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Resumo Contemporaneamente é notória as inúmeras discussões acerca de gêneros textuais Uma vez que são bastante repercutidos no meio pedagógico Nessa ótica a análise crítica de textos seja quaisquer o gênero são de suma importância para o bom desempenho escolar do alunato bem como dos próprios docentes Dessa forma se atém o presente trabalho na qual detém o objetivo de analisar o processo de transmutação do gênero conto para o gênero carta respaldados pela linguística textual A motivação do trabalho se deu através das discussões a respeito de um mini conto de Dalton Trevisan intitulado Apelo Nesse ínterim cabe avaliar os critérios elementos e contextos textuais nesse processo de mudança de gênero Logo para isso a metodologia desempenhada foi através dos estudos acerca das cartas dos integrantes do presente trabalho Com isso todo o meio metodológico fora ancorado nos pressupostos de grandes nomes da linguística textual como Bakhtin e Volochinov 1929 Koch2006 Marcuschi 2007 Benveniste 2005 e Silva 2020 O estudo é de natureza qualitativa bem como referência Bibliográfica Portanto com os resultados advindos pôdese observar a inserção de diferentes gêneros textuais bem como suas interações na linguística textual fomentando grande importância no meio acadêmico Palavras Chave Carta Conto Gênero Mudança Abstract At the same time there are numerous discussions about textual genres Since they are quite reverberated in the pedagogical Introdução Nos últimos tempos os mais diversos estudos a respeito das discussões que cercam os gêneros textuais são cada vez mais intensificadas no meio acadêmico Com isso urge a necessidade de serem avaliados os mais diversos entraves e propostas que rodeiam tal assunto Como é o caso do presente artigo que busca analisar a mudança de gênero de conto para carta Como já citado do conto de Dalton Trevisan denominado Apelo em que metodologicamente fora discutido em uma turma de graduação do curso de Letras de uma Instituição de Ensino no estado de Alagoas Em que o alunato desenvolveu novos olhares em resposta à ao conto em forma de carta ou seja acarretando assim uma transmutação de gêneros Então dessa forma cabe ao dado trabalho avaliar os principais fatores existentes nessa mudança Ou seja sendo essa principal motivação E para isso é pontuado também os postulados de Bakhtin e Volochinov 1929 Koch 2006 Marcuschi 2007 Benveniste 2005 e Silva 2020 para compor um aporte teórico que guie todo o percurso do trabalho Continuamente as discussões são estruturadas em três seções a primeira responsável por tratar dos gêneros textuais como um todo a segunda seção por sua vez traz conceitos e perspectivas do gênero cartas e por fim a terceira sendo ela a principal por tratar justamente na análise de dados do presente trabalho Assim sendo toda desenvolvida em pesquisa qualitativa com referência bibliográfica na qual versamse alguns princípios conforme aponta Lacato TÍTULO1 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX2 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX3 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX4 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX5 RESUMO PALAVRASCHAVE ABSTRACT KEYWORDS 1 INTRODUÇÃO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 21 A noção de gênero A noção de gênero remonta à Antiguidade Ela é encontrada na tradição da crítica literária que classifica as produções escritas segundo certas características no uso corrente no qual ela é um meio de o indivíduo se situar no conjunto das produções textuais e por fim de forma bastante discutida nas análises de discurso e nas análises textuais Na Antiguidade coexistiram dois tipos de atividade discursiva Uma que surgiu na Grécia préarcaica era o trabalho dos poetas Estes eram 1 Artigo elaborado para disciplina de XXXXXXXXXXXX ministrada pelo professor XXXXXXXXXXXXXXXXXX no curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX FaculdadeEscola da XXXXXXXXXXXXXX Universidade 2 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 3 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 4 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 5 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 1 intermediários entre os deuses e os humanos por um lado celebrando os heróis e por outro interpretando os enigmas que os deuses enviavam aos humanos Dessa forma codificaramse gêneros como o épico o lírico o dramático o epidídico A outra atividade discursiva surgiu na Grécia clássica e seu auge na Roma ciceriana ella apareceu como uma resposta às necessidades de gerenciar a vida da cidade e os conflitos comerciais fazendo da palabra pública um instrumento de deliberação e de persuasão jurídica e política CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Na tradição literária os gêneros devem permitir situar