·

Cursos Gerais ·

História

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Recommended for you

Preview text

51 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 ARQUIVAR A VIDA UMA POSSIBILIDADE PARA O ENSINO DE HISTÓRIA Geyso Dongley Germinari Resumo O artigo aborda a possibilidade do uso escolar de documentos históricos encontrados em arquivos familiares Tais arquivos são formados por fotografias certidões de nasci mento notas fiscais carteiras de trabalho entre outras fontes históricas guardadas em gavetas e armários de qualquer residência A partir dessa temática a investigação busca compreender as possibilidades e limites da utilização de arquivos familiares em aulas de História dos anos iniciais do ensino fundamental Para tanto realizouse uma pesquisa de campo com duas professoras da rede municipal de ensino do Município de Pinhais PR A metodologia de investigação foi referenciada na pesquisa qualitativainterpreta tiva aplicada à educação a qual orientou a coleta de dados desenvolvida por meio de observações no momento do planejamento das aulas e entrevistas com as professo ras Ao usarem as fontes históricas de arquivos familiares as professoras expressaram ideias a respeito das seguintes dificuldades de natureza didáticometodológica trabalhar a participação dos sujeitos na História relacionar a História local com a História geral desenvolver a noção de temporalidade histórica desenvolver trabalhos coletivos Palavraschave Arquivo familiar Ensino de História Metodologia de ensino 1 INTRODUÇÃO O objetivo do artigo é analisar a possibilidade de utilizar documentos em estado de arquivo familiar no ensino de História para os anos iniciais da escola fundamental1 Bittencourt 1998 analisou propostas curriculares de História de vários Estados bra sileiros elaboradas entre 1985 e 1995 e destinadas aos anos iniciais do ensino fundamental Na pesquisa percebeu ser consensual a organização dos estudos da sociedade a partir da vivência dos alunos para depois introduzilos em outras realidades Apesar da discussão teórica acerca da relação indivíduo e sociedade não ser aprofundada buscouse valorizar o aluno como sujeito do conhecimento De acordo com os ensi Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná Pesquisador do Laboratório de Pesquisa em Educação Histórica do PPGEUFPR geysoggmailcom 52 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari namentos de Bittencourt 1998 p 153 a metodologia sugerida para encaminhar tal proposta parte desses princípios enunciados e indica ser necessário que o aluno desenvolva a capacidade de observação do meio próximo introduzindo a importância de elementos de sua vivência tais como a própria moradia fotografias artigos de jornais e revistas considerandoos como objetos de estudo portadores de informações históricas possíveis de serem resgatadas Apesar da intenção de valorizar os elementos próximos da vivência do alu no as propostas curriculares analisadas não tinham orientações consistentes de como utilizar os elementos encontrados no âmbito familiar no que concerne ao ensino de História Como afirma Bittencourt 1998 p 153 Parece dessa forma ser suficiente nas séries iniciais trazer para a sala de aula elementos da vida do aluno para que a relação e articulação entre as duas formas de conhecimento se estabeleça Partindo do pressuposto de que as discussões teóricometodológicas a res peito do uso em sala de aula das fontes encontradas no âmbito familiar do aluno eram insipientes resolveuse desenvolver uma investigação prática com duas professoras de uma escola pública da rede de ensino de Pinhais município da região metropolita na de Curitiba capital do Estado do Paraná Os dados empíricos foram construídos a partir de observações registros em diá rio de campo entrevistas e conversas informais com as professoras A análise documental também foi utilizada para obter informações do currículo planos de ensino e atividades propostas para as aulas de História A pesquisa concentrouse na análise do planejamento das aulas de História a partir de documentos em estado de arquivo familiar Tratase pois de um estudo que busca seu referencial empírico na escola com a finalidade de construir novas relações a respeito do objeto investigado o que somente é possível no processo de articulação entre os dados empíricos e a teoria ROCKWELL 1987 Nessa apreciação foi relevante buscar indícios reveladores das formas pelas quais os documentos se incorporam à complexidade da escola e de como são recebi dos e reinterpretados pelos professores A opção pela pesquisa sobre o uso escolar de documentos que podem ser encontrados em arquivos de familiares exige a delimita ção das especificidades desse tipo de acervo 53 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história 2 PARA UMA DEFINIÇÃO DE DOCUMENTOS EM ESTADO DE AR QUIVO FAMILIAR Atualmente os documentos históricos são guardados em centros de docu mentação bibliotecas museus bancos de dados e arquivos especializados na conser vação e classificação de acervos documentais Os arquivos na perspectiva de Paes 1997 podem ser classificados entre outras formas segundo as entidades mantene doras Eles podem ser públicos Federal Estadual Municipal institucionais escola igreja associações sindicatos comerciais empresas corporações e familiares ou pessoais O arquivo público pode ser definido como um conjunto de documentos produzidos ou recebidos por instituições governamentais de âmbito federal estadual ou municipal em decorrência de suas funções administrativas judiciárias ou legisla tivas PAES 1997 p 24 Estas instituições fornecem serviços direcionados ao levantamento leitura e repro