·
Biomedicina ·
Farmacologia
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
47
Fundamentos de Farmacologia: PKPD e Efeitos dos Medicamentos
Farmacologia
UNIVALI
77
Farmacologia: Módulo 3 - Farmacocinética e Farmacodinâmica
Farmacologia
UNIGRANRIO
24
Análises Ambientais Toxicológicas: Cálculos de Concentração de Soluções
Farmacologia
UNA
55
Fundamentos da Farmacologia: Efeitos e Mecanismos de Ação dos Fármacos
Farmacologia
UNIVALI
5
Simulado Farmacologia Básica
Farmacologia
FAVIP
2
Determinação de Benzoilecgonina em Urina por Imunoensaio e Cromatografia em Camada Delgada
Farmacologia
UNA
3
Interacao Omeprazol e Clopidogrel - Riscos e Consequencias Farmacologicas
Farmacologia
PUC
Preview text
5 Fármacos antinflamatórios analgésicos e anti alérgicos Aldo Matos Introdução Diferentes agressões de natureza física qu í mica ou biológica estimulam uma resposta inflamatória caracterizada por dor calor rubor e edema Apesar de ser uma resposta de defesa a inflamação gera incômodo seja em um processo agudo ou crônco e pode cursar produzindo lesão Disto decorre a necessi d ade do tratamento farmacológico dos processos inflamatórios Classicamente a resposta imunológica é considerada uma reação de defesa contra uma agressão De fato isso é vedade Porém se essa resposta for exacerbada pode gerar um quadro de hipersensibilidade ou alergia que necessitará de tratamento farmacológico que inclui o uso de antihistamínicos A dor é um experiência sensorial desagradável em diversos adoencimentos não apenas no processo inflamatório A experiência da dor produz consequências tanto físicas quanto emocionais que impactam na capacidade d o paciente enfrent ar o adoenciemento Esses três eventos inflamação d or e alergia estão entre as mais frequentes ou são de fato as mais frequentes demandas por intervenção farmacológicas Com certeza você já usou analgésicos antiflamatórios ou antialérgicos e ainda os usará ao longo de toda a sua vida Nesse capítulo você irá rever os mecanismos da inflamaçã o da dor e da alergoia e conhecerá os mecanismos de ação efeitos adversos e contraindicações dos principais grupos de fármacos antinflamatórios analgésicos e antialérgicos Objetivos Ao terminar o estudo desse capítulo você deve ser capaz de Descrever o mecanismo de ação dos antinflamatórios não esteroides Identificar os principais fármacos antinflamatórios não esteroides Identificar as re a ções advers a s e as contraindicações dos antinflamatórios não esteroides Descrever o mecanismo de ação dos antinflamatórios esteroides Identificar os principais fármacos antinflamatórios esteroides Identificar as reações advers a s e as contraindicações dos antinflamatórios esteroides Descrever o mecanismo de ação dos analgésicos não opióides Identificar os principais fármacos analgésicos não opióides Identificar a s reaçõe s advers as e as contraindicações dos analgésicos não opióides Descrever o mecanismo de ação dos analgésicos opióides Identificar os principais fármacos analgésicos opióides Identificar as reações adversas dos analgésicos opióide Descrever o mecanismo de ação dos anti histamínicos Identificar os principais fármacos anti histamínicos Identificar as reações adversas dos anti histamínicos Esquema 5 1 O processo inflamatório 511 Antinflamatórios não esteroides AINES 512 Antinflamatórios esteroides 52 Mecanismo da dor 521 Analgésicos não opióides 522 Analgésicos opioides 523 Antagonistas dos opióides 53 Anti hist a mínicos 54 Conclusão 5 1 O processo inflamatório O processo inflamatório ou inflam a ção consiste no recrutamento e mobilização de células especializadas em resposta a uma agressão que pode ser física química ou biológica Os objetivos da inflamação incluem combater e se possível eliminar o agente agressor e também reparar lesões provocadas nesse processo e restabelecer a homeostase Então o processo inflamatório é uma reação de defesa compartilhando células e mediadores químicos com a resposta imunológica Como achados clínicos a dor o rubor hiperemia o calor seja local ou manifestado com o febre e o edema são sinais cardinais da inflamação Esses sinais resultam de fenômenos vasculares irritativos e de reparação que por sua vez envolvem a combinação de efeitos e ações de diferentes células e mediadores químicos Entre as células mobilizadas na resposta inflamatória temos os neutrófilos os monócitos e os macrófagos todos envolvidos diretamente com a defesa e fibroblastos que estão envolvidos no processo de reparo tecidual Quanto aos mediadores químicos envolvidos chamam atenção citocinas com efeito próinflamatório IFN IL1 IL6 e IL17 aminas histamina e a serotonina prostaciclinas prostaglandinas leucotrienos peptídeos vasoativos bradicinina os fatores C3a e C5a do complemento Para compreender o mecanismo de ação dos fármacos antinflamatórios é necessário rever a produção dos autocoides envolvidos na resposta inflamatória INSERIR EM GLOSSÁRIO Autacoides também chamados de hormônios locais são um grupo heterogêneo de substâncias formadas pelo organismo que possuem atividade fisiológica e fisiopatológica FECHAR GLOSSÁRIO Ao sofre r uma injúria o da n o provocado nos tecidos promove a liberação de fo s folip í d e o de membrana o qual é o principal precursor dos eicosanoides O grupo dos eicosanoides contém autocoides que desempenham o papel de mediadores químicos da inflamação A figura 1 apresenta esquematicamente a produção dos eicosanoides a partir d o ácido araquidônico A enzima PLA2 Fosfolipase A2 co n verte em ácido araquidônico os fosfolipeos oriundos das membranas das células lesadas na agressão A prostaglandina sintase catalisa o primeiro passo da via metabólica que culmina na produção das prostaglandinas da prostaciciclina e dos tromboxanos ao converter o ácido araquidônico em protaglandi n a H2 Já a lipoxagenase catalisa a produção de leucotrienos a partir do ácido araquidônico sendo os leucotrienos importantes para a migração de células de defesa mas quando em alta concentração pode provocar broncoespasmo Na figura 2 é possível ver um detalhamento da produção de diferentes prostaglandinas a partir da prostaglandina H2 Figura 1 Produção dos eicosanoides a partir do ácido araquidônico Fonte SILVA 2010 p 565 Figura 2 Vias de liberação e metabolismo do ácido araquidônico AA Fonte KATZUNG e TREVOR 2017 p 314 Sob ação das enzimas ciclooxagenases COX as prostaglandinas são produzidas Existem duas formas dessas enzimas COX1 e COX2 A COX1 está envolvida com a produção de prostaglandinas com efeito protetor da mucosa do trato gastrintestinal Já a COX1 está diretamente envolvida na produção de mediadores químicos de inflamação tais como PGE2 que tem ação inflamatória provoca dor e elevação da temperatura PG I2 que tem ação vasodilatadora Tromboxanos TXA2 que têm ação vaso co nstritora Agora que já revimos os pontos principais sobre a inflamação podem os passar ao estudo das drogas utilizadas para tratamento dos processos inflamatórios Os fármacos utilizados para o controle da inflamação são classificados de acordo com sua estrutura química em antinflamatórios esteroides AIES e antinflamatórios não esteroides AINES A estrutura química reflete no mecanismo de ação e também em seus efeitos inde se jados ou reações adversas aos medicamentos RAM 511 Antinflamatórios não esteroides AINES Os fármacos desse grupo são os mais utilizados para o controle dos processos inflamatórios agudos e promovem sua ação antinflamatória ao inibir as ciclo o xagenases reduzindo a produção das prostaglandinas e tromboxanas Especia l mente a redução da produção de PGE2 e PGI2 tem efeito antinflamátório pois estas são as prostaglandinas com ação inflamatória mais intensa A COX1 e uma enzima constitutiva expressa na maioria dos tecidos e envolvida com a manutenção da homeostasia tecidual Sua inibição está relacionada com os efeitos adversos por parte dos AINES Já a COX 2 é um a enzima ind u zida por IL1 e TNFα nos processos inflamatórios sendo portanto o verdadeiro alvo dessa classe de drogas antinflamatórias Existe uma diversidade de AINES e todos apresentam efeitos indesejados Como efeitos terapê uti cos desses fármacos temos antinflamatório antipirético e analgésico O efeito antipirético devese a alteração da regulação térmicas no hipotálamo porque reduz a produção da PGE2 que tem ação hipotalâmica O efeito analgésico é decorrente da redução da produção das prostaglandinas sensibilizadoras de nociceptores No que diz respeito ao efeito antinflamatório reduzem a vasodilatação o edema e a dor A intensidade desse efeito é bastante variado considerandose a indometacina e o piroxicam como antinflamatórios potentes e o ibuprofeno com potência média Importante A utilização de AINES por longo tempo