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Engenharia Agronômica ·
Fertilidade do Solo
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MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO 2ª edição revisada e ampliada Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato Sem título1 11042016 1133 1 MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO Conhecer a fertilidade do solo é conhecer a solução para a sobrevivência do homem neste planeta 2ª edição revisada e ampliada Sem título1 11042016 1133 3 ii Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 4 MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO Tradução e adaptação do original em inglês International Soil Fertility Manual publicado pelo Potash Phosphate Institute PPI EUA em 1995 por Alfredo Scheid Lopes Engº Agrº MSc PhD em Fertilidade do Solo Professor Emérito do Deptº de Ciência do Solo Universidade Federal de Lavras Lavras MG e Consultor Técnico da ANDA São Paulo SP Publicado por Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato Rua Alfredo Guedes nº 1949 7º andar sala 701 13416900 PiracicabaSP Brasil 2ª edição revisada e ampliada Manual Internacional de Fertilidade do Solo iii Sem título1 11042016 1133 5 Normatização revisão e editoração eletrônica Engª Agrª Silvia Regina Stipp e Abdalla Arte desenhos Wilson Jonas Silveira É permitida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios de reprodução desde que seja citada a fonte IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO Campus Luiz de QueirozUSP Instituto da Potassa Fosfato Manual internacional de fertilidade do solo Tradução e adaptação de Alfredo Scheid Lopes 2 ed rev e ampl Piracicaba POTAFOS 1998 177 p il 1 Fertilidade do solo I Lopes Alfredo Scheid II Título CDD 63142 iv Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 6 APRESENTAÇÃO A primeira edição deste manual foi publicada pelo Potash Phosphate Institute em 1978 na sua versão original em Inglês Devido a grande procura pela comunidade agronômica da América Latina ele foi também publicado nas versões Espanhol e Por tuguês Com a crescente demanda de informações nas diferentes regiões do mundo abrangidas pelo programa internacional dos Institutos da Potassa e do Fosfato dos EUA e do Canadá PPIPPIC decidiuse então elaborar uma nova edição enfatizando respostas aos nutrientes obtidas em locais distintos dos citados na versão original O esforço conjunto da equipe internacional do PPIPPIC permitiu a elaboração do Ma nual Internacional de Fertilidade do Solo no idioma Inglês dentro deste novo enfoque A presente publicação é o resultado da excelente tradução do texto original para a língua portuguesa feita pelo Dr Alfredo Scheid Lopes Professor Emérito do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras Além das adaptações às nossas condições de clima e solo Prof Lopes incluiu notas explicativas novos conceitos visuais e apêndice com definições de conceitos níveis de fertilidade do solo e tabelas caracterizando os fertilizantes e calcários de acordo com a legislação vigente no país Espero que a aplicação inteligente dos ensinamentos contidos neste manual venha permitir melhores condições de competitividade aos agricultores brasileiros dentro da economia globalizada Piracicaba 21 de Dezembro de 1998 Tsuioshi Yamada diretor POTAFOS Manual Internacional de Fertilidade do Solo v Sem título1 11042016 1133 7 vi Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 8 ÍNDICE PÁGINA CAPÍTULO 1 Conceitos sobre Fertilidade do Solo e Produtividade1 CAPÍTULO 2 Reação do Solo e Calagem 23 CAPÍTULO 3 Nitrogênio 37 CAPÍTULO 4 Fósforo 51 CAPÍTULO 5 Potássio 67 CAPÍTULO 6 Os Nutrientes Secundários 79 CAPÍTULO 7 Os Micronutrientes 89 CAPÍTULO 8 Análise de Solo Análise Foliar e Técnicas de Diagnose 103 CAPÍTULO 9 Aspectos Econômicos e outros Benefícios da Adubação119 CAPÍTULO 10 Nutrientes de Plantas e o Ambiente 135 GLOSSÁRIO 145 ANEXOS 155 LITERATURA CONSULTADA 177 Manual Internacional de Fertilidade do Solo vii Sem título1 11042016 1133 9 viii Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 10 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 1 INTRODUÇÃO SOLOS SÃO o meio no qual as culturas desenvol vemse para alimentar e abrigar o mundo Entender a fertilidade do solo é compreender a necessidade bási ca para a produção vegetal1 ver Conceito de Produ ção 11 Como um agricultor pode fazer com que suas cul turas produzam de modo eficiente e competitivo sem solos férteis Como os extensionistas agrícolas podem ajudar os agricultores e darlhes informações técnicas sem a compreensão da fertilidade do solo A fertilidade é vital para a produtividade mas um solo fértil não é necessariamente um solo produtivo A má drenagem os insetos a seca e outros fatores po dem limitar a produção mesmo quando a fertilidade é adequada Para compreendermos completamente a fer tilidade do solo precisamos conhecer também os ou tros fatores que favorecem ou limitam a produtivida de CAPÍTULO 1 CONCEITOS SOBRE FERTILIDADE DO SOLO E PRODUTIVIDADE Página Introdução 1 Nutrientes essenciais para as plantas 2 Textura e estrutura do solo 2 Colóides e íons do solo 8 Capacidade de troca de cátions 9 Retenção de ânions no solo 9 Matéria orgânica do solo 13 Profundidade do solo 17 Declividade 17 Organismos do solo 17 Equilíbrio de nutrientes 17 Resumo 19 Perguntas de revisão 20 Para compreender a produtividade do solo é preci so reconhecer as relações soloplanta existentes Cer tos fatores externos controlam o crescimento das plan tas ar calor temperatura luz suporte mecânico nu trientes e água A planta depende do solo pelo menos em parte para a obtenção de todos estes fatores com exceção da luz Cada um desses fatores afeta direta mente o crescimento da planta e está relacionado aos demais ver Conceito de Produção 12 Uma vez que a água e o ar ocupam os espaços porosos do solo os fatores que afetam as relações hídricas necessariamente influenciam o arejamento Isto faz com que as mudanças no teor de umidade afetem a temperatura do solo A disponibilidade de nutrientes é influenciada pelo balanço entre solo e água assim como pela temperatura do solo O crescimento das raízes também é influenciado pela temperatura do solo bem como pela quantidade de água e pela aeração A fertilidade do solo na agricultura moderna é uma parte de um sistema dinâmico Os nutrientes estão sen do constantemente exportados na forma de produtos 1 O conceito de solo é mais abrangente pois inclui ainda o meio para a produção de energia renovável álcool por exemplo e moradia madeira para construção etc Manual Fertpmd 11042016 1149 1 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 2 de plantas e animais Infelizmente outros podem ser perdidos por lixiviação e erosão Além disso outros como o fósforo P e o potássio K podem ser retidos por certos tipos de argila do solo A matéria orgânica e os microrganismos do solo imobilizam e depois libe ram os nutrientes através do tempo Se o processo pro dutivo da agricultura fosse um sistema fechado o ba lanço nutricional poderia ser relativamente estável Isto não ocorre assim entretanto e é por isto que é essen cial compreender os princípios de fertilidade do solo para uma produção eficiente das culturas e para a pro teção ambiental As seções seguintes deste capítulo abordam as características do solo que influenciam o crescimento das plantas Os nutrientes essenciais para as plantas também são enumerados e classificados em catego rias Os capítulos seguintes deste manual caracterizam cada nutriente das plantas incluindo a quantidade re movida pelas culturas bem produtivas seu papel no crescimento das plantas seus sintomas de deficiência suas relações no solo os fertilizantes que os contêm e os impactos no ambiente NUTRIENTES ESSENCIAIS PARA AS PLANTAS Dezesseis elementos químicos são chamados es senciais para o crescimento das plantas Eles são divi didos em dois grupos principais os nãominerais e os minerais Os nutrientes nãominerais são o carbono C o hidrogênio H e o oxigênio O Estes nutrientes são encontrados na atmosfera e na água e participam da fotossíntese da seguinte maneira Luz 6CO2 12H2O 6O2 6CH2O 6H2O Dióxido de Água Oxigênio Carboidratos Água carbono Os produtos da fotossíntese são responsáveis pela maior parte do crescimento das plantas Quantidades insuficientes de dióxido de carbono água ou luz redu zem o crescimento A quantidade de água usada na fotossíntese é tão pequena que as plantas mostrarão deficiência hídrica antes do teor de umidade ser sufi cientemente baixo para afetar a velocidade da fotossín tese ver Conceito de Produção 12 Os treze nutrientes minerais que são fornecidos pelo solo estão divididos em três grupos primários secundários e micronutrientes1 Nutrientes primários Nitrogênio N Fósforo P Potássio K Nutrientes secundários Cálcio Ca Magnésio Mg Enxofre S Cinco nutrientes adicionais sódio Na cobalto Co vanádio V níquel Ni e silício Si têm sido considerados como essenciais para algumas plantas Estes cinco micronutrientes quase nunca são deficien tes em solos Os nutrientes primários geralmente tornamse deficientes no solo antes dos demais porque as plan tas os usam em quantidades relativamente grandes Os nutrientes secundários e os micronutrientes são geralmente menos deficientes e usados em quantida des menores Mas eles são tão importantes quanto os nutrientes primários para uma adequada fertilidade do solo As plantas precisam têlos à disposição quando e onde necessário2 TEXTURA E ESTRUTURA DO SOLO A textura do solo é determinada pela quantidade de areia silte e argila que ele possui Quanto menor o ta manho das partículas mais próximas da muito argilo sa e quanto maior o tamanho das partículas mais pró xima da arenosa estará a textura Por exemplo Um solo com alto teor de areia é classificado como de textura areia Quando pequenas quantidades de silte ou argila estão presentes o solo tornase de textura areia franca ou francaarenosa Os solos com predominância de argila são classi ficados como argiloso ou muito argiloso Quando a areia o silte e a argila estão presentes em proporções mais ou menos iguais o solo é classifi cado como tendo textura franca ou barrenta As 12 classes texturais para solos são mostradas na Figura 11 Uma simplificação em uso no Brasil é mostrada na Figura 12 1 Embora o silício Si não seja considerado como elemento essencial fisiologicamente é um elemento essencial sob os as pectos agronômicos notadamente para as gramíneas O cobalto Co é considerado um nutriente essencial para as leguminosas por ser indispensável ao Rhizobium microrganismo responsável pela fixação biológica do nitrogênio 2 Atualmente as deficiências de macronutrientes secundários especialmente enxofre e magnésio têm ocorrido com freqüência devido à maior exportação dos mesmos com o aumento das produções e também com o uso de adubos concentrados em N P e K que não contêm S e Mg como impurezas Micronutrientes Boro B Cloro Cl Cobre Cu Ferro Fe Manganês Mn Molibdênio Mo Zinco Zn Manual Fertpmd 11042016 1149 2 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 3 CONCEITO DE PRODUÇÃO 11 A EXPLOSÃO POPULACIONAL Para atender à crescente demanda da produção de alimentos especialistas da FAO estimam que é preciso a aumentar em 60 a produtividade das culturas nos países em desenvolvimento e b incorporar cerca de 200 milhões de novos hectares ao processo produtivo principalmente na região tropical do globo O caso do Brasil não é exceção com uma taxa de crescimento anual de 247 o que significa a duplicação da população a cada 279 anos implicando uma previsão de 202 milhões de habitantes no ano 2000 Se por um lado a situação brasileira é também preocupante quanto ao aumento da população possivelmente nenhum país tropical tem tantas perspectivas positivas de aumento da produtividade das culturas e de expansão da área cultivada para a produção de alimentos tanto para o consumo interno como para produzir excedentes exportáveis como o Brasil PARA QUE OS OBJETIVOS DA AGRICULTURA BRASILEIRA SEJAM ATINGIDOS É FUNDAMENTAL O USO EFICIENTE DE CORRETIVOS AGRÍCOLAS E FERTILIZANTES A humanidade levou 1830 anos para atingir o 1º bilhão de habitantes 100 anos para o 2º bilhão 30 anos para o 3º bilhão e no ano 2000 a expectativa é de 72 bilhões de pes soas na face da Terra Esta previsão foi estabelecida em 1975 Dados da FAO mais recen tes estimam para o ano 2025 uma população de 83 bilhões na face da Terra Manual Fertpmd 11042016 1149 3 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 4 CONCEITO DE PRODUÇÃO 12 FOTOSSÍNTESE O MILAGRE DA NATUREZA ESTE MODELO mostra como a planta usa a água e os nutrientes do solo e o oxigênio do ar para fabricar carboidratos C gorduras G e proteínas P Quanto mais ela puder fabricar mais alimen tos ou fibras ela irá produzir O homem ajuda a natureza neste processo de três maneiras 1 pelo fornecimento de mais nitrogê nio fósforo potássio calcário e outros nutrientes necessários para assegurar o suprimento adequado para a obtenção de produções ótimas 2 pelo controle da umidade através da irrigação eou drenagem ou de práticas que racionalizem o uso da água 3 por meio do preparo adequado e de práticas de manejo que deixem o meio ambiente o melhor possível para o crescimento Cabe aqui relembrar a Lei do Mínimo que enfatiza a importância de todos os nutrientes essenciais sem exceção Conceito de Produção 13 Manual Fertpmd 11042016 1149 4 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 5 Figura 11 Classes texturais para solos de acordo com a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo Figura 12 Versão simplificada das classes texturais para solos Manual Fertpmd 11042016 1149 5 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 6 CONCEITO DE PRODUÇÃO 13 A LEI DO MÍNIMO A BASE DA PRODUTIVIDADE O rendimento de uma colheita é limitado pela ausência de qualquer um dos nutrientes essenciais mesmo que todos os demais estejam disponíveis em quantidades adequadas A função de uma agricultura desenvolvida é colaborar com a natureza que fornece gratuitamente o gás carbônico CO2 a água H2O e a energia solar necessários ao processo de FOTOSSÍNTESE Mas a Lei do Mínimo não pode ser esquecida Para entendermos esse conceito vejamos a figura ao lado Cada tábua do barril representa um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas Neste exemplo se um solo deficiente em NPK for corrigido pela adubação com esses nutrien tes a deficiência de S passará a ser o próximo fator limitante Se as deficiências de NPK e S fo rem corrigidas a de Zn tornarseá a próxima limitante e assim sucessivamente Em resumo A produção das culturas é limi tada pelo nutriente mineral menos disponível para as plantas Os nutrientes minerais que em geral são fornecidos à planta pelo solo e complementados pelo uso de calcário adubação orgânica e adubação mineral são mostrados na figura ao lado Micronutrientes Boro B Cloro Cl Cobre Cu Ferro Fe Manganês Mn Molibdênio Mo Zinco Zn Nutrientes primários Nitrogênio N Fósforo P Potássio K Nutrientes secundários Cálcio Ca Magnésio Mg Enxofre S Manual Fertpmd 11042016 1149 6 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 7 A textura e a estrutura do solo influenciam a quantidade de ar e de água que as plantas em cresci mento podem obter O tamanho das partículas é im portante por duas razões As partículas menores de argila são mais forte mente unidas do que as partículas maiores de areia Isto significa que existem pequenos poros para a água e para o ar As partículas menores apresentam superfícies es pecíficas muito maiores do que as partículas maio res Por exemplo a maior partícula de argila tem cerca de 25 vezes mais área de superfície do que a menor partícula de areia À medida que a área de superfície aumentar a quantidade de água adsorvida retida aumentará Conseqüentemente as areias retêm pouca água porque seu grande espaço poroso permite a drenagem livre da água dos solos As argilas adsorvem relativa mente grandes quantidades de água e seus menores espaços porosos a retêm contra as forças da gravida de Apesar dos solos argilosos possuírem maior capa cidade de retenção de água que os solos arenosos nem toda esta umidade está disponível para as plantas em crescimento Os solos argilosos e aqueles com altos teores de matéria orgânica retêm mais fortemente a água que os solos arenosos Isto significa mais água não disponível Assim sendo os solos argilosos retêm mais água do que os arenosos mas a maior parte des ta água não é disponível O termo capacidade de campo define a quanti dade de água que permanece no solo após cessar o fluxo gravitacional Ela é expressa em porcentagem de peso1 A quantidade de água que um solo ainda contém após as plantas secarem de modo permanente é cha mada de ponto de murcha permanente A água ain da está presente neste ponto mas é tão fortemente retida que as plantas não têm capacidade para utilizá la A água disponível para as plantas em crescimento é a quantidade que o solo contém entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente A Fi gura 13 mostra como a água disponível varia de acor do com a textura do solo2 Figura 13 Variação na quantidade de água disponível para as plantas em algumas classes texturais de solos Os solos arenosos não podem armazenar tanta água quanto os solos argilosos mas uma maior porcenta gem da água que está presente nos solos arenosos está disponível Conseqüentemente não existe uma rela ção constante entre textura do solo e água disponível como é mostrado na Figura 13 Os solos de textura fina argila e muito argiloso são facilmente compactados Isto reduz o espaço poroso o que limita o movimento do ar e da água através do solo causando um grande escorrimento superficial das águas da chuva O déficit hídrico pode tornarse um problema mesmo sob fortes chuvas As argilas são pegajosas quando molhadas e formam torrões duros quando secas Conseqüentemente o teor adequado de umidade é extremamente importante quando o solo é preparado para o plantio3 Os solos arenosos são por natureza mais secos porque retêm pouca água Eles são soltos com menor tendência para a compactação do que os argilosos e fáceis de preparar Entretanto os solos que contêm al tas proporções de areia muito fina são facilmente com pactados 1 Muitos solos do Brasil e da região tropical embora com altos teores de argila comportamse em termos de retenção de água como solos arenosos São solos com argilas de baixa atividade caulinita e sesquióxidos em geral altamente poro sos Muitos Latossolos sob cerrado apresentam esta característica 2 O conceito de água disponível é clássico e de natureza estática Contudo atualmente este conceito é concebido como de natureza dinâmica A maior ou menor quantidade de água disponível dependerá das interações da água dentro do sistema soloplantaatmosfera 3 Muitos solos da região tropical mesmo com altos teores de argila apresentam excelente agregação e estrutura Isto é devido à presença de oxihidróxidos de ferro e alumínio em teores elevados Muitos Latossolos brasileiros apresentam excelentes condições de estrutura Manual Fertpmd 11042016 1149 7 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 8 Os solos com alto teor de silte são geralmente os que apresentam a pior estrutura As partículas se agre gam e eles são compactados muito facilmente O manejo adequado ajuda a manter ou desenvol ver uma boa estrutura no solo O tamanho e a forma dos grânulos determinam a qualidade da estrutura A melhor estrutura é aquela em blocos e granular com as partículas agregadas para permitir o livre movimento do ar e da água A estrutura do solo influencia de modo marcante o crescimento das raízes e da parte aérea À medida que o solo tornase mais compacto a proporção de maio res espaços porosos decresce o crescimento das raízes diminui e a produção declina O solo ideal para a produção das culturas deve pos suir as seguintes características Textura franca e teor adequado de matéria orgâni ca para o movimento da água e do ar Quantidade suficiente de argila para reter a umida de de reserva no solo Subsolo permeável e profundo com níveis ade quados de fertilidade Meio ambiente adequado para as raízes se aprofun darem em busca de umidade e nutrientes COLÓIDES E ÍONS DO SOLO À medida que os solos são formados durante os processos de intemperização alguns minerais e a ma téria orgânica são reduzidos a partículas extremamen te pequenas As mudanças químicas diminuem ainda mais estas partículas até o ponto em que elas não po dem ser vistas a olho nu Estas partículas de menor tamanho são chamadas de colóides Os cientistas aprenderam que os colóides minerais argilosos possuem estrutura semelhante a placas e são de natureza cristalina Na maioria dos solos os colóides argilosos excedem em quantidade os colóides orgâni cos Os colóides são os principais responsáveis pela atividade química dos solos O tipo de material de origem e o grau de intempe rização determinam os tipos de argila presentes no solo Uma vez que os colóides do solo são derivados destas argilas sua atividade também é influenciada pelo ma terial de origem e pela intemperização Cada colóide argiloso ou orgânico apresenta uma carga líquida negativa desenvolvida durante o pro cesso de formação Isto significa que ele pode atrair e reter partículas com carga positiva do mesmo modo que pólos diferentes de um ímã se atraem Os colóides repelem outras partículas de carga negativa da mes ma forma que pólos idênticos de um ímã se repelem1 Um elemento com uma carga elétrica é chamado de íon O potássio o sódio o hidrogênio o cálcio e o magnésio possuem cargas positivas Eles são chama dos de cátions e podem ser escritos na forma iônica como é mostrado a seguir Note que alguns cátions possuem mais de uma carga positiva Tabela 11 Tabela 11 Cátions comuns do solo seus símbolos quí micos e formas iônicas Cátion Símbolo químico Forma iônica Potássio K K Sódio Na Na Hidrogênio H H Cálcio Ca Ca 2 Magnésio Mg Mg 2 Os íons com cargas negativas tais como o nitrato e o sulfato SO4 2 são chamados de ânions A Tabela 12 mostra alguns ânions comuns Os colóides de cargas negativas atraem os cátions e os retêm como um ímã retêm pequenos pedaços de metal Esta característica dos colóides explica porque o nitrogênio na forma de nitrato NO3 é lixiviado mais facilmente do solo do que o nitrogênio na forma de amônio NH4 O nitrato possui uma carga negativa fraca como os colóides do solo Assim sendo o nitra to não é retido pelo solo mas permanece como um íon livre na água do solo passível de ser lixiviado através do perfil em alguns solos e sob certas condições de pluviosidade Este conceito é mostrado na Figura 14 1 A carga negativa do solo pode ser permanente e variável A carga variável que depende do pH do solo é muito importante para as condições da maioria dos solos brasileiros Sob estas condições as únicas formas de aumentar a carga negativa variável e conseqüentemente aumentar a capacidade de troca de cátions CTC é através da calagem elevação do pH manejo adequado dos restos culturais adubação verde e adubação orgânica Tabela 12 Ânions comuns do solo seus símbolos quí micos e formas iônicas Ânion Símbolo químico Forma iônica Cloreto Cl Cl Nitrato N NO3 Sulfato S SO4 2 Fosfato P H2PO4 Manual Fertpmd 11042016 1149 8 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 9 Figura 14 Atração dos cátions cargas positivas pelos colóides de cargas negativas argilas e ma téria orgânica existentes no solo ânions são repelidos CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS ver Conceitos de Produção 14 15 e 16 Os cátions retidos nos colóides do solo podem ser substituídos por outros cátions Isto significa que eles são trocáveis Por exemplo o cálcio pode ser trocado por hidrogênio eou potássio ou viceversa O número total de cátions trocáveis que um solo pode reter a quantidade de sua carga negativa é chamada de sua capacidade de troca de cátions ou CTC Quanto maior o valor da CTC do solo maior o número de cátions que ele pode reter Os solos diferem na sua capacidade de retenção de K trocável e de outros cátions A CTC depende da quantidade e do tipo de argila e de matéria orgânica presentes Por exemplo um solo com alto teor de argi la pode reter mais cátions trocáveis do que um solo com baixo teor de argila A CTC também aumenta com o aumento no teor de matéria orgânica A CTC de um solo é expressa em termos de centi mols por decímetro cúbico de solo e é escrita como cmolcdm3 Geralmente os minerais de argila apresen tam valores de CTC variando entre 10 e 150 cmolcdm3 A CTC da matéria orgânica varia de 200 a 400 cmolc dm3 Conseqüentemente o tipo e a quantidade de argi la e de matéria orgânica influenciam muito a CTC dos solos1 Onde os solos são altamente intemperizados e com baixos teores de matéria orgânica os valores da CTC são baixos Onde ocorreu menos intemperização e os níveis de matéria orgânica são geralmente mais altos os valores da CTC podem ser bastante altos Os solos argilosos com alta CTC podem reter grandes quanti dades de cátions contra o potencial de perda por lixi viação Os solos arenosos com baixa CTC retêm so mente pequenas quantidades de cátions2 Isto faz com que a época e as doses de fertilizantes a serem aplicadas sejam importantes ao se planejar um programa de adubação Por exemplo pode não ser aconselhável aplicar potássio em altas doses em solos muito arenosos em climas onde as chuvas podem ser muito intensas e abundantes A aplicação de fertilizan tes nestas condições deve ser parcelada para evitar a lixiviação e as perdas por erosão especialmente nos trópicos úmidos Além disso o parcelamento nas apli cações de nitrogênio o uso de inibidores da nitrificação e a aplicação em épocas adequadas para atender os picos da demanda das culturas são importantes para diminuir o potencial de lixiviação de nitratos em solos arenosos Porcentagem de saturação por bases a porcen tagem da CTC a pH 70 ocupada pelos principais cátions foi usada no passado para desenvolver programas de adubação A idéia é que certas relações de nutrien tes ou balanços são necessários para assegurar ab sorção adequada e atingir altas produções As pesqui sas têm demonstrado entretanto que as amplitudes ou relações de saturação por cátions têm pouca ou ne nhuma utilidade na grande maioria dos solos Sob con dições de campo as amplitudes dessas relações po dem apresentar grandes variações sem efeitos detri mentais desde que os níveis dos nutrientes individuais presentes no solo sejam suficientes para atingir o óti mo crescimento das plantas3 RETENÇÃO DE ÂNIONS NO SOLO Não existe um mecanismo totalmente definido para explicar a retenção de ânions pelo solo O nitrato por exemplo é completamente móvel e movimentase livremente com a água do solo Sob chuvas excessivas ele movimentase no sentido descendente Sob condi ções extremamente secas ele movimentase no sentido ascendente com a umidade do solo causando seu acú mulo na superfície do solo 1 O termo cmolcdm3 equivale à expressão meq100 cm3 usada no passado Alguns laboratórios expressam dados de CTC em mmolcdm3 que equivale a 10 x cmoldm3 2 Solos com alta CTC no Brasil são muito mais uma exceção do que regra Nestas condições existe predisposição para as altas taxas de lixiviação fazendo com que o parcelamento da adubação nitrogenada e às vezes da adubação potássica sejam determinantes para aumentar a eficiência das adubações 3 A grande maioria dos solos ácidos do Brasil apresenta a CTC com dominância de alumínio Al3 Conseqüentemente nestas condições a porcentagem de saturação por cálcio magnésio e potássio é muito baixa As definições de vários parâmetros ligados à CTC e sua importância para o manejo da fertilidade do solo encontramse no Anexo 1 Manual Fertpmd 11042016 1149 9 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 10 CONCEITO DE PRODUÇÃO 14 CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS CTC uma ajuda ao manejo do solo e à aplicação de nutrientes CÁTIONS são íons ou moléculas de nutrientes com carga positiva cálcio Ca2 magnésio Mg2 potássio K sódio Na hidrogênio H e amônio NH4 PARTÍCULAS DE ARGILA são constituintes do solo com carga negativa Estas partículas atraem seguram e liberam partículas de nutrientes com carga positiva cátions As partículas de matéria orgânica também têm carga negativa para atrair os cátions de carga positiva As partículas de areia não apresentam reação CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS CTC é a capacidade do solo para reter e trocar cátions A energia da carga positiva dos cátions varia fazendo com que um cátion substitua outro na partícula do solo que tem carga negativa UMA VISÃO ESQUEMÁTICA DA TROCA DE CÁTIONS ALGUMAS APLICAÇÕES PRÁTICAS SOLOS COM CTC ENTRE 11 e 50 SOLOS COM CTC ENTRE 1 e 10 Alto teor de argila Alto teor de areia Mais calcário é necessário para corrigir um Maior predisposição para a lixiviação de dado valor de pH nitrogênio e potássio Maior capacidade para reter nutrientes a Menos calcário é necessário para corrigir uma certa profundidade do solo um dado valor de pH Características físicas de um solo com alto Características físicas de um solo com alto teor de argila teor de areia Alta capacidade de retenção de água Baixa capacidade de retenção de água CTC 25 MAIOR TEOR DE ARGILA MAIS POSIÇÕES PARA RETER CÁTIONS CTC 5 BAIXO TEOR DE ARGILA POUCAS POSIÇÕES PARA RETER CÁTIONS Manual Fertpmd 11042016 1149 10 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 11 CONCEITO DE PRODUÇÃO 15 PARTÍCULAS DE ARGILA E MATÉRIA ORGÂNICA ARGILA gkg Areia franca 5 50 Francoarenoso 10 100 Francosiltoso 20 200 Francoargilosiltoso 30 300 Francoargiloso 35 350 Argila 50 500 Muito argiloso 70 700 PARA COMPREENDERMOS O COMPORTAMENTO DOS NUTRIENTES no solo nós precisamos compreender o papel das partículas de argila e de matéria orgânica Todos os solos agrícolas contêm algum teor de argila e de matéria orgânica Os teores de argila de algumas classes texturais são mostrados acima O ESQUEMA ABAIXO EXPLICA 1 como os cátions são retidos pela argila e pela matéria orgânica para resistir à lixiviação e 2 como os ânions são repelidos TEXTURA DO SOLO Manual Fertpmd 11042016 1149 11 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 12 CONCEITO DE PRODUÇÃO 16 O SOLO COMO UM RESERVATÓRIO DE CÁTIONS Adaptada de Raij 1981 Neste exemplo a acidez ativa é mostrada no valor atual do solo pH 49 A CTC a pH 70 é represen tada pelo reservatório total de cátions do solo que abrange os cátions básicos Ca2 Mg2 K e Na Soma de bases e os cátions ácidos Al3 acidez trocável H acidez não trocável O valor de pH dá uma idéia da relação entre a soma de cátions ácidos e de cátions básicos no solo Quanto mais ácido for um solo maior o teor destes cátions ácidos e menor o teor de cátions básicos A calagem bem feita adicionando cálcio e magnésio ao solo e elevando o pH inverte esta situação estabelecendo maior porcentagem de cátions básicos em relação aos cátions ácidos Para maiores detalhes sobre os conceitos de acidez e CTC do solo ver Anexo 1 O conceito do solo como um reservatório de cátions pela sua importância justifica seu interrelacionamento com os conceitos de acidez Os cátions elementos quími cos que ocorrem nos solos podem ser ácidos ou básicos Cátions ácidos Hidrogênio H Alumínio Al3 Cátions básicos Cálcio Ca2 Magnésio Mg2 Potássio K Sódio Na Manual Fertpmd 11042016 1149 12 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 13 O sulfato pode ser retido um tanto fracamente em alguns solos sob certas condições Em valores baixos de pH cargas positivas podem desenvolverse nas arestas quebradas das argilas tais como a caulinita Os solos contendo óxidos hidratados de ferro e alumínio tanto no solo superficial como no subsolo adsorvem o sulfato nas cargas positivas que se desenvolveram Mas esta pequena retenção tem pouca conseqüência em pH acima de 60 Grandes quantidades de sulfato podem ser retidas através de acumulações de gesso em re giões áridas e semiáridas Os sais de sulfato podem ser retidos na superfície dos colóides do solo e o íon sulfato pode ser fracamen te retido por outros complexos nos quais são adsorvidos A matéria orgânica algumas vezes desenvolve cargas positivas quando isto acontece o sulfato pode ser atraí do por ela MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO ver Conceitos de Produção 17 e 18 A matéria orgânica do solo consiste em resíduos de plantas e de animais em fases de decomposição Os níveis adequados são benéficos ao solo de várias formas 1 melhoram as condições físicas 2 aumen tam a infiltração de água 3 melhoram o solo para o preparo 4 diminuem as perdas por erosão 5 forne cem nutrientes para as plantas e 6 aumentam a CTC A maioria dos benefícios ocorre em função dos produtos liberados à medida que os resíduos orgânicos são decompostos no solo A matéria orgânica contém cerca de 5 de nitrogênio total assim ela serve como uma reserva de nitrogênio Mas o nitrogênio na matéria orgânica está na forma de compostos orgânicos não imediatamente disponíveis para o uso pelas plantas uma vez que a decomposição normalmente ocorre de forma lenta Apesar de um solo poder conter muita matéria orgânica os adubos nitroge nados são necessários para assegurar às culturas não leguminosas uma fonte adequada de nitrogênio pronta mente disponível especialmente àquelas culturas que necessitam de altos níveis deste nutriente Outros elementos essenciais para as plantas tam bém estão contidos na matéria orgânica do solo Os re síduos de plantas e de animais contêm quantidades variáveis de elementos minerais como o fósforo o mag nésio o cálcio o enxofre e os micronutrientes À medida que a matéria orgânica se decompõe estes elementos tornamse disponíveis para as plantas em crescimento A decomposição da matéria orgânica tende a libe rar nutrientes mas o nitrogênio e o enxofre podem ser temporariamente imobilizados durante o processo Os microrganismos que decompõem a matéria orgânica necessitam de nitrogênio para formar proteínas em seus corpos Se a matéria orgânica que está sendo decom posta possuir uma alta relação carbononitrogênio CN o que significa pouco nitrogênio estes organismos usa rão o nitrogênio disponível proveniente do solo e dos fertilizantes Assim quando os resíduos de algodão e os colmos de milho ou a palha de aveia e de trigo são incorpora dos ao solo devese aplicar nitrogênio adicional se uma cultura vai ser plantada logo a seguir Do contrário esta cultura pode sofrer deficiência temporária de nitrogênio Eventualmente o nitrogênio imobilizado nos corpos dos organismos do solo tornase disponível à medida que estes organismos morrem e se decompõem Com sistemas de cultivo conservacionistas cultivo mínimo ou plantio direto e o resultante aumento de resíduos à medida que a produção aumenta o manejo do nitrogênio exige atenção extra até que um novo equilíbrio seja atingido Cuidado extra deve ser tomado para evitar deficiências pelo uso de pouco de nitrogênio Ao mesmo tempo as doses usadas não devem exceder as necessidades das culturas de modo que o potencial de lixiviação de nitrato seja minimizado Ver Capítulo 10 para maiores detalhes no manejo do nitrogênio Em muitas áreas dos trópicos a maioria dos solos apresenta sob condições naturais baixos teores de matéria orgânica como resultado de altas temperaturas e alta pluviosidade que aceleram a sua decomposição Pesquisas têm mostrado entretanto que o teor de matéria orgânica pode ser aumentado com manejo adequado que permita maior produção das culturas e de resíduos por hectare Em áreas mais frias onde a decomposição é mais lenta os níveis naturais de ma téria orgânica podem ser muito altos Com adubação adequada e boas práticas de manejo são produzidas maiores quantidades de resíduos das culturas Em mi lharais de alta produtividade até oito toneladas de resí duos são deixadas no campo após a colheita dos grãos Os resíduos ajudam a manter e aumentar os níveis de matéria orgânica nos solos Ela é benéfica para as pro priedades físicas químicas e microbianas do solo Ela deve ser aplicada regularmente para manter a produção das culturas O ponto importante é manter uma quan tidade suficiente de resíduos sendo reciclada pelo solo1 1 A maioria dos solos encontrados no Brasil apresenta sob condições naturais teores médios a altos de matéria orgânica Na região dos cerrados por exemplo a seca prolongada cerca de 6 meses o pH ácido e a baixa disponibilidade de nutrientes reduzem a taxa de mineralização da matéria orgânica permitindo uma acumulação relativa na camada superficial do solo Entretanto sob manejo inadequado e cultivo intensivo notadamente nos solos arenosos esta matéria orgânica pode ser reduzida a níveis baixíssimos em poucos anos Manual Fertpmd 11042016 1149 13 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 14 CONCEITO DE PRODUÇÃO 17 IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA Ao contrário do que algumas pessoas chegam a acreditar a matéria orgânica não é indispensável para as culturas As plantas podem ser cultivadas usandose apenas produtos químicos como é feito em escala comercial em cultivos hidropônicos de hortaliças muito importan tes em países de clima temperado Libera lentamente fósforo nitro gênio enxofre e água Apresenta alta capacidade de troca de cátions CTC A planta na realidade é uma fábrica de matéria orgânica que ela sintetiza a partir apenas de água gás carbônico e nutrientes minerais e fixando a energia solar através da fotossíntese como foi visto no Con ceito de Produção 12 A matéria orgânica decomposta húmus contudo tornase essencial para os solos cultivados devido a um ou mais dos efeitos mostrados neste conceito de produção Melhora a nutrição das plantas em micronutrientes pela forma ção de quelatos Solubiliza nutrientes nos solos minerais Continua Manual Fertpmd 11042016 1149 14 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 15 Melhora a estrutura do solo Aumenta a capacidade de retenção de água Reduz a toxidez de pesticidas e outras substâncias Favorece o controle biológico pela maior população microbiana Exerce efeitos promotores de crescimento Melhora a capacidade tampão do solo CONCEITO DE PRODUÇÃO 17 Continuação Manual Fertpmd 11042016 1149 15 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 16 CONCEITO DE PRODUÇÃO 18 A MANUTENÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO Com o manejo adequado é possível não apenas reduzirse a intensidade desse processo B mas até revertêlo C levando a um aumento no teor de matéria orgânica com os anos de cultivo A preservação da matéria orgânica se faz através da combinação de várias técnicas de manejo Adubação mineral Conservação do solo e da água Adubação verde Rotação de culturas Consorciação de culturas Manejo adequado dos restos culturais Cultivo mínimo eou plantio direto Adubação orgânica É dever de todos proteger e conservar o maior patrimônio nacional pois a nação que destrói o seu solo destrói a si mesma Franklin Delano Roosevelt A preservação ou mesmo o aumento do teor de matéria orgânica do solo pelos motivos apresentados no Conceito de Produção 17 são essenciais para a ma nutenção do processo produtivo da agri cultura É comum observarse a diminuição acen tuada do teor de matéria orgânica com o passar dos anos A quando áreas sob floresta ou mesmo sob cerrado são pos tas sob cultivo inadequado Manual Fertpmd 11042016 1149 16 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 17 OUTROS FATORES QUE AFETAM A PRODUTIVIDADE DO SOLO PROFUNDIDADE DO SOLO A profundidade do solo pode ser definida como aque la profundidade de material do solo que é favorável para a penetração das raízes das plantas Solos pro fundos bem drenados com textura e estrutura desejá veis são favoráveis para a produção das culturas As plantas necessitam de grande profundidade para o cres cimento das raízes e para assegurar a absorção de nu trientes e de água As raízes atingirão 1 a 2 m quando o solo permitir As raízes de alfafa podem atingir 3 a 4 m de profundidade mesmo em solos compactados A profundidade das raízes pode ser limitada por bar reiras físicas e químicas assim como por um lençol freático elevado Camadas adensadas leitos de folhe lhos camadas de cascalho e acumulações de sais so lúveis são muito difíceis de corrigir mas um lençol freático elevado geralmente pode ser corrigido com a drenagem adequada ver Conceito de Produção 191 Na Tabela 13 são mostradas as relações entre a produtividade e a profundidade efetiva do solo Tabela 13 Influência da profundidade do solo na produ tividade relativa Profundidade do solo Produtividade relativa utilizável pela cultura cm 30 35 60 60 90 75 120 85 150 95 180 100 DECLIVIDADE A topografia da área determina a quantidade de escorrimento superficial e de erosão levando junto os nutrientes do solo Ela também determina os métodos de irrigação drenagem e outras melhores práticas de manejo MPM necessárias para a conservação do solo e da água Quanto maior a declividade mais manejo é necessário aumentando o trabalho e os custos dos equipamentos Uma certa declividade torna o solo não adequado para a produção de culturas anuais A facili dade com a qual a superfície do solo sofre o processo erosivo juntamente com a declividade é um fator de terminante do potencial de produtividade do solo A Tabela 14 relaciona a produtividade com a declividade e a erodibilidade do solo Tabela 14 Produtividade relacionada com declividade e erodibilidade do solo Produtividade relativa 1 Solo não facilmente Solo facilmente erodível erodível 01 100 95 13 90 75 35 80 50 58 60 30 1 Preparo conservacionista e sistemas de produção que man tém resíduos de culturas na superfície do solo ajudam a reduzir os efeitos prejudiciais da declividade ORGANISMOS DO SOLO Vários grupos de organismos vivem no solo Eles variam em tamanho desde microscópicos bactérias nematóides e fungos até grupos visíveis a olho nu minhocas e larvas de insetos Alguns microrganismos causam várias reações favoráveis no solo como a de composição dos resíduos das plantas e dos animais Eles ajudam a acelerar a ciclagem de nutrientes Ou tras reações são danosas tais como o desenvolvimen to de organismos que causam doenças em plantas e em animais A maioria dos organismos do solo depende da ma téria orgânica como alimento e fonte de energia con seqüentemente eles são encontrados nos primeiros 30 cm do solo Os fatores que afetam a abundância dos microrganismos incluem umidade temperatura aeração suprimento de nutrientes pH do solo e tipo de cultura Bom manejo da adubação juntamente com outras MPM ajudam a manter os organismos benéficos do solo em níveis adequados O Capítulo 3 discute as atividades de alguns tipos de organismos do solo EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES O equilíbrio de nutrientes é um conceito vital em fertilidade do solo e para a produção das culturas O nitrogênio N pode ser o primeiro nutriente limitante para plantas não leguminosas Mas sem quantidades adequadas de outros nutrientes o nitrogênio não pode fazer tudo o que é capaz À medida que a adubação nitrogenada aumenta as produções a cultura extrai mais dos outros nutrientes como é mostrado na Tabela 15 1 Uma das maiores limitações ao desenvolvimento do sistema radicular em muitos solos do Brasil notadamente aqueles sob cerrado consiste nas condições de acidez altos teores de Al e baixa disponibilidade de Ca e Mg Análises químicas das camadas mais profundas do solo podem diagnosticar as áreas com este tipo de problema Declividade Manual Fertpmd 11042016 1149 17 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 18 CONCEITO DE PRODUÇÃO 19 BARREIRAS QUÍMICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS RAÍZES A preocupação com a avaliação da fertilidade do solo não deve restringirse apenas à camada arável do solo ou seja à camada de 0 a 20 cm de profundidade Muitas vezes a falta de cálcio eou o excesso de alumínio no subsolo limitam o crescimento das raízes em profundidade com uma série de implicações de ordem prática Nestas condições a planta com um sistema radicular limitado fica impossibilitada de obter água e nutrientes do subsolo principalmente o mais importante e caro deles o nitrogênio cuja forma nítrica NO3 facilmente lixivia para o subsolo Em áreas sujeitas a veranicos esses problemas são ainda mais acentuados A solução não é fácil mas uma série de aspectos de manejo do solo e do nitrogênio ajudam a diminuir este problema Amostragem do solo também nas camadas de 20 a 40 cm e às vezes até 60 a 80 cm para verificar se o problema existe Incorporação mais profunda do calcário fazendo correção da dose de acordo com a profun didade adicional de incorporação As recomendações de calagem são em geral baseadas na camada de 0 a 20 cm Utilização de doses mais elevadas de calcário que concorrem com o passar dos anos para diminuir os problemas no subsolo Uso do gesso agrícola que também favorece o aprofundamento das raízes em certos solos Cultivo de variedades mais tolerantes à acidez Planta com desenvolvimento radicular adequado Planta com desenvolvimento radicular limitado à camada arável Manual Fertpmd 11042016 1149 18 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 19 Tabela 15 Aumento da exigência de potássio por uma cultura forrageira à medida que recebe mais nitrogênio N aplicado anualmente K2O removido kgha kgha 0 112 112 202 224 258 336 274 Texas EUA O bom desenvolvimento das culturas exige um equi líbrio adequado dos nutrientes O exemplo da Tabela 16 com o milho mostra como o fósforo P em equilí brio com nitrogênio N aumentou a produtividade e a eficiência e absorção de N Tabela 16 Efeito de doses de P na produtividade do mi lho e eficiência do uso de N Eficiência Absorção de N de N kgkg N kgha 0 91 301 211 225 99 327 230 450 106 351 246 900 109 361 253 1350 112 371 261 Análise de solo P 1225 kgha Ohio EUA Dose de N uniforme de 270 kgha absorção de N calcula da como 0023 kgkg de produção Dose de P2O5 Produtividade kgha tha Vários fatores controlam a produtividade do solo sendo que o uso de fertilizante é apenas um desses fatores As falhas no uso de práticas adequadas de pro dução reduzem os benefícios potenciais dos fertilizan tes e limitam a produtividade O conhecimento dos fa tores que controlam a produtividade e a aplicação des se conhecimento são os objetivos deste manual Não se pretende responder a todas as perguntas mas aju dar a resolver os problemas que podem limitar a capa cidade de produção do solo RESUMO Manual Fertpmd 11042016 1149 19 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 20 CAPÍTULO 1 CONCEITOS SOBRE FERTILIDADE DO SOLO E PRODUTIVIDADE PERGUNTAS DE REVISÃO 1 C ou E Um solo fértil é um solo produtivo 2 Os seis 6 fatores externos que controlam o crescimento das plantas são e 3 A textura do solo é definida como a quantidade relativa de e no solo 4 C ou E Os solos arenosos apresentam textura mais fina do que os solos argilosos 5 Qual o solo que apresenta a maior capacidade de retenção de água o arenoso ou o argiloso 6 Qual o solo que apresenta o maior espaço poroso o arenoso ou o argiloso 7 define a água que permanece após cessar o fluxo gravitacional enquanto é a quantidade de água que o solo contém após as plantas murcharem de forma permanente 8 A água que a planta usa para seu crescimento é chamada 9 C ou E Um colóide do solo é visível a olho nu 10 Os colóides do solo apresentam cargas que são desenvolvidas durante o processo de formação do solo 11 Um cátion possui carga ou 12 Um ânion possui carga ou 13 Com base no fato de que cargas opostas se atraem quais dos seguintes íons seriam atraídos pelos colóides do solo K cátion NO3 SO4 2 Ca2 ânion 14 O número total de cátions expresso como cmolcdm3 ou mmolcdm3 que um solo pode reter é chamado de ou de 15 Quais dos seguintes fatores afetam a CTC do solo tipo de argila matéria orgânica teor de argila 16 Qual apresenta maior CTC a argila ou a matéria orgânica 17 A porcentagem da CTC total ocupada por cada um dos cátions principais é chamada 18 C ou E Sob certas condições ânions como NO3 e SO4 2 podem ser retidos pelo solo 19 consiste de resíduos de plantas e de animais em vários estádios de decomposição 20 Quais dos seguintes são benefícios da matéria orgânica melhora as condições físicas aumenta a infiltração de água melhora o solo para o preparo reduz a erosão melhora a nutrição das plantas 21 C ou E O nitrogênio é usado pelos organismos do solo para formar as proteínas dos seus corpos 22 Quais dos resíduos seguintes apresentam alta relação CN resíduos de algodão palha de trigo palha de alfafa colmos do milho Manual Fertpmd 11042016 1149 20 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 21 23 C ou E Os níveis de matéria orgânica são normalmente mais altos em climas mais quentes e com maior plu viosidade 24 C ou E A profundidade do solo afeta a produtividade 25 C ou E A declividade do solo afeta a produtividade 26 Dentre todos os fatores que limitam a profundidade efetiva do solo um eleva do é o mais fácil de corrigir 27 Entre e de declividade um solo sujeito a erosão atinge 75 de sua produtividade relativa 28 Os fatores que afetam a abundância relativa dos organismos do solo incluem e 29 C ou E O balanço de nutrientes é um importante princípio em fertilidade do solo 30 e são classificados como elementos não minerais 31 Classifique os seguintes como nutrientes primários secundários e micronutrientes N Ca B K P S Fe Zn Mg Cu Mo e Mn Manual Fertpmd 11042016 1149 21 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 22 Manual Fertpmd 11042016 1149 22 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 23 O QUE É pH DO SOLO O TERMO pH define a acidez ou a alcalinidade re lativa de uma substância A escala de pH cobre uma amplitude de 0 a 14 Um valor de pH igual a 70 é neu tro Valores abaixo de 70 são ácidos e acima de 70 são básicos O pH da maioria dos solos produtivos va ria entre os valores de 40 e 90 Os graus de acidez e CAPÍTULO 2 REAÇÃO DO SOLO E CALAGEM Página O que é pH do solo 23 Fatores que afetam o pH do solo 24 Como medir o pH do solo 25 Determinação das necessidade de calcário 25 Porque os solos ácidos devem receber calagem 26 Os níveis desejáveis de pH variam 30 Como o calcário reduz a acidez do solo 30 Época e freqüência das aplicações de calcário 31 Seleção do material calcário 31 Localização do calcário 32 Materiais calcários 33 Solos com alto pH calcários salinos e sódicos 33 Perguntas de revisão 35 Figura 21 Graus de acidez e alcalinidade encontrados na maioria dos solos agrícolas de alcalinidade para esta amplitude de pH são mostra dos na Figura 21 Um ácido é uma substância que libera íons hidrogênio H Quando saturado com H um solo comportase como um ácido fraco Quanto mais H for retido no complexo de troca maior será a acidez do solo O alumínio também age como um elemento acidificante e ativa o H O pH do solo simplesmente mede a atividade do íon hidrogênio e é expresso em termos logarítmicos O significado prático da relação logarítmica é que cada unidade de mudança no pH do solo significa uma mu dança de dez vezes no grau de acidez ou de alca linidade Isto quer dizer que um solo com pH 60 tem um grau de acidez 10 vezes maior do que um solo com pH 70 ou 10 vezes mais H ativo e que as necessida des de calcário aumentam rapidamente à medida que o pH diminui acidez aumenta Os graus relativos de acidez ou de alcalinidade comparados com o pH neu tro ou 70 são mostrados na Tabela 21 Tabela 21 Comparação da magnitude de acidez e alca linidade a vários valores de pH Acidezalcalinidade comparada a pH 70 90 100 80 10 70 Neutralidade 60 10 50 Acidez 100 40 1000 pH do solo Alcalinidade Manual Fertpmd 11042016 1149 23 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 24 FATORES QUE AFETAM O pH DO SOLO O pH do solo é influenciado por vários fatores in cluindo material de origem precipitação decomposi ção da matéria orgânica vegetação nativa tipo de cul tura profundidade do solo adubação nitrogenada e inundação Material de origem Os solos desenvolvidos de rochas ou de material de origem básica geralmen te possuem valores de pH mais altos do que aque les formados de rochas ácidas por exemplo gra nito Precipitação A água da chuva passando pelo solo lixivia os nutrientes básicos como o cálcio e o magnésio Eles são substituídos por elementos acidificantes como o hidrogênio o manganês e o alumínio Assim sendo os solos formados sob con dições de alta pluviosidade são mais ácidos do que aqueles formados sob condições áridas Decomposição da matéria orgânica A maté ria orgânica do solo está continuamente sendo de composta pelos microrganismos em ácidos orgâ nicos dióxido de carbono CO2 e água formando ácido carbônico O ácido carbônico por sua vez reage com os carbonatos de cálcio e magnésio no solo para formar bicarbonatos solúveis que são lixiviados deixando o solo mais ácido A Figura 22 mostra o efeito a longo prazo do acúmulo e mineralização da matéria orgânica sobre o carbono orgânico C o N orgânico e o pH do solo Figura 22 Mudanças no carbono orgânico nitrogênio orgânico e pH do solo quando o solo super ficial foi deixado em pousio por 82 anos num clima temperado úmido Rothamsted Ingla terra Vegetação nativa Os solos formados sob ve getação de floresta tendem a ser mais ácidos do que aqueles desenvolvidos sob vegetação de gramíneas As coníferas causam maior acidez do que as florestas decíduas Tipo de cultura Os solos podem tornarse mais ácidos quando as colheitas removem as bases Cul turas diferentes removem quantidades diferentes de cálcio e magnésio como pode ser visto na Ta bela 22 As leguminosas geralmente contêm maio res quantidades destes nutrientes do que as plan tas não leguminosas As quantidades de cálcio e de magnésio também variam de acordo com a parte da planta que é removida Tabela 22 Estimativa das quantidades de cálcio e de magnésio removidas pelas culturas Remoção kgha Ca Mg Alfafa 8 feno 196 45 Banana 60 frutos 23 25 Milho 9 grãos 2 15 Algodão 1 fibra 2 3 Soja 3 grãos 7 15 Os valores se referem às quantidades totais removidas pe las culturas nas plantas colhidas Quando a palhada de uma cultura ou a forragem é removida de um solo um balanço final ácido permane ce Quando os grãos ou sementes são removidos o balanço final é o aumento do pH porque as sementes contêm um alto nível de componentes ácidos Várias leguminosas liberam íons de hidrogênio H na sua rizosfera quando estão fixando ativamente o nitrogênio N2 atmosférico A acidez gerada pode va riar de 02 a 07 unidades de pH por mol de nitrogênio fixado A Figura 23 mostra que a gramínea Ryegrass não afetou o pH do solo enquanto a leguminosa trevo vermelho teve efeito significante na diminuição do pH Figura 23 Efeito da fixação simbiótica do nitrogênio no pH do solo Comparação de Ryegrass e trevo vermelho em experimento de vasos 14 meses em um Alfisolo loess Cultura Produção tha Manual Fertpmd 11042016 1149 24 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 25 Profundidade do solo A acidez geralmente aumenta com a profundidade do solo exceto em áreas de baixa pluviosidade A perda do solo su perficial por erosão pode aumentar a acidez na ca mada arável À medida que a profundidade do solo superficial diminui mais subsolo é incluído na ca mada arável Existem casos entretanto em que o pH do subsolo é mais elevado do que o do solo superficial Como resultado a erosão poderia con tribuir para elevar os valores de pH do solo Adubação nitrogenada Nitrogênio do fertili zante da matéria orgânica do esterco e da fixa ção por leguminosas produz acidez A adubação nitrogenada acelera a taxa de desenvolvimento da acidez Com pequenas doses de nitrogênio a taxa de acidificação é baixa mas aumenta com o au mento das doses de fertilizantes nitrogenados ver Capítulo 3 como os fertilizantes nitrogenados afe tam o pH do solo Em solos calcários esses efei tos de acidificação podem ser benéficos Quando o ferro o manganês e outros micronutrientes exceto o molibdênio são deficientes a disponibili dade deles pode ser aumentada com a diminuição do pH Inundação O efeito geral da submergência é um aumento de pH nos solos ácidos e a diminui ção do pH nos solos básicos Independente do valor original do pH a maioria dos solos atinge pH entre 65 e 72 um mês após serem inundados e assim permanecem até serem secos novamente Con seqüentemente a calagem tem pouco valor na produção de arroz em sistemas de irrigação por inundação Além disso a inundação pode induzir à deficiência de micronutrientes como o zinco COMO MEDIR O pH DO SOLO DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES DE CALCÁRIO Os dois métodos mais comumente usados para medir o pH do solo são o colorimétrico e o potencio métrico O método colorimétrico envolvendo corantes indi cadores é freqüentemente utilizado no campo para fazer uma rápida determinação do pH mas precisa ser usado por pessoas treinadas para evitaremse erros Quando usado de modo adequado é digno de confian ça O método mais difundido e preciso é o do poten ciômetro O pH do solo é determinado através da colo cação de uma suspensão de solo em água destilada ou CaCl2 01 M em contato com um eletrodo de vidro e da leitura do resultado em uma escala de 0 a 14 Apesar do pH do solo ser um excelente indicador da acidez do solo ele não determina a necessidade de calcário A necessidade de calcário é a quantidade de um calcário agrícola de boa qualidade necessária para atingir o limite de pH requerido pelo sistema de cultivo aplicado Quando o pH é medido no laboratório so mente a acidez ativa é determinada A acidez poten cial que é função da argila e da matéria orgânica tam bém deve ser considerada Assim é necessário apli carse algum método que relacione uma mudança de pH ao se adicionar uma quantidade conhecida de áci do ou base Tal método é chamado de determinação das necessidades de calcário 1 e Conceito de Pro dução 16 A necessidade de calcário não está somente relacio nada ao pH do solo mas também à sua capacidade tampão ou à sua capacidade de troca de cátions CTC As quantidade totais de argila e de matéria orgânica num solo assim como o tipo de argila determinarão o seu poder tampão ou seja quão fortemente ele resiste às mudanças de pH A capacidade tampão aumenta com as quantidades de argila e de matéria orgânica Tais solos necessitam mais calcário para aumentar o pH do que solos com baixa capacidade tampão Os solos arenosos com pequena quantidade de argila e de matéria orgânica têm baixa capacidade tampão e portanto necessitam menos calcário para elevar seu pH Um método comum para a determinação da neces sidade de calcário é baseado na mudança de pH em uma solução tampão comparada com o pH de uma suspensão de solo em água Um solo ácido causará uma diminuição de pH na solução tampão O pH sofre um abaixamento proporcional ao pH do solo original e à capacidade tampão do solo Através da calibração das mudanças de pH na solução tampão que ocorrem a cada adição de quantidades conhecidas de ácido a quantidade de calcário necessária para levar o solo a um determinado pH pode ser determinada Existem inúmeros métodos utilizando uma solução tampão2 Em solos dominados por argilas 21 por exemplo smectitas uma diminuição da saturação por bases 1 Para maiores detalhes sobre tipos e conceitos de acidez do solo consultar o Anexo 1 2 Os métodos atualmente em uso no Brasil para a determinação da necessidade de calcário são três a neutralização do alumínio e elevação de cálcio e magnésio b solução tampão SMP e c elevação da saturação por bases Estes métodos são comentados no Boletim Técnico nº 1 da ANDA Acidez do Solo e Calagem Manual Fertpmd 11042016 1149 25 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 26 perdas de Ca Mg e K causa acidificação e conse qüentemente quebra dos minerais de argila e libera ção de Al que então ocupa os pontos de troca das ba ses perdidas Estes solos podem receber doses de calcário para leválos próximo à neutralidade e atingir altas produtividades com pequeno efeito na sua CTC solos com cargas permanentes Entretanto a prática bem estabelecida de fazer calagem destes solos predominantemente da região temperada até a neutralidade não é eficiente para solos dos trópicos Ultisolos e Oxisolos dominados por óxi dos de ferro e alumínio e caulinita e nos solos forma dos de cinzas vulcânicas Andosolos Nesses solos Ultisolos e Oxisolos da região tropi cal o alumínio e o ferro estão presentes nos minerais da argila que são estáveis a valores de pH tão baixos como pH 50 O alumínio é enterrado nas estruturas da argila e somente tornase tóxico para as plantas quando os óxidos e a caulinita dissolvem a uma faixa de pH menor que 50 a 53 Neste caso a toxidez de alumínio pode ser corrigida por calagem para atingir pH 55 a 60 causando precipitação do Al trocável como hidróxido de alumínio Al OH3 e ao mesmo tempo causando um aumento apreciável na capacidade de troca de cátions CTC solos de carga variável como apresentado na Tabela 23 Conseqüentemente suge rese que as recomendações de calcário para estes so los sejam feitas com base no teor de alumínio trocável presente na camada superficial dos mesmos Tabela 23 Efeito da calagem em um UltisoloVermelho Saturação cmolcdm3 pH Ca Mg K Al Sem calcário 49 179 112 011 215 517 Com calcário 1 58 790 673 014 009 1486 1 4 tha Panamá A necessidade de calcário para a maioria dos solos dos trópicos pode ser calculada pela aplicação da se guinte equação Equivalente em CaCO3 tha 2 x cmolc Aldm3 Observouse que o fator da equação varia de 15 a 33 com a maioria dos dados entre 15 a 20 Este fator tem que ser determinado de acordo com a especificidade local e com a tolerância da cultura ao alumínio ver Tabela 26 Em solos formados de cinzas vulcânicas a alta capa cidade tampão complica a avaliação da necessidade de calcário Quando o calcário é aplicado em Andoso los ácidos a sua interação com os produtos intemperi zados e reativos das cinzas vulcânicas alofana imogo lita complexos Alhúmus cria cargas aumenta a CTC mas não aumenta o pH nem precipita o alumínio Con seqüentemente como ilustrado na Tabela 24 o uso de Al trocável pode levar a subestimar a necessidade de calcário em certos casos Dependendo de fatores como altitude clima e estádio de intemperização a quantidade de calcário necessária para precipitar o alu mínio varia nesses Andosolos e somente pode ser ava liada com precisão através de ensaios demonstrati vos locais Independentemente do método usado na determi nação do pH do solo e da necessidade de calcário o uso de corretivo deve ser baseado em um método que seja digno de confiança O excesso de calcário em solos de textura arenosa pode levar a condições ex cessivamente básicas e a sérios problemas como as deficiências de ferro de manganês de zinco e de ou tros micronutrientes Por outro lado as quantidades de calcário que poderiam causar problemas às culturas em solos arenosos podem não ser suficientes para ele var o pH ao nível desejado nos solos argilosos ou orgâ nicos PORQUE OS SOLOS ÁCIDOS DEVEM RECEBER CALAGEM ver Conceitos de Produção 21 e 22 A acidez do solo afeta o crescimento das plantas de várias formas Sempre que o pH é baixo a acidez é alta um ou mais efeitos detrimentais podem afetar o crescimento das culturas Algumas conseqüências da acidez do solo são apre sentadas a seguir Tratamento CTC efetiva cmolcdm3 Tabela 24 Efeito da aplicação de calcário sobre as propriedades do solo e produção em um Andosolo cmolcdm3 Produção tha Ca Mg K Al CTC Fava Cevada Aveia 0 49 254 036 030 21 60 139 22 36 3 52 330 039 029 16 66 171 29 43 6 53 469 040 028 06 72 192 39 47 12 54 559 040 030 02 84 216 41 48 15 58 860 042 029 01 104 210 43 47 Equador Calcário tha pH Manual Fertpmd 11042016 1149 26 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 27 CONCEITO DE PRODUÇÃO 21 CALCÁRIO Quando aplicado para atingir pH adequado o calcário faz muito mais do que adocicar o solo Entretanto em solos tropicais com altos teores de óxidos de ferro e alumínio supercalagens para atingir níveis de pH acima de 60 ou 70 podem reduzir drasticamente a produtividade podem causar deterioração da estrutura reduzir a disponibilidade de fósforo e induzir a deficiências de zinco boro e manganês CALCÁRIO reduz a toxidez de alumínio e de outros metais CALCÁRIO melhora as condições físicas do solo CALCÁRIO estimula a atividade microbiana no solo CALCÁRIO aumenta a CTC em solos de carga variá vel CALCÁRIO aumenta a disponibilidade de vários nu trientes CALCÁRIO supre cálcio Calcário dolomítico supre ambos cálcio e magnésio CALCÁRIO melhora a fixação simbiótica de N pelas leguminosas Em região temperada a produção de milho pode aumentar acentuadamente quando os solos ácidos recebem calagem para chegar próximo ao pH neutro Neste exemplo o calcário aumentou a produção em 2 tha nos anos secos e 08 tha nos anos úmidos Em todos os casos o milho foi bem adubado O calcário e o fertilizante formam um time de alta produtividade e alto lucro ver Figura Em solos ácidos dos trópicos de baixa fertili dade doses de calcário acima daquelas neces sárias para neutralizar o alumínio trocável ou para eliminar a toxidez de manganês podem causar diminuição na produção como nesse exemplo de milho cultivado em um Ultisolo do Havaí ver Figura Manual Fertpmd 11042016 1149 27 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 28 CONCEITO DE PRODUÇÃO 22 pH E A DISPONIBILIDADE DOS ELEMENTOS NO SOLO Com exceção do ferro cobre manganês e zinco que apresentam diminuição na sua disponibilidade com a elevação do pH todos os demais nitrogênio fósforo potássio cálcio magnésio enxofre molibdênio e cloro têm sua disponibilidade aumentada pelo uso racional da calagem em solos ácidos O conhecimento deste fato é da maior importância pois indica que uma das maneiras mais adequadas para aumentar a eficiência dos fertilizantes contendo macronutrientes primários e secundários em so los ácidos é o uso de calcário na dosagem correta ACIDEZ NA TERRA É MÁ DIGESTÃO NA SUA LAVOURA CALCÁRIO É O MELHOR REMÉDIO Para fins práticos considerase a faixa de pH entre 60 e 65 ade quada para a maioria das plantas cultivadas no Brasil Dentre os vários efeitos da cala gem em solos ácidos destacase o aumento da disponibilidade da maioria dos nutrientes essenciais para as plantas Manual Fertpmd 11042016 1149 28 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 29 Concentrações de elementos tais como alumínio ferro e manganês podem atingir níveis tóxicos porque sua solubilidade aumenta nos solos áci dos A toxidez de alumínio é provavelmente o fator limitante mais importante para as plantas em so los muito ácidos pH menor que 50 e mesmo pH 55 em solos cauliníticos A toxidez por íons de hidrogênio H pode afetar diretamente o cresci mento das plantas em solos com pH menor que 42 Os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica e pela liberação de nitrogê nio fósforo e enxofre podem estar em pequeno número e com pouca atividade O cálcio pode ser deficiente raramente quando a CTC do solo é extremamente baixa O mesmo pode acontecer com o magnésio A performance dos herbicidas aplicados ao solo pode ser afetada de modo adverso quando o pH do solo é muito baixo A fixação simbiótica de nitrogênio pelas legu minosas é severamente reduzida A relação sim biótica requer uma amplitude de pH mais estreita para o crescimento ótimo das plantas do que no caso de plantas não fixadoras de nitrogênio A bactéria simbiótica da soja é mais eficiente em pH variando de 60 a 62 e a da alfafa em pH 68 a 70 Os solos argilosos com alta acidez são menos agregados Isto causa baixa permeabilidade e aera ção um efeito indireto motivo pelo qual os solos que receberam calagem produzem mais resíduos das culturas Os resíduos favorecem a estrutura A disponibilidade de nutrientes como o fósforo e o molibdênio é reduzida Há um aumento na tendência de lixiviação de po tássio A Figura 24 mostra como a amplitude de pH influen cia a disponibilidade de nutrientes e outros elementos do solo Figura 24 Efeito do pH na disponibilidade de nutrientes e outros elementos nos solos Manual Fertpmd 11042016 1149 29 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 30 OS NÍVEIS DESEJÁVEIS DE pH VARIAM Muitas culturas desenvolvemse melhor quando o pH está entre 60 e 70 mas a acidez não retarda o crescimento de todas as culturas Algumas culturas necessitam de condições ácidas para seu desenvolvi mento A Tabela 25 compara os valores de pH desejá veis para várias culturas Tabela 25 Amplitudes de pH desejáveis para algumas culturas 5060 6065 6570 Batata inglesa Grama bermuda Alfafa Batata doce Milho Trevos Melancia Algodão Arroz Sorgo Café Amendoim Soja Trigo Feijão As culturas que originalmente se desenvolveram em solos calcários tais como algodão sorgo e alfafa pre ferem baixos níveis de saturação por alumínio de Al da CTC efetiva Outras culturas como arroz e cowpea mostram uma grande amplitude de tolerância varietal O café o abacaxi o chá o dendê e um número de gra míneas e leguminosas tropicais podem se desenvolver em solos com alta saturação por alumínio Entretanto o calcário pode ser necessário para corrigir as deficiên cias de cálcio e magnésio ou para corrigir a toxidez de manganês Tabela 26 existir para culturas como milho soja e alfafa mas não para a batata inglesa Culturas como a batata inglesa e a soja podem ser afetadas por doenças eou deficiên cias de micronutrientes se o pH do solo estiver abaixo ou acima de suas necessidades individuais indepen dentemente da área geográfica O conhecimento do solo em que se trabalha assim como da cultura é es sencial para se atingir o pH ótimo e as necessidades reais de calcário1 COMO O CALCÁRIO REDUZ A ACIDEZ DO SOLO Os processos e as reações pelos quais o calcário reduz a acidez do solo são muito complexos mas uma simplificação mostrará como o calcário age Como foi mencionado anteriormente o pH de um solo é uma expressão da atividade do íon hidrogênio A principal fonte de hidrogênio na maioria dos solos com pH menor que 55 é a reação do alumínio com a água como mostrado na equação seguinte Al3 H2O AlOH2 H Essa reação libera H acidificação que por outro lado aumenta a quantidade de Al3 pronto para reagir novamente O calcário reduz a acidez do solo aumenta o pH convertendo alguns íons de hidrogênio em água Aci ma de pH 55 o Al precipita como AlOH3 e assim sua ação tóxica e a principal fonte de H são eliminadas A reação funciona assim enquanto íons de cálcio Ca2 do calcário substituem o alu mínio Al3 nos pontos de troca o íon carbonato CO3 2 reage com a solu ção do solo criando um excesso de íons hidroxila OH que em segui da reagem com o H excesso de aci dez formando água O processo glo bal é ilustrado na Figura 25 Lembrese de que o inverso des se processo também pode ocorrer Um solo ácido pode tornarse mais ácido se um programa de calagem não for seguido À medida que íons básicos como Ca2 Mg2 e K são re movidos geralmente por absorção pelas culturas eles podem ser subs tituídos por Al3 Estes íons básicos podem também ser perdidos por lixiviação novamente sendo substituídos por Al3 A atividade do Al3 aumentará continuamente Tabela 26 Culturas e pastagens adaptadas a solos ácidos com mínima apli cação de calcário pH 4547 4750 5053 Saturação por Al 5875 4558 3145 Dose de calcário tha 02505 0510 1020 Arroz de sequeiro Cowpea Milho Mandioca Banana da terra Feijão preto Manga Caju Citros Abacaxi Estilosantes Centrosema Paspalum Culturas adequadas desde que sejam plan tadas variedades tole rantes 1 Mesmo em uma determinada área existe considerável variação quanto ao pH ótimo para o desenvolvimento das culturas Por exemplo em solos orgânicos o pH desejável para a cultura de milho é cerca de uma unidade mais ácido do que em áreas bem drenadas provavelmente pela ação da matéria orgânica em reduzir a atividade do alumínio na solução do solo As propriedades do solo variam em diferentes áreas O pH ótimo em uma região pode não ser o melhor em outras regiões As diferenças entre as regiões podem Manual Fertpmd 11042016 1149 30 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 31 abaixando o pH do solo se não for feita a calagem adequada ÉPOCA E FREQÜÊNCIA DAS APLICAÇÕES DE CALCÁRIO Para rotações que incluem leguminosas que deman dam pH mais alto o calcário deve ser aplicado três a seis meses antes da semeadura especialmente em solos muito ácidos A calagem feita poucos dias antes do plantio da alfafa ou do trevo por exemplo geral mente produz resultados decepcionantes porque o calcário pode não ter tido tempo suficiente para reagir com o solo Se uma leguminosa como o trevo será plan tada após o trigo de outono o calcário deve ser aplica do no plantio do trigo1 As formas cáusticas de calcário óxido de cálcio e hidróxido de cálcio devem ser espalhadas com bas tante antecedência ao plantio para prevenir danos às sementes na germinação As afirmações generalizadas sobre a freqüência da calagem são provavelmente inadequadas Muitos fa tores estão envolvidos A melhor maneira para se de terminar a necessidade de uma nova calagem é anali sandose o solo As análises das amostras de solo de vem ser feitas a cada três anos mais freqüentemente em solos arenosos e solos sob irrigação Os seguintes fatores influenciarão a freqüência da calagem Textura do solo Os solos arenosos precisam re ceber nova calagem com mais freqüência do que os solos argilosos Dose de adubo nitrogenado Altas doses de adu bos amoniacais geram considerável acidez Taxa de remoção pelas culturas Dependendo da cultura produtividade e partes colhidas quanti dades substanciais de cálcio e magnésio podem ser removidas Quantidade de calcário aplicada Doses mais elevadas normalmente significam que o solo não necessita de nova calagem com freqüência Não faça supercalagens Amplitude de pH desejada A manutenção de um pH alto geralmente significa que o calcário pre cisa ser aplicado com mais freqüência do que quan do um pH médio é satisfatório Geralmente a am plitude de pH desejada não é atingida devido ao uso de subdoses de calcário de calcário de partí culas grosseiras ou à incorporação inadequada As análises do solo podem monitorar as mudanças no pH em função da calagem SELEÇÃO DO MATERIAL CALCÁRIO ASPECTOS DE QUALIDADE Na seleção do material calcário verifique seu valor neutralizante seu grau de finura e sua reatividade Onde o magnésio do solo for baixo ou deficiente como em muitos solos altamente intemperizados dos trópicos o teor deste nutriente no calcário deverá ser um fator determinante na seleção do material isto é devese usar calcário magnesiano ou dolomítico Quando isto não é possível o magnésio deve ser suprido de outra fonte O poder de neutralização de todos os materiais calcários é determinado pela comparação com o poder de neutralização do carbonato de cálcio puro CaCO3 Considerandose o poder de neutralização do CaCO3 como 100 o poder dos outros materiais pode ser deter minado Este valor é chamado de poder relativo de neutralização ou equivalente de carbonato de cál cio O poder relativo de neutralização de vários mate riais calcários comuns é mostrado na Tabela 27 Quando uma certa quantidade de calcário é mistu rada com o solo sua velocidade de reação e grau de Figura 25 Como o calcário diminui a acidez 1 Em qualquer sistema de cultivo com culturas anuais mesmo em áreas que estão sendo preparadas para entrada no sistema de plantio direto devese lembrar a importância de se fazer a distribuição do calcário com a devida antecedência e bem incorporado ao solo No caso do plantio de culturas perenes estes cuidados devem ser ainda maiores pois é a única oportunidade para incorporação profunda do calcário Manual Fertpmd 11042016 1149 31 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 32 reatividade são determinados pelo tamanho das partí culas As partículas grosseiras de calcário reagem mais lenta e menos completamente As partículas finas de calcário reagem com mais rapidez e muito mais com pletamente Tabela 27 Poder relativo de neutralização de vários ma teriais calcários Poder relativo de neutralização Carbonato de cálcio 100 Calcário dolomítico 95108 Calcário calcítico 85100 Farinha de ostras cozidas 8090 Margas 5090 Cal viva 150175 Farinha de ostras queimadas 90110 Cal hidratada 120135 Escórias básicas 5070 Cinza de madeira 4080 Gesso Nenhum Subprodutos Variável O custo do calcário aumenta com a finura do mate rial moído A meta é um material que necessite de um mínimo de moagem mas que tenha suficiente mate rial fino para causar uma rápida mudança no pH Como resultado os materiais calcários para a agricultura con têm tanto material grosseiro quanto material fino Al guns Estados e países requerem que uma certa por centagem do calcário passe em determinado tamanho de malha Isto garante que o calcário será eficiente na neutralização da acidez A importância do tamanho das partículas é mostrada na Figura 26 Material calcário Este gráfico ilustra a realidade da relação entre o tamanho das partículas de calcário e o seu grau de reatividade As partículas maiores 4 a 8 mesh ou 635 a 317 mm apresentam somente 10 de eficiência no período de estudo de 1 a 3 anos As partículas meno res 50 a 100 mesh ou 05 a 025 mm reagiram com pletamente Apesar da velocidade de reação depender do tama nho das partículas do pH inicial e do grau de mistura no solo a natureza química do material por si é uma consideração importante Por exemplo os óxidos e hidróxidos reagem mais rapidamente do que os carbo natos De fato a cal hidratada pode reagir tão rapida mente que chega a esterilizar parcialmente o solo Se aplicada muito próximo à época de plantio ela pode induzir a uma deficiência temporária de potássio por causa do alto nível de cálcio Podem ocorrer em casos extremos crescimento retardado e morte de algumas plantas Quando são necessários tanto o cálcio quanto o magnésio devese usar materiais calcários que conte nham ambos os nutrientes Alguns calcários contêm quantidades iguais de carbonatos de cálcio e de mag nésio mas trabalhos de pesquisa mostram que cerca de 10 de MgCO3 são suficientes para suprir o mag nésio A necessidade de calcários que contenham magnésio varia entre regiões Em solos arenosos há mais probabilidade de deficiência deste nutriente LOCALIZAÇÃO DO CALCÁRIO Outro fator importante que determina a eficiência do calcário é a sua localização É essencial que a in corporação seja feita de modo a permitir o máximo contato com o solo da camada arável Os materiais calcários mais comuns são apenas ligeiramente solú veis em água assim sendo é absolutamente necessá ria a incorporação para que ocorra a reação do calcário Mesmo quando adequadamente misturado ao solo o calcário terá pouco efeito sobre o pH se o solo estiver seco A umidade é essencial para que o calcário reaja no solo Quando grandes quantidades de calcário são apli cadas em solos argilosos a mistura fica mais bem feita aplicandose uma parte antes da aração e outra de pois desta operação Em solos arenosos que podem ser preparados à profundidade de 1015 cm uma apli cação apenas antes ou depois da gradagem é sufi ciente Em alguns sistemas de cultivo como as culturas perenes e as pastagens a mistura somente pode ser feita antes da semeadura Uma vez estabelecida a cul tura o calcário só poderá ser aplicado a lanço em co bertura O calcário aplicado à superfície reage lenta 4 8 20 50 100 100 80 60 40 20 0 do calcário que reage em 1 a 3 anos Partículas mais finas escala logarítmica em meshs Figura 26 Relação entre o tamanho das partículas de calcário e sua reatividade ao longo do tem po Manual Fertpmd 11042016 1149 32 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 33 mente e não tão completamente quanto o calcário misturado com o solo Assim sendo estes campos de vem receber nova calagem antes do pH descer a valo res abaixo da amplitude desejada a fim de evitar a acidez excessiva na zona radicular MATERIAIS CALCÁRIOS1 Apesar de terem sido feitas referências aos mate riais calcários nas seções anteriores são apresenta das a seguir descrições sucintas do óxido de cálcio hidróxido de cálcio calcários calcítico magnesiano e dolomítico calcário calcinado margas e escórias Óxido de cálcio CaO Também conhecido como cal viva cal virgem ou calcário rápido o CaO é um pó branco muito desagregável na mão É fa bricado pela queima de calcário calcítico em for nos e sua pureza depende da matériaprima Quan do adicionado ao solo ele reage quase imediata mente de modo que quando se desejam resulta dos rápidos o CaO ou o hidróxido de cálcio são ideais Deve ser completamente misturado ao solo pois empedra rapidamente e pode tornarse ine ficiente Hidróxido de cálcio CaOH2 Freqüentemente chamado de cal apagada cal hidratada ou cal de construção o CaOH2 é uma substância branca pulverulenta difícil e desagradável de manusear A neutralização ocorre rapidamente quando é adi cionado ao solo É preparado através da hidratação do CaO Calcário calcítico CaCO3 calcário magnesiano e calcário dolomítico CaMgCO32 Existem vá rios depósitos de calcário calcítico magnesiano e dolomítico de alta qualidade no mundo Eles são mais comumente explorados em mineração a céu aberto Sua qualidade depende das impurezas tais como argila que eles contêm Seu poder de neutralização equivalente em CaCO3 usualmen te varia de 65 a 70 a pouco mais de 100 São produtos apenas moídos para posterior utilização Calcário calcinado Os calcários calcinados que tanto podem ser calcíticos magnesianos ou dolo míticos são produtos muito comercializados em algumas regiões do Brasil São fabricados pela calcinação das rochas em fornos e posterior moa gem O grau de calcinação pode ser total ou par cial o que dá ao produto final diferentes graus de poder relativo de neutralização total Margas Margas são depósitos moles não conso lidados de CaCO3 que ocorrem em muitas áreas A espessura dos depósitos pode atingir até 10 m Estes depósitos são explorados através de siste mas de dragas ou pás mecânicas após a remoção do material superficial não aproveitável As margas são quase sempre pobres em magnésio e seu poder de neutralização está inversamente relacio nado com a quantidade de argila presente Escórias Vários tipos de materiais são classifi cados como escórias A escória de siderurgia é um subproduto da fabricação do ferro gusa A escória básica é um produto de um método de fabricação do aço a partir do ferro gusa As escórias básicas são geralmente aplicadas pelo seu teor de fósforo ao invés do seu valor como material corretivo As escórias de forno elétrico resultam da redução em um forno elétrico do fosfato de rocha na prepara ção do fósforo elementar É um resíduo geralmente comercializado a baixo preço dentro de um raio limitado em torno do local de produção Poeira calcária Poeira calcária é um subproduto da produção de cimento e contém uma mistura de compostos incluindo óxido de cálcio CaO carbo nato de cálcio CaCO3 óxido de potássio K2O carbonato de potássio K2CO3 e outros materiais O material é muito fino e difícil de manusear Com partículas finas entretanto é um produto ideal para ser usado em suspensões fluidas A presença de óxidos contudo pode levar o pH das suspensões a cerca de 12 Outros materiais Um grande número de sub produtos industriais pode conter quantidades con sideráveis de materiais calcários Estes produtos devem ser analisados antes de seu uso quanto a teores de elementos ou compostos que podem causar danos ao ambiente SOLOS COM pH ELEVADO CALCÁRIOS SALINOS E SÓDICOS Muitos solos em climas áridos apresentam pH ele vado que pode afetar suas propriedades e influenciar na produtividade das culturas Obviamente eles não necessitam calcário mas seu pH elevado afeta a dis ponibilidade de nutrientes a fertilidade do solo e o manejo de fertilizantes Solos calcários contém CaCO3 livre calcário não dissolvido com valores de pH na amplitude de 73 a 84 A presença de calcário livre influen cia algumas práticas de manejo tais como o uso 1 As reservas brasileiras de rochas calcárias são estimadas em 136 x 106 t com uma distribuição espacial bastante razoável em relação às áreas agricultáveis do país Manual Fertpmd 11042016 1149 33 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 34 de herbicidas a localização do fósforo por causa da fixação e a disponibilidade de micronutrientes particularmente o ferro A diminuição do pH em solos calcários comumente não é econômica Com manejo adequado estes são alguns dos solos mais produtivos Solos salinos contém sais em quantidades su ficientemente altas para limitar o crescimento das culturas porque não podem absorver água suficien te para suas funções As plantas que crescem em solos salinos em geral exibem murchamento mes mo quando o teor de água no solo é adequado O grau de salinidade é medido no laboratório como condutividade elétrica CE Os solos salinos po dem ser recuperados pela lixiviação dos sais para fora da região das raízes usandose água de boa qualidade Uma vez que as culturas apresentam diferenças quanto à tolerância ao teor de sais a melhor prática de manejo MPM é selecionar aque las culturas que são conhecidas como tolerantes a sais A Tabela 28 compara algumas culturas em relação à tolerância à salinidade Estes solos usual mente apresentam pH menor que 85 Solos sódicos contém quantidade excessiva de sódio Na nos pontos de troca da CTC Os so los são usualmente classificados como sódicos se a saturação em Na exceder 15 da CTC Eles nor malmente têm pH 85 ou acima O excesso de sódio provoca a dispersão do solo limitando o movimento de ar e água por causa das más propriedades físi cas A água tende a formar poças nos solos sódicos Tais solos podem ser recuperados substituindo o sódio do complexo da CTC por cálcio O gesso sulfato de cálcio é o produto mais comum usado para essa finalidade O enxofre elementar pode ser usado se o solo é calcário O sucesso na recu peração destes solos exige que o sódio seja lixi viado para fora da zona de raízes e a pouca movi mentação da água pode tornar esta tarefa difícil O preparo profundo eou a aplicação de esterco têm sido usados para melhorar o movimento inter no da água Algumas vezes os solos sódicos são também salinos Solos salinossódicos são tipica mente caracterizados por uma saturação em Na maior que 15 da CTC alta condutividade elétri ca e um pH de 84 ou menos A recuperação des ses solos é idêntica àquela dos solos sódicos Tabela 28 Tolerância de algumas culturas comuns à salinidade do solo Nível de tolerância Bom Moderado Pobre Cevada Cereais Maioria dos trevos Beterraba açucareira Milho Feijão Canola colza Alfafa Aipo Algodão Centeio Maçã Grama bermuda Trevo doce Citros Pêssego Manual Fertpmd 11042016 1149 34 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 35 CAPÍTULO 2 REAÇÃO DO SOLO E CALAGEM PERGUNTAS DE REVISÃO 1 O pH do solo é uma medida da atividade de e é expresso em termos de 2 C ou E Um solo com pH 75 é de reação básica 3 C ou E Um solo com pH 70 é de reação ácida 4 Um solo com pH 50 é vezes mais ácido do que um solo com pH 70 5Os solos formados sob condições de alta pluviosidade são mais menos ácidos do que aqueles formados sob condições áridas 6 C ou E As plantas crescendo durante a formação do solo influenciam o pH 7 As leguminosas geralmente contêm mais menos cálcio e magnésio do que as gramíneas 8 C ou E Na maioria dos casos a erosão do solo resulta em diminuição do pH 9 C ou E A inundação não tem efeito no pH de solos ácidos ou básicos 10 Os métodos mais comumente usados para a medição do pH do solo são e O é mais exato 11 A necessidade de calcário está relacionada com e capacidade 12 é uma medida da resistência de um solo a mudanças do pH 13 C ou E A capacidade tampão é maior em solos arenosos do que em solos argilosos 14 C ou E Em solos ácidos dos trópicos com altos teores de óxido de Fe e de Al a calagem a valores de pH neutro pode causar decréscimo na produção 15 C ou E O pH ácido do solo aumenta a performance da maioria dos herbicidas a ele aplicado 16 O fósforo é mais menos disponível no pH 60 do que no pH 75 17 C ou E Solos ácidos são ruins para todas as culturas 18 Quais das seguintes culturas crescem melhor na amplitude do pH 6065 milho alfafa trigo soja melancia 19 C ou E Arroz de sequeiro mandioca abacaxi e leguminosas de cobertura como Centrosema podem tolerar alta saturação de Al nos solos 20 O calcário aumenta o pH do solo convertendo íons H em 21 C ou E Os solos ácidos devem receber nova calagem a cada cinco anos 22 Para fornecer ambos cálcio e magnésio devese usar o calcárioou 23 Para rotações que incluem leguminosas o calcário deve ser aplicado de a meses antes da época de semeadura 24 O melhor método para se determinar a freqüência de novas aplicações de calcário é 25 C ou E A textura do solo e a adubação nitrogenada influenciam a freqüência da calagem 26 Um material calcário deve ser selecionado com base no seu poder grau de e Manual Fertpmd 11042016 1149 35 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 36 27 é o poder de neutralização de um material calcário comparado ao do CaCO3 puro 28 C ou E A escória básica possui maior poder de neutralização do que o CaCO3 29 C ou E Todo calcário deve ser moído de modo a se obterem somente partículas de tamanho muito pequeno 30 Quais os materiais calcários que reagem mais rapidamente os óxidos ou os carbonatos 31 C ou E A aplicação a lanço em cobertura em culturas permanentes e pastagens é mais eficiente do que a incorporação do calcário no solo antes do estabelecimento da cultura 32 O óxido de cálcio CaO é também chamado de cal cal ou calcário 33 O poder de neutralização dos calcários agrícolas calcítico magnesiano e dolomítico geralmente varia de a mais de 34 Solos contêm carbonato de cálcio livre 35 C ou E Solos salinos possuem altos teores de Na 36 Espécies tolerantes à salinidade incluem e 37 Solos sódicos contêm grandes quantidades de 38 C ou E O gesso é usado para recuperar solos sódicos Manual Fertpmd 11042016 1149 36 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 37 UM NUTRIENTE ESSENCIAL PARA AS PLANTAS O NITROGÊNIO N é essencial para o crescimen to das plantas pois é parte de cada célula viva As plantas exigem grandes quantidades deste nutriente Tabela 31 Tabela 31 As culturas apresentam alta exigência em nitrogênio Quantidade de N na cultura total kg Alfafa 180 500 Algodão fibra 17 200 Amendoim 45 270 Arroz 78 125 Cacau sementes 15 450 Canadeaçúcar 1120 235 Café grãos verdes 32 500 Capim napier 280 340 Grama bermuda 180 410 Laranja 600 300 Mandioca 400 260 Milho 100 240 Soja 40 350 Sorgo granífero 84 250 Tomate 900 260 Trigo 40 130 As leguminosas retiram a maior parte do seu nitrogênio do ar O NITROGÊNIO TEM MUITAS FUNÇÕES NAS PLANTAS As plantas geralmente absorvem e transportam a maior parte de suas exigências em nitrogênio nas for mas de amônio NH4 ou nitrato NO3 Pode ocorrer alguma absorção direta de uréia pelas folhas e peque nas quantidades de nitrogênio são obtidas de materiais como os aminoácidos solúveis em água À exceção do arroz a maioria das culturas absorve a maior parte do seu nitrogênio na forma de nitrato NO3 A pesquisa entretanto demonstrou que as cul turas utilizam quantidades substanciais de amônio NH4 se ele estiver presente no solo Certos híbridos de milho têm uma alta exigência de amônio que ajuda a alcançar altas produções O trigo também tem mostrado benefícios da nutrição com ni trogênio amoniacal Um motivo para este fato é que a redução do nitrato na planta requer energia NO3 é re duzido a NH4 que então é transformado em amino ácidos dentro da planta A energia para esse processo é fornecida pelos carboidratos que poderiam de outra forma ser usados para o crescimento ou formação de grãos O nitrogênio é necessário para a síntese da clorofila e como parte da molécula da clorofila está envolvido na fotossíntese Falta de nitrogênio e clorofila significa que a planta não irá utilizar a luz do sol como fonte de energia para levar a efeito funções essenciais como a absorção de nutrientes O nitrogênio é um componente CAPÍTULO 3 NITROGÊNIO Página Um nutriente essencial para as plantas 37 O nitrogênio tem muitas funções nas plantas 37 Sintomas da deficiência nas plantas 38 O nitrogênio e a eficiência no uso da água 38 O nitrogênio no solo e no ar 41 Mineralização e imobilização do N 41 Nitrificação e desnitrificação 42 Estabilizando o nitrogênio no solo 43 Fixação do nitrogênio 43 Perdas de nitrogênio 44 Como o nitrogênio afeta a acidez do solo 45 Fontes de nitrogênio 46 Perguntas de revisão 49 Cultura Produtividade tha Manual Fertpmd 11042016 1149 37 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 38 de vitaminas e do sistema enzimático da planta Ele é também um componente essencial dos aminoácidos os quais formam as proteínas Em conseqüência o ni trogênio é responsável direto pelo aumento do teor de proteína ver Conceito de Produção 31 para aprender como o nitrogênio aumenta o teor de proteína um lucro extra das culturas SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS O nitrogênio em nível adequado produz uma cor verde escura nas folhas devido a uma alta concentra ção de clorofila A deficiência de nitrogênio causa a clorose um amarelecimento das folhas pela diminui ção da clorofila Este amarelecimento começa primei ro nas folhas mais velhas e então aparece nas folhas jovens à medi da que a deficiência tornase mais severa Os pigmentos verdes na clorofila absorvem a energia luminosa neces sária para iniciar o processo da fo tossíntese A clorofila ajuda a con verter o carbono o hidrogênio e o oxigênio em açúcares simples Es tes açúcares e seus produtos de con versão ajudam a estimular mais au mentos no crescimento das plantas Um crescimento lento e plantas atarracadas são também indicações de deficiência de nitrogênio Cultu ras de pequenos grãos e outras plantas graminóides perfilham menos quando há deficiência de nitrogênio Um teor inadequado de nitrogênio conduz a baixos níveis de proteínas nas sementes e nas partes vege tativas As plantas deficientes usualmente têm menos folhas e certas culturas como o algodão podem atingir a maturidade mais cedo do que plantas supridas com adequado nitrogênio O milho adequadamente adubado com nitrogênio terá menor porcentagem de água nos grãos do que o milho suprido de modo insuficiente com este nutriente O nitrogênio é algumas vezes considerado respon sável por atraso na maturação O excesso de nitrogê nio pode aumentar o crescimento vegetativo reduzir a formação dos frutos e afetar de maneira adversa a qualidade da produção O atraso na maturação entre tanto é usualmente resultado da deficiência de outros nutrientes não de nitrogênio O NITROGÊNIO E A EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA ver Conceito de Produção 32 Sempre que um elemento ausente ou deficiente au menta a produção quando é aplicado a eficiência no uso da água também aumenta Na Tabela 32 o nitro gênio mais que dobrou a produção de milho com a mesma quantidade de água em solo francoarenoso Com o aumento da dose de nitrogênio de 112 para 224 kgha houve adição de 4143 kgha à produção A aplicação da dose de 224 kgha em oito parcelas de 28 kg ao invés de em apenas uma aplicação aumen tou 2135 kgha na produção A Tabela 32 mostra que mais nitrogênio na época exata dobra a produção de milho com a mesma quantidade de água1 O nitrogênio aumentou a produção de milho por mm de água disponível independentemente da quantidade de água Os 168 kg de nitrogênio produziram mais de 2 kg por mm de água sob condições úmidas e quase 275 kg a mais por mm de água no ano seco como pode ser visto na Tabela 33 Tabela 33 O nitrogênio aumentou a produção de milho tanto em época úmida como em seca Produção de Eficiência no uso grãos tha da água kgmm H2O Seca Úmida Seca Úmida 0 47 60 482 468 168 72 95 748 698 Resposta ao N 25 35 Colorado EUA No Arizona o nitrogênio aumentou até 18 kg de tri go por mm de água No Texas o nitrogênio ajudou a produzir 28 kg a mais de sorgo por mm de água usada Tabela 34 1 A forma mais correta para aumentar a eficiência da adubação nitrogenada é o parcelamento da mesma O número mais adequado de aplicações vai depender da cultura do tipo de solo e da quantidade e intensidade das chuvas Tabela 32 Mais nitrogênio no momento correto dobra a produção de milho com a mesma quantidade de água N Produção kg de milho kgha tha kg de N 0 27 112 a no plantio 58 275 b 4 x 28 kgha aplicados por irrigação 97 622 224 a no plantio 99 322 b 8 x 28 kgha aplicados por irrigação 121 417 Minnesota EUA Dose de N kgha Modo de aplicaçãoépoca Manual Fertpmd 11042016 1149 38 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 39 CONCEITO DE PRODUÇÃO 31 NITROGÊNIO O CONSTRUTOR DA PROTEÍNA A AGRONOMIA é hoje o maior diplomata no mun do Por que Porque os princípios agronômicos produ zem suprimentos adequados de alimentos inclusive proteína que é vital para a saúde humana e dos ani mais Assumindo uma média de 40 gramas de proteína por pessoa por dia para a população da Terra o con sumo anual deveria ser de aproximadamente 80 mi lhões de toneladas de proteína Esta proteína atinge a mesa do consumidor diretamente dos vegetais ou por A ADUBAÇÃO COM N AUMENTA O TEOR DE PROTEÍNA Em capim Guiné interagindo com K 2 anos de produção NK2O Matéria Proteína Proteína kgha seca tha bruta bruta tha 00 108 957 10 0291 112 934 10 3620 146 1207 18 7700 161 1550 25 753750 341 1037 35 Em milho Nitrogênio Produção Proteína Proteína kgha tha tha 0 73 80 06 90 100 85 08 180 115 95 11 Em trigo de inverno Nitrogênio Produção de Proteína no kgha grãos tha grão 0 24 111 34 29 126 67 30 136 100 33 140 meio dos animais aves ou peixes que consomem plan tas contendo proteínas Estes dados são claros Nós vivemos em mundo com fome de proteína A chave para a produção de proteína é a adubação nitrogenada O nitrogênio aumenta diretamente o teor de proteí na nas plantas Teores adequados de potássio e fósfo ro aumentam a capacidade das plantas de utilizar altas doses de nitrogênio para produzir mais a verdadeira proteína e melhorar a qualidade dos produtos Manual Fertpmd 11042016 1149 39 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 40 CONCEITO DE PRODUÇÃO 32 OS FERTILIZANTES MELHORAM A UTILIZAÇÃO DA ÁGUA A MELHOR COISA DEPOIS DA CHUVA disto é que tem sido chamado o fertilizante Ele merece esta honraria POR QUE Porque O fertilizante ajuda a produzir mais por mm de chuva como mostrado acima O fertilizante ajuda as raízes a se aprofundarem para encontrar água no subsolo Os sistemas radiculares mais profundos absorvem mais nutrientes e umidade O fertilizante cria mais rapidamente uma cobertura vegetal mais espessa para evitar a evaporação da água A boa cobertura vegetal diminui o escoamento superficial e faz com que o solo fique mais úmido O fertilizante ajuda as culturas a terem um crescimento inicial mais rápido sombreando as ervas daninhas que roubam a umidade OS MAIORES AUMENTOS DE PRODUÇÃO DECORRENTES DO USO DE FERTILIZANTES EM TERMOS PORCENTUAIS OCORREM FREQÜENTEMENTE EM ANOS SECOS Manual Fertpmd 11042016 1149 40 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 41 Tabela 34 O nitrogênio produz mais sorgo granífero por mm de água Sorgo granífero média de 3 anos Produção Eficiência no uso da água tha kg grãosmm H2O 0 51 339 134 78 587 268 81 623 Texas EUA O NITROGÊNIO NO SOLO E NO AR A quantidade de nitrogênio em forma disponível no solo é pequena Muito pouco é encontrado nas rochas e nos minerais que formaram os solos Quase todo o nitrogênio do solo é proveniente da atmosfera da Ter ra a qual contém um suprimento quase ilimitado Cer ca de 80 do ar que respiramos é composto por nitro gênio Cada hectare da superfície da terra é coberto por cerca de 84000 toneladas de nitrogênio mas este é um gás inerte Ele precisa ser combinado com outros elementos antes que as plantas possam usálo Uma certa quantidade de nitrogênio ocorre no solo em três formas principais N orgânico parte da matéria orgânica do solo não disponível para a planta em crescimento N amoniacal fixado pelos minerais argilosos muito lentamente disponível para as plantas Íons de amônio e nitrato ou compostos solúveis o N que as plantas usam N inorgânico MINERALIZAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO DO N O solo contém uma proporção relativamente gran de de nitrogênio não disponível orgânico e uma pequena proporção de nitrogênio disponível inor gânico como ilustrado na Figura 31 Figura 31 A maior parte do N do solo está no depósito orgânico e não está prontamente disponível para o uso pelas plantas O nitrogênio orgânico pode representar 9798 do nitrogênio total do solo O nitrogênio inorgânico geral mente representa somente 23 Conseqüentemente o processo pelo qual as formas orgânicas são converti das em formas disponíveis é importante para o cresci mento das plantas Este processo é chamado de mine ralização Ele ocorre à medida que os microrganismos decompõem materiais orgânicos para seu suprimento de energia Com a decomposição da matéria orgânica os organismos usam alguma energia liberada mais uma parte dos nutrientes essenciais da matéria orgânica Quando os organismos usaram todos os nutrientes de que eles necessitavam o excesso tal como o nitrogê nio é liberado dentro do solo para o crescimento da planta O nitrogênio também pode ser convertido da forma inorgânica para a forma orgânica como é mostrado pela seta dupla Este processo é chamado de imobili zação Ele é o reverso da mineralização A imobiliza ção ocorre quando resíduos de culturas com alto teor de carbono e baixo de nitrogênio são incorporados ao solo À medida que os microrganismos decompõem vi gorosamente os suprimentos de energia frescos resí duos de culturas eles necessitam do nitrogênio para construir proteínas para os tecidos do corpo A me nos que os resíduos sejam relativamente ricos em ni trogênio os organismos retiram o nitrogênio inorgânico do solo para obter o que necessitam Assim o nitrogê nio mineral do solo é convertido em nitrogênio orgâni co nas proteínas dos micróbios que não é disponível para o crescimento das plantas Mas grande parte des te nitrogênio volta à forma disponível à medida que os corpos dos microrganismos se decompõem A mineralização e a imobilização ocorrem simulta neamente nos solos A mudança no solo em direção ao depósito orgânico ou inorgânico depende grandemente da relação carbononitrogênio CN dos materiais em decomposição Os materiais com relação CN alta aci ma de 301 favorecem a imobilização Materiais com relação CN baixa menos de 201 favorecem uma mineralização mais rápida Em relações CN na ampli tude de 20 a 301 os dois processos praticamente se igualam A Tabela 35 mostra a relação CN de materiais or gânicos selecionados Tabela 35 Relação carbononitrogênio de materiais or gânicos selecionados Material Relação CN Solo inalterado 101 Alfafa 131 Esterco 201 Colmos de milho 601 Colmos de culturas de pequenos grãos 801 Carvão e óleo mineral 1241 Carvalho 2001 Abeto vermelho 10001 Dose de N kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 41 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 42 Quando a imobilização do nitrogênio do solo exce de a mineralização pode praticamente não haver ni trogênio disponível para as culturas em crescimento a não ser que fertilizantes nitrogenados tenham sido aplicados em uma faixa próxima às raízes Isto é chamado de período de depressão de nitrato É um período crítico para as culturas A sua duração depen de de três fatores 1 da relação CN do material em decomposição 2 da quantidade de resíduo da cultura adicionada ao solo 3 das condições ambientais do solo Com a adição de mais resíduos de culturas em geral há aumento no período O fornecimento adequa do de nitrogênio geralmente encurta o período Para evitar o problema ou evitar o seu impacto devese in corporar bem os resíduos antes do plantio da cultura subseqüente e permitir a decomposição prévia dos mesmos NITRIFICAÇÃO E DESNITRIFICAÇÃO O produto inicial da decomposição da matéria orgâ nica mineralização é o amônio NH4 resultante da fragmentação de proteínas aminoácidos e outros com postos A conversão de substâncias mais complexas em amônio é chamada amonificação Sob condições que favorecem o crescimento das plantas grande parte do nitrogênio amoniacal do solo será convertida em nitrogênio nítrico por certas bacté rias nitrificadoras Este processo é chamado nitrifi cação Figura 32 Ele é importante por três razões fundamentais O nitrato é prontamente disponível para o uso pe las culturas e microrganismos Os organismos tam bém usam NH4 sob condições de boa aeração Os nitratos são extremamente móveis no solo Eles movimentamse livremente com a água do solo Assim sendo muito nitrogênio nítrico pode ser lixi viado através do perfil do solo mais em solos arenosos profundos do que em solos de textura argilosa com drenagem moderada e alta pluvio sidade O manejo do nitrogênio entretanto pode controlar a lixiviação para o lençol freático e au mentar a produtividade Os nitratos podem ser perdidos por desnitrifica ção um processo pelo qual os nitratos são reduzi dos a óxido nitroso N2O ou N elementar N2 e perdidos para a atmosfera na forma de um gás A Tabela 36 mostra que dividindose a adubação nitrogenada em três aplicações aumentouse a produ ção relativa em 31 Isto significa que menos nitrogê nio permaneceu no solo após a colheita Tabela 36 Efeito do parcelamento da adubação nitro genada na produção relativa e teor de pro teína no milho Dose de N Produção relativa Proteína kgha 0 39 831 120 69 844 40 40 40 100 919 Brasil A desnitrificação normalmente ocorre em solos com alto teor de matéria orgânica que permanecem por muito tempo sob condições de alagamento ausência de O2 e conforme a temperatura se eleva Cinco condições do solo parecem ter maior influên cia nos processos de nitrificação e desnitrificação pH do solo As taxas de nitrificação são geral mente baixas em solos ácidos Ela pode ocorrer numa amplitude de pH de 45 a 100 mas o pH ótimo é de 85 A calagem em solos fortemente ácidos beneficia as bactérias nitrificadoras A cala gem tem sido responsável pelo aumento da des nitrificação sob certas condições Umidade As bactérias nitrificadoras permane cem ativas sob condições muito secas mas inati vas em solos inundados Os solos com umidade suficiente para o crescimento das plantas terão umidade suficiente para uma nitrificação normal Os solos encharcados não contêm oxigênio sufi ciente para suprir as bactérias nitrificadoras Como resultado muito pouco nitrato será produzido Quando o oxigênio é excluído do solo pode ocor rer a desnitrificação por ação das bactérias Isto pode diminuir rapidamente o teor de nitrogênio 2 NH4 3 O2 2 NO3 8 H Amônio Oxigênio Nitrato Hidrogênio Bactéria nitrificadora Figura 32 O amônio reage com o oxigênio na presença de bactérias nitrificadoras para produzir nitrato Íons de hidrogênio são também liberados aumentando a acidez do solo Nitrificação Manual Fertpmd 11042016 1149 42 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 43 Temperatura A nitrificação começa lentamente logo acima da temperatura de congelamento e con tinua a aumentar à medida que a temperatura do solo aumenta até cerca de 30oC Acima de 30oC a velocidade decresce As taxas de desnitrificação também aumentam com os aumentos da tempe ratura do solo Aeração A nitrificação requer oxigênio Solos bem aerados de textura média a arenosa têm mais oxigênio e aceleram a nitrificação pela boa drena gem e movimento do ar entre o solo e a atmosfe ra acima do nível do solo Resíduos de culturas A desnitrificação ocorre à medida que as bactérias do solo oxidam os resí duos orgânicos Grandes quantidades de resíduos combinadas com baixo suprimento de oxigênio no solo aumentam as reações de desnitrificação e perdas de nitrogênio ESTABILIZANDO O NITROGÊNIO NO SOLO Todos os principais fertilizantes nitrogenados co mercializados são altamente solúveis quando aplica dos ao solo As fontes orgânicas como os estercos ani mais os resíduos das culturas e das plantas de cober tura liberam à medida que se decompõem nitrogênio solúvel Se não forem utilizadas pela cultura em cres cimento todas as formas nitrogenadas dos fertilizan tes são convertidas em nitratos Na forma de nitrato o nitrogênio está sujeito a perdas por erosão lixiviação e desnitrificação Na forma de amônio o nitrogênio é estável no solo sendo retido nos pontos de troca da CTC nas argilas e matéria orgânica Existem boas razões para manter o nitrogênio nesta forma NH4 pelo menos até próximo ao momento que a cultura necessita dele O nitrogênio amoniacal não é sujeito à lixiviação e assim o potencial de movimento para o lençol freático é mínimo ou é eliminado Alguns híbridos de milho trigo algodão e outras culturas produzem mais quando recebem uma mis tura de NO3 e NH4 O nitrogênio do solo não está sujeito à desnitrifi cação quando na forma amoniacal Um ponto importante em relação ao manejo de fer tilizantes nitrogenados é aplicar as fontes e doses ade quadas adubar com nitrogênio para maior eficiência de uso e fazer a aplicação nos períodos de maior de manda pelas culturas É difícil ou mesmo impossível algumas vezes fazer isso tudo Entretanto com o uso de inibidores da nitrificação ou utilizando fertilizan tes de liberação lenta disponibilidade controlada podese aumentar de modo significante a eficiência no uso do nitrogênio Inibidores da nitrificação Estes produtos sim plesmente bloqueiam a conversão de NH4 para NO3 desativando as bactérias nitrificadoras por vários períodos de tempo algumas vezes até três meses Os resultados são variáveis mas respos tas em produção de até 50 têm sido obtidas usan do bons inibidores de maneira correta O maior be nefício em potencial do uso desses inibidores da nitrificação é quando da aplicação de nitrogênio no outono ou no início da primavera em solos are nosos em solos mal drenados ou com alta intensi dade e quantidade de chuvas Nitrogênio de liberação lenta Os fertilizantes com uréiaformaldeído são fabricados reagindo a uréia com o formaldeído para formar compostos pouco solúveis em água O custo desses produtos geralmente é proibitivo para o uso em culturas co muns seu uso principal é em gramados campos de golfe e outras culturas especiais Uréia revestida com enxofre é outro tipo de fertilizante de disponi bilidade controlada FIXAÇÃO DO NITROGÊNIO Quando o nitrogênio atmosférico combinase com o hidrogênio e o oxigênio ocorre um processo chamado fixação Este processo precisa ocorrer antes do nitro gênio poder ser usado pelas plantas A fixação pode se dar de diversos modos Biológica A fixação biológica pode ser simbiótica ou não simbiótica A fixação simbiótica de nitro gênio referese a microrganismos que fixam o ni trogênio enquanto crescem em associação com a planta hospedeira O processo beneficia a ambos organismos e plantaO exemplo mais amplamen te conhecido é a associação entre a bactéria Rhizobium e as raízes das leguminosas A bacté ria forma nódulos nas raízes A bactéria nestes nó dulos fixam nitrogênio da atmosfera e o tornam disponível para a leguminosa As leguminosas for necem os carboidratos que dão à bactéria a ener gia para fixar o nitrogênio Que quantidade de ni trogênio as bactérias das leguminosas podem fi xar As estimativas variam de uns poucos quilos a até 560 kghaano Alguns valores comumente acei tos são mostrados na Tabela 37 Tabela 37 Estimativas da fixação anual de nitrogênio por várias leguminosas Leguminosa N fixado kghaano Alfafa 220 Trevo ladino 200 Trevo branco 120 Soja 110 Cowpea 100 Lespedezas anual 95 Amendoim 45 Manual Fertpmd 11042016 1149 43 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 44 A fixação simbiótica de nitrogênio pelas bactérias das leguminosas é considerada a mais importante fon te natural deste nutriente nos solos As pesquisas ago ra estão sendo conduzidas para os organismos fixa dores que se desenvolverão e fixarão o nitrogênio em gramíneas O fósforo e o potássio afetam a nodulação e con seqüentemente a fixação do nitrogênio conforme mos trado na Tabela 38 Note como o fósforo e o potássio aumentaram o número de nódulos a porcentagem de nitrogênio nos nódulos e a produção de proteína nas sementes A fixação não simbiótica do nitrogênio é levada a efeito por bactérias de vida livre no solo A quantida de de nitrogênio fixada por estes organismos é muito menor do que a quantidade fixada simbioticamente A maioria das estimativas indica que valores de até 20 kgha são fixados anualmente por estes microrga nismos Oxidação natural O calor gerado por relâmpa gos promove a reação do nitrogênio com o oxigê nio do ar formando eventualmente NNO3 A chu va e a neve adicionam somente 5 a 10 kgha de nitrogênio por ano Industrial Os processos industriais fixam o nitro gênio de modo muito eficiente e em formas dispo níveis para as plantas O processo mais importan te é o da síntese da amônia NH3 a partir de nitro gênio N2 e hidrogênio H como segue N2 3 H2 2 NH3 amônia anidra O H2 é geralmente obtido do gás natural O N2 vem diretamente do ar A Figura 33 mostra como a amônia pode ser usada para a fabricação de um grande número de outros ma teriais fertilizantes PERDAS DE NITROGÊNIO As colheitas das diversas culturas removem gran des quantidades de nitrogênio do solo A quantidade Tabela 38 Efeitos do fósforo e do potássio na produção na nodulação e na composição química da soja Dose anual Produção média 1 Número de nódulos Peso fresco dos de N Proteína na Proteína na P2O5 K2O tha por planta2 nódulos2 mgcm3 no nódulo semente 1 semente kgha1 0 0 17 35 0186 319 418 717 134 0 18 59 0343 392 418 742 0 134 31 79 0487 337 392 1228 134 134 37 114 0919 361 392 1445 1 Média de 2 anos 2 Assumindo a profundidade de 17 cm Virginia EUA calor pressão catalisador Figura 33 A amônia é o produto básico do qual são produzidas outras fontes de nitrogênio H2SO4 CO2 H2O NH4NO3 Uréia H2O H3PO4 HNO3 ácido nítrico Na2CO3 carbonato de sódio H2SO4 ácido sulfúrico CO2 dióxido de carbono H3PO4 ácido fosfórico HNO3 NH3 Fosfato de rocha O2 NH3 Fosfatos de amônia MAP e DAP Soluções com H Aqua amônia NH4OH Uréia CONH22 Sulfato de amônio NH42SO4 Nitrato de sódio NaNO3 Nitrato de amônio NH4NaO3 Nitrofosfatos Na2CO3 Manual Fertpmd 11042016 1149 44 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 45 depende do tipo de cultura e da produção Apesar da remoção pelas culturas não ser geralmente considera da uma perda na realidade ela é O efeito final da re moção das culturas é a diminuição dos níveis de nitro gênio no solo Outros tipos de perdas de nitrogênio são descritos a seguir Reações do amônio Quando fertilizantes nitro genados tais como o nitrato de amônio ou sulfato de amônio são aplicados na superfície de solos alcalinos ou calcários uma reação química pode causar a perda de nitrogênio como gás NH3 num processo chamado volatilização Reações seme lhantes podem ocorrer em solos que receberam calagem recente As perdas por volatilização po dem ser altas sob temperaturas elevadas e certas condições de umidade Para evitar tais perdas in corpore o fertilizante aplicado aos solos alcalinos ou calcários Uréia A aplicação de nitrogênio na forma de uréia na superfície do solo rapidamente converte este nitrogênio em NH3 ou NH4 quando a umidade e a temperatura são adequadas e quando a enzima urease está presente Este NH3 pode ser perdido para a atmosfera através da volatilização Esta per da pode ser evitada por 1 incorporação da uréia 2 aplicação quando a temperatura é baixa ou 3 irrigação imediata para levar a uréia para dentro do solo Amônia anidra A amônia anidra NH3 é um gás Assim sendo ela precisa ser adequadamente apli cada no solo para prevenir as perdas para a at mosfera Também podem ocorrer perdas quando a NH3 é aplicada em solos extremamente úmidos A época ideal de aplicação é quando a umidade está abaixo da capacidade de campo úmido mas não saturado de umidade ou muito seco Os solos arenosos e com baixa CTC necessitam de aplica ções mais profundas do que os solos argilosos COMO O FERTILIZANTE NITROGENADO AFETA A ACIDEZ DO SOLO Quando o processo de nitrificação converte o íon amônio a nitrato íons hidrogênio são liberados Figura 32 Isto é uma fonte de acidez do solo Conseqüente mente as fontes de nitrogênio fertilizantes esterco leguminosas que contêm ou formam nitrogênio amo niacal aumentam a acidez do solo a não ser que a planta absorva o íon amônio diretamente O nitrato também é um fator importante associado com a lixiviação de bases como cálcio magnésio e potássio do solo O nitrato e as bases movemse jun tos À medida que estas bases são removidas e substi tuídas por hidrogênio os solos tornamse mais ácidos Quando o processo de mineralização decompõe a matéria orgânica do solo o primeiro produto com nitro gênio é o amônio NH4 Quando ele é convertido a nitrato íons hidrogênio são liberados Isto à semelhança dos fertilizantes amoniacais inorgânicos causa algu ma acidez Outros carreadores de nitrogênio como o nitrato de sódio e o nitrato de cálcio deixam cátions básicos Ca e Na no solo Isto torna o solo menos ácido A Tabela 39 mostra como diferentes fontes de ni trogênio afetam a acidez ou a alcalinidade dos solos Tabela 39 Algumas fontes de nitrogênio seus teores e efeitos na acidez ou basicidade dos solos Fonte de N Fórmula química N kg CaCO3kg de N 1 Sulfato de amônio NH42 SO4 21 52 Amônia anidra NH3 82 18 Nitrato de amônio NH4NO3 34 18 Uréia CONH22 46 18 Solução uréianitrato de amônio URAN CONH22 NH4NO3 2832 18 Nitrato de cálcio CaNO32 155 0510 B Nitrato de sódio NaNO3 16 18 B Nitrato de potássio KNO3 13 20 B Fosfato de monoamônio MAP NH4H2PO4 10 50 Fosfato de diamônio DAP NH42HPO4 18 31 Nitrofosfato H3PO4 CaNO32 20 0813 Nitrato de cálcio e amônio CaNO32 NH4NO3 26 0307 1 Quantidade de carbonato de cálcio puro CaCO3 seja para neutralizar as reações formadoras de ácidos de 1 kg de N ou a quantidade de CaCO3 necessária para igualar os efeitos neutralizadores de ácidos de 1 kg de N B A maioria dos efeitos fornecedores de ácidos é devida às atividades de bactérias do solo durante a nitrificação Manual Fertpmd 11042016 1149 45 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 46 FONTES DE NITROGÊNIO A decomposição da matéria orgânica fornece prati camente mais de 90 do nitrogênio do solo mas a maioria dos solos contém pouca matéria orgânica ge ralmente 2 ou menos A matéria orgânica do solo contém cerca de 5 de nitrogênio mas somente cerca de 2 da matéria orgânica são