não é capaz de desenvolver situações em sua mente E o último período apresentado por Piaget é o período operacional formal Esta fase é caracterizada pela capacidade de o pensamento reter o conhecimento e em seguida desenvolver situações exclusivamente no âmbito mental É importante frisar que essa classicação ligando a idade da criança ao potencial de aprendizagem não é algo estanque nem rígido são parâmetros variáveis De posse desses conhecimentos o professor pode pensar no método de ensino adequado para a faixa etária de seus alunos e seu estágio de desenvolvimento Período Idade 1 Sensóriomotor 02 anos 2 Préoperacional 27 anos 3 Operacional concreto 711 anos 4 Operacional formal 1115 anos Fonte MALHEIROS 2012 p 20 Ao perceber por exemplo que aos oito anos de idade a criança não é capaz de abstrair uma situação o método deveria valorizar o concreto Um exemplo seria o ensino das operações básicas na matemática Os números são uma abstração que representa uma quantidade concreta Se a criança não é capaz de abstrair o entendimento de uma operação será extremamente complicado o que pode ser contornado pela utilização de elementos reais em sala de aula Em vez de questionar qual o resultado da operação 22 seria adequado questionar se tenho duas laranjas e comprei mais duas com quantas laranjas quei Melhor ainda se for possível utilizar as laranjas para o ensino MALHEIROS 2012 p 20 21 A abordagem construtivista pede métodos de ensino que proporcionem desequilíbrio cognitivo situaçõesproblema reais a serem desenvolvidos alunos em grupos heterogêneos com relação ao desenvolvimento cognitivo atividades práticas que partam do que as crianças já sabem O construtivismo recebeu críticas de alguns estudiosos da educação no sentido de que Piaget focou demasiadamente seus estudos nos processos internos da aprendizagem sem debruçarse tanto sobre a importância das interações sociais na construção do conhecimento Veremos na próxima aula uma teoria pedagógica denominada socioconstrutivismo que impõe maior peso às relações nos processos cognitivos CONECTESE Assista ao vídeo do professor Yves de La Taille professor da USP um dos expoentes dos estudos piagetianos no Brasil sobre a teoria construtivista do Piaget para a série Grandes Educadores Foco no Ensino O Socioconstrutivismo ou Sociointeracionismo AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx A corrente socioconstrutivista ou sociointeracionista é juntamente com a construtivista a mais importante e inovadora teoria educacional surgida no século XX O expoente desta teoria é o russo Lev Vygotsky 18961934 Apesar de ter vivido apenas 38 anos seu legado teórico inuenciou e inuencia muitos países na construção de seus sistemas educacionais Do mesmo modo que Piaget Vygotsky não desenvolveu nenhum método de ensino Seu pensamento é fundamentado segundo Malheiros 2012 na ideia de que a aprendizagem está intimamente ligada às interações sociais realizadas pelo indivíduo que interferem mais do que questões biológicas na hora de aprender Você já deve ter ouvido falar nas irmãs indianas Amala e Kamala conhecidas como meninaslobo Tais meninas se comportavam como os animais que viviam e ilustram a forma de Vygotsky compreender a importância das interações sociais para a aprendizagem Para Vygotsky a formação da pessoa acontece apenas na relação com o outro Ele rechaçava as teorias que apregoavam que o homem nasce com o conhecimento potencial inatismo e as empiristascomportamentalistas que acreditam que os estímulos adequados podem inuenciar o desenvolvimento do sujeito como vimos em aulas anteriores De acordo com Malheiros 2014 Vygotsky dividiu o processo de aprendizagem em dois os elementares e os complexos Elementares Correspondem às atitudes inerentes à raça humana e sobre os quais não se tem controle por estímulo respirar por exemplo Complexos São fruto do processo de aprendizagem aliada ao desenvolvimento Ler fazer contas dirigir dentre outras atividades são processos complexos MALHEIROS 2012 p 22 Além dos elementos mediadores entre o sujeito e o mundo Vygotsky também propõe segundo Malheiros 2012 que o próprio sujeito é um mediador entre o estímulo recebido e a resposta que é dada Na perspectiva comportamentalista como vimos o estímulo gera uma resposta Já para o socioconstrutivismo esta relação não é mais linear ou seja é triangular Para Vygotsky entre o estímulo e a resposta está o sujeito Observe a imagem SAIBA MAIS Amala e Kamala caram conhecidas como as meninaslobo Eram duas meninas que viviam em estado selvagem e foram encontradas na Índia em 1920 Quando foram encontradas Amala tinha um ano e meio de idade e Kamala tinha oito anos Ambas cresceram junto a uma matilha de lobos e por isso comportavamse como estes animais Andavam em quatro apoios não falavam não sorriam uivavam para a lua etc Depois de resgatadas foram levadas para um orfanato no qual se iniciaria o processo de socialização Amala morreu alguns meses depois pela difícil adaptação Kamala ainda viveu mais sete anos levou seis anos para aprender a andar e ao morrer com quinze anos de idade tinha um vocabulário de menos de cinquenta palavras Fonte MALHEIROS 2012 p 21 Fonte MALHEIROS 2012 p 22 Vygotsky então preconiza que o homem se relaciona com o mundo não diretamente mas de forma intermediária por meio de signos e instrumentos O papel da escola então de acordo com Malheiros 2012 seria estimular interações entre as pessoas e destas com um ambiente que proporcione o desenvolvimento intelectual A escola deve ser a instituição capacitada para que esse desenvolvimento ocorra Observe por meio deste esquema como acontecem os processos cognitivos da aprendizagem acontecem SAIBA MAIS Para Vygotsky a relação de uma pessoa com o mundo sempre acontece por meio de uma ferramenta ou de um símbolo A linguagem por exemplo é uma estrutura simbólica de mediação MALHEIROS 2012 p 22 Zona de atividade proximal Este esquema demonstra a suprema importância da mediação educacional para a aprendizagem em Vygotsky O papel da cultura e dos símbolos é central na teoria socioconstrutivista Na escola as crianças com habilidades ainda parciais vão desenvolvêlas com a ajuda de um parceiro mais habilitado professores até que tais habilidades passem de parciais para totais Vygotsky valoriza a linguagem como instrumento de comunicação e aprendizagem já que é por meio dela que há interação A linguagem é antes de tudo social Portanto sua função inicial é a comunicação expressão e compreensão Essa função comunicativa está estreitamente combinada com o pensamento A comunicação é uma espécie de função básica porque permite a interação social e ao mesmo tempo organiza o pensamento Para Vygotsky a aquisição da linguagem passa por três fases a linguagem social que seria esta que tem por função denominar e comunicar e seria a primeira linguagem que surge Depois teríamos a linguagem egocêntrica e a linguagem interior intimamente ligada ao pensamento RABELLO PASSOS 2013 p 8 Vygotsky e Piaget foram contemporâneos mas não estabeleceram diálogo entre suas teorias Há no espaço acadêmico muitas tentativas de conuência e contraponto entre os dois Ambos entretanto estavam preocupados com a aprendizagem sendo que Piaget preocupouse mais com elementos internos e Vygotsky preocupouse mais com as formas de mediação intencionais que devem acontecer para que o aluno passe daquilo que ela ainda não sabe para o que ele pode vir a fazer Para J Piaget dentro da reexão construtivista sobre desenvolvimento e aprendizagem tais conceitos se interrelacionam sendo a aprendizagem a alavanca do desenvolvimento A perspectiva piagetiana é considerada maturacionista no sentido de que ela preza o desenvolvimento das funções biológicas que é o desenvolvimento como base para os avanços na aprendizagem Já na chamada perspectiva sociointeracionista sociocultural ou sociohistórica abordada por L Vygotsky a relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver em meio social sendo este a alavanca para estes dois processos Isso quer dizer que os processos caminham juntos ainda que não em paralelo RABELLO PASSOS 2013 p 4 A ideia de que toda criança pode aprender desde que a atuação na Zona de Desenvolvimento Proximal aconteça de forma intencional pelo professor traz para a educação um caráter democrático igualitário não segregador Você pode estar pensando como as concepções do modo de aprender e as correntes pedagógicas estudadas até aqui inuenciaram no pensamento e na prática pedagógicos brasileiros Na próxima aula conversaremos sobre isso CONECTESE Assista ao vídeo da professora Marta Kohl de Oliveira professora da USP um dos expoentes dos estudos vygotskyanos no Brasil sobre a teoria interacionista do Vygotsky para a série Grandes Educadores Sumário Introdução O Ensino e a Aprendizagem no Brasil Tendências Pedagógicas Liberais AUTORIA Mariana Spadoto de Barros 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx O que são Tendências Pedagógicas É sempre bom enfatizar Você já deve ter ouvido alguém dizer Este professor é muito tradicional não permite que ninguém fale na aula dele Grande parte dos professores em sua prática adotam técnicas pedagógicas das próprias vivências como aluno ou se espelham em colegas de prossão com mais experiência Sabe o que isso signica Que nas práticas cotidianas na sala de aula eles seguem pressupostos teóricosmetodológicos implícitos Há também os que entendem sua prática de modo mais amplo e ainda outros que aderem às tendências da moda pouco se importando se possuem ou não relação com as suas crenças LIBÂNEO 1998 Agora estudaremos essas abordagens pedagógicas que aconteceram ou acontecem na atualidade nas escolas brasileiras pela prática dos professores Vale ressaltar que alguns autores usam o termo abordagens pedagógicas ao passo que outros preferem chamar de tendências pedagógicas É importante saber que ambos estão corretos e usaremos os dois nesta unidade A prática escolar sofre inuências sociais e políticas que reetem nas diversas concepções de homem e de sociedade gerando diferentes ideias sobre o papel da escola e do aluno da aprendizagem das relações e dos métodos CONECTESE Você pode ampliar os seus conhecimentos sobre as tendências pedagógicas assistindo ao vídeo Tendências Pedagógicas De maneira resumida e complementar os esquemas apresentados podem ajudálo na compreensão dos conceitos Ele está disponível em Escaneie o QR Code para acessar o link Essa temática pode parecer complexa mas para que você compreenda melhor vamos nos referir 1 à posição que as tendências pedagógicas adotam em relação às circunstâncias sociopolíticas da escola 2 a como a Didática é entendida em cada tendência Muitas pesquisas são realizadas para identificar as formas de perceber como o ensino e a aprendizagem acontecem Malheiros 2012 p 23 esclarece que Nas duas últimas décadas várias teorias foram formuladas para esclarecer a história dos métodos de ensino no Brasil A classificação de Libâneo 1998 ainda parece ser a mais adotada Observe Classificação da corrente Modelo pedagógico Não crítica liberal Ensino tradicional Pedagogia renovada Ensino tecnicista Dialética progressista Pedagogia históricocrítica Pedagogia libertadora Fonte MALHEIROS 2012 p23 De acordo com Malheiros 2012 p 23 grifo nosso As correntes não críticas são definidas como aquelas que utilizam o processo educativo visando à perpetuação do modelo social vigente Nesta compreensão a diferenciação entre os modelos pedagógicos é dada pelo método escolhido não pelo fim do ato educativo Já as correntes dialéticas são caracterizadas pelo foco em levar o educando a construir um conhecimento que o torne passível de mudar a realidade na qual está inserido Vamos explorar a princípio a Tendência Pedagógica Liberal As Tendências Pedagógicas Liberais O foco das Tendências Pedagógicas Liberais ou Pedagogia Liberal é que a escola deve preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais seguindo as aptidões individuais o importante é que os sujeitos se adaptem aos valores e às normas da sociedade de classes assim camua as diferenças de classes e desconsidera a desigualdade de condições existentes Libâneo 1998 p 6 enfatiza que historicamente a educação liberal iniciouse com a pedagogia tradicional e por razões de recomposição da hegemonia da burguesia evoluiu para a pedagogia renovada mas não houve substituição de uma pela outra e ambas são ainda vistas na prática escolar Temos quatro tendências da Pedagogia Liberal Tendência Pedagógica Liberal Tradicional Como a Didática é concebida nessa abordagem Segundo Libâneo 2013 ela reete o conjunto de regras e princípios que regem o ensino e é centrada no professor que explica a matéria na maioria das vezes usando a exposição oral como único recurso Assim o aluno é passivo ao fazer exercícios repetitivos e ouvir a explicação do professor consegue gravar o que lhe é ensinado para depois reproduzir nas provas O papel do aluno é memorizar o conteúdo ensinado desvinculado de sua realidade assim a aprendizagem é receptiva e não estimula a sua capacidade mental Libâneo 2013 p 66 completa essa ideia ao armar que A Didática tradicional tem resistido ao tempo continua prevalecendo na prática escolar É comum nas nossas escolas atribuirse ao ensino a tarefa de mera transmissão de conhecimentos sobrecarregar o aluno de conhecimentos que são decorados sem questionamento dar somente exercícios repetitivos impor externamente a disciplina e usar castigos freepik A primeira delas é a tendência tradicional segundo a qual depende do esforço do próprio aluno o alcance de sua plena realização como pessoa Assim aqueles com menos potencial para as atividades escolares precisam se dedicar para superar suas diculdades e alcançar os mais capazes A escola disciplina os alunos de acordo com os padrões éticos e religiosos incentivando a virtude CANDAU 2010 p 140 Tendência Pedagógica Liberal Renovada É importante saber que essa tendência inclui outras correntes a tendência renovada progressivista ou pragmática e a tendência renovada não diretiva A tendência renovada progressivista difundida pelo movimento escolanovista desenvolveuse nos Estados Unidos e teve como principal representante John Dewey No Brasil as ideias desse educador foram marcantes na liderança de Anísio Teixeira e outros educadores com o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova com atuação importante na formulação da política educacional A Didática da Escola Nova valoriza o aluno como sujeito da aprendizagem identicando como papel do professor o de oferecer situações que partam da necessidade e do interesse do aluno para que assim ele possa por si mesmo buscar conhecimentos Você já percebeu que o centro das práticas educativas não é o professor nem o conteúdo e sim o aluno concebido como um ser ativo De acordo com Haydt 2011 p 25 a Escola Nova pretendia ser um movimento de renovação pedagógicodidática que tentou aplicar na prática educativa e também na organização escolar e nos procedimentos de ensino as conclusões dos estudos das ciências do comportamento Mas ela não era apenas isso pois trazia em seu interior uma visão de homem e de mundo isto é uma concepção losóca Como o professor alia as situações de aprendizagem às necessidades individuais dos alunos a Didática nessa tendência valoriza os métodos e técnicas que possibilitem atividades em grupo pesquisa e experiências Desse modo Libâneo 2013 p 67 reforça que os adeptos da escola nova costumam dizer que o professor não ensina antes ajuda o aluno a aprender freepik Outra tendência da Pedagogia Liberal é a tendência renovada que também valoriza o sentido