pode exacerbar a lesão inflamatória por inibição das prostaciclinas e PGE 2 que inibem a liberação de enzimas lisosomais ativação linfocítica e formação de radicais livres Considerando que o verdadeiro alvo dos AINES é a COX2 e que os efeitos adversos dessa classe de antinflamat ó rios deve se em geral à inibição da COX1 essa classe pode ser subdividida em AINES não seletivos que inibem ambas as formas da ciclooxagenase e AINES seletivos que inibem seletivamente a COX2 No quadro1 estão apresentados exemplos de AINES não seletivos organizados de acordo com sua estrutura química Quadro 1 AINES não seletivos Classificação estrutural Fármaco antinflamatório Ácidos Propiônicos Fármacos tipo arílico Ibuprofeno Cetoprofeno Fenoprofeno Flurbiprofeno Naproxeno Diclofenaco Fenamatos Ácido Mefenâmico Oxicans Meloxicam Piroxicam Tenoxicam Outros Nimesulida Os principais efeitos adversos dos AINES não seletivos encontramse sumarizados no quadro 2 A inibição da COX1 reduz a produção das prostaglandinas envolvidas com a homeostase tecidual na mucosa gastrintestinais e reduz a agregação plaquetária mediada por TXA2 A inibição de qualquer d as isoformas de ciclo o xagenases ou ambas eleva a produção d e leucotrienos promovendo o broncoespasmo A PGE2 e a PGF2α estão envolvidas no amadurecimento do colo do útero e com as contrações uterinas o que explica os efeitos na gravidez Quadro 2 Efeitos adversos dos AINES não seletivos Sistema Efeito adverso Isoformas da COX envolvidas Gastrintestinal Gastrite erosiva formação de úlcera péptica sangramento gastrointestinal COX1 Circulatório hemostasia Prolongamento do tempo de sangramento Redução da agregação plaquetária COX1 Renal Diminuição da excreção de sódio e água insuficiência renal COX1 COX2 Respiratório Broncoespasmo COX1 COX2 Reprodutor feminino útero Parto tardio descolamento de placenta COX2 Fonte CRAIG e STITZEL 2005 p 401 Os AINES seletivos do ponto de vista estrutural são derivados sulfenilfenílicos e têm como mecanismo de ação a inibição seletiva da COX2 Justamente por essa seletividade prov oc am menor erosão da mucosa do trato gastrintestinal e inibem menos a agregação plaquetária que os AINES não seletivo Como exemplos de AINES seletivos temos o celecoxibe o etoricoxibe e o rofecoxibe Ainda que apresentem menor frequência dos efeitos adver s os típicos dos AINES há que se ter alguns cuidados Estudos de acompanhamento de usuários de Valacoxibe mostr aram elevação do risco de evento cardiovascular levando a sua retirada do mercado Ainda com consequência dessa observação qualque r AINE seletivo é contraindicado para pacientes com doença coronariana ou que já tenha sido submetido a cirurgia de revascularização cardíaca ponte de safena ou mamária Tanto os AINES não seletivos quanto os seletivos são contraindicados para os pacientes com quadro inflamatório pulmonar pois ao inibir as ciclooxagenases aumenta produção de leucotrienos com risco de ocorrer broncoespasmo Dica Em pacientes com plaquetopenia que necessite usar AINE os não seletivos são contraindicados A ssim a indicação é um AINE seletivo Entre as interações medicamentosas temos que os AINES reduzem a eficiência dos diuréticos e dos fármacos antihiper te nsivos 512 Antinflamatórios esteroides O s fármacos antinflamatórios dessa classe têm estrutura lipídica e portanto assemelhamse aos corticoides endógenos os quais são produzidos a partir do colesterol capturado da circulação n a forma de lipoproteína de baixa densidade LDL ou sintetizado pelo próprio tecido Os esteroides endógenos podem ser glico co rticoides que têm efeitos importantes no balanço hdroeletrolítico e na regulação da resposta imunológica os mineralocorticoides que promovem a rete n ção de sal e os corticoides sexuais com atividade androgênica ou estrogênica Em humanos o principal glico co rticoide é o cortisol que serve de protótipo para os fármacos antinflamatórios esteroides também chamados de corticoides A figura 3 ilustra bem a semelhança estrutural entre o s fármacos esteroides e destes com a cortisona Figura 3 Relações estruturais entre diversos corticoides Fonte SILVA 2010 p825 Como mecanismo de ação temse que os antinflamat ó rios esteroides inibem a enzima f osfolipase A2 reveja a figura 2 reduzindo a produção de ácido araquidônico e consequentemente reduzindo também a produção das prostaglandinas das tromboxanas e dos lipoxinas e leucotrienos Existem diferentes fármacos antinflamatórios esteroides e critérios como a duração e potência do efeito devem ser consideradas na escolha adequada para uma estratégia terapêutica No quadro 3 encontra m se as características de algumas drogas corticoides Quadro 3 Características de alguns corticoides Potência antinflamatória Retenção de sódio Ação curta menor que 12h Cortisona Hidrocortisona 08 1 Ação intermediária 12h a 36h Prednisona Prednisolona Metilprednisolona Triancinolona 35 4 5 5 Ação prolongada maior que 48h Parametasona Dexametasona Betametasona Cortivazol 10 30 25 50 Fonte SILVA 2010 p 824 Entre os efeitos adversos dos antinflamatórios esteroides encontramse Retenção hídrica edema Alteração na produção de células sanguíneas Imunodepressão Inibição das suprarrenais Acúmulo de l i pídeos Dislipidemia Hipertensão Aumenta o risco para infarto e AVC Alteração da glicemia em diabéticos Pode induzir o diabetes Ginecomastia Galactorréia Alterações do ciclo menstrual Apesar desses efeitos adversos essa é a classe de fármacos antinflamatórios indicada para tratar pacientes que t ê m processo inflamatório pulmonar como pneumonia doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC ou asma Essa indicação justificase pelo fato de que ao inibir a Fosfolipase A2 reduzse não apenas a produção de prostaglandinas mas também de leucotrienos Importante Como os antinflamatórios esteroides são estruturalmente semelhantes aos corticoides endógenos o tratamento prolongado inibe a atividade das glândulas suprarrenais Por esse motivo o tratamento prolongado com fámacos esteroides não pode ser suspenso repentinamente sendo necessário o desmame ou seja a redução gradativa da dose para que as glândulas suprarrenais voltem a sua ativiade plena 52 Mecanismo da dor A dor é uma experiência sensorial desagradável enco n trada como sintoma comum em uma diversidade de quadros clínicos e tem impacto nas funções cognitivas e emocionais especia l mente quando é intensa e persistente Considerando o mecanismo fisiológico a dor de origem periférica tem início com a estimulação de nociceptores gerando impulso nervoso em neurônios que o levam ao sistema nervoso central ao fazerem sinapse na medula espinhal Os neurônios da medula conduzem o impulso até a córtex cerebral onde finalmente o impulso é interpretado como sensação dolorosa só então de fato sentes e a dor A sensação dolorosa é influenciada pela tipo de nocideptor estimulado o que gera sensações diversificadas picante queimante compressiva etc Também o tempo decorrido entre o estímulo e manifestação da sensação ou a tomada de consciência do evento depende da velocidade de condução das fibras estimuladas que podem ser Fibras A β rápidas com baixo limiar ativadas por estímulos mecânicos leves leve toque na pele vibração ou movimento de pêlos Fibras A δ velocidade intermediária estímulos de frio calor e mecânicos de alta intensidade Fibras C condução lenta estímul ada pelo calor temperatura morna estímulos mecânicos intensos ou químicos irritativos Alguma s são estimuladas apenas pela inflamação pelas cininas como a bradicinina e pelas prostaglandinas Por fim o estado de excitabilidade do sistema nervoso experiências individuais e o grau de estimulação dos nociceptores interferem nesse mecanimo Diversos estímulos provocam a redução do limiar de ativação dos neurônios periféricos Podem ocorrer situações anormais com a a lodinia quando os estímulos inócuos são percebidos como dolorosos ou a h iperalgesia em que estímulos de alta intesidade são percebidos como mais dolorosos que o habitual Com cer t eza v ocê já percebeu que ao ocorrer um estímulo doloroso por exemplo quando chuta se a quina da mesa a dor é intensa de início imediato mas aos poucos vai diminuido até desaparecer Ma você j á pensou porque a dor desaparece sozinha O sistema nervoso tem um mecanismo próprio de analgesia que controla e até bloqueia a dor Esse mecanismo envolve uma rede de receptores para substâncias endógenas que funcionam como opiáceos e o GABA ácido gamaaminobutírico como mediadores inibitores locais no sistema nervoso central e uma via neuronal de s cendente de cont r ole da dor que envolve os mediadores químicos norepinefrina e serotonina Exi s te portanto a possibilidade de controlar a dor em pelo menos dois pontos