e classificar os diferentes textos literários sejam eles prosa ou poesia Mas isso foi feito ao logo dessa tradição literária segundo critérios que não são todos de mesma natureza Há critérios ao mesmo tempo relacionados à composição à forma e ao conteúdo que diferenciam os gêneros poesia teatro romance ensaio depois no interior destes o soneto a ode a balada o madrigal o lai a estância etc para a poesia a épica a elegia etc para a narrativa a tragédia o drama a comédia etc para o teatro Há também critérios que se referiam a diferentes maneiras de conceber a representação da realidade definidas por meio dos textos ou dos manifestos cuja função era fundar escolas e que corresponderam a períodos históricos os gêneros romântico realista naturalista surrealista etc Por fim existem critérios que dizem respeito à estrutura dos textos e particularmente à sua organização enunciativa o fantástico o autobiográfico o romance histórico etc CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Na semiótica análise do discurso e análise textual encontrase a noção de gênero aplicada a textos não literários Mas nesse caso coexistem ou mesmo se opõem diferentes definições que dão conta cada uma do posicionamento teórico ao qual se relacionam Ainda que seja difícil classificar esses diferentes posicionamentos distinguemse vários pontos de vista CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 1 Um ponto de vista funcional desenvolvido por certos analistas que tentam estabelecer funções básicas da atividade linguajeira a partir das quais as produções textuais podem ser classificadas segundo o polo do ato comunicativo em direção ao qual elas se orientam Situamse dentro dessa orientação as propostas de R Jakobson funções emotiva conativa fática 2 poética referencial e matalinguística ou de maneira mais sociológica as funções propostas por M AK Halliday funções instrumental interativa pessoal heurística imaginatica ideacional interpessoal etc ou por G Brown e G Yulle funções transacional e interativa 2 Um ponto de vista enunciativo iniciado por É Benveniste que apoiandose no aparelho formal da enunciação propôs uma oposição entre discurso e história frequentemente reformulada em discurso e narrativa No prolongamento desse ponto de vista desenvolveramse análises que tentaram descrever os gêneros mediante características formais dos textos reunindo as marcas mais recorrentes 3 Um ponto de vista textual mais voltada para a organização textual que busca definir a regularidade composicional dos textos propondo a exemplo de JeanMichel Adam um nível intermediário entre a frase e o texto chamado sequencial que tem um valor prototipico de narração descrição argumentação etc Nesse caso vários autores falam de gêneros textuais 4 Um ponto de vista comunicativo tendo este termo um sentido amplo ainda que com orientações distintas A diversidade de pontos de vista e e denominações mostra a complexidade da questão dos gêneros alguns autores falam de gêneros de discurso outros de gêneros textuais outros ainda de tipos de textos JeanMichel Adam opõe gêneros e tipos de textos JeanPaul Bronckart opõe gêneros de textos e tipos de discursos Dominique Maingueneau distique tipos de texto hipergênero e gênero de dscurso Patrick Charaudeau distingue gêneros de subgênersos situacionais e no interior destes variantes de gêneros de discurso CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Percebese pois para definir a noção de gênero ora levase em conta de maneira preferencial a ancoragem social do discurso ora sua natureza comunicativa ora as regularidades composicionais dos textos ora as características formasis dos textos produzidos Podese pensar que esses diferentes aspectos estão ligados o que cria afinidades em todos de duas grandes orientações a que se volta para os textos o que justifica a denominação gêneros de texto e a que se 3 volta para as condições de produção do discurso o que justifica a denominação gêneros de discurso CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Marcuschi 2008 distingue as noções de gênero textual e tipo textual Para ele a Tipo textual designa uma espécie de construção teórica em geral uma sequência subjacente aos textos definida pela natureza linguística de sua compN osição aspectos lexicais sintáticos tempos verbais relações lógicas estilo O tipo caracterizase muito mais como sequências linguísticas sequências retóricas do que como textos materializados a rigor são modos textuais Em geral os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como narração argumentação exposição descrição injunção O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar Quando predomina um mode num dado texto concreto dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo ou expositivo ou descritivo ou injuntivo b Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas sociais