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Eletricidade Aplicada
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18 13 A lei de Coulomb A discussão qualitativa dos fenômenos elétricos nos fez adotar a hipótese da existência de duas substâncias responsáveis pelas forças elétricas Supomos que as quantidades das duas podem ser quantificadas numa grandeza que chamamos de carga elétrica de tal maneira que uma das substâncias corresponde a valores negativos desta grandeza e a outra a valores positivos Além disso aceitamos que cargas do mesmo sinal se repelem e cargas de sinais opostos se atraem Aceitamos ainda a hipótese que o módulo destas forças diminui com a distância das cargas Agora é preciso encontrar uma descrição quantitativa da força elétrica A última palavra sobre esta lei quantitativa tem que ser a experiência É preciso medir as forças quantitativamente Mas antes de partir para uma experiência os pesquisadores já fazem umas apostas Isto pode ajudar na concepção da experiência e também torna uma experiência mais emocionante No caso das forças elétricas estas experiências foram feitas por CharlesAugustin de Coulomb 14061736 2308 1806 Nessa época já se conhecia a lei que descreve a força gravitacional e se esperava que a força elétrica tivesse uma lei semelhante com as seguintes características Propriedade 131 O módulo da força é proporcional ao inverso do quadrado da distância entre as cargas Propriedade 132 Tratase de uma força central ou seja a direção da força coincide com a direção da linha que une as duas cargas Nestas afirmações pensamos em cargas pontuais Vimos na seção anterior qual é a vantagem de considerar apenas pontos1 Então quando falamos de distância tratase da distância dos pontos onde se encontram as cargas E quando falamos de linha que une as duas cargas tratase da linha que une os pontos de localização das cargas A segunda propriedade propriedade 132 pode ser motivada também por um argumento de simplicidade Nenhuma direção no espaço vazio é privilegiada mas a força sendo uma grandeza vetorial tem que ter uma direção A única direção privilegiada pela presença de dois objetos pontuais é a direção da linha que une os dois pontos Se a força tivesse qualquer outra direção as cargas pontuais teriam que ter alguma estrutura interna que definisse direções Então a hipótese mais simples é que eles não tenham nenhuma estrutura interna As medidas quantitativas contam com algumas dificuldades técnicas Primeiramente é preciso ter um medidor de forças para forças relativamente pequenas Coulomb usou uma balança de torção para medir pequenas forças Primeiramente ele pesquisou como reage um objeto pendurado num fio fino de metal quando se aplica um torque A figura 131 mostra estas experiências esquematicamente Ele descobriu que o torque τ necessário para modificar a orientação de equilíbrio por um ângulo ϕ era proporcional ao ângulo Ainda constatou que para um dado material a constante de proporcionalidade era proporcional à quarta potência do diâmetro do arame e inversamente proporcional ao comprimento do arame d 4 K l τ ϕ 131 1 Isto deve ter sido um dos pontos de destaque na sua solução do exercício 123 Se este ponto não estava na sua solução você não estudou de forma adequada Coulomb relatou este resultado em 1784 Mais ou menos na mesma época 1783 John Michell² inventou uma balança de torção para medir a atração gravitacional Fig 131 Fio de torção com disco pendurado para verificação da lei 131 Fig 132 Balança de torção usada por Coulomb A figura 132 mostra a balança que Coulomb usou para as medidas quantitativas das forças elétricas Há uma haste horizontal indicada como Fig3 pendurada no fio de torção Nas pontas desta haste há esferas metálicas g e a Podese transferir carga elétrica para uma destas esferas e colocar uma outra esfera J Fig5 também eletrizada perto da esfera eletrizada da haste A força elétrica resulta num torque que pode ser medido usando a relação 131 Fig 133 Definição de igualdade de valores de cargas Fora da tarefa difícil de medir estas forças com precisão há outro problema que precisa ser resolvido Os aspectos quantitativos englobam também as quantidades de carga elétrica nas esferas Primeiramente temos que completar a definição desta grandeza Já falamos da soma dos valores Outro item essencial na definição de uma grandeza ² John Michell 25121724 29041793 foi um dos mais geniais cientistas da época mas devido à sua modéstia e devido ao fato de que seus pensamentos eram 100 anos à frente da sua época seus colegas deram pouca importância a seu trabalho e seu nome é pouco conhecido até hoje Michell foi o primeiro a considerar a possibilidade de buracos negros e elaborou um método para detectálos que é usado pelos astrônomos Ele foi o primeiro a usar métodos estatísticos em astronomia Ele pensou em redshift gravitacional e em pressão de radiação Ele inventou ímãs artificiais Michell interpretou terremotos como ondas mecânicas Depois da morte de Michell Henry Cavendish herdou a balança de torção e executou a famosa experiência gravitacional que é conhecida com o nome de Cavendish e não de Michell 19 20 física é a prescrição operacional que determina a igualdade de valores da grandeza Podemos definir duas cargas pontuais têm o mesmo valor de carga se a força exercida por uma terceira carga pontual qualquer que se encontra na mesma situação geométrica relativa às cargas testadas provoca a mesma força Compare com a figura 133 Nesta definição não precisamos conhecer o valor 0q da terceira carga mas temos que ter certeza de que no intervalo de tempo no qual efetuamos a substituição da carga 1 pela carga 2 não haja alteração do valor da carga 0q Isto na prática pode ser um problema Como cargas do mesmo sinal se repelem existe uma tendência natural das cargas de um corpo carregado fugir deste corpo Então os suportes que seguram o objeto carregado devem ser de um material isolante com superfícies perfeitamente limpas As medidas devem ser feitas de preferência em dias com ar de baixa umidade relativa e a substituição geométrica da carga 1 pela carga 2 deve ser feita de forma rápida A soma de valores de carga foi definida na seção anterior Para produzir uma sequência conhecida de valores de carga existe um artifício simples Imagine uma pequena esfera metálica com algum valor desconhecido 0q que está suspensa por um fio perfeitamente isolante Agora pegamos uma segunda esfera do mesmo material com exatamente o mesmo diâmetro também pendurada por um fio perfeitamente isolante Mas esta segunda esfera está neutra Em seguida movendo o suporte do fio colocamos as duas esferas em contato Como cargas do mesmo sinal se repelem as cargas se distribuirão no corpo formado pelas duas esferas de tal forma que elas possam ficar o mais longe possível uma da outra Então a esfera que estava originalmente neutra receberá carga Pela simetria da configuração podemos ter certeza que no estado final as duas esferas terão a carga q0 2 cada uma Finalmente podemos afastar a segunda esfera e geramos um corpo de carga q0 2 Repetindo este procedimento diversas vezes podemos gerar uma sequência de valores de carga 0q q0 2 q0 2 n Fazendo isto com a esfera que se introduz na balança de torção ou com a esfera presa na haste horizontal podese pesquisar como a força depende dos valores das cargas envolvidas O resultado desta pesquisa é a força é proporcional a cada um dos valores de carga dos dois corpos envolvidos Então segue Propriedade 133 A força é proporcional ao produto dos valores das duas cargas pontuais As experiências de Coulomb confirmaram a afirmação de que as forças elétricas têm a propriedade 131 A propriedade 132 também pode ser testada com uma balança de torção Basta que se coloque a esfera externa fora da linha tangencial ao círculo que tem centro no fio de torção e no qual se encontra a esfera da haste Se a força for central o torque deve diminuir por um fator cosα da projeção da linha que une as esferas sobre a reta tangencial compare figura 134 Fig 134 Uso da balança de torção para testar se a força elétrica é uma força central Contudo as experiências com a balança de torção são α extremamente difíceis e não se pode esperar muita precisão Também julgando pela figura 122 as cargas não eram muito pequenas em comparação com as distâncias envolvidas Hoje temos outros testes muito precisos que confirmam as afirmações das propriedades 131 133 Num capítulo posterior conheceremos um teste muito preciso destas afirmações Estas três afirmações verbais podem ser condensadas numa única fórmula Usaremos a linguagem vetorial para escrever estas propriedades de forma compacta Primeiramente vamos descrever as posições das duas cargas pontuais no espaço do referencial que usamos Isto pode ser feito também com a ajuda de vetores Escolhemos um ponto fixo O chamado de origem no espaço e com este ponto podemos descrever as posições P₁ e P₂ das cargas com dois vetores de deslocamento P₁ r₁ OP₁def P₂ r₂ OP₂def 132 Estes vetores são chamados de vetores posição dos pontos P₁ e P₂ Lembramos que um vetor deslocamento é uma classe de equivalência de pares ordenados de pontos sendo a relação de equivalência definida por transporte paralelo dos pares de pontos Na Física III usaremos vetores extensamente e o aluno que não