periféricoinflamatório e no sistema nervoso central Essa compartilmentalização do controle farmacológico da dor levou a classificar os fármacos analgésicos em opioides e não opioides 521 Analgésicos não opioides Esse grupo inclui fármacos que inibem as cicloxagenases Como vimos nos AINES a inibição dessas enzimas reduz a produção de prostaglandinas entre elas aquelas reponsáveis pela dor Os salicilatos correspondem talvez ao grupo de analgésicos não opioides mais utilizados Nesse grupo encontramos o ácido acetilsalicílico AA S e o salicilato de metila Esses fármacos agem inibindo a COX1 e a COX2 e são indicados para o tratamento de dores leves a moderadas e possuem também efeito antipirético antitérmico e ainda algum efeito antinflamatório Os efeitos adversos dos salicilatos incluem d or epigástrica redução da agregação plaquetária com inibição irreversível elevação d o risco de descolamento da placenta Na superdosagem pode ocorrer acidose metabólica e consequente hiperventilação Os salicilatos são contraindicados para gestantes e na suspeita de Dengue Também existe contraindicação para crianças ou adolescentes com varicela ou influenza porque estão associad os à Síndrome de Reye a qual se manifesta como hepatopatia e encefalopatia Faça uma busca na internet usando o termo Síndrome de Reye para conhecer mais sobre essa síndrome sua etilologia manifestações clínicas e tratamento Quando o AAS é utilizado em adultos na dosagem de 500mg de 88h a inibição da agregação plaquetária é considerado um efeito adverso No entanto em paciente com doença coronariana podese usar AAS na dosagem de 100mg geralmente uma vez ao dia como estratégia terapêutica preventiva de infarto do miocárdio Um outro grupo de fármacos não opioides utilizados para o controle da dor são os derivados do ácido arilpropiônico ibuprofeno flurbiprofeno cetoprofeno naproxeno e sulindaco Essas drogas já foram estudadas como AINES e portanto atuam inibindo a COX1 e a COX2 O seu uso como analgésico ou como antinflamatório é definido pela dose administrada São indicados para o controle da dor de baixa e média intensidade As contraindicações incluem pacientes sensíveis a salicilatos porque podem ser sensíveis aos derivados do ácido arilpropiônico Pacientes com lupus são mais propensos a hipersensibilidade ao i buprofeno Entre os efeitos adversos estão a dor epigástrica e o aumento do risco de descolamento de placenta O sulindaco foi associado a pancreatite aguda Um terceiro grupo nessa categoria de analgésicos é composto pelos derivados do paminofenol cujo representante mais utilizado é o acetominofeno paracetamol O mecanismo de sse fármaco é descrito como inibição da COX3 uma ciclooxagenase que catalisa a produção de prostanoides n o cortex cerebral Considerase que essa isoforma de ciclooxagenase é mais sensível ao acetominofeno que a COX1 e a COX2 e postulouse que a inibição da COX3 represente o mecanismo central da analgesia obtida com esse analgés ico Como efeito adverso do paracetamol destacase que a superdosagem pode provocar necrose hepática Em caso de superdosagem a acetilcisteína é um antídoto indicado Ainda com o inibidor da COX3 temos a dipirona um fármaco muito utilizado no Bras il E ntre seus efeitos adversos estão a hipersensibilidade hipotensão e discrasias sanguíneas Além disso a diporona é apontada como um gatilho para o desenvolvimento de lupus Chama atenção ainda pelo sua utilidade o cetorolaco um inibidor de COX1 e COX2 que controla dores de maior intensidade que os analgésicos apresentados até aqui Este fármaco costuma ser administrado por via sublingual 522 Analgésicos opióides Ess e grupo de fármacos analgésicos incluem as substâncias naturais derivadas dos ópio como a morfina e as semissintéticas como a codeína Esses fármacos são utilizados há muitos anos tendose com referência a descoberta da morfina em 1817 Já nessa época foram descritos efeitos adversos da morfina e também o desenvolvimento de tolerância e o risco de dependência Os opióides podem provocar analg e sia mas também sedação e euforia INSERIR EM GLOSSÁRIO Tolerância é um estado em que doses cada vez maiores são necessárias para obter o efeito Tolerância cruzada significa que a pessoa que desenvolveu tolerância a um fármaco desenvolveu também algum grau de tolerância a outro Dependência é a necessidade compulsiva de obter a droga para satisfazer um desejo individual de bem estar FECHAR GLOSSÁRIO Diferentes receptores para os opióides e diversas substâncias endógenas ligantes desses receptores já foram identificadas Os receptores µ e t ê m sido estudados exaustivamente e percebeuse que a maioria dos analgésicos desse grupo quando em baixas doses atuam preferencialmente nos receptores µ No quadro 4 encontramse alguns exemplos de opióides análogos da morfina e derivados sintéticos Os receptores opióides pertencem à família dos receptores acoplados à proteína G Portanto ao se ligarem ao receptores os opióides ativam a proteína G in i bindo a enzima adenilciclase reduzindo a produção de AMPc Abremse os canais de cálcio e de potássio na membrana reduzindo a atividade neuronal e dimin uindo a liberação de mediadores químicos Quadro 4 Alguns fármacos opióides Morfina e análogos Derivados sintéticos Agonistas m orfina h ero í na c ode í na Fenilpiperidinas m eperidina f entanil s ufentanil a lfentanil Agonistas p arciais n alorfina e l evalorfan Metadona m etadona e d extropropoxifeno Benzomorfan p entazocina Tebaina e torfina Os fármacos opióides são utilizados para analgesia de dores agudas e crônicas exceto neuropáticas Apresentam ainda efeito antinoceptivo e no componente afetivo atuando no sitema límbico gerando a euforia que está relacionada ao receptores µ e a disforia relacionada aos receptores INSERIR EM GLOSSÁRIO Euforia é uma poderosa sensação de bem estar e contentamento Disforia significa mudança repentina e transitória no estado de ânimo tais como sentimentos de tristeza pena e angústia FECHAR GLOSSÁRIO A capacidade de analgésia quanto intensidade da dor que pode ser controlada por um opióide depende de sua intesidade de ação A referência para se avaliar os efeitos de um opióide é a morfina Apresentamse a seguir algumas informações sobre a capacidade de analgesia d os principais opióides Dextropropoxifeno similar a codeina com duração mais longadependência discutivel Meperidina similar a morfina c om agitação e não sedação antimuscarínica euforia e dependência menor duração efeito que a morfina causa dependencia Pode ser útil como anestésico no parto Quando associada a iMAO pode gerar hipertermia e convulsões Alfentanil 20 vezes mais potente que a morfina Fentanil 80 a 100 vezes mais potente que a morfina porém de curta duraç ã o u sos em anestesia Sufentanil 500 a 1000 vezes mais potente que a morfina Etorfina análogo de grande potência 1000 vezes a potência da morfina utilizado para imobilizar grandes animais Metadona s emelhante a morfina com menor efeito sedativo longa duração 12 vida maior que 24hs menor depend ê ncia síndrome de abstinência menos severa n a presença de metadona injeções de morfina causam menos euforia e abstinência Pentazocina efeito misto agonistaantagonista e m baixas doses tem potência similar a morfina pode causar depressão respiratória e disforia sem correspondência com o aumento das doses m aior afinidade por receptores K do que µ ad ministrada junto com morfina reduz seus efeitos Os principais usos dos opióides incluem Dores agudas severas de origem traumática fentanil morfina Dores médias de origem inflamatória codeina pentazocina propoxifeno Dores severas crônicas morfina As d ores crônicas neuropáticas não respondem a opióides e o uso de antidpressivos tricíclicos com a amitriptilina poder ser uma opção ou o tramadol um outro fármaco analgésico não exatemente opióide mas que tem ação agonista fraca sobre receptores µ As reações adver sas dos fármacos opióides incluem Sonolência redução dos reflexos disartria Depressão respiratória sem depressão concomitante da função cardiovascular Redução da motilidade gastrointestinal Retenção urinária Liberação de histamina Náusea e vômito Constrição pupilar Imunodepressão quando em uso crônico Hipotensão quando usado em altas dose s Straub espasmo da musculatura Febre Como outros efeitos observados com o uso de opiódes encontramse o desenvolvimento de resistência a dependência e a síndrome de abstinência A resistência ou tolerância pode ter desenvolvimento rápido entre 12 a 24h e pode ocorrer resistência cruzada A dependência está relacionada aos receptores µ tem efeitos reforçadores da euforia e raramente ocorre em pacientes sendo característico de quem abusa dessas drogas A síndrome de abstinência apresenta como sinais e