da cultura para desenvolver as aptidões individuais porém vê a educação como um processo interno que parte dos interesses individuais para a adaptação ao meio A escola renovada valoriza o aluno como sujeito do conhecimento A tendência renovada não diretiva é orientada para os objetivos de autorrealização desenvolvimento pessoal e para as relações interpessoais na formulação do psicólogo norte americano Carl Rogers LIBÂNEO 1998 p 22 Desse modo valoriza as relações e a comunicação em detrimento da transmissão de conteúdos Nessa tendência o aluno é o centro que formará a sua personalidade e aperfeiçoará as características que fazem parte da sua natureza ao passo que o professor colabora para as relações humanas e busca não interferir como forma de aceitar o aluno na sua plenitude Vamos agora conhecer a última tendência liberal A tendência tecnicista visa à preparação de mão de obra para a indústria No Brasil na década de 1950 ganhando mais autonomia nos anos de 1960 foi imposta pelos órgãos ociais pelos interesses econômicos políticos e ideológicos do regime militar LIBÂNEO 2013 Para melhor compreendêla partimos da ideia de que a indústria estabelece cienticamente metas econômicas sociais e políticas por isso cabe à educação treinar cienticamente também nos alunos os comportamentos para atender a essas metas Assim acreditase que a realidade oferece as próprias leis e cabe aos indivíduos descobrilas e aplicálas Neste contexto a realidade não faz mais diferença o que mais importa é a forma as técnicas para a descoberta e aplicação Portanto a educação deve favorecer a promoção do desenvolvimento econômico e isso pode acontecer tanto pela qualicação da mão de obra e pelas questões de renda quanto pelo aumento de produção O importante é planejar a educação e o ensino de maneira a evitar as interferências subjetivas que possam pôr em risco sua eciência Devese operacionalizar os objetivos e em certos aspectos mecanizar o processo PILETTI 2010 p 28 No tecnicismo o papel da Didática está relacionado à tecnologia educacional com a preocupação na ecácia e na eciência do processo de ensino ou seja o foco é a racionalização do ensino por isso a separação entre teoria e prática ca mais evidente O professor é concebido como um executor do planejamento Para que você compreenda melhor as principais características de cada tendência da Pedagogia liberal apontadas por Libâneo 1998 verique o quadro a seguir CONECTESE Assista ao documentário sobre um dos defensores da Escola Nova Anísio Teixeira que pode ampliar sua visão sobre a tendência renovada progressivista Observe ainda para melhor compreensão o quadro adaptado de Malheiros 2012 p 34 Em nossa próxima aula discutiremos as Tendências Progressistas Libertadora e CríticoSocial Tendência Renovada TRADICIONAL PROGRESSIVISTA NÃO DIRETIVA TECNICISTA Aluno educado para atingir plena realização pelo esforço próprio Os conteúdos práticas educativas e relação professoraluno não se aproximam da realidade dos alunos Valorização da palavra do professor e das regras impostas Há o cultivo do aspecto intelectual pautado na repetição e memorização Difundida pelos pioneiros da Escola Nova Usa situações da necessidade e do interesse do aluno para que assim ele possa por si mesmo buscar conhecimentos Prepara o aluno para exercer o seu papel na sociedade Segue a ideia de aprender fazendo e o aluno passa a ser o centro do processo ensino e aprendizagem Valoriza o desenvolvimento pessoal e as relações interpessoais A escola deve formar atitudes a preocupação é com as questões psicológicas Menor importância com os aspectos pedagógicos e sociais O professor deve ajudar o aluno a se organizar sensibilizandoo para que os sentimentos possam aorar Importância voltada à preparação de mão de obra para a indústria As técnicas de descoberta e aplicação são mais importantes que o conteúdo da realidade A educação deve contribuir para o desenvolvimento econômico Os conteúdos são sistematizados nos manuais livros didáticos e outros dispositivos Tendências da Pedagogia Liberal Fonte Libâneo 1998 Tendência Papel da escola Conteúdos Métodos Relacionamento com o professor Pressupostos Manifestações na prática Liberal Tradicional Preparação intelectual e moral do aluno Conhecimentos e valores sociais acumulados Exposição verbal e repetição de exercícios Predomina a autoridade do professor Aprendizagem como ato repetitivo e mecânico Ainda muito viva em nossas escolas Liberal Renovada Suprir o aluno de experiências que o permitam educarse É mais relevante dominar o processo de aquisição do saber do que o saber em si Experimentação aprender fazendo Professor como facilitador Aprendizagem como descoberta Aplicação reduzida na prática e estimulada na teoria Liberal Tecnicista Produzir mão de obra para o mercado Informações princípios cientícos e formas de executar atividades Reforço das respostas corretas punição das erradas Professor como administrador do processo educacional Ensino como condicionamento do comportamento Sólida presença no nal dos anos 1960 Fonte MALHEIROS2012 p 34 O Ensino e a Aprendizagem no Brasil as Tendências Pedagógicas Progressistas AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Apoiados em Libâneo 2013 podemos dizer que a Pedagogia Progressista voltada para atender aos interesses da população no Brasil teve maior solidez em meados dos anos de 1980 e foi considerada como teoria crítica da educação Para ns de contextualização a partir da segunda metade da década de 1970 as modicações na política e as lutas sociais em busca de democratização possibilitaram a discussão de aspectos relacionados à educação em outra perspectiva considerando a crítica ao papel ideológico e excludente da escola na sociedade capitalista Assim houve interesse dos estudiosos e militantes políticos em tornar a escola parceira dos interesses populares nascendo a Pedagogia Progressista que se manifesta em diversas tendências Entre elas estão libertadora e críticosocial dos conteúdos Vamos explorar cada tendência da Pedagogia Progressista A primeira é a tendência libertadora mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire e sua marca é a educação não formal Tendência Pedagógica Progressista Libertadora Paulo Freire 19211997 atualmente é reconhecido como o maior nome da educação brasileira pela consistência teórica de seu trabalho e o alcance mundial que obteve Freire era advogado mas foi no magistério que deixou seu nome marcado na história do Brasil e do mundo De acordo com Malheiros 2012 p 31 A pedagogia libertadora parece inicialmente ser uma nova corrente da pedagogia nova que se opunha ao ensino tradicional e focava no aluno para a construção do conhecimento Contudo o pensamento dos libertadores vai se afastar das correntes liberais quando começar a propor a formação de homens capazes de reetir sobre sua própria realidade visando a mudanças estruturais na sociedade Paulo Freire começou suas experiências em educação popular com a alfabetização de adultos Freire percebeu que ao alfabetizar adultos os professores utilizavam o mesmo método utilizado com crianças e que isso tornava o ensino muito distante da realidade do aluno Paulo Freire então decidiu partir de palavras chamadas geradoras que zessem parte das experiências dessas pessoas E obteve excelentes resultados Freire com a vinda do golpe militar foi exilado em 1964 mas continuou trabalhando com educação popular nos países em que morou As principais ideias da educação libertadora são SAIBA MAIS Paulo Freire cunhou o termo Educação Bancária como uma crítica ao modelo tradicional de ensino no qual o professor deposita o conhecimento em um aluno passivo que se atém exclusivamente a decorar o que lhe é ensinado e a reproduzir tal conteúdo na vida MALHEIROS 2012 p 31 É preciso transformar algo para conhecêlo em sua essência O conhecimento só é construído por meio de uma participação ativa do aprendiz A compreensão de um assunto é a síntese individual que um aluno faz deste assunto Fonte MALHEIROS 2012 p 32 Como Paulo Freire trabalhou com adultos seu método de alfabetização envolvia discussão estudo de caso pesquisa participante debate trabalhos em grupo dentre outros No ano de 1970 no exílio Freire publica sua principal obra Pedagogia do Oprimido Segundo Malheiros 2012 p 32 Sua proposta neste livro é a de que a educação se aproprie de métodos e crenças que façam com que aqueles que se encontram em uma situação de opressão tenham condições de reverter o quadro não se tornando opressores mas libertos A Pedagogia Libertadora não formulou nenhum método mas é possível sintetizala da seguinte maneira Investigar o conteúdo a ser trabalhado a partir das experiências reais dos alunos Selecionar contradições sociais importantes para serem objeto dos instrumentos escolhidos Sistematizar o conteúdo Preparar materiais e equipamentos que serão utilizados nas ações educacionais Propor o desvelamento da realidade social dos alunos A tendência libertadora é contra o autoritarismo na educação e valoriza a experiência vivida a ideia de autogestão pedagógica e a aprendizagem grupal com vistas a aproximar a prática educativa da prática social do povo Assim as discussões são centradas nos temas sociais e políticos É uma didática que busca desenvolver o processo educativo como tarefa que se dá no interior dos grupos sociais e por isso o professor é coordenador ou animador das atividades que se organizam sempre pela ação conjunta LIBÂNEO 2013 p 70 Para Malheiros 2012 p 33 A Pedagogia Libertadora se assenta sobre a relação de horizontalidade entre educador e educando Nesta relação ambos aprendem e ambos ensinam Tratase de uma valorização do processo democrático em sala de aula que norteia as relações para além do espaço pedagógico Também por isso a avaliação mais adotada nesta perspectiva é a autoavaliação ou a avaliação realizada em grupos Dicilmente uma instituição pública de ensino adotaria a pedagogia freireana como perspectiva losóca de trabalho já que esta educação implica em transformação social e consciência crítica da situação de opressão da maioria da população de nosso país Fonte MALHEIROS 2012 p 32 REFLITA A liberdade que é uma conquista e não uma doação exige permanente busca Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz Ninguém tem liberdade para ser livre pelo contrário luta por ela precisamente porque não a tem Ninguém liberta ninguém ninguém se liberta sozinho as pessoas se libertam em comunhão FREIRE 1970 A Tendência CríticoSocial dos Conteúdos Já a Tendência Críticosocial dos Conteúdos com intenção de superar as tendências tradicional e renovada valoriza o contexto pedagógico como parte da prática social concreta A escola serve para fazer a mediação entre o individual e o social espalhando os conhecimentos sistematizados e essa articulação gera o saber criticamente reelaborado Assim a Didática objetiva o direcionamento do processo de ensinar A Pedagogia CríticoSocial de conteúdos possui como nome de referência o professor Dermeval Saviani Surgiu no nal da década de 1970 e no começo da década de 1980 Aparece nas discussões teóricas no Brasil após a consolidação das ideias da Pedagogia Libertadora em todos os campos teóricos relacionados à educação Segundo Malheiros 2012 p 33 é parecida com a pedagogia libertadora na medida em que busca superar a ingenuidade da ação pedagógica que se manifesta na falta de percepção das relações educacionais com as relações políticas Mas também se assemelha à pedagogia nova ao privilegiar os conteúdos Para Malheiros 2012 p 34 tal concepção anuncia uma nova forma de pensamento educacional muito atual Os pensadores que defenderam este modelo pedagógico simplesmente não consideraram suciente que se dominasse a história da humanidade muito menos julgaram satisfatório que o ambiente pedagógico se tornasse um palco de discussões políticas Acreditavam que ambas as perspectivas tinham sua importância e sua razão de existir mas não se excluíam Ao contrário se completavam Buscando esta relação de complementaridade a pedagogia críticosocial se interessa em relacionar os conhecimentos sistematizados à realidade do educando Na concepção críticosocial de conteúdos a educação é o caminho para os avanços cientícos e tecnológicos e deve ser responsabilizada por levar a todos a instrução necessária para uma vida de qualidade Deve ainda se preocupar em desenvolver no educando a capacidade de estudo e o raciocínio cientico Este trajeto é que levará a pessoa a ser capaz de criticar o modelo social e buscar a transformação Observe o quadro que representa as discussões realizadas nesta aula adaptado de Malheiros 2012 p 34 Há ainda algumas correntes contemporâneas que carecem ainda de mais pesquisas por isso nalizamos nossos estudos sobre as Tendências Pedagógicas mais inuentes no Brasil Tendência Papel da escola Conteúdos Métodos Relacionamento com o professor Pressupostos Manifestações na prática Progressista Libertadora Formam o homem crítico de seu papel na sociedade Temas geradores extraídos da realidade do aluno Grupos de discussão trocas de experiênca debates etc Relação de horizontalidade entre professores e alunos Aprender é problematizar a realidade Aplicado na educação de adultos Progressista crítico social Buscar a transformação social apoiandose em conteúdos Cultura universal aliada à crítica Experiência do aluno é relacionada aos conteúdos universais Professor como mediador entre as experiências do aluno aos conteúdos Aprender é desenvolver habilidade para processar informações Está no discurso e em diversas propostas pedagógicas Fonte MALHEIROS 2012 p 34 As Formas de Ensinar Métodos de Ensino AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx De acordo com Libâneo 2013 métodos de ensino são ações realizadas pelo professor e pelos alunos para atingir os objetivos de ensino Para isso planejamento e sistematização são fundamentais para que tais ações cumpram seu propósito a aprendizagem A atual realidade segundo Libâneo 2013 necessita de cidadãos que atuem de forma crítica e criativa daí a importância do direcionamento dos métodos de ensino objetivando a participação máxima dos alunos Para você se forme como um bom professor é importante analisar quais são os métodos de ensino que interagem com a realidade e que devem ser reproduzidos de acordo com a necessidade da atualidade Como salienta Libâneo 2013 p 150 os métodos são meios mais adequados para realizar objetivos A escolha do melhor método assim está condicionada aos seus objetivos O método de ensino expressa a relação conteúdométodo no sentido de que tem como base um conteúdo determinado um fato um processo uma teoria etc O método vai em busca das relações internas de um objeto de um fenômeno de um problema uma vez que esse objeto de estudo fornece as pistas o caminho para conhecê lo LIBÂNEO 2013 p 151 Não é possível adentrar a sala de aula sem que haja clara sistematização dos meios que vão levalo à máxima eciência por isso a importância de conhecer os diferentes métodos de ensino Para Libâneo 2013 p 152 os métodos promovem interação entre ensino e aprendizagem promovem assimilação consciente dos conhecimentos desenvolvem capacidades cognitivas e operacionais dos alunos SAIBA MAIS A prática dos métodos corresponde a uma experiência de atividades tanto do professor quanto do aluno Partem dos objetivos do professor e expressamse em formas de organização do ensino LIBÂNEO 2013 Os diferentes métodos de ensino A escolha da melhor forma de ensinar depende deve se apoiar nas necessidades e características de cada área do conhecimento que será desenvolvida e depende também