tem familiaridade com os conceitos vetoriais deve dedicar algumas horas de intenso estudo para entender estes conceitos de preferência logo no início do semestre No apêndice destas notas há um ensaio sobre geometria e vetores Fig 135 Vetores posição r₁ e r₂ das cargas e o vetor r₁ r₂ Temos que expressar a distância entre as cargas e a direção da linha que une as cargas em termos dos vetores posição A distância é simplesmente o módulo do vetor r₁ r₂ e podemos descrever a direção com o vetor unitário r₁ r₂r₁ r₂ Com estes elementos podemos finalmente escrever a força que a carga 2 exerce sobre a carga 1 F12 k x q₁q₂r₁ r₂² x r₁ r₂r₁ r₂ 133 Esta relação é a lei de Coulomb Caso as duas cargas tenham o mesmo sinal a força é repulsiva e tem o mesmo sentido do vetor r₁ r₂ A constante de proporcionalidade k é uma constante dimensional que conecta o espaço de valores de quadrados de carga dividido por quadrados de distâncias com o espaço de módulos de força Falta definir uma unidade para a grandeza carga Uma possibilidade é usar a própria lei de Coulomb para definir uma unidade Poderseia formular uma definição do seguinte 21 tipo Duas cargas pontuais de mesmo valor têm cada uma a carga unitária Ucarga se a força que uma exerce sobre a outra quando postas numa distância de 1 m for 1 N Com esta escolha de unidade o valor da constante k seria k 1 N m²Ucarga De fato este tipo de proposta foi feita pelo matemático Johann Carl Friedrich Gauss 30041777 23021855 mas usando centímetros e gramas como unidades básicas no lugar do metro e do quilograma A unidade de carga³ correspondente é chamado de statCoulomb statC e com ela a constante k fica na forma k 1 g cm³statC² s² Do ponto de vista da teoria esta escolha de unidade parece boa Mas do ponto de vista experimental ela não é boa Como mencionamos as experiências eletrostáticas são dificilmente experiências de alta precisão porque as cargas naturalmente têm a tendência de fugir O sistema internacional adotou uma outra unidade de carga que permite mais precisão nas realizações do padrão Infelizmente ainda não temos condições de entender como esta definição de unidade é feita pois esta usa forças magnéticas Então por enquanto ficamos somente com o nome desta unidade ela se chama Coulomb e é abreviada com C Somente quando chegarmos quase no fim do semestre teremos condições de entender como o Coulomb é definido Em termos desta unidade a constante k tem o valor de k 8987551788x 10⁹ N m²C² 134 Para muitas aplicações é suficiente usar o valor aproximado k 9x 10⁹ N m²C² 135 que pode ser memorizado muito facilmente por causa do duplo aparecimento da cifra 9 no expoente e na mantissa Mais tarde conheceremos razões pelas quais muitas pessoas preferem escrever a constante k numa forma um tanto estranha k 14πε₀ 136 com ε₀ 8854187817 x 10¹² C² N¹ m² 137 Na fórmula da lei de Coulomb 133 mantivemos as parcelas que correspondem às três propriedades 131133 separadas Mas quando fazemos cálculos não é preciso manter esta separação e podemos juntar os dois fatores de módulo da diferença de vetores posição F12 k x q₁q₂ x r₁ r₂r₁ r₂³ 138 ³ De fato Gauss não considerava carga elétrica como uma nova grandeza física mas ele identificava carga com uma raiz quadrada de massa multiplicada por uma raiz quadrada de um volume e dividido por um tempo de tal forma que a constante k fica adimensional com o valor 1 22 Repare que o expoente 3 que aparece no denominador não significa que a força cai proporcionalmente ao cubo da distância Pois no numerador há o vetor cujo módulo aumenta com a distância Interrompemos aqui nosso estudo da força elétrica para um comentário sumamente importante No contexto da lei de Coulomb usamos a palavra proporcional diversas vezes É um erro muito comum confundir proporcional com monotonicamente crescente e inversamente proporcional com monotonicamente decrescente Estas noções são totalmente diferentes Definição131 Uma grandeza y é proporcional a uma grandeza x se e somente se vale y A x 139 com algum valor de A que não depende de x Uma variável y é dita inversamente proporcional a x se y for proporcional a Proporcionalidade não tem absolutamente nenhuma ligação com crescimento monótono Veja os seguintes exemplos y x3 cresce monotonicamente mas aqui y não é proporcional a x Por outro lado com y 5x a variável y é proporcional a x mas y decresce quanto x cresce Proporcionalidade é um caso especial de uma noção sumamente importante nas ciências quantitativas Especialmente aqui no estudo do eletromagnetismo usaremos esta noção frequentemente Proporcionalidade é um caso especial de linearidade Seja f V W uma função que mapeia um conjunto V num conjunto W Queremos definir linearidade de uma função Mas esta noção só faz sentido quando os conjuntos V e W tiverem a estrutura de espaços lineares Isto significa que dentro destes conjuntos deve existir uma definição de soma de elementos e uma multiplicação de elementos com números com as seguintes propriedades ab V a b b a 1310 abc V a b c a b c 1311 0 V a V a 0 a 1312 a Va V a a 0 1313 αβ Ra V αβa αβa 1314 a V 1a a 1315 ab Vα R αa b αa αb 1316 a Vαβ R α βa αa βa 1317 Analogamente para o espaço W Os valores de grandezas físicas ficam em espaços lineares Os vetores de deslocamento formam um espaço linear e há muitos outros exemplos importantes de espaços lineares Então podemos agora definir quando uma função que mapeia um espaço linear em outro espaço linear é uma função linear Definição132 Uma função f V W entre dois espaços lineares V e W é chamada de linear se e somente se ab Vαβ R fαa βb α f a β f b 1318 Podemos formular esta definição verbalmente de forma bem simples Uma função é linear se ela se comporta de forma simpática em relação à formação de combinações lineares podese fazer a combinação linear antes de aplicar a função ou depois e o resultado é sempre o mesmo Repare na semelhança com outra propriedade de funções Uma função é contínua se ela for simpática em relação à formação de limites podese tomar um limite antes de aplicar a função ou depois e o resultado é sempre o mesmo A noção de linearidade é fundamental Por exemplo não faz o menor sentido aprender o que é uma derivada sem ter entendido a noção de linearidade pois a derivada é uma aproximação linear das variações locais de uma função na vizinhança de um ponto Na Física III linearidade aparecerá em muitos pontos estratégicos e peço ao aluno que não tem clareza desta noção para praticar com exemplos vide exercícios no fim da seção Voltemos às forças elétricas Precisamos dizer algo sobre a força que atua numa carga na presença de várias outras cargas Neste caso a própria mecânica Newtoniana prevê que se devem somar as forças exercidas por todas as outras cargas Então seja q o valor de uma carga elétrica que se encontra no ponto Na presença de N cargas qk nas posições com k123N a força que atua sobre a carga q é F k q k1N qk r r k r r k 3 1319 Vejamos um exemplo Vamos considerar que uma carga pontual q esteja no ponto x a y a2 z 0 de um sistema de coordenadas cartesianas e que haja uma carga q₁ no ponto x a y 0 z 0 e uma carga q₂ na origem x 0 y 0 z 0 como mostra a figura 136 Fig 136 Disposição de cargas no exemplo calculado A força que a carga 1 exerce sobre a carga q é vecF1 k q q1 frachatx a haty a 2 hatz 0 hatx a haty 0 hatz 002 a2 4 0232 1320 e a força que a carga 2 exerce sobre q é vecF2 k q q2 frachatx a haty a 2 hatz 0 hatx 0 haty 0 hatz 0a2 a2 4 0232 1321 Nestas fórmulas escrevemos de forma totalmente exagerada termos do tipo hatz 0 e 02 somente para deixar claro de onde vem cada expressão Você não precisa fazer isto nos seus cálculos Chamamos os vetores unitários que apontam nas direções dos eixos de coordenadas de hatx haty hatz É também muito comum escrever estes vetores como hati hatj hatk A notação que usa os nomes das coordenadas tem a vantagem de poder ser aplicada da mesma forma para outros sistemas de coordenadas Por exemplo com um sistema de coordenadas esféricas r heta varphi temos analogamente vetores básicos hatr hat heta hatvarphi usando a notação com a mesma lógica Limpando as fórmulas 1320 e 1321 destas sujeiras hatz 0 e 02 obtemos vecF1 frack q q1 4a2 haty 1322 vecF2 frack q q2 hatx 8 haty 4a2 532 1323 Então a força total será vecFtotal frack qa2 left hatx frac8 q2532 haty left frac4 q2532 4 q1 right right 1324 Agora vamos imaginar que q 1 mu C q1 1 mu C e q2 1118 mu C approx 532 mu C e a 1 cm Neste caso temos vecFtotal frac9 imes 109 extNm2 imes 106 extC104 extm2 extC2 left hatx 8 imes 106 extC haty 8 imes 106 extC right 1325 hatx 720 extN haty 720 extN O módulo desta força é vecFtotal approx 1018 extN Isto é uma força enorme Podemos concluir que uma carga de um microCoulomb é uma quantidade de carga gigante se for comparada com as cargas das nossas experiências da seção 12 É interessante comparar este módulo com a soma dos módulos das forças parciais vecF1 vecF2 approx 360 extN 805 extN 1165 extN 1326 Esta soma é consideravelmente maior que o módulo da força total Por que esta diferença Compare com o exercício E 132 Terminamos esta seção com um comentário importante A verificação experimental da lei de Coulomb feita pelo Coulomb e também a verificação muito mais precisa que conheceremos mais tarde tratam exclusivamente de cargas em repouso Então