dução de documentos e além disso possuem condições técnicas para conservar grandes acervos documentais Como afirma Camargo 1988 p 58 no âmbito do público como equivalente de estatal e de oficial os arquivos são antes de mais nada depositários da fé pública Ainda segundo a autora A valorização do arquivo como órgão que conserva os documentos emanados de autoridades públicas vem de uma longa tradição jurídica baseada na presunção de autenticidade dos atos praticados pelos que detêm cargos e ofícios públicos É na esfera pública mediante registros autênticos e seguros que evidenciam a veracidade e a validade dos fatos CAMARGO 1988 p 59 Durante o século XIX a arquivística enfatizou o aspecto público dos arquivos em razão da ideia de autenticidade dos documentos pois o ato de arquivar documentos sendo uma prática social refletia em suas atividades o pensamento oitocentista sobretudo o ideário positivista o qual influenciou a noção historiográfica de documento histórico como prova dos fatos passados Os documentos em estado de arquivo familiar não fazem parte da vida de per sonagens do cenário político ou midiático Estes documentos podem ser encontrados no interior das mais diversas residências arquivados em gavetas em caixas de papelão esquecidas temporariamente em cima de armários Encontramse aí velhas fotogra fias amareladas certidões de nascimento escrituras de terreno agendas cartas bilhetes 54 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari confidenciais carteiras de trabalho Essa definição corrobora com as ideias de Artières 1998 p 31 para quem arquivar a própria vida não é privilégio de homens ilustres de escritores ou de governantes Todo indivíduo em algum momento da sua existên cia por uma razão qualquer se entrega a esse exercício Ao longo da vida em diferentes situações as pessoas guardam cartões pos tais cartas recebidas fotografias certidões de nascimento casamento e óbito espon taneamente ou por obrigação social A classificação dos documentos pessoais ocorre diariamente segundo Artières 1998 p 10 passamos assim o tempo a arquivar nossas vidas arrumamos desarrumamos reclassificamos Este autor analisa a rela ção complexa entre o indivíduo e seus documentos detendose na natureza das exi gências sociais que levam as pessoas cotidiana e silenciosamente a manter arquivos de suas vidas No sentido amplo do conceito de documento histórico empregado pelas cor rentes historiográficas atuais todos os artefatos produzidos e guardados pelas pessoas comuns são considerados fontes primárias para a escrita da História e portanto pas síveis de serem utilizadas no ensino de História Os documentos em estado de arquivo familiar são registros que podem re velar parte da memória do indivíduo e da coletividade A memória para Williams 1969 permanece de duas maneiras a primeira inserese numa tradição comum da humanidade constituída ao longo de toda a História das sociedades a segunda está conservada em arquivos de forma sistemática por meio da preservação organizada dos documentos do passado e do presente Por outro lado grande parte da memória coletiva e individual é perdida pela escassez de registros O uso de documentos no ensino de História tem sido um tema amplamente debati do nas últimas décadas Para Ferraz 1999 p 682 é relativamente grande o volume de artigos ensaios e livros relacionados de uma maneira ou de outra ao exercício do conheci mento histórico através do trabalho documental A maioria dos estudos aborda o uso escolar de documentos localizados em acervos já constituídos e organizados em instituições especia lizadas na coleta organização e conservação das fontes documentais O acervo documental de arquivos institucionais dificulta o planejamento do ensino centrado na vivência histórica das pessoas comuns pois a memória dos grupos sociais populares não está sistematicamente preservada nas instituições públicas especializadas Os documentos de arquivos familiares são qualitativamente diferentes daque les encontrados nos arquivos públicos O uso escolar desse tipo de documento requer um trabalho específico de coleta seleção e organização que considere suas especi 55 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história ficidades Isso juntamente com uma metodologia que articule concepção de história concepção de documento histórico e uma seleção de conteúdo adequada 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA A escola selecionada para investigação oferece o 1º e 2º ciclos do ensino funda mental Localizase em Pinhais região metropolitana de Curitiba Estado do Paraná em um dos bairros com maior concentração populacional do município Atende alunos de famílias de baixa renda sendo a maioria filhos de migrantes vindos principalmente do Norte do Paraná São Paulo e Minas Gerais em busca de melhores condições de vida Dessa escola foram escolhidas duas professoras que atuam no ensino de His tória para os anos iniciais do ensino fundamental cujos nomes fictícios para proteger suas identidades nesta pesquisa são Adriana e Carla Seus alunos tinham na época da pesquisa entre 9 e 12 anos Muitos traba lhavam como catadores de papel e vendedores ambulantes para complementar o or çamento familiar As palavras da professora Adriana que leciona há mais de 20 anos são esclarecedoras muitos alunos faltam pelo mesmo motivo trabalhar Os pais não têm emprego fixo não tem estabilidade mas a grande maioria está desempregada O professor tem que ter os pés no chão olha o país que ele vive informação verbal2 A professora Adriana moradora do município à época da pesquisa tinha a for mação acadêmica do magistério em nível médio A professora Carla também moradora