da abordagem de educação em que o professor se pauta Os métodos mais comuns encontrados nas escolas brasileiras são Método de exposição pelo professor O professor apresenta aos alunos conhecimentos novos sobre determinados conteúdos Tal método recebe críticas por não respeitar o conhecimento prévio do aluno A exposição da matéria contudo é um procedimento necessário cabendo ao docente oportunizar também meios de interação buscando despertar o interesse e o envolvimento dos alunos O método de exposição pelo professor engloba algumas ações como a exposição verbal a demonstração a ilustração e a exemplicação Método de trabalho independente Compreende a realização de tarefas orientadas previamente pelo professor e deve priorizar o estudo independente Libâneo 2013 salienta que este deve servir para a assimilação do conteúdo ou tarefa de elaboração pessoal As tarefas têm como objetivos vericar conhecimentos prévios e despertar o interesse e a curiosidade sobre o assunto a ser tratado Esse tipo de trabalho contribui para que o professor observe como cada aluno demonstra o conhecimento e também para que ocorra sistematização durante seus estudos Método de elaboração conjunta É a interação entre professor e alunos e alunos e alunos visando segundo Libâneo 2013 p 167 a alteração de novos conhecimentos habilidades atitudes e convicções bem como a xação e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos Método de trabalho em grupo Os alunos são organizados em grupo para que desenvolvam as propostas da aula Para que isso seja realizado positivamente é necessária a organização dos grupos seja previamente planejada e que o objetivo da aula seja compatível com este método Como escolher o melhor método De acordo com Vasconcelos 2012 p115 escolher os métodos mais adequados consiste em um posicionamento diante da realidade que se pretende conhecer e atuar nela Para a autora a prática pedagógica tem como desao ao escolher métodos de ensino articular os saberes de cada um dos atores ser responsável pela apropriação e transformação da realidade ocupar um caráter político Ao escolher um método de ensino o educador deve observar qual visão de homem e mundo possui Se sua visão de educação for progressista sua prática deve atender a uma visão crítica e ser instrumento de transformação social Ao escolher métodos de ensino que sejam dinâmicos e possibilitem atender às necessidades de seus alunos o professor desenvolve meios para que a aprendizagem seja signicativa Rangel 2006 defende que diversicar os métodos é importante pois oferece oportunidades de ampliar conhecimento e explorar novas oportunidades Assim o raciocínio lógico a disposição biopsicológica a natureza do conhecimento sua construção sua epistemologia o princípio didático do ensino para a aprendizagem a perspectiva histórica e os fatos da atualidade que dão signicado ao conteúdo que se ensina e aprende são alguns fatores que inuem na opção do método RANGEL 2006 p 10 Um professor progressista e crítico deve escolher um método que seja signicativo para o aluno para que ele também saiba o que se espera dos conteúdos a serem desenvolvidos que a aprendizagem seja favorecida de maneira que as questões possam ser contextualizadas que possam gerar reexões e inspirem uma prática transformadora Para esses ns Rangel 2006 destaca atividades envolvendo questionamentos diálogo exercícios trabalhos de produção de textos Segundo o autor 2006 p 18 existem atividades que podem ser comuns aplicáveis a diversos métodos e técnicas de ensino e aprendizagem exercícios conversação arguição aplicações do conhecimento em trabalhos individuais ou em grupo SAIBA MAIS A articulação ensinopesquisa pode estar presente em todos os métodos sejam grupais sejam individualizados RANGEL 2006 p 18 Aprendendo com o outro Discutimos em nossas aulas anteriores as diversas visões de educação que podem nortear as práticas escolares Tomando que premissa as possibilidades mais contemporâneas de ensino abordaremos aqui os procedimentos de ensino e de aprendizagem socializantes Haydt 2011 destaca O uso de jogos Dramatização Trabalho em grupo Estudo de casos Estudo do meio Os jogos De acordo com Haydt 2011 p 129 o jogo é uma atividade física ou mental organizada por um sistema de regras É uma atividade lúdica pois se joga pelo simples prazer de realizar esse tipo de atividade Jogar é uma atividade natural do ser humano Ao recorrer ao uso de jogos na aprendizagem o professor cria meios de motivação e propicia envolvimento e socialização dos alunos fornecendo meios para que aprendam a conviver e internalizem valores que os acompanharão pela vida HAYDT 2011 O jogo acrescenta Haydt 2011 é um excelente instrumento didático pois favorece vivências de ludicidade que são necessárias e inerentes ao ser humano gera envolvimento emocional de maneira espontânea e prazerosa Desde a antiguidade temos relatos de experiências envolvendo os jogos e o brincar Também desde os primeiros meses de vida os bebês são estimulados a brincar seja com chocalhos seja com brinquedos sonoros e por meio desses estímulos vão se desenvolvendo cognitivamente nos aspectos afetivos sociais e motores Assim acontece com nossos alunos ao brincar experimentam novas situações internalizam regras desenvolvem agilidade e criatividade As dramatizações A dramatização segundo Haydt 2011 é um ato em que de maneira espontaneamente ou planejada os alunos desempenham papéis têm oportunidade de vivenciar situações de seu cotidiano criar personagens ctícios Em momentos de dramatização os alunos podem expressar sentimentos e emoções Além disso a dramatização contribui para o desenvolvimento social e para os processos de ensino e de aprendizagem favorece a aquisição de habilidades especícas de expressão e dá condições para que a interação aconteça naturalmente A partir dela alcançamse objetivos como propiciar vivências de situações reais da vida facilitar a comunicação para analisar e buscar soluções desenvolver capacidade de expressão criatividade e observação Notase que a dramatização pode envolver vários aspectos cognitivos motores e afetivos Para sistematizar as modalidades da dramatização Haydt 2011 as dene de duas maneiras conforme apresentado a seguir CONECTESE No livro Jogos cooperativos de Fábio Otuzi Brotto o autor oferece de maneira lúdica propostas de atividades práticas que você professor possa desenvolver A obra está disponível no link a seguir Modalidades da dramatização Fonte Haydt 2011 O trabalho em grupo É um recurso que contribui para a formação de novos grupos sociais para além da escola É um momento importante da aula pois ao trabalhar em grupos o aluno se socializa tem oportunidades de ouvir diversas opiniões podendo trocar experiências O trabalho em grupo permite que o aluno se expresse e participe de situações que fortalecem o convívio social O estudo de caso É uma técnica que consiste em apresentar aos alunos uma situação real dentro do assunto estudado para que analisem e se for necessário proponham alternativas de solução É uma forma de aplicar os conhecimentos teóricos a situações práticas HAYDT 2011 O estudo do meio O aluno aprende explorando o meio que o cerca tanto por meio de entrevistas quanto de passeios registros de imagens e outros Ao propor para seus alunos uma atividade como esta o educador deve ter trabalhado previamente em sala de aula o conteúdo que será a fonte de pesquisa Você professor poderá explorar muitas destas técnicas para que suas aulas sejam mais signicativas e levem à aprendizagem que deve ser o objetivo primordial Você professor poderá explorar muitas destas técnicas para que suas aulas sejam mais signicativas e levem à aprendizagem que deve ser o objetivo primordial A Relação Pedagógica AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx No decorrer deste curso você depararseá com uma série de métodos práticas e teorias pedagógicas que em tese depois de devidamente escolhidos caso fossem bem assimilados e desenvolvidos por você em sala de aula o tornariam um excelente professor capaz de bem ensinar No outro polo no imaginário dos graduandos de nosso curso pode estar presente a noção de que basta que os alunos possuam condições préviassatisfatórias como motivação e garantia das necessidades básicas que todos eles aprenderiam Ledo engano Essa visão impõe à Didática um papel simplista e puramente técnico Você estudou nas aulas anteriores que a Didática se ocupa das nalidades do ensino isto é para que se ensina dos meios para que ele ocorra da organização das situações de sala de aula e da interação entre os atores do processo educativo Assim consideramos que as escolhas didáticas realizadas pelo professor devem levar em consideração que o ensino e a aprendizagem acontecem por meio da relação entre os agentes deste processo Professor Aluno Cordeiro 2007 chama essa interação de relação pedagógica Para o autor geralmente dáse ênfase à relação professoraluno como a relação central da aula Entretanto essa simplicação acaba maquiando o fato de que a situação de aula é uma situação extremamente complexa que não envolve apenas esses dois atores mas inclui o conteúdo motivo que une professor e aluno De acordo com Cordeiro 2007 é possível analisar a relação pedagógica por meio de três dimensões especícas do ato educativo Conhecimento Linguística Pessoal Cognitiva A Dimensão Linguística do Ato Educativo O discurso o diálogo na sala de aula assume um papel central no ato educativo Muitas vezes a concepção do tipo de interação que o professor defende está implícita nas suas falas Por exemplo se o professor costuma fazer perguntas aos seus alunos cujas respostas consideradas corretas são aquelas copiadas da fala do professor o aluno compreende não pelo conteúdo mas pela forma que o que se valoriza durante a aula não é sua participação mas sua capacidade de memorizar dados prontos Consegue perceber caroa alunoa É a forma do diálogo que impõe a concepção de ensino deste professor mesmo que ele não a explicite claramente Percebe como dessa forma o aluno vai compreendendo que sua fala deve restringir se às expectativas que o professor expõe Assim a passividade vai dando a tônica da escola sem que se diga claramente Alunos e professores sejam passivos não questionem O aluno para ser ouvido pelo professor para assim conseguir receber reconhecimento sobre o que tem a dizer e ser classicado como um bom aluno passa então a reconhecer a autoridade de fala do professor e a responder somente o que o educador quer que ele responda O autor coloca que uma inversão desta lógica pode tornar a relação mais horizontal e fazer com que os alunos compreendam que aprender não é memorizar ideias prontas mas questionálas construílas e reconstruílas Por exemplo solicitando aos alunos que produzam perguntas sobre um determinado tema coisas que eles queiram saber que podem ser inesperadas inclusive para o professor abrindo espaço para investigação Essa inversão é benéca Segundo Cordeiro 2007 p 102 A instauração de outros padrões de diálogo e de relação pedagógica implica a ampliação do espectro e das modalidades de conhecimento que poderão ser abrigados pelo currículo além dos saberes que se adquirem por imitação ou por assimilação deverão ser admitidos também alguns saberes mais indeterminados especulativos que se desenvolvem pela reexão e que terão que ser confrontados com os saberes acumulados SAIBA MAIS Como a educação brasileira no interior das escolas e de suas salas de aula é fortemente inuenciada por uma concepção tradicional de ensino o professor busca deter o controle do diálogo em sala de aula fazendo somente perguntas para as quais ele próprio sabe a resposta pois questionamentos abertos abrangentes podem fazer emergir o fato de que ele não é o detentor absoluto do saber sendo esta uma concepção tradicional do que é ser professor Acontece que são justamente as questões sem respostas que movem a produção de novos conhecimentos e impulsionam as sociedades para as mudanças A dimensão pessoal do ato educativo Quando falamos dos vínculos entre professor e aluno é fácil lembrarse tanto dos positivos como dos negativos de nossas próprias vidas escolares Quais são os fatores envolvidos nos vínculos estabelecidos no ato educativo Como a escola concentrase basicamente na aquisição do conhecimento historicamente acumulado temse por premissa que o professor é a autoridade em sala de aula já que é ele quem detém mais conhecimento de que seus alunos Assim há uma relação de antemão assimétrica desigual Cordeiro 2007 chama essa autoridade de autoridade pedagógica Tal superioridade pode culminar em certa dependência do aluno para com seu professor ou numa atitude de negação confronto Segundo o autor temse buscado apontar na direção de uma relação de caráter afetiva não meramente cuidadora ou supercial descompromissada mas que culmine numa relação pedagógica mais democrática mais livre O conceito de desvelo CORDEIRO 2007 p 104 compreende uma relação entre professor e aluno centrada na dedicação do professor para com seu aluno sem no entanto abrir mão de sua competência técnica e compromisso políticosocial com uma educação crítica O professor movido pelo desvelo direciona toda sua ação em favor da aprendizagem do aluno Nesse sentido há um forte vínculo pessoal entre professor e aluno Outro fator da relação pedagógica que inuencia diretamente na relação entre professor e aluno é a organização física da sala de aula É claro que uma sala organizada na perspectiva tradicional de ensino com carteiras organizadas em leiras e paredes sem produções dos alunos austeras direcionam a relação para o professor no centro Todos estão atentos a ele e é ele quem controla as interações entre os alunos e entre os alunos e ele próprio A organização estrutural física da sala de aula quando a visão de mundo homem educação do professor passa pelas tendências progressivas que você conheceu na aula 8 passa por outra perspectiva De outro lado imaginemos uma sala de aula mais adaptada às pedagogias renovadoras ou às práticas construtivistas não há lugares xos determinados nem mesmo para o professor grandes mesas ocupadas por vários alunos que trabalham em equipes nos cantos da sala outras mesas e estantes com materiais diversos a serem utilizados naquele momento ou em qualquer outro dependendo do desenvolvimento das atividades ou das iniciativas das crianças nas paredes cartazes coloridos exposição de trabalhos realizados pelos alunos fotograas mapas etc CORDEIRO 2007 p 105 Por isso é importante que você futuro professor compreenda o espaço físico da sala de aula como um dispositivo pedagógico No caso citado no parágrafo anterior o professor se desloca em sala de aula consegue estabelecer diálogos coletivos e individuais acompanha bem de perto a evolução dos alunos durante as propostas facilitando a avaliação e tornandoa processual Observe que não basta apenas ter claro seu referencial losóco para a adoção de práticas didáticas mas também com qual tipo de conteúdo se está trabalhando Conteúdos de cunho conceitual por exemplo quando há necessidade de explanação do professor podem ser mais bem assimilados com leitura individual Habilidades executivas precisam ser exercitadas demandando que a sala esteja organizada para a prática dos alunos No caso de conteúdos ligados às atitudes os trabalhos em grupo são bemvindos bem como atividades exploratórias fora da sala de aula em si Cordeiro 2007 nos ajuda na reexão acerca de qual abordagem escolher para tornar a relação pessoal assertiva e positiva para professor e aluno O autor critica o fato de se depreciar determinada abordagem