podemos supor a validade desta lei somente para este caso De fato futuramente veremos que as forças que atuam sobre cargas em movimento são consideravelmente mais complicadas Exercícios E 131 Quando giramos um objeto por um ângulo α em torno de um eixo pares de pontos marcados no objeto se transformam em outros pares de pontos Cada par de pontos AB define um vetor deslocamento AB Desta maneira um giro joga vetores em vetores Esta função é linear E 132 O módulo de um vetor é uma função que associa a cada vetor um valor escalar faa Esta função é linear E 133 fℝℝ com fxABx é linear E 134 O sol considerado infinitamente distante projeta sombra de pontos marcados com pequenos objetos opacos Coletamos estas sombras num plano Um par de pontos no espaço é projetado num par de pontos no plano Desta forma podese definir uma função que mapeia vetores do espaço tridimensional para vetores no plano Esta função é linear E 135 Três cargas pontuais se encontram nos vértices de um triângulo equilátero de lado a O centro do triângulo está na origem de um sistema de coordenadas cartesianas e o plano do triângulo fica no plano xy Uma das cargas está no eixoy e as outras simetricamente nos quadrantes III e IV como mostra a figura A carga no eixoy assim como a carga no quadrante III têm o valor Q e a carga no quadrante IV tem o valor Q Calcule a força que atua sobre uma carga q na origem de coordenadas Escreva o seu resultado de forma vetorial usando a base îĵ k ou ẋ ẏ ẑ E 136 Escreva os pontos de destaque da seção 13 NOME DA FACULDADE SEU NOME LABORATÓRIO DE CAMPO ELÉTRICO CIDADE 2024 SUMÁRIO INTRODUÇÃO3 METODOLOGIA4 REFERENCIAL TEÓRICO6 RESULTADOS E DISCUSSÃO8 CONCLUSÃO15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS16 INTRODUÇÃO O campo elétrico é uma grandeza vetorial que representa a força elétrica por unidade de carga exercida sobre uma carga testada em um ponto específico no espaço Ele é gerado pela presença de cargas elétricas e influencia outras cargas na região onde está presente O conceito de campo elétrico é fundamental na eletrostática e é utilizado para descrever a interação entre cargas elétricas ajudando a entender uma ampla gama de fenômenos físicos e aplicações tecnológicas Para compreender melhor o comportamento dos campos elétricos e as distribuições de cargas utilizamos simulações computacionais que oferecem uma visualização dinâmica dessas interações Uma ferramenta amplamente utilizada para esse propósito é o PhET Interactive Simulations desenvolvido pela Universidade do Colorado Em particular a simulação Campos e Cargas permite explorar como diferentes configurações de cargas geram campos elétricos e linhas de equipotencial proporcionando uma compreensão mais intuitiva e prática desses conceitos Nesta pesquisa realizamos um experimento utilizando a simulação Campos e Cargas do PhET para investigar as distribuições de linhas de equipotencial em função de várias disposições de cargas elétricas A simulação nos permitiu variar as magnitudes das cargas e as distâncias entre elas proporcionando uma ampla gama de dados para análise Observamos como as linhas de equipotencial mudam conforme ajustamos esses parâmetros e registramos os valores de potencial em pontos específicos Os resultados obtidos através dessa simulação fornecem uma base sólida para analisar as relações entre cargas elétricas distâncias e potenciais elétricos Além disso esses dados são fundamentais para compreender melhor os conceitos teóricos e aplicálos em situações práticas como no design de dispositivos eletrônicos e no estudo de fenômenos eletrostáticos em materiais Por fim a utilização da simulação PhET Campos e Cargas demonstrou ser uma ferramenta eficaz para a visualização e compreensão de conceitos complexos de eletrostática A possibilidade de manipular variáveis e observar os efeitos resultantes em tempo real oferece uma abordagem interativa e envolvente para o estudo do campo elétrico tornando a aprendizagem mais acessível e interessante para estudantes e pesquisadores METODOLOGIA A metodologia desta pesquisa foi estruturada em duas partes principais uma revisão bibliográfica e a realização de um experimento prático utilizando a simulação Campos e Cargas do PhET Interactive Simulations Este enfoque dual permitiu uma compreensão aprofundada dos conceitos teóricos associados ao campo elétrico bem como uma aplicação prática desses conceitos em um ambiente controlado e visualmente intuitivo A primeira etapa do trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica abrangente sobre os fundamentos do campo elétrico Foram consultadas diversas fontes acadêmicas incluindo livros artigos científicos e publicações especializadas na área de física e eletrostática A revisão teve como objetivo consolidar o conhecimento teórico necessário para compreender as propriedades dos campos elétricos as linhas de equipotencial e as interações entre cargas elétricas Essa fundamentação teórica foi essencial para a interpretação dos resultados obtidos na etapa experimental Na segunda etapa foi realizado um experimento prático utilizando a simulação Campos e Cargas do PhET Esta simulação permite a manipulação de diferentes parâmetros como a magnitude das cargas e a distância entre elas possibilitando a visualização das linhas de campo elétrico e das linhas de equipotencial geradas A escolha desta ferramenta devese à sua capacidade de proporcionar uma experiência interativa e dinâmica facilitando a compreensão dos efeitos das variáveis estudadas Para conduzir o experimento inicialmente definimos um conjunto de cargas elétricas com magnitudes variando de 1 nC a 65 nC Em seguida ajustamos as distâncias entre essas cargas variando de 100 cm a 400 cm Essas variações foram cuidadosamente planejadas para abranger uma ampla gama de situações e permitir uma análise detalhada das influências das diferentes configurações de cargas e distâncias no campo elétrico e nas linhas de equipotencial resultantes Durante o experimento foram realizadas medições das linhas de equipotencial para cada configuração de cargas e distâncias Os valores de potencial elétrico foram registrados em pontos específicos e esses dados foram organizados em tabelas para facilitar a análise posterior A coleta sistemática de dados permitiu identificar padrões e relações entre as variáveis estudadas fornecendo insights valiosos sobre o comportamento dos campos elétricos em diferentes cenários Além da coleta de dados a metodologia incluiu a análise quantitativa dos resultados obtidos Utilizando ferramentas estatísticas e de visualização de dados foram elaborados gráficos e tabelas que ilustram as relações entre a magnitude das cargas a distância entre elas e os valores de potencial elétrico Essa análise foi crucial para validar as hipóteses formuladas na revisão bibliográfica e para explorar novas perspectivas sobre o comportamento dos campos elétricos Por fim a integração dos conhecimentos teóricos com os resultados experimentais permitiu uma compreensão mais profunda e abrangente do campo elétrico A metodologia adotada combinando pesquisa bibliográfica e experimentação prática demonstrou ser eficaz para alcançar os objetivos da pesquisa A utilização da simulação Campos e Cargas do PhET mostrouse uma ferramenta valiosa para a visualização e compreensão dos conceitos estudados reforçando a importância das tecnologias educacionais interativas no ensino e na pesquisa científica REFERENCIAL TEÓRICO O estudo do campo elétrico e das linhas equipotenciais é fundamental para a compreensão dos fenômenos eletrostáticos Segundo Halliday Resnick e Walker 2014 o campo elétrico é uma região do espaço onde uma carga elétrica experimenta uma força Esse campo pode ser visualizado através das linhas de campo que são tangentes à direção da força elétrica em qualquer ponto e cuja densidade indica a magnitude do campo De acordo com Tipler e Mosca 2009 as linhas equipotenciais são superfícies onde o potencial elétrico é constante Estas linhas são sempre perpendiculares às linhas de campo elétrico uma propriedade que é crucial para entender a distribuição de cargas e a forma do campo elétrico em diferentes configurações Serway e Jewett 2018 afirmam que o potencial elétrico é uma medida da energia potencial elétrica por unidade de carga em um ponto no espaço Quando se desenha as linhas equipotenciais facilitase a visualização das regiões onde o potencial é constante e isso ajuda a compreender como a energia se distribui ao redor das cargas Pesquisas recentes também abordam essas questões Segundo um estudo de Marques et al 2020 a relação entre as linhas de campo e as linhas equipotenciais é vital para a análise de sistemas eletrostáticos complexos como os dipolos e capacitores O estudo revela que em um dipolo elétrico as linhas de campo partem da carga positiva e terminam na carga negativa enquanto as linhas equipotenciais formam curvas que cruzam as linhas de campo em ângulos retos Outro artigo de Costa e Lima 2019 discute a importância das linhas equipotenciais em aplicações práticas como na blindagem eletrostática e no design de dispositivos eletrônicos Segundo os autores a compreensão detalhada dessas linhas permite a otimização de componentes eletrônicos melhorando sua eficiência e segurança O trabalho de Silva et