sintomas irritabilidade perda de peso febre midríase náuseas diarréia ins ô nia convulsões Em pacientes costum a atingir a intensidade máxima em dois dias e desaparece em oito dias Diante da possibilidade de manifestação dessa síndrome devese evitar a retirada repentina desses fármacos indicandose proceder o desmame Os fármacos opióides também têm ação antitussígena Algumas dessas drogas como a code í na é utilizada para essa finalidade Especificamente a codeína tem um a dosagem indicada para o tratamento da tosse que é menor do que a indicada para o tratamento da dor Faça uma busca na internet sobre usando os termos antitussígeno narcótico ou antitussígeno opióide e depois antitussígeno não narcótico ou antitussígeno não opioide Anote as informações que encotrar 523 Antagonistas dos opióides Em caso de intoxicação acidental ou não por opiódes existem os antagonistas dos receptores de opioides nalorfina naloxona e naltrexona dentre estes a naloxona tem sido indicada para o tratamento da toxidade ou superdosagem 53 Ant ihistamínicos A histamina é um mediador químico endógeno conhecido desde 1900 tendo sido sitenteizada em 1907 Despertou grande interesse científico devido a sua variada atividade farmacológica Não é um mediador químico clássico da inflamação mas promove vasodilatação e bronconstrição Apresenta três funções fisiológicas básicas Mediador na hipersensibilidade tipo 1 alergia ao estimular o receptor H1 Estimula a secreção gástrica ao estimular o receptor H2 No SNC estado de vigília termorregulação regulação central do sistema cardiovascular Os receptores H1 apresentam maior afinidade pela histamina sendo ativados em cocentrações baixas desse mediador químico produzindo uma vasodilatação com início rápido porém de curta duração Os receptores H2 também estão envolvidos na vasodilatação porém são ativados apenas em concentrações mais altas de histamina produzem esse efeito com início mais lento e com duração maior Nesse tópico interessa abordar o uso dos antihistamínicos antagonistas do receptor H1 para controlar a hipersensilidade do tipo 1 e os antagonistas de receptores H2 para reduzir a secreção gástrica Os mastócitos são a fonte de histamina na reação de hipersensibiliade tipo 1 Existem duas gerações de antihistamínicos antagonistas do receptor H1 que estão apresentados no quadro 5 Os antagonistas do receptor H1 de primeira geração a travessam mais a barreira hematoencefálica BHE que os de segunda geração alguns apresentam também efeito anticolinérgico e bloqueador de α 1 seu efeito geral tem duraçã o curta com média de 3 a 6 horas a preparação de liberação lenta pode prolongar o efeito por até 12h Já as drogas de segunda geração s ão mais seletiv a s para o receptor H1 p raticamente isent a s de atividade anticolinérgica ou bloqueadora de α 1 são menos lipossol úveis e por isso atravessam menos a BHE apresentam maior T12 e por isso a duração do efeito é maior Quadro 5 Alguns fármacos antihistamínicos antagonistas do receptor H1 Antihistamínicos de primeira geração Antihistamínicos de segunda geração Carbinoxamina Difenidramina Dimedrinato Clemizol Mepiramina Bronfeniramina Clorfeniramina Ciclizina Hidroxizina Meclizina Isotipendina Prometazina Ciproeptadina Fenindamina Astemizol Azatadina Azelastina Ebastina Epinastina Fexonadina Terfenadina Loratadina Cetirizina As reações adversas referentes ao antagonistas de H1 incluem Sonolência lassidão fadiga fraqueza incapacidade de julgamento ataxia hiporreflexia ou hiperreflexia delírio tinido tremores convulsões síncope Taquicardia hipotensão ou hipertensão choque anormalidades eletrocardiográficas Febre hipertermia intensa Perda de apetite obstipação ou diarreia Dísúria retenção urinária insuficiência renal Ressecamento de mucosas Leucopenia agranulocitose anemia hemolítica hepatite Fotossensibilidade Os antagonistas do receptor H1 de segunda geração praticamente não apresentam as reações adversas referentes ao sistema nervoso central e ao efeito antimuscarínico entre as citada acima Os fármacos antagonistas do receptor H2 são úteis no tratamento da acidez estomacal pois o bloqueio desse receptor reduz a secreção gástrica Essa classe de fármacos inclui a cimetidina a famotidina a nizatidina e a ranitidina São fármacos muito seguros com baixa ocorrência de reações adversas que incluem diarreia ou obstipação cefaleia fadiga mialgia Quando admin i strados EV pode ocorrer confusão mental agitação e alicinações Segundo Katzung e Trevor 2017 alguns estudos sugerem que a adminstração EV aumenta o risco de pneumonia hospitalar em pacientes críticos 5 4 Conclusão O conhecimento dos mecanismos da inflamação da dor e da alergia permitem compreender o mecanismo de ação efeitos adversos e contraindicações dos diferentes fármacos antinflamatórios analgésicos e antialérgicos Os AINES e os analgésicos não opioides compartilham o mecanismo de ação efeitos adversos e contraindicações Os antinflamatórios esteroides apresentam um elenco de efeitos adversos que incluem a retenção hídrica a hipertensão dislipidemias e imunodepressão Quanto ao s analgésicos opioides paciente s podem desenvolver tanto tolerância quanto dependência Entre seus efeitos adversos está a depressão respiratória quem tem grande importância como causa de morte em situações de superdosagem acidental ou naqueles que abusam desses fármacos Os antihistamínicos que antagonistas do receptor H1 são usados para o controle da hipersensibilidade tipo I e aqueles que antagonizam os receptores H2 reduzem a acidez estomacal Os efeitos adversos são mais frequentes com os antagonistas H1 de primeira geração e incluem sonolência hiporreflexia hipotensão e alterações eletrocardiográficas Devido aos seus efeitos adversos e alta frequência de uso é preciso atenção especial a o s an algésicos e antinflamatórios como também aos antiahisitamínicos R esumo A inflamação e a dor estão entre as mais frequentes ou são de fato as mais frequentes demandas por intervenção farmacológicas O fármacos antinflamatórios são agrupados em antinflamatórios não esteroides AINES antinflamatórios esteroides Os AINES têm como mecanismo de ação a inibição da COX1 e da COX2 apresentando como pricipais efeitos adversos a dor epigástrica a inibição da agregação plaquetária e o aumento do risco de descolamento de placenta Esses fármacos elevam a produção de leucotrienos e por isso são contraindicados para o tratamento de processos inflamatórios pulmonares e para pacientes que tenham doença crônica com manifestação pulmonar como a DPOC e a asma Os antinflamatórios esteroides têm a estrutura molecular semelhante à cortisona isto é tem estrutura derivada do colesterol Seu mecanismo de ação consiste na inibição da enzima fosfolipase A2 e entre seus efeitos adversos estão a retenção de líquido a depressão da resposta imunológica inibição das glândulas suprarrenais elevação da glicemia em diabéticos dislipidemias e consequente aumento do risco para infarto hipertensão ginecomastia galactorreia e alteração do ciclo mestrual Os analgésicos não opióides compartilham o mecanismo de ação efeitos adversos e contraindicações com os AINES Diferente dos demais analgésicos não opióides o acetominofeno paracetamol inibe a COX3 na cortex cerebral e em caso de superdosagem pode provocar necrose hepática Os opióides são um grupo de fármacos que produzem analgesia ao ligaramse a receptores no sistema nervoso central Essas drogas podem causar dependência química e os pacientes podem desenvolver tolerância inclusive tolerância cruzada A molécula referência entre esses fármacos é a morfina com a qual os demais opioides são comparados especialmente quanto sua potência de ação Entre seus efeitos adversos temos a sonolência a liberação de histamina a retenção urinária redução da moltilidade gastrintestinal e depressão respiratória A superdosagem acidental ou não pode ser tratada com antagonistas dos opióides como a naloxona Os antihistamínicos antagonistas do receptor H1 são usados para o controle da hipersensibilidade tipo I e aqueles que antagonizam os receptores H2 reduzem a acidez estomacal As reações adversas são mais frequentes com o uso de antagonistas H1 de primeira geração e se referem a ação desses fármacos no sistema nervoso central e a seu efeito anticolinérgico R eferências CRAIG Charles R STITZEL Robert E ed Farmacologia moderna com aplicações clínicas 6 ed Rio de Janeiro RJ Guanabara Koogan c2005 815 p FUCHS Flávio Danni Org Farmacologia clínica e terapêutica 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2017 883 p KATZUNG Bertram G Farmacologia básica e clínica 13 ed Porto Alegre RS AMGH 2017 1046 p SILVA Penildon Org Farmacologia 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 20101325 p