institucionais e técnicas Em contraposição aos tipos os gêneros são entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas constituindo em princípio listagens aberas Como tal os gêneros são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis histórica e socialmetne situadas pp 154155 grifos do autor Bakhtin 2016 fala em gêneros do discurso os quais são definidos como tipos relativamente estáveis de enunciados Para o filósofo esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada campo da atividade humana não só por seu conteúdo temático e pelo estilo da língua seleção de recursos lexicais fraseológicos e gramaticais mas sobretudo por sua construção composicional Os gêneros do discurso por sua vez se distinguem em gêneros discursivos primários simples formados nas condições da comunicação discursiva imediata gêneros discursivos secundários complexos formados nas condições de um convívio cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado Nesse sentido a riqueza e a diversidade dos gêneros são infinitas porquanto as possibilidades da multifacetada atividade humana são inesgotáveise e em cada campo dessa atividade elaborase todo um repertório de gêneros do discurso que cresce e se diferencia à medida que tal campo se desenvolve e ganha complexidade Nas palavras de Machado 2005 4 Os gêneros discursivos assim considerados podem ser pensados tanto em função de sua ontogênese quanto de sua filogênese Do ponto de vista ontogenérico os gêneros discursivos são realizações das interações produzidas na esfera da comunicação verbal do ponto de vista filogenérico é possível acompanhar a expansão para outras esferas da comunicação realizada graças à dinâmica de outros códigos culturais que se constituem em relação à palabra um ponto de vista extraposto Nesse sentido as esferas de uso da linguagem podem ser dialogicamente configuradas em função do sistema de signos que as realizam p 165 21 O gênero carta Segundo Costa 2014 em seu Dicionário de gêneros textuais a carta definese como uma mensagem manuscrita ou impressa dirigida a uma pessoa ou a uma organização para a comunicação de algo Conforme o espaço onde circula há vários tipos de carta com uma estrutura semelhante com a presença de alguns elementos básicos indispensáveis como local e data saudação corpo despedida e assinatura ou específicos como cabeçalho ou timbre numeração endereço além dos anteriores na correspondência comercial ou oficial Nas palavras de Costa 2014 quanto à interlocução a carta vai ser mais ou menos formal dependendo do tipo de correspondência comercial ou familiar Nesta a carta familiar cujo conteúdo gira em torno de temas pessoais geralmente é escrita em estilo simples no registro coloquial pois a interlocução se dá entre pessoas que se conhecem ou são parentes próximos Naquela ao contrário como a interlocução se dá entre organizações a carta comercial constitui um documento formal escrito cujo conteúdo gira em torno do mundo dos negócios compra e venda de alguma coisa promoção cobrança etc O estilo do discurso se faz então num registro linguístico mais formal a partir do próprio vocativo e das formas de tratamento no corpo da carta 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKHTIN Mikhail Os gêneros do discurso Trad Paulo Bezerra São Paulo Editora 34 2016 5 CHARAUDEAU Patrick MAINGUENEAU Dominique Dicionário de análise do discurso São Paulo Contexto 2004 COSTA Sérgio Roberto Dicionário de gêneros textuais Belo Horizonte Autêntica 2014 MACHADO Irene Gêneros discursivos In Brait Beth org Bakhtin conceitos chave São Paulo Contexto 2005 pp 151166 6 TÍTULO1 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX2 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX3 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX4 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX5 RESUMO PALAVRASCHAVE ABSTRACT KEYWORDS 1 INTRODUÇÃO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 21 A noção de gênero A noção de gênero remonta à Antiguidade Ela é encontrada na tradição da crítica literária que classifica as produções escritas segundo certas características no uso corrente no qual ela é um meio de o indivíduo se situar no conjunto das produções textuais e por fim de forma bastante discutida nas análises de discurso e nas análises textuais Na Antiguidade coexistiram dois tipos de atividade discursiva Uma que surgiu na Grécia préarcaica era o trabalho dos poetas Estes eram 1 Artigo elaborado para disciplina de XXXXXXXXXXXX ministrada pelo professor XXXXXXXXXXXXXXXXXX no curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX FaculdadeEscola da XXXXXXXXXXXXXX Universidade 2 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 3 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 4 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 5 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 1 