do município graduouse em Pedagogia na década de 1970 e sua experiência com anos iniciais do ensino fundamental quando da realização da pesquisa passava de 25 anos Estabelecida a participação das professoras apresentouse a proposta de in vestigação organizada em três etapas a saber a Discussões teóricas para a construção de um referencial metodológico adequado ao uso de arquivos familiares nas aulas de História3 Nos en contros as professoras tomaram contato com debate acadêmico acerca da utilização de documentos históricos em sala de aula intensificado nas últimas décadas Essa etapa aproximouse em certo sentido ao método da pesquisa em colaboração pois ao discutir concepções e conceitos te óricos houve uma contribuição para a formação das professoras envolvi 56 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari das A ideia de colaboração aí implícita é pois a de algo que beneficia e traz contribuições para ambas as partes BUENO 1998 p 12 b As professoras receberam um conjunto de 150 documentos escritos e ima géticos para serem utilizados no planejamento de suas aulas de História Os documentos foram coletados pelo pesquisador na comunidade da qual a escola faz parte c Acompanhamento das atividades de planejamento das aulas de His tória a partir dos documentos de arquivos familiares disponibilizados Nesta etapa buscouse analisar as seguintes questões conteúdos se lecionados pelas professoras e a justificativa das escolhas estratégias escolhidas para organizar as atividades de ensino relação entre as atividades e os aspectos teóricos analisados no primeiro momento da investigação natureza das dificuldades manifestadas no momento da elaboração das atividades de ensino formas utilizadas pelas profes soras para descrever e comentar suas atividades em sala de aula As falas das professoras foram gravadas e transcritas A exploração dos cinco itens da terceira etapa da investigação forneceu dados qua litativos que permitiram discutir como os documentos em estado de arquivo familiar se ar ticulavam às ações de preparo das aulas desenvolvidas pelas professoras Adriana e Carla De acordo com Rockwell 1995 p13 El contenido de la experiencia escolar subyace en las formas de transmitir el conocimiento en la organización misma de las actividades de enseñanza y en las relaciones institucionales que sustentan el processo escolar Assim procederamse as análises dos dados obtidos na pesquisa de campo com a intenção de estabelecer referências e indicadores para subsidiar propostas de organização metodológica do ensino nas séries iniciais por meio do uso de documentos encontrados em estado de arquivo familiar 4 ANÁLISE DO TEMA Ao usarem os documentos em estado de arquivo familiar as professoras ex pressaram nas discussões ideias que se relacionam segundo se entende às seguintes dificuldades de natureza didáticometodológica a trabalhar a participação dos sujei tos na História b relacionar a História local com a História geral c desenvolver a noção de temporalidade histórica d desenvolver trabalhos coletivos 57 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história 41 PARTICIPAÇÃO DOS SUJEITOS NA HISTÓRIA É praticamente unânime entre as correntes historiográficas contemporâneas que a História é feita por todos os sujeitos e precisa ser recuperada em sua multiplici dade por meio de todos os vestígios escritos orais iconográficos sonoros e mate riais deixados pela ação humana no tempo A historiografia mantém relação com o saber histórico escolar à medida que os professores incorporam em suas práticas elementos do conhecimento histórico como o uso de documentos históricos em sala de aula A esse respeito Proença 1992 p 26 diz que o professor de História deve estar atento à evolução do pensamento histórico e da produção historiográfica sob pena de empobrecer ou mesmo falsear o seu ensino A professora Adriana expressa preocupação em recuperar a história das pes soas comuns Ao justificar a escolha de um texto para sua aula diz É um texto que principalmente enfoca as pessoas que estão sem trabalho as pessoas que estavam antes trabalhando na lavoura agora estão vindo para as cidades e vindo para as cidades não têm onde morar porque não têm trabalho não têm uma boa escola que moram na periferia muitas vezes não têm nem uma roupa para ir à escola ou de repente nem sai de casa que a fome é tanta que não consegue nem vir para a escola Aponta os boiasfrias a maneira como são transportados os boiasfrias Este daqui além de falar sobre o que é a agricultura o que é a pecuária ainda conta da vivência das pessoas que participam de tudo isso como os semterra os boiasfrias os desempregados É um texto um pouquinho mais completo aqui só diz o que é a pecuária e a agricultura que a agricultura você planta você colhe e que na pecuária você cria gado você mata o gado e pronto Esse aqui já tem outras histórias já tem o povo envolvido ali trabalhadores envolvidos já tem indústria já tem a matériaprima já conta aqui das maneiras do trabalho do solo que eu tenho que saber para eu poder plantar já fala do nordeste aqui as crianças trabalhando o êxodo rural informação verbal4 A professora Carla destaca ser importante ver o ontem e o hoje a vivência das pessoas dentro do espaço que elas estão ocupando informação verbal5 O pensamento das professoras revela em alguma medida a incorporação de 58 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari ideias históricas divulgadas nas últimas décadas É praticamente consenso entre os profes sores de História a necessidade de romper com o ensino tradicional centrado no estudo de fatos que exaltam ação de determinados indivíduos como os governantes