decompostos a cada ano em geral menos que isto Assim cada 1 de matéria orgânica libera somen te cerca de 10 a 40 kg de nitrogênio a cada ano muito aquém das necessidades da maioria das plantas cultivadas Além disso a taxa de liberação é afetada pelas práticas de manejo O preparo conservacionista que vem sendo praticado em maior área a cada ano na América do Norte por exemplo leva a solos mais frios menor velocidade de decomposição da matéria orgâ nica e menores taxas de liberação de nitrogênio Houve época em que todo o fertilizante nitrogenado estava na forma de materiais orgânicos naturais Ma teriais orgânicos tais como o esterco de curral o ester co de galinha a torta de caroço de algodão e a farinha de ossos foram também usados Alguns destes mate riais ainda estão sendo usado em muitos países A maior parte dos fertilizantes nitrogenados vem hoje da fixação sintética do nitrogênio atmosférico em amô nia com o posterior processamento da amônia em ou tros compostos tais como Amônia anidra A amônia anidra contém mais nitrogênio do que qualquer outro fertilizante nitro genado encontrado no mercado 82 Ela é ar mazenada sob pressão como um líquido É apli cada ao solo através de tanques de alta pressão 1 por injeção através de tubos que são localiza dos na parte de trás de um aplicador tipo lâmina ou 2 por mistura na água de irrigação em siste mas de inundação ou sulcos mas não em sistema de irrigação por aspersão A aplicação de amônia anidra pode ser difícil em solos pedregosos enchar cados ou secos ou cheio de torrões Em soqueiras de culturas pode causar injúrias temporárias nas raízes Como se trata de um gás sob condições normais de temperatura e pressão alguma perda de amô nia anidra pode ocorrer durante e após a aplica ção As condições físicas e químicas do solo afe tam a quantidade perdida O teor de umidade do solo a profundidade de aplicação o espaçamento das lâminas do aplicador e a CTC do solo afetam a quantidade de amônia retida no solo Solos com baixa CTC como os arenosos podem necessitar de aplicações em maior profundidade para evitar perdas por volatilização Se um solo está compactado ou cheio de torrões durante a aplicação a fenda atrás da lâmina do aplicador não se fechará Isto permite que alguma amônia seja perdida para a atmosfera A umidade do solo próxima à capacidade de campo é a ideal para a retenção de amônia Condições de enchar camento também aumentam as possibilidades de perdas em função da dificuldade de fechamento das fendas atrás das lâminas Menores espaçamentos do aplicador ou pontos de aplicação propiciam menores perdas de amônia por causa da concentração reduzida no ponto de inje ção Doses de aplicação menores também redu zem a concentração de amônia nos pontos de li beração e reduzem possíveis perdas Levandose todos esses pontos em consideração as perdas de amônia por volatilização são normal mente pequenas e não se constituem em um gran de fator econômico Aqua amônia e soluções de nitrogênio A aqua amônia é obtida dissolvendose gás amônia em água Estes produtos apresentam propriedades se melhantes à amônia anidra e devem ser coloca dos abaixo da superfície do solo para prevenir per das As soluções de nitrogênio são preparadas misturando soluções concentradas de nitrato de amônio de uréia e algumas vezes de aqua amô nia Essas soluções de nitrogênio são algumas vezes produzidas pela dissolução de uréia eou nitrato de amônio sólidos Todas as soluções de nitrogênio são classificadas como pressurizadas ou não pressurizadas As soluções pressurizadas possuem uma apre ciável pressão de vapor por causa da amônia li vre Elas podem requerer tanques e equipamen tos modificados especialmente se a pressão de vapor for muito forte nas temperaturas de opera ção As soluções pressurizadas precisam ser apli cadas abaixo da superfície do solo para evitar per das Não aplique esses produtos em contato direto com a semente porque a amônia é danosa à ger minação As soluções não pressurizadas podem ser manu seadas sem o uso de tanques ou equipamentos de alta pressão Elas não contêm amônia livre usual mente contêm nitrato de amônio uréia e água So luções de nitrogênio que contêm uréia e nitrato de amônio URAN apresentam maiores concentra ções de nitrogênio do que as soluções de cada um desses produtos isolados A presença de ambos os compostos baixa a temperatura de formação de sais e permite que as soluções possam ser uti lizadas a temperaturas mais baixas sem a forma ção de precipitados Entretanto mesmo nas solu Manual Fertpmd 11042016 1149 46 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 47 ções URAN à medida que a concentração de ni trogênio aumenta a temperatura de precipitação também aumenta Por exemplo soluções com 28 de nitrogênio precipitam a 21oC soluções com 30 a 7oC e soluções com 32 a 2oC Nitrato de amônio O nitrato de amônio contém 32 de nitrogênio metade na forma amoniacal NH4 e metade na forma nítrica NO3 Apesar do nitrato de amônio sólido possuir excelentes quali dades para o manuseio ele absorve umidade é higroscópico Por esse motivo ele é revestido durante a fabricação com materiais como terra diatomácea para prevenir a absorção de água Ele também não deve ser deixado em sacos ou com partimentos abertos por período longos em clima úmido O nitrato de amônio é bastante adequado para misturas de produtos e para culturas que re querem aplicações em cobertura Fosfato de amônio O fosfato de monoamônio NH4H2PO4 e o fosfato de diamônio NH42HPO4 são geralmente considerados fontes mais impor tantes de fósforo do que de nitrogênio O Capítulo 4 discute estes materiais Uréia A uréia com 44 de N na forma amídica não contém NH4 na forma em que é comerciali zada e usada No solo entretanto ela pode ser hidrolisada rapidamente na presença de enzima urease para produzir íons de amônio e bicarbona to Figura 34 Uma série de fatores influencia quão rapidamente ocorre a hidrólise da uréia incluindo a quantidade de enzima presente e a temperatura do solo Quanto menor a temperatura do solo mais lento é o processo Durante a hidrólise os íons de bicarbonato rea gem com a acidez do solo e aumentam o pH do solo na proximidade do local onde ocorre a reação o que em parte neutraliza um pouco da acidez que mais tarde é produzida pela nitrificação Os íons NH4 são adsorvidos pela argila e matéria or gânica do solo sofrem nitrificação ou são direta mente absorvidos pelas plantas Uma vez conver tida em amônio a uréia comportase como qual quer dos outros fertilizantes nitrogenados e é uma excelente fonte de nitrogênio1 Existem alguns fatos sobre o comportamento da uréia que devem ser compreendidos a A uréia é hidrolisada rapidamente Grandes quantidades de amônia NH3 podem ser perdidas por volatilização quando a uréia ou soluções con tendo uréia são aplicadas em superfícies nuas e que estão evaporando rapidamente a água ou em solos com grandes quantidades de resíduos in cluindo soqueiras A aplicação com temperatura baixa incorporação ao solo ou aplicações em fai xas dos fertilizantes contendo uréia URAN aju dam a controlar o problema b A rápida hidrólise da uréia no solo pode ser res ponsável por injúrias produzidas pelo NH3 às plân tulas Isto ocorre quando grandes quantidades são localizadas muito próximas às sementes ou em sulcos com as sementes em linhas estreitas Uma regra prática é evitar contato direto com as semen tes plantadas em sulcos ou sulcos pouco espaça dos de pequenos grãos Pequenos grãos podem suportar altas doses de aplicação em contato com as sementes se a plantadeira distribui as semen tes e o fertilizante em faixas mais largas planta deiras a ar c A uréia é um excelente fertilizante para a adu bação foliar mas alguns tipos podem conter pe CONH22 2 H2O H 2 NH4 HCO3 uréia acidez amônio bicarbonato HCO3 H CO2 H2O bicarbonato acidez dióxido de carbono Figura 34 A decomposição da uréia hidrólise no solo depende da presença da enzima urease e deve ocorrer antes das plantas utilizarem o nitrogênio da uréia Urease 1 As fontes de nitrogênio mais comercializadas no Brasil são a uréia que representa mais de 50 do total o sulfato de amônio 20 e menores quantidades de nitrato de amônio e nitrocálcio Hidrólise da uréia Manual Fertpmd 11042016 1149 47 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 48 quenas quantidades de um produto de condensa ção chamado biureto O biureto é tóxico quando aplicado nas folhas das plantas mas não apresen ta efeito detrimental quando aplicado ao solo Sulfato de amônio O sulfato de amônio contém 20 de nitrogênio e 2224 de enxofre É geral mente produzido como um subproduto na fabrica ção de coque e nylon O aumento na freqüência das deficiências de enxofre tem resultado em uma maior utilização desse fertilizante como fonte de nitrogênio e enxofre Sulfonitrato de amônio É obtido por mistura à quente de soluções de nitrato e sulfato de amônio Apresenta 25 de N total sendo 5 na forma nítrica e 20 na forma amoniacal Contém ainda 13 a 15 de S Nitrocálcio O nitrocálcio resulta da mistura de nitrato de amônio com calcário finamente moído Apresenta 20 de N total sendo metade na forma nítrica e metade na forma amoniacal Pelo reves timento do nitrato de amônio com calcário este fer tilizante não apresenta características acidifican tes Contém ainda 2 a 8 de Ca e 1 a 5 de Mg Nitrato de sódio O nitrato de sódio é resultante da extração e purificação de depósitos naturais de caliche no Chile Foi durante muitas décadas o único fertilizante nitrogenado comercializado O Salitre do Chile como é conhecido apresenta 15 de N na forma nítrica Tabela 310 Fontes de nitrogênio e seus teores de N Fonte N Amônia anidra 82 Aqua amônia mínimo 10 Nitrato de amônio 32340 Sulfonitrato de amônio 25 Nitrocálcio 20 Sulfato de amônio 20 Solução de uréianitrato de amônio URAN 2832 MAP 9 DAP 16 Cloreto de amônio 25 Uréia 44 Nitrato de sódio 15 Nitrato de potássio 13 Nitrato de cálcio 14 Uréia revestida com S 39 Uréia formaldeído 38 Fosfato de magnésio e amônio 9 A Tabela 310 enumera vários fertilizantes com ni trogênio Nota Ver fontes de nitrogênio de acordo com a legislação brasileira na Tabela 7A Anexos Manual Fertpmd 11042016 1149 48 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 49 CAPÍTULO 3 NITROGÊNIO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 As plantas geralmente absorvem o nitrogênio como ou 2 Dentro da planta o nitrogênio é convertido em 3 C ou E O nitrogênio faz parte da molécula de clorofila 4 O amarelecimento das folhas das plantas em decorrência da deficiência de nitrogênio é chamado de 5 Na presença da clorofila e são convertidos em açúcares simples 6 C ou E O atraso na maturidade das culturas é usualmente causado por excesso de nitrogênio 7 C ou E O nitrogênio aumenta a produção das culturas por mm de água independentemente da quantidade de água disponível para o crescimento 8 C ou E A maioria das rochas e minerais do solo contém nitrogênio 9 A maior parte do nitrogênio do solo vem da 10 Cada hectare da superfície da terra está coberto por toneladas de nitrogênio 11 As formas de nitrogênio do solo mais disponíveis são íons e ou compostos solúveis de nitrogênio A forma menos disponível é o nitrogênio 12 O processo pelo qual o nitrogênio orgânico não disponível é convertido em formas disponíveis é conhecido por O processo reverso é a 13 C ou E Materiais com alta relação CN fazem com que o processo da imobilização supere o de mineralização 14 C ou E A alfafa tem uma relação CN mais larga do que o solo superficial inalterado 15 A conversão bacteriana do nitrogênio na forma de amônio à forma de nitrato é chamada 16 O processo pelo qual o nitrogênio na forma de nitrato é reduzido a óxido nitroso ou nitrogênio elementar é cha mado de 17 Quatro condições do solo que influenciam a nitrificação e a desnitrificação são e 18 Os inibidores da nitrificação atuam por desativar a bactéria que converte em 19 Quando o nitrogênio atmosférico é combinado com hidrogênio ou oxigênio o processo é chamado de 20 As três formas de fixação do nitrogênio são e 21 As duas formas de fixação biológica do nitrogênio são e 22 A alfafa fixa cerca de kg de nitrogênio por hectare em um ano normal 23 Na síntese da amônia o hidrogênio H geralmente é obtido do 24 C ou E A amônia é a base para a fabricação dos fertilizantes nitrogenados mais comuns 25 C ou E A remoção pelas culturas é uma forma de perda de nitrogênio do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 49 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 50 26 A perda de nitrogênio como gás NH3 é chamada de 27 C ou E As perdas de uréia podem ser diminuídas pela aplicação com temperatura baixas através de irrigação imediatamente após a aplicação ou por incorporação mais profunda 28 C ou E Perdas significativas de nitrogênio podem ocorrer quando se aplica amônia anidra em solos extrema mente úmidos 29 A uréia contém de nitrogênio 30 Quais dos seguintes fertilizantes contendo nitrogênio apresentam reação ácida sulfato de amônio uréia nitra to de potássio nitrato de cálcio amônia anidra 31 C ou E A decomposição da matéria orgânica do solo resulta em aumento da acidez do solo 32 Todas as soluções contendo nitrogênio são classificadas como ou 33 C ou E Metade do nitrogênio do nitrato de amônio está na forma de NO3 34 O nitrato de amônio é higroscópico o que significa que ele água com rapidez 35 C ou E O teor de biureto na uréia é um problema apenas em adubação foliar 36 O fertilizante nitrogenado com o maior teor de N é a Manual Fertpmd 11042016 1149 50 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 51 UM NUTRIENTE ESSENCIAL PARA AS PLANTAS O fósforo P é essencial para o crescimento das plantas e nenhum outro nutriente pode substituílo A planta precisa do fósforo para completar seu ciclo nor mal de produção Ele é um dos três nutrientes primá rios como o nitrogênio N e o potássio K A Tabela 41 mostra as quantidades de P2O5 que algumas cultu ras removem do solo Tabela 41 Remoção de P2O5 por algumas culturas Nível de produção P2O5 removido pela tha planta inteira kgha Alfafa 180 134 Algodão fibra 11 57 Amendoim 45 45 Arroz 78 67 Banana 550 52 Café 21 12 Canadeaçúcar 1120 112 Feijão 20 15 Milho 100 102 Soja 40 65 Sorgo granífero 90 94 Tomate 900 97 Trigo 40 46 Nota O teor de fósforo nos fertilizantes é expresso em equi valente de P2O5 apesar de na realidade não ocorrer P2O5 como tal nesses materiais A designação P2O5 é a expres são padrão do teor relativo de P Neste texto alguns resulta dos são apresentados em termos de P e outros em P2O5 Para converter o P em P2O5 basta multiplicálo por 229 Para converter o P2O5 em P devese multiplicálo por 043 FUNÇÕES DO FÓSFORO NAS PLANTAS As plantas absorvem a maior parte de seu fósforo como íon ortofosfato primário H2PO4 Pequenas quan tidades de íon ortofosfato secundário HPO4 2 são tam bém absorvidas O pH do solo influencia grandemente a relação destes dois íons absorvidos pela planta Ou tras formas de fósforo podem ser utilizadas mas em quantidades muito menores que os ortofosfatos Níveis mais altos de fósforo nas plantas jovens são encontrados nos tecidos dos pontos de crescimento Uma vez que o fósforo movimentase rapidamente dos tecidos velhos para os novos as deficiências aparece rão primeiro nas partes baixas das plantas Também à medida que as culturas atingem a maturidade mais fósforo se movimenta para as sementes e frutos Tabe la 42 Tabela 42 As sementes contém mais fósforo do que as outras partes da planta Cultura Parte Nível de produção tha P Milho Grãos 94 022 Resíduo 84 017 Algodão Sementes 22 066 Resíduo 28 024 Amendoim Grãos 45 020 Casca 72 026 Arroz Grãos 67 028 Palha 78 009 Soja Grãos 34 042 Palha 78 018 Trigo Grãos 40 042 Palha 61 012 CAPÍTULO 4 FÓSFORO Página Um nutriente essencial para as plantas 51 Funções do fósforo nas plantas 51 Sintomas de deficiência nas plantas 52 Fontes e quantidades de fósforo nos solos52 Movimento do fósforo no solo 54 Fatores que afetam a disponibilidade do P 55 Métodos de aplicação dos fertilizantes fosfatados 59 Fontes de fertilizantes fosfatados 61 Terminologia dos fertilizantes fosfatados 64 Perguntas de revisão 65 Cultura Manual Fertpmd 11042016 1149 51 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 52 O fósforo atua na fotossíntese na respiração no armazenamento e na transferência de energia na divi são celular no crescimento das células e em vários outros processos da planta Além de promover a formação e o crescimento pre maturo das raízes o fósforo melhora a qualidade de muitas frutas verduras e culturas graníferas sendo vi tal para a formação das sementes Está também en volvido na transferência dos códigos genéticos de uma geração para outra O fósforo ajuda as raízes e as plântulas a se desen volverem mais rapidamente aumenta a resistência aos rigores do inverno melhora a eficiência no uso da água favorece a resistência às doenças em algumas plan tas acelera a maturidade e é importante para a colhei ta e a qualidade da cultura Na Tabela 43 podese observar que a adubação com fósforo aumentou a produção de milho e reduziu a porcentagem de umidade dos grãos na colheita Tabela 43 A adubação fosfatada aumenta a produção de milho e diminui a umidade dos grãos na colheita P2O5 aplicado Produção Umidade no grão kgha tha 0 62 318 45 82 278 90 88 270 135 85 269 180 87 265 Solo com baixo teor de P Illinois EUA Um aspecto importante da fertilidade do solo em relação a fósforo é a sua influência na absorção desse nutriente pelas culturas durante o período de estresse por umidade A Figura 41 mostra que a absorção de fósforo por plântulas de milho é reduzida durante perío dos de estresse por umidade Este efeito entretanto pode ser parcialmente sobrepujado quando os níveis de fósforo no solo são altos SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS O primeiro sinal da fome de fósforo é um desenvol vimento subnormal de toda a planta A forma da folha pode ficar distorcida Quando a deficiência é severa áreas mortas podem aparecer nas folhas frutos e pecíolos As folhas mais velhas serão afetadas antes das mais novas Uma cor púrpura arroxeada ou aver melhada associada com o acúmulo de açúcar é fre qüentemente observada em plantas deficientes de mi lho e de algumas outras culturas especialmente em baixas temperaturas A deficiência de fósforo atrasa a maturidade Culturas de pequenos grãos cultivadas em solos sem teor adequado de fósforo perfilham menos Os sintomas visuais além do desenvolvimento sub normal e da redução na produção geralmente não são tão claros como os sinais de fome de nitrogênio e de potássio A deficiência de fósforo é difícil de ser detectada em muitas culturas Em alguns estádios pode fazer com que a cultura pareça de cor verde mais escura Devese sempre estar alerta para a característica do desenvolvimento subnormal e quando possível con firmar o que os olhos vêem com a análise do solo e das plantas FONTES E QUANTIDADES DE FÓSFORO NOS SOLOS ver Conceito de Produção 41 O fósforo elementar é muito reativo quimicamente Assim ele não é encontrado em estado puro na natu reza somente em combinações químicas com outros elementos A maior parte do fósforo do solo é proveniente da intemperização da apatita um mineral que contém fós foro e cálcio além de outros elementos como o flúor e o cloro À medida que a apatita desintegrase e libera o fósforo no solo vários compostos de fósforo são for mados incluindose os dois ortofosfatos que são ab sorvidos pelas raízes das plantas Estas formas geral mente são solúveis e podem ser encontradas dissolvi das em pequenas quantidades na solução do solo O fósforo solúvel no solo formará compostos com o cálcio o ferro o alumínio e o manganês quer ele seja proveniente da apatita de fertilizantes do esterco ou Figura 41 O nível de fósforo no solo afeta a absorção pelas plantas de milho durante períodos de estresse por umidade Manual Fertpmd 11042016 1149 52 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 53 CONCEITO DE PRODUÇÃO 41 FÓSFORO A MAIORIA DOS SOLOS NÃO TEM O SUFICIENTE A MAIORIA DAS CULTURAS TEM dificuldades em obter o fósforo suficiente A deficiência de fósforo pode ser mais limitante para a produção das culturas no mundo do que qualquer outra deficiência toxicidade ou doenças Um levantamento recente sobre dados de análises de solos indica que várias áreas do mundo apresentam uma porcentagem significante de solos enquadrados como tendo teor médio ou baixo em fós foro Eis alguns exemplos O produtor pode esperar uma eficiência entre 10 e 30 para os fertilizantes fosfatados solúveis em água no primeiro ano após a aplicação É difícil manter o fósforo disponível para as plantas Este nutriente sempre quer manter ligações químicas com o cálcio e o ferro para formar compostos que não se mo vimentam bem para as raízes Os métodos de aplica ção podem influenciar na eficiência de uso do fósforo Resumo de análises de solos com teor médio ou baixo em P Canadá Ontário 42 Saskatchewan 86 EUA Nebrasca 60 Pensilvânia 54 Alabama 46 México Bajio 85 TropicalSul 70 Venezuela Lianos orientais 95 Lianos centrais 90 Lianos ocidentais 57 Colômbia Terras altas vulcânicas 80 Lianos orientais 95 Vale do Cauca 73 Equador Terras altas vulcânicas 80 Planície costeira 63 Brasil Cerrados 91 País Região FÓSFORO DEVOLVIDO AO SOLO PELOS RESÍDUOS DAS PLANTAS DECOMPOSTO PELOS ORGANISMOS DO SOLO LIBERADO PARA AS CULTURAS ADICIONADO AO RESERVATÓRIO 7080 ADICIONADO AO RESERVATÓRIO DO SOLO 20 A 30 ABSORVIDO PELAS RAÍZES FÓSFORO DISPONÍVEL NOS FERTILIZANTES APROVEITA MENTO LENTO COMPOSTOS DE FÓSFORO ORGÂNICO COMPOSTOS DE FÓSFORO LIGADOS COM Ca Fe Al Mn etc Manual Fertpmd 11042016 1149 53 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 54 da matéria orgânica Irá também se ligar com as su perfícies reativas de certos minerais de argila tais como a caulinita os óxido de ferro e alumínio nos solos ver melhos dos trópicos e com a alofana a imogolita e complexos húmusAl em solos formados de cinzas vul cânicas Essas reações diminuem a disponibilidade de fósforo para as plantas porque ele é revertido ou trans formado em formas fixadas Compostos como fosfato bicálcico ou octocálcico entretanto são relativamente disponíveis às plantas Outras fontes de fósforo disponível incluem a matéria orgânica em decomposição o húmus os microrganis mos e outras formas de vida A pesquisa demonstrou que os compostos orgânicos no solo podem ajudar a retardar as reações de fixação de fósforo A camada arável da maior parte dos solos agricul táveis pode conter altas quantidades de P chegando até a 2800 kg ou mais de P totalha em combinação com outros elementos mas a maioria em forma não disponível para as plantas Somente uma quantidade muito pequena do fósforo total do solo está na solução a qualquer momento usualmente menos de 4 kg Pha Somente uns poucos quilogramas de fósforo por hec tare na solução do solo são usualmente adequados para o crescimento normal das culturas O ponto cha ve para a fertilidade em relação ao fósforo não é en tão ter grandes quantidades de fósforo na solução do solo mas sim a habilidade de repor o fósforo na solu ção Assim sendo à medida que as raízes penetram no perfil do solo para usar o fósforo disponível ele precisa ser reposto de uma forma contínua O fósforo da solu ção do solo é reposto cerca de duas ou três vezes por dia ou cerca de 300 vezes durante a estação de cres cimento de culturas como o milho e a soja Um solo precisa repor ou manter os níveis suficientes de fósfo ro na solução do solo para assegurar as altas produ ções A Figura 42 mostra 1 como o fósforo é reposto na solução do solo 2 como ele tornase não disponí vel e 3 como ele é removido ou perdido do solo Note a seta dupla entre Fósforo na solução do solo e Minerais Lembrese o fósforo tornase disponível pela intemperização dos minerais e pela decomposi ção da matéria orgânica mas ele também pode tornar se não disponível ou fixado em formas que a planta não pode utilizar MOVIMENTO DO FÓSFORO NO SOLO O fósforo movimentase muito pouco na maioria dos solos Ele geralmente permanece onde é colocado pela intemperização dos minerais ou pela adubação Assim pouco fósforo é perdido por lixiviação apesar dele po der movimentarse um pouco mais em solos arenosos do que em solos argilosos A erosão superficial es corrimento superficial pode remover partículas de solo contendo fósforo A erosão e a remoção pelas culturas Figura 42 O teor de fósforo na solução do solo é afetado por vários fatores Manual Fertpmd 11042016 1149 54 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 55 são as únicas formas significativas de perdas de fósfo ro do solo Quase todo o fósforo movimentase no solo por di fusão um processo lento e de pouca amplitude que depende da umidade do solo Condições de seca redu zem drasticamente a difusão A maior parte do potás sio K também se movimenta por difusão mas ele é mais solúvel do que o fósforo Assim o potássio tende a movimentarse mais Quando se comparam as dis tâncias que o nitrogênio o fósforo e o potássio podem percorrer do ponto de aplicação observase que o ni trogênio na forma de NO3 movimentase livremen te no solo Lembrese de que esta comparação é feita somente em termos relativos e não absolutos como mostra a Figura 43 Figura 43 Movimento relativo do nitrogênio do fósforo e do potássio no solo Quão pouco o fósforo realmente se movimenta Se o fósforo em um solo barrento franco está a mais de 1 cm da raiz ele nunca irá movimentarse o suficiente para poder ser absorvido por ela As raízes de uma cultura em crescimento entram em contato com somen te 1 a 3 do solo da camada arável 15 a 20 cm se gundo estimativas já feitas Em termos práticos isto significa que o solo precisa estar adequadamente su prido com fósforo para suportar o ótimo crescimento da cultura O nível de fósforo na zona radicular deve ser suficientemente alto para garantir que haja fósforo disponível durante todos os estádios de crescimento A importância da disponibilidade de fósforo a longo prazo não pode ser super enfatizada Dados da Tabela 44 mostram a absorção de P diá ria e por longo período de uma cultura de soja que pro duziu 67 toneladas por hectare Durante a primeira me tade da estação de crescimento 51 a 103 dias so mente 9 do total foi absorvido Isto significa que 91 ou 134 kgha foram absorvidos nos últimos 52 dias Se o solo esgota seu fósforo no meio da estação de cres cimento o potencial de produtividade será drasticamen te reduzido FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDA DE DO FÓSFORO A maioria das culturas recupera somente 10 a 30 do fósforo dos fertilizantes durante o primeiro ano após a aplicação ver Conceito de Produção 41 A por centagem de recuperação varia amplamente e depen de da fonte de fósforo do tipo do solo da cultura do método de aplicação e do clima Em geral a maior parte do fósforo residual estará disponível para as cul turas subseqüentes A disponibilidade do fósforo de pende de várias condições 1 Quantidade de argila Solos com alto teor de argila fixam mais fósforo do que aqueles com baixo teor de argila 2 Tipo de argila Os solos com certos tipos de argila como a caulinita os óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio comuns em regiões com alta pluviosidade e altas temperaturas e os minerais de argila amorfos como a alofana imogolita e complexos húmusAl comuns em solos forma dos por cinzas vulcânicas retêm ou fixam mais o fósforo adicionado do que os outros solos In dependentemente do tipo de argila o fósforo do fertilizante é rapidamente convertido em formas menos disponíveis Tabela 44 Absorção de P2O5 pela cultura da soja durante a estação de crescimento Absorção de P2O5 kgha Por dia Total Emergência a 3 folhas 40 017 680 46 3 folhas a 6 folhas 11 062 682 46 6 folhas a florescimento total 16 196 3136 212 Florescimento total a início de formação da vagem 15 255 3825 258 Enchimento da vagem à maturidade da semente 21 309 6489 438 Total 103 14812 1000 New Jersey EUA Estádio de crescimento Dias Porcentagem da absorção total Manual Fertpmd 11042016 1149 55 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 56 3 Época de aplicação Quanto mais longo for o tempo de contato do solo com o fósforo adiciona do maiores são as chances para a fixação Em solos com alta capacidade de fixação a cultura precisa usar o fertilizante com fósforo antes da fixação ocorrer Em outros solos a utilização do fósforo pode durar anos Este período crítico por quanto tempo após a aplicação a planta pode utilizar efetivamente o fósforo dos fertilizantes determina o programa de adubação com fósforo aplicar ocasionalmente em grandes quantidades como em uma rotação ou aplicar freqüente mente em menores quantidades 4 Aeração O oxigênio O2 é necessário para o crescimento da planta e para a absorção dos nu trientes Ele é também essencial para a decom posição biológica da matéria orgânica do solo que é uma fonte importante de fósforo 5 Compactação A compactação reduz a aeração e o espaço poroso na zona radicular Isto reduz a absorção de fósforo e o crescimento das plantas A compactação também diminui o volume de solo que as raízes podem penetrar limitando o aces so das mesmas ao fósforo do solo O fato de que o fósforo se movimenta a curtas distâncias na maioria dos solos constituise em um problema a mais da restrição ao desenvolvimento radicular e à absorção de nutrientes causado pela com pactação 6 Umidade O aumento da umidade do solo até níveis ótimos torna o fósforo mais disponível para as plantas mas o excesso de umidade exclui o oxigênio limitando o crescimento das raízes e reduzindo a absorção de fósforo 7 Nível de fosfato no solo Solos que têm rece bido por vários anos mais fosfato do que as cul turas retiram podem mostrar um aumento no ní vel de fósforo que pode ser suficiente para re duzir a adubação de manutenção com fósforo se o nível no solo for bastante alto É importante manter altos níveis de fósforo no solo para atin gir uma ótima produção das culturas 8 Temperatura Quando as temperaturas são ade quadas para o bom desenvolvimento das plan tas elas afetam muito pouco a disponibilidade de fósforo O calor acelera a decomposição da matéria orgânica mas quando as temperaturas são muito altas ou muito baixas podem restringir a absorção de fósforo pelas plantas Este é o mo tivo pelo qual as culturas respondem bem à apli cação de arranque com fósforo em solos frios e ou encharcados mesmo com altos níveis de fós foro no solo 9 Outros nutrientes A aplicação de outros nu trientes pode estimular a absorção de fósforo O cálcio em solos ácidos e o enxofre em solos bá sicos parecem aumentar a disponibilidade de fós foro como faz o nitrogênio amoniacal mas a adu bação com zinco tende a restringíla o efeito do nitrogênio na absorção de fósforo pode ser ob servado no Conceito de Produção 42 10 Cultura Algumas culturas apresentam siste ma radicular fasciculado outras são do tipo pivo tante O trigo tem um sistema radicular pouco profundo enquanto a alfafa explora fundo o perfil do solo Conseqüentemente as culturas diferem grandemente na sua habilidade para extrair for mas disponíveis de fósforo do solo A época e os métodos de aplicação de fósforo devem ser adequados ao sistema de produção para as segurar o uso mais eficiente 11 pH do solo Em solos dominados por argilas do tipo 21 a solubilidade dos vários compostos de fósforo é amplamente determinada pelo pH Fosfatos de ferro de manganês e de alumínio apresentam baixa solubilidade em água Eles dominam os solos ácidos Compostos insolúveis com o cálcio e com o magnésio existem acima de pH 70 As formas de fósforo mais solúveis e disponíveis estão na amplitude de pH 55 a 70 Isto faz com que a calagem adequada seja es sencial em solos ácidos ver Conceito de Pro dução 43 Os mecanismos de fixação de fósforo em solos al tamente intemperizados da região tropical Ultisolos e Oxisolos dominados por óxidos de Fe de Al e caulinita e em solos formados de cinzas vulcânicas Andosolos são diferentes A capacidade de fixação de fósforo na maioria desses solos está relacionada com a alta reatividade e afinidade das superfícies dos minerais de argila pelo fósforo Este processo retém fixa quanti dades apreciáveis do fósforo aplicado na amplitude de pH 50 a 70 Nos solos altamente intemperizados dos trópicos o alumínio e o ferro presentes nas partículas de argila são muito estáveis a valores de pH tão baixos quanto pH 50 Quando o pH do solo atinge valores menores que 53 o alumínio e o ferro são liberados para a solu ção do solo e eles reagem rapidamente com o fosfato para formar compostos insolúveis que precipitam con tribuindo para o processo total da fixação de fósforo A calagem dos solos tropicais geralmente leva à confusão em relação ao efeito dessa prática na nutri ção com fósforo A aplicação de calcário nos solos tro picais corrige a toxidez de alumínio e a deficiência de cálcio e a correção desses fatores leva a um aumento na absorção de fósforo mesmo com a calagem tendo Manual Fertpmd 11042016 1149 56 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 57 O CRESCIMENTO DAS PLANTAS na fase inicial deve ser vigoroso e rápido para que a planta esteja bem estabelecida antes dos rigores do ve rão que traz períodos secos insetos etc O fósforo é vital para o crescimento inicial E o nitrogênio influencia a absorção de fósforo pelas plantas Quando aplicado com nitrogênio o fósforo se torna mais disponível para as plantas do que quan do aplicado sem nitrogênio Esta influência do N na absorção do P é muito clara durante a fase inicial do crescimento e em muitos casos até 65 do P do fertilizante é ab sorvido neste período O amônio NH4 tem efeitos significantes na dis ponibilidade e absorção de fósforo Altas concen trações de amônio retardam as reações de fixa ção de fósforo A absorção de amônio ajuda a manter uma condição ácida na superfície da raiz melhorando a absorção de fósforo CONCEITO DE PRODUÇÃO 42 O NITROGÊNIO MELHORA A ABSORÇÃO DE FÓSFORO Manual Fertpmd 11042016 1149 57 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 58 O pH do solo influencia enormemente a solubili dade dos diferentes compostos de fósforo em solos dominados por argilas do tipo 21 Estes solos são predominantes na região temperada do CONCEITO DE PRODUÇÃO 43 A DISPONIBILIDADE DO FÓSFORO VARIA COM O pH DO SOLO globo terreste mas estão também presentes nas áreas tropicais e subtropicais Um programa ade quado de calagem é essencial para diminuir a fi xação de fósforo nesses solos O FÓSFORO É MAIS DISPONÍVEL ENTRE pH 60 E 70 A solubilidade do fósforo indica a disponibili dade de fósforo ou quão fixado ou retido ele tornase no solo A relação entre tipo de argila e pH do solo é importante permitindo que se faça a diferenciação entre os mecanismos envolvidos na fixação de fósforo Solos dominados por argilas 21 smectitas não apresentam uma superfície reativa e retêm quan tidades pequenas de fósforo na superfície des sas argilas Nesses solos o pH influencia muito a disponibilidade de fósforo A diminuição do pH acidez causa a fragmentação dos minerais de argila e a conseqüente liberação de Al3 e Fe3 O fósforo aplicado é então precipitado como fosfatos de Al e Fe os quais são compostos insolúveis tornando o fósforo menos disponível Neste caso as formas mais solúveis ou disponíveis de fósforo ocorrem entre pH 60 e 70 e um programa ade quado de calagem é essencial para diminuir a fi xação de fósforo O gráfico acima ilustra o efeito do pH do solo na fixação de fósforo em solos do minados por argilas 21 Manual Fertpmd 11042016 1149 58 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 59 pequeno efeito direto na fixação de fósforo Na maioria dos casos desde que os outros fatores limitantes se jam controlados o efeito da calagem na diminuição da fixação de fósforo é pequeno Este é o motivo pelo qual independentemente do pH do solo altas doses de fós foro são necessárias em solos tropicais para alcançar altas produções como mostrado na Tabela 45 MÉTODOS DE APLICAÇÃO DOS FERTILI ZANTES FOSFATADOS ver Conceito de Produção 44 Não existe um método prédeterminado para a apli cação dos fertilizantes fosfatados Muitos fatores pre cisam ser considerados inclusive os níveis de fertilida de do solo as culturas a serem cultivadas as práticas de manejo os equipamentos as épocas e ou tros fatores de manejo1 A fixação do fósforo é um ponto importante a ser considerado para se decidir o modo de aplicação deste nutriente Há mais contato entre o fósforo dos fertili zantes e o solo quando o mesmo é aplicado a lanço seguindose a aração ou gradagem do que quando o fertilizante é aplicado em sulcos ou faixas A fixação de fósforo é maior no sistema a lanço As culturas normalmente respondem mais às apli cações de fósforo em faixas do que à adubação a lan ço nos solos de baixa fertilidade por três razões 1 a fixação é maior quando o fertilizante é aplicado a lan ço 2 a aplicação em faixas coloca uma fonte de fós foro prontamente disponível na zona radicular 3 a aplicação em faixas concentra outros nutrientes junto com o fósforo por exemplo o NH4 o qual pode retar dar as reações de fixação e aumentar a absorção de fósforo Se o agricultor quer o máximo retorno do seu inves timento em fósforo a aplicação em faixas é a melhor opção Mas à medida que os níveis de fertilidade au mentam as vantagens das aplicações em faixas loca lizadas desaparecem e os potenciais de produção au mentam Assim sendo a decisão de aplicar a lanço em faixas ou em uma combinação dos dois sistemas depende grandemente da filosofia de manejo do agri cultor Ele aduba para somente obter máximos retor nos a curto prazo ou para construir uma oportunida de a longo prazo para maiores produções pela eleva ção dos níveis de fósforo no solo O sistema de posse da terra tem muito a ver com essa decisão As aplicações a lanço seguidas ou não de aração apresentam várias vantagens 1 Doses maiores podem ser aplicadas sem causar injúrias nas plantas 2 A distribuição de nutrientes na zona radicular en coraja o enraizamento profundo enquanto as apli cações em faixas provocam a concentração de raízes ao redor das faixas 3 O enraizamento mais profundo permite mais con tato da raiz com o solo propiciando maior reser va de umidade e nutrientes 4 A aplicação a lanço é a única maneira prática para aplicar o fósforo em pastagens estabelecidas 5 A aplicação a lanço pode assegurar uma fertili dade completa de longa duração para ajudar a cultura a tirar toda a vantagem das condições fa voráveis durante o período de crescimento 6 Pode ser feita em épocas que não sejam aquelas de muito trabalho como a de plantio A aplicação localizada em faixas consome bastante tempo quando feita com plantadeira ou adubadeira de arranque e é difícil aplicar grandes quantidades de fer tilizantes usando este método Entretanto adubações em préplantio em faixas particularmente para nitro gênio fósforo e enxofre são bastante eficientes A adu bação em faixas apresenta várias vantagens Tabela 45 Respostas de produção com aplicações de fósforo em diferentes solos com alta capacidade de fixação Soja Arroz de sequeiro Arroz de sequeiro Batata Ultisolo Ultisolo Oxisolo Andosolo Venezuela Panamá Brasil Equador Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção kgha tha kgha tha kgha tha kgha tha 0 01 0 10 0 10 0 60 75 20 40 23 50 37 150 326 100 25 80 30 100 43 300 398 120 37 150 48 450 425 1 A adubação fosfatada corretiva também chamada fosfatagem é uma prática bastante comum nas áreas de expansão da fronteira agrícola no Brasil Esta prática consiste em se fazer uma distribuição do fertilizante fosfatado solúvel a lanço e incorporado através de gradagem sendo esta operação feita 60 a 90 dias após a calagem e logo antes do plantio da cultura anual A dose usual é de 4 kg de P2O5 solúvel para cada 1 ou 10 gkg de argila Manual Fertpmd 11042016 1149 59 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 60 O nitrogênio movimentase livremente no solo durante o período de cresci mento da planta O posicionamento do N na zona das raízes em geral não é crítico para a interceptação radicular em sistemas convencionais de preparo Entretanto aplicações de nitrogênio em sulcos ou em faixas localizadas têm mostrado aumentos significativos na eficiência de uso do N sob condições de cultivo mínimo e plantio direto Aplicações em sulcos ou em faixas po dem também reduzir o processo de nitrificação O fósforo necessita de maior atenção quanto à localização adequada Esta ilustração mostra como a movimentação do fósforo é restrita O fósforo deve ser colocado onde as raízes das plantas possam interceptálo A distribuição do fósforo em faixas é a maneira agronômica mais eficiente para o caso de solos com baixa fertilidade Aplicações de N amoniacal em faixas aumentam a absorção de fósforo A localização do potássio é crítica Como o fósforo ele não se movimenta muito no solo A aplicação a lanço é geralmente mais eficiente algumas vezes em combinação com aplicações em faixas A aplicação de potássio em faixas em sistemas conservacionistas de preparo pode melhorar signi ficativamente a disponibilidade de potássio provavelmente em relação ao padrão do sistema radicular das plantas Aplicações de potássio em faixas profundas do solo têm sido comprovadas como importantes para corrigir a deficiência de potássio no subsolo para o algodão Movimento do NPK na camada superficial do solo adaptado de dados do Estado de Michigan EUA CONCEITO DE PRODUÇÃO 44 LOCALIZAÇÃO E MOVIMENTO DO NPK Manual Fertpmd 11042016 1149 60 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 61 1 Permite a aplicação de doses menores do que a aplicação a lanço para alcançar os mesmos ní veis de produção em solos de baixa fertilidade 2 É vantajosa para quem é arrendatário e que pode ter apenas um certo período de posse da terra para quem não deseja aumentar os níveis de fer tilidade do solo que lhe iria ter custos extras e que beneficiaria os outros 3 Diminui a fixação de fósforo 4 Coloca o fósforo em posição disponível para o sistema radicular ainda reduzido das plântulas em início de desenvolvimento 5 Dá uma oportunidade para aumentar a eficiência do fósforo e ao mesmo tempo aumenta as pro duções pela combinação de localização e doses recomendadas Apesar da aplicação superficial de fósforo ser geral mente o modo menos eficiente de adubar as culturas plantadas em linha o plantio direto em áreas relativa mente quentes e úmidas é uma exceção na maioria das situações Quando uma cultura como o milho é plantada em soqueira morta ou em resíduos de cultu ras sem aração prévia o fósforo aplicado superficial mente dá tão bom efeito quanto a aplicação localizada Com resíduos na superfície os níveis de umidade en corajam o enraizamento pouco profundo Isto faz com que as raízes utilizem o fósforo da superfície ou próxi mo a ela Cultivo reduzido sob condições de baixa fer tilidade limitação de umidade e solos frios colocam ênfase adicional na localização de fósforo Em solos com baixos teores de fósforo e em áreas mais frias a aplicação localizada do fósforo é impor tante para muitas culturas tanto no sistema de preparo convencional aração e gradagem como no sistema de cultivo reduzido A pesquisa tem mostrado que as adubações em préplantio em faixa que formam zo nas com alta concentração de fósforo podem afetar de modo significante a habilidade das plantas para utilizar o fertilizante fosfatado para aumentar a produtividade e o uso eficiente de fósforo como indicado na Tabela 46 Altas concentrações de fósforo juntamente com apli cações de Namoniacal podem diminuir as reações de fixação de fósforo aumentando a disponibilidade A localização mais profunda no solo pode também beneficiar a absorção de fósforo sob condições mais secas A combinação de aplicação de fósforo no pré plantio em faixas com aplicação localizada de arranque pode ser ainda mais eficiente especialmente quando os solos estão com baixa temperatura comum no início do plantio na região Norte dos EUA A aplicação direta do fósforo junto com sementes pequenas requer menos fertilizantes para produzir um certo aumento na produção do que a aplicação a lanço Mas isto pode consumir um tempo valioso nos períodos críticos do plantio A localização do adubo em faixas diretamente sob a linha de semeadura para culturas forrageiras suplanta a adubação a lanço ou em sulcos ao lado e abaixo das sementes O tomateiro e a cebola têm respondido melhor ao fósforo colocado diretamente abaixo da semente ou da muda A aplicação conjunta de amônia anidra ou soluções de uréianitrato de amônio URAN na semeadura do trigo tem se mostrado superior à aplicação do fósforo a lanço especialmente em solos com baixos teores de fósforo Algumas vezes as aplicações a lanço e em sulcos são feitas em combinação para um melhor efeito Isto assegura um suprimento de fósforo acessível de ime diato para o desenvolvimento das plântulas e também uma reserva do nutriente por toda a estação de cres cimento O efeito de arranque das aplicações em faixas mesmo em solos com alto teor de fósforo geral mente é importante quando as temperaturas são baixas uma condição comum para culturas plantadas cedo ou culturas sob preparo conservacionista Certas plantas como a batata inglesa por exemplo respondem ao fósforo aplicado em faixas mesmo em solos com alto teor deste nutriente FONTES DE FERTILIZANTES FOSFATADOS O fosfato de rocha é o material básico usado na fa bricação de praticamente todos os fertilizantes fosfa tados Os depósitos mais importantes destas rochas são materiais de origem sedimentar depositados em camadas sob o oceano e mais tarde elevados em mas sas de terra Tabela 46 A localização do fósforo pode apresentar efeitos significantes na produção das culturas e na eficiência de uso do fósforo Método de Brasil Colômbia Panamá Índia Kansas Alberta aplicação Milho Milho Arrozsequeiro Trigo Sorgo Cevada tha A lanço 60 18 31 19 54 24 Em faixa 81 39 42 21 63 37 Análise de solo para P baixo em todos os locais Manual Fertpmd 11042016 1149 61 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 62 As reservas mundiais de fosfato de rocha são enor mes de aproximadamente 40 bilhões de toneladas Cerca de 35 a 40 desta quantidade pode ser econo micamente recuperada sob as condições tecnológicas atuais Esta tonelagem representa fosfato suficiente para as necessidades de consumo por centenas de anos Com a mudança da economia mesmo quantida des maiores podem ser recuperadas Depósitos e pro dução significantes de fosfato de rocha estão localiza dos nos EUA Marrocos Togo Rússia Jordânia China e Oceania Os depósitos nos EUA fosforitas são encontrados na Flórida Carolina do Norte Tennessee Idaho Mon tana Utah e Wyoming Eles representam cerca de 10 das reservas mundiais conhecidas A produção da Flórida representa 75 do total dos EUA o restante vêm dos Estados do Oeste do Tennessee e da Caroli na do Norte1 Quase todo o fosfato de rocha é explorado por mi neração superficial Ele normalmente contém cerca de 15 de P2O5 e precisa ser concentrado para ser usado como fertilizante Uma série de tratamentos remove a maior parte da argila e de outras impurezas Este pro cesso é chamado de beneficiamento Após o beneficiamento o fosfato de rocha é fina mente moído Usualmente ele sofre tratamentos para tornar o fósforo mais solúvel Entretanto os fosfatos de rocha principalmente os reativos são aplicados di retamente como fertilizantes em solos ácidos em al guns países Geralmente nestes casos as doses apli cadas são altas aproximadamente 1 tha e atingem produções comparáveis àquelas obtidas com fertilizan tes comerciais As produções aumentam em um ano e são mantidas por vários anos à medida que o fósforo e o cálcio se dissolvem e tornamse disponíveis para as plantas Os fertilizantes fosfatados são classificados em tra tados com ácidos ou processados termicamente O fósforo tratado com ácidos é sem dúvida o mais importante Os ácidos sulfúrico H2SO4 e o fosfórico H3PO4 são essenciais na produção de fertilizantes fosfatados por esse método O ácido sulfúrico é produzido a partir do enxofre elementar ou do dióxido de enxofre Mais de 60 des te ácido industrial são usados para produzir fertilizan tes Tratandose o fosfato de rocha com ácido sulfúrico concentrado cerca de 90 a 93 produzse uma mis tura de ácido fosfórico e gesso Uma filtração remove o gesso e deixa o ácido fosfórico verde de processo úmido ou grau comercial com cerca de 54 de P2O5 O ácido obtido pelo processo úmido pode ser con centrado ainda mais para formar o ácido superfosfórico O ácido superfosfórico é fabricado pela evaporação da água do ácido fosfórico obtido pelo processo úmido Durante este processo duas ou mais moléculas de ortofosfatos se combinam para formar compostos de polifosfatos Esses polifosfatos são usados comumente para a fabricação de fertilizantes fluidos claros Eles contêm 68 a 80 de P2O5 O processo de acidulação com ácido sulfúrico é a técnica mais comumente utilizada para solubilizar o fósforo nos fosfatos de rocha Fertilizantes fosfatados são também produzidos por processo de acidulação com ácido fosfórico 5255 de P2O5 que resulta da reação do fosfato de rocha com ácido sulfúrico Alguns fertilizantes contendo fósforo os mais co muns e seus processos de fabricação são descritos a seguir Superfosfato simples ou normal é fabricado tratandose o fosfato de rocha com 60 a 72 de ácido sulfúrico O superfosfato simples contém cer ca de 18 de P2O5 18 a 20 de cálcio e 10 a 12 de enxofre Este produto não é mais de uso gene ralizado em muitos países embora seja uma fon te adequada principalmente de fósforo e enxofre Uma vez que ele absorve a amônia tem sido usa do para produzir superfosfatos amoniados Superfosfato concentrado ou triplo é obtido da reação do ácido fosfórico com fosfato de ro cha Ele contém um mínimo de 41 de P2O5 e 12 a 14 de cálcio Ortofosfatos de amônio são produzidos pela amoniação do ácido fosfórico O fosfato de monoa mônio MAP com o mínimo de 9 de N e 48 de P2O5 e o fosfato de diamônio DAP mínimo de 16 de N e 45 de P2O5 são produzidos pelo controle da quantidade de amônia que reage com o ácido fosfórico Polifosfatos de amônio são usualmente fontes fluidas de fósforo produzidas pela amoniação do ácido superfosfórico Esses polifosfatos apresen tam uma amplitude de 40 a 70 Análises comuns de fertilizantes polifosfatos líquidos são 10340 e 11370 Nitrofosfatos são fabricados pela acidulação de fosfato de rocha com ácido nítrico Para obtenção 1 As reservas medidas de fosfato de rocha no Brasil em termos de P2O5 são da ordem de 130 milhões de toneladas o que representa 2 a 3 das reservas mundiais Os maiores depósitos estão localizados em Patos de Minas Tapira e Araxá MG Catalão e Ouvidor GO e Jacupiranga SP Manual Fertpmd 11042016 1149 62 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 63 de um material com mais solubilidade em água algum ácido sulfúrico ou ácido fosfórico é usado com o ácido nítrico A maior parte dos nitrofosfatos é produzida e utilizada na Europa No Brasil a garantia mínima desses produtos é 14 de N 18 de P2O5 e 8 a 10 de Ca Superfosfatos amoniados são obtidos reagin dose o superfosfato simples ou o superfosfato tri plo com a amônia Eles são disponíveis em dife rentes concentrações e solubilidade em água A solubilidade do fósforo em tais fertilizantes é in fluenciada por fonte de fosfato grau de amonifi cação teor de impureza outros sais teor de umi dade velocidade de secagem etc Fosfatos naturais são obtidos pela moagem das apatitas ou fosforitas para aplicação direta no solo Esses fosfatos naturais formam em geral dois grupos distintos a Fosfatos naturais pouco reativos são aque les de origem magmática e de baixa eficiência no curto prazo para culturas anuais e bianuais Apresentam 24 de P2O5 total mínimo de 4 solúvel em ácido cítrico e 23 a 27 de Ca b Fosfatos naturais reativos de origem sedi mentar Apresentam 28 de P2O5 total mínimo de 9 solúvel em ácido cítrico e 30 a 34 de Ca São produtos excelentes comparáveis às fontes de fósforo solúveis em água em certas situações Termofosfato é obtido pelo aquecimento do fos fato natural a altas temperaturas 1500oC em fornos elétricos revestidos de material refratário com ou sem o uso de aditivos à base de sódio de cálcio de magnésio ou apenas de sílica A massa fundida é resfriada e posteriormente moída O mais comum no Brasil é o termofosfato magnesiano com 17 de P2O5 total 14 de P2O5 solúvel em ácido cítrico e 7 de Mg Escória de Thomas é um subproduto da indús tria siderúrgica O fósforo existente como impure za do minério de ferro é separado nas escórias e depois moído Apresenta 12 de P2O5 solúvel em ácido cítrico 20 a 29 de Ca e 04 a 3 de Mg É pouco utilizada no Brasil Farinha de ossos os ossos são fervidos desen gordurados ou submetidos à ação de vapor em autoclave e depois moídos Contém 20 de P2O5 total 16 solúvel em ácido cítrico e 3032 de Ca A fabricação do ácido fosfórico por processo térmi co começa com a produção do fósforo elementar atra vés da redução do fosfato de rocha com coque em um forno elétrico de arco voltáico O fósforo elementar é oxidado para P2O5 o qual em seguida reage com a água para formar ácido fosfórico H3PO4 grau térmico Ácidos térmicos são muito mais puros do que os obti dos por processo úmido Seu uso na fabricação de fer tilizantes é algumas vezes preferido para a produção de fertilizantes líquidos por causa da sua pureza Em termos agronômicos o ácido fosfórico grau tér mico e o obtido via úmida apresentam características idênticas incluindo as reações que esses produtos têm no solo Em geral é melhor usar fontes de fósforo solúveis em água mas em solos ácidos dos trópicos tem sido demonstrado que fosfatos naturais reativos podem ser usados como fonte de fósforo para a maioria das cultu ras Neste caso é imprescindível trabalhar em solos ácidos pH 55 e com produtos altamente reativos Se essas condições não forem seguidas a resposta à aplicação do fosfato de rocha é muito baixa O uso de fosfato de rocha em solos ácidos dos tró picos pode ter um significante efeito residual A Tabela 47 compara os resultados da aplicação do superfosfato triplo e um fosfato da rocha reativo em solos verme lhos ácidos da Colômbia Tabela 47 Resposta do arroz de sequeiro à aplicação do superfosfato triplo SFT e do fosfato da Carolina do Norte NCPR em um Oxisolo da Colômbia Dose de P kgha Produção de arroz tha 1992 1993 1994 1992 1993 1994 Sem P 251 214 150 SFT 100 50 50 454 321 353 SFT 200 100 100 485 420 397 NCPR 100 50 50 453 356 399 NCPR 200 100 100 491 460 388 pH do solo 48 Análise de P no solo Bray II 3 mgdm3 Variedade de arroz Oriyza sabana 6 tolerante à acidez Fonte de P Manual Fertpmd 11042016 1149 63 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 64 TERMINOLOGIA DOS FERTILIZANTES FOSFATADOS O teor de fósforo solúvel em água em uma fonte específica nem sempre diz o quanto ele é disponível Métodos químicos podem estimar rapidamente o teor de fósforo total nas várias fontes o teor solúvel em água e o teor disponível O grau de solubilidade dos fosfatos contidos nos fertilizantes é descrito como solúvel em água solúvel em citrato insolúvel em citrato disponível e total O fósforo solúvel em água pode ser extraído do material fertilizante usandose somente água O fósforo solúvel em citrato pode ser extraído com uma solução 1 normal de citrato neutro de amônio após a remoção do fósforo solúvel em água O fósforo disponível é a soma da fração solúvel em água e da fração solúvel em citrato O fósforo insolúvel em citrato é a porção rema nescente após a extração com água e citrato de amônio O fósforo total é a soma de fósforo disponível e fósforo insolúvel em citrato As pesquisas têm demonstrado que se o fertilizante fosfatado tiver 60 ou mais de fósforo solúvel em água a performance agronômica é essencialmente igual à dos fertilizantes contendo 100 de P solúvel em água Nota Ver fontes de fósforo de acordo com a legislação brasileira na Tabela 8A Anexos RESUMO As pesquisas têm demonstrado que praticamente todos os fertilizantes fosfatados comuns à exceção dos fosfatos naturais pouco reativos são agronomicamen te semelhantes quando são aplicadas doses iguais e os métodos de aplicação são comparáveis Existem vantagens e desvantagens incluindo manuseio e arma zenagem A aplicação adequada deve ser feita para assegurar a melhor disponibilidade e para prevenir da nos potenciais às sementes e plântulas A escolha do produto então é função da preferência do agricultor da disponibilidade do produto do serviço de vendas e do preço Manual Fertpmd 11042016 1149 64 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 65 CAPÍTULO 4 FÓSFORO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 As plantas absorvem mais menos fósforo do que potássio 2 As duas formas mais comuns de absorção de fósforo pelas plantas são eou 3 C ou E O pH do solo influencia a relação entre as formas de fósforo que as plantas absorvem 4 C ou E O fósforo acelera a maturação da cultura 5 As partes da planta que concentram mais fósforo são e 6 C ou E Os sintomas de deficiência de fósforo são mais facilmente identificáveis do que os de nitrogênio 7 A fonte primária de fósforo no solo é a 8 C ou E O fósforo fixado no solo é disponível para o crescimento das plantas 9 C ou E Existe uma relação direta entre fósforo total e fósforo na solução do solo 10 O fósforo do solo é reposto vezes durante a estação de crescimento de uma cultura como milho e soja 11 C ou E O fósforo movese livremente no solo 12 O fósforo do solo é mais menos móvel que o potássio do solo 13 Cerca de do fósforo aplicado estão disponíveis para a cultura que está sendo explorada 14 Aproximadamente do fósforo utilizado pela cultura da soja são absorvidos na segunda metade da estação de crescimento 15 C ou E A compactação reduz o acesso total das raízes ao fósforo 16 C ou E O melhor método para a aplicação de fertilizantes contendo fósforo é o de distribuição em faixas 17 A fixação é maior menor quando o fósforo é distribuído a lanço e incorporado pela aração do que com aplicação em faixas 18 A distribuição do fertilizante fosfatado junto com sementes pequenas requer mais menos fertilizante para atingir um certo aumento na produção do que a aplicação a lanço 19 O efeito de arranque da adubação em faixas mesmo em solos com alto teor de fósforo pode ser importante quando as temperaturas são 20 A matériaprima que forma a base da indústria de fertilizantes fosfatados é a 21 As reservas mundiais de rocha fosfática são da ordem de bilhões de toneladas 22 Os depósitos de fósforo nos EUA representam cerca de das reservas mundiais 23 O fosfato de rocha é concentrado por uma série de operações mecânicas que removem a maior parte da argila e de outras impurezas O processo é chamado de 24 C ou E O fosfato de rocha é muito solúvel em água quando misturado ao solo 25 Os fertilizantes fosfatados são classificados como ou 26 Os ácidos e são fundamentais para a produção de fertilizantes fosfatados pelo tratamento com ácidos 27 O ácido sulfúrico é produzido a partir do ou do 28 O superfosfato simples é fabricado pelo tratamento da com ácido 29 Os fosfato de amônio são produzidos pela do ácido fosfórico 30 Para transformar P em P2O5 multiplique por 31 O fósforo disponível é a soma das frações e Manual Fertpmd 11042016 1149 65 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 66 Manual Fertpmd 11042016 1149 66 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 67 UM NUTRIENTE ESSENCIAL PARA AS PLANTAS O potássio K é um nutriente essencial para as plan tas Ele é um dos três nutrientes primários como o ni trogênio N e o fósforo P As plantas cultivadas contêm aproximadamente a mesma quantidade de potássio e nitrogênio mas mais potássio do que fósforo Em muitas culturas de alta pro dutividade o teor de potássio excede o teor de nitrogê nio A Tabela 51 mostra a quantidade de K2O que algu mas culturas retiram do solo Tabela 51 Potássio absorvido por algumas culturas comuns a um certo nível de produção Nível de K2O retirado produção t pela cultura kg Alfafa feno 180 538 Algodão fibra 10 95 Amendoim 20 92 Arroz inundado 60 130 Banana 400 1000 Batata 400 310 Café grãos limpos 15 130 Citros 300 350 Coco 10000 200 Dendê 250 300 Juta fibra seca 20 160 Milho 60 120 Seringueira látex seco 25 65 Soja 30 150 Tomate 500 286 Trigo 60 180 Nota O teor de potássio nos fertilizantes é expresso na for ma de equivalente de K2O apesar de na realidade não ocorrer K2O como tal em materiais fertilizantes A designa ção de K2O é uma expressão padrão do teor relativo de K Neste texto alguns resultados são expressos em termos de K e outros em K2O Para transformar o K em K2O basta multiplicar por 12 Para transformar o K2O em K devese multiplicar por 083 O POTÁSSIO EXERCE MUITAS FUNÇÕES NA PLANTA O potássio é absorvido ou retirado do solo pelas plantas na forma iônica K Ao contrário do nitrogê nio e do fósforo o potássio não forma compostos orgâ nicos nas plantas Sua função principal parece estar ligada ao metabolismo Ele está envolvido em vários processos nas plantas O potássio é vital para a fotossíntese Quando o teor de potássio é deficiente a fotossíntese diminui e a respiração das plantas aumenta Estas duas condições de deficiência de potássio redução na fotossíntese e aumento na respiração diminuem o suprimento de carboidratos para as plantas Outras funções do potás sio Ele é essencial na síntese protéica Ele é importante na decomposição dos carboidra tos um processo que fornece energia para o cres cimento das plantas Ele ajuda a controlar o balanço iônico Ele é importante na translocação de metais pesa dos como o ferro Fe Ele ajuda as plantas a sobrepujar os efeitos de doenças CAPÍTULO 5 POTÁSSIO Página Um nutriente essencial para as plantas 67 O potássio exerce muitas funções na planta 67 Sintomas de deficiência nas plantas 70 Formas de potássio no solo 70 Como o potássio movimentase no solo 72 Fertilizantes potássicos no solo 73 Absorção de potássio pelas plantas fatores do solo que a afetam 74 Métodos de aplicação de fertilizantes potássicos 74 Fontes de fertilizantes potássicos 75 Fontes de potássio no mundo 76 Perguntas de revisão 77 Cultura Manual Fertpmd 11042016 1149 67 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 68 Ele é importante para a formação dos frutos Ele melhora a tolerância ao frio Ele está envolvido na ativação de mais de 60 siste mas enzimáticos os quais regulam as taxas das principais reações metabólicas nas plantas Um papel importante do potássio no crescimento das plantas é a sua influência na eficiência no uso da água O processo de abertura e fechamento dos poros das folhas das plantas chamados estômatos é contro lado pela concentração de potássio nas células que cir cundam os estômatos Uma falta de potássio faz com que os estômatos se abram apenas parcialmente e se fechem mais lentamente Isto aumenta o estresse cau sado pela seca A Tabela 52 mostra como o teor ade quado de potássio aumenta as produções de milho sob três intensidades de chuva A aplicação de potássio pode de modo eficiente reforçar a resistência das culturas de inverno aos da nos causados pelo frio ou congelamento Dados da Tabela 53 indicam que a aplicação de potássio redu ziu o dano pelo frio de 617 sem K para 75 com a aplicação de 450 kg K2Oha Tabela 53 A aplicação de potássio reduz o dano pelo frio em plantas de colza Dose de K2O Plantas com Índice de dano kgha danos pelo frio pelo frio 0 617 265 75 350 127 225 190 65 450 75 23 China Grande parte dos motivos pelos quais o potássio aumenta a produção de forragens e controla certas doenças é porque ele aumenta a tolerância das plantas ao inverno Ele permite que as culturas se estabele çam rapidamente na primavera e também aumenta o vigor de modo que o crescimento pode continuar nor mal durante toda a estação A importância do potássio na supressão de doenças não pode ser menosprezada No Anuário da Agricultu ra em doenças de plantas de 1953 nos EUA o Depar tamento de Agricultura informou que nenhuma outra substância é mais eficiente no controle de doenças que o potássio ver Conceito de Produção 51 A Figura 51 mostra a relação entre a intensidade do crestamento foliar Cercospora kikuchii e a aduba ção potássica na soja O efeito do potássio na diminui ção da severidade da doença é ainda mais dramático quando se considera que as avaliações foram feitas no 6º e 7º anos do estudo O efeito foi devido ao efeito residual do potássio no solo Figura 51 Efeito da aplicação de potássio na intensida de de Cercospora kikuchii em plantas de soja Tabela 52 O potássio aumenta a produção de milho e protege contra condições anormais de umidade Produção tha Baixo K Alto K Indiana Baixa 180 57 82 25 Média 450 93 98 05 Alta 653 58 88 30 Ohio Baixa 230 76 103 27 Média 505 95 108 13 EUA Pluviosidade durante a estação chuvosa Aumento devido ao K cm tha Intensidade de chuva Manual Fertpmd 11042016 1149 68 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 69 O uso adequado de potássio pode re duzir os danos por doenças e pragas nas culturas A Tabela 54 mostra que tanto a incidência de doenças die back podri dão do fruto e mosaico como a popula ção de pragas trips e afídios em pimen teira são reduzidas com a adubação potássica A Figura 52 mostra como o potássio reduziu doenças e murchamento de sementes em três estudos diferentes EUA Figura 52 A adubação potássica melhora a qualidade da soja diminuindo a porcentagem de semen tes doentes e murchas O potássio tem um grande impacto na qualidade da cultura inclusive aumentando o peso de sementes e o número de sementes por espiga no milho melhorando o teor de óleos e proteínas na soja aumentando a quan tidade de açúcar na canadeaçúcar e na beterraba melhorando a resistência e o comprimento da fibra do algodão e de outras plantas fibrosas melhorando a qua lidade do trigo para moagem e panificação e melho rando o estande e a longevidade das forragens Dados da Tabela 55 mostram a melhoria significante da qualidade da laranja pelo uso de fertilizante potás sico Um dos problemas na adubação é o uso não balan ceado do nitrogênio e do potássio Os agricultores ge ralmente usam doses adequadas ou maiores de nitro gênio porque eles sabem que isto aumenta a produ ção adiciona cor verde às plantas e melhora o teor de proteína O efeito do potássio não é tão visível como o do nitrogênio e em geral é negligenciado A Tabela 56 mostra porque o balanço ou equilíbrio de N e P com K é tão importante para a produção de forragem Tabela 56 O potássio aumenta a produção e reduz a infecção de manchas foliares na grama ber muda Nutrientes Produção de aplicados kgha forragem seca NP2O5K2O kgha 2º corte 56000 38 3019 560780 39 3236 560067 14 5055 5600134 10 5245 5607867 15 4783 560156156 11 5604 1 Uma intensidade de 10 significa sem doenças Texas EUA Em geral quando as doses de nitrogênio são au mentadas sem serem balanceadas com potássio e outros nutrientes as produções são reduzidas como mostra a Tabela 57 Sem potássio o aumento da dose de nitrogênio de 60 kgha para 120 kgha reduziu a pro dução de arroz Com potássio tanto a produção como a eficiência no uso de nitrogênio aumentaram À medida que as plantas exploram o perfil do solo elas podem encontrar várias condições não favoráveis estresse hídrico barreiras químicas e físicas insetos Tabela 54 Influência de doses de potássio na incidência de pragas de doenças e na produção de pimenta Trips Afídios Plantas afetadas por folha Die back e podridão do fruto Mosaico 0 167 154 53 31 1528 35 150 149 44 28 1578 70 138 142 35 26 1626 105 130 139 30 23 1616 Índia Dose de K2O kgha Produção de frutos secos kgha Tabela 55 Efeito do fertilizante potássico na qualidade de laranjas Dose de K2O Teor de vitamina C Teor de açúcares Teor de açúcar kgplanta gkg redutores total 0 059 440 762 03 071 492 776 06 073 455 789 09 071 453 748 China Intensidade de doença 1 Manual Fertpmd 11042016 1149 69 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 70 doenças Todos esses fatores diminuem o potencial de produção O estresse por baixa fertilidade causado por pouco potássio pode ser evitado Tabela 57 Efeito da interação do nitrogênio e do potás sio na produção do arroz inundado Dose kgha N K2O 60 0 3370 60 56 4834 434 60 112 5226 551 120 0 3084 120 56 4986 617 120 112 5598 815 China A fertilidade do solo é um fator que pode ser contro lado Quando a baixa fertilidade é transformada em fertilidade adequada a cultura consegue sobrepujar mais do que o estresse por baixa fertilidade Conse gue também sobrepujar outros estresses SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS Os sintomas de deficiência de potássio aparecem de várias formas Um dos sintomas mais comuns da fome de potássio é a murcha ou queima ao longo das margens das folhas O aspecto queimado aparece primeiro nas folhas mais velhas na maioria das culturas especialmente gramíneas As folhas mais novas de algumas plantas sob certas condições podem mostrar os sintomas pri meiro por exemplo algodão de alta produtividade da metade para o fim do ciclo As plantas deficientes em potássio crescem lenta mente apresentam sistemas radiculares pouco desen volvidos os colmos são fracos e o acamamento é co mum As sementes e os frutos são menores e enruga dos e as plantas possuem pouca resistência às doen ças Alguns sintomas específicos de deficiência nas culturas são mostrados a seguir Alfafa Manchas pequenas brancas ou amarela das ao redor das extremidades das folhas as fo lhas tornamse amarelas e o tecido morre Banana Folhas pequenas com amarelecimento começando na ponta das folhas velhas a ponta da folha se curva para dentro as folhas mortas se quebram próximo à base da lâmina Milho Encurtamento dos internódios e crescimen to reduzido secamento e queima da parte externa da folha enquanto as nervuras centrais permane cem verdes espigas mal granadas e palhosas Árvores frutíferas As folhas verdeamareladas se curvam para cima ao longo das margens áreas secas são formadas ao longo das extremidades as quais tornamse esfarrapadas frutos pequenos com queda prematura má qualidade para armazena mento transporte e enlatamento Dendê Manchas cloróticas amarelopálidas ao longo da pínula folíolos da folhagem velha as manchas tornamse de coloração laranja mais tar de e eventualmente toda a folhagem tornase de cor castanha enferrujada e morre Batata Folhas superiores usualmente menores enrugadas e mais escuras que o normal necrose das pontas e margens clorose internerval das fo lhas velhas Arroz Plantas raquíticas com folhas verdes es curas e raízes escuras descoloridas e podres Soja O secamento ou queima começa na parte externa da folha as extremidades das folhas tor namse quebradiças e esfarrapadas à medida que a folha morre sementes enrugadas não uniformes Chá Folhagem verde escura pontas necróticas castanhas ou castanhaspúrpura manchas ao lon go das margens Trigo Plantas raquíticas e murchas clorose das pontas e ao longo das margens necrose das fo lhas velhas FORMAS DE POTÁSSIO NO SOLO Apesar da maioria dos solos conter milhares de qui los de potássio geralmente 20000 kgha ou mais ape nas uma pequena porcentagem está disponível para as plantas durante a estação de crescimento prova velmente menos de 2 O potássio do solo existe em três formas não dis ponível lentamente disponível e disponível Potássio não disponível O potássio não dispo nível está fortemente retido na estrutura dos mine rais rochas O potássio é liberado à medida que os minerais do solo são intemperizados mas isto ocorre tão lentamente que ele não fica disponível para as plantas em crescimento em um particular ano de cultivo O processo de intemperização é tão lento que de fato poderia levar centenas de anos para adicionar quantidades significantes de potássio disponível ao solo Em geral os solos das regiões quentes e úmidas são mais intemperizados do que aqueles das regiões frias e áridas Os solos menos intemperizados são mais ricos em potássio do que aqueles que sofreram intemperização mais intensa Potássio lentamente disponível O potássio len tamente disponível é aquele fixado ou retido en Produção Aumento na produção kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 70 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 71 O Anuário da Agricultura de 1953 do Departamento de Agricultura dos EUA trata de doenças de plantas Este livro afirma Mais doenças de plantas têm sido retardadas pelo uso de fertilizantes potássicos do que qualquer outra substância Quando o potássio man tém uma planta resistente às doenças ele não faz isso como um agente de controle direto mas pelo aumen to dos mecanismos de resistência natural da mesma CONCEITO DE PRODUÇÃO 51 POTÁSSIO AJUDA AS CULTURAS A RESISTIREM ÀS DOENÇAS Vários experimentos demonstraram que o potássio é um elemento chave na redução de Doenças foliares e de colmo em milho Cárie e ferrugem em trigo Murcha e tombamento em algodão Mancha preta e podridão do caule em batatas Mofos de grãos e míldios em soja Fogo selvagem no fumo Brusone e podridão do colmo em arroz Manchas foliares em gramíneas Murcha de Verticillium em algodão O potássio dá maior resistência aos colmos e talos contra a entrada de organismos invasores e o acama mento torna as cutículas dos cereais mais espessas o que as protege contra o mofo e outras infecções faz com que as células fiquem mais túrgidas e menos suscetíveis à invasão de certas doenças após as chuvas pesadas ajuda a reduzir o número de sementes de soja com características enrugadas mofadas e descoloridas Use potássio para dar mais força às plantas na luta contra as doenças Manual Fertpmd 11042016 1149 71 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 72 tre as lâminas de certas argilas do solo Tais argi las contraemse e dilatamse expandemse du rante condições de secagem e umedecimento do solo Os íons de potássio K podem ser retidos entre estas camadas de argila tornandose não disponíveis ou só lentamente disponíveis Os so los altamente intemperizados não contêm muito dessas argilas Os solos arenosos apresentam re servas de potássio lentamente disponíveis muito menores do que os solos que contêm altas por centagens de argila1 Potássio disponível O potássio prontamente dis ponível é formado pelo potássio encontrado na so lução do solo mais o potássio adsorvido em for ma trocável pela matéria orgânica e pela argila do solo No Capítulo 1 discutiuse a capacidade de troca de cátions CTC Devese lembrar que os colóides do solo possuem cargas negativas e atraem os cátions como o potássio repelindo os ânions como os nitratos As sim os cátions são retidos em forma trocável adsor vidos Estes cátions trocáveis estão em equilíbrio com aqueles na solução do solo Este equilíbrio pode ser representado da seguinte forma K trocável K na solução A maior parte dos solos contém 10 kgha ou menos de potássio na solução do solo Isto supre o crescimen to ativo da cultura por apenas um ou dois dias Mas à medida que a cultura remove o potássio da solução parte do potássio trocável movimentase para a solu ção do solo e é substituído por algum outro cátion no colóide do solo Este movimento continua até que se estabeleça um novo equilíbrio Assim pelo processo de troca de cátions o potás sio está continuamente disponível para o crescimento da planta se o solo contiver quantidade suficiente des te nutriente no início da estação de crescimento para suprir as necessidades da cultura Nota Algum potássio pode ser trocado diretamente do colóide do solo para a raiz da planta quando os dois entram em contato direto A Figura 53 mostra as três formas de potássio no solo não disponível lentamente disponível e pronta mente disponível Ela mostra como estas formas rela cionamse entre si e com a disponibilidade para a plan ta COMO O POTÁSSIO MOVIMENTASE NO SOLO É vital manteremse níveis adequados de potássio no solo porque ele não se movimenta muito exceto nos solos arenosos e orgânicos Ao contrário do nitro gênio e de alguns outros nutrientes o potássio tende a permanecer onde é colocado através da adubação Quando o potássio se movimenta isto ocorre geral mente por difusão lentamente e a curtas distâncias através de filmes de água que circundam as partículas do solo As condições de seca diminuem este movi mento e os altos níveis de potássio no solo o aceleram A Figura 54 ilustra como o potássio se movimenta no solo Figura 54 O potássio movimentase para as raízes das plantas por difusão um processo lento As raízes das culturas geralmente entram em con tato com menos de 3 do solo no qual elas se desen volvem Assim o solo precisa estar bem suprido com potássio para assegurar a quantidade deste nutriente de que as plantas necessitam durante os vários está dios de crescimento até a colheita Observandose o volume total de raízes de milho notase que elas ocu pam menos de 1 do volume do solo Isto significa que as raízes de milho contatam menos de 1 dos nutrientes disponíveis no solo 1 O fenômeno da fixação de potássio muito comum em regiões em que predominam argilas expansivas é relativamente pouco comum no Brasil A grande maioria dos solos brasileiros notadamente os Latossolos não apresentam este proble ma Manual Fertpmd 11042016 1149 72 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 73 FERTILIZANTES POTÁSSICOS NO SOLO Nas seções precedentes foram identificadas duas formas de potássio como sendo prontamente disponí veis para a cultura em crescimento Elas são potássio solúvel ou em solução e potássio trocável K solúvel ou em solução encontrado na água do solo K trocável retido fracamente na forma trocável pelas argilas e matéria orgânica do solo colóides As raízes das plantas podem absorver o potássio da solução ou o potássio trocável e usálos para au mentar as produções das culturas A questão é que forma o fertilizante toma quando é aplicado ao solo Em outras palavras que forma o fertilizante potássico toma quando é aplicado ao solo e se dissolve na solu ção do solo O potássio no fertilizante dos fertilizantes comer ciais estercos resíduos das culturas plantas de co bertura etc toma uma forma iônica quando se dissol ve Conseqüentemente o potássio de todas as fontes é o mesmo Os exemplos seguintes ilustram este pon to Cloreto de potássio KCl KCl K Cl Sulfato de potássio K2SO4 K2SO4 2K SO4 2 Nitrato de potássio KNO3 KNO3 K NO3 Matéria orgânica Quando o potássio está na forma K não faz dife rença qual a fonte original do mesmo todo K é agora o mesmo e sujeito ao mesmo ciclo no solo Um ou mais dentre vários caminhos podem ser seguidos Pode ser atraído para as superfícies das argilas e da matéria orgânica do solo e frouxamente retido na forma trocável até ser absorvido pelas raízes das plantas ou substituído nos pontos de troca por outro cátion Parte pode permanecer na solução do solo Parte pode ser imediatamente absorvida pela cul tura em crescimento Parte pode ser lixiviada em solos muito arenosos e orgânicos Mesmo em solos arenosos contudo Figura 53 Dinâmica entre as várias formas de potássio no solo Umidade K ânions acom panhantes o balan ço elétrico é mantido Umidade Umidade Umidade Mineralização Manual Fertpmd 11042016 1149 73 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 74 pouco potássio do fertilizante é lixiviado para fora da zona das raízes Como a matéria orgânica so mente atrai fracamente o K nos seus pontos de troca da CTC o potássio pode ser lixiviado dos solos orgânicos Parte pode ser fixada ou convertida em uma for ma não disponível ou lentamente disponível em alguns solos Ver Figura 53 Como está ilustrado na figura o potássio fixado é somente lentamente disponível A capacidade de fixação de potássio em alguns solos explica porque a análise de solo nem sempre reflete as aplicações do fertilizante e seus efeitos no aumento dos valores na análise de solo O potássio fixado não é medido nas análises de solo1 ABSORÇÃO DE POTÁSSIO PELAS PLANTAS FATORES DO SOLO QUE A AFETAM O potássio é relativamente imóvel no solo atin gindo as raízes das plantas principalmente por difusão Como conseqüência qualquer fator restringindo o cres cimento das raízes e reduzindo a taxa de difusão pode diminuir a absorção de potássio Vários desses fatores serão discutidos a seguir Aeração do solo A absorção de potássio é mais afetada por má drenagem do que a maioria dos outros nutrientes Sistemas de plantio direto ou cultivo mínimo e a compactação limitam a absor ção de potássio e aumentam os problemas de de ficiência principalmente por causa da aeração re duzida e do pouco crescimento radicular Análise de solo para potássio À medida que o nível de potássio na análise de solo diminui a ab sorção de potássio pelas raízes também diminui Fixação Os solos com alta capacidade para se gurar o potássio e mantêlo em forma não dispo nível reduzem as quantidades disponíveis para a absorção pelas plantas CTC Em geral solos com alta CTC têm maior capacidade de armazenamento e de suprimento de potássio Temperatura do solo Baixas temperaturas re duzem a disponibilidade e a absorção de potássio pelas raízes das plantas Este efeito pode ser par cialmente neutralizado por aumento dos níveis de potássio no solo Umidade do solo A umidade é necessária para a movimentação do potássio por difusão até as raízes das plantas para a absorção Tanto o estresse por seca como por excesso de umidade reduzem a absorção do potássio O solo por si suas características gerais deter minam quão eficientemente uma certa cultura está apta para absorver e usar o potássio Essas características incluem o material de origem do qual o solo é formado a quantidade e os tipos de argila que ele contêm a ve getação sob a qual ele é formado a topografia a dre nagem a profundidade e assim por diante Um agri cultor precisa aprender a manejar o recurso solo a ajus tar as práticas para otimizar seu potencial de produtivi dade inclusive o uso eficiente de potássio e melhorá lo onde for possível MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE FERTILIZANTES POTÁSSICOS Não existe a melhor maneira para se aplicar o po tássio Os métodos dependem de muitas condições do solo e da cultura e de outras práticas de manejo Al guns fatores influenciam a escolha do método de apli cação Cultura Mãodeobra e equipamento disponíveis Nível de fertilidade do solo Tipo de solo Dose e época de aplicação do fertilizante Uso de produtos químicos para a proteção das cul turas combinados com o fertilizante Temperatura do solo Condição de umidade do solo Uma série de métodos de aplicação de potássio tem sido avaliada por pesquisadores e agricultores Exis tem muitas variações desses métodos incluindo A lanço sem incorporação A lanço com incorporação Localização direta com a semente Em faixas incluindo várias combinações de distân cias abaixo e ao lado das sementes Localização profunda ou com facão Localização em camalhões ou em covas Faixas superficiais Aplicação na água de irrigação fertirrigação Combinação dos métodos acima 1 Devemse ressaltar as perdas consideráveis de potássio e também de outros cátions por lixiviação sob condições de solos muito arenosos com baixo teor de matéria orgânica e sujeitos a índices pluviométricos elevados Em geral estes solos exigem cuidados extras de manejo para a sua manutenção no processo produtivo com o passar dos anos Manual Fertpmd 11042016 1149 74 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 75 Todos esses métodos podem ser considerados como variações entre os três extremos 1 aplicação em fai xas 2 camalhões ou covas com altas concentrações de potássio mas com um mínimo de contato com o so lo e 3 a lanço com incorporação na camada arável As aplicações em camalhão e cova ou faixa e linha concentram os nutrientes permitindo um crescimento inicial rápido Isto é importante para as plantas jovens com sistema radicular limitado particularmente em solos frios eou compactados Mas o excesso de ferti lizante colocado muito perto da semente ou da plântula pode reduzir a germinação eou causar injúrias às raízes por causa das altas concentrações salinas A aplicação de fertilizante potássico em camalhão ou cova deve ser feita ao lado do sistema radicular da planta e o potássio em linha deve ser colocado abaixo e ao lado da semente para diminuir o potencial de dano A distribuição a lanço antes do plantio pode ser a maneira mais conveniente de se aplicar grandes quan tidades de potássio e de outros nutrientes Quando os níveis de fertilizantes do solo são adequados este método é tão eficiente quanto as aplicações em linha Entretanto alguns solos podem fixar o potássio ou fazer com que quantidades significativas deste nutrien te fiquem indisponíveis Isto evidentemente reduz a imediata eficiência das aplicações a lanço A aplicação de potássio no outono na cultura do milho em ridge ou ridge till camalhões temse mos trado uma maneira eficiente para aumentar a absorção de potássio e aumentar as produções nos EUA Entre tanto o motivo específico para o aumento da deficiên cia de potássio em milho no sistema de ridge till mes mo em solos com altos teores de potássio não é co nhecido Os agricultores devem estar alertas para este problema em potencial e sua solução para atingir óti mas produções e lucros A combinação das aplicações em linha e a lanço é geralmente a melhor maneira de se aplicar fertilizan tes Ela propicia o nutriente para uso imediato e uma reserva dele para ser utilizada durante toda a estação de crescimento Em geral as respostas das culturas aos diferentes métodos de aplicação de potássio não são tão marcantes nem consistentes como para nitro gênio e fósforo Entretanto condições de solo frio compactado ou seco tendem a impor mais estresse na absorção de potássio e podem justificar a localização de altas concentrações de potássio nas proximidades do sistema radicular em desenvolvimento Para a maioria das culturas anuais incluindo grãos e legumes os fertilizantes potássicos devem ser apli cados no plantio ou no transplantio uma vez que as plantas absorvem uma grande parte do potássio nos estádios iniciais Mas para alguns solos mais areno sos com grande potencial de perdas por lixiviação aplicações parceladas são recomendadas Para culturas perenes como as árvores frutíferas os fertilizantes potássicos devem ser aplicados toman dose por base as características de exigências da cul tura Por exemplo para plantas cítricas é recomenda do que o fertilizante potássico seja aplicado três vezes ao ano antes do florescimento para aumentar o pe gamento das flores no estádio de crescimento dos fru tos para seu melhor desenvolvimento e na colheita para maior resistência das plantas a invernos rigorosos e para desenvolvimento de primórdios florais para a pró xima safra FONTES DE FERTILIZANTES POTÁSSICOS O potássio elementar não é encontrado em estado puro na natureza devido à sua alta reatividade quími ca Os depósitos de potássio ocorrem como 1 leitos de sais sólidos abaixo da superfície da crosta terrestre e 2 salmouras de lagos ou mares em extinção O potássio é produzido através de quatro sistemas de mineração Método convencional compreende a abertura de túneis subterrâneos perfurações e uso de ex plosivos Método contínuo usa máquinas especialmente desenvolvidas que removem os minerais direta mente dos veios sem explosões Método de solução consiste em bombear solu ções quentes até o leito de potássio dissolver os sais e transportar a salmoura até a superfície para a operação de refino Método de recuperação de salmouras o potás sio e outros minerais são obtidos por evaporação solar de salmouras naturais de superfícies em la gos em fase de extinção tais como o Grande Lago Salgado nos EUA o Mar Morto em Israel e Jordânia e o Lago Salgado Qinghai na China O potássio é extraído de um grande número de minerais A silvinita a silvita e a langbeinita são os mais importantes A silvinita é formada principalmente por cloreto de potássio KCl e cloreto de sódio NaCl e con tém 2030 de K2O A silvita constituise principalmente de KCl e con tém cerca de 63 de K2O A langbeinita é formada em sua maior parte por sulfato de potássio K2SO4 e sulfato de magnésio MgSO4 e contém 23 de K2O Salmouras con tendo potássio apresentam cerca de dois terços de água e contêm cerca de 3 de K2O Manual Fertpmd 11042016 1149 75 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 76 A kainita é uma combinação de cloreto de potás sio e sulfato de magnésio e contém cerca de 19 de K2O 9 a 10 de Mg e 13 de S O minério kainita é fonte importante de potássio na Alema nha Rússia e Sicília Cloreto de potássio KCl o cloreto de potássio ou muriato de potássio concorre com mais de 90 do potássio vendido nos EUA e no Canadá É solúvel em água e contém 6062 de K2O A maior parte do KCl produzido nos EUA vem da silvinita mas uma pequena parte vem de salmouras O minério bruto impuro é refinado para uso como fer tilizante por processo de cristalização ou flotação A maior parte do KCl para fins agrícolas é produzida pelo processo de flotação O cloreto de potássio fertilizante é disponível em cinco tamanhos de partículas 1 branco solúvel 2 standard especial 3 standard 4 coarse gros so e 5 granular A forma granular é adequada para mistura de produtos O tipo branco solúvel é ideal para líquidos claros Sulfato de potássio K2SO4 também é chamado de sulfato de potassa Contém cerca de 50 de K2O e 18 de enxofre Em decorrência do seu teor de cloro ser menor que 25 este fertilizante é usado em cultu ras sensíveis ao cloro como o fumo e também para fornecer enxofre Representa cerca de 6 do total de potássio comercializado O sulfato de potássio pode ser usado nos casos em que os acúmulos de cloreto são um problema Sulfato de potássio e magnésio K2SO42MgSO4 também chamado de sulfato de potássio e magnésia Contém cerca de 22 de K2O 11 de magnésio e 22 de enxofre Ocorre na natureza como mineral langbei nita que é refinado para produzir o fertilizante comer cial É uma boa fonte de potássio e magnésio solúveis em água e é muito importante para os casos em que magnésio eou enxofre são deficientes ou para o uso em culturas sensíveis ao cloro Nitrato de potássio KNO3 o nitrato de potássio contém pouco ou nenhum cloro ou enxofre O nitrato de potássio apresenta cerca de 44 de K2O e 13 de nitrogênio O nitrato de potássio é amplamente usado em aplicações foliares em fruteiras legumes e algodão A Tabela 58 apresenta um resumo dos principais fertilizantes potássicos FONTES DE POTÁSSIO NO MUNDO A América do Norte tem as maiores reservas co nhecidas de potássio no mundo principalmente pelos gigantescos depósitos de minérios de potássio no Ca nadá A maioria desses depósitos está localizada nas províncias de Saskatchewan e Manitoba com reser vas adicionais localizadas e exploradas em New Bruns wich A produção nos Estados Unidos é localizada prin cipalmente nos Estados do New México minas subter râneas e Utah salmoura Fora da América do Norte os depósitos e a produ ção de potássio estão localizados na França Alema nha Itália Espanha Inglaterra Israel Jordânia Rússia Bielorússia Ucrânia China e Brasil Os minerais po tássicos nesses depósitos são variáveis A produção em Israel Jordânia e China são principalmente de sal moura os outros depósitos são explorados em minas subterrâneas A produção brasileira em 1996 foi de 240000 toneladas de K2O que representou 12 do consumo interno Tabela 58 Principais fertilizantes contendo potássio Composição K2O Mg S N Cl Cloreto de potássio KCl 5862 4548 Sulfato de potássio K2SO4 4850 1517 Sulfato duplo de potássio e magnésio K2SO42MgSO4 1822 11 2224 Nitrato de potássio KNO3 44 13 Material Nota Ver fontes de potássio de acordo com a legislação brasileira na Tabela 9A Anexos Manual Fertpmd 11042016 1149 76 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 77 CAPÍTULO 5 POTÁSSIO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 O potássio é um das plantas Os outros dois são e 2 A maioria das culturas contém mais menos mais ou menos igual potássio do que fósforo 3 Para transformar kg de K em K2O multiplique por para transformar kg de K2O em kg de K multiplique por 4 C ou E O potássio forma vários compostos nas plantas 5 C ou E O potássio aumenta a tolerância às baixas temperaturas e a resistência das plantas às doenças 6 A principal função do potássio no crescimento das culturas é aumentar a eficiência no uso da através da regulagem da abertura e fechamento dos pequenos poros na superfície da folha 7 C ou E O potássio aumenta o peso de sementes mas não afeta o número de sementes nas espigas de milho 8 Um dos sintomas mais comuns de deficiência de potássio é a queima 9 Em ocorrem manchas pequenas brancas ou amareladas ao longo das extremidades das fo lhas quando o potássio é deficiente 10 A maioria dos solos contém quilogramas ou mais de potássio por hectare 11 Menos de do potássio do solo é prontamente disponível para uma cultura 12 O potássio ocorre em três formas no solo e 13 C ou E O potássio é um cátion 14 C ou E Com o passar do tempo o potássio não disponível tornase disponível 15 A maioria dos solos contém kg ou menos de potássio por hectare na solução do solo 16 C ou E O potássio no solo movimentase principalmente por para atingir as raízes e para a absorção e o uso pelas plantas em crescimento 17 C ou E A seca restringe o movimento do potássio no solo 18 O volume total das raízes do milho ocupa menos de do volume total do solo 19 Quando o cloreto de potássio KCl é aplicado ao solo ele dissociase em íons de e se houver umidade adequada 20 Todas as fontes de potássio adicionadas ao solo para formar K 21 C ou E Após o fertilizante contendo potássio reagir com o solo este potássio não difere de outras formas deste nutriente existentes no solo 22 C ou E O potássio do fertilizante pode ser absorvido quase que imediatamente pela cultura em desenvolvi mento quando misturado ao solo 23 O potássio é considerado como um nutriente imóvel no solo mas pode lixiviar em solos ou 24 A absorção de potássio pelas raízes das plantas é afetada por vários fatores do solo incluindo e Manual Fertpmd 11042016 1149 77 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 78 25 C ou E O tipo de solo e o nível de fertilidade influenciam os métodos de aplicação dos fertilizantes contendo potássio 26 Uma vantagem das aplicações em camalhões ou covas ou em linhas é que fica disponível para crescimento prematuro e rápido das culturas 27 A aplicação em linha deve ser feita e do nível da semente para reduzir o potencial de dano por salinidade 28 C ou E Freqüentemente devese fazer uma combinação das aplicações em linha e a lanço 29 C ou E O potássio elementar não é encontrado em estado puro na natureza 30 Os três minerais importantes contendo potássio explorados para produção de fertilizantes são e 31 A silvita é composta principalmente de e contém cerca de de K2O 32 A fonte mais comum de K é o Ele contém de equivalente em K2O 33 O sulfato de potássio apresenta de K2O e de enxofre 34 O sulfato de potássio e magnésio contém de K2O de magnésio e de enxofre 35 O nitrato de potássio contém de K2O e de N Manual Fertpmd 11042016 1149 78 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 79 NUTRIENTES ESSENCIAIS ÀS PLANTAS O cálcio Ca o magnésio Mg e o enxofre S são chamados macronutrientes secundários Isto não sig nifica que eles têm um papel secundário no crescimen to das plantas Eles são tão importantes para a nutri ção das plantas quanto os nutrientes primários apesar das plantas de modo geral não os exigirem em gran des quantidades Muitas culturas contêm o teor de en xofre semelhante ao de fósforo e algumas vezes mais As deficiências dos nutrientes secundários podem re duzir o crescimento das plantas tanto quanto as dos nutrientes primários A Tabela 61 mostra as quantidades de cálcio mag nésio e enxofre contidas em algumas culturas Um levantamento de nutrientes em 104 solos de 13 províncias da China feito no fim da década de 80 indi cou que 18 14 e 23 dos so los são deficientes em cálcio mag nésio e enxofre respectivamente Como mostrado na Tabela 62 as produções de matéria seca fo ram de 36 a 50 menores quando o cálcio o magnésio ou enxofre não foram adicionados a esses solos Tabela 62 Levantamento de nutrientes em 104 solos de 13 províncias na Chi na Porcentagem de Amplitude na produção Média de matéria solos deficientes relativa de mat seca seca Sem Ca 18 285 50 Sem Mg 14 3490 74 Sem S 23 4292 72 CAPÍTULO 6 OS NUTRIENTES SECUNDÁRIOS Página Nutrientes essenciais às plantas 79 CÁLCIO 80 Funções do cálcio nas plantas 80 Sintomas de deficiência nas plantas 80 O cálcio no solo 80 Fontes de cálcio 80 MAGNÉSIO 81 Funções do magnésio nas plantas 81 Sintomas de deficiência nas plantas 81 O magnésio no solo 81 Fontes de magnésio 82 ENXOFRE 82 Funções do enxofre nas plantas 82 Sintomas de deficiência nas plantas 82 Enxofre e nitrogênio 82 O enxofre no solo 83 Fontes de enxofre 84 Perguntas de Revisão 86 Tabela 61 Quantidades de cálcio magnésio e enxofre em algumas culturas Quantidade na cultura total kg Ca1 Mg S Alfafa 20 218 50 50 Grama bermuda 20 65 32 55 Milho 10 43 58 30 Algodão 1 14 23 20 Sorgo granífero 9 67 45 44 Citros 60 90 25 2 Amendoim 4 20 25 21 Arroz 8 23 16 14 Soja 4 29 27 22 Tomate 90 33 40 60 Trigo 4 18 20 17 1 Estimado 2 Dados não disponíveis Cultura Nível de produção t Tratamento Manual Fertpmd 11042016 1149 79 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 80 CÁLCIO FUNÇÕES DO CÁLCIO NAS PLANTAS O cálcio é absorvido pelas plantas como cátion Ca Uma vez dentro da planta o cálcio funciona de várias maneiras incluindo as seguintes Estimula o desenvolvimento das raízes e das fo lhas Forma compostos que são parte das paredes celu lares Isto reforça a estrutura das plantas Ajuda a reduzir os nitratos NO3 nas plantas Ajuda a ativar vários sistemas enzimáticos nas plantas Ajuda a neutralizar ácidos orgânicos nas plantas É essencial para o desenvolvimento das vagens no amendoim Influencia indiretamente a produção por diminuir a acidez do solo carbonato de cálcio Isto reduz a solubilidade e toxidez do manganês do cobre e do alumínio Ajuda indiretamente a produção melhorando as condições para o desenvolvimento das raízes es timulando a atividade microbiana e aumentando a disponibilidade de molibdênio e a absorção de ou tros nutrientes É exigido em grandes quantidades pelas bactérias fixadoras do nitrogênio SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS O pouco crescimento do sistema radicular é um sin toma comum da deficiência de cálcio As raízes defi cientes em cálcio geralmente escurecem e apodrecem As folhas jovens e os outros tecidos novos desen volvem sintomas porque o cálcio não é translocado dentro da planta Os tecidos novos precisam de pectato de cálcio para a formação da parede celular Assim as deficiências de cálcio causam um aspecto gelatinoso nas pontas das folhas e nos pontos de crescimento Em casos severos o ponto de crescimento morre1 As deficiências de cálcio raramente aparecem no campo porque os efeitos secundários de deficiência como a acidez elevada geralmente limitam primeiro a produção As deficiências são mais comuns em cultu ras como o amendoim e as hortaliças2 O CÁLCIO NO SOLO As quantidades totais de cálcio no solo variam de menos de 01 a mais de 25 Os solos calcários áridos contêm os maiores níveis deste nutriente Os solos orgânicos recentemente drenados geral mente contêm muito pouco cálcio e apresentam valo res de pH extremamente baixos Os solos argilosos geralmente contêm mais cálcio do que os solos areno sos Uma vez que o cálcio existe como um cátion ele é governado pelo fenômeno de troca de cátions assim como os outros cátions e é retido como Ca2 trocável nas superfícies com cargas negativas das argilas e da matéria orgânica do solo O cálcio é o cátion dominante e normalmente ocu pa 30 ou mais dos pontos do complexo de troca de cátions dos solos corrigidos Como outros cátions o cálcio está também presen te na solução do solo Ele é parte da estrutura de vários minerais do solo Na realidade minerais como a dolo mita a calcita a apatita e os feldspatos cálcicos são a maior fonte de cálcio no solo FONTES DE CÁLCIO O cálcio pode ser fornecido de várias formas Em decorrência da maior parte dos solos deficientes em cálcio ser ácida um bom programa de calagem pode adicionar cálcio de modo eficiente Tanto o calcário calcítico como o magnesiano e o dolomítico são fontes excelentes O gesso também pode suprir cálcio quan do o pH do solo é suficientemente elevado para não necessitar de calagem O superfosfato simples que contém 50 de gesso e também em menor intensi dade o superfosfato triplo podem adicionar cálcio ao solo Algumas fontes comuns de cálcio são mostradas na Tabela 633 1 Uma das maiores limitações ao desenvolvimento profundo do sistema radicular das culturas notadamente nos solos sob vegetação de cerrado é a deficiência de cálcio em geral associada à acidez e toxidez de alumínio Estas condições de solo têm sérias implicações na menor tolerância aos estresses causados por veranicos ou secas mais prolongadas ver Conceito de Produção 19 2 A podridão estilar do tomateiro é provocada pela deficiência de cálcio Em alguns casos as folhas apresentam teores normais deste nutriente enquanto o fruto se mostra deficiente devido à pequena translocação e ao transporte unidirecional do Ca no xilema 3 Além de ser uma excelente fonte de enxofre e cálcio para as plantas o gesso têm mostrado efeitos positivos em experimen tos de campo aplicado à superfície no aprofundamento das raízes de plantas cultivadas em áreas com subsolos ácidos Em alguns casos isto leva à melhor absorção de água e nitratos das camadas mais profundas do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 80 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 81 Tabela 63 Fontes comuns de cálcio Valor neutralizante relativo Calcário calcítico 32 85 a 100 Calcário magnesiano 27 90 a 104 Calcário dolomítico 22 95 a 108 Escória básica 29 50 a 70 Gesso 22 Nenhum Margas 24 15 a 85 Cal hidratada 46 120 a 135 Cal virgem 60 150 a 175 Com base no carbonato de cálcio puro a 100 Quando se usarem fontes de cálcio que não sejam o calcário calcítico magnesiano ou dolomítico moídos devese ter cuidado com a aplicação O excesso de cal hidratada ou cal virgem pode esterilizar parcialmente o solo A adição de grandes quantidades de cálcio e mag nésio em solos deficientes em potássio ou a aplicação de cálcio em um solo deficiente em magnésio podem causar o desequilíbrio nutricional e o crescimento redu zido da cultura Forneça todos os nutrientes para dimi nuir as condições limitantes ao crescimento MAGNÉSIO Mg FUNÇÕES DO MAGNÉSIO NAS PLANTAS O magnésio é absorvido pelas plantas como cátion Mg Uma vez dentro da planta ele exerce várias fun ções O magnésio é o átomo central na molécula da clorofila e assim ele está envolvido ativamente na fotossíntese O magnésio e o nitrogênio são os únicos nutrientes do solo que são constituintes da clorofila A maior parte do magnésio nas plantas é encontrada na clorofila As sementes também têm teores relativamente altos de magnésio apesar de culturas produtoras de grãos tal como o milho possuírem baixos níveis des se nutriente nas sementes O magnésio também ajuda no metabolismo do fos fato na respiração da planta e na ativação de vários sistemas enzimáticos1 SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS Os sintomas de deficiência de magnésio geralmen te aparecem primeiro nas folhas baixeiras folhas mais velhas porque o magnésio é translocado dentro da planta A deficiência aparece como uma cor amarela da bronzeada ou avermelhada enquanto as nervuras das folhas permanecem verdes As folhas de milho fi cam com faixas amarelas e com as nervuras verdes Culturas como batata tomate soja e repolho podem apresentar uma cor amareloalaranjada e nervuras ver des O desequilíbrio entre o cálcio e o magnésio no solo pode acentuar a deficiência de magnésio Quando a relação CaMg tornase muito alta as plantas podem absorver menos magnésio Isto pode ocorrer quando o agricultor usa somente calcário calcítico por muitos anos em solos relativamente pobres em magnésio A deficiência de magnésio também pode ser acentuada por altas doses de potássio ou NH4 quando o solo está no limite de deficiência2 O MAGNÉSIO NO SOLO O magnésio do solo além daquele adicionado pe los fertilizantes ou corretivos vem da intemperização das rochas que contêm minerais como biotita horn blenda dolomita e clorita Sendo um cátion o Mg está sujeito à troca de cátions Ele é encontrado na solução do solo e é adsorvi do às superfícies das argilas e da matéria orgânica Os solos geralmente contêm menos magnésio do que cálcio porque o magnésio não é adsorvido tão for temente pelas argilas e matéria orgânica e conseqüen temente é mais sujeito à lixiviação Além disso a maio ria do material de origem contém menos magnésio do que cálcio Embora a maioria dos solos contenha mag nésio suficiente para suportar o crescimento das plan tas podem ocorrer deficiências mais freqüentemente em solos arenosos ácidos formados sob condições de elevado índice pluviométrico As deficiências também podem ocorrer em solos calcários onde a água de irri gação contém altos níveis de bicarbonato ou ainda em solos alcalinos sódicos A relação do magnésio para o potássio pode ser um fator importante sob certas condições Por exemplo adubandose com potássio podese diminuir a absor ção de magnésio por gramíneas sendo pastoreadas por gado o que resulta em baixo teor de magnésio no soro sangüíneo e uma condição conhecida como tetania das gramíneas Baixas temperaturas do solo e adequada umidade na presença de somente quantidades mode radas de potássio resulta em maior absorção de po tássio em comparação com magnésio e o desenvol vimento de forragem de gramínea indutora da tetania Material Ca 1 Algumas culturas são mais exigentes em magnésio do que outras por exemplo cacaueiro seringueira algodoeiro 2 O azul da bananeira é um desequilíbrio nutricional provocado pela deficiência de magnésio induzida por adubação potássica e calagem Deficiências de magnésio induzidas por K e Ca têm sido observadas também nas culturas de café e algodão Manual Fertpmd 11042016 1149 81 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 82 FONTES DE MAGNÉSIO A fonte mais comum de magnésio é o calcário dolo mítico um material excelente que contém cálcio e magnésio e neutraliza a acidez do solo Outras fontes incluem o calcário magnesiano o sulfato de magnésio o óxido de magnésio as escórias básicas o sulfato de potássio e magnésio e os termofosfatos1 A Tabela 64 mostra as fontes comuns de magnésio e a porcentagem deste nutriente que elas contêm As formas de sulfato de magnésio são mais solúveis do que o calcário dolomítico e podem ser a fonte preferida de magnésio naqueles solos que precisam de resposta rápida a esse nutriente Tabela 64 Fontes comuns de magnésio Material Mg Calcário magnesiano 3072 Calcário dolomítico 72120 Magnesita óxido de Mg 55 Sulfato de magnésio heptahidratado 96 Sulfato de potássio e magnésio 112 Cloreto de magnésio 75 Termofosfato 70 ENXOFRE FUNÇÕES DO ENXOFRE NAS PLANTAS Diferentemente do cálcio e do magnésio que são absorvidos pelas plantas como cátions o enxofre é absorvido principalmente como ânion SO4 2 Ele pode também entrar nas folhas das plantas como gás dióxido de enxofre SO2 do ar O enxofre é parte de cada célula viva e é constituin te de dois dos 21 aminoácidos que formam as proteí nas Outras funções de enxofre nas plantas são Ajuda a desenvolver enzimas e vitaminas Promove a nodulação para a fixação de nitrogênio pelas leguminosas Ajuda na produção de sementes É necessário na formação da clorofila apesar de não ser um constituinte dela Está presente em vários compostos orgânicos que dão os odores característicos ao alho à mostarda e à cebola SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS As plantas deficientes em enxofre apresentam uma cor verde pálida nas folhas novas embora a planta in teira pode ser verde pálida e atarracada nos casos severos de deficiência As folhas tendem a se enrugar à medida que a deficiência se acentua O enxofre como o nitrogênio é um constituinte das proteínas e assim os sintomas de deficiência são se melhantes aqueles de nitrogênio Os sintomas de defi ciência de nitrogênio são mais severos nas folhas ve lhas porque o nitrogênio é um nutriente móvel na plan ta e é translocado para os pontos de novo crescimento O enxofre por outro lado é imóvel na planta e assim os pontos de crescimento recentes sofrem primeiro quando os níveis de enxofre não são adequados para atingir a demanda da cultura Essa diferença é impor tante para distinguir entre os dois em particular nos estádios iniciais de uma deficiência As plantas deficientes em enxofre podem apresen tar o caule delgado e fraco As culturas como repolho e canola colza podem desenvolver uma cor averme lhada que aparece primeiro na parte de baixo das fo lhas e caules Na alfafa as folhas se tornam alongadas e mais delgadas e a ramificação é reduzida ENXOFRE E NITROGÊNIO A necessidade de enxofre está intimamente relacio nada às quantidades de nitrogênio disponíveis para as culturas Esta estreita relação não se constitui em sur presa uma vez que ambos são constituintes das proteí nas e são associados com a formação de clorofila Os dados da Tabela 65 mostram como as melhores pro duções de milho foram obtidas onde ambos nitrogênio e enxofre foram aplicados Tabela 65 A resposta do milho é melhor quando am bos nitrogênio e enxofre são aplicados na adubação Dose de N kgha 0 84 168 Produção tha 0 40 81 91 71 11 50 90 96 79 22 58 92 98 82 Minnesota EUA O nitrogênio e o enxofre estão ainda relacionados pela função do enxofre na ativação da enzima redutase 1 No Brasil são bastante comercializados os calcários dolomíticos calcinados que apresentam 26 a 32 de Ca e 9 a 15 de Mg constituindose em excelentes fontes desses nutrientes Dose de S kgha Média Manual Fertpmd 11042016 1149 82 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 83 do nitrato a qual é necessária para a conversão de NNO3 em aminoácidos nas plantas A baixa atividade dessa enzima diminui os níveis de proteína solúvel enquanto aumenta as concentrações de NNO3 nos te cidos das plantas Os altos níveis de NNO3 que são acumulados quan do o enxofre é deficiente inibem drasticamente a for mação de sementes em culturas sensíveis como a colza O nitrogênio na forma de nitrato nas plantas pode também ser tóxico para os animais que consomem forragens deficientes em enxofre Níveis adequados de enxofre melhoram a utilização de magnésio por rumi nantes pela redução dos níveis de nitrogênio não pro téico NNO3 Cientistas têm sugerido com freqüência que a rela ção NS N total para S total nas plantas é um bom instrumento de diagnose para determinar a deficiência de enxofre Relações de 101 151 71 111 e outras têm sido consideradas Quer essas relações sejam ou não válidas existe uma relação forte entre o nitrogênio e o enxofre que não pode ser ignorada quando da ava liação da eficiência no uso de fertilizantes nitrogenados A Tabela 66 ilustra esse ponto A grama bermuda res pondeu à adubação com enxofre O enxofre também aumentou a eficiência no uso do nitrogênio melhoran do o potencial de lucro e reduzindo as chances de lixiviação de nitratos para o lençol freático O ENXOFRE NO SOLO O enxofre inorgânico a forma disponível para as plantas ocorre na forma de ânion sulfato SO4 2 Em decorrência de sua carga negativa o SO4 2 não é atraído para as superfícies da argila do solo e da matéria orgâ nica exceto sob certas condições Ele permanece na solução do solo e se movimenta com a água do solo e assim é prontamente lixiviado Certos solos acumu lam SO4 2 no subsolo que pode ficar disponível para culturas com raízes profundas Em regiões áridas os sulfatos de cálcio de magnésio de potássio e de sódio são as formas predominantes de enxofre inorgânico Figura 61 O ciclo do enxofre A quantidade de solos deficientes em enxofre está aumentando Existem vários fatores que contribuem para isso incluindo Aumento na produção das culturas que removem grandes quantidades de enxo fre Aumento no uso de fertilizantes de alta concentração que contêm pouco ou ne nhum enxofre acidental Menor contaminação atmosférica por en xofre por causa da diminuição do uso de combustíveis com altos teores de enxo fre e aumento de técnicas de remoção de enxofre dos gases emitidos Menor uso de pesticidas contendo enxo fre Tabela 66 O enxofre aumentou a produção de grama bermuda e me lhorou a eficiência e a recuperação de nitrogênio Nitrogênio Absorção Recuperação kgha 1 0 Não 54 91 Sim 58 99 225 Não 103 208 93 Sim 116 250 112 450 Não 114 264 59 Sim 137 343 76 1Absorção de N N aplicado x 100 Arkansas EUA Dose de N Enxofre Produção kgha aplicado tha A maior parte do enxofre do solo nas regiões úmidas está associada com a matéria orgânica Através de transformações biológicas semelhantes àquelas do nitrogênio os sulfatos e os compostos de sulfato são produzidos e são disponíveis para as plantas O ciclo do enxofre na Figura 61 mostra as rela ções entre as fontes de enxofre na atmosfera nos fer tilizantes e no solo O manejo adequado assegura o uso eficiente do enxofre com um mínimo de perdas por erosão e lixiviação Como está indicado na Figura 61 não existem ga nhos ou perdas líquidas de enxofre na natureza Manual Fertpmd 11042016 1149 83 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 84 Imobilização de enxofre na matéria orgânica que é acumulada em decorrência das práticas conser vacionistas plantio direto cultivo mínimo etc Maior preocupação quanto às necessidades de en xofre para produções lucrativas das culturas e qua lidade dos produtos A análise foliar e a análise do solo incluindo análise de subsolo são recomendadas para aqueles solos com suspeita de serem marginais ou deficientes em enxo fre Outros fatores contribuem para o aparecimento de deficiências de enxofre e também devem ser conside rados quando se pretende fazer recomendações para o uso de enxofre Cultura a ser explorada culturas forrageiras de alta produtividade tais como híbridos de capim ber muda e alfafa removem mais enxofre e em geral respondem mais freqüentemente a esse nutriente do que a maioria das culturas produtoras de grãos Ver Tabela 61 Textura do solo a lixiviação de Ssulfato nos solos arenosos é mais provável do que nos solos barrentos e argilosos A resposta das culturas ao enxofre é mais comum nos solos arenosos Matéria orgânica os solos com menos de 2 de matéria orgânica são os que comumente apresen tam deficiência de enxofre entretanto as deficiên cias ocorrem também em solos contendo teores mais altos de matéria orgânica Cada 1 de maté ria orgânica libera cerca de 6 kg de enxofre por hectare por ano Qualidade da água de irrigação os lagos e os rios usualmente contêm altos níveis de enxofre em comparação com a água de poços profundos Ana lise as fontes de água com a finalidade de deter minar suas concentrações de enxofre FONTES DE ENXOFRE A matéria orgânica do solo já foi mencionada como a principal fonte de enxofre no solo Mais de 95 do enxofre encontrado no solo estão ligados à matéria or gânica Outras fontes naturais incluem os estercos ani mais a água de irrigação e a atmosfera Os estercos de animais contêm níveis de enxofre variando de menos de 002 a até cerca de 03 Obvia mente o conteúdo varia consideravelmente dependen do das espécies do método de armazenagem e apli cação etc O dióxido de enxofre e outros gases da atmosfera dissolvidos na água da chuva e da neve podem contri buir com até 22 kg de enxofre por hectare por ano ainda mais em algumas áreas industrializadas A água de irrigação pode conter níveis bem altos de enxofre Quando o teor de SSO4 na água de irrigação excede 5 partes por milhão ppm a deficiência de enxofre é pouco provável Mesmo assim aplicações de fertilizan tes de arranque contendo enxofre podem ser bené ficos por causa da mobilidade do sulfato durante chu vas intensas A maioria das fontes de enxofre é formada por sul fatos ver Tabela 67 e são moderadamente ou muito solúveis em água As formas solúveis também in cluem os bissulfetos os tiossulfatos e os polissulfatos A forma mais importante de enxofre insolúvel em água é o enxofre elementar que precisa ser oxidado a Ssul fato antes das plantas poderem utilizálo A oxidação bacteriana do enxofre no solo é favorecida por Temperaturas do solo mais elevadas Teor adequado de umidade Aeração do solo Partículas menores A Tabela 67 lista as fontes comuns de fertilizantes com enxofre juntamente com suas fórmulas químicas e porcentagem de enxofre Tabela 67 Fontes comuns de enxofre Material fertilizante Fórmula química Teor de S Sulfato de amônio NH42SO4 2224 Tiosulfato de amônio NH42S2O35H2O 26 Polisulfeto de amônio NH42Sx 4050 Sulfato de potássio K2SO4 1517 Sulfato de potássio e magnésio K2SO42MgSO4 2224 Gesso CaSO42H2O 1218 Sulfato de magnésio MgSO47H2O 1214 Superfosfato simples CaH2PO42 2CaSO42H2O 1012 Enxofre elementar S 85 Os sulfatos solúveis em água são imediatamente disponíveis para as plantas e devem ser utilizados quan do o enxofre é necessário com rapidez Estas fontes são usadas normalmente em fertilizantes sólidos ape sar de soluções de sulfato de amônio também serem comuns O tiossulfato de amônio 120026 é um líquido claro adequado para uso em fertilizantes fluidos ou água de irrigação Ele não deve ser colocado junto com a semente se aplicado em faixas estas devem estar a pelo menos 25 cm da semente O polissulfeto de amô nio é uma fonte fluida vermelha de enxofre com um Manual Fertpmd 11042016 1149 84 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 85 forte cheiro de amônia comumente aplicado na água de irrigação O enxofre neste último produto precisa ser oxidado para a forma de sulfato para se tornar dis ponível às plantas Apesar do gesso sulfato de cálcio ser menos solú vel em água do que os outros sulfatos ele é uma fonte eficiente e barata de enxofre Dados da Tabela 68 indicam que 20 kg de Sha levaram a aumentos significativos na produção em várias culturas em Bangladesh A adubação com enxofre elementar resulta em res posta mais lenta da cultura do que com fontes na for ma de sulfato por causa da sua insolubilidade em água Para ser eficiente essa fonte deve ser incorporada ao solo com bastante antecedência às necessidades das culturas Usado de maneira adequada entretanto o en xofre elementar é uma fonte de enxofre agronômica e economicamente adequada