al 2021 explora como a simulação computacional pode ser usada para mapear campos elétricos e linhas equipotenciais proporcionando uma ferramenta educativa poderosa para estudantes de física Essas simulações permitem a visualização dinâmica das interações entre cargas e a formação de campos elétricos complexos A intersecção dessas pesquisas revela que a visualização correta e a compreensão das linhas de campo e equipotenciais são essenciais tanto para a teoria quanto para a prática da eletrostática Aplicações práticas incluem desde a construção de sensores até a proteção de equipamentos eletrônicos contra descargas eletrostáticas Esses estudos enfatizam que o campo elétrico e as linhas equipotenciais não são apenas conceitos abstratos mas possuem aplicações diretas e significativas na tecnologia moderna e na engenharia elétrica O conhecimento profundo desses conceitos permite inovações tecnológicas e avanços científicos importantes RESULTADOS E DISCUSSÃO O presente relatório tem como objetivo apresentar uma análise detalhada dos resultados obtidos em um experimento de campo elétrico Este estudo visa compreender a distribuição de linhas equipotenciais em torno de cargas pontuais tanto positivas quanto negativas em diferentes distâncias A compreensão do comportamento das linhas equipotenciais e a relação entre a distância das cargas são fundamentais para a aplicação prática em diversas áreas da física e engenharia Para a realização do experimento foram utilizadas cargas pontuais de magnitudes variadas posicionadas em distâncias crescentes A medição dos potenciais elétricos foi realizada em pontos específicos ao longo do campo elétrico permitindo a construção de um mapa de linhas equipotenciais Os dados foram sistematicamente coletados e organizados em uma tabela que será analisada detalhadamente nas seções subsequentes A tabela de resultados apresenta as cargas positivas e negativas as distâncias entre elas e os potenciais equipotenciais medidos em volts Com base nesses dados serão traçadas conclusões sobre o comportamento do campo elétrico gerado e a disposição das linhas equipotenciais A análise gráfica será acompanhada por figuras que ilustram a coleta de dados e a representação das linhas equipotenciais proporcionando uma visão mais clara do experimento Os dados apresentados na Tabela 1 revelam uma clara tendência na variação do potencial equipotencial em função das diferentes magnitudes de carga e distâncias Observase que à medida que a magnitude da carga aumenta o potencial equipotencial também aumenta de maneira proporcional Este comportamento está em conformidade com a teoria do campo elétrico que prevê um aumento do potencial elétrico com o aumento da carga Ao analisar a primeira linha da tabela com uma carga positiva de 1 nC e uma carga negativa de 1 nC a uma distância de 1065 cm o potencial equipotencial medido foi de 1528 V Este valor serve como um ponto de referência inicial para comparações subsequentes À medida que a carga negativa aumenta para 2 nC e a distância aumenta para 1075 cm o potencial equipotencial medido foi ligeiramente superior com 1529 V Esta pequena variação sugere que o impacto do aumento da carga é mais significativo do que a variação da distância em pequenas magnitudes A progressão dos dados mostra um aumento constante do potencial equipotencial com o aumento das cargas Por exemplo para uma carga positiva de 10 nC e uma carga negativa de 10 nC a uma distância de 1155 cm o potencial equipotencial medido foi de 1537 V Comparativamente para uma carga positiva de 50 nC e uma carga negativa de 50 nC a uma distância de 1555 cm o potencial equipotencial subiu para 1577 V Esta tendência confirma a relação direta entre a magnitude das cargas e o potencial elétrico Tabela 1 Resultados Carga Positiva nC Carga Negativa nC Distância cm Equipotencial V 1 1 1065 1528 2 2 1075 1529 3 3 1085 1530 4 4 1095 1531 5 5 1105 1532 6 6 1115 1533 7 7 1125 1534 8 8 1135 1535 9 9 1145 1536 10 10 1155 1537 11 11 1165 1538 12 12 1175 1539 13 13 1185 1540 14 14 1195 1541 15 15 1205 1542 16 16 1215 1543 17 17 1225 1544 18 18 1235 1545 19 19 1245 1546 20 20 1255 1547 21 21 1265 1548 22 22 1275 1549 23 23 1285 1550 24 24 1295 1551 25 25 1305 1552 26 26 1315 1553 27 27 1325 1554 28 28 1335 1555 29 29 1345 1556 30 30 1355 1557 31 31 1365 1558 32 32 1375 1559 33 33 1385 1560 34 34 1395 1561 35 35 1405 1562 36 36 1415 1563 37 37 1425 1564 38 38 1435 1565 39 39 1445 1566 40 40 1455 1567 41 41 1465 1568 42 42 1475 1569 43 43 1485 1570 44 44 1495 1571 45 45 1505 1572 46 46 1515 1573 47 47 1525 1574 48 48 1535 1575 49 49 1545 1576 50 50 1555 1577 51 51 1565 1578 52 52 1575 1579 53 53 1585 1580 54 54 1595 1581 55 55 1605 1582 56 56 1615 1583 57 57 1625 1584 58 58 1635 1585 59 59 1645 1586 60 60 1655 1587 61 61 1665 1588 62 62 1675 1589 63 63 1685 1590 64 64 1695 1591 65 65 1705 1592 Fonte Autoria Própria 2024 Uma análise mais aprofundada das linhas equipotenciais pode ser observada nas Figuras 2 3 e 4 que ilustram as linhas equipotenciais geradas para diferentes magnitudes de carga As figuras mostram que as linhas equipotenciais se tornam mais densas e mais próximas das cargas à medida que a magnitude das cargas aumenta Este comportamento é consistente com a teoria que afirma que a intensidade do campo elétrico é maior em regiões próximas a cargas maiores Adicionalmente observase que as linhas equipotenciais são mais espaçadas à medida que a distância entre as cargas aumenta refletindo uma diminuição da intensidade do campo elétrico em regiões mais afastadas Este fenômeno é visualmente representado nas figuras mencionadas onde a densidade das linhas diminui com o aumento da distância A comparação entre diferentes pares de cargas revela que independentemente da magnitude das cargas o potencial equipotencial segue uma tendência linear de aumento Por exemplo ao comparar os valores obtidos para cargas de 20 nC a 40 nC notase que o potencial equipotencial aumenta de forma proporcional indicando uma relação direta entre carga e potencial independentemente da distância Os resultados obtidos corroboram as previsões teóricas sobre o comportamento do campo elétrico e das linhas equipotenciais A análise dos dados permite validar a teoria de que o potencial elétrico aumenta com a magnitude das cargas e diminui com o aumento da distância As representações gráficas fornecem uma visualização clara desses fenômenos facilitando a compreensão dos conceitos fundamentais de eletrostática Figura 1 Coleta de dados Fonte Autoria Própria 2024 Figura 2 Linhas equipotenciais Fonte Autoria Própria 2024 Figura 3 Linhas equipotenciais Fonte Autoria Própria 2024 Figura 4 Linhas equipotenciais Fonte Autoria Própria 2024 CONCLUSÃO Os resultados obtidos no experimento de campo elétrico demonstram de maneira clara e consistente a relação entre a magnitude das cargas a distância entre elas e o potencial elétrico Observouse que o potencial equipotencial aumenta proporcionalmente com a magnitude das cargas conforme previsto pelas teorias clássicas da eletrostática Este comportamento foi evidente ao longo dos dados coletados onde a progressão dos valores de potencial seguiu uma tendência linear com o aumento das cargas A análise das linhas equipotenciais revelou que à medida que a magnitude das cargas aumentava as linhas equipotenciais se tornavam mais densas e concentradas ao redor das cargas Este fenômeno indica uma intensificação do campo elétrico nas proximidades das cargas maiores confirmando a teoria de que a intensidade do campo elétrico é diretamente proporcional à magnitude das cargas Adicionalmente observouse que as linhas equipotenciais se espaçavam mais à medida que a distância entre as cargas aumentava refletindo a diminuição da intensidade do campo elétrico em regiões mais afastadas As figuras apresentadas no relatório forneceram uma visualização clara dos fenômenos observados facilitando a compreensão das relações entre carga distância e potencial elétrico As representações gráficas das linhas equipotenciais evidenciaram a distribuição do campo elétrico em diferentes cenários de carga confirmando a validade dos dados experimentais e sua conformidade com as teorias estabelecidas Em suma o experimento de campo elétrico forneceu uma comprovação empírica robusta dos conceitos teóricos de eletrostática A correlação direta entre carga e potencial bem como a relação inversa entre distância e intensidade do campo elétrico foram claramente demonstradas Estes resultados não apenas validam as previsões teóricas mas também contribuem para um entendimento mais aprofundado dos princípios fundamentais que regem o comportamento dos campos elétricos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HALLIDAY D RESNICK R WALKER J Fundamentals of Physics Wiley 2014 TIPLER P A MOSCA G Physics for Scientists and Engineers W H Freeman 2009 SERWAY R A JEWETT J W Physics for Scientists and Engineers Cengage Learning 2018 MARQUES L SILVA A GOMES F Electric Field and Equipotential Lines in Dipoles and Capacitors Journal of Physics Education 2020 COSTA P LIMA R Practical Applications of Equipotential Lines in Electronic Devices Electronics and Electrical Engineering Journal 2019 SILVA J SOUZA M RIBEIRO D Using Simulations to Teach Electric Fields and Equipotential Lines Physics Education Journal 2021