comandantes militares e clérigos A superação de um ensino tradicional orientou metodologicamente o currículo do município de Pinhais A escola não pode continuar privilegiando o estudo da História dos heróis dos grandes homens dos principais episódios ocorridos PIRA QUARA 1992 p 876 De acordo com Fernandes 1999 p 374375 Tornase cada vez mais imperioso dizer é importante que ocorram mudanças nas concepções históricas dos professores nos conteúdos ensinados nas suas atitudes e procedimentos em sala de aula e nas suas expectativas em relação à aprendizagem dos alunos A compreensão evidenciada nos depoimentos da professora Adriana de que a História também é feita por pessoas comuns é fundamental para a utilização dos documentos em estado de arquivo familiar pois essas fontes revelam principalmente as experiências vividas pelas pessoas comuns As pessoas atingidas pela desestruturação socioeconômica dos espaços ur banos mais pobres estão perdendo suas identidades individuais e coletivas Segundo Citron 1990 p 108 Sob diferentes formas ligados a factores geográficos económicos sociais étnicos e culturais imbricados em cada caso de forma original manifestase o mesmo fenómeno de uma juventude com problemas de reconhecimento social porque privada de recursos de um modelo interiorizável de futuro visível de espaço possível de socialização A escola pode acentuar essa exclusão se não adotar modelos didáticopedagó gicos que valorizem as experiências vividas pelos sujeitos modelos nos quais os alunos se reconheçam enquanto indivíduos participantes do processo de ensinoaprendizagem Para isso é preciso entender como as experiências produzidas nos vários domínios da vida cotidiana produzem por sua vez as diferentes vozes que os alunos empregam para dar sentido aos seus mundos e consequentemente à sua existência na sociedade em geral MCLAREN 1997 p 249 Embora as professoras tenham manifestado a intenção de ensinar História a partir da vivência das pessoas comuns não lhes ocorreu aplicar essa concepção utili zando documentos em estado de arquivo familiar 59 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história A professora Carla diz ser difícil utilizar os documentos em virtude da falta de materiais sobre a História local do município7 Ela afirma que isto ocorre porque não tem fonte não tem esse tipo de informação Se a gente vai pedir para acessar a internet não consegue É esse que é o nosso problema acho que não é só daqui acho que é geral informação verbal8 A mesma professora expressou Aqui no currículo pede município o problema nosso é município de Pinhais não tem nada não tem A professora Adriana também argumentou sobre a falta de material para tra balhar aspectos da História do município Se eu fosse trabalhar o conteúdo de 3ª série com um texto eu não encontraria nada do passado informação verbal9 Parte dessa dificuldade deriva da escassez de materiais sistematizados de História e locais adequados à prática pedagógica As poucas obras existentes apresentam um quadro fragmentado de informações e nenhum tratamento didáticopedagógico Todavia a dificuldade de incorporar os documentos em estado de arquivo fami liar não ocorre exclusivamente pela escassez de materiais sobre a História local pois as evidências apontam que a dificuldade maior das professoras está em romper com a obri gatoriedade que os conteúdos do currículo do município exigem Esse aspecto é destacado na fala da professora Adriana Pesquisador Vocês fazem uma seleção de conteúdos de outros currículos Adriana Não Pesquisador de revistas Adriana Não Pesquisador e livros Adriana Não informação verbal10 Verificase a forte influência do currículo do município A proposta curricular é trabalhada em sua totalidade apesar da dificuldade de relacionar sua seleção de conteúdos com a realidade do município As professoras falaram sobre a dificuldade ao trabalharem os conteúdos do 2º e 3º bimestres O extrativismo no município ontem e hoje o ouro a ervamate isso você pode falar em termos gerais Mais Pinhais não tem ervamate Ainda você pode falar alguma coisa que Piraquara ainda tem alguma coisinha lá se for pedir um pé de ervamate aqui em Pinhais você acha não vai achar Ouro olha vê quanto que é o furo ouro nós não temos extrativismo aqui informação verbal11 60 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari Eu trabalho agricultura mais no geral é que em Pinhais não existe até que tem de subsistência tem um pessoal que tem um terreno planta e até que vende para a vizinhança mais que eu saiba uma plantação para vender para supermercado não existe Essa é uma dificuldade Pecuária não existe não tem ninguém que crie gado se você for trabalhar pecuária agricultura não tem informação verbal12 O ponto de partida para a organização das aulas é o currículo A partir das orienta ções teóricometodológicas as professoras estabelecem as articulações possíveis com a rea lidade do município Apesar de criticarem a proposta as professoras buscam cumprir todos os conteúdos Nesse caso o currículo deixa de ser um parâmetro orientador das tomadas de decisão para ser um guia de passos a serem cumpridos As escolas da rede municipal de Pinhais tomam como base o currículo produzido em 1992 período em que a região ainda era distrito do município de Piraquara PR Como afirma Sacristán 1998 p 155156 Em cada lugar e momento se entendeu de forma diferente o que era importante para ser transmitido Cada sociedade por meio dos mecanismos de que dispõe para propor ou impor selecionou um tipo de conhecimento como digno de ser propagado nas escolas menosprezou a importância de outros conteúdos e chegou inclusive a impedir o acesso de alguns