ao exaltar outra As diferentes modalidades de conhecimento com que se lida na escola exigem diferentes posturas pedagógicas dos professores e implicam diferentes formas de relação pedagógica Em várias delas a participação dos alunos pode se revelar mais ou menos decisiva mais ou menos inuente sobre os resultados da aprendizagem Desse modo não há porque postular a adoção de um modelo pedagógico único que implicaria a padronização das relações pessoais na escola na sala de aula e no ensino e aprendizagem CORDEIRO 2007 p 108 É importante frisar que de acordo com Cordeiro 2007 quando pensamos na relação pessoal entre professor e aluno nos deparamos com algo que é inerente à escolarização o aluno não está na escola porque escolheu mas é obrigado a estar ali Por isso antes de qualquer iniciativa do professor acontecer já existem tensões pedagógicas entre ele e seu aluno Para o professor estar na escola é seu trabalho muitas vezes por conta de nossa tradição histórica tal trabalho é entendido por ele como missão Para o aluno é uma imposição estar ali Percebe a contradição O professor preocupase na maior parte do tempo com o cumprimento de seu REFLITA Compreende caroa alunoa como a relação pedagógica se associa às nalidades do ensino A relação entre aluno e professor então está permeada pelas relações com o saber pois quem dá o tom às interações é o tipo de conhecimento com o qual se está trabalhando e como isso está acontecendo planejamento e o aluno oferece resistência Como é possível então haver uma relação saudável entre estes dois atores Cordeiro 2007 sinaliza para que essa tensão seja transmutada para a ideia de jogo de desao Por isso a ludicidade é importante no ambiente escolar A dimensão cognitiva relações com o saber Vimos que a relação pedagógica é triádica professor aluno saber A escola existe em função do saber e segundo Cordeiro 2007 compreender esta importância implica no entendimento que a sociedade e os alunos têm sobre a escola O autor chama a nossa atenção para esta questão porque muitas vezes o entendimento errôneo das propostas progressistas de ensino provocou uma certa confusão sobre o papel da escola socializar Ensinar conceitos Cordeiro 2007 explica que a escola apesar da grande difusão de informação promovida pela Internet é o único espaço de apropriação de aparatos intelectuais que não costumam estar dispostos em outras instituições como livros cientícos literatura e é nela que se deve aprender a leitura a análise e a interpretação deste bem historicamente acumulado Para a maior parte da população brasileira a escola é a única oportunidade de realização deste contato Para Cordeiro 2007 esta questão é central porque diz respeito a algo importante o aluno está na escola para acessar o saber primordialmente E o aluno precisa estar envolvido com este processo para que deseje estar ali efetivamente aberto para aprender Segundo Cordeiro há duas dimensões envolvidas na compreensão de como os alunos se relacionam com a escola Mobilização para a escola o que faz com que o aluno estando na escola o faz estudar ou não ter êxito ou fracassar Os estudos têm mostrado que a demanda CONECTESE Uma boa indicação para a reexão acerca da relação pedagógica professor aluno saber é o lme francês de 2008 Entre os muros da escola Está disponível no YouTube com legenda em português familiar ou seja as expectativas da família em relação ao aluno ou para uma ascensão social ou para manutenção do status prossional da família Embora se saiba que a escola sozinha não melhora as condições econômicas de vida mas sua correlação com outros fatores estruturais econômicos políticos e sociais Assim ao estar na escola o aluno ou atende a essas expectativas ou não Mobilização na escola empenho pessoal ou não na escola inuências de colegas positivas ou não preferência subjetiva pelo estudo por determinados professores ou matérias Observe então que há muitos fatores que conuem para o sucesso ou fracasso escolar que muitas vezes estão além do controle do professor Para Cordeiro 2007 isso não signica renderse à ideia de que nada se pode fazer ao contrário encontrar formas de atuas nessas duas frentes Primeiramente o professor precisa ter clareza a respeito de seus próprios motivos de estar na escola e da relevância dos conteúdos que ensina Esta autoanálise favorece à inovação à criatividade e não simplesmente uma prática automática que pouco contribuirá para ajudar o aluno a conectarse com o saber A reexão aqui proposta ajuda você caroa alunoa a compreender que as relações pedagógicas são produzidas pelos sujeitos aluno professor saber e que cada situação pedagógica é determinada por forças sociais e subjetivas A Dimensão Pessoal em Questão a Relação ProfessorAluno AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Como vimos na aula anterior entre os aspectos da organização da situação didática considerase que a interação positiva entre professor e aluno dentro da dimensão pessoal da relação pedagógica é um aspecto essencial para garantir a aprendizagem dos alunos Por isso vamos nos deter um pouco mais neste aspecto Apreciaremos dois aspectos da interação professor e aluno no cotidiano escolar O aspecto cognoscitivo diz respeito a formas de comunicação dos conteúdos escolares e às tarefas escolares indicadas aos alunos LIBÂNEO 2013 p 274 O aspecto socioemocional se refere às relações pessoais que acontecem entre professor e aluno bem como as normas e regras de disciplina que são muito importantes no ambiente escolar Vamos discutir melhor cada um dos aspectos Os Aspectos Cognoscitivos Relação ProfessorAluno Como explica Libâneo 2013 na escola o trabalho do professor é permeado pelas tarefas cognoscitivas que ele propõe aos alunos e ao mesmo tempo pela condição que os alunos possuem para resolver determinadas tarefas Por isso o professor precisa ter uma comunicação clara e compreensível para apresentar as propostas fazer perguntas e dar orientações aos alunos garantindo assim que eles entendam Isso não signica que o professor e os alunos se entendam plenamente considerando que a situação pedagógica depende de outros fatores mas estabelecer uma comunicação adequada é fundamental para que a interação professoraluno seja positiva Ainda sobre a comunicação vale ressaltar que o professor além de orientar falar perguntar também precisa ouvir os alunos dando atenção suciente para que se expressem exponham opiniões e sintamse à vontade para emitir respostas Sobre isso Libâneo 2013 p 275 acrescenta que O trabalho docente nunca é unidirecional As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do professor às diculdades que encontram na assimilação dos conhecimentos Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas diculdades E como o professor pode atingir uma boa interação no aspecto cognoscitivo Para isso vamos dar algumas dicas Variar o tom de voz Falar de modo mais detalhado sobre temas complexos Explorar o nível de conhecimentos que os alunos possuem previamente Fazer um bom planejamento da aula com objetivos claros Esclarecer aos alunos as expectativas que possui em relação à aprendizagem dos conteúdos ensinados Usar corretamente a Língua Portuguesa tanto ao falar quanto ao escrever LIBÂNEO 2013 Os aspectos socioemocionais da relação professor aluno Os aspectos socioemocionais se referem aos vínculos afetivos entre professor e alunos como também às normas e exigências objetivas que regem a conduta dos alunos na aula disciplina LIBÂNEO 2013 p 276 Quando falamos aqui em vínculo afetivo nos referimos à noção de desvelo discutido na aula anterior em que o professor se dedica ao seu aluno de modo afetuoso sem abrir mão de sua competência técnica e de seus objetivos O professor visando a estimular a autonomia e independência do aluno mistura severidade e respeito ou seja exerce a autoridade pelas qualidades intelectuais e técnicas que possui expõe as normas de forma clara bem como a expectativa dele em relação aos alunos Libâneo 2013 p 277 esclarece que esta autoridade deve fecundar a relação educativa e não cerceála Assim é muito importante compreender que a autoridade do professor e a autonomia do aluno não são contraditórias mas complementares Libâneo 2013 p 256 esclarece que a liberdade é o fundamento da autoridade e a responsabilidade é a síntese da autoridade e da liberdade Assim nas relações entre autoridade e autonomia que perpassam a interação professoraluno sempre haverá deformações ou conitos Você já vivenciou alguma situação em que o professor por ser uma autoridade na sala de aula age com superioridade fazendo imposições ou humilhando os alunos Tais atitudes revelam uma forma de autoritarismo a extrapolação da autoridade que não favorece a evolução dos alunos por isso não pode ser considerada educativa Vale destacar que a disciplina da sala e o interesse pelas propostas do professor estão relacionados ao estilo da prática docente logo sobre a autoridade prossional moral e técnica exercida por ele Vejamos Autoridade prossional referese ao domínio que o professor tem do conteúdo bem como dos métodos e procedimentos de ensino Envolve também a forma como lida com a classe como controla e avalia o trabalho dos alunos Autoridade moral formada pelo conjunto de qualidades do professor tais como dedicação sensibilidade e senso de justiça Autoridade técnica formada pelo conjunto de capacidades e habilidades que permitem ao professor ensinar com ecácia reetindo na aprendizagem autônoma dos alunos Como futuro professor você deve se lembrar de que ao interagir com cada aluno em particular e com a turma geral o professor além de transmitir conhecimentos ensinar conteúdos e conceitos aspecto cognitivo também veicula valores ideais e princípios aspecto afetivoemocional contribuindo para a formação global do aluno É preciso perceber nessa interação o valor pedagógico anal quando os alunos são estimulados respeitados e acolhidos maiores são as chances de sucesso no processo ensinoaprendizagem Os momentos de interação entre aluno e professor são aqueles que mais contribuem para a efetivação do vínculo e consequentemente para a aprendizagem Para Haydt 2011 p 42 são nesses momentos de interação instantes compartilhados e vividos em conjunto que o domínio afetivo se une à esfera cognitiva e o aluno age de forma integral como realmente é como um todo O professor na sua relação cotidiana com os alunos precisa estimular o interesse e orientar o esforço de cada um para o alcance da aprendizagem Desse modo as funções do professor são Função incentivadora e energizante o professor precisa atentarse à curiosidade natural dos alunos para estimular os interesses e mobilizar os esquemas cognitivos Função orientadora o professor deve orientar o aluno de modo que este seja capaz de construir os seus conhecimentos Sabemos que o aluno constrói o seu conhecimento agrega valores e hábitos desenvolve atitudes formas de sentir e agir no mundo o que gera a ampliação de suas estruturas mentais nas relações escolares E o professor como é atingido na relação com o aluno Podemos armar que também aprende com o aluno ao compreender como o educando aprende como interage com o mundo quais conhecimentos já traz do seu ambiente familiar e social Enm nessa relação o docente adquire um novo olhar Haydt 2011 p 44 completa dizendo que o professor pode passar a conhecer novas formas de conceber o mundo que são diferentes da sua Pode também rever comportamentos raticar ou reticar opiniões desfazer preconceitos mudar atitudes alterar posturas Vale lembrar que a postura do educador e a forma como ele opta por relacionarse com os alunos estão intimamente relacionadas com as suas concepções de vida de mundo e de educação Assim não adianta escolher bons métodos de ensino fazer um bom planejamento e conceber o aluno como um ser receptivo e passivo Concordamos com o que diz Haydt 2011 p 46 Quando o professor concebe o aluno como um ser ativo que formula ideias desenvolve conceitos e resolve problemas de vida prática através da sua atividade mental construindo assim seu próprio conhecimento sua relação pedagógica muda Não é mais uma relação unilateral onde um professor transmite verbalmente conteúdos já prontos a um aluno passivo que os memoriza Se o que pretendemos é que o aluno construa seu próprio conhecimento aplicando seus esquemas cognitivos e assimiladores à realidade a ser aprendida e desenvolvendo o seu raciocínio devemos permitir que ele exerça sua atividade mental sobre os objetos e até mesmo uma ação efetiva sobre eles De acordo com Piletti 2010 os alunos preferem as disciplinas cujos professores são mais amigáveis ensinando com situações agradáveis e utilizando recursos atrativos Já professores vistos como antipáticos que geram situações desagradáveis na aula e utilizam recursos inadequados têm as disciplinas menos preferidas pelos alunos Outros dados relevantes são obtidos nos estudos de Cunha 2000 Neles constatou se que para os alunos entre as características dos seus melhores professores estão os que tornam as aulas atraentes incentivam a participação dos alunos se expressam de modo que todos compreendam estimulam a criatividade a crítica e a pesquisa favorecem a participação dos alunos Munido deste conhecimento ao se deparar com seus primeiros alunos em sala de aula será possível estabelecer uma relação sadia que leve à aprendizagem CONECTESE Para ampliar suas reexões acerca deste assunto recomendamos a leitura do artigo A relação professoraluno no processo de ensinoaprendizagem da Revista do Programa de PósGraduação em Educação da Universidade Federal de Goiás UFG Nele é discutida a relevância da relação professoraluno que se desenvolve em sala de aula além do importante papel dos educadores ao ajudar os alunos a estudarem e aprenderem O Planejamento Educacional AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Vimos até agora a importância da ação intencional do professor e o quanto a Didática é fundamental neste processo Um professor que faz escolhas baseado em concepções claras de aprendizagem e em métodos organizados de ensino ligados a essas concepções e a objetivos claramente denidos tem condições de planejar seu trabalho e executálo para garantir aquilo que é primordial na escola a aprendizagem signicativa e efetiva dos alunos Muito se discute sobre a autonomia do professor em relação ao seu planejamento de suas aulas Tal autonomia é relativa já que existem instâncias mais amplas de planejamento educativo que interferem diretamente no dia a dia do professor Vamos compreender isso melhor O que é Planejamento Educacional Haydt 2011 apresenta o planejamento como uma ação pedagógica essencial Ensina que Planejar é analisar uma dada realidade reetindo sobre as condições existentes e prever as formas alternativas de ação para superar as diculdades ou alcançar os objetivos desejados Portanto o planejamento é um processo mental que envolve análise reexão e previsão Nesse sentido planejar é uma atividade tipicamente humana e está presente na vida de todos os indivíduos nos mais variados momentos HAYDT 2011 p 69 O que na prática quer dizer analisar reetir prever Signica pensar em um procedimento adequado para alcançar um determinado m O planejamento na educação requer análise reexão e previsão interagindo entre si Tudo que fazemos exige planejamento mesmo que nem percebamos Piletti 2004 p 59 arma que planejar é uma atividade humana e que ao planejar é preciso responder às perguntas O que pretendo alcançar Em quanto tempo pretendo alcançar Como posso alcançar isso que pretendo O que fazer e como fazer Quais os recursos necessários O que e como