Uma objeção ao uso do enxofre puramente moído é o desconforto para o usuário Ele é muito pulverulento e pode apresentar riscos de incêndio sob condições de armazenamento O problema é usualmente evitado pela granulação do enxofre com argila bentonita Cultura Aumento na produção Tabela 68 Efeito da aplicação de enxofre na produção de várias culturas em Bangladesh Produção tha Sem S 20 kg de Sha1 Trigo 350 469 340 Milho Local 1 495 721 457 Milho Local 2 562 748 331 Batata 2578 2902 126 Batata doce 4990 6520 307 Grãodebico 095 171 800 Algodão 181 208 149 Juta 198 199 05 Couveflor 1380 3305 1395 Repolho 4510 76032 686 Cebola 550 730 327 Fumo 212 233 99 Canadeaçúcar 10015 109982 98 1 A fonte de enxofre foi o gesso 2 A dose aplicada no repolho e na canadeaçúcar foi de 40 kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 85 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 86 CAPÍTULO 6 OS MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS PERGUNTAS DE REVISÃO 1 C ou E Os nutrientes primários são mais importantes para o crescimento das plantas do que os nutrientes secundários 2 A maioria das plantas contém mais menos cerca da mesma quantidade de magnésio que enxofre mais menos cerca da mesma quantidade de enxofre que fósforo 3 O cálcio estimula e é essencial para o desenvolvimento normal das folhas 4 C ou E Os efeitos indiretos do cálcio são geralmente tão importantes na nutrição das plantas quanto o seu papel como nutriente 5 C ou E As deficiências de cálcio são raramente observadas no campo 6 A maioria dos solos contém mais menos Ca2 do que outros cátions 7 Três minerais do solo contendo cálcio são e 8 A fonte mais comum de cálcio é 9 é um constituinte da clorofila 10 Nas plantas a maior parte do magnésio ocorre na 11 O magnésio está ativamente envolvido no processo da 12 Os sintomas de deficiência de magnésio geralmente aparecem primeiro nas folhas jovens velhas 13 C ou E O magnésio é translocado dentro da planta 14 Três minerais contendo magnésio são e 15 O teor de magnésio no solo é geralmente mais alto mais baixo que o teor de cálcio 16 O magnésio geralmente é mais deficiente em solos de textura sob condições de alta 17 O magnésio é um cátion ânion 18 A fonte mais comum de magnésio é 19 O enxofre geralmente entra na planta através das raízes como mas pode ser absorvido pelas folhas na forma de gás 20 C ou E O enxofre é essencial na formação da proteína 21 O sulfato é um cátion ânion 22 As plantas deficientes em enxofre apresentam uma cor 23 C ou E O enxofre é móvel na planta 24 Ambos enxofre e nitrogênio são constituintes da e são associados com a formação da 25 C ou E O enxofre aumenta a eficiência no uso do nitrogênio nas plantas 26 C ou E O enxofre inorgânico do solo ocorre na forma de sulfato 27 A maior parte do enxofre encontrado nos solos está contida na Manual Fertpmd 11042016 1149 86 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 87 28 C ou E As deficiências de enxofre estão se tornando mais comuns 29 O preparo conservacionista aumenta diminui a disponibilidade de enxofre no solo 30 C ou E A alfafa remove mais enxofre do solo do que muitas culturas graníferas 31 Cada 1 de matéria orgânica libera cerca de kg de enxofre por hectare por ano 32 As fontes naturais de enxofre incluem a os a e a 33 Os sulfatos são em água enquanto o enxofre elementar é em água 34 C ou E As plantas podem utilizar o enxofre elementar 35 Os fatores do solo que favorecem a rápida oxidação do enxofre elementar são temperaturas adequada e 36 As formas de fertilizantes contendo enxofre elementar contêm mais que de S 37 C ou E A fórmula química do sulfato de potássio é KSO4 38 O sulfato de potássio e magnésio contém de S 39 O tiossulfato de amônio é um fertilizante líquido contendo de N e de S 40 C ou E As culturas respondem menos rapidamente ao enxofre elementar do que aos fertilizantes nas formas de sulfato Manual Fertpmd 11042016 1149 87 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 88 Manual Fertpmd 11042016 1149 88 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 89 OS MICRONUTRIENTES SÃO ESSENCIAIS PARA O CRESCIMENTO DAS PLANTAS Sete dos 16 nutrientes essenciais para as plantas são chamados de micronutrientes boro B cobre Cu cloro Cl ferro Fe manganês Mn molibdênio Mo e zinco Zn Eles são tão importantes para a nutrição das plan tas quanto os macronutrientes primários e secundá rios embora as plantas em geral não os necessitem em grandes quantidades A falta de qualquer um deles no solo pode limitar o crescimento das plantas mesmo quando todos os outros nutrientes essenciais estão pre sentes em quantidades adequadas1 A necessidade de micronutrientes é conhecida há muito anos mas o seu uso em fertilizantes é relativa mente recente Porque os micronutrientes tornaramse tão importantes nos dias de hoje Três motivos princi pais podem ser comentados Aumentos na produção das culturas As maio res produtividades por hectare removem não ape nas maiores quantidades de macronutrientes pri mários e secundários mas também maiores quan tidades de micronutrientes Os micronutrientes não CAPÍTULO 07 OS MICRONUTRIENTES Página Os micronutrientes são essenciais para o crescimento das plantas 89 Os micronutrientes não são milagrosos 89 Relações soloplanta 90 Boro 90 Cloro 94 Cobalto 95 Cobre 95 Ferro 96 Manganês 96 Molibdênio 97 Zinco 98 Perguntas de revisão 101 são aplicados com tanta freqüência como os ma cronutrientes primários nitrogênio N fósforo P potássio K ou nutrientes secundários Assim à medida que mais e mais micronutrientes são re movidos do solo muitos desses solos não podem liberálos o suficiente para atender as altas deman das atuais das culturas Práticas anteriores de adubação Quando as produções das culturas não eram tão elevadas e a adubação com NPK não tão comum como hoje um dos três macronutrientes primários limitava primeiro o desenvolvimento das plantas Tecnologia de fertilizantes Os processos atuais de produção de fertilizantes de alta concentração removem as impurezas de maneira mais eficiente que os métodos antigos Conseqüentemente os micronutrientes não são normalmente fornecidos como ingredientes acidentais dos fertilizantes OS MICRONUTRIENTES NÃO SÃO MILAGROSOS Os micronutrientes não são a cura para todos os males Existem 13 nutrientes minerais essenciais e sete 1 Os problemas de deficiência de micronutrientes têm se acentuado consideravelmente em várias regiões do país notadamente nas áreas de expansão da fronteira agrícola e naquelas sob cultivo intensivo há muitos anos São notáveis as respostas às aplicações de boro e zinco da cafeicultura de São Paulo e Minas Gerais de zinco em culturas anuais milho e arroz na região dos cerrados de cobre nos solos de tabuleiro no nordeste com cultura de canadeaçúcar e de boro na cultura de trigo no Brasil Central tanto em várzeas quanto em terras altas Manual Fertpmd 11042016 1149 89 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 90 deles são considerados micronutrientes Cada um pode limitar o crescimento das plantas e as produções quan do deficiente no solo Pode ocorrer até a morte das plantas quando a deficiência é severa Entretanto dar importância especial aos micronutrientes é incorreto e inadequado O uso de micronutrientes na adubação deve ser tra tado como o de qualquer outro insumo para a produ ção Se houver suspeita de deficiência de um micro nutriente isto pode ser comprovado através da análise do solo análise foliar eou ensaios de demonstração de resultados no local Devese desenvolver o hábito de observar a cultura em crescimento de perto para se detectarem áreas com problemas em potencial A diagnose de campo deverá ser uma das ferramentas mais eficientes em um sistema de manejo RELAÇÕES SOLOPLANTA Os solos variam quanto ao teor de micronutrientes que geralmente apresentamse em quantidades mui to menores que os macronutrientes primários e secun dários A Tabela 71 mostra os teores totais dos micronu trientes nos solos medidos em partes por milhão ppm Lembrese que teores totais de micronutrientes não in dicam as quantidades disponíveis para o crescimento das plantas durante um único ciclo Mas eles indicam a abundância relativa e o potencial de suprimento de um micronutriente em particular As culturas também variam na sua composição de micronutrientes como mostrado na Tabela 72 A remoção total dos micronutrientes por uma cultu ra depende da concentração do nutriente na cultura e da produção colhida A Tabela 73 mostra a remoção por várias culturas A capacidade de suprimento de micronutrientes pelo solo pode ser estimada pela análise de solos utilizando diferentes extratores A Tabela 74 mostra alguns dos extratores usados para determinação dos micronu trientes disponíveis nos solos Esses extratores são va liosos somente quando correlacionados com as res postas das culturas a adubações específicas com micronutrientes As quantidades relativas dos micronutrientes no solo especialmente os metais determinam sua dispo nibilidade e podem ser mais importantes do que as quantidades absolutas de cada um Estas relações podem fazer com que os resultados das análises de solos para um micronutriente conduzam a interpreta ções inadequadas a menos que os teores dos outros micronutrientes e também dos macronutrientes primá rios e secundários sejam considerados O pH do solo afeta consideravelmente a disponibili dade dos micronutrientes Em geral a disponibilidade diminui à medida que o pH aumenta com exceção do molibdênio e do cloro A Tabela 75 mostra a faixa de pH do solo onde há a maior disponibilidade de cada micronutriente Sob condições de pH muito ácido alguns micro nutrientes podem tornarse suficientemente solúveis para serem tóxicos para as plantas O manganês por exemplo pode inibir o crescimento radicular em alguns solos ácidos A calagem adequada destes solos para elevar o pH próximo a 65 reduz o perigo de toxidez À medida que o valor do pH se eleva através da calagem ou naturalmente aumentam as chances para a ocorrência de deficiências de micronutrientes O molibdênio e o cloro são exceção pois à medida que o pH aumenta também aumenta a disponibilidade de molibdênio enquanto a de cloro não é afetada Esta é uma razão que explica porque a calagem em solos ácidos afeta a produção de soja tanto ou mais que o tratamento das sementes com molibdênio Nas seções seguintes cada micronutriente é discu tido individualmente As principais funções destes para os vegetais são apresentadas de forma resumida O Conceito de Produção 71 ilustra as funções dos micro nutrientes no metabolismo vegetal BORO B As deficiências de boro estão espalhadas em mui tas partes do mundo A alfafa responde freqüentemente ao boro mas as respostas também ocorrem em gran de número de fruteiras hortaliças e outras culturas no campo O dendê é particularmente sensível à deficiên cia de boro e culturas como a colza e leguminosas graníferas têm uma alta exigência de boro O boro é essencial para a germinação dos grãos de pólen e para o crescimento do tubo polínico Também é essencial para a formação das sementes e das pare des celulares O boro forma complexos açúcarborato relacionados com a translocação de açúcares e é im portante na formação das proteínas A deficiência de boro em geral retarda o cresci mento das plantas afetando primeiro os pontos de cres cimento e as folhas novas Isto indica que o boro não é translocado rapidamente na planta Eis os sintomas tí picos desta deficiência em algumas culturas Aipo encurvamento do talo Amendoim vagens chochas Maçã polpa com aspecto de cortiça Alfafa formação de rosetas pontas amarelas morte da gema terminal Beterraba enegrecimento interior Manual Fertpmd 11042016 1149 90 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 91 Tabela 71 Teores de micronutrientes totais em solos Amplitude em solos ppm ou mgdm3 Mundo China Índia Boro 10630 Traços500 6630 Cobre 1960 3300 2960 Ferro 3000100000 30001 20000100000 Manganês 305000 425000 374600 Molibdênio 00118 01660 00118 Zinco 2 1600 3790 21600 1 Teor médio de ferro total nos solos Dados sobre cloro não disponíveis Nutriente Tabela 72 Concentração de micronutrientes em tecido vegetal de diferentes culturas Teor de micronutrientes ppm ou mgkg Deficiente Suficiente Tóxico BORO Milho Parte aérea 25 dias 5 525 Beterraba Lâmina foliar 16 1618 COBRE Milho Folha da espiga 5 530 30 Soja Folhas maduras recentes 10 1030 30 Trigo Colmo 8 810 FERRO Milho Folhas maduras recentes 2456 5678 Arroz Folhas 63 63 Soja Brotos 34 dias 38 4460 MANGANÊS Milho Folha da espiga 1984 Arroz Parte aérea 20 2500 Trigo Parte aérea 181621 Soja Parte aérea 15 15 50 MOLIBDÊNIO Cevada Lâminas de 8 semanas 003 ZINCO Trigo Crescimento 830 cm 15 15150 150 Milho Vegetativo 15 15150 150 Soja Folhas 20 2050 Arroz inundado Vegetativo 20 20250 CLORO Plantas 100 Tabela 73 Remoção de micronutrientes na parte colhida de culturas aos níveis indicados de produção Remoção g B Cu Fe Mn Mo Zn Arroz 5 60 20 810 600 2 215 Milho 4 36 20 120 36 60 Trigo 3 36 43 380 120 180 Algodão 251 120 110 140 190 2 480 Amendoim 2 60 480 400 Batata 20 120 110 715 170 2 240 Colza 3 50 17 150 90 1 50 Alfafa 12 600 120 1200 600 24 830 Tomate 48 28 60 535 95 2 60 Citros 48 120 120 600 140 2 60 1 Semente de algodão Cultura ÓrgãoEstádio de crescimento Cultura Produção t Manual Fertpmd 11042016 1149 91 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 92 Algodão pecíolos das folhas unidos com morte das gemas terminais causando efeito de formação de rosetas na parte superior das plantas dificilmente perceptível no campo Folhas verdes grossas e com rupturas quadradas permanecendo ver des até o inverno e difíceis para des folhar As culturas variam significantemente nas suas res postas ao boro como mostrado na Tabela 76 Muitas leguminosas assim como várias frutíferas e hortaliças são altamente responsivas ao boro Outras mostram se menos responsivas Culturas graníferas em geral respondem menos Tabela 76 Respostas das culturas ao boro Alta resposta Média resposta Baixa resposta Alfafa Brócoli Feijões Couveflor Repolho Pepino Aipo Cenoura Milho Beterraba açucareira Alface Cebola Beterraba de mesa Espinafre Batata Nabo Milho doce Cereais Amendoim Tomate Sorgo Algodão Aspargo Grama Sudão Maçã Colza Soja Rabanete Existem vários fatores que influenciam a disponibi lidade de boro no solo Matéria orgânica A matéria orgânica é a fonte mais importante de boro no solo Em períodos quentes e secos a decomposição da matéria or gânica diminui na superfície do solo onde a maio ria desta é encontrada Isto pode levar à deficiên cia de boro Em períodos frios a decomposição da matéria orgânica também diminui e a baixa libe ração de boro afeta muitas culturas de inverno por exemplo couvedebruxelas rabanete e outras espécies plantadas cedo Condições climáticas Os períodos de seca res tringem as atividades das raízes na superfície do solo e podem causar deficiência temporária de boro Os sintomas podem tender a desaparecer tão logo o solo superficial receba chuva O cresci mento das raízes pode continuar mas o potencial de produção é geralmente reduzido pH do solo A disponibilidade de boro é adequa da entre pH 50 e pH 70 A valores mais altos de pH a absorção de boro é reduzida A calagem dos solos ácidos pode diminuir a dispo nibilidade de boro e aumentar a resposta a fertilizantes que contêm esse micronutriente A Figura 71 mostra a interação de duas diferentes granulometrias de calcário na resposta do trevo rosado ao boro O uso de um cal cário mais fino mais reativo levou a uma maior ne cessidade de boro para atingir uma boa produção de trevo rosado porque elevou mais rapidamente o pH reduzindo a disponibilidade de boro no solo Com o material calcário menos reativo vários fatores pode riam ter influenciado a queda de produção na dose maior de boro Tabela 74 Exemplos de extratores usados na avaliação da disponibilidade de micronutrientes em so los Boro Água quente Manitol CaCl2 Cobre EDTA EDTA Acetato de amônio Bicarbonato de amônio DTPA HCl HNO3 DTPA CaCl2 Ferro EDTA EDTA Acetato de amônio HCl HNO3 Bicarbonato de amônio DTPA DTPA CaCl2 Manganês Hidroquinona Acetato de amônio CaCl2 HCl H2SO4 HCl HNO3 EDTA Acetato de amônio Molibdênio Acetato de amônio Oxalato de amônio Ácido oxálico Zinco EDTA Carbonato de amônio EDTA Acetato de amônio DTPA CaCl2 HNO3 HCl Ditizona Acetato de amônio Tabela 75 Faixa de pH que favorece a disponibilidade de cada micronutriente Faixa de pH para disponibilidade máxima Boro B 50 a 70 Cloro Cl Não afetado Cobre Cu 50 a 70 Ferro Fe 40 a 60 Manganês Mn 50 a 65 Molibdênio Mo 70 a 85 Zinco Zn 50 a 70 Micronutriente Símbolo Manual Fertpmd 11042016 1149 92 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 93 CONCEITO DE PRODUÇÃO 71 MICRONUTRIENTES SUAS FUNÇÕES NO METABOLISMO Os micronutrientes apresentam uma série de funções na planta conforme mencionado no texto Merece destaque especial entretanto sua ação no metabolismo vegetal especificamente na ativação de certas enzimas Cada enzima ou bloco compacto de proteínas permanece inerte e sem especificidade de reação no metabolismo até que seja acionada por um íon metálico específico O íon metálico no caso o micronutriente age como um ativador das enzimas e suas funções que somente então começam a desenvolver o processo metabólico Algumas enzimas e os respectivos micronutrientes envolvidos em sua ativação são ENZIMA MICRONUTRIENTE Redutase do nitrato Molibdênio Desidrogenase glutâmica Cobre Fosfolipase Manganês Citocromo Ferro Fosforilase do amido Boro Sintetase do triptofano Zinco O IMPORTANTE É QUE A MÁQUINA DO METABOLISMO NÃO FUNCIONA SEM A PRESENÇA DOS MICRONUTRIENTES BLOCO DE PROTEÍNA MICRONUTRIENTE ENZIMA ATIVADA ATIVADOR ATIVADOR OFF ON AT OFF ON ATIVADOR Manual Fertpmd 11042016 1149 93 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 94 Figura 71 Resposta de trevo rosado à calagem e ao boro Texas EUA Textura do solo Solos de textura grossa areno sos os quais são compostos principalmente por quart zo têm em geral poucos minerais que contêm boro As plantas que crescem nesses solos mostram comu mente deficiências de boro Lixiviação O boro é móvel no solo e é sujeito à lixiviação A lixiviação é uma preocupação em solos arenosos eou áreas com altas pluviosidades As culturas variam amplamente em relação à ne cessidade e à tolerância ao boro Além disso o limite entre deficiência e toxidez é muito estreito em compa ração com os outros nutrientes essenciais Conseqüen temente o uso de fertilizantes contendo boro deve ser feito com muito cuidado especialmente em sistemas de rotação de culturas com diferentes graus de sensibi lidade a este micronutriente É importante que os fertilizantes que contêm boro sejam aplicados de maneira uniforme por causa do li mite estreito entre deficiência e toxidez As doses de adubo com boro dependem de vários fatores incluin do análise de solo análise foliar espécies de plantas rotação de culturas condições climáticas práticas cul turais e matéria orgânica do solo A Tabela 77 mostra algumas fontes mais comuns de boro incluindo os teores e a solubilidade em água O boro pode ser aplicado no solo a lanço ou em faixas ou ainda aplicado nas folhas como pulveriza ção ou na forma de pó A aplicação via solo no caso de culturas responsivas pode atingir até 3 kg de Bha e para culturas com baixa ou média resposta 05 a 10 kg de Bha A Tabela 78 mostra como o boro reduz a incidência de colmos frágeis e aumenta a produção do milho Tabela 77 Algumas fontes de boro Solubilidade em água Bórax 110 Sim Pentaborato de sódio 180 Sim Tetraborato de sódio Borato fertilizante 46 140 Sim Borato fertilizante 65 200 Sim Ácido bórico 170 Sim Colemanita 100 Baixa Solubor 200 Sim Superfosfato simples boratado 018 Sim Tabela 78 O boro reduz colmos frágeis e aumenta a produção de milho Dose de B Colmos frágeis Produção kgha tha 0 23 93 1 27 101 2 19 107 4 18 103 EUA CLORO Cl O cloro é um nutriente vital sendo o coco e o dendê especialmente sensíveis à sua deficiência As deficiên cias são espalhadas nas plantações de coco nas Filipi nas Sul de Sumatra e Indonésia O cloro está envolvido nas reações de energia nas plantas Especificamente ele está envolvido na fragmen tação química da água na presença da luz do sol e ativa vários sistemas enzimáticos Ele está também envolvi do no transporte de vários cátions dentro da planta K Ca Mg regula a ação das célulasguarda dos estô matos controlando assim as perdas de água e o es tresse hídrico que mantém o turgor A pesquisa tem mostrado que o cloro diminui os efei tos de doenças fúngicas nas raízes tal como maldopé em cereais Ele também ajuda a suprimir infecções de fungos nas folhas e nas panículas de cereais A diminui ção na incidência de podridão do caule no milho tem sido relacionada com adequado cloro Especulase que o cloro compete com a absorção de nitrato tendendo a promover o uso de nitrogênio amoniacal Altas concen trações de nitrato nas plantas têm sido relacionadas à severidade de doenças O cloro pode ser aplicado a lanço em préplantio ou em cobertura com o nitrogênio Pesquisas com cereais em Kansas e no Oregon EUA não têm mostrado dife renças significativas na produção em diferentes épocas Fonte B Manual Fertpmd 11042016 1149 94 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 95 de aplicação de cloro mas dados do Texas mostram que as chuvas fortes no inverno podem diminuir a dispo nibilidade de cloro em solos arenosos por causa de sua alta mobilidade nesses solos Os dados da Tabela 79 mostram as excelentes res postas do trigo ao cloro em solos com baixos teores desse micronutriente Tabela 79 Respostas do trigo ao cloro Produção de trigo tha Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 0 249 370 417 517 34 302 410 444 67 410 464 538 101 410 450 Análise do solo para Cl Baixo Baixo Médioalto Kansas EUA Cerca de 60 kg de Clha nos primeiros 60 cm do solo parece ser adequado para altas produções de ce reais Ele pode ser fornecido pelo fertilizante ou pelo solo A fonte mais comum é o cloreto de potássio KCl que contém cerca de 47 de cloro O cloreto de amônio 52 de Cl e o cloreto de magnésio 74 de Cl são também disponíveis As aplicações em préplantio na semeadu ra ou em cobertura são todas eficientes As altas doses devem ser aplicadas em préplantio ou em cobertura O cloro é extremamente móvel no solo e deve ser mane jado de modo adequado O cloro pode ter efeitos negativos em culturas como fumo algumas variedades de soja batata e certas frutí feras especialmente videira Os efeitos variam com as variedades da cultura ou portaenxerto e a intenção de uso da cultura COBALTO Co O cobalto Co não foi ainda provado como essen cial para o crescimento das plantas superiores As bac térias que formam nódulos nas leguminosas necessi tam dele para o processo de fixação de nitrogênio at mosférico COBRE Cu O cobre é necessário para a formação da clorofila nas plantas catalisa vários processos no metabolismo vegetal e é necessário à promoção de diversas rea ções apesar de geralmente não fazer parte dos pro dutos formados por essas reações Os sintomas comuns de deficiência de cobre in cluem morte das gemas terminais em plantas cítricas e murcha da cebola e em vários tipos de hortaliças Mui tas espécies hortícolas mostram fome de cobre com as folhas perdendo a turgescência e desenvolvendo uma coloração verdeazulada antes de se tornarem cloróticas e enroladas além de não ocorrer o florescimento A de ficiência de cobre em cereais pode impedir a formação de grãos Os solos orgânicos são muito propensos a apresen tar deficiência de cobre Tais solos em geral apresen tam níveis adequados deste micronutriente mas este fica retido tão fortemente que somente pequenas quan tidades ficam disponíveis para as plantas Os solos arenosos com baixos teores de matéria orgânica também podem tornarse deficientes em co bre por causa das perdas por lixiviação Os solos argilosos pesados em geral apresentam menos problemas de deficiência de cobre Outros metais no solo ferro manganês alumínio etc afetam a disponibilidade de cobre para o cresci mento das plantas Este efeito independe do tipo de solo À semelhança de outros micronutrientes grandes quantidades de cobre podem ser tóxicas para as plan tas O excesso de cobre diminui a atividade do ferro e causa sintomas de deficiência deste último nas plan tas Esta toxidez entretanto não é muito comum A Tabela 710 mostra como as culturas variam nas respostas ao cobre Os cereais como o trigo e a ceva da são os mais responsivos à aplicação de cobre A adubação com cobre pode também ser benéfica em cul turas como a cebola e a cenoura Como a maioria dos outros micronutrientes grandes quantidades de cobre podem ser tóxicas às plantas Quantidades excessivas de cobre diminuem a atividade do ferro e podem fazer com que sintomas de deficiência de ferro apareçam nas plantas Estas toxicidades não são comuns Tabela 710 Respostas das culturas ao cobre Muito responsivas Pouco reponsivas Cevada Alfafa Cenoura Citros Cebola Alface Trigo Aveia Arroz Espinafre Beterraba Fumo A Tabela 711 mostra as fontes mais comuns de fer tilizantes contendo cobre sua solubilidade em água e métodos de aplicação Dose de cloro kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 95 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 96 Tabela 711 Algumas fontes de cobre teores solubili dade em água e métodos de aplicação Cu Solubilidade Métodos de em água aplicação Sulfato de cobre 22524 Sim Foliar solo Fosfato de amônio e cobre 300 Pouca Foliar solo Quelato de cobre Variável Sim Foliar solo Outros orgânicos Variável Sim Foliar solo FTE com cobre Variável Não Solo FERRO Fe O ferro é um catalisador que ajuda na formação da clorofila age como um carregador de oxigênio e ajuda a formar certos sistemas respiratórios envolvendo en zimas A deficiência de ferro é evidenciada através do amarelecimento das folhas clorose criando um forte contraste com as nervuras que em geral permane cem verdes Em função do ferro não ser translocado dentro da planta os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas jovens na parte superior das plantas A de ficiência severa pode tornar toda a planta amarelada ou esbranquiçada A deficiência de ferro geralmente é causada por um desequilíbrio de metais como o molibdênio o cobre ou o manganês Outros fatores são aceitos como acelera dores do problema Excesso de fósforo no solo Uma combinação de pH elevado altas doses de calcário baixas temperaturas no solo e altos ní veis de bicarbonato Diferenças genéticas das plantas Baixos níveis de matéria orgânica no solo As culturas variam quanto à intensidade de respos ta ao ferro Plantas frutíferas são as mais responsivas como mostra a Tabela 712 Tabela 712 Respostas das culturas ao ferro Muito responsivas Pouco responsivas Citros Feijão Videira Linho Ornamentais Amendoim Outras árvores frutíferas Menta Sorgo Soja Grama sudão Hortaliças As aplicações de fertilizantes via solo ou via foliar podem em parte corrigir as deficiências nas culturas A aplicação de formas solúveis por exemplo sulfato de ferro ao solo não é muito eficiente porque o ferro convertese rapidamente em formas não disponíveis Quando estes produtos solúveis são aplicados atra vés de pulverização foliar são muito mais eficientes Injeções de sais secos de ferro diretamente nos tron cos e ramos podem controlar a clorose por deficiência de ferro em árvores frutíferas A maioria dos fertilizan tes contendo ferro tem maior eficiência via adubação foliar Este método emprega doses menores do que as aplicações via solo Alterandose o pH do solo em uma faixa estreita na zona das raízes podese corrigir deficiências de ferro Produtos com enxofre S oxidável diminuem o pH do solo e transformam formas insolúveis de ferro no solo em formas utilizáveis pelas plantas A Tabela 713 mostra vários fertilizantes contendo ferro e os teores deste micronutriente Tabela 713 Algumas fontes de ferro e seus teores Fonte Fe Sulfato ferroso 19 Sulfato férrico 23 Óxido de ferro 69 a 73 Sulfato ferroso amoniacal 14 FTE com ferro Variável Polifosfato de ferro e amônio 22 Quelatos de ferro 5 a 14 Outros orgânicos 5 a 10 Não adequado para a aplicação foliar ou para o uso em solos alcalinos ou calcários MANGANÊS Mn O manganês atua principalmente como parte do sis tema enzimático nas plantas ativa várias reações me tabólicas importantes e tem ação direta na fotossíntese ajudando na síntese de clorofila Acelera a germinação e a maturidade enquanto aumenta a disponibilidade de fósforo e cálcio Como o manganês não é translocado nas plantas os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas fo lhas jovens com amarelecimento entre as nervuras Algumas vezes aparece uma série de manchas casta nhoescuras Em cereais surgem áreas acinzentadas próximas da base das folhas jovens As deficiências de manganês ocorrem com maior fre qüência 1 nos solos orgânicos e 2 nos solos com pH neutro e alcalino com baixos teores naturais de man ganês Fonte Manual Fertpmd 11042016 1149 96 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 97 As culturas variam quanto às respostas ao man ganês como mostra a Tabela 714 Tabela 714 Respostas das culturas ao manganês Mais responsivas Menos responsivas Cevada Maçã Citros Feijão Ervilha Videira Batata Alface Soja Aveia Trigo Pêssego Rabanete Sorgo Espinafre Morango Grama Sudão Beterraba açucareira Apesar das deficiências estarem freqüentemente associadas ao pH elevado também podem ocorrer como conseqüência de um desequilíbrio com outros nutrientes tais como o cálcio o magnésio e o ferro A umidade do solo também afeta a disponibilidade de manganês Os sintomas de deficiência são mais severos em solos orgânicos durante os períodos frios quando os solos estão saturados com água Os sinto mas podem desaparecer quando os solos secam e a temperatura se eleva Esta condição poderia advir da menor atividade microbiológica nos solos frios e encharcados mas o pH destes solos é também mais elevado neste perío do Há uma estreita relação entre o manganês solúvel disponível e o pH do solo As deficiências de manganês podem ser corrigidas de várias maneiras Se a calagem causou a deficiência mantenha o pH do solo abaixo de 65 Isto pode ser feito pela dimi nuição da dose de calcário ou pela utilização de mate riais que produzem a acidificação do solo inclusive enxofre elementar Aplique estes materiais em faixas próximos mas não em contato com as sementes Eles abaixam o pH e convertem o manganês em formas mais disponíveis para as plantas Para um grande nú mero de culturas é mais econômico adicionar manganês do que abaixar o pH do solo Misture sais solúveis de manganês tais como sul fato de manganês com a adubação de plantio e apli que em faixas Altas doses de fósforo neste tipo de adubação ajudam a mobilizar o manganês dentro da planta Um sintoma de deficiência pode ser corrigido pela adubação foliar A pulverização com 10 kg de MnSO4hectare diluídos em água é um tratamento comum para a cultura da soja com deficiência deste micronutriente Em alguns solos um pH extremamente ácido pode causar toxidez de manganês às culturas O pH do solo deve ser de 50 ou menos antes de ocorrerem sérios problemas de toxidez Em alguns casos mesmo em pH 58 têm sido detectados níveis tóxicos de manganês em plantas A calagem adequada elimina este proble ma A Tabela 715 mostra os principais fertilizantes con tendo manganês e os respectivos teores Tabela 715 Algumas fontes de manganês e seus teo res Fonte Mn Sulfato manganoso 26 Óxido manganoso 41 Quelato de manganês 12 Carbonato de manganês 40 Cloreto de manganês 17 FTE com manganês Variável MOLIBDÊNIO Mo O molibdênio é necessário para a formação e ativi dade da enzima redutase do nitrato Esta enzima re duz nitratos a amônio na planta Este micronutriente é vital para ajudar as leguminosas a formarem nódulos que por sua vez são indispensáveis ao processo de fixação simbiótica de nitrogênio O molibdênio é tam bém essencial para converter o fósforo inorgânico em formas orgânicas na planta A deficiência de molibdênio causa um amareleci mento geral e pouco crescimento das plantas Tam bém pode causar deficiência de nitrogênio em legumi nosas como soja e alfafa porque as bactérias do solo associadas a estas plantas precisam do molibdênio para fixarem o nitrogênio atmosférico O molibdênio torna se mais disponível à medida que o pH aumenta o opos to do que ocorre com os outros micronutrientes Assim as deficiências de molibdênio são mais comuns em solos ácidos Os solos arenosos apresentam mais pro blemas de deficiência de molibdênio do que os solos argilosos A Tabela 716 mostra o efeito do molibdênio na pro dução de soja em vários níveis de pH do solo Como o molibdênio tornase mais disponível com o aumento do pH a calagem corrigirá a deficiência se o solo con tiver quantidade suficiente deste micronutriente Este fato é ilustrado na Tabela 716 Manual Fertpmd 11042016 1149 97 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 98 Tabela 716 Respostas da soja ao molibdênio em vários níveis de pH Produção tha Com Mo Sem Mo 56 276 215 57 289 228 60 269 235 62 282 269 64 276 282 Doses pesadas de fertilizantes fosfatados aumen tam a absorção de molibdênio pelas plantas enquanto doses pesadas de enxofre diminuem este processo A aplicação de altas doses de fertilizantes contendo sul fato em solos no limite de suficiência pode induzir à deficiência de molibdênio As culturas variam quanto à intensidade de respos ta ao molibdênio As culturas como brócoli couveflor e os trevos geralmente respondem à aplicação de molibdênio Tabela 717 Tabela 717 Respostas das culturas ao molibdênio Mais responsivas Menos responsivas Brócoli Alfafa Couveflor Feijão Trevos Alface Ervilha Soja Espinafre Vários produtos fornecem molibdênio Estes mate riais podem ser 1 misturados com fertilizantes NPK 2 aplicados em pulverização foliar ou 3 usados como tratamento de sementes O tratamento de sementes é provavelmente a forma mais comum de corrigir a de ficiência de molibdênio por causa das pequenas doses do nutriente que são necessárias O molibdênio em excesso é tóxico especialmente para o gado sob pastoreio A ingestão de forragem com teores excessivos de molibdênio pode levar os animais a apresentarem forte diarréia O molibdênio também pode afetar o metabolismo do cobre Por exemplo animais alimentandose de pastagens pobres em molibdênio podem apresentar toxidez de cobre se os níveis deste nutriente no solo forem suficientemente altos Mas animais comendo forragem com alto teor de molibdênio podem desen volver deficiência de cobre levandoos à doença cha mada de molibdenose Isto pode ser corrigido por 1 fornecimento de sulfato de cobre oralmente 2 inje ção de remédios contendo cobre ou 3 aplicação de sulfato de cobre ao solo A Tabela 718 mostra as fontes comuns de mo libdênio Tabela 718 Algumas fontes de molibdênio Fonte Mo Solubilidade em água Molibdato de amônio 54 Sim Molibdato de sódio 39 a 41 Sim Ácido molíbdico 475 Pouca ZINCO Zn O zinco foi um dos primeiros micronutrientes reco nhecidos como essencial às plantas Ele é o micronu triente que mais comumente limita a produção das cul turas Deficiências de zinco têm sido relatadas em quase todos os países produtores de arroz Apesar de ser ne cessário em pequenas quantidades é impossível al cançar altas produções sem zinco Algumas culturas são mais responsivas ao zinco do que outras como mostrado na Tabela 719 Tabela 719 Respostas das culturas ao zinco Mais Medianamente Menos responsivas responsivas responsivas Feijão Cevada Aspargo Milho Batata Cenoura Cebola Soja Gramas Sorgo Grama sudão Aveia Milho doce Beterraba açucareira Ervilha Citros Beterraba Centeio Arroz Tomate Repolho Pêssego Alfafa Aipo Pecan Trevo Alface Linho Algodão Videira O zinco auxilia na síntese de substâncias que atuam no crescimento e nos sistemas enzimáticos é essencial para a ativação de certas reações metabóli cas e é necessário para a produção da clorofila e a formação dos carboidratos O zinco não é translocado dentro da planta e con seqüentemente os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas e outras partes novas das plantas A deficiência de zinco no milho é caracterizada pela cor amareloclaro ou branca dos pontos de crescimen to e aparece no início do ciclo As folhas podem desen volver faixas amarelas largas clorose de um lado ou nos dois lados da nervura central Outros sintomas in pH do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 98 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 99 cluem o bronzeamento das folhas no arroz o apareci mento de rosetas na nogueira pecan e de folhas pe quenas em frutíferas e o encurtamento dos internódios no cafeeiro e outras culturas Os solos podem conter de algumas a várias cente nas de quilos por hectare Os solos argilosos em geral contêm mais zinco do que os solos arenosos mas o teor de zinco total do solo não indica o quanto deste nutriente está disponível para as plantas Vários fato res determinam a disponibilidade do zinco pH do solo O zinco tornase menos disponível com o aumento do pH do solo Alguns solos que rece beram calcário para elevar o pH acima de 60 podem apresentar deficiência de zinco especialmente os are nosos As deficiências de zinco não ocorrem em todos os solos com pH neutro ou alcalino mas a tendência é maior A concentração de zinco no solo pode diminuir 30 vezes para cada unidade de aumento do pH entre 50 e 70 Solos com altos teores de fósforo A deficiên cia de zinco pode ocorrer em solos com altos teores de fósforo Várias espécies de plantas têm apresentado a interação ZnP Altos níveis de um nutriente podem re duzir a absorção do outro A aplicação de um destes em um solo marginal em ambos pode induzir a deficiên cia do outro O pH do solo complica ainda mais esta interação ZnP A aplicação de fósforo em um solo com níveis suficientes de zinco não irá produzir uma deficiên cia desse último Entretanto consultores e laboratórios alertam que quando o teor de P na análise de solo é alto e ainda assim aplicações anuais de fósforo são necessárias para altas produções devese aplicar 1 kg de zinco para cada 20 kg de P2O5 adicionados Matéria orgânica do solo Grande quantidade de zinco pode ser fixada na fração orgânica do solo Ele pode também ser temporariamente imobilizado nos corpos dos microrganismos quando se adiciona es terco de curral ao solo Por outro lado grande parte do zinco disponível em um solo mineral está associada com a matéria orgânica Baixos níveis de matéria or gânica em solos minerais são freqüentemente indica tivos de baixa disponibilidade de zinco Irrigação Quando o solo é cortado e nivelado para irrigação por inundação em geral o zinco tornase deficiente por causa da remoção da matéria orgânica compactação e exposição de solo com pH mais eleva do Lixiviação O zinco é adsorvido pelos colóides nos solos Isto favorece a resistência à lixiviação e a sua permanência na parte superior do solo Solos frios e encharcados As deficiências de zinco tendem a ocorrer no início do período de cresci mento quando os solos da região temperada estão frios e encharcados Isto é motivado pelo lento cresci mento das raízes O sistema radicular em lento cresci mento não é capaz de absorver suficiente zinco para suprir as outras partes da planta As plantas algumas vezes parecem sobrepujar essa deficiência mas o dano já foi feito e as produções podem ainda ser significati vamente reduzidas Atividade biológica do solo A disponibilidade de zinco é afetada pela presença de certos fungos do solo chamados micorrizas e que formam relações simbióticas com as raízes das plantas A remoção do solo superficial quando do nivelamento do solo pode remover esses fungos benéficos e limitar a habilidade das plantas para absorver o zinco A melhor maneira de se corrigir a deficiência de zin co é pela aplicação de produto contendo zinco a lanço ou com a adubação de plantio no sulco As doses va riam de 1 kg de Znha a até doses elevadas de 10 kg de Znha dependendo da análise do solo Doses muito pequenas devem ser aplicadas como arranque para melhorar a eficiência da aplicação O zinco apresenta um excelente efeito residual e doses elevadas podem ser suficientes para três ou quatro anos Verifique a dis ponibilidade pela análise de solo As fontes fertilizantes contendo zinco são listadas na Tabela 720 Tabela 720 Algumas fontes de zinco e seus teores Fonte Zn Sulfatos de zinco hidratados 2336 Óxido de zinco 5078 Carbonato de zinco 52 Complexos zincoamônia 10 FTE com zinco Variável Quelatos de zinco 914 Outros orgânicos 510 Quando se espera retenção do zinco no solo sob condições de pH elevado ou quando ocorre uma si tuação de emergência na cultura já estabelecida o zin co pode ser aplicado como adubação foliar As aduba ções foliares usualmente são feitas com 05 a 10 kg de Znha A Tabela 721 mostra os efeitos de métodos de aplicação na produção do milho As respostas à aplicação de zinco podem ser espe taculares como mostrado na Tabela 722 Nesse estu do com soja irrigada a dose de 4 kg de Znha foi o melhor tratamento produzindo 134 tha de resposta na produção Manual Fertpmd 11042016 1149 99 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 100 Tabela 722 Resposta da soja irrigada com zinco em préplantio Composição foliar P ppm Zn 0 202 026 179 2 309 016 249 4 336 018 289 Kansas EUA Tabela 721 Porcentagem de experimentos de campo e respostas de produção de milho a métodos de aplicação de zinco de experimentos mostrando resposta a 03 0306 0609 09 tha A lanço 31 55 6 19 20 No sulco 28 29 21 29 21 Foliar 31 26 36 6 32 Kentucky EUA Método de aplicação locais Dose de Zn Produção kgha tha A preocupação com os problemas de deficiências de micronutrientes deverá ser crescente principal mente nas áreas onde as limitações impostas pelos macronutrientes primários e secundários são corrigidas e quando se almeja a Produtividade Máxima Econômica PME Neste aspecto a Lei do Mínimo na sua forma ampliada deve ser sempre levada em consideração Ver Conceito de Produção 3 Nota Ver fontes de micronutrientes de acordo com a legislação brasileira na Tabela 11A Anexos Manual Fertpmd 11042016 1149 100 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 101 CAPÍTULO 7 OS MICRONUTRIENTES PERGUNTAS DE REVISÃO 1 Os sete micronutrientes essenciais são e 2 O símbolo químico do boro é cobre zinco 3 C ou E As altas produções das culturas influenciam o aumento das deficiências de micronutrientes 4 Os solos geralmente contêm mais menos micronutrientes do que macronutrientes 5 C ou E Os micronutrientes são geralmente milagrosos na produção das culturas 6 C ou E A quantidade total de micronutrientes removida nas partes colhidas da maioria das culturas é menos de 1 kgha 7 C ou E A disponibilidade de micronutrientes no solo aumenta com o aumento do pH 8 C ou E A disponibilidade de molibdênio aumenta com o aumento do pH do solo 9 Toxidez de cobre e ferro é esperada em solo com pH alto ou baixo 10 C ou E O boro é essencial para a formação das sementes e das paredes celulares 11 C ou E O boro é translocado rapidamente na planta 12 Muitas leguminosas são altamente pouco responsivas ao boro 13 A mais importante fonte de boro no solo é a 14 A deficiência de boro pode ser acelerada por períodos de 15 C ou E O boro é facilmente lixiviado do solo 16 A linha entre a deficiência e a toxidez de boro é mais larga mais estreita do que para os outros nutrientes essenciais 17 Três métodos de aplicação de boro são em ou 18 C ou E O cobre é essencial para o crescimento das plantas 19 A deficiência de cobre é comum em solos 20 C ou E Solos argilosos são mais prováveis de serem deficientes em cobre do que os solos arenosos 21 Cobre em grandes quantidades pode ser para as plantas 22 C ou E A maioria dos fertilizantes contendo cobre é solúvel em água 23 O ferro é importante na formação da e é um carregador de 24 C ou E Clorose é um sintoma comum de deficiência de ferro 25 C ou E O ferro é prontamente translocado na planta 26 O método mais eficiente para corrigir deficiências de ferro é por aplicação 27 A alteração do do solo em uma faixa estreita próximo à zona das raízes pode ser uma forma eficiente de corrigir deficiência de ferro Manual Fertpmd 11042016 1149 101 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 102 28 Os quelatos de ferro apresentam maior menor teor de ferro que o sulfato de ferro 29 O manganês exerce um papel na fotossíntese ajudando na síntese da 30 C ou E A deficiência de manganês aparece primeiro nas folhas novas 31 As deficiências de manganês são usualmente associadas com baixo alto pH do solo 32 As deficiências de manganês ocorrem freqüentemente em solos altos em 33 C ou E Uma maneira eficaz de corrigir a deficiência de manganês é a pulverização foliar 34 C ou E O manganês é mais passível de ser tóxico para as plantas se o pH for baixo 35 Os sulfatos de manganês contêm de a de manganês 36 O molibdênio é essencial para formação de em raízes de leguminosas 37 A calagem do solo é freqüentemente raramente eficiente para corrigir a deficiência de molibdênio 38 As aplicações pesadas de fósforo irão aumentar diminuir a absorção de molibdênio pelas plantas 39 As aplicações pesadas de fertilizantes contendo sulfato podem induzir a de molibdênio 40 C ou E O tratamento de sementes é provavelmente a forma mais comum para corrigir deficiências de molibdênio 41 Animais alimentandose de pastagens com baixos teores de molibdênio podem desenvolver toxidez de se os níveis de no solo forem suficientemente altos 42 Dois produtos usados como fertilizantes com molibdênio são e 43 O foi um dos primeiros micronutrientes a serem reconhecidos como essenciais para o crescimento das plantas 44 Feijão arroz e pêssego estão entre as culturas mais menos responsivas a zinco 45 Os sintomas de deficiência de zinco aparecem primeiro nos tecidos jovens velhos das plantas 46 C ou E O zinco total do solo é um bom indicador da disponibilidade de zinco para as plantas 47 A deficiência de zinco esta sempre nunca associada com alta disponibilidade de fósforo no solo 48 C ou E O nivelamento de solos para irrigação com freqüência induz à deficiência de zinco 49 C ou E O zinco lixivia facilmente no solo 50 Deficiências de zinco ocorrem usualmente no da estação de crescimento 51 A adubação foliar assim como adubações a ou em são maneiras eficientes para correção da deficiência de zinco 52 Os sulfatos de zinco contêm de a de zinco 53 Na planta o cloro esta envolvido na fragmentação da na presença da luz solar 54 O cloro reduz os efeitos de nas raízes de pequenos grãos 55 C ou E O cloro é facilmente lixiviado do solo 56 O cobalto é necessário para as bactérias responsáveis pela fixação de nitrogênio atmosférico pelas leguminosas Manual Fertpmd 11042016 1149 102 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 103 ANÁLISE DE SOLO A análise de solo é uma das melhores práticas de manejo MPM que continua sendo importante tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento por que é agronomicamente adequada lucrativa e respon sável em termos de ambiente A análise de solo deverá ser uma das práticas de manejo mais importantes para a produção das culturas e proteção ambiental no futuro Com certeza ela será listada entre as melhores práticas de manejo MPM que serão utilizadas por agrônomos de indústrias e de universidades consultores e administradores de fazen das para benefício dos clientes agricultores A análise de solo deve ser um instrumento de planejamento e um serviço de suporte do manejo que os fornecedores de fertilizantes utilizam para benefício de seus clien tes Os benefícios ambientais do manejo melhorado dos recursos do solo e materiais fertilizantes são notáveis quando MPM no manejo de nutrientes são adaptadas para campos ou áreas específicas do agricultor Estatísticas do uso de fertilizantes e de produção das culturas indicam que a fertilidade do solo de mui tas propriedades pode estar declinando devido ao défi cit no manejo de nutrientes As conseqüências da mi neração maior remoção do que aplicação dos nu trientes do solo pode não se tornar aparente por vários anos CAPÍTULO 08 ANÁLISE DE SOLO ANÁLISE FOLIAR E TÉCNICAS DE DIAGNOSE Página Análise de solo 103 Escolha do laboratório 104 Coleta de amostras de solo 104 Analisando o solo 106 Interpretação dos resultados 106 Análise de plantas 107 Sintomas de deficiência nas plantas 108 Faça uma diagnose completa 110 Importância das práticas culturais 112 Outras fontes de informação 115 Colocando as coisas juntas 115 Resumo 115 Perguntas de revisão 116 A Tabela 81 mostra as mudanças dos nutrientes em experimentos de fertilidade de longa duração con duzidas em Huiyang província de Guangdong China sob um sistema de cultivos duplos de arroz Os dados indicam que somente quando fertilizantes NPK são usados juntos o fósforo P e o potássio K do solo não são exauridos Quando os nutrientes não foram aplicados por 11 anos solos com teor médio a alto a média de fósforo disponível no solo diminuiu 22 mgdm3 por ano e a análise do solo para potássio di minuiu aproximadamente 08 mgdm3 por ano Se o ni trogênio N fosse aplicado sozinho o sistema produti vo iria reduzir o fósforo P disponível em 3 mgdm3 por ano e o K disponível em 1 mgdm3 por ano Se essa tendência continuasse resultaria em queda substan cial no potencial de produção da cultura Seriam ne cessários muitos anos de uso de altas doses de fertili zantes contendo P e K para restaurar a produtividade ótima Permitir que a análise de solo diminua é destrutivo para a produtividade futura para a lucratividade e para o ambiente Análise de solo um instrumento A análise de solo é um instrumento importante para a lucratividade da exploração na propriedade e para acompanhar as mudanças da fertilidade do solo no mundo A análise de solo deve ser utilizada juntamen Manual Fertpmd 11042016 1149 103 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 104 te com outras informações como um guia para chegar às recomendações de uso de calcário e fertilizantes para atingir altas produções e maiores lucros A análise de solos tem basicamente duas funções Ela indica os níveis de nutrientes no solo e em conseqüência onde iniciar no desenvolvimento um programa de calagem e adubação Um programa adequado neste aspecto deve ser estabelecido combinando essa informação com a história da cultura ou do sistema de produção com a produti vidade potencial do solo e com a capacidade de manejo do agricultor Ela pode ser usada regularmente para monitorar o sistema de produção e avaliar as mudanças dos nutrientes no solo e assim manter o programa geral de fertilidade passo a passo com outros insumos de produção para produções altas e sustentáveis e maior potencial de lucro ESCOLHA DO LABORATÓRIO Há uma considerável flexibilidade na escolha do la boratório para fazer a análise de solo Existem três ti pos que oferecem tais serviços GovernoUniversidades Estes podem ser cen tralizados nas universidades ou descentralizados atra vés das estações experimentais outros campus ou escritórios de extensão locais Privados Tais serviços de solos são geralmen te parte de uma empresa que também analisa alimen tos forragem água fertilizantes e outros materiais em uma base comercial Indústrias Algumas indústrias de fertilizantes e distribuidores oferecem análise de solo e análise foliar como parte de seu serviço ao consumidor e do progra ma de comercialização Cada serviço deve ter os mesmos objetivos 1 alto padrão analítico 2 tempo razoável para a remessa dos resultados 3 recomendações de calcário e de fertilizantes para máximo potencial de lucro para o pro dutor 4 respostas aos problemas ligados à fertilidade do solo que podem estar limitando as produções Onde existe possibilidade de escolha devese se lecionar com cuidado o laboratório de análise de solo O calcário e os fertilizantes se constituem em grandes investimentos e representam uma parte significativa dos custos de produção do agricultor Além disso o uso efi ciente desses produtos é crítico para os lucros gerais da propriedade e proteção ambiental ver Capítulo 10 COLETA DE AMOSTRAS DE SOLO Na análise de solo o maior potencial de erro é na coleta da amostra Quando uma amostra de 500 g ou menos de um solo analisado no laboratório represen ta vários hectares até vários milhões de kg de solo nos primeiros 20 cm ou uma área tão pequena como 005 ha a coleta de uma amostra verdadeiramente re presentativa é um ponto crítico Se uma boa amostra é coletada os resultados da análise podem fornecer uma estimativa confiável da situação dos nutrientes do solo Em áreas muito exten sas o aumento no número de amostras aumenta a confiabilidade das recomendações O mesmo procedi mento deve ser usado na coleta da amostra indepen dentemente do tamanho da área sendo amostrada Colete a amostra de solo com cuidado para ter cer teza que os resultados da análise serão representati vos Os laboratórios geralmente fornecem instruções para uma amostragem correta que pode incluir os se guintes passos Para amostragem normal Uma amostra composta deve ser feita de glebas que apresentam distintas topografia tipo de solo ou cor ou histórico de manejo no passado Assim uma área muito grande precisa ser dividida em glebas unifor mes em termos de solo ou culturas no passado de pendendo das características específicas locais Dê a essa gleba um número de identificação permanente guarde esse número e mantenha um mapa ou croqui das glebas amostradas Use um balde plástico limpo especialmente para aná lise de micronutrientes Baldes de metal podem con taminar a amostra Tabela 81 Mudanças de nutrientes no solo em experimentos de longa duração em Huiyang Guangdong China P disponível mgdm3 K disponível mgdm3 1980 1991 Balanço 1980 1991 Balanço Testemunha 409 172 237 309 220 89 N 419 84 335 309 204 105 NP 538 754 216 291 220 71 NK 457 71 386 305 984 679 NPK 487 809 322 315 476 161 Fonte Lin Bao Academia Chinesa de Ciências Agrárias 1993 Tratamento Manual Fertpmd 11042016 1149 104 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 105 Colete as amostras simples até a profundidade de 15 a 20 cm para culturas anuais 7 a 10 cm para culturas perenes Colete amostras simples de subsolo para avaliar o poder de suprimento de nutrientes Amostras do sub solo ajudam na determinação da fertilidade geral do solo e podem servir para mostrar lixiviação excessiva de nutrientes como o nitrogênio ver Capítulo 3 Colete mais que 20 amostras simples ao acaso co brindo toda a gleba ou área de amostragem para ob ter uma amostra composta representativa Dependen do do equipamento usado na amostragem trado pá reta enxadão etc a amostra simples pode pesar de um a vários quilos Misture bem as amostras simples coletadas na área amostrada para obter uma amostra composta repre sentativa para a análise Este passo é extremamente importante Os torrões devem ser quebrados com os dedos enquanto a mistura está sendo feita Mistura mal feita pode resultar em grandes erros de amos tragem Vários tipos de embalagem podem ser usados para envio da amostra composta ao laboratório Alguns la boratórios fornecem as embalagens Dois sacos plás ticos reforçados e limpos podem ser usados O saco plástico interno recebe a amostra composta e o exter no deve conter a folha de informação e a identifica ção da amostra Usando as mãos transfira o solo misturado do balde e movimente as mãos para frente e para trás da em balagem aberta deixe o solo cair de modo que uma parte caia na embalagem e o restante de cada lado da embalagem Repita o procedimento assegurando que toda a amostra composta do balde seja usada e que ao fim a amostra na embalagem tenha 500 g Preencha completamente a folha de informação Amostre cada gleba a cada 2 ou 3 anos mais fre qüentemente se necessário Guarde os resultados das análises Para áreas problemáticas Coleta amostras separadas para as áreas boas e com problemas usando a técnica descrita anteriormente Colete amostras do solo superficial e do subsolo em separado Inclua uma descrição do problema e envie a descri ção com as amostras Aumentando o número de amostras por gleba Pesquisadores da Universidade de Missouri EUA compararam recomendações baseadas em análises de solos médias e a técnica de amostragem por grid uma amostra para cada 16 ha em uma gleba de 32 ha A vantagem do mapeamento detalhado da fertilidade do solo foi aparente neste projeto A Figura 81 mostra a variação no campo que no mapa do condado aparecia como um tipo de solo uniforme Esta informação indi cou a necessidade de variar as doses de fertilizantes de uma parte da gleba para outra oferecendo uma opor tunidade para um manejo mais específico da cultura por local dentro da gleba Figura 81 Gleba de 32 ha de milho no Sudeste do Missouri EUA Fertilidade do solo avaliada em amostra de 0 a 15 cm Produção avalia da por colheita manual em faixas O uso de amostragem intensiva de solo e doses de fertilizantes específicas por local no campo para áreas diferentes dentro do grid em realidade repre sentou um aumento nos custos dos fertilizantes de US 10300 para US 11700 por ha Tabela 82 En tretanto os gastos com nutrientes foram concentrados onde necessários dando resultados mais lucrativos As recomendações específicas para cada local aumentaram o custo dos fertilizantes em cerca de US 44500 nos 32 ha Também a amostragem do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 105 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 106 mapeamento e aplicação de fertilizantes adicionou mais US 100000 nos custos Entretanto a produção au mentou de 23 para 3 tha produzindo um aumento no retorno bruto de US 700000 Este retorno represen tou cerca de 500 do investimento no campo Tabela 82 Planos de adubação no campo Sudeste do Missouri EUA Recomendação média para a propriedade kgha Nutriente Custo Hectares Custo no campo USkg US 208 N 037 32 2463 22 P2O5 046 32 324 66 K2 O 024 32 507 Custo do fertilizante por ha US 103 Total US 3294 Recomendação específica por local kgha Nutriente Custo Hectares Custo no campo USkg US 208 N 037 32 2463 103 P2O5 046 5 237 79 P2O5 046 85 309 0 P2O5 046 185 0 95 K2O 024 32 730 Custo do fertilizante por ha US 117 Total US 3739 ANALISANDO O SOLO A maioria dos laboratórios de análise de solos usa equipamentos e métodos atualizados e sofisticados A rapidez e precisão das determinações no laboratório são ajudadas por espectrografia de emissão e de plas ma espectrofotômetros de absorção atômica e melho res medidores de pH A metodologia está constante mente sendo melhorada Por muitos anos as análises de solos mais utiliza das eram aquelas para determinar o fósforo e o potás sio disponíveis e a necessidade de calcário As neces sidades de calcário eram determinadas medindose o pH e a acidez ativa mais o cálcio e magnésio disponí veis Muitos laboratórios também determinavam a matéria orgânica e a CTC Hoje um grande número de outras determinações pode ser feito com precisão no laboratório Estas in cluem o enxofre S e micronutrientes como o boro B o cloro Cl o cobre Cu o ferro Fe o manganês Mn o molibdênio Mo e o zinco Zn Qualquer elemento pode ser determinado com pre cisão no laboratório sem significar entretanto que as recomendações para sua aplicação são igualmente pre cisas Recomendações adequadas dependem de pes quisas no campo que relacionam os níveis de um nu triente no solo com as respostas das culturas a aplica ções daquele nutriente As análises de solo ainda têm valor limitado nas re comendações do nitrogênio Isto é decorrente da natu reza de nitrogênio de suas transformações constantes e do movimento no solo O laboratório pode determinar o N total e a matéria orgânica mas isto dá apenas uma idéia das reservas de nitrogênio no solo Determinações anuais de Nnitrato NNO3 têm sido uma ferramenta eficiente para avaliar as necessida des de nitrogênio particularmente em áreas com baixa pluviosidade Profundidades de amostragem de até 60 cm têm sido eficientes na estimativa do NNO3 residual dis ponível para cereais sorgo para grãos e milho Amos tragens a maiores profundidades são recomendadas para a beterraba açucareira Recentemente pesquisas têm indicado algum valor das determinações de NNO3 nos primeiros 30 cm de solo como refinamento das re comendações de nitrogênio em áreas mais úmidas A época de amostragem para determinação do NNO3 varia com a cultura o clima e o tipo de solo INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS O retorno vem quando a análise de solo é usada em conjunto com todas as outras informações disponíveis para ajudar na elaboração de recomendações para maiores produções e lucros A pessoa que faz as reco mendações deve ser bem treinada e ter experiência na interpretação dos resultados das análises Ele ou ela irá necessitar de toda informação possível sobre a gleba e sobre o agricultor A maioria dos agricultores que têm seus solos anali sados está procurando meios de aumentar suas produ ções e seus lucros Eles estão também interessados em construir e manter os níveis de fertilidade do solo en quanto protegem o ambiente A pessoa que faz as reco mendações sabe disso O programa inclui as seguintes considerações Recomendação para uma produção ótima da cul tura de modo que todos os nutrientes sejam mantidos em níveis não limitantes da germinação até a maturida de Se o solo apresenta nível médio ou baixo doses corretivas mais doses de manutenção devem ser apli cadas para levar o nível de fertilidade do solo para a faixa alta Os níveis dos nutrientes devem então ser verificados periodicamente para se ter certeza de que eles estão sendo mantidos Manter uma fertilidade balanceada para uma ótima eficiência de uso pela cultura dos recursos do solo e da água Manual Fertpmd 11042016 1149 106 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 107 A Tabela 83 mostra a relação entre classes de aná lise de solos para fósforo e potássio e a probabilidade de resposta à aplicação do nutriente Entretanto existe uma boa chance de resposta a níveis mais altos da análise do solo Isto é verdade especialmente quando os agricultores estão planejando para produções mais altas ou plantando mais cedo em solo frio e encharcado As práticas de preparo a compactação do solo e valo res de pH muito altos ou muito baixos aumentam as chances de respostas ao fósforo e ao potássio espe cialmente das adubações de arranque e mesmo em solos de fertilidade alta Tabela 83 Probabilidade de resposta a aplicações de fósforo e de potássio no sulco Classe de solo Probabilidade de resposta para P e K a P e K Baixo 95100 Médio 6595 Alto 3065 Muito alto 1030 Indiana EUA O agricultor que deseja aumentar os retornos deve receber recomendações de fertilizantes para produção máxima econômica e lucro máximo Ao mesmo tem po uma análise de solo proporciona uma boa oportuni dade para fazer outras mudanças necessárias nas prá ticas de manejo das culturas Muitos agricultores como homens de negócios que rem mais do que uma recomendação de fertilizantes que inclui somente as quantidades dos nutrientes ne cessários Eles querem uma recomendação completa incluindo os tipos de fertilizantes as épocas e métodos de aplicação e outros componentes como a necessi dade de calcário Eles também querem um conjunto completo de planos para atingir uma alta meta de pro dução variedade adequada e densidade de plantio práticas culturais época de plantio e colheita uso ade quado de herbicidas e pesticidas etc Várias empresas servem aos agricultores coletan do amostras de solo e plantas e acompanhando a cul tura durante o ciclo Isto abre uma nova dimensão para a análise de solos Metas de produção são uma parte integrante e importante das recomendações ANÁLISE DE PLANTAS O termo análise de plantas referese à análise to tal ou quantitativa dos nutrientes essenciais no tecido das plantas Ela deve ser separada dos testes rápidos de tecidos de plantas que será discutido mais à frente A análise de solos e a análise de plantas devem caminhar lado a lado Uma não substitui a outra Ambas são ferramentas úteis na diagnose e muitos bons agri cultores utilizam as duas Por muitos anos a análise de plantas tem sido usada para culturas arbóreas como pêssego maçã nozpecan e outras fruteiras Em fun ção da natureza perene dessas culturas e seu amplo sistema radicular a análise de plantas é especialmen te adequada para determinar seu conteúdo de nutrien tes À medida que mais se aprende sobre nutrição de plantas e exigências nutricionais durante a estação de crescimento e como é possível a aplicação de nutrien tes através de sistemas de irrigação a análise de plan tas assume maior importância Também para alcan çar altas produções é importante acompanhar a planta durante seu período total de crescimento A análise de plantas está se tornando cada vez mais valiosa para culturas anuais e forrageiras Os cientistas têm à disposição novos métodos ana líticos e equipamentos tais como absorção atômica e especialmente espectrógrafos de emissão que podem analisar 10 ou mais elementos em questão de segun dos Assim um número considerável de laboratórios em diferentes países faz análise de plantas A demanda por esse serviço vai aumentar à medida que as pesqui sas enfatizam a necessidade de manejar a disponibili dade de nutrientes durante toda a estação de cresci mento A análise de plantas é usada para Confirmar a diagnose feita por sintomas visuais Identificar a fome escondida onde os sintomas não apareçam Localizar áreas ou manchas de solo onde ocorre a deficiência de um ou mais nutrientes Determinar se os nutrientes aplicados entraram na planta Aprender sobre interações entre vários nutrientes Estudar o funcionamento interno de nutrientes nas plantas Sugerir testes adicionais ou estudos para identifi car um problema de produção da cultura Assim como na análise de solos uma fase impor tante da análise de plantas é a coleta da amostra A composição da planta varia com a idade a parte da planta amostrada a condição da planta a variedade o clima e outros fatores Conseqüentemente é necessá rio seguir as instruções de coleta de modo correto A maioria dos laboratórios fornece folhetos de ins trução para a amostragem de várias culturas mais in formações adicionais para remessa das amostras Eles usualmente sugerem o envio de uma amostra de área normal e outra de área com problema para compara Manual Fertpmd 11042016 1149 107 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 108 ção Uma vez que experiência e conhecimento são vi tais para proceder uma amostragem correta o trabalho é geralmente executado por extensionistas ou consulto res A análise de plantas está sendo motivo de grandes programas de pesquisas entre os nutricionistas de plan tas nos dias atuais Muita coisa precisa ser descoberta sobre essa ferramenta de diagnose e a pesquisa está constantemente descobrindo fatos novos e estabele cendo padrões Dados de análise de plantas devem ser interpretados por cientistas que são treinados neste segmento e que compreendem os fatores envolvidos Sob essas condições ela é uma contribuição valiosa para as outras ferramentas de diagnose disponíveis DRIS O DRIS Sistema Integrado de Diagnose e Reco mendação é uma técnica matemática para aplicar in formação sobre análise de plantas para diagnose do nutriente mais limitante em um sistema de produção A avaliação é feita comparandose o balanço relativo do conteúdo de nutrientes com normas estabelecidas para aquela cultura sob condições de alta produção O ba lanço nutricional é uma fonte da própria interpretação do sistema DRIS porque as interações entre os nutrien tes em grande parte determinam a produção e a qua lidade da cultura Esta relação é ilustrada no Conceito de Produção 81 Alguns países como os EUA o Cana dá a China etc têm adotado o DRIS como uma parte de sua técnica de diagnose em áreas selecionadas Testes rápidos testes de tecidos Um teste de tecido no campo é a determinação da quantidade de um nutriente da planta no suco celular uma avaliação semiquantitativa do nutriente não me tabolizado e solúvel Uma grande quantidade de um nutriente não meta bolizado no suco celular indica que a planta está ob tendo o suficiente do nutriente sendo testado para o crescimento normal Se a quantidade é baixa existe uma grande chance de que o nutriente está deficiente no solo ou não está sendo absorvido pela planta por causa da falta de umidade ou algum outro fator Testes de tecidos podem ser feitos fácil e rapida mente no campo Tecidos verdes de plantas podem ser testados para vários nutrientes NNO3 N P K e algu mas vezes Mg Mn e Fe Entretanto é necessário mui ta prática e experiência para interpretar os resultados especialmente aqueles para Mg e micronutrientes Os testes de tecidos são usados para identificar um nutriente N P ou K que pode estar limitando a produ ção das culturas Se um nutriente está muito baixo os outros podem se acumular no suco celular por causa da restrição no crescimento da planta o que resulta em interpretação incorreta Se uma cultura cresce vigo rosamente após a correção da deficiência podese deduzir que outros nutrientes não estão presentes em quantidades para alcançar altas produções O que é identificado ou é analisado é o nutriente mais limitante a um estádio particular de crescimento Esse teste de tecido no local pode ser muito valio so nas mãos de um especialista Sem sair do campo a deficiência de nitrogênio pode ser detectada e as me didas corretivas sugeridas Esta economia de tempo pode ser valiosa Da mesma forma que para análise total de plantas é compensador comparar plantas sa dias com plantas com desenvolvimento anormal sem pre que possível Os kits contendo instruções e reagentes para exe cução dos testes de tecidos estão disponíveis no mer cado Uma grande parte deles inclui instruções e supri mentos para determinação ainda do pH e P e K no solo Antes de usar estes testes devese fazer um treina mento específico para desenvolver a habilidade no diag nóstico Os testes de tecidos no campo não têm sido usados tão amplamente como poderiam É mais simples para a maioria das pessoas enviar uma amostra de solo ou de planta a um laboratório ao invés de desenvolver a habilidade necessária para fazer e interpretar estes tes tes Além disso os reagentes para o teste devem ser mantidos frescos e em condição adequada de traba lho Quando utilizado de modo adequado os testes de tecidos funcionam bem com a análise de solos e a análise de plantas como outra ferramenta de diagnose SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS A arte de identificar sinais de fome de nutrientes é básica para produção lucrativa das culturas Existem muitos auxílios disponíveis para desenvolvimento das habilidades na identificação de deficiências de nutrien tes Eles incluem boletins cartazes e livros que mos tram vários sintomas de deficiências coloridos Além disso parcelas experimentais com tratamentos conhe cidos podem ajudar a calibrar os testes e os olhos A chave de sintomas que segue é um ponto de partida Chave para Sintomas de Deficiência de Nutrientes nas Culturas Nutriente Mudança de cor nas folhas velhas baixeiras nutrientes translocáveis N Plantas pequenas com cor verdeclara ou amareladas Folhas velhas amarelecem primeiro clorose o amarelecimento co meça na ponta da folha e se estende ao longo da nervura central no milho e no sorgo Manual Fertpmd 11042016 1149 108 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 109 CONCEITO DE PRODUÇÃO 81 Dose de N 0 kgha 180 kgha N 236 302 P 018 026 008 K 222 244 022 Ca 066 068 002 Mg 024 026 002 Mn ppm 40 47 7 Fe ppm 163 162 1 Zn ppm 22 36 14 B ppm 12 18 6 Cu ppm 10 14 4 Produçãoha 74 t 87 t Diferença no conteúdo de outros nutrientes POR QUE PORQUE o nitrogênio participa da formação dos blocos de construção chamados aminoácidos dentro das plantas PORQUE esses blocos produzem protoplasma levando à formação de células mais fortes na planta PORQUE estas células criam uma planta vigorosa com um sistema radicular que procura por OUTROS nutrientes para ajudála a saciar o grande apetite de produção que o N promove Dados da Universidade de Illinois EUA O NITROGÊNIO AUMENTA A ABSORÇÃO DE OUTROS NUTRIENTES PELAS PLANTAS Amostra de folha oposta e abaixo da espiga Manual Fertpmd 11042016 1149 109 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 110 P Plantas verdeescuro com matiz púrpu ra Plantas e folhas menores K Descoloração amarelocastanho e quei madura ao longo da margem externa das folhas velhas começa na ponta da fo lha no milho e no sorgo Mg Descoloração verdepálido próximo à pon ta da folha tornandose amarelobrilhan te entre as nervuras finalmente cor púr puraavermelhada da margem para den tro Nutriente Mudanças de cor nas folhas novas nu trientes não translocáveis A gema terminal morre Ca Atraso na emergência das folhas primá rias gemas terminais se deterioram No milho as pontas das folhas podem ficar grudadas B As folhas próximas aos pontos de cresci mento amarelecem as gemas de cresci mento apresentamse como tecido bran co ou castanhoclaro morto Nutriente A gema terminal permanece viva S As folhas inclusive as nervuras tornam se verdeclaras ou amarelas primeiro as folhas novas Zn Clorose internerval pronunciada em citros e bronzeamento das folhas No milho fai xas largas brancas a amarelas aparecem nas folhas em cada lado da nervura cen tral Plantas atarracadas internódios cur tos A gema pode morrer em algumas es pécies de feijão Fe Clorose que aparece primeiro nas folhas novas na ponta da brotação a cor da fo lha muda uniformemente para amarelo com exceção das nervuras manchas cas tanhas ou tecido morto aparecem com de ficiência severa Mn Folhas cinzaamareladas ou cinzaaver melhadas com nervuras verdes clorose marginal e internerval as folhas cloróticas mantêm sua forma normal Cu Folhas novas uniformemente amarelopá lidas podem secar e definhar sem clo rose Cl Seca das folhas superiores seguindose de clorose Nutriente A gema terminal permanece viva Mo Folhas novas secam e morrem ao longo das margens Clorose das folhas velhas por causa da inabilidade para utilização adequada do nitrogênio Lembrese Os sintomas de deficiência nem sempre são claramente definidos O mascaramento por outros nutrientes doenças ou insetos pode dificultar uma cor reta diagnose de campo Lembrese Os sintomas de deficiência sempre indi cam fome severa nunca uma deficiência leve ou mo derada Lembrese Muitas culturas iniciam uma queda na pro dutividade muito antes do início dos sintomas de defi ciência tornaremse evidentes Este período que re presenta perdas é chamado de FOME OCULTA A fome oculta pode reduzir consideravelmente as produções e a qualidade da colheita mesmo que a cultura não apresente nenhum sinal de fome Um nú mero crescente de propriedades está sofrendo esta si tuação FAÇA UMA DIAGNOSE COMPLETA Ver Conceito de Produção 82 Para fazer uma diagnose COMPLETA você deve procurar mais do que problemas de fertilidade Conhe ça as condições ambientais de crescimento das plan tas Este conhecimento o ajudará a identificar um pro blema que está induzindo ou aumentando uma defi ciência nutricional aparente Todos os fatores que in fluenciam o crescimento das plantas a resposta à adu bação e a produção devem ser avaliados Zona radicular O solo deve ser suficientemente granulado e permeável para a expansão e a ali mentação abundante das raízes Uma cultura de senvolverá um sistema radicular com 180 m ou mais de profundidade em alguns solos para obter água e nutrientes Um solo raso ou compacto não oferece esta zona de alimentação para as raízes Solos encharcados ou mal drenados resultam em sistema radicular raso Temperatura A baixa temperatura do solo reduz a decomposição da matéria orgânica Isto diminui as quantidades de nitrogênio e enxofre e de ou tros nutrientes a serem liberados Os nutrientes são menos solúveis em solos frios aumentando o po tencial de deficiência O fósforo e o potássio difun demse mais lentamente em solos frios A ativida de radicular é diminuída Manual Fertpmd 11042016 1149 110 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 111 CONCEITO DE PRODUÇÃO 82 COMO AUMENTAR A PRODUÇÃO E A PRODUTIVIDADE DAS CULTURAS O uso de doses adequadas de corretivos e fertilizantes é o fator que mais contribui para o aumento da produção e da produtividade das culturas Mas esse procedimento sozinho não resolve todos os problemas de baixa produção e baixa produtividade Devemse levar em consideração ainda os seguintes aspectos entre outros Umidade suficiente irrigação quando possível manejo adequado dos restos culturais uso do gesso agríco la etc Variedades adaptadas e produtivas Espaçamento e população adequada de plantas Controle de plantas invasoras através da capina manual mecânica ou uso de herbicidas Controle de pragas e doenças através de variedades tolerantes ou resistentes uso de defensivos agrícolas eou controle biológico Rotação de culturas para diminuir a incidência de plantas invasoras pragas e doenças Drenagem adequada em áreas sujeitas ao encharcamento Melhoria da estrutura do solo e manutenção do nível de matéria orgânica através da rotação de culturas adubação verde incorporação dos restos das culturas e adubos orgânicos Uso de práticas adequadas de conservação do solo NÃO PERMITA QUE OUTROS FATORES LIMITEM SUA PRODUTIVIDADE E LUCRO Manual Fertpmd 11042016 1149 111 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 112 pH As condições ácidas do solo reduzem a dis ponibilidade de Ca Mg S K P e Mo e aumentam a disponibilidade de Fe Mn B Cu e Zn O nitrogê nio é mais disponível entre pH 60 e 70 O pH do solo não afeta a disponibilidade de Cl Insetos Não confunda os danos causados por insetos com sintomas de deficiência Examine as raízes folhas e ramos em relação ao ataque de insetos que pode parecer ou provocar deficiência de nutrientes Doenças Uma observação cuidadosa mostrará as diferenças entre as doenças de plantas e as de ficiências nutricionais As doenças podem em ge ral ser detectadas com uma lente de aumento Condições de umidade O solo sob condições de seca pode induzir à deficiência O boro o co bre e o potássio são bons exemplos Esta é a ra zão pela qual as culturas respondem tão bem a tais nutrientes quando eles estão disponíveis em períodos secos A seca retarda o movimento dos nutrientes para as raízes Problemas de salinidade Os sais solúveis e os álcalis são problemas em algumas áreas Estas áreas podem cobrir uma pequena parte do terreno geralmente onde ocorre um lençol freático ele vado onde ocorreu contaminação por água extraí da de poços salgados ou quando água de má qua lidade é usada na irrigação Identificação de ervas daninhas Os herbicidas e o controle mecânico de ervas daninhas são mais importantes hoje do que no passado As ervas da ninhas competem com as plantas cultivadas por água ar luz e nutrientes Algumas delas podem até liberar substâncias que inibem o crescimento das culturas Aprenda como identificar e controlar as ervas daninhas Práticas de preparo Alguns solos desenvolvem hardpans compactação e necessitam de preparo profundo Isto exige mais fósforo e potássio para construir a fertilidade do solo Além disso é dese jável conhecer o nível de fertilidade do subsolo Espaçamento das plantas A largura entre li nhas o espaçamento das plantas nas linhas e o número de plantas por hectare têm efeitos impor tantes na produção Análise da água A água de irrigação contém N NO3 SSO4 B K bicarbonato Cl e outros sais Uma análise da água deve ser usada para modifi car as práticas de produção para utilização de vá rias fontes de água IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS CULTURAIS O conhecimento do que foi feito em uma área an tes de ir até lá pode ser um dos mais importantes ins trumentos de diagnose que você pode utilizar Obtenha os fatos Que culturas tem sido cultivadas Quais sistemas de preparo do solo foram usados Como foi planejada a irrigação Como as culturas foram adubadas Quando foi aplicado o calcário Que tipo e quan to Tem havido outros tratamentos Se positivo quais Quando as culturas foram plantadas Muito cedo Muito tarde Houve controle de pragas doenças e plantas in vasoras Qual o aspecto da lavoura durante o ciclo Foi muito seco Muito quente Muito frio Muito encharcado Quais foram as produções por área Como foi a qualidade da cultura Quais são as metas de produtividade Os laboratórios e os agrônomos vão diferir nas suas recomendações dependendo das respostas a essas questões do conhecimento da experiência do produtor em termos de administração das metas de produção da necessidade de aumentar os níveis da análise de solos do tipo de posse da terra período que a mes ma vai ser explorada pelo produtor A construção da fertilidade do solo para produtividades mais altas é um investimento de capital que deve ser amortizado por um certo número de anos ver discussão sobre cons trução da fertilidade a longo prazo no Capítulo 9 A chave para diagnose e recomendações adequa das é obter os fatos de maneira sistemática e anotá los Uma lista de verificação vai ajudar a lembrar infor mações importantes O planejamento antecipado e o trabalho contínuo de diagnose dos problemas são essenciais para se atin gir alta produtividade O CALENDÁRIO DE DIAGNÓS TICO apresentado na Tabela 83 é para o milho Mas os princípios e conceitos nele contidos são aplicáveis a todas as culturas quando se pretende observar e utili zar os instrumentos de diagnose para planejar o con trole dos fatores limitantes Este calendário foi prepa rado por Herbert L Garrard um agrônomo de Indiana EUA cujo trabalho tem sido respeitado desde 1920 Manual Fertpmd 11042016 1149 112 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 113 Tabela 83 Calendário de diagnóstico Herbert L Garrard Indiana EUA 1920 OUTONO Comece pelo planejamento antecipado Amostre os solos sob culturas no campo para o próximo ano O que está deficiente Mas olhe para trás Plantas suficientes Espigas granadas Tamanho adequado A meta foi suficientemente alta População Anote e faça um mapa das áreas pobres Pouco crescimento Stand Áreas pobres Produções pobre Colmos anormais Acamamento Sintomas de deficiência Ervas daninhas Insetos Doenças Problemas de drenagem Outono é a melhor época para instalar sistemas de drenagem Drenos suficientes Acamamento do milho Acamamento das raízes larvas nas raízes Pouco K Encharcamento Quebra de colmos brocas no colmo Doenças Pouco K INVERNO Determine as metas de produtividade Qual é uma meta razoável para a sua propriedade E para áreas es pecíficas Visite agricultores próximos Compare anotações Visite vendedores e extensionistas Assegurese do suprimento de calcário fertilizantes e defensivos agrí colas Compareça às reuniões técnicas Estude cuidadosamente as novas informações de pesquisa extensão empresas agrícolas Leia e estude Leia publicações para agricultores revistas técnicas lançamentos co merciais Verifique competições de híbridos Compare vários híbridos testes comparativos e tendências ao longo para selecionar bem do tempo Seu híbrido responderá ao manejo com alta densidade de plantio e altas doses de fertilizantes Esteja preparado cedo Plantadeira pronta com o disco adequado Calibrada para número su ficiente de sementesha Máquinas preparadas Profundidade adequada da semente Fertilizante ao lado e abaixo da semente Potencial para compactação Evite equipamentos pesados em solos encharcados Você já tem ca madas adensadas na área Menor preparo do solo Planeje cultivo mínimo se possível Nível de preparo do solo Amostre logo os solos se você não o fez no outono Drenagem Marque as áreas com problemas de drenagem logo nas primeiras chuvas Poças dágua Por que Solução PRIMAVERA Esteja pronto Vá Verifique Plante o milho cedo Tire vantagem do pico de luminosidade para o período de crescimento Emergência Crostas no solo Profundidade de plantio Germinação Temperatu ra Umidade Manual Fertpmd 11042016 1149 113 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 114 Danos nas plântulas Insetos Doenças Danos químicos por herbicidas ou fertilizantes Pássaros Raízes pouco profundas Encharcamento Fome Danos pelo cultivo Corte das raízes Necessidade de N Os níveis adequados dependem da quantidade de N aplicado das chuvas e do potencial de produção Quanto de N em cobertura é ne cessário Verifique outra vez Verifique os períodos de estresse durante o ciclo de crescimento Ano Padrões climáticos te dados não comuns sobre o clima durante o período inicial de cres cimento período de polinização e formação de grãos VERÃO Caminhe pelos campos Inspecione os campos várias vezes durante o crescimento Leve o mapa de solos com você Insetos Doenças Ervas daninhas Procure doenças insetos ou danos aparentes nas folhas colmos es pigas e raízes As ervas daninhas estão competindo com a cultura por água e nutriente Fome de nutrientes Qualquer sintoma de deficiência conhecido ou desconhecido Teste de tecidos Use teste de tecidos especialmente para detectar a fome escondida ou para ajudar a explicar diferenças entre áreas Análise de plantas Para análise do milho colete a folha oposta e abaixo da espiga e an tes do cabelo do milho tornarse castanho próximo ao pico do perío do de absorção de nutrientes Cave Cave profundo para examinar detalhadamente as raízes quanto à res trição no crescimento e descoloração Por que Compactação Seca Baixo K Insetos Doenças Seca excessiva Quando muito seco É possível irrigar OUTONO Observe outra vez Uma espiga madura em um colmo verde indica fertilidade adequada e um bom híbrido Aritmética do milho Antes e durante a colheita pergunte a si mesmo O stand foi adequa do Milhares de colmos por hectare Espigas muito pequenas ou muito grandes para altas produções Verifique as colheitadeiras Sempre verifique de maneira correta as produções Não deixe parte da colheita no campo Ajuste adequadamente a colhei tadeira Faça as mudanças de manejo Estude detalhadamente a lista e em seguida faça um resumo Anali necessárias se os solos antes de procurar orientação Observação Este Calendário de Diagnóstico é sem dúvida a melhor síntese que se conhece da necessidade de integração da coleta de dados de uma cultura que somada aos conhecimentos agronômicos aumentam as probabilidades de sucesso na obtenção das produções mais lucrativas É realmente uma obra de arte agronômica adaptável às mais diferentes situações O que mais impressiona neste calendário é o fato de ter sido publicado em 1920 e os conceitos emitidos permane cerem válidos até os nossos dias Manual Fertpmd 11042016 1149 114 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 115 OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO A análise de solos e a análise foliar podem respon der a muitas perguntas sobre o crescimento das plan tas Outras ferramentas de diagnose e informação incluindo as seguintes não devem ser excluídas Materiais impressos Auxílios visuais livros fo lhetos e outras fontes de informação identificam os sintomas de deficiência doenças insetos va riedades adaptadas etc Você pode obtêlos dos sistemas de extensão entidades de pesquisa uni versidades e empresas privadas Especialistas em extensão agrônomos de em presas representantes de indústrias químicas e ou tros profissionais estão a campo para ajudálo na diagnose dos problemas de produção das cultu ras Use o conhecimento destes profissionais Treinamento em diagnose Muitos serviços de extensão e outros promovem treinamento teóri co e excursões de campo sobre análise de solos análise foliar identificação de sintomas fatos so bre novas variedades controle de doenças e de ervas daninhas preparo do solo e práticas de ma nejo Dias de campo Dias de campo envolvendo re sultados de pesquisa e campos de demonstração promovidos por especialistas de universidades centros de pesquisa e indústrias são grandes sa las de aula para estudar as práticas de produção in loco Cursos intensivos sobre fertilidade do solo Estes cursos ajudam a rever os conceitos básicos e a aprender novas técnicas de produção Muitas empresas conduzem treinamento periódico para ajudálo a melhorar sua técnica de diagnose e para intercâmbio de idéias e informações COLOCANDO AS COISAS JUNTAS O desenvolvimento de técnicas adequadas de diag nose exige vontade Vontade de aprender de melhorar a habilidade Os instrumentos estão disponíveis mas precisam ser utilizados para terem valor Estes instru mentos incluem Um trado para amostragem do solo Sacos plásticos ou caixas de papelão para envio de amostras de solo Sacos de papel para envio de amostras de folhas Instruções para coleta e preparo de amostras solo e folhas Questionário para acompanhar as amostras Uma pá reta Um canivete Kits para determinação do pH e para teste de te cidos Caderno para anotações Caneta ou lápis Uma fita métrica Uma lente de bolso aumento de 10 vezes Uma lista de checagem Uma câmara fotográfica Poucos produtores estudam sistematicamente suas áreas de produção Falta de motivação pode ser um motivo Mas o mais importante é a idéia de estar quali ficado para diagnosticar a situação no campo Prática treinamento e consulta aos especialistas vai ajudálo a encontrar a solução Os produtores devem ser encora jados para o uso da ajuda de especialistas na diagnose de suas necessidades RESUMO Este capítulo identifica a análise de solos como um poderoso instrumento na agricultura de altas produções Mas uma análise de solo é somente tão boa quanto a amostra O retorno vem quando a análise de solos é usada junto com todas as outras informações para aju dar a fazer recomendações a fim de obter maiores pro duções e maiores lucros A pessoa que faz as reco mendações precisa de todos os fatos disponíveis so bre a propriedade e sobre o produtor A análise de plantas é uma ferramenta que su plementa a análise de solos Mas uma não substitui a outra Da mesma forma que para a análise de solo a amostragem correta é essencial A análise de plantas deve ser interpretada por cientistas treinados para exe cutar esse trabalho Testes rápidos de campo usam o suco celular para determinar que elemento ou elementos estão limitan do a produção em um estádio particular de crescimen to Os testes de tecidos podem ser executados com sucesso no campo por uma pessoa treinada Os sintomas de deficiência de 13 nutrientes foram descritos Esses sintomas em geral não estão clara mente definidos Quando eles aparecem significa fome severa Muitas culturas começam a ter sua produção diminuída antes do desenvolvimento dos sintomas Isto é chamado fome escondida uma condição que dimi nui a qualidade e a produção das culturas antes dos sinais visíveis aparecerem Devese olhar também além dos problemas de fer tilidade para fazer uma diagnose completa Considere o ambiente total da zona das raízes às práticas de cul tivo A importância das práticas culturais não deve ser diminuída quando se faz a diagnose das condições da cultura cada passo da época de plantio até a calagem e adubação Manual Fertpmd 11042016 1149 115 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 116 CAPÍTULO 8 ANÁLISE DE SOLO ANÁLISE DE PLANTAS E TÉCNICAS DE DIAGNOSE PERGUNTAS DE REVISÃO 1 A análise de solo é uma 2 C ou E Os níveis de fertilidade do solo em muitas fazendas do mundo estão declinando 3 Culturas de arroz de alta produtividade podem diminuir o fósforo do solo em ppm por ano e a análise do potássio em ppm por ano 4 O desenvolvimento de um programa de fertilidade do solo deve começar com a 5 A análise de solos dá a base para no desenvolvimento de um programa de calagemaduba ção e pode ser usada para o sistema de produção 6 Os três tipos de serviços de análise de solo são e 7 Uma boa análise de solo é somente tão boa quanto a 8 As amostras de solo devem ser retiradas no campo a cada a anos mais freqüentemente em alguns sistemas de manejo 9 C ou E As áreas que apresentam problemas devem ser amostradas em separado das demais 10 C ou E Amostragem intensiva do solo para determinar diferenças de fertilidade em áreas pequenas no campo resulta em menores custos com fertilizantes 11 C ou E Devese tirar amostras de solo sob plantio direto preparo conservacionista da mesma forma que aquelas coletadas sob cultivo convencional porque o laboratório está calibrado para corrigir as diferenças 12 C ou E Se um nutriente pode ser determinado com precisão no laboratório isto assegura que as recomenda ções de adubação são corretas 13 C ou E A análise de solos para nitrogênio tem sido utilizada para determinar o NNO3 residual em áreas de baixa pluviosidade 14 C ou E As análises de solos para nitrato devem ser repetidas anualmente por causa da mobilidade dessa forma de nitrogênio 15 C ou E As culturas não respondem à adubação com fósforo e potássio quando os solos apresentam teores altos desses nutrientes 16 A análise de solos e a devem caminhar 17 A juntamente com a análise de solos é uma importante ferramenta de diagnose para uma recomendação eficiente de fertilizantes 18 A parte mais importante da análise de plantas é a As pessoas estão falando sobre ajuste fino no ma nejo das culturas Ser um perito em diagnose é uma maneira de manter culturas valiosas em direção a uma produção mais lucrativa e salutar para o ambiente A análise de solos a análise de plantas e as técnicas de diagnose devem ser usadas em conjunto para aumen tar a produção das culturas e os lucros Manual Fertpmd 11042016 1149 116 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 117 19 Uma planta pode estar sofrendo de mesmo quando os sintomas não são visíveis 20 C ou E O Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação DRIS é outro nome para Manejo Integrado de Pragas MIP 21 C ou E Um teste rápido de tecido é a determinação da quantidade de nutriente no suco celular da planta 22 O fertilizante nitrogenado aumenta diminui a absorção de fósforo e potássio pelas plantas 23 Descoloração amarelocastanho e queima ao longo das margens das folhas velhas é tipicamente uma deficiên cia de 24 Clorose internerval acentuada e bronzeamento das folhas superiores combinados com pouco crescimento e internódios curtos provavelmente indicam uma deficiência de 25 Clorose nas folhas baixeiras velhas começando na ponta da folha e se estendendo até a nervura central é causada por deficiência de 26 C ou E A deficiência de fósforo é caracterizada por plantas verdeescuras 27 A deficiência de enxofre usualmente aparece primeiro nas folhas 28 Cinco condições ambientais que afetam o crescimento das plantas são e 29 C ou E Devese aprender tudo sobre uma área antes de ir até ela para fazer uma diagnose dos problemas 30 Construir a fertilidade do solo é um investimento e deve ser em vários anos 31 C ou E A resposta à aplicação de nutrientes pode ser maior ou menor do que a esperada porque muitos fatores afetam a performance das culturas 32 C ou E É fácil tornarse um especialista em diagnose Manual Fertpmd 11042016 1149 117 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 118 Manual Fertpmd 11042016 1149 118 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 119 INTRODUÇÃO Em 1950 a produção total de fertilizantes no mun do foi um pouco menor que 13 milhões de toneladas no início dos anos 90 atingiu 135 milhões de tonela das Este fantástico aumento de 10 vezes na produção de fertilizantes é bem correlacionado com vários fato res Aumento na população mundial com maior deman da por alimentos fibras e combustíveis Maior produção das culturas por unidade de área Maior produção total no mundo de culturas produ toras de alimentos Maior preocupação com a importância de práticas corretas de adubação para aumento das produ ções e qualidade das culturas e ao mesmo tem po mantendo ou melhorando o ambiente ver Ca pítulo 10 Dados da China Figura 91 ilustram a estreita rela ção entre o crescimento da população a produção de grãos e o consumo de fertilizantes Começando na década de 50 ocorreram mudanças na América do Norte e Europa que levaram à situação atual de produção e uso de fertilizantes em vários países no mundo Algumas dessas mudanças incluem CAPÍTULO 9 ASPECTOS ECONÔMICOS E OUTROS BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO Página Introdução 119 Fertilizante e lucro do produtor 120 Almejando alta produtividade 121 Estabelecendo as metas de produção 122 Altas produções proteção ambiental menores custos por unidade e maiores lucros 122 O preço da cultura ou o preço do fertilizante afeta muito pouco a dose ótima do fertilizante 123 Construindo a fertilidade do solo um investimento a longo prazo 124 Efeitos de longa duração do uso de fertilizantes 125 As interações e eficiência dos fertilizantes 126 Adubando para produtividade máxima econômica 126 Outros aspectos da adubação 127 Fontes orgânicas de fertilizantes 130 O lugar do fertilizante na propriedade como um todo 130 Resumo 131 Perguntas de revisão 132 Figura 91 Produção de grãos consumo de fertilizantes e população na China no período de 1952 1989 Manual Fertpmd 11042016 1149 119 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 120 Um extraordinário aumento na produção e uso de fertilizantes granulados particularmente comer cializados a granel O desenvolvimento e crescimento dos fertilizan tes fluidos na América do Norte o que foi possível com a produção de ácido superfosfórico e poli fosfatos de amônio A aplicação direta da amônia anidra e outros ferti lizantes líquidos na América do Norte Introdução de fertilizantes de disponibilidade con trolada como a uréia formaldeído e uréia revestida com enxofre O descobrimento e exploração de reservas de po tássio no Canadá e em vários outros países O desenvolvimento dos depósitos de fosfato na Carolina do Norte e no oeste dos EUA A introdução de métodos específicos de aplicação de fertilizantes e épocas A mudança para o preparo conservacionista e prá ticas de manejo de resíduos em algumas partes do mundo A consolidação da indústria de fertilizantes na Amé rica do Norte e na Europa A expansão e a privatização da indústria de fertili zantes nos países desenvolvidos Os contínuos esforços educacionais sobre os be nefícios da adubação balanceada feitos por cien tistas agricultores e elaboradores de políticas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento O desenvolvimento de práticas de manejo de fer tilizantes que otimizam a produção das culturas enquanto mantém a qualidade ambiental Um forte suporte financeiro dos países desenvol vidos para aqueles em desenvolvimento para es tabelecimento de programas adequados de ma nejo de solos incluindo a avaliação das necessi dades e melhoria da fertilidade do solo e uso de fertilizantes De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA a produção das culturas na América do Norte vai continuar a crescer talvez do brando nos próximos 30 a 40 anos Se isso ocorrer a exploração agrícola para alimentar a América do Norte e seus vizinhos poderá ser feita em menos hectares Isto poderá permitir que terras mais propensas a pro blemas ambientais sejam deixadas sob cobertura ve getal permanente mantidas como preservação para vida silvestre ou deixadas para recreação Aumentos semelhantes ou ainda maiores são tam bém possíveis em muitos dos países em desenvolvi mento no mundo Entretanto muitos fatores sociais incluindo o uso da terra a posse da terra os impostos os aumentos da população a infraestrutura a falta de educação e os sistemas de comercialização podem não permitir que terras frágeis em termos ambientais possam ser retiradas do processo de produção das cul turas Uma melhor eficiência no uso de fertilizantes juntamente com melhoria no sistema educacional que enfoque o uso da terra e o ambiente precisa ser parte da pesquisa agrícola e dos programas educacionais nos países em desenvolvimento no futuro É evidente que os fertilizantes continuarão a cres cer em importância à medida que o mundo produz mais gente para ser alimentada Como usar esse insumo vi tal para a produção das culturas de modo lucrativo efi ciente e benéfico ao ambiente é um desafio para as pesquisas futuras FERTILIZANTE E LUCRO DO PRODUTOR A agricultura apresenta dois extremos em relação à lucratividade a subsistência e b alta lucratividade com vários níveis entre os dois A agricultura de subsistên cia ocupa uma grande porcentagem da população ru ral total no mundo Essa agricultura de subsistência é em geral de baixo uso de insumos de esgotamento dos recursos e não é sustentável à medida que o tama nho da família aumenta Os agricultores de subsistên cia contribuem muito pouco para alimentar outras pes soas que não a sua família Eles praticam agricultura com o objetivo de sobrevivência e não de lucratividade O restante da comunidade agrícola no mundo pro duz para lucro Independentemente de suas preocupa ções ambientais a única forma que estes agricultores podem manter suas atividades para sustento próprio e para o desenvolvimento social e econômico de suas famílias é alcançar um lucro decente A lucratividade é uma razão lógica então porque os agricultores adu bam suas culturas Como eles manejam isso é crítico para a lucratividade geral de suas propriedades Consi dere o que uma redução nas doses de fertilizantes vai ou não fazer A redução na dose de fertilizantes NÃO vai Diminuir o custo e os impostos sobre a terra ou as taxas Diminuir as taxas de juros nos empréstimos para insumos Diminuir os custos de preparo da terra Diminuir os custos das sementes e dos defensi vos Manual Fertpmd 11042016 1149 120 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 121 Diminuir os custos de tração animal ou maquinário Diminuir os custos dos alimentos ou dos combus tíveis A redução na dose de fertilizantes VAI Diminuir as produções por unidade de área Exaurir os nutrientes do solo Diminuir a resistência das culturas à seca às doen ças aos insetos e a outros estresses Diminuir a cobertura das culturas e os resíduos resultando em grande exposição à erosão Diminuir os lucros do produtor e por conseqüên cia afetar negativamente a economia local Felizmente produção lucrativa das culturas incluin do o uso eficiente de fertilizantes e outras melhores práticas de manejo MPM e proteção ambiental cami nham lado a lado A Tabela 91 ilustra como a popula ção de plantas e a adubação balanceada interagem para aumentar as produções de milho e como conseqüên cia os lucros potenciais do produtor Ao mesmo tem po menos nitrogênio permanece no solo diminuindo o potencial de lixiviação do Nnitrato NNO3 para o len çol freático dados não mostrados Tabela 91 O aumento na população de plantas de milho interage com mais nitrogênio para aumentar a produção e a sua eficiência Produção tha nas doses de N kgha de 90 180 270 29640 742 868 975 233 59280 949 1119 1270 321 88920 1031 1320 1452 421 Resposta à população tha 289 452 477 Flórida EUA Os fertilizantes são responsáveis por 13 ou mais da produção total da cultura Em muitos campos de alta produção esse aumento pelo uso de fertilizantes pode chegar a 60 ou mais Na China a adição de potássio aos níveis tradicionais de nitrogênio e fósforo adubação balanceada aumentou as produções de forma dramática Tabela 92 Isto demonstra como uma melhor prática de mane jo MPM adubação balanceada melhora a utiliza ção pela cultura do nitrogênio e fósforo aplicados e conseqüentemente reduz o potencial de escorrimento superficial ou lixiviação de nitrato para o lençol freático ALMEJANDO ALTA PRODUTIVIDADE Existem quatro componentes dos lucros do produ tor Custos de produção O produtor pode fazer mui to pouco para controlar a elevação dos custos de produção exceto aplicar as melhores práticas de manejo MPM e assegurar um uso mais eficiente dos insumos Preço de venda O produtor pode otimizar o pre ço recebido através da comercialização inteligen te de produtos com qualidade mas ele tem pouco controle sobre os preços do mercado exceto sob certas condições locais de suprimento e deman da Produtividade da cultura O que o produtor pode fazer para aumentar a produção por hectare Pro dutividades mais altas e eficientes devem ser o objetivo primordial Qualidade da cultura Preços mais altos são usualmente pagos por produtos de maior qualida de Assim os produtores devem esforçarse por obter maiores produções das culturas com produ tos de melhor qualidade O uso eficiente e balan ceado de fertilizantes juntamente com outras me lhores práticas de manejo MPM vai ajudar a atin gir os objetivos Maiores produtividades e lucros por hectare estão muito relacionados como ilustra a Figura 92 Esta re lação tem sido mostrada repetidas vezes em proprie dades agrícolas e parcelas experimentais Existem entretanto limites até onde a relação ilus trada na Figura 92 pode ir A um certo ponto o custo dos insumos necessários para fazer crescer a produ ção será maior do que o retorno recebido tanto para o uso de fertilizantes como para outras melhores práti cas de manejo MPM Ainda assim a maioria dos pro População Resposta a plantasha N tha Cultura Tabela 92 Porcentagem de aumento da produção de várias culturas em vários locais da China resultante da aplicação de K com doses tra dicionais de NP Aumento de produção pelo K N e P constantes Kenaf 55 Tomate 60 Soja 85 Canola 92 Batata 128 Milho 359 Feijão de corda 2000 China Manual Fertpmd 11042016 1149 121 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 122 dutores pode fazer um trabalho melhor no manejo dos insumos para aumentar os lucros do que o que está sendo feito atualmente desde que as metas estabe lecidas sejam realistas Figura 92 Quanto maior a produtividade maior o lucro ESTABELECENDO AS METAS DE PRODUÇÃO As metas de produção devem ser estabelecidas para cada talhão Elas devem ser realistas e desafiadoras Comece com uma análise das produções passadas Olhe os padrões climáticos avalie as práticas de ma nejo e os insumos usados Converse com os vizinhos que estão obtendo produções mais altas Consulte os extensionistas para obter orientação Decida então que práticas devem ser melhoradas ou mudadas Estabeleça um programa para aumento da produ ção em 3 a 5 anos com 5 a 10 de aumento cada ano Esta porcentagem de aumento vai depender de vários fatores incluindo culturas e produções anteriores O tamanho da gleba é importante Um plano mais conser vador é mais recomendável em uma grande gleba en quanto um mais agressivo pode ser usado em áreas menores O melhor sistema é procurar pela prática mais limitante melhorandoa e ao mesmo tempo corrigin do outras práticas de manejo para alcançar a maior meta de produção esperada A Tabela 93 mostra como o uso de potássio em um programa de adubação balanceada aumentou as pro duções de arroz reduziu as doenças e aumentou os lucros enquanto melhorava a eficiência de uso de ni trogênio e fósforo na Indonésia Os dados ilustram a importância de um manejo equilibrado no aumento das produções enquanto melhora a eficiência de outros insumos externos Alcançar as metas de produção é como subir em uma escada É um processo de manejo contínuo Isto é quando uma meta é alcançada uma nova marca mais alta deve ser estabelecida Tabela 93 A adubação com potássio aumentou as pro duções de arroz diminuiu as doenças e au mentou o retorno líquido enquanto melho rava a eficiência de uso do fósforo e do po tássio Dose de Aumento na Severidade de Retorno líquido K2O produção podridão do de K2O kgha kgha do caule USha 0 41 18 800 28 119 36 1100 26 162 54 1200 24 173 N e P nas doses recomendadas Indonésia ALTAS PRODUÇÕES PROTEÇÃO AMBIENTAL MENORES CUSTOS POR UNIDADE E MAIORES LUCROS Altas produções protegem o ambiente um ingre diente importante e essencial para a sustentabilidade da produção agrícola O crescimento inicial vigoroso das plantas forma com maior rapidez a cobertura do terreno dossel para proteger o solo da erosão hídrica e eólica As plantas desenvolvem um sistema radicular mais robusto para manter o solo no lugar e permitir a absorção de água da chuva com maior rapidez As plan tas usam os nutrientes e a água do solo com maior efi ciência e produzem maiores quantidades de resíduos de culturas com maior proteção contra os danos da ero são hídrica ou eólica Quando decompostos estes re síduos também reciclam nutrientes e matéria orgânica de volta para o solo A Tabela 94 mostra a relação entre níveis de resí duos escorrimento superficial e perdas de solo Tabela 94 Efeito do resíduo de superfície no escor rimento superficial e perdas de solo Resíduos Escorrimento superficial Perdas de solo kgha como da chuva tha 0 45 269 561 40 67 1122 25 22 2244 5 07 Indiana EUA Nos Estados Unidos os agricultores buscam altas produtividades e alta eficiência de uso dos insumos Isto resulta em um baixo custo por unidade produzida Em outras palavras custa menos produzir 1 kg de cul tura a produtividades mais elevadas do que em baixas produtividades Isto é ilustrado na Figura 93 onde se Manual Fertpmd 11042016 1149 122 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 123 vê a relação entre a produtividade do milho e os custos por unidade produzida À medida que a produtividade aumenta de 629 tha para 1132 tha o custo para pro duzir cada kg diminui de US 013 para US 009 ou uma diferença de US 4000t A Tabela 95 mostra uma combinação de produções e baixos custos por unidade projetados para uma área de 120 hectares de milho utilizando os dados da Tabe la 93 e dois preços de milho Os números entre parên tesis representam perdas Tabela 95 Influência da produtividade e custo por uni dade produzida na lucratividade 120 ha dois preços de milho Lucro em 120 hectares para produçãocusto 629130 754114 880102 100694 113287 US 98 24154 14777 4224 4829 14942 118 9058 3619 16896 28973 42110 Perdas entre parênteses A interação benéfica entre produtividade e custo por unidade produzida mostrada na Tabela 95 é obvia Embora este exemplo seja dos EUA as condições são idênticas em todo o mundo Culturas de alta produção e bem manejadas reduzem os riscos associados com preços baixos e amplia a oportunidade de lucro Um plano de comercialização bem feito pode aumentar ain da mais essas oportunidades Os princípios ilustrados na Figura 93 e Tabela 95 se aplicam a outras culturas além do milho A Tabela 96 mostra como altas produtividades e baixos custos por unidade traduzemse em maiores lucros para plan tadores de trigo no Paquistão Embora os exemplos anteriores possam não repre sentar cada propriedade ou situação de uma proprie dade o princípio se aplica E também os resultados À medida que as produtividades aumentam o custo por unidade cai e os lucros por hectare aumentam Figura 93 Altas produtividades de milho ajudam a bai xar os custos de produção por unidade Illinois EUA O PREÇO DA CULTURA OU O PREÇO DO FERTILIZANTE AFETA MUITO POUCO A DOSE ÓTIMA DE FERTILIZANTE A dose ótima do fertilizante muda muito pouco seja pelo preço recebido pela produção seja pelo custo do fertilizante desde que a cultura continue a ser respon siva ao nutriente aplicado Exemplos dos EUA e da China ilustram este princípio como mostram as Tabe las 97 e 98 Quando os custos de nitrogênio são os mais altos e os preços do milho os mais baixos a dose ótima de N é 186 kgha Com o preço do milho mais alto e o preço do N menor a dose ótima é 215 kgha um aumento de apenas 29 kg ou 156 Ao mesmo tempo a relação custo de Npreço do milho mudou por um fator de 3 De modo semelhante à medi da que o preço da canadeaçúcar cai de US 5357 para US 1786 por tonelada a dose ótima reco mendada de K2O ainda foi lucrati va mesmo no preço mais alto de potássio e a relação benefíciocusto RBC ainda foi alta Este caso é semelhante àquele para amen doim Cálculos semelhantes com a maioria das culturas vão mostrar que uma adubação balanceada em geral paga dividen dos reais Quando se analisa os dados das Tabelas 97 e 98 dois fatos tornamse evidentes Preço do milho USt Tabela 96 Menores custos por unidade significam mais lucro com trigo dois preços Dose kgha Produção Custo do fert Produção de Lucro Rupiaha N P2O K2O kgha Rupiaha grãoskg N a 27kg a 29kg 150 0 0 2157 1200 144 4624 5055 150 100 0 3219 2000 215 6691 7335 150 100 60 3583 2360 239 7314 8031 Paquistão Manual Fertpmd 11042016 1149 123 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 124 Tabela 97 Doses ótimas de nitrogênio mudam muito pouco com as flutuações de preço do milho e do fertilizante Doses ótimas de N para o milho USkg N 026 040 053 kg Nha 80 204 195 186 100 212 202 193 120 215 206 198 Os preços dos produtos agrícolas afetam as doses ótimas de fertilizantes muito menos do que muitas pessoas acreditam Por que Porque o fertilizante representa uma porcentagem relativamente peque na dos custos totais de produção embora os retor nos sejam altos quando os nutrientes são aplica dos e usados de maneira eficiente Mesmo se os preços do fertilizante aumentarem significantemente sempre uma preocupação en tre os agricultores existe pouca ou nenhuma jus tificativa para reduções drásticas no uso de nu trientes A mensagem é as doses de fertilizantes devem ser as ótimas para construir eou manter alta fertilidade do solo mesmo com preços menores da produção eou altos custos dos fertilizantes Existem limites mas muitos agrônomos compreendem que a dose mais lu crativa do fertilizante é próxima ao topo da curva de resposta da produção Assim os níveis de fertilidade do solo de todos os nutrientes das plantas devem ser levados para a faixa alta e em seguida mantidos para alcançar altas pro dutividades baixar os custos de produção por unidade aumentar o lucro potencial e melhorar o ambiente CONSTRUINDO A FERTILIDADE DO SOLO UM INVESTIMENTO A LONGO PRAZO A compra do fertilizante nitrogenado representa um investimento a curto prazo uma vez que o retorno é esperado durante o ano de aplicação Nutrientes como o fósforo o potássio o cálcio o magnésio e outros são diferentes porque somente uma parte do retorno total do seu uso ocorre durante o ano de sua aplicação Na maioria dos solos a maior parte do fósforo e do potás sio tornase disponível com o tempo e é usada por cul turas futuras Da mesma forma que os custos de desmatamento e preparo da terra para o plantio de culturas perenes e instalação de redes de drenagem ou sistemas de irri gação são recuperados com o correr de vários anos assim são os custos com fósforo e potássio que de vem ser amortizados em vários anos Seus benefícios são a longo prazo na natureza e assim devem ser tra tados O exemplo ilustrado na Tabela 99 mostra o menor custo para construir a fertilidade do solo passando de 25 mgdm3 para 30 mgdm3 e a quantidade de resposta na produção necessária para pagar por aquele aumen to do fósforo no solo Para alcançar isto são necessários cerca de 100 kg de P2O5ha a um custo de US 5900 assumindo o preço do P2O5 de US 059 por kg Este exemplo mostra que no período de pagamento de 10 anos e preço do milho a US 010 por kg a pro dução teria que aumentar 113 kg por ano para recupe rar o custo do fertilizante fosfatado Ou se não houve resposta em cinco anos dos dez um aumento médio de 226 kg por hectare durante os outros cinco anos ainda pagaria o custo do P2O5 Não faz sentido econô mico permitir que o fósforo o potássio e outros nutrien tes essenciais limitem a produção A construção da fertilidade ofe rece várias vantagens para o agri cultor se a terra é própria ou ar rendada Após a construção da fertilidade do solo para atingir a faixa alta são necessárias apenas doses moderadas de fertilizantes para manter o nível O potencial de produção é mantido por 5 10 e mesmo 50 ou mais anos A construção da fertilidade do solo vai devolver altas produções de amortização cada ano mes mo com seca excesso de umi dade frio calor doenças ou ou tros estresses Preço do milho USt Tabela 98 Na China compensa adubar canadeaçúcar e amendoim com as doses recomendadas de K2O mesmo quando com altos preços do fertilizante e baixos preços dos produtos colhidos Aumento1 no retorno líquido Aumento2 no retorno líquido USha nos preços indicados USha nos preços indicados de canadeaçúcar3 de amendoim USt e RBC USt e RBC 1786 RBC 5357 RBC 143 RBC 286 RBC 143 327 71 1089 212 106 62 233 124 179 474 56 1074 169 101 50 227 99 214 300 47 1062 141 96 41 222 83 250 287 40 1048 121 91 36 217 71 1 Aumento médio da produção de 213 tha com 378 kg de KClha 2 Aumento médio da produção de 885 kgha com 143 kg de KClha 3 Preços atuais da canadeaçúcar de US 5357t e do amendoim de US 250t Custo de KCl US Manual Fertpmd 11042016 1149 124 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 125 Tabela 99 Pagamento anual do aumento da produção de milho necessário para pagar o custo do aumento do fósforo em 10 kgha na análise de solos a 12 de juros nos custos Resposta anual de produção necessária se o preço do milho é USt 80 100 120 1 6723 853 715 571 5 1665 213 176 138 10 1062 138 113 88 20 803 100 88 69 Em alguns casos o valor da terra para revenda aumenta com a produtividade Compradores es pertos vão pagar mais por terras bem manejadas porque eles sabem que os custos com os fertili zantes serão menores enquanto o potencial de pro dução permanece alto Devese lembrar que altas produções removem grandes quantidades dos nutrientes primários e secun dários e podem exaurir o suprimento de micronutrien tes do solo em muitos casos ver Tabelas 31 41 51 61 e 71 Além da remoção pelas culturas os nutrien tes podem ser perdidos ao serem complexados no solo através da erosão e lixiviação e por volatilização do solo e superfícies das folhas Um bom manejo ajuda a minimizar essas perdas Para assegurar que todos os nutrientes essenciais estão disponíveis em quantidades adequadas e para determinar quais nutrientes são deficientes e quanto deles é necessário a análise do solo deve ser feita re gularmente Isto ajuda o agricultor a monitorar e mane jar os nutrientes para obter altas produções e altos lu cros EFEITOS DE LONGA DURAÇÃO DOS FERTILIZANTES A correção e a manutenção da fertilidade do solo são partes importantes da lucratividade a longo prazo À medida que os agricultores melhoram o manejo in cluindo as práticas de adubação durante vários anos as produções e os lucros aumentam A Figura 94 mos tra como a correção dos níveis de potássio durante qua tro anos de cultivo contínuo de milho aumentou os teo res na análise de solo e aumentou a produção de soja após o quarto cultivo do milho Os benefícios residuais da alta fertilidade do solo para potássio na produção da soja são apenas parte da história O aumento mé dio nas produções de milho em quatro anos foi de 16 to neladas por hectare Ohio EUA Figura 94 O potássio aplicado no milho corrige o K do solo e