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
47
Fundamentos de Farmacologia: PKPD e Efeitos dos Medicamentos
Farmacologia
UNIVALI
77
Farmacologia: Módulo 3 - Farmacocinética e Farmacodinâmica
Farmacologia
UNIGRANRIO
24
Análises Ambientais Toxicológicas: Cálculos de Concentração de Soluções
Farmacologia
UNA
55
Fundamentos da Farmacologia: Efeitos e Mecanismos de Ação dos Fármacos
Farmacologia
UNIVALI
5
Simulado Farmacologia Básica
Farmacologia
FAVIP
2
Determinação de Benzoilecgonina em Urina por Imunoensaio e Cromatografia em Camada Delgada
Farmacologia
UNA
3
Interacao Omeprazol e Clopidogrel - Riscos e Consequencias Farmacologicas
Farmacologia
PUC
Preview text
5 Fármacos antinflamatórios analgésicos e anti alérgicos Aldo Matos Introdução Diferentes agressões de natureza física qu í mica ou biológica estimulam uma resposta inflamatória caracterizada por dor calor rubor e edema Apesar de ser uma resposta de defesa a inflamação gera incômodo seja em um processo agudo ou crônco e pode cursar produzindo lesão Disto decorre a necessi d ade do tratamento farmacológico dos processos inflamatórios Classicamente a resposta imunológica é considerada uma reação de defesa contra uma agressão De fato isso é vedade Porém se essa resposta for exacerbada pode gerar um quadro de hipersensibilidade ou alergia que necessitará de tratamento farmacológico que inclui o uso de antihistamínicos A dor é um experiência sensorial desagradável em diversos adoencimentos não apenas no processo inflamatório A experiência da dor produz consequências tanto físicas quanto emocionais que impactam na capacidade d o paciente enfrent ar o adoenciemento Esses três eventos inflamação d or e alergia estão entre as mais frequentes ou são de fato as mais frequentes demandas por intervenção farmacológicas Com certeza você já usou analgésicos antiflamatórios ou antialérgicos e ainda os usará ao longo de toda a sua vida Nesse capítulo você irá rever os mecanismos da inflamaçã o da dor e da alergoia e conhecerá os mecanismos de ação efeitos adversos e contraindicações dos principais grupos de fármacos antinflamatórios analgésicos e antialérgicos Objetivos Ao terminar o estudo desse capítulo você deve ser capaz de Descrever o mecanismo de ação dos antinflamatórios não esteroides Identificar os principais fármacos antinflamatórios não esteroides Identificar as re a ções advers a s e as contraindicações dos antinflamatórios não esteroides Descrever o mecanismo de ação dos antinflamatórios esteroides Identificar os principais fármacos antinflamatórios esteroides Identificar as reações advers a s e as contraindicações dos antinflamatórios esteroides Descrever o mecanismo de ação dos analgésicos não opióides Identificar os principais fármacos analgésicos não opióides Identificar a s reaçõe s advers as e as contraindicações dos analgésicos não opióides Descrever o mecanismo de ação dos analgésicos opióides Identificar os principais fármacos analgésicos opióides Identificar as reações adversas dos analgésicos opióide Descrever o mecanismo de ação dos anti histamínicos Identificar os principais fármacos anti histamínicos Identificar as reações adversas dos anti histamínicos Esquema 5 1 O processo inflamatório 511 Antinflamatórios não esteroides AINES 512 Antinflamatórios esteroides 52 Mecanismo da dor 521 Analgésicos não opióides 522 Analgésicos opioides 523 Antagonistas dos opióides 53 Anti hist a mínicos 54 Conclusão 5 1 O processo inflamatório O processo inflamatório ou inflam a ção consiste no recrutamento e mobilização de células especializadas em resposta a uma agressão que pode ser física química ou biológica Os objetivos da inflamação incluem combater e se possível eliminar o agente agressor e também reparar lesões provocadas nesse processo e restabelecer a homeostase Então o processo inflamatório é uma reação de defesa compartilhando células e mediadores químicos com a resposta imunológica Como achados clínicos a dor o rubor hiperemia o calor seja local ou manifestado com o febre e o edema são sinais cardinais da inflamação Esses sinais resultam de fenômenos vasculares irritativos e de reparação que por sua vez envolvem a combinação de efeitos e ações de diferentes células e mediadores químicos Entre as células mobilizadas na resposta inflamatória temos os neutrófilos os monócitos e os macrófagos todos envolvidos diretamente com a defesa e fibroblastos que estão envolvidos no processo de reparo tecidual Quanto aos mediadores químicos envolvidos chamam atenção citocinas com efeito próinflamatório IFN IL1 IL6 e IL17 aminas histamina e a serotonina prostaciclinas prostaglandinas leucotrienos peptídeos vasoativos bradicinina os fatores C3a e C5a do complemento Para compreender o mecanismo de ação dos fármacos antinflamatórios é necessário rever a produção dos autocoides envolvidos na resposta inflamatória INSERIR EM GLOSSÁRIO Autacoides também chamados de hormônios locais são um grupo heterogêneo de substâncias formadas pelo organismo que possuem atividade fisiológica e fisiopatológica FECHAR GLOSSÁRIO Ao sofre r uma injúria o da n o provocado nos tecidos promove a liberação de fo s folip í d e o de membrana o qual é o principal precursor dos eicosanoides O grupo dos eicosanoides contém autocoides que desempenham o papel de mediadores químicos da inflamação A figura 1 apresenta esquematicamente a produção dos eicosanoides a partir d o ácido araquidônico A enzima PLA2 Fosfolipase A2 co n verte em ácido araquidônico os fosfolipeos oriundos das membranas das células lesadas na agressão A prostaglandina sintase catalisa o primeiro passo da via metabólica que culmina na produção das prostaglandinas da prostaciciclina e dos tromboxanos ao converter o ácido araquidônico em protaglandi n a H2 Já a lipoxagenase catalisa a produção de leucotrienos a partir do ácido araquidônico sendo os leucotrienos importantes para a migração de células de defesa mas quando em alta concentração pode provocar broncoespasmo Na figura 2 é possível ver um detalhamento da produção de diferentes prostaglandinas a partir da prostaglandina H2 Figura 1 Produção dos eicosanoides a partir do ácido araquidônico Fonte SILVA 2010 p 565 Figura 2 Vias de liberação e metabolismo do ácido araquidônico AA Fonte KATZUNG e TREVOR 2017 p 314 Sob ação das enzimas ciclooxagenases COX as prostaglandinas são produzidas Existem duas formas dessas enzimas COX1 e COX2 A COX1 está envolvida com a produção de prostaglandinas com efeito protetor da mucosa do trato gastrintestinal Já a COX1 está diretamente envolvida na produção de mediadores químicos de inflamação tais como PGE2 que tem ação inflamatória provoca dor e elevação da temperatura PG I2 que tem ação vasodilatadora Tromboxanos TXA2 que têm ação vaso co nstritora Agora que já revimos os pontos principais sobre a inflamação podem os passar ao estudo das drogas utilizadas para tratamento dos processos inflamatórios Os fármacos utilizados para o controle da inflamação são classificados de acordo com sua estrutura química em antinflamatórios esteroides AIES e antinflamatórios não esteroides AINES A estrutura química reflete no mecanismo de ação e também em seus efeitos inde se jados ou reações adversas aos medicamentos RAM 511 Antinflamatórios não esteroides AINES Os fármacos desse grupo são os mais utilizados para o controle dos processos inflamatórios agudos e promovem sua ação antinflamatória ao inibir as ciclo o xagenases reduzindo a produção das prostaglandinas e tromboxanas Especia l mente a redução da produção de PGE2 e PGI2 tem efeito antinflamátório pois estas são as prostaglandinas com ação inflamatória mais intensa A COX1 e uma enzima constitutiva expressa na maioria dos tecidos e envolvida com a manutenção da homeostasia tecidual Sua inibição está relacionada com os efeitos adversos por parte dos AINES Já a COX 2 é um a enzima ind u zida por IL1 e TNFα nos processos inflamatórios sendo portanto o verdadeiro alvo dessa classe de drogas antinflamatórias Existe uma diversidade de AINES e todos apresentam efeitos indesejados Como efeitos terapê uti cos desses fármacos temos antinflamatório antipirético e analgésico O efeito antipirético devese a alteração da regulação térmicas no hipotálamo porque reduz a produção da PGE2 que tem ação hipotalâmica O efeito analgésico é decorrente da redução da produção das prostaglandinas sensibilizadoras de nociceptores No que diz respeito ao efeito antinflamatório reduzem a vasodilatação o edema e a dor A intensidade desse efeito é bastante variado considerandose a indometacina e o piroxicam como antinflamatórios potentes e o ibuprofeno com potência média Importante A utilização de AINES por longo tempo pode exacerbar a