analisar a situação a m de vericar se o que pretendo foi alcançado Libâneo 2013 dene o planejamento educacional como uma atividade que promove a dinâmica da aprendizagem envolvendo fatores internos e externos Salienta O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino O planejamento é um meio para se programar as ações docentes mas é também um momento de pesquisa e reexão intimamente ligado à avaliação LIBÂNEO 2013 p 245 O autor apresenta quais são os principais requisitos para o planejamento Trataremos a seguir de quatro deles Objetivos e tarefas da escola democrática Libâneo 2013 destaca que uma escola democrática deve atender às necessidades de crianças e jovens preparandoos para a vida e oportunizando condições para que assimilem os conhecimentos cientícos e possam participar ativamente da vida social na prossão na política e culturalmente Se acreditarmos que a educação escolar tem um papel na democratização nas esferas econômica social política e cultural ela será mais democrática quanto mais for universalizada a todos assegurando tanto o acesso e permanência nas séries iniciais quanto o domínio de conhecimentos básicos e socialmente relevantes e o desenvolvimento das capacidades intelectuais por parte dos alunos LIBÂNEO 2013 p 227 Exigências dos planos e programas ozciais A educação é um direito de todo cidadão brasileiro concedido pela Constituição Federal de 1988 Desse modo cabe ao governo assegurar o ensino básico oferecendo condições que promovam recursos nanceiros e materiais a m de que a proposta de educar seja garantida a todos com qualidade Para que isso ocorra a sociedade em geral precisa se organizar e exigir que o governo cumpra seu dever de atender às necessidades da educação brasileira De acordo com o autor A conversão dos planos e programas ociais em planos de ensino para situações docentes especícas não é uma tarefa fácil mas é o que assegura a liberdade e autonomia do professor e a adequação do ensino às realidades locais Além disso nenhum plano geral nenhum guia metodológico nenhum programa social tem respostas pedagógicas e didáticas para garantir a organização do trabalho docente em situações escolares concretas LIBÂNEO 2013 P 228 Condições prévias para a aprendizagem Para Libâneo 2013 a organização do planejamento seja da escola seja do professor deve acontecer de maneira que atenda às necessidades de aprendizagem dos alunos para que os conteúdos trabalhados sirvam como elementos que possam ser assimilados Assim é fundamental para o educador diagnosticar como são seus alunos antes de planejar De acordo com Libâneo 2013 p 229 é necessário Quando se diz que conhecer a realidade do aluno é um dos requisitos para o planejamento isto quer dizer que deve servir como ponto de apoio não apenas para conhecer o meio mas resgatar informações do cotidiano das crianças e jovens que possam contribuir para que utilizem seus conhecimentos prévios como meios de sistematizar os conceitos e assimilar novos conteúdos Libâneo 2013 p 229 arma que A introdução de matéria nova ou a consolidação da matéria anterior requerem Conversar sobre as experiências de seus alunos e seus conhecimentos prévios Perceber suas habilidades e nível de desenvolvimento necessariamente vericar o ponto de preparo em que os alunos se encontram Dessa forma é possível perceber qual o ponto de partida e qual a conduta necessária para todo o processo O educador não deve se apoiar em justicativas para as diculdades no processo de aprendizagem de seus alunos é preciso que sejam previstas tais adversidades e que o educador busque apoio e replaneje Princípios e condições de transmissãoassimilação ativa Planejar e pensar nas situações especícas é um dos princípios básicos para que o educador saiba aonde quer chegar e como pode contribuir para que seus alunos assimilem conteúdos Assim ao descrever e propor situações indicando o meio para que eles se envolvam e participem das aulas e se apropriem do conhecimento favorece a assimilação De acordo com Lopes 2000 um planejamento realmente comprometido com a aprendizagem pressupõe reexão crítica curiosidade cientíca investigaçõ e criatividade Após pensar nos objetivos e conteúdos a serem trabalhados devese reetir a respeito dos procedimentos para colocar o planejamento em ação Aqui se encaixa a criatividade Isto quer dizer que ao educador cabe elaborar meios para que sua aula seja atrativa Lopes 2000 chama atenção para o fato de que caberá ao professor identicar uma metodologia de ensino que leve em conta a variedade de atividades as quais incentivem a criatividade dos alunos Outro aspecto importante é inserir também a sistematização do processo de avaliação da aprendizagem Isso porque conforme salienta Lopes 2000 a qualidade da reelaboração e produção de conhecimento realizada pelos alunos torna possível a denição de quais serão os próximos passos O planejamento escolar O Projeto Político Pedagógico PPP Todas as escolas têm a responsabilidade de elaborar de forma participativa e fazer acontecer executar sua proposta pedagógica É isso que diz o 12º artigo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 939496 Proposta Pedagógica Projeto Pedagógico ou seu nome mais difundido Projeto PolíticoPedagógico são nomes diferentes para um documento construído de forma participativa dentro da escola conduzido pela gestão escolar mas que engloba toda a comunidade que faz parte da escola Tal documento estabelece uma visão conjunta e a direção que vai ser dada ao processo pedagógico da escola Ele expressa a prática pedagógica da escola direcionando as atividades que acontecerão no decorrer dos anos que tipo de educação se deseja promover que tipo de cidadão se pretende formar Segundo Vasconcelos 1995 ele é um instrumento teóricometodológico que organiza a ação educacional do dia a dia da escola tornandoa reetida e sistematizada O PPP dá direção às ações da escola desde a equipe gestora até funcionários em geral além de esclarecer que educação está sendo dada aos lhos dos membros da comunidade local Por ser elaborado de forma coletiva e colaborativa o PPP é continuamente revisado de acordo com a necessidade e o calendário da escola O foco principal do documento é o aluno pois a organização do processo pedagógico tem como objetivo nal promover sua aprendizagem garantir sua formação por isso que a organização curricular ou seja o que o aluno vai aprender e que experiências serão promovidas para que isso aconteça constam deste documento É a partir do PPP que o professor produz seu plano de ensino e plano de aula Por isso é tão importante que a construção da Proposta Pedagógica seja realizada de forma coletiva porque se um professor não corrobora o PPP terá nalidades e estratégias de ensino incoerentes com o tipo de aluno que ser formar Na nossa próxima aula trataremos da realização dos planos de ensino que são a parte do planejamento que cabe ao professor CONECTESE No link a seguir você encontra um exemplo de Projeto Político Pedagógico de uma escola real de Minas Gerais disponibilizado pela revista online Gestão Escolar CONECTESE Quais são os desaos que uma escola enfrenta para elaborar seu Plano PolíticoPedagógico e colocálo em prática Assista a um vídeo produzido pela equipe da revista Gestão Escolar que exemplica tais desaos O Plano de Ensino AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Muitos professores quando chegam às escolas para trabalhar veemse perdidos em meio a tantas demandas suas aspirações educacionais próprias da identidade de sua formação são confrontadas com as demandas reais da escola como um todo de seus alunos das famílias de seus alunos da burocracia escolar Nesta situação estimadoa alunoa caso ela aconteça contigo creio que sim você deve lançar mão das aprendizagens realizadas nesta disciplina de Didática É hora de colocar em prática seus objetivos como prossional da educação É importante recordar o que aprendemos na aula passada planejar é um ato de reexão Por mais que você se veja sufocado pela burocracia a experiência vai leválo a progressivamente dar seu tom à aula de forma coerente com a proposta pedagógica da escola O professor lida com inúmeras demandas ao planejar suas aulas Observe Então por onde começar Pelo PPP Geralmente nas reuniões pedagógicas de início de ano há momentos para a produção ou reavaliação da proposta pedagógica da escola Por isso a construção coletiva deste documento é tão importante já que o professor basearseá nele para a construção de suas aulas Vamos compreender este processo detalhadamente O que é plano de ensino Por muito tempo o plano de ensino caracterizouse por um formulário a ser preenchido com listas de matérias a serem dadas e procedimentos adotados Segundo Gandin 2014 foi a partir de 1960 que passou a ser obrigatório formular planos de ensino nas escolas O modelo de plano de ensino que passou a vigorar desde então comumente encontrado nas escolas basicamente com algumas variações é representado assim Conteúdos Objetivos Estratégias Recursos Avaliação Observação Fonte GANDIN 2014 p 12 SAIBA MAIS Muitas vezes até hoje esse quadrinho é simplesmente reproduzido ano após ano Sequer é possível saber qual professor deu o pontapé inicial em seu preenchimento e em que ano isso aconteceu Ele passa a ser assim um instrumento burocrático desprovido de qualquer reflexão apenas seguido pelo professor cotidianamente Alerta Gandin 2014 p 12 O mais importante contudo é que o modelo nascido quando tudo estava decidido de antemão direcionouse a responder as perguntas sobre o como fazer e sobre o com que fazer Omitiu completamente a possibilidade de reflexão sobre o que fazer e sobre o para que fazêlo Retirou isso dos educadores levandoos se tudo desse certo a pensar sobre o como fazer bem as coisas mas nunca sobre quais são as coisas certas para fazer e muito menos para que vamos fazer estas coisas Assim tal quadro foi perdendo o respeito de seus professores ao longo da história que pensavam não servir para nada além de apresentar ao coordenador que por sua vez apresentava ao supervisor de ensino Isso porque de acordo com Gandin 2014 p 13 1 os conteúdos são préestabelecidos pela cultura escolar e portanto não são questionados dirigem tudo e são necessariamente repetidos ano a ano a sociedade e o pessoal da escola não se importam se não forem trocados temas tão necessários para o ensino básico como por exemplo os oriundos da economia do direito da saúde da política da sociologia 2 como consequência mas também por outros motivos o tal plano passou a ser apenas uma lista de possibilidades e não um plano para ser implantado diz sempre o que poderia ser feito e não o que de fato se vai fazer o tal plano ficou como o de um agricultor que escrevesse plantarei milho trigo arroz feijão e outros vegetais utilizarei para isto enxada trator adubo curvas de nível e outras coisas que forem necessárias ficarei contente se a colheita for boa por isso os melhores planos eram os que mais se pareciam com um livro de didática 3 como resistência por parte dosdas professoresas e como desculpa de quem exige tal lista de intenções desenvolveuse a ideia de que planos de qualquer maneira são flexíveis o estranho conceito de flexibilidade foi e ainda é a salvação da nãoexistência de planejamento porque no final docentes devem fazer planos mas não precisam preocuparse em seguilos Perceba então por que os professores não têm apreço por este instrumento didático O sentido atribuído ao plano de ensino levou a uma descrença no planejamento educacional já que o professor não toma as decisões acerca dos conteúdos e os quais ele domina em seu sentido técnico Para o autor Só há sentido em falar de plano de sala de aula escrito e com ideias que fundamentam a ação se os professores tiverem aspirações maiores do que estabelecerem conteúdos préestabelecidos A questão central do planejamento de sala de aula não pode ser a de saber como se vai passar um conteúdo préestabelecido Ela deve desenvolver ideias mais amplas e mais profundas como debater sobre que conhecimentos que valores e que habilidades seria útil trabalhar com uma criança e com um adolescente em seu tempo de escola GANDIN 2014 p 15 Então na prática como tornar realidade aquele planejamento que discutimos na aula anterior que contribua para a transformação da educação que seja reflexivo e crítico que incentive a investigação e a curiosidade Trarei a proposta de plano de ensino baseado em um dos maiores expoentes da área da Didática no Brasil a de Libâneo 2013 Perceba caroa alunoa que ele reflete um posicionamento teórico progressista de educação Para Libâneo 2013 o plano de ensino ou plano de curso é um roteiro do qual constam os módulos unidades ou blocos didáticos organizados em um semestre ou em um ano O autor explica que ele contém justificativa da disciplina em relação aos objetivos da escola objetivos gerais objetivos específicos conteúdo com a divisão temática de cada unidade tempo provável e desenvolvimento metodológico atividades do professor e dos alunos Veja a seguir um modelo prático do plano de ensino proposto pelo autor No item Justicativa e Objetivos Gerais o professor precisa explicitar para que serve ensinar tal matéria Ela é iniciada com uma breve consideração sobre a função social e pedagógica da educação escolar tendo em vista os objetivos gerais da escola contidos no PPP Depois cita os conteúdos básicos da disciplina e sua relevância social política prossional e cultural Expõese como se fará para que o aluno alcance os objetivos previstos considerando sempre uma assimilação ativa do conhecimento A justicativa responde basicamente por que para que e como ensinar No tópico Objetivos Especícos explicitase os resultados a obter do processo da transmissãoassimilação ativa de conhecimentos conceitos habilidades O professor deve redigir por meio de armações o Resultado esperado e que deve ser atingido por todos os alunos ao término da unidade didática De acordo com Libâneo 2013 p 261 PLANO DE ENSINO ANUALSEMESTRAL Disciplina Série Ano Nº de aulas no ano no semestre Professor Justicativa da disciplina uma ou mais páginas Objetivos gerais Objetivos especícos Conteúdos Nº de aulas Desenvolvimento metodológico Unidade I 1 2 3 4 Unidade II 1 2 3 Bibliograa do professor Livro adotado para estudo dos alunos Fonte LIBÂNEO 2013 p 258 Os resultados são conhecimentos conceitos fatos princípios teorias interpretações ideias organizadas etc e habilidades o que deve aprender para desenvolver suas capacidades intelectuais organizar seu estudo ativo e independente aplicar fórmulas em exercícios observar coletar e organizar informações sobre determinado assunto raciocinar com dados da realidade formular hipóteses usar materiais e instrumentos dirigidos pela aprendizagem da matéria como dicionários mapas réguas etc Veja alguns exemplos de organização dos objetivos trazidos por Libâneo 2013 p 262 263 No conteúdo sobre relação entre os seres vivos e o ambiente Observar e identicar numa certa área da escola ou próxima dela tipos de seres vivos conforme diferentes habitas em que são encontrados no solo no ar em troncos podres debaixo de pedras e outros Após diferenciar os elementos que compõem o ambiente de uma determinada região explicar os seus diversos efeitos sobre os seres vivos Dar exemplos da inuência do ambiente sobre os seres vivos e da interferência do homem sobre o ambiente No conteúdo sobre unidades de medida Relacionar unidades de medida comprimento massa volume tempo valor aos tipos de objetos medidos Saber aplicar adequadamente essas medidas em várias situações sociais reais uso do metro do quilo da dúzia etc