intermediários entre os deuses e os humanos por um lado celebrando os heróis e por outro interpretando os enigmas que os deuses enviavam aos humanos Dessa forma codificaramse gêneros como o épico o lírico o dramático o epidídico A outra atividade discursiva surgiu na Grécia clássica e seu auge na Roma ciceriana ella apareceu como uma resposta às necessidades de gerenciar a vida da cidade e os conflitos comerciais fazendo da palabra pública um instrumento de deliberação e de persuasão jurídica e política CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Na tradição literária os gêneros devem permitir situar e classificar os diferentes textos literários sejam eles prosa ou poesia Mas isso foi feito ao logo dessa tradição literária segundo critérios que não são todos de mesma natureza Há critérios ao mesmo tempo relacionados à composição à forma e ao conteúdo que diferenciam os gêneros poesia teatro romance ensaio depois no interior destes o soneto a ode a balada o madrigal o lai a estância etc para a poesia a épica a elegia etc para a narrativa a tragédia o drama a comédia etc para o teatro Há também critérios que se referiam a diferentes maneiras de conceber a representação da realidade definidas por meio dos textos ou dos manifestos cuja função era fundar escolas e que corresponderam a períodos históricos os gêneros romântico realista naturalista surrealista etc Por fim existem critérios que dizem respeito à estrutura dos textos e particularmente à sua organização enunciativa o fantástico o autobiográfico o romance histórico etc CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Na semiótica análise do discurso e análise textual encontrase a noção de gênero aplicada a textos não literários Mas nesse caso coexistem ou mesmo se opõem diferentes definições que dão conta cada uma do posicionamento teórico ao qual se relacionam Ainda que seja difícil classificar esses diferentes posicionamentos distinguemse vários pontos de vista CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 1 Um ponto de vista funcional desenvolvido por certos analistas que tentam estabelecer funções básicas da atividade linguajeira a partir das quais as produções textuais podem ser classificadas segundo o polo do ato comunicativo em direção ao qual elas se orientam Situamse dentro dessa orientação as propostas de R Jakobson funções emotiva conativa fática 2 poética referencial e matalinguística ou de maneira mais sociológica as funções propostas por M AK Halliday funções instrumental interativa pessoal heurística imaginatica ideacional interpessoal etc ou por G Brown e G Yulle funções transacional e interativa 2 Um ponto de vista enunciativo iniciado por É Benveniste que apoiandose no aparelho formal da enunciação propôs uma oposição entre discurso e história frequentemente reformulada em discurso e narrativa No prolongamento desse ponto de vista desenvolveramse análises que tentaram descrever os gêneros mediante características formais dos textos reunindo as marcas mais recorrentes 3 Um ponto de vista textual mais voltada para a organização textual que busca definir a regularidade composicional dos textos propondo a exemplo de JeanMichel Adam um nível intermediário entre a frase e o texto chamado sequencial que tem um valor prototipico de narração descrição argumentação etc Nesse caso vários autores falam de gêneros textuais 4 Um ponto de vista comunicativo tendo este termo um sentido amplo ainda que com orientações distintas A diversidade de pontos de vista e e denominações mostra a complexidade da questão dos gêneros alguns autores falam de gêneros de discurso outros de gêneros textuais outros ainda de tipos de textos JeanMichel Adam opõe gêneros e tipos de textos JeanPaul Bronckart opõe gêneros de textos e tipos de discursos Dominique Maingueneau distique tipos de texto hipergênero e gênero de dscurso Patrick Charaudeau distingue gêneros de subgênersos situacionais e no interior destes variantes de gêneros de discurso CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Percebese pois para definir a noção de gênero ora levase em conta de maneira preferencial a ancoragem social do discurso ora sua natureza comunicativa ora as regularidades composicionais dos textos ora as características formasis dos textos produzidos Podese pensar que esses diferentes aspectos estão ligados o que cria afinidades em todos de duas grandes orientações a que se volta para os textos o que justifica a denominação gêneros de texto e a que se 3 volta para as condições de produção do discurso o que justifica a denominação gêneros de discurso CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Marcuschi 2008 distingue as noções de gênero textual e tipo textual Para ele a Tipo textual designa uma espécie de construção teórica em geral uma sequência subjacente aos textos definida pela natureza linguística de sua