aumenta a produção de soja Um agricultor deve levar em conta que tomar por base decisões sobre o manejo de fertilizantes em re sultados de curto prazo pode levar a resultados inade quados ou mesmo desastrosos A Figura 94 ilustra bem esse ponto A Figura 95 mais uma vez demonstra que as deci sões sobre o manejo de fertilizantes devem tomar por base dados de longo prazo A cultura do arroz em 1981 não mostrou grandes diferenças entre os tratamentos NP e NPK Figura 95 Alguns agricultores podem até optar a partir dos dados de 1981 por não usar qual quer fertilizante Entretanto as produções das parce las testemunhas começaram e continuaram a diminuir já no ano de 1982 enquanto os tratamentos NP e NPK permaneceram com as produções bem próximas da quelas obtidas nos dois primeiros anos Mas veja os dados de 1983 em diante A superioridade das produti vidades nos tratamentos com NPK é inquestionável No período de 10 anos Figura 95 a média de produção da parcela testemunha T foi de apenas 31 tha enquanto a parcela NP produziu 50 tha Nos preços atuais teria havido um aumento de US 20900 haano na renda enquanto os gastos com N e P atingi riam apenas US 11700 Melhor ainda foi o resultado do uso da adubação balanceada NPK que produziu uma média de 59 tha para um aumento no lucro anual de US 12200 O custo adicional foi de apenas US 3200 Iniciando em 1981 se o agricultor optasse por não usar N e P as perdas atingiriam um total de US 209000ha nos pró ximos 10 anos Por não usar uma melhor prática de Período de Pagamento anual pagamento necessário anos USha Manual Fertpmd 11042016 1149 125 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 126 manejo MPM no caso uma adubação balanceada as perdas teriam um adicional de US 122000 A adu bação balanceada é lucrativa a longo prazo Hunan China Figura 95 Flutuações da produção de arroz em experi mentos de longa duração AS INTERAÇÕES E A EFICIÊNCIA DOS FERTILIZANTES Uma interação pode ser definida como o efeito de um insumo ou fator de produção na resposta de outro fator ver Tabela 910 A Tabela 910 ilustra como a variedade e a população de plantas interagem para aumentar a produção de uma variedade de milho en quanto diminui em outra variedade A importância des ses dados é ilustrar que só se pode otimizar as produ ções e os fertilizantes serem usados de modo eficiente quando outros princípios de manejo eficientes varie dade adequada e melhor população de plantas forem seguidos Obviamente o agricultor que cultiva a varie dade Danyu15 com uma alta população de plantas está usando uma melhor prática de manejo MPM Tabela 910 Variedade e população de plantas interagem para aumentar ou diminuir as produções de milho tha a um nível ótimo de fertilidade Produção tha na população plantasha de 63420 72465 81525 90585 Danyu15 101 108 110 114 3A 70 82 86 77 MoA 74 72 70 67 Yunnan China Os dados da Tabela 911 mostram como o N o P e o K interagem para aumentar as produções de trigo e melhorar a eficiência no uso de N A análise dos dados mostra que o fósforo foi o nutriente mais limitante dos três mas foram necessários N P e K para atingir a maior produção Tabela 911 Nitrogênio fósforo e potássio interagem para aumentar as produções de trigo e melhorar a eficiência no uso do nitrogênio Tratamento kgha N P2O5 K2O 0 0 0 20 112 0 0 16 144 112 135 0 30 271 112 0 135 18 156 112 135 135 35 313 Oklahoma EUA As culturas mostram maior resposta quando a adu bação e outras práticas de manejo interagem positiva mente As interações incluem fatores como espaça mento entre linhas épocas de plantio populações de plantas variedades usadas controle de plantas inva soras e de pragas rotações pH do solo e outros Me lhores retornos dos fertilizantes são obtidos quando se segue um sistema de produção de melhores práticas de manejo MPM Muitas interações que influenciam o uso eficiente de fertilizantes envolvem práticas de manejo que custam muito pouco ou não custam nada Tabela 912 O momento preciso por exemplo é im portante para o plantio para a disponibilidade dos in sumos para o controle de pragas ou para a simples monitoração no campo Tabela 912 Algumas práticas de manejo que custam muito pouco ou nada extra Momento preciso Preparo do solo Variedade híbrido Época de plantio Largura das ruas Localização da semente Localização do fertilizante Manter as anotações Observações no campo População de plantas ADUBANDO PARA PRODUTIVIDADE MÁXIMA ECONÔMICA PME A produtividade máxima econômica PME é aque la produção onde os custos por unidade produzida bai xam até o ponto do maior retorno líquido por hectare ou seja a produção mais lucrativa Outra definição de produtividade máxima econômica PME seria de um sistema de produção das melhores práticas de manejo MPM Variedade Produção de Eficiência de N grãos tha kgkg de N Manual Fertpmd 11042016 1149 126 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 127 A PME varia de um ano para outro e de uma gleba para outra O clima as pragas e outros fatores que in fluem nas produções devem ser tratados com uma base específica local Cada um vai afetar o manejo dos insumos da produção inclusive dos fertilizantes Quando se torna antieconômico aumentar as do ses dos fertilizantes Certamente não é no ponto do retorno máximo por real investido e sim no ponto de lucro máximo Muito tem sido falado sobre incremen tos decrescentes O pontochave para incrementos adi cionais de fertilizantes não é se o último incremento produziu um retorno tão grande como o precedente mas se o retorno foi maior do que o custo A Tabela 913 ilustra este princípio Tabela 913 Retornos da adubação nitrogenada do mi lho Retorno líquido para N adicional ha 0 50 33 63 132 11451 720 67 74 107 8941 563 101 82 088 7210 453 135 89 069 5330 335 168 94 050 3440 216 202 97 025 920 058 236 97 006 960 060 Com base em milho a US 10000t e preço do N de US 053kg EUA O incremento de 33 kg passando de 135 para 168 kg de Nha produziu cerca de um terço do retorno dos 33 kg iniciais de N mas ainda deu um retorno líquido de US 3440 por hectare ou US 216 para cada dólar investido O agricultor deve avaliar os riscos qual se ria a margem em comparação ao potencial de perda da produção ou baixos preços da produção que ele ou ela estão dispostos a enfrentar No fim a melhor chance para obtenção de lucros elevados de forma sustentá vel vem do uso das MPM ou PME Anteriormente neste capítulo as oportunidades de lucro foram relacionadas com produtividades mais al tas e menores custos por unidade produzida Agriculto res de ponta estabelecem altas metas de produtivida de porque eles querem maximizar suas oportunidades de lucro ou zonas de lucro Eles sabem que as coisas nem sempre acontecem conforme planejado As produtividades podem ser menores do que as metas almejadas Os preços podem ser menores do que o esperado Ambos produções e preços podem ser menores do que o esperado Os custos de produção podem exceder o orça mento previsto Produtividades altas e obtidas com eficiência po dem ajudar a neutralizar esses pontos negativos e ex pandir as zonas de lucro A Figura 96 mostra três zo nas de lucro três metas de produção e três níveis de custo de produção para o milho com três preços de vendas US 8000t US 10000t e US 12000t Observe que as zonas de lucro se expandem à medida que as produtividades aumentam à medida que se aproxima da PME Um agricultor com uma meta de produção de 44 tha de milho poderia tolerar apenas uma perda de 044 tha ou uma queda no preço de US 1440t sem sofrer uma perda mesmo com o milho no valor de venda mais alto US 12000t Por outro lado um agricultor com uma meta de 113 tha poderia ainda ganhar di nheiro com reduções de 43 tha na produção ou de US 5000t no preço A resposta é clara adube e siga outras MPM para atingir PME Figura 96 Zonas de lucro influenciadas pelo preço do milho custo e produção OUTROS ASPECTOS DA ADUBAÇÃO Calagem e pH do solo A calagem dos solos ácidos para aumentar a efi ciência do fertilizante é uma importante prática de ma nejo Ela reduz os níveis de substâncias tóxicas no solo melhora as características físicas do solo e aumenta a Dose de N Produção Aumento Retorno kgha tha tha US de N Manual Fertpmd 11042016 1149 127 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 128 atividade microbiana A Tabela 914 mostra como as respostas à calagem podem ser dramáticas Quão efi ciente seria a adubação em tais solos ver Capítulo 2 para mais informações sobre calagem Tabela 914 Resposta da soja à calagem pH do solo Dose de calcário Produção tha tha 51 0 12 22 25 42 0 11 134 29 Preparo do solo Na América do Norte na Europa e em vários outros países a mudança das práticas convencionais de pre paro aração e gradagem para sistemas de preparo reduzido plantio direto cultivo mínimo está forçando mudanças nos métodos de aplicação de fertilizantes O manejo de resíduos sistema de leiras e outros fato res de manejo estão alterando os padrões radiculares e os hábitos de crescimento por causa de mudanças nas temperaturas do solo na retenção de umidade na distribuição de nutrientes e no acúmulo de matéria or gânica Os Capítulos 3 4 5 e 10 discutem vários as pectos do manejo do preparo do solo e dos resíduos no uso de fertilizantes e na proteção ambiental O uso da adubação de arranque e a localização dos adubos são mais importantes à medida que a freqüência do prepa ro do solo é reduzida Melhoria na qualidade da cultura Muitas vezes a qualidade extra produzida pelos fer tilizantes aumenta o valor de mercado o suficiente para pagar pelos fertilizantes Uma melhor nutrição de plan tas influencia a qualidade dos produtos de várias for mas Isto é claramente observado com o trigo mostra do na Figura 97 Uma adubação balanceada é impor tante para o amadurecimento adequado como mos trado no Conceito de Produção 91 O nitrogênio aumenta o teor de proteína em cultu ras não leguminosas produtoras de grãos e forrageiras A Tabela 915 mostra como o nitrogênio aumenta tanto a produção como o teor de proteína no milho No Vietnã a soja crescendo em solo degradado na parte norte do país mostrou aumentos na produção de proteína no grão e na quantidade de óleo com uma adubação balanceada Tabela 916 O fósforo também aumenta a qualidade dos grãos e da forragem Em um estudo no Arizona EUA vacas de corte com 02 de P na sua ração tiveram uma taxa de concepção de 59 em comparação com 89 quando o P da dieta aumentou para 03 Figura 97 A qualidade das sementes de trigo mostra a necessidade de uma adubação balanceada Sichuan China Tabela 915 O nitrogênio aumenta a produção e o teor de proteína no milho Dose de N Produção de grãos Proteína nos grãos kgha tha 0 74 80 100 100 85 200 115 95 Tabela 916 Fósforo e potássio combinam para aumen tar a produção e fatores de qualidade na soja Dose kgha N P2O5 K2O 30 45 0 10 416 217 30 45 45 12 495 248 30 45 90 13 557 264 30 90 0 14 575 296 30 90 45 16 632 322 30 90 90 17 680 345 Vietnã O potássio reduz a intensidade de doenças das cul turas tais como ferrugem da vagem e do caule da soja o que leva a uma maior qualidade e menores perdas durante o armazenamento ver Conceito de Produção 51 Na China o potássio diminuiu as doenças de ma neira tão acentuada que os agricultores pensaram que o adubo potássico fosse um fungicida A Tabela 917 mostra o efeito do potássio nas doenças de várias cul turas na China Produção de grãos Proteína Óleo tha kgha kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 128 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 129 CONCEITO DE PRODUÇÃO 91 O FERTILIZANTE ACELERA A MATURIDADE A MATURIDADE DA PLANTA É COMO O LUCRO DO AGRICULTOR quando se relaciona com o cres cimento A maturidade como o lucro está no balanço BALANÇO DA FERTILIDADE A planta está no campo para crescer reproduzirse e produzir sementes E ela sabe disso Freqüentemente a planta evita atingir a maturidade das sementes e dos frutos UMA ADUBAÇÃO EQUILIBRADA ajuda a acelerar a maturidade Efeito na maturidade do milho Dose de fertilizante kgha NP2O5K2O NP2O5K2O 3371680 337168225 Porcentagem de plantas embonecadas em 21 de julho 4 42 Produção tha 95 118 Efeito na maturidade do algodão Dose de fertilizante kgha NP2O5K2O NP2O5K2O 05656 125656 Primeira colheita 66 81 Produção de pluma kgha 2129 2345 Manual Fertpmd 11042016 1149 129 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 130 Tabela 917 O potássio diminui a incidência de doenças quando adicionado a fertilizantes contendo N e P Cultura Doença Redução da doença Arroz Crestamento da bainha 2654 Brusone 3045 Doenças bacterianas 1330 Mancha parda 8088 Algodão Vermelhão das folhas e murcha do caule 13 Soja Podridão da vagem 48 Milho Podridão do caule 32 China Numerosos projetos de pesquisa na China têm mos trado que a qualidade da cultura é melhorada pela adi ção de potássio na adubação NP adubação balancea da Aumentos de 68 na produção de arroz polido sem casca de 046 mg100g no teor de vitamina C em citros de 46 kgg na resistência da fibra do rami de 0826 mm no comprimento da fibra de algodão de 146268 nas gorduras brutas em canola e de 04 045 no teor de açúcar na melancia têm sido citados na literatura Outros nutrientes essenciais às plantas também podem afetar a qualidade da cultura A Figura 98 mos tra como o enxofre S aumentou o teor de proteína na grama bahia Florida EUA Figura 98 O enxofre aumenta o teor de proteína na gra ma bahia FONTES ORGÂNICAS DE FERTILIZANTES O uso de fontes orgânicas ou naturais tem sido o carrochefe na China e em muitos outros países em desenvolvimento durante séculos Hoje o mesmo sis tema está recebendo grande atenção na América do Norte Europa e outras partes do mundo Embora a produção agrícola tenha utilizado fontes orgânicas como esterco animal por anos e continua a utilizar existem limitações de ordem prática e econô mica para o seu uso A China que no passado era con siderado um país que poderia sobreviver somente com adubos orgânicos é agora o maior consumidor de fer tilizantes manufaturados A China é um bom exemplo das limitações do uso de adubos orgânicos Sob o ponto de vista da produção das culturas não existe diferença entre as várias fontes de nutrientes porque as plantas não utilizam os nutrientes na sua for ma original Pelo contrário todos os nutrientes preci sam estar na forma iônica antes deles poderem ser absorvidos pelas raízes das plantas Assim sendo se a fonte original é orgânica ou inorgânica não tem identi dade para as plantas As plantas necessitam da presença dos nutrien tes em quantidade adequada contínua e balancea da para assegurar seu desenvolvimento Como con seqüência os fertilizantes orgânicos e os inorgânicos devem ser utilizados juntos para alcançar PME A preocupação de alguns de que os fertilizantes manufaturados não são naturais não tem base cientí fica Na realidade o processamento e a utilização dos depósitos de fósforo e potássio representam o fim da reciclagem levando os nutrientes de volta ao solo de onde eles foram removidos originalmente pelo intem perismo natural Quanto ao nitrogênio aproximadamen te 80 da atmosfera da Terra é N gasoso aquele que nós respiramos a cada momento que é usado para fa bricar fertilizantes nitrogenados e o mesmo nitrogênio que o sistema Rhizobiumleguminosa utiliza para pro duzir seu próprio nitrogênio Fertilizantes manufatura dos são tão naturais na sua origem como as fontes orgânicas O LUGAR DO FERTILIZANTE NA PROPRIEDADE COMO UM TODO Algumas vezes problemas de fluxo de caixa exi gem retornos a curto prazo ao invés de benefícios a longo prazo Neste caso todo o potencial para com pra de insumos inclusive fertilizantes deve ser avalia do em relação à meta de máximo retorno sobre o últi mo dólar gasto A Tabela 918 ilustra este princípio so bre o retorno a curto prazo do último incremento do fertilizante fosfatado comprado O preço da soja foi de US 024kg e o do P2O5 de US 059kg Neste exemplo da Tabela 918 um agricultor para maximizar o lucro aplicaria cerca de 68 kg de P2O5ha Manual Fertpmd 11042016 1149 130 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 131 Entretanto se o capital está limitando todas as com pras desejadas o retorno ao último incremento de fósfo ro tornase importante Se outro insumo por exemplo suplemento protéico estiver apto a retornar US 200 por dólar investido este suplemento deve ser adquirido antes que a adu bação com P2O5 ultrapasse 51 kgha RESUMO Lembrese o manejo dos fertilizantes deve ser con siderado a longo prazo mas a realidade da economia a curto prazo muitas vezes abre precedentes Devese enfatizar entretanto que tais considerações apenas são importantes quando a economia a curto prazo dita as regras Tabela 918 À medida que se aumenta a dose de fosfato para a soja o lucro aumenta para um máximo mas o retorno a curto prazo por dólar investido no último incremento diminui Aumento da Valor do Lucro do Retorno sobre o produção incremento P2O5 último incremento kgha tha kgha USha USha USUS 0 235 17 259 236 4892 3889 487 34 276 175 3854 6740 384 51 287 108 2372 8109 236 68 292 47 1038 8144 103 85 293 13 296 7437 070 Dose de P2O5 Produção Manual Fertpmd 11042016 1149 131 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 132 CAPÍTULO 9 ADUBE PARA TER LUCRO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 Entre 1950 e o início da década de 90 a produção de fertilizantes aumentou de cerca de para ao redor de milhões de toneladas por ano 2 C ou E O descobrimento e a exploração das reservas de potássio do Canadá ocorreram após 1950 3 O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA estima que a produção de várias culturas nos Estados Unidos deverá duplicar nos próximos a anos 4 C ou E Reduzir as doses de fertilizantes vai diminuir os custos de sementes e pesticidas 5 C ou E Reduzir as doses ótimas de fertilizantes vai diminuir a renda potencial 6 Cerca de da produção total das culturas é devido aos fertilizantes entretanto em certos campos indivi duais os fertilizantes são responsáveis por até ou mais 7 Um dólar investido em fertilizantes pode devolver até US ou mais 8 Os quatro componentes do lucro do produtor são e 9 Quando almejar altas produções estabeleça um programa de aumento das produções de a anos e trabalhe para obter uma porcentagem de aumento anual de a desde que você como produtor seja um bom empresário 10 C ou E Altas produções ajudam a proteger o ambiente 11 C ou E Altas produções baixam os custos de produção por unidade e dão um maior retorno por hectare 12 C ou E À medida que os custos de produção caem os lucros aumentam 13 Culturas de altas produtividades aumentam diminuem os riscos associados com preços baixos 14 C ou E Quando os preços dos fertilizantes são altos e o valor das culturas é baixo o uso de fertilizantes deve ser reduzido drasticamente 15 A análise de solos deve ser construída para levar à faixa e em seguida mantida para suportar produções custos de produção e potencial de lucro 16 C ou E À medida que a relação entre preços da cultura e custos de fertilizante se estreita há uma queda proporcional no uso econômico do fertilizante 17 A compra de fertilizantes nitrogenados é um investimento a curto prazo longo prazo 18 A compra de fósforo e potássio é um investimento a curto prazo longo prazo 19 C ou E O valor de revenda da terra pode ser aumentado pelo manejo eficiente dos fertilizantes 20 Um dos benefícios da alta fertilidade do solo é seu efeito na produção das culturas subse qüentes 21 Uma referese ao efeito de um fator de produção na resposta de outro fator 22 O plantio cedo e a adubação potássica do milho positivamente para aumentar o potencial de produção 23 Quatro insumos de produção sem custos ou de baixos custos são e Manual Fertpmd 11042016 1149 132 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 133 24 Aquela produção da cultura na qual os custos unitários são diminuídos para o ponto de maior retorno líquido por hectare é conhecida como 25 C ou E PME é um sistema de MPM 26 C ou E A chave para decidir pelo uso de incrementos adicionais de fertilizantes é se o último incremento produziu ou não um retorno tão alto como o precedente 27 As zonas de lucro potencial à medida que as produções aumentam 28 C ou E A calagem diminui as substâncias tóxicas no solo 29 C ou E A mudança para sistemas de preparo reduzido do solo vai ter pouca influência nos métodos de aplicação dos fertilizantes 30 O nitrogênio aumenta diminui o teor de proteína em plantas não leguminosas 31 O fósforo aumenta o teor de P nos grãos e forragens e melhora a de vacas para corte 32 O potássio diminui as doenças na soja tais como a ferrugem da e do 33 C ou E O enxofre aumenta o teor de proteína das culturas 34 Existem limitações de ordem e para uso de fontes orgânicas de fertilizantes como o esterco animal 35 C ou E Sob o ponto de vista da cultura não existem diferenças entre as várias fontes de fertilizantes 36 Fertilizantes manufaturados são não são produtos naturais 37 Algumas vezes problemas de exigem retornos a curto prazo ao invés de benefícios a longo prazo Manual Fertpmd 11042016 1149 133 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 134 Manual Fertpmd 11042016 1149 134 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 135 TODOS OS NUTRIENTES ESSENCIAIS necessá rios para a produção de alimentos e fibras estão envol vidos com a qualidade do ambiente Em conjunto eles aumentam tanto o potencial de produção como a qua lidade ambiental das empresas agrícolas quando usa dos em quantidades adequadas e equilibradas Os nutrientes de plantas promovem uma cultura mais vigorosa sadia e produtiva aquelas que desen volvem um maior sistema radicular mais resíduos de superfície maior velocidade na formação da cobertura vegetal melhoria na eficiência de uso da água e maior resistência a estresses decorrentes de seca pragas temperaturas baixas época de plantio etc Embora os nutrientes essenciais das plantas exer çam um papel vital no suprimento adequado de alimen tos e na proteção do nosso ambiente alguns apresen tam certos riscos a esse último quando manejados de maneira inadequada Os dois nutrientes mais freqüen temente associados com manejo inadequado e com a poluição ambiental são o nitrogênio N e o fósforo P NITROGÊNIO Perdas de nitrogênio podem ocorrer com a erosão do solo O nitrogênio do solo em resíduos das culturas esterco de animais e em outras frações orgânicas in clusive biomassa de microrganismos do solo está su jeito à erosão e ao movimento com a água e sedimen tos do solo A maior preocupação em relação ao N e o ambiente diz respeito ao movimento potencial do Nnitrato N NO3 não utilizado ou em excesso através do perfil do solo e que atinge o lençol freático lixiviação Em fun ção de sua carga negativa o NNO3 não é atraído para as várias frações do solo Ao contrário ele está livre CAPÍTULO 10 NUTRIENTES DE PLANTAS E O AMBIENTE Página Nitrogênio 135 Fósforo 136 Potássio magnésio e enxofre 137 Micronutrientes 137 Os dois objetivos principais para produção lucrativa e segurança ambiental 137 Adote planos de manejo par atingir metas de produtividade e ambientais 139 Perguntas de revisão 143 para lixiviar à medida que a água se movimenta pelo perfil do solo A Figura 101 ilustra o movimento relati vo do NNO3 em diferentes tipos de solo Todas as fontes de N comercial leguminosas re síduos de culturas matéria orgânica do solo e estercos de animais são rapidamente convertidas para a for ma de NNO3 nos solos ver Capítulo 3 Conseqüente mente todas estão sujeitas à lixiviação para o lençol freático a menos que sejam utilizadas por uma cultura em crescimento ou retidas na forma de N amoniacal NNH4 através de práticas de manejo Figura 101 O Nnitrato é mais passível de se movimen tar para baixo em um solo arenoso do que em um solo argiloso Manual Fertpmd 11042016 1149 135 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 136 Existe pouca base científica para recomendar uma fonte de N ao invés de outra por razões ambientais Fontes de N orgânicas em geral deixam maiores ní veis de NNO3 no solo porque com base na tecnologia atual eles são mais difíceis de manejar adequadamente do que fontes comerciais de N Como descrito no Capítulo 3 o N sofre transforma ções no solo dependendo de vários fatores incluindo umidade temperatura pH do solo aeração do solo etc O resultado final é um ganho líquido ou perda de N na natureza O processo total é conhecido como o Ci clo do Nitrogênio como mostrado na Figura 102 Práticas culturais podem controlar em grande par te as perdas de N dos solos agrícolas Isto é recomen dável tanto sob o ponto de vista econômico quanto ambiental Diminuição das perdas de N significa maior disponibilidade para a produção das culturas e menor possibilidade de movimento para as águas superficiais e para o lençol freático FÓSFORO O fósforo tem sido associado com efeitos ambien tais principalmente pela eutrofização de lagos baías e áreas de água parada Eutrofização é a resposta des tas águas ao enriquecimento excessivo de nutrientes Esse enriquecimento pode ser natural ou causado pelo homem Os sintomas de eutrofização são crescimento excessivo de algas formando tapetes de vegetação aquática e desoxigenação da água exclusão de oxigê nio O fato de que o P é extremamente imóvel nos solos foi discutido no Capítulo 4 Ele é retido adsorvido muito fortemente pelas superfícies dos óxidos e hidróxidos de ferro Fe de alumínio Al e de manganês Mn em solos ácidos Ele é também adsorvido por partículas de argila e em solos calcários é precipitado pelos íons de cálcio Ca para produzir vários tipos de fosfatos de cálcio Figura 102 O ciclo do nitrogênio Manual Fertpmd 11042016 1149 136 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 137 As adições de P usado na agricultura aos arma zenamentos de água são quase totalmente associadas com a erosão O movimento do P está associado à erosão porque O P tem uma solubilidade muito pequena O P movimentase muito pouco na maioria dos solos Concentrações muito pequenas de P são encon tradas na maioria das águas de drenagem Quando a erosão e as perdas de sedimentos são paralisadas as perdas de P são minimizadas POTÁSSIO MAGNÉSIO E ENXOFRE O potássio K na água não apresenta efeito detri mental à saúde ou ao ambiente Ele é essencial para a saúde humana e animal A absorção normal na dieta humana varia de 2000 a 6000 miligramas de K por dia muito acima da concentração nos suprimentos de água O potássio exerce um papel positivo e vital no ambiente porque seu suprimento adequado é essen cial para a utilização eficiente do N e do P ajudando a afastar esses nutrientes dos suprimentos de água A Figura 103 mostra o efeito do K no aumento da produ ção de algodão Com o aumento da produção menos N deixa de ser transportado e assim reduzse o po tencial de lixiviação de NNO3 para o lençol freático Figura 103 A adubação balanceada aumenta a produ ção de sementes de algodão Colômbia Magnésio Mg e enxofre S partindo de fontes usa das na agricultura não são considerados motivos de preocupação ambiental Ambos são nutrientes essen ciais às plantas e precisam ser normalmente forneci dos pela adubação com base em análise de solos e análise foliar Como outros nutrientes essenciais com suprimento inadequado eles podem fazer diminuir a eficiência no uso de N e P MICRONUTRIENTES Os micronutrientes contribuem significativamente para a produção de alimentos e conseqüentemente para a saúde humana Aplicações de micronutrientes com base na análise de solos eou análise foliar apre sentam um impacto ambiental positivo pelos seus efei tos no aumento da produtividade das culturas e no uso mais eficiente de outros nutrientes A importância dos micronutrientes está aumentando à medida que a pro dutividade das culturas aumenta e uma produção agrí cola sustentável requer que eles sejam reaplicados ao solo Existe comumente uma confusão com o cloro Cl um dos micronutrientes essenciais Ele tem sido con fundido com o cloro gasoso que é um gás venenoso e nunca encontrado livre na natureza O cloro ocorre na natureza como cloreto de sódio NaCl cloreto de po tássio KCl e sais de outros metais O cloro não tem sido associado com problemas ambientais ou de saú de Cloreto de potássio muriato de potássio é um importante fertilizante potássico Ele contém cerca de 47 de Cl Cloreto de sódio sal de cozinha comum apresenta mais de 60 de Cl OS DOIS OBJETIVOS PRINCIPAIS PARA PRODUÇÃO LUCRATIVA E SEGURANÇA AMBIENTAL Dois objetivos distintos de manejo das culturas de vem ser considerados para assegurar que quantidades adequadas de nutrientes sejam usadas na agricultura para manter níveis adequados e lucrativos de produ ção e ao mesmo tempo minimizar qualquer efeito po tencial negativo no ambiente Objetivo um Manejar as culturas para ótima eficiên cia dos nutrientes através do uso das melhores práticas de manejo das cultu ras MPM e do sistema de manejo inte grado de culturas MIC nos quais to dos os insumos para produção estão ba lanceados em níveis ótimos Objetivo dois Manejar as culturas para ótima eficiên cia dos nutrientes através do uso de MPM que utilizam técnicas de conser vação do solo e da água de acordo com a especificidade local para otimizar a retenção do solo e minimizar as per das para o lençol freático As MPM envolvem ambas práticas de conserva ção e práticas agronômicas Incorporar tecnologia de MPM em um sistema de produção é a chave para o sucesso econômico e ambiental As MPM são definiti vamente específicas para cada lugar uma MPM para Manual Fertpmd 11042016 1149 137 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 138 um local não é necessariamente a mesma em outro Elas variam para diferentes culturas solos e climas Elas se constituem em práticas que foram testadas pela pesquisa e pela implementação pelos agricultores para atingirem ótimo potencial de produção eficiência dos insumos e proteção ambiental As MPM ajudam o agricultor a alcançar níveis de produção das culturas onde os custos por unidade de produção e lixiviação de NNO3 por unidade de produ ção sejam próximos do mínimo Quase todo NNO3 que é lixiviado durante o inverno ou entre culturas vem da mineralização da matéria or gânica Quando o N do fertilizante é aplicado em do ses que não excedem o ótimo econômico sua contri buição direta para a lixiviação do NNO3 é pequena A produção da cultura utilizando MPM que inclui adubação adequada para ótimo potencial de produção vai aumentar os resíduos das culturas e o potencial de lixiviação de NNO3 da mineralização do N nestes resí duos Mas mais resíduos também significam aumen tos nos níveis de matéria orgânica o que se constitui em fator positivo tanto em termos de fertilidade do solo como de ambiente Práticas de manejo após a colhei ta que minimizem o potencial de mineralização da ma téria orgânica tais como o uso de plantas de cobertu ra fazem parte do pacote de MPM As pesquisas con tinuam a mostrar que a matéria orgânica aumenta o potencial de produção das culturas A Figura 104 dá uma visão conceitual das fontes práticas agrícolas e destino dos nutrientes das plantas em um sistema de produção das culturas As MPM exercem uma função vital ajudando a aumentar a efi ciência no uso de nutrientes pela cultura a aumentar a reciclagem de nutrientes nos resíduos das culturas e a aumentar os níveis de matéria orgânica do solo Ao mesmo tempo as MPM reduzem as perdas de nutrien tes via erosão lixiviação volatilização desnitrificação ou escorrimento superficial O impacto ambiental e a resposta agronômica re sultante de qualquer insumo de produção agrícola são determinados por esse insumo específico mas também pelo nível de manejo de todos os outros insumos ou ações controláveis no sistema de produção À medida que as MPM são colocadas juntas para atingir um sis tema integrado de produção das culturas a eficiência do N e de outros nutrientes aplicados aumenta enquan to as possibilidades de qualquer efeito detrimental so bre a qualidade da água diminui Por exemplo quando o N está equilibrado com ou tros nutrientes advindos de fertilizantes tais como P e Figura 104 Relação das fontes de nutrientes práticas agrícolas e o destino dos nutrientes de plantas em um sistema de produção de culturas adaptada de Follett et al Soil Science Society of America Special Publication 19 1987 Manual Fertpmd 11042016 1149 138 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 139 K a produtividade aumenta Mais N vai para a produ ção da cultura enquanto menos permanece no solo reduzindo assim as chances de lixiviação de NNO3 para o lençol freático A Tabela 101 mostra que a adubação adequada do sorgo granífero em experimentos conduzidos em casa de vegetação resultou em melhor produção e maior eficiência no uso de outros nutrientes Tabela 101 A adubação NPK adequada preserva a pro dutividade Tratamento Produção relativa NPK adequado 100 Sem N 39 Sem P 41 Sem K 80 China A recomendação de fertilizante utilizando as MPM permite às culturas produzirem em um nível econômi co ótimo que para a maioria delas é também o ponto de maior proteção ambiental Um exemplo de recomendação de fertilizante utili zando MPM em pesquisa de trigo na Dinamarca é mostrado na Figura 105 Pouco ou nenhum NNO3 foi deixado no solo acima do nível normal no fim do perío do de crescimento As recomendações de nitrogênio foram ajustadas para um nível de produção ótimo eco nômico Os pesquisadores observaram que a quanti dade de NNO3 lixiviado aumentou muito lentamente comparada com o aumento de produção acima do ní vel de produção ótimo econômico Esta também foi a dose que ocasionou a mínima lixiviação de NNO3 por unidade de produção da cultura Figura 105 Efeito da adubação nitrogenada sobre a pro dução de trigo e lixiviação de NNO3 Corte sia Grupo Agrícola Norsk Hydro as Nor way ADOTE PLANOS DE MANEJO PARA ATINGIR METAS DE PRODUTIVIDADE E AMBIENTAIS 1 Estabeleça metas de produtividade determi ne metas ótimas mas realistas para cada cul tura e para cada gleba A necessidade de nu trientes aumenta com a produtividade A Tabela 102 mostra os nutrientes absorvidos pela cultura do arroz em três níveis de produtividade Consti tuise uma prática para MPM ter certeza de que teores adequados de nutrientes mas não em ex cesso estão prontamente disponíveis para a cul tura desde a semeadura até a maturidade Tabela 102 Exigências nutricionais do arroz para atin gir altas produtividades Absorção de nutrientes kgha N P2O5 K2O Mg S 35 65 28 98 8 6 70 130 56 194 16 12 105 195 84 291 24 18 2 Utilize análise de solo e análise foliar Estas são as melhores ferramentas para a diagnose da quantidade e disponibilidade de nutrientes do solo e as quantidades que devem ser aplicadas para a meta de produtividade Avalie as necessidades de nutrientes com freqüentes análises de solo para P K Ca S Mg micronutrientes e pH A análise foliar confirma diagnoses das necessidades de nutrientes e pode identificar as necessidades du rante o período de crescimento Além disso testes mais confiáveis para a avalia ção da disponibilidade de N no solo estão sendo desenvolvidos O teste de tecidos para N é uma boa ferramenta a ser usada para ajudar a deter minar a quantidade de N a aplicar durante o perío do de crescimento quando se espera doses mais adequadas e utilização mais eficiente do N apli cado A Tabela 103 mostra que a eficiência no uso de N foi aumentada 10 vezes pela adubação com K em um solo deficiente nesse nutriente no Leste de Java Ape sar das produtividades de milho serem baixas os da dos ilustram a importância de uma adubação balancea da no aumento da produção e na proteção do ambien te Onde a fertilidade do solo em relação a P K e ou tros nutrientes constituise em fator limitante a aduba ção balanceada pode aumentar as produtividades e contribuir para a proteção ambiental Isto é verdadeiro para todas as culturas arroz soja hortaliças algo dão café etc Produtividade tha Manual Fertpmd 11042016 1149 139 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 140 Por exemplo a Figura 106 ilustra a importância da adubação balanceada na produtividade de várias cul turas no Paquistão Lembrese à medida que as pro dutividades aumentam mais N é removido do solo resultando em menor potencial para a lixiviação de NNO3 para o lençol freático Tabela 103 O potássio aumenta a produtividade do mi lho e melhora a eficiência no uso do nitro gênio Dose de fertilizante kgha N P2O5 K2O 100 50 0 04 6 94 100 50 50 41 61 39 100 50 100 42 63 37 1 Grãos somente não inclui N nos colmos e raízes Indonésia Figura 106 Efeito da adubação balanceada na produ ção das culturas Paquistão 3 Siga um plano de conservação As MPM para conservação do solo e da água são específicas para cada local Elas incluem preparo conserva cionista terraceamento faixas de culturas em nível escoadouros de água gramados plantio de gramíneas em nível rotação de culturas e plan tas de cobertura controle de microbacias hidro gráficas e escoadouros Um bom plano de conservação do solo e da água para cada propriedade pode ser o fator mais im portante para diminuir a erosão e as perdas po tenciais de solo de água e de nutrientes espe cialmente P retido nos sedimentos e partículas orgânicas Algum tipo de preparo conservacionista pode ser praticado em quase todos os tipos de sistema de produção A Tabela 104 mostra os efeitos positi vos do preparo conservacionista na diminuição do escorrimento superficial da água dos sedimen tos associados e das perdas de P Diminuição no escorrimento superficial representa maior infiltra ção de água e mais água disponível para a cultu ra em crescimento Perdas totais de P são enor memente reduzidas por menores perdas de sedi mentos Tabela 104 O preparo conservacionista reduz o volume do escorrimento superficial e as perdas de sedimentos e de P Volume de escorrimento superficial Lha kgha Convencional aração e gradagem 285000 155 018 Plantio direto 47000 41 001 Maryland EUA 4 Adote as MPM de todos os insumos contro láveis para alcançar maiores produtividades Solos bem adubados juntamente com outras boas práticas de manejo levam a maiores produtivi dades das culturas Altas produtividades com o associado aumento nos resíduos das culturas têm um tremendo efeito positivo na redução do escor rimento superficial da água e das perdas causa das por erosão hídrica e eólica Sempre que for prático os resíduos das culturas devem ser dei xados na superfície do solo para proteção contra erosão eólica e hídrica Altos níveis de fertilidade do solo apresentam mui tos benefícios Um fechamento mais rápido da cobertura vegetal é resultado de melhor nutrição das plantas Isto reduz a energia erosiva das gotas de chuva au menta a eficiência no uso da umidade e reduz a pressão de plantas invasoras A disponibilidade de P nos estádios iniciais de crescimento é especial mente importante para formação rápida da cober tura vegetal O crescimento vigoroso das plantas tanto da par te aérea como das raízes ajuda a manter o solo no seu lugar aumenta a infiltração de água e a sua eficiência de uso e também aumenta a produtivi dade A Tabela 105 mostra um exemplo dos efei tos do bom manejo da fertilidade na produtividade do milho e na eficiência de uso da água Produtividade tha N do fertilizante Removido1 Deixado no solo Tipo de preparo Sedimentos Perda total de P Manual Fertpmd 11042016 1149 140 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 141 5 Planos de aplicação do fertilizante época A eficiência da adubação e o potencial produtivo au mentam quando as aplicações são feitas próximas à época de maior absorção pela cultura Conside re fazer as aplicações nos estádios de crescimen to que correspondem à maior demanda de uso de nutrientes pela cultura Em alguns solos de textura grosseira arenosos aplicações parceladas de K S e alguns micronutrientes podem também ser uma MPM porque o potencial de produção é aumenta do e a proteção ambiental é melhorada pelo uso mais eficiente de outros insumos A Figura 107 mostra que a adubação balancea da juntamente com aplicações em épocas ade quadas aumentou a produção de bananas em cerca de 1500 caixas para exportação por hecta re por ano Devese lembrar que alguma perda de nutrientes vai ocorrer independente do núme ro de aplicações feita Entretanto os fertilizantes não necessariamente aumentam as perdas Na verdade quando se segue o princípio da aduba ção balanceada a eficiência de absorção das plantas aumenta e as perdas de nutrientes são em geral reduzidas aumentando os ganhos do agricultor e protegendo o ambiente 6 Inibidores da nitrificação Estes inibidores re tardam a conversão do N amoniacal NNH4 em N nítrico NNO3 Quando utilizados com doses adequadas de fertilizantes nitrogenados comer ciais ou esterco eles podem aumentar a absor ção de N pela cultura Os inibidores mantêm o N no solo na forma de amônio estável que não está sujeita à lixiviação ou outras formas de perdas O amônio permanece na zona de proliferação das raízes e conseqüentemente está disponível para a absorção das culturas mesmo sob condições de encharcamento do solo que movimenta o N NO3 para maiores profundidades do solo e fora do alcance das raízes das plantas Pesquisas mos tram que o milho o trigo o algodão o sorgo gra nífero e várias outras culturas usam prontamente o amônio e tendem a absorver mais N total quan do o amônio está disponível junto com o NNO3 O uso de inibidores da nitrificação e outras técni cas de estabilização do N são MPM e devem ser consideradas se esses produtos e tecnologia es tão disponíveis em uma dada área Estudos sobre inibidores da nitrificação e outros estabilizantes nos EUA mostraram reduções na lixiviação de NNO3 da ordem de 8 a 27 Além dos benefícios ambientais os inibidores da nitri ficação aumentam o potencial de produção e o uso eficiente das aplicações de N um benefício econômico 7 Planos de localização dos fertilizantes Altas produtividades das culturas não dependem ape nas das doses de fertilizantes e dos métodos de aplicação mas também da localização adequa da A localização adequada dos adubos melhora a disponibilidade de nutrientes para as plantas o que significa altas produtividades e maior eficiên cia nutricional Arranque sulco faixa ou goteja mento injeção profunda e faca são apenas al guns dos termos usados para designar vários métodos de aplicação de fertilizantes Respostas na fase inicial de crescimento para apli cações de fertilizantes em faixas ou sulcos são freqüentemente observadas especialmente de fósforo As respostas são mais freqüentes em cli mas frios ou quando as culturas são plantadas em solos mais frios Estes tipos de respostas são freqüentemente observadas em solos com altos teores de P De maneira geral a localização adequada tem as vantagens de Tabela 105 Efeito da adubação balanceada na produti vidade do milho e eficiência no uso da água Nível de eficiência Produtividade kg grãos da fertilidade tha cm água Baixo 48 75 Médio 93 148 Alto 150 237 635 cm de água Flórida EUA Figura 107 Adubação balanceada em época adequada aumenta a produção de bananas para ex portação Costa Rica Manual Fertpmd 11042016 1149 141 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 142 Possível atraso das reações dos fertilizantes con tendo P e K com o solo por causa do menor con tato solofertilizante Localização mais profunda dos nutrientes no solo onde a umidade para a absorção é menos limitante Menor reação do P com os componentes do solo em função de maiores concentrações de N amo niacal na zona do solo propícia à retenção de P quando N amoniacal e P são aplicados juntos Absorção forçada de N amoniacal causando uma condição mais ácida na superfície das raízes o que favorece a absorção de P RESUMO Como análise final o uso de doses adequadas de nutrientes de plantas para atingir ótimas produtivida des e lucratividade é a chave para a proteção ambiental As MPM desenvolvidas pela pesquisa modificadas e adotadas para condições específicas da propriedade agrícola são importantes tanto para o uso eficiente de nutrientes como para a proteção de nossos recursos de solo e de água Manual Fertpmd 11042016 1149 142 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 143 CAPÍTULO 10 NUTRIENTES DE PLANTAS E O AMBIENTE PERGUNTAS DE REVISÃO 1 C ou E O uso de doses adequadas dos nutrientes essenciais para as plantas melhora nosso ambiente 2 Os dois nutrientes mais comumente associados com a poluição ambiental são e 3 A forma de N geralmente mais associada com o lençol freático e perdas por lixiviação é 4 C ou E O íon nitrato tem uma carga negativa 5 Todas as fontes de N sofrem transformações no solo Estes processos são parte do 6 C ou E O nitrogênio do esterco animal e das leguminosas não é sujeito a perdas por lixiviação 7 C ou E Fontes de N orgânico geralmente deixam maiores níveis de NNO3 no solo porque elas são difíceis de manejar 8 C ou E Boas práticas culturais podem em grande parte controlar as perdas de N dos solos agrícolas 9 C ou E O fósforo é praticamente imóvel no solo 10 C ou E Adições de P nos depósitos de água represas lagos etc são na maior parte provocadas pela ero são 11 A resposta desses depósitos de água aos excessos de nutrientes é conhecida como 12 C ou E O potássio não é associado a problemas ambientais 13 C ou E O potássio exerce um papel positivo no ambiente porque ajuda a aumentar a eficiência no uso de N e P 14 C ou E O cloro que é aplicado nas culturas como KCl apresenta efeitos negativos sobre a qualidade da água e a saúde humana 15 As MPM incluem manejo das culturas associado com e 16 C ou E As MPM são específicas para cada local 17 As MPM aumentam diminuem a eficiência dos nutrientes para as plantas 18 C ou E A recomendação de fertilizantes pelas MPM significa que tanto a produtividade ótima econômica quanto o mínimo impacto ambiental serão atingidos 19 O uso das MPM aumenta diminui os custos por unidade de produção 20 Quase todo o NNO3 lixiviado durante os meses de inverno vem da mineralização da 21 Quando as doses de N excedem àquelas para MPM e produtividades ótimas econômicas o potencial de lixi viação do NNO3 aumenta diminui 22 As duas melhores ferramentas de diagnose para determinar a quantidade e disponibilidade de nutrientes para as plantas são a e a 23 C ou E A análise de solo para determinação do teor de nitrato e o teste de tecidos estão sendo mais ampla mente utilizados Manual Fertpmd 11042016 1149 143 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 144 24 Liste cinco MPM para conservação do solo e da água 25 C ou E Maiores produtividades e o aumento associado de resíduos de culturas têm um tremendo efeito po sitivo no controle do escorrimento superficial de água e na redução da erosão hídrica e eólica do solo e nutrien tes 26 C ou E A eficiência no uso de nutrientes aumenta quando o N do fertilizante é aplicado próximo à época de maior absorção pelas culturas 27 Inibidores da nitrificação retardam a conversão de em 28 A localização dos fertilizantes é uma importante ferramenta de manejo tanto sob aspectos agronômicos como do ambiente Liste quatro maneiras de localização de fertilizantes que podem ser importantes num sistema de produção aumentando a eficiência de uso e controlando o impacto ambiental Manual Fertpmd 11042016 1149 144 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 145 ABSORÇÃO Processo pelo qual uma substância pe netra e é incluída dentro de outra substância isto é absorção de gases água nutrientes ou outras subs tâncias pelas plantas ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Processo de absor ção de nutrientes pelas plantas usualmente através das raízes Pequenas quantidades de nutrientes podem ser absorvidas através das folhas pelo uso da aduba ção foliar ACIDEZ ATIVA Atividade do íon de hidrogênio na fase aquosa de um solo Ela é medida e expressa como um valor de pH ACIDEZ POTENCIAL OU DE RESERVA Quantidade de íons trocáveis de hidrogênio no solo que pode ser liberada para a solução do solo por troca de cátions Os íons de hidrogênio trocáveis retidos nos colóides do solo são chamados de acidez potencial ou de reser va Esse tipo de acidez está em equilíbrio dinâmico com íons de hidrogênio na solução do solo acidez ati va Cálculos conservadores sugerem que a acidez potencial ou de reserva pode ser 1000 a 100000 ve zes maior que a acidez ativa em um solo argiloso ACIDEZ RESIDUAL Acidez final que é desenvolvida em decorrência do uso de fertilizantes em um horizon te específico do solo após os sais residuais terem sido removidos desse horizonte específico pela lixiviação ÁCIDO Uma substância que libera íons de hidrogê nio uma condição em que a atividade do íon hidrogê nio excede a da hidroxila ADESÃO Atração molecular entre superfícies que mantém as substâncias juntas A água adere às partí culas do solo ADSORÇÃO Retenção de uma substância por uma superfície de um sólido ou de um líquido ADSORÇÃO ELETROSTÁTICA Adsorção causada pela atração elétrica de íons por uma superfície com carga ADUBAÇÃO A DOSES VARIÁVEIS É a técnica que muda as doses de fertilizantes de acordo com as mu danças nos níveis de nutrientes disponíveis no solo à medida que o mecanismo aplicador é movimentado pela área GLOSSÁRIO ADUBAÇÃO A LANÇO Aplicação de fertilizantes só lidos ou fluidos ou outro material na superfície do solo com ou sem incorporação subseqüente por práticas de preparo do solo Não implica em localização específica em relação às plantas Os nutrientes podem ser aplica dos antes ou após o plantio da cultura ADUBAÇÃO DE ARRANQUE Aplicação do fertilizante no plantio seja em contato direto com a semente ou ao lado e abaixo da semente ADUBAÇÃO EM COBERTURA Aplicação superficial de fertilizante no solo após o estabelecimento da cultu ra ADUBAÇÃO EM FAIXAS É a forma de adubação que envolve a aplicação de fertilizantes sólidos ou fluidos em faixas de largura variável tanto na superfície como na subsuperfície do solo ADUBAÇÃO EM FAIXAS LATERAIS Aplicação do fertilizante em faixa de um lado ou em ambos os lados da cultura ADUBAÇÃO EM PRÉPLANTIO Fertilizante aplica do ao solo antes do plantio ADUBAÇÃO EM SULCO Colocação do fertilizante em uma zona concentrada seja na superfície do solo ou abaixo dela ADUBAÇÃO EM SULCOS PROFUNDOS Referese à aplicação de nutrientes em préplantio a uma profun didade de 5 a 15 cm abaixo da superfície do solo Algu mas aplicações são feitas até a profundidade de 38 cm Os nutrientes aplicados podem estar na forma sólida líquida ou gasosa ADUBAÇÃO LATERAL Aplicação do fertilizante ao lado da linha da cultura após a emergência da planta ADUBAÇÃO PARCELADA Fertilizante aplicado em duas ou mais vezes durante o período de crescimento da cultura Uma adubação em préplantio e uma ou mais aplicações pósplantio são comuns ADUBO VERDE Plantas cultivadas para serem incor poradas ao solo e aumentar sua fertilidade AERAÇÃO Processo pelo qual o ar do solo é substi tuído pelo ar da atmosfera A taxa de aeração depende grandemente do volume e continuidade de poros den tro do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 145 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 146 AERAÇÃO DO SOLO Processo pelo qual o ar do solo é substituído pelo ar da atmosfera AGREGADO Partículas individuais de areia silte e argila mantidas juntas em uma partícula maior Os agre gados podem ser esferas blocos placas prismas ou colunas AGRICULTURA DE PRECISÃO Manejo dos insumos aplicações de pesticida população de plantas e outras práticas do sistema produtivo de acordo com as mu danças das características e composição do solo ÁGUA DISPONÍVEL A parte da água no solo que pode ser prontamente absorvida pelas raízes das plan tas Considerada por alguns como a água retida no solo contra uma pressão máxima de aproximadamente 15 bars ALCALINO Contendo ou liberando um excesso de hidroxilas em relação a íons de hidrogênio AMONIFICAÇÃO Processo bioquímico pelo qual o N amoniacal é liberado de compostos orgânicos conten do nitrogênio ANÁLISE DE SOLO Análise química da composição do solo usualmente com a finalidade de estimar a dis ponibilidade de nutrientes para as plantas mas tam bém incluindo a determinação da acidez ou alcalinidade do solo e da condutividade elétrica AREIA Partículas inorgânicas com tamanho variando de 20 mm a 005 mm de diâmetro ARGILA Partículas cristalinas inorgânicas naturais que ocorrem em solos ou outras partes da crosta terrestre Partículas de argila têm menos de 0002 mm de diâ metro BACTÉRIA SIMBIÓTICA Em agricultura a definição usualmente trata de bactéria em nódulos que se de senvolvem nas raízes de leguminosas e que têm a ha bilidade de fixar nitrogênio N2 livre da atmosfera em formas que podem ser utilizadas pela planta hospedei ra BASE Substância que reage com íons H ou libera íons hidroxila OH uma substância que neutraliza ácidos e eleva o pH BASE TROCÁVEL Um cátion básico adsorvido a um colóide do solo mas que pode ser substituído por hi drogênio ou outro cátion BORO B Elemento essencial que pode estar envol vido no transporte de carboidratos Essencial para o crescimento dos tubos polínicos e germinação dos grãos de pólen Provavelmente é o micronutriente com defi ciência mais generalizada CALCÁRIO O termo calcário ou calcário agrícola é aplicado ao calcário moído que contém carbonato de cálcio e carbonato de magnésio cal hidratada hidróxido de cálcio ou cal virgem óxido de cálcio O calcário é usado para diminuir a acidez do solo e fornecer cálcio e magnésio como nutrientes essenciais às plantas CÁLCIO Ca Um nutriente essencial um constituinte da parede celular das plantas necessário para algu mas enzimas O cálcio age como regulador do meta bolismo CAPACIDADE DE CAMPO Porcentagem de água que permanece no solo após dois ou três dias de saturação e após praticamente cessar a drenagem livre Não é uma quantidade exata CAPACIDADE DE TROCA DE ÂNIONS CTA Soma do total de ânions que um solo pode adsorver CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS CTC Soma total dos cátions trocáveis que o solo pode adsorver CARBOIDRATO Substância orgânica com a fórmula genérica CH2On por exemplo açúcares e polissacarí deos CARBONATO Um sedimento formado pela precipita ção orgânica ou inorgânica de uma solução aquosa de carbonatos de cálcio magnésio ou ferro tais como calcário ou dolomita CÁTION Um átomo um grupo de átomos ou com postos que são carregados de cargas elétricas positi vas como resultado da perda de eléctrons CELULOSE O carboidrato mais abundante nas plan tas CICLO DO CARBONO Seqüência de transformações pela qual o dióxido de carbono é fixado nos organis mos vivos pela fotossíntese ou quimiossíntese libera do pela respiração e pela morte e decomposição dos organismos fixadores usado por espécies heterotrófi cas e por fim retornando ao seu estado original CICLO DO NITROGÊNIO As rotas seguidas pelo ni trogênio da atmosfera através dos solos plantas ani mais homem e volta à atmosfera CLORO Cl Um nutriente essencial necessário às plantas para as reações fotossintéticas envolvidas na evolução do oxigênio Ele pode atuar na regulação osmótica CLOROFILA Pigmentos verdes retém a luz para a fotossíntese nas plantas algas e algumas bactérias CLOROSE Uma condição anormal das plantas na qual as plantas verdes perdem a cor ou mudam para ama relo Manual Fertpmd 11042016 1149 146 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 147 COBALTO Co O cobalto é essencial para os ani mais e para a fixação de nitrogênio Ele pode atuar na ativação de enzimas em outras plantas COBRE Cu Um nutriente essencial componente de várias enzimas nas plantas Necessário para a forma ção de clorofila nas plantas COLÓIDE Partículas orgânicas e inorgânicas meno res que 0001 mm em diâmetro Os colóides apresen tam uma grande área de superfície geralmente muito reativa COMPLEXO DE TROCA Todos os materiais argila húmus que contribuem para a capacidade de troca do solo CORRETIVO DE SOLO Substância adicionada ao solo para melhorar seu pH ou propriedades físicas por exemplo calcário gesso turfa COULTER INJECTION Uso de um injetor estreito tipo coulter de alta pressão para colocar fertilizante fluido em uma faixa vertical desde a superfície do solo até a profundidade de penetração do injetor É uma variação da aplicação de fertilizantes em sulco CULTIVO Operação de preparo do solo para semear ou transplantar uma cultura ou mais tarde para contro le de plantas invasoras ou para afofar a terra CULTIVO CONSERVACIONISTA Qualquer sistema de preparo do solo que reduz perdas de solo eou água em comparação com o preparo convencional aração e gradagem onde todos os resíduos são incorporados ao solo CULTIVO MÍNIMO Sistema de preparo cultivo que reduz o número das operações mecanizadas a um mí nimo necessário para criar a condição adequada para o plantio e germinação das sementes CULTURAS EM FAIXAS Técnica que reduz a erosão do solo na qual faixas deixadas em pousio ou faixas de culturas são alternadas com faixas de cereais gra míneas ou leguminosas para produção de feno CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA Gráfico mostran do o teor de umidade do solo em relação à energia aplicada para remover a água curva de liberação de umidade DENITRIFICAÇÃO Redução bioquímica do nitrato NO3 ou nitrito NO2 para N gasoso NO ou N2O Ocorre sob condições deficientes em oxigênio DENSIDADE DO SOLO Em solos referese à massa seca peso do solo por unidade de volume DESORÇÃO Liberação de um íon ou molécula de uma superfície O oposto de adsorção DIAGNOSE FOLIAR Estimativa do estado nutricional de uma planta ou das necessidades de nutrientes do solo para a produção de uma cultura através de análi ses químicas eou manifestações visuais das folhas das plantas DIFUSÃO Movimento molecular ao longo de um gra diente A difusão da água ocorre de áreas encharcadas para áreas secas A difusão de gás e soluto ocorre da zona de alta concentração para zonas de baixa con centração DISPERSO Quebra de partículas compostas tais co mo agregados em partículas componentes individuais ou distribuição ou suspenção de partículas finas tais como argila em ou por um meio disperso como a água DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES Suprimento adequado liberdade facilidade de liberação mobilida de Um termo geral freqüentemente usado na descri ção de formas de nutrientes absorvidos pelas plantas DOLOMITA Mineral formado por carbonatos de cál cio e magnésio termo aplicado a calcário que contém algum magnésio DUAL PLACEMENT Aplicação simultânea de dois fertilizantes em faixas subsuperficiais EFICIÊNCIA NO USO DO FERTILIZANTE Uma ex pressão de unidades de produção por unidade de nu triente fornecido à cultura Expressões comuns incluem kg de produção por kg do nutriente aplicado t de pro dução por kg de nutriente etc ELEMENTO Qualquer substância que não pode ser mais separada exceto por desintegração nuclear ELEMENTOS TRAÇOS Outro termo para micronu trientes ELÉTRONS Partículas pequenas carregadas negati vamente e que são parte da estrutura do átomo ENXOFRE S Nutriente secundário essencial para as plantas É essencial na formação das proteínas pois é parte de certos aminoácidos Como parte das proteí nas é essencial para a atividade das enzimas Está en volvido na formação dos nódulos e na fixação de nitro gênio em leguminosas É essencial para a formação da clorofila sem entretanto ser parte da molécula da clorofila ENZIMAS Catalisadores que dirigem e controlam as reações bioquímicas das células Manual Fertpmd 11042016 1149 147 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 148 EQUILÍBRIO Condição de uma reação química ou de um ecossistema completo no qual ocorrem somente pequenas mudanças com o decorrer do tempo EQUIVALENTE O peso em gramas de um íon ou com posto que combina ou substitui 1 grama de hidrogênio O peso atômico ou da fórmula dividido por sua valência EROSÃO Arrastamento da superfície do solo por escorrimento da água vento gelo e outros agentes geológicos A erosão acelerada é causada por erosão eólica pelos ventos ou erosão hídrica pelas águas em taxas mais aceleradas do que aquelas normais ou causadas por agentes geológicos e em geral associa das com a atividade humana ESCORRIMENTO SUPERFICIAL Água que escorre pela superfície do solo ao invés de infiltrar ESTABILIZADOR DE NITROGÊNIO Um composto que retarda o processo de oxidação do nitrogênio no solo pela inibição das bactérias Nitrosomonas os or ganismos que oxidam nitrogênio amoniacal em nitrito Como conseqüência a produção de nitrato é também diminuída e a lixiviação de nitrato e a desnitrificação são reduzidas Veja inibidores da nitrificação ESTRUTURA No solo referese ao arranjo das partí culas primárias em unidades secundárias ou peds com forma e tamanho particulares EUTROFIZAÇÃO Crescimento abundante de plantas aquáticas que leva a condições de deficiência de oxi gênio em lagos ou cursos dágua e que é acelerado pelo enriquecimento de nutrientes EVAPORAÇÃO Perdas de vapor do solo ou água li vre diretamente para a atmosfera EVAPOTRANSPIRAÇÃO Perdas de água do solo por evaporação mais transpiração EXIGÊNCIA DO FERTILIZANTE Quantidade de cer to elemento nutriente de plantas além da quantidade fornecida pelo solo necessária para aumentar o cres cimento destas a um nível ótimo FERRO Fe Micronutriente metálico essencial ab sorvido pelas plantas como íon ferroso Fe O ferro é um catalisador na formação da clorofila e atua como carregador de oxigênio Ele também ajuda a formar certas enzimas que atuam no sistema respiratório das plantas FERTILIDADE DO SOLO O status de um solo no que diz respeito à quantidade e disponibilidade de ele mentos nutrientes necessários ao crescimento das plantas FERTILIDADE RESIDUAL Teor de nutriente disponí vel de um solo transferido para a próxima cultura após a adubação da cultura anterior FERTILIZANTE Qualquer material natural ou manu faturado adicionado ao solo com a finalidade de suprir um ou mais nutrientes das plantas O termo é geral mente aplicado para designar material manufaturado à exceção de calcário e gesso FERTILIZANTE EM SUSPENSÃO Um fluido conten do compostos nutrientes de plantas dissolvidos ou não dissolvidos As suspensões com materiais não dissol vidos são usualmente produzidas com auxílio de um agente de suspensão sem propriedades fertilizantes argila Agitação mecânica ou ar podem ser necessá rios para facilitar a formação de uma suspensão unifor me do nutriente não dissolvido FERTILIZANTE ORGÂNICO Material orgânico que libera ou supre quantidades utilizáveis de um nutriente de plantas quando adicionado ao solo FERTILIZANTE POPUP Fertilizante aplicado no plantio em contato direto com a semente Uma forma de adubação de arranque FERTILIZANTES FLUIDOS líquidos Este termo se aplica à amônia anidra aqua amônia soluções nitro genadas e misturas de fertilizantes líquidos incluindo líquidos límpidos e suspensões de sólidos em líquidos FERTIRRIGAÇÃO Aplicação de fertilizantes na água de irrigação FIXAÇÃO Processos pelos quais nutrientes disponí veis para as plantas tornamse não disponíveis por rea ção com componentes do solo Em geral referese a reações do fósforo amônio e potássio que conduzem a menor disponibilidade FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO Redução e assimilação do N2 uma capacidade de certas bacté rias de vida livre e simbióticas FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO Conversão do nitrogê nio atmosférico elementar N2 em formas orgânicas e inorgânicas Especificamente em solos a fixação refe rese à assimilação de N2 do ar do solo por organismos do solo na formação de compostos de nitrogênio que são disponíveis para as plantas O processo de fixação de nitrogênio associado com nódulos radiculares em leguminosas é conhecido como fixação simbiótica de nitrogênio FLOCULAÇÃO Ajuntamento de partículas coloidais para formar flóculos Manual Fertpmd 11042016 1149 148 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 149 FLOTATION APPLICATION Um tipo de equipamen to para aplicar fertilizantes provido de pneus largos com baixa pressão com a finalidade de distribuir o peso do veículo em uma maior área do solo diminuindo a com pactação FLUXO DE MASSA Movimento de fluido em respos ta à pressão Movimento de calor gases ou solutos jun tamente com o fluxo de fluidos no qual são contidos FORÇAS CAPILARES Forças entre a água e as su perfícies do solo nos poros pequenos capilares FOSFATO Sal de um éster do ácido fosfórico Na in dústria de fertilizantes entretanto o termo fosfato é usualmente aplicado a qualquer material usado como fertilizante que contenha fósforo Também usado em referência a P2O5 uma expressão do teor de fósforo dos fertilizantes FOSFATO DE ROCHA Rocha natural contendo um ou mais minerais de fosfato de cálcio com pureza e quantidade suficientes para permitir o seu uso seja di retamente ou após concentração na fabricação de pro dutos comerciais A maioria dos depósitos de rocha fosfática utilizados na fabricação de fertilizantes fos fatados nos EUA e no Canadá constituise em mine rais da classe das apatitas principalmente fosfato de cálcio FÓSFORO P Um dos nutrientes essenciais requeri do pelas plantas e classificado como um dos três macronutrientes O fósforo é um nutriente de plantas móvel e exerce funçõeschave na fotossíntese respi ração utilização de açúcares armazenamento e trans ferência de energia divisão celular crescimento celu lar código genético e vários outros processos nas plan tas FOTOSSÍNTESE Processo pelo qual as plantas ver des capturam a energia luminosa combinando água e dióxido de carbono para formar os carboidratos O pig mento clorofila é requerido para a conversão da ener gia luminosa em energia química GARANTIA DO FERTILIZANTE Garantia mínima da análise em porcentagem dos principais nutrientes de plantas contidos em um material fertilizante ou em mis turas de fertilizantes GESSO Mineral ou rocha composta de sulfato de cál cio CaSO42H2O GLUCOSE Um açúcar comum com seis átomos de carbono por molécula Presente em todas as células Um constituinte da celulose do amido e de outros polissacarídeos HIDRATADA Que possui água retida ou incorporada como parte de uma estrutura química HIDROXILA Íon ou grupo OH HORIZONTE DO SOLO Uma camada do solo apro ximadamente paralela à superfície da terra HÚMUS A fração da matéria orgânica do solo que permanece estável e escura após a maior parte dos resíduos animais e vegetais sofrer decomposição IMOBILIZAÇÃO Conversão de elementos de uma forma inorgânica em orgânica por sua incorporação em microrganismos ou tecido vegetal tornandoos menos disponíveis para as plantas INCORPORAÇÃO Mistura mecânica do material fer tilizante ou herbicida com a superfície do solo ÍNDICE SALINO Um índice usado para comparar a solubilidade dos compostos químicos usados como fer tilizantes A maioria dos compostos contendo N e K tem altos índices e compostos com P tem baixos índi ces Compostos com altos índices salinos aplicados em contato direto com as sementes em doses eleva das podem causar danos às sementes pela alta afini dade por água que apresentam INFILTRAÇÃO Entrada de água no solo INIBIDORES DE NITRIFICAÇÃO Compostos tais como nitrapirina Nserve e dicianadiamida DCD que atrasam a oxidação bacteriana do íon amônio para ni trato e conseqüentemente retardam a produção de nitrato O objetivo do uso desses compostos é contro lar a lixiviação de nitratos mantendo o nitrogênio por mais tempo na forma de amônio e fornecer por mais tempo N amoniacal para as plantas INJEÇÃO Colocação de fertilizante fluido ou amônia anidra no solo seja pelo uso de sistemas pressurizados ou não INJEÇÃO POR PONTO Feita por multiinjetores es paçados em uma roda de modo a aplicar fertilizante fluido na zona de raízes 1015 cm e a cada 20 cm de distância ÍONS TROCÁVEIS Íons retidos por atração elétrica às superfícies com carga podem ser deslocados por troca com outros íons KNIFED APPLICATION Processo pelo qual o fertili zante é colocado no solo através de um tipo de instru mento cortante LENÇOL FREÁTICO O limite superior da água sub terrânea ou aquele nível abaixo do qual o solo é saturado com água Manual Fertpmd 11042016 1149 149 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 150 LIXIVIAÇÃO Remoção de materiais em solução pela passagem da água através do solo Em agricultura lixiviação referese ao movimento para baixo da água livre percolação para fora da zona de desenvolvimen to de raízes LOCALIZAÇÃO DO FERTILIZANTE Concentração do fertilizante em faixa ou sulco em um local específi co da superfície do solo ou abaixo dessa Exemplos de arranque em faixa superficial em faixa profunda MACRONUTRIENTES Nutrientes essenciais para as plantas que são necessários em maiores proporções MACROPOROS Poros grandes geralmente forma dos pelas raízes pequenos animais do solo e minho cas MAGNÉSIO Mg Nutriente essencial classificado co mo secundário juntamente com o cálcio e o enxofre Ele é um constituinte da clorofila e está envolvido ati vamente na fotossíntese O magnésio ajuda no meta bolismo do fósforo utilização de açúcares pelas plan tas e também na ativação de vários sistemas enzimá ticos MANEJO DE NUTRIENTES Utilização das melhores práticas de manejo MPM o que maximiza a eficiên cia de uso de nutrientes e minimiza as perdas de nutrien tes para o lençol freático MANGANÊS Mn Micronutriente metálico que funcio na primeiramente como parte do sistema enzimático das plantas Ele ativa várias reações metabólicas e tem função direta na fotossíntese ajudando na síntese da clorofila MATERIAL CALCÁRIO Material calcário agrícola sig nifica um produto cujos compostos de cálcio e magnésio são capazes de neutralizar a acidez do solo MATERIAL DE ORIGEM O material não consolida do mineral ou orgânico do qual o solo é formado MATRIZ DO SOLO Como soil fabric a combinação da parte sólida e poros no solo MELHORADOR DO SOLO Qualquer material como calcário gesso serragem ou condicionador sintético que é incorporado ao solo para tornálo adequado ao crescimento das plantas O termo referese comu mente a outros materiais utilizados diferentes daque les usados como fertilizantes MICRONUTRIENTES Nutrientes que as plantas ne cessitam em somente pequenas quantidades Os mi cronutrientes essenciais são boro cloro cobre ferro manganês molibdênio e zinco MICRORGANISMOS DO SOLO Bactérias fungos e outros organismos que reciclam nutrientes e aumen tam sua disponibilidade Organismos patogênicos po dem ter impacto negativo nas plantas MINERALIZAÇÃO Liberação de um elemento da for ma orgânica que o contém Esses processos são leva dos a efeito por microrganismos do solo MICORRIZA A associação usualmente simbiótica de fungos com as raízes das plantas As hifas dos fun gos aumentam a área das raízes e a absorção de nu trientes MOLIBDÊNIO Mo Micronutriente metálico requeri do em menores quantidades em comparação aos ou tros nutrientes O molibdênio é necessário para a sín tese e a atividade da enzima redutase de nitrato É tam bém vital para o processo de fixação simbiótica de ni trogênio por bactérias do gênero Rhizobium nos nódu los das raízes de leguminosas MULCH cobertura morta Qualquer material distri buído na superfície do solo para proteção do impacto das gotas de chuva do sol do congelamento ou eva poração NECESSIDADE DE CALCÁRIO É a quantidade de um bom calcário agrícola necessária para atingir a fai xa de pH desejada no sistema de produção adotado A necessidade de calcário é determinada em laboratório No Brasil existem três métodos de avaliação da ne cessidade de calcário 1 SMP 2 Al e Ca Mg trocá veis 3 Saturação por bases NECROSE Morte de uma parte ou partes do tecido NITRIFICAÇÃO Formação de nitrito e nitrato em so los a partir de íons amônio através da atividade de certas bactérias a oxidação bioquímica de amônio a nitrato NITROBACTER Um gênero de bactérias do solo aeróbico obrigatório quimioautotrófico que oxida os íons nitrito a nitrato no estádio final do processo de nitrificação NITROGÊNIO N Um nutriente essencial constituin te de toda célula viva planta ou animal Nas plantas ele é parte da molécula da clorofila de aminoácidos de proteínas e de vários outros compostos um dos três macronutrientes NITROSOMONAS Um gênero de bactérias do solo aeróbico obrigatório quimioautotrófico que oxida íons amônio a nitrito durante o primeiro estádio do processo de nitrificação Inibidores da nitrificação tais como a nitrapirina especialmente inibem a atividade desses or ganismos Manual Fertpmd 11042016 1149 150 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 151 NUTRIENTE Elemento que contribui para o cresci mento e a saúde de um organismo e é essencial para que este complete o seu ciclo de vida NUTRIENTE ESSENCIAL Um elemento necessário para que uma planta complete seu ciclo de vida NUTRIENTES MÓVEIS Aqueles nutrientes que po dem ser translocados dos tecidos mais velhos para os mais jovens na planta NUTRIENTES SECUNDÁRIOS Cálcio magnésio e enxofre são chamados nutrientes secundários porque eles são essenciais para o crescimento das plantas mas menos freqüentemente deficientes do que os macronutrientes ORTOFOSFATO Uma classe geral de compostos de fosfato fabricados a partir do ácido ortofosfórico H3PO4 incluindo principalmente sais de amônio e cálcio OXIDAÇÃO Mudança química envolvendo adição de oxigênio ou seu equivalente químico Ela inclui a perda de elétrons de um átomo íon ou molécula durante uma reação química Ela pode aumentar a carga positiva de um elemento ou composto OXIGÊNIO Um gás sem cor sem sabor sem cheiro O2 o elemento mais abundante e mais amplamente distribuído na natureza Compreende cerca de 21 do volume do ar PERCOLAÇÃO Movimento de um fluido para baixo no solo PERFIL DO SOLO Seção vertical de um solo que se estende da superfície por todos os horizontes e dentro do material de origem PERMEABILIDADE Facilidade pela qual um meio poroso transmite os fluidos pH Designação numérica de acidez e alcalinidade Tecnicamente pH é o logaritmo comum da recíproca da concentração do íon hidrogênio de uma solução Um pH 7 indica neutralidade valores entre 7 e 14 indicam aumento da alcalinidade valores entre 7 e 0 indicam aumento de acidez PLANTIO DIRETO PLANTIO NA PALHA Sistema de produção agrícola no qual a cultura é plantada so bre o resíduo de uma cultura prévia sem o preparo do solo aração gradagem etc PODER TAMPÃO Processos que limitam ou redu zem as mudanças no pH quando se adicionam ácidos ou bases De maneira geral processos que limitam mudanças na concentração em dissolução de qualquer íon quando ele é adicionado ou removido do sistema POLIFOSFATO Uma classe geral de compostos fosfatados caracterizados por moléculas contendo dois ou mais átomos de fósforo Polifosfatos compreendem duas ou mais moléculas de ortofosfatos com a perda de uma molécula dágua entre cada unidade de ortofosfato Produzidos do ácido superfosfórico dispo níveis principalmente nos fertilizantes fluidos como polifosfatos de amônio PONTO DE MURCHA PERMANENTE É o nível de umidade de um solo no qual as plantas murchas não conseguem recuperar a turgidez Este valor não é cons tante PORCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES Extensão pela qual o complexo sortivo de um solo está saturado com cátions trocáveis que não sejam o hidro gênio É expressa como a porcentagem da capacidade total de troca de cátions PORCENTAGEM DE SÓDIO TROCÁVEL Grau de saturação com sódio do complexo de troca do solo POROS Espaço não ocupado por partículas sólidas no volume total do solo POTÁSSIO K Nutriente essencial um dos três ma cronutrientes incluindo nitrogênio e fósforo É exigido pela maior parte das plantas em quantidades seme lhantes ao nitrogênio O potássio tem funções impor tantes na ativação de sistemas enzimáticos é vital para a fotossíntese e para a formação e utilização de açúca res tem função essencial na síntese protéica manu tenção da estrutura da proteína e ajuda as plantas no uso mais eficiente da água PRECIPITAÇÃO EFETIVA Aquela parte da precipita ção total que tornase disponível para o crescimento da planta PREPARO CONVENCIONAL Sistemas convencio nais de preparo do solo variam consideravelmente de região para região e com as culturas O termo preparo convencional originalmente implicava no uso do ara do de aiveca gradagem e nivelamento da superfície do solo antes de semear Atualmente os sistemas de preparo convencional evoluíram para o uso de outros implementos inclusive o uso do arado escarificador como o principal implemento de preparo PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL Produção contínua anual ou periódica de plantas ou material de plantas produtos de uma área implica em práticas de mane jo as quais vão manter a capacidade produtiva da ter ra QUIMIGAÇÃO Aplicação de fertilizantes eou pes ticidas na água de irrigação para adubar as culturas ou controlar as pestes Manual Fertpmd 11042016 1149 151 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 152 RELAÇÃO CARBONONITROGÊNIO Relação entre peso de carbono orgânico e peso de N total em um solo ou no material orgânico É obtida dividindose a porcen tagem de C orgânico pela porcentagem total de N RHIZOBIA Bactérias capazes de viver em simbiose com plantas superiores usualmente leguminosas das quais elas recebem a energia e são capazes de utilizar o nitrogênio atmosférico ROCHA MATRIZ Rocha sólida abaixo dos solos ou rocha intemperizada com profundidades variando de zero exposta pela erosão a vários metros SILTE Qualquer partícula inorgânica com o tamanho variando de 005 mm a 0002 mm de diâmetro SIMBIÓTICA Relação de dois organismos vivos que beneficia a ambos como a fixação de nitrogênio por Rhizobium em nódulos de raízes de leguminosas SOLO ÁCIDO Solo contendo predominância de íons de hidrogênio na solução do solo acidez ativa e na superfície dos colóides do solo acidez potencial ou de reserva De modo específico referese a um solo cujo pH é menor que 70 SOLO ALCALINO Qualquer solo com pH maior que 70 SOLO ALCALI Solo com um grau de alcalinidade pH 85 ou maior ou com teor elevado de sódio trocável 15 ou mais da capacidade de troca ou ambos SOLO CALCÁRIO Solo que contém calcário livre car bonatos que efervesce visivelmente quando tratado com ácido clorídrico diluído 110 SOLO NEUTRO Solo com a maior porcentagem 80 a 90 da capacidade de troca ocupada por íons de cálcio e magnésio e com pH próximo a 70 SOLO ORGÂNICO Solo que contém alta porcenta gem de matéria orgânica por todo ele SOLO SALINO Solo não alcalino que contém sais solúveis em quantidade tal que interfere no crescimen to da maioria das culturas contendo uma quantidade apreciável de sais solúveis SOLO SALINOALCALI Solo que contém alta pro porção de sais solúveis tendo um alto grau de alca linidade eou grande quantidade de sódio trocável de modo que o crescimento da maioria das culturas é anor mal SOLO SÓDICO O termo sódico referese a um solo que foi afetado por altas concentrações de sais e sódio Solos sódicos têm teores relativamente baixos de sais solúveis mas altos de sódio trocável SOLO SUPERFICIAL Referese à camada superfi cial do solo incluindo a maior parte da matéria orgâni ca do perfil do solo Tecnicamente essa camada é con siderada o horizonte A mais escuro do perfil do solo SOLUÇÃO DO SOLO A fase líquida do solo e seus solutos SOLUÇÕES NITROGENADAS Soluções de fertilizan tes nitrogenados em água Soluções nitrogenadas são usadas na fabricação de fertilizantes mistos líquidos ou secos eou aplicados ao solo através de aplicadores especiais ou na água de irrigação Mais comumente o termo referese a soluções de nitrato de amôniouréia URAN produzidas com a mistura desses fertilizantes e contendo 28 a 32 de nitrogênio SOLUTO Material dissolvido em um solvente para formar uma solução SUBSOLO Camadas do solo abaixo da camada su perficial que podem conter menos matéria orgânica e mais características do material de origem SULCO Método de aplicação de fertilizantes É um termo geral que implica em aplicações que concentram os fertilizantes em uma zona estreita que é mantida intacta para fornecer uma fonte concentrada de nutrien tes A aplicação pode ser feita antes durante ou após o plantio SUPERFOSFATO TRIPLO Referese a todos os ti pos de superfosfato que contém 40 ou mais de P2O5 disponível e que são fabricados pela acidulação do fosfato de rocha com ácido fosfórico O superfosfato simples contém teor apreciável de enxofre na forma de gesso o superfosfato triplo não O fósforo está presen te principalmente como fosfato monocálcico SUPERFOSFATOS Os superfosfatos são produtos obtidos quando fosfatos de rocha são tratados com ácido sulfúrico ou ácido fosfórico ou uma mistura desses áci dos Superfosfato normal comum ou simples re ferese a todos os tipos contendo até 22 de P2O5 dis ponível e que são fabricados comumente por acidu lação de fosfato de rocha com ácido sulfúrico Os superfosfato simples contém fosfato monocálcico mais uma quantidade significativa de gesso TEXTURA DO SOLO Proporção relativa dos vários tamanhos de partículas que constituem o solo Essas partículas são freqüentemente chamadas de frações granulométricas e incluem areia silte e argila e va riam em tamanho dentro de uma determinada amplitu de TEXTURA FINA Consistindo ou contendo grandes quantidades de pequenas partículas no solo Referese a uma alta porcentagem de silte ou argila Manual Fertpmd 11042016 1149 152 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 153 TILTH Uma condição física do solo relativa à sua fa cilidade de preparo adequação como leito para as se mentes e sua resistência à emergência das plântulas e penetração de raízes TRANSPIRAÇÃO Evaporação pelas folhas o fluxo de água através das plantas partindo do solo para a atmosfera TROCA DE CÁTIONS Troca entre um cátion na solu ção e outro cátion na superfície de um material como um colóide argiloso ou orgânico TROCA DE ÍONS Troca entre um íon na solução e outro íon na superfície de qualquer material com su perfície ativa como argila e húmus UMIDADE DISPONÍVEL PARA AS PLANTAS A água do solo retida fracamente de modo a permitir que as plantas a extraiam para seu uso USO CONSUMPTIVE Água usada pelas plantas na transpiração e no crescimento mais a perda do vapor dágua do solo ou neve adjacente ou da precipitação interceptada VOLUME DO SOLO Volume incluindo os sólidos e os poros de uma massa arbitrária do solo WEEDANDFEED Um termo usado na química agrí cola para descrever a mistura de fertilizante e herbicida para aplicação ZINCO Zn Micronutriente metálico um dos primei ros a serem reconhecidos como essenciais para as plan tas O zinco ajuda na síntese de substâncias de cresci mento das plantas atua no sistema enzimático e é es sencial para a promoção de certas reações metabóli cas É necessário para a produção de clorofila e carboi dratos ZONA DE DEPLEÇÃO Região estreita próxima à raiz onde a concentração de nutrientes imóveis no solo tor nase marcadamente diminuída ZONA DE RETENÇÃO Zona do solo onde os nutrien tes são concentrados após a aplicação dos fertilizan tes Usualmente referese a algum tipo de aplicação em faixa Manual Fertpmd 11042016 1149 153 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 154 Manual Fertpmd 11042016 1149 154 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 155 Página Anexo 1 Conceitos básicos sobre acidez do solo e CTC 157 Anexo 2 Qualidade dos corretivos de acidez do solo 161 Tabela 1A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios em Minas Gerais 163 Tabela 2A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Estado de São Paulo 164 Tabela 3A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina 165 Tabela 4A Fatores para conversão entre as unidades e representação dos macronutrientes pri mários e secundários 166 Tabela 5A Fatores multiplicativos de transformação dos resultados analíticos do solo quando expressos em g100 g porcentagem mg100 g mgdm3 e kg ou tha 167 Tabela 6A Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional de Unidades 167 Tabela 7A Fertilizantes nitrogenados comercializados no Brasil 168 Tabela 8A Fertilizantes fosfatados comercializados no Brasil 169 Tabela 9A Fertilizantes potássicos comercializados no Brasil 170 Tabela 10A Fertilizantes com Ca Mg e S comercializados no Brasil 171 Tabela 11A Fertilizantes com micronutrientes comercializados no Brasil 172 Tabela 12A Especificações dos fertilizantes organomineral e composto 174 Tabela 13A Especificações dos fertilizantes orgânicos simples 175 Tabela 14A Composição média de alguns adubos orgânicos 175 Figura 1A Compatibilidade entre vários fertilizantes minerais adubos orgânicos e corretivos 176 ANEXOS Manual Fertpmd 11042016 1149 155 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 156 Manual Fertpmd 11042016 1149 156 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 157 ANEXO 1 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ACIDEZ DO SOLO E CTC Embora os conceitos básicos de acidez e capacidade de troca de cátions CTC sejam bastante conhecidos tanto na região temperada como na região tropical ainda existe muita confusão gerada pelo uso inadequado destes conceitos na solução de problemas ligados à fertilidade do solo Devese salientar que nem os princípios fundamentais da acidez do solo nem aqueles ligados à CTC podem ou devem ser considerados em termos isolados sendo óbvia a necessidade de avaliar as interrelações entre os mesmos Neste sentido cabem algumas definições isoladas destes conceitos como meta para avaliálos em conjun to na diagnose de problemas ligados à fertilidade do solo 1 Acidez ativa é dada pela concentração de H na solução do solo e é expressa em termos de pH em escala que para a maioria dos solos do Brasil varia de 40 a 75 Esse tipo de acidez seria muito fácil de ser neutralizada se não fossem outras formas de acidez notadamente a acidez trocável que tende a manter ao final de reações no solo altos índices de acidez ativa Estimase que um solo com pH 40 e 25 de umidade necessi taria apenas 25 kg de carbonato de cálcio puro por hectare para corrigir este tipo de acidez acidez ativa 2 Acidez trocável cmolcdm3 ou mmolcdm3 referese ao alumínio Al3 e hidrogênio H trocáveis e adsorvidos nas superfícies dos colóides minerais ou orgânicos por forças eletrostáticas Este tipo de acidez é nas análises de rotina extraído com KCl 1N não tamponado que também é utilizado em alguns laboratórios para cálcio e magnésio trocáveis Uma vez que existe muito pouco H trocável em solos minerais solos orgânicos já apresentam altos níveis de H trocável acidez trocável e Al trocável são considerados como equivalentes Nos boletins de análise este tipo de acidez é representado por Al trocável e expresso em cmolcdm3 ou mmolcdm3 A acidez trocável também conhecida por Al trocável ou acidez nociva apresenta efeito prejudicial no desenvolvimento normal de um grande número de culturas Portanto quando um solo apresenta toxidez de alumínio isto significa que ele possui altos índices de acidez trocável ou acidez nociva Um dos principais efeitos da calagem é eliminar este tipo de acidez 3 Acidez nãotrocável cmolcdm3 ou mmolcdm3 é a quantidade de acidez titulável que ainda permane ce no solo após a remoção da acidez trocável com uma solução de um sal neutro nãotamponado como KCl 1N Este tipo de acidez é representado por H em ligação covalente mais difícil de ser rompida com as frações orgânicas e minerais do solo O ponto relevante em relação a este tipo de acidez é que ela não é prejudicial ao crescimento vegetal embora em certas situações doses mais elevadas de calcário que a neutralizem total ou parcialmente possam apresentar efeitos benéficos adicionais A avaliação da acidez nãotrocável é feita subtraindose os valores da acidez trocável da acidez potencial ou total sendo ambas expressas em cmolcdm3 ou mmolcdm3 Outro ponto relevante é que a acidez nãotrocável é uma estimativa das cargas negativas passíveis de serem liberadas a pH 70 em decorrência da metodologia utilizada É portanto um parâmetro que interage intima mente com a CTC do solo 4 Acidez potencial ou acidez total cmolcdm3 ou mmolcdm3 referese ao total de H em ligação covalente mais H Al3 trocáveis sendo usada na sua determinação uma solução tamponada a pH 70 Muitos laboratórios de rotina em fertilidade do solo no Brasil já incorporaram determinação do H Al3 com todas as implicações benéficas do conhecimento e utilização deste parâmetro Manual Fertpmd 11042016 1149 157 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 158 Um esquema dos principais componentes da acidez em relação às frações ativas da matéria orgânica minerais de argila óxidos oxihidróxidos e hidróxidos de ferro e alumínio é mostrado na figura que segue para uma consolidação mais efetiva destes conceitos 5 Soma de bases trocáveis cmolcdm3 ou mmolcdm3 SB este parâmetro como o próprio nome indica reflete a soma de cálcio magnésio potássio e se for o caso também o sódio todos na forma trocável no complexo de troca de cátions do solo Enquanto os valores absolutos resultantes das análises destes componen tes refletem os níveis destes parâmetros de forma individual a soma de bases dá uma indicação do número de cargas negativas dos colóides que estão ocupadas por bases A soma de bases em comparação com a CTC efetiva e Al trocável permite calcular a porcentagem de saturação por alumínio e a porcentagem de saturação por bases desta CTC Em comparação com a CTC a pH 70 permite avaliar a porcentagem de saturação por bases desta CTC V parâmetro indispensável para o cálculo da calagem pelo método utilizado em alguns Estados do país SB Soma de bases trocáveis Ca2 Mg2 K Na com os valores expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 6 CTC efetiva cmolcdm3 ou mmolcdm3 t reflete a capacidade efetiva de troca de cátions do solo ou em outras palavras a capacidade do solo em reter cátions próximo ao valor do pH natural Quando se compara a CTC efetiva de um solo virgem sob cerrado 10 cmolcdm3 com a de um Latossolo Roxo eutrófico por exemplo 150 cmolcdm3 fica óbvio o comportamento diferencial destes solos em termos de retenção de cátions perdas por lixiviação necessidade de parcelamento das adubações potássicas etc Avaliandose este parâmetro em conjun to com textura e teor de matéria orgânica podese inferir uma série de dados adicionais relevantes ao adequado manejo da fertilidade dos solos t CTC efetiva Ca2 Mg2 K Na Al3 com os componentes expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 7 Porcentagem de saturação por alumínio m expressa a fração ou quantos por cento da CTC efetiva estão ocupados pela acidez trocável ou Al trocável Em termos práticos reflete a porcentagem de cargas negativas do solo próximo ao pH natural que está ocupada por Al trocável É uma outra forma de expressar a toxidez de alumínio Em geral quanto mais ácido é um solo maior o teor de Al trocável em valor absoluto menores os teores de Ca Mg e K menor a soma de bases e maior a porcentagem de saturação por alumínio O efeito prejudicial de altos teores de Al trocável eou de alta porcentagem de saturação por alumínio no desenvolvimento e produção de culturas sensíveis a este problema é fato amplamente comprovado pela pesquisa Manual Fertpmd 11042016 1149 158 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 159 100 x Al3 100 x Al3 t Ca2 Mg2 K Na Al3 com os valores expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 Subtraindose a porcentagem de saturação por Al m de 100 obtémse a porcentagem de saturação por bases da CTC efetiva 8 CTC a pH 70 cmolcdm3 ou mmolcdm3 T esta CTC também conhecida como capacidade de troca potencial do solo é definida como a quantidade de cátions adsorvida a pH 70 É um parâmetro utilizado nos levantamentos de solos no Brasil e em geral subutilizado em termos de avaliação de fertilidade Sob o ponto de vista prático é o nível da CTC de um solo que seria atingido caso a calagem deste fosse feita para elevar o pH a 70 ou o máximo de cargas negativas liberadas a pH 70 passíveis de serem ocupadas por cátions A diferença básica entre a CTC efetiva e a CTC a pH 70 é que esta última inclui hidrogênio H que se encontrava em ligação covalente muito forte com o oxigênio nos radicais orgânicos e oxihidróxidos de ferro e alumínio tão comuns nos solos brasileiros T CTC a pH 70 SB H Al3 Ca2 Mg2 K Na H Al3 com os componentes expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 9 Porcentagem de saturação por bases da CTC a pH 70 V este parâmetro reflete quantos por cento dos pontos potenciais de troca de cátions do complexo coloidal do solo estão ocupados por bases ou seja quantos por cento das cargas negativas passíveis de troca a pH 70 estão ocupadas por Ca Mg K e às vezes Na em comparação com aqueles ocupados por H e Al É um parâmetro utilizado para separar solos considerados férteis V 50 de solos de menor fertilidade V 50 É indispensável para o cálculo da calagem pelo método da elevação da saturação por bases em uso em vários Estados 100 x SB 100 x Ca2 Mg2 K Na T Ca2 Mg2 K Na H Al3 com os componentes expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 Subtraindose a porcentagem de saturação por bases V de 100 obtémse a porcentagem de saturação por ácidos H Al M da CTC a pH 70 No Conceito de Produção 16 são comentados alguns aspectos do solo como reservatório de cátions Um aspecto interessante nesta ilustração é que as bases Ca2 Mg2 K Na ocupam cerca de 50 da CTC efetiva e cerca de 20 da CTC a pH 70 Conseqüentemente o conceito de saturação por bases depende do conceito de CTC envolvido Podese deduzir portanto que à medida que se incorpora calcário ao solo aumentase o nível de Ca e Mg e reduzse o teor de Al sendo que a pH 56 não deve existir Al trocável no solo e conseqüentemente a porcenta gem de saturação por Al da CTC efetiva deve ser praticamente zero ou em outras palavras a porcentagem de saturação por bases da CTC efetiva deve ser 100 ou a acidez trocável deixa de existir Para certas culturas calagem apenas para neutralizar esta acidez trocável seria mais recomendável É importante comentarse ainda que grande parte da CTC a pH 70 é ocupada por H que precisa ser neutralizado pela ação da calagem se se deseja liberar cargas negativas que se encontram não dissociadas Isto somente irá ocorrer com a elevação do pH acima do valor 56 onde o Al ou acidez trocável já deixa de atuar Muitas culturas mostram efeitos benéficos da incorporação de calcário em doses mais elevadas que irão neutrali zar parte deste H ou parte desta acidez nãotrocável Esta é a base do método de recomendação de calcário pelo critério de elevação da saturação por bases da CTC a pH 70 uma vez que elevar a saturação por bases corresponde a elevar o pH diminuir a saturação por Al e gerar mais pontos de troca catiônica dependentes de pH Observação Neste texto e na Tabela 1A a soma de bases é representada por SB em substituição ao símbolo S tradicional com a finalidade de evitar confusão com o símbolo do enxofre m Porcentagem de saturação por Al ou V Manual Fertpmd 11042016 1149 159 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 160 Manual Fertpmd 11042016 1149 160 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 161 ANEXO 2 QUALIDADE DOS CORRETIVOS DE ACIDEZ DO SOLO A qualidade dos corretivos de acidez do solo é em geral determinada em função de duas características granulometria e teor de neutralizantes Em termos de granulometria que nada mais é que o grau de moagem do material a legislação brasileira atual Portaria SEFIS nº 03 de 12 de junho de 1986 determina que os corretivos da acidez do solo deverão possuir as seguintes características mínimas Passar 100 em peneira de 200 mm ABNT nº 10 Passar 70 em peneira de 084 mm ABNT nº 20 Passar 50 em peneira de 030 mm ABNT nº 50 Permitida tolerância de 5 na peneira de 200 mm A reatividade RE ou a velocidade de ação do corretivo no solo é função da granulometria e para efeito de cálculo adotamse os seguintes valores Fração Reatividade 200 mm 0 200 mm e 084 mm 20 084 mm e 030 mm 60 030 mm 100 A avaliação do teor de neutralizantes é feita pela determinação do poder de neutralização PN expresso em ECaCO3 equivalente em CaCO3 de acordo com a metodologia vigente e que é a capacidade potencial teóri ca de um corretivo para corrigir a acidez dos solos A legislação atual determina que os corretivos de acidez comercializados no Brasil possuam as seguintes características mínimas quanto ao poder de neutralização PN e aos teores de CaO e MgO PN Soma ECaCO3 CaO MgO Calcários 67 38 Cal virgem agrícola 125 68 Cal hidratada agrícola 94 50 Escórias 60 30 Calcário calcinado agrícola 80 43 Outros 67 38 Materiais corretivos da acidez Manual Fertpmd 11042016 1149 161 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 162 O poder relativo de neutralização total PRNT que integra a granulometria e o teor de neutralizantes é obtido pela fórmula RE 100 O exemplo a seguir ajuda a compreender o conceito Calcário Característica química Granulometria CaO 38 200 mm 2 MgO 10 200 mm e 084 mm 12 PN 93 084 mm e 030 mm 26 03 mm 60 PN 93 0 x 2 20 x 12 60 x 26 100 x 60 100 RE 78 93 x 78 100 Para os calcários os valores mínimos estabelecidos na legislação são 67 para PN e 45 para PRNT Os calcários podem ser classificados 1 Quanto à concentração de MgO a calcíticos menos de 5 b magnesianos de 5 a 12 c dolomíticos acima de 12 2 Quanto ao PRNT Faixa A PRNT de 450 a 600 Faixa B PRNT de 601 a 750 Faixa C PRNT de 751 a 900 Faixa D PRNT superior a 900 RE PRNT PRNT 725 PRNT PN x Manual Fertpmd 11042016 1149 162 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 163 Tabela 1A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios em Minas Gerais Teor no solo Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto cmolcdm3 Ca trocável 015 164 4 Mg trocável 005 061 1 Al trocável 003 041 1 Acidez potencial H Al 025 265 5 Soma de bases 02 215 5 SB Ca Mg K CTC efetiva t 025 266 6 SB Al CTC a pH 70 T 045 4610 10 mgdm3 K disponível 045 4680 80 P disponível Solo argiloso 05 610 10 Solo barrento 010 1020 20 Solo arenoso 020 2130 30 Saturação por Al m 020 2140 4160 60 100 x AlAl SB Saturação por bases V 025 2650 5170 7190 90 100 x SBT dagkg Matéria orgânica 015 1630 30 Fortemente Medianamente Fracamente Neutro Fracamente Fortemente ácido ácido ácido alcalino alcalino 5 5059 669 7 7178 78 Notas a cmolcdm3 meq100 cm3 mgdm3 ppm dagkg b Extratores Ca Mg Al KCl 1 molL P K Mehlich 1 H Al solução tampão SMP ou acetato de amônio Fonte adaptada de CFSMG 1998 Atributos pH em água Manual Fertpmd 11042016 1149 163 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 164 Tabela 2A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Estado de São Paulo Produção relativa 070 7190 91100 100 100 Teores Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto mgdm3 Fósforo P Florestais 02 35 68 916 16 Perenes 05 612 1330 3160 60 Anuais 06 715 1640 4180 80 Hortaliças 010 1125 2660 61120 120 SSO4 2 04 510 10 mmolcdm3 K trocável 00 07 0815 1630 3160 60 Ca2 trocável 03 47 7 Mg2 trocável 04 58 8 mgdm3 Boro B 0020 021060 060 Cobre Cu 002 0308 08 Ferro Fe 04 512 12 Manganês Mn 012 1250 50 Zinco Zn 005 0612 12 Acidez Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa pH em CaCl2 Até 43 4450 5155 5660 60 Saturação por bases Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta V 025 2650 5170 7190 90 Notas a mmolcdm3 meq100cm3 x 10 mgdm3 ppm massavolume b Extratores P K Ca Mg resina S fosfato de cálcio B água quente Cu Fe Mn Zn DTPA Fonte Raij et al 1996 Atributos Manual Fertpmd 11042016 1149 164 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 165 Tabela 3A Níveis de fertilidade do solo para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina Teores Limitante Muito baixo Baixo Médio Suficiente Alto pH em água 5 5155 5660 5660 Matéria orgânica 25 2650 2650 cmolcL Cálcio Ca 20 2140 40 Magnésio Mg 05 0610 10 Ca Mg 25 2650 50 mgL Potásssio K 20 2140 4160 6180 81120 120 Fósforo P Classe 1 1 112 214 416 6 8 Classe 2 15 163 316 619 9 12 Classe 3 2 214 419 9114 14 18 Classe 4 3 316 6112 12118 18 24 Classe 5 4 418 8116 16124 24 30 Classe 6 3 316 6 Enxofre S 20 2050 50 Cobre Cu 015 015040 040 Zinco Zn 02 020050 050 Boro B 01 03 03 Classe 1 55 de argila eou solos Erexim Durox Vacaria Santo Ângelo Aceguá Pouso Redondo Boa Vista etc Classe 2 41 a 55 de argila eou solos Passo Fundo francoargiloso e argiloso Estação Oásis Ciríaco Associação CiríacoCharrua São Borja Vila Farroupilha Rancho Grande Içara etc Classe 3 26 a 40 de argila eou solos Passo Fundo francoarenoso e arenoso Júlio de Castilhos São Jerônimo Alto das Canas São Gabriel Canoinhas Jacinto Machado Lages etc Classe 4 11 a 25 de argila eou solos Cruz Alta Tupanciretã Rio Pardo Camaquã Bagé Bexigoso Pelotas São Pedro Santa Maria Pinheiro Machado etc Classe 5 10 de argila eou solos Bom Retiro Tuia Vacacaí etc Classe 6 solos alagados arroz irrigado por inundação 100 mgL para leguminosas e para culturas exigentes em enxofre brássicas liliáceas etc Notas a Considerar como classe 2 os solos Ciríaco Associação CiríacoCharrua São Borja Oásis Farroupilha etc que apresentam elevado teor de silte b mv relação massavolume cmolcL centimol de carga por litro de solo me100mL ou medL mgL miligrama por litro de solo ppm massavolume c Extratores P e K Mehlich 1 Ca Mg Al KCl 1 M S fosfato de cálcio Cu e Zn HCl 01 M B água quente Fonte CFSRSSC 1994 Atributos Manual Fertpmd 11042016 1149 165 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 166 Tabela 4A Fatores para conversão entre as unidades e representação dos macronutrientes primários e secundários Unidade Milimol de Forma Forma Forma de Forma conhecida carga elementar de óxido radical de sal Nitrogênio mmolc g N g NO3 g NH4 mmolc 1 001401 006201 001804 g N 71377 1 442680 128783 g NO3 16126 022589 1 029092 g NH4 55432 077650 343740 1 Fósforo mmolc g P g P2O5 g PO4 3 mmolc 1 001032 002367 003166 g P 96899 1 229136 306618 g P2O5 42265 043642 1 133812 g PO4 3 31589 032614 074732 1 Potássio mmolc g K g K2O mmolc 1 003909 004709 g K 25582 1 120458 g K2O 21236 083016 1 Cálcio mmolc g Ca g CaO g CaCO3 mmolc 1 002004 002804 005004 g Ca 49900 1 139920 249726 g CaO 35663 071470 1 178477 g CaCO3 19984 040044 056023 1 Magnésio mmolc g Mg g MgO g MgCO3 mmolc 1 001215 002015 004216 g Mg 82304 1 165807 346829 g MgO 49628 060311 1 209100 g MgCO3 23719 028833 047807 1 Enxofre mmolc g S g SO4 2 g CaSO4 mmolc 1 001603 004803 006807 g S 62375 1 299588 424588 g SO4 2 20820 033379 1 141724 g CaSO4 14691 023552 070560 1 Estes fatores exceto meq podem ser usados em outras unidades de peso mmolc milimol de carga meq miliequivalente Não é óxido mas sim radical Fonte Adaptada de Verdade 1963 Elemento Manual Fertpmd 11042016 1149 166 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 167 Tabela 5A Fatores multiplicativos de transformação dos resultados analíticos do solo quando expressos em g100 g porcentagem mg100 g mgdm3 e kg ou tha Expressões g100g mg100g mgdm3 kgha tha g100 g 1 1000 10000 20000 20 mg100 g 0001 1 10 20 002 mgdm3 00001 01 1 2 0002 kgha 000005 005 05 1 0001 tha 005 50 500 1000 1 Considerandose densidade aparente 100 Considerandose um hectare com 2000 t profundidade de 20 cm e densidade aparente 100 Fonte Adaptada de Verdade 1963 Tabela 6A Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional de Unida des Unidade nova N N A x F gkg gdm3 gL 10 ppm mgkg mgdm3 mgL 1 meq100 cm3 mmolcdm3 10 meq100 g mmolckg 10 meqL mmolcL 1 P2O5 P 0437 K2O K 0830 CaO Ca 0715 MgO Mg 0602 mmhocm dSm 1 Fonte Raij et al 1996 Unidade antiga A Fator de conversão F Manual Fertpmd 11042016 1149 167 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 168 Tabela 7A Fertilizantes nitrogenados comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Amônia anidra 82 de N Amoniacal NH4 Água amoniacal 10 de N Amoniacal NH4 Cianamida de cálcio 18 de N Cianamídica e até 3 de 28 a 38 de cálcio N como nitrato de cálcio Cloreto de amônio 25 de N Amoniacal NH4 62 a 66 de cloro Nitrato de amônio 32 de N 50 amoniacal NH4 50 nítrica NO3 Nitrato de amônio e cálcio 20 de N 50 amoniacal NH4 2 a 8 de cálcio e 1 a 5 de 50 nítrica NO3 magnésio Nitrato de cálcio 14 de N Nítrica NO3 e até 15 18 a 19 de cálcio e 05 a amoniacal NH4 15 de magnésio Nitrato duplo de sódio e 15 de N Nítrica NO3 potássio 14 de K2O Nitrato de sódio 15 de N Nítrica NO3 O teor de perclorato de sódio não poderá exceder a 1 Nitrosulfocálcio 25 de N 50 amoniacal NH4 3 a 5 de cálcio e 3 a 5 de 50 amídica NH2 magnésio Solução nitrogenada 21 de N Soluções aquosas de amônia nitrato de amônio uréia e outros compostos Sulfato de amônio 20 de N Amoniacal NH4 22 a 24 de enxofre O teor de tiocinato de amônio não poderá exceder a 1 Sulfonitrato de amônio 25 de N 75 amoniacal NH4 13 a 15 de enxofre 25 amídica NH2 Sulfonitrato de amônio e 19 de N 67 amoniacal NH4 12 a 14 de enxofre magnésio 35 de Mg 33 nítrica NO3 Uréia 44 de N Amídica NH2 Teor de biureto até 15 para aplicação no solo e 03 para adubação foliar Uréia formaldeído 35 de N Amídica NH2 Pelo menos 60 do N total deve ser insolúvel em água UréiaSulfato de amônio 40 de N 88 amídica NH2 Teor de biureto até 15 para 12 amoniacal NH4 aplicação no solo e 03 para adubação foliar Manual Fertpmd 11042016 1149 168 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 169 Tabela 8A Fertilizantes fosfatados comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Escória de Thomas 12 de P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico 20 a 29 de cálcio e 04 a 3 a 2 na relação 1100 de magnésio Fosfato bicálcico 38 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 12 a 14 de cálcio Fosfato diamônico DAP 16 N N na forma de NH4 45 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 38 P2O5 P2O5 sol em H2O Fosfato monoamônico 9 N N na forma de NH4 MAP 48 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 44 P2O5 P2O5 sol em H2O Fosfato monopotássico 51 P2O5 P2O5 sol em H2O 33 K2O K2O sol em H2O Fosfato natural 24 P2O5 P2O5 total 23 a 27 de cálcio 4 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 Fosfato natural parcialmente 25 P2O5 P2O5 total Contém cálcio e cloro acidulado clorídrico 18 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O Fosfato natural parcialmente 20 P2O5 P2O5 total 25 a 27 de cálcio 0 a 6 de acidulado fosfórico ou 9 P2O5 ou P2O5 sol em CNA H2O enxofre e 0 a 2 de magnésio sulfúrico 11 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 5 P2O5 P2O5 sol em água Fosfato natural reativo 28 P2O5 P2O5 total 30 a 34 de cálcio farelado 9 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 Fosfossulfato de amônio 13 de N N na forma de NH4 14 a 15 de enxofre 20 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O Hiperfosfato 30 P2O5 pó P2O5 total 30 a 34 de cálcio 12 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 28 P2O5 P2O5 total granulado 12 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 Nitrofosfato 14 de N N na forma de NO3 8 a 10 de cálcio 18 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 16 P2O5 P2O5 sol em H2O Superfosfato duplo 28 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 18 a 20 de cálcio e 6 a 8 25 P2O5 P2O5 sol em H2O de enxofre Continua CNA Citrato Neutro de Amônio Manual Fertpmd 11042016 1149 169 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 170 Tabela 9A Fertilizantes potássicos comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Cloreto de potássio 58 K2O K2O solúvel em água 45 a 48 cloro Cl cloreto Sulfato de potássio 48 K2O K2O solúvel em água 15 a 17 enxofre S sulfato 0 a 12 magnésio Mg Sulfato de potássio e magnésio 18 K2O K2O e Mg solúveis em 22 a 24 enxofre S 45 Mg água sulfato 1 a 25 cloro Cl Nitrato de potássio 44 K2O K2O solúvel em água 13 N N na forma nítrica NO3 Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Tabela 8A Continuação Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Superfosfato 18 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 18 a 20 de cálcio e 10 a 12 simples 16 P2O5 P2O5 sol em H2O de enxofre Superfosfato simples 1 de N N na forma de NH4 N P2O5 18 15 a 19 de amoniado 14 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O cálcio e 10 a 12 de enxofre Superfosfato triplo 41 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 12 a 14 de cálcio 37 P2O5 P2O5 sol em H2O Superfosfato triplo amoniado 1 de N N na forma de NH4 N P2O5 41 11 a 13 de 38 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O cálcio Termofosfato magnesiano 17 P2O5 P2O5 total 18 a 20 de cálcio 14 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico 7 Mg a 2 na relação 1100 Termofosfato magnesiano 17 P2O5 P2O5 total 18 a 20 de cálcio grosso 14 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico 7 Mg a 2 na relação 1100 100 passa em peneira ABNT No 28 084 mm Termo superfosfato 18 P2O5 P2O5 total 12 a 15 de cálcio 3 a 5 de 16 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico enxofre e 1 a 2 de magnésio a 2 na relação 1100 5 P2O5 P2O5 sol em água CNA Citrato Neutro de Amônio Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Manual Fertpmd 11042016 1149 170 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 171 Tabela 10A Fertilizantes com Ca Mg e S comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Carbonato de magnésio 27 Mg Magnésio total na forma de carbonato MgCO3 Cloreto de cálcio 24 de Ca Ca solúvel em água na forma de CaCl22H2O Enxofre 95 de S Enxofre total Kieserita 16 de Mg Mg solúvel em água 21 a 27 de enxofre MgSO4H2O Óxido de magnésio 55 Mg Magnésio total na forma Magnésia de óxido MgO Sulfato de cálcio 16 de Ca Ca e S determinados na Gesso agrícola 13 de S forma elementar Sulfato de magnésio 9 Mg Solúvel em água 12 a 14 de enxofre Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Manual Fertpmd 11042016 1149 171 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 172 Tabela 11A Fertilizantes com micronutrientes comercializados no Brasil Garantia mínima Boro Bórax 11 B Borato de sódio Na2B4O710H2O Solúvel em água ou Na2B4O75H2O Ácido bórico 17 B Ácido H3BO3 Solúvel em água Pentaborato de 18 B Borato de sódio Na2B10O1610H2O Solúvel em água sódio ou Na2B10O16 Ulexita 8 B Borato de sódio Não solúvel em água Na2O2CaO5B2O316H2O 12 a 14 cálcio Ca Colemanita 10 B Boro total na forma de borato de Não solúvel em água cálcio CaO3B2O35H2O FTE 1 B Silicato Não solúvel em água total Boro orgânico 8 B Boro na forma de éster ou amida Cobre Sulfato de cobre 13 Cu Sulfato Solúvel em água e 16 a 18 enxofre S Fosfato cúprico 32 Cu Fosfato de amônio e cobre 34 a 36 P2O5 solúvel amoniacal CuNH4PO4H2O em CNA amoniacal água e 5 a 7 de N total Cloreto cúprico 16 Cu Cloreto CuCl2 Solúvel em água e 50 a 52 cloro Cl Óxido cúprico 75Cu Óxido CuO Óxido cuproso 89Cu Óxido Cu2O FTE 1 Cu Silicato Não solúvel em água total Quelato 5 Cu Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de cobre poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato de cobre 22 Cu CuNO323H2O Solúvel em água 9 de N Carbonato de cobre 48 Cu CuCO3CuOH2 Ferro Fosfato ferroso 29 Fe FeNH4PO4H2O Solúvel em água amoniacal 36 a 38 P2O5 e 5 a 7 N totais Polifosfato de ferro 22 Fe FeNH4HP2O7 55 a 59 P2O5 e e amônio 4 a 5 N totais Sulfato férrico 23 Fe Fe2SO434H2O 18 a 20 enxofre S Sulfato ferroso 19 Fe FeSO47H2O 10 a 11 enxofre S Micronutriente Fertilizante Forma do nutriente Observações Continua Manual Fertpmd 11042016 1149 172 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 173 Tabela 11A Continuação Garantia mínima Ferro FTE 2 Fe Silicato Não solúvel em água total Quelato 5 Fe Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de ferro poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato férrico 11 Fe FeNO339H2O Solúvel em água e 8 de N Cloreto férrico 15 Fe FeCl36H2O Solúvel em água e 30 de Cl Cloreto ferroso 23 Fe FeCl24H2O Solúvel em água e 30 de Cl Carbonato de ferro 41 Fe FeCO3 Manganês Sulfato manganoso 26 Mn MnSO43H2O Solúvel em água e 14 a 15 enxofre S Óxido manganoso 41 Mn MnO Não solúvel em água total FTE 2 Mn Silicato Não solúvel em água total Quelato 5 Mn Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de manganês poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato de manganês 16 Mn MnNO326H2O Solúvel em água e 8 de N Cloreto de manganês 35 Mn MnCl2 Solúvel em água e 45 de Cl Carbonato de manganês 40 Mn MnCO3 Molibdênio Molibdato de amônio 54 Mo NH4 6Mo7O242H2O Solúvel em água e 5 a 7 N total Molibdato de sódio 39 Mo Na2MoO42H2O Solúvel em água Trióxido de molibdênio 66 Mo MoO3 Não solúvel em água total FTE 01 Mo Silicato Não solúvel em água Zinco Sulfato de zinco 20 Zn ZnSO47H2O Solúvel em água e 16 a 18 enxofre S Carbonato de zinco 52 Zn ZnCO3 Não solúvel em água total Óxido de zinco 50 Zn ZnO Não solúvel em água total FTE 3 Zn Silicato Não solúvel em água total Continua Micronutriente Fertilizante Forma do nutriente Observações Manual Fertpmd 11042016 1149 173 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 174 Tabela 11A Continuação Garantia mínima Zinco Quelato 7 Zn Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de zinco poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato de zinco 18 Zn ZnNO326H2O Solúvel em água e 8 de N Cloreto de zinco 40 Zn ZnCl2 Solúvel em água e 44 de Cl Cobalto Cloreto de cobalto 34 Co CoCl22H2O Solúvel em água Óxido de cobalto 75 Co CoO Não solúvel em água total FTE 01 Co Silicato Não solúvel em água Nitrato de cobalto 17 Co CoNO326H2O Solúvel em água e 8 de N Fosfato de cobalto 41 Co CoPO42 32 de P2O5 Sulfato de cobalto 18 Co CoSO47H2O Solúvel em água e 9 de S Carbonato de cobalto 42 Co CoCO3 Quelato de cobalto 2 Co Ligado a EDTA DTPA Solúvel em água EDDHA HEDTA EDDHMA EDDCHA poliflavonóides lignosulfonatos glucomatos e citratos Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Micronutriente Fertilizante Forma do nutriente Observações Tabela 12A Especificações dos fertilizantes organomineral e composto Garantia Organomineral Composto Matéria orgânica total Mínimo de 15 Mínimo de 40 Nitrogênio total Conforme declarado no registro Mínimo de 10 Umidade Máximo de 20 Máximo de 40 Relação CN Máximo de 181 pH Mínimo de 60 Mínimo de 60 P2O5 Conforme declarado no registro K2O Conforme declarado no registro Soma NPK NP PK ou NK Mínimo de 6 Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Manual Fertpmd 11042016 1149 174 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 175 Tabela 13A Especificações dos fertilizantes orgânicos simples Umidade Matéria N P2O5 máxima orgânica mínimo mínimo mínimo Esterco de bovino 25 36 6 201 1 Esterco de galinha 25 50 6 201 15 Bagaço de cana 25 36 6 201 1 Palha de arroz 25 36 6 201 1 Palha de café 25 46 6 201 13 Borra de café 25 60 6 201 18 Torta de algodão 15 70 5 Torta de amendoim 15 70 5 Torta de mamona 15 70 5 Torta de soja 15 70 5 Farinha de osso 15 6 15 20 total dos quais 80 solúvel em ácido cítrico a 2 Farinha de peixe 15 50 4 6 total Farinha de sangue 10 70 10 Turfa e Linhita 25 30 6 181 1 Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Orgânicos simples pH CN processados de mínimo máximo Tabela 14A Composição média de alguns adubos orgânicos Adubo Matéria orgânica N P2O5 K2O Esterco de bovinos 57 17 09 14 Esterco de equinos 46 14 05 17 Esterco de suínos 53 19 07 04 Esterco de ovinos 65 14 10 20 Esterco de aves 50 30 30 20 Composto orgânico 31 14 14 08 Resíduo urbano 29 14 02 10 pH kgm3 Vinhaça Mosto de melaço 42 49 07 02 55 Mosto de calda 40 31 03 02 15 Mosto misto 36 24 04 03 27 Com exceção dos três tipos de vinhaça os demais dados são com base na matéria seca Manual Fertpmd 11042016 1149 175 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 176 Figura 1A Compatibilidade entre vários fertilizantes minerais simples adubos orgânicos e corretivos Manual Fertpmd 11042016 1149 176 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 177 LITERATURA CONSULTADA ANDA Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas Acidez do Solo e Calagem 2ed São Paulo 1988 16p Boletim Técnico nº 1 BRASIL Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária Divisão de Fiscalização de Corretivos e Fertilizantes Inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes corretivos inoculantes estimulan tes ou biofertilizantes destinados à agricultura Legislação Brasília Ministério da Agricultura 1983 86p CFSEMG COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais 4ª aproximação Lavras 1989 159p CFSRSSC COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLORSSC Recomendações de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina 3ed Passo Fundo SBCSNúcleo Regional Sul 1994 223p KIEHL EJ Fertilizantes orgânicos São Paulo Editora Agronômica Ceres 1985 492p LOPES AS Solos sob cerrado características propriedades e manejo Piracicaba Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1984 162p LOPES AS GUIDOLIN JA Interpretação de Análise de Solo conceitos e aplicações São Paulo ANDA Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas 1987 58p Boletim Técnico nº 2 MALAVOLTA E Elementos de Nutrição Mineral de Plantas São Paulo Editora Agronômica Ceres 1980 251p MALAVOLTA E Manual de Química Agrícola nutrição de plantas e fertilidade do solo São Paulo Editora Agronômica Ceres 1968 640p MARTIN JP ERVIN JO WOLF DC Microbiology of Turf Soils Turfgrass slide monograf Madison Crop Science Society of America 1978 10p ORLANDO Fº J LEME EJA Utilização agrícola dos resíduos de agroindústria canavieira In SIMPÓSIO SOBRE FERTILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA Brasília 1984 Anais Brasília EMBRAPADEP 1984 p451475 RAIJ B VAN Avaliação da fertilidade do solo Piracicaba Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p RAIJ B VAN Gesso agrícola na melhoria dos solos brasileiros São Paulo ANDA Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas 1988 88p RAIJ B VAN QUAGGIO JA Uso e eficiência de calcário e gesso na agricultura In SIMPÓSIO SOBRE FER TILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA Brasília 1984 Anais Brasília EMBRAPADEP 1984 p323346 RAIJ B VAN CANTARELLA H QUAGGIO JA FURLANI AMC eds Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo 2ed Campinas Instituto Agronômico 1986 285p Boletim Técnico nº 100 RUTLAND DW SCHULTZ JJ Fertilizer Quality Control Alabama International Fertilizer Development Center IFDC 1988 10p Mimeografado SIQUEIRA OJF de et al Recomendações de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina Passo Fundo EMBRAPACNPT 1987 100p TISDALE FL NELSON WL Soil fertility and fertilizers 3ed New York Mac Millan Publishing Co Inc 1975 694p VERDADE FC Representação e conversão dos constituintes do solo dos adubos e das cinzas das plan tas Campinas Instituto Agronômico 1963 16p Boletim Técnico nº 71 Manual Fertpmd 11042016 1149 177