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18 13 A lei de Coulomb A discussão qualitativa dos fenômenos elétricos nos fez adotar a hipótese da existência de duas substâncias responsáveis pelas forças elétricas Supomos que as quantidades das duas podem ser quantificadas numa grandeza que chamamos de carga elétrica de tal maneira que uma das substâncias corresponde a valores negativos desta grandeza e a outra a valores positivos Além disso aceitamos que cargas do mesmo sinal se repelem e cargas de sinais opostos se atraem Aceitamos ainda a hipótese que o módulo destas forças diminui com a distância das cargas Agora é preciso encontrar uma descrição quantitativa da força elétrica A última palavra sobre esta lei quantitativa tem que ser a experiência É preciso medir as forças quantitativamente Mas antes de partir para uma experiência os pesquisadores já fazem umas apostas Isto pode ajudar na concepção da experiência e também torna uma experiência mais emocionante No caso das forças elétricas estas experiências foram feitas por CharlesAugustin de Coulomb 14061736 2308 1806 Nessa época já se conhecia a lei que descreve a força gravitacional e se esperava que a força elétrica tivesse uma lei semelhante com as seguintes características Propriedade 131 O módulo da força é proporcional ao inverso do quadrado da distância entre as cargas Propriedade 132 Tratase de uma força central ou seja a direção da força coincide com a direção da linha que une as duas cargas Nestas afirmações pensamos em cargas pontuais Vimos na seção anterior qual é a vantagem de considerar apenas pontos1 Então quando falamos de distância tratase da distância dos pontos onde se encontram as cargas E quando falamos de linha que une as duas cargas tratase da linha que une os pontos de localização das cargas A segunda propriedade propriedade 132 pode ser motivada também por um argumento de simplicidade Nenhuma direção no espaço vazio é privilegiada mas a força sendo uma grandeza vetorial tem que ter uma direção A única direção privilegiada pela presença de dois objetos pontuais é a direção da linha que une os dois pontos Se a força tivesse qualquer outra direção as cargas pontuais teriam que ter alguma estrutura interna que definisse direções Então a hipótese mais simples é que eles não tenham nenhuma estrutura interna As medidas quantitativas contam com algumas dificuldades técnicas Primeiramente é preciso ter um medidor de forças para forças relativamente pequenas Coulomb usou uma balança de torção para medir pequenas forças Primeiramente ele pesquisou como reage um objeto pendurado num fio fino de metal quando se aplica um torque A figura 131 mostra estas experiências esquematicamente Ele descobriu que o torque τ necessário para modificar a orientação de equilíbrio por um ângulo ϕ era proporcional ao ângulo Ainda constatou que para um dado material a constante de proporcionalidade era proporcional à quarta potência do diâmetro do arame e inversamente proporcional ao comprimento do arame d 4 K l τ ϕ 131 1 Isto deve ter sido um dos pontos de destaque na sua solução do exercício 123 Se este ponto não estava na sua solução você não estudou de forma adequada Coulomb relatou este resultado em 1784 Mais ou menos na mesma época 1783 John Michell² inventou uma balança de torção para medir a atração gravitacional Fig 131 Fio de torção com disco pendurado para verificação da lei 131 Fig 132 Balança de torção usada por Coulomb A figura 132 mostra a balança que Coulomb usou para as medidas quantitativas das forças elétricas Há uma haste horizontal indicada como Fig3 pendurada no fio de torção Nas pontas desta haste há esferas metálicas g e a Podese transferir carga elétrica para uma destas esferas e colocar uma outra esfera J Fig5 também eletrizada perto da esfera eletrizada da haste A força elétrica resulta num torque que pode ser medido usando a relação 131 Fig 133 Definição de igualdade de valores de cargas Fora da tarefa difícil de medir estas forças com precisão há outro problema que precisa ser resolvido Os aspectos quantitativos englobam também as quantidades de carga elétrica nas esferas Primeiramente temos que completar a definição desta grandeza Já falamos da soma dos valores Outro item essencial na definição de uma grandeza ² John Michell 25121724 29041793 foi um dos mais geniais cientistas da época mas devido à sua modéstia e devido ao fato de que seus pensamentos eram 100 anos à frente da sua época seus colegas deram pouca importância a seu trabalho e seu nome é pouco conhecido até hoje Michell foi o primeiro a considerar a possibilidade de buracos negros e elaborou um método para detectálos que é usado pelos astrônomos Ele foi o primeiro a usar métodos estatísticos em astronomia Ele pensou em redshift gravitacional e em pressão de radiação Ele inventou ímãs artificiais Michell interpretou terremotos como ondas mecânicas Depois da morte de Michell Henry Cavendish herdou a balança de torção e executou a famosa experiência gravitacional que é conhecida com o nome de Cavendish e não de Michell 19 20 física é a prescrição operacional que determina a igualdade de valores da grandeza Podemos definir duas cargas pontuais têm o mesmo valor de carga se a força exercida por uma terceira carga pontual qualquer que se encontra na mesma situação geométrica relativa às cargas testadas provoca a mesma força Compare com a figura 133 Nesta definição não precisamos conhecer o valor 0q da terceira carga mas temos que ter certeza de que no intervalo de tempo no qual efetuamos a substituição da carga 1 pela carga 2 não haja alteração do valor da carga 0q Isto na prática pode ser um problema Como cargas do mesmo sinal se repelem existe uma tendência natural das cargas de um corpo carregado fugir deste corpo Então os suportes que seguram o objeto carregado devem ser de um material isolante com superfícies perfeitamente limpas As medidas devem ser feitas de preferência em dias com ar de baixa umidade relativa e a substituição geométrica da carga 1 pela carga 2 deve ser feita de forma rápida A soma de valores de carga foi definida na seção anterior Para produzir uma sequência conhecida de valores de carga existe um artifício simples Imagine uma pequena esfera metálica com algum valor desconhecido 0q que está suspensa por um fio perfeitamente isolante Agora pegamos uma segunda esfera do mesmo material com exatamente o mesmo diâmetro também pendurada por um fio perfeitamente isolante Mas esta segunda esfera está neutra Em seguida movendo o suporte do fio colocamos as duas esferas em contato Como cargas do mesmo sinal se repelem as cargas se distribuirão no corpo formado pelas duas esferas de tal forma que elas possam ficar o mais longe possível uma da outra Então a esfera que estava originalmente neutra receberá carga Pela simetria da configuração podemos ter certeza que no estado final as duas esferas terão a carga q0 2 cada uma Finalmente podemos afastar a segunda esfera e geramos um corpo de carga q0 2 Repetindo este procedimento diversas vezes podemos gerar uma sequência de valores de carga 0q q0 2 q0 2 n Fazendo isto com a esfera que se introduz na balança de torção ou com a esfera presa na haste horizontal podese pesquisar como a força depende dos valores das cargas envolvidas O resultado desta pesquisa é a força é proporcional a cada um dos valores de carga dos dois corpos envolvidos Então segue Propriedade 133 A força é proporcional ao produto dos valores das duas cargas pontuais As experiências de Coulomb confirmaram a afirmação de que as forças elétricas têm a propriedade 131 A propriedade 132 também pode ser testada com uma balança de torção Basta que se coloque a esfera externa fora da linha tangencial ao círculo que tem centro no fio de torção e no qual se encontra a esfera da haste Se a força for central o torque deve diminuir por um fator cosα da projeção da linha que une as esferas sobre a reta tangencial compare figura 134 Fig 134 Uso da balança de torção para testar se a força elétrica é uma força central Contudo as experiências com a balança de torção são α extremamente difíceis e não se pode esperar muita precisão Também julgando pela figura 122 as cargas não eram muito pequenas em comparação com as distâncias envolvidas Hoje temos outros testes muito precisos que confirmam as afirmações das propriedades 131 133 Num capítulo posterior conheceremos um teste muito preciso destas afirmações Estas três afirmações verbais podem ser condensadas numa única fórmula Usaremos a linguagem vetorial para escrever estas propriedades de forma compacta Primeiramente vamos descrever as posições das duas cargas pontuais no espaço do referencial que usamos Isto pode ser feito também com a ajuda de vetores Escolhemos um ponto fixo O chamado de origem no espaço e com este ponto podemos descrever as posições P₁ e P₂ das cargas com dois vetores de deslocamento P₁ r₁ OP₁def P₂ r₂ OP₂def 132 Estes vetores são chamados de vetores posição dos pontos P₁ e P₂ Lembramos que um vetor deslocamento é uma classe de equivalência de pares ordenados de pontos sendo a relação de equivalência definida por transporte paralelo dos pares de pontos Na Física III usaremos vetores extensamente e o aluno que não tem familiaridade com os conceitos