lesão inflamatória por inibição das prostaciclinas e PGE 2 que inibem a liberação de enzimas lisosomais ativação linfocítica e formação de radicais livres Considerando que o verdadeiro alvo dos AINES é a COX2 e que os efeitos adversos dessa classe de antinflamat ó rios deve se em geral à inibição da COX1 essa classe pode ser subdividida em AINES não seletivos que inibem ambas as formas da ciclooxagenase e AINES seletivos que inibem seletivamente a COX2 No quadro1 estão apresentados exemplos de AINES não seletivos organizados de acordo com sua estrutura química Quadro 1 AINES não seletivos Classificação estrutural Fármaco antinflamatório Ácidos Propiônicos Fármacos tipo arílico Ibuprofeno Cetoprofeno Fenoprofeno Flurbiprofeno Naproxeno Diclofenaco Fenamatos Ácido Mefenâmico Oxicans Meloxicam Piroxicam Tenoxicam Outros Nimesulida Os principais efeitos adversos dos AINES não seletivos encontramse sumarizados no quadro 2 A inibição da COX1 reduz a produção das prostaglandinas envolvidas com a homeostase tecidual na mucosa gastrintestinais e reduz a agregação plaquetária mediada por TXA2 A inibição de qualquer d as isoformas de ciclo o xagenases ou ambas eleva a produção d e leucotrienos promovendo o broncoespasmo A PGE2 e a PGF2α estão envolvidas no amadurecimento do colo do útero e com as contrações uterinas o que explica os efeitos na gravidez Quadro 2 Efeitos adversos dos AINES não seletivos Sistema Efeito adverso Isoformas da COX envolvidas Gastrintestinal Gastrite erosiva formação de úlcera péptica sangramento gastrointestinal COX1 Circulatório hemostasia Prolongamento do tempo de sangramento Redução da agregação plaquetária COX1 Renal Diminuição da excreção de sódio e água insuficiência renal COX1 COX2 Respiratório Broncoespasmo COX1 COX2 Reprodutor feminino útero Parto tardio descolamento de placenta COX2 Fonte CRAIG e STITZEL 2005 p 401 Os AINES seletivos do ponto de vista estrutural são derivados sulfenilfenílicos e têm como mecanismo de ação a inibição seletiva da COX2 Justamente por essa seletividade prov oc am menor erosão da mucosa do trato gastrintestinal e inibem menos a agregação plaquetária que os AINES não seletivo Como exemplos de AINES seletivos temos o celecoxibe o etoricoxibe e o rofecoxibe Ainda que apresentem menor frequência dos efeitos adver s os típicos dos AINES há que se ter alguns cuidados Estudos de acompanhamento de usuários de Valacoxibe mostr aram elevação do risco de evento cardiovascular levando a sua retirada do mercado Ainda com consequência dessa observação qualque r AINE seletivo é contraindicado para pacientes com doença coronariana ou que já tenha sido submetido a cirurgia de revascularização cardíaca ponte de safena ou mamária Tanto os AINES não seletivos quanto os seletivos são contraindicados para os pacientes com quadro inflamatório pulmonar pois ao inibir as ciclooxagenases aumenta produção de leucotrienos com risco de ocorrer broncoespasmo Dica Em pacientes com plaquetopenia que necessite usar AINE os não seletivos são contraindicados A ssim a indicação é um AINE seletivo Entre as interações medicamentosas temos que os AINES reduzem a eficiência dos diuréticos e dos fármacos antihiper te nsivos 512 Antinflamatórios esteroides O s fármacos antinflamatórios dessa classe têm estrutura lipídica e portanto assemelhamse aos corticoides endógenos os quais são produzidos a partir do colesterol capturado da circulação n a forma de lipoproteína de baixa densidade LDL ou sintetizado pelo próprio tecido Os esteroides endógenos podem ser glico co rticoides que têm efeitos importantes no balanço hdroeletrolítico e na regulação da resposta imunológica os mineralocorticoides que promovem a rete n ção de sal e os corticoides sexuais com atividade androgênica ou estrogênica Em humanos o principal glico co rticoide é o cortisol que serve de protótipo para os fármacos antinflamatórios esteroides também chamados de corticoides A figura 3 ilustra bem a semelhança estrutural entre o s fármacos esteroides e destes com a cortisona Figura 3 Relações estruturais entre diversos corticoides Fonte SILVA 2010 p825 Como mecanismo de ação temse que os antinflamat ó rios esteroides inibem a enzima f osfolipase A2 reveja a figura 2 reduzindo a produção de ácido araquidônico e consequentemente reduzindo também a produção das prostaglandinas das tromboxanas e dos lipoxinas e leucotrienos Existem diferentes fármacos antinflamatórios esteroides e critérios como a duração e potência do efeito devem ser consideradas na escolha adequada para uma estratégia terapêutica No quadro 3 encontra m se as características de algumas drogas corticoides Quadro 3 Características de alguns corticoides Potência antinflamatória Retenção de sódio Ação curta menor que 12h Cortisona Hidrocortisona 08 1 Ação intermediária 12h a 36h Prednisona Prednisolona Metilprednisolona Triancinolona 35 4 5 5 Ação prolongada maior que 48h Parametasona Dexametasona Betametasona Cortivazol 10 30 25 50 Fonte SILVA 2010 p 824 Entre os efeitos adversos dos antinflamatórios esteroides encontramse Retenção hídrica edema Alteração na produção de células sanguíneas Imunodepressão Inibição das suprarrenais Acúmulo de l i pídeos Dislipidemia Hipertensão Aumenta o risco para infarto e AVC Alteração da glicemia em diabéticos Pode induzir o diabetes Ginecomastia Galactorréia Alterações do ciclo menstrual Apesar desses efeitos adversos essa é a classe de fármacos antinflamatórios indicada para tratar pacientes que t ê m processo inflamatório pulmonar como pneumonia doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC ou asma Essa indicação justificase pelo fato de que ao inibir a Fosfolipase A2 reduzse não apenas a produção de prostaglandinas mas também de leucotrienos Importante Como os antinflamatórios esteroides são estruturalmente semelhantes aos corticoides endógenos o tratamento prolongado inibe a atividade das glândulas suprarrenais Por esse motivo o tratamento prolongado com fámacos esteroides não pode ser suspenso repentinamente sendo necessário o desmame ou seja a redução gradativa da dose para que as glândulas suprarrenais voltem a sua ativiade plena 52 Mecanismo da dor A dor é uma experiência sensorial desagradável enco n trada como sintoma comum em uma diversidade de quadros clínicos e tem impacto nas funções cognitivas e emocionais especia l mente quando é intensa e persistente Considerando o mecanismo fisiológico a dor de origem periférica tem início com a estimulação de nociceptores gerando impulso nervoso em neurônios que o levam ao sistema nervoso central ao fazerem sinapse na medula espinhal Os neurônios da medula conduzem o impulso até a córtex cerebral onde finalmente o impulso é interpretado como sensação dolorosa só então de fato sentes e a dor A sensação dolorosa é influenciada pela tipo de nocideptor estimulado o que gera sensações diversificadas picante queimante compressiva etc Também o tempo decorrido entre o estímulo e manifestação da sensação ou a tomada de consciência do evento depende da velocidade de condução das fibras estimuladas que podem ser Fibras A β rápidas com baixo limiar ativadas por estímulos mecânicos leves leve toque na pele vibração ou movimento de pêlos Fibras A δ velocidade intermediária estímulos de frio calor e mecânicos de alta intensidade Fibras C condução lenta estímul ada pelo calor temperatura morna estímulos mecânicos intensos ou químicos irritativos Alguma s são estimuladas apenas pela inflamação pelas cininas como a bradicinina e pelas prostaglandinas Por fim o estado de excitabilidade do sistema nervoso experiências individuais e o grau de estimulação dos nociceptores interferem nesse mecanimo Diversos estímulos provocam a redução do limiar de ativação dos neurônios periféricos Podem ocorrer situações anormais com a a lodinia quando os estímulos inócuos são percebidos como dolorosos ou a h iperalgesia em que estímulos de alta intesidade são percebidos como mais dolorosos que o habitual Com cer t eza v ocê já percebeu que ao ocorrer um estímulo doloroso por exemplo quando chuta se a quina da mesa a dor é intensa de início imediato mas aos poucos vai diminuido até desaparecer Ma você j á pensou porque a dor desaparece sozinha O sistema nervoso tem um mecanismo próprio de analgesia que controla e até bloqueia a dor Esse mecanismo envolve uma rede de receptores para substâncias endógenas que funcionam como opiáceos e o GABA ácido gamaaminobutírico como mediadores inibitores locais no sistema nervoso central e uma via neuronal de s cendente de cont r ole da dor que envolve os mediadores químicos norepinefrina e serotonina Exi s te portanto a possibilidade de controlar a dor em pelo menos dois pontos periféricoinflamatório