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Texto de pré-visualização
MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO 2ª edição revisada e ampliada Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato Sem título1 11042016 1133 1 MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO Conhecer a fertilidade do solo é conhecer a solução para a sobrevivência do homem neste planeta 2ª edição revisada e ampliada Sem título1 11042016 1133 3 ii Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 4 MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO Tradução e adaptação do original em inglês International Soil Fertility Manual publicado pelo Potash Phosphate Institute PPI EUA em 1995 por Alfredo Scheid Lopes Engº Agrº MSc PhD em Fertilidade do Solo Professor Emérito do Deptº de Ciência do Solo Universidade Federal de Lavras Lavras MG e Consultor Técnico da ANDA São Paulo SP Publicado por Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato Rua Alfredo Guedes nº 1949 7º andar sala 701 13416900 PiracicabaSP Brasil 2ª edição revisada e ampliada Manual Internacional de Fertilidade do Solo iii Sem título1 11042016 1133 5 Normatização revisão e editoração eletrônica Engª Agrª Silvia Regina Stipp e Abdalla Arte desenhos Wilson Jonas Silveira É permitida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios de reprodução desde que seja citada a fonte IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO Campus Luiz de QueirozUSP Instituto da Potassa Fosfato Manual internacional de fertilidade do solo Tradução e adaptação de Alfredo Scheid Lopes 2 ed rev e ampl Piracicaba POTAFOS 1998 177 p il 1 Fertilidade do solo I Lopes Alfredo Scheid II Título CDD 63142 iv Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 6 APRESENTAÇÃO A primeira edição deste manual foi publicada pelo Potash Phosphate Institute em 1978 na sua versão original em Inglês Devido a grande procura pela comunidade agronômica da América Latina ele foi também publicado nas versões Espanhol e Por tuguês Com a crescente demanda de informações nas diferentes regiões do mundo abrangidas pelo programa internacional dos Institutos da Potassa e do Fosfato dos EUA e do Canadá PPIPPIC decidiuse então elaborar uma nova edição enfatizando respostas aos nutrientes obtidas em locais distintos dos citados na versão original O esforço conjunto da equipe internacional do PPIPPIC permitiu a elaboração do Ma nual Internacional de Fertilidade do Solo no idioma Inglês dentro deste novo enfoque A presente publicação é o resultado da excelente tradução do texto original para a língua portuguesa feita pelo Dr Alfredo Scheid Lopes Professor Emérito do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras Além das adaptações às nossas condições de clima e solo Prof Lopes incluiu notas explicativas novos conceitos visuais e apêndice com definições de conceitos níveis de fertilidade do solo e tabelas caracterizando os fertilizantes e calcários de acordo com a legislação vigente no país Espero que a aplicação inteligente dos ensinamentos contidos neste manual venha permitir melhores condições de competitividade aos agricultores brasileiros dentro da economia globalizada Piracicaba 21 de Dezembro de 1998 Tsuioshi Yamada diretor POTAFOS Manual Internacional de Fertilidade do Solo v Sem título1 11042016 1133 7 vi Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 8 ÍNDICE PÁGINA CAPÍTULO 1 Conceitos sobre Fertilidade do Solo e Produtividade1 CAPÍTULO 2 Reação do Solo e Calagem 23 CAPÍTULO 3 Nitrogênio 37 CAPÍTULO 4 Fósforo 51 CAPÍTULO 5 Potássio 67 CAPÍTULO 6 Os Nutrientes Secundários 79 CAPÍTULO 7 Os Micronutrientes 89 CAPÍTULO 8 Análise de Solo Análise Foliar e Técnicas de Diagnose 103 CAPÍTULO 9 Aspectos Econômicos e outros Benefícios da Adubação119 CAPÍTULO 10 Nutrientes de Plantas e o Ambiente 135 GLOSSÁRIO 145 ANEXOS 155 LITERATURA CONSULTADA 177 Manual Internacional de Fertilidade do Solo vii Sem título1 11042016 1133 9 viii Manual Internacional de Fertilidade do Solo Sem título1 11042016 1133 10 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 1 INTRODUÇÃO SOLOS SÃO o meio no qual as culturas desenvol vemse para alimentar e abrigar o mundo Entender a fertilidade do solo é compreender a necessidade bási ca para a produção vegetal1 ver Conceito de Produ ção 11 Como um agricultor pode fazer com que suas cul turas produzam de modo eficiente e competitivo sem solos férteis Como os extensionistas agrícolas podem ajudar os agricultores e darlhes informações técnicas sem a compreensão da fertilidade do solo A fertilidade é vital para a produtividade mas um solo fértil não é necessariamente um solo produtivo A má drenagem os insetos a seca e outros fatores po dem limitar a produção mesmo quando a fertilidade é adequada Para compreendermos completamente a fer tilidade do solo precisamos conhecer também os ou tros fatores que favorecem ou limitam a produtivida de CAPÍTULO 1 CONCEITOS SOBRE FERTILIDADE DO SOLO E PRODUTIVIDADE Página Introdução 1 Nutrientes essenciais para as plantas 2 Textura e estrutura do solo 2 Colóides e íons do solo 8 Capacidade de troca de cátions 9 Retenção de ânions no solo 9 Matéria orgânica do solo 13 Profundidade do solo 17 Declividade 17 Organismos do solo 17 Equilíbrio de nutrientes 17 Resumo 19 Perguntas de revisão 20 Para compreender a produtividade do solo é preci so reconhecer as relações soloplanta existentes Cer tos fatores externos controlam o crescimento das plan tas ar calor temperatura luz suporte mecânico nu trientes e água A planta depende do solo pelo menos em parte para a obtenção de todos estes fatores com exceção da luz Cada um desses fatores afeta direta mente o crescimento da planta e está relacionado aos demais ver Conceito de Produção 12 Uma vez que a água e o ar ocupam os espaços porosos do solo os fatores que afetam as relações hídricas necessariamente influenciam o arejamento Isto faz com que as mudanças no teor de umidade afetem a temperatura do solo A disponibilidade de nutrientes é influenciada pelo balanço entre solo e água assim como pela temperatura do solo O crescimento das raízes também é influenciado pela temperatura do solo bem como pela quantidade de água e pela aeração A fertilidade do solo na agricultura moderna é uma parte de um sistema dinâmico Os nutrientes estão sen do constantemente exportados na forma de produtos 1 O conceito de solo é mais abrangente pois inclui ainda o meio para a produção de energia renovável álcool por exemplo e moradia madeira para construção etc Manual Fertpmd 11042016 1149 1 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 2 de plantas e animais Infelizmente outros podem ser perdidos por lixiviação e erosão Além disso outros como o fósforo P e o potássio K podem ser retidos por certos tipos de argila do solo A matéria orgânica e os microrganismos do solo imobilizam e depois libe ram os nutrientes através do tempo Se o processo pro dutivo da agricultura fosse um sistema fechado o ba lanço nutricional poderia ser relativamente estável Isto não ocorre assim entretanto e é por isto que é essen cial compreender os princípios de fertilidade do solo para uma produção eficiente das culturas e para a pro teção ambiental As seções seguintes deste capítulo abordam as características do solo que influenciam o crescimento das plantas Os nutrientes essenciais para as plantas também são enumerados e classificados em catego rias Os capítulos seguintes deste manual caracterizam cada nutriente das plantas incluindo a quantidade re movida pelas culturas bem produtivas seu papel no crescimento das plantas seus sintomas de deficiência suas relações no solo os fertilizantes que os contêm e os impactos no ambiente NUTRIENTES ESSENCIAIS PARA AS PLANTAS Dezesseis elementos químicos são chamados es senciais para o crescimento das plantas Eles são divi didos em dois grupos principais os nãominerais e os minerais Os nutrientes nãominerais são o carbono C o hidrogênio H e o oxigênio O Estes nutrientes são encontrados na atmosfera e na água e participam da fotossíntese da seguinte maneira Luz 6CO2 12H2O 6O2 6CH2O 6H2O Dióxido de Água Oxigênio Carboidratos Água carbono Os produtos da fotossíntese são responsáveis pela maior parte do crescimento das plantas Quantidades insuficientes de dióxido de carbono água ou luz redu zem o crescimento A quantidade de água usada na fotossíntese é tão pequena que as plantas mostrarão deficiência hídrica antes do teor de umidade ser sufi cientemente baixo para afetar a velocidade da fotossín tese ver Conceito de Produção 12 Os treze nutrientes minerais que são fornecidos pelo solo estão divididos em três grupos primários secundários e micronutrientes1 Nutrientes primários Nitrogênio N Fósforo P Potássio K Nutrientes secundários Cálcio Ca Magnésio Mg Enxofre S Cinco nutrientes adicionais sódio Na cobalto Co vanádio V níquel Ni e silício Si têm sido considerados como essenciais para algumas plantas Estes cinco micronutrientes quase nunca são deficien tes em solos Os nutrientes primários geralmente tornamse deficientes no solo antes dos demais porque as plan tas os usam em quantidades relativamente grandes Os nutrientes secundários e os micronutrientes são geralmente menos deficientes e usados em quantida des menores Mas eles são tão importantes quanto os nutrientes primários para uma adequada fertilidade do solo As plantas precisam têlos à disposição quando e onde necessário2 TEXTURA E ESTRUTURA DO SOLO A textura do solo é determinada pela quantidade de areia silte e argila que ele possui Quanto menor o ta manho das partículas mais próximas da muito argilo sa e quanto maior o tamanho das partículas mais pró xima da arenosa estará a textura Por exemplo Um solo com alto teor de areia é classificado como de textura areia Quando pequenas quantidades de silte ou argila estão presentes o solo tornase de textura areia franca ou francaarenosa Os solos com predominância de argila são classi ficados como argiloso ou muito argiloso Quando a areia o silte e a argila estão presentes em proporções mais ou menos iguais o solo é classifi cado como tendo textura franca ou barrenta As 12 classes texturais para solos são mostradas na Figura 11 Uma simplificação em uso no Brasil é mostrada na Figura 12 1 Embora o silício Si não seja considerado como elemento essencial fisiologicamente é um elemento essencial sob os as pectos agronômicos notadamente para as gramíneas O cobalto Co é considerado um nutriente essencial para as leguminosas por ser indispensável ao Rhizobium microrganismo responsável pela fixação biológica do nitrogênio 2 Atualmente as deficiências de macronutrientes secundários especialmente enxofre e magnésio têm ocorrido com freqüência devido à maior exportação dos mesmos com o aumento das produções e também com o uso de adubos concentrados em N P e K que não contêm S e Mg como impurezas Micronutrientes Boro B Cloro Cl Cobre Cu Ferro Fe Manganês Mn Molibdênio Mo Zinco Zn Manual Fertpmd 11042016 1149 2 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 3 CONCEITO DE PRODUÇÃO 11 A EXPLOSÃO POPULACIONAL Para atender à crescente demanda da produção de alimentos especialistas da FAO estimam que é preciso a aumentar em 60 a produtividade das culturas nos países em desenvolvimento e b incorporar cerca de 200 milhões de novos hectares ao processo produtivo principalmente na região tropical do globo O caso do Brasil não é exceção com uma taxa de crescimento anual de 247 o que significa a duplicação da população a cada 279 anos implicando uma previsão de 202 milhões de habitantes no ano 2000 Se por um lado a situação brasileira é também preocupante quanto ao aumento da população possivelmente nenhum país tropical tem tantas perspectivas positivas de aumento da produtividade das culturas e de expansão da área cultivada para a produção de alimentos tanto para o consumo interno como para produzir excedentes exportáveis como o Brasil PARA QUE OS OBJETIVOS DA AGRICULTURA BRASILEIRA SEJAM ATINGIDOS É FUNDAMENTAL O USO EFICIENTE DE CORRETIVOS AGRÍCOLAS E FERTILIZANTES A humanidade levou 1830 anos para atingir o 1º bilhão de habitantes 100 anos para o 2º bilhão 30 anos para o 3º bilhão e no ano 2000 a expectativa é de 72 bilhões de pes soas na face da Terra Esta previsão foi estabelecida em 1975 Dados da FAO mais recen tes estimam para o ano 2025 uma população de 83 bilhões na face da Terra Manual Fertpmd 11042016 1149 3 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 4 CONCEITO DE PRODUÇÃO 12 FOTOSSÍNTESE O MILAGRE DA NATUREZA ESTE MODELO mostra como a planta usa a água e os nutrientes do solo e o oxigênio do ar para fabricar carboidratos C gorduras G e proteínas P Quanto mais ela puder fabricar mais alimen tos ou fibras ela irá produzir O homem ajuda a natureza neste processo de três maneiras 1 pelo fornecimento de mais nitrogê nio fósforo potássio calcário e outros nutrientes necessários para assegurar o suprimento adequado para a obtenção de produções ótimas 2 pelo controle da umidade através da irrigação eou drenagem ou de práticas que racionalizem o uso da água 3 por meio do preparo adequado e de práticas de manejo que deixem o meio ambiente o melhor possível para o crescimento Cabe aqui relembrar a Lei do Mínimo que enfatiza a importância de todos os nutrientes essenciais sem exceção Conceito de Produção 13 Manual Fertpmd 11042016 1149 4 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 5 Figura 11 Classes texturais para solos de acordo com a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo Figura 12 Versão simplificada das classes texturais para solos Manual Fertpmd 11042016 1149 5 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 6 CONCEITO DE PRODUÇÃO 13 A LEI DO MÍNIMO A BASE DA PRODUTIVIDADE O rendimento de uma colheita é limitado pela ausência de qualquer um dos nutrientes essenciais mesmo que todos os demais estejam disponíveis em quantidades adequadas A função de uma agricultura desenvolvida é colaborar com a natureza que fornece gratuitamente o gás carbônico CO2 a água H2O e a energia solar necessários ao processo de FOTOSSÍNTESE Mas a Lei do Mínimo não pode ser esquecida Para entendermos esse conceito vejamos a figura ao lado Cada tábua do barril representa um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas Neste exemplo se um solo deficiente em NPK for corrigido pela adubação com esses nutrien tes a deficiência de S passará a ser o próximo fator limitante Se as deficiências de NPK e S fo rem corrigidas a de Zn tornarseá a próxima limitante e assim sucessivamente Em resumo A produção das culturas é limi tada pelo nutriente mineral menos disponível para as plantas Os nutrientes minerais que em geral são fornecidos à planta pelo solo e complementados pelo uso de calcário adubação orgânica e adubação mineral são mostrados na figura ao lado Micronutrientes Boro B Cloro Cl Cobre Cu Ferro Fe Manganês Mn Molibdênio Mo Zinco Zn Nutrientes primários Nitrogênio N Fósforo P Potássio K Nutrientes secundários Cálcio Ca Magnésio Mg Enxofre S Manual Fertpmd 11042016 1149 6 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 7 A textura e a estrutura do solo influenciam a quantidade de ar e de água que as plantas em cresci mento podem obter O tamanho das partículas é im portante por duas razões As partículas menores de argila são mais forte mente unidas do que as partículas maiores de areia Isto significa que existem pequenos poros para a água e para o ar As partículas menores apresentam superfícies es pecíficas muito maiores do que as partículas maio res Por exemplo a maior partícula de argila tem cerca de 25 vezes mais área de superfície do que a menor partícula de areia À medida que a área de superfície aumentar a quantidade de água adsorvida retida aumentará Conseqüentemente as areias retêm pouca água porque seu grande espaço poroso permite a drenagem livre da água dos solos As argilas adsorvem relativa mente grandes quantidades de água e seus menores espaços porosos a retêm contra as forças da gravida de Apesar dos solos argilosos possuírem maior capa cidade de retenção de água que os solos arenosos nem toda esta umidade está disponível para as plantas em crescimento Os solos argilosos e aqueles com altos teores de matéria orgânica retêm mais fortemente a água que os solos arenosos Isto significa mais água não disponível Assim sendo os solos argilosos retêm mais água do que os arenosos mas a maior parte des ta água não é disponível O termo capacidade de campo define a quanti dade de água que permanece no solo após cessar o fluxo gravitacional Ela é expressa em porcentagem de peso1 A quantidade de água que um solo ainda contém após as plantas secarem de modo permanente é cha mada de ponto de murcha permanente A água ain da está presente neste ponto mas é tão fortemente retida que as plantas não têm capacidade para utilizá la A água disponível para as plantas em crescimento é a quantidade que o solo contém entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente A Fi gura 13 mostra como a água disponível varia de acor do com a textura do solo2 Figura 13 Variação na quantidade de água disponível para as plantas em algumas classes texturais de solos Os solos arenosos não podem armazenar tanta água quanto os solos argilosos mas uma maior porcenta gem da água que está presente nos solos arenosos está disponível Conseqüentemente não existe uma rela ção constante entre textura do solo e água disponível como é mostrado na Figura 13 Os solos de textura fina argila e muito argiloso são facilmente compactados Isto reduz o espaço poroso o que limita o movimento do ar e da água através do solo causando um grande escorrimento superficial das águas da chuva O déficit hídrico pode tornarse um problema mesmo sob fortes chuvas As argilas são pegajosas quando molhadas e formam torrões duros quando secas Conseqüentemente o teor adequado de umidade é extremamente importante quando o solo é preparado para o plantio3 Os solos arenosos são por natureza mais secos porque retêm pouca água Eles são soltos com menor tendência para a compactação do que os argilosos e fáceis de preparar Entretanto os solos que contêm al tas proporções de areia muito fina são facilmente com pactados 1 Muitos solos do Brasil e da região tropical embora com altos teores de argila comportamse em termos de retenção de água como solos arenosos São solos com argilas de baixa atividade caulinita e sesquióxidos em geral altamente poro sos Muitos Latossolos sob cerrado apresentam esta característica 2 O conceito de água disponível é clássico e de natureza estática Contudo atualmente este conceito é concebido como de natureza dinâmica A maior ou menor quantidade de água disponível dependerá das interações da água dentro do sistema soloplantaatmosfera 3 Muitos solos da região tropical mesmo com altos teores de argila apresentam excelente agregação e estrutura Isto é devido à presença de oxihidróxidos de ferro e alumínio em teores elevados Muitos Latossolos brasileiros apresentam excelentes condições de estrutura Manual Fertpmd 11042016 1149 7 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 8 Os solos com alto teor de silte são geralmente os que apresentam a pior estrutura As partículas se agre gam e eles são compactados muito facilmente O manejo adequado ajuda a manter ou desenvol ver uma boa estrutura no solo O tamanho e a forma dos grânulos determinam a qualidade da estrutura A melhor estrutura é aquela em blocos e granular com as partículas agregadas para permitir o livre movimento do ar e da água A estrutura do solo influencia de modo marcante o crescimento das raízes e da parte aérea À medida que o solo tornase mais compacto a proporção de maio res espaços porosos decresce o crescimento das raízes diminui e a produção declina O solo ideal para a produção das culturas deve pos suir as seguintes características Textura franca e teor adequado de matéria orgâni ca para o movimento da água e do ar Quantidade suficiente de argila para reter a umida de de reserva no solo Subsolo permeável e profundo com níveis ade quados de fertilidade Meio ambiente adequado para as raízes se aprofun darem em busca de umidade e nutrientes COLÓIDES E ÍONS DO SOLO À medida que os solos são formados durante os processos de intemperização alguns minerais e a ma téria orgânica são reduzidos a partículas extremamen te pequenas As mudanças químicas diminuem ainda mais estas partículas até o ponto em que elas não po dem ser vistas a olho nu Estas partículas de menor tamanho são chamadas de colóides Os cientistas aprenderam que os colóides minerais argilosos possuem estrutura semelhante a placas e são de natureza cristalina Na maioria dos solos os colóides argilosos excedem em quantidade os colóides orgâni cos Os colóides são os principais responsáveis pela atividade química dos solos O tipo de material de origem e o grau de intempe rização determinam os tipos de argila presentes no solo Uma vez que os colóides do solo são derivados destas argilas sua atividade também é influenciada pelo ma terial de origem e pela intemperização Cada colóide argiloso ou orgânico apresenta uma carga líquida negativa desenvolvida durante o pro cesso de formação Isto significa que ele pode atrair e reter partículas com carga positiva do mesmo modo que pólos diferentes de um ímã se atraem Os colóides repelem outras partículas de carga negativa da mes ma forma que pólos idênticos de um ímã se repelem1 Um elemento com uma carga elétrica é chamado de íon O potássio o sódio o hidrogênio o cálcio e o magnésio possuem cargas positivas Eles são chama dos de cátions e podem ser escritos na forma iônica como é mostrado a seguir Note que alguns cátions possuem mais de uma carga positiva Tabela 11 Tabela 11 Cátions comuns do solo seus símbolos quí micos e formas iônicas Cátion Símbolo químico Forma iônica Potássio K K Sódio Na Na Hidrogênio H H Cálcio Ca Ca 2 Magnésio Mg Mg 2 Os íons com cargas negativas tais como o nitrato e o sulfato SO4 2 são chamados de ânions A Tabela 12 mostra alguns ânions comuns Os colóides de cargas negativas atraem os cátions e os retêm como um ímã retêm pequenos pedaços de metal Esta característica dos colóides explica porque o nitrogênio na forma de nitrato NO3 é lixiviado mais facilmente do solo do que o nitrogênio na forma de amônio NH4 O nitrato possui uma carga negativa fraca como os colóides do solo Assim sendo o nitra to não é retido pelo solo mas permanece como um íon livre na água do solo passível de ser lixiviado através do perfil em alguns solos e sob certas condições de pluviosidade Este conceito é mostrado na Figura 14 1 A carga negativa do solo pode ser permanente e variável A carga variável que depende do pH do solo é muito importante para as condições da maioria dos solos brasileiros Sob estas condições as únicas formas de aumentar a carga negativa variável e conseqüentemente aumentar a capacidade de troca de cátions CTC é através da calagem elevação do pH manejo adequado dos restos culturais adubação verde e adubação orgânica Tabela 12 Ânions comuns do solo seus símbolos quí micos e formas iônicas Ânion Símbolo químico Forma iônica Cloreto Cl Cl Nitrato N NO3 Sulfato S SO4 2 Fosfato P H2PO4 Manual Fertpmd 11042016 1149 8 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 9 Figura 14 Atração dos cátions cargas positivas pelos colóides de cargas negativas argilas e ma téria orgânica existentes no solo ânions são repelidos CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS ver Conceitos de Produção 14 15 e 16 Os cátions retidos nos colóides do solo podem ser substituídos por outros cátions Isto significa que eles são trocáveis Por exemplo o cálcio pode ser trocado por hidrogênio eou potássio ou viceversa O número total de cátions trocáveis que um solo pode reter a quantidade de sua carga negativa é chamada de sua capacidade de troca de cátions ou CTC Quanto maior o valor da CTC do solo maior o número de cátions que ele pode reter Os solos diferem na sua capacidade de retenção de K trocável e de outros cátions A CTC depende da quantidade e do tipo de argila e de matéria orgânica presentes Por exemplo um solo com alto teor de argi la pode reter mais cátions trocáveis do que um solo com baixo teor de argila A CTC também aumenta com o aumento no teor de matéria orgânica A CTC de um solo é expressa em termos de centi mols por decímetro cúbico de solo e é escrita como cmolcdm3 Geralmente os minerais de argila apresen tam valores de CTC variando entre 10 e 150 cmolcdm3 A CTC da matéria orgânica varia de 200 a 400 cmolc dm3 Conseqüentemente o tipo e a quantidade de argi la e de matéria orgânica influenciam muito a CTC dos solos1 Onde os solos são altamente intemperizados e com baixos teores de matéria orgânica os valores da CTC são baixos Onde ocorreu menos intemperização e os níveis de matéria orgânica são geralmente mais altos os valores da CTC podem ser bastante altos Os solos argilosos com alta CTC podem reter grandes quanti dades de cátions contra o potencial de perda por lixi viação Os solos arenosos com baixa CTC retêm so mente pequenas quantidades de cátions2 Isto faz com que a época e as doses de fertilizantes a serem aplicadas sejam importantes ao se planejar um programa de adubação Por exemplo pode não ser aconselhável aplicar potássio em altas doses em solos muito arenosos em climas onde as chuvas podem ser muito intensas e abundantes A aplicação de fertilizan tes nestas condições deve ser parcelada para evitar a lixiviação e as perdas por erosão especialmente nos trópicos úmidos Além disso o parcelamento nas apli cações de nitrogênio o uso de inibidores da nitrificação e a aplicação em épocas adequadas para atender os picos da demanda das culturas são importantes para diminuir o potencial de lixiviação de nitratos em solos arenosos Porcentagem de saturação por bases a porcen tagem da CTC a pH 70 ocupada pelos principais cátions foi usada no passado para desenvolver programas de adubação A idéia é que certas relações de nutrien tes ou balanços são necessários para assegurar ab sorção adequada e atingir altas produções As pesqui sas têm demonstrado entretanto que as amplitudes ou relações de saturação por cátions têm pouca ou ne nhuma utilidade na grande maioria dos solos Sob con dições de campo as amplitudes dessas relações po dem apresentar grandes variações sem efeitos detri mentais desde que os níveis dos nutrientes individuais presentes no solo sejam suficientes para atingir o óti mo crescimento das plantas3 RETENÇÃO DE ÂNIONS NO SOLO Não existe um mecanismo totalmente definido para explicar a retenção de ânions pelo solo O nitrato por exemplo é completamente móvel e movimentase livremente com a água do solo Sob chuvas excessivas ele movimentase no sentido descendente Sob condi ções extremamente secas ele movimentase no sentido ascendente com a umidade do solo causando seu acú mulo na superfície do solo 1 O termo cmolcdm3 equivale à expressão meq100 cm3 usada no passado Alguns laboratórios expressam dados de CTC em mmolcdm3 que equivale a 10 x cmoldm3 2 Solos com alta CTC no Brasil são muito mais uma exceção do que regra Nestas condições existe predisposição para as altas taxas de lixiviação fazendo com que o parcelamento da adubação nitrogenada e às vezes da adubação potássica sejam determinantes para aumentar a eficiência das adubações 3 A grande maioria dos solos ácidos do Brasil apresenta a CTC com dominância de alumínio Al3 Conseqüentemente nestas condições a porcentagem de saturação por cálcio magnésio e potássio é muito baixa As definições de vários parâmetros ligados à CTC e sua importância para o manejo da fertilidade do solo encontramse no Anexo 1 Manual Fertpmd 11042016 1149 9 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 10 CONCEITO DE PRODUÇÃO 14 CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS CTC uma ajuda ao manejo do solo e à aplicação de nutrientes CÁTIONS são íons ou moléculas de nutrientes com carga positiva cálcio Ca2 magnésio Mg2 potássio K sódio Na hidrogênio H e amônio NH4 PARTÍCULAS DE ARGILA são constituintes do solo com carga negativa Estas partículas atraem seguram e liberam partículas de nutrientes com carga positiva cátions As partículas de matéria orgânica também têm carga negativa para atrair os cátions de carga positiva As partículas de areia não apresentam reação CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS CTC é a capacidade do solo para reter e trocar cátions A energia da carga positiva dos cátions varia fazendo com que um cátion substitua outro na partícula do solo que tem carga negativa UMA VISÃO ESQUEMÁTICA DA TROCA DE CÁTIONS ALGUMAS APLICAÇÕES PRÁTICAS SOLOS COM CTC ENTRE 11 e 50 SOLOS COM CTC ENTRE 1 e 10 Alto teor de argila Alto teor de areia Mais calcário é necessário para corrigir um Maior predisposição para a lixiviação de dado valor de pH nitrogênio e potássio Maior capacidade para reter nutrientes a Menos calcário é necessário para corrigir uma certa profundidade do solo um dado valor de pH Características físicas de um solo com alto Características físicas de um solo com alto teor de argila teor de areia Alta capacidade de retenção de água Baixa capacidade de retenção de água CTC 25 MAIOR TEOR DE ARGILA MAIS POSIÇÕES PARA RETER CÁTIONS CTC 5 BAIXO TEOR DE ARGILA POUCAS POSIÇÕES PARA RETER CÁTIONS Manual Fertpmd 11042016 1149 10 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 11 CONCEITO DE PRODUÇÃO 15 PARTÍCULAS DE ARGILA E MATÉRIA ORGÂNICA ARGILA gkg Areia franca 5 50 Francoarenoso 10 100 Francosiltoso 20 200 Francoargilosiltoso 30 300 Francoargiloso 35 350 Argila 50 500 Muito argiloso 70 700 PARA COMPREENDERMOS O COMPORTAMENTO DOS NUTRIENTES no solo nós precisamos compreender o papel das partículas de argila e de matéria orgânica Todos os solos agrícolas contêm algum teor de argila e de matéria orgânica Os teores de argila de algumas classes texturais são mostrados acima O ESQUEMA ABAIXO EXPLICA 1 como os cátions são retidos pela argila e pela matéria orgânica para resistir à lixiviação e 2 como os ânions são repelidos TEXTURA DO SOLO Manual Fertpmd 11042016 1149 11 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 12 CONCEITO DE PRODUÇÃO 16 O SOLO COMO UM RESERVATÓRIO DE CÁTIONS Adaptada de Raij 1981 Neste exemplo a acidez ativa é mostrada no valor atual do solo pH 49 A CTC a pH 70 é represen tada pelo reservatório total de cátions do solo que abrange os cátions básicos Ca2 Mg2 K e Na Soma de bases e os cátions ácidos Al3 acidez trocável H acidez não trocável O valor de pH dá uma idéia da relação entre a soma de cátions ácidos e de cátions básicos no solo Quanto mais ácido for um solo maior o teor destes cátions ácidos e menor o teor de cátions básicos A calagem bem feita adicionando cálcio e magnésio ao solo e elevando o pH inverte esta situação estabelecendo maior porcentagem de cátions básicos em relação aos cátions ácidos Para maiores detalhes sobre os conceitos de acidez e CTC do solo ver Anexo 1 O conceito do solo como um reservatório de cátions pela sua importância justifica seu interrelacionamento com os conceitos de acidez Os cátions elementos quími cos que ocorrem nos solos podem ser ácidos ou básicos Cátions ácidos Hidrogênio H Alumínio Al3 Cátions básicos Cálcio Ca2 Magnésio Mg2 Potássio K Sódio Na Manual Fertpmd 11042016 1149 12 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 13 O sulfato pode ser retido um tanto fracamente em alguns solos sob certas condições Em valores baixos de pH cargas positivas podem desenvolverse nas arestas quebradas das argilas tais como a caulinita Os solos contendo óxidos hidratados de ferro e alumínio tanto no solo superficial como no subsolo adsorvem o sulfato nas cargas positivas que se desenvolveram Mas esta pequena retenção tem pouca conseqüência em pH acima de 60 Grandes quantidades de sulfato podem ser retidas através de acumulações de gesso em re giões áridas e semiáridas Os sais de sulfato podem ser retidos na superfície dos colóides do solo e o íon sulfato pode ser fracamen te retido por outros complexos nos quais são adsorvidos A matéria orgânica algumas vezes desenvolve cargas positivas quando isto acontece o sulfato pode ser atraí do por ela MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO ver Conceitos de Produção 17 e 18 A matéria orgânica do solo consiste em resíduos de plantas e de animais em fases de decomposição Os níveis adequados são benéficos ao solo de várias formas 1 melhoram as condições físicas 2 aumen tam a infiltração de água 3 melhoram o solo para o preparo 4 diminuem as perdas por erosão 5 forne cem nutrientes para as plantas e 6 aumentam a CTC A maioria dos benefícios ocorre em função dos produtos liberados à medida que os resíduos orgânicos são decompostos no solo A matéria orgânica contém cerca de 5 de nitrogênio total assim ela serve como uma reserva de nitrogênio Mas o nitrogênio na matéria orgânica está na forma de compostos orgânicos não imediatamente disponíveis para o uso pelas plantas uma vez que a decomposição normalmente ocorre de forma lenta Apesar de um solo poder conter muita matéria orgânica os adubos nitroge nados são necessários para assegurar às culturas não leguminosas uma fonte adequada de nitrogênio pronta mente disponível especialmente àquelas culturas que necessitam de altos níveis deste nutriente Outros elementos essenciais para as plantas tam bém estão contidos na matéria orgânica do solo Os re síduos de plantas e de animais contêm quantidades variáveis de elementos minerais como o fósforo o mag nésio o cálcio o enxofre e os micronutrientes À medida que a matéria orgânica se decompõe estes elementos tornamse disponíveis para as plantas em crescimento A decomposição da matéria orgânica tende a libe rar nutrientes mas o nitrogênio e o enxofre podem ser temporariamente imobilizados durante o processo Os microrganismos que decompõem a matéria orgânica necessitam de nitrogênio para formar proteínas em seus corpos Se a matéria orgânica que está sendo decom posta possuir uma alta relação carbononitrogênio CN o que significa pouco nitrogênio estes organismos usa rão o nitrogênio disponível proveniente do solo e dos fertilizantes Assim quando os resíduos de algodão e os colmos de milho ou a palha de aveia e de trigo são incorpora dos ao solo devese aplicar nitrogênio adicional se uma cultura vai ser plantada logo a seguir Do contrário esta cultura pode sofrer deficiência temporária de nitrogênio Eventualmente o nitrogênio imobilizado nos corpos dos organismos do solo tornase disponível à medida que estes organismos morrem e se decompõem Com sistemas de cultivo conservacionistas cultivo mínimo ou plantio direto e o resultante aumento de resíduos à medida que a produção aumenta o manejo do nitrogênio exige atenção extra até que um novo equilíbrio seja atingido Cuidado extra deve ser tomado para evitar deficiências pelo uso de pouco de nitrogênio Ao mesmo tempo as doses usadas não devem exceder as necessidades das culturas de modo que o potencial de lixiviação de nitrato seja minimizado Ver Capítulo 10 para maiores detalhes no manejo do nitrogênio Em muitas áreas dos trópicos a maioria dos solos apresenta sob condições naturais baixos teores de matéria orgânica como resultado de altas temperaturas e alta pluviosidade que aceleram a sua decomposição Pesquisas têm mostrado entretanto que o teor de matéria orgânica pode ser aumentado com manejo adequado que permita maior produção das culturas e de resíduos por hectare Em áreas mais frias onde a decomposição é mais lenta os níveis naturais de ma téria orgânica podem ser muito altos Com adubação adequada e boas práticas de manejo são produzidas maiores quantidades de resíduos das culturas Em mi lharais de alta produtividade até oito toneladas de resí duos são deixadas no campo após a colheita dos grãos Os resíduos ajudam a manter e aumentar os níveis de matéria orgânica nos solos Ela é benéfica para as pro priedades físicas químicas e microbianas do solo Ela deve ser aplicada regularmente para manter a produção das culturas O ponto importante é manter uma quan tidade suficiente de resíduos sendo reciclada pelo solo1 1 A maioria dos solos encontrados no Brasil apresenta sob condições naturais teores médios a altos de matéria orgânica Na região dos cerrados por exemplo a seca prolongada cerca de 6 meses o pH ácido e a baixa disponibilidade de nutrientes reduzem a taxa de mineralização da matéria orgânica permitindo uma acumulação relativa na camada superficial do solo Entretanto sob manejo inadequado e cultivo intensivo notadamente nos solos arenosos esta matéria orgânica pode ser reduzida a níveis baixíssimos em poucos anos Manual Fertpmd 11042016 1149 13 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 14 CONCEITO DE PRODUÇÃO 17 IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA Ao contrário do que algumas pessoas chegam a acreditar a matéria orgânica não é indispensável para as culturas As plantas podem ser cultivadas usandose apenas produtos químicos como é feito em escala comercial em cultivos hidropônicos de hortaliças muito importan tes em países de clima temperado Libera lentamente fósforo nitro gênio enxofre e água Apresenta alta capacidade de troca de cátions CTC A planta na realidade é uma fábrica de matéria orgânica que ela sintetiza a partir apenas de água gás carbônico e nutrientes minerais e fixando a energia solar através da fotossíntese como foi visto no Con ceito de Produção 12 A matéria orgânica decomposta húmus contudo tornase essencial para os solos cultivados devido a um ou mais dos efeitos mostrados neste conceito de produção Melhora a nutrição das plantas em micronutrientes pela forma ção de quelatos Solubiliza nutrientes nos solos minerais Continua Manual Fertpmd 11042016 1149 14 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 15 Melhora a estrutura do solo Aumenta a capacidade de retenção de água Reduz a toxidez de pesticidas e outras substâncias Favorece o controle biológico pela maior população microbiana Exerce efeitos promotores de crescimento Melhora a capacidade tampão do solo CONCEITO DE PRODUÇÃO 17 Continuação Manual Fertpmd 11042016 1149 15 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 16 CONCEITO DE PRODUÇÃO 18 A MANUTENÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO Com o manejo adequado é possível não apenas reduzirse a intensidade desse processo B mas até revertêlo C levando a um aumento no teor de matéria orgânica com os anos de cultivo A preservação da matéria orgânica se faz através da combinação de várias técnicas de manejo Adubação mineral Conservação do solo e da água Adubação verde Rotação de culturas Consorciação de culturas Manejo adequado dos restos culturais Cultivo mínimo eou plantio direto Adubação orgânica É dever de todos proteger e conservar o maior patrimônio nacional pois a nação que destrói o seu solo destrói a si mesma Franklin Delano Roosevelt A preservação ou mesmo o aumento do teor de matéria orgânica do solo pelos motivos apresentados no Conceito de Produção 17 são essenciais para a ma nutenção do processo produtivo da agri cultura É comum observarse a diminuição acen tuada do teor de matéria orgânica com o passar dos anos A quando áreas sob floresta ou mesmo sob cerrado são pos tas sob cultivo inadequado Manual Fertpmd 11042016 1149 16 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 17 OUTROS FATORES QUE AFETAM A PRODUTIVIDADE DO SOLO PROFUNDIDADE DO SOLO A profundidade do solo pode ser definida como aque la profundidade de material do solo que é favorável para a penetração das raízes das plantas Solos pro fundos bem drenados com textura e estrutura desejá veis são favoráveis para a produção das culturas As plantas necessitam de grande profundidade para o cres cimento das raízes e para assegurar a absorção de nu trientes e de água As raízes atingirão 1 a 2 m quando o solo permitir As raízes de alfafa podem atingir 3 a 4 m de profundidade mesmo em solos compactados A profundidade das raízes pode ser limitada por bar reiras físicas e químicas assim como por um lençol freático elevado Camadas adensadas leitos de folhe lhos camadas de cascalho e acumulações de sais so lúveis são muito difíceis de corrigir mas um lençol freático elevado geralmente pode ser corrigido com a drenagem adequada ver Conceito de Produção 191 Na Tabela 13 são mostradas as relações entre a produtividade e a profundidade efetiva do solo Tabela 13 Influência da profundidade do solo na produ tividade relativa Profundidade do solo Produtividade relativa utilizável pela cultura cm 30 35 60 60 90 75 120 85 150 95 180 100 DECLIVIDADE A topografia da área determina a quantidade de escorrimento superficial e de erosão levando junto os nutrientes do solo Ela também determina os métodos de irrigação drenagem e outras melhores práticas de manejo MPM necessárias para a conservação do solo e da água Quanto maior a declividade mais manejo é necessário aumentando o trabalho e os custos dos equipamentos Uma certa declividade torna o solo não adequado para a produção de culturas anuais A facili dade com a qual a superfície do solo sofre o processo erosivo juntamente com a declividade é um fator de terminante do potencial de produtividade do solo A Tabela 14 relaciona a produtividade com a declividade e a erodibilidade do solo Tabela 14 Produtividade relacionada com declividade e erodibilidade do solo Produtividade relativa 1 Solo não facilmente Solo facilmente erodível erodível 01 100 95 13 90 75 35 80 50 58 60 30 1 Preparo conservacionista e sistemas de produção que man tém resíduos de culturas na superfície do solo ajudam a reduzir os efeitos prejudiciais da declividade ORGANISMOS DO SOLO Vários grupos de organismos vivem no solo Eles variam em tamanho desde microscópicos bactérias nematóides e fungos até grupos visíveis a olho nu minhocas e larvas de insetos Alguns microrganismos causam várias reações favoráveis no solo como a de composição dos resíduos das plantas e dos animais Eles ajudam a acelerar a ciclagem de nutrientes Ou tras reações são danosas tais como o desenvolvimen to de organismos que causam doenças em plantas e em animais A maioria dos organismos do solo depende da ma téria orgânica como alimento e fonte de energia con seqüentemente eles são encontrados nos primeiros 30 cm do solo Os fatores que afetam a abundância dos microrganismos incluem umidade temperatura aeração suprimento de nutrientes pH do solo e tipo de cultura Bom manejo da adubação juntamente com outras MPM ajudam a manter os organismos benéficos do solo em níveis adequados O Capítulo 3 discute as atividades de alguns tipos de organismos do solo EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES O equilíbrio de nutrientes é um conceito vital em fertilidade do solo e para a produção das culturas O nitrogênio N pode ser o primeiro nutriente limitante para plantas não leguminosas Mas sem quantidades adequadas de outros nutrientes o nitrogênio não pode fazer tudo o que é capaz À medida que a adubação nitrogenada aumenta as produções a cultura extrai mais dos outros nutrientes como é mostrado na Tabela 15 1 Uma das maiores limitações ao desenvolvimento do sistema radicular em muitos solos do Brasil notadamente aqueles sob cerrado consiste nas condições de acidez altos teores de Al e baixa disponibilidade de Ca e Mg Análises químicas das camadas mais profundas do solo podem diagnosticar as áreas com este tipo de problema Declividade Manual Fertpmd 11042016 1149 17 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 18 CONCEITO DE PRODUÇÃO 19 BARREIRAS QUÍMICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS RAÍZES A preocupação com a avaliação da fertilidade do solo não deve restringirse apenas à camada arável do solo ou seja à camada de 0 a 20 cm de profundidade Muitas vezes a falta de cálcio eou o excesso de alumínio no subsolo limitam o crescimento das raízes em profundidade com uma série de implicações de ordem prática Nestas condições a planta com um sistema radicular limitado fica impossibilitada de obter água e nutrientes do subsolo principalmente o mais importante e caro deles o nitrogênio cuja forma nítrica NO3 facilmente lixivia para o subsolo Em áreas sujeitas a veranicos esses problemas são ainda mais acentuados A solução não é fácil mas uma série de aspectos de manejo do solo e do nitrogênio ajudam a diminuir este problema Amostragem do solo também nas camadas de 20 a 40 cm e às vezes até 60 a 80 cm para verificar se o problema existe Incorporação mais profunda do calcário fazendo correção da dose de acordo com a profun didade adicional de incorporação As recomendações de calagem são em geral baseadas na camada de 0 a 20 cm Utilização de doses mais elevadas de calcário que concorrem com o passar dos anos para diminuir os problemas no subsolo Uso do gesso agrícola que também favorece o aprofundamento das raízes em certos solos Cultivo de variedades mais tolerantes à acidez Planta com desenvolvimento radicular adequado Planta com desenvolvimento radicular limitado à camada arável Manual Fertpmd 11042016 1149 18 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 19 Tabela 15 Aumento da exigência de potássio por uma cultura forrageira à medida que recebe mais nitrogênio N aplicado anualmente K2O removido kgha kgha 0 112 112 202 224 258 336 274 Texas EUA O bom desenvolvimento das culturas exige um equi líbrio adequado dos nutrientes O exemplo da Tabela 16 com o milho mostra como o fósforo P em equilí brio com nitrogênio N aumentou a produtividade e a eficiência e absorção de N Tabela 16 Efeito de doses de P na produtividade do mi lho e eficiência do uso de N Eficiência Absorção de N de N kgkg N kgha 0 91 301 211 225 99 327 230 450 106 351 246 900 109 361 253 1350 112 371 261 Análise de solo P 1225 kgha Ohio EUA Dose de N uniforme de 270 kgha absorção de N calcula da como 0023 kgkg de produção Dose de P2O5 Produtividade kgha tha Vários fatores controlam a produtividade do solo sendo que o uso de fertilizante é apenas um desses fatores As falhas no uso de práticas adequadas de pro dução reduzem os benefícios potenciais dos fertilizan tes e limitam a produtividade O conhecimento dos fa tores que controlam a produtividade e a aplicação des se conhecimento são os objetivos deste manual Não se pretende responder a todas as perguntas mas aju dar a resolver os problemas que podem limitar a capa cidade de produção do solo RESUMO Manual Fertpmd 11042016 1149 19 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 20 CAPÍTULO 1 CONCEITOS SOBRE FERTILIDADE DO SOLO E PRODUTIVIDADE PERGUNTAS DE REVISÃO 1 C ou E Um solo fértil é um solo produtivo 2 Os seis 6 fatores externos que controlam o crescimento das plantas são e 3 A textura do solo é definida como a quantidade relativa de e no solo 4 C ou E Os solos arenosos apresentam textura mais fina do que os solos argilosos 5 Qual o solo que apresenta a maior capacidade de retenção de água o arenoso ou o argiloso 6 Qual o solo que apresenta o maior espaço poroso o arenoso ou o argiloso 7 define a água que permanece após cessar o fluxo gravitacional enquanto é a quantidade de água que o solo contém após as plantas murcharem de forma permanente 8 A água que a planta usa para seu crescimento é chamada 9 C ou E Um colóide do solo é visível a olho nu 10 Os colóides do solo apresentam cargas que são desenvolvidas durante o processo de formação do solo 11 Um cátion possui carga ou 12 Um ânion possui carga ou 13 Com base no fato de que cargas opostas se atraem quais dos seguintes íons seriam atraídos pelos colóides do solo K cátion NO3 SO4 2 Ca2 ânion 14 O número total de cátions expresso como cmolcdm3 ou mmolcdm3 que um solo pode reter é chamado de ou de 15 Quais dos seguintes fatores afetam a CTC do solo tipo de argila matéria orgânica teor de argila 16 Qual apresenta maior CTC a argila ou a matéria orgânica 17 A porcentagem da CTC total ocupada por cada um dos cátions principais é chamada 18 C ou E Sob certas condições ânions como NO3 e SO4 2 podem ser retidos pelo solo 19 consiste de resíduos de plantas e de animais em vários estádios de decomposição 20 Quais dos seguintes são benefícios da matéria orgânica melhora as condições físicas aumenta a infiltração de água melhora o solo para o preparo reduz a erosão melhora a nutrição das plantas 21 C ou E O nitrogênio é usado pelos organismos do solo para formar as proteínas dos seus corpos 22 Quais dos resíduos seguintes apresentam alta relação CN resíduos de algodão palha de trigo palha de alfafa colmos do milho Manual Fertpmd 11042016 1149 20 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 21 23 C ou E Os níveis de matéria orgânica são normalmente mais altos em climas mais quentes e com maior plu viosidade 24 C ou E A profundidade do solo afeta a produtividade 25 C ou E A declividade do solo afeta a produtividade 26 Dentre todos os fatores que limitam a profundidade efetiva do solo um eleva do é o mais fácil de corrigir 27 Entre e de declividade um solo sujeito a erosão atinge 75 de sua produtividade relativa 28 Os fatores que afetam a abundância relativa dos organismos do solo incluem e 29 C ou E O balanço de nutrientes é um importante princípio em fertilidade do solo 30 e são classificados como elementos não minerais 31 Classifique os seguintes como nutrientes primários secundários e micronutrientes N Ca B K P S Fe Zn Mg Cu Mo e Mn Manual Fertpmd 11042016 1149 21 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 22 Manual Fertpmd 11042016 1149 22 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 23 O QUE É pH DO SOLO O TERMO pH define a acidez ou a alcalinidade re lativa de uma substância A escala de pH cobre uma amplitude de 0 a 14 Um valor de pH igual a 70 é neu tro Valores abaixo de 70 são ácidos e acima de 70 são básicos O pH da maioria dos solos produtivos va ria entre os valores de 40 e 90 Os graus de acidez e CAPÍTULO 2 REAÇÃO DO SOLO E CALAGEM Página O que é pH do solo 23 Fatores que afetam o pH do solo 24 Como medir o pH do solo 25 Determinação das necessidade de calcário 25 Porque os solos ácidos devem receber calagem 26 Os níveis desejáveis de pH variam 30 Como o calcário reduz a acidez do solo 30 Época e freqüência das aplicações de calcário 31 Seleção do material calcário 31 Localização do calcário 32 Materiais calcários 33 Solos com alto pH calcários salinos e sódicos 33 Perguntas de revisão 35 Figura 21 Graus de acidez e alcalinidade encontrados na maioria dos solos agrícolas de alcalinidade para esta amplitude de pH são mostra dos na Figura 21 Um ácido é uma substância que libera íons hidrogênio H Quando saturado com H um solo comportase como um ácido fraco Quanto mais H for retido no complexo de troca maior será a acidez do solo O alumínio também age como um elemento acidificante e ativa o H O pH do solo simplesmente mede a atividade do íon hidrogênio e é expresso em termos logarítmicos O significado prático da relação logarítmica é que cada unidade de mudança no pH do solo significa uma mu dança de dez vezes no grau de acidez ou de alca linidade Isto quer dizer que um solo com pH 60 tem um grau de acidez 10 vezes maior do que um solo com pH 70 ou 10 vezes mais H ativo e que as necessida des de calcário aumentam rapidamente à medida que o pH diminui acidez aumenta Os graus relativos de acidez ou de alcalinidade comparados com o pH neu tro ou 70 são mostrados na Tabela 21 Tabela 21 Comparação da magnitude de acidez e alca linidade a vários valores de pH Acidezalcalinidade comparada a pH 70 90 100 80 10 70 Neutralidade 60 10 50 Acidez 100 40 1000 pH do solo Alcalinidade Manual Fertpmd 11042016 1149 23 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 24 FATORES QUE AFETAM O pH DO SOLO O pH do solo é influenciado por vários fatores in cluindo material de origem precipitação decomposi ção da matéria orgânica vegetação nativa tipo de cul tura profundidade do solo adubação nitrogenada e inundação Material de origem Os solos desenvolvidos de rochas ou de material de origem básica geralmen te possuem valores de pH mais altos do que aque les formados de rochas ácidas por exemplo gra nito Precipitação A água da chuva passando pelo solo lixivia os nutrientes básicos como o cálcio e o magnésio Eles são substituídos por elementos acidificantes como o hidrogênio o manganês e o alumínio Assim sendo os solos formados sob con dições de alta pluviosidade são mais ácidos do que aqueles formados sob condições áridas Decomposição da matéria orgânica A maté ria orgânica do solo está continuamente sendo de composta pelos microrganismos em ácidos orgâ nicos dióxido de carbono CO2 e água formando ácido carbônico O ácido carbônico por sua vez reage com os carbonatos de cálcio e magnésio no solo para formar bicarbonatos solúveis que são lixiviados deixando o solo mais ácido A Figura 22 mostra o efeito a longo prazo do acúmulo e mineralização da matéria orgânica sobre o carbono orgânico C o N orgânico e o pH do solo Figura 22 Mudanças no carbono orgânico nitrogênio orgânico e pH do solo quando o solo super ficial foi deixado em pousio por 82 anos num clima temperado úmido Rothamsted Ingla terra Vegetação nativa Os solos formados sob ve getação de floresta tendem a ser mais ácidos do que aqueles desenvolvidos sob vegetação de gramíneas As coníferas causam maior acidez do que as florestas decíduas Tipo de cultura Os solos podem tornarse mais ácidos quando as colheitas removem as bases Cul turas diferentes removem quantidades diferentes de cálcio e magnésio como pode ser visto na Ta bela 22 As leguminosas geralmente contêm maio res quantidades destes nutrientes do que as plan tas não leguminosas As quantidades de cálcio e de magnésio também variam de acordo com a parte da planta que é removida Tabela 22 Estimativa das quantidades de cálcio e de magnésio removidas pelas culturas Remoção kgha Ca Mg Alfafa 8 feno 196 45 Banana 60 frutos 23 25 Milho 9 grãos 2 15 Algodão 1 fibra 2 3 Soja 3 grãos 7 15 Os valores se referem às quantidades totais removidas pe las culturas nas plantas colhidas Quando a palhada de uma cultura ou a forragem é removida de um solo um balanço final ácido permane ce Quando os grãos ou sementes são removidos o balanço final é o aumento do pH porque as sementes contêm um alto nível de componentes ácidos Várias leguminosas liberam íons de hidrogênio H na sua rizosfera quando estão fixando ativamente o nitrogênio N2 atmosférico A acidez gerada pode va riar de 02 a 07 unidades de pH por mol de nitrogênio fixado A Figura 23 mostra que a gramínea Ryegrass não afetou o pH do solo enquanto a leguminosa trevo vermelho teve efeito significante na diminuição do pH Figura 23 Efeito da fixação simbiótica do nitrogênio no pH do solo Comparação de Ryegrass e trevo vermelho em experimento de vasos 14 meses em um Alfisolo loess Cultura Produção tha Manual Fertpmd 11042016 1149 24 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 25 Profundidade do solo A acidez geralmente aumenta com a profundidade do solo exceto em áreas de baixa pluviosidade A perda do solo su perficial por erosão pode aumentar a acidez na ca mada arável À medida que a profundidade do solo superficial diminui mais subsolo é incluído na ca mada arável Existem casos entretanto em que o pH do subsolo é mais elevado do que o do solo superficial Como resultado a erosão poderia con tribuir para elevar os valores de pH do solo Adubação nitrogenada Nitrogênio do fertili zante da matéria orgânica do esterco e da fixa ção por leguminosas produz acidez A adubação nitrogenada acelera a taxa de desenvolvimento da acidez Com pequenas doses de nitrogênio a taxa de acidificação é baixa mas aumenta com o au mento das doses de fertilizantes nitrogenados ver Capítulo 3 como os fertilizantes nitrogenados afe tam o pH do solo Em solos calcários esses efei tos de acidificação podem ser benéficos Quando o ferro o manganês e outros micronutrientes exceto o molibdênio são deficientes a disponibili dade deles pode ser aumentada com a diminuição do pH Inundação O efeito geral da submergência é um aumento de pH nos solos ácidos e a diminui ção do pH nos solos básicos Independente do valor original do pH a maioria dos solos atinge pH entre 65 e 72 um mês após serem inundados e assim permanecem até serem secos novamente Con seqüentemente a calagem tem pouco valor na produção de arroz em sistemas de irrigação por inundação Além disso a inundação pode induzir à deficiência de micronutrientes como o zinco COMO MEDIR O pH DO SOLO DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES DE CALCÁRIO Os dois métodos mais comumente usados para medir o pH do solo são o colorimétrico e o potencio métrico O método colorimétrico envolvendo corantes indi cadores é freqüentemente utilizado no campo para fazer uma rápida determinação do pH mas precisa ser usado por pessoas treinadas para evitaremse erros Quando usado de modo adequado é digno de confian ça O método mais difundido e preciso é o do poten ciômetro O pH do solo é determinado através da colo cação de uma suspensão de solo em água destilada ou CaCl2 01 M em contato com um eletrodo de vidro e da leitura do resultado em uma escala de 0 a 14 Apesar do pH do solo ser um excelente indicador da acidez do solo ele não determina a necessidade de calcário A necessidade de calcário é a quantidade de um calcário agrícola de boa qualidade necessária para atingir o limite de pH requerido pelo sistema de cultivo aplicado Quando o pH é medido no laboratório so mente a acidez ativa é determinada A acidez poten cial que é função da argila e da matéria orgânica tam bém deve ser considerada Assim é necessário apli carse algum método que relacione uma mudança de pH ao se adicionar uma quantidade conhecida de áci do ou base Tal método é chamado de determinação das necessidades de calcário 1 e Conceito de Pro dução 16 A necessidade de calcário não está somente relacio nada ao pH do solo mas também à sua capacidade tampão ou à sua capacidade de troca de cátions CTC As quantidade totais de argila e de matéria orgânica num solo assim como o tipo de argila determinarão o seu poder tampão ou seja quão fortemente ele resiste às mudanças de pH A capacidade tampão aumenta com as quantidades de argila e de matéria orgânica Tais solos necessitam mais calcário para aumentar o pH do que solos com baixa capacidade tampão Os solos arenosos com pequena quantidade de argila e de matéria orgânica têm baixa capacidade tampão e portanto necessitam menos calcário para elevar seu pH Um método comum para a determinação da neces sidade de calcário é baseado na mudança de pH em uma solução tampão comparada com o pH de uma suspensão de solo em água Um solo ácido causará uma diminuição de pH na solução tampão O pH sofre um abaixamento proporcional ao pH do solo original e à capacidade tampão do solo Através da calibração das mudanças de pH na solução tampão que ocorrem a cada adição de quantidades conhecidas de ácido a quantidade de calcário necessária para levar o solo a um determinado pH pode ser determinada Existem inúmeros métodos utilizando uma solução tampão2 Em solos dominados por argilas 21 por exemplo smectitas uma diminuição da saturação por bases 1 Para maiores detalhes sobre tipos e conceitos de acidez do solo consultar o Anexo 1 2 Os métodos atualmente em uso no Brasil para a determinação da necessidade de calcário são três a neutralização do alumínio e elevação de cálcio e magnésio b solução tampão SMP e c elevação da saturação por bases Estes métodos são comentados no Boletim Técnico nº 1 da ANDA Acidez do Solo e Calagem Manual Fertpmd 11042016 1149 25 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 26 perdas de Ca Mg e K causa acidificação e conse qüentemente quebra dos minerais de argila e libera ção de Al que então ocupa os pontos de troca das ba ses perdidas Estes solos podem receber doses de calcário para leválos próximo à neutralidade e atingir altas produtividades com pequeno efeito na sua CTC solos com cargas permanentes Entretanto a prática bem estabelecida de fazer calagem destes solos predominantemente da região temperada até a neutralidade não é eficiente para solos dos trópicos Ultisolos e Oxisolos dominados por óxi dos de ferro e alumínio e caulinita e nos solos forma dos de cinzas vulcânicas Andosolos Nesses solos Ultisolos e Oxisolos da região tropi cal o alumínio e o ferro estão presentes nos minerais da argila que são estáveis a valores de pH tão baixos como pH 50 O alumínio é enterrado nas estruturas da argila e somente tornase tóxico para as plantas quando os óxidos e a caulinita dissolvem a uma faixa de pH menor que 50 a 53 Neste caso a toxidez de alumínio pode ser corrigida por calagem para atingir pH 55 a 60 causando precipitação do Al trocável como hidróxido de alumínio Al OH3 e ao mesmo tempo causando um aumento apreciável na capacidade de troca de cátions CTC solos de carga variável como apresentado na Tabela 23 Conseqüentemente suge rese que as recomendações de calcário para estes so los sejam feitas com base no teor de alumínio trocável presente na camada superficial dos mesmos Tabela 23 Efeito da calagem em um UltisoloVermelho Saturação cmolcdm3 pH Ca Mg K Al Sem calcário 49 179 112 011 215 517 Com calcário 1 58 790 673 014 009 1486 1 4 tha Panamá A necessidade de calcário para a maioria dos solos dos trópicos pode ser calculada pela aplicação da se guinte equação Equivalente em CaCO3 tha 2 x cmolc Aldm3 Observouse que o fator da equação varia de 15 a 33 com a maioria dos dados entre 15 a 20 Este fator tem que ser determinado de acordo com a especificidade local e com a tolerância da cultura ao alumínio ver Tabela 26 Em solos formados de cinzas vulcânicas a alta capa cidade tampão complica a avaliação da necessidade de calcário Quando o calcário é aplicado em Andoso los ácidos a sua interação com os produtos intemperi zados e reativos das cinzas vulcânicas alofana imogo lita complexos Alhúmus cria cargas aumenta a CTC mas não aumenta o pH nem precipita o alumínio Con seqüentemente como ilustrado na Tabela 24 o uso de Al trocável pode levar a subestimar a necessidade de calcário em certos casos Dependendo de fatores como altitude clima e estádio de intemperização a quantidade de calcário necessária para precipitar o alu mínio varia nesses Andosolos e somente pode ser ava liada com precisão através de ensaios demonstrati vos locais Independentemente do método usado na determi nação do pH do solo e da necessidade de calcário o uso de corretivo deve ser baseado em um método que seja digno de confiança O excesso de calcário em solos de textura arenosa pode levar a condições ex cessivamente básicas e a sérios problemas como as deficiências de ferro de manganês de zinco e de ou tros micronutrientes Por outro lado as quantidades de calcário que poderiam causar problemas às culturas em solos arenosos podem não ser suficientes para ele var o pH ao nível desejado nos solos argilosos ou orgâ nicos PORQUE OS SOLOS ÁCIDOS DEVEM RECEBER CALAGEM ver Conceitos de Produção 21 e 22 A acidez do solo afeta o crescimento das plantas de várias formas Sempre que o pH é baixo a acidez é alta um ou mais efeitos detrimentais podem afetar o crescimento das culturas Algumas conseqüências da acidez do solo são apre sentadas a seguir Tratamento CTC efetiva cmolcdm3 Tabela 24 Efeito da aplicação de calcário sobre as propriedades do solo e produção em um Andosolo cmolcdm3 Produção tha Ca Mg K Al CTC Fava Cevada Aveia 0 49 254 036 030 21 60 139 22 36 3 52 330 039 029 16 66 171 29 43 6 53 469 040 028 06 72 192 39 47 12 54 559 040 030 02 84 216 41 48 15 58 860 042 029 01 104 210 43 47 Equador Calcário tha pH Manual Fertpmd 11042016 1149 26 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 27 CONCEITO DE PRODUÇÃO 21 CALCÁRIO Quando aplicado para atingir pH adequado o calcário faz muito mais do que adocicar o solo Entretanto em solos tropicais com altos teores de óxidos de ferro e alumínio supercalagens para atingir níveis de pH acima de 60 ou 70 podem reduzir drasticamente a produtividade podem causar deterioração da estrutura reduzir a disponibilidade de fósforo e induzir a deficiências de zinco boro e manganês CALCÁRIO reduz a toxidez de alumínio e de outros metais CALCÁRIO melhora as condições físicas do solo CALCÁRIO estimula a atividade microbiana no solo CALCÁRIO aumenta a CTC em solos de carga variá vel CALCÁRIO aumenta a disponibilidade de vários nu trientes CALCÁRIO supre cálcio Calcário dolomítico supre ambos cálcio e magnésio CALCÁRIO melhora a fixação simbiótica de N pelas leguminosas Em região temperada a produção de milho pode aumentar acentuadamente quando os solos ácidos recebem calagem para chegar próximo ao pH neutro Neste exemplo o calcário aumentou a produção em 2 tha nos anos secos e 08 tha nos anos úmidos Em todos os casos o milho foi bem adubado O calcário e o fertilizante formam um time de alta produtividade e alto lucro ver Figura Em solos ácidos dos trópicos de baixa fertili dade doses de calcário acima daquelas neces sárias para neutralizar o alumínio trocável ou para eliminar a toxidez de manganês podem causar diminuição na produção como nesse exemplo de milho cultivado em um Ultisolo do Havaí ver Figura Manual Fertpmd 11042016 1149 27 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 28 CONCEITO DE PRODUÇÃO 22 pH E A DISPONIBILIDADE DOS ELEMENTOS NO SOLO Com exceção do ferro cobre manganês e zinco que apresentam diminuição na sua disponibilidade com a elevação do pH todos os demais nitrogênio fósforo potássio cálcio magnésio enxofre molibdênio e cloro têm sua disponibilidade aumentada pelo uso racional da calagem em solos ácidos O conhecimento deste fato é da maior importância pois indica que uma das maneiras mais adequadas para aumentar a eficiência dos fertilizantes contendo macronutrientes primários e secundários em so los ácidos é o uso de calcário na dosagem correta ACIDEZ NA TERRA É MÁ DIGESTÃO NA SUA LAVOURA CALCÁRIO É O MELHOR REMÉDIO Para fins práticos considerase a faixa de pH entre 60 e 65 ade quada para a maioria das plantas cultivadas no Brasil Dentre os vários efeitos da cala gem em solos ácidos destacase o aumento da disponibilidade da maioria dos nutrientes essenciais para as plantas Manual Fertpmd 11042016 1149 28 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 29 Concentrações de elementos tais como alumínio ferro e manganês podem atingir níveis tóxicos porque sua solubilidade aumenta nos solos áci dos A toxidez de alumínio é provavelmente o fator limitante mais importante para as plantas em so los muito ácidos pH menor que 50 e mesmo pH 55 em solos cauliníticos A toxidez por íons de hidrogênio H pode afetar diretamente o cresci mento das plantas em solos com pH menor que 42 Os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica e pela liberação de nitrogê nio fósforo e enxofre podem estar em pequeno número e com pouca atividade O cálcio pode ser deficiente raramente quando a CTC do solo é extremamente baixa O mesmo pode acontecer com o magnésio A performance dos herbicidas aplicados ao solo pode ser afetada de modo adverso quando o pH do solo é muito baixo A fixação simbiótica de nitrogênio pelas legu minosas é severamente reduzida A relação sim biótica requer uma amplitude de pH mais estreita para o crescimento ótimo das plantas do que no caso de plantas não fixadoras de nitrogênio A bactéria simbiótica da soja é mais eficiente em pH variando de 60 a 62 e a da alfafa em pH 68 a 70 Os solos argilosos com alta acidez são menos agregados Isto causa baixa permeabilidade e aera ção um efeito indireto motivo pelo qual os solos que receberam calagem produzem mais resíduos das culturas Os resíduos favorecem a estrutura A disponibilidade de nutrientes como o fósforo e o molibdênio é reduzida Há um aumento na tendência de lixiviação de po tássio A Figura 24 mostra como a amplitude de pH influen cia a disponibilidade de nutrientes e outros elementos do solo Figura 24 Efeito do pH na disponibilidade de nutrientes e outros elementos nos solos Manual Fertpmd 11042016 1149 29 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 30 OS NÍVEIS DESEJÁVEIS DE pH VARIAM Muitas culturas desenvolvemse melhor quando o pH está entre 60 e 70 mas a acidez não retarda o crescimento de todas as culturas Algumas culturas necessitam de condições ácidas para seu desenvolvi mento A Tabela 25 compara os valores de pH desejá veis para várias culturas Tabela 25 Amplitudes de pH desejáveis para algumas culturas 5060 6065 6570 Batata inglesa Grama bermuda Alfafa Batata doce Milho Trevos Melancia Algodão Arroz Sorgo Café Amendoim Soja Trigo Feijão As culturas que originalmente se desenvolveram em solos calcários tais como algodão sorgo e alfafa pre ferem baixos níveis de saturação por alumínio de Al da CTC efetiva Outras culturas como arroz e cowpea mostram uma grande amplitude de tolerância varietal O café o abacaxi o chá o dendê e um número de gra míneas e leguminosas tropicais podem se desenvolver em solos com alta saturação por alumínio Entretanto o calcário pode ser necessário para corrigir as deficiên cias de cálcio e magnésio ou para corrigir a toxidez de manganês Tabela 26 existir para culturas como milho soja e alfafa mas não para a batata inglesa Culturas como a batata inglesa e a soja podem ser afetadas por doenças eou deficiên cias de micronutrientes se o pH do solo estiver abaixo ou acima de suas necessidades individuais indepen dentemente da área geográfica O conhecimento do solo em que se trabalha assim como da cultura é es sencial para se atingir o pH ótimo e as necessidades reais de calcário1 COMO O CALCÁRIO REDUZ A ACIDEZ DO SOLO Os processos e as reações pelos quais o calcário reduz a acidez do solo são muito complexos mas uma simplificação mostrará como o calcário age Como foi mencionado anteriormente o pH de um solo é uma expressão da atividade do íon hidrogênio A principal fonte de hidrogênio na maioria dos solos com pH menor que 55 é a reação do alumínio com a água como mostrado na equação seguinte Al3 H2O AlOH2 H Essa reação libera H acidificação que por outro lado aumenta a quantidade de Al3 pronto para reagir novamente O calcário reduz a acidez do solo aumenta o pH convertendo alguns íons de hidrogênio em água Aci ma de pH 55 o Al precipita como AlOH3 e assim sua ação tóxica e a principal fonte de H são eliminadas A reação funciona assim enquanto íons de cálcio Ca2 do calcário substituem o alu mínio Al3 nos pontos de troca o íon carbonato CO3 2 reage com a solu ção do solo criando um excesso de íons hidroxila OH que em segui da reagem com o H excesso de aci dez formando água O processo glo bal é ilustrado na Figura 25 Lembrese de que o inverso des se processo também pode ocorrer Um solo ácido pode tornarse mais ácido se um programa de calagem não for seguido À medida que íons básicos como Ca2 Mg2 e K são re movidos geralmente por absorção pelas culturas eles podem ser subs tituídos por Al3 Estes íons básicos podem também ser perdidos por lixiviação novamente sendo substituídos por Al3 A atividade do Al3 aumentará continuamente Tabela 26 Culturas e pastagens adaptadas a solos ácidos com mínima apli cação de calcário pH 4547 4750 5053 Saturação por Al 5875 4558 3145 Dose de calcário tha 02505 0510 1020 Arroz de sequeiro Cowpea Milho Mandioca Banana da terra Feijão preto Manga Caju Citros Abacaxi Estilosantes Centrosema Paspalum Culturas adequadas desde que sejam plan tadas variedades tole rantes 1 Mesmo em uma determinada área existe considerável variação quanto ao pH ótimo para o desenvolvimento das culturas Por exemplo em solos orgânicos o pH desejável para a cultura de milho é cerca de uma unidade mais ácido do que em áreas bem drenadas provavelmente pela ação da matéria orgânica em reduzir a atividade do alumínio na solução do solo As propriedades do solo variam em diferentes áreas O pH ótimo em uma região pode não ser o melhor em outras regiões As diferenças entre as regiões podem Manual Fertpmd 11042016 1149 30 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 31 abaixando o pH do solo se não for feita a calagem adequada ÉPOCA E FREQÜÊNCIA DAS APLICAÇÕES DE CALCÁRIO Para rotações que incluem leguminosas que deman dam pH mais alto o calcário deve ser aplicado três a seis meses antes da semeadura especialmente em solos muito ácidos A calagem feita poucos dias antes do plantio da alfafa ou do trevo por exemplo geral mente produz resultados decepcionantes porque o calcário pode não ter tido tempo suficiente para reagir com o solo Se uma leguminosa como o trevo será plan tada após o trigo de outono o calcário deve ser aplica do no plantio do trigo1 As formas cáusticas de calcário óxido de cálcio e hidróxido de cálcio devem ser espalhadas com bas tante antecedência ao plantio para prevenir danos às sementes na germinação As afirmações generalizadas sobre a freqüência da calagem são provavelmente inadequadas Muitos fa tores estão envolvidos A melhor maneira para se de terminar a necessidade de uma nova calagem é anali sandose o solo As análises das amostras de solo de vem ser feitas a cada três anos mais freqüentemente em solos arenosos e solos sob irrigação Os seguintes fatores influenciarão a freqüência da calagem Textura do solo Os solos arenosos precisam re ceber nova calagem com mais freqüência do que os solos argilosos Dose de adubo nitrogenado Altas doses de adu bos amoniacais geram considerável acidez Taxa de remoção pelas culturas Dependendo da cultura produtividade e partes colhidas quanti dades substanciais de cálcio e magnésio podem ser removidas Quantidade de calcário aplicada Doses mais elevadas normalmente significam que o solo não necessita de nova calagem com freqüência Não faça supercalagens Amplitude de pH desejada A manutenção de um pH alto geralmente significa que o calcário pre cisa ser aplicado com mais freqüência do que quan do um pH médio é satisfatório Geralmente a am plitude de pH desejada não é atingida devido ao uso de subdoses de calcário de calcário de partí culas grosseiras ou à incorporação inadequada As análises do solo podem monitorar as mudanças no pH em função da calagem SELEÇÃO DO MATERIAL CALCÁRIO ASPECTOS DE QUALIDADE Na seleção do material calcário verifique seu valor neutralizante seu grau de finura e sua reatividade Onde o magnésio do solo for baixo ou deficiente como em muitos solos altamente intemperizados dos trópicos o teor deste nutriente no calcário deverá ser um fator determinante na seleção do material isto é devese usar calcário magnesiano ou dolomítico Quando isto não é possível o magnésio deve ser suprido de outra fonte O poder de neutralização de todos os materiais calcários é determinado pela comparação com o poder de neutralização do carbonato de cálcio puro CaCO3 Considerandose o poder de neutralização do CaCO3 como 100 o poder dos outros materiais pode ser deter minado Este valor é chamado de poder relativo de neutralização ou equivalente de carbonato de cál cio O poder relativo de neutralização de vários mate riais calcários comuns é mostrado na Tabela 27 Quando uma certa quantidade de calcário é mistu rada com o solo sua velocidade de reação e grau de Figura 25 Como o calcário diminui a acidez 1 Em qualquer sistema de cultivo com culturas anuais mesmo em áreas que estão sendo preparadas para entrada no sistema de plantio direto devese lembrar a importância de se fazer a distribuição do calcário com a devida antecedência e bem incorporado ao solo No caso do plantio de culturas perenes estes cuidados devem ser ainda maiores pois é a única oportunidade para incorporação profunda do calcário Manual Fertpmd 11042016 1149 31 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 32 reatividade são determinados pelo tamanho das partí culas As partículas grosseiras de calcário reagem mais lenta e menos completamente As partículas finas de calcário reagem com mais rapidez e muito mais com pletamente Tabela 27 Poder relativo de neutralização de vários ma teriais calcários Poder relativo de neutralização Carbonato de cálcio 100 Calcário dolomítico 95108 Calcário calcítico 85100 Farinha de ostras cozidas 8090 Margas 5090 Cal viva 150175 Farinha de ostras queimadas 90110 Cal hidratada 120135 Escórias básicas 5070 Cinza de madeira 4080 Gesso Nenhum Subprodutos Variável O custo do calcário aumenta com a finura do mate rial moído A meta é um material que necessite de um mínimo de moagem mas que tenha suficiente mate rial fino para causar uma rápida mudança no pH Como resultado os materiais calcários para a agricultura con têm tanto material grosseiro quanto material fino Al guns Estados e países requerem que uma certa por centagem do calcário passe em determinado tamanho de malha Isto garante que o calcário será eficiente na neutralização da acidez A importância do tamanho das partículas é mostrada na Figura 26 Material calcário Este gráfico ilustra a realidade da relação entre o tamanho das partículas de calcário e o seu grau de reatividade As partículas maiores 4 a 8 mesh ou 635 a 317 mm apresentam somente 10 de eficiência no período de estudo de 1 a 3 anos As partículas meno res 50 a 100 mesh ou 05 a 025 mm reagiram com pletamente Apesar da velocidade de reação depender do tama nho das partículas do pH inicial e do grau de mistura no solo a natureza química do material por si é uma consideração importante Por exemplo os óxidos e hidróxidos reagem mais rapidamente do que os carbo natos De fato a cal hidratada pode reagir tão rapida mente que chega a esterilizar parcialmente o solo Se aplicada muito próximo à época de plantio ela pode induzir a uma deficiência temporária de potássio por causa do alto nível de cálcio Podem ocorrer em casos extremos crescimento retardado e morte de algumas plantas Quando são necessários tanto o cálcio quanto o magnésio devese usar materiais calcários que conte nham ambos os nutrientes Alguns calcários contêm quantidades iguais de carbonatos de cálcio e de mag nésio mas trabalhos de pesquisa mostram que cerca de 10 de MgCO3 são suficientes para suprir o mag nésio A necessidade de calcários que contenham magnésio varia entre regiões Em solos arenosos há mais probabilidade de deficiência deste nutriente LOCALIZAÇÃO DO CALCÁRIO Outro fator importante que determina a eficiência do calcário é a sua localização É essencial que a in corporação seja feita de modo a permitir o máximo contato com o solo da camada arável Os materiais calcários mais comuns são apenas ligeiramente solú veis em água assim sendo é absolutamente necessá ria a incorporação para que ocorra a reação do calcário Mesmo quando adequadamente misturado ao solo o calcário terá pouco efeito sobre o pH se o solo estiver seco A umidade é essencial para que o calcário reaja no solo Quando grandes quantidades de calcário são apli cadas em solos argilosos a mistura fica mais bem feita aplicandose uma parte antes da aração e outra de pois desta operação Em solos arenosos que podem ser preparados à profundidade de 1015 cm uma apli cação apenas antes ou depois da gradagem é sufi ciente Em alguns sistemas de cultivo como as culturas perenes e as pastagens a mistura somente pode ser feita antes da semeadura Uma vez estabelecida a cul tura o calcário só poderá ser aplicado a lanço em co bertura O calcário aplicado à superfície reage lenta 4 8 20 50 100 100 80 60 40 20 0 do calcário que reage em 1 a 3 anos Partículas mais finas escala logarítmica em meshs Figura 26 Relação entre o tamanho das partículas de calcário e sua reatividade ao longo do tem po Manual Fertpmd 11042016 1149 32 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 33 mente e não tão completamente quanto o calcário misturado com o solo Assim sendo estes campos de vem receber nova calagem antes do pH descer a valo res abaixo da amplitude desejada a fim de evitar a acidez excessiva na zona radicular MATERIAIS CALCÁRIOS1 Apesar de terem sido feitas referências aos mate riais calcários nas seções anteriores são apresenta das a seguir descrições sucintas do óxido de cálcio hidróxido de cálcio calcários calcítico magnesiano e dolomítico calcário calcinado margas e escórias Óxido de cálcio CaO Também conhecido como cal viva cal virgem ou calcário rápido o CaO é um pó branco muito desagregável na mão É fa bricado pela queima de calcário calcítico em for nos e sua pureza depende da matériaprima Quan do adicionado ao solo ele reage quase imediata mente de modo que quando se desejam resulta dos rápidos o CaO ou o hidróxido de cálcio são ideais Deve ser completamente misturado ao solo pois empedra rapidamente e pode tornarse ine ficiente Hidróxido de cálcio CaOH2 Freqüentemente chamado de cal apagada cal hidratada ou cal de construção o CaOH2 é uma substância branca pulverulenta difícil e desagradável de manusear A neutralização ocorre rapidamente quando é adi cionado ao solo É preparado através da hidratação do CaO Calcário calcítico CaCO3 calcário magnesiano e calcário dolomítico CaMgCO32 Existem vá rios depósitos de calcário calcítico magnesiano e dolomítico de alta qualidade no mundo Eles são mais comumente explorados em mineração a céu aberto Sua qualidade depende das impurezas tais como argila que eles contêm Seu poder de neutralização equivalente em CaCO3 usualmen te varia de 65 a 70 a pouco mais de 100 São produtos apenas moídos para posterior utilização Calcário calcinado Os calcários calcinados que tanto podem ser calcíticos magnesianos ou dolo míticos são produtos muito comercializados em algumas regiões do Brasil São fabricados pela calcinação das rochas em fornos e posterior moa gem O grau de calcinação pode ser total ou par cial o que dá ao produto final diferentes graus de poder relativo de neutralização total Margas Margas são depósitos moles não conso lidados de CaCO3 que ocorrem em muitas áreas A espessura dos depósitos pode atingir até 10 m Estes depósitos são explorados através de siste mas de dragas ou pás mecânicas após a remoção do material superficial não aproveitável As margas são quase sempre pobres em magnésio e seu poder de neutralização está inversamente relacio nado com a quantidade de argila presente Escórias Vários tipos de materiais são classifi cados como escórias A escória de siderurgia é um subproduto da fabricação do ferro gusa A escória básica é um produto de um método de fabricação do aço a partir do ferro gusa As escórias básicas são geralmente aplicadas pelo seu teor de fósforo ao invés do seu valor como material corretivo As escórias de forno elétrico resultam da redução em um forno elétrico do fosfato de rocha na prepara ção do fósforo elementar É um resíduo geralmente comercializado a baixo preço dentro de um raio limitado em torno do local de produção Poeira calcária Poeira calcária é um subproduto da produção de cimento e contém uma mistura de compostos incluindo óxido de cálcio CaO carbo nato de cálcio CaCO3 óxido de potássio K2O carbonato de potássio K2CO3 e outros materiais O material é muito fino e difícil de manusear Com partículas finas entretanto é um produto ideal para ser usado em suspensões fluidas A presença de óxidos contudo pode levar o pH das suspensões a cerca de 12 Outros materiais Um grande número de sub produtos industriais pode conter quantidades con sideráveis de materiais calcários Estes produtos devem ser analisados antes de seu uso quanto a teores de elementos ou compostos que podem causar danos ao ambiente SOLOS COM pH ELEVADO CALCÁRIOS SALINOS E SÓDICOS Muitos solos em climas áridos apresentam pH ele vado que pode afetar suas propriedades e influenciar na produtividade das culturas Obviamente eles não necessitam calcário mas seu pH elevado afeta a dis ponibilidade de nutrientes a fertilidade do solo e o manejo de fertilizantes Solos calcários contém CaCO3 livre calcário não dissolvido com valores de pH na amplitude de 73 a 84 A presença de calcário livre influen cia algumas práticas de manejo tais como o uso 1 As reservas brasileiras de rochas calcárias são estimadas em 136 x 106 t com uma distribuição espacial bastante razoável em relação às áreas agricultáveis do país Manual Fertpmd 11042016 1149 33 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 34 de herbicidas a localização do fósforo por causa da fixação e a disponibilidade de micronutrientes particularmente o ferro A diminuição do pH em solos calcários comumente não é econômica Com manejo adequado estes são alguns dos solos mais produtivos Solos salinos contém sais em quantidades su ficientemente altas para limitar o crescimento das culturas porque não podem absorver água suficien te para suas funções As plantas que crescem em solos salinos em geral exibem murchamento mes mo quando o teor de água no solo é adequado O grau de salinidade é medido no laboratório como condutividade elétrica CE Os solos salinos po dem ser recuperados pela lixiviação dos sais para fora da região das raízes usandose água de boa qualidade Uma vez que as culturas apresentam diferenças quanto à tolerância ao teor de sais a melhor prática de manejo MPM é selecionar aque las culturas que são conhecidas como tolerantes a sais A Tabela 28 compara algumas culturas em relação à tolerância à salinidade Estes solos usual mente apresentam pH menor que 85 Solos sódicos contém quantidade excessiva de sódio Na nos pontos de troca da CTC Os so los são usualmente classificados como sódicos se a saturação em Na exceder 15 da CTC Eles nor malmente têm pH 85 ou acima O excesso de sódio provoca a dispersão do solo limitando o movimento de ar e água por causa das más propriedades físi cas A água tende a formar poças nos solos sódicos Tais solos podem ser recuperados substituindo o sódio do complexo da CTC por cálcio O gesso sulfato de cálcio é o produto mais comum usado para essa finalidade O enxofre elementar pode ser usado se o solo é calcário O sucesso na recu peração destes solos exige que o sódio seja lixi viado para fora da zona de raízes e a pouca movi mentação da água pode tornar esta tarefa difícil O preparo profundo eou a aplicação de esterco têm sido usados para melhorar o movimento inter no da água Algumas vezes os solos sódicos são também salinos Solos salinossódicos são tipica mente caracterizados por uma saturação em Na maior que 15 da CTC alta condutividade elétri ca e um pH de 84 ou menos A recuperação des ses solos é idêntica àquela dos solos sódicos Tabela 28 Tolerância de algumas culturas comuns à salinidade do solo Nível de tolerância Bom Moderado Pobre Cevada Cereais Maioria dos trevos Beterraba açucareira Milho Feijão Canola colza Alfafa Aipo Algodão Centeio Maçã Grama bermuda Trevo doce Citros Pêssego Manual Fertpmd 11042016 1149 34 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 35 CAPÍTULO 2 REAÇÃO DO SOLO E CALAGEM PERGUNTAS DE REVISÃO 1 O pH do solo é uma medida da atividade de e é expresso em termos de 2 C ou E Um solo com pH 75 é de reação básica 3 C ou E Um solo com pH 70 é de reação ácida 4 Um solo com pH 50 é vezes mais ácido do que um solo com pH 70 5Os solos formados sob condições de alta pluviosidade são mais menos ácidos do que aqueles formados sob condições áridas 6 C ou E As plantas crescendo durante a formação do solo influenciam o pH 7 As leguminosas geralmente contêm mais menos cálcio e magnésio do que as gramíneas 8 C ou E Na maioria dos casos a erosão do solo resulta em diminuição do pH 9 C ou E A inundação não tem efeito no pH de solos ácidos ou básicos 10 Os métodos mais comumente usados para a medição do pH do solo são e O é mais exato 11 A necessidade de calcário está relacionada com e capacidade 12 é uma medida da resistência de um solo a mudanças do pH 13 C ou E A capacidade tampão é maior em solos arenosos do que em solos argilosos 14 C ou E Em solos ácidos dos trópicos com altos teores de óxido de Fe e de Al a calagem a valores de pH neutro pode causar decréscimo na produção 15 C ou E O pH ácido do solo aumenta a performance da maioria dos herbicidas a ele aplicado 16 O fósforo é mais menos disponível no pH 60 do que no pH 75 17 C ou E Solos ácidos são ruins para todas as culturas 18 Quais das seguintes culturas crescem melhor na amplitude do pH 6065 milho alfafa trigo soja melancia 19 C ou E Arroz de sequeiro mandioca abacaxi e leguminosas de cobertura como Centrosema podem tolerar alta saturação de Al nos solos 20 O calcário aumenta o pH do solo convertendo íons H em 21 C ou E Os solos ácidos devem receber nova calagem a cada cinco anos 22 Para fornecer ambos cálcio e magnésio devese usar o calcárioou 23 Para rotações que incluem leguminosas o calcário deve ser aplicado de a meses antes da época de semeadura 24 O melhor método para se determinar a freqüência de novas aplicações de calcário é 25 C ou E A textura do solo e a adubação nitrogenada influenciam a freqüência da calagem 26 Um material calcário deve ser selecionado com base no seu poder grau de e Manual Fertpmd 11042016 1149 35 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 36 27 é o poder de neutralização de um material calcário comparado ao do CaCO3 puro 28 C ou E A escória básica possui maior poder de neutralização do que o CaCO3 29 C ou E Todo calcário deve ser moído de modo a se obterem somente partículas de tamanho muito pequeno 30 Quais os materiais calcários que reagem mais rapidamente os óxidos ou os carbonatos 31 C ou E A aplicação a lanço em cobertura em culturas permanentes e pastagens é mais eficiente do que a incorporação do calcário no solo antes do estabelecimento da cultura 32 O óxido de cálcio CaO é também chamado de cal cal ou calcário 33 O poder de neutralização dos calcários agrícolas calcítico magnesiano e dolomítico geralmente varia de a mais de 34 Solos contêm carbonato de cálcio livre 35 C ou E Solos salinos possuem altos teores de Na 36 Espécies tolerantes à salinidade incluem e 37 Solos sódicos contêm grandes quantidades de 38 C ou E O gesso é usado para recuperar solos sódicos Manual Fertpmd 11042016 1149 36 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 37 UM NUTRIENTE ESSENCIAL PARA AS PLANTAS O NITROGÊNIO N é essencial para o crescimen to das plantas pois é parte de cada célula viva As plantas exigem grandes quantidades deste nutriente Tabela 31 Tabela 31 As culturas apresentam alta exigência em nitrogênio Quantidade de N na cultura total kg Alfafa 180 500 Algodão fibra 17 200 Amendoim 45 270 Arroz 78 125 Cacau sementes 15 450 Canadeaçúcar 1120 235 Café grãos verdes 32 500 Capim napier 280 340 Grama bermuda 180 410 Laranja 600 300 Mandioca 400 260 Milho 100 240 Soja 40 350 Sorgo granífero 84 250 Tomate 900 260 Trigo 40 130 As leguminosas retiram a maior parte do seu nitrogênio do ar O NITROGÊNIO TEM MUITAS FUNÇÕES NAS PLANTAS As plantas geralmente absorvem e transportam a maior parte de suas exigências em nitrogênio nas for mas de amônio NH4 ou nitrato NO3 Pode ocorrer alguma absorção direta de uréia pelas folhas e peque nas quantidades de nitrogênio são obtidas de materiais como os aminoácidos solúveis em água À exceção do arroz a maioria das culturas absorve a maior parte do seu nitrogênio na forma de nitrato NO3 A pesquisa entretanto demonstrou que as cul turas utilizam quantidades substanciais de amônio NH4 se ele estiver presente no solo Certos híbridos de milho têm uma alta exigência de amônio que ajuda a alcançar altas produções O trigo também tem mostrado benefícios da nutrição com ni trogênio amoniacal Um motivo para este fato é que a redução do nitrato na planta requer energia NO3 é re duzido a NH4 que então é transformado em amino ácidos dentro da planta A energia para esse processo é fornecida pelos carboidratos que poderiam de outra forma ser usados para o crescimento ou formação de grãos O nitrogênio é necessário para a síntese da clorofila e como parte da molécula da clorofila está envolvido na fotossíntese Falta de nitrogênio e clorofila significa que a planta não irá utilizar a luz do sol como fonte de energia para levar a efeito funções essenciais como a absorção de nutrientes O nitrogênio é um componente CAPÍTULO 3 NITROGÊNIO Página Um nutriente essencial para as plantas 37 O nitrogênio tem muitas funções nas plantas 37 Sintomas da deficiência nas plantas 38 O nitrogênio e a eficiência no uso da água 38 O nitrogênio no solo e no ar 41 Mineralização e imobilização do N 41 Nitrificação e desnitrificação 42 Estabilizando o nitrogênio no solo 43 Fixação do nitrogênio 43 Perdas de nitrogênio 44 Como o nitrogênio afeta a acidez do solo 45 Fontes de nitrogênio 46 Perguntas de revisão 49 Cultura Produtividade tha Manual Fertpmd 11042016 1149 37 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 38 de vitaminas e do sistema enzimático da planta Ele é também um componente essencial dos aminoácidos os quais formam as proteínas Em conseqüência o ni trogênio é responsável direto pelo aumento do teor de proteína ver Conceito de Produção 31 para aprender como o nitrogênio aumenta o teor de proteína um lucro extra das culturas SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS O nitrogênio em nível adequado produz uma cor verde escura nas folhas devido a uma alta concentra ção de clorofila A deficiência de nitrogênio causa a clorose um amarelecimento das folhas pela diminui ção da clorofila Este amarelecimento começa primei ro nas folhas mais velhas e então aparece nas folhas jovens à medi da que a deficiência tornase mais severa Os pigmentos verdes na clorofila absorvem a energia luminosa neces sária para iniciar o processo da fo tossíntese A clorofila ajuda a con verter o carbono o hidrogênio e o oxigênio em açúcares simples Es tes açúcares e seus produtos de con versão ajudam a estimular mais au mentos no crescimento das plantas Um crescimento lento e plantas atarracadas são também indicações de deficiência de nitrogênio Cultu ras de pequenos grãos e outras plantas graminóides perfilham menos quando há deficiência de nitrogênio Um teor inadequado de nitrogênio conduz a baixos níveis de proteínas nas sementes e nas partes vege tativas As plantas deficientes usualmente têm menos folhas e certas culturas como o algodão podem atingir a maturidade mais cedo do que plantas supridas com adequado nitrogênio O milho adequadamente adubado com nitrogênio terá menor porcentagem de água nos grãos do que o milho suprido de modo insuficiente com este nutriente O nitrogênio é algumas vezes considerado respon sável por atraso na maturação O excesso de nitrogê nio pode aumentar o crescimento vegetativo reduzir a formação dos frutos e afetar de maneira adversa a qualidade da produção O atraso na maturação entre tanto é usualmente resultado da deficiência de outros nutrientes não de nitrogênio O NITROGÊNIO E A EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA ver Conceito de Produção 32 Sempre que um elemento ausente ou deficiente au menta a produção quando é aplicado a eficiência no uso da água também aumenta Na Tabela 32 o nitro gênio mais que dobrou a produção de milho com a mesma quantidade de água em solo francoarenoso Com o aumento da dose de nitrogênio de 112 para 224 kgha houve adição de 4143 kgha à produção A aplicação da dose de 224 kgha em oito parcelas de 28 kg ao invés de em apenas uma aplicação aumen tou 2135 kgha na produção A Tabela 32 mostra que mais nitrogênio na época exata dobra a produção de milho com a mesma quantidade de água1 O nitrogênio aumentou a produção de milho por mm de água disponível independentemente da quantidade de água Os 168 kg de nitrogênio produziram mais de 2 kg por mm de água sob condições úmidas e quase 275 kg a mais por mm de água no ano seco como pode ser visto na Tabela 33 Tabela 33 O nitrogênio aumentou a produção de milho tanto em época úmida como em seca Produção de Eficiência no uso grãos tha da água kgmm H2O Seca Úmida Seca Úmida 0 47 60 482 468 168 72 95 748 698 Resposta ao N 25 35 Colorado EUA No Arizona o nitrogênio aumentou até 18 kg de tri go por mm de água No Texas o nitrogênio ajudou a produzir 28 kg a mais de sorgo por mm de água usada Tabela 34 1 A forma mais correta para aumentar a eficiência da adubação nitrogenada é o parcelamento da mesma O número mais adequado de aplicações vai depender da cultura do tipo de solo e da quantidade e intensidade das chuvas Tabela 32 Mais nitrogênio no momento correto dobra a produção de milho com a mesma quantidade de água N Produção kg de milho kgha tha kg de N 0 27 112 a no plantio 58 275 b 4 x 28 kgha aplicados por irrigação 97 622 224 a no plantio 99 322 b 8 x 28 kgha aplicados por irrigação 121 417 Minnesota EUA Dose de N kgha Modo de aplicaçãoépoca Manual Fertpmd 11042016 1149 38 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 39 CONCEITO DE PRODUÇÃO 31 NITROGÊNIO O CONSTRUTOR DA PROTEÍNA A AGRONOMIA é hoje o maior diplomata no mun do Por que Porque os princípios agronômicos produ zem suprimentos adequados de alimentos inclusive proteína que é vital para a saúde humana e dos ani mais Assumindo uma média de 40 gramas de proteína por pessoa por dia para a população da Terra o con sumo anual deveria ser de aproximadamente 80 mi lhões de toneladas de proteína Esta proteína atinge a mesa do consumidor diretamente dos vegetais ou por A ADUBAÇÃO COM N AUMENTA O TEOR DE PROTEÍNA Em capim Guiné interagindo com K 2 anos de produção NK2O Matéria Proteína Proteína kgha seca tha bruta bruta tha 00 108 957 10 0291 112 934 10 3620 146 1207 18 7700 161 1550 25 753750 341 1037 35 Em milho Nitrogênio Produção Proteína Proteína kgha tha tha 0 73 80 06 90 100 85 08 180 115 95 11 Em trigo de inverno Nitrogênio Produção de Proteína no kgha grãos tha grão 0 24 111 34 29 126 67 30 136 100 33 140 meio dos animais aves ou peixes que consomem plan tas contendo proteínas Estes dados são claros Nós vivemos em mundo com fome de proteína A chave para a produção de proteína é a adubação nitrogenada O nitrogênio aumenta diretamente o teor de proteí na nas plantas Teores adequados de potássio e fósfo ro aumentam a capacidade das plantas de utilizar altas doses de nitrogênio para produzir mais a verdadeira proteína e melhorar a qualidade dos produtos Manual Fertpmd 11042016 1149 39 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 40 CONCEITO DE PRODUÇÃO 32 OS FERTILIZANTES MELHORAM A UTILIZAÇÃO DA ÁGUA A MELHOR COISA DEPOIS DA CHUVA disto é que tem sido chamado o fertilizante Ele merece esta honraria POR QUE Porque O fertilizante ajuda a produzir mais por mm de chuva como mostrado acima O fertilizante ajuda as raízes a se aprofundarem para encontrar água no subsolo Os sistemas radiculares mais profundos absorvem mais nutrientes e umidade O fertilizante cria mais rapidamente uma cobertura vegetal mais espessa para evitar a evaporação da água A boa cobertura vegetal diminui o escoamento superficial e faz com que o solo fique mais úmido O fertilizante ajuda as culturas a terem um crescimento inicial mais rápido sombreando as ervas daninhas que roubam a umidade OS MAIORES AUMENTOS DE PRODUÇÃO DECORRENTES DO USO DE FERTILIZANTES EM TERMOS PORCENTUAIS OCORREM FREQÜENTEMENTE EM ANOS SECOS Manual Fertpmd 11042016 1149 40 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 41 Tabela 34 O nitrogênio produz mais sorgo granífero por mm de água Sorgo granífero média de 3 anos Produção Eficiência no uso da água tha kg grãosmm H2O 0 51 339 134 78 587 268 81 623 Texas EUA O NITROGÊNIO NO SOLO E NO AR A quantidade de nitrogênio em forma disponível no solo é pequena Muito pouco é encontrado nas rochas e nos minerais que formaram os solos Quase todo o nitrogênio do solo é proveniente da atmosfera da Ter ra a qual contém um suprimento quase ilimitado Cer ca de 80 do ar que respiramos é composto por nitro gênio Cada hectare da superfície da terra é coberto por cerca de 84000 toneladas de nitrogênio mas este é um gás inerte Ele precisa ser combinado com outros elementos antes que as plantas possam usálo Uma certa quantidade de nitrogênio ocorre no solo em três formas principais N orgânico parte da matéria orgânica do solo não disponível para a planta em crescimento N amoniacal fixado pelos minerais argilosos muito lentamente disponível para as plantas Íons de amônio e nitrato ou compostos solúveis o N que as plantas usam N inorgânico MINERALIZAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO DO N O solo contém uma proporção relativamente gran de de nitrogênio não disponível orgânico e uma pequena proporção de nitrogênio disponível inor gânico como ilustrado na Figura 31 Figura 31 A maior parte do N do solo está no depósito orgânico e não está prontamente disponível para o uso pelas plantas O nitrogênio orgânico pode representar 9798 do nitrogênio total do solo O nitrogênio inorgânico geral mente representa somente 23 Conseqüentemente o processo pelo qual as formas orgânicas são converti das em formas disponíveis é importante para o cresci mento das plantas Este processo é chamado de mine ralização Ele ocorre à medida que os microrganismos decompõem materiais orgânicos para seu suprimento de energia Com a decomposição da matéria orgânica os organismos usam alguma energia liberada mais uma parte dos nutrientes essenciais da matéria orgânica Quando os organismos usaram todos os nutrientes de que eles necessitavam o excesso tal como o nitrogê nio é liberado dentro do solo para o crescimento da planta O nitrogênio também pode ser convertido da forma inorgânica para a forma orgânica como é mostrado pela seta dupla Este processo é chamado de imobili zação Ele é o reverso da mineralização A imobiliza ção ocorre quando resíduos de culturas com alto teor de carbono e baixo de nitrogênio são incorporados ao solo À medida que os microrganismos decompõem vi gorosamente os suprimentos de energia frescos resí duos de culturas eles necessitam do nitrogênio para construir proteínas para os tecidos do corpo A me nos que os resíduos sejam relativamente ricos em ni trogênio os organismos retiram o nitrogênio inorgânico do solo para obter o que necessitam Assim o nitrogê nio mineral do solo é convertido em nitrogênio orgâni co nas proteínas dos micróbios que não é disponível para o crescimento das plantas Mas grande parte des te nitrogênio volta à forma disponível à medida que os corpos dos microrganismos se decompõem A mineralização e a imobilização ocorrem simulta neamente nos solos A mudança no solo em direção ao depósito orgânico ou inorgânico depende grandemente da relação carbononitrogênio CN dos materiais em decomposição Os materiais com relação CN alta aci ma de 301 favorecem a imobilização Materiais com relação CN baixa menos de 201 favorecem uma mineralização mais rápida Em relações CN na ampli tude de 20 a 301 os dois processos praticamente se igualam A Tabela 35 mostra a relação CN de materiais or gânicos selecionados Tabela 35 Relação carbononitrogênio de materiais or gânicos selecionados Material Relação CN Solo inalterado 101 Alfafa 131 Esterco 201 Colmos de milho 601 Colmos de culturas de pequenos grãos 801 Carvão e óleo mineral 1241 Carvalho 2001 Abeto vermelho 10001 Dose de N kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 41 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 42 Quando a imobilização do nitrogênio do solo exce de a mineralização pode praticamente não haver ni trogênio disponível para as culturas em crescimento a não ser que fertilizantes nitrogenados tenham sido aplicados em uma faixa próxima às raízes Isto é chamado de período de depressão de nitrato É um período crítico para as culturas A sua duração depen de de três fatores 1 da relação CN do material em decomposição 2 da quantidade de resíduo da cultura adicionada ao solo 3 das condições ambientais do solo Com a adição de mais resíduos de culturas em geral há aumento no período O fornecimento adequa do de nitrogênio geralmente encurta o período Para evitar o problema ou evitar o seu impacto devese in corporar bem os resíduos antes do plantio da cultura subseqüente e permitir a decomposição prévia dos mesmos NITRIFICAÇÃO E DESNITRIFICAÇÃO O produto inicial da decomposição da matéria orgâ nica mineralização é o amônio NH4 resultante da fragmentação de proteínas aminoácidos e outros com postos A conversão de substâncias mais complexas em amônio é chamada amonificação Sob condições que favorecem o crescimento das plantas grande parte do nitrogênio amoniacal do solo será convertida em nitrogênio nítrico por certas bacté rias nitrificadoras Este processo é chamado nitrifi cação Figura 32 Ele é importante por três razões fundamentais O nitrato é prontamente disponível para o uso pe las culturas e microrganismos Os organismos tam bém usam NH4 sob condições de boa aeração Os nitratos são extremamente móveis no solo Eles movimentamse livremente com a água do solo Assim sendo muito nitrogênio nítrico pode ser lixi viado através do perfil do solo mais em solos arenosos profundos do que em solos de textura argilosa com drenagem moderada e alta pluvio sidade O manejo do nitrogênio entretanto pode controlar a lixiviação para o lençol freático e au mentar a produtividade Os nitratos podem ser perdidos por desnitrifica ção um processo pelo qual os nitratos são reduzi dos a óxido nitroso N2O ou N elementar N2 e perdidos para a atmosfera na forma de um gás A Tabela 36 mostra que dividindose a adubação nitrogenada em três aplicações aumentouse a produ ção relativa em 31 Isto significa que menos nitrogê nio permaneceu no solo após a colheita Tabela 36 Efeito do parcelamento da adubação nitro genada na produção relativa e teor de pro teína no milho Dose de N Produção relativa Proteína kgha 0 39 831 120 69 844 40 40 40 100 919 Brasil A desnitrificação normalmente ocorre em solos com alto teor de matéria orgânica que permanecem por muito tempo sob condições de alagamento ausência de O2 e conforme a temperatura se eleva Cinco condições do solo parecem ter maior influên cia nos processos de nitrificação e desnitrificação pH do solo As taxas de nitrificação são geral mente baixas em solos ácidos Ela pode ocorrer numa amplitude de pH de 45 a 100 mas o pH ótimo é de 85 A calagem em solos fortemente ácidos beneficia as bactérias nitrificadoras A cala gem tem sido responsável pelo aumento da des nitrificação sob certas condições Umidade As bactérias nitrificadoras permane cem ativas sob condições muito secas mas inati vas em solos inundados Os solos com umidade suficiente para o crescimento das plantas terão umidade suficiente para uma nitrificação normal Os solos encharcados não contêm oxigênio sufi ciente para suprir as bactérias nitrificadoras Como resultado muito pouco nitrato será produzido Quando o oxigênio é excluído do solo pode ocor rer a desnitrificação por ação das bactérias Isto pode diminuir rapidamente o teor de nitrogênio 2 NH4 3 O2 2 NO3 8 H Amônio Oxigênio Nitrato Hidrogênio Bactéria nitrificadora Figura 32 O amônio reage com o oxigênio na presença de bactérias nitrificadoras para produzir nitrato Íons de hidrogênio são também liberados aumentando a acidez do solo Nitrificação Manual Fertpmd 11042016 1149 42 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 43 Temperatura A nitrificação começa lentamente logo acima da temperatura de congelamento e con tinua a aumentar à medida que a temperatura do solo aumenta até cerca de 30oC Acima de 30oC a velocidade decresce As taxas de desnitrificação também aumentam com os aumentos da tempe ratura do solo Aeração A nitrificação requer oxigênio Solos bem aerados de textura média a arenosa têm mais oxigênio e aceleram a nitrificação pela boa drena gem e movimento do ar entre o solo e a atmosfe ra acima do nível do solo Resíduos de culturas A desnitrificação ocorre à medida que as bactérias do solo oxidam os resí duos orgânicos Grandes quantidades de resíduos combinadas com baixo suprimento de oxigênio no solo aumentam as reações de desnitrificação e perdas de nitrogênio ESTABILIZANDO O NITROGÊNIO NO SOLO Todos os principais fertilizantes nitrogenados co mercializados são altamente solúveis quando aplica dos ao solo As fontes orgânicas como os estercos ani mais os resíduos das culturas e das plantas de cober tura liberam à medida que se decompõem nitrogênio solúvel Se não forem utilizadas pela cultura em cres cimento todas as formas nitrogenadas dos fertilizan tes são convertidas em nitratos Na forma de nitrato o nitrogênio está sujeito a perdas por erosão lixiviação e desnitrificação Na forma de amônio o nitrogênio é estável no solo sendo retido nos pontos de troca da CTC nas argilas e matéria orgânica Existem boas razões para manter o nitrogênio nesta forma NH4 pelo menos até próximo ao momento que a cultura necessita dele O nitrogênio amoniacal não é sujeito à lixiviação e assim o potencial de movimento para o lençol freático é mínimo ou é eliminado Alguns híbridos de milho trigo algodão e outras culturas produzem mais quando recebem uma mis tura de NO3 e NH4 O nitrogênio do solo não está sujeito à desnitrifi cação quando na forma amoniacal Um ponto importante em relação ao manejo de fer tilizantes nitrogenados é aplicar as fontes e doses ade quadas adubar com nitrogênio para maior eficiência de uso e fazer a aplicação nos períodos de maior de manda pelas culturas É difícil ou mesmo impossível algumas vezes fazer isso tudo Entretanto com o uso de inibidores da nitrificação ou utilizando fertilizan tes de liberação lenta disponibilidade controlada podese aumentar de modo significante a eficiência no uso do nitrogênio Inibidores da nitrificação Estes produtos sim plesmente bloqueiam a conversão de NH4 para NO3 desativando as bactérias nitrificadoras por vários períodos de tempo algumas vezes até três meses Os resultados são variáveis mas respos tas em produção de até 50 têm sido obtidas usan do bons inibidores de maneira correta O maior be nefício em potencial do uso desses inibidores da nitrificação é quando da aplicação de nitrogênio no outono ou no início da primavera em solos are nosos em solos mal drenados ou com alta intensi dade e quantidade de chuvas Nitrogênio de liberação lenta Os fertilizantes com uréiaformaldeído são fabricados reagindo a uréia com o formaldeído para formar compostos pouco solúveis em água O custo desses produtos geralmente é proibitivo para o uso em culturas co muns seu uso principal é em gramados campos de golfe e outras culturas especiais Uréia revestida com enxofre é outro tipo de fertilizante de disponi bilidade controlada FIXAÇÃO DO NITROGÊNIO Quando o nitrogênio atmosférico combinase com o hidrogênio e o oxigênio ocorre um processo chamado fixação Este processo precisa ocorrer antes do nitro gênio poder ser usado pelas plantas A fixação pode se dar de diversos modos Biológica A fixação biológica pode ser simbiótica ou não simbiótica A fixação simbiótica de nitro gênio referese a microrganismos que fixam o ni trogênio enquanto crescem em associação com a planta hospedeira O processo beneficia a ambos organismos e plantaO exemplo mais amplamen te conhecido é a associação entre a bactéria Rhizobium e as raízes das leguminosas A bacté ria forma nódulos nas raízes A bactéria nestes nó dulos fixam nitrogênio da atmosfera e o tornam disponível para a leguminosa As leguminosas for necem os carboidratos que dão à bactéria a ener gia para fixar o nitrogênio Que quantidade de ni trogênio as bactérias das leguminosas podem fi xar As estimativas variam de uns poucos quilos a até 560 kghaano Alguns valores comumente acei tos são mostrados na Tabela 37 Tabela 37 Estimativas da fixação anual de nitrogênio por várias leguminosas Leguminosa N fixado kghaano Alfafa 220 Trevo ladino 200 Trevo branco 120 Soja 110 Cowpea 100 Lespedezas anual 95 Amendoim 45 Manual Fertpmd 11042016 1149 43 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 44 A fixação simbiótica de nitrogênio pelas bactérias das leguminosas é considerada a mais importante fon te natural deste nutriente nos solos As pesquisas ago ra estão sendo conduzidas para os organismos fixa dores que se desenvolverão e fixarão o nitrogênio em gramíneas O fósforo e o potássio afetam a nodulação e con seqüentemente a fixação do nitrogênio conforme mos trado na Tabela 38 Note como o fósforo e o potássio aumentaram o número de nódulos a porcentagem de nitrogênio nos nódulos e a produção de proteína nas sementes A fixação não simbiótica do nitrogênio é levada a efeito por bactérias de vida livre no solo A quantida de de nitrogênio fixada por estes organismos é muito menor do que a quantidade fixada simbioticamente A maioria das estimativas indica que valores de até 20 kgha são fixados anualmente por estes microrga nismos Oxidação natural O calor gerado por relâmpa gos promove a reação do nitrogênio com o oxigê nio do ar formando eventualmente NNO3 A chu va e a neve adicionam somente 5 a 10 kgha de nitrogênio por ano Industrial Os processos industriais fixam o nitro gênio de modo muito eficiente e em formas dispo níveis para as plantas O processo mais importan te é o da síntese da amônia NH3 a partir de nitro gênio N2 e hidrogênio H como segue N2 3 H2 2 NH3 amônia anidra O H2 é geralmente obtido do gás natural O N2 vem diretamente do ar A Figura 33 mostra como a amônia pode ser usada para a fabricação de um grande número de outros ma teriais fertilizantes PERDAS DE NITROGÊNIO As colheitas das diversas culturas removem gran des quantidades de nitrogênio do solo A quantidade Tabela 38 Efeitos do fósforo e do potássio na produção na nodulação e na composição química da soja Dose anual Produção média 1 Número de nódulos Peso fresco dos de N Proteína na Proteína na P2O5 K2O tha por planta2 nódulos2 mgcm3 no nódulo semente 1 semente kgha1 0 0 17 35 0186 319 418 717 134 0 18 59 0343 392 418 742 0 134 31 79 0487 337 392 1228 134 134 37 114 0919 361 392 1445 1 Média de 2 anos 2 Assumindo a profundidade de 17 cm Virginia EUA calor pressão catalisador Figura 33 A amônia é o produto básico do qual são produzidas outras fontes de nitrogênio H2SO4 CO2 H2O NH4NO3 Uréia H2O H3PO4 HNO3 ácido nítrico Na2CO3 carbonato de sódio H2SO4 ácido sulfúrico CO2 dióxido de carbono H3PO4 ácido fosfórico HNO3 NH3 Fosfato de rocha O2 NH3 Fosfatos de amônia MAP e DAP Soluções com H Aqua amônia NH4OH Uréia CONH22 Sulfato de amônio NH42SO4 Nitrato de sódio NaNO3 Nitrato de amônio NH4NaO3 Nitrofosfatos Na2CO3 Manual Fertpmd 11042016 1149 44 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 45 depende do tipo de cultura e da produção Apesar da remoção pelas culturas não ser geralmente considera da uma perda na realidade ela é O efeito final da re moção das culturas é a diminuição dos níveis de nitro gênio no solo Outros tipos de perdas de nitrogênio são descritos a seguir Reações do amônio Quando fertilizantes nitro genados tais como o nitrato de amônio ou sulfato de amônio são aplicados na superfície de solos alcalinos ou calcários uma reação química pode causar a perda de nitrogênio como gás NH3 num processo chamado volatilização Reações seme lhantes podem ocorrer em solos que receberam calagem recente As perdas por volatilização po dem ser altas sob temperaturas elevadas e certas condições de umidade Para evitar tais perdas in corpore o fertilizante aplicado aos solos alcalinos ou calcários Uréia A aplicação de nitrogênio na forma de uréia na superfície do solo rapidamente converte este nitrogênio em NH3 ou NH4 quando a umidade e a temperatura são adequadas e quando a enzima urease está presente Este NH3 pode ser perdido para a atmosfera através da volatilização Esta per da pode ser evitada por 1 incorporação da uréia 2 aplicação quando a temperatura é baixa ou 3 irrigação imediata para levar a uréia para dentro do solo Amônia anidra A amônia anidra NH3 é um gás Assim sendo ela precisa ser adequadamente apli cada no solo para prevenir as perdas para a at mosfera Também podem ocorrer perdas quando a NH3 é aplicada em solos extremamente úmidos A época ideal de aplicação é quando a umidade está abaixo da capacidade de campo úmido mas não saturado de umidade ou muito seco Os solos arenosos e com baixa CTC necessitam de aplica ções mais profundas do que os solos argilosos COMO O FERTILIZANTE NITROGENADO AFETA A ACIDEZ DO SOLO Quando o processo de nitrificação converte o íon amônio a nitrato íons hidrogênio são liberados Figura 32 Isto é uma fonte de acidez do solo Conseqüente mente as fontes de nitrogênio fertilizantes esterco leguminosas que contêm ou formam nitrogênio amo niacal aumentam a acidez do solo a não ser que a planta absorva o íon amônio diretamente O nitrato também é um fator importante associado com a lixiviação de bases como cálcio magnésio e potássio do solo O nitrato e as bases movemse jun tos À medida que estas bases são removidas e substi tuídas por hidrogênio os solos tornamse mais ácidos Quando o processo de mineralização decompõe a matéria orgânica do solo o primeiro produto com nitro gênio é o amônio NH4 Quando ele é convertido a nitrato íons hidrogênio são liberados Isto à semelhança dos fertilizantes amoniacais inorgânicos causa algu ma acidez Outros carreadores de nitrogênio como o nitrato de sódio e o nitrato de cálcio deixam cátions básicos Ca e Na no solo Isto torna o solo menos ácido A Tabela 39 mostra como diferentes fontes de ni trogênio afetam a acidez ou a alcalinidade dos solos Tabela 39 Algumas fontes de nitrogênio seus teores e efeitos na acidez ou basicidade dos solos Fonte de N Fórmula química N kg CaCO3kg de N 1 Sulfato de amônio NH42 SO4 21 52 Amônia anidra NH3 82 18 Nitrato de amônio NH4NO3 34 18 Uréia CONH22 46 18 Solução uréianitrato de amônio URAN CONH22 NH4NO3 2832 18 Nitrato de cálcio CaNO32 155 0510 B Nitrato de sódio NaNO3 16 18 B Nitrato de potássio KNO3 13 20 B Fosfato de monoamônio MAP NH4H2PO4 10 50 Fosfato de diamônio DAP NH42HPO4 18 31 Nitrofosfato H3PO4 CaNO32 20 0813 Nitrato de cálcio e amônio CaNO32 NH4NO3 26 0307 1 Quantidade de carbonato de cálcio puro CaCO3 seja para neutralizar as reações formadoras de ácidos de 1 kg de N ou a quantidade de CaCO3 necessária para igualar os efeitos neutralizadores de ácidos de 1 kg de N B A maioria dos efeitos fornecedores de ácidos é devida às atividades de bactérias do solo durante a nitrificação Manual Fertpmd 11042016 1149 45 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 46 FONTES DE NITROGÊNIO A decomposição da matéria orgânica fornece prati camente mais de 90 do nitrogênio do solo mas a maioria dos solos contém pouca matéria orgânica ge ralmente 2 ou menos A matéria orgânica do solo contém cerca de 5 de nitrogênio mas somente cerca de 2 da matéria orgânica