aos quais não se considerava dignos ou apropriados para entrar no currículo Nessa direção a produção da proposta curricular ocorreu em um processo semelhante ao de outras cidades brasileiras entre as décadas de 1980 e 1990 ou seja foi elaborada por especialistas das áreas de conhecimento que ao selecionarem os conteúdos imprimiram seus valores ideologias e pensamentos pedagógicos Sa cristán 1998 p 155 destaca que O currículo como seleção de cultura serve a uma sociedade ou a uma visão de como esta deverá ser e é determinado por um processo social no qual agem condicionamentos econômicos políticos pressões de grupos de especialistas O distanciamento dessa dimensão da produção curricular acabou naturalizando as ações das professoras ao selecionarem os conteúdos articulados aos documentos em estado de arquivo familiar Ao solicitar à professora Carla uma justificativa para seguir a proposta de conteúdos do currículo seu depoimento foi o seguinte Uma que a gente quer manter sequência né como começou o extrativismo no 2º bimestre então para fechar que faltou pecuária agricultura comércio e indústria para fechar a sequência aqui informação verbal13 61 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história O critério de seleção dos conteúdos é baseado na sequência dos conteúdos do currículo oficial Essa forma de organização dos conteúdos a serem ensinados foi naturalizada ao longo do tempo e incorporouse à prática da professora de forma acrí tica Para desnaturalizar o currículo é necessário compreender que a escolaridade e o ensino não tiveram sempre os mesmos conteúdos nem qualquer um deles a linguagem a ciência ou conhecimento social foi entendido da mesma forma através dos tempos SACRISTÁN 1998 p 149150 O modo de apropriação do currículo dificultou a relação entre os conteú dos selecionados e os documentos familiares propostos O trabalho com as fontes de arquivos familiares exige pela sua característica uma seleção de conteúdos que privilegie de fato as experiências das pessoas comuns Que destaque por exemplo as tradições festas de aniversário e casamento as memórias populares depoimen tos de avós e avôs bisavós e bisavôs o cotidiano dos trabalhadores de fábrica dos catadores de papel dos vendedores ambulantes e das donas de casa Além de uma seleção de conteúdos centrada na vida das pessoas comuns também são necessários métodos de ensino que articulem os conteúdos selecionados à experiência vivida pelas crianças Do ponto de vista didáticopedagógico o uso dos documentos em estado de arquivo familiar requer uma organização metodológica centrada na experiência vivida pelas crianças Para a professora Adriana não é possível ensinar História a partir da experiência dos alunos tendo como fonte os documentos em estado de arquivo familiar previamente selecionados entre os moradores do Município Segundo a professora você pode até fazer uma atividade só que não é uma atividade válida Porque eles vão até saber que ali é um comércio ali é uma indústria mas eles não sentem não fazem parte daquiloinformação verbal14 Há um equívoco em pensar que a experiência do aluno somente pode ser cap tada em documentos em que sujeito apareça como exemplo uma fotografia do aluno pois como afirma Gómez 1998 p 63 a criança não chega à escola somente com as influências restritas de sua cultura familiar mas com um forte equipamento de influências culturais provenientes da comunidade local regional nacional e internacional Com essas influências e interações elabora suas próprias representações suas peculiares concepções sobre qualquer dos âmbitos da realidade 62 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari Nessa perspectiva valorizar a experiência do aluno significa considerar os seus pensamentos ideias atitudes e esquemas adquiridos ao longo da vida como ponto de partida para trabalhar os conteúdos Nas palavras de Gómez 1998 p 62 O alunoa pode se envolver num processo aberto de intercâmbio e negociação de significados sempre que os conteúdos provoquem a ativação de seus esquemas habituais de pensar e atuar A orientação habitual na prática professora é ao contrário partir das disciplinas e aproximálas de modo mais ou menos motivador ao alunoa É importante ainda destacar que o registro da experiência do aluno amplia em significado se comparado ao registro das experiências coletivas locais nacionais mundiais A articulação entre as histórias individuais e as histórias coletivas locais e de outros espaços é outro aspecto relevante na metodologia do ensino de História 42 RELAÇÃO HISTÓRIA LOCALHISTÓRIA GERAL Outra dificuldade no uso dos documentos em estado de arquivo familiar nas aulas de História ocorreu pela forma como as professoras relacionaram a História local e a História geral A professora Adriana pensou a organização do conteúdo pe cuário da seguinte forma Sim você vai trabalhar a pecuária como um todo certo e depois você trabalha a pecuária no Brasil depois você vai contar a História da pecuária no município informação verbal15 O encadeamento dos conteúdos seguiu a proposta metodológica do currículo a qual prevê a organização dos conteúdos em círculos concêntricos sendo o ponto de partida a realidade mais ampla mundial e a chega à realidade local município Esse modo de articulação dos conteúdos dificul tou o trabalho com documentos em estado de arquivo familiar Os documentos de arquivos familiares revelam processos históricos circuns critos à realidade local cuja articulação com os contextos históricos mais amplos ocorre de modo específico Essa questão evidenciase nas palavras da professora eu percebi mesmo naqueles documentos não tem nada de Pinhais sobre pecuária