compN osição aspectos lexicais sintáticos tempos verbais relações lógicas estilo O tipo caracterizase muito mais como sequências linguísticas sequências retóricas do que como textos materializados a rigor são modos textuais Em geral os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como narração argumentação exposição descrição injunção O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar Quando predomina um mode num dado texto concreto dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo ou expositivo ou descritivo ou injuntivo b Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas sociais institucionais e técnicas Em contraposição aos tipos os gêneros são entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas constituindo em princípio listagens aberas Como tal os gêneros são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis histórica e socialmetne situadas pp 154155 grifos do autor Bakhtin 2016 fala em gêneros do discurso os quais são definidos como tipos relativamente estáveis de enunciados Para o filósofo esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada campo da atividade humana não só por seu conteúdo temático e pelo estilo da língua seleção de recursos lexicais fraseológicos e gramaticais mas sobretudo por sua construção composicional Os gêneros do discurso por sua vez se distinguem em gêneros discursivos primários simples formados nas condições da comunicação discursiva imediata gêneros discursivos secundários complexos formados nas condições de um convívio cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado Nesse sentido a riqueza e a diversidade dos gêneros são infinitas porquanto as possibilidades da multifacetada atividade humana são inesgotáveise e em cada campo dessa atividade elaborase todo um repertório de gêneros do discurso que cresce e se diferencia à medida que tal campo se desenvolve e ganha complexidade Nas palavras de Machado 2005 4 Os gêneros discursivos assim considerados podem ser pensados tanto em função de sua ontogênese quanto de sua filogênese Do ponto de vista ontogenérico os gêneros discursivos são realizações das interações produzidas na esfera da comunicação verbal do ponto de vista filogenérico é possível acompanhar a expansão para outras esferas da comunicação realizada graças à dinâmica de outros códigos culturais que se constituem em relação à palabra um ponto de vista extraposto Nesse sentido as esferas de uso da linguagem podem ser dialogicamente configuradas em função do sistema de signos que as realizam p 165 21 O gênero carta Segundo Costa 2014 em seu Dicionário de gêneros textuais a carta definese como uma mensagem manuscrita ou impressa dirigida a uma pessoa ou a uma organização para a comunicação de algo Conforme o espaço onde circula há vários tipos de carta com uma estrutura semelhante com a presença de alguns elementos básicos indispensáveis como local e data saudação corpo despedida e assinatura ou específicos como cabeçalho ou timbre numeração endereço além dos anteriores na correspondência comercial ou oficial Nas palavras de Costa 2014 quanto à interlocução a carta vai ser mais ou menos formal dependendo do tipo de correspondência comercial ou familiar Nesta a carta familiar cujo conteúdo gira em torno de temas pessoais geralmente é escrita em estilo simples no registro coloquial pois a interlocução se dá entre pessoas que se conhecem ou são parentes próximos Naquela ao contrário como a interlocução se dá entre organizações a carta comercial constitui um documento formal escrito cujo conteúdo gira em torno do mundo dos negócios compra e venda de alguma coisa promoção cobrança etc O estilo do discurso se faz então num registro linguístico mais formal a partir do próprio vocativo e das formas de tratamento no corpo da carta 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKHTIN Mikhail Os gêneros do discurso Trad Paulo Bezerra São Paulo Editora 34 2016 5 CHARAUDEAU Patrick MAINGUENEAU Dominique Dicionário de análise do discurso São Paulo Contexto 2004 COSTA Sérgio Roberto Dicionário de gêneros textuais Belo Horizonte Autêntica 2014 MACHADO Irene Gêneros discursivos In Brait Beth org Bakhtin conceitos chave São Paulo Contexto 2005 pp 151166 6 TÍTULO1 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX2 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX3 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX4 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX5 RESUMO PALAVRASCHAVE ABSTRACT KEYWORDS 1 INTRODUÇÃO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 21 A noção de gênero A noção de gênero remonta à Antiguidade Ela é encontrada na tradição da crítica literária que classifica as produções escritas segundo certas características no uso corrente no qual ela é um meio de o indivíduo se situar no conjunto das produções textuais e por fim de forma bastante discutida