são decompostos a cada ano em geral menos que isto Assim cada 1 de matéria orgânica libera somen te cerca de 10 a 40 kg de nitrogênio a cada ano muito aquém das necessidades da maioria das plantas cultivadas Além disso a taxa de liberação é afetada pelas práticas de manejo O preparo conservacionista que vem sendo praticado em maior área a cada ano na América do Norte por exemplo leva a solos mais frios menor velocidade de decomposição da matéria orgâ nica e menores taxas de liberação de nitrogênio Houve época em que todo o fertilizante nitrogenado estava na forma de materiais orgânicos naturais Ma teriais orgânicos tais como o esterco de curral o ester co de galinha a torta de caroço de algodão e a farinha de ossos foram também usados Alguns destes mate riais ainda estão sendo usado em muitos países A maior parte dos fertilizantes nitrogenados vem hoje da fixação sintética do nitrogênio atmosférico em amô nia com o posterior processamento da amônia em ou tros compostos tais como Amônia anidra A amônia anidra contém mais nitrogênio do que qualquer outro fertilizante nitro genado encontrado no mercado 82 Ela é ar mazenada sob pressão como um líquido É apli cada ao solo através de tanques de alta pressão 1 por injeção através de tubos que são localiza dos na parte de trás de um aplicador tipo lâmina ou 2 por mistura na água de irrigação em siste mas de inundação ou sulcos mas não em sistema de irrigação por aspersão A aplicação de amônia anidra pode ser difícil em solos pedregosos enchar cados ou secos ou cheio de torrões Em soqueiras de culturas pode causar injúrias temporárias nas raízes Como se trata de um gás sob condições normais de temperatura e pressão alguma perda de amô nia anidra pode ocorrer durante e após a aplica ção As condições físicas e químicas do solo afe tam a quantidade perdida O teor de umidade do solo a profundidade de aplicação o espaçamento das lâminas do aplicador e a CTC do solo afetam a quantidade de amônia retida no solo Solos com baixa CTC como os arenosos podem necessitar de aplicações em maior profundidade para evitar perdas por volatilização Se um solo está compactado ou cheio de torrões durante a aplicação a fenda atrás da lâmina do aplicador não se fechará Isto permite que alguma amônia seja perdida para a atmosfera A umidade do solo próxima à capacidade de campo é a ideal para a retenção de amônia Condições de enchar camento também aumentam as possibilidades de perdas em função da dificuldade de fechamento das fendas atrás das lâminas Menores espaçamentos do aplicador ou pontos de aplicação propiciam menores perdas de amônia por causa da concentração reduzida no ponto de inje ção Doses de aplicação menores também redu zem a concentração de amônia nos pontos de li beração e reduzem possíveis perdas Levandose todos esses pontos em consideração as perdas de amônia por volatilização são normal mente pequenas e não se constituem em um gran de fator econômico Aqua amônia e soluções de nitrogênio A aqua amônia é obtida dissolvendose gás amônia em água Estes produtos apresentam propriedades se melhantes à amônia anidra e devem ser coloca dos abaixo da superfície do solo para prevenir per das As soluções de nitrogênio são preparadas misturando soluções concentradas de nitrato de amônio de uréia e algumas vezes de aqua amô nia Essas soluções de nitrogênio são algumas vezes produzidas pela dissolução de uréia eou nitrato de amônio sólidos Todas as soluções de nitrogênio são classificadas como pressurizadas ou não pressurizadas As soluções pressurizadas possuem uma apre ciável pressão de vapor por causa da amônia li vre Elas podem requerer tanques e equipamen tos modificados especialmente se a pressão de vapor for muito forte nas temperaturas de opera ção As soluções pressurizadas precisam ser apli cadas abaixo da superfície do solo para evitar per das Não aplique esses produtos em contato direto com a semente porque a amônia é danosa à ger minação As soluções não pressurizadas podem ser manu seadas sem o uso de tanques ou equipamentos de alta pressão Elas não contêm amônia livre usual mente contêm nitrato de amônio uréia e água So luções de nitrogênio que contêm uréia e nitrato de amônio URAN apresentam maiores concentra ções de nitrogênio do que as soluções de cada um desses produtos isolados A presença de ambos os compostos baixa a temperatura de formação de sais e permite que as soluções possam ser uti lizadas a temperaturas mais baixas sem a forma ção de precipitados Entretanto mesmo nas solu Manual Fertpmd 11042016 1149 46 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 47 ções URAN à medida que a concentração de ni trogênio aumenta a temperatura de precipitação também aumenta Por exemplo soluções com 28 de nitrogênio precipitam a 21oC soluções com 30 a 7oC e soluções com 32 a 2oC Nitrato de amônio O nitrato de amônio contém 32 de nitrogênio metade na forma amoniacal NH4 e metade na forma nítrica NO3 Apesar do nitrato de amônio sólido possuir excelentes quali dades para o manuseio ele absorve umidade é higroscópico Por esse motivo ele é revestido durante a fabricação com materiais como terra diatomácea para prevenir a absorção de água Ele também não deve ser deixado em sacos ou com partimentos abertos por período longos em clima úmido O nitrato de amônio é bastante adequado para misturas de produtos e para culturas que re querem aplicações em cobertura Fosfato de amônio O fosfato de monoamônio NH4H2PO4 e o fosfato de diamônio NH42HPO4 são geralmente considerados fontes mais impor tantes de fósforo do que de nitrogênio O Capítulo 4 discute estes materiais Uréia A uréia com 44 de N na forma amídica não contém NH4 na forma em que é comerciali zada e usada No solo entretanto ela pode ser hidrolisada rapidamente na presença de enzima urease para produzir íons de amônio e bicarbona to Figura 34 Uma série de fatores influencia quão rapidamente ocorre a hidrólise da uréia incluindo a quantidade de enzima presente e a temperatura do solo Quanto menor a temperatura do solo mais lento é o processo Durante a hidrólise os íons de bicarbonato rea gem com a acidez do solo e aumentam o pH do solo na proximidade do local onde ocorre a reação o que em parte neutraliza um pouco da acidez que mais tarde é produzida pela nitrificação Os íons NH4 são adsorvidos pela argila e matéria or gânica do solo sofrem nitrificação ou são direta mente absorvidos pelas plantas Uma vez conver tida em amônio a uréia comportase como qual quer dos outros fertilizantes nitrogenados e é uma excelente fonte de nitrogênio1 Existem alguns fatos sobre o comportamento da uréia que devem ser compreendidos a A uréia é hidrolisada rapidamente Grandes quantidades de amônia NH3 podem ser perdidas por volatilização quando a uréia ou soluções con tendo uréia são aplicadas em superfícies nuas e que estão evaporando rapidamente a água ou em solos com grandes quantidades de resíduos in cluindo soqueiras A aplicação com temperatura baixa incorporação ao solo ou aplicações em fai xas dos fertilizantes contendo uréia URAN aju dam a controlar o problema b A rápida hidrólise da uréia no solo pode ser res ponsável por injúrias produzidas pelo NH3 às plân tulas Isto ocorre quando grandes quantidades são localizadas muito próximas às sementes ou em sulcos com as sementes em linhas estreitas Uma regra prática é evitar contato direto com as semen tes plantadas em sulcos ou sulcos pouco espaça dos de pequenos grãos Pequenos grãos podem suportar altas doses de aplicação em contato com as sementes se a plantadeira distribui as semen tes e o fertilizante em faixas mais largas planta deiras a ar c A uréia é um excelente fertilizante para a adu bação foliar mas alguns tipos podem conter pe CONH22 2 H2O H 2 NH4 HCO3 uréia acidez amônio bicarbonato HCO3 H CO2 H2O bicarbonato acidez dióxido de carbono Figura 34 A decomposição da uréia hidrólise no solo depende da presença da enzima urease e deve ocorrer antes das plantas utilizarem o nitrogênio da uréia Urease 1 As fontes de nitrogênio mais comercializadas no Brasil são a uréia que representa mais de 50 do total o sulfato de amônio 20 e menores quantidades de nitrato de amônio e nitrocálcio Hidrólise da uréia Manual Fertpmd 11042016 1149 47 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 48 quenas quantidades de um produto de condensa ção chamado biureto O biureto é tóxico quando aplicado nas folhas das plantas mas não apresen ta efeito detrimental quando aplicado ao solo Sulfato de amônio O sulfato de amônio contém 20 de nitrogênio e 2224 de enxofre É geral mente produzido como um subproduto na fabrica ção de coque e nylon O aumento na freqüência das deficiências de enxofre tem resultado em uma maior utilização desse fertilizante como fonte de nitrogênio e enxofre Sulfonitrato de amônio É obtido por mistura à quente de soluções de nitrato e sulfato de amônio Apresenta 25 de N total sendo 5 na forma nítrica e 20 na forma amoniacal Contém ainda 13 a 15 de S Nitrocálcio O nitrocálcio resulta da mistura de nitrato de amônio com calcário finamente moído Apresenta 20 de N total sendo metade na forma nítrica e metade na forma amoniacal Pelo reves timento do nitrato de amônio com calcário este fer tilizante não apresenta características acidifican tes Contém ainda 2 a 8 de Ca e 1 a 5 de Mg Nitrato de sódio O nitrato de sódio é resultante da extração e purificação de depósitos naturais de caliche no Chile Foi durante muitas décadas o único fertilizante nitrogenado comercializado O Salitre do Chile como é conhecido apresenta 15 de N na forma nítrica Tabela 310 Fontes de nitrogênio e seus teores de N Fonte N Amônia anidra 82 Aqua amônia mínimo 10 Nitrato de amônio 32340 Sulfonitrato de amônio 25 Nitrocálcio 20 Sulfato de amônio 20 Solução de uréianitrato de amônio URAN 2832 MAP 9 DAP 16 Cloreto de amônio 25 Uréia 44 Nitrato de sódio 15 Nitrato de potássio 13 Nitrato de cálcio 14 Uréia revestida com S 39 Uréia formaldeído 38 Fosfato de magnésio e amônio 9 A Tabela 310 enumera vários fertilizantes com ni trogênio Nota Ver fontes de nitrogênio de acordo com a legislação brasileira na Tabela 7A Anexos Manual Fertpmd 11042016 1149 48 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 49 CAPÍTULO 3 NITROGÊNIO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 As plantas geralmente absorvem o nitrogênio como ou 2 Dentro da planta o nitrogênio é convertido em 3 C ou E O nitrogênio faz parte da molécula de clorofila 4 O amarelecimento das folhas das plantas em decorrência da deficiência de nitrogênio é chamado de 5 Na presença da clorofila e são convertidos em açúcares simples 6 C ou E O atraso na maturidade das culturas é usualmente causado por excesso de nitrogênio 7 C ou E O nitrogênio aumenta a produção das culturas por mm de água independentemente da quantidade de água disponível para o crescimento 8 C ou E A maioria das rochas e minerais do solo contém nitrogênio 9 A maior parte do nitrogênio do solo vem da 10 Cada hectare da superfície da terra está coberto por toneladas de nitrogênio 11 As formas de nitrogênio do solo mais disponíveis são íons e ou compostos solúveis de nitrogênio A forma menos disponível é o nitrogênio 12 O processo pelo qual o nitrogênio orgânico não disponível é convertido em formas disponíveis é conhecido por O processo reverso é a 13 C ou E Materiais com alta relação CN fazem com que o processo da imobilização supere o de mineralização 14 C ou E A alfafa tem uma relação CN mais larga do que o solo superficial inalterado 15 A conversão bacteriana do nitrogênio na forma de amônio à forma de nitrato é chamada 16 O processo pelo qual o nitrogênio na forma de nitrato é reduzido a óxido nitroso ou nitrogênio elementar é cha mado de 17 Quatro condições do solo que influenciam a nitrificação e a desnitrificação são e 18 Os inibidores da nitrificação atuam por desativar a bactéria que converte em 19 Quando o nitrogênio atmosférico é combinado com hidrogênio ou oxigênio o processo é chamado de 20 As três formas de fixação do nitrogênio são e 21 As duas formas de fixação biológica do nitrogênio são e 22 A alfafa fixa cerca de kg de nitrogênio por hectare em um ano normal 23 Na síntese da amônia o hidrogênio H geralmente é obtido do 24 C ou E A amônia é a base para a fabricação dos fertilizantes nitrogenados mais comuns 25 C ou E A remoção pelas culturas é uma forma de perda de nitrogênio do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 49 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 50 26 A perda de nitrogênio como gás NH3 é chamada de 27 C ou E As perdas de uréia podem ser diminuídas pela aplicação com temperatura baixas através de irrigação imediatamente após a aplicação ou por incorporação mais profunda 28 C ou E Perdas significativas de nitrogênio podem ocorrer quando se aplica amônia anidra em solos extrema mente úmidos 29 A uréia contém de nitrogênio 30 Quais dos seguintes fertilizantes contendo nitrogênio apresentam reação ácida sulfato de amônio uréia nitra to de potássio nitrato de cálcio amônia anidra 31 C ou E A decomposição da matéria orgânica do solo resulta em aumento da acidez do solo 32 Todas as soluções contendo nitrogênio são classificadas como ou 33 C ou E Metade do nitrogênio do nitrato de amônio está na forma de NO3 34 O nitrato de amônio é higroscópico o que significa que ele água com rapidez 35 C ou E O teor de biureto na uréia é um problema apenas em adubação foliar 36 O fertilizante nitrogenado com o maior teor de N é a Manual Fertpmd 11042016 1149 50 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 51 UM NUTRIENTE ESSENCIAL PARA AS PLANTAS O fósforo P é essencial para o crescimento das plantas e nenhum outro nutriente pode substituílo A planta precisa do fósforo para completar seu ciclo nor mal de produção Ele é um dos três nutrientes primá rios como o nitrogênio N e o potássio K A Tabela 41 mostra as quantidades de P2O5 que algumas cultu ras removem do solo Tabela 41 Remoção de P2O5 por algumas culturas Nível de produção P2O5 removido pela tha planta inteira kgha Alfafa 180 134 Algodão fibra 11 57 Amendoim 45 45 Arroz 78 67 Banana 550 52 Café 21 12 Canadeaçúcar 1120 112 Feijão 20 15 Milho 100 102 Soja 40 65 Sorgo granífero 90 94 Tomate 900 97 Trigo 40 46 Nota O teor de fósforo nos fertilizantes é expresso em equi valente de P2O5 apesar de na realidade não ocorrer P2O5 como tal nesses materiais A designação P2O5 é a expres são padrão do teor relativo de P Neste texto alguns resulta dos são apresentados em termos de P e outros em P2O5 Para converter o P em P2O5 basta multiplicálo por 229 Para converter o P2O5 em P devese multiplicálo por 043 FUNÇÕES DO FÓSFORO NAS PLANTAS As plantas absorvem a maior parte de seu fósforo como íon ortofosfato primário H2PO4 Pequenas quan tidades de íon ortofosfato secundário HPO4 2 são tam bém absorvidas O pH do solo influencia grandemente a relação destes dois íons absorvidos pela planta Ou tras formas de fósforo podem ser utilizadas mas em quantidades muito menores que os ortofosfatos Níveis mais altos de fósforo nas plantas jovens são encontrados nos tecidos dos pontos de crescimento Uma vez que o fósforo movimentase rapidamente dos tecidos velhos para os novos as deficiências aparece rão primeiro nas partes baixas das plantas Também à medida que as culturas atingem a maturidade mais fósforo se movimenta para as sementes e frutos Tabe la 42 Tabela 42 As sementes contém mais fósforo do que as outras partes da planta Cultura Parte Nível de produção tha P Milho Grãos 94 022 Resíduo 84 017 Algodão Sementes 22 066 Resíduo 28 024 Amendoim Grãos 45 020 Casca 72 026 Arroz Grãos 67 028 Palha 78 009 Soja Grãos 34 042 Palha 78 018 Trigo Grãos 40 042 Palha 61 012 CAPÍTULO 4 FÓSFORO Página Um nutriente essencial para as plantas 51 Funções do fósforo nas plantas 51 Sintomas de deficiência nas plantas 52 Fontes e quantidades de fósforo nos solos52 Movimento do fósforo no solo 54 Fatores que afetam a disponibilidade do P 55 Métodos de aplicação dos fertilizantes fosfatados 59 Fontes de fertilizantes fosfatados 61 Terminologia dos fertilizantes fosfatados 64 Perguntas de revisão 65 Cultura Manual Fertpmd 11042016 1149 51 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 52 O fósforo atua na fotossíntese na respiração no armazenamento e na transferência de energia na divi são celular no crescimento das células e em vários outros processos da planta Além de promover a formação e o crescimento pre maturo das raízes o fósforo melhora a qualidade de muitas frutas verduras e culturas graníferas sendo vi tal para a formação das sementes Está também en volvido na transferência dos códigos genéticos de uma geração para outra O fósforo ajuda as raízes e as plântulas a se desen volverem mais rapidamente aumenta a resistência aos rigores do inverno melhora a eficiência no uso da água favorece a resistência às doenças em algumas plan tas acelera a maturidade e é importante para a colhei ta e a qualidade da cultura Na Tabela 43 podese observar que a adubação com fósforo aumentou a produção de milho e reduziu a porcentagem de umidade dos grãos na colheita Tabela 43 A adubação fosfatada aumenta a produção de milho e diminui a umidade dos grãos na colheita P2O5 aplicado Produção Umidade no grão kgha tha 0 62 318 45 82 278 90 88 270 135 85 269 180 87 265 Solo com baixo teor de P Illinois EUA Um aspecto importante da fertilidade do solo em relação a fósforo é a sua influência na absorção desse nutriente pelas culturas durante o período de estresse por umidade A Figura 41 mostra que a absorção de fósforo por plântulas de milho é reduzida durante perío dos de estresse por umidade Este efeito entretanto pode ser parcialmente sobrepujado quando os níveis de fósforo no solo são altos SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS O primeiro sinal da fome de fósforo é um desenvol vimento subnormal de toda a planta A forma da folha pode ficar distorcida Quando a deficiência é severa áreas mortas podem aparecer nas folhas frutos e pecíolos As folhas mais velhas serão afetadas antes das mais novas Uma cor púrpura arroxeada ou aver melhada associada com o acúmulo de açúcar é fre qüentemente observada em plantas deficientes de mi lho e de algumas outras culturas especialmente em baixas temperaturas A deficiência de fósforo atrasa a maturidade Culturas de pequenos grãos cultivadas em solos sem teor adequado de fósforo perfilham menos Os sintomas visuais além do desenvolvimento sub normal e da redução na produção geralmente não são tão claros como os sinais de fome de nitrogênio e de potássio A deficiência de fósforo é difícil de ser detectada em muitas culturas Em alguns estádios pode fazer com que a cultura pareça de cor verde mais escura Devese sempre estar alerta para a característica do desenvolvimento subnormal e quando possível con firmar o que os olhos vêem com a análise do solo e das plantas FONTES E QUANTIDADES DE FÓSFORO NOS SOLOS ver Conceito de Produção 41 O fósforo elementar é muito reativo quimicamente Assim ele não é encontrado em estado puro na natu reza somente em combinações químicas com outros elementos A maior parte do fósforo do solo é proveniente da intemperização da apatita um mineral que contém fós foro e cálcio além de outros elementos como o flúor e o cloro À medida que a apatita desintegrase e libera o fósforo no solo vários compostos de fósforo são for mados incluindose os dois ortofosfatos que são ab sorvidos pelas raízes das plantas Estas formas geral mente são solúveis e podem ser encontradas dissolvi das em pequenas quantidades na solução do solo O fósforo solúvel no solo formará compostos com o cálcio o ferro o alumínio e o manganês quer ele seja proveniente da apatita de fertilizantes do esterco ou Figura 41 O nível de fósforo no solo afeta a absorção pelas plantas de milho durante períodos de estresse por umidade Manual Fertpmd 11042016 1149 52 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 53 CONCEITO DE PRODUÇÃO 41 FÓSFORO A MAIORIA DOS SOLOS NÃO TEM O SUFICIENTE A MAIORIA DAS CULTURAS TEM dificuldades em obter o fósforo suficiente A deficiência de fósforo pode ser mais limitante para a produção das culturas no mundo do que qualquer outra deficiência toxicidade ou doenças Um levantamento recente sobre dados de análises de solos indica que várias áreas do mundo apresentam uma porcentagem significante de solos enquadrados como tendo teor médio ou baixo em fós foro Eis alguns exemplos O produtor pode esperar uma eficiência entre 10 e 30 para os fertilizantes fosfatados solúveis em água no primeiro ano após a aplicação É difícil manter o fósforo disponível para as plantas Este nutriente sempre quer manter ligações químicas com o cálcio e o ferro para formar compostos que não se mo vimentam bem para as raízes Os métodos de aplica ção podem influenciar na eficiência de uso do fósforo Resumo de análises de solos com teor médio ou baixo em P Canadá Ontário 42 Saskatchewan 86 EUA Nebrasca 60 Pensilvânia 54 Alabama 46 México Bajio 85 TropicalSul 70 Venezuela Lianos orientais 95 Lianos centrais 90 Lianos ocidentais 57 Colômbia Terras altas vulcânicas 80 Lianos orientais 95 Vale do Cauca 73 Equador Terras altas vulcânicas 80 Planície costeira 63 Brasil Cerrados 91 País Região FÓSFORO DEVOLVIDO AO SOLO PELOS RESÍDUOS DAS PLANTAS DECOMPOSTO PELOS ORGANISMOS DO SOLO LIBERADO PARA AS CULTURAS ADICIONADO AO RESERVATÓRIO 7080 ADICIONADO AO RESERVATÓRIO DO SOLO 20 A 30 ABSORVIDO PELAS RAÍZES FÓSFORO DISPONÍVEL NOS FERTILIZANTES APROVEITA MENTO LENTO COMPOSTOS DE FÓSFORO ORGÂNICO COMPOSTOS DE FÓSFORO LIGADOS COM Ca Fe Al Mn etc Manual Fertpmd 11042016 1149 53 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 54 da matéria orgânica Irá também se ligar com as su perfícies reativas de certos minerais de argila tais como a caulinita os óxido de ferro e alumínio nos solos ver melhos dos trópicos e com a alofana a imogolita e complexos húmusAl em solos formados de cinzas vul cânicas Essas reações diminuem a disponibilidade de fósforo para as plantas porque ele é revertido ou trans formado em formas fixadas Compostos como fosfato bicálcico ou octocálcico entretanto são relativamente disponíveis às plantas Outras fontes de fósforo disponível incluem a matéria orgânica em decomposição o húmus os microrganis mos e outras formas de vida A pesquisa demonstrou que os compostos orgânicos no solo podem ajudar a retardar as reações de fixação de fósforo A camada arável da maior parte dos solos agricul táveis pode conter altas quantidades de P chegando até a 2800 kg ou mais de P totalha em combinação com outros elementos mas a maioria em forma não disponível para as plantas Somente uma quantidade muito pequena do fósforo total do solo está na solução a qualquer momento usualmente menos de 4 kg Pha Somente uns poucos quilogramas de fósforo por hec tare na solução do solo são usualmente adequados para o crescimento normal das culturas O ponto cha ve para a fertilidade em relação ao fósforo não é en tão ter grandes quantidades de fósforo na solução do solo mas sim a habilidade de repor o fósforo na solu ção Assim sendo à medida que as raízes penetram no perfil do solo para usar o fósforo disponível ele precisa ser reposto de uma forma contínua O fósforo da solu ção do solo é reposto cerca de duas ou três vezes por dia ou cerca de 300 vezes durante a estação de cres cimento de culturas como o milho e a soja Um solo precisa repor ou manter os níveis suficientes de fósfo ro na solução do solo para assegurar as altas produ ções A Figura 42 mostra 1 como o fósforo é reposto na solução do solo 2 como ele tornase não disponí vel e 3 como ele é removido ou perdido do solo Note a seta dupla entre Fósforo na solução do solo e Minerais Lembrese o fósforo tornase disponível pela intemperização dos minerais e pela decomposi ção da matéria orgânica mas ele também pode tornar se não disponível ou fixado em formas que a planta não pode utilizar MOVIMENTO DO FÓSFORO NO SOLO O fósforo movimentase muito pouco na maioria dos solos Ele geralmente permanece onde é colocado pela intemperização dos minerais ou pela adubação Assim pouco fósforo é perdido por lixiviação apesar dele po der movimentarse um pouco mais em solos arenosos do que em solos argilosos A erosão superficial es corrimento superficial pode remover partículas de solo contendo fósforo A erosão e a remoção pelas culturas Figura 42 O teor de fósforo na solução do solo é afetado por vários fatores Manual Fertpmd 11042016 1149 54 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 55 são as únicas formas significativas de perdas de fósfo ro do solo Quase todo o fósforo movimentase no solo por di fusão um processo lento e de pouca amplitude que depende da umidade do solo Condições de seca redu zem drasticamente a difusão A maior parte do potás sio K também se movimenta por difusão mas ele é mais solúvel do que o fósforo Assim o potássio tende a movimentarse mais Quando se comparam as dis tâncias que o nitrogênio o fósforo e o potássio podem percorrer do ponto de aplicação observase que o ni trogênio na forma de NO3 movimentase livremen te no solo Lembrese de que esta comparação é feita somente em termos relativos e não absolutos como mostra a Figura 43 Figura 43 Movimento relativo do nitrogênio do fósforo e do potássio no solo Quão pouco o fósforo realmente se movimenta Se o fósforo em um solo barrento franco está a mais de 1 cm da raiz ele nunca irá movimentarse o suficiente para poder ser absorvido por ela As raízes de uma cultura em crescimento entram em contato com somen te 1 a 3 do solo da camada arável 15 a 20 cm se gundo estimativas já feitas Em termos práticos isto significa que o solo precisa estar adequadamente su prido com fósforo para suportar o ótimo crescimento da cultura O nível de fósforo na zona radicular deve ser suficientemente alto para garantir que haja fósforo disponível durante todos os estádios de crescimento A importância da disponibilidade de fósforo a longo prazo não pode ser super enfatizada Dados da Tabela 44 mostram a absorção de P diá ria e por longo período de uma cultura de soja que pro duziu 67 toneladas por hectare Durante a primeira me tade da estação de crescimento 51 a 103 dias so mente 9 do total foi absorvido Isto significa que 91 ou 134 kgha foram absorvidos nos últimos 52 dias Se o solo esgota seu fósforo no meio da estação de cres cimento o potencial de produtividade será drasticamen te reduzido FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDA DE DO FÓSFORO A maioria das culturas recupera somente 10 a 30 do fósforo dos fertilizantes durante o primeiro ano após a aplicação ver Conceito de Produção 41 A por centagem de recuperação varia amplamente e depen de da fonte de fósforo do tipo do solo da cultura do método de aplicação e do clima Em geral a maior parte do fósforo residual estará disponível para as cul turas subseqüentes A disponibilidade do fósforo de pende de várias condições 1 Quantidade de argila Solos com alto teor de argila fixam mais fósforo do que aqueles com baixo teor de argila 2 Tipo de argila Os solos com certos tipos de argila como a caulinita os óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio comuns em regiões com alta pluviosidade e altas temperaturas e os minerais de argila amorfos como a alofana imogolita e complexos húmusAl comuns em solos forma dos por cinzas vulcânicas retêm ou fixam mais o fósforo adicionado do que os outros solos In dependentemente do tipo de argila o fósforo do fertilizante é rapidamente convertido em formas menos disponíveis Tabela 44 Absorção de P2O5 pela cultura da soja durante a estação de crescimento Absorção de P2O5 kgha Por dia Total Emergência a 3 folhas 40 017 680 46 3 folhas a 6 folhas 11 062 682 46 6 folhas a florescimento total 16 196 3136 212 Florescimento total a início de formação da vagem 15 255 3825 258 Enchimento da vagem à maturidade da semente 21 309 6489 438 Total 103 14812 1000 New Jersey EUA Estádio de crescimento Dias Porcentagem da absorção total Manual Fertpmd 11042016 1149 55 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 56 3 Época de aplicação Quanto mais longo for o tempo de contato do solo com o fósforo adiciona do maiores são as chances para a fixação Em solos com alta capacidade de fixação a cultura precisa usar o fertilizante com fósforo antes da fixação ocorrer Em outros solos a utilização do fósforo pode durar anos Este período crítico por quanto tempo após a aplicação a planta pode utilizar efetivamente o fósforo dos fertilizantes determina o programa de adubação com fósforo aplicar ocasionalmente em grandes quantidades como em uma rotação ou aplicar freqüente mente em menores quantidades 4 Aeração O oxigênio O2 é necessário para o crescimento da planta e para a absorção dos nu trientes Ele é também essencial para a decom posição biológica da matéria orgânica do solo que é uma fonte importante de fósforo 5 Compactação A compactação reduz a aeração e o espaço poroso na zona radicular Isto reduz a absorção de fósforo e o crescimento das plantas A compactação também diminui o volume de solo que as raízes podem penetrar limitando o aces so das mesmas ao fósforo do solo O fato de que o fósforo se movimenta a curtas distâncias na maioria dos solos constituise em um problema a mais da restrição ao desenvolvimento radicular e à absorção de nutrientes causado pela com pactação 6 Umidade O aumento da umidade do solo até níveis ótimos torna o fósforo mais disponível para as plantas mas o excesso de umidade exclui o oxigênio limitando o crescimento das raízes e reduzindo a absorção de fósforo 7 Nível de fosfato no solo Solos que têm rece bido por vários anos mais fosfato do que as cul turas retiram podem mostrar um aumento no ní vel de fósforo que pode ser suficiente para re duzir a adubação de manutenção com fósforo se o nível no solo for bastante alto É importante manter altos níveis de fósforo no solo para atin gir uma ótima produção das culturas 8 Temperatura Quando as temperaturas são ade quadas para o bom desenvolvimento das plan tas elas afetam muito pouco a disponibilidade de fósforo O calor acelera a decomposição da matéria orgânica mas quando as temperaturas são muito altas ou muito baixas podem restringir a absorção de fósforo pelas plantas Este é o mo tivo pelo qual as culturas respondem bem à apli cação de arranque com fósforo em solos frios e ou encharcados mesmo com altos níveis de fós foro no solo 9 Outros nutrientes A aplicação de outros nu trientes pode estimular a absorção de fósforo O cálcio em solos ácidos e o enxofre em solos bá sicos parecem aumentar a disponibilidade de fós foro como faz o nitrogênio amoniacal mas a adu bação com zinco tende a restringíla o efeito do nitrogênio na absorção de fósforo pode ser ob servado no Conceito de Produção 42 10 Cultura Algumas culturas apresentam siste ma radicular fasciculado outras são do tipo pivo tante O trigo tem um sistema radicular pouco profundo enquanto a alfafa explora fundo o perfil do solo Conseqüentemente as culturas diferem grandemente na sua habilidade para extrair for mas disponíveis de fósforo do solo A época e os métodos de aplicação de fósforo devem ser adequados ao sistema de produção para as segurar o uso mais eficiente 11 pH do solo Em solos dominados por argilas do tipo 21 a solubilidade dos vários compostos de fósforo é amplamente determinada pelo pH Fosfatos de ferro de manganês e de alumínio apresentam baixa solubilidade em água Eles dominam os solos ácidos Compostos insolúveis com o cálcio e com o magnésio existem acima de pH 70 As formas de fósforo mais solúveis e disponíveis estão na amplitude de pH 55 a 70 Isto faz com que a calagem adequada seja es sencial em solos ácidos ver Conceito de Pro dução 43 Os mecanismos de fixação de fósforo em solos al tamente intemperizados da região tropical Ultisolos e Oxisolos dominados por óxidos de Fe de Al e caulinita e em solos formados de cinzas vulcânicas Andosolos são diferentes A capacidade de fixação de fósforo na maioria desses solos está relacionada com a alta reatividade e afinidade das superfícies dos minerais de argila pelo fósforo Este processo retém fixa quanti dades apreciáveis do fósforo aplicado na amplitude de pH 50 a 70 Nos solos altamente intemperizados dos trópicos o alumínio e o ferro presentes nas partículas de argila são muito estáveis a valores de pH tão baixos quanto pH 50 Quando o pH do solo atinge valores menores que 53 o alumínio e o ferro são liberados para a solu ção do solo e eles reagem rapidamente com o fosfato para formar compostos insolúveis que precipitam con tribuindo para o processo total da fixação de fósforo A calagem dos solos tropicais geralmente leva à confusão em relação ao efeito dessa prática na nutri ção com fósforo A aplicação de calcário nos solos tro picais corrige a toxidez de alumínio e a deficiência de cálcio e a correção desses fatores leva a um aumento na absorção de fósforo mesmo com a calagem tendo Manual Fertpmd 11042016 1149 56 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 57 O CRESCIMENTO DAS PLANTAS na fase inicial deve ser vigoroso e rápido para que a planta esteja bem estabelecida antes dos rigores do ve rão que traz períodos secos insetos etc O fósforo é vital para o crescimento inicial E o nitrogênio influencia a absorção de fósforo pelas plantas Quando aplicado com nitrogênio o fósforo se torna mais disponível para as plantas do que quan do aplicado sem nitrogênio Esta influência do N na absorção do P é muito clara durante a fase inicial do crescimento e em muitos casos até 65 do P do fertilizante é ab sorvido neste período O amônio NH4 tem efeitos significantes na dis ponibilidade e absorção de fósforo Altas concen trações de amônio retardam as reações de fixa ção de fósforo A absorção de amônio ajuda a manter uma condição ácida na superfície da raiz melhorando a absorção de fósforo CONCEITO DE PRODUÇÃO 42 O NITROGÊNIO MELHORA A ABSORÇÃO DE FÓSFORO Manual Fertpmd 11042016 1149 57 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 58 O pH do solo influencia enormemente a solubili dade dos diferentes compostos de fósforo em solos dominados por argilas do tipo 21 Estes solos são predominantes na região temperada do CONCEITO DE PRODUÇÃO 43 A DISPONIBILIDADE DO FÓSFORO VARIA COM O pH DO SOLO globo terreste mas estão também presentes nas áreas tropicais e subtropicais Um programa ade quado de calagem é essencial para diminuir a fi xação de fósforo nesses solos O FÓSFORO É MAIS DISPONÍVEL ENTRE pH 60 E 70 A solubilidade do fósforo indica a disponibili dade de fósforo ou quão fixado ou retido ele tornase no solo A relação entre tipo de argila e pH do solo é importante permitindo que se faça a diferenciação entre os mecanismos envolvidos na fixação de fósforo Solos dominados por argilas 21 smectitas não apresentam uma superfície reativa e retêm quan tidades pequenas de fósforo na superfície des sas argilas Nesses solos o pH influencia muito a disponibilidade de fósforo A diminuição do pH acidez causa a fragmentação dos minerais de argila e a conseqüente liberação de Al3 e Fe3 O fósforo aplicado é então precipitado como fosfatos de Al e Fe os quais são compostos insolúveis tornando o fósforo menos disponível Neste caso as formas mais solúveis ou disponíveis de fósforo ocorrem entre pH 60 e 70 e um programa ade quado de calagem é essencial para diminuir a fi xação de fósforo O gráfico acima ilustra o efeito do pH do solo na fixação de fósforo em solos do minados por argilas 21 Manual Fertpmd 11042016 1149 58 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 59 pequeno efeito direto na fixação de fósforo Na maioria dos casos desde que os outros fatores limitantes se jam controlados o efeito da calagem na diminuição da fixação de fósforo é pequeno Este é o motivo pelo qual independentemente do pH do solo altas doses de fós foro são necessárias em solos tropicais para alcançar altas produções como mostrado na Tabela 45 MÉTODOS DE APLICAÇÃO DOS FERTILI ZANTES FOSFATADOS ver Conceito de Produção 44 Não existe um método prédeterminado para a apli cação dos fertilizantes fosfatados Muitos fatores pre cisam ser considerados inclusive os níveis de fertilida de do solo as culturas a serem cultivadas as práticas de manejo os equipamentos as épocas e ou tros fatores de manejo1 A fixação do fósforo é um ponto importante a ser considerado para se decidir o modo de aplicação deste nutriente Há mais contato entre o fósforo dos fertili zantes e o solo quando o mesmo é aplicado a lanço seguindose a aração ou gradagem do que quando o fertilizante é aplicado em sulcos ou faixas A fixação de fósforo é maior no sistema a lanço As culturas normalmente respondem mais às apli cações de fósforo em faixas do que à adubação a lan ço nos solos de baixa fertilidade por três razões 1 a fixação é maior quando o fertilizante é aplicado a lan ço 2 a aplicação em faixas coloca uma fonte de fós foro prontamente disponível na zona radicular 3 a aplicação em faixas concentra outros nutrientes junto com o fósforo por exemplo o NH4 o qual pode retar dar as reações de fixação e aumentar a absorção de fósforo Se o agricultor quer o máximo retorno do seu inves timento em fósforo a aplicação em faixas é a melhor opção Mas à medida que os níveis de fertilidade au mentam as vantagens das aplicações em faixas loca lizadas desaparecem e os potenciais de produção au mentam Assim sendo a decisão de aplicar a lanço em faixas ou em uma combinação dos dois sistemas depende grandemente da filosofia de manejo do agri cultor Ele aduba para somente obter máximos retor nos a curto prazo ou para construir uma oportunida de a longo prazo para maiores produções pela eleva ção dos níveis de fósforo no solo O sistema de posse da terra tem muito a ver com essa decisão As aplicações a lanço seguidas ou não de aração apresentam várias vantagens 1 Doses maiores podem ser aplicadas sem causar injúrias nas plantas 2 A distribuição de nutrientes na zona radicular en coraja o enraizamento profundo enquanto as apli cações em faixas provocam a concentração de raízes ao redor das faixas 3 O enraizamento mais profundo permite mais con tato da raiz com o solo propiciando maior reser va de umidade e nutrientes 4 A aplicação a lanço é a única maneira prática para aplicar o fósforo em pastagens estabelecidas 5 A aplicação a lanço pode assegurar uma fertili dade completa de longa duração para ajudar a cultura a tirar toda a vantagem das condições fa voráveis durante o período de crescimento 6 Pode ser feita em épocas que não sejam aquelas de muito trabalho como a de plantio A aplicação localizada em faixas consome bastante tempo quando feita com plantadeira ou adubadeira de arranque e é difícil aplicar grandes quantidades de fer tilizantes usando este método Entretanto adubações em préplantio em faixas particularmente para nitro gênio fósforo e enxofre são bastante eficientes A adu bação em faixas apresenta várias vantagens Tabela 45 Respostas de produção com aplicações de fósforo em diferentes solos com alta capacidade de fixação Soja Arroz de sequeiro Arroz de sequeiro Batata Ultisolo Ultisolo Oxisolo Andosolo Venezuela Panamá Brasil Equador Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção kgha tha kgha tha kgha tha kgha tha 0 01 0 10 0 10 0 60 75 20 40 23 50 37 150 326 100 25 80 30 100 43 300 398 120 37 150 48 450 425 1 A adubação fosfatada corretiva também chamada fosfatagem é uma prática bastante comum nas áreas de expansão da fronteira agrícola no Brasil Esta prática consiste em se fazer uma distribuição do fertilizante fosfatado solúvel a lanço e incorporado através de gradagem sendo esta operação feita 60 a 90 dias após a calagem e logo antes do plantio da cultura anual A dose usual é de 4 kg de P2O5 solúvel para cada 1 ou 10 gkg de argila Manual Fertpmd 11042016 1149 59 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 60 O nitrogênio movimentase livremente no solo durante o período de cresci mento da planta O posicionamento do N na zona das raízes em geral não é crítico para a interceptação radicular em sistemas convencionais de preparo Entretanto aplicações de nitrogênio em sulcos ou em faixas localizadas têm mostrado aumentos significativos na eficiência de uso do N sob condições de cultivo mínimo e plantio direto Aplicações em sulcos ou em faixas po dem também reduzir o processo de nitrificação O fósforo necessita de maior atenção quanto à localização adequada Esta ilustração mostra como a movimentação do fósforo é restrita O fósforo deve ser colocado onde as raízes das plantas possam interceptálo A distribuição do fósforo em faixas é a maneira agronômica mais eficiente para o caso de solos com baixa fertilidade Aplicações de N amoniacal em faixas aumentam a absorção de fósforo A localização do potássio é crítica Como o fósforo ele não se movimenta muito no solo A aplicação a lanço é geralmente mais eficiente algumas vezes em combinação com aplicações em faixas A aplicação de potássio em faixas em sistemas conservacionistas de preparo pode melhorar signi ficativamente a disponibilidade de potássio provavelmente em relação ao padrão do sistema radicular das plantas Aplicações de potássio em faixas profundas do solo têm sido comprovadas como importantes para corrigir a deficiência de potássio no subsolo para o algodão Movimento do NPK na camada superficial do solo adaptado de dados do Estado de Michigan EUA CONCEITO DE PRODUÇÃO 44 LOCALIZAÇÃO E MOVIMENTO DO NPK Manual Fertpmd 11042016 1149 60 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 61 1 Permite a aplicação de doses menores do que a aplicação a lanço para alcançar os mesmos ní veis de produção em solos de baixa fertilidade 2 É vantajosa para quem é arrendatário e que pode ter apenas um certo período de posse da terra para quem não deseja aumentar os níveis de fer tilidade do solo que lhe iria ter custos extras e que beneficiaria os outros 3 Diminui a fixação de fósforo 4 Coloca o fósforo em posição disponível para o sistema radicular ainda reduzido das plântulas em início de desenvolvimento 5 Dá uma oportunidade para aumentar a eficiência do fósforo e ao mesmo tempo aumenta as pro duções pela combinação de localização e doses recomendadas Apesar da aplicação superficial de fósforo ser geral mente o modo menos eficiente de adubar as culturas plantadas em linha o plantio direto em áreas relativa mente quentes e úmidas é uma exceção na maioria das situações Quando uma cultura como o milho é plantada em soqueira morta ou em resíduos de cultu ras sem aração prévia o fósforo aplicado superficial mente dá tão bom efeito quanto a aplicação localizada Com resíduos na superfície os níveis de umidade en corajam o enraizamento pouco profundo Isto faz com que as raízes utilizem o fósforo da superfície ou próxi mo a ela Cultivo reduzido sob condições de baixa fer tilidade limitação de umidade e solos frios colocam ênfase adicional na localização de fósforo Em solos com baixos teores de fósforo e em áreas mais frias a aplicação localizada do fósforo é impor tante para muitas culturas tanto no sistema de preparo convencional aração e gradagem como no sistema de cultivo reduzido A pesquisa tem mostrado que as adubações em préplantio em faixa que formam zo nas com alta concentração de fósforo podem afetar de modo significante a habilidade das plantas para utilizar o fertilizante fosfatado para aumentar a produtividade e o uso eficiente de fósforo como indicado na Tabela 46 Altas concentrações de fósforo juntamente com apli cações de Namoniacal podem diminuir as reações de fixação de fósforo aumentando a disponibilidade A localização mais profunda no solo pode também beneficiar a absorção de fósforo sob condições mais secas A combinação de aplicação de fósforo no pré plantio em faixas com aplicação localizada de arranque pode ser ainda mais eficiente especialmente quando os solos estão com baixa temperatura comum no início do plantio na região Norte dos EUA A aplicação direta do fósforo junto com sementes pequenas requer menos fertilizantes para produzir um certo aumento na produção do que a aplicação a lanço Mas isto pode consumir um tempo valioso nos períodos críticos do plantio A localização do adubo em faixas diretamente sob a linha de semeadura para culturas forrageiras suplanta a adubação a lanço ou em sulcos ao lado e abaixo das sementes O tomateiro e a cebola têm respondido melhor ao fósforo colocado diretamente abaixo da semente ou da muda A aplicação conjunta de amônia anidra ou soluções de uréianitrato de amônio URAN na semeadura do trigo tem se mostrado superior à aplicação do fósforo a lanço especialmente em solos com baixos teores de fósforo Algumas vezes as aplicações a lanço e em sulcos são feitas em combinação para um melhor efeito Isto assegura um suprimento de fósforo acessível de ime diato para o desenvolvimento das plântulas e também uma reserva do nutriente por toda a estação de cres cimento O efeito de arranque das aplicações em faixas mesmo em solos com alto teor de fósforo geral mente é importante quando as temperaturas são baixas uma condição comum para culturas plantadas cedo ou culturas sob preparo conservacionista Certas plantas como a batata inglesa por exemplo respondem ao fósforo aplicado em faixas mesmo em solos com alto teor deste nutriente FONTES DE FERTILIZANTES FOSFATADOS O fosfato de rocha é o material básico usado na fa bricação de praticamente todos os fertilizantes fosfa tados Os depósitos mais importantes destas rochas são materiais de origem sedimentar depositados em camadas sob o oceano e mais tarde elevados em mas sas de terra Tabela 46 A localização do fósforo pode apresentar efeitos significantes na produção das culturas e na eficiência de uso do fósforo Método de Brasil Colômbia Panamá Índia Kansas Alberta aplicação Milho Milho Arrozsequeiro Trigo Sorgo Cevada tha A lanço 60 18 31 19 54 24 Em faixa 81 39 42 21 63 37 Análise de solo para P baixo em todos os locais Manual Fertpmd 11042016 1149 61 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 62 As reservas mundiais de fosfato de rocha são enor mes de aproximadamente 40 bilhões de toneladas Cerca de 35 a 40 desta quantidade pode ser econo micamente recuperada sob as condições tecnológicas atuais Esta tonelagem representa fosfato suficiente para as necessidades de consumo por centenas de anos Com a mudança da economia mesmo quantida des maiores podem ser recuperadas Depósitos e pro dução significantes de fosfato de rocha estão localiza dos nos EUA Marrocos Togo Rússia Jordânia China e Oceania Os depósitos nos EUA fosforitas são encontrados na Flórida Carolina do Norte Tennessee Idaho Mon tana Utah e Wyoming Eles representam cerca de 10 das reservas mundiais conhecidas A produção da Flórida representa 75 do total dos EUA o restante vêm dos Estados do Oeste do Tennessee e da Caroli na do Norte1 Quase todo o fosfato de rocha é explorado por mi neração superficial Ele normalmente contém cerca de 15 de P2O5 e precisa ser concentrado para ser usado como fertilizante Uma série de tratamentos remove a maior parte da argila e de outras impurezas Este pro cesso é chamado de beneficiamento Após o beneficiamento o fosfato de rocha é fina mente moído Usualmente ele sofre tratamentos para tornar o fósforo mais solúvel Entretanto os fosfatos de rocha principalmente os reativos são aplicados di retamente como fertilizantes em solos ácidos em al guns países Geralmente nestes casos as doses apli cadas são altas aproximadamente 1 tha e atingem produções comparáveis àquelas obtidas com fertilizan tes comerciais As produções aumentam em um ano e são mantidas por vários anos à medida que o fósforo e o cálcio se dissolvem e tornamse disponíveis para as plantas Os fertilizantes fosfatados são classificados em tra tados com ácidos ou processados termicamente O fósforo tratado com ácidos é sem dúvida o mais importante Os ácidos sulfúrico H2SO4 e o fosfórico H3PO4 são essenciais na produção de fertilizantes fosfatados por esse método O ácido sulfúrico é produzido a partir do enxofre elementar ou do dióxido de enxofre Mais de 60 des te ácido industrial são usados para produzir fertilizan tes Tratandose o fosfato de rocha com ácido sulfúrico concentrado cerca de 90 a 93 produzse uma mis tura de ácido fosfórico e gesso Uma filtração remove o gesso e deixa o ácido fosfórico verde de processo úmido ou grau comercial com cerca de 54 de P2O5 O ácido obtido pelo processo úmido pode ser con centrado ainda mais para formar o ácido superfosfórico O ácido superfosfórico é fabricado pela evaporação da água do ácido fosfórico obtido pelo processo úmido Durante este processo duas ou mais moléculas de ortofosfatos se combinam para formar compostos de polifosfatos Esses polifosfatos são usados comumente para a fabricação de fertilizantes fluidos claros Eles contêm 68 a 80 de P2O5 O processo de acidulação com ácido sulfúrico é a técnica mais comumente utilizada para solubilizar o fósforo nos fosfatos de rocha Fertilizantes fosfatados são também produzidos por processo de acidulação com ácido fosfórico 5255 de P2O5 que resulta da reação do fosfato de rocha com ácido sulfúrico Alguns fertilizantes contendo fósforo os mais co muns e seus processos de fabricação são descritos a seguir Superfosfato simples ou normal é fabricado tratandose o fosfato de rocha com 60 a 72 de ácido sulfúrico O superfosfato simples contém cer ca de 18 de P2O5 18 a 20 de cálcio e 10 a 12 de enxofre Este produto não é mais de uso gene ralizado em muitos países embora seja uma fon te adequada principalmente de fósforo e enxofre Uma vez que ele absorve a amônia tem sido usa do para produzir superfosfatos amoniados Superfosfato concentrado ou triplo é obtido da reação do ácido fosfórico com fosfato de ro cha Ele contém um mínimo de 41 de P2O5 e 12 a 14 de cálcio Ortofosfatos de amônio são produzidos pela amoniação do ácido fosfórico O fosfato de monoa mônio MAP com o mínimo de 9 de N e 48 de P2O5 e o fosfato de diamônio DAP mínimo de 16 de N e 45 de P2O5 são produzidos pelo controle da quantidade de amônia que reage com o ácido fosfórico Polifosfatos de amônio são usualmente fontes fluidas de fósforo produzidas pela amoniação do ácido superfosfórico Esses polifosfatos apresen tam uma amplitude de 40 a 70 Análises comuns de fertilizantes polifosfatos líquidos são 10340 e 11370 Nitrofosfatos são fabricados pela acidulação de fosfato de rocha com ácido nítrico Para obtenção 1 As reservas medidas de fosfato de rocha no Brasil em termos de P2O5 são da ordem de 130 milhões de toneladas o que representa 2 a 3 das reservas mundiais Os maiores depósitos estão localizados em Patos de Minas Tapira e Araxá MG Catalão e Ouvidor GO e Jacupiranga SP Manual Fertpmd 11042016 1149 62 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 63 de um material com mais solubilidade em água algum ácido sulfúrico ou ácido fosfórico é usado com o ácido nítrico A maior parte dos nitrofosfatos é produzida e utilizada na Europa No Brasil a garantia mínima desses produtos é 14 de N 18 de P2O5 e 8 a 10 de Ca Superfosfatos amoniados são obtidos reagin dose o superfosfato simples ou o superfosfato tri plo com a amônia Eles são disponíveis em dife rentes concentrações e solubilidade em água A solubilidade do fósforo em tais fertilizantes é in fluenciada por fonte de fosfato grau de amonifi cação teor de impureza outros sais teor de umi dade velocidade de secagem etc Fosfatos naturais são obtidos pela moagem das apatitas ou fosforitas para aplicação direta no solo Esses fosfatos naturais formam em geral dois grupos distintos a Fosfatos naturais pouco reativos são aque les de origem magmática e de baixa eficiência no curto prazo para culturas anuais e bianuais Apresentam 24 de P2O5 total mínimo de 4 solúvel em ácido cítrico e 23 a 27 de Ca b Fosfatos naturais reativos de origem sedi mentar Apresentam 28 de P2O5 total mínimo de 9 solúvel em ácido cítrico e 30 a 34 de Ca São produtos excelentes comparáveis às fontes de fósforo solúveis em água em certas situações Termofosfato é obtido pelo aquecimento do fos fato natural a altas temperaturas 1500oC em fornos elétricos revestidos de material refratário com ou sem o uso de aditivos à base de sódio de cálcio de magnésio ou apenas de sílica A massa fundida é resfriada e posteriormente moída O mais comum no Brasil é o termofosfato magnesiano com 17 de P2O5 total 14 de P2O5 solúvel em ácido cítrico e 7 de Mg Escória de Thomas é um subproduto da indús tria siderúrgica O fósforo existente como impure za do minério de ferro é separado nas escórias e depois moído Apresenta 12 de P2O5 solúvel em ácido cítrico 20 a 29 de Ca e 04 a 3 de Mg É pouco utilizada no Brasil Farinha de ossos os ossos são fervidos desen gordurados ou submetidos à ação de vapor em autoclave e depois moídos Contém 20 de P2O5 total 16 solúvel em ácido cítrico e 3032 de Ca A fabricação do ácido fosfórico por processo térmi co começa com a produção do fósforo elementar atra vés da redução do fosfato de rocha com coque em um forno elétrico de arco voltáico O fósforo elementar é oxidado para P2O5 o qual em seguida reage com a água para formar ácido fosfórico H3PO4 grau térmico Ácidos térmicos são muito mais puros do que os obti dos por processo úmido Seu uso na fabricação de fer tilizantes é algumas vezes preferido para a produção de fertilizantes líquidos por causa da sua pureza Em termos agronômicos o ácido fosfórico grau tér mico e o obtido via úmida apresentam características idênticas incluindo as reações que esses produtos têm no solo Em geral é melhor usar fontes de fósforo solúveis em água mas em solos ácidos dos trópicos tem sido demonstrado que fosfatos naturais reativos podem ser usados como fonte de fósforo para a maioria das cultu ras Neste caso é imprescindível trabalhar em solos ácidos pH 55 e com produtos altamente reativos Se essas condições não forem seguidas a resposta à aplicação do fosfato de rocha é muito baixa O uso de fosfato de rocha em solos ácidos dos tró picos pode ter um significante efeito residual A Tabela 47 compara os resultados da aplicação do superfosfato triplo e um fosfato da rocha reativo em solos verme lhos ácidos da Colômbia Tabela 47 Resposta do arroz de sequeiro à aplicação do superfosfato triplo SFT e do fosfato da Carolina do Norte NCPR em um Oxisolo da Colômbia Dose de P kgha Produção de arroz tha 1992 1993 1994 1992 1993 1994 Sem P 251 214 150 SFT 100 50 50 454 321 353 SFT 200 100 100 485 420 397 NCPR 100 50 50 453 356 399 NCPR 200 100 100 491 460 388 pH do solo 48 Análise de P no solo Bray II 3 mgdm3 Variedade de arroz Oriyza sabana 6 tolerante à acidez Fonte de P Manual Fertpmd 11042016 1149 63 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 64 TERMINOLOGIA DOS FERTILIZANTES FOSFATADOS O teor de fósforo solúvel em água em uma fonte específica nem sempre diz o quanto ele é disponível Métodos químicos podem estimar rapidamente o teor de fósforo total nas várias fontes o teor solúvel em água e o teor disponível O grau de solubilidade dos fosfatos contidos nos fertilizantes é descrito como solúvel em água solúvel em citrato insolúvel em citrato disponível e total O fósforo solúvel em água pode ser extraído do material fertilizante usandose somente água O fósforo solúvel em citrato pode ser extraído com uma solução 1 normal de citrato neutro de amônio após a remoção do fósforo solúvel em água O fósforo disponível é a soma da fração solúvel em água e da fração solúvel em citrato O fósforo insolúvel em citrato é a porção rema nescente após a extração com água e citrato de amônio O fósforo total é a soma de fósforo disponível e fósforo insolúvel em citrato As pesquisas têm demonstrado que se o fertilizante fosfatado tiver 60 ou mais de fósforo solúvel em água a performance agronômica é essencialmente igual à dos fertilizantes contendo 100 de P solúvel em água Nota Ver fontes de fósforo de acordo com a legislação brasileira na Tabela 8A Anexos RESUMO As pesquisas têm demonstrado que praticamente todos os fertilizantes fosfatados comuns à exceção dos fosfatos naturais pouco reativos são agronomicamen te semelhantes quando são aplicadas doses iguais e os métodos de aplicação são comparáveis Existem vantagens e desvantagens incluindo manuseio e arma zenagem A aplicação adequada deve ser feita para assegurar a melhor disponibilidade e para prevenir da nos potenciais às sementes e plântulas A escolha do produto então é função da preferência do agricultor da disponibilidade do produto do serviço de vendas e do preço Manual Fertpmd 11042016 1149 64 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 65 CAPÍTULO 4 FÓSFORO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 As plantas absorvem mais menos fósforo do que potássio 2 As duas formas mais comuns de absorção de fósforo pelas plantas são eou 3 C ou E O pH do solo influencia a relação entre as formas de fósforo que as plantas absorvem 4 C ou E O fósforo acelera a maturação da cultura 5 As partes da planta que concentram mais fósforo são e 6 C ou E Os sintomas de deficiência de fósforo são mais facilmente identificáveis do que os de nitrogênio 7 A fonte primária de fósforo no solo é a 8 C ou E O fósforo fixado no solo é disponível para o crescimento das plantas 9 C ou E Existe uma relação direta entre fósforo total e fósforo na solução do solo 10 O fósforo do solo é reposto vezes durante a estação de crescimento de uma cultura como milho e soja 11 C ou E O fósforo movese livremente no solo 12 O fósforo do solo é mais menos móvel que o potássio do solo 13 Cerca de do fósforo aplicado estão disponíveis para a cultura que está sendo explorada 14 Aproximadamente do fósforo utilizado pela cultura da soja são absorvidos na segunda metade da estação de crescimento 15 C ou E A compactação reduz o acesso total das raízes ao fósforo 16 C ou E O melhor método para a aplicação de fertilizantes contendo fósforo é o de distribuição em faixas 17 A fixação é maior menor quando o fósforo é distribuído a lanço e incorporado pela aração do que com aplicação em faixas 18 A distribuição do fertilizante fosfatado junto com sementes pequenas requer mais menos fertilizante para atingir um certo aumento na produção do que a aplicação a lanço 19 O efeito de arranque da adubação em faixas mesmo em solos com alto teor de fósforo pode ser importante quando as temperaturas são 20 A matériaprima que forma a base da indústria de fertilizantes fosfatados é a 21 As reservas mundiais de rocha fosfática são da ordem de bilhões de toneladas 22 Os depósitos de fósforo nos EUA representam cerca de das reservas mundiais 23 O fosfato de rocha é concentrado por uma série de operações mecânicas que removem a maior parte da argila e de outras impurezas O processo é chamado de 24 C ou E O fosfato de rocha é muito solúvel em água quando misturado ao solo 25 Os fertilizantes fosfatados são classificados como ou 26 Os ácidos e são fundamentais para a produção de fertilizantes fosfatados pelo tratamento com ácidos 27 O ácido sulfúrico é produzido a partir do ou do 28 O superfosfato simples é fabricado pelo tratamento da com ácido 29 Os fosfato de amônio são produzidos pela do ácido fosfórico 30 Para transformar P em P2O5 multiplique por 31 O fósforo disponível é a soma das frações e Manual Fertpmd 11042016 1149 65 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 66 Manual Fertpmd 11042016 1149 66 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 67 UM NUTRIENTE ESSENCIAL PARA AS PLANTAS O potássio K é um nutriente essencial para as plan tas Ele é um dos três nutrientes primários como o ni trogênio N e o fósforo P As plantas cultivadas contêm aproximadamente a mesma quantidade de potássio e nitrogênio mas mais potássio do que fósforo Em muitas culturas de alta pro dutividade o teor de potássio excede o teor de nitrogê nio A Tabela 51 mostra a quantidade de K2O que algu mas culturas retiram do solo Tabela 51 Potássio absorvido por algumas culturas comuns a um certo nível de produção Nível de K2O retirado produção t pela cultura kg Alfafa feno 180 538 Algodão fibra 10 95 Amendoim 20 92 Arroz inundado 60 130 Banana 400 1000 Batata 400 310 Café grãos limpos 15 130 Citros 300 350 Coco 10000 200 Dendê 250 300 Juta fibra seca 20 160 Milho 60 120 Seringueira látex seco 25 65 Soja 30 150 Tomate 500 286 Trigo 60 180 Nota O teor de potássio nos fertilizantes é expresso na for ma de equivalente de K2O apesar de na realidade não ocorrer K2O como tal em materiais fertilizantes A designa ção de K2O é uma expressão padrão do teor relativo de K Neste texto alguns resultados são expressos em termos de K e outros em K2O Para transformar o K em K2O basta multiplicar por 12 Para transformar o K2O em K devese multiplicar por 083 O POTÁSSIO EXERCE MUITAS FUNÇÕES NA PLANTA O potássio é absorvido ou retirado do solo pelas plantas na forma iônica K Ao contrário do nitrogê nio e do fósforo o potássio não forma compostos orgâ nicos nas plantas Sua função principal parece estar ligada ao metabolismo Ele está envolvido em vários processos nas plantas O potássio é vital para a fotossíntese Quando o teor de potássio é deficiente a fotossíntese diminui e a respiração das plantas aumenta Estas duas condições de deficiência de potássio redução na fotossíntese e aumento na respiração diminuem o suprimento de carboidratos para as plantas Outras funções do potás sio Ele é essencial na síntese protéica Ele é importante na decomposição dos carboidra tos um processo que fornece energia para o cres cimento das plantas Ele ajuda a controlar o balanço iônico Ele é importante na translocação de metais pesa dos como o ferro Fe Ele ajuda as plantas a sobrepujar os efeitos de doenças CAPÍTULO 5 POTÁSSIO Página Um nutriente essencial para as plantas 67 O potássio exerce muitas funções na planta 67 Sintomas de deficiência nas plantas 70 Formas de potássio no solo 70 Como o potássio movimentase no solo 72 Fertilizantes potássicos no solo 73 Absorção de potássio pelas plantas fatores do solo que a afetam 74 Métodos de aplicação de fertilizantes potássicos 74 Fontes de fertilizantes potássicos 75 Fontes de potássio no mundo 76 Perguntas de revisão 77 Cultura Manual Fertpmd 11042016 1149 67 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 68 Ele é importante para a formação dos frutos Ele melhora a tolerância ao frio Ele está envolvido na ativação de mais de 60 siste mas enzimáticos os quais regulam as taxas das principais reações metabólicas nas plantas Um papel importante do potássio no crescimento das plantas é a sua influência na eficiência no uso da água O processo de abertura e fechamento dos poros das folhas das plantas chamados estômatos é contro lado pela concentração de potássio nas células que cir cundam os estômatos Uma falta de potássio faz com que os estômatos se abram apenas parcialmente e se fechem mais lentamente Isto aumenta o estresse cau sado pela seca A Tabela 52 mostra como o teor ade quado de potássio aumenta as produções de milho sob três intensidades de chuva A aplicação de potássio pode de modo eficiente reforçar a resistência das culturas de inverno aos da nos causados pelo frio ou congelamento Dados da Tabela 53 indicam que a aplicação de potássio redu ziu o dano pelo frio de 617 sem K para 75 com a aplicação de 450 kg K2Oha Tabela 53 A aplicação de potássio reduz o dano pelo frio em plantas de colza Dose de K2O Plantas com Índice de dano kgha danos pelo frio pelo frio 0 617 265 75 350 127 225 190 65 450 75 23 China Grande parte dos motivos pelos quais o potássio aumenta a produção de forragens e controla certas doenças é porque ele aumenta a tolerância das plantas ao inverno Ele permite que as culturas se estabele çam rapidamente na primavera e também aumenta o vigor de modo que o crescimento pode continuar nor mal durante toda a estação A importância do potássio na supressão de doenças não pode ser menosprezada No Anuário da Agricultu ra em doenças de plantas de 1953 nos EUA o Depar tamento de Agricultura informou que nenhuma outra substância é mais eficiente no controle de doenças que o potássio ver Conceito de Produção 51 A Figura 51 mostra a relação entre a intensidade do crestamento foliar Cercospora kikuchii e a aduba ção potássica na soja O efeito do potássio na diminui ção da severidade da doença é ainda mais dramático quando se considera que as avaliações foram feitas no 6º e 7º anos do estudo O efeito foi devido ao efeito residual do potássio no solo Figura 51 Efeito da aplicação de potássio na intensida de de Cercospora kikuchii em plantas de soja Tabela 52 O potássio aumenta a produção de milho e protege contra condições anormais de umidade Produção tha Baixo K Alto K Indiana Baixa 180 57 82 25 Média 450 93 98 05 Alta 653 58 88 30 Ohio Baixa 230 76 103 27 Média 505 95 108 13 EUA Pluviosidade durante a estação chuvosa Aumento devido ao K cm tha Intensidade de chuva Manual Fertpmd 11042016 1149 68 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 69 O uso adequado de potássio pode re duzir os danos por doenças e pragas nas culturas A Tabela 54 mostra que tanto a incidência de doenças die back podri dão do fruto e mosaico como a popula ção de pragas trips e afídios em pimen teira são reduzidas com a adubação potássica A Figura 52 mostra como o potássio reduziu doenças e murchamento de sementes em três estudos diferentes EUA Figura 52 A adubação potássica melhora a qualidade da soja diminuindo a porcentagem de semen tes doentes e murchas O potássio tem um grande impacto na qualidade da cultura inclusive aumentando o peso de sementes e o número de sementes por espiga no milho melhorando o teor de óleos e proteínas na soja aumentando a quan tidade de açúcar na canadeaçúcar e na beterraba melhorando a resistência e o comprimento da fibra do algodão e de outras plantas fibrosas melhorando a qua lidade do trigo para moagem e panificação e melho rando o estande e a longevidade das forragens Dados da Tabela 55 mostram a melhoria significante da qualidade da laranja pelo uso de fertilizante potás sico Um dos problemas na adubação é o uso não balan ceado do nitrogênio e do potássio Os agricultores ge ralmente usam doses adequadas ou maiores de nitro gênio porque eles sabem que isto aumenta a produ ção adiciona cor verde às plantas e melhora o teor de proteína O efeito do potássio não é tão visível como o do nitrogênio e em geral é negligenciado A Tabela 56 mostra porque o balanço ou equilíbrio de N e P com K é tão importante para a produção de forragem Tabela 56 O potássio aumenta a produção e reduz a infecção de manchas foliares na grama ber muda Nutrientes Produção de aplicados kgha forragem seca NP2O5K2O kgha 2º corte 56000 38 3019 560780 39 3236 560067 14 5055 5600134 10 5245 5607867 15 4783 560156156 11 5604 1 Uma intensidade de 10 significa sem doenças Texas EUA Em geral quando as doses de nitrogênio são au mentadas sem serem balanceadas com potássio e outros nutrientes as produções são reduzidas como mostra a Tabela 57 Sem potássio o aumento da dose de nitrogênio de 60 kgha para 120 kgha reduziu a pro dução de arroz Com potássio tanto a produção como a eficiência no uso de nitrogênio aumentaram À medida que as plantas exploram o perfil do solo elas podem encontrar várias condições não favoráveis estresse hídrico barreiras químicas e físicas insetos Tabela 54 Influência de doses de potássio na incidência de pragas de doenças e na produção de pimenta Trips Afídios Plantas afetadas por folha Die back e podridão do fruto Mosaico 0 167 154 53 31 1528 35 150 149 44 28 1578 70 138 142 35 26 1626 105 130 139 30 23 1616 Índia Dose de K2O kgha Produção de frutos secos kgha Tabela 55 Efeito do fertilizante potássico na qualidade de laranjas Dose de K2O Teor de vitamina C Teor de açúcares Teor de açúcar kgplanta gkg redutores total 0 059 440 762 03 071 492 776 06 073 455 789 09 071 453 748 China Intensidade de doença 1 Manual Fertpmd 11042016 1149 69 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 70 doenças Todos esses fatores diminuem o potencial de produção O estresse por baixa fertilidade causado por pouco potássio pode ser evitado Tabela 57 Efeito da interação do nitrogênio e do potás sio na produção do arroz inundado Dose kgha N K2O 60 0 3370 60 56 4834 434 60 112 5226 551 120 0 3084 120 56 4986 617 120 112 5598 815 China A fertilidade do solo é um fator que pode ser contro lado Quando a baixa fertilidade é transformada em fertilidade adequada a cultura consegue sobrepujar mais do que o estresse por baixa fertilidade Conse gue também sobrepujar outros estresses SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS Os sintomas de deficiência de potássio aparecem de várias formas Um dos sintomas mais comuns da fome de potássio é a murcha ou queima ao longo das margens das folhas O aspecto queimado aparece primeiro nas folhas mais velhas na maioria das culturas especialmente gramíneas As folhas mais novas de algumas plantas sob certas condições podem mostrar os sintomas pri meiro por exemplo algodão de alta produtividade da metade para o fim do ciclo As plantas deficientes em potássio crescem lenta mente apresentam sistemas radiculares pouco desen volvidos os colmos são fracos e o acamamento é co mum As sementes e os frutos são menores e enruga dos e as plantas possuem pouca resistência às doen ças Alguns sintomas específicos de deficiência nas culturas são mostrados a seguir Alfafa Manchas pequenas brancas ou amarela das ao redor das extremidades das folhas as fo lhas tornamse amarelas e o tecido morre Banana Folhas pequenas com amarelecimento começando na ponta das folhas velhas a ponta da folha se curva para dentro as folhas mortas se quebram próximo à base da lâmina Milho Encurtamento dos internódios e crescimen to reduzido secamento e queima da parte externa da folha enquanto as nervuras centrais permane cem verdes espigas mal granadas e palhosas Árvores frutíferas As folhas verdeamareladas se curvam para cima ao longo das margens áreas secas são formadas ao longo das extremidades as quais tornamse esfarrapadas frutos pequenos com queda prematura má qualidade para armazena mento transporte e enlatamento Dendê Manchas cloróticas amarelopálidas ao longo da pínula folíolos da folhagem velha as manchas tornamse de coloração laranja mais tar de e eventualmente toda a folhagem tornase de cor castanha enferrujada e morre Batata Folhas superiores usualmente menores enrugadas e mais escuras que o normal necrose das pontas e margens clorose internerval das fo lhas velhas Arroz Plantas raquíticas com folhas verdes es curas e raízes escuras descoloridas e podres Soja O secamento ou queima começa na parte externa da folha as extremidades das folhas tor namse quebradiças e esfarrapadas à medida que a folha morre sementes enrugadas não uniformes Chá Folhagem verde escura pontas necróticas castanhas ou castanhaspúrpura manchas ao lon go das margens Trigo Plantas raquíticas e murchas clorose das pontas e ao longo das margens necrose das fo lhas velhas FORMAS DE POTÁSSIO NO SOLO Apesar da maioria dos solos conter milhares de qui los de potássio geralmente 20000 kgha ou mais ape nas uma pequena porcentagem está disponível para as plantas durante a estação de crescimento prova velmente menos de 2 O potássio do solo existe em três formas não dis ponível lentamente disponível e disponível Potássio não disponível O potássio não dispo nível está fortemente retido na estrutura dos mine rais rochas O potássio é liberado à medida que os minerais do solo são intemperizados mas isto ocorre tão lentamente que ele não fica disponível para as plantas em crescimento em um particular ano de cultivo O processo de intemperização é tão lento que de fato poderia levar centenas de anos para adicionar quantidades significantes de potássio disponível ao solo Em geral os solos das regiões quentes e úmidas são mais intemperizados do que aqueles das regiões frias e áridas Os solos menos intemperizados são mais ricos em potássio do que aqueles que sofreram intemperização mais intensa Potássio lentamente disponível O potássio len tamente disponível é aquele fixado ou retido en Produção Aumento na produção kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 70 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 71 O Anuário da Agricultura de 1953 do Departamento de Agricultura dos EUA trata de doenças de plantas Este livro afirma Mais doenças de plantas têm sido retardadas pelo uso de fertilizantes potássicos do que qualquer outra substância Quando o potássio man tém uma planta resistente às doenças ele não faz isso como um agente de controle direto mas pelo aumen to dos mecanismos de resistência natural da mesma CONCEITO DE PRODUÇÃO 51 POTÁSSIO AJUDA AS CULTURAS A RESISTIREM ÀS DOENÇAS Vários experimentos demonstraram que o potássio é um elemento chave na redução de Doenças foliares e de colmo em milho Cárie e ferrugem em trigo Murcha e tombamento em algodão Mancha preta e podridão do caule em batatas Mofos de grãos e míldios em soja Fogo selvagem no fumo Brusone e podridão do colmo em arroz Manchas foliares em gramíneas Murcha de Verticillium em algodão O potássio dá maior resistência aos colmos e talos contra a entrada de organismos invasores e o acama mento torna as cutículas dos cereais mais espessas o que as protege contra o mofo e outras infecções faz com que as células fiquem mais túrgidas e menos suscetíveis à invasão de certas doenças após as chuvas pesadas ajuda a reduzir o número de sementes de soja com características enrugadas mofadas e descoloridas Use potássio para dar mais força às plantas na luta contra as doenças Manual Fertpmd 11042016 1149 71 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 72 tre as lâminas de certas argilas do solo Tais argi las contraemse e dilatamse expandemse du rante condições de secagem e umedecimento do solo Os íons de potássio K podem ser retidos entre estas camadas de argila tornandose não disponíveis ou só lentamente disponíveis Os so los altamente intemperizados não contêm muito dessas argilas Os solos arenosos apresentam re servas de potássio lentamente disponíveis muito menores do que os solos que contêm altas por centagens de argila1 Potássio disponível O potássio prontamente dis ponível é formado pelo potássio encontrado na so lução do solo mais o potássio adsorvido em for ma trocável pela matéria orgânica e pela argila do solo No Capítulo 1 discutiuse a capacidade de troca de cátions CTC Devese lembrar que os colóides do solo possuem cargas negativas e atraem os cátions como o potássio repelindo os ânions como os nitratos As sim os cátions são retidos em forma trocável adsor vidos Estes cátions trocáveis estão em equilíbrio com aqueles na solução do solo Este equilíbrio pode ser representado da seguinte forma K trocável K na solução A maior parte dos solos contém 10 kgha ou menos de potássio na solução do solo Isto supre o crescimen to ativo da cultura por apenas um ou dois dias Mas à medida que a cultura remove o potássio da solução parte do potássio trocável movimentase para a solu ção do solo e é substituído por algum outro cátion no colóide do solo Este movimento continua até que se estabeleça um novo equilíbrio Assim pelo processo de troca de cátions o potás sio está continuamente disponível para o crescimento da planta se o solo contiver quantidade suficiente des te nutriente no início da estação de crescimento para suprir as necessidades da cultura Nota Algum potássio pode ser trocado diretamente do colóide do solo para a raiz da planta quando os dois entram em contato direto A Figura 53 mostra as três formas de potássio no solo não disponível lentamente disponível e pronta mente disponível Ela mostra como estas formas rela cionamse entre si e com a disponibilidade para a plan ta COMO O POTÁSSIO MOVIMENTASE NO SOLO É vital manteremse níveis adequados de potássio no solo porque ele não se movimenta muito exceto nos solos arenosos e orgânicos Ao contrário do nitro gênio e de alguns outros nutrientes o potássio tende a permanecer onde é colocado através da adubação Quando o potássio se movimenta isto ocorre geral mente por difusão lentamente e a curtas distâncias através de filmes de água que circundam as partículas do solo As condições de seca diminuem este movi mento e os altos níveis de potássio no solo o aceleram A Figura 54 ilustra como o potássio se movimenta no solo Figura 54 O potássio movimentase para as raízes das plantas por difusão um processo lento As raízes das culturas geralmente entram em con tato com menos de 3 do solo no qual elas se desen volvem Assim o solo precisa estar bem suprido com potássio para assegurar a quantidade deste nutriente de que as plantas necessitam durante os vários está dios de crescimento até a colheita Observandose o volume total de raízes de milho notase que elas ocu pam menos de 1 do volume do solo Isto significa que as raízes de milho contatam menos de 1 dos nutrientes disponíveis no solo 1 O fenômeno da fixação de potássio muito comum em regiões em que predominam argilas expansivas é relativamente pouco comum no Brasil A grande maioria dos solos brasileiros notadamente os Latossolos não apresentam este proble ma Manual Fertpmd 11042016 1149 72 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 73 FERTILIZANTES POTÁSSICOS NO SOLO Nas seções precedentes foram identificadas duas formas de potássio como sendo prontamente disponí veis para a cultura em crescimento Elas são potássio solúvel ou em solução e potássio trocável K solúvel ou em solução encontrado na água do solo K trocável retido fracamente na forma trocável pelas argilas e matéria orgânica do solo colóides As raízes das plantas podem absorver o potássio da solução ou o potássio trocável e usálos para au mentar as produções das culturas A questão é que forma o fertilizante toma quando é aplicado ao solo Em outras palavras que forma o fertilizante potássico toma quando é aplicado ao solo e se dissolve na solu ção do solo O potássio no fertilizante dos fertilizantes comer ciais estercos resíduos das culturas plantas de co bertura etc toma uma forma iônica quando se dissol ve Conseqüentemente o potássio de todas as fontes é o mesmo Os exemplos seguintes ilustram este pon to Cloreto de potássio KCl KCl K Cl Sulfato de potássio K2SO4 K2SO4 2K SO4 2 Nitrato de potássio KNO3 KNO3 K NO3 Matéria orgânica Quando o potássio está na forma K não faz dife rença qual a fonte original do mesmo todo K é agora o mesmo e sujeito ao mesmo ciclo no solo Um ou mais dentre vários caminhos podem ser seguidos Pode ser atraído para as superfícies das argilas e da matéria orgânica do solo e frouxamente retido na forma trocável até ser absorvido pelas raízes das plantas ou substituído nos pontos de troca por outro cátion Parte pode permanecer na solução do solo Parte pode ser imediatamente absorvida pela cul tura em crescimento Parte pode ser lixiviada em solos muito arenosos e orgânicos Mesmo em solos arenosos contudo Figura 53 Dinâmica entre as várias formas de potássio no solo Umidade K ânions acom panhantes o balan ço elétrico é mantido Umidade Umidade Umidade Mineralização Manual Fertpmd 11042016 1149 73 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 74 pouco potássio do fertilizante é lixiviado para fora da zona das raízes Como a matéria orgânica so mente atrai fracamente o K nos seus pontos de troca da CTC o potássio pode ser lixiviado dos solos orgânicos Parte pode ser fixada ou convertida em uma for ma não disponível ou lentamente disponível em alguns solos Ver Figura 53 Como está ilustrado na figura o potássio fixado é somente lentamente disponível A capacidade de fixação de potássio em alguns solos explica porque a análise de solo nem sempre reflete as aplicações do fertilizante e seus efeitos no aumento dos valores na análise de solo O potássio fixado não é medido nas análises de solo1 ABSORÇÃO DE POTÁSSIO PELAS PLANTAS FATORES DO SOLO QUE A AFETAM O potássio é relativamente imóvel no solo atin gindo as raízes das plantas principalmente por difusão Como conseqüência qualquer fator restringindo o cres cimento das raízes e reduzindo a taxa de difusão pode diminuir a absorção de potássio Vários desses fatores serão discutidos a seguir Aeração do solo A absorção de potássio é mais afetada por má drenagem do que a maioria dos outros nutrientes Sistemas de plantio direto ou cultivo mínimo e a compactação limitam a absor ção de potássio e aumentam os problemas de de ficiência principalmente por causa da aeração re duzida e do pouco crescimento radicular Análise de solo para potássio À medida que o nível de potássio na análise de solo diminui a ab sorção de potássio pelas raízes também diminui Fixação Os solos com alta capacidade para se gurar o potássio e mantêlo em forma não dispo nível reduzem as quantidades disponíveis para a absorção pelas plantas CTC Em geral solos com alta CTC têm maior capacidade de armazenamento e de suprimento de potássio Temperatura do solo Baixas temperaturas re duzem a disponibilidade e a absorção de potássio pelas raízes das plantas Este efeito pode ser par cialmente neutralizado por aumento dos níveis de potássio no solo Umidade do solo A umidade é necessária para a movimentação do potássio por difusão até as raízes das plantas para a absorção Tanto o estresse por seca como por excesso de umidade reduzem a absorção do potássio O solo por si suas características gerais deter minam quão eficientemente uma certa cultura está apta para absorver e usar o potássio Essas características incluem o material de origem do qual o solo é formado a quantidade e os tipos de argila que ele contêm a ve getação sob a qual ele é formado a topografia a dre nagem a profundidade e assim por diante Um agri cultor precisa aprender a manejar o recurso solo a ajus tar as práticas para otimizar seu potencial de produtivi dade inclusive o uso eficiente de potássio e melhorá lo onde for possível MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE FERTILIZANTES POTÁSSICOS Não existe a melhor maneira para se aplicar o po tássio Os métodos dependem de muitas condições do solo e da cultura e de outras práticas de manejo Al guns fatores influenciam a escolha do método de apli cação Cultura Mãodeobra e equipamento disponíveis Nível de fertilidade do solo Tipo de solo Dose e época de aplicação do fertilizante Uso de produtos químicos para a proteção das cul turas combinados com o fertilizante Temperatura do solo Condição de umidade do solo Uma série de métodos de aplicação de potássio tem sido avaliada por pesquisadores e agricultores Exis tem muitas variações desses métodos incluindo A lanço sem incorporação A lanço com incorporação Localização direta com a semente Em faixas incluindo várias combinações de distân cias abaixo e ao lado das sementes Localização profunda ou com facão Localização em camalhões ou em covas Faixas superficiais Aplicação na água de irrigação fertirrigação Combinação dos métodos acima 1 Devemse ressaltar as perdas consideráveis de potássio e também de outros cátions por lixiviação sob condições de solos muito arenosos com baixo teor de matéria orgânica e sujeitos a índices pluviométricos elevados Em geral estes solos exigem cuidados extras de manejo para a sua manutenção no processo produtivo com o passar dos anos Manual Fertpmd 11042016 1149 74 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 75 Todos esses métodos podem ser considerados como variações entre os três extremos 1 aplicação em fai xas 2 camalhões ou covas com altas concentrações de potássio mas com um mínimo de contato com o so lo e 3 a lanço com incorporação na camada arável As aplicações em camalhão e cova ou faixa e linha concentram os nutrientes permitindo um crescimento inicial rápido Isto é importante para as plantas jovens com sistema radicular limitado particularmente em solos frios eou compactados Mas o excesso de ferti lizante colocado muito perto da semente ou da plântula pode reduzir a germinação eou causar injúrias às raízes por causa das altas concentrações salinas A aplicação de fertilizante potássico em camalhão ou cova deve ser feita ao lado do sistema radicular da planta e o potássio em linha deve ser colocado abaixo e ao lado da semente para diminuir o potencial de dano A distribuição a lanço antes do plantio pode ser a maneira mais conveniente de se aplicar grandes quan tidades de potássio e de outros nutrientes Quando os níveis de fertilizantes do solo são adequados este método é tão eficiente quanto as aplicações em linha Entretanto alguns solos podem fixar o potássio ou fazer com que quantidades significativas deste nutrien te fiquem indisponíveis Isto evidentemente reduz a imediata eficiência das aplicações a lanço A aplicação de potássio no outono na cultura do milho em ridge ou ridge till camalhões temse mos trado uma maneira eficiente para aumentar a absorção de potássio e aumentar as produções nos EUA Entre tanto o motivo específico para o aumento da deficiên cia de potássio em milho no sistema de ridge till mes mo em solos com altos teores de potássio não é co nhecido Os agricultores devem estar alertas para este problema em potencial e sua solução para atingir óti mas produções e lucros A combinação das aplicações em linha e a lanço é geralmente a melhor maneira de se aplicar fertilizan tes Ela propicia o nutriente para uso imediato e uma reserva dele para ser utilizada durante toda a estação de crescimento Em geral as respostas das culturas aos diferentes métodos de aplicação de potássio não são tão marcantes nem consistentes como para nitro gênio e fósforo Entretanto condições de solo frio compactado ou seco tendem a impor mais estresse na absorção de potássio e podem justificar a localização de altas concentrações de potássio nas proximidades do sistema radicular em desenvolvimento Para a maioria das culturas anuais incluindo grãos e legumes os fertilizantes potássicos devem ser apli cados no plantio ou no transplantio uma vez que as plantas absorvem uma grande parte do potássio nos estádios iniciais Mas para alguns solos mais areno sos com grande potencial de perdas por lixiviação aplicações parceladas são recomendadas Para culturas perenes como as árvores frutíferas os fertilizantes potássicos devem ser aplicados toman dose por base as características de exigências da cul tura Por exemplo para plantas cítricas é recomenda do que o fertilizante potássico seja aplicado três vezes ao ano antes do florescimento para aumentar o pe gamento das flores no estádio de crescimento dos fru tos para seu melhor desenvolvimento e na colheita para maior resistência das plantas a invernos rigorosos e para desenvolvimento de primórdios florais para a pró xima safra FONTES DE FERTILIZANTES POTÁSSICOS O potássio elementar não é encontrado em estado puro na natureza devido à sua alta reatividade quími ca Os depósitos de potássio ocorrem como 1 leitos de sais sólidos abaixo da superfície da crosta terrestre e 2 salmouras de lagos ou mares em extinção O potássio é produzido através de quatro sistemas de mineração Método convencional compreende a abertura de túneis subterrâneos perfurações e uso de ex plosivos Método contínuo usa máquinas especialmente desenvolvidas que removem os minerais direta mente dos veios sem explosões Método de solução consiste em bombear solu ções quentes até o leito de potássio dissolver os sais e transportar a salmoura até a superfície para a operação de refino Método de recuperação de salmouras o potás sio e outros minerais são obtidos por evaporação solar de salmouras naturais de superfícies em la gos em fase de extinção tais como o Grande Lago Salgado nos EUA o Mar Morto em Israel e Jordânia e o Lago Salgado Qinghai na China O potássio é extraído de um grande número de minerais A silvinita a silvita e a langbeinita são os mais importantes A silvinita é formada principalmente por cloreto de potássio KCl e cloreto de sódio NaCl e con tém 2030 de K2O A silvita constituise principalmente de KCl e con tém cerca de 63 de K2O A langbeinita é formada em sua maior parte por sulfato de potássio K2SO4 e sulfato de magnésio MgSO4 e contém 23 de K2O Salmouras con tendo potássio apresentam cerca de dois terços de água e contêm cerca de 3 de K2O Manual Fertpmd 11042016 1149 75 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 76 A kainita é uma combinação de cloreto de potás sio e sulfato de magnésio e contém cerca de 19 de K2O 9 a 10 de Mg e 13 de S O minério kainita é fonte importante de potássio na Alema nha Rússia e Sicília Cloreto de potássio KCl o cloreto de potássio ou muriato de potássio concorre com mais de 90 do potássio vendido nos EUA e no Canadá É solúvel em água e contém 6062 de K2O A maior parte do KCl produzido nos EUA vem da silvinita mas uma pequena parte vem de salmouras O minério bruto impuro é refinado para uso como fer tilizante por processo de cristalização ou flotação A maior parte do KCl para fins agrícolas é produzida pelo processo de flotação O cloreto de potássio fertilizante é disponível em cinco tamanhos de partículas 1 branco solúvel 2 standard especial 3 standard 4 coarse gros so e 5 granular A forma granular é adequada para mistura de produtos O tipo branco solúvel é ideal para líquidos claros Sulfato de potássio K2SO4 também é chamado de sulfato de potassa Contém cerca de 50 de K2O e 18 de enxofre Em decorrência do seu teor de cloro ser menor que 25 este fertilizante é usado em cultu ras sensíveis ao cloro como o fumo e também para fornecer enxofre Representa cerca de 6 do total de potássio comercializado O sulfato de potássio pode ser usado nos casos em que os acúmulos de cloreto são um problema Sulfato de potássio e magnésio K2SO42MgSO4 também chamado de sulfato de potássio e magnésia Contém cerca de 22 de K2O 11 de magnésio e 22 de enxofre Ocorre na natureza como mineral langbei nita que é refinado para produzir o fertilizante comer cial É uma boa fonte de potássio e magnésio solúveis em água e é muito importante para os casos em que magnésio eou enxofre são deficientes ou para o uso em culturas sensíveis ao cloro Nitrato de potássio KNO3 o nitrato de potássio contém pouco ou nenhum cloro ou enxofre O nitrato de potássio apresenta cerca de 44 de K2O e 13 de nitrogênio O nitrato de potássio é amplamente usado em aplicações foliares em fruteiras legumes e algodão A Tabela 58 apresenta um resumo dos principais fertilizantes potássicos FONTES DE POTÁSSIO NO MUNDO A América do Norte tem as maiores reservas co nhecidas de potássio no mundo principalmente pelos gigantescos depósitos de minérios de potássio no Ca nadá A maioria desses depósitos está localizada nas províncias de Saskatchewan e Manitoba com reser vas adicionais localizadas e exploradas em New Bruns wich A produção nos Estados Unidos é localizada prin cipalmente nos Estados do New México minas subter râneas e Utah salmoura Fora da América do Norte os depósitos e a produ ção de potássio estão localizados na França Alema nha Itália Espanha Inglaterra Israel Jordânia Rússia Bielorússia Ucrânia China e Brasil Os minerais po tássicos nesses depósitos são variáveis A produção em Israel Jordânia e China são principalmente de sal moura os outros depósitos são explorados em minas subterrâneas A produção brasileira em 1996 foi de 240000 toneladas de K2O que representou 12 do consumo interno Tabela 58 Principais fertilizantes contendo potássio Composição K2O Mg S N Cl Cloreto de potássio KCl 5862 4548 Sulfato de potássio K2SO4 4850 1517 Sulfato duplo de potássio e magnésio K2SO42MgSO4 1822 11 2224 Nitrato de potássio KNO3 44 13 Material Nota Ver fontes de potássio de acordo com a legislação brasileira na Tabela 9A Anexos Manual Fertpmd 11042016 1149 76 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 77 CAPÍTULO 5 POTÁSSIO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 O potássio é um das plantas Os outros dois são e 2 A maioria das culturas contém mais menos mais ou menos igual potássio do que fósforo 3 Para transformar kg de K em K2O multiplique por para transformar kg de K2O em kg de K multiplique por 4 C ou E O potássio forma vários compostos nas plantas 5 C ou E O potássio aumenta a tolerância às baixas temperaturas e a resistência das plantas às doenças 6 A principal função do potássio no crescimento das culturas é aumentar a eficiência no uso da através da regulagem da abertura e fechamento dos pequenos poros na superfície da folha 7 C ou E O potássio aumenta o peso de sementes mas não afeta o número de sementes nas espigas de milho 8 Um dos sintomas mais comuns de deficiência de potássio é a queima 9 Em ocorrem manchas pequenas brancas ou amareladas ao longo das extremidades das fo lhas quando o potássio é deficiente 10 A maioria dos solos contém quilogramas ou mais de potássio por hectare 11 Menos de do potássio do solo é prontamente disponível para uma cultura 12 O potássio ocorre em três formas no solo e 13 C ou E O potássio é um cátion 14 C ou E Com o passar do tempo o potássio não disponível tornase disponível 15 A maioria dos solos contém kg ou menos de potássio por hectare na solução do solo 16 C ou E O potássio no solo movimentase principalmente por para atingir as raízes e para a absorção e o uso pelas plantas em crescimento 17 C ou E A seca restringe o movimento do potássio no solo 18 O volume total das raízes do milho ocupa menos de do volume total do solo 19 Quando o cloreto de potássio KCl é aplicado ao solo ele dissociase em íons de e se houver umidade adequada 20 Todas as fontes de potássio adicionadas ao solo para formar K 21 C ou E Após o fertilizante contendo potássio reagir com o solo este potássio não difere de outras formas deste nutriente existentes no solo 22 C ou E O potássio do fertilizante pode ser absorvido quase que imediatamente pela cultura em desenvolvi mento quando misturado ao solo 23 O potássio é considerado como um nutriente imóvel no solo mas pode lixiviar em solos ou 24 A absorção de potássio pelas raízes das plantas é afetada por vários fatores do solo incluindo e Manual Fertpmd 11042016 1149 77 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 78 25 C ou E O tipo de solo e o nível de fertilidade influenciam os métodos de aplicação dos fertilizantes contendo potássio 26 Uma vantagem das aplicações em camalhões ou covas ou em linhas é que fica disponível para crescimento prematuro e rápido das culturas 27 A aplicação em linha deve ser feita e do nível da semente para reduzir o potencial de dano por salinidade 28 C ou E Freqüentemente devese fazer uma combinação das aplicações em linha e a lanço 29 C ou E O potássio elementar não é encontrado em estado puro na natureza 30 Os três minerais importantes contendo potássio explorados para produção de fertilizantes são e 31 A silvita é composta principalmente de e contém cerca de de K2O 32 A fonte mais comum de K é o Ele contém de equivalente em K2O 33 O sulfato de potássio apresenta de K2O e de enxofre 34 O sulfato de potássio e magnésio contém de K2O de magnésio e de enxofre 35 O nitrato de potássio contém de K2O e de N Manual Fertpmd 11042016 1149 78 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 79 NUTRIENTES ESSENCIAIS ÀS PLANTAS O cálcio Ca o magnésio Mg e o enxofre S são chamados macronutrientes secundários Isto não sig nifica que eles têm um papel secundário no crescimen to das plantas Eles são tão importantes para a nutri ção das plantas quanto os nutrientes primários apesar das plantas de modo geral não os exigirem em gran des quantidades Muitas culturas contêm o teor de en xofre semelhante ao de fósforo e algumas vezes mais As deficiências dos nutrientes secundários podem re duzir o crescimento das plantas tanto quanto as dos nutrientes primários A Tabela 61 mostra as quantidades de cálcio mag nésio e enxofre contidas em algumas culturas Um levantamento de nutrientes em 104 solos de 13 províncias da China feito no fim da década de 80 indi cou que 18 14 e 23 dos so los são deficientes em cálcio mag nésio e enxofre respectivamente Como mostrado na Tabela 62 as produções de matéria seca fo ram de 36 a 50 menores quando o cálcio o magnésio ou enxofre não foram adicionados a esses solos Tabela 62 Levantamento de nutrientes em 104 solos de 13 províncias na Chi na Porcentagem de Amplitude na produção Média de matéria solos deficientes relativa de mat seca seca Sem Ca 18 285 50 Sem Mg 14 3490 74 Sem S 23 4292 72 CAPÍTULO 6 OS NUTRIENTES SECUNDÁRIOS Página Nutrientes essenciais às plantas 79 CÁLCIO 80 Funções do cálcio nas plantas 80 Sintomas de deficiência nas plantas 80 O cálcio no solo 80 Fontes de cálcio 80 MAGNÉSIO 81 Funções do magnésio nas plantas 81 Sintomas de deficiência nas plantas 81 O magnésio no solo 81 Fontes de magnésio 82 ENXOFRE 82 Funções do enxofre nas plantas 82 Sintomas de deficiência nas plantas 82 Enxofre e nitrogênio 82 O enxofre no solo 83 Fontes de enxofre 84 Perguntas de Revisão 86 Tabela 61 Quantidades de cálcio magnésio e enxofre em algumas culturas Quantidade na cultura total kg Ca1 Mg S Alfafa 20 218 50 50 Grama bermuda 20 65 32 55 Milho 10 43 58 30 Algodão 1 14 23 20 Sorgo granífero 9 67 45 44 Citros 60 90 25 2 Amendoim 4 20 25 21 Arroz 8 23 16 14 Soja 4 29 27 22 Tomate 90 33 40 60 Trigo 4 18 20 17 1 Estimado 2 Dados não disponíveis Cultura Nível de produção t Tratamento Manual Fertpmd 11042016 1149 79 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 80 CÁLCIO FUNÇÕES DO CÁLCIO NAS PLANTAS O cálcio é absorvido pelas plantas como cátion Ca Uma vez dentro da planta o cálcio funciona de várias maneiras incluindo as seguintes Estimula o desenvolvimento das raízes e das fo lhas Forma compostos que são parte das paredes celu lares Isto reforça a estrutura das plantas Ajuda a reduzir os nitratos NO3 nas plantas Ajuda a ativar vários sistemas enzimáticos nas plantas Ajuda a neutralizar ácidos orgânicos nas plantas É essencial para o desenvolvimento das vagens no amendoim Influencia indiretamente a produção por diminuir a acidez do solo carbonato de cálcio Isto reduz a solubilidade e toxidez do manganês do cobre e do alumínio Ajuda indiretamente a produção melhorando as condições para o desenvolvimento das raízes es timulando a atividade microbiana e aumentando a disponibilidade de molibdênio e a absorção de ou tros nutrientes É exigido em grandes quantidades pelas bactérias fixadoras do nitrogênio SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS O pouco crescimento do sistema radicular é um sin toma comum da deficiência de cálcio As raízes defi cientes em cálcio geralmente escurecem e apodrecem As folhas jovens e os outros tecidos novos desen volvem sintomas porque o cálcio não é translocado dentro da planta Os tecidos novos precisam de pectato de cálcio para a formação da parede celular Assim as deficiências de cálcio causam um aspecto gelatinoso nas pontas das folhas e nos pontos de crescimento Em casos severos o ponto de crescimento morre1 As deficiências de cálcio raramente aparecem no campo porque os efeitos secundários de deficiência como a acidez elevada geralmente limitam primeiro a produção As deficiências são mais comuns em cultu ras como o amendoim e as hortaliças2 O CÁLCIO NO SOLO As quantidades totais de cálcio no solo variam de menos de 01 a mais de 25 Os solos calcários áridos contêm os maiores níveis deste nutriente Os solos orgânicos recentemente drenados geral mente contêm muito pouco cálcio e apresentam valo res de pH extremamente baixos Os solos argilosos geralmente contêm mais cálcio do que os solos areno sos Uma vez que o cálcio existe como um cátion ele é governado pelo fenômeno de troca de cátions assim como os outros cátions e é retido como Ca2 trocável nas superfícies com cargas negativas das argilas e da matéria orgânica do solo O cálcio é o cátion dominante e normalmente ocu pa 30 ou mais dos pontos do complexo de troca de cátions dos solos corrigidos Como outros cátions o cálcio está também presen te na solução do solo Ele é parte da estrutura de vários minerais do solo Na realidade minerais como a dolo mita a calcita a apatita e os feldspatos cálcicos são a maior fonte de cálcio no solo FONTES DE CÁLCIO O cálcio pode ser fornecido de várias formas Em decorrência da maior parte dos solos deficientes em cálcio ser ácida um bom programa de calagem pode adicionar cálcio de modo eficiente Tanto o calcário calcítico como o magnesiano e o dolomítico são fontes excelentes O gesso também pode suprir cálcio quan do o pH do solo é suficientemente elevado para não necessitar de calagem O superfosfato simples que contém 50 de gesso e também em menor intensi dade o superfosfato triplo podem adicionar cálcio ao solo Algumas fontes comuns de cálcio são mostradas na Tabela 633 1 Uma das maiores limitações ao desenvolvimento profundo do sistema radicular das culturas notadamente nos solos sob vegetação de cerrado é a deficiência de cálcio em geral associada à acidez e toxidez de alumínio Estas condições de solo têm sérias implicações na menor tolerância aos estresses causados por veranicos ou secas mais prolongadas ver Conceito de Produção 19 2 A podridão estilar do tomateiro é provocada pela deficiência de cálcio Em alguns casos as folhas apresentam teores normais deste nutriente enquanto o fruto se mostra deficiente devido à pequena translocação e ao transporte unidirecional do Ca no xilema 3 Além de ser uma excelente fonte de enxofre e cálcio para as plantas o gesso têm mostrado efeitos positivos em experimen tos de campo aplicado à superfície no aprofundamento das raízes de plantas cultivadas em áreas com subsolos ácidos Em alguns casos isto leva à melhor absorção de água e nitratos das camadas mais profundas do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 80 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 81 Tabela 63 Fontes comuns de cálcio Valor neutralizante relativo Calcário calcítico 32 85 a 100 Calcário magnesiano 27 90 a 104 Calcário dolomítico 22 95 a 108 Escória básica 29 50 a 70 Gesso 22 Nenhum Margas 24 15 a 85 Cal hidratada 46 120 a 135 Cal virgem 60 150 a 175 Com base no carbonato de cálcio puro a 100 Quando se usarem fontes de cálcio que não sejam o calcário calcítico magnesiano ou dolomítico moídos devese ter cuidado com a aplicação O excesso de cal hidratada ou cal virgem pode esterilizar parcialmente o solo A adição de grandes quantidades de cálcio e mag nésio em solos deficientes em potássio ou a aplicação de cálcio em um solo deficiente em magnésio podem causar o desequilíbrio nutricional e o crescimento redu zido da cultura Forneça todos os nutrientes para dimi nuir as condições limitantes ao crescimento MAGNÉSIO Mg FUNÇÕES DO MAGNÉSIO NAS PLANTAS O magnésio é absorvido pelas plantas como cátion Mg Uma vez dentro da planta ele exerce várias fun ções O magnésio é o átomo central na molécula da clorofila e assim ele está envolvido ativamente na fotossíntese O magnésio e o nitrogênio são os únicos nutrientes do solo que são constituintes da clorofila A maior parte do magnésio nas plantas é encontrada na clorofila As sementes também têm teores relativamente altos de magnésio apesar de culturas produtoras de grãos tal como o milho possuírem baixos níveis des se nutriente nas sementes O magnésio também ajuda no metabolismo do fos fato na respiração da planta e na ativação de vários sistemas enzimáticos1 SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS Os sintomas de deficiência de magnésio geralmen te aparecem primeiro nas folhas baixeiras folhas mais velhas porque o magnésio é translocado dentro da planta A deficiência aparece como uma cor amarela da bronzeada ou avermelhada enquanto as nervuras das folhas permanecem verdes As folhas de milho fi cam com faixas amarelas e com as nervuras verdes Culturas como batata tomate soja e repolho podem apresentar uma cor amareloalaranjada e nervuras ver des O desequilíbrio entre o cálcio e o magnésio no solo pode acentuar a deficiência de magnésio Quando a relação CaMg tornase muito alta as plantas podem absorver menos magnésio Isto pode ocorrer quando o agricultor usa somente calcário calcítico por muitos anos em solos relativamente pobres em magnésio A deficiência de magnésio também pode ser acentuada por altas doses de potássio ou NH4 quando o solo está no limite de deficiência2 O MAGNÉSIO NO SOLO O magnésio do solo além daquele adicionado pe los fertilizantes ou corretivos vem da intemperização das rochas que contêm minerais como biotita horn blenda dolomita e clorita Sendo um cátion o Mg está sujeito à troca de cátions Ele é encontrado na solução do solo e é adsorvi do às superfícies das argilas e da matéria orgânica Os solos geralmente contêm menos magnésio do que cálcio porque o magnésio não é adsorvido tão for temente pelas argilas e matéria orgânica e conseqüen temente é mais sujeito à lixiviação Além disso a maio ria do material de origem contém menos magnésio do que cálcio Embora a maioria dos solos contenha mag nésio suficiente para suportar o crescimento das plan tas podem ocorrer deficiências mais freqüentemente em solos arenosos ácidos formados sob condições de elevado índice pluviométrico As deficiências também podem ocorrer em solos calcários onde a água de irri gação contém altos níveis de bicarbonato ou ainda em solos alcalinos sódicos A relação do magnésio para o potássio pode ser um fator importante sob certas condições Por exemplo adubandose com potássio podese diminuir a absor ção de magnésio por gramíneas sendo pastoreadas por gado o que resulta em baixo teor de magnésio no soro sangüíneo e uma condição conhecida como tetania das gramíneas Baixas temperaturas do solo e adequada umidade na presença de somente quantidades mode radas de potássio resulta em maior absorção de po tássio em comparação com magnésio e o desenvol vimento de forragem de gramínea indutora da tetania Material Ca 1 Algumas culturas são mais exigentes em magnésio do que outras por exemplo cacaueiro seringueira algodoeiro 2 O azul da bananeira é um desequilíbrio nutricional provocado pela deficiência de magnésio induzida por adubação potássica e calagem Deficiências de magnésio induzidas por K e Ca têm sido observadas também nas culturas de café e algodão Manual Fertpmd 11042016 1149 81 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 82 FONTES DE MAGNÉSIO A fonte mais comum de magnésio é o calcário dolo mítico um material excelente que contém cálcio e magnésio e neutraliza a acidez do solo Outras fontes incluem o calcário magnesiano o sulfato de magnésio o óxido de magnésio as escórias básicas o sulfato de potássio e magnésio e os termofosfatos1 A Tabela 64 mostra as fontes comuns de magnésio e a porcentagem deste nutriente que elas contêm As formas de sulfato de magnésio são mais solúveis do que o calcário dolomítico e podem ser a fonte preferida de magnésio naqueles solos que precisam de resposta rápida a esse nutriente Tabela 64 Fontes comuns de magnésio Material Mg Calcário magnesiano 3072 Calcário dolomítico 72120 Magnesita óxido de Mg 55 Sulfato de magnésio heptahidratado 96 Sulfato de potássio e magnésio 112 Cloreto de magnésio 75 Termofosfato 70 ENXOFRE FUNÇÕES DO ENXOFRE NAS PLANTAS Diferentemente do cálcio e do magnésio que são absorvidos pelas plantas como cátions o enxofre é absorvido principalmente como ânion SO4 2 Ele pode também entrar nas folhas das plantas como gás dióxido de enxofre SO2 do ar O enxofre é parte de cada célula viva e é constituin te de dois dos 21 aminoácidos que formam as proteí nas Outras funções de enxofre nas plantas são Ajuda a desenvolver enzimas e vitaminas Promove a nodulação para a fixação de nitrogênio pelas leguminosas Ajuda na produção de sementes É necessário na formação da clorofila apesar de não ser um constituinte dela Está presente em vários compostos orgânicos que dão os odores característicos ao alho à mostarda e à cebola SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS As plantas deficientes em enxofre apresentam uma cor verde pálida nas folhas novas embora a planta in teira pode ser verde pálida e atarracada nos casos severos de deficiência As folhas tendem a se enrugar à medida que a deficiência se acentua O enxofre como o nitrogênio é um constituinte das proteínas e assim os sintomas de deficiência são se melhantes aqueles de nitrogênio Os sintomas de defi ciência de nitrogênio são mais severos nas folhas ve lhas porque o nitrogênio é um nutriente móvel na plan ta e é translocado para os pontos de novo crescimento O enxofre por outro lado é imóvel na planta e assim os pontos de crescimento recentes sofrem primeiro quando os níveis de enxofre não são adequados para atingir a demanda da cultura Essa diferença é impor tante para distinguir entre os dois em particular nos estádios iniciais de uma deficiência As plantas deficientes em enxofre podem apresen tar o caule delgado e fraco As culturas como repolho e canola colza podem desenvolver uma cor averme lhada que aparece primeiro na parte de baixo das fo lhas e caules Na alfafa as folhas se tornam alongadas e mais delgadas e a ramificação é reduzida ENXOFRE E NITROGÊNIO A necessidade de enxofre está intimamente relacio nada às quantidades de nitrogênio disponíveis para as culturas Esta estreita relação não se constitui em sur presa uma vez que ambos são constituintes das proteí nas e são associados com a formação de clorofila Os dados da Tabela 65 mostram como as melhores pro duções de milho foram obtidas onde ambos nitrogênio e enxofre foram aplicados Tabela 65 A resposta do milho é melhor quando am bos nitrogênio e enxofre são aplicados na adubação Dose de N kgha 0 84 168 Produção tha 0 40 81 91 71 11 50 90 96 79 22 58 92 98 82 Minnesota EUA O nitrogênio e o enxofre estão ainda relacionados pela função do enxofre na ativação da enzima redutase 1 No Brasil são bastante comercializados os calcários dolomíticos calcinados que apresentam 26 a 32 de Ca e 9 a 15 de Mg constituindose em excelentes fontes desses nutrientes Dose de S kgha Média Manual Fertpmd 11042016 1149 82 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 83 do nitrato a qual é necessária para a conversão de NNO3 em aminoácidos nas plantas A baixa atividade dessa enzima diminui os níveis de proteína solúvel enquanto aumenta as concentrações de NNO3 nos te cidos das plantas Os altos níveis de NNO3 que são acumulados quan do o enxofre é deficiente inibem drasticamente a for mação de sementes em culturas sensíveis como a colza O nitrogênio na forma de nitrato nas plantas pode também ser tóxico para os animais que consomem forragens deficientes em enxofre Níveis adequados de enxofre melhoram a utilização de magnésio por rumi nantes pela redução dos níveis de nitrogênio não pro téico NNO3 Cientistas têm sugerido com freqüência que a rela ção NS N total para S total nas plantas é um bom instrumento de diagnose para determinar a deficiência de enxofre Relações de 101 151 71 111 e outras têm sido consideradas Quer essas relações sejam ou não válidas existe uma relação forte entre o nitrogênio e o enxofre que não pode ser ignorada quando da ava liação da eficiência no uso de fertilizantes nitrogenados A Tabela 66 ilustra esse ponto A grama bermuda res pondeu à adubação com enxofre O enxofre também aumentou a eficiência no uso do nitrogênio melhoran do o potencial de lucro e reduzindo as chances de lixiviação de nitratos para o lençol freático O ENXOFRE NO SOLO O enxofre inorgânico a forma disponível para as plantas ocorre na forma de ânion sulfato SO4 2 Em decorrência de sua carga negativa o SO4 2 não é atraído para as superfícies da argila do solo e da matéria orgâ nica exceto sob certas condições Ele permanece na solução do solo e se movimenta com a água do solo e assim é prontamente lixiviado Certos solos acumu lam SO4 2 no subsolo que pode ficar disponível para culturas com raízes profundas Em regiões áridas os sulfatos de cálcio de magnésio de potássio e de sódio são as formas predominantes de enxofre inorgânico Figura 61 O ciclo do enxofre A quantidade de solos deficientes em enxofre está aumentando Existem vários fatores que contribuem para isso incluindo Aumento na produção das culturas que removem grandes quantidades de enxo fre Aumento no uso de fertilizantes de alta concentração que contêm pouco ou ne nhum enxofre acidental Menor contaminação atmosférica por en xofre por causa da diminuição do uso de combustíveis com altos teores de enxo fre e aumento de técnicas de remoção de enxofre dos gases emitidos Menor uso de pesticidas contendo enxo fre Tabela 66 O enxofre aumentou a produção de grama bermuda e me lhorou a eficiência e a recuperação de nitrogênio Nitrogênio Absorção Recuperação kgha 1 0 Não 54 91 Sim 58 99 225 Não 103 208 93 Sim 116 250 112 450 Não 114 264 59 Sim 137 343 76 1Absorção de N N aplicado x 100 Arkansas EUA Dose de N Enxofre Produção kgha aplicado tha A maior parte do enxofre do solo nas regiões úmidas está associada com a matéria orgânica Através de transformações biológicas semelhantes àquelas do nitrogênio os sulfatos e os compostos de sulfato são produzidos e são disponíveis para as plantas O ciclo do enxofre na Figura 61 mostra as rela ções entre as fontes de enxofre na atmosfera nos fer tilizantes e no solo O manejo adequado assegura o uso eficiente do enxofre com um mínimo de perdas por erosão e lixiviação Como está indicado na Figura 61 não existem ga nhos ou perdas líquidas de enxofre na natureza Manual Fertpmd 11042016 1149 83 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 84 Imobilização de enxofre na matéria orgânica que é acumulada em decorrência das práticas conser vacionistas plantio direto cultivo mínimo etc Maior preocupação quanto às necessidades de en xofre para produções lucrativas das culturas e qua lidade dos produtos A análise foliar e a análise do solo incluindo análise de subsolo são recomendadas para aqueles solos com suspeita de serem marginais ou deficientes em enxo fre Outros fatores contribuem para o aparecimento de deficiências de enxofre e também devem ser conside rados quando se pretende fazer recomendações para o uso de enxofre Cultura a ser explorada culturas forrageiras de alta produtividade tais como híbridos de capim ber muda e alfafa removem mais enxofre e em geral respondem mais freqüentemente a esse nutriente do que a maioria das culturas produtoras de grãos Ver Tabela 61 Textura do solo a lixiviação de Ssulfato nos solos arenosos é mais provável do que nos solos barrentos e argilosos A resposta das culturas ao enxofre é mais comum nos solos arenosos Matéria orgânica os solos com menos de 2 de matéria orgânica são os que comumente apresen tam deficiência de enxofre entretanto as deficiên cias ocorrem também em solos contendo teores mais altos de matéria orgânica Cada 1 de maté ria orgânica libera cerca de 6 kg de enxofre por hectare por ano Qualidade da água de irrigação os lagos e os rios usualmente contêm altos níveis de enxofre em comparação com a água de poços profundos Ana lise as fontes de água com a finalidade de deter minar suas concentrações de enxofre FONTES DE ENXOFRE A matéria orgânica do solo já foi mencionada como a principal fonte de enxofre no solo Mais de 95 do enxofre encontrado no solo estão ligados à matéria or gânica Outras fontes naturais incluem os estercos ani mais a água de irrigação e a atmosfera Os estercos de animais contêm níveis de enxofre variando de menos de 002 a até cerca de 03 Obvia mente o conteúdo varia consideravelmente dependen do das espécies do método de armazenagem e apli cação etc O dióxido de enxofre e outros gases da atmosfera dissolvidos na água da chuva e da neve podem contri buir com até 22 kg de enxofre por hectare por ano ainda mais em algumas áreas industrializadas A água de irrigação pode conter níveis bem altos de enxofre Quando o teor de SSO4 na água de irrigação excede 5 partes por milhão ppm a deficiência de enxofre é pouco provável Mesmo assim aplicações de fertilizan tes de arranque contendo enxofre podem ser bené ficos por causa da mobilidade do sulfato durante chu vas intensas A maioria das fontes de enxofre é formada por sul fatos ver Tabela 67 e são moderadamente ou muito solúveis em água As formas solúveis também in cluem os bissulfetos os tiossulfatos e os polissulfatos A forma mais importante de enxofre insolúvel em água é o enxofre elementar que precisa ser oxidado a Ssul fato antes das plantas poderem utilizálo A oxidação bacteriana do enxofre no solo é favorecida por Temperaturas do solo mais elevadas Teor adequado de umidade Aeração do solo Partículas menores A Tabela 67 lista as fontes comuns de fertilizantes com enxofre juntamente com suas fórmulas químicas e porcentagem de enxofre Tabela 67 Fontes comuns de enxofre Material fertilizante Fórmula química Teor de S Sulfato de amônio NH42SO4 2224 Tiosulfato de amônio NH42S2O35H2O 26 Polisulfeto de amônio NH42Sx 4050 Sulfato de potássio K2SO4 1517 Sulfato de potássio e magnésio K2SO42MgSO4 2224 Gesso CaSO42H2O 1218 Sulfato de magnésio MgSO47H2O 1214 Superfosfato simples CaH2PO42 2CaSO42H2O 1012 Enxofre elementar S 85 Os sulfatos solúveis em água são imediatamente disponíveis para as plantas e devem ser utilizados quan do o enxofre é necessário com rapidez Estas fontes são usadas normalmente em fertilizantes sólidos ape sar de soluções de sulfato de amônio também serem comuns O tiossulfato de amônio 120026 é um líquido claro adequado para uso em fertilizantes fluidos ou água de irrigação Ele não deve ser colocado junto com a semente se aplicado em faixas estas devem estar a pelo menos 25 cm da semente O polissulfeto de amô nio é uma fonte fluida vermelha de enxofre com um Manual Fertpmd 11042016 1149 84 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 85 forte cheiro de amônia comumente aplicado na água de irrigação O enxofre neste último produto precisa ser oxidado para a forma de sulfato para se tornar dis ponível às plantas Apesar do gesso sulfato de cálcio ser menos solú vel em água do que os outros sulfatos ele é uma fonte eficiente e barata de enxofre Dados da Tabela 68 indicam que 20 kg de Sha levaram a aumentos significativos na produção em várias culturas em Bangladesh A adubação com enxofre elementar resulta em res posta mais lenta da cultura do que com fontes na for ma de sulfato por causa da sua insolubilidade em água Para ser eficiente essa fonte deve ser incorporada ao solo com bastante antecedência às necessidades das culturas Usado de maneira adequada entretanto o en xofre elementar é uma fonte de enxofre agronômica e economicamente