e agricultura porque na verdade aqui não tem Como você vai trabalhar pecuária e agricultura informação verbal16 Nesse caso seria necessário inverter a lógica de organização de conteúdos do currículo ou seja do contexto local para o geral A pesquisa em ensino de História 63 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história vem destacando a importância de trabalhar os conteúdos a partir da realidade próxima dos alunos para posteriormente buscar conexões com realidade mais ampla A investigadora portuguesa Maria Cândida Proença 1990 p 142 em estudos sobre a aplicação didática da História local e a relação com a História nacional ressaltou ser vantajoso que se alertem os alunos para as realidades que os rodeiam que eles estão mais aptos a captar e entender estabelecendo depois a ponte entre essa realidade que lhes está mais próxima e a realidade nacional Ainda segundo Proença 1990 p 142 Este estudo desperta o interesse do aluno em conhecer a especificidade da sua região em confronto com a situação nacional Na perspectiva da autora apreender a História a partir do local pode evitar ideias errôneas de considerar a História nacional como um todo homogêneo Não se pense porém que ao defender uma abordagem didáctica dos conteúdos programáticos assente preferencialmente nos estudos locais se pretende acabar com a construção de uma identidade nacional Pretendese sim tornar diferente essa construção MANIQUE PROENÇA 1994 p 26 A História local pode ser utilizada como uma estratégia pedagógica que permite um trabalho metodológico capaz de estabelecer relações em diferentes senti dos entre a História local e a História mais ampla OSSANNA 1994 43 NOÇÃO DE TEMPORALIDADE HISTÓRICA Para Bittencourt 1997 p 73 A noção de tempo para quem se dedica a ensinar História nas escolas de 1º e 2º graus é uma das questões mais complexas e problemáticas Na escola o acompanhamento das atividades de planejamento das aulas de História eviden ciou dificuldades na aplicação das noções de tempo histórico articuladas aos documentos em estado de arquivo familiar As professoras Adriana e Carla diagnosticaram problemas referentes à rela ção presente e passado quando trabalham conteúdos de história O que você conta lá no antigamente é uma informação você está passando uma informação O que você trabalha com ele agora ele se interessa mais porque ele está participando Você teria o interesse pelo passado uma coisa que você não conhece que você não viu Eu não tenho o mesmo interesse do que pelo o que está acontecendo agora informação verbal17 64 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari O mais interessante é o agora é até mais fácil de pesquisar é a mesma coisa o vidro é feito da areia Aí eles só vão falar assim a então o copo o vidro o prato o copo só Eles não se interessam em procurar aquela lá a origem lá o primitivo informação verbal18 A falta de interesse dos alunos e das professoras pelo passado decorre da relação estabelecida com a temporalidade histórica A ideia na qual os conteúdos de História devem ser estudados somente do passado para o presente é compartilhada pelas professoras e alunos Essa forma de abordagem dos conteúdos fica clara na fala da professora Carla Como você vai falar sobre a importância da cana de açúcar Você vai no geralzão do início volta lá na chegada dos Portugueses no Brasil e depois você entra no Paraná Como você vai trabalhar o comércio Como era o comércio antes trocava sal Depois até chegar na moeda que era o comércio então você começa aquela História lá atrás que não existia dinheiro informação verbal19 Na mesma direção a professora Adriana diz Quando você for trabalhar comércio por exemplo você vai partir lá dos primórdios contar lá as trocas A concepção de tempo histórico das professoras contrapõese à perspectiva de Chesnaux 1999 p 60 para quem É preciso e isso confunde ainda mais nossos hábitos tomar consciência do fato de que a reflexão histórica é regressiva que ela normalmente funciona a partir do presente na contracorrente do fluxo do tempo e que essa é a sua razão de ser fundamental Para o autor o conhecimento histórico busca interpretar o passado a partir de problemáticas elaboradas no presente a relação com passado bus ca responder às exigências e inquietações do presente Portanto se o presente tem primazia sobre o passado é porque apenas o presente impõe e permite mudar o mundo CHESNAUX 1999 p 62 Apesar de as professoras perceberem o maior interesse dos seus alunos pelo presente em seus planejamentos não consideraram a necessidade de es tabelecer relações entre o presente do aluno e o passado estudado Um ensino de História crítico não pode apenas estudar o passado por ele mesmo e tampouco apenas privilegiar análises do presente Abud 1999 p 153 alerta O apelo ao cotidiano como categoria explicativa provocou em grupos grandes de professores o for talecimento de que basta conhecer o presente de forma crítica Isto é a vivência do aluno como o ponto de partida e ponto de chegada Para Bittencourt 1997 p 7576 a prática 65 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história de ensino precisa superar a tradicional perspectiva linear do tempo histórico centrada no pressuposto de que ensinar História é em princípio e quase exclusivamente comunicar um conhecimento factual do passado 44 TRABALHO COLETIVO Ao propor o uso de documentos em estado de arquivo familiar no ensino de História transpareceu a dificuldade de organização de um trabalho coletivo na escola envolvendo as professoras a assessora pedagógica e os alunos A professora Adriana alega ser difícil trabalhar em conjunto com a professo ra Carla pela falta de oportunidades