nas análises de discurso e nas análises textuais Na Antiguidade coexistiram dois tipos de atividade discursiva Uma que surgiu na Grécia préarcaica era o trabalho dos poetas Estes eram 1 Artigo elaborado para disciplina de XXXXXXXXXXXX ministrada pelo professor XXXXXXXXXXXXXXXXXX no curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX FaculdadeEscola da XXXXXXXXXXXXXX Universidade 2 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 3 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 4 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 5 Discente do curso de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX da XXXXXXXXXXXXXXXXXX Universidade 1 intermediários entre os deuses e os humanos por um lado celebrando os heróis e por outro interpretando os enigmas que os deuses enviavam aos humanos Dessa forma codificaramse gêneros como o épico o lírico o dramático o epidídico A outra atividade discursiva surgiu na Grécia clássica e seu auge na Roma ciceriana ella apareceu como uma resposta às necessidades de gerenciar a vida da cidade e os conflitos comerciais fazendo da palabra pública um instrumento de deliberação e de persuasão jurídica e política CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Na tradição literária os gêneros devem permitir situar e classificar os diferentes textos literários sejam eles prosa ou poesia Mas isso foi feito ao logo dessa tradição literária segundo critérios que não são todos de mesma natureza Há critérios ao mesmo tempo relacionados à composição à forma e ao conteúdo que diferenciam os gêneros poesia teatro romance ensaio depois no interior destes o soneto a ode a balada o madrigal o lai a estância etc para a poesia a épica a elegia etc para a narrativa a tragédia o drama a comédia etc para o teatro Há também critérios que se referiam a diferentes maneiras de conceber a representação da realidade definidas por meio dos textos ou dos manifestos cuja função era fundar escolas e que corresponderam a períodos históricos os gêneros romântico realista naturalista surrealista etc Por fim existem critérios que dizem respeito à estrutura dos textos e particularmente à sua organização enunciativa o fantástico o autobiográfico o romance histórico etc CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Na semiótica análise do discurso e análise textual encontrase a noção de gênero aplicada a textos não literários Mas nesse caso coexistem ou mesmo se opõem diferentes definições que dão conta cada uma do posicionamento teórico ao qual se relacionam Ainda que seja difícil classificar esses diferentes posicionamentos distinguemse vários pontos de vista CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 1 Um ponto de vista funcional desenvolvido por certos analistas que tentam estabelecer funções básicas da atividade linguajeira a partir das quais as produções textuais podem ser classificadas segundo o polo do ato comunicativo em direção ao qual elas se orientam Situamse dentro dessa orientação as propostas de R Jakobson funções emotiva conativa fática 2 poética referencial e matalinguística ou de maneira mais sociológica as funções propostas por M AK Halliday funções instrumental interativa pessoal heurística imaginatica ideacional interpessoal etc ou por G Brown e G Yulle funções transacional e interativa 2 Um ponto de vista enunciativo iniciado por É Benveniste que apoiandose no aparelho formal da enunciação propôs uma oposição entre discurso e história frequentemente reformulada em discurso e narrativa No prolongamento desse ponto de vista desenvolveramse análises que tentaram descrever os gêneros mediante características formais dos textos reunindo as marcas mais recorrentes 3 Um ponto de vista textual mais voltada para a organização textual que busca definir a regularidade composicional dos textos propondo a exemplo de JeanMichel Adam um nível intermediário entre a frase e o texto chamado sequencial que tem um valor prototipico de narração descrição argumentação etc Nesse caso vários autores falam de gêneros textuais 4 Um ponto de vista comunicativo tendo este termo um sentido amplo ainda que com orientações distintas A diversidade de pontos de vista e e denominações mostra a complexidade da questão dos gêneros alguns autores falam de gêneros de discurso outros de gêneros textuais outros ainda de tipos de textos JeanMichel Adam opõe gêneros e tipos de textos JeanPaul Bronckart opõe gêneros de textos e tipos de discursos Dominique Maingueneau distique tipos de texto hipergênero e gênero de dscurso Patrick Charaudeau distingue gêneros de subgênersos situacionais e no interior destes variantes de gêneros de discurso CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Percebese pois para definir a noção de gênero ora levase em conta de maneira preferencial a ancoragem social do discurso ora sua natureza comunicativa ora