No conteúdo sobre concordância verbal Relacionar corretamente sujeito verbo e complementos sabendo fazer uso da norma prática de concordância verbal em que o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa No conteúdo sobre multiplicação Resolver problemas de multiplicação de um número com três algarismos por outro com dois algarismos Em conteúdos de Estudos Sociais Explicar por que os serviços de atendimento às necessidades da população saúde educação transportes etc são direitos do cidadão e obrigação dos órgãos públicos Após o estudo sobre atividades econômicas básicas os alunos deverão explicar a interdependência entre agricultura indústria e comércio dando vários exemplos Ajudar o aluno na compreensão das mudanças que o tempo provoca nas pessoas comparando a sequência de fatos da sua própria experiência de vida linha do tempo com a de amigos de idades diferentes com a da vida da professora dos pais etc É muito importante que você perceba que foram utilizados termos como reconhecer aplicar usar etc Tais termos referemse a operações mentais que os o professor objetiva que o aluno seja capaz de realizar após entrar em contato ativo com os conteúdos Tais operações mentais podem ser simples como listar reproduzir ou complexas como relacionar analisar diferenciar Esses verbos utilizados no plano indicam com clareza tanto para o professor quanto para o aluno o que se espera ao m das unidades Isso motiva os alunos e facilita a avaliação pois demonstra explicitamente o que se deve ensinar e o que se deve aprender Além disso o professor pode indicar também neste tópico as atitudes em relação à matéria ao estudo ao relacionamento humano à realidade social atitude cientíca consciência crítica responsabilidade solidariedade etc Para Libâneo 2013 262 Formular objetivos é uma tarefa que consiste basicamente em descrever os conhecimentos a serem assimilados as habilidades hábitos e atitudes a serem desenvolvidos ao término do estudo de certos conteúdos de ensino Objetivos reetem pois a estrutura do conteúdo da matéria Devem ser redigidos com clareza expressando o que o aluno deve aprender Devem ser realistas isto é expressar resultados de aprendizagem realmente possíveis de serem alcançados no tempo que se dispõe e nas condições em que se realiza o ensino Evidentemente sua formulação e seu conteúdo devem corresponder à capacidade de assimilação dos alunos conforme a sua idade e nível de desenvolvimento mental Estas orientações são importantes de serem levadas em conta pois o que importa é menos a redação formal e muito mais a sua utilidade para motivar e encaminhar a atividade dos alunos No tópico Conteúdos elencase o que será estudado O professor deve consultar para isso os documentos legais que orientarão sua escolha referente à disciplina em questão BNCC Base Nacional Curricular Comum os PCN Parâmetros Curriculares Nacionais as Propostas Curriculares do seu Estado e do seu Município Além disso consultará os livros didáticos escolhidos se houver As unidades didáticas organizam os conteúdos no tempo Cada unidade pode ser bimestral trimestral ou de acordo com a organização especíca combinada na escola Essas unidades devem ser adequadas ao nível de preparo dos alunos dando continuidade aos conteúdos do ano anterior e ao tempo de aula disponível Quanto mais organizados e especícos forem os conteúdos mais claros estarão os conhecimentos e habilidades a serem demonstrados pelos alunos ao m de cada unidade didática Com relação ao Desenvolvimento Metodológico o professor deve esclarecer qual é o conjunto de ações que será desenvolvido para que os conteúdos e os objetivos especícos ganhem vida isto é o que professor e aluno farão em sala de aula É neste espaço que serão explicitados as escolhas metodológicas realizadas pelo professor conectadas com sua concepção de educação de mundo de aprendizagem e suas intenções prossionais Aqui para Libâneo 2013 p 264 as atividades devem ser de cunho teóricoprático Observe A função deste componente do plano de ensino o desenvolvimento metodológico é articular objetivos e conteúdos com métodos e procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos alunos resolução de situações problemas trabalhos de elaboração mental discussões resolução de exercícios aplicação de conhecimentos e habilidades em situações distintas das trabalhadas em classe etc O desenvolvimento metodológico de objetivos e conteúdos estabelece a linha que deve ser seguida no ensino atividade do professor e na assimilação atividade do aluno da matéria de ensino Ao preencher este item do plano de ensino o professor estará respondendo às seguintes questões que atividades os alunos deverão desenvolver para assimilar este assunto da matéria tendo em vista os objetivos Que atividades o professor deve desenvolver de forma a dirigir sistematicamente as atividades dos alunos adequadas à matéria e aos objetivos A primeira tarefa é vericar os objetivos e a matéria a ser ensinada pois eles determinarão os métodos e procedimentos bem como os recursos de ensino a lançar mão Em seguida devem ser especicadas as ações docentes e discentes do professor e do aluno correspondentes a cada passo da sequência de desenvolvimento de uma aula ou conjunto de aulas SAIBA MAIS Caso a escola adote o sistema apostilado há pouca ou nenhuma autonomia do professor na escolha do conteúdo ou ordem em que será trabalhado Alterar propostas prontas confrontandoas com a realidade da escola e dos alunos é algo a ser denido quando da elaboração do PPP do estabelecimento de ensino de acordo com seus propósitos sociais É papel do professor realizar uma apreciação crítica de planos de ensino elaborados fora da escola com vistas a favorecer a aprendizagem dos alunos Anal é ele quem lidará diretamente com os conteúdos Libâneo 2013 ressalta que não podemos esquecer que no processo de ensino a assimilação de novos conhecimentos conceitos e o desenvolvimento de capacidades cognoscitivas como as operações mentais que listamos no tópico objetivos especícos acontecem simultaneamente pelos alunos sob a direção do professor O que deve orientar a ação do professor é a contradição que existe entre aquilo que se quer ensinar e as condições de aprendizagem dos alunos buscando sempre a superação a transformação a aprendizagem efetiva Nunca é demais enfatizar que toda a organização do plano de ensino tem como nalidade principal a aprendizagem dos alunos e não o cumprimento de ações burocráticas Ora se o professor não tiver consigo claramente qual é sua função que princípios deve seguir que conteúdos deve ensinar e quais habilidade precisa ajudar a desenvolver seu trabalho será esvaziado de sentido Desse modo a chance de seu trabalho não se efetivar aumenta muito Nunca é demais relembrar que a autonomia do professor no planejamento do plano de ensino é relativa entretanto sem domínio deste tampouco conquistará mais autonomia Em nossa próxima aula falaremos sobre o plano de ensino efetivado no dia a dia do professor por meio do plano de aula O Plano de Aula AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Para a efetivação do plano de ensino o professor precisa preparar sua aula Geralmente ele prepara um conjunto delas semanalmente ou quinzenalmente e as apresenta a um coordenador pedagógico Estes documentos que podem ser formulários cadernos ou formulários online são analisados e tornamse fonte de diálogo entre a gestão e o professor também uma possibilidade de autorreexão do professor sobre seu processo de ensino Segundo Libâneo 2013 os planos em qualquer instância são instrumentos de ação que devem acontecer em ordem para que a sequência de objetividade coerência e exibilidade atendam ao que se propôs O plano é um guia de orientação contém todo o direcionamento para o educador porém deve ser um instrumento exível permitindo modicações sempre que o professor perceber essa necessidade Sabemos que alguns conteúdos demandam maior tempo sendo necessárias revisões constantes Outros pontos devem ser levados em consideração durante a produção do plano SAIBA MAIS Pode parecer óbvio que é necessário preparar aula Na prática contudo há professores que se orientam pelos roteiros dos livros didáticos ou apostilas por planos de aula de outros professores por vezes por anos a o Tal atitude não é coerente com o que estudamos nas aulas anteriores pois perpetua modos de ensinar inecazes não reete a realidade em que a relação pedagógica acontece e muitas vezes nega ao aluno a oportunidade de aprender direito garantido por lei O plano deve ser objetivo ou seja para realizar seu planejamento o educador deve pensar em ações práticas quando se fala a partir da realidade de seus alunos além de também trabalhar com os recursos humanos e materiais que estiverem ao alcance de nada adianta pensar em estratégias que demandem tempo e desgastes muitas vezes desnecessários O plano deve conter coerência o que signica que para chegar aonde planejamos é necessário pensar em oportunidades de participação e vericação da aprendizagem Apenas as avaliações sistematizadas não contribuem para que as diversas experiências sejam demonstradas por exemplo se se quer desenvolver autonomia devese oferecer situações em que os alunos sejam motivados a isso O plano deve ser exível assim como já foi dito anteriormente o plano não possui uma estrutura rígida nele permitese organizar e reorganizar Ele está sempre em movimento vai passando por transformações toda vez que o educador perceber essa necessidade Terminamos de especicar algumas características e nalidades do planejamento em conformidade com as ideias de Libâneo 2013 A seguir nos aprofundaremos em como o plano é denido Vale relembrar que é preciso que os planos de aula estejam relacionados à prática sendo revistos quando necessário Libâneo 2013 defende que à medida que o professor vai acumulando experiências diante das situações vivenciadas no contexto do ensino a ação dele se torna cada vez mais ecaz O plano de aula é onde está sistematizado detalhadamente o desenvolvimento de determinada aula ou período de aulas Aqui o educador deve considerar o período de sua aula estabelecendo recursos pedagógicos tempo de organização e preparo de cada situação É o momento em que ele pode aliar seu conhecimento teórico com sua prática pedagógica momento também de rever os objetivos e entender que suas aulas devem ser planejadas de maneira que haja continuidade e conexão entre elas Segundo Libâneo 2013 o plano de aula é a oportunidade que o professor tem para reetir sobre sua prática O aprimoramento prossional do professor como em todas as outras prossões depende dessa reexão para ter sua prática aprimorada transformada sempre para melhor Há alguns pontos que se deve levar em consideração segundo Libâneo 2013 no momento de elaborar um plano de aula A aula é um período de tempo variável Um conteúdo não se esgota em uma aula pois a aula passa por fases preparação e apresentação de objetivos conteúdos e tarefas desenvolvimento da matéria nova consolidação xação exercícios recapitulação sistematização aplicação avaliação LIBÂNEO 2013 Por isso devemos planejar um conjunto de aulas módulo bloco semana Reler os objetivos gerais da matéria e a sequência de conteúdos do plano de ensino O professor tem a tarefa de tomar o tópico da unidade e desdobrálo numa sequência lógica na forma de conceitos problemas ideias Isso possibilita ao saber claramente o que vai ser trabalhado Previsão do tempo necessário Essa previsão pode ser alterada no momento de detalhar o desenvolvimento metodológico da aula Redigir um ou mais objetivos especícos tendo em conta os resultados esperados da assimilação de conhecimentos e habilidades fatos conceitos ideias relações métodos e técnicas de estudo princípios atitudes etc Dos objetivos vão depender os métodos e procedimentos de transmissão e assimilação dos conteúdos e as várias formas de avaliação O desenvolvimento metodológico será desdobrado dos seguintes itens para cada assunto novo preparação e introdução do assunto desenvolvimento e estudo ativo do assunto sistematização e aplicação tarefas de casa Como realizar a avaliação de suas aulas ou seja criticálas de forma a aperfeiçoálas Libâneo 2013 p explica que Ao fazer a avaliação das aulas convém ainda levantar questões como estas Os objetivos e conteúdos foram adequados à turma O tempo de duração da aula foi adequado Os métodos e técnicas de ensino foram variados e oportunos para suscitar a atividade mental e prática dos alunos Foram feitas vericações de aprendizagem no decorrer das aulas informais e formais O relacionamento professoraluno foi satisfatório Houve uma organização segura das atividades de modo a ter garantido um clima de trabalho favorável Os alunos realmente consolidaram a aprendizagem da matéria num grau suciente para introduzir matéria nova Foram propiciadas tarefas de estudo ativa e independente dos alunos Observe um exemplo prático desta proposta de plano de aula Indicar em cada um dos itens os métodos procedimentos e materiais didáticos O que professor e alunos farão para alcançar os objetivos Em cada um dos itens prever formas de vericação do rendimento dos alunos A avaliação é feita no início o que o aluno sabe antes do desenvolvimento de matéria nova durante e no nal de uma unidade didática É importante promover variadas formas de vericação podendo ser informal para ns de diagnóstico e acompanhamento do progresso dos alunos e formal para ns de atribuição de notas ou conceitos Escola Disciplina Português Data Série 2ª Professora Unidade didática Expressão oral leitura e escrita Texto O Domador de Monstros Ana Maria Machado OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS Nº DE AULAS DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO 1 Expressão de opiniões e sentimentos por meio da fala gestos mímica 1 Expressão verbal e não verbal 120 min Conversar com as crianças sobre histórias e guras de monstros que conhecem TV revistas gurinhas etc Pedir que expressem com gestos como imaginam monstros Pedir que contm alguma história de monstros Indagar o que acham dos monstros assustam Dão medo Dão vontade e rir Será que existem mesmo Conversar sobre o título do texto O Domador de Monstros Como será a história Quem será o domador O domador conseguirá domar o monstro etc 2 Compreensão do texto escrito 2 Leitura silenciosa e comentários 120 min Pedir leitura silenciosa do texto A professora esclarecerá dúvidas sobre o vocabukário se solicitada pelos alunos 3 Expressão verbal de experiências 3 Expressão verbal 120 min Após a leitura silenciosa indagar às crianças quem é o domador de monstros O que o domador sentiu O que acham do modo como Sérgio enfrentou o monstro Por que o monstro da parede se assustou e foi embora Como imaginam o monstro representar com getsos e sons Já aconteceu isso com alguém Ampliar a conversação quando se formam as sombras Já utilizaram o corpo o objetos para projetar sombras Que guras foram formadas Já tiveram medo como Sérgio Como foi 4 Leitura em voz alta com expressividade 4 Leitura oral 120 min Pedir leitura oral do trecho que acham mais interessante do diálogo de Sérgio com monstros do nal da história Se necessário a professora pode ler uma vez antes de os alunos lerem 5 Compreensão do texto escrito e dar asas à imaginação 5 Expressão escrita 120 min Pedir aos alunos que escrevam outro nal para a história outra forma de enfrentar o monstro Poderão introduzir outro personagem se quiserem Pedir que façam desenhos de monstros Reproduzir o texto em quadrinhos a história do texto ou a história com outro nal Obs as três últimas tarefas podem