vetoriais deve dedicar algumas horas de intenso estudo para entender estes conceitos de preferência logo no início do semestre No apêndice destas notas há um ensaio sobre geometria e vetores Fig 135 Vetores posição r₁ e r₂ das cargas e o vetor r₁ r₂ Temos que expressar a distância entre as cargas e a direção da linha que une as cargas em termos dos vetores posição A distância é simplesmente o módulo do vetor r₁ r₂ e podemos descrever a direção com o vetor unitário r₁ r₂r₁ r₂ Com estes elementos podemos finalmente escrever a força que a carga 2 exerce sobre a carga 1 F12 k x q₁q₂r₁ r₂² x r₁ r₂r₁ r₂ 133 Esta relação é a lei de Coulomb Caso as duas cargas tenham o mesmo sinal a força é repulsiva e tem o mesmo sentido do vetor r₁ r₂ A constante de proporcionalidade k é uma constante dimensional que conecta o espaço de valores de quadrados de carga dividido por quadrados de distâncias com o espaço de módulos de força Falta definir uma unidade para a grandeza carga Uma possibilidade é usar a própria lei de Coulomb para definir uma unidade Poderseia formular uma definição do seguinte 21 tipo Duas cargas pontuais de mesmo valor têm cada uma a carga unitária Ucarga se a força que uma exerce sobre a outra quando postas numa distância de 1 m for 1 N Com esta escolha de unidade o valor da constante k seria k 1 N m²Ucarga De fato este tipo de proposta foi feita pelo matemático Johann Carl Friedrich Gauss 30041777 23021855 mas usando centímetros e gramas como unidades básicas no lugar do metro e do quilograma A unidade de carga³ correspondente é chamado de statCoulomb statC e com ela a constante k fica na forma k 1 g cm³statC² s² Do ponto de vista da teoria esta escolha de unidade parece boa Mas do ponto de vista experimental ela não é boa Como mencionamos as experiências eletrostáticas são dificilmente experiências de alta precisão porque as cargas naturalmente têm a tendência de fugir O sistema internacional adotou uma outra unidade de carga que permite mais precisão nas realizações do padrão Infelizmente ainda não temos condições de entender como esta definição de unidade é feita pois esta usa forças magnéticas Então por enquanto ficamos somente com o nome desta unidade ela se chama Coulomb e é abreviada com C Somente quando chegarmos quase no fim do semestre teremos condições de entender como o Coulomb é definido Em termos desta unidade a constante k tem o valor de k 8987551788x 10⁹ N m²C² 134 Para muitas aplicações é suficiente usar o valor aproximado k 9x 10⁹ N m²C² 135 que pode ser memorizado muito facilmente por causa do duplo aparecimento da cifra 9 no expoente e na mantissa Mais tarde conheceremos razões pelas quais muitas pessoas preferem escrever a constante k numa forma um tanto estranha k 14πε₀ 136 com ε₀ 8854187817 x 10¹² C² N¹ m² 137 Na fórmula da lei de Coulomb 133 mantivemos as parcelas que correspondem às três propriedades 131133 separadas Mas quando fazemos cálculos não é preciso manter esta separação e podemos juntar os dois fatores de módulo da diferença de vetores posição F12 k x q₁q₂ x r₁ r₂r₁ r₂³ 138 ³ De fato Gauss não considerava carga elétrica como uma nova grandeza física mas ele identificava carga com uma raiz quadrada de massa multiplicada por uma raiz quadrada de um volume e dividido por um tempo de tal forma que a constante k fica adimensional com o valor 1 22 Repare que o expoente 3 que aparece no denominador não significa que a força cai proporcionalmente ao cubo da distância Pois no numerador há o vetor cujo módulo aumenta com a distância Interrompemos aqui nosso estudo da força elétrica para um comentário sumamente importante No contexto da lei de Coulomb usamos a palavra proporcional diversas vezes É um erro muito comum confundir proporcional com monotonicamente crescente e inversamente proporcional com monotonicamente decrescente Estas noções são totalmente diferentes Definição131 Uma grandeza y é proporcional a uma grandeza x se e somente se vale y A x 139 com algum valor de A que não depende de x Uma variável y é dita inversamente proporcional a x se y for proporcional a Proporcionalidade não tem absolutamente nenhuma ligação com crescimento monótono Veja os seguintes exemplos y x3 cresce monotonicamente mas aqui y não é proporcional a x Por outro lado com y 5x a variável y é proporcional a x mas y decresce quanto x cresce Proporcionalidade é um caso especial de uma noção sumamente importante nas ciências quantitativas Especialmente aqui no estudo do eletromagnetismo usaremos esta noção frequentemente Proporcionalidade é um caso especial de linearidade Seja f V W uma função que mapeia um conjunto V num conjunto W Queremos definir linearidade de uma função Mas esta noção só faz sentido quando os conjuntos V e W tiverem a estrutura de espaços lineares Isto significa que dentro destes conjuntos deve existir uma definição de soma de elementos e uma multiplicação de elementos com números com as seguintes propriedades ab V a b b a 1310 abc V a b c a b c 1311 0 V a V a 0 a 1312 a Va V a a 0 1313 αβ Ra V αβa αβa 1314 a V 1a a 1315 ab Vα R αa b αa αb 1316 a Vαβ R α βa αa βa 1317 Analogamente para o espaço W Os valores de grandezas físicas ficam em espaços lineares Os vetores de deslocamento formam um espaço linear e há muitos outros exemplos importantes de espaços lineares Então podemos agora definir quando uma função que mapeia um espaço linear em outro espaço linear é uma função linear Definição132 Uma função f V W entre dois espaços lineares V e W é chamada de linear se e somente se ab Vαβ R fαa βb α f a β f b 1318 Podemos formular esta definição verbalmente de forma bem simples Uma função é linear se ela se comporta de forma simpática em relação à formação de combinações lineares podese fazer a combinação linear antes de aplicar a função ou depois e o resultado é sempre o mesmo Repare na semelhança com outra propriedade de funções Uma função é contínua se ela for simpática em relação à formação de limites podese tomar um limite antes de aplicar a função ou depois e o resultado é sempre o mesmo A noção de linearidade é fundamental Por exemplo não faz o menor sentido aprender o que é uma derivada sem ter entendido a noção de linearidade pois a derivada é uma aproximação linear das variações locais de uma função na vizinhança de um ponto Na Física III linearidade aparecerá em muitos pontos estratégicos e peço ao aluno que não tem clareza desta noção para praticar com exemplos vide exercícios no fim da seção Voltemos às forças elétricas Precisamos dizer algo sobre a força que atua numa carga na presença de várias outras cargas Neste caso a própria mecânica Newtoniana prevê que se devem somar as forças exercidas por todas as outras cargas Então seja q o valor de uma carga elétrica que se encontra no ponto Na presença de N cargas qk nas posições com k123N a força que atua sobre a carga q é F k q k1N qk r r k r r k 3 1319 Vejamos um exemplo Vamos considerar que uma carga pontual q esteja no ponto x a y a2 z 0 de um sistema de coordenadas cartesianas e que haja uma carga q₁ no ponto x a y 0 z 0 e uma carga q₂ na origem x 0 y 0 z 0 como mostra a figura 136 Fig 136 Disposição de cargas no exemplo calculado A força que a carga 1 exerce sobre a carga q é vecF1 k q q1 frachatx a haty a 2 hatz 0 hatx a haty 0 hatz 002 a2 4 0232 1320 e a força que a carga 2 exerce sobre q é vecF2 k q q2 frachatx a haty a 2 hatz 0 hatx 0 haty 0 hatz 0a2 a2 4 0232 1321 Nestas fórmulas escrevemos de forma totalmente exagerada termos do tipo hatz 0 e 02 somente para deixar claro de onde vem cada expressão Você não precisa fazer isto nos seus cálculos Chamamos os vetores unitários que apontam nas direções dos eixos de coordenadas de hatx haty hatz É também muito comum escrever estes vetores como hati hatj hatk A notação que usa os nomes das coordenadas tem a vantagem de poder ser aplicada da mesma forma para outros sistemas de coordenadas Por exemplo com um sistema de coordenadas esféricas r heta varphi temos analogamente vetores básicos hatr hat heta hatvarphi usando a notação com a mesma lógica Limpando as fórmulas 1320 e 1321 destas sujeiras hatz 0 e 02 obtemos vecF1 frack q q1 4a2 haty 1322 vecF2 frack q q2 hatx 8 haty 4a2 532 1323 Então a força total será vecFtotal frack qa2 left hatx frac8 q2532 haty left frac4 q2532 4 q1 right right 1324 Agora vamos imaginar que q 1 mu C q1 1 mu C e q2 1118 mu C approx 532 mu C e a 1 cm Neste caso temos vecFtotal frac9 imes 109 extNm2 imes 106 extC104 extm2 extC2 left hatx 8 imes 106 extC haty 8 imes 106 extC right 1325 hatx 720 extN haty 720 extN O módulo desta força é vecFtotal approx 1018 extN Isto é uma força enorme Podemos concluir que uma carga de um microCoulomb é uma quantidade de carga gigante se for comparada com as cargas das nossas experiências da seção 12 É interessante comparar este módulo com a soma dos módulos das forças parciais vecF1 vecF2 approx 360 extN 805 extN 1165 extN 1326 Esta soma é consideravelmente maior que o módulo da força total Por que esta diferença Compare com o exercício E 132 Terminamos esta seção com um comentário importante A verificação experimental da lei de Coulomb feita pelo Coulomb e também a verificação muito mais precisa que conheceremos mais tarde tratam exclusivamente de cargas em repouso Então podemos supor a validade desta lei somente