adequada Uma objeção ao uso do enxofre puramente moído é o desconforto para o usuário Ele é muito pulverulento e pode apresentar riscos de incêndio sob condições de armazenamento O problema é usualmente evitado pela granulação do enxofre com argila bentonita Cultura Aumento na produção Tabela 68 Efeito da aplicação de enxofre na produção de várias culturas em Bangladesh Produção tha Sem S 20 kg de Sha1 Trigo 350 469 340 Milho Local 1 495 721 457 Milho Local 2 562 748 331 Batata 2578 2902 126 Batata doce 4990 6520 307 Grãodebico 095 171 800 Algodão 181 208 149 Juta 198 199 05 Couveflor 1380 3305 1395 Repolho 4510 76032 686 Cebola 550 730 327 Fumo 212 233 99 Canadeaçúcar 10015 109982 98 1 A fonte de enxofre foi o gesso 2 A dose aplicada no repolho e na canadeaçúcar foi de 40 kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 85 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 86 CAPÍTULO 6 OS MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS PERGUNTAS DE REVISÃO 1 C ou E Os nutrientes primários são mais importantes para o crescimento das plantas do que os nutrientes secundários 2 A maioria das plantas contém mais menos cerca da mesma quantidade de magnésio que enxofre mais menos cerca da mesma quantidade de enxofre que fósforo 3 O cálcio estimula e é essencial para o desenvolvimento normal das folhas 4 C ou E Os efeitos indiretos do cálcio são geralmente tão importantes na nutrição das plantas quanto o seu papel como nutriente 5 C ou E As deficiências de cálcio são raramente observadas no campo 6 A maioria dos solos contém mais menos Ca2 do que outros cátions 7 Três minerais do solo contendo cálcio são e 8 A fonte mais comum de cálcio é 9 é um constituinte da clorofila 10 Nas plantas a maior parte do magnésio ocorre na 11 O magnésio está ativamente envolvido no processo da 12 Os sintomas de deficiência de magnésio geralmente aparecem primeiro nas folhas jovens velhas 13 C ou E O magnésio é translocado dentro da planta 14 Três minerais contendo magnésio são e 15 O teor de magnésio no solo é geralmente mais alto mais baixo que o teor de cálcio 16 O magnésio geralmente é mais deficiente em solos de textura sob condições de alta 17 O magnésio é um cátion ânion 18 A fonte mais comum de magnésio é 19 O enxofre geralmente entra na planta através das raízes como mas pode ser absorvido pelas folhas na forma de gás 20 C ou E O enxofre é essencial na formação da proteína 21 O sulfato é um cátion ânion 22 As plantas deficientes em enxofre apresentam uma cor 23 C ou E O enxofre é móvel na planta 24 Ambos enxofre e nitrogênio são constituintes da e são associados com a formação da 25 C ou E O enxofre aumenta a eficiência no uso do nitrogênio nas plantas 26 C ou E O enxofre inorgânico do solo ocorre na forma de sulfato 27 A maior parte do enxofre encontrado nos solos está contida na Manual Fertpmd 11042016 1149 86 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 87 28 C ou E As deficiências de enxofre estão se tornando mais comuns 29 O preparo conservacionista aumenta diminui a disponibilidade de enxofre no solo 30 C ou E A alfafa remove mais enxofre do solo do que muitas culturas graníferas 31 Cada 1 de matéria orgânica libera cerca de kg de enxofre por hectare por ano 32 As fontes naturais de enxofre incluem a os a e a 33 Os sulfatos são em água enquanto o enxofre elementar é em água 34 C ou E As plantas podem utilizar o enxofre elementar 35 Os fatores do solo que favorecem a rápida oxidação do enxofre elementar são temperaturas adequada e 36 As formas de fertilizantes contendo enxofre elementar contêm mais que de S 37 C ou E A fórmula química do sulfato de potássio é KSO4 38 O sulfato de potássio e magnésio contém de S 39 O tiossulfato de amônio é um fertilizante líquido contendo de N e de S 40 C ou E As culturas respondem menos rapidamente ao enxofre elementar do que aos fertilizantes nas formas de sulfato Manual Fertpmd 11042016 1149 87 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 88 Manual Fertpmd 11042016 1149 88 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 89 OS MICRONUTRIENTES SÃO ESSENCIAIS PARA O CRESCIMENTO DAS PLANTAS Sete dos 16 nutrientes essenciais para as plantas são chamados de micronutrientes boro B cobre Cu cloro Cl ferro Fe manganês Mn molibdênio Mo e zinco Zn Eles são tão importantes para a nutrição das plan tas quanto os macronutrientes primários e secundá rios embora as plantas em geral não os necessitem em grandes quantidades A falta de qualquer um deles no solo pode limitar o crescimento das plantas mesmo quando todos os outros nutrientes essenciais estão pre sentes em quantidades adequadas1 A necessidade de micronutrientes é conhecida há muito anos mas o seu uso em fertilizantes é relativa mente recente Porque os micronutrientes tornaramse tão importantes nos dias de hoje Três motivos princi pais podem ser comentados Aumentos na produção das culturas As maio res produtividades por hectare removem não ape nas maiores quantidades de macronutrientes pri mários e secundários mas também maiores quan tidades de micronutrientes Os micronutrientes não CAPÍTULO 07 OS MICRONUTRIENTES Página Os micronutrientes são essenciais para o crescimento das plantas 89 Os micronutrientes não são milagrosos 89 Relações soloplanta 90 Boro 90 Cloro 94 Cobalto 95 Cobre 95 Ferro 96 Manganês 96 Molibdênio 97 Zinco 98 Perguntas de revisão 101 são aplicados com tanta freqüência como os ma cronutrientes primários nitrogênio N fósforo P potássio K ou nutrientes secundários Assim à medida que mais e mais micronutrientes são re movidos do solo muitos desses solos não podem liberálos o suficiente para atender as altas deman das atuais das culturas Práticas anteriores de adubação Quando as produções das culturas não eram tão elevadas e a adubação com NPK não tão comum como hoje um dos três macronutrientes primários limitava primeiro o desenvolvimento das plantas Tecnologia de fertilizantes Os processos atuais de produção de fertilizantes de alta concentração removem as impurezas de maneira mais eficiente que os métodos antigos Conseqüentemente os micronutrientes não são normalmente fornecidos como ingredientes acidentais dos fertilizantes OS MICRONUTRIENTES NÃO SÃO MILAGROSOS Os micronutrientes não são a cura para todos os males Existem 13 nutrientes minerais essenciais e sete 1 Os problemas de deficiência de micronutrientes têm se acentuado consideravelmente em várias regiões do país notadamente nas áreas de expansão da fronteira agrícola e naquelas sob cultivo intensivo há muitos anos São notáveis as respostas às aplicações de boro e zinco da cafeicultura de São Paulo e Minas Gerais de zinco em culturas anuais milho e arroz na região dos cerrados de cobre nos solos de tabuleiro no nordeste com cultura de canadeaçúcar e de boro na cultura de trigo no Brasil Central tanto em várzeas quanto em terras altas Manual Fertpmd 11042016 1149 89 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 90 deles são considerados micronutrientes Cada um pode limitar o crescimento das plantas e as produções quan do deficiente no solo Pode ocorrer até a morte das plantas quando a deficiência é severa Entretanto dar importância especial aos micronutrientes é incorreto e inadequado O uso de micronutrientes na adubação deve ser tra tado como o de qualquer outro insumo para a produ ção Se houver suspeita de deficiência de um micro nutriente isto pode ser comprovado através da análise do solo análise foliar eou ensaios de demonstração de resultados no local Devese desenvolver o hábito de observar a cultura em crescimento de perto para se detectarem áreas com problemas em potencial A diagnose de campo deverá ser uma das ferramentas mais eficientes em um sistema de manejo RELAÇÕES SOLOPLANTA Os solos variam quanto ao teor de micronutrientes que geralmente apresentamse em quantidades mui to menores que os macronutrientes primários e secun dários A Tabela 71 mostra os teores totais dos micronu trientes nos solos medidos em partes por milhão ppm Lembrese que teores totais de micronutrientes não in dicam as quantidades disponíveis para o crescimento das plantas durante um único ciclo Mas eles indicam a abundância relativa e o potencial de suprimento de um micronutriente em particular As culturas também variam na sua composição de micronutrientes como mostrado na Tabela 72 A remoção total dos micronutrientes por uma cultu ra depende da concentração do nutriente na cultura e da produção colhida A Tabela 73 mostra a remoção por várias culturas A capacidade de suprimento de micronutrientes pelo solo pode ser estimada pela análise de solos utilizando diferentes extratores A Tabela 74 mostra alguns dos extratores usados para determinação dos micronu trientes disponíveis nos solos Esses extratores são va liosos somente quando correlacionados com as res postas das culturas a adubações específicas com micronutrientes As quantidades relativas dos micronutrientes no solo especialmente os metais determinam sua dispo nibilidade e podem ser mais importantes do que as quantidades absolutas de cada um Estas relações podem fazer com que os resultados das análises de solos para um micronutriente conduzam a interpreta ções inadequadas a menos que os teores dos outros micronutrientes e também dos macronutrientes primá rios e secundários sejam considerados O pH do solo afeta consideravelmente a disponibili dade dos micronutrientes Em geral a disponibilidade diminui à medida que o pH aumenta com exceção do molibdênio e do cloro A Tabela 75 mostra a faixa de pH do solo onde há a maior disponibilidade de cada micronutriente Sob condições de pH muito ácido alguns micro nutrientes podem tornarse suficientemente solúveis para serem tóxicos para as plantas O manganês por exemplo pode inibir o crescimento radicular em alguns solos ácidos A calagem adequada destes solos para elevar o pH próximo a 65 reduz o perigo de toxidez À medida que o valor do pH se eleva através da calagem ou naturalmente aumentam as chances para a ocorrência de deficiências de micronutrientes O molibdênio e o cloro são exceção pois à medida que o pH aumenta também aumenta a disponibilidade de molibdênio enquanto a de cloro não é afetada Esta é uma razão que explica porque a calagem em solos ácidos afeta a produção de soja tanto ou mais que o tratamento das sementes com molibdênio Nas seções seguintes cada micronutriente é discu tido individualmente As principais funções destes para os vegetais são apresentadas de forma resumida O Conceito de Produção 71 ilustra as funções dos micro nutrientes no metabolismo vegetal BORO B As deficiências de boro estão espalhadas em mui tas partes do mundo A alfafa responde freqüentemente ao boro mas as respostas também ocorrem em gran de número de fruteiras hortaliças e outras culturas no campo O dendê é particularmente sensível à deficiên cia de boro e culturas como a colza e leguminosas graníferas têm uma alta exigência de boro O boro é essencial para a germinação dos grãos de pólen e para o crescimento do tubo polínico Também é essencial para a formação das sementes e das pare des celulares O boro forma complexos açúcarborato relacionados com a translocação de açúcares e é im portante na formação das proteínas A deficiência de boro em geral retarda o cresci mento das plantas afetando primeiro os pontos de cres cimento e as folhas novas Isto indica que o boro não é translocado rapidamente na planta Eis os sintomas tí picos desta deficiência em algumas culturas Aipo encurvamento do talo Amendoim vagens chochas Maçã polpa com aspecto de cortiça Alfafa formação de rosetas pontas amarelas morte da gema terminal Beterraba enegrecimento interior Manual Fertpmd 11042016 1149 90 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 91 Tabela 71 Teores de micronutrientes totais em solos Amplitude em solos ppm ou mgdm3 Mundo China Índia Boro 10630 Traços500 6630 Cobre 1960 3300 2960 Ferro 3000100000 30001 20000100000 Manganês 305000 425000 374600 Molibdênio 00118 01660 00118 Zinco 2 1600 3790 21600 1 Teor médio de ferro total nos solos Dados sobre cloro não disponíveis Nutriente Tabela 72 Concentração de micronutrientes em tecido vegetal de diferentes culturas Teor de micronutrientes ppm ou mgkg Deficiente Suficiente Tóxico BORO Milho Parte aérea 25 dias 5 525 Beterraba Lâmina foliar 16 1618 COBRE Milho Folha da espiga 5 530 30 Soja Folhas maduras recentes 10 1030 30 Trigo Colmo 8 810 FERRO Milho Folhas maduras recentes 2456 5678 Arroz Folhas 63 63 Soja Brotos 34 dias 38 4460 MANGANÊS Milho Folha da espiga 1984 Arroz Parte aérea 20 2500 Trigo Parte aérea 181621 Soja Parte aérea 15 15 50 MOLIBDÊNIO Cevada Lâminas de 8 semanas 003 ZINCO Trigo Crescimento 830 cm 15 15150 150 Milho Vegetativo 15 15150 150 Soja Folhas 20 2050 Arroz inundado Vegetativo 20 20250 CLORO Plantas 100 Tabela 73 Remoção de micronutrientes na parte colhida de culturas aos níveis indicados de produção Remoção g B Cu Fe Mn Mo Zn Arroz 5 60 20 810 600 2 215 Milho 4 36 20 120 36 60 Trigo 3 36 43 380 120 180 Algodão 251 120 110 140 190 2 480 Amendoim 2 60 480 400 Batata 20 120 110 715 170 2 240 Colza 3 50 17 150 90 1 50 Alfafa 12 600 120 1200 600 24 830 Tomate 48 28 60 535 95 2 60 Citros 48 120 120 600 140 2 60 1 Semente de algodão Cultura ÓrgãoEstádio de crescimento Cultura Produção t Manual Fertpmd 11042016 1149 91 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 92 Algodão pecíolos das folhas unidos com morte das gemas terminais causando efeito de formação de rosetas na parte superior das plantas dificilmente perceptível no campo Folhas verdes grossas e com rupturas quadradas permanecendo ver des até o inverno e difíceis para des folhar As culturas variam significantemente nas suas res postas ao boro como mostrado na Tabela 76 Muitas leguminosas assim como várias frutíferas e hortaliças são altamente responsivas ao boro Outras mostram se menos responsivas Culturas graníferas em geral respondem menos Tabela 76 Respostas das culturas ao boro Alta resposta Média resposta Baixa resposta Alfafa Brócoli Feijões Couveflor Repolho Pepino Aipo Cenoura Milho Beterraba açucareira Alface Cebola Beterraba de mesa Espinafre Batata Nabo Milho doce Cereais Amendoim Tomate Sorgo Algodão Aspargo Grama Sudão Maçã Colza Soja Rabanete Existem vários fatores que influenciam a disponibi lidade de boro no solo Matéria orgânica A matéria orgânica é a fonte mais importante de boro no solo Em períodos quentes e secos a decomposição da matéria or gânica diminui na superfície do solo onde a maio ria desta é encontrada Isto pode levar à deficiên cia de boro Em períodos frios a decomposição da matéria orgânica também diminui e a baixa libe ração de boro afeta muitas culturas de inverno por exemplo couvedebruxelas rabanete e outras espécies plantadas cedo Condições climáticas Os períodos de seca res tringem as atividades das raízes na superfície do solo e podem causar deficiência temporária de boro Os sintomas podem tender a desaparecer tão logo o solo superficial receba chuva O cresci mento das raízes pode continuar mas o potencial de produção é geralmente reduzido pH do solo A disponibilidade de boro é adequa da entre pH 50 e pH 70 A valores mais altos de pH a absorção de boro é reduzida A calagem dos solos ácidos pode diminuir a dispo nibilidade de boro e aumentar a resposta a fertilizantes que contêm esse micronutriente A Figura 71 mostra a interação de duas diferentes granulometrias de calcário na resposta do trevo rosado ao boro O uso de um cal cário mais fino mais reativo levou a uma maior ne cessidade de boro para atingir uma boa produção de trevo rosado porque elevou mais rapidamente o pH reduzindo a disponibilidade de boro no solo Com o material calcário menos reativo vários fatores pode riam ter influenciado a queda de produção na dose maior de boro Tabela 74 Exemplos de extratores usados na avaliação da disponibilidade de micronutrientes em so los Boro Água quente Manitol CaCl2 Cobre EDTA EDTA Acetato de amônio Bicarbonato de amônio DTPA HCl HNO3 DTPA CaCl2 Ferro EDTA EDTA Acetato de amônio HCl HNO3 Bicarbonato de amônio DTPA DTPA CaCl2 Manganês Hidroquinona Acetato de amônio CaCl2 HCl H2SO4 HCl HNO3 EDTA Acetato de amônio Molibdênio Acetato de amônio Oxalato de amônio Ácido oxálico Zinco EDTA Carbonato de amônio EDTA Acetato de amônio DTPA CaCl2 HNO3 HCl Ditizona Acetato de amônio Tabela 75 Faixa de pH que favorece a disponibilidade de cada micronutriente Faixa de pH para disponibilidade máxima Boro B 50 a 70 Cloro Cl Não afetado Cobre Cu 50 a 70 Ferro Fe 40 a 60 Manganês Mn 50 a 65 Molibdênio Mo 70 a 85 Zinco Zn 50 a 70 Micronutriente Símbolo Manual Fertpmd 11042016 1149 92 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 93 CONCEITO DE PRODUÇÃO 71 MICRONUTRIENTES SUAS FUNÇÕES NO METABOLISMO Os micronutrientes apresentam uma série de funções na planta conforme mencionado no texto Merece destaque especial entretanto sua ação no metabolismo vegetal especificamente na ativação de certas enzimas Cada enzima ou bloco compacto de proteínas permanece inerte e sem especificidade de reação no metabolismo até que seja acionada por um íon metálico específico O íon metálico no caso o micronutriente age como um ativador das enzimas e suas funções que somente então começam a desenvolver o processo metabólico Algumas enzimas e os respectivos micronutrientes envolvidos em sua ativação são ENZIMA MICRONUTRIENTE Redutase do nitrato Molibdênio Desidrogenase glutâmica Cobre Fosfolipase Manganês Citocromo Ferro Fosforilase do amido Boro Sintetase do triptofano Zinco O IMPORTANTE É QUE A MÁQUINA DO METABOLISMO NÃO FUNCIONA SEM A PRESENÇA DOS MICRONUTRIENTES BLOCO DE PROTEÍNA MICRONUTRIENTE ENZIMA ATIVADA ATIVADOR ATIVADOR OFF ON AT OFF ON ATIVADOR Manual Fertpmd 11042016 1149 93 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 94 Figura 71 Resposta de trevo rosado à calagem e ao boro Texas EUA Textura do solo Solos de textura grossa areno sos os quais são compostos principalmente por quart zo têm em geral poucos minerais que contêm boro As plantas que crescem nesses solos mostram comu mente deficiências de boro Lixiviação O boro é móvel no solo e é sujeito à lixiviação A lixiviação é uma preocupação em solos arenosos eou áreas com altas pluviosidades As culturas variam amplamente em relação à ne cessidade e à tolerância ao boro Além disso o limite entre deficiência e toxidez é muito estreito em compa ração com os outros nutrientes essenciais Conseqüen temente o uso de fertilizantes contendo boro deve ser feito com muito cuidado especialmente em sistemas de rotação de culturas com diferentes graus de sensibi lidade a este micronutriente É importante que os fertilizantes que contêm boro sejam aplicados de maneira uniforme por causa do li mite estreito entre deficiência e toxidez As doses de adubo com boro dependem de vários fatores incluin do análise de solo análise foliar espécies de plantas rotação de culturas condições climáticas práticas cul turais e matéria orgânica do solo A Tabela 77 mostra algumas fontes mais comuns de boro incluindo os teores e a solubilidade em água O boro pode ser aplicado no solo a lanço ou em faixas ou ainda aplicado nas folhas como pulveriza ção ou na forma de pó A aplicação via solo no caso de culturas responsivas pode atingir até 3 kg de Bha e para culturas com baixa ou média resposta 05 a 10 kg de Bha A Tabela 78 mostra como o boro reduz a incidência de colmos frágeis e aumenta a produção do milho Tabela 77 Algumas fontes de boro Solubilidade em água Bórax 110 Sim Pentaborato de sódio 180 Sim Tetraborato de sódio Borato fertilizante 46 140 Sim Borato fertilizante 65 200 Sim Ácido bórico 170 Sim Colemanita 100 Baixa Solubor 200 Sim Superfosfato simples boratado 018 Sim Tabela 78 O boro reduz colmos frágeis e aumenta a produção de milho Dose de B Colmos frágeis Produção kgha tha 0 23 93 1 27 101 2 19 107 4 18 103 EUA CLORO Cl O cloro é um nutriente vital sendo o coco e o dendê especialmente sensíveis à sua deficiência As deficiên cias são espalhadas nas plantações de coco nas Filipi nas Sul de Sumatra e Indonésia O cloro está envolvido nas reações de energia nas plantas Especificamente ele está envolvido na fragmen tação química da água na presença da luz do sol e ativa vários sistemas enzimáticos Ele está também envolvi do no transporte de vários cátions dentro da planta K Ca Mg regula a ação das célulasguarda dos estô matos controlando assim as perdas de água e o es tresse hídrico que mantém o turgor A pesquisa tem mostrado que o cloro diminui os efei tos de doenças fúngicas nas raízes tal como maldopé em cereais Ele também ajuda a suprimir infecções de fungos nas folhas e nas panículas de cereais A diminui ção na incidência de podridão do caule no milho tem sido relacionada com adequado cloro Especulase que o cloro compete com a absorção de nitrato tendendo a promover o uso de nitrogênio amoniacal Altas concen trações de nitrato nas plantas têm sido relacionadas à severidade de doenças O cloro pode ser aplicado a lanço em préplantio ou em cobertura com o nitrogênio Pesquisas com cereais em Kansas e no Oregon EUA não têm mostrado dife renças significativas na produção em diferentes épocas Fonte B Manual Fertpmd 11042016 1149 94 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 95 de aplicação de cloro mas dados do Texas mostram que as chuvas fortes no inverno podem diminuir a dispo nibilidade de cloro em solos arenosos por causa de sua alta mobilidade nesses solos Os dados da Tabela 79 mostram as excelentes res postas do trigo ao cloro em solos com baixos teores desse micronutriente Tabela 79 Respostas do trigo ao cloro Produção de trigo tha Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 0 249 370 417 517 34 302 410 444 67 410 464 538 101 410 450 Análise do solo para Cl Baixo Baixo Médioalto Kansas EUA Cerca de 60 kg de Clha nos primeiros 60 cm do solo parece ser adequado para altas produções de ce reais Ele pode ser fornecido pelo fertilizante ou pelo solo A fonte mais comum é o cloreto de potássio KCl que contém cerca de 47 de cloro O cloreto de amônio 52 de Cl e o cloreto de magnésio 74 de Cl são também disponíveis As aplicações em préplantio na semeadu ra ou em cobertura são todas eficientes As altas doses devem ser aplicadas em préplantio ou em cobertura O cloro é extremamente móvel no solo e deve ser mane jado de modo adequado O cloro pode ter efeitos negativos em culturas como fumo algumas variedades de soja batata e certas frutí feras especialmente videira Os efeitos variam com as variedades da cultura ou portaenxerto e a intenção de uso da cultura COBALTO Co O cobalto Co não foi ainda provado como essen cial para o crescimento das plantas superiores As bac térias que formam nódulos nas leguminosas necessi tam dele para o processo de fixação de nitrogênio at mosférico COBRE Cu O cobre é necessário para a formação da clorofila nas plantas catalisa vários processos no metabolismo vegetal e é necessário à promoção de diversas rea ções apesar de geralmente não fazer parte dos pro dutos formados por essas reações Os sintomas comuns de deficiência de cobre in cluem morte das gemas terminais em plantas cítricas e murcha da cebola e em vários tipos de hortaliças Mui tas espécies hortícolas mostram fome de cobre com as folhas perdendo a turgescência e desenvolvendo uma coloração verdeazulada antes de se tornarem cloróticas e enroladas além de não ocorrer o florescimento A de ficiência de cobre em cereais pode impedir a formação de grãos Os solos orgânicos são muito propensos a apresen tar deficiência de cobre Tais solos em geral apresen tam níveis adequados deste micronutriente mas este fica retido tão fortemente que somente pequenas quan tidades ficam disponíveis para as plantas Os solos arenosos com baixos teores de matéria orgânica também podem tornarse deficientes em co bre por causa das perdas por lixiviação Os solos argilosos pesados em geral apresentam menos problemas de deficiência de cobre Outros metais no solo ferro manganês alumínio etc afetam a disponibilidade de cobre para o cresci mento das plantas Este efeito independe do tipo de solo À semelhança de outros micronutrientes grandes quantidades de cobre podem ser tóxicas para as plan tas O excesso de cobre diminui a atividade do ferro e causa sintomas de deficiência deste último nas plan tas Esta toxidez entretanto não é muito comum A Tabela 710 mostra como as culturas variam nas respostas ao cobre Os cereais como o trigo e a ceva da são os mais responsivos à aplicação de cobre A adubação com cobre pode também ser benéfica em cul turas como a cebola e a cenoura Como a maioria dos outros micronutrientes grandes quantidades de cobre podem ser tóxicas às plantas Quantidades excessivas de cobre diminuem a atividade do ferro e podem fazer com que sintomas de deficiência de ferro apareçam nas plantas Estas toxicidades não são comuns Tabela 710 Respostas das culturas ao cobre Muito responsivas Pouco reponsivas Cevada Alfafa Cenoura Citros Cebola Alface Trigo Aveia Arroz Espinafre Beterraba Fumo A Tabela 711 mostra as fontes mais comuns de fer tilizantes contendo cobre sua solubilidade em água e métodos de aplicação Dose de cloro kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 95 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 96 Tabela 711 Algumas fontes de cobre teores solubili dade em água e métodos de aplicação Cu Solubilidade Métodos de em água aplicação Sulfato de cobre 22524 Sim Foliar solo Fosfato de amônio e cobre 300 Pouca Foliar solo Quelato de cobre Variável Sim Foliar solo Outros orgânicos Variável Sim Foliar solo FTE com cobre Variável Não Solo FERRO Fe O ferro é um catalisador que ajuda na formação da clorofila age como um carregador de oxigênio e ajuda a formar certos sistemas respiratórios envolvendo en zimas A deficiência de ferro é evidenciada através do amarelecimento das folhas clorose criando um forte contraste com as nervuras que em geral permane cem verdes Em função do ferro não ser translocado dentro da planta os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas jovens na parte superior das plantas A de ficiência severa pode tornar toda a planta amarelada ou esbranquiçada A deficiência de ferro geralmente é causada por um desequilíbrio de metais como o molibdênio o cobre ou o manganês Outros fatores são aceitos como acelera dores do problema Excesso de fósforo no solo Uma combinação de pH elevado altas doses de calcário baixas temperaturas no solo e altos ní veis de bicarbonato Diferenças genéticas das plantas Baixos níveis de matéria orgânica no solo As culturas variam quanto à intensidade de respos ta ao ferro Plantas frutíferas são as mais responsivas como mostra a Tabela 712 Tabela 712 Respostas das culturas ao ferro Muito responsivas Pouco responsivas Citros Feijão Videira Linho Ornamentais Amendoim Outras árvores frutíferas Menta Sorgo Soja Grama sudão Hortaliças As aplicações de fertilizantes via solo ou via foliar podem em parte corrigir as deficiências nas culturas A aplicação de formas solúveis por exemplo sulfato de ferro ao solo não é muito eficiente porque o ferro convertese rapidamente em formas não disponíveis Quando estes produtos solúveis são aplicados atra vés de pulverização foliar são muito mais eficientes Injeções de sais secos de ferro diretamente nos tron cos e ramos podem controlar a clorose por deficiência de ferro em árvores frutíferas A maioria dos fertilizan tes contendo ferro tem maior eficiência via adubação foliar Este método emprega doses menores do que as aplicações via solo Alterandose o pH do solo em uma faixa estreita na zona das raízes podese corrigir deficiências de ferro Produtos com enxofre S oxidável diminuem o pH do solo e transformam formas insolúveis de ferro no solo em formas utilizáveis pelas plantas A Tabela 713 mostra vários fertilizantes contendo ferro e os teores deste micronutriente Tabela 713 Algumas fontes de ferro e seus teores Fonte Fe Sulfato ferroso 19 Sulfato férrico 23 Óxido de ferro 69 a 73 Sulfato ferroso amoniacal 14 FTE com ferro Variável Polifosfato de ferro e amônio 22 Quelatos de ferro 5 a 14 Outros orgânicos 5 a 10 Não adequado para a aplicação foliar ou para o uso em solos alcalinos ou calcários MANGANÊS Mn O manganês atua principalmente como parte do sis tema enzimático nas plantas ativa várias reações me tabólicas importantes e tem ação direta na fotossíntese ajudando na síntese de clorofila Acelera a germinação e a maturidade enquanto aumenta a disponibilidade de fósforo e cálcio Como o manganês não é translocado nas plantas os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas fo lhas jovens com amarelecimento entre as nervuras Algumas vezes aparece uma série de manchas casta nhoescuras Em cereais surgem áreas acinzentadas próximas da base das folhas jovens As deficiências de manganês ocorrem com maior fre qüência 1 nos solos orgânicos e 2 nos solos com pH neutro e alcalino com baixos teores naturais de man ganês Fonte Manual Fertpmd 11042016 1149 96 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 97 As culturas variam quanto às respostas ao man ganês como mostra a Tabela 714 Tabela 714 Respostas das culturas ao manganês Mais responsivas Menos responsivas Cevada Maçã Citros Feijão Ervilha Videira Batata Alface Soja Aveia Trigo Pêssego Rabanete Sorgo Espinafre Morango Grama Sudão Beterraba açucareira Apesar das deficiências estarem freqüentemente associadas ao pH elevado também podem ocorrer como conseqüência de um desequilíbrio com outros nutrientes tais como o cálcio o magnésio e o ferro A umidade do solo também afeta a disponibilidade de manganês Os sintomas de deficiência são mais severos em solos orgânicos durante os períodos frios quando os solos estão saturados com água Os sinto mas podem desaparecer quando os solos secam e a temperatura se eleva Esta condição poderia advir da menor atividade microbiológica nos solos frios e encharcados mas o pH destes solos é também mais elevado neste perío do Há uma estreita relação entre o manganês solúvel disponível e o pH do solo As deficiências de manganês podem ser corrigidas de várias maneiras Se a calagem causou a deficiência mantenha o pH do solo abaixo de 65 Isto pode ser feito pela dimi nuição da dose de calcário ou pela utilização de mate riais que produzem a acidificação do solo inclusive enxofre elementar Aplique estes materiais em faixas próximos mas não em contato com as sementes Eles abaixam o pH e convertem o manganês em formas mais disponíveis para as plantas Para um grande nú mero de culturas é mais econômico adicionar manganês do que abaixar o pH do solo Misture sais solúveis de manganês tais como sul fato de manganês com a adubação de plantio e apli que em faixas Altas doses de fósforo neste tipo de adubação ajudam a mobilizar o manganês dentro da planta Um sintoma de deficiência pode ser corrigido pela adubação foliar A pulverização com 10 kg de MnSO4hectare diluídos em água é um tratamento comum para a cultura da soja com deficiência deste micronutriente Em alguns solos um pH extremamente ácido pode causar toxidez de manganês às culturas O pH do solo deve ser de 50 ou menos antes de ocorrerem sérios problemas de toxidez Em alguns casos mesmo em pH 58 têm sido detectados níveis tóxicos de manganês em plantas A calagem adequada elimina este proble ma A Tabela 715 mostra os principais fertilizantes con tendo manganês e os respectivos teores Tabela 715 Algumas fontes de manganês e seus teo res Fonte Mn Sulfato manganoso 26 Óxido manganoso 41 Quelato de manganês 12 Carbonato de manganês 40 Cloreto de manganês 17 FTE com manganês Variável MOLIBDÊNIO Mo O molibdênio é necessário para a formação e ativi dade da enzima redutase do nitrato Esta enzima re duz nitratos a amônio na planta Este micronutriente é vital para ajudar as leguminosas a formarem nódulos que por sua vez são indispensáveis ao processo de fixação simbiótica de nitrogênio O molibdênio é tam bém essencial para converter o fósforo inorgânico em formas orgânicas na planta A deficiência de molibdênio causa um amareleci mento geral e pouco crescimento das plantas Tam bém pode causar deficiência de nitrogênio em legumi nosas como soja e alfafa porque as bactérias do solo associadas a estas plantas precisam do molibdênio para fixarem o nitrogênio atmosférico O molibdênio torna se mais disponível à medida que o pH aumenta o opos to do que ocorre com os outros micronutrientes Assim as deficiências de molibdênio são mais comuns em solos ácidos Os solos arenosos apresentam mais pro blemas de deficiência de molibdênio do que os solos argilosos A Tabela 716 mostra o efeito do molibdênio na pro dução de soja em vários níveis de pH do solo Como o molibdênio tornase mais disponível com o aumento do pH a calagem corrigirá a deficiência se o solo con tiver quantidade suficiente deste micronutriente Este fato é ilustrado na Tabela 716 Manual Fertpmd 11042016 1149 97 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 98 Tabela 716 Respostas da soja ao molibdênio em vários níveis de pH Produção tha Com Mo Sem Mo 56 276 215 57 289 228 60 269 235 62 282 269 64 276 282 Doses pesadas de fertilizantes fosfatados aumen tam a absorção de molibdênio pelas plantas enquanto doses pesadas de enxofre diminuem este processo A aplicação de altas doses de fertilizantes contendo sul fato em solos no limite de suficiência pode induzir à deficiência de molibdênio As culturas variam quanto à intensidade de respos ta ao molibdênio As culturas como brócoli couveflor e os trevos geralmente respondem à aplicação de molibdênio Tabela 717 Tabela 717 Respostas das culturas ao molibdênio Mais responsivas Menos responsivas Brócoli Alfafa Couveflor Feijão Trevos Alface Ervilha Soja Espinafre Vários produtos fornecem molibdênio Estes mate riais podem ser 1 misturados com fertilizantes NPK 2 aplicados em pulverização foliar ou 3 usados como tratamento de sementes O tratamento de sementes é provavelmente a forma mais comum de corrigir a de ficiência de molibdênio por causa das pequenas doses do nutriente que são necessárias O molibdênio em excesso é tóxico especialmente para o gado sob pastoreio A ingestão de forragem com teores excessivos de molibdênio pode levar os animais a apresentarem forte diarréia O molibdênio também pode afetar o metabolismo do cobre Por exemplo animais alimentandose de pastagens pobres em molibdênio podem apresentar toxidez de cobre se os níveis deste nutriente no solo forem suficientemente altos Mas animais comendo forragem com alto teor de molibdênio podem desen volver deficiência de cobre levandoos à doença cha mada de molibdenose Isto pode ser corrigido por 1 fornecimento de sulfato de cobre oralmente 2 inje ção de remédios contendo cobre ou 3 aplicação de sulfato de cobre ao solo A Tabela 718 mostra as fontes comuns de mo libdênio Tabela 718 Algumas fontes de molibdênio Fonte Mo Solubilidade em água Molibdato de amônio 54 Sim Molibdato de sódio 39 a 41 Sim Ácido molíbdico 475 Pouca ZINCO Zn O zinco foi um dos primeiros micronutrientes reco nhecidos como essencial às plantas Ele é o micronu triente que mais comumente limita a produção das cul turas Deficiências de zinco têm sido relatadas em quase todos os países produtores de arroz Apesar de ser ne cessário em pequenas quantidades é impossível al cançar altas produções sem zinco Algumas culturas são mais responsivas ao zinco do que outras como mostrado na Tabela 719 Tabela 719 Respostas das culturas ao zinco Mais Medianamente Menos responsivas responsivas responsivas Feijão Cevada Aspargo Milho Batata Cenoura Cebola Soja Gramas Sorgo Grama sudão Aveia Milho doce Beterraba açucareira Ervilha Citros Beterraba Centeio Arroz Tomate Repolho Pêssego Alfafa Aipo Pecan Trevo Alface Linho Algodão Videira O zinco auxilia na síntese de substâncias que atuam no crescimento e nos sistemas enzimáticos é essencial para a ativação de certas reações metabóli cas e é necessário para a produção da clorofila e a formação dos carboidratos O zinco não é translocado dentro da planta e con seqüentemente os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas e outras partes novas das plantas A deficiência de zinco no milho é caracterizada pela cor amareloclaro ou branca dos pontos de crescimen to e aparece no início do ciclo As folhas podem desen volver faixas amarelas largas clorose de um lado ou nos dois lados da nervura central Outros sintomas in pH do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 98 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 99 cluem o bronzeamento das folhas no arroz o apareci mento de rosetas na nogueira pecan e de folhas pe quenas em frutíferas e o encurtamento dos internódios no cafeeiro e outras culturas Os solos podem conter de algumas a várias cente nas de quilos por hectare Os solos argilosos em geral contêm mais zinco do que os solos arenosos mas o teor de zinco total do solo não indica o quanto deste nutriente está disponível para as plantas Vários fato res determinam a disponibilidade do zinco pH do solo O zinco tornase menos disponível com o aumento do pH do solo Alguns solos que rece beram calcário para elevar o pH acima de 60 podem apresentar deficiência de zinco especialmente os are nosos As deficiências de zinco não ocorrem em todos os solos com pH neutro ou alcalino mas a tendência é maior A concentração de zinco no solo pode diminuir 30 vezes para cada unidade de aumento do pH entre 50 e 70 Solos com altos teores de fósforo A deficiên cia de zinco pode ocorrer em solos com altos teores de fósforo Várias espécies de plantas têm apresentado a interação ZnP Altos níveis de um nutriente podem re duzir a absorção do outro A aplicação de um destes em um solo marginal em ambos pode induzir a deficiên cia do outro O pH do solo complica ainda mais esta interação ZnP A aplicação de fósforo em um solo com níveis suficientes de zinco não irá produzir uma deficiên cia desse último Entretanto consultores e laboratórios alertam que quando o teor de P na análise de solo é alto e ainda assim aplicações anuais de fósforo são necessárias para altas produções devese aplicar 1 kg de zinco para cada 20 kg de P2O5 adicionados Matéria orgânica do solo Grande quantidade de zinco pode ser fixada na fração orgânica do solo Ele pode também ser temporariamente imobilizado nos corpos dos microrganismos quando se adiciona es terco de curral ao solo Por outro lado grande parte do zinco disponível em um solo mineral está associada com a matéria orgânica Baixos níveis de matéria or gânica em solos minerais são freqüentemente indica tivos de baixa disponibilidade de zinco Irrigação Quando o solo é cortado e nivelado para irrigação por inundação em geral o zinco tornase deficiente por causa da remoção da matéria orgânica compactação e exposição de solo com pH mais eleva do Lixiviação O zinco é adsorvido pelos colóides nos solos Isto favorece a resistência à lixiviação e a sua permanência na parte superior do solo Solos frios e encharcados As deficiências de zinco tendem a ocorrer no início do período de cresci mento quando os solos da região temperada estão frios e encharcados Isto é motivado pelo lento cresci mento das raízes O sistema radicular em lento cresci mento não é capaz de absorver suficiente zinco para suprir as outras partes da planta As plantas algumas vezes parecem sobrepujar essa deficiência mas o dano já foi feito e as produções podem ainda ser significati vamente reduzidas Atividade biológica do solo A disponibilidade de zinco é afetada pela presença de certos fungos do solo chamados micorrizas e que formam relações simbióticas com as raízes das plantas A remoção do solo superficial quando do nivelamento do solo pode remover esses fungos benéficos e limitar a habilidade das plantas para absorver o zinco A melhor maneira de se corrigir a deficiência de zin co é pela aplicação de produto contendo zinco a lanço ou com a adubação de plantio no sulco As doses va riam de 1 kg de Znha a até doses elevadas de 10 kg de Znha dependendo da análise do solo Doses muito pequenas devem ser aplicadas como arranque para melhorar a eficiência da aplicação O zinco apresenta um excelente efeito residual e doses elevadas podem ser suficientes para três ou quatro anos Verifique a dis ponibilidade pela análise de solo As fontes fertilizantes contendo zinco são listadas na Tabela 720 Tabela 720 Algumas fontes de zinco e seus teores Fonte Zn Sulfatos de zinco hidratados 2336 Óxido de zinco 5078 Carbonato de zinco 52 Complexos zincoamônia 10 FTE com zinco Variável Quelatos de zinco 914 Outros orgânicos 510 Quando se espera retenção do zinco no solo sob condições de pH elevado ou quando ocorre uma si tuação de emergência na cultura já estabelecida o zin co pode ser aplicado como adubação foliar As aduba ções foliares usualmente são feitas com 05 a 10 kg de Znha A Tabela 721 mostra os efeitos de métodos de aplicação na produção do milho As respostas à aplicação de zinco podem ser espe taculares como mostrado na Tabela 722 Nesse estu do com soja irrigada a dose de 4 kg de Znha foi o melhor tratamento produzindo 134 tha de resposta na produção Manual Fertpmd 11042016 1149 99 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 100 Tabela 722 Resposta da soja irrigada com zinco em préplantio Composição foliar P ppm Zn 0 202 026 179 2 309 016 249 4 336 018 289 Kansas EUA Tabela 721 Porcentagem de experimentos de campo e respostas de produção de milho a métodos de aplicação de zinco de experimentos mostrando resposta a 03 0306 0609 09 tha A lanço 31 55 6 19 20 No sulco 28 29 21 29 21 Foliar 31 26 36 6 32 Kentucky EUA Método de aplicação locais Dose de Zn Produção kgha tha A preocupação com os problemas de deficiências de micronutrientes deverá ser crescente principal mente nas áreas onde as limitações impostas pelos macronutrientes primários e secundários são corrigidas e quando se almeja a Produtividade Máxima Econômica PME Neste aspecto a Lei do Mínimo na sua forma ampliada deve ser sempre levada em consideração Ver Conceito de Produção 3 Nota Ver fontes de micronutrientes de acordo com a legislação brasileira na Tabela 11A Anexos Manual Fertpmd 11042016 1149 100 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 101 CAPÍTULO 7 OS MICRONUTRIENTES PERGUNTAS DE REVISÃO 1 Os sete micronutrientes essenciais são e 2 O símbolo químico do boro é cobre zinco 3 C ou E As altas produções das culturas influenciam o aumento das deficiências de micronutrientes 4 Os solos geralmente contêm mais menos micronutrientes do que macronutrientes 5 C ou E Os micronutrientes são geralmente milagrosos na produção das culturas 6 C ou E A quantidade total de micronutrientes removida nas partes colhidas da maioria das culturas é menos de 1 kgha 7 C ou E A disponibilidade de micronutrientes no solo aumenta com o aumento do pH 8 C ou E A disponibilidade de molibdênio aumenta com o aumento do pH do solo 9 Toxidez de cobre e ferro é esperada em solo com pH alto ou baixo 10 C ou E O boro é essencial para a formação das sementes e das paredes celulares 11 C ou E O boro é translocado rapidamente na planta 12 Muitas leguminosas são altamente pouco responsivas ao boro 13 A mais importante fonte de boro no solo é a 14 A deficiência de boro pode ser acelerada por períodos de 15 C ou E O boro é facilmente lixiviado do solo 16 A linha entre a deficiência e a toxidez de boro é mais larga mais estreita do que para os outros nutrientes essenciais 17 Três métodos de aplicação de boro são em ou 18 C ou E O cobre é essencial para o crescimento das plantas 19 A deficiência de cobre é comum em solos 20 C ou E Solos argilosos são mais prováveis de serem deficientes em cobre do que os solos arenosos 21 Cobre em grandes quantidades pode ser para as plantas 22 C ou E A maioria dos fertilizantes contendo cobre é solúvel em água 23 O ferro é importante na formação da e é um carregador de 24 C ou E Clorose é um sintoma comum de deficiência de ferro 25 C ou E O ferro é prontamente translocado na planta 26 O método mais eficiente para corrigir deficiências de ferro é por aplicação 27 A alteração do do solo em uma faixa estreita próximo à zona das raízes pode ser uma forma eficiente de corrigir deficiência de ferro Manual Fertpmd 11042016 1149 101 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 102 28 Os quelatos de ferro apresentam maior menor teor de ferro que o sulfato de ferro 29 O manganês exerce um papel na fotossíntese ajudando na síntese da 30 C ou E A deficiência de manganês aparece primeiro nas folhas novas 31 As deficiências de manganês são usualmente associadas com baixo alto pH do solo 32 As deficiências de manganês ocorrem freqüentemente em solos altos em 33 C ou E Uma maneira eficaz de corrigir a deficiência de manganês é a pulverização foliar 34 C ou E O manganês é mais passível de ser tóxico para as plantas se o pH for baixo 35 Os sulfatos de manganês contêm de a de manganês 36 O molibdênio é essencial para formação de em raízes de leguminosas 37 A calagem do solo é freqüentemente raramente eficiente para corrigir a deficiência de molibdênio 38 As aplicações pesadas de fósforo irão aumentar diminuir a absorção de molibdênio pelas plantas 39 As aplicações pesadas de fertilizantes contendo sulfato podem induzir a de molibdênio 40 C ou E O tratamento de sementes é provavelmente a forma mais comum para corrigir deficiências de molibdênio 41 Animais alimentandose de pastagens com baixos teores de molibdênio podem desenvolver toxidez de se os níveis de no solo forem suficientemente altos 42 Dois produtos usados como fertilizantes com molibdênio são e 43 O foi um dos primeiros micronutrientes a serem reconhecidos como essenciais para o crescimento das plantas 44 Feijão arroz e pêssego estão entre as culturas mais menos responsivas a zinco 45 Os sintomas de deficiência de zinco aparecem primeiro nos tecidos jovens velhos das plantas 46 C ou E O zinco total do solo é um bom indicador da disponibilidade de zinco para as plantas 47 A deficiência de zinco esta sempre nunca associada com alta disponibilidade de fósforo no solo 48 C ou E O nivelamento de solos para irrigação com freqüência induz à deficiência de zinco 49 C ou E O zinco lixivia facilmente no solo 50 Deficiências de zinco ocorrem usualmente no da estação de crescimento 51 A adubação foliar assim como adubações a ou em são maneiras eficientes para correção da deficiência de zinco 52 Os sulfatos de zinco contêm de a de zinco 53 Na planta o cloro esta envolvido na fragmentação da na presença da luz solar 54 O cloro reduz os efeitos de nas raízes de pequenos grãos 55 C ou E O cloro é facilmente lixiviado do solo 56 O cobalto é necessário para as bactérias responsáveis pela fixação de nitrogênio atmosférico pelas leguminosas Manual Fertpmd 11042016 1149 102 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 103 ANÁLISE DE SOLO A análise de solo é uma das melhores práticas de manejo MPM que continua sendo importante tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento por que é agronomicamente adequada lucrativa e respon sável em termos de ambiente A análise de solo deverá ser uma das práticas de manejo mais importantes para a produção das culturas e proteção ambiental no futuro Com certeza ela será listada entre as melhores práticas de manejo MPM que serão utilizadas por agrônomos de indústrias e de universidades consultores e administradores de fazen das para benefício dos clientes agricultores A análise de solo deve ser um instrumento de planejamento e um serviço de suporte do manejo que os fornecedores de fertilizantes utilizam para benefício de seus clien tes Os benefícios ambientais do manejo melhorado dos recursos do solo e materiais fertilizantes são notáveis quando MPM no manejo de nutrientes são adaptadas para campos ou áreas específicas do agricultor Estatísticas do uso de fertilizantes e de produção das culturas indicam que a fertilidade do solo de mui tas propriedades pode estar declinando devido ao défi cit no manejo de nutrientes As conseqüências da mi neração maior remoção do que aplicação dos nu trientes do solo pode não se tornar aparente por vários anos CAPÍTULO 08 ANÁLISE DE SOLO ANÁLISE FOLIAR E TÉCNICAS DE DIAGNOSE Página Análise de solo 103 Escolha do laboratório 104 Coleta de amostras de solo 104 Analisando o solo 106 Interpretação dos resultados 106 Análise de plantas 107 Sintomas de deficiência nas plantas 108 Faça uma diagnose completa 110 Importância das práticas culturais 112 Outras fontes de informação 115 Colocando as coisas juntas 115 Resumo 115 Perguntas de revisão 116 A Tabela 81 mostra as mudanças dos nutrientes em experimentos de fertilidade de longa duração con duzidas em Huiyang província de Guangdong China sob um sistema de cultivos duplos de arroz Os dados indicam que somente quando fertilizantes NPK são usados juntos o fósforo P e o potássio K do solo não são exauridos Quando os nutrientes não foram aplicados por 11 anos solos com teor médio a alto a média de fósforo disponível no solo diminuiu 22 mgdm3 por ano e a análise do solo para potássio di minuiu aproximadamente 08 mgdm3 por ano Se o ni trogênio N fosse aplicado sozinho o sistema produti vo iria reduzir o fósforo P disponível em 3 mgdm3 por ano e o K disponível em 1 mgdm3 por ano Se essa tendência continuasse resultaria em queda substan cial no potencial de produção da cultura Seriam ne cessários muitos anos de uso de altas doses de fertili zantes contendo P e K para restaurar a produtividade ótima Permitir que a análise de solo diminua é destrutivo para a produtividade futura para a lucratividade e para o ambiente Análise de solo um instrumento A análise de solo é um instrumento importante para a lucratividade da exploração na propriedade e para acompanhar as mudanças da fertilidade do solo no mundo A análise de solo deve ser utilizada juntamen Manual Fertpmd 11042016 1149 103 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 104 te com outras informações como um guia para chegar às recomendações de uso de calcário e fertilizantes para atingir altas produções e maiores lucros A análise de solos tem basicamente duas funções Ela indica os níveis de nutrientes no solo e em conseqüência onde iniciar no desenvolvimento um programa de calagem e adubação Um programa adequado neste aspecto deve ser estabelecido combinando essa informação com a história da cultura ou do sistema de produção com a produti vidade potencial do solo e com a capacidade de manejo do agricultor Ela pode ser usada regularmente para monitorar o sistema de produção e avaliar as mudanças dos nutrientes no solo e assim manter o programa geral de fertilidade passo a passo com outros insumos de produção para produções altas e sustentáveis e maior potencial de lucro ESCOLHA DO LABORATÓRIO Há uma considerável flexibilidade na escolha do la boratório para fazer a análise de solo Existem três ti pos que oferecem tais serviços GovernoUniversidades Estes podem ser cen tralizados nas universidades ou descentralizados atra vés das estações experimentais outros campus ou escritórios de extensão locais Privados Tais serviços de solos são geralmen te parte de uma empresa que também analisa alimen tos forragem água fertilizantes e outros materiais em uma base comercial Indústrias Algumas indústrias de fertilizantes e distribuidores oferecem análise de solo e análise foliar como parte de seu serviço ao consumidor e do progra ma de comercialização Cada serviço deve ter os mesmos objetivos 1 alto padrão analítico 2 tempo razoável para a remessa dos resultados 3 recomendações de calcário e de fertilizantes para máximo potencial de lucro para o pro dutor 4 respostas aos problemas ligados à fertilidade do solo que podem estar limitando as produções Onde existe possibilidade de escolha devese se lecionar com cuidado o laboratório de análise de solo O calcário e os fertilizantes se constituem em grandes investimentos e representam uma parte significativa dos custos de produção do agricultor Além disso o uso efi ciente desses produtos é crítico para os lucros gerais da propriedade e proteção ambiental ver Capítulo 10 COLETA DE AMOSTRAS DE SOLO Na análise de solo o maior potencial de erro é na coleta da amostra Quando uma amostra de 500 g ou menos de um solo analisado no laboratório represen ta vários hectares até vários milhões de kg de solo nos primeiros 20 cm ou uma área tão pequena como 005 ha a coleta de uma amostra verdadeiramente re presentativa é um ponto crítico Se uma boa amostra é coletada os resultados da análise podem fornecer uma estimativa confiável da situação dos nutrientes do solo Em áreas muito exten sas o aumento no número de amostras aumenta a confiabilidade das recomendações O mesmo procedi mento deve ser usado na coleta da amostra indepen dentemente do tamanho da área sendo amostrada Colete a amostra de solo com cuidado para ter cer teza que os resultados da análise serão representati vos Os laboratórios geralmente fornecem instruções para uma amostragem correta que pode incluir os se guintes passos Para amostragem normal Uma amostra composta deve ser feita de glebas que apresentam distintas topografia tipo de solo ou cor ou histórico de manejo no passado Assim uma área muito grande precisa ser dividida em glebas unifor mes em termos de solo ou culturas no passado de pendendo das características específicas locais Dê a essa gleba um número de identificação permanente guarde esse número e mantenha um mapa ou croqui das glebas amostradas Use um balde plástico limpo especialmente para aná lise de micronutrientes Baldes de metal podem con taminar a amostra Tabela 81 Mudanças de nutrientes no solo em experimentos de longa duração em Huiyang Guangdong China P disponível mgdm3 K disponível mgdm3 1980 1991 Balanço 1980 1991 Balanço Testemunha 409 172 237 309 220 89 N 419 84 335 309 204 105 NP 538 754 216 291 220 71 NK 457 71 386 305 984 679 NPK 487 809 322 315 476 161 Fonte Lin Bao Academia Chinesa de Ciências Agrárias 1993 Tratamento Manual Fertpmd 11042016 1149 104 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 105 Colete as amostras simples até a profundidade de 15 a 20 cm para culturas anuais 7 a 10 cm para culturas perenes Colete amostras simples de subsolo para avaliar o poder de suprimento de nutrientes Amostras do sub solo ajudam na determinação da fertilidade geral do solo e podem servir para mostrar lixiviação excessiva de nutrientes como o nitrogênio ver Capítulo 3 Colete mais que 20 amostras simples ao acaso co brindo toda a gleba ou área de amostragem para ob ter uma amostra composta representativa Dependen do do equipamento usado na amostragem trado pá reta enxadão etc a amostra simples pode pesar de um a vários quilos Misture bem as amostras simples coletadas na área amostrada para obter uma amostra composta repre sentativa para a análise Este passo é extremamente importante Os torrões devem ser quebrados com os dedos enquanto a mistura está sendo feita Mistura mal feita pode resultar em grandes erros de amos tragem Vários tipos de embalagem podem ser usados para envio da amostra composta ao laboratório Alguns la boratórios fornecem as embalagens Dois sacos plás ticos reforçados e limpos podem ser usados O saco plástico interno recebe a amostra composta e o exter no deve conter a folha de informação e a identifica ção da amostra Usando as mãos transfira o solo misturado do balde e movimente as mãos para frente e para trás da em balagem aberta deixe o solo cair de modo que uma parte caia na embalagem e o restante de cada lado da embalagem Repita o procedimento assegurando que toda a amostra composta do balde seja usada e que ao fim a amostra na embalagem tenha 500 g Preencha completamente a folha de informação Amostre cada gleba a cada 2 ou 3 anos mais fre qüentemente se necessário Guarde os resultados das análises Para áreas problemáticas Coleta amostras separadas para as áreas boas e com problemas usando a técnica descrita anteriormente Colete amostras do solo superficial e do subsolo em separado Inclua uma descrição do problema e envie a descri ção com as amostras Aumentando o número de amostras por gleba Pesquisadores da Universidade de Missouri EUA compararam recomendações baseadas em análises de solos médias e a técnica de amostragem por grid uma amostra para cada 16 ha em uma gleba de 32 ha A vantagem do mapeamento detalhado da fertilidade do solo foi aparente neste projeto A Figura 81 mostra a variação no campo que no mapa do condado aparecia como um tipo de solo uniforme Esta informação indi cou a necessidade de variar as doses de fertilizantes de uma parte da gleba para outra oferecendo uma opor tunidade para um manejo mais específico da cultura por local dentro da gleba Figura 81 Gleba de 32 ha de milho no Sudeste do Missouri EUA Fertilidade do solo avaliada em amostra de 0 a 15 cm Produção avalia da por colheita manual em faixas O uso de amostragem intensiva de solo e doses de fertilizantes específicas por local no campo para áreas diferentes dentro do grid em realidade repre sentou um aumento nos custos dos fertilizantes de US 10300 para US 11700 por ha Tabela 82 En tretanto os gastos com nutrientes foram concentrados onde necessários dando resultados mais lucrativos As recomendações específicas para cada local aumentaram o custo dos fertilizantes em cerca de US 44500 nos 32 ha Também a amostragem do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 105 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 106 mapeamento e aplicação de fertilizantes adicionou mais US 100000 nos custos Entretanto a produção au mentou de 23 para 3 tha produzindo um aumento no retorno bruto de US 700000 Este retorno represen tou cerca de 500 do investimento no campo Tabela 82 Planos de adubação no campo Sudeste do Missouri EUA Recomendação média para a propriedade kgha Nutriente Custo Hectares Custo no campo USkg US 208 N 037 32 2463 22 P2O5 046 32 324 66 K2 O 024 32 507 Custo do fertilizante por ha US 103 Total US 3294 Recomendação específica por local kgha Nutriente Custo Hectares Custo no campo USkg US 208 N 037 32 2463 103 P2O5 046 5 237 79 P2O5 046 85 309 0 P2O5 046 185 0 95 K2O 024 32 730 Custo do fertilizante por ha US 117 Total US 3739 ANALISANDO O SOLO A maioria dos laboratórios de análise de solos usa equipamentos e métodos atualizados e sofisticados A rapidez e precisão das determinações no laboratório são ajudadas por espectrografia de emissão e de plas ma espectrofotômetros de absorção atômica e melho res medidores de pH A metodologia está constante mente sendo melhorada Por muitos anos as análises de solos mais utiliza das eram aquelas para determinar o fósforo e o potás sio disponíveis e a necessidade de calcário As neces sidades de calcário eram determinadas medindose o pH e a acidez ativa mais o cálcio e magnésio disponí veis Muitos laboratórios também determinavam a matéria orgânica e a CTC Hoje um grande número de outras determinações pode ser feito com precisão no laboratório Estas in cluem o enxofre S e micronutrientes como o boro B o cloro Cl o cobre Cu o ferro Fe o manganês Mn o molibdênio Mo e o zinco Zn Qualquer elemento pode ser determinado com pre cisão no laboratório sem significar entretanto que as recomendações para sua aplicação são igualmente pre cisas Recomendações adequadas dependem de pes quisas no campo que relacionam os níveis de um nu triente no solo com as respostas das culturas a aplica ções daquele nutriente As análises de solo ainda têm valor limitado nas re comendações do nitrogênio Isto é decorrente da natu reza de nitrogênio de suas transformações constantes e do movimento no solo O laboratório pode determinar o N total e a matéria orgânica mas isto dá apenas uma idéia das reservas de nitrogênio no solo Determinações anuais de Nnitrato NNO3 têm sido uma ferramenta eficiente para avaliar as necessida des de nitrogênio particularmente em áreas com baixa pluviosidade Profundidades de amostragem de até 60 cm têm sido eficientes na estimativa do NNO3 residual dis ponível para cereais sorgo para grãos e milho Amos tragens a maiores profundidades são recomendadas para a beterraba açucareira Recentemente pesquisas têm indicado algum valor das determinações de NNO3 nos primeiros 30 cm de solo como refinamento das re comendações de nitrogênio em áreas mais úmidas A época de amostragem para determinação do NNO3 varia com a cultura o clima e o tipo de solo INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS O retorno vem quando a análise de solo é usada em conjunto com todas as outras informações disponíveis para ajudar na elaboração de recomendações para maiores produções e lucros A pessoa que faz as reco mendações deve ser bem treinada e ter experiência na interpretação dos resultados das análises Ele ou ela irá necessitar de toda informação possível sobre a gleba e sobre o agricultor A maioria dos agricultores que têm seus solos anali sados está procurando meios de aumentar suas produ ções e seus lucros Eles estão também interessados em construir e manter os níveis de fertilidade do solo en quanto protegem o ambiente A pessoa que faz as reco mendações sabe disso O programa inclui as seguintes considerações Recomendação para uma produção ótima da cul tura de modo que todos os nutrientes sejam mantidos em níveis não limitantes da germinação até a maturida de Se o solo apresenta nível médio ou baixo doses corretivas mais doses de manutenção devem ser apli cadas para levar o nível de fertilidade do solo para a faixa alta Os níveis dos nutrientes devem então ser verificados periodicamente para se ter certeza de que eles estão sendo mantidos Manter uma fertilidade balanceada para uma ótima eficiência de uso pela cultura dos recursos do solo e da água Manual Fertpmd 11042016 1149 106 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 107 A Tabela 83 mostra a relação entre classes de aná lise de solos para fósforo e potássio e a probabilidade de resposta à aplicação do nutriente Entretanto existe uma boa chance de resposta a níveis mais altos da análise do solo Isto é verdade especialmente quando os agricultores estão planejando para produções mais altas ou plantando mais cedo em solo frio e encharcado As práticas de preparo a compactação do solo e valo res de pH muito altos ou muito baixos aumentam as chances de respostas ao fósforo e ao potássio espe cialmente das adubações de arranque e mesmo em solos de fertilidade alta Tabela 83 Probabilidade de resposta a aplicações de fósforo e de potássio no sulco Classe de solo Probabilidade de resposta para P e K a P e K Baixo 95100 Médio 6595 Alto 3065 Muito alto 1030 Indiana EUA O agricultor que deseja aumentar os retornos deve receber recomendações de fertilizantes para produção máxima econômica e lucro máximo Ao mesmo tem po uma análise de solo proporciona uma boa oportuni dade para fazer outras mudanças necessárias nas prá ticas de manejo das culturas Muitos agricultores como homens de negócios que rem mais do que uma recomendação de fertilizantes que inclui somente as quantidades dos nutrientes ne cessários Eles querem uma recomendação completa incluindo os tipos de fertilizantes as épocas e métodos de aplicação e outros componentes como a necessi dade de calcário Eles também querem um conjunto completo de planos para atingir uma alta meta de pro dução variedade adequada e densidade de plantio práticas culturais época de plantio e colheita uso ade quado de herbicidas e pesticidas etc Várias empresas servem aos agricultores coletan do amostras de solo e plantas e acompanhando a cul tura durante o ciclo Isto abre uma nova dimensão para a análise de solos Metas de produção são uma parte integrante e importante das recomendações ANÁLISE DE PLANTAS O termo análise de plantas referese à análise to tal ou quantitativa dos nutrientes essenciais no tecido das plantas Ela deve ser separada dos testes rápidos de tecidos de plantas que será discutido mais à frente A análise de solos e a análise de plantas devem caminhar lado a lado Uma não substitui a outra Ambas são ferramentas úteis na diagnose e muitos bons agri cultores utilizam as duas Por muitos anos a análise de plantas tem sido usada para culturas arbóreas como pêssego maçã nozpecan e outras fruteiras Em fun ção da natureza perene dessas culturas e seu amplo sistema radicular a análise de plantas é especialmen te adequada para determinar seu conteúdo de nutrien tes À medida que mais se aprende sobre nutrição de plantas e exigências nutricionais durante a estação de crescimento e como é possível a aplicação de nutrien tes através de sistemas de irrigação a análise de plan tas assume maior importância Também para alcan çar altas produções é importante acompanhar a planta durante seu período total de crescimento A análise de plantas está se tornando cada vez mais valiosa para culturas anuais e forrageiras Os cientistas têm à disposição novos métodos ana líticos e equipamentos tais como absorção atômica e especialmente espectrógrafos de emissão que podem analisar 10 ou mais elementos em questão de segun dos Assim um número considerável de laboratórios em diferentes países faz análise de plantas A demanda por esse serviço vai aumentar à medida que as pesqui sas enfatizam a necessidade de manejar a disponibili dade de nutrientes durante toda a estação de cresci mento A análise de plantas é usada para Confirmar a diagnose feita por sintomas visuais Identificar a fome escondida onde os sintomas não apareçam Localizar áreas ou manchas de solo onde ocorre a deficiência de um ou mais nutrientes Determinar se os nutrientes aplicados entraram na planta Aprender sobre interações entre vários nutrientes Estudar o funcionamento interno de nutrientes nas plantas Sugerir testes adicionais ou estudos para identifi car um problema de produção da cultura Assim como na análise de solos uma fase impor tante da análise de plantas é a coleta da amostra A composição da planta varia com a idade a parte da planta amostrada a condição da planta a variedade o clima e outros fatores Conseqüentemente é necessá rio seguir as instruções de coleta de modo correto A maioria dos laboratórios fornece folhetos de ins trução para a amostragem de várias culturas mais in formações adicionais para remessa das amostras Eles usualmente sugerem o envio de uma amostra de área normal e outra de área com problema para compara Manual Fertpmd 11042016 1149 107 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 108 ção Uma vez que experiência e conhecimento são vi tais para proceder uma amostragem correta o trabalho é geralmente executado por extensionistas ou consulto res A análise de plantas está sendo motivo de grandes programas de pesquisas entre os nutricionistas de plan tas nos dias atuais Muita coisa precisa ser descoberta sobre essa ferramenta de diagnose e a pesquisa está constantemente descobrindo fatos novos e estabele cendo padrões Dados de análise de plantas devem ser interpretados por cientistas que são treinados neste segmento e que compreendem os fatores envolvidos Sob essas condições ela é uma contribuição valiosa para as outras ferramentas de diagnose disponíveis DRIS O DRIS Sistema Integrado de Diagnose e Reco mendação é uma técnica matemática para aplicar in formação sobre análise de plantas para diagnose do nutriente mais limitante em um sistema de produção A avaliação é feita comparandose o balanço relativo do conteúdo de nutrientes com normas estabelecidas para aquela cultura sob condições de alta produção O ba lanço nutricional é uma fonte da própria interpretação do sistema DRIS porque as interações entre os nutrien tes em grande parte determinam a produção e a qua lidade da cultura Esta relação é ilustrada no Conceito de Produção 81 Alguns países como os EUA o Cana dá a China etc têm adotado o DRIS como uma parte de sua técnica de diagnose em áreas selecionadas Testes rápidos testes de tecidos Um teste de tecido no campo é a determinação da quantidade de um nutriente da planta no suco celular uma avaliação semiquantitativa do nutriente não me tabolizado e solúvel Uma grande quantidade de um nutriente não meta bolizado no suco celular indica que a planta está ob tendo o suficiente do nutriente sendo testado para o crescimento normal Se a quantidade é baixa existe uma grande chance de que o nutriente está deficiente no solo ou não está sendo absorvido pela planta por causa da falta de umidade ou algum outro fator Testes de tecidos podem ser feitos fácil e rapida mente no campo Tecidos verdes de plantas podem ser testados para vários nutrientes NNO3 N P K e algu mas vezes Mg Mn e Fe Entretanto é necessário mui ta prática e experiência para interpretar os resultados especialmente aqueles para Mg e micronutrientes Os testes de tecidos são usados para identificar um nutriente N P ou K que pode estar limitando a produ ção das culturas Se um nutriente está muito baixo os outros podem se acumular no suco celular por causa da restrição no crescimento da planta o que resulta em interpretação incorreta Se uma cultura cresce vigo rosamente após a correção da deficiência podese deduzir que outros nutrientes não estão presentes em quantidades para alcançar altas produções O que é identificado ou é analisado é o nutriente mais limitante a um estádio particular de crescimento Esse teste de tecido no local pode ser muito valio so nas mãos de um especialista Sem sair do campo a deficiência de nitrogênio pode ser detectada e as me didas corretivas sugeridas Esta economia de tempo pode ser valiosa Da mesma forma que para análise total de plantas é compensador comparar plantas sa dias com plantas com desenvolvimento anormal sem pre que possível Os kits contendo instruções e reagentes para exe cução dos testes de tecidos estão disponíveis no mer cado Uma grande parte deles inclui instruções e supri mentos para determinação ainda do pH e P e K no solo Antes de usar estes testes devese fazer um treina mento específico para desenvolver a habilidade no diag nóstico Os testes de tecidos no campo não têm sido usados tão amplamente como poderiam É mais simples para a maioria das pessoas enviar uma amostra de solo ou de planta a um laboratório ao invés de desenvolver a habilidade necessária para fazer e interpretar estes tes tes Além disso os reagentes para o teste devem ser mantidos frescos e em condição adequada de traba lho Quando utilizado de modo adequado os testes de tecidos funcionam bem com a análise de solos e a análise de plantas como outra ferramenta de diagnose SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NAS PLANTAS A arte de identificar sinais de fome de nutrientes é básica para produção lucrativa das culturas Existem muitos auxílios disponíveis para desenvolvimento das habilidades na identificação de deficiências de nutrien tes Eles incluem boletins cartazes e livros que mos tram vários sintomas de deficiências coloridos Além disso parcelas experimentais com tratamentos conhe cidos podem ajudar a calibrar os testes e os olhos A chave de sintomas que segue é um ponto de partida Chave para Sintomas de Deficiência de Nutrientes nas Culturas Nutriente Mudança de cor nas folhas velhas baixeiras nutrientes translocáveis N Plantas pequenas com cor verdeclara ou amareladas Folhas velhas amarelecem primeiro clorose o amarelecimento co meça na ponta da folha e se estende ao longo da nervura central no milho e no sorgo Manual Fertpmd 11042016 1149 108 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 109 CONCEITO DE PRODUÇÃO 81 Dose de N 0 kgha 180 kgha N 236 302 P 018 026 008 K 222 244 022 Ca 066 068 002 Mg 024 026 002 Mn ppm 40 47 7 Fe ppm 163 162 1 Zn ppm 22 36 14 B ppm 12 18 6 Cu ppm 10 14 4 Produçãoha 74 t 87 t Diferença no conteúdo de outros nutrientes POR QUE PORQUE o nitrogênio participa da formação dos blocos de construção chamados aminoácidos dentro das plantas PORQUE esses blocos produzem protoplasma levando à formação de células mais fortes na planta PORQUE estas células criam uma planta vigorosa com um sistema radicular que procura por OUTROS nutrientes para ajudála a saciar o grande apetite de produção que o N promove Dados da Universidade de Illinois EUA O NITROGÊNIO AUMENTA A ABSORÇÃO DE OUTROS NUTRIENTES PELAS PLANTAS Amostra de folha oposta e abaixo da espiga Manual Fertpmd 11042016 1149 109 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 110 P Plantas verdeescuro com matiz púrpu ra Plantas e folhas menores K Descoloração amarelocastanho e quei madura ao longo da margem externa das folhas velhas começa na ponta da fo lha no milho e no sorgo Mg Descoloração verdepálido próximo à pon ta da folha tornandose amarelobrilhan te entre as nervuras finalmente cor púr puraavermelhada da margem para den tro Nutriente Mudanças de cor nas folhas novas nu trientes não translocáveis A gema terminal morre Ca Atraso na emergência das folhas primá rias gemas terminais se deterioram No milho as pontas das folhas podem ficar grudadas B As folhas próximas aos pontos de cresci mento amarelecem as gemas de cresci mento apresentamse como tecido bran co ou castanhoclaro morto Nutriente A gema terminal permanece viva S As folhas inclusive as nervuras tornam se verdeclaras ou amarelas primeiro as folhas novas Zn Clorose internerval pronunciada em citros e bronzeamento das folhas No milho fai xas largas brancas a amarelas aparecem nas folhas em cada lado da nervura cen tral Plantas atarracadas internódios cur tos A gema pode morrer em algumas es pécies de feijão Fe Clorose que aparece primeiro nas folhas novas na ponta da brotação a cor da fo lha muda uniformemente para amarelo com exceção das nervuras manchas cas tanhas ou tecido morto aparecem com de ficiência severa Mn Folhas cinzaamareladas ou cinzaaver melhadas com nervuras verdes clorose marginal e internerval as folhas cloróticas mantêm sua forma normal Cu Folhas novas uniformemente amarelopá lidas podem secar e definhar sem clo rose Cl Seca das folhas superiores seguindose de clorose Nutriente A gema terminal permanece viva Mo Folhas novas secam e morrem ao longo das margens Clorose das folhas velhas por causa da inabilidade para utilização adequada do nitrogênio Lembrese Os sintomas de deficiência nem sempre são claramente definidos O mascaramento por outros nutrientes doenças ou insetos pode dificultar uma cor reta diagnose de campo Lembrese Os sintomas de deficiência sempre indi cam fome severa nunca uma deficiência leve ou mo derada Lembrese Muitas culturas iniciam uma queda na pro dutividade muito antes do início dos sintomas de defi ciência tornaremse evidentes Este período que re presenta perdas é chamado de FOME OCULTA A fome oculta pode reduzir consideravelmente as produções e a qualidade da colheita mesmo que a cultura não apresente nenhum sinal de fome Um nú mero crescente de propriedades está sofrendo esta si tuação FAÇA UMA DIAGNOSE COMPLETA Ver Conceito de Produção 82 Para fazer uma diagnose COMPLETA você deve procurar mais do que problemas de fertilidade Conhe ça as condições ambientais de crescimento das plan tas Este conhecimento o ajudará a identificar um pro blema que está induzindo ou aumentando uma defi ciência nutricional aparente Todos os fatores que in fluenciam o crescimento das plantas a resposta à adu bação e a produção devem ser avaliados Zona radicular O solo deve ser suficientemente granulado e permeável para a expansão e a ali mentação abundante das raízes Uma cultura de senvolverá um sistema radicular com 180 m ou mais de profundidade em alguns solos para obter água e nutrientes Um solo raso ou compacto não oferece esta zona de alimentação para as raízes Solos encharcados ou mal drenados resultam em sistema radicular raso Temperatura A baixa temperatura do solo reduz a decomposição da matéria orgânica Isto diminui as quantidades de nitrogênio e enxofre e de ou tros nutrientes a serem liberados Os nutrientes são menos solúveis em solos frios aumentando o po tencial de deficiência O fósforo e o potássio difun demse mais lentamente em solos frios A ativida de radicular é diminuída Manual Fertpmd 11042016 1149 110 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 111 CONCEITO DE PRODUÇÃO 82 COMO AUMENTAR A PRODUÇÃO E A PRODUTIVIDADE DAS CULTURAS O uso de doses adequadas de corretivos e fertilizantes é o fator que mais contribui para o aumento da produção e da produtividade das culturas Mas esse procedimento sozinho não resolve todos os problemas de baixa produção e baixa produtividade Devemse levar em consideração ainda os seguintes aspectos entre outros Umidade suficiente irrigação quando possível manejo adequado dos restos culturais uso do gesso agríco la etc Variedades adaptadas e produtivas Espaçamento e população adequada de plantas Controle de plantas invasoras através da capina manual mecânica ou uso de herbicidas Controle de pragas e doenças através de variedades tolerantes ou resistentes uso de defensivos agrícolas eou controle biológico Rotação de culturas para diminuir a incidência de plantas invasoras pragas e doenças Drenagem adequada em áreas sujeitas ao encharcamento Melhoria da estrutura do solo e manutenção do nível de matéria orgânica através da rotação de culturas adubação verde incorporação dos restos das culturas e adubos orgânicos Uso de práticas adequadas de conservação do solo NÃO PERMITA QUE OUTROS FATORES LIMITEM SUA PRODUTIVIDADE E LUCRO Manual Fertpmd 11042016 1149 111 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 112 pH As condições ácidas do solo reduzem a dis ponibilidade de Ca Mg S K P e Mo e aumentam a disponibilidade de Fe Mn B Cu e Zn O nitrogê nio é mais disponível entre pH 60 e 70 O pH do solo não afeta a disponibilidade de Cl Insetos Não confunda os danos causados por insetos com sintomas de deficiência Examine as raízes folhas e ramos em relação ao ataque de insetos que pode parecer ou provocar deficiência de nutrientes Doenças Uma observação cuidadosa mostrará as diferenças entre as doenças de plantas e as de ficiências nutricionais As doenças podem em ge ral ser detectadas com uma lente de aumento Condições de umidade O solo sob condições de seca pode induzir à deficiência O boro o co bre e o potássio são bons exemplos Esta é a ra zão pela qual as culturas respondem tão bem a tais nutrientes quando eles estão disponíveis em períodos secos A seca retarda o movimento dos nutrientes para as raízes Problemas de salinidade Os sais solúveis e os álcalis são problemas em algumas áreas Estas áreas podem cobrir uma pequena parte do terreno geralmente onde ocorre um lençol freático ele vado onde ocorreu contaminação por água extraí da de poços salgados ou quando água de má qua lidade é usada na irrigação Identificação de ervas daninhas Os herbicidas e o controle mecânico de ervas daninhas são mais importantes hoje do que no passado As ervas da ninhas competem com as plantas cultivadas por água ar luz e nutrientes Algumas delas podem até liberar substâncias que inibem o crescimento das culturas Aprenda como identificar e controlar as ervas daninhas Práticas de preparo Alguns solos desenvolvem hardpans compactação e necessitam de preparo profundo Isto exige mais fósforo e potássio para construir a fertilidade do solo Além disso é dese jável conhecer o nível de fertilidade do subsolo Espaçamento das plantas A largura entre li nhas o espaçamento das plantas nas linhas e o número de plantas por hectare têm efeitos impor tantes na produção Análise da água A água de irrigação contém N NO3 SSO4 B K bicarbonato Cl e outros sais Uma análise da água deve ser usada para modifi car as práticas de produção para utilização de vá rias fontes de água IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS CULTURAIS O conhecimento do que foi feito em uma área an tes de ir até lá pode ser um dos mais importantes ins trumentos de diagnose que você pode utilizar Obtenha os fatos Que culturas tem sido cultivadas Quais sistemas de preparo do solo foram usados Como foi planejada a irrigação Como as culturas foram adubadas Quando foi aplicado o calcário Que tipo e quan to Tem havido outros tratamentos Se positivo quais Quando as culturas foram plantadas Muito cedo Muito tarde Houve controle de pragas doenças e plantas in vasoras Qual o aspecto da lavoura durante o ciclo Foi muito seco Muito quente Muito frio Muito encharcado Quais foram as produções por área Como foi a qualidade da cultura Quais são as metas de produtividade Os laboratórios e os agrônomos vão diferir nas suas recomendações dependendo das respostas a essas questões do conhecimento da experiência do produtor em termos de administração das metas de produção da necessidade de aumentar os níveis da análise de solos do tipo de posse da terra período que a mes ma vai ser explorada pelo produtor A construção da fertilidade do solo para produtividades mais altas é um investimento de capital que deve ser amortizado por um certo número de anos ver discussão sobre cons trução da fertilidade a longo prazo no Capítulo 9 A chave para diagnose e recomendações adequa das é obter os fatos de maneira sistemática e anotá los Uma lista de verificação vai ajudar a lembrar infor mações importantes O planejamento antecipado e o trabalho contínuo de diagnose dos problemas são essenciais para se atin gir alta produtividade O CALENDÁRIO DE DIAGNÓS TICO apresentado na Tabela 83 é para o milho Mas os princípios e conceitos nele contidos são aplicáveis a todas as culturas quando se pretende observar e utili zar os instrumentos de diagnose para planejar o con trole dos fatores limitantes Este calendário foi prepa rado por Herbert L Garrard um agrônomo de Indiana EUA cujo trabalho tem sido respeitado desde 1920 Manual Fertpmd 11042016 1149 112 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 113 Tabela 83 Calendário de diagnóstico Herbert L Garrard Indiana EUA 1920 OUTONO Comece pelo planejamento antecipado Amostre os solos sob culturas no campo para o próximo ano O que está deficiente Mas olhe para trás Plantas suficientes Espigas granadas Tamanho adequado A meta foi suficientemente alta População Anote e faça um mapa das áreas pobres Pouco crescimento Stand Áreas pobres Produções pobre Colmos anormais Acamamento Sintomas de deficiência Ervas daninhas Insetos Doenças Problemas de drenagem Outono é a melhor época para instalar sistemas de drenagem Drenos suficientes Acamamento do milho Acamamento das raízes larvas nas raízes Pouco K Encharcamento Quebra de colmos brocas no colmo Doenças Pouco K INVERNO Determine as metas de produtividade Qual é uma meta razoável para a sua propriedade E para áreas es pecíficas Visite agricultores próximos Compare anotações Visite vendedores e extensionistas Assegurese do suprimento de calcário fertilizantes e defensivos agrí colas Compareça às reuniões técnicas Estude cuidadosamente as novas informações de pesquisa extensão empresas agrícolas Leia e estude Leia publicações para agricultores revistas técnicas lançamentos co merciais Verifique competições de híbridos Compare vários híbridos testes comparativos e tendências ao longo para selecionar bem do tempo Seu híbrido responderá ao manejo com alta densidade de plantio e altas doses de fertilizantes Esteja preparado cedo Plantadeira pronta com o disco adequado Calibrada para número su ficiente de sementesha Máquinas preparadas Profundidade adequada da semente Fertilizante ao lado e abaixo da semente Potencial para compactação Evite equipamentos pesados em solos encharcados Você já tem ca madas adensadas na área Menor preparo do solo Planeje cultivo mínimo se possível Nível de preparo do solo Amostre logo os solos se você não o fez no outono Drenagem Marque as áreas com problemas de drenagem logo nas primeiras chuvas Poças dágua Por que Solução PRIMAVERA Esteja pronto Vá Verifique Plante o milho cedo Tire vantagem do pico de luminosidade para o período de crescimento Emergência Crostas no solo Profundidade de plantio Germinação Temperatu ra Umidade Manual Fertpmd 11042016 1149 113 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 114 Danos nas plântulas Insetos Doenças Danos químicos por herbicidas ou fertilizantes Pássaros Raízes pouco profundas Encharcamento Fome Danos pelo cultivo Corte das raízes Necessidade de N Os níveis adequados dependem da quantidade de N aplicado das chuvas e do potencial de produção Quanto de N em cobertura é ne cessário Verifique outra vez Verifique os períodos de estresse durante o ciclo de crescimento Ano Padrões climáticos te dados não comuns sobre o clima durante o período inicial de cres cimento período de polinização e formação de grãos VERÃO Caminhe pelos campos Inspecione os campos várias vezes durante o crescimento Leve o mapa de solos com você Insetos Doenças Ervas daninhas Procure doenças insetos ou danos aparentes nas folhas colmos es pigas e raízes As ervas daninhas estão competindo com a cultura por água e nutriente Fome de nutrientes Qualquer sintoma de deficiência conhecido ou desconhecido Teste de tecidos Use teste de tecidos especialmente para detectar a fome escondida ou para ajudar a explicar diferenças entre áreas Análise de plantas Para análise do milho colete a folha oposta e abaixo da espiga e an tes do cabelo do milho tornarse castanho próximo ao pico do perío do de absorção de nutrientes Cave Cave profundo para examinar detalhadamente as raízes quanto à res trição no crescimento e descoloração Por que Compactação Seca Baixo K Insetos Doenças Seca excessiva Quando muito seco É possível irrigar OUTONO Observe outra vez Uma espiga madura em um colmo verde indica fertilidade adequada e um bom híbrido Aritmética do milho Antes e durante a colheita pergunte a si mesmo O stand foi adequa do Milhares de colmos por hectare Espigas muito pequenas ou muito grandes para altas produções Verifique as colheitadeiras Sempre verifique de maneira correta as produções Não deixe parte da colheita no campo Ajuste adequadamente a colhei tadeira Faça as mudanças de manejo Estude detalhadamente a lista e em seguida faça um resumo Anali necessárias se os solos antes de procurar orientação Observação Este Calendário de Diagnóstico é sem dúvida a melhor síntese que se conhece da necessidade de integração da coleta de dados de uma cultura que somada aos conhecimentos agronômicos aumentam as probabilidades de sucesso na obtenção das produções mais lucrativas É realmente uma obra de arte agronômica adaptável às mais diferentes situações O que mais impressiona neste calendário é o fato de ter sido publicado em 1920 e os conceitos emitidos permane cerem válidos até os nossos dias Manual Fertpmd 11042016 1149 114 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 115 OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO A análise de solos e a análise foliar podem respon der a muitas perguntas sobre o crescimento das plan tas Outras ferramentas de diagnose e informação incluindo as seguintes não devem ser excluídas Materiais impressos Auxílios visuais livros fo lhetos e outras fontes de informação identificam os sintomas de deficiência doenças insetos va riedades adaptadas etc Você pode obtêlos dos sistemas de extensão entidades de pesquisa uni versidades e empresas privadas Especialistas em extensão agrônomos de em presas representantes de indústrias químicas e ou tros profissionais estão a campo para ajudálo na diagnose dos problemas de produção das cultu ras Use o conhecimento destes profissionais Treinamento em diagnose Muitos serviços de extensão e outros promovem treinamento teóri co e excursões de campo sobre análise de solos análise foliar identificação de sintomas fatos so bre novas variedades controle de doenças e de ervas daninhas preparo do solo e práticas de ma nejo Dias de campo Dias de campo envolvendo re sultados de pesquisa e campos de demonstração promovidos por especialistas de universidades centros de pesquisa e indústrias são grandes sa las de aula para estudar as práticas de produção in loco Cursos intensivos sobre fertilidade do solo Estes cursos ajudam a rever os conceitos básicos e a aprender novas técnicas de produção Muitas empresas conduzem treinamento periódico para ajudálo a melhorar sua técnica de diagnose e para intercâmbio de idéias e informações COLOCANDO AS COISAS JUNTAS O desenvolvimento de técnicas adequadas de diag nose exige vontade Vontade de aprender de melhorar a habilidade Os instrumentos estão disponíveis mas precisam ser utilizados para terem valor Estes instru mentos incluem Um trado para amostragem do solo Sacos plásticos ou caixas de papelão para envio de amostras de solo Sacos de papel para envio de amostras de folhas Instruções para coleta e preparo de amostras solo e folhas Questionário para acompanhar as amostras Uma pá reta Um canivete Kits para determinação do pH e para teste de te cidos Caderno para anotações Caneta ou lápis Uma fita métrica Uma lente de bolso aumento de 10 vezes Uma lista de checagem Uma câmara fotográfica Poucos produtores estudam sistematicamente suas áreas de produção Falta de motivação pode ser um motivo Mas o mais importante é a idéia de estar quali ficado para diagnosticar a situação no campo Prática treinamento e consulta aos especialistas vai ajudálo a encontrar a solução Os produtores devem ser encora jados para o uso da ajuda de especialistas na diagnose de suas necessidades RESUMO Este capítulo identifica a análise de solos como um poderoso instrumento na agricultura de altas produções Mas uma análise de solo é somente tão boa quanto a amostra O retorno vem quando a análise de solos é usada junto com todas as outras informações para aju dar a fazer recomendações a fim de obter maiores pro duções e maiores lucros A pessoa que faz as reco mendações precisa de todos os fatos disponíveis so bre a propriedade e sobre o produtor A análise de plantas é uma ferramenta que su plementa a análise de solos Mas uma não substitui a outra Da mesma forma que para a análise de solo a amostragem correta é essencial A análise de plantas deve ser interpretada por cientistas treinados para exe cutar esse trabalho Testes rápidos de campo usam o suco celular para determinar que elemento ou elementos estão limitan do a produção em um estádio particular de crescimen to Os testes de tecidos podem ser executados com sucesso no campo por uma pessoa treinada Os sintomas de deficiência de 13 nutrientes foram descritos Esses sintomas em geral não estão clara mente definidos Quando eles aparecem significa fome severa Muitas culturas começam a ter sua produção diminuída antes do desenvolvimento dos sintomas Isto é chamado fome escondida uma condição que dimi nui a qualidade e a produção das culturas antes dos sinais visíveis aparecerem Devese olhar também além dos problemas de fer tilidade para fazer uma diagnose completa Considere o ambiente total da zona das raízes às práticas de cul tivo A importância das práticas culturais não deve ser diminuída quando se faz a diagnose das condições da cultura cada passo da época de plantio até a calagem e adubação Manual Fertpmd 11042016 1149 115 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 116 CAPÍTULO 8 ANÁLISE DE SOLO ANÁLISE DE PLANTAS E TÉCNICAS DE DIAGNOSE PERGUNTAS DE REVISÃO 1 A análise de solo é uma 2 C ou E Os níveis de fertilidade do solo em muitas fazendas do mundo estão declinando 3 Culturas de arroz de alta produtividade podem diminuir o fósforo do solo em ppm por ano e a análise do potássio em ppm por ano 4 O desenvolvimento de um programa de fertilidade do solo deve começar com a 5 A análise de solos dá a base para no desenvolvimento de um programa de calagemaduba ção e pode ser usada para o sistema de produção 6 Os três tipos de serviços de análise de solo são e 7 Uma boa análise de solo é somente tão boa quanto a 8 As amostras de solo devem ser retiradas no campo a cada a anos mais freqüentemente em alguns sistemas de manejo 9 C ou E As áreas que apresentam problemas devem ser amostradas em separado das demais 10 C ou E Amostragem intensiva do solo para determinar diferenças de fertilidade em áreas pequenas no campo resulta em menores custos com fertilizantes 11 C ou E Devese tirar amostras de solo sob plantio direto preparo conservacionista da mesma forma que aquelas coletadas sob cultivo convencional porque o laboratório está calibrado para corrigir as diferenças 12 C ou E Se um nutriente pode ser determinado com precisão no laboratório isto assegura que as recomenda ções de adubação são corretas 13 C ou E A análise de solos para nitrogênio tem sido utilizada para determinar o NNO3 residual em áreas de baixa pluviosidade 14 C ou E As análises de solos para nitrato devem ser repetidas anualmente por causa da mobilidade dessa forma de nitrogênio 15 C ou E As culturas não respondem à adubação com fósforo e potássio quando os solos apresentam teores altos desses nutrientes 16 A análise de solos e a devem caminhar 17 A juntamente com a análise de solos é uma importante ferramenta de diagnose para uma recomendação eficiente de fertilizantes 18 A parte mais importante da análise de plantas é a As pessoas estão falando sobre ajuste fino no ma nejo das culturas Ser um perito em diagnose é uma maneira de manter culturas valiosas em direção a uma produção mais lucrativa e salutar para o ambiente A análise de solos a análise de plantas e as técnicas de diagnose devem ser usadas em conjunto para aumen tar a produção das culturas e os lucros Manual Fertpmd 11042016 1149 116 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 117 19 Uma planta pode estar sofrendo de mesmo quando os sintomas não são visíveis 20 C ou E O Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação DRIS é outro nome para Manejo Integrado de Pragas MIP 21 C ou E Um teste rápido de tecido é a determinação da quantidade de nutriente no suco celular da planta 22 O fertilizante nitrogenado aumenta diminui a absorção de fósforo e potássio pelas plantas 23 Descoloração amarelocastanho e queima ao longo das margens das folhas velhas é tipicamente uma deficiên cia de 24 Clorose internerval acentuada e bronzeamento das folhas superiores combinados com pouco crescimento e internódios curtos provavelmente indicam uma deficiência de 25 Clorose nas folhas baixeiras velhas começando na ponta da folha e se estendendo até a nervura central é causada por deficiência de 26 C ou E A deficiência de fósforo é caracterizada por plantas verdeescuras 27 A deficiência de enxofre usualmente aparece primeiro nas folhas 28 Cinco condições ambientais que afetam o crescimento das plantas são e 29 C ou E Devese aprender tudo sobre uma área antes de ir até ela para fazer uma diagnose dos problemas 30 Construir a fertilidade do solo é um investimento e deve ser em vários anos 31 C ou E A resposta à aplicação de nutrientes pode ser maior ou menor do que a esperada porque muitos fatores afetam a performance das culturas 32 C ou E É fácil tornarse um especialista em diagnose Manual Fertpmd 11042016 1149 117 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 118 Manual Fertpmd 11042016 1149 118 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 119 INTRODUÇÃO Em 1950 a produção total de fertilizantes no mun do foi um pouco menor que 13 milhões de toneladas no início dos anos 90 atingiu 135 milhões de tonela das Este fantástico aumento de 10 vezes na produção de fertilizantes é bem correlacionado com vários fato res Aumento na população mundial com maior deman da por alimentos fibras e combustíveis Maior produção das culturas por unidade de área Maior produção total no mundo de culturas produ toras de alimentos Maior preocupação com a importância de práticas corretas de adubação para aumento das produ ções e qualidade das culturas e ao mesmo tem po mantendo ou melhorando o ambiente ver Ca pítulo 10 Dados da China Figura 91 ilustram a estreita rela ção entre o crescimento da população a produção de grãos e o consumo de fertilizantes Começando na década de 50 ocorreram mudanças na América do Norte e Europa que levaram à situação atual de produção e uso de fertilizantes em vários países no mundo Algumas dessas mudanças incluem CAPÍTULO 9 ASPECTOS ECONÔMICOS E OUTROS BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO Página Introdução 119 Fertilizante e lucro do produtor 120 Almejando alta produtividade 121 Estabelecendo as metas de produção 122 Altas produções proteção ambiental menores custos por unidade e maiores lucros 122 O preço da cultura ou o preço do fertilizante afeta muito pouco a dose ótima do fertilizante 123 Construindo a fertilidade do solo um investimento a longo prazo 124 Efeitos de longa duração do uso de fertilizantes 125 As interações e eficiência dos fertilizantes 126 Adubando para produtividade máxima econômica 126 Outros aspectos da adubação 127 Fontes orgânicas de fertilizantes 130 O lugar do fertilizante na propriedade como um todo 130 Resumo 131 Perguntas de revisão 132 Figura 91 Produção de grãos consumo de fertilizantes e população na China no período de 1952 1989 Manual Fertpmd 11042016 1149 119 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 120 Um extraordinário aumento na produção e uso de fertilizantes granulados particularmente comer cializados a granel O desenvolvimento e crescimento dos fertilizan tes fluidos na América do Norte o que foi possível com a produção de ácido superfosfórico e poli fosfatos de amônio A aplicação direta da amônia anidra e outros ferti lizantes líquidos na América do Norte Introdução de fertilizantes de disponibilidade con trolada como a uréia formaldeído e uréia revestida com enxofre O descobrimento e exploração de reservas de po tássio no Canadá e em vários outros países O desenvolvimento dos depósitos de fosfato na Carolina do Norte e no oeste dos EUA A introdução de métodos específicos de aplicação de fertilizantes e épocas A mudança para o preparo conservacionista e prá ticas de manejo de resíduos em algumas partes do mundo A consolidação da indústria de fertilizantes na Amé rica do Norte e na Europa A expansão e a privatização da indústria de fertili zantes nos países desenvolvidos Os contínuos esforços educacionais sobre os be nefícios da adubação balanceada feitos por cien tistas agricultores e elaboradores de políticas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento O desenvolvimento de práticas de manejo de fer tilizantes que otimizam a produção das culturas enquanto mantém a qualidade ambiental Um forte suporte financeiro dos países desenvol vidos para aqueles em desenvolvimento para es tabelecimento de programas adequados de ma nejo de solos incluindo a avaliação das necessi dades e melhoria da fertilidade do solo e uso de fertilizantes De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA a produção das culturas na América do Norte vai continuar a crescer talvez do brando nos próximos 30 a 40 anos Se isso ocorrer a exploração agrícola para alimentar a América do Norte e seus vizinhos poderá ser feita em menos hectares Isto poderá permitir que terras mais propensas a pro blemas ambientais sejam deixadas sob cobertura ve getal permanente mantidas como preservação para vida silvestre ou deixadas para recreação Aumentos semelhantes ou ainda maiores são tam bém possíveis em muitos dos países em desenvolvi mento no mundo Entretanto muitos fatores sociais incluindo o uso da terra a posse da terra os impostos os aumentos da população a infraestrutura a falta de educação e os sistemas de comercialização podem não permitir que terras frágeis em termos ambientais possam ser retiradas do processo de produção das cul turas Uma melhor eficiência no uso de fertilizantes juntamente com melhoria no sistema educacional que enfoque o uso da terra e o ambiente precisa ser parte da pesquisa agrícola e dos programas educacionais nos países em desenvolvimento no futuro É evidente que os fertilizantes continuarão a cres cer em importância à medida que o mundo produz mais gente para ser alimentada Como usar esse insumo vi tal para a produção das culturas de modo lucrativo efi ciente e benéfico ao ambiente é um desafio para as pesquisas futuras FERTILIZANTE E LUCRO DO PRODUTOR A agricultura apresenta dois extremos em relação à lucratividade a subsistência e b alta lucratividade com vários níveis entre os dois A agricultura de subsistên cia ocupa uma grande porcentagem da população ru ral total no mundo Essa agricultura de subsistência é em geral de baixo uso de insumos de esgotamento dos recursos e não é sustentável à medida que o tama nho da família aumenta Os agricultores de subsistên cia contribuem muito pouco para alimentar outras pes soas que não a sua família Eles praticam agricultura com o objetivo de sobrevivência e não de lucratividade O restante da comunidade agrícola no mundo pro duz para lucro Independentemente de suas preocupa ções ambientais a única forma que estes agricultores podem manter suas atividades para sustento próprio e para o desenvolvimento social e econômico de suas famílias é alcançar um lucro decente A lucratividade é uma razão lógica então porque os agricultores adu bam suas culturas Como eles manejam isso é crítico para a lucratividade geral de suas propriedades Consi dere o que uma redução nas doses de fertilizantes vai ou não fazer A redução na dose de fertilizantes NÃO vai Diminuir o custo e os impostos sobre a terra ou as taxas Diminuir as taxas de juros nos empréstimos para insumos Diminuir os custos de preparo da terra Diminuir os custos das sementes e dos defensi vos Manual Fertpmd 11042016 1149 120 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 121 Diminuir os custos de tração animal ou maquinário Diminuir os custos dos alimentos ou dos combus tíveis A redução na dose de fertilizantes VAI Diminuir as produções por unidade de área Exaurir os nutrientes do solo Diminuir a resistência das culturas à seca às doen ças aos insetos e a outros estresses Diminuir a cobertura das culturas e os resíduos resultando em grande exposição à erosão Diminuir os lucros do produtor e por conseqüên cia afetar negativamente a economia local Felizmente produção lucrativa das culturas incluin do o uso eficiente de fertilizantes e outras melhores práticas de manejo MPM e proteção ambiental cami nham lado a lado A Tabela 91 ilustra como a popula ção de plantas e a adubação balanceada interagem para aumentar as produções de milho e como conseqüên cia os lucros potenciais do produtor Ao mesmo tem po menos nitrogênio permanece no solo diminuindo o potencial de lixiviação do Nnitrato NNO3 para o len çol freático dados não mostrados Tabela 91 O aumento na população de plantas de milho interage com mais nitrogênio para aumentar a produção e a sua eficiência Produção tha nas doses de N kgha de 90 180 270 29640 742 868 975 233 59280 949 1119 1270 321 88920 1031 1320 1452 421 Resposta à população tha 289 452 477 Flórida EUA Os fertilizantes são responsáveis por 13 ou mais da produção total da cultura Em muitos campos de alta produção esse aumento pelo uso de fertilizantes pode chegar a 60 ou mais Na China a adição de potássio aos níveis tradicionais de nitrogênio e fósforo adubação balanceada aumentou as produções de forma dramática Tabela 92 Isto demonstra como uma melhor prática de mane jo MPM adubação balanceada melhora a utiliza ção pela cultura do nitrogênio e fósforo aplicados e conseqüentemente reduz o potencial de escorrimento superficial ou lixiviação de nitrato para o lençol freático ALMEJANDO ALTA PRODUTIVIDADE Existem quatro componentes dos lucros do produ tor Custos de produção O produtor pode fazer mui to pouco para controlar a elevação dos custos de produção exceto aplicar as melhores práticas de manejo MPM e assegurar um uso mais eficiente dos insumos Preço de venda O produtor pode otimizar o pre ço recebido através da comercialização inteligen te de produtos com qualidade mas ele tem pouco controle sobre os preços do mercado exceto sob certas condições locais de suprimento e deman da Produtividade da cultura O que o produtor pode fazer para aumentar a produção por hectare Pro dutividades mais altas e eficientes devem ser o objetivo primordial Qualidade da cultura Preços mais altos são usualmente pagos por produtos de maior qualida de Assim os produtores devem esforçarse por obter maiores produções das culturas com produ tos de melhor qualidade O uso eficiente e balan ceado de fertilizantes juntamente com outras me lhores práticas de manejo MPM vai ajudar a atin gir os objetivos Maiores produtividades e lucros por hectare estão muito relacionados como ilustra a Figura 92 Esta re lação tem sido mostrada repetidas vezes em proprie dades agrícolas e parcelas experimentais Existem entretanto limites até onde a relação ilus trada na Figura 92 pode ir A um certo ponto o custo dos insumos necessários para fazer crescer a produ ção será maior do que o retorno recebido tanto para o uso de fertilizantes como para outras melhores práti cas de manejo MPM Ainda assim a maioria dos pro População Resposta a plantasha N tha Cultura Tabela 92 Porcentagem de aumento da produção de várias culturas em vários locais da China resultante da aplicação de K com doses tra dicionais de NP Aumento de produção pelo K N e P constantes Kenaf 55 Tomate 60 Soja 85 Canola 92 Batata 128 Milho 359 Feijão de corda 2000 China Manual Fertpmd 11042016 1149 121 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 122 dutores pode fazer um trabalho melhor no manejo dos insumos para aumentar os lucros do que o que está sendo feito atualmente desde que as metas estabe lecidas sejam realistas Figura 92 Quanto maior a produtividade maior o lucro ESTABELECENDO AS METAS DE PRODUÇÃO As metas de produção devem ser estabelecidas para cada talhão Elas devem ser realistas e desafiadoras Comece com uma análise das produções passadas Olhe os padrões climáticos avalie as práticas de ma nejo e os insumos usados Converse com os vizinhos que estão obtendo produções mais altas Consulte os extensionistas para obter orientação Decida então que práticas devem ser melhoradas ou mudadas Estabeleça um programa para aumento da produ ção em 3 a 5 anos com 5 a 10 de aumento cada ano Esta porcentagem de aumento vai depender de vários fatores incluindo culturas e produções anteriores O tamanho da gleba é importante Um plano mais conser vador é mais recomendável em uma grande gleba en quanto um mais agressivo pode ser usado em áreas menores O melhor sistema é procurar pela prática mais limitante melhorandoa e ao mesmo tempo corrigin do outras práticas de manejo para alcançar a maior meta de produção esperada A Tabela 93 mostra como o uso de potássio em um programa de adubação balanceada aumentou as pro duções de arroz reduziu as doenças e aumentou os lucros enquanto melhorava a eficiência de uso de ni trogênio e fósforo na Indonésia Os dados ilustram a importância de um manejo equilibrado no aumento das produções enquanto melhora a eficiência de outros insumos externos Alcançar as metas de produção é como subir em uma escada É um processo de manejo contínuo Isto é quando uma meta é alcançada uma nova marca mais alta deve ser estabelecida Tabela 93 A adubação com potássio aumentou as pro duções de arroz diminuiu as doenças e au mentou o retorno líquido enquanto melho rava a eficiência de uso do fósforo e do po tássio Dose de Aumento na Severidade de Retorno líquido K2O produção podridão do de K2O kgha kgha do caule USha 0 41 18 800 28 119 36 1100 26 162 54 1200 24 173 N e P nas doses recomendadas Indonésia ALTAS PRODUÇÕES PROTEÇÃO AMBIENTAL MENORES CUSTOS POR UNIDADE E MAIORES LUCROS Altas produções protegem o ambiente um ingre diente importante e essencial para a sustentabilidade da produção agrícola O crescimento inicial vigoroso das plantas forma com maior rapidez a cobertura do terreno dossel para proteger o solo da erosão hídrica e eólica As plantas desenvolvem um sistema radicular mais robusto para manter o solo no lugar e permitir a absorção de água da chuva com maior rapidez As plan tas usam os nutrientes e a água do solo com maior efi ciência e produzem maiores quantidades de resíduos de culturas com maior proteção contra os danos da ero são hídrica ou eólica Quando decompostos estes re síduos também reciclam nutrientes e matéria orgânica de volta para o solo A Tabela 94 mostra a relação entre níveis de resí duos escorrimento superficial e perdas de solo Tabela 94 Efeito do resíduo de superfície no escor rimento superficial e perdas de solo Resíduos Escorrimento superficial Perdas de solo kgha como da chuva tha 0 45 269 561 40 67 1122 25 22 2244 5 07 Indiana EUA Nos Estados Unidos os agricultores buscam altas produtividades e alta eficiência de uso dos insumos Isto resulta em um baixo custo por unidade produzida Em outras palavras custa menos produzir 1 kg de cul tura a produtividades mais elevadas do que em baixas produtividades Isto é ilustrado na Figura 93 onde se Manual Fertpmd 11042016 1149 122 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 123 vê a relação entre a produtividade do milho e os custos por unidade produzida À medida que a produtividade aumenta de 629 tha para 1132 tha o custo para pro duzir cada kg diminui de US 013 para US 009 ou uma diferença de US 4000t A Tabela 95 mostra uma combinação de produções e baixos custos por unidade projetados para uma área de 120 hectares de milho utilizando os dados da Tabe la 93 e dois preços de milho Os números entre parên tesis representam perdas Tabela 95 Influência da produtividade e custo por uni dade produzida na lucratividade 120 ha dois preços de milho Lucro em 120 hectares para produçãocusto 629130 754114 880102 100694 113287 US 98 24154 14777 4224 4829 14942 118 9058 3619 16896 28973 42110 Perdas entre parênteses A interação benéfica entre produtividade e custo por unidade produzida mostrada na Tabela 95 é obvia Embora este exemplo seja dos EUA as condições são idênticas em todo o mundo Culturas de alta produção e bem manejadas reduzem os riscos associados com preços baixos e amplia a oportunidade de lucro Um plano de comercialização bem feito pode aumentar ain da mais essas oportunidades Os princípios ilustrados na Figura 93 e Tabela 95 se aplicam a outras culturas além do milho A Tabela 96 mostra como altas produtividades e baixos custos por unidade traduzemse em maiores lucros para plan tadores de trigo no Paquistão Embora os exemplos anteriores possam não repre sentar cada propriedade ou situação de uma proprie dade o princípio se aplica E também os resultados À medida que as produtividades aumentam o custo por unidade cai e os lucros por hectare aumentam Figura 93 Altas produtividades de milho ajudam a bai xar os custos de produção por unidade Illinois EUA O PREÇO DA CULTURA OU O PREÇO DO FERTILIZANTE AFETA MUITO POUCO A DOSE ÓTIMA DE FERTILIZANTE A dose ótima do fertilizante muda muito pouco seja pelo preço recebido pela produção seja pelo custo do fertilizante desde que a cultura continue a ser respon siva ao nutriente aplicado Exemplos dos EUA e da China ilustram este princípio como mostram as Tabe las 97 e 98 Quando os custos de nitrogênio são os mais altos e os preços do milho os mais baixos a dose ótima de N é 186 kgha Com o preço do milho mais alto e o preço do N menor a dose ótima é 215 kgha um aumento de apenas 29 kg ou 156 Ao mesmo tempo a relação custo de Npreço do milho mudou por um fator de 3 De modo semelhante à medi da que o preço da canadeaçúcar cai de US 5357 para US 1786 por tonelada a dose ótima reco mendada de K2O ainda foi lucrati va mesmo no preço mais alto de potássio e a relação benefíciocusto RBC ainda foi alta Este caso é semelhante àquele para amen doim Cálculos semelhantes com a maioria das culturas vão mostrar que uma adubação balanceada em geral paga dividen dos reais Quando se analisa os dados das Tabelas 97 e 98 dois fatos tornamse evidentes Preço do milho USt Tabela 96 Menores custos por unidade significam mais lucro com trigo dois preços Dose kgha Produção Custo do fert Produção de Lucro Rupiaha N P2O K2O kgha Rupiaha grãoskg N a 27kg a 29kg 150 0 0 2157 1200 144 4624 5055 150 100 0 3219 2000 215 6691 7335 150 100 60 3583 2360 239 7314 8031 Paquistão Manual Fertpmd 11042016 1149 123 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 124 Tabela 97 Doses ótimas de nitrogênio mudam muito pouco com as flutuações de preço do milho e do fertilizante Doses ótimas de N para o milho USkg N 026 040 053 kg Nha 80 204 195 186 100 212 202 193 120 215 206 198 Os preços dos produtos agrícolas afetam as doses ótimas de fertilizantes muito menos do que muitas pessoas acreditam Por que Porque o fertilizante representa uma porcentagem relativamente peque na dos custos totais de produção embora os retor nos sejam altos quando os nutrientes são aplica dos e usados de maneira eficiente Mesmo se os preços do fertilizante aumentarem significantemente sempre uma preocupação en tre os agricultores existe pouca ou nenhuma jus tificativa para reduções drásticas no uso de nu trientes A mensagem é as doses de fertilizantes devem ser as ótimas para construir eou manter alta fertilidade do solo mesmo com preços menores da produção eou altos custos dos fertilizantes Existem limites mas muitos agrônomos compreendem que a dose mais lu crativa do fertilizante é próxima ao topo da curva de resposta da produção Assim os níveis de fertilidade do solo de todos os nutrientes das plantas devem ser levados para a faixa alta e em seguida mantidos para alcançar altas pro dutividades baixar os custos de produção por unidade aumentar o lucro potencial e melhorar o ambiente CONSTRUINDO A FERTILIDADE DO SOLO UM INVESTIMENTO A LONGO PRAZO A compra do fertilizante nitrogenado representa um investimento a curto prazo uma vez que o retorno é esperado durante o ano de aplicação Nutrientes como o fósforo o potássio o cálcio o magnésio e outros são diferentes porque somente uma parte do retorno total do seu uso ocorre durante o ano de sua aplicação Na maioria dos solos a maior parte do fósforo e do potás sio tornase disponível com o tempo e é usada por cul turas futuras Da mesma forma que os custos de desmatamento e preparo da terra para o plantio de culturas perenes e instalação de redes de drenagem ou sistemas de irri gação são recuperados com o correr de vários anos assim são os custos com fósforo e potássio que de vem ser amortizados em vários anos Seus benefícios são a longo prazo na natureza e assim devem ser tra tados O exemplo ilustrado na Tabela 99 mostra o menor custo para construir a fertilidade do solo passando de 25 mgdm3 para 30 mgdm3 e a quantidade de resposta na produção necessária para pagar por aquele aumen to do fósforo no solo Para alcançar isto são necessários cerca de 100 kg de P2O5ha a um custo de US 5900 assumindo o preço do P2O5 de US 059 por kg Este exemplo mostra que no período de pagamento de 10 anos e preço do milho a US 010 por kg a pro dução teria que aumentar 113 kg por ano para recupe rar o custo do fertilizante fosfatado Ou se não houve resposta em cinco anos dos dez um aumento médio de 226 kg por hectare durante os outros cinco anos ainda pagaria o custo do P2O5 Não faz sentido econô mico permitir que o fósforo o potássio e outros nutrien tes essenciais limitem a produção A construção da fertilidade ofe rece várias vantagens para o agri cultor se a terra é própria ou ar rendada Após a construção da fertilidade do solo para atingir a faixa alta são necessárias apenas doses moderadas de fertilizantes para manter o nível O potencial de produção é mantido por 5 10 e mesmo 50 ou mais anos A construção da fertilidade do solo vai devolver altas produções de amortização cada ano mes mo com seca excesso de umi dade frio calor doenças ou ou tros estresses Preço do milho USt Tabela 98 Na China compensa adubar canadeaçúcar e amendoim com as doses recomendadas de K2O mesmo quando com altos preços do fertilizante e baixos preços dos produtos colhidos Aumento1 no retorno líquido Aumento2 no retorno líquido USha nos preços indicados USha nos preços indicados de canadeaçúcar3 de amendoim USt e RBC USt e RBC 1786 RBC 5357 RBC 143 RBC 286 RBC 143 327 71 1089 212 106 62 233 124 179 474 56 1074 169 101 50 227 99 214 300 47 1062 141 96 41 222 83 250 287 40 1048 121 91 36 217 71 1 Aumento médio da produção de 213 tha com 378 kg de KClha 2 Aumento médio da produção de 885 kgha com 143 kg de KClha 3 Preços atuais da canadeaçúcar de US 5357t e do amendoim de US 250t Custo de KCl US Manual Fertpmd 11042016 1149 124 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 125 Tabela 99 Pagamento anual do aumento da produção de milho necessário para pagar o custo do aumento do fósforo em 10 kgha na análise de solos a 12 de juros nos custos Resposta anual de produção necessária se o preço do milho é USt 80 100 120 1 6723 853 715 571 5 1665 213 176 138 10 1062 138 113 88 20 803 100 88 69 Em alguns casos o valor da terra para revenda aumenta com a produtividade Compradores es pertos vão pagar mais por terras bem manejadas porque eles sabem que os custos com os fertili zantes serão menores enquanto o potencial de pro dução permanece alto Devese lembrar que altas produções removem grandes quantidades dos nutrientes primários e secun dários e podem exaurir o suprimento de micronutrien tes do solo em muitos casos ver Tabelas 31 41 51 61 e 71 Além da remoção pelas culturas os nutrien tes podem ser perdidos ao serem complexados no solo através da erosão e lixiviação e por volatilização do solo e superfícies das folhas Um bom manejo ajuda a minimizar essas perdas Para assegurar que todos os nutrientes essenciais estão disponíveis em quantidades adequadas e para determinar quais nutrientes são deficientes e quanto deles é necessário a análise do solo deve ser feita re gularmente Isto ajuda o agricultor a monitorar e mane jar os nutrientes para obter altas produções e altos lu cros EFEITOS DE LONGA DURAÇÃO DOS FERTILIZANTES A correção e a manutenção da fertilidade do solo são partes importantes da lucratividade a longo prazo À medida que os agricultores melhoram o manejo in cluindo as práticas de adubação durante vários anos as produções e os lucros aumentam A Figura 94 mos tra como a correção dos níveis de potássio durante qua tro anos de cultivo contínuo de milho aumentou os teo res na análise de solo e aumentou a produção de soja após o quarto cultivo do milho Os benefícios residuais da alta fertilidade do solo para potássio na produção da soja são apenas parte da história O aumento mé dio nas produções de milho em quatro anos foi de 16 to neladas por hectare Ohio EUA Figura 94 O potássio aplicado no milho corrige