ser feitas em casa ou em outra aula Fonte LIBÂNEO 2013 p 270 Na próxima aula traremos uma proposta de plano de aula conhecida como sequência didática muito solicitada por escolas atualmente A Sequência Didática AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Estimado aluno escolhi apresentar uma proposta de plano de aula ligada a uma teoria pedagógica para exemplicar como a Didática contribui para a elucidação de um processo pedagógico ligado a nalidades claras de educação a sequência didática O domínio deste plano tem sido requisitado nos concursos públicos Isso não por acaso Na década de 1990 o Brasil passou por uma reforma educacional que transformou os documentos ociais acerca da educação a ser oferecida nas escolas Destacamse entre esses documentos os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil RCNEIs e principalmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 93941996 LDB Tais documentos ociais receberam inuência notória da Reforma Educacional Espanhola efetivada um pouco antes Isso um porque um dos líderes dessa reforma o professor César Coll assessorou o Ministério da Educação brasileiro nesta empreitada Toda a reforma educacional espanhola foi pautada pela concepção construtivista de educação e foi o construtivismo que embasou as novas propostas didáticas apresentadas pelos PCNs por exemplo Por isso a formação de professores no Brasil voltou os olhos para esta corrente que passou a ser estudada criticada e mesmo refutada A sequência didática é o nome dado a um conjunto de atividades ordenadas estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais que têm um princípio e um m conhecido tanto pelos professores como pelos alunos ZABALA 2010 p 18 Convencionouse chamar de sequência didática a estrutura de aula que tem como base as teorias construtivistasocioconstrutivista de ensino e aprendizagem e possui em sua concepção todos os passos didáticos para explorar os conhecimentos de acordo com a teoria que a suporta Zabala 2010 explicita quais são os elementos que não podem faltar na sequência didática Em primeiro lugar uma sequência didática deve contemplar os três tipos de conteúdo propostos pelos socioconstrutivistas os conteúdos conceituais os REFLITA Você pode estar se perguntando Como o Brasil passou por uma reforma educacional há pouco tempo se a realidade brasileira continua parecida com a de 30 anos atrás A reforma educacional brasileira foi um importante instrumento de maior acesso à educação e de mudanças importantes na formação dos professores Para que ela tivesse um alcance mais efetivo na prática das escolas chegando à sala de aula de fato os governos precisariam mobilizar esforços para uma reforma profunda na estrutura física e humana das escolas oferecendo condições para outra organização didática Todas as mudanças efetivadas aconteceram por esforços dos prossionais da educação de um modo geral ATENÇÃO O modelo de plano de aula apresentado na semana passada também pode ser considerado uma sequência didática pois é um ordenado de atividades com vistas a um determinado m A única diferença didaticamente é que não manifesta exclusivamente o pensamento construtivistasocioconstrutivista procedimentais e os atitudinais O mesmo autor explicita cada um desses conteúdos Conteúdos conceituais é o conhecimento de elementos que respondem à questão O que é Por exemplo O que é densidade O que é demografia Além disso engloba também os princípios como as regras matemáticas Dizer que se sabe um conceito significa dizer que se compreendeu seu significado Exigem forte elaboração pessoal cognitiva a partir dos conhecimentos prévios sobre determinado conceito Os conteúdos conceituais são os mais valorizados pela concepção tradicional de ensino em que saber é saber algo Exemplificados pela expressão saber Conteúdos procedimentais como o próprio nome diz são os conhecimentos relacionados a ações dirigidas para realizar um objetivo como as habilidades em geral Ler desenhar observar calcular são exemplos de conteúdos procedimentais Aprendese a realizar ações fazendoas Assim a aprendizagem de conteúdos procedimentais não se dá por explanações orais e escritas apenas mas por exercitação prática além do ato de refletir sobre essa prática Dizemos que aprendemos um conteúdo procedimental quando conseguimos aplicálo em contextos diferentes Exemplificados pela expressão saber fazer Conteúdos atitudinais são os conhecimentos relacionados aos valores princípios éticos atitudes predisposição a agir corretamente de acordo com valores éticos e normas diferentes regras que devemos seguir em diferentes contextos Sua aprendizagem se dá pela vivência de situações mediada por um sujeito competente capaz de promover reflexão sobre elas por modelos de conduta por envolvimento afetivo Exemplificados pela expressão saber ser Uma sequência didática de acordo com Zabala 2010 deve considerar o trabalho com os três tipos de conteúdo Para isso as atividades propostas precisam completar as diferentes formas aprender cada conteúdo Basicamente a sequência didática obedece ao seguinte método No documento apenas 1 Exposição escrita dos três tipos de conteúdo 2 Exposição escrita dos objetivos específicos para cada tipo de conteúdo No documento e em sala de aula 3 Apresentação da situação problemática relacionada ao tema do professor para os alunos 4 Proposição de problemas ou questões por parte dos alunos conhecimentos prévios 5 Proposta de busca de informações sobre o tema coletiva ou individualmente livros internet o próprio professor 6 Busca de informação e coleta de dados pesquisa realizada pelos alunos 7 Generalização das conclusões e síntese sistematização escrita coletivamente sob direção do professor 8 Exercícios de memorização realizados individualmente pelos alunos 9 Prova ou exame 10 Avaliação durante todo o processo sempre comunicando aos alunos Sequência didática Língua Portuguesa 3º ano do Ensino Fundamental Número de aulas Três aulas Conteúdos Conceituais Conceito do dígrafo RR Procedimentais Utilizar corretamente o dígrafo RR de acordo com seu valor sonoro Atitudinais Exploração do valor respeito quanto às dificuldades de escrita relacionadas à falta de escolarização das pessoas Objetivos Compreender o fenômeno escrito dígrafo RR Aplicar corretamente em situações de escrita social o dígrafo RR Respeitar a condição linguística dos menos escolarizados como condição social Situação Problema Serão apresentadas diversas placas e anúncios comumente encontrados socialmente com os diversos sons do R Em alguns deles o uso do dígrafo estará incorreto Problemas ou Questões Os alunos são instigados a descobrirem os erros e problematizarem os anúncios Conhecimentos prévios Os alunos são instigados a proporem soluções para os problemas encontrados Propostas de fontes de informações Os alunos se organizarão para o recolhimento das fontes de informação na sala de aula e na escola sobre o assunto Busca da informação Os alunos serão organizados em busca farão as pesquisas sobre o dígrafo rr e seu uso Elaboração das conclusões Os alunos registrarão e formato de cartaz as conclusões a que chegaram regra ortográca Ensinar a produzir o gênero cartaz Generalização Apresentação dos cartazes e síntese realizada com a ajuda da professora Exercícios de memorização Atividades individuais e jogos coletivos sobre o conceito aprendido Prova Prova individual sobre o assunto Avaliação Será realizada a todo tempo e unida aos resultados da prova comunicando os resultados processualmente aos alunos A Importância da Avaliação no Processo Didático AUTORIA Mariana Spadoto de Barros Sumário Introdução 1 xxxxx 2 xxxxx 3 xxxxx 4 xxxxx Além do cuidado com a interação com o aluno e a escolha dos métodos e procedimentos para efetivar a aprendizagem o professor também dene os critérios da avaliação dos processos efetivados em sala de aula Avaliar é identicar o que o aluno não aprendeu mas para além disso por que não aprendeu e o que fazer para que ele aprenda Avaliar é também intervir na própria prática docente identicando o que foi falho o que faltou o que precisa melhorar Para que esta ideia de avaliação se torne efetiva nas escolas brasileiras vamos discutir alguns conceitos que envolvem o termo avaliação Avaliar é mais que medir e testar Para começar o assunto entendemos que a avaliação é uma tarefa fundamental e cotidiana da prática docente na trajetória do processo ensinoaprendizagem Imagine a seguinte situação o seu carro começa a apresentar problemas emitindo um barulho intermitente Ao leválo a uma ocina minimamente você espera ter um diagnóstico e saber qual procedimento será realizado para que a situação se resolva Imagine sair da ocina apenas com um papel reetindo uma nota estado geral do veículo 5 Acreditamos que nenhum cliente aceitaria esse tipo de informação E os alunos que frequentam as aulas durante um bimestre será que concordam ao receber apenas uma nota que conrma o seu fracasso por exemplo Será que a avaliação do processo ensinoaprendizagem só serve para medir e conrmar o problema sem identicálo ou contribuir para sua erradicação Precisamos esclarecer alguns conceitos ainda confundidos no contexto escolar testar medir e avaliar Haydt 1997 p 8 esclarece que durante muito tempo o termo avaliar foi usado como sinônimo de medir principalmente por volta da década de 1940 com a importância dada a elaboração e aplicação de testes mas logo deixou transparecer sua limitação é que nem todos os aspectos da educação podem ser medidos A partir de 1960 o termo avaliação voltou a surgir com outras perspectivas como avaliação dos processos e não apenas sobre resultados Observe Perceba que os três conceitos se complementam medir é um termo mais amplo que testar pois os testes constituem uma das formas de medida Enquanto isso avaliar é mais abrangente que os outros dois HAYDT 1997 p 10 Infelizmente muitos educadores ainda aplicam testes para medir o conhecimento adquirido pelos alunos atribuem uma nota para classicálos e assim acreditam estar avaliando Para de fato usar os testes como instrumento de avaliação o professor pode comparar as várias notas entre si a nota atual de cada aluno com as anteriores e perceber além do rendimento os progressos as diculdades e as lacunas que surgiram durante o processo em relação ao objetivo proposto A partir disso pode aperfeiçoar a sua aula repensar as estratégias e os recursos utilizados além de fornecer informações que direcionem o aluno para melhorar a sua performance compreender as suas falhas ou continuar os avanços Tabela Testar medir e avaliar TESTAR MEDIR AVALIAR Testar é submeter alguém ou alguma coisa como por exemplo uma máquina a um teste ou a uma experiência utilizando situações organizadas anteriormente conhecidas como testesAtualmente os testes são muito utilizados em avaliações em larga escala na educaçãoNo cotidiano da escola devem ser utilizados com parcimônia uma vez que a trajetória escolar de cada aluno não pode ser avaliada apenas por meio de testes Medir é determinar a quantidade a extensão ou o grau de alguma coisa tendo por base um sistema de unidades convencionais HAYDT 1997 p 9No cotidiano usamos as medidas como o metro quilo ou litro entre outros que são expressas em números por ser algo objetivo e exatoMedir está ligado ao aspecto quantitativo sendo os testes uma das formas utilizadas para mensurarPor oferecer objetividade e praticidade tornouse um aliado na educação mas vale ressaltar que é insuciente como instrumento de avaliação visto que nem todas as situações didáticas podem ser mensuradas quantitativamente Avaliar é julgar ou fazer uma apreciação sobre alguém ou alguma coisa tendo como base uma escala de valores HAYDT 1997 p 10 A avaliação envolve obter dados quantitativos e qualitativos para interpretálos com base em critérios denidos Você percebeu que avaliar é muito mais do que testar e medir Desse modo envolve tanto a aquisição de conhecimentos dos conteúdos propostos quanto atitudes habilidades interesses e vivência pessoal e social de cada aluno comparado consigo mesmo Fonte Adaptado de Haydt 1997 p 910 pela autora Os pilares da avaliação escolar Sabemos que os avanços nas tendências pedagógicas e na forma de conceber a educação trouxeram progresso também na percepção da avaliação Ela passou a ser vista como parte fundamental para o sucesso nos processos de ensino e de aprendizagem Para que a avaliação possa adquirir a importância que de fato tem tornase relevante explorar alguns princípios dela apoiados por Haydt 1997 A avaliação deve ser contínua e sistemática não pode acontecer esporadicamente ou de modo improvisado Deve ser frequente e planejada visto que se integra ao processo ensinoaprendizagem ocorre durante todo o percurso e não somente ao nal Além disso precisa fornecer feedback ao aluno e prever recuperação quando se zer necessário A avaliação é funcional precisa ocorrer em função dos objetivos propostos acompanhando o desempenho dos alunos A avaliação é orientadora não visa a excluir os alunos mas orientálos durante o processo ensinoaprendizagem para que consigam apresentar bons resultados Assim ao conhecer os erros e acertos eles tendem a apresentar avanços A avaliação é integral analisa e compreende o aluno como um todo ou seja não envolve apenas os aspectos cognitivos mas o afetivo e o psicomotor Temos também em Piletti 2010 mais alguns princípios da avaliação para orientar o trabalho do professor Situar com clareza o que será avaliado Optar por técnicas adequadas e variadas Compreender as possibilidades e limitações das técnicas para a avaliação Admitir a avaliação como um meio para alcançar os ns ou seja ela não é um m em si mesma Os princípios que vimos com apoio de Haydt 1997 e Piletti 2010 devem nortear as ações didáticas do professor Assim o olhar do educador sobre o ato de avaliar reete a sua atitude e consequentemente as relações que tem com seu aluno Além dos princípios da avaliação que destacamos Libâneo 2013 apresenta as características importantes da avaliação escolar deve reetir a integração entre objetivos conteúdos e métodos possibilita revisitar o plano de ensino estimula o desenvolvimento de capacidades e habilidades precisa ser focada nas atividades cotidianas dos alunos necessita de objetividade com instrumentos e técnicas diversicadas ajuda na autopercepção do aluno e do professor reete as expectativas do professor em relação à turma Avaliação da aprendizagem e para a aprendizagem Entendemos que os dados coletados antes durante e depois dos processos de ensino e de aprendizagem precisam ser interpretados O que conhecemos como nota expressa essa interpretação atríbuída de juízos de valor sobre o aproveitamento escolar de cada aluno durante a trajetória de aprendizagem Explicando assim pode parecer simples mas a avaliação é uma tarefa ampla e complexa cujo foco não é aplicar provas e atribuir notas É fundamental entender que mensurar com atribuição de conceitos ou notas é apenas um instrumento útil para uma apreciação qualitativa de diagnóstico e controle do percurso educativo De acordo com Hoffman 1994 p 56 a avaliação enquanto relação dialógica vai conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor como açãoreexãoação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado enriquecido carregado de signicados de compreensão A avaliação deve ser um momento de aprendizagem para os alunos Deve permitir que eles reconheçam os seus avanços saibam onde e por que erraram além de compreender como conseguirão superar as diculdades Usar a avaliação para examinar medir ou controlar não contribui efetivamente para o processo