para este caso De fato futuramente veremos que as forças que atuam sobre cargas em movimento são consideravelmente mais complicadas Exercícios E 131 Quando giramos um objeto por um ângulo α em torno de um eixo pares de pontos marcados no objeto se transformam em outros pares de pontos Cada par de pontos AB define um vetor deslocamento AB Desta maneira um giro joga vetores em vetores Esta função é linear E 132 O módulo de um vetor é uma função que associa a cada vetor um valor escalar faa Esta função é linear E 133 fℝℝ com fxABx é linear E 134 O sol considerado infinitamente distante projeta sombra de pontos marcados com pequenos objetos opacos Coletamos estas sombras num plano Um par de pontos no espaço é projetado num par de pontos no plano Desta forma podese definir uma função que mapeia vetores do espaço tridimensional para vetores no plano Esta função é linear E 135 Três cargas pontuais se encontram nos vértices de um triângulo equilátero de lado a O centro do triângulo está na origem de um sistema de coordenadas cartesianas e o plano do triângulo fica no plano xy Uma das cargas está no eixoy e as outras simetricamente nos quadrantes III e IV como mostra a figura A carga no eixoy assim como a carga no quadrante III têm o valor Q e a carga no quadrante IV tem o valor Q Calcule a força que atua sobre uma carga q na origem de coordenadas Escreva o seu resultado de forma vetorial usando a base îĵ k ou ẋ ẏ ẑ E 136 Escreva os pontos de destaque da seção 13 NOME DA FACULDADE SEU NOME LABORATÓRIO DE CAMPO ELÉTRICO CIDADE 2024 SUMÁRIO INTRODUÇÃO3 METODOLOGIA4 REFERENCIAL TEÓRICO6 RESULTADOS E DISCUSSÃO8 CONCLUSÃO15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS16 INTRODUÇÃO O campo elétrico é uma grandeza vetorial que representa a força elétrica por unidade de carga exercida sobre uma carga testada em um ponto específico no espaço Ele é gerado pela presença de cargas elétricas e influencia outras cargas na região onde está presente O conceito de campo elétrico é fundamental na eletrostática e é utilizado para descrever a interação entre cargas elétricas ajudando a entender uma ampla gama de fenômenos físicos e aplicações tecnológicas Para compreender melhor o comportamento dos campos elétricos e as distribuições de cargas utilizamos simulações computacionais que oferecem uma visualização dinâmica dessas interações Uma ferramenta amplamente utilizada para esse propósito é o PhET Interactive Simulations desenvolvido pela Universidade do Colorado Em particular a simulação Campos e Cargas permite explorar como diferentes configurações de cargas geram campos elétricos e linhas de equipotencial proporcionando uma compreensão mais intuitiva e prática desses conceitos Nesta pesquisa realizamos um experimento utilizando a simulação Campos e Cargas do PhET para investigar as distribuições de linhas de equipotencial em função de várias disposições de cargas elétricas A simulação nos permitiu variar as magnitudes das cargas e as distâncias entre elas proporcionando uma ampla gama de dados para análise Observamos como as linhas de equipotencial mudam conforme ajustamos esses parâmetros e registramos os valores de potencial em pontos específicos Os resultados obtidos através dessa simulação fornecem uma base sólida para analisar as relações entre cargas elétricas distâncias e potenciais elétricos Além disso esses dados são fundamentais para compreender melhor os conceitos teóricos e aplicálos em situações práticas como no design de dispositivos eletrônicos e no estudo de fenômenos eletrostáticos em materiais Por fim a utilização da simulação PhET Campos e Cargas demonstrou ser uma ferramenta eficaz para a visualização e compreensão de conceitos complexos de eletrostática A possibilidade de manipular variáveis e observar os efeitos resultantes em tempo real oferece uma abordagem interativa e envolvente para o estudo do campo elétrico tornando a aprendizagem mais acessível e interessante para estudantes e pesquisadores METODOLOGIA A metodologia desta pesquisa foi estruturada em duas partes principais uma revisão bibliográfica e a realização de um experimento prático utilizando a simulação Campos e Cargas do PhET Interactive Simulations Este enfoque dual permitiu uma compreensão aprofundada dos conceitos teóricos associados ao campo elétrico bem como uma aplicação prática desses conceitos em um ambiente controlado e visualmente intuitivo A primeira etapa do trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica abrangente sobre os fundamentos do campo elétrico Foram consultadas diversas fontes acadêmicas incluindo livros artigos científicos e publicações especializadas na área de física e eletrostática A revisão teve como objetivo consolidar o conhecimento teórico necessário para compreender as propriedades dos campos elétricos as linhas de equipotencial e as interações entre cargas elétricas Essa fundamentação teórica foi essencial para a interpretação dos resultados obtidos na etapa experimental Na segunda etapa foi realizado um experimento prático utilizando a simulação Campos e Cargas do PhET Esta simulação permite a manipulação de diferentes parâmetros como a magnitude das cargas e a distância entre elas possibilitando a visualização das linhas de campo elétrico e das linhas de equipotencial geradas A escolha desta ferramenta devese à sua capacidade de proporcionar uma experiência interativa e dinâmica facilitando a compreensão dos efeitos das variáveis estudadas Para conduzir o experimento inicialmente definimos um conjunto de cargas elétricas com magnitudes variando de 1 nC a 65 nC Em seguida ajustamos as distâncias entre essas cargas variando de 100 cm a 400 cm Essas variações foram cuidadosamente planejadas para abranger uma ampla gama de situações e permitir uma análise detalhada das influências das diferentes configurações de cargas e distâncias no campo elétrico e nas linhas de equipotencial resultantes Durante o experimento foram realizadas medições das linhas de equipotencial para cada configuração de cargas e distâncias Os valores de potencial elétrico foram registrados em pontos específicos e esses dados foram organizados em tabelas para facilitar a análise posterior A coleta sistemática de dados permitiu identificar padrões e relações entre as variáveis estudadas fornecendo insights valiosos sobre o comportamento dos campos elétricos em diferentes cenários Além da coleta de dados a metodologia incluiu a análise quantitativa dos resultados obtidos Utilizando ferramentas estatísticas e de visualização de dados foram elaborados gráficos e tabelas que ilustram as relações entre a magnitude das cargas a distância entre elas e os valores de potencial elétrico Essa análise foi crucial para validar as hipóteses formuladas na revisão bibliográfica e para explorar novas perspectivas sobre o comportamento dos campos elétricos Por fim a integração dos conhecimentos teóricos com os resultados experimentais permitiu uma compreensão mais profunda e abrangente do campo elétrico A metodologia adotada combinando pesquisa bibliográfica e experimentação prática demonstrou ser eficaz para alcançar os objetivos da pesquisa A utilização da simulação Campos e Cargas do PhET mostrouse uma ferramenta valiosa para a visualização e compreensão dos conceitos estudados reforçando a importância das tecnologias educacionais interativas no ensino e na pesquisa científica REFERENCIAL TEÓRICO O estudo do campo elétrico e das linhas equipotenciais é fundamental para a compreensão dos fenômenos eletrostáticos Segundo Halliday Resnick e Walker 2014 o campo elétrico é uma região do espaço onde uma carga elétrica experimenta uma força Esse campo pode ser visualizado através das linhas de campo que são tangentes à direção da força elétrica em qualquer ponto e cuja densidade indica a magnitude do campo De acordo com Tipler e Mosca 2009 as linhas equipotenciais são superfícies onde o potencial elétrico é constante Estas linhas são sempre perpendiculares às linhas de campo elétrico uma propriedade que é crucial para entender a distribuição de cargas e a forma do campo elétrico em diferentes configurações Serway e Jewett 2018 afirmam que o potencial elétrico é uma medida da energia potencial elétrica por unidade de carga em um ponto no espaço Quando se desenha as linhas equipotenciais facilitase a visualização das regiões onde o potencial é constante e isso ajuda a compreender como a energia se distribui ao redor das cargas Pesquisas recentes também abordam essas questões Segundo um estudo de Marques et al 2020 a relação entre as linhas de campo e as linhas equipotenciais é vital para a análise de sistemas eletrostáticos complexos como os dipolos e capacitores O estudo revela que em um dipolo elétrico as linhas de campo partem da carga positiva e terminam na carga negativa enquanto as linhas equipotenciais formam curvas que cruzam as linhas de campo em ângulos retos Outro artigo de Costa e Lima 2019 discute a importância das linhas equipotenciais em aplicações práticas como na blindagem eletrostática e no design de dispositivos eletrônicos Segundo os autores a compreensão detalhada dessas linhas permite a otimização de componentes eletrônicos melhorando sua eficiência e segurança O trabalho de Silva et al 2021 explora como a simulação