o K do solo e aumenta a produção de soja Um agricultor deve levar em conta que tomar por base decisões sobre o manejo de fertilizantes em re sultados de curto prazo pode levar a resultados inade quados ou mesmo desastrosos A Figura 94 ilustra bem esse ponto A Figura 95 mais uma vez demonstra que as deci sões sobre o manejo de fertilizantes devem tomar por base dados de longo prazo A cultura do arroz em 1981 não mostrou grandes diferenças entre os tratamentos NP e NPK Figura 95 Alguns agricultores podem até optar a partir dos dados de 1981 por não usar qual quer fertilizante Entretanto as produções das parce las testemunhas começaram e continuaram a diminuir já no ano de 1982 enquanto os tratamentos NP e NPK permaneceram com as produções bem próximas da quelas obtidas nos dois primeiros anos Mas veja os dados de 1983 em diante A superioridade das produti vidades nos tratamentos com NPK é inquestionável No período de 10 anos Figura 95 a média de produção da parcela testemunha T foi de apenas 31 tha enquanto a parcela NP produziu 50 tha Nos preços atuais teria havido um aumento de US 20900 haano na renda enquanto os gastos com N e P atingi riam apenas US 11700 Melhor ainda foi o resultado do uso da adubação balanceada NPK que produziu uma média de 59 tha para um aumento no lucro anual de US 12200 O custo adicional foi de apenas US 3200 Iniciando em 1981 se o agricultor optasse por não usar N e P as perdas atingiriam um total de US 209000ha nos pró ximos 10 anos Por não usar uma melhor prática de Período de Pagamento anual pagamento necessário anos USha Manual Fertpmd 11042016 1149 125 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 126 manejo MPM no caso uma adubação balanceada as perdas teriam um adicional de US 122000 A adu bação balanceada é lucrativa a longo prazo Hunan China Figura 95 Flutuações da produção de arroz em experi mentos de longa duração AS INTERAÇÕES E A EFICIÊNCIA DOS FERTILIZANTES Uma interação pode ser definida como o efeito de um insumo ou fator de produção na resposta de outro fator ver Tabela 910 A Tabela 910 ilustra como a variedade e a população de plantas interagem para aumentar a produção de uma variedade de milho en quanto diminui em outra variedade A importância des ses dados é ilustrar que só se pode otimizar as produ ções e os fertilizantes serem usados de modo eficiente quando outros princípios de manejo eficientes varie dade adequada e melhor população de plantas forem seguidos Obviamente o agricultor que cultiva a varie dade Danyu15 com uma alta população de plantas está usando uma melhor prática de manejo MPM Tabela 910 Variedade e população de plantas interagem para aumentar ou diminuir as produções de milho tha a um nível ótimo de fertilidade Produção tha na população plantasha de 63420 72465 81525 90585 Danyu15 101 108 110 114 3A 70 82 86 77 MoA 74 72 70 67 Yunnan China Os dados da Tabela 911 mostram como o N o P e o K interagem para aumentar as produções de trigo e melhorar a eficiência no uso de N A análise dos dados mostra que o fósforo foi o nutriente mais limitante dos três mas foram necessários N P e K para atingir a maior produção Tabela 911 Nitrogênio fósforo e potássio interagem para aumentar as produções de trigo e melhorar a eficiência no uso do nitrogênio Tratamento kgha N P2O5 K2O 0 0 0 20 112 0 0 16 144 112 135 0 30 271 112 0 135 18 156 112 135 135 35 313 Oklahoma EUA As culturas mostram maior resposta quando a adu bação e outras práticas de manejo interagem positiva mente As interações incluem fatores como espaça mento entre linhas épocas de plantio populações de plantas variedades usadas controle de plantas inva soras e de pragas rotações pH do solo e outros Me lhores retornos dos fertilizantes são obtidos quando se segue um sistema de produção de melhores práticas de manejo MPM Muitas interações que influenciam o uso eficiente de fertilizantes envolvem práticas de manejo que custam muito pouco ou não custam nada Tabela 912 O momento preciso por exemplo é im portante para o plantio para a disponibilidade dos in sumos para o controle de pragas ou para a simples monitoração no campo Tabela 912 Algumas práticas de manejo que custam muito pouco ou nada extra Momento preciso Preparo do solo Variedade híbrido Época de plantio Largura das ruas Localização da semente Localização do fertilizante Manter as anotações Observações no campo População de plantas ADUBANDO PARA PRODUTIVIDADE MÁXIMA ECONÔMICA PME A produtividade máxima econômica PME é aque la produção onde os custos por unidade produzida bai xam até o ponto do maior retorno líquido por hectare ou seja a produção mais lucrativa Outra definição de produtividade máxima econômica PME seria de um sistema de produção das melhores práticas de manejo MPM Variedade Produção de Eficiência de N grãos tha kgkg de N Manual Fertpmd 11042016 1149 126 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 127 A PME varia de um ano para outro e de uma gleba para outra O clima as pragas e outros fatores que in fluem nas produções devem ser tratados com uma base específica local Cada um vai afetar o manejo dos insumos da produção inclusive dos fertilizantes Quando se torna antieconômico aumentar as do ses dos fertilizantes Certamente não é no ponto do retorno máximo por real investido e sim no ponto de lucro máximo Muito tem sido falado sobre incremen tos decrescentes O pontochave para incrementos adi cionais de fertilizantes não é se o último incremento produziu um retorno tão grande como o precedente mas se o retorno foi maior do que o custo A Tabela 913 ilustra este princípio Tabela 913 Retornos da adubação nitrogenada do mi lho Retorno líquido para N adicional ha 0 50 33 63 132 11451 720 67 74 107 8941 563 101 82 088 7210 453 135 89 069 5330 335 168 94 050 3440 216 202 97 025 920 058 236 97 006 960 060 Com base em milho a US 10000t e preço do N de US 053kg EUA O incremento de 33 kg passando de 135 para 168 kg de Nha produziu cerca de um terço do retorno dos 33 kg iniciais de N mas ainda deu um retorno líquido de US 3440 por hectare ou US 216 para cada dólar investido O agricultor deve avaliar os riscos qual se ria a margem em comparação ao potencial de perda da produção ou baixos preços da produção que ele ou ela estão dispostos a enfrentar No fim a melhor chance para obtenção de lucros elevados de forma sustentá vel vem do uso das MPM ou PME Anteriormente neste capítulo as oportunidades de lucro foram relacionadas com produtividades mais al tas e menores custos por unidade produzida Agriculto res de ponta estabelecem altas metas de produtivida de porque eles querem maximizar suas oportunidades de lucro ou zonas de lucro Eles sabem que as coisas nem sempre acontecem conforme planejado As produtividades podem ser menores do que as metas almejadas Os preços podem ser menores do que o esperado Ambos produções e preços podem ser menores do que o esperado Os custos de produção podem exceder o orça mento previsto Produtividades altas e obtidas com eficiência po dem ajudar a neutralizar esses pontos negativos e ex pandir as zonas de lucro A Figura 96 mostra três zo nas de lucro três metas de produção e três níveis de custo de produção para o milho com três preços de vendas US 8000t US 10000t e US 12000t Observe que as zonas de lucro se expandem à medida que as produtividades aumentam à medida que se aproxima da PME Um agricultor com uma meta de produção de 44 tha de milho poderia tolerar apenas uma perda de 044 tha ou uma queda no preço de US 1440t sem sofrer uma perda mesmo com o milho no valor de venda mais alto US 12000t Por outro lado um agricultor com uma meta de 113 tha poderia ainda ganhar di nheiro com reduções de 43 tha na produção ou de US 5000t no preço A resposta é clara adube e siga outras MPM para atingir PME Figura 96 Zonas de lucro influenciadas pelo preço do milho custo e produção OUTROS ASPECTOS DA ADUBAÇÃO Calagem e pH do solo A calagem dos solos ácidos para aumentar a efi ciência do fertilizante é uma importante prática de ma nejo Ela reduz os níveis de substâncias tóxicas no solo melhora as características físicas do solo e aumenta a Dose de N Produção Aumento Retorno kgha tha tha US de N Manual Fertpmd 11042016 1149 127 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 128 atividade microbiana A Tabela 914 mostra como as respostas à calagem podem ser dramáticas Quão efi ciente seria a adubação em tais solos ver Capítulo 2 para mais informações sobre calagem Tabela 914 Resposta da soja à calagem pH do solo Dose de calcário Produção tha tha 51 0 12 22 25 42 0 11 134 29 Preparo do solo Na América do Norte na Europa e em vários outros países a mudança das práticas convencionais de pre paro aração e gradagem para sistemas de preparo reduzido plantio direto cultivo mínimo está forçando mudanças nos métodos de aplicação de fertilizantes O manejo de resíduos sistema de leiras e outros fato res de manejo estão alterando os padrões radiculares e os hábitos de crescimento por causa de mudanças nas temperaturas do solo na retenção de umidade na distribuição de nutrientes e no acúmulo de matéria or gânica Os Capítulos 3 4 5 e 10 discutem vários as pectos do manejo do preparo do solo e dos resíduos no uso de fertilizantes e na proteção ambiental O uso da adubação de arranque e a localização dos adubos são mais importantes à medida que a freqüência do prepa ro do solo é reduzida Melhoria na qualidade da cultura Muitas vezes a qualidade extra produzida pelos fer tilizantes aumenta o valor de mercado o suficiente para pagar pelos fertilizantes Uma melhor nutrição de plan tas influencia a qualidade dos produtos de várias for mas Isto é claramente observado com o trigo mostra do na Figura 97 Uma adubação balanceada é impor tante para o amadurecimento adequado como mos trado no Conceito de Produção 91 O nitrogênio aumenta o teor de proteína em cultu ras não leguminosas produtoras de grãos e forrageiras A Tabela 915 mostra como o nitrogênio aumenta tanto a produção como o teor de proteína no milho No Vietnã a soja crescendo em solo degradado na parte norte do país mostrou aumentos na produção de proteína no grão e na quantidade de óleo com uma adubação balanceada Tabela 916 O fósforo também aumenta a qualidade dos grãos e da forragem Em um estudo no Arizona EUA vacas de corte com 02 de P na sua ração tiveram uma taxa de concepção de 59 em comparação com 89 quando o P da dieta aumentou para 03 Figura 97 A qualidade das sementes de trigo mostra a necessidade de uma adubação balanceada Sichuan China Tabela 915 O nitrogênio aumenta a produção e o teor de proteína no milho Dose de N Produção de grãos Proteína nos grãos kgha tha 0 74 80 100 100 85 200 115 95 Tabela 916 Fósforo e potássio combinam para aumen tar a produção e fatores de qualidade na soja Dose kgha N P2O5 K2O 30 45 0 10 416 217 30 45 45 12 495 248 30 45 90 13 557 264 30 90 0 14 575 296 30 90 45 16 632 322 30 90 90 17 680 345 Vietnã O potássio reduz a intensidade de doenças das cul turas tais como ferrugem da vagem e do caule da soja o que leva a uma maior qualidade e menores perdas durante o armazenamento ver Conceito de Produção 51 Na China o potássio diminuiu as doenças de ma neira tão acentuada que os agricultores pensaram que o adubo potássico fosse um fungicida A Tabela 917 mostra o efeito do potássio nas doenças de várias cul turas na China Produção de grãos Proteína Óleo tha kgha kgha Manual Fertpmd 11042016 1149 128 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 129 CONCEITO DE PRODUÇÃO 91 O FERTILIZANTE ACELERA A MATURIDADE A MATURIDADE DA PLANTA É COMO O LUCRO DO AGRICULTOR quando se relaciona com o cres cimento A maturidade como o lucro está no balanço BALANÇO DA FERTILIDADE A planta está no campo para crescer reproduzirse e produzir sementes E ela sabe disso Freqüentemente a planta evita atingir a maturidade das sementes e dos frutos UMA ADUBAÇÃO EQUILIBRADA ajuda a acelerar a maturidade Efeito na maturidade do milho Dose de fertilizante kgha NP2O5K2O NP2O5K2O 3371680 337168225 Porcentagem de plantas embonecadas em 21 de julho 4 42 Produção tha 95 118 Efeito na maturidade do algodão Dose de fertilizante kgha NP2O5K2O NP2O5K2O 05656 125656 Primeira colheita 66 81 Produção de pluma kgha 2129 2345 Manual Fertpmd 11042016 1149 129 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 130 Tabela 917 O potássio diminui a incidência de doenças quando adicionado a fertilizantes contendo N e P Cultura Doença Redução da doença Arroz Crestamento da bainha 2654 Brusone 3045 Doenças bacterianas 1330 Mancha parda 8088 Algodão Vermelhão das folhas e murcha do caule 13 Soja Podridão da vagem 48 Milho Podridão do caule 32 China Numerosos projetos de pesquisa na China têm mos trado que a qualidade da cultura é melhorada pela adi ção de potássio na adubação NP adubação balancea da Aumentos de 68 na produção de arroz polido sem casca de 046 mg100g no teor de vitamina C em citros de 46 kgg na resistência da fibra do rami de 0826 mm no comprimento da fibra de algodão de 146268 nas gorduras brutas em canola e de 04 045 no teor de açúcar na melancia têm sido citados na literatura Outros nutrientes essenciais às plantas também podem afetar a qualidade da cultura A Figura 98 mos tra como o enxofre S aumentou o teor de proteína na grama bahia Florida EUA Figura 98 O enxofre aumenta o teor de proteína na gra ma bahia FONTES ORGÂNICAS DE FERTILIZANTES O uso de fontes orgânicas ou naturais tem sido o carrochefe na China e em muitos outros países em desenvolvimento durante séculos Hoje o mesmo sis tema está recebendo grande atenção na América do Norte Europa e outras partes do mundo Embora a produção agrícola tenha utilizado fontes orgânicas como esterco animal por anos e continua a utilizar existem limitações de ordem prática e econô mica para o seu uso A China que no passado era con siderado um país que poderia sobreviver somente com adubos orgânicos é agora o maior consumidor de fer tilizantes manufaturados A China é um bom exemplo das limitações do uso de adubos orgânicos Sob o ponto de vista da produção das culturas não existe diferença entre as várias fontes de nutrientes porque as plantas não utilizam os nutrientes na sua for ma original Pelo contrário todos os nutrientes preci sam estar na forma iônica antes deles poderem ser absorvidos pelas raízes das plantas Assim sendo se a fonte original é orgânica ou inorgânica não tem identi dade para as plantas As plantas necessitam da presença dos nutrien tes em quantidade adequada contínua e balancea da para assegurar seu desenvolvimento Como con seqüência os fertilizantes orgânicos e os inorgânicos devem ser utilizados juntos para alcançar PME A preocupação de alguns de que os fertilizantes manufaturados não são naturais não tem base cientí fica Na realidade o processamento e a utilização dos depósitos de fósforo e potássio representam o fim da reciclagem levando os nutrientes de volta ao solo de onde eles foram removidos originalmente pelo intem perismo natural Quanto ao nitrogênio aproximadamen te 80 da atmosfera da Terra é N gasoso aquele que nós respiramos a cada momento que é usado para fa bricar fertilizantes nitrogenados e o mesmo nitrogênio que o sistema Rhizobiumleguminosa utiliza para pro duzir seu próprio nitrogênio Fertilizantes manufatura dos são tão naturais na sua origem como as fontes orgânicas O LUGAR DO FERTILIZANTE NA PROPRIEDADE COMO UM TODO Algumas vezes problemas de fluxo de caixa exi gem retornos a curto prazo ao invés de benefícios a longo prazo Neste caso todo o potencial para com pra de insumos inclusive fertilizantes deve ser avalia do em relação à meta de máximo retorno sobre o últi mo dólar gasto A Tabela 918 ilustra este princípio so bre o retorno a curto prazo do último incremento do fertilizante fosfatado comprado O preço da soja foi de US 024kg e o do P2O5 de US 059kg Neste exemplo da Tabela 918 um agricultor para maximizar o lucro aplicaria cerca de 68 kg de P2O5ha Manual Fertpmd 11042016 1149 130 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 131 Entretanto se o capital está limitando todas as com pras desejadas o retorno ao último incremento de fósfo ro tornase importante Se outro insumo por exemplo suplemento protéico estiver apto a retornar US 200 por dólar investido este suplemento deve ser adquirido antes que a adu bação com P2O5 ultrapasse 51 kgha RESUMO Lembrese o manejo dos fertilizantes deve ser con siderado a longo prazo mas a realidade da economia a curto prazo muitas vezes abre precedentes Devese enfatizar entretanto que tais considerações apenas são importantes quando a economia a curto prazo dita as regras Tabela 918 À medida que se aumenta a dose de fosfato para a soja o lucro aumenta para um máximo mas o retorno a curto prazo por dólar investido no último incremento diminui Aumento da Valor do Lucro do Retorno sobre o produção incremento P2O5 último incremento kgha tha kgha USha USha USUS 0 235 17 259 236 4892 3889 487 34 276 175 3854 6740 384 51 287 108 2372 8109 236 68 292 47 1038 8144 103 85 293 13 296 7437 070 Dose de P2O5 Produção Manual Fertpmd 11042016 1149 131 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 132 CAPÍTULO 9 ADUBE PARA TER LUCRO PERGUNTAS DE REVISÃO 1 Entre 1950 e o início da década de 90 a produção de fertilizantes aumentou de cerca de para ao redor de milhões de toneladas por ano 2 C ou E O descobrimento e a exploração das reservas de potássio do Canadá ocorreram após 1950 3 O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA estima que a produção de várias culturas nos Estados Unidos deverá duplicar nos próximos a anos 4 C ou E Reduzir as doses de fertilizantes vai diminuir os custos de sementes e pesticidas 5 C ou E Reduzir as doses ótimas de fertilizantes vai diminuir a renda potencial 6 Cerca de da produção total das culturas é devido aos fertilizantes entretanto em certos campos indivi duais os fertilizantes são responsáveis por até ou mais 7 Um dólar investido em fertilizantes pode devolver até US ou mais 8 Os quatro componentes do lucro do produtor são e 9 Quando almejar altas produções estabeleça um programa de aumento das produções de a anos e trabalhe para obter uma porcentagem de aumento anual de a desde que você como produtor seja um bom empresário 10 C ou E Altas produções ajudam a proteger o ambiente 11 C ou E Altas produções baixam os custos de produção por unidade e dão um maior retorno por hectare 12 C ou E À medida que os custos de produção caem os lucros aumentam 13 Culturas de altas produtividades aumentam diminuem os riscos associados com preços baixos 14 C ou E Quando os preços dos fertilizantes são altos e o valor das culturas é baixo o uso de fertilizantes deve ser reduzido drasticamente 15 A análise de solos deve ser construída para levar à faixa e em seguida mantida para suportar produções custos de produção e potencial de lucro 16 C ou E À medida que a relação entre preços da cultura e custos de fertilizante se estreita há uma queda proporcional no uso econômico do fertilizante 17 A compra de fertilizantes nitrogenados é um investimento a curto prazo longo prazo 18 A compra de fósforo e potássio é um investimento a curto prazo longo prazo 19 C ou E O valor de revenda da terra pode ser aumentado pelo manejo eficiente dos fertilizantes 20 Um dos benefícios da alta fertilidade do solo é seu efeito na produção das culturas subse qüentes 21 Uma referese ao efeito de um fator de produção na resposta de outro fator 22 O plantio cedo e a adubação potássica do milho positivamente para aumentar o potencial de produção 23 Quatro insumos de produção sem custos ou de baixos custos são e Manual Fertpmd 11042016 1149 132 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 133 24 Aquela produção da cultura na qual os custos unitários são diminuídos para o ponto de maior retorno líquido por hectare é conhecida como 25 C ou E PME é um sistema de MPM 26 C ou E A chave para decidir pelo uso de incrementos adicionais de fertilizantes é se o último incremento produziu ou não um retorno tão alto como o precedente 27 As zonas de lucro potencial à medida que as produções aumentam 28 C ou E A calagem diminui as substâncias tóxicas no solo 29 C ou E A mudança para sistemas de preparo reduzido do solo vai ter pouca influência nos métodos de aplicação dos fertilizantes 30 O nitrogênio aumenta diminui o teor de proteína em plantas não leguminosas 31 O fósforo aumenta o teor de P nos grãos e forragens e melhora a de vacas para corte 32 O potássio diminui as doenças na soja tais como a ferrugem da e do 33 C ou E O enxofre aumenta o teor de proteína das culturas 34 Existem limitações de ordem e para uso de fontes orgânicas de fertilizantes como o esterco animal 35 C ou E Sob o ponto de vista da cultura não existem diferenças entre as várias fontes de fertilizantes 36 Fertilizantes manufaturados são não são produtos naturais 37 Algumas vezes problemas de exigem retornos a curto prazo ao invés de benefícios a longo prazo Manual Fertpmd 11042016 1149 133 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 134 Manual Fertpmd 11042016 1149 134 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 135 TODOS OS NUTRIENTES ESSENCIAIS necessá rios para a produção de alimentos e fibras estão envol vidos com a qualidade do ambiente Em conjunto eles aumentam tanto o potencial de produção como a qua lidade ambiental das empresas agrícolas quando usa dos em quantidades adequadas e equilibradas Os nutrientes de plantas promovem uma cultura mais vigorosa sadia e produtiva aquelas que desen volvem um maior sistema radicular mais resíduos de superfície maior velocidade na formação da cobertura vegetal melhoria na eficiência de uso da água e maior resistência a estresses decorrentes de seca pragas temperaturas baixas época de plantio etc Embora os nutrientes essenciais das plantas exer çam um papel vital no suprimento adequado de alimen tos e na proteção do nosso ambiente alguns apresen tam certos riscos a esse último quando manejados de maneira inadequada Os dois nutrientes mais freqüen temente associados com manejo inadequado e com a poluição ambiental são o nitrogênio N e o fósforo P NITROGÊNIO Perdas de nitrogênio podem ocorrer com a erosão do solo O nitrogênio do solo em resíduos das culturas esterco de animais e em outras frações orgânicas in clusive biomassa de microrganismos do solo está su jeito à erosão e ao movimento com a água e sedimen tos do solo A maior preocupação em relação ao N e o ambiente diz respeito ao movimento potencial do Nnitrato N NO3 não utilizado ou em excesso através do perfil do solo e que atinge o lençol freático lixiviação Em fun ção de sua carga negativa o NNO3 não é atraído para as várias frações do solo Ao contrário ele está livre CAPÍTULO 10 NUTRIENTES DE PLANTAS E O AMBIENTE Página Nitrogênio 135 Fósforo 136 Potássio magnésio e enxofre 137 Micronutrientes 137 Os dois objetivos principais para produção lucrativa e segurança ambiental 137 Adote planos de manejo par atingir metas de produtividade e ambientais 139 Perguntas de revisão 143 para lixiviar à medida que a água se movimenta pelo perfil do solo A Figura 101 ilustra o movimento relati vo do NNO3 em diferentes tipos de solo Todas as fontes de N comercial leguminosas re síduos de culturas matéria orgânica do solo e estercos de animais são rapidamente convertidas para a for ma de NNO3 nos solos ver Capítulo 3 Conseqüente mente todas estão sujeitas à lixiviação para o lençol freático a menos que sejam utilizadas por uma cultura em crescimento ou retidas na forma de N amoniacal NNH4 através de práticas de manejo Figura 101 O Nnitrato é mais passível de se movimen tar para baixo em um solo arenoso do que em um solo argiloso Manual Fertpmd 11042016 1149 135 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 136 Existe pouca base científica para recomendar uma fonte de N ao invés de outra por razões ambientais Fontes de N orgânicas em geral deixam maiores ní veis de NNO3 no solo porque com base na tecnologia atual eles são mais difíceis de manejar adequadamente do que fontes comerciais de N Como descrito no Capítulo 3 o N sofre transforma ções no solo dependendo de vários fatores incluindo umidade temperatura pH do solo aeração do solo etc O resultado final é um ganho líquido ou perda de N na natureza O processo total é conhecido como o Ci clo do Nitrogênio como mostrado na Figura 102 Práticas culturais podem controlar em grande par te as perdas de N dos solos agrícolas Isto é recomen dável tanto sob o ponto de vista econômico quanto ambiental Diminuição das perdas de N significa maior disponibilidade para a produção das culturas e menor possibilidade de movimento para as águas superficiais e para o lençol freático FÓSFORO O fósforo tem sido associado com efeitos ambien tais principalmente pela eutrofização de lagos baías e áreas de água parada Eutrofização é a resposta des tas águas ao enriquecimento excessivo de nutrientes Esse enriquecimento pode ser natural ou causado pelo homem Os sintomas de eutrofização são crescimento excessivo de algas formando tapetes de vegetação aquática e desoxigenação da água exclusão de oxigê nio O fato de que o P é extremamente imóvel nos solos foi discutido no Capítulo 4 Ele é retido adsorvido muito fortemente pelas superfícies dos óxidos e hidróxidos de ferro Fe de alumínio Al e de manganês Mn em solos ácidos Ele é também adsorvido por partículas de argila e em solos calcários é precipitado pelos íons de cálcio Ca para produzir vários tipos de fosfatos de cálcio Figura 102 O ciclo do nitrogênio Manual Fertpmd 11042016 1149 136 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 137 As adições de P usado na agricultura aos arma zenamentos de água são quase totalmente associadas com a erosão O movimento do P está associado à erosão porque O P tem uma solubilidade muito pequena O P movimentase muito pouco na maioria dos solos Concentrações muito pequenas de P são encon tradas na maioria das águas de drenagem Quando a erosão e as perdas de sedimentos são paralisadas as perdas de P são minimizadas POTÁSSIO MAGNÉSIO E ENXOFRE O potássio K na água não apresenta efeito detri mental à saúde ou ao ambiente Ele é essencial para a saúde humana e animal A absorção normal na dieta humana varia de 2000 a 6000 miligramas de K por dia muito acima da concentração nos suprimentos de água O potássio exerce um papel positivo e vital no ambiente porque seu suprimento adequado é essen cial para a utilização eficiente do N e do P ajudando a afastar esses nutrientes dos suprimentos de água A Figura 103 mostra o efeito do K no aumento da produ ção de algodão Com o aumento da produção menos N deixa de ser transportado e assim reduzse o po tencial de lixiviação de NNO3 para o lençol freático Figura 103 A adubação balanceada aumenta a produ ção de sementes de algodão Colômbia Magnésio Mg e enxofre S partindo de fontes usa das na agricultura não são considerados motivos de preocupação ambiental Ambos são nutrientes essen ciais às plantas e precisam ser normalmente forneci dos pela adubação com base em análise de solos e análise foliar Como outros nutrientes essenciais com suprimento inadequado eles podem fazer diminuir a eficiência no uso de N e P MICRONUTRIENTES Os micronutrientes contribuem significativamente para a produção de alimentos e conseqüentemente para a saúde humana Aplicações de micronutrientes com base na análise de solos eou análise foliar apre sentam um impacto ambiental positivo pelos seus efei tos no aumento da produtividade das culturas e no uso mais eficiente de outros nutrientes A importância dos micronutrientes está aumentando à medida que a pro dutividade das culturas aumenta e uma produção agrí cola sustentável requer que eles sejam reaplicados ao solo Existe comumente uma confusão com o cloro Cl um dos micronutrientes essenciais Ele tem sido con fundido com o cloro gasoso que é um gás venenoso e nunca encontrado livre na natureza O cloro ocorre na natureza como cloreto de sódio NaCl cloreto de po tássio KCl e sais de outros metais O cloro não tem sido associado com problemas ambientais ou de saú de Cloreto de potássio muriato de potássio é um importante fertilizante potássico Ele contém cerca de 47 de Cl Cloreto de sódio sal de cozinha comum apresenta mais de 60 de Cl OS DOIS OBJETIVOS PRINCIPAIS PARA PRODUÇÃO LUCRATIVA E SEGURANÇA AMBIENTAL Dois objetivos distintos de manejo das culturas de vem ser considerados para assegurar que quantidades adequadas de nutrientes sejam usadas na agricultura para manter níveis adequados e lucrativos de produ ção e ao mesmo tempo minimizar qualquer efeito po tencial negativo no ambiente Objetivo um Manejar as culturas para ótima eficiên cia dos nutrientes através do uso das melhores práticas de manejo das cultu ras MPM e do sistema de manejo inte grado de culturas MIC nos quais to dos os insumos para produção estão ba lanceados em níveis ótimos Objetivo dois Manejar as culturas para ótima eficiên cia dos nutrientes através do uso de MPM que utilizam técnicas de conser vação do solo e da água de acordo com a especificidade local para otimizar a retenção do solo e minimizar as per das para o lençol freático As MPM envolvem ambas práticas de conserva ção e práticas agronômicas Incorporar tecnologia de MPM em um sistema de produção é a chave para o sucesso econômico e ambiental As MPM são definiti vamente específicas para cada lugar uma MPM para Manual Fertpmd 11042016 1149 137 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 138 um local não é necessariamente a mesma em outro Elas variam para diferentes culturas solos e climas Elas se constituem em práticas que foram testadas pela pesquisa e pela implementação pelos agricultores para atingirem ótimo potencial de produção eficiência dos insumos e proteção ambiental As MPM ajudam o agricultor a alcançar níveis de produção das culturas onde os custos por unidade de produção e lixiviação de NNO3 por unidade de produ ção sejam próximos do mínimo Quase todo NNO3 que é lixiviado durante o inverno ou entre culturas vem da mineralização da matéria or gânica Quando o N do fertilizante é aplicado em do ses que não excedem o ótimo econômico sua contri buição direta para a lixiviação do NNO3 é pequena A produção da cultura utilizando MPM que inclui adubação adequada para ótimo potencial de produção vai aumentar os resíduos das culturas e o potencial de lixiviação de NNO3 da mineralização do N nestes resí duos Mas mais resíduos também significam aumen tos nos níveis de matéria orgânica o que se constitui em fator positivo tanto em termos de fertilidade do solo como de ambiente Práticas de manejo após a colhei ta que minimizem o potencial de mineralização da ma téria orgânica tais como o uso de plantas de cobertu ra fazem parte do pacote de MPM As pesquisas con tinuam a mostrar que a matéria orgânica aumenta o potencial de produção das culturas A Figura 104 dá uma visão conceitual das fontes práticas agrícolas e destino dos nutrientes das plantas em um sistema de produção das culturas As MPM exercem uma função vital ajudando a aumentar a efi ciência no uso de nutrientes pela cultura a aumentar a reciclagem de nutrientes nos resíduos das culturas e a aumentar os níveis de matéria orgânica do solo Ao mesmo tempo as MPM reduzem as perdas de nutrien tes via erosão lixiviação volatilização desnitrificação ou escorrimento superficial O impacto ambiental e a resposta agronômica re sultante de qualquer insumo de produção agrícola são determinados por esse insumo específico mas também pelo nível de manejo de todos os outros insumos ou ações controláveis no sistema de produção À medida que as MPM são colocadas juntas para atingir um sis tema integrado de produção das culturas a eficiência do N e de outros nutrientes aplicados aumenta enquan to as possibilidades de qualquer efeito detrimental so bre a qualidade da água diminui Por exemplo quando o N está equilibrado com ou tros nutrientes advindos de fertilizantes tais como P e Figura 104 Relação das fontes de nutrientes práticas agrícolas e o destino dos nutrientes de plantas em um sistema de produção de culturas adaptada de Follett et al Soil Science Society of America Special Publication 19 1987 Manual Fertpmd 11042016 1149 138 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 139 K a produtividade aumenta Mais N vai para a produ ção da cultura enquanto menos permanece no solo reduzindo assim as chances de lixiviação de NNO3 para o lençol freático A Tabela 101 mostra que a adubação adequada do sorgo granífero em experimentos conduzidos em casa de vegetação resultou em melhor produção e maior eficiência no uso de outros nutrientes Tabela 101 A adubação NPK adequada preserva a pro dutividade Tratamento Produção relativa NPK adequado 100 Sem N 39 Sem P 41 Sem K 80 China A recomendação de fertilizante utilizando as MPM permite às culturas produzirem em um nível econômi co ótimo que para a maioria delas é também o ponto de maior proteção ambiental Um exemplo de recomendação de fertilizante utili zando MPM em pesquisa de trigo na Dinamarca é mostrado na Figura 105 Pouco ou nenhum NNO3 foi deixado no solo acima do nível normal no fim do perío do de crescimento As recomendações de nitrogênio foram ajustadas para um nível de produção ótimo eco nômico Os pesquisadores observaram que a quanti dade de NNO3 lixiviado aumentou muito lentamente comparada com o aumento de produção acima do ní vel de produção ótimo econômico Esta também foi a dose que ocasionou a mínima lixiviação de NNO3 por unidade de produção da cultura Figura 105 Efeito da adubação nitrogenada sobre a pro dução de trigo e lixiviação de NNO3 Corte sia Grupo Agrícola Norsk Hydro as Nor way ADOTE PLANOS DE MANEJO PARA ATINGIR METAS DE PRODUTIVIDADE E AMBIENTAIS 1 Estabeleça metas de produtividade determi ne metas ótimas mas realistas para cada cul tura e para cada gleba A necessidade de nu trientes aumenta com a produtividade A Tabela 102 mostra os nutrientes absorvidos pela cultura do arroz em três níveis de produtividade Consti tuise uma prática para MPM ter certeza de que teores adequados de nutrientes mas não em ex cesso estão prontamente disponíveis para a cul tura desde a semeadura até a maturidade Tabela 102 Exigências nutricionais do arroz para atin gir altas produtividades Absorção de nutrientes kgha N P2O5 K2O Mg S 35 65 28 98 8 6 70 130 56 194 16 12 105 195 84 291 24 18 2 Utilize análise de solo e análise foliar Estas são as melhores ferramentas para a diagnose da quantidade e disponibilidade de nutrientes do solo e as quantidades que devem ser aplicadas para a meta de produtividade Avalie as necessidades de nutrientes com freqüentes análises de solo para P K Ca S Mg micronutrientes e pH A análise foliar confirma diagnoses das necessidades de nutrientes e pode identificar as necessidades du rante o período de crescimento Além disso testes mais confiáveis para a avalia ção da disponibilidade de N no solo estão sendo desenvolvidos O teste de tecidos para N é uma boa ferramenta a ser usada para ajudar a deter minar a quantidade de N a aplicar durante o perío do de crescimento quando se espera doses mais adequadas e utilização mais eficiente do N apli cado A Tabela 103 mostra que a eficiência no uso de N foi aumentada 10 vezes pela adubação com K em um solo deficiente nesse nutriente no Leste de Java Ape sar das produtividades de milho serem baixas os da dos ilustram a importância de uma adubação balancea da no aumento da produção e na proteção do ambien te Onde a fertilidade do solo em relação a P K e ou tros nutrientes constituise em fator limitante a aduba ção balanceada pode aumentar as produtividades e contribuir para a proteção ambiental Isto é verdadeiro para todas as culturas arroz soja hortaliças algo dão café etc Produtividade tha Manual Fertpmd 11042016 1149 139 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 140 Por exemplo a Figura 106 ilustra a importância da adubação balanceada na produtividade de várias cul turas no Paquistão Lembrese à medida que as pro dutividades aumentam mais N é removido do solo resultando em menor potencial para a lixiviação de NNO3 para o lençol freático Tabela 103 O potássio aumenta a produtividade do mi lho e melhora a eficiência no uso do nitro gênio Dose de fertilizante kgha N P2O5 K2O 100 50 0 04 6 94 100 50 50 41 61 39 100 50 100 42 63 37 1 Grãos somente não inclui N nos colmos e raízes Indonésia Figura 106 Efeito da adubação balanceada na produ ção das culturas Paquistão 3 Siga um plano de conservação As MPM para conservação do solo e da água são específicas para cada local Elas incluem preparo conserva cionista terraceamento faixas de culturas em nível escoadouros de água gramados plantio de gramíneas em nível rotação de culturas e plan tas de cobertura controle de microbacias hidro gráficas e escoadouros Um bom plano de conservação do solo e da água para cada propriedade pode ser o fator mais im portante para diminuir a erosão e as perdas po tenciais de solo de água e de nutrientes espe cialmente P retido nos sedimentos e partículas orgânicas Algum tipo de preparo conservacionista pode ser praticado em quase todos os tipos de sistema de produção A Tabela 104 mostra os efeitos positi vos do preparo conservacionista na diminuição do escorrimento superficial da água dos sedimen tos associados e das perdas de P Diminuição no escorrimento superficial representa maior infiltra ção de água e mais água disponível para a cultu ra em crescimento Perdas totais de P são enor memente reduzidas por menores perdas de sedi mentos Tabela 104 O preparo conservacionista reduz o volume do escorrimento superficial e as perdas de sedimentos e de P Volume de escorrimento superficial Lha kgha Convencional aração e gradagem 285000 155 018 Plantio direto 47000 41 001 Maryland EUA 4 Adote as MPM de todos os insumos contro láveis para alcançar maiores produtividades Solos bem adubados juntamente com outras boas práticas de manejo levam a maiores produtivi dades das culturas Altas produtividades com o associado aumento nos resíduos das culturas têm um tremendo efeito positivo na redução do escor rimento superficial da água e das perdas causa das por erosão hídrica e eólica Sempre que for prático os resíduos das culturas devem ser dei xados na superfície do solo para proteção contra erosão eólica e hídrica Altos níveis de fertilidade do solo apresentam mui tos benefícios Um fechamento mais rápido da cobertura vegetal é resultado de melhor nutrição das plantas Isto reduz a energia erosiva das gotas de chuva au menta a eficiência no uso da umidade e reduz a pressão de plantas invasoras A disponibilidade de P nos estádios iniciais de crescimento é especial mente importante para formação rápida da cober tura vegetal O crescimento vigoroso das plantas tanto da par te aérea como das raízes ajuda a manter o solo no seu lugar aumenta a infiltração de água e a sua eficiência de uso e também aumenta a produtivi dade A Tabela 105 mostra um exemplo dos efei tos do bom manejo da fertilidade na produtividade do milho e na eficiência de uso da água Produtividade tha N do fertilizante Removido1 Deixado no solo Tipo de preparo Sedimentos Perda total de P Manual Fertpmd 11042016 1149 140 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 141 5 Planos de aplicação do fertilizante época A eficiência da adubação e o potencial produtivo au mentam quando as aplicações são feitas próximas à época de maior absorção pela cultura Conside re fazer as aplicações nos estádios de crescimen to que correspondem à maior demanda de uso de nutrientes pela cultura Em alguns solos de textura grosseira arenosos aplicações parceladas de K S e alguns micronutrientes podem também ser uma MPM porque o potencial de produção é aumenta do e a proteção ambiental é melhorada pelo uso mais eficiente de outros insumos A Figura 107 mostra que a adubação balancea da juntamente com aplicações em épocas ade quadas aumentou a produção de bananas em cerca de 1500 caixas para exportação por hecta re por ano Devese lembrar que alguma perda de nutrientes vai ocorrer independente do núme ro de aplicações feita Entretanto os fertilizantes não necessariamente aumentam as perdas Na verdade quando se segue o princípio da aduba ção balanceada a eficiência de absorção das plantas aumenta e as perdas de nutrientes são em geral reduzidas aumentando os ganhos do agricultor e protegendo o ambiente 6 Inibidores da nitrificação Estes inibidores re tardam a conversão do N amoniacal NNH4 em N nítrico NNO3 Quando utilizados com doses adequadas de fertilizantes nitrogenados comer ciais ou esterco eles podem aumentar a absor ção de N pela cultura Os inibidores mantêm o N no solo na forma de amônio estável que não está sujeita à lixiviação ou outras formas de perdas O amônio permanece na zona de proliferação das raízes e conseqüentemente está disponível para a absorção das culturas mesmo sob condições de encharcamento do solo que movimenta o N NO3 para maiores profundidades do solo e fora do alcance das raízes das plantas Pesquisas mos tram que o milho o trigo o algodão o sorgo gra nífero e várias outras culturas usam prontamente o amônio e tendem a absorver mais N total quan do o amônio está disponível junto com o NNO3 O uso de inibidores da nitrificação e outras técni cas de estabilização do N são MPM e devem ser consideradas se esses produtos e tecnologia es tão disponíveis em uma dada área Estudos sobre inibidores da nitrificação e outros estabilizantes nos EUA mostraram reduções na lixiviação de NNO3 da ordem de 8 a 27 Além dos benefícios ambientais os inibidores da nitri ficação aumentam o potencial de produção e o uso eficiente das aplicações de N um benefício econômico 7 Planos de localização dos fertilizantes Altas produtividades das culturas não dependem ape nas das doses de fertilizantes e dos métodos de aplicação mas também da localização adequa da A localização adequada dos adubos melhora a disponibilidade de nutrientes para as plantas o que significa altas produtividades e maior eficiên cia nutricional Arranque sulco faixa ou goteja mento injeção profunda e faca são apenas al guns dos termos usados para designar vários métodos de aplicação de fertilizantes Respostas na fase inicial de crescimento para apli cações de fertilizantes em faixas ou sulcos são freqüentemente observadas especialmente de fósforo As respostas são mais freqüentes em cli mas frios ou quando as culturas são plantadas em solos mais frios Estes tipos de respostas são freqüentemente observadas em solos com altos teores de P De maneira geral a localização adequada tem as vantagens de Tabela 105 Efeito da adubação balanceada na produti vidade do milho e eficiência no uso da água Nível de eficiência Produtividade kg grãos da fertilidade tha cm água Baixo 48 75 Médio 93 148 Alto 150 237 635 cm de água Flórida EUA Figura 107 Adubação balanceada em época adequada aumenta a produção de bananas para ex portação Costa Rica Manual Fertpmd 11042016 1149 141 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 142 Possível atraso das reações dos fertilizantes con tendo P e K com o solo por causa do menor con tato solofertilizante Localização mais profunda dos nutrientes no solo onde a umidade para a absorção é menos limitante Menor reação do P com os componentes do solo em função de maiores concentrações de N amo niacal na zona do solo propícia à retenção de P quando N amoniacal e P são aplicados juntos Absorção forçada de N amoniacal causando uma condição mais ácida na superfície das raízes o que favorece a absorção de P RESUMO Como análise final o uso de doses adequadas de nutrientes de plantas para atingir ótimas produtivida des e lucratividade é a chave para a proteção ambiental As MPM desenvolvidas pela pesquisa modificadas e adotadas para condições específicas da propriedade agrícola são importantes tanto para o uso eficiente de nutrientes como para a proteção de nossos recursos de solo e de água Manual Fertpmd 11042016 1149 142 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 143 CAPÍTULO 10 NUTRIENTES DE PLANTAS E O AMBIENTE PERGUNTAS DE REVISÃO 1 C ou E O uso de doses adequadas dos nutrientes essenciais para as plantas melhora nosso ambiente 2 Os dois nutrientes mais comumente associados com a poluição ambiental são e 3 A forma de N geralmente mais associada com o lençol freático e perdas por lixiviação é 4 C ou E O íon nitrato tem uma carga negativa 5 Todas as fontes de N sofrem transformações no solo Estes processos são parte do 6 C ou E O nitrogênio do esterco animal e das leguminosas não é sujeito a perdas por lixiviação 7 C ou E Fontes de N orgânico geralmente deixam maiores níveis de NNO3 no solo porque elas são difíceis de manejar 8 C ou E Boas práticas culturais podem em grande parte controlar as perdas de N dos solos agrícolas 9 C ou E O fósforo é praticamente imóvel no solo 10 C ou E Adições de P nos depósitos de água represas lagos etc são na maior parte provocadas pela ero são 11 A resposta desses depósitos de água aos excessos de nutrientes é conhecida como 12 C ou E O potássio não é associado a problemas ambientais 13 C ou E O potássio exerce um papel positivo no ambiente porque ajuda a aumentar a eficiência no uso de N e P 14 C ou E O cloro que é aplicado nas culturas como KCl apresenta efeitos negativos sobre a qualidade da água e a saúde humana 15 As MPM incluem manejo das culturas associado com e 16 C ou E As MPM são específicas para cada local 17 As MPM aumentam diminuem a eficiência dos nutrientes para as plantas 18 C ou E A recomendação de fertilizantes pelas MPM significa que tanto a produtividade ótima econômica quanto o mínimo impacto ambiental serão atingidos 19 O uso das MPM aumenta diminui os custos por unidade de produção 20 Quase todo o NNO3 lixiviado durante os meses de inverno vem da mineralização da 21 Quando as doses de N excedem àquelas para MPM e produtividades ótimas econômicas o potencial de lixi viação do NNO3 aumenta diminui 22 As duas melhores ferramentas de diagnose para determinar a quantidade e disponibilidade de nutrientes para as plantas são a e a 23 C ou E A análise de solo para determinação do teor de nitrato e o teste de tecidos estão sendo mais ampla mente utilizados Manual Fertpmd 11042016 1149 143 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 144 24 Liste cinco MPM para conservação do solo e da água 25 C ou E Maiores produtividades e o aumento associado de resíduos de culturas têm um tremendo efeito po sitivo no controle do escorrimento superficial de água e na redução da erosão hídrica e eólica do solo e nutrien tes 26 C ou E A eficiência no uso de nutrientes aumenta quando o N do fertilizante é aplicado próximo à época de maior absorção pelas culturas 27 Inibidores da nitrificação retardam a conversão de em 28 A localização dos fertilizantes é uma importante ferramenta de manejo tanto sob aspectos agronômicos como do ambiente Liste quatro maneiras de localização de fertilizantes que podem ser importantes num sistema de produção aumentando a eficiência de uso e controlando o impacto ambiental Manual Fertpmd 11042016 1149 144 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 145 ABSORÇÃO Processo pelo qual uma substância pe netra e é incluída dentro de outra substância isto é absorção de gases água nutrientes ou outras subs tâncias pelas plantas ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Processo de absor ção de nutrientes pelas plantas usualmente através das raízes Pequenas quantidades de nutrientes podem ser absorvidas através das folhas pelo uso da aduba ção foliar ACIDEZ ATIVA Atividade do íon de hidrogênio na fase aquosa de um solo Ela é medida e expressa como um valor de pH ACIDEZ POTENCIAL OU DE RESERVA Quantidade de íons trocáveis de hidrogênio no solo que pode ser liberada para a solução do solo por troca de cátions Os íons de hidrogênio trocáveis retidos nos colóides do solo são chamados de acidez potencial ou de reser va Esse tipo de acidez está em equilíbrio dinâmico com íons de hidrogênio na solução do solo acidez ati va Cálculos conservadores sugerem que a acidez potencial ou de reserva pode ser 1000 a 100000 ve zes maior que a acidez ativa em um solo argiloso ACIDEZ RESIDUAL Acidez final que é desenvolvida em decorrência do uso de fertilizantes em um horizon te específico do solo após os sais residuais terem sido removidos desse horizonte específico pela lixiviação ÁCIDO Uma substância que libera íons de hidrogê nio uma condição em que a atividade do íon hidrogê nio excede a da hidroxila ADESÃO Atração molecular entre superfícies que mantém as substâncias juntas A água adere às partí culas do solo ADSORÇÃO Retenção de uma substância por uma superfície de um sólido ou de um líquido ADSORÇÃO ELETROSTÁTICA Adsorção causada pela atração elétrica de íons por uma superfície com carga ADUBAÇÃO A DOSES VARIÁVEIS É a técnica que muda as doses de fertilizantes de acordo com as mu danças nos níveis de nutrientes disponíveis no solo à medida que o mecanismo aplicador é movimentado pela área GLOSSÁRIO ADUBAÇÃO A LANÇO Aplicação de fertilizantes só lidos ou fluidos ou outro material na superfície do solo com ou sem incorporação subseqüente por práticas de preparo do solo Não implica em localização específica em relação às plantas Os nutrientes podem ser aplica dos antes ou após o plantio da cultura ADUBAÇÃO DE ARRANQUE Aplicação do fertilizante no plantio seja em contato direto com a semente ou ao lado e abaixo da semente ADUBAÇÃO EM COBERTURA Aplicação superficial de fertilizante no solo após o estabelecimento da cultu ra ADUBAÇÃO EM FAIXAS É a forma de adubação que envolve a aplicação de fertilizantes sólidos ou fluidos em faixas de largura variável tanto na superfície como na subsuperfície do solo ADUBAÇÃO EM FAIXAS LATERAIS Aplicação do fertilizante em faixa de um lado ou em ambos os lados da cultura ADUBAÇÃO EM PRÉPLANTIO Fertilizante aplica do ao solo antes do plantio ADUBAÇÃO EM SULCO Colocação do fertilizante em uma zona concentrada seja na superfície do solo ou abaixo dela ADUBAÇÃO EM SULCOS PROFUNDOS Referese à aplicação de nutrientes em préplantio a uma profun didade de 5 a 15 cm abaixo da superfície do solo Algu mas aplicações são feitas até a profundidade de 38 cm Os nutrientes aplicados podem estar na forma sólida líquida ou gasosa ADUBAÇÃO LATERAL Aplicação do fertilizante ao lado da linha da cultura após a emergência da planta ADUBAÇÃO PARCELADA Fertilizante aplicado em duas ou mais vezes durante o período de crescimento da cultura Uma adubação em préplantio e uma ou mais aplicações pósplantio são comuns ADUBO VERDE Plantas cultivadas para serem incor poradas ao solo e aumentar sua fertilidade AERAÇÃO Processo pelo qual o ar do solo é substi tuído pelo ar da atmosfera A taxa de aeração depende grandemente do volume e continuidade de poros den tro do solo Manual Fertpmd 11042016 1149 145 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 146 AERAÇÃO DO SOLO Processo pelo qual o ar do solo é substituído pelo ar da atmosfera AGREGADO Partículas individuais de areia silte e argila mantidas juntas em uma partícula maior Os agre gados podem ser esferas blocos placas prismas ou colunas AGRICULTURA DE PRECISÃO Manejo dos insumos aplicações de pesticida população de plantas e outras práticas do sistema produtivo de acordo com as mu danças das características e composição do solo ÁGUA DISPONÍVEL A parte da água no solo que pode ser prontamente absorvida pelas raízes das plan tas Considerada por alguns como a água retida no solo contra uma pressão máxima de aproximadamente 15 bars ALCALINO Contendo ou liberando um excesso de hidroxilas em relação a íons de hidrogênio AMONIFICAÇÃO Processo bioquímico pelo qual o N amoniacal é liberado de compostos orgânicos conten do nitrogênio ANÁLISE DE SOLO Análise química da composição do solo usualmente com a finalidade de estimar a dis ponibilidade de nutrientes para as plantas mas tam bém incluindo a determinação da acidez ou alcalinidade do solo e da condutividade elétrica AREIA Partículas inorgânicas com tamanho variando de 20 mm a 005 mm de diâmetro ARGILA Partículas cristalinas inorgânicas naturais que ocorrem em solos ou outras partes da crosta terrestre Partículas de argila têm menos de 0002 mm de diâ metro BACTÉRIA SIMBIÓTICA Em agricultura a definição usualmente trata de bactéria em nódulos que se de senvolvem nas raízes de leguminosas e que têm a ha bilidade de fixar nitrogênio N2 livre da atmosfera em formas que podem ser utilizadas pela planta hospedei ra BASE Substância que reage com íons H ou libera íons hidroxila OH uma substância que neutraliza ácidos e eleva o pH BASE TROCÁVEL Um cátion básico adsorvido a um colóide do solo mas que pode ser substituído por hi drogênio ou outro cátion BORO B Elemento essencial que pode estar envol vido no transporte de carboidratos Essencial para o crescimento dos tubos polínicos e germinação dos grãos de pólen Provavelmente é o micronutriente com defi ciência mais generalizada CALCÁRIO O termo calcário ou calcário agrícola é aplicado ao calcário moído que contém carbonato de cálcio e carbonato de magnésio cal hidratada hidróxido de cálcio ou cal virgem óxido de cálcio O calcário é usado para diminuir a acidez do solo e fornecer cálcio e magnésio como nutrientes essenciais às plantas CÁLCIO Ca Um nutriente essencial um constituinte da parede celular das plantas necessário para algu mas enzimas O cálcio age como regulador do meta bolismo CAPACIDADE DE CAMPO Porcentagem de água que permanece no solo após dois ou três dias de saturação e após praticamente cessar a drenagem livre Não é uma quantidade exata CAPACIDADE DE TROCA DE ÂNIONS CTA Soma do total de ânions que um solo pode adsorver CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS CTC Soma total dos cátions trocáveis que o solo pode adsorver CARBOIDRATO Substância orgânica com a fórmula genérica CH2On por exemplo açúcares e polissacarí deos CARBONATO Um sedimento formado pela precipita ção orgânica ou inorgânica de uma solução aquosa de carbonatos de cálcio magnésio ou ferro tais como calcário ou dolomita CÁTION Um átomo um grupo de átomos ou com postos que são carregados de cargas elétricas positi vas como resultado da perda de eléctrons CELULOSE O carboidrato mais abundante nas plan tas CICLO DO CARBONO Seqüência de transformações pela qual o dióxido de carbono é fixado nos organis mos vivos pela fotossíntese ou quimiossíntese libera do pela respiração e pela morte e decomposição dos organismos fixadores usado por espécies heterotrófi cas e por fim retornando ao seu estado original CICLO DO NITROGÊNIO As rotas seguidas pelo ni trogênio da atmosfera através dos solos plantas ani mais homem e volta à atmosfera CLORO Cl Um nutriente essencial necessário às plantas para as reações fotossintéticas envolvidas na evolução do oxigênio Ele pode atuar na regulação osmótica CLOROFILA Pigmentos verdes retém a luz para a fotossíntese nas plantas algas e algumas bactérias CLOROSE Uma condição anormal das plantas na qual as plantas verdes perdem a cor ou mudam para ama relo Manual Fertpmd 11042016 1149 146 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 147 COBALTO Co O cobalto é essencial para os ani mais e para a fixação de nitrogênio Ele pode atuar na ativação de enzimas em outras plantas COBRE Cu Um nutriente essencial componente de várias enzimas nas plantas Necessário para a forma ção de clorofila nas plantas COLÓIDE Partículas orgânicas e inorgânicas meno res que 0001 mm em diâmetro Os colóides apresen tam uma grande área de superfície geralmente muito reativa COMPLEXO DE TROCA Todos os materiais argila húmus que contribuem para a capacidade de troca do solo CORRETIVO DE SOLO Substância adicionada ao solo para melhorar seu pH ou propriedades físicas por exemplo calcário gesso turfa COULTER INJECTION Uso de um injetor estreito tipo coulter de alta pressão para colocar fertilizante fluido em uma faixa vertical desde a superfície do solo até a profundidade de penetração do injetor É uma variação da aplicação de fertilizantes em sulco CULTIVO Operação de preparo do solo para semear ou transplantar uma cultura ou mais tarde para contro le de plantas invasoras ou para afofar a terra CULTIVO CONSERVACIONISTA Qualquer sistema de preparo do solo que reduz perdas de solo eou água em comparação com o preparo convencional aração e gradagem onde todos os resíduos são incorporados ao solo CULTIVO MÍNIMO Sistema de preparo cultivo que reduz o número das operações mecanizadas a um mí nimo necessário para criar a condição adequada para o plantio e germinação das sementes CULTURAS EM FAIXAS Técnica que reduz a erosão do solo na qual faixas deixadas em pousio ou faixas de culturas são alternadas com faixas de cereais gra míneas ou leguminosas para produção de feno CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA Gráfico mostran do o teor de umidade do solo em relação à energia aplicada para remover a água curva de liberação de umidade DENITRIFICAÇÃO Redução bioquímica do nitrato NO3 ou nitrito NO2 para N gasoso NO ou N2O Ocorre sob condições deficientes em oxigênio DENSIDADE DO SOLO Em solos referese à massa seca peso do solo por unidade de volume DESORÇÃO Liberação de um íon ou molécula de uma superfície O oposto de adsorção DIAGNOSE FOLIAR Estimativa do estado nutricional de uma planta ou das necessidades de nutrientes do solo para a produção de uma cultura através de análi ses químicas eou manifestações visuais das folhas das plantas DIFUSÃO Movimento molecular ao longo de um gra diente A difusão da água ocorre de áreas encharcadas para áreas secas A difusão de gás e soluto ocorre da zona de alta concentração para zonas de baixa con centração DISPERSO Quebra de partículas compostas tais co mo agregados em partículas componentes individuais ou distribuição ou suspenção de partículas finas tais como argila em ou por um meio disperso como a água DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES Suprimento adequado liberdade facilidade de liberação mobilida de Um termo geral freqüentemente usado na descri ção de formas de nutrientes absorvidos pelas plantas DOLOMITA Mineral formado por carbonatos de cál cio e magnésio termo aplicado a calcário que contém algum magnésio DUAL PLACEMENT Aplicação simultânea de dois fertilizantes em faixas subsuperficiais EFICIÊNCIA NO USO DO FERTILIZANTE Uma ex pressão de unidades de produção por unidade de nu triente fornecido à cultura Expressões comuns incluem kg de produção por kg do nutriente aplicado t de pro dução por kg de nutriente etc ELEMENTO Qualquer substância que não pode ser mais separada exceto por desintegração nuclear ELEMENTOS TRAÇOS Outro termo para micronu trientes ELÉTRONS Partículas pequenas carregadas negati vamente e que são parte da estrutura do átomo ENXOFRE S Nutriente secundário essencial para as plantas É essencial na formação das proteínas pois é parte de certos aminoácidos Como parte das proteí nas é essencial para a atividade das enzimas Está en volvido na formação dos nódulos e na fixação de nitro gênio em leguminosas É essencial para a formação da clorofila sem entretanto ser parte da molécula da clorofila ENZIMAS Catalisadores que dirigem e controlam as reações bioquímicas das células Manual Fertpmd 11042016 1149 147 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 148 EQUILÍBRIO Condição de uma reação química ou de um ecossistema completo no qual ocorrem somente pequenas mudanças com o decorrer do tempo EQUIVALENTE O peso em gramas de um íon ou com posto que combina ou substitui 1 grama de hidrogênio O peso atômico ou da fórmula dividido por sua valência EROSÃO Arrastamento da superfície do solo por escorrimento da água vento gelo e outros agentes geológicos A erosão acelerada é causada por erosão eólica pelos ventos ou erosão hídrica pelas águas em taxas mais aceleradas do que aquelas normais ou causadas por agentes geológicos e em geral associa das com a atividade humana ESCORRIMENTO SUPERFICIAL Água que escorre pela superfície do solo ao invés de infiltrar ESTABILIZADOR DE NITROGÊNIO Um composto que retarda o processo de oxidação do nitrogênio no solo pela inibição das bactérias Nitrosomonas os or ganismos que oxidam nitrogênio amoniacal em nitrito Como conseqüência a produção de nitrato é também diminuída e a lixiviação de nitrato e a desnitrificação são reduzidas Veja inibidores da nitrificação ESTRUTURA No solo referese ao arranjo das partí culas primárias em unidades secundárias ou peds com forma e tamanho particulares EUTROFIZAÇÃO Crescimento abundante de plantas aquáticas que leva a condições de deficiência de oxi gênio em lagos ou cursos dágua e que é acelerado pelo enriquecimento de nutrientes EVAPORAÇÃO Perdas de vapor do solo ou água li vre diretamente para a atmosfera EVAPOTRANSPIRAÇÃO Perdas de água do solo por evaporação mais transpiração EXIGÊNCIA DO FERTILIZANTE Quantidade de cer to elemento nutriente de plantas além da quantidade fornecida pelo solo necessária para aumentar o cres cimento destas a um nível ótimo FERRO Fe Micronutriente metálico essencial ab sorvido pelas plantas como íon ferroso Fe O ferro é um catalisador na formação da clorofila e atua como carregador de oxigênio Ele também ajuda a formar certas enzimas que atuam no sistema respiratório das plantas FERTILIDADE DO SOLO O status de um solo no que diz respeito à quantidade e disponibilidade de ele mentos nutrientes necessários ao crescimento das plantas FERTILIDADE RESIDUAL Teor de nutriente disponí vel de um solo transferido para a próxima cultura após a adubação da cultura anterior FERTILIZANTE Qualquer material natural ou manu faturado adicionado ao solo com a finalidade de suprir um ou mais nutrientes das plantas O termo é geral mente aplicado para designar material manufaturado à exceção de calcário e gesso FERTILIZANTE EM SUSPENSÃO Um fluido conten do compostos nutrientes de plantas dissolvidos ou não dissolvidos As suspensões com materiais não dissol vidos são usualmente produzidas com auxílio de um agente de suspensão sem propriedades fertilizantes argila Agitação mecânica ou ar podem ser necessá rios para facilitar a formação de uma suspensão unifor me do nutriente não dissolvido FERTILIZANTE ORGÂNICO Material orgânico que libera ou supre quantidades utilizáveis de um nutriente de plantas quando adicionado ao solo FERTILIZANTE POPUP Fertilizante aplicado no plantio em contato direto com a semente Uma forma de adubação de arranque FERTILIZANTES FLUIDOS líquidos Este termo se aplica à amônia anidra aqua amônia soluções nitro genadas e misturas de fertilizantes líquidos incluindo líquidos límpidos e suspensões de sólidos em líquidos FERTIRRIGAÇÃO Aplicação de fertilizantes na água de irrigação FIXAÇÃO Processos pelos quais nutrientes disponí veis para as plantas tornamse não disponíveis por rea ção com componentes do solo Em geral referese a reações do fósforo amônio e potássio que conduzem a menor disponibilidade FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO Redução e assimilação do N2 uma capacidade de certas bacté rias de vida livre e simbióticas FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO Conversão do nitrogê nio atmosférico elementar N2 em formas orgânicas e inorgânicas Especificamente em solos a fixação refe rese à assimilação de N2 do ar do solo por organismos do solo na formação de compostos de nitrogênio que são disponíveis para as plantas O processo de fixação de nitrogênio associado com nódulos radiculares em leguminosas é conhecido como fixação simbiótica de nitrogênio FLOCULAÇÃO Ajuntamento de partículas coloidais para formar flóculos Manual Fertpmd 11042016 1149 148 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 149 FLOTATION APPLICATION Um tipo de equipamen to para aplicar fertilizantes provido de pneus largos com baixa pressão com a finalidade de distribuir o peso do veículo em uma maior área do solo diminuindo a com pactação FLUXO DE MASSA Movimento de fluido em respos ta à pressão Movimento de calor gases ou solutos jun tamente com o fluxo de fluidos no qual são contidos FORÇAS CAPILARES Forças entre a água e as su perfícies do solo nos poros pequenos capilares FOSFATO Sal de um éster do ácido fosfórico Na in dústria de fertilizantes entretanto o termo fosfato é usualmente aplicado a qualquer material usado como fertilizante que contenha fósforo Também usado em referência a P2O5 uma expressão do teor de fósforo dos fertilizantes FOSFATO DE ROCHA Rocha natural contendo um ou mais minerais de fosfato de cálcio com pureza e quantidade suficientes para permitir o seu uso seja di retamente ou após concentração na fabricação de pro dutos comerciais A maioria dos depósitos de rocha fosfática utilizados na fabricação de fertilizantes fos fatados nos EUA e no Canadá constituise em mine rais da classe das apatitas principalmente fosfato de cálcio FÓSFORO P Um dos nutrientes essenciais requeri do pelas plantas e classificado como um dos três macronutrientes O fósforo é um nutriente de plantas móvel e exerce funçõeschave na fotossíntese respi ração utilização de açúcares armazenamento e trans ferência de energia divisão celular crescimento celu lar código genético e vários outros processos nas plan tas FOTOSSÍNTESE Processo pelo qual as plantas ver des capturam a energia luminosa combinando água e dióxido de carbono para formar os carboidratos O pig mento clorofila é requerido para a conversão da ener gia luminosa em energia química GARANTIA DO FERTILIZANTE Garantia mínima da análise em porcentagem dos principais nutrientes de plantas contidos em um material fertilizante ou em mis turas de fertilizantes GESSO Mineral ou rocha composta de sulfato de cál cio CaSO42H2O GLUCOSE Um açúcar comum com seis átomos de carbono por molécula Presente em todas as células Um constituinte da celulose do amido e de outros polissacarídeos HIDRATADA Que possui água retida ou incorporada como parte de uma estrutura química HIDROXILA Íon ou grupo OH HORIZONTE DO SOLO Uma camada do solo apro ximadamente paralela à superfície da terra HÚMUS A fração da matéria orgânica do solo que permanece estável e escura após a maior parte dos resíduos animais e vegetais sofrer decomposição IMOBILIZAÇÃO Conversão de elementos de uma forma inorgânica em orgânica por sua incorporação em microrganismos ou tecido vegetal tornandoos menos disponíveis para as plantas INCORPORAÇÃO Mistura mecânica do material fer tilizante ou herbicida com a superfície do solo ÍNDICE SALINO Um índice usado para comparar a solubilidade dos compostos químicos usados como fer tilizantes A maioria dos compostos contendo N e K tem altos índices e compostos com P tem baixos índi ces Compostos com altos índices salinos aplicados em contato direto com as sementes em doses eleva das podem causar danos às sementes pela alta afini dade por água que apresentam INFILTRAÇÃO Entrada de água no solo INIBIDORES DE NITRIFICAÇÃO Compostos tais como nitrapirina Nserve e dicianadiamida DCD que atrasam a oxidação bacteriana do íon amônio para ni trato e conseqüentemente retardam a produção de nitrato O objetivo do uso desses compostos é contro lar a lixiviação de nitratos mantendo o nitrogênio por mais tempo na forma de amônio e fornecer por mais tempo N amoniacal para as plantas INJEÇÃO Colocação de fertilizante fluido ou amônia anidra no solo seja pelo uso de sistemas pressurizados ou não INJEÇÃO POR PONTO Feita por multiinjetores es paçados em uma roda de modo a aplicar fertilizante fluido na zona de raízes 1015 cm e a cada 20 cm de distância ÍONS TROCÁVEIS Íons retidos por atração elétrica às superfícies com carga podem ser deslocados por troca com outros íons KNIFED APPLICATION Processo pelo qual o fertili zante é colocado no solo através de um tipo de instru mento cortante LENÇOL FREÁTICO O limite superior da água sub terrânea ou aquele nível abaixo do qual o solo é saturado com água Manual Fertpmd 11042016 1149 149 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 150 LIXIVIAÇÃO Remoção de materiais em solução pela passagem da água através do solo Em agricultura lixiviação referese ao movimento para baixo da água livre percolação para fora da zona de desenvolvimen to de raízes LOCALIZAÇÃO DO FERTILIZANTE Concentração do fertilizante em faixa ou sulco em um local específi co da superfície do solo ou abaixo dessa Exemplos de arranque em faixa superficial em faixa profunda MACRONUTRIENTES Nutrientes essenciais para as plantas que são necessários em maiores proporções MACROPOROS Poros grandes geralmente forma dos pelas raízes pequenos animais do solo e minho cas MAGNÉSIO Mg Nutriente essencial classificado co mo secundário juntamente com o cálcio e o enxofre Ele é um constituinte da clorofila e está envolvido ati vamente na fotossíntese O magnésio ajuda no meta bolismo do fósforo utilização de açúcares pelas plan tas e também na ativação de vários sistemas enzimá ticos MANEJO DE NUTRIENTES Utilização das melhores práticas de manejo MPM o que maximiza a eficiên cia de uso de nutrientes e minimiza as perdas de nutrien tes para o lençol freático MANGANÊS Mn Micronutriente metálico que funcio na primeiramente como parte do sistema enzimático das plantas Ele ativa várias reações metabólicas e tem função direta na fotossíntese ajudando na síntese da clorofila MATERIAL CALCÁRIO Material calcário agrícola sig nifica um produto cujos compostos de cálcio e magnésio são capazes de neutralizar a acidez do solo MATERIAL DE ORIGEM O material não consolida do mineral ou orgânico do qual o solo é formado MATRIZ DO SOLO Como soil fabric a combinação da parte sólida e poros no solo MELHORADOR DO SOLO Qualquer material como calcário gesso serragem ou condicionador sintético que é incorporado ao solo para tornálo adequado ao crescimento das plantas O termo referese comu mente a outros materiais utilizados diferentes daque les usados como fertilizantes MICRONUTRIENTES Nutrientes que as plantas ne cessitam em somente pequenas quantidades Os mi cronutrientes essenciais são boro cloro cobre ferro manganês molibdênio e zinco MICRORGANISMOS DO SOLO Bactérias fungos e outros organismos que reciclam nutrientes e aumen tam sua disponibilidade Organismos patogênicos po dem ter impacto negativo nas plantas MINERALIZAÇÃO Liberação de um elemento da for ma orgânica que o contém Esses processos são leva dos a efeito por microrganismos do solo MICORRIZA A associação usualmente simbiótica de fungos com as raízes das plantas As hifas dos fun gos aumentam a área das raízes e a absorção de nu trientes MOLIBDÊNIO Mo Micronutriente metálico requeri do em menores quantidades em comparação aos ou tros nutrientes O molibdênio é necessário para a sín tese e a atividade da enzima redutase de nitrato É tam bém vital para o processo de fixação simbiótica de ni trogênio por bactérias do gênero Rhizobium nos nódu los das raízes de leguminosas MULCH cobertura morta Qualquer material distri buído na superfície do solo para proteção do impacto das gotas de chuva do sol do congelamento ou eva poração NECESSIDADE DE CALCÁRIO É a quantidade de um bom calcário agrícola necessária para atingir a fai xa de pH desejada no sistema de produção adotado A necessidade de calcário é determinada em laboratório No Brasil existem três métodos de avaliação da ne cessidade de calcário 1 SMP 2 Al e Ca Mg trocá veis 3 Saturação por bases NECROSE Morte de uma parte ou partes do tecido NITRIFICAÇÃO Formação de nitrito e nitrato em so los a partir de íons amônio através da atividade de certas bactérias a oxidação bioquímica de amônio a nitrato NITROBACTER Um gênero de bactérias do solo aeróbico obrigatório quimioautotrófico que oxida os íons nitrito a nitrato no estádio final do processo de nitrificação NITROGÊNIO N Um nutriente essencial constituin te de toda célula viva planta ou animal Nas plantas ele é parte da molécula da clorofila de aminoácidos de proteínas e de vários outros compostos um dos três macronutrientes NITROSOMONAS Um gênero de bactérias do solo aeróbico obrigatório quimioautotrófico que oxida íons amônio a nitrito durante o primeiro estádio do processo de nitrificação Inibidores da nitrificação tais como a nitrapirina especialmente inibem a atividade desses or ganismos Manual Fertpmd 11042016 1149 150 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 151 NUTRIENTE Elemento que contribui para o cresci mento e a saúde de um organismo e é essencial para que este complete o seu ciclo de vida NUTRIENTE ESSENCIAL Um elemento necessário para que uma planta complete seu ciclo de vida NUTRIENTES MÓVEIS Aqueles nutrientes que po dem ser translocados dos tecidos mais velhos para os mais jovens na planta NUTRIENTES SECUNDÁRIOS Cálcio magnésio e enxofre são chamados nutrientes secundários porque eles são essenciais para o crescimento das plantas mas menos freqüentemente deficientes do que os macronutrientes ORTOFOSFATO Uma classe geral de compostos de fosfato fabricados a partir do ácido ortofosfórico H3PO4 incluindo principalmente sais de amônio e cálcio OXIDAÇÃO Mudança química envolvendo adição de oxigênio ou seu equivalente químico Ela inclui a perda de elétrons de um átomo íon ou molécula durante uma reação química Ela pode aumentar a carga positiva de um elemento ou composto OXIGÊNIO Um gás sem cor sem sabor sem cheiro O2 o elemento mais abundante e mais amplamente distribuído na natureza Compreende cerca de 21 do volume do ar PERCOLAÇÃO Movimento de um fluido para baixo no solo PERFIL DO SOLO Seção vertical de um solo que se estende da superfície por todos os horizontes e dentro do material de origem PERMEABILIDADE Facilidade pela qual um meio poroso transmite os fluidos pH Designação numérica de acidez e alcalinidade Tecnicamente pH é o logaritmo comum da recíproca da concentração do íon hidrogênio de uma solução Um pH 7 indica neutralidade valores entre 7 e 14 indicam aumento da alcalinidade valores entre 7 e 0 indicam aumento de acidez PLANTIO DIRETO PLANTIO NA PALHA Sistema de produção agrícola no qual a cultura é plantada so bre o resíduo de uma cultura prévia sem o preparo do solo aração gradagem etc PODER TAMPÃO Processos que limitam ou redu zem as mudanças no pH quando se adicionam ácidos ou bases De maneira geral processos que limitam mudanças na concentração em dissolução de qualquer íon quando ele é adicionado ou removido do sistema POLIFOSFATO Uma classe geral de compostos fosfatados caracterizados por moléculas contendo dois ou mais átomos de fósforo Polifosfatos compreendem duas ou mais moléculas de ortofosfatos com a perda de uma molécula dágua entre cada unidade de ortofosfato Produzidos do ácido superfosfórico dispo níveis principalmente nos fertilizantes fluidos como polifosfatos de amônio PONTO DE MURCHA PERMANENTE É o nível de umidade de um solo no qual as plantas murchas não conseguem recuperar a turgidez Este valor não é cons tante PORCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES Extensão pela qual o complexo sortivo de um solo está saturado com cátions trocáveis que não sejam o hidro gênio É expressa como a porcentagem da capacidade total de troca de cátions PORCENTAGEM DE SÓDIO TROCÁVEL Grau de saturação com sódio do complexo de troca do solo POROS Espaço não ocupado por partículas sólidas no volume total do solo POTÁSSIO K Nutriente essencial um dos três ma cronutrientes incluindo nitrogênio e fósforo É exigido pela maior parte das plantas em quantidades seme lhantes ao nitrogênio O potássio tem funções impor tantes na ativação de sistemas enzimáticos é vital para a fotossíntese e para a formação e utilização de açúca res tem função essencial na síntese protéica manu tenção da estrutura da proteína e ajuda as plantas no uso mais eficiente da água PRECIPITAÇÃO EFETIVA Aquela parte da precipita ção total que tornase disponível para o crescimento da planta PREPARO CONVENCIONAL Sistemas convencio nais de preparo do solo variam consideravelmente de região para região e com as culturas O termo preparo convencional originalmente implicava no uso do ara do de aiveca gradagem e nivelamento da superfície do solo antes de semear Atualmente os sistemas de preparo convencional evoluíram para o uso de outros implementos inclusive o uso do arado escarificador como o principal implemento de preparo PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL Produção contínua anual ou periódica de plantas ou material de plantas produtos de uma área implica em práticas de mane jo as quais vão manter a capacidade produtiva da ter ra QUIMIGAÇÃO Aplicação de fertilizantes eou pes ticidas na água de irrigação para adubar as culturas ou controlar as pestes Manual Fertpmd 11042016 1149 151 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 152 RELAÇÃO CARBONONITROGÊNIO Relação entre peso de carbono orgânico e peso de N total em um solo ou no material orgânico É obtida dividindose a porcen tagem de C orgânico pela porcentagem total de N RHIZOBIA Bactérias capazes de viver em simbiose com plantas superiores usualmente leguminosas das quais elas recebem a energia e são capazes de utilizar o nitrogênio atmosférico ROCHA MATRIZ Rocha sólida abaixo dos solos ou rocha intemperizada com profundidades variando de zero exposta pela erosão a vários metros SILTE Qualquer partícula inorgânica com o tamanho variando de 005 mm a 0002 mm de diâmetro SIMBIÓTICA Relação de dois organismos vivos que beneficia a ambos como a fixação de nitrogênio por Rhizobium em nódulos de raízes de leguminosas SOLO ÁCIDO Solo contendo predominância de íons de hidrogênio na solução do solo acidez ativa e na superfície dos colóides do solo acidez potencial ou de reserva De modo específico referese a um solo cujo pH é menor que 70 SOLO ALCALINO Qualquer solo com pH maior que 70 SOLO ALCALI Solo com um grau de alcalinidade pH 85 ou maior ou com teor elevado de sódio trocável 15 ou mais da capacidade de troca ou ambos SOLO CALCÁRIO Solo que contém calcário livre car bonatos que efervesce visivelmente quando tratado com ácido clorídrico diluído 110 SOLO NEUTRO Solo com a maior porcentagem 80 a 90 da capacidade de troca ocupada por íons de cálcio e magnésio e com pH próximo a 70 SOLO ORGÂNICO Solo que contém alta porcenta gem de matéria orgânica por todo ele SOLO SALINO Solo não alcalino que contém sais solúveis em quantidade tal que interfere no crescimen to da maioria das culturas contendo uma quantidade apreciável de sais solúveis SOLO SALINOALCALI Solo que contém alta pro porção de sais solúveis tendo um alto grau de alca linidade eou grande quantidade de sódio trocável de modo que o crescimento da maioria das culturas é anor mal SOLO SÓDICO O termo sódico referese a um solo que foi afetado por altas concentrações de sais e sódio Solos sódicos têm teores relativamente baixos de sais solúveis mas altos de sódio trocável SOLO SUPERFICIAL Referese à camada superfi cial do solo incluindo a maior parte da matéria orgâni ca do perfil do solo Tecnicamente essa camada é con siderada o horizonte A mais escuro do perfil do solo SOLUÇÃO DO SOLO A fase líquida do solo e seus solutos SOLUÇÕES NITROGENADAS Soluções de fertilizan tes nitrogenados em água Soluções nitrogenadas são usadas na fabricação de fertilizantes mistos líquidos ou secos eou aplicados ao solo através de aplicadores especiais ou na água de irrigação Mais comumente o termo referese a soluções de nitrato de amôniouréia URAN produzidas com a mistura desses fertilizantes e contendo 28 a 32 de nitrogênio SOLUTO Material dissolvido em um solvente para formar uma solução SUBSOLO Camadas do solo abaixo da camada su perficial que podem conter menos matéria orgânica e mais características do material de origem SULCO Método de aplicação de fertilizantes É um termo geral que implica em aplicações que concentram os fertilizantes em uma zona estreita que é mantida intacta para fornecer uma fonte concentrada de nutrien tes A aplicação pode ser feita antes durante ou após o plantio SUPERFOSFATO TRIPLO Referese a todos os ti pos de superfosfato que contém 40 ou mais de P2O5 disponível e que são fabricados pela acidulação do fosfato de rocha com ácido fosfórico O superfosfato simples contém teor apreciável de enxofre na forma de gesso o superfosfato triplo não O fósforo está presen te principalmente como fosfato monocálcico SUPERFOSFATOS Os superfosfatos são produtos obtidos quando fosfatos de rocha são tratados com ácido sulfúrico ou ácido fosfórico ou uma mistura desses áci dos Superfosfato normal comum ou simples re ferese a todos os tipos contendo até 22 de P2O5 dis ponível e que são fabricados comumente por acidu lação de fosfato de rocha com ácido sulfúrico Os superfosfato simples contém fosfato monocálcico mais uma quantidade significativa de gesso TEXTURA DO SOLO Proporção relativa dos vários tamanhos de partículas que constituem o solo Essas partículas são freqüentemente chamadas de frações granulométricas e incluem areia silte e argila e va riam em tamanho dentro de uma determinada amplitu de TEXTURA FINA Consistindo ou contendo grandes quantidades de pequenas partículas no solo Referese a uma alta porcentagem de silte ou argila Manual Fertpmd 11042016 1149 152 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 153 TILTH Uma condição física do solo relativa à sua fa cilidade de preparo adequação como leito para as se mentes e sua resistência à emergência das plântulas e penetração de raízes TRANSPIRAÇÃO Evaporação pelas folhas o fluxo de água através das plantas partindo do solo para a atmosfera TROCA DE CÁTIONS Troca entre um cátion na solu ção e outro cátion na superfície de um material como um colóide argiloso ou orgânico TROCA DE ÍONS Troca entre um íon na solução e outro íon na superfície de qualquer material com su perfície ativa como argila e húmus UMIDADE DISPONÍVEL PARA AS PLANTAS A água do solo retida fracamente de modo a permitir que as plantas a extraiam para seu uso USO CONSUMPTIVE Água usada pelas plantas na transpiração e no crescimento mais a perda do vapor dágua do solo ou neve adjacente ou da precipitação interceptada VOLUME DO SOLO Volume incluindo os sólidos e os poros de uma massa arbitrária do solo WEEDANDFEED Um termo usado na química agrí cola para descrever a mistura de fertilizante e herbicida para aplicação ZINCO Zn Micronutriente metálico um dos primei ros a serem reconhecidos como essenciais para as plan tas O zinco ajuda na síntese de substâncias de cresci mento das plantas atua no sistema enzimático e é es sencial para a promoção de certas reações metabóli cas É necessário para a produção de clorofila e carboi dratos ZONA DE DEPLEÇÃO Região estreita próxima à raiz onde a concentração de nutrientes imóveis no solo tor nase marcadamente diminuída ZONA DE RETENÇÃO Zona do solo onde os nutrien tes são concentrados após a aplicação dos fertilizan tes Usualmente referese a algum tipo de aplicação em faixa Manual Fertpmd 11042016 1149 153 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 154 Manual Fertpmd 11042016 1149 154 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 155 Página Anexo 1 Conceitos básicos sobre acidez do solo e CTC 157 Anexo 2 Qualidade dos corretivos de acidez do solo 161 Tabela 1A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios em Minas Gerais 163 Tabela 2A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Estado de São Paulo 164 Tabela 3A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina 165 Tabela 4A Fatores para conversão entre as unidades e representação dos macronutrientes pri mários e secundários 166 Tabela 5A Fatores multiplicativos de transformação dos resultados analíticos do solo quando expressos em g100 g porcentagem mg100 g mgdm3 e kg ou tha 167 Tabela 6A Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional de Unidades 167 Tabela 7A Fertilizantes nitrogenados comercializados no Brasil 168 Tabela 8A Fertilizantes fosfatados comercializados no Brasil 169 Tabela 9A Fertilizantes potássicos comercializados no Brasil 170 Tabela 10A Fertilizantes com Ca Mg e S comercializados no Brasil 171 Tabela 11A Fertilizantes com micronutrientes comercializados no Brasil 172 Tabela 12A Especificações dos fertilizantes organomineral e composto 174 Tabela 13A Especificações dos fertilizantes orgânicos simples 175 Tabela 14A Composição média de alguns adubos orgânicos 175 Figura 1A Compatibilidade entre vários fertilizantes minerais adubos orgânicos e corretivos 176 ANEXOS Manual Fertpmd 11042016 1149 155 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 156 Manual Fertpmd 11042016 1149 156 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 157 ANEXO 1 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ACIDEZ DO SOLO E CTC Embora os conceitos básicos de acidez e capacidade de troca de cátions CTC sejam bastante conhecidos tanto na região temperada como na região tropical ainda existe muita confusão gerada pelo uso inadequado destes conceitos na solução de problemas ligados à fertilidade do solo Devese salientar que nem os princípios fundamentais da acidez do solo nem aqueles ligados à CTC podem ou devem ser considerados em termos isolados sendo óbvia a necessidade de avaliar as interrelações entre os mesmos Neste sentido cabem algumas definições isoladas destes conceitos como meta para avaliálos em conjun to na diagnose de problemas ligados à fertilidade do solo 1 Acidez ativa é dada pela concentração de H na solução do solo e é expressa em termos de pH em escala que para a maioria dos solos do Brasil varia de 40 a 75 Esse tipo de acidez seria muito fácil de ser neutralizada se não fossem outras formas de acidez notadamente a acidez trocável que tende a manter ao final de reações no solo altos índices de acidez ativa Estimase que um solo com pH 40 e 25 de umidade necessi taria apenas 25 kg de carbonato de cálcio puro por hectare para corrigir este tipo de acidez acidez ativa 2 Acidez trocável cmolcdm3 ou mmolcdm3 referese ao alumínio Al3 e hidrogênio H trocáveis e adsorvidos nas superfícies dos colóides minerais ou orgânicos por forças eletrostáticas Este tipo de acidez é nas análises de rotina extraído com KCl 1N não tamponado que também é utilizado em alguns laboratórios para cálcio e magnésio trocáveis Uma vez que existe muito pouco H trocável em solos minerais solos orgânicos já apresentam altos níveis de H trocável acidez trocável e Al trocável são considerados como equivalentes Nos boletins de análise este tipo de acidez é representado por Al trocável e expresso em cmolcdm3 ou mmolcdm3 A acidez trocável também conhecida por Al trocável ou acidez nociva apresenta efeito prejudicial no desenvolvimento normal de um grande número de culturas Portanto quando um solo apresenta toxidez de alumínio isto significa que ele possui altos índices de acidez trocável ou acidez nociva Um dos principais efeitos da calagem é eliminar este tipo de acidez 3 Acidez nãotrocável cmolcdm3 ou mmolcdm3 é a quantidade de acidez titulável que ainda permane ce no solo após a remoção da acidez trocável com uma solução de um sal neutro nãotamponado como KCl 1N Este tipo de acidez é representado por H em ligação covalente mais difícil de ser rompida com as frações orgânicas e minerais do solo O ponto relevante em relação a este tipo de acidez é que ela não é prejudicial ao crescimento vegetal embora em certas situações doses mais elevadas de calcário que a neutralizem total ou parcialmente possam apresentar efeitos benéficos adicionais A avaliação da acidez nãotrocável é feita subtraindose os valores da acidez trocável da acidez potencial ou total sendo ambas expressas em cmolcdm3 ou mmolcdm3 Outro ponto relevante é que a acidez nãotrocável é uma estimativa das cargas negativas passíveis de serem liberadas a pH 70 em decorrência da metodologia utilizada É portanto um parâmetro que interage intima mente com a CTC do solo 4 Acidez potencial ou acidez total cmolcdm3 ou mmolcdm3 referese ao total de H em ligação covalente mais H Al3 trocáveis sendo usada na sua determinação uma solução tamponada a pH 70 Muitos laboratórios de rotina em fertilidade do solo no Brasil já incorporaram determinação do H Al3 com todas as implicações benéficas do conhecimento e utilização deste parâmetro Manual Fertpmd 11042016 1149 157 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 158 Um esquema dos principais componentes da acidez em relação às frações ativas da matéria orgânica minerais de argila óxidos oxihidróxidos e hidróxidos de ferro e alumínio é mostrado na figura que segue para uma consolidação mais efetiva destes conceitos 5 Soma de bases trocáveis cmolcdm3 ou mmolcdm3 SB este parâmetro como o próprio nome indica reflete a soma de cálcio magnésio potássio e se for o caso também o sódio todos na forma trocável no complexo de troca de cátions do solo Enquanto os valores absolutos resultantes das análises destes componen tes refletem os níveis destes parâmetros de forma individual a soma de bases dá uma indicação do número de cargas negativas dos colóides que estão ocupadas por bases A soma de bases em comparação com a CTC efetiva e Al trocável permite calcular a porcentagem de saturação por alumínio e a porcentagem de saturação por bases desta CTC Em comparação com a CTC a pH 70 permite avaliar a porcentagem de saturação por bases desta CTC V parâmetro indispensável para o cálculo da calagem pelo método utilizado em alguns Estados do país SB Soma de bases trocáveis Ca2 Mg2 K Na com os valores expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 6 CTC efetiva cmolcdm3 ou mmolcdm3 t reflete a capacidade efetiva de troca de cátions do solo ou em outras palavras a capacidade do solo em reter cátions próximo ao valor do pH natural Quando se compara a CTC efetiva de um solo virgem sob cerrado 10 cmolcdm3 com a de um Latossolo Roxo eutrófico por exemplo 150 cmolcdm3 fica óbvio o comportamento diferencial destes solos em termos de retenção de cátions perdas por lixiviação necessidade de parcelamento das adubações potássicas etc Avaliandose este parâmetro em conjun to com textura e teor de matéria orgânica podese inferir uma série de dados adicionais relevantes ao adequado manejo da fertilidade dos solos t CTC efetiva Ca2 Mg2 K Na Al3 com os componentes expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 7 Porcentagem de saturação por alumínio m expressa a fração ou quantos por cento da CTC efetiva estão ocupados pela acidez trocável ou Al trocável Em termos práticos reflete a porcentagem de cargas negativas do solo próximo ao pH natural que está ocupada por Al trocável É uma outra forma de expressar a toxidez de alumínio Em geral quanto mais ácido é um solo maior o teor de Al trocável em valor absoluto menores os teores de Ca Mg e K menor a soma de bases e maior a porcentagem de saturação por alumínio O efeito prejudicial de altos teores de Al trocável eou de alta porcentagem de saturação por alumínio no desenvolvimento e produção de culturas sensíveis a este problema é fato amplamente comprovado pela pesquisa Manual Fertpmd 11042016 1149 158 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 159 100 x Al3 100 x Al3 t Ca2 Mg2 K Na Al3 com os valores expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 Subtraindose a porcentagem de saturação por Al m de 100 obtémse a porcentagem de saturação por bases da CTC efetiva 8 CTC a pH 70 cmolcdm3 ou mmolcdm3 T esta CTC também conhecida como capacidade de troca potencial do solo é definida como a quantidade de cátions adsorvida a pH 70 É um parâmetro utilizado nos levantamentos de solos no Brasil e em geral subutilizado em termos de avaliação de fertilidade Sob o ponto de vista prático é o nível da CTC de um solo que seria atingido caso a calagem deste fosse feita para elevar o pH a 70 ou o máximo de cargas negativas liberadas a pH 70 passíveis de serem ocupadas por cátions A diferença básica entre a CTC efetiva e a CTC a pH 70 é que esta última inclui hidrogênio H que se encontrava em ligação covalente muito forte com o oxigênio nos radicais orgânicos e oxihidróxidos de ferro e alumínio tão comuns nos solos brasileiros T CTC a pH 70 SB H Al3 Ca2 Mg2 K Na H Al3 com os componentes expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 9 Porcentagem de saturação por bases da CTC a pH 70 V este parâmetro reflete quantos por cento dos pontos potenciais de troca de cátions do complexo coloidal do solo estão ocupados por bases ou seja quantos por cento das cargas negativas passíveis de troca a pH 70 estão ocupadas por Ca Mg K e às vezes Na em comparação com aqueles ocupados por H e Al É um parâmetro utilizado para separar solos considerados férteis V 50 de solos de menor fertilidade V 50 É indispensável para o cálculo da calagem pelo método da elevação da saturação por bases em uso em vários Estados 100 x SB 100 x Ca2 Mg2 K Na T Ca2 Mg2 K Na H Al3 com os componentes expressos em cmolcdm3 ou mmolcdm3 Subtraindose a porcentagem de saturação por bases V de 100 obtémse a porcentagem de saturação por ácidos H Al M da CTC a pH 70 No Conceito de Produção 16 são comentados alguns aspectos do solo como reservatório de cátions Um aspecto interessante nesta ilustração é que as bases Ca2 Mg2 K Na ocupam cerca de 50 da CTC efetiva e cerca de 20 da CTC a pH 70 Conseqüentemente o conceito de saturação por bases depende do conceito de CTC envolvido Podese deduzir portanto que à medida que se incorpora calcário ao solo aumentase o nível de Ca e Mg e reduzse o teor de Al sendo que a pH 56 não deve existir Al trocável no solo e conseqüentemente a porcenta gem de saturação por Al da CTC efetiva deve ser praticamente zero ou em outras palavras a porcentagem de saturação por bases da CTC efetiva deve ser 100 ou a acidez trocável deixa de existir Para certas culturas calagem apenas para neutralizar esta acidez trocável seria mais recomendável É importante comentarse ainda que grande parte da CTC a pH 70 é ocupada por H que precisa ser neutralizado pela ação da calagem se se deseja liberar cargas negativas que se encontram não dissociadas Isto somente irá ocorrer com a elevação do pH acima do valor 56 onde o Al ou acidez trocável já deixa de atuar Muitas culturas mostram efeitos benéficos da incorporação de calcário em doses mais elevadas que irão neutrali zar parte deste H ou parte desta acidez nãotrocável Esta é a base do método de recomendação de calcário pelo critério de elevação da saturação por bases da CTC a pH 70 uma vez que elevar a saturação por bases corresponde a elevar o pH diminuir a saturação por Al e gerar mais pontos de troca catiônica dependentes de pH Observação Neste texto e na Tabela 1A a soma de bases é representada por SB em substituição ao símbolo S tradicional com a finalidade de evitar confusão com o símbolo do enxofre m Porcentagem de saturação por Al ou V Manual Fertpmd 11042016 1149 159 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 160 Manual Fertpmd 11042016 1149 160 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 161 ANEXO 2 QUALIDADE DOS CORRETIVOS DE ACIDEZ DO SOLO A qualidade dos corretivos de acidez do solo é em geral determinada em função de duas características granulometria e teor de neutralizantes Em termos de granulometria que nada mais é que o grau de moagem do material a legislação brasileira atual Portaria SEFIS nº 03 de 12 de junho de 1986 determina que os corretivos da acidez do solo deverão possuir as seguintes características mínimas Passar 100 em peneira de 200 mm ABNT nº 10 Passar 70 em peneira de 084 mm ABNT nº 20 Passar 50 em peneira de 030 mm ABNT nº 50 Permitida tolerância de 5 na peneira de 200 mm A reatividade RE ou a velocidade de ação do corretivo no solo é função da granulometria e para efeito de cálculo adotamse os seguintes valores Fração Reatividade 200 mm 0 200 mm e 084 mm 20 084 mm e 030 mm 60 030 mm 100 A avaliação do teor de neutralizantes é feita pela determinação do poder de neutralização PN expresso em ECaCO3 equivalente em CaCO3 de acordo com a metodologia vigente e que é a capacidade potencial teóri ca de um corretivo para corrigir a acidez dos solos A legislação atual determina que os corretivos de acidez comercializados no Brasil possuam as seguintes características mínimas quanto ao poder de neutralização PN e aos teores de CaO e MgO PN Soma ECaCO3 CaO MgO Calcários 67 38 Cal virgem agrícola 125 68 Cal hidratada agrícola 94 50 Escórias 60 30 Calcário calcinado agrícola 80 43 Outros 67 38 Materiais corretivos da acidez Manual Fertpmd 11042016 1149 161 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 162 O poder relativo de neutralização total PRNT que integra a granulometria e o teor de neutralizantes é obtido pela fórmula RE 100 O exemplo a seguir ajuda a compreender o conceito Calcário Característica química Granulometria CaO 38 200 mm 2 MgO 10 200 mm e 084 mm 12 PN 93 084 mm e 030 mm 26 03 mm 60 PN 93 0 x 2 20 x 12 60 x 26 100 x 60 100 RE 78 93 x 78 100 Para os calcários os valores mínimos estabelecidos na legislação são 67 para PN e 45 para PRNT Os calcários podem ser classificados 1 Quanto à concentração de MgO a calcíticos menos de 5 b magnesianos de 5 a 12 c dolomíticos acima de 12 2 Quanto ao PRNT Faixa A PRNT de 450 a 600 Faixa B PRNT de 601 a 750 Faixa C PRNT de 751 a 900 Faixa D PRNT superior a 900 RE PRNT PRNT 725 PRNT PN x Manual Fertpmd 11042016 1149 162 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 163 Tabela 1A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios em Minas Gerais Teor no solo Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto cmolcdm3 Ca trocável 015 164 4 Mg trocável 005 061 1 Al trocável 003 041 1 Acidez potencial H Al 025 265 5 Soma de bases 02 215 5 SB Ca Mg K CTC efetiva t 025 266 6 SB Al CTC a pH 70 T 045 4610 10 mgdm3 K disponível 045 4680 80 P disponível Solo argiloso 05 610 10 Solo barrento 010 1020 20 Solo arenoso 020 2130 30 Saturação por Al m 020 2140 4160 60 100 x AlAl SB Saturação por bases V 025 2650 5170 7190 90 100 x SBT dagkg Matéria orgânica 015 1630 30 Fortemente Medianamente Fracamente Neutro Fracamente Fortemente ácido ácido ácido alcalino alcalino 5 5059 669 7 7178 78 Notas a cmolcdm3 meq100 cm3 mgdm3 ppm dagkg b Extratores Ca Mg Al KCl 1 molL P K Mehlich 1 H Al solução tampão SMP ou acetato de amônio Fonte adaptada de CFSMG 1998 Atributos pH em água Manual Fertpmd 11042016 1149 163 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 164 Tabela 2A Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Estado de São Paulo Produção relativa 070 7190 91100 100 100 Teores Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto mgdm3 Fósforo P Florestais 02 35 68 916 16 Perenes 05 612 1330 3160 60 Anuais 06 715 1640 4180 80 Hortaliças 010 1125 2660 61120 120 SSO4 2 04 510 10 mmolcdm3 K trocável 00 07 0815 1630 3160 60 Ca2 trocável 03 47 7 Mg2 trocável 04 58 8 mgdm3 Boro B 0020 021060 060 Cobre Cu 002 0308 08 Ferro Fe 04 512 12 Manganês Mn 012 1250 50 Zinco Zn 005 0612 12 Acidez Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa pH em CaCl2 Até 43 4450 5155 5660 60 Saturação por bases Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta V 025 2650 5170 7190 90 Notas a mmolcdm3 meq100cm3 x 10 mgdm3 ppm massavolume b Extratores P K Ca Mg resina S fosfato de cálcio B água quente Cu Fe Mn Zn DTPA Fonte Raij et al 1996 Atributos Manual Fertpmd 11042016 1149 164 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 165 Tabela 3A Níveis de fertilidade do solo para interpretação de análise de solos em uso nos laboratórios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina Teores Limitante Muito baixo Baixo Médio Suficiente Alto pH em água 5 5155 5660 5660 Matéria orgânica 25 2650 2650 cmolcL Cálcio Ca 20 2140 40 Magnésio Mg 05 0610 10 Ca Mg 25 2650 50 mgL Potásssio K 20 2140 4160 6180 81120 120 Fósforo P Classe 1 1 112 214 416 6 8 Classe 2 15 163 316 619 9 12 Classe 3 2 214 419 9114 14 18 Classe 4 3 316 6112 12118 18 24 Classe 5 4 418 8116 16124 24 30 Classe 6 3 316 6 Enxofre S 20 2050 50 Cobre Cu 015 015040 040 Zinco Zn 02 020050 050 Boro B 01 03 03 Classe 1 55 de argila eou solos Erexim Durox Vacaria Santo Ângelo Aceguá Pouso Redondo Boa Vista etc Classe 2 41 a 55 de argila eou solos Passo Fundo francoargiloso e argiloso Estação Oásis Ciríaco Associação CiríacoCharrua São Borja Vila Farroupilha Rancho Grande Içara etc Classe 3 26 a 40 de argila eou solos Passo Fundo francoarenoso e arenoso Júlio de Castilhos São Jerônimo Alto das Canas São Gabriel Canoinhas Jacinto Machado Lages etc Classe 4 11 a 25 de argila eou solos Cruz Alta Tupanciretã Rio Pardo Camaquã Bagé Bexigoso Pelotas São Pedro Santa Maria Pinheiro Machado etc Classe 5 10 de argila eou solos Bom Retiro Tuia Vacacaí etc Classe 6 solos alagados arroz irrigado por inundação 100 mgL para leguminosas e para culturas exigentes em enxofre brássicas liliáceas etc Notas a Considerar como classe 2 os solos Ciríaco Associação CiríacoCharrua São Borja Oásis Farroupilha etc que apresentam elevado teor de silte b mv relação massavolume cmolcL centimol de carga por litro de solo me100mL ou medL mgL miligrama por litro de solo ppm massavolume c Extratores P e K Mehlich 1 Ca Mg Al KCl 1 M S fosfato de cálcio Cu e Zn HCl 01 M B água quente Fonte CFSRSSC 1994 Atributos Manual Fertpmd 11042016 1149 165 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 166 Tabela 4A Fatores para conversão entre as unidades e representação dos macronutrientes primários e secundários Unidade Milimol de Forma Forma Forma de Forma conhecida carga elementar de óxido radical de sal Nitrogênio mmolc g N g NO3 g NH4 mmolc 1 001401 006201 001804 g N 71377 1 442680 128783 g NO3 16126 022589 1 029092 g NH4 55432 077650 343740 1 Fósforo mmolc g P g P2O5 g PO4 3 mmolc 1 001032 002367 003166 g P 96899 1 229136 306618 g P2O5 42265 043642 1 133812 g PO4 3 31589 032614 074732 1 Potássio mmolc g K g K2O mmolc 1 003909 004709 g K 25582 1 120458 g K2O 21236 083016 1 Cálcio mmolc g Ca g CaO g CaCO3 mmolc 1 002004 002804 005004 g Ca 49900 1 139920 249726 g CaO 35663 071470 1 178477 g CaCO3 19984 040044 056023 1 Magnésio mmolc g Mg g MgO g MgCO3 mmolc 1 001215 002015 004216 g Mg 82304 1 165807 346829 g MgO 49628 060311 1 209100 g MgCO3 23719 028833 047807 1 Enxofre mmolc g S g SO4 2 g CaSO4 mmolc 1 001603 004803 006807 g S 62375 1 299588 424588 g SO4 2 20820 033379 1 141724 g CaSO4 14691 023552 070560 1 Estes fatores exceto meq podem ser usados em outras unidades de peso mmolc milimol de carga meq miliequivalente Não é óxido mas sim radical Fonte Adaptada de Verdade 1963 Elemento Manual Fertpmd 11042016 1149 166 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 167 Tabela 5A Fatores multiplicativos de transformação dos resultados analíticos do solo quando expressos em g100 g porcentagem mg100 g mgdm3 e kg ou tha Expressões g100g mg100g mgdm3 kgha tha g100 g 1 1000 10000 20000 20 mg100 g 0001 1 10 20 002 mgdm3 00001 01 1 2 0002 kgha 000005 005 05 1 0001 tha 005 50 500 1000 1 Considerandose densidade aparente 100 Considerandose um hectare com 2000 t profundidade de 20 cm e densidade aparente 100 Fonte Adaptada de Verdade 1963 Tabela 6A Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional de Unida des Unidade nova N N A x F gkg gdm3 gL 10 ppm mgkg mgdm3 mgL 1 meq100 cm3 mmolcdm3 10 meq100 g mmolckg 10 meqL mmolcL 1 P2O5 P 0437 K2O K 0830 CaO Ca 0715 MgO Mg 0602 mmhocm dSm 1 Fonte Raij et al 1996 Unidade antiga A Fator de conversão F Manual Fertpmd 11042016 1149 167 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 168 Tabela 7A Fertilizantes nitrogenados comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Amônia anidra 82 de N Amoniacal NH4 Água amoniacal 10 de N Amoniacal NH4 Cianamida de cálcio 18 de N Cianamídica e até 3 de 28 a 38 de cálcio N como nitrato de cálcio Cloreto de amônio 25 de N Amoniacal NH4 62 a 66 de cloro Nitrato de amônio 32 de N 50 amoniacal NH4 50 nítrica NO3 Nitrato de amônio e cálcio 20 de N 50 amoniacal NH4 2 a 8 de cálcio e 1 a 5 de 50 nítrica NO3 magnésio Nitrato de cálcio 14 de N Nítrica NO3 e até 15 18 a 19 de cálcio e 05 a amoniacal NH4 15 de magnésio Nitrato duplo de sódio e 15 de N Nítrica NO3 potássio 14 de K2O Nitrato de sódio 15 de N Nítrica NO3 O teor de perclorato de sódio não poderá exceder a 1 Nitrosulfocálcio 25 de N 50 amoniacal NH4 3 a 5 de cálcio e 3 a 5 de 50 amídica NH2 magnésio Solução nitrogenada 21 de N Soluções aquosas de amônia nitrato de amônio uréia e outros compostos Sulfato de amônio 20 de N Amoniacal NH4 22 a 24 de enxofre O teor de tiocinato de amônio não poderá exceder a 1 Sulfonitrato de amônio 25 de N 75 amoniacal NH4 13 a 15 de enxofre 25 amídica NH2 Sulfonitrato de amônio e 19 de N 67 amoniacal NH4 12 a 14 de enxofre magnésio 35 de Mg 33 nítrica NO3 Uréia 44 de N Amídica NH2 Teor de biureto até 15 para aplicação no solo e 03 para adubação foliar Uréia formaldeído 35 de N Amídica NH2 Pelo menos 60 do N total deve ser insolúvel em água UréiaSulfato de amônio 40 de N 88 amídica NH2 Teor de biureto até 15 para 12 amoniacal NH4 aplicação no solo e 03 para adubação foliar Manual Fertpmd 11042016 1149 168 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 169 Tabela 8A Fertilizantes fosfatados comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Escória de Thomas 12 de P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico 20 a 29 de cálcio e 04 a 3 a 2 na relação 1100 de magnésio Fosfato bicálcico 38 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 12 a 14 de cálcio Fosfato diamônico DAP 16 N N na forma de NH4 45 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 38 P2O5 P2O5 sol em H2O Fosfato monoamônico 9 N N na forma de NH4 MAP 48 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 44 P2O5 P2O5 sol em H2O Fosfato monopotássico 51 P2O5 P2O5 sol em H2O 33 K2O K2O sol em H2O Fosfato natural 24 P2O5 P2O5 total 23 a 27 de cálcio 4 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 Fosfato natural parcialmente 25 P2O5 P2O5 total Contém cálcio e cloro acidulado clorídrico 18 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O Fosfato natural parcialmente 20 P2O5 P2O5 total 25 a 27 de cálcio 0 a 6 de acidulado fosfórico ou 9 P2O5 ou P2O5 sol em CNA H2O enxofre e 0 a 2 de magnésio sulfúrico 11 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 5 P2O5 P2O5 sol em água Fosfato natural reativo 28 P2O5 P2O5 total 30 a 34 de cálcio farelado 9 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 Fosfossulfato de amônio 13 de N N na forma de NH4 14 a 15 de enxofre 20 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O Hiperfosfato 30 P2O5 pó P2O5 total 30 a 34 de cálcio 12 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 28 P2O5 P2O5 total granulado 12 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico a 2 na relação 1100 Nitrofosfato 14 de N N na forma de NO3 8 a 10 de cálcio 18 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 16 P2O5 P2O5 sol em H2O Superfosfato duplo 28 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 18 a 20 de cálcio e 6 a 8 25 P2O5 P2O5 sol em H2O de enxofre Continua CNA Citrato Neutro de Amônio Manual Fertpmd 11042016 1149 169 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 170 Tabela 9A Fertilizantes potássicos comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Cloreto de potássio 58 K2O K2O solúvel em água 45 a 48 cloro Cl cloreto Sulfato de potássio 48 K2O K2O solúvel em água 15 a 17 enxofre S sulfato 0 a 12 magnésio Mg Sulfato de potássio e magnésio 18 K2O K2O e Mg solúveis em 22 a 24 enxofre S 45 Mg água sulfato 1 a 25 cloro Cl Nitrato de potássio 44 K2O K2O solúvel em água 13 N N na forma nítrica NO3 Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Tabela 8A Continuação Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Superfosfato 18 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 18 a 20 de cálcio e 10 a 12 simples 16 P2O5 P2O5 sol em H2O de enxofre Superfosfato simples 1 de N N na forma de NH4 N P2O5 18 15 a 19 de amoniado 14 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O cálcio e 10 a 12 de enxofre Superfosfato triplo 41 P2O5 P2O5 sol em CNA H2O 12 a 14 de cálcio 37 P2O5 P2O5 sol em H2O Superfosfato triplo amoniado 1 de N N na forma de NH4 N P2O5 41 11 a 13 de 38 de P2O5 P2O5 sol em CNA H2O cálcio Termofosfato magnesiano 17 P2O5 P2O5 total 18 a 20 de cálcio 14 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico 7 Mg a 2 na relação 1100 Termofosfato magnesiano 17 P2O5 P2O5 total 18 a 20 de cálcio grosso 14 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico 7 Mg a 2 na relação 1100 100 passa em peneira ABNT No 28 084 mm Termo superfosfato 18 P2O5 P2O5 total 12 a 15 de cálcio 3 a 5 de 16 P2O5 P2O5 sol em ácido cítrico enxofre e 1 a 2 de magnésio a 2 na relação 1100 5 P2O5 P2O5 sol em água CNA Citrato Neutro de Amônio Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Manual Fertpmd 11042016 1149 170 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 171 Tabela 10A Fertilizantes com Ca Mg e S comercializados no Brasil Fertilizante Garantia mínima Forma do nutriente Observações Carbonato de magnésio 27 Mg Magnésio total na forma de carbonato MgCO3 Cloreto de cálcio 24 de Ca Ca solúvel em água na forma de CaCl22H2O Enxofre 95 de S Enxofre total Kieserita 16 de Mg Mg solúvel em água 21 a 27 de enxofre MgSO4H2O Óxido de magnésio 55 Mg Magnésio total na forma Magnésia de óxido MgO Sulfato de cálcio 16 de Ca Ca e S determinados na Gesso agrícola 13 de S forma elementar Sulfato de magnésio 9 Mg Solúvel em água 12 a 14 de enxofre Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Manual Fertpmd 11042016 1149 171 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 172 Tabela 11A Fertilizantes com micronutrientes comercializados no Brasil Garantia mínima Boro Bórax 11 B Borato de sódio Na2B4O710H2O Solúvel em água ou Na2B4O75H2O Ácido bórico 17 B Ácido H3BO3 Solúvel em água Pentaborato de 18 B Borato de sódio Na2B10O1610H2O Solúvel em água sódio ou Na2B10O16 Ulexita 8 B Borato de sódio Não solúvel em água Na2O2CaO5B2O316H2O 12 a 14 cálcio Ca Colemanita 10 B Boro total na forma de borato de Não solúvel em água cálcio CaO3B2O35H2O FTE 1 B Silicato Não solúvel em água total Boro orgânico 8 B Boro na forma de éster ou amida Cobre Sulfato de cobre 13 Cu Sulfato Solúvel em água e 16 a 18 enxofre S Fosfato cúprico 32 Cu Fosfato de amônio e cobre 34 a 36 P2O5 solúvel amoniacal CuNH4PO4H2O em CNA amoniacal água e 5 a 7 de N total Cloreto cúprico 16 Cu Cloreto CuCl2 Solúvel em água e 50 a 52 cloro Cl Óxido cúprico 75Cu Óxido CuO Óxido cuproso 89Cu Óxido Cu2O FTE 1 Cu Silicato Não solúvel em água total Quelato 5 Cu Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de cobre poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato de cobre 22 Cu CuNO323H2O Solúvel em água 9 de N Carbonato de cobre 48 Cu CuCO3CuOH2 Ferro Fosfato ferroso 29 Fe FeNH4PO4H2O Solúvel em água amoniacal 36 a 38 P2O5 e 5 a 7 N totais Polifosfato de ferro 22 Fe FeNH4HP2O7 55 a 59 P2O5 e e amônio 4 a 5 N totais Sulfato férrico 23 Fe Fe2SO434H2O 18 a 20 enxofre S Sulfato ferroso 19 Fe FeSO47H2O 10 a 11 enxofre S Micronutriente Fertilizante Forma do nutriente Observações Continua Manual Fertpmd 11042016 1149 172 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 173 Tabela 11A Continuação Garantia mínima Ferro FTE 2 Fe Silicato Não solúvel em água total Quelato 5 Fe Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de ferro poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato férrico 11 Fe FeNO339H2O Solúvel em água e 8 de N Cloreto férrico 15 Fe FeCl36H2O Solúvel em água e 30 de Cl Cloreto ferroso 23 Fe FeCl24H2O Solúvel em água e 30 de Cl Carbonato de ferro 41 Fe FeCO3 Manganês Sulfato manganoso 26 Mn MnSO43H2O Solúvel em água e 14 a 15 enxofre S Óxido manganoso 41 Mn MnO Não solúvel em água total FTE 2 Mn Silicato Não solúvel em água total Quelato 5 Mn Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de manganês poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato de manganês 16 Mn MnNO326H2O Solúvel em água e 8 de N Cloreto de manganês 35 Mn MnCl2 Solúvel em água e 45 de Cl Carbonato de manganês 40 Mn MnCO3 Molibdênio Molibdato de amônio 54 Mo NH4 6Mo7O242H2O Solúvel em água e 5 a 7 N total Molibdato de sódio 39 Mo Na2MoO42H2O Solúvel em água Trióxido de molibdênio 66 Mo MoO3 Não solúvel em água total FTE 01 Mo Silicato Não solúvel em água Zinco Sulfato de zinco 20 Zn ZnSO47H2O Solúvel em água e 16 a 18 enxofre S Carbonato de zinco 52 Zn ZnCO3 Não solúvel em água total Óxido de zinco 50 Zn ZnO Não solúvel em água total FTE 3 Zn Silicato Não solúvel em água total Continua Micronutriente Fertilizante Forma do nutriente Observações Manual Fertpmd 11042016 1149 173 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 174 Tabela 11A Continuação Garantia mínima Zinco Quelato 7 Zn Ligado a EDTA HEDTA Solúvel em água de zinco poliflavonóides lignosulfonatos Nitrato de zinco 18 Zn ZnNO326H2O Solúvel em água e 8 de N Cloreto de zinco 40 Zn ZnCl2 Solúvel em água e 44 de Cl Cobalto Cloreto de cobalto 34 Co CoCl22H2O Solúvel em água Óxido de cobalto 75 Co CoO Não solúvel em água total FTE 01 Co Silicato Não solúvel em água Nitrato de cobalto 17 Co CoNO326H2O Solúvel em água e 8 de N Fosfato de cobalto 41 Co CoPO42 32 de P2O5 Sulfato de cobalto 18 Co CoSO47H2O Solúvel em água e 9 de S Carbonato de cobalto 42 Co CoCO3 Quelato de cobalto 2 Co Ligado a EDTA DTPA Solúvel em água EDDHA HEDTA EDDHMA EDDCHA poliflavonóides lignosulfonatos glucomatos e citratos Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Micronutriente Fertilizante Forma do nutriente Observações Tabela 12A Especificações dos fertilizantes organomineral e composto Garantia Organomineral Composto Matéria orgânica total Mínimo de 15 Mínimo de 40 Nitrogênio total Conforme declarado no registro Mínimo de 10 Umidade Máximo de 20 Máximo de 40 Relação CN Máximo de 181 pH Mínimo de 60 Mínimo de 60 P2O5 Conforme declarado no registro K2O Conforme declarado no registro Soma NPK NP PK ou NK Mínimo de 6 Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Manual Fertpmd 11042016 1149 174 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 175 Tabela 13A Especificações dos fertilizantes orgânicos simples Umidade Matéria N P2O5 máxima orgânica mínimo mínimo mínimo Esterco de bovino 25 36 6 201 1 Esterco de galinha 25 50 6 201 15 Bagaço de cana 25 36 6 201 1 Palha de arroz 25 36 6 201 1 Palha de café 25 46 6 201 13 Borra de café 25 60 6 201 18 Torta de algodão 15 70 5 Torta de amendoim 15 70 5 Torta de mamona 15 70 5 Torta de soja 15 70 5 Farinha de osso 15 6 15 20 total dos quais 80 solúvel em ácido cítrico a 2 Farinha de peixe 15 50 4 6 total Farinha de sangue 10 70 10 Turfa e Linhita 25 30 6 181 1 Extrato da legislação vigente Ministério da Agricultura e Reforma Agrária Orgânicos simples pH CN processados de mínimo máximo Tabela 14A Composição média de alguns adubos orgânicos Adubo Matéria orgânica N P2O5 K2O Esterco de bovinos 57 17 09 14 Esterco de equinos 46 14 05 17 Esterco de suínos 53 19 07 04 Esterco de ovinos 65 14 10 20 Esterco de aves 50 30 30 20 Composto orgânico 31 14 14 08 Resíduo urbano 29 14 02 10 pH kgm3 Vinhaça Mosto de melaço 42 49 07 02 55 Mosto de calda 40 31 03 02 15 Mosto misto 36 24 04 03 27 Com exceção dos três tipos de vinhaça os demais dados são com base na matéria seca Manual Fertpmd 11042016 1149 175 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 176 Figura 1A Compatibilidade entre vários fertilizantes minerais simples adubos orgânicos e corretivos Manual Fertpmd 11042016 1149 176 Manual Internacional de Fertilidade do Solo 177 LITERATURA CONSULTADA ANDA Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas Acidez do Solo e Calagem 2ed São Paulo 1988 16p Boletim Técnico nº 1 BRASIL Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária Divisão de Fiscalização de Corretivos e Fertilizantes Inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes corretivos inoculantes estimulan tes ou biofertilizantes destinados à agricultura Legislação Brasília Ministério da Agricultura 1983 86p CFSEMG COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais 4ª aproximação Lavras 1989 159p CFSRSSC COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLORSSC Recomendações de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina 3ed Passo Fundo SBCSNúcleo Regional Sul 1994 223p KIEHL EJ Fertilizantes orgânicos São Paulo Editora Agronômica Ceres 1985 492p LOPES AS Solos sob cerrado características propriedades e manejo Piracicaba Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1984 162p LOPES AS GUIDOLIN JA Interpretação de Análise de Solo conceitos e aplicações São Paulo ANDA Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas 1987 58p Boletim Técnico nº 2 MALAVOLTA E Elementos de Nutrição Mineral de Plantas São Paulo Editora Agronômica Ceres 1980 251p MALAVOLTA E Manual de Química Agrícola nutrição de plantas e fertilidade do solo São Paulo Editora Agronômica Ceres 1968 640p MARTIN JP ERVIN JO WOLF DC Microbiology of Turf Soils Turfgrass slide monograf Madison Crop Science Society of America 1978 10p ORLANDO Fº J LEME EJA Utilização agrícola dos resíduos de agroindústria canavieira In SIMPÓSIO SOBRE FERTILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA Brasília 1984 Anais Brasília EMBRAPADEP 1984 p451475 RAIJ B VAN Avaliação da fertilidade do solo Piracicaba Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato 1981 142p RAIJ B VAN Gesso agrícola na melhoria dos solos brasileiros São Paulo ANDA Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas 1988 88p RAIJ B VAN QUAGGIO JA Uso e eficiência de calcário e gesso na agricultura In SIMPÓSIO SOBRE FER TILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA Brasília 1984 Anais Brasília EMBRAPADEP 1984 p323346 RAIJ B VAN CANTARELLA H QUAGGIO JA FURLANI AMC eds Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo 2ed Campinas Instituto Agronômico 1986 285p Boletim Técnico nº 100 RUTLAND DW SCHULTZ JJ Fertilizer Quality Control Alabama International Fertilizer Development Center IFDC 1988 10p Mimeografado SIQUEIRA OJF de et al Recomendações de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina Passo Fundo EMBRAPACNPT 1987 100p TISDALE FL NELSON WL Soil fertility and fertilizers 3ed New York Mac Millan Publishing Co Inc 1975 694p VERDADE FC Representação e conversão dos constituintes do solo dos adubos e das cinzas das plan tas Campinas Instituto Agronômico 1963 16p Boletim Técnico nº 71 Manual Fertpmd 11042016 1149 177