educativo uma vez que não importa a trajetória e sim o resultado nal Ao xar critérios de desempenho unilaterais o professor avalia os alunos pelo seu mérito individual pela sua capacidade de se ajustarem aos seus objetivos independentemente das condições do ensino e dos alunos LIBÂNEO 2013 p 219 Além disso fatores internos e externos que também podem reetir no rendimento escolar são ignorados A avaliação portanto não deve ser somente um instrumento para a aprovação ou reprovação dos alunos ela deve estar a serviço da aprendizagem e para isso o professor precisa utilizar variadas ferramentas que favoreçam a observação e a intervenção estimulando os alunos a que superem as diculdades e avancem nas aprendizagens com os seus ritmos e processos de aprendizagem diferentes Sabemos que na realidade das escolas em que a diversidade e a inclusão se fazem presentes uma única forma de avaliar todos os educandos tornase incoerente Neste contexto é imprescindível que a avaliação siga uma ótica inclusiva e equânime pautada no diálogo na participação e na construção coletiva dos saberes Dada a relevância da avaliação suas garantias são previstas em documentos ociais e Legislações Para ilustrar temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 Entre os assuntos tratados ela aborda a coleta de informações e da avaliação com o objetivo de atuar sobre a qualidade do ensino Vejamos o que diz o artigo 9º Art 9º A União incumbirseá de V coletar analisar e disseminar informações sobre a educação VI assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental médio e superior em colaboração com os sistemas de ensino objetivando a denição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino BRASIL 1996 As denições da LDB sobre a avaliação escolar evidenciam o que tratamos até aqui ela deve trilhar outros caminhos que permitam atingir um novo propósito qual seja o de contribuir para o processo ensinoaprendizagem e não para apenas julgar ou classicar os alunos em momentos pontuais Sabemos que na realidade das escolas em que a diversidade e a inclusão se fazem presentes uma única forma de avaliar todos os educandos tornase incoerente Neste contexto é imprescindível que a avaliação siga uma ótica inclusiva e equânime pautada no diálogo na participação e na construção coletiva dos saberes Dada a relevância da avaliação suas garantias são previstas em documentos ociais e Legislações Para ilustrar temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 Entre os assuntos tratados ela aborda a coleta de informações e da avaliação com o objetivo de atuar sobre a qualidade do ensino Vejamos o que diz o artigo 9º Art 9º A União incumbirseá de V coletar analisar e disseminar informações sobre a educação VI assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental médio e superior em colaboração com os sistemas de ensino objetivando a denição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino BRASIL 1996 As denições da LDB sobre a avaliação escolar evidenciam o que tratamos até aqui ela deve trilhar outros caminhos que permitam atingir um novo propósito qual seja o de contribuir para o processo ensinoaprendizagem e não para apenas julgar ou classicar os alunos em momentos pontuais As funções da avaliação Ao considerarmos as atividades desenvolvidas para alcançar o objetivo de ensinar e aprender podemos dizer que a avaliação tem funções gerais e especícas TURRA et al 2004 as quais estão relacionadas às funções da educação As funções gerais da avaliação são oferecer bases para o planejamento permitir o conhecimento dos saberes de professores e alunos adequar as práticas educativas e as políticas As funções especícas da avaliação são favorecer o diagnóstico oportunizar avanços no processo ensinoaprendizagem proporcionar situações individuais de aprendizagem promover e caracterizar o desenvolvimento dos alunos Como vimos a avaliação no contexto escolar é utilizada com algumas funções diagnosticar controlar e classicar Bloom et al 1971 apud TURRA et al 2004 indicaram tais formas de organização para atender a tais funções Assim temos a avaliação diagnóstica a avaliação formativa e a avaliação somativa As modalidades de avaliação A avaliação diagnóstica exerce a função de diagnóstico e é realizada no início de um curso de um período letivo ou uma unidade de ensino HAYDT 1997 p 17 e assim favorece a constatação dos conhecimentos prévios dos alunos bem como se possuem os prérequisitos básicos para novas aprendizagens É muito útil para individualizar o ensino com vistas à superação de diculdades É também utilizada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e identicar suas possíveis causas numa tentativa de sanálos HAYDT 1997 p 17 A avaliação formativa por sua vez exerce a função de controle e pode acontecer durante todo o período letivo permitindo vericar se os alunos estão atingindo os objetivos e intervir para que avancem ainda mais ou mudar a rota se for necessário A função de controle é exercida no sentido de acompanhar o processo ensinoaprendizagem monitorando a qualidade para assegurar que a cada etapa nova sejam alcançados resultados tão bons ou até melhores do que na anterior Ela contribui durante todo o percurso educativo pois permite que o aluno perceba e entenda os seus erros e acertos oferecendo estímulos sistematizados para a sua evolução A avaliação formativa orienta tanto o trabalho do professor quanto o desenvolvimento cotidiano do aluno evitando as tensões causadas pela avaliação nal De acordo com Turra et al 2004 p 184 para que esse tipo de avaliação ocorra é necessário que professor e aluno adotem o uso de feedback frequente isto é utilizem a informação para corrigir erros insuciências ou para reforçar comportamentos bem sucedidos Por último mas não menos importante temos a Avaliação somativa que exerce a função de classicação Fica claro que tanto a avaliação formativa quanto a diagnóstica podem favorecer a somativa É mais utilizada ao nal de um curso ano letivo ou unidades de ensino justamente por classicar os alunos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos geralmente tendo em vista sua promoção de uma série para outra HAYDT 1997 p 18 É importante você saber que essas formas de avaliação estão ligadas intimamente ou seja o professor precisa fazer uso conjugado dos três tipos em busca de ecácia no processo ensinoaprendizagem Com os conceitos explicados você deve estar se perguntando como os conceitos teóricos sobre a avaliação acontecem na prática Por isso apresentaremos a seguir um quadro que ilustra esta questão qual a função o propósito e a melhor época para aplicar cada tipo de avaliação Nós nos apoiamos em Haydt 1997 p 2025 para encerrar a temática deste tópico ressaltando os propósitos da avaliação ou seja precisamos avaliar para MODALIDADE tipo FUNÇÃO PROPÓSITO para que usar ÉPOCA quando aplicar Diagnóstica Diagnosticar Aferir os prérequisitos para novas descobertas Constatar diculdades especícas e suas possíveis causas No início do ano ou semestre letivo antes de um conteúdo novo e de uma unidade de ensino Formativa Controlar Vericar se os objetivos estão sendo alcançados Conhecer os dados que favoreçam a percepção do processo ensinoaprendizagem Durante todo o ano letivo em qualquer momento do processo educativo Somativa Classicar Classicar os resultados de aprendizagem obtidos comparandoos com os objetivos estabelecidos Ao nal do ano ou semestre letivo também ao nal de uma unidade de ensino Tabela avaliação formativa Fonte Adaptado de Haydt 1997 p 19 Conhecer os alunos Esperamos que você tenha compreendido que a avaliação não deve ser um instrumento de punição para os alunos indisciplinados ou ainda unicamente para medir ou examinar os conhecimentos deles A avaliação deve ser vivenciada no processo como parte da rotina escolar e para enriquecer as possibilidades de ensinar e aprender Determinar se os objetivos previstos para o processo ensinoaprendizagem foram ou não atingidos Aperfeiçoar o processo ensinoaprendizagem Diagnosticar as diculdades de aprendizagem Promover os alunos Espero que você tenha aproveitado esta leitura e que ela tenha contribuído para sua formação Nas primeiras aulas de nosso curso discutimos o lugar da Didática na Pedagogia e sua relevância para a formação do professor Foi possível perceber que a disciplina não trata apenas de técnicas de ensino ou de saber ensinar mas liga teoria e nalidades às técnicas de ensino A Didática tem como princípio e m a aprendizagem signicativa Aprendemos sobre a trajetória histórica da Didática e como ela vem se consolidando como teoria da prática e para a prática com vistas à transformação da realidade educacional brasileira Caminhamos sobre as tendências pedagógicas mais encontradas na educação brasileira e pudemos perceber que as formas de agir em sala de aula estão completamente ligadas a uma concepção de mundo e sociedade É função do professor posta pela LDB propor uma educação assentada na solidariedade e na democracia Pudemos compreender melhor o que são métodos de ensino e como eles podem ser uma ponte entre objetivos e a aprendizagem dos alunos Vericamos que não é possível alcançar tal aprendizagem sem um planejamento reexivo teóricoprático que garanta segurança ao professor para que este enfrente os desaos de sala de aula com a força necessária vinda de uma reexão ativa que leva à ação Aprender a planejar um plano de aula é ferramenta consolidadora de uma educação voltada à aprendizagem efetiva do aluno não pautada pela casualidade e por achismos Finalizando nossa disciplina constatamos que a avaliação formativa é capaz de promover uma melhoria na forma de ensinar do professor e nas aprendizagens dos alunos Conclusão Tais reexões não dão conta sozinhas da complexidade do ato pedagógico e das relações que se estabelecem em sala de aula Além das aprendizagens realizadas nas demais disciplinas de seu curso proponho que você busque sempre aperfeiçoarse utilizando as bibliotecas online disponíveis na plataforma da Faculdade Católica assista aos lmes recomendados e outros tantos que o uso adequado da internet pode proporcionar Dialogue sempre com prossionais da área de educação que já atuam nas áreas pelas quais você se interessa aproximando os relatos que ouvir das aulas que você está tendo realizando uma apreciação crítica dos fenômenos embasada pela teoria pedagógica à qual você está tendo acesso Bons professores se formam quando há uma predisposição à aprendizagem à partilha de seu saber e o desejo de ver outras pessoas se desenvolvendo Seja esse professor Livro Livro Filme Nenhum a Menos Ano 1998 Sinopse Um professor de uma escola rural precisa afastarse por um tempo de seu trabalho quem irá substituílo é uma garota de apenas 13 anos que recebe como orientação que não deixe que seus alunos abandonem a escola Filme Extraordinário Ano 2017 Sinopse O filme conta a história de um garoto que nasceu com uma deficiência na face e por muito tempo não frequentou a escola Filme Como Estrelas na Terra Toda Criança é Especial Ano 2007 Sinopse O filme aborda o preconceito da sociedade na crença de que a educação tem o papel de ensinar por meio da memorização Também demonstra o sofrimento e a pressão que as crianças experimentam por não se enquadrar no perfil da Pedagogia Tradicional O protagonista é uma criança indiana de nove anos de idade que apresentava dificuldade na leitura e escrita entretanto tinha muita imaginação e criatividade em áreas que infelizmente não faziam parte do currículo escolar A situação de exclusão foi eliminada quando um professor enxergou o seu potencial criador e artístico Filme Escritores da Liberdade Ano 2007 Sinopse O filme aborda a história de uma professora muito dedicada que busca sucesso no processo ensinoaprendizagem de uma turma de alunos jovens que apresenta problemas de aprendizagem Ela tenta motiválos a estudarem e a acreditarem em si mesmos Tal motivação é fundamental pois há grandes chances de serem reprovados Web O Vídeo Didática e a formação do professor apresenta de forma lúdica os conceitos de Didática e Pedagogia revelando o seu objeto de estudo Ao assistirlhe você também aprenderá sobre a trajetória da Didática e as tendências pedagógicas Web Acesse o link a seguir para ampliar seus estudos sobre Conhecimentos Pedagógicos o vídeo apresenta de forma simples todos os passos que podem contribuir para a sua construção de conhecimentos como educador Web Pelo que você estudou até aqui acredita que afetividade vínculo e aprendizagem estão relacionados O professor e filósofo Mário Sergio Cortella aborda esta temática de maneira clara e evolvente Assista ao vídeo Referências BRASIL Ministério de Educação LDB Lei nº 939496 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional Brasília DF MEC 1996 CANDAU Vera Maria Rumo a uma nova didática 20 ed Petrópolis Vozes 2010 Org A didática e a formação de educadores Da exaltação à negação a busca da relevância In CANDAU V M Org A didática em questão Petrópolis Vozes 2012 p 1324 CASTRO Amélia Domingues A Trajetória Histórica da Didática Centro de Referência em Educação Mario Covas Série Ideias n 11 São Paulo FDE 1991 Disponível em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias11p015025cpdf Acesso em 16 nov 2017 CORDEIRO Jaime Didática São Paulo Contexto 2007 CUNHA Maria Isabel da A relação professoraluno In VEIGA Ilma P Alencastro Org Repensando a didática 12 ed São Paulo Papirus 2000 p 145158 GANDIN Danilo Planejamento na sala de aula Petrópolis RJ Vozes 2014 HAYDT Regina Célia Cazaux Curso de Didática Geral São Paulo Ática 2011 HOFFMANN Jussara Maria L Avaliação mediadora uma relação dialógica na construção do conhecimento Centro de Referência em Educação Mario Covas Série Ideias n 22 São Paulo FDE 1994 p 5159 Disponível em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias22p051059cpdf Acesso em 17 nov 2017 KENSKI Vani Moreira Avaliação da aprendizagem In VEIGA Ilma P Alencastro Org Repensando a Didática 12 ed São Paulo Papirus 2000 p 131144 LIBÂNEO José Carlos Democratização da escola pública a pedagogia críticosocial dos conteúdos São Paulo Loyola 1998 LOPES Antonia Osima Planejamento do ensino numa perspectiva crítica da educação In VEIGA Ilma P Alencastro Org Repensando a Didática 12 ed São Paulo Papirus 2000 p 4152 O essencial da didática e o trabalho de professor em busca de novos caminhos Disponível em httpwwwucgbrsitedocenteedulibaneopdfdidaticadoprofpdf Acesso em 28 dez 2018 Pedagogia e pedagogos para quê São Paulo Cortez 2010 Didática São Paulo Cortez 2013 LUCKESI Cipriano Carlos Avaliação da Aprendizagem Escolar estudos e proposições São Paulo Cortez 2011 MALHEIROS Bruno Tarantos Didática Geral Rio de Janeiro Grupo Editora Nacional 2012 MIZUKAMI Maria da Graça Nicoletti Ensino as abordagens do processo São Paulo Editora Pedagógica e Universitária 2014 PILETTI Claudino Didática Geral São Paulo Ática 2010 VASCONCELOS Iolani A metodologia enquanto ato político da prática educativa In CANDAU Vera M Rumo a uma nova didática 20 ed Petrópolis Vozes 2012 p 112120 VASCONCELLOS Celso Planejamento plano de ensinoaprendizagem e projeto educativo São Paulo Libertad 1995 2 ed RABELLO Elaine T PASSOS José Silveira Vygotsky e o desenvolvimento humano Disponível em httpsjosesilveiracomwpcontentuploads201807ArtigoVygotskyeodesenvolvimentohumanopdf Acesso em 16 jan 2019 RANGEL Mary Métodos de Ensino para a aprendizagem e a dinamização das aulas 2 ed Papirus São Paulo 2006 TURRA Clódia M G et al Planejamento de ensino e avaliação Porto Alegre Sagra Luzzatto 2004 ZABALA Antoni A prática educativa como ensinar Porto Alegre Artmed 2010