de estarem juntas nas permanências Conforme a professora a seleção de conteúdos não é feita coletivamente eu montei sozinha esses conteúdos porque não tivemos permanência não tinha como eu e a Carla fazer mas juntas Carla confirma essa situação eu não tinha permanência a Adriana fez sozinha informação verbal20 Ainda que o sistema tenha se organizado do ponto de vista formal para que as professoras tenham seus horários semanais voltados às atividades de organização do ensino e da avaliação na realidade o cotidiano da escola se constrói impondo li mitações de diversas ordens que dificultam o planejamento articulado e cooperativo Ademais a constante falta de professores que precisam ser substituídos em sala e a ausência da assessora nos encontros compõem o quadro limitador da possibilidade de trabalho coletivo na escola Nesse cenário tornase difícil pensar uma metodologia de uso escolar de docu mentos em estado de arquivo familiar alheio ao trabalho pedagógico coletivo Atividades de coleta organização e classificação de documentos históricos de arquivos familiares bem como articulação dos documentos com os conteúdos e métodos de ensino exigem da escola um esforço coletivo Os diagnósticos obtidos na investigação apontam para a necessidade de um espaço de formação de professores do ensino fundamental e para a discussão de méto dos de ensino adequados ao uso de documentos em estado de arquivos familiares Isso significa a organização de trabalhos coletivos a valorização da história das pessoas comuns a relação História local e geral em diferentes sentidos e o domínio de noções de temporalidade histórica 66 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari 5 CONCLUSÃO Acumular guardar e selecionar documentos ao longo da vida é uma prática comum na vida de todas as pessoas A maior parte dos acontecimentos deixa ao menos um registro escrito iconográfico oral sonoro material que por motivos diversos são arquivados Essas fontes fornecem indícios de trajetórias de vidas individuais e coletivas De modo geral os arquivos familiares contribuem para o conhecimento do gênero humano Dentro dessa perspectiva ampla alguns pontos epistemológicos e metodológicos específicos merecem destaque quando se propõe o uso de documentos encontrados em estado de arquivo familiar nos anos iniciais do ensino fundamental A inclusão de documentos familiares nas aulas de História pela sua nature za exigem uma prática pedagógica assentada em determinadas concepções históricas fundamentais Nesse sentido ressaltase a compreensão de que todas as pessoas indepen dente da classe social são sujeitos do processo histórico e como decorrência dessa posição há a necessidade de uma concepção ampla de documentos históricos Além dos pressupostos epistemológicos o trabalho com os documentos em estado de arqui vo familiar exige encaminhamentos metodológicos referentes à coleta identificação e organização das fontes envolvendo nessa tarefa professores alunos e familiares Em relação à coleta das fontes cabe ao professor definir uma estratégia de captação que envolva os alunos e respeite os familiares e colaboradores proprietários dos documentos no intuito de assegurar a correta manipulação e devolução dos do cumentos Concomitante a isso se faz necessário identificar as fontes determinando o registro de informações básicas como data local e assunto dados fundamentais para utilização de qualquer tipo de documento histórico em sala de aula Nas instituições especializadas na guarda e preservação de acervos documen tais arquivos públicos museus centros de documentação a preservação de dados das fontes sob sua custódia atendem às demandas de pesquisa No caso dos documentos de arquivos familiares isso não se verifica pois é precária a identificação já que essas fontes não são acumuladas e guardadas para servirem à pesquisa Portanto tornase fun damental identificar no ato da coleta solicitando aos proprietários dos documentos os dados mínimos necessários à prática pedagógica É importante ressaltar que a coleta dos documentos deve ser orientada pelos conteúdos a serem ensinados Em outras palavras a captação dos documentos deve estar a serviço do trabalho pedagógico em sala de aula 67 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história Essa proposta contribui para as discussões acerca da prática de ensino de His tória ao propor uma metodologia que valorize aspectos do cotidiano e a experiência de vida dos alunos temáticas presentes nas propostas curriculares nos domínios Munici pal Estadual e Federal Lifefiling a possible alternative for History teaching Abstract The current article looks into the problem of using historical documents found in family files Such files are composed by photographs birth certificates invoices working papers among other historical sources kept in drawers and in house cabinets or cuddies Using that theme as starting point the research sought to understand the possibilities and limitations offered by the use of family files in the historyteaching of primaryschoolfirstgrade classes In order to achieve that goal a fieldresearch was carried out with two primaryschool teachers from Pinhais a city in the surroun ding area of Curitiba the capital city of the State of Paraná Brazil The research methodology was based on the interpretivequalitative research applied to education which served as guide for the collection of data which in turn was done by means of proceeding with observations made during the classpreparation time and through interviews with the teachers The results enabled to set up indicators in order to create a methodology of historyteaching for the first