e no sistema nervoso central Essa compartilmentalização do controle farmacológico da dor levou a classificar os fármacos analgésicos em opioides e não opioides 521 Analgésicos não opioides Esse grupo inclui fármacos que inibem as cicloxagenases Como vimos nos AINES a inibição dessas enzimas reduz a produção de prostaglandinas entre elas aquelas reponsáveis pela dor Os salicilatos correspondem talvez ao grupo de analgésicos não opioides mais utilizados Nesse grupo encontramos o ácido acetilsalicílico AA S e o salicilato de metila Esses fármacos agem inibindo a COX1 e a COX2 e são indicados para o tratamento de dores leves a moderadas e possuem também efeito antipirético antitérmico e ainda algum efeito antinflamatório Os efeitos adversos dos salicilatos incluem d or epigástrica redução da agregação plaquetária com inibição irreversível elevação d o risco de descolamento da placenta Na superdosagem pode ocorrer acidose metabólica e consequente hiperventilação Os salicilatos são contraindicados para gestantes e na suspeita de Dengue Também existe contraindicação para crianças ou adolescentes com varicela ou influenza porque estão associad os à Síndrome de Reye a qual se manifesta como hepatopatia e encefalopatia Faça uma busca na internet usando o termo Síndrome de Reye para conhecer mais sobre essa síndrome sua etilologia manifestações clínicas e tratamento Quando o AAS é utilizado em adultos na dosagem de 500mg de 88h a inibição da agregação plaquetária é considerado um efeito adverso No entanto em paciente com doença coronariana podese usar AAS na dosagem de 100mg geralmente uma vez ao dia como estratégia terapêutica preventiva de infarto do miocárdio Um outro grupo de fármacos não opioides utilizados para o controle da dor são os derivados do ácido arilpropiônico ibuprofeno flurbiprofeno cetoprofeno naproxeno e sulindaco Essas drogas já foram estudadas como AINES e portanto atuam inibindo a COX1 e a COX2 O seu uso como analgésico ou como antinflamatório é definido pela dose administrada São indicados para o controle da dor de baixa e média intensidade As contraindicações incluem pacientes sensíveis a salicilatos porque podem ser sensíveis aos derivados do ácido arilpropiônico Pacientes com lupus são mais propensos a hipersensibilidade ao i buprofeno Entre os efeitos adversos estão a dor epigástrica e o aumento do risco de descolamento de placenta O sulindaco foi associado a pancreatite aguda Um terceiro grupo nessa categoria de analgésicos é composto pelos derivados do paminofenol cujo representante mais utilizado é o acetominofeno paracetamol O mecanismo de sse fármaco é descrito como inibição da COX3 uma ciclooxagenase que catalisa a produção de prostanoides n o cortex cerebral Considerase que essa isoforma de ciclooxagenase é mais sensível ao acetominofeno que a COX1 e a COX2 e postulouse que a inibição da COX3 represente o mecanismo central da analgesia obtida com esse analgés ico Como efeito adverso do paracetamol destacase que a superdosagem pode provocar necrose hepática Em caso de superdosagem a acetilcisteína é um antídoto indicado Ainda com o inibidor da COX3 temos a dipirona um fármaco muito utilizado no Bras il E ntre seus efeitos adversos estão a hipersensibilidade hipotensão e discrasias sanguíneas Além disso a diporona é apontada como um gatilho para o desenvolvimento de lupus Chama atenção ainda pelo sua utilidade o cetorolaco um inibidor de COX1 e COX2 que controla dores de maior intensidade que os analgésicos apresentados até aqui Este fármaco costuma ser administrado por via sublingual 522 Analgésicos opióides Ess e grupo de fármacos analgésicos incluem as substâncias naturais derivadas dos ópio como a morfina e as semissintéticas como a codeína Esses fármacos são utilizados há muitos anos tendose com referência a descoberta da morfina em 1817 Já nessa época foram descritos efeitos adversos da morfina e também o desenvolvimento de tolerância e o risco de dependência Os opióides podem provocar analg e sia mas também sedação e euforia INSERIR EM GLOSSÁRIO Tolerância é um estado em que doses cada vez maiores são necessárias para obter o efeito Tolerância cruzada significa que a pessoa que desenvolveu tolerância a um fármaco desenvolveu também algum grau de tolerância a outro Dependência é a necessidade compulsiva de obter a droga para satisfazer um desejo individual de bem estar FECHAR GLOSSÁRIO Diferentes receptores para os opióides e diversas substâncias endógenas ligantes desses receptores já foram identificadas Os receptores µ e t ê m sido estudados exaustivamente e percebeuse que a maioria dos analgésicos desse grupo quando em baixas doses atuam preferencialmente nos receptores µ No quadro 4 encontramse alguns exemplos de opióides análogos da morfina e derivados sintéticos Os receptores opióides pertencem à família dos receptores acoplados à proteína G Portanto ao se ligarem ao receptores os opióides ativam a proteína G in i bindo a enzima adenilciclase reduzindo a produção de AMPc Abremse os canais de cálcio e de potássio na membrana reduzindo a atividade neuronal e dimin uindo a liberação de mediadores químicos Quadro 4 Alguns fármacos opióides Morfina e análogos Derivados sintéticos Agonistas m orfina h ero í na c ode í na Fenilpiperidinas m eperidina f entanil s ufentanil a lfentanil Agonistas p arciais n alorfina e l evalorfan Metadona m etadona e d extropropoxifeno Benzomorfan p entazocina Tebaina e torfina Os fármacos opióides são utilizados para analgesia de dores agudas e crônicas exceto neuropáticas Apresentam ainda efeito antinoceptivo e no componente afetivo atuando no sitema límbico gerando a euforia que está relacionada ao receptores µ e a disforia relacionada aos receptores INSERIR EM GLOSSÁRIO Euforia é uma poderosa sensação de bem estar e contentamento Disforia significa mudança repentina e transitória no estado de ânimo tais como sentimentos de tristeza pena e angústia FECHAR GLOSSÁRIO A capacidade de analgésia quanto intensidade da dor que pode ser controlada por um opióide depende de sua intesidade de ação A referência para se avaliar os efeitos de um opióide é a morfina Apresentamse a seguir algumas informações sobre a capacidade de analgesia d os principais opióides Dextropropoxifeno similar a codeina com duração mais longadependência discutivel Meperidina similar a morfina c om agitação e não sedação antimuscarínica euforia e dependência menor duração efeito que a morfina causa dependencia Pode ser útil como anestésico no parto Quando associada a iMAO pode gerar hipertermia e convulsões Alfentanil 20 vezes mais potente que a morfina Fentanil 80 a 100 vezes mais potente que a morfina porém de curta duraç ã o u sos em anestesia Sufentanil 500 a 1000 vezes mais potente que a morfina Etorfina análogo de grande potência 1000 vezes a potência da morfina utilizado para imobilizar grandes animais Metadona s emelhante a morfina com menor efeito sedativo longa duração 12 vida maior que 24hs menor depend ê ncia síndrome de abstinência menos severa n a presença de metadona injeções de morfina causam menos euforia e abstinência Pentazocina efeito misto agonistaantagonista e m baixas doses tem potência similar a morfina pode causar depressão respiratória e disforia sem correspondência com o aumento das doses m aior afinidade por receptores K do que µ ad ministrada junto com morfina reduz seus efeitos Os principais usos dos opióides incluem Dores agudas severas de origem traumática fentanil morfina Dores médias de origem inflamatória codeina pentazocina propoxifeno Dores severas crônicas morfina As d ores crônicas neuropáticas não respondem a opióides e o uso de antidpressivos tricíclicos com a amitriptilina poder ser uma opção ou o tramadol um outro fármaco analgésico não exatemente opióide mas que tem ação agonista fraca sobre receptores µ As reações adver sas dos fármacos opióides incluem Sonolência redução dos reflexos disartria Depressão respiratória sem depressão concomitante da função cardiovascular Redução da motilidade gastrointestinal Retenção urinária Liberação de histamina Náusea e vômito Constrição pupilar Imunodepressão quando em uso crônico Hipotensão quando usado em altas dose s Straub espasmo da musculatura Febre Como outros efeitos observados com o uso de opiódes encontramse o desenvolvimento de resistência a dependência e a síndrome de abstinência A resistência ou tolerância pode ter desenvolvimento rápido entre 12 a 24h e pode ocorrer resistência cruzada A dependência está relacionada aos receptores µ tem efeitos reforçadores da euforia e raramente ocorre em pacientes sendo característico de quem abusa dessas drogas A síndrome de abstinência apresenta como sinais e sintomas irritabilidade