computacional pode ser usada para mapear campos elétricos e linhas equipotenciais proporcionando uma ferramenta educativa poderosa para estudantes de física Essas simulações permitem a visualização dinâmica das interações entre cargas e a formação de campos elétricos complexos A intersecção dessas pesquisas revela que a visualização correta e a compreensão das linhas de campo e equipotenciais são essenciais tanto para a teoria quanto para a prática da eletrostática Aplicações práticas incluem desde a construção de sensores até a proteção de equipamentos eletrônicos contra descargas eletrostáticas Esses estudos enfatizam que o campo elétrico e as linhas equipotenciais não são apenas conceitos abstratos mas possuem aplicações diretas e significativas na tecnologia moderna e na engenharia elétrica O conhecimento profundo desses conceitos permite inovações tecnológicas e avanços científicos importantes RESULTADOS E DISCUSSÃO O presente relatório tem como objetivo apresentar uma análise detalhada dos resultados obtidos em um experimento de campo elétrico Este estudo visa compreender a distribuição de linhas equipotenciais em torno de cargas pontuais tanto positivas quanto negativas em diferentes distâncias A compreensão do comportamento das linhas equipotenciais e a relação entre a distância das cargas são fundamentais para a aplicação prática em diversas áreas da física e engenharia Para a realização do experimento foram utilizadas cargas pontuais de magnitudes variadas posicionadas em distâncias crescentes A medição dos potenciais elétricos foi realizada em pontos específicos ao longo do campo elétrico permitindo a construção de um mapa de linhas equipotenciais Os dados foram sistematicamente coletados e organizados em uma tabela que será analisada detalhadamente nas seções subsequentes A tabela de resultados apresenta as cargas positivas e negativas as distâncias entre elas e os potenciais equipotenciais medidos em volts Com base nesses dados serão traçadas conclusões sobre o comportamento do campo elétrico gerado e a disposição das linhas equipotenciais A análise gráfica será acompanhada por figuras que ilustram a coleta de dados e a representação das linhas equipotenciais proporcionando uma visão mais clara do experimento Os dados apresentados na Tabela 1 revelam uma clara tendência na variação do potencial equipotencial em função das diferentes magnitudes de carga e distâncias Observase que à medida que a magnitude da carga aumenta o potencial equipotencial também aumenta de maneira proporcional Este comportamento está em conformidade com a teoria do campo elétrico que prevê um aumento do potencial elétrico com o aumento da carga Ao analisar a primeira linha da tabela com uma carga positiva de 1 nC e uma carga negativa de 1 nC a uma distância de 1065 cm o potencial equipotencial medido foi de 1528 V Este valor serve como um ponto de referência inicial para comparações subsequentes À medida que a carga negativa aumenta para 2 nC e a distância aumenta para 1075 cm o potencial equipotencial medido foi ligeiramente superior com 1529 V Esta pequena variação sugere que o impacto do aumento da carga é mais significativo do que a variação da distância em pequenas magnitudes A progressão dos dados mostra um aumento constante do potencial equipotencial com o aumento das cargas Por exemplo para uma carga positiva de 10 nC e uma carga negativa de 10 nC a uma distância de 1155 cm o potencial equipotencial medido foi de 1537 V Comparativamente para uma carga positiva de 50 nC e uma carga negativa de 50 nC a uma distância de 1555 cm o potencial equipotencial subiu para 1577 V Esta tendência confirma a relação direta entre a magnitude das cargas e o potencial elétrico Tabela 1 Resultados Carga Positiva nC Carga Negativa nC Distância cm Equipotencial V 1 1 1065 1528 2 2 1075 1529 3 3 1085 1530 4 4 1095 1531 5 5 1105 1532 6 6 1115 1533 7 7 1125 1534 8 8 1135 1535 9 9 1145 1536 10 10 1155 1537 11 11 1165 1538 12 12 1175 1539 13 13 1185 1540 14 14 1195 1541 15 15 1205 1542 16 16 1215 1543 17 17 1225 1544 18 18 1235 1545 19 19 1245 1546 20 20 1255 1547 21 21 1265 1548 22 22 1275 1549 23 23 1285 1550 24 24 1295 1551 25 25 1305 1552 26 26 1315 1553 27 27 1325 1554 28 28 1335 1555 29 29 1345 1556 30 30 1355 1557 31 31 1365 1558 32 32 1375 1559 33 33 1385 1560 34 34 1395 1561 35 35 1405 1562 36 36 1415 1563 37 37 1425 1564 38 38 1435 1565 39 39 1445 1566 40 40 1455 1567 41 41 1465 1568 42 42 1475 1569 43 43 1485 1570 44 44 1495 1571 45 45 1505 1572 46 46 1515 1573 47 47 1525 1574 48 48 1535 1575 49 49 1545 1576 50 50 1555 1577 51 51 1565 1578 52 52 1575 1579 53 53 1585 1580 54 54 1595 1581 55 55 1605 1582 56 56 1615 1583 57 57 1625 1584 58 58 1635 1585 59 59 1645 1586 60 60 1655 1587 61 61 1665 1588 62 62 1675 1589 63 63 1685 1590 64 64 1695 1591 65 65 1705 1592 Fonte Autoria Própria 2024 Uma análise mais aprofundada das linhas equipotenciais pode ser observada nas Figuras 2 3 e 4 que ilustram as linhas equipotenciais geradas para diferentes magnitudes de carga As figuras mostram que as linhas equipotenciais se tornam mais densas e mais próximas das cargas à medida que a magnitude das cargas aumenta Este comportamento é consistente com a teoria que afirma que a intensidade do campo elétrico é maior em regiões próximas a cargas maiores Adicionalmente observase que as linhas equipotenciais são mais espaçadas à medida que a distância entre as cargas aumenta refletindo uma diminuição da intensidade do campo elétrico em regiões mais afastadas Este fenômeno é visualmente representado nas figuras mencionadas onde a densidade das linhas diminui com o aumento da distância A comparação entre diferentes pares de cargas revela que independentemente da magnitude das cargas o potencial equipotencial segue uma tendência linear de aumento Por exemplo ao comparar os valores obtidos para cargas de 20 nC a 40 nC notase que o potencial equipotencial aumenta de forma proporcional indicando uma relação direta entre carga e potencial independentemente da distância Os resultados obtidos corroboram as previsões teóricas sobre o comportamento do campo elétrico e das linhas equipotenciais A análise dos dados permite validar a teoria de que o potencial elétrico aumenta com a magnitude das cargas e diminui com o aumento da distância As representações gráficas fornecem uma visualização clara desses fenômenos facilitando a compreensão dos conceitos fundamentais de eletrostática Figura 1 Coleta de dados Fonte Autoria Própria 2024 Figura 2 Linhas equipotenciais Fonte Autoria Própria 2024 Figura 3 Linhas equipotenciais Fonte Autoria Própria 2024 Figura 4 Linhas equipotenciais Fonte Autoria Própria 2024 CONCLUSÃO Os resultados obtidos no experimento de campo elétrico demonstram de maneira clara e consistente a relação entre a magnitude das cargas a distância entre elas e o potencial elétrico Observouse que o potencial equipotencial aumenta proporcionalmente com a magnitude das cargas conforme previsto pelas teorias clássicas da eletrostática Este comportamento foi evidente ao longo dos dados coletados onde a progressão dos valores de potencial seguiu uma tendência linear com o aumento das cargas A análise das linhas equipotenciais revelou que à medida que a magnitude das cargas aumentava as linhas equipotenciais se tornavam mais densas e concentradas ao redor das cargas Este fenômeno indica uma intensificação do campo elétrico nas proximidades das cargas maiores confirmando a teoria de que a intensidade do campo elétrico é diretamente proporcional à magnitude das cargas Adicionalmente observouse que as linhas equipotenciais se espaçavam mais à medida que a distância entre as cargas aumentava refletindo a diminuição da intensidade do campo elétrico em regiões mais afastadas As figuras apresentadas no relatório forneceram uma visualização clara dos fenômenos observados facilitando a compreensão das relações entre carga distância e potencial elétrico As representações gráficas das linhas equipotenciais evidenciaram a distribuição do campo elétrico em diferentes cenários de carga confirmando a validade dos dados experimentais e sua conformidade com as teorias estabelecidas Em suma o experimento de campo elétrico forneceu uma comprovação empírica robusta dos conceitos teóricos de eletrostática A correlação direta entre carga e potencial bem como a relação inversa entre distância e intensidade do campo elétrico foram claramente demonstradas Estes resultados não apenas validam as previsões teóricas mas também contribuem para um entendimento mais aprofundado dos princípios fundamentais que regem o comportamento dos campos elétricos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HALLIDAY D RESNICK R WALKER J Fundamentals of Physics Wiley 2014 TIPLER P A MOSCA G Physics for Scientists and Engineers W H Freeman 2009 SERWAY R A JEWETT J W Physics for Scientists and Engineers Cengage Learning 2018 MARQUES L SILVA A GOMES F Electric Field and Equipotential Lines in Dipoles and Capacitors Journal of Physics Education 2020 COSTA P LIMA R Practical Applications of Equipotential Lines in Electronic Devices Electronics and Electrical Engineering Journal 2019 SILVA J SOUZA M RIBEIRO D Using Simulations to Teach Electric Fields and Equipotential Lines Physics Education Journal 2021