as regularidades composicionais dos textos ora as características formasis dos textos produzidos Podese pensar que esses diferentes aspectos estão ligados o que cria afinidades em todos de duas grandes orientações a que se volta para os textos o que justifica a denominação gêneros de texto e a que se 3 volta para as condições de produção do discurso o que justifica a denominação gêneros de discurso CHARAUDEAU MAINGUENEAU 2004 Marcuschi 2008 distingue as noções de gênero textual e tipo textual Para ele a Tipo textual designa uma espécie de construção teórica em geral uma sequência subjacente aos textos definida pela natureza linguística de sua compV osição aspectos lexicais sintáticos tempos verbais relações lógicas estilo O tipo caracterizase muito mais como sequências linguísticas sequências retóricas do que como textos materializados a rigor são modos textuais Em geral os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como narração argumentação exposição descrição injunção O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar Quando predomina um mode num dado texto concreto dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo ou expositivo ou descritivo ou injuntivo b Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas sociais institucionais e técnicas Em contraposição aos tipos os gêneros são entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas constituindo em princípio listagens aberas Como tal os gêneros são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis histórica e socialmetne situadas pp 154155 grifos do autor Bakhtin 2016 fala em gêneros do discurso os quais são definidos como tipos relativamente estáveis de enunciados Para o filósofo esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada campo da atividade humana não só por seu conteúdo temático e pelo estilo da língua seleção de recursos lexicais fraseológicos e gramaticais mas sobretudo por sua construção composicional Os gêneros do discurso por sua vez se distinguem em gêneros discursivos primários simples formados nas condições da comunicação discursiva imediata gêneros discursivos secundários complexos formados nas condições de um convívio cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado Nesse sentido a riqueza e a diversidade dos gêneros são infinitas porquanto as possibilidades da multifacetada atividade humana são inesgotáveise e em cada campo dessa atividade elaborase todo um repertório de gêneros do discurso que cresce e se diferencia à medida que tal campo se desenvolve e ganha complexidade Nas palavras de Machado 2005 4 Os gêneros discursivos assim considerados podem ser pensados tanto em função de sua ontogênese quanto de sua filogênese Do ponto de vista ontogenérico os gêneros discursivos são realizações das interações produzidas na esfera da comunicação verbal do ponto de vista filogenérico é possível acompanhar a expansão para outras esferas da comunicação realizada graças à dinâmica de outros códigos culturais que se constituem em relação à palabra um ponto de vista extraposto Nesse sentido as esferas de uso da linguagem podem ser dialogicamente configuradas em função do sistema de signos que as realizam p 165 21 O gênero carta Segundo Costa 2014 em seu Dicionário de gêneros textuais a carta definese como uma mensagem manuscrita ou impressa dirigida a uma pessoa ou a uma organização para a comunicação de algo Conforme o espaço onde circula há vários tipos de carta com uma estrutura semelhante com a presença de alguns elementos básicos indispensáveis como local e data saudação corpo despedida e assinatura ou específicos como cabeçalho ou timbre numeração endereço além dos anteriores na correspondência comercial ou oficial Nas palavras de Costa 2014 quanto à interlocução a carta vai ser mais ou menos formal dependendo do tipo de correspondência comercial ou familiar Nesta a carta familiar cujo conteúdo gira em torno de temas pessoais geralmente é escrita em estilo simples no registro coloquial pois a interlocução se dá entre pessoas que se conhecem ou são parentes próximos Naquela ao contrário como a interlocução se dá entre organizações a carta comercial constitui um documento formal escrito cujo conteúdo gira em torno do mundo dos negócios compra e venda de alguma coisa promoção cobrança etc O estilo do discurso se faz então num registro linguístico mais formal a partir do próprio vocativo e das formas de tratamento no corpo da carta 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKHTIN Mikhail Os gêneros do discurso Trad Paulo Bezerra São Paulo Editora 34 2016 5 CHARAUDEAU Patrick MAINGUENEAU Dominique Dicionário de análise do discurso São Paulo Contexto 2004 COSTA Sérgio Roberto Dicionário de gêneros textuais Belo Horizonte Autêntica 2014 MACHADO Irene Gêneros discursivos In Brait Beth org Bakhtin conceitos chave São Paulo Contexto 2005 pp 151166 6