grades of primaryschool focused on historical documents obtained from family files Keywords Family File History Teaching Teaching Methodology Notas 1 O artigo resulta da dissertação de mestrado intitulada O uso metodológico de documentos em estado de arquivo familiar no ensino de história na escola fundamental Foi apresentada no Programa de Pósgraduação em Educação da Universidade Federal do Paraná em 2001 Sob a orientação da profª Dra Maria Cândida Proença da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e coorientação da profª Dra Maria Auxiliadora Schmidt da Universidade Federal do Paraná 2 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 3 Os encontros ocorreram no horário de trabalho das professoras destinado aos programas de aperfeiçoamento atividades de planejamento de aulas avaliação dos alunos e discussões internas da escola Para um contrato de 20 vinte horas semanais 4 horas são destinadas às atividades pedagógicas 68 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari 4 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 5 Concedida pela professora Carla para fins desta pesquisa 6 O Distrito de Pinhais tornouse município autônomo desmembrado do município de Piraquara em 1992 No momento da pesquisa a Secretária de Educação de Pinhais ainda utilizava o currículo de Piraquara 7 A proposta curricular do município de Pinhais previa para as 3º séries o estudo da História local 8 Concedida pela professora Carla para fins desta pesquisa 9 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 10 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 11 Concedida pela professora Carla para fins desta pesquisa 12 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 13 Concedida pela professora Carla para fins desta pesquisa 14 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 15 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 16 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 17 Concedida pela professora Adriana para fins desta pesquisa 18 Concedida pela professora Carla para fins desta pesquisa 19 Concedida pela professora Carla para fins desta pesquisa 20 Concedida pelas professoras para fins desta pesquisa REFERÊNCIAS ABUD Katia M Conhecimento histórico e ensino de história a produção de conheci mento histórico escolar In ENCONTRO PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓ RIA 3 1998 Curitiba III Encontro perspectivas do ensino de história Curitiba Aos Quatro Ventos 1999 ARTIÈRES Philippe Arquivar a própria vida Estudos históricos arquivos pesso ais Rio de Janeiro v11 n 21 p 934 1998 BITTENCOURT Circe M F Repensando a noção de tempo histórico no ensino In PINSKY Jaime O ensino de história e a criação do fato São Paulo Contexto 1997 BITTENCOURT Circe M F Propostas curriculares de história continuidade e transformações In BARRETO E Org Os currículos do ensino fundamental para as escolas brasileiras São Paulo Autores Associados 1998 69 Roteiro Joaçaba v 37 n 1 p 5170 janjun 2012 Arquivar a vida uma possibilidade para o ensino de história BUENO Belmira O Pesquisa em colaboração na formação contínua de professores In A vida e o ofício dos professores formação contínua autobiografia e pesquisa em colaboração São Paulo Escrituras 1998 CAMARGO Ana Maria de A O público e o privado contribuição para o debate em torno da caracterização de documentos e arquivos Arquivo b hist e inf São Paulo v 9 n 2 p 5764 juldez 1988 CITRON Suzanne Ensinar a história hoje a memória perdida e encontrada Lis boa Livros Horizonte 1990 CHESNAUX Jean Devemos fazer tabula rasa do passado São Paulo Ática 1999 FERNANDES Antônia Terra de C Currículo professor e ensino de história In ENCONTRO PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA 3 1998 Curitiba III Encontro perspectivas do ensino de história Curitiba Aos Quatro Ventos 1999 FERRAZ Francisco César Alves O uso escolar de fontes históricas In ENCON TRO PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA 3 1998 Curitiba III Encon tro perspectivas do ensino de história Curitiba Aos Quatro Ventos 1999 GÓMEZ A I P A aprendizagem escolar da didática operatória à reconstrução da cultura na sala de aula In SACRISTÁN J G GÓMEZ A I P Compreender e transformar o ensino Porto Alegre Artmed 1998 MCLAREN Peter A vida nas escolas uma introdução à pedagogia crítica nos fundamentos da educação Porto Alegre Artes Médicas 1997 MANIQUE Antonio Pedro PROENÇA Maria Cândida Didáctica da história património e história local Lisboa Texto 1994 OSSANNA Edgardo O Una alternativa en la enseñanza de la História el enfoque desde lo local lo regional In VÁZQUEZ Josefina Z Enseñanza de la História Buenos Aires Interamer 1994 PAES Marilena Leite Arquivo teoria e prática Rio de Janeiro FGV 1997 70 Disponível em wwweditoraunoescedubr Geyso Dongley Germinari PIRAQUARA Município Departamento municipal de educação Proposta Curri cular da rede municipal de educação Piraquara 1992 PROENÇA Maria Cândida Ensinaraprender história Lisboa Livros Horizonte 1990 Didáctica da história Lisboa Universidade Aberta 1992 ROCKWELL Elsie De huellas bardas y veredas una historia cotidiana en la escuela In Coord La escuela cotidiana Mexico Fondo de Cultura Económica 1995 Reflexiones sobre el proceso etnografico 198285 México Departamento de Investigaciones Educativas del Centro de Investigación y de Estudios Avan zados del Instituto Politecnico Nacional documentos DIE 1987 SACRISTÁN J G O que são os conteúdos do ensino In SACRISTÁN J G GÓMEZ A I P Compreender e transformar o ensino Porto Alegre Artmed 1998 WILLIAMS R Cultura e sociedade São Paulo Nacional 1969 Recebido em 9 de fevereiro de 2012 Aceito em 13 de abril de 2012