perda de peso febre midríase náuseas diarréia ins ô nia convulsões Em pacientes costum a atingir a intensidade máxima em dois dias e desaparece em oito dias Diante da possibilidade de manifestação dessa síndrome devese evitar a retirada repentina desses fármacos indicandose proceder o desmame Os fármacos opióides também têm ação antitussígena Algumas dessas drogas como a code í na é utilizada para essa finalidade Especificamente a codeína tem um a dosagem indicada para o tratamento da tosse que é menor do que a indicada para o tratamento da dor Faça uma busca na internet sobre usando os termos antitussígeno narcótico ou antitussígeno opióide e depois antitussígeno não narcótico ou antitussígeno não opioide Anote as informações que encotrar 523 Antagonistas dos opióides Em caso de intoxicação acidental ou não por opiódes existem os antagonistas dos receptores de opioides nalorfina naloxona e naltrexona dentre estes a naloxona tem sido indicada para o tratamento da toxidade ou superdosagem 53 Ant ihistamínicos A histamina é um mediador químico endógeno conhecido desde 1900 tendo sido sitenteizada em 1907 Despertou grande interesse científico devido a sua variada atividade farmacológica Não é um mediador químico clássico da inflamação mas promove vasodilatação e bronconstrição Apresenta três funções fisiológicas básicas Mediador na hipersensibilidade tipo 1 alergia ao estimular o receptor H1 Estimula a secreção gástrica ao estimular o receptor H2 No SNC estado de vigília termorregulação regulação central do sistema cardiovascular Os receptores H1 apresentam maior afinidade pela histamina sendo ativados em cocentrações baixas desse mediador químico produzindo uma vasodilatação com início rápido porém de curta duração Os receptores H2 também estão envolvidos na vasodilatação porém são ativados apenas em concentrações mais altas de histamina produzem esse efeito com início mais lento e com duração maior Nesse tópico interessa abordar o uso dos antihistamínicos antagonistas do receptor H1 para controlar a hipersensilidade do tipo 1 e os antagonistas de receptores H2 para reduzir a secreção gástrica Os mastócitos são a fonte de histamina na reação de hipersensibiliade tipo 1 Existem duas gerações de antihistamínicos antagonistas do receptor H1 que estão apresentados no quadro 5 Os antagonistas do receptor H1 de primeira geração a travessam mais a barreira hematoencefálica BHE que os de segunda geração alguns apresentam também efeito anticolinérgico e bloqueador de α 1 seu efeito geral tem duraçã o curta com média de 3 a 6 horas a preparação de liberação lenta pode prolongar o efeito por até 12h Já as drogas de segunda geração s ão mais seletiv a s para o receptor H1 p raticamente isent a s de atividade anticolinérgica ou bloqueadora de α 1 são menos lipossol úveis e por isso atravessam menos a BHE apresentam maior T12 e por isso a duração do efeito é maior Quadro 5 Alguns fármacos antihistamínicos antagonistas do receptor H1 Antihistamínicos de primeira geração Antihistamínicos de segunda geração Carbinoxamina Difenidramina Dimedrinato Clemizol Mepiramina Bronfeniramina Clorfeniramina Ciclizina Hidroxizina Meclizina Isotipendina Prometazina Ciproeptadina Fenindamina Astemizol Azatadina Azelastina Ebastina Epinastina Fexonadina Terfenadina Loratadina Cetirizina As reações adversas referentes ao antagonistas de H1 incluem Sonolência lassidão fadiga fraqueza incapacidade de julgamento ataxia hiporreflexia ou hiperreflexia delírio tinido tremores convulsões síncope Taquicardia hipotensão ou hipertensão choque anormalidades eletrocardiográficas Febre hipertermia intensa Perda de apetite obstipação ou diarreia Dísúria retenção urinária insuficiência renal Ressecamento de mucosas Leucopenia agranulocitose anemia hemolítica hepatite Fotossensibilidade Os antagonistas do receptor H1 de segunda geração praticamente não apresentam as reações adversas referentes ao sistema nervoso central e ao efeito antimuscarínico entre as citada acima Os fármacos antagonistas do receptor H2 são úteis no tratamento da acidez estomacal pois o bloqueio desse receptor reduz a secreção gástrica Essa classe de fármacos inclui a cimetidina a famotidina a nizatidina e a ranitidina São fármacos muito seguros com baixa ocorrência de reações adversas que incluem diarreia ou obstipação cefaleia fadiga mialgia Quando admin i strados EV pode ocorrer confusão mental agitação e alicinações Segundo Katzung e Trevor 2017 alguns estudos sugerem que a adminstração EV aumenta o risco de pneumonia hospitalar em pacientes críticos 5 4 Conclusão O conhecimento dos mecanismos da inflamação da dor e da alergia permitem compreender o mecanismo de ação efeitos adversos e contraindicações dos diferentes fármacos antinflamatórios analgésicos e antialérgicos Os AINES e os analgésicos não opioides compartilham o mecanismo de ação efeitos adversos e contraindicações Os antinflamatórios esteroides apresentam um elenco de efeitos adversos que incluem a retenção hídrica a hipertensão dislipidemias e imunodepressão Quanto ao s analgésicos opioides paciente s podem desenvolver tanto tolerância quanto dependência Entre seus efeitos adversos está a depressão respiratória quem tem grande importância como causa de morte em situações de superdosagem acidental ou naqueles que abusam desses fármacos Os antihistamínicos que antagonistas do receptor H1 são usados para o controle da hipersensibilidade tipo I e aqueles que antagonizam os receptores H2 reduzem a acidez estomacal Os efeitos adversos são mais frequentes com os antagonistas H1 de primeira geração e incluem sonolência hiporreflexia hipotensão e alterações eletrocardiográficas Devido aos seus efeitos adversos e alta frequência de uso é preciso atenção especial a o s an algésicos e antinflamatórios como também aos antiahisitamínicos R esumo A inflamação e a dor estão entre as mais frequentes ou são de fato as mais frequentes demandas por intervenção farmacológicas O fármacos antinflamatórios são agrupados em antinflamatórios não esteroides AINES antinflamatórios esteroides Os AINES têm como mecanismo de ação a inibição da COX1 e da COX2 apresentando como pricipais efeitos adversos a dor epigástrica a inibição da agregação plaquetária e o aumento do risco de descolamento de placenta Esses fármacos elevam a produção de leucotrienos e por isso são contraindicados para o tratamento de processos inflamatórios pulmonares e para pacientes que tenham doença crônica com manifestação pulmonar como a DPOC e a asma Os antinflamatórios esteroides têm a estrutura molecular semelhante à cortisona isto é tem estrutura derivada do colesterol Seu mecanismo de ação consiste na inibição da enzima fosfolipase A2 e entre seus efeitos adversos estão a retenção de líquido a depressão da resposta imunológica inibição das glândulas suprarrenais elevação da glicemia em diabéticos dislipidemias e consequente aumento do risco para infarto hipertensão ginecomastia galactorreia e alteração do ciclo mestrual Os analgésicos não opióides compartilham o mecanismo de ação efeitos adversos e contraindicações com os AINES Diferente dos demais analgésicos não opióides o acetominofeno paracetamol inibe a COX3 na cortex cerebral e em caso de superdosagem pode provocar necrose hepática Os opióides são um grupo de fármacos que produzem analgesia ao ligaramse a receptores no sistema nervoso central Essas drogas podem causar dependência química e os pacientes podem desenvolver tolerância inclusive tolerância cruzada A molécula referência entre esses fármacos é a morfina com a qual os demais opioides são comparados especialmente quanto sua potência de ação Entre seus efeitos adversos temos a sonolência a liberação de histamina a retenção urinária redução da moltilidade gastrintestinal e depressão respiratória A superdosagem acidental ou não pode ser tratada com antagonistas dos opióides como a naloxona Os antihistamínicos antagonistas do receptor H1 são usados para o controle da hipersensibilidade tipo I e aqueles que antagonizam os receptores H2 reduzem a acidez estomacal As reações adversas são mais frequentes com o uso de antagonistas H1 de primeira geração e se referem a ação desses fármacos no sistema nervoso central e a seu efeito anticolinérgico R eferências CRAIG Charles R STITZEL Robert E ed Farmacologia moderna com aplicações clínicas 6 ed Rio de Janeiro RJ Guanabara Koogan c2005 815 p FUCHS Flávio Danni Org Farmacologia clínica e terapêutica 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2017 883 p KATZUNG Bertram G Farmacologia básica e clínica 13 ed Porto Alegre RS AMGH 2017 1046 p SILVA Penildon Org Farmacologia 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 20101325 p